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OP-035MR-20

CÓD.: 7891182029896

Grupo Hospital Conceição- GHC

Auxiliar Administrativo
Língua Portuguesa

1. Leitura e compreensão de textos: 1.1 Assunto. 1.2 Estruturação do texto. 1.3 Ideias principais e secundárias.
1.4 Relação entre as ideias.1.5 Efeitos de sentido. 1.6 Figuras de linguagem. 1.7 Recursos de argumentação. 1.8
Informações implícitas: pressupostos e subentendidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
1.9 Coesão e coerência textuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2. Léxico: 2.1 Significação de palavras e expressões no texto. 2.2 Substituição de palavras e de expressões no
texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3 Estrutura e formação de palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3. Aspectos linguísticos: 3.1 Relações morfossintáticas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2 Ortografia: emprego de letras e acentuação gráfica sistema oficial vigente (inclusive o Acordo Ortográfico
vigente, conforme Decreto 7.875/12). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
3.3 Relações entre fonemas e grafias. 3.4 Flexões e emprego de classes gramaticais. 3.5 Vozes verbais e sua
conversão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.6 Concordância nominal e verbal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.7 Regência nominal e verbal (inclusive emprego do acento indicativo de crase). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
3.8 Coordenação e subordinação: emprego das conjunções, das locuções conjuntivas e dos pronomes
relativos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
3.9 Pontuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

Informática

1. CONHECIMENTOS DO SISTEMA OPERACIONAL MICROSOFT WINDOWS XP: (1) Área de Trabalho (Exibir,
Classificar, Atualizar, Resolução da tela, Gadgets) e Menu Iniciar (Documentos, Imagens, Computador, Painel
de Controle, Dispositivos e Impressoras, programa Padrão, Ajuda e Suporte, Desligar, Todos os programas,
Pesquisar programa e Arquivos e Ponto de Partida): saber trabalhar, exibir, alterar, organizar, classificar, ver
as propriedades, identificar, usar e configurar, utilizando menus rápidos ou suspensos, painéis, listas, caixa de
pesquisa, menus, ícones, janelas, teclado e/ou mouse; (2) Propriedades da Barra de Tarefas, do Menu Iniciar e
do Gerenciador de Tarefas: saber trabalhar, exibir, alterar, organizar, identificar, usar, fechar programa e configurar,
utilizando as partes da janela (botões, painéis, listas, caixa de pesquisa, caixas de marcação, menus, ícones e etc.),
teclado e/ou mouse; (3) Janelas (navegação no Windows e o trabalho com arquivos, pastas e bibliotecas), Painel de
Controle e Lixeira: saber exibir, alterar, organizar, identificar, usar e configurar ambientes, componentes da janela,
menus, barras de ferramentas e ícones; usar as funcionalidades das janelas, programa e aplicativos utilizando as
partes da janela (botões, painéis, listas, caixa de pesquisa, caixas de marcação, menus, ícones e etc.), teclado e/ou
mouse; (4) Bibliotecas, Arquivos, Pastas, Ícones e Atalhos: realizar ações e operações sobre bibliotecas, arquivos,
pastas, ícones e atalhos: localizar, copiar, mover, criar, criar atalhos, criptografar, ocultar, excluir, recortar, colar,
renomear, abrir, abrir com, editar, enviar para, propriedades e etc.; e (5) Nomes válidos: identificar e utilizar nomes
válidos para bibliotecas, arquivos, pastas, ícones e atalhos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. CONHECIMENTOS SOBRE O PROGRAMA MICROSOFT WORD 2010: (1) Ambiente e Componentes do
Programa: saber identificar, caracterizar, usar, alterar, configurar e personalizar o ambiente, componentes
da janela, funcionalidades, menus, ícones, barra de ferramentas, guias, grupos e botões, incluindo número
de páginas e palavras, erros de revisão, idioma, modos de exibição do documento e zoom; (2) Documentos:
abrir, fechar, criar, excluir, visualizar, formatar, alterar, salvar, configurar documentos, utilizado as barras de
ferramentas, menus, ícones, botões, guias e grupos da Faixa de Opções, teclado e/ou mouse; (3) Barra de
Ferramentas: identificar e utilizar os botões e ícones das barras de ferramentas das guias e grupos Início,
Inserir, Layout da Página, Referências, Correspondências, Revisão e Exibição, para formatar, personalizar,
configurar, alterar e reconhecer a formatação de textos e documentos; e (4) Ajuda: saber usar a Ajuda. . . . 11
3. CONHECIMENTOS SOBRE O PROGRAMA MICROSOFT EXCEL 2010: (1) Ambiente e Componentes do
Programa: saber identificar, caracterizar, usar, alterar, configurar e personalizar o ambiente, componentes da
janela, funcionalidades, menus, ícones, barra de ferramentas, guias, grupos e botões; (2) Elementos: definir
e identificar célula, planilha e pasta; saber selecionar e reconhecer a seleção de células, planilhas e pastas;
(3) Planilhas e Pastas: abrir, fechar, criar, visualizar, formatar, salvar, alterar, excluir, renomear, personalizar,
configurar planilhas e pastas, utilizar fórmulas e funções, utilizar as barra de ferramentas, menus, ícones,
botões, guias e grupos da Faixa de Opções, teclado e/ou mouse; (4) Barra de Ferramentas: identificar e utilizar
os ícones e botões das barras de ferramentas das guias e grupos Início, Inserir, Layout da Página, Fórmulas,
Dados, Revisão e Exibição, para formatar, alterar, selecionar células, configurar, reconhecer a formatação
de textos e documentos e reconhecer a seleção de células; (5) Fórmulas: saber o significado e resultado de
fórmulas; e (6) Ajuda: saber usar a Ajuda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4. GOOGLE CHROME VERSÃO ATUALIZADA: (1) Ambiente e Componentes do Programa: identificar o
ambiente, características e componentes da janela principal; (2) Funcionalidades: identificar e saber usar todas as
funcionalidades do Google Chrome. 5. MOZZILLA FIREFOX VERSÃO ATUALIZADA: (1) Ambiente e Componentes do
Programa: identificar o ambiente, características e componentes da janela principal; (2) Funcionalidades: identificar
e saber usar todas as funcionalidades do Mozilla Firefox. 6. INTERNET EXPLORER 11: (1) identificar o ambiente,
características e componentes da janela principal do Internet Explorer; (2) identificar e usar as funcionalidades
da barra de ferramentas e de status; (3) identificar e usar as funcionalidades dos menus; (4) identificar e usar
as funcionalidades das barras de Menus, Favoritos, Botões do Modo de Exibição de Compatibilidade, Barra de
Comandos, Barra de Status; e (5) utilizar teclas de atalho para qualquer operação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

Políticas Públicas de Saúde

1. Política Nacional de Atenção Básica aprovada pelo Ministério da Saúde do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


Diretrizes e Normas para a Atenção Básica para a Estratégia Saúde da Família e o Programa Agentes
Comunitários de Saúde. BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Portaria MS número 2.436 de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica,
estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Estatuto do Idoso. Lei n° 10.741, de 1° de outubro de 2003. Dispõe sobre o estatuto do idoso e dá outras
providências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3. Pacto pela Saúde 2006 e consolidação do SUS. BRASIL. Portaria n° 399/GM/MS, de 22 de fevereiro de 2006.
Divulga o pacto pela saúde 2006 - consolidação do SUS e aprova as diretrizes operacionais do referido pacto. . 57
4. Estatuto da Criança e do Adolescente. BRASIL. Lei no 8069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do
Adolescente. Brasília, 1991. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
5. Constituição Federal: Artigos 196, 197, 198, 199 e 200. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
6. Organização do Sistema Único de Saúde - SUS, planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa. BRASIL. DECRETO Nº 7.508, DE 28 de Junho de 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de
setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde,
a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
7. Lei Orgânica da Saúde e condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e
o funcionamento dos serviços correspondentes. Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990 e suas alterações
posteriores. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
8. Participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e as transferências intergovernamentais
de recursos financeiros na área da saúde. Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação
da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134

Conhecimentos específicos
Auxiliar Administrativo

Estrutura hospitalar, suas áreas, seus meios e fins. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


Procedimentos auxiliares de gestão de pessoas, sistema de material, gestão de unidades de saúde, serviços gerais de
serviços de saúde. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Sistemas de registro e informação em saúde e aspectos legais relacionados aos procedimentos de guarda e aspectos
éticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Administração Pública. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Atos Administrativos; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Licitações: Princípios, Definições, Compras, Alienações, Modalidades, Tipos, Limites, Dispensa, Inexigibilidade, Fases
e Processo Licitatório e Contratos Administrativos. Lei nº 8.666/1993, Lei 10.520/2002. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Decreto 3.555/2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Decreto 10.024/2019 e suas alterações posteriores até a data de publicação do Edital de Abertura. . . . . . . . . . . . . 73
Organizações e Administração. Conceitos Básicos da Administração. Organização. Fundamentos da Administração.
Noções de planejamento e controle. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Correspondência, Redação Oficial e Padrão Ofício. Manual de Redação da Presidência da República (2018). Abreviações
e Formas de Tratamento. Expressões e vocábulos latinos de uso frequente nas comunicações administrativas oficiais.
Digitação Qualitativa. Modelos e Documentos. Comunicação Escrita e Oral. Envelope e endereçamento postal. . 97
Qualidade na prestação de serviços e no atendimento presencial, virtual e telefônico. Técnicas de atendimento ao
público: recepção, procedimentos profissionais e padrões de atendimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
Técnicas secretariais: atendimento online, telefônico, agenda e e-mail. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181
Secretariar reuniões. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
Documentação e Arquivo: Pesquisa, Documentação, Arquivo, Sistema e Métodos de Arquivamento e Normas para
Arquivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
Noções de Arquivística. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
Administração de Materiais: patrimônio, almoxarifado, compras e estoque. Inventário. Logística. Bens Patrimoniais.
Segurança na Área de Materiais. Conceitos relacionados à Administração de Materiais e a Logística. . . . . . . . . . . . 208
LÍNGUA PORTUGUESA
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Interpretar / Compreender
1. LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS: 1.1
ASSUNTO. 1.2 ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO. Interpretar significa:
1.3 IDEIAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS. 1.4 - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
RELAÇÃO ENTRE AS IDEIAS.1.5 EFEITOS DE - Através do texto, infere-se que...
SENTIDO. 1.6 FIGURAS DE LINGUAGEM. 1.7 - É possível deduzir que...
RECURSOS DE ARGUMENTAÇÃO. 1.8 INFOR- - O autor permite concluir que...
MAÇÕES IMPLÍCITAS: PRESSUPOSTOS E SU- - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
BENTENDIDOS. Compreender significa
- entendimento, atenção ao que realmente está escri-
to.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-
- o texto diz que...
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz
- é sugerido pelo autor que...
de produzir interação comunicativa (capacidade de co-
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
dificar e decodificar).
ção...
Contexto – um texto é constituído por diversas fra-
ses. Em cada uma delas, há uma informação que se - o narrador afirma...
liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condi-
ções para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. Erros de interpretação
A essa interligação dá-se o nome de contexto. O rela- - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
cionamento entre as frases é tão grande que, se uma contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
frase for retirada de seu contexto original e analisada quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
separadamente, poderá ter um significado diferente da- nação.
quele inicial. - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é
rências diretas ou indiretas a outros autores através de um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. entendimento do tema desenvolvido.
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
partir daí, localizam-se as ideias secundárias - ou funda- cadas e, consequentemente, errar a questão.
mentações -, as argumentações - ou explicações -, que Observação - Muitos pensam que existem a ótica
levam ao esclarecimento das questões apresentadas na do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
prova. numa prova de concurso, o que deve ser levado em consi-
Normalmente, numa prova, o candidato deve: deração é o que o autor diz e nada mais.
1- Identificar os elementos fundamentais de uma
argumentação, de um processo, de uma época (neste Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
definem o tempo). si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através
2- Comparar as relações de semelhança ou de dife- de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
renças entre as situações do texto. pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado que se vai dizer e o que já foi dito.
com uma realidade.
4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. Observação – São muitos os erros de coesão no dia a
5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pa- dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do
lavras. pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer também
Condições básicas para interpretar de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico,
por isso a necessidade de adequação ao antecedente.
Fazem-se necessários: Os pronomes relativos são muito importantes na in-
- Conhecimento histórico-literário (escolas e gêne- terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
ros literários, estrutura do texto), leitura e prática; coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
do texto) e semântico; cia, a saber:
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
Observação – na semântica (significado das pala- te, mas depende das condições da frase.
vras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação - qual (neutro) idem ao anterior.
e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras - quem (pessoa)
de linguagem, entre outros. - cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e de-
- Capacidade de observação e de síntese; pois o objeto possuído.
- Capacidade de raciocínio. - como (modo)

Língua Portuguesa
1 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- onde (lugar) QUESTÕES


- quando (tempo)
- quanto (montante) 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM
Exemplo: ELETRÔNICA – IADES/2014)
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deve- Gratuidades
ria aparecer o demonstrativo O). Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e,
Dicas para melhorar a interpretação de textos para os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do um documento de identificação aos funcionários posicio-
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candi- nados no bloqueio de acesso.
datos na disputa, portanto, quanto mais informação você Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
questões.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrom- Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
pa a leitura. assinale a alternativa correta.
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o
texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem neces- (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
sárias. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma Metrô-DF.
conclusão). (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Volte ao texto quantas vezes precisar. adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre -DF.
as do autor. (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
compreensão. ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. livre ao Metrô-DF.
- Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
geralmente mantém com outro uma relação de continua- até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem acesso livre ao Metrô-DF.
essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, 1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que
a ideia mais importante. condiz com as informações expostas no texto é “Somente
- Nos enunciados, grife palavras como “correto” crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos
ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”.
da resposta – o que vale não somente para Interpretação RESPOSTA: “C”.
de Texto, mas para todas as demais questões!
- Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi- 2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. - adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem
- Olhe com especial atenção os pronomes relativos, boa vontade, quem sou eu para julgá-lo?” a declaração
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha- do Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à
mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo- imprensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um
cábulos do texto. trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substân-
cia – mas a forma conta”. (...)
Fontes de pesquisa: (Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
gues/como-interpretar-textos O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melho- um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes-
ma dois sentidos, que são
rar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para-
(A) o barulho e a propagação.
-voce-interpretar-melhor-um.html
(B) a propagação e o perigo.
http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
(C) o perigo e o poder.
tao-117-portugues.htm
(D) o poder e a energia.
(E) a energia e o barulho.

Língua Portuguesa
2 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora. exemplo, são comuns gêneros como notícias, reporta-
Você pode responder à questão por eliminação: a segun- gens, editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divul-
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou gação científica são comuns gêneros como verbete de
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico,
alternativa A! seminário, conferência.
RESPOSTA: “A”.
Fontes de pesquisa:
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-textual.
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO htm
PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
CONTABILIDADE – IADES/2014 - adaptada) reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Concha Acústica Paulo: Saraiva, 2010.
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
de Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 e
doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje TIPOLOGIA TEXTUAL
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre.
Foi o primeiro grande palco da cidade. A todo o momento nos deparamos com vários textos,
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa-cul- sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presen-
tura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, com ça do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
adaptações. que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem em um texto escrito.
compatível com o texto. É de fundamental importância sabermos classificar os
textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textu-
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, ais e gêneros textuais.
no Setor de Clubes Esportivos Norte. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
em 1969. opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre al-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. guém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos
do DF. textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. e Dissertação.

3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do As tipologias textuais caracterizam-se pelos as-
Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao pectos de ordem linguística
lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor- Os tipos textuais designam uma sequência definida
mações contidas nas demais alternativas são incoerentes pela natureza linguística de sua composição. São obser-
com o texto. vados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, rela-
RESPOSTA: “A”. ções lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo,
argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
GÊNEROS TEXTUAIS
- Textos narrativos – constituem-se de verbos de
São os textos materializados que encontramos em ação demarcados no tempo do universo narrado, como
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- também de advérbios, como é o caso de antes, agora, de-
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, compo- pois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando ele
sição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apareceu. Depois de muita conversa, resolveram...
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial,
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. - Textos descritivos – como o próprio nome indica,
A escolha de um determinado gênero discursivo depen- descrevem características tanto físicas quanto psicoló-
de, em grande parte, da situação de produção, ou seja, a gicas acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os
finalidade do texto a ser produzido, quem são os locutores tempos verbais aparecem demarcados no presente ou no
e os interlocutores, o meio disponível para veicular o texto, pretérito imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como
etc. a asa da graúna...”

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3 A Opção Certa Para a Sua Realização
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- Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um terizado por uma “ponte” formada pela organização das
assunto ou uma determinada situação que se almeje de- ideias em uma sequência que permite formar uma relação
senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte- equilibrada entre os dois lados.
cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
02 de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
pena de perder o benefício. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo, Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien- escritor já deve ter uma ideia clara de como será a conclu-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea. são. Daí a importância em planejar o texto.
Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demar- mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
cam-se pelo predomínio de operadores argumentativos, capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresen-
revelados por uma carga ideológica constituída de argu- tar-se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
mentos e contra-argumentos que justificam a posição as- Os principais erros cometidos no desenvolvimento
sumida acerca de um determinado assunto: A mulher do são o desvio e a desconexão da argumentação. O primei-
mundo contemporâneo luta cada vez mais para conquistar ro está relacionado ao autor tomar um argumento secun-
seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que os dário que se distancia da discussão inicial, ou quando se
gêneros estão em complementação, não em disputa. concentra em apenas um aspecto do tema e esquece o
seu todo. O segundo caso acontece quando quem redige
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO. tem muitas ideias ou informações sobre o que está sendo
Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
discutido, não conseguindo estruturá-las. Surge também a
pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
dificuldade de organizar seus pensamentos e definir uma
elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
tamos as ações que interferem na realidade e organização linha lógica de raciocínio.
de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mento transformado em texto. Conclusão
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar,
quando escrevemos sempre procuramos uma maneira or- Considerada como a parte mais importante do texto, é
ganizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina- o ponto de chegada de todas as argumentações elabora-
lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer das. As ideias e os dados utilizados convergem para essa
dizer, por meio da comunicação. parte, em que a exposição ou discussão se fecha.
Para isso, os elementos que compõem o texto se sub- Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma
dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To- brecha para uma possível continuidade do assunto; ou
dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada. seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve ser
encerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo:
Introdução “Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em
conclusão...”.
Caracterizada pela entrada no assunto e a argumen- Sua proporção em relação à totalidade do texto deve
tação inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das
etapa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O características de textos bem redigidos.
seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Po- Os seguintes erros aparecem quando as conclusões
rém, em textos mais curtos, essa proporção não é equiva- ficam muito longas:
lente. Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos
textos mais longos, em que o assunto é exposto em vá- - O problema aparece quando não ocorre uma explo-
rias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão
uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação, pode das ideias de desenvolvimento na conclusão.
ter vários parágrafos. Em redações mais comuns, que em - Outro fator consequente da insuficiência de funda-
média têm de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia.
parágrafo.
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex-
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun-
Desenvolvimento
dantes ou paralelas.
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeita-
A maior parte do texto está inserida no desenvolvimen-
mente dispensáveis.
to, que é responsável por estabelecer uma ligação entre a
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu-
introdução e a conclusão. É nessa etapa que são elabora-
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final.
das as ideias, os dados e os argumentos que sustentam
e dão base às explicações e posições do autor. É carac-

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4 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Em relação à abertura para novas discussões, a con- CACHORROS


clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes
fatores: Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre te- uma espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se
mas polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto. juntaram aos seres humanos e se espalharam por qua-
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuida- se todo o mundo. Essa amizade começou há uns 12 mil
de do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. anos, no tempo em que as pessoas precisavam caçar para
- Por apenas apresentar dados e informações sobre se alimentar. Os cachorros perceberam que, se não ata-
o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o cassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
assunto. comida que sobrava. Já os homens descobriram que os
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o au- cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e
tor enumera algumas perguntas no final do texto. a tomar conta da casa, além de serem ótimos companhei-
ros. Um colaborava com o outro e a parceria deu certo.
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o
autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técni- Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre
ca é um roteiro, em que estão presentes os planejamen- o possível assunto abordado no texto. Embora você imagi-
tos. Naquele devem estar indicadas as melhores sequên- ne que o texto vai falar sobre cães, você ainda não sabia
cias a serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais exatamente o que ele falaria sobre cães. Repare que te-
enxuto possível. mos várias informações ao longo do texto: a hipótese dos
zoólogos sobre a origem dos cães, a associação entre eles
Fonte de pesquisa: e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo mun-
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- do, as vantagens da convivência entre cães e homens.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/ As informações que se relacionam com o tema chama-
mos de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informa-
IDEIAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS. RELAÇÃO ções se integram, ou seja, todas elas caminham no sentido
ENTRE AS IDEIAS. EFEITOS DE SENTIDO. de estabelecer uma unidade de sentido. Portanto, pense:
sobre o que exatamente esse texto fala? Qual seu assun-
Identificando o tema de um texto to, qual seu tema? Certamente você chegou à conclusão
de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O tema é a ideia principal do texto. É com base nes- Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que
sa ideia principal que o texto será desenvolvido. Para que você foi capaz de identificar o tema do texto!
você consiga identificar o tema de um texto, é necessário
relacionar as diferentes informações de forma a construir Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-
o seu sentido global, ou seja, você precisa relacionar as -e-ideias-secundarias/
múltiplas partes que compõem um todo significativo, que
é o texto. FIGURAS DE LINGUAGEM.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado
a ler um texto por sentir-se atraído pela temática resumi-
da no título. Pois o título cumpre uma função importante: Figura de Palavra
antecipar informações sobre o assunto que será tratado
no texto. A figura de palavra consiste na substituição de uma
Em outras situações, você pode ter abandonado a lei- palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico,
tura porque achou o título pouco atraente ou, ao contrário, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja
sentiu-se atraído pelo título de um livro ou de um filme, por por uma associação, uma comparação, uma similaridade.
exemplo. É muito comum as pessoas se interessarem por Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade
temáticas diferentes, dependendo do sexo, da idade, es- - permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de pala-
colaridade, profissão, preferências pessoais e experiência vras: a metáfora e a metonímia.
de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, na- Metáfora
moro, sexualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas,
moda, cuidados com o corpo? Perceba, portanto, que as Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão
temáticas são praticamente infinitas e saber reconhecer o em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em
tema de um texto é condição essencial para se tornar um virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa
leitor hábil. Vamos, então, começar nossos estudos? e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um palavra fora de seu sentido normal.
exercício bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz Observação: toda metáfora é uma espécie de com-
ao ler um texto: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto paração implícita, em que o elemento comparativo não
a seguir? aparece.
Seus olhos são como luzes brilhantes.

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5 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O exemplo acima mostra uma comparação evidente, 12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone.
através do emprego da palavra como. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. 13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a Alguns astronautas foram à Lua).
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja, 14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
qualidade do que é semelhante. derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado).
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. Há
substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta é a Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de
verdadeira metáfora. extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquan-
to que a metonímia abrange apenas os casos de analogia
Observe outros exemplos: ou de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fa-
1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando zer distinção entre ambas as figuras.
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que o Catacrese
poeta estabelece relações de semelhança entre um rio sub-
terrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a flui- Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo,
dez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.). cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito,
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar
algum. algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos:
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da
acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é tão Perífrase ou Antonomásia
rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de terra
que leva a lugar algum. Trata-se de uma expressão que designa um ser atra-
vés de alguma de suas características ou atributos, ou de
A Amazônia é o pulmão do mundo. um fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
Em sua mente povoa só inveja. outro ou por uma expressão que facilmente o identifique:
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
Metonímia atraindo visitantes do mundo todo.
A Cidade-Luz (=Paris)
É a substituição de um nome por outro, em virtude de O rei das selvas (=o leão)
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição pode
acontecer dos seguintes modos: Observação: quando a perífrase indica uma pes-
soa, recebe o nome de antonomásia. Exemplos:
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida prati-
Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis). cando o bem.
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito
lâmpadas iluminam o mundo). jovem.
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
cruz. (= Não te afastes da religião).
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso Sinestesia
Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócra- Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as
tes tomou veneno). sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu o cruzamento de sensações distintas.
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo). Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito =
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= auditivo; áspero = tátil)
Bebeu todo o líquido que estava no cálice). No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os acon-
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones tecimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás dos Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)
jogadores).
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressa- Fontes de pesquisa:
damente. (= Várias pessoas passavam apressadamente). http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.php
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mun- Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
do). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram cha-
Paulo: Saraiva, 2010.
madas, não apenas uma mulher).

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6 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Antítese A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.


Chora, violão.
Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen- Apóstrofe
cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes- Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coi-
mos. Observe os exemplos: sa personificada, de acordo com o objetivo do discurso,
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-
O corpo é grande e a alma é pequena. -se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele
“Quando um muro separa, uma ponte une.” imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe
Não há gosto sem desgosto. a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim
a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr
Paradoxo ou oximoro
em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do
vocativo. Exemplos:
É a associação de ideias, além de contrastantes, con-
Moça, que fazes aí parada?
traditórias. Seria a antítese ao extremo.
“Pai Nosso, que estais no céu”
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
Deus, ó Deus! Onde estás?
Ouvimos as vozes do silêncio.

Eufemismo Gradação

É o emprego de uma expressão mais suave, mais no- Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
bre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa ás- mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descen-
pera, desagradável ou chocante. dente (anticlímax). Observe este exemplo:
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Se- Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
nhor. (= morreu) com seus olhos claros e brincalhões...
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) O objetivo do narrador é mostrar a expressividade
Faltar à verdade. (= mentir) dos olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se
refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana
Ironia e seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em
ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos:
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu
as palavras ou frases expressam, geralmente apresentan- amor”. (Olavo Bilac)
do intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem cons- “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, co-
truída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, lheu-se.” (Padre Antônio Vieira)
pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo
emissor. Fontes de pesquisa:
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5.
mínima. php
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
que estão por perto. Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
O governador foi sutil como um elefante. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Hipérbole Paulo: Saraiva, 2010.

É a expressão intencionalmente exagerada com o in- As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe)
tuito de realçar uma ideia. ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) maior expressividade que se dá ao sentido.
O concurseiro quase morre de tanto estudar!
Elipse
Prosopopeia ou Personificação
Consiste na omissão de um ou mais termos numa
É a atribuição de ações ou qualidades de seres ani- oração e que podem ser facilmente identificados, tanto
mados a seres inanimados, ou características humanas a por elementos gramaticais presentes na própria oração,
seres não humanos. Observe os exemplos: quanto pelo contexto.
As pedras andam vagarosamente. A catedral da Sé. (a igreja catedral)
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
cego que guia. dio)

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7 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Zeugma Observe que os verbos persistamos, temos e somos


não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita (brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira
a omissão de um termo já mencionado anteriormente. pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de brasileiros, os agricultores e os cariocas).
português)
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só Polissíndeto / Assíndeto
modernos. (só havia móveis)
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de) Para estudarmos as duas figuras de construção é ne-
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
Silepse período composto. No período composto por coordenação,
podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A oração
A silepse é a concordância que se faz com o termo coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) é sindé-
que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. tica; a oração que não apresenta conectivo é assindética.
É uma concordância anormal, psicológica, porque se faz Recordado esse conceito, podemos definir as duas figuras
com um termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de construção:
de silepse: de gênero, número e pessoa. 1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e fe- tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
minino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên-
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando
calor intenso. no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos:
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence “Vim, vi, venci.” (Júlio César)
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
cidade de Porto Velho). Pleonasmo

2) Vossa Excelência está preocupado. Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as


O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes- mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real-
soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vos- çar a ideia, torná-la mais expressiva.
sa Excelência. O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.

Silepse de Número - Os números são singular e plu- Nesta oração, os termos “o problema da violência” e “lo”
ral. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, te-
não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome “lo”
mas com a ideia que nele está contida. Exemplos: classificado como objeto direto pleonástico. Outro exemplo:
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
de Salvador. Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o
Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleonás-
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos tico.
das orações (que se encontram no singular, procissão e
povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quando
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um ple-
isso que os verbos estão no plural. onasmo vicioso:
Vi aquela cena com meus próprios olhos.
Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramati- Vamos subir para cima.
cais: eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, Ele desceu pra baixo.
eles (as três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando
há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, Anáfora
não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a
pessoa que está inscrita no sujeito. Exemplos: É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
O que não compreendo é como os brasileiros persista- rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
mos em aceitar essa situação. rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar determi-
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jar- nado elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas
dins públicos.” (Machado de Assis) vezes ser substituídos por pronomes.

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8 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhecia.


“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.” (Padre Vieira)

Anacoluto

Consiste na mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos desligados do resto do período.
É a quebra da estrutura normal da frase para a introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação sintática
com as demais.
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo, deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma interrup-
ção da frase e esta expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de
“frase quebrada”, pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do pensamento.

Observação: o anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.

Hipérbato / Inversão

É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o sujeito
venha depois do predicado:
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas)

* Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”.

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
QUESTÕES

1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BI-
BLIOTECONOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo
de linguagem figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

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1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique


a figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma
coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” no lugar de
“que morreram por nós”.
RESPOSTA: “D”.

3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/UFAL/2014)


Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, horário do
dia em que o calor é mais intenso, a temperatura do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a 65ºC. Para fritar
um ovo, seria preciso que o local alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.

O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de linguagem. O
autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?
A) Eufemismo.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo.
D) Metonímia.
E) Hipérbato.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A figura que é utili-
zada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.
RESPOSTA: “B”.

RECURSOS DE ARGUMENTAÇÃO.

Argumentação

O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja
admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que
o texto diz e faça o que ele propõe.

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Se essa é a finalidade última de todo ato de comuni- No domínio da argumentação, as coisas são diferen-
cação, todo texto contém um componente argumentativo. tes. Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigató-
A argumentação é o conjunto de recursos de natureza lin- ria. Por isso, deve-se mostrar que ela é a mais desejável,
guística destinados a persuadir a pessoa a quem a comu- a mais provável, a mais plausível. Se o Banco do Brasil
nicação se destina. Está presente em todo tipo de texto fizer uma propaganda dizendo-se mais confiável do que
e visa a promover adesão às teses e aos pontos de vista os concorrentes porque existe desde a chegada da família
defendidos. real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
As pessoas costumam pensar que o argumento seja banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por
apenas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
para comprovar a veracidade de um fato. O argumento é a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade,
mais que isso: como se disse acima, é um recurso de lin- esta tem peso argumentativo na afirmação da confiabili-
guagem utilizado para levar o interlocutor a crer naquilo dade de um banco. Portanto é provável que se creia que
que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está um banco mais antigo seja mais confiável do que outro
sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio fundado há dois ou três anos.
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa
de recursos de linguagem. quase impossível, tantas são as formas de que nos vale-
Para compreender claramente o que é um argumento, mos para fazer as pessoas preferirem uma coisa a outra.
é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do sécu- Por isso, é importante entender bem como eles funcionam.
lo IV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos Já vimos diversas características dos argumentos. É
são úteis quando se tem de escolher entre duas ou mais preciso acrescentar mais uma: o convencimento do inter-
coisas”. locutor, o auditório, que pode ser individual ou coletivo,
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e será tanto mais fácil quanto mais os argumentos estive-
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não preci- rem de acordo com suas crenças, suas expectativas, seus
samos argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenha- valores. Não se pode convencer um auditório pertencente
mos de escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomina.
a riqueza e a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele
sobre qual das duas é mais desejável. O argumento pode considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja
então ser definido como qualquer recurso que torna uma vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão
coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamen-
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o inter- te não surtiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado
locutor crer que, entre duas teses, uma é mais provável da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo de um
que a outra, mais possível que a outra, mais desejável que argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalo-
a outra, é preferível à outra. rizado numa dada cultura.
O objetivo da argumentação não é demonstrar a ver-
dade de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como ver- Tipos de Argumento
dadeiro o que o enunciador está propondo.
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argu- Já verificamos que qualquer recurso linguístico desti-
mentação. O primeiro opera no domínio do necessário, nado a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enun-
ou seja, pretende demonstrar que uma conclusão deriva ciador é um argumento. Exemplo:
necessariamente das premissas propostas, que se deduz Argumento de Autoridade
obrigatoriamente dos postulados admitidos. No raciocínio
lógico, as conclusões não dependem de crenças, de uma É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reco-
maneira de ver o mundo, mas apenas do encadeamento nhecidas pelo auditório como autoridades em certo domí-
de premissas e conclusões. nio do saber, para servir de apoio àquilo que o enunciador
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte enca- está propondo. Esse recurso produz dois efeitos distintos:
deamento: revela o conhecimento do produtor do texto a respeito do
assunto de que está tratando; dá ao texto a garantia do
A é igual a B. autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto um
A é igual a C. amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
Então: C é igual a A. verdadeira. Exemplo:
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigato- “A imaginação é mais importante do que o conheci-
riamente, que C é igual a A.
mento.”
Outro exemplo:
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Eins-
Todo ruminante é um mamífero.
A vaca é um ruminante. tein. Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem imagi-
Logo, a vaca é um mamífero. nação, não há conhecimento. Nunca o inverso.

Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a Alex José Periscinoto.


conclusão também será verdadeira. In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2

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A tese defendida nesse texto é que a imaginação é exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”,
mais importante do que o conhecimento. Para levar o audi- “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de iden-
tório a aderir a ela, o enunciador cita um dos mais célebres tidade lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de
cientistas do mundo. Se um físico de renome mundial dis- amigo meu é meu amigo” não se institui uma identidade
se isso, então as pessoas devem acreditar que é verdade. lógica, mas uma identidade provável.
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais
Argumento de Quantidade facilmente aceito do que um texto incoerente. Vários são
os defeitos que concorrem para desqualificar o texto do
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo ponto de vista lógico: fugir do tema proposto, cair em con-
maior número de pessoas, o que existe em maior núme- tradição, tirar conclusões que não se fundamentam nos
ro, o que tem maior duração, o que tem maior número de dados apresentados, ilustrar afirmações gerais com fatos
adeptos, etc. O fundamento desse tipo de argumento é inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
que mais = melhor. A publicidade faz largo uso do argu- indevidas.
mento de quantidade.
Argumento do Atributo
Argumento do Consenso
É aquele que considera melhor o que tem proprieda-
É uma variante do argumento de quantidade. Funda- des típicas daquilo que é mais valorizado socialmente,
menta-se em afirmações que, numa determinada época, por exemplo, o mais raro é melhor que o comum, o que é
são aceitas como verdadeiras e, portanto, dispensam mais refinado é melhor que o que é mais grosseiro, etc.
comprovações, a menos que o objetivo do texto seja com- Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequ-
provar alguma delas. Parte da ideia de que o consenso, ência, celebridades recomendando prédios residenciais,
mesmo que equivocado, corresponde ao indiscutível, ao produtos de beleza, alimentos estéticos, etc., com base
verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não no fato de que o consumidor tende a associar o produto
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por anunciado com atributos da celebridade.
exemplo, as afirmações de que o meio ambiente precisa Uma variante do argumento de atributo é o argumen-
ser protegido e de que as condições de vida são piores nos to da competência linguística. A utilização da variante cul-
países subdesenvolvidos. Ao confiar no consenso, porém, ta e formal da língua que o produtor do texto conhece a
corre-se o risco de passar dos argumentos válidos para os norma linguística socialmente mais valorizada e, por con-
lugares comuns, os preconceitos e as frases carentes de seguinte, deve produzir um texto em que se pode confiar.
qualquer base científica. Nesse sentido é que se diz que o modo de dizer dá con-
fiabilidade ao que se diz.
Argumento de Existência Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado
de saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fa-
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais zê-lo das duas maneiras indicadas abaixo, mas a primei-
fácil aceitar aquilo que comprovadamente existe do que ra seria infinitamente mais adequada para a persuasão
aquilo que é apenas provável, que é apenas possível. A do que a segunda, pois esta produziria certa estranheza
sabedoria popular enuncia o argumento de existência no e não criaria uma imagem de competência do médico:
provérbio “Mais vale um pássaro na mão do que dois vo- - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e le-
ando”. vando em conta o caráter invasivo de alguns exames, a
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas docu- equipe médica houve por bem determinar o internamento
mentais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) do governador pelo período de três dias, a partir de hoje,
ou provas concretas, que tornam mais aceitável uma afir- 4 de fevereiro de 2001.
mação genérica. Durante a invasão do Iraque, por exem- - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e
plo, os jornais diziam que o exército americano era muito porque alguns deles são barrapesada, a gente botou o
mais poderoso do que o iraquiano. Essa afirmação, sem governador no hospital por três dias.
ser acompanhada de provas concretas, poderia ser vista
como propagandística. No entanto, quando documentada Como dissemos antes, todo texto tem uma função
pela comparação do número de canhões, de carros de argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado
combate, de navios, etc., ganhava credibilidade.
a sério, para ser ridicularizado, para ser desmentido: em
todo ato de comunicação deseja-se influenciar alguém.
Argumento quase lógico
Por mais neutro que pretenda ser, um texto tem sempre
É aquele que opera com base nas relações lógicas, uma orientação argumentativa.
como causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. A orientação argumentativa é uma certa direção que
Esses raciocínios são chamados quase lógicos porque, di- o falante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista,
versamente dos raciocínios lógicos, eles não pretendem ao falar de um homem público, pode ter a intenção de
estabelecer relações necessárias entre os elementos, mas criticá-lo, de ridicularizá-lo ou, ao contrário, de mostrar
sim instituir relações prováveis, possíveis, plausíveis. Por sua grandeza.

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O enunciador cria a orientação argumentativa de seu convencimento, por meio da argumentação, no qual pro-
texto dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo cura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu
certos episódios e revelando outros, escolhendo determi- pensamento e seu comportamento.
nadas palavras e não outras, etc. Veja: A persuasão pode ser válida e não válida. Na persu-
asão válida, expõem-se com clareza os fundamentos de
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e uma ideia ou proposição, e o interlocutor pode questionar
noras trocavam abraços afetuosos.” cada passo do raciocínio empregado na argumentação.
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que A persuasão não válida apoia-se em argumentos subjeti-
noras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria vos, apelos subliminares, chantagens sentimentais, com
escolhido esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí-
utilizado o termo até, que serve para incluir no argumento mica e até o choro.
alguma coisa inesperada. Alguns autores classificam a dissertação em duas
Além dos defeitos de argumentação mencionados
modalidades, expositiva e argumentativa. Esta, exige ar-
quando tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos
gumentação, razões a favor e contra uma ideia, ao passo
citar outros:
que a outra é informativa, apresenta dados sem a inten-
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sen-
ção de convencer. Na verdade, a escolha dos dados le-
tido tão amplo, que serve de argumento para um ponto
de vista e seu contrário. São noções confusas, como paz, vantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
que, paradoxalmente, pode ser usada pelo agressor e pelo “tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na
agredido. Essas palavras podem ter valor positivo (paz, dissertação, ainda que sem a apresentação explícita de
justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas de va- argumentos. Desse ponto de vista, a dissertação pode
lor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, ser definida como discussão, debate, questionamento,
injustiça, corrupção). o que implica a liberdade de pensamento, a possibilida-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derru- de de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
badas por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos de questionar é fundamental, mas não é suficiente para
os políticos são ladrões”, basta um único exemplo de polí- organizar um texto dissertativo. É necessária também a
tico honesto para destruir o argumento. exposição dos fundamentos, os motivos, os porquês da
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, defesa de um ponto de vista.
fora do contexto adequado, sem o significado apropriado, Pode-se dizer que o homem vive em permanente ati-
vulgarizando-as e atribuindo-lhes uma significação subje- tude argumentativa. A argumentação está presente em
tiva e grosseira. É o caso, por exemplo, da frase “O impe- qualquer tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo
rialismo de certas indústrias não permite que outras cres- que ela melhor se evidencia.
cam”, em que o termo imperialismo é descabido, uma vez Para discutir um tema, para confrontar argumentos
que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir e posições, é necessária a capacidade de conhecer ou-
outros à sua dependência política e econômica”. tros pontos de vista e seus respectivos argumentos. Uma
discussão impõe, muitas vezes, a análise de argumentos
A boa argumentação é aquela que está de acordo com opostos, antagônicos. Como sempre, essa capacidade
a situação concreta do texto, que leva em conta os compo- aprende-se com a prática. Um bom exercício para apren-
nentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem der a argumentar e contra-argumentar consiste em de-
se dirige a comunicação, o assunto, etc). senvolver as seguintes habilidades:
Convém ainda alertar que não se convence ninguém - argumentação: anotar todos os argumentos a favor
com manifestações de sinceridade do autor (como eu, que de uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote
não costumo mentir...) ou com declarações de certeza a posição totalmente contrária;
expressas em fórmulas feitas (como estou certo, creio fir- - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate
memente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com toda a e quais os argumentos que essa pessoa imaginária pos-
certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, sincerida- sivelmente apresentaria contra a argumentação propos-
de e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve ta;
construir um texto que revele isso. Em outros termos, es- - refutação: argumentos e razões contra a argumen-
sas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. tação oposta.
A argumentação é a exploração de recursos para fa-
zer parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com A argumentação tem a finalidade de persuadir, por-
isso, levar a pessoa a que texto é endereçado a crer na- tanto, argumentar consiste em estabelecer relações para
quilo que ele diz. tirar conclusões válidas, como se procede no método
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e ex- dialético. O método dialético não envolve apenas ques-
pressa um ponto de vista, acompanhado de certa funda- tões ideológicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de
mentação, que inclui a argumentação, questionamento, um método de investigação da realidade pelo estudo de
com o objetivo de persuadir. Argumentar é o processo pelo sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
qual se estabelecem relações para chegar à conclusão, em questão e da mudança dialética que ocorre na nature-
com base em premissas. Persuadir é um processo de za e na sociedade.

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Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, O calor dilata o bronze (particular)


criou o método de raciocínio silogístico, baseado na de- O calor dilata o cobre (particular)
dução, que parte do simples para o complexo. Para ele, O ferro, o bronze, o cobre são metais
verdade e evidência são a mesma coisa, e pelo raciocínio Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
torna-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser
que o assunto seja pesquisado em partes, começando-se válido e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as
pelas proposições mais simples até alcançar, por meio de duas premissas também o forem. Se há erro ou equívoco
deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio car- na apreciação dos fatos, pode-se partir de premissas ver-
tesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em dadeiras para chegar a uma conclusão falsa. Tem-se, des-
partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar se modo, o sofisma. Uma definição inexata, uma divisão
todos os seus elementos e determinar o lugar de cada um incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
no conjunto da dedução. algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé,
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o
para a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descar- sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se
tes propôs quatro regras básicas que constituem um con- chamar esse processo de argumentação de paralogismo.
junto de reflexos vitais, uma série de movimentos sucessi- Encontra-se um exemplo simples de sofisma no seguinte
vos e contínuos do espírito em busca da verdade: diálogo:
- evidência;
- divisão ou análise; - Você concorda que possui uma coisa que não per-
- ordem ou dedução; deu?
- enumeração. - Lógico, concordo.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a - Claro que não!
omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enumera- - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
ção pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensá- Exemplos de sofismas:
vel para o processo dedutivo.
A forma de argumentação mais empregada na reda- Dedução
ção acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas re- Todo professor tem um diploma (geral, universal)
gras cartesianas, que contém três proposições: duas pre- Fulano tem um diploma (particular)
missas, maior e menor, e a conclusão. As três proposições Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
são encadeadas de tal forma, que a conclusão é deduzida Indução
da maior por intermédio da menor. A premissa maior deve O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor.
ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não ca- (particular)
racteriza a universalidade. Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor.
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedu- (particular)
ção (silogística), que parte do geral para o particular, e a Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
indução, que vai do particular para o geral. A expressão Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Reden-
formal do método dedutivo é o silogismo. A dedução é o tor. (geral – conclusão falsa)
caminho das consequências, baseia-se em uma conexão
descendente (do geral para o particular) que leva à con- Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a
clusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias ge- conclusão pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm
rais, de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou diploma são professores; nem todas as cidades têm uma
determinação de fenômenos particulares. O percurso do estátua do Cristo Redentor. Comete-se erro quando se faz
raciocínio vai da causa para o efeito. Exemplo: generalizações apressadas ou infundadas. A “simples ins-
peção” é a ausência de análise ou análise superficial dos
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, uni- fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados
versal) nos sentimentos não ditados pela razão.
Fulano é homem (premissa menor = particular) Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
Logo, Fulano é mortal (conclusão) fundamentais, que contribuem para a descoberta ou com-
provação da verdade: análise, síntese, classificação e de-
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, finição. Além desses, existem outros métodos particulares
baseiase em uma conexão ascendente, do particular para de algumas ciências, que adaptam os processos de de-
o geral. Nesse caso, as constatações particulares levam dução e indução à natureza de uma realidade particular.
às leis gerais, ou seja, parte de fatos particulares conhe- Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
cidos para os fatos gerais, desconhecidos. O percurso do demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a sín-
raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: tese, a classificação a definição são chamadas métodos
sistemáticos, porque pela organização e ordenação das
O calor dilata o ferro (particular) ideias visam sistematizar a pesquisa.

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Análise e síntese são dois processos opostos, mas Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
interligados; a análise parte do todo para as partes, a sín- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradei-
tese, das partes para o todo. A análise precede a síntese, ra.
porém, de certo modo, uma depende da outra. A análise Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
decompõe o todo em partes, enquanto a síntese recom-
põe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, que Os elementos desta lista foram classificados por ordem
o todo não é uma simples justaposição das partes. Se al- alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabele-
guém reunisse todas as peças de um relógio, não significa cer critérios de classificação das ideias e argumentos, pela
que reconstruiu o relógio, pois fez apenas um amontoado ordem de importância, é uma habilidade indispensável para
de partes. Só reconstruiria todo se as partes estivessem elaborar o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a
organizadas, devidamente combinadas, seguida uma or- ordem seja crescente, do fato mais importante para o menos
dem de relações necessárias, funcionais, então, o relógio importante, ou decrescente, primeiro o menos importante e,
estaria reconstruído. no final, o impacto do mais importante; é indispensável que
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do haja uma lógica na classificação. A elaboração do plano com-
todo por meio da integração das partes, reunidas e relacio- preende a classificação das partes e subdivisões, ou seja, os
nadas num conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstru- elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
ção, pressupõe a análise, que é a decomposição. A aná- (Garcia, 1973, p. 302304.)
lise, no entanto, exige uma decomposição organizada, é Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo
preciso saber como dividir o todo em partes. As operações na introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois,
que se realizam na análise e na síntese podem ser assim para expressar um questionamento, deve-se, de antemão,
relacionadas: expor clara e racionalmente as posições assumidas e os ar-
gumentos que as justificam. É muito importante deixar claro
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. o campo da discussão e a posição adotada, isto é, esclarecer
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. não só o assunto, mas também os pontos de vista sobre ele.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
linguagem e consiste na enumeração das qualidades pró-
A análise tem importância vital no processo de coleta
prias de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o
de ideias a respeito do tema proposto, de seu desdobra-
elemento conforme a espécie a que pertence, demonstra: a
mento e da criação de abordagens possíveis. A síntese
característica que o diferencia dos outros elementos dessa
também é importante na escolha dos elementos que farão
mesma espécie.
parte do texto.
Entre os vários processos de exposição de ideias, a
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser for-
definição é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito
mal ou informal. A análise formal pode ser científica ou ex- das ciências. A definição científica ou didática é denotativa,
perimental; é característica das ciências matemáticas, físi- ou seja, atribui às palavras seu sentido usual ou consensual,
co-naturais e experimentais. A análise informal é racional enquanto a conotativa ou metafórica emprega palavras de
ou total, consiste em “discernir” por vários atos distintos da sentido figurado. Segundo a lógica tradicional aristotélica, a
atenção os elementos constitutivos de um todo, os diferen- definição consta de três elementos:
tes caracteres de um objeto ou fenômeno. - o termo a ser definido;
A análise decompõe o todo em partes, a classificação - o gênero ou espécie;
estabelece as necessárias relações de dependência e hie- - a diferença específica.
rarquia entre as partes. Análise e classificação ligam-se
intimamente, a ponto de se confundir uma com a outra, O que distingue o termo definido de outros elementos da
contudo são procedimentos diversos: análise é decompo- mesma espécie. Exemplo:
sição e classificação é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
e fenômenos por suas diferenças e semelhanças; fora
das ciências naturais, a classificação pode-se efetuar por
meio de um processo mais ou menos arbitrário, em que
os caracteres comuns e diferenciadores são empregados
de modo mais ou menos convencional. A classificação, no Elemento especie diferença a ser definido específica
reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gê-
neros e espécies, é um exemplo de classificação natural, É muito comum formular definições de maneira defeituo-
pelas características comuns e diferenciadoras. A classifi- sa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo
cação dos variados itens integrantes de uma lista mais ou em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorre-
menos caótica é artificial. to; quando é advérbio de tempo, não representa o gênero, a
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, espécie, a gente é forma coloquial não adequada à redação
caminhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintas- acadêmica. Tão importante é saber formular uma definição,
silgo, queijo, relógio, sabiá, torradeira. que se recorre a Garcia (1973, p.306), para determinar os
“requisitos da definição denotativa”. Para ser exata, a defi-
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. nição deve apresentar os seguintes requisitos:

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15 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou clas- expressões: considerando os dados; conforme os dados
se em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apre-
que ‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um ins- sentação de causas e consequências, usando-se comu-
trumento ou ferramenta ou instalação”; mente as expressões: porque, porquanto, pois que, uma
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir vez que, visto que, por causa de, em virtude de, em vista
todos os exemplos específicos da coisa definida, e sufi- de, por motivo de.
cientemente restrito para que a diferença possa ser perce- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo
bida sem dificuldade; é explicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados.
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em ver- Pode-se alcançar esse objetivo pela definição, pelo teste-
dade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um munho e pela interpretação. Na explicitação por definição,
prisma”; empregamse expressões como: quer dizer, denomina-se,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou melhor; nos
constitui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser testemunhos são comuns as expressões: conforme, se-
vivo é um homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e gundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias
não é homem); de, no entender de, no pensamento de. A explicitação se
- deve ser breve (contida num só período). Quando a faz também pela interpretação, em que são comuns as se-
definição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa guintes expressões: parece, assim, desse ponto de vista.
(séries de períodos ou de parágrafos), chama-se explica- Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma se-
ção, e também definição expandida;d quência de elementos que comprovam uma opinião, tais
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o como a enumeração de pormenores, de fatos, em uma se-
termo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gê- quência de tempo, em que são frequentes as expressões:
nero) + adjuntos (as diferenças). primeiro, segundo, por último, antes, depois, ainda, em
seguida, então, presentemente, antigamente, depois de,
As definições dos dicionários de língua são feitas por antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
meio de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequ-
metalinguística que consiste em estabelecer uma relação ência de espaço, empregam-se as seguintes expressões:
de equivalência entre a palavra e seus significados. cá, lá, acolá, ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de,
A força do texto dissertativo está em sua fundamen- no Estado tal, na capital, no interior, nas grandes cidades,
tação. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma no sul, no leste...
razão verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de Comparação: Analogia e contraste são as duas manei-
vista deve ser demonstrada com argumentos válidos. O ras de se estabelecer a comparação, com a finalidade de
ponto de vista mais lógico e racional do mundo não tem va- comprovar uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns
lor, se não estiver acompanhado de uma fundamentação as expressões: da mesma forma, tal como, tanto quanto,
coerente e adequada. assim como, igualmente. Para estabelecer contraste, em-
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a pregam-se as expressões: mais que, menos que, melhor
lógica clássica, que foram abordados anteriormente, au- que, pior que.
xiliam o julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a ar- Entre outros tipos de argumentos empregados para
gumentação é clara e pode reconhecer-se facilmente seus aumentar o poder de persuasão de um texto dissertativo
elementos e suas relações; outras vezes, as premissas e encontram-se:
as conclusões organizam-se de modo livre, misturando-se Argumento de autoridade: O saber notório de uma au-
na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender toridade reconhecida em certa área do conhecimento dá
a reconhecer os elementos que constituem um argumen- apoio a uma afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer
to: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar para o enunciado a credibilidade da autoridade citada.
se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, Lembre-se que as citações literais no corpo de um texto
avaliar se o argumento está expresso corretamente; se há constituem argumentos de autoridade. Ao fazer uma cita-
coerência e adequação entre seus elementos, ou se há ção, o enunciador situa os enunciados nela contidos na
contradição. Para isso é que se aprende os processos de linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que ra- explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de
ciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo argumento tem mais caráter confirmatório que comproba-
específico de relação entre as premissas e a conclusão. tório.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os proce-
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dis-
dimentos argumentativos mais empregados para compro-
pensam explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é
var uma afirmação: exemplificação, explicitação, enumera-
aceito como válido por consenso, pelo menos em determi-
ção, comparação.
nado espaço sociocultural. Nesse caso, incluem-se
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista - A declaração que expressa uma verdade universal (o
por meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São ex- homem, mortal, aspira à imortalidade);
pressões comuns nesse tipo de procedimento: mais im- - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos
portante que, superior a, de maior relevância que. Empre- postulados e axiomas);
gam-se também dados estatísticos, acompanhados de

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16 A Opção Certa Para a Sua Realização
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- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento bá-
de natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões sico e construir uma contra-argumentação; pensar a forma
que a própria razão desconhece); implica apreciação de de refutação que poderia ser feita ao argumento básico e
ordem estética (gosto não se discute); diz respeito a fé re- tentar desqualificá-la (rever tipos de argumentação);
ligiosa, aos dogmas (creio, ainda que parece absurdo). - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de
Comprovação pela experiência ou observação: A ver- ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema
dade de um fato ou afirmação pode ser comprovada por (as ideias podem ser listadas livremente ou organizadas
meio de dados concretos, estatísticos ou documentais. como causa e consequência);
Comprovação pela fundamentação lógica: A compro- - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema
vação se realiza por meio de argumentos racionais, base- e com o argumento básico;
ados na lógica: causa/efeito; consequência/causa; condi- - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhen-
ção/ocorrência. do as que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As de- transformam-se em argumentos auxiliares, que explicam e
clarações, julgamento, pronunciamentos, apreciações que corroboram a ideia do argumento básico;
expressam opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando
sua validade comprovada, e só os fatos provam. Em re- uma sequência na apresentação das ideias selecionadas,
sumo toda afirmação ou juízo que expresse uma opinião obedecendo às partes principais da estrutura do texto, que
pessoal só terá validade se fundamentada na evidência poderia ser mais ou menos a seguinte:
dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da Introdução
contra-argumentação ou refutação. São vários os proces- - função social da ciência e da tecnologia;
sos de contra-argumentação: - definições de ciência e tecnologia;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação de- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
monstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico
é a contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula
Desenvolvimento
“O lobo e o cordeiro”;
- apresentação de aspectos positivos e negativos do
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hi-
desenvolvimento tecnológico;
póteses para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modi-
que se julga verdadeira;
ficou as condições de vida no mundo atual;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecno-
à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se
logicamente desenvolvida e a dependência tecnológica
a universalidade da afirmação;
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: dos países subdesenvolvidos;
consiste em refutar um argumento empregando os teste- - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento
munhos de autoridade que contrariam a afirmação apre- social;
sentada; - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste vida do passado; apontar semelhanças e diferenças;
em desautorizar dados reais, demonstrando que o enun- - analisar as condições atuais de vida nos grandes
ciador baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões centros urbanos;
falsas ou inconsequentes. Por exemplo, se na argumen- - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para
tação afirmou-se, por meio de dados estatísticos, que “o humanizar mais a sociedade.
controle demográfico produz o desenvolvimento”, afirma-
-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em Conclusão
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o de- consequências maléficas;
senvolvimento é que gera o controle demográfico”. - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argu-
mentos apresentados.
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros pos-
síveis para desenvolver um tema, que podem ser anali- Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano
sadas e adaptadas ao desenvolvimento de outros temas. de redação: é um dos possíveis.
Elege-se um tema, e, em seguida, sugerem-se os procedi-
mentos que devem ser adotados para a elaboração de um INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS: PRESSUPOSTOS E
Plano de Redação. SUBENTENDIDOS.

Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da Texto:


evolução tecnológica “Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, desses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha
responder a interrogação (assumir um ponto de vista); dar e Pelé), mas ainda tem um longo caminho a trilhar (...).”
o porquê da resposta, justificar, criando um argumento bá- Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15.
sico;

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Esse texto diz explicitamente que: Na leitura, é muito importante detectar os pressupos-
I – Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são tos, pois eles são um recurso argumentativo que visa a
craques; II – Neto não tem o mesmo nível desses craques; levar o receptor a aceitar a orientação argumentativa do
III – Neto tem muito tempo de carreira pela frente. emissor. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressu-
posto, o enunciador pretende transformar seu interlocutor
O texto deixa implícito que: em cúmplice, pois a ideia implícita não é posta em dis-
– Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se cussão, e todos os argumentos explícitos só contribuem
dos craques citados; para confirmá-la. O pressuposto aprisiona o receptor no
– Esses craques são referência de alto nível em sua sistema de pensamento montado pelo enunciador . A de-
especialidade esportiva; monstração disso pode ser feita com as “verdades incon-
– Há uma oposição entre Neto e esses craques no que testáveis” que estão na base de muitos discursos políticos,
diz respeito ao tempo disponível para evoluir. como o que segue:

“Quando o curso do rio São Francisco for mudado,


Todos os textos transmitem explicitamente certas infor-
será resolvido o problema da seca no Nordeste.”
mações, enquanto deixam outras implícitas. Por exemplo,
O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa
o texto acima não explicita que existe a possibilidade de
a mudança do curso do São Francisco e, por consequên-
Neto se equiparar aos quatro futebolistas, mas a inclusão cia, a solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo
do advérbio ainda estabelece esse implícito. Não diz tam- não teria continuidade se um interlocutor não admitisse ou
bém com explicitude que há oposição entre Neto e os ou- colocasse sob suspeita essa certeza. Em outros termos,
tros jogadores, sob o ponto de vista de contar com tempo haveria quebra da continuidade do diálogo se alguém in-
para evoluir. A escolha do conector “mas” entre a segunda terviesse com uma pergunta deste tipo:
e a primeira oração só é possível levando em conta esse
dado implícito. Como se vê, há mais significados num texto “Mas quem disse que é certa a mudança do curso do
do que aqueles que aparecem explícitos na sua superfície. rio?”
Leitura proficiente é aquela capaz de depreender tanto um A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor
tipo de significado quanto o outro, o que, em outras pala- permite levar adiante o debate; sua negação compromete
vras, significa ler nas entrelinhas. Sem essa habilidade, o o diálogo, uma vez que destrói a base sobre a qual se
leitor passará por cima de significados importantes ou, o constrói a argumentação, e daí nenhum argumento tem
que é bem pior, concordará com ideias e pontos de vista mais importância ou razão de ser. Com pressupostos dis-
que rejeitaria se os percebesse. tintos, o diálogo não é possível ou não tem sentido.
Os significados implícitos costumam ser classificados A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes,
em duas categorias: os pressupostos e os subentendidos . pode ser embaraçosa ou não, dependendo do que está
Pressupostos: são ideias implícitas que estão implica- pressuposto em cada situação. Para alguém que não faz
das logicamente no sentido de certas palavras ou expres- segredo sobre a mudança de emprego, não causa o me-
sões explicitadas na superfície da frase. Exemplo: nor embaraço uma pergunta como esta:
“André tornou-se um antitabagista convicto.” “Como vai você no seu novo emprego?”
A informação explícita é que hoje André é um antitaba- O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela
gista convicto. Do sentido do verbo tornar-se, que significa se dirigisse a uma pessoa que conseguiu um segundo em-
prego e quer manter sigilo até decidir se abandona o an-
“vir a ser”, decorre logicamente que antes André não era
terior. O adjetivo novo estabelece o pressuposto de que o
antitabagista convicto. Essa informação está pressuposta.
interrogado tem um emprego diferente do anterior .
Ninguém se torna algo que já era antes. Seria muito estra-
nho dizer que a palmeira tornou-se um vegetal. Marcadores de Pressupostos
“Eu ainda não conheço a Europa.” 1. Adjetivos ou palavras similares modificadoras do
A informação explícita é que o enunciador não tem co- substan- tivo
nhecimento do continente europeu. O advérbio ainda dei-
xa pressuposta a possibilidade de ele um dia conhecê-la. Exemplo:
As informações explícitas podem ser questionadas – Julinha foi minha primeira filha;
pelo receptor, que pode ou não concordar com elas. Os “Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as
pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo outras nasceram depois de Julinha.
menos, admitidos como tais, porque esta é uma condição – Destruíram a outra igreja do povoado.
para garantir a continuidade do diálogo e também para for- “Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma
necer fundamento às afirmações explícitas. Isso significa igreja além da usada como referência .
que, se o pressuposto é falso, a informação explícita não
tem cabimento . Assim, por exemplo, se Maria não falta 2. Certos verbos
– Renato continua doente;
nunca a aula nenhuma, não tem o menor sentido dizer “Até
O verbo “continua” indica que Renato já estava doente
Maria compareceu à aula de hoje”. Até estabelece o pres-
no momento anterior ao presente .
suposto da inclusão de um elemento inesperado .

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18 A Opção Certa Para a Sua Realização
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– Nossos dicionários já aportuguesaram a palavra co- “Competência e mérito continuam não valendo nada
pydesk; como, critério de promoção nesta empresa . . .”
O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de
que copidesque não existia em português. Esse comentário talvez suscitasse esta suspeita:
“Você está querendo dizer que eu não merecia a pro-
3. Certos advérbios moção?”
– A produção automobilística brasileira está totalmente
nas mãos das multinacionais; Ora, o funcionário preterido, tendo recorrido a um subir:
O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil “Absolutamente! Estou falando em termos gerais.”
in- dústria automobilística nacional.
– Você conferiu o resultado da loteria?
Hoje não . 1.9 COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS.
A negação precedida de um advérbio de tempo de
âmbito limitado estabelece o pressuposto de que apenas
nesse inter- valo (hoje) é que o interrogado não praticou o Na construção de um texto, assim como na fala, usa-
ato de conferir o resultado da loteria . mos mecanismos para garantir ao interlocutor a compre-
ensão do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísti-
4. Orações adjetivas cos que estabelecem a coesão e retomada do que foi es-
– Os brasileiros, que não se importam com a coleti- crito - ou falado - são os referentes textuais, que buscam
vidade, só se preocupam com seu bem-estar e, por isso, garantir a coesão textual para que haja coerência, não só
jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc. entre os elementos que compõem a oração, como também
O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se im- entre a sequência de orações dentro do texto. Essa coe-
portam com a coletividade. são também pode muitas vezes se dar de modo implícito,
I – Os brasileiros que não se importam com a co- baseado em conhecimentos anteriores que os participan-
letividade só se preocupam com seu bem- m lixo na rua, tes do processo têm com o tema.
fecham os cruzamentos, etc. Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasilei- diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
ros não se importam com a coletividade. de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, subs-
é restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas ex- tituição, associação), sejam gramaticais (emprego de
pressam se refere à totalidade dos elementos de um con- pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se
junto; as restritivas, que o que elas dizem concerne ape- frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto
nas a parte dos elementos de um conjunto. O produtor do – decorre daí a coerência textual.
texto escreverá uma restritiva ou uma explicativa segundo Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
o pressuposto que quiser comunicar . apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa inco-
Subentendidos: são insinuações contidas em uma fra- erência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
se ou um grupo de frases. Suponhamos que uma pessoa textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
estivesse em visita à casa de outra num dia de frio glacial erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
e que uma janela, por onde entravam rajadas de vento, prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
estivesse aberta. Se o visitante dissesse “Que frio terrível”, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
poderia estar insinuando que a janela deveria ser fechada. Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enun-
Há uma diferença capital entre o pressuposto e o su- ciado não se constrói com um amontoado de palavras e
bentendido . O primeiro é uma informação estabelecida orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de
como indiscutível tanto para o emissor quanto para o re- dependência e independência sintática e semântica, reco-
ceptor, uma vez que decorre necessariamente do sentido bertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam
de algum elemento linguístico colocado na frase . Ele pode estes princípios”.
ser negado, mas o emissor coloca o implicitamente para Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
que não o seja. Já o subentendido é de responsabilidade imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as fra-
do receptor . O emissor pode esconder-se atrás do sentido ses estejam coesas e coerentes formando o texto. Relem-
literal das palavras e negar que tenha dito o que o recep- bre-se de que, por coesão, entende-se ligação, relação,
tor depreendeu de suas palavras. Assim, no exemplo dado nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual.
acima, se o dono da casa disser que é muito pouco higiêni-
co fechar todas as janelas, o visitante pode dizer que tam- Formas de se garantir a coesão entre os elementos
bém acha e que apenas constatou a intensidade do frio. de uma frase ou de um texto:
O subentendido serve, muitas vezes, para o emissor
se proteger, para transmitir a informação que deseja dar a 1. Substituição de palavras com o emprego de sinô-
conhecer sem se comprometer. Imaginemos, por exemplo, nimos - palavras ou expressões do mesmo campo asso-
que um funcionário recém promovido numa empresa ou- ciativo.
visse de um colega o seguinte:

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2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver- - à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto
bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada
/ desgaste / desgastante). em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de
3. Emprego adequado de tempos e modos verbais: experiências; um texto informativo apresenta coerência se
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula. trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé-
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre- ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
posições, artigos: livre associação de ideias, palavras conotativas.
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden- Fontes de pesquisa:
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda res- COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html
peito por elas. Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus
base na maior especificidade do significado de um deles. Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené-
rico).
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de QUESTÕES
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
gato. “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
7. Substitutos universais, como os verbos vicários. - inclusive - coesão e coerência.

* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui ou- 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014)
tro já utilizado no período, evitando repetições. Geralmen- Assinale a opção que indica o segmento em que a conjun-
te é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. ção e tem valor adversativo e não aditivo.
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
“estudo”, evitando repetição desnecessária. da população na escolha dos governantes,...”.
(B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de co- derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
nectivos, como pronomes, advérbios e expressões adver- toral anterior”.
biais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
-se quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
elidida é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem reco- buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
lheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas de hoje”.
forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
estabelece a relação entre as duas orações). ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- média”.
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
de progressão textual, dada sua característica: são ele- políticas públicas social-democratas”.
mentos que não significam, apenas indicam, remetem aos
componentes da situação comunicativa. 1-)
Já os componentes concentram em si a significação. (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais in- (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
dicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes derno e dinâmico”. = adição
demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterio- buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
ridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste de hoje”. = adição
momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, ela na história nacional”. = adição
no próximo ano, depois de (futuro).” (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
A coerência de um texto está ligada: adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
- à sua organização como um todo, em que devem RESPOSTA: “E”.
estar assegurados o início, o meio e o fim;

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20 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/ Observação: A antonímia pode se originar de um pre-
DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA – fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;
FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis-
conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é: córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e
(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e anticomunista; simétrico e assimétrico.
fazer justiça com as próprias mãos...”
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas Homônimos e Parônimos
instituições:...”
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos - Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia
anarquistas e mais nos fascistas italianos...” ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem
(D) “...desprezando o passado e a tradição...” ser
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
velocidade e do progresso...” a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-
2-) rentes na pronúncia:
(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e rego (subst.) e rego (verbo);
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição colher (verbo) e colher (subst.);
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas jogo (subst.) e jogo (verbo);
instituições”. = adição denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos providência (subst.) e providencia (verbo).
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo-
sição b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição ferentes na escrita:
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da acender (atear) e ascender (subir);
velocidade e do progresso”. = adição concertar (harmonizar) e consertar (reparar);
RESPOSTA: “C”.
cela (compartimento) e sela (arreio);
censo (recenseamento) e senso (juízo);
2. LÉXICO: 2.1 SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E paço (palácio) e passo (andar).
EXPRESSÕES NO TEXTO. 2.2 SUBSTITUIÇÃO
DE PALAVRAS E DE EXPRESSÕES NO TEXTO. c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS
cedo (verbo) e cedo (adv.);
Semântica é o estudo da significação das palavras e livre (adj.) e livre (verbo).
das suas mudanças de significação através do tempo ou
em determinada época. A maior importância está em distin- - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
guir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e homô- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
nimos e parônimos (homonímia / paronímia). recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
Sinônimos almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), defe-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara rir (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, (emitir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar;
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo
em determinado enunciado (aguardar e esperar). a movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
(ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
Observação: A contribuição greco-latina é responsável afundar).
pela existência de numerosos pares de sinônimos: adversá-
rio e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemi- Hiperonímia e Hiponímia
ciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e di-
álogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
Antônimos nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperônimo,
mais abrangente.
São palavras que se opõem através de seu significado: O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipônimo,
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; criando, assim, uma relação de dependência semântica.
mal - bem. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperonímia

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com carros, já que veículos é uma palavra de significado rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão
genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é além do sentido original da palavra, ampliando sua signi-
um hiperônimo de carros. ficação mediante a circunstância em que a mesma é utili-
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em zada, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili- no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a ela pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação
repetição desnecessária de termos. (tomei pau no concurso).
A conotação tem como finalidade provocar sentimen-
Fontes de pesquisa: tos no receptor da mensagem, através da expressivida-
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-anto- de e afetividade que transmite. É utilizada principalmen-
nimos,-homonimos-e-paronimos te numa linguagem poética e na literatura, mas também
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
anúncios publicitários, entre outros. Exemplos:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
Você é o meu sol!
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Minha vida é um mar de tristezas.
Paulo: Saraiva, 2010.
Você tem um coração de pedra!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua * Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
Portuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado
com o sentido que consta no dicionário.
Denotação e Conotação
Fontes de pesquisa:
Exemplos de variação no significado das palavras: http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota-
cao/
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
literal) Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
figurado) reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) Paulo: Saraiva, 2010.
As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo (co- Polissemia
notação) das palavras.
Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
Denotação multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando mas que abarca um grande número de significados dentro
apresenta seu significado original, independentemente do de seu próprio campo semântico.
contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da em consideração as situações de aplicabilidade. Há uma
palavra. infinidade de exemplos em que podemos verificar a ocor-
A denotação tem como finalidade informar o receptor da rência da polissemia:
mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um cará- O rapaz é um tremendo gato.
ter prático. É utilizada em textos informativos, como jornais, O gato do vizinho é peralta.
regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamen- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
tos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, por Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pedaço sobrevivência
de madeira. Outros exemplos: O passarinho foi atingido no bico.
O elefante é um mamífero.
As estrelas deixam o céu mais bonito! Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em co-
Conotação mum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse- formato quadriculado que têm.

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Polissemia e homonímia ou
Faço corte e pintura capilar
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários sig- Fontes de pesquisa:
nificados, estamos na presença da polissemia. Por outro http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.htm
lado, quando duas ou mais palavras com origens e signi- Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
ficados distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
uma homonímia. Paulo: Saraiva, 2010.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
polissemia porque os diferentes significados para a pala-
vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto, 2.3 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS.
o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
escrita. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
Polissemia e ambiguidade tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na In = elemento indicador de negação
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode Explic – elemento que contém o significado básico da
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta- palavra
ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação Ável = elemento indicador de possibilidade
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em Estes elementos formadores da palavra recebem o
uma frase. Vejamos a seguinte frase: nome de morfemas. Através da união das informações
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada fre- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
quentemente são felizes. tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
Neste caso podem existir duas interpretações diferen- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tor-
tes: nar claro”.
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são MORFEMAS = são as menores unidades significativas
felizes ou são felizes porque têm uma alimentação equi- que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
librada.
Classificação dos morfemas:
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter- tador de significado. É através do radical que podemos
pretação. Para fazer a interpretação correta é muito im- formar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
portante saber qual o contexto em que a frase é proferida. mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, peque-
Muitas vezes, a disposição das palavras na constru- nez. O conjunto de palavras que se agrupam em torno de
ção do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, um mesmo radical denomina-se família de palavras.
comicidade. Repare na figura: Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
xo), prever (prefixo), infiel.
Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medi-
da que o verbo vai sendo flexionado em número (singular
e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Tam-
bém ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
(amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pa-
lavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há
desinências nominais e desinências verbais.
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- • Desinências nominais: indicam o gênero e o núme-
-cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). ro dos nomes. Para a indicação de gênero, o português
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, costuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
mas duas seriam: menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
Corte e coloração capilar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência

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de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/ Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural as- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
sume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/ sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.
cruzes. Palavras simples: aquelas que possuem um só radi-
• Desinências verbais: em nossa língua, as desinên- cal: azeite, cavalo.
cias verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinên- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
cias que indicam o modo e o tempo (desinências modo- um radical: couve-flor, planalto.
-temporais) e outras que indicam o número e a pessoa * As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
dos verbos (desinência número-pessoais): mentos ligados por hífen.
cant-á-va-mos:
cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência Processos de Formação de Palavras
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indi- Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
cativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a deriva-
primeira pessoa do plural) ção, a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibri-
cant-á-sse-is: dismo.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do sub- Derivação por Acréscimo de Afixos
juntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a se- É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
gunda pessoa do plural) vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
Vogal temática vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
acréscimo de prefixo.
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
In feliz des leal
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua fun-
Prefixo radical prefixo radical
ção é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É
ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as
Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam acréscimo de sufixo.
vogais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática
indica as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e Feliz mente leal dade
(da 2.ª conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = par- Radical sufixo radical sufixo
tir).
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base, simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que es- -se principalmente verbos.
sas terminações são desinências indicadoras de gênero,
pois mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo En trist ecer
de flexão. A estas vogais temáticas se liga a desinência Prefixo radical sufixo
indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes
terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por Em tard ecer
exemplo) não apresentam vogal temática. prefixo radical sufixo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de Outros Tipos de Derivação
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a Há dois casos em que a palavra derivada é formada
pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal te- sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
mática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm regressiva e a derivação imprópria.
vogal temática -i pertencem à terceira conjugação. Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
Interfixos de substantivos derivados de verbos.
São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
(substantivo) – deriva de pescar (verbo)
tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é obti-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por
da pela mudança de categoria gramatical da palavra primi-
exemplo:
tiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente na
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro.
classe gramatical.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento. Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê”
Formação das Palavras deriva da conjunção porque)
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva
das, palavras simples, palavras compostas. do verbo olhar).

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** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura Questões sobre Estrutura das Palavras
da palavra e geralmente transforma verbos em substan-
tivos: caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar. 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVI-
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra, DÊNCIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutu-
apenas faz com que ela pertença a uma classe grama- ra” é formada pelo seguinte processo:
tical “imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, cos- A) sufixação
tumeiramente faz parte. A alteração acontece devido à B) prefixação
presença de outros termos, como artigos, por exemplo: C) parassíntese
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- D) justaposição
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) E) aglutinação
Composição
Haverá composição quando se juntarem dois ou 1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mais radicais para formar uma nova palavra. Há dois
prefixação).
tipos de composição: justaposição e aglutinação.
RESPOSTA: “B”.
Justaposição: ocorre quando os elementos que for-
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justa-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/
postos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda- MG – AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO –
-feira, girassol. IBFC/2014) O vocábulo “entristecido”, presente na terceira
Composição por aglutinação: ocorre quando os estrofe, é um exemplo de:
elementos que formam o composto aglutinam-se e pelo a) palavra composta
menos um deles perde sua integridade sonora: aguar- b) palavra primitiva
dente (água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta c) palavra derivada
(perna + alta), vinagre (vinho + acre). d) neologismo
Outros processos de formação de palavras:
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
Abreviação – é a redução de palavras até o limite “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do proces-
permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu so de formação de palavras chamado de: prefixação e su-
(pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). fixação. Para o exercício, basta “derivada”!
* Observação:
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas pa- RESPOSTA: “C”.
lavras, limitando-as quase sempre à letra inicial ou às
letras iniciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor). 3. ASPECTOS LINGUÍSTICOS: 3.1 RELAÇÕES
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual MORFOSSINTÁTICAS. 3.3 RELAÇÕES ENTRE
se reduzem locuções substantivas próprias às suas FONEMAS E GRAFIAS.3.4 FLEXÕES E EMPRE-
letras iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais GO DE CLASSES GRAMATICAIS. 3.5 VOZES
(siglas impuras), que se grafam de duas formas: IBGE, VERBAIS E SUA CONVERSÃO.
MEC (siglas puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS
ou Petrobras (siglas impuras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos Classe Gramaticais
oriundos de línguas diferentes.
As palavras costumam ser divididas em classes, se-
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
gundo suas funções e formas. Palavras que se apresen-
sociologia (socio: latim; logia: grego)
tam sempre com a mesma forma chamam-se invariáveis;
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: gre-
são variáveis, obviamente, as que apresentam flexão ou
go) variação de forma.
Fontes de pesquisa:
http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e- Artigo
-formacao-de-palavras-i.htm
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa É a palavra que antecede os substantivos, de forma
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. determinada (o, a, os, as) ou indeterminada (um, uma,
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto uns, umas).
Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. –
São Paulo: Saraiva, 2010. Classificação
Português: novas palavras: literatura, gramática, re-
dação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Definidos: Determinam o substantivo de modo parti-
cular.

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Exemplo Composto
Liguei para o advogado. Apresenta mais de um radical.

Indefinidos: Determinam o substantivo de modo ge- Exemplos


ral. pedra-sabão, guarda-chuva.

Exemplo Coletivo
Liguei para um advogado. Embora no singular, expressa pluralidade.

Substantivo Exemplos
enxame, cardume, frota
É a palavra que nomeia o que existe, seja ele animado
Adjetivo
ou inanimado, real ou imaginário, concreto ou abstrato.
Palavra que modifica um substantivo, dando-lhe uma
Classificação
qualidade.
Concreto Exemplo:
Dá nome ao ser de natureza independente, real ou Cadeira confortável
imaginário.
Locução adjetiva
Abstrato
Nomeia ação, estado, qualidade, sensação ou senti- Expressão formada de preposição mais substantivo
mento e todos os seres que não tem existência indepen- com valor e emprego de adjetivo. A preposição faz com
dente de outros. que um substantivo se junte a outro para qualificá-lo:
Comum menina (substantivo)      de sorte (substantivo)
Dá nome ao ser genericamente, como pertencente a     Menina de sorte
uma determinada classe.                  = sortuda (qualifica o substantivo)

Exemplos
cavalo, menino, rio, cidade. Flexão do adjetivo - gênero

Próprio Uniformes: Uma forma única para ambos os gêneros.


Dá nome ao ser  particularmente, dentro de uma es-
pécie. Exemplos
O livro comum – a receita comum
Exemplos
Pedro, Terra, Pacífico, Belo Horizonte. Biformes: Duas formas, para o masculino e outra para
o feminino.
Primitivo Exemplos
homem mau – mulher má
É  o que deriva uma série de palavras de mes-
ma família etimológica; não se origina de nenhum
Flexão do adjetivo - número
outro nome.
Adjetivos simples: plural seguindo as mesmas re-
Exemplos gras dos substantivos simples.
pedra, pobre. Exemplos
menino gentil – meninos gentis
Derivado
Origina-se de um primitivo. Adjetivos compostos: plural com a flexão do último
elemento.
Exemplos Exemplo
pedrada, pobreza. líquido doce-amargo – líquidos doce-amargos

Simples Observações
Apresenta apenas um radical. Havendo a ideia de cor no adjetivo composto, far-se-á
o plural mediante a análise morfológica dos elementos do
Exemplos composto:
pedra, tempo, roupa. - se o último elemento do adjetivo composto for adjeti-
vo, haverá apenas a flexão desse último elemento.

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26 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Exemplo
tecido verde-claro – tecidos verde-claros

- se o último elemento do adjetivo composto for substantivo, o adjetivo fica invariável.


Exemplo
terno amarelo-canário – ternos amarelo-canário

Exceção
– azul-marinho (invariável):
carro azul-marinho – carros azul-marinho

Flexão do adjetivo -grau

Há dois graus: comparativo (indica se o ser é superior, inferior ou igual na qualificação) superlativo (uma qua-
lidade é levada ao seu mais alto grau de intensidade).

Comparativo de superioridade Superlativo absoluto


Adjetivo
Analítico Sintético Analítico Sintético
Bom mais bom melhor muito bom ótimo
Mau mais mau pior muito mau péssimo
Grande mais grande maior muito grande máximo
Pequeno mais pequeno menor muito pequeno mínimo
Alto mais alto superior muito alto supremo
Baixo mais baixo inferior muito baixo ínfimo

Numeral

Palavra que exprime quantidade, ordem, fração e multiplicação, em relação ao substantivo.

Classificação

Numeral cardinal: indica quantidade.


Exemplos
duas casas
dez anos
Numeral ordinal: indica ordem.

Exemplos
segunda rua
quadragésimo lugar

Numeral fracionário: indica fração.


Exemplos
um quinto da população
dois terços de água

Numeral multiplicativo: indica multiplicação.


Exemplos
o dobro da bebida
o triplo da dose

Cardinal Ordinal Cardinal Ordinal


Um Primeiro Vinte Vigésimo
Dois Segundo Trinta Trigésimo
Três Terceiro Cinquenta Quinquagésimo

Língua Portuguesa
27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Quatro Quarto Sessenta Sexagésimo


Cinco Quinto Oitenta Octogésimo
Seis Sexto Cem Centésimo
Sete Sétimo Quinhentos Quingentésimo
Oito Oitavo Setecentos Setingentésimo
Nove Nono Novecentos Noningentésimo
Dez Décimo Mil Milésimo

Pronome

Palavra que designa os seres ou a eles se refere, indicando-os apenas como pessoas do discurso, isto é:
– 1ª pessoa, o emissor da mensagem (eu, nós);
– 2ª pessoa, o receptor da mensagem (tu, você, vós, vocês);
– 3ª pessoa, o referente da mensagem, (ele, eles, ela, elas).

O pronome pode acompanhar um substantivo, ou substitui-lo.

Pessoais

Pronomes Pessoais
Pronomes do caso reto Pronomes do caso oblíquo
(função de sujeito) (função de complemento)
átonos (sem preposição) tônicos (com preposição)
eu me mim, comigo
singular tu te ti, contigo
ele/ela o, a, lhe, se si, ele, ela, consigo
nós nos nós, conosco
plural vós vos vós, convosco
eles/elas os, as, lhes, se si, eles, elas, consigo

Tratamento (trato familiar, cortes, cerimonioso)


Você – tratamento familiar
O Senhor, a Senhora – tratamento cerimonioso
Vossa Alteza (V. A.) – príncipes, duques
Vossa Eminência (V. Ema.) – cardeais
Vossa Excelência (V. Exa.) – altas autoridades
Vossa Magnificência – reitores de universidades
Vossa Majestade (V. M.) – reis
Vossa Majestade Imperial (V. M. I.) – imperadores
Vossa Santidade (V. S.) – papas
Vossa Senhoria (V. Sa.) – tratamento geral cerimonioso
Vossa Reverendíssima (V. Revma.) – sacerdotes
Vossa Excelência Reverendíssima – bispos e arcebispos

Esses pronomes, embora usados no tratamento com o interlocutor (2ª pessoa), levam o verbo para a 3ª pessoa.
Quando se referem a 3ª pessoa, apresentam-se com a forma: Sua Senhoria (S. Sa.), Sua Excelência (S. Exa.), Sua
Santidade (S. S.) etc.

Língua Portuguesa
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Possessivos 3ª conjugação: IR (dormir)

Exprimem posse: Observação: O verbo  pôr  (bem como seus deriva-


dos: compor, depor etc.) é considerado verbo da 2.ª conju-
1.ªpessoa: meu(s), minha(s) gação, pois, no português arcaico, era poer.
Singular 2.ªpessoa: teu(s), tua(s)
3.ª pessoa: seu(s), sua(s) Número e pessoas
1.ªpessoa: nosso(s),nossa(s)
Eu
Plural
2.ªpessoa: vosso(s),vossa(s)
Singular
3.ª pessoa: seu(s), sua(s) tu
ele / ela / você
Observação: Dele, dela, deles, delas são considerados
possessivos também. nós
Plural vós
Demonstrativos eles / elas / vocês

Indicam posição: Tempos verbais


1.ª pessoa: este(s), esta(s), isto, estoutro(a)(s).
2.ª pessoa: esse(s), essa(s), isso, essoutro(a)(s). Presente
3.ª pessoa: aquele(s), aquela(s), aquilo, aqueloutro(a)(s).
O Presente pode indicar referência a fatos que se pas-
Também são considerados demonstrativos os pronomes: sam no momento em que falamos, uma verdade geral,
- o, a, os, as sendo comum em expressões proverbiais, pode também
- mesmo(s), mesma(s) indicar um hábito. É comum, empregarmos o presente ao
- próprio(s), própria(s) invés do futuro para indicar a realização próxima de uma
- tal, tais ação.
- semelhante(s)
Passado
Relativos
Usamos o Passado em referência aos fatos que se
Os pronomes relativos ligam orações, retomam uma pa- passam antes do momento em que falamos. São eles:
lavra já expressa antes e exercem função sintática na oração Perfeito (eu trabalhei), que indica uma ação concluí-
que eles introduzem. da.
São relativos os pronomes que, o qual (e suas varia- Imperfeito (eu trabalhava), se trata de uma ação an-
ções), quem, cujo (e suas variações), onde (advérbio relati-
terior ao momento em que se fala, mas que tem uma certa
vo com o sentido de em que), quanto.
duração no passado.
Indefinidos

Vagamente, referem-se a 3ª pessoa: Mais-que-perfeito  simples e composto, (eu traba-


todo(s), toda(s), tudo lhara ou tinha trabalhado) que denota uma ação concluí-
algum(ns), alguma(s), alguém, algo da antes de outra que já era passada, passado anterior a
nenhum(ns), nenhuma(s), ninguém, nada outro.
outro(s), outra(s), outrem
muito(s), muita(s), muito Futuro
pouco(s), pouca(s), pouco
mais, menos, bastante(s) Futuro do presente (eu trabalharei), refere-se ao mo-
certo(s), certa(s) mento que falamos.
cada, qualquer, quaisquer Futuro do pretérito (eu trabalharia) refere-se a um
tanto(s), tanta(s) momento do passado.
os demais, as demais
vários, várias Modos verbais
um, uma, uns, umas, que, quem
Indicativo: Exprime o que realmente aconteceu.
Verbo Exemplo
Eu estudei bastante.
Conjugação
São três: Subjuntivo: Exprime algo possível, provável.
1ª conjugação: AR (cantar) Exemplos
2ª conjugação: ER (comer) Se eu estudasse bastante.

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Imperativo: Exprime ordem, pedido, instrução. Graus do advérbio


Exemplo Alguns advérbios de modo, tempo, lugar e intensidade
Estude bastante. podem, algumas vezes, assim como os adjetivos e subs-
tantivos, sofrer a flexão gradual.
Formas nominais
Comparativo:
As três formas (gerúndio,  particípio  e  infinitivo), De igualdade: O homem falava tão alto quanto o ir-
além de seu valor verbal, podem desempenhar função mão.
de substantivo. De superioridade: O homem falava mais alto (do)
que o irmão.
Exemplos De inferioridade:  O homem falava menos alto (do)
O andar do menino trazia alegria aos pais. (infinitivo que o irmão.
com valor de substantivo).
Superlativo:
Mulher  sabida  (particípio com valor de adjetivo,
Absoluto analítico: O homem falava muito alto.
qualificando o substantivo mulher.
Absoluto sintético: O homem falava altíssimo.
Recebemos uma proposta  contendo  o valor.  (ge-
rúndio com valor de adjetivo). Preposição
As formas têm duplo estado: são verbos (indicam
processos: andar, saber, conter; tem voz ativa ou pas- Serve de conectivo de subordinação entre palavras e
siva), mas ao mesmo tempo tem características e com- orações. Vem antes da palavra por ela subordinada a ou-
portamentos dos nomes (flexão de gênero e número). tra.

Advérbio Exemplos
O carro de Ana é novo.  (A preposição  de  subor-
O advérbio é uma palavra invariável que modifica o dina o substantivo  Ana  ao substantivo  carro; carro é
verbo, adjetivo, outro advérbio ou toda uma oração. subordinante e Ana, palavra subordinada.)

Exemplos O antecedente da preposição pode ser:


Ele fala bem. (verbo) - Substantivo: relógio de ouro;
Ele fala muito bem. (advérbio) - Adjetivo: contente com a sorte;
Ele é muito inteligente. (adjetivo) - Pronome: quem de nós?;
Realmente ele viajou. (oração) - Verbo: gosto de você.

Locução adverbial Locução prepositiva

O advérbio também pode ser formado por mais de Geralmente formada de advérbio + preposição, com
um vocábulo (normalmente expressa por  preposição + valor e emprego de preposição: acima de, atrás de, atra-
substantivo), com valor e emprego de advérbio. vés de,  antes de,  depois de,  de acordo com,  devido
Exemplos a, para com, a fim de, etc.
às pressas, por prazer, sem dúvida, de graça, com
Exemplo
carinho etc.
O senhor ficou atrás de mim.
Classificação
Classificação
Tempo:  hoje, amanhã, depois, já, ontem, sempre,
nunca, jamais, antes, cedo, tarde, etc. Essenciais: guardam, o valor de preposição. São se-
Lugar: acima, além, aquém, atrás, dentro, perto, etc. guidas de pronome obliquo: a, ante, após, até, com, contra,
Intensidade:  muito, pouco, bastante, mais, menos, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre.
tão, meio, completamente, demais etc. Acidentais: palavras essencialmente de outras classes
Modo:  bem, mal, assim, depressa, como, melhor, gramaticais que, acidentalmente, funcionam como prepo-
pior, calmamente, apressadamente, etc. sição:  como, conforme, durante,  exceto, feito, mediante,
Afirmação:  sim, certamente, deveras, realmente, segundo, etc.
efetivamente etc.
Negação: não. Combinação e contração
Dúvida: talvez, quiçá, provavelmente etc.
Interrogativo:  onde (aonde, donde), quando, como, As preposições  a,  de,  per,  em  podem juntar-se com
por que (nas interrogativas diretas e indiretas). outras palavras. Então, teremos:

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Combinação: sem alteração fônica. Alternativas (alternância):  ou… ou, ora… ora,  quer…
Exemplos quer, já… já etc.
ao (a + o), aonde (a + onde) Conclusivas (conclusão):  logo, portanto, por  conse-
guinte, pois (posposto ao verbo).
Contração: com alteração fônica. Explicativas (explicação):  que, porque, por quan-
Exemplos to, pois (anteposto ao verbo).
à (a + a), àquele (a + aquele), do (de + o), donde (de
+ onde), no (em + o), naquele (em + aquele), pelo (per + Conjunções subordinativas: Ligam uma oração prin-
o), coa (com + a). cipal a uma oração subordinada com o verbo flexionado.

Interjeição Classificação

Palavra que exprime nossos estados emotivos. Integrantes (iniciam oração subordinada substanti-
va): que, se, como (= que).
Exemplos Temporais (tempo): quando, enquanto, logo que, mal,
ah! (admiração) apenas, sempre que, assim que, desde que, antes que etc.
viva! (exaltação) Finais (finalidade): para que, a fim de que, que (= para
ufa! eh! (alivio) que), porque (= para que).
coragem! (animação) Proporcionais (proporcionalidade): à proporção que, à
bravo! (aplauso) medida que, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos.
ai! (dor) Causais (causa): porque, como, porquanto, visto que,
bis! (repetição) já que, uma vez que etc.
psiu! (silencio) Condicionais (condição): se, caso, contanto que, des-
cuidado! atenção! (advertência) de que, salvo se, sem que (= se não) etc.
vai! (desapontamento) Comparativas (comparação): como, que, do que, quan-
oxalá! tomara! (desejo) to, que nem etc.
perdão! (desculpa) Conformativas (conformidade):  como, conforme, se-
adeus! (saudação) gundo, consoante etc.
arre! (desagrado, alivio) Consecutivas (consequência): que (precedido dos ter-
claro! pudera! ótimo! (assentimento) mos intensivos: tal, tão, tanto, de tal forma etc.), de forma
que etc.
Locuções interjetivas Concessivas (concessão):  embora, conquanto, ain-
da  que, mesmo que, posto que, por mais que, se bem
Expressões formadas por mais de um vocábulo, com que etc.
valor e emprego de interjeição.
RELAÇÕES ENTRE FONEMAS E GRAFIAS
Exemplos A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos
Ora bolas! fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
Valha-me Deus! Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos
Raios te partam! sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que es-
Nossa Senhora! tuda os sons da língua quanto à sua função no sistema
Conjunção de comunicação linguística, quanto à sua organização e
classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à
Conectivo de coordenação entre palavras e orações e divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da
o conectivo de subordinação entre orações. forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando
As locuções com valor e emprego de conjunção (para que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar
que, a fim de que, à proporção que, logo que, depois que) estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia de
são chamadas de locuções conjuntivas. cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fone-
Classificação mas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por
meio de símbolos gráficos, chamados de letras ou grafe-
Conjunções coordenativas: Ligam termos oracionais mas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro
ou orações de igual valor ou função no período. capaz de estabelecer uma distinção de significado entre
as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas
Aditivas (adição): e, nem, e as correlações entre não que marcam a distinção entre os pares de palavras:
só, não somente, não apenas, mas também, mas  ainda, amor – ator / morro – corro / vento - cento
senão etc. Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua
Adversativas (posição contrária):  mas, porém,  contu- portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica
do, todavia, entretanto, no entanto, não obstante etc. que você - como falante de português - guarda de cada

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um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. /ã/: fã, canto, tampa
Este forma os significantes dos signos linguísticos. Geral- / ẽ /: dente, tempero
mente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, / ĩ/: lindo, mim
etc. /õ/: bonde, tombo
Fonema e Letra / ũ /: nunca, algum
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta - Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até,
é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, bola.
por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); - Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até,
já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê- bola.
-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema - Abertas: pé, lata, pó
/z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, - Fechadas: mês, luta, amor
casamento, exílio. - Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das
- Em alguns casos, a mesma letra pode representar palavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”).
mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode repre-
sentar: 2) Semivogais
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais.
- o fonema /che/: enxame Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma
- o grupo de sons /ks/: táxi só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fone-
- O número de letras nem sempre coincide com o nú- mas são chamados de semivogais. A diferença fundamen-
mero de fonemas. tal entre vogais e semivogais está no fato de que estas não
desempenham o papel de núcleo silábico.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas síla-
Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o bas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se
1234567123456 destaca é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i”
não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exem-
Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o
plos: saudade, história, série.
123412345
- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não
3) Consoantes
representam fonemas. Observe os exemplos: compra,
conta. Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização
Para a produção das consoantes, a corrente de ar ex-
das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é
pirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela
um fonema; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/,
representado na escrita pelas letras “a” e “n”. cavidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam
- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fo- verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos
nema. silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois,
Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais.
1231234 Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.

Classificação dos Fonemas Encontros Vocálicos

Os fonemas da língua portuguesa são classificados Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e
em: semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em
1) Vogais sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tri-
tongo e o hiato.
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por
uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em 1) Ditongo
nossa língua, desempenham o papel de núcleo das síla-
bas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamen- É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
te, uma única vogal. -versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
berta. As vogais podem ser: sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
/o/, /u/. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
- Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
nasais. sais: mãe

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2) Tritongo sc /se/ crescer


É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e sç /se/ desço
uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode xc /se/ exceção
ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo
nasal. Dígrafos Vocálicos
3) Hiato Registram-se na representação das vogais nasais:
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais Fonemas Letras Exemplos
de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia /ã/ am tampa
(po-e-si-a).
an canto
Encontros Consonantais /ẽ/ em templo
en lenda
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal
intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Exis- /ĩ/ im limpo
tem basicamente dois tipos: in lindo

1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e õ/ om tombo


ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle- on tonto
-ta, cri-se. /ũ/ um chumbo
2-) os que resultam do contato de duas consoantes per-
tencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta. un corcunda
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos
vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có- * Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quan-
-lo-go. do seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde
Dígrafos a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u”
representa um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar,
De maneira geral, cada fonema é representado, na es- linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos.
crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e Também não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou
quatro letras. “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” tam-
Há, no entanto, fonemas que são representados, na es- bém, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água
crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco = /agua/ nós pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /
letras. aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em gui-
tarra = /gitara/ - não pronunciamos o “u”, então temos dí-
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram grafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e
utilizadas duas letras: o “c” e o “h”. 6 fonemas).
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Dífonos
Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos que
convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: con- Assim como existem duas letras que representam um
sonantais e vocálicos. só fonema (os dígrafos), existem letras que representam
dois fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em
Dígrafos Consonantais que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também
são exemplos de dífonos. Quando uma letra representa
Letras Fonemas Exemplos dois fonemas temos um caso de dífono.
lh /lhe/ telhado
Fontes de pesquisa:
nh /nhe/ marinheiro http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.
ch /xe/ chave php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
rr /re/ (no interior da palavra) carro Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ss /se/ (no interior da palavra) passo Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.

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Questões FLEXÕES E EMPREGO DE CLASSES GRAMATICAIS.


VOZES VERBAIS E SUAS CONVERSÕES.
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE
DE LIBRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a se- Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
guir há um dígrafo, EXCETO em característica do ser e se relaciona com o substantivo, con-
cordando com este em gênero e número.
(A) prazo. As praias brasileiras estão poluídas.
(B) cantor.
(C) trabalho. Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
(D) professor. (plural e feminino, pois concordam com “praias”).
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal Locução adjetiva
(B) cantor – “an” é dígrafo
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dí-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma
grafo
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição +
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí-
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu-
grafo ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
RESPOSTA: “A”. exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio
(paixão desenfreada).
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE
DE LIBRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em Observe outros exemplos:
que os itens destacados possuem o mesmo fonema con-
sonantal em todas as palavras da sequência.
de águia aquilino
(A) Externo – precisa – som – usuário.
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão. de aluno discente
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente. de anjo angelical
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
de ano anual
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representa- de aranha aracnídeo
do pela letra destacada: de boi bovino
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/ de cabelo capilar
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente /z/ de cabra caprino
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/ de campo campestre ou rural
RESPOSTA: “D”. de chuva pluvial
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO de criança pueril
DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja de dedo digital
Sangue Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, en- de estômago estomacal ou gástrico
contramos duas letras representando um único fonema.
de falcão falconídeo
Esse fenômeno também está presente em:
de farinha farináceo
A) cartola. de fera ferino
B) problema.
de ferro férreo
C) guaraná.
D) água. de fogo ígneo
E) nascimento. de garganta gutural
de gelo glacial
3-) Duas letras representando um único fonema = dí-
grafo de guerra bélico
A) cartola = não há dígrafo de homem viril ou humano
B) problema = não há dígrafo de ilha insular
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”)
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) de inverno hibernal ou invernal
E) nascimento = dígrafo: sc de lago lacustre
RESPOSTA: “E”. de leão leonino

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34 A Opção Certa Para a Sua Realização
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de lebre leporino África afro- / Cultura afro-americana


de lua lunar ou selênico Alemanha germano- ou teuto-/ Competições teuto-inglesas
de madeira lígneo América américo- / Companhia américo-africana
de mestre magistral Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
de ouro áureo China sino- / Acordos sino-japoneses
de paixão passional Espanha hispano- / Mercado hispano-português
de pâncreas pancreático Europa euro- / Negociações euro-americanas
de porco suíno ou porcino França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
dos quadris ciático Grécia greco- / Filmes greco-romanos
de rio fluvial Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
de sonho onírico Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
de velho senil Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
de vento eólico Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
de vidro vítreo ou hialino
Flexão dos adjetivos
de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico O adjetivo varia em gênero, número e grau.

* Observação: nem toda locução adjetiva possui um Gênero dos Adjetivos


adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu. Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática): substantivos, classificam-se em:
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mascu-
lino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe-
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando minino somente o último elemento: o moço norte-america-
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou no, a moça norte-americana.
do objeto).
* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Ob- como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
serve alguns deles: Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
feminino: conflito político-social e desavença político-social.
Estados e cidades brasileiras:
Número dos Adjetivos
Alagoas alagoano
Plural dos adjetivos simples
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
Amazonas amazonense ou baré substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e
Belo Horizonte belo-horizontino ruins, boa e boas.
Brasília brasiliense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pala-
Cabo Frio cabo-friense vra que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
Campinas campineiro ou campinense um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo:
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se
Adjetivo Pátrio Composto estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo.
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru- Veja outros exemplos:
Motos vinho (mas: motos verdes)
dita. Observe alguns exemplos:
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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Adjetivo Composto
a) As formas menor e pior são comparativos de su-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normal- perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau,
mente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o respectivamente.
último elemento concorda com o substantivo a que se refe- b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sinté-
re; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um ticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em compa-
dos elementos que formam o adjetivo composto seja um rações feitas entre duas qualidades de um mesmo ele-
substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará in- mento, deve-se usar as formas analíticas mais bom, mais
variável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um mau,mais grande e mais pequeno. Por exemplo:
substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por elementos
hífen, formará um adjetivo composto; como é um substanti- Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
vo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. duas qualidades de um mesmo elemento.
Veja:
Camisas rosa-claro.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-
Ternos rosa-claro.
ferioridade
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Sou menos passivo (do) que tolerante.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Superlativo

* Observação: O superlativo expressa qualidades num grau muito


- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer ad- elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relati-
jetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre invari- vo e apresenta as seguintes modalidades:
áveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade
cor-de-rosa. de um ser é intensificada, sem relação com outros seres.
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois elemen- Apresenta-se nas formas:
tos flexionados: crianças surdas-mudas.
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
Grau do Adjetivo palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo

Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri- benéfico - beneficentíssimo


buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual-
dade, de superioridade ou de inferioridade. comum - comuníssimo
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou doce - dulcíssimo
quão. fácil - facílimo

Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe- fiel - fidelíssimo
rioridade Analítico
No comparativo de superioridade analítico, entre os Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
dois substantivos comparados, um tem qualidade superior. um ser é intensificada em relação a um conjunto de se-
A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” res. Essa relação pode ser:
ou “mais...que”. 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil
de todas.
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Su- 2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil
perioridade Sintético de todas.

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su- * Note bem:


perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, gran- meio dos advérbios muito, extremamente, excepcional-
de/maior, baixo/inferior. Observe que: mente, antepostos ao adjetivo.

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2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de superioridade:


duas formas: uma erudita - de origem latina - outra popular 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo fala mais alto do que João.
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular é melhor que João.
constituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssi-
mo: pobríssimo, agilíssimo. Grau Superlativo
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- O superlativo pode ser analítico ou sintético:
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio - Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
– cheíssimo. fala muito alto.
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
Fontes de pesquisa:
modo
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32.
php
- Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa nho, etc.) são comuns na língua popular.
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- A criança levantou cedinho. (muito cedo)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Classificação dos Advérbios
Advérbio
De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio
Compare estes exemplos: pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
O ônibus chegou. atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
O ônibus chegou ontem. abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen- adentro, afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio direita, à esquerda, ao lado, em volta.
advérbio. Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já,
(bem) enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessi-
tivo (claros) vamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente,
de vez em quando, de quando em quando, a qualquer mo-
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
tar ideia de: Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
Tempo: Ela chegou tarde.
acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas,
Lugar: Ele mora aqui.
à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito,
Modo: Eles agiram mal.
desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado
Negação: Ela não saiu de casa.
a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que ter-
Dúvida: Talvez ele volte.
minam em “-mente”: calmamente, tristemente, propositada-
Flexão do Advérbio mente, pacientemente, amorosamente, docemente, escan-
dalosamente, bondosamente, generosamente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Grau Comparativo Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
que o comparativo do adjetivo: bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto,
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Rena- assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de
to fala tão alto quanto João. todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente,
- de inferioridade: menos + advérbio + que (do que): grandemente, bem (quando aplicado a propriedades gra-
Renato fala menos alto do que João. duáveis).

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Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, Locução Adverbial


somente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo:
Brando, o vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece du- sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
rante a adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos dentro, por aqui, etc.
meus amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe- tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
-se ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Fi- hoje em dia, nunca mais, etc.
carei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o
menos tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -men- - tanto a locução adverbial como o advérbio modificam
te, em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
aluno respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advérbio:
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. Cheguei primeiro.
- Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio adverbial desempenham na oração a função de adjunto ad-
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, verbial, classificando-se de acordo com as circunstâncias
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastan- que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
te” por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der Exemplo:
para substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
Veja: verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensida-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, de e de tempo, respectivamente.
pois “muitos” não dá!). = advérbio
Fontes de pesquisa:
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (es- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
tudei muitos capítulos) = pronome indefinido php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
Advérbios Interrogativos reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
como? por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
referentes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
causa. Veja: Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

Interrogação Direta Interrogação Indireta Artigo


Como aprendeu? Perguntei como aprendeu. O artigo integra as dez classes gramaticais, definin-
Onde mora? Indaguei onde morava. do-se como o termo variável que serve para individualizar
Por que choras? Não sei por que choras. ou generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
(masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Aonde vai? Perguntei aonde ia.
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
Donde vens? Pergunto donde vens. riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
Quando voltas? Pergunto quando voltas. “uma”[s] e “uns”).

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Artigos definidos – São aqueles usados para indicar


- antes de pronomes de tratamento:
seres determinados, expressos de forma individual:
Vossa Senhoria sairá agora?
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam
Exceção: O senhor vai à festa?
muito.
- após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
seres de modo vago, impreciso:
Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas!
Fontes de pesquisa:
http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do nu-
Paulo: Saraiva, 2010.
meral “ambos”:
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SAC-
CONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi.
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do
30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
artigo, outros não:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode
indicar toda uma espécie: Conjunção
O trabalho dignifica o homem.
Além da preposição, há outra palavra também invariá-
* No caso de nomes próprios personativos, denotando vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
do artigo: de mesma função em uma oração:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
O Pedro é o xodó da família. São Paulo.
* No caso de os nomes próprios personativos estarem A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Morfossintaxe da Conjunção
Os Maias, os Incas, Os Astecas...
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) Classificação da Conjunção
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
dos. (qualquer classe) De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
facultativo: pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
pende da existência do outro. Veja:
de aproximação numérica:
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* O artigo também é usado para substantivar palavras Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Temos acima um exemplo de conjunção (e, consequen-
temente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”. Já
* Há casos em que o artigo definido não pode ser em:
usado: Espero que eu seja aprovada no concurso!
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a
O professor visitará Roma. segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal):
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre- Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma
sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce
Roma. a função de objeto direto do verbo da oração principal).

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Conjunções Coordenativas a) Causais: introduzem uma oração que é causa da ocor-


rência da oração principal. São elas: porque, que, como (=
São aquelas que ligam orações de sentido completo e porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que,
independente ou termos da oração que têm a mesma fun- porquanto, já que, desde que, etc.
ção gramatical. Subdividem-se em: Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
não só... mas também, não só... como também, bem como, ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua re-
não só... mas ainda. alização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem
A sua pesquisa é clara e objetiva. que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.
Não só dança, mas também canta. Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.

2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hi-
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: pótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas:
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a
obstante. menos que, sem que, etc.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- ** Dica: você deve ter percebido que a conjunção condi-
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se cional “se” também é conjunção integrante. A diferença é clara
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima, ela nos
já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. dá a ideia da condição para que recebamos um telefonema
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário. (se for preciso ajuda). Já na oração:
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São Não sei se farei o concurso...
elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguin- Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o ver-
te, por isso, assim. bo da oração principal (sei) pede complemento (objeto direto,
Marta estava bem preparada para o teste, portanto já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto, a oração
não ficou nervosa. em destaque exerce a função de objeto direto da oração prin-
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. cipal, sendo classificada como oração subordinada substanti-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração va objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que exprime
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. a conformidade de um fato com outro. São elas: conforme,
Não demore, que o filme já vai começar. como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a finali-


dade ou o objetivo com que se realiza a oração principal. São
elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que,
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma de-
etc.
las dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração
subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado
f) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa
quando ela chegou.
um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do ex-
O baile já tinha começado: oração principal
presso na principal. São elas: à medida que, à proporção que,
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal)
ao passo que e as combinações quanto mais... (mais), quanto
ela chegou: oração subordinada menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos...
(menos), etc.
As conjunções subordinativas subdividem-se em inte- O preço fica mais caro à medida que os produtos escas-
grantes e adverbiais: seiam.
1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por * Observação: são incorretas as locuções proporcionais à
elas introduzida completa ou integra o sentido da principal. medida em que, na medida que e na medida em que.
Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se. g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta
Quero que você volte. (Quero sua volta) uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração princi-
pal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, logo
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que,
exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor- agora que, mal (= assim que), etc.
do com a circunstância que expressam, classificam-se em: A briga começou assim que saímos da festa.

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h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. rente de uma situação particular, um momento ou um con-
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... texto específico. Exemplos:
como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, Ah, como eu queria voltar a ser criança!
tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais), ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
etc. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

i) Consecutivas: introduzem uma oração que expres- O significado das interjeições está vinculado à maneira
sa a consequência da principal. São elas: de sorte que, de como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o sentido
modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que a expressão vai adquirir em cada contexto em que for
que (tendo como antecedente na oração principal uma pa- utilizada. Exemplos:
lavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. Psiu!
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
exame. ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Ei, espere!”
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acordo Psiu!
com o sentido que apresentam no contexto (grifo da Zê!). contexto: alguém pronunciando em um hospital; signi-
ficado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
O bom relacionamento entre as conjunções de um texto
garante a perfeita estruturação de suas frases e parágrafos, Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
bem como a compreensão eficaz de seu conteúdo. Intera- puxa: interjeição; tom da fala: euforia
gindo com palavras de outras classes gramaticais essen-
ciais ao inter-relacionamento das partes de frases e textos Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
- como os pronomes, preposições, alguns advérbios e nu- puxa: interjeição; tom da fala: decepção
merais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se pode
chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o conjunto das As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
relações que garantem a coesão do enunciado. O sucesso a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
desse conjunto de relações depende do conhecimento do tristeza, dor, etc.
valor relacional das conjunções, uma vez que estas interfe- Ah, deve ser muito interessante!
rem semanticamente no enunciado.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con- b) Sintetizar uma frase apelativa.
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos Cuidado! Saia da minha frente.
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, As interjeições podem ser formadas por:
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequ- a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
ência. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a b) palavras: Oba! Olá! Claro!
linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
exposições e argumentações construídas por meio de con- Deus! Ora bolas!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas
e concessivas.
Classificação das Interjeições
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84. Comumente, as interjeições expressam sentido de:
php Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa ção! Olha! Alerta!
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
Paulo: Saraiva, 2010. Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni-
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- mo! Adiante!
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
Interjeição Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente!
Essa não! Chega! Basta!
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo- Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira
ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin- Deus!
guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de Desculpa: Perdão!
maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!

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41 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! Fontes de pesquisa:


Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! php
Pô! Ora! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus
Silêncio: Psiu! Silêncio! Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
Numeral
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
Numeral é a palavra variável que indica quantidade nu-
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
mérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pessoas
e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, algu-
ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determinada
mas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata de
sequência.
um processo natural desta classe de palavra, mas tão só
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
uma variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos:
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
oizinho, bravíssimo, até loguinho.
a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não
se trata de numerais, mas sim de algarismos.
Locução Interjetiva
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
dúzia, par, ambos(as), novena.
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise Classificação dos Numerais
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha-
-me Deus!, Quem me dera! - Cardinais: indicam quantidade exata ou determinada
* Observações: de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm sen-
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéti- tido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, década,
cas. Por exemplo: bimestre.
Ué! (= Eu não esperava por essa!) - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.) alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
ro, segundo, centésimo, etc.
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes * Observação importante:
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
plo: final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
Viva! Basta! (Verbos) são classificadas como adjetivos, não ordinais.
Fora! Francamente! (Advérbios)
3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra- - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
exemplo: - Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto! seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta-
da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau! Flexão dos numerais
Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
-quá!, etc. Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tris- centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
teza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo e em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo: são invariáveis.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac) Os numerais ordinais variam em gênero e número:
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)

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primeiro segundo milésimo - Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido


como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos ** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas
- Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atu-
am em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
conseguiram o triplo de produção.
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
- Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refe-
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
re a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
triplas do medicamento.
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para re-
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e nú-
tomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua
mero. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas
utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos os
terças partes.
concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Am-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
bos esses ministros falarão à imprensa.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
Função sintática do Numeral
sentido. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
O numeral tem mais de uma função sintática:
É artigo de primeiríssima qualidade!
- se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
segunda divisão de futebol)
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
direto ou indireto.
Emprego e Leitura dos Numerais
Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
Objeto direto = cinco casas
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga-
Núcleo do objeto direto = casas
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de
Adjunto adnominal = cinco
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
Objeto indireto = de duas
separação através de ponto ou espaço correspondente a
Núcleo do objeto indireto = duas
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
Quadro de alguns numerais
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem co-
nhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes. Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
- No português contemporâneo, não se usa a conjun- um primeiro - -
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois. dois segundo dobro, duplo meio
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais. três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por
dois zeros, usa-se o “e”: cinco quinto quíntuplo quinto
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00) seis sexto sêxtuplo sexto
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00) sete sétimo sétuplo sétimo
- Para designar papas, reis, imperadores, séculos e
partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais oito oitavo óctuplo oitavo
até décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o nume- nove nono nônuplo nono
ral venha depois do substantivo;
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
Ordinais Cardinais
doze décimo segundo - doze avos
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
treze décimo terceiro - treze avos
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
catorze décimo quarto - catorze avos
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
quinze décimo quinto - quinze avos
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
dezessete décimo sétimo - dezessete avos

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dezoito décimo oitavo - dezoito avos 2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
dezenove décimo nono - dezenove avos formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
vinte vigésimo - vinte avos ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
trinta trigésimo - trinta avos
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
quarenta quadragésimo - quarenta avos lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de,
sessenta sexagésimo - sessenta avos
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de,
setenta septuagésimo - setenta avos por causa de, por cima de, por trás de.
oitenta octogésimo - oitenta avos
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a ou-
noventa nonagésimo - noventa avos tras palavras e, assim, estabelecer concordância em gêne-
cem centésimo cêntuplo centésimo ro ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
duzentos ducentésimo - ducentésimo
* Essa concordância não é característica da preposi-
trezentos trecentésimo - trecentésimo ção, mas das palavras às quais ela se une.
quatrocentos quadringentésimo - Esse processo de junção de uma preposição com outra
quadringentésimo palavra pode se dar a partir dos processos de:
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá-
setecentos septingentésimo - septingentésimo bulos não sofrem alteração.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa-
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o
novecentos nongentésimo = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele,
ou noningentésimo - nongentésimo em + isso = nisso.
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo-
mil milésimo - milésimo
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do
milhão milionésimo - milionésimo pronome “aquilo”).
bilhão bilionésimo - bilionésimo Dicas sobre preposição

fontes de pesquisa: - O “a” pode funcionar como preposição, pronome pes-


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php soal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo para
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. determiná-lo como um substantivo singular e feminino.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- A matéria que estudei é fácil!
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Saraiva, 2010. termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Irei à festa sozinha.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Entregamos a flor à professora!
*o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
Preposição - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
lugar e/ou a função de um substantivo.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece,
normalmente há uma subordinação do segundo termo em Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes por meio das preposições:
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e
possuem valores semânticos indispensáveis para a compre- Destino = Irei a Salvador.
ensão do texto. Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
Tipos de Preposição Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclu- Causa = Chorei de saudade.
sivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, Fim ou finalidade = Vim para ficar.
com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, Instrumento = Escreveu a lápis.
trás, atrás de, dentro de, para com. Posse = Vi as roupas da mamãe.

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Autoria = livro de Machado de Assis Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
Companhia = Estarei com ele amanhã. nossa escola neste ano.
Matéria = copo de cristal. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
Meio = passeio de barco. adequada]
Origem = Nós somos do Nordeste. [neste: pronome que determina “ano” = concordância
Conteúdo = frascos de perfume. adequada]
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor-
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. dância inadequada]

* Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas locu- Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessi-
ções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução preposi- vos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tiva por trás de.
Pronomes Pessoais
Fontes de pesquisa:
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ São aqueles que substituem os substantivos, indican-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- do diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou es-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. creve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pro-
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, nomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem
Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referên-
Saraiva, 2010. cia à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
ou do caso oblíquo.
Pronome Reto
Pronome
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
Pronome é a palavra variável que substitui ou acompa-
tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flo-
nha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma forma. res.
O homem julga que é superior à natureza, por isso o ho-
mem destrói a natureza... Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Utilizando pronomes, teremos: nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última
O homem julga que é superior à natureza, por isso ele a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discur-
a destrói... so. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos configurado:
(homem e natureza). - 1.ª pessoa do singular: eu
Grande parte dos pronomes não possuem significados - 2.ª pessoa do singular: tu
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência - 1.ª pessoa do plural: nós
exata daquilo que está sendo colocado por meio dos prono- - 2.ª pessoa do plural: vós
mes no ato da comunicação. Com exceção dos pronomes in- - 3.ª pessoa do plural: eles, elas
terrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por fun-
ção principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas * Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apre- como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
sentam uma forma específica para cada pessoa do discurso. eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se fala] -me até aqui”.
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. * Observação: frequentemente observamos a omis-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem se são do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá
porque as próprias formas verbais marcam, através de
fala]
suas desinências, as pessoas do verbo indicadas pelo pro-
nome reto: Fizemos boa viagem. (Nós)
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras vari-
áveis em gênero (masculino ou feminino) e em número (sin- Pronome Oblíquo
gular ou plural). Assim, espera-se que a referência através do
pronome seja coerente em termos de gênero e número (fe- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
nômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando sentença, exerce a função de complemento verbal (ob-
este se apresenta ausente no enunciado. jeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto in-
direto)

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* Observação: o pronome oblíquo é uma forma va- Pronome Oblíquo Tônico


riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
dica a função diversa que eles desempenham na oração: Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedi-
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo dos por preposições, em geral as preposições a, para, de
marca o complemento da oração. e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônica forte.
tônicos. Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
Pronome Oblíquo Átono - 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não - 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tôni- - 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
ca fraca: Ele me deu um presente. - 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles,
Tabela dos pronomes oblíquos átonos elas
- 1.ª pessoa do singular (eu): me
- 2.ª pessoa do singular (tu): te Observe que as únicas formas próprias do pronome
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti).
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos reto.
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes - As preposições essenciais introduzem sempre pro-
* Observações: nomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do
- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- da língua formal, os pronomes costumam ser usados des-
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por ta forma:
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome “lhe” Não há mais nada entre mim e ti.
exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser obje- Não há nenhuma acusação contra mim.
tos diretos como objetos indiretos. Não vá sem mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente * Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
como objetos diretos. sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, pronome, deverá ser do caso reto.
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Não vá sem eu mandar.
Trouxeste o pacote?
Sim, entreguei-to ainda há pouco. * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não contaram a novidade a vocês? está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”. A
Não, no-la contaram. ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
mim!
No Brasil, essas combinações não são usadas; até
mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro. - A combinação da preposição “com” e alguns prono-
mes originou as formas especiais comigo, contigo, consi-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas go, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
especiais depois de certas terminações verbais. frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome companhia.
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a Ele carregava o documento consigo.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
fiz + o = fi-lo - A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
fazeis + o = fazei-lo Ela veio até mim, mas nada falou.
dizer + a = dizê-la Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
inclusão, usaremos as formas retas:
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
repõe + os = repõe-nos por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
retém + a: retém-na são reforçados por palavras como outros, mesmos, pró-
tem + as = tem-nas prios, todos, ambos ou algum numeral.

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Você terá de viajar com nós todos. Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes
Estávamos com vós outros quando chegaram as más de direito
notícias. Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
Ele disse que iria com nós três. cerimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
Pronome Reflexivo
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio- nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são em-
nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito pregados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no
da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação tratamento familiar. Você e vocês são largamente empre-
expressa pelo verbo. gados no português do Brasil; em algumas regiões, a for-
Quadro dos pronomes reflexivos: ma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada.
Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultra-
- 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
formal ou literária.
Eu não me lembro disso.
* Observações:
- 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Conhece a ti mesmo. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª,
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. Senhor Ministro, compareça a este encontro.
Guilherme já se preparou. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
Ela deu a si um presente. da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que
Antônio conversou consigo mesmo. Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu
com propriedade.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. - Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exem-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. plo, estamos nos endereçando à excelência que esse de-
putado supostamente tem para poder ocupar o cargo que
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. ocupa.
Eles se conheceram. - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
Elas deram a si um dia de folga. jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma pes- com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes pos-
soa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí. sessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
de ação: Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
Nós nos amamos. messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
Olhamo-nos calados. - Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
Pronomes de Tratamento do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
São pronomes utilizados no tratamento formal, cerimo- “você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
nioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto, a exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa.
Alguns exemplos: Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques teus cabelos. (errado)
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e reli- Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
giosos em geral seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente supe- ou
rior à de coronel, senadores, deputados, embaixadores,
professores de curso superior, ministros de Estado e de Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Tribunais, governadores, secretários de Estado, presiden- teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
te da República (sempre por extenso)
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi- Pronomes Possessivos
dades
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, ofi- (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
ciais até a patente de coronel, chefes de seção e funcioná- (coisa possuída).
rios de igual categoria

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Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da
singular) pessoa com quem se fala:
Esse material em sua carteira é seu?
NÚMERO PESSOA PRONOME
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está
singular primeira meu(s), minha(s) distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com
singular segunda teu(s), tua(s) quem se fala:
Aquele material não é nosso.
singular terceira seu(s), sua(s)
Vejam aquele prédio!
plural primeira nosso(s), nossa(s)
plural segunda vosso(s), vossa(s) *Em relação ao tempo:
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
plural terceira seu(s), sua(s)
relação à pessoa que fala:
Esta manhã farei a prova do concurso!
* Note que: A forma do possessivo depende da pes-
soa gramatical a que se refere; o gênero e o número con-
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado,
cordam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua
porém relativamente próximo à época em que se situa a
contribuição naquele momento difícil.
pessoa que fala:
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!
* Observações:
- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
seu José.
remoto:
Naquele tempo, os professores eram valorizados.
- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
se. Podem ter outros empregos, como:
*Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fa-
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
lará ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se fa-
anos.
lará:
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática,
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá
ortografia, concordância.
seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
- Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se preten-
pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência
de fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
trouxe sua mensagem?
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais dese-
jamos!
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
- Este e aquele são empregados quando se quer fazer
anotações.
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
termo referido em primeiro lugar e este para o referido por
- Em algumas construções, os pronomes pessoais
último:
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou se-
guir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São
Paulo; este está mais bem colocado que aquele. (= este
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
[São Paulo], aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para
ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respecti-
vos lugares.
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São
Paulo; aquele está mais bem colocado que este. (= este
Pronomes Demonstrativos
[São Paulo], aquele [Palmeiras])
São utilizados para explicitar a posição de certa pala-
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
vra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode
invariáveis, observe:
ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
*Em relação ao espaço:
aquela(s).
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
pessoa que fala:
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
Este material é meu.

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- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e Cada povo tem seus costumes.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. Certas pessoas exercem várias profissões.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disses-
te.) * Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti-
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te vos, ora pronomes indefinidos adjetivos:
indiquei.) algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, mui-
tos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, ne-
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam nhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
em gênero quando têm caráter reforçativo: qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal,
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram on- tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s),
tem. vários, várias.
Eu mesma refiz os exercícios.
Elas mesmas fizeram isso. Menos palavras e mais ações.
Eles próprios cozinharam. Alguns se contentam pouco.
Os próprios alunos resolveram o problema.
- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em vari-
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria. áveis e invariáveis. Observe:
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vá-
* Note que: rio, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, al-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- guns, nenhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, ou-
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa tros, quantos, algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em várias, tantas, outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irô- algo, cada.
nica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, plural é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. - Todo e toda no singular e junto de artigo significa in-
(no = naquilo) teiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Pronomes Indefinidos Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo dia. (= todos os dias)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
tidade indeterminada. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal
-plantadas. qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou
outra, etc.
Cada um escolheu o vinho desejado.
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma Indefinidos Sistemáticos
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
humano que seguramente existe, mas cuja identidade é percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sen-
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o tido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade afir-
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na fra- mativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade ne-
se. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, gativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e algo/
ninguém, outrem, quem, tudo. nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, e
qualquer, que generaliza.
Algo o incomoda? Essas oposições de sentido são muito importantes na
Quem avisa amigo é. construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). de que fazem parte:

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Nada do que tem sido feito produziu qualquer resulta- Essas são as conclusões sobre as quais pairam mui-
do prático. tas dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não utiliza-se o qual / a qual)
são pessoas quaisquer.
*Nenhum é contração de nem um, forma mais enfáti- - O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que,
ca, que se refere à unidade. Repare: e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
Nenhum candidato foi aprovado. deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é
numeral) - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com
o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
Pronomes Relativos quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero e
número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
São aqueles que representam nomes já mencionados equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
as orações subordinadas adjetivas. Existem pessoas cujas ações são nobres.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de (antecedente) (consequente)
um grupo racial sobre outros. *interpretação do pronome “cujo” na frase acima:
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou- ações das pessoas. É como se lêssemos “de trás para
tros = oração subordinada adjetiva). frente”. Outro exemplo:
Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
“sistema” é antecedente do pronome relativo que. nome:
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (refe-
riu-se a)
me demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antece-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
expresso.
Emprestei tantos quantos foram necessários.(antece-
Quem casa, quer casa.
dente)
Observe:
Ele fez tudo quanto havia falado. (antecedente)
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, pre precedido de preposição.
quantas. É um professor a quem muito devemos.(preposição)
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
Note que: tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, casa onde morava foi assaltada.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu ou em que.
antecedente for um substantivo. Sinto saudades da época em que (quando) moráva-
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) mos no exterior.
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
a qual) - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os palavras:
quais) - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. vras modo, maneira ou forma:
(=as quais) Não me parece correto o modo como você agiu sema-
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamen- na passada.
te pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamen-
te para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
(que podem ter várias classificações) são pronomes rela- dente um nome que dê ideia de tempo:
tivos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou Bons eram os tempos quando podíamos jogar video-
coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas game.
preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de
minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”, - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
neste caso, geraria ambiguidade. Veja: Regressando de numa só frase.
São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou en- O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste
cantado (quem me deixou encantado: o sítio ou minha esporte.
tia?). = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

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- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -sentimentos: amor, saudade


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -estados: alegria, tristeza
gente que conversava, (que) ria, observava. -qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
Pronomes Interrogativos
Morfossintaxe do substantivo
São usados na formulação de perguntas, sejam elas
diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun-
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e varia- núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
ções), quanto (e variações). reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ain-
Com quem andas? da, funcionar como núcleo do complemento nominal ou
Qual seu nome?
do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob-
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos
Sobre os pronomes:
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo penhadas por grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce fun- Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas
ção de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Bra-
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discur- sil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de
so. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta uma cidade (em oposição aos bairros).
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não Qualquer “povoação maior que vila, com muitas ca-
sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe). sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será cha-
mada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou substantivo comum.
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, Substantivo Comum é aquele que designa os seres
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos de uma mesma espécie de forma genérica: cidade, me-
de preposição. nino, homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que Estamos voando para Barcelona.
eu estava fazendo.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
o que eu estava fazendo. espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de
Fontes de pesquisa:
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.
php
Substantivos Concretos e Abstratos
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São que existe, independentemente de outros seres.
Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Observação: os substantivos concretos designam
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. seres do mundo real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, co-
Substantivo bra, Brasília.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fan-
Substantivo é a classe gramatical de palavras vari- tasma.
áveis, as quais denominam todos os seres que existem,
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres
fenômenos, os substantivos também nomeiam: que dependem de outros para se manifestarem ou exis-
-lugares: Alemanha, Portugal tirem.

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51 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode esquadra navios de guerra
ser observada. Só podemos observar a beleza numa
pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende de enxoval roupas
outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza falange soldados, anjos
é um substantivo abstrato. fauna animais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, quali-
dades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem feixe lenha, capim
ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida flora vegetais de uma região
(estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade frota navios mercantes, ônibus
(sentimento).
girândola fogos de artifício
Substantivos Coletivos horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, junta
examinadores
outra abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abe- júri jurados
lhas. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. leva presos, recrutas
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi malta malfeitores ou desordeiros
necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abe- manada búfalos, bois, elefantes,
lha, mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se matilha cães de raça
duas palavras no plural. No terceiro, empregou-se um
substantivo no singular (enxame) para designar um con- molho chaves, verduras
junto de seres da mesma espécie (abelhas). multidão pessoas em geral
insetos (gafanhotos,
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. nuvem
mosquitos, etc.)
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, penca bananas, chaves
mesmo estando no singular, designa um conjunto de se- pinacoteca pinturas, quadros
res da mesma espécie. quadrilha ladrões, bandidos
ramalhete flores

Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas

assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais

alcateia lobos réstia alhos ou cebolas

acervo livros romanceiro poesias narrativas

antologia trechos literários selecionados revoada pássaros

arquipélago ilhas sínodo párocos

banda músicos talha lenha

bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados

banca examinadores turma estudantes, trabalhadores

batalhão soldados vara porcos

cardume peixes Formação dos Substantivos


caravana viajantes peregrinos
cacho frutas Substantivos Simples e Compostos
cancioneiro canções, poesias líricas Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre
colmeia abelhas a terra.
concílio bispos O substantivo chuva é formado por um único elemen-
to ou radical. É um substantivo simples.
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme Substantivo Simples: é aquele formado por um úni-
co elemento.

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Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. colega, o doente e a doente, o artista e a artista.

Substantivos Primitivos e Derivados Saiba que: Substantivos de origem grega terminados


em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- sistema, o sintoma, o teorema.
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs-
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou a - Existem certos substantivos que, variando de gênero,
partir da palavra limão. variam em seu significado:
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tra palavra. o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Flexão dos substantivos o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é vari- o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
ável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
exemplo, pode sofrer variações para indicar: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: me- Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
ninão / Diminutivo: menininho
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno -
Flexão de Gênero aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- masculino: freguês - freguesa
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito - Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram três formas:
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa. 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja * Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
estes títulos de filmes: sultana

O velho e o mar - Substantivos terminados em -or:


Um Natal inesquecível acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
Os reis da praia troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz

Pertencem ao gênero feminino os substantivos que po- - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
dem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
A história sem fim - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas - Substantivos que formam o feminino trocando o -e fi-
nal por -a: elefante - elefanta
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculino
Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher,
poeta – poetisa, prefeito - prefeita - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
que serve tanto para o masculino quanto para o feminino. czar – czarina, réu - ré
Classificam-se em:
Formação do Feminino dos Substantivos Unifor-
- Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo mes
se faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fê-
mea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o Epicenos:
jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.

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53 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso - São geralmente masculinos os substantivos de origem
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o
para indicar o masculino e o feminino. plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o telefone-
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma ma, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o ecze-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- ma, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tracoma, o
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver hematoma.
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
A dinâmica São Paulo.
Entregue as crianças à natureza.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas-
Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o sexo
dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculino
Outros substantivos sobrecomuns: e outra no feminino. Observe:
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
criatura. movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo: da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem - estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de
uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter francês vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu-
- repórter francesa mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade
de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa),
- A palavra personagem é usada indistintamente nos a caixa (recipiente, setor de pagamentos), o lente (profes-
dois gêneros. sor), a lente (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral
(honestidade, bons costumes, ética), o nascente (lado onde
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada pre-
nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem
ferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomotiva movi-
os personagens dos contos de carochinha.
da a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior do boné
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini-
ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (emissora), o voga (remador), a voga (moda).
aceitam a personagem.
Flexão de Número do Substantivo
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Em português, há dois números gramaticais: o singular,
que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
Observe o gênero dos substantivos seguintes: indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó do plural é o “s” final.
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o Plural dos Substantivos Simples
proclama, o pernoite, o púbis.
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, - Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
- cânones.

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54 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
“ns”: homem - homens. formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural -de-colônia e águas-de-colônia
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
lo-vapor e cavalos-vapor
* Atenção: O plural de caráter é caracteres. substantivo + substantivo que funciona como determi-
nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol
lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-es-
– caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e
cônsules. pada - peixes-espada.
- Permanecem invariáveis, quando formados de:
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
duas maneiras: verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis ca-rolhas
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
* Casos Especiais
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). o louva-a-deus e os louva-a-deus
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de o bem-te-vi e os bem-te-vis
duas maneiras: o bem-me-quer e os bem-me-queres
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acrés-
cimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses o joão-ninguém e os joões-ninguém.
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariá-
veis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. Plural das Palavras Substantivadas

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
três maneiras. classes gramaticais usadas como substantivo, apresen-
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães Pese bem os prós e os contras.
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o
látex - os látex. * Observação: numerais substantivados terminados
em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais
Plural dos Substantivos Compostos consegui muitos seis e alguns dez.
- A formação do plural dos substantivos compostos de-
Plural dos Diminutivos
pende da forma como são grafados, do tipo de palavras que
formam o composto e da relação que estabelecem entre si.
Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final
substantivos simples: aguardente/aguardentes, girassol/giras- e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
sóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são pãe(s) + zinhos = pãezinhos
ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discus-
animai(s) + zinhos = animaizinhos
sões. Algumas orientações são dadas a seguir:
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores farói(s) + zinhos = faroizinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos tren(s) + zinhos = trenzinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras colhere(s) + zinhas = colherezinhas
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando flore(s) + zinhas = florezinhas
formados de: mão(s) + zinhas = mãozinhas
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto- papéi(s) + zinhos = papeizinhos
-falantes nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos

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55 A Opção Certa Para a Sua Realização
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funi(s) + zinhos = funizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de


carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos Particularidades sobre o Número dos Substantivos
pé(s) + zinhos = pezinhos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
pé(s) + zitos = pezitos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsa-
Plural dos Nomes Próprios Personativos
mes, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do sin-
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
sempre que a terminação preste-se à flexão. gular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Os Napoleões também são derrotados. - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
As Raquéis e Esteres. com sentido de plural:
Aqui morreu muito negro.
Plural dos Substantivos Estrangeiros Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
improvisadas.
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es-
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Flexão de Grau do Substantivo
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os
jazz. Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor-
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado
os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, normal. Por exemplo: casa
os réquiens. - Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do
Observe o exemplo:
ser. Classifica-se em:
Este jogador faz gols toda vez que joga.
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjeti-
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
vo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Plural com Mudança de Timbre Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.
Certos substantivos formam o plural com mudança de
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fo- - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do
nético chamado metafonia (plural metafônico). ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
Singular Plural que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
Corpo (ô) corpos (ó) cador de diminuição. Por exemplo: casinha.
esforço esforços
fogo fogos Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.
forno fornos php
fosso fossos SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
imposto impostos Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
olho olhos
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
osso (ô) ossos (ó) Paulo: Saraiva, 2010.
ovo ovos
Verbo
poço poços
porto portos Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
posto postos ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
tijolo tijolos
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol- outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
etc.

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56 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Estrutura das Formas Verbais tirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conjugação e
regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo. Substitua
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar o radical “cant” e coloque o “and” (radical do verbo andar).
os seguintes elementos: Viu? Fácil!
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no radi-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- cal apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - E fonema permanece inalterado.
- (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que desig- - Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
na o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo) / putar, reaver, abolir, falir.
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin-
malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
gular ou plural):
principais verbos impessoais são:
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (indi-
ca a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados -se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por * Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical): nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Ama-
opinei, aprenderão, amaríamos. nheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido fi-
gurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido
Classificação dos Verbos figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja,
terá conjugação completa.
Classificam-se em: Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
- Regulares: são aqueles que apresentam o radical Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por * São impessoais, ainda:
exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
- o verbo passar (seguido de preposição), indicando
gados no presente do Modo Indicativo:
tempo: Já passa das seis.

canto falo - os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição


cantas falas “de”, indicando suficiência:
Basta de tolices.
canta falas
Chega de promessas.
cantamos falamos
cantais falais - os verbos estar e ficar em orações como “Está bem,
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem refe-
cantam falam
rência a sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele
está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como
* Dica: Observe que, retirando os radicais, as desinên-
cias modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se idên- hipotético, tornando-se, tais verbos, pessoais.
ticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se repe-

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57 A Opção Certa Para a Sua Realização
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- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de Inserir Inserido Inserto


“ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo. Limpar Limpado Limpo
Dá para me arrumar uma apostila? Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, con-
jugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e Morrer Morrido Morto
do plural. São unipessoais os verbos constar, convir, ser Murchar Murchado Murcho
(= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de Pegar Pegado Pego
animais (cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).
Romper Rompido Roto
* Observação: os verbos unipessoais podem ser usa- Soltar Soltado Solto
dos como verbos pessoais na linguagem figurada: Suspender Suspendido Suspenso
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando? Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago
Principais verbos unipessoais:
* Importante:
1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, - estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o
ser (preciso, necessário): particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito,
Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.
bastante) - Anômalos: são aqueles que incluem mais de um ra-
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover) dical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou,
É preciso que chova. (Sujeito: que chova) sois, fui) e ir (fui, ia, vades).
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo,
seguidos da conjunção que. Conjugação dos Verbos Auxiliares
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
à Europa) - Auxiliares: São aqueles que entram na formação
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo
vejo. (Sujeito: que não a vejo) principal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais
importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
* Observação: todos os sujeitos apontados são expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio
oracionais. ou particípio.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou Vou espantar todos!


mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em (verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)
que, além das formas regulares terminadas em -ado ou
-ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irre- Está chegando a hora!
gular). (verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado
na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregu- * Observação: os verbos auxiliares mais usados são:
lar é empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, estar, ter e haver.
ser, ficar e estar. Observe:
SER - Modo Indicativo
Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular
Aceitar Aceitado Aceito Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf.
Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito
Acender Acendido Aceso
sou fui era fora serei seria
Anexar Anexado Anexo
és foste eras foras serás serias
Benzer Benzido Bento
é foi era fora será seria
Corrigir Corrigido Correto
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
Dispersar Dispersado Disperso
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
Eleger Elegido Eleito
são foram eram foram serão seriam
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso

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58 A Opção Certa Para a Sua Realização
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SER - Modo Subjuntivo ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo


que eu seja se eu fosse quando eu for Negativo
que tu sejas se tu fosses quando tu fores esteja estivesse estiver
que ele seja se ele fosse quando ele for estejas estivesses estiveres está estejas
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós esteja estivesse estiver esteja esteja
formos estejamos estivéssemos estivermos estejamos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes estejamos
que eles sejam se eles fossem quando eles estejais estivésseis estiverdes estai estejais
forem estejam estivessem estiverem estejam estejam

SER - Modo Imperativo ESTAR - Formas Nominais

Afirmativo Negativo Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio


sê tu não sejas tu Particípio
seja você não seja você estar estar estando estado
sejamos nós não sejamos nós estares
sede vós não sejais vós estar
sejam vocês não sejam vocês estarmos
estardes
SER - Formas Nominais estarem

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal HAVER - Modo Indicativo


Gerúndio Particípio
ser ser eu sendo sido Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf.
seres tu Fut.do Pres. Fut.doPreté.
ser ele hei houve havia houvera haverei haveria
sermos nós hás houveste havias houveras haverás haverias
serdes vós há houve havia houvera haverá haveria
serem eles havemos houvemos havíamos houvéramos
haveremos haveríamos
ESTAR - Modo Indicativo haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf.
Fut.doPres. Fut.doPreté. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo
Negativo
está esteve estava estivera estará estaria
ja houvesse houver
estamos estivemos estávamos estivéramos
estaremos estaríamos hajas houvesses houveres há hajas
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis haja houvesse houver haja haja
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

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59 A Opção Certa Para a Sua Realização
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HAVER - Formas Nominais com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de refor-
ço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e
Particípio respectivos pronomes):
Eu me arrependo
haver haver havendo havido Tu te arrependes
haveres Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
haver
Vós vos arrependeis
havermos Eles se arrependem
haverdes 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em
que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
haverem
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito;
assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo.
TER - Modo Indicativo
Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos dire-
tos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes
Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por
Fut. Do Pres. Fut. Do Preté. exemplo: A garota se penteava.
tenho tive tinha tivera terei teria A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A
tens tiveste tinhas tiveras terás terias garota penteou-me.
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos * Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem fun-
têm tiveram tinham tiveram terão teriam ção sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de prono-
TER - Modo Subjuntivo e Imperativo mes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pro-
nominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos,
os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica
Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo
à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Negativo
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me
tenha tivesse tiver (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
Modos Verbais
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro.
Existem três modos:
tenham tivessem tiverem tenham tenham
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu es-
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam tudo para o concurso.
com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade:
na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade Talvez eu estude amanhã.
(pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude,
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essen- colega!
ciais). Veja:
Formas Nominais
1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam
com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar- mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por nominais. Observe:
exemplo: Arrependi-me de ter estado lá. 1-) Infinitivo
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito 1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de
(eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda substantivo. Por exemplo:
do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula Viver é lutar. (= vida é luta)
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

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60 A Opção Certa Para a Sua Realização
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O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o
resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os
candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tem-
pos.

1. Tempos do Modo Indicativo

- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.


- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.

Língua Portuguesa
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- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato Pretérito Perfeito do Indicativo


ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara
as lições quando os amigos chegaram. (forma simples). 1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve Desinência pessoal
ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
CANTAR VENDER PARTIR
atual: Ele estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode canteI vendI partI I
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: cantaSTE vendeSTE partISTE STE
Se ele pudesse, estudaria um pouco mais.
cantoU vendeU partiU U
2. Tempos do Modo Subjuntivo
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no cantaSTES vendeSTES partISTES STES
momento atual: É conveniente que estudes para o exa-
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM
me.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, Pretérito mais-que-perfeito
mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele
vencesse o jogo.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.
Observação: o pretérito imperfeito é também usado temporal Desinência pessoal
nas construções em que se expressa a ideia de condição 1.ª/2.ª e 3.ª conj.
ou desejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, partici- CANTAR VENDER PARTIR
paria do campeonato.
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quan- cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
do ele vier à loja, levará as encomendas.
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
Observação: o futuro do presente é também usa- cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
do em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
exemplo: Se ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determina- Pretérito Imperfeito do Indicativo
do tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil. 1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação
descobre = forma do presente indicando passado ( =
descobrira/descobriu) CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
No próximo final de semana, faço a prova! cantAVAS vendIAS partAS
faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)
CantAVA vendIA partIA
Modo Indicativo
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
Presente do Indicativo cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação
Desinência pessoal Futuro do Presente do Indicativo
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O 1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação
cantaS vendeS parteS S CANTAR VENDER PARTIR
canta vende parte - cantar ei vender ei partir ei
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS cantar ás vender ás partir ás
cantaIS vendeIS partIS IS cantar á vender á partir á
cantaM vendeM parteM M cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

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Futuro do Pretérito do Indicativo Futuro do Subjuntivo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desi-
nência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
CANTAR VENDER PARTIR obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a
cantarIA venderIA partirIA esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS temporal Desin. pessoal
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS 1.ª /2.ª e 3.ª conj.
cantarIAM venderIAM partirIAM CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
Presente do Subjuntivo
cantaRES vendeRES partiRES R ES
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se cantaR vendeR partiR R Ø
a desinência -o da primeira pessoa do singular do pre- cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
sente do indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª
conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
3.ª conjugação). cantaREM vendeREM partiREM R EM

Modo Imperativo
1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal
Des. temporal Des.temporal 1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
Imperativo Afirmativo
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do pre-
sente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
cantES vendAS partAS E A S pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais
cantE vendA partA E A Ø pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo.
Veja:
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente
cantEM vendAM partAM E A M do Subjuntivo
Eu canto --- Que eu cante
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a Ele canta Cante você Que ele cante
desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
perfeito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acres-
centa-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
desinência de número e pessoa correspondente. Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.
temporal Desin. pessoal 1.ª /2.ª e 3.ª conj.
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a
CANTAR VENDER PARTIR negação às formas do presente do subjuntivo.
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø Que eu cante ---
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS Que tu cantes Não cantes tu
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS Que ele cante Não cante você
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

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Observações: 1-) Correções à frente:


- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª A) Houveram eleições em outros países este ano = houve
pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado
ordem, pedido ou conselho só se aplicam diretamente D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos
à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se E) Esse homem possue muitos bens = possui
você/vocês. RESPOSTA: “B”.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente:
sê (tu), sede (vós). 2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e mo-
dos indicados entre parênteses, fazendo a devida concordân-
Infinitivo Pessoal
cia.
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - pretérito
CANTAR VENDER PARTIR perfeito do indicativo)
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos
cantar vender partir postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do indi-
cantarES venderES partirES cativo)
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na
cantar vender partir
composição da chapa quando se _________ de criticar a atual
cantarMOS venderMOS partirMOS diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo)
cantarDES venderDES partirDES A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem
cantarEM venderEM partirEM B-) interviu - entretiveram - absterem
C-) intervém - entreteram - abstêm
* Observações: D-) interviera - entretêm - abstiverem
- o verbo parecer admite duas construções: E-) intervirá - entretenham - abstiveram
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução
verbal) 2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o verbo
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, portan-
oracional, correspondendo à construção: parece gosta- to, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não deriva do
rem de você). verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como não há outro
item com a mesma opção, chegamos à resposta rapidamente!
- o verbo pegar possui dois particípios (regular e ir- RESPOSTA: “A”.
regular):
Elvis tinha pegado minhas apostilas. 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO
Minhas apostilas foram pegas. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
fontes de pesquisa: Já __________ alguns anos que estudos a respeito da uti-
lização abusiva dos smartphones estão sendo desenvolvidos.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
Os especialistas acreditam _________ motivos para associar
php
alguns comportamentos dos adolescentes ao uso prolonga-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa do desses aparelhos, e _________ alertado os pais para que
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. avaliem a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectiva-
Paulo: Saraiva, 2010. mente, com:
Português: novas palavras: literatura, gramática, re- (A) faz … haver … têm
dação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. (B) fazem … haver … tem
(C) faz … haverem … têm
(D) fazem … haverem … têm
Questões sobre Verbo (E) faz … haverem … tem

1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
– 2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos smar-
A) Houveram eleições em outros países este ano. tphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acre-
B) Se eu vir você por aí, acabou. ditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos para
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o termo
D) Fazem três anos que não tiro férias.
“os especialistas”) alertado os pais para que avaliem a neces-
E) Esse homem possue muitos bens.
sidade de estabelecer limites aos seus filhos.
Temos: faz, haver, têm.

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RESPOSTA: “A”. O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo)

Vozes do Verbo c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)


O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando - Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assu-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar me o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três Observe a transformação da frase seguinte:
as vozes verbais: O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
- Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
ação expressa pelo verbo: 2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui-
Ele fez o trabalho. do do pronome apassivador “se”. Por exemplo:
sujeito agente ação objeto (paciente) Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.
- Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a * Observação: o agente não costuma vir expresso na
ação expressa pelo verbo: voz passiva sintética.
O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

- Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação: tancialmente o sentido da frase.
O menino feriu-se.
* Observação: não confundir o emprego reflexivo do O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
verbo com a noção de reciprocidade: Sujeito da Ativa objeto Direto
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) A apostila foi comprada pelo concurseiro. (Voz Passiva)
Sujeito da Passiva Agente da Passiva
Formação da Voz Passiva
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
A voz passiva pode ser formada por dois processos: sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
analítico e sintético. assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
Observe:
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma- - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
neira: nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe-
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: los mestres.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
os alunos pintarão a escola) - Eu o acompanharei.
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) Ele será acompanhado por mim.
* Observação: quando o sujeito da voz ativa for indeter-
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- minado, não haverá complemento agente na passiva. Por
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada ** Saiba que:
de soldados. - com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. ou agente-paciente.

- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar Fontes de pesquisa:


(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
ção das frases seguintes: php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito perfei-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
to do Indicativo, assim como o verbo principal da voz ativa)
Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

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Questões A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-


der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICI- familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é
ÁRIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e,
instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a: em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti-
(A) que o instituto Endeavor traz; mologia (origem da palavra).
(B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor; Regras ortográficas
(D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
(E) que traz o instituto Endeavor. O fonema s
1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- S e não C/Ç
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tempo
verbal no pretérito – assim como na passiva).
As palavras substantivadas derivadas de verbos com
RESPOSTA: “B”.
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - preten-
2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 -
são / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO
por muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a - inversão / aspergir - aspersão / submergir - submersão /
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsó-
A) consideravam. rio / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso
B) consideram. / sentir - sensível / consentir – consensual.
C) considerem.
D) considerarão. SS e não C e Ç
E) considerariam.
Os nomes derivados dos verbos cujos radicais termi-
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista nem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão /
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior maratonis- admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso /
ta de todos os tempos. percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opres-
RESPOSTA: “B”. são / comprometer - compromisso / submeter – submissão.

3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO – *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar trico / re + surgir – ressurgir.
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
sultante deverá ser plos: ficasse, falasse.
(A) terei glosado
(B) seria glosada C ou Ç e não S e SS
(C) haverá de ser glosada
(D) será glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
(E) terá sido glosada vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
çara, caçula, cachaça, cacique.
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis”
sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas-
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
3.2 ORTOGRAFIA: EMPREGO DE LETRAS E
marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA SISTEMA OFICIAL VI-
GENTE (INCLUSIVE O ACORDO ORTOGRÁFI-
O fonema z
CO VIGENTE, CONFORME DECRETO 7.875/12).
S e não Z
ORTOGRAFIA
sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, meta-
grafados segundo acordos ortográficos. morfose.

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formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, depois de ditongo: frouxo, feixe.
quiseste. depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - Exceção: quando a palavra de origem não derive de
empresa / difundir – difusão. outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui-
sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho. CH e não X
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
verbos derivados de nomes cujo radical termina com palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar. mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.

Z e não S As letras “e” e “i”

Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com


sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjeti-
“i”, só o ditongo interno cãibra.
vo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza.
verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são es-
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- critos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) /
emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância,
O fonema j que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabu-
so. lário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referên-
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- cia até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a gra-
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. fia atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet,
o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem. Informações importantes
- Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, li- equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/relam-
tígio, relógio, refúgio. par/relampadar.
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, - Os símbolos das unidades de medida são escritos
mugir. sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
gir. 120km/h.
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
do com j: ágil, agente. - Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
J e não G 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
quatro segundos).
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
manjerona. vertical ($).
palavras terminadas com aje: ultraje.
Fontes de pesquisa:
O fonema ch http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/orto-
grafia
X e não CH SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
xucro. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- Paulo: Saraiva, 2010.
tixa. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

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Hífen Lembrete da Zê!


Ao separar palavras na translineação (mudança de
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para linha), caso a última palavra a ser escrita seja formada
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreve-
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos rei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a próxima linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- as linhas).
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
Não se emprega o hífen:
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
1. Em palavras compostas por justaposição que for-
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes:
mam uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se
antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema,
unem para formarem um novo significado: tio-avô, porto-
minissaia, microrradiografia, etc.
-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei-
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro,
azul-escuro. 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, au-
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- toestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual,
-menina, erva-doce, feijão-verde. autoescola, infraestrutura, etc.

3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, re- “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial:
cém-casado. desumano, inábil, desabilitar, etc.

4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu- 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quan-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo do o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição,
-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. coexistir, etc.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte
Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combina- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram
ções históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Bra- noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas,
sil, etc. paraquedista, etc.

6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: ben-
per- quando associados com outro termo que é iniciado por feito, benquerer, benquerido, etc.
“r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
- Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguin-
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
te, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeter-
minado, pressuposto, propor.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, -humano, super-realista, alto-mar.
abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. - Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestauran-
10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo te, ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, anti-
termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, geo--his- vírus, autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
tória, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-
-homem. Fontes de pesquisa:
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo tografia
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc. Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-
mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

Língua Portuguesa
68 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

QUESTÕES Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em das as frases abaixo,
que todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ elei-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. toral.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. um posto policial.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro
no carro.
1-) Correção: V. O policial anunciou o __________ delito.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hidro- retamente as lacunas das frases.
elétrica, ultrassom A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infra- C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
estrutura D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”. E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 3-) Questão que envolve ortografia.
2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
que todas as palavras estão corretas:
II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
um posto policial. (= aproximadamente)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
lacione com infrator)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
carro. (de grande vulto, volumoso)
2-) Correção: V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta com “pego no flagra”)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hidro- RESPOSTA: “D”.
elétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infra-
estrutura Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
RESPOSTA: “A”. vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPE- isso, vamos às regras!
VE/UFAL/2014)
Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
cadas como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju
– papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica re-


cai na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sa-
pato – passível
Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano
– médico – ônibus

Língua Portuguesa
69 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam apóia (verbo apoiar) apoia
as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público. Sobre
paranóico paranoico
as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto:
herói – médico – céu (ditongos abertos).
Acento Diferencial
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâmara
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
– Atlântico – pêsames – supôs .
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
diferenciar classes gramaticais entre determinadas pala-
artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
vras e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em pala-
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
vras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano
tivo do mesmo verbo).
(de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”,
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Regra do Hiato:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê?
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
Repare que esta palavra apresenta as terminações das pa-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
roxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas. Antes Agora
** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos es- bocaiúva bocaiuva
tiverem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba
(céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu. feiúra feiura
Sauípe Sauipe

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70 A Opção Certa Para a Sua Realização
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O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abo- 1-)


lido: (A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
roxítona
(B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paroxí-
Antes Agora
tona
crêem creem (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxítona
lêem leem (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
do hiato
vôo voo (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparoxí-
enjôo enjoo tona
RESPOSTA: “B”.
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os ver-
bos que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FE-
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. DERAL – FUNDATEC/2014 - adaptada)
Repare: Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. gráfica.
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
garotos deem o recado! portuguesa.
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à rios’ e ‘país’ não é a mesma.
tarde! III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” situação de uso, quanto à flexão de número.
não serão mais acentuadas: Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Antes Depois
B) Apenas II e IV.
apazigúe (apaziguar) apazigue C) Apenas I, II e IV.
averigúe (averiguar) averigue D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
argúi (arguir) argui
2-)
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa do I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir) seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, bos (correta)
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Fontes de pesquisa: III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é utili-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- zado para a terceira pessoa do plural (correta)
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: RESPOSTA: “C”
Saraiva, 2010.
3.6 CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
Questões
Os concurseiros estão apreensivos.
1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FIS- Concurseiros apreensivos.
CAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada)
Assinale a alternativa que contém duas palavras acentuadas No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ter-
conforme a mesma regra. ceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, os
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”. concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreensi-
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”. vos” está concordando em gênero (masculino) e número
(C) “Índice” e “dólares”. (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê-
(E) “Atribuídos” e “índice”. nero correspondem-se.

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71 A Opção Certa Para a Sua Realização
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A correspondência de flexão entre dois termos é a con- 4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
cordância, que pode ser verbal ou nominal. indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos,
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo
Concordância Verbal pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes-
soa do plural) ou com o pronome pessoal.
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com Quais de nós são / somos capazes?
seu sujeito. Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
a) Sujeito Simples - Regra Geral Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo vadoras.
em número e pessoa. Veja os exemplos:
A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h. Observação: veja que a opção por uma ou outra forma
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém
Os candidatos à vaga chegarão às 12h. diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
Casos Particulares tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par- no singular, o verbo ficará no singular.
titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a Qual de nós é capaz?
maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de Algum de vós fez isso.
um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
no singular ou no plural. 5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram concordar com o substantivo.
proposta. 25% do orçamento do país será destinado à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos do prefeito.
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda- 1% do eleitorado aceita a mudança.
los destruiu / destruíram o monumento. 1% dos alunos faltaram à prova.

Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular Quando a expressão que indica porcentagem não é
enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú-
destaque aos elementos que formam esse conjunto. mero.
25% querem a mudança.
2) Quando o sujeito é formado por expressão que indi- 1% conhece o assunto.
ca quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con- Se o número percentual estiver determinado por artigo
corda com o substantivo. ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles:
Cerca de mil pessoas participaram do concurso. Os 30% da produção de soja serão exportados.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenida- Esses 2% da prova serão questionados.
de.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi- 6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
mas Olimpíadas. “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular.
Fui eu que paguei a conta.
Observação: quando a expressão “mais de um” as- Fomos nós que pintamos o muro.
sociar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é És tu que me fazes ver o sentido da vida.
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão. Sou eu quem faz a prova.
(ofenderam um ao outro) Não serão eles quem será aprovado.

3) Quando se trata de nomes que só existem no plu- 7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu-
ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a mir a forma plural.
ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan-
ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar o taram os poetas.
plural. Este candidato é um dos que mais estudaram!
Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Estados Unidos possui grandes universidades. Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
Alagoas impressiona pela beleza das praias. que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular:
As Minas Gerais são inesquecíveis. Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Nem uma das que me escreveram mora aqui.

Língua Portuguesa
72 A Opção Certa Para a Sua Realização
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*Quando “um dos que” vem entremeada de substanti- Observação: quando o sujeito é composto, formado
vo, o verbo pode: por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira
a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atraves- (ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do
sa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que faça plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no
o mesmo). lugar de “tomaríeis”.
b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão 3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con- passa a existir uma nova possibilidade de concordância:
dição). em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito,
o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o sujeito mais próximo.
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. Faltaram coragem e competência.
Vossa Excelência está cansado? Faltou coragem e competência.
Vossas Excelências renunciarão? Compareceram todos os candidatos e o banca.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se
de acordo com o numeral. 4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
Deu uma hora no relógio da sala. cia é feita no plural. Observe:
Deram cinco horas no relógio da sala. Abraçaram-se vencedor e vencido.
Soam dezenove horas no relógio da praça. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Baterão doze horas daqui a pouco.
Casos Particulares
Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra
relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse su- 1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
jeito. sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento.
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
A coragem e o destemor fez dele um herói.
Soa quinze horas o relógio da matriz.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
dispostos em gradação, verbo no singular:
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun-
verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
do me satisfaz.
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos: 3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
Havia muitas garotas na festa. por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acordo
Faz dois meses que não vejo meu pai. com o valor semântico das conjunções:
Chovia ontem à tarde. Drummond ou Bandeira representam a essência da po-
esia brasileira.
b) Sujeito Composto Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi-
a concordância se faz no plural: ção”. Já em:
Pai e filho conversavam longamente. Juca ou Pedro será contratado.
Sujeito Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sujeito * Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no
singular.
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma- 4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem
neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a outro”, a concordância costuma ser feita no singular.
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a Um ou outro compareceu à festa.
terceira (eles). Veja: Nem um nem outro saiu do colégio.
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós) Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no
singular: Um e outro farão/fará a prova.
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós) 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
Pais e filhos precisam respeitar-se. mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
Terceira Pessoa do Plural (Eles) muito próximo ao de “e”.

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73 A Opção Certa Para a Sua Realização
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O pai com o filho montaram o brinquedo. Construiu-se um posto de saúde.


O governador com o secretariado traçaram os planos Construíram-se novos postos de saúde.
para o próximo semestre. Aqui não se cometem equívocos
O professor com o aluno questionaram as regras. Alugam-se casas.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se ** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar a
O pai com o filho montou o brinquedo. frase para a voz passiva. Se a frase construída for “compre-
O governador com o secretariado traçou os planos para ensível”, estaremos diante de uma partícula apassivadora;
o próximo semestre. se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja:
O professor com o aluno questionou as regras. Precisa-se de funcionários qualificados.
Tentemos a voz passiva:
Observação: com o verbo no singular, não se pode fa- Funcionários qualificados são precisados (ou preci-
lar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que sos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de
as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são ad- indeterminação do sujeito.
juntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se Agora:
houvesse uma inversão da ordem. Veja: Vendem-se casas.
“O pai montou o brinquedo com o filho.” Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta!
“O governador traçou os planos para o próximo semes- Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu
tre com o secretariado.” passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per-
“O professor questionou as regras com o aluno.” cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).

*Casos em que se usa o verbo no singular: 2) O Verbo “Ser”


Café com leite é uma delícia! A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o
O frango com quiabo foi receita da vovó. sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân-
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expres- sujeito.
sões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não somen-
te”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o verbo Quando o sujeito ou o predicativo for:
ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER
Nordeste. concorda com a pessoa gramatical:
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a Ele é forte, mas não é dois.
notícia. Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
feita com esse termo resumidor. plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apa- que estiver no plural:
tia. Os livros são minha paixão!
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante Minha paixão são os livros!
na vida das pessoas.
Quando o verbo SER indicar
Outros Casos
a) horas e distâncias, concordará com a expressão
1) O Verbo e a Palavra “SE” numérica:
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas É uma hora.
de particular interesse para a concordância verbal: São quatro horas.
a) quando é índice de indeterminação do sujeito; Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme-
b) quando é partícula apassivadora. tros.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na tercei- estar expressa ou subentendida:
ra pessoa do singular: Hoje é dia 26 de agosto.
Precisa-se de funcionários. Hoje são 26 de agosto.
Confia-se em teses absurdas.
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.

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Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Duas semanas de férias é muito para mim. Encontramos caído o prendedor e a roupa.

d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
verbo. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
No meu setor, eu sou a única mulher. Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Aqui os adultos somos nós.
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
Observação: sendo ambos os termos (sujeito e predi- - O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
cativo) representados por pronomes pessoais, o verbo con- ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se
corda com o pronome sujeito. houver substantivo feminino e masculino).
Eu não sou ela. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
Ela não é eu. A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par- A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
SER concordará com o predicativo. Observação: os dois últimos exemplos apresentam
A grande maioria no protesto eram jovens. maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
O resto foram atitudes imaturas. refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi
flexionado no plural masculino, que é o gênero predominan-
3) O Verbo “Parecer” te quando há substantivos de gêneros diferentes.
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias: - Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle- jetivo fica no singular ou plural.
xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho. A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
sofre flexão: 3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
As crianças parece gostarem do desenho. a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan-
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água é
as crianças) bom para saúde.

Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE- b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo:
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração Esta água é boa para saúde.
subordinada substantiva subjetiva).
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os
Concordância Nominal pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as
muito felizes.
A concordância nominal se baseia na relação entre no-
mes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se 5) Nas expressões formadas por pronome indefinido
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE +
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um gular: Os jovens tinham algo de misterioso.
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as 6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun-
seguintes regras gerais: ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que
1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se se refere:
refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denuncia- Cristina saiu só.
vam o que sentia. Cristina e Débora saíram sós.

2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-
concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle- te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto, in-
xão nos seguintes casos: variável: Eles só desejam ganhar presentes.
a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o subs- a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
tantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:

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Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo As casas estão caras. (adjetivo)
Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad- Achei barato este casaco. (advérbio)
vérbio Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de Meio - Meia
“só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descan- a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
sando) concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
7) Quando um único substantivo é modificado por dois meia porção de polentas.
ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
truções: b) Quando empregada como advérbio permanece invariá-
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o vel: A candidata está meio nervosa.
artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
e a portuguesa. ** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim sabe-
rei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A candidata
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo an- está um pouco nervosa”.
tes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa.
Alerta - Menos
Casos Particulares
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É sempre invariáveis.
permitido Os concurseiros estão sempre alerta.
Não queira menos matéria!
a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem * Tome nota!
Não variam os substantivos que funcionam como adjeti-
possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
vos:
É proibido entrada de crianças.
Bomba – notícias bomba
Em certos momentos, é necessário atenção.
Chave – elementos chave
No verão, melancia é bom.
Monstro – construções monstro
É preciso cidadania.
Padrão – escola padrão
Não é permitido saída pelas portas laterais.
Fontes de pesquisa:
b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter- http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
como o adjetivo concordam com ele. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
É proibida a entrada de crianças. Saraiva, 2010.
Esta salada é ótima. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
A educação é necessária. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
São precisas várias medidas na educação. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite

Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú- Questões


mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Seguem anexas as documentações requeridas. 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
A menina agradeceu: - Muito obrigada. E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
Muito obrigadas, disseram as senhoras. TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
Seguem inclusos os papéis solicitados. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo es-
Estamos quites com nossos credores. tará corretamente empregado se dirigido a ministro de Estado
do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve concordar
Bastante - Caro - Barato - Longe com a locução pronominal de tratamento “Vossa Excelência”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Estas palavras são invariáveis quando funcionam como
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo feminino
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo mascu-
merais. lino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O pronome
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) de tratamento é apenas a maneira de como tratar a autorida-
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. de, não concordando com o gênero (o pronome de tratamen-
(pronome adjetivo) to, apenas).
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) RESPOSTA: “ERRADO”.

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2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADAS- Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
TRO RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR A regência verbal estuda a relação que se estabelece
- IADES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos desta- entre os verbos e os termos que os complementam (objetos
cados no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no ele- diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adver-
vador”, fossem empregados, respectivamente, Esquecer biais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o que
e gostar, a nova redação, de acordo com as regras sobre corresponde à diversidade de significados que estes verbos
regência verbal e concordância nominal prescritas pela nor- podem adquirir dependendo do contexto em que forem em-
ma-padrão, deveria ser pregados.
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador. A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con-
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador. tentar.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva- A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agrado
dor. ou prazer”, satisfazer.
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva- Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar
dor. a alguém”.
(E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador. Saiba que:
O conhecimento do uso adequado das preposições é um
2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in- dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e
direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não também nominal). As preposições são capazes de modificar
gosto. completamente o sentido daquilo que está sendo dito.
Cheguei ao metrô.
RESPOSTA: “E”. Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segun-
3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considera- do caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
A voluntária distribuía leite às crianças.
da a substituição do segmento grifado pelo que está entre
A voluntária distribuía leite com as crianças.
parênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá per-
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
manecer no singular está em:
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (objeto
(A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto (ob-
quisadores)
jeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial).
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima) de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um fato
(C) No sistema havia também uma estação... (várias absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas
estações) em frases distintas.
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um 1-) Verbos Intransitivos
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
que habitavam a América Central) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu- - Chegar, Ir
blicado). Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
3-) indicar destino ou direção são: a, para.
(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores) Fui ao teatro.
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Adjunto Adverbial de Lugar
tribuíram) (as mudanças do clima)
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá Ricardo foi para a Espanha.
no singular Adjunto Adverbial de Lugar
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- - Comparecer
nham) (os povos que habitavam a América Central) O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- ou a.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
último jogo.
RESPOSTA: “C”. 2-) Verbos Transitivos Diretos
Os verbos transitivos diretos são complementados por
3.7 REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL (INCLU- objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
SIVE EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar
CRASE). esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos o, a,
os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem
assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais ter-
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação minadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes
(regência nominal) e seus complementos. são, quando complementos verbais, objetos indiretos.

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São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban- 4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defen- que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos
der, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. indireto relacionado a pessoas.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente Agradeço aos ouvintes a audiência.
como o verbo amar: Objeto Indireto Objeto Direto
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a. Paguei o débito ao cobrador.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Objeto Direto Objeto Indireto
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham com particular cuidado:
esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como Agradeci o presente. / Agradeci-o.
adjuntos adnominais): Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car- Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
reira) Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
3-) Verbos Transitivos Indiretos Informar
Os verbos transitivos indiretos são complementados - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
gem uma preposição para o estabelecimento da relação de Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no-
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
vos preços)
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
as construções:
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos pre-
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
ços.
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
lhe, lhes.
sobre eles)
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Observação: a mesma regência do verbo informar é
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cienti-
iguais para todos. ficar, prevenir.
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
mentos introduzidos pela preposição “a”: Comparar
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
Eles desobedeceram às leis do trânsito. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento in-
- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- direto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a criança.
quem” ou “ao que” se responde. Pedir
Respondi ao meu patrão. Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
Respondemos às perguntas. na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
Respondeu-lhe à altura. pessoa.
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite Pedi-lhe favores.
voz passiva analítica: Objeto Indireto Objeto Direto
O questionário foi respondido corretamente. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Obje-
te. tiva Direta
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
tos introduzidos pela preposição “com”. Saiba que:
Antipatizo com aquela apresentadora. - A construção “pedir para”, muito comum na linguagem
Simpatizo com os que condenam os políticos que go- cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta.
vernam para uma minoria privilegiada. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença
estiver subentendida.

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Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em Essa lei assiste ao inquilino.


casa.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti- lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). conturbada cidade.

Preferir CHAMAR
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi- - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
reto introduzido pela preposição “a”: solicitar a atenção ou a presença de.
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá
Prefiro trem a ônibus. chamá-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser
usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes,
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre-
pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
dicativo preposicionado ou não.
Mudança de Transitividade - Mudança de Significado A torcida chamou o jogador mercenário.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- A torcida chamou ao jogador mercenário.
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- A torcida chamou o jogador de mercenário.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso A torcida chamou ao jogador de mercenário.
linguístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar com o sentido de ter por nome é pronomi-
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, nal: Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
estão:
CUSTAR
AGRADAR - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari- valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver-
nhos, acariciar, fazer as vontades de. bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Sempre agrada o filho quando.
Aquele comerciante agrada os clientes. - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransi-
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar tivo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento reduzida de infinitivo.
introduzido pela preposição “a”. Muito custa viver tão longe da família.
O cantor não agradou aos presentes. Verbo Intransitivo Oração Subordinada Substantiva
O cantor não lhes agradou. Subjetiva Reduzida de Infinitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto:
O cantor desagradou à plateia. Custou-me (a mim) crer nisso.
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
ASPIRAR
Subjetiva Reduzida de Infinitivo
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
*A Gramática Normativa condena as construções que
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi-
rávamos a ele) pessoa: Custei para entender o problema. = Forma cor-
* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, reta: Custou-me entender o problema.
as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utiliza-
das, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o IMPLICAR
exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam - Como transitivo direto, esse verbo tem dois senti-
a ela) dos:
ASSISTIR a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitu-
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar des implicavam um firme propósito.
assistência a, auxiliar. b) ter como consequência, trazer como consequên-
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. cia, acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- - Como transitivo direto e indireto, significa compro-
ciar, estar presente, caber, pertencer. meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em ques-
Assistimos ao documentário. tões econômicas.
Não assisti às últimas sessões.

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* No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
não trabalhasse arduamente. transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
NAMORAR - Eu me esqueci da chave.
- Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois - Eles se esqueceram da prova.
anos. - Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-
OBEDECER - DESOBEDECER brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
- Sempre transitivo indireto: alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Todos obedeceram às regras. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
Ninguém desobedece às leis. clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
PROCEDER momentos é sujeito)
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
adverbial de modo. Não simpatizei com os jurados.
As afirmações da testemunha procediam, não havia Simpatizei com os alunos.
como refutá-las.
Você procede muito mal. Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- a preposição “a”:
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Cláudia desceu ao segundo andar.
O avião procede de Maceió. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito. Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (subs-
QUERER tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
vontade de, cobiçar. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
Querem melhor atendimento. conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
Queremos um país melhor. regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. nomes correspondentes: todos regem complementos intro-
duzidos pela preposição a. Veja:
VISAR Obedecer a algo/ a alguém.
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, Obediente a algo/ a alguém.
fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
O homem visou o alvo. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O gerente não quis visar o cheque. completiva nominal (subordinada substantiva).
Regência de Alguns Nomes
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. Substantivos
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-es- Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
tar público. Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
ESQUECER – LEMBRAR
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a,
- Lembrar algo – esquecer algo
por
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal) Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com,
No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, para com, por
exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.

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80 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Adjetivos C) Você assistiu à cena toda? = correta


D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à
Acessível a Diferente de Necessário a oficina pela manhã
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe-
deço às leis de trânsito
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
RESPOSTA: “C”.
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de 2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP
– MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o
Análogo a Fácil de Preferível a seguinte trecho para responder à questão.
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno-
Apto a, para Favorável a Prestes a
lógica melhor a essa medida, similar _______________ .
Ávido de Generoso com Propício a A alternativa que completa, corretamente, o texto é:
Benéfico a Grato a, por Próximo a (A) das mulheres
(B) às mulheres
Capaz de, para Hábil em Relacionado com (C) com das mulheres
Compatível com Habituado a Relativo a (D) à das mulheres
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por (E) ao das mulheres
Contíguo a Impróprio para Semelhante a 2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da
Contrário a Indeciso em Sensível a palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Curioso de, por Insensível a Sito em
RESPOSTA: “D”.
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

Advérbios A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais


Longe de Perto de idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos prono-
Observação: os advérbios terminados em -mente ten- mes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
dem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a. Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
Fontes de pesquisa: acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
quais.
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
O uso do acento indicativo de crase está condicionado
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Paulo: Saraiva, 2010.
Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido é
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
a anteposição do artigo a(s).
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con-
tratada recentemente.
Após a junção da preposição com o artigo (destacados
Questões entre parênteses), temos:
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada
1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUN- recentemente.
CAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a
norma culta da língua quanto à regência verbal. O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos
B) Eu esqueci do seu nome. a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o
C) Você assistiu à cena toda? artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome
D) Ele chegou na oficina pela manhã. demonstrativo aquela (àquela).
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. Observação importante: Alguns recursos servem de
1-) ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar crase. Eis alguns:
de ônibus a dirigir a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase
nome está confirmada.

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81 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Os dados foram solicitados à diretora. *também é facultativa diante de pronomes possessivos


Os dados foram solicitados ao diretor. femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.

b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- aberta até as (às) dezoito horas.
são “voltar da”, há a confirmação da crase.
Faremos uma visita à Bahia. * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirma- tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
da) mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
Não me esqueço da viagem a Roma.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- * Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
mais vividos. verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
a queima de fogos a distância.
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
está confirmada. locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas arremessado à distância de cem metros.
praias.
- De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou faz-se necessário o emprego da crase.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. = Ensino à distância.
Volto de Campinas. (crase pra quê?) Ensino a distância.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica-
* Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
do, ocorrerá crase. Veja:
das, não há ocorrência da crase.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
Ela ficou frente a frente com o agressor.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Eu o seguirei passo a passo.
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Casos em que não se admite o emprego da crase:
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. * Antes de vocábulos masculinos.
Entregamos a encomenda àquela menina. As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
(preposição + pronome demonstrativo) Esta caneta pertence a Pedro.

Iremos àquela reunião. * Antes de verbos no infinitivo.


(preposição + pronome demonstrativo) Ele estava a cantar.
Começou a chover.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) * Antes de numeral.
(preposição + pronome demonstrativo) O número de aprovados chegou a cem.
* A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad- Faremos uma visita a dez países.
verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
- locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às Observação:
pressas, à vontade... - Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio-
- locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá cra-
de... se: Os passageiros partirão às dezenove horas.
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está
* Cuidado: quando as expressões acima não exerce- confirmada, visto que estes não podem ser empregados
rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira
Eu adoro a noite! aluna da classe.
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer objeto - Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não preposição. essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
exaustos a casa.
Casos passíveis de nota: Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adno-
minal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
*a crase é facultativa diante de nomes próprios femini- tos à casa de Marcela.
nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.

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- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a – VUNESP/2014)
terra, já era noite. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de traba-
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- lho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
Paulo viajou rumo à sua terra natal. sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação
O astronauta voltou à Terra. de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente
morreu de causas naturais, ou seja, devido ____ uma para-
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem da cardíaca – que tem sido a versão considerada oficial até
o uso do artigo. hoje –, ou se sua morte se deve ______ envenenamento.
Os livros foram entregues a mim. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,governo-
Dei a ela a merecida recompensa. -cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jango,1094178,0.
htm 07. 11.2013. Adaptado)
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo,
cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
vamente, por
caso de o termo regente exigir a preposição. (A) a ... à ... a ... a
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrí- (B) as ... à ... a ... à
cia. (C) às ... a ... à ... a
(D) à ... à ... à ... a
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado (E) a ... a ... a ... à
em sentido genérico ou indeterminado:
Estamos sujeitos a críticas. 2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
Refiro-me a conversas paralelas. trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, gene-
ralizando) necessárias à (regência nominal pede preposi-
Fontes de pesquisa: ção) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-. Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a
html exumação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-pre-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa sidente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. (artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São (regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
Paulo: Saraiva, 2010. RESPOSTA: “A”.

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014)


Questões Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fize-
ram uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga ci-
1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – dade de Tikal, na Guatemala.
ACAFE/2014) Assinale a alternativa que preenche corre- O a empregado na frase acima, imediatamente depois
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso
tamente as lacunas da frase a seguir.
o segmento grifado seja substituído por:
Quando________ três meses disse-me que iria
(A) Uma tal ilação.
_________ Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obri-
(B) Afirmações como essa.
gação de ajudá-la _______ resgatar as milhas _________
(C) Comprovação dessa assertiva.
quais tinha direito. (D) Emitir uma opinião desse tipo.
A-) a - há - à - à - às (E) Semelhante resultado.
B-) há - à - a - a – às
C-) há - a - há - à - as 3-)
D-) a - à - a - à - às (A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave
E-) a - a - à - há – as antes de artigo)
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse- de palavra no plural e o “a” no singular)
-me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para (C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro-
visitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la vação
A (ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais (D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir (ver-
tinha direito (tinha direito a quê? às milhas – regência no- bo no infinitivo)
minal). Teremos: há, à, a, a, às. (E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pa-
RESPOSTA: “B”. lavra masculina)
RESPOSTA: “C”.

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3.8 COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO: EMPREGO DAS CONJUNÇÕES, DAS LOCUÇÕES CONJUN-


TIVAS E DOS PRONOMES RELATIVOS.

SINTAXE

Frase
É todo enunciado capaz de transmitir a outrem tudo aquilo que pensamos, queremos ou sentimos.

Exemplos
Caía uma chuva.
Dia lindo.

Oração
É a frase que apresenta estrutura sintática (normalmente, sujeito e predicado, ou só o predicado).

Exemplos
Ninguém segura este menino. (Ninguém: sujeito; segura este menino: predicado)
Havia muitos suspeitos. (Oração sem sujeito; havia muitos suspeitos: predicado)

1.4. Termos da oração

sujeito
Termos
1.
essenciais
predicado
objeto direto

objeto indireto
complemento verbal
Termos
2. complemento nominal
integrantes
agente da passiva

Adjunto adnominal
Termos
3. adjunto adverbial
acessórios
aposto
4. Vocativo

Diz-se que sujeito e predicado são termos “essenciais”, mas note que o termo que realmente é o núcleo da oração é
o verbo:
Chove. (Não há referência a sujeito.)
Cansei. (O sujeito e eu, implícito na forma verbal.)
Os termos “acessórios” são assim chamados por serem supostamente dispensáveis, o que nem sempre é verdade.

Sujeito e predicado
Sujeito é o termo da oração com o qual, normalmente, o verbo concorda.
Exemplos
A notícia corria rápida como pólvora. (Corria está no singular concordando com a notícia.)
As notícias corriam rápidas como pólvora. (Corriam, no plural, concordando com as notícias.)

O núcleo do sujeito é a palavra principal do sujeito, que encerra a essência de sua significação. Em torno dela, como
que gravitam as demais.
Exemplo: Os teus lírios brancos embelezam os campos. (Lírios é o núcleo do sujeito.)
Podem exercer a função de núcleo do sujeito o substantivo e palavras de natureza substantiva. Veja:
O medo salvou-lhe a vida. (substantivo)

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Os medrosos fugiram. (Adjetivo exercendo papel de Predicado nominal


substantivo: adjetivo substantivado.)
O núcleo, em torno do qual as demais palavras do pre-
A definição mais adequada para sujeito é: sujeito é o dicado gravitam e que contém o que de mais importante se
termo da oração com o qual o verbo normalmente concor- comunica a respeito do sujeito, e um nome (isto é, um subs-
da. tantivo ou adjetivo, ou palavra de natureza substantiva). O
verbo e de ligação (liga o núcleo ao sujeito) e indica esta-
Sujeito simples: tem um só núcleo. do (ser, estar, continuar, ficar, permanecer; também andar,
Exemplo: As flores morreram. com o sentido de estar; virar, com o sentido de transformar-
-se em; e viver, com o sentido de estar sempre).
Sujeito composto: tem mais de um núcleo. Exemplo:
Exemplo: O rapaz e a moça foram encostados ao Os príncipes viraram sapos muito feios. (verbo de li-
muro. gação mais núcleo substantivo: sapos)

Sujeito elíptico (ou oculto): não expresso e que pode Verbos de ligação
ser determinado pela desinência verbal ou pelo contexto.
Exemplo: Viajarei amanhã. (sujeito oculto: eu) São aqueles que, sem possuírem significação precisa,
ligam um sujeito a um predicativo. São verbos de ligação:
Sujeito indeterminado: é aquele que existe, mas não ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se
podemos ou não queremos identificá-lo com precisão. etc.
Ocorre: Exemplo: A rua estava calma.
- quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem
referência a nenhum substantivo anteriormente expresso. Predicativo do sujeito
Exemplo: Batem à porta. É o termo da oração que, no predicado, expressa quali-
ficação ou classificação do sujeito.
- com verbos intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou Exemplo: Você será engenheiro.
de ligação (VL) acompanhados da partícula SE, chamada
de índice de indeterminação do sujeito (IIS). - O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de
Exemplos: ligação, pode também ocorrer com verbos intransitivos ou
Vive-se bem. (VI) com verbos transitivos.
Precisa-se de pedreiros. (VTI)
Falava-se baixo. (VI) Predicado verbal
Era-se feliz naquela época. (VL) Ocorre quando o núcleo é um verbo. Logo, não apre-
senta predicativo. E formado por verbos transitivos ou in-
Orações sem sujeito transitivos.
São orações cujos verbos são impessoais, com sujeito Exemplo: A população da vila assistia ao embarque.
inexistente. (Núcleo do sujeito: população; núcleo do predicado: assis-
tia, verbo transitivo indireto)
Ocorrem nos seguintes casos:
- com verbos que se referem a fenômenos meteoroló- Verbos intransitivos
gicos. São verbos que não exigem complemento algum; como
Exemplo: Chovia. Ventava durante a noite. a ação verbal não passa, não transita para nenhum comple-
mento, recebem o nome de verbos intransitivos. Podem
- haver no sentido de existir ou quando se refere a tem- formar predicado sozinhos ou com adjuntos adverbiais.
po decorrido. Exemplo: Os visitantes retornaram ontem à noite.
Exemplo: Há duas semanas não o vejo. (= Faz duas Verbos transitivos
semanas) São verbos que, ao declarar alguma coisa a respeito
do sujeito, exigem um complemento para a perfeita com-
- fazer referindo-se a fenômenos meteorológicos ou a preensão do que se quer dizer. Tais verbos se denominam
tempo decorrido. transitivos e a pessoa ou coisa para onde se dirige a ati-
Exemplo: Fazia 40° à sombra. vidade transitiva do verbo se denomina objeto. Dividem-se
em: diretos, indiretos e diretos e indiretos.
- ser nas indicações de horas, datas e distâncias.
Exemplo: São duas horas. Verbos transitivos diretos: Exigem um objeto direto.
Exemplo: Espero-o no aeroporto.

Verbos transitivos indiretos: Exigem um objeto indi-


reto.
Exemplo: Gosto de flores.

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Verbos transitivos diretos e indiretos: Exigem um Exemplo de predicativo do objeto direto:


objeto direto e um objeto indireto. O juiz declarou o réu culpado.
Exemplo: Os ministros informaram a nova política Exemplo de predicativo do objeto indireto:
econômica aos trabalhadores. (VTDI) Gosto de você alegre.

Complementos verbais Adjunto adnominal


Os complementos verbais são representados pelo obje- É o termo acessório que vem junto ao nome (substan-
to direto (OD) e pelo objeto indireto (OI). tivo), restringindo-o, qualificando-o, determinando-o (adjun-
to: “que vem junto a”; adnominal: “junto ao nome”). Observe:
Objeto indireto Os meus três grandes amigos [amigos: nome substan-
É o complemento verbal que se liga ao verbo pela pre- tivo] vieram me fazer uma visita [visita: nome substantivo]
posição por ele exigida. Nesse caso o verbo pode ser tran- agradável ontem à noite.
sitivo indireto ou transitivo direto e indireto. Normalmente, São adjuntos adnominais os (artigo definido), meus
as preposições que ligam o objeto indireto ao verbo são a, (pronome possessivo adjetivo), três (numeral), grandes (ad-
de, em, com, por, contra, para etc. jetivo), que estão gravitando em torno do núcleo do sujeito,
Exemplo: Acredito em você. o substantivo amigos; o mesmo acontece com uma (artigo
indefinido) e agradável (adjetivo), que determinam e qualifi-
Objeto direto cam o núcleo do objeto direto, o substantivo visita.
Complemento verbal que se liga ao verbo sem prepo-
sição obrigatória. Nesse caso o verbo pode ser transitivo O adjunto adnominal prende-se diretamente ao subs-
direto ou transitivo direto e indireto. tantivo, ao passo que o predicativo se refere ao substantivo
Exemplo: Comunicaram o fato aos leitores. por meio de um verbo.

Objeto direto preposicionado Complemento nominal


É aquele que, contrariando sua própria definição e ca- É o termo que completa o sentido de substantivos, ad-
racterística, aparece regido de preposição (geralmente pre- jetivos e advérbios porque estes não têm sentido completo.
posição a). - Objeto – recebe a atividade transitiva de um verbo.
O pai dizia aos filhos que adorava a ambos. - Complemento nominal – recebe a atividade transitiva
de um nome.
Objeto pleonástico O complemento nominal é sempre ligado ao nome por
É a repetição do objeto (direto ou indireto) por meio de preposição, tal como o objeto indireto.
um pronome. Essa repetição assume valor enfático (refor- Exemplo: Tenho necessidade de dinheiro.
ço) da noção contida no objeto direto ou no objeto indireto.
Adjunto adverbial
Exemplos É o termo da oração que modifica o verbo ou um adje-
Ao colega, já lhe perdoei. (objeto indireto pleonástico) tivo ou o próprio advérbio, expressando uma circunstância:
Ao filme, assistimos a ele emocionados. (objeto indireto lugar, tempo, fim, meio, modo, companhia, exclusão, inclu-
pleonástico) são, negação, afirmação, duvida, concessão, condição etc.

Predicado verbo-nominal Período


Esse predicado tem dois núcleos (um verbo e um Enunciado formado de uma ou mais orações, finalizado
nome), é formado por predicativo com verbo transitivo por: ponto final ( . ), reticencias (...), ponto de exclamação
ou intransitivo. (!) ou ponto de interrogação (?). De acordo com o número
Exemplos: de orações, classifica-se em:
A multidão assistia ao jogo emocionada. (predicativo Apresenta apenas uma oração que é chamada abso-
do sujeito com verbo transitivo indireto) luta.
A riqueza tornou-o orgulhoso. (predicativo do objeto O período é simples quando só traz uma oração, cha-
com verbo transitivo direto) mada absoluta; o período é composto quando traz mais de
uma oração. Exemplo: Comeu toda a refeição. (Período
Predicativo do sujeito simples, oração absoluta.); Quero que você leia. (Período
O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de li- composto.)
gação, pode também ocorrer com verbos intransitivos ou Uma maneira fácil de saber quantas orações há num
transitivos. Nesse caso, o predicado é verbo-nominal. período é contar os verbos ou locuções verbais. Num perí-
Exemplo: A criança brincava alegre no parque. odo haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as
locuções verbais nele existentes.
Predicativo do objeto Há três tipos de período composto: por coordenação,
Exprime qualidade, estado ou classificação que se refe- por subordinação e por coordenação e subordinação ao
rem ao objeto (direto ou indireto). mesmo tempo (também chamada de misto).

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Período Composto por Coordenação Período Composto por Subordinação

As três orações que formam esse período têm sentido Nesse período, a segunda oração exerce uma função
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sin- sintática em relação à primeira, sendo subordinada a ela.
tática: são independentes. Há entre elas uma relação de Quando um período é formado de pelo menos um conjunto
sentido, mas uma não depende da outra sintaticamente. de duas orações em que uma delas (a subordinada) de-
As orações independentes de um período são chama- pende sintaticamente da outra (principal), ele é classificado
das de orações coordenadas (OC), e o período formado só como período composto por subordinação. As orações su-
de orações coordenadas é chamado de período composto bordinadas são classificadas de acordo com a função que
por coordenação. exercem.
As orações coordenadas podem ser assindéticas e sin-
déticas. Orações Subordinadas Adverbiais
As orações são coordenadas assindéticas (OCA) quan-
do não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: Exercem a função de adjunto adverbial da oração prin-
Os jogadores correram, / chutaram, / driblaram. cipal (OP). São classificadas de acordo com a conjunção
OCA OCA OCA subordinativa que as introduz:

- As orações são coordenadas sindéticas (OCS) quan- - Causais: Expressam a causa do fato enunciado na
do vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: oração principal. Conjunções: porque, que, como (= por-
A mulher saiu do prédio / e entrou no táxi. que), pois que, visto que.
OCA OCS - Condicionais: Expressam hipóteses ou condição
para a ocorrência do que foi enunciado na principal. Con-
As orações coordenadas sindéticas se classificam de junções: se, contanto que, a menos que, a não ser que,
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coorde- desde que.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao
nativas que as introduzem. Pode ser:
da oração principal, sem, no entanto, impedir sua realiza-
ção. Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem,
que, por mais que, mesmo que.
não só... mas também, não só... mas ainda.
- Conformativas: Expressam a conformidade de um
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que
fato com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme),
expressa ideia de acréscimo ou adição com referência à
segundo.
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tem-
aditiva. po ao que foi expresso na oração principal. Conjunções:
quando, assim que, logo que, enquanto, sempre que, de-
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: pois que, mal (=assim que).
mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. - Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que foi enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a
expressa ideia de oposição à oração anterior, ou seja, por fim de que, porque (=para que), que.
uma conjunção coordenativa adversativa. - Consecutivas: Expressam a consequência do que foi
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: por- enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que,
tanto, por isso, pois, logo. como (= porque), pois que, visto que.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que ex- - Comparativas: Expressam ideia de comparação
pressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração com referência à oração principal. Conjunções: como, as-
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclu- sim como, tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que
siva. (combinado com menos ou mais).
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou, - Proporcionais: Expressam uma ideia que se rela-
ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer. ciona proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que,
estabelece uma relação de alternância ou escolha com re- quanto mais, quanto menos.
ferência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção co-
ordenativa alternativa. Orações Subordinadas Substantivas

- Orações coordenadas sindéticas explicativas: São aquelas que, num período, exercem funções sintá-
que, porque, pois, porquanto. ticas próprias de substantivos, geralmente são introduzidas
A 2ª oração é introduzida por uma conjunção que ex- pelas conjunções integrantes que e se.
pressa ideia de explicação, de justificativa em relação à
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta:
explicativa. É aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da
oração principal. Observe: O filho quer a sua ajuda. (objeto
direto)

Língua Portuguesa
87 A Opção Certa Para a Sua Realização
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- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indi- - Orações Reduzidas de Gerúndio:


reta: É aquela que exerce a função de objeto indireto do Gerúndio: terminação –ndo.
verbo da oração principal. Observe: Preciso de sua ajuda.
(objeto indireto) Reduzida: Respeitando as regras, não terão proble-
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É mas.
aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração Desenvolvida: Desde que respeitem as regras, não
principal. Observe: É importante sua ajuda. (sujeito) terão problemas. (Oração Subordinada Adverbial Condicio-
- Oração Subordinada Substantiva Completiva No- nal)
minal: É aquela que exerce a função de complemento no-
minal de um termo da oração principal. Observe: Estamos Questões
certos de sua inocência. (complemento nominal)
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É 01. (IABAS – Farmacêutico - IBADE - 2019)
aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da Infestação de escorpiões no Brasil pode ser imparável
oração principal, vindo sempre depois do verbo ser. Obser-
ve: O principal é sua felicidade. (predicativo) A infestação de escorpião no Brasil é o exemplo perfei-
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É to de como a vida moderna se tornou imprevisível. É uma
aquela que exerce a função de aposto de um termo da ora- característica do que, no complexo campo de problemas,
ção principal. Observe: Ela tinha um objetivo: a felicidade chamamos de um mundo “VUCA” (Volatility, uncertainty,
de todos. (aposto) complexity and ambiguity em inglês) - um mundo volátil, in-
certo, complexo e ambíguo.
Orações Subordinadas Adjetivas Escorpiões, como as baratas que eles comem, são um
a espécie incrivelmente adaptável. O número de pessoas
Exercem a função de adjunto adnominal de algum ter- picadas em todo o Brasil aumentou de 12 mil em 2000 para
mo da oração principal. 140 mil no ano passado, de acordo com o Ministério da
As orações subordinadas adjetivas são sempre introdu-
Saúde. A espécie que aterroriza os brasileiros é o perigo-
zidas por um pronome relativo (que, qual, cujo, quem, etc.)
so escorpião amarelo, ou Tityus serrulatus. Ele se reproduz
e são classificadas em:
por meio do milagre da partenogênese, significando que um
escorpião feminino simplesmente gera cópias de si mesma
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas
duas vezes por ano - nenhuma participação masculina é
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a
necessária.
que se referem.
A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clás-
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicati-
sico “problema perverso”. Este termo, usado pela primeira
vas quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra
a que se referem, esclarecendo um pouco mais seu senti- vez em 1973, refere-se a enormes problemas sociais ou
do, mas sem restringi-lo ou especificá-lo. culturais como pobreza e guerra - sem solução simples ou
definitiva, e que surgem na interseção de outros problemas.
Orações Reduzidas Nesse caso, a infestação do escorpião urbano no Brasil é o
resultado de uma gestão inadequada do lixo, saneamento
São caracterizadas por possuírem o verbo nas formas inapropriado, urbanização rápida e mudanças climáticas.
de gerúndio, particípio ou infinitivo. Ao contrário das demais No VUCA, quanto mais recursos você der para os pro-
orações subordinadas, as orações reduzidas não são liga- blemas, melhor. Isso pode significar tudo, desde campa-
das através dos conectivos. Há três tipos de orações redu- nhas de conscientização pública que educam brasileiros
zidas: sobre escorpiões até forças-tarefa exterminadoras que tra-
balham para controlar sua população em áreas urbanas. Os
- Orações reduzidas de infinitivo: cientistas devem estar envolvidos. O sistema nacional de
Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir. saúde pública do Brasil precisará se adaptar a essa nova
ameaça.
Reduzida: Meu desejo era ganhar na loteria. Apesar da obstinada cobertura da imprensa, as autori-
Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse na lo- dades federais de saúde mal falaram publicamente sobre o
teria. (Oração Subordinada Substantiva Predicativa) problema do escorpião urbano no Brasil. E, além de alguns
esforços mornos em nível nacional e estadual para treinar
- Orações Reduzidas de Particípio: profissionais de saúde sobre o risco de escorpião, as au-
Particípio: terminações –ado, -ido. toridades parecem não ter nenhum plano para combater a
infestação no nível epidêmico para o qual ela está se diri-
Reduzida: A mulher sequestrada foi resgatada. gindo.
Desenvolvida: A mulher que sequestraram foi resgata- Temo que os escorpiões amarelos venenosos tenham
da. (Oração Subordinada Adjetiva Restritiva) reivindicado seu lugar ao lado de crimes violentos, tráfico
brutal e outros problemas crônicos com os quais os urbani-
tas no Brasil precisam lidar diariamente.

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88 A Opção Certa Para a Sua Realização
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* Hamilton Coimbra Carvalho é pesquisador em Problemas Sociais Complexos, na Universidade de São Paulo (USP).

Texto adaptado de Revista Galileu


(https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/MeioAmbiente/noticia/2019/02/infestacao-de-escorpioes-no-brasilpode-ser-
-imparavel-diz-pesquisador.html)
Observe a oração destacada:

“A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “problema perverso.”

Sobre seus termos, é correto afirmar que:


A) escorpião é núcleo do sujeito.
B) urbano é predicativo do objeto.
C) perverso é núcleo do sujeito.
D) clássico é núcleo do predicativo do objeto.
E) problema é núcleo do predicativo do sujeito.

02. (SEAP-GO - Agente de Segurança Prisional - IADES - 2019)

COYLE, A. Administração penitenciária: uma abordagem de direitos humanos. Manual para servidores penitenciá-
rios. Brasília: Ministério da Justiça, 2002, p. 21.

Com base nas relações morfossintáticas estabelecidas pelo autor no primeiro período, assinale a alternativa correta.
A) Na linha 1, a conjunção “Quando” relaciona orações coordenadas entre si.
B) Os termos “em prisões” (linha 1) e “seu aspecto físico” (linha 2) funcionam como complementos verbais e classifi-
cam-se, respectivamente, como objeto indireto e objeto direto.
C) As formas verbais “pensam” (linha 1) e “tendem a considerar” (linhas 1 e 2) referem-se ao mesmo sujeito sintático:
“as pessoas” (linha 1).
D) Na linha 1, a exclusão do pronome “elas” alteraria a estrutura do período, pois o predicado da segunda oração
passaria a se referir a um sujeito indeterminado.
E) Na linha 2, o adjetivo “físico” completa o sentido do substantivo “aspecto”, por isso desempenha a função de com-
plemento nominal.

03. (IF-RO - Engenheiro Civil - IBADE - 2019)

“Viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar. A Lua destolda-
ra-se nesse momento, envolvendo-a na sua coma de prata, a cujo refulgir os meneios da mestiça melhor se acentuavam,
cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito
de mulher.
Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a
esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já
correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se se fosse afundando num prazer
grosso que nem azeite, em que se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida, soltava um
gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris,
e em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora
outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, tirilando.”
O cortiço, Aluísio de Azevedo.

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89 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Em “como se se fosse afundando, num prazer grosso A) No trecho “Kiko, como é muito mais conhecido, sabe
que nem azeite”, é correto afirmar que: também driblar as angústias dos nossos jovens amigos
A) o termo “que” é um pronome relativo e funciona em apuros.”, o termo destacado é classificado como Verbo
como sujeito. Transitivo Direto e Indireto.
B) em “como SE SE fosse afundando”, têm-se, respec- B) No trecho “Muitos pedem ajuda a Galileu quando
tivamente, uma conjunção subordinativa de natureza condi- recebem dos professores uma tarefa complicada”, a
cional e uma partícula integrante do verbo. oração destacada é classificada como Oração Subordinada
C) a expressão “que nem” é uma locução conjuntiva Adverbial Temporal.
coordenativa aditiva. C) No trecho “Ainda mais para nós, jornalistas de Ga-
D) em “como se se fosse afundando”, o primeiro “se” lileu, que adoramos um bom desafio.” a expressão desta-
é partícula apassivadora, enquanto o segundo “se” é um cada é classificada como Aposto.
pronome clítico. D) No trecho “Ela mostra que a física pode ser criativa
E) o termo “num” é uma combinação, entre a prepo- em vez de uma aula chata.”, o termo destacado é classifica-
sição “em” e o artigo definido “um”, que apresenta caráter do como conjunção integrante.
informal na língua portuguesa.
05. (IBADE - 2019 - Prefeitura de Aracruz - ES - Pro-
04. (IDAM - Assistente Técnico - IBFC - 2019) fessor da Educação Infantil)

Carta ao Leitor CUIDEM DOS GAROTOS


Nunca te vi, sempre te amei
(...) O problema de Bruno está resolvido. Rapidamente,
De todas as tarefas que fazem parte da rotina de reda- mas não poderia se diferente: raras vezes um comporta-
ção de Galileu, a mais prazerosa certamente é ler as cartas mento criminoso é identificado e provado em pouco tempo
dos leitores. Os fãs da revista são de fato especiais e suas com tanta abundância de provas, tanta escassez de ate-
cartas traduzem isso. São criativos, curiosos, observadores nuantes. O ex-goleiro e ex-ídolo do Flamengo mostrou ser
e não deixam passar nada. Fazem perguntas tão difíceis tudo que um atleta popular não pode ser.
quanto imprevisíveis. Seus ex-patrões, e não falo só do flamengo, bem que
Querem saber de tudo: do monstro do Lago Ness ao poderiam fazer um exame de consciência e perguntar a si
Projeto Genoma Humano. E não se contentam com res- mesmos se, antes de matar a companheira com repugnan-
postas pela metade. Ler as dúvidas que aparecem nas car- tes requintes de violência, Bruno já não teria dado sinais ou
tas, os comentários sobre as reportagens passadas e as mesmo provas de que alguma coisa estava errada com ele.
sugestões de futuras é gratificante para qualquer jornalista. Talvez não, mas o que está mesmo em questão é a
Ainda mais para nós, jornalistas de Galileu, que adoramos possível necessidade de uma política preventiva a respeito
um bom desafio. dos jogadores.
Felizmente, a revista conta com uma arma secreta para Profissionais do futebol não são funcionários comuns
satisfazer tantas pessoas exigentes. Vou apresentá-la ago- de uma empresa. Ao assinarem contrato com o clube, pas-
ra: Luiz Francisco Senne, nosso secretário de produção, sam a ser parte de sua história e de sua imagem, o que
professor de português, roqueiro, colecionador de discos de significa tanto compromisso como honra - e implica respon-
vinil e livros usados, e responsável pelo atendimento aos sabilidades especiais, dentro das quatro linhas e fora delas.
leitores. Kiko, como é muito mais conhecido, sabe também A condição de ídolo popular tem tantas responsabilida-
driblar as angústias dos nossos jovens amigos em apuros. des quanto prazeres. Sei que estou apenas citando luga-
Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem dos res-comuns, o que pode ser cansativo para o leitor, mas
professores uma tarefa complicada e não sabem a quem peço um pouco de paciência: eles só ficam comuns por se-
recorrer. Kiko responde delicada mas firmemente: não dá rem verdadeiros e resistirem ao tempo.
para fazer o trabalho escolar no lugar do aluno (é festa ago- O Flamengo agiu com rapidez e eficiência, tanto quan-
ra?). Mas simpatiza com o drama de leitores como este cuja to a polícia, no caso do Bruno, mas o torcedor tem o direito
mensagem é reproduzida acima: “Vocês não poderiam dar de perguntar: o que o clube e os outros estão dispostos a
uma dica de como ir bem numa prova de física porque o fazer, não para reagir a episódios semelhantes, mas sim-
meu cérebro está cansado?” Atendendo ao apelo levado plesmente para evitá-los?
aos repórteres por Kiko, Galileu oferece a seus leitores a É comum, e absolutamente desejável, que rapazes,
matéria “Os cientistas alertam: não deveríamos existir”, do muitos ainda adolescentes, mostrem nos gramados um
editor Marcelo Ferroni. Ela mostra que a física pode ser grau de excelência no exercício da profissão prematuro
criativa em vez de uma aula chata. Quer ver? e incomum em outras profissões. As leis da concorrência
Martha San Juan França, Diretora de Redação mandam que sejam regiamente pagos por isso, mas o su-
cesso antes da maturidade tem riscos óbvios. Talvez deva
De acordo com o texto acima e com a Gramática partir dos clubes, tanto por razões éticas como em defesa
Normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa de sua própria imagem, a iniciativa de preparar suas jovens
incorreta: estrelas para a administração correta do sucesso. Dá traba-

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90 A Opção Certa Para a Sua Realização
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lho, com certeza, mas, em prazo não muito longo, trata-se 07. (Prefeitura de Bombinhas - SC - Auxiliar de Bi-
da defesa de seus interesses e de seu patrimônio, sem falar blioteca - FEPESE – 2019)
no aspecto ético de uma política nesse sentido.
O caso de Bruno é, obviamente, uma aberração. Não Edificação da integridade coletiva
conheço outro craque assassino, mas não faltam exem-
plos de bons jogadores que jogaram fora suas carreiras e Somos um animal que não nasce pronto; temos de ser
não foram cidadãos exemplares - ou pelo menos cidadãos formados. Essa formação pode nos levar [.....] vida como
comuns - por absoluta incompetência na administração do benefício ou [....] vida como malefício, da pessoa que é ca-
êxito. Principalmente porque o sucesso no esporte costuma paz de produzir benefício ou da que é capaz de produzir
chegar muito antes do que acontece com outras profissões. malefício. Todos e todas somos capazes de ambas as coi-
Bruno não foi formado no Flamengo. A ele chegou sas. Afinal de contas, ética está ligada [..... ] ideia de liber-
pronto, para o melhor e para o pior. O que fez de sua vida dade. Ética é como eu decido a minha conduta. E a palavra
não é culpa do clube, mas serve como advertência para “decido” é marcante porque sinaliza quais são os critérios e
todos os clubes, valores que eu uso para me conduzir na vida coletiva.
Cartolas, cuidem de seu patrimônio, cuidem de seus Não existe ética individual. Os séculos XVIII e XIX, com
garotos. a industrialização e depois com a mecanização, são calca-
dos na anulação da natureza como o outro. A percepção da
Luiz Garcia – Cronista do Jornal O Globo natureza como o outro começa a ganhar forma [..... ] partir
Falecido em abril de 2018 do século XX. Ela era tida como objeto e, portanto, passível
“O caso de Bruno é, obviamente, UMA ABERRAÇÃO.” de posse. A ideia da ecologia é uma questão ética porque
O trecho em destaque é classificado sintaticamente como: passamos [...... ] tomar a natureza como o outro, não como
A) predicativo do sujeito. objeto, ideia que vai introduzir uma referência: ética é con-
B) objeto indireto. vivência. A vida, acima de tudo, é condominial.
C) objeto direto. CORTELLA, S. Educação, convivência e ética - audá-
D) predicativo do objeto. cia e esperança!
E) sujeito. São Paulo: Cortez, 2018, p. 15-16. [Adaptado]

06. (Prefeitura de Blumenau - SC - Professor - Geo- Considere as frases abaixo.


grafia – Matutino - FURB - 2019) 1. Todos e todas somos capazes de ambas as coisas.
2. […] os critérios e valores que eu uso para me condu-
O tradicional desfile do aniversário de Blumenau, que zir na vida coletiva.
completa 169 anos de fundação nesta segunda-feira, teve 3. Não existe ética individual.
outra data especial para comemorar: os 200 anos de nasci- 4. Os séculos XVIII e XIX, com a industrialização […],
mento do Doutor Hermann Blumenau. __________ 15 mil são calcados na anulação da natureza […]
pessoas que estiveram na Rua XV de Novembro nesta ma- 5. Ética é como eu decido a minha conduta.
nhã acompanhando o desfile, de acordo com estimativa da 6. A vida, acima de tudo, é condominial.
Fundação Cultural, conheceram um pouco mais da vida do
fundador do município. [...] O desfile também apresentou Assinale a alternativa que apresenta a análise sintática
aspectos da colonização alemã no Vale do Itajaí. Dessa for- correta dos termos sublinhados, de acordo com a ordem
ma, as bandeiras e moradores das 42 cidades do território acima.
original de Blumenau, que foi fundado por Hermann, tam- A) objeto indireto • adjunto adnominal • objeto direto •
bém estiveram representadas na Rua XV de Novembro. [...] aposto • sujeito • adjunto adverbial
Disponível em: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/ B) objeto indireto • complemento nominal • objeto direto
desfile-em-blumenau-comemora-o-aniversario-da-cidade- • objeto indireto • sujeito • predicativo do sujeito
-e-os-200-anos-do-fundador>. Acesso em: 02 set. 2019. C) adjunto adverbial • objeto direto • adjunto adnominal
[adaptado] • objeto indireto • sujeito • adjunto adnominal
D) complemento nominal • predicativo do sujeito • sujei-
Sobre o excerto “Dessa forma, as bandeiras e morado- to • aposto • objeto direto • adjunto adnominal
res das 42 cidades do território original de Blumenau, que E) complemento nominal • adjunto adnominal • sujeito •
foi fundado por Hermann, também estiveram representadas adjunto adverbial • objeto direto • predicativo do sujeito
na Rua XV de Novembro.”, analisando-o sintaticamente,
podemos afirmar: I- Há uma oração com sujeito composto. 08. (ISSBLU - SC - Médico Perito - FURB – 2019)
II- Há uma oração explicativa. III- Há uma oração com agen-
te da passiva. Está(ão) correta(s): Os debates sobre as transformações da saúde na era
A) Apenas as afirmativas I e a II. digital ganham cada vez mais espaços no Brasil, envolven-
B) Apenas as afirmativas II e a III. do as diversas faces que integram o setor. Muitas empre-
C) As três afirmativas. sas e instituições _______________ eventos para tratar da
D) Apenas a afirmativa I. tecnologia e da inovação e o foco no humano, atenção pri-
E) Apenas a afirmativa II. mária e básica, telemedicina e outros temas que permeiam

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91 A Opção Certa Para a Sua Realização
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as inúmeras mudanças na assistência ao paciente _____ 2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
ganhando espaço. Mais do que simplesmente demonstrar panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe-
os inúmeros e velozes avanços das máquinas e descober- ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
tas para prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo:
é fundamental discutir também os desafios que isso tudo Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não
representa num país com tantas peculiaridades. “etc..”)
Um exemplo de destaque está no debate sobre tec-
nologia na Atenção Primária a Saúde, a chamada APS, e 3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
também na Atenção Básica, foco central das necessidades ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
do setor para grande parte da população. Nesse campo, a Haverá eleições em outubro
eficácia maior da evolução tecnológica está na capacidade O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
de armazenar e fazer a gestão de dados, antecipar fluxos e Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
desafogar o sistema. Com a administração de informações
pelas soluções digitais, é possível evitar o desperdício e o 4- Os números que identificam o ano não utilizam ponto
mau uso dos recursos, é viável o manejo adequado dos nem devem ter espaço a separá-los, bem como os números
pacientes com doenças crônicas e a promoção da efetiva de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
prevenção, monitorando as pessoas, auxiliando os médicos
com prontuários atualizados, antecipando necessidades e Ponto e Vírgula ( ; )
indicando hábitos básicos para uma vida mais saudável,
para o despertar do autocuidado. [...] 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
Disponível em: https://www.nsctotal.com.br/noticias/ importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
como-a-tecnologia-atua-na-atencao-basica-e-primaria-a- dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
-saude. Acesso em: 02/set/2019. [adaptado] pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
(VIEIRA)
No período “Mais do que simplesmente demonstrar os
2- Separa partes de frases que já estão separadas por
inúmeros e velozes avanços das máquinas e descobertas
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon-
para prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, é
tanhas, frio e cobertor.
fundamental discutir também os desafios que isso tudo
representa num país com tantas peculiaridades.”, o tre-
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
cho destacado exerce a função sintática de:
tivos, decreto de lei, etc.
A) objeto direto
Ir ao supermercado;
B) sujeito
Pegar as crianças na escola;
C) objeto indireto Caminhada na praia;
D) complemento nominal Reunião com amigos.
E) aposto
Gabarito Dois pontos (:)
01. E / 02. B / 03. B / 04. A / 05. A / 06. C / 07. E / 08. B 1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

3.9 PONTUAÇÃO. 2- Antes de um aposto


Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
tarde e calor à noite.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
servem para compor a coesão e a coerência textual, além 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven-
texto escrito adquire diferentes significados quando pontua- do a rotina de sempre.
do de formas diversificadas. O uso da pontuação depende,
em certos momentos, da intenção do autor do discurso. As- 4- Em frases de estilo direto
sim, os sinais de pontuação estão diretamente relacionados Maria perguntou:
ao contexto e ao interlocutor. - Por que você não toma uma decisão?

Principais funções dos sinais de pontuação Ponto de Exclamação (!)

Ponto (.) 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,


susto, súplica, etc.
1- Indica o término do discurso ou de parte dele, encer- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
rando o período.

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2- Depois de interjeições ou vocativos - Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Ai! Que susto! Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
João! Há quanto tempo!
- Para isolar:
Ponto de Interrogação (?) - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira,
possui um trânsito caótico.
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
vedo) Observações:
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão
Reticências (...) latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dispensá-
vel o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo ortográ-
1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, fico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. precedido
canetas, cadernos... de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc.

2- Indica interrupção violenta da frase. - As perguntas que denotam surpresa podem ter combi-
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” nados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você falou
isso para ela?!
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este mal...
pega doutor? - Temos, ainda, sinais distintivos:
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separação
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, de siglas (IOF/UPC);
depois, o coração falar... 2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas pelo
narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção aos pa-
Vírgula (,) rênteses, principalmente na matemática;
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a uma
Não se usa vírgula nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um nome que
não se quer mencionar.
* separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-
-se diretamente entre si: Fontes de pesquisa:
- entre sujeito e predicado: http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
Todos os alunos da sala foram advertidos. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm
Sujeito predicado Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
- entre o verbo e seus objetos: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. Saraiva, 2010.
V.T.D.I. O.D. O.I. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Usa-se a vírgula:
Questões
- Para marcar intercalação: 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias
não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem
abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): De-
pois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pes-
quisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

Língua Portuguesa
93 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

(SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua- perplexas = não se separa sujeito do predicado.
ção está correta em: D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e
A) Hagar disse, que não iria. fundamental = não se separa sujeito do predicado.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi- E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
fes e lagostas, aos vizinhos. na parte do território. = não se separa sujeito do predicado
C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: RESPOSTA: “A”.
para Hagar e Helga
D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse,
Hagar à Helga. _____________________________
E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas. _____________________________

1-) Correções realizadas: _____________________________


A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto) _______________________________________________
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e _______________________________________________
seu complemento (objeto)
_______________________________________________
C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
para Hagar e Helga.
_______________________________________________
D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
gar à Helga. _______________________________________________
E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas. _______________________________________________
RESPOSTA: “E”.
_______________________________________________
-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO
TRABALHO – CESPE/2014 - adaptada) _______________________________________________
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al-
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo _______________________________________________
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. _______________________________________________
( ) CERTO ( ) ERRADO
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- _______________________________________________
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado _______________________________________________
entre pontuações. Exemplos:
_______________________________________________
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram!
_______________________________________________
RESPOSTA: “CERTO”.
_______________________________________________
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014)
Em apenas uma das opções a vírgula foi corretamente em- _______________________________________________
pregada. Assinale-a.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. _______________________________________________
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas.
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas _______________________________________________
perplexas.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e _______________________________________________
fundamental.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- _______________________________________________
na parte do território.
_______________________________________________
3-)
_______________________________________________
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se _______________________________________________
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final).

Língua Portuguesa
94 A Opção Certa Para a Sua Realização
INFORMÁTICA
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

1. CONHECIMENTOS DO SISTEMA OPERACIONAL MICROSOFT WINDOWS XP: (1) ÁREA


DE TRABALHO (EXIBIR, CLASSIFICAR, ATUALIZAR, RESOLUÇÃO DA TELA, GADGETS)
E MENU INICIAR (DOCUMENTOS, IMAGENS, COMPUTADOR, PAINEL DE CONTROLE,
DISPOSITIVOS E IMPRESSORAS, PROGRAMA PADRÃO, AJUDA E SUPORTE, DESLIGAR,
TODOS OS PROGRAMAS, PESQUISAR PROGRAMA E ARQUIVOS E PONTO DE PARTIDA):
SABER TRABALHAR, EXIBIR, ALTERAR, ORGANIZAR, CLASSIFICAR, VER AS PROPRIE-
DADES, IDENTIFICAR, USAR E CONFIGURAR, UTILIZANDO MENUS RÁPIDOS OU SUS-
PENSOS, PAINÉIS, LISTAS, CAIXA DE PESQUISA, MENUS, ÍCONES, JANELAS, TECLADO
E/OU MOUSE; (2) PROPRIEDADES DA BARRA DE TAREFAS, DO MENU INICIAR E DO GE-
RENCIADOR DE TAREFAS: SABER TRABALHAR, EXIBIR, ALTERAR, ORGANIZAR, IDENTI-
FICAR, USAR, FECHAR PROGRAMA E CONFIGURAR, UTILIZANDO AS PARTES DA JANE-
LA (BOTÕES, PAINÉIS, LISTAS, CAIXA DE PESQUISA, CAIXAS DE MARCAÇÃO, MENUS,
ÍCONES E ETC.), TECLADO E/OU MOUSE; (3) JANELAS (NAVEGAÇÃO NO WINDOWS E O
TRABALHO COM ARQUIVOS, PASTAS E BIBLIOTECAS), PAINEL DE CONTROLE E LIXEI-
RA: SABER EXIBIR, ALTERAR, ORGANIZAR, IDENTIFICAR, USAR E CONFIGURAR AM-
BIENTES, COMPONENTES DA JANELA, MENUS, BARRAS DE FERRAMENTAS E ÍCONES;
USAR AS FUNCIONALIDADES DAS JANELAS, PROGRAMA E APLICATIVOS UTILIZANDO
AS PARTES DA JANELA (BOTÕES, PAINÉIS, LISTAS, CAIXA DE PESQUISA, CAIXAS DE
MARCAÇÃO, MENUS, ÍCONES E ETC.), TECLADO E/OU MOUSE; (4) BIBLIOTECAS, ARQUI-
VOS, PASTAS, ÍCONES E ATALHOS: REALIZAR AÇÕES E OPERAÇÕES SOBRE BIBLIO-
TECAS, ARQUIVOS, PASTAS, ÍCONES E ATALHOS: LOCALIZAR, COPIAR, MOVER, CRIAR,
CRIAR ATALHOS, CRIPTOGRAFAR, OCULTAR, EXCLUIR, RECORTAR, COLAR, RENOME-
AR, ABRIR, ABRIR COM, EDITAR, ENVIAR PARA, PROPRIEDADES E ETC.; E (5) NOMES
VÁLIDOS: IDENTIFICAR E UTILIZAR NOMES VÁLIDOS PARA BIBLIOTECAS, ARQUIVOS,
PASTAS, ÍCONES E ATALHOS.

Windows XP

Provavelmente, você já ouviu falar sobre o Windows: as caixas e as janelas que sempre lhe dão as boas-vindas
quando você liga o seu computador. Na verdade, milhões de pessoas em todo o mundo estão tentando entender e
interagir com isso enquanto você lê este livro. Quase todos os novos computadores e laptops vendidos atualmente
vêm com uma cópia do Windows pré-instalada, pronta para abrir as caixas coloridas na tela.

O que É o Windows e Por Que Você o Está Usando?


Criado e vendido por uma empresa chamada Microsoft, o Windows não é como o seu software usual, que per-
mite que você faça seu imposto de renda ou envie e-mails furiosos para os políticos. Não, o Windows é um sistema
operacional, ou seja, ele controla a maneira como você trabalha com o seu computador.
O Windows recebeu esse nome baseado em todas aquelas janelinhas que ele coloca em seu monitor. Cada
janela mostra informações, tais como uma imagem, um programa que você esteja executando, ou uma advertência
técnica. É possível colocar várias janelas na tela ao mesmo tempo e pular de uma para outra, visitando diversos
programas — ou, ampliar uma janela para preencher a tela inteira.
Ao ligar seu computador, o Windows pula para dentro da tela e supervisiona qualquer programa em execução.
Quando tudo está indo bem, você nem percebe o Windows funcionando; você simplesmente vê seus programas ou
seu trabalho. No entanto, quando as coisas não vão bem, geralmente o Windows deixa você com a pulga atrás da
orelha com uma mensagem de erro confusa.
Além de controlar seu computador e dar ordens aos seus programas, o Windows vem com vários programas gra-
tuitos e aplicativos. Esses programas e aplicativos permitem realizar diversas ações, tais como escrever e imprimir
cartas, navegar pela internet, escutar música e enviar fotos recentes de sua última refeição para seus amigos.
Lançado em 25 de outubro de 2001, o Windows XP é um sistema operacional desenvolvido e comercializado
pela gigante dos softwares, Microsoft. O nome “XP” deriva da palavra “experience”. Antes de seu lançamento, havia
a possibilidade do usuário optar pelo Windows ME, que era mais bonito visualmente e mais fácil de trabalhar, ou pelo
Windows 2000, mais estável, confiável e seguro. O Windows XP uniu o que havia de melhor nos sistemas anteriores
a ele: a beleza de um e a segurança de outro. O sistema operacional possui cerca de 400 milhões de cópias em uso
atualmente, é o mais usado em todo o mundo.
Basicamente, existem duas versões para o Windows XP: Home e Professional. A versão Home é destinada a
usuários domésticos, contando com recursos voltados para esse público: multimídia, reprodução de DVDs, ferramen-
tas de vídeo, etc. Já a versão Professional, destinada ao uso corporativo, conta com ferramentas e recursos mais
avançados. Entre vários outros recursos, o Windows XP Professional oferece a vantagem de trabalhar com dois pro-

Informática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

cessadores, permite o controle de pastas e arquivos em partições NTFS, oferece a possibilidade de trabalhar em um
computador remoto, etc. Além dessas duas versões, existem outras menos expressivas, como o Windows XP Media
Center Edition, Windows XP Embedded, Windows XP Starter Edition, etc.
A versão Starter Edition foi criada pela Microsoft com o fim de combater a pirataria presente em países emergen-
tes, como Rússia, Brasil e México. Realmente, seu preço é bem menor em relação às outras versões, no entanto,
possui uma série de limitações, como por exemplo, o fato de só poder abrir três janelas ao mesmo tempo para cada
programa.

Área de trabalho

A área de trabalho é a tela principal do Windows, é o ponto de partida para a realização dos trabalhos, pois, é neste local que
geralmente encontram-se os ícones (figuras que representam os programas instalados no computador) e a barra de tarefas.

Barra de tarefas

A barra de tarefas normalmente é encontrada na parte inferior da tela, nela estão disponíveis o menu iniciar o relógio, con-
trole de volume e algumas outras funções que dependerão dos tipos de programas disponíveis no computador. Serve também
para mostrar quais os programas que se encontram abertos no momento. Quando muitas janelas de documento e programa
estiverem abertas, o agrupamento na barra de tarefas disponibilizará mais espaço na barra. Por exemplo, se você tiver dez
janelas abertas e três delas forem documentos do Wordpad, os botões da barra de tarefas desses três documentos serão agru-
pados em um botão denominado Wordpad. Clique nesse botão e, em seguida, clique em um dos documentos para visualizá-lo.
Para melhorar a organização na barra de tarefas, os ícones na área de notificação (ao lado do relógio) ficarão ocultos quan-
do não estiverem em uso por algum tempo. Sealgum ícone ficar oculto, clique na seta (‹) para exibir temporariamente esses
ícones. Se você clicar em um deles, ele será exibido novamente.

Janelas

As janelas são os principais elementos ordenadores do Windows©, quase nada acontece sem elas ou fora de seus limites.
Elas têm a função de delimitar, organizar o espaço da tela, isto é, conter, agrupar ou separar visualmente elementos distintos da
interface ou específicos de um programa. Aplicativos sendo executados permanecem no interior de janelas, que demarcam o
espaço de tela utilizado por eles e o separam do desktop ou de outros espaços utilizados por outros programas ou pelo próprio
sistema.

Informática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Caixas de diálogo são janelas com mensagens em


que frequentemente é requisitada a intervenção do usuá-
rio, para tomar uma decisão, selecionar entre várias op-
ções, confirmar uma operação, ou simplesmente para
tomar conhecimento de algo que tenha acontecido fora
do âmbito de sua interação. Ao imprimir um arquivo, por
exemplo, o sistema deverá exibir uma janela apresen-
tando todas as opções de impressão que o programa e
a própria impressora apresentam, tais como qualidades
diferentes de impressão, tipos de papel, orientação da
página, quantidade de cópias. Da mesma maneira, se
ocorrer algum erro, seja com o computador, seja com o
sistema, será exibida uma caixa de diálogo informando
ao usuário sobre o ocorrido e, eventualmente, pergunta-
do sobre o que fazer a respeito.

- Janelas de configuração
Fazem parte de uma janela:
A. Linha delimitadora
B. Ícone de identificação.
C. Barra de título
D. Botões de Controle

Os botões de controle permitem ao usuário, respecti-


vamente, minimizar, maximizar e fechar a janela; a barra
de título normalmente indica o nome e/ou a localização
(path) do conteúdo da janela; o ícone de identificação
mostra a função da janela e daquilo que ela contém — no
caso de um aplicativo, ele exibirá um pequeno logotipo
do programa, no caso de uma pasta exibirá um ícone de
pasta; a linha delimitadora separa o conteúdo da janela
de outras janelas de outros espaços e conteúdos. (Na
janela da fig. 4, vêem-se também uma barra de menus e
uma barra de ferramentas, que serão tratados em capítu-
los específicos.)

Janelas especiais, ou secundárias.

Janelas especiais são todas aquelas que não visam


delimitar ou organizar o espaço na tela (não têm função
especificamente visual), mas cujo conteúdo visa permitir Janelas de configuração são espaços onde se apre-
ao usuário um maior controle da interface, do sistema e sentam opções para o ajuste de certa funcionalidade ou
de seus dispositivos. Essas janelas podem conter diver- dispositivo do sistema. São característicos dessas jane-
sos tipos de controles e opções, algumas delas com fun- las os botões (A), as caixas de texto (B), as “abas” (C),
ções cruciais ao funcionamento do sistema ou à tarefa do as caixas de agrupamento (D) e os spin buttons (E). As
usuário, outras apenas com mensagens ou avisos. Se- “abas” poderiam até ser consideradas um tipo de janela
guem-se dois exemplos de “janelas especiais”: especial, não fosse o fato de existirem também em cir-
cunstâncias diferentes das apresentadas acima.
- Caixas de diálogo
Menus

Menus se desdobram em uma multiplicidade de ou-


tros menus, janelas, ferramentas ou controles mesmo.
Eles apresentam ao usuário informações e recursos
que não são encontrados com facilidade em outro lugar,
além de os oferecerem de maneira estruturada, possibi-
litando uma interação que independe do conhecimento
prévio de ícones ou símbolos complicados, ou da com-
preensão das metáforas envolvidas na significação des-

Informática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

tes. Nem sempre apenas ler o título de uma das opções solução de problemas, receber suporte, e muito mais.
de um menu dirime qualquer problema que possa surgir Quando você clica em Todos os programas, é aberta
durante a interação, mas pode ser uma valiosa indica- uma lista dos programas instalados no computador.
ção do caminho a seguir. A lista de programas no menu Iniciar é dividida em
duas partes: os programas exibidos acima da linha se-
paradora (também conhecidos como lista de itens fixos)
e os programas exibidos abaixo da linha separadora
(também conhecidos como lista dos programas mais
usados). Os programas da lista de itens fixos permane-
cem lá e estão sempre disponíveis para serem iniciados
quando clicados. Você pode adicionar itens a essa lista.
Os programas são adicionados à lista dos progra-
mas mais usados quando você os usa. O Windows tem
um número padrão de programas exibidos na lista dos
programas mais usados. Quando esse número é al-
cançado, os programas que não são abertos há algum
tempo são substituídos pelos programas usados mais
recentemente.
Você também pode personalizar o menu Iniciar e
adicionar uma pasta denominada Meus documentos re-
centes que conterá os arquivos abertos recentemente.
Outra maneira de personalizar o menu Iniciar é definir
que os itens sejam abertos quando você mantiver o
mouse sobre eles, uma forma simples de visualizar o
conteúdo do item.
O menu “Iniciar”, presente desde o Windows 95©,
tem características muito particulares, e deve ser consi-
Menu “Editar” do MS Word
derado à parte dos outros.
Além de ser um menu que contém diversos outros
Ainda que certos menus tenham algumas caracte-
menus, eventualmente chegando a três ou mais colu-
rísticas específicas, a maioria deles não difere quanto a nas, o “Iniciar” dá acesso a todas as funções e progra-
seus elementos básicos. Eles geralmente exibem ícones mas instalados em um computador com muito poucos
que identificam funções correlatas, presentes em barras cliques do mouse. Visualmente, estruturalmente e fun-
de ferramentas (A), funções e/ou comandos relativos a cionalmente distinto dos outros, ele é rico em cores, de-
alguma funcionalidade do sistema ou de algum progra- gradês e em ícones de diferentes dimensões; apresenta
ma específico (B), um título indicativo de seu conteúdo seu conteúdo estruturado em colunas, agrupando de
(C), informações so-bre atalhos de teclado através dos forma diferente os programas e as funções principais
quais é possivel executar um comando sem acessar o do sistema; contém um espaço dedicado a atalhos do
menu (D), e uma indicação de que certas opções se usuário, auxilia na navegação realçando itens recém
desdobram instalados e apresenta menus em cascata sem a neces-
Os menus podem ser divididos em duas categorias sidade de clicar sobre eles, tendência que se difundiu,
gerais: aqueles associados a tarefas que dizem mais posteriormente, a todos os menus.
respeito ao sistema, presentes em (quase) todas as apli-
cações — “Arquivo” e “Editar” são bons exemplos — e Ícones
aqueles cujas opções são específicas de um software
— no caso do Adobe Photoshop©, por exemplo, o menu Ícones são representações gráficas de objetos tais
“Imagem”. Em uma “barra de menus” é comum encon- como documentos, dispositivos de armazenamento,
trarmos as duas categorias lado a lado, sem distinção, pastas e aplicações. Na medida do possível, eles devem
com uma exceção, a do menu “Iniciar”. se assemelhar a suas contrapartes no mundo real, de
modo a facilitar seu reconhecimento. Desta forma, eles
O menu Iniciar ajudam a comunicar o propósito ou a função ou o con-
teúdo de um programa ou arquivo antes que este seja
aberto. A maioria das interfaces que adota a “orientação
a objetos” apresenta ícones que podem ser seleciona-
dos, movidos, copiados, arrastados ou jogados fora. Ao
longo do tempo eles evoluíram de pequenas imagens
Quando você clica em Iniciar, é exibido um menu que
toscas de baixa resolução a representações quase fo-
oferece acesso rápido à maioria dos itens mais úteis do
tográficas. Os ícones podem ser classificados quanto a
computador. Você pode clicar em Ajuda e suporte para seu tipo, número de cores, orientação e estilo:
aprender a usar o Windows, obter informações sobre a

Informática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

— Tipo: os tipos de ícones se distribuem entre as ca-


tegorias de objetos da interface. Seguem-se uma classi-
ficação geral e alguns exemplos.

3.Digite um nome para a nova pasta e pressione EN-


TER.
Observações
Para abrir Meus documentos, clique em Iniciar e, em
seguida, clique em Meus documentos, caso ele não esteja
na área de trabalho.
Você também pode criar uma nova pasta clicando com
o botão direito do mouse em uma área em branco na jane-
la da pasta ou na área de trabalho, apontando para Nova
e clicando em Pasta.

Para mover um arquivo ou pasta


1.Abra a pasta Meus documentos.
Classificação geral dos tipos de ícones Se a pasta ou o arquivo que você deseja mover não for
encontrado nesta pasta ou em suas subpastas, use a op-
Pastas e Arquivos ção Pesquisar para localizá-lo. Para abrir Pesquisar, clique
em Iniciar e, em seguida, clique em Pesquisar.
Após a criação do arquivo é possível sua organização 2.Clique no arquivo ou pasta que você deseja mover.
por meio de pastas. Quando executamos vários trabalhos,
cada qual em um programa especifico, criamos com isso 3.Em Tarefas de arquivo e pasta, clique em Mover este
diferentes tipos de arquivos e para não misturar uns com arquivo ou Mover esta pasta.
os outros, o que dificulta na hora de procurar por um deles, Observe que para excluir uma pasta basta clicar em
colocamos cada um dos tipos em suas respectivas pastas. Excluir esta pasta.
Ex.: em uma pasta ficariam todos os trabalhos de digita- 4.Em Mover itens, clique no novo local do arquivo ou
ção, em outra todos os arquivos de música e assim por pasta e, em seguida, clique em Mover.
diante. No entanto, pasta é o elemento usado para guardar
os arquivos. Observações
Para abrir Meus documentos, clique em Iniciar e, em
Criação de pastas seguida, clique em Meus documentos.
Para criar uma nova pasta Para selecionar um grupo de arquivos consecutivos,
1.Abra a pasta Meus documentos. clique no primeiro arquivo, pressione e mantenha pressio-
nada a tecla SHIFT e clique no último arquivo. Para Fig. 6
selecionar arquivos ou pastas não consecutivos, pressione
e mantenha pressionada a tecla

Fig. 7 CTRL e, em seguida, clique nos itens desejados.

2.Em Tarefas de arquivo e pasta, clique em Criar uma


nova pasta.

Será exibida uma nova pasta com o nome padrão,


Nova pasta, selecionado.

Informática 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

• Você também pode mover uma pasta ou arquivo ar- Windows Media Player
rastando-o para o local desejado. Também é possível ex-
cluir uma pasta clicando com o botão auxiliar do mouse e Você pode tocar e exibir diversos tipos de arquivos de
escolhendo a opção Excluir. áudio e vídeo usando o Windows Media Player. Você pode
também escutar e fazer cópias dos seus CDs, passar DVDs
Programas (caso tenha hardware de DVD), ouvir estações de rádio da
Internet, exibir clipes de um filme ou um vídeo de música em
Como dito anteriormente, programa é o software usado um site da Web. Você também pode usar o Windows Media
para a realização de trabalho como digitar um texto, editar Player para criar seus próprios CDs de música.
uma foto, criar um desenho e outras coisas que dependerão
de cada tipo de trabalho. Ele é quem dá a personalidade ao WordPad
seu computador, por exemplo, um fotógrafo possui em seu
computador programas que o possibilite editar fotos, um Você pode utilizar o WordPad para criar ou editar ar-
técnico em eletrônica tem em seu PC programas relaciona- quivos de texto que contenham formatação ou elementos
dos com sua profissão e assim por diante. gráficos. Use o Bloco de notas para edição de texto básica
Independente de cada profissão o próprio Windows ou para criar páginas da Web.
também possui alguns programas, que podemos considerá- Abra o WordPad.
-los como de uso geral. São programas básicos e de grande Observações
utilidade, como: • Para abrir o WordPad, clique em Iniciar, aponte para
• Calculadora; Todos os programas, para Acessórios e clique em Wor-
• Pesquisar; dPad.
• Windows Mídia Player;
• Wordpad; Internet Explorer
• Internet Explore;
• Jogos e outros. Com o Internet Explorer e uma conexão com a Internet,
é possível pesquisar e exibir informações na World Wide
Calculadora Web. Você pode digitar o endereço da página da Web que
deseja visitar na barra de endereços ou clicar em um en-
Você pode utilizar a Calculadora para fazer qualquer dereço na sua lista Favoritos. O Internet Explorer também
operação padrão na qual usaria uma calculadora de mão.
permite procurar por pessoas, negócios e informações so-
A Calculadora serve para aritmética básica, como adição
bre assuntos de seu interesse na Internet. Os recursos de
e subtração, e para funções encontradas em uma calcula-
segurança do Internet Explorer possibilitam navegar pela
dora científica, como logarítmos e fatoriais. Você pode usar
Web com confiança, sabendo que seu computador e suas
a Calculadora no modo de exibição padrão, para cálculos
informações pessoais estão seguros.
simples, ou no modo de exibição científico, para cálculos
Visão geral sobre atalhos de teclado do Windows
estatísticos e científicos avançados.
Utilize as teclas de atalho como uma alternativa para
Pesquisar o mouse quando estiver trabalhando no Windows. Você
pode abrir, fechar e navegar no menu Iniciar, na área de
O programa Pesquisar é muito útil quando precisamos trabalho, em menus, caixas de diálogo e páginas da Web
procurar por um arquivo ou uma pasta que não sabemos utilizando atalhos do teclado. Esses atalhos podem facilitar
onde está. a interação com o computador.
Para procurar por um arquivo ou uma pasta
1. Clique em Iniciar e, em seguida, clique em Pesquisar. Atalhos gerais de teclado
2. Clique em Todos os arquivos e pastas.
3. Digite parte ou todo o nome do arquivo ou pasta, ou Ctrl+C (Copiar)
digite uma palavra ou frase que esteja no arquivo. Ctrl+X (Exclui o item selecionado e salva uma cópia na
4. Se não souber ou se desejar limitar mais a sua pes- área de transferência)
quisa, selecione uma ou mais das opções remanescentes: Ctrl+V (Colar)
Ctrl+Z (Desfazer)
Em Examinar, clique na unidade, pasta ou rede que Delete (Excluir)
você deseja pesquisar. Shift+Delete (Exclui o item selecionado permanente-
Clique em Quando ele foi modificado? para procurar por mente sem mover o item para a Lixeira)
arquivos que foram criados ou modificados em datas espe- Ctrl enquanto arrasta um item (Copia o item selecio-
cíficas ou entre elas. nado)
Clique em Qual é o tamanho? para procurar por arqui- Ctrl+Shift enquanto arrasta um item (Cria um atalho
vos de um tamanho específico. para o item selecionado)
Clique em Mais opções avançadas para especificar cri- Tecla F2 (Renomeia o item selecionado)
térios de pesquisa adicionais. Ctrl+Seta para Direita (Move o cursor para o início da
Clique em Pesquisar. próxima palavra)

Informática 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Ctrl+Seta para Esquerda (Move o cursor para o início Logotipo do Windows+E (Abre Meu computador)
da palavra anterior) Logotipo do Windows+F (Pesquisa por um arquivo ou
Ctrl+Seta para Baixo (Move o cursor para o início do pasta)
próximo parágrafo) Ctrl+Logotipo do Windows+F (Pesquisa por computa-
Ctrl+Seta para Cima (Move o cursor para o início do dores)
parágrafo anterior) Logotipo do Windows+F1 (Exibe a Ajuda do Windows)
Ctrl+Shift com qualquer tecla de seta (Realça um blo- Logotipo do Windows+L (Bloqueia o teclado)
co de texto) Logotipo do Windows+R (Abre a caixa de diálogo Exe-
Shift com qualquer tecla de seta (Seleciona mais de cutar)
um item em uma janela ou na área de trabalho ou selecio- Logotipo do Windows+U (Abre o Gerenciador de uti-
na o texto em um documento) litário)
Ctrl+A (Seleciona tudo)
Tecla F3 (Pesquisa por um arquivo ou pasta) Atalhos de teclado da caixa de diálogo
Alt+Enter (Exibe as propriedades do item selecionado)
Alt+F4 (Fecha o item ativo ou sai do programa ativo) Se você pressionar Shift+F8 em caixas de listagem de
Alt+Enter (Exibe as propriedades do objeto seleciona- seleção estendida, você ativa o modo de seleção esten-
do) dida. Nesse modo, é possível usar uma seta de direção
Alt+ Barra de espaço (Abre o menu de atalho da janela para mover um cursor sem alterar a seleção. Você pode
ativa) pressionar Ctrl+Barra de espaço ou Shift+Barra de espaço
Ctrl+F4 (Fecha o documento ativo em programas que para ajustar a seleção. Para cancelar o modo de seleção
permitem que vários documentos sejam abertos ao mes- estendida, pressione Shift+F8 novamente. O modo de se-
mo tempo) leção estendida se auto cancela quando você move o foco
Alt+Tab (Alterna entre itens abertos) para outro controle.
Alt+ Esc (Circula através de itens na ordem em que Ctrl+Tab (Move para frente através das guias)
foram abertos) Ctrl+Shift+Tab (Move para trás através das guias)
Tecla F6 (Circula através de elementos da tela em uma Tab (Move para frente através das opções)
janela ou na área de trabalho) Shift+Tab (Move para trás através das opções)
Tecla F4 (Exibe a lista de barra de endereços em Meu Alt+letra sublinhada (Executa o comando correspon-
computador ou no Windows Explorer) dente ou seleciona a opção correspondente)
Shift+F10 (Exibe o menu de atalho para o item sele- Enter (Executa o comando para a opção ativa ou bo-
cionado) tão)
Alt+Barra de espaço (Exibe o menu sistema para a ja- Barra de espaço (Seleciona ou limpa a caixa de sele-
nela ativa) ção se a opção ativa for uma caixa de seleção)
Ctrl+Esc (Exibe o menu Iniciar) Teclas de seta (Seleciona um botão se a opção ativa
Alt+letra sublinhada em um nome de menu (Exibe o for um grupo de botões de opção)
menu correspondente)
Tecla F1 (Exibe a Ajuda)
Letra sublinhada em um nome de comando em um
Tecla F4 (Exibe os itens na lista ativa)
menu aberto (Executa o comando correspondente)
Tecla Backspace (Abrir uma pasta um nível acima
Tecla F10 (Ativa a barra de menus no programa ativo)
se uma pasta for selecionada na caixa de diálogo Salvar
Seta para Direita (Abre o próximo menu à direita ou
como ou Abrir)
abre um submenu)
Seta para Esquerda (Abre o próximo menu à esquerda
QUESTÕES
ou fecha um submenu)
Tecla F5 (Atualiza a janela ativa)
Tecla Backspace (Exibe a pasta um nível acima no 01. Ano: 2008 Banca: CONESUL Órgão: CMR-RO Pro-
Meu computador ou Windows Explorer) va: CONESUL - 2008 - CMR-RO - Agente Administrativo
Esc. (Cancela a tarefa atual)
Shift quando você inserir um CD na unidade de CD
(Impede que o CD seja reproduzido automaticamente)
Ctrl+Shift+Esc (Abre o Gerenciador de tarefas)

Atalhos de teclado naturais da Microsoft

Logotipo do Windows (Exibe ou oculta o menu Iniciar)


Logotipo do Windows+Break (Exibe a caixa de diálogo
Propriedades do Sistema)
Logotipo do Windows+D (Exibe área de trabalho)
Logotipo do Windows+M (Minimiza todas as janelas)
Logotipo do Windows+Shift+M (Restaura as janelas
minimizadas)

Informática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A tecla de atalho ALT+TAB, no Windows XP, possui a 04. Ano: 2011 Banca: CONSULPLAN Órgão: CREA-
função de -RJ Prova: CONSULPLAN - 2011 - CREA-RJ - Técnico
Administrativo
A) alternar entre os programas abertos. O gerenciador de arquivos é um software utilizado
B) reiniciar o Windows XP no modo Hibernar. para cópia, exclusão, organização, movimentação e todas
C) reiniciar o Windows XP no modo em Espera. as atividades de gerenciamento de arquivos no computa-
D) desligar o computador. dor. No Sistema Operacional Windows XP, o gerenciador
E) formatar o Windows XP. de arquivos é:

GABARITO OFICIAL: LETRA A A) Windows Explorer.


B) Internet Explorer.
02. Ano: 2015 Banca: IBFC Órgão: SAEB-BA Prova: C) XP Explorer.
IBFC - 2015 - SAEB-BA - Técnico de Registro de Comércio D) File Manager.
Assinale, das alternativas abaixo, a única que identifi-
ca corretamente sobre os conceitos básicos do Windows E) Konqueror.
XP: GABARITO OFICIAL: LETRA A

A) o Windows XP não possui a característica de ser 05. Ano: 2007 Banca: CESPE Órgão: TCU Prova:
multitarefa. CESPE - 2007 - TCU - Analista de Controle Externo - Tec-
B) ao desligar o Windows XP temos somente as op- nologia da Informação
ções de desligar ou de reiniciar. Texto associado
C) o Windows XP não permite a alternância entre vá- Acerca dos sistemas Windows e Linux, julgue os itens
rias contas de usuários. subsequentes.
D) o Notepad (Bloco de Notas) e o Paint foram, por O sistema de arquivos padrão do Windows XP Profes-
sional é o NTFS. Entretanto, o sistema de arquivos FAT16
padrão, desativados no Windows XP.
ainda é utilizado pelo Windows XP para a leitura de floppy
E) na Área de Trabalho encontram-se ícones, a Barra
disks.
de Tarefas e o Botão Iniciar.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO OFICIAL: LETRA E
GABARITO OFICIAL: ERRADO
03. Ano: 2012 Banca: CONSESP Órgão: Câmara Mu-
Fonte:
nicipal de Eldorado do Sul - RS Prova: CONSESP - 2012 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/
- Câmara Municipal de Eldorado do Sul - RS - Monitor Fe- windows-xp.htm
minino https://docplayer.com.br/5675199-Caracteristicas-win-
Com relação ao tópico “Imprimindo no Windows XP dows-xp.html
Professional” assinale a alternativa incorreta: (considere a https://www.apostilando.com/apostila/3097/apostila-
utilização do Windows XP Professional na sua instalação -basica-de-windows-xp
original). https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/9389/9389_5.PDF
https://support.microsoft.com/pt-br/help/301583/list-o-
A) Na linguagem de impressão do Windows XP Pro- f-the-keyboard-shortcuts-that-are-available-in-windows-xp
fessional, uma impressora é o software que controla um qconcursos.com
dispositivo de impressão.
B) Você pode adicionar, modificar e remover impresso- Explorador de Arquivos (Windows Explorer)
ras direto na pasta Impressoras e Aparelhos de Fax.
C) Você pode configurar várias impressoras para um
dispositivo de impressão físico ou vice- versa e definir di-
ferentes agendas, prioridades e permissões para o dispo-
sitivo.
D) Após configurar uma impressora, você pode fa-
cilmente compartilhá-la na rede para que outros possam
usá-la.
E) O driver de impressão (um arquivo no seu disco
rígido) traduz o seu arquivo para comandos que indicam
à sua impressora como imprimir este arquivo. Este driver
de impressão não é mais necessário no Windows XP Pro-
fessional.

GABARITO OFICIAL: LETRA E

Informática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Para termos acesso ao explorador de arquivos: É importante saber que, para o Windows, cada arquivo
Opção 1: Clique; com o botão direito do mouse; no ou pasta gravada no HD (hard disk), deve ter um nome ex-
ícone do Windows no canto inferior esquerdo, na barra de clusivo, para que possa ser localizado pelos mecanismos
tarefas, depois clique em Explorador de Arquivos. de busca do computador. Para nomear um arquivo, você
Opção 2: Pressione a tecla do logotipo do Windows + pode optar por letras e números, mas nunca utilizar carac-
E no seu teclado. teres especiais, como: \ / : * ? “ < > | pois estes possuem
Opção 3: Clique em Explorador de Arquivos na barra reservas por definição do próprio Windows.
de tarefas.
Criar um Arquivo:
Quando o Explorador de Arquivos for aberto, você en- Uma forma de armazenamento de dados é através de
trará no Acesso rápido. As pastas usadas com frequên- arquivos. Este contém informações digitais as quais foram
cia e os arquivos usados recentemente ficam listados ali, gerados por você. Portanto, pela primeira vez quando você
assim você não precisa procurar por eles uma série de salva um arquivo, você na verdade está criando algo que
pastas para encontrá-los. Fixe suas pastas favoritas ao não existia. Vamos gerar um arquivo a partir do utilitário
Acesso rápido para encontrá-las mais facilmente. Você Bloco de Notas, nativo do Windows 7:
pode poupar alguns minutos do seu tempo com esta ação. 1) Clique no botão Iniciar.
2) Aponte o mouse para Todos os Programas.
Acesso rápido no Explorador de Arquivos 3) Em seguida, clique em Acessórios e, posteriormen-
te, em Wordpad.
Agora, você pode usar aplicativos para compartilhar Uma vez estando o programa aberto na tela você pode
arquivos e fotos diretamente de Explorador de Arquivos. digitar qualquer texto.
Selecione os arquivos que deseja compartilhar. 4) Digite qualquer texto.
Acesse a guia Compartilhar, selecione o botão Com-
partilhar e em seguida, escolha um aplicativo. Gravar um Arquivo no Disco (HD):
Se você está migrando do Windows 7, veja algumas 1) Após concluída a digitação, clique no menu Arquivo.
diferenças: 2) Clique na opção Salvar. Quando você salva o do-
Meu computador agora é chamado Este Computador cumento pela primeira vez, uma caixa de diálogo é aberta
e ele não aparecerá na área de trabalho por padrão. Para automaticamente.
descobrir como adicionar Este Computador ao menu ini- 3) Selecione a pasta Documentos, no painel à esquer-
ciar, clique com o botão direito do mouse em Este Compu- da da caixa de diálogo Salvar Como.
tador na faixa esquerda do Explorador de Arquivos, depois 4) Na área Nome do Arquivo, digite o nome do arquivo
clique em Fixar em Iniciar. que está sendo salvo, neste exemplo, “Tempos de Copa”.
5) Clique no botão Salvar.

Copiar e Colar um Arquivo

No momento em que você copia e cola um arquivo, é


criada uma duplicata do arquivo original, que pode ser mo-
dificada, independentemente do arquivo original. Se você
copiar e colar um arquivo em um local diferente do compu-
tador, é interessante dar a ele um nome diferente para que
você se lembre de qual arquivo é cópia e qual é o original.
Para copiar e colar um arquivo
1) Abra o local que contém o arquivo que você deseja
copiar.
2) Clique com o botão direito do mouse no arquivo e
clique em Copiar .
3) Abra o local onde a cópia será armazenada.
Para criar um atalho na área de trabalho, abra o Explo- 4) Clique com o botão direito do mouse no espaço va-
rador de Arquivos, selecione Este Computador no painel zio dentro do local e clique em Colar .
esquerdo, do Explorador de Arquivos, em seguida, arras- Dica: Você pode usar os atalhos do teclado Ctrl+C
te-o para sua área de trabalho. (Copiar) e Ctrl+V (Colar). Como nas versões anteriores,
As bibliotecas não aparecerão no Explorador de Arqui- você também pode pressionar e manter pressionado o bo-
vos, a menos que você queira. Para adicioná-las ao painel tão direito do mouse e, em seguida, arrastar o arquivo para
esquerdo, selecione a aba Exibição, depois Painel de na- o novo local. Quando você soltar o botão do mouse, clique
vegação e logo depois, Mostrar bibliotecas. em Copiar aqui .
O explorador de Arquivos ficou mais interativo, por Você pode copiar e colar uma pasta da mesma ma-
isso é aprovado nas versões do Windows mais recentes. neira que faz com um arquivo. Ao copiar e colar um pasta,
todos os arquivos de seu conteúdo são copiados.

Informática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Se você criar ou editar arquivos para ser utilizados no Para limpar uma seleção, clique em uma área em
futuro, é importante que sejam feitas cópias com frequên- branco da janela.
cia para evitar surpresa. Sempre há risco de um arquivo ou Dica: Após selecionar arquivos ou pastas, você pode
equipamento sofrer algum dano e ser inutilizado. Faça có- executar várias tarefas comuns, como copiar, excluir, re-
pias frequentemente! nomear, imprimir e compactar. Basta clicar com o botão
direito do mouse nos itens selecionados e na opção apro-
Criar uma Nova Pasta priada.

Uma pasta é o local onde você armazena seus arqui- Renomear um arquivo
vos e até mesmo outras pastas (subpastas). Recomenda-
-se criar pastas por assunto ou tema, evitando com isso Uma maneira de renomear um arquivo é abrir o arqui-
congestionar seu computador com inúmeras pastas des- vo e salvá-lo com outro nome. Porém, há um meio mais
necessárias. Assim, o melhor é que dentro de cada tema eficiente. Siga:
ou assunto você crie subpastas. Saiba como criar facil- 1) Clique com o botão direito do mouse no arquivo que
mente uma nova pasta: você deseja renomear e clique em Renomear.
1) Selecione o local onde deseja criar uma nova pasta; 2) Digite o novo nome e pressione Enter.
2) Clique com o botão direito do mouse em uma área Outra forma para você renomear um arquivo é sele-
em branco deste local, aponte para Novo e, em seguida, cioná-lo e, posteriormente, pressionar a tecla F2. A caixa
clique em Pasta; entra em edição. Às vezes, pode ser que você não tenha
3) Digite um nome para a nova pasta e pressione Enter permissão para alterá-lo.
4) A nova pasta aparecerá no local especificado. Dica: Você também pode renomear vários arquivos
de uma vez, o que é útil para agrupar itens relacionados.
Observação: Se você criar uma nova pasta em uma Para fazer isso, selecione os arquivos e siga as etapas
biblioteca, como Documentos , por exemplo, a pasta será acima. Entretanto, é melhor ter o cuidado de não subs-
criada dentro do local padrão. tituir arquivos úteis.
Dica: As bibliotecas permitem que você armazene pas-
tas em diversos discos rígidos, como unidades externas de Excluir um arquivo ou uma pasta
disco rígido. Você pode usar pesquisas salvas para reduzir
o número de pastas que precisará criar. Isso facilita a loca- Às vezes, um arquivo ou uma pasta se tornou des-
lização dos arquivos nas pastas que incluem muitos itens. necessário e apenas está ocupando espaço em seu dis-
co rígido. Desta forma, para excluir um arquivo ou pasta,
Selecionar vários arquivos ou pastas faça o seguinte:
1) Clique com o botão direito do mouse no arquivo
Há muitas maneiras de se selecionar vários arquivos ou na pasta que você deseja excluir e clique em Excluir.
ou pastas simultaneamente. Por exemplo, se o objetivo é Outra forma de excluir um arquivo ou uma pasta fa-
selecionar um grupo de arquivos ou pastas consecutivos, cilmente é arrastar diretamente para a Lixeira, ou ainda
clique no primeiro item que deseja selecionar, mantenha a selecionando o arquivo ou a pasta e pressionando De-
tecla Shift pressionada e clique no último item a ser sele- lete.
cionado. Observações: Quando você exclui um arquivo ou
Caso queira selecionar vários arquivos ou pastas pró- pasta do disco rígido , saiba que ele não é excluído ime-
ximos entre si, você pode arrastar o ponteiro do mouse diatamente. Por enquanto ele é armazenado na Lixeira
para criar uma seleção em torno da área externa para a e ali permanecerá até que esta seja esvaziada. Para ex-
inclusão de todos os itens. cluir permanentemente um arquivo sem antes movê-lo
Talvez, em algum momento, será preciso selecionar para a Lixeira, selecione o arquivo e pressione Shift+-
arquivos ou pastas de forma não consecutivos, neste Delete.
caso, mantenha a tecla Ctrl pressionada e clique em cada
um dos itens que você deseja selecionar. Ocultar arquivos ou pastas
Para selecionar todos os arquivos ou pastas de um lo-
cal, estando nesta janela, na barra de ferramentas, clique Geralmente não é possível ver um arquivo oculto,
em Organizar e em Selecionar tudo. Para excluir um ou seja seja um arquivo comum como qualquer outro. Você
mais itens da seleção, mantenha a tecla Ctrl pressionada pode escolher se um arquivo ficará oculto ou visível, al-
e clique nos itens. terando suas propriedades. Para tanto, faça o seguinte:
1) Clique com o botão direito do mouse no ícone do
Para selecionar vários arquivos ou pastas usando as arquivo e clique em Propriedades .
caixas de seleção 2) Ao lado dos Atributos , marque a caixa de seleção
1) Clique para abrir Opções de Pasta. Oculto e clique em OK.
2) Clique na guia Exibir. Se um arquivo estiver oculto e, posteriormente, você
3) Marque a caixa de seleção Usar as caixas de sele- deseja exibi-lo, será necessário mostrar todos os arqui-
ção para selecionar itens e clique em OK. vos ocultos para vê-lo.

Informática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Observações: Embora você possa ocultar arquivos


confidenciais para que outras pessoas não possam vê- 2. CONHECIMENTOS SOBRE O PROGRAMA
-los, não confie no ocultamento de arquivos como seu MICROSOFT WORD 2010: (1) AMBIENTE E
único meio de segurança ou privacidade. Entretanto, COMPONENTES DO PROGRAMA: SABER
você pode ocultar os arquivos usados raramente para IDENTIFICAR, CARACTERIZAR, USAR, AL-
reduzir a poluição visual, embora eles ainda ocupem es- TERAR, CONFIGURAR E PERSONALIZAR O
paço no disco rígido. AMBIENTE, COMPONENTES DA JANELA, FUN-
CIONALIDADES, MENUS, ÍCONES, BARRA DE
Referências: FERRAMENTAS, GUIAS, GRUPOS E BOTÕES,
https://www.icloud.com.br/2279/o-que-mudou-no- INCLUINDO NÚMERO DE PÁGINAS E PALA-
-explorador-de-arquivos-do-windows-10 VRAS, ERROS DE REVISÃO, IDIOMA, MODOS
http://www.jbtreinamento.com.br/informativo/windo- DE EXIBIÇÃO DO DOCUMENTO E ZOOM;
ws-explorer.php (2) DOCUMENTOS: ABRIR, FECHAR, CRIAR,
www.qconcursos.com EXCLUIR, VISUALIZAR, FORMATAR, ALTE-
RAR, SALVAR, CONFIGURAR DOCUMENTOS,
QUESTÕES UTILIZADO AS BARRAS DE FERRAMENTAS,
MENUS, ÍCONES, BOTÕES, GUIAS E GRUPOS
1. Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: DA FAIXA DE OPÇÕES, TECLADO E/OU MOU-
VUNESP - 2017 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário SE; (3) BARRA DE FERRAMENTAS: IDENTIFI-
No sistema operacional Windows, em sua configura- CAR E UTILIZAR OS BOTÕES E ÍCONES DAS
ção padrão, os nomes de arquivos ou pastas seguem algu- BARRAS DE FERRAMENTAS DAS GUIAS E
mas regras, sobre as quais é correto afirmar que GRUPOS INÍCIO, INSERIR, LAYOUT DA PÁGI-
NA, REFERÊNCIAS, CORRESPONDÊNCIAS,
A) o tamanho máximo de caracteres que pode ser uti- REVISÃO E EXIBIÇÃO, PARA FORMATAR,
lizado no Windows 10 inclui o nome do arquivo e do seu PERSONALIZAR, CONFIGURAR, ALTERAR E
caminho. RECONHECER A FORMATAÇÃO DE TEXTOS E
B) o nome do arquivo no Windows 10 não pode ter DOCUMENTOS; E (4) AJUDA: SABER USAR A
caracteres como \ / : * ? “ < > |, mas a sua extensão pode AJUDA.
incluí-los.
C) os nomes dos arquivos no Windows 10 podem ter
até 128 caracteres. MS-WORD- 2010
D) caracteres como \ / : * ? “ < > | podem ser utilizados
nos nomes no Windows 10. O Microsoft Word é um programa de processamento
E) o nome do arquivo no Windows 10 não pode ter ca- de texto, projetado para ajudá-lo a criar documentos com
racteres como \ / : * ? “ < > |, mas o nome do seu caminho qualidade profissional. O Word ajuda você a organizar e
pode incluí-los. escrever os documentos de forma mais eficiente.
Sua primeira etapa ao criar um documento no Word é
GABARITO OFICIAL: LETRA A escolher se deve iniciar a partir de documento em branco
ou permitir que um modelo faça a maior parte do trabalho
2. Ano: 2017 Banca: MS CONCURSOS Órgão: Pre- por você. A partir daí as etapas básicas ao criar e com-
feitura de Tanguá - RJ Prova: MS CONCURSOS - 2017 partilhar documentos são as mesmas. As poderosas ferra-
- Prefeitura de Tanguá - RJ - Agente Administrativo mentas de edição e revisão ajudam você a trabalhar com
Qual alternativa corresponde ao ícone seguinte? outras para tornar seu documento perfeito.
É um software que une vantagens de um processador
de textos com os recursos oferecidos pela interface gráfica
do Windows. O Word dispõe das seguintes características:
- Copia e move fragmento de texto, parágrafos e de-
senhos com o recurso de mouse como Arrastar e Soltar
(Drag and Drop).
A) Outlook - Inserção simplificada de gráficos, planilhas e dese-
B) Loja nhos.
C) Explorador de arquivos - Variedades de tipos e tamanhos de fontes, incluindo
D) Nova pasta símbolos gráficos.
- Criação de estilos e modelos de documentos com
GABARITO OFICIAL: LETRA C formatações predefinidas.
- Visualização WYSIWYG (What You See Is What You
Get - O que você vê é o que você obtém) o usuário tem a
imagem real de impressão do documento.

Informática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Destaques de texto como bordas, sombreamento e


destaque de caracteres.
- Pré-visualização de arquivos sem precisar abri-los.
- Revisor ortográfico incorporado.
- Recursos como cabeçalhos, rodapés, texto multico-
lunado, gerador de índices analíticos e remissivos, editor
de macros, ferramentas para produção de desenhos e lo-
gomarcas e editor de fórmulas matemáticas e científicas.
- Autoformatação de textos e documentos.
- Mala-Direta simplificada, com opção para criação de
etiquetas, cartas modelos, envelopes e catálogos.
Apagar texto no Word 2010
Encontrar e aplicar um modelo Para apagar um texto, coloque o cursor no final da pa-
lavra que você quer apagar e pressione a teclaRetrocede-
O Word 2010 permite que você aplique modelos inter- rouBackspacedo teclado.
nos para aplicar seus próprios modelos personalizados e
pesquisar uma variedade de modelos disponíveis na Web. Selecionar texto no Word 2010
Para encontrar e aplicar um modelo no Word, faça o Para selecionar um texto basta posicionar o cursor
seguinte: onde você quer iniciar a sua seleção.
Na guia Arquivo, clique em Novo. Mantenha o botão esquerdo do mouse pressionado e
Em Modelos Disponíveis, siga um destes procedimen- mova o cursor até chegar no final da palavra, frase ou pa-
tos: rágrafo que você escolheu.
Para usar um dos modelos internos, clique em Mode-
los de Exemplo, clique no modelo desejado e clique em
Criar.
Para reutilizar um modelo que você usou recentemen-
te, clique em Modelos Recentes, escolha o modelo dese-
jado e clique em Criar.
Para usar um modelo próprio que você já tenha cria-
do, clique em Meus Modelos, clique no modelo desejado
e clique em OK.
Para encontrar um modelo no Office.com, em Modelos
do Office.com, clique em uma categoria de modelo dese-
jada, clique no modelo desejado e clique em Baixar para
baixar o modelo do Office.com para seu computador.

Criar um novo documento


Clique na guia Arquivo e em Novo. Quando você seleciona textos e imagens no Word
Em Modelos Disponíveis, clique em Documento em 2010, aparece uma barra de ferramentas com opções de
Branco. formatação para que você tenha acesso mais facilmente a
Clique em Criar. elas. Isto lhe ajuda a economizar tempo.

Abrir um documento Alterar o tipo de fonte e tamanho


Clique na guia Arquivo e em Abrir. No Word 2010 você tem a possibilidade de alterar o
No painel esquerdo da caixa de diálogo Abrir, clique na tipo, tamanho e a cor da fonte para que a aparência fique
unidade ou pasta que contém o documento. melhor.Também é possívelressaltaras palavras ou pará-
No painel à direita da caixa de diálogo Abrir, abra a grafos que você acha mais importante.
pasta que contém o desenho desejado. - Selecione o texto que você deseja alterar.
Clique no documento e clique em Abrir. - Clique na flecha que está no quadrinho chamadoFon-
tena guiaPágina inicial.
Formatar textos no Word 2010 - Mova o cursor sobre as diferentes fontes apresen-
tadas. Você poderá ver como elas vão ficar no seu texto.
Para você alterar o formato de texto nos documentos
criados no Word 2010, é importante primeiro saber inse- Finalmente, escolha o tipo de letra que você quer cli-
rir,excluir e selecionar texto. Inserir texto no Word 2010 cando nela.
Inserir textos no Word 2010 é muito fácil, basta encon-
trar e clicar com o mouse a parte que você quer escrever
o texto, quando aparecer o cursor você poderá começar a
digitar usando o teclado de seu computador.

Informática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Formatar texto no Word 2010

O Word 2010 nos oferece ferramentas tais como:-


negrito,itálicoesublinhadopara alterar o estilo dos textos.
Além disso, você pode escolher seu alinhamento e modi-
ficar palavras e textos para maiúsculos, minúsculos sem a
necessidade de apagar o que você tinha escrito. Vejamos
como fazer...

Negrito, Itálico e Sublinhado


Selecione o texto no qual você aplicará uma das três
Alterar o tamanho da fonte opções anteriores. Agora, basta clicar em algum dos co-
- Selecione a parte do texto que você quer mudar. mandos:Negrito (N),Itálico (I)ouSublinhado (S).Observe
- Clique na setinha que está no campoTamanho da que a opção que você escolheu será aplicada ao texto se-
fonte. lecionado.
- Mova o cursor sobre os números que aparecem para
ver como fica o seu texto com cada um dos tamanhos.
- Escolha o tamanho que você deseja clicando sobre
ele.

Mudar para maiúsculas


Para mudar um texto para maiúsculas ou para mi-
núsculas não é necessário apagar o texto. O Word 2010
possui um comando que lhe permite fazer isso de forma
Alterar a cor da letra automática. Veja como funciona:
Se você deseja alterar a cor do texto, siga os passos - Selecione o texto que você deseja modificar.
abaixo: - Clique no comandoMaiúsculas e Minúsculas.
- Selecione um texto para alterar sua cor e clique na - Aparecerá uma lista com várias opções que podem
flecha que se encontra ao lado do comandoCor da fonte. ser aplicadas no texto. Escolha a opção que você deseja
- Vai aparecer uma tabela de cores. Agora, passe o clicando sobre ela.
mouse sobre elas e veja como fica a nova cor no seu texto.
- Finalmente, clique sobre a cor que você quer dar ao
texto.

Alinhamento do texto
Selecione o texto que você deseja alinhar e clique em
uma destas opções: Alinhar texto à esquerda,Centrali-
zar,Alinhar texto à direita ouJustificar.

Informática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

No primeiro grupo chamado Revisão de Texto,selecio-


ne o botão Ortografia e Gramática.
Será apresentado uma caixa de diálogo com várias
opções para a correção do erro:

Salvar no Word 2010


Para salvar um documento no formato usado pelo
Word 2007 e pelo Word 2010, faça o seguinte:
Clique na guia Arquivo.
Clique em Salvar como.
Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para seu
documento.
Clique em Salvar.
Clique em Salvar.
Como salvar um arquivo do Word 2010 em uma ver- Ignorar uma vez: Quando você clicar nesta opção, a
são anterior? marcação de erro que está na palavra será tirada e ela
NÃO será alterada.
Ignorar todas: Se você escolher esta opção, todas as
palavras iguais a essa que estiverem no texto não serão
alteradas
Adicionar ao dicionário: Com esta opção você incluirá
esta palavra ao seu dicionário do Word, porque até então
ele não conhecia essa palavra.
Depois de todas as correções, você verá uma caixa de
diálogo confirmando que a revisão foi terminada.
Outra forma de corrigir os erros ortográficos e grama-
ticais é:
Clique com o mouse direito sobre a palavra sublinhada
e vai aparecer um menu com algumas opções.
Selecione a palavra correta se ela estiver na lista apre-
sentada.

Inserir Marcadores
- Quando você estiver com a caixa de diálogoSalvar
comoaberta, clique no campoTipoque está embaixo do Clique no botão reproduzir e veja este breve tutorial
campoNome do arquivo. onde você aprenderá a incluir marcadores ou numeração
- Será exibido uma lista com as diferentes opções de nas suas listas.
formato que oferece o Word 2010. Escolha a opçãoDocu- - Selecione com o mouse a lista do documento Word
mento do Word 97-2003. que você quer colocar marcadores ou uma numeração.
- Finalize selecionando a localização do arquivo, dan- - Clique sobre a flechinha que está ao lado dos coman-
do um nome para ele (se você ainda não tiver feito) e cli- do Marcadores ou Numeração conforme a sua escolha.
cando no botãoSalvar. Selecione o que você mais gosta clicando sobre o
- Salve um arquivo em formatoPDF seguindo o procedi- marcador ou sobre o estilo de numeração do menu de op-
mento anterior, mas escolhendo a opção PDF no campo Tipo. ções que aparece. Veja que em seguida ele será aplicado
a sua lista.
Revisão ortográfica Caso deseja tirar o marcador ou a numeração, sele-
cione novamente a lista e clique no comando Marcador ou
Quando você estiver escrevendo um texto no Word Numeração conforme a sua lista. É muito simples e fácil.
2010, observe que algumas das palavras que você digita são
sublinhadas de forma automática com a cor vermelha, isso
significa que o programa identificou um erro ortográfico.
Coloque o cursor do mouse na palavra que está subli-
nhada em vermelho ou verde e clique na guia Revisão que
se encontra na parte superior da Faixa de opções entre as
guias Correspondências e Exibição.

Informática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Arraste o cursor em formato de cruz até que a forma


inserida alcance o tamanho que você deseja. Solte o botão
do mouse e a forma será inserida.

Como inserir colunas a um documento


- Selecione com o mouse o texto que você deseja or-
ganizar em colunas e em seguida clique na guiaLayout de
Página.
- Clique sobre o comandoColunasque está dentro do Alterar o tamanho da forma
grupoConfigurar página. Veja que aparece um menu com - Clique sobre a forma para poder selecioná-la.
várias opções. - Clique e arraste o mouse a partir de um dos pontos
- Selecione o número de colunas que você quer criar localizados nos cantos da forma.
no seu documento.

Passo 3:
Caso queira rodar a forma, clique e mova o mouse so-
bre o ponto verde (bolinha) que está em cima da forma
conforme a figura ao lado.

Passo 4:
Algumas formas contam com pontinhos de cor amare-
la que são úteis para alterar seu tamanho. Por exemplo, é
possível alterar o tamanho das pontas de uma flecha.
Se você quiser voltar o texto e tirar as colunas, basta
fazer o mesmo procedimento mas escolher a opçãoUma Passos para inserir uma imagem
coluna. - Posicione o mouse no documento onde você quer
que a imagem seja inserida. Clique na guia Inserir que está
Como inserir uma forma na faixa de opções e escolha a opção imagem.
- Clique na guiaInserirque está na faixa de opções ´Vai aparecer uma caixa de diálogo que permite buscar o
principal e logo em seguida clique sobre o botãoFormas- local onde a imagem que você deseja inserir está guardada.
conforme mostrado na figura abaixo. - Com um clique, escolha a imagem que você deseja inserir.
- Selecione a forma que você quer incluir no menu de - Clique no botão Inserir e observe que a imagem foi
opções que aparece. colocada dentro do seu documento.

Informática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Passos para aplicar estilos no Word 2010 Passo 4:


Escreva a informação que você quer que apareça no
Passo 1: Selecione o texto no qual você quer aplicar seu cabeçalho. Neste exemplo vamos escrever o nome da
um novo estilo. Na guia chamada Página Inicial que está nossa fundação.
na faixa de opções você encontrará um grupo chamado
Estilo. Passo 5:
Passo 2: Escolha um estilo que você queira aplicar no Quando você tiver terminado de digitar os dados do
seu texto. Você pode ter acesso a mais estilos clicando na seu cabeçalho, clique na opção Fechar Cabeçalho e Ro-
flechinha que está no canto inferior do lado direito. Veja dapé para sair e voltar a escrever dentro do documento
que o estilo já foi aplicado no texto que você selecionou. Word.

Diferentemente do cabeçalho, o rodapé fica na parte


inferior da página. Nele também é possível incluir diferen-
tes tipos de informações, como citações de autores, escla-
recimentos de termos ou numeração de página.
Como inserir cabeçalhos no Word 2010? Quando você terminar de digitar as informações no seu
Um cabeçalho é um espaço na parte superior de uma Rodapé, clique no botão Fechar cabeçalho e rodapé que está
página onde é possível inserir um texto ou uma imagem em cima na faixa de opções ou pressione a tecla Esc.
que permite identificar melhor o documento. Também é possível editar seu rodapé depois de tê-lo
Passo 1: Clique na guia Inserir e em seguida no botão fechado, clicando duas vezes sobre ele.
Cabeçalho que está dentro do grupo Cabeçalho e Rodapé.
Observe que parece um menu com várias opções. Inserir uma tabela
Passo 2: Escolha aquele que melhor atende sua ne-
cessidade, aqui nesta página vamos escolher a segunda Passo 1: Posicione o mouse onde você quer inserir a
opção Em Branco (Três colunas). tabela dentro do seu documento do Word e clique na guia
Passo 3: Na faixa de opções vai aparecer uma nova Inserir que está na faixa de opções principal.
guia contendo todas as ferramentas para realizar as modi- Passo 2: Clique no comando Tabela.
ficações gráficas do seu cabeçalho. Observe que o formato Passo 3: Mova o mouse sobre os quadrados do dia-
do cabeçalho já aparece no seu documento do Word 2010. grama para selecionar o número de colunas (células ver-
ticais) e linhas (células horizontais) que terá a sua tabela.

Passo 4: Quando você selecionar a última célula que


vai ter a sua tabela, dê um clique. Observe que imediata-
mente a tabela aparece no seu documento.
Passo 5: Agora você pode colocar o cursor em qual-
quer lugar da tabela para digitar um texto.

Informática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A Faixa de Opções Zoom / Alt+W, Q e pressionar Tab na caixa de diálogo


Zoom até o valor desejado.
A seguir, apresentamos a Faixa de Opções e como tra-
balhar com ela. Fonte:
Grupos: Cada guia tem vários grupos (navegue com o https://edu.gcfglobal.org/pt/microsoft-word-2010/
TAB entre eles) que mostram os itens relacionados em conjun- https://support.office.com/pt-br
to. Por exemplo, a guia Página Inicial contém todos os coman- http://www.fundacaobradesco.org.br/vv-apostilas/
dos que você utiliza com mais frequência e os botões Recortar, apostDV_word10_1-2.html
Copiar e Colar, que estão no grupo Área de Transferência. www.qconcursos.com
Comando: Um comando é um botão, uma caixa para
inserir informações ou um menu. Confira, a seguir, os gru-
pos de cada uma das guias. Para acessá-las tecle ALT e QUESTÕES
navegue até cada uma com a seta para a direita:
- Arquivo: Acessa a área de gerenciamento de arqui- 01. Ano: Banca: INAZ do Pará Órgão: Prefeitura de
vos chamada Backstage. Nessa guia, por exemplo, estão Cristiano Otoni - MG Provas: INAZ do Pará - - Prefeitura
os comandos para criar, salvar e imprimir arquivos, além de Cristiano Otoni - MG - Psicólogo
dos que permitem alterar as configurações do Word. Re- Um arquivo com o nome de “planilha de custo.docx”.
sumindo, tudo aquilo que se faz para um documento (abrir, Dando duplo clique sobre ele abrirá em que programa?
salvar, salvar como, fechar, imprimir etc.).
- Página Inicial: Área de transferência, Fonte, Parágra- A) Microsoft Excel
fo, Estilo e Edição. B) Microsoft Word
- Inserir: Páginas, Tabelas, Ilustrações, Links, Cabeça- C) Microsoft PowerPoint
lho e Rodapé, Texto e Símbolos. D) BrOffice Impress
- Layout da Página: Temas, Configurar Página, Plano E) BrOffice Calc
de Fundo da Página, Parágrafo e Organizar.
- Referências: Sumário, Notas de Rodapé, Citações e GABARITO OFICIAL: LETRA B
Bibliografia, Legendas e Índice.
- Correspondências: Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar 02. Ano: Banca: ESAF Órgão: ANAC Provas: ESAF
e Inserir Campos, Visualizar Resultados e Concluir. - - ANAC - Técnico Administrativo
- Revisão: Revisão de Texto, Idioma, Comentários, No MS Word,
Controle, Alterações, Comparar, Proteger e OneNote.
- Exibição: Modo de Exibição de Documento, Mostrar, A) é possível aplicar os recursos de formatação (aplicar
Zoom, Janela e Macros. negrito, centralizar, etc.) em um símbolo, bastando aplicar o
Para navegar pelos grupos tecle TAB e ENTER, a fim comando antes de selecioná-lo como um caractere normal.
de selecionar a opção desejada. B) é possível aplicar os recursos de formatação
A guia Arquivo substituiu o Botão Microsoft Office da (aplicar negrito, centralizar, etc.) em um símbolo, bastando
versão 2007 e o menu Arquivo das versões anteriores. selecioná-lo como um caractere normal antes da aplicação
do comando.
Atalhos usados com frequência C) é possível criar uma tecla de atalho para inserção
de símbolo, desde que seja aberta a caixa de diálogo no
Para/Pressione momento de cada inserção
Vá para “Diga-me o que você deseja fazer” / Alt+Q D) é possível utilizar o Clip-art.com para inserir
Abrir / Ctrl+O imagens, sem haver conexão com a internet.
Salvar / Ctrl+B E) não há possibilidade de ajustar uma tabela gerada
Fechar / Ctrl+W por auto-formatação.
Recortar / Ctrl+X
Copiar / Ctrl+C GABARITO OFICIAL: LETRA B
Colar / Ctrl+V
Selecionar tudo / Ctrl+A 03. Ano: Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de
Negrito / Ctrl+N Torres - RS Prova: FUNDATEC - - Prefeitura de Torres -
Itálico / Ctrl+I RS - Agente Administrativo
Sublinhado / Ctrl+U São guias padrões do Word:
Diminuir o tamanho da fonte em 1 ponto / Ctrl+[
Aumentar o tamanho da fonte em 1 ponto / Ctrl+] A) Página Inicial, Inserir, Design e Referências.
Centralizar texto / Ctrl+E B) Arquivo, Editar, Exibir e Revisão.
Alinhar texto à esquerda / Ctrl+L C) Arquivo, Formatar, Ferramentas e Configurações.
Alinhar texto à direita / Ctrl+R D) Página Inicial, Editar, Exibir e Referências.
Cancelar / Esc E) Página Inicial, Formatar, Ferramentas e Editar.
Desfazer / Ctrl+Z
Refazer / Ctrl+Y GABARITO OFICIAL: LETRA A

Informática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

04. Ano: 2018 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Divinópolis - MG Prova: IBFC - 2018 - Prefeitura de Divinópolis - MG
- Técnico de Enfermagem
O Microsoft Word possui em um dos seus diversos recursos vários tipos de letras, denominadas tecnicamente de
fontes. Uma típica fonte, com serifa, do Microsoft Word é a fonte:

A) MS Sans Serif
B) Times New Roman
C) Arial
D) Calibri

GABARITO OFICIAL: LETRA B

05. Ano: Banca: UFCG Órgão: UFCG Prova: UFCG - - UFCG - Analista de Tecnologia da Informação - Planejamento
e Governança de TI
No Word , sobre a ação de controlar alterações, marque a alternativa correta:

A) A opção “Controlar Alterações” encontra-se na aba Revisão.


B) A opção “Controlar Alterações” encontra-se na aba Exibição.
C) A opção “Controlar Alterações” encontra-se na aba Verificação.
D) A opção “Bloquear Rastreamento” encontra-se na aba Ferramentas.
E) O Word mostra uma interrogação ao lado do texto, quando alguém faz um comentário.

GABARITO OFICIAL: LETRA A

3. CONHECIMENTOS SOBRE O PROGRAMA MICROSOFT EXCEL 2010: (1) AMBIENTE E


COMPONENTES DO PROGRAMA: SABER IDENTIFICAR, CARACTERIZAR, USAR, ALTERAR,
CONFIGURAR E PERSONALIZAR O AMBIENTE, COMPONENTES DA JANELA, FUNCIONA-
LIDADES, MENUS, ÍCONES, BARRA DE FERRAMENTAS, GUIAS, GRUPOS E BOTÕES; (2)
ELEMENTOS: DEFINIR E IDENTIFICAR CÉLULA, PLANILHA E PASTA; SABER SELECIONAR
E RECONHECER A SELEÇÃO DE CÉLULAS, PLANILHAS E PASTAS; (3) PLANILHAS E PAS-
TAS: ABRIR, FECHAR, CRIAR, VISUALIZAR, FORMATAR, SALVAR, ALTERAR, EXCLUIR, RE-
NOMEAR, PERSONALIZAR, CONFIGURAR PLANILHAS E PASTAS, UTILIZAR FÓRMULAS E
FUNÇÕES, UTILIZAR AS BARRA DE FERRAMENTAS, MENUS, ÍCONES, BOTÕES, GUIAS E
GRUPOS DA FAIXA DE OPÇÕES, TECLADO E/OU MOUSE; (4) BARRA DE FERRAMENTAS:
IDENTIFICAR E UTILIZAR OS ÍCONES E BOTÕES DAS BARRAS DE FERRAMENTAS DAS
GUIAS E GRUPOS INÍCIO, INSERIR, LAYOUT DA PÁGINA, FÓRMULAS, DADOS, REVISÃO E
EXIBIÇÃO, PARA FORMATAR, ALTERAR, SELECIONAR CÉLULAS, CONFIGURAR, RECONHE-
CER A FORMATAÇÃO DE TEXTOS E DOCUMENTOS E RECONHECER A SELEÇÃO DE CÉLU-
LAS; (5) FÓRMULAS: SABER O SIGNIFICADO E RESULTADO DE FÓRMULAS; E (6) AJUDA:
SABER USAR A AJUDA.

MS EXCEL - 2010

O Excel é uma ferramenta incrivelmente poderosa para tornar significativa uma vasta quantidade de dados. Mas ele
também funciona muito bem para cálculos simples e para rastrear de quase todos os tipos de informações. A chave para
desbloquear todo esse potencial é a grade de células. As células podem conter números, texto ou fórmulas. Você insere
dados nas células e as agrupa em linhas e colunas. Isso permite que você adicione seus dados, classifique-os e filtre-os,
insira-os em tabelas e crie gráficos incríveis. Vejamos as etapas básicas para você começar.

O conceito de célula

Chama-secélulaa interseção entre uma linha (horizontal) e uma coluna (vertical) da planilha. Assim, o nome da linha
combinado com o nome da coluna resulta nas coordenadas de uma célula (o termo endereço também é utilizado). De um
modo geral, podemos distinguir dois tipos de coordenadas (chamadas de estilos de referência), dependendo das planilhas:
O modoL1C1(Linha 1, Coluna 1), onde a célula é localizada pelo número de linha precedido da letraLe o número da
coluna precedido da letraC.
Assim,L12C34designará a célula na intersecção da 12ª linha e da 34ª coluna:

Informática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Ex:L(3) C(-2)para a célula situada 3 linhas abaixo e 2


colunas à esquerda em relação à célula de referência:

O modoA1, onde os números de linha são localizados


por números e as colunas por letras. Assim, AA17 designa
a célula na interseção da 27ª coluna e da 17ª linha:

Quando a diferença é nula não é preciso notar um


zero entre parêntese. Assim L(0)C(12)pode ser chamado
LC(12).
Em modoA1, a expressão da diferença entre as célu-
las é oculta. Na verdade, uma referência relativa em mo-
doA1é implícita, basta indicar as coordenadas da célula
Referências a uma célula apontada (referenciada) sem indicar o sinal$:

Para poder manipular dados que provenham de dife-


rentes células nos cálculos, é preciso poder fazer referên-
cia a elas. Há várias maneiras de se referir a uma célula:
a referência absoluta, a referência nomeada, a referência
mista e a referência relativa.

Referência absoluta

A referência absoluta representa o meio de designar


uma célula de maneira única em uma planilha. De acordo
com o modo de referência (L1C1 ou A1) a referência abso-
luta será escrita de forma diferente: Referência mista
Em modoL1C1: a referência absoluta a uma célula é
feita precedendo o número de linha pela letraLe o número Chama-semistaa referência na qual a posição horizon-
da coluna pela letraC: tal da célula é expressa de maneira absoluta, e a posição
LNúmerodeLinhaCNúmerodeColuna vertical, de maneira relativa, ou vice-versa.
Ex:L12C24para a célula situada na interseção da linha No modoL1C1a referência mista terá a formaL2C(3)
12 com a coluna 24. ouL(4)C17. No modoA1, ela terá a forma$C5ouF$18.
Em modoA1: neste modo ela é feita precedendo o nú-
mero de linha e o número da coluna pelo sinal $. Referência nomeada
$LetradaColuna$NúmerodeLinha
Ex:$AC$34para a célula situada na interseção da colu- É possível dar um nome a uma célula ou a um grupo
na chamadaACcom a linha34. de células.
Assim, quando uma célula, ou um intervalo de célu-
Referência relativa las, tem um nome (às vezes, usamos o termo etiqueta), é
possível referir-se a ela pelo nome. Esta funcionalidade é
A referência relativa de uma célula é a expressão da particularmente útil quando certas células contêm dados
sua posição em relação a outra célula. Assim, uma referência característicos, porque podemos nos referir a elas pelo
relativa resulta na diferença (em termos de número de linhas nome, mesmo que elas tenham sido movidas.
e colunas) entre a célula (de referência) e uma célula apon- Em uma nota fiscal, por exemplo, é importante dar um
tada (célula referenciada). Por convenção, nota-se negativa- nome tal comototal_stpara a célula que dá o subtotal, sem
mente uma diferença para cima, para o eixo vertical e uma imposto, dos pedidos. Você também pode criar uma célula
diferença para a esquerda, para o eixo horizontal. chamada Imposto com o índice do mesmo. Assim, quando
Em modo L1C1, a referência relativa a uma célula é você quiser calcular o total com imposto, você só precisará
feita indicando as coordenadas da célula entre parênteses: multiplicar o produto da célulatotal_stpela célulaImposto.
L(NúmeroDeLinha)C(NúmeroDeColuna)

Informática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Inserir ou excluir uma coluna Usar a AutoSoma para adicionar seus dados

Para inserir uma coluna, selecione a coluna, selecione Ao inserir números em sua planilha, talvez deseje so-
Página inicial > Inserir > Inserir Colunas na Planilha. má-los. Um modo rápido de fazer isso é usar o AutoSoma.
Para excluir uma coluna, selecione a coluna, selecione Selecione a célula à direita ou abaixo dos números
Página inicial > Inserir > Excluir Colunas da Planilha. que você deseja adicionar.
Ou clique com o botão direito do mouse no topo da Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique em
coluna e selecione Inserir ou Excluir. AutoSoma no grupo Edição.

Inserir ou excluir uma linha

Para inserir uma linha, selecione a linha, selecione Pá-


gina inicial > Inserir > Inserir Linhas na Planilha.
Para excluir uma linha, selecione a linha, selecione
Página inicial > Inserir > Excluir Linhas da Planilha.
Ou clique com o botão direito do mouse na linha sele- A AutoSoma soma os números e mostra o resultado
cionada e selecione Inserir ou Excluir. na célula selecionada.

Inserir uma célula Criar uma fórmula simples

Selecione uma ou mais células. Clique com o botão Somar números é uma das coisas que você poderá fa-
direito do mouse e selecione Inserir. zer, mas o Excel também pode executar outras operações
Na caixa Inserir, selecione uma linha, coluna ou célula matemáticas. Experimente algumas fórmulas simples para
a ser inserida. adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir seus valores.
Escolha uma célula e, em seguida, digite um sinal de
Criar uma nova pasta de trabalho igual (=).
Isso informa ao Excel que essa célula conterá uma
Os documentos do Excel são chamados de pastas fórmula.
de trabalho. Cada pasta de trabalho contém folhas que, Digite uma combinação de números e operadores de
normalmente, são chamadas de planilhas. Você pode adi- cálculos, como o sinal de mais (+) para adição, o sinal de
cionar quantas planilhas desejar a uma pasta de trabalho menos (-) para subtração, o asterisco (*) para multiplica-
ou pode criar novas pastas de trabalho para guardar seus ção ou a barra (/) para divisão.
dados separadamente. Por exemplo, insira=2+4,=4-2,=2*4ou=4/2.
Clique em Arquivo e em Novo. Pressione Enter.
Em Novo, clique em Pasta de trabalho em branco Isso executa o cálculo.
Você também pode pressionar Ctrl+Enter (se você de-
seja que o cursor permaneça na célula ativa).
Aplicar um formato de número

Para distinguir entre os diferentes tipos de números,


adicione um formato, como moeda, porcentagens ou da-
tas.
Selecione as células que contêm números que você
deseja formatar.
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique na
seta na caixa Geral.

Insira os dados

Clique em uma célula vazia.


Por exemplo, a célula A1 em uma nova planilha. As
células são referenciadas por sua localização na linha e na
coluna da planilha, portanto, a célula A1 fica na primeira
linha da coluna A.
Inserir texto ou números na célula. Selecione um formato de número
Pressione Enter ou Tab para se mover para a célula
seguinte.

Informática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Na guia dados, no grupo Classificar e filtrar, clique em


filtro.

Clique na seta no cabeçalho da coluna para exibir


uma lista em que você pode fazer escolhas de filtragem.
Para selecionar por valores, na lista, desmarque a caixa
de seleção(Selecionar tudo). Isso remove as marcas de se-
leção de todas as caixas de seleção. Em seguida, selecione
apenas os valores que você deseja ver e clique em Okey
para ver os resultados.

O que é uma função do Excel?


Uma função é uma fórmula predefinida que realiza cál-
culos usando valores específicos adicionados por você.
Uma das principais vantagens de usar estas funções, é que
podemos economizar bastante nosso tempo pois elas já es-
tão prontas e não é necessário digitá-las totalmente.
Se você não vir o formato de número que você está
procurando, clique em Mais formatos de número. As partes de uma função
Cada função possui uma estrutura, ou seja, uma ordem
Classifique seus dados específica que você deverá seguir para obter um resultado
correto. A lógica básica para criar uma fórmula com uma
Para classificar rapidamente seus dados função é a seguinte:
Selecione um intervalo de dados, como A1:L5 (várias Inserir o sinal igual (=).
linhas e colunas) ou C1:C80 (uma única coluna). O intervalo Selecionar uma função (SOMA, por exemplo, é o nome
pode incluir títulos que você criou para identificar colunas da função usada para a adição).
ou linhas. Incluir os argumentos da fórmula, ou seja, os dados que
Selecione uma única célula na coluna que você deseja serão usados para a realização do cálculo.
classificar.

Clique em para executar uma classificação cres-


cente (À Z) ou do número menor para o maior.

Clique em para executar uma classificação de-


crescente (Z a ou do número maior para o menor).
Para classificar por critérios específicos
Selecione uma única célula em qualquer lugar do inter-
valo que você deseja classificar.
Na guia dados, no grupo Classificar e filtrar, escolha Para usar estas funções corretamente, é importante
Classificar. saber quais são as partes de uma função e, como criar ar-
A caixa de diálogo Classificar é exibida. gumento para calcular valores e as referências de células.
Na lista Classificar por, selecione a primeira coluna que
você deseja classificar. Criar uma fórmula que faz referência a valores em
Na lista Classificar em, selecione Valores,Cor da Célu- outras células
la,Cor da Fonte ou Ícone de Célula.
Na lista Ordem, selecione a ordem que deseja aplicar à Selecione uma célula.
operação de classificação: crescente ou decrescente, alfa- Digite o sinal de igual =.
bética ou numericamente (isto é, A a Z ou Z a A para texto Observação: As fórmulas no Excel começam com o si-
ou menor para maior ou maior para menor para números). nal de igual.
Selecione uma célula ou digite o endereço dela na cé-
Filtrar seus dados lula selecionada.

Selecione os dados que você deseja filtrar.

Informática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Digite um operador. Por exemplo, – para subtração.


Selecione a próxima célula ou digite o endereço dela na célula selecionada.

Pressione Enter. O resultado do cálculo aparece na célula com a fórmula.

Consulte uma fórmula


Quando uma fórmula é inserida em uma célula, ela também aparece na barra de fórmulas.

Para ver uma fórmula, selecione uma célula e ela aparecerá na barra de fórmulas.

Inserir uma fórmula que contém uma função integrada


Selecione uma célula vazia.
Digite um sinal de igual =, depois digite uma função. Por exemplo, =SOMA para obter o total de vendas.
Digite um parêntese de abertura (.
Selecione o intervalo de células, depois digite um parêntese de fechamento ).

Pressione Enter para obter o resultado.


Fórmulas detalhadas

Você pode navegar pelas seções individuais abaixo para saber mais sobre os elementos específicos da fórmula.

As partes de uma fórmula do Excel


Uma fórmula também pode conter qualquer um dos itens a seguir ou todos eles: funções,referências,operadores e
constantes.
Partes de uma fórmula

1.Funções: a função PI()retorna o valor de pi: 3,142...


2.Referências: A2 retorna o valor na célula A2.
3.Constantes: números ou valores de texto inseridos diretamente em uma fórmula, por exemplo, 2.

Informática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

4.Operadores: o operador ^ (circunflexo) eleva um número a uma potência e o operador * (asterisco) multiplica núme-
ros.

Usando constantes em fórmulas do Excel

Uma constante é um valor não calculado, sempre permanece o mesmo. Por exemplo, a data 09/10/2008, o número
210 e o texto “Receitas trimestrais” são todos constantes. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão, não
é uma constante. Se você usar constantes na fórmula em vez de referências a células (por exemplo, =30+70+110), o re-
sultado se alterará apenas se você modificar a fórmula. Em geral, é melhor colocar constantes em uma célula individual,
onde ela pode ser alterada facilmente se necessário, e só então referenciá-las nas fórmulas.

Usando referências em fórmulas do Excel

Uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Excel onde procurar
pelos valores ou dados a serem usados em uma fórmula. Você pode utilizar referências para usar dados contidos em
partes diferentes de uma planilha em uma fórmula ou usar o valor de uma célula em várias fórmulas. Você também pode
se referir a células de outras planilhas na mesma pasta de trabalho e a outras pastas de trabalho. As referências a células
em outras pastas de trabalho são chamadas de vínculos ou referências externas.

O estilo de referência A1

Por padrão, o Excel usa o estilo de referência A1, que se refere a colunas com letras (A até XFD, para um total de
16.384 colunas) e se refere a linhas com números (1 até 1.048.576). Essas letras e esses números são chamados de
títulos de linha e coluna. Para se referir a uma célula, insira a letra da coluna seguida do número da linha. Por exemplo,
B2 se refere à célula na interseção da coluna B com a linha 2.

Fazendo referência a um intervalo de células em outra planilha na mesma pasta de trabalho


No exemplo a seguir, a função MÉDIA calcula o valor médio do intervalo B1:B10 na planilha denominada Marketing
na mesma pasta de trabalho.

1. Refere-se a uma planilha denominada Marketing


2. Refere-se ao intervalo de células B1 a B10
3. O ponto de exclamação (!) separa a referência de planilha da referência do intervalo de células

Funções mais usadas


=SOMA()
ou em inglês=SUM()

Informática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

=MÁXIMO()
ou em inglês=MAX()

Esta é uma das funções mais básicas e ao alcance de


todos os utilizadores Excel. A sua função é soma de célu-
las, por exemplo, a soma dos números contidos na célula Ao contrário da função MÍNIMO, a função MÁXIMO faz
B2 e na célula M2 e serem apresentados na célula D3. exatamente o oposto, ou seja, quando aplicada a fórmu-
Para usar esta função basta clicar na célula onde preten- la=MÁXIMO(M3:M39)iremos obter o maior número contido
demos ver o resultado, por exemplo a D3 e escrever=SO- num intervalo de células por nós definido.
MA(e de seguida premir e manter premida a tecla CTRL =CONT.NÚM()
para depois clicar com o rato nas células a somar, como ou em inglês=COUNT()
no exemplo a B2 e a M2. Uma vez selecionadas as células
carrega-se em ENTERe o resultado da soma aparece de
imediato. É possível selecionar células específicas ou um
conjunto seguido de células.

=MÉDIA()
ou em inglês=AVERAGE()

Caso o utilizador necessite saber quantas células num


determinado conjunto contêm números então esta função
evita as contagens manuais. Mesmo que existam textos
misturados com números a função CONT.NÚM consegue
apresentar o resultado correto. Por exemplo, você pode
inserir a seguinte fórmula para contar os números no in-
tervalo A1:A20:=CONT.NÚM(A1:A20)neste exemplo, se
A função MÉDIA faz nada mais do que a palavra diz: cinco das células no intervalo contiverem números, o re-
tira a média de valores somados entre eles. A função MÉ- sultado será 5.
DIA mede a tendência central, que corresponde à localiza-
ção do centro de um grupo de números numa distribuição =DIAS()
estatística. O modo de funcionamento é igual à função de ou em inglês=DAYS()
SOMA anteriormente explicado. Um exemplo:=MÉDIA(nú-
mero1[número2]…).
=MÍNIMO()
ou em inglês=MIN()

Quer saber o número de dias entre duas datas numa


folha de cálculo? Se tivesse, por exemplo, a data de 5 de
setembro de 2015 na célula A4 e 27 de dezembro de 2015
em A5 ao usar a função=DIAS(A5, A4)poderia obter a res-
posta imediatamente. Nesta função devemos ter em conta
Se o utilizador necessitar encontrar o número menor que ao inverter a ordem das células obteríamos um núme-
dentro de um intervalo de células então a função MÍNI- ro positivo.
MO pode ajudar. Por exemplo, se usarmos um intervalo
de células com a fórmula=MÍNIMO(M3:M39)será mostra- =ARRED()
do nesse campo o valor mais baixo encontrado em todo o ou em inglês=ROUND()
conjunto de células.

Informática 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Como a abreviatura da função pode sugerir, esta função permite arredondar números. O =ARRED() exige dois argu-
mentos: um número ou célula e o número de dígitos para arredondar para. Por exemplo se tivermos o número 231.852645
em A1, por exemplo, =ARRED(A1, 0) iremos obter o número 232. Por outro lado se escrevermos =ARRED(A1, 1) veremos
o número 232,9 ou ainda =ARRE(A1,-1) devolverá o valor 230.
=ARRED.PARA.CIMA()e=ARRED.PARA.BAIXO()
ou em inglês= ROUNDUP(),=ROUNDDOWN()

Se procuramos um um controlo mais direto sobre arredondamentos para cima ou para baixo existem estas duas
funções também. Por um lado o=ARRED.PARA.CIMA()irá arredondar um número para cima afastando-o de zero, por
outro=ARRED.PARA.BAIXO()que por defeito arredonda um número até zero. Por exemplo=ARRED.PARA.BAIXO(3,20)
irá arredondar o valor 3,2 por defeito para nenhuma casa decimal ou seja para o valor de 3.
O exemplo oposto de=ARRED.PARA.CIMA()seria:=ARRED.PARA.CIMA(3,2 0) a função arredondaria o valor de 3,2
para cima até zero de casas decimais ou seja, refletindo o valor de 4.

Faixa de Opções

Há três componentes básicos na Faixa de Opções e que é bom saber como cada um se chama para compreender
como utilizá-la.
São eles:
- Guias - Há oito guias básicas na parte superior: Arquivo, Página Inicial, Inserir, Layout da Página, Fórmulas, Dados,
Revisão e Exibição. Cada uma representa uma área de atividade e apresenta os comandos reunidos por grupos. Por
exemplo, a guia Página Inicial contém todos os comandos utilizados com mais frequência. E os botões Cor do preenchi-
mento, Cor da fonte e Tamanho da fonte estão no grupo Fonte. Estas opções são provavelmente as mais utilizadas, por
iniciantes no Excel, juntamente com as opções do grupo Área de Transferência.
- Grupos- Cada guia tem vários grupos que mostram os itens de botões de ação. Exemplo: os botões Negrito e Fonte
estão no grupo Fonte, já os botões Mesclar Célula, Centralizar e Alinhar à Direita, estão no grupo Alinhamento.
- Botões de Ação, ou Comandos- Um comando é um botão, ou uma caixa para inserir informações, ou um menu de
determinada ação. Nestes espaços, você começa a aplicar todas as ações de formatação, criação, desenvolvimento de
uma planilha. Exemplo: gravar macros e inserir gráficos, são algumas das ações.

Informática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

As Funções dos Componentes da Faixa de Ir para a guia Exibir: Alt + K


Opções Ir para a guia Inserir: Alt + T
Ir para a guia de layout: Alt + P
Não precisa memorizar os grupos, pois basta memori- Ir para a guia de fórmulas: Alt + N
zar as guias e os comandos. Abaixo descrevemos as guias
e os respectivos grupos: Navegação nas células
- Guia Arquivo - Acessa a área de gerenciamento de Ir para células acima, abaixo ou aos lados: teclas de
arquivos chamada Backstage. Nela temos as opções: In- direção
formações, Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Ir para a próxima célula à direita ou alternar entre célu-
Compartilhar, Exportar, Publicar, Fechar, Conta, Comen- las desbloqueadas (no caso de planilhas protegidas): Tab
tário e Opções. Algumas opções foram acrescentadas na Ir para a célula anterior (ou para a opção anterior em
últimas versões do Excel caixas de diálogo): Shift + Tab
- Página Inicial - É mais utilizada, para aplicar forma- Ir para a borda da área de dados atual: Ctrl + teclas
tações de planilha e alterações de linhas colunas, etc. de direção
Encontramos os seguintes grupos: Área de transferência, Ir para a última célula da planilha, no canto inferior di-
Fonte, Alinhamento, Número, Estilo, Células e Edição. reito: Ctrl + End
- Inserir - Esta guia tem várias funções importantes e Expandir a seleção até a última célula: Ctrl + Shift +
avançadas, para desenvolvimento e aplicações da plani- End
lha. Os grupos são: Tabelas, Ilustrações, Gráficos, Tours, Ir para o começo da planilha: Ctrl + Home
Manigráficos e Links. Isso pode variar muito entre as ver- Mover a tela para a direita: Alt + Page Down
sões do Excel. Mover a tela para a esquerda: Alt + Page Up
- Desenhar - Representa ferramentas para desenhar, Mover a tela para cima: Page Up
escrever e fazer marcações em uma planilha. Temos os Ir para a planilha anterior dentro da pasta de trabalho:
grupos: Ferramentas, Canetas, Converter e Repetição. Ctrl + Page Up
Inserir formato de data (dia, mês e ano): Ctrl + Shift +
- Layout da Página - Esta guia tem funções relacio-
# (sinal numérico)
nadas a visualização das planilhas, principalmente para
Inserir formato de hora (hora e minutos): Ctrl + Shift +
impressão. Temas, Configuração de Página, Dimensionar
@ (arroba).
para Ajustar, Opções de Planilha e Organizar. Estes são os
grupos encontrados.
Barra de fórmulas, dados e funções
- Fórmulas - Funciona especificamente para quem tra-
Expandir ou reduzir a barra de fórmulas: Ctrl + Shift
balha com fórmulas na planilha. A verificar pelos grupos:
+U
Biblioteca de Funções, Nomes Definidos, Auditoria de Fór- Finalizar uma entrada na barra de fórmulas e selecio-
mulas e Cálculo. nar a célula abaixo: Enter
- Dados - Para trabalhar com listas, importação de da- Cancelar uma entrada na barra de fórmulas ou na cé-
dos e exportação de dados. Veja os grupos: Obter e Trans- lula: Esc
formar Dados, Consultas e Conexões, Classificar e Filtrar, Selecionar o texto da barra de fórmulas do local onde
Ferramentas de Dados e Previsão. Depende de sua ver- está o cursor até o final: Ctrl + Shift + End
são do Excel, os grupos podem ser bem diferentes. Calcular a planilha inteira: Shift + F9
- Revisão - A parte mais utilizada dessa guia é o grupo Calcular todas as planilhas em todas as pastas de tra-
Proteger. Mas não mais importante que: Revisão de Texto, balho abertas: F9
Acessibilidade, Ideias, Idioma e Comentários. Ativar o preenchimento relâmpago para identificar pa-
- Exibir - Tem fator importante na planilha, veja os drões nas colunas adjacentes e aplicá-los na coluna sele-
grupos: Modo de Exibição de Pasta de Trabalho, Mostrar, cionada automaticamente: Ctrl + E
Zoom, Janela e Macros. Inserir uma função: Shift + F3
- Desenvolvedor - esta guia é para quem trabalha com Escolher um nome para usar nas referências: Alt + M,
Excel intermediário, ou avançado. Ela não está disponível depois M, depois D
por padrão, mas você pode adicionar. Quando adicionar Criar um gráfico dos dados no intervalo atual: Alt + F1
veja os grupos e suas funções. Criar um gráfico dos dados no intervalo atual, mas em
uma folha de gráfico diferente: F11
Navegação básica no Excel Criar, editar ou excluir uma macro: Alt + F8
Abrir uma planilha nova: Ctrl + A .
Salvar uma planilha: Ctrl + B Fonte:
Fechar uma planilha: Ctrl + W https://support.office.com/pt-br
Ir para a página inicial: Alt + C https://edu.gcfglobal.org/pt/microsoft-excel-2010/o-
Copiar: Ctrl + C -que-e-uma-funcao-do-excel/1/
Recortar: Ctrl + X https://www.tudoexcel.com.br/planilhas/o-que-e-a-fai-
Colar: Ctrl + V xa-de-opcoes-do-excel-3042.html
Desfazer última ação: Ctrl + Z https://pplware.sapo.pt/truques-dicas/conheca-15-fun-
Ir para a guia de dados: Alt + S coes-essenciais-do-excel/

Informática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

https://www.impacta.com.br/blog/2018/08/13/conhe- Quais estão corretas?


ca-principais-atalhos-excel-ajudar-dia-a-dia/
www.qconcursos.com A) Apenas a III.
B) Apenas a I, II, IV e V.
C) Apenas a I e V.
QUESTÕES D) A I, II, III, IV e V.
E) Apenas a I, II e III.
01. Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PC-AP Prova: FCC
- 2017 - PC-AP - Delegado de Polícia GABARITO OFICIAL: LETRA B
A planilha a seguir foi digitada no LibreOffice Calc 5.3
e no Microsoft Excel, ambos em português, e mostra os 04. Ano: 2017 Banca: IF SUL - MG Órgão: IF Sul -
homicídios por armas de fogo em algumas regiões do MG Prova: IF SUL - MG - 2017 - IF Sul - MG - Auxiliar de
Brasil de 2009 a 2014. Biblioteca
Na célula H3, foi digitada uma fórmula para calcular a O MS Excel possui diversas fórmulas. A fórmula abaixo
média aritmética dos valores do intervalo de células de B3 que é válida no MS Excel em português é:
a G3. A fórmula utilizada foi
A) =soma(10;20)
A) =MÉDIA(B3:G3)tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto B) =soma(A100::A90)
no Microsoft Excel. C) =soma(A:100,B:100)
B) =AVG(B3:G3) no LibreOffice Calc 5.3 e D) =soma(A10, A20, C30)
=MÉDIA(B3:G3) no Microsoft Excel.
C) =AVG(B3:G3) tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto GABARITO OFICIAL: LETRA A
no Microsoft Excel.
D) =MEDIA(B3:G3) no LibreOffice Calc 5.3 e 05. Ano: 2017 Banca: FUNDEP (Gestão de
=AVERAGE(B3:G3) no Microsoft Excel. Concursos) Órgão: CRM - MG Provas: FUNDEP (Gestão
E) =MED(B3:G3)tanto no LibreOffice Calc 5.3 quanto de Concursos) - 2017 - CRM - MG - Agente Administrativo
no Microsoft Excel. As fórmulas do MS Excel são essenciais e auxiliam na
criação de planilhas eletrônicas.
GABARITO OFICIAL: LETRA A Assinale a alternativa que apresenta a fórmula
utilizada no MS Excel para somar todos os números em
02. Ano: 2016 Banca: FEPESE Órgão: CELESC Prova: um intervalo de células.
FEPESE - 2016 - CELESC - Assistente Administrativo A) =PROCV()
Qual é o nome de um programa de informática B) =DESC()
produzido pela Microsoft, também conhecido como planilha C) =SOMA()
eletrônica, destinado ao cálculo e à construção de gráficos D) =BD()
com a capacidade de edição, formatação e personalização GABARITO OFICIAL: LETRA C
de documentos?

A) HP 12C
B) Régua de cálculo
C) Metodologias ágeis
D) Plataforma mobile
E) MS Excel

GABARITO OFICIAL: LETRA E


03.
Ano: 2016 Banca: INQC Órgão: CREFITO 5° Região
- RS Prova: INQC - 2016 - CREFITO 5° Região - RS -
Auxiliar Administrativo
Sobre o Excel é correto afirmar que:
I- O Excel é uma planilha eletrônica.
II- O Excel pode ser utilizado para atender necessidades
pessoais ou profissionais.
III- O Excel não permite que o usuário crie suas próprias
fórmulas, mas traz muitas fórmulas e funções prontas.
IV- O Excel funciona online e off-line.
V- O Excel pertence ao pacote office.

Informática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Internet deixou de conectar apenas computadores de


4. GOOGLE CHROME VERSÃO ATUALIZADA: universidades, passou a conectar empresas e, enfim,
(1) AMBIENTE E COMPONENTES DO PROGRA- usuários domésticos. Na década de 90, o Ministério das
MA: IDENTIFICAR O AMBIENTE, CARACTERÍS- Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do
TICAS E COMPONENTES DA JANELA PRINCI- Brasil trouxeram a Internet para os centros acadêmicos
PAL; (2) FUNCIONALIDADES: IDENTIFICAR E e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando
SABER USAR TODAS AS FUNCIONALIDADES conta de todos os setores sociais até atingir a amplitude de
DO GOOGLE CHROME. 5. MOZZILLA FIRE- sua difusão nos tempos atuais.
FOX VERSÃO ATUALIZADA: (1) AMBIENTE Um marco que é importante frisar é o surgimento
E COMPONENTES DO PROGRAMA: IDENTI- do WWW que foi a possibilidade da criação da interface
FICAR O AMBIENTE, CARACTERÍSTICAS E gráfica deixando a internet ainda mais interessante e
COMPONENTES DA JANELA PRINCIPAL; (2) vantajosa, pois até então, só era possível a existência
FUNCIONALIDADES: IDENTIFICAR E SABER de textos.
USAR TODAS AS FUNCIONALIDADES DO Para garantir a comunicação entre o remetente e o
MOZILLA FIREFOX. 6. INTERNET EXPLORER destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido
11: (1) IDENTIFICAR O AMBIENTE, CARAC- como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que são
TERÍSTICAS E COMPONENTES DA JANELA protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION
PRINCIPAL DO INTERNET EXPLORER; (2) CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de
IDENTIFICAR E USAR AS FUNCIONALIDADES Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo
DA BARRA DE FERRAMENTAS E DE STATUS; de Internet) são conjuntos de regras que tornam possível
(3) IDENTIFICAR E USAR AS FUNCIONALIDA- tanto a conexão entre os computadores, quanto ao
DES DOS MENUS; (4) IDENTIFICAR E USAR entendimento da informação trocada entre eles.
AS FUNCIONALIDADES DAS BARRAS DE A internet funciona o tempo todo enviando e
MENUS, FAVORITOS, BOTÕES DO MODO DE recebendo informações, por isso o periférico que permite
EXIBIÇÃO DE COMPATIBILIDADE, BARRA DE a conexão com a internet chama MODEM, porque que
COMANDOS, BARRA DE STATUS; E (5) UTILI- ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só
ZAR TECLAS DE ATALHO PARA QUALQUER podem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
OPERAÇÃO.
1. Protocolos Web
Conceito de Internet Já que estamos falando em protocolos, citaremos
outros que são largamente usados na Internet:
O objetivo inicial da Internet era atender necessidades - HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de
militares, facilitando a comunicação. A agência norte- transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para
americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND trocar informações na Internet. Quando digitamos um
PROJECTS AGENCY e o Departamento de Defesa site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
americano, na década de 60, criaram um projeto que
pudesse conectar os computadores de departamentos de Exemplo: https://www.apostilasopcao.com.br/
pesquisas e bases militares, para que, caso um desses Onde:
pontos sofresse algum tipo de ataque, as informações http:// → Faz a solicitação de um arquivo de
e comunicação não seriam totalmente perdidas, pois hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode
estariam salvas em outros pontos estratégicos. conter texto, som, imagem, filmes e links.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma - URL (Uniform Resource Locator): Localizador
conexão a longa distância e possibilitava que as Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na
mensagens fossem fragmentadas e endereçadas ao seu web, é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil
computador de destino. O percurso entre o emissor e o de acessar um determinado site.
receptor da informação poderia ser realizado por várias
rotas, assim, caso algum ponto no trajeto fosse destruído, Exemplo: https://www.apostilasopcao.com.br, onde:
os dados poderiam seguir por outro caminho garantindo
a entrega da informação, é importante mencionar que Faz a solicitação de um arquivo de
a maior distância entre um ponto e outro, era de 450 http://
hiper mídia para a Internet.
quilômetros. No começo dos anos 80, essa tecnologia
rompeu as barreiras de distância, passando a interligar Estipula que esse recurso está na rede
e favorecer a troca de informações de computadores de mundial de computadores (veremos
www
universidades dos EUA e de outros países, criando assim mais sobre www em um próximo
uma rede (NET) internacional (INTER), consequentemente tópico).
seu nome passa a ser, INTERNET. É o endereço de domínio. Um endereço
A evolução não parava, além de atingir fronteiras apostilasopçao de domínio representará sua empresa
continentais, os computadores pessoais evoluíam em ou seu espaço na Internet.
forte escala alcançando forte potencial comercial, a

Informática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Indica que o servidor onde esse site verifica se o endereço de e-mail do destinatário está corre-
.com está tamente digitado, se é um endereço existente, se a caixa
hospedado é de finalidades comerciais. de mensagens do destinatário está cheia ou se recebeu
sua mensagem, na troca de e-mails ele é o protocolo de
.br Indica queo servidor está no Brasil. saída.
- UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que
Encontramos, ainda, variações na URL de um site, atua na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP).
que demonstram a finalidade e organização que o criou, Permite que a aplicação escreva um datagrama encap-
como: sulado num pacote IP e transportado ao destino. É muito
.gov - Organização governamental comum lermos que se trata de um protocolo não confiável,
.edu - Organização educacional isso porque ele não é implementado com regras que ga-
.org - Organização rantam tratamento de erros ou entrega.
.ind - Organização Industrial
.net - Organização telecomunicações 2. Provedor
.mil - Organização militar O provedor é uma empresa prestadora de serviços
.pro - Organização de profissões que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
.eng – Organização de engenheiros necessário conectar-se com um computador que já esteja
E também, do país de origem: na Internet (no caso, o provedor) e esse computador deve
.it – Itália permitir que seus usuários também tenham acesso a
.pt – Portugal Internet.
.ar – Argentina No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
.cl – Chile à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
.gr – Grécia computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
que se trata de um site hospedado em um servidor dos backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no
Estados Unidos. Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma
- HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Se- avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas
melhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link como o
transmitidos através de uma conexão criptografada e que backbone possui uma velocidade de transmissão, ou seja,
se verifique a autenticidade do servidor e do cliente atra- com qual velocidade ele transmite os dados.
vés de certificados digitais. Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transfe- Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que
rência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e
os arquivos para um servidor de internet, seus programas um endereço eletrônico na Internet.
mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao
criar um site, o profissional utiliza um desses programas 3. Home Page
FTP ou similares e executa a transferência dos arquivos Pela definição técnica temos que uma Home Page
criados, o manuseio é semelhante à utilização de geren- é um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de
ciadores de arquivo, como o Windows Explorer, por exem- computadores rodando um Navegador (Browser), que
plo. permite o acesso às informações em um ambiente gráfico
- POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de
dos Correios permite, como o seu nome o indica, recupe- informações dentro das Home Pages.
rar o seu correio num servidor distante (o servidor POP). É
necessário para as pessoas não ligadas permanentemen- 4. Plug-ins
te à Internet, para poderem consultar os mails recebidos Os plug-ins são programas que expandem a capacidade
offline. Existem duas versões principais deste protocolo, do Browser em recursos específicos - permitindo, por
o POP2 e o POP3, aos quais são atribuídas respectiva- exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes
mente as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de
comandos textuais radicalmente diferentes, na troca de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade
e-mails ele é o protocolo de entrada. impressionante. Maiores informações e endereços sobre
- IMAP (Internet Message Access Protocol): É um plug-ins são encontradas na página:
protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/
muitas mais possibilidades, como, gerir vários acessos Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/
simultâneos e várias caixas de correio, além de poder criar Indices/
mais critérios de triagem. Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o pro- temos uma relação de alguns deles:
tocolo padrão para envio de e-mails através da Internet. - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTi-
Faz a validação de destinatários de mensagens. Ele que me, etc.).

Informática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.). 2. Objetivo de construir uma Intranet
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, Organizações constroem uma intranet porque ela é
BMP, PCX, etc.). uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente
- Negócios e Utilitários. para economizar tempo, diminuir as desvantagens da
- Apresentações. distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de
capital com conhecimentos das operações e produtos da
INTRANET empresa.

A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de 3. Aplicações da Intranet


uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes de comunicações corporativas em uma intranet dá para
comunicação internas baseadas na tecnologia usada na simplificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos na
Internet. Como um jornal editado internamente, e que pode mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar
ser acessado apenas pelos funcionários da empresa. onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido
A intranet cumpre o papel de conectar entre si operacional) os diversos profissionais de uma empresa.
filiais e departamentos, mesclando (com segurança) as Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por
suas informações particulares dentro da estrutura de exemplo:
comunicações da empresa. - Marketing e Vendas - Informações sobre produ-
O grande sucesso da Internet, é particularmente da tos, listas de preços, promoções, planejamento de even-
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na tos;
evolução da informática nos últimos anos. - Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos de Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme de membros das equipes, situações de projetos;
facilidade de se criar, interligar e disponibilizar - Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas,
documentos multimídia (texto, gráficos, animações, sistemas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões),
etc.), democratizaram o acesso à informação através manuais de qualidade;
de redes de computadores. Em segundo lugar, criou-se - Recursos Humanos - Treinamentos, cursos,
uma gigantesca base de usuários, já familiarizados com apostilas, políticas da companhia, organograma, oportu-
conhecimentos básicos de informática e de navegação nidades de trabalho, programas de desenvolvimento pes-
na Internet. Finalmente, surgiram muitas ferramentas soal, benefícios.
de software de custo zero ou pequeno, que permitem a
qualquer organização ou empresa, sem muito esforço, Para acessar as informações disponíveis na Web
“entrar na rede” e começar a acessar e colocar informação. corporativa, o funcionário praticamente não precisa ser
O resultado inevitável foi a impressionante explosão na treinado. Afinal, o esforço de operação desses programas
informação disponível na Internet, que segundo consta, se resume quase somente em clicar nos links que
está dobrando de tamanho a cada mês. remetem às novas páginas. No entanto, a simplicidade
Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito, de uma intranet termina aí. Projetar e implantar uma rede
que tem interessado um número cada vez maior de desse tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de
empresas, hospitais, faculdades e outras organizações profissionais especializados. Essa dificuldade aumenta
interessadas em integrar informações e usuários: a com o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e
intranet. Seu advento e disseminação promete operar a quantidade de informações nela armazenadas.
uma revolução tão profunda para a vida organizacional
quanto o aparecimento das primeiras redes locais de 4. A intranet é baseada em quatro conceitos:
computadores, no final da década de 80. - Conectividade - A base de conexão dos com-
putadores ligados por meio de uma rede, e que podem
1. O que é Intranet? transferir qualquer tipo de informação digital entre si;
O termo “intranet” começou a ser usado em meados - Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa-
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para dores e sistemas operacionais podem ser conectados de
se referirem ao uso dentro das empresas privadas forma transparente;
de tecnologias projetadas para a comunicação por - Navegação - É possível passar de um documento a
computador entre empresas. Em outras palavras, uma outro por meio de referências ou vínculos de hipertexto,
intranet consiste em uma rede privativa de computadores que facilitam o acesso não linear aos documentos;
que se baseia nos padrões de comunicação de dados - Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
da Internet pública, baseadas na tecnologia usada na acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer gra-
Internet (páginas HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, ças à execução de programas aplicativos, que podem es-
atualmente fazendo muito sucesso. Entre as razões tar no servidor, ou nos microcomputadores que acessam a
para este sucesso, estão o custo de implantação rede (também chamados de clientes, daí surgiu à expres-
relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada são que caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servi-
pelos programas de navegação na Web, os browsers. dor).

Informática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- A vantagem da intranet é que esses programas 5.5. filetype:tipo


são ativados através da WWW, permitindo grande flexibi- Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo
lidade. Determinadas linguagens, como Java, assumiram de extensão especificada. Por exemplo, em uma busca
grande importância no desenvolvimento de softwares filetype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra
aplicativos que obedeçam aos três conceitos anteriores. chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de
extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC.
5. Mecanismos de Buscas
Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno 5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02
exatamente o que você queria pode trazer algumas horas Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o *
de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em
algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem que os termos inicial e final aparecem, independente do que
de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook *
lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja msn e veja o resultado na prática.
otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha
acesso a resultados mais relevantes. 6. Áudio e Vídeo
Os mecanismos de buscas contam com operadores A popularização da banda larga e dos serviços de
para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no e-mail com grande capacidade de armazenamento
entanto, pode não interessar a você, caso não seja um está aumentando a circulação de vídeos na Internet. O
praticante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis e problema é que a profusão de formatos de arquivos pode
estão listados abaixo. Realize uma busca simples e depois tornar a experiência decepcionante.
aplique os filtros para poder ver o quanto os resultados A maioria deles depende de um único programa
podem ser mais especializados em relação ao que você para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você
procura. vai necessitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de
um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado.
5.1. -palavra_chave Acrônimo de “COder/DECoder”, codec é uma espécie
Retorna uma busca excluindo aquelas em que a de complemento que descomprime - e comprime - o
palavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca arquivo. É o caso do MPEG, que roda no Windows Media
por computação, provavelmente encontrarei na relação Player, desde que o codec esteja atualizado - em geral, a
dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“. instalação é automática.
Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência, os Com os três players de multimídia mais populares -
resultados que tem a palavra chave ciência serão omitidos. Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos,
5.2. +palavra_chave tanto offline como por streaming (neste caso, o download
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de e a exibição do vídeo são simultâneos, como na TV Terra).
uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga ao Atualmente, devido à evolução da internet com
exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo computação, os mais variados tipos de páginas pessoais e redes
terei como retorno uma gama mista de resultados. Caso eu sociais, há uma grande demanda por programas para
queira filtrar somente os casos em que ciências aparece, trabalhar com imagens. E, como sempre é esperado,
e também no estado de SP, realizo uma busca do tipo em resposta a isso, também há no mercado uma ampla
computação + ciência SP. gama de ferramentas existentes que fazem algum tipo de
tratamento ou conversão de imagens.
5.3. “frase_chave” Porém, muitos destes programas não são o que se
Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão
termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas ao em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes.
que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do tipo Caso o que você precise seja apenas um programa para
“como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra FAZER, visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples
verá resultados em que a frase idêntica foi empregada. ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma
conferida em alguns aplicativos mais leves e com recursos
5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02 mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras Abaixo, segue uma seleção de visualizadores,
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, muitos deles trazendo os recursos mais simples, comuns e
por exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas fáceis de se utilizar dos editores, para você que não precisa
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nesse de tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um
caso, como as duas palavras chaves são populares, os dois tratamento especial para as suas mais variadas imagens.
resultados são apresentados em posição de destaque. O Picasa está com uma versão cheia de inovações que
faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos
e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas
úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem
do computador.

Informática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

As ferramentas de edição possuem os métodos mais tece em geral é que a conexão é posicionada no diretório
avançados para automatizar o processo de correção de raiz da árvore de diretórios. Dentre os mais comuns estão:
imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o pro- pub, etc, outgoing e incoming. O segundo tipo de conexão
grama consegue identificar e corrigir todos os olhos ver- envolve uma autenticação, e portanto, é indispensável que
melhos da foto automaticamente sem precisar selecionar o usuário possua um username e uma password que se-
um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicio- jam reconhecidas pelo sistema, quer dizer, ter uma conta
nar textos, inserir efeitos, e muito mais. nesse servidor. Neste caso, ao estabelecer uma conexão,
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa o posicionamento é no diretório criado para a conta do
biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente usuário – diretório home, e dali ele poderá percorrer toda
de armazenamento capaz de filtrar imagens que conte- a árvore do sistema, mas só escrever e ler arquivos nos
nham apenas rostos. Assim você consegue visualizar ape- quais ele possua.
nas as fotos que contém pessoas. Assim como muitas aplicações largamente utilizadas
Depois de tudo organizado em seu computador, você hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar- operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsá-
tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso vel pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.
pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web.
O programa possui integração com o PicasaWeb, o qual 8. Algumas dicas
possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú-
segundos. mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecar-
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve ga na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de
e com uma interface gráfica simples porém otimizada e horário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre
fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade em horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é tempo-
com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns rariamente desativado.
recursos simples de editor. Com ele é possível fazer ope- 2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo
rações como copiar e deletar imagens até o efeito de re-
acessado.
moção de olhos vermelhos em fotos. O programa oferece
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arqui-
alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração
vo verifique se você está usando o modo correto, isto é,
de cores em sua imagem por meio de apenas um clique.
no caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de
Além disso sempre é possível a visualização de ima-
arquivos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é
gens pelo próprio gerenciador do Windows.
binário. Esta prevenção pode evitar perda de tempo.
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi-
7. Transferência de arquivos pela internet dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um
FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên- amigo seu consiga acessar o seu computador como um
cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de inte- servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao
ração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber número IP, que lhe é atribuído dinamicamente.
arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito 9. Grupos de Discussão e Redes Sociais
de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não São espaços de convivências virtuais em que grupos
texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença interes- de pessoas ou empresas se relacionam por meio do envio
sante entre enviar uma mensagem de correio eletrônico e de mensagens, do compartilhamento de conteúdo, entre
realizar transferência de um arquivo. A mensagem é sem- outras ações.
pre transferida como uma informação textual, enquanto a As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo-
transferência de um arquivo pode ser caracterizada como lução da internet, cujo boom aconteceu no início do milê-
textual (ASCII) ou não-textual (binário). nio. Vejamos como esse percurso aconteceu:
Um servidor FTP é um computador que roda um pro- Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities
capaz de se comunicar com outro computador na Rede que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas
que o esteja acessando através de um cliente FTP. para que elas próprias criassem suas páginas na internet.
FTP anônimo versus FTP com autenticação existem Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internau-
dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, tas a oportunidade de interagir com um grupo de pes-
é a conexão anônima, na qual não é preciso possuir um soas.
username ou password (senha) no servidor de FTP, bas- No mesmo ano, também surge uma plataforma que
tando apenas identificar-se como anonymous (anônimo). permite a interação com antigos colegas da escola, o
Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de Classmates.
diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma
sistema. Isto é muito importante, porque garante um nível que, desta vez, tinha como foco a publicação de
de segurança adequado, evitando que estranhos tenham fotografias.
acesso a todas as informações da empresa. Quando se Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda-
estabelece uma conexão de “FTP anônimo”, o que acon- deira rede social, o Friendster.

Informática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re-
social de caráter profissional do mundo. des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas
E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o é a falta de privacidade.
Facebook, surgem o Orkut e o Flickr. Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido
cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta
Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença para algumas precauções.
entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser: Por ser algo muito atual, tem caído muitas questões de
• Estabelecimento de contatos pessoais (relações redes sociais nos concursos atualmente.
de amizade ou namoro).
• Networking: partilha e busca de conhecimentos NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E
profissionais e procura emprego ou preenchimento de va- APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO
gas. ELETRÔNICO
• Partilha e busca de imagens e vídeos.
• Partilha e busca de informações sobre temas va- Um browser ou navegador é um aplicativo que opera atra-
riados. vés da internet, interpretando arquivos e sites web desenvolvi-
• Divulgação para compra e venda de produtos e dos com frequência em código HTML que contém informação
serviços. e conteúdo em hipertexto de todas as partes do mundo.
• Jogos, entre outros. Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
são programas de computador especializados em visuali-
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci- zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web,
das, destacamos: até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explo-
• Facebook: interação e expansão de contatos. rer e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no
• Youtube: partilha de vídeos. mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o
chamadas de voz. Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mundo,
• Instagram: partilha de fotos e vídeos. porém o conceito e usabilidade dos outros navegadores
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais seguem os mesmos princípios lógicos.
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
são conhecidas como “tweets”.
sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
• Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o
• Skype: telechamada.
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
• LinkedIn: interação e expansão de contatos profis-
fácil de utilizar.
sionais.
• Badoo: relacionamentos amorosos.
• Snapchat: envio de mensagens instantâneas.
• Messenger: envio de mensagens instantâneas.
• Flickr: partilha de imagens.
• Google+: partilha de conteúdos.
• Tumbrl: partilha de pequenas publicações, seme- Figura 1: Símbolo do Google Chrome
lhante ao Twitter.
Glossário interessante que abordam internet e correio eletrônico
10. Vantagens e Desvantagens Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de
Existem várias vantagens em fazer parte de redes so- mensagens indesejadas.
ciais e é principalmente por isso que elas tiveram um cresci- Browser: Programa utilizado para navegar na Web,
mento tão significativo ao longo dos anos. também chamado de navegador. Exemplo: Mozilla Firefox.
Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes- Cliente de e-mail: Software destinado a gerenciar
soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as rela- contas de correio eletrônico, possibilitando a composição,
ções e o contato com quem está distante, propiciando, assim, envio, recebimento, leitura e arquivamento de mensagens.
a possibilidade de interagir em tempo real. A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em negrito
As redes também facilitam a relação com quem está os mais conhecidos e utilizados atualmente):
mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia, Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook Express,
nem sempre há tempo para que as pessoas se encontrem Mozilla Thunderbird, Eudora,
fisicamente. Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Linux) e
Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rápi- Windows Mail.
da e eficaz de comunicar algo para um grande número de
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na-
pessoas ao mesmo tempo.
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter
Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores
um acontecimento, a preparação de uma manifestação ou
mais rápidas e com maior segurança contra hackers.
a mobilização de um grupo para um protesto.

Informática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para re-


ceber e-mails. Através do POP, um usuário transfere para
o computador as mensagens armazenada sem sua caixa
postal no servidor.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de envio
Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um usuário
descarregue suas mensagens de umservidor. Esse proto-
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande de- colo utiliza a porta 25 do protocolo TCP.
sempenho, porém especialistas em segurança o considera Spam: Mensagens de correio eletrônico não autoriza-
o navegador com menos segurança. das ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente de co-
notação publicitária ou obscena, enviadas em larga escala
para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de discussão.

1. Um pouco de história
A internet é uma rede de computadores que liga os
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela
Figura 3: Símbolo do Opera começou não era assim, tinham apenas 4 computadores e
a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No fim
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo da década de 60, o Departamento de Defesa norte-ameri-
navegador considerado pelos especialistas e possui uma cano resolveu criar um sistema interligado para trocar infor-
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da Apple mações sobre pesquisas e armamentos que não pudesse
existem versões para Windows. chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, foi criado
o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de Pesquisa
Avançados do Departamento de Defesa dos EUA.
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone-
xão recebeu o nome de internet e até a década de 80 ficou
apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela chegou
apenas na década de 90. É na internet que é executada
a World Wide Web (www), sistema que contém milhares de
informações (gráficos, vídeos, textos, sons, etc) que tam-
Figura 4: Símbolo do Safari
bém ficou conhecido como rede mundial.
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar
Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave- um projeto que pode ser considerado o princípio da World
gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é um Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elabora-
programa preparado para explorar a Internet dando aces- do uma nova proposta para o que ficaria conhecido como
so a suas informações. Representado pelo símbolo do “e” WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a partir disso
azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique em surgiu o “http” (em português significa protocolo de trans-
seu símbolo. ferência de hipertexto). Vinton Cerf também é um persona-
gem importante e inclusive é conhecido por muitos como
o pai da internet.
URL: Tudo que é disponível na Web tem seu próprio
endereço, chamado URL, ele facilita a navegação
e possui características específicas como a falta
de  acentuação gráfica  e palavras maiúsculas. Uma url
Figura 5: Símbolo do Internet Explorer possui o http (protocolo), www (World Wide Web), o nome
da empresa que representa o site, .com (ex: se for um
Outros pontos importantes de conceitos que podem ser site governamental o final será .gov) e a sigla do país de
abordado no seu concurso são: origem daquele site (no Brasil é usado o BR).
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten-
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos
para o envio de outros tipo sde informações por e-mail,
como imagens, sons, filmes, entre outros.
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores de
Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio):
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunderbird,
Microsoft Outlook Express etc.
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de

Informática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Considerando a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro


1. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA de 2010, que estabelece diretrizes para a organização da
APROVADA PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE DO Rede de Aten- ção à Saúde no âmbito do Sistema Único de
BRASIL. PORTARIA MS NÚMERO 2.436 DE 21 Saúde (SUS);
DE SETEMBRO DE 2017. APROVA A POLÍTICA Considerando a Resolução CIT Nº 21, de 27 de julho
NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA, ESTABE- de 2017 Consulta Pública sobre a proposta de revisão da
LECENDO A REVISÃO DE DIRETRIZES PARA Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). agosto de
A ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA, NO 2017; e
ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS). Considerando a pactuação na Reunião da Comissão
Intergestores Tripartite do dia 31 de agosto de 2017, re-
PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017 solve:
Art. 1º Esta Portaria aprova a Política Nacional de
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabe- Atenção Básica - PNAB, com vistas à revisão da regula-
lecendo a revisão de diretrizes para a organização da Aten- mentação de implantação e operacionalização vigentes,
ção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, estabele-
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atri- cendo-se as diretrizes para a organização do componente
buições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde - RAS.
do art. 87 da Constituição, e Parágrafo único. A Política Nacional de Atenção Bá-
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro 1990, sica considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção
que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção Primária à Saúde - APS, nas atuais concepções, como ter-
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamen- mos equivalentes, de forma a associar a ambas os princí-
to dos serviços correspondentes, e dá outras providências, pios e as diretrizes definidas neste documento.
considerando: Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saú-
Considerando a experiência acumulada do Controle de individuais, familiares e coletivas que envolvem promo-
Social da Saúde à necessidade de aprimoramento do Con- ção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabili-
trole Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas tação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância
demandas dos Conselhos Estaduais e Municipais referen- em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado
tes às propostas de composição, organização e funciona- integrado e gestão qualificada, realizada com equipe mul-
mento, conforme o art. 1º, § 2º, da Lei nº 8.142, de 28 de tiprofissional e dirigida à população em território definido,
dezembro de 1990; sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sa-
Considerando a Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de nitária.
2006, que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e §1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada
Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde; e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cui-
Considerando a Portaria nº 2.715/GM/MS, de 17 de no- dado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados
vembro de 2011, que atualiza a Política Nacional de Alimen- na rede.
tação e Nutrição; § 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e
Considerando a Portaria Interministerial Nº 1, de 2 de gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas
janeiro de 2014, que institui a Política Nacional de Atenção necessidades e demandas do território, considerando os
Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no determinantes e condicionantes de saúde.
Sistema Prisional (PNAISP) no âmbito do Sistema Único de § 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade,
Saúde (SUS); gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação
Considerando as Diretrizes da Política Nacional de sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição
Saúde Bucal; socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual,
Considerando a Lei nº 12.871, de 22 de outubro de funcional e outras.
2013, que Institui o Programa Mais Médicos, alterando a Lei § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão
no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e a Lei no 6.932, de adotadas estratégias que permitam minimizar desigualda-
7 de julho de 1981; des/iniquidades, de modo a evitar exclusão social de gru-
Considerando o Decreto nº 7.508, de 21 de junho de pos que possam vir a sofrer estigmatização ou discrimina-
2011, que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro ção, de maneira que impacte na autonomia e na situação
de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de saúde.
de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a
saúde, e a articulação interfederativa; serem operacionalizados na Atenção Básica:
Considerando a Portaria nº 204/GM/MS, de 29 de ja- I - Princípios:
neiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a trans- a) Universalidade;
ferência de recursos federais para as ações e serviços de b) Equidade; e
saúde, na forma de blocos de financiamento, com respecti- c) Integralidade.
vo monitoramento e controle; II - Diretrizes:
Considerando a Portaria nº 687, de 30 de março de a) Regionalização e Hierarquização:
2006, que aprova a Política de Promoção da Saúde;
b) Territorialização;

Políticas Pública de Saúde 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

c) População Adscrita; garantir direitos trabalhistas e previdenciários, qualificar os


d) Cuidado centrado na pessoa; vínculos de trabalho e implantar carreiras que associem
e) Resolutividade; desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos ser-
f) Longitudinalidade do cuidado; viços ofertados às pessoas;
g) Coordenação do cuidado; VIII - garantir provimento e estratégias de fixação de
h) Ordenação da rede; e profissionais de saúde para a Atenção Básica com vistas a
i) Participação da comunidade. promover ofertas de cuidado e o vínculo;
Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estraté- IX - desenvolver, disponibilizar e implantar os Siste-
gia prioritária para expansão e consolidação da Atenção mas de Informação da Atenção Básica vigentes, garantin-
Básica. do mecanismos que assegurem o uso qualificado dessas
Parágrafo único. Serão reconhecidas outras estraté- ferramentas nas UBS, de acordo com suas responsabili-
gias de Atenção Básica, desde que observados os princí- dades;
pios e diretrizes previstos nesta portaria e tenham caráter X - garantir, de forma tripartite, dispositivos para trans-
transitório, devendo ser estimulada sua conversão em Es- porte em saúde, compreendendo as equipes, pessoas
tratégia Saúde da Família. para realização de procedimentos eletivos, exames, den-
Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e tre outros, buscando assegurar a resolutividade e a inte-
Atenção Básica é condição essencial para o alcance de gralidade do cuidado na RAS, conforme necessidade do
território e planejamento de saúde;
resultados que atendam às necessidades de saúde da po-
XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da
pulação, na ótica da integralidade da atenção à saúde e
Atenção Básica nos territórios;
visa estabelecer processos de trabalho que considerem os
XII - estabelecer mecanismos de autoavaliação, con-
determinantes, os riscos e danos à saúde, na perspectiva trole, regulação e acompanhamento sistemático dos resul-
da intra e intersetorialidade. tados alcançados pelas ações da Atenção Básica, como
Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde que pres- parte do processo de planejamento e programação;
tem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do XIII - divulgar as informações e os resultados alcan-
SUS, de acordo com esta portaria serão denominados Uni- çados pelas equipes que atuam na Atenção Básica, esti-
dade Básica de Saúde - UBS. Parágrafo único. Todas as mulando a utilização dos dados para o planejamento das
UBS são consideradas potenciais espaços de educação, ações;
formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em ser- XIV - promover o intercâmbio de experiências entre
viço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS. gestores e entre trabalhadores, por meio de cooperação
horizontal, e estimular o desenvolvimento de estudos e
CAPÍTULO I pesquisas que busquem o aperfeiçoamento e a dissemi-
DAS RESPONSABILIDADES nação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção
Básica;
Art. 7º São responsabilidades comuns a todas as es- XV - estimular a participação popular e o controle social;
feras de governo: XVI - garantir espaços físicos e ambientes adequados
I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde,
e de gestão com base nos princípios e nas diretrizes con- para a formação em serviço e para a educação permanen-
tidas nesta portaria; te e continuada nas Unidades Básicas de Saúde;
II - apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde XVII - desenvolver as ações de assistência farma-
da Família - ESF como estratégia prioritária de expansão, cêutica e do uso racional de medicamentos, garantindo a
consolidação e qualificação da Atenção Básica; disponibilidade e acesso a medicamentos e insumos em
III - garantir a infraestrutura adequada e com boas con- conformidade com a RENAME, os protocolos clínicos e
dições para o funcionamento das UBS, garantindo espaço, diretrizes terapêuticas, e com a relação específica comple-
mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de pes- mentar estadual, municipal, da união, ou do distrito federal
de medicamentos nos pontos de atenção, visando a inte-
soas com deficiência, de acordo com as normas vigentes;
gralidade do cuidado;
IV - contribuir com o financiamento tripartite para forta-
XVIII - adotar estratégias para garantir um amplo es-
lecimento da Atenção Básica;
copo de ações e serviços a serem ofertados na Atenção
V - assegurar ao usuário o acesso universal, equânime Básica, compatíveis com as necessidades de saúde de
e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, além cada localidade;
de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas XIX - estabelecer mecanismos regulares de auto ava-
Comissões Intergestores; liação para as equipes que atuam na Atenção Básica, a
VI - estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, fim de fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e
Estaduais e Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e planejamento em saúde; e
metas para a organização da Atenção Básica; XX -articulação com o subsistema Indígena nas ações
VII -desenvolver mecanismos técnicos e estratégias de Educação Permanente e gestão da rede assistencial.
organizacionais de qualificação da força de trabalho para Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das
gestão e atenção à saúde, estimular e viabilizar a forma- ações de Atenção Básica no âmbito da União, sendo res-
ção, educação permanente e continuada dos profissionais, ponsabilidades da União:

Políticas Públicas de Saúde 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

I -definir e rever periodicamente, de forma pactuada, VII - prestar apoio institucional aos municípios no pro-
na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da cesso de implantação, acompanhamento e qualificação da
Política Nacional de Atenção Básica; Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estraté-
II - garantir fontes de recursos federais para compor o gia Saúde da Família;
financiamento da Atenção Básica; VIII - definir estratégias de articulação com as gestões
III - destinar recurso federal para compor o financia- municipais, com vistas à institucionalização do monitoramen-
mento tripartite da Atenção Básica, de modo mensal, regu- to e avaliação da Atenção Básica;
lar e automático, prevendo, entre outras formas, o repas- IX - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e
se fundo a fundo para custeio e investimento das ações e pedagógicos que facilitem o processo de formação e educa-
serviços; ção permanente dos membros das equipes de gestão e de
IV - prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, atenção;
do Distrito Federal e dos municípios no processo de quali- X - articular instituições de ensino e serviço, em parceria
ficação e de consolidação da Atenção Básica; com as Secretarias Municipais de Saúde, para formação e
V - definir, de forma tripartite, estratégias de articula- garantia de educação permanente aos profissionais de saú-
ção junto às gestões estaduais e municipais do SUS, com de das equipes que atuam na Atenção Básica; e
vistas à institucionalização da avaliação e qualificação da XI -fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede
de serviços como a estratégia prioritária de organização da
Atenção Básica;
Atenção Básica.
VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais
Art. 10 Compete às Secretarias Municipais de Saúde a
e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que
coordenação do componente municipal da Atenção Básica,
facilitem o processo de gestão, formação e educação per- no âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a políti-
manente dos gestores e profissionais da Atenção Básica; ca, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabi-
VII - articular com o Ministério da Educação estraté- lidades dos Municípios e do Distrito Federal:
gias de indução às mudanças curriculares nos cursos de I -organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de
graduação e pósgraduação na área da saúde, visando à Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu território,
formação de profissionais e gestores com perfil adequado incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e
à Atenção Básica; e pela União;
VIII -apoiar a articulação de instituições, em parceria II - programar as ações da Atenção Básica a partir de
com as Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais e do sua base territorial de acordo com as necessidades de saú-
Distrito Federal, para formação e garantia de educação de identificadas em sua população, utilizando instrumento de
permanente e continuada para os profissionais de saúde programação nacional vigente;
da Atenção Básica, de acordo com as necessidades locais. III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas
Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde de cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos na
e ao Distrito Federal a coordenação do componente es- Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos de aten-
tadual e distrital da Atenção Básica, no âmbito de seus li- ção de diferentes configurações tecnológicas, integrados por
mites territoriais e de acordo com as políticas, diretrizes serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir
e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos a integralidade do cuidado.
Estados e do Distrito Federal: IV -estabelecer e adotar mecanismos de encaminha-
I - pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) mento responsável pelas equipes que atuam na Atenção Bá-
e Colegiado de Gestão no Distrito Federal, estratégias, di- sica de acordo com as necessidades de saúde das pessoas,
retrizes e normas para a implantação e implementação da mantendo a vinculação e coordenação do cuidado;
Política Nacional de Atenção Básica vigente nos Estados V - manter atualizado mensalmente o cadastro de equi-
e Distrito Federal; pes, profissionais, carga horária, serviços disponibilizados,
II - destinar recursos estaduais para compor o financia- equipamentos e outros no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde vigente, conforme regulamenta-
mento tripartite da Atenção Básica, de modo regular e au-
ção específica;
tomático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo
VI - organizar os serviços para permitir que a Atenção
a fundo para custeio e investimento das ações e serviços;
Básica atue como a porta de entrada preferencial e ordena-
III - ser corresponsável pelo monitoramento das ações dora da RAS;
de Atenção Básica nos municípios; VII - fomentar a mobilização das equipes e garantir es-
IV - analisar os dados de interesse estadual gerados paços para a participação da comunidade no exercício do
pelos sistemas de informação, utilizá-los no planejamento controle social;
e divulgar os resultados obtidos; VIII - destinar recursos municipais para compor o finan-
V -verificar a qualidade e a consistência de arquivos ciamento tripartite da Atenção Básica;
dos sistemas de informação enviados pelos municípios, IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, e
de acordo com prazos e fluxos estabelecidos para cada Secretaria Estadual de Saúde pelo monitoramento da utiliza-
sistema, retornando informações aos gestores municipais; ção dos recursos da Atenção Básica transferidos aos muni-
VI - divulgar periodicamente os relatórios de indicado- cípio;
res da Atenção Básica, com intuito de assegurar o direito X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede
fundamental de acesso à informação; de serviços como a estratégia prioritária de organização da
Atenção Básica;

Políticas Pública de Saúde 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

XI -prestar apoio institucional às equipes e serviços no primeiro ponto de atenção e porta de entrada preferencial
processo de implantação, acompanhamento, e qualificação do sistema, que deve ordenar os fluxos e contrafluxos de
da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Es- pessoas , produtos e informações em todos os pontos de
tratégia Saúde da Família; atenção à saúde.
XII - definir estratégias de institucionalização da avalia- Esta Política Nacional de Atenção Básica tem na Saú-
ção da Atenção Básica; de da Família sua estratégia prioritária para expansão e
XIII -desenvolver ações, articular instituições e promo- consolidação da Atenção Básica. Contudo reconhece ou-
ver acesso aos trabalhadores, para formação e garantia de tras estratégias de organização da Atenção Básica nos
educação permanente e continuada aos profissionais de territórios, que devem seguir os princípios e diretrizes da
saúde de todas as equipes que atuam na Atenção Básica Atenção Básica e do SUS, configurando um processo pro-
implantadas; gressivo e singular que considera e inclui as especificida-
XIV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais des locorregionais, ressaltando a dinamicidade do territó-
que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção rio e a existência de populações específicas, itinerantes e
Básica, em conformidade com a legislação vigente; dispersas, que também são de responsabilidade da equipe
XV -garantir recursos materiais, equipamentos e insu- enquanto estiverem no território, em consonância com a
mos suficientes para o funcionamento das UBS e equipes, política de promoção da equidade em saúde.
para a execução do conjunto de ações propostas; A Atenção Básica considera a pessoa em sua singula-
XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e laborato- ridade e inserção sociocultural, buscando produzir a aten-
rial necessário ao cuidado resolutivo da população; ção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde
XVII -alimentar, analisar e verificar a qualidade e a - a qual constitui um processo contínuo e sistemático de
consistência dos dados inseridos nos sistemas nacionais coleta, consolidação, análise e disseminação de dados
de informação a serem enviados às outras esferas de ges- sobre eventos relacionados à saúde - além disso, visa o
tão, utilizá-los no planejamento das ações e divulgar os re- planejamento e a implementação de ações públicas para a
sultados obtidos, a fim de assegurar o direito fundamental proteção da saúde da população, a prevenção e o controle
de acesso à informação; de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção
XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando à garan- da saúde.
tia das referências a serviços e ações de saúde fora do Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões
âmbito da Atenção Básica e de acordo com as necessida- simplistas, nas quais, entre outras, há dicotomia e opo-
des de saúde das mesmas; e sição entre a assistência e a promoção da saúde. Para
IX - assegurar o cumprimento da carga horária integral tal, deve-se partir da compreensão de que a saúde possui
de todos os profissionais que compõem as equipes que
múltiplos determinantes e condicionantes e que a melhora
atuam na Atenção Básica, de acordo com as jornadas de
das condições de saúde das pessoas e coletividades pas-
trabalho especificadas no Sistema de Cadastro Nacional
sa por diversos fatores, os quais grande parte podem ser
de Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de
abordados na Atenção Básica.
atenção.
Art. 11 A operacionalização da Política Nacional de
1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO
Atenção Básica está detalhada no Anexo a esta Portaria.
BÁSICA
Art. 12 Fica revogada a Portaria nº 2.488/GM/MS, de
21 de outubro de 2011.
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua Os princípios e diretrizes, a caracterização e a relação
publicação. de serviços ofertados na Atenção Básica serão orientado-
res para a sua organização nos municípios, conforme des-
ANEXO critos a seguir:
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA OPE-
RACIONALIZAÇÃO 1.1 - Princípios
- Universalidade: possibilitar o acesso universal e con-
CAPÍTULO I tínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, ca-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSI- racterizados como a porta de entrada aberta e preferencial
CA À SAÚDE da RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas e pro-
movendo a vinculação e corresponsabilização pela aten-
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resul- ção às suas necessidades de saúde. O estabelecimento
tado da experiência acumulada por um conjunto de ato- de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhi-
res envolvidos historicamente com o desenvolvimento e mento pressupõe uma lógica de organização e funciona-
a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como mento do serviço de saúde que parte do princípio de que
movimentos sociais, população, trabalhadores e gesto- as equipes que atuam na Atenção Básica nas UBS devem
res das três esferas de governo. Esta Portaria, conforme receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus ser-
normatização vigente no SUS, que define a organização viços, de modo universal, de fácil acesso e sem diferencia-
em Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia ções excludentes, e a partir daí construir respostas para
para um cuidado integral e direcionado às necessidades suas demandas e necessidades.
de saúde da população, destaca a Atenção Básica como

Políticas Públicas de Saúde 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as dife- - Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desen-
renças nas condições de vida e saúde e de acordo com as volvimento de ações de cuidado de forma singularizada,
necessidades das pessoas, considerando que o direito à que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimen-
saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender tos, aptidões, competências e a confiança necessária para
à diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão basea- gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde
da em idade, gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é
orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, construído com as pessoas, de acordo com suas necessida-
condição socioeconômica, escolaridade ou limitação físi- des e potencialidades na busca de uma vida independente e
ca, intelectual, funcional, entre outras, com estratégias que plena. A família, a comunidade e outras formas de coletivida-
permitam minimizar desigualdades, evitar exclusão social de são elementos relevantes, muitas vezes condicionantes
de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou dis- ou determinantes na vida das pessoas e, por consequência,
criminação; de maneira que impacte na autonomia e na no cuidado.
situação de saúde. - Resolutividade: reforça a importância da Atenção Bási-
- Integralidade: É o conjunto de serviços executados ca ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnolo-
pela equipe de saúde que atendam às necessidades da gias de cui-dado individual e coletivo, por meio de uma clínica
população adscrita nos campos do cuidado, da promo- ampliada capaz de construir vínculos positivos e interven-
ção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e ções clínica e sanitariamente efetivas, centrada na pessoa,
agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos
cuidados paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a
de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reco- grande maioria dos problemas de saúde da população, coor-
nhecimento adequado das necessidades biológicas, psi- denando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS,
cológicas, ambientais e sociais causadoras das doenças, quando necessário.
e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão VI - Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continui-
necessárias a estes fins, além da ampliação da autonomia dade da relação de cuidado, com construção de vínculo e
das pessoas e coletividade. responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do
tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando
1.2 - Diretrizes os efeitos das intervenções em saúde e de outros elemen-
tos na vida das pessoas , evitando a perda de referências e
- Regionalização e Hierarquização: dos pontos de
diminuindo os riscos de iatrogenia que são decorrentes do
atenção da RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de
desconhecimento das histórias de vida e da falta de coorde-
comunicação entre esses. Considera-se regiões de saúde
nação do cuidado.
como um recorte espacial estratégico para fins de planeja-
VII - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e or-
mento, organização e gestão de redes de ações e serviços
ganizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das
de saúde em determinada localidade, e a hierarquização
RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diver-
como forma de organização de pontos de atenção da RAS
sos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado
entre si, com fluxos e referências estabelecidos. dos usuários em qualquer destes pontos através de uma re-
- Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o lação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de pro-
planejamento, a programação descentralizada e o desen- duzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando
volvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em também as outras estruturas das redes de saúde e interseto-
um território específico, com impacto na situação, nos con- riais, públicas, comunitárias e sociais.
dicionantes e determinantes da saúde das pessoas e cole- VIII - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de
tividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, saúde da população sob sua responsabilidade, organizando
adstritos a ele. Para efeitos desta portaria, considerase as necessidades desta população em relação aos outros
Território a unidade geográfica única, de construção des- pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planeja-
centralizada do SUS na execução das ações estratégicas mento das ações, assim como, a programação dos serviços
destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e de saúde, parta das necessidades de saúde das pessoas.
recuperação da saúde. Os Territórios são destinados para IX - Participação da comunidade: estimular a participa-
dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social, eco- ção das pessoas, a orientação comunitária das ações de
nômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuida-
possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográ- do, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na
fica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletivi-
que atendam a necessidade da população adscrita e ou as dades do território. Considerando ainda o enfrentamento dos
populações específicas. determinantes e condicionantes de saúde, através de articu-
III - População Adscrita: população que está presente lação e integração das ações intersetoriais na organização
no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvi- e orientação dos serviços de saúde, a partir de lógicas mais
mento de relações de vínculo e responsabilização entre centradas nas pessoas e no exercício do controle social.
as equipes e a população, garantindo a continuidade das
ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o
objetivo de ser referência para o seu cuidado.

Políticas Pública de Saúde 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

2 - A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE ATENÇÃO À Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do
SAÚDE cuidado clínico e da resolutividade na Atenção Básica, evi-
tando a exposição das pessoas a consultas e/ou procedi-
Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, mentos desnecessários. Além disso, com a organização
define a organização na RAS, como estratégia para um do acesso, induz-se ao uso racional dos recursos em saú-
cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde de, impede deslocamentos desnecessários e traz maior
da população. As RAS constituem-se em arranjos organi- eficiência e equidade à gestão das listas de espera.
zativos formados por ações e serviços de saúde com dife- A gestão municipal deve articular e criar condições para
rentes configurações tecnológicas e missões assistenciais, que a referência aos serviços especializados ambulatoriais,
articulados de forma complementar e com base territorial, sejam realizados preferencialmente pela Atenção Básica,
e têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção sendo de sua responsabilidade:
Básica estruturada como primeiro ponto de atenção e prin- a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de
cipal porta de entrada do sistema, constituída de equipe atenção da RAS;
multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, b) Gerir a referência e contrarreferência em outros pon-
coordenando o cuidado e atendendo as necessidades de tos de atenção; e
saúde das pessoas do seu território. c) Estabelecer relação com os especialistas que cuidam
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que regu- das pessoas do território.
lamenta a Lei nº 8.080/90, define que “o acesso universal,
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se 3 - INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONA-
inicia pelas portas de entrada do SUS e se completa na MENTO DA ATENÇÃO BÁSICA
rede regionalizada e hierarquizada”.
Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é Este item refere-se ao conjunto de procedimentos que
preciso reconhecer as necessidades de saúde da popula- objetiva adequar a estrutura física, tecnológica e de recur-
ção sob sua responsabilidade, organizando-as em relação sos humanos das UBS às necessidades de saúde da popu-
aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para lação de cada território.
que a programação dos serviços de saúde parta das ne-
cessidades das pessoas, com isso fortalecendo o planeja- 3.1 Infraestrutura e ambiência
mento ascendente. A infraestrutura de uma UBS deve estar adequada ao
A Atenção Básica é caracterizada como porta de en- quantitativo de população adscrita e suas especificidades,
trada preferencial do SUS, possui um espaço privilegiado bem como aos processos de trabalho das equipes e à
de gestão do cuidado das pessoas e cumpre papel estra- atenção à saúde dos usuários. Os parâmetros de estrutura
tégico na rede de atenção, servindo como base para o seu devem, portanto, levar em consideração a densidade de-
ordenamento e para a efetivação da integralidade. Para mográfica, a composição, atuação e os tipos de equipes,
tanto, é necessário que a Atenção Básica tenha alta reso- perfil da população, e as ações e serviços de saúde a serem
lutividade, com capacidade clínica e de cuidado e incorpo- realizados. É importante que sejam previstos espaços físi-
ração de tecnologias leves, leve duras e duras (diagnósti- cos e ambientes adequados para a formação de estudantes
cas e terapêuticas), além da articulação da Atenção Básica e trabalhadores de saúde de nível médio e superior, para
com outros pontos da RAS. a formação em serviço e para a educação permanente na
Os estados, municípios e o distrito federal, devem ar- UBS.
ticular ações intersetoriais, assim como a organização da As UBS devem ser construídas de acordo com as nor-
RAS, com ênfase nas necessidades locorregionais, pro- mas sanitárias e tendo como referência as normativas de
movendo a integração das referências de seu território. infraestrutura vigentes, bem como possuir identificação
Recomenda-se a articulação e implementação de pro- segundo os padrões visuais da Atenção Básica e do SUS.
cessos que aumentem a capacidade clínica das equipes, Devem, ainda, ser cadastradas no Sistema de Cadastro Na-
que fortaleçam práticas de microrregulação nas Unidades cional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), de acordo
Básicas de Saúde, tais como gestão de filas próprias da com as normas em vigor para tal.
UBS e dos exames e consultas descentralizados/progra- As UBS poderão ter pontos de apoio para o atendimen-
mados para cada UBS, que propiciem a comunicação en- to de populações dispersas (rurais, ribeirinhas, assenta-
tre UBS, centrais de regulação e serviços especializados, mentos, áreas pantaneiras, etc.), com reconhecimento no
com pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial pre- SCNES, bem como nos instrumentos de monitoramento e
sencial e/ou a distância, entre outros. avaliação. A estrutura física dos pontos de apoio deve res-
Um dos destaques que merecem ser feitos é a consi- peitar as normas gerais de segurança sanitária.
deração e a incorporação, no processo de referenciamen- A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico (ar-
to, das ferramentas de telessaúde articulado às decisões quitetônico), entendido como lugar social, profissional e de
clínicas e aos processos de regulação do acesso. A utiliza- relações interpessoais, que deve proporcionar uma atenção
ção de protocolos de encaminhamento servem como fer- acolhedora e humana para as pessoas, além de um am-
ramenta, ao mesmo tempo, de gestão e de cuidado, pois biente saudável para o trabalho dos profissionais de saúde.
tanto orientam as decisões dos profissionais solicitantes Para um ambiente adequado em uma UBS, existem
quanto se constituem como referência que modula a ava- componentes que atuam como modificadores e qualifica-
liação das solicitações pelos médicos reguladores. dores do espaço, recomenda-se contemplar: recepção sem

Políticas Públicas de Saúde 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

grades (para não intimidar ou dificultar a comunicação e 3.3 - Funcionamento


também garantir privacidade à pessoa), identificação dos Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde
serviços existentes, escala dos profissionais, horários de tenham seu funcionamento com carga horária mínima
funcionamento e sinalização de fluxos, conforto térmico e de 40 horas/semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da se-
acústico, e espaços adaptados para as pessoas com defi- mana e nos 12 meses do ano, possibilitando acesso fa-
ciência em conformidade com as normativas vigentes. cilitado à população.
Além da garantia de infraestrutura e ambiência Horários alternativos de funcionamento podem ser
apropriadas, para a realização da prática profissional na pactuados através das instâncias de participação social,
Atenção Básica, é necessário disponibilizar equipamen- desde que atendam expressamente a necessidade da po-
tos adequados, recursos humanos capacitados, e mate- pulação, observando, sempre que possível, a carga horá-
riais e insumos suficientes à atenção à saúde prestada ria mínima descrita acima.
nos municípios e Distrito Federal. Como forma de garantir a coordenação do cuidado,
ampliando o acesso e resolutividade das equipes que
3.2 Tipos de unidades e equipamentos de Saúde atuam na Atenção Básica, recomenda-se :
i) - População adscrita por equipe de Atenção Bási-
São considerados unidades ou equipamentos de ca (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500
saúde no âmbito da Atenção Básica: pessoas, localizada dentro do seu território, garantindo os
a) Unidade Básica de Saúde
princípios e diretrizes da Atenção Básica.
Recomenda-se os seguintes ambientes: consultó-
Além dessa faixa populacional, podem existir outros
rio médico e de enfermagem, consultório com sanitário,
arranjos de adscrição, conforme vulnerabilidades, riscos e
sala de procedimentos, sala de vacinas, área para as-
dinâmica comunitária, facultando aos gestores locais, con-
sistência farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala
de procedimentos, sala de coleta/exames, sala de cura- juntamente com as equipes que atuam na Atenção Básica
tivos, sala de expurgo, sala de esterilização, sala de ob- e Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade
servação e sala de atividades coletivas para os profis- de definir outro parâmetro populacional de responsabilida-
sionais da Atenção Básica. Se forem compostas por pro- de da equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâ-
fissionais de saúde bucal, será necessário consultório metro recomendado, de acordo com as especificidades do
odontológico com equipo odontológico completo; território, assegurando-se a qualidade do cuidado.
a. área de recepção, local para arquivos e registros, ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou
sala multiprofissional de acolhimento à demanda es- Saúde da Família), para que possam atingir seu potencial
pontânea , sala de administração e gerência, banheiro resolutivo.
público e para funcionários, entre outros ambientes con- iii) - Fica estipulado para cálculo do teto máximo de
forme a necessidade. equipes de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família
(eSF), com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas
b) Unidade Básica de Saúde Fluvial quais o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao
Recomenda-se os seguintes ambientes: recebimento de recursos financeiros específicos, confor-
a. consultório médico; consultório de enfermagem; me a seguinte fórmula: População/2.000.
área para assistência farmacêutica, laboratório, sala de iv) - Em municípios ou territórios com menos de 2.000
vacina; sala de procedimentos; e, se forem compostas habitantes, que uma equipe de Saúde da Família (eSF) ou
por profissionais de saúde bucal, será necessário con- de Atenção Básica (eAB) seja responsável por toda popu-
sultório odontológico com equipo odontológico comple- lação;
to; Reitera-se a possibilidade de definir outro parâmetro
b. área de recepção, banheiro público; banheiro ex- populacional de responsabilidade da equipe de acordo
clusivo para os funcionários; expurgo; cabines com lei- com especificidades territoriais, vulnerabilidades, riscos e
tos em número suficiente para toda a equipe; cozinha e dinâmica comunitária respeitando critérios de equidade,
outro ambientes conforme necessidade.
ou, ainda, pela decisão de possuir um número inferior de
c) Unidade Odontológica Móvel
pessoas por equipe de Atenção Básica (eAB) e equipe de
Recomenda-se veículo devidamente adaptado para
Saúde da Família (eSF) para avançar no acesso e na qua-
a finalidade de atenção à saúde bucal, equipado com:
lidade da Atenção Básica.
Compressor para uso odontológico com sistema de
filtragem; aparelho de raios-x para radiografias periapi- Para que as equipes que atuam na Atenção Básica
cais e interproximais; aventais de chumbo; conjunto pe- possam atingir seu potencial resolutivo, de forma a garan-
ças de mão contendo micro-motor com peça reta e con- tir a coordenação do cuidado, ampliando o acesso, é ne-
tra ângulo, e alta rotação; gabinete odontológico; cadeira cessário adotar estratégias que permitam a definição de
odontológica, equipo odontológico e refletor odontológico; um amplo escopo dos serviços a serem ofertados na UBS,
unidade auxiliar odontológica; mocho odontológico; auto- de forma que seja compatível com as necessidades e de-
clave; amalgamador; fotopolimerizador; e refrigerador. mandas de saúde da população adscrita, seja por meio da
Estratégia Saúde da Família ou outros arranjos de equipes
de Atenção Básica (eAB), que atuem em conjunto, com-
partilhando o cuidado e apoiando as práticas de saúde nos

Políticas Pública de Saúde 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

territórios. Essa oferta de ações e serviços na Atenção Bá- - Identificação do Gerente da Atenção Básica no terri-
sica devem considerar políticas e programas prioritários, tório e dos componentes de cada equipe da UBS;
as diversas realidades e necessidades dos territórios e das - Relação de serviços disponíveis; e
pessoas, em parceria com o controle social. - Detalhamento das escalas de atendimento de cada
As ações e serviços da Atenção Básica, deverão se- equipe.
guir padrões essenciais e ampliados:
Padrões Essenciais - ações e procedimentos básicos 3.4 - Tipos de Equipes:
relacionados a condições básicas/essenciais de acesso e 1 - Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estratégia
qualidade na Atenção Básica; e prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização da
Atenção Básicano país, de acordo com os preceitos do
- Padrões Ampliados -ações e procedimentos consi- SUS. É considerada como estratégia de expansão, qua-
derados estratégicos para se avançar e alcançar padrões lificação e consolidação da Atenção Básica, por favorecer
elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica, consi- uma reorientação do processo de trabalho com maior po-
derando especificidades locais, indicadores e parâmetros tencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação
estabelecidos nas Regiões de Saúde. de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar
A oferta deverá ser pública, desenvolvida em parceria uma importante relação custo-efetividade.
com o controle social, pactuada nas instâncias interfede- Composta no mínimo por médico, preferencialmente
rativas, com financiamento regulamentado em normativa da especialidade medicina de família e comunidade, enfer-
específica. meiro, preferencialmente especialista em saúde da família;
Caberá a cada gestor municipal realizar análise de de- auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário
manda do território e ofertas das UBS para mensurar sua de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe o agente
capacidade resolutiva, adotando as medidas necessárias de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saú-
para ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade das de bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista
equipes e serviços da sua UBS. em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.
A oferta de ações e serviços da Atenção Básica deverá O número de ACS por equipe deverá ser definido de
estar disponível aos usuários de forma clara, concisa e de acordo com base populacional, critérios demográficos, epi-
fácil visualização, conforme padronização pactuada nas demiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição
instâncias gestoras. local.
Todas as equipes que atuam na Atenção Básica de- Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de ris-
verão garantir a oferta de todas as ações e procedimentos co e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de
do Padrão Essencial e recomenda-se que também realiza- 100% da população com número máximo de 750 pessoas
rem ações e serviços do Padrão Ampliado, considerando por ACS.
as necessidades e demandas de saúde das populações Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatorieda-
em cada localidade. Os serviços dos padrões essenciais, de de carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para
bem como os equipamentos e materiais necessários, de- todos os profissionais de saúde membros da ESF. Dessa
vem ser garantidos igualmente para todo o país, buscando
forma, os profissionais da ESF poderão estar vinculados a
uniformidade de atuação da Atenção Básica no território
apenas 1 (uma) equipe de Saúde da Família, no SCNES
nacional. Já o elenco de ações e procedimentos ampliados
vigente.
deve contemplar de forma mais flexível às necessidades e de-
2 - Equipe da Atenção Básica (eAB): esta modalidade
mandas de saúde das populações em cada localidade, sendo
deve atender aos princípios e diretrizes propostas para a
definido a partir de suas especificidades locorregionais.
AB. A gestão municipal poderá compor equipes de Aten-
As unidades devem organizar o serviço de modo a oti-
ção Básica (eAB) de acordo com características e neces-
mizar os processos de trabalho, bem como o acesso aos
sidades do município. Como modelo prioritário é a ESF, as
demais níveis de atenção da RAS.
Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus usuá- equipes de Atenção Básica (eAB) podem posteriormente
rios, oferecendo o registro de elogios, críticas ou reclama- se organizar tal qual o modelo prioritário.
ções, por meio de livros, caixas de sugestões ou canais As equipes deverão ser compostas minimamente por
eletrônicos. As UBS deverão assegurar o acolhimento e médicos preferencialmente da especialidade medicina de
escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não família e comunidade, enfermeiro preferencialmente espe-
sejam da área de abrangência da unidade, com classifi- cialista em saúde da família, auxiliares de enfermagem e
cação de risco e encaminhamento responsável de acordo ou técnicos de enfermagem. Poderão agregar outros pro-
com as necessidades apresentadas, articulando-se com fissionais como dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou
outros serviços de forma resolutiva, em conformidade com técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e
as linhas de cuidado estabelecidas. agentes de combate à endemias.
Deverá estar afixado em local visível, próximo à entra- A composição da carga horária mínima por categoria
da da UBS: pro-fissional deverá ser de 10 (dez) horas, com no máximo
- Identificação e horário de atendimento; de 3 (três) profissionais por categoria, devendo somar no
- Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equi- mínimo 40 horas/semanais.
pe;

Políticas Públicas de Saúde 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O processo de trabalho, a combinação das jornadas Os diferentes profissionais devem estabelecer e com-
de trabalho dos profissionais das equipes e os horários e partilhar saberes, práticas e gestão do cuidado, com uma
dias de funcionamento devem ser organizados de modo visão comum e aprender a solucionar problemas pela co-
que garantam amplamente acesso, o vínculo entre as pes- municação, de modo a maximizar as habilidades singula-
soas e profissionais, a continuidade, coordenação e longi- res de cada um.
tudinalidade do cuidado. Deve estabelecer seu processo de trabalho a par-
A distribuição da carga horária dos profissionais é de tir de problemas, demandas e necessidades de saúde
responsabilidade do gestor, devendo considerar o perfil de pessoas e grupos sociais em seus territórios, bem
demográfico e epidemiológico local para escolha da es- como a partir de dificuldades dos profissionais de todos
pecialidade médica, estes devem atuar como generalis- os tipos de equipes que atuam na Atenção Básica em
tas nas equipes de Atenção Básica (eAB). suas análises e manejos. Para tanto, faz-se necessário
Importante ressaltar que para o funcionamento a o compartilhamento de saberes, práticas intersetoriais e
equipe deverá contar também com profissionais de nível de gestão do cuidado em rede e a realização de educa-
médio como técnico ou auxiliar de enfermagem. ção permanente e gestão de coletivos nos territórios sob
3 - Equipe de Saúde Bucal (eSB): Modalidade que responsabilidade destas equipes.
pode compor as equipes que atuam na atenção básica, Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem
constituída por um cirurgião-dentista e um técnico em como serviços com unidades físicas independentes ou
saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. especiais, e não são de livre acesso para atendimento
Os profissionais de saúde bucal que compõem as individual ou coletivo (estes, quando necessários, de-
equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Bási- vem ser regulados pelas equipes que atuam na Atenção
ca (eAB) e de devem estar vinculados à uma UBS ou a Básica). Devem, a partir das demandas identificadas no
Unidade Odontológica Móvel, podendo se organizar nas trabalho con-junto com as equipes, atuar de forma inte-
seguintes modalidades: grada à Rede de Atenção à Saúde e seus diversos pon-
Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde tos de atenção, além de outros equipamentos sociais
bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e; públicos/privados, redes sociais e comunitárias.
Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou ou- Compete especificamente à Equipe do Núcleo Am-
tro TSB. pliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf- AB):
Independente da modalidade adotada, os profissio- a. Participar do planejamento conjunto com as equipes
nais de Saúde Bucal são vinculados a uma equipe de que atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas;
Atenção Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos
(eSF), devendo compartilhar a gestão e o processo de usuários do SUS principalmente por intermédio da am-
trabalho da equipe, tendo responsabilidade sanitária pela pliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade
mesma população e território adstrito que a equipe de de análise e de intervenção sobre problemas e neces-
Saúde da Família ou Atenção Básica a qual integra. sidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sa-
Cada equipe de Saúde de Família que for implantada nitários; e
com os profissionais de saúde bucal ou quando se introdu- c. Realizar discussão de casos, atendimento indivi-
zir pela primeira vez os profissionais de saúde bucal numa dual, compartilhado, interconsulta, construção conjunta
equipe já implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá de projetos terapêuticos, educação permanente, inter-
do Ministério da Saúde os equipamentos odontológicos, venções no território e na saúde de grupos populacio-
através de doação direta ou o repasse de recursos neces- nais de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações
sários para adquiri-los (equipo odontológico completo). intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saú-
4 - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção de, discussão do processo de trabalho das equipes den-
Básica (Nasf-AB) tre outros, no território.
Constitui uma equipe multiprofissional e interdiscipli- Poderão compor os NASF-AB as ocupações do Có-
nar composta por categorias de profissionais da saúde, digo Brasileiro de Ocupações - CBO na área de saúde:
complementar àsequipes que atuam na Atenção Básica. Médico Acupunturista; Assistente Social; Profissional/
É formada por diferentes ocupações (profissões e espe- Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisiotera-
cialidades) da área da saúde, atuando de maneira inte- peuta; Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra;
grada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psi-
aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) cólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Mé-
e de Atenção Básica (eAB). dico Geriatra; Médico Internista (clinica médica), Médico
Busca-se que essa equipe seja membro orgânico da do Trabalho, Médico Veterinário, profissional com forma-
Atenção Básica, vivendo integralmente o dia a dia nas ção em arte e educação (arte educador) e profissional
UBS e trabalhando de forma horizontal e interdisciplinar de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na
com os demais profissionais, garantindo a longitudinali- área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou
dade do cuidado e a prestação de serviços diretos à po- coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas
pulação. conforme normativa vigente.

Políticas Pública de Saúde 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A definição das categorias profissionais é de auto- pecíficas no âmbito da Atenção Básica, que devem atuar
nomia do gestor local, devendo ser escolhida de acordo de forma integrada para a qualificação do cuidado no terri-
com as necessidades do territórios. tório. Aponta-se para um horizonte em que as equipes que
atuam na Atenção Básica possam incorporar tecnologias
5 - ESTRATÉGIA DE AGENTES COMUNITÁRIOS dessas equipes específicas, de modo que se faça uma tran-
DE SAÚDE (EACS): sição para um momento em que não serão necessárias es-
sas equipes específicas, e todas as pessoas e populações
É prevista a implantação da Estratégia de Agentes serão acompanhadas pela eSF.
Comunitários de Saúde nas UBS como uma possibilidade São consideradas equipes de Atenção Básica para Po-
para a reorganização inicial da Atenção Básica com vistas pulações Específicas:
à implantação gradual da Estratégia de Saúde da Família
ou como uma forma de agregar os agentes comunitários 3.6 - ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA SAÚDE
a outras maneiras de organização da Atenção Básica. São DA FAMÍLIA
itens necessários à implantação desta estratégia:
a.a existência de uma Unidade Básica de Saúde, ins- 1 - Equipes de Saúde da Família para o atendimento
crita no SCNES vigente que passa a ser a UBS de referên- da População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira:
cia para a equipe de agentes comunitários de saúde; Considerando as especificidades locorregionais, os municí-
b.o número de ACS e ACE por equipe deverá ser de- pios da Amazônia Legal e Pantaneiras podem optar entre 2
finido de acordo com base populacional (critérios demo- (dois) arranjos organizacionais para equipes Saúde da Fa-
gráficos, epidemiológicos e socioeconômicos), conforme mília, além dos existentes para o restante do país:
legislação vigente. a. Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): São
c.o cumprimento da carga horária integral de 40 horas equipes que desempenham parte significativa de suas funções
semanais por toda a equipe de agentes comunitários, por em UBS construídas e/ou localizadas nas comunidades perten-
cada membro da equipe; composta por ACS e enfermeiro centes à área adstrita e cujo acesso se dá por meio fluvial e que,
supervisor; pela grande dispersão territorial, necessitam de embarcações
d.o enfermeiro supervisor e os ACS devem estar ca- para atender as comunidades dispersas no território.
dastrados no SCNES vigente, vinculados à equipe; As eSFR são vinculadas a uma UBS, que pode estar
e.cada ACS deve realizar as ações previstas nas regu- localizada na sede do Município ou em alguma comunidade
lamentações vigentes e nesta portaria e ter uma microárea ribeirinha localizada na área adstrita.
sob sua responsabilidade, cuja população não ultrapasse A eSFR será formada por equipe multiprofissional com-
750 pessoas; posta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da
f. a atividade do ACS deve se dar pela lógica do plane- especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) enfermei-
jamento do processo de trabalho a partir das necessidades ro, preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1
do território, com priorização para população com maior (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescen-
grau de vulnerabilidade e de risco epidemiológico; tar a esta composição, como parte da equipe multiprofissio-
g. a atuação em ações básicas de saúde deve visar à nal, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal:1 (um)
integralidade do cuidado no território; e h.cadastrar, preen- cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde
cher e informar os dados através do Sistema de Informa- da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal.
ção em Saúde para a Atenção Básica vigente. Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as
ESFR podem contar, ainda, com: até 24 (vinte e quatro)
3.5 - EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA POPU- Agentes Comunitários de Saúde; até 12 (doze) microsco-
LAÇÕES ESPECÍFICAS pistas, nas regiões endêmicas; até 11 (onze) Auxiliares/Téc-
nicos de enfermagem; e 1 (um) Auxiliar/Técnico de saúde
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da bucal. As ESFR poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois)
Atenção Básica são responsáveis pela atenção à saúde profissionais da área da saúde de nível superior à sua com-
de populações que apresentem vulnerabilidades sociais posição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previs-
específicas e, por consequência, necessidades de saúde tos nas equipes de Nasf-AB.
específicas, assim como pela atenção à saúde de qual- Os agentes comunitários de saúde, os auxiliares/técni-
quer outra pessoa. Isso porque a Atenção Básica possui cos de enfermagem extras e os auxiliares/técnicos de saú-
responsabilidade direta sobre ações de saúde em deter- de bucal cumprirão carga horária de até 40 (quarenta) horas
minado território, considerando suas singularidades, o que semanais de trabalho e deverão residir na área de atuação.
possibilita intervenções mais oportunas nessas situações As eSFR prestarão atendimento à população por, no
específicas, com o objetivo de ampliar o acesso à RAS e mínimo, 14 (quatorze) dias mensais, com carga horária
ofertar uma atenção integral à saúde. equivalente a 8 (oito) horas diárias.
Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar Para as comunidades distantes da UBS de referência,
atenção à saúde de populações específicas. Em algumas as eSFR adotarão circuito de deslocamento que garanta o
realidades, contudo, ainda é possível e necessário dispor, atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos
além das equipes descritas anteriormente, de equipes adi- a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das
cionais para realizar as ações de saúde à populações es- ações de Atenção Básica. Caso necessário, poderão pos-

Políticas Públicas de Saúde 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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suir unidades de apoio, estabelecimentos que servem para b. até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclu-
atuação das eSFR e que não possuem outras equipes de sivas para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s)
Saúde da Família vinculadas. equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde de
Para operacionalizar a atenção à saúde das comuni- Atenção Básica.
dades ribeirinhas dispersas no território de abrangência, a 1 - Equipe de Consultório na Rua (eCR) -equipe de
eSFR receberá incentivo financeiro de custeio para logís- saúde com composição variável, responsável por articular
tica, que considera a existência das seguintes estruturas: e prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação
a) até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vin- de rua ou com características análogas em determinado
culadas e informadas no Cadastro Nacional de Estabele- território, em unidade fixa ou móvel, podendo ter as mo-
cimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) dalidades e respectivos regramentos descritos em portaria
equipe(s), onde será realizada a atenção de forma descen- específica.
tralizada; e São itens necessários para o funcionamento das equi-
b) até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte ex- pes de Consultório na Rua (eCR):
clusivas para o deslocamento dos profissionais de saúde a. Realizar suas atividades de forma itinerante, de-
da(s) equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde senvolvendo ações na rua, em instalações específicas,
de Atenção Básica. na unidade móvel e também nas instalações de Unidades
Todas as unidades de apoio ou satélites e embarcações
Básicas de Saúde do território onde está atuando, sem-
devem estar devidamente informadas no Cadastro Nacional
de Estabelecimento de Saúde vigente, a qual as eSFR es- pre articuladas e desenvolvendo ações em parceria com
tão vinculadas. as demais equipes que atuam na atenção básica do ter-
Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): São equi- ritório (eSF/eAB/UBS e Nasf-AB), e dos Centros de Aten-
pes que desempenham suas funções em Unidades Básicas ção Psicossocial, da Rede de Urgência/Emergência e dos
de Saúde Fluviais (UBSF), responsáveis por comunidades serviços e instituições componentes do Sistema Único de
dispersas, ribeirinhas e pertencentes à área adstrita, cujo Assistência Social entre outras instituições públicas e da
acesso se dá por meio fluvial. sociedade civil;
A eSFR será formada por equipe multiprofissional com- b. Cumprir a carga horária mínima semanal de 30
posta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da horas. Porém seu horário de funcionamento deverá ser
especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) enfermei- adequado às demandas das pessoas em situação de rua,
ro, preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 podendo ocorrer em período diurno e/ou noturno em todos
(um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo acrescen- os dias da semana; e
tar a esta composição, como parte da equipe multiprofissio- c. As eCR poderão ser compostas pelas categorias
nal, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal:1 (um) profissionais especificadas em portaria específica.
cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde Na composição de cada eCR deve haver, preferencial-
da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal.
mente, o máximo de dois profissionais da mesma profis-
Devem contar também, com um (01) técnico de labo-
são de saúde, seja de nível médio ou superior. Todas as
ratório e/ou bioquímico. Estas equipes poderão incluir, na
modalidades de eCR poderão agregar agentes comunitá-
composição mínima, os profissionais de saúde bucal, um
(1) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em rios de saúde.
saúde da família, e um (01) Técnico ou Auxiliar em Saúde O agente social, quando houver, será considerado
Bucal. equivalente ao profissional de nível médio. Entende-se
Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais por agente social o pro-fissional que desempenha ativida-
da área da saúde de nível superior à sua composição, den- des que visam garantir a atenção, a defesa e a proteção
tre enfermeiros ou outros profissionais previstos para os às pessoas em situação de risco pessoal e social, assim
Nasf - AB como aproximar as equipes dos valores, modos de vida e
Para as comunidades distantes da Unidade Básica de cultura das pessoas em situação de rua.
Saúde de referência, a eSFF adotará circuito de desloca- Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os se-
mento que garanta o atendimento a todas as comunidades guintes requisitos:
assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para asse- I - demonstração do cadastramento da eCR no Siste-
gurar a execução das ações de Atenção Básica. ma de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
Para operacionalizar a atenção à saúde das comuni- (SCNES); e
dades ribeirinhas dispersas no território de abrangência, II - alimentação de dados no Sistema de Informação
onde a UBS Fluvial não conseguir aportar, a eSFF poderá da Atenção Básica vigente, conforme norma específica.
receber incentivo financeiro de custeio para logística, que
Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios
considera a existência das seguintes estruturas:
na Rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua
a. até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vin-
deve seguir sendo de responsabilidade das equipes que
culadas e informadas no Cadastro Nacional de Estabele-
cimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) da(s) atuam na Atenção Básica, incluindo os profissionais de
equipe(s), onde será realizada a atenção de forma descen- saúde bucal e os Núcleos Ampliados à Saúde da Família
tralizada; e e equipes de Atenção Básica (Nasf-AB) do território onde
estas pessoas estão concentradas.

Políticas Pública de Saúde 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na - Realizar ações de atenção à saúde conforme a ne-
Rua de cada município, serão tomados como base os da- cessidade de saúde da população local, bem como aque-
dos dos censos populacionais relacionados à população las previstas nas prioridades, protocolos, diretrizes clínicas
em situação de rua realizados por órgãos oficiais e reco- e terapêuticas, assim como, na oferta nacional de ações e
nhecidos pelo Ministério da Saúde. serviços essenciais e ampliados da AB;
As regras estão publicadas em portarias específicas V. Garantir a atenção à saúde da população adscrita,
que disciplinam composição das equipes, valor do incenti- buscando a integralidade por meio da realização de ações
vo financeiro, diretrizes de funcionamento, monitoramento de promoção, proteção e recuperação da saúde, preven-
e acompanhamento das equipes de consultório na rua en- ção de doenças e agravos e da garantia de atendimento
tre outras disposições. da demanda espontânea, da realização das ações progra-
1 - Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): São máticas, coletivas e de vigilância em saúde, e incorporan-
compostas por equipe multiprofissional que deve estar do diversas racionalidades em saúde, inclusive Práticas
cadastrada no Sistema Nacional de Estabelecimentos Integrativas e Complementares;
de Saúde vigente, e com responsabilidade de articular e VI. Participar do acolhimento dos usuários, proporcio-
prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de nando atendimento humanizado, realizando classificação
liberdade. de risco, identificando as necessidades de intervenções de
Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas pri- cuidado, responsabilizando-se pela continuidade da aten-
vadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado inte- ção e viabilizando o estabelecimento do vínculo;
gral no SUS, é previsto na Política Nacional de Atenção VII. Responsabilizar-se pelo acompanhamento da po-
Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no pulação adscrita ao longo do tempo no que se refere às
Sistema Prisional (PNAISP), que os serviços de saúde no múltiplas situações de doenças e agravos, e às necessi-
sistema prisional passam a ser ponto de atenção da Rede dades de cuidados preventivos, permitindo a longitudinali-
de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também dade do cuidado;
a Atenção Básica no âmbito prisional como porta de en- VIII. Praticar cuidado individual, familiar e dirigido
trada do sistema e ordenadora das ações e serviços de a pessoas, famílias e grupos sociais, visando propor in-
saúde, devendo realizar suas atividades nas unidades pri- tervenções que possam influenciar os processos saúde-
sionais ou nas Unidades Básicas de Saúde a que estiver -doença individual, das coletividades e da própria comu-
vinculada, conforme portaria específica. nidade;
IX. Responsabilizar-se pela população adscrita man-
4 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATEN-
tendo a coordenação do cuidado mesmo quando neces-
ÇÃO BÁSICA
sita de atenção em outros pontos de atenção do sistema
As atribuições dos profissionais das equipes que de saúde;
atuam na Atenção Básica deverão seguir normativas es- X. Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica
pecíficas do Ministério da Saúde, bem como as definições vigente para registro das ações de saúde na AB, visando
de escopo de práticas, protocolos, diretrizes clínicas e subsidiar a gestão, planejamento, investigação clínica e
terapêuticas, além de outras normativas técnicas estabe- epidemiológica, e à avaliação dos serviços de saúde;;
lecidas pelos gestores federal, estadual, municipal ou do XI. Contribuir para o processo de regulação do acesso
Distrito Federal. a partir da Atenção Básica, participando da definição de
4.1 Atribuições Comuns a todos os membros das Equi- fluxos assistenciais na RAS, bem como da elaboração e
pes que atuam na Atenção Básica: implementação de protocolos e diretrizes clínicas e tera-
- Participar do processo de territorialização e mapea- pêuticas para a ordenação desses fluxos;
mento da área de atuação da equipe, identificando grupos, XII. Realizar a gestão das filas de espera, evitando a
famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; prática do encaminhamento desnecessário, com base nos
- Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e processos de regulação locais (referência e contrarrefe-
outros dados de saúde das famílias e dos indivíduos no rência), ampliando-a para um processo de compartilha-
sistema de informação da Atenção Básica vigente, utilizan- mento de casos e acompanhamento longitudinal de res-
do as informações sistematicamente para a análise da si- ponsabilidade das equipes que atuam na atenção básica;
tuação de saúde, considerando as características sociais, XIII. Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de
econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do atenção de diferentes configurações tecnológicas a inte-
território, priorizando as situações a serem acompanhadas gração por meio de serviços de apoio logístico, técnico e
no planejamento local; de gestão, para garantir a integralidade do cuidado;
- Realizar o cuidado integral à saúde da população XIV. Instituir ações para segurança do paciente e pro-
adscrita, prioritariamente no âmbito da Unidade Básica de por medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos
Saúde, e quando necessário, no domicílio e demais es- adversos;
paços comunitários (escolas, associações, entre outros), XV. Alimentar e garantir a qualidade do registro das
com atenção especial às populações que apresentem ne-
atividades nos sistemas de informação da Atenção Básica,
cessidades específicas (em situação de rua, em medida
conforme normativa vigente;
socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial,
etc.).

Políticas Públicas de Saúde 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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XVI. Realizar busca ativa e notificar doenças e agra- 4.2. São atribuições específicas dos profissionais
vos de notificação compulsória, bem como outras doenças, das equipes que atuam na Atenção Básica:
agravos, surtos, acidentes, violências, situações sanitárias
e ambientais de importância local, considerando essas 4.2.1 - Enfermeiro:
ocorrências para o planejamento de ações de prevenção, I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias
proteção e recuperação em saúde no território; vinculadas às equipes e, quando indicado ou necessário,
XVII. Realizar busca ativa de internações e atendimen- no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (esco-
tos de urgência/emergência por causas sensíveis à Atenção las, associações entre outras), em todos os ciclos de vida;
Básica, a fim de estabelecer estratégias que ampliem a re- II - Realizar consulta de enfermagem, procedimen-
solutividade e a longitudinalidade pelas equipes que atuam tos, solicitar exames complementares, prescrever medi-
na AB; cações conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêu-
XVIII. Realizar visitas domiciliares e atendimentos em ticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo
domicílio às famílias e pessoas em residências, Instituições gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal,
de Longa Permanência (ILP), abrigos, entre outros tipos de observadas as disposições legais da profissão;
moradia existentes em seu território, de acordo com o pla- III - Realizar e/ou supervisionar acolhimento com es-
nejamento da equipe, necessidades e prioridades estabe- cuta qualificada e classificação de risco, de acordo com
lecidas; protocolos estabelecidos;
XIX. Realizar atenção domiciliar a pessoas com proble- IV - Realizar estratificação de risco e elaborar plano
mas de saúde controlados/compensados com algum grau de cuidados para as pessoas que possuem condições
de dependência para as atividades da vida diária e que não crônicas no território, junto aos demais membros da equi-
podem se deslocar até a Unidade Básica de Saúde; pe;
XX. Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, V - Realizar atividades em grupo e encaminhar, quan-
integrando áreas técnicas, profissionais de diferentes for- do necessário, usuários a outros serviços, conforme fluxo
mações e até mesmo outros níveis de atenção, buscando
estabelecido pela rede local;
incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e matri-
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvol-
ciamento ao processo de trabalho cotidiano para essa in-
vidas pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS e
tegração (realização de consulta compartilhada reservada
aos profissionais de nível superior, construção de Projeto ACE em conjunto com os outros membros da equipe;
Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre outras es- VII - Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de en-
tratégias, em consonância com as necessidades e deman- fermagem e ACS;
das da população); VIII - Implementar e manter atualizados rotinas, pro-
XXI. Participar de reuniões de equipes a fim de acom- tocolos e fluxos relacionados a sua área de competência
panhar e discutir em conjunto o planejamento e avaliação na UBS; e
sistemática das ações da equipe, a partir da utilização dos IX - Exercer outras atribuições conforme legislação
dados disponíveis, visando a readequação constante do profissional, e que sejam de responsabilidade na sua
processo de trabalho; área de atuação.
XXII. Articular e participar das atividades de educação
permanente e educação continuada; 4.2.2 - Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem:
XXIII. Realizar ações de educação em saúde à popula- I - Participar das atividades de atenção à saúde rea-
ção adstrita, conforme planejamento da equipe e utilizando lizando procedimentos regulamentados no exercício de
abordagens adequadas às necessidades deste público; sua profissão na UBS e, quando indicado ou necessário,
XXIV.Participar do gerenciamento dos insumos neces- no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (es-
sários para o adequado funcionamento da UBS; colas, associações, entre outros);
XIV. Promover a mobilização e a participação da co- II - Realizar procedimentos de enfermagem, como
munidade, estimulando conselhos/colegiados, constituídos curativos, administração de medicamentos, vacinas, co-
de gestores locais, profissionais de saúde e usuários, via- leta de material para exames, lavagem, preparação e es-
bilizando o controle social na gestão da Unidade Básica de terilização de materiais, entre outras atividades delega-
Saúde; das pelo enfermeiro, de acordo com sua área de atuação
XXV. Identificar parceiros e recursos na comunidade e regulamentação; e
que possam potencializar ações intersetoriais; III - Exercer outras atribuições que sejam de respon-
XXVI. Acompanhar e registrar no Sistema de Informa- sabilidade na sua área de atuação.
ção da Atenção Básica e no mapa de acompanhamento
do Programa Bolsa Família (PBF), e/ou outros pro-gramas
4.2.1 - Médico:
sociais equivalentes, as condicionalidades de saúde das fa-
I - Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias
mílias beneficiárias;e
XXVII. Realizar outras ações e atividades, de acordo sob sua responsabilidade;
com as prioridades locais, definidas pelo gestor local. II - Realizar consultas clínicas, pequenos procedi-
mentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quan-
do indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais
espaços comunitários (escolas, associações entre ou-
tros); em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas

Políticas Pública de Saúde 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas es- 4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB):
tabelecidas pelos gestores (federal, estadual, municipal I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e co-
ou Distrito Federal), observadas as disposições legais da letiva das famílias, indivíduos e a grupos específicos, ati-
profissão; vidades em grupo na UBS e, quando indicado ou neces-
III - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de sário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários
cuidados para as pessoas que possuem condições crô- (escolas, associações entre outros), segundo programa-
nicas no território, junto aos demais membros da equipe; ção e de acordo com suas competências técnicas e legais;
IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a ou- II - Coordenar a manutenção e a conservação dos
tros pontos de atenção, respeitando fluxos locais, manten- equipamentos odontológicos;
do sob sua responsabilidade o acompanhamento do plano III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe-
terapêutico prescrito; rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe,
V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompa- multidisciplinar;
nhamento da pessoa; IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvol- ações de prevenção e promoção da saúde bucal;
vidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros mem- V - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar
bros da equipe; e em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de
VII - Exercer outras atribuições que sejam de respon- promoção à saúde;
sabilidade na sua área de atuação.
VI - Participar das ações educativas atuando na pro-
4.2.2 - Cirurgião-Dentista: moção da saúde e na prevenção das doenças bucais;
I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e VII - Participar da realização de levantamentos e estu-
proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, dos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços
da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indiví- de saúde bucal;
duos e a grupos específicos, atividades em grupo na UBS IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indi-
e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos cação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
demais espaços comunitários (escolas, associações entre X - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico
outros), de acordo com planejamento da equipe, com re- exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas;
solubilidade e em conformidade com protocolos, diretrizes XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técni- odontológicos na restauração dentária direta, sendo veda-
cas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal do o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo
ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais cirurgião-dentista;
da profissão; XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas
II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo
perfil epidemiológico para o planejamento e a programa- mesmo;
ção em saúde bucal no território; XIII - Realizar a remoção de sutura conforme indicação
III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da do Cirurgião Dentista;
AB em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, XIV - Executar a organização, limpeza, assepsia, de-
pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacio- sinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamen-
tos odontológicos e do ambiente de trabalho;
nados com as fases clínicas de moldagem, adaptação e
XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo
acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total
operatório, antes e após atos cirúrgicos;
e parcial removível);
XVI - Aplicar medidas de biossegurança no armazena-
IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas
mento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odon-
à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
tológicos;
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe-
XVII - Processar filme radiográfico;
rentes à saúde com os demais membros da equipe, bus-
XVIII - Selecionar moldeiras;
cando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma XIX - Preparar modelos em gesso;
multidisciplinar; XX - Manipular materiais de uso odontológico.
VI - Realizar supervisão do técnico em saúde bucal XXI - Exercer outras atribuições que sejam de respon-
(TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); sabilidade na sua área de atuação.
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvol-
vidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros mem- 4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):
bros da equipe; I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde
VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante pla-
de cuidados para as pessoas que possuem condições crô- nejamento local e protocolos de atenção à saúde;
nicas no território, junto aos demais membros da equipe; e II - Executar organização, limpeza, assepsia, desin-
IX - Exercer outras atribuições que sejam de responsa- fecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos
bilidade na sua área de atuação. odontológicos e do ambiente de trabalho;

Políticas Públicas de Saúde 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


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III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas inter- legas, pacientes e familiares, encorajando a identificação,
venções clínicas, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços segurança;
de saúde bucal; V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- sistemas de informação da Atenção Básica vigente, por
rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe parte dos profissionais, verificando sua consistência, es-
de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações timulando a utilização para análise e planejamento das
de saúde de forma multidisciplinar; ações, e divulgando os resultados obtidos;
VI - Aplicar medidas de biossegurança no armazena- VI - Estimular o vínculo entre os profissionais favore-
mento, transporte, manuseio e descarte de produtos e re- cendo o trabalho em equipe;
síduos odontológicos; VII - Potencializar a utilização de recursos físicos, tec-
VII - Processar filme radiográfico; nológicos e equipamentos existentes na UBS, apoiando os
VIII - Selecionar moldeiras; processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre a
IX - Preparar modelos em gesso; correta utilização desses recursos;
X - Manipular materiais de uso odontológico realizando VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos
manutenção e conservação dos equipamentos; (manutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS),
XI - Participar da realização de levantamentos e estu- zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o desabas-
dos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; tecimento;
e
XII - Exercer outras atribuições que sejam de respon- IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas
sabilidade na sua área de atuação. as instâncias necessárias e articular com demais atores da
gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho e
4.2.5 - Gerente de Atenção Básica da atenção à saúde realizada na UBS;
Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Bá- X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação
sica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e dos profissionais na organização dos fluxos de usuários, com
qualificação do processo de trabalho nas Unidades Bási- base em protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, apoian-
cas de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saú- do a referência e contrarreferência entre equipes que atuam
de prestada pelos profissionais das equipes à população na AB e nos diferentes pontos de atenção, com garantia de
adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A inclusão encaminhamentos responsáveis;
deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos sociais
a necessidade do território e cobertura de AB. do território, e estimular a atuação intersetorial, com atenção
Entende-se por Gerente de AB um profissional quali- diferenciada para as vulnerabilidades existentes no território;
ficado, preferencialmente com nível superior, com o papel XII - Identificar as necessidades de formação/qualifica-
de garantir o planejamento em saúde, de acordo com as ção dos profissionais em conjunto com a equipe, visando
necessidades do território e comunidade, a organização melhorias no processo de trabalho, na qualidade e resolutivi-
do processo de trabalho, coordenação e integração das dade da atenção, e promover a Educação Permanente, seja
ações. Importante ressaltar que o gerente não seja pro- mobilizando saberes na própria UBS, ou com parceiros;
fissional integrante das equipes vinculadas à UBS e que XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a par-
possua experiência na Atenção Básica, preferencialmente ticipação dos profissionais e usuários em instâncias de con-
de nível superior, e dentre suas atribuições estão: trole social;
I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, XIV - Tomar as providências cabíveis no menor prazo
as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito possível quanto a ocorrências que interfiram no funciona-
nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ên- mento da unidade; e
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam designa-
fase na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a
das pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, de acordo
orientar a organização do processo de trabalho na UBS;
com suas competências.
II - Participar e orientar o processo de territorialização,
diagnóstico situacional, planejamento e programação das
4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente
equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para
de Combate a Endemias (ACE)
o alcance de metas de saúde, junto aos demais profissio-
Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e Vigi-
nais;
lância em Saúde devem se unir para a adequada identifica-
III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de
ção de problemas de saúde nos territórios e o planejamento
trabalho das equipes que atuam na AB sob sua gerência, de estratégias de intervenção clínica e sanitária mais efeti-
contribuindo para implementação de políticas, estratégias vas e eficazes, orienta-se que as atividades específicas dos
e programas de saúde, bem como para a mediação de agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser integradas.
conflitos e resolução de problemas; Assim, além das atribuições comuns a todos os profissio-
IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo nais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE:
profissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem a) Atribuições comuns do ACS e ACE
responsabilidades pela sua própria segurança de seus co-

Políticas Pública de Saúde 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, am- que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da
biental, epidemiológico e sanitário do território em que atuam, comunidade;
contribuindo para o processo de territorialização e mapea- III - Registrar, para fins de planejamento e acompa-
mento da área de atuação da equipe; nhamento das ações de saúde, os dados de nascimentos,
II - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de óbitos, doenças e outros agravos à saúde, garantido o si-
prevenção de doenças e agravos, em especial aqueles mais gilo ético;
prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio IV - Desenvolver ações que busquem a integração
de visitas domiciliares regulares e de ações educativas indi- entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS,
viduais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços considerando as características e as finalidades do traba-
da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica lho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou
de casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros coletividades;
profissionais da equipe quando necessário; V - Informar os usuários sobre as datas e horários de
III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade es- consultas e exames agendados;
tabelecida no planejamento da equipe e conforme as ne- VI - Participar dos processos de regulação a partir da
cessidades de saúde da população, para o monitoramento Atenção Básica para acompanhamento das necessidades
da situação das famílias e indivíduos do território, com es- dos usuários no que diz respeito a agendamentos ou desis-
pecial atenção às pessoas com agravos e condições que tências de consultas e exames solicitados;
necessitem de maior número de visitas domiciliares; VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuí-
IV - Identificar e registrar situações que interfiram no das por legislação específica da categoria, ou outra norma-
curso das doenças ou que tenham importância epide- tiva instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito
miológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, Federal.
quando necessário, bloqueio de transmissão de doenças Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agen-
infecciosas e agravos; te Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter
excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível
V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e
superior, membro da equipe, após treinamento específico
agentes transmissores de doenças e medidas de preven-
e fornecimento de equipamentos adequados, em sua base
ção individual e coletiva;
geográfica de atuação, encaminhando o paciente para a
VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos,
unidade de saúde de referência.
encaminhar os usuários para a unidade de saúde de refe-
I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o
rência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde
objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos;
responsável pelo território;
II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no
VII - Informar e mobilizar a comunidade para desenvol- domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnostica-
ver medidas simples de manejo ambiental e outras formas dos de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico pres-
de intervenção no ambiente para o controle de vetores; crito pelas equipes que atuam na Atenção Básica;
VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços III - aferição da temperatura axilar, durante a visita do-
do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização miciliar;
dos serviços de saúde disponíveis; IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são reali-
IX - Estimular a participação da comunidade nas políti- zadas com material limpo, água corrente ou soro fisiológico
cas públicas voltadas para a área da saúde; e cobertura estéril, com uso de coberturas passivas, que
X - Identificar parceiros e recursos na comunidade somente cobre a ferida; e
que possam potencializar ações intersetoriais de relevân- V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou
cia para a promoção da qualidade de vida da população, domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanha-
como ações e programas de educação, esporte e lazer, mento da pessoa;
assistência social, entre outros; e VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvi-
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atri- das pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros
buídas por legislação específica da categoria, ou outra da equipe; e
normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do VII - Exercer outras atribuições que sejam de responsa-
Distrito Federal. bilidade na sua área de atuação.

b) Atribuições do ACS: 4.2.2 - Cirurgião-Dentista:


I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e
em base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
de sua área, man-tendo os dados atualizados no sistema tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção
de informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indiví-
de forma sistemática, com apoio da equipe, para a análi- duos e a grupos específicos, atividades em grupo na UBS
se da situação de saúde, considerando as características e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos
sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemio- demais espaços comunitários (escolas, associações entre
lógicas do território, e priorizando as situações a serem outros), de acordo com planejamento da equipe, com re-
acompanhadas no planejamento local; solubilidade e em conformidade com protocolos, diretrizes
II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técni-

Políticas Públicas de Saúde 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

cas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da odontológicos na restauração dentária direta, sendo veda-
profissão; do o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo
II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o per- cirurgião-dentista;
fil epidemiológico para o planejamento e a programação em XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas
saúde bucal no território; intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo
III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da mesmo;
AB em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, XIII - Realizar a remoção de sutura conforme indicação
pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacio- do Cirurgião Dentista;
nados com as fases clínicas de moldagem, adaptação e XIV - Executar a organização, limpeza, assepsia, de-
acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total e sinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamen-
parcial removível); tos odontológicos e do ambiente de trabalho;
IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo ope-
à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; ratório, antes e após atos cirúrgicos;
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- XVI - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento,
rentes à saúde com os demais membros da equipe, bus- manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos;
cando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma XVII - Processar filme radiográfico;
multidisciplinar; XVIII - Selecionar moldeiras;
XIX - Preparar modelos em gesso;
VI - Realizar supervisão do técnico em saúde bucal XX - Manipular materiais de uso odontológico.
(TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); XXI - Exercer outras atribuições que sejam de respon-
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvol- sabilidade na sua área de atuação.
vidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros mem-
bros da equipe; 4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):
VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde
de cuidados para as pessoas que possuem condições crô- bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante plane-
nicas no território, junto aos demais membros da equipe; e jamento local e protocolos de atenção à saúde;
IX - Exercer outras atribuições que sejam de responsa- II - Executar organização, limpeza, assepsia, desin-
bilidade na sua área de atuação. fecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos
odontológicos e do ambiente de trabalho;
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas interven-
I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e co- ções clínicas,
letiva das famílias, indivíduos e a grupos específicos, ati- IV - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de
vidades em grupo na UBS e, quando indicado ou neces- saúde bucal;
sário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe-
(escolas, associações entre outros), segundo programa- rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe
ção e de acordo com suas competências técnicas e legais; de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações de
II - Coordenar a manutenção e a conservação dos saúde de forma multidisciplinar;
equipamentos odontológicos; VI - Aplicar medidas de biossegurança no armazena-
III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- mento, transporte, manuseio e descarte de produtos e resí-
rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, duos odontológicos;
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma VII - Processar filme radiográfico;
multidisciplinar; VIII - Selecionar moldeiras;
IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas IX - Preparar modelos em gesso;
ações de prevenção e promoção da saúde bucal; X - Manipular materiais de uso odontológico realizando
V - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar manutenção e conservação dos equipamentos;
XI - Participar da realização de levantamentos e estu-
em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de
dos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; e
promoção à saúde;
XII -. Exercer outras atribuições que sejam de respon-
VI - Participar das ações educativas atuando na pro-
sabilidade na sua área de atuação.
moção da saúde e na prevenção das doenças bucais;
VII - Participar da realização de levantamentos e estu-
4.2.5 - Gerente de Atenção Básica
dos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Bá-
VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços
sica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e
de saúde bucal; qualificação do processo de trabalho nas Unidades Bási-
IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indi- cas de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saú-
cação técnica definida pelo cirurgião-dentista; de prestada pelos profissionais das equipes à população
X - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A inclusão
exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a
necessidade do território e cobertura de AB.

Políticas Pública de Saúde 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Entende-se por Gerente de AB um profissional quali- XII - Identificar as necessidades de formação/qualifica-


ficado, preferencialmente com nível superior, com o papel ção dos profissionais em conjunto com a equipe, visando
de garantir o planejamento em saúde, de acordo com as melhorias no processo de trabalho, na qualidade e resolutivi-
necessidades do território e comunidade, a organização do dade da atenção, e promover a Educação Permanente, seja
processo de trabalho, coordenação e integração das ações. mobilizando saberes na própria UBS, ou com parceiros;
Importante ressaltar que o gerente não seja profissional in- XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a
tegrante das equipes vinculadas à UBS e que possua ex- participação dos profissionais e usuários em instâncias de
periência na Atenção Básica, preferencialmente de nível controle social;
superior, e dentre suas atribuições estão: XIV -Tomar as providências cabíveis no menor prazo
I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, possível quanto a ocorrências que interfiram no funciona-
as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito mento da unidade; e
nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ên- XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam designa-
fase na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a das pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, de acordo
orientar a organização do processo de trabalho na UBS; com suas competências.
II - Participar e orientar o processo de territorialização,
diagnóstico situacional, planejamento e programação das 4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agen-
equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para te de Combate a Endemias (ACE)
o alcance de metas de saúde, junto aos demais profissio- Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e Vi-
nais; gilância em Saúde devem se unir para a adequada iden-
III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de tificação de problemas de saúde nos territórios e o plane-
trabalho das equipes que atuam na AB sob sua gerência, jamento de estratégias de intervenção clínica e sanitária
contribuindo para implementação de políticas, estratégias mais efetivas e eficazes, orienta-se que as atividades es-
e programas de saúde, bem como para a mediação de pecíficas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser
conflitos e resolução de problemas; integradas.
IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo Assim, além das atribuições comuns a todos os profis-
profissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem sionais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE:
responsabilidades pela sua própria segurança de seus co- a) Atribuições comuns do ACS e ACE
legas, pacientes e familiares, encorajando a identificação, I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural,
a notificação e a resolução dos problemas relacionados à ambiental, epidemiológico e sanitário do território em que
segurança; atuam, contribuindo para o processo de territorialização e
V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos mapeamento da área de atuação da equipe;
sistemas de informação da Atenção Básica vigente, por II - Desenvolver atividades de promoção da saúde,
parte dos profissionais, verificando sua consistência, es- de prevenção de doenças e agravos, em especial aque-
timulando a utilização para análise e planejamento das les mais prevalentes no território, e de vigilância em saú-
ações, e divulgando os resultados obtidos; de, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações
VI - Estimular o vínculo entre os profissionais favore-
educativas individuais e coletivas, na UBS, no domicílio e
cendo o trabalho em equipe;
outros espaços da comunidade, incluindo a investigação
VII - Potencializar a utilização de recursos físicos, tec-
epidemiológica de casos suspeitos de doenças e agravos
nológicos e equipamentos existentes na UBS, apoiando
os processos de cuidado a partir da orientação à equipe junto a outros profissionais da equipe quando necessário;
sobre a correta utilização desses recursos; III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade es-
VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insu- tabelecida no planejamento da equipe e conforme as ne-
mos (manutenção, logística dos materiais, ambiência da cessidades de saúde da população, para o monitoramento
UBS), zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o da situação das famílias e indivíduos do território, com es-
desabastecimento; pecial atenção às pessoas com agravos e condições que
IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas necessitem de maior número de visitas domiciliares;
as instâncias necessárias e articular com demais atores da IV - Identificar e registrar situações que interfiram no
gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho curso das doenças ou que tenham importância epide-
e da atenção à saúde realizada na UBS; miológica relacionada aos fatores ambientais, realizando,
X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a participa- quando necessário, bloqueio de transmissão de doenças
ção dos profissionais na organização dos fluxos de usuá- infecciosas e agravos;
rios, com base em protocolos, diretrizes clínicas e terapêu- V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e
ticas, apoiando a referência e contrarreferência entre equi- agentes transmissores de doenças e medidas de preven-
pes que atuam na AB e nos diferentes pontos de atenção, ção individual e coletiva;
com garantia de encaminhamentos responsáveis; VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos,
XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos so- encaminhar os usuários para a unidade de saúde de refe-
ciais do território, e estimular a atuação intersetorial, com rência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde
atenção diferenciada para as vulnerabilidades existentes responsável pelo território;
no território;

Políticas Públicas de Saúde 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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VII - Informar e mobilizar a comunidade para desenvol- II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no
ver medidas simples de manejo ambiental e outras formas domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnostica-
de intervenção no ambiente para o controle de vetores; dos de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico pres-
VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços crito pelas equipes que atuam na Atenção Básica;
do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização III - aferição da temperatura axilar, durante a visita do-
dos serviços de saúde disponíveis; miciliar;
IX.-Estimular a participação da comunidade nas políti- IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são reali-
cas públicas voltadas para a área da saúde; zadas com material limpo, água corrente ou soro fisiológico
X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que e cobertura estéril, com uso de coberturas passivas, que
possam potencializar ações intersetoriais de relevância somente cobre a ferida; e
para a promoção da qualidade de vida da população, como V - orientação e apoio, em domicílio, para a correta
ações e programas de educação, esporte e lazer, assistên- administração da medicação do paciente em situação de
cia social, entre outros; e vulnerabilidade.
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuí- Importante ressaltar que os ACS só realizarão a exe-
das por legislação específica da categoria, ou outra norma- cução dos procedimentos que requeiram capacidade
tiva instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito técnica específica se detiverem a respectiva formação,
Federal. respeitada autorização legal.
b)Atribuições do ACS: c) Atribuições do ACE:
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias I - Executar ações de campo para pesquisa entomo-
em base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas lógica, malacológica ou coleta de reservatórios de doen-
de sua área, man-tendo os dados atualizados no sistema ças;
de informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de II - Realizar cadastramento e atualização da base de
forma sistemática, com apoio da equipe, para a análise da imóveis para planejamento e definição de estratégias de
situação de saúde, considerando as características sociais, prevenção, intervenção e controle de doenças, incluindo,
econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do dentre outros, o recenseamento de animais e levanta-
território, e priorizando as situações a serem acompanha- mento de índice amostral tecnicamente indicado;
das no planejamento local; III - Executar ações de controle de doenças utilizando
II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações as medidas de controle químico, biológico, manejo am-
que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da biental e outras ações de manejo integrado de vetores;
comunidade; IV - Realizar e manter atualizados os mapas, croquis
III - Registrar, para fins de planejamento e acompanha- e o reconhecimento geográfico de seu território; e
mento das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbi- V - Executar ações de campo em projetos que visem
tos, doenças e outros agravos à saúde, garantido o sigilo avaliar novas metodologias de intervenção para preven-
ético; ção e controle de doenças; e
IV - Desenvolver ações que busquem a integração en- VI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atri-
tre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, con- buídas por legislação específica da categoria, ou outra
siderando as características e as finalidades do trabalho de normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do
acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coleti- Distrito Federal.
vidades; O ACS e o ACE devem compor uma equipe de Aten-
V - Informar os usuários sobre as datas e horários de ção Básica (eAB) ou uma equipe de Saúde da Família
consultas e exames agendados; (eSF) e serem coordenados por profissionais de saúde
VI - Participar dos processos de regulação a partir da de nível superior realizado de forma compartilhada entre
Atenção Básica para acompanhamento das necessidades a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Nas localida-
dos usuários no que diz respeito a agendamentos ou desis- des em que não houver cobertura por equipe de Atenção
tências de consultas e exames solicitados; Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), o
VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuí- ACS deve se vincular à equipe da Estratégia de Agen-
das por legislação específica da categoria, ou outra norma- tes Comunitários de Saúde (EACS). Já o ACE, nesses ca-
tiva instituída pelo gestor federal, municipal ou do Distrito
sos, deve ser vinculado à equipe de vigilância em saúde do
Federal.
município e sua supervisão técnica deve ser realizada por
Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agen-
profissional com comprovada capacidade técnica, podendo
te Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter
estar vinculado à equipe de atenção básica, ou saúde da
excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível
família, ou a outro serviço a ser definido pelo gestor local.
superior, membro da equipe, após treinamento específico
e fornecimento de equipamentos adequados, em sua base
5. DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO
geográfica de atuação, encaminhando o paciente para a
unidade de saúde de referência. BÁSICA
I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o
objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos; A Atenção Básica como contato preferencial dos
usuários na rede de atenção à saúde orienta-se pelos
princípios e diretrizes do SUS, a partir dos quais assu-

Políticas Pública de Saúde 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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me funções e características específicas. Considera as acesse a rede através de outro nível de atenção, ele deve ser
pessoas em sua singularidade e inserção sociocultural, referenciado à Atenção Básica para que siga sendo acompa-
buscando produzir a atenção integral, por meio da pro- nhado, assegurando a continuidade do cuidado.
moção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, do IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações
diagnóstico, do tratamento, da reabilitação e da redução de vínculo e responsabilização entre a equipe e a população
de danos ou de sofrimentos que possam comprometer do seu território de atuação, de forma a facilitar a adesão do
sua autonomia. usuário ao cuidado compartilhado com a equipe (vinculação
Dessa forma, é fundamental que o processo de traba- de pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes,
lho na Atenção Básica se caracteriza por: com o objetivo de ser referência para o seu cuidado).
I - Definição do território e Territorialização - A gestão deve V - Acesso - A unidade de saúde deve acolher todas
definir o território de responsabilidade de cada equipe, e esta as pessoas do seu território de referência, de modo univer-
deve conhecer o território de atuação para programar suas sal e sem diferenciações excludentes. Acesso tem relação
ações de acordo com o perfil e as necessidades da comuni- com a capacidade do serviço em responder às necessida-
dade, considerando diferentes elementos para a cartografia: des de saúde da população (residente e itinerante). Isso
ambientais, históricos, demográficos, geográficos, econômi- implica dizer que as necessidades da população devem
cos, sanitários, sociais, culturais, etc. Importante refazer ou ser o principal referencial para a definição do escopo de
complementar a territorialização sempre que necessário, ações e serviços a serem ofertados, para a forma como
já que o território é vivo. Nesse processo, a Vigilância em esses serão organizados e para o todo o funcionamento
Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológica e do trabalha- da UBS, permitindo diferenciações de horário de atendi-
dor) e a Promoção da Saúde se mostram como referenciais mento (estendido, sábado, etc), formas de agendamento
essenciais para a identificação da rede de causalidades e (por hora marcada, por telefone, e-mail, etc), e outros, para
dos elementos que exercem determinação sobre o processo assegurar o acesso. Pelo mesmo motivo, recomenda-se
saúde-doença, auxiliando na percepção dos problemas de evitar barreiras de acesso como o fechamento da unida-
saúde da população por parte da equipe e no planejamento de durante o horário de almoço ou em períodos de férias,
das estratégias de intervenção. entre outros, impedindo ou restringindo a acesso da po-
Além dessa articulação de olhares para a compreensão pulação. Destaca-se que horários alternativos de funcio-
do território sob a responsabilidade das equipes que atuam namento que atendam expressamente a necessidade da
na AB, a integração entre as ações de Atenção Básica e Vi- população podem ser pactuados através das instâncias de
gilância em Saúde deve ser concreta, de modo que se reco- participação social e gestão local.
menda a adoção de um território único para ambas as equi- Importante ressaltar também que para garantia do
pes, em que o Agente de Combate às Endemias trabalhe em acesso é necessário acolher e resolver os agravos de
conjunto com o Agente Comunitário de Saúde e os demais maior incidência no território e não apenas as ações pro-
membros da equipe multiprofissional de AB na identificação gramáticas, garantindo um amplo escopo de ofertas nas
das necessidades de saúde da população e no planejamento unidades, de modo a concentrar recursos e maximizar
das intervenções clínicas e sanitárias. ofertas.
Possibilitar, de acordo com a necessidade e conforma- VI - O acolhimento deve estar presente em todas as
ção do território, através de pactuação e negociação entre relações de cuidado, nos encontros entre trabalhadores
gestão e equipes, que o usuário possa ser atendido fora de de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as
sua área de cobertura, mantendo o diálogo e a informação pessoas, suas necessidades, problematizando e reconhe-
com a equipe de referência. cendo como legítimas, e realizando avaliação de risco e
II - Responsabilização Sanitária - Papel que as equipes vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que
devem assumir em seu território de referência (adstrição), quanto maior o grau de vulnerabilidade e risco, menor de-
considerando questões sanitárias, ambientais (desastres, verá ser a quantidade de pessoas por equipe, com espe-
controle da água, solo, ar), epidemiológicas (surtos, epide- cial atenção para as condições crônicas.
mias, notificações, controle de agravos), culturais e socioe- Considera-se condição crônica aquela de curso mais
conômicas, contribuindo por meio de intervenções clínicas ou menos longo ou permanente que exige resposta e
e sanitárias nos problemas de saúde da população com re- ações contínuas, proativas e integradas do sistema de
sidência fixa, os itinerantes (população em situação de rua, atenção à saúde, dos profissionais de saúde e das pes-
ciganos, circenses, andarilhos, acampados, assentados, etc) soas usuárias para o seu controle efetivo, eficiente e com
ou mesmo trabalhadores da área adstrita. qualidade.
III - Porta de Entrada Preferencial - A responsabilização Ressalta-se a importância de que o acolhimento acon-
é fundamental para a efetivação da Atenção Básica como teça durante todo o horário de funcionamento da UBS, na
contato e porta de entrada preferencial da rede de atenção, organização dos fluxos de usuários na unidade, no esta-
primeiro atendimento às urgências/emergências, acolhimen- belecimento de avaliações de risco e vulnerabilidade, na
to, organização do escopo de ações e do processo de tra- definição de modelagens de escuta (individual, coletiva,
balho de acordo com demandas e necessidades da popula- etc), na gestão das agendas de atendimento individual,
ção, através de estratégias diversas (protocolos e diretrizes nas ofertas de cuidado multidisciplinar, etc.
clínicas, linhas de cuidado e fluxos de encaminhamento para A saber, o acolhimento à demanda espontânea na
os outros pontos de atenção da RAS, etc). Caso o usuário Atenção Básica pode se constituir como:

Políticas Públicas de Saúde 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

a. Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso - a 2. agendamento de consulta ou procedimento em data


equipe deve atender todos as pessoas que chegarem na futura, para usuário do território;
UBS, conforme sua necessidade, e não apenas determi- 3. procedimento para resolução de demanda simples
nados grupos populacionais, ou agravos mais prevalentes prevista em protocolo, como renovação de receitas para
e/ou fragmentados por ciclo de vida. Dessa forma a am- pessoas com condições crônicas, condições clínicas está-
pliação do acesso ocorre também contemplando a agenda veis ou solicitação de exames para o seguimento de linha
programada e a demanda espontânea, abordando as situa- de cuidado bem definida;
ções con-forme suas especificidades, dinâmicas e tempo. 4. encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS,
b. Postura, atitude e tecnologia do cuidado - se esta- mediante contato prévio, respeitado o protocolo aplicável; e
belece nas relações entre as pessoas e os trabalhadores, 5. orientação sobre territorialização e fluxos da RAS,
nos modos de escuta, na maneira de lidar com o não pre- com indicação específica do serviço de saúde que deve ser
visto, nos modos de construção de vínculos (sensibilidade procurado, no município ou fora dele, nas demandas em
do trabalhador, posicionamento ético situacional), podendo que a classificação de risco não exija atendimento no mo-
facilitar a continuidade do cuidado ou facilitando o acesso mento da procura do serviço.
sobretudo para aqueles que procuram a UBS fora das con- b) Estratificação de risco: É o processo pelo qual se
sultas ou atividades agendadas. utiliza critérios clínicos, sociais, econômicos, familiares e
c. Dispositivo de (re)organização do processo de traba- outros, com base em diretrizes clínicas, para identificar sub-
lho em equipe - a implantação do acolhimento pode provo- grupos de acordo com a complexidade da condição crônica
car mudanças no modo de organização das equipes, rela- de saúde, com o objetivo de diferenciar o cuidado clínico e
ção entre trabalhadores e modo de cuidar. Para acolher a os fluxos que cada usuário deve seguir na Rede de Atenção
demanda espontânea com equidade e qualidade, não basta à Saúde para um cuidado integral.
distribuir senhas em número limitado, nem é possível en- A estratificação de risco da população adscrita a deter-
caminhar todas as pessoas ao médico, aliás o acolhimento minada UBS é fundamental para que a equipe de saúde or-
não deve se restringir à triagem clínica. Organizar a partir ganize as ações que devem ser oferecidas a cada grupo ou
do acolhimento exige que a equipe reflita sobre o conjunto estrato de risco/vulnerabilidade, levando em consideração
de ofertas que ela tem apresentado para lidar com as ne- a necessidade e adesão dos usuários, bem como a racio-
cessidades de saúde da população e território. Para isso é nalidade dos recursos disponíveis nos serviços de saúde.
importante que a equipe defina quais profissionais vão re- VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional - Conside-
ceber o usuário que chega; como vai avaliar o risco e vulne- rando a diversidade e complexidade das situações com as
rabilidade; fluxos e protocolos para encaminhamento; como quais a Atenção Básica lida, um atendimento integral requer
organizar a agenda dos profissionais para o cuidado; etc. a presença de diferentes formações profissionais trabalhan-
Destacam-se como importantes ações no processo de do com ações compartilhadas, assim como, com processo
avaliação de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica o interdisciplinar centrado no usuário, incorporando práticas
Acolhimento com Classificação de Risco (a) e a Estratifica- de vigilância, promoção e assistência à saúde, bem como
ção de Risco (b). matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. É possível
a) Acolhimento com Classificação de Risco: escuta integrar também profissionais de outros níveis de atenção.
qualificada e comprometida com a avaliação do potencial VIII - Resolutividade - Capacidade de identificar e in-
de risco, agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários, tervir nos riscos, necessidades e demandas de saúde da
considerando dimensões de expressão (física, psíquica, so-
população, atingindo a solução de problemas de saúde dos
cial, etc) e gravidade, que possibilita priorizar os atendimen-
usuários. A equipe deve ser resolutiva desde o contato ini-
tos a eventos agudos (condições agudas e agudizações de
cial, até demais ações e serviços da AB de que o usuário
condições crônicas) conforme a necessidade, a partir de
necessite. Para tanto, é preciso garantir amplo escopo de
critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em diretri-
ofertas e abordagens de cuidado, de modo a concentrar
zes e protocolos assistenciais definidos no SUS.
recursos, maximizar as ofertas e melhorar o cuidado, enca-
O processo de trabalho das equipes deve estar organi-
minhando de forma qualificada o usuário que necessite de
zado de modo a permitir que casos de urgência/emergência
tenham prioridade no atendimento, independentemente do atendimento especializado. Isso inclui o uso de diferentes
número de consultas agendadas no período. Caberá à UBS tecnologias e abordagens de cuidado individual e coletivo,
prover atendimento adequado à situação e dar suporte até por meio de habilidades das equipes de saúde para a pro-
que os usuários sejam acolhidos em outros pontos de aten- moção da saúde, prevenção de doenças e agravos, proteção
ção da RAS. e recuperação da saúde, e redução de danos. Importante
As informações obtidas no acolhimento com classifica- promover o uso de ferramentas que apoiem e qualifiquem o
ção de risco deverão ser registradas em prontuário do cida- cuidado realizado pelas equipes, como as ferramentas da clí-
dão (físico ou preferencialmente eletrônico). nica ampliada, gestão da clínica e promoção da saúde, para
Os desfechos do acolhimento com classificação de ris- ampliação da resolutividade e abrangência da AB.
co poderão ser definidos como: 1- consulta ou procedimen- Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um
to imediato; con-junto de tecnologias de microgestão do cuidado desti-
1. consulta ou procedimento em horário disponível no nado a promover uma atenção à saúde de qualidade, como
mesmo dia; protocolos e diretrizes clínicas, planos de ação, linhas de
cuidado, projetos terapêuticos singulares, genograma, eco-

Políticas Pública de Saúde 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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mapa, gestão de listas de espera, auditoria clínica, indica- e viáveis para cada pessoa. Ainda, numa acepção mais
dores de cuidado, entre outras. Para a utilização dessas ampla, é possível estimular a transformação das condi-
ferramentas, deve-se considerar a clínica centrada nas pes- ções de vida e saúde de indivíduos e coletivos, através
soas; efetiva, estruturada com base em evidências científi- de estratégias transversais que estimulem a aquisição de
cas; segura, que não cause danos às pessoas e aos pro- novas atitudes entre as pessoas, favorecendo mudanças
fissionais de saúde; eficiente, oportuna, prestada no tempo para modos de vida mais saudáveis e sustentáveis.
certo; equitativa, de forma a reduzir as desigualdades e que Embora seja recomendado que as ações de promoção
a oferta do atendimento se dê de forma humanizada. da saúde estejam pautadas nas necessidades e demandas
VIII - Promover atenção integral, contínua e organi- singulares do território de atuação da AB, denotando uma am-
zada à população adscrita, com base nas necessidades pla possibilidade de temas para atuação, destacam-se alguns
sociais e de saúde, através do estabelecimento de ações de relevância geral na população brasileira, que devem ser
de continuidade informacional, interpessoal e longitudinal considerados na abordagem da Promoção da Saúde na AB:
com a população. A Atenção Básica deve buscar a aten- alimentação adequada e saudável; práticas corporais e ativi-
ção integral e de qualidade, resolutiva e que contribua dade física; enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados;
para o fortalecimento da autonomia das pessoas no cui- enfrentamento do uso abusivo de álcool; promoção da redu-
dado à saúde, estabelecendo articulação orgânica com o ção de danos; promoção da mobilidade segura e sustentável;
conjunto da rede de atenção à saúde. Para o alcance da promoção da cultura de paz e de direitos humanos; promoção
integralidade do cuidado, a equipe deve ter noção sobre do desenvolvimento sustentável.
a ampliação da clínica, o conhecimento sobre a realidade XII - Desenvolvimento de ações de prevenção de doenças
local, o trabalho em equipe multiprofissional e transdisci- e agravos em todos os níveis de acepção deste termo (primá-
plinar, e a ação intersetorial. ria, secundária, terciária e quartenária), que priorizem deter-
Para isso pode ser necessário realizar de ações de minados perfis epidemiológicos e os fatores de risco clínicos,
atenção à saúde nos estabelecimentos de Atenção Básica comportamentais, alimentares e/ou ambientais, bem como
à saúde, no domicílio, em locais do território (salões comu- aqueles determinados pela produção e circulação de bens,
nitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços prestação de serviços de interesse da saúde, ambientes e
que comportem a ação planejada. processos de trabalho. A finalidade dessas ações é prevenir o
IX - Realização de ações de atenção domiciliar desti- aparecimento ou a persistência de doenças, agravos e compli-
nada a usuários que possuam problemas de saúde contro- cações preveníveis, evitar intervenções desnecessárias e ia-
lados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade trogênicas e ainda estimular o uso racional de medicamentos.
física de locomoção até uma Unidade Básica de Saúde, Para tanto é fundamental a integração do trabalho entre
que necessitam de cuidados com menor frequência e me- Atenção Básica e Vigilância em Saúde, que é um processo
nor necessidade de recursos de saúde, para famílias e/ou contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e dis-
pessoas para busca ativa, ações de vigilância em saúde e seminação de dados sobre eventos relacionados à saúde,
realizar o cuidado compartilhado com as equipes de aten- visando ao planejamento e a implementação de medidas de
ção domiciliar nos casos de maior complexidade. saúde pública para a proteção da saúde da população, a pre-
X - Programação e implementação das atividades de venção e controle de riscos, agravos e doenças, bem como
atenção à saúde de acordo com as necessidades de saú- para a promoção da saúde.
de da população, com a priorização de intervenções clíni- As ações de Vigilância em Saúde estão inseridas nas atri-
cas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios buições de todos os profissionais da Atenção Básica e envol-
de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se vem práticas e processos de trabalho voltados para:
aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho a. vigilância da situação de saúde da população, com aná-
compartilhada de todos os profissionais, e recomenda- se lises que subsidiem o planejamento, estabelecimento de prio-
evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas ridades e estratégias, monitoramento e avaliação das ações
de saúde, ciclos de vida, gênero e patologias dificultan- de saúde pública;
do o acesso dos usuários. Recomenda-se a utilização de b. detecção oportuna e adoção de medidas adequadas
instrumentos de planejamento estratégico situacional em para a resposta de saúde pública;
saúde, que seja ascendente e envolva a participação po- c. vigilância, prevenção e controle das doenças transmis-
pular (gestores, trabalhadores e usuários). síveis; e
XI - Implementação da Promoção da Saúde como um d. vigilância das violências, das doenças crônicas não
princípio para o cuidado em saúde, entendendo que, além transmissíveis e acidentes.
da sua importância para o olhar sobre o território e o per- A AB e a Vigilância em Saúde deverão desenvolver ações
fil das pessoas, considerando a determinação social dos integradas visando à promoção da saúde e prevenção de
processos saúde-doença para o planejamento das inter- doenças nos territórios sob sua responsabilidade. Todos pro-
venções da equipe, contribui também para a qualificação e fissionais de saúde deverão realizar a notificação compulsória
diversificação das ofertas de cuidado. A partir do respeito e conduzir a investigação dos casos suspeitos ou confirmados
à autonomia dos usuários, é possível estimular formas de de doenças, agravos e outros eventos de relevância para a
andar a vida e comportamentos com prazer que permane- saúde pública, conforme protocolos e normas vigentes.
çam dentro de certos limites sensíveis entre a saúde e a Compete à gestão municipal reorganizar o território, e os
doença, o saudável e o prejudicial, que sejam singulares processos de trabalho de acordo com a realidade local.

Políticas Públicas de Saúde 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A integração das ações de Vigilância em Saúde com ria contínua relacionando a identificação, a prevenção, a
Atenção Básica, pressupõe a reorganização dos processos detecção e a redução de riscos.
de trabalho da equipe, a integração das bases territoriais XVIII - Apoio às estratégias de fortalecimento da gestão
(território único), preferencialmente e rediscutir as ações e local e do controle social, participando dos conselhos locais
atividades dos agentes comunitários de saúde e do agentes de saúde de sua área de abrangência, assim como, articular
de combate às endemias, com definição de papéis e respon- e incentivar a participação dos trabalhadores e da comuni-
sabilidades. dade nas reuniões dos conselhos locais e municipal; e
A coordenação deve ser realizada por profissionais de XIX - Formação e Educação Permanente em Saú-
nível superior das equipes que atuam na Atenção Básica. de, como parte do processo de trabalho das equipes que
XIII - Desenvolvimento de ações educativas por parte atuam na Atenção Básica. Considera-se Educação Perma-
das equipes que atuam na AB, devem ser sistematizadas de nente em Saúde (EPS) a aprendizagem que se desenvol-
forma que possam interferir no processo de saúde-doença ve no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam
da população, no desenvolvimento de autonomia, individual ao cotidiano das organizações e do trabalho, baseandose
e coletiva, e na busca por qualidade de vida e promoção do na aprendizagem significativa e na possibilidade de trans-
autocuidado pelos usuários. formar as práticas dos trabalhadores da saúde. Nesse
XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em interlocu- contexto, é importante que a EPS se desenvolva essen-
ção com escolas, equipamentos do SUAS, associações de cialmente em espaços institucionalizados, que sejam parte
moradores, equipamentos de segurança, entre outros, que do cotidiano das equipes (reuniões, fóruns territoriais, en-
tenham relevância na comunidade, integrando projetos e tre outros), devendo ter espaço garantido na carga horária
redes de apoio social, voltados para o desenvolvimento de dos trabalhadores e contemplar a qualificação de todos da
uma atenção integral; equipe multiprofissional, bem como os gestores.

XV - Implementação de diretrizes de qualificação dos Algumas estratégias podem se aliar a esses espaços
modelos de atenção e gestão, tais como, a participação co- institucionais em que equipe e gestores refletem, apren-
letiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a dem e trans-formam os processos de trabalho no dia-a-
autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implica- -dia, de modo a potencializá-los, tais como Cooperação
dos na produção de saúde, autocuidado apoiado, o com- Horizontal, Apoio Institucional, Tele Educação, Formação
promisso com a ambiência e com as condições de trabalho em Saúde.
e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identifica- Entende-se que o apoio institucional deve ser pensado
ção das necessidades sociais e organização do serviço em como uma função gerencial que busca a reformulação do
função delas, entre outras; modo tradicional de se fazer coordenação, planejamento,
XVI - Participação do planejamento local de saúde, as- supervisão e avaliação em saúde.
sim como do monitoramento e a avaliação das ações na Ele deve assumir como objetivo a mudança nas or-
sua equipe, unidade e município; visando à readequação do ganizações, tomando como matéria-prima os problemas e
processo de trabalho e do planejamento frente às necessi- tensões do cotidiano Nesse sentido, pressupõe-se o es-
dades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas. forço de transformar os modelos de gestão verticalizados
O planejamento ascendente das ações de saúde deverá em relações horizontais que ampliem a democratização,
ser elaborado de forma integrada nos âmbitos das equipes, autonomia e compromisso dos trabalhadores e gestores,
dos municípios, das regiões de saúde e do Distrito Federal, baseados em relações contínuas e solidárias.
partindo-se do reconhecimento das realidades presentes no A Formação em Saúde, desenvolvida por meio da re-
território que influenciam a saúde, condicionando as ofertas lação entre trabalhadores da AB no território (estágios de
da Rede de Atenção Saúde de acordo com a necessidade/ graduação e residências, projetos de pesquisa e extensão,
demanda da população, com base em parâmetros estabe- entre outros), beneficiam AB e instituições de ensino e
lecidos em evidências científicas, situação epidemiológica, pesquisa, trabalhadores, docentes e discentes e, acima de
áreas de risco e vulnerabilidade do território adscrito. tudo, a população, com profissionais de saúde mais quali-
As ações em saúde planejadas e propostas pelas equi- ficados para a atuação e com a produção de conhecimento
pes deverão considerar o elenco de oferta de ações e de na AB. Para o fortalecimento da integração entre ensino,
serviços prestados na AB, os indicadores e parâmetros, serviços e comunidade no âmbito do SUS, destaca-se a
pactuados no âmbito do SUS. estratégia de celebração de instrumentos contratuais entre
As equipes que atuam na AB deverão manter atualiza- instituições de ensino e serviço, como forma de garantir o
das as informações para construção dos indicadores esta- acesso a todos os estabelecimentos de saúde sob a res-
belecidos pela gestão, com base nos parâmetros pactuados ponsabilidade do gestor da área de saúde como cenário
alimentando, de forma digital, o sistema de informação de de práticas para a formação no âmbito da graduação e da
Atenção Básica vigente; residência em saúde no SUS, bem como de estabelecer
XVII - Implantar estratégias de Segurança do Paciente atribuições das partes relacionadas ao funcionamento da
na AB, estimulando prática assistencial segura, envolvendo integração ensino-serviço- comunidade.
os pacientes na segurança, criando mecanismos para evi- Além dessas ações que se desenvolvem no cotidiano
tar erros, garantir o cuidado centrado na pessoa, realizando das equipes, de forma complementar, é possível oportu-
planos locais de segurança do paciente, fornecendo melho- nizar processos formativos com tempo definido, no intuito

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de desenvolver reflexões, conhecimentos, competências, I - Recurso per capita:


habilidades e atitudes específicas, através dos processos O recurso per capita será transferido mensalmente, de
de Educação Continuada, igualmente como estratégia forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde
para a qualificação da AB. As ofertas educacionais devem, aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com
de todo modo, ser indissociadas das temáticas relevantes base num valor multiplicado pela população do Município.
para a Atenção Básica e da dinâmica cotidiana de trabalho A população de cada município e do Distrito Federal
dos profissionais. será a população definida pelo IBGE e publicada em por-
taria específica pelo Ministério da Saúde.
6. DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO II - Recursos que estão condicionados à implantação
BÁSICA de estratégias e programas da Atenção Básica
1. Equipe de Saúde da Família (eSF): os valores dos
O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Famí-
e com detalhamento apresentado pelo Plano Municipal lia implantadas serão prioritário e superior, transferidos a
de Saúde garantido nos instrumentos conforme especifi- cada mês, tendo como base o número de equipe de Saúde
cado no Plano Nacional, Estadual e Municipal de gestão da Família (eSF) registrados no sistema de Cadastro Na-
do SUS. No âmbito federal, o montante de recursos finan- cional vigente no mês anterior ao da respectiva competên-
ceiros destinados à viabilização de ações de Atenção Bá- cia financeira.
sica à saúde compõe o bloco de financiamento de Aten- O valor do repasse mensal dos recursos para o cus-
ção Básica (Bloco AB) e parte do bloco de financiamento teio das equipes de Saúde da Família será publicado em
de investimento e seus recursos deverão ser utilizados portaria específica
para financiamento das ações de Atenção Básica. 2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores dos in-
centivos financeiros para as equipes de Atenção Básica
Os repasses dos recursos da AB aos municípios são (eAB) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo
efetuados em conta aberta especificamente para este como base o número de equipe de Atenção Básica (eAB)
fim, de acordo com a normatização geral de transferên- registrados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabele-
cias de recursos fundo a fundo do Ministério da Saúde cimentos de Saúde vigente no mês anterior ao da respec-
com o objetivo de facilitar o acompanhamento pelos Con- tiva competência financeira.
selhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados O percentual de financiamento das equipes de Aten-
e do Distrito Federal. ção Básica (eAB), será definido pelo Ministério da Saúde,
O financiamento federal para as ações de Atenção a depender da disponibilidade orçamentária e demanda de
Básica deverá ser composto por: credenciamento.
I - Recursos per capita; que levem em consideração 1. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os valores dos in-
aspectos sociodemográficos e epidemiológicos; centivos financeiros quando as equipes de Saúde da Fa-
II - Recursos que estão condicionados à implantação mília (eSF) e/ou Atenção Básica (eAB) forem compostas
de estratégias e programas da Atenção Básica, tais como por profissionais de Saúde Bucal, serão transferidos a
os recursos específicos para os municípios que implanta- cada mês, o valor correspondente a modalidade, tendo
rem, as equipes de Saúde da Família (eSF), as equipes como base o número de equipe de Saúde Bucal (eSB) re-
de Atenção Básica (eAB), as equipes de Saúde Bucal gistrados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci-
(eSB), de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), dos mentos de Saúde vigente no mês anterior ao da respectiva
Núcleos Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica competência financeira.
(Nasf-AB), dos Consultórios na Rua (eCR), de Saúde da 1. O repasse mensal dos recursos para o custeio das
Família Fluviais (eSFF) e Ribeirinhas (eSFR) e Programa Equipes de Saúde Bucal será publicado em portaria espe-
Saúde na Escola e Programa Academia da Saúde; cífica.
III - Recursos condicionados à abrangência da oferta 1. Equipe Saúde da Família comunidades Ribeirinhas
de ações e serviços; e Fluviais
IV - Recursos condicionados ao desempenho dos
serviços de Atenção Básica com parâmetros, aplicação 4.1. Equipes Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR): os
e comparabilidade nacional, tal como o Programa de Me- valores dos incentivos financeiros para as equipes de Saú-
lhoria de Acesso e Qualidade; de da Família Ribeirinhas (eSFR) implantadas serão trans-
V - Recursos de investimento; feridos a cada mês, tendo como base o número de equipe
Os critérios de alocação dos recursos da AB deverão de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) registrados no
se ajustar conforme a regulamentação de transferência sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao
de recursos federais para o financiamento das ações e da respectiva competência financeira.
serviços públicos de saúde no âmbito do SUS, respei- O valor do repasse mensal dos recursos para o cus-
tando especificidades locais, e critério definido na LC teio das equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR)
141/2012. será publicado em portaria específica e poderá ser agre-
gado um valor nos casos em que a equipe necessite de
transporte fluvial para acessar as comunidades ribeirinhas
adscritas para execução de suas atividades.

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4.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): os I - Elaboração da proposta de projeto de credenciamento
valores dos incentivos financeiros para as equipes de Saú- das equipes que atuam na Atenção Básica, pelos Municípios/
de da Família Fluviais (eSFF) implantadas serão transferi- Distrito Federal;
dos a cada mês, tendo como base o número de Unidades a. O Ministério da Saúde disponibilizará um Manual com
Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) registrados no sistema as orientações para a elaboração da proposta de projeto,
de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da res- considerando as diretrizes da Atenção Básica;
pectiva competência financeira. b. A proposta do projeto de credenciamento das equipes
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio que atuam na Atenção Básica deverá estar aprovada pelo
das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado respectivo Conselho de Saúde Municipal ou Conselho de
em portaria específica. Assim como, os critérios mínimos Saúde do Distrito Federal; e
para o custeio das Unidades preexistentes ao Programa c. As equipes que atuam na Atenção Básica que recebe-
de Construção de Unidades Básicas de Saúde Fluviais. rão incentivo de custeio fundo a fundo devem estar inseridas
no plano de saúde e programação anual.
4.3. Equipes Consultório na Rua (eCR) II - Após o recebimento da proposta do projeto de cre-
Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos denciamento das eABs, as Secretarias Estaduais de Saúde,
Consultórios na Rua (eCR) implantadas serão transferidos a conforme prazo a ser publicado em portaria específica, de-
cada mês, tendo como base a modalidade e o número de verão realizar:
equipes cadastradas no sistema de Cadastro Nacional vigen- a. Análise e posterior encaminhamento das propostas
te no mês anterior ao da respectiva competência financeira. para aprovação da Comissão Intergestores Bipartite (CIB);
Os valores do repasse mensal que as equipes dos Con- e
sultórios na Rua (eCR) farão jus será definido em portaria b. após aprovação na CIB, encaminhar, ao Ministério
específica. da Saúde, a Resolução com o número de equipes por es-
tratégia e modalidades, que pleiteiam recebimento de in-
centivos financeiros da atenção básica.
5. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Bá-
sica (NASF-AB) O valor do incentivo federal para o custeio Parágrafo único: No caso do Distrito Federal a propos-
de cada NASFAB, dependerá da sua modalidade (1, 2 ou 3) ta de projeto de credenciamento das equipes que atuam
e será determinado em portaria específica. Os valores dos na Atenção Básica deverá ser diretamente encaminhada
incentivos financeiros para os NASF-AB implantados serão ao Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saú-
transferidos a cada mês, tendo como base o número de de.
NASF-AB cadastrados no SCNES vigente. III - O Ministério da Saúde realizará análise do pleito
da Resolução CIB ou do Distrito Federal de acordo com o
6. Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde teto de equipes, critérios técnicos e disponibilidade orça-
(ACS) mentária; e
IV - Após a publicação de Portaria de credenciamento
Os valores dos incentivos financeiros para as equipes das novas equipes no Diário Oficial da União, a gestão
de ACS (EACS) implantadas são transferidos a cada mês, municipal deverá cadastrar a(s) equipe(s) no Sistema de
tendo como base o número de Agentes Comunitários de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde , num
Saúde (ACS), registrados no sistema de Cadastro Nacional prazo máximo de 4 (quatro) meses, a contar a partir da
vigente no mês anterior ao da respectiva competência finan- data de publicação da referida Portaria, sob pena de des-
ceira. Será repassada uma parcela extra, no último trimestre credenciamento da(s) equipe(s) caso esse prazo não seja
de cada ano, cujo valor será calculado com base no número cumprido.
de Agentes Comunitários de Saúde, registrados no cadastro Para recebimento dos incentivos correspondentes às
de equipes e profissionais do SCNES, no mês de agosto do equipes que atuam na Atenção Básica, efetivamente cre-
ano vigente. denciadas em portaria e cadastradas no Sistema de Ca-
A efetivação da transferência dos recursos financeiros dastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, os Mu-
descritos no item B tem por base os dados de alimentação nicípios/Distrito Federal, deverão alimentar os dados no
obrigatória do Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci- sistema de informação da Atenção Básica vigente, com-
mentos de Saúde, cuja responsabilidade de manutenção e provando, obrigatoriamente, o início e execução das ati-
atualização é dos gestores dos estados, do Distrito Federal e vidades.
dos municípios, estes devem transferir os dados mensalmen- 1. Suspensão do repasse de recursos do Bloco da
te, para o Ministério da Saúde, de acordo com o cronograma Atenção Básica
definido anualmente pelo SCNES. O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recur-
III - Do credenciamento sos da Atenção Básica aos municípios e ao Distrito Fede-
Para a solicitação de credenciamento dos Serviços e de ral, quando:
todas as equipes que atuam na Atenção Básica, pelos Mu- I - Não houver alimentação regular, por parte dos mu-
nicípios e Distrito Federal, deve-se obedecer aos seguintes nicípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados nacio-
critérios: nais de informação, como:

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a. inconsistência no Sistema de Cadastro Nacional de Parágrafo único: as orientações sobre a documenta-


Estabelecimentos de Saúde (SCNES) por duplicidade de ção a ser encaminhada na solicitação de retroativo consta-
profissional, ausência de profissional da equipe mínima ou rão em manual específico a ser publicado.
erro no registro, con-forme normatização vigente; e As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem
b. não envio de informação (produção) por meio de a documentação recebida dos municípios, deverão enca-
Sistema de Informação da Atenção Básica vigente por três minhar ao Departamento de Atenção Básica da Secretaria
meses consecutivos, conforme normativas específicas. de Atenção à Saúde, Ministério da Saúde (DAB/SAS/MS),
- identificado, por meio de auditoria federal, estadual e a solicitação de complementação de crédito dos incentivos
municipal, malversação ou desvio de finalidade na utiliza- tratados nesta Portaria, acompanhada dos documentos re-
ção dos recursos. feridos nos itens I e II. Nos casos em que o solicitante de
Sobre a suspensão do repasse dos recursos referen- crédito retroativo for o Distrito Federal, o ofício deverá ser
tes ao item II: O Ministério da Saúde suspenderá os re- encaminhado diretamente ao DAB/SAS/MS.
passes dos incentivos referentes às equipes e aos servi- O DAB/SAS/MS procederá à análise das solicitações
ços citados acima, nos casos em que forem constatadas, recebidas, verificando a adequação da documentação en-
por meio do monitoramento e/ou da supervisão direta do viada e dos sistemas de informação vigentes (SCNES e/ou
Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde SISAB), bem como a pertinência da justificativa do gestor,
ou por auditoria do DENASUS ou dos órgãos de controle para deferimento ou não da solicitação.
competentes, qualquer uma das seguintes situações:
I - inexistência de unidade básica de saúde cadastrada
para o trabalho das equipes e/ou; DIRETRIZES E NORMAS PARA A ATENÇÃO
II - ausência, por um período superior a 60 dias, de BÁSICA, PARA A ESTRATÉGIA SAÚDE DA
qualquer um dos profissionais que compõem as equipes FAMÍLIA E O PROGRAMA AGENTES COMUNI-
descritas no item B, com exceção dos períodos em que a TÁRIOS DE SAÚDE. BRASIL. MINISTÉRIO DA
contratação de profissionais esteja impedida por legisla- SAÚDE.
ção específica, e/ou;

III - descumprimento da carga horária mínima prevista PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011
para os profissionais das equipes; e < >- ausência de ali-
mentação regular de dados no Sistema de Informação da Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, esta-
Atenção Básica vigente. belecendo a revisão de diretrizes e normas para a orga-
Especificamente para as equipes de saúde da família nização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da
(eSF) e equipes de Atenção Básica (eAB) com os profis- Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de
sionais de saúde bucal. Saúde (PACS).
As equipes de Saúde da Família (eSF) e equipes de O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atri-
Atenção Básica (eAB) que sofrerem suspensão de recur- buições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único
so, por falta de pro-fissional conforme previsto acima, po- do art. 87 da Constituição, e
derão manter os incentivos financeiros específicos para Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro 1990,
saúde bucal, conforme modalidade de implantação. que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
Parágrafo único: A suspensão será mantida até a ade- recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
quação das irregularidades identificadas. serviços correspondentes, e dá outras providências;
6.2-Solicitação de crédito retroativo dos recursos sus- Considerando a Lei nº 11.350, de outubro de 2006, que
pensos regulamenta o§ 5º doArt. 198 da Constituição, dispõe sobre
Considerando a ocorrência de problemas na alimen- oaproveitamento de pessoal amparado pelo Parágrafo Único
tação do SCNES e do sistema de informação vigente, por doArt. 2º da Emenda Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro
parte dos estados, Distrito Federal e dos municípios, o de 2006;
Ministério da Saúde poderá efetuar crédito retroativo dos Considerando o Decreto Presidencial nº 6.286 de 5 de
incentivos financeiros deste recurso variável. A solicitação dezembro de 2007, que institui o Programa Saúde na Escola
de retroativo será válida para análise desde que a mesma (PSE), no âmbito dos Ministérios da Saúde e da Educação,
ocorra em até 6 meses após a competência financeira de com finalidade de contribuir para a formação integral dos es-
suspensão. Para solicitar os créditos retroativos, os muni- tudantes da rede básica por meio de ações de prevenção,
cípios e o Distrito Federal deverão: promoção e atenção à saúde;
- preencher o formulário de solicitação, conforme será Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de
disponibilizado em manual específico;- realizar as adequa- 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/90;
ções necessárias nos sistemas vigentes (SCNES e/ou SI- Considerando a Portaria nº 204, de 29 de janeiro de
SAB) que justifiquem o pleito de retroativo; e-enviar ofício 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência
à Secretaria de Saúde de seu estado, pleiteando o crédito de recursos federais para as ações e serviços de saúde, na
retroativo , acompanhado do anexo referido no item I e forma de blocos de financiamento, com respectivo monitora-
documentação necessária a depender do motivo da sus- mento e controle;
pensão.

Políticas Públicas de Saúde 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Considerando a Portaria nº 687, de 30 de março de 2006, III - 10.301.1214.8581 - Estruturação da Rede de


que aprova a Política de Promoção da Saúde; Serviços de Atenção Básica de Saúde;
Considerando a Portaria nº 3.252/GM/MS, de 22 de de- IV- 10.301.1214.8730.0001 - Atenção à Saúde Bu-
zembro de 2009, que trata do processo de integração das cal; e
ações de vigilância em saúde e atenção básica; V - 10.301.1214.12L5.0001 -Construção de Unida-
Considerando a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de des Básicas de Saúde - UBS.
2010, que estabelece diretrizes para a organização da Rede Art. 3º Permanecem em vigor as normas expedidas
de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde por este Ministério com amparo na Portaria nº 648/GM/
(SUS); MS, de 28 de março de 2006, desde que não conflitem
Considerando as Portarias nº 822/GM/MS, de 17 de abril com as disposições constantes desta Portaria.
de 2006, nº 90/GM, de 17 de janeiro de 2008 e nº 2.920/GM/ Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
MS, de 03 de dezembro de 2008, que estabelecem os muni- publicação.
cípios que poderão receber recursos diferenciados da ESF; Art. 5º Fica revogada as Portarias nº 648/GM/MS, de
Considerando Portaria nº 2.143/GM/MS, de 9 de ou- 28 de março de 2006, publicada no Diário Oficial da União
tubro de 2008 - Cria o incentivo financeiro referente à nº 61, de 29 de março de 2006, Seção 1, pg. 71, nº 154/
inclusão do microscopista na atenção básica para reali- GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, publicada no Diário
zar, prioritariamente, ações de controle da malária junto Oficial da União nº 18, de 25 de janeiro de 2008, Seção
às Equipes de Agentes Comunitários de Saúde - EACS 1, pg. 47/49, nº 2.281/GM/MS, de 1º de outubro de 2009,
e/ou às Equipes de Saúde da Família (ESF); publicada no Diário Oficial da União nº 189, de 2 de outu-
Considerando Portaria nº 2.372/GM/MS, de 7 de bro de 2009, Seção 1, pg. 34, nº 2.843/GM/MS, de 20 de
outubro de 2009, que cria o plano de fornecimento de setembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União
equipamentos odontológicos para as Equipes de Saúde nº 181, de 21 de setembro de 2010, Seção 1, pg. 44, nº
Bucal na Estratégia Saúde da Família; 3.839/GM/MS, de 7 de dezembro de 2010, publicada no
Considerando Portaria nº 2.371/GM/MS, de 07 Diário Oficial da União nº 237, de 8 de dezembro de 2010,
de outubro de 2009 que institui, no âmbito da Política Seção 1, pg. 44/45, nº 4.299/GM/MS, de 30 de dezembro
Nacional de Atenção Básica, o Componente Móvel da de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 251, 31 de
Atenção à Saúde Bucal -Unidade Odontológica Móvel dezembro de 2010, Seção 1, pg. 97, nº 2.191/GM/MS, de 3
(UOM); de agosto de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº
Considerando a Portaria nº 750/SAS/MS, de 10 de 148, de 4 de agosto de 2010, Seção 1, pg. 51, nº 302/GM/
outubro de 2006, que instituiu a ficha complementar de MS, de 3 de fevereiro de 2009, publicada no Diário Oficial
cadastro das ESF, ESF com ESB - Modalidades I e II e da União nº 28, de 10 de fevereiro de 2009, Seção 1, pg.
de ACS no SCNES; 36, nº 2.027/GM/MS, de 25 de agosto de 2011, publicada
Considerando a necessidade de revisar e adequar no Diário Oficial da União nº 164, Seção 1, pg.90.
as normas nacionais ao atual momento do desenvolvi-
mento da atenção básica no Brasil; ANEXO I
Considerando a consolidação da estratégia saúde DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A ATENÇÃO
da família como forma prioritária para reorganização da BÁSICA
atenção básica no Brasil e que a experiência acumulada DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES GERAIS DA
em todos os entes federados demonstra a necessidade ATENÇÃO BÁSICA
de adequação de suas normas.
Considerando a pactuação na Reunião da Comis- A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de
são Intergestores Tripartite do dia 29, de setembro de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abran-
2011, resolve: ge a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de
Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Atenção Bási- agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redu-
ca, com vistas à revisão da regulamentação de implan- ção de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de
tação e operacionalização vigentes, nos termos cons- desenvolver uma atenção integral que impacte na situação
tantes dos Anexos a esta Portaria. de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes
Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, econdicionantes de saúde das coletividades. É desenvol-
do Ministério da Saúde (SAS/MS) publicará manuais e vida por meio do exercício de práticas de cuidado e ges-
guias com detalhamento operacional e orientações es- tão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em
pecíficas desta Política. equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas
Art. 2º Definir que os recursos orçamentários de que quais assume a responsabilidade sanitária, considerando
trata a presente Portaria corram por conta do orçamento a dinamicidade existente no território em que vivem essas
do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes populações. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e
Programas de Trabalho: variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e
I -10.301.1214.20AD - Piso de Atenção Básica Va- necessidades de saúde de maior freqüência e relevância
riável -Saúde da Família; em seu território, observando critérios de risco, vulnerabili-
II - 10.301.1214.8577 - Piso de Atenção Básica Fixo; dade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda,
necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.

Políticas Pública de Saúde 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

É desenvolvida com o mais alto grau de descentrali- IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspec-
zação e capilaridade, próxima da vida das pessoas. Deve tos, a saber: integração de ações programáticas e deman-
ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta da espontânea; articulação das ações de promoção à saú-
de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção de, prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento
à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da e reabilitação e manejo das diversas tecnologias de cui-
acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da dado e de gestão necessárias a estes fins e à ampliação
integralidade da atenção, da responsabilização, da huma- da autonomia dos usuários e coletividades; trabalhando de
nização, da equidade e da participação social. A Atenção forma multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; rea-
Básica considera o sujeito em sua singularidade e inser- lizando a gestão do cuidado integral do usuário e coor-
ção sócio-cultural, buscando produzir a atenção integral. denando-o no conjunto da rede de atenção. A presença
A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes: de diferentes formações profissionais assim como um alto
I - ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a per- grau de articulação entre os profissionais é essencial, de
mitir o planejamento, a programação descentralizada e o forma que não só as ações sejam compartilhadas, mas
desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com também tenha lugar um processo interdisciplinar no qual
impacto na situação, nos condicionantes e determinantes progressivamente os núcleos de competência profissio-
da saúde das coletividades que constituem aquele territó- nais específicos vão enriquecendo o campo comum de
rio sempre em consonância com o princípio da eqüidade; competências ampliando assim a capacidade de cuidado
II - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de toda a equipe. Essa organização pressupõe o desloca-
de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como mento do processo de trabalho centrado em procedimen-
a porta de entrada aberta e preferencial da rede de aten- tos, profissionais para um processo centrado no usuário,
ção, acolhendo os usuários e promovendo a vinculação e onde o cuidado do usuário é o imperativo ético-político que
corresponsabilização pela atenção às suas necessidades organiza a intervenção técnico-científica; e
de saúde; o estabelecimento de mecanismos que assegu- V - estimular a participação dos usuários como forma
rem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do
de organização e funcionamento do serviço de saúde, que cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do
parte do princípio de que a unidade de saúde deva receber território, no enfrentamento dos determinantes e condicio-
e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, nantes de saúde, na organização e orientação dos servi-
de modo universal e sem diferenciações excludentes. O ços de saúde a partir de lógicas mais centradas no usuário
serviço de saúde deve se organizar para assumir sua fun- e no exercício do controle social.
ção central de acolher, escutar e oferecer uma resposta A Política Nacional de Atenção Básica considera os
positiva, capaz de resolver a grande maioria dos proble- termos Atenção Básica e Atenção Primária a Saúde, nas
mas de saúde da população e/ou de minorar danos e sofri- atuais concepções, como termos equivalentes. Associa a
mentos desta, ou ainda se responsabilizar pela resposta, ambos os termos: os princípios e as diretrizes definidos
ainda que esta seja ofertada em outros pontos de atenção neste documento.
da rede. A proximidade e a capacidade de acolhimento, A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde
vinculação, responsabilização e resolutividade são funda- da Família sua estratégia prioritária para expansão e con-
mentais para a efetivação da atenção básica como contato solidação da atenção básica. A qualificação da Estratégia
e porta de entrada preferencial da rede de atenção; de Saúde da Família e de outras estratégias de organi-
III - adscrever os usuários e desenvolver relações zação da atenção básica deverão seguir as diretrizes da
de vínculo e responsabilização entre as equipes e a po- atenção básica e do SUS configurando um processo pro-
pulação adscrita garantindo a continuidade das ações de gressivo e singular que considera e inclui as especificida-
saúde e a longitudinalidade do cuidado. A adscrição dos des locoregionais.
usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou fa-
mílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de DAS FUNÇÕES NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
ser referência para o seu cuidado. O vínculo, por sua vez,
consiste na construção de relações de afetividade e con- Esta Portaria conforme normatização vigente do SUS,
fiança entre o usuário e o trabalhador da saúde, permitindo define a organização de Redes de Atenção à Saúde (RAS)
o aprofundamento do processo de corresponsabilização como estratégia para um cuidado integral e direcionado
pela saúde, construído ao longo do tempo, além de carre- as necessidades de saúde da população. As RAS consti-
gar, em si, um potencial terapêutico. A longitudinalidade do tuem-se em arranjos organizativos forma-dos por ações e
cuidado pressupõe a continuidade da relação clínica, com serviços de saúde com diferentes configurações tecnoló-
construção de vínculo e responsabilização entre profissio- gicas e missões assistenciais, articulados de forma com-
nais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente, plementar e com base territorial, e têm diversos atributos,
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e entre eles destaca-se: a atenção básica estruturada como
de outros elementos na vida dos usuários, ajustando con- primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do
dutas quando necessário, evitando a perda de referências sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre
e diminuindo os riscos de iatrogenia decorrentes do des- toda a população, integrando, coordenando o cui-dado, e
conhecimento das histórias de vida e da coordenação do atendendo as suas necessidades de saúde. O Decreto nº
cuidado; 7.508, de 28 de julho de 2011, que regulamenta a Lei nº

Políticas Públicas de Saúde 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

8.080/90, define que “o acesso universal, igualitário e or- III - garantir a infraestrutura necessária ao funciona-
denado às ações e serviços de saúde se inicia pelas portas mento das Unidades Básicas de Saúde, de acordo com
de entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e suas responsabilidades;
hierarquizada”. Neste sentido, atenção básica deve cum- IV - contribuir com o financiamento tripartite da Aten-
prir algumas funções para contribuir com o funcionamento ção Básica;
das Redes de Atenção à Saúde, são elas: V - estabelecer, nos respectivos Planos de Saúde,
I -Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço prioridades, estratégias e metas para a organização da
de saúde com o mais elevado grau de descentralização e Atenção Básica;
capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre VI - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias
necessária; organizacionais de qualificação da força de trabalho para
II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e gestão e atenção à saúde, valorizar os profissionais de
demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes saúde estimulando e viabilizando a formação e educação
tecnologias de cui-dado individual e coletivo, por meio permanente dos profissionais das equipes, a garantia de
de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos po- direitos trabalhistas e previdenciários, a qualificação dos
sitivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, vínculos de trabalho e a implantação de carreiras que as-
na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia sociem desenvolvimento do trabalhador com qualificação
dos indivíduos e grupos sociais; dos serviços ofertados aos usuários;
III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e VII - desenvolver, disponibilizar e implantar os siste-
gerir projetos terapêuticos singulares, bem como acom- mas de informações da Atenção Básica de acordo com
panhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos suas responsabilidades;
de atenção das RAS. Atuando como o centro de comuni- VIII - planejar, apoiar, monitorar e avaliar a Atenção
cação entre os diversos pontos de atenção responsabili- Básica;
zando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes IX - estabelecer mecanismos de controle, regulação e
pontos através de uma relação horizontal, contínua e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados
integrada com o objetivo de produzir a gestão comparti- pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo
lhada da atenção integral. Articulando também as outras de planejamento e programação;
estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, X - divulgar as informações e os resultados alcança-
comunitárias e sociais. Para isso, é necessário incor- dos pela atenção básica;
porar ferramentas e dispositivos de gestão do cuidado, XI - promover o intercâmbio de experiências e estimu-
tais como: gestão das listas de espera (encaminhamen- lar o desenvolvimento de estudos e pesquisas que bus-
tos para consultas especializadas, procedimentos e quem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias
exames), prontuário eletrônico em rede, protocolos de e conhecimentos voltados à Atenção Básica;
atenção organizados sob a lógica de linhas de cuidado, XII - viabilizar parcerias com organismos internacio-
discussão e análise de casos traçadores, eventos-sen- nais, com organizações governamentais, não governa-
tinela e incidentes críticos, dentre outros. As práticas de mentais e do setor privado, para fortalecimento da Atenção
regulação realizadas na atenção básica devem ser ar- Básica e da estratégia de saúde da família no País; e
ticuladas com os processos regulatórios realizados em XIII - estimular a participação popular e o controle social.
outros espaços da rede, de modo a permitir, ao mesmo Compete ao Ministério da Saúde:
tempo, a qualidade da micro-regulação realizada pelos I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada,
profissionais da atenção básica e o acesso a outros pon- na Comissão Intergestores Tripartite, as diretrizes da Polí-
tos de atenção nas condições e no tempo adequado, tica Nacional de Atenção Básica;
com equidade; e
II - garantir fontes de recursos federais para compor o
IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades
financiamento da Atenção Básica;
de saúde da população sob sua responsabilidade, or-
III -prestar apoio institucional aos gestores dos esta-
ganizando as necessidades desta população em rela-
dos, ao Distrito Federal e aos municípios no processo de
ção aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo
qualificação e de consolidação da Atenção Básica;
para que a programação dos serviços de saúde parta
IV - definir, de forma tripartite, estratégias de articula-
das necessidades de saúde dos usuários.
ção com as gestões estaduais e municipais do SUS com
DAS RESPONSABILIDADES vistas à institucionalização da avaliação e qualificação da
Atenção Básica;
São responsabilidades comuns a todas as esferas V - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais
de governo: e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que fa-
I - contribuir para a reorientação do modelo de aten- cilitem o processo de gestão, de formação e educação per-
ção e de gestão com base nos fundamentos e diretrizes manente dos gestores e profissionais da Atenção Básica;
assinalados; VI -articular com o Ministério da Educação estratégias
II - apoiar e estimular a adoção da estratégia Saú- de indução às mudanças curriculares nos cursos de gra-
de da Família pelos serviços municipais de saúde como duação e pósgraduação na área da saúde visando à for-
estratégia prioritária de expansão, consolidação e quali- mação de profissionais e gestores com perfil adequado à
ficação da atenção básica à saúde; Atenção Básica; e

Políticas Pública de Saúde 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

VII - apoiar a articulação de instituições, em parceria XII - promover o intercâmbio de experiências entre
com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do os diversos municípios, para disseminar tecnologias e
Distrito Federal, para formação e garantia de educação conhecimentos voltados à melhoria dos serviços da Aten-
permanente para os profissionais de saúde da Atenção ção Básica.
Básica.
Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao
Distrito Federal: Distrito Federal:
I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite,
estratégias, diretrizes e normas de implementação da através do COSEMS, estratégias, diretrizes e normas de
Atenção Básica no Estado, de forma complementar às implementação da Atenção Básica no Estado, mantidos
estratégias, diretrizes e normas existentes, desde que as diretrizes e os princípios gerais regulamentados nesta
não haja restrições destas e que sejam respeitados as Portaria;
diretrizes e os princípios gerais regulamentados nesta II - destinar recursos municipais para compor o finan-
Portaria; ciamento tripartite da Atenção Básica;
II - destinar recursos estaduais para compor o finan- III - ser co-responsável, junto ao Ministério da Saúde, e
ciamento tripartite da Atenção Básica prevendo, entre Secretaria Estadual de Saúde pelo monitoramento da uti-
outras, formas de repasse fundo a fundo para custeio e lização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos
investimento das ações e serviços; município;
III - ser co-responsável, pelo monitoramento da utili- IV - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua
zação dos recursos federais da Atenção Básica transferi- rede de serviços como estratégia prioritária de organiza-
dos aos municípios; ção da atenção básica;
IV - submeter à CIB, para resolução acerca das ir- V - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações
regularidades constatadas na execução dos recursos do de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu ter-
Bloco de Atenção Básica, conforme regulamentação na- ritório, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo
estado e pela União;
cional, visando:
VI - prestar apoio institucional às equipes e serviços
a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as
no processo de implantação, acompanhamento, e qualifi-
irregularidades;
cação da Atenção Básica e de ampliação e consolidação
b) comunicação ao Ministério da Saúde; da estratégia Saúde da Família;
c) bloqueio do repasse de recursos ou demais pro- VII - Definir estratégias de institucionalização da ava-
vidências, conforme regulamentação nacional, conside- liação da Atenção Básica;
radas necessárias e devidamente oficializadas pela CIB; VIII - Desenvolver ações e articular instituições para
V - analisar os dados de interesse estadual, gerados formação e garantia de educação permanente aos profis-
pelos sistemas de informação, utilizá-los no planejamen- sionais de saúde das equipes de Atenção Básica e das
to e divulgar os resultados obtidos; equipes de saúde da família;
VI - verificar a qualidade e a consistência dos dados IX - selecionar, contratar e remunerar os profissionais
enviados pelos municípios por meio dos sistemas infor- que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção
matizados, retornando informações aos gestores muni- Básica, em conformidade com a legislação vigente;
cipais; X - garantir a estrutura física necessária para o funcio-
VII - consolidar, analisar e transferir para o Ministério namento das Unidades Básicas de Saúde e para a execu-
da Saúde os arquivos dos sistemas de informação envia- ção do conjunto de ações propostas, podendo contar com
dos pelos municípios de acordo com os fluxos e prazos apoio técnico e/ou financeiro das Secretarias de Estado da
estabelecidos para cada sistema; Saúde e do Ministério da Saúde;
VIII - prestar apoio institucional aos municípios no XI -garantir recursos materiais, equipamentos e insu-
processo de implantação, acompanhamento, e qualifica- mos suficientes para o funcionamento das Unidades Bá-
ção da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da sicas de Saúde e para a execução do conjunto de ações
estratégia Saúde da Família; propostas;
IX - definir estratégias de articulação com as gestões XII - rogramar as ações da Atenção Básica a partir de
municipais do SUS com vistas à institucionalização da sua base territorial e de acordo com as necessidades de
avaliação da Atenção Básica; saúde das pessoas, utilizando instrumento de programa-
X - disponibilizar aos municípios instrumentos técni- ção nacional ou correspondente local;
cos e pedagógicos que facilitem o processo de formação XIII - Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a con-
sistência dos dados alimentados nos sistemas nacionais de
e educação permanente dos membros das equipes de
informação a serem enviados às outras esferas de gestão,
gestão e de atenção à saúde;
utilizá-los no planejamento e divulgar os resultados obtidos;
XI - articular instituições, em parceria com as Secre-
XIV - Organizar o fluxo de usuários, visando à garantia
tarias Municipais de Saúde, para formação e garantia de das referências a serviços e ações de saúde fora do âm-
educação permanente aos profissionais de saúde das bito da Atenção Básica e de acordo com as necessidades
equipes de Atenção Básica e das equipes de saúde da de saúde dos usuários;
família; e

Políticas Públicas de Saúde 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

XV - manter atualizado o cadastro no sistema de Ca- camentos pactuados nacionalmente quando esta dis-
dastro Nacional vigente , dos profissionais, de serviços e pensação está prevista para serem realizadas naquela
de estabelecimentos ambulatoriais, públicos e privados, UBS;
sob sua gestão; e V - equipes multiprofissionais compostas, conforme mo-
XVI - assegurar o cumprimento da carga horária inte- dalidade das equipes, por médicos, enfermeiros, cirurgiões-
gral de todos os profissionais que compõe as equipes de -dentistas, auxiliar em saúde bucal ou técnico em saúde
atenção básica, de acordo com as jornadas de trabalho bucal, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e
especificadas no SCNES e a modalidade de atenção. Agentes Comunitários da Saúde, dentre outros profissionais
em função da realidade epidemiológica, institucional e das
Da infraestrutura e funcionamento da Atenção necessidades de saúde da população;
Básica VI - cadastro atualizado dos profissionais que compõe a
equipe de atenção básica no sistema de Cadastro Nacional
São necessárias à realização das ações de Atenção vigente de acordo com as normas vigentes e com as car-
Básica nos municípios e Distrito Federal: gas horárias de trabalho informadas e exigidas para cada
I - Unidades Básicas de Saúde (UBS) construídas modalidade;
de acordo com as normas sanitárias e tendo como refe- VII -garantia pela gestão municipal, de acesso ao apoio
rência o manual de infra estrutura do Departamento de diagnóstico e laboratorial necessário ao cuidado resolutivo
Atenção Básica/SAS/ MS; da população; e
II - as Unidades Básicas de Saúde: VIII - garantia pela gestão municipal, dos fluxos defini-
a) devem estar cadastradas no sistema de Cadastro dos na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos
Nacional vigente de acordo com as normas vigentes; de atenção de diferentes configurações tecnológicas, inte-
b) Recomenda-se que disponibilizem, conforme grados por serviços de apoio logístico, técnico e de gestão,
orientações e especificações do manual de infra estru- para garantir a integralidade do cuidado.
tura do Departamento de Atenção Básica/SAS/ MS: Com o intuito de facilitar os princípios do acesso, do
1. consultório médico/enfermagem, consultório vínculo, da continuidade do cuidado e da responsabilidade
odontológico e consultório com sanitário, sala multipro- sanitária e reconhecendo que existem diversas realidades
fissional de acolhimento à demanda espontânea, sala sócio epidemiológicas, diferentes necessidades de saúde e
de administração e gerência e sala de atividades coleti- distintas maneiras de organização das UBS, recomenda-se:
vas para os profissionais da Atenção Básica; I - para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da
2. área de recepção, local para arquivos e registros, Família em grandes centros urbanos, o parâmetro de uma
sala de procedimentos, sala de vacinas, área de dispen- UBS para no máximo 18 mil habitantes, localizada dentro
sação de medicamentos e sala de armazenagem de me- do território, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção
dicamentos (quando há dispensação na UBS), sala de Básica; e
inalação coletiva, sala de procedimentos, sala de coleta, II - para UBS com Saúde da Família em grandes cen-
sala de curativos, sala de observação, entre outros: tros urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS para
2.1. as Unidades Básicas de Saúde Fluviais deverão no máximo 12 mil habitantes, localizada dentro do território,
cumprir os seguintes requisitos específicos: garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica.
2.1.1. quanto à estrutura física mínima, devem dis-
por de: consultório médico; consultório de enfermagem; Educação permanente das equipes de Atenção
ambiente para armazenamento e dispensação de medi- Básica
camentos; laboratório; sala de vacina; banheiro público;
banheiro exclusivo para os funcionários; expurgo; cabi- A consolidação e o aprimoramento da Atenção Básica
nes com leitos em número suficiente para toda a equipe; como importante reorientadora do modelo de atenção à
cozinha; sala de procedimentos; e, se forem compostas saúde no Brasil requer um saber e um fazer em educação
por profissionais de saúde bucal, será necessário con- permanente que sejam encarnados na prática concreta dos
sultório odontológico com equipo odontológico completo; serviços de saúde. A educação permanente deve ser cons-
c) devem possuir identificação segundo padrões vi- titutiva, portanto, da qualificação das práticas de cuidado,
suais do SUS e da Atenção Básica pactuados nacional- gestão e participação popular.
mente; O redirecionamento do modelo de atenção impõe cla-
d) recomenda-se que estas possuam conselhos/co- ramente a necessidade de transformação permanente do
legiados, constituídos de gestores locais, profissionais funcionamento dos serviços e do processo de trabalho das
de saúde e usuários, viabilizando a participação social equipes exigindo de seus atores (trabalhadores, gestores e
na gestão da Unidade Básica de Saúde; usuários) maior capacidade de análise, intervenção e auto-
III - manutenção regular da infraestrutura e dos equi- nomia para o estabelecimento de práticas transformadoras,
pamentos das Unidades Básicas de Saúde; a gestão das mudanças e o estreitamento dos elos entre
IV - existência e manutenção regular de estoque dos concepção e execução do trabalho.
insumos necessários para o funcionamento das unida- Nesse sentido, a educação permanente, além da sua
des básicas de saúde, incluindo dispensação de medi- evidente dimensão pedagógica, deve ser encarada também
como uma importante “estratégia de gestão”, com grande

Políticas Pública de Saúde 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

potencial provocador de mudanças no cotidiano dos ser- I - definição do território de atuação e de população
viços, em sua micropolitica, bastante próximo dos efeitos sob responsabilidade das UBS e das equipes;
concretos das práticas de saúde na vida dos usuários, e II - programação e implementação das atividades de
como um processo que se dá “no trabalho, pelo trabalho e atenção à saúde de acordo com as necessidades de saú-
para o trabalho”. de da população, com a priorização de intervenções clí-
A Educação Permanente deve embasar-se num pro- nicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo cri-
cesso pedagógico que contemple desde a aquisição/atua- térios de freqüência, risco, vulnerabilidade e resiliência.
lização de conhecimentos e habilidades até o aprendizado Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda
que parte dos problemas e desafios enfrentados no pro- de trabalho compartilhado de todos os profissionais e re-
cesso de trabalho, envolvendo práticas que possam ser comenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios
definidas por múltiplos fatores (conhecimento, valores, re- de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias
lações de poder, planejamento e organização do trabalho, dificultando o acesso dos usuários;
etc.) e que considerem elementos que façam sentido para III - desenvolver ações que priorizem os grupos de
os atores envolvidos (aprendizagem significativa). risco e os fatores de risco clínico-comportamentais, ali-
Outro pressuposto importante da educação perma- mentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir
nente é o planejamento/programação educativa ascen- o aparecimento ou a persistência de doenças e danos
dente, em que, a partir da análise coletiva dos processos evitáveis;
de trabalho, identificam-se os nós críticos (de natureza IV - realizar o acolhimento com escuta qualificada,
diversa) a serem enfrentados na atenção e/ou na gestão, classificação de risco, avaliação de necessidade de saú-
possibilitando a construção de estratégias contextualiza- de e análise de vulnerabilidade tendo em vista a respon-
das que promovam o diálogo entre as políticas gerais e sabilidade da assistência resolutiva à demanda espontâ-
a singularidade dos lugares e das pessoas, estimulando nea e o primeiro atendimento às urgências;
experiências inovadoras na gestão do cuidado e dos ser- V - prover atenção integral, contínua e organizada à
viços de saúde. população adscrita;
A vinculação dos processos de educação permanen- VI - realizar atenção à saúde na Unidade Básica de
te a estratégia de apoio institucional pode potencializar Saúde, no domicílio, em locais do território (salões comu-
enormemente o desenvolvimento de competências de nitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços
gestão e de cuidado na Atenção Básica, na medida em que comportem a ação planejada;
que aumenta as alternativas para o enfrentamento das difi- VII - desenvolver ações educativas que possam in-
culdades vivenciadas pelos trabalhadores em seu cotidiano. terferir no processo de saúde-doença da população, no
Nessa mesma linha é importante diversificar este repertório desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na
de ações incorporando dispositivos de apoio e cooperação busca por qualidade de vida pelos usuários;
horizontal, tais como trocas de experiências e discussão de VIII - implementar diretrizes de qualificação dos mo-
situações entre trabalhadores, comunidades de práticas, delos de atenção e gestão tais como a participação co-
grupos de estudos, momentos de apoio matricial, visitas e letiva nos processos de gestão, a valorização, fomento
estudos sistemáticos de experiências inovadoras, etc. a autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos im-
Por fim, reconhecendo o caráter e iniciativa ascen- plicados na produção de saúde, o compromisso com a
dente da educação permanente, é central que cada equi- ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, a
pe, cada unidade de saúde e cada município demandem, constituição de vínculos solidários, a identificação das
proponha e desenvolva ações de educação permanente necessidades sociais e organização do serviço em fun-
tentando combinar necessidades e possibilidades singula-
ção delas, entre outras;
res com ofertas e processos mais gerais de uma política-
IX - participar do planejamento local de saúde assim
proposta para todas as equipes e para todo o município. É
como do monitoramento e a avaliação das ações na sua
importante sintonizar e mediar as ofertas de educação per-
manente pré-formatadas (cursos, por exemplo) com o mo- equipe, unidade e município; visando à readequação do
mento e contexto das equipes, para que façam mais sentido processo de trabalho e do planejamento frente às neces-
e tenham, por isso, maior valor de uso e efetividade. sidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisa-
De modo análogo é importante a articulação e apoio das;
dos governos estaduais e federal aos municípios buscando X - desenvolver ações intersetoriais, integrando pro-
responder suas necessidades e fortalecer suas iniciativas. jetos e redes de apoio social, voltados para o desenvolvi-
A referência é mais de apoio, cooperação, qualificação e mento de uma atenção integral;
oferta de diversas iniciativas para diferentes contextos que XI - apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão
a tentativa de regular, formatar e simplificar a diversidade local e do controle social; e
de iniciativas. XII - realizar atenção domiciliar destinada a usuários
que possuam problemas de saúde controlados/compen-
Do Processo de trabalho das equipes de Atenção sados e com dificuldade ou impossibilidade física de lo-
Básica comoção até uma unidade de saúde, que necessitam de
cuidados com menor frequência e menor necessidade
São características do processo de trabalho das equi- de recursos de saúde e realizar o cuidado compartilhado
pes de Atenção Básica: com as equipes de atenção domiciliar nos demais casos.

Políticas Públicas de Saúde 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Das Atribuições dos membros das equipes de XIII - realizar trabalho interdisciplinar e em equipe, inte-
Atenção Básica grando áreas técnicas e profissionais de diferentes forma-
ções;
As atribuições de cada um dos profissionais das equipes XIV - realizar ações de educação em saúde a popula-
de atenção básica devem seguir as referidas disposições le- ção adstrita, conforme planejamento da equipe;
gais que regulamentam o exercício de cada uma das profis- XV - participar das atividades de educação permanente;
sões. XVI - promover a mobilização e a participação da comu-
São atribuições comuns a todos os profissionais: nidade, buscando efetivar o controle social;
I - participar do processo de territorialização e mapea- XVII - identificar parceiros e recursos na comunidade
mento da área de atuação da equipe, identificando grupos, que possam potencializar ações intersetoriais; e
famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; XVIII - realizar outras ações e atividades a serem defini-
II - manter atualizado o cadastramento das famílias e dos das de acordo com as prioridades locais.
indivíduos no sistema de informação indicado pelo gestor XIX - realizar ações e atividades de educação sobre o
municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados para a manejo ambiental, incluindo ações de combate a vetores,
análise da situação de saúde considerando as características especialmente em casos de surtos e epidemias; (Redação
sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológi- dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015)
cas do território, priorizando as situações a serem acompa- XX - orientar a população de maneira geral e a co-
nhadas no planejamento local; munidade em específico sobre sintomas, riscos e agente
III - realizar o cuidado da saúde da população adscrita, transmissor de doenças e medidas de prevenção individual
prioritariamente no âmbito da unidade de saúde, e quando e coletiva; (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de
necessário no domicílio e nos demais espaços comunitários 18.12.2015)
(escolas, associações, entre outros); XXI - mobilizar a comunidade para desenvolver medi-
IV - realizar ações de atenção a saúde conforme a ne- das de manejo ambiental e outras formas de intervenção no
ambiente para o controle de vetores; (Redação dada pela
cessidade de saúde da população local, bem como as previs-
PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015)
tas nas prioridades e protocolos da gestão local;
XXII- discutir e planejar de modo articulado e integrado
V - garantir da atenção a saúde buscando a integralidade
com as equipes de vigilância ações de controle vetorial; e
por meio da realização de ações de promoção, proteção e
(Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015)
recuperação da saúde e prevenção de agravos; e da garantia XXIII - encaminhar os casos identificados como de risco
de atendimento da demanda espontânea, da realização das epidemiológico e ambiental para as equipes de endemias
ações programáticas, coletivas e de vigilância à saúde; quando não for possível ação sobre o controle de vetores.
VI - participar do acolhimento dos usuários realizando a (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015)
escuta qualificada das necessidades de saúde, procedendo Outras atribuições específicas dos profissionais da
a primeira avaliação (classificação de risco, avaliação de vul- Atenção Básica poderão constar de normatização do mu-
nerabilidade, coleta de informações e sinais clínicos) e iden- nicípio e do Distrito Federal, de acordo com as prioridades
tificação das necessidades de intervenções de cuidado, pro- definidas pela respectiva gestão e as prioridades nacionais
porcionando atendimento humanizado, se responsabilizando e estaduais pactuadas.
pela continuidade da atenção e viabilizando o estabelecimen-
to do vínculo; Das atribuições específicas
VII - realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de
notificação compulsória e de outros agravos e situações de Do enfermeiro:
importância local; I -realizar atenção a saúde aos indivíduos e famílias ca-
VIII - responsabilizar-se pela população adscrita, man- dastradas nas equipes e, quando indicado ou necessário,
tendo a coordenação do cuidado mesmo quando esta ne- no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (esco-
cessita de atenção em outros pontos de atenção do sistema las, associações etc), em todas as fases do desenvolvimen-
de saúde; to humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira
IX - praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e idade;
grupos sociais que visa propor intervenções que influenciem II - realizar consulta de enfermagem, procedimentos,
os processos de saúde doença dos indivíduos, das famílias, atividades em grupo e conforme protocolos ou outras nor-
coletividades e da própria comunidade; mativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual,
X - realizar reuniões de equipes a fim de discutir em con- municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições
-junto o planejamento e avaliação das ações da equipe, a legais da profissão, solicitar exames complementares, pres-
partir da utilização dos dados disponíveis; crever medicações e encaminhar, quando necessário, usuá-
rios a outros serviços;
XI - acompanhar e avaliar sistematicamente as ações
III - realizar atividades programadas e de atenção à de-
implementadas, visando à readequação do processo de tra-
manda espontânea;
balho;
IV - planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas
XII - garantir a qualidade do registro das atividades nos
pelos ACS em conjunto com os outros membros da equipe;
sistemas de informação na Atenção Básica;

Políticas Pública de Saúde 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

V - contribuir, participar, e realizar atividades de educação panhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividade;
permanente da equipe de enfermagem e outros membros da VII - desenvolver atividades de promoção da saúde, de
equipe; e prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde,
VI -participar do gerenciamento dos insumos necessários por meio de visitas domiciliares e de ações educativas indivi-
para o adequado funcionamento da UBS. duais e coletivas nos domicílios e na comunidade, como por
Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem: exemplo, combate à Dengue, malária, leishmaniose, entre
I - participar das atividades de atenção realizando procedi- outras, mantendo a equipe informada, principalmente a res-
mentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS peito das situações de risco; e
e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos de- VIII - estar em contato permanente com as famílias, de-
mais espaços comunitários (escolas, associações etc); senvolvendo ações educativas, visando à promoção da saú-
II - realizar atividades programadas e de atenção à de- de, à prevenção das doenças, e ao acompanhamento das
manda espontânea; pessoas com problemas de saúde, bem como ao acompa-
nhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família
III - realizar ações de educação em saúde a população
ou de qualquer outro programa similar de transferência de
adstrita, conforme planejamento da equipe;
renda e enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo
IV -participar do gerenciamento dos insumos necessários
Governo Federal, estadual e municipal de acordo com o pla-
para o adequado funcionamento da UBS; e
nejamento da equipe.
IX - ocorrendo situação de surtos e epidemias, executar
V - contribuir, participar e realizar atividades de educação em conjunto com o agente de endemias ações de controle
permanente. de doenças, utilizando as medidas de controle adequadas,
manejo ambiental e outras ações de manejo integrado de ve-
Do Médico: tores, de acordo com decisão da gestão municipal. (Redação
I - realizar atenção a saúde aos indivíduos sob sua res- dada pela PRT GM/MS n° 2.121 de 18.12.2015)
ponsabilidade; É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas
II -realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos ci- unidades básicas de saúde, desde que vinculadas às atribui-
rúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou ções acima.
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitá-
rios (escolas, associações etc); Do Cirurgião-Dentista:
III - realizar atividades programadas e de atenção à de- I -realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil
manda espontânea; epidemiológico para o planejamento e a programação em
IV - encaminhar, quando necessário, usuários a outros saúde bucal;
pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sua II -realizar a atenção a saúde em saúde bucal (promoção
responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
do usuário; tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da
V - indicar, de forma compartilhada com outros pontos de saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e
atenção, a necessidade de internação hospitalar ou domici- a grupos específicos, de acordo com planejamento da equi-
liar, man-tendo a responsabilização pelo acompanhamento do pe, com resolubilidade;
usuário; III - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Bá-
VI -contribuir, realizar e participar das atividades de Edu- sica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências,
cação Permanente de todos os membros da equipe; e pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relaciona-
VII -participar do gerenciamento dos insumos necessários dos com a fase clínica da instalação de próteses dentárias
para o adequado funcionamento da USB. elementares;
IV - realizar atividades programadas e de atenção à de-
Do Agente Comunitário de Saúde: manda espontânea;
I - trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica V -coordenar e participar de ações coletivas voltadas à
definida, a microárea; promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
II - cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe-
os cadastros atualizados; rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe,
III - orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
saúde disponíveis; multidisciplinar;
IV - realizar atividades programadas e de atenção à de- VII - realizar supervisão técnica do Técnico em Saúde
manda espontânea; Bucal (TSB) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB); e
V - acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as fa- VIII -participar do gerenciamento dos insumos necessá-
mílias e indivíduos sob sua responsabilidade. As visitas deve- rios para o adequado funcionamento da UBS.
rão ser programadas em conjunto com a equipe, considerando
os critérios de risco e vulnerabilidade de modo que famílias Do Técnico em Saúde Bucal (TSB):
com maior necessidade sejam visitadas mais vezes, manten- I - realizar a atenção em saúde bucal individual e coleti-
do como referência a média de 1 (uma) visita/família/mês; va a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos,
VI -desenvolver ações que busquem a integração entre a segundo programação e de acordo com suas competências
equipe de saúde e a população adscrita à UBS, consideran- técnicas e legais;
do as características e as finalidades do trabalho de acom-

Políticas Públicas de Saúde 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

II -coordenar a manutenção e a conservação dos equi- XI - manipular materiais de uso odontológico; e


pamentos odontológicos; X - participar na realização de levantamentos e estudos
III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- epidemiológicos, exceto na categoria de examinador.
rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, Especificidades da Estratégia de Saúde da Família.
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização
multidisciplinar; da Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do
IV - apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações SistemaÚnico de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e
de prevenção e promoção da saúde bucal; gestores estaduais e municipais, representados respectiva-
V - participar do gerenciamento dos insumos necessá- mente pelo CONASS e CONASEMS, como estratégia de ex-
rios para o adequado funcionamento da UBS; pansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica por
VI - participar do treinamento e capacitação de Auxiliar favorecer uma re-orientação do processo de trabalho com
em Saúde Bucal e de agentes multiplicadores das ações de maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fun-
promoção à saúde; damentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e
VII - participar das ações educativas atuando na promo- impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades,
ção da saúde e na prevenção das doenças bucais; além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.
VIII - participar na realização de levantamentos e estu-
dos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; Especificidades da equipe de saúde da família
IX - realizar atividades programadas e de atenção à de-
manda espontânea; São itens necessários à estratégia Saúde da Família:
X - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de I - existência de equipe multiprofissional (equipe saúde
saúde bucal; da família) composta por, no mínimo, médico generalista ou
XI - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indi- especialista em saúde da família ou médico de família e co-
cação técnica definida pelo cirurgião-dentista; munidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde
XII - realizar fotografias e tomadas de uso odontológicos da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes co-
munitários de saúde, podendo acrescentar a esta composi-
exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas;
ção, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais
XIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
de saúde bucal: cirurgião dentista generalista ou especialista
odontológicos na restauração dentária direta, vedado o uso
em saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal;
de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-
II - o número de ACS deve ser suficiente para cobrir
-dentista;
100% da população cadastrada, com um máximo de 750
XIV - proceder à limpeza e à anti-sepsia do campo ope-
pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Fa-
ratório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em ambien-
mília, não ultrapassando o limite máximo recomendado de
tes hospitalares; e pessoas por equipe;
XV -aplicar medidas de biossegurança no armazena- III - cada equipe de saúde da família deve ser respon-
mento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odon- sável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média reco-
tológicos. mendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equi-
dade para esta definição. Recomenda-se que o número de
Do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das
I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde famílias daquele território, sendo que quanto maior o grau de
bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante plane- vulnerabilidade menor deverá ser a quantidade de pessoas
jamento local e protocolos de atenção à saúde; por equipe;
II - realizar atividades programadas e de atenção à de- IV - cadastramento de cada profissional de saúde em
manda espontânea; apenas 01 (uma) ESF, exceção feita somente ao profissional
III - executar limpeza, assepsia, desinfecção e esteri- médico que poderá atuar em no máximo 02 (duas) ESF e
lização do instrumental, equipamentos odontológicos e do com carga horária total de 40 (quarenta) horas semanais; e
ambiente de trabalho; V - carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para
IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas interven- todos os profissionais de saúde membros da equipe de saú-
ções clínicas; de da família, à exceção dos profissionais médicos, cuja jor-
V - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de nada é descrita no próximo inciso. A jornada de 40 (quarenta)
saúde bucal; horas deve observar a necessidade de dedicação mínima de
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades refe- 32 (trinta e duas) horas da carga horária para atividades na
rentes à saúde bucal com os demais membros da equipe de equipe de saúde da família podendo, con-forme decisão e
saúde da família, buscando aproximar e integrar ações de prévia autorização do gestor, dedicar até 08 (oito) horas do
saúde de forma multidisciplinar; total da carga horária para prestação de serviços na rede de
VII -aplicar medidas de biossegurança no armazena- urgência do município ou para atividades de especialização
mento, transporte, manuseio e descarte de produtos e resí- em saúde da família, residência multiprofissional e/ou de
duos odontológicos; medicina de família e de comunidade, bem como atividades
VIII - processar filme radiográfico; de educação permanente e apoio matricial.
IX - selecionar moldeiras;
X - preparar modelos em gesso;

Políticas Pública de Saúde 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Serão admitidas também, além da inserção integral Em todas as possibilidades de inserção do profissional
(40h), as seguintes modalidades de inserção dos profissio- médico descritas acima, considerando a importância de
nais médicos generalistas ou especialistas em saúde da manutenção do vínculo e da longitudinalidade do cuidado,
família ou médicos de família e comunidade nas Equipes este profissional deverá ter usuários adscritos de modo que
de Saúde da Família, com as respectivas equivalências de cada usuário seja obrigatoriamente acompanhando por 1
incentivo federal: (um) ACS (Agente Comunitário de Saúde), 1 (um) auxiliar
I - 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe em ou técnico de enfermagem, 01 (um) enfermeiro e 01 (um)
uma mesma UBS, cumprindo individualmente carga horária médico e preferencialmente por 1 (um) cirurgião-dentista, 1
semanal de 30 horas (equivalente a 01 (um) médico com jor- (um) auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal, sem que a carga
nada de 40 horas semanais), com repasse integral do incen- horária diferente de trabalho comprometa o cuidado e/ou
tivo financeiro referente a uma equipe de saúde da família; processo de trabalho da equipe.
II - 3 (três) médicos integrados a uma equipe em uma Todas as equipes deverão ter responsabilidade sani-
mesma UBS, cumprindo individualmente carga horária se- tária por um território de referência, sendo que nos casos
manal de 30 horas (equivalente a 02 (dois) médicos com previstos nos itens b e c, poderão ser constituídas equipes
jornada de 40 horas, de duas equipes), com repasse in- com número de profissionais e população adscrita equiva-
tegral do incentivo financeiro referente a duas equipes de lentes a 2 (duas) e 3 (três) equipes de saúde da família,
saúde da família; respectivamente.
III - 4 (quatro) médicos integrados a uma equipe em As equipes de saúde da família devem estar devida-
uma mesma UBS, com carga horária semanal de 30 horas mente cadastradas no sistema de cadastro nacional vigente
(equivalente a 03 (três) médicos com jornada de 40 horas de acordo com conformação e modalidade de inserção do
semanais, de três equipes), com repasse integral do incen- profissional médico.
tivo financeiro referente a três equipes de saúde da família; O processo de trabalho, a combinação das jornadas
IV -2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cumprin- de trabalho dos profissionais das equipes e os horários e
do individualmente jornada de 20 horas semanais, e demais dias de funcionamento das UBS devem ser organizados de
profissionais com jornada de 40 horas semanais, com re-
modo que garantam o maior acesso possível, o vínculo en-
passe mensal equivalente a 85% do incentivo financeiro
tre usuários e profissionais, a continuidade, coordenação e
referente a uma equipe de saúde da família; e
longitudinalidade do cuidado.
V - 1 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas se-
manais e demais profissionais com jornada de 40 horas se-
Especificidades dos profissionais de Saúde Bucal
manais, com re-passe mensal equivalente a 60% do incen-
das equipes de saúde da família
tivo financeiro referente a uma equipe de saúde da família.
Tendo em vista a presença do médico em horário parcial, o
Os profissionais de saúde bucal que compõem as equi-
gestor municipal deve organizar os protocolos de atuação da
equipe, os fluxos e a retaguarda assistencial, para atender a pes de saúde da família podem se organizar nas seguintes
esta especificidade. Além disso, é recomendável que o nú- modalidades:
mero de usuários por equipe seja próximo de 2.500 pessoas. I - Cirurgião dentista generalista ou especialista em
As equipes com esta configuração são denominadas Equi- saúde da família e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico
pes Transitórias, pois, ainda que não tenham tempo mínimo em saúde bucal (TSB); e (Redação dada pela PRT GM/MS
estabelecido de permanência neste formato, é desejável que nº 3.012 de 26.12.2012).
o gestor, tão logo tenha condições, transite para um dos for- II - Cirurgião dentista generalista ou especialista em
matos anteriores que prevêem horas de médico disponíveis saúde da família, técnico em saúde bucal (TSB) e auxi-
durante todo o tempo de funcionamento da equipe. liar em saúde bucal (ASB) ou outro técnico em saúde bu-
A quantidade de Equipes de Saúde da Família na moda- cal (TSB). (Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.012 de
lidade transitória ficará condicionada aos seguintes critérios: 26.12.2012).
I - Município com até 20 mil habitantes e contando com Os profissionais das modalidades I ou II podem desen-
01 (uma) a 03 (duas) equipes de Saúde da Família, poderá volver parte de suas atividades em Unidade Odontológica
ter até 2 (duas) equipes na modalidade transitória; Móvel (UOM).(Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.012 de
II - Município com até 20 mil habitantes e com mais de 26.12.2012).
03 (três) equipes poderá ter até 50% das equipes de Saúde Independente da modalidade adotado, recomenda-se
da Família na modalidade transitória; que os profissionais de Saúde Bucal, estejam vinculados a
III - Municípios com população entre 20 e 50 mil habi- uma ESF e compartilhem a gestão e o processo de traba-
tantes poderá ter até 30% (trinta por cento) das equipes de lho da equipe tendo responsabilidade sanitária pela mesma
Saúde da Família na modalidade transitória; população e território que a ESF à qual integra, e com jor-
IV - Município com população entre 50 e 100 mil habi- nada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus
tantes poderá ter até 20% (vinte por cento) das equipes de componentes.
Saúde da Família na modalidade transitória; e Cada Equipe de Saúde de Família que for implantada com
V - Município com população acima de 100 mil habi- os profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir pela
tantes poderá ter até 10% (dez por cento) das equipes de primeira vez os profissionais de saúde bucal numa equipe já
Saúde da Família na modalidade transitória. implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá do Ministério

Políticas Públicas de Saúde 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

da Saúde os equipamentos odontológicos, através de doação As equipes deverão realizar suas atividades, de for-
direta ou o repasse de recursos necessários para adquiri-los ma itinerante desenvolvendo ações na rua, em instala-
(equipo odontológico completo). ções específicas, na unidade móvel e também nas insta-
lações de Unidades Básicas de Saúde do território onde
Especificidades da Estratégia de Agentes está atuando, sempre articuladas e desenvolvendo ações
Comunitários de Saúde em parceria com as demais equipes de atenção básica
do território (UBS e NASF), e dos Centros de Atenção
É prevista a implantação da estratégia de Agentes Comu- Psicossocial, da Rede de Urgência e dos serviços e ins-
nitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma tituições componentes doSistema Único de Assistência
possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica Social entre outras instituições públicas e da sociedade
com vistas à implantação gradual da estratégia de saúde da civil.
família ou como uma forma de agregar os agentes comunitá- As equipes dos Consultórios na Rua deverão cumprir
rios a outras maneiras de organização da atenção básica. São a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém seu
itens necessários à implantação desta estratégia: horário de funcionamento deverá ser adequado às de-
I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita mandas das pessoas em situação de rua, podendo ocor-
no sistema de Cadastro Nacional vigente que passa a ser a UBS rer em período diurno e/ou noturno em todos os dias da
de referência para a equipe de agentes comunitários de saúde; semana.
II - a existência de um enfermeiro para até no máximo 12 As equipes dos Consultórios na Rua podem estar
ACS e no mínimo 04, constituindo assim uma equipe de Agen- vinculadas aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e,
tes Comunitários de Saúde; e respeitando os limites para vinculação, cada equipe será
III - o cumprimento da carga horária integral de 40 horas considerada como uma equipe de saúde da família para
semanais por toda a equipe de agentes comunitários, com- vinculação ao NASF.
posta por ACS e enfermeiro supervisor. Em Municípios ou áreas que não tenham consultórios
Fica garantido o financiamento das equipes de agentes na rua, o cuidado integral das pessoas em situação de
comunitários de saúde já credenciadas em data anterior a esta
rua deve seguir sendo de responsabilidade das equipes
portaria que não estão adequadas ao parâmetro de 01 enfer-
de atenção básica, incluindo os profissionais de saúde
meiro para no máximo 12 ACS, porém extinta a possibilidade
bucal e os núcleos de apoio a saúde da família (NASF)
de implantação de novas equipes com esta configuração a
do território onde estas pessoas estão concentradas.
partir da publicação desta Portaria.
Para cálculo do teto das equipes dos consultórios na
Cada ACS deve realizar as ações previstas nesta portaria
rua de cada município, serão tomados como base os da-
e ter uma microárea sob sua responsabilidade, cuja população
dos dos censos populacionais relacionados à população
não ultrapasse 750 pessoas.
O enfermeiro da Estratégia Agentes Comunitários de em situação de rua realizados por órgãos oficiais e reco-
Saúde, além das atribuições de atenção à saúde e de gestão, nhecidos pelo Ministério da Saúde.
comuns a qualquer enfermeiro da atenção básica descritas Caso seja necessário o transporte da equipe para a
nesta portaria, a atribuição de planejar, coordenar e avaliar as realização do cuidado in loco, nos sítios de atenção da
ações desenvolvidas pelos ACS, comum aos enfermeiros da população sem domicílio, o gestor poderá fazer a opção
estratégia de saúde da família, e deve ainda facilitar a relação de agregar ao incentivo financeiro mensal o componente
entre os profissionais da Unidade Básica de Saúde e os ACS de custeio da Unidade Móvel. O gestor local que fizer
contribuindo para a organização da atenção à saúde, qualifi- esta opção deverá viabilizar veículo de transporte com
cação do acesso, acolhimento, vínculo, longitudinalidade do capacidade de transportar os profissionais da equipe,
cuidado e orientação da atuação da equipe da UBS em função equipamentos, materiais e insumos necessários para a
das prioridades definidas equanimemente conforme critérios realização das atividades propostas, além de permitir
de necessidade de saúde, vulnerabilidade, risco, entre outros. que alguns procedimentos possam ser realizados no seu
interior. Esta Unidade Móvel deverá estar adequada aos
Equipes de atenção básica para populações requisitos pactuados e definidos nacionalmente, incluin-
específicas do o padrão de identificação visual.
O Ministério da Saúde publicará Portaria Específica e
1. Equipes do consultório na rua Manual Técnico disciplinando composição das equipes,
A responsabilidade pela atenção à saúde da população valor do incentivo financeiro, diretrizes de funcionamen-
de rua, como de qualquer outro cidadão, é de todo e qualquer to, monitoramento e acompanhamento das equipes de
profissional do Sistema Único de Saúde com destaque espe- consultório na rua entre outras disposições.
cial para a atenção básica. Em situações específicas, com o 2. Equipes de saúde da família para o atendimento
objetivo de ampliar o acesso destes usuários à rede de aten- da População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantanal
ção e ofertar de maneira mais oportuna a atenção integral à Sul Matogrossense
saúde, pode-se lançar mão das equipes dos consultórios na Considerando as especificidades locais, os municípios
rua que são equipes da atenção básica, compostas por profis- da Amazônia Legal e Mato Grosso do Sul podem optar
sionais de saúde com responsabilidade exclusiva de articular entre dois arranjos organizacionais para equipes Saúde
e prestar atenção integral à saúde das pessoas em situação da Família, além dos existentes para o restante do país:
de rua.

Políticas Pública de Saúde 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

I - Equipe de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR): dimensões do território, deverá ser construída justificativa
equipes que desempenham a maior parte de suas fun- e proposição alternativa de funcionamento, aprovada na
ções em unidades básicas de saúde construídas/localiza- Comissão Intergestores Regional - CIR e na Comissão In-
das nas comunidades pertencentes à área adscrita e cujo tergestores Bipartite e encaminhada ao Ministério da Saúde
acesso se dá por meio fluvial; e para avaliação e parecer redefinindo tempo mínimo de fun-
II -Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF): equi- cionamento e adequação do financiamento, se for o caso;
pes que desempenham suas funções em Unidades Bási- III - adotar circuito de deslocamento que garanta o aten-
cas de Saúde Fluviais (UBSF). dimento a todas as comunidades assistidas, ao menos até
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluviais 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações
deverão ser compostas, durante todo o período de atendi- de Atenção Básica pelas equipes visando minimamente a
mento à população por, no mínimo: um (01) Médico gene- continuidade de pré-natal, puericultura e cuidado continua-
ralista ou especialista em saúde da família, ou medico de do de usuários com condições crônicas dentro dos padrões
família e comunidade, um (01) Enfermeiro generalista ou mínimos recomendados;
especialista em saúde da família; um (1) Técnico ou Au- IV - delimitar área de atuação com população adscrita,
xiliar de Enfermagem e de Seis (06) a doze (12) Agentes acompanhada por Agentes Comunitários de Saúde, com-
Comunitários de Saúde. patível com sua capacidade de atuação e considerando a
alínea II;
As equipes de Saúde da Família Ribeirinhas devem V - as equipes que trabalharão nas UBSF deverão ga-
contar ainda com um (01) microscopista, nas regiões en- rantir as informações referentes à sua área de abrangência.
dêmicas. No caso de prestar serviços em mais de um município, cada
As equipes de Saúde da Família Fluviais devem contar município deverá garantir a alimentação das informações
ainda com um (01) técnico de laboratório e/ou bioquímico. de suas respectivas áreas de abrangência.
Estas equipes poderão incluir na composição mínima os As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) deve-
profissionais de saúde bucal, um (1) cirurgião dentista ge- rão cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - quanto à estrutura física mínima, devem dispor de:
neralista ou especialista em saúde da família, e um (01)
Consultório médico; Consultório de enfermagem; Consul-
Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal, conforme modalida-
tório Odontológico; Ambiente para armazenamento e dis-
des I e II descritas anteriormente.
pensação de medicamentos; Laboratório; Sala de vacina;
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinha deverão
Banheiros; Expurgo; Cabines com leitos em número sufi-
prestar atendimento à população por, no mínimo, 14 dias
ciente para toda a equipe; Cozinha; Sala de procedimentos;
mensais (carga horária equivalente à 8h/dia) e dois dias
Identificação segundo padrões visuais da Saúde da Famí-
para atividades de educação permanente, registro da pro-
lia, estabelecidos nacionalmente; e
dução e planejamento das ações. Os Agentes Comunitá-
II - quanto aos equipamentos, devem dispor, no míni-
rios de Saúde deverão cumprir 40h/semanais de trabalhoe mo, de: Maca ginecológica; Balança Adulto; Balança Pe-
residir na área de atuação. É recomendável as mesmas diátrica; Geladeira para vacinas; Instrumentos básicos para
condições para os auxiliares e técnicos de enfermagem e o laboratório: macro e microcentrífuga e microscópio bino-
saúde bucal. cular, contador de células, espectrofotômetro e agitador de
Kline, autoclave e instrumentais; Equipamentos diversos:
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) sonar, esfignomanômetros, estetoscópios, termômetros,
devem: medidor de glicemia capilar, Equipo odontológico completo
e instrumentais.
I - funcionar, no mínimo, 20 dias/mês, com pelo me- O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
nos uma equipe de saúde da família fluvial. O tempo de das Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas será publi-
funcionamento destas unidades deve compreender o des- cado em portaria específica e poderá ser agregado de um
locamento fluvial até as comunidades e o atendimento valor caso esta equipe necessite de transporte fluvial para a
direto à população ribeirinha. Em uma UBSF pode atuar execução de suas atividades.
mais de uma ESFF a fim de compartilhar o atendimento O valor do o valor do incentivo mensal para custeio das
da população e dividir e reduzir o tempo de navegação de Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em
cada equipe. O gestor municipal deve prever tempo em portaria específica, com uma modalidade sem profissionais
solo, na sede do município, para que as equipes possam de saúde bucal e outra com estes profissionais.
fazer atividades de planejamento e educação permanente Devido à grande dispersão populacional, os municípios
junto com outros profissionais e equipes. Os Agentes Co- poderão solicitar ampliação da composição mínima das
munitários de Saúde deverão cumprir 40h/semanais e re- equipes de saúde da família fluviais e equipes de saúde
sidir na área de atuação. São recomendáveis as mesmas da família ribeirinhas con-forme o quadro abaixo, fazendo
condições para os auxiliares e técnicos de enfermagem e jus a um incentivo para cada agregação a ser definido em
saúde bucal; portaria específica:
II - nas situações nas quais for demonstrada a impos-
sibilidade de funcionamento da Unidade Básica de Saúde
Fluvial pelo mínimo de 20 dias devido às características e

Políticas Públicas de Saúde 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Critério para solicita- A responsabilização compartilhada entre a equipe do


Profissionais ção de ampliação da Máximo NASF e as equipes de saúde da família/equipes de aten-
equipe ção básica para populações específicas prevê a revisão da
trabalhador vinculado prática do encaminhamento com base nos processos de re-
Agente Comunitário ferência e contra-referência, ampliandoa para um processo
a no mínimo 100 12 (doze)
de Saúde de compartilhamento de casos e acompanhamento longitu-
pessoas
trabalhador vinculado dinal de responsabilidade das equipes de atenção básica,
Aux. ou Técnico de atuando no fortalecimento de seus princípios e no papel de
a no mínimo 500 04 (quatro)
Enfermagem coordenação do cuidado nas redes de atenção à saúde.
pessoas
trabalhador vinculado Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade
Técnico em Saúde do cuidado aos usuários do SUS principalmente por inter-
a no mínimo 500 01 (um)
Bucal médio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da
pessoas
trabalhador vinculado capacidade de análise e de intervenção sobre problemas
Enfermeiro a no mínimo 1.000 02 (dois) e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto
pessoas sanitários. São exemplos de ações de apoio desenvolvidas
pelos profissionais dos NASF: discussão de casos, atendi-
Para implantar Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas mento conjunto ou não, interconsulta, construção conjunta
nos Municípios onde o teto de cobertura de Equipes de Saúde de projetos terapêuticos, educação permanente, interven-
da Família já tenha sido atingido, estas devem ser substituídas ções no território e na saúde de grupos populacionais e
pela nova modalidade de equipe mediante aprovação pelo da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção
Conselho Municipal de Saúde (CMS), Comissão Intergestores e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho
Regional (CIR) e Comissão Intergestores Bipartite (CIB). das equipes e etc.
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais e as Equipes de Todas as atividades podem se desenvolvidas nas uni-
Saúde da Família para Populações Ribeirinhas poderão pres-
dades básicas de saúde, academias da saúde ou em outros
tar serviços a populações de mais de um Município, desde
pontos do território. Os NASF devem utilizar as Academias
que celebrado instrumento jurídico que formalize a relação
entre os municípios, devidamente aprovado na respectiva Co- da Saúde como espaços que ampliam a capacidade de in-
missão Intergestores Regional - CIR e Comissão Intergestores tervenção coletiva das equipes de atenção básica para as
Bipartite - CIB. ações de promoção de saúde, buscando fortalecer o prota-
Para implantação de Equipes de Saúde da Família Flu- gonismo de grupos sociais em condições de vulnerabilida-
viais e Equipes de Saúde da Família para Populações Ribei- de na superação de sua condição.
rinhas, os Municípios deverão seguir o fluxo previsto para a Quando presente no NASF, o profissional sanitarista
implantação de Equipes de Saúde da Família. pode reforçar as ações de apoio institucional e/ou matri-
cial, ainda que as mesmas não sejam exclusivas dele, tais
Núcleos de Apoio à Saúde da Família como: análise e intervenção conjunta sobre riscos coleti-
vos e vulnerabilidades, apoio à discussão de informações
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF foram e indicadores e saúde (bem como de eventos-sentinela e
criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo casos-traçadores e analisadores), suporte à organização
das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade. do processo de trabalho (acolhimento, cuidado continuado/
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF são programado, ações coletivas, gestão das agendas, articu-
constituídos por equipes compostas por profissionais de dife- lação com outros pontos de atenção da rede, identificação
rentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira de necessidades de educação permanente, utilização de
integrada e apoiando os profissionais das Equipes Saúde da
dispositivos de gestão do cuidado etc).
Família, das Equipes de Atenção Básica para populações es-
Os NASF podem ser organizados em duas modalida-
pecíficas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais,
etc.) e academia da saúde, compartilhando as práticas e sa- des, NASF 1 e NASF 2. A implantação de mais de uma mo-
beres em saúde nos territórios sob responsabilidade destas dalidade de forma concomitante nos municípios e no Distri-
equipes, atuando diretamente no apoio matricial às equipes to Federal não receberá incentivo financeiro federal.
da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no O NASF 1 deverá ter uma equipe formada por uma
território destas equipes. composição de profissionais de nível superior escolhidos
Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguin-
constituem como serviços com unidades físicas independen- tes condições:
tes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento I -a soma das cargas horárias semanais dos membros
individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser da equipe deve acumular no mínimo 200 horas semanais;
regulados pelas equipes de atenção básica). Devem, a partir II - nenhum profissional poderá ter carga horária sema-
das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equi- nal menor que 20 horas; e
pes e/ou Academia da saúde, atuar de forma integrada à Rede III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve
de Atenção à Saúde e seus serviços (ex.: CAPS, CEREST, ter no mínimo 20 horas e no máximo 80 horas de carga
Ambulatórios Especializados etc.) além de outras redes como horária semanal.
SUAS, redes sociais e comunitárias.

Políticas Pública de Saúde 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O NASF 2 deverá ter uma equipe formada por uma Define-se que cada NASF 2 realize suas atividades
composição de profissionais de nível superior escolhidos vinculado a, no mínimo, 3 (três) equipes de Saúde da Fa-
dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguin- mília e no máximo 7 (sete) equipes de saúde da família.
tes condições: OS NASF 3, que são suprimidos por essa portaria, se
I -a soma das cargas horárias semanais dos membros tornarão automaticamente NASF 2, para isso os municí-
da equipe deve acumular no mínimo 120 horas semanais; pios com projetos de NASF 3 anteriormente enviados ao
II - nenhum profissional poderá ter carga horária sema- Ministério da Saúde deverão enviar para CIB documento
nal menor que 20 horas; e que informa as alterações ocorridas. Fica garantido o fi-
III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve nanciamento dos NASF intermunicipais já habilitados em
ter no mínimo 20 horas e no máximo 40 horas de carga data anterior, porém extinta a possibilidade de implanta-
horária semanal. ção de novos a partir da publicação desta portaria.
Poderão compor os NASF 1 e 2 as seguintes ocupa- Cada NASF poderá ser vinculado a no máximo 03
ções do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Médico (três) pólos do Programa Academia da Saúde em seu ter-
Acupunturista; Assistente Social; Profissional/Professor de ritório de abrangência, independente do tipo de NASF e da
Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoau- modalidade do polo implantado. Para cada pólo vinculado
diólogo; Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeo- à equipe do NASF deverá existir pelo menos 1 (um) profis-
pata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico sional de saúde de nível superior com carga horária de 40
Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médi- horas semanais ou 2 (dois) profissionais de saúde de ní-
co Internista (clinica médica), Médico do Trabalho, Médico vel superior com carga horária mínima de 20 horas sema-
Veterinário, profissional com formação em arte e educação nais cada, que será(ao) responsável(is) pelas atividades
(arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, do Programa Academia da Saúde. Este(s) profissional(is)
profissional graduado na área de saúde com pós-gradua- deve(m) ter formação compatível e exercer função relacio-
ção em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente nada às atividades da academia da saúde.
em uma dessas áreas. Quanto ao NASF, compete as Secretarias de Saúde
A composição de cada um dos NASF será definida pe- dos Municípios e do Distrito Federal:
los gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade I -definir o território de atuação de cada NASF de acor-
identificados a partir dos dados epidemiológicos e das ne- do com as equipes de Saúde da Família e/ou equipes de
cessidades locais e das equipes de saúde que serão apoia- atenção básica para populações específicas às quais es-
das. tes NASF estiverem vinculados; propiciar o planejamen-
Os NASF1e2 devem funcionar em horário de trabalho to das ações que serão realizadas pelos NASF, de for-
coincidente com o das equipes de Saúde da Família e/ou ma compartilhada entre os profissionais (Equipe NASF e
equipes de atenção básica para populações específicas Equipe SF e Equipes de atenção básica para populações
que apóiam. específicas);
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em II - selecionar, contratar e remunerar os profissionais
uma única unidade de saúde, localizada preferencialmente dos NASF, em conformidade com a legislação vigente nos
dentro do território de atuação das equipes de Saúde da municípios e Distrito Federal; e
Família e/ou equipes de atenção básica para populações III - disponibilizar espaço físico adequado nas UBS,
específicas, às quais estão vinculados, não recomendado a e garantir os recursos de custeio necessários ao desen-
existência de uma Unidade de Saúde ou serviço de saúde volvimento das atividades mínimas descritas no escopo
específicos para a equipe de NASF. de ações dos diferentes profissionais que comporão os
A organização do trabalho do NASF deve seguir as nor- NASF, não sendo recomendada estrutura física específica
mas publicadas pelo Ministério da Saúde destacando os para a equipe de NASF.
Cadernos de Atenção Básica/Primária que tratam do tema,
descrevendo as diretrizes, o processo de trabalho, as prin- Programa Saúde na Escola
cipais ferramentas e as ações de responsabilidade de to-
dos os profissionais dos NASF a serem desenvolvidas em O Programa Saúde na Escola - PSE, instituído pelo
conjunto com as equipes de Saúde da Família, equipes de Decreto Presidencial nº 6.286 de 5 de dezembro de 2007,
atenção básica para populações específicas e/ou academia surgiu como uma política intersetorial entre os Ministérios
da saúde. da Saúde e da Educação, na perspectiva da atenção in-
Define-se que cada NASF 1 realize suas atividades vin- tegral (promoção, prevenção, diagnóstico e recuperação
culado a, no mínimo, 8 (oito) Equipes de Saúde da Família da saúde e formação) à saúde de crianças, adolescentes
e no máximo 15 (quinze) equipes de Saúde da Família e/ e jovens do ensino público básico, no âmbito das escolas
ou equipes de atenção básica para populações específicas. e unidades básicas de saúde, realizada pelas equipes de
Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000 saúde da atenção básica e educação de forma integrada,
habitantes dos Estados da Amazônia Legal e Pantanal Sul por meio de ações de:
Matogrossense, cada NASF 1 poderá realizar suas ativida- I - avaliação clínica e psicossocial que objetivam iden-
des vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) e no máximo 9 (nove) tificar necessidades de saúde e garantir a atenção integral
equipes. às mesmas na rede de atenção à saúde;

Políticas Públicas de Saúde 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


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II - promoção e prevenção que articulem práticas de II - após aprovação na CIB, cabe à Secretaria de
formação, educativas e de saúde visando a promoção da Saúde dos Estados e do Distrito Federal informar ao Mi-
alimentação saudável, a promoção de práticas corporais e nistério da Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número
atividades físicas nas escolas, a educação para a saúde de equipes, suas diferentes modalidades e composições
sexual e reprodutiva, a prevenção ao uso de álcool, tabaco de profissionais com as respectivas cargas horárias, que
e outras drogas, a promoção da cultura de paz e prevenção farão jus ao recebimento de incentivos financeiros da
das violências, a promoção da saúde ambiental e desenvol- atenção básica;
vimento sustentável; e III - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de acom-
III - educação permanente para qualificação da atuação panhamento do cadastramento dos profissionais das
dos profissionais da educação e da saúde e formação de equipes nos sistemas de informação nacionais, definidos
jovens. para esse fim;
A Gestão do PSE é centrada em ações compartilhadas IV -submeter à CIB, para resolução, o fluxo de des-
e coresponsáveis. A articulação intersetorial das redes pú- credenciamento e/ou o bloqueio de recursos diante de
blicas de saúde, de educação e das demais redes sociais irregularidades constatadas na implantação e no funcio-
se dá por meio dos Grupos de Trabalho Intersetoriais (GTI) namento das equipes a ser publicado como portaria de
(Federal, Estadual e Municipal) que são responsáveis pela resolução da CIB, visando à regularização das equipes
gestão do incentivo financeiro e material, pelo apoio institu- que atuam de forma inadequada; e
cional às equipes de saúde e educação na implementação
das ações, pelo planejamento, monitoramento e avaliação V - responsabilizar-se perante o Ministério da Saúde
do Pro-grama. pelo monitoramento, o controle e a avaliação da utiliza-
Sobre o processo de implantação, credenciamento, cál- ção dos recursos de incentivo destas equipes.
culo dos tetos das equipes de atenção básica, e do financia- 2. Cálculo do Teto das equipes de atenção básica
mento do bloco de atenção básica:
Para o cálculo do teto máximo de equipes de saúde
1. Implantação e Credenciamento da família, de agentes comunitários de saúde, de equi-
pes de saúde bucal e dos Núcleos de Apoio à Saúde da
Para implantação e credenciamento das equipes de Família a fonte de dados populacionais utilizada será a
atenção básica, descritas neste anexo, os municípios e o mesma vigente para cálculo do recurso per capita defini-
Distrito Federal deverão: da pelo IBGE e publicada pelo Ministério da Saúde.
I - realizar projeto(s) de implantação das equipes de A) Saúde da Família com ou sem os profissionais de
saúde da Família, com ou sem os profissionais de saúde saúde bucal: o número máximo de ESF com ou sem os
bucal, equipe de agentes comunitários de saúde, das equi- profissionais de saúde bucal pelas quais o município e o
pes de atenção básica para populações específicas e do Distrito Federal podem fazer jus ao recebimento de re-
NASF. Os itens que devem minimamente constar do projeto cursos financeiros específicos será calculado pela fórmu-
estão descritos no anexo III desta portaria; la: população/2400.
II - aprovar o projeto elaborado nos Conselhos de Saú- B) Agentes Comunitários de Saúde: o número máxi-
de dos Municípios e encaminhá-lo à Secretaria Estadual mo de ACS pelos quais o município e o Distrito Federal
de Saúde ou sua instância regional para análise. O Distrito podem fazer jus ao recebimento de recursos financeiros
Federal, após a aprovação por seu Conselho de Saúde, de- específicos será calculado pela fórmula: população /400.
verá encaminhar sua proposta para o Ministério da Saúde; Para municípios dos estados da Região Norte, Maranhão
III - cadastrar os profissionais das equipes, previamen- e Mato Grosso, a fórmula será: população da área urba-
te credenciadas pelo estado conforme decisão da CIB, no na/400 + população da área rural/280.
SCNES e alimentar os dados no sistema de informação que C) NASF - Núcleo de Apoio de Saúde da Família: o
comprove o início de suas atividades; para passar a rece- número máximo de NASF 1 aos quais os municípios e
ber o incentivo correspondente às equipes efetivamente o Distrito Federal podem fazer jus para recebimento de
implantadas; e recursos financeiros específicos será calculado pelas fór-
IV - solicitar substituição, no SCNES, de categorias de mulas:
profissionais colocados no projeto inicial caso exista a neces- I - para Municípios com menos de 100.000 habitan-
sidade de mudança, sendo necessário o envio de um oficio tes de Estados da Amazônia Legal = número de ESF do
comunicando sobre a necessidade desta alteração ao Estado. Município/5; e
Para Implantação e Credenciamento das referidas II - para Municípios com 100.000 habitantes ou mais
equipes as secretarias estaduais de saúde e o Distrito Fe- da Amazônia Legal e para Municípios das demais unida-
deral deverão: des da Federação = número de ESF do Município/8.
I - analisar e encaminhar as propostas de implantação O número máximo de NASF 2 aos quais o município
das equipes elaboradas pelos municípios e aprovadas pe- pode fazer jus para recebimento de recursos financeiros
los Conselhos Municipais de à Comissão Intergestores Bi- específicos será de 1 (um) NASF 2.
partite (CIB) no prazo máximo de 30 dias, após a data do D) O teto máximo de Equipes Saúde da Família Ri-
protocolo de entrada do processo na Secretaria Estadual de beirinha e Fluvial e equipes de consultório na rua será
Saúde ou na instância regional; avaliado posteriormente, de acordo com cada projeto.

Políticas Pública de Saúde 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3. Do Financiamento da Atenção Básica O financiamen- O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a apli-
to da Atenção Básica deve ser tripartite. No âmbito federal o cação dos recursos financeiros resultou em ações de saúde
montante de recursos financeiros destinados à viabilização para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais
de ações de Atenção Básica à saúde compõe o Bloco de fi- de produção de serviços de Atenção Básica.
nanciamento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte do Bloco O financiamento federal desta política é composto por:
de financiamento de investimento. Seus recursos deverão ser A) Recursos per capita;
utilizados para financiamento das ações de Atenção Básica B) Recursos para projetos específicos, tais como os
descritas na RENASES e nos Planos de Saúde do município recursos da compensação das especificidades regionais
e do Distrito Federal. (CER), do Programa de Requalificação das Unidades Bá-
Os repasses dos recursos do Bloco AB aos municípios sica de Saúde, Recurso de Investimento/ Estruturação e
são efetuados em conta aberta especificamente para este fim, Recursos de Estruturação na Implantação;
de acordo com a normatização geral de transferências de re- C) Recursos de investimento;
cursos fundo a fundo do Ministério da Saúde, com o objetivo D) Recursos que estão condicionados à implantação de
de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de Saúde no estratégias e programas prioritários, tais como os recursos
âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal. específicos para os municípios que implantarem as Equipes
O Ministério da Saúde definirá os códigos de lançamen- de Saúde da Família, as Equipes de Saúde Bucal, de Agen-
tos, assim como seus identificadores literais, que constarão tes Comunitários de Saúde, dos Núcleos de Apoio à Saúde
nos respectivos avisos de crédito, para tornar claro o objeto da Família, dos Consultórios na Rua, de Saúde da Famí-
de cada lançamento em conta. O aviso de crédito deverá lia Fluviais e Ribeirinhas, de Atenção Domiciliar, Programa
ser enviado ao Secretário de Saúde, ao Fundo de Saúde, Saúde na Escola (PSE), microscopistas e a Academia da
ao Conselho de Saúde, ao Poder Legislativo e ao Ministério Saúde;
Público dos respectivos níveis de governo. E) Recursos condicionados a resultados e avaliação do
Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais aces-so e da qualidade, tal como o do Programa Nacional
mensais devidamente atualizados relativos aos recursos re- de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ);
passados a essas contas ficarão, permanentemente, à dis-
posição dos Conselhos responsáveis pelo acompanhamen- A) Recurso per capita
to, e a fiscalização, no âmbito dos Municípios, dos Estados, O recurso per capita será transferido mensalmente, de
do Distrito Federal e dos órgãos de fiscalização federais, forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde
estaduais e municipais, de controle interno e externo. aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com
Os municípios deverão remeter por via eletrônica o base num valor multiplicado pela população do Município.
processamento da produção de serviços referentes ao Blo- O recurso será calculado pela multiplicação da popula-
co AB ao Ministério da Saúde ou à Secretaria Estadual de ção de cada município e do Distrito Federal por um valor,
Saúde, de acordo com cronograma pactuado. As Secreta- fruto de pactuação tripartite e devidamente publicado em
rias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal devem en- portaria específica, levando em conta critérios de equidade.
viar as informações ao DATASUS, observando cronograma A população de cada município e do Distrito Federal
estabelecido pelo Ministério da Saúde. será a população definida pelo IBGE e publicada em porta-
De acordo com o artigo 6º, do Decreto nº 1.651/95, a ria específica pelo Ministério da Saúde.
comprovação da aplicação dos recursos transferidos do
Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Mu- B) Recursos para Projetos específicos, que inclui os
nicipais de Saúde, na forma do Decreto nº 1.232/94, que recursos da Compensação das Especificidades Regionais
trata das transferências, fundo a fundo, deve ser apresenta- (CER), o Programa de Requalificação das Unidades Básica
da ao Ministério da Saúde e ao Estado, por meio de relatório de Saúde e Recurso de Estruturação.
de gestão, aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde. Parte dos recursos do Bloco AB poderá ser repassado
Da mesma forma, a prestação de contas dos valores para implantação e execução de ações e programas espe-
recebidos e aplicados no período deve ser aprovada no cíficos definidos de maneira tripartite, entre eles:
Conselho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tribunal Compensação de Especificidades Regionais: trata-se
de Contas do Estado ou Município e à Câmara Municipal. de recursos transferidos com o objetivo de responder a es-
A demonstração da movimentação dos recursos de pecificidades de municípios, populações ou situações que
cada conta deverá ser efetuada, seja na Prestação de Con- exigem maior aporte de recursos, mas que não são devi-
tas, seja quando solicitada pelos órgãos de controle, me- damente contempladas nos demais componentes do Blo-
diante a apresentação de: co AB. Os critérios de distribuição dos recursos e valores
I - relatórios mensais da origem e da aplicação dos re- para cada Estado e para o Distrito Federal pactuados são
cursos; definidos em Portaria Ministerial especifica para este fim. A
II - demonstrativo sintético de execução orçamentária; utilização dos recursos de Compensação de Especificida-
III - demonstrativo detalhado das principais despesas; e des Regionais é definida por cada CIB levando em conta
IV - relatório de gestão. os objetivos deste componente e pactuando projeto com
finalidade, critérios, distribuição e utilização dos recursos,
monitoramento e avaliação dos resultados. O projeto, os
critérios bem como a lista de municípios contemplados

Políticas Públicas de Saúde 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

com seus respectivos valores deverão ser informados ao I - estiverem implantadas em municípios com popula-
plenário da CIT. No caso do Distrito Federal, a proposta de ção de até 50 mil habitantes nos Estados da Amazônia Le-
aplicação deste recurso deverá ser submetida à aprova- gal e até 30 mil habitantes nos demais Estados do País; e
ção pelo Colegiado Gestor do Distrito Federal. II - estiverem implantadas em municípios não incluídos
Assim os municípios podem receber um recurso com- no estabelecido na alínea I e atendam a população remanes-
plementar aos demais componentes do Bloco de AB rela- cente de quilombos ou residente em assentamentos de no
cionados ao enfrentamento de especificidades geradoras mínimo 70 (setenta) pessoas, respeitado o número máximo
de iniqüidade tais como: municípios mais pobres, com pio- de equipes por município, publicado em portaria específica.
res indicadores e maiores necessidades; municípios com As equipes que na data de publicação desta Portaria re-
maiores dificuldades de atração e fixação de profissionais cebem como modalidade 1 de financiamento, por qualquer
e municípios isolados ou com dificuldade de acesso; qua- um dos motivos listados abaixo não terão decréscimo do
lificação da atenção a populações sazonais, rurais, qui- recurso repassado atualmente, ainda que não enquadradas
lombolas, tradicionais, assentadas, isoladas; projetos cuja
nos critérios acima descritos:
implantação se dá mediante adesão e estão ligados ao en-
I - pertencerem a municípios que integraram o Progra-
frentamento da iniqüidade através de ações de educação
permanente, fortalecimento, modernização e qualificação ma de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS);
da gestão, implantação de ações e alternativas que enfren- II -pertencerem a municípios que têm índice de Desen-
tem iniqüidades entre os municípios ligadas a qualquer um volvimento Humano (IDH) igual ou inferior a 0,7; e
dos temas citados ou outros. III - estiverem nas áreas do Programa Nacional de Se-
Programa de Requalificação das Unidades Básica de gurança Pública com Cidadania - Pronasci.
Saúde: Recursos destinados à estruturação da rede de ser-
viços da atenção básica publicados em portaria específica 1.2. Equipes de Saúde da família Modalidade 2: são as
com o montante disponibilizado por Unidade da Federação ESF implantadas em todo o território nacional que não se
e cuja aplicação dos critérios de decisão é objeto de pac- enquadram nos critérios da Modalidade 1.
tuação na CIT e nas CIB. Esses recursos serão transferidos Quando um município, por aumento da população, dei-
fundo a fundo aos municípios que se adequarem a esses xar de ter direito ao valor da modalidade 1, deverá ser rea-
critérios, e depositados em conta específica. lizada etapa de transição durante o ano da mudança que
Recursos de Investimento/Estruturação: São recursos busque evitar a perda nominal acentuada de recursos do
destinados a estruturação dos serviços e ações da atenção Bloco de Atenção Básica.
básica, que podem ser repassados aos municípios/ estados 1.3. As equipes de Saúde da Família com diferentes
fundo a fundo ou através de convênio.
inserções do profissional médico receberão recursos de
Recursos de Implantação: Na implantação das equipes
acordo com sua modalidade e segundo a descrição abaixo:
de saúde da família, saúde bucal e dos NASF os municípios
1.3.1 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe,
e/ou o Distrito Federal receberão recursos específicos para
estruturação das Unidades Básicas de Saúde, visando à cumprindo individualmente carga horária semanal de 30
melhoria da infra-estrutura física e de equipamentos para horas (equivalente a 01 (um) médico com jornada de 40 ho-
o trabalho das equipes. Esses recursos serão repassados ras semanais), com repasse integral do financiamento para
na competência financeira do mês posterior à implantação uma equipe de saúde da família modalidade I ou II.
das equipes. 1.3.2. 3 (três) médicos cumprindo individualmente car-
Em caso de redução do número de equipes, o municí- ga horária semanal de 30 horas (equivalente a 02 (dois)
pio ou o Distrito Federal não farão jus a novos recursos de médicos com jornada de 40 horas, de duas equipes), com
implantação até que seja alcançado o número de equipes já repasse integral do financiamento para duas equipes de
implantado anterior-mente. saúde da família modalidade I ou II.
D) Os recursos que estão condicionados à implanta- 1.3.3. 4 (quatro) médicos com carga horária semanal
ção de estratégias e programas prioritários, tais como os de 30 horas (equivalente a 03 (três) médicos com jornada
recursos específicos para os municípios que implantarem de 40 horas semanais, de 03 equipes), com repasse inte-
as equipes de Saúde da Família, equipes de Saúde Bucal, gral do financiamento para três equipes de saúde da família
de Agentes Comunitários de Saúde, dos Núcleos de Apoio modalidade I ou II.
à Saúde da Família, dos Consultórios na Rua, de Saúde da 1.3.4. 2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cum-
Família Fluviais e Ribeirinhas, de Atenção Domiciliar, Pro- prindo individualmente jornada de 20 horas semanais, e
grama Saúde na Escola (PSE), microscopistas e a Acade- demais profissionais com jornada de 40 horas semanais,
mia da Saúde com repasse de 85% do financiamento para uma equipe de
1. Equipes de Saúde da Família (SF): os valores dos saúde da família modalidade I ou II.
incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da Famí- 1.3.5. As equipes de Saúde da família na modalidade
lia implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como transitória: 01 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas
base o número de Equipe de Saúde da Família (ESF) re- semanais e demais profissionais com jornada de 40 horas
gistrados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês semanais, o município receberá repasse mensal equivalen-
anterior ao da respectiva competência financeira. São esta- te a 60% do valor do incentivo financeiro para uma equipe,
belecidas duas modalidades de financiamento para as ESF: sendo vedada sua participação no Pro-grama de melhoria
1.1. - Equipes de Saúde da família Modalidade 1: são de acesso e da qualidade.
as ESF que atendem aos seguintes critérios:

Políticas Pública de Saúde 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Quando as Equipes de Saúde da Família forem com- mentação de dados no Sistema de Informação indicado
postas também por profissionais de Saúde Bucal, o incenti- pelo Ministério da saúde que comprovem o início de suas
vo financeiro será transferido a cada mês, tendo como base: atividades.
I - a modalidade específica dos profissionais de Saúde
Bucal (ESB) que compõem a equipe de saúde da família e 4. Núcleo de Apoio de Saúde da Família (NASF)
estão registrados no cadastro do SCNES no mês anterior O valor do incentivo federal para o custeio de cada NASF,
ao da respectiva competência financeira; e dependerá da sua categoria (1 ou 2) e será determinado em
II -a modalidade de toda a equipe de saúde da família, portaria específica. Os valores dos incentivos financeiros
conforme descrito acima e relacionado às características para os NASF implantados serão transferidos a cada mês,
dos municípios e da população atendida. Assim, se ela faz tendo como base o número de NASF cadastrados no SC-
parte de uma equipe de saúde da família modalidade I tem NES. O registro de procedimentos referentes à produção de
50% de acréscimo no incentivo financeiro específico. serviços realizada pelos profissionais cadastrados nos NASF
2. Equipes Saúde da Família comunidades Ribeiri- deverá ser realizado no sistema indicado pelo Ministério da
nhas e Fluviais Saúde, mas não gerarão créditos financeiros.
2.1 Equipes Saúde da Família Ribeirinhas; os valores
dos incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da 5. Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
Família Ribeirinhas implantadas serão transferidos a cada Os valores dos incentivos financeiros para as equipes de
mês, tendo como base o número de Equipe de Saúde da ACS implantadas são transferidos a cada mês, tendo como
Família Ribeirinhas (ESFR) registrados no sistema de Ca- base o número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS),
dastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês
competência financeira. anterior ao da respectiva competência financeira. Será re-
O valor do repasse mensal dos recursos para o cus- passada uma parcela extra, no último trimestre de cada ano,
teio das Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas será pu- cujo valor será calculado com base no número de Agentes
blicado em portaria específica e poderá ser agregado um Comunitários de Saúde, registrados no cadastro de equipes
valor nos casos em que a equipe necessite de transporte e profissionais do SCNES, no mês de agosto do ano vigente.
fluvial para acessar as comunidades ribeirinhas adscritas 6. Microscopistas, Programa Saúde na Escola (PSE),
para execução de suas atividades. Academia da Saúde e Atenção domiciliar
2.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais: os valo- O repasse do recurso para Microscopistas, Programa
res dos incentivos financeiros para as Equipes de Saúde Saúde na Escola (PSE), Academia da Saúde e Atenção do-
da Família Fluviais implantadas serão transferidos a cada miciliar, assim como seus respectivos valores serão defini-
mês, tendo como base o número de Unidades Básicas de dos em portarias específicas.
Saúde Fluviais (UBSF) registrados no sistema de Cadas- Sobre a efetivação do repasse dos recursos referentes
tro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva com- ao item D
petência financeira. A efetivação da transferência dos recursos financeiros
O valor do repasse mensal dos recursos para o cus- descritos no item D tem por base os dados de alimentação
teio das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publi- obrigatória do Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci-
cado em portaria específica, com uma modalidade sem mentos de Saúde, cuja responsabilidade de manutenção e
profissionais de saúde bucal e outra com estes profissio- atualização é dos gestores dos estados, do Distrito Federal e
nais. Os critérios mínimos para o custeio das Unidades dos municípios, estes devem :
preexistentes ao Programa de Construção de Unidades I - transferir os dados mensalmente, para o Departamen-
Básicas de Saúde Fluviais também serão publicados em to de Informática do SUS - DATASUS, por via magnética, de
portaria específica. acordo com o cronograma definido anualmente pelo SCNES;
e
3. Equipes Consultório na Rua II -a transferência dos dados para a Base Nacional do
Os valores do incentivo financeiro para as equipes sistema de Cadastro Nacional vigente se dará após geração
dos Consultórios na Rua implantadas serão transferidos do arquivo pelo sistema de informação definido pelo Ministé-
a cada mês, tendo como base a modalidade e o número rio da Saúde para à Atenção Básica.
de equipes cadastradas no sistema de Cadastro Nacional Os valores dos componentes descritos acima serão defi-
vigente no mês anterior ao da respectiva competência fi- nidos em portarias específicas pelo Ministério da Saúde.
nanceira. Sobre a suspensão do repasse dos recursos referentes
Os valores do repasse mensal que as equipes dos ao item D
Consultórios na Rua farão jus será definido em portaria O Ministério da Saúde suspenderá os repasses dos in-
específica, conforme sua modalidade e a necessidade de centivos referentes às equipes e aos serviços citados acima,
custeio para transporte da equipe de consultório de rua. nos casos em que forem constatadas, por meio do monitora-
O início do repasse mensal do incentivo ocorrerá após mento e/ou da supervisão direta do Ministério da Saúde ou
a publicação de portaria de habilitação ao custeio que será da Secretaria Estadual de Saúde ou por auditoria do DENA-
emitida pelo Ministério da Saúde após a demonstração, SUS ou dos órgãos de controle competentes, qualquer uma
pelo Município, do cadastramento da equipe consultório das seguintes situações:
de rua no sistema de Cadastro Nacional vigente e da ali-

Políticas Públicas de Saúde 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

I - inexistência de unidade básica de saúde cadastrada II - imprimir o relatório de produção das equipes de aten-
para o trabalho das equipes e/ou; ção básica, referente à equipe e ao mês trabalhado que não
II - ausência, por um período superior a 60 dias, de geraram a transferência dos recursos; e
qualquer um dos profissionais que compõem as equipes III - enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu estado,
descritas no item D, com exceção dos períodos em que a pleiteando a complementação de crédito, acompanhado da
contratação de profissionais esteja impedida por legislação planilha referida no item I e do relatório de produção corres-
específica, e/ou; pondente. No caso do Distrito Federal, o ofício deverá ser en-
III - descumprimento da carga horária mínima prevista caminhado ao Departamento de Atenção Básica da SAS/MS.
para os profissionais das equipes; e As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem
IV - ausência de alimentação de dados no Sistema de In- a documentação recebida dos municípios, deverão enca-
formação definidos pelo Ministério da saúde que comprovem minhar ao Departamento de Atenção Básica da SAS/MS
o início de suas atividades. solicitação de complementação de crédito dos incentivos
Especificamente para as equipes de saúde da família tratados nesta Portaria, acompanhada dos documentos
com os profissionais de saúde bucal: referidos nos itens I e II.
As equipes de Saúde da Família que sofrerem suspen- A Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS, por meio
são de recurso, por falta de profissional médico, enfermeiro do Departamento de Atenção Básica, procederá à análise
ou técnico/auxiliar de enfermagem conforme previsto acima, das solicitações recebidas, verificando a adequação da do-
poderão manter os incentivos financeiros específicos para cumentação enviada, se houve suspensão do crédito em
saúde bucal, conforme modalidade de implantação, contanto virtude da constatação de irregularidade no funcionamento
que adotem procedimento do SCNES preconizados pelo Mi- das equipes e se a situação de qualificação do município
nistério da Saúde. ou do Distrito Federal, na competência reclamada, permite
o repasse dos recursos pleiteados.
Especificamente para o NASF: E) Recursos condicionados a resultados e avaliação
I - inexistência de no mínimo 02 (duas) Equipes de Saú- do aces-so e da qualidade, tal como o do Programa Nacio-
de da Família/Equipes de Atenção Básica para populações nal de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ)
específicas, vinculadas ao NASF 1 para municípios com me- Há um esforço do Ministério da Saúde em fazer com
nos de 100.000 hab. da Amazônia Legal ou; que parte dos recursos induzam a ampliação do acesso,
II - inexistência de no mínimo 04 (quatro) Equipes de a qualificação do serviço e a melhoria da atenção à saú-
Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para popula- de da população. Estes recursos devem ser repassados
ções específicas, vinculadas ao NASF 1 no restante do País em função de programas que avaliem a implantação de
ou; e processos e a melhoria de resultados como o Programa
III - inexistência de no mínimo 01 (uma) Equipes de Saú- Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ).
de da Família/Equipes de Atenção Básica para populações O PMAQ tem como objetivo ampliar o acesso e a qua-
específicas, vinculadas ao NASF 2. lidade do cuidado na atenção básica. Ele se dará através
Sendo consideradas para esse fim as Equipes comple- de monitoramento e avaliação da atenção básica, e está
tas de Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para po- atrelado a um incentivo financeiro para as gestões munici-
pulações específicas, ou equipes incompletas por período de pais que aderirem ao programa. O incentivo de qualidade
até 60 (sessenta) dias.
é variável e dependente dos resultados alcançados pelas
Especificamente para os Consultórios na Rua:
equipes e pela gestão municipal. Este incentivo será trans-
Ausência de vinculação a Equipe de Saúde Bucal cadas-
ferido a cada mês, tendo como base o número de equipes
trada para o trabalho das equipes;
cadastradas no programa e os critérios definidos em por-
Da solicitação de crédito retroativo dos recursos referen-
taria específica do PMAQ.
tes ao item D
Considerando a ocorrência de problemas na alimenta-
Requisitos mínimos para manutenção da transfe-
ção do SCNES, por parte dos estados, Distrito Federal e dos
municípios na transferência dos arquivos, realizada pelos rência dos recursos do Bloco da Atenção Básica.
municípios, o Distrito Federal e os estados, o Fundo Nacional
de Saúde - FNS/SE/MS poderá efetuar crédito retroativo dos Os requisitos mínimos para a manutenção da transfe-
incentivos financeiros deste recurso variável (C), com base rência do Bloco da Atenção Básica são aqueles definidos
em solicitação da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS. pela legislação federal do SUS.
Esta retroatividade se limitará aos seis meses anteriores ao O Plano de Saúde municipal ou do Distrito Federal, e
mês em curso. a programação anual de saúde aprovado pelo respectivo
Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o Conselho de Saúde, deve especificar a proposta de orga-
Distrito Federal deverão: nização da Atenção Básica e explicitar como serão utiliza-
I - preencher a planilha constante do Anexo III a esta Por- dos os recursos do Bloco da Atenção Básica.
taria, para informar o tipo de incentivo financeiro que não foi O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a
creditado no Fundo Municipal de Saúde ou do Distrito Fede- aplicação dos recursos financeiros resultou em ações de
ral, discriminando a competência financeira correspondente saúde para a população, incluindo quantitativos mensais e
e identificando a equipe, com os respectivos profissionais anuais de produção de serviços de Atenção Básica.
que a compõem;

Políticas Pública de Saúde 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Da suspensão do repasse de recursos do Bloco da vai apoiar, o planejamento e/ou a previsão de agenda
Atenção Básica compartilhada entre as diferentes equipes e a equipe
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de re- dos NASF, que incluam ações individuais e coletivas,
cursos do Bloco da Atenção Básica aos municípios e ao de assistência, de apoio pedagógico tanto das equipes
Distrito Federal, quando: quanto da comunidade e as ações de visita domiciliar,
I - Não houver alimentação regular, por parte dos mu- em qual(ais) UBS. O NASF será cadastrado SCNES de
nicípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados nacio- acordo com o número de equipes que a ele está vincu-
nais de informação, relacionados na portaria no. 3462 de lado.
11 de novembro de 2010; e
II-Forem detectados, por meio de auditoria federal ANEXO III
ou estadual, malversação ou desvio de finalidade na uti- SOLICITAÇÃO RETROATIVA DE COMPLEMENTA-
lização dos recursos. ÇÃO DO REPASSE DOS INCENTIVOS FINANCEIROS
A suspensão será mantida até a adequação das irre- UF: __________MUNICÍPIO:__________________
gularidades identificadas. CÓDIGO IBGE: _________________COMPETÊN-
ANEXO II CIA(S):____________
O projeto de implantação das equipes de Saúde da TIPO DE INCENTIVO:_______ESF ( )__________
Família e/ou equipes de saúde bucal, equipes de agen- ACS ( )_____________ESB mod.___________I ( )
tes comunitários, das Equipes de atenção básica para ___________II ( )____________
populações específicas e dos Núcleos de apoio a saúde UOM ( )____________ESFPR ( )____________ES-
da família deve conter: FPRSB ( )____________ESFF ( )__________ESFFSB (
I - O território a ser coberto, com estimativa da po- )__________
pulação residente, definição do número de equipes que NASF tipo___________I ( )_____________ II ( )
deverão atuar e com o mapeamento das áreas; CÓDIGO DO CNES:____________________
II - Infraestrutura incluindo área física, equipamen- IDENTIFICAÇÃO DA EQUI-
tos e materiais disponíveis nas UBS onde atuarão as PE:________________________
equipes, explicitando o número e o local das unidades MOTIVO DO NÃO CADASTRAMENTO NO SISTE-
onde irão atuar cada uma das equipes; MA:_______________________
III - O fluxo dos usuários para garantia da referência
e contra-referência e cuidado em outros pontos de aten- NOME DOS CATEGORIA CPF
ção, incluindo apoio diagnóstico laboratorial e de ima- PROFISSIONAIS PROFISSIONAL
gem, levando em conta os padrões mínimos de oferta
de serviços de acordo com RENASES e protocolos es-
tabelecidos pelos municípios, estados e pelo Ministério
IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE: Identificação da equipe
da Saúde;
através do nome por ela utilizado.
IV - A proposta para garantia da assistência farma-
TIPO DE INCENTIVO: Marcar se é relativo à equipe
cêutica básica;
de Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde,
V - Descrição das principais ações a serem desen- equipe de Saúde Bucal modalidade I ou II, Unidade Odon-
volvidas pelas equipes no âmbito da Atenção Básica, tológica Móvel, equipe de Saúde da Familia População
especialmente nas áreas prioritárias definidas no âmbito Ribeirinha, equipe de Saúde da Família População Ribeiri-
nacional; nha com Saúde Bucal, equipe de Saúde da Família Fluvial,
VI - Processo de gerenciamento e apoio institucional equipe de Saúde da Família Fluvial com Saúde Bucal ou
ao trabalho das equipes; Núcleo de Apoio à Saúde da Família tipo I ou II.
VII -A forma de recrutamento, seleção e contratação RELAÇÃO DE PROFISSIONAIS: Nome completo de
dos profissionais das equipes, contemplando o cumpri- cada profissional integrante da equipe, que não gerou in-
mento da carga horária definida para cada profissional centivo.
das equipes; CATEGORIA PROFISSIONAL: Identificar a categoria
VIII - Implantação do sistema de Informação para de cada profissional listado na coluna anterior.
atenção básica vigente no momento da implantação da CPF: Informar o CPF dos profissionais das Equipes
equipe da Atenção Básica, incluindo recursos humanos que foram suspensas.
e materiais para operá-lo; DATA: ___/___/______________________________
IX - Processo de avaliação do trabalho das equipes ____________________________
e a forma de acompanhamento dos indicadores da Aten- SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚ-
ção Básica; DE:____________________ SECRETÁRIO DE SAÚDE
X - A contrapartida de recursos dos municípios e do DO ESTADO:
Distrito Federal; e
XI - No caso das equipes do NASF: os profissionais
que vão compor os NASF, incluindo as justificativas da
escolha, as identificação das Equipes que cada núcleo

Políticas Públicas de Saúde 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de


2. ESTATUTO DO IDOSO. BRASIL. LEI N° negligência, discriminação, violência, crueldade ou opres-
10.741, DE 1° DE OUTUBRO DE 2003. DISPÕE são, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omis-
SOBRE O ESTATUTO DO IDOSO E DÁ OUTRAS são, será punido na forma da lei.
PROVIDÊNCIAS. § 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação
aos direitos do idoso.
LEI N° 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. § 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem
da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providên- adotados.
cias. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Art. 5o A inobservância das normas de prevenção im-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: portará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos
TÍTULO I termos da lei.
Disposições Preliminares Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autori-
dade competente qualquer forma de violação a esta Lei que
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a re- tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
gular os direitos assegurados às pessoas com idade igual Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Fe-
ou superior a 60 (sessenta) anos. deral e Municipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção in- idoso, definidos nesta Lei.
tegral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para TÍTULO II
preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoa- DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
mento moral, intelectual, espiritual e social, em condições
de liberdade e dignidade. CAPÍTULO I
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da so- DO DIREITO À VIDA
ciedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com ab-
soluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da
ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao res- legislação vigente.
peito e à convivência familiar e comunitária. Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas
dada pela Lei nº 13.466, de 2017) sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável
I – atendimento preferencial imediato e individualizado e em condições de dignidade.
junto aos órgãos públicos e privados prestadores de servi-
ços à população; CAPÍTULO II
II – preferência na formulação e na execução de polí- DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
ticas sociais públicas específicas; DIGNIDADE
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas
áreas relacionadas com a proteção ao idoso; Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, asse-
IV – viabilização de formas alternativas de participa- gurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade,
ção, ocupação e convívio do idoso com as demais gera- como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, in-
ções; dividuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
V – priorização do atendimento do idoso por sua pró- § 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os
pria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto seguintes aspectos:
dos que não a possuam ou careçam de condições de ma- I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e
nutenção da própria sobrevivência; espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos II – opinião e expressão;
nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de III – crença e culto religioso;
serviços aos idosos; IV – prática de esportes e de diversões;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam V – participação na vida familiar e comunitária;
a divulgação de informações de caráter educativo sobre os VI – participação na vida política, na forma da lei;
aspectos biopsicossociais de envelhecimento; VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde § 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
e de assistência social locais. IX – prioridade no recebi- integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preserva-
mento da restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela ção da imagem, da identidade, da autonomia, de valores,
Lei nº 11.765, de 2008). ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade es- § 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso,
pecial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, vio-
necessidades sempre preferencialmente em relação aos lento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
demais idosos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017)

Políticas Pública de Saúde 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

CAPÍTULO III II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará


DOS ALIMENTOS representar por procurador legalmente constituído. (Incluí-
do pela Lei nº 12.896, de 2013)
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma § 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento
da lei civil. domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Se-
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o ido- guro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo
so optar entre os prestadores. serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição
celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor Pú- do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos
blico, que as referendará, e passarão a ter efeito de título sociais e de isenção tributária. (Incluído pela Lei nº 12.896,
executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil. de 2013)
(Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008) § 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem oitenta anos terão preferência especial sobre os demais
condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se idosos, exceto em caso de emergência. (Incluído pela Lei
ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistên- nº 13.466, de 2017).
cia social. Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é as-
segurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de
CAPÍTULO IV saúde proporcionar as condições adequadas para a sua
Do Direito à Saúde permanência em tempo integral, segundo o critério médi-
co.
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde
idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, responsável pelo tratamento conceder autorização para o
garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em con- acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilida-
junto articulado e contínuo das ações e serviços, para a de, justificá-la por escrito.
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas facul-
incluindo a atenção especial às doenças que afetam prefe- dades mentais é assegurado o direito de optar pelo trata-
rencialmente os idosos. mento de saúde que lhe for reputado mais favorável.
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso Parágrafo único. Não estando o idoso em condições
serão efetivadas por meio de: de proceder à opção, esta será feita:
I – cadastramento da população idosa em base territorial; I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambu- II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador
latórios; ou este não puder ser contatado em tempo hábil;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de
especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social; vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, familiar;
para a população que dele necessitar e esteja impossi-
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador
bilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados
ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o
e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem
fato ao Ministério Público.
fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos
Público, nos meios urbano e rural;
critérios mínimos para o atendimento às necessidades do
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontolo-
idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos pro-
gia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da
fissionais, assim como orientação a cuidadores familiares
saúde.
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, e grupos de autoajuda.
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de vio-
continuado, assim como próteses, órteses e outros recur- lência praticada contra idosos serão objeto de notificação
sos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos:
da idade. (Redação dada pela Lei nº 12.461, de 2011)
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limi- I – autoridade policial;
tação incapacitante terão atendimento especializado, nos II – Ministério Público;
termos da lei. III – Conselho Municipal do Idoso;
§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso en- IV – Conselho Estadual do Idoso;
fermo perante os órgãos públicos, hipótese na qual será V – Conselho Nacional do Idoso.
admitido o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº § 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência
12.896, de 2013) contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em lo-
I - quando de interesse do poder público, o agente pro- cal público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofri-
moverá o contato necessário com o idoso em sua residên- mento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei nº 12.461,
cia; ou (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013) de 2011)

Políticas Públicas de Saúde 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compul- Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em
sória prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei no concurso público será a idade, dando-se preferência ao de
6.259, de 30 de outubro de 1975. (Incluído pela Lei nº idade mais elevada.
12.461, de 2011) Art. 28. O Poder Público criará e estimulará progra-
mas de:
CAPÍTULO V I – profissionalização especializada para os idosos,
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer aproveitando seus potenciais e habilidades para ativida-
des regulares e remuneradas;
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, espor- II – preparação dos trabalhadores para a aposenta-
te, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que doria, com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio
respeitem sua peculiar condição de idade. de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus inte-
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de resses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de
acesso do idoso à educação, adequando currículos, me- cidadania;
todologias e material didático aos programas educacionais III – estímulo às empresas privadas para admissão de
a ele destinados. idosos ao trabalho.
§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão con-
teúdo relativo às técnicas de comunicação, computação e CAPÍTULO VII
demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida Da Previdência Social
moderna.
§ 2o Os idosos participarão das comemorações de ca- Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do
ráter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimen- Regime Geral da Previdência Social observarão, na sua
tos e vivências às demais gerações, no sentido da preser- concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real
vação da memória e da identidade culturais. dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos ter-
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de mos da legislação vigente.
ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao pro- Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manu-
cesso de envelhecimento, ao respeito e à valorização do tenção serão reajustados na mesma data de reajuste do sa-
idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhe- lário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas da-
cimentos sobre a matéria. tas de início ou do seu último reajustamento, com base em
Art. 23. A participação dos idosos em atividades cultu- percentual definido em regulamento, observados os critérios
rais e de lazer será proporcionada mediante descontos de estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.
pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para Art. 30. A perda da condição de segurado não será
eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem considerada para a concessão da aposentadoria por ida-
como o acesso preferencial aos respectivos locais. de, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
ou horários especiais voltados aos idosos, com finalidade carência na data de requerimento do benefício.
informativa, educativa, artística e cultural, e ao público so- Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício pre-
bre o processo de envelhecimento. visto no caput observará o disposto no caput e § 2o do
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão art. 3o da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou,
às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo não havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir
da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou da competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da
a distância, constituídos por atividades formais e não for- Lei no 8.213, de 1991.
mais. (Redação dada pela lei nº 13.535, de 2017) Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefí-
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de cios, efetuado com atraso por responsabilidade da Previ-
universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará dência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado
a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral
editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, con- de Previdência Social, verificado no período compreendido
siderada a natural redução da capacidade visual. (Incluído entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo
pela lei nº 13.535, de 2017) pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a
CAPÍTULO VI data-base dos aposentados e pensionistas.
Da Profissionalização e do Trabalho
CAPÍTULO VIII
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade Da Assistência Social
profissional, respeitadas suas condições físicas, intelec-
tuais e psíquicas. Art. 33. A assistência social aos idosos será presta-
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho da, de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes
ou emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política
máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
os casos em que a natureza do cargo o exigir. normas pertinentes.

Políticas Pública de Saúde 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) IV – critérios de financiamento compatíveis com os ren-
anos, que não possuam meios para prover sua subsistên- dimentos de aposentadoria e pensão.
cia, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da para atendimento a idosos devem situar-se, preferencialmen-
Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto te, no pavimento térreo. (Incluído pela Lei nº 12.419, de 2011)
nº 6.214, de 2007)
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer CAPÍTULO X
membro da família nos termos do caput não será compu- Do Transporte
tado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a
que se refere a Loas. Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos
casalar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos e es-
serviços com a pessoa idosa abrigada. peciais, quando prestados paralelamente aos serviços regu-
§ 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casalar, é lares.
facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da § 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso
entidade. apresente qualquer documento pessoal que faça prova de
§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Mu- sua idade.
nicipal da Assistência Social estabelecerá a forma de partici- § 2o Nos veículos de transporte coletivo de que tra-
pação prevista no § 1o, que não poderá exceder a 70% (se- ta este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos
tenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assentos para os idosos, devidamente identificados com a
assistência social percebido pelo idoso. placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu repre- § 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etá-
sentante legal firmar o contrato a que se refere o caput deste ria entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará
artigo. a critério da legislação local dispor sobre as condições para
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos
social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependên- no caput deste artigo.
cia econômica, para os efeitos legais. (Vigência) Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual
observar-se-á, nos termos da legislação específica: (Regu-
CAPÍTULO IX lamento) (Vide Decreto nº 5.934, de 2006)
Da Habitação I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo
para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da -mínimos;
família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo,
no valor das passagens, para os idosos que excederem as
familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição
vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salá-
pública ou privada.
rios-mínimos.
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes defi-
de longa permanência será prestada quando verificada ine-
nir os mecanismos e os critérios para o exercício dos direi-
xistência de grupo familiar, casalar, abandono ou carência de
tos previstos nos incisos I e II.
recursos financeiros próprios ou da família.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos
§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso
termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos
fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena
estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser
de interdição, além de atender toda a legislação pertinente. posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas idoso.
a manter padrões de habitação compatíveis com as neces- Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do
sidades deles, bem como provê-los com alimentação regular idoso nos procedimentos de embarque e desembarque nos
e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas veículos do sistema de transporte coletivo. (Redação dada
condizentes, sob as penas da lei. pela Lei nº 12.899, de 2013)
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou sub-
sidiados com recursos públicos, o idoso goza de prioridade TÍTULO III
na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o Das Medidas de Proteção
seguinte:
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unida- CAPÍTULO I
des habitacionais residenciais para atendimento aos idosos; Das Disposições Gerais
(Redação dada pela Lei nº 12.418, de 2011)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis
voltados ao idoso; sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem amea-
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísti- çados ou violados:
cas, para garantia de acessibilidade ao idoso; I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

Políticas Públicas de Saúde 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou CAPÍTULO II


entidade de atendimento; Das Entidades de Atendimento ao Idoso
III – em razão de sua condição pessoal.
Art. 48. As entidades de atendimento são responsá-
CAPÍTULO II veis pela manutenção das próprias unidades, observadas
Das Medidas Específicas de Proteção as normas de planejamento e execução emanadas do ór-
gão competente da Política Nacional do Idoso, conforme a
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nes- Lei no 8.842, de 1994.
ta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, Parágrafo único. As entidades governamentais e não-
e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o -governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. inscrição de seus programas, junto ao órgão competente
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa
art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a reque- Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Na-
rimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as se- cional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de aten-
guintes medidas: dimento, observados os seguintes requisitos:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante I – oferecer instalações físicas em condições adequa-
termo de responsabilidade; das de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporá- II – apresentar objetivos estatutários e plano de traba-
rios; lho compatíveis com os princípios desta Lei;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em re- III – estar regularmente constituída;
gime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar; IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de
auxílio, orientação e tratamento a usuários dependentes institucionalização de longa permanência adotarão os se-
de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa guintes princípios:
de sua convivência que lhe cause perturbação; I – preservação dos vínculos familiares;
V – abrigo em entidade; II – atendimento personalizado e em pequenos gru-
VI – abrigo temporário. pos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo
TÍTULO IV em caso de força maior;
Da Política de Atendimento ao Idoso IV – participação do idoso nas atividades comunitá-
rias, de caráter interno e externo;
CAPÍTULO I V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
Disposições Gerais VI – preservação da identidade do idoso e ofereci-
mento de ambiente de respeito e dignidade.
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora
por meio do conjunto articulado de ações governamentais de atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente
e não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem pre-
Federal e dos Municípios. juízo das sanções administrativas.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento: Art. 50. Constituem obrigações das entidades de aten-
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, dimento:
de 4 de janeiro de 1994; I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço
II – políticas e programas de assistência social, em com o idoso, especificando o tipo de atendimento, as obri-
caráter supletivo, para aqueles que necessitarem; gações da entidade e prestações decorrentes do contrato,
III – serviços especiais de prevenção e atendimento com os respectivos preços, se for o caso;
às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, II – observar os direitos e as garantias de que são
crueldade e opressão; titulares os idosos;
IV – serviço de identificação e localização de parentes III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e
ou responsáveis por idosos abandonados em hospitais e alimentação suficiente;
instituições de longa permanência; IV – oferecer instalações físicas em condições ade-
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa quadas de habitabilidade;
dos direitos dos idosos; V – oferecer atendimento personalizado;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da par- VI – diligenciar no sentido da preservação dos víncu-
ticipação dos diversos segmentos da sociedade no atendi- los familiares;
mento do idoso. VII – oferecer acomodações apropriadas para recebi-
mento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a ne-
cessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas,
culturais e de lazer;

Políticas Pública de Saúde 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

X – propiciar assistência religiosa àqueles que deseja- § 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer
rem, de acordo com suas crenças; tipo de fraude em relação ao programa, caberá o afasta-
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso; mento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade
XII – comunicar à autoridade competente de saúde e a suspensão do programa.
toda ocorrência de idoso portador de doenças infectocon- § 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas
tagiosas; públicas ocorrerá quando verificada a má aplicação ou des-
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público vio de finalidade dos recursos.
requisite os documentos necessários ao exercício da cida- § 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendi-
dania àqueles que não os tiverem, na forma da lei; mento, que coloque em risco os direitos assegurados nesta
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens mó- Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público, para as
veis que receberem dos idosos; providências cabíveis, inclusive para promover a suspen-
XV – manter arquivo de anotações onde constem data são das atividades ou dissolução da entidade, com a proi-
e circunstâncias do atendimento, nome do idoso, respon- bição de atendimento a idosos a bem do interesse público,
sável, parentes, endereços, cidade, relação de seus per- sem prejuízo das providências a serem tomadas pela Vigi-
tences, bem como o valor de contribuições, e suas alte- lância Sanitária.
rações, se houver, e demais dados que possibilitem sua § 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas
identificação e a individualização do atendimento; a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as provi- que dela provierem para o idoso, as circunstâncias agra-
dências cabíveis, a situação de abandono moral ou mate- vantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.
rial por parte dos familiares; CAPÍTULO IV
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com Das Infrações Administrativas
formação específica.
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucra- Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as
tivos prestadoras de serviço ao idoso terão direito à assis- determinações do art. 50 desta Lei:
tência judiciária gratuita. Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
3.000,00 (três mil reais), se o fato não for caracterizado como
CAPÍTULO III crime, podendo haver a interdição do estabelecimento até que
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento sejam cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimen-
Art. 52. As entidades governamentais e não-governa- to de longa permanência, os idosos abrigados serão transfe-
mentais de atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos ridos para outra instituição, a expensas do estabelecimento
Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitá- interditado, enquanto durar a interdição.
ria e outros previstos em lei. Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável
Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a por estabelecimento de saúde ou instituição de longa perma-
vigorar com a seguinte redação: nência de comunicar à autoridade competente os casos de
“Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o crimes contra idoso de que tiver conhecimento:
desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das 3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no caso de rein-
respectivas instâncias político-administrativas.» (NR) cidência.
Art. 54. Será dada publicidade das prestações de con- Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei so-
tas dos recursos públicos e privados recebidos pelas enti- bre a prioridade no atendimento ao idoso:
dades de atendimento. Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
Art. 55. As entidades de atendimento que descumpri- 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz,
rem as determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem pre- conforme o dano sofrido pelo idoso.
juízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes
ou prepostos, às seguintes penalidades, observado o devi- CAPÍTULO V
do processo legal: Da Apuração Administrativa de Infração
I – as entidades governamentais: às Normas de Proteção ao Idoso
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes; Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; serão atualizados anualmente, na forma da lei.
d) fechamento de unidade ou interdição de programa; Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade
II – as entidades não-governamentais: administrativa por infração às normas de proteção ao idoso
a) advertência; terá início com requisição do Ministério Público ou auto de in-
b) multa; fração elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível,
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas por duas testemunhas.
públicas; § 1o No procedimento iniciado com o auto de infração
d) interdição de unidade ou suspensão de programa; poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a
e) proibição de atendimento a idosos a bem do inte- natureza e as circunstâncias da infração.
resse público.

Políticas Públicas de Saúde 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 2o Sempre que possível, à verificação da infração se- TÍTULO V


guir-se-á a lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24 Do Acesso à Justiça
(vinte e quatro) horas, por motivo justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a CAPÍTULO I
apresentação da defesa, contado da data da intimação, que Disposições Gerais
será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições
lavrado na presença do infrator; deste Capítulo, o procedimento sumário previsto no Código
II – por via postal, com aviso de recebimento. de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos pre-
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a vistos nesta Lei.
autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializa-
sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das pro- das e exclusivas do idoso.
vidências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos
ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
processos e procedimentos e na execução dos atos e dili-
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida
gências judiciais em que figure como parte ou interveniente
ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade compe-
pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos,
tente aplicará à entidade de atendimento as sanções regula-
mentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências que em qualquer instância.
vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais § 1o O interessado na obtenção da prioridade a que
instituições legitimadas para a fiscalização. alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o
CAPÍTULO VI benefício à autoridade judiciária competente para decidir o
Da Apuração Judicial de Irregularidades feito, que determinará as providências a serem cumpridas,
em Entidade de Atendimento anotando-se essa circunstância em local visível nos autos
do processo.
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento § 2o A prioridade não cessará com a morte do benefi-
administrativo de que trata este Capítulo as disposições das ciado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, com-
Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de panheiro ou companheira, com união estável, maior de 60
janeiro de 1999. (sessenta) anos.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade § 3o A prioridade se estende aos processos e proce-
em entidade governamental e não-governamental de aten- dimentos na Administração Pública, empresas prestadoras
dimento ao idoso terá início mediante petição fundamenta- de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendi-
da de pessoa interessada ou iniciativa do Ministério Público. mento preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade ju- Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de
diciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente Assistência Judiciária.
o afastamento provisório do dirigente da entidade ou outras § 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao
medidas que julgar adequadas, para evitar lesão aos direi- idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados
tos do idoso, mediante decisão fundamentada. com a destinação a idosos em local visível e caracteres le-
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no gíveis.
prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo § 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á priorida-
juntar documentos e indicar as provas a produzir. de especial aos maiores de oitenta anos. (Incluído pela Lei
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na con- nº 13.466, de 2017).
formidade do art. 69 ou, se necessário, designará audiência
de instrução e julgamento, deliberando sobre a necessida- CAPÍTULO II
de de produção de outras provas. Do Ministério Público
§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o
Ministério Público terão 5 (cinco) dias para oferecer alega- Art. 72. (VETADO)
ções finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nes-
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou defi- ta Lei, serão exercidas nos termos da respectiva Lei Orgâ-
nitivo de dirigente de entidade governamental, a autoridade nica.
judiciária oficiará a autoridade administrativa imediatamen- Art. 74. Compete ao Ministério Público:
te superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para
quatro) horas para proceder à substituição. a proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos, in-
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autorida- dividuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;
de judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregu- II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de
laridades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo interdição total ou parcial, de designação de curador especial,
será extinto, sem julgamento do mérito. em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos
§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigen- os feitos em que se discutam os direitos de idosos em condi-
te da entidade ou ao responsável pelo programa de aten- ções de risco;
dimento.

Políticas Pública de Saúde 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


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III – atuar como substituto processual do idoso em si- Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as
tuação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei; ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegu-
IV – promover a revogação de instrumento procuratório rados ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento
do idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quan- insatisfatório de:
do necessário ou o interesse público justificar; I – acesso às ações e serviços de saúde;
V – instaurar procedimento administrativo e, para ins- II – atendimento especializado ao idoso portador de
truí-lo: deficiência ou com limitação incapacitante;
a) expedir notificações, colher depoimentos ou escla- III – atendimento especializado ao idoso portador de
recimentos e, em caso de não comparecimento injustificado doença infectocontagiosa;
da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, inclu- IV – serviço de assistência social visando ao amparo
sive pela Polícia Civil ou Militar; do idoso.
b) requisitar informações, exames, perícias e docu- Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo
mentos de autoridades municipais, estaduais e federais, da não excluem da proteção judicial outros interesses difusos,
administração direta e indireta, bem como promover inspe- coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, pró-
ções e diligências investigatórias; prios do idoso, protegidos em lei.
c) requisitar informações e documentos particulares de Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão pro-
instituições privadas; postas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá com-
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências inves- petência absoluta para processar a causa, ressalvadas as
tigatórias e a instauração de inquérito policial, para a apura- competências da Justiça Federal e a competência originária
ção de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao idoso; dos Tribunais Superiores.
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses
legais assegurados ao idoso, promovendo as medidas judi- difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogê-
ciais e extrajudiciais cabíveis; neos, consideram-se legitimados, concorrentemente:
VIII – inspecionar as entidades públicas e particula- I – o Ministério Público;
res de atendimento e os programas de que trata esta Lei, II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais cípios;
necessárias à remoção de irregularidades porventura veri- III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
ficadas; IV – as associações legalmente constituídas há pelo
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins institucio-
dos serviços de saúde, educacionais e de assistência so- nais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa,
cial, públicos, para o desempenho de suas atribuições; dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia
X – referendar transações envolvendo interesses e di- autorização estatutária.
reitos dos idosos previstos nesta Lei. § 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Mi-
§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações nistérios Públicos da União e dos Estados na defesa dos
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas interesses e direitos de que cuida esta Lei.
mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei. § 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não ex- associação legitimada, o Ministério Público ou outro legiti-
cluem outras, desde que compatíveis com a finalidade e mado deverá assumir a titularidade ativa.
atribuições do Ministério Público. Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos prote-
§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício gidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de
de suas funções, terá livre acesso a toda entidade de aten- ação pertinentes.
dimento ao idoso. Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de au-
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não
toridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hi-
e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que
póteses em que terá vista dos autos depois das partes, po-
se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
dendo juntar documentos, requerer diligências e produção
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
de outras provas, usando os recursos cabíveis.
obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela es-
Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer
pecífica da obrigação ou determinará providências que asse-
caso, será feita pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público gurem o resultado prático equivalente ao adimplemento.
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício § 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e ha-
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado. vendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é
lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justifi-
CAPÍTULO III cação prévia, na forma do art. 273 do Código de Processo
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Cole- Civil.
tivos e Individuais Indisponíveis ou Homogêneos § 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença,
impor multa diária ao réu, independentemente do pedido
Art. 78. As manifestações processuais do representan- do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
te do Ministério Público deverão ser fundamentadas. fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

Políticas Públicas de Saúde 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em § 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arqui-
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida vamento, pelo Conselho Superior do Ministério Público
desde o dia em que se houver configurado. ou por Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei re- Público, as associações legitimadas poderão apresentar
verterão ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta deste, razões escritas ou documentos, que serão juntados ou
ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando vincula- anexados às peças de informação.
dos ao atendimento ao idoso. § 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trin- Coordenação e Revisão do Ministério Público de homo-
ta) dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigi- logar a promoção de arquivamento, será designado ou-
das por meio de execução promovida pelo Ministério Públi- tro membro do Ministério Público para o ajuizamento da
co, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais ação.
legitimados em caso de inércia daquele.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos TÍTULO VI
recursos, para evitar dano irreparável à parte. Dos Crimes
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impu-
ser condenação ao Poder Público, o juiz determinará a re- CAPÍTULO I
messa de peças à autoridade competente, para apuração Disposições Gerais
da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão. Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber,
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em as disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
julgado da sentença condenatória favorável ao idoso sem Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena má-
que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Mi- xima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos,
nistério Público, facultada, igual iniciativa aos demais legi- aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
timados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as
caso de inércia desse órgão. disposições do Código Penal e do Código de Processo Pe-
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não nal. (Vide ADI 3.096-5 - STF)
haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorá-
rios periciais e quaisquer outras despesas. CAPÍTULO II
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Mi- Dos Crimes em Espécie
nistério Público.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deve-
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pe-
rá, provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-
nal pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts.
-lhe informações sobre os fatos que constituam objeto
181 e 182 do Código Penal.
de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou di-
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e
ficultando seu acesso a operações bancárias, aos meios
tribunais, no exercício de suas funções, quando tiverem
de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro
conhecimento de fatos que possam configurar crime de
ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania,
ação para sua defesa, devem encaminhar as peças per- por motivo de idade:
tinentes ao Ministério Público, para as providências ca- Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
bíveis. § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humi-
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado lhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qual-
poderá requerer às autoridades competentes as certi- quer motivo.
dões e informações que julgar necessárias, que serão § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a
fornecidas no prazo de 10 (dez) dias. vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob do agente.
sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando
pessoa, organismo público ou particular, certidões, infor- possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminen-
mações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o te perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência
qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias. à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o
§ 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas to- socorro de autoridade pública:
das as diligências, se convencer da inexistência de fun- Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
damento para a propositura da ação civil ou de peças multa.
informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se
fundamentadamente. da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e tri-
§ 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de in- plicada, se resulta a morte.
formação arquivados serão remetidos, sob pena de se Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saú-
incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao de, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou
Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de não prover suas necessidades básicas, quando obrigado
Coordenação e Revisão do Ministério Público. por lei ou mandado:

Políticas Pública de Saúde 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
multa. Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física sem discernimento de seus atos, sem a devida representa-
ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desuma- ção legal:
nas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o
a trabalho excessivo ou inadequado: TÍTULO VII
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e Disposições Finais e Transitórias
multa.
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza gra- Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do
ve: Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e mul-
§ 2o Se resulta a morte: ta.
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 de 1940, Código Penal, passa a vigorar com as seguintes
(seis) meses a 1 (um) ano e multa: alterações:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público “Art. 61. .........................................................................
por motivo de idade; ...
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou ............................................................................
trabalho; II - ............................................................................
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou dei- ............................................................................
xar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pes- h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo
soa idosa; ou mulher grávida;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo .............................................................................” (NR)
motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil “Art. 121. .......................................................................
a que alude esta Lei; .....
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispen- ............................................................................
sáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3
requisitados pelo Ministério Público. (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
ações em que for parte ou interveniente o idoso: consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
multa. de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa me-
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, nor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes .............................................................................” (NR)
aplicação diversa da de sua finalidade: “Art. 133. .......................................................................
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. .....
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do ............................................................................
idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procu- § 3o ............................................................................
ração à entidade de atendimento: ............................................................................
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.» (NR)
multa. “Art. 140. .......................................................................
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária .....
relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem ............................................................................
como qualquer outro documento com objetivo de assegurar § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
recebimento ou ressarcimento de dívida: referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
multa. ............................................................................ (NR)
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comu- “Art. 141. .......................................................................
nicação, informações ou imagens depreciativas ou injurio- .....
sas à pessoa do idoso: ............................................................................
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou por-
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de tadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
seus atos a outorgar procuração para fins de administração .............................................................................” (NR)
de bens ou deles dispor livremente: “Art. 148. .......................................................................
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. .....
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, ............................................................................
contratar, testar ou outorgar procuração: § 1o............................................................................

Políticas Públicas de Saúde 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao
agente ou maior de 60 (sessenta) anos. Fundo Nacional de Assistência Social, até que o Fundo Na-
............................................................................” (NR) cional do Idoso seja criado, os recursos necessários, em cada
“Art. 159......................................................................... exercício financeiro, para aplicação em programas e ações
... relativos ao idoso.
............................................................................ Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) relativos à população idosa do País.
horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso
de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando Nacional projeto de lei revendo os critérios de concessão do
ou quadrilha. Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica
............................................................................” (NR) da Assistência Social, de forma a garantir que o acesso ao
“Art. 183......................................................................... direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento só-
... cio-econômico alcançado pelo País.
............................................................................ Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa)
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual dias da sua publicação, ressalvado o disposto no caput do art.
ou superior a 60 (sessenta) anos.» (NR) 36, que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.
“Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsis- Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 11
tência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou
inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior
de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos 3. PACTO PELA SAÚDE 2006 E CONSOLIDA-
necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia ÇÃO DO SUS. BRASIL. PORTARIA N° 399/GM/
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa MS, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006. DIVULGA O
causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente PACTO PELA SAÚDE 2006 - CONSOLIDAÇÃO
enfermo: DO SUS E APROVA AS DIRETRIZES OPERA-
............................................................................” (NR) CIONAIS DO REFERIDO PACTO.
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de ou- 5o da República.
tubro de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar
acrescido do seguinte parágrafo único: Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação
“Art. 21............................................................................ do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido
............................................................................ Pacto.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até
a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR) O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no
Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de uso de suas atribuições, e
7 de abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação: Considerando o disposto no art. 198 da Constituição Fe-
“Art. 1o ............................................................................ deral de 1988, que estabelece as ações e serviços públicos
............................................................................ que integram uma rede regionalizada e hierarquizada e cons-
§ 4o ............................................................................ tituem o Sistema Único de Saúde - SUS;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por- Considerando o art. 7º da Lei nº 8080/90 dos princípios e
tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) diretrizes do SUS de universalidade do acesso, integralidade
anos; da atenção e descentralização político-administrativa com di-
............................................................................” (NR) reção única em cada esfera de governo;
Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de Considerando a necessidade de qualificar e implementar
outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte redação: o processo de descentralização, organização e gestão do SUS
“Art. 18............................................................................ à luz da evolução do processo de pactuação intergestores;
III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar Considerando a necessidade do aprimoramento do pro-
a menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade cesso de pactuação intergestores objetivando a qualificação,
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por o aperfeiçoamento e a definição das responsabilidades sanitá-
qualquer causa, diminuída ou suprimida a capacidade de dis- rias e de gestão entre os entes federados no âmbito do SUS;
cernimento ou de autodeterminação: Considerando a necessidade de definição de compro-
............................................................................” (NR) misso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que
Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de apresentem impacto sobre a situação de saúde da população
2000, passa a vigorar com a seguinte redação: brasileira;
“Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos Considerando o compromisso com a consolidação e o
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestan- avanço do processo de Reforma Sanitária Brasileira, explici-
tes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de tada na defesa dos princípios do SUS;
colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei.» (NR) Considerando a aprovação das Diretrizes Operacionais
do Pacto pela Saúde em 2006 – Consolidação do SUS na
reunião da Comissão Intergestores Tripartite realizada no dia
26 de janeiro de 2006; e

Políticas Pública de Saúde 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Considerando a aprovação das Diretrizes Operacionais dades articuladas e integradas nos três componentes: Pac-
do Pacto pela Saúde em 2006 – Consolidação do SUS, na to pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão
reunião do Conselho Nacional de Saúde realizada no dia 9 de do SUS.
fevereiro de 2006, resolve: Estas prioridades são expressas em objetivos e metas
Art. 1º - Dar divulgação ao Pacto pela Saúde 2006 – Con- no Termo de Compromisso de Gestão e estão detalhadas
solidação do SUS, na forma do Anexo I a esta portaria. no documento Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde
Art 2º - Aprovar as Diretrizes Operacionais do Pacto pela 2006
Saúde em 2006 – Consolidação do SUS com seus três com-
ponentes: Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, I – O PACTO PELA VIDA:
na forma do Anexo II a esta Portaria.
Art. 3º - Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de
Compromisso de Gestão constante nas Diretrizes Operacio- compromissos sanitários, expressos em objetivos de pro-
nais do Pacto pela Saúde 2006, as mesmas prerrogativas e cessos e resultados e derivados da análise da situação de
responsabilidades dos municípios e estados que estão habi- saúde do País e das prioridades definidas pelos governos
litados em Gestão Plena do Sistema, conforme estabelecido federal, estaduais e municipais.
na Norma Operacional Básica - NOB SUS 01/96 e na Norma Significa uma ação prioritária no campo da saúde que
Operacional da Assistência à Saúde - NOAS SUS 2002. deverá ser executada com foco em resultados e com a ex-
Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu- plicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e
blicação. financeiros para o alcance desses resultados.
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos
ANEXO I para 2006 são:
PACTO PELA SAÚDE 2006
Consolidação do SUS SAÚDE DO IDOSO:

O Sistema Único de Saúde - SUS é uma política pública Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Ido-
que acaba de completar uma década e meia de existência. sa, buscando a atenção integral.
Nesses poucos anos, foi construído no Brasil, um sólido
sistema de saúde que presta bons serviços à população CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA:
brasileira. Contribuir para a redução da mortalidade por câncer de
O SUS tem uma rede de mais de 63 mil unidades am- colo do útero e de mama.
bulatoriais e de cerca de 6 mil unidades hospitalares, com
mais de 440 mil leitos. Sua produção anual é aproximada- MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA:
mente de 12 milhões de internações hospitalares; 1 bilhão Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil
de procedimentos de atenção primária à saúde; 150 milhões por doença diarréica e por pneumonias.
de consultas médicas; 2 milhões de partos; 300 milhões de
exames laboratoriais; 132 milhões de atendimentos de alta DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊN-
complexidade e 14 mil transplantes de órgãos. Além de ser FASE NA DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE,
o segundo país do mundo em número de transplantes, o MALÁRIA E INFLUENZA
Brasil é reconhecido internacionalmente pelo seu progresso
no atendimento universal às Doenças Sexualmente Trans- Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de
missíveis/AIDS, na implementação do Programa Nacional saúde às doenças emergentes e endemias.
de Imunização e no atendimento relativo à Atenção Básica.
O SUS é avaliado positivamente pelos que o utilizam roti- PROMOÇÃO DA SAÚDE:
neiramente e está presente em todo território nacional.
Ao longo de sua história houve muitos avanços e tam- Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção
bém desafios permanentes a superar. Isso tem exigido, dos da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por
gestores do SUS, um movimento constante de mudanças, parte da população brasileira, de forma a internalizar a res-
pela via das reformas incrementais. Contudo, esse modelo ponsabilidade individual da prática de atividade física regu-
parece ter se esgotado, de um lado, pela dificuldade de im- la,r alimentação saudável e combate ao tabagismo.
porem-se normas gerais a um país tão grande e desigual;
de outro, pela sua fixação em conteúdos normativos de ca- ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
ráter técnico-processual, tratados, em geral, com detalha-
mento excessivo e enorme complexidade. Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, como modelo de atenção básica à saúde e como centro
os gestores do SUS assumem o compromisso público da ordenador das redes de atenção à saúde do SUS.
construção do PACTO PELA SAÚDE 2006, que será anual-
mente revisado, com base nos princípios constitucionais do
SUS, ênfase nas necessidades de saúde da população e
que implicará o exercício simultâneo de definição de priori-

Políticas Públicas de Saúde 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

II – O PACTO EM DEFESA DO SUS: -DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABI-


LIDADE SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e SUS: federal, estadual e municipal, superando o atual pro-
articuladas pelas três instâncias federativas no sentido de cesso de habilitação.
reforçar o SUS como política de Estado mais do que política -ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO
de governos; e de defender, vigorosamente, os princípios DO SUS, com ênfase na Descentralização; Regionaliza-
basilares dessa política pública, inscritos na Constituição ção; Financiamento; Programação Pactuada e Integrada;
Federal. Regulação; Participação e Controle Social; Planejamento;
A concretização desse Pacto passa por um movimen- Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.
to de repolitização da saúde, com uma clara estratégia de Este PACTO PELA SAÚDE 2006 aprovado pelos gesto-
mobilização social envolvendo o conjunto da sociedade res do SUS na reunião da Comissão Intergestores Tripartite
brasileira, extrapolando os limites do setor e vinculada ao do dia 26 de janeiro de 2006, é abaixo assinado pelo Minis-
processo de instituição da saúde como direito de cidada- tro da Saúde, o Presidente do Conselho Nacional de Secre-
nia, tendo o financiamento público da saúde como um dos tários de Saúde - CONASS e o Presidente do Conselho Na-
pontos centrais. cional de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS e
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são: será operacionalizado por meio do documento de Diretrizes
-IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE Operacionais do Pacto pela Saúde 2006.
MOBILIZAÇÃO SOCIAL COM A FINALIDADE DE:
-Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS Ministério da Saúde
como sistema público universal garantidor desses direitos; Conselho Nacional de Secretários de Saúde-CO-
-Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emen- NASS
da Constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional; Conselho Nacional de Secretários Municipais de
-Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos Saúde-CONASEMS
orçamentários e financeiros para a saúde.
-Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orça- Anexo II
mentos das três esferas de gestão, explicitando o compro- DIRETRIZES OPERACIONAIS DO PACTO PELA
misso de cada uma delas. SAÚDE EM 2006 – CONSOLIDAÇÃO DO SUS
-ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS
DOS USUÁRIOS DO SUS Transcorridas quase duas décadas do processo de ins-
titucionalização do Sistema Único de Saúde, a sua implan-
III – O PACTO DE GESTÃO DO SUS tação e implementação evoluíram muito, especialmente em
O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades relação aos processos de descentralização e municipaliza-
claras de cada ente federado de forma a diminuir as com- ção das ações e serviços de saúde. O processo de descen-
petências concorrentes e a tornar mais claro quem deve tralização ampliou o contato do Sistema com a realidade
fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da social, política e administrativa do país e com suas especifi-
gestão compartilhada e solidária do SUS. cidades regionais, tornando-se mais complexo e colocando
Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o os gestores a frente de desafios que busquem superar a
Brasil é um país continental e com muitas diferenças e ini- fragmentação das políticas e programas de saúde através
qüidades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais da organização de uma rede regionalizada e hierarquizada
é necessário avançar na regionalização e descentralização de ações e serviços e da qualificação da gestão.
do SUS, a partir de uma unidade de princípios e uma diver- Frente a esta necessidade, o Ministério da Saúde, o
sidade operativa que respeite as singularidades regionais. Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e
Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribuições o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
do Ministério da Saúde para os estados, e para os municí- - CONASEMS, pactuaram responsabilidades entre os três
pios, promovendo um choque de descentralização, acom- gestores do SUS, no campo da gestão do Sistema e da
panhado da desburocratização dos processos normativos. atenção à saúde. O documento a seguir contempla o pac-
Reforça a territorialização da saúde como base para orga- to firmado entre os três gestores do SUS a partir de uma
nização dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e unidade de princípios que, guardando coerência com a di-
instituindo colegiados de gestão regional. versidade operativa, respeita as diferenças loco-regionais,
Reitera a importância da participação e do controle so- agrega os pactos anteriormente existentes, reforça a orga-
cial com o compromisso de apoio à sua qualificação. nização das regiões sanitárias instituindo mecanismos de
Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento co-gestão e planejamento regional, fortalece os espaços e
público tripartite: busca critérios de alocação eqüitativa dos mecanismos de controle social, qualifica o acesso da popu-
recursos; reforça os mecanismos de transferência fundo a lação a atenção integral à saúde, redefine os instrumentos
fundo entre gestores; integra em grandes blocos o financia- de regulação, programação e avaliação, valoriza a macro
mento federal e estabelece relações contratuais entre os função de cooperação técnica entre os gestores e propõe
entes federativos. um financiamento tripartite que estimula critérios de equida-
As prioridades do Pacto de Gestão são: de nas transferências fundo a fundo.

Políticas Pública de Saúde 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A implantação desse Pacto, nas suas três dimensões 2 - Ações estratégicas:


- Pacto pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa do Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Instrumento de
SUS - possibilita a efetivação de acordos entre as três es- cidadania com informações relevantes sobre a saúde da
feras de gestão do SUS para a reforma de aspectos insti- pessoa idosa, possibilitando um melhor acompanhamento
tucionais vigentes, promovendo inovações nos processos e por parte dos profissionais de saúde.
instrumentos de gestão que visam alcançar maior efetivida- Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa Ido-
de, eficiência e qualidade de suas respostas e ao mesmo sa - Para indução de ações de saúde, tendo por referên-
tempo, redefine responsabilidades coletivas por resultados cia as diretrizes contidas na Política Nacional de Saúde da
sanitários em função das necessidades de saúde da popu- Pessoa Idosa.
lação e na busca da equidade social. Programa de Educação Permanente à Distância - Im-
plementar programa de educação permanente na área do
I – PACTO PELA VIDA envelhecimento e saúde do idoso, voltado para profissio-
nais que trabalham na rede de atenção básica em saúde,
O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores contemplando os conteúdos específicos das repercussões
do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto do processo de envelhecimento populacional para a saúde
sobre a situação de saúde da população brasileira. individual e para a gestão dos serviços de saúde.
A definição de prioridades deve ser estabelecida atra- Acolhimento - Reorganizar o processo de acolhimento à
vés de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. pessoa idosa nas unidades de saúde, como uma das estra-
Prioridades estaduais ou regionais podem ser agregadas tégias de enfrentamento das dificuldades atuais de acesso.
às prioridades nacionais, conforme pactuação local. Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações que
Os estados/região/município devem pactuar as ações visem qualificar a dispensação e o acesso da população
necessárias para o alcance das metas e dos objetivos pro- idosa.
postos. Atenção Diferenciada na Internação - Instituir avaliação
São seis as prioridades pactuadas: geriátrica global realizada por equipe multidisciplinar, a toda
-Saúde do idoso; pessoa idosa internada em hospital que tenha aderido ao
-Controle do câncer de colo de útero e de mama; Programa de Atenção Domiciliar.
-Redução da mortalidade infantil e materna; Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade de pres-
-Fortalecimento da capacidade de respostas às doen- tação de serviços ao idoso, valorizando o efeito favorável
ças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, han- do ambiente familiar no processo de recuperação de pa-
seníase, tuberculose, malária e influenza; cientes e os benefícios adicionais para o cidadão e o siste-
-Promoção da Saúde; ma de saúde.
-Fortalecimento da Atenção Básica.
B– CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
A – SAÚDE DO IDOSO E DE MAMA:

Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a pes- 1 - Objetivos e metas para o Controle do Câncer de
soa com 60 anos ou mais. Colo de Útero:
1 - O trabalho nesta área deve seguir as seguintes di- -Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer
retrizes: do colo de útero, conforme protocolo, em 2006.
-Promoção do envelhecimento ativo e saudável; -Incentivo da realização da cirurgia de alta freqüência
-Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; técnica que utiliza um instrumental especial para a retirada
-Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralida- de lesões ou parte do colo uterino comprometidas (com le-
de da atenção; sões intra-epiteliais de alto grau) com menor dano possível,
-A implantação de serviços de atenção domiciliar; que pode ser realizada em ambulatório, com pagamento
-O acolhimento preferencial em unidades de saúde, diferenciado, em 2006.
respeitado o critério de risco; 2 – Metas para o Controle do Câncer de mama:
-Provimento de recursos capazes de assegurar quali- -Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, confor-
dade da atenção à saúde da pessoa idosa; me protocolo.
-Fortalecimento da participação social; -Realizar a punção em 100% dos casos necessários,
-Formação e educação permanente dos profissionais conforme protocolo.
de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa;
-Divulgação e informação sobre a Política Nacional de C – REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E IN-
Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gesto- FANTIL:
res e usuários do SUS;
-Promoção de cooperação nacional e internacional das 1 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade
experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; infantil
Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. -Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006.
-Reduzir em 50% os óbitos por doença diarréica e 20%
por pneumonia, em 2006.

Políticas Públicas de Saúde 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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-Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para F – FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA


a qualificação da atenção as doenças prevalentes.
-Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos 1 - Objetivos
municípios com população acima de 80.000 habitantes, em Assumir a estratégia de saúde da família como estra-
2006. tégia prioritária para o fortalecimento da atenção básica,
2 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade devendo seu desenvolvimento considerar as diferenças lo-
materna co-regionais.
-Reduzir em 5% a razão de mortalidade materna, em -Desenvolver ações de qualificação dos profissionais
2006. da atenção básica por meio de estratégias de educação
-Garantir insumos e medicamentos para tratamento das permanente e de oferta de cursos de especialização e resi-
síndromes hipertensivas no parto. dência multiprofissional e em medicina da família.
-Qualificar os pontos de distribuição de sangue para -Consolidar e qualificar a estratégia de saúde da família
que atendam as necessidades das maternidades e outros nos pequenos e médios municípios.
locais de parto. -Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da família
nos grandes centros urbanos.
D – FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE RES- -Garantir a infra-estrutura necessária ao funcionamento
POSTAS ÀS DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de recursos
COM ÊNFASE NA DENGUE, HANSENIASE, TUBERCU- materiais, equipamentos e insumos suficientes para o con-
LOSE, MALARIA E INFLUENZA. junto de ações propostas para esses serviços.
-Garantir o financiamento da Atenção Básica como res-
-Objetivos e metas para o Controle da Dengue ponsabilidade das três esferas de gestão do SUS.
-Plano de Contingência para atenção aos pacientes, -Aprimorar a inserção dos profissionais da Atenção Bá-
elaborado e implantado nos municípios prioritários, em sica nas redes locais de saúde, por meio de vínculos de
2006; trabalho que favoreçam o provimento e fixação dos profis-
sionais.
-Reduzir a menos de 1% a infestação predial por Aedes
-Implantar o processo de monitoramento e avaliação da
aegypti em 30% dos municípios prioritários ate 2006;
Atenção Básica nas três esferas de governo, com vistas à
2 - Meta para a Eliminação da Hanseníase:
qualificação da gestão descentralizada.
-Atingir o patamar de eliminação enquanto problema de
-Apoiar diferentes modos de organização e fortaleci-
saúde pública, ou seja, menos de 1 caso por 10.000 habi-
mento da Atenção Básica que considere os princípios da
tantes em todos os municípios prioritários, em 2006.
estratégia de Saúde da Família, respeitando as especifici-
3 - Metas para o Controle da Tuberculose:
dades loco-regionais.
-Atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de
tuberculose bacilífera diagnosticados a cada ano; II - PACTO EM DEFESA DO SUS
4- Meta para o Controle da Malária A – DIRETRIZES
-Reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na re-
gião da Amazônia Legal, em 2006; O trabalho dos gestores das três esferas de governo e
5 – Objetivo para o controle da Influenza dos outros atores envolvidos dentro deste Pacto deve con-
-Implantar plano de contingência, unidades sentinelas e siderar as seguintes diretrizes:
o sistema de informação - SIVEP-GRIPE, em 2006. Expressar os compromissos entre os gestores do SUS
com a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, expli-
E – PROMOÇÃO DA SAÚDE citada na defesa dos princípios do Sistema Único de Saúde
estabelecidos na Constituição Federal.
1 - Objetivos: Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de com-
-Elaborar e implementar uma Política de Promoção da petência e em conjunto com os demais gestores, que visem
Saúde, de responsabilidade dos três gestores; qualificar e assegurar o Sistema Único de Saúde como po-
-Enfatizar a mudança de comportamento da população lítica pública.
brasileira de forma a internalizar a responsabilidade indivi- 2 - O Pacto em Defesa do SUS deve se firmar através
dual da prática de atividade física regular, alimentação ade- de iniciativas que busquem:
quada e saudável e combate ao tabagismo; A repolitização da saúde, como um movimento que re-
-Articular e promover os diversos programas de promo-
toma a Reforma Sanitária Brasileira aproximando-a dos de-
ção de atividade física já existentes e apoiar a criação de
safios atuais do SUS;
outros;
A Promoção da Cidadania como estratégia de mobiliza-
-Promover medidas concretas pelo hábito da alimenta-
ção social tendo a questão da saúde como um direito;
ção saudável;
A garantia de financiamento de acordo com as necessi-
-Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção
dades do Sistema;
da Saúde que contemple as especificidades próprias dos
3 – Ações do Pacto em Defesa do SUS:
estados e municípios devendo iniciar sua implementação
As ações do Pacto em Defesa do SUS devem contem-
em 2006;
plar:

Políticas Pública de Saúde 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Articulação e apoio à mobilização social pela promoção Os principais instrumentos de planejamento da Regio-
e desenvolvimento da cidadania, tendo a questão da saúde nalização são o Plano Diretor de Regionalização – PDR, o
como um direito; Plano Diretor de Investimento – PDI e a Programação Pac-
Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos tuada e Integrada da Atenção em Saúde – PPI, detalhados
limites institucionais do SUS; no corpo deste documento.
Ampliação e fortalecimento das relações com os movi- O PDR deverá expressar o desenho final do processo
mentos sociais, em especial os que lutam pelos direitos da de identificação e reconhecimento das regiões de saúde,
saúde e cidadania; em suas diferentes formas, em cada estado e no Distrito
Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Federal, objetivando a garantia do acesso, a promoção da
Usuários do SUS; equidade, a garantia da integralidade da atenção, a qualifi-
Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso Nacio- cação do processo de descentralização e a racionalização
nal, com aprovação do PL nº 01/03, já aprovado e aprimo- de gastos e otimização de recursos.
rado em três comissões da Câmara dos Deputados; Para auxiliar na função de coordenação do processo
Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos or- de regionalização, o PDR deverá conter os desenhos das
çamentos das três esferas de gestão, explicitando o com- redes regionalizadas de atenção à saúde, organizadas den-
promisso de cada uma delas em ações e serviços de saúde tro dos territórios das regiões e macrorregiões de saúde,
de acordo com a Constituição Federal. em articulação com o processo da Programação Pactuada
Integrada.
III - PACTO DE GESTÃO O PDI deve expressar os recursos de investimentos
para atender as necessidades pactuadas no processo de
Estabelece Diretrizes para a gestão do sistema nos planejamento regional e estadual. No âmbito regional deve
aspectos da Descentralização; Regionalização; Financia- refletir as necessidades para se alcançar a suficiência na
mento; Planejamento; Programação Pactuada e Integrada atenção básica e parte da média complexidade da assis-
– PPI; Regulação; Participação Social e Gestão do Traba- tência, conforme desenho regional e na macrorregião no
lho e da Educação na Saúde. que se refere à alta complexidade. Deve contemplar tam-
bém as necessidades da área da vigilância em saúde e ser
DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS desenvolvido de forma articulada com o processo da PPI e
Premissas da descentralização do PDR.

Buscando aprofundar o processo de descentralização, com 2.1- Objetivos da Regionalização:


ênfase numa descentralização compartilhada, são fixadas as se- Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e
guintes premissas, que devem orientar este processo: serviços de saúde cuja complexidade e contingente popula-
Cabe ao Ministério da Saúde a proposição de políticas, cional transcenda a escala local/municipal;
participação no co-financiamento, cooperação técnica, ava- Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades so-
liação, regulação, controle e fiscalização, além da media- ciais e territoriais e promover a eqüidade, ampliando a visão
ção de conflitos; nacional dos problemas, associada à capacidade de diag-
Descentralização dos processos administrativos relati- nóstico e decisão loco-regional, que possibilite os meios
vos à gestão para as Comissões Intergestores Bipartite; adequados para a redução das desigualdades no acesso
As Comissões Intergestores Bipartite são instâncias de às ações e serviços de saúde existentes no país;
pactuação e deliberação para a realização dos pactos in- Garantir a integralidade na atenção a saúde, ampliando
traestaduais e a definição de modelos organizacionais, a o conceito de cuidado à saúde no processo de reordena-
partir de diretrizes e normas pactuadas na Comissão Inter- mento das ações de promoção, prevenção, tratamento e
gestores Tripartite; reabilitação com garantia de acesso a todos os níveis de
As deliberações das Comissões Intergestores Bipartite complexidade do sistema;
e Tripartite devem ser por consenso; Potencializar o processo de descentralização, fortale-
A Comissão Intergestores Tripartite e o Ministério da cendo estados e municípios para exercerem papel de ges-
Saúde promoverão e apoiarão processo de qualificação tores e para que as demandas dos diferentes interesses
permanente para as Comissões Intergestores Bipartite; loco-regionais possam ser organizadas e expressadas na
O detalhamento deste processo, no que se refere à região;
descentralização de ações realizadas hoje pelo Ministério Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possibi-
da Saúde, será objeto de portaria específica. litando ganho em escala nas ações e serviços de saúde de
abrangência regional.
Regionalização
- Regiões de Saúde
A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de As Regiões de Saúde são recortes territoriais inseri-
Saúde e um eixo estruturante do Pacto de Gestão e deve dos em um espaço geográfico contínuo, identificadas pe-
orientar a descentralização das ações e serviços de saúde los gestores municipais e estaduais a partir de identidades
e os processos de negociação e pactuação entre os ges- culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação
tores. e infra-estrutura de transportes compartilhados do território;

Políticas Públicas de Saúde 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A Região de Saúde deve organizar a rede de ações e - Mecanismos de Gestão Regional


serviços de saúde a fim de assegurar o cumprimento dos Para qualificar o processo de regionalização, buscando a
princípios constitucionais de universalidade do acesso, garantia e o aprimoramento dos princípios do SUS, os gestores
eqüidade e integralidade do cuidado; de saúde da Região deverão constituir um espaço permanente
A organização da Região de Saúde deve favorecer a de pactuação e co-gestão solidária e cooperativa através de um
ação cooperativa e solidária entre os gestores e o fortaleci- Colegiado de Gestão Regional. A denominação e o funciona-
mento do controle social; mento do Colegiado devem ser acordados na CIB;
Para a constituição de uma rede de atenção à saúde O Colegiado de Gestão Regional se constitui num es-
regionalizada em uma determinada região, é necessário a paço de decisão através da identificação, definição de prio-
pactuação entre todos os gestores envolvidos, do conjunto ridades e de pactuação de soluções para a organização de
de responsabilidades não compartilhadas e das ações com- uma rede regional de ações e serviços de atenção à saúde,
plementares; integrada e resolutiva;
O conjunto de responsabilidades não compartilhadas O Colegiado deve ser formado pelos gestores munici-
se refere à atenção básica e às ações básicas de vigilância pais de saúde do conjunto de municípios e por representan-
em saúde, que deverão ser assumidas por cada município; tes do(s) gestor(es) estadual(ais), sendo as suas decisões
As ações complementares e os meios necessários para sempre por consenso, pressupondo o envolvimento e com-
viabilizá-las deverão ser compartilhados e integrados a fim prometimento do conjunto de gestores com os compromis-
de garantir a resolutividade e a integralidade de acesso; sos pactuados.
Os estados e a união devem apoiar os municípios para Nos casos onde as CIB regionais estão constituídas por
que estes assumam o conjunto de responsabilidades; representação e não for possível a imediata incorporação de
O corte no nível assistencial para delimitação de uma todos os municípios da Região de Saúde deve ser pactua-
Região de Saúde deve estabelecer critérios que propiciem do um cronograma de adequação, no menor prazo possível,
certo grau de resolutividade àquele território, como suficiên- para a inclusão de todos os municípios nos respectivos cole-
cia em atenção básica e parte da média complexidade; giados regionais.
Quando a suficiência em atenção básica e parte da mé- O Colegiado deve instituir processo de planejamento re-
dia complexidade não forem alcançadas deverá ser consi- gional, que defina as prioridades, as responsabilidades de
derada no planejamento regional a estratégia para o seu cada ente, as bases para a programação pactuada integrada
estabelecimento, junto com a definição dos investimentos, da atenção a saúde, o desenho do processo regulatório, as
quando necessário; estratégias de qualificação do controle social, as linhas de in-
O planejamento regional deve considerar os parâmetros vestimento e o apoio para o processo de planejamento local.
de incorporação tecnológica que compatibilizem economia O planejamento regional, mais que uma exigência for-
de escala com eqüidade no acesso; mal, deverá expressar as responsabilidades dos gestores
Para garantir a atenção na alta complexidade e em parte com a saúde da população do território e o conjunto de ob-
da média, as Regiões devem pactuar entre si arranjos inter- jetivos e ações que contribuirão para a garantia do acesso e
-regionais, com agregação de mais de uma Região em uma da integralidade da atenção, devendo as prioridades e res-
macrorregião; ponsabilidades definidas regionalmente estar refletidas no
O ponto de corte da média complexidade que deve estar plano de saúde de cada município e do estado;
na Região ou na macrorregião deve ser pactuado na CIB, a Os colegiados de gestão regional deverão ser apoiados
partir da realidade de cada estado. Em alguns estados com através de câmaras técnicas permanentes que subsidiarão
mais adensamento tecnológico, a alta complexidade pode com informações e análises relevantes.
estar contemplada dentro de uma Região. - Etapas do Processo de Construção da Regionalização
As regiões podem ter os seguintes formatos: - Critérios para a composição da Região de Saúde, ex-
Regiões intraestaduais, compostas por mais de um mu- pressa no PDR:
nicípio, dentro de um mesmo estado; Contigüidade entre os municípios;
Regiões Intramunicipais, organizadas dentro de um Respeito à identidade expressa no cotidiano social,
mesmo município de grande extensão territorial e densidade econômico e cultural;
populacional; Existência de infra-estrutura de transportes e de re-
Regiões Interestaduais, conformadas a partir de municí- des de comunicação, que permita o trânsito das pessoas
pios limítrofes em diferentes estados; entre os municípios;
Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de municí- Existência de fluxos assistenciais que devem ser al-
pios limítrofes com países vizinhos. terados, se necessário, para a organização da rede de
Nos casos de regiões fronteiriças o Ministério da Saúde atenção à saúde;
deve envidar esforços no sentido de promover articulação Considerar a rede de ações e serviços de saúde,
entre os países e órgãos envolvidos, na perspectiva de im- onde:
plementação do sistema de saúde e conseqüente organiza- Todos os municípios se responsabilizam pela aten-
ção da atenção nos municípios fronteiriços, coordenando e ção básica e pelas ações básicas de vigilância em saúde;
fomentando a constituição dessas Regiões e participando do O desenho da região propicia relativo grau de resolu-
colegiado de gestão regional. tividade àquele território, como a suficiência em Atenção
Básica e parte da Média Complexidade.

Políticas Pública de Saúde 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A suficiência está estabelecida ou a estratégia para Financiamento do Sistema Único de Saúde


alcançá-la está explicitada no planejamento regional, 3.1 - São princípios gerais do financiamento para o Sis-
contendo, se necessário, a definição dos investimentos. tema Único de Saúde:
O desenho considera os parâmetros de incorporação Responsabilidade das três esferas de gestão – União,
tecnológica que compatibilizem economia de escala com Estados e Municípios pelo financiamento do Sistema Único
eqüidade no acesso. de Saúde;
O desenho garante a integralidade da atenção e para Redução das iniqüidades macrorregionais, estaduais e
isso as Regiões devem pactuar entre si arranjos inter-re- regionais, a ser contemplada na metodologia de alocação de re-
gionais, se necessário com agregação de mais de uma cursos, considerando também as dimensões étnico-racial e social;
região em uma macrorregião; o ponto de corte de média Repasse fundo a fundo, definido como modalidade pre-
e alta-complexidade na região ou na macroregião deve ferencial de transferência de recursos entre os gestores;
ser pactuado na CIB, a partir da realidade de cada es- Financiamento de custeio com recursos federais consti-
tado. tuído, organizados e transferidos em blocos de recursos;
- Constituição, Organização e Funcionamento do Co- O uso dos recursos federais para o custeio fica restrito
legiado de Gestão Regional: a cada bloco, atendendo as especificidades previstas nos
A constituição do colegiado de gestão regional deve mesmos, conforme regulamentação específica;
assegurar a presença de todos os gestores de saúde dos As bases de cálculo que formam cada Bloco e os mon-
municípios que compõem a Região e da representação tantes financeiros destinados para os Estados, Municípios e
estadual. Distrito Federal devem compor memórias de cálculo, para
Nas CIB regionais constituídas por representação, fins de histórico e monitoramento.
quando não for possível a imediata incorporação de to- - Os blocos de financiamento para o custeio são:
dos os gestores de saúde dos municípios da Região de Atenção básica
saúde, deve ser pactuado um cronograma de adequação, Atenção de média e alta complexidade
com o menor prazo possível, para a inclusão de todos os Vigilância em Saúde
gestores nos respectivos colegiados de gestão regionais;
Assistência Farmacêutica
Constituir uma estrutura de apoio ao colegiado, atra-
Gestão do SUS
vés de câmara técnica e eventualmente, grupos de traba-
Bloco de financiamento para a Atenção Básica
lho formados com técnicos dos municípios e do estado;
O financiamento da Atenção Básica é de responsabilida-
Estabelecer uma agenda regular de reuniões;
de das três esferas de gestão do SUS, sendo que os recur-
O funcionamento do Colegiado deve ser organizado
sos federais comporão o Bloco Financeiro da Atenção Bási-
de modo a exercer as funções de:
ca dividido em dois componentes: Piso da Atenção Básica e
Instituir um processo dinâmico de planejamento re-
Piso da Atenção Básica Variável e seus valores serão esta-
gional
Atualizar e acompanhar a programação pactuada in- belecidos em Portaria específica, com memórias de cálculo
tegrada de atenção em saúde anexas.
Desenhar o processo regulatório, com definição de O Piso de Atenção Básica - PAB consiste em um mon-
fluxos e protocolos tante de recursos financeiros, que agregam as estratégias
Priorizar linhas de investimento destinadas ao custeio de ações de atenção básica à saúde;
Estimular estratégias de qualificação do controle so- Os recursos financeiros do PAB serão transferidos men-
cial salmente, de forma regular e automática, do Fundo Nacional
Apoiar o processo de planejamento local de Saúde aos Fundos de Saúde dos Municípios e do Distrito
Constituir um processo dinâmico de avaliação e mo- Federal.
nitoramento regional O Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável con-
- Reconhecimento das Regiões siste em um montante financeiro destinado ao custeio de
As Regiões Intramunicipais deverão ser reconhecidas estratégias específicas desenvolvidas no âmbito da Aten-
como tal, não precisando ser homologadas pelas Comissões ção Básica em Saúde.
Intergestores. O PAB Variável passa a ser composto pelo financia-
As Regiões Intraestaduais deverão ser reconhecidas mento das seguintes estratégias:
nas Comissões Intergestores Bipartite e encaminhadas para Saúde da Família;
conhecimento e acompanhamento do MS. Agentes Comunitários de Saúde;
As Regiões Interestaduais deverão ser reconhecidas nas Saúde Bucal;
respectivas Comissões Intergestores Bipartite e encaminha- Compensação de especificidades regionais
das para homologação da Comissão Intergestores Tripartite. Fator de incentivo da Atenção Básica aos Povos Indí-
As Regiões Fronteiriças deverão ser reconhecidas nas genas
respectivas Comissões Intergestores Bipartite e encaminha- Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário
das para homologação na Comissão Intergestores Tripartite. Os recursos do PAB Variável serão transferidos ao Mu-
O desenho das Regiões intra e interestaduais deve ser nicípio que aderir e implementar as estratégias específicas
submetida a aprovação pelos respectivos Conselhos Esta- a que se destina e a utilização desses recursos deve estar
duais de Saúde. definida no Plano Municipal de Saúde;

Políticas Públicas de Saúde 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O PAB Variável da Assistência Farmacêutica e da Vi- Comporão ainda, o bloco do financiamento da Vigilân-
gilância em Saúde passam a compor os seus Blocos de cia em Saúde – Sub-bloco Vigilância Epidemiológica, os
Financiamento respectivos. recursos que se destinam às seguintes finalidades, com
Compensação de Especificidades Regionais é um repasses específicos:
montante financeiro igual a 5% do valor mínimo do PAB fixo Fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saúde em
multiplicado pela população do Estado, para que as CIBs Estados e Municípios (VIGISUS II)
definam a utilização do recurso de acordo com as especifici- Campanhas de Vacinação
dades estaduais, podendo incluir sazonalidade, migrações, Incentivo do Programa DST/AIDS
dificuldade de fixação de profissionais, IDH, indicadores de Os recursos alocados tratados pela Portaria MS/GM nº
resultados. Os critérios definidos devem ser informados ao 1349/2002, deverão ser incorporados ao Limite Financei-
plenário da CIT. ro de Vigilância em Saúde do Município quando o mesmo
b) Bloco de financiamento para a Atenção de Média e comprovar a efetiva contratação dos agentes de campo.
Alta Complexidade No Componente da Vigilância Sanitária, os recursos do
Os recursos correspondentes ao financiamento dos Termo de Ajuste e Metas – TAM, destinados e não transfe-
procedimentos relativos à média e alta complexidade em ridos aos estados e municípios, nos casos de existência de
saúde compõem o Limite Financeiro da Média e Alta Com- saldo superior a 40% dos recursos repassados no período
plexidade Ambulatorial e Hospitalar do Distrito Federal, dos de um semestre, constituem um Fundo de Compensação
Estados e dos Municípios. em VISA, administrado pela ANVISA e destinado ao finan-
Os recursos destinados ao custeio dos procedimentos ciamento de gestão e descentralização da Vigilância Sani-
pagos atualmente através do Fundo de Ações Estratégicas tária.
e Compensação – FAEC serão incorporados ao Limite Fi- Em Estados onde o valor per cápita que compõe o TAM
nanceiro de cada Estado, Município e do Distrito Federal, não atinge o teto orçamentário mínimo daquele Estado, a
conforme pactuação entre os gestores. União assegurará recurso financeiro para compor o Piso
O Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – Estadual de Vigilância Sanitária – PEVISA.
d) Bloco de financiamento para a Assistência Farma-
FAEC se destina, assim, ao custeio de procedimentos, con-
cêutica
forme detalhado a seguir:
A Assistência Farmacêutica será financiada pelos três
Procedimentos regulados pela CNRAC – Central Na-
gestores do SUS devendo agregar a aquisição de medica-
cional de Regulação da Alta Complexidade;
mentos e insumos e a organização das ações de assistên-
Transplantes;
cia farmacêutica necessárias, de acordo com a organização
Ações Estratégicas Emergenciais, de caráter temporá-
de serviços de saúde.
rio, implementadas com prazo pré-definido;
O Bloco de financiamento da Assistência Farmacêuti-
Novos procedimentos: cobertura financeira de aproxi-
ca se organiza em três componentes: Básico, Estratégico e
madamente seis meses, quando da inclusão de novos pro- Medicamentos de Dispensação Excepcional.
cedimentos, sem correlação à tabela vigente, até a forma- O Componente Básico da Assistência Farmacêutica
ção de série histórica para a devida agregação ao MAC. consiste em financiamento para ações de assistência far-
c) Bloco de financiamento para a Vigilância em Saúde macêutica na atenção básica em saúde e para agravos e
Os recursos financeiros correspondentes às ações de programas de saúde específicos, inseridos na rede de cui-
Vigilância em Saúde comporão o Limite Financeiro de Vi- dados da atenção básica, sendo de responsabilidade dos
gilância em Saúde dos Estados, Municípios e do Distrito três gestores do SUS.
Federal e representam o agrupamento das ações da Vigi- O Componente Básico é composto de uma Parte Fixa e
lância Epidemiológica, Ambiental e Sanitária; de uma Parte Variável, sendo:
O Limite Financeiro da Vigilância em Saúde é composto Parte Fixa: valor com base per capita para ações de
por dois componentes: da Vigilância Epidemiológica e Am- assistência farmacêutica para a Atenção Básica, transferido
biental em Saúde e o componente da Vigilância Sanitária Municípios, Distrito Federal e Estados, conforme pactuação
em Saúde; nas CIB e com contrapartida financeira dos estados e dos
O financiamento para as ações de vigilância sanitá- municípios.
ria deve consolidar a reversão do modelo de pagamento Parte Variável: valor com base per capita para ações
por procedimento, oferecendo cobertura para o custeio de de assistência farmacêutica dos Programas de Hipertensão
ações coletivas visando garantir o controle de riscos sani- e Diabetes, exceto insulina; Asma e Rinite; Saúde Mental;
tários inerentes ao objeto de ação, avançando em ações
Saúde da Mulher; Alimentação e Nutrição e Combate ao
de regulação, controle e avaliação de produtos e serviços
Tabagismo.
associados ao conjunto das atividades.
A parte variável do Componente Básico será transferida
O Limite Financeiro de Vigilância em Saúde será trans-
ao município ou estado, conforme pactuação na CIB, à me-
ferido em parcelas mensais e o valor da transferência men-
dida que este implementa e organiza os serviços previstos
sal para cada um dos Estados, Municípios e Distrito Federal,
pelos Programas específicos.
bem como o Limite Financeiro respectivo será estabelecido
O Componente Estratégico da Assistência Farmacêu-
em Portaria específica e detalhará os diferentes componen-
tica consiste em financiamento para ações de assistência
tes que o formam, com memórias de cálculo anexas.
farmacêutica de programas estratégicos.

Políticas Pública de Saúde 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O financiamento e o fornecimento de medicamentos, Os recursos referentes a este Bloco serão transferi-


produtos e insumos para os Programas Estratégicos são de dos fundo a fundo e regulamentados por portaria espe-
responsabilidade do Ministério da Saúde e reúne: cífica.
Controle de Endemias: Tuberculose, Hanseníase, Ma- - Financiamento para Investimentos
lária e Leischmaniose, Chagas e outras doenças endêmi- Os recursos financeiros de investimento devem ser
cas de abrangência nacional ou regional; alocados com vistas á superação das desigualdades de
Programa de DST/AIDS (anti-retrovirais); acesso e à garantia da integralidade da atenção à saúde.
Programa Nacional do Sangue e Hemoderivados; Os investimentos deverão priorizar a recuperação, a
Imunobiológicos; re-adequação e a expansão da rede física de saúde e a
Insulina; constituição dos espaços de regulação.
O Componente Medicamentos de Dispensação Excep- Os projetos de investimento apresentados para o Mi-
cional consiste em financiamento para aquisição e distribui- nistério da Saúde deverão ser aprovados nos respectivos
ção de medicamentos de dispensação excepcional, para Conselhos de Saúde e na CIB, devendo refletir uma prio-
tratamento de patologias que compõem o Grupo 36 – Medi- ridade regional.
camentos da Tabela Descritiva do SIA/SUS. São eixos prioritários para aplicação de recursos de
A responsabilidade pelo financiamento e aquisição dos investimentos:
medicamentos de dispensação excepcional é do Ministério Estímulo à Regionalização - Deverão ser priorizados
da Saúde e dos Estados, conforme pactuação e a dispen- projetos de investimentos que fortaleçam a regionaliza-
sação, responsabilidade do Estado. ção do SUS, com base nas estratégicas nacionais e esta-
O Ministério da Saúde repassará aos Estados, mensal- duais, considerando os PDI (Plano de Desenvolvimento
mente, valores financeiros apurados em encontro de contas Integrado) atualizados, o mapeamento atualizado da dis-
trimestrais, de acordo com as informações encaminhadas tribuição e oferta de serviços de saúde em cada espaço
pelos Estados, com base nas emissões das Autorizações regional e parâmetros de incorporação tecnológica que
para Pagamento de Alto Custo – APAC. compatibilizem economia de escala e de escopo com
O Componente de Medicamentos de Dispensação Ex-
eqüidade no acesso.
cepcional será readequado através de pactuação entre os
Investimentos para a Atenção Básica - recursos para
gestores do SUS, das diretrizes para definição de política
investimentos na rede básica de serviços, destinados
para medicamentos de dispensação excepcional.
conforme disponibilidade orçamentária, transferidos fun-
As Diretrizes a serem pactuadas na CIT, deverão nor-
do a fundo para municípios que apresentarem projetos
tear-se pelas seguintes proposições:
selecionados de acordo com critérios pactuados na Co-
Definição de critérios para inclusão e exclusão de me-
missão Intergestores Tripartite.
dicamentos e CID na Tabela de Procedimentos, com base
nos protocolos clínicos e nas diretrizes terapêuticas.
4 – Planejamento no SUS
Definição de percentual para o co-financiamento entre
gestor federal e gestor estadual; 4.1 – O trabalho com o Planejamento no SUS deve
Revisão periódica de valores da tabela; seguir as seguintes diretrizes:
Forma de aquisição e execução financeira, conside- O processo de planejamento no âmbito do SUS deve
rando-se os princípios da descentralização e economia de ser desenvolvido de forma articulada, integrada e solidá-
escala. ria entre as três esferas de gestão. Essa forma de atua-
e) Bloco de financiamento para a Gestão do Sistema ção representará o Sistema de Planejamento do Sistema
Único de Saúde Único de Saúde baseado nas responsabilidades de cada
O financiamento para a gestão destina-se ao custeio esfera de gestão, com definição de objetivos e conferin-
de ações específicas relacionadas com a organização do direcionalidade ao processo de gestão do SUS, com-
dos serviços de saúde, acesso da população e aplicação preendendo nesse sistema o monitoramento e avaliação.
dos recursos financeiros do SUS. Este sistema de planejamento pressupõe que cada es-
O financiamento deverá apoiar iniciativas de forta- fera de gestão realize o seu planejamento, articulando-se
lecimento da gestão, sendo composto pelos seguintes de forma a fortalecer e consolidar os objetivos e diretrizes
sub-blocos: do SUS, contemplando as peculiaridades, necessidades e
Regulação, controle, avaliação e auditoria realidades de saúde locorregionais.
Planejamento e Orçamento Como parte integrante do ciclo de gestão, o sistema de
Programação planejamento buscará, de forma tripartite, a pactuação de
Regionalização bases funcionais do planejamento, monitoramento e avalia-
Participação e Controle Social ção do SUS, bem como promoverá a participação social e
Gestão do Trabalho a integração intra e intersetorial, considerando os determi-
Educação em Saúde nantes e condicionantes de saúde.
Incentivo à Implementação de políticas específicas No cumprimento da responsabilidade de coordenar o
processo de planejamento se levará em conta as diversi-
dades existentes nas três esferas de governo, de modo a

Políticas Públicas de Saúde 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


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contribuir para a consolidação do SUS e para a resolubili- Revisão e adoção de um elenco de instrumentos de
dade e qualidade, tanto da sua gestão, quanto das ações e planejamento – tais como planos, relatórios, programações
serviços prestados à população brasileira. – a serem adotados pelas três esferas de gestão, com ade-
4.2 - Objetivos do Sistema de Planejamento do SUS: quação dos instrumentos legais do SUS no tocante a este
Pactuar diretrizes gerais para o processo de planeja- processo e instrumentos dele resultantes;
mento no âmbito do SUS e o elenco dos instrumentos a Cooperação entre as três esferas de gestão para o for-
serem adotados pelas três esferas de gestão; talecimento e a eqüidade no processo de planejamento no
Formular metodologias e modelos básicos dos instru- SUS.
mentos de planejamento, monitoramento e avaliação que Programação Pactuada e Integrada da Atenção em Saú-
traduzam as diretrizes do SUS, com capacidade de adapta- de – PPI
ção às particularidades de cada esfera administrativa; A PPI é um processo que visa definir a programação
Promover a análise e a formulação de propostas desti- das ações de saúde em cada território e nortear a alocação
nadas a adequar o arcabouço legal no tocante ao planeja- dos recursos financeiros para saúde a partir de critérios e
mento no SUS; parâmetros pactuados entre os gestores.
Implementar e difundir uma cultura de planejamento A PPI deve explicitar os pactos de referencia entre mu-
que integre e qualifique as ações do SUS entre as três es- nicípios, gerando a parcela de recursos destinados à pró-
feras de governo e subsidiar a tomada de decisão por parte pria população e à população referenciada.
de seus gestores; As principais diretrizes norteadoras do processo de pro-
Desenvolver e implementar uma rede de cooperação gramação pactuada são:
entre os três entes federados, que permita um amplo com- A programação deve estar inserida no processo de pla-
partilhamento de informações e experiências; nejamento e deve considerar as prioridades definidas nos
Promover a institucionalização e fortalecer as áreas de planos de saúde em cada esfera de gestão;
planejamento no âmbito do SUS, nas três esferas de gover- Os gestores estaduais e municipais possuem flexibi-
no, com vistas a legitimá-lo como instrumento estratégico lidade na definição de parâmetros e prioridades que irão
de gestão do SUS; orientar a programação, ressalvados os parâmetros pactua-
Apoiar e participar da avaliação periódica relativa à si- dos nacional e estadualmente.
tuação de saúde da população e ao funcionamento do SUS, A programação é realizada prioritariamente, por áreas
provendo os gestores de informações que permitam o seu de atuação a partir das ações básicas de saúde para com-
aperfeiçoamento e ou redirecionamento; por o rol de ações de maior complexidade;
Promover a capacitação contínua dos profissionais que A tabela unificada de procedimentos deve orientar a
atuam no contexto do planejamento no SUS; programação das ações que não estão organizadas por
Promover a eficiência dos processos compartilhados áreas de atuação, considerando seus níveis de agregação,
de planejamento e a eficácia dos resultados, bem como da para formar as aberturas programáticas;
participação social nestes processos; A programação da assistência devera buscar a integra-
Promover a integração do processo de planejamento e ção com a programação da vigilância em saúde;
orçamento no âmbito do SUS, bem como a sua intersetoria- Os recursos financeiros das três esferas de governo de-
lidade, de forma articulada com as diversas etapas do ciclo vem ser visualizados na programação.
de planejamento; O processo de programação deve contribuir para a ga-
Monitorar e avaliar o processo de planejamento, as rantia de acesso aos serviços de saúde, subsidiando o pro-
ações implementadas e os resultados alcançados, de modo cesso regulatório da assistência;
a fortalecer o planejamento e a contribuir para a transparên- A programação deve ser realizada a cada gestão, revi-
cia do processo de gestão do SUS. sada periodicamente e sempre que necessário, em decor-
4.3 - Pontos de pactuação priorizados para o Planeja- rência de alterações de fluxo no atendimento ao usuário; de
mento oferta de serviços; na tabela de procedimentos; e no teto
Considerando a conceituação, caracterização e objeti- financeiro, dentre outras.
vos preconizados para o sistema de planejamento do SUS, A programação pactuada e integrada deve subsidiar
configuram-se como pontos essenciais de pactuação: a programação física financeira dos estabelecimentos de
Adoção das necessidades de saúde da população saúde.
como critério para o processo de planejamento no âmbito A programação pactuada e integrada deve guardar re-
lação com o desenho da regionalização naquele estado.
do SUS;
Regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assis-
Integração dos instrumentos de planejamento, tanto no
tencial
contexto de cada esfera de gestão, quanto do SUS como
Para efeitos destas diretrizes, serão adotados os se-
um todo; guintes conceitos:
Institucionalização e fortalecimento do Sistema de Pla- Regulação da Atenção à Saúde - tem como objeto a
nejamento do SUS, com adoção do processo planejamen- produção de todas as ações diretas e finais de atenção
to, neste incluído o monitoramento e a avaliação, como ins- à saúde, dirigida aos prestadores de serviços de saúde,
trumento estratégico de gestão do SUS; públicos e privados. As ações da Regulação da Atenção

Políticas Pública de Saúde 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


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à Saúde compreendem a Contratação, a Regulação do Pelo gestor municipal com co-gestão do estado e repre-
Acesso à Assistência ou Regulação Assistencial, o Con- sentação dos municípios da região;
trole Assistencial, a Avaliação da Atenção à Saúde, a Au- Modelos que diferem do item ‘d’ acima devem ser pac-
ditoria Assistencial e as regulamentações da Vigilância tuados pela CIB e homologados na CIT.
Epidemiológica e Sanitária. São metas para este Pacto, no prazo de um ano:
Contratação - o conjunto de atos que envolvem desde Contratualização de todos os prestadores de serviço;
a habilitação dos serviços/prestadores até a formalização Colocação de todos os leitos e serviços ambulatoriais
do contrato na sua forma jurídica. contratualizados sob regulação;
Regulação do Acesso à Assistência ou Regulação As- Extinção do pagamento dos serviços dos profissionais
sistencial - conjunto de relações, saberes, tecnologias e médicos por meio do código 7.
ações que intermedeiam a demanda dos usuários por ser- Participação e Controle Social
viços de saúde e o acesso a estes. A participação social no SUS é um princípio doutrinário
Complexos Reguladores - uma das estratégias de Re- e está assegurado na Constituição e nas Leis Orgânicas da
gulação Assistencial, consistindo na articulação e integra- Saúde (8080/90 e 8142/90), e é parte fundamental deste
ção de Centrais de Atenção Pré-hospitalar e Urgências, pacto.
Centrais de Internação, Centrais de Consultas e Exames, 7.1 - As ações que devem ser desenvolvidas para forta-
Protocolos Assistenciais com a contratação, controle as- lecer o processo de participação social, dentro deste pacto
sistencial e avaliação, assim como com outras funções da são:
gestão como programação e regionalização. Os comple- Apoiar os conselhos de saúde, as conferências de saú-
xos reguladores podem ter abrangência intra-municipal, de e os movimentos sociais que atuam no campo da saúde,
municipal, micro ou macro regional, estadual ou nacional, com vistas ao seu fortalecimento para que os mesmos pos-
devendo esta abrangência e respectiva gestão, serem sam exercer plenamente os seus papéis;
pactuadas em processo democrático e solidário, entre as Apoiar o processo de formação dos conselheiros;
três esferas de gestão do SUS. Estimular a participação e avaliação dos cidadãos nos
Auditoria Assistencial ou clínica – processo regular serviços de saúde;
que visa aferir e induzir qualidade do atendimento ampara- Apoiar os processos de educação popular em saúde,
da em procedimentos, protocolos e instruções de trabalho para ampliar e qualificar a participação social no SUS;
normatizados e pactuados. Deve acompanhar e analisar Apoiar a implantação e implementação de ouvidorias
criticamente os históricos clínicos com vistas a verificar a nos estados e municípios, com vistas ao fortalecimento da
execução dos procedimentos e realçar as não conformi- gestão estratégica do SUS;
dades. Apoiar o processo de mobilização social e institucional
Como princípios orientadores do processo de regula- em defesa do SUS e na discussão do pacto;
ção, fica estabelecido que:
Cada prestador responde apenas a um gestor; Gestão do Trabalho
A regulação dos prestadores de serviços deve ser pre-
ferencialmente do município conforme desenho da rede 8.1 - As diretrizes para a Gestão do Trabalho no SUS
da assistência pactuado na CIB, observado o Termo de são as seguintes:
Compromisso de Gestão do Pacto e os seguintes princí- A política de recursos humanos para o SUS é um eixo
pios: estruturante e deve buscar a valorização do trabalho e dos
da descentralização, municipalização e comando úni- trabalhadores de saúde, o tratamento dos conflitos, a hu-
co; manização das relações de trabalho;
da busca da escala adequada e da qualidade; Estados, Municípios e União são entes autônomos para
considerar a complexidade da rede de serviços locais; suprir suas necessidades de manutenção e expansão dos
considerar a efetiva capacidade de regulação; seus próprios quadros de trabalhadores de saúde;
considerar o desenho da rede estadual da assistência; O Ministério da Saúde deve formular diretrizes de coo-
a primazia do interesse e da satisfação do usuário do peração técnica para a gestão do trabalho no SUS;
SUS. Desenvolver, pelas três esferas de gestão, estudos
quanto às estratégias e financiamento tripartite de política
A regulação das referencias intermunicipais é respon- de reposição da força de trabalho descentralizada;
sabilidade do gestor estadual, expressa na coordenação do As Diretrizes para Planos de Cargos e Carreira do SUS
processo de construção da programação pactuada e inte- devem ser um instrumento que visa regular as relações de
grada da atenção em saúde, do processo de regionaliza- trabalho e o desenvolvimento do trabalhador, bem como a
ção, do desenho das redes; consolidação da carreira como instrumento estratégico para
A operação dos complexos reguladores no que se re- a política de recursos humanos no Sistema;
fere a referencia intermunicipal deve ser pactuada na CIB, Promover relações de trabalho que obedeçam a exi-
podendo ser operada nos seguintes modos: gências do princípio de legalidade da ação do Estado e de
Pelo gestor estadual que se relacionará com a central proteção dos direitos associados ao trabalho;
municipal que faz a gestão do prestador. Desenvolver ações voltadas para a adoção de vínculos
Pelo gestor estadual que se relacionará diretamente de trabalho que garantam os direitos sociais e previden-
com o prestador quando este estiver sob gestão estadual. ciários dos trabalhadores de saúde, promovendo ações de

Políticas Públicas de Saúde 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


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adequação de vínculos, onde for necessário, nas três esfe- Assumir o compromisso de discutir e avaliar os proces-
ras de governo, com o apoio técnico e financeiro aos Muni- sos e desdobramentos da implementação da Política Na-
cípios, pelos Estados e União, conforme legislação vigente; cional de Educação Permanente para ajustes necessários,
Os atores sociais envolvidos no desejo de consolidação atualizando-a conforme as experiências de implementação,
dos SUS atuarão solidariamente na busca do cumprimen- assegurando a inserção dos municípios e estados neste
to deste item, observadas as responsabilidades legais de processo;
cada segmento; Buscar a revisão da normatização vigente que institui
Estimular processos de negociação entre gestores e a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde,
trabalhadores através da instalação de Mesas de Negocia- contemplando a conseqüente e efetiva descentralização
ção junto às esferas de gestão estaduais e municipais do das atividades de planejamento, monitoramento, avaliação
SUS; e execução orçamentária da Educação Permanente para o
As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde devem trabalho no SUS;
envidar esforços para a criação ou fortalecimento de estru- Centrar, o planejamento, programação e acompanha-
turas de Recursos Humanos, objetivando cumprir um papel mento das atividades educativas e conseqüentes aloca-
indutor de mudanças, tanto no campo da gestão do traba- ções de recursos na lógica de fortalecimento e qualificação
lho, quanto no campo da educação na saúde; do SUS e atendimento das necessidades sociais em saúde;
8.2 - Serão priorizados os seguintes componentes na Considerar que a proposição de ações para formação
estruturação da Gestão do Trabalho no SUS: e desenvolvimento dos profissionais de saúde para atender
Estruturação da Gestão do Trabalho no SUS - Esse às necessidades do SUS deve ser produto de cooperação
componente trata das necessidades exigidas para a es- técnica, articulação e diálogo entre os gestores das três
truturação da área de Gestão do Trabalho integrado pelos esferas de governo, as instituições de ensino, os serviços
seguintes eixos: base jurídico-legal; atribuições específicas; e controle social e podem contemplar ações no campo da
estrutura e dimensionamento organizacional e estrutura fí- formação e do trabalho.
sica e equipamentos. Serão priorizados para este Compo-
B - RESPONSABILIDADE SANITÁRIA
nente, Estados, Capitais, Distrito Federal e nos Municípios
Este capítulo define as Responsabilidades Sanitárias e
com mais de 500 empregos públicos, desde que possuam
atribuições do Município, do Distrito Federal, do Estado e da
ou venham a criar setores de Gestão do Trabalho e da Edu-
União. A gestão do Sistema Único de Saúde é construída
cação nas secretarias estaduais e municipais de saúde;
de forma solidária e cooperada, com apoio mútuo através
Capacitação de Recursos Humanos para a Gestão do
de compromissos assumidos nas Comissões Intergestores
Trabalho no SUS - Esse componente trata da qualificação
Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT).
dos gestores e técnicos na perspectiva do fortalecimento
Algumas responsabilidades atribuídas aos municípios
da gestão do trabalho em saúde. Estão previstos, para seu devem ser assumidas por todos os municípios. As outras
desenvolvimento, a elaboração de material didático e a rea- responsabilidades serão atribuídas de acordo com o pac-
lização de oficinas, cursos presenciais ou à distância, por tuado e/ou com a complexidade da rede de serviços locali-
meio das estruturas formadoras existentes; zada no território municipal.
Sistema Gerencial de Informações - Esse componente No que se refere às responsabilidades atribuídas aos
propõe proceder à análise de sistemas de informação exis- estados devem ser assumidas por todos eles.
tentes e desenvolver componentes de otimização e implan- Com relação à gestão dos prestadores de serviço
tação de sistema informatizado que subsidie a tomada de fica mantida a normatização estabelecida na NOAS SUS
decisão na área de Gestão do Trabalho. 01/2002. As referências na NOAS SUS 01/2002 às condi-
ções de gestão de estados e municípios ficam substituídas
Educação na Saúde pelas situações pactuadas no respectivo Termo de Compro-
misso de Gestão.
9.1 – A - As diretrizes para o trabalho na Educação na
Saúde são: RESPONSABILIDADES GERAIS DA GESTÃO DO
Avançar na implementação da Política Nacional de SUS – MUNICÍPIOS
Educação Permanente por meio da compreensão dos con-
ceitos de formação e educação permanente para adequá- Todo município é responsável pela integralidade da
-los às distintas lógicas e especificidades; atenção à saúde da sua população, exercendo essa res-
Considerar a educação permanente parte essencial de ponsabilidade de forma solidária com o estado e a união;
uma política de formação e desenvolvimento dos trabalha- Todo município deve:
dores para a qualificação do SUS e que comporta a adoção -garantir a integralidade das ações de saúde prestadas de
de diferentes metodologias e técnicas de ensino-aprendiza- forma interdisciplinar, por meio da abordagem integral e contí-
gem inovadoras, entre outras coisas; nua do indivíduo no seu contexto familiar, social e do trabalho;
Considerar a Política Nacional de Educação Permanen- englobando atividades de promoção da saúde, prevenção de
te em Saúde uma estratégia do SUS para a formação e o riscos, danos e agravos; ações de assistência, assegurando o
desenvolvimento de trabalhadores para o setor, tendo como acesso ao atendimento às urgências;
orientação os princípios da educação permanente;

Políticas Pública de Saúde 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


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-promover a eqüidade na atenção à saúde, considerando – ESTADOS


as diferenças individuais e de grupos populacionais, por meio Responder, solidariamente com municípios, Distrito
da adequação da oferta às necessidades como princípio de Federal e união, pela integralidade da atenção à saúde da
justiça social, e ampliação do acesso de populações em situa- população;
ção de desigualdade, respeitadas as diversidades locais; Participar do financiamento tripartite do Sistema Único
-participar do financiamento tripartite do Sistema Único de de Saúde;
Saúde; Formular e implementar políticas para áreas prioritárias,
-assumir a gestão e executar as ações de atenção básica, conforme definido nas diferentes instâncias de pactuação;
incluindo as ações de promoção e proteção, no seu território; Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito estadual,
-assumir integralmente a gerência de toda a rede pública a implementação dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seu
de serviços de atenção básica, englobando as unidades pró- Termo de Compromisso;
prias e as transferidas pelo estado ou pela união; Apoiar técnica e financeiramente os municípios, para
-com apoio dos estados, identificar as necessidades da que estes assumam integralmente sua responsabilidade de
população do seu território, fazer um reconhecimento das ini- gestor da atenção à saúde dos seus munícipes;
qüidades, oportunidades e recursos; Apoiar técnica, política e financeiramente a gestão da
-desenvolver, a partir da identificação das necessidades, atenção básica nos municípios, considerando os cenários
um processo de planejamento, regulação, programação pac- epidemiológicos, as necessidades de saúde e a articula-
tuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento e ava- ção regional, fazendo um reconhecimento das iniquidades,
liação; oportunidades e recursos;
-formular e implementar políticas para áreas prioritárias, Fazer reconhecimento das necessidades da população
conforme definido nas diferentes instâncias de pactuação; no âmbito estadual e cooperar técnica e financeiramente
-organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos e de com os municípios, para que possam fazer o mesmo nos
qualidade na atenção básica, viabilizando o planejamento, a seus territórios;
programação pactuada e integrada da atenção à saúde e a Desenvolver, a partir da identificação das necessida-
atenção à saúde no seu território, explicitando a responsabili- des, um processo de planejamento, regulação, programa-
dade, o compromisso e o vínculo do serviço e equipe de saú- ção pactuada e integrada da atenção à saúde, monitora-
de com a população do seu território, desenhando a rede de mento e avaliação;
atenção e promovendo a humanização do atendimento; Coordenar o processo de configuração do desenho da
-organizar e pactuar o acesso a ações e serviços de aten- rede de atenção, nas relações intermunicipais, com a parti-
ção especializada a partir das necessidades da atenção bási- cipação dos municípios da região;
ca, configurando a rede de atenção, por meio dos processos Organizar e pactuar com os municípios, o processo de re-
de integração e articulação dos serviços de atenção básica ferência intermunicipal das ações e serviços de média e alta
com os demais níveis do sistema, com base no processo da complexidade a partir da atenção básica, de acordo com a
programação pactuada e integrada da atenção à saúde; programação pactuada e integrada da atenção à saúde;
-pactuar e fazer o acompanhamento da referência da Realizar o acompanhamento e a avaliação da atenção
atenção que ocorre fora do seu território, em cooperação com básica no âmbito do território estadual;
o estado, Distrito Federal e com os demais municípios envol- Apoiar técnica e financeiramente os municípios para
vidos no âmbito regional e estadual, conforme a programação que garantam a estrutura física necessária para a realiza-
pactuada e integrada da atenção à saúde; ção das ações de atenção básica;
-garantir estas referências de acordo com a programação Promover a estruturação da assistência farmacêutica e
pactuada e integrada da atenção à saúde, quando dispõe de garantir, em conjunto com as demais esferas de governo,
serviços de referência intermunicipal; o acesso da população aos medicamentos cuja dispensa-
-garantir a estrutura física necessária para a realização ção esteja sob sua responsabilidade, fomentando seu uso
das ações de atenção básica, de acordo com as normas téc- racional e observando as normas vigentes e pactuações
nicas vigentes; estabelecidas;
-promover a estruturação da assistência farmacêutica e Coordenar e executar e as ações de vigilância em saú-
garantir, em conjunto com as demais esferas de governo, o de, compreendendo as ações de média e alta complexida-
acesso da população aos medicamentos cuja dispensação de desta área, de acordo com as normas vigentes e pactua-
esteja sob sua responsabilidade, promovendo seu uso ra- ções estabelecidas;
cional, observadas as normas vigentes e pactuações esta- Assumir transitoriamente, quando necessário, a execu-
belecidas; ção das ações de vigilância em saúde no município, com-
-assumir a gestão e execução das ações de vigilância prometendo-se em cooperar para que o município assuma,
em saúde realizadas no âmbito local, compreendendo as no menor prazo possível, sua responsabilidade;
ações de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, Executar algumas ações de vigilância em saúde, em
de acordo com as normas vigentes e pactuações estabe- caráter permanente, mediante acordo bipartite e conforme
lecidas; normatização específica;
-elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da Supervisionar as ações de prevenção e controle da vi-
saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito gilância em saúde, coordenando aquelas que exigem ação
nacional. articulada e simultânea entre os municípios;

Políticas Públicas de Saúde 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Apoiar técnica e financeiramente os municípios para responsabilidade, o compromisso e o vínculo do serviço e


que executem com qualidade as ações de vigilância em equipe de saúde com a população do seu território, dese-
saúde, compreendendo as ações de vigilância epidemioló- nhando a rede de atenção e promovendo a humanização
gica, sanitária e ambiental, de acordo com as normas vigen- do atendimento;
tes e pactuações estabelecidas; Organizar e pactuar o acesso a ações e serviços de
Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da atenção especializada a partir das necessidades da aten-
saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito ção básica, configurando a rede de atenção, por meio dos
nacional; processos de integração e articulação dos serviços de aten-
Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de saúde ção básica com os demais níveis do sistema, com base no
pública; processo da programação pactuada e integrada da atenção
Assumir a gestão e a gerência de unidades públicas à saúde;
de hemonúcleos / hemocentros e elaborar normas comple- Pactuar e fazer o acompanhamento da referência da
mentares para a organização e funcionamento desta rede atenção que ocorre fora do seu território, em cooperação
de serviço. com os estados envolvidos no âmbito regional, conforme
a programação pactuada e integrada da atenção à saúde;
– DISTRITO FEDERAL Promover a estruturação da assistência farmacêutica e
Responder, solidariamente com a união, pela integrali- garantir, em conjunto com a união, o acesso da população
dade da atenção à saúde da população; aos medicamentos cuja dispensação esteja sob sua res-
Garantir a integralidade das ações de saúde prestadas ponsabilidade, fomentando seu uso racional e observando
de forma interdisciplinar, por meio da abordagem integral as normas vigentes e pactuações estabelecidas;
e contínua do indivíduo no seu contexto familiar, social e Garantir o acesso de serviços de referência de acor-
do trabalho; englobando atividades de promoção da saúde, do com a programação pactuada e integrada da atenção
prevenção de riscos, danos e agravos; ações de assistên- à saúde;
cia, assegurando o acesso ao atendimento às urgências; Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da
Promover a eqüidade na atenção à saúde, consideran-
saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito
do as diferenças individuais e de grupos populacionais, por
nacional;
meio da adequação da oferta às necessidades como princí-
Assumir a gestão e execução das ações de vigilância
pio de justiça social, e ampliação do acesso de populações
em saúde realizadas no âmbito do seu território, compreen-
em situação de desigualdade, respeitadas as diversidades
dendo as ações de vigilância epidemiológica, sanitária e
locais;
ambiental, de acordo com as normas vigentes e pactuações
Participar do financiamento tripartite do Sistema Único
estabelecidas;
de Saúde;
Executar e coordenar as ações de vigilância em saúde,
Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito estadual,
a implementação dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seu compreendendo as ações de média e alta complexidade
Termo de Compromisso de Gestão; desta área, de acordo com as normas vigentes e pactua-
Assumir a gestão e executar as ações de atenção bá- ções estabelecidas;
sica, incluindo as ações de promoção e proteção, no seu Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de saúde
território; pública;
Assumir integralmente a gerência de toda a rede públi- Assumir a gestão e a gerência de unidades públicas
ca de serviços de atenção básica, englobando as unidades de hemonúcleos / hemocentros e elaborar normas comple-
próprias e as transferidas pela união; mentares para a organização e funcionamento desta rede
Garantir a estrutura física necessária para a realização de serviço.
das ações de atenção básica, de acordo com as normas
técnicas vigentes; – UNIÃO
Realizar o acompanhamento e a avaliação da atenção Responder, solidariamente com os municípios, o Dis-
básica no âmbito do seu território; trito Federal e os estados, pela integralidade da atenção à
Identificar as necessidades da população do seu terri- saúde da população;
tório, fazer um reconhecimento das iniqüidades, oportuni- Participar do financiamento tripartite do Sistema Único
dades e recursos; de Saúde;
Desenvolver, a partir da identificação das necessida- Formular e implementar políticas para áreas prioritárias,
des, um processo de planejamento, regulação, programa- conforme definido nas diferentes instâncias de pactuação;
ção pactuada e integrada da atenção à saúde, monitora- Coordenar e acompanhar, no âmbito nacional, a pac-
mento e avaliação; tuação e avaliação do Pacto de Gestão e Pacto pela Vida e
Formular e implementar políticas para áreas prioritá- seu Termo de Compromisso;
rias, conforme definido nas instâncias de pactuação; Apoiar o Distrito Federal, os estados e conjuntamente
Organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos com estes, os municípios, para que assumam integralmente
as suas responsabilidades de gestores da atenção à saúde;
e de qualidade na atenção básica, viabilizando o planeja-
mento, a programação pactuada e integrada da atenção à
saúde e a atenção à saúde no seu território, explicitando a

Políticas Pública de Saúde 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Apoiar financeiramente o Distrito Federal e os municí- -participar da constituição da regionalização, disponibi-


pios, em conjunto com os estados, para que garantam a lizando de forma cooperativa os recursos humanos, tecno-
estrutura física necessária para a realização das ações de lógicos e financeiros, conforme pactuação estabelecida;
atenção básica; -participar dos colegiados de gestão regionais, cum-
Prestar cooperação técnica e financeira aos estados, prindo suas obrigações técnicas e financeiras. Nas CIB
ao Distrito Federal e aos municípios para o aperfeiçoamen- regionais constituídas por representação, quando não for
to das suas atuações institucionais na gestão da atenção possível a imediata incorporação de todos os gestores de
básica; saúde dos municípios da região de saúde, deve-se pactuar
Exercer de forma pactuada as funções de normatização um cronograma de adequação, no menor prazo possível,
e de coordenação no que se refere à gestão nacional da para a inclusão de todos os municípios nos respectivos co-
atenção básica no SUS; legiados de gestão regionais.
Identificar, em articulação com os estados, Distrito Fe- -participar dos projetos prioritários das regiões de saú-
deral e municípios, as necessidades da população para o de, conforme definido no plano municipal de saúde, no pla-
âmbito nacional, fazendo um reconhecimento das iniqüida- no diretor de regionalização, no planejamento regional e no
des, oportunidades e recursos; e cooperar técnica e finan- plano regional de investimento;
ceiramente com os gestores, para que façam o mesmo nos -A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo
seus territórios; com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de servi-
Desenvolver, a partir da identificação de necessidades, ços localizada no território municipal
um processo de planejamento, regulação, programação -Executar as ações de referência regional sob sua res-
pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento ponsabilidade em conformidade com a programação pac-
e avaliação; tuada e integrada da atenção à saúde acordada nos cole-
Promover a estruturação da assistência farmacêutica e giados de gestão regionais.
garantir, em conjunto com as demais esferas de governo, o
acesso da população aos medicamentos que estejam sob – ESTADOS
Contribuir para a constituição e fortalecimento do pro-
sua responsabilidade, fomentando seu uso racional, obser-
cesso de regionalização solidária e cooperativa, assumindo
vadas as normas vigentes e pactuações estabelecidas;
os compromissos pactuados;
Definir e pactuar as diretrizes para a organização das
Coordenar a regionalização em seu território, propondo
ações e serviços de média e alta complexidade, a partir da
e pactuando diretrizes e normas gerais sobre a regionaliza-
atenção básica;
ção, observando as normas vigentes e pactuações na CIB;
Coordenar e executar as ações de vigilância em saúde,
Coordenar o processo de organização, reconhecimento
compreendendo as ações de média e alta complexidade e atualização das regiões de saúde, conformando o plano
desta área, de acordo com as normas vigentes e pactua- diretor de regionalização;
ções estabelecidas; Participar da constituição da regionalização, disponibili-
Coordenar, nacionalmente, as ações de prevenção e con- zando de forma cooperativa os recursos humanos, tecnoló-
trole da vigilância em saúde que exijam ação articulada e si- gicos e financeiros, conforme pactuação estabelecida;
multânea entre os estados, Distrito Federal e municípios; Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saúde,
Proceder investigação complementar ou conjunta com promovendo a eqüidade inter-regional;
os demais gestores do SUS em situação de risco sanitário; Participar dos colegiados de gestão regional, cumprin-
Apoiar e coordenar os laboratórios de saúde pública – do suas obrigações técnicas e financeiras;
Rede Nacional de laboratórios de saúde Pública/RNLSP - Participar dos projetos prioritários das regiões de saú-
nos aspectos relativos à vigilância em saúde; de, conforme definido no plano estadual de saúde, no plano
Assumir transitoriamente, quando necessário, a execu- diretor de regionalização, no planejamento regional e no
ção das ações de vigilância em saúde nos estados, Distri- plano regional de investimento.
to Federal e municípios, comprometendo-se em cooperar
para que assumam, no menor prazo possível, suas respon- – DISTRITO FEDERAL
sabilidades; Contribuir para a constituição e fortalecimento do pro-
Apoiar técnica e financeiramente os estados, o Distrito cesso de regionalização solidária e cooperativa, assumindo
Federal e os municípios para que executem com qualidade os compromissos pactuados;
as ações de vigilância em saúde, compreendendo as ações Coordenar o processo de organização, reconhecimento
de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, de acor- e atualização das regiões de saúde, conformando o plano
do com as normas vigentes e pactuações estabelecidas; diretor de regionalização;
Elaborar, pactuar e implementar a política de promoção Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saúde,
da saúde. promovendo a eqüidade inter-regional;
Participar dos colegiados de gestão regional, cumprin-
RESPONSABILIDADES NA REGIONALIZAÇÃO do suas obrigações técnicas e financeiras, conforme pac-
– MUNICÍPIOS tuação estabelecida;
Todo município deve: Participar dos projetos prioritários das regiões de saú-
-contribuir para a constituição e fortalecimento do pro- de, conforme definido no plano estadual de saúde, no plano
cesso de regionalização solidária e cooperativa, assumindo diretor de regionalização, no planejamento regional e no
os compromissos pactuados; plano regional de investimento;

Políticas Públicas de Saúde 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Propor e pactuar diretrizes e normas gerais sobre a re- -assumir a responsabilidade pela coordenação e exe-
gionalização, observando as normas vigentes, participando cução das atividades de informação, educação e comuni-
da sua constituição, disponibilizando de forma cooperativa cação, no âmbito local;
os recursos humanos, tecnológicos e financeiros, conforme -elaborar a programação da atenção à saúde, incluí-
pactuação estabelecida. da a assistência e vigilância em saúde, em conformidade
com o plano municipal de saúde, no âmbito da Programa-
– UNIÃO ção Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde;
Contribuir para a constituição e fortalecimento do pro- A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo
cesso de regionalização solidária e cooperativa, assumindo com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de
os compromissos pactuados; serviços localizada no território municipal
Coordenar o processo de regionalização no âmbito na- Gerir os sistemas de informação epidemiológica e
cional, propondo e pactuando diretrizes e normas gerais sanitária, bem como assegurar a divulgação de informa-
sobre a regionalização, observando as normas vigentes e ções e análises.
pactuações na CIT;
Cooperar técnica e financeiramente com as regiões de – ESTADOS
saúde, por meio dos estados e/ou municípios, priorizando Formular, gerenciar, implementar e avaliar o proces-
as regiões mais vulneráveis, promovendo a eqüidade inter- so permanente de planejamento participativo e integra-
-regional e interestadual; do, de base local e ascendente, orientado por problemas
Apoiar e participar da constituição da regionalização, e necessidades em saúde, com a constituição de ações
disponibilizando de forma cooperativa os recursos huma- para a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilita-
nos, tecnológicos e financeiros, conforme pactuação esta- ção em saúde, construindo nesse processo o plano esta-
belecida; dual de saúde, submetendo-o à aprovação do Conselho
Fomentar a constituição das regiões de saúde fronteiri- Estadual de Saúde;
ças, participando do funcionamento de seus colegiados de Formular, no plano estadual de saúde, e pactuar no
âmbito da Comissão Intergestores Bipartite - CIB, a polí-
gestão regionais.
tica estadual de atenção em saúde, incluindo ações inter-
setoriais voltadas para a promoção da saúde;
– RESPONSABILIDADES NO PLANEJAMENTO E
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresenta-
PROGRAMAÇÃO
do e submetido à aprovação do Conselho Estadual de
– MUNICÍPIOS
Saúde;
Todo município deve:
Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios na
-formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo
elaboração da programação pactuada e integrada da
permanente de planejamento participativo e integrado, de atenção à saúde, no âmbito estadual, regional e interes-
base local e ascendente, orientado por problemas e ne- tadual;
cessidades em saúde, com a constituição de ações para Apoiar, acompanhar, consolidar e operar quando
a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação couber, no âmbito estadual e regional, a alimentação dos
em saúde, construindo nesse processo o plano de saúde sistemas de informação, conforme normas do Ministério
e submetendo-o à aprovação do Conselho de Saúde cor- da Saúde;
respondente; Operar os sistemas de informação epidemiológica e
-formular, no plano municipal de saúde, a política mu- sanitária de sua competência, bem como assegurar a di-
nicipal de atenção em saúde, incluindo ações intersetoriais vulgação de informações e análises e apoiar os municí-
voltadas para a promoção da saúde; pios naqueles de responsabilidade municipal.
-elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado
e submetido à aprovação do Conselho de Saúde corres- – DISTRITO FEDERAL
pondente; Formular, gerenciar, implementar e avaliar o proces-
-operar os sistemas de informação referentes à aten- so permanente de planejamento participativo e integra-
ção básica, conforme normas do Ministério da Saúde, e do, de base local e ascendente, orientado por problemas
alimentar regularmente os bancos de dados nacionais, e necessidades em saúde, com a constituição de ações
assumindo a responsabilidade pela gestão, no nível local, para a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilita-
dos sistemas de informação: Sistema de Informação sobre ção em saúde, construindo nesse processo o plano esta-
Agravos de Notificação – SINAN, Sistema de Informação dual de saúde, submetendo-o à aprovação do Conselho
do Programa Nacional de Imunizações - SI-PNI, Sistema de Saúde do Distrito Federal;
de Informação sobre Nascidos Vivos – SINASC, Sistema Formular, no plano estadual de saúde, a política esta-
de Informação Ambulatorial - SIA e Cadastro Nacional dual de atenção em saúde, incluindo ações intersetoriais
de Estabelecimentos e Profissionais de Saúde – CNES; voltadas para a promoção da saúde;
e quando couber, os sistemas: Sistema de Informação Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado
Hospitalar – SIH e Sistema de Informação sobre Mortali- e submetido à aprovação do Conselho Estadual de Saúde;
dade – SIM, bem como de outros sistemas que venham Operar os sistemas de informação epidemiológica e sa-
a ser introduzidos; nitária de sua competência, bem como assegurar a divulga-
ção de informações e análises;

Políticas Pública de Saúde 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Operar os sistemas de informação referentes à atenção RESPONSABILIDADES NA REGULAÇÃO, CONTRO-


básica, conforme normas do Ministério da Saúde, e alimen- LE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA
tar regularmente os bancos de dados nacionais, assumindo
a responsabilidade pela gestão, no nível local, dos sistemas 4.1- MUNICÍPIOS
de informação: Sistema de Informação sobre Agravos de Todo município deve:
Notificação – SINAN, Sistema de Informação do Programa -monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos finan-
Nacional de Imunizações - SI-PNI, Sistema de Informação ceiros provenientes de transferência regular e automática
sobre Nascidos Vivos – SINASC, Sistema de Informação (fundo a fundo) e por convênios;
Ambulatorial - SIA e Cadastro Nacional de Estabelecimen- -realizar a identificação dos usuários do SUS, com vis-
tos e Profissionais de Saúde – CNES; Sistema de Informa- tas à vinculação de clientela e à sistematização da oferta
ção Hospitalar – SIH e Sistema de Informação sobre Mor- dos serviços;
talidade – SIM, bem como de outros sistemas que venham -monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde,
a ser introduzidos; realizadas em seu território, por intermédio de indicadores
Assumir a responsabilidade pela coordenação e execu- de desempenho, envolvendo aspectos epidemiológicos e
ção das atividades de informação, educação e comunica- operacionais;
ção, no âmbito do seu território; -manter atualizado o Sistema Nacional de Cadastro de
Elaborar a programação da atenção à saúde, incluída Estabelecimentos e Profissionais de Saúde no seu territó-
a assistência e vigilância em saúde, em conformidade com rio, segundo normas do Ministério da Saúde;
o plano estadual l de saúde, no âmbito da Programação -adotar protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, em
Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde. consonância com os protocolos e diretrizes nacionais e es-
taduais;
– UNIÃO -adotar protocolos de regulação de acesso, em conso-
Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo nância com os protocolos e diretrizes nacionais, estaduais
permanente de planejamento participativo e integrado, de e regionais;
base local e ascendente, orientado por problemas e ne-
-controlar a referência a ser realizada em outros muni-
cessidades em saúde, com a constituição de ações para a
cípios, de acordo com a programação pactuada e integrada
promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação em
da atenção à saúde, procedendo à solicitação e/ou autori-
saúde, construindo nesse processo o plano nacional de
zação prévia, quando couber;
saúde, submetendo-o à aprovação do Conselho Nacional
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acor-
de Saúde;
do com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de
Formular, no plano nacional de saúde, e pactuar no âm-
serviços localizada no território municipal
bito da Comissão Intergestores Tripartite – CIT, a política
Definir a programação físico-financeira por estabeleci-
nacional de atenção em saúde, incluindo ações interseto-
riais voltadas para a promoção da saúde; mento de saúde; observar as normas vigentes de solicita-
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado ção e autorização dos procedimentos hospitalares e am-
e submetido à aprovação do Conselho Nacional de Saúde; bulatoriais; processar a produção dos estabelecimentos de
Formular, pactuar no âmbito a CIT e aprovar no Con- saúde próprios e contratados e realizar o pagamento dos
selho Nacional de Saúde, a política nacional de atenção à prestadores de serviços;
saúde dos povos indígenas e executá-la, conforme pactua- Operar o complexo regulador dos serviços presentes
ção com Estados e Municípios, por meio da Fundação Na- no seu território, de acordo com a pactuação estabelecida,
cional de Saúde – FUNASA; realizando a co-gestão com o Estado e outros Municípios,
Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios, os das referências intermunicipais.
estados e Distrito Federal na elaboração da programação Executar o controle do acesso do seu munícipe aos lei-
pactuada e integrada da atenção em saúde, no âmbito na- tos disponíveis, às consultas, terapias e exames especiali-
cional; zados, disponíveis no seu território, que pode ser feito por
Gerenciar, manter, e elaborar quando necessário, no meio de centrais de regulação;
âmbito nacional, os sistemas de informação, conforme nor- Planejar e executar a regulação médica da atenção pré-
mas vigentes e pactuações estabelecidas, incluindo aqueles -hospitalar às urgências, conforme normas vigentes e pac-
sistemas que garantam a solicitação e autorização de proce- tuações estabelecidas;
dimentos, o processamento da produção e preparação para Elaborar contratos com os prestadores de acordo com
a realização de pagamentos; a política nacional de contratação de serviços de saúde e
Desenvolver e gerenciar sistemas de informação epide- em conformidade com o planejamento e a programação
miológica e sanitária, bem como assegurar a divulgação de pactuada e integrada da atenção à saúde;
informações e análises. Monitorar e fiscalizar os contratos e convênios com
prestadores contratados e conveniados, bem como das
unidades públicas;
Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos
realizados em cada estabelecimento por meio das ações
de controle e avaliação hospitalar e ambulatorial;

Políticas Públicas de Saúde 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Monitorar e fiscalizar e o cumprimento dos critérios na- Monitorar a implementação e operacionalização das
cionais, estaduais e municipais de credenciamento de ser- centrais de regulação;
viços; Cooperar tecnicamente com os municípios para a quali-
Implementar a avaliação das ações de saúde nos es- ficação das atividades de cadastramento, contratação, con-
tabelecimentos de saúde, por meio de análise de dados e trole, avaliação, auditoria e pagamento aos prestadores dos
indicadores e verificação de padrões de conformidade; serviços localizados no território municipal e vinculados ao
Implementar a auditoria sobre toda a produção de servi- SUS;
ços de saúde, públicos e privados, sob sua gestão, toman- Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com presta-
do como referência as ações previstas no plano municipal dores contratados e conveniados, bem como das unidades
de saúde e em articulação com as ações de controle, ava- públicas;
liação e regulação assistencial; Elaborar contratos com os prestadores de acordo com
Realizar auditoria assistencial da produção de serviços a política nacional de contratação de serviços de saúde,
de saúde, públicos e privados, sob sua gestão; em conformidade com o planejamento e a programação da
Elaborar normas técnicas, complementares às das es- atenção;
feras estadual e federal, para o seu território. Credenciar os serviços de acordo com as normas vi-
gentes e com a regionalização e coordenar este processo
– ESTADOS em relação aos municípios;
Elaborar as normas técnicas complementares à da es- Fiscalizar e monitorar o cumprimento dos critérios es-
fera federal, para o seu território; taduais e nacionais de credenciamento de serviços pelos
Monitorar a aplicação dos recursos financeiros recebi- prestadores;
dos por meio de transferência regular e automática (fundo a Monitorar o cumprimento, pelos municípios, das progra-
fundo) e por convênios; mações físico-financeira definidas na programação pactua-
Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financei- da e integrada da atenção à saúde;
ros transferidos aos fundos municipais; Fiscalizar e monitorar o cumprimento, pelos municípios,
Monitorar o cumprimento pelos municípios: dos planos das normas de solicitação e autorização das internações e
de saúde, dos relatórios de gestão, da operação dos fun- dos procedimentos ambulatoriais especializados;
dos de saúde, indicadores e metas do pacto de gestão, da Estabelecer e monitorar a programação físico-financei-
constituição dos serviços de regulação, controle avaliação ra dos estabelecimentos de saúde sob sua gestão; obser-
e auditoria e da participação na programação pactuada e var as normas vigentes de solicitação e autorização dos
integrada da atenção à saúde; procedimentos hospitalares e ambulatoriais, monitorando e
Apoiar a identificação dos usuários do SUS no âmbito fiscalizando a sua execução por meio de ações de controle,
estadual, com vistas à vinculação de clientela e à sistemati- avaliação e auditoria; processar a produção dos estabeleci-
zação da oferta dos serviços; mentos de saúde próprios e contratados e realizar o paga-
Manter atualizado o cadastramento no Sistema Nacio- mento dos prestadores de serviços;
nal de Cadastro de Estabelecimentos e Profissionais de Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consórcios In-
Saúde, bem como coordenar e cooperar com os municípios termunicipais de Saúde;
nesta atividade; Monitorar e avaliar o desempenho das redes regionais
Elaborar e pactuar protocolos clínicos e de regulação hierarquizadas estaduais;
de acesso, no âmbito estadual, em consonância com os Implementar avaliação das ações de saúde nos estabe-
protocolos e diretrizes nacionais, apoiando os Municípios lecimentos, por meio de análise de dados e indicadores e
na implementação dos mesmos; verificação de padrões de conformidade;
Controlar a referência a ser realizada em outros esta- Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde,
dos, de acordo com a programação pactuada e integrada realizadas pelos municípios e pelo gestor estadual;
da atenção à saúde, procedendo a solicitação e/ou autori- Supervisionar a rede de laboratórios públicos e priva-
zação prévia, quando couber; dos que realizam análises de interesse da saúde pública;
Operar a central de regulação estadual, para as refe- Elaborar normas complementares para a avaliação tec-
rências interestaduais pactuadas, em articulação com as nológica em saúde;
centrais de regulação municipais; Avaliar e auditar os sistemas de saúde municipais de
Coordenar e apoiar a implementação da regulação da saúde;
atenção pré-hospitalar às urgências de acordo com a regio- Implementar auditoria sobre toda a produção de servi-
nalização e conforme normas vigentes e pactuações esta- ços de saúde, pública e privada, sob sua gestão e em ar-
belecidas; ticulação com as ações de controle, avaliação e regulação
Estimular e apoiar a implantação dos complexos regu- assistencial;
ladores municipais; Realizar auditoria assistencial da produção de serviços
Participar da co-gestão dos complexos reguladores mu- de saúde, públicos e privados, sob sua gestão.
nicipais, no que se refere às referências intermunicipais;
Operar os complexos reguladores no que se refere no – DISTRITO FEDERAL
que se refere à referencia intermunicipal, conforme pactua- Elaborar as normas técnicas complementares à da es-
ção; fera federal, para o seu território;

Políticas Pública de Saúde 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Monitorar a aplicação dos recursos financeiros recebi- Supervisionar a rede de laboratórios públicos e priva-
dos por meio de transferência regular e automática (fundo a dos que realizam análises de interesse da saúde pública;
fundo) e por convênios; Elaborar normas complementares para a avaliação tec-
Realizar a identificação dos usuários do SUS no âmbito nológica em saúde;
do Distrito Federal, com vistas à vinculação de clientela e à Implementar auditoria sobre toda a produção de ser-
sistematização da oferta dos serviços; viços de saúde, pública e privada, em articulação com as
Manter atualizado o cadastramento no Sistema Nacio- ações de controle, avaliação e regulação assistencial.
nal de Cadastro de Estabelecimentos e Profissionais de
Saúde no seu território, segundo normas do Ministério da – UNIÃO
Saúde; Cooperar tecnicamente com os estados, o Distrito Fe-
Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, deral e os municípios para a qualificação das atividades de
realizadas em seu território, por intermédio de indicadores cadastramento, contratação, regulação, controle, avalia-
de desempenho, envolvendo aspectos epidemiológicos e ção, auditoria e pagamento aos prestadores dos serviços
operacionais; vinculados ao SUS;
Elaborar e implantar protocolos clínicos, terapêuticos e Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financei-
de regulação de acesso, no âmbito do Distrito Federal, em ros transferidos fundo a fundo e por convênio aos fundos
consonância com os protocolos e diretrizes nacionais; de saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;
Controlar a referência a ser realizada em outros esta- Monitorar o cumprimento pelos estados, Distrito Fe-
dos, de acordo com a programação pactuada e integrada deral e municípios dos planos de saúde, dos relatórios de
da atenção à saúde, procedendo a solicitação e/ou autori- gestão, da operação dos fundos de saúde, dos pactos de
zação prévia; indicadores e metas, da constituição dos serviços de regu-
Operar a central de regulação do Distrito Federal, para lação, controle avaliação e auditoria e da realização da pro-
as referências interestaduais pactuadas, em articulação gramação pactuada e integrada da atenção à saúde;
com as centrais de regulação estaduais e municipais; Coordenar, no âmbito nacional, a estratégia de identifi-
Implantar e operar o complexo regulador dos serviços cação dos usuários do SUS;
presentes no seu território, de acordo com a pactuação es- Coordenar e cooperar com os estados, o Distrito Fede-
tabelecida; ral e os municípios no processo de cadastramento de Esta-
Coordenar e apoiar a implementação da regulação da belecimentos e Profissionais de Saúde;
atenção pré-hospitalar às urgências de acordo com a regio- Definir e pactuar a política nacional de contratação de
nalização e conforme normas vigentes e pactuações esta- serviços de saúde;
belecidas Propor e pactuar os critérios de credenciamento dos
Executar o controle do acesso do seu usuário aos lei- serviços de saúde;
tos disponíveis, às consultas, terapias e exames especiali- Propor e pactuar as normas de solicitação e autoriza-
zados, disponíveis no seu território, que pode ser feito por ção das internações e dos procedimentos ambulatoriais
meio de centrais de regulação; especializados, de acordo com as Políticas de Atenção Es-
Definir a programação físico-financeira por estabeleci- pecializada;
mento de saúde; observar as normas vigentes de solicita- Elaborar, pactuar e manter as tabelas de procedimen-
ção e autorização dos procedimentos hospitalares e am- tos enquanto padrão nacional de utilização dos mesmos e
bulatoriais; processar a produção dos estabelecimentos de de seus preços;
saúde próprios e contratados e realizar o pagamento dos Estruturar a política nacional de regulação da atenção
prestadores de serviços; à saúde, conforme pactuação na CIT, contemplando apoio
Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com presta- financeiro, tecnológico e de educação permanente;
dores contratados e conveniados, bem como das unidades Estimular e apoiar a implantação dos complexos regu-
públicas; ladores;
Elaborar contratos com os prestadores de acordo com Cooperar na implantação e implementação dos com-
a política nacional de contratação de serviços de saúde, plexos reguladores;
em conformidade com o planejamento e a programação da Coordenar e monitorar a implementação e operacionali-
atenção; zação das centrais de regulação interestaduais, garantindo
Credenciar os serviços de acordo com as normas vi- o acesso às referências pactuadas;
gentes e com a regionalização; Coordenar a construção de protocolos clínicos e de re-
Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consórcios de gulação de acesso nacionais, em parceria com os estados,
Saúde; o Distrito Federal e os municípios, apoiando–os na utiliza-
Monitorar e avaliar o desempenho das redes regionais ção dos mesmos;
hierarquizadas; Acompanhar, monitorar e avaliar a atenção básica, nas
Implementar avaliação das ações de saúde nos estabe- demais esferas de gestão, respeitadas as competências es-
lecimentos, por meio de análise de dados e indicadores e taduais, municipais e do Distrito Federal;
verificação de padrões de conformidade; Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde,
Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos realizadas pelos municípios, Distrito Federal, estados e pelo
realizados em cada estabelecimento por meio das ações gestor federal, incluindo a permanente avaliação dos siste-
de controle e avaliação hospitalar e ambulatorial; mas de vigilância epidemiológica e ambiental em saúde;

Políticas Públicas de Saúde 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Normatizar, definir fluxos técnico-operacionais e super- Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação e
visionar a rede de laboratórios públicos e privados que reali- gestão do trabalho que favoreçam o provimento e a fixação
zam análises de interesse em saúde pública; de trabalhadores de saúde, no âmbito estadual, notadamen-
Avaliar o desempenho das redes regionais e de referên- te em regiões onde a restrição de oferta afeta diretamente a
cias interestaduais; implantação de ações estratégicas para a atenção básica.
Responsabilizar-se pela avaliação tecnológica em saú-
de; 5.3 – DISTRITO FEDERAL
Avaliar e auditar os sistemas de saúde estaduais e mu- Desenvolver estudos quanto às estratégias e financia-
nicipais. mento tripartite de política de reposição da força de trabalho
descentralizada;
5 – RESPONSABILIDADES NA GESTÃO DO TRABA- Implementar espaços de negociação permanente entre
LHO trabalhadores e gestores, no âmbito do Distrito Federal e re-
5.1 - MUNICÍPIOS gional;
Todo município deve: Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos so-
promover e desenvolver políticas de gestão do trabalho, ciais e previdenciários dos trabalhadores de saúde na sua
considerando os princípios da humanização, da participação esfera de gestão e de serviços, promovendo ações de ade-
e da democratização das relações de trabalho; quação de vínculos, onde for necessário, conforme legisla-
adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos so- ção vigente;
ciais e previdenciários dos trabalhadores de saúde na sua Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carrei-
esfera de gestão e de serviços, promovendo ações de ade- ras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da
quação de vínculos, onde for necessário, conforme legisla- elaboração, implementação e/ou reformulação de Planos de
ção vigente; Cargos e Salários no âmbito da gestão do Distrito Federal;
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acor- Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação
do com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de e de gestão do trabalho que favoreçam o provimento e a fi-
serviços localizada no território municipal xação de trabalhadores de saúde, no âmbito do Distrito Fe-
Estabelecer, sempre que possível, espaços de negocia- deral, notadamente em regiões onde a restrição de oferta
ção permanente entre trabalhadores e gestores; afeta diretamente a implantação de ações estratégicas para
Desenvolver estudos e propor estratégias e financia- a atenção básica.
mento tripartite com vistas à adoção de política referente aos 5.4 – UNIÃO
recursos humanos descentralizados; Promover, desenvolver e pactuar políticas de gestão
Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carrei- do trabalho considerando os princípios da humanização, da
ras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da participação e da democratização das relações de trabalho,
elaboração, implementação e/ou reformulação de Planos de apoiando os gestores estaduais e municipais na implemen-
Cargos e Salários no âmbito da gestão local; tação das mesmas;
Implementar e pactuar diretrizes para políticas de edu- Desenvolver estudos e propor estratégias e financia-
cação e gestão do trabalho que favoreçam o provimento e mento tripartite com vistas à adoção de políticas referentes à
a fixação de trabalhadores de saúde, no âmbito municipal, força de trabalho descentralizada;
notadamente em regiões onde a restrição de oferta afeta di- Fortalecer a Mesa Nacional de Negociação Permanente
retamente a implantação de ações estratégicas para a aten- do SUS como um espaço de negociação entre trabalhadores
ção básica. e gestores e contribuir para o desenvolvimento de espaços
de negociação no âmbito estadual, regional e/ou municipal;
5.2 – ESTADOS Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos so-
Promover e desenvolver políticas de gestão do trabalho, ciais e previdenciários dos trabalhadores de saúde na sua
considerando os princípios da humanização, da participação esfera de gestão e de serviços, promovendo ações de ade-
e da democratização das relações de trabalho; quação de vínculos, onde for necessário, conforme legislação
Desenvolver estudos e propor estratégias e financia- vigente e apoiando técnica e financeiramente os estados e
mento tripartite com vistas à adoção de política referente aos municípios na mesma direção;
recursos humanos descentralizados; Formular, propor, pactuar e implementar as Diretrizes
Promover espaços de negociação permanente entre tra- Nacionais para Planos de Carreiras, Cargos e Salários no
balhadores e gestores, no âmbito estadual e regional; âmbito do Sistema Único de Saúde – PCCS/SUS;
Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos so- Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação
ciais e previdenciários dos trabalhadores de saúde na sua e de gestão do trabalho que favoreçam o provimento e a fi-
esfera de gestão e de serviços, promovendo ações de ade- xação de trabalhadores de saúde, no âmbito nacional, nota-
quação de vínculos, onde for necessário, conforme legisla- damente em regiões onde a restrição de oferta afeta direta-
ção vigente e apoiando técnica e financeiramente os municí- mente a implantação de ações estratégicas para a atenção
pios na mesma direção; básica.
Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carrei-
ras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da
elaboração, implementação e/ou reformulação de Planos de
Cargos e Salários no âmbito da gestão estadual;

Políticas Pública de Saúde 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

RESPONSABILIDADES NA EDUCAÇÃO NA SAÚDE Promover a integração de todos os processos de capa-


6.1 - MUNICÍPIOS citação e desenvolvimento de recursos humanos à política
Todo município deve: de educação permanente;
formular e promover a gestão da educação permanente Articular e participar das políticas regulatórias e de in-
em saúde e processos relativos à mesma, orientados pela in- dução de mudanças no campo da graduação e da especia-
tegralidade da atenção à saúde, criando quando for o caso, lização das profissões de saúde;
estruturas de coordenação e de execução da política de for- Articular e cooperar com a construção e implementa-
mação e desenvolvimento, participando no seu financiamento; ção de iniciativas políticas e práticas para a mudança na
promover diretamente ou em cooperação com o estado, graduação das profissões de saúde, de acordo com as di-
com os municípios da sua região e com a união, processos retrizes do SUS;
conjuntos de educação permanente em saúde; Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Educa-
apoiar e promover a aproximação dos movimentos de ção, processos de formação de acordo com as necessida-
des do SUS, cooperando com os demais gestores, para
educação popular em saúde na formação dos profissionais
processos na mesma direção;
de saúde, em consonância com as necessidades sociais em
Desenvolver ações e estruturas formais de educação
saúde;
técnica em saúde com capacidade de execução descentra-
incentivar junto à rede de ensino, no âmbito municipal, a
lizada no âmbito do Distrito Federal;
realização de ações educativas e de conhecimento do SUS; Promover e articular junto às Escolas Técnicas de Saú-
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acordo de uma nova orientação para a formação de profissionais
com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de serviços técnicos para o SUS, diversificando os campos de apren-
localizada no território municipal dizagem;
Articular e cooperar com a construção e implementação Apoiar e promover a aproximação dos movimentos de
de iniciativas políticas e práticas para a mudança na gradua- educação popular em saúde da formação dos profissionais
ção das profissões de saúde, de acordo com as diretrizes do de saúde, em consonância com as necessidades sociais
SUS; em saúde;
Promover e articular junto às Escolas Técnicas de Saúde Incentivar, junto à rede de ensino, a realização de ações
uma nova orientação para a formação de profissionais técni- educativas e de conhecimento do SUS;
cos para o SUS, diversificando os campos de aprendizagem;
6.4 – UNIÃO
6.2 – ESTADOS Formular, promover e pactuar políticas de educação
Formular, promover e apoiar a gestão da educação per- permanente em saúde, apoiando técnica e financeiramente
manente em saúde e processos relativos à mesma no âmbito estados e municípios no desenvolvimento das mesmas;
estadual; Promover a integração de todos os processos de capa-
Promover a integração de todos os processos de capaci- citação e desenvolvimento de recursos humanos à política
tação e desenvolvimento de recursos humanos à política de de educação permanente, no âmbito da gestão nacional do
educação permanente, no âmbito da gestão estadual do SUS; SUS;
Apoiar e fortalecer a articulação com os municípios e en- Propor e pactuar políticas regulatórias no campo da
tre os mesmos, para os processos de educação e desenvolvi- graduação e da especialização das profissões de saúde;
mento de trabalhadores para o SUS; Articular e propor políticas de indução de mudanças na
Articular o processo de vinculação dos municípios às refe- graduação das profissões de saúde;
Propor e pactuar com o sistema federal de educação,
rências para o seu processo de formação e desenvolvimento;
processos de formação de acordo com as necessidades do
Articular e participar das políticas regulatórias e de indu-
SUS, articulando os demais gestores na mesma direção;
ção de mudanças no campo da graduação e da especializa-
ção das profissões de saúde;
RESPONSABILIDADES NA PARTICIPAÇÃO E CON-
Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Educação, TROLE SOCIAL
processos de formação de acordo com as necessidades do 7.1 - MUNICÍPIOS
SUS, cooperando com os demais gestores, para processos Todo município deve:
na mesma direção; -apoiar o processo de mobilização social e institucional
Desenvolver ações e estruturas formais de educação téc- em defesa do SUS;
nica em saúde com capacidade de execução descentralizada -prover as condições materiais, técnicas e administra-
no âmbito estadual; tivas necessárias ao funcionamento do Conselho Munici-
pal de Saúde, que deverá ser organizado em conformidade
6.3 – DISTRITO FEDERAL com a legislação vigente;
Formular e promover a gestão da educação permanente -organizar e prover as condições necessárias à realiza-
em saúde e processos relativos à mesma, orientados pela in- ção de Conferências Municipais de Saúde;
tegralidade da atenção à saúde, criando quando for o caso, -estimular o processo de discussão e controle social no
estruturas de coordenação e de execução da política de espaço regional;
formação e desenvolvimento, participando no seu financia- -apoiar o processo de formação dos conselheiros de
mento; saúde;

Políticas Públicas de Saúde 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

-promover ações de informação e conhecimento acerca Organizar e prover as condições necessárias à reali-
do SUS, junto à população em geral; zação de Conferências Nacionais de Saúde;
Apoiar os processos de educação popular em saúde, Apoiar o processo de formação dos conselheiros de
com vistas ao fortalecimento da participação social do SUS; saúde;
A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo Promover ações de informação e conhecimento acer-
com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de servi- ca do SUS, junto à população em geral;
ços localizada no território municipal Apoiar os processos de educação popular em saúde,
Implementar ouvidoria municipal com vistas ao fortale- com vistas ao fortalecimento da participação social do
cimento da gestão estratégica do SUS, conforme diretrizes SUS;
nacionais. Apoiar o fortalecimento dos movimentos sociais, apro-
ximando-os da organização das práticas da saúde e com
7.2 – ESTADOS as instâncias de controle social da saúde;
Apoiar o processo de mobilização social e institucional
Formular e pactuar a política nacional de ouvidoria e
em defesa do SUS;
implementar o componente nacional, com vistas ao forta-
Prover as condições materiais, técnicas e administra-
lecimento da gestão estratégica do SUS.
tivas necessárias ao funcionamento do Conselho Estadual
de Saúde, que deverá ser organizado em conformidade
com a legislação vigente; V - IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DOS PAC-
Organizar e prover as condições necessárias à realiza- TOS PELA VIDA E DE GESTÃO
ção de Conferências Estaduais de Saúde; A - PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO
Estimular o processo de discussão e controle social no
espaço regional; Para a implantação destes Pactos ficam acordados os
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de seguintes pontos:
saúde; A implantação dos Pactos pela Vida e de Gestão, en-
Promover ações de informação e conhecimento acerca seja uma revisão normativa em várias áreas que serão re-
do SUS, junto à população em geral; gulamentadas em portarias específicas, pactuadas na CIT.
Apoiar os processos de educação popular em saúde, Fica definido o Termo de Compromisso de Gestão, Fe-
com vistas ao fortalecimento da participação social do SUS; deral, Estadual, do DF e Municipal, como o documento de
Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao fortale- formalização deste Pacto nas suas dimensões Pela Vida
cimento da gestão estratégica do SUS, conforme diretrizes e de Gestão.
nacionais. O Termo de Compromisso de Gestão, a ser regula-
mentado em normatização específica, contém as metas
7.3 – DISTRITO FEDERAL e objetivos do Pacto pela Vida, referidas no item I deste
Apoiar o processo de mobilização social e institucional documento; as responsabilidades e atribuições de cada
em defesa do SUS; gestor, constantes do item III e os indicadores de monito-
Prover as condições materiais, técnicas e administra- ramento.
tivas necessárias ao funcionamento do Conselho Estadual Os Termos de Compromisso de Gestão devem ser
de Saúde, que deverá ser organizado em conformidade aprovados nos respectivos Conselhos de Saúde.
com a legislação vigente; Nos Termos de Compromisso de Gestão Estadual e
Organizar e prover as condições necessárias à realiza- Municipal, podem ser acrescentadas as metas municipais,
ção de Conferências Estaduais de Saúde;
regionais e estaduais, conforme pactuação;
Estimular o processo de discussão e controle social no
Anualmente, no mês de março, devem ser revistas as
espaço regional;
metas, os objetivos e os indicadores do Termo de Compro-
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de
misso de Gestão.
saúde;
Promover ações de informação e conhecimento acerca O Termo de Compromisso de Gestão substitui o atual
do SUS, junto à população em geral; processo de habilitação, conforme detalhamento em por-
Apoiar os processos de educação popular em saúde, taria específica.
com vistas ao fortalecimento da participação social do SUS; Fica extinto o processo de habilitação para estados e
Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao fortale- municípios, conforme estabelecido na NOB SUS 01/– 96 e
cimento da gestão estratégica do SUS, conforme diretrizes na NOAS SUS 2002.
nacionais Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de Com-
promisso de Gestão constante nas Diretrizes Operacio-
7.4 - UNIÃO nais do Pacto pela Saúde 2006, as mesmas prerrogativas
Apoiar o processo de mobilização social e institucional e responsabilidades dos municípios e estados que estão
em defesa do SUS; habilitados em Gestão Plena do Sistema, conforme esta-
Prover as condições materiais, técnicas e administra- belecido na Norma Operacional Básica - NOB SUS 01/96
tivas necessárias ao funcionamento do Conselho Nacional e na Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS
de Saúde, que deverá ser organizado em conformidade SUS 2002.
com a legislação vigente;

Políticas Pública de Saúde 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

B - PROCESSO DE MONITORAMENTO As decisões das Comissões Intergestores que versa-


O processo de monitoramento dos Pactos deve seguir rem sobre matéria da esfera de competência dos Conse-
as seguintes diretrizes: lhos de Saúde deverão ser submetidas à apreciação do
Ser um processo permanente, de cada ente com rela- Conselho respectivo.
ção ao seu próprio âmbito, dos estados com relação aos
municípios do seu território, dos municípios com relação
ao estado, dos municípios e estado com relação à União 4. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCEN-
e da união com relação aos estados, municípios e Distrito TE. BRASIL. LEI NO 8069 DE 13 DE JULHO DE
Federal; 1990. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLES-
Ser orientado pelos indicadores, objetivos, metas e res- CENTE. BRASÍLIA, 1991.
ponsabilidades que compõem o respectivo Termo de Com-
promisso de Gestão;
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma
Estabelecer um processo de monitoramento dos crono-
lei federal (8.069 promulgada em julho de 1990), que trata
gramas pactuados nas situações onde o município, estado
sobre os direitos das crianças e adolescentes em todo o
e DF não tenham condições de assumir plenamente suas
Brasil.
responsabilidades no momento da assinatura do Termo de
Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido
Compromisso de Gestão; em partes geral e especial, onde a primeira traça, como as
Desenvolver ações de apoio para a qualificação do pro- demais codificações existentes, os princípios norteadores
cesso de gestão. do Estatuto. Já a segunda parte estrutura a política de aten-
A operacionalização do processo de monitoramento dimento, medidas, conselho tutelar, acesso jurisdicional e
deve ser objeto de regulamentação específica em cada es- apuração de atos infracionais.
fera de governo, considerando as pactuações realizadas. Na presente Lei estão dispostos os procedimentos de
adoção (Livro I, capítulo V), a aplicação de medidas socioe-
VI - DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO DO SUS ducativas (Livro II, capítulo II), do Conselho Tutelar (Livro II,
A direção do SUS, em cada esfera de governo, é com- capítulo V), e também dos crimes cometidos contra crian-
posta pelo órgão setorial do poder executivo e pelo respec- ças e adolescentes.
tivo Conselho de Saúde, nos termos das Leis Nº 8.080/90 O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18
e Nº 8.142/1990. anos, proporcionando a eles um desenvolvimento físico,
O processo de articulação entre os gestores, nos di- mental, moral e social condizentes com os princípios cons-
ferentes níveis do Sistema, ocorre, preferencialmente, em titucionais da liberdade e da dignidade, preparando para a
dois colegiados de negociação: a Comissão Intergestores vida adulta em sociedade.
Tripartite - CIT e a Comissão Intergestores Bipartite - CIB, O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimenta-
que pactuarão sobre a organização, direção e gestão da ção, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
saúde. dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar
A CIT é composta, paritariamente, por representação e comunitária para meninos e meninas, e também aborda
do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretá- questões de políticas de atendimento, medidas protetivas
rios de Saúde - CONASS e do Conselho Nacional de Se- ou medidas socioeducativas, entre outras providências.
cretários Municipais de Saúde – CONASEMS, sendo um Trata-se de direitos diretamente relacionados à Constitui-
espaço tripartite para a elaboração de propostas para a im- ção da República de 1988.
plantação e operacionalização do SUS.
Dispõe a Lei 8.069/1990 que nenhuma criança ou ado-
A CIB, composta igualmente de forma paritária, é inte-
lescente será objeto de qualquer forma de negligência, dis-
grada por representação da Secretaria Estadual de Saúde
criminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
(SES) e do Conselho Estadual de Secretários Municipais
por qualquer pessoa que seja, devendo ser punido qualquer
de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente é a instância ação ou omissão que atente aos seus direitos fundamen-
privilegiada de negociação e decisão quanto aos aspectos tais.
operacionais do SUS. Um dos representantes dos municí-
pios é, necessariamente, o Secretário de Saúde da Capi- LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990
tal. Como parte do processo de constituição das regiões
de saúde devem ser constituídos Colegiados de Gestão Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e
Regionais. dá outras providências.
A definição sobre o número de membros de cada CIB
deve considerar as diferentes situações de cada estado, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
como número de municípios, número de regiões de saúde, Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
buscando a maior representatividade possível.
As decisões da CIB e CIT serão tomadas sempre por
consenso.
As conclusões das negociações pactuadas na CIT e na
CIB serão formalizadas em ato próprio do gestor respectivo.

Políticas Públicas de Saúde 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

TÍTULO I Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos


DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES programas e às políticas de saúde da mulher e de plane-
jamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à crian- atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério
ça e ao adolescente. e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela
a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescen- Lei nº 13.257, de 2016)
te aquela entre doze e dezoito anos de idade. § 1o O atendimento pré-natal será realizado por pro-
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se fissionais da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e 13.257, de 2016)
vinte e um anos de idade. § 2o Os profissionais de saúde de referência da ges-
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos tante garantirão sua vinculação, no último trimestre da ges-
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da pro- tação, ao estabelecimento em que será realizado o parto,
teção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei garantido o direito de opção da mulher. (Redação dada pela
ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim Lei nº 13.257, de 2016)
de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual § 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado
e social, em condições de liberdade e de dignidade. assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei apli- alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção
cam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discrimi- primária, bem como o acesso a outros serviços e a gru-
nação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, pos de apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei nº
etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pes- 13.257, de 2016)
soal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econô- § 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência
mica, ambiente social, região e local de moradia ou outra psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal,
condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comu- inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequên-
nidade em que vivem.(incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) cias do estado puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da socie- 2009) Vigência
dade em geral e do poder público assegurar, com abso- § 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá
luta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, ser prestada também a gestantes e mães que manifestem
à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à a gestantes e mães que se encontrem em situação de pri-
liberdade e à convivência familiar e comunitária. vação de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 2016)
a) primazia de receber proteção e socorro em quais- § 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
quer circunstâncias; acompanhante de sua preferência durante o período do
b) precedência de atendimento nos serviços públicos pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. (In-
ou de relevância pública; cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
c) preferência na formulação e na execução das políti- § 7o A gestante deverá receber orientação sobre alei-
cas sociais públicas; tamento materno, alimentação complementar saudável e
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de es-
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de timular o desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, Lei nº 13.257, de 2016)
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudá-
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
vel durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso,
fundamentais.
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras inter-
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta
venções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela Lei
os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
nº 13.257, de 2016)
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da
condição peculiar da criança e do adolescente como pes-
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de
soas em desenvolvimento.
pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às
TÍTULO II consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à
CAPÍTULO I mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência
que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação
à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais com o sistema de ensino competente, visando ao desen-
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento volvimento integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257,
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. de 2016)

Políticas Pública de Saúde 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Preven- tação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo
ção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada anual- com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades
mente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
objetivo de disseminar informações sobre medidas preventi- § 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou fre-
vas e educativas que contribuam para a redução da incidência quente de crianças na primeira infância receberão formação
da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de específica e permanente para a detecção de sinais de risco
2019) para o desenvolvimento psíquico, bem como para o acom-
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o dispos- panhamento que se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº
to no caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em 13.257, de 2016)
conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigi- Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
das prioritariamente ao público adolescente.(Incluído pela Lei inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cui-
nº 13.798, de 2019) dados intermediários, deverão proporcionar condições para a
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores permanência em tempo integral de um dos pais ou responsá-
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, in- vel, nos casos de internação de criança ou adolescente. (Re-
clusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
liberdade. Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de casti-
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde go físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos
desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comu-
visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de nicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem
ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno prejuízo de outras providências legais. (Redação dada pela
e à alimentação complementar saudável, de forma contínua. Lei nº 13.010, de 2014)
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) § 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neona- entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente en-
tal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de caminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da
coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de aten- § 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
entrada, os serviços de assistência social em seu componente
ção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obri-
especializado, o Centro de Referência Especializado de Assis-
gados a:
tência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Ga-
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através
rantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão con-
de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
ferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua
etária da primeira infância com suspeita ou confirmação de
impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem
violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêuti-
prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade admi- co singular que inclua intervenção em rede e, se necessário,
nistrativa competente; acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêuti- 2016)
ca de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas
como prestar orientação aos pais; de assistência médica e odontológica para a prevenção das
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil,
necessariamente as intercorrências do parto e do desenvol- e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e
vimento do neonato; alunos.
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato § 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
a permanência junto à mãe. recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto § 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à
a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transver-
técnico já existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vi- sal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado
gência) direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257,
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado de 2016)
voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio § 3o A atenção odontológica à criança terá função educa-
do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equi- tiva protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê
dade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posterior-
e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, mente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com
de 2016) orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257,
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão de 2016)
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas neces- § 4o A criança com necessidade de cuidados odontoló-
sidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabili- gicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.
tação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, § 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos
àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro
e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habili- instrumento construído com a finalidade de facilitar a detec-

Políticas Públicas de Saúde 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ção, em consulta pediátrica de acompanhamento da criança, Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada,
de risco para o seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela os responsáveis, os agentes públicos executores de medi-
Lei nº 13.438, de 2017)(Vigência) das socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de
cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los
CAPÍTULO II ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À cruel ou degradante como formas de correção, disciplina,
DIGNIDADE educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas,
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberda- que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
de, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário
civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
leis. II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi-
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
quiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
aspectos:
III - encaminhamento a cursos ou programas de orien-
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
tação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
comunitários, ressalvadas as restrições legais;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso; especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discri- Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo se-
minação; rão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
VI - participar da vida política, na forma da lei; providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade CAPÍTULO III
da integridade física, psíquica e moral da criança e do ado- DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E CO-
lescente, abrangendo a preservação da imagem, da iden- MUNITÁRIA
tidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos SEÇÃO I
espaços e objetos pessoais. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da crian-
ça e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tra- Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado
tamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em
constrangedor. família substituta, assegurada a convivência familiar e co-
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de munitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento
ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido
disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, em programa de acolhimento familiar ou institucional terá
pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses,
pelos agentes públicos executores de medidas socioedu- devendo a autoridade judiciária competente, com base em
cativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar de- relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidis-
les, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº ciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade
13.010, de 2014) de reintegração familiar ou pela colocação em família subs-
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
tituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou puni-
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em
tiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou
programa de acolhimento institucional não se prolongará
o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014) por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada neces-
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de sidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente
2014) fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma § 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou
cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente adolescente à sua família terá preferência em relação a
que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) qualquer outra providência, caso em que será esta incluída
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) em serviços e programas de proteção, apoio e promoção,
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do
de 2014) art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

Políticas Pública de Saúde 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 4o Será garantida a convivência da criança e do ado- ça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar


lescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Incluído pela Lei
de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas nº 13.509, de 2017)
hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade res- § 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nasci-
ponsável, independentemente de autorização judicial. (In- mento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído
cluído pela Lei nº 12.962, de 2014) pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o Será garantida a convivência integral da criança § 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos
com a mãe adolescente que estiver em acolhimento institu- e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no
cional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhi-
§ 6o A mãe adolescente será assistida por equipe es- mento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
pecializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de
2017) acolhimento institucional ou familiar poderão participar de
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509,
em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o de 2017)
nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da § 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e pro-
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) porcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe in- instituição para fins de convivência familiar e comunitária
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos
apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (In-
inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e puer- cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
peral. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maio-
§ 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária po- res de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de
derá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo
mediante sua expressa concordância, à rede pública de programa de apadrinhamento de que fazem parte. (Incluído
saúde e assistência social para atendimento especializado. pela Lei nº 13.509, de 2017)
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou
§ 3o A busca à família extensa, conforme definida nos adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimen-
termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará to. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual § 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser apa-
drinhado será definido no âmbito de cada programa de
período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adoles-
§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do geni-
centes com remota possibilidade de reinserção familiar ou
tor e de não existir outro representante da família extensa
colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509,
apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente
de 2017)
deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar
§ 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento
a colocação da criança sob a guarda provisória de quem
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão
estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva
ser executados por órgãos públicos ou por organizações da
programa de acolhimento familiar ou institucional. (Incluído
sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 13.509, de 2017) § 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamen-
§ 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe to, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de
ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade
indicado, deve ser manifestada na audiência a que se re- judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
fere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casa-
entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) mento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e quali-
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência ficações, proibidas quaisquer designações discriminatórias
nem o genitor nem representante da família extensa para relativas à filiação.
confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guar- Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade
da, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispu-
mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória ser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito
de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído pela Lei nº de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciá-
13.509, de 2017) ria competente para a solução da divergência. (Expressão
§ 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda
dia seguinte à data do término do estágio de convivência. e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no in-
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) teresse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
§ 8o Na hipótese de desistência pelos genitores - mani- determinações judiciais.
festada em audiência ou perante a equipe interprofissional Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis,
- da entrega da criança após o nascimento, a criança será têm direitos iguais e deveres e responsabilidades comparti-
mantida com os genitores, e será determinado pela Justi- lhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser

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resguardado o direito de transmissão familiar de suas cren- § 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente
ças e culturas, assegurados os direitos da criança estabele- será previamente ouvido por equipe interprofissional, res-
cidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) peitado seu estágio de desenvolvimento e grau de com-
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não preensão sobre as implicações da medida, e terá sua opi-
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do nião devidamente considerada. (Redação dada pela Lei nº
poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,
§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize será necessário seu consentimento, colhido em audiência.
a decretação da medida, a criança ou o adolescente será (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigato- § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o
riamente ser incluída em serviços e programas oficiais de grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetivi-
proteção, apoio e promoção. (Redação dada pela Lei nº dade, a fim de evitar ou minorar as consequências decor-
13.257, de 2016) rentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não im- Vigência
plicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese § 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob ado-
de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão ção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressal-
contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar vada a comprovada existência de risco de abuso ou outra
ou contra filho, filha ou outro descendente. (Redação dada situação que justifique plenamente a excepcionalidade de
pela Lei nº 13.715, de 2018) solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão
o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído
decretadas judicialmente, em procedimento contraditório,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipó-
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família
tese de descumprimento injustificado dos deveres e obriga-
ções a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei substituta será precedida de sua preparação gradativa e
nº 12.010, de 2009)Vigência acompanhamento posterior, realizados pela equipe inter-
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juven-
SEÇÃO II tude, preferencialmente com o apoio dos técnicos respon-
DA FAMÍLIA NATURAL sáveis pela execução da política municipal de garantia do
direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010,
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade de 2009) Vigência
formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. § 6o Em se tratando de criança ou adolescente indíge-
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência na ou proveniente de comunidade remanescente de qui-
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou am- lombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
pliada aquela que se estende para além da unidade pais e 2009) Vigência
filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próxi- I - que sejam consideradas e respeitadas sua iden-
mos com os quais a criança ou adolescente convive e man- tidade social e cultural, os seus costumes e tradições,
tém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº bem como suas instituições, desde que não sejam incom-
12.010, de 2009) Vigência patíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão
esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº
ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente,
12.010, de 2009) Vigência
no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no
escritura ou outro documento público, qualquer que seja a
origem da filiação. seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se dei- III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão
xar descendentes. federal responsável pela política indigenista, no caso de
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, pe-
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser rante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
restrição, observado o segredo de Justiça. Vigência
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substitu-
SEÇÃO III ta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibili-
DA FAMÍLIA SUBSTITUTA dade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente
SUBSEÇÃO I familiar adequado.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á me- entidades governamentais ou não-governamentais, sem
diante guarda, tutela ou adoção, independentemente da si-
autorização judicial.
tuação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta
Lei.

Políticas Pública de Saúde 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tem-
constitui medida excepcional, somente admissível na mo- po, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
dalidade de adoção. Público.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o SUBSEÇÃO III
encargo, mediante termo nos autos. DA TUTELA

SUBSEÇÃO II Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil,
DA GUARDA a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência ma- Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a
terial, moral e educacional à criança ou adolescente, confe- prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar
rindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusi- e implica necessariamente o dever de guarda. (Expressão
ve aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, po- Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
dendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimen- documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único
tos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a
casos de tutela e adoção, para atender a situações peculia- abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao
res ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, po- controle judicial do ato, observando o procedimento previs-
dendo ser deferido o direito de representação para a prática to nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
de atos determinados. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a con- Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão ob-
dição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, servados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei,
inclusive previdenciários. somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na dis-
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em posição de última vontade, se restar comprovado que a me-
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a dida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa
medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimen- em melhores condições de assumi-la. (Redação dada pela
to da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o de- Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no
ver de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação art. 24.
específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência SUBSEÇÃO IV
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assis- DA ADOÇÃO
tência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento,
sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-
do convívio familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de -á segundo o disposto nesta Lei.
2009) Vigência § 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em progra- qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recur-
mas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhi- sos de manutenção da criança ou adolescente na família
mento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25
temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei. desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou ca- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sal cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
§ 3o Em caso de conflito entre direitos e interesses do
receber a criança ou adolescente mediante guarda, obser-
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológi-
vado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela
cos, devem prevalecer os direitos e os interesses do ado-
Lei nº 12.010, de 2009)
tando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o A União apoiará a implementação de serviços de
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, de-
acolhimento em família acolhedora como política pública,
zoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda
os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhi-
ou tutela dos adotantes.
mento temporário de crianças e de adolescentes em resi-
dências de famílias selecionadas, capacitadas e acompa- Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado,
nhadas que não estejam no cadastro de adoção. (Incluído com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,
pela Lei nº 13.257, de 2016) desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, sal-
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, esta- vo os impedimentos matrimoniais.
duais, distritais e municipais para a manutenção dos ser- § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho
viços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adota-
o repasse de recursos para a própria família acolhedora. do e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) parentes.

Políticas Públicas de Saúde 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, § 2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste
seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, des- artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante
cendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído
vocação hereditária. pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, § 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente
independentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será
nº 12.010, de 2009) Vigência de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única
adotando. vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciá-
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os ado- ria. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
tantes sejam casados civilmente ou mantenham união está- § 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo,
vel, comprovada a estabilidade da família. (Redação dada deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos o deferimento da adoção à autoridade judiciária. (Incluído
mais velho do que o adotando. pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os § 4o O estágio de convivência será acompanhado pela
ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos res-
que o estágio de convivência tenha sido iniciado na cons- ponsáveis pela execução da política de garantia do direito
tância do período de convivência e que seja comprovada a à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso
existência de vínculos de afinidade e afetividade com aque- acerca da conveniência do deferimento da medida. (Incluí-
le não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionali- do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dade da concessão. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de § 5o O estágio de convivência será cumprido no terri-
2009) Vigência tório nacional, preferencialmente na comarca de residência
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que de- da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
monstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência
a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da do juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. (Re- Lei nº 13.509, de 2017)
dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, judicial, que será inscrita no registro civil mediante manda-
após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no do do qual não se fornecerá certidão.
curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.(In- § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pais, bem como o nome de seus ascendentes.
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legíti- o registro original do adotado.
mos. § 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua
saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
o pupilo ou o curatelado. gência
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais § 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato po-
ou do representante legal do adotando. derá constar nas certidões do registro. (Redação dada pela
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou § 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do ado-
tenham sido destituídos do poder familiar. (Expressão subs- tante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar
tituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência a modificação do prenome. (Redação dada pela Lei nº
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos 12.010, de 2009) Vigência
de idade, será também necessário o seu consentimento. § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convi- pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado
vência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Redação
de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescente e as peculiaridades do caso. (Redação dada § 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsi-
pela Lei nº 13.509, de 2017) to em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força
se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
adotante durante tempo suficiente para que seja possível 2009) Vigência
avaliar a conveniência da constituição do vínculo. (Redação § 8o O processo relativo à adoção assim como outros
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência a ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a -se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios,
dispensa da realização do estágio de convivência. (Reda- garantida a sua conservação para consulta a qualquer tem-
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência po. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Políticas Pública de Saúde 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de § 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de


adoção em que o adotando for criança ou adolescente com adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-
deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei nº -lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para
12.955, de 2014) melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de ado- Vigência
ção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única § 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo
vez por igual período, mediante decisão fundamentada da de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) adolescentes em condições de serem adotados que não
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à
no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o
após completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela
nº 12.010, de 2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção po- § 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
derá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoi- manutenção e correta alimentação dos cadastros, com pos-
to) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência terior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira.
jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Vigência § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder de pretendentes habilitados residentes no País com perfil
familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou
nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realiza-
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comar- do o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção
ca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes internacional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
em condições de serem adotados e outro de pessoas inte- § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interes-
ressadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia que possível e recomendável, será colocado sob guarda de
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério família cadastrada em programa de acolhimento familiar.
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação cri-
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não
teriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo
satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hi-
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
póteses previstas no art. 29.
Vigência
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será prece-
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor
dida de um período de preparação psicossocial e jurídica,
de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previa-
orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da
mente nos termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos res-
12.010, de 2009) Vigência
ponsáveis pela execução da política municipal de garan-
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído
tia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência II - for formulada por parente com o qual a criança ou
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a prepa- adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;
ração referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou insti- III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda
tucional em condições de serem adotados, a ser realizado legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, des-
sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica de que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação
da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos téc- de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada
nicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas
execução da política municipal de garantia do direito à con- nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
vivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- de 2009) Vigência
gência § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
§ 5o Serão criados e implementados cadastros esta- candidato deverá comprovar, no curso do procedimento,
duais e nacional de crianças e adolescentes em condições que preenche os requisitos necessários à adoção, confor-
de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à me previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Vigência
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pes-
residentes fora do País, que somente serão consultados na soas interessadas em adotar criança ou adolescente com
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos ca- deficiência, com doença crônica ou com necessidades es-
dastros mencionados no § 5o deste artigo. (Incluído pela pecíficas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Lei nº 13.509, de 2017)

Políticas Públicas de Saúde 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na IV - o relatório será instruído com toda a documenta-
qual o pretendente possui residência habitual em país-parte ção necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado
da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada
Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Ado- da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
ção Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de vigência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
junho de 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte V - os documentos em língua estrangeira serão devida-
da Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) mente autenticados pela autoridade consular, observados
§ 1o A adoção internacional de criança ou adolescente os tratados e convenções internacionais, e acompanhados
brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quan- da respectiva tradução, por tradutor público juramentado;
do restar comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exi-
I - que a colocação em família adotiva é a solução ade- gências e solicitar complementação sobre o estudo psi-
quada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, cossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado
de 2017) no país de acolhida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de Vigência
colocação da criança ou adolescente em família adotiva VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade
brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da Central Estadual, a compatibilidade da legislação estran-
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil geira com a nacional, além do preenchimento por parte
com perfil compatível com a criança ou adolescente, após dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e sub-
consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; (Redação jetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida,
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, será expedido laudo de habilitação à adoção internacional,
este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluído
de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofis- VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
sional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Juízo da Infância e da Juventude do local em que se en-
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão prefe- contra a criança ou adolescente, conforme indicação efe-
rência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional tuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluído pela Lei
de criança ou adolescente brasileiro. (Redação dada pela nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1o Se a legislação do país de acolhida assim o au-
§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção torizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria internacional sejam intermediados por organismos cre-
denciados. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira
de 2009) Vigência
o credenciamento de organismos nacionais e estrangei-
Art. 52. A adoção internacional observará o procedi-
ros encarregados de intermediar pedidos de habilitação à
mento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as se-
adoção internacional, com posterior comunicação às Au-
guintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
toridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos ofi-
2009) Vigência
ciais de imprensa e em sítio próprio da internet. (Incluído
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em ado-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedi-
§ 3o Somente será admissível o credenciamento de
do de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em organismos que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim gência
entendido aquele onde está situada sua residência habitual; I - sejam oriundos de países que ratificaram a Con-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência venção de Haia e estejam devidamente credenciados pela
II - se a Autoridade Central do país de acolhida conside- Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no
rar que os solicitantes estão habilitados e aptos para ado- país de acolhida do adotando para atuar em adoção inter-
tar, emitirá um relatório que contenha informações sobre a nacional no Brasil; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solici- Vigência
tantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, II - satisfizerem as condições de integridade moral,
seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão competência profissional, experiência e responsabilida-
para assumir uma adoção internacional; (Incluído pela Lei de exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade
nº 12.010, de 2009) Vigência Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o 2009) Vigência
relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua
Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº formação e experiência para atuar na área de adoção in-
12.010, de 2009) Vigência ternacional; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Políticas Pública de Saúde 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamen- § 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade


to jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela judiciária determinará a expedição de alvará com autoriza-
Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº ção de viagem, bem como para obtenção de passaporte,
12.010, de 2009) Vigência constando, obrigatoriamente, as características da criança
§ 4o Os organismos credenciados deverão ainda: (In- ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas con- aposição da impressão digital do seu polegar direito, ins-
dições e dentro dos limites fixados pelas autoridades truindo o documento com cópia autenticada da decisão
competentes do país onde estiverem sediados, do país e certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº
de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualifica- qualquer momento, solicitar informações sobre a situação
das e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada das crianças e adolescentes adotados. (Incluído pela Lei nº
formação ou experiência para atuar na área de adoção 12.010, de 2009) Vigência
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia § 11. A cobrança de valores por parte dos organismos
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Bra- credenciados, que sejam considerados abusivos pela Auto-
sileira, mediante publicação de portaria do órgão federal ridade Central Federal Brasileira e que não estejam devida-
competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- mente comprovados, é causa de seu descredenciamento.
cia (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - estar submetidos à supervisão das autoridades § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem
competentes do país onde estiverem sediados e no país ser representados por mais de uma entidade credenciada
de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funciona- para atuar na cooperação em adoção internacional. (Incluí-
mento e situação financeira; (Incluído pela Lei nº 12.010, do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domici-
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasilei- liado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, po-
ra, a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvi- dendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
das, bem como relatório de acompanhamento das ado- Vigência
ções internacionais efetuadas no período, cuja cópia será § 14. É vedado o contato direto de representantes de
encaminhada ao Departamento de Polícia Federal; (Incluí- organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com di-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência rigentes de programas de acolhimento institucional ou fa-
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Au- miliar, assim como com crianças e adolescentes em condi-
toridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade ções de serem adotados, sem a devida autorização judicial.
Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cida-
limitar ou suspender a concessão de novos credenciamen-
dania do país de acolhida para o adotado; (Incluído pela
tos sempre que julgar necessário, mediante ato administra-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tivo fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que
Vigência
os adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e des-
Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento es-
credenciamento, o repasse de recursos provenientes de or-
trangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes
ganismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos
sejam concedidos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência de adoção internacional a organismos nacionais ou a pessoas
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acar- Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão
retar a suspensão de seu credenciamento. (Incluído pela ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Ado-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência lescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou es- Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. (Incluí-
trangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
internacional terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de
§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser con- adoção tenha sido processado em conformidade com a le-
cedida mediante requerimento protocolado na Autoridade gislação vigente no país de residência e atendido o dispos-
Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anterio- to na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será
res ao término do respectivo prazo de validade. (Incluído automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que § 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea
concedeu a adoção internacional, não será permitida a “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença
saída do adotando do território nacional. (Incluído pela Lei ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído
nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Políticas Públicas de Saúde 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao ado-
país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez rein- lescente:
gressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sen- I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
tença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluí- para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil ao ensino médio;
for o país de acolhida, a decisão da autoridade competente III - atendimento educacional especializado aos portado-
do país de origem da criança ou do adolescente será conhe- res de deficiência, preferencialmente na rede regular de en-
cida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado sino;
o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças
fato à Autoridade Central Federal e determinará as providên- de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº
cias necessárias à expedição do Certificado de Naturalização 13.306, de 2016)
Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pes-
§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério quisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada
Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela um;
decisão se restar demonstrado que a adoção é manifesta- VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às con-
mente contrária à ordem pública ou não atende ao interesse dições do adolescente trabalhador;
superior da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº VII - atendimento no ensino fundamental, através de
12.010, de 2009) Vigência programas suplementares de material didático-escolar,
§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, pre- transporte, alimentação e assistência à saúde.
vista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá ime- § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
diatamente requerer o que for de direito para resguardar os público subjetivo.
interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se as § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo po-
providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comu- der público ou sua oferta irregular importa responsabilidade
nicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade da autoridade competente.
Central do país de origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 3º Compete ao poder público recensear os educan-
2009) Vigência dos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola.
for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de ma-
país de origem porque a sua legislação a delega ao país de tricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
as regras da adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão esco-
2009) Vigência lar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
CAPÍTULO IV Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, expe-
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ES- riências e novas propostas relativas a calendário, seriação,
PORTE E AO LAZER currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à
inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, fundamental obrigatório.
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os va-
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, lores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto
assegurando-se-lhes: social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a
I - igualdade de condições para o acesso e permanência liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
na escola; Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da
II - direito de ser respeitado por seus educadores; União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo re- espaços para programações culturais, esportivas e de lazer
correr às instâncias escolares superiores; voltadas para a infância e a juventude.
IV - direito de organização e participação em entidades
estudantis;
CAPÍTULO V
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua re-
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PRO-
sidência.
TEÇÃO NO TRABALHO
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
ciência do processo pedagógico, bem como participar da defi-
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de qua-
nição das propostas educacionais.
torze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide
Art. 53-A.É dever da instituição de ensino, clubes e agre-
miações recreativas e de estabelecimentos congêneres asse- Constituição Federal)
gurar medidas de conscientização, prevenção e enfrentamen- Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é re-
to ao uso ou dependência de drogas ilícitas.(Incluído pela Lei gulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto
nº 13.840, de 2019) nesta Lei.

Políticas Pública de Saúde 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técni- gradante e difundir formas não violentas de educação de
co-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:
legislação de educação em vigor. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos I - a promoção de campanhas educativas permanentes
seguintes princípios: para a divulgação do direito da criança e do adolescente de
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensi- serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou
no regular; de tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de
II - atividade compatível com o desenvolvimento do proteção aos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010,
adolescente; de 2014)
III - horário especial para o exercício das atividades. II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário,
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Con-
assegurada bolsa de aprendizagem. selho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze do Adolescente e com as entidades não governamentais
anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previden- que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da
ciários. criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é asse- 2014)
gurado trabalho protegido. III - a formação continuada e a capacitação dos pro-
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regi- fissionais de saúde, educação e assistência social e dos
me familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido demais agentes que atuam na promoção, proteção e defe-
em entidade governamental ou não-governamental, é ve- sa dos direitos da criança e do adolescente para o desen-
dado trabalho: volvimento das competências necessárias à prevenção, à
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrenta-
dia e as cinco horas do dia seguinte; mento de todas as formas de violência contra a criança e o
II - perigoso, insalubre ou penoso; adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pací-
seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; fica de conflitos que envolvam violência contra a criança e o
IV - realizado em horários e locais que não permitam a adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
frequência à escola. V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que
Art. 68. O programa social que tenha por base o traba- visem a garantir os direitos da criança e do adolescente,
lho educativo, sob responsabilidade de entidade governa- desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e
mental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá responsáveis com o objetivo de promover a informação, a
assegurar ao adolescente que dele participe condições de reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso
capacitação para o exercício de atividade regular remune- de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no
rada. processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade la- VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para
boral em que as exigências pedagógicas relativas ao de- a articulação de ações e a elaboração de planos de atua-
senvolvimento pessoal e social do educando prevalecem ção conjunta focados nas famílias em situação de violência,
sobre o aspecto produtivo. com participação de profissionais de saúde, de assistência
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo tra- social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e
balho efetuado ou a participação na venda dos produtos de defesa dos direitos da criança e do adolescente. (Incluído
seu trabalho não desfigura o caráter educativo. pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescen-
à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, tes com deficiência terão prioridade de atendimento nas
entre outros: ações e políticas públicas de prevenção e proteção. (Incluí-
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desen- do pela Lei nº 13.010, de 2014)
volvimento; Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem
II - capacitação profissional adequada ao mercado de nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem
trabalho. contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a re-
TÍTULO III conhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
DA PREVENÇÃO casos de maus-tratos praticados contra crianças e adoles-
CAPÍTULO I centes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
DISPOSIÇÕES GERAIS Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela co-
municação de que trata este artigo, as pessoas encarrega-
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de amea- das, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão
ça ou violação dos direitos da criança e do adolescente. ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crian-
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os ças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o in-
Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração justificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
de políticas públicas e na execução de ações destinadas a (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou de-

Políticas Públicas de Saúde 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a infor- Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que ex-
mação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e plorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por
produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas,
de pessoa em desenvolvimento. ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja per-
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem mitida a entrada e a permanência de crianças e adolescen-
da prevenção especial outras decorrentes dos princípios tes no local, afixando aviso para orientação do público.
por ela adotados.
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção im- SEÇÃO II
portará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, DOS PRODUTOS E SERVIÇOS
nos termos desta Lei.
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adoles-
CAPÍTULO II cente de:
DA PREVENÇÃO ESPECIAL I - armas, munições e explosivos;
SEÇÃO I II - bebidas alcoólicas;
DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPOR- III - produtos cujos componentes possam causar de-
TES, DIVERSÕES E ESPETÁCULOS pendência física ou psíquica ainda que por utilização in-
devida;
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aque-
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando
les que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se re-
provocar qualquer dano físico em caso de utilização in-
comendem, locais e horários em que sua apresentação se
devida;
mostre inadequada.
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e es-
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
petáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou ado-
acesso, à entrada do local de exibição, informação desta-
lescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
cada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária espe-
cificada no certificado de classificação. congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às di- pais ou responsável.
versões e espetáculos públicos classificados como adequa-
dos à sua faixa etária. SEÇÃO III
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somen- DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR
te poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação
ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável. Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exi- 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca
birão, no horário recomendado para o público infanto juve- onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsá-
nil, programas com finalidades educativas, artísticas, cultu- veis sem expressa autorização judicial. (Redação dada
rais e informativas. pela Lei nº 13.812, de 2019)
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado § 1º A autorização não será exigida quando:
ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua a) tratar-se de comarca contígua à da residência
transmissão, apresentação ou exibição. da criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis)
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcioná- anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída
rios de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas na mesma região metropolitana; (Redação dada pela Lei
de programação em vídeo cuidarão para que não haja ven- nº 13.812, de 2019)
da ou locação em desacordo com a classificação atribuída b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezes-
pelo órgão competente. seis) anos estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo de- nº 13.812, de 2019)
verão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
obra e a faixa etária a que se destinam. grau, comprovado documentalmente o parentesco;
Art. 78. As revistas e publicações contendo material im- 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
próprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão pai, mãe ou responsável.
ser comercializadas em embalagem lacrada, com a adver- § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais
tência de seu conteúdo. ou responsável, conceder autorização válida por dois
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as ca- anos.
pas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
sejam protegidas com embalagem opaca. autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público I - estiver acompanhado de ambos os pais ou res-
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, ponsável;
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, ta- II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
baco, armas e munições, e deverão respeitar os valores expressamente pelo outro através de documento com fir-
éticos e sociais da pessoa e da família. ma reconhecida.

Políticas Pública de Saúde 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
nenhuma criança ou adolescente nascido em território Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encar-
nacional poderá sair do País em companhia de estran- regados da execução das políticas sociais básicas e de as-
geiro residente ou domiciliado no exterior. sistência social, para efeito de agilização do atendimento
de crianças e de adolescentes inseridos em programas de
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rá-
PARTE ESPECIAL pida reintegração à família de origem ou, se tal solução
TÍTULO I se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO em família substituta, em quaisquer das modalidades
CAPÍTULO I previstas no art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº
DISPOSIÇÕES GERAIS 12.010, de 2009) Vigência
VII - mobilização da opinião pública para a indispen-
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança sável participação dos diversos segmentos da socieda-
e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
de ações governamentais e não-governamentais, da União, VIII - especialização e formação continuada dos pro-
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. fissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre di-
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência reitos da criança e sobre desenvolvimento infantil;(Incluí-
I - políticas sociais básicas; do pela Lei nº 13.257, de 2016)
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assis- IX - formação profissional com abrangência dos di-
tência social de garantia de proteção social e de prevenção versos direitos da criança e do adolescente que favoreça
e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou a intersetorialidade no atendimento da criança e do ado-
reincidências; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) lescente e seu desenvolvimento integral;(Incluído pela
III - serviços especiais de prevenção e atendimento mé- Lei nº 13.257, de 2016)
dico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, X - realização e divulgação de pesquisas sobre de-
exploração, abuso, crueldade e opressão; senvolvimento infantil e sobre prevenção da violência.
IV - serviço de identificação e localização de pais, res- (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
ponsável, crianças e adolescentes desaparecidos; Art. 89. A função de membro do conselho nacional
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da
direitos da criança e do adolescente. criança e do adolescente é considerada de interesse pú-
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou blico relevante e não será remunerada.
abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a
garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar CAPÍTULO II
de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
2009) Vigência SEÇÃO I
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma DISPOSIÇÕES GERAIS
de guarda de crianças e adolescentes afastados do con-
vívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de Art. 90. As entidades de atendimento são respon-
crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades sáveis pela manutenção das próprias unidades, assim
específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de como pelo planejamento e execução de programas de
irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência proteção e sócio-educativos destinados a crianças e ado-
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: lescentes, em regime de:
I - municipalização do atendimento; I - orientação e apoio sócio-familiar;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e na- II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
cional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos de- III - colocação familiar;
liberativos e controladores das ações em todos os níveis, IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela
assegurada a participação popular paritária por meio de or- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ganizações representativas, segundo leis federal, estaduais V - prestação de serviços à comunidade; (Redação
e municipais; dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - criação e manutenção de programas específicos, VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº
observada a descentralização político-administrativa; 12.594, de 2012) (Vide)
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e muni- VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº
cipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da 12.594, de 2012) (Vide)
criança e do adolescente; VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, 2012) (Vide)
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assis- § 1o As entidades governamentais e não governa-
tência Social, preferencialmente em um mesmo local, para mentais deverão proceder à inscrição de seus progra-
efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a mas, especificando os regimes de atendimento, na forma
quem se atribua autoria de ato infracional; definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos

Políticas Públicas de Saúde 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
inscrições e de suas alterações, do que fará comunica- reintegração familiar;(Redação dada pela Lei nº 12.010, de
ção ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Incluí- 2009)Vigência
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - integração em família substituta, quando esgotados
§ 2o Os recursos destinados à implementação e ma- os recursos de manutenção na família natural ou extensa;
nutenção dos programas relacionados neste artigo serão (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos III - atendimento personalizado e em pequenos gru-
encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência pos;
Social, dentre outros, observando-se o princípio da priori- IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-
dade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo -educação;
caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e V - não desmembramento de grupos de irmãos;
parágrafo único do art. 4o desta Lei. (Incluído pela Lei nº VI - evitar, sempre que possível, a transferência para
12.010, de 2009) Vigência outras entidades de crianças e adolescentes abrigados;
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados VII - participação na vida da comunidade local;
pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado- VIII - preparação gradativa para o desligamento;
lescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se IX - participação de pessoas da comunidade no pro-
critérios para renovação da autorização de funcionamento: cesso educativo.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1o O dirigente de entidade que desenvolve progra-
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, ma de acolhimento institucional é equiparado ao guar-
bem como às resoluções relativas à modalidade de aten- dião, para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº
dimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos 12.010, de 2009) Vigência
da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; (Incluído § 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem pro-
pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência gramas de acolhimento familiar ou institucional remeterão
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) me-
atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e ses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada
pela Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da
nº 12.010, de 2009) Vigência reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.(Incluído
III - em se tratando de programas de acolhimento ins- pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
titucional ou familiar, serão considerados os índices de su- § 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes
cesso na reintegração familiar ou de adaptação à família Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a per-
substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de manente qualificação dos profissionais que atuam direta
2009)Vigência ou indiretamente em programas de acolhimento institucio-
Art. 91. As entidades não-governamentais somente nal e destinados à colocação familiar de crianças e adoles-
poderão funcionar depois de registradas no Conselho Mu- centes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério
nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010,
comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade de 2009)Vigência
judiciária da respectiva localidade. § 4o Salvo determinação em contrário da autorida-
§ 1o Será negado o registro à entidade que: (Incluído de judiciária competente, as entidades que desenvolvem
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência programas de acolhimento familiar ou institucional, se ne-
a) não ofereça instalações físicas em condições ade- cessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos
quadas de habitabilidade, higiene, salubridade e seguran- de assistência social, estimularão o contato da criança ou
ça;
adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento
b) não apresente plano de trabalho compatível com os
ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. (In-
princípios desta Lei;
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
c) esteja irregularmente constituída;
§ 5o As entidades que desenvolvem programas de
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
acolhimento familiar ou institucional somente poderão
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções
receber recursos públicos se comprovado o atendimento
e deliberações relativas à modalidade de atendimento pres-
dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.(Incluído
tado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 6o O descumprimento das disposições desta Lei
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e acolhimento familiar ou institucional é causa de sua desti-
do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de tuição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade
sua renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo. administrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010,
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência de 2009) Vigência
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de § 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três)
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os se- anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial aten-
guintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de ção à atuação de educadores de referência estáveis e
2009) Vigência qualitativamente significativos, às rotinas específicas e

Políticas Pública de Saúde 95 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as XIX - providenciar os documentos necessários ao


de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, de exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
2016) XX - manter arquivo de anotações onde constem data e
Art. 93. As entidades que mantenham programa de circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus
acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia acompanhamento da sua formação, relação de seus per-
determinação da autoridade competente, fazendo comuni- tences e demais dados que possibilitem sua identificação e
cação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da a individualização do atendimento.
Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade. § 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações cons-
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tantes deste artigo às entidades que mantêm programas de
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autorida- acolhimento institucional e familiar. (Redação dada pela Lei
de judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário nº 12.010, de 2009) Vigência
com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medi- § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este
das necessárias para promover a imediata reintegração artigo as entidades utilizarão preferencialmente os recursos
familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer da comunidade.
razão não for isso possível ou recomendável, para seu en- Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abri-
caminhamento a programa de acolhimento familiar, insti- guem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que
tucional ou a família substituta, observado o disposto no em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profis-
§ 2o do art. 101 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de sionais capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho
2009)Vigência Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. (Incluído
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de pela Lei nº 13.046, de 2014)
internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
I - observar os direitos e garantias de que são titulares SEÇÃO II
os adolescentes; DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido
objeto de restrição na decisão de internação; Art. 95. As entidades governamentais e não-governa-
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas mentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judi-
unidades e grupos reduzidos; ciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de res- Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de con-
peito e dignidade ao adolescente; tas serão apresentados ao estado ou ao município, confor-
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da me a origem das dotações orçamentárias.
preservação dos vínculos familiares;
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendi-
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente,
mento que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem
os casos em que se mostre inviável ou impossível o reata-
prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes
mento dos vínculos familiares;
ou prepostos: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - oferecer instalações físicas em condições ade-
I - às entidades governamentais:
quadas de habitabilidade, higiene, salubridade e seguran-
a) advertência;
ça e os objetos necessários à higiene pessoal;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odonto- d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
lógicos e farmacêuticos; II - às entidades não-governamentais:
X - propiciar escolarização e profissionalização; a) advertência;
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de la- b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas pú-
zer; blicas;
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que dese- c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
jarem, de acordo com suas crenças; d) cassação do registro.
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; § 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por en-
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com inter- tidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos
valo máximo de seis meses, dando ciência dos resultados assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao
à autoridade competente; Ministério Público ou representado perante autoridade judi-
XV - informar, periodicamente, o adolescente interna- ciária competente para as providências cabíveis, inclusive
do sobre sua situação processual; suspensão das atividades ou dissolução da entidade. (Re-
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
casos de adolescentes portadores de moléstias infecto- § 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organi-
-contagiosas; zações não governamentais responderão pelos danos que
XVII - fornecer comprovante de depósito dos perten- seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes,
ces dos adolescentes; caracterizado o descumprimento dos princípios norteado-
XVIII - manter programas destinados ao apoio e acom- res das atividades de proteção específica. (Redação dada
panhamento de egressos; pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência

Políticas Públicas de Saúde 96 A Opção Certa Para a Sua Realização


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TÍTULO II VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exer-


DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO cida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja
CAPÍTULO I ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e
DISPOSIÇÕES GERAIS à proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adoles- VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção
cente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos deve ser a necessária e adequada à situação de perigo
nesta Lei forem ameaçados ou violados: em que a criança ou o adolescente se encontram no mo-
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; mento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei nº
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; 12.010, de 2009) Vigência
III - em razão de sua conduta. IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
CAPÍTULO II para com a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO 12.010, de 2009) Vigência
X - prevalência da família: na promoção de direitos e
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão na proteção da criança e do adolescente deve ser dada
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como subs- prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem
tituídas a qualquer tempo. na sua família natural ou extensa ou, se isso não for pos-
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em sível, que promovam a sua integração em família adotiva;
conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e co- XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o ado-
munitários. lescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
Parágrafo único. São também princípios que regem capacidade de compreensão, seus pais ou responsável
a aplicação das medidas:(Incluído pela Lei nº 12.010, de devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que
2009) Vigência determinaram a intervenção e da forma como esta se pro-
I - condição da criança e do adolescente como sujei- cessa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o
dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os
Vigência seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e apli- participar nos atos e na definição da medida de promo-
cação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser ção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devida-
voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que mente considerada pela autoridade judiciária competente,
crianças e adolescentes são titulares; (Incluído pela Lei nº observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - responsabilidade primária e solidária do poder públi- Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas
co: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, dentre outras, as seguintes medidas:
salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de I - encaminhamento aos pais ou responsável, median-
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de te termo de responsabilidade;
governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
e da possibilidade da execução de programas por entida- III - matrícula e frequência obrigatórias em estabeleci-
des não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de mento oficial de ensino fundamental;
2009) Vigência IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a comunitários de proteção, apoio e promoção da família,
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº
direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da con- 13.257, de 2016)
sideração que for devida a outros interesses legítimos no V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicôma-
da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito nos;
pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida pri- VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei
vada;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
competentes deve ser efetuada logo que a situação de pe- (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rigo seja conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei
Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência

Políticas Pública de Saúde 97 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar § 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no


são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como for- local mais próximo à residência dos pais ou do responsável
ma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre
possível, para colocação em família substituta, não implicando que identificada a necessidade, a família de origem será
privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e
Vigência de promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais com a criança ou com o adolescente acolhido.(Incluído pela
para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento § 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar,
da criança ou adolescente do convívio familiar é de competên- o responsável pelo programa de acolhimento familiar ou
cia exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagra- institucional fará imediata comunicação à autoridade judi-
ção, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo ciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5
interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº
garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do con- 12.010, de 2009) Vigência
traditório e da ampla defesa.(Incluído pela Lei nº 12.010, de § 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reinte-
2009) Vigência gração da criança ou do adolescente à família de origem,
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser enca- após seu encaminhamento a programas oficiais ou comuni-
minhados às instituições que executam programas de acolhi- tários de orientação, apoio e promoção social, será enviado
mento institucional, governamentais ou não, por meio de uma relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual cons-
Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na te a descrição pormenorizada das providências tomadas e
qual obrigatoriamente constará, dentre outros: (Incluído pela a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da en-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tidade ou responsáveis pela execução da política municipal
I - sua identificação e a qualificação completa de seus de garantia do direito à convivência familiar, para a desti-
pais ou de seu responsável, se conhecidos;(Incluído pela Lei tuição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.
nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - o endereço de residência dos pais ou do responsá-
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
vel, com pontos de referência;(Incluído pela Lei nº 12.010, de
prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de
2009) Vigência
destituição do poder familiar, salvo se entender necessá-
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados
ria a realização de estudos complementares ou de outras
em tê-los sob sua guarda;(Incluído pela Lei nº 12.010, de
providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
2009) Vigência
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao con-
vívio familiar.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ou foro regional, um cadastro contendo informações atuali-
adolescente, a entidade responsável pelo programa de aco- zadas sobre as crianças e adolescentes em regime de aco-
lhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual lhimento familiar e institucional sob sua responsabilidade,
de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica
a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de cada um, bem como as providências tomadas para sua
de autoridade judiciária competente, caso em que também reintegração familiar ou colocação em família substituta, em
deverá contemplar sua colocação em família substituta, ob- qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.
servadas as regras e princípios desta Lei.(Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
§ 5o O plano individual será elaborado sob a responsa- Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os
bilidade da equipe técnica do respectivo programa de atendi- Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adoles-
mento e levará em consideração a opinião da criança ou do cente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar
adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.(Incluído sobre a implementação de políticas públicas que permitam
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do
§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluí- convívio familiar e abreviar o período de permanência em
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência programa de acolhimento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Ca-
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsá- pítulo serão acompanhadas da regularização do registro
vel; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência civil. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o as-
a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou res- sento de nascimento da criança ou adolescente será feito
ponsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da
vedada por expressa e fundamentada determinação judicial, autoridade judiciária.
as providências a serem tomadas para sua colocação em fa- § 2º Os registros e certidões necessários à regulariza-
mília substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciá- ção de que trata este artigo são isentos de multas, custas e
ria. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

Políticas Públicas de Saúde 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será defla- CAPÍTULO III


grado procedimento específico destinado à sua averigua- DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
ção, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezem-
bro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua li-
§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é berdade sem o devido processo legal.
dispensável o ajuizamento de ação de investigação de pa- Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre ou-
ternidade pelo Ministério Público se, após o não compareci- tras, as seguintes garantias:
mento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternida- I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
de a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. infracional, mediante citação ou meio equivalente;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - igualdade na relação processual, podendo confron-
§ 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a tar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as pro-
qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento vas necessárias à sua defesa;
são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de III - defesa técnica por advogado;
absoluta prioridade. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de IV - assistência judiciária gratuita e integral aos neces-
2016) sitados, na forma da lei;
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação re- V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade
querida do reconhecimento de paternidade no assento de competente;
nascimento e a certidão correspondente. (Incluído dada VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou res-
pela Lei nº 13.257, de 2016) ponsável em qualquer fase do procedimento.

TÍTULO III CAPÍTULO IV


DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS
CAPÍTULO I SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descri- Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autori-
ta como crime ou contravenção penal. dade competente poderá aplicar ao adolescente as seguin-
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de tes medidas:
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. I - advertência;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser II - obrigação de reparar o dano;
considerada a idade do adolescente à data do fato. III - prestação de serviços à comunidade;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corres- IV - liberdade assistida;
ponderão as medidas previstas no art. 101. V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
CAPÍTULO II VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta
a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravi-
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua li- dade da infração.
berdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competen- admitida a prestação de trabalho forçado.
te. § 3º Os adolescentes portadores de doença ou defi-
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identifi- ciência mental receberão tratamento individual e especiali-
cação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser zado, em local adequado às suas condições.
informado acerca de seus direitos. Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local 99 e 100.
onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos
à autoridade judiciária competente e à família do apreendi- II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficien-
do ou à pessoa por ele indicada. tes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser de- sempre que houver prova da materialidade e indícios sufi-
terminada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. cientes da autoria.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
basear-se em indícios suficientes de autoria e materialida- SEÇÃO II
de, demonstrada a necessidade imperiosa da medida. DA ADVERTÊNCIA
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
submetido a identificação compulsória pelos órgãos poli- Art. 115. A advertência consistirá em admoestação ver-
ciais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confronta- bal, que será reduzida a termo e assinada.
ção, havendo dúvida fundada.

Políticas Pública de Saúde 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

SEÇÃO III § 1º São obrigatórias a escolarização e a profissiona-


DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO lização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os
recursos existentes na comunidade.
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos § 2º A medida não comporta prazo determinado aplican-
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, do-se, no que couber, as disposições relativas à internação.
que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimen-
to do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da SEÇÃO VII
vítima. DA INTERNAÇÃO
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
medida poderá ser substituída por outra adequada. Art. 121. A internação constitui medida privativa da li-
berdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionali-
SEÇÃO IV dade e respeito à condição peculiar de pessoa em desen-
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE volvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas,
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa de-
na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por terminação judicial em contrário.
período não excedente a seis meses, junto a entidades as- § 2º A medida não comporta prazo determinado, deven-
sistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos do sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fun-
congêneres, bem como em programas comunitários ou go- damentada, no máximo a cada seis meses.
vernamentais. § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de inter-
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme nação excederá a três anos.
as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas duran- § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior,
te jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não preju- semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos
dicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.
de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será pre-
SEÇÃO V
cedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
DA LIBERDADE ASSISTIDA
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o pode-
rá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompa-
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
nhar, auxiliar e orientar o adolescente. quando:
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por ameaça ou violência a pessoa;
entidade ou programa de atendimento. II - por reiteração no cometimento de outras infrações
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo graves;
de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, III - por descumprimento reiterado e injustificável da
revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orienta- medida anteriormente imposta.
dor, o Ministério Público e o defensor. § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a super- deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, de-
visão da autoridade competente, a realização dos seguintes vendo ser decretada judicialmente após o devido processo
encargos, entre outros: legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - promover socialmente o adolescente e sua família, § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, havendo outra medida adequada.
em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entida-
social; de exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento esco- destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por cri-
lar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; térios de idade, compleição física e gravidade da infração.
III - diligenciar no sentido da profissionalização do ado- Parágrafo único. Durante o período de internação, in-
lescente e de sua inserção no mercado de trabalho; clusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógi-
IV - apresentar relatório do caso. cas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liber-
SEÇÃO VI dade, entre outros, os seguintes:
DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
Ministério Público;
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser deter- II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
minado desde o início, ou como forma de transição para o III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
meio aberto, possibilitada a realização de atividades exter- IV - ser informado de sua situação processual, sempre
nas, independentemente de autorização judicial. que solicitada;

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V - ser tratado com respeito e dignidade; I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou


VI - permanecer internado na mesma localidade ou na- comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
quela mais próxima ao domicílio de seus pais ou respon- (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
sável; II - inclusão em programa oficial ou comunitário de au-
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; xílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi-
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e as- quiátrico;
seio pessoal; IV - encaminhamento a cursos ou programas de orien-
X - habitar alojamento em condições adequadas de hi- tação;
giene e salubridade; V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompa-
XI - receber escolarização e profissionalização; nhar sua frequência e aproveitamento escolar;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; a tratamento especializado;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua cren- VII - advertência;
ça, e desde que assim o deseje; VIII - perda da guarda;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor IX - destituição da tutela;
de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante X - suspensão ou destituição do poder familiar. (Expres-
daqueles porventura depositados em poder da entidade; são substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XVI - receber, quando de sua desinternação, os docu- Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas
mentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade. nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. nos arts. 23 e 24.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender tempora- Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opres-
riamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se exis- são ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
tirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos autoridade judiciária poderá determinar, como medida cau-
interesses do adolescente.
telar, o afastamento do agressor da moradia comum.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a
e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas ade-
fixação provisória dos alimentos de que necessitem a crian-
quadas de contenção e segurança.
ça ou o adolescente dependentes do agressor. (Incluído
pela Lei nº 12.415, de 2011)
CAPÍTULO V
DA REMISSÃO
TÍTULO V
DO CONSELHO TUTELAR
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para
apuração de ato infracional, o representante do Ministério CAPÍTULO I
Público poderá conceder a remissão, como forma de ex- DISPOSIÇÕES GERAIS
clusão do processo, atendendo às circunstâncias e conse-
quências do fato, ao contexto social, bem como à personali- Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e au-
dade do adolescente e sua maior ou menor participação no tônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
ato infracional. zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adoles-
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão cente, definidos nesta Lei.
da remissão pela autoridade judiciária importará na suspen- Art. 132. Em cada Município e em cada Região Ad-
são ou extinção do processo. ministrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o re- Conselho Tutelar como órgão integrante da administração
conhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, per-
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas pre- mitida recondução por novos processos de escolha.(Reda-
vistas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liber- ção dada pela Lei nº 13.824, de 2019)
dade e a internação. Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão po- Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
derá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante I - reconhecida idoneidade moral;
pedido expresso do adolescente ou de seu representante II - idade superior a vinte e um anos;
legal, ou do Ministério Público. III - residir no município.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local,
TÍTULO IV dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclu-
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU sive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos
RESPONSÁVEL quais é assegurado o direito a: (Redação dada pela Lei nº
12.696, de 2012)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou respon- I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696,
sável: de 2012)

Políticas Pública de Saúde 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições,
1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do
pela Lei nº 12.696, de 2012) convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal
de 2012) entendimento e as providências tomadas para a orientação,
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, o apoio e a promoção social da família. (Incluído pela Lei nº
de 2012) 12.010, de 2009) Vigência
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente pode-
de 2012) rão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal tenha legítimo interesse.
e da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários
ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e CAPÍTULO III
formação continuada dos conselheiros tutelares. (Redação DA COMPETÊNCIA
dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselhei- Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de compe-
ro constituirá serviço público relevante e estabelecerá pre- tência constante do art. 147.
sunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº
12.696, de 2012) CAPÍTULO IV
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS
CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realiza-
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: do sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previs- Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
tas no art. 101, I a VII; § 1o O processo de escolha dos membros do Conselho
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, apli- Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional
cando as medidas previstas no art. 129, I a VII; a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outu-
III - promover a execução de suas decisões, podendo bro do ano subsequente ao da eleição presidencial. (Incluído
para tanto: pela Lei nº 12.696, de 2012)
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, edu- § 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia
cação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
de descumprimento injustificado de suas deliberações. § 3o No processo de escolha dos membros do Conselho
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou en-
que constitua infração administrativa ou penal contra os di- tregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natu-
reitos da criança ou adolescente; reza, inclusive brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua 12.696, de 2012)
competência;
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade CAPÍTULO V
judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o DOS IMPEDIMENTOS
adolescente autor de ato infracional;
VII - expedir notificações; Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro
criança ou adolescente quando necessário; ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,
IX - assessorar o Poder Executivo local na elabora- padrasto ou madrasta e enteado.
ção da proposta orçamentária para planos e programas de Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselhei-
atendimento dos direitos da criança e do adolescente; ro, na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça
a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro
da Constituição Federal; regional ou distrital.
XI - representar ao Ministério Público para efeito das
ações de perda ou suspensão do poder familiar, após es- TÍTULO VI
gotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do DO ACESSO À JUSTIÇA
adolescente junto à família natural. (Redação dada pela Lei CAPÍTULO I
nº 12.010, de 2009) Vigência DISPOSIÇÕES GERAIS
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos gru-
pos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou ado-
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e lescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.

Políticas Públicas de Saúde 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é com-
que dela necessitarem, através de defensor público ou advo- petente para:
gado nomeado. I - conhecer de representações promovidas pelo Minis-
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da In- tério Público, para apuração de ato infracional atribuído a
fância e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
ressalvada a hipótese de litigância de má-fé. II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão represen- extinção do processo;
tados e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses
da legislação civil ou processual.
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao ado-
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador es-
pecial à criança ou adolescente, sempre que os interesses lescente, observado o disposto no art. 209;
destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades
quando carecer de representação ou assistência legal ainda em entidades de atendimento, aplicando as medidas cabí-
que eventual. veis;
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de
e administrativos que digam respeito a crianças e adolescen- infrações contra norma de proteção à criança ou adoles-
tes a que se atribua autoria de ato infracional. cente;
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho
poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se foto- Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
grafia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, resi- Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou ado-
dência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome. (Redação lescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a
dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
se refere o artigo anterior somente será deferida pela auto- b) conhecer de ações de destituição do poder fami-
ridade judiciária competente, se demonstrado o interesse e liar, perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão
justificada a finalidade. substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o ca-
CAPÍTULO II
DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE samento;
SEÇÃO I d) conhecer de pedidos baseados em discordância
DISPOSIÇÕES GERAIS paterna ou materna, em relação ao exercício do poder fa-
miliar; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar va- Vigência
ras especializadas e exclusivas da infância e da juventude, ca- e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,
bendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade quando faltarem os pais;
por número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor f) designar curador especial em casos de apresentação
sobre o atendimento, inclusive em plantões. de queixa ou representação, ou de outros procedimentos
judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança
SEÇÃO II ou adolescente;
DO JUIZ g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o supri-
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da mento dos registros de nascimento e óbito.
Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar,
forma da lei de organização judiciária local. através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
Art. 147. A competência será determinada:
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
desacompanhado dos pais ou responsável, em:
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente,
à falta dos pais ou responsável. a) estádio, ginásio e campo desportivo;
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a au- b) bailes ou promoções dançantes;
toridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras c) boate ou congêneres;
de conexão, continência e prevenção. d) casa que explore comercialmente diversões eletrô-
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à au- nicas;
toridade competente da residência dos pais ou responsável, e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televi-
ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança são.
ou adolescente. II - a participação de criança e adolescente em:
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmis- a) espetáculos públicos e seus ensaios;
são simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma b) certames de beleza.
comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras a) os princípios desta Lei;
ou retransmissoras do respectivo estado. b) as peculiaridades locais;

Políticas Pública de Saúde 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) a existência de instalações adequadas; Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
d) o tipo de frequência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou SEÇÃO II
frequência de crianças e adolescentes; DA PERDA E DA SUSPENSÃO DO PODER FAMI-
f) a natureza do espetáculo. LIAR
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo (EXPRESSÃO SUBSTITUÍDA PELA LEI Nº 12.010,
deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as deter- DE 2009) VIGÊNCIA
minações de caráter geral.
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão
SEÇÃO III do poder familiar terá início por provocação do Ministério
DOS SERVIÇOS AUXILIARES Público ou de quem tenha legítimo interesse. (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua Art. 156. A petição inicial indicará:
proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do
Infância e da Juventude. requerente e do requerido, dispensada a qualificação em
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre ou- se tratando de pedido formulado por representante do Mi-
tras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação lo- nistério Público;
cal, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou ver- III - a exposição sumária do fato e o pedido;
balmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde
de aconselhamento, orientação, encaminhamento, preven- logo, o rol de testemunhas e documentos.
ção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão
técnico. do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julga-
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servi- mento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente
dores públicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabi-
pela realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer lidade. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
outras espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei Vigência
ou por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá § 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária
proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da determinará, concomitantemente ao despacho de citação
Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo e independentemente de requerimento do interessado, a
Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) realização de estudo social ou perícia por equipe interpro-
fissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de
CAPÍTULO III uma das causas de suspensão ou destituição do poder fa-
DOS PROCEDIMENTOS miliar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e
SEÇÃO I observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de 2017. (Incluído
DISPOSIÇÕES GERAIS pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades in-
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei apli- dígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe
cam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na le- interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1o deste
gislação processual pertinente. artigo, de representantes do órgão federal responsável pela
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prio- política indigenista, observado o disposto no § 6o do art. 28
ridade absoluta na tramitação dos processos e procedimen- desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
tos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez
e diligências judiciais a eles referentes. (Incluído pela Lei nº dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a se-
12.010, de 2009) Vigência rem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemu-
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos nhas e documentos.
seus procedimentos são contados em dias corridos, excluído § 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos
o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o os meios para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962,
prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Públi- de 2014)
co. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corres- pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
ponder a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a auto- § 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça
ridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício houver procurado o citando em seu domicílio ou residência
as providências necessárias, ouvido o Ministério Público. sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação,
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qual-
para o fim de afastamento da criança ou do adolescente de quer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a
sua família de origem e em outros procedimentos neces- citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e se-
sariamente contenciosos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de guintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
2009) Vigência de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Políticas Públicas de Saúde 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em § 3o A decisão será proferida na audiência, podendo a


local incerto ou não sabido, serão citados por edital no autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para
prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela
o envio de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei nº Lei nº 13.509, de 2017)
13.509, de 2017) § 4o Quando o procedimento de destituição de poder fa-
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de cons- miliar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá neces-
tituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua sidade de nomeação de curador especial em favor da crian-
família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomea- ça ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
do dativo, ao qual incumbirá a apresentação de resposta, Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedi-
contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de mento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no
nomeação. caso de notória inviabilidade de manutenção do poder fami-
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liar, dirigir esforços para preparar a criança ou o adolescente
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento com vistas à colocação em família substituta. (Redação dada
da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defen- pela Lei nº 13.509, de 2017)
sor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária re- suspensão do poder familiar será averbada à margem do re-
quisitará de qualquer repartição ou órgão público a apre- gistro de nascimento da criança ou do adolescente. (Incluído
sentação de documento que interesse à causa, de ofício ou pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a requerimento das partes ou do Ministério Público.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido SEÇÃO III
concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe DA DESTITUIÇÃO DA TUTELA
interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária
dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o proce-
dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em dimento para a remoção de tutor previsto na lei processual
igual prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de SEÇÃO IV
testemunhas que comprovem a presença de uma das cau- DA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA
sas de suspensão ou destituição do poder familiar previstas
nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de
de 2002 (Código Civil), ou no art. 24 desta Lei. (Redação colocação em família substituta:
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) I - qualificação completa do requerente e de seu eventual
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
de 2017) II - indicação de eventual parentesco do requerente e de
§ 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente,
será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da especificando se tem ou não parente vivo;
criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desen- III - qualificação completa da criança ou adolescente e
volvimento e grau de compreensão sobre as implicações de seus pais, se conhecidos;
da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
forem identificados e estiverem em local conhecido, ressal- V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
vados os casos de não comparecimento perante a Justiça rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
quando devidamente citados. (Redação dada pela Lei nº Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-
13.509, de 2017) -se-ão também os requisitos específicos.
§ 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido desti-
a autoridade judicial requisitará sua apresentação para a tuídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido
oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) expressamente ao pedido de colocação em família substitu-
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judi- ta, este poderá ser formulado diretamente em cartório, em
ciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
dias, salvo quando este for o requerente, designando, des- assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de logo, audiência de instrução e julgamento. de 2009) Vigência
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 1o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Re-
§ 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oral- I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
mente o parecer técnico, salvo quando apresentado por devidamente assistidas por advogado ou por defensor públi-
escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o co, para verificar sua concordância com a adoção, no prazo
requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) máximo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo da
minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos. petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por ter-
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) mo as declarações; e (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Políticas Pública de Saúde 105 A Opção Certa Para a Sua Realização


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II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente
Lei nº 13.509, de 2017) sob a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade
será precedido de orientações e esclarecimentos presta- por este responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (In-
dos pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a
irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de SEÇÃO V
2009) Vigência DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍ-
§ 3o São garantidos a livre manifestação de vontade DO A ADOLESCENTE
dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
informações. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
validade se não for ratificado na audiência a que se refere Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato
o § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade poli-
2017) cial competente.
§ 5o O consentimento é retratável até a data da reali- Parágrafo único. Havendo repartição policial especializa-
zação da audiência especificada no § 1o deste artigo, e os da para atendimento de adolescente e em se tratando de ato
pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a
dias, contado da data de prolação da sentença de extinção atribuição da repartição especializada, que, após as providên-
do poder familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de cias necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à
2017) repartição policial própria.
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
de 2009) Vigência policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo úni-
co, e 107, deverá:
§ 7o A família natural e a família substituta receberão
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o
a devida orientação por intermédio de equipe técnica inter-
adolescente;
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventu-
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
de, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
III - requisitar os exames ou perícias necessários à com-
pela execução da política municipal de garantia do direito
provação da materialidade e autoria da infração.
à convivência familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a la-
de 2017)
vratura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrên-
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a reque- cia circunstanciada.
rimento das partes ou do Ministério Público, determinará Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsá-
a realização de estudo social ou, se possível, perícia por vel, o adolescente será prontamente liberado pela autorida-
equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de de policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de
guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o sua apresentação ao representante do Ministério Público, no
estágio de convivência. mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda pro- exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua reper-
visória ou do estágio de convivência, a criança ou o ado- cussão social, deva o adolescente permanecer sob internação
lescente será entregue ao interessado, mediante termo de para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da
responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) ordem pública.
Vigência Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo peri- encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do
cial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o adoles- Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreen-
cente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo são ou boletim de ocorrência.
prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autori-
igual prazo. dade policial encaminhará o adolescente à entidade de aten-
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tu- dimento, que fará a apresentação ao representante do Minis-
tela, a perda ou a suspensão do poder familiar constituir tério Público no prazo de vinte e quatro horas.
pressuposto lógico da medida principal de colocação em § 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendi-
família substituta, será observado o procedimento contradi- mento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta
tório previsto nas Seções II e III deste Capítulo. (Expressão de repartição policial especializada, o adolescente aguarda-
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência rá a apresentação em dependência separada da destinada a
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o pra-
poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento, zo referido no parágrafo anterior.
observado o disposto no art. 35. Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade po-
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á licial encaminhará imediatamente ao representante do Minis-
o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. tério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocor-
47. rência.

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Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão
indícios de participação de adolescente na prática de ato in- cientificados do teor da representação, e notificados a com-
fracional, a autoridade policial encaminhará ao representan- parecer à audiência, acompanhados de advogado.
te do Ministério Público relatório das investigações e demais § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
documentos. autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade
infracional não poderá ser conduzido ou transportado em judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, deter-
compartimento fechado de veículo policial, em condições minando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresen-
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua tação.
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade. § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreen- ou responsável.
são, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela au-
autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os toridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabele-
antecedentes do adolescente, procederá imediata e infor- cimento prisional.
malmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou § 1º Inexistindo na comarca entidade com as carac-
responsável, vítima e testemunhas. terísticas definidas no art. 123, o adolescente deverá ser
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o repre- imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
sentante do Ministério Público notificará os pais ou respon- § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adoles-
sável para apresentação do adolescente, podendo requisitar cente aguardará sua remoção em repartição policial, desde
o concurso das polícias civil e militar. que em seção isolada dos adultos e com instalações apro-
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo priadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco
anterior, o representante do Ministério Público poderá: dias, sob pena de responsabilidade.
I - promover o arquivamento dos autos; Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
II - conceder a remissão;
responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de
mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualifi-
medida sócio-educativa.
cado.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou con-
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
cedida a remissão pelo representante do Ministério Público,
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, pro-
mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos
ferindo decisão.
fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de me-
homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a au- dida de internação ou colocação em regime de semi-liber-
toridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumpri- dade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente
mento da medida. não possui advogado constituído, nomeará defensor, de-
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa signando, desde logo, audiência em continuação, podendo
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despa- determinar a realização de diligências e estudo do caso.
cho fundamentado, e este oferecerá representação, designa- § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado,
rá outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou no prazo de três dias contado da audiência de apresenta-
ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará ção, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
a autoridade judiciária obrigada a homologar. § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as teste-
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Mi- munhas arroladas na representação e na defesa prévia,
nistério Público não promover o arquivamento ou conceder cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe in-
a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, terprofissional, será dada a palavra ao representante do Mi-
propondo a instauração de procedimento para aplicação da nistério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo
medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada. de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez,
§ 1º A representação será oferecida por petição, que a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato decisão.
infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, po- Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
dendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada comparecer, injustificadamente à audiência de apresenta-
pela autoridade judiciária. ção, a autoridade judiciária designará nova data, determi-
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída nando sua condução coercitiva.
da autoria e materialidade. Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou sus-
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a con- pensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase
clusão do procedimento, estando o adolescente internado do procedimento, antes da sentença.
provisoriamente, será de quarenta e cinco dias. Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judi- medida, desde que reconheça na sentença:
ciária designará audiência de apresentação do adolescente, I - estar provada a inexistência do fato;
decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção II - não haver prova da existência do fato;
da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo. III - não constituir o fato ato infracional;

Políticas Pública de Saúde 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido § 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não
para o ato infracional. será admitida se a prova puder ser obtida por outros meios.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
adolescente internado, será imediatamente colocado em Art. 190-B. As informações da operação de infiltração
liberdade. serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído
de internação ou regime de semi-liberdade será feita: pela Lei nº 13.441, de 2017)
I - ao adolescente e ao seu defensor; Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Pú-
pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. blico e ao delegado de polícia responsável pela operação,
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se- com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Incluí-
-á unicamente na pessoa do defensor. do pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a
deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sen- sua identidade para, por meio da internet, colher indícios de
tença. autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240,
241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-
SEÇÃO V-A A, 217-A, 218, 218-A e218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.441, DE 2017) de dezembro de 1940 (Código Penal). (Incluído pela Lei nº
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA 13.441, de 2017)
PARA A INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA A Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar
DIGNIDADE SEXUAL DE CRIANÇA E DE ADOLES- de observar a estrita finalidade da investigação responderá
CENTE” pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
2017)
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na inter- Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público po-
net com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. derão incluir nos bancos de dados próprios, mediante pro-
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. cedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as
154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, informações necessárias à efetividade da identidade fictícia
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
seguintes regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata
I – será precedida de autorização judicial devidamente esta Seção será numerado e tombado em livro específico.
circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limi- (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
tes da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministé- Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos ele-
rio Público; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) trônicos praticados durante a operação deverão ser regis-
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Públi- trados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e
co ou representação de delegado de polícia e conterá a de- ao Ministério Público, juntamente com relatório circunstan-
monstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos ciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados cita-
e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que dos no caput deste artigo serão reunidos em autos aparta-
permitam a identificação dessas pessoas; (Incluído pela Lei dos e apensados ao processo criminal juntamente com o
nº 13.441, de 2017) inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, dade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total e dos adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.441,
não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demons- de 2017)
trada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judi-
cial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) SEÇÃO VI
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM EN-
requisitar relatórios parciais da operação de infiltração an- TIDADE DE ATENDIMENTO
tes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Art. 191. O procedimento de apuração de irregularida-
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, des em entidade governamental e não-governamental terá
consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) início mediante portaria da autoridade judiciária ou repre-
I – dados de conexão: informações referentes a hora, sentação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar,
data, início, término, duração, endereço de Protocolo de onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão; (In- Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a auto-
cluído pela Lei nº 13.441, de 2017) ridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar limi-
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e narmente o afastamento provisório do dirigente da entida-
endereço de assinante ou de usuário registrado ou autenti- de, mediante decisão fundamentada.
cado para a conexão a quem endereço de IP, identificação Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no
de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído no mo- prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar
mento da conexão. documentos e indicar as provas a produzir.

Políticas Públicas de Saúde 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo ne- SEÇÃO VIII


cessário, a autoridade judiciária designará audiência de ins- (INCLUÍDA PELA LEI Nº 12.010, DE 2009) VIGÊN-
trução e julgamento, intimando as partes. CIA
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o DA HABILITAÇÃO DE PRETENDENTES À ADO-
Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações ÇÃO
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou defi- Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no
nitivo de dirigente de entidade governamental, a autoridade Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste: (Incluído
judiciária oficiará à autoridade administrativa imediatamente pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
superior ao afastado, marcando prazo para a substituição. I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autorida- de 2009) Vigência
de judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregu- II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
laridades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo 2009) Vigência
será extinto, sem julgamento de mérito. III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente casamento, ou declaração relativa ao período de união es-
da entidade ou programa de atendimento. tável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Ca-
SEÇÃO VII dastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
DA APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA 2009) Vigência
ÀS NORMAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADO- V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei
LESCENTE nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - atestados de sanidade física e mental; (Incluído
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
administrativa por infração às normas de proteção à criança VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela
e ao adolescente terá início por representação do Minis- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído
elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
assinado por duas testemunhas, se possível. Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (qua-
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, renta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Públi-
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se co, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei
a natureza e as circunstâncias da infração. nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração se- I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equi-
guir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso con- pe interprofissional encarregada de elaborar o estudo técni-
trário, dos motivos do retardamento. co a que se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apre- nº 12.010, de 2009) Vigência
sentação de defesa, contado da data da intimação, que II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
será feita: postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavra- 12.010, de 2009) Vigência
do na presença do requerido; III - requerer a juntada de documentos complementares
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habi- e a realização de outras diligências que entender necessá-
litado, que entregará cópia do auto ou da representação ao rias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão; Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juven-
encontrado o requerido ou seu representante legal; tude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo dos
não sabido o paradeiro do requerido ou de seu represen- postulantes para o exercício de uma paternidade ou mater-
tante legal. nidade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo le- Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
gal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministé- § 1o É obrigatória a participação dos postulantes em
rio Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo. programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventu-
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciá- de, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
ria procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo pela execução da política municipal de garantia do direito
necessário, designará audiência de instrução e julgamento. à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção de-
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência vidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação
sucessivamente o Ministério Público e o procurador do re- e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adoles-
querido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorro- centes com deficiência, com doenças crônicas ou com ne-
gável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que cessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos.
em seguida proferirá sentença. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

Políticas Pública de Saúde 109 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa CAPÍTULO IV


obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo in- DOS RECURSOS
cluirá o contato com crianças e adolescentes em regime
de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infân-
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da cia e da Juventude, inclusive os relativos à execução das
Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal
adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo progra- da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro-
ma de acolhimento familiar e institucional e pela execução cesso Civil), com as seguintes adaptações: (Redação dada
da política municipal de garantia do direito à convivência pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) I - os recursos serão interpostos independentemente de
§ 3o É recomendável que as crianças e os adolescen- preparo;
tes acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora II - em todos os recursos, salvo nos embargos de de-
sejam preparados por equipe interprofissional antes da in- claração, o prazo para o Ministério Público e para a defesa
clusão em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº
2017) 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da parti- III - os recursos terão preferência de julgamento e dis-
cipação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a au- pensarão revisor;
toridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, de- VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
signando, conforme o caso, audiência de instrução e julga- VII - antes de determinar a remessa dos autos à supe-
mento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência rior instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligên- caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
cias, ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no pra-
determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a se- zo de cinco dias;
guir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escri-
vão remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo
2009) Vigência
pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será ins-
dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do
crito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da in-
sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem
timação.
cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no
crianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei nº
art. 149 caberá recurso de apelação.
12.010, de 2009) Vigência Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será
poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se
nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quan- tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano
do comprovado ser essa a melhor solução no interesse do irreparável ou de difícil reparação ao adotando. (Incluído
adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer
mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe inter- dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que
profissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído
§ 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova ado- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção, será dispensável a renovação da habilitação, bastando Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção
a avaliação por equipe interprofissional. (Incluído pela Lei e de destituição de poder familiar, em face da relevância
nº 13.509, de 2017) das questões, serão processados com prioridade absoluta,
§ 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilita- devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado
do, à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribui-
do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação con- ção, e serão colocados em mesa para julgamento sem revi-
cedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) são e com parecer urgente do Ministério Público. (Incluído
§ 5o A desistência do pretendente em relação à guarda pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
para fins de adoção ou a devolução da criança ou do ado- Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em
lescente depois do trânsito em julgado da sentença de ado- mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessen-
ção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção ta) dias, contado da sua conclusão. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilita- Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da
ção à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável data do julgamento e poderá na sessão, se entender neces-
por igual período, mediante decisão fundamentada da auto- sário, apresentar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei
ridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) nº 12.010, de 2009) Vigência

Políticas Públicas de Saúde 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a ins- XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
tauração de procedimento para apuração de responsabili- atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando
dades se constatar o descumprimento das providências e de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias
do prazo previstos nos artigos anteriores. (Incluído pela Lei à remoção de irregularidades porventura verificadas;
nº 12.010, de 2009) Vigência XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos
serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência
CAPÍTULO V social, públicos ou privados, para o desempenho de suas atri-
DO MINISTÉRIO PÚBLICO buições.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
nesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei or- mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e
gânica. esta Lei.
Art. 201. Compete ao Ministério Público: § 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem
I - conceder a remissão como forma de exclusão do outras, desde que compatíveis com a finalidade do Ministério
processo; Público.
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos § 3º O representante do Ministério Público, no exercício
às infrações atribuídas a adolescentes; de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encon-
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e tre criança ou adolescente.
os procedimentos de suspensão e destituição do poder fa- § 4º O representante do Ministério Público será respon-
miliar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guar- sável pelo uso indevido das informações e documentos que
diães, bem como oficiar em todos os demais procedimentos requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
da competência da Justiça da Infância e da Juventude; (Ex- § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso
pressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interes- a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instau-
sados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal e
rando o competente procedimento, sob sua presidência;
a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade
administradores de bens de crianças e adolescentes nas
reclamada, em dia, local e horário previamente notificados ou
hipóteses do art. 98;
acertados;
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos servi-
a proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos
ços públicos e de relevância pública afetos à criança e ao ado-
relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos
lescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para ins-
truí-los: parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa
a) expedir notificações para colher depoimentos ou es- dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em
clarecimentos e, em caso de não comparecimento injustifi- que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar do-
cado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia cumentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.
civil ou militar; Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer
b) requisitar informações, exames, perícias e documen- caso, será feita pessoalmente.
tos de autoridades municipais, estaduais e federais, da ad- Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acar-
ministração direta ou indireta, bem como promover inspe- reta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz
ções e diligências investigatórias; ou a requerimento de qualquer interessado.
c) requisitar informações e documentos a particulares e Art. 205. As manifestações processuais do representante
instituições privadas; do Ministério Público deverão ser fundamentadas.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências inves-
tigatórias e determinar a instauração de inquérito policial, CAPÍTULO VI
para apuração de ilícitos ou infrações às normas de prote- DO ADVOGADO
ção à infância e à juventude;
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou respon-
legais assegurados às crianças e adolescentes, promoven- sável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na so-
do as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; lução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e ha- esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para todos
beas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o
defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis segredo de justiça.
afetos à criança e ao adolescente; Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária inte-
X - representar ao juízo visando à aplicação de pena- gral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
lidade por infrações cometidas contra as normas de prote- Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática
ção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será proces-
responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível; sado sem defensor.

Políticas Pública de Saúde 111 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á no- Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão pro-
meado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, cons- postas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação
tituir outro de sua preferência. ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para pro-
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamen- cessar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Fede-
to de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear subs- ral e a competência originária dos tribunais superiores.
tituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato. Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se coletivos ou difusos, consideram-se legitimados concorren-
tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido temente:
indicado por ocasião de ato formal com a presença da auto- I - o Ministério Público;
ridade judiciária. II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal
e os territórios;
CAPÍTULO VII III - as associações legalmente constituídas há pelo
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES IN- menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais
DIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei,
dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações autorização estatutária.
de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Minis-
criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou térios Públicos da União e dos estados na defesa dos inte-
oferta irregular: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência resses e direitos de que cuida esta Lei.
I - do ensino obrigatório; § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
II - de atendimento educacional especializado aos porta- associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitima-
dores de deficiência; do poderá assumir a titularidade ativa.
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar
de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº dos interessados compromisso de ajustamento de sua con-
13.306, de 2016) duta às exigências legais, o qual terá eficácia de título exe-
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições cutivo extrajudicial.
do educando; Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos
V - de programas suplementares de oferta de material di- por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações
dático-escolar, transporte e assistência à saúde do educando pertinentes.
do ensino fundamental; § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as
VI - de serviço de assistência social visando à proteção normas do Código de Processo Civil.
à família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade públi-
como ao amparo às crianças e adolescentes que dele ne- ca ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
cessitem; do poder público, que lesem direito líquido e certo previsto
VII - de acesso às ações e serviços de saúde; nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas
VIII - de escolarização e profissionalização dos adoles- normas da lei do mandado de segurança.
centes privados de liberdade. Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela es-
e promoção social de famílias e destinados ao pleno exercí- pecífica da obrigação ou determinará providências que asse-
cio do direito à convivência familiar por crianças e adolescen- gurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
tes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e ha-
X - de programas de atendimento para a execução das vendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é
medidas socioeducativas e aplicação de medidas de prote- lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justifica-
ção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) ção prévia, citando o réu.
XI - de políticas e programas integrados de atendimento § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou
à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violên- na sentença, impor multa diária ao réu, independentemen-
cia.(Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência) te de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do
da proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou preceito.
coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos § 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo úni- julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida des-
co pela Lei nº 11.259, de 2005) de o dia em que se houver configurado o descumprimento.
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo ge-
adolescentes será realizada imediatamente após notifica- rido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente
ção aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato do respectivo município.
aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trân-
transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes sito em julgado da decisão serão exigidas através de execu-
todos os dados necessários à identificação do desapareci- ção promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,
do. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005) facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

Políticas Públicas de Saúde 112 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinhei- § 4º A promoção de arquivamento será submetida a
ro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério
em conta com correção monetária. Público, conforme dispuser o seu regimento.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
recursos, para evitar dano irreparável à parte. promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
condenação ao poder público, o juiz determinará a remes- Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber,
sa de peças à autoridade competente, para apuração da as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se
atribua a ação ou omissão. TÍTULO VII
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julga- DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES
do da sentença condenatória sem que a associação autora ADMINISTRATIVAS
lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Públi- CAPÍTULO I
co, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. DOS CRIMES
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar SEÇÃO I
ao réu os honorários advocatícios arbitrados na conformi- DISPOSIÇÕES GERAIS
dade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil), quando reconhecer que a Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
pretensão é manifestamente infundada. contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a as- prejuízo do disposto na legislação penal.
sociação autora e os diretores responsáveis pela proposi- Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
tura da ação serão solidariamente condenados ao décuplo normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao pro-
das custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e cesso, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
danos. Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pú-
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não blica incondicionada
haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários
periciais e quaisquer outras despesas. SEÇÃO II
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público DOS CRIMES EM ESPÉCIE
deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestan-
do-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigen-
ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção. te de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e
tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ense- prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer
jar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministé- à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta mé-
rio Público para as providências cabíveis. dica, declaração de nascimento, onde constem as intercor-
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado rências do parto e do desenvolvimento do neonato:
poderá requerer às autoridades competentes as certidões Pena - detenção de seis meses a dois anos.
e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas Parágrafo único. Se o crime é culposo:
no prazo de quinze dias. Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identi-
pessoa, organismo público ou particular, certidões, informa- ficar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do
ções, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos
não poderá ser inferior a dez dias úteis. no art. 10 desta Lei:
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas Pena - detenção de seis meses a dois anos.
as diligências, se convencer da inexistência de fundamento Parágrafo único. Se o crime é culposo:
para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamen- Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
to dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liber-
fazendo-o fundamentadamente. dade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informa- de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autorida-
ção arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer de judiciária competente:
em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior Pena - detenção de seis meses a dois anos.
do Ministério Público. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção procede à apreensão sem observância das formalidades
de arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Mi- legais.
nistério público, poderão as associações legitimadas apre- Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
sentar razões escritas ou documentos, que serão juntados apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata co-
aos autos do inquérito ou anexados às peças de informa- municação à autoridade judiciária competente e à família do
ção. apreendido ou à pessoa por ele indicada:

Políticas Pública de Saúde 113 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua auto- outro registro que contenha cena de sexo explícito ou por-
ridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: nográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação
Pena - detenção de seis meses a dois anos. dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa cau- (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
sa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescen- Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
te, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive
Pena - detenção de seis meses a dois anos. por meio de sistema de informática ou telemático, fotogra-
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado fia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo ex-
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: plícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade ju- Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
diciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de I – assegura os meios ou serviços para o armazena-
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judi- mento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o
cial, com o fim de colocação em lar substituto: caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que
a terceiro, mediante paga ou recompensa: trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. 2008)
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem ofere- § 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o
ce ou efetiva a paga ou recompensa. deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato des- prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de de-
tinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior sabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput
com inobservância das formalidades legais ou com o fito de deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
obter lucro: Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qual-
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. quer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
Parágrafo único. Se há emprego de violência, gra- contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolven-
ve ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de do criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
12.11.2003) 2008)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
correspondente à violência. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou § 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou porno- de pequena quantidade o material a que se refere o caput
gráfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
pela Lei nº 11.829, de 2008) § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. tem a finalidade de comunicar às autoridades competen-
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) tes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241,
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participa- por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
ção de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput I – agente público no exercício de suas funções; (Incluí-
deste artigo, ou ainda quem com esses contracena. (Reda- do pela Lei nº 11.829, de 2008)
ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008) II – membro de entidade, legalmente constituída, que
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento,
comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) o processamento e o encaminhamento de notícia dos cri-
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto mes referidos neste parágrafo;(Incluído pela Lei nº 11.829,
de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coa- III – representante legal e funcionários responsáveis de
bitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede
11.829, de 2008) de computadores, até o recebimento do material relativo à
III – prevalecendo-se de relações de parentesco con- notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou
sanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão
a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei
seu consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) nº 11.829, de 2008)

Políticas Públicas de Saúde 114 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou ado- da perda de bens e valores utilizados na prática crimi-
lescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por nosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do
meio de adulteração, montagem ou modificação de fotogra- Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Dis-
fia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: trito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 13.440, de 2017)
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem ven- gerente ou o responsável pelo local em que se verifique
de, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divul- a submissão de criança ou adolescente às práticas refe-
ga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o mate- ridas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975,
rial produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela de 23.6.2000)
Lei nº 11.829, de 2008) § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, cassação da licença de localização e de funcionamen-
por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de to do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de
com ela praticar ato libidinoso:(Incluído pela Lei nº 11.829, 23.6.2000)
de 2008) Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infra-
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ção penal ou induzindo-o a praticá-la:(Incluído pela Lei
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (In- nº 12.015, de 2009)
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído
I – facilita ou induz o acesso à criança de material con- pela Lei nº 12.015, de 2009)
tendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste arti-
com ela praticar ato libidinoso;(Incluído pela Lei nº 11.829, go quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se
de 2008) de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo -papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográ- § 2o As penas previstas no caput deste artigo são au-
fica ou sexualmente explícita.(Incluído pela Lei nº 11.829, mentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
de 2008) induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, 25 de julho de 1990. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” com-
preende qualquer situação que envolva criança ou adoles- CAPÍTULO II
cente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adoles-
cente para fins primordialmente sexuais(Incluído pela Lei nº Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável
11.829, de 2008) por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fun-
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente damental, pré-escola ou creche, de comunicar à autori-
ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente dade competente os casos de que tenha conhecimento,
arma, munição ou explosivo: envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos con-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação tra criança ou adolescente:
dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de en-
adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros tidade de atendimento o exercício dos direitos constantes
produtos cujos componentes possam causar dependência nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
física ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de Pena - multa de três a vinte salários de referência,
2015) aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autori-
se o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada zação devida, por qualquer meio de comunicação, nome,
pela Lei nº 13.106, de 2015) ato ou documento de procedimento policial, administrati-
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou vo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fo- atribua ato infracional:
gos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo Pena - multa de três a vinte salários de referência,
seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qual- aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
quer dano físico em caso de utilização indevida: § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou par-
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. cialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamen-
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além te.

Políticas Pública de Saúde 115 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
ou emissora de rádio ou televisão, além da pena previs- reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão
ta neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até
apreensão da publicação ou a suspensão da programação quinze dias.
da emissora até por dois dias, bem como da publicação do Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita
periódico até por dois números. (Expressão declara incons- de programação em vídeo, em desacordo com a classifica-
titucional pela ADIN 869-2). ção atribuída pelo órgão competente:
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vi- Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
gência) caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá deter-
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os de- minar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
veres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78
ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciá- e 79 desta Lei:
ria ou Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº Pena - multa de três a vinte salários de referência, du-
12.010, de 2009) Vigência plicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- de apreensão da revista ou publicação.
cando-se o dobro em caso de reincidência. Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompa- ou o empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre
nhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita o acesso de criança ou adolescente aos locais de diver-
desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel são, ou sobre sua participação no espetáculo: (Vide Lei nº
ou congênere:(Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
2009). caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá deter-
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de minar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha- Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de provi-
mento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluí- denciar a instalação e operacionalização dos cadastros pre-
do pela Lei nº 12.038, de 2009). vistos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº (três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
12.038, de 2009). gência
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qual- Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autori-
quer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 dade que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e
e 85 desta Lei: de adolescentes em condições de serem adotadas, de pes-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- soas ou casais habilitados à adoção e de crianças e adoles-
cando-se o dobro em caso de reincidência. centes em regime de acolhimento institucional ou familiar.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetá- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
culo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
entrada do local de exibição, informação destacada sobre a estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar
natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária especi- imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso
ficada no certificado de classificação: de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessa-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- da em entregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei nº
cando-se o dobro em caso de reincidência. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
representações ou espetáculos, sem indicar os limites de (três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
idade a que não se recomendem: gência
Pena - multa de três a vinte salários de referência, du- Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário
plicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente, de programa oficial ou comunitário destinado à garantia do
à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publi- direito à convivência familiar que deixa de efetuar a comu-
cidade. nicação referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, es- 12.010, de 2009) Vigência
petáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inci-
sua classificação: so II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; du- Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
plicada em caso de reincidência a autoridade judiciária po- 10.000,00 (dez mil reais);(Redação dada pela Lei nº 13.106,
derá determinar a suspensão da programação da emissora de 2015)
por até dois dias. Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congêne- comercial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação
re classificado pelo órgão competente como inadequado às dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:

Políticas Públicas de Saúde 116 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Disposições Finais e Transitórias II - não poderá ser computada como despesa operacio-
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados nal na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594,
da publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dis- de 2012) (Vide)
pondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às di- Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendá-
retrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e ao rio de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de
que estabelece o Título V do Livro II. que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às 2012) (Vide)
diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei. § 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzi-
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos da até os seguintes percentuais aplicados sobre o impos-
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, to apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprova- 2012) (Vide)
das, sendo essas integralmente deduzidas do imposto de I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
renda, obedecidos os seguintes limites:(Redação dada pela (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido (Vide)
apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
lucro real; e(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Vide) § 2o A dedução de que trata o caput: (Incluído pela Lei
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apu- nº 12.594, de 2012) (Vide)
rado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do im-
observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de posto sobre a renda apurado na declaração de que trata o
dezembro de 1997.(Redação dada pela Lei nº 12.594, de inciso II do caput do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594,
2012) (Vide) de 2012) (Vide)
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei
§ 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas nº 12.594, de 2012) (Vide)
com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº
e municipais dos direitos da criança e do adolescente, se- 12.594, de 2012) (Vide)
rão consideradas as disposições do Plano Nacional de Pro- b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído
moção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adoles- pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
centes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela
Nacional pela Primeira Infância. (Redação dada dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Lei nº 13.257, de 2016) III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído
§ 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações em vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamen- § 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a
te percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma data de vencimento da primeira quota ou quota única do
de guarda, de crianças e adolescentes e para programas imposto, observadas instruções específicas da Secretaria
de atenção integral à primeira infância em áreas de maior da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594,
carência socioeconômica e em situações de calamidade. de 2012) (Vide)
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 4o O não pagamento da doação no prazo estabe-
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério lecido no § 3o implica a glosa definitiva desta parcela de
da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos da diferença de imposto devido apurado na Declaração de
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legisla-
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca ção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal § 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apu-
dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos rado na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no
fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos
12.10.1991) Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente mu-
§ 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no nicipais, distrital, estaduais e nacional concomitantemente
9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata com a opção de que trata o caput, respeitado o limite pre-
o inciso I do caput: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de visto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) 2012) (Vide)
I - será considerada isoladamente, não se submetendo Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260
a limite em conjunto com outras deduções do imposto; e poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) (Vide)

Políticas Pública de Saúde 117 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas ju- b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
rídicas que apuram o imposto trimestralmente; e (Incluído (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, será considerado na determinação do valor dos bens doa-
para as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmen- dos, exceto se o leilão for determinado por autoridade judi-
te. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) ciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts.
do período a que se refere a apuração do imposto. (Incluído 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta dedução perante a Receita Federal do Brasil. (Incluído pela
Lei podem ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie de- das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Ado-
vem ser depositadas em conta específica, em instituição fi- lescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem:
nanceira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) I - manter conta bancária específica destinada exclusi-
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administra- vamente a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº
ção das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do 12.594, de 2012) (Vide)
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais de- II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído
vem emitir recibo em favor do doador, assinado por pessoa pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
competente e pelo presidente do Conselho correspondente, III - informar anualmente à Secretaria da Receita Fede-
especificando: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) ral do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de os seguintes dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594,
2012) (Vide) de 2012) (Vide)
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594,
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)
de 2012) (Vide)
e endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
b) valor doado, especificando se a doação foi em es-
2012) (Vide)
pécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
(Vide)
do doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obriga-
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
ções previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Fede-
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ral do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Públi-
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído
co. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais di-
pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os va- vulgarão amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei nº
lores doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide) I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº
§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve 12.594, de 2012) (Vide)
conter a identificação dos bens, mediante descrição em II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de
campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, infor- atendimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei
mando também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ nº 12.594, de 2012) (Vide)
e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº 12.594, III - os requisitos para a apresentação de projetos a se-
de 2012) (Vide) rem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou
deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante do- IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-ca-
cumentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) lendário e o valor dos recursos previstos para implementa-
(Vide) ção das ações, por projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
II - baixar os bens doados na declaração de bens e di- 2012) (Vide)
reitos, quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, V - o total dos recursos recebidos e a respectiva desti-
no caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, nação, por projeto atendido, inclusive com cadastramento
de 2012) (Vide) na base de dados do Sistema de Informações sobre a In-
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído fância e a Adolescência; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficia-
declaração do imposto de renda, desde que não exceda o dos com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e
valor de mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
(Vide) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Políticas Públicas de Saúde 118 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Pena - reclusão de quatro a dez anos.
Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incenti- 5) Art. 214...................................................................
vos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze
nº 12.594, de 2012) (Vide) anos:
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos Pena - reclusão de três a nove anos.»
arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro
ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá de 1973, fica acrescido do seguinte item:
atuar de ofício, a requerimento ou representação de qual- “Art. 102 ....................................................................
quer cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presi- Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da
dência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria União, da administração direta ou indireta, inclusive fun-
da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada dações instituídas e mantidas pelo poder público federal
ano, arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos
promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto,
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio-
que será posto à disposição das escolas e das entidades
nal, distrital, estaduais e municipais, com a indicação dos
de atendimento e de defesa dos direitos da criança e do
respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas
adolescente.
bancárias específicas mantidas em instituições financeiras
públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla
dos Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil meios de comunicação social. (Redação dada dada pela
expedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto Lei nº 13.257, de 2016)
nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
(Vide) será veiculada em linguagem clara, compreensível e ade-
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos quada a crianças e adolescentes, especialmente às crian-
da criança e do adolescente, os registros, inscrições e alte- ças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído dada pela
rações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 Lei nº 13.257, de 2016)
desta Lei serão efetuados perante a autoridade judiciária da Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
comarca a que pertencer a entidade. publicação.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar Parágrafo único. Durante o período de vacância deve-
aos estados e municípios, e os estados aos municípios, os rão ser promovidas atividades e campanhas de divulgação
recursos referentes aos programas e atividades previstos e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos di- Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e
reitos da criança e do adolescente nos seus respectivos 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as
níveis. demais disposições em contrário.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tute-
lares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela
autoridade judiciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro 5. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. BRASIL. CONS-
de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes TITUIÇÃO FEDERAL. ARTIGOS 196, 197, 198,
alterações: 199 E 200.
1) Art. 121 ............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de
um terço, se o crime resulta de inobservância de regra téc-
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
nica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
BRASIL DE 1988
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada PREÂMBULO
de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor
de catorze anos. Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em
2) Art. 129 ............................................................... Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qual- Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos
quer das hipóteses do art. 121, § 4º. sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar,
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores
121. supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem pre-
3) Art. 136................................................................. conceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é pra- ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
ticado contra pessoa menor de catorze anos. controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a se-
4) Art. 213 .................................................................. guinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze BRASIL.
anos:

Políticas Pública de Saúde 119 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

TÍTULO VIII I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do §


Da Ordem Social 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)
CAPÍTULO II II – os critérios de rateio dos recursos da União vincula-
DA SEGURIDADE SOCIAL dos à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respecti-
Seção II vos Municípios, objetivando a progressiva redução das dis-
DA SAÚDE paridades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 29, de 2000)
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
garantido mediante políticas sociais e econômicas que vi- despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital
sem à redução do risco de doença e de outros agravos e e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para 2000)
sua promoção, proteção e recuperação. IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Consti-
Art. 197. São de relevância pública as ações e ser- tucional nº 86, de 2015)
viços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde po-
termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e derão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de
controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou combate às endemias por meio de processo seletivo pú-
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurí- blico, de acordo com a natureza e complexidade de suas
dica de direito privado. atribuições e requisitos específicos para sua atuação. .(In-
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde in- cluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
tegram uma rede regionalizada e hierarquizada e cons- § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
tituem um sistema único, organizado de acordo com as salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos
seguintes diretrizes: de Carreira e a regulamentação das atividades de agente
I - descentralização, com direção única em cada esfe-
comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
ra de governo;
competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
II - atendimento integral, com prioridade para as ati-
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e
vidades preventivas, sem prejuízo dos serviços assisten-
aos Municípios, para o cumprimento do referido piso sala-
ciais;
rial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
III - participação da comunidade.
2010) Regulamento
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41
termos do art. 195, com recursos do orçamento da segu-
e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor
ridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único que exerça funções equivalentes às de agente comunitário
renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de saúde ou de agente de combate às endemias poderá
de 2000) perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído
nicípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços pú- pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
blicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa pri-
de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda vada.
Constitucional nº 29, de 2000) § 1º As instituições privadas poderão participar de for-
I - no caso da União, a receita corrente líquida do ma complementar do sistema único de saúde, segundo di-
respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior retrizes deste, mediante contrato de direito público ou con-
a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda vênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem
Constitucional nº 86, de 2015) fins lucrativos.
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o pro- § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para
duto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lu-
155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso crativos.
I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de em-
transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela presas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) País, salvo nos casos previstos em lei.
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos
produto da arrecadação dos impostos a que se refere o que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias
art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento,
inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucio- bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue
nal nº 29, de 2000) e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercializa-
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo me- ção.
nos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emen- Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de
da Constitucional nº 29, de 2000) outras atribuições, nos termos da lei:

Políticas Públicas de Saúde 120 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e subs- e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes


tâncias de interesse para a saúde e participar da produção compartilhados, com a finalidade de integrar a organização,
de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemo- o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;
derivados e outros insumos; II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde -
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemio- acordo de colaboração firmado entre entes federativos com
lógica, bem como as de saúde do trabalhador; a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de
III - ordenar a formação de recursos humanos na área saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com defini-
de saúde; ção de responsabilidades, indicadores e metas de saúde,
IV - participar da formulação da política e da execução critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros
das ações de saneamento básico; que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvi- de sua execução e demais elementos necessários à imple-
mento científico e tecnológico e a inovação;(Redação dada mentação integrada das ações e serviços de saúde;
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o à saúde do usuário no SUS;
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação
para consumo humano; consensual entre os entes federativos para definição das
VII - participar do controle e fiscalização da produção, regras da gestão compartilhada do SUS;
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição
psicoativos, tóxicos e radioativos; de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofer-
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele tados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a
compreendido o do trabalho. capacidade instalada existente, os investimentos e o desem-
penho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema;
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e
6. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE
serviços de saúde articulados em níveis de complexidade
SAÚDE - SUS, PLANEJAMENTO DA SAÚDE, A
crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da
ASSISTÊNCIA À SAÚDE E A ARTICULAÇÃO IN-
assistência à saúde;
TERFEDERATIVA. BRASIL. DECRETO Nº 7.508,
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de
DE 28 DE JUNHO DE 2011. REGULAMENTA A
LEI NO 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990, saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em
PARA DISPOR SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO razão de agravo ou de situação laboral, necessita de aten-
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS, O PLANE- dimento especial; e
JAMENTO DA SAÚDE, A ASSISTÊNCIA À SAÚ- VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - docu-
DE E A ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA, E mento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doen-
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. ça ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com
os medicamentos e demais produtos apropriados, quando
couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores
Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de do SUS.
1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único
de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à CAPÍTULO II
saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providên- DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
cias. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribui-
ção que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações
tendo em vista o disposto na Lei no 8.080, 19 de setembro e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde
de 1990, executados pelos entes federativos, de forma direta ou in-
DECRETA: direta, mediante a participação complementar da iniciativa
privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierar-
CAPÍTULO I quizada.
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES SEÇÃO I
DAS REGIÕES DE SAÚDE
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19
de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Esta-
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, do, em articulação com os Municípios, respeitadas as dire-
a assistência à saúde e a articulação interfederativa. trizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite
Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se: - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo cons- § 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interesta-
tituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimita- duais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto
do a partir de identidades culturais, econômicas e sociais dos respectivos Estados em articulação com os Municípios.

Políticas Pública de Saúde 121 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do
áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as nor- cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos ser-
mas que regem as relações internacionais. viços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede
Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve con- de atenção da respectiva região.
ter, no mínimo, ações e serviços de: Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactua-
I - atenção primária; rão as regras de continuidade do acesso às ações e aos
II - urgência e emergência; serviços de saúde na respectiva área de atuação.
III - atenção psicossocial; Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal,
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS,
V - vigilância em saúde. caberá aos entes federativos, além de outras atribuições que
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde ob- venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores:
servará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores. I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade
Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as no acesso às ações e aos serviços de saúde;
transferências de recursos entre os entes federativos. II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos servi-
Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreen- ços de saúde;
didas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias de- III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saú-
las, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comis- de; e
sões Intergestores. IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de
Parágrafo único. Os entes federativos definirão os se- saúde.
guintes elementos em relação às Regiões de Saúde: Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios,
I - seus limites geográficos; diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem
II - população usuária das ações e serviços; os entes federativos no cumprimento das atribuições pre-
III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e vistas no art. 13.
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibi-
CAPÍTULO III
lidade e escala para conformação dos serviços.
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
SEÇÃO II
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será as-
DA HIERARQUIZAÇÃO
cendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos
os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se
Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às
as necessidades das políticas de saúde com a disponibili-
ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada
dade de recursos financeiros.
do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, § 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os
de acordo com a complexidade do serviço. entes públicos e será indutor de políticas para a iniciativa
Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de privada.
saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: § 2o A compatibilização de que trata o caput será efe-
I - de atenção primária; tuada no âmbito dos planos de saúde, os quais serão re-
II - de atenção de urgência e emergência; sultado do planejamento integrado dos entes federativos, e
III - de atenção psicossocial; e deverão conter metas de saúde.
IV - especiais de acesso aberto. § 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acor- diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
do com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes saúde, de acordo com as características epidemiológicas
federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e da organização de serviços nos entes federativos e nas
e serviços de saúde, considerando as características da Regiões de Saúde.
Região de Saúde. Art. 16. No planejamento devem ser considerados os
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambula- serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, de
toriais especializados, entre outros de maior complexidade forma complementar ou não ao SUS, os quais deverão
e densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacional.
de Entrada de que trata o art. 9o. Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identifica-
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos ção das necessidades de saúde e orientará o planejamento
serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e integrado dos entes federativos, contribuindo para o esta-
deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco indi- belecimento de metas de saúde.
vidual e coletivo e no critério cronológico, observadas as Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual
especificidades previstas para pessoas com proteção espe- deve ser realizado de maneira regionalizada, a partir das
cial, conforme legislação vigente. necessidades dos Municípios, considerando o estabeleci-
Parágrafo único. A população indígena contará com re- mento de metas de saúde.
gramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite -
especificidades e com a necessidade de assistência inte- CIB de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do
gral à sua saúde, de acordo com disposições do Ministério processo e os prazos do planejamento municipal em conso-
da Saúde. nância com os planejamentos estadual e nacional.

Políticas Públicas de Saúde 122 A Opção Certa Para a Sua Realização


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CAPÍTULO IV I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saú-


DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE de do SUS;
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de
Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia saúde, no exercício regular de suas funções no SUS;
e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante re- III - estar a prescrição em conformidade com a RENA-
ferenciamento do usuário na rede regional e interestadual, ME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou
conforme pactuado nas Comissões Intergestores. com a relação específica complementar estadual, distrital
ou municipal de medicamentos; e
SEÇÃO I IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas
DA RELAÇÃO NACIONAL DE AÇÕES E SERVI- pela direção do SUS.
ÇOS DE SAÚDE - RENASES § 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do
usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de
Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de saúde pública o justifiquem.
Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços § 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras
que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integra- diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter espe-
lidade da assistência à saúde. cializado.
Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENA- Art. 29. A RENAME e a relação específica complemen-
SES em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactua- tar estadual, distrital ou municipal de medicamentos somen-
das pela CIT. te poderão conter produtos com registro na Agência Nacio-
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saú- nal de Vigilância Sanitária - ANVISA.
de consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
CAPÍTULO V
nicípios pactuarão nas respectivas Comissões Intergesto-
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
res as suas responsabilidades em relação ao rol de ações e
serviços constantes da RENASES.
SEÇÃO I
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
DAS COMISSÕES INTERGESTORES
poderão adotar relações específicas e complementares de
ações e serviços de saúde, em consonância com a RENA-
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a orga-
SES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo seu
financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões nização e o funcionamento das ações e serviços de saúde
Intergestores. integrados em redes de atenção à saúde, sendo:
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da
SEÇÃO II Saúde para efeitos administrativos e operacionais;
DA RELAÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTOS II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Es-
ESSENCIAIS - RENAME tadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbi-
Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essen- to regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para
ciais - RENAME compreende a seleção e a padronização efeitos administrativos e operacionais, devendo observar as
de medicamentos indicados para atendimento de doenças diretrizes da CIB.
ou de agravos no âmbito do SUS. Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores pú-
Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do blicos de saúde poderão ser representados pelo Conselho
Formulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conse-
prescrição, a dispensação e o uso dos seus medicamentos. lho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONA-
Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente SEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais
para dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e de Saúde - COSEMS.
Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão:
diretrizes pactuadas pela CIT. I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saú- da gestão compartilhada do SUS, de acordo com a defini-
de consolidará e publicará as atualizações da RENAME, ção da política de saúde dos entes federativos, consubstan-
do respectivo FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes ciada nos seus planos de saúde, aprovados pelos respecti-
Terapêuticas. vos conselhos de saúde;
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município po- II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integra-
derão adotar relações específicas e complementares de ção de limites geográficos, referência e contrarreferência e
medicamentos, em consonância com a RENAME, respeita- demais aspectos vinculados à integração das ações e ser-
das as responsabilidades dos entes pelo financiamento de viços de saúde entre os entes federativos;
medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional
Intergestores. e interestadual, a respeito da organização das redes de
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência atenção à saúde, principalmente no tocante à gestão ins-
farmacêutica pressupõe, cumulativamente: titucional e à integração das ações e serviços dos entes
federativos;

Políticas Pública de Saúde 123 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde,
de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográ- promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito re-
fico e seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabe- gional e inter-regional;
lecendo as responsabilidades individuais e as solidárias; e III - responsabilidades assumidas pelos entes federa-
V - referências das regiões intraestaduais e interesta- tivos perante a população no processo de regionalização,
duais de atenção à saúde para o atendimento da integrali- as quais serão estabelecidas de forma individualizada, de
dade da assistência. acordo com o perfil, a organização e a capacidade de pres-
Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da tação das ações e dos serviços de cada ente federativo da
CIT a pactuação: Região de Saúde;
I - das diretrizes gerais para a composição da RENA- IV - indicadores e metas de saúde;
SES; V - estratégias para a melhoria das ações e serviços
II - dos critérios para o planejamento integrado das de saúde;
ações e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de
do compartilhamento da gestão; e monitoramento permanente;
III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das VII - adequação das ações e dos serviços dos entes
questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em federativos em relação às atualizações realizadas na RE-
fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os ca- NASES;
sos, as normas que regem as relações internacionais. VIII - investimentos na rede de serviços e as respecti-
vas responsabilidades; e
SEÇÃO II IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por
DO CONTRATO ORGANIZATIVO DA AÇÃO PÚ- cada um dos partícipes para sua execução.
BLICA DA SAÚDE Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir
formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e
Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federa- à melhoria das ações e serviços de saúde.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de
tivos para a organização da rede interfederativa de atenção
Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins
à saúde será firmado por meio de Contrato Organizativo da
de garantia da gestão participativa:
Ação Pública da Saúde.
I - estabelecimento de estratégias que incorporem a
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pú-
avaliação do usuário das ações e dos serviços, como ferra-
blica da Saúde é a organização e a integração das ações
menta de sua melhoria;
e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes
II - apuração permanente das necessidades e interes-
federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade de
ses do usuário; e
garantir a integralidade da assistência aos usuários.
III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pú- saúde em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive
blica da Saúde resultará da integração dos planos de saúde nas unidades privadas que dele participem de forma com-
dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo plementar.
como fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT. Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será
Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da fator determinante para o estabelecimento das metas de
Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidá- saúde previstas no Contrato Organizativo de Ação Pública
rias dos entes federativos com relação às ações e serviços de Saúde.
de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato
de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados
serão disponibilizados, a forma de controle e fiscalização pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coorde-
da sua execução e demais elementos necessários à imple- nar a sua implementação.
mentação integrada das ações e serviços de saúde. Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do
§ 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacio- SUS, por meio de serviço especializado, fará o controle e a fis-
nais de garantia de acesso às ações e aos serviços de saú- calização do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde.
de no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas § 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do
pelo Plano Nacional de Saúde. art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá
§ 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores na- seção específica relativa aos compromissos assumidos no
cionais de garantia de acesso servirá como parâmetro para âmbito do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde.
avaliação do desempenho da prestação das ações e dos § 2o O disposto neste artigo será implementado em con-
serviços definidos no Contrato Organizativo de Ação Públi- formidade com as demais formas de controle e fiscalização
ca de Saúde em todas as Regiões de Saúde, consideran- previstas em Lei.
do-se as especificidades municipais, regionais e estaduais. Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a exe-
Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de cução do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde,
Saúde conterá as seguintes disposições essenciais: em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, ao
I - identificação das necessidades de saúde locais e re- seu desempenho e à aplicação dos recursos disponibiliza-
gionais; dos.

Políticas Públicas de Saúde 124 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o DISPOSIÇÃO PRELIMINAR


Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde no siste-
ma de informações em saúde organizado pelo Ministério da Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional,
Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde as ações e serviços de saúde, executados isolada ou
para monitoramento. conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por
pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou pri-
CAPÍTULO VI vado.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
TÍTULO I
Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle inter-
no e externo: Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser hu-
I - o descumprimento injustificado de responsabilidades mano, devendo o Estado prover as condições indispen-
na prestação de ações e serviços de saúde e de outras obri- sáveis ao seu pleno exercício.
gações previstas neste Decreto; § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consis-
II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se te na formulação e execução de políticas econômicas e
refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990; sociais que visem à redução de riscos de doenças e de
III - a não aplicação, malversação ou desvio de recur- outros agravos e no estabelecimento de condições que
sos financeiros; e assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhe- serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
cimento. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as família, das empresas e da sociedade.
ações e serviços de saúde que na data da publicação deste Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização
Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos social e econômica do País, tendo a saúde como deter-
entes federados, de forma direta ou indireta. minantes e condicionantes, entre outros, a alimentação,
Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o tra-
diretrizes de que trata o§ 3o do art. 15 no prazo de cento e balho, a renda, a educação, a atividade física, o trans-
oitenta dias a partir da publicação deste Decreto. porte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013)
publicação. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as
ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
destinam a garantir às pessoas e à coletividade condi-
7. LEI ORGÂNICA DA SAÚDE E CONDIÇÕES ções de bem-estar físico, mental e social.
PARA A PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECU-
PERAÇÃO DA SAÚDE, A ORGANIZAÇÃO E O TÍTULO II
FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS CORRES- DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
PONDENTES. LEI Nº 8.080 DE 19 DE SETEM- DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
BRO DE 1990 E SUAS ALTERAÇÕES POS-
TERIORES. DISPÕE SOBRE AS CONDIÇÕES Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, pres-
PARA A PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECU- tados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais
PERAÇÃO DA SAÚDE, A ORGANIZAÇÃO E O e municipais, da Administração direta e indireta e das fun-
FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS CORRES- dações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema
PONDENTES E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Único de Saúde (SUS).
LEI ORGÂNICA DA SAÚDE. § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as institui-
ções públicas federais, estaduais e municipais de controle
de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medica-
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. mentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equi-
pamentos para saúde.
Dispõe sobre as condições para a promoção, prote- § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema
ção e recuperação da saúde, a organização e o funcio- Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
namento dos serviços correspondentes e dá outras pro-
vidências. CAPÍTULO I
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Dos Objetivos e Atribuições
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
lei: Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionan-
tes e determinantes da saúde;

Políticas Pública de Saúde 125 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

II - a formulação de política de saúde destinada a pro- I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de


mover, nos campos econômico e social, a observância do trabalho ou portador de doença profissional e do traba-
disposto no § 1º do art. 2º desta lei; lho;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações II - participação, no âmbito de competência do Siste-
de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a rea- ma Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, ava-
lização integrada das ações assistenciais e das atividades liação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde
preventivas. existentes no processo de trabalho;
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do III - participação, no âmbito de competência do Siste-
Sistema Único de Saúde (SUS): ma Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização
I - a execução de ações: e controle das condições de produção, extração, armaze-
a) de vigilância sanitária; namento, transporte, distribuição e manuseio de substân-
b) de vigilância epidemiológica; cias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que
c) de saúde do trabalhador; e apresentam riscos à saúde do trabalhador;
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma- IV - avaliação do impacto que as tecnologias provo-
cêutica; cam à saúde;
II - a participação na formulação da política e na execu- V - informação ao trabalhador e à sua respectiva enti-
ção de ações de saneamento básico; dade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes
III - a ordenação da formação de recursos humanos na de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como
área de saúde; os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; exames de saúde, de admissão, periódicos e de demis-
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele são, respeitados os preceitos da ética profissional;
compreendido o do trabalho; VI - participação na normatização, fiscalização e con-
VI - a formulação da política de medicamentos, equi- trole dos serviços de saúde do trabalhador nas institui-
pamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse ções e empresas públicas e privadas;
para a saúde e a participação na sua produção; VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e originadas no processo de trabalho, tendo na sua elabo-
substâncias de interesse para a saúde; ração a colaboração das entidades sindicais; e
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re-
bebidas para consumo humano; querer ao órgão competente a interdição de máquina, de
IX - a participação no controle e na fiscalização da pro-
setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando
dução, transporte, guarda e utilização de substâncias e pro-
houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde
dutos psicoativos, tóxicos e radioativos;
dos trabalhadores.
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvol-
vimento científico e tecnológico;
CAPÍTULO II
XI - a formulação e execução da política de sangue e
Dos Princípios e Diretrizes
seus derivados.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto
de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os ser-
saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes viços privados contratados ou conveniados que integram
do meio ambiente, da produção e circulação de bens e o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de
da prestação de serviços de interesse da saúde, abran- acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constitui-
gendo: ção Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou in- I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em
diretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todos os níveis de assistência;
todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II - integralidade de assistência, entendida como con-
II - o controle da prestação de serviços que se rela- junto articulado e contínuo das ações e serviços preventi-
cionam direta ou indiretamente com a saúde. vos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a III - preservação da autonomia das pessoas na defesa
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores de sua integridade física e moral;
determinantes e condicionantes de saúde individual ou IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconcei-
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as me- tos ou privilégios de qualquer espécie;
didas de prevenção e controle das doenças ou agravos. V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins sua saúde;
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, atra- VI - divulgação de informações quanto ao potencial
vés das ações de vigilância epidemiológica e vigilância dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalha- VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimen-
dores, assim como visa à recuperação e reabilitação da to de prioridades, a alocação de recursos e a orientação
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agra- programática;
vos advindos das condições de trabalho, abrangendo: VIII - participação da comunidade;

Políticas Públicas de Saúde 126 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

IX - descentralização politíco-adminitrativa, com dire- Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo
ção única em cada esfera de governo: das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as
a) ênfase na descentralização dos serviços para os seguintes atividades:
municípios; I - alimentação e nutrição;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços II - saneamento e meio ambiente;
de saúde; III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, IV - recursos humanos;
meio ambiente e saneamento básico; V - ciência e tecnologia; e
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológi- VI - saúde do trabalhador.
cos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Dis- Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes
trito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de de integração entre os serviços de saúde e as instituições
assistência à saúde da população; de ensino profissional e superior.
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por
os níveis de assistência; e finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a
XIII - organização dos serviços públicos de modo a formação e educação continuada dos recursos humanos do
evitar duplicidade de meios para fins idênticos. Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente,
XIV – organização de atendimento público específico assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica
e especializado para mulheres e vítimas de violência do- entre essas instituições.
méstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tri-
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas repa- partite são reconhecidas como foros de negociação e pac-
radoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de tuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais
agosto de 2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, de do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº
2017) 12.466, de 2011).
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergesto-
CAPÍTULO III res Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei
Da Organização, da Direção e da Gestão nº 12.466, de 2011).
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo administrativos da gestão compartilhada do SUS, em con-
Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou me- formidade com a definição da política consubstanciada em
diante participação complementar da iniciativa privada, planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (In-
serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada cluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
em níveis de complexidade crescente. II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e in-
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é
termunicipal, a respeito da organização das redes de ações
única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição
e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua go-
Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos
vernança institucional e à integração das ações e serviços
seguintes órgãos:
dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
sanitário, integração de territórios, referência e contrarre-
respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
ferência e demais aspectos vinculados à integração das
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secreta-
ria de Saúde ou órgão equivalente. ações e serviços de saúde entre os entes federados. (In-
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios cluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saú-
saúde que lhes correspondam. de (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Muni-
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermu- cipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como en-
nicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos tidades representativas dos entes estaduais e municipais
constitutivos disporão sobre sua observância. para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde utilidade pública e de relevante função social, na forma do
(SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a co- § 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do
bertura total das ações de saúde. orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de
Art. 11. (Vetado). Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institu-
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbi- cionais, podendo ainda celebrar convênios com a União.
to nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
entidades representativas da sociedade civil. (Cosems) são reconhecidos como entidades que represen-
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a tam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de
finalidade de articular políticas e programas de interesse matérias referentes à saúde, desde que vinculados institu-
para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreen- cionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus
didas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

Políticas Pública de Saúde 127 A Opção Certa Para a Sua Realização


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CAPÍTULO IV XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;


Da Competência e das Atribuições XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e
fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária;
Seção I XXI - fomentar, coordenar e executar programas e pro-
Das Atribuições Comuns jetos estratégicos e de atendimento emergencial.

Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os SEÇÃO II


Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as se- DA COMPETÊNCIA
guintes atribuições:
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde
avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde; (SUS) compete:
II - administração dos recursos orçamentários e finan- I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e
ceiros destinados, em cada ano, à saúde; nutrição;
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível II - participar na formulação e na implementação das
de saúde da população e das condições ambientais; políticas:
IV - organização e coordenação do sistema de informa- a) de controle das agressões ao meio ambiente;
ção de saúde; b) de saneamento básico; e
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
de padrões de qualidade e parâmetros de custos que carac- III - definir e coordenar os sistemas:
terizam a assistência à saúde; a) de redes integradas de assistência de alta comple-
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento xidade;
de padrões de qualidade para promoção da saúde do tra- b) de rede de laboratórios de saúde pública;
balhador; c) de vigilância epidemiológica; e
VII - participação de formulação da política e da exe- d) vigilância sanitária;
cução das ações de saneamento básico e colaboração na IV - participar da definição de normas e mecanismos de
proteção e recuperação do meio ambiente; controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambien-
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de te ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde
saúde;
humana;
IX - participação na formulação e na execução da polí-
V - participar da definição de normas, critérios e pa-
tica de formação e desenvolvimento de recursos humanos
drões para o controle das condições e dos ambientes de
para a saúde;
trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema
VI - coordenar e participar na execução das ações de
Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de
vigilância epidemiológica;
saúde;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitá-
XI - elaboração de normas para regular as atividades de
serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância ria de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução
pública; ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Mu-
XII - realização de operações externas de natureza fi- nicípios;
nanceira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para
Federal; o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, ur- e serviços de consumo e uso humano;
gentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo IX - promover articulação com os órgãos educacionais
iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epide- e de fiscalização do exercício profissional, bem como com
mias, a autoridade competente da esfera administrativa entidades representativas de formação de recursos huma-
correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de nos na área de saúde;
pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegura- X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na
da justa indenização; execução da política nacional e produção de insumos e
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, equipamentos para a saúde, em articulação com os demais
Componentes e Derivados; órgãos governamentais;
XV - propor a celebração de convênios, acordos e pro- XI - identificar os serviços estaduais e municipais de
tocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e referência nacional para o estabelecimento de padrões téc-
meio ambiente; nicos de assistência à saúde;
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
proteção e recuperação da saúde; substâncias de interesse para a saúde;
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscaliza- XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Esta-
ção do exercício profissional e outras entidades represen- dos, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoa-
tativas da sociedade civil para a definição e controle dos mento da sua atuação institucional;
padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde; XIV - elaborar normas para regular as relações entre
XVIII - promover a articulação da política e dos planos o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados
de saúde; contratados de assistência à saúde;

Políticas Públicas de Saúde 128 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

XV - promover a descentralização para as Unidades XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos


Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da uni-
saúde, respectivamente, de abrangência estadual e muni- dade federada.
cipal; Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema (SUS) compete:
Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos
serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais de saúde;
e municipais; II - participar do planejamento, programação e organi-
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no zação da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema
âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção
Municípios e Distrito Federal; estadual;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e III - participar da execução, controle e avaliação das
coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho;
o Território Nacional em cooperação técnica com os Esta- IV - executar serviços:
dos, Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, a) de vigilância epidemiológica;
de 1995) b) vigilância sanitária;
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vi- c) de alimentação e nutrição;
gilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias espe- d) de saneamento básico; e
ciais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, e) de saúde do trabalhador;
que possam escapar do controle da direção estadual do V - dar execução, no âmbito municipal, à política de in-
Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco sumos e equipamentos para a saúde;
de disseminação nacional. VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana
(SUS) compete: e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais
I - promover a descentralização para os Municípios dos competentes, para controlá-las;
serviços e das ações de saúde; VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarqui- VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocen-
zadas do Sistema Único de Saúde (SUS); tros;
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e IX - colaborar com a União e os Estados na execução
executar supletivamente ações e serviços de saúde; da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar
ações e serviços: contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços
a) de vigilância epidemiológica; privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execu-
b) de vigilância sanitária; ção;
c) de alimentação e nutrição; e
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços
d) de saúde do trabalhador;
privados de saúde;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços
dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na
públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
saúde humana;
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reser-
VI - participar da formulação da política e da execução
vadas aos Estados e aos Municípios.
de ações de saneamento básico;
VII - participar das ações de controle e avaliação das
condições e dos ambientes de trabalho; CAPÍTULO V
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acom- Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
panhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
a saúde;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de refe- Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o
rência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de atendimento das populações indígenas, em todo o território
referência estadual e regional; nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
pública e hemocentros, e gerir as unidades que permane- Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde
çam em sua organização administrativa; Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS,
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de
o controle e avaliação das ações e serviços de saúde; dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integra-
XII - formular normas e estabelecer padrões, em cará- ção. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
ter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, fi-
para produtos e substâncias de consumo humano; nanciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância pela Lei nº 9.836, de 1999)
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;

Políticas Pública de Saúde 129 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema § 3o O atendimento e a internação domiciliares só po-
instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Políti- derão ser realizados por indicação médica, com expressa
ca Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições go- Lei nº 10.424, de 2002)
vernamentais e não-governamentais poderão atuar comple-
mentarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela CAPÍTULO VII
Lei nº 9.836, de 1999) DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DU-
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consi- RANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-
deração a realidade local e as especificidades da cultura dos -PARTO IMEDIATO
povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem di-
ferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único
à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio am- de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam
biente, demarcação de terras, educação sanitária e integração obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1
institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) (um) acompanhante durante todo o período de trabalho
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena de parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº
deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e re- 11.108, de 2005)
gionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) § 1o O acompanhante de que trata o caput deste ar-
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá tigo será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº
como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluí- 11.108, de 2005)
do pela Lei nº 9.836, de 1999) § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exer-
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Sub- cício dos direitos de que trata este artigo constarão do
sistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão compe-
ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas tente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108,
regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar de 2005)
essa integração e o atendimento necessário em todos os ní- § 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a
veis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) manter, em local visível de suas dependências, aviso
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido informando sobre o direito estabelecido no caput deste
ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializa- artigo. (Incluído pela Lei nº 12.895, de 2013)
dos, de acordo com suas necessidades, compreendendo a Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de
atenção primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído 2005)
pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a CAPÍTULO VIII
participar dos organismos colegiados de formulação, (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPO-
tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos RAÇÃO
Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. (In- DE TECNOLOGIA EM SAÚDE”
cluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se re-
fere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído
CAPÍTULO VI
pela Lei nº 12.401, de 2011)
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO
I - dispensação de medicamentos e produtos de interes-
E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
se para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico
para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema
do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P;
Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas
e internação domiciliares incluem-se, principalmente, os elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde
procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêu- - SUS, realizados no território nacional por serviço próprio,
ticos, psicológicos e de assistência social, entre outros conveniado ou contratado.
necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são
domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) adotadas as seguintes definições:
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses,
realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos bolsas coletoras e equipamentos médicos;
níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitado- II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento
ra. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do
agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medica-

Políticas Públicas de Saúde 130 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

mentos e demais produtos apropriados, quando couber; as II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios
posologias recomendadas; os mecanismos de controle clíni- e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, in-
co; e o acompanhamento e a verificação dos resultados tera- clusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, am-
pêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. (Incluído bulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído pela Lei
pela Lei nº 12.401, de 2011) nº 12.401, de 2011)
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêu- Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a
ticas deverão estabelecer os medicamentos ou produtos que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a ins-
necessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou tauração de processo administrativo, a ser concluído em
do agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indi- prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado
cados em casos de perda de eficácia e de surgimento de da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua
intolerância ou reação adversa relevante, provocadas pelo prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando as cir-
medicamento, produto ou procedimento de primeira escolha. cunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) § 1o O processo de que trata o caput deste artigo obser-
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos vará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de
ou produtos de que trata o caput deste artigo serão aque- janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais:
les avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se
doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (In- cabível, das amostras de produtos, na forma do regulamen-
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011) to, com informações necessárias para o atendimento do
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz tera- disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401,
pêutica, a dispensação será realizada: (Incluído pela Lei nº de 2011)
12.401, de 2011) II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - com base nas relações de medicamentos instituídas III - realização de consulta pública que inclua a divulga-
pelo gestor federal do SUS, observadas as competências ção do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorpo-
ração de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401,
estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo forneci-
de 2011)
mento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite;
IV - realização de audiência pública, antes da tomada
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
de decisão, se a relevância da matéria justificar o evento.
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
forma suplementar, com base nas relações de medicamen-
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
tos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a respon-
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de
sabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão
2011)
Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de ges-
III - no âmbito de cada Município, de forma suplemen- tão do SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
tar, com base nas relações de medicamentos instituídas I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgi-
pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de co experimental, ou de uso não autorizado pela Agência
Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração Lei nº 12.401, de 2011)
pelo SUS de novos medicamentos, produtos e procedimen- II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou
tos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo o reembolso de medicamento e produto, nacional ou im-
clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Minis- portado, sem registro na Anvisa.”
tério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo forne-
Incorporação de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº cimento de medicamentos, produtos de interesse para a
12.401, de 2011) saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo será
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecno- pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído
logias no SUS, cuja composição e regimento são definidos pela Lei nº 12.401, de 2011)
em regulamento, contará com a participação de 1 (um) re-
presentante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e TÍTULO III
de 1 (um) representante, especialista na área, indicado pelo DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À
Conselho Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº 12.401, SAÙDE
de 2011)
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação CAPÍTULO I
de Tecnologias no SUS levará em consideração, necessa- Do Funcionamento
riamente: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurá- Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde
cia, a efetividade e a segurança do medicamento, produto caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de
ou procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pes-
competente para o registro ou a autorização de uso; (Incluí- soas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e
do pela Lei nº 12.401, de 2011) recuperação da saúde.

Políticas Pública de Saúde 131 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa pri- § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de
vada. entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assis- de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saú-
tência à saúde, serão observados os princípios éticos e de (SUS).
as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema
Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu TÍTULO IV
funcionamento. DOS RECURSOS HUMANOS
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta,
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro Art. 27. A política de recursos humanos na área da saú-
na assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação de será formalizada e executada, articuladamente, pelas di-
dada pela Lei nº 13.097, de 2015) ferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguin-
I - doações de organismos internacionais vinculados tes objetivos:
à Organização das Nações Unidas, de entidades de coo- I - organização de um sistema de formação de recursos
peração técnica e de financiamento e empréstimos; (In- humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-
cluído pela Lei nº 13.097, de 2015) -graduação, além da elaboração de programas de perma-
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacio- nente aperfeiçoamento de pessoal;
nalizar ou explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) II - (Vetado)
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital espe- III - (Vetado)
cializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do
e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) Sistema Único de Saúde (SUS).
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (In- Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o
cluído pela Lei nº 13.097, de 2015) Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prá-
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lu- tica para ensino e pesquisa, mediante normas específicas,
crativa, por empresas, para atendimento de seus empre- elaboradas conjuntamente com o sistema educacional.
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e asses-
gados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguri-
soramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
dade social; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
só poderão ser exercidas em regime de tempo integral.
IV - demais casos previstos em legislação específica.
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois car-
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
gos ou empregos poderão exercer suas atividades em mais
de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
CAPÍTULO II
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam-
Da Participação Complementar
bém aos servidores em regime de tempo integral, com
exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia,
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insu- direção ou assessoramento.
ficientes para garantir a cobertura assistencial à popula- Art. 29. (Vetado).
ção de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde Art. 30. As especializações na forma de treinamento
(SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa em serviço sob supervisão serão regulamentadas por Co-
privada. missão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta
Parágrafo único. A participação complementar dos ser- Lei, garantida a participação das entidades profissionais
viços privados será formalizada mediante contrato ou con- correspondentes.
vênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades fi- TÍTULO V
lantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para DO FINANCIAMENTO
participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de CAPÍTULO I
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão Dos Recursos
estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de
Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde. Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajus- ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a re-
te e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, ceita estimada, os recursos necessários à realização de
a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) de- suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela
verá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-fi- sua direção nacional, com a participação dos órgãos da
nanceiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista
serviços contratados. as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às nor- Orçamentárias.
mas técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes Art. 32. São considerados de outras fontes os recur-
do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio sos provenientes de:
econômico e financeiro do contrato. I - (Vetado)
§ 3° (Vetado). II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo
da assistência à saúde;

Políticas Públicas de Saúde 132 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

III - ajuda, contribuições, doações e donativos; Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem trans-
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; feridos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos ar- a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica
recadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e de programas e projetos:
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e indus- I - perfil demográfico da região;
triais. II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá meta- III - características quantitativas e qualitativas da rede de
de da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada saúde na área;
mensalmente, a qual será destinada à recuperação de vi- IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no pe-
ciados. ríodo anterior;
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos
de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas estaduais e municipais;
especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da
poder onde forem arrecadadas. rede;
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser execu- VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados
tadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para outras esferas de governo.
serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012) (Vide
da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particu- Lei nº 8.142, de 1990)
lar, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). § 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notó-
§ 4º (Vetado). rio processo de migração, os critérios demográficos mencio-
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento nados nesta lei serão ponderados por outros indicadores de
científico e tecnológico em saúde serão co-financiadas crescimento populacional, em especial o número de eleitores
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades registrados.
e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições § 3º (Vetado).
de fomento e financiamento ou de origem externa e receita § 4º (Vetado).
própria das instituições executoras. § 5º (Vetado).
§ 6º (Vetado). § 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atua-
ção dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplica-
CAPÍTULO II ção de penalidades previstas em lei, em caso de irregularida-
Da Gestão Financeira des verificadas na gestão dos recursos transferidos.
CAPÍTULO III
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Do Planejamento e do Orçamento
Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada
esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do
respectivos Conselhos de Saúde. Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, com-
do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos patibilizando-se as necessidades da política de saúde com
da União, além de outras fontes, serão administrados pelo Mi- a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Mu-
nistério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde. nicípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
§ 2º (Vetado). § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e
§ 3º (Vetado). programações de cada nível de direção do Sistema Único
de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na res-
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu
pectiva proposta orçamentária.
sistema de auditoria, a conformidade à programação aprova-
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o finan-
da da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municí-
ciamento de ações não previstas nos planos de saúde, ex-
pios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos
ceto em situações emergenciais ou de calamidade pública,
recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas
na área de saúde.
previstas em lei.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
receita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente
saúde, em função das características epidemiológicas e da
ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.
parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros corres- Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções
pondentes às dotações consignadas no Orçamento da Segu- e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde
ridade Social, a projetos e atividades a serem executados no com finalidade lucrativa.
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
da Seguridade Social será observada a mesma proporção da
despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Art. 39. (Vetado).
Social. § 1º (Vetado).

Políticas Pública de Saúde 133 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 2º (Vetado). (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema na-


§ 3º (Vetado). cional de informações em saúde, integrado em todo o terri-
§ 4º (Vetado). tório nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do prestação de serviços.
Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de Saú- Art. 48. (Vetado).
de (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimô- Art. 49. (Vetado).
nio da Seguridade Social. Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas Uni-
inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos ficados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à
e outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema
pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de Saú- Único de Saúde (SUS).
de - SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja cir- Art. 51. (Vetado).
cunscrição administrativa se encontrem, mediante simples Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, cons-
termo de recebimento. titui crime de emprego irregular de verbas ou rendas públi-
§ 7º (Vetado). cas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos finan-
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de ceiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades
dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministé- diversas das previstas nesta lei.
rio do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado Art. 53. (Vetado).
às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde,
congêneres, como suporte ao processo de gestão, de for- as atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas
ma a permitir a gerencia informatizada das contas e a dis- desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana, pro-
seminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas mé- dução e fornecimento de medicamentos e produtos para
dico-hospitalares. saúde, laboratórios de analises clínicas, anatomia patológi-
Art. 40. (Vetado) ca e de diagnóstico por imagem e são livres à participação
direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros.
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, su-
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publica-
pervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de
ção.
Saúde (SUS), permanecerão como referencial de presta-
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setem-
ção de serviços, formação de recursos humanos e para
bro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e
transferência de tecnologia.
demais disposições em contrário.
Art. 42. (Vetado).
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica
preservada nos serviços públicos contratados, ressalvan-
do-se as cláusulas dos contratos ou convênios estabeleci- 8. PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA GES-
dos com as entidades privadas. TÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) E
Art. 44. (Vetado). AS TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMEN-
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitá- TAIS DE RECURSOS FINANCEIROS NA ÁREA
rios e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde DA SAÚDE. LEI Nº 8.142 DE 28 DE DEZEMBRO
(SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia ad- DE 1990. DISPÕE SOBRE A PARTICIPAÇÃO
ministrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos huma- DA COMUNIDADE NA GESTÃO DO SISTEMA
nos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites ÚNICO DE SAÚDE (SUS) E SOBRE AS TRANS-
conferidos pelas instituições a que estejam vinculados. FERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS DE RE-
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e mu- CURSOS FINANCEIROS NA ÁREA DA SAÚDE
nicipais de previdência social deverão integrar-se à direção E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), con-
forme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer outros
órgãos e serviços de saúde. LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990.
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco,
os serviços de saúde das Forças Armadas poderão inte- Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão
grar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado. intergovernamentais de recursos financeiros na área da saú-
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelece- de e dá outras providências.
rá mecanismos de incentivos à participação do setor priva- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
do no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
transferência de tecnologia das universidades e institutos Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a
de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada
Federal e Municípios, e às empresas nacionais. esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Le-
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os gislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde I - a Conferência de Saúde; e
II - o Conselho de Saúde.

Políticas Públicas de Saúde 134 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro I - Fundo de Saúde;


anos com a representação dos vários segmentos sociais, II - Conselho de Saúde, com composição paritária de
para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, III - plano de saúde;
convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que
por esta ou pelo Conselho de Saúde. trata o§ 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e 1990;
deliberativo, órgão colegiado composto por representantes V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo
do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e orçamento;
usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Car-
execução da política de saúde na instância correspondente, gos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas de- sua implantação.
cisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios,
constituído em cada esfera do governo. ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co- estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos
nass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos
Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacio- Estados ou pela União.
nal de Saúde. Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Mi-
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de nistro de Estado, autorizado a estabelecer condições para
Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto aplicação desta lei.
dos demais segmentos. Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
terão sua organização e normas de funcionamento definidas
em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho. EXERCÍCIOS
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS)
serão alocados como: 1. De acordo com a Lei n.º 10.741/2003 (Estatuto do
I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saú- Idoso), os casos de suspeita ou confirmação de violência
de, seus órgãos e entidades, da administração direta e indi- praticada contra idosos, por dano ou sofrimento psicológico,
reta; serão notificados compulsoriamente pelos serviços de saúde
II - investimentos previstos em lei orçamentária, de ini- públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão
ciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso obrigatoriamente comunicados por eles a alguns órgãos, não
Nacional; consistindo em um deles o(a)
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Mi-
nistério da Saúde; A. autoridade policial.
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem B. Ministério Público.
implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. C. Conselho Municipal do Idoso.
Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste D. Conselho Estadual do Idoso.
artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à E. CFP.
cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais
ações de saúde. 2. Acerca do que dispõe o Estatuto do Idoso (Lei n2
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta 10.741/03),
lei serão repassados de forma regular e automática para os
Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os cri- A. os crimes contra os idosos são de ação penal pública
térios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro
condicionada à representação do ofendido.
de 1990.
B. a lei não criminaliza a conduta de desdenhar ou
§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos
menosprezar pessoa idosa, apenas a de discriminá-la por
critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setem-
qualquer motivo.
bro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, ex-
clusivamente o critério estabelecido no§ 1° do mesmo artigo. C. negar o acolhimento ou a permanência do idoso,
(Vide Lei nº 8.080, de 1990) como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, à entidade de atendimento é mera infração administrativa.
pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o D. constitui crime punível com reclusão de 6 meses a 1
restante aos Estados. ano e multa negar a alguém, por motivo de idade, emprego
§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para ou trabalho.
execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre E. não é crime lavrar ato notarial que envolva pessoa
si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida re-
lei. presentação legal, tratando-se de irregularidade cartorária.
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art.
3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal
deverão contar com:

Políticas Pública de Saúde 135 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3. Servidor efetivo da Justiça, ao fiscalizar entidade de 7. O direito ao respeito, previsto expressamente pelo
atendimento de longa permanência, encontra vários idosos Estatuto do Idoso, engloba, dentre outros aspectos, a
sem a formalização de contrato escrito de prestação de ser-
viço com a instituição. Considerando os termos do Estatuto A. inviolabilidade da integridade física e da preservação
do Idoso, o servidor deverá: dos objetos pessoais.
B. preservação da imagem e à alimentação saudável.
A. lavrar auto de infração; C. preservação da autonomia e do atendimento prefe-
B. relatar o ocorrido ao Juízo competente; rencial na rede pública.
C. comunicar o fato ao Ministério Público; D. a habitação digna e a preservação de ideias e cren-
D. efetuar a transferência dos idosos para outra insti- ças.
tuição; E. disponibilização de medicação (receber medicação
E. peticionar ao Juízo para apuração da irregularidade gratuita sempre que indicada por equipamento público) e de
na entidade. tratamento condizente com a idade.

4. Diretor de entidade que desenvolve programa de ins- 8. Com o estabelecimento do Pacto pela Saúde em
titucionalização de longa permanência veda a estadia de 2006, os estados e municípios, que, antes desse pacto, re-
um idoso na casa, em razão de o ancião se negar a outor- cebiam repasses de recursos federais por uma infinidade
gar-lhe procuração. De acordo com o Estatuto do Idoso, tal de maneiras, passaram a receber esses recursos por meio
conduta poderá ensejar: de cinco blocos de financiamento. Entre esses blocos in-
cluem-se
A. responsabilização administrativa;
B. instauração de inquérito civil; A.o ambulatório, os hospitais de ensino e os hospitais
C. apuração de irregularidade em entidade de atendi- de pequeno porte.
mento; B.a atenção de média complexidade, a atenção em
D. responsabilização criminal; saúde e os hospitais de ensino.
E. ajuizamento de ação civil pública. C.a gestão do SUS, os hospitais de ensino e os hospi-
tais de pequeno porte.
5. O Estatuto do idoso (Lei no 10.741/2003) tornou cri- D.a atenção básica, a assistência farmacêutica e a vi-
me a conduta de gilância em saúde.
E.o ambulatório, a atenção em saúde e a auditoria em
A. deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre saúde.
a prioridade no atendimento ao idoso.
B. desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar 9. O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gesto-
pessoa idosa, por qualquer motivo. res do SUS em torno de prioridades que apresentam im-
C. deixar o médico, ou responsável por estabelecimen- pacto sobre a situação de saúde da população brasileira.
to de atenção à saúde, de comunicar à autoridade com- Considerando esse pacto uma ação de gestão em saúde
petente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo pública, assinale a opção correta.
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso.
D. abandonar ascendente idoso, ou deixar injustifica- A.Entre as prioridades propostas pelo Pacto pela Vida,
damente de visitá-lo, em sua residência ou em instituições
está a saúde do homem.
onde esteja acolhido.
B.A saúde do idoso é prioridade proposta no Pacto,
E. divulgar, total ou parcialmente, por qualquer meio de
sendo considerados nessa faixa etária os indivíduos com
comunicação, fato ou documento que exponha a privacida-
idade superior a oitenta anos.
de ou intimidade de idoso sem discernimento de seus atos
C.A redução da mortalidade infantil e a redução da
ou sem a expressa concordância dele.
mortalidade materna são objetivos do pacto, com vistas à
redução dos índices de mortalidade.
6. Constitui crime contra o idoso punível com detenção
D.Consiste em prioridade o fortalecimento da aten-
A. obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público ção básica, tendo como objetivo ampliar e qualificar a
por motivo de idade. estratégia de saúde da família em comunidades rurais.
B. induzir pessoa idosa sem discernimento de seus E.As ações necessárias para o alcance das metas
atos a outorgar procuração. propostas pelo Pacto pela Vida são impostas pelo go-
C. deixar de cumprir, sem justo motivo, a execução de verno federal e devem ser cumpridas por estados e mu-
ordem judicial expedida nas ações em que for parte pessoa nicípios.
idosa.
D. discriminar pessoa idosa, dificultando seu acesso a 10. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA –
operações bancárias. Lei no 8.069, de 13/07/1990) protege de forma integral a
E. lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem criança e o adolescente, garantindo-lhes, com absoluta
discernimento de seus atos, sem a devida representação prioridade:
legal.

Políticas Públicas de Saúde 136 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A.participar dos Conselhos Tutelares. E. o Sistema Único de Saúde não abrange os serviços
B.atendimento de seus direitos sociais através de de atendimento e de internação domiciliares.
Políticas Sociais Básicas, Políticas de Assistência Social
e Políticas de Proteção Especial. 14. Acerca do direito constitucional à saúde e à segu-
C.atendimento de seus direitos sociais por meio de ridade social, assinale a opção correta, segundo entendi-
Políticas Públicas apenas em situações em que a família mento doutrinário e jurisprudencial.
não possa suprir as necessidades da criança e do ado-
lescente. A. A seguridade social compreende saúde, previdência
D.defesa de seus direitos prioritariamente em casos e assistência social, todas prestadas independentemente
de abandono e violência familiar. de contribuição dos usuários.
E.direito ao trabalho e à educação. B. De acordo com o STF, desde que seguidos os pa-
drões regulamentados pela ANVISA, não é proibido o uso
11. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) industrial e comercial do amianto.
em seu Art. 7º estabelece que: C. Os objetivos da seguridade social não incluem equi-
dade dos benefícios entre as populações urbana e rural.
A.A criança e o adolescente têm direito à proteção à D. De acordo com o STF, não ofende a CF a internação
vida à saúde e educação hospitalar em acomodações superiores, no âmbito do SUS,
B.A criança e o adolescente têm direito à proteção à mediante pagamento da diferença de valor correspondente.
vida, ao desenvolvimento sadio. E. O polo passivo de ações que versem sobre respon-
C.A criança e o adolescente têm direito a proteção à sabilidade nos tratamentos médicos pode ser ocupado por
vida e a saúde, mediante a efetivação de políticas sociais qualquer dos entes federados.
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. 15. De acordo com o Decreto nº 7.508/11, as diretrizes
D.A criança e o adolescente têm direito a proteção à de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual a res-
vida à saúde, mediante interferência do Conselho Tutelar. peito da organização das redes de atenção à saúde devem
ser pactuadas pelas(os):
12. Tratando-se de saúde, de acordo com a Constitui-
ção Federal, assinale a afirmativa incorreta: A. conferências de saúde;
B. conselhos estaduais de saúde;
A. É da competência do Sistema Único de Saúde or- C. conselhos municipais de saúde;
denar a formação de recursos humanos na área de saú- D. comissões intergestores;
de. E. comissões intersetoriais.
B. A saúde é direito de todos e dever do Estado, ex-
ceto nos casos em que o paciente tenha condições finan- 16. Considerando o Capítulo IV do Decreto n o
ceiras de pagar seus tratamentos. 7.508/2011, que trata da Relação Nacional de Ações e Ser-
C. A participação da comunidade é uma das diretrizes viços de Saúde (Renases) e acerca da Relação Nacional de
do Sistema único de saúde. Medicamentos Essenciais (Rename), assinale a alternativa
D. Cabe ao Poder Público dispor, nos termos da lei, correta.
sobre regulamentação, fiscalização e controle das ações
e serviços de saúde. A. As secretarias municipais de saúde são os órgãos
competentes para dispor a respeito da Rename e dos Pro-
13. Em relação ao direito à saúde, é correto afirmar que tocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacio-
nal.
A. o STJ consolidou o entendimento de que o Poder B. A Rename será acompanhada do Formulário Tera-
Judiciário pode determinar a concessão, pelo Estado, de pêutico Nacional que subsidiará a prescrição, a dispen-
medicamentos não incorporados em atos normativos do sação e o uso dos seus medicamentos.
Sistema Único de Saúde, ainda que não tenham sido regis- C. Os estados, o Distrito Federal e os municípios não
trados na ANVISA. poderão adotar relações específicas de ações e serviços
B. as ações que integram o Sistema Único de Saúde de saúde, em consonância com a Renases.
são desenvolvidas em obediência ao princípio da centrali- D. Os entes federativos não poderão ampliar o aces-
zação político-administrativa nos estados. so do usuário à assistência farmacêutica.
C. a legislação pertinente não admite a constituição de E. A Rename e a relação específica complementar
consórcios entre municípios para o desenvolvimento em estadual, distrital ou municipal de medicamentos pode-
conjunto de ações e serviços de saúde que lhes correspon- rão conter produtos independentemente de registro na
dam. Anvisa.
D. os princípios para o desenvolvimento das ações que
integram o Sistema Único de Saúde incluem o da organiza-
ção de atendimento público específico e especializado para
mulheres e vítimas de violência doméstica em geral.

Políticas Pública de Saúde 137 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

17. Julgue os itens a seguir, acerca da Lei Orgânica 14 E


do SUS.
I As conferências de saúde acontecem em forma or- 15 D
dinária a cada quatro anos em todas as esferas de go- 16 B
verno.
17 C
II A representação dos usuários nos conselhos de
saúde terá maior número de participantes que nas confe- 18 B
rências de saúde e no conjunto dos demais segmentos.
III Essa lei regula, em todo território nacional, as
ações e os serviços de saúde executados isolados ou
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por __________________________
pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou priva-
do. __________________________
Assinale a opção correta.
__________________________
A. Apenas o item I está certo.
B. Apenas o item II está certo. _______________________________________________
C. Apenas os itens I e III estão certos.
D. Apenas os itens II e III estão certos. _______________________________________________
E. Todos os itens estão certos.
_______________________________________________
18. Ao dar entrada em uma unidade pública de saúde,
uma paciente foi atendida preferencialmente, passando à _______________________________________________
frente de pacientes que estavam aguardando atendimen-
to e que tinham uma classificação de risco mais grave. _______________________________________________
Após reclamações, soube-se que o privilégio no atendi-
_______________________________________________
mento se deu por tratar-se de amiga de um deputado
influente na cidade. De acordo com a Lei Orgânica da _______________________________________________
Saúde, a conduta feriu diretamente o seguinte princípio
do SUS: _______________________________________________
A. integralidade;
B. igualdade; _______________________________________________
C. universalidade;
D. imparcialidade; _______________________________________________
E. descentralização.
_______________________________________________

_______________________________________________
GABARITO
_______________________________________________

01 E _______________________________________________
02 D
_______________________________________________
03 A
04 D _______________________________________________
05 B _______________________________________________
06 C
_______________________________________________
07 A
08 D _______________________________________________
09 C
_______________________________________________
10 B
11 C _______________________________________________

12 B _______________________________________________
13 D
_______________________________________________

Políticas Públicas de Saúde 138 A Opção Certa Para a Sua Realização


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

ESTRUTURA HOSPITALAR, SUAS ÁREAS, SEUS MEIOS E FINS.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: conjunto institucionalizado de relacionamentos que organizam o trabalho entre


membros de uma organização.
Para que a estrutura cumpra a sua função de realizar a estratégia, é necessário que seja otimizada e alinhada.
Alinhar significa conceber um desenho com graus de flexibilidade e de autonomia condizentes com a natureza da
estratégia.
Otimizar significa organizar o trabalho em torno de competências essenciais, eliminar redundâncias, paralelismos,
sobreposições e excessos.
Estruturas desalinhadas e disfuncionais não custam apenas dinheiro: são um obstáculo à estratégia e dificultam o
processo decisório.
COMPETÊNCIAS: são as diversas modalidades de poder de que servem os órgãos ou entidades para realizar suas
funções. Constituem-se em um conjunto de atribuições institucionais juridicamente atribuídas a um órgão ou entidade da
Administração Pública Federal para atuar e emitir decisões.
ATRIBUIÇÃO: é o poder, decorrente da competência de um órgão ou entidade, cometido a seu dirigente para o de-
sempenho específico de suas funções.
A arquitetura organizacional vai além da estrutura e inclui outros elementos:
• Processos: conjunto estruturado de ações que geram produtos/serviços entregues aos cidadãos.
• Quadros: conjunto de pessoas que atuam nos processos.
• Sistemas informacionais: conjunto de dados, informações e recursos (software e hardware) necessários ao processo
decisórios.

A construção de um arranjo institucional tem como finalidades a realização de determinada estratégia com vistas ao
cumprimento de objetivos institucionais

Modelo genérico de estrutura organizacional

No caso dos hospitais, a formulação da estrutura levou em conta a necessidade de fortalecimento do núcleo opera-
cional, que corresponde ao bloco no qual acontecem os processos de trabalho finalísticos, que produzem e entregam os
resultados finais do serviço. No núcleo operacional estão situados os SETORES e UNIDADES, órgãos que facilitam a
coordenação das atividades finalísticas que permitirão a prestação de serviços assistenciais no hospital. Na linha inter-
mediária, encontram-se as DIVISÕES, órgãos que estabelecem a integração horizontal (entre os processos finalísticos,

Conhecimentos Específicos 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

e entre estes e os de suporte) e a integração vertical (entre os níveis operacional e de suporte e a cúpula). Na cúpula,
encontram-se as GERÊNCIAS que, em conjunto com os demais órgãos da estrutura de governança (detalhada adiante,
no item 3), correspondem a instâncias decisórias e deliberativas do hospital.
Outro ponto fundamental na formulação da estrutura organizacional, diz respeito à implantação das diretrizes para a
organização do modelo de atenção à saúde. O instrumento normativo que estabelece as diretrizes para a organização da
Rede de Atenção à Saúde é a Portaria nº 4.279/2010, do Ministério da Saúde (MS). A perspectiva é de superação da frag-
mentação da atenção e da gestão de saúde, na direção de um modelo integral, que tem como base a constituição de redes
a partir do fortalecimento da atenção primária de saúde.
De acordo com esse instrumento normativo, a Rede de Atenção à Saúde corresponde a arranjos organizativos de
ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que buscam garantir a integralidade do cuidado, pro-
mover a integração de ações e serviços e melhorar o desempenho do sistema de saúde.
A sua organização ocorre a partir de um processo de gestão da clínica, que corresponde à aplicação de ferramentas
de microgestão nos serviços de saúde. Ainda segundo a Portaria MS nº 4.279/2012, as ferramentas de microgestão par-
tem das tecnologias-mãe, as diretrizes clínicas, para desenhar a Rede de Atenção à Saúde e ofertar outras ferramentas
(como, por exemplo, auditoria clínica).
As diretrizes clínicas, por sua vez, desdobram-se em Guias de Prática Clínica/Protocolos Assistenciais, que orientam
as Linhas de Cuidado e viabilizam a organização dos recursos. As Linhas de Cuidado têm o objetivo de coordenar os
diferentes pontos de atenção e profissionais, para ofertar uma resposta global às necessidades epidemiológicas de maior
relevância. As Linhas de Cuidado devem ser implantadas a partir das unidades da Atenção Primária de Saúde, que têm a
responsabilidade de coordenação do cuidado e ordenamento da rede.
Dentre os objetivos pretendidos com a organização da assistência em linhas de cuidado, destacam-se:
- reduzir o tempo médio de permanência dos pacientes agilizando a alta;
- adotar tecnologias que reduzam a necessidade de internação;
- adotar protocolos terapêuticos individuais, multiprofissionais que qualifiquem a atenção e facilitem a avaliação do
cuidado prestado;
- organizar o atendimento nas enfermarias a partir da lógica da responsabilização de uma equipe por um determinado
número de leitos, a fim de criar vínculos entre a equipe e os pacientes;
- desenvolver atividades que estimulem ou promovam graus crescentes de autonomia do paciente hospitalizado;
- flexibilizar/estimular os contatos com a família; e
- realizar a avaliação de desempenho assistencial por meio do acompanhamento de indicadores que meçam a quali-
dade da atenção prestada aos usuários

ESTRUTURA BÁSICA

Conhecimentos Específicos 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Áreas assistenciais e estrutura de apoio administrativo, logístico e técnico

Conhecimentos Específicos 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Modelo de estrutura - Gestão Hospitalar

Setores hospitalares

Conhecimentos Específicos 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O ORGANOGRAMA

A organização formal é muitas vezes retratada pelo organograma convencional. Naturalmente tal representação será
sempre incompleta, já que nem todas as relações existentes podem ser demonstradas por meio de traços indicando au-
toridade, responsabilidade e deveres.

Conhecimentos Específicos 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

EM NÍVEL GLOBAL - Definição de critérios de avaliação de desempenho


• No âmbito do Conselho Técnico-Administrativo: dos setores operacionais, com vistas a eventual terceiri-
- Discussão do orçamento e de parâmetros de sua zação.
execução. - Planejamento e desenvolvimento de programas de
- Planejamento e implantação de novas unidades as- treinamento e capacitação.
sistenciais e técnicas. • Com gerência de marketing:
- Aquisição de equipamentos de alto custo e operação - Planejamento conjunto de programas culturais volta-
complexa. dos para a comunidade.
- Desenvolvimento de programas intersetoriais (e. g.,
GQT). GERÊNCIA DE MATERIAIS
- Desenvolvimento de programas de intercâmbio na- • Com gerência patrimonial e de engenharia de pro-
cional e internacional. cesso:
- Desenvolvimento de instrumentos adequados de pu- - Desenvolvimento de programas de acompanhamen-
blicidade. to de aquisição (recepção), preparação (embalagem) e
distribuição de materiais.
GERÊNCIA MÉDICA - Exame da necessidade de aquisição/substituição de
• Com gerência patrimonial e de engenharia de pro- equipamentos.
cesso: • Com gerência de Recursos Humanos:
- Desenvolvimento de novos programas e sistemas de - Planejamento e desenvolvimento de programas de
informática destinados ao acompanhamento das ativida- treinamento e capacitação.
des assistenciais. • Com gerência de marketing:
- Planejamento e realização de programas de manu- - Análise e elaboração conjunta de contratos de aquisi-
tenção preventiva de equipamentos especializados. ção de materiais e manutenção de equipamentos.
• Com gerência de Recursos Humanos:
- Fixação de parâmetros de seleção de pessoal mé- GERÊNCIA FINANCEIRA
dico. • Com gerência patrimonial e de engenharia de pro-
- Planejamento e desenvolvimento de atividades de cesso:
formação e capacitação. - Desenvolvimento de adequado sistema de informáti-
• Com gerência de marketing: ca destinado ao acompanhamento dos procedimentos de
- Planejamento conjunto de programas de intercâmbio controle econômico e financeiro do hospital.
científico e de eventos médicos especializados. • Com gerência de Recursos Humanos:
- Desenvolvimento de planos de cargos e salários e de
GERÊNCIA DE ENFERMAGEM política de benefícios.
• Com gerência patrimonial e de engenharia de pro- • Com gerência de marketing:
cesso: - Elaboração conjunta de instrumentos de contratação
de serviços e de estabelecimento de valores de remune-
- Desenvolvimento de adequado sistema de informa-
ração.
ções para permitir avaliação do desempenho do pessoal
de enfermagem e da assistência prestada ao doente.
• Com gerência de Recursos Humanos:
- Definição de critérios para dotação de RH necessá- PROCEDIMENTOS AUXILIARES DE GESTÃO
rios ao atendimento de enfermagem a pacientes externos DE PESSOAS, SISTEMA DE MATERIAL, GES-
e internados. TÃO DE UNIDADES DE SAÚDE, SERVIÇOS GE-
- Planejamento e desenvolvimento de programas de RAIS DE SERVIÇOS DE SAÚDE.
treinamento e capacitação.
• Com gerência de marketing: RECURSOS MATERIAIS NA ÁREA HOSPITALAR
- Planejamento conjunto de programas de capacitação
técnica e de campanhas de educação em saúde voltados ”Administração de recursos materiais nas instituições
para a comunidade. de saúde têm como objetivo coordenar todas as atividades
necessárias para garantir o suprimento de todas as áreas
GERÊNCIA DE HOTELARIA (APOIO OPERACIO- de organização, ao menor custo possível e de maneira que
NAL) a prestação de seus serviços não sofra interrupções preju-
• Com gerência patrimonial e de engenharia de pro- diciais aos clientes.” (CASTILHO, 1991).
cesso: Objetivo básico da administração de materiais consis-
- Desenvolvimento de parâmetros de produção e ava- te em colocar os recursos necessários ao processo produ-
liação de qualidade dos setores operacionais. tivo com qualidade, em quantidades adequadas, no tempo
- Planejamento de reformas e adaptações físicas e de correto e com o menor custo. Os materiais são produtos
instalações nas áreas assistenciais e técnicas. que podem ser armazenados ou que serão consumidos
• Com gerência de Recursos Humanos: imediatamente após a sua chegada.

Conhecimentos Específicos 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Baseados nesse conceito estão excluídos os materiais Controles burocráticos: que agem sobre os instrumen-
considerados permanentes, como equipamentos médico- tos, particularmente naqueles de caráter econômico, le-
-hospitalares, mobiliário, veículos e semelhantes, e incluí- vando à desvalorização das ações executadas e inverten-
dos, portanto, os demais produtos, como medicamentos, do o referencial das organizações, importante lembrar que
alimentos, material de escritório, de limpeza, de conserva- não basta fazer as coisas corretamente: deve-se também
ção e reparos, de uso cirúrgico, de radiologia, de laborató- fazer as coisas certas. A burocracia somente se preocupa
rio, reagentes químicos, vidraria, etc. com o rito - ela não se interessa com o produto final.
Os medicamentos, que costumam receber um trata- Centralização excessiva: produz danos imensos na
mento diferenciado devido a sua importância estratégica área de materiais. Compras centralizadas e baseadas ex-
para as áreas de saúde, serão considerados como um clusivamente em menores preços são exemplos que de-
grupo de materiais uma vez que essa diferenciação não vem ser evitados.
garante um gerenciamento satisfatório se comparado com
os demais grupos de materiais. b) Causas organizacionais
• Decorrem, em geral, das descritas anteriormente.
Em um hospital, os gastos com materiais representam • Falta de objetivos: quando os objetivos não estão cla-
aproximadamente de 15 a 25% das despesas correntes. ros, cada unidade cria seu próprio sistema de referência.
Em um ambulatório, a estimativa varia de acordo com a Como consequência, pode ocorrer uma dissociação entre
forma de prestação do serviço. A dispensação de medica- a área fim e as áreas meio.
mentos é um dos itens que afetam de forma fundamental • Falta de profissionalismo da direção.
os gastos da unidade. Ainda assim, pode-se dizer que os • Falta de capacitação e de atualização do pessoal.
materiais comprometem entre 2% e 5% do total de despe- • Falta de recursos financeiros.
sas correntes de uma unidade ambulatorial. • Falta de controles.
O sistema de materiais de um hospital registra de 3.000 • Corrupção.
a 6.000 itens de consumo adquiridos com certa frequên- • Falta de planejamento.
cia; um ambulatório, entre 200 e 500 itens. Apenas como • Rotinas e normas não estabelecidas adequadamente.
comparação, um caminhão médio se compõe de aproxi-
madamente 10.000 peças. Esses números mostram que a c) Causas individuais
complexidade de um sistema não está restrita à quantida- Em parte, também, derivam das anteriores.
de de variáveis ou ao seu custo - é necessário considerar • Diretores improvisados: inseguros ou incapazes de
também complexidade do seu processo produtivo. inovar, sem condições de manter um diálogo adequado
O processo de produção do setor da saúde é muito com a área fim.
complexo e o hospital, uma das mais intrincadas unidades • Funcionários desmotivados: sem compromisso com a
de trabalho, porquanto ele constitui um centro de interação instituição. Seu principal objetivo é a manutenção do emprego.
de várias disciplinas e profissões, incorporando tecnolo- • Considerando-se tudo o que foi colocado até agora, a
gias, gerando um modelo assistencial com uma variedade pergunta passa a ser: a administração de materiais possui
enorme de itens e graus de diversidade. Uma das maiores os elementos adequados para evitar as faltas?
dificuldades da administração de materiais reside na dis- • Se a resposta for positiva, a administração de mate-
tância entre o processo produtivo e os sistemas de apoio, riais, equipada de tecnologia adequada, poderá evitar, em
fato que se repete na administração de recursos humanos parte, a falta de materiais, porém essa ação isolada não é
e outros sistemas atuantes nas unidades. suficiente sem a eliminação das causas. A administração
de materiais isoladamente não é capaz de evitar as faltas.
Por que falta material? O sistema de materiais deve ser entendido como um sub-
Uma maneira interessante de formular essa questão é: sistema do sistema de produção que funciona como meio
em que medida as faltas são resultantes de falhas da admi- para que se alcancem os objetivos.
nistração de materiais? Ou ainda: por que os sistemas meio e • Trata-se, portanto, de uma área que depende do pro-
fim funcionam de forma tão dissociada? A resposta à questão cesso de formulação de objetivos e metas da organização.
é fundamental, pois identifica as causas e orienta as ações
necessárias para sua correção. O diagnóstico inadequado Objetivos da Administração ou Gerenciamento de
leva a uma ação que não produzirá os efeitos desejados. Materiais nas instituições de saúde
As causas da falta de materiais podem ser identifica-
das em três diferentes grupos: São considerados objetivos primários: alcançar baixos
custos de aquisição, de manutenção, de reposição e de
a) Causas estruturais mão de obra; promover a rotatividade de estoques, esti-
Falta de prioridade política para o setor: baixos investi- mular o treinamento e aperfeiçoamento do pessoal; possi-
mentos, baixos salários, corrupção, serviços de baixa qua- bilitar a continuidade de fornecimento; garantir a qualidade
lidade, etc. dos materiais adquiridos; promover boas relações com os
Clientelismo político: diretores incompetentes, fixação fornecedores, bons registros e cadastros; realizar a padro-
de prioridades sem a participação da sociedade, favoreci- nização, otimização do atendimento, maximização de re-
mentos, etc. tornos, e centralização de atividades.

Conhecimentos Específicos 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

São considerados objetivos secundários: garantir harmonia interdepartamental, economia, reciprocidade, atualização
e melhoria da qualidade.
De modo geral pode-se dizer que para o alcance desses objetivos a Administração de Materiais tem como funções:

A finalidade da Administração de Materiais consiste em coordenar as atividades que garantam o suprimento das
necessidades da instituição, com qualidade e em quantidades adequadas, no tempo correto e ao menor custo provável,
através da compra, armazenamento, distribuição e controle.

Administração de Materiais e a Enfermagem

Os enfermeiros ao prestarem a assistência à saúde utilizam recursos materiais, cabendo a eles a competência e
responsabilidade pela administração de materiais em suas unidades de trabalho através da determinação do material ne-
cessário para a realização da assistência seja no aspecto quantitativo como no qualitativo, na definição das especificações
técnicas, na participação no processo de compra, na organização, no controle e avaliação desses materiais (CASTILHO;
LEITE, 1991).
Ao considerarmos a complexidade dos materiais utilizados na área da saúde, é de suma importância que a enferma-
gem participe do processo de gerenciamento de recursos materiais, assessorando a área administrativa nos aspectos
técnicos (CASTILHO; GONÇALVES, 2014).
Segundo Peres e Ciampone (2006), p. 498.
Para o desenvolvimento da competência administração e gerenciamento são considerados indispensáveis o conjunto
de conhecimentos identificados para planejar, tomar decisões, interagir, gestão de pessoal. Assim nas DCNs, com ênfase
nas funções administrativas, destacam-se o planejamento, organização, coordenação, direção e controle dos serviços de
saúde, além dos conhecimentos específicos da área social/ econômica que permitem ao gerente acionar dados e informa-
ções do contexto macro e microorganizacional, e analisá-los de modo a subsidiar a gestão de recursos humanos, recursos
materiais, físicos e financeiros.
No trabalho gerencial do enfermeiro, além de gerir a assistência é indispensável à gerência da unidade, que com-
preende a administração dos recursos humanos e materiais a fim de manter o bom funcionamento do serviço, prevendo e
provendo recursos necessários à assistência, sendo particularmente importante a participação da enfermagem no geren-
ciamento de recursos materiais em serviços de maior densidade tecnológica (OLIVEIRA; CHAVES, 2009).
Segundo Castilho e Gonçalves (2014), um papel importante do enfermeiro no gerenciamento de recursos materiais
consiste em saber e acompanhar o consumo de materiais da unidade sob sua responsabilidade. Além disso, é de suma
importância que o enfermeiro esteja atualizado no que se refere aos produtos e tecnologias lançados no mercado, ava-
liando sempre o custo benefício da utilização de um novo produto e o impacto de novas tecnologias para assistência, com
o objetivo de garantir a qualidade da assistência prestada.
Assim, pode-se concluir que a atividade de gerência de recursos materiais realizada pelo enfermeiro deve ter como
objetivo a melhoria da assistência à saúde de indivíduos e comunidade bem como as condições de trabalho das equipes
de enfermagem e de saúde.
É de competência e responsabilidade do enfermeiro o gerenciamento de recursos humanos, materiais e financeiros,
que em muitas das vezes são precários. Neste sentido, a instrumentalização do enfermeiro por meio da aquisição de co-
nhecimentos sobre a temática é necessária. Assim, evidencia-se a importância da inserção do conteúdo de gerência de
recursos materiais nos cursos de enfermagem, para que os profissionais saibam gerenciar os custos da assistência de
enfermagem (OLIVEIRA, et al. 2014; OLIVEIRA et al. 2012).

Conhecimentos Específicos 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Entretanto, o enfermeiro deve ter o cuidado de não transformar a administração de materiais (AM) por ele desenvol-
vida em uma atividade burocrática que vise unicamente à manutenção dos interesses financeiros da instituição, mas sim
como uma conquista que destaca o importante papel do enfermeiro na dimensão técnico-administrativa, que faz parte dos
processos de cuidar e gerenciar (CASTILHO; GONÇALVES, 2005). Concluímos então, que esta atividade realizada pelo
enfermeiro contribui:
• Para que os interesses financeiros da instituição sejam preservados, através do controle de estoque, da utilização
adequada dos materiais, evitando-se o desperdício;
• para a melhoria da assistência à saúde de indivíduos e comunidade, pois o enfermeiro deve estar atento à qualidade
do material a ser utilizado e a quantidade necessária, com o objetivo de minimizar o risco para o paciente e evitar a des-
continuidade da assistência;
• para a melhoria das condições de trabalho das equipes de enfermagem e de saúde.
Materiais de qualidade podem contribuir para a satisfação no trabalho, além de evitar o risco de acidentes.

Classificação dos materiais

Os materiais em unidades hospitalares usualmente são classificados segundo a duração sendo agrupados em: mate-
riais de consumo e permanentes (LOURENÇO; CASTILHO, 2006; CASTILHO; LEITE, 1991).
Materiais permanentes são aqueles que não são estocáveis, ou que permitem apenas uma estocagem temporária,
transitória, apresentando um tempo de vida útil igual ou superior a dois anos, constituem o patrimônio da instituição, como
por exemplo, mobiliários, equipamentos, instrumentais e outros.
Materiais de consumo são estocados e com o uso acabam perdendo suas propriedades, sendo consumíveis, tendo
uma duração de no máximo dois anos como, por exemplo, esparadrapos, extensões para oxigênio, inaladores, seringas,
agulhas e outros.
Mas, existem ainda, outras classificações para os materiais de acordo com:
• Finalidade ou o uso a que se destinam (oxigenoterapia, cateterismo);
• Tamanho ou porte, de acordo com as necessidades de instalação e guarda correlacionada com as dimensões do
material (pequeno, médio e grande);
• Custo;
• Matéria-prima (plásticos, silicone, metais, cerâmica, vidro);
• Função do controle (material fixo, móvel ou circulante);
• Função da guarda (perecível, inflamável, frágil, pesado, tóxico).

Em relação ao custo existe um modelo de classificação elaborado por Vilfredo Pareto, denominado curva ABC, onde
os materiais são agrupados em categorias A, B ou C de acordo com o custo. Quanto à quantidade de material, os itens
classe A deverão corresponder a 20%, os de classe B 20 a 30% e os de classe C, 50% do total dos materiais. Em relação
ao custo ou investimento os de classe A correspondem a cerca de 50% dos custos, os de classe B de 20 a 30% e os de
classe C, a 20% (CASTILHO; GONÇALVES, 2014; LOURENÇO; CASTILHO, 2006).

Etapas da Administração de Materiais nas Unidades de enfermagem

Como já dito anteriormente a competência e responsabilidade pelo gerenciamento de recursos materiais nas unidades
de enfermagem é do enfermeiro, que ao desempenhar essa atividade realiza: a determinação e especificação dos mate-
riais e equipamentos; o estabelecimento da quantidade de material e equipamento; a análise da qualidade dos materiais
e equipamentos; a determinação dos produtos a serem adquiridos; o estabelecimento de um sistema de controle e avalia-
ção; o acompanhamento do esquema de manutenção adotado pela instituição; a adoção de um programa de orientação
da equipe de enfermagem, sobre o manuseio e conservação de materiais e equipamentos e a atualização de conheci-
mentos sobre os produtos utilizados na assistência à saúde e lançados no mercado (FONSECA, 1995). Ao realizar essas
atividades os enfermeiros estão desempenhando as funções de: previsão, provisão, organização e controle.

Conhecimentos Específicos 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Previsão de materiais em enfermagem impresso próprio, em duas vias ou mais; envio à Chefia do
SE – quando necessário; encaminhamento da requisição
A previsão de materiais nas unidades de enfermagem ao almoxarifado de acordo com as normas do serviço, re-
consiste em: fazer levantamento das necessidades da uni- cebimento do material do almoxarifado sendo que nesse
dade de enfermagem, identificando a quantidade e a espe- momento deve-se conferir e guardar e, por fim, controlar
cificidade deles para suprir essas necessidades. . Prever os gastos (FONSECA, 1995).
significa “conhecer com antecipação; antever”. O mapa de consumo de material auxilia também na
E para realizar essa função em uma unidade de en- realização dessa etapa.
fermagem o enfermeiro deve definir através de um levan- O sistema de reposição pode ser realizado de quatro
tamento as necessidades de recursos, identificando a formas:
quantidade e a especificidade deles. Além da quantidade e • Sistema de reposição por tempo: em épocas prede-
da especificidade dos materiais necessários o enfermeiro terminadas as cotas são repostas integralmente;
ao realizar a previsão deve estar considerando também: a • Sistema de reposição por quantidade: quando o esto-
especificidade da unidade; as características da clientela; que chega a um nível mínimo, denominado de estoque de
a frequência no uso dos materiais, o número de leitos na reposição, é feita a reposição do material tendo por base
unidade; o local de guarda; a durabilidade do material e a a cota predeterminada, independente de um prazo estipu-
periodicidade da reposição do material (CASTILHO; LEI- lado;
TE, 1991). • Sistema de reposição por quantidade e tempo: é es-
É necessário adotar uma prática de distribuição ba- tabelecida uma cota para um determinado tempo, e em
seada não somente na experiência do consumo, pois essa uma época predeterminada, é feita a solicitação de mate-
pode ocasionar pedidos em excesso, requisições parcial- riais na quantidade necessária para repor o estoque;
mente atendidas, originando um ciclo cumulativo e danoso • Sistema de reposição imediata por quantidade: os
para a gerência de recursos materiais com elevação dos materiais são encaminhados diariamente ou com uma
custos. Além disso temos que preocupar em atender as frequência ainda maior, para a unidade, de acordo com o
normas sanitárias, orientando e fundamentando a ativida- consumo.
de de previsão de recursos materiais.
A estimativa do quantitativo de material necessário Podemos relacionar vantagens e desvantagens da uti-
pode ser obtida através do consumo médio mensal (CMM) lização desses quatro métodos de provisão de materiais:
que consiste na observação do consumo por um período • Sistema de reposição por tempo é a forma mais utili-
de tempo, que geralmente é de três meses, dividido pelo zada na enfermagem, porém propicia a formação de gran-
número de meses mais uma margem de segurança (ES) des estoques na unidade;
definindo-se assim uma cota de material (CM). • Sistema de reposição por quantidade esse sistema,
6Um instrumento que auxilia nessa observação é o se bem utilizado, pode revelar-se bastante vantajoso, mas
mapa de consumo de material, onde normalmente consta pode ocasionar falta de material caso não seja observado,
tipo de material, cota mensal e gastos (CASTILHO; GON- constantemente o nível mínimo de estoque;
ÇALVES, 2014). • Sistema de reposição por quantidade e tempo cola-
Para atualização dos dados a cada novo mês, acres- bora para o não esquecimento da emissão de solicitação
centa-se o valor do consumo mais recente e despreza-se de material e evita o aumento de estoque, sua realização
o mais antigo. depende de que se disponha de estudo frequente da pre-
Uma estimativa de material bem elaborada contribui visão de materiais;
para que não se tenha um acúmulo de materiais nas uni- • Sistema de reposição imediata por quantidade verifi-
dades, para a economia do hospital e para que o almo- ca-se um inconveniente nesta forma de reposição, é quan-
xarifado tenha uma visão real do material que esta sendo do ocorre o esquecimento do débito de material, ficando a
necessário. É necessário acrescentar 10% ao gasto men- unidade desfalcada.
sal como margem de segurança, garantindo que não falte
material para a realização dos cuidados. Organização e Guarda de Material

Provisão de materiais em enfermagem Após prever e prover os materiais, os equipamentos


são necessários que se pense em que locais e de que
A provisão diz respeito à reposição de materiais na modo estes serão distribuídos, armazenados e estocados.
unidade de enfermagem. Para desempenhar essa função Segundo Gama (1997), “armazenar ou estocar ma-
o enfermeiro deve realizar a requisição de materiais em teriais é dispor de forma racional e técnica cada produto
impresso próprio e encaminhar a solicitação aos serviços em seus depósitos (almoxarifado). O material deve ser
competentes. A rotina de requisição de materiais pode acondicionado em estantes, armários, estrados, pratelei-
sofrer pequenas alterações de acordo com a instituição, ras, gavetas ou em pilhas seguindo normas técnicas para
mas de modo geral, segue os seguintes passos: descri- evitar riscos de queda, achatamento, deterioração, perda
ção do material em ordem alfabética com especificação e outros”.
do tipo, dimensão e quantidade; verificação do estoque De modo geral ao se realizar a guarda do material é
existente; solicitação semanal, quinzenal ou mensal em importante:

Conhecimentos Específicos 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

• Observar a facilidade de visualização para o pessoal; Os inventários podem ser:


• Evitar riscos de contaminação (poeira, umidade, luz • Gerais – realizados no final do exercício fiscal da em-
entre outros); presa, através da contagem de todos os itens do estoque,
• Garantir a facilidade de realização de inventários, re- não possibilitando reconciliações ou ajustes, nem a análi-
posição e controle (por exemplo, através do uso de fichas se das causas das diferenças;
por número e espécie); • Rotativos - realizados através de uma programação
• Proporcionar rigoroso controle; mensal para determinados itens a cada mês, sem neces-
• Possibilitar à equipe de enfermagem o acesso aos sidade de paralisação do serviço, possibilitando a análise
materiais conforme as necessidades do Serviço de Enfer- das causas e diferenças e, portanto um melhor controle
magem. (CHIAVENATO, 1991).
• Evitar o sub-estoque e a guarda descentralizada, o
que pode dificultar o controle e favorecer o desvio. No Serviço de Enfermagem, para que o enfermeiro
É necessário à educação permanente da equipe do possa ter um controle mais efetivo, o inventário pode ser
almoxarifado para o armazenamento adequado dos ma- realizado, através da verificação semanal e de necessida-
teriais, pois a manutenção da viabilidade dos itens até a de de manutenção dos materiais e equipamentos (GAMA,
sua distribuição para as unidades depende diretamente 1997).
das condições de armazenamento (temperatura, umida- Assim, pode-se concluir que para que se possa ter o
de, ventilação) e Layout otimizado. Cabe aos enfermeiros, controle dos materiais, antes de tudo, é necessário que
também, a orientação a outros setores com a guarda do se tenha uma relação dos mesmos, o que se consegue
material. através do inventário.
Nos dias de hoje inúmeras ferramentas e recursos tec-
Controle nológicos para o controle e a distribuição de suprimentos
estão disponíveis no mercado. Estudos demonstram que
Ao desenvolver o processo de Administração de Mate- as utilizações de tais ferramentas beneficiam o trabalho
riais o enfermeiro deverá desempenhar também a função do enfermeiro como a economia de horas de trabalho e
de controle dos materiais nas unidades de enfermagem. redução de custos com perdas de materiais vencidos em
Esta é uma função ampla, uma vez que diz respeito a estoque (CONDE; BERNADINO; CASTILHO; DREHMER,
quantidade, qualidade, conservação, reparos e proteção 2015).
dos materiais
A realização de um controle adequado auxilia no de- Manutenção
senvolvimento das demais funções, pois fornece dados
para a previsão, propicia informações sobre a qualidade Para que a equipe de saúde possa desenvolver suas
e a durabilidade do material, diminui o extravio, aumenta atividades, ou seja, prestar uma adequada assistência à
a eficiência dos equipamentos – e assim garante uma uti- saúde de indivíduos e comunidade, é necessário que os
lização apropriada dos recursos materiais, a continuidade equipamentos existentes na unidade estejam em perfeito
da assistência ao paciente e a diminuição dos custos rela- funcionamento, garantindo dessa forma não apenas a as-
cionados aos materiais. sistência, mas também a segurança de quem está utilizan-
O controle dos materiais pode ser feito de diversas do o equipamento.
maneiras através do método ABC (classifica os materiais Esta atividade, que consiste em manter os materiais e
segundo custo para a instituição); sistema de troca/reposi- equipamentos em perfeitas condições de funcionamento nos
ção; uso de cadernos com o número de patrimônio e quan- momentos em que são necessários, chama-se manutenção
tidade; fichas técnicas e atualmente o uso do computador e para que ela ocorra é necessário que assim que a enferma-
(CASTILHO; LEITE, 1991). gem ou equipe de saúde perceba alguma irregularidade no
Para que se possa ter o controle dos materiais, antes equipamento, o mesmo seja encaminhado para o serviço de
de tudo, é necessário que se tenha uma relação dos mes- consertos e reparos (CASTILHO; LEITE, 1991).
mos, o que se consegue através do inventário que con- Segundo alguns autores, certos setores do hospital,
siste na “verificação de todo o material para comprovar a como por exemplo, no centro cirúrgico, o enfermeiro, de-
existência e a exatidão dos estoques registrados (saber o sempenha em papel essencial na organização e manuten-
que se tem o necessário para atender à demanda e o que ção dos equipamentos. Assim sendo, o enfermeiro deve
comprar – controle)” (GAMA, 1997, p.4). organizar prever, prover, manusear e manter os materiais,
O inventário proporciona ter dados corretos e precisos para que não haja interrupções na assistência (STUMM;
sobre o patrimônio das instituições de saúde, o que é ne- MAÇALAI; KIRCHNER, 2006; GUEDES; FELIX; SILVA,
cessário para que se possam realizar planejamentos obje- 2001).
tivos e para evitar gastos e desperdícios desnecessários. Existem dois tipos de manutenção (CASTILHO; LEI-
Segundo Lourenço, Castilho (2006) os principais fa- TE, 1991):
tores que dificultam o controle dos materiais são a sua • Preventiva - que é realizada periodicamente nos
grande diversidade e a falta de informatização de alguns equipamentos com o objetivo de se detectar e evitar que o
setores das instituições. mesmo venha a apresentar defeitos ou mau funcionamen-
to também conhecida como manutenção

Conhecimentos Específicos 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

• Corretiva ou Reparadora - que é realizada após o que a falta do material significa um prejuízo na assistência
aparelho ter apresentado algum problema tendo como ob- à saúde do paciente, sendo que a tomada de preços e o
jetivo restaurar, corrigindo o defeito apresentado pelo mes- convite são as realizadas mais rapidamente.
mo, também conhecida como manutenção. A participação do enfermeiro no processo de seleção
e compras de materiais de enfermagem nas instituições
O processo de compra dos materiais utilizados nas é essencial. As atividades do enfermeiro neste processo
unidades de enfermagem basicamente envolvem:
• Auxílio na determinação do tipo de material a ser ad-
A atuação do enfermeiro no processo de compras de quirido para as unidades de enfermagem;
materiais nas instituições se dá através da atuação em co- • Padronização dos materiais;
missões de licitação, ou informalmente através da opinião • Especificação técnica dos materiais;
sobre o tipo, à quantidade e à qualidade dos materiais a • Controle de qualidade do material a ser adquirido;
serem utilizados. • Emissão de parecer técnico.
Existem várias modalidades de compra, sendo que nas
instituições privadas tem-se o costume de haver uma nego- Padronização
ciação direta entre o serviço de compras e os fornecedores,
já nas instituições públicas normalmente segue-se um pro- A padronização é um método para estender a utiliza-
cesso de licitação. ção de um material ao maior número possível de aplica-
A licitação é um procedimento onde a administração ções. Ela visa reduzir as variedades, através da unificação
pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contra- de dados de materiais que são semelhantes.
to de seu interesse, visando proporcionar oportunidades Segundo Castilho; Gonçalves, (2014) a importância da
iguais aos fornecedores, garantindo o princípio constitu- padronização consiste na especificação de produto para
cional da isonomia (CASTILHO; GONÇALVES, 2014). Na cada procedimento, diminuição da diversidade desneces-
licitação deve-se fazer uma descrição/especificação deta- sária, normatização do uso de determinados produtos,
lhada do material que se deseja adquirir sem indicação da dentre outros. “É realizada por meio do estabelecimento
marca, a não ser em casos excepcionais. de critérios objetivos de indicação técnica do uso do mate-
rial, e do custobenefício”.
Segundo CASTILHO; GONÇALVES (2014), as moda-
A padronização não é um procedimento que pode ser
lidades de licitação constantes na Lei 8.666/93 são:
feito isoladamente, deve-se compor um comitê de padroni-
- Convite – utilizada entre os interessados, para es-
zação com a participação do corpo clínico, do administra-
colhidos e convidados em número mínimo de três, cadas-
dor de materiais e da enfermagem, tendo-se por base as
trados ou não, indicada para a compra de valores baixos,
rotinas e técnicas do serviço de enfermagem, conhecimen-
estabelecidos pela Lei.
tos dos materiais, sabendo-se quais são semelhantes e
- Tomada de preços – apenas para os cadastrados,
quais podem ser substituídos, além das qualidades farma-
indicada para aquisições de valores médios, estabelecidos cológicas e técnicas, a facilidade de compra, o custo, a ar-
pela Lei. mazenagem entre outros. Entende-se que esse processo
- Concorrência – para qualquer interessado, que com- atende tanto a abordagem de aspectos mais funcionais e
prove possuir os requisitos mínimos de qualificação exigi- qualitativos dos produtos nas descrições como a aproxi-
dos no edital, para aquisição de valores altos. mação da área de compra com a área de uso do material,
- Concurso – utilizada para quaisquer interessados e favorecendo o processo de compra (CONDE; BERNADI-
se refere a trabalhos de natureza técnica, artística ou cien- NO; CASTILHO; DREHMER, 2015).
tífica. Realizada desse modo, a padronização, facilitará a
- Leilão – também utilizada para quaisquer interessa- verificação mensal da média de consumo, o planejamento
dos. Refere-se à venda de bens móveis ou produtos. e reposição e a manutenção da qualidade dos materiais
Além dessas, atualmente tem sido utilizado o Pregão utilizados.
que “é uma modalidade de licitação mais recente, instituí-
da pela Lei 10.520, de 17 julho de 2002. A opção por essa A especificação técnica dos materiais
modalidade, independente do valor estimado da contra-
tação e da disputa pelo fornecimento de bens e serviços A especificação técnica dos materiais consiste na descri-
comuns, é feita por meio de propostas e lances sucessivos ção minuciosa das características do material que se preten-
em sessão pública. de comprar.
Essa modalidade vem ganhando espaço na Adminis- A especificação técnica de materiais consiste nos se-
tração Pública por ser um processo mais dinâmico, que guintes elementos: nome do produto; uso ou aplicação;
proporciona maior competitividade entre os concorrentes matéria-prima; dimensões; método de fabricação; acaba-
e maior transparência à gestão de compras, visto que a mento; embalagem; propriedades físico-químicas; método
negociação é realizada em sessão pública” (CASTILHO; de esterilização; procedência; código e prazo de validade,
GONÇALVES, 2010, p.164). dentre outros (CASTILHO; GONÇALVES, 2014).
A escolha de uma modalidade ou outra para compra Nas instituições públicas o processo de compra de
de materiais se dá de acordo com o valor estimado, e a materiais não é uma atividade simples, e as especifica-
urgência na aquisição, como por exemplo, nos casos em ções dos produtos são muito importantes para que se

Conhecimentos Específicos 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

possa garantir a aquisição de produtos de qualidade, elas • Data;


são utilizadas na elaboração do edital de compra, e quanto • Assinatura de quem elaborou o parecer.
mais detalhadas facilitará o contato do setor de compras
com os fornecedores. O controle da qualidade de materiais não deve ser
Na elaboração das especificações os enfermeiros nor- realizado apenas no momento da aquisição dos produtos,
malmente devem consultar órgão oficiais que normatizam mas sim durante toda e qualquer atividade, e para isso é
e fazem recomendações sobre: fabricação, esterilização e importante que toda a equipe se mantenha atenta e possa
o uso de materiais como as normas da Associação Brasi- opinar sobre os produtos que estão utilizando, de modo
leira de Normas Técnicas (ABNT), da Agência que nos processos de aquisição, já se tenha informações
Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA), Ministério sobre a qualidade ou não dos mesmos.
da Saúde e Ministério do Trabalho, além de catálogos dos Considera-se de extrema importância a análise das
fabricantes e embalagens de materiais. notificações recebidas, que antes da culpabilização dos
A participação do enfermeiro na especificação técnica envolvidos, devem promover a melhoria dos processos e
permite apontar necessidades e anseios dos usuários de a prevenção de eventos similares. Essas notificações de
produtos, favorecendo a aquisição de itens que atendam desvio de qualidade no sistema NOTIVISA reduzem o nú-
pacientes e profissionais, com qualidade, pertinência, se- mero de aquisições mal sucedidas, os riscos que essas
gurança e com melhor preço. possam gerar, contribuindo e melhorando os processos de
compra (CONDE; BERNADINO; CASTILHO; DREHMER,
Os testes de qualidade e o parecer técnico 2015).
Na aquisição dos materiais são considerados o pare-
Os testes de qualidade consistem em avaliações, cer técnico e a análise de custo do produto, sendo que é
quando da aquisição de equipamentos e materiais, para importante lembrar que “nem sempre o menor preço cor-
que se verifique se o produto é de qualidade e se atende à responde ao menor custo para a instituição, uma vez que a
necessidade a que se destina (CHIAVENATO, 1991). má qualidade do material pode acarretar maiores prejuízos
Em uma avaliação de materiais, no primeiro momento, financeiros e da assistência” (FONSECA, 1995).
é realizada uma verificação minuciosa da embalagem, do
método de esterilização, da presença da data de validade, Preparo do pessoal
do acabamento do material, da instrução de uso, dentre
outros fatores que se considere importante para que sejam O trabalho em enfermagem se caracteriza por ser um
previamente avaliados, para que então se passe para a trabalho em equipe e na administração de materiais a par-
fase de teste a ser realizada na unidade. ticipação de todos na avaliação dos produtos que estão
Para se realizar o teste na unidade, o Serviço de En- sendo utilizados, ou na aquisição de um material ou equi-
fermagem deve enviar juntamente com o material a ser pamento novo é muito importante.
avaliado um impresso, com as características que deverão O estudo de CONDE; BERNADINO; CASTILHO;
ser observadas e avaliadas durante o teste. DREHMER (2015) demonstrou que 46% dos enfermei-
Após a realização do teste e de posse dos resultados e ros consideram importante a realização de capacitações
das especificações do material, o Serviço de Enfermagem sobre Gerenciamento de materiais (GM), no entanto 86%
elaborará um parecer técnico que consiste na descrição dos enfermeiros relataram nunca ter participado de referi-
das vantagens e desvantagens do produto, bem como su- da capacitação.
gestões para melhorar ou aprimorar o mesmo. É necessário que toda a equipe conheça os materiais
Um parecer técnico poder ser elaborado sob a forma e equipamentos, sabendo como utilizá-los corretamente,
de ofício no formato de um relatório técnico ou através o que pode ser conseguido através de treinamentos e
do preenchimento de impresso próprio da instituição, de educação continuada, visando à própria segurança, dos
modo geral um parecer pode conter os seguintes itens: pacientes, a conservação e manutenção dos materiais,
• Justificativa; contribuindo para o controle dos custos evitando-se assim
• Nome do produto; o uso indevido e o desperdício do material. Além disso,
• Finalidade/ uso ou aplicação; a formação de novos profissionais para desempenhar a
• Fabricante; atividade de Gerenciamento de Recursos Materiais (GM).
• Importador (se for o caso);
• Responsável técnico; RECURSOS HUMANOS
• Nº do Lote e do registro;
• Data de fabricação; Há dois tipos genéricos de reação quando se fala em
• Validade; administração de recursos humanos no âmbito de uma or-
• Embalagem; ganização. Ou as pessoas consideram sua atividade um
• Método de esterilização (se for o caso); mistério, com processo decisório centralizado e vivenciado
• Matéria prima; sobre critérios desconhecidos, ou assumem que não se
• Descrição do produto; consegue gerenciar qualquer tipo de unidade sem geren-
• Avaliação com vantagens, desvantagens e recomen- ciar as pessoas que ali trabalham.
dações;

Conhecimentos Específicos 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Também se verificam duas atitudes possíveis peran- é particularmente verdadeiro nas organizações de saúde
te o conhecimento dessa área: ele pode ser visto como que, além de serem dependentes de tecnologia, não con-
composto de ritos e de conhecimentos técnicos (ou mági- seguem aplicar essa tecnologia sem contar com recursos
cos), a menos que seja percebido como pura aplicação de humanos adequados. Ou seja, a avaliação final do desem-
senso comum e, quem sabe, como a tentativa de fornecer penho da área de recursos humanos será dada em função
alguns conceitos de autoajuda aos trabalhadores de uma dos resultados obtidos pela organização. A definição dos
organização. resultados esperados deve ser dada pelos formuladores
Desde os primórdios das chamadas “teorias da admi- das políticas da organização, ou seja, pelo secretário mu-
nistração”, entre os princípios de Henri Fayol, há o de pa- nicipal (ou até do prefeito). Assim, a gestão de recursos
gar a cada um segundo a tarefa que realiza e o de tratar humanos tem importante componente estratégico.
igual o que é igual e diferente o que é diferente, ambas Gestão de pessoas deve, na organização, ser objeto
estão entre as consideradas primeiras leis da administra- de interesse (se não de atuação) de todos os que nela tra-
ção de recursos humanos. Embora antigos, embora façam balham: gerentes de recursos humanos, de outras áreas
sentido, embora considerados superados, nenhum destes ou com qualquer outro tipo de atividade. Seja por lidar
princípios é aplicado o suficiente nos dias de hoje, nem (ou com suas vidas, seja por lidar com o funcionamento da
principalmente) no setor da saúde. organização, o setor tem um componente universal não
A administração de recursos humanos trata com e desprezível.
de pessoas; nesse campo, nada é fácil e, decididamen- A administração de recursos humanos pode ser com-
te, pouco é objetivo. A ideia de tratar igual o que é igual preendida como um subsistema de uma organização,
para um administrador traz como premissa a discrimina- pois pessoas realizam o trabalho das organizações. Mes-
ção adequada entre o bom e o mau, o certo e o errado. No mo quando existe uma intensa substituição do elemento
entanto, não existe qualquer garantia de que a percepção humano por máquinas, as pessoas recolhem o produto
(pessoal) desse administrador seja partilhada por outrem, transformado pelas máquinas, ligam-nas, desligam-nas,
menos ainda por aqueles que estão sendo objeto dessa decidem quando acioná-las e quando consertá-las (e até
discriminação. contratos de manutenção para elas).
A administração de recursos humanos tem um com- O termo “recurso humano” torna-se compreensível em
ponente de “leis e normas” de caráter idealmente objetivo, função da utilização do modelo de teoria geral de sistemas.
mas, ao mesmo tempo, assenta-se sobre relações inter- O administrador pode ter diversos objetos de interes-
pessoais, que, em qualquer caso, baseiam-se em sensa- se. Entre eles, mas sem esgotá-los, estão os recursos.
ções e percepções. É sempre difícil aceitar o componente Entre estes, costuma-se observar grande quantidade de
emocional contido nas relações e reações humanas. Isso tempo gasto com gestão de recursos materiais e financei-
se torna particularmente delicado quando se discute ges- ros, que podem envolver, por um lado, o orçamento - às
tão, diante do conteúdo de conhecimento (mesmo que não vezes, até dinheiro - que será usado, talvez, na compra de
científico) atribuído a essa área. mesas, cadeiras, aparelhos de ar condicionado, seringas,
Outro assunto cada vez mais trabalhado é o do assé- agulhas, vacinas, medicamentos, papéis e canetas, e, de
dio, que começou a ser analisado sob o ponto de vista do outro, recursos tecnológicos.
“assédio sexual”, levando organizações de todo tipo a fa- Parte importante dos recursos financeiros será empre-
zerem manuais sobre como evitar problemas nessa área. gada para pagar os salários dessas pessoas como retribui-
Nas organizações de saúde, onde se observa gran- ção pelos serviços prestados. Estas pessoas, que prestam
de contingente de mulheres, em geral subordinadas a ho- serviços pelos quais serão remuneradas e se servem dos
mens em posições de poder e de minorias de homens em recursos materiais colocados à sua disposição, adquiridos
terrenos altamente femininos, nota-se terreno fértil para a e pagos por outras pessoas, podem ser entendidas como
discussão. Além disso, com a posição de fragilidade dos “recursos humanos”.
pacientes e eventuais fragilizações, tanto dos pacientes Nas condições de trabalho vigentes a partir de 1990 e
quanto, às vezes, de seus cuidadores, o risco está pre- pelo menos até 2001, não necessariamente estes recur-
sente. Essa mesma realidade traz à baila o assédio moral, sos humanos são “empregados” da organização. Podem
ainda mais grave por ser menos explícito e menos com- ser prestadores de serviço sob as mais diversas formas,
provável. mas consegue-se entender como seu trabalho dá suporte
Os objetos da administração de recursos humanos à vida organizacional. Sob este modelo menos tradicional,
são as pessoas e suas relações dentro da organização. No o papel da área de recursos humanos também se modifi-
entanto, certamente não é esse o seu objetivo. É sempre ca, mas seu objetivo permanece.
necessário esclarecer o formulador dos objetivos que se Conclui-se, então, que qualquer trabalho envolve pes-
quer atingir. Nessas condições, pode-se dizer que a admi- soas. Pessoas têm percepções, emoções, preferências,
nistração de recursos humanos serve para manter a orga- suscetibilidades. O conceito de recurso humano assume
nização produtiva, eficiente, eficaz, a partir da mobilização um modelo que privilegia a produção, o produto, o resulta-
adequada das pessoas que ali trabalham. do e não as relações, as preferências e as percepções. A
As pessoas que trabalham na maioria das organiza- utilização de outros modelos explicativos levaria a outros
ções representam seu recurso crítico, ou seja, aquele sem juízos.
o qual elas não conseguem realizar o seu trabalho. Isso

Conhecimentos Específicos 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA GESTÃO Entretanto, a influência sobre outras pessoas ocorrerá


DE PESSOAL apenas quando a credibilidade do líder for verificada pelos
seus seguidores. Tal conquista dependerá do seu esfor-
Antunes (1999), citado por Cunha (2008), analisa a ço pessoal na busca pelo conhecimento, aperfeiçoamento
liderança voltada para a qualidade na enfermagem e pon- das habilidades técnicas no relacionamento interpessoal,
tua que ela visa descobrir e eliminar as causas de falhas; na resolução de conflitos, dentre outros atributos (BALSA-
incentivar o trabalho da equipe e a participação efetiva das NELLI et al; 2008). Outro aspecto importante da liderança
pessoas; ajudar na realização pessoal e profissional; pre- moderna é fortalecer o grupo de colaboradores, ressaltan-
parar novas lideranças; fortalecer os processos de tomada do e valorizando as competências individuais, diluindo o
de decisão; facilitar a descentralização do comando; gerar poder na equipe, fazendo com que cada membro conhe-
comprometimento com as soluções escolhidas e resolver ça o propósito e o significado de seu trabalho (BAPTISTA,
problemas que não podem ser resolvidos individualmente. 2008).
A isso, forma-se um conjunto de princípios e diretrizes que De acordo com o momento atual as discussões e
balizam decisões e comportamentos do serviço e das pes- tendências na área da saúde apontam para melhoria nos
soas em sua relação com a organização. modelos de gestão orientada para os clientes, para o aper-
Sendo, portanto, um conjunto de procedimentos, mé-
feiçoamento do desempenho das instituições prestadoras
todos e técnicas diversas utilizadas para a implementação
de serviço, quer na área pública, privada ou terceiro setor
de decisões e para nortear as ações no âmbito da organi-
(BALSANELLI et al; 2008). Existe uma tendência que bus-
zação em sua relação com o ambiente externo. Com isso,
possibilitará a compartilha de responsabilidade e a conci- ca a quebra de paradigmas tradicionais de administração
liação de expectativas entre a organização e as pessoas que é a ênfase no capital humano das organizações seus
para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo. colaboradores dentro da equipe, e considerá-los como
Nesse sentido, à empresa compete estimular e dar o su- peças fundamentais no processo, e como tal, investir no
porte necessário para que as pessoas possam entregar o potencial de cada um, para alcançar os objetivos e metas
que elas possuem de melhor, ao mesmo tempo em que (BALSANELLI et al; 2008).
recebem o que a organização tem de melhor para ofere- Nos cursos de enfermagem que formam apenas para
cê-las (DUTRA, 2002). Costa (2008) destaca que deve ser o bacharelado, as disciplinas que abarcam conteúdo da
feito um bom diagnóstico sobre gestão de pessoas na or- área da educação são trabalhadas de maneira dispersa,
ganização. com dificuldades em associar a educação como saber da
Um levantamento das condições organizacionais que enfermagem. Os cursos de enfermagem que oferecem li-
são enfrentadas; planejar os objetivos na área de gestão cenciatura precisam rever sua abordagem, ampliando–a
de pessoas juntamente com os objetivos da organização; para a capacitação do enfermeiro também exercer o pro-
avaliar os resultados constantemente. O processo de ges- cesso educativo informal, presente nas relações do dia a
tão de pessoas envolve: Processo de Provisão; Processo dia do trabalho em saúde, imprimindo a esse processo a
de Aplicação; Processo de Manutenção; Processo de De- disposição para aprender a aprender constantemente (PE-
senvolvimento e Processo de Monitoração. A comunicação RES, 2006). Por todos esses aspectos mencionados é que
é um meio de obter a ação dos outros e é definida como o o aprendizado contínuo da liderança deve ser plenamen-
processo de transmitir e entender informação. É um modo te exercido pelo enfermeiro. Essa competência é de fun-
de desenvolver entendimento entre pessoas através de um damental importância para que suas expectativas sejam
intercâmbio de fatos, opiniões, idéias, atitudes e emoções. atendidas e que seus colaboradores possam ter as con-
(Trewatha e Newport ,1979, p 87). Goldsmith (1996) relata dições necessárias para desempenhar o trabalho diário
sobre a recente pesquisa indicando que os líderes que so- (BALSANELLI et al; 2008). 4 REFLEXOS NA QUALIDADE
licitam ideias dos principais grupos de interesse aprendem DE SERVIÇOS Nos dias de hoje, para obter qualidade,
através de uma atitude positiva e não defensiva, são capa-
não é suficiente exercer quaisquer atividades da melhor
zes de acompanhar de maneira direcionada e eficiente e,
maneira possível.
com isso, certamente, crescerão e se desenvolverão em
Com a globalização, cresceu a importância da produ-
termos de eficácia. Aos enfermeiros cabem entre outras,
tarefas diretamente relacionadas à sua atuação com o tividade. Logo, como resultado, exige-se muito mais das
cliente, bem como a liderança da equipe de enfermagem pessoas e das organizações, o que transformou a quali-
e o gerenciamento dos recursos: físicos, materiais, huma- dade em matéria aplicada. (MELLO; CAMARGO, 1998).
nos, financeiros, políticos e de informação – para a pres- Qualidade é no presente momento, uma ciência que uti-
tação da assistência de enfermagem (CUNHA; XIMENEZ, liza conhecimentos de matemática, estatística, pesquisa,
2006). Do enfermeiro é exigido conhecimento (que conhe- lógica, informática, administração, finanças, psicologia e
ça o que faz), habilidades (que faça corretamente) e que outros mais. Contudo, entre os que aplicam essa nova me-
tenha atitudes adequadas para desempenhar seu papel todologia, se distinguirão aqueles que também a exercem
objetivando resultados positivos. É, portanto, exigido que com arte, isto é, com sensibilidade, talento, perspicácia,
ele seja competente naquilo que faz, bem como garanta devoção e fé. (MELLO; CAMARGO, 1998). Portanto um
que os membros da sua equipe tenham competência para produto ou serviço de qualidade é aquele que atende per-
executarem as tarefas que lhes são destinadas (CUNHA; feitamente, de forma confiável, acessível, segura e no tem-
XIMENEZ, 2006). po certo, às expectativas do cliente (LAET, 1998).

Conhecimentos Específicos 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O ser humano é um ser do cuidado, complexo, singu- sar, analisar, estruturar e sintetizar informações de gestão
lar e plural, ser de consciência, cognoscente, político, tra- em saúde e em gerir indiretamente recursos e avaliar ser-
balhador do conhecimento, ator e construtor das relações, viços de saúde e melhoria da qualidade de vida, permitindo
interações e associações no exercício do cuidado para o assim maior integração com a equipe e maior efetividade
viver mais saudável, a promoção da saúde e a valorização nas relações entre todos os atores envolvidos no processo
da vida. É capaz de promover mudanças nos serviços e de gestão (BALSANELLI et al; 2008). Para Éboli (2002),
práticas de saúde através da suas potencialidades para Trabalhar, aprender e educar estará cada vez mais as-
relações, interações e associações. sociado e integrado na vida coorporativa e a prática exem-
É um ser social, de relações sócio afetivas político- plar da liderança educadora será o alicerce da construção
-culturais, é produto e produtor das práticas de saúde do ideal organizacional almejada. Para os enfermeiros, o
(ERDMANN et al; 2006 P 467-71). O cuidado ao “ser hu- dia a dia transforma-se e apresenta-se como uma esco-
mano” é a atividade central do enfermeiro, ou seja, todas la em que todos, equipes, clientes e fornecedores geram
as demais atividades são importantes, mas existem para realidades ricas, a serem exploradas e estudadas e que
garantir o cuidado ao sujeito-do-cuidado, sendo que o ato contem em si mesmas um forte potencial educativo a ser
de cuidar constitui-se no processo de trabalho da enferma- utilizado em prol do nosso crescimento pessoal e profissio-
gem (GONÇALVES et al; 2004 p 395-400). A busca pela nal (CUNHA, 2008).
excelência nas ações aparece como condição essencial O conjunto de saberes abrange os saberes teóricos,
nos dias atuais. Atender os anseios dos clientes superan- necessários para a compreensão do fenômeno “cuidado”
do suas expectativas torna-se prioridade para as organi- do seu objeto, o indivíduo/família/ comunidade, das si-
zações. Logo, qualidade consiste em alcançar os resulta- tuações específicas e únicas constituintes das interações
dos desejados pela empresa e simultaneamente encantar pessoais; das organizações e instituições de saúde; dos
aqueles que consomem nossos produtos e/ou serviços processos de trabalho; da cultura organizacional; dos pro-
(BALSANELLI, 2005). dutos e equipamentos em uso; das estratégias; estruturas;
No entanto, a preocupação pela qualidade na presta- procedimentos; protocolos e, entre outros componentes,
ção de serviços em saúde é antiga. Tem-se como exemplo atualizados e baseados em evidências, visando à conso-
a pioneira Florence Nightingale (1820- 1910), enfermeira lidação das melhores práticas na atenção ao ser humano
inglesa que implantou o primeiro modelo de melhoria con- (BALSANELLI et al; 2008).
tínua de qualidade em saúde no ano de 1854, baseando- A gerência configurada como ferramenta/instrumen-
-se em dados estatísticos e gráficos. Sua participação na to do processo do “cuidar” pode ser entendida como um
guerra da Criméia foi impressionante. Seis meses após processo de trabalho específico e, assim, decomposto
em seus elementos constituintes como o objeto de traba-
sua chegada ao Hospital Scutari, as taxas de mortalidade
lho (recursos humanos e organização do trabalho), tendo
recuaram de 42,7% para 2,2%, com os rígidos padrões
como finalidade recursos humanos qualificados e trabalho
sanitários e de cuidados de enfermagem por ela estabele-
organizado, para assim obter as condições adequadas de
cidos (NOGUEIRA, 1996). 5 BENEFÍCIOS DE UMA BOA
assistência e de trabalho, buscando desenvolver a “aten-
GESTÃO Na enfermagem nos dias de hoje, gerência de
ção à saúde”. Desse modo, os objetos de trabalho do en-
unidade consiste na previsão, provisão, manutenção, con-
fermeiro no processo de trabalho gerencial são a organi-
trole de recursos materiais e humanos para o funciona-
zação do trabalho e os recursos humanos de enfermagem.
mento do serviço e, gerência do cuidado, consiste no diag- Os meios/instrumentos são: recursos físicos, financei-
nóstico, planejamento, execução e avaliação da assistên- ros, materiais e os saberes administrativos que utilizam
cia, passando pela delegação das atividades, supervisão ferramentas específicas para serem operacionalizados.
e orientação da equipe (GRECO, 2004). Esses instrumentos/ ferramentas específicas compreen-
Assim, os enfermeiros compreendem que administrar dem o planejamento, a coordenação, a direção e o contro-
é cuidar e quando planejam, organizam, avaliam e coor- le (FELLI; PEDUZZI, 2005). Segundo Peres e Ciampone
denam, eles também estão cuidando (VAGHETTI et al; (2006), o planejamento e a consequente tomada de deci-
2004). Para Gaidzinski et al; (2004), a gerência é como a são como função específica do enfermeiro que desenvolve
arte de pensar, de decidir e de agir; a arte de fazer aconte- o gerenciamento do serviço foram reduzidos à dimensão
cer e de obter resultados. Compreende-se gerenciamento técnica, pois compõem apenas um conjunto de ações que
não como um processo apenas científico e racional, mas buscam colocar uma outra ação em prática, já que as
também como um processo de interação humana que lhe questões ideológicas e de poder intrínsecas ao planejar
confere, portanto, uma dimensão psicológica, emocional não são consideradas pelos enfermeiros.
e intuitiva.
Para Barbosa et al; (2005) é necessária uma lapidação Atuação do enfermeiro no gerenciamento e no cuidar
no sentido do gerenciamento, pois os órgãos formadores os Profissionais De Saúde, Dentro De Seu Âmbito, devem
ainda não proporcionam capacitação aos enfermeiros para estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção,
torná- los aptos para desempenharem a função de gesto- proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual
res de saúde. O enfermeiro deverá também ser capaz de quanto coletivo.
caracterizar a gestão como oportunidade de estabelecer Cada profissional deve assegurar que sua prática seja
outras relações com os demais profissionais na área de realizada de forma integrada e contínua com as demais
saúde, focando suas competências à capacidade de aces- instâncias do sistema de saúde, sendo capaz de pensar

Conhecimentos Específicos 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de Alguns aspectos políticos da gestão de serviços


procurar soluções para eles. Os profissionais devem reali- públicos de saúde
zar seus serviços dentro dos mais altos padrões de quali-
dade e princípios da ética/bioética, tendo em conta que a A gestão em saúde é quase tão antiga quanto a Saúde
responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com Pública. Surge na tentativa de compatibilizar conhecimen-
o ato técnico, mas, sim, com a resolução do problema de tos sobre administração pública com procedimentos sani-
saúde. tários considerados eficazes no controle às epidemias. A
(Brasil 2001, Seção 1. p.37. e Fleury, M. T. L., Fleury, saúde pública nasceu interdisciplinar quando esta expres-
A. 2001. p.189- 211). Ao graduar-se o enfermeiro assu- são sequer existia (PAIM; TEIXEIRA, 2006).
me intrinsecamente o papel de líder. Esse atributo lhe é Paim e Teixeira (2006) apontam uma multiplicidade de
imposto pela exigência da lei do exercício profissional e definições que de alguma forma configuram os contornos
do código de ética em enfermagem. Espera-se que ao se do que chamamos de gestão em saúde. Em seu estudo de
inserir no mercado de trabalho, essa competência esteja revisão, o subtema gestão contemplou trabalhos científi-
plenamente passível de ser praticada por esse profissional cos referentes à criação e utilização de meios que possibi-
de saúde. No entanto, nem sempre ele se encontra pre- litem concretizar os princípios de organização da política.
parado. Os cursos de graduação e pós-graduação e até Os estudos encontrados tratavam de gestão de serviços e
mesmo a imaturidade profissional apresentam-se como sistemas de saúde, gestão de qualidade, gestão estratégi-
empecilhos. (BALSANELLI et al; 2008). ca, gestão de recursos humanos, gestão orçamentária e
Certamente, algum avanço aconteceu, seja através da financeira (PAIM; TEIXEIRA, 2006).
inclusão desse tema nos currículos e programas educacio- Com o avanço do processo de municipalização do
nais de treinamento em serviços, como assunto de palestras, SUS, a gestão dos serviços de saúde pública está cada
conferência ou outros eventos científicos, porém, todas es- vez mais em consonância com o plano de governo munici-
tas tentativas ainda são insuficientes frente à necessidade pal. Em muitas situações, o Município opta por incorporar
de uma liderança que realmente cause impacto em todos os programas e estratégias idealizadas no nível federal, ha-
campos da prática profissional (BALSANELLI et al; 2008). vendo incentivos financeiros específicos para áreas prio-
A atenção à saúde não se constitui diretamente como
ritárias.
objeto de trabalho desenvolvido pela gerência, mas pode
Quanto à participação do governo estadual há gran-
ser entendida como finalidade indireta do trabalho geren-
des disparidades em todo país, mas ela é de fundamental
cial em saúde. Para que a atenção à saúde seja alcança-
importância para ordenar redes de assistência, sobretudo
da, o profissional que exerce a gerência faz uso de instru-
em municípios menores, sem recursos e com pouca capa-
mentos do trabalho administrativo como o planejamento, a
cidade de oferecer assistência integral aos cidadãos. Em
organização, a coordenação e o controle.
suma, a gestão dos serviços de saúde acompanha mo-
A qualidade da assistência à saúde demanda a exis-
vimentos macropolíticos de diferentes instâncias, que em
tência de recursos humanos qualificados e recursos ma-
teriais compatíveis/adequados com a oferta de cuidados maior ou menor grau gera impactos diretos nos diferentes
orientada pelas necessidades de saúde (SILVA, 2003). processos de trabalho que realizamos.
O trabalho de enfermagem como instrumento do proces- Também foi assegurado por lei o controle social no
so de trabalho em saúde, subdivide-se ainda em vários SUS. Os Conselhos de Saúde, em caráter permanente e
processos de trabalho como cuidar/assistir, administrar/ deliberativo, são órgãos colegiados, compostos por repre-
gerenciar, pesquisar e ensinar. Dentre esses, o cuidar e sentantes do governo, prestadores de serviços, profissio-
o gerenciar são os processos mais evidenciados no tra- nais de saúde e usuários, que atuam na formulação de
balho do enfermeiro (PERES; CIAMPONE, 2006). Essas estratégias e no controle social da execução da política
funções gerenciais apontadas como responsabilidade de saúde nas instâncias correspondentes, inclusive nos
do enfermeiro, permitem vislumbrar caminhos para com- aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
preender com maior clareza que o “gerenciar” é uma fer- homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído
ramenta do processo de trabalho do “cuidar”. Para isso, em cada esfera do governo (BRASIL, Lei 8.142 de1990).
o autor exemplifica que o enfermeiro pode fazer uso dos Essa característica deliberativa diferencia os Conse-
objetos de trabalho, “organização” e “recursos humanos” lhos de Saúde dos demais conselhos de outros segmentos
no processo gerencial que, por sua vez, insere-se no pro- sociais, bem como de instâncias de participação em saú-
cesso de trabalho “cuidar” que possui como finalidade ge- de de diversos países, com natureza apenas consultiva
ral a atenção à saúde evidenciada na forma de assistência (JUNIOR; GERSCHMAN, 2013). A existência de formas
(promoção, prevenção, proteção e reabilitação) (FELLI; colegiadas decisórias para a formulação e controle da im-
PEDUZZI, 2005). plementação de políticas de saúde apresenta significado
O enfermeiro, quanto ao gesto com as pessoas, busca- de passagem da forma de democracia representativa para
rá trabalhar estratégias para conhecer quais são as neces- democracia participativa, direta, possibilidade esta previs-
sidades que devem ser atendidas no cliente, que procura ta nos ditames constitucionais (FORTES, 2006).
seu serviço, o qual deve ter suas expectativas superadas Mesmo que regulamentado legalmente, muitos conse-
para retornar em outras ocasiões e até mesmo ajudar no lhos gestores locais são frágeis ou sequer foram implan-
marketing da empresa (BALSANELLI et al; 2008). tados.

Conhecimentos Específicos 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Carecem de maior participação dos usuários e traba- Pode parecer redundância, mas devemos constante-
lhadores, que, por sua vez, precisam traçar estratégias mente lembrar de que o nosso trabalho deve estar focado
para que não sejam manipulados pelo segmento gestor. É na produção de serviços de saúde com qualidade às pes-
um espaço de disputa, mas também de construção coleti- soas. Sendo que serviços, neste contexto, tem uma ca-
va e decisório. Cabe a nós, profissionais de saúde e ges- racterística imaterial e relacional, se aproximando do que
tores, o exercício do trabalho participativo, no qual o bem Merhy (1994) chama de tecnologia leve. O foco do nosso
comum se sobressaia em meio aos interesses individuais, trabalho deve estar ajustado para as pessoas e coletivida-
de determinado segmento e dos políticos governamentais. des que cuidamos, suas necessidades, sofrimentos, seus
Os gestores (federais, estaduais e municipais) do SUS desejos e projetos de vida.
cumprem um papel decisivo na conformação das práticas A sensibilidade é fundamental para fazermos uma boa
de saúde por meio das políticas, dos mecanismos de fi- leitura das necessidades e problemas a serem enfrenta-
nanciamento etc., mas não governam sozinhos. Apesar de dos com o nosso trabalho. O ponto de partida pode ser
haver uma direção - os gestores - a quem formalmente a avaliação das potencialidades e dificuldades da nossa
cabe governar, na verdade todos governam - os trabalha- equipe de trabalho e serviço. Não conseguiremos atingir
dores e os usuários (FEUERWERKER, 2005, p.501). objetivos que estejam além da nossa capacidade. No en-
Com relação à mudança do modelo de assistência pro- tanto, não podemos nos conformar com as limitações, mas
posta pelo SUS, as evidências atuais apontam para uma sim trabalhar para diminuí-las. Posteriormente, devemos
discreta superioridade da Estratégia Saúde da Família em estar atentos às necessidades das pessoas e comunidade
relação às atividades de unidades tradicionais. Os avan- que assistimos. Não considerar as especificidades indivi-
ços estão em consonância com o referencial normativo duais, sociais e culturais pode nos levar a promover ações
que prevê a territorialização, maior vínculo, envolvimento em saúde que não fazem sentido para as pessoas e co-
comunitário e acompanhamento de prioridades programá- letividades, e que consequentemente não produzirão os
ticas, entre outros. No entanto, o acesso permanece como resultados que esperamos.
um grande nó crítico, com dificuldades na estrutura física, E por último, o dinamismo serve para nos tirar da “zona
na capacitação e dimensionamento das equipes, fragili- de conforto”. Tudo à nossa volta está mudando constan-
dades da gestão e na organização da rede de serviços. temente e isso quer dizer que reproduzir por anos uma
As evidências apontam ainda que problemas relacionados mesma ação provavelmente é um grande equívoco. Nosso
ao acesso dos usuários comprometem sobremaneira os trabalho deve ser dinâmico o suficiente para se adequar:
avanços no plano da integralidade (CONILL, 2008). •Às necessidades das pessoas e territórios que assis-
Rodrigues (2014) ainda assinala três grandes desafios timos;
para a consolidação do SUS: •Às mudanças das redes de atenção;
1. Sua frágil sustentação entre os trabalhadores; •Às novas tecnologias em saúde;
2. A competição com o setor privado; e •Às mudanças de estratégias dos diferentes níveis de
3. A fragmentação de sua gestão devido ao processo gestão em saúde; e
de municipalização. •Às eventualidades, como uma epidemia, desastres
ambientais, entre outros.
Em suma, a gestão envolve escolhas, arbitragens, hie-
rarquização de atos e objetivos, além de envolver valores e No entanto, ainda observamos em muitos serviços pú-
leis que orientam a tomada de decisões pelos trabalhado- blicos de saúde estruturas de gestão rígidas, que definem
res no cotidiano. Tendo como cenário os serviços públicos hierarquias verticalizadas, processos decisórios centrali-
de saúde, nosso grande desafio é considerar o conjunto de zados com pouca ou nenhuma possibilidade para os traba-
demandas e necessidade, numa ética que contemple os lhadores participarem do processo de tomada de decisão.
interesses da coletividade, as necessidades de usuários Como consequência, vemos demasiada burocratização do
e dos diversos grupos de trabalhadores da saúde (SCHE-
RER; PIRES; SCHWARTZ, 2009). Gestão dos processos de trabalho

Algumas características importantes da gestão Os serviços públicos que compõem a Atenção Bási-
ca têm incorporado muitas responsabilidades com o pas-
Uma vez que entendemos que a gestão dos Serviços sar do tempo. Em uma rápida exemplificação: temos que
Públicos de saúde na Atenção Básica está ancorada nos executar políticas abrangentes, como Política Nacional de
princípios e diretrizes dos SUS, e que sofre influências ma- Humanização, Política Nacional de Atenção Básica, Polí-
cropolíticas, evoluiremos para discutir questões mais prá- tica Nacional de Imunização, Política Nacional de Saúde
ticas. Pautados na nossa experiência, ousamos destacar da Pessoa Idosa, entre outras. Executamos um amplo
três características estruturantes desse tipo de gestão: processo de mudança no modelo de atenção à saúde por
• Foco nas pessoas/usuários; meio da Estratégia Saúde da Família, e, mais recentemen-
• Sensibilidade; e te, pelos Núcleos de Apoio à Saúde da Família.
•Dinamismo. Nas Redes de Assistência à Saúde, além de oferecer
um extenso repertório de ações, ficamos com a responsa-
bilidade de coordenar o percurso terapêutico dos usuários

Conhecimentos Específicos 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

nos demais níveis de complexidade. Temos ainda uma lis- Gestão da informação
ta de ações programáticas e vigilância em saúde, visan-
do o atendimento de grupos específicos na perspectiva Temos escutado queixas recorrentes dos profissionais
de promoção, prevenção e recuperação da saúde desses da Atenção Básica sobre o volume de dados que preci-
grupos. sam ser produzidos. É frequente uma dissociação entre
Todas essas responsabilidades trazem consigo uma atividades assistenciais e administrativas, e essa situa-
lista de procedimentos, diretrizes clínicas e assistências, ção é pior para algumas categorias profissionais, como os
protocolos e sistemas de informações. Individualmente, enfermeiros. Tal situação está diretamente relacionada à
cada ação proposta possui coerência, objetivos relevantes fragmentação do processo de trabalho que acabamos de
e exequibilidade. Contudo, a sobreposição de todas es- apresentar, e pode ser agravada pela centralização das
sas atribuições produz fragmentação do cuidado, metas ações em poucos profissionais.
difíceis ou impossíveis de serem atingidas simultanea- Uma parte das queixas provavelmente está relaciona-
mente, pressionando os profissionais que, na tentativa de da ao fato de gerarmos muitos dados, mas que não se
alcançar os objetivos esperados, ficam reféns da própria transformam em informação para direcionar o trabalho
agenda e metas de produção. Passamos por um momento localmente. Dessa maneira, os dados perdem sentido.
paradoxal na Atenção Primária: para cumprir o pacote de Ressaltamos que a finalidade da informação em saúde
ações idealizado em diferentes instâncias governamentais consiste em identificar problemas individuais e coletivos
estamos nos distanciando das necessidades locais do ter- do quadro sanitário de uma população, propiciando ele-
ritório e da relação dialética na construção do cuidado. mentos para análise da situação encontrada, e subsidiar o
Enquanto não atingimos o equilíbrio entre o desejável planejamento em saúde em diferentes níveis. No entanto,
e o possível, devemos organizar os processos de trabalho mesmo profissionais engajados no entendimento das in-
para produzir ações com qualidade, que atendam às reco- formações em saúde do território questionam a autonomia
mendações das políticas, estratégias e programas, e que que possuem para coordenar o próprio processo de traba-
sobretudo, estejam em consonância com as necessidades lho em detrimento a todas as ações que são preestabele-
locais. A esse respeito, Peduzzi e Schraiber (2009, p. 323) cidas em outras instâncias.
definem o conceito de processo de trabalho em saúde A Atenção Básica possui um sistema de informação
como “dimensão microscópica do cotidiano do trabalho em específico - o SIAB. Esse sistema foi idealizado como uma
saúde, ou seja, à prática dos trabalhadores/profissionais ferramenta de planejamento e orientação para a gestão
de saúde inseridos no dia a dia da produção e consumo de das equipes de saúde da família na Estratégia Saúde da
serviços de saúde”. Família e
Ainda que a discussão seja sobre processo de traba- Programa Agentes Comunitários de Saúde. Consiste
lho, retornamos para a dimensão relacional, sobretudo na em um elenco de indicadores que possibilita a caracteri-
Atenção Primária, em que quase tudo que produzimos de- zação da situação sociossanitária, do perfil epidemiológi-
pende da relação entre profissional e usuário/comunidade. co, a atenção aos grupos de risco e o acompanhamento
das ações de saúde desenvolvidas localmente. Apresenta
Por ser uma construção coletiva, ela empodera e mo- indicadores sociais que só estariam disponíveis em anos
tiva a equipe, ao mesmo tempo em que compartilha as censitários, permitindo o monitoramento das condições so-
responsabilidades e auxilia no processo de formação per- ciodemográficas das áreas cobertas pelo programa, além
manente. de possibilitar a microlocalização de problemas e do de-
A competência do gerenciamento local de saúde pos- senvolvimento das desigualdades sociais e de saúde nos
sibilita boas práticas de liderança e agrega valor ao traba- espaços das cidades, permitindo que a gestão em saúde
lho, aumentando o potencial da equipe. Segundo André e local seja a mais equânime possível (BRASIL, 2002).
Ciampone (2007), conjuga esforços para utilizar recursos Ao SIAB cabe oferecer os dados da análise situacional
financeiros, tecnológicos, materiais e humanos de modo a para que o planejamento seja realizado de acordo com as
ampliar a resolutividade do serviço na área de abrangên- necessidades de cada comunidade de maneira específica,
cia, em conformidade com o modelo assistencial pautado descentralizada e territorializada, visando à produção de
na epidemiologia social. qualidade de vida em sua área geograficamente restrita.
Entendendo que a gestão do processo de trabalho é (BITTAR et al., 2009, p.79)
coletiva e que a Atenção Primária terá que desempenhar Para que o SIAB atinja seus objetivos é necessário
um grande número de ações preestabelecidas, um bom que os profissionais saibam manipular e compreender es-
ponto de partida é tentar racionalizar a equação entre as ses dados e que, a partir dessas informações, acrescidas
demandas e capacidade do serviço. É importante tentar- de outros sistemas de informação que disponibilizamos,
mos fugir da fragmentação do processo de trabalho, pois elabore o planejamento do trabalho
mesmo que cada profissional execute uma etapa da ação, Na prática, observamos dificuldades de acesso, enten-
a equipe precisa ter consciência da totalidade do proces- dimento e uso dessas informações pelos profissionais que,
so. Dessa forma, além de executar aquilo que é próprio da por sua vez, criam com frequência sistemas de informação
categoria profissional, podemos agir como facilitadores do paralelos em amontoados de folhas, cadernos e planilhas.
trabalho dos demais membros da equipe. O saldo espera- Não é raro encontrarmos em um único Serviço várias
do é maior sincronismo das ações e assistência de melhor estratégias diferentes criadas pelas equipes para gerar
qualidade para os usuários. informações, até mesmo porque questionam a veracida-

Conhecimentos Específicos 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

de dos dados que o próprio serviço produz nos diferentes os conhecimentos e habilidades do grupo, buscando siner-
sistemas de informação. Em suma, deixa-se de trabalhar gia e aprimoramento contínuo. Também é desejável que o
para melhorar a qualidade das informações oficiais, mas gerente seja um bom negociador, uma vez que parte do
investe-se muito tempo nessas estratégias paralelas. seu trabalho é intermediar os interesses e possíveis con-
Nossa experiência prática corrobora com os achados flitos entre a comunidade, usuários, trabalhadores, gestão
de Silveira et al. (2010) que, com relação à produção de pública, organizações sociais e afins.
informações, destacam a escassa utilização dos sistemas Penna et al. (2004) apontam para o gerente a ne-
oficiais de informação na avaliação e monitoramento da cessidade de se ter envolvimento não só com o trabalho
atenção básica à saúde. Além disso, as estratégias tanto técnico-administrativo na unidade, mas, também, com os
de produção quanto de divulgação e comunicação pare- aspectos políticos que envolvem contato e interação com
cem improvisadas e ainda inadequadas para alcançar os a comunidade, o que faz com que se busque uma efetiva
trabalhadores de saúde e a população. participação popular em sua conduta. Os autores relatam,
Na mesma direção, o estudo de Thaines et al. (2009) ainda, a importância de uma articulação intersetorial para
aponta que, apesar de sua importância para a saúde, os atender às demandas visando à resolutividade dos proble-
sistemas de informação ainda apresentam pontos de es- mas apresentados e à importância do trabalho em equipe.
trangulamentos na sua forma de organização e prática, o Quase sempre cabe ao gerente promover os espaços
que compromete a confiabilidade dos dados aí produzidos, para o processo de planejamento e tomada de decisão do
visto não representarem a realidade da situação de saúde serviço. Isso significa que, paralelo às atividades assisten-
da população. Os autores salientam que os sistemas de ciais, grupos educativos e visitas domiciliares, há de se
informação foram criados com o intuito de acompanhar a criar possibilidades coletivas sempre que possível, para
produção de dados para assegurar avaliações da situação estudo dos indicadores epidemiológicos, necessidades da
de saúde de toda a população e, assim, servirem como população, planejamento das ações e avaliação. Grande
base para o planejamento do nível local como um instru- esforço faz-se necessário para não permitir que a deman-
mento para as práticas de atenção e de gestão. Porém, da do dia conduza o processo de trabalho. “Apagar incên-
dio” não pode ser a lógica do trabalho cotidiano.
isso não ocorre na realidade. Os dados produzidos nas
André e Ciampone (2007, p.836) destacam outras difi-
UBS são pouco trabalhados e pouco utilizados como ferra-
culdades inerentes ao papel dos gestores de UBS no mu-
mentas de melhoria e planejamento da assistência à saú-
nicípio de São Paulo:
de da população.
(...) é importante ressaltar que no nível local eles são
Por fim, salientamos a importância dos sistemas de in-
reféns de regulamentações que restringem severamente,
formação para nos auxiliar no processo de avaliação das
no plano formal, sua autonomia. Dentre outras limitações,
ações que produzimos. A avaliação transcende a sensibi-
não contam com orçamento próprio para gerir recursos
lidade dos dados, possui dimensões relacionais e envolve humanos, contratar, descontratar, realizar negociações sa-
a satisfação dos usuários. Mas, sobretudo na saúde co- lariais ou instalar mecanismos de incentivo ou sanção con-
letiva, ela deve estar fortemente ancorada na avaliação dicionados à produção de metas quanti ou qualitativas. Os
dos indicadores epidemiológicos do território. Devemos servidores concursados não podem ser demitidos e, para
conduzir o planejamento e gestão nos serviços de saúde que ocorra uma simples transferência, o gestor depende
apoiados em um bom processo contínuo de avaliação. . da anuência de instâncias de âmbito regional e central.
Em consonância com essa visão, o Ministério da Saúde (ANDRÉ; CIAMPONE, 2007, p.836)
tem investido no Programa de Acesso e Melhoria da Quali- A falta de formação em gestão é um agravante às
dade (PMAQ). Dentre os acertos do PMAQ, destacamos a responsabilidades e expectativas que se tem para com
construção de indicadores que auxiliam na avaliação e no o gerente, e pode comprometer completamente seu tra-
processo de tomada de decisão, tanto no nível local com balho. A formação dos profissionais da área da saúde é
as equipes e serviços, quanto nos municípios, estados e eminentemente técnico-assistencial. O ensino de gestão e
federação ferramentas administrativas é muito desigual entre as pro-
fissões, e podem ser muito focalizadas para a área hospi-
Gerentes de Unidade Básica de Saúde talar.
A trajetória profissional é muito parecida para a maioria
Durante esse capítulo, defendemos a gestão o mais dos gerentes. Depois de acumular experiência na assis-
horizontal e participativa possível, ou seja, não é privativa tência o funcionário é selecionado ou convidado a assumir
de nenhuma categoria profissional e deve envolver inclusi- o cargo de gerente. Vê-se então obrigado a aprender no
ve os usuários que atendemos. Também nos preocupamos dia a dia, entre erros e acertos, as melhores formas de
em apresentar a complexidade crescente dos serviços de conduzir o seu trabalho. Profissionais em muitos municí-
saúde na Atenção Primária, e mostrar que não há modelos pios do país vivem situações piores, tendo que acumular
de gestão prontos que se adequem às heterogeneidades a função assistencial com a gerência. Apesar da gerência
de cada Serviço, território e equipe de trabalho. Em suma, já ser um cargo em muitas UBS, ainda precisa ser mais
a gestão estará em constante construção. profissionalizada.
Nesse cenário, espera-se do gerente competência Para concluir, destacamos que o SUS tem conseguido
para liderar o processo de gestão. Enquanto líder, deve superar obstáculos importantes em seu processo de im-
saber trabalhar com sua equipe de maneira a desenvolver plantação. Progressivamente, temos ampliando o número

Conhecimentos Específicos 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

de serviços e profissionais na Atenção Básica em pratica- Para o funcionamento das UBS, hoje, é necessário ul-
mente todos os municípios do país, mas ainda há muito trapassar os limites internos da unidade e que os gerentes
espaço para ampliação da Estratégia Saúde da Família e assumam e reconheçam o lugar da comunidade, como a
melhorias na infraestrutura e redes de atenção à saúde. A seguir:
descentralização do SUS é uma realidade, cabe agora va- Trabalho com a comunidade, com a comissão, partici-
lorizar o trabalho participativo e os mecanismos de controle pação popular, todo, todo o envolvimento com a comuni-
social. dade.
... primeiro o gerente tem um envolvimento com a co-
O TRABALHO DO GERENTE NO DIA-A-DIA DAS munidade. Nós não conseguimos trabalhar em uma unida-
UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE de de saúde em que a gente pudesse estar caminhando
e produzindo alguma coisa que a gente não tivesse uma
Planejar, coordenar, supervisionar, avaliar e muito parceria com a comunidade. (...) eu, no caso, sou membro
mais... ativo da comissão local de saúde... e lógico que isso não é
uma demanda diária, mas existe...
A descentralização do setor saúde e a regionalização (...) acompanhamento e discussões nas reuniões de
da atenção aumentaram a responsabilidade dos gerentes comissão local de saúde realizada junto com a comunidade.
das UBS. Diferente do período anterior à implantação do Ressalta-se a necessidade de “envolvimento com a co-
SUS, quando os profissionais eram indicados e, na maio- munidade”, parceria sem a qual não seria possível fazer a
ria das vezes, apenas ocupavam o cargo, sem necessaria- unidade funcionar. Os entrevistados assumem a importân-
mente exercer a gerência, a atual proposta de gestão exige cia do trabalho junto à comunidade, que vai além do aten-
do gerente o desempenho de atividades internas e externas dimento à saúde individual. A participação nos Conselhos
à unidade de trabalho, sempre comprometidos com os re- Locais de Saúde e o reconhecimento destes como órgãos
sultados. Assim, “entre a definição de valores e regras ge- de decisão da área de adstrição da UBS parece ser uma
rais de funcionamento da rede de serviços de saúde e sua realidade vivida pelos gerentes. Para que isso seja possível
real operacionalização, residem certamente grandes confli- é preciso ir além da dimensão técnico-administrativa:
tos de interesse que só, ou principalmente, se manifestam (...) se antes a gente tinha um papel administrativo e
quando da decisão se passa para a ação”.(18:98) Os entre- técnico, hoje a gente tem um outro papel, também, que é
vistados ao descreverem as atividades afirmam ser muitas político.
e diversificadas: (... ) se você pensa que é um trabalho, que você traba-
(...) todas as funções administrativas, atender o funcio- lha e vai para casa descansar, não existe isso no Centro de
nário, atender o usuário, atender o distrito, secretaria de Saúde, (... ) Além do seu trabalho de 8 horas tem atividades
saúde, atender imprensa, tudo. noturnas, atividades de final de semana. Então tem muito
(...) tem muita coisa, recursos humanos, material, pro- trabalho. G6.
Destaca-se a importância da dimensão política da ge-
gramação, que é um dos pontos importantes que é o plane-
rência atual que, ao ir além da administração dos recursos
jamento das atividades na unidade (...).
organizacionais, tem como principal papel traçar políticas e
Ih, são várias... é planejamento, coordenação das ati-
administrá-las, considerando que, “a gerência de políticas
vidades, implemento das ações, avaliação... e junto disso
implica enfoque estratégico, visão global e perspectiva de
todas as atividades administrativas que são inerentes a
longo prazo. (... ) A gerência que implementa políticas não
função... é uma função muito ampla, quer dizer, é fazer a
olha para trás, mas se orienta no futuro com um enfoque
unidade funcionar. G3
heurístico.”
Nossa, são tantas... trabalha programação, planeja- Nesse sentido, a dimensão política implica envolvimen-
mento, desenvolvimento de trabalho, desenvolvimento de to. E envolver significa implicar, importar, comprometer(19),
equipes. G7 o que exige compromisso revelado na redução do tempo
- Nossa! As atividades do gerente hoje são inúmeras de descanso, nas horas trabalhadas além das formais, nas
(...) Na área administrativa: avaliação de desempenho, con- atividades noturnas e de final de semana.
trole administrativo de todos os funcionários... e coordena- Uma das peculiaridades da gestão em saúde é a for-
ção de todos os programas de saúde da unidade. mação universitária de base dos gerentes. Geralmente são
Nessa profusão de atividades, a gerência das UBS pos- profissionais de saúde que viram na gerência oportunidade
sui particularidades que a diferenciam de outros setores e de ascensão na carreira e que aprendem a administrar na
estão relacionadas ao seu objeto de trabalho que é a assis- prática, sem treinamento, o que, muitas vezes, pode levar
tência à saúde da população da área adstrita. Nessa assis- a um acúmulo de funções, pois o profissional assume a ge-
tência é responsabilidade do gerente a “coordenação das rência, mas continua a exercer atividades próprias de sua
atividades” e dos recursos para o atendimento, por meio da profissão de origem:
“coordenação dos programas de saúde” com o objetivo de O gerente assume desde as atividades da área dele,
“fazer a unidade funcionar”. Tais programas são determina- como da categoria profissional (...)
dos pelo Ministério da Saúde e prevêem ações para gru- (... ) acho que seria mais essa parte administrativa. E
pos específicos, ou seja, Programa da Saúde da Criança, por ser enfermeiro você acaba se envolvendo na rotina do
Saúde da Mulher, do Idoso, do Trabalhador, entre outros e, dia-a-dia... então você faz a parte gerencial, mas você fica
ainda, o Programa da Saúde da Família (PSF). como a enfermeira da unidade.

Conhecimentos Específicos 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Confuso a gente falar de tanta coisa até porque cada gerentes insistem em manter. Assim, atitudes autoritárias,
uma de nós que exerce a função de gerente tem uma for- de pouca confiança nos funcionários e que sinalizam falta
mação ... uma área diferente de atuação. (...) pelo fato de de investimento nas pessoas para ultrapassar comporta-
ser médica eu acabo muitas vezes mesclando os meus pa- mentos indesejáveis são uma constante.
péis, por exemplo hoje não houve clínico de manhã, o que Um outro aspecto importante citado pelos entrevista-
aconteceu? Eu larguei tudo e fui atender, então vou fazer dos, para que a UBS possa funcionar, diz respeito ao pla-
bem feito, eu vou orientar, chamei ambulância, fiz encami- nejamento e controle de recursos materiais:
nhamento para urgência, telefonei para solicitar consulta... (...) a questão da administração do próprio serviço de
(...) até por falta de funcionário você acaba fazendo o papel material, se ta tendo, ta programando material, evitar que
de outras pessoas, você acaba acumulando papel (...)G14 falte. G2
Tem muitas demandas que chegam no dia-a-dia (...) tem (... ) questão de materiais e equipamentos. Eu tenho
muita coisa que o gerente faz hoje e não precisaria fazer que ter um controle sobre esses materiais, sobre equipa-
(...) G2. mentos. São coisas caras e é patrimônio publico que está
Nota-se que, além da função gerencial e aquelas de na minha responsabilidade. G8
assistência relacionadas à sua profissão de origem, ele Sabe-se que a gestão de materiais no setor público é di-
também atende outras demandas cotidianas e a falta de ficultada pela falta de material, obsolescência e pouco con-
funcionários faz com que realize várias atividades não pre- trole. O gerente, obrigatoriamente, tem de lidar com essas
vistas em sua função. questões cotidianamente, pois as conseqüências recaem
Analisando as transformações organizacionais da atua- sobre a unidade de trabalho, não descartando a possibili-
lidade e sua repercussão sobre os executivos, verifica-se dade de causar danos a clientes e trabalhadores. Por outro
que esses indivíduos possuem um espaço de tempo muito lado, há falta de conhecimentos científicos específicos na
curto para desempenharem seu próprio trabalho, mas mes- área de saúde sobre os materiais em uso e sobre a gestão
mo assim, dedicam-se, excessivamente, à realização dos de materiais, que pode restringir a própria função da gestão
trabalhos de outras pessoas ou à busca de soluções para de materiais, que muitas vezes fica limitada à redução de
problemas alheios. Sendo assim, ressalta-se a importância custos e à provisão de material, sem uma análise pormeno-
de que esses executivos saibam concentrar-se nas tarefas rizada da qualidade dos mesmos.
fundamentais e de imprescindível realização por eles pró- Se de um lado as atividades explicitadas fazem parte
prios. do trabalho de qualquer gerência, de outro a particularidade
Assim, entre os problemas enfrentados na gerência, de administrar um serviço de saúde no setor público obriga
a gestão de recursos humanos é explicitada como a que os gerentes a lidar com as comunidades e a aprender a
apresenta maior dificuldade. No dia-a-dia de trabalho a ges- gerenciar a falta no dia-a-dia.
tão de pessoas vai além das tradicionais funções de Recur-
sos Humanos, preocupando-se com questões de relaciona- A Rede de Atenção à Saúde
mento interpessoal da equipe e desta com a comunidade:
A administração de recursos humanos, estar colocan- A Rede de Atenção à Saúde, tendo a Atenção Primária
do, adequando a área, setores, para ver se temos funcioná- como centro, se organiza em:
rios com dificuldade de relacionamento, então eu falo que a • Atenção Básica de Saúde (ABS): compreende um
coisa mais difícil de lidar é com o quadro de recursos huma- conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, que en-
nos. Como cuidar também da qualidade que o serviço pre- globa a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o
ga, da capacitação da pessoa, da sensibilização dessa pes- tratamento e a reabilitação, constituindo o primeiro nível da
soa, principalmente para a quantidade de mudanças que atenção do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2006).
a gente vem tendo. Cada vez mais mudanças num tempo • Atenção Média Complexidade: é prestada por
menor (...)Para uma melhor qualidade da assistência diante meio de uma rede de unidades especializadas de média
das mudanças que vêm ocorrendo no setor, que exige hoje complexidade, garantindo o acesso à população sob sua
inclusive um atendimento humanizado, é necessário preo- gestão (íbidem).
cupar-se com a sensibilização e capacitação dos profissio- • Atenção Alta Complexidade: é a atenção à saúde
nais de saúde. Para que isso aconteça, de terceiro nível, integrada pelos serviços ambulatoriais e
...você tem que olhar os funcionários, manter os fun- hospitalares especializados de alta complexidade. É orga-
cionários coesos (...) Como é que você vai orientar o fun- nizada por meio do sistema de referência (íbidem).
cionário? Tem funcionário que é meio teimoso, ele faz as
coisas da cabeça dele. Você dá uma ordem, ele pega e faz A Atenção Básica à Saúde deve ser orientada pelos se-
uma semana, depois passa a fazer da cabeça dele. Você guintes princípios:
tem que estar sempre policiando... Agora são todos capa-
zes também, mas uns têm dificuldades e dificuldades é o
que não falta...
Apesar das atuais tendências da gerência baseadas na
flexibilidade e participação e dos avanços já alcançados pe-
los gerentes das UBS, há aspectos tradicionais da gerência
clássica, presentes nos modelos taylorista - fordista, que os

Conhecimentos Específicos 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

No tocante à dinâmica do gerenciamento, a intenção é contribuir com você no sentido de ousar e tentar facilitar a
compreensão do que foi dito anteriormente, ou seja, acoplar as bases do gerenciamento aos mais importantes princípios
do Sistema Único de Saúde, além de alguns pressupostos pilares da ESF. Esse desenho gerencial conduz as ações vol-
tadas à promoção da saúde e ao desenvolvimento das pessoas na visão da longitudinalidade da ABS. Sobre esse ponto
Starfield (2004) acrescenta:
(...) a atenção primária se diferencia dos outros níveis assistenciais por quatro atributos característicos: atenção ao
primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação. Destes quatro atributos, a longitudinalidade tem rele-
vância por compreender o vínculo do usuário com a unidade e/ou com o profissional. A população deve reconhecer a
Unidade como fonte regular e habitual de atenção à saúde, tanto para as antigas quanto para as novas necessidades. Já
o profissional deve conhecer e se responsabilizar pelo atendimento destes indivíduos. A longitudinalidade está fortemente
relacionada à boa comunicação que tende a favorecer o acompanhamento do paciente, a continuidade e efetividade do
tratamento, contribuindo também para a implementação de ações de promoção e de prevenção de agravos de alta pre-
valência (STARFIELD, 2004).

E então, quais princípios gerenciais destacaríamos nesta lógica citada?


A Unidade Básica de Saúde na ABS será a sede do desenvolvimento dos programas de saúde voltados à criança, à
mãe e ao idoso na Estratégia Saúde da Família, que terá como foco principal a família, a comunidade, o ambiente, o estilo
de vida e a promoção da saúde.
Esse modelo surge com características de um novo modelo de Atenção à Saúde, e não em substituição de ações con-
tinuístas, sempre lembradas pela insuficiência de recursos que atendam às plenas necessidades de saúde da população.
Os pressupostos do novo paradigma, entre outros, consideram a integralidade do ser humano, a qualidade de vida e
a promoção da saúde.
Nesse momento, aproveito para ressaltar a visão de integralidade no atendimento aos pacientes em nível secundário
e terciário, demanda ainda não alcançada pelas estruturas organizacionais competentes nesses níveis.
O modelo assistencial de Saúde da Família, portanto, exige um tipo de gerenciamento diferente, humanizado, sensí-
vel e dinâmico, embora devamos levar em conta os mesmos itens de uma organização com objetivos a serem atingidos.
Importante notar que, na ABS, trabalharemos enfoques gerenciais, voltados aos conjuntos de dados epidemiológicos,
sociais, estruturais, educacionais e de inter-relacionamento pessoal, com vistas à emancipação da população e à criação
de vínculo.
Esse trecho faz-nos pensar que um gerenciamento humanizado, começaria pelo enfoque da gestão de pessoas, que
significa a utilização de processo de trabalho visando o desenvolvimento delas, em qualquer nível.
Por outro lado, ressalta-se a especificidade da dinâmica administrativa de unidades na Estratégia de Saúde da Famí-
lia, que deve ser considerada.

Processo de trabalho

O processo de trabalho se caracteriza pela horizontalidade gerencial, em que são desenvolvidas atividades assisten-
ciais, educativas, burocráticas, gerência de equipe e demais serviços de natureza administrativa.

Conhecimentos Específicos 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A horizontalidade gerencial se faz presente pela ausência de níveis hierárquicos, havendo uma preponderância do
saber técnico sobre o hierárquico, o que pressupõe chefias e verticalidade.
Importante comentar que nesse processo de trabalho se define a macrogestão e a microgestão das equipes.
Essa definição de procedimentos, princípios e ações gerenciais, atendimentos assistenciais e treinamentos de profis-
sionais será acoplada aos princípios do SUS que produzirão, por sua vez, situações ligadas aos pressupostos do geren-
ciamento, ou seja:

SISTEMAS DE REGISTRO E INFORMAÇÃO EM SAÚDE E ASPECTOS LEGAIS RELACIONA-


DOS AOS PROCEDIMENTOS DE GUARDA E ASPECTOS ÉTICOS.

Sistema de informação em saúde

Um sistema de informação representa a forma planejada de receber e transmitir dados. Pressupõe que a existência de
um número cada vez maior de informações requer o uso de ferramentas (internet, arquivos, formulários) apropriadas que
possibilitem o acesso e processamento de forma ágil, mesmo quando essas informações dependem de fontes localizadas
em áreas geográficas distantes.
No hospital, a disponibilidade de uma rede integrada de informações através de um sistema informatizado é muito útil
porque agiliza o atendimento, tornando mais rápido o processo de admissão e alta de pacientes, a marcação de consultas
e exames, o processamento da prescrição médica e de enfermagem e muitas outras ações frequentemente realizadas.
Também influencia favoravelmente na área gerencial, disponibilizando em curto espaço de tempo informações atualizadas
de diversas naturezas que subsidiam as ações administrativas, como recursos humanos existentes e suas características,
dados relacionados a recursos financeiros e orçamentários, recursos materiais (consumo, estoque, reposição, manuten-
ção de equipamentos e fornecedores), produção (número de atendimentos e procedimentos realizados) e aqueles relati-
vos à taxa de nascimentos, óbitos, infecção hospitalar, média de permanência, etc.
As informações do paciente, geradas durante seu período de internação, constituirão o documento denominado pron-
tuário, o qual, segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução nº 1.331/89), consiste em um conjunto de documentos
padronizados e ordenados, proveniente de várias fontes, destinado ao registro dos cuidados profissionais prestados ao
paciente.
O prontuário agrega um conjunto de impressos nos quais são registradas todas as informações relativas ao paciente,
como histórico da doença, antecedentes pessoais e familiares, exame físico, diagnóstico, evolução clínica, descrição de
cirurgia, ficha de anestesia, prescrição médica e de enfermagem, exames complementares de diagnóstico, formulários e
gráficos. É direito do paciente ter suas informações adequadamente registradas, como também acesso - seu ou de seu
responsável legal - às mesmas, sempre que necessário.
Legalmente, o prontuário é propriedade dos estabelecimentos de saúde e após a alta do paciente fica sob os cuida-
dos da instituição, arquivado em setor específico. Quanto à sua informatização, há iniciativas em andamento em diversos
hospitais brasileiros, haja vista que facilita a guarda e conservação dos dados, além de agilizar informações em prol do
paciente. Devem, entretanto, garantir a privacidade e sigilo dos dados pessoais.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Sistema de Informação em Saúde (SIS):

“ ….. é um conjunto de componentes que atuam de forma integrada por meio de mecanismos de coleta, processa-
mento, análise e transmissão da informação necessária e oportuna para implementar processos de decisões no Sistema
de Saúde. Seu propósito é selecionar dados pertinentes e transformá-los em informações para aqueles que planejam,
financiam, proveem e avaliam os serviços de saúde” (OMS, 1981:42).
Informação Oportuna: disponível no local e hora necessários para tomada de decisão
Informação de Qualidade: atualizada, pertinente e consistente.

Conhecimentos Específicos 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Funções:
- Respaldar a operação diária e a gestão da atenção à saúde;
- Conhecer e monitorar o estado de saúde da população e as condições sócio-ambientais;
- Facilitar o planejamento, a supervisão e o controle e avaliação de ações e serviços;
- Subsidiar os processos decisórios nos diversos níveis de decisão e ação;
- Apoiar a produção e utilização de serviços de saúde;
- Disponibilizar informações para as atividades de diagnóstico e tratamento;
- Monitorar e avaliar as intervenções, resultados e impactos;
- Subsidiar educação e a promoção da saúde;
- Apoiar as atividades de pesquisa e produção de conhecimentos

SIS (Sistema de Informação em Saúde)


- Coleta
- Processamento
- Análise
- Transmissão da Informação

Sistemas de Informação e Banco de Dados

Sistema de informação:
É o processo de produção de informação e sua comunicação a atores, possibilitando sua análise com vistas à geração
de conhecimentos.

Banco de dados:
É um dos principais componentes do sistema, sendo um agrupamento organizado de dados que pode ser utilizado
por vários sistemas.

Sistemas de Informação em Saúde


Componentes que atuam de forma integrada e articulada para obter e selecionar dados e transformá-los em informa-
ção:

Conhecimentos Específicos 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Principais Sistemas de Informação em Saúde

Conhecimentos Específicos 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

SIAB O SIAB baseia-se nos conceitos de modelo de aten-


- O Sistema de Informação da Atenção Básica foi im- ção, família, domicílio, área, micro área e território. O Mi-
plantado para o acompanhamento das ações e dos resul- nistério da Saúde orienta que o SIAB seja informatizado.
tados das atividades realizadas pela Estratégia de Saúde Caso o município não disponha do programa, este deve
da Família - ESF. O SIAB foi desenvolvido como instru- procurar o DATASUS ou a Coordenação Estadual do PSF
mento gerencial dos Sistemas Locais de Saúde e incorpo- para que estes instalem (gratuitamente) o programa.
rou em sua formulação conceitos como território, problema
e responsabilidade sanitária. O SIAB é um sistema idealizado para agregar e para
- Através dele obtêm-se informações sobre cadastros processar as informações sobre a população visitada. Es-
de famílias, condições de moradia e saneamento, situação tas informações são recolhidas em fichas de cadastramen-
de saúde, produção e composição das equipes de saú- to e de acompanhamento e analisadas a partir dos relató-
de. Principal instrumento de monitoramento das ações do rios de consolidação dos dados.
Programa Saúde da Família, tem sua gestão na Coorde-
nação de Acompanhamento e Avaliação do Departamento O preenchimento das fichas é tarefa do agente comu-
de Atenção Básica / SAS. nitário, a partir de suas visitas domiciliares. Elas devem
ser atualizadas sempre que necessário, ou seja, mediante
Benefícios: ocorrência de eventos, como: óbito, nascimento, inclusão
Micro-espacialização de problemas de saúde e de de parente ou agregado ao grupo familiar, etc.
avaliação de intervenções;
Utilização mais ágil e oportuna da informação; Assim, registrar corretamente os dados com maior
Produção de indicadores capazes de cobrir todo o ci- fidedignidade possível é responsabilidade do Agente co-
clo de organização das ações de saúde; munitário. As fichas são instrumentos de trabalho do PSF,
Consolidação progressiva da informação partindo de pois permitem o planejamento das atividades da equipe,
níveis menos agregados para mais agregados. tendo como base o conhecimento do diagnóstico de ne-
cessidades da população a que assiste.
Funcionalidades
• Cadastros de famílias; São instrumentos de coleta de dados:
• Condições de moradia e saneamento; • Ficha A – cadastramento das famílias;
• Situação de saúde; • Ficha B-GES – acompanhamento de gestantes;
• Produção e marcadores; Composição das Equipes • Ficha B-HÁ – acompanhamento de hipertensos;
de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde.1 • Ficha B-DIA – acompanhamento de diabéticos;
• Ficha B-TB – acompanhamento de pacientes com
E-SUS tuberculose;
• Ficha B-HAN – acompanhamento de pacientes com
O Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) hanseníase;
tem por finalidade fornecer de forma prática, ágil, atualiza- • Ficha C (cartão da criança) – acompanhamento de
da, completa e de fácil manipulação, instrumentos de con- crianças;
trole e planejamento, além de possibilitar a socialização • Ficha D – registro de atividades, procedimentos e no-
das informações de saúde. tificações.
O SIAB apresenta também como objetivo, avaliar a São instrumentos de consolidação de dados:
adequação dos serviços oferecidos e readequá-los, sem- • Relatórios A1, A2, A3 e A4 – relatório de consolidado
pre que necessário e, por fim, melhorar a qualidade dos
anual das famílias cadastradas;
serviços de saúde.
• Relatórios SSA2 e SSA4 – relatório de situação de
saúde e acompanhamento das famílias;
Isso também é válido para a análise das prioridades
• Relatórios PMA2 e PMA4 – relatórios de produção e
políticas a partir dos perfis epidemiológicos de determi-
marcadores para avaliação.
nada localidade e, principalmente, para a fiscalização da
aplicação dos recursos públicos destinados à área social,
O dado, após coletado, deve ser selecionado, pro-
conformando-se numa estratégia para a operacionaliza-
ção do Sistema Único de Saúde. cessado, analisado e transformado em informação pela
O SIAB tem como lógica central de seu funcionamen- equipe de PSF. Este se conforma como um produto das
to a referência a uma determinada base populacional. O relações entre os vários atores envolvidos (médico, enfer-
Ministério da Saúde (MS) em 1998, por meio da Coorde- meiro, auxiliar ou técnico de enfermagem, agentes comu-
nadoria de Saúde da Comunidade, editou um manual que nitários, famílias, etc.).
descreve os conceitos e procedimentos básicos que com- O SIAB gera relatórios de uma determinada base po-
põem o SIAB, bem como as orientações gerais para seu pulacional, população coberta pelas equipes de saúde
preenchimento e operacionalização. da família, a partir da ficha de cadastramento da família
denominada Ficha A, cadastramento este realizado pelos
1 Fonte: https://www.enfconcursos.com/Fonte: http://www.saude.gov. agentes comunitários de saúde e que produz informações
br

Conhecimentos Específicos 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

relativas às condições demográficas, sanitárias e sociais. ● Informatizar as unidades: desenvolvimento de solu-


Além de possibilitar traçar alguns aspectos da situação de ções tecnológicas que contemplem os processos de tra-
saúde referida da população. balho da AB, com recomendações de boas práticas e o
Apesar de fornecer algumas informações essenciais estímulo à informatização dos serviços de saúde;
para as equipes do Programa de Saúde da Família esse ● Gestão do cuidado: introdução de novas tecnologias
instrumento de coleta e o seu produto são passíveis de para otimizar o trabalho dos profissionais na perspectiva
crítica. de fazer gestão do cuidado
● Coordenação do cuidado: a qualificação do uso da
Quanto ao cadastramento das famílias, é um bom indi- informação na gestão e no cuidado em saúde na perspec-
cador para acompanhamento do planejamento de implan- tiva de integração dos serviços de saúde.
tação e implementação da Equipe de Saúde da Família A estratégia é composta por dois sistemas:
(ESF), pois permite determinar com garantia quanto de ● SISAB, sistema de informação nacional, que passa
cobertura da população do município e de cobertura das a ser o sistema de informação vigente para fins de finan-
famílias estimadas já foram realizadas. ciamento, monitoramento, acompanhamento do cuidado
em saúde e de adesão aos programas e estratégias da
Ainda são possíveis determinar a estrutura familiar, o Política Nacional de
número de pessoas e a idade por família. Em relação ao Atenção Básica (PNAB), e
saneamento, o instrumento revela-se como suficiente e ● Sistema e-SUS AB, composto por dois softwares
de fácil manuseio para avaliação das informações, além para coleta dos dados: ○ Sistema com Coleta de Dados
de proporcionar uma ferramenta para divulgação, planeja- Simplificada (CDS), sistema de transição/contingência,
mento e possibilitar a indicação de serviços e ainda avaliar que apoia o processo de coleta de dados por meio de fi-
a prestação de serviço público e mecanismo de autopro- chas e sistema de digitação; ○ Sistema com Prontuário
teção. Eletrônico do Cidadão (PEC), sistema com prontuário ele-
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/ trônico, que tem como principal objetivo apoiar o processo
artigos/enfermagem/sistema-de-informacao-de-atencao- de informatização das UBS.
-basica-siab-o-que-e/37938 Durante o texto, os softwares do Sistema e-SUS AB
também são referidos como Sistema com CDS e Sistema
E-SUS AB com PEC ou simplesmente, CDS e PEC.
O e-SUS AB é uma estratégia do Departamento de Fichas de Coleta de Dados Simplificada
Atenção Básica (DAB) para reestruturar as informações
da Atenção Básica (AB) em nível nacional. Esta ação está O Sistema com CDS é um dos componentes da estra-
alinhada com a proposta mais geral de reestruturação dos tégia e-SUS AB, adequada para UBS não informatizadas,
Sistemas de Informação em Saúde (SIS) do Ministério da ou quando o acesso a informatização está temporariamen-
Saúde (MS), entendendo que a qualificação da gestão da te indisponível devido a falta de energia elétrica, proble-
informação é fundamental para ampliar a qualidade no mas com o computador, acesso a internet, entre outros.
atendimento à população. O objetivo é ser uma estratégia de coleta de dados por
A Estratégia e-SUS AB faz referência ao processo
meio de instrumentos com questões estruturadas, na qual
de informatização qualificada do Sistema Único de Saú-
a maioria das perguntas são fechadas.
de (SUS) em busca de um SUS eletrônico (e-SUS) e tem
Os instrumentos são denominados “Fichas de Cole-
como objetivo concretizar um novo modelo de gestão de
ta de Dados Simplificada” para a obtenção de dados de
informação que apoie os municípios e os serviços de saú-
cadastros da população do território adstrito às UBS, das
de na gestão efetiva da AB e na qualificação do cuidado
visitas domiciliares, atendimentos e atividades desenvolvi-
dos usuários. Esse modelo nacional de gestão da informa-
das pelos profissionais das equipes de AB. Esses dados
ção na AB é definido a partir de diretrizes e requisitos es-
senciais que orientam e organizam o processo de reestru- devem ser digitados no CDS off-line ou PEC e, posterior-
turação do sistema de informação, instituído o Sistema de mente, enviados para o SISAB por meio do PEC com co-
Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), por nectividade à internet.
meio da Portaria GM/MS Nº 1.412, de 10 de julho de 2013, A Coleta de Dados Simplificada utilizada pela equipe
e a Estratégia e-SUS AB para sua operacionalização. de Atenção Básica é composta por dez fichas a seguir:
A Estratégia e-SUS AB preconiza: 1. Cadastro Individual;
● Individualizar o registro: registro individualizado 2. Cadastro Domiciliar;
das informações em saúde, para o acompanhamento dos 3. Ficha de Atendimento Individual;
atendimentos aos cidadãos; 4. Ficha de Procedimentos;
● Integrar a informação: integração dos diversos sis- 5. Ficha de Atendimento Odontológico Individual;
temas de informação oficiais existentes na AB, a partir do 6. Ficha de Atividade Coletiva;
modelo de informação; 7. Ficha de Vacinação (nova);
● Reduzir o retrabalho na coleta de dados: reduzir a 8. Ficha de Visita Domiciliar;
necessidade de registrar informações similares em mais 9. Marcadores de Consumo Alimentar;
de um instrumento (fichas/sistemas) ao mesmo tempo; 10. Ficha Complementar,

Conhecimentos Específicos 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A Coleta de Dados Simplificada ainda conta com mais tadual ou municipal, e encaminhada pelas unidades as-
duas fichas de uso exclusivo das equipes do Serviço de sistenciais aos serviços responsáveis pela informação e/
Atenção Domiciliar (SAD): ou vigilância epidemiológica. É também utilizada para a
1. Ficha de Avaliação de Elegibilidade, notificação negativa.
2. Ficha de Atenção Domiciliar. Notificação negativa - é a notificação da não-ocor-
rência de doenças de notificação compulsória na área de
A estratégia avança ao permitir a entrada dos dados abrangência da unidade de saúde. Indica que os profissio-
orientada pelo curso natural do atendimento e não ser fo- nais e o sistema de vigilância da área estão alertas para a
cada na situação-problema de saúde. A entrada de dados ocorrência de tais eventos.
individualizados por cidadão abre caminho para a gestão A notificação de surtos também deve ser feita por esse
do cuidado e aproximação desses dados ao processo de instrumento, obedecendo os seguintes critérios:
planejamento da equipe. •casos epidemiologicamente vinculados de agravos
Dessa forma, este manual foi elaborado com a finali- inusitados. Sua notificação deve estar consoante com a
dade de orientar os profissionais de saúde e gestores da abordagem sindrômica, de acordo com as seguintes cate-
Atenção Básica a operar o Sistema e-SUS AB com CDS, gorias: síndrome diarréica aguda, síndrome ictérica aguda,
tendo em vista, o preenchimento adequado das fichas do síndrome hemorrágica febril aguda, síndrome respiratória
CDS e a consequente digitação dos dados no sistema. aguda, síndrome neurológica aguda e síndrome da insufi-
O processo de digitação deve ser definido no âmbito ciência renal aguda, dentre outras;
da gestão municipal, considerando os aspectos logísticos • casos agregados, constituindo uma situação epidê-
e os recursos humanos disponíveis para esse fim. Em es- mica de doenças não constantes da lista de notificação
pecial, contemplando os diferentes cenários de implanta- compulsória;
ção, como visto no Manual de Implantação da Estratégia •casos agregados das doenças constantes da lista de
e-SUS AB, o fluxo deve estar adequado a cada realidade. notificação compulsória, mas cujo volume de notificações
operacionalmente inviabiliza o seu registro individualizado.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE
NOTIFICAÇÃO (SINAN) Ficha Individual de Investigação (FII) - na maioria das
vezes, configura-se como roteiro de investigação, distinto
O mais importante sistema para a vigilância epidemio- para cada tipo de agravo, devendo ser utilizado, preferen-
lógica foi desenvolvido entre 1990 e 1993, visando sanar cialmente, pelos serviços municipais de vigilância ou uni-
as dificuldades do Sistema de Notificação Compulsória de dades de saúde capacitadas para a realização da investi-
Doenças (SNCD) e substituí-lo, tendo em vista o razoá- gação epidemiológica. Esta ficha, como referido no tópico
vel grau de informatização disponível no país. O Sinan foi sobre investigação de surtos e epidemias, permite obter
concebido pelo Centro Nacional de Epidemiologia, com o dados que possibilitam a identificação da fonte de infecção
apoio técnico do Datasus e da Prefeitura Municipal de Belo e mecanismos de transmissão da doença. Os dados, ge-
Horizonte para ser operado a partir das unidades de saú- rados nas áreas de abrangência dos respectivos estados
de, considerando o objetivo de coletar e processar dados e municípios, devem ser consolidados e analisados consi-
sobre agravos de notificação em todo o território nacional, derando aspectos relativos à organização, sensibilidade e
desde o nível local. Mesmo que o município não disponha cobertura do próprio sistema de notificação, bem como os
de microcomputadores em suas unidades, os instrumentos das atividades de vigilância epidemiológica.
deste sistema são preenchidos neste nível e o processa- Além dessas fichas, o sistema também possui plani-
mento eletrônico é feito nos níveis centrais das secretarias lha e boletim de acompanhamento de surtos, reproduzidos
municipais de saúde (SMS), regional ou secretarias esta- pelos municípios, e os boletins de acompanhamento de
duais (SES). É alimentado, principalmente, pela notifica- hanseníase e tuberculose, emitidos pelo próprio sistema.
ção e investigação de casos de doenças e agravos cons- A impressão, distribuição e numeração desses formu-
tantes da lista nacional de doenças de notificação compul- lários é de responsabilidade do estado ou município. O
sória, mas é facultado a estados e municípios incluir outros sistema conta, ainda, com módulos para cadastramento
problemas de saúde regionalmente importantes. de unidades notificadoras, população e logradouros, den-
Por isso, o número de doenças e agravos contempla- tre outros
dos pelo Sinan, vem aumentando progressivamente desde Casos de hanseníase e tuberculose, além do preenchi-
seu processo de implementação, em 1993, sem relação mento da ficha de notificação/investigação, devem constar
direta com a compulsoriedade nacional da notificação, ex- do boletim de acompanhamento, visando a atualização de
seu acompanhamento até o encerramento para avaliação
pressando as diferenças regionais de perfis de morbidade
da efetividade do tratamento, de acordo com as seguintes
registradas no Sistema.
orientações:
No Sinan, a entrada de dados ocorre pela utilização de
•o primeiro nível informatizado deve emitir o Boletim de
alguns formulários padronizados:
Acompanhamento de Hanseníase e Tuberculose, encami-
Ficha Individual de Notificação (FIN) - é preenchida
nhando-o às unidades para complementação dos dados;
para cada paciente, quando da suspeita de problema de
•os meses propostos para a alimentação da informa-
saúde de notificação compulsória (Portaria GM nº 2.325,
ção são, no mínimo: janeiro, abril, julho e outubro, para a
de 8 de dezembro de 2003) ou de interesse nacional, es-
tuberculose; janeiro e julho, para a hanseníase;

Conhecimentos Específicos 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

•cabe ao 1º nível informatizado emitir o boletim de veis, indispensáveis para o cálculo de indicadores extre-
acompanhamento para os municípios não-informatizados; mamente úteis, tais como as taxas de incidência, letalida-
•após retornar das unidades os boletins devem ser de, mortalidade e coeficiente de prevalência, entre outros.
analisados criticamente e as correções devem ser solicita- Roteiros para a realização da análise da qualidade da
das de imediato à unidade de saúde; base de dados e cálculos dos principais indicadores epide-
•a digitação das informações na tela de acompanha- miológicos e operacionais estão disponíveis para os agra-
mento e arquivamento dos boletins deve ser realizada no vos de notificação compulsória, bem como toda a docu-
1º nível informatizado. mentação necessária para a correta utilização do Sistema
(dicionário de dados e instrucionais de preenchimento das
Preconiza-se que em todas as instâncias os dados fichas Manual de Normas e Rotinas e Operacional).
aportados pelo Sinan sejam consolidados e analisados e Para que o Sinan se consolide como a principal fonte
que haja uma retroalimentação dos níveis que o prece- de informação de morbidade para as doenças de notifi-
deram, além de sua redistribuição, segundo local de re- cação compulsória, faz-se necessário garantir tanto a co-
sidência dos pacientes objetos das notificações. No nível bertura como a qualidade das informações. Sua utilização
federal, os dados do Sinan são processados, analisados plena, em todo o território nacional, possivelmente possibi-
juntamente com aqueles que chegam por outras vias e di- litará a obtenção dos dados indispensáveis ao cálculo dos
vulgados pelo Boletim Epidemiológico do SUS e informes principais indicadores necessários para o monitoramento
epidemiológicos eletrônicos, disponibilizados no site www. dessas doenças, gerando instrumentos para a formulação
saude.gov.br. e avaliação das políticas, planos e programas de saúde,
Ao contrário dos demais sistemas, em que as críticas subsidiando o processo de tomada de decisões e contri-
de consistência são realizadas antes do seu envio a qual- buindo para a melhoria da situação de saúde da popula-
quer outra esfera de governo, a necessidade de desenca- ção.
deamento imediato de uma ação faz com que, nesse caso,
os dados sejam remetidos o mais rapidamente possível, Indicadores são variáveis susceptíveis à mensuração
ficando a sua crítica para um segundo momento - quando direta, produzidos com periodicidade definida e critérios
do encerramento do caso e, posteriormente, o da análise constantes. A disponibilidade de dados, simplicidade técni-
das informações para divulgação. No entanto, apesar des- ca, uniformidade, sinteticidade e poder discriminatório são
ta peculiaridade, esta análise é fundamental para que se requisitos básicos para sua elaboração. Os indicadores de
possa garantir uma base de dados com qualidade, não po- saúde refletem o estado de saúde da população de deter-
dendo ser relegada a segundo plano, tendo em vista que minada comunidade.
os dados já foram encaminhados para os níveis hierárqui-
cos superiores. SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALI-
A partir da alimentação do banco de dados do Sinan, DADE (SIM)
pode-se calcular a incidência, prevalência, letalidade e
mortalidade, bem como realizar análises de acordo com as Criado em 1975, este sistema iniciou sua fase de des-
características de pessoa, tempo e lugar, particularmen- centralização em 1991, dispondo de dados informatizados
te no que tange às doenças transmissíveis de notificação a partir de 1979.
Seu instrumento padronizado de coleta de dados é
obrigatória, além de outros indicadores epidemiológicos e
a Declaração de Óbito (DO), impressa em três vias co-
operacionais utilizados para as avaliações local, municipal,
loridas, cuja emissão e distribuição para os estados, em
estadual e nacional.
séries pré-numeradas, é de competência exclusiva do Mi-
As informações da ficha de investigação possibilitam
nistério da Saúde. Para os municípios, a distribuição fica a
maior conhecimento acerca da situação epidemiológica do
cargo das secretarias estaduais de saúde, devendo as se-
agravo investigado, fontes de infecção, modo de transmis-
cretarias municipais se responsabilizarem por seu controle
são e identificação de áreas de risco, dentre outros impor-
e distribuição entre os profissionais médicos e instituições
tantes dados para o desencadeamento das atividades de
que a utilizem, bem como pelo recolhimento das primeiras
controle. A manutenção periódica da atualização da base vias em hospitais e cartórios.
de dados do Sinan é fundamental para o acompanha- O preenchimento da DO deve ser realizado exclusiva-
mento da situação epidemiológica dos agravos incluídos mente por médicos, exceto em locais onde não existam,
no Sistema. Dados de má qualidade, oriundos de fichas situação na qual poderá ser preenchida por oficiais de Car-
de notificação ou investigação com a maioria dos campos tórios de Registro Civil, assinada por duas testemunhas.
em branco, inconsistências nas informações (casos com A obrigatoriedade de seu preenchimento, para todo óbito
diagnóstico laboratorial positivo, porém encerrado como ocorrido, é determinada pela Lei Federal n° 6.015/73. Em
critério clínico) e duplicidade de registros, entre outros pro- tese, nenhum sepultamento deveria ocorrer sem prévia
blemas freqüentemente identificados nos níveis estadual emissão da DO. Mas, na prática, sabe-se da ocorrência de
ou federal, apontam para a necessidade de uma avaliação sepultamentos irregulares, em cemitérios clandestinos (e
sistemática da qualidade da informação coletada e digita- eventualmente mesmo em cemitérios oficiais), o que afeta
da no primeiro nível hierárquico de entrada de dados no o conhecimento do real perfil de mortalidade, sobretudo
Sistema, que torna possível a obtenção de dados confiá- nas regiões Norte e Nordeste.

Conhecimentos Específicos 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O registro do óbito deve ser feito no local de ocorrência locais onde não exista IML um perito é designado para tal
do evento. Embora o local de residência seja a informação finalidade), seguindo-se o mesmo fluxo adotado para os
comumente mais utilizada, na maioria das análises do se- hospitais.
tor saúde a ocorrência é fator importante no planejamen- As SMS realizarão a busca ativa dessas vias em todos
to de algumas medidas de controle, como, por exemplo, os hospitais e cartórios, evitando a perda de registro de
no caso dos acidentes de trânsito e doenças infecciosas óbitos no SIM, com conseqüente perfil irreal da mortalida-
que exijam a adoção de medidas de controle no local de de da sua área de abrangência. Nas SMS, as primeiras
ocorrência. Os óbitos ocorridos fora do local de residência vias são digitadas e enviadas em disquetes para as Re-
serão redistribuídos, quando do fechamento das estatís- gionais, que fazem o consolidado de sua área e o enviam
ticas, pelas secretarias estaduais e Ministério da Saúde, para as secretarias estaduais de saúde, que consolidam
permitindo, assim, o acesso aos dados tanto por ocorrên- os dados estaduais e os repassam para o Ministério da
cia como por residência do falecido. Saúde.
O SIM constitui importante elemento para o Sistema Em todos os níveis, sobretudo no municipal, que está
Nacional de Vigilância Epidemiológica, tanto como fonte mais próximo do evento, deve ser realizada a crítica dos
principal de dados, quando há falhas de registro de casos dados, buscando a existência de inconsistências como,
no Sinan, quanto como fonte complementar, por também por exemplo, causas de óbito exclusivas de um sexo sen-
dispor de informações sobre as características de pessoa, do registradas em outro, causas perinatais em adultos,
tempo e lugar, assistência prestada ao paciente, causas registro de óbitos fetais com causas compatíveis apenas
básicas e associadas de óbito, extremamente relevantes com nascidos vivos e idade incompatível com a doença.
e muito utilizadas no diagnóstico da situação de saúde da
população. A análise dos dados do SIM permite a construção de
As informações obtidas pela DO também possibilitam importantes indicadores para o delineamento do perfil de
o delineamento do perfil de morbidade de uma área, no saúde de uma região. Assim, a partir das informações con-
que diz respeito às doenças mais letais e às doenças crô- tidas nesse Sistema, pode-se obter a mortalidade propor-
nicas não sujeitas à notificação compulsória, representan- cional por causas, faixa etária, sexo, local de ocorrência e
do, praticamente, a única fonte regular de dados. Para as residência e letalidade de agravos dos quais se conheça
doenças de notificação compulsória, a utilização eficiente a incidência, bem como taxas de mortalidade geral, infan-
desta fonte de dados depende da verificação rotineira da til, materna ou por qualquer outra variável contida na DO,
presença desses agravos no banco de dados do SIM. De- uma vez que são disponibilizadas várias formas de cru-
ve-se também checar se as mesmas constam no Sinan, zamento dos dados. Entretanto, em muitas áreas, o uso
bem como a evolução do caso para óbito. dessa rica fonte de dados é prejudicada pelo não preenchi-
Uma vez preenchida a DO, quando se tratar de óbi- mento correto das DO, com omissão de dados como, por
tos por causas naturais, ocorridos em estabelecimento de exemplo, estado gestacional ou puerperal, ou pelo registro
saúde, a primeira via (branca) será da secretaria municipal excessivo de causas mal definidas, prejudicando o uso
dessas informações nas diversas instâncias do sistema de
de saúde (SMS); a segunda (amarela) será entregue aos
saúde. Estas análises devem ser realizadas em todos os
familiares do falecido, para registro em Cartório de Regis-
níveis do sistema, sendo subsídios fundamentais para o
tro Civil e emissão da Certidão de Óbito (ficando retida no
planejamento de ações dos gestores.
cartório); a terceira (rosa) ficará arquivada no prontuário
do falecido. Nos óbitos de causas naturais ocorridos fora
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS
do estabelecimento de saúde, mas com assistência médi-
VIVOS (SINASC)
ca, o médico que fornecer a DO deverá levar a primeira e
terceira vias para a SMS, entregando a segunda para os
O número de nascidos vivos constitui relevante infor-
familiares do falecido. Nos casos de óbitos de causas na- mação para o campo da saúde pública, pois possibilita a
turais, sem assistência médica, em locais que disponham constituição de indicadores voltados para a avaliação de
de Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), estes serão riscos à saúde do segmento materno-infantil, a exemplo
responsáveis pela emissão da DO, obedecendo o mesmo dos coeficientes de mortalidade infantil e materna, nos
fluxo dos hospitais. Em lugares onde não exista SVO, um quais representa o denominador. Antes da implantação
médico da localidade deverá preencher a DO obedecendo do Sinasc, em 1990, esta informação só era conhecida
o fluxo anteriormente referido para óbitos ocorridos fora do no Brasil por estimativas realizadas a partir da informação
estabelecimento de saúde, com assistência médica. Nos censitária. Atualmente, são disponibilizados pela SVS, no
óbitos por causas naturais em localidades sem médicos, site www.datasus.gov.br, dados do Sinasc referentes aos
o responsável pelo falecido, acompanhado de duas teste- anos de 1994 em diante. Entretanto, até o presente mo-
munhas, comparecerá ao Cartório de Registro Civil onde mento, só pode ser utilizado como denominador, no cálcu-
será preenchida a DO. A segunda via deste documento lo de alguns indicadores, em regiões onde sua cobertura é
ficará retida no cartório e a primeira e terceira vias serão ampla, substituindo deste modo as estimativas censitárias.
recolhidas pela secretaria municipal de saúde. Nos óbitos O Sinasc tem como instrumento padronizado de co-
por causas acidentais ou violentas, o médico legista do leta de dados a Declaração de Nascido Vivo (DN), cuja
Instituto Médico-Legal (IML) deverá preencher a DO (nos emissão, a exemplo da DO, é de competência exclusiva do

Conhecimentos Específicos 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Ministério da Saúde. Tanto a emissão da DN como o seu pela SMS, e a segunda, para seus arquivos. A terceira via
registro em cartório serão realizados no município de ocor- será entregue ao responsável, que a destinará à unidade
rência do nascimento. Deve ser preenchida nos hospitais e de saúde do primeiro atendimento da criança.
outras instituições de saúde que realizam parto, e nos Car- Também nesses casos as primeiras vias da DN deve-
tórios de Registro Civil, na presença de duas testemunhas, rão ser recolhidas ativamente pelas secretarias municipais
quando o nascimento ocorre em domicílio sem assistência de saúde, que após digitá-las envia o consolidado para as
de profissional de saúde. Desde 1992 sua implantação SES, onde os dados são processados e distribuídos se-
ocorre de forma gradual. Atualmente, vem apresentando gundo o município de residência e, a seguir, enviados para
em muitos municípios um volume maior de registros do o MS, que os reagrupa por estados de residência, sendo
que o publicado nos anuários do IBGE, com base nos da- disponibilizados pela SVS através do site www.datasus.
dos dos Cartórios de Registro Civil. gov.br e em CD-ROM. Em todos os níveis do sistema, os
A DN deve ser preenchida para todos os nascidos vi- dados deverão ser criticados. As críticas realizadas visam
vos no país, o que, segundo conceito definido pela OMS, detectar possíveis erros de preenchimento da Declaração
corresponde a “todo produto da concepção que, indepen- de Nascido Vivo ou da digitação de dados. Sua validação
dentemente do tempo de gestação ou peso ao nascer, de- é feita pelo cruzamento de variáveis para verificação de
pois de expulso ou extraído do corpo da mãe, respire ou consistência, como, por exemplo, o peso do bebê com o
apresente outro sinal de vida tal como batimento cardíaco, tempo de gestação ou a idade da mãe com a paridade.
pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos A utilização dos dados deste sistema para o planeja-
músculos de contração voluntária, estando ou não des- mento e tomada de decisões nas três esferas de governo
prendida a placenta”. A obrigatoriedade desse registro é ainda é incipiente. Na maioria das vezes, como denomina-
também dada pela Lei n° 6.015/73. No caso de gravidez dor para o cálculo de taxas como as de mortalidade infantil
múltipla, deve ser preenchida uma DN para cada criança e materna, por exemplo. Apesar disso, alguns indicadores
nascida viva. vêm sendo propostos - a grande maioria voltada à avalia-
É sabida a ocorrência de uma proporção razoável de ção de risco da mortalidade infantil e a qualidade da rede
subnotificação de nascimentos, estimada em até 35% para de atenção à gravidez e ao parto.
alguns estados, em 1999, particularmente nas regiões Entre os indicadores de interesse para a atenção à
Norte e Nordeste - que nesse ano apresentaram cobertu- saúde materno-infantil, são imprescindíveis as informa-
ra média em torno de 80% do número de nascidos vivos ções contidas na DN: proporção de nascidos vivos de bai-
estimado para cada região, motivo que levou as áreas res- xo peso, proporção de nascimentos prematuros, proporção
ponsáveis pelas estatísticas vitais a realizarem uma busca de partos hospitalares, proporção de nascidos vivos por
ativa nas unidades emissoras de DNs. Entretanto, nesse faixa etária da mãe, valores do índice Apgar no primeiro e
mesmo período, a captação de nascimentos pelo Sinasc quinto minutos, número de consultas pré-natal realizadas
encontrava-se igual ou superior a 100% em relação às es- para cada nascido vivo, dentre outros. Além desses, po-
timativas demográficas nas regiões Sul, Sudeste e Centro- dem ainda ser calculados indicadores clássicos voltados à
-Oeste, com índices mínimos de 87%, 90% e 96% em três caracterização geral de uma população, como a taxa bruta
estados. Tais dados revelam progressiva melhoria da co- de natalidade e a taxa de fecundidade geral.
bertura desse sistema, o que favorece sua utilização como
fonte de dados para a confecção de alguns indicadores. SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES
Igualmente à DO, os formulários de Declaração de (SIH/SUS)
Nascido Vivo são pré-numerados, impressos em três vias
coloridas e distribuídos às SES pela SVS/MS. As SES en- O SIH/SUS, que possui dados informatizados desde
carregavam-se, até recentemente, e sua distribuição aos 1984, não foi concebido sob a lógica epidemiológica, mas
estabelecimentos de saúde e cartórios. Apesar da preco- sim com o propósito de operar o sistema de pagamento
nização de que as SMS devem assumir esse encargo, isto de internação dos hospitais contratados pelo Ministério da
ainda não está acontecendo em todo o território nacional. Previdência. Posteriormente, foi estendido aos hospitais
Nos partos ocorridos em estabelecimentos de saúde, filantrópicos, universitários e de ensino e aos hospitais pú-
a primeira via (branca) da DN preenchida será para a SMS; blicos municipais, estaduais e federais. Nesse último caso,
a segunda (amarela) deverá ser entregue ao responsável somente aos da administração indireta e de outros minis-
pela criança, para a obtenção da Certidão de Nascimento térios.
no Cartório de Registro Civil, onde ficará retida; a terceira Reúne informações de cerca de 70% dos internamen-
(rosa) será arquivada no prontuário da puérpera. Para os tos hospitalares realizados no país, tratando-se, portanto,
partos domiciliares com assistência médica, a primeira via de grande fonte das enfermidades que requerem interna-
deverá ser enviada para a SMS e a segunda e terceira ção, importante para o conhecimento da situação de saúde
vias entregues ao responsável, que utilizará a segunda e gestão de serviços. Ressalte-se sua gradativa incorpora-
via para registro do nascimento em cartório e a terceira ção à rotina de análise e informações de alguns órgãos de
para apresentação em unidade de saúde onde realizar a vigilância epidemiológica de estados e municípios.
primeira consulta da criança. Nos partos domiciliares sem Seu instrumento de coleta de dados é a Autorização de
assistência médica, a DN será preenchida no Cartório de Internação Hospitalar (AIH), atualmente emitida pelos es-
Registro Civil, que reterá a primeira via, a ser recolhida tados a partir de uma série numérica única definida anual-

Conhecimentos Específicos 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

mente em portaria ministerial. Este formulário contém, en- nibilização do consolidado Brasil. Para a vigilância epide-
tre outros, os dados de atendimento, com os diagnósticos miológica, avaliação e controle de ações, esta é uma im-
de internamento e alta (codificados de acordo com a CID), portante qualidade para o estímulo à sua análise rotineira.
informações relativas às características de pessoa (idade
e sexo), tempo e lugar (procedência do paciente) das inter- SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBULATORIAIS DO
nações, procedimentos realizados, valores pagos e dados SUS (SIA/SUS)
cadastrais das unidades de saúde, que permitem sua utili-
zação para fins epidemiológicos. Em 1991, o SIA/SUS foi formalmente implantado em
Os números de AIHs têm validade de quatro meses, todo o território nacional como instrumento de ordenação
não sendo mais aceitos pelo sistema. Tal regra permite do pagamento dos serviços ambulatoriais (públicos e con-
certa compensação temporal naqueles estados em que a veniados), viabilizando aos gestores apenas a informação
sazonalidade da ocorrência de doenças influencia forte- do gasto por natureza jurídica do prestador. O total de con-
mente o número de internações. sultas e exames realizados era fornecido por outro siste-
O banco de dados, correspondente ao cadastro de to- ma, de finalidade puramente estatística, cujo documento
das as unidades prestadoras de serviços hospitalares ao de entrada de dados era o Boletim de Serviços Produzidos
SUS credenciadas, é permanentemente atualizado sem- (BSP) e o único produto resultante, a publicação Inamps
pre que há credenciamento, descredenciamento ou qual- em Dados.
quer modificação de alguma característica da unidade de Embora tenha sofrido algumas alterações com vistas
saúde. a um melhor controle e consistência de dados, o SIA/SUS
Os dados produzidos por este Sistema são amplamen- pouco mudou desde sua implantação. Por obedecer à ló-
te disponibilizados pelo site www.datasus.gov.br e pela gica de pagamento por procedimento, não registra o CID
BBS (Bulletin Board System) do Ministério da Saúde, além do(s) diagnóstico(s) dos pacientes e não pode ser utilizado
de CDROM com produção mensal e anual consolidadas. como informação epidemiológica, ou seja, seus dados não
Os arquivos disponibilizados podem ser de dois tipos: o permitem delinear os perfis de morbidade da população,
“movimento”, em que constam todos os dados, e o “re- a não ser pela inferência a partir dos serviços utilizados.
duzido”, em que não aparecem os relativos aos serviços Entretanto, como sua unidade de registro de informa-
profissionais. ções é o procedimento ambulatorial realizado, desagrega-
O SIH/SUS foi desenvolvido para propiciar a elabora- do em atos profissionais, outros indicadores operacionais
ção de alguns indicadores de avaliação de desempenho podem ser importantes como complemento das análises
de unidades, além do acompanhamento dos números epidemiológicas, por exemplo: número de consultas médi-
absolutos relacionados à freqüência de AIHs e que vêm cas por habitante/ano; número de consultas médicas por
sendo cada vez mais utilizados pelos gestores para uma consultório; número de exames/terapias realizados pelo
primeira aproximação da avaliação de cobertura de sua quantitativo de consultas médicas.
rede hospitalar, e até para a priorização de ações de cará- Desde julho de 1994 as informações relacionadas a
ter preventivo. esse sistema estão disponíveis no site www.datasus.gov.
Entre suas limitações encontram-se a cobertura dos bre por CD-ROM.
dados (que depende do grau de utilização e acesso da po- Ressalte-se como importante módulo o cadastramento
pulação aos serviços da rede pública própria, contratada de unidades ambulatoriais contratadas, conveniadas e da
e conveniada ao SUS), ausência de críticas informatiza- rede pública própria dos estados e municípios, bem como
das, possibilidade das informações pouco confiáveis sobre as informações sobre profissionais por especialidade.
o endereço do paciente, distorções decorrentes de falsos Quando da análise de seus dados, deve-se atentar
diagnósticos e menor número de internamentos que o ne- para as questões relativas à cobertura, acesso, procedên-
cessário, em função das restrições de recursos federais – cia e fluxo dos usuários dos serviços de saúde.
problemas que podem resultar em vieses nas estimativas.
Contudo, ao contrário do que ocorre nos bancos de OUTRAS IMPORTANTES FONTES DE DADOS
dados dos sistemas descritos anteriormente, os dados do
A depender das necessidades dos programas de con-
SIH/SUS, não podem ser corrigidos após terem sido en-
trole de algumas doenças, outros sistemas de informação
viados, mesmo após investigados e confirmados erros de
complementares foram desenvolvidos pelo Cenepi, tais
digitação, codificação ou diagnóstico. O Sistema também
como o FAD (Sistema de informação da febre amarela e
não identifica reinternações e transferências de outros
dengue), que registra dados de infestação pelo Aedes ae-
hospitais, o que, eventualmente leva a duplas ou triplas
gypti, a nível municipal, e outros dados operacionais do
contagens de um mesmo paciente.
programa.
Apesar de todas as restrições, essa base de dados
Outros sistemas de informação que também podem
é de extrema importância para o conhecimento do perfil
ser úteis à vigilância epidemiológica, embora restritos a
dos atendimentos na rede hospitalar. Adicionalmente, não uma área de atuação muito específica, quer por não terem
pode ser desprezada a agilidade do Sistema. Os dados uma abrangência nacional ou por não serem utilizados em
por ele aportados tornam-se disponíveis aos gestores em todos os níveis de gestão, são:
menos de um mês, e cerca de dois meses para a dispo-

Conhecimentos Específicos 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab) ção de estratégias para prevenir e controlar os processos
de sua deterioração e transmissão de enfermidades) por
Sistema de informação territorializado que coleta dados parte das secretarias municipais e estaduais de saúde, em
que possibilitam a construção de indicadores populacionais cumprimento à Portaria nº 36/90, do Ministério da Saúde.
referentes a áreas de abrangência bem delimitadas, cober- Além das informações decorrentes dos sistemas des-
tas pelo Programa de Agentes Comunitários de Saúde e critos existem outras grandes bases de dados de interesse
Programa Saúde da Família. para o setor saúde, com padronização e abrangência nacio-
Sua base de dados possui três blocos: o cadastramen- nais. Entre elas destacam-se: Cadernos de Saúde e Rede
to familiar (indicadores sociodemográficos dos indivíduos e Interagencial de Informação para a Saúde/Ripsa, da qual
de saneamento básico dos domicílios); o acompanhamento um dos produtos é o IDB/Indicadores e Dados Básicos para
de grupos de risco (menores de dois anos, gestantes, hi- a Saúde (acesso via www.datasus.gov.br ou www.saude.
pertensos, diabéticos, pessoas com tuberculose e pessoas gov.br), além daquelas disponibilizadas pelo IBGE (particu-
com hanseníase); e o registro de atividades, procedimentos larmente no que se refere ao Censo Demográfico, à Pesqui-
e notificações (produção e cobertura de ações e serviços sa Brasileira por Amostragem de Domicílios – Pnad e Pes-
básicos, notificação de agravos, óbitos e hospitalizações). quisa Nacional de Saneamento Básico 2000). É também
Os níveis de agregação do SIAB são: microárea de importante verificar outros bancos de dados de interesse
atuação do agente comunitário de saúde (território onde à área da saúde, como os do Ministério do Trabalho (Re-
residem cerca de 150 famílias), área de abrangência da lação Anual de Informações Sociais/Rais) e os do Sistema
equipe de Saúde da Família (território onde residem aproxi- Federal de Inspeção do Trabalho (informações sobre riscos
madamente mil famílias), segmento, zonas urbana e rural, ocupacionais por atividade econômica), bem como fontes
município, estado, regiões e país. Assim, o Sistema possi- de dados resultantes de estudos e pesquisas realizados por
bilita a microlocalização de problemas de saúde como, por instituições como o Ipea e relatórios e outras publicações
exemplo, a identificação de áreas com baixas coberturas de associações de empresas que atuam no setor médico
vacinais ou altas taxas de prevalência de doenças (como supletivo (medicina de grupo, seguradoras, autogestão e
tuberculose e hipertensão), permitindo a espacialização planos de administração).
das necessidades e respostas sociais e constituindo-se em A maioria dos sistemas de informação ora apresenta-
importante ferramenta para o planejamento e avaliação das dos possui manual instrucional e modelos dos instrumentos
ações de vigilância da saúde. de coleta (fichas e declarações) para implantação e utiliza-
ção em computador – disponibilizados pela Secretaria de
Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Vigilância em Saúde.
Nutricional (Sisvan) A utilização dos sistemas de informações de saúde e
de outras fontes de dados, pelos serviços de saúde e ins-
Instrumento de políticas federais, focalizadas e com- tituições de ensino e pesquisa, dentre outras, pode ser
pensatórias. Atualmente, encontra-se implantado em apro- viabilizada via Internet, propiciando o acesso a dados nas
ximadamente 1.600 municípios considerados de risco para seguintes áreas:
a mortalidade infantil. Disponibiliza informações sobre o •demografia – informações sobre população, mortalida-
programa de recuperação de crianças desnutridas e ges- de e natalidade;
tantes sob risco nutricional. •morbidade – morbidade hospitalar e ambulatorial, re-
gistros especiais, seguro social, acidentes de trânsito, de
Sistema de Informações do Programa Nacional de trabalho, etc.; meio ambiente: saneamento básico, abaste-
Imunização (SI-PNI) cimento de água, destino dos dejetos e lixo, poluição am-
biental, condições de habitação, estudo de vetores;
Implantado em todos os municípios brasileiros, fornece •recursos de saúde e produção de serviços – recursos
dados relativos à cobertura vacinal de rotina e, em cam- físicos, humanos, financeiros, produção na rede de servi-
panhas, taxa de abandono e controle do envio de boletins ços básicos de saúde e em outras instituições de saúde,
de imunização. Além do módulo de avaliação do PNI, este vigilância sanitária; no âmbito documental e administrativo:
Sistema dispõe de um subsistema de estoque e distribuição legislação médico-sanitária, referências bibliográficas e sis-
de imunobiológicos para fins gerenciais. temas administrativos.

Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade Existem outros dados necessários ao município e não
da Água para Consumo Humano (Siságua) coletados regularmente, que podem ser obtidos mediante
de inquéritos e estudos especiais, de forma eventual e loca-
Fornece informações sobre a qualidade da água para lizada. Contudo, é preciso haver racionalidade na definição
consumo humano, proveniente dos sistemas público e pri- dos dados a serem coletados, processados e analisados no
vado, e soluções alternativas de abastecimento. Objetiva SIS, para evitar desperdício de tempo, recursos e descré-
coletar, transmitir e disseminar dados gerados rotineiramen- dito no sistema de informação, tanto pela população como
te, de forma a produzir informações necessárias à prática pelos técnicos.
da vigilância da qualidade da água de consumo humano
(avaliação da problemática da qualidade da água e defini-

Conhecimentos Específicos 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Conceito de Administração Pública

De Acordo com Alexandre Mazza (2017), o conceito de ‘‘Administração Pública’’, no que interessa ao estudo do
Direito Administrativo, compreende duas classificações, ou, nas palavras do administrativista, dois sentidos. São eles:
- Administração Pública em sentido subjetivo, orgânico ou formal: Parte do princípio de que a função administrativa
pode ser exercida pelo Poder Executivo, de forma típica, mas também pelos Poderes Legislativo e Judiciário, de forma
atípica. Nesse sentido, a Administração Pública em sentido subjetivo, orgânico ou formal, nada mais seria do que o
conglomerado de agentes, órgãos e entidades públicas que atuam no exercício da função administrativa.
- Administração pública em sentido objetivo, material ou funcional: Grafada em letras minúsculas consiste na ativi-
dade, exercida pelo Estado, voltada para a defesa do interesse público. Segundo Mazza (2017) é possível empregar o
conceito de administração pública material sob as perspectivas lato sensu, de acordo com a qual administração pública
abrangeria as funções administrativa e política de Estado, e stricto sensu, que parte da noção restritiva de que adminis-
tração pública material está ligada única e exclusivamente ao exercício da função administrativa.

Logo:
Agentes, órgãos e entidades que atuam
Sentido Subjetivo, orgânico ou formal →
na função administrativa
Administração Pública
Atividade e interesse Público, exercício
Sentido Objetivo, material ou funcional →
da função administrativa

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ORGANIZAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA

A Organização Administrativa, disciplinada na esfera federal pelo Decreto Lei n. 200/67, estuda a Administração
Pública em sentido subjetivo, orgânico ou formal, dando conta do conjunto de pessoas, órgãos e agentes que compõe
a Administração Pública.
A fim de executar suas atribuições e melhor desempenhar suas competências, a Administração Pública lança mão
de dois instrumentos, ou técnicas, quais sejam, desconcentração e descentralização.
Concentração e Desconcentração: Alexandre Mazza (2017) pontua que a concentração consiste no acúmulo
de competências administrativas por órgãos públicos despersonalizados e sem divisões internas, de forma que
não há divisão de atribuições entre as repartições públicas. A desconcentração, por sua vez, consiste na divisão de
atribuições entre órgãos públicos de uma mesma pessoa jurídica (existência de vínculo hierárquico).
A diferença entre concentração e desconcentração perpassa o conceito de órgão público (também denominado
repartição pública) que, de acordo com o art. 1º,§ 2º, I, da Lei n. 9.784/99 é uma unidade de atuação integrante da
estrutura da Administração Direta e da estrutura da Administração Indireta. Assim, desprovidos de personalidade
jurídica, os órgãos públicos são ‘‘ engrenagens’’ que compõe tanto a Administração Pública Direta, quanto a Adminis-
tração Pública Indireta.

Importante! A Administração Pública se divide em Direta, composta pelos entes federativos, e Indireta, composta
por outros entes (explorados a seguir), a partir do fenômeno da descentralização. Os órgãos públicos são como ‘‘en-
grenagens’’ que auxiliam o exercício da função administrativa nos âmbitos da Administração Pública Direta e Indireta.
Órgãos Públicos não possuem personalidade jurídica, o que, pragmaticamente significa que os órgãos públicos não
podem responder judicialmente pelos prejuízos causados pelos agentes que atuam em suas estruturas, respondem
pelos órgãos públicos o ente da Administração Pública Direta ou Indireta ao qual está vinculado → Teoria do Órgão
ou Imputação Volitiva.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA


União Autarquias
Estados Fundações Públicas
Distrito Federal Empresas Públicas
Municípios Sociedades de Economia Mista

Conhecimentos Específicos 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A doutrina aponta a existência de três espécies de Administração Direta e Administração Indireta:


desconcentração, são elas: Para uma melhor compreensão dos fenômenos da con-
Desconcentração Territorial: Critério segundo o qual os centração e desconcentração, e da centralização e des-
órgãos públicos contam com limitação geográfica de atua- centralização, é necessário conhecimento elementar dos
ção. Assim, por exemplo, a Delegacia de Polícia do muni- institutos da Administração Direta e da Administração In-
cípio x não pode atuar no âmbito do município y, muito em- direta.
bora possua as mesmas atribuições (competência material) Administração Direta: Matheus Carvalho (2017) de-
da Delegacia de polícia do município y (MAZZA, 2017). fine Administração Direta como sendo o aglomerado de
órgãos que compõe os entes federativos (União, Estados,
Desconcentração Material ou Temática: As competên- Distrito Federal e Municípios), e os serviços que agregam
cias e atribuições são divididas entre os órgãos públicos a estrutura da chefia do poder executivo e seus ministérios
conforme sua especialização temática. Assim, por exem- ou secretarias. A expressão ‘‘Administração Direta’’, deste
plo, a União conta com Ministérios especializados em Se- modo, está relacionada à prestação direta, ou centraliza-
gurança Pública, Educação e outros (MAZZA, 2017). da, do serviço público pelos entes federativos.

Desconcentração Hierárquica ou Funcional: Distribui A prestação centralizada do serviço público se dá por


competências entre os órgãos a partir do critério da exis- meios dos órgãos estatais e pelos Servidores Públicos,
tência de subordinação entre eles. Assim, por exemplo, que são indivíduos investidos de poderes e competências
os Tribunais, juízos de segundo grau, são responsáveis para agir em nome do Estado.
por julgar recursos inerentes de decisões desfavoráveis
do juízo de primeiro grau (MAZZA, 2017). Quando o ente federativo centraliza atividades, a com-
petência para o exercício de tais atividades é dividida en-
Centralização e Descentralização: Por meio da cen- tre seus órgãos internos. A tal divisão, dá-se o nome de
tralização, as competências administrativas são cumpri- desconcentração.
das por uma única pessoa jurídica/ ente estatal/ Adminis-
tração Pública Direta, ou seja, pela União, Estados, Distri- Os entes federativos, membros da Administração Di-
to Federal e Municípios. reta, possuem personalidade jurídica de direito público e
Na descentralização, por sua vez, as competências se submetem a todas as prerrogativas inerentes ao Regi-
administrativas são divididas e distribuídas, pelo Estado, me Jurídico Administrativo, conteúdo analisado adiante.
aos entes da Administração Pública Indireta, ou a parti- Importante! Pela expressão ‘‘Estado’’, compreende-
culares vinculados à Administração Pública por contratos -se os entes federativos, componentes da Administração
administrativos. Pública Direta, ou seja, União, Estados, Distrito Federal e
A doutrina majoritária subdivide a descentralização Municípios.
em outorga e delegação. Vejamos: Administração Pública Indireta: É possível que o Esta-
do crie pessoas jurídicas para as quais determine a trans-
Outorga: Pela descentralização via outorga, há trans-
ferência de atividades de sua alçada, ato denominado
ferência da titularidade e da execução do serviço públi-
descentralização. Tais pessoas jurídicas serão criadas em
co. De acordo com Matheus Carvalho (2017), a descen-
consonância com o princípio da especialização, de acordo
tralização via outorga só pode ser realizada para pessoas
com o qual possuirão estrutura adequada à prestação dos
jurídicas de direito público (autarquias e fundações públi-
serviços públicos ou atividades que lhes serão destinadas,
cas de direito público, como se verá a seguir), através de
para, assim, melhor servirem aos critérios de eficiência
edição de lei específica.
que se espera da Administração Pública. São regras que
Delegação: A descentralização via delegação, por se aplicam a todas as entidades da administração Pública
sua vez, não transfere a titularidade do serviço público, Indireta:
mas tão somente a execução. A descentralização por de- → Possuem Personalidade Jurídica Própria, diferen-
legação pode ser feita para particulares contratados pela te dos órgãos públicos. Consistem em pessoas jurídicas
Administração Pública, ou aos entes da Administração Pú- independentes, que não se confundem com o ente da Ad-
blica Indireta tutelados pelo direito privado, quais sejam, ministração Pública Direta responsável por sua criação;
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. → Necessitam de lei que as crie, ou autorize sua cria-
ção;
Importante! É de suma importância compreender a → Se submetem ao Controle Finalístico dos entes
diferença entre desconcentração e descentralização. Na da Administração Pública Direta. O Controle Finalístico,
desconcentração, a pessoa jurídica (ente administrativo) também denominado Tutela Administrativa, Vinculação,
exerce controle sobre seus órgãos e pessoas, ou seja, ou Supervisão Ministerial, se restringe ao ato de verifica-
parte da noção de hierarquia. Na descentralização, como ção quanto ao cumprimento dos objetivos para os quais o
há passagem de atividade de uma pessoa para outra, ou ente da Administração Pública Indireta foi criado.
seja, trata-se de fenômeno externo, não há hierarquia,
mas sim vinculação (ligação que se dá por meio de lei ou São entes da Administração Pública Indireta em
de ato administrativo). espécie:

Conhecimentos Específicos 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

→ Autarquias: De acordo com o art. 5º, I do Decre- → Empresas Estatais: Constituem o gênero Empre-
to-Lei 200/67, Autarquias são pessoas jurídicas de di- sas Estatais, as Empresas Públicas e as Sociedades de
reito público criadas para executar atividades típicas da Economia Mista, ambas criadas sob regime jurídico de
Administração Pública, quais sejam, prestação de serviço direito privado.
público e exercício do poder de polícia administrativa. As Empresas Públicas e as Sociedades de Economia
Por esse motivo, se submetem a todas as prerrogati- Mista se diferem quanto:
vas e limitações inerentes ao Regime de Direito Público, a
exemplo da imunidade tributária, bens públicos, cláusulas Ao capital: As Empresas Públicas são formadas por
exorbitantes nos contratos firmados com particulares, ne- capital 100% publico, advindo tanto de entes da Adminis-
cessidade de procedimento licitatório para firmar contra- tração Pública Direta, quando da Administração Pública
tos, e promoção de concursos públicos para provimento Indireta. A maior porção do capital, entretanto, deve per-
de seus cargos (conteúdos analisados adiante). tencer a uma entidade da Administração Pública Direta.
As Autarquias são diretamente criadas mediante lei Na Sociedade de Economia Mista, como o próprio nome
ordinária, razão pela qual não é necessário o registro de denuncia, o capital é misto, ou seja, constituído de fontes
seus atos constitutivos. públicas e privadas. Entretanto, a maior parte do capital
deve, necessariamente pertencer ao poder público, não
São Autarquias em espécie: importando que seja advenha da Administração Pública
Autarquias de Controle: Também denominadas au- Direta ou Indireta;
tarquias profissionais, são os conselhos de classe que A forma societária: A Empresa Pública pode ser
atuam no desempenho do poder de polícia administrati- constituída sob qualquer forma societária, inclusive Socie-
va, fiscalizando o exercício das profissões e impondo san- dade Anônima (S.A.). A Sociedade de Economia Mista,
ções à infrações éticas e atuação imperita. por sua vez, sempre será constituída sob forma de S.A;
Autarquias em Regime Especial: São Autarquias em Ao deslocamento de competência para a Justiça
Regime Especial, As Universidades Públicas, devido Federal: De acordo com o art. 109, I da CF, compete à
ao fato de possuírem autonomia pedagógica, bem como,
Justiça Federal Julgar as Ações em que estejam no polo
maior autonomia do que as autarquias comuns para a
ativo ou passivo a União, suas Autarquias, suas Funda-
escolha de seus dirigentes; As Agências Reguladoras,
ções Públicas e suas Empresas Públicas. Ou seja, as So-
pelo fato de que, diferente das autarquias comuns, não
ciedades de Economia mista não tem o condão de deslo-
são criadas para prestação de serviços públicos, mas
car a competência para a Justiça Federal.
sim para regulação e normatização dos serviços públicos
As Empresas Públicas e as Sociedades de Economia
prestados por particulares; As Agências Executivas, an-
Mista tem em comum o fato de:
tes autarquias comuns insuficientes no ato da execução
das finalidades para as quais foram criadas, firmam um
contrato de gestão com a Administração Pública Direta e, Não gozarem de nenhuma prerrogativa de direi-
assim, são qualificadas como Agências Executivas, pas- to público, já que são constituídas sob a personalidade
sando a gozar de uma série de prerrogativas para cumprir jurídica de Direito Privado. Entretanto, como fazem parte
com as metas de um plano de recuperação. do aparelho estatal, estão sujeitas a todas as limitações
→ Fundações Públicas: Pessoa Jurídica formada impostas ao Estado (Regime Híbrido). Por exemplo, ainda
mediante destinação de patrimônio público, voltada para que sujeitas ao regime celetista (Consolidação das Leis do
atuação sem fins lucrativos. Pode ser constituída tan- Trabalho – CLT), precisam promover concursos públicos
to com personalidade de direito público, quanto com para a contratação dos empregados;
personalidade de direito privado. A lei que autoriza sua criação definirá se serão pres-
Quando constituída com personalidade jurídica de di- tadoras de serviço público, ou exploradoras de ativi-
reito público, é criada por lei e se enquadra em todas dade econômica de interesse público;
as características das Autarquias, de forma que também A lei que autoriza a criação de uma Empresa Esta-
pode ser chamada de Autarquia Fundacional. tal também definirá a criação de subsidiárias, que são
Quando constituída com personalidade jurídica de di- empresas criadas para auxiliar as Empresas Públicas e
reito privado, sua criação é autorizada por lei, e se sub- Sociedades de Economia Mista no Exercício de suas ati-
mete ao que a doutrina chama de Regime Híbrido. Em vidades.
virtude do regime híbrido, a Fundação Pública de Direito
Privado não goza de nenhum dos privilégios conferidos As três formas de Administração Pública
pelo regime jurídico de direito público, entretanto, se sub-
mete a todas as restrições conferidas ao Estado. No plano administrativo, a administração pública bu-
Seja Fundação Pública de Direito Público, ou Funda- rocrática surgiu no século passado conjuntamente com o
ção Pública de Direito Privado, contará com edição lei Estado liberal, exatamente como uma forma de defender a
complementar para definição de sua área de atuação. coisa pública contra o patrimonialismo. Na medida, porém,
que o Estado assumia a responsabilidade pela defesa dos
direitos sociais e crescia em dimensão, os custos dessa
defesa passaram a ser mais altos que os benefícios do

Conhecimentos Específicos 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

controle. Por isso, neste século as práticas burocráticas controles rígidos dos processos como, por exemplo, na
vêm cedendo lugar a um novo tipo de administração: a admissão de pessoal, nas compras e no atendimento aos
administração gerencial. cidadãos.
Assim, partindo-se de uma perspectiva histórica, veri- Uma consequência disto é que os próprios controles
fica-se que a administração pública evoluiu através de três se tornam o objetivo principal do funcionário. Dessa forma,
modelos básicos: a administração pública patrimonialista, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de
a burocrática e a gerencial. Essas três formas se sucedem sua missão básica, que é servir à sociedade.
no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja A principal qualidade da administração pública buro-
inteiramente abandonada. crática é o controle dos abusos contra o patrimônio público;
o principal defeito, a ineficiência, a incapacidade de voltar-
Administração Pública Patrimonialista -se para o serviço aos cidadãos vistos como “clientes”.
Esse defeito, entretanto, não se revelou determinante
Nas sociedades anteriores ao advento do Capitalismo na época do surgimento da administração pública burocrá-
e da Democracia, o Estado aparecia como um ente “priva- tica porque os serviços do Estado eram muito reduzidos.
tizado”, no sentido de que não havia uma distinção clara, O Estado limitava-se a manter a ordem e administrar a jus-
por parte dos governantes, entre o patrimônio público e o tiça, a garantir os contratos e a propriedade. O problema
seu próprio patrimônio privado. começou a se tornar mais evidente a partir da ampliação
O Rei ou Monarca estabelecia seu domínio sobre o da participação do Estado na vida dos indivíduos.
país de forma absoluta, não aceitando limites entre a “res Valem aqui alguns comentários adicionais sobre o ter-
publica” e a “res principis”. Ou seja, a “coisa pública” se mo “Burocracia”.
confundia com o patrimônio particular dos governantes, Max Weber, importante cientista social, ocupou-se de
pois não havia uma fronteira muito bem definida entre am- inúmeros aspectos das sociedades humanas. Na década
bas. de 20, publicou estudos sobre o que ele chamou o tipo
Nessas condições, o aparelho do Estado funcionava ideal de burocracia, ou seja, um esquema que procura
como uma extensão do poder do soberano, e os seus sintetizar os pontos comuns à maioria das organizações
auxiliares, servidores, possuíam status de nobreza real. formais modernas, que ele contrastou com as sociedades
Os cargos eram considerados prebendas, ou seja, títulos primitivas e feudais. As organizações burocráticas seriam
passíveis de negociação,sujeitos à discricionariedade do máquinas totalmente impessoais, que funcionam de acor-
governante. do com regras que ele chamou de racionais – regras que
A corrupção e o nepotismo eram inerentes a esse tipo dependem de lógica e não de interesses pessoais.
de administração. O foco não se encontrava no atendi- Weber estudou e procurou descrever o alicerce for-
mento das necessidades coletivas mas, sobretudo, nos mal-legal em que as organizações reais se assentam. Sua
interesses particulares do soberano e de seus auxiliares. atenção estava dirigida para o processo de autoridade
Este cenário muda no final do século XIX, no momento obediência(ou processo de dominação) que, no caso das
em que o capitalismo e a democracia se tornam dominan- organizações modernas, depende de leis. No modelo de
tes. Mercado e Sociedade Civil passam a se distinguir do Weber, as expressões “organização formal” e “organiza-
Estado. Neste novo momento histórico, a administração ção burocrática” são sinônimas.
patrimonialista torna-se inaceitável, pois não mais cabia “Dominação” ou autoridade, segundo Weber, é a pro-
um modelo de administração pública que privilegiava uns babilidade de haver obediência dentro de um grupo deter-
poucos em detrimento de muitos. minado. Há três tipos puros de autoridade ou dominação
As novas exigências de um mundo em transformação, legítima (aquela que conta com o acordo dos dominados):
com o desenvolvimento econômico que se seguia, trouxe-
ram a necessidade de reformulação do modo de gestão Dominação de caráter carismático
do Estado.
Repousa na crença da santidade ou heroísmo de uma
Administração Pública Burocrática pessoa. A obediência é devida ao líder pela confiança
pessoal em sua revelação, heroísmo ou exemplaridade,
Surge na segunda metade do século XIX, na época dentro do círculo em que se acredita em seu carisma.
do Estado liberal, como forma de combater a corrupção e A atitude dos seguidores em relação ao dominador ca-
o nepotismo patrimonialista. Constituem princípios orien- rismático é marcada pela devoção. Exemplos são líderes
tadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a religiosos, sociais ou políticos, condutores de multidões
ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, de adeptos. O carisma está associado a um tipo de in-
o formalismo, em síntese, o poder racional legal. fluência que depende de qualidades pessoais.
Os controles administrativos implantados visam evitar
a corrupção e o nepotismo. Aforma de controle é sempre Dominação de caráter tradicional
a priori, ou seja, controle dos procedimentos, das rotinas
que devem nortear a realização das tarefas. Deriva da crença quotidiana na santidade das tradi-
Parte-se de uma desconfiança prévia nos administra- ções que vigoram desde tempos distantes e na legitimi-
dores públicos e nos cidadãos que a eles dirigem suas dade daqueles que são indicados por essa tradição para
diversas demandas sociais. Por isso, são empregados exercer a autoridade.

Conhecimentos Específicos 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A obediência é devida à pessoa do “senhor”, indicado e não pessoa. A formalidade e a impessoalidade, com-
pela tradição. A obediência dentro da família, dos feudos binadas, fazem a burocracia permanecer, a despeito das
e das tribos é do tipo tradicional. Nos sistemas em que pessoas.
vigora a dominação tradicional, as pessoas têm autorida- • Profissionalismo: os cargos de uma burocracia ofe-
de não por causa de suas qualidades intrínsecas, como recem a seus ocupantes uma carreira profissional e meios
acontece no caso carismático, mas por causa das institui- de vida. A participação nas burocracias tem caráter ocu-
ções tradicionais que representam. É o caso dos sacerdo- pacional.
tes e das lideranças, no âmbito das instituições, como os
partidos políticos e as corporações militares. Apesar das vantagens inerentes nessa forma de orga-
nização, as burocracias podem muitas vezes apresentar
Dominação de caráter racional também uma série de disfunções, conforme a seguir:
• Particularismo – Defender dentro da organização
Decorre da legalidade de normas instituídas racional- interesses de grupos internos, por motivos de convicção,
mente e dos direitos de mando das pessoas a quem essas amizade ou interesse material.
normas responsabilizam pelo exercício da autoridade. A • Satisfação de Interesses Pessoais – Defender inte-
autoridade, portanto, é a contrapartida da responsabilida- resses pessoais dentro da organização.
de. • Excesso de Regras – Multiplicidade de regras e exi-
No caso da autoridade legal, a obediência é devida às gências para a obtenção de determinado serviço.
normas impessoais e objetivas, legalmente instituídas, e • Hierarquia e individualismo – A hierarquia divide res-
às pessoas por elas designadas, que agem dentro de uma ponsabilidades e atravanca o processo decisório. Realça
jurisdição. A autoridade racional fundamenta-se em leis vaidades e estimula disputas pelo poder.
que estabelecem direitos e deveres para os integrantes • Mecanicismo – Burocracias são sistemas de cargos
de uma sociedade ou organização. Por isso, a autoridade limitados, que colocam pessoas em situações alienantes.
que Weber chamou de racional é sinônimo de autoridade
formal. Portanto, as burocracias apresentam dois grandes
“problemas” ou dificuldades: em primeiro lugar, certas dis-
funções, que as descaracterizam e as desviam de seus
Uma sociedade, organização ou grupo que depende
objetivos; em segundo lugar, ainda que as burocracias
de leis racionais tem estrutura do tipo legal-racional ou bu-
não apresentassem distorções, sua estrutura rígida é ade-
rocrática. É uma burocracia. quada a certo tipo de ambiente externo, no qual não há
A autoridade legal-racional ou autoridade burocráti- grandes mudanças. A estrutura burocrática é, por natu-
ca substituiu as fórmulas tradicionais e carismáticas nas reza, conservadora, avessa a inovações; o principal é a
quais se baseavam as antigas sociedades. A administra- estabilidade da organização.
ção burocrática é a forma mais racional de exercer a domi- Mas, como vimos, as mudanças no ambiente externo
nação. A burocracia, ou organização burocrática, possibi- determinam a necessidade de mudanças internas, e nes-
lita o exercício da autoridade e a obtenção da obediência se ponto o paradigma burocrático torna-se superado.
com precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiança.
Portanto, todas as organizações formais são burocra- Administração Pública Gerencial
cias. A palavra burocracia identifica precisamente as orga-
nizações que se baseiam em regulamentos. A sociedade Surge na segunda metade do século XX, como resposta
organizacional é, também, uma sociedade burocratizada. à expansão das funções econômicas e sociais do Estado e
A burocracia é um estágio na evolução das organizações. ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da econo-
De acordo com Weber, as organizações formais mo- mia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os pro-
dernas baseiam-se em leis, que as pessoas aceitam por blemas associados à adoção do modelo anterior.
Torna-se essencial a necessidade de reduzir custos
acreditarem que são racionais, isto é, definidas em função
e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão
do interesse das próprias pessoas e não para satisfazer
como beneficiário, resultando numa maior eficiência da
aos caprichos arbitrários de um dirigente.
administração pública. A reforma do aparelho do Estado
O tipo ideal de burocracia, formulado por Weber, apre- passa a ser orientada predominantemente pelos valores
senta três características principais que diferenciam estas da eficiência e qualidade na prestação de serviços públi-
organizações formais dos demais grupos sociais: cos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas
• Formalidade: significa que as organizações são organizações.
constituídas com base em normas e regulamentos explí- A administração pública gerencial constitui um avan-
citos, chamadas leis, que estipulam os direitos e deveres ço, e até certo ponto um rompimento com a administração
dos participantes. pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que ne-
• Impessoalidade: as relações entre as pessoas que gue todos os seus princípios. Pelo contrário, a adminis-
integram as organizações burocráticas são governadas tração pública gerencial está apoiada na anterior, da qual
pelos cargos que elas ocupam e pelos direitos e deveres conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus princí-
investidos nesses cargos. Assim, o que conta é o cargo pios fundamentais, como:

Conhecimentos Específicos 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

• A admissão segundo rígidos critérios de mérito (con- O paradigma gerencial contemporâneo, fundamenta-
curso público); do nos princípios da confiança e da descentralização da
• A existência de um sistema estruturado e universal decisão, exige formas flexíveis de gestão, horizontaliza-
de remuneração (planos de carreira); ção de estruturas, descentralização de funções, incenti-
• A avaliação constante de desempenho (dos funcio- vos à criatividade. Contrapõe-se à ideologia do formalismo
nários e de suas equipes de trabalho); e do rigor técnico da burocracia tradicional. À avaliação
• O treinamento e a capacitação contínua do corpo sistemática, à recompensa pelo desempenho, e à capa-
funcional. citação permanente, que já eram características da boa
administração burocrática, acrescentam-se os princípios
A diferença fundamental está na forma de controle, da orientação para o cidadão-cliente, do controle por re-
que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se sultados, e da competição administrada.
nos resultados. A rigorosa profissionalização da adminis-
tração pública continua sendo um princípio fundamental. Princípios
Na administração pública gerencial a estratégia volta-
-se para: Os princípios são necessários para nortear o direito,
1. A definição precisa dos objetivos que o administra- embasando como deve ser. Na Administração Pública não
dor público deverá atingirem sua unidade; é diferente, temos os princípios expressos na constitui-
2. A garantia de autonomia do administrador na ges- ção que são responsáveis por organizar toda a estrutura
tão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe e além disso mostrar requisitos básicos para uma “boa
forem colocados à disposição para que possa atingir os administração”, não apenas isso, mas também gerar uma
objetivos contratados; segurança jurídica aos cidadãos, como por exemplo, no
3. O controle ou cobrança a posteriori dos resultados. princípio da legalidade, que atribui ao indivíduo a obriga-
ção de realizar algo, apenas em virtude da lei, impedindo
Adicionalmente, pratica-se a competição administrada assim que haja abuso de poder.
No texto da Constituição Federal, temos no seu art.
no interior do próprio Estado, quando há a possibilidade
37, em seu caput, expressamente os princípios constitu-
de estabelecer concorrência entre unidades internas.
cionais relacionados com a Administração Pública, ficando
No plano da estrutura organizacional, a descentrali-
com a doutrina, a necessidade de compreender quais são
zação e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se es-
as verdadeiras aspirações destes princípios e como eles
senciais. Em suma, afirma-se que a administração pública
estão sendo utilizados na prática, sendo isso uma dos ob-
deve ser permeável à maior participação dos agentes pri-
jetos do presente trabalho.
vados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar
Com o desenvolvimento do Estado Social, temos que
a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados(- os interesses públicos se sobrepuseram diante todos os
fins). outros, a conhecida primazia do público, a tendência para
A administração pública gerencial inspira-se na admi- a organização social, na qual os anseios da sociedade de-
nistração de empresas, mas não pode ser confundida com vem ser atendidos pela Administração Pública, assim, é
esta última. Enquanto a administração de empresas está função desta, realizar ações que tragam benefícios para
voltada para o lucro privado, para a maximização dos inte- a sociedade.
resses dos acionistas, esperando-se que, através do mer-
cado, o interesse coletivo seja atendido, a administração Primeiramente falaremos dos PRINCÍPIOS EXPLÍ-
pública gerencial está explícita e diretamente voltada para CITOS, no caput do artigo 37 da Magna Carta, quais
o interesse público. sejam, legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
Neste último ponto, como em muitos outros (profissio- cidade e eficiência.
nalismo, impessoalidade), a administração pública geren-
cial não se diferencia da administração pública burocráti- Os Princípios Constitucionaisda Administração
ca. Na burocracia pública clássica existe uma noção muito Pública
clara e forte do interesse público. A diferença, porém, está Para compreender os Princípios da Administração Pú-
no entendimento do significado do interesse público, que blica é necessário entender a definição básica de princí-
não pode ser confundido com o interesse do próprio Esta- pios, que servem de base para nortear e embasar todo
do. Para a administração pública burocrática, o interesse o ordenamento jurídico e é tão bem exposto por Reale
público é frequentemente identificado com a afirmação do (1986, p. 60), ao afirmar que:
poder do Estado. “Princípios são, pois verdades ou juízos fundamen-
A administração pública gerencial vê o cidadão como tais, que servem de alicerce ou de garantia de certeza
contribuinte de impostos e como uma espécie de “cliente” a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de
dos seus serviços. Os resultados da ação do Estado são conceitos relativos à dada porção da realidade. Às vezes
considerados bons não porque os processos administrati- também se denominam princípios certas proposições, que
vos estão sob controle e são seguros, como quer a admi- apesar de não serem evidentes ou resultantes de evidên-
nistração pública burocrática, mas porque as necessida- cias, são assumidas como fundantes da validez de um
des do cidadão-cliente estão sendo atendidas. sistema particular de conhecimentos, como seus pressu-
postos necessários.”

Conhecimentos Específicos 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Assim, princípios são proposições que servem de base “Assim, o princípio da legalidade é o da completa sub-
para toda estrutura de uma ciência, no Direito Administrativo missão da Administração às leis. Este deve tão-somente
não é diferente, temos os princípios que servem de alicer- obedecê-las, cumpri-las, pô-las em prática. Daí que a ati-
ce para este ramo do direito público. Os princípios podem vidade de todos os seus agentes, desde o que lhe ocupa
ser expressos ou implícitos, vamos nos deter aos expres- a cúspide, isto é, o Presidente da República, até o mais
sos, que são os consagrados no art. 37 da Constituição da modesto dos servidores, só pode ser a de dóceis, reve-
República Federativa do Brasil. Em relação aos princípios rentes obsequiosos cumpridores das disposições gerais
constitucionais, Meirelles (2000, p.81) afirma que: fixadas pelo Poder Legislativo, pois esta é a posição que
“Os princípios básicos da administração pública es- lhes compete no direito Brasileiro.”
tão consubstancialmente em doze regras de observância No mais, fica claro que a legalidade é um dos requisi-
permanente e obrigatória para o bom administrador: lega- tos necessários na Administração Pública, e como já dito,
lidade, moralidade, impessoalidade ou finalidade, publici- um princípio que gera segurança jurídica aos cidadãos e
dade, eficiência, razoabilidade, proporcionalidade, ampla limita o poder dos agentes da Administração Pública.
defesa, contraditório, segurança jurídica, motivação e su-
premacia do interesse público. MORALIDADE
Os cinco primeiros estão expressamente previstos no
art. 37, caput, da CF de 1988; e os demais, embora não Tendo por base a “boa administração”, este princípio
mencionados, decorrem do nosso regime político, tanto relaciona-se com as decisões legais tomadas pelo agen-
que, ao daqueles, foram textualmente enumerados pelo te de administração publica, acompanhado, também, pela
art. 2º da Lei federal 9.784, de 29/01/1999.” honestidade. Corroborando com o tema, Meirelles (2000,
Destarte, os princípios constitucionais da administra- p. 84) afirma:
ção pública, como tão bem exposto, vêm expressos no “É certo que a moralidade do ato administrativo junta-
art. 37 da Constituição Federal, e como já afirmado, reto- mente a sua legalidade e finalidade, além de sua adequa-
ma aos princípios da legalidade, moralidade, impessoa- ção aos demais princípios constituem pressupostos de va-
lidade ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilida- lidade sem os quais toda atividade pública será ilegítima”.
de, que serão tratados com mais ênfase a posteriori. Em Assim fica claro, a importância da moralidade na Ad-
consonância, Di Pietro conclui que a Constituição de 1988 ministração Publica. Um agente administrativo ético que
inovou ao trazer expresso em seu texto alguns princípios usa da moral e da honestidade, consegue realizar uma
constitucionais. O caput do art. 37 afirma que a adminis- boa administração, consegue discernir a licitude e ilicitude
tração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes de alguns atos, além do justo e injusto de determinadas
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- ações, podendo garantir um bom trabalho.
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali-
dade, moralidade, publicidade e eficiência. IMPESSOALIDADE

LEGALIDADE Um princípio ainda um pouco conturbado na doutrina,


mas, a maioria, dos doutrinadores, relaciona este princípio
O princípio da legalidade, que é uma das principais com a finalidade, ou seja, impõe ao administrador público
garantias de direitos individuais, remete ao fato de que que só pratique os atos em seu fim legal, Mello (1994,
a Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei p.58) sustenta que esse princípio “se traduz a idéia de que
permite, ou seja, só pode ser exercido em conformidade a Administração tem que tratar a todos os administrados
com o que é apontado na lei, esse princípio ganha tanta sem discriminações, benéficas ou detrimentosas”.
relevância pelo fato de não proteger o cidadão de vários Para a garantia deste principio, o texto constitucional
abusos emanados de agentes do poder público. Diante do completa que para a entrada em cargo público é necessá-
exposto, Meirelles (2000, p. 82) defende que: rio a aprovação em concurso público.
“Na Administração Pública não há liberdade nem von-
tade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública
só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o par- É um princípio que é implícito da Constituição Fede-
ticular significa “poder fazer assim”; para o administrador ral brasileira, mas que é explícito em algumas outras leis,
público significa “deve fazer assim”.” como na paulista, e que vem ganhando muito força, como
Deste modo, este princípio, além de passar muita se- afirma Meirelles (2000). É mais uma tentativa de limitação
gurança jurídica ao indivíduo, limita o poder do Estado, ao poder púbico, como afirma Di Pietro (1999, p. 72):
ocasionando assim, uma organização da Administração “Trata-se de um princípio aplicado ao direito adminis-
Pública. Como já afirmado, anteriormente, este princípio trativo como mais uma das tentativas de impor-se limita-
além de previsto no caput do art. 37, vem devidamente ções à discricionariedade administrativa, ampliando-se o
expresso no rol de Direitos e Garantias Individuais, no art. âmbito de apreciações do ato administrativo pelo Poder
5º, II, que afirma que “ninguém será obrigado a fazer ou Judiciário.”
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. Em
conclusão ao exposto, Mello (1994, p.48) completa:

Conhecimentos Específicos 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Esse princípio é acoplado a outro que é o da propor- princípios do texto constitucional como um todo, seriam
cionalidade, pois, como afirma Di Pietro (1999, p. 72), “a os princípios implícitos. Outros princípios do direito admi-
proporcionalidade dever ser medida não pelos critérios nistrativo decorrem classicamente de elaboração jurispru-
pessoais do administrador, mas segundo padrões comuns dencial e doutrinária.
na sociedade em que vive”. Cabe agora indagar quais o PRINCÍPIOS IMPLÍCI-
TOS, que como dito estão disciplinados no artigo 2ª da
PUBLICIDADE lei dos Processos Administrativos Federais, vejamos : “ A
Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos prin-
Para que os atos sejam conhecidos externamente, cípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
ou seja, na sociedade, é necessário que eles sejam pu- proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contradi-
blicados e divulgados, e assim possam iniciar a ter seus tório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.”
efeitos, auferindo eficácia ao termo exposto. Além disso, Os princípios da legalidade, moralidade e da eficiência já
relaciona-se com o Direito da Informação, que está no rol foram acima explicados. Iremos explanar os demais prin-
de Direitos e Garantias Fundamentais. Di Pietro (1999, cípios.
p.67) demonstra que:
“O inciso XIII estabelece que todos têm direito a re- Princípios da Administração Publica não previstos
ceber dos órgãos públicos informações de seu interesse no Art. 37 da Constituição Federal
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, Princípio da isonomia ou igualdade formal
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à se-
gurança da sociedade e do Estado.” Aristóteles afirmava que a lei tinha que dar tratamento
Como demonstrado acima, é necessário que os atos e desigual às pessoas que são desiguais e igual aos iguais.
decisões tomados sejam devidamente publicados para o A igualdade não exclui a desigualdade de tratamento in-
conhecimento de todos, o sigilo só é permitido em casos dispensável em face da particularidade da situação.
A lei só poderá estabelecer discriminações se o fator
de segurança nacional. “A publicidade, como princípio da
de descriminação utilizado no caso concreto estiver re-
administração pública, abrange toda atuação estatal, não
lacionado com o objetivo da norma, pois caso contrário
só sob o aspecto de divulgação oficial de seus atos como,
ofenderá o princípio da isonomia. Ex: A idade máxima de
também, de propiciação de conhecimento da conduta in-
60 anos para o cargo de estivador está relacionado com o
terna de seus agentes” (MEIRELLES, 2000, p.89). Busca-
objetivo da norma.
-se deste modo, manter a transparência, ou seja, deixar
A lei só pode tratar as pessoas de maneira diversa se
claro para a sociedade os comportamentos e as decisões
a distinção entre elas justificar tal tratamento, senão seria
tomadas pelos agentes da Administração Pública. inconstitucional. Assim, trata diferentemente para alcan-
çar uma igualdade real (material, substancial) e não uma
EFICIÊNCIA igualdade formal.
Este princípio zela pela “boa administração”, aquela Princípio da isonomia na Constituição:
que consiga atender aos anseios na sociedade, consiga • “Constituem objetivos fundamentais da República Fe-
de modo legal atingir resultados positivos e satisfatórios, derativa do Brasil: promover o bem de todos sem preconcei-
como o próprio nome já faz referência, ser eficiente. Mei- tos de origem, raça, sexo, cor idade e qualquer outras formas
relles (2000, p 90) complementa: de discriminação” (art. 3º, IV da Constituição Federal).
“O Princípio da eficiência exige que a atividade admi- • “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
nistrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendi- qualquer natureza...” (art. 5º da Constituição Federal).
mento funcional. É o mais moderno princípio da função • “São direitos dos trabalhadores: Proibição de dife-
administrativa, que já não se contenta em se desempe- rença de salário, de exercício de funções e de critério de
nhar apenas com uma legalidade, exigindo resultados po- admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”
sitivos para o serviço público e satisfatório atendimento as (art. 7º, XXX da Constituição Federal).
necessidades da comunidade e de seus membros.”
A eficiência é uma característica que faz com que o Princípio da Motivação
agente público consiga atingir resultados positivos, garan-
tindo à sociedade uma real efetivação dos propósitos ne- A Administração está obrigada a motivar todos os atos
cessários, como por exemplo, saúde, qualidade de vida, que edita, pois quando atua representa interesses da co-
educação, etc.2 letividade. É preciso dar motivação dos atos ao povo, pois
Na Constituição de 1988 encontram-se mencionados ele é o titular da “res publica” (coisa pública).
explicitamente como princípios os seguintes: legalidade, O administrador deve motivar até mesmo os atos dis-
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (este cricionários (aqueles que envolvem juízo de conveniência
último acrescentado pela Emenda 19198 - Reforma Ad- e oportunidade), pois só com ela o cidadão terá condições
ministrativa). Alguns doutrinadores buscam extrair outros de saber se o Estado esta agindo de acordo com a lei.
2 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de Rayssa Car-
Para Hely Lopes Meirelles, a motivação só é obrigatória
nos atos vinculados.
doso Garcia, Jailton Macena de Araújo

Conhecimentos Específicos 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Há quem afirme que quando o ato não for praticado de forma escrita (Ex: Sinal, comando verbal) ou quando a lei
especificar de tal forma o motivo do ato que deixe induvidoso, inclusive quanto aos seus aspectos temporais e espa-
ciais, o único fato que pode se caracterizar como motivo do ato (Ex: aposentadoria compulsória) não será obrigatória a
motivação. Assim, a motivação só será pressuposto de validade do ato administrativo, quando obrigatória.

Motivação segundo o Estatuto do servidor público da União (Lei 8112/90):


Segundo o artigo 140 da Lei 8112/90, motivar tem duplo significado. Assim, o ato de imposição de penalidade
sempre mencionará o fundamento legal (dispositivos em que o administrador baseou sua decisão) e causa da sanção
disciplinar (fatos que levarão o administrador a aplicar o dispositivo legal para àquela situação concreta).
A lei, quando é editada é genérica, abstrata e impessoal, portanto é preciso que o administrador demonstre os fatos
que o levaram a aplicar aquele dispositivo legal para o caso concreto. Só através dos fatos que se pode apurar se houve
razoabilidade (correspondência) entre o que a lei abstratamente prevê e os fatos concretos levados ao administrador.

Falta de motivação:
A falta de motivação leva à invalidação, à ilegitimidade do ato, pois não há o que falar em ampla defesa e contradi-
tório se não há motivação. Os atos inválidos por falta de motivação estarão sujeitos também a um controle pelo Poder
Judiciário.

Motivação nas decisões proferidas pelo Poder Judiciário:


Se até mesmo no exercício de funções típicas pelo Judiciário, a Constituição exige fundamentação, a mesma con-
clusão e por muito maior razão se aplica para a Administração quando da sua função atípica ou principal.

“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar em determinados atos às próprias partes e seus
advogados, ou somente a estes” (art. 93, IX da CF).
“As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros” (art. 93, X da CF).

Princípio da Autotutela

A Administração Pública tem possibilidade de revisar (rever) seus próprios atos, devendo anulá-los por razões de
ilegalidade (quando nulos) e podendo revogá-los por razões de conveniência ou oportunidade (quando inoportunos ou
inconvenientes).
Anulação: Tanto a Administração como o Judiciário podem anular um ato administrativo. A anulação gera efeitos
“ex tunc”, isto é, retroage até o momento em que o ato foi editado, com a finalidade de eliminar todos os seus efeitos
até então.
“A Administração pode declarar a nulidade dos seus próprios atos” (súmula 346 STF).
Revogação: Somente a Administração pode fazê-la. Caso o Judiciário pudesse rever os atos por razões de con-
veniência ou oportunidade estaria ofendendo a separação dos poderes. A revogação gera efeitos “ex nunc”, pois até o
momento da revogação o ato era válido.

Anulação Revogação
Fundamento Por razões de ilegalidade Por razões de conveniência e oportunidade
Competência Administração e Judiciário Administração
Efeitos Gera efeitos “ex tunc” Gera efeitos “ex nunc”

Alegação de direito adquirido contra ato anulado e revogado:


Em relação a um ato anulado não se pode invocar direito adquirido, pois desde o início o ato não era legal. Já em
relação a um ato revogado pode se invocar direito adquirido, pois o ato era válido.
“A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não
se originam direitos, ou revogá-los, por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
ressalvados em todos os casos, a apreciação judicial” (2a parte da sumula 473 do STF).

Princípio da Continuidade da Prestação do Serviço Público

A execução de um serviço público não pode vir a ser interrompida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode
implicar em paralisação total da atividade, caso contrário será inconstitucional (art. 37, VII da CF).

Conhecimentos Específicos 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Não será descontinuidade do serviço público: Ser-


viço público interrompido por situação emergencial (art. ATOS ADMINISTRATIVOS;
6º, §3º da lei 8987/95): Interrupção resultante de uma im-
previsibilidade. A situação emergencial deve ser motivada, Conforme nos ensina o professor Alexandre Santos de
pois resulta de ato administrativo. Se a situação emergen- Aragão: os atos administrativos possuem grande impor-
cial decorrer de negligência do fornecedor, o serviço públi- tância na garantia dos direitos fundamentais dos indiví-
co não poderá ser interrompido. duos e para a própria concepção do Direito Administrativo.
Serviço público interrompido, após aviso prévio, por Antes de surgirem, o Estado atuava por meio de atos ma-
razões de ordem técnica ou de segurança das instalações teriais diretamente oriundos da vontade ilimitada do sobe-
(art. 6º, §3º, I da lei 8987/95). rano. Foi apenas com a sujeição da Administração Pública
Serviço público interrompido, após aviso prévio, no à legalidade que se tornou possível a construção de uma
caso de inadimplência do usuário, considerado o interes- Teoria dos Atos Administrativos, essencial para juridicizar
se da coletividade (art. 6º, §3º, II da lei 8987/95): Cabe ao e intermediar a mera vontade do Estado e a sua execução
fornecedor provar que avisou e não ao usuário, por força material, propiciando o seu controle.
do Código de Defesa do Consumidor. Se não houver co- O ato administrativo surge, então, como mediação en-
municação, o corte será ilegal e o usuário poderá invocar tre a crua vontade estatal e a modificação da esfera jurí-
todos os direitos do consumidor, pois o serviço público é dica dos indivíduos por ela provocada, verdadeiro filtro de
uma relação de consumo, já que não deixa de ser serviço legalidade entre esses dois momentos. Os atos adminis-
só porque é público. trativos juridicizam e consequentemente limitam as mani-
Há várias posições sobre esta hipótese: festações de vontade do Poder Público. Com isso, passam
• Há quem entenda que o serviço público pode ser a existir limites, formalidades e requisitos – e, portanto, o
interrompido nesta hipótese pois, caso contrário, seria um controle – para o exercício do poder/vontade do Estado.
convite aberto à inadimplência e o serviço se tornaria in- À luz da Teoria Geral do Direito, os atos administrati-
viável à concessionária, portanto autoriza-se o corte para vos são espécie de ato jurídico stricto sensu, ou seja, de
preservar o interesse da coletividade (Posição das Procu- manifestação unilateral de vontade destinada a produzir
radorias). efeitos jurídicos (criação, modificação ou extinção de di-
• O fornecedor do serviço tem que provar que avisou reitos e obrigações).
por força do Código de Defesa do Consumidor, já que ser- A peculiaridade dos atos administrativos em relação
viço público é uma relação de consumo. Se não houver aos atos jurídicos em geral é o fato de serem praticados
comunicação o corte será ilegal. no exercício da função de administração pública, isto é, de
• Há quem entenda que o corte não pode ocorrer em busca, com base no ordenamento jurídico, da realização
razão da continuidade do serviço. O art. 22 do CDC dis- dos objetivos incumbidos ao Estado pela Constituição,
põe que “os órgãos públicos, por si ou suas empresas, com todas as prerrogativas, privilégios, limitações e con-
concessionárias, permissionárias, ou sob qualquer outra troles que isso acarreta.
forma de empreendimento são obrigados a fornecer ser- Continuaremos com os ensinamentos do referido pro-
viços adequados, eficientes, seguros e quanto aos essen- fessor para conceituar e explicar sobre o tema, conforme
ciais contínuos”. “Nos casos de descumprimento, total ou segue:
parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as Ato administrativo é toda manifestação unilateral de
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os vontade no exercício de função administrativa que tenha
danos causados, na forma prevista neste Código” (art. 22, por fim imediato criar, modificar ou extinguir direitos ou
parágrafo único do CDC). obrigações.
A vontade que constitui o substrato do ato administra-
Princípio da Razoabilidade tivo não é uma “vontade” subjetiva, na acepção tradicional
civilista do termo, mas sim uma manifestação concreta,
O Poder Público está obrigado, a cada ato que edita, impessoal e objetiva da Administração Pública na execu-
a mostrar a pertinência (correspondência) em relação à ção das finalidades a ela outorgadas pela lei e pela Cons-
previsão abstrata em lei e os fatos em concreto que foram tituição.
trazidos à sua apreciação. Este princípio tem relação com Se não houver manifestação de vontade administra-
o princípio da motivação. tiva, estaremos, quando muito, diante de um fato admi-
Se não houver correspondência entre a lei o fato, o nistrativo, de caráter meramente material, mas não diante
ato não será proporcional. Ex: Servidor chegou atrasado de um ato administrativo. Por exemplo, o fato material de
no serviço. Embora nunca tenha faltado, o administrador, demolição pela Administração Pública de uma construção
por não gostar dele, o demitiu. Há previsão legal para a irregular é um fato administrativo decorrente do ato ad-
demissão, mas falta correspondência para com a única ministrativo de determinação da demolição: a demolição
falta apresentada ao administrador.3 (fato administrativo) decorre, mas não contém, em si, uma
manifestação de vontade.
Difere o ato administrativo, portanto, do fato admi-
nistrativo, mera atividade pública material, sem conteúdo
3 Fonte: www.webjur.com.br
jurídico imediato (em mais exemplos, uma operação ci-

Conhecimentos Específicos 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

rúrgica realizada em hospital público, os atos concretos res pelo Juizado da Infância e da Juventude; também é
da realização da obra pública, a aula em escola pública, ato administrativo a concessão de férias do servidor da
a troca de lâmpada na repartição etc.), e que só gera Assembleia Legislativa.
reflexos indiretos no campo do Direito (dirigir uma viatura Considerando o mesmo critério – de que todos os
oficial é um fato administrativo, mas pode gerar o dever que exercem funções administrativas praticam atos ad-
de indenizar no âmbito de uma responsabilização civil ministrativos –, quando particulares exercerem excep-
se causar um acidente). Às vezes, um ato administrativo cionalmente funções administrativas a eles delegadas
precede o fato administrativo (a licitação e a contratação (como, por exemplo, os particulares concessionários de
de empreiteira precedem a realização da obra pública); serviços públicos), eles podem praticar atos administra-
outras vezes, em face de circunstâncias emergenciais, o tivos. Assim, por exemplo, a concessionária de energia
ato administrativo é praticado a posteriori (a apreensão elétrica pode sancionar administrativamente o cidadão
emergencial de produtos alimentícios fora da data de va- que realizou ligação clandestina; a concessionária de
lidade pelas autoridades sanitárias é seguida da lavratu- transporte de passageiros pode determinar a expulsão
ra do respectivo auto de apreensão). Feito esse primeiro de passageiros que não se comportem adequadamente.
balizamento conceitual, também deve ser firmado que a Por outro lado, como a expedição do ato administra-
vontade manifestada no ato administrativo é unilateral, tivo pressupõe o exercício de atividade administrativa,
ou seja, o efeito produzido na esfera jurídica do admi- caso a Administração Pública pratique atos sem ser no
nistrado deve decorrer tão somente da vontade da Ad- exercício de função propriamente administrativa, não pra-
ministração Pública, independentemente da anuência do ticará ato administrativo. Em outras palavras, para prati-
particular. car atos administrativos, a Administração Pública tem de
Pelo ato administrativo a Administração Pública de agir nessa qualidade, ou seja, com supremacia de Poder
per se modifica a esfera jurídica de outrem (aplicando-lhe Público. Ao se nivelar ao particular, pratica um ato de Di-
uma multa, proibindo determinada construção, conce- reito Privado, e não um ato administrativo (por exemplo,
dendo aposentadoria, interditando estabelecimento, con- são atos privados as emissões de cheques pelo Estado),
vocando para prestar serviço militar etc.). Caso a vontade não possuindo, em relação a ele, qualquer prerrogativa
manifestada seja bilateral, ou seja, decorra da conjunção própria da função administrativa: não poderá, por exem-
de vontades da Administração Pública e do particular, tra- plo, revogá-lo ou anulá-lo unilateralmente. Os princípios
tar-se-á de contrato administrativo ou outra modalidade constitucionais da Administração Pública se aplicam, no
de ato bilateral (ex.: convênio administrativo), mas não entanto, a todos os seus atos, sejam eles de direito públi-
de ato administrativo. co ou de direito privado.
Note-se que nem todo ato administrativo é gravoso Assim, podemos constatar haver tanto atos pratica-
ao particular; há também os atos administrativos que am- dos pela Administração Pública que não são atos admi-
pliam a sua esfera jurídica (ex.: concessão de licenças, nistrativos – são atos privados da Administração –, como
autorização para o exercício de atividades econômicas, existem atos administrativos não praticados pela Admi-
autorização de uso de bem público, outorga de subsídios nistração Pública (por exemplo, os atos das concessioná-
fiscais). rias privadas de serviços públicos praticados com poder
Nesses casos não faria sentido que o particular fos- de autoridade delegada).
se obrigado a receber do Estado benefícios, razão pela Há uma dúvida quanto a se os chamados “atos po-
qual, como explica SÉRGIO ANDRÉA, apesar de o ato líticos” devem ser incluídos ou não no conceito de ato
não perder a sua unilateralidade, tem a sua eficácia con- administrativo. A opinião depende da posição que seja
dicionada à manifestação positiva do particular anterior, adotada quanto a se a chamada função política ou de
concomitante (às vezes até mesmo no mesmo instrumen- Governo – que é a oriunda, diretamente, de competên-
to, sendo formalmente muito parecido com um contrato) cias outorgadas pela Constituição, com elevada margem
ou posterior ao ato administrativo. Caberia um paralelo de discricionariedade (por exemplo, o indulto, a sanção
com o testamento, que, apesar de ser um ato unilateral e o veto legislativo etc.) – configura, ou não, uma função
do testador, depende, para gerar efeitos, da aceitação estatal autônoma. Para os que, como nós, consideram o
dos herdeiros beneficiados. Todos que exercem funções caráter político um aspecto que reveste, com maior ou
administrativas praticam atos administrativos. Desse menor intensidade, todas as funções e atos do Estado, e
modo, todos os Poderes do Estado podem praticar atos que ele não importa exceção, a priori, ao controle juris-
administrativos. Naturalmente que o Poder Executivo é o dicional, os atos políticos praticados pela Administração
que mais os pratica, por ser o que mais exerce funções Pública também teriam a natureza de atos administrati-
administrativas, mas os Poderes Legislativo e Judiciário, vos, ainda que dotados de elevadíssima discricionarie-
no exercício de suas funções administrativas, também dade. Já para quem acredita que a função de Governo é
praticarão atos administrativos. distinta da função administrativa, os atos políticos seriam
Assim, o ato do desembargador presidente de um Tri- categoria naturalmente autônoma em relação à dos atos
bunal de Justiça que homologa o resultado final de con- administrativos, em princípio, insuscetíveis de controle.
curso público destinado ao provimento de cargos de juiz Quanto aos atos normativos da Administração Públi-
é ato administrativo; a aplicação de multa e interdição de ca, para os que reduzem o conceito de função adminis-
uma casa noturna por vender bebidas alcoólicas a meno- trativa à execução concreta da lei, esses atos, que por

Conhecimentos Específicos 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

definição são gerais e abstratos, não seriam atos admi- quem quer, mas quem pode, segundo a norma de direito.
nistrativos. Já para os que – e estes são majoritários – A competência é sempre um elemento vinculado, objeti-
adotam conceito mais amplo de função administrativa, vamente fixado pelo legislador.”
à luz, principalmente, de sua submissão à lei, os atos Todavia, na prática e de acordo com a visão mais
normativos expedidos pela Administração Pública são atualizada do princípio da legalidade, e ressalvados os
uma das espécies de ato administrativo. Para eles, com casos de reserva legal absoluta, as leis não são tão de-
os quais concordamos, a Administração Pública pode talhistas assim, sendo muitas vezes atribuídas compe-
executar, isto é, implementar a lei, tanto de forma ime- tências de forma geral, e mais comumente ainda por re-
diatamente concreta como essa atuação concreta pode gulamentos administrativos organizativos ou regimentos
ser mediada por um ato anterior geral e abstrato. O re- internos. Por exemplo, na grande maioria dos Municípios
gulamento detalha as normas da lei para a sua posterior não há uma lei dispondo que ao secretário municipal de
aplicação concreta pela Administração Pública. cultura compete a administração dos teatros municipais,
Como todo ato jurídico, o ato administrativo, para mas ela está implícita nas competências municipais em
existir, deve possuir certos elementos (plano da existên- cultura e na própria denominação do cargo e na organiza-
cia); além disso, para que seja válido (plano da valida- ção administrativa colocando esses teatros como órgãos
de), tais elementos devem revestir-se de determinadas integrantes da secretaria de cultura. Seria fora de senso
características de compatibilidade com o Ordenamento prático – e possivelmente até mesmo inconstitucional em
Jurídico (ex.: além de possuir objeto, o objeto tem que face do inciso VI do art. 84, CF (reserva de regulamento
ser lícito). Há também o plano da eficácia, pelo qual o ato em matéria organizativa) – exigir que cada uma dessas
jurídico existente e válido pode ficar sujeito a algum prazo competências estivesse especificamente prevista na lei.
ou condição que suste a produção dos seus efeitos. A competência tem de estar contemplada no Ordena-
A doutrina não é unânime quanto à mais adequada mento Jurídico, mas não necessariamente em uma regra
denominação para se referir aos “elementos” do ato ad- de lei específica.
ministrativo; há quem os chame de requisitos, existindo Outro ponto: a competência é irrenunciável e intrans-
os que seriam intrínsecos e os extrínsecos, ou, ainda, ferível, mas pode ser, respeitados os limites legais (que,
os que os chamem de pressupostos. Também quanto à na União, estão expressos nos arts. 11 a 17 da Lei do
enumeração específica de cada um deles há enormes Processo Administrativo Federal – Lei n. 9.784/99), dele-
variações. gada ou avocada.
Adotaremos, contudo, dada sua maior facilidade de Se quem praticou o ato sequer tinha vínculos funcio-
apreensão didática, sem prejuízo de sua importância teó- nais com Administração Pública, ou se, posteriormente,
rica, e, ainda, considerando a sua adoção pela grande descobre-se algum vício em sua investidura, tornando-a
maioria da doutrina, a terminologia e a enumeração de nula, mas, mesmo assim, essa pessoa tinha aparência
HELY LOPES MEIRELLES. de possuir tais vínculos, será considerado agente de fato,
Dessa forma, são cinco os elementos que devem se e os atos por ele praticados não serão considerados nu-
verificar para a formação e validade dos atos administra- los em respeito à boa-fé dos administrados que com ele
tivos, conforme passamos a expor. lidaram.
Trata-se de aplicação, no âmbito do direito público,
Agente da “Teoria da Aparência”.
A consequência é que os atos por ele praticados não
serão, ao menos por razões de incompetência, consi-
O ato deve ser praticado por pessoa física à qual a
derados nulos. Assim, por exemplo, caso se descubra,
lei, explícita ou implicitamente, atribua poder para a sua
anos após a sua realização, fraude em concurso público
prática. Vale lembrar que, nos casos em que o Ordena-
para fiscal de rendas, a invalidação da nomeação de de-
mento Jurídico atribui expressamente competência a
terminados fiscais não acarretará a invalidade dos atos
agente para a realização de determinado fim, entende-se
administrativos tributários por eles praticados; ou se um
que implicitamente lhe atribuiu, também, os meios neces-
servidor, mesmo depois de deixar de sê-lo pela aposen-
sários à sua completa realização – Teoria dos Poderes
tadoria, continua trabalhando. O ato administrativo por
Implícitos (“quem dá os fins dá os meios”).
ele praticado pode ser até anulado por outra razão (por
O agente competente para a prática do ato adminis- exemplo, porque deu isenção não prevista em lei), mas
trativo é tradicionalmente considerado como um dos ele- não em virtude da incompetência do agente.
mentos sempre vinculados do ato administrativo, já que
qualquer agente administrativo só poderia praticar atos Forma
para os quais tivesse recebido competência legal para
tanto. É bem ilustrativa desse fato a seguinte advertência É a maneira pela qual a vontade consubstanciada no
de CAIO TÁCITO: “A primeira condição de legalidade é ato administrativo se manifesta no mundo exterior. Costu-
a competência do agente. Não há, em direito adminis- ma-se dizer que, ao contrário do direito privado, em que
trativo, competência geral ou universal: a lei preceitua, a forma dos atos jurídicos é em princípio livre, no Direito
em relação a cada função pública, a forma e o momento Administrativo as formas são sempre estabelecidas em
do exercício da atribuição do cargo. Não é competente lei, sendo via de regra estabelecida a forma escrita.

Conhecimentos Específicos 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A assertiva deve ser vista de forma relativa. Nem O administrador público exerce uma função pública,
sempre é fixada expressamente a forma escrita dos atos ou seja, é dotado de poderes instrumentais à realização
administrativos. A cogência da forma escrita se dá mais das finalidades a ele atribuídas pelas regras e princípios
em decorrência dos mecanismos de controle, publicidade do ordenamento jurídico, finalidades essas que não po-
e processualização da Administração Pública do que de dem ser o puro e simples benefício ou prejuízo individual
dispositivos legais expressos específicos. de quem quer que seja. Isso não ilide, no entanto, as
A Lei do Processo Administrativo Federal, em decor- muitas vezes em que interesses individuais são coinci-
rência de todos os princípios do Estado Democrático de dentes com o interesse público (ex.: fomento a empresa
Direito acima mencionados, fixa a forma escrita como a em região pobre, prestação de serviços gratuitos a pes-
regra dos atos administrativos (art. 22, § 1º), mas, fora soas carentes).
essa exigência, outras formalidades só podem ser impos- As concepções anglo-saxônicas e europeias do inte-
tas se a lei assim o exigir (art. 22, caput). resse público são distintas. Enquanto nos EUA e no Reino
Vige, portanto, de toda sorte, a regra de que os atos Unido o interesse público é considerado como intrinseca-
administrativos devem ter forma escrita; as exceções a mente ligado aos interesses individuais, sendo próximo
ela é que devem ser previstas em lei ou ser um meio ao que resultaria de uma soma dos interesses individuais
inafastável para a consecução de objetivos públicos. Por (satisfação dos indivíduos = satisfação do interesse pú-
exemplo, ainda que não haja lei admitindo a forma oral, blico), nos Estados de raiz germânico-latina o interesse
a requisição de um automóvel particular por um policial público é tendencialmente considerado superior à soma
para poder perseguir um fugitivo pode ser feita oralmen- dos interesses individuais, sendo maior e mais perene
te, pelo menos nesse primeiro e premente momento. que a soma deles, razão pela qual é protegido e perse-
Salvo esses casos excepcionais, como os de extre- guido pelo Estado, constituindo o fundamento de um regi-
ma urgência e os de transitoriedade do comando (apito me jurídico próprio, distinto do que rege as relações entre
do guarda de trânsito, ordem verbal simples do superior os particulares.
ao inferior hierárquico), os atos administrativos devem Há alguns termos que, às vezes, vêm mencionados
sempre ter forma escrita, não se admitindo a forma ver- como sinônimos de “interesse público”; outras vezes, a
bal ou por meio de sinais sonoros ou luminosos. Os atos sinonímia é parcial, porque possuem peculiaridades. As-
verbais são mais difíceis de serem documentados e, con- sim, “interesse coletivo” pode significar o interesse de um
sequentemente, controlados. grupo de indivíduos ligados por um substrato jurídico co-
Além disso, o prévio conhecimento da forma escrita mum (por exemplo, os membros de determinada catego-
faz com que os administrados possam estar atentos para ria profissional); “interesse social”, quando não é tratado
uma eventual violação de seus direitos ou dos interesses como sinônimo de “interesse público”, aparece como o
da coletividade com um todo, através, por exemplo, da interesse da satisfação de setores menos favorecidos da
leitura dos atos administrativos publicados na imprensa população, a exemplo do que se dá em matéria de desa-
oficial. propriação por interesse social, destinada, principalmen-
A forma é normalmente identificada como um dos te, a atender a necessidades de habitação e trabalho (art.
elementos sempre vinculados dos atos administrativos, 2º, I, Lei n. 4.132/62).
ou seja, que sempre decorreria diretamente da lei, sem Dentro do conceito de interesse público, RENATO
deixar qualquer margem de escolha para o administrador ALESSI o distingue em interesse público secundário,
público. Em primeiro lugar, devemos ter cuidado com afir- também chamado de interesse público das pessoas es-
mações doutrinárias genéricas como essa, pois a opção
tatais, referente à satisfação das necessidades do pró-
entre a vinculação e a discricionariedade é, salvo os ca-
prio aparelho estatal (por exemplo, o interesse público na
sos de reserva legal absoluta, uma decisão do legislador
arrecadação); e em interesse público primário, de satis-
(não da doutrina), que, em tese, pode atribuir discricio-
fação da sociedade (assim, o funcionamento de um hos-
nariedade ao administrador na eleição de determinada
pital público, a apreensão de mercadorias fora do prazo
forma. Basta termos em mente o exemplo dos contratos
de validade etc.).
de baixo valor, que a Lei n. 8.666/93, por questões de
Quando se fala no elemento finalidade do ato admi-
praticidade, admite serem verbais, mas que o administra-
dor pode, para aumentar a transparência e a segurança nistrativo, não se pode deixar de mencionar a chamada
jurídica, fazê-lo a termo escrito (art. 60, parágrafo único). Teoria do Desvio de Poder ou Desvio de Finalidade, de
Esses contratos têm, portanto, forma discricionária. origens francesas (détournement de pouvoir): todo ato
Registre-se, ainda, que a modificação ou o desfazi- administrativo deve atender à finalidade expressa ou im-
mento dos atos administrativos deve seguir a forma do plícita na norma atributiva da competência, e, caso não a
ato originário – princípio do paralelismo das formas. atenda, estar-se-á diante do vício conhecido como des-
vio de poder, que ocorre não apenas quando o ato não
Finalidade visa a qualquer interesse público – no exemplo clássico
da desapropriação para prejudicar um inimigo político –,
Todo ato administrativo deve ter por finalidade o atin- mas, também, nos casos em que a lei fixa determinada
gimento de fim público, tal como definido em regra jurídi- finalidade pública a ser atingida e o ato visa à outra, ainda
ca ou decorrente da ponderação dos valores jurídicos en- que ambas sejam “de interesse público” (ex.: se a norma
volvidos concretamente em cada decisão administrativa. legal dispõe que os estabelecimentos comerciais podem

Conhecimentos Específicos 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

ser fechados por razões sanitárias, a Administração Pú- Não se exigem requisitos formais excessivos para a
blica não poderá fechá-los em razão do não pagamento motivação, podendo a autoridade emitente do ato fazer
de tributos). remissão a outros atos administrativos, pareceres, lau-
Em termos processuais, devido à dificuldade de com- dos etc. O que se impõe, contudo, é que a motivação seja
provação do desvio de poder, por ser predominantemen- clara, consistente, pertinente àquilo que se está pratican-
te uma questão subjetiva interna ao administrador públi- do (art. 50, § 1º, Lei do Processo Administrativo Federal).
co que praticou o ato, tendesse a aceitar indícios de sua
ocorrência, desde que sólidos. Objeto (conteúdo)

Motivo É a mudança que o ato efetua no mundo jurídico – a


criação, a modificação ou a extinção de direitos ou obri-
Os motivos constituem as circunstâncias de fato e gações geradas pelo ato (exemplo: no ato administrativo
de direito que determinam ou autorizam a prática do ato de exoneração de um servidor seu objeto é a extinção da
administrativo, podendo estar prévia e exaustivamente relação jurídico-funcional; na desapropriação, é a aquisi-
estabelecidas na lei ou não. ção da propriedade pelo Estado; na permissão de uso, é
No primeiro caso – de motivo dito vinculado – tería- a criação do direito pessoal do particular de usar determi-
mos como exemplo as circunstâncias de fato que justifi- nado bem público).
cam a aposentadoria de servidor público, basicamente os Fazendo um paralelo com o elemento motivo do ato
anos de contribuição estabelecidos pela CF; no segundo administrativo, podemos dizer que o motivo são os pres-
caso – motivos discricionários – há o exemplo do tomba- supostos da incidência da norma jurídica; enquanto o
mento: a lei não define, e nem, aliás, teria como definir, objeto são as consequências jurídicas dessa incidência
exatamente todos os requisitos para um bem ser consi- (por exemplo, caso a Administração Pública identifique
derado de valor histórico, razão pela qual o motivo do um bem de elevado valor histórico – motivo –, deve, atra-
ato administrativo de tombamento será a circunstância vés do ato administrativo do tombamento, estabelecer
de aquele bem enquadrar-se dentro do conceito indeter- uma série de limitações ao direito de propriedade do seu
minado de “patrimônio histórico”, possuindo a Administra- titular – objeto).
ção alguma margem de liberdade no enquadramento de O objeto do ato administrativo (o que ele faz no uni-
alguns bens nesse conceito.
verso jurídico) pode estar previsto na lei ou ela pode
A lei prevê que, diante de determinadas circunstân-
atribuir certo poder de escolha para a Administração Pú-
cias, determinado ato administrativo será praticado. A cir-
blica (ex.: para dar conta de uma grande necessidade
cunstância (por exemplo, construção irregular) é o motivo
de educação pública em determinado Município, a Ad-
do ato (no exemplo, da ordem da sua demolição).
ministração Pública pode escolher em desapropriar um
Especial atenção merece a “Teoria dos Motivos De-
terreno para construção de uma grande escola pública,
terminantes”: Ainda que o motivo não esteja expressa-
o que otimizaria os recursos financeiros e humanos a se-
mente consignado na lei em todos os seus aspectos,
havendo, então, discricionariedade da Administração Pú- rem empregados, ou preferir desapropriar vários terrenos
blica em elegê-lo, fato é que, depois de sua explicitação/ pequenos para construção de várias escolas, mais próxi-
motivação, a veracidade do motivo passa a ser condição mas dos seus usuários).
de validade do ato administrativo, ainda que outro motivo
pudesse ter sido originariamente invocado para funda- MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO (DISCRICIO-
mentar o ato. NARIEDADE X VINCULAÇÃO)
Para aqueles que outrora sustentavam que os atos
discricionários não precisariam ser motivados, a Adminis- É clássica, porém em vias de superação, a diferença
tração Pública nem precisaria indicar os seus motivos, entre atos administrativos vinculados e atos administrati-
mas, ao fazê-lo, ficaria vinculada à existência daqueles vos discricionários: naqueles a lei não deixaria qualquer
motivos que apresentou. Hoje, contudo, essa assertiva margem de escolha para o administrador (por exemplo,
deve ser atualizada, pois não é mais cabível falar que é aos setenta anos deve ser feita a aposentadoria compul-
opção da Administração motivar ou não os atos discri- sória do servidor – art. 40, § 1º, II, CF); ao passo que
cionários. A Administração Pública é sempre obrigada a nesses (os discricionários) a lei permitiria que o admi-
motivar, e, inclusive nos casos em que houver discricio- nistrador adotasse mais de uma medida, todas elas legí-
nariedade na escolha do motivo, esse, explicitado, deve timas (por exemplo, abrir ou não licitação nos casos de
realmente ser procedente. dispensa por baixo valor do contrato – art. 24, I e II, Lei
Malgrado a regra da obrigatoriedade da motivação, n. 8.666/93).
os atos de mero expediente e ordinatórios, de feição ex- Esse âmbito de escolha do administrador deixado
clusivamente interna, sem qualquer conteúdo decisório pela lei, âmbito naturalmente limitado, recebe tradicional-
– por exemplo, um despacho de “junte-se aos autos a mente o nome de “mérito administrativo”; e o critério pelo
petição” –, e alguns atos que já têm sua motivação auto- qual o administrador realiza a sua escolha entre o leque
compreensiva em sua própria expedição, não precisam de opções a ele franqueado pelo legislador é chamado
ser fundamentados. Essas exceções devem, contudo, “juízo de conveniência e oportunidade”.
ser sempre vistas com cautela e apreciadas a cada caso.

Conhecimentos Específicos 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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De forma sucinta, podemos afirmar que o mérito ad- é depreendida apenas do uso pela lei de conceitos in-
ministrativo expressa no caso concreto o juízo de con- determinados (ex.: urgência). EROS ROBERTO GRAU
veniência e a oportunidade, concedidos à Administração chega a observar que todo conceito sempre é de alguma
Pública pelo ordenamento jurídico consistente na possibi- maneira indeterminado, e que conceitos indeterminados
lidade de escolha entre várias opções, todas elas lícitas. são usados em todos os ramos do Direito (ex.: “melhor
Discricionariedade administrativa seria, assim, a mar- interesse da criança”), mas só revestindo esse manto de
gem de escolha deixada pela lei ao juízo do administra- poder livremente franqueado e não sujeito ao controle ju-
dor público para que, na busca da realização dos objeti- risdicional no Direito Administrativo.
vos legais, opte, entre as opções juridicamente legítimas, CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO discorda
pela medida que, naquela realidade concreta, entender dessa posição, afirmando que todo conceito indetermina-
mais conveniente. do gera três zonas de incidência: “zona de certeza posi-
Trata-se da escolha entre indiferentes jurídicos, entre tiva”, em que se tem certeza que a opção administrativa
várias medidas admitidas pelo Legislador, para quem é está incluída entre as opções legais; “zona de certeza
indiferente a opção por uma ou outra delas. negativa”, em que a medida pretendida pela Administra-
A discricionariedade, que já foi chamada de “cavalo ção Pública está evidentemente fora das possibilidades
de Troia no Princípio da Legalidade”, advém da impossi- abertas pela lei; e “zona cinzenta”, âmbito no qual são
bilidade de o Legislador prever de antemão todas as so- plausíveis várias decisões para dar cumprimento ao con-
luções que melhor atenderão o interesse público, razão ceito jurídico vago ou indeterminado. Para o autor, com
pela qual, nesses casos, decide deixar certa margem de quem concordamos, a discricionariedade estaria presen-
apreciação à Administração Pública na lida diária com as te apenas nessa zona, apenas na escolha entre essas
necessidades públicas. opções razoáveis, todas elas podendo ser consideradas
Diz-se que a discricionariedade só pode incidir sobre aplicativas do conceito legal indeterminado.
o motivo e sobre o objeto dos atos administrativos, e que Ou seja: afastadas as opções evidentemente con-
a forma, a competência e a finalidade seriam elementos trárias e as evidentemente concretizadoras da vontade
que sempre são vinculados, ou seja, a respeito dos quais legal, é, justamente no espaço intermediário entre es-
a lei não deixa margem de apreciação à Administração ses dois extremos, que a Administração Pública exerce
Pública, assertiva doutrinária esta que, como vimos aci- sua discricionariedade, preenchendo, no caso concreto,
ma ao tratar dos elementos dos atos administrativos, o conteúdo dos conceitos indeterminados, aí incluídos,
nem sempre é seguida pelo Legislador. além dos conceitos jurídicos indeterminados (ex.: valor
Percebe-se a discricionariedade principalmente histórico), os conceitos ditos de experiência (alto, magro,
quando a lei se utiliza de conceitos jurídicos indetermi- barulho, pudor etc.) e os conceitos técnicos (ex.: medidas
nados para outorgar competência ao administrador públi- para evitar o sobrecarregamento das redes de transmis-
co. Dentre as possíveis formas de se preencher aquele são de energia elétrica).
conteúdo legal de baixa densidade normativa, o adminis- Tema muito importante no estudo da discricionarie-
trador o densificaria num exercício de discricionariedade, dade é o de seu controle judicial. De um conceito de li-
por intermédio de um juízo de conveniência e de oportu- berdade administrativa absolutamente insuscetível de
nidade. Mas a matéria não é pacífica na doutrina. EROS apreciação judicial, a discricionariedade administrativa
ROBERTO GRAU, por exemplo, calcado na doutrina de vem sendo objeto de uma construção jurisprudencial e
EDUARDO GARCIA DE ENTERRÍA, adota uma concep- doutrinária fixadora de limites ao seu exercício.
ção mais restrita de discricionariedade, limitando-a às Nesse percurso de progressivo aprimoramento dos
hipóteses em que a lei efetivamente outorga à Adminis- fundamentos teóricos e dos métodos de controle, utili-
tração a prática de atos possivelmente distintos, sendo- zou-se, num primeiro momento, a Teoria do Desvio de
-lhe indiferente qual venha a ser adotado. Esses autores Poder, a ideia do necessário atendimento às finalidades
excluem, portanto, do conceito de discricionariedade a da outorga da competência discricionária, e, ainda, a ne-
aplicação de conceitos jurídicos indeterminados, já que cessidade de motivação dos atos discricionários. Poste-
eles manteriam essa indeterminação apenas em tese: no riormente, principalmente por meio das lições de MAS-
momento da sua aplicação tais conceitos exigiriam ape- SIMO SEVERO GIANNINI, passou-se a entender a dis-
nas uma única atitude por parte da Administração Públi- cricionariedade como o dever da Administração Pública
ca, que seria a medida correta para o caso concreto. de ponderar os diversos interesses privados e públicos
Logo, para esses autores, não haveria a comumente envolvidos no caso concreto.
identificada proximidade entre conceitos jurídicos inde- Contemporaneamente vem assumindo bastante des-
terminados e discricionariedade administrativa, à conta taque a função dos princípios do Direito Público e do
de uma restrição da abrangência da discricionariedade, Direito Administrativo (proporcionalidade, moralidade,
que só existiria quando a lei expressamente faculta vá- eficiência etc.) como limitadores e condicionadores do
rios possíveis atos para a Administração Pública (ex.: no- exercício de qualquer competência discricionária.
meação de desembargador entre os integrantes da lista Por fim, vale destacar uma observação que, afinal,
tríplice elaborada pelo Tribunal, caso em que o Chefe do parecerá óbvia: não há, a rigor, atos inteiramente discri-
Executivo tem três opções, todas elas lícitas), mas não cionários ou vinculados, vez que muito dificilmente todos
nos casos em que essa possibilidade plural de atuação os elementos do ato administrativo serão discricionários

Conhecimentos Específicos 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

ou todos serão vinculados. E, mesmo em relação aos ele- em princípio, precário, por meio do qual a Administração
mentos que forem discricionários, eles haverão de aten- Pública cede o uso privativo de um bem seu a um parti-
der aos princípios do Ordenamento Jurídico e aos dita- cular por solicitação voluntária deste). Há ainda os per-
mes da juridicidade: discricionariedade não significa, em missivos legais de terminação pacífica de conflitos entre
hipótese alguma, arbitrariedade. Sendo assim, há certa o Estado e particulares (ex.: termos de ajustamento de
artificialidade em uma separação estanque entre ato ad- conduta etc.).
ministrativo vinculado e discricionário. O que existe na - Autoexecutoriedade: É a possibilidade de atos ad-
verdade são graus de vinculação. ministrativos serem passíveis de execução direta pela
Voltaremos ao tema ao tratarmos das possibilidades própria Administração Pública, independentemente de
e limites do controle do Poder Judiciário sobre a Admi- qualquer ordem judicial. Exemplos clássicos do uso des-
nistração Pública, no penúltimo capítulo, ao qual cabe a se atributo são os atos administrativos de apreensão de
remissão. mercadorias ou de armas, de demolição de prédios, o
reboque de veículos estacionados irregularmente etc.
ATRIBUTOS Apesar de a doutrina francesa, que o concebeu, referir-se
a ele como um “privilège du préalable”, não se trata de
Os atributos dos atos administrativos os revestem de um privilégio ou de algo com caráter excepcional, já que
supremacia estatal, o que os distingue dos atos privados seria uma característica ordinária do Direito Administrati-
praticados pela Administração Pública. Relembremos, vo. Só não haverá a possibilidade de autoexecutoriedade
aqui, alguns conceitos que já estudamos, de modo mais quando a lei, de modo explícito ou implícito, vedá-la.
aprofundado, no Capítulo relativo aos princípios de nossa Salvo casos de eminente risco para a segurança ou
disciplina. para a saúde pública, em que a oitiva da particular pode
- Presunção de Legitimidade: Como a Administra- se dar posteriormente, o exercício da autoexecutorieda-
ção está obrigada a fazer apenas o que está previsto ou de deverá respeitar o direito constitucionalmente assegu-
genericamente autorizado na lei, presume-se, de modo rado ao prévio contraditório e ampla defesa (art. 5º, LIV
relativo, que seus atos são legítimos, tanto em relação
e LV, CF).
aos fatos quanto em relação às razões jurídicas que os
motivaram. De modo bastante exemplificativo desse atri-
CLASSIFICAÇÃO
butivo, o art. 19, II, da CF estabelece que um ente polí-
tico não pode recusar fé aos documentos públicos dos
Buscaremos, aqui, longe de repassar todas as pos-
demais entes.
sibilidades classificatórias dos atos administrativos, or-
As consequências práticas da presunção de legitimi-
dená-los, de forma simples, no que possuem de mais
dade são duas. Em primeiro lugar, os atos administrati-
essencial. Escolhemos, para isso, quatro critérios clas-
vos podem ser imediatamente executados (autoexecuto-
riedade). Além disso, o ônus da prova da ilegalidade do sificatórios: quanto à situação jurídica gerada, quanto à
ato cabe a quem alega (presunção relativa). Ou seja, não vontade formadora, quanto à exequibilidade e quanto ao
é a Administração que tem de provar que o ato é legal ou âmbito de sua repercussão.
que os fatos por ela invocados realmente ocorreram, sem
embargo das críticas com as quais concordamos a uma Quanto à situação jurídica gerada
aplicação exageradamente ampla desse atributo, que Quanto à situação jurídica por eles gerada, os atos
deve ser vista à luz das exigências do devido processo administrativos podem ser normativos ou concretos. Os
legal. primeiros não possuem destinatários determinados, con-
- Imperatividade: É o atributo pelo qual a Administra- figurando normas gerais e abstratas; por isso, não são,
ção Pública pode impor seus atos a terceiros sem a pré- em si, invalidáveis judicialmente, salvo em controle de
via anuência destes. Ou seja, seus atos são coercitivos. constitucionalidade. O que pode ser impugnado judicial-
Ao contrário das relações privadas, em que via de regra mente são os atos administrativos concretos deles decor-
as obrigações extraem sua força de acordos de vonta- rentes. Assim, uma portaria que estabeleça os critérios
des, sendo apenas protegidas pela lei, no Direito Ad- de promoção dos servidores disciplinará como as pro-
ministrativo, por decorrerem diretamente da lei, os atos gressões funcionais serão feitas em cada concreto. No
administrativos criam obrigações independentemente da entanto, se a portaria contiver algum critério de promoção
vontade de seus destinatários. ilegal, o servidor prejudicado não poderá impugná-la di-
Este atributo também vem sofrendo algumas modifi- retamente, mas apenas o ato administrativo concreto que
cações. Em alguns casos, a Administração Pública, num lhe deu cumprimento.
esforço de legitimação de seus atos, mesmo que não Os atos administrativos normativos são revogáveis,
precise para a validade do ato, pode ouvir os administra- por serem expressão da discricionariedade e por serem
dos e buscar a sua concordância. A consensualidade não normas em sentido próprio, ou seja, não geram direito
exclui a imperatividade, que com ela coexiste em estado à sua permanência no ordenamento jurídico. Da mesma
de latência. Além disso, há atos em que o interesse é forma que ninguém possui direito adquirido a regime ju-
predominantemente dos administrados (por exemplo: a rídico ou à continuidade legislativa, também não se pode
autorização de uso de um bem público, ato unilateral e, pretender que os atos administrativos normativos não

Conhecimentos Específicos 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

possam ser revogados ou alterados. A revogação, no en- Quanto à exequibilidade


tanto, deverá respeitar os direitos adquiridos e confian- Atos administrativos perfeitos são os que possuem
ças legítimas geradas durante a vigência do ato. todos os cinco elementos da sua formação: o ato existe.
Os atos concretos, também chamados de individuais Os atos que não possuem todos os elementos constitu-
ou de especiais, possuem, ao revés, destinatários certos, tivos são inexistentes, nem chegando a se aperfeiçoar
fazendo nascer uma situação jurídica particular, geran- como atos administrativos. Um exemplo de ato adminis-
do encargos ou criando, diretamente, direitos e deveres trativo inexistente seria aquele praticado por quem nem a
que ingressam na esfera jurídica de seus destinatários aparência de servidor possui.
(exemplos: a desapropriação de um bem, a nomeação Já os atos válidos são aqueles que, além de todos os
de um servidor, a concessão de licenças etc.). Por isso, seus elementos estarem presentes – já eram, portanto, atos
sempre podem ser atacados em Juízo e, caso produzam administrativos perfeitos/existentes –, também se encon-
direitos que hajam sido regularmente adquiridos, não po- tram em conformidade com a lei e com a Constituição, sen-
dem ser revogados. do, portanto, além de perfeitos, válidos (agente competente,
Observe-se que a simples existência de uma plurali- forma legal, objeto e motivo legal e finalidade pública legal).
dade de sujeitos atingidos pelo ato administrativo não o HELY LOPES MEIRELLES acreditava que, no Direito
torna um ato normativo, desde que todos esses sujeitos Administrativo, não há diferença prática entre a inexistên-
sejam determinados. Dessa forma, o ato de desapropria- cia e a invalidade do ato administrativo, já que ambos não
ção de todos os imóveis de uma rua para a construção de produziriam qualquer efeito. Mas, com a evolução dou-
uma escola municipal não é ato normativo pelo simples trinária e legislativa do Direito Administrativo, adotando
fato de atingir vários proprietários, os quais restam ab- posição menos rigorosa em relação aos efeitos ex tunc
solutamente determinados e identificáveis, sendo um ato da nulidade dos atos administrativos, a diferença entre os
concreto plúrimo, que, concretamente, atinge uma plura- atos inexistentes e os atos nulos passou a ser muito im-
lidade de destinatários. portante, porque esses em tese admitem a convalidação
(também chamada de sanatória), que é o aproveitamento
Quanto à vontade formadora do ato inválido, porém existente, ao passo que não se
Segundo o critério da vontade formadora, os atos pode sanar o que nem existe.
administrativos podem ser simples, complexos ou com- Por sua vez, os atos administrativos eficazes são
postos. aqueles que estão aptos a produzir efeitos por não esta-
O ato administrativo simples é aquele que resulta da rem sujeitos a prazo, condição suspensiva, publicação ou
manifestação da vontade de um único órgão, seja ele uni- ato controlador de outra autoridade.
pessoal ou colegiado. Assim, decisões tomadas por um Em regra, o ato administrativo terá eficácia imediata,
Conselho, ou o decreto de promoção de servidor. O que a partir do momento em que for editado, ou posterior –
importa é a vontade unitária (não de agente público, mas por exemplo, trinta dias após a sua publicação. Mas a
de órgão) que lhe dá origem. retroatividade dos atos administrativos é, em princípio,
Já o ato complexo é formado pela conjugação da vedada, só comportando exceções fortemente esteadas
vontade de mais de um órgão para a prática de um ato em princípios da Administração Pública como os da lega-
administrativo formal e materialmente único. Um exemplo lidade, da continuidade do serviço público e da seguran-
seria o Decreto assinado pelo Chefe do Poder Executivo ça jurídica. ODETE MEDUAR indicou, com base nesses
e pelos Ministros de Estado das áreas relacionadas ao princípios, os seguintes atos administrativos retroativos:
seu conteúdo. invalidação de outro ato administrativo, reintegração (re-
Por fim, o ato administrativo composto é o que resulta torno do servidor ao serviço público em razão da nulidade
da vontade de apenas um órgão, mas que depende do do seu desligamento) e a nomeação ou designação de
controle prévio (anuência prévia) ou posterior (homolo- servidor com efeitos retroativos à data em que efetiva-
gação) de outra autoridade pública para ser exequível. O mente começou a trabalhar para o Estado.
ato acessório pode ser pressuposto do ato principal (por As três qualificações (ato existente/perfeito, válido e
exemplo, a prévia aprovação, pelo Senado, da nomeação eficaz) podem ser combinadas entre si.
do Procurador-Geral da República – art. 84, XIV, CF) ou Podemos ter atos administrativos perfeitos, invá-
posterior ao ato principal (por exemplo, a ratificação, pela lidos e eficazes (uma exoneração de servidora pública
autoridade superior, da dispensa de licitação). ocupante de cargo em comissão, expressamente fun-
Ao contrário dos atos administrativos complexos, nos damentada em sua orientação sexual, pode ser tida por
atos compostos não há apenas um ato, mas dois, um inconstitucional, mas, pelo menos no primeiro momento,
principal (que contém o seu conteúdo), e outro, acessório possui todos os elementos e produz efeitos imediatamen-
(ato anterior ou posterior que controla o ato principal). te), atos administrativos perfeitos, inválidos e ineficazes
A diferença entre o ato composto e o procedimento (no caso anterior, se a exoneração só produzisse efeitos
administrativo não é fácil; há mesmo quem (como CEL- a partir do mês seguinte), ou atos administrativos perfei-
SO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO) não os distinga. tos, válidos e ineficazes (uma cessão de servidor, dentro
Naquele temos um ato acessório e um ato principal, en- da lei, entre duas entidades estaduais, que só produzirá
quanto, neste, há vários atos acessórios e um ato princi- efeitos a partir do início do próximo mês por ter sido su-
pal-final, sendo que, nas duas hipóteses, a invalidação
jeita a um prazo).
do(s) acessório(s) invalida o principal.

Conhecimentos Específicos 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Quanto ao âmbito de repercussão bélico (art. 21, VI) e para autorizar a pesquisa e lavra de
Essa classificação focaliza o espectro de produção recursos naturais (art. 176, §§1º, 3º e 4º); outro exemplo é
de efeitos do ato, se internos ou externos à Administra- o da autorização para porte de arma, que a Lei das Con-
ção Pública. Os atos administrativos externos visam à travenções Penais (Decreto-lei nº 3. 688, de 3-10-41) de-
produção de efeitos exógenos à Administração Pública, nomina impropriamente de licença (art. 19).
ou seja, sobre os particulares (por exemplo, um decreto Nesse sentido, a autorização abrange todas as hipó-
expropriatório). Já os atos administrativos internos objeti- teses em que o exercício de atividade ou a prática de ato
vam a produção de efeitos jurídicos apenas no interior da são vedados por lei ao particular, por razões de interesse
máquina administrativa (assim, uma portaria de organiza- público concernentes à segurança, à saúde, à economia
ção dos serviços de determinada repartição). ou outros motivos concernentes à tutela do bem comum.
Os atos internos teriam como escopo apenas a or- Contudo, fica reservada à Administração a faculdade de,
ganização interna da Administração e a orientação dos com base no poder de polícia do Estado, afastar a proibi-
seus servidores, ainda que, na prática, possam produzir ção em determinados casos concretos, quando entender
importantes efeitos reflexos nos direitos e interesses dos que o desempenho da atividade ou a prática do ato não se
cidadãos, razão pela qual autores há que refutam essa apresenta nocivo ao interesse da coletividade.
classificação. Para ficarmos num exemplo simples, uma Precisamente por estar condicionada à compatibilida-
alteração de competências numa Secretaria de Estado, de com o interesse público que se tem em vista proteger, a
concretizada por Decreto do Governador, pode alterar a autorização pode ser revogada a qualquer momento, des-
autoridade impetrada num mandado de segurança. de que essa compatibilidade deixe de existir.
Para a conceituação das espécies de Atos Adminis- 2. Na segunda acepção, autorização é o ato unilate-
trativos iremos utilizar trechos da obra da mestre Maria ral e discricionário pelo qual o Poder Público faculta ao
Sylvia Zanella Di Pietro que os divide em duas catego- particular o uso privativo de bem público, a título precário.
rias: quanto ao conteúdo e quanto à forma de que se re- Trata-se da autorização de uso.
vestem, conforme segue: 3. Na terceira acepção autorização é o ato adminis-
São do primeiro tipo a autorização, a licença, a ad- trativo unilateral e discricionário pelo qual o Poder Público
missão, a permissão (como atos administrativos nego- delega ao particular a exploração de serviço público, a tí-
ciais); a aprovação e a homologação (que são atos de tulo precário. Trata-se da autorização de serviço público.
controle); o parecer e o visto (que são atos enunciativos) Esta hipótese está referida, ao lado da concessão e da
. Os conceitos que serão adotados correspondem àque- permissão, como modalidade de delegação de serviço pú-
les tradicionalmente aceitos no âmbito do direito brasi-
blico de competência da União. Até a 17ª edição, vínha-
leiro (lei, doutrina e jurisprudência); porém, é bom que
mos entendendo que a autorização não existe como forma
se tenha presente que muitas vezes os vocábulos são
de delegação de serviço prestado ao público, porque o
utilizados sem muita precisão conceitual, como ocorre,
especialmente, com a autorização, a permissão e a licen- serviço é prestado no interesse exclusivo do autorizatário.
ça, nem sempre empregadas com as características que A partir da 18ª edição, esse entendimento foi reformulado.
serão apontadas. Por exemplo, a autorização nem sem- Os chamados serviços públicos autorizados, previstos no
pre é precária; às vezes, é outorgada com características artigo 21, XI e XII, da Constituição Federal, são de titulari-
que a aproximam das relações contratuais; a licença nem dade da União, podendo ou não ser delegados ao particu-
sempre é referida como ato vinculado; a permissão ora é lar, por decisão discricionária do poder público; e essa de-
tratada como contrato, ora como ato unilateral, com ou legação pode ser para atendimento de necessidades co-
sem precariedade. É do direito positivo que se tem que letivas, com prestação a terceiros (casos da concessão e
tirar as respectivas características em cada caso. No en- da permissão), ou para execução no próprio benefício do
tanto, o uso indevido dos vocábulos no direito positivo autorizatário, o que não deixa de ser também de interesse
não impede que se apontem as características dos insti- público. A essa conclusão chega-se facilmente pela com-
tutos no âmbito doutrinário, como se fará a seguir. paração entre os serviços de telecomunicações, energia
No segundo grupo serão analisados o decreto, a por- elétrica, navegação aérea e outros referidos no artigo 21,
taria, a resolução, a circular, o despacho e o alvará. XI e XII, com os serviços não exclusivos do Estado, como
educação e saúde. Estes últimos, quando prestados pelo
Quanto ao Conteúdo: Estado, são serviços públicos próprios; quando prestados
- AUTORIZAÇÃO por particular, são serviços públicos impróprios, porque
No direito brasileiro, a autorização administrativa tem abertos à iniciativa privada por força da própria Constitui-
várias acepções: ção; no primeiro caso, existe autorização de serviço públi-
1. Num primeiro sentido, designa o ato unilateral e co; no segundo, existe autorização como ato de polícia.
discricionário pelo qual a Administração faculta ao par-
ticular o desempenho de atividade material ou a prática Pode-se, portanto, definir a autorização administrati-
de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente va, em sentido amplo, como o ato administrativo unilateral,
proibidos. discricionário e precário pelo qual a Administração faculta
Exemplo dessa hipótese encontra-se na Constitui-
ao particular o uso de bem público (autorização de uso),
ção Federal, quando atribui à União competência para
ou a prestação de serviço público (autorização de servi-
autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material

Conhecimentos Específicos 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ço público), ou o desempenho de atividade material, ou a A autorização é ato constitutivo e a licença é ato decla-
prática de ato que, sem esse consentimento, seriam legal- ratório de direito preexistente.
mente proibidos (autorização como ato de polícia).
A Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472, de 16- - ADMISSÃO
7-97), no artigo 131, §1º, define a “autorização de serviço Admissão é o ato unilateral e vinculado pelo qual a
de telecomunicações” como “ato administrativo vinculado Administração reconhece ao particular, que preencha os
que faculta a exploração, no regime privado, de modalida- requisitos legais, o direito à prestação de um serviço pú-
de de serviço de telecomunicações, quando preenchidas blico.
as condições objetivas e subjetivas necessárias”. É ato vinculado, tendo em vista que os requisitos para
No entanto, esse emprego do vocábulo, utilizado para outorga da prestação administrativa são previamente de-
dar a impressão de que a lei se afeiçoa aos termos do finidos, de modo que todos os que os satisfaçam tenham
artigo 21, XI, da Constituição (que fala em concessão, direito de obter o benefício.
permissão e autorização) não está corretamente utilizado, São exemplos a admissão nas escolas públicas, nos
não se amoldando ao conceito doutrinário. O uso indevido hospitais, nos estabelecimentos de assistência social.
do vocábulo não justifica a alteração do conceito.
Na Constituição Federal ainda se emprega o vocábulo - PERMISSÃO
no sentido de consentimento de um poder a outro para a Permissão, em sentido amplo, designa o ato adminis-
prática de determinado ato; é o caso previsto no artigo 49, trativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou one-
II e III, que dá competência ao Congresso Nacional para roso, pelo qual a Administração Pública faculta a particular
autorizar o Presidente da República a declarar a guerra e à execução de serviço público ou a utilização privativa de
a fazer a paz; permitir que forças estrangeiras transitem bem público.
pelo Território Nacional ou nele permaneçam temporaria- O seu objeto é a utilização privativa de bem público
mente e para autorizar o Presidente e o Vice-presidente por particular ou a execução de serviço público.
da República a se ausentarem do País. No artigo 52, V, Contudo, há que se ter presente que o artigo 175, pa-
é estabelecida a competência do Senado para autorizar rágrafo único, inciso I, da Constituição Federal permite a
operações externas de natureza financeira, de interesse interpretação de que tanto a concessão como a permissão
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios de serviços públicos são contratos; e a Lei nº 8.987, de
e dos Municípios. Tais autorizações podem ser considera- 13-2-95 (que regula as concessões e permissões de ser-
das atos administrativos em sentido material (quanto ao viços públicos) faz referência à permissão como contrato
conteúdo), pois equivalem, também, a um consentimento de adesão, com o traço da precariedade. Paralelamente,
manifestado por um Poder a outro para a prática de ato algumas leis ainda falam em permissão de serviço público
que não seria válido sem essa formalidade. Sob o aspecto como ato administrativo e não como contrato; é o caso, por
formal, não se trata de ato administrativo, mas de ato le- exemplo, do artigo 118, parágrafo único, da Lei Geral de
gislativo, que se edita sob a forma de decretos legislativos Telecomunicações (Lei nº 9.472, de 26-12-96). Vale dizer
ou de resoluções. O próprio fundamento é diverso. que, pela legislação atualmente em vigor, a permissão de
A autorização administrativa baseia-se no poder de serviço público aparece ora como ato unilateral, ora como
polícia do Estado sobre a atividade privada; a autorização contrato. Assim sendo, o conceito de permissão adotado
legislativa, nos casos mencionados, é modalidade de con- neste item limita-se às hipóteses em que a permissão de
trole do Legislativo sobre os atos do Executivo. serviço público constitui ato unilateral.

- LICENÇA - APROVAÇÃO
Licença é o ato administrativo unilateral e vinculado A aprovação é ato unilateral e discricionário pelo qual
pelo qual a Administração faculta àquele que preencha os se exerce o controle a priori ou a posteriori do ato admi-
requisitos legais o exercício de uma atividade. nistrativo.
A diferença entre licença e autorização, acentua Cre- No controle a priori, equivale à autorização para a prá-
tella Júnior, é nítida, porque o segundo desses institutos tica do ato; no controle a posteriori equivale ao seu refe-
envolve interesse, “caracterizando-se como ato discricio- rendo (cf. Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, 2007:562).
nário, ao passo que a licença envolve direitos, caracte- É ato discricionário, porque o examina sob os aspec-
rizando-se como ato vinculado” (in RT 486/ 18). Na au- tos de conveniência e oportunidade para o interesse públi-
torização, o Poder Público aprecia, discricionariamente, co; por isso mesmo, constitui condição de eficácia do ato.
a pretensão do particular em face do interesse público, A Constituição Federal contém inúmeros exemplos
para outorgar ou não a autorização, como ocorre no caso de atos dependentes de aprovação, a maior parte deles
de consentimento para porte de arma; na licença, cabe à constituindo modalidades de controle político do Poder
autoridade tão somente verificar, em cada caso concreto, Legislativo sobre o Executivo e sobre entidades da admi-
se foram preenchidos os requisitos legais exigidos para nistração indireta.
determinada outorga administrativa e, em caso afirmati- O artigo 52 exige aprovação prévia do Senado para a
vo, expedir o ato, sem possibilidade de recusa; é o que escolha de Magistrados, Ministros do Tribunal de Contas,
se verifica na licença para construir e para dirigir veículos Governador do Território etc. (inciso III), para a escolha dos
automotores. chefes de missão diplomática de caráter permanente (inci-

Conhecimentos Específicos 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

so IV), para a exoneração, de ofício, do Procurador-geral e dos contratos por assessoria jurídica da Administração.
da República (inciso XI); o artigo 49 atribui ao Congresso Também neste caso, se a autoridade tiver dúvida ou não
Nacional competência para aprovar o estado de defesa concordar com o parecer, deverá pedir novo parecer.
e a intervenção federal (inciso IV), aprovar iniciativas do Apesar do parecer ser, em regra, ato meramente opi-
Poder Executivo referentes a atividades nucleares (inciso nativo, que não produz efeitos jurídicos, o Supremo Tri-
XIV), aprovar, previamente, a alienação ou concessão de bunal Federal tem admitido a responsabilização de con-
terras públicas com área superior a 2.500 ha (inciso XVII). sultores jurídicos quando o parecer for vinculante para a
Em todos esses casos, a aprovação constitui, quanto autoridade administrativa, desde que proferido com má-fé
ao conteúdo, típico ato administrativo (de controle), embo- ou culpa. No mandado de segurança 24.631-DF, foi feita
ra formalmente integre os atos legislativos (resoluções ou distinção entre três hipóteses de parecer: “ (i) quando a
decretos legislativos) previstos no artigo 59, VI e VII, da consulta é facultativa, a autoridade não se vincula ao pa-
Constituição. recer proferido, sendo que seu poder de decisão não se
altera pela manifestação do órgão consultivo; (ii) quando a
- HOMOLOGAÇÃO consulta é obrigatória, a autoridade administrativa se vin-
Homologação é o ato unilateral e vinculado pelo qual cula a emitir o ato tal como submetido à consultoria, com
a Administração Pública reconhece a legalidade de um parecer favorável ou contrário, e se pretender praticar o
ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina ato de forma diversa da apresentada à consultoria, deverá
apenas o aspecto de legalidade, no que se distingue da submetê-lo a novo parecer; (iii) quando a lei estabelece a
aprovação. obrigação de decidir à luz de parecer vinculante, essa ma-
É o caso do ato da autoridade que homologa o pro- nifestação de teor jurídico deixa de ser meramente opinati-
cedimento da licitação (art.43, VI, da Lei nº 8.666 de 2 va e o administrador não poderá decidir senão nos termos
1-6-93). da conclusão do parecer ou, então, não decidir”. A conclu-
são do Relator foi no sentido de que “é abusiva a respon-
- PARECER sabilização do parecerista à luz de uma alargada relação
Parecer é o ato pelo qual os órgãos consultivos da de causalidade entre seu parecer e o ato administrativo do
Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou qual tenha resultado dano ao erário. Salvo demonstração
jurídicos de sua competência. de culpa ou erro grosseiro, submetida às instâncias ad-
Segundo Oswaldo Aranha Bandeira de Mello (2007: ministrativas disciplinares ou jurisdicionais próprias, não
583), o parecer pode ser facultativo, obrigatório e vincu- cabe a responsabilidade do advogado público pelo con-
lante. teúdo de seu parecer de natureza meramente opinativa”
O parecer é facultativo quando fica a critério da Ad- (MS-24.63 1/DF, julgamento em 9-8-07, Tribunal Pleno) .
ministração solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante Na realidade, o parecer contém a motivação do ato
para quem o solicitou. Se foi indicado como fundamento a ser praticado pela autoridade que o solicitou. Por isso
da decisão, passará a integrá-la, por corresponder à pró- mesmo, se acolhido, passa a fazer parte integrante da de-
pria motivação do ato. cisão. Essa a razão pela qual o Tribunal de Contas tem
O parecer é obrigatório quando a lei o exige como procurado responsabilizar os advogados públicos que,
pressuposto para a prática do ato final. A obrigatoriedade com seu parecer, deram margem a decisão considerada
diz respeito à solicitação do parecer (o que não lhe im- ilegal. No entanto, essa responsabilização não pode ocor-
prime caráter vinculante). Por exemplo, uma lei que exija rer a não ser nos casos em que haja erro grosseiro, culpa
parecer jurídico sobre todos os recursos encaminhados ao grave, má-fé por parte do consultor; ela não se justifica se
Chefe do Executivo; embora haja obrigatoriedade de ser o parecer estiver adequadamente fundamentado; a sim-
emitido o parecer sob pena de ilegalidade do ato final, ele ples diferença de opinião - muito comum na área jurídica
não perde o seu caráter opinativo. Mas a autoridade que - não pode justificar a responsabilização do consultor. Não
não o acolher deverá motivar a sua decisão ou solicitar é por outra razão que o parecer isoladamente não produz
novo parecer, devendo lembrar que a atividade de con- qualquer efeito jurídico; em regra, ele é meramente opi-
sultoria jurídica é privativa de advogado, conforme artigo nativo.
1º, II, do Estatuto da OAB (Lei nº 8.906, de 4-7-94). No No caso do artigo 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666,
âmbito da Administração Pública, a atividade consultiva é de 21-6-93, a participação do órgão jurídico não é ape-
privativa da Advocacia-Geral da União e das Procurado- nas na função de consultoria, já que tem que examinar e
rias dos Estados, conforme arts. 131 e 132 da Constitui- aprovar as minutas de edital e de contrato. A aprovação,
ção Federal. no caso, integra o próprio procedimento e equivale a um
O parecer é vinculante quando a Administração é obri- ato de controle de legalidade e não de mérito; trata-se de
gada a solicitá-lo e a acatar a sua conclusão. Por exemplo, hipótese em que o parecer é obrigatório e vinculante.
para conceder aposentadoria por invalidez, a Administra- É comum, no âmbito da Administração Pública, fazer-
ção tem que ouvir o órgão médico oficial e não pode de- -se referência a parecer normativo. Na realidade, o pa-
cidir em desconformidade com a sua decisão; é o caso recer não possui efeito normativo, por si mesmo; porém,
também da manifestação prevista no artigo 38, parágrafo muitas vezes, quando aprovado pela autoridade compe-
único, da Lei nº 8.666, de 21-6-93, que torna obrigatório tente prevista em lei, as conclusões do parecer tornam-se
o exame e a aprovação das minutas de edital de licitação obrigatórias para outros órgãos ou entidades da Adminis-

Conhecimentos Específicos 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


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tração Pública. É o despacho dessa autoridade que dá - RESOLUÇÃO E PORTARIA


efeito normativo ao parecer. O objetivo é garantir uniformi- Resolução e portaria são formas de que se revestem
dade de orientação na esfera administrativa e até o de evi- os atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades
tar consultas repetitivas que exijam novas manifestações outras que não o Chefe do Executivo.
do órgão consultivo. O parecer, aprovado por despacho No Estado de São Paulo, a Lei nº 10.177, de 30-12-
com efeito normativo, favorece, por isso mesmo, a própria 98, que regula o processo administrativo no âmbito da Ad-
economicidade processual. ministração Pública Estadual, estabelece uma distinção,
quanto ao aspecto formal, entre os atos normativos do
- VISTO Poder Executivo.
Visto é o ato administrativo unilateral pelo qual a au- No artigo 12, diz que “são atos administrativos:
toridade competente atesta a legitimidade formal de outro I - de competência privativa:
ato jurídico. Não significa concordância com o seu con- a) do Governador do Estado, o Decreto;
teúdo, razão pela qual é incluído entre os atos de conhe- b) dos Secretários de Estado, do Procurador Geral do
cimento, que são meros atos administrativos e não atos Estado e dos Reitores das Universidades, a Resolução; c)
administrativos propriamente ditos, porque não encerram dos órgãos colegiados, a Deliberação;
manifestações de vontade.
Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento II - de competência comum:
de requerimentos de servidores subordinados a autorida- a) a todas as autoridades, até o nível de Diretor de
de de superior instância; a lei normalmente impõe o visto Serviço; às autoridades policiais; aos dirigentes das enti-
do chefe imediato, para fins de conhecimento e controle dades descentralizadas, bem como, quando estabelecido
formal, não equivalendo à concordância ou deferimento em norma legal específica, a outras autoridades adminis-
de seu conteúdo. trativas, a Portaria;
b) a todas as autoridades ou agentes da Administra-
Quanto a Forma: ção, os demais atos administrativos, tais corno Ofícios,
- DECRETO
Ordens de Serviço, Instruções e outros”.
Decreto é a forma de que se revestem os atos indivi-
duais ou gerais, emanados do Chefe do Poder Executi-
De acordo com essa norma, a diferença entre os vá-
vo (Presidente da República, Governador e Prefeito). Ele
rios tipos de atos está apenas na autoridade de que ema-
pode conter, da mesma forma que a lei, regras gerais e
nam, podendo uns e outros ter conteúdo individual (pu-
abstratas que se dirigem a todas as pessoas que se en-
nição, concessão de férias, dispensas), ou geral, neste
contram na mesma situação (decreto geral) ou pode diri-
último caso contendo normas emanadas em matérias de
gir-se a pessoa ou grupo de pessoas determinadas. Nes-
competência de cada urna das referidas autoridades.
se caso, ele constitui decreto de efeito concreto (decreto
individual); é o caso de um decreto de desapropriação, de Não se confunde a resolução editada em sede admi-
nomeação, de demissão. nistrativa com a referida no artigo 59, VII, da Constituição
Federal. Nesse caso, ela equivale, sob o aspecto formal,
Quando produz efeitos gerais, ele pode ser: à lei, já que emana do Poder Legislativo e se compreen-
1. regulamentar ou de execução, quando expedido de no processo de elaboração das leis, previsto no artigo
com base no artigo 84, IV, da Constituição, para fiel exe- 59. Normalmente é utilizada para os atos de competência
cução da lei; exclusiva do Congresso Nacional, previstos nos artigo 49
2. independente ou autônomo, quando disciplina ma- da Constituição, e para os d e competência privativa da
téria não regulada em lei. A partir da Constituição de 1988, Câmara d o s Deputados (art. 51), e do Senado (art. 52),
não há fundamento para esse tipo de decreto no direito uns e outros equivalendo a atos de controle político do
brasileiro, salvo nas hipóteses previstas no artigo 84, VI, Legislativo sobre o Executivo.
da Constituição, com a redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 32/01; assim mesmo, é uma independência - CIRCULAR
bastante restrita porque as normas do decreto não pode- Circular é o instrumento de que se valem as autori-
rão implicar aumento de despesa nem criação ou extinção dades para transmitir ordens internas uniformes a seus
de órgãos públicos. subordinados.
O decreto só pode ser considerado ato administrativo
propriamente dito quando tem efeito concreto. O decreto - DESPACHO
geral é ato normativo, semelhante, quanto ao conteúdo e Despacho é o ato administrativo que contém decisão
quanto aos efeitos, à lei. das autoridades administrativas sobre assunto de interes-
Quando comparado à lei, que é ato normativo origi- se individual ou coletivo submetido à sua apreciação.
nário (porque cria direito novo originário de órgão estatal Quando, por meio do despacho, é aprovado parecer
dotado de competência própria derivada da Constituição), proferido por órgão técnico sobre assunto de interesse ge-
o decreto regulamentar é ato normativo derivado (porque ral, ele é chamado despacho normativo, porque se tornará
não cria direito novo, mas apenas estabelece normas que obrigatório para toda a Administração. Na realidade, esse
permitam explicitar a forma de execução da lei). despacho não cria direito novo, mas apenas estende a to-

Conhecimentos Específicos 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

dos os que estão na mesma situação a solução adotada - Cassação


para determinado caso concreto, diante do Direito Positi- A cassação pressupõe o descumprimento de obriga-
vo. ções fixadas no ato por seu destinatário ou beneficiário
direto.
- ALVARÁ Ex.
Alvará é o instrumento pelo qual a Administração Pú- - Obtém licença de funcionamento - Descumprem
blica confere licença ou autorização para a prática de ato obrigação legal - Licença cassada
ou exercício de atividade sujeitos ao poder de polícia do
Estado. Mais resumidamente, o alvará é o instrumento da - Caducidade
licença ou da autorização. Ele é a forma, o revestimento É consequência da nova legislação cujos efeitos se-
exterior do ato; a licença e a autorização são o conteúdo jam contrários aos decorrentes do ato administrativo já
do ato. exarado.

Extinção do Ato Administrativo - Contraposição


É quando a extinção do ato administrativo é ordenada
Embora haja divergência doutrinária, podemos apon- por novo ato cujos efeitos são contrapostos ao primeiro.
tar sete formas de extinção do ato administrativo.
- Exaurimento dos Efeitos - Renúncia
É a via normal de extinção dos atos administrativos. É quando a extinção do ato administrativo decorre da
Ocorre pelo cumprimento dos efeitos almejados pelo manifestação de vontade do próprio beneficiário do ato.
agente público.
Ex.
Necessidade de realizar concurso público - Realiza- LICITAÇÕES: PRINCÍPIOS, DEFINIÇÕES, COM-
ção de concurso público - Fim do certame PRAS, ALIENAÇÕES, MODALIDADES, TIPOS,
LIMITES, DISPENSA, INEXIGIBILIDADE, FASES
- Revogação E PROCESSO LICITATÓRIO E CONTRATOS
É a extinção do ato administrativo motivada pela apu- ADMINISTRATIVOS. LEI Nº 8.666/1993, LEI
ração da conveniência e oportunidade do gestor estatal, 10.520/2002.
não sendo mais aquele assunto de interesse para a Admi-
nistração Pública.
Nas empresas estatais e autárquicas, como também
Súmula 473, STF: A Administração pode anular seus
no serviço público em geral, ao contrário da iniciativa pri-
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ile- vada, as aquisições de qualquer natureza obedecem a Lei
gais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, nº. 8.666, de 21-6-1993, alterada pela Lei nº. 8.883, de 8-6-
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados 1994, motivo pelo qual se tornam totalmente transparentes.
os direitos adquiridos e ressalvados, em todos os casos, a Observa-se que a diferença entre os tipos de compras é
apreciação judicial. a formalidade no serviço público e a informalidade na ini-
Lei n° 9.784/99: Art. 53. A Administração deve anular ciativa privada. Independentemente dessa particularidade,
seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, os procedimentos são praticamente idênticos. O artigo 14
e pode revogá-los por motivo de conveniência e oportuni- da lei de licitações e contratos administrativos disciplina de
dade, respeitados os direitos adquiridos. forma objetiva: para que a administração efetue qualquer
compra, preliminarmente, deve curvar-se a dois princípios
- Anulação fundamentais: 1 - A definição precisa do seu objeto; 2 - A
A anulação do ato administrativo deriva da constata- existência de recursos orçamentários que garantam o pa-
ção de ilegalidade praticada. gamento resultante. Assim está determinado no citado ar-
Súmula 346, STF: A Administração Pública pode de- tigo 14:
clarar a nulidade dos seus próprios atos. “Art. 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequada
Súmula 473, STF: A Administração pode anular seus caracterização de seu objeto e indicação dos recursos or-
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem çamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá- ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa”.
-los,por motivo de conveniência ou oportunidade, respei- Para se caracterizar o objeto da compra deve-se:
tados os direitos adquiridos e ressalvados, em todos os 1. Avaliar a necessidade (planejamento);
casos, a apreciação judicial. 2. Definir o quanto adquirir;
Lei n° 9.784/99: Art. 53. A Administração deve anular 3. Verificar as condições de guarda e armazenamento;
seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, 4. Buscar atender o princípio da padronização;
e pode revogá-los por motivo de conveniência e oportuni- 5. Obter as informações técnicas quando necessárias;
dade, respeitados os direitos adquiridos. 6. Proceder a pesquisas de mercado;
Efeitos: Revogação: ex nunc (não retroage) – Anula- 7. Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua dis-
ção: ex tunc (retroage) pensa / inexigibilidade;
8. Indicar (empenho) os recursos orçamentários.

Conhecimentos Específicos 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Objeto de Licitação de grande circulação no Estado e também, se houver, em


jornal de circulação no Município, dependendo da estância
O Objeto de Licitação é o bem/ serviço ao qual a Admi- da licitação.
nistração pretende adquirir. Ex.: Prestação de serviços de - Prazos Para Publicação Do Edital: o prazo mínimo
mão de obra, Aquisição de Móveis, etc. que deverá mediar entre a última publicação do edital re-
Nos tempos atuais, diante de tamanha evolução no sumido ou da expedição do convite e o recebimento das
campo tecnológico, empresarial e social, o Estado não propostas será: De quarenta e cinco dias para: Concurso;
pode ficar à margem, apenas como expectador. A ideia de Concorrência: do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”,
uma Administração Pública baseada na tradição, na rigo- ou execução por empreitada integral; De trinta dias para:
rosidade formal, numa ordem burocrática pesada, está se Concorrência, nos casos não especificados acima; Tomada
tornando modelo ultrapassado e nada eficiente. de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
Urge a necessidade de um modelo gerencial na gestão “técnica e preço”; De quinze dias para: Tomada de preços,
administrativa, capaz de realizar a função pública de forma nos casos não especificados acima; Leilão; De cinco dias
eficiente, moderna, acompanhando a evolução econômica úteis para: Convite.
e financeira da sociedade, sem olvidar dos princípios basi- - Procedimento Da Licitação: Apesar dos atos que
lares que orientam a Administração Pública. compõem o procedimento terem, cada um, finalidade es-
Com a crescente demanda por bens, obras, serviços pecífica, eles têm um objetivo comum: a seleção da melhor
em todo o País, quando ao Estado cumpre garantir o de- proposta. Este ato derradeiro do procedimento é um ato
senvolvimento econômico e social, tornou-se imprescindí- unilateral que se inclui dentro do próprio certame, diferente-
vel adoção de procedimentos e mecanismos de controle, mente do contrato, que é externo ao procedimento. “O pro-
que garantam a aplicação do grande volume de recursos cedimento da licitação será iniciado com a abertura de pro-
disponíveis, com eficiência e transparência. Uma das for- cesso administrativo, devidamente autuado, protocolado e
mas eficientes utilizadas pela Administração Pública é a numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação
licitação. sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa,
A Constituição de 1988, art. 37, inc. XXI criou bases, e ao qual serão juntados oportunamente:...”. Da Requisição
nas quais mais tarde, em 21 de junho de 1993, assentou-se de Compra deverá constar obrigatoriamente: Justificativa
a Lei Federal nº 8.666, que instituiu o Estatuto das Licita- do pedido, endossada pelo titular do órgão; Especificação
ções e Contratos Administrativos. adequada do produto a ser adquirido; Indicação do recurso
Para o setor público o instrumento utilizado para com- próprio a ser onerado, devidamente confirmado pela Seção
pras é a licitação, como forma de dar transparência à com- de Contabilidade da unidade requisitante; Atendimento ao
pra pública. princípio de padronização, sempre que possível for; Indica-
Licitação é o procedimento administrativo pelo qual ção dos fatores a serem considerados e expressamente de-
uma pessoa governamental pretendendo alienar, adquirir clarados no Edital, para fins de julgamento das propostas.
ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo condi- Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da
ções por ela estipuladas previamente, convoca interessa- licitação à qual se segue a fase externa, que se desenvolve
dos na apresentação de propostas, a fim de selecionar a através dos seguintes atos, nesta ordem: 1. Edital ou con-
que se revele mais conveniente em função de parâmetros vite de convocação dos interessados; 2. Recebimento da
antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este procedi- documentação e propostas; 3. Habilitação dos licitantes; 4.
mento visa garantir duplo objetivo: de um, lado proporcionar Julgamento das propostas (classificação) 5. Adjudicação e
às entidades governamentais possibilidade de realizarem homologação.
o negócio mais vantajoso; de outro, assegurar aos admi- A modalidade em que todas as fases da licitação se
nistrados ensejo de disputarem entre si a participação nos encontram claramente definidas é a concorrência.
negócios que as pessoas administrativas entendam de rea-
lizar com os particulares. Edital de Licitação
A Administração Pública lançará mão da licitação toda
vez que for comprar bens, executar obras, contratar servi- Edital: “É o instrumento pelo qual a Administração leva
ços, ou conceder a um terceiro o poder de, em seu nome, ao conhecimento público a abertura de concorrência, de to-
prestar algum tipo de serviço público, como é o caso das mada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições
concessões. de sua realização e convoca os interessados para a apre-
Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Municí- sentação de suas propostas”. Como lei interna da licitação,
pios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão obriga- vincula a Administração e os participantes.
dos a licitar, em obediência às pertinentes leis de licitação, o Funções do edital: o edital dá publicidade à licitação;
que é ponto incontroverso. O problema que se põe é saber Identifica o objeto licitado e delimita o universo das propos-
se as sociedades de economia mista e empresas públicas tas; Circunscreve o universo dos proponentes; Estabelece
também se sujeitam ao dever de licitar. os critérios para análise e avaliação dos proponentes e das
- Publicação Dos Editais: os editais de concorrência, propostas; Regula atos e termos processuais do procedi-
tomada de preços, concurso e leilão deverão ser publica- mento;
dos com antecedência, no mínimo, por uma vez no Diário Fixa cláusulas do futuro contrato.
Oficial da União, no Diário Oficial do Estado, ou em jornal

Conhecimentos Específicos 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

2) Habilitação: A habilitação, por vezes denominada Não é somente com seus próprios meios, ou por inter-
“qualificação”, é a fase do procedimento em que se analisa médio de suas entidades ou órgãos, que a Administração
a aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualifica- Pública, gestora dos interesses da coletividade, realiza as
ção indispensável para que sua proposta possa ser objeto suas atividades. Usualmente necessita contratar terceiros,
de consideração, sendo que o licitante pode ser habilitado e o faz, seja para aquisição, execução de serviços, locação
ou não pelo órgão competente. de bens, seja para a concessão e permissão de serviços
Obs: Na modalidade de licitação chamada “convite” ine- públicos, entre outros.
xiste a fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a priori A licitação por sua vez, possui como objeto a seleção
pelo próprio órgão licitante que escolhe e convoca aqueles da proposta mais vantajosa para a Administração Pública.
que julgam capacitados a participar do certame, admitindo, A escolha dos que serão contratados pela Adminis-
também, eventual interessado, não convidado, mas cadas- tração Pública não pode decorrer de critérios pessoais do
trado. administrador ou de ajustes entre interessados. A escolha
3) Classificação: “É o ato pelo qual as propostas ad- dos que serão contratados decorrerá do procedimento de-
mitidas são ordenadas em função das vantagens que ofe- nominado licitação, de obrigatoriedade imposta por regra
recem, na conformidade dos critérios de avaliação estabe- constitucional, à luz do art. 37, inciso XXI:
lecidos no edital”. Após se confrontar as ofertas, classifi-
cam-se as propostas e escolhe-se o vencedor, a partir das XXI - ressalvados os casos especificados na legislação,
vantagens que oferecem, na conformidade dos critérios de as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
avaliação estabelecidos no edital a quem deverá ser adju- mediante processo de licitação pública que assegure igual-
dicado o objeto da licitação.” A classificação se divide em dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
duas fases: Na primeira, ocorre a abertura dos envelopes que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
“proposta” entregues pelos participantes do certame. Os condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
envelopes são abertos em ato público, previamente desig- somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
nado, do qual se lavrará ata circunstanciada; Na segunda, econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
há o julgamento das propostas, que deve ser objetivo e em obrigações. (Regulamento)
conformidade com os tipos de licitação. Critérios de classifi-
cação: Existem quatro tipos básicos de licitação (4 critérios A obrigatoriedade de licitar alcança a Administração
básicos para avaliação das propostas): Licitação de menor Pública direta e indireta, inclusive as entidades empresa-
preço - é a mais comum. O critério do menor preço é, sem riais (art. 173, § 1.º, inc. III, da CF). As empresas públicas e
dúvida, o mais objetivo. É usual na contratação de obras as sociedades de economia mista, como dita aquela regra
singelas, de serviços que dispensam especialização, na constitucional, podem possuir estatuto próprio, mas, para
compra de materiais ou gêneros padronizados; Licitação de que possam contratar, também devem promover o certame
melhor técnica - esse critério privilegia a qualidade do bem, licitatório.
obra ou serviço proposto em função da necessidade admi-
nistrativa a ser preenchida. O que a Administração pretende Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Consti-
é a obra, o serviço, o material mais eficiente, ma is durável, tuição, a exploração direta de atividade econômica pelo Es-
mais adequado aos objetivos a serem atingidos; Licitação tado só será permitida quando necessária aos imperativos
de técnica e preço - neste tipo de licitação, combinam-se os da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, con-
dois fatores: técnica e preço. forme definidos em lei.
Esse critério pode consistir em que a técnica e preço
sejam avaliados separadamente, de modo a que, após se- § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa
lecionar as propostas que vierem a alcançar certo índice de pública, da sociedade de economia mista e de suas sub-
qualidade ou de técnica, o preço será o fator de decisão. sidiárias que explorem atividade econômica de produção
Pode-se, ainda atribuir pesos, ou seja, ponderação aos re- ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
sultados da parte técnica e ponderação ao preço, que se- dispondo sobre:
rão considerados em conjunto; Licitação de maior lance ou III - licitação e contratação de obras, serviços, compras
oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de e alienações, observados os princípios da administração
direito real de uso (art. 45 § 1’ da Lei 8.666/93). pública;
As propostas que estiverem de acordo com o edital
serão classificadas na ordem de preferência, na escolha O Poder Público não pode ter a liberdade que possuem
conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apresen- os particulares para contratar. Ele deve sempre se nortear
tarem em conformidade com o instrumento convocatório por dois valores distintos:
serão desclassificadas. Não se pode aceitar proposta que a) Isonomia: O administrador público deve tratar igual-
apresente preços unitários simbólicos, irrisórios ou de valor mente os administrados;
zero, ainda que o instrumento convocatório não tenha esta- b) Probidade: O Poder Público deve sempre escolher a
belecido limites mínimos (v. § 3’ do art. 44 da Lei 8.666/93). melhor alternativa para os interesses públicos.
A licitação está prevista na lei 8.666/93 que regulamen-
ta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui nor-
mas para licitações e contratos da Administração Pública.

Conhecimentos Específicos 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Licitação é o procedimento administrativo por meio Obra


do qual o Poder Público, mediante critérios preestabe- Toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou
lecidos, isonômicos e públicos, busca escolher a me- ampliação realizada por execução direta ou indireta.
lhor alternativa para a celebração de um ato jurídico.
Serviço
Conceito de Licitação Atividade destinada a alcançar certa utilidade de inte-
resse para a Administração.
Licitação é o procedimento administrativo para contra-
tação de serviços ou aquisição de produtos pela Administra- Compra
ção Pública. Sendo regulada pela Lei ordinária nº 8.666/93, Aquisição remunerada de bens ou serviços, pela Admi-
visa proporcionar a melhor contratação possível para o Po- nistração Pública, para fornecimento de uma só vez ou em
der Público, de forma sistemática e transparente. Segundo parcelas.
Marinela:
“Licitação é um procedimento administrativo destina- Alienação
do à seleção da melhor proposta dentre as apresentadas Transferência de domínio de bens da Administração
por aqueles que desejam contratar com a Administração Pública a terceiros.
Pública. Esse instrumento estriba-se na ideia de compe-
tição a ser travada, isonomicamente, entre os que preen- Obras, serviços e compras de grande vulto
chem os atributos e as aptidões, necessários ao bom cum- Aqueles cujo valor estimado seja superior a vinte e cin-
primento das obrigações que se propõem assumir”. co vezes o limite de R$ 1.500.000,00.
Importante ressaltar, ainda, que compete privativamen-
te à União legislar sobre normas gerais de licitação e con- Seguro-garantia
tratação, em todas as modalidades, para as Administrações O seguro que garante o fiel cumprimento das obriga-
Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Es- ções assumidas por empresas em licitações e contratos
tados, Distrito Federal e Municípios, e para empresas pú- administrativos.
blicas e sociedades de economia mista. O Distrito Federal
e os Municípios possuem competência residual e supletiva Execução direta
para legislar sobre a matéria. É aquela efetuada diretamente pelos órgãos e entida-
des da Administração Pública, por seus próprios meios.
Características gerais e definições
Execução indireta
A Lei de Licitações cita que as obras, compras, alie- O órgão ou entidade pública contrata com terceiros,
nações, concessões, permissões, locações e serviços (in- sob os regimes de: empreitada por preço global (obra
clusive de publicidade) da Administração Pública devem ou serviço com preço certo e total), empreitada por pre-
obrigatoriamente ser precedidos de licitação, ressalvadas ço unitário (obra ou serviço com preço certo de unidades
as exceções legais. Estabelece, ainda, que o procedimen- determinadas), tarefa (ajuste de mão-de-obra para peque-
to não será sigiloso, sendo públicos e acessíveis todos os nos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento
atos, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a sua de materiais) ou empreitada integral (empreendimento em
respectiva abertura. sua totalidade, compreendendo todas as etapas das obras,
O processo de licitação é instaurado e conduzido por serviços e instalações necessárias).
uma Comissão de Licitação, permanente ou especial, for-
mada por no mínimo três membros, sendo pelo menos dois Objeto da licitação
deles servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração. Sobre esse as- A licitação pode ter por objeto: obras e serviços, servi-
pecto, cabe destacar importante ressalva feita por Bellote ços técnicos profissionais especializados, compras ou alie-
Gomes: nações. Além de locação, concessão ou permissão de uso
“Ressalte-se ainda que os membros das Comissões de de bens públicos ou, ainda, a concessão ou permissão de
Licitação responderão solidariamente por todos os atos pra- execução de serviços públicos.
ticados pela Comissão, salvo se a posição individual diver-
gente estiver devidamente fundamentada e registrada em Obras e serviços
ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão,
e terão investidura pelo período de até um ano, sendo ve- As licitações para execução de obras e prestação de
dada a recondução da totalidade de seus membros para a serviços devem seguir a seguinte sequencia: projeto bá-
mesma Comissão no período subseqüente (art. 51, § 4º)”. sico, projeto executivo e, posteriormente, execução das
obras e serviços.
No processo licitatório são utilizadas as seguintes de- Para que sejam objeto de licitação, as obras e serviços
finições: deverão conter: projeto básico aprovado pela autoridade
competente e disponível para exame dos interessados em
participar do procedimento licitatório; orçamento detalhado

Conhecimentos Específicos 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

em planilhas que expressem a composição de todos os Alienações – bens móveis e imóveis


seus custos unitários; previsão de recursos orçamentários
que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes A alienação de bens da Administração Pública será
de obras ou serviços a serem executados no exercício fi- sempre subordinada à existência de interesse público de-
nanceiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma vidamente justificado.
e, por fim, produto contemplado nas metas estabelecidas Sendo precedida de avaliação, deverá obedecer às
no Plano Plurianual, quando for o caso. seguintes normas: Quando se tratar de bens imóveis, a
A execução das obras e serviços deve sempre ser pro- alienação dependerá de autorização legislativa para órgãos
gramada em sua totalidade, previstos custos atual e final da Administração Pública direta e entidades autárquicas e
e considerados os prazos de execução, sendo proibido o fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraes-
retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, tatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na mo-
ou de suas parcelas, salvo insuficiência financeira ou com- dalidade de concorrência, sendo dispensada apenas em
provado motivo de ordem técnica devidamente justificados alguns casos específicos (dação em pagamento, doação
pela autoridade competente. Conforme citado no CAPÍTU- para órgãos ou entidades da Administração Pública, per-
LO 4, seções 4.7 e 4.8, as obras e serviços podem ser exe- muta, investidura, venda a outro órgão ou entidade da Ad-
cutados de forma direta ou indireta. ministração Pública etc.). Já no caso de bens móveis, a
alienação dependerá de avaliação prévia e de licitação na
Serviços técnicos profissionais especializados modalidade leilão, sendo igualmente dispensada em casos
específicos (doação, permuta, venda de ações, venda de
São serviços técnicos profissionais especializados os títulos, venda de bens produzidos ou comercializados por
trabalhos relativos a: estudos técnicos, planejamentos e órgãos ou entidades da Administração Pública e venda de
projetos básicos ou executivos; pareceres, perícias e ava- materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades
liações em geral; assessorias ou consultorias técnicas e da Administração Pública).
auditorias financeiras ou tributárias; fiscalização, supervi-
Cadastros mantidos pela administração pública
são ou gerenciamento de obras ou serviços; patrocínio ou
defesa de causas judiciais ou administrativas; treinamento
São previstas duas modalidades distintas de cadastros
e aperfeiçoamento de pessoal ou restauração de obras de
para a reunião de informações destinadas a auxiliar a Ad-
arte e bens de valor histórico.
ministração Pública na realização do processo licitatório,
Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os
sendo elas: registro de preços e registro cadastral.
contratos para a prestação de serviços técnicos profissio-
nais especializados devem, preferencialmente, ser celebra-
Registro de preços
dos mediante a realização de concurso, com estipulação
prévia de prêmio ou remuneração. Modalidade de cadastro destinada a auxiliar a Adminis-
tração Pública nas compras que pretenda efetuar, devendo
Compras ser precedido de ampla pesquisa de mercado. O registro
será publicado trimestralmente na imprensa oficial e terá
Nenhuma compra será feita sem a adequada caracte- validade por prazo não superior a um ano. Contudo, a exis-
rização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentá- tência de registro não obriga a Administração a firmar con-
rios para o seu pagamento. Sempre que possível, as com- tratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a
pras deverão: atender ao princípio da padronização, que utilização de outros meios previstos na Lei de Licitações.
imponha compatibilidade de especificações técnicas e de
desempenho, observadas, quando for o caso, as condições Registro cadastral
de manutenção, assistência técnica e garantias oferecidas;
ser processadas através do sistema de registro de preços; Modalidade de cadastro necessário à habilitação dos
submeter-se às condições de aquisição e pagamento se- participantes no processo licitatório. Assim, os órgãos da
melhantes às do setor privado; ser subdivididas em tantas Administração Pública que realizem frequentemente li-
parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiari- citações manterão registros cadastrais para efeito de ha-
dades do mercado, visando economicidade; balizar-se pe- bilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo,
los preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da um ano. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos
Administração Pública; conter a especificação completa do interessados documentação relativa a: habilitação jurídica;
bem a ser adquirido, sem indicação de marca; possuir a de- qualificação técnica; qualificação econômico-financeira; re-
finição das unidades e das quantidades a serem adquiridas gularidade fiscal; prova de que o interessado não empregue
em função do consumo e utilização prováveis, cuja estima- em trabalho noturno, perigoso ou insalubre menores de de-
tiva será obtida, sempre que possível, mediante adequadas zoito anos, bem como não empregue em qualquer trabalho
técnicas quantitativas de estimação e, por fim, apresentar menores de dezesseis anos, salvo na condição de apren-
as condições de guarda e armazenamento que não permi- diz, a partir de quatorze anos.
tam a deterioração do material. O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado
e estar permanentemente aberto aos interessados, obri-
gando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mí-

Conhecimentos Específicos 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

nimo anualmente, por meio da imprensa oficial e de jornal opção de compra ou locação. É nessa análise que o prin-
diário de grande circulação, o chamamento público para a cípio da economicidade se revela, auxiliando a aplicação
atualização dos registros existentes e para o ingresso de no- dos recursos públicos com zelo e eficiência.
vos interessados.
O julgamento dos pedidos de inscrição, as alterações, O art. 3.º da Lei n. 8.666/93 estabelece os princípios da
suspensões e cancelamentos serão efetuados por comissão licitação:
composta de pelo menos três membros, sendo dois servi-
dores permanentes. O interessado que tem o seu pedido de Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do
cadastramento deferido recebe um certificado de registro ca- princípio constitucional da isonomia, a seleção da propos-
dastral, renovável sempre que atualizar o seu registro, o que ta mais vantajosa para a administração e a promoção do
poderá substituir a maioria dos documentos da habilitação desenvolvimento nacional sustentável e será processada
quando da realização do certame. e julgada em estrita conformidade com os princípios bási-
No âmbito federal, esse cadastro recebe o nome de cos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SI- igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
CAF). vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento ob-
jetivo e dos que lhes são correlatos.
Princípios da licitação
Observe que a redação termina com a expressão “...
Como todo sistema jurídico, o instituto das licitações e dos que lhes são correlatos”. Dessa maneira, verifica-se
também tem seus princípios norteadores. Discorreremos que o rol de princípios previstos nesse artigo não é exaus-
acerca de alguns deles, ainda que forma bastante simples. tivo.
O princípio da legalidade, como princípio geral previsto
no art. 5º, II, da Constituição de 1988, segundo o qual “nin- 1. Princípio da Legalidade, Impessoalidade, Publi-
guém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em cidade e Moralidade: O art. 3.º, caput, da Lei 8.666/93 faz
virtude de lei”, obriga a Administração Pública, quando da referência aos princípios da legalidade, impessoalidade e
compra, obra, contração de serviços ou alienação, a pro- moralidade. O princípio da eficiência não está relacionado.
ceder de acordo com o que a Constituição Federal e Leis Isso porque, quando a Lei n. 8.666 surgiu, em 1993, ainda
não existia o caput do art. 37 da Constituição Federal com
preveem. A não observação desse princípio impregnará o
sua redação atual (“...obedecerá aos princípios de legalida-
processo licitatório de vício, trazendo nulidade como con-
de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”).
sequência.
Legalidade: O administrador está obrigado a fazer tão
Pelo princípio da isonomia, é assegurada a igualdade somente o que a lei determina.
no tratamento a todos quantos venham participar do certa- Impessoalidade: Significa que a Administração Pública
me licitatório. não poderá atuar discriminando pessoas, a Administração
O princípio da competitividade garante a livre parti- Pública deve permanecer numa posição de neutralidade
cipação a todos, porém, essa liberdade de participação é em relação às pessoas privadas.
relativa, não significando que qualquer empresa será ad- Publicidade: É o dever atribuído à Administração, de
mitida no processo licitatório. Por exemplo, não faz sentido dar total transparência a todos os atos que praticar, ou seja,
uma empresa fabricante de automóveis tencionar participar como regra geral, nenhum ato administrativo pode ser sigi-
de um processo de licitação, quando o objeto do certame loso.
seja compra de alimentos. Moralidade: A atividade da Administração Pública deve
A Administração Pública se balizará no princípio da im- obedecer não só à lei, mas também à moral.
pessoalidade para evitar a preferência por alguma empre-
sa especificamente, cuja não observação implicaria prejuí- 2. Princípio da Isonomia (Igualdade Formal, ou
zo para a lisura do processo licitatório, e como consequên- Igualdade): Está previsto no caput do art. 5.º da Consti-
cia a decretação da nulidade do processo. tuição Federal. Esse princípio não se limita a máxima: “os
Como a licitação busca atender ao interesse público, iguais devem ser tratados igualmente; os desiguais devem
à coletividade, a escolha e julgamento da melhor proposta ser tratados desigualmente, na medida de suas desigual-
obedecerão ao princípio da publicidade, que visa tornar a dades”.
futura licitação conhecida dos interessados e dar conheci- Para o Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo, é errado
mento aos licitantes bem como à sociedade em geral, sobre imaginar que o princípio da isonomia veda todas as discri-
seus atos. Outra função desse princípio é garantir aos cida- minações. Discriminar (retirando seu sentido pejorativo) é
dãos o acesso à documentação referente à licitação, bem separar um grupo de pessoas para lhes atribuir tratamento
como sua participação em audiências públicas, nas hipóte- diferenciado do restante. Nesse sentido, toda a norma ju-
ses previstas no art. 39, da Lei nº 8.666/93. rídica discrimina, porque incide sobre algumas pessoas e
sobre outras não.
A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais bara-
Exemplos:
ta. Como dizem alguns, às vezes o barato sai caro. A Ad-
- Abertura de concurso público para o preenchimento
ministração Pública deve saber definir quando, quanto, o
de vagas no quadro feminino da polícia militar. Qual é o
que e por que vai comprar, a exemplo da situação onde há
fato discriminado pela norma? É o sexo feminino. Qual é

Conhecimentos Específicos 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a razão jurídica pela qual a discriminação é feita? A razão Dentro dessa realidade de consumo, abordar-se-á neste
jurídica da discriminação é o fato de que, em determinadas trabalho as formas disponíveis para que a gestão pública
circunstâncias, algumas atividades policiais são exercidas aplique de maneira consciente o orçamento disponível para
de forma mais adequada por mulheres. Há, portanto, cor- manutenção de bens e serviços.
respondência lógica entre o fato discriminado e a razão pela Nesse contexto, os gastos de verbas públicas devem
qual a discriminação é feita, tornando a norma compatível seguir uma série de trâmites e regras para que sejam apli-
com o princípio da isonomia. cados da forma mais vantajosa, com o menor gasto e a me-
- Uma licitação é aberta, exigindo de seus participantes lhor qualidade. Trata-se de uma tarefa complexa, devido às
uma determinada máquina. Qual é o fato discriminado pela influências que pode provocar do ponto de vista econômico,
norma? É a determinada máquina. Qual é a razão jurídica social e político no município ou região de atuação, deven-
pela qual a discriminação é feita? Essa pergunta pode ser do, portanto, ser realizada com atenção e cuidado, de forma
respondida por meio de outra indagação: A máquina é indis- a satisfazer os direitos e garantias do cidadão e cuidar para
pensável para o exercício do contrato? Se for, a discrimina- que não haja desperdício.
ção é compatível com o princípio da isonomia. O legislador brasileiro elaborou uma série de normas a
serem seguidas com o intuito de padronizar as aquisições e
3. Princípio da Probidade: Ser probo, nas licitações, é alienações. Dentre elas, destacam-se a Lei nº 8.666/93, que
escolher objetivamente a melhor alternativa para os interes- regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
ses públicos, nos termos do edital. instituindo normas para licitações e contratos da Adminis-
tração Pública e, ainda, a Lei nº 10.520/02 (Lei do Pregão).
4. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convo- A licitação é obrigatória para toda Administração Públi-
catório: O instrumento convocatório é o ato administrativo ca e deve seguir vários princípios, conforme preconizado no
que convoca a licitação, ou seja, é o ato que chama os in- art. 37 caput e inciso XXI da Constituição Federal:
teressados a participarem da licitação; é o ato que fixa os “Art. 37 A administração pública direta e indireta de
requisitos da licitação. É chamado, por alguns autores, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distri-
“lei daquela licitação”, ou de “diploma legal que rege aquela to Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
licitação”. Geralmente vem sob a forma de edital, contudo, de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
há uma exceção: O convite (uma modalidade diferente de e eficiência e, também, ao seguinte:[...]
licitação). O processamento de uma licitação deve estar ri- XXI- Ressalvados os casos específicos na legislação,
gorosamente de acordo com o que está estabelecido no as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
instrumento convocatório. Os participantes da licitação têm mediante processo de licitação pública que assegure igual-
a obrigação de respeitar o instrumento convocatório, assim dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
como o órgão público responsável. que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
5. Princípio do Julgamento Objetivo: Esse princípio somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
afirma que as licitações não podem ser julgadas por meio de econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
critérios subjetivos ou discricionários. Os critérios de julga- obrigações”.
mento da licitação devem ser objetivos, ou seja, uniformes Portanto, o objetivo deste estudo é descrever a legisla-
para as pessoas em geral. Exemplo: Em uma licitação foi ção e os princípios a serem seguidos pelos gestores para
estabelecido o critério do menor preço. Esse é um critério a prática da licitação, as características e as modalidades
objetivo, ou seja, é um critério que não varia para ninguém. do processo licitatório, bem como seus aspectos criminais
Todas as pessoas têm condições de avaliar e de decidir. e contratos.
Com o desconhecimento formal dos procedimentos
6. Outros Princípios: para a realização da licitação, a Administração poderá fazer
a) Princípio do procedimento formal: Estabelece que exigências inúteis ou desnecessárias e, ainda, deixar de so-
as formalidades prescritas para os atos que integram as li- licitar documentos importantes. Observa-se, portanto, que a
citações devem ser rigorosamente obedecidas. licitação reflete diretamente no orçamento do órgão e deve
b) Princípio da adjudicação compulsória: Esse prin- ser tratada como um instrumento de controle da aplicação
cípio tem uma denominação inadequada. Ele afirma que, do dinheiro público, sendo um procedimento fundamental e,
se em uma licitação houver a adjudicação, esta deverá ser por isso, escolhida como tema deste trabalho.
realizada em favor do vencedor do procedimento. Essa afir- Será aplicado o método de compilação, através de pes-
mação não é absoluta, uma vez que várias licitações termi- quisa bibliográfica, jurídica e documental, proporcionando
nam sem adjudicação. maior conhecimento sobre o procedimento licitatório, seus
c) Princípio do sigilo das propostas: É aquele que princípios, objetivos, características, modalidades, fases,
estabelece que as propostas de uma licitação devem ser aspectos criminais e contratos.
apresentadas de modo sigiloso, sem que se dê acesso pú- O intento é, além da ampliação do conhecimento, pro-
blico aos seus conteúdos. porcionar uma forma de facilitação do acesso às informa-
Nota-se nos dias atuais a necessidade extrema e cons- ções para que os agentes do Poder Público possam ad-
tante da aquisição de bens e serviços para a manutenção quirir noções básicas e essenciais à administração limpa,
tanto das necessidades essenciais, quanto das supérfluas. correta, eficaz e digna da admiração dos cidadãos.

Conhecimentos Específicos 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Modalidades de licitação licitante demonstre que preenche os requisitos, ele deverá


apresentar o pedido de cadastramento (requerimento), com
A licitação, como espécie de processo administrativo, a respectiva documentação.
é dividida em seis modalidades distintas: Concorrência, to- O intervalo mínimo que deve ser observado entre a pu-
mada de preços, convite, concurso, leilão e pregão. Existe, blicação do instrumento convocatório e a entrega dos enve-
ainda, a consulta, que não é modalidade licitatória e apli- lopes é de 30 dias corridos para critério de melhor técnica
ca-se somente para agências reguladoras. Nesse sentido, ou melhor técnica e preço e de 15 dias corridos para critério
segundo Marinela: de menor preço.
“Atualmente, as nossas leis gerais estabelecem seis
modalidades licitatórias que são: concorrência, tomada de Convite
preços, convite, concurso, leilão e pregão, que estão con-
ceituadas no art. 22, da Lei nº 8.666/93 e art. 1º, da Lei nº A modalidade convite é adequada para contratos de
10.520/02. Alguns autores indicariam, ainda, a consulta. To- valores pequenos, que correspondem às obras e serviços
davia, não se trata de modalidade prevista na Lei de Licita- de engenharia com valor de até R$ 150.000,00 (cento e
ções, tendo aplicação somente para agências reguladoras, cinquenta mil reais) e, para outros bens e serviços, até R$
com procedimento por elas definido”. 80.000,00 (oitenta mil reais).
A Administração convoca para a disputa pelo menos
Concorrência três pessoas que operem no ramo pertinente ao objeto,
cadastrados ou não, estendendo-se o mesmo convite aos
A concorrência é a modalidade licitatória genérica, des- demais cadastrados do ramo relativo ao objeto que hajam
tinada a contratos de grande vulto, precedida de ampla di- manifestado seu interesse, em até 24 horas antes da apre-
vulgação, da qual podem participar quaisquer interessados sentação das propostas. O instrumento convocatório é a
que preencham as condições estabelecidas no instrumento carta-convite.
convocatório. No que tange ao valor, a concorrência é utili- O intervalo mínimo que deve ser observado entre a pu-
zada para os contratos de obras e serviços de engenharia blicação do instrumento convocatório e a entrega dos enve-
nos valores superiores a R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui- lopes é de 5 dias úteis.
nhentos mil reais) ou para outros bens e serviços que não
os de engenharia, nos valores superiores a R$ 650.000,00 Concurso
(seiscentos e cinquenta mil reais). Entretanto, a concorrên-
cia também é obrigatória, em razão da natureza do objeto, A modalidade concurso consiste em uma disputa entre
independentemente do valor do negócio, nos seguintes ca- quaisquer interessados que possuam a qualificação exigida
sos: nas compras e alienações de bens imóveis, nas con- para a contratação de serviços técnicos profissionais espe-
cessões de direito real de uso, nas licitações internacionais, cializados (já tratados no CAPÍTULO 5, seção 5.2), com a
nos contratos de empreitada integral, e nas concessões de instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores. O
obras e serviços. procedimento dessa modalidade deve estar previsto em re-
O intervalo mínimo que deve ser observado entre a pu- gulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local
blicação do instrumento convocatório e a entrega dos enve- indicado no edital, que deverá indicar: a qualificação exigida
lopes é de 45 dias corridos para critério de melhor técnica dos participantes, as diretrizes e a forma de apresentação
ou melhor técnica e preço e de 30 dias corridos para critério do trabalho, as condições de realização do concurso e os
de menor preço. prêmios concedidos. Seu julgamento é efetuado por comis-
são especial que não precisa ser composta por servidores
Tomada de preços públicos, bastando que os integrantes sejam pessoas de
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria.
A modalidade licitatória tomada de preços é exigida O intervalo mínimo que deve ser observado entre a pu-
para os contratos de valores médios, que são aqueles que blicação do instrumento convocatório e o evento é de 45 dias
ficam acima do limite do convite e abaixo do limite da con- corridos.
corrência. Portanto, para obras e serviços de engenharia
os valores devem ser superiores a R$ 150.000,00 (cento Leilão
e cinquenta mil reais), chegando até R$ 1.500.000,00 (um
milhão e quinhentos mil reais) e, para outros bens e ser- A modalidade licitatória leilão é, em regra, utilizada com
viços que não os de engenharia, valores superiores a R$ o objetivo de obter-se o melhor preço para a alienação de
80.000,00 (oitenta mil reais) até R$ 650.000,00 (seiscentos bens, sendo eles: móveis inservíveis para a Administração,
e cinquenta mil reais). apreendidos ou penhorados; bens móveis de valor módico,
Nessa modalidade, a participação se restringe: às pes- ou seja, avaliados em quantia não superior a R$ 650.000,00
soas previamente cadastradas, organizadas em função dos (seiscentos e cinquenta mil reais) ou, ainda, imóveis oriun-
ramos de atividade e potencialidades dos eventuais propo- dos de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento
nentes, bem como aos que atenderam a todas as condi- (nessa hipótese, o administrador poderá optar pela concor-
ções exigidas para o cadastramento até o terceiro dia ante- rência ou leilão).
rior à data fixada para a abertura das propostas. Para que o

Conhecimentos Específicos 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O intervalo mínimo que deve ser observado entre a pu- 1. Fase interna
blicação do instrumento convocatório e o evento é de 15 Fase preliminar da licitação que compreende os seguin-
dias corridos. tes atos: definição do objeto a ser contratado, estimativa do
custo do contrato, reserva da receita orçamentária, elabora-
Pregão ção do instrumento convocatório, exame do edital ou carta-
-convite pela assessoria jurídica, autorização para licitar e
É a modalidade de licitação destinada à contratação de publicação do edital.
bens e serviços comuns, independentemente de seu valor,
estando disciplinada na Lei nº 10.520/02. Consideram-se 1.1 Fase de Abertura
bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desem- Assim sendo, o procedimento de licitação é iniciado
penho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo com a abertura de processo administrativo, devidamente
edital, sem grande necessidade de avaliações detalhadas, autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização
visto que a relação dos bens ou serviços comuns encon- respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
tra-se disposta em anexo do Decreto Federal nº 3.555/00, para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
posteriormente alterado pelo Decreto Federal nº 7.174/10. o edital ou convite e respectivos anexos; comprovante das
A principal vantagem proporcionada pelo pregão é a publicações do edital ou da entrega do convite; ato de de-
economia de recursos financeiros para a Administração signação da comissão de licitação, do leiloeiro administra-
Pública, pois dele somente tomam parte os licitantes que tivo ou oficial, ou do responsável pelo convite; original das
apresentarem propostas cujo valor seja até 10% superior propostas e dos documentos que as instruem; atas, relató-
ao da proposta de menor valor, inclusive esta. Além disso, rios e deliberações da Comissão de Licitação; pareceres
a modalidade foi instituída com o escopo de aperfeiçoar o técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou
regime de licitações, permitindo o aumento da competitivi- inexigibilidade; atos de adjudicação do objeto da licitação e
dade e a ampliação das oportunidades de participação nas da sua homologação; recursos eventualmente apresenta-
licitações, além de desburocratizar os procedimentos para dos pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões;
a habilitação e o cumprimento da sequencia de etapas do despacho de anulação ou de revogação da licitação, quan-
procedimento, contribuindo para a redução de despesas e do for o caso, fundamentado circunstancialmente; termo de
concedendo maior agilidade nas aquisições. Nesse sentido, contrato ou instrumento equivalente; outros comprovantes
pode-se dizer que o pregão visa a atender não apenas ao de publicações e demais documentos relativos à licitação.
princípio constitucional da isonomia, como também ao prin-
cípio da eficiência. 2 Fase externa
Cabe ressaltar, ainda, que o pregão pode ser realizado 2.1 Fase de Habilitação
em duas modalidades: o pregão presencial, que se ca- Após a publicação do edital, tem início a fase externa
racteriza pela presença física dos licitantes e dos agentes da licitação, que é caracterizada pela habilitação e pela se-
públicos responsáveis pelo pregão e o pregão eletrônico, leção do melhor licitante, dentre os habilitados. Para a ha-
que é realizado por meio da utilização de recursos de tec- bilitação nas licitações, será exigido dos interessados: do-
nologia da informação, nos termos de regulamentação es- cumentação relativa à habilitação jurídica, qualificação téc-
pecífica, em que os licitantes encaminham suas propostas nica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal
por via eletrônica, e os lances são realizados também por e prova de que o interessado não empregue em trabalho
via eletrônica. noturno, perigoso ou insalubre menores de dezoito anos,
O intervalo mínimo que deve ser observado entre a pu- bem como não empregue em qualquer trabalho menores
blicação do instrumento convocatório e a entrega ou encami- de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
nhamento das propostas e documentações é de 08 dias úteis. de quatorze anos. A inabilitação do licitante importa preclu-
são do seu direito de participar das fases subseqüentes do
Consulta
processo licitatório.
A licitação na modalidade consulta encontra-se prevista
2.2 Fase de Classificação e Julgamento
na Lei nº 9.472/97, que dispõe sobre a organização dos ser-
O julgamento das propostas será objetivo, devendo a
viços de telecomunicações, dentre outros temas, aplican-
Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite rea-
do-se exclusivamente às agências reguladoras. Tem por
lizá-lo em conformidade com os tipos de licitação e os cri-
objeto: o fornecimento de bens e serviços não classificados
térios previamente estabelecidos no ato convocatório. No
como bens ou serviços comuns e a contratação de bens ou
serviços comuns que não apresentem alto valor, assim de- caso de empate entre duas ou mais propostas, deverá ser
finidos na forma de regulamento próprio. Cabe às agências observado o disposto no artigo 3º, § 2º, da Lei de Licitações.
reguladoras disciplinar a licitação nessa modalidade. Nota-se nesta fase que, com o advento da Lei Comple-
mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que estabele-
Fases do processo de licitação ceu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte, ocorreu a adoção de novas regras de licita-
O processo de licitação é dividido em duas fases: fase ções públicas, dando tratamento diferenciado e favorecido
interna e fase externa, as quais, por sua vez, subdividem-se às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito
em fases específicas. dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e

Conhecimentos Específicos 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

dos Municípios, com relação à preferência nas aquisições Hipóteses excludentes de licitação
de bens e serviços pelos Poderes Públicos. Na prática, os
direitos são: deverão apresentar toda a documentação exi- Licitação dispensada
gida para efeito de comprovação de regularidade fiscal,
mesmo que com restrições. Porém, havendo alguma restri- A licitação será dispensada somente nas hipóteses
ção, será assegurado o prazo de dois dias úteis, prorrogá- expressamente previstas na Lei de Licitações. A dispensa
veis por igual período, cujo termo inicial corresponderá ao do processo licitatório nesse caso resulta de disposição ex-
momento em que o proponente for declarado o vencedor pressa de lei, não cabendo qualquer juízo discricionário da
do certame, para a regularização da documentação. Outro Administração Pública quanto à conveniência e oportunida-
privilégio é o direito de preferência nas situações de empa- de de sua realização. Nesse contexto, estão previstas no
te, ou seja, quando as propostas apresentadas pelas mi- artigo 17, incisos I e II, da Lei nº 8.666/93, as possibilidades
croempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais de licitação dispensada:
ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada. “Art. 17 A alienação de bens da Administração Pública,
No caso do pregão, aplica-se às propostas que não sejam subordinada à existência de interesse público devidamen-
superiores a 5% da proposta com o menor valor. Dessa for- te justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às
ma, a microempresa ou empresa de pequeno porte mais seguintes normas:
bem classificada poderá apresentar proposta de preço in- I- quando imóveis, dependerá de autorização legislativa
ferior àquela considerada vencedora do certame, situação para órgãos da administração direta e entidades autárquicas
em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado. Por e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraes-
fim, o legislador ainda permitiu a promoção de licitação pú- tatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na moda-
blica, desde que os valores envolvidos não superem R$ lidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
80.000,00 (oitenta mil reais), restrita às microempresas e a) dação em pagamento;
empresas de pequeno porte. b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão
ou entidade da administração pública, de qualquer esfera
2.3 Fase de Homologação e Adjudicação de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;
Uma vez concluída a fase de classificação e julgamen- c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos
to, a autoridade superior à Comissão de Licitação, com constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
fundamento no poder-dever que lhe é atribuído, poderá, d) investidura;
alternativamente: homologar os atos administrativos prati- e) venda a outro órgão ou entidade da administração
cados, confirmando o resultado da licitação; revogar os atos pública, de qualquer esfera de governo;
administrativos praticados ou mesmo a licitação toda, moti- f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
vada por razões de interesse público, que decorram de fato são de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
superveniente devidamente comprovado, pertinente e hábil bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efeti-
para justificar tal conduta ou anular os atos administrativos vamente utilizados no âmbito de programas habitacionais
praticados ou mesmo a licitação toda, motivada por ilegali- ou de regularização fundiária de interesse social desenvol-
dade relacionada ao processo licitatório, mediante parecer vidos por órgãos ou entidades da administração pública;
escrito e devidamente fundamentado. g) procedimentos de legitimação de posse de que trata
Com o resultado homologado, o licitante cuja proposta o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, me-
tiver sido selecionada terá o direito à adjudicação do objeto diante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração
da licitação. A adjudicação consiste na atribuição do objeto Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
da licitação àquele cuja proposta tenha sido selecionada, h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
para imediata execução do contrato. são de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de
3. Inversão de fases no procedimento licitatório até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e in-
Convém ressaltar uma exceção trazida pela Lei nº seridos no âmbito de programas de regularização fundiária
11.196/05 e pela Lei nº 10.520/02, prevendo que o edital de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades
de licitação estabelecerá a inversão da ordem das fases da administração pública;
de habilitação e julgamento nas modalidades de pregão e i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
concorrência para outorga de concessões e permissões de ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia
serviços públicos. Nesses casos, uma vez encerrada a fase Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze)
de classificação das propostas, será aberto o envelope com módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para
os documentos de habilitação do licitante mais bem classi- fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;
ficado. Uma vez constatado o atendimento às exigências
editalícias, o licitante será declarado vencedor. Por outro II- quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de
lado, caso o licitante melhor classificado seja inabilitado, se- licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
rão analisados os documentos do licitante classificado em a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso
segundo lugar, e assim sucessivamente. de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e
conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de
outra forma de alienação;

Conhecimentos Específicos 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou ção, será admitida a adjudicação direta dos bens ou ser-
entidades da Administração Pública; viços, por valor não superior ao constante do registro de
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em preços, ou dos serviços;
bolsa, observada a legislação específica; VIII- para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; público interno, de bens produzidos ou serviços prestados
e) venda de bens produzidos ou comercializados por por órgão ou entidade que integre a Administração Pública
órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude e que tenha sido criado para esse fim específico em data
de suas finalidades; anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado
f) venda de materiais e equipamentos para outros ór- seja compatível com o praticado no mercado;
gãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização IX- quando houver possibilidade de comprometimento
previsível por quem deles dispõe”. da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decre-
to do Presidente da República, ouvido o Conselho de De-
Licitação dispensável fesa Nacional;
X- para a compra ou locação de imóvel destinado ao
Licitação dispensável é aquela cuja realização, nas hi- atendimento das finalidades precípuas da administração,
póteses legais, fica a critério puramente discricionário da cujas necessidades de instalação e localização condicio-
Administração Pública competente, em virtude de peculia- nem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com
ridade de seu objeto e/ou de outros elementos circunstan- o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
ciais que envolvam a sua realização. As hipóteses estão XI- na contratação de remanescente de obra, serviço
elencadas no artigo 24 da Lei de Licitações, conforme se- ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual,
gue: desde que atendida a ordem de classificação da licitação
“Art. 24 É dispensável a licitação: anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo li-
I- para obras e serviços de engenharia de valor até 10% citante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente
(dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do corrigido;
artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma XII- nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros
mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização
mesma natureza e no mesmo local que possam ser realiza- dos processos licitatórios correspondentes, realizadas dire-
das conjunta e concomitantemente; tamente com base no preço do dia;
II- para outros serviços e compras de valor até 10% XIII- na contratação de instituição brasileira incumbida
(dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou
II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedica-
nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mes- da à recuperação social do preso, desde que a contratada
mo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa detenha inquestionável reputação ético-profissional e não
ser realizada de uma só vez; tenha fins lucrativos;
III- nos casos de guerra ou grave perturbação da or- XIV- para a aquisição de bens ou serviços nos termos
dem; de acordo internacional específico aprovado pelo Congres-
IV- nos casos de emergência ou de calamidade pública, so Nacional, quando as condições ofertadas forem manifes-
quando caracterizada urgência de atendimento de situação tamente vantajosas para o Poder Público;
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança XV- para a aquisição ou restauração de obras de arte e
de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que
públicos ou particulares, e somente para os bens neces- compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou enti-
dade.
sários ao atendimento da situação emergencial ou calami-
XVI- para a impressão dos diários oficiais, de formulá-
tosa e para as parcelas de obras e serviços que possam
rios padronizados de uso da administração, e de edições
ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta)
técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de
dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência
informática a pessoa jurídica de direito público interno, por
da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública,
respectivos contratos;
criados para esse fim específico;
V- quando não acudirem interessados à licitação an-
XVII- para a aquisição de componentes ou peças de ori-
terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem
gem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas equipamentos durante o período de garantia técnica, junto
as condições preestabelecidas; ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal
VI- quando a União tiver que intervir no domínio econô- condição de exclusividade for indispensável para a vigência
mico para regular preços ou normalizar o abastecimento; da garantia;
VII- quando as propostas apresentadas consignarem XVIII- nas compras ou contratações de serviços para o
preços manifestamente superiores aos praticados no mer- abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas
cado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos ou tropas e seus meios de deslocamento quando em es-
órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o tada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou
parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situa- localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movi-

Conhecimentos Específicos 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

mentação operacional ou de adestramento, quando a exi- exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à
guidade dos prazos legais puder comprometer a normali- escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Co-
dade e os propósitos das operações e desde que seu valor mandante da Força.
não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do XXX- na contratação de instituição ou organização, pú-
art. 23 desta Lei: blica ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a presta-
XIX- para as compras de material de uso pelas Forças ção de serviços de assistência técnica e extensão rural no
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e ad- âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Ex-
ministrativo, quando houver necessidade de manter a pa- tensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária,
dronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos instituído por lei federal.
meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de co- XXXI- nas contratações visando ao cumprimento do
missão instituída por decreto; disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2
XX- na contratação de associação de portadores de de- de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de
ficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idonei- contratação dela constantes.
dade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, XXXII- na contratação em que houver transferência de
para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de- tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único
-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de se-
praticado no mercado. tembro de 1990, conforme elencados em ato da direção na-
XXI- para a aquisição de bens e insumos destinados cional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes
exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com re- produtos durante as etapas de absorção tecnológica
cursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou XXXIII- na contratação de entidades privadas sem fins
por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tec-
pelo CNPq para esse fim específico; nologias sociais de acesso à água para consumo humano e
XXII- na contratação de fornecimento ou suprimento de produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de
energia elétrica e gás natural com concessionário, permis- baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água”.
sionário ou autorizado, segundo as normas da legislação
específica; Inexigibilidade de licitação
XXIII- na contratação realizada por empresa pública
ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e A licitação é considerada inexigível quando não há pos-
controladas, para a aquisição ou alienação de bens, presta- sibilidade de competição entre os eventuais licitantes, de
ção ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado modo que sua realização não é exigida.
seja compatível com o praticado no mercado. Conforme o disposto no artigo 25da Lei nº 8.666/93, a
XXIV- para a celebração de contratos de prestação de licitação será inexigível nas seguintes hipóteses:
serviços com as organizações sociais, qualificadas no âm- “Art. 25 É inexigível a licitação quando houver inviabili-
bito das respectivas esferas de governo, para atividades dade de competição, em especial:
contempladas no contrato de gestão. I- para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêne-
XXV- na contratação realizada por Instituição Científica ros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou
e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a trans- representante comercial exclusivo, vedada a preferência de
ferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita
uso ou de exploração de criação protegida. através de atestado fornecido pelo órgão de registro do co-
XXVI– na celebração de contrato de programa com mércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra
ente da Federação ou com entidade de sua administração ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação
indireta, para a prestação de serviços públicos de forma as- Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
sociada nos termos do autorizado em contrato de consórcio
II- para a contratação de serviços técnicos enumerados
público ou em convênio de cooperação.
no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais
XXVII- na contratação da coleta, processamento e co-
ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibi-
mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou
lidade para serviços de publicidade e divulgação;
reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de
III- para contratação de profissional de qualquer setor
lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas
artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reco-
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela
nhecidas pelo poder público como catadores de materiais
recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com opinião pública”.
as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. Assim, pode-se dizer que, no rol das hipóteses legais
XVIII– para o fornecimento de bens e serviços, produzi- de licitação inexigível, as duas primeiras (fornecedor exclu-
dos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, sivo e notória especialização) apresentam maior objetivida-
alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante de, na medida em que sua caracterização deve vir ampara-
parecer de comissão especialmente designada pela autori- da por elementos objetivos. No tocante à terceira hipótese
dade máxima do órgão. legal (contratação de artista), há uma maior subjetividade,
XXIX– na aquisição de bens e contratação de serviços na medida em que sua caracterização se dá a partir de ele-
para atender aos contingentes militares das Forças Sin- mentos não totalmente precisos pela lei.
gulares brasileiras empregadas em operações de paz no

Conhecimentos Específicos 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Licitação deserta - Comparecerno local, na data e hora mencionada no


edital da licitação;
A licitação deserta é aquela que nenhum proponente - Apresentar a documentação necessária (solicitada no
interessado comparece ou quando ocorre a ausência de in- edital) para o devido credenciamento do responsável pela
teressados na licitação. Neste caso, torna-se dispensável a empresa;
licitação, podendo a Administração contratar diretamente, - Quando solicitado pelo pregoeiro, entregar os envelo-
desde que demonstre motivadamente existir prejuízo na pes contendo a proposta de preço e a documentação para
realização de uma nova licitação e desde que sejam manti- a habilitação;
das todas as condições já estabelecidas no edital. - Em momento definido nas etapas do certame licita-
tório, o responsável deverá apresentar novos lances e/ou
Licitação fracassada deixar de apresentar, caso não seja mais do seu interesse;
- Apresentar ou deixar de apresentar intenção de recur-
Ocorre quando nenhum proponente é selecionado em sos sobre as fases do processo licitatório, caso sua propos-
decorrência de inabilitação ou de desclassificação das pro- ta não tenha sido vencedora;
postas. Nos processos de licitações que apresentarem es- - Caso a sua proposta tenha sido vencedora, após a
tas situações, a administração poderá fixar aos licitantes o homologação deverá assinar o contrato com o órgão inte-
prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova docu- ressado.
mentação ou de outras propostas escoimadas das causas
de desclassificação, facultada, no caso de convite, a redu- Pregão eletrônico
ção deste prazo para três dias úteis.
No pregão eletrônico os licitantes devem se cadastrar
no site (portal de compras públicas), para uma determinada
DECRETO 3.555/2000 licitação, após isso cadastram seus respectivos valores e
todos os licitantes são chamados para a fase de lances,
podendo dar lances menores até do que o seu próprio lance
Decreto nº 3.555/2000 sem necessidade de vincular ao menor lance ofertado, por
exemplo: seu concorrente deu um lance de 90 mil, você
O Decreto nº 3.555/2000, aprova o Regulamento para
pode dar um lance de 120 mil desde que este seja menor do
a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisi-
que o seu próprio último lance, sem a necessidade de ser
ção de bens e serviços comuns.
menor que o lance do concorrente. No pregão eletrônico o
O pregão é uma das seis modalidades licitatórias exis-
fim dos lances é dado por tempo aleatório.
tentes no Brasil. Também conhecido como leilão holandês,
Para participar de um pregão na forma eletrônica o lici-
caracteriza-se pela inversão de fases do processo licitató-
tante interessado deverá:
rio comum. A sua importância está no fato de buscar um
- Credenciar-se, previamente, junto ao provedor do sis-
melhor aproveitamento dos gastos públicos, diante de suas
ferramentas e modo de emprego. tema eletrônico, para obtenção da senha de acesso ao sis-
O Pregão surgiu com o advento da Lei No 9.472/97 (Lei tema eletrônico de compras;
Geral de 3 Telecomunicações) que dispôs sobre a organi- - Remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente por
zação dos serviços de telecomunicações, criação e funcio- meio eletrônico, via Internet, a proposta e, quando for o
namento de um órgão regulador e outros aspectos institu- caso, seus anexos;
cionais, prevendo nos seus artigos 54 e 56 o pregão como - Responsabilizar-se formalmente pelas transações
modalidade licitatória. efetuadas em seu nome, assumindo como firmes e verda-
deiras suas propostas e lances, inclusive os atos praticados
Pregão presencial diretamente ou por seu representante, não cabendo ao pro-
vedor do sistema ou ao órgão promotor da licitação respon-
No pregão presencial os licitantes se credenciam e sabilidade por eventuais danos decorrentes de uso indevido
apresentam suas propostas, após isso o pregoeiro selecio- da senha, ainda que por terceiros;
na todas as propostas que estiverem dentro de uma mar- - Acompanhar as operações no sistema eletrônico du-
gem de até 10% acima da melhor proposta. Se não existir rante o processo licitatório, bem como manter endereço
ninguém que se enquadra nesse quesito, é chamado até 3 atualizado de correio eletrônico, responsabilizando-se pelo
licitantes e neste caso com estes 3 licitantes é aberto uma ônus decorrente da perda de negócios diante da inobser-
fase de lance sequencial até obter a melhor proposta (se- vância de quaisquer mensagens emitidas pelo sistema ou
melhante a um leilão). No final do lance o pregoeiro verifica de sua desconexão;
a proposta que se classifica em primeiro lugar como sendo - Comunicar imediatamente ao provedor do sistema
a mais mais vantajosa para o poder público no que se refere qualquer acontecimento que possa comprometer o sigilo ou
aos aspectos de preço e qualidade, e então sendo essa a a inviabilidade do uso da senha, para imediato bloqueio de
empresa vencedora. acesso;
Para participar de um pregão presencial o licitante inte- - Utilizar-se da chave de identificação e da senha de
ressado deverá: acesso para participar do pregão na forma eletrônica;

Conhecimentos Específicos 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Solicitar o cancelamento da chave de identificação ou gão, que se destina a garantir, por meio de disputa justa
da senha de acesso por interesse próprio; entre os interessados, a compra mais econômica, segura
- Submeter-se às exigências da Lei Federal nº e eficiente.
10.520/2002 e, subsidiariamente, da Lei Federal nº § 1º Dependerá de regulamentação específica a utiliza-
8.666/1993, assim como aos termos de participação e con- ção de recursos eletrônicos ou de tecnologia da informação
dições de contratação constantes do instrumento convoca- para a realização de licitação na modalidade de pregão.
tório.4 § 2o Consideram-se bens e serviços comuns aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser ob-
DECRETO Nº 3.555, DE 8 DE AGOSTO DE 2000. jetivamente definidos no edital, por meio de especificações
usuais praticadas no mercado. (Redação dada pelo Decre-
Aprova o Regulamento para a modalidade de licitação to nº 7.174, de 2010)
denominada pregão, para aquisição de bens e serviços § 3o Os bens e serviços de informática e automação
comuns. adquiridos nesta modalidade deverão observar o disposto
no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, e a
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribui- regulamentação específica. (Redação dada pelo Decreto nº
ções que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Consti- 7.174, de 2010)
tuição e tendo em vista o disposto na Medida Provisória nº § 4o Para efeito de comprovação do requisito referido
2.026-3, de 28 de julho de 2000, no parágrafo anterior, o produto deverá estar habilitado a
DECRETA: usufruir do incentivo de isenção do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI, de que trata o art. 4o da Lei no 8.248,
Art. 1º Fica aprovado, na forma dos Anexos I e II a este de 1991, nos termos da regulamentação estabelecida pelo
Decreto, o Regulamento para a modalidade de licitação Ministério da Ciência e Tecnologia. (Incluído pelo Decreto
denominada pregão, para a aquisição de bens e serviços nº 3.693, de 2000)
comuns, no âmbito da União. § 5o Alternativamente ao disposto no § 4o, o Ministério
da Ciência e Tecnologia poderá reconhecer, mediante re-
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime deste De-
querimento do fabricante, a conformidade do produto com o
creto, além dos órgãos da Administração Federal direta, os
requisito referido no § 3o.” (Incluído pelo Decreto nº 3.693,
fundos especiais, as autarquias, as fundações, as empre-
de 2000)
sas públicas, as sociedades de economia mista e as demais
Art. 4º A licitação na modalidade de pregão é juridica-
entidades controladas direta ou indiretamente pela União.
mente condicionada aos princípios básicos da legalidade,
Art. 2º Compete ao Ministério do Planejamento, Orça-
da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publi-
mento e Gestão estabelecer normas e orientações comple-
cidade, da probidade administrativa, da vinculação ao ins-
mentares sobre a matéria regulada por este Decreto.
trumento convocatório, do julgamento objetivo, bem assim
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua
aos princípios correlatos da celeridade, finalidade, razoa-
publicação.
bilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço,
Brasília, 8 de agosto de 2000; 179º da Independência e
seletividade e comparação objetiva das propostas.
112º da República.
Parágrafo único. As normas disciplinadoras da licitação
serão sempre interpretadas em favor da ampliação da dis-
ANEXO I
puta entre os interessados, desde que não comprometam o
REGULAMENTO DA LICITAÇÃO
interesse da Administração, a finalidade e a segurança da
NA MODALIDADE DE PREGÃO
contratação.
Art. 5º A licitação na modalidade de pregão não se apli-
Art. 1º Este Regulamento estabelece normas e pro-
ca às contratações de obras e serviços de engenharia, bem
cedimentos relativos à licitação na modalidade de pregão,
como às locações imobiliárias e alienações em geral, que
destinada à aquisição de bens e serviços comuns, no âmbi-
serão regidas pela legislação geral da Administração.
to da União, qualquer que seja o valor estimado.
Art. 6º Todos quantos participem de licitação na moda-
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime deste Re-
lidade de pregão têm direito público subjetivo à fiel obser-
gulamento, além dos órgãos da administração direta, os
vância do procedimento estabelecido neste Regulamento,
fundos especiais, as autarquias, as fundações, as empre-
podendo qualquer interessado acompanhar o seu desen-
sas públicas, as sociedades de economia mista e as entida-
volvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou
des controladas direta e indiretamente pela União.
impedir a realização dos trabalhos.
Art. 2º Pregão é a modalidade de licitação em que a
Art. 7º À autoridade competente, designada de acordo
disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é
com as atribuições previstas no regimento ou estatuto do
feita em sessão pública, por meio de propostas de preços
órgão ou da entidade, cabe:
escritas e lances verbais.
I - determinar a abertura de licitação;
Art. 3º Os contratos celebrados pela União, para a
II - designar o pregoeiro e os componentes da equipe
aquisição de bens e serviços comuns, serão precedidos,
de apoio;
prioritariamente, de licitação pública na modalidade de pre-
III - decidir os recursos contra atos do pregoeiro; e
4 Fonte: www.effecti.com.br

Conhecimentos Específicos 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

IV - homologar o resultado da licitação e promover a IX - o encaminhamento do processo devidamente ins-


celebração do contrato. truído, após a adjudicação, à autoridade superior, visando a
Parágrafo único. Somente poderá atuar como pregoei- homologação e a contratação.
ro o servidor que tenha realizado capacitação específica Art. 10. A equipe de apoio deverá ser integrada em sua
para exercer a atribuição. maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou em-
Art. 8º A fase preparatória do pregão observará as se- prego da Administração, preferencialmente pertencentes ao
guintes regras: quadro permanente do órgão ou da entidade promotora do
I - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente pregão, para prestar a necessária assistência ao pregoeiro.
e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irre- Parágrafo único. No âmbito do Ministério da Defesa,
levantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competi- as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio
ção ou a realização do fornecimento, devendo estar refleti- poderão ser desempenhadas por militares.
da no termo de referência; Art. 11. A fase externa do pregão será iniciada com
II - o termo de referência é o documento que deverá a convocação dos interessados e observará as seguintes
conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo regras:
pela Administração, diante de orçamento detalhado, consi- I - a convocação dos interessados será efetuada por
derando os preços praticados no mercado, a definição dos meio de publicação de aviso em função dos seguintes li-
métodos, a estratégia de suprimento e o prazo de execução mites:
do contrato; a) para bens e serviços de valores estimados em até R$
III - a autoridade competente ou, por delegação de com- 160.000,00 (cento e sessenta mil reais):
petência, o ordenador de despesa ou, ainda, o agente en- 1. Diário Oficial da União; e
carregado da compra no âmbito da Administração, deverá: 2. meio eletrônico, na Internet;
a) definir o objeto do certame e o seu valor estimado em b) para bens e serviços de valores estimados aci-
planilhas, de forma clara, concisa e objetiva, de acordo com ma de R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais) até R$
termo de referência elaborado pelo requisitante, em conjun- 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): (Redação
to com a área de compras, obedecidas as especificações
dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000)
praticadas no mercado;
1. Diário Oficial da União;
b) justificar a necessidade da aquisição;
2. meio eletrônico, na Internet; e
c) estabelecer os critérios de aceitação das propostas,
3. jornal de grande circulação local;
as exigências de habilitação, as sanções administrativas
c) para bens e serviços de valores estimados superio-
aplicáveis por inadimplemento e as cláusulas do contrato,
res a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): (Re-
inclusive com fixação dos prazos e das demais condições
dação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000)
essenciais para o fornecimento; e
1. Diário Oficial da União;
d) designar, dentre os servidores do órgão ou da enti-
dade promotora da licitação, o pregoeiro responsável pelos 2. meio eletrônico, na Internet; e
trabalhos do pregão e a sua equipe de apoio; 3. jornal de grande circulação regional ou nacional;
IV - constarão dos autos a motivação de cada um dos d) em se tratando de órgão ou entidade integrante do
atos especificados no inciso anterior e os indispensáveis Sistema de Serviços Gerais - SISG, a íntegra do edital de-
elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, verá estar disponível em meio eletrônico, na Internet, no
bem como o orçamento estimativo e o cronograma físico- site www.comprasnet.gov.br, independentemente do valor
-financeiro de desembolso, se for o caso, elaborados pela estimado; (Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000)
Administração; e II - do edital e do aviso constarão definição precisa, su-
V - para julgamento, será adotado o critério de menor ficiente e clara do objeto, bem como a indicação dos locais,
preço, observados os prazos máximos para fornecimento, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra
as especificações técnicas e os parâmetros mínimos de de- do edital, e o local onde será realizada a sessão pública do
sempenho e de qualidade e as demais condições definidas pregão;
no edital. III - o edital fixará prazo não inferior a oito dias úteis,
Art. 9º As atribuições do pregoeiro incluem: contados da publicação do aviso, para os interessados pre-
I - o credenciamento dos interessados; pararem suas propostas;
II - o recebimento dos envelopes das propostas de pre- IV - no dia, hora e local designados no edital, será rea-
ços e da documentação de habilitação; lizada sessão pública para recebimento das propostas e da
III - a abertura dos envelopes das propostas de preços, documentação de habilitação, devendo o interessado ou
o seu exame e a classificação dos proponentes; seu representante legal proceder ao respectivo credencia-
IV - a condução dos procedimentos relativos aos lances mento, comprovando, se for o caso, possuir os necessários
e à escolha da proposta ou do lance de menor preço; poderes para formulação de propostas e para a prática de
V - a adjudicação da proposta de menor preço; todos os demais atos inerentes ao certame;
VI - a elaboração de ata; V - aberta a sessão, os interessados ou seus represen-
VII - a condução dos trabalhos da equipe de apoio; tantes legais entregarão ao pregoeiro, em envelopes sepa-
VIII - o recebimento, o exame e a decisão sobre recur- rados, a proposta de preços e a documentação de habilita-
sos; e ção;

Conhecimentos Específicos 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

VI - o pregoeiro procederá à abertura dos envelopes efeito suspensivo;


contendo as propostas de preços e classificará o autor da XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação
proposta de menor preço e aqueles que tenham apresen- apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
tado propostas em valores sucessivos e superiores em até XX - decididos os recursos e constatada a regularidade
dez por cento, relativamente à de menor preço; dos atos procedimentais, a autoridade competente homolo-
VII - quando não forem verificadas, no mínimo, três pro- gará a adjudicação para determinar a contratação;
postas escritas de preços nas condições definidas no inci- XXI - como condição para celebração do contrato, o li-
so anterior, o pregoeiro classificará as melhores propostas citante vencedor deverá manter as mesmas condições de
subsequentes, até o máximo de três, para que seus autores habilitação;
participem dos lances verbais, quaisquer que sejam os pre- XXII - quando o proponente vencedor não apresentar
ços oferecidos nas propostas escritas; situação regular, no ato da assinatura do contrato, será
VIII - em seguida, será dado início à etapa de apresen- convocado outro licitante, observada a ordem de classifica-
ção, para celebrar o contrato, e assim sucessivamente, sem
tação de lances verbais pelos proponentes, que deverão
prejuízo da aplicação das sanções cabíveis, observado o
ser formulados de forma sucessiva, em valores distintos e
disposto nos incisos XV e XVI deste artigo;
decrescentes;
XXIII - se o licitante vencedor recusar-se a assinar o
IX - o pregoeiro convidará individualmente os licitantes
contrato, injustificadamente, será aplicada a regra estabe-
classificados, de forma sequencial, a apresentar lances ver- lecida no inciso XXII; (Redação dada pelo Decreto nº 3.693,
bais, a partir do autor da proposta classificada de maior pre- de 2000)
ço e os demais, em ordem decrescente de valor; XXIV - o prazo de validade das propostas será de ses-
X - a desistência em apresentar lance verbal, quando senta dias, se outro não estiver fixado no edital.
convocado pelo pregoeiro, implicará a exclusão do licitante Art. 12. Até dois dias úteis antes da data fixada para re-
da etapa de lances verbais e na manutenção do último pre- cebimento das propostas, qualquer pessoa poderá solicitar
ço apresentado pelo licitante, para efeito de ordenação das esclarecimentos, providências ou impugnar o ato convoca-
propostas; (Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000) tório do pregão.
XI - caso não se realizem lances verbais, será verifica- § 1º Caberá ao pregoeiro decidir sobre a petição no
da a conformidade entre a proposta escrita de menor preço prazo de vinte e quatro horas.
e o valor estimado para a contratação; § 2º Acolhida a petição contra o ato convocatório, será
XII - declarada encerrada a etapa competitiva e orde- designada nova data para a realização do certame.
nadas as propostas, o pregoeiro examinará a aceitabilidade Art. 13. Para habilitação dos licitantes, será exigida, ex-
da primeira classificada, quanto ao objeto e valor, decidindo clusivamente, a documentação prevista na legislação geral
motivadamente a respeito; para a Administração, relativa à:
XIII - sendo aceitável a proposta de menor preço, será I - habilitação jurídica;
aberto o envelope contendo a documentação de habilita- II - qualificação técnica;
ção do licitante que a tiver formulado, para confirmação III - qualificação econômico-financeira;
das suas condições habilitatórias, com base no Sistema IV - regularidade fiscal; e
de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF, ou V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art.
nos dados cadastrais da Administração, assegurado ao já 7º da Constituição e na Lei nº 9.854, de 27 de outubro de
cadastrado o direito de apresentar a documentação atuali- 1999.
zada e regularizada na própria sessão; Parágrafo único. A documentação exigida para aten-
XIV - constatado o atendimento das exigências fixadas der ao disposto nos incisos I, III e IV deste artigo deverá
ser substituída pelo registro cadastral do SICAF ou, em se
no edital, o licitante será declarado vencedor, sendo-lhe ad-
tratando de órgão ou entidade não abrangido pelo referido
judicado o objeto do certame;
Sistema, por certificado de registro cadastral que atenda
XV - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desa-
aos requisitos previstos na legislação geral.
tender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará a Art. 14. O licitante que ensejar o retardamento da
oferta subsequente, verificando a sua aceitabilidade e pro- execução do certame, não mantiver a proposta, falhar ou
cedendo à habilitação do proponente, na ordem de classi- fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo
ficação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma inidôneo, fizer declaração falsa ou cometer fraude fiscal,
proposta que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante garantido o direito prévio da citação e da ampla defesa, fi-
declarado vencedor e a ele adjudicado o objeto do certame; cará impedido de licitar e contratar com a Administração,
XVI - nas situações previstas nos incisos XI, XII e XV, pelo prazo de até cinco anos, enquanto perdurarem os mo-
o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente tivos determinantes da punição ou até que seja promovida
para que seja obtido preço melhor; a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
XVII - a manifestação da intenção de interpor recurso penalidade.
será feita no final da sessão, com registro em ata da síntese Parágrafo único. As penalidades serão obrigatoriamen-
das suas razões, podendo os interessados juntar memo- te registradas no SICAF, e no caso de suspensão de lici-
riais no prazo de três dias úteis; tar, o licitante deverá ser descredenciado por igual período,
XVIII - o recurso contra decisão do pregoeiro não terá sem prejuízo das multas previstas no edital e no contrato e
das demais cominações legais.

Conhecimentos Específicos 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 15. É vedada a exigência de: § 2º Os licitantes não terão direito à indenização em
I - garantia de proposta; decorrência da anulação do procedimento licitatório, res-
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição salvado o direito do contratado de boa-fé de ser ressarci-
para participação no certame; e do pelos encargos que tiver suportado no cumprimento do
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os refe- contrato.
rentes a fornecimento do edital, que não serão superiores Art. 19. Nenhum contrato será celebrado sem a efetiva
ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utili- disponibilidade de recursos orçamentários para pagamento
zação de recursos de tecnologia da informação, quando for dos encargos, dele decorrentes, no exercício financeiro em
o caso. curso.
Art. 16. Quando permitida a participação de empresas Art. 20. A União publicará, no Diário Oficial da União, o
estrangeiras na licitação, as exigências de habilitação serão extrato dos contratos celebrados, no prazo de até vinte dias
atendidas mediante documentos equivalentes, autentica- da data de sua assinatura, com indicação da modalidade de
dos pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor licitação e de seu número de referência.
juramentado. Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste
Parágrafo único. O licitante deverá ter procurador resi- artigo sujeitará o servidor responsável a sanção adminis-
dente e domiciliado no País, com poderes para receber ci- trativa.
tação, intimação e responder administrativa e judicialmente Art. 21. Os atos essenciais do pregão, inclusive os de-
por seus atos, juntando os instrumentos de mandato com correntes de meios eletrônicos, serão documentados ou
os documentos de habilitação. juntados no respectivo processo, cada qual oportunamente,
Art. 17. Quando permitida a participação de empresas compreendendo, sem prejuízo de outros, o seguinte:
reunidas em consórcio, serão observadas as seguintes nor- I - justificativa da contratação;
mas: II - termo de referência, contendo descrição detalhada
I - deverá ser comprovada a existência de compromisso do objeto, orçamento estimativo de custos e cronograma
público ou particular de constituição de consórcio, com indi- físico-financeiro de desembolso, se for o caso;
III - planilhas de custo;
cação da empresa-líder, que deverá atender às condições
IV - garantia de reserva orçamentária, com a indicação
de liderança estipuladas no edital e será a representante
das respectivas rubricas;
das consorciadas perante a União;
V - autorização de abertura da licitação;
II - cada empresa consorciada deverá apresentar a do-
VI - designação do pregoeiro e equipe de apoio;
cumentação de habilitação exigida no ato convocatório;
VII - parecer jurídico;
III - a capacidade técnica do consórcio será represen-
VIII - edital e respectivos anexos, quando for o caso;
tada pela soma da capacidade técnica das empresas con-
IX - minuta do termo do contrato ou instrumento equiva-
sorciadas;
lente, conforme o caso;
IV - para fins de qualificação econômico-financeira, X - originais das propostas escritas, da documentação
cada uma das empresas deverá atender aos índices contá- de habilitação analisada e dos documentos que a instruí-
beis definidos no edital, nas mesmas condições estipuladas rem;
no SICAF; XI - ata da sessão do pregão, contendo, sem prejuízo de
V - as empresas consorciadas não poderão participar, outros, o registro dos licitantes credenciados, das propostas
na mesma licitação, de mais de um consórcio ou isolada- escritas e verbais apresentadas, na ordem de classificação,
mente; da análise da documentação exigida para habilitação e dos
VI - as empresas consorciadas serão solidariamente recursos interpostos; e
responsáveis pelas obrigações do consórcio nas fases de XII - comprovantes da publicação do aviso do edital, do
licitação e durante a vigência do contrato; e resultado da licitação, do extrato do contrato e dos demais
VII - no consórcio de empresas brasileiras e estrangei- atos relativos a publicidade do certame, conforme o caso.
ras, a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasi- Art. 22. Os casos omissos neste Regulamento serão
leira, observado o disposto no inciso I deste artigo. resolvidos pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e
Parágrafo único. Antes da celebração do contrato, de- Gestão.
verá ser promovida a constituição e o registro do consórcio,
nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo. ANEXO II
Art. 18. A autoridade competente para determinar a CLASSIFICAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS CO-
contratação poderá revogar a licitação em face de razões MUNS
de interesse público, derivadas de fato superveniente devi- (Revogado pelo Decreto nº 7.174, de 2010)
damente comprovado, pertinente e suficiente para justificar
tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou
por provocação de qualquer pessoa, mediante ato escrito e
fundamentado.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório induz à do
contrato.

Conhecimentos Específicos 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

bidade administrativa, do desenvolvimento sustentável, da


DECRETO 10.024/2019 E SUAS ALTERAÇÕES vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento ob-
POSTERIORES ATÉ A DATA DE PUBLICAÇÃO jetivo, da razoabilidade, da competitividade, da proporcio-
DO EDITAL DE ABERTURA. nalidade e aos que lhes são correlatos.
§ 1º O princípio do desenvolvimento sustentável será
DECRETO Nº 10.024, DE 20 DE SETEMBRO DE 2019 observado nas etapas do processo de contratação, em
suas dimensões econômica, social, ambiental e cultural, no
Regulamenta a licitação, na modalidade pregão, na forma mínimo, com base nos planos de gestão de logística sus-
eletrônica, para a aquisição de bens e a contratação de tentável dos órgãos e das entidades.
serviços comuns, incluídos os serviços comuns de enge- § 2º As normas disciplinadoras da licitação serão inter-
nharia, e dispõe sobre o uso da dispensa eletrônica, no pretadas em favor da ampliação da disputa entre os interes-
âmbito da administração pública federal. sados, resguardados o interesse da administração, o princí-
pio da isonomia, a finalidade e a segurança da contratação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribui-
ções que lhe confere o art. 84, caput, incisos II, IV e VI, Definições
alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, conside-
art. 2º, § 1º, da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e na ra-se:
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, I - aviso do edital - documento que contém:
DECRETA: a) a definição precisa, suficiente e clara do objeto;
b) a indicação dos locais, das datas e dos horários em
CAPÍTULO I que poderá ser lido ou obtido o edital; e
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES c) o endereço eletrônico no qual ocorrerá a sessão pú-
blica com a data e o horário de sua realização;
Objeto e âmbito de aplicação II - bens e serviços comuns - bens cujos padrões de
Art. 1º Este Decreto regulamenta a licitação, na mo- desempenho e qualidade possam ser objetivamente defini-
dalidade de pregão, na forma eletrônica, para a aquisição dos pelo edital, por meio de especificações reconhecidas e
de bens e a contratação de serviços comuns, incluídos os usuais do mercado;
serviços comuns de engenharia, e dispõe sobre o uso da III - bens e serviços especiais - bens que, por sua alta
dispensa eletrônica, no âmbito da administração pública fe- heterogeneidade ou complexidade técnica, não podem ser
deral. considerados bens e serviços comuns, nos termos do inciso
§ 1º A utilização da modalidade de pregão, na forma II;
eletrônica, pelos órgãos da administração pública federal IV - estudo técnico preliminar - documento constituti-
direta, pelas autarquias, pelas fundações e pelos fundos vo da primeira etapa do planejamento de uma contratação,
especiais é obrigatória. que caracteriza o interesse público envolvido e a melhor
§ 2º As empresas públicas, as sociedades de econo- solução ao problema a ser resolvido e que, na hipótese de
mia mista e suas subsidiárias, nos termos do regulamento conclusão pela viabilidade da contratação, fundamenta o
interno de que trata o art. 40 da Lei nº 13.303, de 30 de termo de referência;
junho de 2016, poderão adotar, no que couber, as disposi- V - lances intermediários - lances iguais ou superiores
ções deste Decreto, inclusive o disposto no Capítulo XVII, ao menor já ofertado, porém inferiores ao último lance dado
observados os limites de que trata o art. 29 da referida Lei. pelo próprio licitante;
§ 3º Para a aquisição de bens e a contratação de servi- VI - obra - construção, reforma, fabricação, recupera-
ços comuns pelos entes federativos, com a utilização de re- ção ou ampliação de bem imóvel, realizada por execução
cursos da União decorrentes de transferências voluntárias, direta ou indireta;
tais como convênios e contratos de repasse, a utilização da VII - serviço - atividade ou conjunto de atividades desti-
modalidade de pregão, na forma eletrônica, ou da dispen- nadas a obter determinada utilidade, intelectual ou material,
sa eletrônica será obrigatória, exceto nos casos em que a de interesse da administração pública;
lei ou a regulamentação específica que dispuser sobre a VIII - serviço comum de engenharia - atividade ou con-
modalidade de transferência discipline de forma diversa as junto de atividades que necessitam da participação e do
contratações com os recursos do repasse. acompanhamento de profissional engenheiro habilitado,
§ 4º Será admitida, excepcionalmente, mediante prévia nos termos do disposto na Lei nº 5.194, de 24 de dezembro
justificativa da autoridade competente, a utilização da forma de 1966, e cujos padrões de desempenho e qualidade pos-
de pregão presencial nas licitações de que trata o caput ou sam ser objetivamente definidos pela administração públi-
a não adoção do sistema de dispensa eletrônica, desde que ca, mediante especificações usuais de mercado;
fique comprovada a inviabilidade técnica ou a desvantagem IX - Sistema de Cadastramento Unificado de Fornece-
para a administração na realização da forma eletrônica. dores - Sicaf - ferramenta informatizada, integrante da pla-
taforma do Sistema Integrado de Administração de Serviços
Princípios
Gerais - Siasg, disponibilizada pelo Ministério da Economia,
Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, é condicionado
para cadastramento dos órgãos e das entidades da admi-
aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da mora-
nistração pública, das empresas públicas e dos participan-
lidade, da igualdade, da publicidade, da eficiência, da pro-

Conhecimentos Específicos 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

tes de procedimentos de licitação, dispensa ou inexigibilida- § 1º O sistema de que trata o caput será dotado de
de promovidos pelos órgãos e pelas entidades integrantes recursos de criptografia e de autenticação que garantam as
do Sistema de Serviços Gerais - Sisg; condições de segurança nas etapas do certame.
X - sistema de dispensa eletrônica - ferramenta infor- § 2º Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, além do
matizada, integrante da plataforma do Siasg, disponibiliza- disposto no caput, poderão ser utilizados sistemas próprios
da pelo Ministério da Economia, para a realização dos pro- ou outros sistemas disponíveis no mercado, desde que es-
cessos de contratação direta de bens e serviços comuns, tejam integrados à plataforma de operacionalização das
incluídos os serviços comuns de engenharia; e modalidades de transferências voluntárias.
XI - termo de referência - documento elaborado com
base nos estudos técnicos preliminares, que deverá conter: Etapas
a) os elementos que embasam a avaliação do custo Art. 6º A realização do pregão, na forma eletrônica, ob-
pela administração pública, a partir dos padrões de desem- servará as seguintes etapas sucessivas:
penho e qualidade estabelecidos e das condições de entre- I - planejamento da contratação;
ga do objeto, com as seguintes informações: II - publicação do aviso de edital;
1. a definição do objeto contratual e dos métodos para III - apresentação de propostas e de documentos de
a sua execução, vedadas especificações excessivas, irrele- habilitação;
vantes ou desnecessárias, que limitem ou frustrem a com- IV – abertura da sessão pública e envio de lances, ou
petição ou a realização do certame; fase competitiva;
2. o valor estimado do objeto da licitação demonstrado V - julgamento;
em planilhas, de acordo com o preço de mercado; e VI - habilitação;
3. o cronograma físico-financeiro, se necessário; VII - recursal;
b) o critério de aceitação do objeto; VIII - adjudicação; e
c) os deveres do contratado e do contratante; IX - homologação.
d) a relação dos documentos essenciais à verificação
Critérios de julgamento das propostas
da qualificação técnica e econômico-financeira, se neces-
Art. 7º Os critérios de julgamento empregados na sele-
sária;
ção da proposta mais vantajosa para a administração serão
e) os procedimentos de fiscalização e gerenciamento
os de menor preço ou maior desconto, conforme dispuser
do contrato ou da ata de registro de preços;
o edital.
f) o prazo para execução do contrato; e
Parágrafo único. Serão fixados critérios objetivos para
g) as sanções previstas de forma objetiva, suficiente e
definição do melhor preço, considerados os prazos para a
clara.
execução do contrato e do fornecimento, as especificações
§ 1º A classificação de bens e serviços como comuns técnicas, os parâmetros mínimos de desempenho e de qua-
depende de exame predominantemente fático e de nature- lidade, as diretrizes do plano de gestão de logística susten-
za técnica. tável e as demais condições estabelecidas no edital.
§ 2º Os bens e serviços que envolverem o desenvol-
vimento de soluções específicas de natureza intelectual, Documentação
científica e técnica, caso possam ser definidos nos termos Art. 8º O processo relativo ao pregão, na forma ele-
do disposto no inciso II do caput, serão licitados por pregão, trônica, será instruído com os seguintes documentos, no
na forma eletrônica. mínimo:
I - estudo técnico preliminar, quando necessário;
Vedações II - termo de referência;
Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a: III - planilha estimativa de despesa;
I - contratações de obras; IV - previsão dos recursos orçamentários necessários,
II - locações imobiliárias e alienações; e com a indicação das rubricas, exceto na hipótese de pregão
III - bens e serviços especiais, incluídos os serviços de para registro de preços;
engenharia enquadrados no disposto no inciso III do caput V - autorização de abertura da licitação;
do art. 3º. VI - designação do pregoeiro e da equipe de apoio;
VII - edital e respectivos anexos;
CAPÍTULO II VIII - minuta do termo do contrato, ou instrumento equi-
DOS PROCEDIMENTOS valente, ou minuta da ata de registro de preços, conforme
o caso;
Forma de realização IX - parecer jurídico;
Art. 5º O pregão, na forma eletrônica, será realizado X - documentação exigida e apresentada para a habi-
quando a disputa pelo fornecimento de bens ou pela contra- litação;
tação de serviços comuns ocorrer à distância e em sessão XI- proposta de preços do licitante;
pública, por meio do Sistema de Compras do Governo fe- XII - ata da sessão pública, que conterá os seguintes
deral, disponível no endereço eletrônico www.comprasgo- registros, entre outros:
vernamentais.gov.br. a) os licitantes participantes;
b) as propostas apresentadas;

Conhecimentos Específicos 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) os avisos, os esclarecimentos e as impugnações; Autoridade competente


d) os lances ofertados, na ordem de classificação; Art. 13. Caberá à autoridade competente, de acordo
e) a suspensão e o reinício da sessão, se for o caso; com as atribuições previstas no regimento ou no estatuto do
f) a aceitabilidade da proposta de preço; órgão ou da entidade promotora da licitação:
g) a habilitação; I - designar o pregoeiro e os membros da equipe de
h) a decisão sobre o saneamento de erros ou falhas na apoio;
proposta ou na documentação; II - indicar o provedor do sistema;
i) os recursos interpostos, as respectivas análises e as III - determinar a abertura do processo licitatório;
decisões; e IV - decidir os recursos contra os atos do pregoeiro,
j) o resultado da licitação; quando este mantiver sua decisão;
XIII - comprovantes das publicações: V - adjudicar o objeto da licitação, quando houver re-
a) do aviso do edital; curso;
b) do extrato do contrato; e VI - homologar o resultado da licitação; e
c) dos demais atos cuja publicidade seja exigida; e VII - celebrar o contrato ou assinar a ata de registro de
XIV - ato de homologação. preços.
§ 1º A instrução do processo licitatório poderá ser realiza-
da por meio de sistema eletrônico, de modo que os atos e os CAPÍTULO V
documentos de que trata este artigo, constantes dos arquivos DO PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO
e registros digitais, serão válidos para todos os efeitos legais,
inclusive para comprovação e prestação de contas. Orientações gerais
§ 2º A ata da sessão pública será disponibilizada na inter- Art. 14. No planejamento do pregão, na forma eletrôni-
net imediatamente após o seu encerramento, para acesso livre. ca, será observado o seguinte:
I - elaboração do estudo técnico preliminar e do termo
CAPÍTULO III de referência;
DO ACESSO AO SISTEMA ELETRÔNICO II - aprovação do estudo técnico preliminar e do termo de
referência pela autoridade competente ou por quem esta delegar;
Credenciamento III - elaboração do edital, que estabelecerá os critérios
Art. 9º A autoridade competente do órgão ou da enti- de julgamento e a aceitação das propostas, o modo de dis-
dade promotora da licitação, o pregoeiro, os membros da puta e, quando necessário, o intervalo mínimo de diferença
equipe de apoio e os licitantes que participarem do pregão, de valores ou de percentuais entre os lances, que incidirá
na forma eletrônica, serão previamente credenciados, pe- tanto em relação aos lances intermediários quanto em rela-
rante o provedor do sistema eletrônico. ção ao lance que cobrir a melhor oferta;
§ 1º O credenciamento para acesso ao sistema ocor- IV - definição das exigências de habilitação, das san-
rerá pela atribuição de chave de identificação e de senha ções aplicáveis, dos prazos e das condições que, pelas
pessoal e intransferível. suas particularidades, sejam consideradas relevantes para
§ 2º Caberá à autoridade competente do órgão ou da a celebração e a execução do contrato e o atendimento das
entidade promotora da licitação solicitar, junto ao provedor necessidades da administração pública; e
do sistema, o seu credenciamento, o do pregoeiro e o dos V - designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.
membros da equipe de apoio.
Valor estimado ou valor máximo aceitável
Licitante Art. 15. O valor estimado ou o valor máximo aceitável
Art. 10. Na hipótese de pregão promovido por órgão ou para a contratação, se não constar expressamente do edi-
entidade integrante do Sisg, o credenciamento do licitante tal, possuirá caráter sigiloso e será disponibilizado exclusi-
e sua manutenção dependerão de registro prévio e atuali- va e permanentemente aos órgãos de controle externo e
zado no Sicaf. interno.
Art. 11. O credenciamento no Sicaf permite a partici- § 1º O caráter sigiloso do valor estimado ou do valor
pação dos interessados em qualquer pregão, na forma ele- máximo aceitável para a contratação será fundamentado no
trônica, exceto quando o seu cadastro no Sicaf tenha sido § 3º do art. 7º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011,
inativado ou excluído por solicitação do credenciado ou por e no art. 20 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012.
determinação legal. § 2º Para fins do disposto no caput, o valor estimado ou
o valor máximo aceitável para a contratação será tornado
CAPÍTULO IV público apenas e imediatamente após o encerramento do
DA CONDUÇÃO DO PROCESSO envio de lances, sem prejuízo da divulgação do detalha-
mento dos quantitativos e das demais informações neces-
Órgão ou entidade promotora da licitação sárias à elaboração das propostas.
Art. 12. O pregão, na forma eletrônica, será conduzido § 3º Nas hipóteses em que for adotado o critério de
pelo órgão ou pela entidade promotora da licitação, com julgamento pelo maior desconto, o valor estimado, o valor
apoio técnico e operacional do órgão central do Sisg, que máximo aceitável ou o valor de referência para aplicação
atuará como provedor do Sistema de Compras do Governo do desconto constará obrigatoriamente do instrumento con-
federal para os órgãos e entidades integrantes do Sisg. vocatório.

Conhecimentos Específicos 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Designações do pregoeiro e da equipe de apoio Do licitante


Art. 16. Caberá à autoridade máxima do órgão ou da Art. 19. Caberá ao licitante interessado em participar
entidade, ou a quem possuir a competência, designar agen- do pregão, na forma eletrônica:
tes públicos para o desempenho das funções deste Decre- I - credenciar-se previamente no Sicaf ou, na hipótese
to, observados os seguintes requisitos: de que trata o §2º do art. 5º, no sistema eletrônico utilizado
I - o pregoeiro e os membros da equipe de apoio serão no certame;
servidores do órgão ou da entidade promotora da licitação; II - remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente
e via sistema, os documentos de habilitação e a proposta e,
II - os membros da equipe de apoio serão, em sua quando necessário, os documentos complementares;
maioria, servidores ocupantes de cargo efetivo, preferen- III - responsabilizar-se formalmente pelas transações
cialmente pertencentes aos quadros permanentes do órgão efetuadas em seu nome, assumir como firmes e verdadei-
ou da entidade promotora da licitação. ras suas propostas e seus lances, inclusive os atos pra-
§ 1º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções ticados diretamente ou por seu representante, excluída a
de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser responsabilidade do provedor do sistema ou do órgão ou
desempenhadas por militares. entidade promotora da licitação por eventuais danos decor-
§ 2º A critério da autoridade competente, o pregoeiro rentes de uso indevido da senha, ainda que por terceiros;
e os membros da equipe de apoio poderão ser designados IV - acompanhar as operações no sistema eletrônico
para uma licitação específica, para um período determina- durante o processo licitatório e responsabilizar-se pelo ônus
do, admitidas reconduções, ou por período indeterminado, decorrente da perda de negócios diante da inobservância
permitida a revogação da designação a qualquer tempo. de mensagens emitidas pelo sistema ou de sua descone-
§ 3º Os órgãos e as entidades de que trata o § 1º do xão;
art. 1º estabelecerão planos de capacitação que conte- V - comunicar imediatamente ao provedor do sistema
nham iniciativas de treinamento para a formação e a atuali- qualquer acontecimento que possa comprometer o sigilo ou
zação técnica de pregoeiros, membros da equipe de apoio a inviabilidade do uso da senha, para imediato bloqueio de
e demais agentes encarregados da instrução do processo acesso;
licitatório, a serem implementadas com base em gestão por VI - utilizar a chave de identificação e a senha de aces-
competências. so para participar do pregão na forma eletrônica; e
VII - solicitar o cancelamento da chave de identificação
Do pregoeiro ou da senha de acesso por interesse próprio.
Art. 17. Caberá ao pregoeiro, em especial: Parágrafo único. O fornecedor descredenciado no Si-
I - conduzir a sessão pública; caf terá sua chave de identificação e senha suspensas au-
II - receber, examinar e decidir as impugnações e os tomaticamente.
pedidos de esclarecimentos ao edital e aos anexos, além
de poder requisitar subsídios formais aos responsáveis pela CAPÍTULO VI
elaboração desses documentos; DA PUBLICAÇÃO DO AVISO DO EDITAL
III - verificar a conformidade da proposta em relação
aos requisitos estabelecidos no edital; Publicação
IV - coordenar a sessão pública e o envio de lances; Art. 20. A fase externa do pregão, na forma eletrônica,
V - verificar e julgar as condições de habilitação; será iniciada com a convocação dos interessados por meio
VI - sanear erros ou falhas que não alterem a subs- da publicação do aviso do edital no Diário Oficial da União e
tância das propostas, dos documentos de habilitação e sua no sítio eletrônico oficial do órgão ou da entidade promotora
validade jurídica; da licitação.
VII - receber, examinar e decidir os recursos e enca- Parágrafo único. Na hipótese de que trata o § 3º do art.
minhá-los à autoridade competente quando mantiver sua 1º, a publicação ocorrerá na imprensa oficial do respectivo
decisão; Estado, do Distrito Federal ou do Município e no sítio eletrô-
VIII - indicar o vencedor do certame; nico oficial do órgão ou da entidade promotora da licitação.
IX - adjudicar o objeto, quando não houver recurso;
X - conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e Edital
XI - encaminhar o processo devidamente instruído à au- Art. 21. Os órgãos ou as entidades integrantes do Sisg
toridade competente e propor a sua homologação. e aqueles que aderirem ao Sistema Compras do Governo
Parágrafo único. O pregoeiro poderá solicitar manifes- federal disponibilizarão a íntegra do edital no endereço ele-
tação técnica da assessoria jurídica ou de outros setores do trônico www.comprasgovernamentais.gov.br e no sítio ele-
órgão ou da entidade, a fim de subsidiar sua decisão. trônico do órgão ou da entidade promotora do pregão.
Parágrafo único. Na hipótese do § 2º do art. 5º, o edital
Da equipe de apoio será disponibilizado na íntegra no sítio eletrônico do órgão
Art. 18. Caberá à equipe de apoio auxiliar o pregoeiro ou da entidade promotora do pregão e no portal do sistema
nas etapas do processo licitatório. utilizado para a realização do pregão.

Conhecimentos Específicos 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Modificação do edital deral ou pelos Municípios, quando a licitação for realizada


Art. 22. Modificações no edital serão divulgadas pelo por esses entes federativos, assegurado aos demais licitan-
mesmo instrumento de publicação utilizado para divulgação tes o direito de acesso aos dados constantes dos sistemas.
do texto original e o prazo inicialmente estabelecido será § 3º O envio da proposta, acompanhada dos documen-
reaberto, exceto se, inquestionavelmente, a alteração não tos de habilitação exigidos no edital, nos termos do disposto
afetar a formulação das propostas, resguardado o trata- no caput, ocorrerá por meio de chave de acesso e senha.
mento isonômico aos licitantes. § 4º O licitante declarará, em campo próprio do siste-
ma, o cumprimento dos requisitos para a habilitação e a
Esclarecimentos conformidade de sua proposta com as exigências do edital.
Art. 23. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao § 5º A falsidade da declaração de que trata o § 4º sujei-
processo licitatório serão enviados ao pregoeiro, até três tará o licitante às sanções previstas neste Decreto.
dias úteis anteriores à data fixada para abertura da sessão § 6º Os licitantes poderão retirar ou substituir a propos-
pública, por meio eletrônico, na forma do edital. ta e os documentos de habilitação anteriormente inseridos
§ 1º O pregoeiro responderá aos pedidos de esclareci- no sistema, até a abertura da sessão pública.
mentos no prazo de dois dias úteis, contado da data de re- § 7º Na etapa de apresentação da proposta e dos do-
cebimento do pedido, e poderá requisitar subsídios formais cumentos de habilitação pelo licitante, observado o dispos-
aos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos. to no caput, não haverá ordem de classificação das propos-
§ 2º As respostas aos pedidos de esclarecimentos se- tas, o que ocorrerá somente após os procedimentos de que
rão divulgadas pelo sistema e vincularão os participantes e trata o Capítulo IX.
a administração. § 8º Os documentos que compõem a proposta e a
habilitação do licitante melhor classificado somente serão
Impugnação disponibilizados para avaliação do pregoeiro e para acesso
Art. 24. Qualquer pessoa poderá impugnar os termos público após o encerramento do envio de lances.
do edital do pregão, por meio eletrônico, na forma prevista § 9º Os documentos complementares à proposta e à
no edital, até três dias úteis anteriores à data fixada para habilitação, quando necessários à confirmação daqueles
abertura da sessão pública. exigidos no edital e já apresentados, serão encaminhados
§ 1º A impugnação não possui efeito suspensivo e ca- pelo licitante melhor classificado após o encerramento do
berá ao pregoeiro, auxiliado pelos responsáveis pela elabo- envio de lances, observado o prazo de que trata o § 2º do
ração do edital e dos anexos, decidir sobre a impugnação art. 38.
no prazo de dois dias úteis, contado do data de recebimento
da impugnação. CAPÍTULO VIII
§ 2º A concessão de efeito suspensivo à impugnação é DA ABERTURA DA SESSÃO PÚBLICA E DO ENVIO
medida excepcional e deverá ser motivada pelo pregoeiro, DE LANCES
nos autos do processo de licitação.
§ 3º Acolhida a impugnação contra o edital, será defini- Horário de abertura
da e publicada nova data para realização do certame. Art. 27. A partir do horário previsto no edital, a sessão
pública na internet será aberta pelo pregoeiro com a utiliza-
CAPÍTULO VII ção de sua chave de acesso e senha.
DA APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA E DOS DOCU- § 1º Os licitantes poderão participar da sessão pública
MENTOS DE HABILITAÇÃO na internet, mediante a utilização de sua chave de acesso
e senha.
Prazo § 2º O sistema disponibilizará campo próprio para troca
Art. 25. O prazo fixado para a apresentação das pro- de mensagens entre o pregoeiro e os licitantes.
postas e dos documentos de habilitação não será inferior a
oito dias úteis, contado da data de publicação do aviso do Conformidade das propostas
edital. Art. 28. O pregoeiro verificará as propostas apresenta-
Apresentação da proposta e dos documentos de habili- das e desclassificará aquelas que não estejam em confor-
tação pelo licitante midade com os requisitos estabelecidos no edital.
Art. 26. Após a divulgação do edital no sítio eletrôni- Parágrafo único. A desclassificação da proposta será
co, os licitantes encaminharão, exclusivamente por meio do fundamentada e registrada no sistema, acompanhado em
sistema, concomitantemente com os documentos de habi- tempo real por todos os participantes.
litação exigidos no edital, proposta com a descrição do ob-
jeto ofertado e o preço, até a data e o horário estabelecidos Ordenação e classificação das propostas
para abertura da sessão pública. Art. 29. O sistema ordenará automaticamente as pro-
§ 1º A etapa de que trata o caput será encerrada com a postas classificadas pelo pregoeiro.
abertura da sessão pública. Parágrafo único. Somente as propostas classificadas
§ 2º Os licitantes poderão deixar de apresentar os do- pelo pregoeiro participarão da etapa de envio de lances.
cumentos de habilitação que constem do Sicaf e de siste-
mas semelhantes mantidos pelos Estados, pelo Distrito Fe-

Conhecimentos Específicos 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Início da fase competitiva Modo de disputa aberto e fechado


Art. 30. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará Art. 33. No modo de disputa aberto e fechado, de que
início à fase competitiva, oportunidade em que os licitantes trata o inciso II do caput do art. 31, a etapa de envio de
poderão encaminhar lances exclusivamente por meio do lances da sessão pública terá duração de quinze minutos.
sistema eletrônico. § 1º Encerrado o prazo previsto no caput, o sistema
§ 1º O licitante será imediatamente informado do rece- encaminhará o aviso de fechamento iminente dos lances e,
bimento do lance e do valor consignado no registro. transcorrido o período de até dez minutos, aleatoriamente
§ 2º Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos, determinado, a recepção de lances será automaticamente
observados o horário fixado para abertura da sessão públi- encerrada.
ca e as regras estabelecidas no edital. § 2º Encerrado o prazo de que trata o § 1º, o sistema
§ 3º O licitante somente poderá oferecer valor infe- abrirá a oportunidade para que o autor da oferta de valor
rior ou maior percentual de desconto ao último lance por mais baixo e os autores das ofertas com valores até dez
ele ofertado e registrado pelo sistema, observado, quando por cento superiores àquela possam ofertar um lance final
houver, o intervalo mínimo de diferença de valores ou de e fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o
percentuais entre os lances, que incidirá tanto em relação encerramento deste prazo.
aos lances intermediários quanto em relação ao lance que § 3º Na ausência de, no mínimo, três ofertas nas con-
cobrir a melhor oferta. dições de que trata o § 2º, os autores dos melhores lances
§ 4º Não serão aceitos dois ou mais lances iguais e subsequentes, na ordem de classificação, até o máximo de
prevalecerá aquele que for recebido e registrado primeiro. três, poderão oferecer um lance final e fechado em até cin-
§ 5º Durante a sessão pública, os licitantes serão infor- co minutos, que será sigiloso até o encerramento do prazo.
mados, em tempo real, do valor do menor lance registrado, § 4º Encerrados os prazos estabelecidos nos § 2º e §
vedada a identificação do licitante. 3º, o sistema ordenará os lances em ordem crescente de
vantajosidade.
Modos de disputa § 5º Na ausência de lance final e fechado classificado
Art. 31. Serão adotados para o envio de lances no nos termos dos § 2º e § 3º, haverá o reinício da etapa fe-
pregão eletrônico os seguintes modos de disputa: chada para que os demais licitantes, até o máximo de três,
I - aberto - os licitantes apresentarão lances públicos e na ordem de classificação, possam ofertar um lance final
sucessivos, com prorrogações, conforme o critério de julga- e fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o
mento adotado no edital; ou encerramento deste prazo, observado, após esta etapa, o
II - aberto e fechado - os licitantes apresentarão lances disposto no § 4º.
públicos e sucessivos, com lance final e fechado, conforme § 6º Na hipótese de não haver licitante classificado
o critério de julgamento adotado no edital. na etapa de lance fechado que atenda às exigências para
Parágrafo único. No modo de disputa aberto, o edi- habilitação, o pregoeiro poderá, auxiliado pela equipe de
tal preverá intervalo mínimo de diferença de valores ou de apoio, mediante justificativa, admitir o reinício da etapa fe-
percentuais entre os lances, que incidirá tanto em relação chada, nos termos do disposto no § 5º.
aos lances intermediários quanto em relação ao lance que
cobrir a melhor oferta. Desconexão do sistema na etapa de lances
Art. 34. Na hipótese de o sistema eletrônico desconec-
Modo de disputa aberto tar para o pregoeiro no decorrer da etapa de envio de lan-
Art. 32. No modo de disputa aberto, de que trata o in- ces da sessão pública e permanecer acessível aos licitan-
ciso I do caput do art. 31, a etapa de envio de lances na tes, os lances continuarão sendo recebidos, sem prejuízo
sessão pública durará dez minutos e, após isso, será pror- dos atos realizados.
rogada automaticamente pelo sistema quando houver lance Art. 35. Quando a desconexão do sistema eletrônico
ofertado nos últimos dois minutos do período de duração da para o pregoeiro persistir por tempo superior a dez minu-
sessão pública. tos, a sessão pública será suspensa e reiniciada somente
§ 1º A prorrogação automática da etapa de envio de decorridas vinte e quatro horas após a comunicação do fato
lances, de que trata o caput, será de dois minutos e ocor- aos participantes, no sítio eletrônico utilizado para divulga-
rerá sucessivamente sempre que houver lances enviados ção.
nesse período de prorrogação, inclusive quando se tratar
de lances intermediários. Critérios de desempate
§ 2º Na hipótese de não haver novos lances na forma Art. 36. Após a etapa de envio de lances, haverá a
estabelecida no caput e no § 1º, a sessão pública será en- aplicação dos critérios de desempate previstos nos art. 44 e
cerrada automaticamente. art. 45 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
§ 3º Encerrada a sessão pública sem prorrogação au- 2006, seguido da aplicação do critério estabelecido no § 2º
tomática pelo sistema, nos termos do disposto no § 1º, o do art. 3º da Lei nº 8.666, de 1993, se não houver licitante
pregoeiro poderá, assessorado pela equipe de apoio, admi- que atenda à primeira hipótese.
tir o reinício da etapa de envio de lances, em prol da conse- Art. 37. Os critérios de desempate serão aplicados nos
cução do melhor preço disposto no parágrafo único do art. termos do art. 36, caso não haja envio de lances após o
7º, mediante justificativa. início da fase competitiva.

Conhecimentos Específicos 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Parágrafo único. Na hipótese de persistir o empate, a caput serão traduzidos por tradutor juramentado no País e
proposta vencedora será sorteada pelo sistema eletrônico apostilados nos termos do dispostos no Decreto nº 8.660,
dentre as propostas empatadas. de 29 de janeiro de 2016, ou de outro que venha a substi-
tuí-lo, ou consularizados pelos respectivos consulados ou
CAPÍTULO IX embaixadas.
DO JULGAMENTO Art. 42. Quando permitida a participação de consórcio
de empresas, serão exigidas:
Negociação da proposta I - a comprovação da existência de compromisso públi-
Art. 38. Encerrada a etapa de envio de lances da ses- co ou particular de constituição de consórcio, com indicação
são pública, o pregoeiro deverá encaminhar, pelo sistema da empresa líder, que atenderá às condições de liderança
eletrônico, contraproposta ao licitante que tenha apresenta- estabelecidas no edital e representará as consorciadas pe-
do o melhor preço, para que seja obtida melhor proposta, rante a União;
vedada a negociação em condições diferentes das previs- II - a apresentação da documentação de habilitação es-
tas no edital. pecificada no edital por empresa consorciada;
§ 1º A negociação será realizada por meio do sistema e III - a comprovação da capacidade técnica do consórcio
poderá ser acompanhada pelos demais licitantes. pelo somatório dos quantitativos de cada empresa consor-
§ 2º O instrumento convocatório deverá estabelecer ciada, na forma estabelecida no edital;
prazo de, no mínimo, duas horas, contado da solicitação do IV - a demonstração, por cada empresa consorciada,
pregoeiro no sistema, para envio da proposta e, se neces- do atendimento aos índices contábeis definidos no edital,
sário, dos documentos complementares, adequada ao últi- para fins de qualificação econômico-financeira;
mo lance ofertado após a negociação de que trata o caput. V - a responsabilidade solidária das empresas consor-
ciadas pelas obrigações do consórcio, nas etapas da licita-
Julgamento da proposta ção e durante a vigência do contrato;
Art. 39. Encerrada a etapa de negociação de que trata
VI - a obrigatoriedade de liderança por empresa brasi-
o art. 38, o pregoeiro examinará a proposta classificada em
leira no consórcio formado por empresas brasileiras e es-
primeiro lugar quanto à adequação ao objeto e à compati-
trangeiras, observado o disposto no inciso I; e
bilidade do preço em relação ao máximo estipulado para
VII - a constituição e o registro do consórcio antes da
contratação no edital, observado o disposto no parágrafo
único do art. 7º e no § 9º do art. 26, e verificará a habilita- celebração do contrato.
ção do licitante conforme disposições do edital, observado Parágrafo único. Fica vedada a participação de empre-
o disposto no Capítulo X. sa consorciada, na mesma licitação, por meio de mais de
um consórcio ou isoladamente.
CAPÍTULO X
DA HABILITAÇÃO Procedimentos de verificação
Art. 43. A habilitação dos licitantes será verificada por
Documentação obrigatória meio do Sicaf, nos documentos por ele abrangidos, quando
Art. 40. Para habilitação dos licitantes, será exigida, os procedimentos licitatórios forem realizados por órgãos
exclusivamente, a documentação relativa: ou entidades integrantes do Sisg ou por aqueles que ade-
I - à habilitação jurídica; rirem ao Sicaf.
II - à qualificação técnica; § 1º Os documentos exigidos para habilitação que não
III - à qualificação econômico-financeira; estejam contemplados no Sicaf serão enviados nos termos
IV - à regularidade fiscal e trabalhista; do disposto no art. 26.
V - à regularidade fiscal perante as Fazendas Públicas § 2º Na hipótese de necessidade de envio de docu-
estaduais, distrital e municipais, quando necessário; e mentos complementares após o julgamento da proposta, os
VI - ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do documentos deverão ser apresentados em formato digital,
caput do art. 7º da Constituição e no inciso XVIII do caput via sistema, no prazo definido no edital, após solicitação do
do art. 78 da Lei nº 8.666, de 1993. pregoeiro no sistema eletrônico, observado o prazo dispos-
Parágrafo único. A documentação exigida para atender to no § 2º do art. 38.
ao disposto nos incisos I, III, IV e V do caput poderá ser § 3º A verificação pelo órgão ou entidade promotora do
substituída pelo registro cadastral no Sicaf e em sistemas certame nos sítios eletrônicos oficiais de órgãos e entida-
semelhantes mantidos pelos Estados, pelo Distrito Federal des emissores de certidões constitui meio legal de prova,
ou pelos Municípios, quando a licitação for realizada por
para fins de habilitação.
esses entes federativos.
§ 4º Na hipótese de a proposta vencedora não for
Art. 41. Quando permitida a participação de empresas
aceitável ou o licitante não atender às exigências para ha-
estrangeiras na licitação, as exigências de habilitação serão
bilitação, o pregoeiro examinará a proposta subsequente
atendidas mediante documentos equivalentes, inicialmente
apresentados com tradução livre. e assim sucessivamente, na ordem de classificação, até a
Parágrafo único. Na hipótese de o licitante vencedor apuração de uma proposta que atenda ao edital.
ser estrangeiro, para fins de assinatura do contrato ou da
ata de registro de preços, os documentos de que trata o

Conhecimentos Específicos 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

§ 5º Na hipótese de contratação de serviços comuns CAPÍTULO XIII


em que a legislação ou o edital exija apresentação de plani- DO SANEAMENTO DA PROPOSTA E
lha de composição de preços, esta deverá ser encaminhada DA HABILITAÇÃO
exclusivamente via sistema, no prazo fixado no edital, com
os respectivos valores readequados ao lance vencedor. Erros ou falhas
§ 6º No pregão, na forma eletrônica, realizado para o Art. 47. O pregoeiro poderá, no julgamento da habilita-
sistema de registro de preços, quando a proposta do lici- ção e das propostas, sanar erros ou falhas que não alterem
tante vencedor não atender ao quantitativo total estimado a substância das propostas, dos documentos e sua valida-
para a contratação, poderá ser convocada a quantidade de de jurídica, mediante decisão fundamentada, registrada em
licitantes necessária para alcançar o total estimado, respei- ata e acessível aos licitantes, e lhes atribuirá validade e efi-
tada a ordem de classificação, observado o preço da pro- cácia para fins de habilitação e classificação, observado o
posta vencedora, precedida de posterior habilitação, nos disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
termos do disposto no Capítulo X. Parágrafo único. Na hipótese de necessidade de sus-
§ 7º A comprovação de regularidade fiscal e trabalhis- pensão da sessão pública para a realização de diligências,
ta das microempresas e das empresas de pequeno porte com vistas ao saneamento de que trata o caput, a sessão
será exigida nos termos do disposto no art. 4º do Decreto nº pública somente poderá ser reiniciada mediante aviso pré-
8.538, de 6 de outubro de 2015. vio no sistema com, no mínimo, vinte e quatro horas de an-
§ 8º Constatado o atendimento às exigências estabele- tecedência, e a ocorrência será registrada em ata.
cidas no edital, o licitante será declarado vencedor.
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XI DA CONTRATAÇÃO
DO RECURSO
Assinatura do contrato ou da ata de registro de pre-
Intenção de recorrer e prazo para recurso ços
Art. 44. Declarado o vencedor, qualquer licitante pode- Art. 48. Após a homologação, o adjudicatário será con-
rá, durante o prazo concedido na sessão pública, de forma vocado para assinar o contrato ou a ata de registro de pre-
imediata, em campo próprio do sistema, manifestar sua in- ços no prazo estabelecido no edital.
tenção de recorrer. § 1º Na assinatura do contrato ou da ata de registro de
§ 1º As razões do recurso de que trata o caput deverão preços, será exigida a comprovação das condições de ha-
ser apresentadas no prazo de três dias. bilitação consignadas no edital, que deverão ser mantidas
§ 2º Os demais licitantes ficarão intimados para, se pelo licitante durante a vigência do contrato ou da ata de
desejarem, apresentar suas contrarrazões, no prazo de três registro de preços.
dias, contado da data final do prazo do recorrente, assegu- § 2º Na hipótese de o vencedor da licitação não com-
rada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa provar as condições de habilitação consignadas no edital
dos seus interesses. ou se recusar a assinar o contrato ou a ata de registro de
§ 3º A ausência de manifestação imediata e motivada preços, outro licitante poderá ser convocado, respeitada a
do licitante quanto à intenção de recorrer, nos termos do ordem de classificação, para, após a comprovação dos re-
disposto no caput, importará na decadência desse direito, e quisitos para habilitação, analisada a proposta e eventuais
o pregoeiro estará autorizado a adjudicar o objeto ao licitan- documentos complementares e, feita a negociação, assinar
te declarado vencedor. o contrato ou a ata de registro de preços, sem prejuízo da
§ 4º O acolhimento do recurso importará na invalidação aplicação das sanções de que trata o art. 49.
apenas dos atos que não podem ser aproveitados. § 3º O prazo de validade das propostas será de ses-
senta dias, permitida a fixação de prazo diverso no edital.
CAPÍTULO XII
DA ADJUDICAÇÃO E DA HOMOLOGAÇÃO CAPÍTULO XV
DA SANÇÃO
Autoridade competente
Art. 45. Decididos os recursos e constatada a regulari- Impedimento de licitar e contratar
dade dos atos praticados, a autoridade competente adjudi- Art. 49. Ficará impedido de licitar e de contratar com
cará o objeto e homologará o procedimento licitatório, nos a União e será descredenciado no Sicaf, pelo prazo de até
termos do disposto no inciso V do caput do art. 13. cinco anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e
no contrato e das demais cominações legais, garantido o
Pregoeiro direito à ampla defesa, o licitante que, convocado dentro do
Art. 46. Na ausência de recurso, caberá ao pregoeiro prazo de validade de sua proposta:
adjudicar o objeto e encaminhar o processo devidamente I - não assinar o contrato ou a ata de registro de preços;
instruído à autoridade superior e propor a homologação, II - não entregar a documentação exigida no edital;
nos termos do disposto no inciso IX do caput do art. 17. III - apresentar documentação falsa;
IV - causar o atraso na execução do objeto;
V - não mantiver a proposta;

Conhecimentos Específicos 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


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VI - falhar na execução do contrato; CAPÍTULO XVIII


VII - fraudar a execução do contrato; DISPOSIÇÕES FINAIS
VIII - comportar-se de modo inidôneo;
IX - declarar informações falsas; e Orientações gerais
X - cometer fraude fiscal. Art. 52. Ato do Secretário de Gestão da Secretaria Es-
§ 1º As sanções descritas no caput também se aplicam pecial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do
aos integrantes do cadastro de reserva, em pregão para Ministério da Economia estabelecerá os prazos para imple-
registro de preços que, convocados, não honrarem o com- mentação das regras decorrentes do disposto neste Decre-
promisso assumido sem justificativa ou com justificativa re- to quando se tratar de licitações realizadas com a utilização
cusada pela administração pública. de transferências de recursos da União de que trata o § 3º
§ 2º As sanções serão registradas e publicadas no Si- do art. 1º.
caf. Art. 53. Os horários estabelecidos no edital, no aviso
e durante a sessão pública observarão o horário de Brasí-
CAPÍTULO XVI lia, Distrito Federal, inclusive para contagem de tempo e
DA REVOGAÇÃO E DA ANULAÇÃO registro no sistema eletrônico e na documentação relativa
ao certame.
Revogação e anulação Art. 54. Os participantes de licitação na modalidade de
Art. 50. A autoridade competente para homologar o pro- pregão, na forma eletrônica, têm direito público subjetivo à
cedimento licitatório de que trata este Decreto poderá revo- fiel observância do procedimento estabelecido neste Decre-
gá-lo somente em razão do interesse público, por motivo de to e qualquer interessado poderá acompanhar o seu desen-
fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e volvimento em tempo real, por meio da internet.
suficiente para justificar a revogação, e deverá anulá-lo por Art. 55. Os entes federativos usuários dos sistemas de
ilegalidade, de ofício ou por provocação de qualquer pes- que trata o § 2º do art. 5º poderão utilizar o Sicaf para fins
soa, por meio de ato escrito e fundamentado. habilitatórios.
Parágrafo único. Os licitantes não terão direito à in- Art. 56. A Secretaria de Gestão da Secretaria Espe-
denização em decorrência da anulação do procedimento cial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Mi-
licitatório, ressalvado o direito do contratado de boa-fé ao nistério da Economia poderá ceder o uso do seu sistema
ressarcimento dos encargos que tiver suportado no cumpri- eletrônico a órgão ou entidade dos Poderes da União, dos
mento do contrato. Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante ce-
lebração de termo de acesso.
CAPÍTULO XVII Art. 57. As propostas que contenham a descrição do
DO SISTEMA DE DISPENSA ELETRÔNICA objeto, o valor e os documentos complementares estarão
disponíveis na internet, após a homologação.
Aplicação Art. 58. Os arquivos e os registros digitais relativos ao
Art. 51. As unidades gestoras integrantes do Sisg ado- processo licitatório permanecerão à disposição dos órgãos
tarão o sistema de dispensa eletrônica, nas seguintes hi- de controle interno e externo.
póteses: Art. 59. A Secretaria de Gestão da Secretaria Especial
I - contratação de serviços comuns de engenharia, nos de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Minis-
termos do disposto no inciso I do caput do art. 24 da Lei nº tério da Economia poderá editar normas complementares
8.666, de 1993; ao disposto neste Decreto e disponibilizar informações adi-
II - aquisição de bens e contratação de serviços co- cionais, em meio eletrônico.
muns, nos termos do disposto no inciso II do caput do art.
24 da Lei nº 8.666, de 1993; e Revogação
III - aquisição de bens e contratação de serviços co- Art. 60. Ficam revogados:
muns, incluídos os serviços comuns de engenharia, nos I - o Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005; e
termos do disposto no inciso III e seguintes do caput do art. II - o Decreto nº 5.504, de 5 de agosto de 2005.
24 da Lei nº 8.666, de 1993, quando cabível.
§ 1º Ato do Secretário de Gestão da Secretaria Es- Vigência
pecial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Art. 61. Este Decreto entra em vigor em 28 de outubro
Ministério da Economia regulamentará o funcionamento do de 2019.
sistema de dispensa eletrônica. § 1º Os editais publicados após a data de entrada em
§ 2º A obrigatoriedade da utilização do sistema de dis- vigor deste Decreto serão ajustados aos termos deste De-
pensa eletrônica ocorrerá a partir da data de publicação do creto.
ato de que trata o § 1º. § 2º As licitações cujos editais tenham sido publicados
§ 3º Fica vedada a utilização do sistema de dispensa até 28 de outubro de 2019 permanecem regidos pelo De-
eletrônica nas hipóteses de que trata o art. 4º. creto nº 5.450, de 2005.

Conhecimentos Específicos 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ORGANIZAÇÕES E ADMINISTRAÇÃO. CONCEITOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO. OR-


GANIZAÇÃO. FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO. NOÇÕES DE PLANEJAMENTO E
CONTROLE.

Existem vários modelos de organização, Organização Empresarial, Organização Máquina, Organização Política entre
outras. As organizações possuem seus níveis de influência. O nível estratégico é representado pelos gestores e o nível
tático, representado pelos gerentes. Eles são importantes para manter tudo sob controle. O gerente tem uma visão global,
ele coordena, define, formula, estabelece uma autoridade de forma construtiva, competente, enérgica e única.
As Organizações formais possuem uma estrutura hierárquica com suas regras e seus padrões. Os Organogramas
com sua estrutura bem dimensionada podem facilitar a autonomia interna, agilizando o processo de desenvolvimento de
produtos e serviços. O mundo empresarial cada vez mais competitivo e os clientes a cada dia mais exigentes levam as
organizações a pensar na sua estrutura, para se adequar ao que o mercado procura. Com os órgãos bem dispostos nessa
representação gráfica, fica mais bem objetivada a hierarquia bem como o entrosamento entre os cargos.
As organizações fazem uso do organograma que melhor representa a realidade da empresa, vale lembrar que o mo-
delo piramidal ficou obsoleto, hoje o que vale é a contribuição, são muitas pessoas empenhadas no desenvolvimento da
empresa, todos contribuem com ideias na tomada de decisão.
Com vistas às diversidades de informações, é preciso estar atento para sua relevância, nas organizações as informa-
ções são importantes, mesmo em tomada de decisões. É necessário avaliar a qualidade da informação e saber aplicar
em momentos oportunos.
Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que se definir qual informação e como ela vai ser mantida no
sistema, deve haver um estudo no organograma da empresa verificando assim quais os dados e quais os campos vão ser
necessários para essa implantação. Cada empresa tem suas características e suas necessidades, e o sistema de informação
se adéqua a organização e aos seus propósitos.
Para as organizações as pessoas são as mais importantes, por isso tantos estudos a fim de sanar interrogações a
respeito da complexidade do ser humano.
Para que todos esses conceitos e objetivos sejam desenvolvidos de fato, precisamos nos ater à questão dos níveis de
hierarquia e às competências gerenciais, ao que isso representa na teoria, na prática e no comportamento individual de
cada profissional envolvido na administração.

NÍVEIS HIERÁRQUICOS

Existem basicamente três níveis hierárquicos dentro de uma organização, que são divididos em:

Nível Estratégico (ou Nível Institucional) – Elabora as estratégias, faz o planejamento estratégico da empresa normal-
mente esse posto é assumido por presidentes e alta direção da empresa, os representantes deste nível devem possuir princi-
palmente habilidades conceituais.
Nível Tático (ou Nível Intermediário) – Este nível é desempenhado pelos Gerentes é um nível departamental, e seus
integrantes necessitam em especial de habilidades humanas para motivar e liderar os integrantes do nível operacional.
Nível Operacional – Estes são os supervisores que necessitam de habilidades técnicas por trabalharem de forma mais ligada
à produção.

É de suma importância que os níveis hierárquicos estejam bem definidos dentro da organização para que cada um
saiba o seu lugar e suas competências. Administrar é interpretar os objetivos da organização e transformá-los em ação por
meio de planejamento, organização, controle e direção de todos os níveis organizacionais.
A seguir vocês poderão ver dois demonstrativos que discriminam as características de atuação de cada um dos níveis
citados.

CARACTERÍSTI- NÍVEIS
CAS ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
Abrangência Instituição Unidade, Departamento Setor, Equipe
Área Presidência, Alto Comitê Diretoria, Gerência Coordenação, Líder Técnico
Perfil Visão, Liderança Experiência, Eficácia Técnica, Iniciativa
Horizonte Longo Prazo Médio Prazo Curto Prazo
Foco Destino Caminho Passos

Conhecimentos Específicos 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Diretrizes Visão, Objetivo Planos de ação, projetos Processos, atividades


Conteúdo Abrangente, Genérico Amplo, mas sintético Específico, Analítico
Determinar, Definir, orien- Executar, manter, Controlar,
Ações Projetar, Gerenciar
tar analisar
Software Painel de Controle Planilha Aplicações específicas
Marcio D’Ávila

Idalberto Chiavenato

Fatores como a crescente competitividade entre as organizações provocam significativas mudanças no mercado, o
que faz com que as competências gerenciais se tornem grandes diferenciais.
A gestão por competência se propõe a integrar e orientar esforços, principalmente no que ser refere à gestão de pes-
soas, visando desenvolver e sustentar competências consideradas fundamentais aos objetivos organizacionais.
As empresas buscam ideias de mudanças comportamentais, atitudes, valores e crenças que façam a diferença na
postura dos profissionais.

Competências gerenciais: “Um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que algumas pessoas, grupos ou
organizações dominam melhor do que outras, o que as faz se destacar em determinado contexto”.
Claude Lévy-Leboyer

A) As Principais Habilidades Gerenciais são:


- Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a capacidade de planejar e organizar suas próprias ativida-
des e as do seu grupo, estabelecendo metas mensuráveis e cumprindo-as com eficácia.
- Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a conclusões lógicas com base nas evidências disponí-
veis.
- Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se expressar verbalmente com bons resultados em situações individuais
e grupais, apresentando suas ideias e fatos de forma clara e convincente.
- Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de saber expressar suas ideias clara e objetivamente por escrito.
- Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade de organizar e apresentar suas ideias de modo a induzir seus
ouvintes a aceitá-las.
- Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de captar informações relevantes, a partir das comunicações orais
de seus colaboradores e superiores.
- Motivação: Importância do trabalho na satisfação pessoal e desejo de realização no trabalho.

Conhecimentos Específicos 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa im- Habilidades (Saber como Fazer)
pressão, captar atenção e respeito, adquirir confiança e
conseguir reconhecimento pessoal. Quando utilizamos o conhecimento da melhor forma,
- Energia: É a capacidade gerencial de atingir um alto ele se torna uma habilidade. O conceito de habilidade é va-
nível de atividade (Garra). riado. De acordo com alguns autores, para que um admi-
- Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o nistrador possa conquistar uma posição de destaque, bem
grupo a aceitar ideias e a trabalhar atingindo um objetivo como saber administrar, define-se a existência das seguin-
específico. tes habilidades:
» Técnicas - funções especializadas e ligadas ao traba-
Para alguns autores, podemos resumir as habilidades lho operacional;
necessárias para o desenvolvimento eficiente e eficaz na » Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter
administração em: visão da empresa como um todo;
1. Conhecimento – Estar a par das informações ne- » Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo um
cessárias para poder desempenhar com eficácia as suas líder eficaz e eficiente.
funções.
2. Habilidade – Estas podem ser divididas em: Tipos de Organização
- Técnicas (Funções especializadas)
- Administrativas (compreender os objetivos organiza- Podemos classificar as estruturas organizacionais em
cionais) tradicionais e contemporâneas.
- Conceituais (compreender a totalidade) Dentre as tradicionais temos as Organizações Linear,
- Humanas (Relações Humanas), Políticas (Negocia- Funcional e Linha Staff conforme veremos abaixo.
ção).

3. Atitude e Comportamento – Sair do imaginário e Organização Linear


colocar em prática, fazer acontecer. Maneira de agir, ponto
de referência para a compreensão da realidade. A denominação “linear” indica que entre o superior e os
subordinados existem linhas diretas e únicas de autoridade
As três dimensões da competência e de responsabilidade.

As competências são formadas por três dimensões: ati- Características da organização linear
tude, conhecimento e habilidade. - Autoridade linear ou única - autoridade única e abso-
Cada dimensão é independente, mas ambas estão in- luta do superior sobre seus subordinados (decorrente do
terligadas. Tommas Durant afirma ainda que o desenvolvi- princípio da unidade de comando).
mento das competências está na aprendizagem individual - Linhas formais de comunicação - as comunicações
e coletiva. entre os órgãos ou cargos são efetuadas unicamente atra-
vés das linhas existentes no organograma.
Atitude (Querer Fazer) - Centralização das decisões - só existe uma autoridade
máxima que centraliza todas as decisões e o controle da
Ter atitude e ações é fazer acontecer. organização.
São competências que permitem as pessoas interpre- - Aspecto piramidal - à medida que se sobe na escala
tarem e julgarem a realidade e a si próprias. Na área geren- hierárquica diminui o número de cargos ou órgãos.
cial veja algumas atitudes que se destacam:
» Saber ouvir; Vantagens da Organização Linear
» Automotivação; - Estrutura simples e de fácil compreensão.
» Autocontrole; - Nítida e clara delimitação das responsabilidades dos
» Dar e receber feedback; órgãos ou cargos.
» Resolução de problemas; - Facilidade de implantação.
» Determinação; - Estabilidade, permitindo uma tranquila manutenção do
» Pro-atividade; funcionamento.
» Honestidade e ética nos negócios, etc.
Desvantagens da Organização Linear
Conhecimento (Saber Fazer) - Mais adequado para pequenas empresas.
- Estabilidade pode levar à rigidez e à inflexibilidade da
O conhecimento é essencial para a realização dos pro- organização.
cessos da organização. De acordo com o nível de conheci- - Pode tornar-se autocrática.
mento de um gerente, existe o essencial, aquele que todo - Ênfase exagerada na função de chefia e comando.
profissional deve saber, como dominar os procedimentos, - Chefe torna-se um generalista, não pode se especia-
conceitos, informações necessários ao funcionamento da lizar.
empresa. E, aquele mais específico, em que é necessário - Congestionamento das linhas formais de comunica-
analisar os indivíduos e o contexto de trabalho. ção na medida em que a empresa cresce.

Conhecimentos Específicos 84 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- Comunicações demoradas e sujeitas a intermediários Vantagens da Organização Linha-Staff


e a distorções. - Assegura assessoria especializada e inovadora, man-
tendo o princípio da autoridade única. Os serviços presta-
Organização Funcional dos não precisam ser aceitos como estão recomendados.
Tipo de estrutura organizacional que aplica o princípio - Atividade conjunta e coordenada dos órgãos de linha
funcional ou princípio da especialização das funções para e órgãos de staff.
cada tarefa.
Princípio funcional separa, distingue e especializa: é o Desvantagens da Organização Linha-Staff
germe do staff. - Possibilidade de conflitos entre a assessoria e os de-
mais órgãos e vice-versa.
Características da Organização Funcional - Dificuldade na obtenção e manutenção do equilíbrio
- Autoridade funcional ou dividida. Nenhum superior dinâmico entre linha e staff.
tem autoridade total sobre os subordinados, mas autorida-
de parcial e relativa, decorrente de sua especialidade. Já no conceito de estruturas contemporâneas temos as
- Linhas diretas de comunicação. Comunicação efetua- estruturas matriciais e as estruturas com base em projetos.
da diretamente, sem necessidade de intermediação.
- Descentralização das decisões. Não é a hierarquia, Estrutura com Base em Projetos
mas a especialidade quem promove as decisões.
- Ênfase na especialização. As responsabilidades são Este tipo de estrutura advém de desenvolvimento de
delimitadas de acordo com as especializações. projeto com um grupo de atividades com tempo de dura-
ção pré-definido e profissional contratados especificamente
Vantagens da Organização Funcional para cada projeto.
- Proporciona o máximo de especialização nos órgãos Este tipo de estrutura deve ser utilizado quando: exis-
ou cargos. tem muitas pessoas/organizações interdependentes, pla-
- Permite a melhor supervisão técnica possível. nos sujeitos a mudanças, dificuldade de prognósticos, exi-
- Desenvolve comunicações diretas, rápidas e com me- gência do cliente e estrutura organizacional rígida.
nos distorções. Para montar uma estrutura com base em projetos, a
- Separa as funções de planejamento e controle da fun- empresa precisa: definir as funções do projeto, montar a es-
ção execução. trutura organizacional (organograma do projeto), definir as
atribuições das funções (responsabilidades e autoridades)
Organização Linha-Staff e alocar pessoal. As principais características são:
- Resultado da combinação dos tipos de organização - Unidimensional, onde cada unidade da organização
linear e funcional, buscando-se incrementar as vantagens está voltada para o desenvolvimento de um único projeto e
e reduzir as desvantagens dos dois tipos de organização. chefiada por um único gerente;
- Na organização linha-staff existem órgão de execução - A base da estrutura é o projeto;
(linha) e de apoio (staff). - Objetivos e prazos bem definidos;
- É o tipo de organização mais empregado atualmente. - Prazo relativamente curto, sendo, portanto de nature-
za temporária;
Principais Funções do Staff - Depende de inovação de produto, que se torna obso-
- Serviços: atividades especializadas como: compras, leto em pouco tempo;
pessoal, pesquisa, informática, propaganda, contabilidade, - Departamentalização interna é funcional.
etc.
- Consultoria e assessoria: assistência jurídica, organi- As principais vantagens:
zação e métodos etc. - Unidade de direção voltada para o objetivo único, que
- Monitoramento: acompanhar e avaliar determinada é o projeto;
atividade ou processo. - Identificação com o projeto;
- Planejamento e controle: planejamento e controle or- - Comunicação informal como fonte importante de in-
çamentário, controle de qualidade etc. tegração;
- Gerente controla todos os recursos para desenvolvi-
Características da Organização Linha-Staff mento do projeto.
- Fusão da estrutura linear com a estrutura funcional,
com predomínio da primeira. As principais Desvantagens:
- Coexistência entre as linhas formais de comunicação - Não é bem aceita pela organização permanente em
com as linhas diretas de comunicação. razão de se caráter temporário.
- Separação entre órgãos operacionais (executivos) e - Meios duplicados: cada projeto tem sua própria es-
órgãos de apoio (assessores). trutura;
- Hierarquia versus especialização. - Ineficácia na utilização de recursos;
- Insegurança no emprego, já que possui caráter tem-
porário;

Conhecimentos Específicos 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Pessoal alocado em determinado projeto pode perder - Qualidade total – qualidade é o atendimento das exigên-
lugar na estrutura permanente. cias do cliente. O tema central da qualidade total está nas pes-
soas que a produzem sendo os funcionários e não os gerentes
Estrutura Matricial os responsáveis pelo elevado padrão de qualidade. Para isso
devem-se proporcionar aos funcionários habilidades e a auto-
É um tipo de estrutura mista, uma excelente alternativa ridade para tomar decisões que tradicionalmente eram dadas
para organizações que desenvolvem projetos, mas também aos gerentes. O gerenciamento da qualidade total trouxe téc-
adotam as estruturas: divisional, funcional, staff etc. é indi- nicas conhecidas, tais como o enxugamento, a terceirização e
cado para empresas que desenvolvem vários projetos, mas a redução do tempo do ciclo de produção.
que se utilizam de diversas tecnologias. As principais carac- - Reengenharia – para reduzir a enorme distância entre
terísticas são: a velocidade das mudanças ambientais e a permanência
- Multidimensional, pois se utiliza de características de das organizações tratou-se de aplicar um remédio forte e
estruturas permanentes, por função, produtos e projetos; amargo. Reengenharia significa fazer uma nova engenharia
- Permanente, sendo temporários apenas os grupos de da estrutura organizacional, ou seja, é uma reconstrução
cada projeto; e não apenas uma reforma total ou parcial da empresa. A
- Adaptativa e flexível: quanto mais complexa a ambiên- reengenharia não se confunde com a melhoria contínua,
cia organizacional, mais complexa deve ser a estrutura da pois pretende criar um processo inteiramente novo e não
empresa; o aperfeiçoamento gradativo e lento do processo atual. A
- Combina a estrutura hierárquica vertical tradicional reengenharia trás consequência para a organização: os
com uma estrutura superposta, horizontal, de coordenado- departamentos tendem a desaparecer; estrutura organiza-
res de projetos/produtos. cional horizontalizada; atividades baseadas em equipe; a
avaliação deixa de ser a atividade e passa a ser os resulta-
As principais vantagens: dos alcançados; os gerentes passam a ficar mais próximo
- Equilíbrio de objetivos pela atenção dispensada tanto das operações e das pessoas e passam a ser educadores
às áreas funcionais quanto às coordenações de projetos; dotados de habilidades interpessoais.
- Visão dos objetivos dos projetos por meio das coorde- - Benchmarking – é um processo contínuo de avaliar
nações de projetos; produtos, serviços e práticas dos concorrentes mais fortes
- Desenvolvimentos de um forte e coeso trabalho de e daquelas empresas que são reconhecidas como líderes
equipe e metas de projetos empresariais. Isso permite comparações entre empresas
- Elimina mão de obra ociosa; para identificar o “melhor do melhor” e alcançar um nível de
- Elimina extensas cadeias hierárquicas; superioridade ou vantagem competitiva.
- Conhecimento especializado pode estar disponível - Equipes de alto desempenho – as organizações estão
para todos os projetos igualmente, podendo ser transferido migrando velozmente para o trabalho em equipe, visando
de um projeto para outro; obter a participação das pessoas na busca de respostas
- Utilização de Mao de obra pode ser flexível. rápidas às mudanças no ambiente de negócios.
- Gestão de projetos – todas as organizações desem-
As principais desvantagens: penham algum tipo de trabalho e este envolve operações e
- Subutilização de recursos disponíveis; projetos. O fim de um projeto é alcançado quando os objeti-
- Insucesso na obtenção de coordenação de funções, vos do projeto são atingidos ou quando fica claro que seus
no estabelecimento de padrões de eficiência e de uniformi- objetivos não podem ser atingidos.
dades de prática entre os especialistas que não são contro-
lados por um único chefe; As tendências organizacionais no mundo moderno se
- Insegurança entre os membros dos projetos;
caracterizam por:
- Indivíduo de posição intermediária possui dois chefes:
- Cadeias de comando mais curtas (enxugar níveis hie-
chefe do seu departamento funcional e coordenador do pro-
rárquicos).
jeto onde está alocado;
- Menos unidade de comando (a subordinação ao chefe
- Conflito entre gerentes funcionais e coordenadores de
está sendo substituída pelo relacionamento horizontal em
projetos quanto à autoridade.
direção ao cliente).
- Maior responsabilidade e autonomia às pessoas.
Tendências e Práticas Organizacionais
- Ênfase nas equipes de trabalho.
Visando oferecer soluções práticas e que atendam às - Organizações estruturadas sobre unidades autôno-
emergências impostas pelas mudanças e transformações, mas e autossuficientes, com metas e resultados a alcançar.
ao final da era neoclássica surgiram algumas técnicas de - Infoestrutura (permite uma organização integrada sem
intervenção: necessariamente estar concentrada em um único local).
- Melhoria contínua – os processos de mudança devem - Preocupação maior com o alcance dos objetivos e
começar pequenos e sempre de baixo para cima, ou seja, metas do que com o comportamento variado das pessoas.
da base para a cúpula. A filosofia da melhoria contínua de- - Foco no negócio básico e essencial (enxugamento e
riva do Kaizen (palavra japonesa). As melhorias não preci- terceirização visando reorientar a organização para aquilo
sam ser grandes, mas devem ser contínuas e constantes. que ela foi criada).

Conhecimentos Específicos 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão de segurança como o segundo item mais importante, estabili-
obra para serem fornecedoras de conhecimentos capazes dade no trabalho, por exemplo, logo depois necessidades
de agregar valor ao negócio. afetivo-sociais, como pertencer a um grupo, ter amigos,
família; necessidades de status e estima, aqui podemos
Estruturas Organizacionais dar como exemplo a necessidade das pessoas em ter re-
conhecimento, por seu trabalho por seu empenho, no topo
De acordo com Chiavenato a estrutura garante a tota- Maslow colocou as necessidades de autorrealização, em
lidade de um sistema e permite sua integridade, assim são que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser
as organizações, diversos órgãos agrupados hierarquica- explorando suas possibilidades.
mente, os sistemas de responsabilidade, sistemas de au- O raciocínio de Viktor Frankl “vontade de sentido” tam-
toridade e os sistemas de comunicações são componentes bém é coerente, ele nos atenta para o fato de que nem sem-
estruturais. pre a pirâmide de Maslow ocorre em todas as escalas de
Existem vários modelos de organização, Organização uma forma sequencial, de acordo com ele, o que nos move
Empresarial, Organização Máquina, Organização Política é aquilo que faz com que nossa vida tenha sentido, nossas
entre outras. As organizações possuem seus níveis de in- necessidades aparecem de forma aleatória, são nossas
fluência. O nível estratégico é representado pelos gestores motivações que nos levam a agir. Os colaboradores são
e o nível tático, representado pelos gerentes. Eles são im- estimulados, fazendo o que gostam, as pessoas alocam
portantes para manter tudo sobcontrole. O gerente tem uma mais tempo nas atividades em que estão motivados. Sendo
visão global, ele coordena, define, formula, estabelece uma assim um funcionário trabalhando em uma determinada ta-
autoridade de forma construtiva, competente, enérgica e refa, pode sentir autorrealização sem necessariamente ter
única. Fayol nomeia 16 diferentes atribuições dos gerentes. passado por todas as escalas da pirâmide. Mas o que é rea-
Os gerentes são responsáveis pelo elo entre o nível opera- lização para um, não é realização para todas as pessoas. O
cional, onde os colaboradores desenvolvem os produtos e ser humano é insaciável, quando realiza algo que desejou
serviços da organização. intensamente, logo cobiçara outras coisas.
As Organizações formais possuem uma estrutura hie- O comportamento das pessoas nas organizações afe-
rárquica com suas regras e seus padrões. Os Organogra- ta diretamente na imagem, no sucesso ou insucesso da
mas com sua estrutura bem dimensionada podem facilitar mesma, o comportamento dos colaboradores refletem seu
a autonomia interna, agilizando o processo de desenvolvi- desempenho. Há uma necessidade das pessoas de ter in-
mento de produtos e serviços. O mundo empresarial cada centivos para que o trabalho flua, a motivação é intrínseca,
vez mais competitivo e os clientes a cada dia mais exigen- mas os estímulos são imprescindíveis para que a motivação
tes levam as organizações a pensar na sua estrutura, para pelo trabalho continue gerando resultados para a empresa.
se adequar ao que o mercado procura. Com os órgãos bem Os lideres são importantes no processo de sobrevivên-
dispostos nessa representação gráfica, fica mais bem ob- cia no mercado, Lacombe descreveu que o líder tem condi-
jetivada a hierarquia bem como o entrosamento entre os ção de exercer, função, tarefa ou responsabilidade quando
cargos. é responsável pelo grupo. Um líder precisa ser motivado,
As organizações fazem uso do organograma que me- competente, conseguir conquistar e conhecer as pessoas,
lhor representa a realidade da empresa, vale lembrar que ter habilidades e intercalar objetivos pessoais e organiza-
o modelo piramidal ficou obsoleto, hoje o que vale é a con- cionais. O estilo do líder Democrático contribui na condução
tribuição, são muitas pessoas empenhadas no desenvolvi- das organizações, ele delega não só tarefas, mas poderes,
mento da empresa, todos contribuem com ideias na tomada isso é importante para estimular os mais diversos profissio-
de decisão. nais dentro da organização.
Com vistas às diversidades de informações, é preciso No processo de centralização a tomada de decisões
estar atento para sua relevância, nas organizações as infor- é unilateral, deixando os colaboradores travados, sem po-
mações são importantes, mesmo em tomada de decisões. der de opinião. Já no processo de descentralização existe
É necessário avaliar a qualidade da informação e saber maior estimulo por parte dos funcionários, podendo opinar
aplicar em momentos oportunos. eles se sentem parte ativa da empresa.
Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há Existem benefícios assegurados por leis e benefícios
que se definir qual informação e como ela vai ser mantida espontâneos. Um bom plano de benefícios motivam os co-
no sistema, deve haver um estudo no organograma da em- laboradores. O funcionário hoje com todo seu conhecimen-
presa verificando assim quais os dados e quais os campos to adquirido na empresa tem sido tratado como ativo não
vão ser necessários para essa implantação. Cada empresa mais como recurso. Dar estímulos como os benefícios con-
tem suas características e suas necessidades, e o sistema tribuem para a permanência do funcionário na organização.
de informação se adéqua a organização e aos seus propó- São inúmeras vantagens tanto para o empregado quanto
sitos. para o empregador. Reduzindo insatisfações e aumentando
Para as organizações as pessoas são as mais impor- a produção, gerando assim resultados satisfatórios.
tantes, por isso tantos estudos a fim de sanar interrogações
a respeito da complexidade do ser humano. Maslow diz que Benefícios de uma estrutura adequada.
em primeiro na base da pirâmide vem às necessidades fi- - Identificação das tarefas necessárias;
siológicas, como: fome, sede sono, sexo, depois ele nomeia - Organização das funções e responsabilidades;

Conhecimentos Específicos 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Informações, recursos, e feedback aos empregados;


- Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;
- Condições motivadoras.

Estrutura:
Toda empresa possui um dos dois tipos de estrutura: Formal e informal.

Formal: Deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns aspectos pelo seu organograma.
- Ênfase a posições em termos de autoridades e responsabilidades.
- É estável.
- Está sujeita a controle.
- Está na estrutura.
- Líder formal.
- É representada pelo organograma da empresa e seus aspectos básicos.
- Reconhecida juridicamente de fato e de direito.
- É estruturada e organizada.

Informal: Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente quando as
pessoas se reúnem. Representa relações que usualmente não aparecem no organograma.
São relacionamentos não documentados e não reconhecidos oficialmente entre os membros de uma organização que
surgem inevitavelmente em decorrência das necessidades pessoais e grupais dos empregados.
- Está nas pessoas.
- Sempre existirão.
- A autoridade flui na maioria das vezes na horizontal.
- É instável.
- Não está sujeita a controle.
- Está sujeita aos sentimentos.
- Líder informal.
- Desenvolve sistemas e canais de comunicação.
Vantagens da estrutura informal
- Proporciona maior rapidez no processo.
- Complementa e estrutura formal.
- Reduz a carga de comunicação dos chefes.
- Motiva e integra as pessoas na empresa.

Desvantagens
- Desconhecimento das chefias.
- Dificuldade de controle.
- Possibilidade de atritos entre pessoas
- Fatores que condicionam o aparecimento da estrutura informal.
- Interesses comuns
- Interação provocada pela própria estrutura formal.
- Defeitos na estrutura formal.
- Flutuação do pessoal dentro da empresa.
- Períodos de lazer.
- Disputa do poder.

Fatores que condicionam o aparecimento da estrutura informal


- Interesses comuns
- Interação provocada pela própria estrutura formal.
- Defeitos na estrutura formal.
- Flutuação do pessoal dentro da empresa.
- Períodos de lazer.
- Disputa do poder.

A estrutura informal será bem utilizada quando:


- Os objetivos da empresa forem idênticos aos objetivos dos indivíduos.
- Existir habilidade das pessoas em lidar com a estrutura informal.

Conhecimentos Específicos 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Estrutura Funcional

São estruturas divididas por departamentos pelos critérios funcionais no primeiro nível. Segundo Fayol as funções
principais do primeiro nível são: produção, comercialização, finanças e administração.
As estruturas funcionais são agrupadas na mesma unidade, pessoas que realizam atividades dentro de uma mesma
área técnica ou de conhecimento, como por exemplo a área financeira, a área de produção, a área comercial, a área de recur-
sos humanos, entre outras. A necessidade de especialização por áreas técnicas e a existência de pouca variedade de produtos
constituem as principais razões para a criação deste tipo de estrutura. Trata-se do desenho que agrupa pessoas com base em
suas habilidades e conhecimento ou na utilização de recursos similares, para aumentar a efetividade da organização no alcance
de seu principal objetivo, fornecer aos clientes produtos de qualidade a preços razoáveis. As diferentes funções surgem em
resposta ao aumento de complexidade das tarefas e à medida que as funções aumentam e se especializam, as habilidades
melhoram e as competências surgem, dando vantagem competitiva à organização.
A estrutura funcional é a primeira a se desenvolver porque fornece às pessoas a oportunidade de aprenderem umas
com as outras. Reunidas em um mesmo grupo funcional, elas podem aprender as melhores técnicas para realização de
suas tarefas; as mais habilidosas podem treinar os novos empregados e serem promovidas a supervisores ou gerentes.
Assim vão aumentando as habilidades e o conhecimento da organização.
As organizações são inicialmente organizadas por função para facilitar o gerenciamento do aumento de especiali-
zação e divisão do trabalho, mas à medida que elas continuam a crescer e se diferenciar, os problemas de controle vão
surgindo. Com o aumento das habilidades da organização para produzir melhores produtos e serviços, os clientes também
aumentam suas demandas que por sua vez pressionam ainda mais a capacidade de produzir mais e mais rapidamente.
Os custos crescem e a pressão para se manter na liderança dos concorrentes causa ainda mais exigência por produtos de
mais qualidade. Os tipos de clientes atraídos pela empresa podem mudar com o aumento da oferta de produtos e serviços, e
pode ser difícil identificar e atender as necessidades de novos clientes numa estrutura funcional.
O desafio para as organizações é de como controlar o aumento de complexidade das atividades à medida que elas
crescem e se diferenciam.
Quando as funções se desenvolvem e criam suas hierarquias próprias, elas se distanciam umas das outras, ocasio-
nando problemas de comunicação.
O crescimento e aumento da quantidade e complexidade de funções, produtos e serviços requerem informações
para medir as contribuições dos grupos funcionais; sem elas a organização pode não estar fazendo o melhor uso de seus
recursos. Pode também requerer o estabelecimento em regiões geográficas diversas, e com mais de uma localização, é
preciso um sistema de informação para balancear a necessidade entre centralização e descentralização de autoridade.
Se a alta gerência gastar muito tempo para solucionar problemas de coordenação do dia-a-dia, os problemas estratégicos
de longo prazo ficam sem tratamento.
O redesenho da estrutura permitindo maior integração entre funções pode auxiliar os gerentes a resolver problemas
de controle associados à estrutura funcional. O termo reengenharia tem sido usado para se referir ao processo de redese-
nhar como as tarefas são agrupadas em papéis e funções, visando aumentar a efetividade da organização. A reengenha-
ria envolve repensar e redesenhar radicalmente os processos de negócios para se ter melhorias dramáticas em medidas
de desempenho (custo, qualidade, serviço e velocidade). O foco de atenção está nos processos de negócio, que envolvem
atividades entre funções. A habilidade dos grupos para trabalharem através das funções é o fator principal para garantir o
fornecimento de produtos e serviços com qualidade e custo baixo.

Conhecimentos Específicos 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

“As estruturas funcionais foram criadas com uma visão No caso de empresas pequenas estas desvantagens
voltada para a sua realidade interna, ou seja, para si pró- não costumam ser um problema grave, pelo fato de que
pria”. Esse tipo de pensamento dominou e ainda domina cada responsável de cada função estarem mais próximos
a maioria das empresas que conhecemos. Nesse estágio uns dos outros e até mesmo com o principal executivo.
as funções são todas divididas por etapas, onde são frag-
mentados processos de trabalho. Trata-se de um trabalho Quando usar a Estrutura Funcional
individual e voltado a tarefas. Esse tipo de estruturação tem
sido padrão nas empresas. O agrupamento funcional dos Geralmente ao iniciar, uma empresa simples adota o
grupos de trabalho, porém tem sido questionado a partir de modelo de estrutura funcional, e à medida que vai diver-
iniciativas competitivas como: qualidade total, redução do sificando seus produtos ou serviços ela irá analisar os si-
tempo de ciclo e aplicação da tecnologia da informação, nais que indicam a mudança para outro tipo de estrutura,
que tem conduzido a organização funcional a mudanças sinais como: a empresa deixa de ser pequena, o grau da
fundamentais. diversidade e alguns sintomas de exaustão do modelo de
estrutura funcional.
Vantagens Das Estruturas Funcionais
VERTICALIZAÇÃO E HORIZONTALIZAÇÃO
A sua grande vantagem é, além da especialização téc-
nica, o fato de permitir uma eficiente utilização dos recursos Verticalização ou integração vertical é quando a empre-
em cada área técnica. Outra vantagem dessa estrutura é sa começa a atuar em mais um estágio produtivo, exemplo,
que pessoas agrupadas por suas habilidades comuns po- ela deixa de comprar para produzir, isto é, a substituição de
dem supervisionar umas as outras. Trabalhando juntas por transações de mercado por transações internas.
um longo período, elas também desenvolvem normas e va- Horizontalização ou integração horizontal, neste caso a
lores, que as tornam membros mais efetivos de uma equi- empresa usa seus recursos para produzir outros produtos/
pe comprometida com as atividades da empresa e que irá serviços que não é o seu principal, por exemplo, a empresa
ocorrer a concentração de recursos onde vão resultar um usa seu parque de máquinas para produzir produtos que
elevado grau de especialização e de controle das ativida- não são insumos dos existentes e nem usar os existentes
des. Esta especialização permite um avanço na aprendiza- como insumos.
gem e na redução de custos operacionais com o passar do
tempo. A promoção na carreira tende a ser mais fácil, pois, SINTOMAS QUE INDICAM A EXAUSTÃO DO
existe a possibilidade de desenvolvimento de competências MODELO FUNCIONAL
profissionais em tarefas mais específicas.
A organização funcional tenta tirar vantagem do conhe- 1. Centralização excessiva no topo, quando a empresa
cimento dos funcionários, agrupando todos aqueles que deixa de ser pequena e passa a ser de médio ou grande
possuem o mesmo perfil e mesma formação técnica jun- porte, a comunicação entre o responsável da função e o
tos em unidades altamente especializadas e produtivas. O principal executivo torna-se mais distante, pelo fato que
plano de carreira neste tipo de organização é claro e como deste principal executivo estar com excesso de trabalho,
esses funcionários só possuem um chefe não há conflitos isto ocasiona demora nas decisões e perde-se a agilidade
de autoridade. Isso faz da organização funcional uma exce- e flexibilidade no que pode gerar muitos problemas como a
lente executora de operações, ou seja, trabalho contínuo, tomadas de decisões erradas.
repetitivo e produtivo. 2. Excesso de especialização, por existir apenas profis-
sionais totalmente dedicados as suas funções, perde-se a
As Desvantagens das Estruturas Funcionais visão sistêmica da empresa. Estes responsáveis são volta-
dos exclusivamente em obter a otimização de suas funções
A coordenação das diversas funções é feita no topo, e não tem a visão ampla de todas as funções o que causa,
e tende a atrasar as decisões que envolvem coordenação se necessário, a falta de substituição do executivo principal.
entre funções a ponto de prejudicar a empresa. 3. Dificuldade de coordenação, quanto maior a diver-
A estrutura funcional não facilita a visão sistêmica da sidade dos produtos e serviços oferecidos pela empresa,
empresa, isto é, cada administrador de sua função não esta maior é a dificuldade de coordenar, existem instrumentos
preparado para assumir a função principal, pois é totalmen- para auxiliar a coordenação, como , comitês, grupos de tra-
te focado a sua função, para que este quadro mude são balhos, reuniões, etc. Quando a empresa utiliza de forma
necessárias medidas de inclusão à função principal como: excessiva estes instrumentos, eles próprios podem-se tor-
treinamentos especializados, rodízios de funções, assesso- nar novos problemas, quando isto acontece esta estrutura
ria ao principal executivo, etc,. organizacional não é mais adequada.
Na estrutura funcional não é possível comparar o desem- 4. Pirâmide alta: excesso de níveis, quanto maior a
penho de uma função com a outra, por serem de naturezas dis- empresa maior são os níveis da estrutura. O excesso de
tintas. Desta maneira a estrutura funcional dificulta o controle, a níveis torna-se cada vez mais distante a comunicação ou
não ser por comparações de outros períodos e com descontos sentimento do executivo principal com os responsáveis pe-
para as peculiaridades. las funções.

Conhecimentos Específicos 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5. Amplitude de supervisão alta: dificuldade de avalia- Componentes da estrutura organizacional


ção de pessoas e resultados, com esta amplitude de super- Sistema de responsabilidade, constituído por:
visões grandes, torna-se mais importante gerir e controlar - Departamentalização;
os níveis do que os próprios resultados das funções e das - Linha e assessoria; e
pessoas. - Especialização do trabalho.

Nos casos citados poderá haver situações que estes Sistema de autoridade, constituído por:
sintomas não são tão graves, mas no caso de haver estes - Amplitude administrativa ou de controle;
sintomas acreditamos que a estrutura funcional não seja a - Níveis hierárquicos;
melhor opção. - Delegação;
- Centralização/descentralização.
Elaboração da estrutura organizacional
Sistema de comunicações (Resultado da interação das
É o conjunto ordenado de responsabilidades, autorida- unidades organizacionais), constituída por:
des, comunicações e decisões das unidades organizacio- - O que,
nais de uma empresa. - Como,
- Não é estática. - Quando,
- É representada graficamente pelo organograma. - De quem,
- É dinâmica. - Para quem.
- Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos
institucionais. Condicionantes da estrutura organizacional.
- (Delinear = Criar, aprimorar). São Quatro:
- Deve ser planejada. - Objetivos e estratégias,
- Ambiente,
O Planejamento deve estar voltado para os seguintes - Tecnologia,
objetivos: - Recursos humanos.
- Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam
ser desempenhadas. Níveis de influência da estrutura organizacional.
- Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem São três:
desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas - Nível estratégico,
ou grupos. - Nível tático,
- Proporcionar aos empregados de todos os níveis: - Nível operacional.
-- Informação.
-- Recursos para o trabalho. Níveis de abrangência da estrutura organizacional.
-- Medidas de desempenho compatíveis com objetivos Três níveis podem ser considerados quando do desen-
e metas. volvimento e implantação da estrutura organizacional:
-- Motivação. - Nível da empresa,
- Nível da UEN – Unidade Estratégica de Negócio
Tipos de estrutura organizacional - Nível da Corporação.
- Funcional.
- Clientes.
Condicionantes da estrutura organizacional.
- Produtos.
- Fator humano
- Territorial.
A empresa funciona por meio de pessoas, a eficiência
- Por projetos.
depende da qualidade intrínseca e do valor e da integração
- Matricial.
dos homens que ela organiza.
Ao desenvolver uma estrutura organizacional deve-se
Desenvolvimento, implantação e avaliação de estrutura
levar em consideração o comportamento e o conhecimento
organizacional
No desenvolvimento considerar: das pessoas que irão desempenhar funções.
- Seus componentes. Não podemos esquecer da MOTIVAÇÃO.
- Condicionantes.
- Níveis de influência. - Fator ambiente externo
- Níveis de abrangência. Avaliação das mudanças e suas influências.

Implantação / Ajustes - Fator sistema de objetivos e estratégias


- Participação dos funcionários Quando os objetivos e estratégias estão bem definidos
- Motivar e claros, é mais fácil organizar. Sabe-se o que se espera
Avaliar de cada um.
- Quanto ao alcance dos objetivos
- Influencia dos aspectos formais e informais

Conhecimentos Específicos 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- Fator tecnologia Vantagens: As vantagens principais da abordagem fun-


Conhecimentos cional são:
Equipamentos • Mantém o poder e o prestígio das funções principais
• Cria eficiência através dos princípios da especializa-
Implantação da estrutura organizacional ção.
Três aspectos devem ser considerados: • Centraliza a perícia da organização.
- A mudança na estrutura organizacional. • Permite maior rigor no controle das funções pela alta
- O processo de implantação; e administração.
- As resistências que podem ocorrer. • Segurança na execução de tarefas e relacionamento
de colegas.
Avaliação da estrutura organizacional • Aconselhada para empresas que tenham poucas li-
• Levantamento nhas de produtos.
• Análise
• Avaliação Desvantagens: Existem também muitas desvantagens
• Políticas de avaliação de estruturas. na abordagem funcional. Entre elas podemos dizer:
• A responsabilidade pelo desempenho total está so-
Departamentalização mente na cúpula.
• Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita
É uma divisão do trabalho por especialização dentro da • O treinamento de gerentes para assumir a posição no
estrutura organizacional da empresa. topo é limitado.
Departamentalização é o agrupamento, de acordo com • A coordenação entre as funções se torna complexa e
um critério específico de homogeneidade, das atividades e mais difícil quanto à organização em tamanho e amplitude.
correspondente recursos (humanos, financeiros, materiais • Muita especialização do trabalho.
e equipamentos) em unidades organizacionais.
Existem diversas maneiras básicas pelas quais as or- Departamentalização de Produto: É feito de acordo
ganizações decidem sobre a configuração organizacional com as atividades inerentes a cada um dos produtos ou
que será usada para agrupar as várias atividades. O pro- serviços da empresa.
cesso organizacional de determinar como as atividades de- Exemplos de Departamentalização de produto:
vem ser agrupadas chama-se Departamentalização. 1- Lojas de departamentos
2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford,
Mercury e Lincoln Continental.
Formas de Departamentalizar: 3- Um hospital pode estar agrupado por serviços pres-
tados, como cirurgia, obstetrícia, assistência coronariana.
- Função
- Produto ou serviço Vantagens: Algumas das vantagens da Departamenta-
- Território lização de produtos são:
- Cliente - Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de pro-
- Processo dutos ou serviços.
- Projeto - A coordenação de funções ao nível da divisão de pro-
- Matricial duto torna-se melhor.
- Mista - Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quanto ao
lucro.
Deve-se notar, no entanto, que a maioria das organiza- - Facilita a coordenação de resultados.
ções usa uma abordagem da contingência à Departamen- - Propicia a alocação de capital especializado para
talização: isto é, a maioria usará mais de uma destas abor- cada grupo de produto.
dagens usadas em algumas das maiores organizações. A - Propicia condições favoráveis para a inovação e cria-
maioria usa a abordagem funcional na cúpula e outras nos tividade.
níveis mais baixos.
Desvantagens:
Departamentalização por Funções: A Departamentali- - Exige mais pessoal e recursos de material, podendo
zação funcional agrupa funções comuns ou atividades se- daí resultar duplicação desnecessária de recursos e equi-
melhantes para formar uma unidade organizacional. Assim pamento.
todos os indivíduos que executam funções semelhantes - Pode propiciar o aumento dos custos pelas duplicida-
ficam reunidos, todo o pessoal de vendas, todo o pessoal des de atividade nos vários grupos de produtos.
de contabilidade, todo o pessoal de secretaria, todas as en- - Pode criar uma situação em que os gerentes de pro-
fermeiras, e assim por diante. dutos se tornam muito poderosos, o que pode desestabili-
A Departamentalização funcional pode ocorrer em qual- zar a estrutura da empresa.
quer nível e é normalmente encontrada muito próximo à cú-
pula.

Conhecimentos Específicos 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Departamentalização Territorial: Algumas vezes men- completar o projeto de controle de poluição. Em cada um
cionadas como regional, de área ou geográfica. É o agrupa- destes casos, o administrador de projeto seria designado
mento de atividades de acordo com os lugares onde estão para chefiar a equipe, com plena autoridade sobre seus
localizadas as operações. Uma empresa de grande porte membros para a atividade específica do projeto.
pode agrupar suas atividades de vendas em áreas do Bra-
sil como a região Nordeste, região Sudeste, e região Sul. Departamentalização de Matriz: A Departamentaliza-
Muitas vezes as filiais de bancos são estabelecidas desta ção de matriz é semelhante à de projeto, com uma exce-
maneira. ção principal. No caso da Departamentalização de matriz, o
administrador de projeto não tem autoridade de linha sobre
As vantagens e desvantagens da Departamentalização os membros da equipe. Em lugar disso, a organização do
territorial são semelhantes às dadas para a Departamenta- administrador de projeto é sobreposta aos vários departa-
lização de produto. Tal grupamento permite a uma divisão mentos funcionais, dando a impressão de uma matriz.
focalizar as necessidades singulares de sua área, mas exi- A organização de matriz proporciona uma hierarquia
ge coordenação e controle da administração de cúpula em que responde rapidamente às mudanças em tecnologia.
cada região. Por isso, é tipicamente encontrada em organização de
orientação técnica, também é usada por empresas com
Departamentalização por Cliente: A Departamentali- projetos de construção complexos
zação de cliente consiste em agrupar as atividades de tal
modo que elas focalizem um determinado uso do produto Vantagens:
ou serviço. A Departamentalização de cliente é usada prin- - Permitem comunicação aberta e coordenação de ativi-
cipalmente no grupamento de atividade de vendas ou ser- dades entre os especialistas funcionais relevantes.
viços. - Capacita a organização a responder rapidamente à
mudança.
A principal vantagem: - São abordagens orientadas para a tecnologia.
- A adaptabilidade uma determinada clientela.
Desvantagens:
Desvantagens: - Pode haver choques resultantes das prioridades.
- Dificuldade de coordenação.
- Subutilização de recursos e concorrência entre os Departamentalização Mista - É o tipo mais frequente,
gerentes para concessões especiais em benefício de seus cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se
próprios clientes. adapte à sua realidade organizacional.

Departamentalização por Processo ou Equipamento: É A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALIZAR


o agrupamento de atividades que se centralizam nos pro-
cessos de produção ou equipamento. É encontrada com Para evitar problemas na hora de decidir como departa-
mais frequência em produção. As atividades de uma fábrica mentalizar, pode-se seguir certos princípios:
podem ser grupadas em perfuração, esmerilamento, solda-
gem, montagem e acabamento, cada qual em seu depar- - Princípio do maior uso – o departamento que faz maior
tamento. uso de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição.
- Principio do maior interesse – o departamento que tem
Vantagens: maior interesse pela atividade deve supervisiona-la.
- Maior especialização de recursos alocados. - Principio da separação e do controle – As atividades
- Possibilidade de comunicação mais rápida de informa- do controle devem estar separadas das atividades contro-
ções técnicas. ladas.
Desvantagens: - Principio da supressão da concorrência – Eliminar a
- Possibilidade de perda da visão global do andamento concorrência entre departamentos, agrupando atividades
do processo. correlatas no mesmo departamento.
- Flexibilidade restrita para ajustes no processo.
Outro critério básico para departamentalização está ba-
Departamentalização por Projeto: Aqui as pessoas re- seado na diferenciação e na integração, os princípios são:
cebem atribuições temporárias, uma vez que o projeto tem
data de inicio e término. Terminado o projeto as pessoas Diferenciação, cujo princípio estabelece que as ativi-
são deslocadas para outras atividades. Por exemplo: uma dades diferentes devem ficar em departamentos separa-
firma contábil poderia designar um sócio (como administra- dos. A diferenciação ocorre quando:
dor de projeto), um contador sênior, e três contadores junio- - O fator humano é diferente,
res para uma auditoria que está sendo feita para um cliente. - A tecnologia e a natureza das atividades são diferen-
Uma empresa manufatureira, um especialista em produção, tes,
um engenheiro mecânico e um químico poderiam ser indi- - Os ambientes externos são diferentes,
cados para, sob a chefia de um administrador de projeto, - Os objetivos e as estratégias são diferentes.

Conhecimentos Específicos 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Integração – Quanto mais atividades trabalham inte- Processo Organizacional


gradas, maior razão para ficarem no mesmo departamento.
O conceito de administração representa uma governa-
Comportamento Organizacional “é um campo de estu- bilidade, gestão de uma empresa ou organização de forma
do que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estru- que as atividades sejam administradas com planejamento,
tura têm sobre o comportamento dentro das organizações organização, direção, e controle.  
com o propósito de aplicar este conhecimento em prol do
aprimoramento da eficácia de uma organização.” PLANEJAR
Visa trazer maior entendimento sobre as lacunas em-
presariais para o desenvolvimento contínuo e assertivo de É a função administrativa em que se estima os meios que
soluções, afim de: reter talentos, evitar o turnover e promo- possibilitarão realizar os objetivos (prever), a fim de poder to-
ver engajamento e harmonia entre os stakeholders. mar decisões acertadas, com antecipação, de modo que se-
Entender o comportamento organizacional é fundamen- jam evitados entraves ou interrupções nos processos organi-
tal na dinâmica de manutenção e melhoria da gestão de zacionais.
pessoas, pois baliza o trabalho dos líderes e confere a es- É também uma forma de se evitar a improvisação.
tes a possibilidade de prever, e especialmente evitar proble- Nesta função, o gerente especifica e seleciona os ob-
mas individuais ou coletivos entre os colaboradores. jetivos a serem alcançados e como fazer para alcançá-los.
Comportamento organizacional refere-se a comporta- Exemplos: o chefe de seção dimensiona os recursos
mentos relacionados a cargos, trabalho, absenteísmo, rota- necessários (materiais, humanos, etc.), em face dos objeti-
tividade no emprego, produtividade, desempenho humano vos e metas a serem atingidos; a montagem de um plano de
e gerenciamento. ação para recuperação de uma área avariada.
Também inclui motivação, liderança, poder, comunica- Planejamento: funciona como a primeira função admi-
ção interpessoal, estrutura e processos de grupo, aprendi- nistradora, pois serve de base para as demais.
zagem, desenvolvimento e percepção de atitude, processo • É uma reflexão que antecede a ação;
de mudanças, conflitos. • É um processo permanente e contínuo;
As organizações possuem aspectos formais, as pes- • É sempre voltado para o futuro;
soas, porém, são complexas, pouco previsíveis, e seus • É uma relação entre as coisas a serem feitas e o
comportamentos são influenciados por uma infinidade de tempo disponível para tanto;
variáveis. • É mais uma questão de comportamento e atitude
É este o objeto de estudo do comportamento organiza- da administração do que propriamente um elenco de planos
cional: a dinâmica da organização e suas influências sobre e programas de ação;
o comportamento humano. • É a busca da racionalidade nas tomada de deci-
Daí o processo de reciprocidade: a organização espera sões;
que as pessoas realizem suas tarefas e oferece-lhes incen- • É um curso de ação escolhido entre várias alterna-
tivos e recompensas, enquanto as pessoas oferecem suas tivas de caminhos potenciais;
atividades e trabalho esperando obter certas satisfações • É interativo, pois pressupõem avanços e recuos,
pessoais. alterações e modificações em função de eventos novos
As relações entre indivíduo e organização podem ser ocorridos no ambiente externo e interno da empresa.
compreendidas como uma troca. • O planejamento é um processo essencialmente
Os objetivos individuais e organizacionais são particula- participativo, e todos os funcionários que são objetos do
res e decorrentes de tal relação. processo devem participar.
Existe, nesse caso, uma relação de troca, e a gestão de • Para realizar o planejamento, a empresa deve sa-
pessoas é parte fundamental nesta troca. São as políticas ber onde está agora (presente) e onde pretende chegar (fu-
de gestão de pessoas que irão garantir que, para ambas as turo).
partes, as relações sejam satisfatórias.
Entre os Níveis de Estudos dos Comportamentos Orga- Para isso, deve dividir o planejamento em sete fases
nizacionais, destacamos: sequenciais, como veremos abaixo.
Nível Individual – Estuda as expectativas, motivações,
as habilidades e competências que cada colaborador de-
monstra individualmente através de seu trabalho.
Nível Grupal – Estuda a formação das equipes, gru-
pos, as funções desempenhadas por estes, a comunicação
e interação uns com os outros, além da influência e o poder
do líder neste contexto.

Conhecimentos Específicos 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Etapas do planejamento

1.Definir: visão e missão do negócio 

Visão 
É a direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda, um quadro do que a empresa deseja ser. Deve refletir as
aspirações da empresa e suas crenças.

Fórmula base para definição da visão:


Verbo em perspectiva futura + objetivos desafiadores + até quando.
 
Missão 
A declaração de missão da empresa deve refletir a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa
faz.

Fórmula base para definição da Missão:


Fazer o quê + Para quem (qual o público?) + De que forma.

2. Analisar o ambiente externo 

Uma vez declarada a visão e missão da empresa, seus dirigentes devem conhecer as partes do ambiente que preci-
sam monitorar para atingir suas metas. É preciso analisar as forças macroambientais (demográficas, econômicas, tecno-
lógicas, políticas, legais, sociais e culturais) e os atores microambientais (consumidores, concorrentes, canais de distribui-
ção, fornecedores) que afetam sua habilidade de obter lucro.
 
Oportunidades
Um importante propósito da análise ambiental é identificar novas oportunidades de marketing e mercado. 
 
Ameaças
Ameaça ambiental é um desafio decorrente de uma tendência desfavorável que levaria a deterioração das vendas ou
lucro. 
 
3. Analisar o ambiente interno

Você saberia dizer quais são as qualidades e o que pode ou deve ser melhorado na sua empresa? Esses são os pon-
tos fortes/forças e fracos/fraquezas do seu negócio.

Conhecimentos Específicos 95 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

4. Analisar a situação atual 

Depois de identificados os pontos fortes e pontos fracos e analisadas as oportunidades e ameaças, pode-se obter a
matriz FOFA (força ou fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças) ou SWOT (strengths, weaknesses, opportunities
e threats). Inclua os pontos fortes e fracos de sua empresa, juntamente com as oportunidades e ameaças do setor, em
cada uma das quatro caixas:

A análise FOFA fornece uma orientação estratégica útil.

5. Definir objetivos e Metas

São elementos que identificam de forma clara e precisa o que a empresa deseja e pretende alcançar. A partir dos
objetivos e de todos os dados levantados acima, são definidas as metas.
As Metas existem para monitorar o progresso da empresa. Para cada meta existe normalmente um plano operacional,
que é o conjunto de ações necessárias para atingi-la; Toda meta, ao ser definida, deve conter a unidade de medida e onde
se pretende chegar.
 
6. Formular e Implementar a estratégia 

Até aqui, você definiu a missão e visão do seu negócio e definiu metas e objetivos visando atender sua missão em
direção à visão declarada. Agora, é necessário definir-se um plano para se atingir as metas estabelecidas, ou seja, a em-
presa precisa de uma formulação de estratégias para serem implantadas.
Após o desenvolvimento das principais estratégias da empresa, deve-se adotar programas de apoio detalhados com
responsáveis, áreas envolvidas, recursos e prazos definidos.
 
7. Gerar Feedback e Controlar

À medida que implementa sua estratégia, a empresa precisa rastrear os resultados e monitorar os novos desenvol-
vimentos nos ambientes interno e externo. Alguns ambientes mantêm-se estáveis de um ano para outro. O ideal é estar
sempre atento à realização das metas e estratégias, para que sua empresa possa melhorar a cada dia.
 
Princípios aplicados ao planejamento
 
I- Princípio da definição dos objetivos (devem ser traçados com clareza, precisão)
II- Princípio da flexibilidade do planejamento (poderá e deverá ser alterado sempre que necessário e possível).
 

Conhecimentos Específicos 96 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Com esta primeira função montaremos o plano teórico, É a função administrativa através da qual se verifica se
completando assim o ciclo de planejamento: Estabelecer o que foi estabelecido ou determinado foi cumprido (sem
objetivos, tomar decisões e elaborar planos. entrar especificamente nos méritos e se deu ou não bons
resultados).
ORGANIZAR
Um sistema de controle deve ter:
É a função administrativa que visa dispor adequada- •um objetivo, um padrão, uma linha de atuação, uma
mente os diferentes elementos (materiais, humanos, pro- norma, uma regra “decisorial”, um critério, uma unidade de
cessos, etc.) que compõem (ou vierem a compor) a organi- medida;
zação, como objetivo de aumentar a sua eficiência, eficácia •um meio de medir a atividade desenvolvida;
e efetividade. •um procedimento para comparar tal atividade com o
critério fixado;
DIREÇÃO •algum mecanismo que corrija a atividade como critério
Podemos dividir essa função em duas subfunções: fixado. O processo de controle é realizado em quatro fases
a saber
COMANDAR a) Estabelecimento de padrões ou critérios;
É a função administrativa que consiste basicamente b) Observação do desempenho;
em: c) Comparação do desempenho com o padrão estabe-
lecido;
Decidir a respeito de “que” (como, onde, quando, com
que, com quem) fazer, tendo em vista determinados objeti- Ação para corrigir o desvio entre o desempenho atual
vos a serem conseguidos. e o desempenho esperado.
Determinar as pessoas, as tarefas que tem que executar.
É fundamental para quem comanda desfrutar de certo po- CORRESPONDÊNCIA, REDAÇÃO OFICIAL
der: E PADRÃO OFÍCIO. MANUAL DE REDAÇÃO
•Poder de decisão. DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (2018).
•Poder de determinação de tarefas a outras pessoas. ABREVIAÇÕES E FORMAS DE TRATAMEN-
•Poder de delegar – a possibilidade de conferir á outro TO. EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LATINOS
parte do próprio poder. DE USO FREQUENTE NAS COMUNICAÇÕES
•Poder de propor sanções àqueles que cumpriram ou ADMINISTRATIVAS OFICIAIS. DIGITAÇÃO
não ás determinações feitas. QUALITATIVA. MODELOS E DOCUMENTOS.
COMUNICAÇÃO ESCRITA E ORAL. ENVELOPE
COORDENAR E ENDEREÇAMENTO POSTAL.
É a função administrativa que visa ligar, unir, harmo-
nizar todos os atos e todos os esforços coletivos através
da qual se estabelece um conjunto de medidas, que tem
por objetivo harmonizar recursos e processos. Dois tipos de MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA
Coordenação: REPÚBLICA
•Vertical/Hierárquico: É aquela que se faz com as pes-
soas sempre dentro de uma rigorosa observância das linhas Sinais e abreviaturas empregados
de comando (ou escalões hierárquicos estabelecidos).
•Horizontal: É aquela que se estabelece entre as ou-
tras pessoas sem observância dos níveis hierárquicos
dessas mesmas pessoas. Essa coordenação possibilita a
comunicação entre as pessoas de vários departamentos e
de diferentes níveis hierárquicos. Risco Básico: Desmorali-
zação ou destruição das linhas de comando ou hierarquia.

CONTROLAR
Esta função se aplica tanto a coisas quanto a pessoas.
Para que a função de controle possa efetivamente se
processar e aumentar a eficiência do trabalho, é fundamental
que o estabelecido ou determinado esteja perfeito, claramente
explicado.
“O que perturba o bom entendimento não são regras do
jogo muito exigentes, mas sim regras esclarecidas após o
jogo iniciado.”

Conhecimentos Específicos 97 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

dos órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado se,


em sua elaboração, for empregada a linguagem adequada.
O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade
precípua é a de informar com clareza e objetividade.

2 O que é redação oficial

Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a


maneira pela qual o Poder Público redige comunicações
oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos tra-
tá-la do ponto de vista da administração pública federal.
A redação oficial não é necessariamente árida e con-
trária à evolução da língua. É que sua finalidade básica
– comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira
diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da cor-
respondência particular etc.
Apresentadas essas características fundamentais da
redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada
um de seus atributos.

3 Atributos da redação oficial

A redação oficial deve caracterizar-se por:


• clareza e precisão;
• objetividade;
• concisão;
• coesão e coerência;
• impessoalidade;
• formalidade e padronização; e
• uso da norma padrão da língua portuguesa.
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Cons-
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL tituição, que dispõe, no art. 37: “A administração pública
direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos
1 Panorama da comunicação oficial Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade, a impes-
pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: soalidade e a eficiência princípios fundamentais de toda a
a) alguém que comunique; administração pública, devem igualmente nortear a elabo-
b) algo a ser comunicado; ração dos atos e das comunicações oficiais.
c) alguém que receba essa comunicação.
3.1 Clareza e precisão
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o
serviço público (este/esta ou aquele/aquela Ministério, Se- CLAREZA
cretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se
comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
do órgão que comunica; e o destinatário dessa comunica- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
ção é o público, uma instituição privada ou outro órgão ou imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um
entidade pública, do Poder Executivo ou dos outros Pode- documento oficial ou um ato normativo de qualquer natu-
res. Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor reza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
e a finalidade do documento, para que o texto esteja ade- possibilite sua compreensão. A transparência é requisito do
quado à situação comunicativa. próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto oficial
A necessidade de empregar determinado nível de lin- ou um ato normativo não seja entendido pelos cidadãos.
guagem nos atos e nos expedientes oficiais decorre, de um O princípio constitucional da publicidade não se esgota na
lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à necessi-
de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendi- dade de que o texto seja claro.
dos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras Para a obtenção de clareza, sugere-se:
para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento

Conhecimentos Específicos 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe
comum, salvo quando o texto versar sobre assunto técnico, em todo texto de alguma complexidade: as fundamentais e
hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área; as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido
b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem tam-
orações na ordem direta e evitar intercalações excessivas. bém ideias secundárias que não acrescentam informação
Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamen-
adoção da ordem inversa da oração; tais, podendo, por isso, ser dispensadas, o que também
c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o proporcionará mais objetividade ao texto.
texto; A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto
d) não utilizar regionalismos e neologismos; com o assunto e com as informações, sem subterfúgios,
e) pontuar adequadamente o texto; sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que
f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna
a ela; e o texto rude e grosseiro.
g) utilizar palavras e expressões em outro idioma ape-
nas quando indispensáveis, em razão de serem designa- 3.3 Concisão
ções ou expressões de uso já consagrado ou de não terem
exata tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico, conforme A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
orientações do subitem 10.2 deste Manual. terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
transmitir o máximo de informações com o mínimo de pala-
PRECISÃO vras. Não se deve de forma alguma entendê-la como eco-
nomia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passa-
O atributo da precisão complementa a clareza e carac- gens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo
teriza-se por: em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras
a) articulação da linguagem comum ou técnica para a inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem
perfeita compreensão da ideia veiculada no texto; ao que já foi dito.
b) manifestação do pensamento ou da ideia com as Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve
mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com evitar caracterizações e comentários supérfluos, adjetivos
propósito meramente estilístico; e e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um
c) escolha de expressão ou palavra que não confira du- exemplo1 de período mal construído, prolixo:
plo sentido ao texto.
Exemplo:
É indispensável, também, a releitura de todo o texto re- Apurado, com impressionante agilidade e precisão, na-
digido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros quela tarde de 2009, o resultado da consulta à população
provém principalmente da falta da releitura, o que tornaria acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da
possível sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se população daquele distante estado manifestou-se pela efu-
avaliar se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. siva e indubitável rejeição da alteração realizada pela Lei
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por ter- no 11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada,
ceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos, com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria
em decorrência de nossa experiência profissional, muitas da população do Acre demonstrou que a ela seria melhor
vezes, faz com que os tomemos como de conhecimento regressar ao quarto fuso, estando cinco horas a menos que
geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, em Greenwich.
esclareça, precise os termos técnicos, o significado das si- Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários,
glas e das abreviações e os conceitos específicos que não abusou-se no emprego de adjetivos (impressionante, esma-
possam ser dispensados. gadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe confere
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são carga afetiva injustificável, sobretudo em texto oficial, que
elaboradas certas comunicações quase sempre compro- deve primar pela impessoalidade. Eliminados os excessos,
mete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos o período ganha concisão, harmonia e unidade:
atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua
indesejável repercussão no texto redigido. Exemplo:
A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam Apurado o resultado da consulta à população acreana,
por si sós: elas dependem estritamente das demais carac- verificou-se que a maioria da população manifestou-se pela
terísticas da redação oficial, apresentadas a seguir. rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008.
Não satisfeita com a nova hora legal vinculada ao terceiro
3.2 Objetividade fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a ela
seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas
menos que em Greenwich.
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja
abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir
isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é
a ideia principal e quais são as secundárias.

Conhecimentos Específicos 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

3.4 Coesão e coerência A redação oficial é elaborada sempre em nome do ser-


viço público e sempre em atendimento ao interesse geral
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expe-
Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia dientes oficiais não devem ser tratados de outra forma que
entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto não a estritamente impessoal.
tem coesão e coerência quando se lê um texto e se verifica Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que
que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaça- deve ser dado aos assuntos que constam das comunica-
dos, dando continuidade uns aos outros. ções oficiais decorre:
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a a) da ausência de impressões individuais de quem co-
coerência de um texto são: referência, substituição, elipse munica: embora se trate, por exemplo, de um expediente
e uso de conjunção. assinado por Chefe de determinada Seção, a comunicação
A referência diz respeito aos termos que se relacionam é sempre feita em nome do serviço público. Obtém-se, as-
a outros necessários à sua interpretação. Esse mecanismo
sim, uma desejável padronização, que permite que as co-
pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que
municações elaboradas em diferentes setores da adminis-
é precedente no texto, ou por antecipação de um termo cuja
interpretação dependa do que se segue. tração pública guardem entre si certa uniformidade;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação:
Exemplos: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção. público, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a
Ele aguardou a decisão do Plenário. outra entidade pública. Em todos os casos, temos um desti-
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatu- natário concebido de forma homogênea e impessoal; e
ra e de identificação no documento. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
universo temático das comunicações oficiais se restringe a
A substituição é a colocação de um item lexical no lugar questões que dizem respeito ao interesse público, é natural
de outro(s) ou no lugar de uma oração. não caber qualquer tom particular ou pessoal.

Exemplos: Não há lugar na redação oficial para impressões pes-


O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder Exe- soais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a
cutivo federal propôs reduzir as alíquotas. um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo
O ofício está pronto. O documento trata da exoneração de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta da
do servidor. interferência da individualidade de quem a elabora. A con-
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em se-
cisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos
guida, os prefeitos fizeram o mesmo.
valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem,
A elipse consiste na omissão de um termo recuperável
ainda, para que seja alcançada a necessária impessoali-
pelo contexto.
dade.
Exemplo:
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os 3.6 Formalidade e padronização
particulares. (Na segunda oração, houve a omissão do ver-
bo “regulamenta”). As comunicações administrativas devem ser sempre
formais, isto é, obedecer a certas regras de forma (BRASIL,
Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em
ao texto é utilizar conjunção para estabelecer ligação entre meio eletrônico (por exemplo, o e-mail , o documento ge-
orações, períodos ou parágrafos. rado no SEI!, o documento em html etc.), quanto para os
eventuais documentos impressos.
Exemplo: É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento.
O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o Não se trata somente do correto emprego deste ou daquele
interesse de seu Governo pelo assunto. pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível,
mais do que isso: a formalidade diz respeito à civilidade no
3.5 Impessoalidade próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comuni-
cação.
A impessoalidade decorre de princípio constitucional A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne-
(Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois as- cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a admi-
pectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a administra- nistração pública federal é una, é natural que as comunica-
ção pública proceda de modo a não privilegiar ou prejudi- ções que expeça sigam o mesmo padrão. O estabelecimen-
car ninguém, de que o seu norte seja, sempre, o interesse to desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que
público; o segundo, a abstração da pessoalidade dos atos se atente para todas as características da redação oficial e
administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
exercida por intermédio de seus servidores, é resultado tão- A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para
-somente da vontade estatal. o texto definitivo, nas exceções em que se fizer necessária
a impressão, e a correta diagramação do texto são indis-

Conhecimentos Específicos 100 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

pensáveis para a padronização. Consulte o Capítulo II, “As


comunicações oficiais”, a respeito de normas específicas
para cada tipo de expediente.
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade,
os atos normativos e os expedientes oficiais requerem o
uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da
gramática formal e emprega um léxico compartilhado pelo
conjunto dos usuários da língua. O uso do padrão culto é,
portanto, imprescindível na redação oficial por estar acima
das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas, regio-
nais; dos modismos vocabulares e das particularidades lin-
guísticas.

Recomendações:
• a língua culta é contra a pobreza de expressão e não
contra a sua simplicidade;
• o uso do padrão culto não significa empregar a lín-
gua de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem
próprias do estilo literário;
• a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na
redação de um bom texto.

Pode-se concluir que não existe propriamente um pa-


drão oficial de linguagem, o que há é o uso da norma padrão
nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá
preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será
obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas,
mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a
utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá
sempre sua compreensão limitada.

AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS

4 Introdução

A redação das comunicações oficiais deve, antes de


tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, “Aspec-
tos gerais da redação oficial”. Além disso, há características
específicas de cada tipo de expediente, que serão tratadas
em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análi-
se, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as mo- Os exemplos acima são meramente exemplificativos. A
dalidades de comunicação oficial. profusão de normas estabelecendo hipóteses de tratamen-
to por meio do pronome “Vossa Excelência” para categorias
4.1 Pronomes de tratamento especifícas tornou inviável arrolar todas as hipóteses.

Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de trata- 4.1.1 Concordância com os pronomes de


mento adota a segunda pessoa do plural, de maneira indi- tratamento
reta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige.
Na redação oficial, é necessário atenção para o uso dos Os pronomes de tratamento apresentam certas pecu-
pronomes de tratamento em três momentos distintos: no liaridades quanto às concordâncias verbal, nominal e pro-
endereçamento, no vocativo e no corpo do texto. No vo- nominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical
cativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do docu- (à pessoa com quem se fala), levam a concordância para a
mento. No corpo do texto, pode-se empregar os pronomes terceira pessoa. Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa
de tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. O Senhoria são utilizados para se comunicar diretamente com
endereçamento é o texto utilizado no envelope que contém o receptor.
a correspondência oficial. Exemplo:
A seguir, alguns exemplos de utilização de pronomes Vossa Senhoria designará o assessor.
de tratamento no texto oficial

Conhecimentos Específicos 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a c) postos da hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-
pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa. -tenente;

Exemplo: Atenção: nomes compostos com elemento de ligação


Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vos- preposicionado ficam sem hífen: general de exército, ge-
sa Senhoria designará vosso substituto”) neral de brigada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de mar
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, e guerra;
o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa
a que se refere, e não com o substantivo que compõe a d) cargos que denotam hierarquia dentro de uma em-
locução. presa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-chefe, edi-
tor-assistente, sócio-gerente, diretor-executivo;
Exemplos: e) cargos formados por numerais: primeiro-ministro, pri-
Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Exce- meira-dama;
lência está atarefado. f) cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”: ex-di-
Se o interlocutor for mulher: Vossa Excelência está ata- retor, vice-coordenador.
refada.
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer re- O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de
ferência a alguma autoridade (indiretamente). iniciais maiúsculas em palavras usadas reverencialmente,
por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente
Exemplo:
francês ou o presidente francês). Porém, em palavras com
A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa
hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minús-
Civil (por exemplo, no endereçamento do expediente)
cula, deve-se manter a escolha para a grafia de todos os
4.2 Signatário
elementos hifenizados: pode-se escrever “Vice-Presidente”
4.2.1 Cargos interino e substituto
ou “vice-presidente”, mas não “Vice-presidente”.
Na identificação do signatário, depois do nome do car-
4.4 Vocativo
go, é possível utilizar os termos interino e substituto, con-
forme situações a seguir: interino é aquele nomeado para
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas co-
ocupar transitoriamente cargo público durante a vacância;
municações oficiais, o vocativo será sempre seguido de
substituto é aquele designado para exercer as atribuições
vírgula.
de cargo público vago ou no caso de afastamento e impe-
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utili-
dimentos legais ou regulamentares do titular. Esses termos
za-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssi-
devem ser utilizados depois do nome do cargo, sem hífen,
ma Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula.
sem vírgula e em minúsculo.
Exemplos:
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Diretor-Geral interino
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Na-
Secretário-Executivo substituto
cional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribu-
4.2.2 Signatárias do sexo feminino
nal Federal,
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas por
Na identificação do signatário, o cargo ocupado por
Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor ou Senho-
pessoa do sexo feminino deve ser flexionado no gênero fe-
ra seguido do cargo respectivo.
minino.
Exemplos:
Exemplos:
Senhora Senadora,
Ministra de Estado
Senhor Juiz,
Secretária-Executiva interina
Senhora Ministra,
Técnica Administrativa
Coordenadora Administrativa
Na hipótese de comunicação com particular, pode-se
utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma utilizada
4.3 Grafia de cargos compostos
pela instituição para referir-se ao interlocutor: beneficiário,
usuário, contribuinte, eleitor etc.
Escrevem-se com hífen:
a) cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-geral,
Exemplos:
relator-geral, ouvidor-geral;
Senhora Beneficiária,
Senhor Contribuinte,
b) postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretá-
rio, segundo-secretário;

Conhecimentos Específicos 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ainda, quando o destinatário for um particular, no voca- c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários,
tivo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido do nome da maior para a menor hierarquia; e
do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Se- d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
nhor” ou “Prezada Senhora”.

Exemplos:
Senhora [Nome],
Prezado Senhor,
Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Dig-
níssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).
Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. O trata-
mento por meio de Senhor confere a formalidade desejada.
Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, en-
5 O padrão ofício dereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico oficial
da instituição, podem ser informados no rodapé do docu-
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos mento, centralizados.
de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade
do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com 5.1.2 Identificação do expediente
o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura
e diagramação únicas, que sigam o que chamamos de pa- Os documentos oficiais devem ser identificados da se-
drão ofício. gui te maneira:
A distinção básica anterior entre os três era: a) nome do documento: tipo de expediente por extenso,
a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de com todas as letras maiúsculas;
Estado, para autoridades de mesma hierarquia; b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “nú-
mero”, padronizada como N°;
b) ofício: era expedido para e pelas demais autorida-
c) informações do documento: número, ano (com quatro
des; e
dígitos) e siglas usuais do setor que expede o documento,
c) memorando: era expedido entre unidades adminis-
da menor para a maior hierarquia, separados por barra (/); e
trativas de um mesmo órgão.
d) alinhamento: à margem esquerda da página.
Atenção:Nesta nova edição ficou abolida aquela distin-
Exemplo:
ção e passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
OFÍCIO N° 652/2018/SAA/SE/MT
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, 5.1.3 Local e data do documento
de acordo com a ordem com que cada elemento aparece no
documento oficial. Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve
constar da seguinte forma:
5.1 Partes do documento no padrão ofício a) composição: local e data do documento;
5.1.1 Cabeçalho b) informação de local: nome da cidade onde foi expe-
dido o documento, seguido de vírgula.
O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do Não se deve utilizar a sigla da unidade da federação
documento, centralizado na área determinada pela formata- depois do nome da cidade;
ção (ver subitem “5.2 Formatação e apresentação”). c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro
No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos: dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias
a) brasão de Armas da República: no topo da página. do mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número
Não há necessidade de ser aplicado em cores. O uso de que indica o dia do mês;
marca da instituição deve ser evitado na correspondência d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
oficial para não se sobrepor ao Brasão de Armas da Re- e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e
pública. f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à mar-
2 O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas da gem direita da página.
República pode ser localizado no sítio eletrônico da Presi- Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.
dência da República, na seção Símbolos Nacionais.
5.1.4 Endereçamento
No caso de documento a ser impresso, exclusivamente
quando o signatário for o Presidente da República, Ministro O endereçamento é a parte do documento que informa
de Estado ou a autoridade máxima de autarquia, será uti- quem receberá o expediente.
lizado timbre em relevo branco, nos termos do disposto no Nele deverão constar os seguintes elementos:
Decreto no 80.739, de 14 de novembro de 1977. a) vocativo: na forma de tratamento adequada para
b) nome do órgão principal; quem receberá o expediente (ver subitem “4.1 Pronomes
de tratamento”);

Conhecimentos Específicos 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


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b) nome: nome do destinatário do expediente; a) introdução: em que é apresentado o objetivo da co-


c) cargo: cargo do destinatário do expediente; municação. Evite o uso das formas:
d) endereço: endereço postal de quem receberá o ex- Tenho a honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me in-
pediente, dividido em duas linhas: primeira linha: informa- formar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Soli-
ção de localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de cito, Comunico;
ofício ao mesmo órgão, informação do setor; segunda linha: b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se
CEP e cidade/unidade da federação, separados por espaço o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
simples. Na separação entre cidade e unidade da federa- devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere
ção pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo traves- maior clareza à exposição; e
são. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o as-
informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da sunto.
cidade/unidade da federação; e II – quando forem usados para encaminhamento de do-
e) alinhamento: à margem esquerda da página. cumentos, a estrutura é modificada:
a) introdução: deve iniciar com referência ao expe-
O pronome de tratamento no endereçamento das co- diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do
municações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a in-
Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Se- formação do motivo da comunicação, que é encaminhar,
nhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”. indicando a seguir os dados completos do documento enca-
Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa minhado (tipo, data, origem ou signatário e assunto de que
Senhoria, o endereçamento a ser empregado é “Ao Senhor” se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado; e
ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão
“A Sua Senhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria a Senhora”. Exemplos:
Exemplos: Em resposta ao Ofício n° 12, de 1o de fevereiro de
A Sua Excelência o Senhor À Senhora Ao Senhor 2018, encaminho cópia do Ofício n°34, de 3 de abril de
[Nome] [Nome] [Nome] 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que
Ministro de Estado da Justiça Diretora de Gestão de trata da requisição do servidor Fulano de Tal.
Pessoas Chefe da Seção de Compras Esplanada dos Mi- Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do
nistérios Bloco T SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I Diretoria de Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do Presidente da
Material, Seção 70064-900 Brasília/DF 70070-030 Brasília. Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto
DF Brasília — DF de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.

5.1.5 Assunto b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar


fazer algum comentário a respeito do documento que enca-
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o do- minha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento.
cumento, de forma sucinta. Caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento
Ele deve ser grafado da seguinte maneira: em expediente usado para encaminhamento de documen-
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que tos.
define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos; III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do
b) descrição do assunto: a frase que descreve o con- documento deve ser formatado da seguinte maneira:
teúdo do documento deve ser escrita com inicial maiúscula, a) alinhamento: justificado;
não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a b) espaçamento entre linhas: simples;
cinco palavras;
c) parágrafos:
c) destaque:todo o texto referente ao assunto, inclusive
i espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada
o título, deve ser destacado em negrito;
parágrafo;
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
ii recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem
e
esquerda;
e) alinhamento: à margem esquerda da página.
iii numeração dos parágrafos: apenas quando o docu-
mento tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro pará-
Exemplos:
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão ju- grafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
lho/2018. d) fonte: Calibri ou Carlito;
Assunto: Aquisição de computadores. i corpo do texto: tamanho 12 pontos;
ii citações recuadas: tamanho 11 pontos; e
5.1.6 Texto do documento iii notas de Rodapé: tamanho 10 pontos;
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes
O texto do documento oficial deve seguir a seguinte pa- indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
dronização de estrutura:
I – nos casos em que não seja usado para encaminha-
mento de documentos, o expediente deve conter a seguinte
estrutura:

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5.1.7 Fechos para comunicações 5.1.9 Numeração das páginas

O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir
finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destinatá- da segunda página da comunicação.
rio. Os modelos para fecho anteriormente utilizados foram Ela deve ser centralizada na página e obedecer à se-
regulados pela Portaria n° 1, de 1937, do Ministério da Jus- guinte formatação:
tiça, que estabelecia quinze padrões. a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este de 2 cm da margem inferior; e
Manual estabelece o emprego de somente dois fechos dife- b) fonte: Calibri ou Carlito.
rentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) Para autoridades de hierarquia superior a do reme- 5.2 Formatação e apresentação
tente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamen-
te, Os documentos do padrão ofício devem obedecer à se-
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia guinte formatação:
inferior ou demais casos: Atenciosamente, a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi- b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de lar-
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradi- gura;
ção próprios. c) margem lateral direita: 1,5 cm;
O fecho da comunicação deve ser formatado da seguin- d) margens superior e inferior: 2 cm;
te maneira: e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da pági- da margem superior do papel;
na; f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do do-
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem cumento;
esquerda; g) impressão: na correspondência oficial, a impressão
c) espaçamento entre linhas: simples; pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas
cada parágrafo; e nas páginas pares (margem espelho);
e) não deve ser numerado. h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta
em papel branco, reservando-se, se necessário, a impres-
5.1.8 Identificação do signatário são colorida para gráficos e ilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abu-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente so, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico,
da República, todas as demais comunicações oficiais de- sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo,
vem informar o signatário segundo o padrão: bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado sobriedade e a padronização do documento;
em letras maiúsculas, sem negrito. j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem
Não se usa linha acima do nome do signatário; ser grafadas em itálico;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documen- k) arquivamento: dentro do possível, todos os documen-
to, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposi- tos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para
ções que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos
em minúsculas; e análogos. Deve ser utilizado, preferencialmente, formato de
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos edito-
centralizada na página. res de texto utilizados no serviço público, tais como DOCX,
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as- ODT ou RTF.
sinatura em página isolada do expediente. Transfira para l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os no-
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. mes dos arquivos devem ser formados da seguinte manei-
ra: tipo do documento + número do documento + ano do
Exemplo: documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo
(espaço para assinatura) Exemplo:
NOME Ofício 123_2018_relatório produtividade anual
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência Seguem exemplos de Ofício:
da República
(espaço para assinatura)
NOME
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas

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6 Tipos de documentos
6.1 Variações dos documentos oficiais

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um órgão
receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente
para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo
expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE

Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou
nomes dos órgãos que receberão o expediente.

6.2 Exposição de Motivos


6.2.1 Definição e finalidade

Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao VicePresidente para:


a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informá-lo de determinado assunto.

A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto
tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros envolvidos, sendo,
por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica das
exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil.

6.2.2 Forma e estrutura

As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:


a) apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou informar
ao Presidente da República algum assunto;
b) indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se solucionar o
problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes sobre o assunto informado,
quando for esse o caso; e
c) na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o proble-
ma; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.
As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191, de
1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permitam
a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição de
ato normativo, tem como propósito:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a edição
do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito
do Poder Executivo;
c) conferir transparência aos atos propostos;
d) resumir os principais aspectos da proposta; e
e) evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos ministros.
Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.

Conhecimentos Específicos 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


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6.2.3 Sistema de Geração e Tramitação de Docu- b) Encaminhamento de medida provisória:


mentos Oficiais (Sidof) Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Cons-
tituição, o Presidente da República encaminha Mensagem
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos ao Congresso, dirigida a seus Membros, com ofício para o
Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a PrimeiroSecretário do Senado Federal, juntando cópia da
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramita- medida provisória.
ção, a administração e a gerência das exposições de moti- c) Indicação de autoridades:
vos com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos As mensagens que submetem ao Senado Federal a in-
Ministérios à Presidência da República. dicação de pessoas para ocuparem determinados cargos
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo (magistrados dos tribunais superiores, ministros do Tribu-
do signatário, apresentados no exemplo do item 6.2.2, são nal de Contas da União, presidentes e diretores do Banco
substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome Central, Procurador-Geral da República, chefes de missão
do ministro que assinou a exposição de motivos e do con- diplomática, diretores e conselheiros de agências etc.) têm
sultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta. em vista que a Constituição, incisos III e IV do caput do art.
52, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competên-
6.3 Mensagem cia privativa para aprovar a indicação.
6.3.1 Definição e finalidade O curriculum vitae do indicado, assinado, com a infor-
mação do número de Cadastro de Pessoa Física, acompa-
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial nha a mensagem.
entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao -Presidente da República se ausentarem do país por mais
Poder Legislativo para informar sobre fato da administração de 15 dias:
pública; para expor o plano de governo por ocasião da aber- Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art.
tura de sessão legislativa; para submeter ao Congresso 49, caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da compe-
Nacional matérias que dependem de deliberação de suas tência privativa do Congresso Nacional. O Presidente da
Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do República, tradicionalmente, por cortesia, quando a ausên-
que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação. cia é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos mi- cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idên-
nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias ticas.
caberá a redação final. e) Encaminhamento de atos de concessão e de renova-
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao ção de concessão de emissoras de rádio e TV:
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades: A obrigação de submeter tais atos à apreciação do
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitu- Congresso Nacional consta no inciso XII do caput do art. 49
cional, de projeto de lei ordinária, de projeto de lei comple- da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a outor-
mentar e os que compreendem plano plurianual, diretrizes ga ou a renovação da concessão após deliberação do Con-
orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais: gresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3°). Descabe pe-
Os projetos de lei ordinária ou complementar são envia- dir na mensagem a urgência prevista na Constituição, art.
dos em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência 64, uma vez que o § 1o do art. 223 já define o prazo da tra-
(Constituição, art. 64, §§ 1° a 4°). O projeto pode ser enca- mitação. Além do ato de outorga ou renovação, acompanha
minhado sob o regime normal e, mais tarde, ser objeto de a mensagem o correspondente processo administrativo.
nova mensagem, com solicitação de urgência. f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos mem- anterior:
bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com ofí- O Presidente da República tem o prazo de 60 dias após
cio do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presi- a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso
dência da República ao Primeiro-Secretário da Câmara dos Nacional as contas referentes ao exercício anterior (Consti-
Deputados, para que tenha início sua tramitação (Constitui- tuição, art. 84, caput, inciso XXIV), para exame e parecer da
ção, art. 64, caput). Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166,§ 1°),
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais de contas (Constituição, art. 51, caput, inciso II) em proce-
e créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento dimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
dirigem-se aos membros do Congresso Nacional, e os res- g) Mensagem de abertura da sessão legislativa:
pectivos ofícios são endereçados ao Primeiro-Secretário do Deve conter o plano de governo, exposição sobre a si-
Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição tuação do País e a solicitação de providências que julgar
impõe a deliberação congressual em sessão conjunta, mais necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI). O portador
precisamente, “na forma do regimento comum”. E, à frente da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da
da Mesa do Congresso Nacional, está o Presidente do Se- República. Esta mensagem difere das demais, porque vai
nado Federal (Constituição, art. 57, § 5°), que comanda as encadernada e é distribuída a todos os congressistas em
sessões conjuntas. forma de livro.

Conhecimentos Específicos 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


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h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos):


Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacional, encaminhada por ofício ao Primeiro-Secretário da
Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos três
autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de sanção.
i) Comunicação de veto:
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre a decisão de vetar,
se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto é publicado na íntegra no Diário Oficial
da União, ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo:
• Apreciação de intervenção federal (Constituição, art. 36, § 2º).
• Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49,
caput, inciso I);
• Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação (Cons-
tituição, art. 155, § 2°, inciso IV);
• Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, caput, inciso VI);
• Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
• Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6°);
• Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (Constituição, art.52, inciso XI, e art. 128, §
2°);
• Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);
• Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
• Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4°);
• Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
• Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
• Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamen-
tos anuais e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5°);
• Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de veto,
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8°);
• Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188,
§ 1°).

6.3.2 Forma e estrutura


As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco
b) identificação do expediente: MENSAGEM N°, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o
recuo de parágrafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

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Conhecimentos Específicos 112 A Opção Certa Para a Sua Realização


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6.4 Correio eletrônico (e-mail) 6.4.3.2 Local e data


6.4.1 Definição e finalidade
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez
A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se que o próprio sistema apresenta essa informação.
prática comum, não só em âmbito privado, mas também na
administração pública. O termo e-mail pode ser empregado 6.4.3.3 Saudação inicial/vocativo
com três sentidos. Dependendo do contexto, pode significar
gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmis- O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por
são de mensagem eletrônica. uma saudação. Quando endereçado para outras institui-
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado ções, para receptores desconhecidos ou para particulares,
um documento oficial, assim como o ofício. Portanto, deve- deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos
-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comu- oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do cargo
nicação oficial. respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores
públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão Exemplos:
“.gov.br”, por exemplo. Senhor Coordenador,
Como sistema de transmissão de mensagens eletrôni- Prezada Senhora,
cas, por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na
principal forma de envio e recebimento de documentos na 6.4.3.4 Fecho
administração pública.
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações
6.4.2 Valor documental oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abre-
viações como “Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”,
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são
fechos oficiais e, portanto, não devem ser utilizados em
agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor documental,
e-mails profissionais.
isto é, para que possa ser aceito como documento original,
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita uma
é necessário existir certificação digital que ateste a identi-
saudação inicial e um fecho menos formais. No entanto, a
dade do remetente, segundo os parâmetros de integridade,
linguagem do texto dos correios eletrônicos deve ser formal,
autenticidade e validade jurídica da Infraestrutura de Cha-
como a que se usaria em qualquer outro documento oficial.
ves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail
6.4.3.5 Bloco de texto da assinatura
sem certificação digital ou com certificação digital fora ICP-
-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será obrigató- Sugere-se que todas as instituições da administração
rio a repetição do ato por meio documento físico assinado pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assi-
ou por meio eletrônico reconhecido pela ICP-Brasil. natura do e-mail deve conter o nome completo, o cargo, a
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
aceitação de documento eletrônico que não atenda os pa-
râmetros da ICP-Brasil. Exemplo:
Maria da Silva
6.4.3 Forma e estrutura Assessora
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico (61)XXXX-XXXX
é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padroniza-
ção da mensagem comunicada. No entanto, devem-se ob- 6.4.4 Anexos
servar algumas orientações quanto à sua estrutura.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e ima-
6.4.3.1 Campo “Assunto” gens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail.
A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer in-
O assunto deve ser o mais claro e específico possí- formações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
vel, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é
quem irá receber a mensagem identificará rapidamente do realmente indispensável e se seria possível colocá-lo no
que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar corpo do correio eletrônico.
a mensagem na caixa do correio eletrônico. Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencaminha-
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o mento de anexos nas mensagens de resposta.
conteúdo completo da mensagem para que não pareça, Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais
ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/lixo e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se
eletrônico. Em vez de “Reunião”, um assunto mais preciso tratar de documento ainda em discussão, os arquivos de-
seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma da Previ- vem, necessariamente, ser enviados, em formato que pos-
dência”. sa ser editado.

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6.4.5 Recomendações Saliente-se, por fim, que o mero conhecimento das re-
gras gramaticais não é suficiente para que se escreva bem.
• Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de No entanto, o domínio da ortografia, do vocabulário e da
confirmação de leitura. Caso não esteja disponível, deve maneira de estruturar as frases certamente contribui para
constar da mensagem pedido de confirmação de recebi- uma melhor redação. Tenha sempre presente que só se
mento; aprende ou se melhora a escrita escrevendo.
• Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos com- Cada uma das três seções seguintes apresenta uma
putadores, mantêm-se a recomendação de tipo de fonte, breve exposição do assunto tratado, acompanhada dos
tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito, exemplos correspondentes. Consulte-as sempre que tiver
tamanho 12, cor preta; alguma dúvida. Se não for possível resolver sua dificuldade,
• Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser recorra ao dicionário ou à obra específica.
utilizados, pois não são apropriados para mensagens pro-
fissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem 8 Ortografia
eletrônica;
• A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada A correção ortográfica é requisito elementar de qual-
com o mesmo cuidado com que se revisam outros docu- quer texto, e ainda mais importante quando se trata de tex-
mentos oficiais; tos oficiais. Muitas vezes, uma simples troca de letras pode
• O texto profissional dispensa manifestações emocio- alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase.
nais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser utilizados; O que na correspondência particular seria apenas um lap-
• Os textos das mensagens eletrônicas não podem so na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando
ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, normativo. Assim, toda revisão que se faça em determina-
“aki”; do documento ou expediente deve sempre levar em conta
• Não se deve utilizar texto em caixa alta para desta- também a correção ortográfica.
ques de palavras ou trechos da mensagem pois denota Sugere-se consultar o Vocabulário Ortográfico da Lín-
agressividade de parte do emissor da comunicação. gua Portuguesa (Volp)3 ou outro dicionário para verificar a
• Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusi- ortografia das palavras.
ve das Armas da República Federativa do Brasil e de logoti-
pos do ente público junto ao texto da assinatura. 9 Uso de sinais
• Não devem ser remetidas mensagem com tamanho 9.1 Hífen
total que possa exceder a capacidade do servidor do des-
tinatário. O hífen é um sinal usado para:
a) ligar os elementos de palavras compostas: vice-mi-
ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA nistro;
b) para unir pronomes átonos a verbos: agradeceu-lhe;
7 Breve esclarecimento e
c) para, no final de uma linha, indicar a separação das
Nesta seção, aplicam-se os princípios da ortografia e sílabas de uma palavra em duas partes (a chamada transli-
de certos capítulos da gramática à redação oficial. Em sua neação): com-/parar, gover-/no.
elaboração, levou-se em consideração amplo levantamento O hífen de composição vocabular ou de ênclise e mesó-
feito das dúvidas mais frequentes com relação à ortografia, clise é repetido quando coincide com translineação:
à sintaxe e à semântica. Buscou-se, assim, dotar o manual
de uma parte prática, à qual se possa recorrer sempre que Exemplo: decreto-/-lei, exigem-/-lhe, far-/-se-á.
houver incerteza quanto à grafia de determinada palavra, à Analisamos, a seguir, o uso do hífen em alguns casos
melhor forma de estruturar uma frase, ou à adequada ex- frequentes na redação oficial, conforme as regras do Acor-
pressão a ser utilizada. do Ortográfico que entrou em vigor em 2009.
As noções gramaticais apresentadas neste capítulo re-
ferem-se à gramática padrão, entendida como o conjunto 9.1.1 Hífen em compostos, locuções e
de regras fixado a partir das gramáticas normativas da Lín- encadeamentos vocabulares
gua Portuguesa. Optouse, assim, pelo emprego de certos
conceitos da gramática dita tradicional (ou normativa). Usa-se hífen em compostos, locuções e encadeamen-
Sublinhemos, no entanto, que a gramática tradicional, tos vocabulares, como:
ou mesmo toda teoria gramatical, são sempre secundárias a) na composição de palavras em que os elementos
em relação à gramática natural, ao saber intuitivo que con- constitutivos mantêm sua acentuação própria, compondo,
fere competência linguística a todo falante nativo. Não há porém, novo sentido:
gramática que esgote o repertório de possibilidades de uma
língua, e raras são as que contemplam as regularidades do Exemplos:
idioma. abaixo-assinado

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(abaixo assinado, sem hífen, tem o sentido de aquele e) nos compostos com os elementos “além”, “aquém”,
que assina o documento em seu final: João Alves, abaixo “recém” e “sem”:
assinado, requer...) Exemplos:
decreto-lei além-Atlântico
matéria-prima além-mar
papel-moeda além-fronteiras
salário-família aquém-mar
aquém-Pireneus
Observação: Certos compostos, em relação aos quais aquém-fronteiras
se perdeu, em certa medida, a noção de composição, gra- recém-casado
fam-se aglutinadamente: recém-nascido
recém-operado
Exemplos: sem-cerimónia
girassol sem-número
madressilva sem-vergonha
mandachuva
pontapé Não se usa hífen nas demais locuções de qualquer tipo:
paraquedas Exemplos:
paraquedista fim de semana
capitão de mar e guerra
b) nos adjetivos gentílicos (que indicam nacionalidade, cor de café com leite
pátria, país, lugar ou região de procedência) quando deriva- cor de vinho
dos de nomes de lugar (topônimos) compostos: sala de jantar
Exemplos: 9.1.2 Hífen nas formações por prefixação,
belo-horizontino recomposição e sufixação
norte-americano
porto-riquenho Os prefixos utilizados na Língua Portuguesa provieram
rio-grandense-do-norte do latim e do grego, línguas em que funcionavam como pre-
posições ou advérbios, isto é, como vocábulos autônomos.
c) nas palavras compostas em que os adjetivos “geral”
Por essa razão, os prefixos têm significação precisa e expri-
e “executivo” são acoplados a substantivo que indica fun-
mem, em regra, circunstâncias de lugar, modo, tempo etc.
ção, lugar de trabalho ou órgão:
Grande parte das palavras de nossa língua é formada a
partir da utilização de um prefixo associado a outra palavra.
Exemplos:
Em muitos desses casos, é de rigor o emprego do hífen,
Advocacia-Geral da União
seja para preservar a acentuação própria (tônica) do prefixo
Diretor-Geral
Secretaria-Geral ou sua evidência semântica, seja para evitar pronúncia in-
Procurador-Geral correta do vocábulo derivado. É comum o uso do hífen em:
Secretaria-Executiva - Formações com prefixos, como, por exemplo: ante-,
anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra, hiper-, infra-, intra-,
d) nos compostos com os advérbios “bem” e “mal”, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra- etc.
quando estes formam com a palavra seguinte uma unidade - Formações por recomposição, isto é, com elementos
semântica e tal elemento começa por vogal ou “h”: não autônomos ou falsos prefixos, de origem grega e lati-
na, tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-,
Exemplos: hidro-, inter, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-,
bem-estar pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele- etc.
bem-alinhado
mal-estar A junção dos termos se dá com o uso do hífen apenas
mal-alinhado nos seguintes casos:
a) nas formações em que o segundo elemento começa
No entanto, o advérbio “bem”, ao contrário de “mal”, por “h”:
pode não se aglutinar com palavras iniciadas por consoan-
tes: Exemplos:
anti-higiênico extra-humano super-homem
Exemplos:
bem-criado Atenção: Não se usa o hífen em formações que contêm
bem-visto os prefixos “des-” e “in-” nas quais o segundo elemento per-
malcriado deu o “h” inicial:
malvisto

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Exemplos: pró-ativo
desumano pró-europeu
desumidificar
inábil 10 Formatação
inumano 10.1 Aspas

b) nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo As aspas têm os seguintes empregos:


termina na mesma vogal com que se inicia o segundo ele- a) antes e depois de uma citação textual direta, quando
mento: esta tem até três linhas, sem utilizar itálico:
Exemplos: Exemplo:
anti-ibérico contra-almirante auto-observação A Constituição da República Federativa do Brasil, de
1988, no parágrafo único de seu art. 1° afirma: “Todo o po-
Atenção: Nas formações com o prefixo “co-”, este aglu- der emana do povo, que o exerce por meio de representan-
tina-se em geral com o segundo elemento mesmo quando tes eleitos ou diretamente”.
iniciado por “o”: Se o texto original já contiver aspas, estas serão subs-
tituídas por aspas simples:
Exemplos:
coobrigação Exemplo:
coocupante “As citações são os elementos retirados dos documen-
coordenar tos pesquisados durante a leitura da documentação e que
cooperar, cooperação se revelaram ‘úteis’ para corroborar as ideias desenvolvi-
das pelo autor no decorrer do seu raciocínio” (SEVERINO,
c) nas formações com os prefixos “circum-” e “pan-”, 2000, p. 110).
quando o segundo elemento começa por vogal, “m” ou “n” O servidor informou: “O cidadão deverá assinalar ‘con-
cordo’ ou ‘discordo’”.
(além de “h”, caso já considerado):
Atenção: Quando a citação ocupar quatro ou mais li-
Exemplos:
nhas, deve-se optar pelo parágrafo recuado, sem aspas e
circum-escolar
sem itálico:
circum-murado
circum-navegação
Exemplo:
pan-africano
Já é tempo de zelarmos com mais assiduidade não só
pan-mágico pelo polimento da frase, mas também, e principalmente,
pan-negritude pela sua carga semântica, procurando dar aos jovens uma
orientação capaz de levá-los a pensar com clareza e objeti-
d) nas formações com os prefixos “ex-” e “vice-”: vidade para terem o que dizer e poderem expressar-se com
Exemplos: eficácia. (GARCIA, 1995).
ex-almirante b) quando necessário, para diferenciar títulos, termos
ex-diretor técnicos, expressões fixas, definições, exemplificações e
ex-hospedeira assemelhados:
ex-presidente
ex-primeiro-ministro Exemplo:
vice-diretora O maior inteiro que divide simultaneamente cada mem-
vice-presidente bro de um conjunto é o “máximo divisor comum”.
vice-reitor Não confundir o prefixo “ante”, que significa “anterior”,
com “anti”, “contra”.
e) nas formações com os prefixos tônicos acentuados Para efeitos deste estudo, entenda-se por “pessoa com
graficamente “pós-”, “pré-” e “pró-”, quando o segundo ele- altas habilidades” aquela que...
mento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com Nem sempre se pode aplicar uma “normal ideal” no lu-
as correspondentes formas átonas que se aglutinam com o gar de uma “norma real”.
elemento seguinte):
10.1.1 Posição das aspas em frase contendo
Exemplos: citação
pós-graduação
pós-tónico Quanto à correta posição das aspas em frase contendo
pós-operatório citação, valem as seguintes regras:
pré-escolar a) quando o fim da citação, assinalado por ponto-final,
pré-natal ponto-de-interrogação ou ponto-deexclamação, coincidir
pré-vestibular com o término da frase, as aspas se colocam após esses
pró-africano pontos e não se usa mais nenhum sinal de pontuação:

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Exemplos: 10.4 Parênteses


O Presidente anunciou: “Está encerrada a sessão.”
O Deputado perguntou: “Haverá sessão extraordinária São empregados para intercalar, em um texto, expli-
amanhã?” cações, indicações, comentários, observações, como por
O Ministro declarou, indignado: “Isto não pode aconte- exemplo, indicar uma data, uma referência bibliográfica,
cer!” uma sigla.
b) quando não fizerem parte da citação, o ponto-de-
-interrogação e o ponto-de-exclamação deverão vir depois Exemplos:
das aspas: Na última reunião (10 de novembro de 2018), tomou-se
a decisão.
Exemplos: O Estado de Direito (Constituição, art. 1º) define-se
De quem é a famosa frase “Conhece-te a ti mesmo”? pela submissão de todas as relações ao Direito.
É dos dominicanos ou dos beneditinos o lema “Ora et A Presidência da República assinou o Acordo.
labora”?
c) quando a frase continuar após a citação, deve-se uti- 10.5 Travessão
lizar o ponto-de-interrogação ou deexclamação desta, mas
não o ponto-final: O travessão, que é representado graficamente por um
hífen prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-
Exemplos: -pontos:
A máxima “Todo poder emana do povo” nunca deve ser Exemplos:
esquecida pelos governantes. O controle inflacionário – meta prioritária do Governo –
A indagação histórica “Até tu?” ainda hoje é usada para será ainda mais rigoroso.
indicar grande surpresa e indignação com alguém. As restrições ao livre mercado – especialmente o de
produtos tecnologicamente avançados – podem ser muito
10.2 Itálico prejudiciais para a sociedade.
Não se usa hífen (-) no lugar de travessão (–).
Emprega-se itálico em:
a) títulos de publicações (livros, revistas, jornais, perió- 10.6 Uso de siglas e acrônimos
dicos etc.) ou títulos de congressos, conferências,slogans,
lemas sem o uso de aspas (com inicial maiúscula em todas Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos
as palavras, exceto nas de ligação): normativos, serão adotados os conceitos sugeridos pelo
Manual de Elaboração de Textos da Consultoria Legislativa
Exemplos: do Senado Federal (1999), em que:
Foi publicada a nova edição da Moderna Gramática a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais
Portuguesa, de Evanildo Bechara. de um título; e
O documento foi aprovado na II Conferência Mundial
para Pessoas com Deficiência. Exemplo:
b) palavras e as expressões em latim ou em outras lín- Caixa Econômica Federal – CEF
guas estrangeiras não incorporadas ao uso comum na lín-
gua portuguesa ou não aportuguesadas. b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algu-
mas sílabas ou partes dos vocábulos de um título.
Exemplos:
Détente, Mutatis mutandis,.e-mail, show, check-in, Exemplo:
caput, réveillon, site, status, juridificação, print. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa
Em palavras estrangeiras ou de formação híbrida de Observa-se que:
uso comum ou aportuguesadas, não há necessidade de • Não se deve fazer uso indiscriminado de siglas e acrô-
destaque, como, por exemplo: internet, mouse, déficit. nimos. Seu uso deverá restringir-se às formas já existentes
e consagradas. No caso de atos normativos, recomenda-se
10.3 Negrito e sublinhado desprezar as formas popularizadas que não estejam previs-
tas em algum dispositivo legal.
Usa-se o negrito para realce de palavras e trechos. • As siglas e os acrônimos devem ser escritos no mes-
Deve-se evitar o uso de sublinhado para realçar pala- mo corpo do texto, sem o uso de pontos intermediários ou
vras e trechos em comunicações oficiais. finais.
Atenção: Os recursos para destaque devem ser empre- • Dispensa-se o uso da expressão designada por exten-
gados com critério, pois o uso abusivo, além de poluir a so unicamente para representar nome de partidos políticos
página visualmente, pode retirar o efeito de destaque. e de empresas comerciais quando a forma abreviada já se
tornou sinônimo do próprio nome. Exceto quando tratar-se
de empresas públicas ou estatais.

Conhecimentos Específicos 117 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Na primeira citação, a expressão designada deve vir Exemplo:


escrita por extenso, de forma completa e correta, sempre TREs (Tribunais Regionais Eleitorais), e não TRE’s.
antes de sua sigla ou acrônimo respectivo, separados por Esta regra não se aplica a siglas terminada com a letra
travessão. s, caso em que o plural é definido pelo artigo.

Exemplo: Exemplo:
Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU DVS (Destaques para Votação em Separado).
A grafia das siglas deverá obedecer às seguintes re-
gras: 10.6.1 Siglas e acrônimos em atos normativos
a) siglas compostas por até três letras devem ser escri-
tas em letras maiúsculas; Nos textos de atos normativos, o uso de siglas e acrôni-
mos deve respeitar o disposto na alínea “e” do inciso II, do
Exemplos: art. 14 do Decreto nº 9.191, de 2017:
Organização das Nações Unidas – ONU 1 não utilizar para designar órgãos da administração
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB pública direta;
2 para entidades da administração pública indireta, uti-
b) siglas compostas por mais de três letras pronuncia- lizar apenas se previsto em lei;
das separadamente devem ser escritas em letras maiús- 3 não utilizar para designar ato normativo;
culas; 4 usar apenas se consagrado pelo uso geral e não ape-
nas no âmbito de setor da administração pública ou de gru-
Exemplos: po social específico; e
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 5 na primeira menção, utilizar acompanhado da explici-
Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS tação de seu significado.

c) siglas compostas por mais de três letras pronuncia- Observe-se que as siglas e acrônimos utilizados para
das formando uma palavra devem ser escritas apenas com designar entidades da administração pública indireta devem
a inicial maiúscula; ser postas segundo o previsto na lei de criação do ente.
Exemplo:
Agência Nacional de Aviação Civil – Anac 11 Sintaxe

d) siglas em que haja leitura mista (parte é pronunciada É a parte da Gramática que estuda a palavra, não em
pela letra e parte como palavra) podem ser grafadas com si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para
todas as letras maiúsculas; exprimir o pensamento. É o capítulo mais importante da
Gramática, porque, ao disciplinar as relações entre as pa-
Exemplos: lavras, contribui de modo fundamental para a clareza da
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transpor- exposição e para a ordenação do pensamento.
tes – DNIT Hospital Regional da Asa Norte – HRAN É importante destacar que o conhecimento das regras
gramaticais, sobretudo neste capítulo da sintaxe, é condi-
Atenção: Excepcionalmente, pode haver a concorrên- ção necessária para a boa redação, mas não constitui con-
cia de letras maiúsculas e minúsculas na estrutura de sigla dição suficiente. A concisão, a clareza, a formalidade e a
e acrônimo, a fim de evitar confusão com outros termos as- precisão, propriedades da redação oficial, somente serão
semelhados. alcançadas mediante a prática da escrita e a leitura de tex-
tos escritos em bom português.
Exemplo: Dominar bem o idioma, seja na forma falada, seja na
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e forma escrita, não significa apenas conhecer exceções gra-
Tecnológico – CNPq maticais: é imprescindível, isso sim, conhecer em profun-
e) uso de siglas e acrônimos de órgãos estrangeiros didade as regularidades da língua. No entanto, como inte-
Devem-se empregar as siglas e os acrônimos dos ór- ressa aqui aplicar princípios gramaticais à redação oficial,
gãos estrangeiros na sua versão em português, que corres- trataremos, forçosamente, das referidas exceções e dos
ponde à expressão original traduzida. Entretanto, adota-se problemas sintáticos que com mais frequência são encon-
a forma abreviada original quando o seu uso for dissemina- trados nos textos oficiais.
do internacionalmente. Veremos, a seguir, alguns pontos importantes da sinta-
Exemplo: xe, relativos à construção de frases, concordância, regên-
Organização dos Países Exportadores de Petróleo – cia, pontuação e ao uso de pronomes demonstrativos.
Opep
f) plural de siglas
Com sigla empregada no plural, admite-se o uso de s
(minúsculo) de plural, sem apóstrofo:

Conhecimentos Específicos 118 A Opção Certa Para a Sua Realização


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11.1 Problemas de construção de frases e) sujeito – verbo transitivo indireto – complemento ad-
verbial – (adjunto adverbial); e
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas
principalmente pela construção adequada da frase, “a me- Exemplo:
nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de O Presidente – voltou – da Europa – (na sexta-feira).
Celso Pedro Luft (1989, p. 11).
A função essencial da frase é desempenhada pelo pre- f) sujeito – verbo de ligação – predicativo – (adjunto ad-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury (1959, p. 153), verbial).
pode ser entendido como “a enunciação pura de um fato
qualquer”. Sempre que a frase possuir pelo menos um Exemplo:
verbo, recebe o nome de período, que terá tantas orações O problema – será – resolvido – (prontamente).
quantos forem os verbos não auxiliares que o constituem.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis- Esses seriam os padrões básicos para as orações, ou
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –, seja, as frases que possuem apenas um verbo conjuga-
de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo. do. Na construção de períodos, as várias funções podem
Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações subs- ocorrer em ordem inversa às mencionadas, misturando-se
tantivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função e confundindo-se. Não interessa aqui a análise exaustiva
de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e de todos os padrões existentes na Língua Portuguesa. O
complemento adverbial). Função acessória desempenham que importa é fixar a ordem direta normal dos elementos
os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da nesses seis padrões básicos. Acrescente-se que períodos
oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos mais complexos, compostos por duas ou mais orações, em
que desempenham as outras funções, ou deslocados para geral, podem ser reduzidos aos padrões básicos (de que
o início da oração. derivam).
Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele- Os problemas mais frequentemente encontrados na
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am-
mentos que compõem uma oração (os parênteses indicam
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos para-
os elementos que podem não ocorrer): (sujeito) – verbo –
lelismos, erros de comparação etc. Decorrem, em geral, do
(complementos) – (adjunto adverbial)
desconhecimento da ordem das palavras na frase.
Podem ser identificados seis padrões 4 básicos para as
Indicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais co-
orações pessoais, isto é, com sujeito, na Língua Portugue-
muns e recorrentes na construção de frases, registrados
sa (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
em documentos oficiais.
ocorrer em ordem diversa):
a) sujeito – verbo intransitivo – (adjunto adverbial); 11.2 Sujeito preposicionado
Exemplo: Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que
O Presidente – regressou – (ontem). executa a ação enunciada na oração.
De acordo com a gramática normativa, o sujeito da ora-
4 A respeito de padrões oracionais, cf. LUFT, 2010, p. ção não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemen-
7 ss. to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portan-
to, construções com sujeito preposicionado, como:
b) sujeito – verbo transitivo direto – objeto direto – (ad- Errado: É tempo do Congresso votar a emenda.
junto adverbial); Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Errado: Apesar das relações entre os países estarem
Exemplo: cortadas, (...).
O Chefe da Divisão – assinou – o termo de posse – (na Certo: Apesar de as relações entre os países estarem
manhã de terça-feira). cortadas, (...).
c) sujeito – verbo transitivo indireto – objeto indireto – Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim.
(adjunto adverbial); Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.
Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
Exemplo: Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Brasil – precisa – de gente honesta – (em todos os Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo,
setores). (...).
d) sujeito – verbo transitivo direto e indireto – obj. direto Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo,
– obj. indireto – (adjunto adverbial); (...).

Exemplo: 11.3 Frases fragmentadas


Os desempregados – entregaram – suas reivindicações
– ao Deputado – (no Congresso). A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
oração subordinada ou uma simples locução como se fos-
se uma frase completa” (MORENO; GUEDES, 1988, p.

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68). Decorre da pontuação errada de uma frase simples. Ou pode-se optar por empregar a forma oracional redu-
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a zida uniformemente:
fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado
pois muitas vezes dificulta a compreensão. e seguro, ter inteligência e ambição.
Errado: O Programa recebeu a aprovação do Congres- Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa-
so Nacional. Depois de ser longamente debatido. ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente)
Certo: O Programa recebeu a aprovação do Congresso a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar,
Nacional, depois de ser longamente debatido. de forma paralela, estruturas sintáticas distintas:
Certo: Depois de ser longamente debatido, o Programa Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o
recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Papa.
Errado: O Projeto de Convenção foi oportunamente Nessa frase, colocou-se em um mesmo nível cidades
submetido ao Presidente da República, que o aprovou. (Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibi-
Consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto lidade de correção é transformá-la em duas frases simples,
legal. com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar):
Certo: O Projeto de Convenção foi oportunamente sub- Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta
metido ao Presidente da República, que o aprovou, con- última capital, encontrou-se com o Papa.
sultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. Errado: O projeto tem mais de cem páginas e muita
complexidade.
11.4 Erros de paralelismo Aqui repete-se a equivalência gramatical indevida: es-
tão em coordenação, no mesmo nível sintático, o número
Uma das convenções estabelecidas na linguagem es- de páginas do projeto (um dado objetivo, quantificável) e
crita “consiste em apresentar ideias similares numa forma uma avaliação sobre ele (subjetiva). Pode-se reescrever a
gramatical idêntica”(MORENO; GUEDES, 1988, p. 74), o frase de duas formas: ou faz-se nova oração com o acrésci-
que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao mo do verbo ser, rompendo, assim, o desajeitado paralelo:
conferir forma não paralela a elementos paralelos. Certo: O projeto tem mais de cem páginas e é muito
Errado: Pelo ofício circular, recomendou-se aos Minis- complexo.
térios economizar energia e que elaborassem planos de re- Ou se dá forma paralela harmoniosa transformando-se
dução de despesas. a primeira oração também em uma avaliação subjetiva:
Nessa frase, temos, nas duas orações subordinadas Certo: O projeto é muito extenso e complexo.
que completam o sentido da principal, duas estruturas dife- O emprego de expressões correlativas como não só
rentes para ideias equivalentes: a primeira oração (econo- ...mas (como) também, tanto ... quanto (ou como), nem ...
mizar energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a segunda nem, ou ... ou etc. costuma apresentar problemas quando
(que elaborassem planos de redução de despesas) é uma não se mantém o obrigatório paralelismo entre as estrutu-
oração desenvolvida introduzida pela conjunção integrante ras apresentadas.
“que”. Nos dois exemplos abaixo, rompe-se o paralelismo pela
Há mais de uma possibilidade de escrevê-la com clare- colocação do primeiro termo da correlação fora de posição.
za e correção; uma seria a de apresentar as duas orações Errado: Ou Vossa Senhoria apresenta o projeto, ou
subordinadas como desenvolvidas, introduzidas pela con- uma alternativa.
junção integrante “que”: Certo: Vossa Senhoria ou apresenta o projeto, ou pro-
Certo: Pelo ofício circular, recomendou-se aos Ministé- põe uma alternativa.
rios que economizassem energia e (que) elaborassem pla- Errado: O interventor não só tem obrigação de apurar a
nos para redução de despesas. fraude como também a de punir os culpados.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas Certo: O interventor tem obrigação não só de apurar a
como reduzidas de infinitivo: fraude, como também de punir os culpados.
Certo: Pelo ofício circular, recomendou-se aos Ministé- Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado
rios economizar energia e elaborar planos para redução de pelo uso inadequado da expressão e que num período que
despesas. não contém nenhum que anterior.
Nas duas correções, respeita-se a estrutura paralela na Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que
coordenação de orações subordinadas. tem sólida formação acadêmica.
Mais um exemplo de frase inaceitável na norma padrão: Para corrigir a frase, ou suprimimos o pronome relativo:
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem só-
não ser inseguro, inteligência e ter ambição. lida formação acadêmica.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Ou suprimimos a conjunção, que está a coordenar ele-
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). Para tornar mentos díspares:
a frase clara e correta, pode-se optar ou por transformá-la Certo: O novo procurador é jurista renomado, que tem
em frase simples, substituindo as orações reduzidas por sólida formação acadêmica.
substantivos: Outro exemplo de falso paralelismo com e que:
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
segurança, inteligência e ambição. precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o
programa.

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Da mesma forma como corrigimos o exemplo anterior, Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
aqui podemos ou suprimir a conjunção: neração deste (o pronome deste retoma o último elemento
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas citado, no caso, o secretariado).
precipitadas, que comprometam o andamento de todo o b) Pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
programa. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repú-
Ou podemos estabelecer forma paralela coordenando blica, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu
orações adjetivas, recorrendo ao pronome relativo que e ao Estado, mas isso não o surpreendeu.
verbo ser: Observe-se que o excesso de ambiguidade no exemplo
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas acima dificulta a compreensão da frase.
que sejam precipitadas e que comprometam o andamento Claro: Em seu discurso, o Deputado saudou o Presi-
de todo o programa. dente da República. No pronunciamento, solicitou a inter-
venção federal no Estado de Minas Gerais, o que não sur-
11.5 Erros de comparação preendeu o Chefe do Poder Executivo.
c) Pronome relativo:
A omissão de certos termos, ao fazermos uma compa- Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
ração, omissão própria da língua falada, deve ser evitada costumava trabalhar.
na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem Não fica claro se o pronome relativo da segunda oração
sempre é possível identificar, pelo contexto, o termo omiti- se refere à mesa ou ao gabinete.
do. A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o Essa ambiguidade se deve ao pronome relativo “que”,
entendimento do sentido que se quer dar a uma frase: sem a marca de gênero. A solução é recorrer às formas “o
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais”, que marcam gênero
um médico. e número.
A omissão de termos provocou uma comparação inde- Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
vida: o salário de um professor com um médico. mava trabalhar.
Se o entendimento é outro, então:
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o
Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu-
salário de um médico.
mava trabalhar.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o
Há, ainda, a ambiguidade decorrente da dúvida sobre a
de um médico.
que se refere a oração reduzida:
Novamente, a não repetição dos termos comparados
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe advertiu o fun-
confunde.
cionário.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
Para evitar a ambiguidade do exemplo acima, deve-se
Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da deixar claro qual o sujeito da oração reduzida.
Portaria. Claro: O Chefe advertiu o funcionário por ser este in-
Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria. disciplinado.
A seguir, a omissão da palavra outros (ou demais) acar- Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora
retou imprecisão: chamou o médico.
Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais ver- Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi
bas do que os Ministérios do Governo. chamado por uma senhora.
Certo:O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
do que os outros Ministérios do Governo. 11.7 Concordância
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
do que os demais Ministérios do Governo. A concordância é o processo sintático segundo o qual
certas palavras se acomodam, na sua forma, às palavras
11.6 Ambiguidade de que dependem. Essa acomodação formal se chama fle-
xão e se dá quanto a gênero e número (nos adjetivos – no-
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mes ou pronomes), números e pessoa (nos verbos). Daí, a
mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de divisão: concordância nominal e concordância verbal.
todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
possam gerar equívocos de compreensão. 11.7.1 Concordância verbal
A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar-se a que palavra se refere um pronome que pos- Regra geral: o verbo concorda com seu sujeito em pes-
sui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocor- soa e número.
rer com:
a) Pronomes pessoais: Exemplo:
Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que Os novos recrutas mostraram muita disposição.
ele seria exonerado. (Concordância com a pessoa: eu mostrei, você (ou ele)
Claro: O Ministro comunicou a própria exoneração a mostrou, nós (eu e...) mostramos...)
seu secretariado. Se o sujeito for simples, isto é, se tiver apenas um nú-
Ou então, caso o entendimento seja outro: cleo, com ele concorda o verbo em pessoa e número:

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Exemplos: Errado: Devem haver soluções urgentes para estes


O Chefe da Seção pediu maior assiduidade. problemas.
A inflação deve ser combatida por todos. Certo: Deve haver soluções urgentes para estes pro-
Os servidores do Ministério concordaram com a pro- blemas.
posta. b) concordância facultativa com sujeito mais próximo:
Quando o sujeito for composto, ou seja, possuir mais quando o sujeito composto figurar
de um núcleo, o verbo vai para o plural e para a pessoa que após o verbo, pode este flexionar-se no plural ou con-
tiver primazia, na seguinte ordem: a 1ª pessoa tem priorida- cordar com o elemento mais próximo.
de sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª sobre a 3ª; na ausência de uma e Exemplos:
outra, o verbo vai para a 3a pessoa. Venceremos eu e você.
ou: Vencerei eu e você.
Exemplos: ou, ainda: Vencerá você e eu.
Eu e Maria queremos viajar em maio. c) sujeito composto por palavras sinônimas ou simila-
Eu, tu e João somos amigos. res: quando o sujeito composto for constituído de palavras
O Presidente e os Ministros chegaram logo. sinônimas (ou quase), formando um todo indiviso, ou de
Observação: Por desuso do pronome “vós” e respecti- elementos que simplesmente se reforçam, a concordância
vas formas verbais no Brasil, “tu e ...” leva o verbo para a é facultativa, ou com o elemento mais próximo ou com a
3a pessoa do plural: ideia plural contida nos dois ou mais elementos:
Tu e o teu colega devem (e não deveis) ter mais calma.
A seguir, são analisadas algumas questões que costu- Exemplos:
mam suscitar dúvidas quanto à correta concordância ver- A sociedade, o povo une-se para construir um país
bal. mais justo.
a) oração sem sujeito: A sociedade, o povo unem-se para construir um país
I Verbos de fenômenos meteorológicos: mais justo.
d) expressão “um e outro”: O substantivo que se segue
Exemplo: à expressão “um e outro” fica no singular, mas o verbo pode
Choveu (geou, ventou...) ontem. empregar-se no singular ou no plural:
II Verbo haver é empregado no sentido de existir ou de Exemplos:
tempo transcorrido: Um e outro decreto trata da mesma questão jurídica.
Exemplos: ou: Um e outro decreto tratam da mesma questão jurídica.
Haverá descontentes no governo e na oposição. e) locuções “um ou outro” ou “nem um, nem outro”, se-
Havia cinco anos, não ia a Brasília. guidas ou não de substantivo, exigem o verbo no singular:
Errado: Se houverem dúvidas, favor perguntar. Exemplos:
Certo: Se houver dúvidas, favor perguntar. Uma ou outra opção acabará por prevalecer.
Para certificar-se de que esse haver é impessoal, basta Nem uma, nem outra medida resolverá o problema.
recorrer ao singular do indicativo: f) locução “um dos que”: admite-se dupla sintaxe, verbo
Se há (e nunca: *hão) dúvidas... Há (e jamais: *Hão) no singular ou verbo no plural (prevalece este no uso atual):
descontentes...
III Verbo fazer é empregado no sentido de tempo trans- Exemplos:
corrido: Um dos fatores que influenciaram (ou influenciou) a de-
Exemplos: cisão foi a urgência de obter resultados concretos.
Faz dez dias que não durmo. A adoção da trégua de preços foi uma das medidas que
Semana passada fez dois meses que iniciou a apura- geraram (ou gerou) mais impacto na opinião pública.
ção das irregularidades. g) pronome relativo “quem” como sujeito: O verbo que
Errado: Fazem cinco anos que não vou a Brasília. tiver como sujeito o pronome relativo quem tanto pode ficar
Certo: Faz cinco anos que não vou a Brasília. na terceira pessoa do singular, como pode concordar com
São muito frequentes os erros de pessoalização dos a pessoa gramatical do antecedente a que se refere o pro-
verbos haver e fazer em locuções verbais (ou seja, quando nome:
acompanhados de verbo auxiliar). Nesses casos, os verbos
haver e fazer transmitem sua impessoalidade ao verbo au- Exemplos:
xiliar: Fui eu quem resolveu a questão.
Errado: Vão fazer cinco anos que ingressei no serviço ou: Fui eu quem resolvi a questão.
público.
Certo: Vai fazer cinco anos que ingressei no serviço h) verbo apassivado pelo pronome “se” deve concordar
público. com o sujeito que, no caso, está sempre expresso e vem
Errado: Depois das últimas chuvas, podem haver cen- a ser o paciente da ação ou o objeto direto na forma ativa
tenas de desabrigados. correspondente:
Certo: Depois das últimas chuvas, pode haver centenas
de desabrigados.

Conhecimentos Específicos 122 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplos: Exemplos:
Vendem-se apartamentos funcionais e residências ofi- Tudo são comemorações no aniversário do município.
ciais. Isto são as possibilidades concretas de solucionar o
problema.
Para obterem-se resultados, são necessários sacrifí- Aquilo foram gastos inúteis.
cios.
Compare: “apartamentos são vendidos” e “resultados IV Quando a função de sujeito é exercida por palavra
são obtidos”; “vendem apartamentos” e “obtiveram resulta- ou locução de sentido coletivo: a maioria, grande número,
dos”. a maior parte, etc.
i) verbo transitivo indireto (isto é, que rege preposição) Exemplos:
fica na terceira pessoa do singular; o “se”, neste caso, não A maioria eram servidores de repartições extintas.
é apassivador, pois verbo transitivo indireto não é apassi- Grande número (de candidatos) foram reprovados no
vável: exame de redação.
A maior parte são pequenos investidores.
Exemplos:
*O prédio é carecido de reformas. V Quando um pronome pessoal desempenhar a função
*É tratado de questões preliminares. de predicativo:
Assim, o correto é: Exemplos:
Naquele ano, o assessor especial fui eu.
Exemplos: O encarregado da supervisão és tu.
Assiste-se a mudanças radicais no País. (E não *Assis- O autor do projeto somos nós.
tem-se a...)
Precisa-se de homens corajosos para mudar o País. (E VI Nos casos de frases em que são empregadas as ex-
não *Precisam-se de...) pressões “é muito”, “é pouco”, “é mais de”, “é menos de” o
Trata-se de questões preliminares ao debate. (E não verbo ser fica no singular:
*Tratam-se de...) Exemplos:
Três semanas é muito.
j) expressões de sentido quantitativo (grande núme- Duas horas é pouco.
ro de, grande quantidade de, parte de, grande parte de, a Trezentos mil é mais do que eu preciso.
maioria de, a maior parte de, etc.) acompanhadas de com-
plemento no plural admitem concordância verbal no singu- l) a concordância com expressões de tratamento. Esse
lar ou no plural. Nesta última hipótese, temos concordância tema é tratado em detalhe no subitem “4.1.1. Concordância
ideológica, por oposição à concordância lógica, que se faz com os pronomes de tratamento”.
com o núcleo sintático do sintagma (ou locução) nominal (a m) concordância do infinitivo. Uma das peculiaridades
maioria + de...): da Língua Portuguesa é o infinitivo flexionável: esta forma
Exemplos: verbal, apesar de nominalizada, pode flexionar-se concor-
A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por
dando com o seu sujeito. Simplificando o assunto, contro-
confessar sua culpa.
verso para os gramáticos, valeria dizer que a flexão do in-
Um grande número de Estados aprovaram (ou apro-
finitivo só cabe quando ele tem sujeito próprio, em geral
vou) a Resolução da ONU.
distinto do sujeito da oração principal:
Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as
medidas.
Exemplos:
k) verbo “ser”: a concordância segue a regra geral (con-
Chegou ao conhecimento desta Repartição estarem a
cordância com o sujeito em pessoa e número), mas, nos
seguintes casos, é feita com o predicativo: salvo todos os atingidos pelas enchentes. (sujeito do infini-
I Quando inexiste sujeito : tivo: todos os atingidos pelas enchentes)
Exemplos: A imprensa estrangeira noticia sermos nós os respon-
Hoje são dez de julho. sáveis pela preservação da Amazônia. (sujeito do infinitivo:
Agora são seis horas. nós)
Do Planalto ao Congresso são duzentos metros. Não admitimos sermos nós... Não admitem serem
Hoje é dia quinze. eles...
II Quando o sujeito refere-se a coisa e está no singular O Governo afirma não existirem tais doenças no País.
e o predicativo é substantivo no plural: (sujeito da oração principal: o governo; sujeito do infinitivo:
tais doenças)
Exemplos: Ouvimos baterem à porta. (sujeito do infinitivo) indefini-
Minha preocupação são os despossuídos. do plural, como em Batem (ou Bateram) à porta.
O principal erro foram as manifestações extemporâ- O infinitivo é não flexionável nas combinações com ou-
neas. tro verbo de um só e mesmo sujeito – a esse outro verbo é
III Quando os pronomes demonstrativos “tudo”, “isto”, que cabe a concordância:
“isso”, “aquilo” ocupam a função de sujeito:

Conhecimentos Específicos 123 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplos: 11.8 Regência


As assessoras podem (ou devem) ter dúvidas quanto
à medida. Regência é, em gramática, sinônimo de dependência,
Os sorteados não conseguem conter sua alegria. subordinação. Assim, a sintaxe de regência trata das re-
Queremos (ou precisamos) destacar alguns pormeno- lações de dependência que as palavras mantêm na frase.
res. Dizemos que um termo rege o outro que o complementa.
Nas combinações com verbos factitivos (fazer, deixar, Numa frase, os termos regentes ou subordinantes (subs-
mandar...) e sensitivos (sentir, ouvir, ver...) o infinitivo pode tantivos, adjetivos, verbos) regem os termos regidos ou su-
concordar com seu sujeito próprio, ou deixar de fazê-lo pelo bordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que lhes
fato de esse sujeito (lógico) passar a objeto direto (sintático) completam o sentido.
de um daqueles verbos:
Termos Regentes
Exemplos: amar, amor
O Presidente fez (ou deixou, mandou) os assessores insistiu, insistência
entrarem (ou entrar). persuadiu
Sentimos (ou vimos, ouvimos) os colegas vacilarem (ou obediente,
vacilar) nos debates. obediência
Naturalmente, o sujeito semântico ou lógico do infinitivo cuidado,
que aparece na forma pronominal acusativa (o,-lo, -no e fle- cuidadoso
xões) só pode ser objeto do outro verbo: ouvir

Exemplos: Termos Regidos


O Presidente fê-los entrar (e não *entrarem) a Deus
Sentimo-los (ou Sentiram-nos, Sentiu-os, Viu-as) vaci- em falar
lar (e não *vacilarem). o Senador a que
votasse
11.7.2 Concordância nominal à lei
com a revisão do
Regra geral: adjetivos (nomes ou pronomes), artigos e texto
numerais concordam em gênero e número com os substan- música
tivos de que dependem.
Como se vê pelos exemplos acima, os termos regentes
Exemplos: podem ser substantivos e adjetivos (regência nominal) ou
Todos os outros duzentos processos examinados... verbos (regência verbal), e podem reger outros substanti-
Todas as outras duzentas causas examinadas... vos e adjetivos ou preposições. As dúvidas mais frequentes
quanto à regência dizem respeito à necessidade de deter-
Alguns casos que suscitam dúvida: minada palavra reger preposição, e qual deve ser essa pre-
a) anexo, incluso, leso: como adjetivos, concordam com posição.
o substantivo em gênero e número: Considerando que, em regra, a regência dos nomes se-
Exemplos: gue a dos verbos que lhes correspondem (viajar de trem:
Anexa à presente Exposição de Motivos, segue minuta viagem de trem; anotar no caderno: anotação no cader-
de Decreto. no...), analisaremos, a seguir, alguns casos de regência
Vão anexos os pareceres da Consultoria Jurídica. verbal que costumam criar dificuldades na língua escrita.
Remeto incluso fotocópia do Decreto.
Silenciar nesta circunstância seria crime de lesa-pátria 11.8.1 Regência de alguns verbos de uso frequente
(ou de leso-patriotismo).
Anuir: concordar, condescender; verbo transitivo indire-
b) possível: em expressões superlativas, este adjetivo to com a preposição “a”:
ora aparece invariável, ora flexionado (embora no portu- Exemplos:
guês moderno se prefira empregá-lo no plural): Todos anuíram àquela proposta.
O Governo anuiu de boa vontade ao pedido do sindi-
Exemplos: cato.
As características do solo são as mais variadas possí-
veis. Aproveitar: aproveitar alguma coisa ou aproveitar-se de
As características do solo são as mais variadas possí- alguma coisa.
vel. Exemplos:
Aproveito a oportunidade para manifestar repúdio ao
tratamento dado a esta matéria.

Conhecimentos Específicos 124 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O relator aproveitou-se da oportunidade para emitir sua Constar: no sentido de ser composto, constituído, rege
opinião sobre o assunto. a preposição “de”:
Exemplo:
Aspirar: no sentido de respirar, é verbo transitivo direto: O Relatório consta de dez itens.
Exemplo: No sentido de estar escrito, registrado, mencionado,
Aspiramos o ar puro da montanha. Aspirá-lo. rege a preposição “de” ou “em”:
Exemplo:
No sentido de desejar ardentemente, de pretender, é O referido Projeto consta da/na Ordem do Dia.
transitivo indireto, regendo a preposição “a”:
Exemplos: Custar: no sentido usual de ter valor, valer:
O projeto aspira à estabilidade econômica da socieda- Exemplo:
de. Aspira a ela. A casa custou um milhão de cruzeiros.
Aspirar a um cargo. Aspirar a ele.
No sentido de ser difícil, este verbo se usa na 3a pes-
Assistir: no sentido de auxiliar, ajudar, socorrer, pode soa do sing., na norma padrão:
ser transitivo direto ou indireto: Exemplos:
Exemplo: Custa-me entender esse problema. (Eu) custo a enten-
Procuraremos assistir os/aos atingidos pela seca (as- der esse problema – é linguagem oral, escrita informal etc.
sisti-los/assistir-lhes). Custou-lhe aceitar a argumentação da oposição. (Como
sinônimo de demorar, tardar –
No sentido de estar presente, comparecer, ver é transi- Ele custou a aceitar a argumentação da oposição –
tivo indireto, regendo a preposição “a”: também é linguagem oral, informal.)
Exemplos:
Não assisti à reunião ontem. Não assisti a ela. Declinar: declinar de alguma coisa (no sentido de re-
Assisti a um documentário muito interessante. Assisti jeitar):
a ele. Exemplo:
Nesta acepção, o verbo não pode ser apassivado; as- Declinou das homenagens que lhe eram devidas.
sim, na norma padrão, é incorreta a frase:
A reunião foi assistida por dez pessoas. Implicar: no sentido de acarretar, produzir como conse-
quência, é transitivo direto – implicá-lo:
Atender: Exemplos:
Exemplos: O Convênio implica a aceitação dos novos preços para
O Prefeito atendeu ao pedido (atendeu a algo) do ve- a mercadoria.
reador. ou: O Prefeito atendeu o telefone (atendeu algo). O Convênio implica na aceitação... – é inovação sintáti-
O Presidente atendeu o Ministro (atendeu-o) em sua ca bastante frequente no Brasil.
reivindicação. ou: O Presidente atendeu ao Ministro (aten- Mesmo assim, aconselha-se manter a sintaxe originá-
deu a alguém) em sua reivindicação. ria: implica isso, implica-o.
Avisar: avisar alguém (avisá-lo) de alguma coisa: Incumbir: incumbir alguém (incumbi-lo) de alguma coi-
Exemplo: sa:
O Tribunal Eleitoral avisou os eleitores da necessidade Exemplo:
do recadastramento. Incumbi o Secretário de providenciar a reserva das de-
pendências.
Comparecer: comparecer a (ou em) algum lugar ou
evento:
Ou incumbir a alguém (incumbir-lhe) alguma coisa:
Exemplos:
Exemplo:
Compareci ao (ou no) local indicado nas instruções.
O Presidente incumbiu ao Chefe do Cerimonial prepa-
A maioria dos delegados compareceu à (ou na) reunião
rar a visita do dignitário estrangeiro.
Compartilhar: compartilhar alguma (ou de alguma) coi-
Informar: informar alguém (informá-lo) de alguma coisa:
sa:
Exemplo: Exemplos:
O povo brasileiro compartilha os (ou dos) ideais de pre- Informo Vossa Senhoria de que as providências solici-
servação ambiental do Governo. tadas já foram adotadas.

Consistir: consistir em alguma coisa (consistir de é an- Ou informar a alguém (informar-lhe) alguma coisa:
glicismo): Exemplo:
Exemplo: Muito agradeceria informar à autoridade interessada o
O Plano consiste em promover uma trégua de preços teor da nova proposta.
por tempo indeterminado.

Conhecimentos Específicos 125 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Obedecer: obedecer a alguém ou a alguma coisa (obe- Observação: Na norma padrão, os verbos que regem
decer-lhe): determinada preposição, ao serem empregados em ora-
Exemplos: ções introduzidas por pronome relativo, mantêm essa re-
As reformas obedeceram à lógica do programa de go- gência, embora a tendência da língua falada seja aboli-la.
verno.
É necessário que as autoridades constituídas obede- Exemplos:
çam aos preceitos da Constituição. Esses são os recursos de que o Estado dispõe (e não
Todos lhe obedecem. recursos que dispõe, próprio da linguagem oral ou escrita
informal).
Participar: no sentido de tomar parte, rege as preposi- Apresentou os pontos em que o Governo tem insistido
ções “de” ou “em”: (e não pontos que o Governo...).
Exemplos:
Os servidores participaram da reunião. 11.9 Pontuação
Alguns participaram na conspiração contra a empresa.
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática,
No sentido de comunicar, é transitivo direto e indireto: têm as seguintes finalidades:
Exemplo: a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoa-
Participamos a decisão a quem pudesse interessar. ção) na leitura;
b) separar palavras, expressões e orações que, segun-
No sentido de compartilhar, rege a preposição “de”: do o autor, devem merecer destaque; e
Exemplo: c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambigui-
Participamos das suas decisões. dades.

Pedir: pedir a alguém (pedir-lhe) alguma coisa: 11.9.1 Vírgula


Exemplos:
Pediu ao assessor o relatório da reunião. A vírgula serve para marcar as separações breves de
Ou pedir a alguém (pedir-lhe) que faça alguma coisa: sentido entre termos vizinhos, as inversões e as intercala-
Pediu aos interessados (pediu-lhes) que (e não *para ções, quer na oração, quer no período. A seguir, indicam-se
que) procurassem a repartição do alguns casos principais de emprego da vírgula:
Ministério da Saúde. a) Para separar palavras ou orações paralelas justa-
(Pedir a alguém para fazer alguma coisa é linguagem postas, isto é, não ligadas por conjunção:
oral, informal.) Exemplos:
Chegou a Brasília, visitou o Ministério das Relações Ex-
Preferir: preferir uma coisa (preferi-la) a outra (evite:
teriores, levou seus documentos ao Palácio do Buriti, voltou
preferir uma coisa do que outra):
ao Ministério e marcou a entrevista.
Exemplos:
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são quali-
Prefiro a democracia ao totalitarismo.
dades a serem observadas na redação oficial.
Vale para a forma nominal preferível: Isto é preferível
b) As intercalações, por cortarem o que está sintatica-
àquilo (e não preferível do que...).
mente ligado, devem ser colocadas entre vírgulas:
Propor-se: propor-se (fazer) alguma coisa ou a (fazer)
alguma coisa: Exemplos:
Exemplo: O processo, creio eu, deverá ir logo a julgamento.
O decreto propõe-se disciplinar (ou a disciplinar) o regi- A democracia, embora (ou mesmo) imperfeita, ainda é
me jurídico das importações. o melhor sistema de governo.
c) Expressões corretivas, explicativas, escusativas,
Referir: no sentido de relatar, é transitivo direto: tais como “isto é”, “ou melhor”, “quer dizer”, data venia, “ou
Exemplo: seja”, “por exemplo” etc., devem ser colocadas entre vírgu-
Referiu as informações (referiu-as) ao encarregado. las:

Visar: com o sentido de ter por finalidade, a regência Exemplos:


originária é transitiva indireta, com a preposição a. Tem-se O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem
admitido, contudo, seu emprego com o transitivo direto com clara, ou seja, de fácil compreensão.
essa mesma acepção: As Nações Unidas decidiram intervir no conflito, ou por
Exemplos: outra, iniciaram as tratativas de paz.
O projeto visa ao estabelecimento de uma nova ética d) Conjunções coordenativas intercaladas ou pospos-
social (visa a ele). tas devem ser colocadas entre vírgulas:
ou: visa o estabelecimento (visa-o).
As providências visavam ao interesse (ou o interesse)
das classes desfavorecidas.

Conhecimentos Específicos 126 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplos: 11.9.3 Dois-pontos


Dedicava-se ao trabalho com afinco; não obtinha, con-
tudo, resultados.O ano foi difícil; não me queixo, porém. Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir
Era mister, pois, levar o projeto às últimas consequên- citações, marcar enunciados de diálogo e indicar um es-
cias. clarecimento, um resumo ou uma consequência do que se
e) Vocativos, apostos, orações adjetivas não-restritivas afirmou.
(explicativas) devem ser separados por vírgula:
Exemplos: Exemplos:
Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimen- Como afirmou o Marquês de Maricá em suas Máximas:
to. “Todos reclamam reformas, mas ninguém se quer refor-
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. mar.”
O homem, que é um ser mortal, deve sempre pensar Encerrado o discurso, o Ministro perguntou:
no amanhã. – Foi bom o pronunciamento?
f) A vírgula também é empregada para indicar a elipse – Sem dúvida: todos parecem ter gostado.
(ocultação) de verbo ou outro termo anterior: Mais que mudanças econômicas, a busca da moderni-
Exemplos: dade impõe sobretudo profundas alterações dos costumes
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os e das tradições da sociedade; em suma: uma transforma-
particulares. (A vírgula indica a elipse do verbo regulamen- ção cultural.
ta.)
Às vezes, procura assistência; outras, toma a iniciativa. 11.9.4 Ponto de interrogação
(A vírgula indica a elipse da palavra vezes.)
g) Nas datas, separam-se os topônimos: O ponto de interrogação, como se depreende de seu
nome, é utilizado para marcar o final de uma frase interro-
Exemplos: gativa direta:
São Paulo, 22 de março de 2018. Exemplos:
Brasília, 15 de agosto de 2018. Até quando aguardaremos uma solução para o caso?
É importante registrar que constitui erro usar a vírgula Qual será o sucessor do Secretário?
entre termos que mantêm entre si estreita ligação sintática Não cabe ponto de interrogação em estruturas interro-
– por exemplo, entre sujeito e verbo, entre verbos ou nomes gativas indiretas (em geral em títulos): O que é linguagem
e seus complementos. oficial – Por que a inflação não baixa – Como vencer a crise.
Errado: O Presidente da República, indicou, sua posi-
ção no assunto. 11.9.5 Ponto de exclamação
Certo: O Presidente da República indicou sua posição
no assunto. O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpre-
sa, espanto, admiração, súplica etc.
11.9.2 Ponto e vírgula Seu uso na redação oficial fica geralmente restrito aos
discursos e às peças de retórica:
O ponto e vírgula, em princípio, separa estruturas coor-
denadas já portadoras de vírgulas internas. É também usa- Exemplos:
do em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. Povo deste grande País!
Com nosso trabalho chegaremos lá!
Exemplos:
Sem virtude, perece a democracia; o que mantém o go- 11.10 Pronomes demonstrativos
verno despótico é o medo.
As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas; O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes
mesmo em caso de dúvida, portanto, elas devem ser res- circunstâncias:
peitadas.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja 11.10.1 Situação no espaço
perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transi- a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente
tada em julgado; estiver próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige.
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, en- Exemplos:
quanto durarem seus efeitos; Este Departamento solicita dispensa de licitação.
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou Este Relatório trata da sindicância realizada em julho.
prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente
§ 4° estiver próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para
quem se redige.

Conhecimentos Específicos 127 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplos: c) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi


Solicito esclarecimentos a esse Ministério sobre irregu- mencionada no texto.
laridades no Contrato.
Encaminhamos os documentos a essa Coordenação Exemplos:
para que sejam tomadas as providências necessárias. Nós já discutimos sobre as falhas na execução do Pro-
jeto. Esses fatos(as falhas no Projeto) causaram grandes
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo refe- prejuízos.
rente estiver distante tanto do emissor quanto do receptor O ofício já está pronto. Esse documento trata da no-
da mensagem. meação dos novos servidores.

Exemplos: 12 Semântica
O Ministério Público já apurou irregularidades ocorridas
naquela Fundação. Informamos que a documentação foi A Semântica estuda o sentido das palavras, expres-
encaminhada àquele Departamento. sões, frases e unidades maiores da comunicação verbal, os
significados que lhe são atribuídos. Ao considerarmos o sig-
11.10.2 Situação no tempo nificado de determinada palavra, levamos em conta sua his-
tória, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam
a) emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presen- da sua forma) e, por fim, o contexto em que se apresenta.
te; Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de
todo texto oficial, deve-se atentar para a tradição no empre-
Exemplos: go de determinada expressão com determinado sentido. O
O acordo foi assinado nesta semana (na semana pre- emprego de expressões ditas de uso consagrado confere
sente). uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isso
Os deputados serão eleitos neste ano (no ano presen- não quer dizer que os textos oficiais devam limitar-se à re-
te). petição de chavões e de clichês.
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão
b) emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passa- sendo utilizadas. Certifique-se de que não há repetições
do; e desnecessárias ou redundâncias. Procure sinônimos ou
termos mais precisos para as palavras repetidas; mas se
Exemplos: sua substituição for comprometer o sentido do texto, tor-
As provas foram aplicadas nesse fim de semana. nando-o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o
Estive no Senado na semana e verifiquei nessa ocasião texto como está.
que programas tinham sido debatidos. É importante lembrar que o idioma está em constante
mutação. A própria evolução dos costumes, das ideias, das
c) emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo ciências, da política, enfim da vida social em geral, impõe a
passado mais longínquo, ou histórico. criação de novas palavras e de formas de dizer. Na defini-
ção de Serafim da Silva Neto, a língua:
Exemplos: [...] é um produto social, é uma atividade do espírito hu-
Naquela época, a inflação do País era maior. mano. Não é, assim, independente da vontade do homem,
Brasília foi construída há mais de cinquenta anos. Na- porque o homem não é uma folha seca ao sabor dos ventos
quela ocasião, não havia tanto trânsito. veementes de uma fatalidade desconhecida e cega. Não
está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com
11.10.3 Situação no texto leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos
que as falam, são o que delas fazem as sociedades que as
a) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no empregam. (SILVA NETO, 1986, p. 18).
texto, ainda será mencionado. A redação oficial não pode alhear-se dessas transfor-
mações, nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novi-
Exemplos: dades vocabulares, por um lado, elas devem sempre ser
O Diretor iniciou o discurso com esta informação: a par- usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser
tir de amanhã, o uso do crachá será obrigatório. substituídas por vocábulos já de uso consolidado sem pre-
Para se cadastrar no Programa do Governo, os interes- juízo do sentido que se lhes quer dar.
sados deverão apresentar estes documentos: Identidade e De outro lado, não se concebe que, em nome de su-
comprovante de renda. posto purismo, a linguagem das comunicações oficiais fique
b) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto. imune às criações vocabulares ou a empréstimos de outras
línguas.
Exemplos: A rapidez do desenvolvimento tecnológico, por exem-
As regras apresentadas neste manual podem ser usa- plo, impõe a criação de inúmeros novos conceitos e termos,
das para outros documentos. ditando de certa forma a velocidade com que a língua deve
Esta ata estará disponível em nosso sítio eletrônico. incorporá-los.

Conhecimentos Específicos 128 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O importante é usar o estrangeirismo de forma cons- Há: O verbo haver é usado em expressões que indicam
ciente, buscar o equivalente português quando houver ou tempo transcorrido.
conformar a palavra estrangeira ao espírito da Língua Por- Exemplos:
tuguesa. Terminaremos daqui a duas horas.
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou O lançamento do satélite ocorrerá daqui a duas sema-
empregados em contextos em que não cabem, é em geral nas.
causado ou pelo desconhecimento da riqueza vocabular de O estacionamento fica a um quilômetro daqui.
nossa língua, ou pela incorporação acrítica do estrangei- Tais fatos aconteceram há dez anos.
rismo. Terminamos há duas horas.
Quando empregado para designar tempo passado, o
12.1 Homônimos e parônimos verbo haver dispensa o uso da palavra atrás: *Há dois anos
atrás estive em Brasília. (forma pleonástica)
Muitas vezes, temos dúvidas no uso de vocábulos dis-
tintos provocadas pela semelhança ou mesmo pela igual- Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada.
dade de pronúncia ou de grafia entre eles. É o caso dos Absorver: embeber em si, esgotar.
fenômenos designados como homonímia e paronímia. Exemplos:
A homonímia é a designação geral para os casos em O júri absolveu o réu.
que palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os O solo absorveu lentamente a água da chuva.
homônimos homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homô-
nimos homófonos). Acender: atear (fogo), inflamar.
Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, Ascender: subir, elevar-se.
como nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal),
manga (fruta) e manga (de camisa), em que temos pro- Acento: sinal gráfico; inflexão vocal.
núncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e aberto, 1a Assento: banco, cadeira.
Exemplos:
pess. do sing. do pres. do ind. do verbo apelar), consolo
Vocábulo sem acento.
(alívio) e consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres.
Esse assento está vago.
do ind. do verbo consolar), com pronúncia diferente.
Acerca de: sobre, a respeito de.
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se
A cerca de: a uma distância aproximada de ou a um
pelo contexto em que são empregados.
tempo aproximado de.
Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da pa-
Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo), exis-
lavra “são” nos três sentidos:
te aproximadamente.
a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres.; Cerca de: deve ser usada para indicar números aproxi-
b) saudável; e mados, arredondamento de valores. Não deve aparecer em
c) santo. números que não sejam redondos.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (ho- Exemplos:
mófonos) geram dúvidas ortográficas. No discurso, o Presidente falou acerca de seus planos.
Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer, O anexo fica a cerca de trinta metros do prédio princi-
dos prefixos ante-/anti- etc. Aqui o contexto não é suficiente pal.
para resolver o problema, pois sabemos o sentido, a dúvida Estamos a cerca de um mês das eleições.
é quanto à(s) letra(s). Sempre que houver incerteza, não Estamos a cerca de 30 minutos do local do evento.
hesite em consultar a lista adiante, o Vocabulário Há cerca de um ano, tratamos de caso idêntico.
Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp)6, algum dicio- Há cerca de mil títulos no catálogo.
nário ou manual de ortografia. A lista possui cerca de trezentos convidados. (e não
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocor- “cerca de 297 convidados”)
re com palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto Acidente: acontecimento casual; desastre.
à grafia ou à pronúncia. É fonte de muitas dúvidas, como Incidente: episódio; que incide, que ocorre.
entre descrição (ato de descrever) e discrição (qualidade Exemplos:
do que é discreto), retificar (corrigir) e ratificar (confirmar). A derrota foi um acidente na sua vida profissional.
Como não interessa aqui aprofundar a discussão teóri- O súbito temporal provocou terrível acidente no parque.
ca da matéria, restringimo-nos a uma lista de palavras que O incidente da demissão já foi superado.
costumam suscitar dúvidas de grafia ou sentido. Procura-
mos incluir palavras e expressões que, com mais frequên- Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.
cia, provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com Dotar: dar em doação, beneficiar.
o cuidado de agregá-las em pares ou em pequenos grupos Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de
formais. parentesco).
A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de.
A: A preposição é utilizada em expressões que indicam Exemplos:
futuro ou distâncias relativas. Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mes-
mo parágrafo?

Conhecimentos Específicos 129 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O projeto foi encaminhado com quinze dias de ante- Neste caso, o aresto é irrecorrível.
cedência a fim de permitir a necessária reflexão sobre sua Os bens do traficante preso foram todos arrestados.
pertinência.
Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.
Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande. Autuar: lavrar um auto; processar.
Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça pro-
cessual. Auferir: obter, receber.
Aleatório: casual, fortuito, acidental. Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir.
Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou pertur- Exemplos:
ba. Auferir lucros, vantagens.
Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral. Aferir valores, resultados.
Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso,
indecente. Avocar: atribuir-se, chamar.
Evocar: lembrar, invocar.
Ante (preposição): diante de, perante. Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir.
Ante- (prefixo): expressa anterioridade. Exemplos:
Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra. Avocou a si competências de outrem.
Exemplos: Evocou no discurso o começo de sua carreira.
Ante tal situação, não teve alternativa. Ao final do discurso, invocou a ajuda de Deus.
Antepor, antever, anteprojeto, antediluviano.
Anti-inflacionário, antibiótico, anti-higiênico, antissocial. Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente ani-
mais).
Ao encontro de: para junto de; favorável a. Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.
De encontro a: contra; em prejuízo de. Censo: alistamento, recenseamento, contagem.
Exemplos: Senso: entendimento, juízo, tino.
Foi ao encontro dos colegas. Cessão: ato de ceder.
O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos tra- Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divi-
balhadores. são.
O carro foi de encontro a um muro. Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um
O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro congresso; reunião; espaço de tempo durante o qual se
aos interesses dos menores. realiza uma tarefa.
Exemplos:
Ao invés de: ao contrário de. A cessão do local pelo município tornou possível a rea-
Em vez de: em lugar de. lização da obra.
Exemplos: Em qual seção do ministério ele trabalha?
Ao invés de demitir dez funcionários, a empresa contra- A próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de
tou mais vinte. agosto.
(Inaceitável o cruzamento “ao em vez de”.) Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
Em vez de demitir dez funcionários, a empresa demitiu Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade);
vinte. não militar nem, eclesiástico.
Colidir: trombar, chocar; contrariar.
A par: informado, ao corrente, ciente. Coligir: colecionar, reunir, juntar.
Ao par: de acordo com a convenção legal. Exemplos:
A nova proposta colide frontalmente com o entendimen-
Exemplos:
to havido.
O Ministro está a par do assunto. (var.: ao par) ao lado,
As leis foram coligidas pelo Ministério da Justiça.
junto; além de.
Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
Fez a troca de mil dólares ao par.
Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; sau-
dação.
Aparte: interrupção, comentário à margem.
Concelho: circunscrição administrativa ou município
À parte: em separado, isoladamente, de lado.
(em Portugal).
Exemplos: Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
O deputado concedeu ao colega um aparte em seu pro- Concerto: acerto, combinação, composição, harmoni-
nunciamento. zação (cp. concertar).
O anexo ao projeto foi encaminhado por expediente à Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. conser-
parte. tar).
Exemplos:
Aresto: acórdão, caso jurídico julgado. O concerto das nações. O concerto de Guarnieri.
Arresto: apreensão judicial, embargo. Certos problemas crônicos aparentemente não têm
Exemplos: conserto.

Conhecimentos Específicos 130 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião. A dissensão sobre a matéria impossibilitou o acordo.


Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circuns- Elidir: suprimir, eliminar.
tância. Ilidir: contestar, refutar, desmentir.
Contravenção: transgressão ou infração a normas es- Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, re-
tabelecidas. mendo.
Contraversão: versão contrária, inversão. Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do
Costear: navegar junto à costa, contornar. objeto de uma lei.
Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Exemplos:
Custar: valer, necessitar, ser penoso. Ao torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou
Exemplos: o projeto.
A fragata costeou inúmeras praias do litoral baiano an- Procuro uma lei cuja ementa dispõe sobre a proprieda-
tes de partir para alto-mar. de industrial.
Qual a empresa disposta a custear tal projeto? Emergir: vir à tona, manifestar-se.
Quanto custa o projeto? Custa-me crer que funcionará. Imergir: mergulhar, afundar (submergir), entrar.
Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, Emigrar: deixar o país para residir em outro.
conceder. Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.
Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar. Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.
Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar. Iminente (iminência): que está prestes a acontecer,
Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir. pendente, próximo.
Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.
acusar. Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.
Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir. Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.
Exemplos: Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se.
Os traficantes foram delatados por membro de quadri- Espectador: aquele que assiste a qualquer ato ou espe-
lha rival. táculo, testemunha.
A dilação do prazo de entrega das declarações depen- Expectador: que tem expectativa, que espera.
de de decisão do Diretor da Receita Federal. Esperto: inteligente, vivo, ativo.
Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular. Experto: perito, especialista.
Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar. Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar.
Descrição: ato de descrever, representação, definição. Expiar: cumprir pena, pagar, purgar.
Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato. Estada: ato de estar, permanência.
Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de. Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancora-
Discriminar: diferençar, separar, discernir. do em porto.
Despensa: local em que se guardam mantimentos, de- Exemplos:
pósito de provisões. Nossa estada em São Paulo foi muito agradável.
Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer O Rio de Janeiro foi autorizado a uma estadia de três
algo a que se estava obrigado; demissão. dias.
Despercebido: que não se notou, para o que não se Estância: lugar onde se está, morada, recinto.
atentou. Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juí-
Desapercebido: desprevenido, desacautelado. zo.
Estrato: cada camada das rochas estratificadas.
Exemplos: Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, re-
Apesar de sua importância, o projeto passou desper- sumo, cópia; perfume.
cebido. Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pes-
Embarcou para a missão na Amazônia totalmente de- soa é surpreendida a praticar (flagrante delito).
sapercebido dos desafios que lhe aguardavam. Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso.
Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir
Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco. lâminas.
Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomica- Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar,
mente. consultar.
Destratar: insultar, maltratar com palavras. Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável.
Distratar: desfazer um trato, anular. Inserto: introduzido, incluído, inserido.
Distensão: ato ou efeito de distender, torção dos liga- Incipiente: iniciante, principiante.
mentos de uma articulação. Insipiente: ignorante, insensato.
Distinção: elegância, nobreza, boa educação. Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a.
Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou inte- Aduzir: expor, apresentar.
resses. Exemplos:
Exemplos: O réu declarou que havia sido induzido a cometer o de-
Todos devem portar-se com distinção. lito.

Conhecimentos Específicos 131 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A defesa, então, aduziu novas provas. Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.
Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de
moeda, aumento persistente de preços. Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.
Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma. Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, exe-
Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, der- cutar.
rota). Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após.
Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regula- Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, an-
mento, etc.) (cp. infração). tes de.
Exemplos: Pró (advérbio): em favor de, em defesa de.
O juiz infligiu pesada pena ao réu. Exemplos:
A condenação decorreu de ter ele infringido um sem Pós-moderno, pós-operatório.
número de artigos do Código Penal. Pré-modernista, pré-primário.
Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar. A maioria manifestou-se contra, mas dei meu parecer
Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investi- pró.
gar, interrogar. Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.
Intercessão: ato de interceder. Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que
Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em o circunda.
que se encontram duas linhas ou superfícies. Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariá-
Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locu- vel que liga constituintes da frase.
ções. Proposição: ato de propor, proposta; máxima, senten-
Intra- (prefixo): interior, dentro de. ça; afirmativa, asserção.
Exemplos: Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, de-
Inter alia (entre outros), inter pares (entre iguais). terminar; ficar sem efeito, anular-se.
Intragrupo, intra-histórico Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar.
Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que pe- Exemplos:
rante ele se realiza. O prazo para entrada do processo prescreveu há dois
Judiciário: relativo ao direito processual ou à organiza- meses.
ção da Justiça. O uso de várias substâncias psicotrópicas foi proscrito
Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obriga- por recente portaria do Ministro.
ção. Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular.
Libertação: ato de libertar ou libertar-se. Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para
Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra. cargo.
Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de Provir: originar-se, proceder; resultar.
lista). Exemplos:
Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador. A assessoria previu acertadamente o desfecho do caso.
Locatário: alugador, inquilino. O chefe do departamento de pessoal proveu os cargos
Exemplo: vacantes.
O locador reajustou o aluguel sem a concordância do A dúvida provém (Os erros provêm) da falta de leitura.
locatário. Prolatar: proferir sentença, promulgar.
Magistrado: juiz, desembargador, ministro. Protelar: adiar, prorrogar.
Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, Ratificar: validar, confirmar, comprovar.
completo; exemplar. Retificar: corrigir, emendar, alterar:
Mandado: garantia constitucional para proteger direito Exemplos:
individual líquido e certo; A diretoria ratificou a decisão após o texto ter sido retifi-
ato de mandar; ordem escrita expedida por autoridade cado em suas passagens ambíguas.
judicial ou administrativa: um mandado Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.
de segurança, mandado de prisão. Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer.
Mandato: autorização que alguém confere a outrem Exemplos:
para praticar atos em seu nome; procuração; delegação: o Como ele reincidiu no erro, o contrato de trabalho foi
mandato de um deputado, senador, do Presidente. rescindido.
Mandante: que manda; aquele que outorga um man- Remição: ato de remir, resgate, quitação.
dato. Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão,
Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor expiação.
de mandato, representante, procurador. Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento,
Mandatório: obrigatório. proibição.
Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, Repreensão: ato de repreender, enérgica admoesta-
segundo, milésimo, etc.). ção, censura, advertência.
Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar. Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei
Original: com caráter próprio; inicial, primordial. ou por contrato para punir sua infração.

Conhecimentos Específicos 132 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de 1964, p. 224). Não há necessidade, no entanto, de estender
guindaste. a preocupação de evitar a ocorrência de cacófatos a um
Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). sem-número de locuções que produzem terceiro sentido,
Cedente: que cede, que dá. como “por cada”, “vez passada” etc. Trata-se, sobretudo,
Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir. de uma questão de estilo e da própria sensibilidade do autor
Subscritar: assinar, subscrever. do texto. Não faz sentido eliminar da língua inúmeras locu-
Subentender: perceber o que não estava claramente ções que só causam espanto ao leitor que está à procura
exposto; supor. do duplo sentido.
Subintender: exercer função de subintendente, dirigir. À medida que: (locução proporcional) – à proporção
Subtender: estender por baixo. que, ao passo que, conforme.
Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se Na medida em que: (locução causal) – pelo fato de que,
(sustar-se). uma vez que.
Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. Evite os cruzamentos “à medida em que”, “na medida
Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. que”.
Taxa: espécie de tributo, tarifa.
Tachar: censurar, qualificar, acoimar. Exemplos:
Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar. Os preços deveriam diminuir à medida que diminui a
Exemplos: procura.
Tachar alguém (tachá-lo) de subversivo. Na medida em que se esgotaram as possibilidades de
Taxar mercadorias. negociação, o projeto foi integralmente vetado.
Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte. A partir de: deve ser empregado preferencialmente no
Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação. sentido temporal.
Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: Evite repeti-la com o sentido de com base em, preferin-
de trás, por trás). do considerando, tomando-se por base, fundando-se em,
Traz: 3 a pessoa do singular do presente do indicativo baseando-se em.
do verbo trazer. Exemplo:
Vultoso: de grande vulto, volumoso. A cobrança do imposto entra em vigor a partir do início
Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão do próximo ano.
da face). A princípio: no começo, inicialmente.
Em princípio: antes de qualquer consideração; de ma-
12.2 Expressões a evitar e expressões de uso neira geral; em tese.
recomendável
Exemplo:
Como mencionado na introdução deste capítulo, o A princípio, todos esperavam que a lei seria votada pelo
sentido das palavras liga-se intimamente à tradição e ao Congresso Nacional.
contexto de seu uso. Assim, temos vocábulos e expressões Em princípio, a democracia visa ao bem comum.
(locuções) que, por seu continuado emprego com determi- Ambos/Todos os dois: “ambos” significa os dois ou um
nado sentido, passam a ser usados sempre em tal contexto e outro.
e de tal forma, tornando-se expressões de uso consagrado. Evite expressões pleonásticas como “ambos dois”, “am-
Mais do que do sentido das palavras, trata-se, aqui, tam- bos os dois”, “ambos de dois”, “ambos a dois”. Quando for
bém da regência de determinados verbos e nomes. o caso de enfatizar a dualidade, empregue “todos os dois”.
O esforço de classificar expressões como de uso a ser Exemplo:
evitado ou como de uso recomendável atende, primordial- Todos os dois Ministros assinaram a Portaria.
mente, aos princípios da clareza e da transparência que Anexo: o adjetivo “anexo” concorda em gênero e em
deve nortear a elaboração de todo texto oficial. Não se tra- número com o substantivo ao qual se refere. Use também
ta, pois, de mera preferência ou de gosto por determinada os termos junto, apenso.
forma. Em anexo: a locução adverbial “em anexo”, como é
A linguagem dos textos oficiais deve sempre pautar-se próprio aos advérbios, é invariável.
pela norma padrão. Não é aceitável, portanto, que, nesses Empregue também os termos conjuntamente, junta-
textos, constem coloquialismos ou expressões de uso res- mente com.
trito a determinados grupos, que comprometeriam sua pró- Exemplos:
pria compreensão pelo público. Encaminho as minutas anexas.
Acrescente-se que é também indesejável a repetição Dirigimos os anexos projetos à Chefia.
excessiva de uma mesma palavra quando há outra que Ao nível de: a locução tem o sentido de à mesma altura
pode substituí-la sem prejuízo ou alteração de sentido. de. Evite seu uso com o sentido de em nível, com relação
Quanto a determinadas expressões que devem ser a, no que se refere a.
evitadas, mencionem-se aquelas que formam cacófatos, Em nível (de): significa nessa instância. “A nível (de)”
ou seja, “o encontro de sílabas em que a malícia descobre constitui modismo que é melhor evitar.
um novo termo com sentido torpe ou ridículo” (SAID ALI,

Conhecimentos Específicos 133 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplos: Informar: alterne com: comunicar, avisar, noticiar, parti-


Fortaleza localiza-se ao nível do mar. cipar, inteirar, cientificar, instruir, confirmar, levar ao conhe-
A decisão foi tomada em nível Ministerial. cimento, dar conhecimento; ou perguntar, interrogar, inqui-
Em nível político, será difícil chegar-se ao consenso. rir, indagar. junto a: significa proximidade física.
Assim: Use após a apresentação de alguma situação Embora usual nos meios forenses, é impróprio o uso
ou proposta para ligá-la à ideia seguinte. das expressões “junto a” e “junto o”, em frases como: De-
Alterne com: dessa forma, desse modo, diante do ex- claramos junto à Receita Federal do Brasil. Use Declara-
posto, diante disso, consequentemente, portanto, por con- mos à Receita Federal do Brasil.
seguinte, assim sendo, em consequência, em vista disso, Exemplo:
em face disso. Ele está sentado junto à porta. (próximo à porta)
Bem como: evite o uso, polêmico para certos autores,
da locução “bem assim” como equivalente. Alterne com: e, Mesmo: quando equivale a “próprio”, “idêntico” ou
como (também), igualmente, da mesma forma. “igual” é variável.
Cada: este pronome indefinido deve ser usado em fun- Exemplos:
ção adjetiva. Ela mesma (própria) entregou o documento.
Evite a construção coloquial “foi distribuída uma cesta O mesmo fato (fato idêntico) ocorreu comigo.
básica a cada”. Eles debateram os mesmos problemas. (problemas
Exemplo: iguais, idênticos) Como advérbio, equivalente a de fato,
Quanto às famílias presentes, foi distribuída uma cesta realmente.
básica a cada uma. Exemplos:
Eles não virão mesmo (realmente) à reunião.
Causar: evite repetir. Use também: originar, motivar, Ele apresentou mesmo (de fato) o relatório.
provocar, produzir, gerar, levar a, criar. Substantivado no singular, precedido do artigo definido,
Constatar: evite repetir. Alterne com: atestar, apurar, equivalente a mesma coisa.
averiguar, certificar-se, comprovar, evidenciar, observar, Exemplo:
notar, perceber, registrar, verificar. Aceitar não é o mesmo que permitir.
De forma que, de modo que/de forma a, de modo a: “De A expressão “o(a) mesmo(a)” , “os(as) mesmos(as)”
forma (ou maneira, modo) que” nas orações desenvolvidas. pode gerar ambiguidade na frase.
“De forma (maneira ou modo) a” nas orações reduzidas de Exemplo:
infinitivo. Doou em vida seu coração. Espero que o mesmo possa
São descabidas na língua escrita as pluralizações “de salvar uma pessoa. Doou em vida seu coração. Espero que
formas (maneiras ou modos) que...” o órgão/o gesto/o doador possa salvar uma pessoa.
Para evitar esse uso, prefira:
Exemplos: a) eliminá-lo:
Deu amplas explicações, de forma que tudo ficou claro. Exemplo:
Deu amplas explicações, de forma (maneira ou modo) Os diretores se reuniram e (os mesmos) decidiram
a deixar tudo claro aceitar a proposta.
Devido a: evite repetir. Utilize igualmente: em virtude b) substituí-lo por uma palavra ou expressão equiva-
de, por causa de, em razão de, graças a, provocado por. lente:
Dirigir: quando empregado com o sentido de encami- Exemplo:
nhar, alterne com transmitir, mandar, encaminhar, remeter, Eram duas metralhadoras. As (mesmas) armas foram
enviar, endereçar. deixadas no porta-malas.
Enquanto: conjunção proporcional equivalente a “ao c) substituí-lo por pronome.
passo que”, “à medida que”. Exemplos:
Evitar a construção coloquial “enquanto que”. O réu foi até a vítima e falou (com a mesma) com ela.
Especialmente: use também: principalmente, notada- Leu o relatório e tirou (do mesmo) dele várias conclu-
mente, sobretudo, nomeadamente, em especial, em parti- sões.
cular. O advogado ofereceu ajuda ao réu, mas (o mesmo)
Face a / em face de: a expressão “em face de” é empre- este não aceitou.
gada para significar “diante de”: Não se deve empregar a expressão “o(a) mesmo(a)”,
Exemplo: “os(as) mesmos(as)” no lugar de pronome pessoal.
Em face da ameaça, retirou-se. (não: “Face à ameaça, Exemplo:
Chamei a secretária e a mesma não atendeu.
retirou-se”)
Prefira: Chamei a secretária e ela não atendeu.
Inclusive: advérbio que indica inclusão; opõe-se a ex-
Nem: conjunção aditiva que significa “e não”, “e tam-
clusive.
pouco”, dispensando, portanto, a conjunção “e”. Evite a du-
Evite-se o seu abuso com o sentido de “até”; nesse
pla negação “não nem”, “nem tampouco”, etc.
caso utilize o próprio “até” ou: ainda, igualmente, mesmo,
também, ademais.

Conhecimentos Específicos 134 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplo: Posto que: é conjunção concessiva (sinônimo de embo-


Não foram feitos reparos à proposta inicial, nem à nova ra, apesar de que, ainda que, se bem que).
versão do projeto. O uso da locução “posto que” como causal não é re-
Uso equivocado: Não pode encaminhar o trabalho no gistrado em Aurélio, e Houaiss registra como regionalismo
prazo, nem não teve tempo para revisá-lo. brasileiro de uso informal, observando que é rejeitado pelos
O correto é: Não pode encaminhar o trabalho no prazo, gramáticos, o que desaconselha o seu uso nesta acepção
nem teve tempo para revisálo. na linguagem formal.
No sentido de: empregue também: com vistas a, a fim Exemplo:
de, com o fito (objetivo, intuito, fim) de, com a finalidade de, Vivia modestamente, posto que (embora) tivesse muito
tendo em vista ou mira, tendo por fim. dinheiro .
Objetivar/ter por objetivo: ter por objetivo pode ser al- Relativo a: empregue também: referente a, concernen-
ternado com pretender, ter por fim, ter em mira, ter como te a, tocante a, atinente a, pertencente a, que diz respeito a,
propósito, no intuito de, com o fito de. Objetivar significa que trata de, que respeita.
antes materializar, tornar objetivo (objetivar ideias, planos, Ressaltar: varie com: destacar, sublinhar, salientar, re-
o abstrato), embora possa ser empregado também com o levar, distinguir, sobressair.
sentido de ter por objetivo. Evite-se o emprego abusivo al- Pronome “se”: evite abusar de seu emprego como inde-
ternando-o com sinônimos como os referidos. terminador do sujeito. O simples emprego da forma infinitiva
Onde: como pronome relativo significa “em que (lugar)”. já confere a almejada impessoalidade.
Evite construções como: “a lei onde é fixada a pena” ou Exemplo:
“o encontro onde o assunto foi tratado”. Para atingir esse objetivo há que evitar o uso de colo-
Nesses casos, substitua “onde” por em que, na qual, no quialismo. (e não: Para (se) atingir-se ... Há que se evitar...).
qual, nas quais, nos quais. Tratar (de): empregue também: contemplar, discutir,
O correto é, portanto: “a lei na qual é fixada a pena”, “o debater, discorrer, cuidar, versar, referir-se, ocupar-se de.
encontro no qual (em que) o assunto foi tratado”. Viger: significa “vigorar”, “ter vigor”, “funcionar”. Verbo
defectivo, sem forma para a primeira pessoa do singular
Exemplo: do presente do indicativo, nem para qualquer pessoa do
A cidade onde nasceu. presente do subjuntivo, portanto.
O país onde viveu. Exemplos:
Operacionalizar: neologismo verbal de que se tem abu- O Decreto prossegue vigendo.
sado. É da mesma família de agilizar, objetivar e outros cujo A portaria vige.
problema está antes no uso excessivo do que na forma, A lei tributária vigente naquele ano.
pois o acréscimo dos sufixos “-izar” e “-ar” é uma das possi-
bilidades normais de criar novos verbos a partir de adjetivos OS ATOS NORMATIVOS
(ágil + izar = agilizar; objetivo + ar = objetivar).
Evite, pois, a repetição, que pode sugerir indigência vo- FUNDAMENTOS DA ELABORAÇÃO NORMATIVA
cabular ou ignorância dos recursos do idioma. 13 Questões fundamentais da elaboração
Prefira: realizar, fazer, executar, levar a cabo ou a efei- normativa
to, pôr em obra, praticar, cumprir, desempenhar, produzir, 13.1 Considerações preliminares
efetuar, construir, compor, estabelecer.
O Estado de Direito submete todas as relações ao regi-
me da lei. Para tanto, as decisões fundamentais para a vida
Opinião/“opinamento”: como sinônimo de parecer, pre-
da sociedade devem ser tomadas pelo Poder Legislativo,
fira opinião a opinamento. Alterne com: parecer, juízo, jul-
instituição fundamental do regime democrático representa-
gamento, voto, entendimento, percepção.
tivo. O legislador se vê confrontado constantemente com
Opor veto (e não apor): Vetar é opor veto. Apor é acres-
demanda por novas normas. A competência legislativa de-
centar (daí aposto, que significa (o) que vem junto). O veto,
manda responsabilidade e impõe ao legislador a obrigação
a contrariedade são opostos, nunca apostos.
de tomar providências. O legislador deve não apenas con-
cretizar a vontade constitucional, mas também preencher
Pertinente: (derivado do verbo latino pertinere) significa as lacunas ou corrigir os defeitos na legislação. Então, o
pertencente ou oportuno. poder de legislar converte-se em dever de legislar.
Pertencer: se originou do latim pertinescere, derivado De um lado, a instituição de mecanismos especiais des-
sufixal de pertinere. Esta forma não sobreviveu em portu- tinados ao controle judicial da omissão legislativa – como
guês; não empregue, pois, formas inexistentes como “no o mandado de injunção (Constituição, art. 5, caput, inciso
que pertine ao projeto”; nesse contexto use no que diz res- LXXI) e a ação direta de controle da omissão (Constituição,
peito, no que respeita, no tocante, com relação. art. 103, § 2) – revela que o próprio sistema constitucional
Posição: pode ser alternado com: postura, ponto de vis- reconhece a existência de pretensão de edição de um ato
ta, atitude, maneira, modo. normativo
Posicionamento: significa “disposição”, “arranjo”, e não .
deve ser confundido com posição.

Conhecimentos Específicos 135 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Por outro lado, as exigências da vida moderna não só b) de planificação: a lei é o instrumento básico de or-
impõem ao legislador o dever de agir, mas também lhe ganização, de definição e de distribuição de competências;
cobram resposta rápida e eficaz aos problemas (dever de c) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra
agir com a possível presteza e eficácia). É exatamente a o arbítrio ao vincular os próprios órgãos do Estado;
formulação apressada (e, não raras vezes, irrefletida) de d) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao di-
atos normativos que acaba ocasionando as suas maiores recionar condutas por meio de modelos;e
deficiências: a incompletude, a incompatibilidade com a sis- e) de inovação: a lei cumpre função de inovação na or-
temática vigente, a incongruência, a inconstitucionalidade, dem jurídica e no plano social (HILL, 1982, p. 22).
etc.
A tarefa do legislador é delicada. A generalidade, a abs- 13.3 O Caráter subsidiário da atividade legislativa
tração e o efeito vinculante que caracterizam a lei revelam
não só a grandeza, mas também a problemática que mar- É certo que a lei exerce um papel deveras relevante
cam a atividade legislativa. A despeito dos cuidados toma- na ordem jurídica do Estado de Direito. Assinale-se, porém,
dos na feitura da lei (os estudos minudentes, os prognós- que os espaços não ocupados pelo legislador não são do-
ticos realizados com base em levantamentos cuidadosos, minados pelo caos ou pelo arbítrio.
etc.), não há como deixar de caracterizar o seu afazer como Embora a competência para editar normas, no tocan-
uma experiência. Trata-se, porém, da mais difícil das ex- te à matéria, quase não conheça limites (universalidade da
periências, a “experiência com o destino humano” (JAHR- atividade legislativa), a atividade legislativa é, e deve con-
REIS, 1953, p. 5). tinuar sendo, uma atividade subsidiária. Significa dizer que
Essas peculiaridades do processo de elaboração nor- o exercício da atividade legislativa está submetido ao prin-
mativa foram percebidas por Victor Nunes Leal: cípio da necessidade, isto é, que a promulgação de leis su-
Tal é o poder da lei que a sua elaboração reclama pre- pérfluas ou iterativas configura abuso do poder de legislar
cauções severíssimas. Quem faz a lei é como se estivesse (PESTALOZZA, 1981, p. 2082-2083). É que a presunção
acondicionando materiais explosivos. As consequências da de liberdade, que lastreia o Estado de Direito democráti-
imprevisão e da imperícia não serão tão espetaculares, e co, pressupõe um regime legal mínimo, que não reduza ou
quase sempre só de modo indireto atingirão o manipulador, restrinja, imotivada ou desnecessariamente, a liberdade de
mas podem causar danos irreparáveis. (LEAL, 1960, p. 7-8) ação no âmbito social. As leis hão de ter, pois, um funda-
Os riscos envolvidos na elaboração normativa exigem mento objetivo, devendo mesmo ser reconhecida a incons-
cautela daqueles que se ocupam desse processo. Eles es- titucionalidade das normas que estabelecem restrições dis-
tão obrigados a colher informações variadas sobre a ma- pensáveis.8
téria que deve ser regulada e a realizar uma pesquisa que
não pode ficar limitada a aspectos estritamente jurídicos. 13.4 Vinculação normativa do legislador e controle
É necessário realizar minuciosa investigação nos âmbitos de constitucionalidade
legislativo, doutrinário e jurisprudencial. A análise da re-
percussão econômica, social e política do ato legislativo A atividade legislativa deve ser exercida conforme as
é igualmente imprescindível. Somente a realização dessa normas constitucionais (Constituição, art. 1, parágrafo úni-
pesquisa, que demanda a utilização de conhecimentos in- co, e art. 5). Da mesma forma, o poder regulamentar (Cos-
terdisciplinares, poderá fornecer elementos seguros para a ntituição, art. 84, caput, inciso IV) deve ser exercido dentro
escolha dos meios adequados para atingir os fins almeja- dos limites estabelecidos pela lei. Isso significa que a ordem
dos. jurídica não tolera contradições entre normas jurídicas, ain-
A utilização de fórmulas obscuras ou criptográficas, mo- da que situadas em planos diversos.
tivadas por razões políticas ou de outra ordem, contraria Apesar disso, os limites normativos não são sempre ob-
princípios básicos do próprio Estado de Direito, como os da servados. Fatores políticos, razões econômico-financeiras
segurança jurídica e os postulados de clareza e de precisão ou questões de outra índole, às vezes, podem prevalecer
da norma jurídica (DEGENHART, 1987, p. 102). no processo legislativo com a aprovação de leis inconstitu-
cionais ou de regulamentos ilegais. No entanto, a aprova-
13.2 Funções das normas jurídicas ção da lei não garante sequer a sua aplicação, pois é muito
provável que as questões controvertidas sejam submetidas
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a ao Poder Judiciário.
tarefa de concretizar a Constituição. Elas devem criar os A Constituição de 1988 ampliou as possibilidades de
fundamentos de justiça e de segurança que assegurem um questionar a constitucionalidade das leis e dos atos norma-
desenvolvimento social harmônico em um contexto de paz tivos do Poder Púbico. O constituinte preservou o sistema
e de liberdade. de controle incidental de normas para permitir que qualquer
Esses complexos objetivos da norma jurídica são ex- juiz ou tribunal afastasse a aplicação da lei inconstitucional
pressos nas funções: no caso concreto.
a) de integração: a lei cumpre função de integração ao Além de manter o controle de constitucionalidade difu-
compensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de so, o constituinte ampliou, de forma significativa, o chama-
formação da vontade do Estado (desigualdades sociais, re- do controle abstrato de normas. Em primeiro lugar, criou a
gionais, etc.); ação declaratória de constitucionalidade – ADC (Emenda

Conhecimentos Específicos 136 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Constitucional no 3, de 17 de março de 1993). Em segundo Mesmo aqueles que se orientam por parâmetros de índole
lugar, ampliou o rol de legitimados a propositura de ações marcadamente pragmática devem estar advertidos de que,
no controle concentrado de constitucionalidade (Emenda já do prisma estritamente prático, eventual ofensa à Consti-
Constitucional no 45, de 30 de dezembro de 2004). tuição não deverá trazer qualquer utilidade, pois é possível
Antes, o controle abstrato de normas só poderia ser que se suspenda a eficácia do dispositivo questionado an-
iniciado pelo Procurador-Geral da República. Com a nova tes mesmo de sua aplicação.
redação constitucional, podem propor a Ação Direta de In-
constitucionalidade e a Ação Direta de Constitucionalidade 14 Requisitos da elaboração normativa
os seguintes órgãos ou autoridades:
a) Presidente da República; Alguns princípios constitucionais balizam a formulação
b) Mesa do Senado Federal; das disposições normativas. Algumas orientações para a
c) Mesa da Câmara dos Deputados; elaboração normativa podem ser inferidas a partir do prin-
d) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Le- cípio do Estado de Direito. Nesse sentido, as normas ju-
gislativa do Distrito Federal; rídicas devem ser dotadas de alguns atributos, como pre-
e) Governador de Estado ou do Distrito Federal; cisão ou determinabilidade, clareza e densidade suficiente
f) Procurador-Geral da República; (CANOTILHO, 2003) para permitir a definição do objeto da
g) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Bra- proteção jurídica e o controle de legalidade da ação admi-
sil; nistrativa.
h) partido político com representação no Congresso
Nacional; e 14.1 Clareza e determinação das normas
i) confederação sindical ou entidade de classe de âm-
bito nacional. O princípio da segurança jurídica, elemento fundamen-
tal do Estado de Direito, exige que as normas sejam preci-
Tal como a Constituição de 1967/1969 (art. 119, caput, sas e claras para que o destinatário das disposições possa
inciso I, alínea “p”), a Constituição de 1988 (art. 102, caput, identificar a nova situação jurídica e as consequências que
inciso I, alínea “p”) outorgou ao Supremo Tribunal Federal dela decorrem.
a competência para conceder medida cautelar nas ações As formulações obscuras, imprecisas, confusas ou con-
diretas de inconstitucionalidade. traditórias devem ser evitadas.
Assim, o Supremo Tribunal Federal poderá suspender,
liminarmente, a execução de ato normativo, caso considere 14.2 Princípio da reserva legal
presentes os pressupostos relativos à plausibilidade jurídi-
ca da arguição (fumaça do bom direito) e à possibilidade A Constituição consagra, em seu art. 37, a ideia de que
de que a aplicação da lei venha acarretar danos irrepará- a administração pública está submetida, dentre outros prin-
veis ou de difícil reparação (perigo da demora). Outrossim, cípios, ao da legalidade, que abrange postulados de supre-
o STF entendeu possível a concessão de liminar nas ações macia da lei e o princípio da reserva legal.
declaratórias de, apesar de não estar expresso na Consti- A supremacia da lei expressa a vinculação da adminis-
tuição (BRASIL, 1998b). tração pública ao Direito, o postulado de que o ato adminis-
Posteriormente, a Lei no 9.882, de 3 de dezembro de trativo que contraria norma legal é inválido. Esse princípio
1999, que regulamentou o art. 102, § 1, da Constituição, está sintetizado na Constituição (art. 5, caput, inciso II) pela
instituiu a arguição de descumprimento de preceito funda- fórmula: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
mental, cabível quando houver relevante fundamento em alguma coisa senão em virtude de lei.”
controvérsia constitucional, sobre lei ou ato normativo fede- Os postulados do Estado de Direito (art. 1) e o princípio
ral, estadual, distrital ou municipal, incluídos os anteriores à
da reserva legal (art. 5, caput, inciso II) impõem que as deci-
Constituição, e não houver qualquer outro meio eficaz para
sões normativas fundamentais sejam tomadas diretamente
sanar a lesividade. Diz-se, por isso, tratar-se de uma ação
pelo legislador.
subsidiária.
Com o advento da Emenda Constitucional no 45, de
14.2.1 Reserva legal qualificada
2004, foi criada a súmula vinculante (Constituição, art. 103-
A). Após reiteradas decisões sobre a matéria constitucional,
Além do princípio da legalidade, consagrado no art. 5,
por voto de dois terços dos membros do Supremo Tribunal
Fedeal, poderá ser editada súmula que, a partir de sua pu- caput, inciso II, da Constituição, o texto constitucional exi-
blicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em rela- ge, de forma expressa, que algumas providências sejam
ção aos demais órgãos do Poder Judiciário e às administra- precedidas de específica autorização legislativa, vinculada
ções públicas direta e indireta, nas esferas federal, estadual à determinada situação ou destinada a atingir determinado
e municipal. A delimitação e as formas de sua revisão ou objetivo (reserva legal qualificada).
cancelamento foram dadas pela Lei no 11.417, de 19 de Assim, a Constituição estabelece, em seu art. 5, XIII,
dezembro de 2006. ser “livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
O controle de constitucionalidade recomenda a todos são, atendidas as qualificações profissionais que a lei es-
os partícipes do processo de elaboração de leis cautela no tabelecer”.
exame da constitucionalidade das proposições normativas.

Conhecimentos Específicos 137 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Pode, no entanto, o legislador infraconstitucional impor individuais, mas pressupõe também que a previsão legal
restrições ao exercício de determinadas profissões se não contenha uma disciplina suficientemente concreta (densa,
“atendidas as qualificações profissionais que a lei estabele- determinada) (CANOTILHO, 2003, p. 258). É essa densida-
cer”, mas sempre com objetivo de evitar algum dano social de suficiente que, de um lado, há de definir as posições juri-
decorrente do exercício da profissão por pessoa sem qua- dicamente protegidas e, de outro, pautar a ação do Estado.
lificação. Já decidiu o Supremo Tribunal Federal que “Essa A exigência relativa à adequada densidade da norma
limitação há que ser posta, entretanto sempre, com vistas tem especial importância no âmbito do Direito Penal, pois
ao interesse público. Nunca aos interesses de grupos pro- eventual incriminação vaga ou imprecisa de certos fatos
fissionais”(BRASIL, 2011b). poderia reduzir a segurança jurídica, nulificando a garantia
Da mesma, forma, consagra-se no art. 5, XXIII, que “a que se pretende alcançar com o princípio da reserva legal.
propriedade atenderá a sua função social”. Eventuais restri-
ções à liberdade de exercício profissional somente podem 14.2.5 A lei e o respeito ao direito adquirido, ao ato
ser levadas a efeito no tocante às qualificações profissio- jurídico perfeito e à coisa julgada
nais. Assim, as restrições ao direito de propriedade somen-
te se legitimam, igualmente, se tiverem por escopo assegu- A Constituição diz, no art. 5, caput, inciso XXXVI, que “a
rar a sua função social. lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito
e a coisa julgada”. Trata-se de postulado fundamental de se-
14.2.2 Princípio da legalidade nos âmbitos penal, gurança jurídica, pedra angular do Estado de Direito. Com
tributário e administrativo a consagração dessa fórmula, o constituinte impõe que o
legislador não só respeite as situações jurídicas individuais
A Constituição consagra, no art. 5, caput, inciso XXXIX, consolidadas, mas que também preserve os efeitos que se
exigência expressa de previsão legal para a definição de prolonguem. Da mesma forma, exige que a lei respeite a
crime e a cominação de pena, e proíbe a retroatividade da coisa julgada, abrangida tanto a coisa julgada formal, que
lei penal (Constituição, art. 5, caput, inciso XL). Exige que o impede a discussão da questão decidida no mesmo proces-
crime seja previsto em lei escrita e veda a utilização de ana- so, quanto à coisa julgada material, que obsta à discussão
logia em relação às normas incriminadoras, e o emprego de da questão decidida em outro processo (MIRANDA, 1987;
fórmulas vagas ou indeterminadas. BASTOS, 1990, p. 199).
Da mesma forma, segundo a Constituição, art.150, a
instituição ou a elevação de tributos somente pode ocor- 14.2.6 As remissões legislativas
rer por lei formal – princípio da legalidade (COELHO, 2006,
p.280- 281). A remissão constitui técnica legislativa conhecida. En-
Tem-se, ainda, outras hipóteses de reserva legal qua- quanto a remissão à norma de um mesmo texto legislativo
lificada, entre as quais cabe destacar a reserva legal em não se afigura problemática (remissão interna), as remis-
matéria de Direito Administrativo (art. 37, caput), como suas sões a outros textos legislativos (remissão externa) são
derivações tais quais a reserva legal em fixação de remune- passíveis de sofrer objeções de índole constitucional, pois
ração (art. 37, inciso X), criação de entidades (art. 37, inciso podem afetar a clareza e precisão da norma jurídica (HILL,
XIX), criação de cargos (art. 61, § 1º, inciso II, alínea “a”) ou 1982. p. 115. BIELSA, 1987. p. 223). Particularmente pro-
criação de órgãos (art. 61, § 1º, inciso II, alínea “e”). blemáticas afiguram-se as remissões encadeadas, isto é,
a remissão a dispositivos que, por sua vez, remetem a ou-
14.2.3 Reserva legal e princípio da tras proposições. A remissão pura e simples a disposições
proporcionalidade constantes de outra lei pode preparar dificuldades adicio-
nais, uma vez que, em caso de revogação ou alteração do
A simples existência de lei não é suficiente para legiti- texto a que se fez referência, subsistirá, quase inevitavel-
mar a intervenção no âmbito dos direitos e das liberdades mente, a dúvida sobre o efetivo conteúdo da norma (HILL,
individuais. É preciso também que as restrições sejam pro- 1982. p. 115. BIELSA, 1987. p. 223).
porcionais, isto é, que sejam adequadas e justificadas pelo Recomenda-se, por isso, que, se as remissões forem
interesse público e atendam ao critério de razoabilidade inevitáveis, sejam elas formuladas de tal modo que permi-
(BRASIL, 1976). Em outros termos, tendo em vista a obser- tam ao intérprete apreender o seu sentido sem ter de com-
vância ao princípio da proporcionalidade, cabe analisar não pulsar o texto referido.
só a legitimidade dos objetivos do legislador, mas também a Acentue-se, ademais, que a remissão a atos secun-
adequação dos meios empregados, a necessidade de sua dários, como regulamentos ou portarias, pode configurar
utilização, e a razoabilidade, isto é, a ponderação entre a afronta aos princípios da reserva legal e da independência
restrição a ser imposta aos cidadãos e os objetivos preten- entre os poderes.
didos (MENDES, 1990, p. 48; CASTRO, 1989. p. 153). Por fim, deve-se indicar expressamente o dispositivo
objeto de remissão interna, em vez de usar as expressões
14.2.4 Densidade da norma “anterior”, “seguinte” ou equivalentes.

O princípio da reserva legal exige não só expressa au-


torização legislativa para intervenção no âmbito dos direitos

Conhecimentos Específicos 138 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

15 Desenvolvimento de uma lei XI – participação nos lucros, ou resultados, desvincula-


15.1 Considerações preliminares da da remuneração, e, excepcionalmente, participação na
gestão da empresa, conforme definido em lei.
A atividade legislativa não constitui um sistema linear Às vezes, um dever constitucional de legislar pode se
e unidimensional em queos atores procedem de forma pre- derivar de princípios gerais consagrados na Constituição,
visível ou planejada. Ao contrário, a atividade legislativa é como os postulados da democracia, do Estado de Direito e
formada por um conjunto deinteresses diferenciados e de Social e da Dignidade da Pessoa Humana. Outras vezes,
relações de força no complexo campo político (HILL, 1982, esse dever torna-se manifesto em decorrência de uma de-
p. 53). Embora os procedimentos relacionados com aforma- cisão judicial do Supremo Tribunal Federal nos processos
ção da lei estejam previstos de modo mais ou menos deta- de mandado de injunção ou de ação direta de controle da
lhado na Constituição, a metodologia empregada na elabo- omissão (Constituição, art. 5, caput, inciso LXXI, e art. 103,
ração das leis não observa, necessariamente, um programa § 2 ).
previamente definido. É possível, todavia, fixar planos para A decisão política de deflagrar o processo legislativo
a elaboração legislativa, como ocorre, normalmente, nos decorre, muitas vezes, de iniciativas de órgãos da socieda-
Planos de Governo, nos quais se estabelecem as diretrizes de civil, tais como:
para a legislatura futura. a) as resoluções aprovadas nas convenções partidá-
Não obstante, nem tudo pode ser planejado. Muitas rias;
iniciativas, no plano legislativo, são determinadas por cir- b) as propostas formuladas por associações, órgãos de
cunstâncias ou eventos imprevistos ou imprevisíveis, que classe, sindicatos, igrejas etc.; e
exigem uma pronta ação do legislador. Assim, apesar de
c) a discussão nos órgãos de opinião pública.
toda a boa vontade e a organização, não é possível pla-
nejar, de forma absolutamente satisfatória, a ação legisla-
15.2 O processo legislativo interno
tiva. Conclui-se que a impossibilidade de um planejamento
rigoroso da atividade legislativa acaba por fazer com que
o desenvolvimento da lei dependa, não raras vezes, de im- Além do processo legislativo disciplinado na Constitui-
pulsos isolados. ção (processo legislativo externo), a doutrina identifica o
Os impulsos de índole jurídica devem ser diferenciados chamado processo legislativo interno, que se refere à forma
daqueles de caráter marcadamente político. Os primeiros de fazer adotada para a tomada da decisão legislativa.
decorrem, normalmente, de uma exigência expressamente Apesar de sua relativa informalidade, o processo le-
estabelecida na Constituição, isto é, de um dever constitu- gislativo interno traduz um esforço de racionalização dos
cional de legislar. procedimentos de decisão, uma exigência do próprio Esta-
Alguns exemplos de deveres impostos ao legislador po- do de Direito. A doutrina esforça-se por identificar o roteiro
dem ser mencionados: básico observado na definição de uma decisão legislativa.

a) Constituição, art. 5, caput, inciso XXIX: 15.2.1 Identificação e definição do problema


[...] a lei assegurará aos autores de inventos industriais
privilégio temporário para sua utilização, bem como prote- Antes de decidir sobre as providências a serem toma-
ção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos das, é essencial identificar o problema a ser enfrentado.
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em Realizada a identificação do problema em decorrência de
vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e impulsos externos (manifestações de órgãos de opinião
econômico do País. pública, críticas de segmentos especializados) ou graças à
atuação dos mecanismos próprios de controle, o problema
b) Constituição, art. 5, caput, inciso XXXII: deve ser delimitado de forma precisa. A reunião de informa-
[...] o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do ções exatas sobre uma situação considerada inaceitável ou
consumidor. problemática é imprescindível para evitar a construção de
falsos problemas (HILL, 1982, p. 62) e para afastar o perigo
c) Constituição, art. 7: de uma avaliação errônea (superestimação ou subestima-
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
ção).
de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida ar-
15.2.2 Análise da situação questionada e de suas
bitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complemen-
causas
tar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos; [...]
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unifi- A complexidade do processo de elaboração de lei e as
cado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas consequências que podem advir do ato legislativo exigem
e às de sua família, com moradia, alimentação, educação, que a instauração do processo de elaboração normativa
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência seja precedida de rigorosa análise dos fatos relevantes
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder (apontamento das distorções existentes e as suas even-
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; tuais causas); do exame de todo o complexo normativo em
[...] questão (análise de julgados, pareceres, críticas doutriná-

Conhecimentos Específicos 139 A Opção Certa Para a Sua Realização


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rias, etc.); e de levantamento de dados sobre a questão .É exatamente a observância do princípio da proporcio-
(audiência de entidades representativas e dos atingidos ou nalidade que recomenda que, no conjunto de alternativas
afetados pelo problema etc.) (NOLL, 1971). existentes, seja eleita aquela que, embora tenha a mesma
A análise da situação questionada deve contemplar as efetividade, afete de forma menos intensa a situação indi-
causas ou o complexo de causas que eventualmente de- vidual.
terminaram ou contribuíram para o seu desenvolvimento. Na avaliação das alternativas, não se devem perder de
Essas causas podem ter influências diversas, tais como vista aspectos relevantes da aplicação e da execução da lei
condutas humanas, desenvolvimentos sociais ou econômi- (análises das repercussões econômico-financeiras, exame
cos, influências da política nacional ou internacional, con- da relação custo-benefício, testes e experimentos relacio-
sequências de novos problemas técnicos, efeitos de leis nados com as possíveis consequências da aplicação do
antigas, mudanças de concepção etc. (HILL, 1982). novo modelo legal, etc.).
Na comparação das alternativas, deve-se dar preferên-
15.2.3 Definição dos objetivo pretendidos cia àquelas que se mostrem compatíveis com todo o siste-
ma jurídico (harmonia com o sistema jurídico).
Para verificar a adequação dos meios a serem utiliza- Finalmente, compete avaliar o grau de aceitabilidade
dos, deve-se realizar uma análise dos objetivos que se es- pelos cidadãos das medidas propostas e de sua factibili-
peram com a aprovação da proposta. A ação do legislador, dade ou exequibilidade. A possibilidade de resistência sé-
nesse âmbito, não difere, fundamentalmente, da atuação ria contra a aplicação de determinada norma por parte dos
do homem comum, que se caracteriza mais por saber exa- eventuais atingidos e a probabilidade de que ela venha a
tamente o que não quer, sem precisar o que efetivamente ser objeto de impugnações judiciais fundadas devem ser
pretende. levadas em conta na formulação das proposições norma-
A avaliação emocional dos problemas, a crítica gene- tivas.
ralizada e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas
dominante acabam por permitir que predominem as solu- 15.2.5 Controle de resultados
ções negativistas, que têm por escopo, fundamentalmente,
suprimir a situação questionada sem contemplar, de forma O processo de decisão normativa estará incompleto
detida e racional, as alternativas possíveis ou as causas caso se entenda que a tarefa do legislador se encerre com
determinantes desse estado de coisas negativo. Outras a edição do ato normativo. Uma planificação mais rigorosa
vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, do processo de elaboração normativa exige um cuidadoso
pura e simplesmente, a preservação do status quo. controle das diversas consequências produzidas pelo novo
Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, ato normativo.
a uma imprecisa definição dos objetivos. A definição da de- Mencionem-se algumas formas de controle posterior
cisão legislativa deve ser precedida de uma rigorosa ava- dos resultados da lei:
liação das alternativas existentes, seus prós e contras. A a) afirma-se, ordinariamente, que o legislador está sub-
existência de diversas alternativas para a solução do pro- metido não só ao dever de legislar, mas também a um de-
blema não só amplia a liberdade do legislador, como tam- ver geral de aferição e de adequação dos atos legislativos
bém permite a melhoria da qualidade da decisão legislativa. já em vigor. Esse dever de adequação manifesta-se, es-
pecialmente, naquelas decisões legislativas tomadas com
15.2.4 Crítica das propostas base em prognósticos ou em juízos de probabilidade, tal
como ocorre com os planos econômicos e com as leis que
Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, disciplinam realidades técnico-científicas;
devem-se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob b) outra forma convencional de controle são os chama-
dois pontos de vista: dos relatórios de experiências, elaborados para avaliar e
a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se sistematizar os resultados e as experiências colhidos com
a análise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra a aplicação da lei. No tocante à execução orçamentária, o
consistente; próprio constituinte estabeleceu exigência de elaboração
b) De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utili- e de publicação de relatório circunstanciado (Constituição,
zação de critérios de probabilidade (prognósticos), se os art. 165, § 3). A elaboração desses relatórios pode ser pre-
meios a serem empregados mostram-se adequados a pro- vista, igualmente, em lei ou ser requerida por iniciativa par-
duzir as consequências desejadas. Devem-se contemplar, lamentar (Constituição, art. 58, §2, inciso III);
igualmente, as suas deficiências e os eventuais efeitos co- c) a análise das decisões judiciais, proferidas no âmbito
laterais negativos (NOLL, 1971; HILL, 1982). do controle judicial da constitucionalidade das leis e da legi-
timidade dos atos administrativos, permite, igualmente, afe-
A crítica das proposições formuladas deve questionar rir os resultados obtidos na aplicação e na execução da lei;
se as medidas a implementar são compatíveis com o princí- d) outras modalidades de controle devem ser contem-
pio da proporcionalidade, o qual exige que a intervenção no pladas, tais como as críticas científicas, as manifestações
âmbito do direito individual seja não só indispensável, mas dos cidadãos, por meio de órgãos de representação ou iso-
também adequada e razoável ladamente, críticas de órgãos de imprensa etc.;

Conhecimentos Específicos 140 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Sobre o assunto ver subitítulo “14.2.3 Reserva legal e 2.3.6 entendimento e aceitação por parte dos interessa-
princípio da proporcionalidade”. dos e dos responsáveis pela execução; e
A falta de um efetivo controle de resultados pode en- 2.3.7 possibilidade de impugnação no Poder Judiciário.
sejar a configuração de inconstitucionalidade por omissão,
uma vez que o legislador está obrigado a realizar a atualiza- Competência legislativa
ção e a adequação permanentes das normas. 3 A União deve tomar alguma providência? A União dis-
põe de competência constitucional ou legal para fazê-lo?
15.3 Elaboração de atos normativos no âmbito do 3.1 Trata-se de competência privativa?
Poder Executivo federal 3.2 Trata-se de caso de competência concorrente?
3.3 Na hipótese de competência concorrente, a propos-
Devem ser examinadas, sobretudo, as questões apre- ta está formulada de modo que assegure a competência
sentadas no Anexo ao Decreto nº 9.191, de 2017: substancial do Estado-membro?
QUESTÕES A SEREM ANALISADAS QUANDO DA 3.4 A proposta não apresenta formulação extremamen-
ELABORAÇÃO DE ATOS NORMATIVOS NO ÂMBITO DO te detalhada que acaba por exaurir a competência esta-
PODER EXECUTIVO FEDERAL dual?
3.5 A matéria é de fato de iniciativa do Poder Executivo
Diagnóstico federal? Ou estaria ela afeta à iniciativa exclusiva do Supre-
1 Alguma providência deve ser tomada? mo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, do Procu-
1.1 Qual é o objetivo pretendido? rador-Geral da República ou do Defensor-Geral da União?
1.2 Quais foram as razões que determinaram a inicia-
tiva? Necessidade de lei
1.3 Neste momento, como se apresenta a situação no 4 Deve ser proposta edição de lei?
plano fático e no plano jurídico? 4.1 A matéria a ser regulada está submetida ao princí-
1.4 Que falhas ou distorções foram identificadas? pio da reserva legal?
1.5 Que repercussões tem o problema que se apresen- 4.2 Por que a matéria deve ser submetida ao Congres-
ta no âmbito da economia, da ciência, da técnica e da juris- so Nacional?
prudência? 4.3 Se não for o caso de se propor edição de lei, a ma-
1.6 Qual é o conjunto de destinatários alcançados pelo téria deve ser disciplinada por decreto? Por que não seria
problema e qual é o número de casos a resolver? suficiente portaria?
1.7 O que poderá acontecer se nada for feito? (Exem- 4.4 Existe fundamento legal suficiente para a edição de
plo: o problema se agravará? ato normativo secundário? Qual?
Permanecerá estável? Poderá ser superado pela pró-
pria dinâmica social, sem a intervenção do Estado? Com Reserva legal
que consequências?) 5 Estão sendo utilizadas fórmulas legais excessivamen-
te genéricas?
Alternativas 5.1 Configura-se violação ao princípio da legalidade?
2 Quais são as alternativas disponíveis? 5.2 Há conteúdo abdicatório ou demissionário na norma
2.1 Qual foi o resultado da análise do problema? Onde proposta?
se situam as causas do problema? Sobre quais causas 5.3 Configura-se violação ao princípio da legalidade?
pode incidir a ação que se pretende executar? 5.4 Está havendo indevida delegação legislativa?
2.2 Quais são os instrumentos da ação que parecem
adequados para alcançar os objetivos pretendidos, no todo Norma temporária
ou em parte? (Exemplo: medidas destinadas à aplicação e 6 A norma deve ter prazo de vigência limitado?
à execução de dispositivos já existentes; trabalhos junto à 6.1 Seria o caso de editar norma temporária?
opinião pública; amplo entendimento; acordos; investimen-
tos; programas de incentivo; auxílio para que os próprios Medida provisória:
destinatários alcançados pelo problema envidem esforços 7 Deve ser proposta a edição de medida provisória?
que contribuam para sua resolução; instauração de proces- 7.1 O que acontecerá se nada for feito de imediato?
so judicial com vistas à resolução do problema.) 7.2 A proposta pode ser submetida ao Congresso Na-
2.3 Quais instrumentos de ação parecem adequados, cional sob a forma de projeto de lei em regime de urgência
considerando-se os seguintes aspectos: (art. 64, § 1, da Constituição)?
2.3.1 desgastes e encargos para os cidadãos e a eco- 7.3 Trata-se de matéria que pode ser objeto de medida
nomia; provisória, tendo em vista as vedações estabelecidas no §
2.3.2 eficácia (precisão, grau de probabilidade de con- 1o do art. 62 e no art. 246 da Constituição?
secução do objetivo pretendido); 7.4 Estão caracterizadas a relevância e a urgência ne-
2.3.3 custos e despesas para o orçamento público; cessárias?
2.3.4 efeitos sobre o ordenamento jurídico e sobre as 7.5 Em se tratando da abertura de crédito extraordiná-
metas já estabelecidas; rio, está atendido o requisito da imprevisibilidade?
2.3.5 efeitos colaterais e outras consequências;

Conhecimentos Específicos 141 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Oportunidade do ato normativo 10.1.12 As normas previstas preservam o direito aos


8 O momento é oportuno? princípios do contraditório e da ampla defesa no processo
8.1 Quais são as situações-problema e os outros con- judicial e administrativo?
textos correlatos que devem ainda ser considerados e pes- 10.2 Os direitos de igualdade foram afetados?
quisados? Por que, então, deve ser tomada alguma provi- 10.2.1 Observaram-se os direitos de igualdade espe-
dência neste momento? ciais? (Exemplo: proibição absoluta de diferenciação)
8.2 Por que não podem ser aguardadas outras altera- 10.2.2 O princípio geral de igualdade foi observado?
ções necessárias, que se possam prever, para que sejam 10.2.3 Quais são os pares de comparação?
contempladas em um mesmo ato normativo? 10.2.4 Os iguais foram tratados de forma igual e os de-
siguais de forma desigual?
Densidade do ato normativo 10.2.5 Existem razões que justifiquem as diferenças
9 A densidade que se pretende conferir ao ato normati- decorrentes ou da natureza das coisas ou de outros funda-
vo é a apropriada? mentos de índole objetiva?
9.1 A proposta de ato normativo está isenta de disposi- 10.2.6 As diferenças existentes justificam o tratamento
ções programáticas, simbólicas, discursivas ou expletivas? diferenciado? Os pontos em comum legitimam o tratamento
9.2 É possível e conveniente que a densidade da norma igualitário?
(diferenciação e detalhamento) seja flexibilizada por fórmu- 10.3 A proposta pode afetar situações consolidadas?
las genéricas (tipificação e utilização de conceitos jurídicos Há ameaça de ruptura ao princípio de segurança jurídica?
indeterminados ou atribuição de competência discricioná- 10.3.1 Observou-se o princípio que determina a preser-
ria)? vação de direito adquirido?
9.3 Os detalhes ou eventuais alterações podem ser 10.3.2 A proposta pode afetar ato jurídico perfeito?
confiados ao poder regulamentar da União ou de outros en- 10.3.3 A proposta contém possível afronta à coisa jul-
tes federativos? gada? ”
9.4 A matéria já não teria sido regulada em outras dis- 10.3.4 Trata-se de situação jurídica suscetível de mu-
posições de hierarquia superior (regras redundantes que dança? (Exemplos: institutos jurídicos, situações estatutá-
poderiam ser evitadas)? Por exemplo, em: rias, garantias institucionais.)
9.4.1 tratado aprovado pelo Congresso Nacional; 10.3.5 Seria recomendável a adoção de cláusula de
9.4.2 lei federal, em relação a regulamento; ou transição entre o regime vigente e o regime proposto?
9.4.3 regulamento, em relação a portaria.
9.5 Quais são as regras já existentes que serão afeta- Norma penal
das pela disposição pretendida? São regras dispensáveis? 11.1 Trata-se de norma de caráter penal?
11.1.1 O tipo penal está definido de forma clara e ob-
Direitos fundamentais jetiva?
10 As regras propostas afetam direitos fundamentais? 11.1.2 A norma penal é necessária? Não seria mais
As regras propostas afetam garantias constitucionais? adequado e eficaz a previsão da conduta apenas como ilí-
10.1 Os direitos de liberdade podem ser afetados? cito administrativo?
10.1.1 Direitos fundamentais especiais podem ser afe- 11.1.3 A proposta respeita a irretroatividade?
tados? 11.1.4 A pena proposta é compatível com outras figuras
10.1.2 Qual é o âmbito de proteção do direito funda- penais existentes no ordenamento jurídico?
mental afetado? 11.1.5 Tem-se agravamento ou melhoria da situação do
10.1.3 O âmbito de proteção sofre restrição? destinatário da norma?
10.1.4 A proposta preserva o núcleo essencial dos di- 11.1.6 Trata-se de pena mais grave?
reitos fundamentais afetados? 11.1.7 Trata-se de norma que gera a despenalização
10.1.5 Cuida-se de direito individual submetido a sim- da conduta?
ples reserva legal? 11.1.8 Eleva-se ou reduz-se o prazo de prescrição do
crime?
10.1.6 Cuida-se de direito individual submetido a reser-
va legal qualificada?
Norma tributária
10.1.7 Qual seria o outro fundamento constitucional
12 Pretende-se instituir ou aumentar tributo? Qual é o
para a aprovação da lei? (Exemplo: regulação de colisão
fundamento constitucional?
de direitos.)
12.1 Está sendo respeitado a estrita legalidade tributá-
10.1.8 A proposta não abusa de formulações genéri-
ria de que trata o art. 150, caput, inciso I, da Constituição?
cas? (Exemplo: conceitos jurídicos indeterminados.)
12.2 Há definição clara de todos os elementos da obri-
10.1.9 A fórmula proposta não se afigura extremamente
gação tributária? Qual a hipótese de incidência, a base de
casuística? cálculo, o sujeito passivo e as consequências no caso de
10.1.10 Observou-se o princípio da proporcionalidade não pagamento ou de pagamento em atraso?
ou do devido processo legal substantivo? 12.3 A lei afeta fatos geradores ocorridos antes de sua
10.1.11 Pode o cidadão prever e aferir as limitações ou vigência (lei retroativa)?
os encargos que lhe poderão advir?

Conhecimentos Específicos 142 A Opção Certa Para a Sua Realização


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12.4 A cobrança de tributos será realizada no mesmo Exequibilidade


exercício financeiro da publicação da lei? 15 O ato normativo é exequível?
12.5 O princípio da imunidade recíproca está sendo ob- 15.1 Por que não se renuncia a novo sistema de contro-
servado? le por parte da administração pública federal?
12.6 As demais imunidades tributárias foram observa- 15.2 As disposições podem ser aplicadas diretamente?
das? 15.3 As disposições administrativas que estabelecem
12.7 Há disposição que assegure o princípio da ante- normas de conduta ou proíbem determinadas práticas po-
rioridade (cobrança somente a partir do exercício financeiro dem ser aplicadas com os meios existentes?
seguinte ao da publicação) e o princípio da anterioridade 15.4 É necessário incluir disposições sobre proteção ju-
especial (cobrança apenas após noventa dias, contados da rídica? Por que as disposições gerais não são suficientes?
data da publicação)? 15.5 Por que não podem ser dispensadas:
12.8 No caso de imposto instituído ou majorado por 15.5.1 as regras sobre competência e organização;
medida provisória:, foi observado que o ato só produzirá 15.5.2 a criação de novos órgãos e comissões consul-
efeitos no exercício financeiro seguinte se aprovada a me- tivas;
dida provisória até o último dia daquele exercício em que 15.5.3 a intervenção da autoridade;
foi editada? 15.5.4 as exigências relativas à elaboração de relató-
12.9 O tributo que se pretende instituir tem caráter con- rios; ou
fiscatório? 15.5.5 outras exigências burocráticas?
12.10 No caso de taxa, cuida-se de exação a ser cobra- 15.6 Quais órgãos ou instituições devem assumir a res-
da em razão do exercício de poder de polícia ou da pres- ponsabilidade pela execução das medidas?
tação de serviço público específico e divisível prestados 15.7 Quais conflitos de interesse o executor da medida
ou postos à disposição do contribuinte? Há equivalência terá de administrar?
razoável entre o custo da atividade estatal e a prestação 15.8 O executor das medidas dispõe da necessária dis-
cobrada? cricionariedade?
15.9 Qual é a opinião das autoridades incumbidas de
Norma de regulação profissional executar as medidas quanto à clareza dos objetivos preten-
13 Existe necessidade social da regulação profissional? didos e à possibilidade de sua execução?
13.1 Quais danos concretos para a vida, a saúde ou a 15.10 A regra pretendida foi submetida a testes sobre a
ordem social podem advir da ausência de regulação profis- possibilidade de sua execução com a participação das au-
sional? toridades encarregadas de aplicá-la? Por que não? A que
13.2 A limitação para o “livre exercício de qualquer tra- conclusão se chegou?
balho, ofício ou profissão” (art. 5 inciso XIII, da Constitui-
ção), é realmente necessária? Análise de custos envolvidos
13.3 As exigências de qualificação profissional ou de 16 Existe relação equilibrada entre custos e benefícios?
registro em conselho profissional decorrem de necessidade Procedeu-se a análise?
da sociedade ou são tentativa de fechar o mercado? 16.1 Qual o ônus a ser imposto aos destinatários da
13.4 É necessária a inscrição em conselho profissional? norma?
13.4.1 Precisa-se criar novo conselho profissional? Não 16.1.1 Que gastos diretos terão os destinatários?
bastaria aproveitar a estrutura de conselho profissional já 16.1.2 Que gastos com procedimentos burocráticos se-
existente? rão acrescidos? (Exemplo: calcular, ou, ao menos, avaliar
13.4.2 O conselho profissional exercerá efetiva fiscali- os gastos diretos e os gastos com procedimentos burocrá-
zação do trabalho prestado pelos inscritos ou se limitará ao ticos, incluindo verificação do tempo despendido pelo desti-
controle formal do registro? natário com atendimento das exigências formais)
13.5 Há clareza na delimitação da área de atuação pri- 16.2 Os destinatários da norma, em particular as pes-
vativa da profissão regulamentada? soas naturais, as microempresas e as empresas de peque-
Não se está incluindo atividades que podem ser exerci- no porte, podem suportar esses custos adicionais?
das por outras profissões regulamentadas ou por qualquer 16.3 As medidas pretendidas impõem despesas adicio-
pessoa? nais ao orçamento da União, dos Estados, do Distrito Fede-
13.6 Com quais outras profissões, regulamentadas ou ral e dos Municípios? Quais são as possibilidades existen-
não, há possibilidade de conflito de área de atuação? Esse tes para enfrentarem esses custos adicionais?
conflito poderá causar dano ao restante da sociedade? 16.4 Quais são as despesas indiretas dos entes públi-
cos com a medida? Quantos servidores públicos terão de
Compreensão do ato normativo ser alocados para atender as novas exigências e qual é o
14 O ato normativo corresponde às expectativas dos custo estimado com eles? Qual o acréscimo previsto para a
cidadãos e é inteligível para todos? despesa de custeio?
14.1 O ato normativo proposto será entendido e aceito 16.5 Os gastos previstos podem ser aumentados por
pelos cidadãos? força de controvérsias judiciais ou administrativas? Qual é o
14.2 Os destinatários da norma podem entender o vo- custo potencial com condenações judiciais e com a estrutu-
cabulário utilizado, a organização e a extensão das frases ra administrativa necessária para fazer face ao contencioso
e das disposições, a sistemática, a lógica e a abstração? judicial e ao contencioso administrativo?

Conhecimentos Específicos 143 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

16.6 Há previsão orçamentária suficiente e específica 18.1.5 a adaptação dos sistemas de informática utiliza-
para a despesa? É necessária a alteração prévia da legis- dos pela administração pública ou por particulares?
lação orçamentária? 18.2 Qual a redução de custos possível para a adminis-
16.7 Há compatibilidade entre a proposta e os limites tração pública e para os particulares se os prazos de adap-
individualizados para as despesas primárias de que trata tação forem ampliados?
o art. 107 do Ato das Disposições Constitucionais Transi- 18.3 Qual é o período do mês, do ano ou da semana
tórias? mais adequado para o início da aplicação das novas re-
gras?
Simplificação administrativa 18.4 Para o cumprimento da nova obrigação, foi espe-
17 O ato normativo implicará redução ou ampliação das cificado tratamento diferenciado, simplificado e favorecido
exigências procedimentais? ou prazo especial para as microempresas e empresas de
17.1 Em que medida os requisitos necessários à for- pequeno porte, observado o disposto nos § 3o ao § 6o do
mulação de pedidos perante autoridades podem ser sim- art. 1 da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de
plificados? 2006?
17.2 Qual a necessidade das exigências formuladas?
Qual o dano concreto no caso da dispensa? Avaliação de resultados
17.3 Quais os custos que os atingidos pelo ato normati- 19 Como serão avaliados os efeitos do ato normativo?
vo terão com as exigências formuladas? 19.1 Qual a periodicidade da avaliação de resultados
17.4 Qual será o tempo despendido pelos particulares do ato normativo?
com as exigências formuladas? O que pode ser feito para 19.2 Como ocorrerá a reversão das medidas em caso
reduzir o tempo despendido? de resultados negativos ou insuficientes?
17.5 As exigências formuladas são facilmente com-
preensíveis pelos atingidos? TÉCNICA LEGISLATIVA E ATOS NORMATIVOS
17.6 Foram observadas as garantias legais de:
17.6.1 não reconhecer firma e não autenticar documen- 16 Técnica legislativa
tos em cartório (art. 22 da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de
1999)? É recomendável que o legislador redija as leis dentro
17.6.2 não apresentar prova de vida, residência, pobre- de um espírito de sistema, tendo em vista não só a coerên-
za, dependência econômica, homonímia ou bons antece- cia e a harmonia interna de suas disposições, mas também
dentes (Lei no 7.115, de 29 de agosto de 1983)? a sua adequadam inserção no sistema jurídico como um
17.6.3 não apresentar documentos já existentes no âm- todo (LEAL, 1960, p. 7). Essa sistematização expressa uma
bito da administração pública federal ou apresentar nova característica da cientificidade do Direito e corresponde às
prova sobre fato já comprovado perante o ente público (art. exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que
37 da Lei no 9.784, de 1999, e inciso XV do caput do art. 5 impedem uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada
da Lei no 13.460, de 26 de junho de 2017)? na aplicação do Direito.
17.7 obter decisão final a respeito do requerimento no Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemá-
prazo de trinta dias (art. 49 da Lei 9.784, de 1999)? tica interna (compatibilidade teleológica e ausência de con-
17.8 O interessado poderá cumprir as exigências por tradição lógica) e sistemática externa (estrutura da lei).
meio eletrônico?
17.8.1 Os sistemas eletrônicos utilizados atendem os 16.1 Sistemática interna da lei
requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e
interoperabilidade da ICP-Brasil? A existência de um sistema interno deve, sempre que
17.8.2.Na hipótese de dificuldade no uso ou de os possível, evitar contradições lógicas, teleológicas, ou valo-
meios eletrônicos não atenderem os requisitos da ICP-Bra- rativas. Tem-se uma contradição lógica se, por exemplo,
sil, está garantida a possibilidade de realização das formali- a conduta autorizada pela norma A é proibida pela norma
dades por meio físico? B. Verifica-se uma contradição valorativa se identificam-se
incongruências de conteúdo axiológico dentro do sistema.
Prazo de vigência e de adaptação É o que resulta, por exemplo, da edição de normas discrimi-
18 Há necessidade de vacatio legis ou de prazo para natórias dentro de um sistema que estabelece a igualdade
adaptação da administração e dos particulares? como princípio basilar. Constata-se uma contradição teleo-
18.1 Qual o prazo necessário para: lógica se há uma contradição entre os objetivos de dispo-
18.1.1 os destinatários tomarem conhecimento da nor- sições diversas, de modo que a observância a umpreceito
ma e analisarem os seus efeitos? importa a nulificação dos objetivos visados pela outra.
18.1.2 a edição dos atos normativos complementares
essenciais para a aplicação da norma? 16.2 Sistemática externa da lei
18.1.3 a administração pública adaptar-se às medidas?
18.1.4 a adequação das estruturas econômicas de pro- O exame da estrutura básica de uma lei talvez constitua
dução ou de fornecimento dos produtos ou serviços que a forma mais adequada de apreender aspectos relevantes
serão atingidos? de sua sistemática externa.

Conhecimentos Específicos 144 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplo da estrutura: Seção II


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Dos Servidores Públicos

PREÂMBULO Seção III


Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
TÍTULO I Territórios
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Seção IV
TÍTULO II Das Regiões
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (...)
A sistematização das leis mais complexas observa o
CAPÍTULO I seguinte esquema básico: livros, títulos, capítulos, seções,
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETI- subseções e artigos.
VOS O exemplo acima, cumpre ressaltar, não é aplicável à
maioria dos atos normativos. A regra geral é a organização
CAPÍTULO II dos atos normativos em torno de meros artigos. Portanto,
DOS DIREITOS SOCIAIS é equivocada a tendência de se pretender realizar divisão
de atos normativos diminutos e de baixa complexidade em
CAPÍTULO III capítulos e seções, de modo a gerar anomalias como vários
DA NACIONALIDADE capítulos compostos de apenas um artigo.

CAPÍTULO IV 16.2.1 Artigo


DOS DIREITOS POLÍTICOS
Artigo é a unidade básica para apresentação, divisão
CAPÍTULO V ou agrupamento de assuntos em um texto normativo. A Lei
DOS PARTIDOS POLÍTICOS Complementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998, apre-
senta as regras para a numeração dos artigos, de maneira
TÍTULO III que, até o artigo nono (art. 9), deve-se adotar a numeração
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ordinal. A partir do artigo dez, emprega-se a numeração
cardinal correspondente, seguida de pontofinal (art. 10.).
CAPÍTULO I Os artigos serão designados pela abreviatura “Art.”, com
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA inicial maiúscula, sem traço antes do início do texto e, ao
longo do texto, designados pela abreviatura – art. –, com
CAPÍTULO II inicial minúscula. Os textos dos artigos serão iniciados com
DA UNIÃO letra maiúscula e encerrados com ponto-final, exceto quan-
do tiverem incisos, hipótese em que serão encerrados por
CAPÍTULO III dois-pontos.
DOS ESTADOS FEDERADOS Na elaboração dos artigos, devem ser observadas algu-
mas regras básicas, como recomendado por Hesio Fernan-
CAPÍTULO IV des Pinheiro (1962, p. 84):
DOS MUNICÍPIOS • Cada artigo deve tratar de um único assunto;
• O artigo conterá, exclusivamente, a norma geral, o
CAPÍTULO V princípio. As medidas complementares e as exceções de-
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS verão ser expressas por meio de parágrafos;
• Quando o assunto requerer discriminações, o enun-
Seção I ciado comporá o caput do artigo, e os elementos de discri-
Do Distrito Federal minação serão apresentados sob a forma de incisos;
Seção II • As expressões devem ser usadas em seu sentido cor-
Dos Territórios rente, exceto quando se tratar de assunto técnico, hipótese
na qual será preferida a nomenclatura técnica, peculiar ao
CAPÍTULO VI setor de atividades sobre o qual se pretende legislar;
DA INTERVENÇÃO • As frases devem ser concisas;
• Nos atos extensos, os primeiros artigos devem ser re-
CAPÍTULO VII servados à definição dos objetivos perseguidos pelo legis-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA lador, à limitação de seu campo de aplicação e à definição
de conceitos fundamentais que auxiliem a compreensão do
Seção I ato normativo.
Disposições Gerais

Conhecimentos Específicos 145 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplo de artigo: nica legislativa, mas não deve ser vista como regra geral
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela ou como exigência aplicável, de modo invariável, a todos
estabelece a sua residência com ânimo definitivo. (BRASIL, os casos.
2002c) Exemplo de parágrafo:
Os artigos podem desdobrar-se, por sua vez, em pa- Art. 14 (...)
rágrafos e incisos; os parágrafos em incisos; estes, em alí- § 1ºNão serão objeto de consolidação as medidas pro-
neas; e estas, em itens. visórias ainda não convertidas em lei.
(Lei complementar n° 95, de 26 de fevereiro de 1998)
Exemplo de parágrafo único:
Art. 8º Na hipótese de dissolução da sociedade con-
jugal por morte de um dos cônjuges, serão tributadas, em
nome do sobrevivente, as importâncias que este perceber
de seu trabalho próprio, das pensões de que tiver gozo pri-
vativo, de quaisquer bens que não se incluam no monte a
partilhar e cinquenta por cento dos rendimentos produzidos
pelos bens comuns enquanto não ultimada a partilha.
Parágrafo único. Na hipótese de separação judicial, di-
vórcio ou anulação de casamento, cada um dos contribuin-
tes terá o tratamento tributário previsto no art. 2º. (Consti-
tuição de 1988)

16.2.3 Incisos, alíneas e itens


16.2.2 Parágrafo (§)
Os incisos são utilizados como elementos discrimina-
O parágrafos constitui, na técnica legislativa, a imediata tivos de artigo ou parágrafo se o assunto nele tratado não
divisão de um artigo, ou, como anotado por Arthur Marinho, puder ser condensado no próprio artigo ou não se mostrar
“(...) parágrafo sempre foi, numa lei, disposição secundária adequado a constituir parágrafo. Os incisos são indicados
de um artigo em que se explica ou modifica a disposição por algarismos romanos seguidos de travessão ou meia-
principal” (MARINHO, 1944, p. 227-229; PINHEIRO, 1962, -risca, que é separado do algarismo e do texto por um es-
p. 100). paço em branco: I – ; II – ; III – etc.
O parágrafo é representado pelo sinal gráfico § (signum Exemplo de incisos:
sectionis, em português, sinal de seção ou sinal de corte). Art. 26. A margem de dumping será apurada com base
Também em relação ao parágrafo, existe a prática da na comparação entre:
numeração ordinal até o nono (§ 9) e cardinal a partir do pa- I - o valor normal médio ponderado e a média ponde-
rágrafo dez (§ 10.). Na hipótese de haver apenas um pará- rada dos preços de todas as transações comparáveis de
grafo, adotase a grafia “Parágrafo único.” (e não “§ único”), exportação; ou
com a primeira letra em maiúsculo quando inicia o texto e II - os valores normais e os preços de exportação, com-
parados transação a transação. (BRASIL, 2013d)
minúscula quando citada ao longo do texto. Os textos dos
As alíneas são representadas por letras e constituem
parágrafos serão iniciados com letra maiúscula e encerra-
desdobramentos dos incisos e dos parágrafos. A alínea ou
dos com ponto-final.
a letra será grafada em minúsculo, seguida de parêntese e
Neste ponto, se precisa alertar para equívoco, larga-
separada do texto por um espaço em branco: a) ; b) ; c) etc.
mente disseminado, de se organizar o ato normativo com
Quando iniciar o texto e, quando citada ao longo do texto,
número reduzido de artigos e elevado de parágrafos sem
será grafada em minúsculo, entre aspas e sem o parêntese.
que se identifique a relação direta entre a matéria dos capi-
Exemplo de alíneas:
ta e a matéria tratada nos inúmeros parágrafos. São casos
Art. 15 (...)
em que o parágrafo não está explicando, excepcionando XII ─ o texto da alínea inicia-se com letra minúscula,
ou detalhando o caput, mas dispondo sobre regra mera- salvo quando se tratar de nome próprio, e termina com:
mente subsequente. O equívoco parece decorrer da errada a) ponto e vírgula;
tendência de se considerar má técnica legislativa o número b) dois-pontos, quando se desdobrar em itens; ou
excessivo de artigos e, paradoxalmente, exemplo de esme- c) ponto-final, caso seja a última e anteceda artigo ou
ro na elaboração normativa artigos estruturados de modo parágrafo. (BRASIL, 2017a)
complexo, com vários parágrafos além de parágrafos dividi- Os itens são desdobramentos de alíneas e são repre-
dos em incisos, alíneas, itens e, até mesmo, subitens. sentados por números cardinais, seguidos de ponto-final e
Assim, cumpre ressaltar que a regra geral é o artigo separados do texto por um espaço em branco: 1. ; 2. ; 3 etc.
limitar-se a frase curta compondo o caput e as ideias subse- Exemplo de itens:
quentes serem expressas em outros artigos. A subdivisão Art. 14. As disposições normativas serão redigidas com
dos artigos na forma aqui expressa pode ser conveniente e, clareza, precisão e ordem lógica, e observarão o seguinte:
dependendo da natureza da norma, exigência de boa téc- (...)

Conhecimentos Específicos 146 A Opção Certa Para a Sua Realização


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II - para a obtenção da precisão: LIVRO I


(...) 129
j) empregar nas datas as seguintes formas: DAS PESSOAS
1. “4 de março de 1998”; (Lei no 10.406, de 2002 – Código Civil)
2. “1 o de maio de 1998”; e) especificação temática simplificada:
(...) Pode ser adotada a especificação temática do conteúdo
(BRASIL, 2002b) de grupo de artigos ou de um artigo mediante denominação
que preceda o dispositivo, grafada em letras minúsculas em
16.2.4 Agrupamento de dispositivos negrito, alinhada à esquerda, sem numeração.
A especificação temática simplificada, ao contrário do
Para a organização e a sistematização externa do tex- Livro, não comporta a regra de utilização da preposição
to do ato normativo, pode ser adotado o agrupamento de “de”.
dispositivos. Exemplo de especificação temática simplificada:
A praxe da técnica legislativa no âmbito federal indica Competência para propor
que a denominação do assunto tratada em cada unidade de Art. 22. Incumbe aos Ministros de Estado a proposição
agrupamento será iniciada pela preposição “De”, combina- de atos normativos, conforme as áreas de competências
da com o artigo definido apropriado. Essa praxe deriva do dos órgãos.
raciocínio de que cada agrupamento trata de determinado (Decreto no 9.191, de 2017)
tema. Assim, no Título II da Constituição, por exemplo, tra-
ta-se “Dos direitos e garantias fundamentais”. 16.2.5 Critérios de sistematização
Os dispositivos podem ser agrupados das seguintes
formas: Embora o legislador disponha de margem relativamen-
a) seções: te ampla de discricionariedade para eleger os critérios de
A seção é o conjunto de artigos que versam sobre o sistematização da lei, esses critérios devem guardar ade-
mesmo tema. As seções são indicadas por algarismos ro- quação com a matéria regulada (NOLL, 1973, p. 223). A
manos e grafadas em letras iniciais maiúsculas e as demais seguir, estão previstas as regras básicas a serem observa-
minúsculas em negrito. Eventualmente, as seções subdi- das para a sistematização do texto do ato normativo, com o
videm-se em subseções que serão indicadas da mesma objetivo de facilitar sua estruturação:
forma. a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser
Exemplo de seção: tratadas em um mesmo contexto ou agrupamento;
Seção II b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo
Da sociedade conjugal e das pensões a ordem cronológica, se possível;
(Decreto no 9.580, de 2018) c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a
b) capítulos: permitir que ela forneça resposta à questão jurídica a ser
O capítulo é formado por um agrupamento de seções disciplinada; e
ou de artigos. Sua designação e seu nome são grafados em d) institutos diversos devem ser tratados separadamen-
letras maiúsculas, sem o uso de negrito, e identificados por te.
algarismos romanos. A natureza e as peculiaridades de cada disciplina jurí-
Exemplo de capítulo: dica têm influência decisiva sobre o modelo de sistemati-
CAPÍTULO II zação a ser adotado, como se pode depreender de alguns
DOS DIREITOS SOCIAIS exemplos:
(Constituição de 1988) I. Classificação segundo os bens tutelados:
c) título: Exemplo:
O título engloba um conjunto de capítulos. A sua desig- PARTE ESPECIAL
nação deve ser grafada em letras maiúsculas e algarismos
romanos. TÍTULO I
Exemplo de título: DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DE- TÍTULO II – DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
MOCRÁTICAS
(Constituição de 1988) TÍTULO III – DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE
d) livro: IMATERIAL
Nas leis mais extensas, como os códigos, os conjuntos
de títulos são reunidos em livros, podendo estes ser agru- TÍTULO IV – DOS CRIMES CONTRA
pados em parte, que pode ser classificada em parte geral e A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
parte especial.
Exemplo de livro: TÍTULO V – DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
PARTE GERAL

Conhecimentos Específicos 147 A Opção Certa Para a Sua Realização


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TÍTULO VI – DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SE- CAPÍTULO I


XUAL DISPOSIÇÕES GERAIS

TÍTULO VII – DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA CAPÍTULO II


DA PETIÇÃO INICIAL
TÍTULO VIII – DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDA-
DE PÚBLICA CAPÍTULO III
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
TÍTULO IX – DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
CAPÍTULO V
TÍTULO X – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO

TÍTULO XI – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRA- CAPÍTULO VI


ÇÃO PÚBLICA DA CONTESTAÇÃO
(Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 1940 – Có- (BRASIL, 2015b)
digo Penal)
17 Tópicos de técnica legislativa
II. Classificação segundo os institutos jurídicos e as
relações jurídicas: A atividade de elaboração normativa faz uso de alguns
Exemplo: instrumentos essenciais para a construção de textos nor-
mativos marcados pela precisão, pela densidade e pela
PARTE ESPECIAL clareza.
A norma jurídica, em sua acepção abstrata, se, por um
LIVRO I lado, compreende a previsão genérica de atos e fatos da
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES vida social, por outro, tem por missão informar ao cidadão
sobre direitos e deveres por ela criados ou disciplinados, de
TÍTULO I forma clara e objetiva.
Das Modalidades das Obrigações Dessa forma, são recomendados, a seguir, alguns re-
cursos redacionais para a elaboração dos textos normati-
TÍTULO II vos.
Da Transmissão das Obrigações
17.1 Alteração normativa
TÍTULO III 17.1.1 Artigo de alteração da norma
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações
O artigo de alteração da norma deve fazer menção ex-
TÍTULO IV pressa ao ato normativo que está sendo alterado, conforme
Do Inadimplemento das Obrigações a formulação apresentada nos exemplos a seguir:
Exemplo:
TÍTULO V Art. 1º A Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, passa
Dos Contratos em Geral a vigorar com as seguintes alterações: (Lei nº 13.708, de 14
de agosto de 2018)
TÍTULO VI Art. 1º O Decreto nº 3.520, de 21 de junho de 2000,
Das Várias Espécies de Contrato passa a vigorar com as seguintes alterações: (...)
(Decreto nº 9.061, de 5 de dezembro de 2018)
TÍTULO VII É vedado dispor sobre alterações de mais de uma nor-
Dos Atos Unilaterais ma no mesmo artigo ou dividir alterações do mesmo ato
(...) (BRASIL, 2002c) normativo em diversos artigos da norma alteradora. Tam-
III. Classificação segundo a ordem bém não deve ser feita distinção na norma alteradora entre
cronológica dos procedimentos: dispositivos alterados e dispositivos acrescidos.
O texto de cada artigo acrescido ou alterado será trans-
Exemplo: crito entre aspas, com a indicação de nova redação, repre-
PARTE ESPECIAL sentada pela expressão “(NR)”.

LIVRO I 17.1.2 Alteração parcial de artigo


DO PROCESSO DE CONHECIMENTO
E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Na hipótese de alteração parcial de artigo, os disposi-
tivos que não terão o seu texto alterado serão substituídos
TÍTULO I por linha pontilhada, cujo uso é obrigatório para indicar
DO PROCEDIMENTO COMUM amanutenção e a não alteração do trecho do artigo.

Conhecimentos Específicos 148 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O Decreto nº 9.191, de 2017, estabelece as seguintes Já a retificação se refere aos casos em que texto publi-
regras para o uso de linha pontilhada: cado corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas
1. no caso de manutenção do texto do caput, a linha que continha lapso manifesto.
pontilhada empregada será precedida da indicação do arti- A retificação requer nova assinatura pelas autoridades
go a que se refere; envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do
2. no caso de manutenção do texto do caput e do dispo- que a mera alteração da norma segundo o procedimento
sitivo subsequente, duas linhas pontilhadas serão empre- previsto no subitem 17.1.
gadas e a primeira linha será precedida da indicação do
artigo a que se refere; 18 Apostila
3. no caso de alteração do texto de unidade inferior 18.1 Definição e finalidade
dentro de unidade superior do artigo, a linha pontilhada em-
pregada será precedida da indicação do dispositivo a que A correção de erro material que não afete a substância
se refere; e do ato singular de caráter pessoal e as retificações ou alte-
4. a inexistência de linha pontilhada não dispensará a rações da denominação de cargos, funções ou órgãos que
revogação expressa de parágrafo. tenham tido a denominação modificada em decorrência de
Observe-se que inexistência de linha pontilhada pode lei ou de decreto superveniente à expedição do ato pessoal
ser interpretada como revogação do dispositivo ou como a ser apostilado são realizadas por meio de apostila.
manutenção; portanto, para evitar grave insegurança jurí- O apostilamento é de competência do setor de recurso
dica é essencial, em especial no caso de parágrafos, ter o humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa nova
cuidado de colocar a linha pontilhada deixando explícita a assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário.
manutenção do dispositivo ou, se a intenção for a revoga- Deve-se ter especial atenção quando do uso do aposti-
ção, não colocar linha pontilhada e, simultaneamente, in- lamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento
cluir o dispositivo na cláusula de revogação. decorrentes de alteração de estrutura de órgão, autarquia
Exemplo de alteração de dispositivo: ou fundação pública. O apostilamento não se aplica aos
Art. 2º O Decreto nº 3.035, de 27 de abril de 1999, pas- casos nos quais a essência do cargo em comissão ou da
sa a vigorar com as seguintes alterações: função de confiança tenham sido alterados, tais como nos
“Art. 1º .......................................................................... casos de alteração do nível hierárquico, transformação de
..... atribuição de assessoramento em atribuição de chefia (ou
...................................................................................... vice-versa) ou transferência de cargo para unidade com ou-
....... tras competências. Também deve-se alertar para o fato que
§ 1º O Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presi- a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorren-
dência da República exercerá a delegação de competência te de alteração em estrutura regimental seja realizadas na
prevista neste artigo quanto aos órgãos diretamente subor- mesma data da entrada em vigor de seu decreto.
dinados ao Presidente da República cujos titulares não se-
jam 18.2 Forma e estrutura
Ministros de Estado.
................................................................................” A apostila tem a seguinte estrutura:
(NR) a) título: o termo “APOSTILA” escrito em letra maiúscu-
(Decreto nº 9.533, de 2018) la, com alinhamento centralizado ;
b) texto: o conteúdo do texto deve apresentar a corre-
17.2 Retificação e republicação ção do erro material constante do ato original;
c) local e data: por extenso e alinhado à esquerda; e
Os termos “retificação” e “republicação” foram utiliza- Exemplo: Brasília, 12 de agosto de 2018.
dos sem uniformidade até a definição adotada pelo Decreto d) identificação do signatário: abaixo da assinatura e
nº 9.191, de 2017 (art. 55 e art. 56). com alinhamento à esquerda.
O termo “republicação” agora é utilizado para designar Exemplo:
apenas a hipótese de o texto publicado não corresponder NOME (em maiúsculas)
ao original assinado pela autoridade. Não se pode cogitar Cargo (somente as iniciais em maiúsculas)
essa hipótese por motivo de erro já constante do documen- No original do ato normativo, próximo à apostila, deverá
to subscrito pela autoridade ou, muito menos, por motivo de ser mencionada a data de publicação da apostila no boletim
alteração na opinião da autoridade. de serviço ou no boletim interno.
Considerando que os atos normativos somente produ- Exemplo de apostila:
zem efeitos após a publicação no Diário Oficial da União, APOSTILA
mesmo no caso de republicação, não se poderá cogitar a No Decreto de nomeação de FULANO DE TAL, de 29
existência de efeitos retroativos com a publicação do texto de julho de 2018, para o cargo de Secretário-Executivo do
corrigido. Contudo, o texto publicado sem correspondência Ministério da Educação, onde se lê: “M”, leia-se: “N”.
com aquele subscrito pela autoridade poderá ser conside- Brasília, 30 de julho de 2018.
rado inválido com efeitos retroativos. NOME
Ministro de Estado da Educação

Conhecimentos Específicos 149 A Opção Certa Para a Sua Realização


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19 Atos normativos A síntese contida na ementa deve resumir o tema cen-


19.1 Forma e estrutura tral ou a finalidade principal da lei.
Deve-se evitar, portanto, mencionar apenas um tópico
A estrutura dos atos normativos é composta por dois genérico da lei acompanhado da expressão “e dá outras pro-
elementos básicos: a ordem legislativa e a matéria legisla- vidências”, que somente em atos normativos de excepcional
da. A ordem legislativa compreende a parte preliminar e o extensão, com multiplicidade de temas e, paralelamente, se a
fecho da lei ou do decreto; a matéria legislada diz respeito questão não expressa for pouco relevante e estiver relaciona-
ao texto ou ao corpo do ato. da com os demais temas explícitos na ementa.

19.1.1 Ordem legislativa 19.1.1.4 Preâmbulo


19.1.1.1 Das partes do ato normativo
O preâmbulo contém a declaração do nome da auto-
O projeto de ato normativo é estruturado em três partes ridade, do cargo em que se encontra investida e da atri-
básicas: buição constitucional em que se funda, quando for o caso,
a) parte preliminar, com: para promulgar o ato normativo e a ordem de execução ou
1. a epígrafe mandado de cumprimento, a qual prescreve a força coativa
2. a ementa; e do ato normativo.
3. o preâmbulo, com: Exemplo de preâmbulo de medida provisória:
3.1. a autoria; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
3.2. o fundamento de validade; e que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte
3.3. quando couber, a ordem de execução, o enunciado medida provisória, com força de lei:
do objeto e a indicação do âmbito de aplicação da norma; Exemplo de preâmbulo de lei:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
b) parte normativa, com as normas que regulam o ob- Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Observe-se que o modelo mencionado aplica-se ape-
jeto; e
nas para leis sendo remetidas à publicação. Quando a lei
c) parte final, com:
ainda está na fase de tramitação legislativa, a formulação
1. disposições sobre medidas necessárias à implemen-
do preâmbulo é a seguinte:
tação das normas constantes da parte normativa;
Exemplo de preâmbulo de decreto:
2. as disposições transitórias;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribui-
3. a cláusula de revogação, quando couber; e
ções que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alí-
4. a cláusula de vigência. A ementa, a autoria, a parte
nea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei
normativa e a cláusula de vigência são elementos essen- Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998,
ciais para a adequada redação de todo o ato normativo. Os
demais elementos podem ou não constar no ato, conforme DECRETA:
a natureza e o objeto do ato normativo. É necessário ter cuidado na redação do fundamento de
validade quando da elaboração de decretos.
19.1.1.2 Epígrafe Nos casos mais comuns, os decretos precisam ser
classificados como regulamentares ou como organizacio-
A epígrafe é a parte do ato que o qualifica na ordem nais (autônomos).
jurídica e o situa no tempo, por meio da denominação, da O decreto organizacional deve estar fundamentado no
numeração e da data, devendo ser grafadas em maiúsculas art. 84, inciso VI, alínea “a”. O fundamento de validade é a
e sem ponto final. própria norma constitucional e não cabe mencionar ato nor-
Exemplos de epígrafe: mativo infraconstitucional como fundamento de validade.
LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO Já o decreto regulamentar extrai seu fundamento de va-
DE 1998 lidade da Constituição, art. 84, inciso IV,combinado com (e
DECRETO Nº 9.191, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2017 tendo em vista) lei, em sentido estrito. Constitui-se em equí-
voco grave pretender que determinado decreto tenha como
19.1.1.3 Ementa fundamento de validade o art. 84, inciso IV, da Constituição
de modo isolado.
A ementa é a parte do ato que resume o conteúdo do Convém salientar que, no preâmbulo dos decretos re-
ato normativo para permitir, de modo objetivo e claro, o co- gulamentares devem ser citadas apenas as normas que
nhecimento da matéria legislada. dão fundamento de validade para o ato, não cabendo men-
Exemplo de ementa: cionar atos normativos meramente relacionados com o con-
Estabelece as normas e as diretrizes para teúdo do ato.
elaboração, redação, alteração, consolidação e Por fim, registre-se que, exceto na hipótese de atos
encaminhamento de propostas de atos internacionais, não é mais admitida a colocação de consi-
normativos ao Presidente da República pelos derandos em atos normativos. Os esclarecimentos sobre o
Ministros de Estado. pretendido com o ato normativo deve constar da Exposição
(Decreto nº 9.191, de 2017) de Motivos e dos pareceres técnicos e jurídicos.

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19.1.1.5 Objeto e âmbito de aplicação Exemplo:


Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
O primeiro artigo do ato normativo indicará o seu ob- I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na
jeto e o seu âmbito de aplicação, de forma específica, em reconvenção;
conformidade com o conhecimento técnico ou científico da II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrên-
área. Os primeiros artigos devem indicar, quando necessá- cia de decadência ou prescrição;
rio, o objeto e o âmbito de aplicação do ato normativo. III - homologar:
Cumpre não confundir a indicação do âmbito de apli- a) o reconhecimento da procedência do pedido formula-
cação do ato normativo com a mera especificação do tema do na ação ou na reconvenção;
central da lei, já constante da ementa. Especificar o âmbi- b) a transação; e
to de aplicação significa indicar relações jurídicas para as c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na re-
quais a norma se destina. Toda a norma de maior comple- convenção.
xidade necessita de especificação sobre se sua aplicação Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art.
está voltada a relações de Direito público ou de Direito pri- 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas
vado, à esfera federal ou a todos os entes da Federação, sem que antes seja dada às partes oportunidade de mani-
apenas ao Poder Executivo ou também aos outros Pode- festar-se.
res, a servidores regidos pelo Regime Jurídico ou a ser- (BRASIL, 2015b)
vidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, 19.1.2.1 Agrupamento de dispositivos
a relações contratuais em geral ou apenas a relações de
consumo, à administração direta ou à administração indire- Como assinalado no subitem “16.2 Sistemática externa
ta, entre outras situações que necessitam ser esclarecidas, da lei”, a dimensão de determinados textos legais exige uma
sob pena de controvérsias em sua aplicação. sistematização adequada. No direito brasileiro, consagrase
Exemplo de especificação de objeto e âmbito de apli- a seguinte prática para a divisão das leis mais extensas:
a) um conjunto de artigos compõe uma seção ou sub-
cação:
seção;
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recu-
b) uma seção é composta por várias subseções;
peração extrajudicial e a falência do empresário e da socie-
c) um conjunto de seções constitui um capítulo;
dade empresária, doravante referidos simplesmente como
d) um conjunto de capítulos constitui um título; e
devedor.
e) um conjunto de títulos constitui um livro.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
Se a estrutura do texto requerer agrupamento, adotam-
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
-se as partes, que se denominam parte geral e parte espe-
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa cial (PINHEIRO, 1962, p. 110).
de crédito, consórcio, entidade de previdência complemen- Exemplo:
tar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde,
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras PARTE GERAL
entidades legalmente equiparadas às anteriores. (Lei nº
11.101, de 2005) LIVRO I
DAS PESSOAS
19.1.1.6 Fecho de lei ou de decreto
TÍTULO I
Existe a tradição de colocar, no fecho de leis e de de- DAS PESSOAS NATURAIS
cretos, referência à contagem dos anos em relação a dois
acontecimentos marcantes de nossa história: a Declaração CAPÍTULO I
da Independência e a Proclamação da República. DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Exemplo:
Brasília, 1º de dezembro de 2018; 197 o da Indepen- CAPÍTULO II
dência e 130o da República. DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

19.1.2 Matéria legislada: texto ou corpo da lei CAPÍTULO III


DA AUSÊNCIA
O texto ou corpo do ato normativo contém a matéria le- Seção I
gislada, isto é, as disposições que alteram a ordem jurídica. Da Curadoria dos Bens do Ausente
É composto por artigos, que, em ordem numérica crescen-
te, enunciam as regras sobre a matéria legislada. Seção II
Na tradição legislativa brasileira, o artigo constitui a Da Sucessão Provisória
unidade básica para a apresentação, a divisão ou o agru-
pamento de assuntos de um texto normativo. Os artigos po- Seção III
dem desdobrar-se, por sua vez, em parágrafos e incisos; os Da Sucessão Definitiva
parágrafos em incisos; estes, em alíneas; e estas, em itens. (BRASIL, 2002c)

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19.1.2.2 Cláusula de revogação No âmbito do Poder Executivo federal, a tendência atual


é reduzir as hipóteses de entrada em vigor imediata de atos
Até a edição da Lei Complementar no 95, de 1998, a normativos; portanto, a cláusula padrão “Esta Lei entra em
cláusula de revogação podia ser específica ou geral. Desde vigor na data de sua publicação” não deve ser posta, de
então, admite-se somente a cláusula de revogação espe- modo acrítico e automático, ao final de todas as normas.
cífica. Dessa maneira, atualmente é vedado o uso de cláu- É natural que os interessados na matéria queiram a
sula revogatória assim expressa: “Revogam-se as disposi- rápida produção de efeitos, mas sempre convém analisar
ções em contrário.” se a aplicação imediata e incondicionada de ato normativo
A revogação é específica quando precisa o ato normati- recém-publicado não causará danos para a organização da
vo ou os dispositivos deleque ficam revogados. administração pública e para as atividades dos particulares
O padrão atual determina que cláusula de revogação maiores do que as pretensas vantagens dos efeitos ime-
seja subdividida em incisos e, eventualmente, em alíneas, diatos.
quando se tratar de revogação de mais de um ato norma- O art. 23 do Decreto nº 9.191, de 2017, estabelece a
tivo ou, até mesmo, quando se tratar de dispositivos não adoção de vacatio legis para os atos normativos:
sucessivos de um mesmo ato normativo. A providência é I – de maior repercussão;
relevante para facilitar a rápida e precisa dos dispositivos II – que demandem tempo para esclarecimentos ou exi-
revogados. jam medidas de adaptação pela população;
Exemplos de cláusulas de revogação específicas: III – que exijam medidas administrativas prévias para a
Art. 4 Fica revogado o Decreto no 7.965, de 21 de mar- aplicação de modo ordenado; ou
ço de 2013. IV – em que não convenha a produção de efeitos antes
(Decreto no 8.208, de 2014) da edição de ato normativo inferior ainda não publicado.
Art. 2 Fica revogado o inciso VIII caput do art. 7º do Além de se estudar o prazo necessário para a vacatio
Anexo I do Decreto no 9.260, de 2017. legis convém atentar para o período do ano, do mês ou da
(Decreto no 7.664, de 2012) semana no qual norma entrará em vigor. Por exemplo, caso
Art. 3 Ficam revogados os seguintes dispositivos do a norma afete questões de cálculo de pagamentos deve-se
Regulamento do Serviço de Retransmissão de Televisão e evitar a entrada em vigor no meio do mês. Já caso a norma
do Serviço de Repetição de Televisão, ancilares ao Serviço exija medidas a serem tomadas no dia da entrada em vigor
de Radiodifusão de Sons e Imagens, aprovado pelo Decre- convém evitar a vigência fora de dia útil.
to nº 5.371, de 2005: Outa recomendação relevante é evitar utilizar a data
I – o parágrafo único do art. 13; de 1º de janeiro para início da vigência ou da produção de
II – o § 3º do art. 14; efeitos sem análise da conveniência de os particulares e
III – o inciso II do caput do art. 41; e a administração terem de tomar providência em dia que é
IV – o art. 46. feriado e, muitas vezes, coincide com troca de governo.
(Decreto no 9.479, de 2018) Estes são alguns exemplos de formulações que, segun-
Art. 10. Ficam revogados os seguintes dispositivos do do os novos padrões, podem ser adotadas na cláusula de
Anexo I ao Decreto nº 9.003, de 13 de março de 2017: vigência:
I – em relação ao art. 2º: a) Formulação padrão para medidas provisórias, nas
a) a alínea “b” do inciso I do caput; quais, considerando a urgência e relevância inerentes ao
b) os itens 1 e 2 da alínea “e” do inciso II do caput; ato, a vacatio legis ou a postergação de efeitos somente
c) o item 3 da alínea “f” do inciso II do caput; e podem ser admitidas em situações excepcionais.
d) o item 4 da alínea “g” do inciso II do caput; Exemplo:
II – o art. 4º; Art. 7º Esta Medida Provisória entra em vigor na data
III – os incisos II e III do caput e o parágrafo único do de sua publicação. (Medida Provisória nº 858, de 23 de no-
art. 28; vembro de 2018)
IV – os incisos VIII, XI e XII do caput do art. 35; b) Formulação própria para decretos, nos quais se tem
V – os incisos VII, X e XI do caput do art. 36; administração da data exata de publicação; portanto, pode-
VI – o art. 41; e -se definir o dia exato de entrada em vigor.
VII – o art. 42. Exemplo:
(Decreto no 9.266, de 2018) Art. 60. Este Decreto entra em vigor em 1º de fevereiro
de 2018. (Decreto nº 9.191, de 2017)
19.1.2.3 Cláusula de vigência
No caso de decretos, a praxe atual consiste em órgão
proponente encaminhar proposta à Presidência da Repúbli-
Caso a lei não defina data ou prazo para entrada em vi-
ca contendo o tempo necessário de vacatio legis, e a indica-
gor, aplica-se o preceito do art. 1o do Decreto-Lei no 4.657,
ção do momento mais oportuno de entrada em vigor. Com
de 4 de setembro de 1942 – Lei de Introdução às Normas
base nessas informações, a Casa Civil da Presidência da
do Direito Brasileiro, segundo o qual, exceto se houver dis-
República arbitra data de entrada em vigor imediatamente
posição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país
45 dias após a data de sua publicação. Contudo, não é de antes de submeter o ato ao Presidente da República.
boa técnica legislativa deixar de prever, de modo expresso, c) Exemplo de formulação para leis nas quais não se é
a data de entrada em vigor do ato normativo. possível antever a data de publicação.

Conhecimentos Específicos 152 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Observe-se que, como consta do exemplo, a vigência Embora as leis sejam definidas, normalmente, pela ge-
não precisa ser a mesma para todos os dispositivos. neralidade e pela abstração (lei material), estas contêm,
Exemplo: não raramente, normas singulares (lei formal ou ato norma-
Art. 80. Esta Lei entra em vigor: tivo de efeitos concretos).
I – no 1º dia do sexto mês após a data de sua publica- São exemplos de lei formal:
ção, quanto aos arts. 41 a. 79; e a) Lei Orçamentária Anual (Constituição, art. 165, § 5);
II – no 1º dia do mês subsequente à data de sua publi- b) leis que autorizam a criação de empresas públicas,
cação, quanto aos demais dispositivos. sociedades de economia mista, autarquias e fundações
(exemplo fictício) (Constituição, art. 37, caput, inciso XIX).
A fixação de vacatio legis utilizando a fórmula “Esta Trata sobre assuntos diversos da área penal, civil, tri-
Lei [Este Decreto] entra em vigor X dias [semanas/meses/ butária, administrativa e da maior parte das normas jurídi-
anos] após a data de sua publicação”, como se observa dos cas do país, regulando quase todas as matérias de compe-
exemplo anteriores, não é mais a fórmula preferencial. tência da União, com sanção do Presidente da República.
Na contagem do prazo para entrada em vigor dos atos O projeto de lei ordinária é aprovado por maioria simples.
normativos que estabeleçam período de vacância conside- Pode ser proposto pelo Presidente da República, por de-
ra-se o dia da publicação como dia zero e a data de entrada putados, senadores, Supremo Tribunal Federal , tribunais
em vigor como o dia da consumação integral do prazo. A superiores e Procurador-Geral da República. Os cidadãos
contagem não é interrompida ou suspensa em fins de se- também podem propor tal projeto, desde que seja subscrito
mana ou feriados. Pode ocorrer, inclusive, se a entrada em por, no mínimo, um por cento do eleitorado do País, distri-
vigor do ato normativo ocorrer em dia não útil. buído pelo menos por cinco estados, com não menos de
Caso a vacatio legis seja estabelecida em semanas, 0,3% dos eleitores de cada um deles.
meses ou anos considera-se que a entrada em vigor ocor- Acentue-se, por outro lado, que existem matérias que
rerá no dia de igual número do de início, ou no imediata- somente podem ser disciplinadas por lei ordinária10, sen-
mente posterior, se faltar exata correspondência. do, aliás, vedada a delegação (Constituição, art. 68, § 1o ,
incisos I, II e III).
19.1.3 Assinatura e referenda
20.2 Objeto
Os atos normativos devem ser assinados pela autorida-
de competente. O Estado de Direito (Constituição, art. 1) define-se pela
Todos os atos submetidos ao Presidente da Repúbli- submissão de diversas relações da vida ao Direito. Assim,
ca devem ser referendadas pelos Ministros de Estado que não deveria haver, em princípio, domínios vedados à lei.
respondam pela matéria (Constituição, art. 87, parágrafo Essa afirmativa é, todavia, apenas parcialmente correta.
único, inciso I), que assumem, assim, a corresponsabilida-
Existem matérias que, por força constitucional, não serão
de por sua execução e observância (PINHEIRO, 1962, p.
objeto de lei ordinária. Nesse sentido, a Constituição define
189-190).
matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional
No caso dos atos de nomeação de Ministro de Estado,
(art. 49), a serem disciplinadas mediante decreto legislativo.
a referenda será do Ministro de Estado da Justiça, ao qual
Há, ainda, por exemplo, competências privativas do Senado
também compete referendar de atos cuja matéria não seja
Federal e da Câmara dos Deputados (Constituição, arts. 51
afeta a nenhum outro Ministério.
e 52). Por fim, a Emenda Constitucional no 32, de de 2001,
A referenda de atos propostos por autoridades subor-
dinadas diretamente ao Presidente da República, mas que permitiu a disciplina de matérias por decreto do Presidente
não sejam Ministros de Estado, é da competência do Minis- da República (art. 84, caput, inciso VI, alíneas “a” e “b”).
tro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da Re- Por outro lado, existem matérias que somente podem
pública. ser disciplinadas por lei ordinária, sendo, aliás, vedada a
Cumpre observar que a referenda é competência pri- delegação (Constituição, art. 68, § 1, incisos I, II, III).
vativa de Ministros de Estado, não podendo ser exercida
por outras autoridades (dirigentes de entidades da admi- 21 Lei complementar
nistração indireta, secretários especiais, secretários-exe-
cutivos etc. que não estejam no exercício da interinidade 10 Na edição anterior do Manual de Redação da Presi-
como Ministros de Estado) ou delegada. Considerando que dência, havia referência ao entendimento do Supremo Tri-
a competência é, constitucionalmente, de Ministros de Es- bunal Federal quanto a não sujeição dos atos normativos
tado, nem mesmo autoridades equiparadas a Ministros de de efeito concreto ao controle abstrato de constitucionali-
Estado, mas que, em sentido estrito, não sejam Ministros dade. Ocorre que, com o julgamento damedida cautelar na
de Estado, podem exercer a competência. Ação Direta de Inconstitucionalidade no 4.048/DF, a Corte
mudou seu posicionamento, passando a aceitar a submis-
20 Lei ordinária são de normas orçamentárias ao controle abstrato de cons-
20.1 Definição titucionalidade. (BRASIL, 2008)

A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em


regra, normas gerais e abstratas.

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21.1 Definição apesar de constitucionalmente legítimo, não é tecnicamen-


te recomendável misturar no corpo de lei complementar
As leis complementares são um tipo de lei que não têm matéria de lei ordinária.
a rigidez dos preceitos constitucionais, e tampouco com-
portam a revogação por força de qualquer lei ordinária su- 22 Lei delegada
perveniente 22.1 Definição
. Com a instituição de lei complementar, o constituinte
buscou resguardar determinadas matérias contra mudan- Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado
ças céleres ou apressadas, sem deixá-las exageradamente pelo Presidente da República em decorrência de autoriza-
rígidas, o que dificultaria sua modificação. ção do Poder Legislativo, expedida por meio de resolução
A lei complementar deve ser aprovada pela maioria do Congresso Nacional e dentro dos limites nela traçados
absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional (Constituição, art. 68).
(Constituição, art. 69). Trata-se de espécie normativa em desuso no âmbito
federal. Apenas duas leis delegadas foram promulgadas
21.2 Objeto após a Constituição de 1988, a Lei Delegada n 12, de 7
de agosto de 1992, e a Lei n 13, de 27 de agosto de 1992.
Caberia indagar se a lei complementar tem matéria pró-
pria. Pode-se afirmar que, sendo toda e qualquer lei uma 22.2 Objeto
complementação da Constituição, a sua qualidade de lei
complementar seria atribuída por um elemento de índole A Constituição (art. 68, § 1) estabelece que não podem
formal, que é a sua aprovação pela maioria absoluta de ser objeto de delegação os atos de competência exclusi-
cada uma das Casas do Congresso. A qualificação de uma va do Congresso Nacional, os de competência privativa da
lei como complementar dependeria, assim, de um elemento Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria
aleatório. Essa não é a melhor interpretação. Ao estabe- reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
“I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Pú-
lecer um terceiro tipo, o constituinte pretendeu assegurar
blico, a carreira e a garantia de seus membros;
certa estabilidade e um mínimo de rigidez às normas que
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políti-
regulam certas matérias. Dessa forma, elimina-se eventual
cos e eleitorais; e
discricionariedade do legislador, e se entende que leis com-
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e or-
plementares propriamente ditas são aquelas exigidas ex- çamentos.”
pressamente pelo texto constitucional (ATALIBA, 1971, p.
28; FERREIRA FILHO, 2012, p. 240- 241). 23 Medida provisória
Disso decorre que: 23.1 Definição
a) Pode-se identificar as matérias reservadas à lei com-
plementar pela expressa menção no texto constitucional. Medida provisória é ato normativo com força de lei que
Não se pode pretender estender as matérias reservadas à pode ser editado pelo Presidente da República em caso de
lei complementar com base em argumentos de maior im- relevância e urgência. Na hipótese de medida provisória
portância da matéria ou de conveniência política; destinada à abertura de crédito extraordinário (Constitui-
b) A utilização de lei complementar nas hipóteses cons- ção, art. 167, § 3º), também existe o requisito da imprevisi-
titucionalmente prescritas é obrigação e não faculdade. Não bilidade da situação que motivou a sua edição.
existe a possibilidade de se dispor por meio de lei ordinária “1. A norma revogada – embora inserida formalmente
sobre a matéria enquanto não editada a lei complementar. em lei complementar – concedia isenção de tributo federal
c) Não existe entre lei complementar e lei ordinária (ou e, portanto, submetia-se à disposição de lei federal ordiná-
medida provisória:) uma relação de hierarquia, pois seus ria, que outra lei ordinária da União, validamente, poderia
campos de abrangência são diversos. Assim, a lei ordinária revogar, como efetivamente revogou. 2. Não há violação do
que invadir matéria de lei complementar é inconstitucional, princípio da hierarquia das leis – rectius, da reserva cons-
e não ilegal12; titucional de lei complementar – cujo respeito exige seja
d) Norma pré-constitucional de qualquer espécie que observado o âmbito material reservado pela Constituição
verse sobre matéria que a Constituição de 1988 reservou à às leis complementares. 3. Nesse sentido, a jurisprudência
lei complementar foi recepcionada pela nova ordem consti- sedimentada do Tribunal, na trilha da decisão da ADC 1, 1
tucional como lei complementar .12.93, Moreira Alves, RTJ 156/721, e também pacificada
e) Lei votada com o procedimento de lei complementar na doutrina”. (BRASIL, 2006b)
e denominada como tal, ainda assim, terá efeitos jurídicos
A medida provisória deve ser submetida de imediato à
de lei ordinária, podendo ser revogada por lei ordinária pos-
deliberação do Congresso Nacional.
terior, se versar sobre matéria não reservada constitucio-
As medidas provisórias perdem a eficácia desde a edi-
nalmente à lei complementar; e
ção se não forem convertidas em lei no prazo de 60 dias,
f) Dispositivos de uma lei complementar que não trata- prorrogável por mais 60 dias. Nesse caso, o Congresso Na-
rem de matéria constitucionalmente reservada à lei comple- cional deverá disciplinar, por decreto legislativo, as relações
mentar possuem efeitos jurídicos de lei ordinária. Contudo, jurídicas decorrentes da medida provisória. Se tal disciplina

Conhecimentos Específicos 154 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

não for feita no prazo de 60 dias após a rejeição ou a per- 24.3 Decretos regulamentares
da de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas
constituídas e decorrentes de atos praticados durante a vi- Os decretos regulamentares são atos normativos su-
gência da medida provisória permanecem regidas por ela. bordinados ou secundários. A diferença entre a lei e o re-
gulamento, no Direito brasileiro, não se limita à origem ou
23.2 Objeto à supremacia daquela sobre este. A distinção substancial é
de que a lei inova originariamente o ordenamento jurídico,
As medidas provisórias têm por objeto, basicamente, a enquanto o regulamento não o altera, mas fixa, tão-somen-
mesma matéria das leis ordinárias; contudo, não podem ser te, as: [...] regras orgânicas e processuais destinadas a pôr
objeto de medida provisória as seguintes matérias: em execução os princípios institucionais estabelecidos por
a) Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos lei, ou para desenvolver os preceitos constantes da lei, ex-
políticos e direito eleitoral; pressos ou implícitos, dentro da órbita por ela circunscrita,
b) Direitos Penal, Processual Penal e Processual Civil; isto é, as diretrizes, em pormenor, por ela determinadas.
c) Organização do Poder Judiciário e do Ministério Pú- (MELLO, 1969, p. 314-316).
blico, a carreira e a garantia de seus membros; Como observa Celso Antônio Bandeira de Mello, a ge-
d) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orça- neralidade e o caráter abstrato da lei permitem particulari-
mento e créditos adicionais e suplementares, ressalvada a zações gradativas quando não têm como fim a especifici-
abertura de crédito extraordinário, a qual é expressamente dade de situações insuscetíveis de redução a um padrão
reservada à medida provisória (Constituição, art. 167, § 3); qualquer (MELLO, 1981, p. 83). Disso resulta, não raras
e) Aquelas que visem à detenção ou ao sequestro de bens, vezes, margem de discrição administrativa a ser exercida
de poupança popular ou de qualquer outro ativo financeiro; na aplicação da lei.
f) Aquelas reservadas à lei complementar;
g) Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Con- 24.4 Decretos autônomos
gresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presi-
dente da República; Com a edição da Emenda Constitucional no 32, de
h) Aprovação de Código; e 2001, introduziu-se no ordenamento pátrio ato normativo
i) Regulamentação de artigo da Constituição, cuja reda- conhecido doutrinariamente como decreto autônomo, de-
ção tenha sido alterada por meio de emenda constitucional creto que decorre diretamente da Constituição, possuindo
promulgada no período compreendido entre 1o de janeiro efeitos análogos ao de uma lei ordinária.
de 1995 até a promulgação da Emenda Constitucional no Tal espécie normativa, contudo, limita-se às hipóteses
32, de 11 de setembro de 2001. de organização e funcionamento da administração pública
federal, quando não implicar aumento de despesa nem cria-
Além disso, o Decreto nº 9.191, de 2017, recomenda ção ou extinção de órgãos públicos, e de extinção de fun-
que não seja objeto de medida provisória a matéria “que ções ou cargos públicos, quando vagos(Constituição, art.
possa ser aprovada sem dano para o interesse público nos 84, caput, inciso VI).
prazos estabelecidos pelo procedimento legislativo de ur-
gência previsto na Constituição” (art. 35, caput, inciso V). 25 Portaria
25.1 Definição e objeto
24 Decreto
24.1 Definição É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autorida-
des expedem instruções sobre a organização e o funciona-
Decretos são atos administrativos de competência ex- mento de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos
clusiva do Chefe do Executivo, destinados a prover as si- de sua competência.
tuações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de Tal como os atos legislativos, a portaria contém parte
modo expresso ou implícito, na lei (MEIRELLES, 2013, p. preliminar, parte normativa e parte final, dessa forma, as
189-190). Essa é a definição clássica, que não se aplica considerações do subitem “19.1 Forma e estrutura” são
aos decretos autônomos, tratados adiante. válidas. Porém a portaria não possui fecho e, além disso,
as portarias relativas às questões de pessoal não contêm
24.2 Decretos singulares ou de efeitos concretos ementa.
Exemplo de portaria:
Os decretos podem conter regras singulares ou concre- PORTARIA Nº 936, DE 8 DE AGOSTO DE 2018
tas (por exemplo, decretos referentes à questão de pessoal, Delega competência para autorização de concessão de
de abertura de crédito, de desapropriação, de cessão de diárias e passagens no âmbito da Casa Civil da Presidência
uso de imóvel, de indulto, de perda de nacionalidade, etc.). da República.
Os decreto singulares costumavam não ser numera- O MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA CASA CIVIL
dos, numa prática que foi abolida com o Decreto nº 9.191, DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
de 2017. Atualmente, apenas os decreto relativas às ques- que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos I e II, da
tões de pessoal não são numerados e também não pos- Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 12 da Lei
suem ementa. nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e no art. 6º e art. 7º do
Decreto nº 7.689, de 2 de março de 2012, resolve:

Conhecimentos Específicos 155 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Art. 1º A competência para autorizar a concessão de Art. 5º Os limites de gastos com diárias e passagens
diárias e passagens aos servidores fica delegada aos diri- de que trata o § 3º do art. 6º do Decreto nº 7.689, de 2012,
gentes máximos das seguintes unidades: deverão ser distribuídos entre as unidades elencadas no
I – Assessoria Especial; art. 1º.
II – Secretaria-Executiva; Parágrafo único. O Secretário-Executivo da Casa Civil
III – Subchefia de Análise e Acompanhamento de Polí- deverá, em ato próprio a ser publicado no Boletim Interno,
ticas Governamentais; definir os limites de gastos com diárias e passagens anual-
IV – Subchefia de Articulação e Monitoramento; mente.
V – Subchefia para Assuntos Jurídicos; Art. 6º Ficam convalidados os atos de autorização de
VI – Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Eco- concessão de diárias e passagens relativos ao Gabinete de
nômico e Social; Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro até a data
VII – Secretaria-Executiva da Comissão de Ética Pú- de entrada em vigor desta Portaria.
blica; Art. 7º Ficam revogadas:
VIII – Imprensa Nacional; I – a Portaria nº 964, de 5 de outubro de 2017; e
IX – Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do II – a Portaria nº 1.031, de 13 de novembro de 2017.
Desenvolvimento Agrário; Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu-
X – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrá- blicação.
ria ─ INCRA;
XI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação ─ O PROCESSO LEGISLATIVO
ITI; e
XII – Gabinete de Intervenção Federal no Estado do Rio 26 Introdução
de Janeiro.
§ 1º A concessão de diárias e passagens dos servido- O processo legislativo abrange não só a elaboração
res lotados no Gabinete do Ministro será autorizada pelo das leis propriamente ditas (leis ordinárias, leis comple-
Secretário-Executivo da Casa Civil. mentares, leis delegadas), mas também a elaboração das
§ 2º Os dirigentes mencionados no caput designarão, emendas constitucionais, das medidas provisórias, dos de-
aos gestores setoriais do Sistema de Concessão de Diá- cretos legislativos e das resoluções (BRASIL, 1988, art. 59).
rias e Passagens (SCDP), os servidores que realizarão os O decreto legislativo e a resolução são utilizados pelo
procedimentos de concessão e de autorização de diárias e Congresso Nacional ou por uma de suas Casas para tratar
passagens. de matéria de sua competência exclusiva. Não estão su-
Art. 2º Fica delegada ao Secretário-Executivo da Casa jeitos à sanção pelo Presidente da República. Em geral,
Civil, vedada a subdelegação, salvo nas hipóteses em que aplicam-se as regras de elaboração da lei ordinária, mas
o deslocamento exigir manutenção do sigilo, observado o § o detalhamento do procedimento compete aos regimentos
8º do art. 7º do Decreto nº 7.689, de 2012, a competência internos. Por decreto legislativo, o Congresso Nacional:
para autorizar a concessão de diárias e passagens referen- a) resolve sobre tratados internacionais (BRASIL, 1988,
tes à: art. 49);
I – deslocamentos de servidores ou militares por prazo b) disciplina relações ocorridas na vigência de medida
superior a dez dias contínuos; provisória não convertida em lei (BRASIL, 1988, art. 62); e
c) susta atos do Poder Executivo que exorbitem do po-
II – mais de quarenta diárias intercaladas por servidor
der regulamentar (BRASIL, 1988, art. 49).
no ano;
A resolução, a seu turno, é utilizada principalmente pelo
III – deslocamentos de mais de dez pessoas para o
Senado Federal para se desincumbir de suas competên-
mesmo evento; e
cias relacionadas ao Imposto sobre Operações relativas
IV – deslocamentos para o exterior, com ônus.
à Circulação de Mercadorias – ICMS (BRASIL, 1988, art.
155), para dispor sobre limites de endividamento dos entes
Parágrafo único. A competência para autorizar a con-
e suspender a execução de lei declarada inconstitucional
cessão das diárias e passagens de que tratam os incisos I
pelo Supremo Tribunal Federal no controle difuso de cons-
a III do caput fica delegada, nos respectivos órgãos e enti- titucionalidade (BRASIL, 1988, art. 52).
dades: O processo de elaboração das leis ordinárias e com-
I – ao Secretário Especial de Agricultura Familiar e do plementares segue o mesmo itinerário (FERREIRA FILHO,
Desenvolvimento Agrário; 2012, p. 217, 241), ressalvada a exigência de aprovação
II – aos presidentes do INCRA e do ITI; e por maioria absoluta em cada uma das Casas do Congres-
III – ao Interventor Federal. so Nacional, aplicável às leis complementares (BRASIL,
Art. 3º A concessão de diárias e passagens do Secretá- 1988, art. 69). O processo pode ser desdobrado nas se-
rio-Executivo da Casa Civil será autorizada pelo Ministro de guintes etapas:
Estado Chefe da Casa Civil. a) iniciativa;
Art. 4º A autoridade responsável pela autorização da b) discussão;
concessão das diárias e passagens ficará responsável pela c) deliberação ou votação;
aprovação da respectiva prestação de contas. d) sanção ou veto;

Conhecimentos Específicos 156 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

e) promulgação; e c) com relação aos Territórios, disponham sobre orga-


f) publicação. nização administrativa e judiciária, matéria tributária e orça-
mentária, serviços públicos e servidores
27 Iniciativa d) disponham sobre servidores da União e Territórios:
provimento de cargos, regime jurídico (estabilidade e apo-
A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A sentadoria);
discussão e a votação dos projetos de lei de iniciativa do e) disponham sobre a organização do Ministério Públi-
Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e co e da Defensoria Pública da União;
dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Depu- f) disponham sobre normas gerais para a organização
tados (BRASIL, 1988, art. 64). Da mesma forma, a iniciativa do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados,
popular será exercida pela apresentação à Câmara dos De- do Distrito Federal e dos Territórios;
putados do projeto de lei (BRASIL, art. 61). A Constituição g) criem e extingam órgãos da administração pública;
não tratou expressamente a respeito, mas, por força regi- h) disponham sobre militares das Forças Armadas, pro-
mental (RICD, art. 109, § 1, inciso VII), os projetos de lei de vimento de cargos, regime jurídico (promoção, estabilidade,
iniciativa do Ministério Público também começam a tramitar remuneração, reforma e transferência para a reserva.
na Câmara dos Deputados.
A iniciativa põe em marcha o processo legislativo e de- 27.2.2 Iniciativa reservada da Câmara dos Deputa-
termina a possibilidade de a Casa Legislativa destinatária dos e do Senado Federal
de submeter o projeto de lei a uma deliberação definitiva16
A remuneração dos servidores da Câmara dos Depu-
27.1 Iniciativa comum ou concorrente tados e do Senado Federal – segundo a Constituição, em
seus art. 51 e art.52 – é estabelecida em lei cuja iniciativa
A iniciativa comum ou concorrente compete ao Presi- é reservada à respectiva Casa. A organização dos serviços
dente da República, a qualquer Deputado ou Senador, a administrativos é feita, em regra, por resolução da respec-
qualquer comissão de qualquer das Casas do Congresso, tiva Casa, sem que, como na lei que fixa a remuneração,
e aos cidadãos tenha de ir à sanção do Presidente da República.
– iniciativa popular (BRASIL, 1988, art. 61).
A iniciativa popular em matéria de lei federal está con- 27.2.3 Iniciativa reservada dos tribunais
dicionada à manifestação de pelo menos “um por cento do
eleitorado nacional, que deverá estar distribuído em, no mí- Compete privativamente ao Supremo Tribunal Federal
nimo, cinco Estados, exigida em cada um deles a manifes- e aos Tribunais Superiores (BRASIL, 1988, art. 96) propor
tação mínima de três décimos por cento de seus eleitores” a criação ou a extinção dos tribunais inferiores, a alteração
(BRASIL, 1988, art. 61). do número de membros destes, a criação e a extinção de
Sob a classificação de iniciativa concorrente, tem-se cargos e a fixação de vencimentos de seus membros, dos
também a relativa à proposta de emenda à Constituição. juízes, inclusive dos tribunais inferiores, dos serviços auxi-
O processo de emenda à Constituição pode ser deflagra- liares dos juízos que lhes forem vinculados, e a alteração da
do (i) por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara organização e da divisão judiciária.
dos Deputados ou do Senado Federal, (ii) pelo Presidente Os tribunais, em geral, detêm competência privativa
da República, e (iii) por mais da metade das Assembleias para propor a criação de novas varas judiciárias. Podem
Legislativas dos Estados-Membros, manifestando-se, cada propor tanto a criação e a extinção de cargos e a remunera-
uma delas, pela maioria relativa de seus membros (BRA- ção dos serviços auxiliares e dos juízos que lhe forem vin-
SIL, 1988, art. 60). culados, bem como a fixação do subsídio de seus membros
e dos juízes. Podem, também, propor alteração da organi-
27.2 Iniciativa reservada zação administrativa e da divisão judiciárias.
A iniciativa da lei complementar sobre o Estatuto da
A Constituição confere a iniciativa da legislação sobre Magistratura (BRASIL, 1988, art. 93) também compete pri-
certas matérias, privativamente, a determinados órgãos. vativamente ao Supremo Tribunal Federal.

27.2.1 Iniciativa reservada do Presidente da 27.2.4 Iniciativa reservada do Ministério Público


República
A iniciativa privativa para apresentar projetos de lei so-
bre a criação ou a extinção de seus cargos ou de seus ser-
Está reservada ao Presidente da República a iniciativa
viços auxiliares é assegurada ao Ministério Público (BRA-
das leis ordinárias ou complementares que (BRASIL, 1988,
SIL, 1988, art. 127)
art. 61):
a) fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Arma-
das;
b) criem cargos, funções ou empregos públicos, ou au-
mentem sua remuneração;

Conhecimentos Específicos 157 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

27.2.5 Iniciativa vinculada Elas devem ser, todavia, compatíveis com o plano plu-
rianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem
A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu- indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas
lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nes- aqueles provenientes de anulação de despesa (Constitui-
se caso, o Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao ção, art. 166, § 3).
Congresso Nacional os projetos referentes às leis orçamen- A Constituição veda a propositura de emendas ao pro-
tárias (plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e o jeto de lei de diretrizes orçamentárias que não guardem
orçamento anual). compatibilidade com o plano plurianual (Constituição, art.
166, § 4).
28 Discussão
29.1.2 Emendas aos projetos de lei de conversão
A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de medidas provisórias
de lei é confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das
Casas Legislativas. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.127/DF,
O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto julgada pelo Plenário Supremo Tribunal Federal em 15 de
pela outra em um só turno de discussão e votação. Não há outubro de 2018, foi firmado o entendimento de que não po-
tempo prefixado para deliberação, salvo quando o projeto deria ser incluído em projeto de lei de conversão de medida
for de iniciativa do Presidente da República e este formular provisória matéria estranha o objeto original porque isso im-
pedido de apreciação sob regime de urgência (Constitui- plicaria uso indevido de processo legislativo especial
ção, art. 64, § 1). Nesse caso, se ambas as Casas não se Diante do novo entendimento, a inclusão de emendas
manifestarem cada qual, sucessivamente, em até 45 dias, sem pertinência temática com o texto original da medida
o projeto deve ser incluído na Ordem do Dia, e ficam sus- provisória no projeto de lei de conversão deixou de ser
pensas as deliberações sobre outra matéria até que seja mera questão de técnica legislativa e tornou-se problema
votada a proposição do Presidente (Constituição, art. 64, de inconstitucionalidade.
§§ 1o e 2o ).
29.2 Espécies de emendas
29 Emenda
As propostas de modificação de um projeto em trami-
Segundo o Regimento Interno da Câmara dos Deputa- tação no Congresso Nacional podem ter escopos diversos.
dos, emenda é a proposição apresentada como acessória Elas podem buscar a modificação, a supressão, a substi-
de outra proposição (proposta de emenda à Constituição, tuição, o acréscimo ou a redistribuição de disposições do
projetos de lei ordinária e complementar, projetos de de- projeto. Nos termos do Regimento Interno da Câmara dos
creto legislativo e projetos de resolução ─ RICD, art. 118). Deputados, “as emendas são supressivas, aglutinativas,
substitutivas, modificativas, ou aditivas”. Pode-se, ainda,
29.1 Titularidade do direito de emenda adotar a seguinte classificação das emendas (RICD, art.
118):
Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda. a) emenda supressiva: manda erradicar qualquer parte
Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entre- de outra proposição;
tanto, for de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judi- b) emenda aglutinativa: resulta da fusão de outras
ciário, o seu titular também pode apresentar modificações, emendas, ou destas com o texto, por transação tendente à
acréscimos, o que fará por meio de mensagem aditiva, di- aproximação dos respectivos objetos;
rigida ao Presidente da Câmara dos Deputados, que justifi- c) emenda substitutiva: apresentada como sucedânea
que a necessidade do acréscimo. a parte de outra proposição;
Ao contrário do Texto Constitucional de 1967/69, a d) emenda modificativa: altera a proposição sem a mo-
dificar substancialmente;
Constituição de 1988 veda somente a apresentação de
e) emenda aditiva: acrescenta-se a outra proposição;
emendas que aumentem a despesa prevista nos projetos
f) subemenda: emenda apresentada em Comissão a
de iniciativa reservada (Constituição, art. 63, incisos I e II).
outra emenda, e pode ser supressiva, substitutiva, ou adi-
A apresentação de emendas a qualquer projeto de lei oriun-
tiva; e
do de iniciativa reservada ficou autorizada, desde que não
g) emenda de redação: emenda modificativa que visa a
implique aumento de despesa e que tenha estrita pertinên-
sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa
cia temática.
ou lapso manifesto.
29.1.1 Emendas ao projeto de lei de orçamento 30 Votação
anual e ao de lei de diretrizes orçamentárias
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo
A Constituição não impede a apresentação de emen- das Casas do Congresso. Realiza-se, normalmente, após
das ao projeto de lei orçamentária. a instrução do projeto nas comissões e dos debates no ple-
nário.

Conhecimentos Específicos 158 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Essa decisão é tomada por: 31.2 Sanção tácita


a) Maioria simples (maioria dos membros presentes)
para aprovação dos projetos de lei ordinária – desde que A Constituição confere ao silêncio do Presidente da
presente a maioria absoluta de seus membros: 257 Deputa- República o significado de uma declaração de vontade de
dos na Câmara dos Deputados e 41 Senadores no Senado índole positiva. Assim, decorrido o prazo de 15 dias úteis
Federal (Constituição, art. 47); sem manifestação expressa do Chefe do Poder Executivo,
b) Maioria absoluta dos membros para aprovação dos considera-se sancionada tacitamente a lei (Constituição,
projetos de lei complementar – 257 Deputados e 41 Sena- art. 66, § 3).
dores – (Constituição, art. 69) e maioria de três quintos dos
membros das Casas, para aprovação de emendas consti- 31.3 Sanção e vício de iniciativa
tucionais – 308 Deputados e 49 Senadores – (Constituição,
art. 60, § 2). A questão sobre o eventual caráter convalidatório da
sanção de projeto resultante de usurpação de iniciativa re-
31 Sanção servada ao Chefe do Poder Executivo já ocupou tribunais e
doutrinadores.
A sanção é o ato pelo qual o Chefe do Executivo ma- Ainda que haja Súmula do STF nº 5, de 13 de dezem-
nifesta a sua anuência ao projeto de lei aprovado pelo bro de 1953, a afirmar que “a falta de iniciativa do Poder
Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da vontade do Executivo fica sanada com a sanção do projeto de lei”
Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta (BRASIL, 1953), o Tribunal afastouse, ainda na década de
a formação da lei. A sanção pode ser expressa ou tácita. 1970, dessa orientação (BRASIL, 1974), assentando que a
sanção não supre vício de iniciativa, posicionamento que se
31.1 Sanção expressa mantém consolidado

A sanção será expressa quando o Presidente da Re- 32 Veto


pública manifestar a sua concordância com o projeto de lei
aprovado pelo Congresso Nacional, no prazo de 15 dias O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo
úteis. nega sanção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua
Na contagem do prazo de 15 dias úteis, devem ser des- conversão em lei (Constituição, art. 66, § 1). Trata-se de
considerados apenas os fins de semana e os feriados pre- ato de natureza legislativa, que integra o processo de ela-
vistos em lei federal. Dias de ponto facultativo devem ser boração das leis no Direito brasileiro (SILVA, 2007, p. 215).
contados como dia útil, inclusive o Carnaval, pois, apesar Dois são os fundamentos para a recusa de sanção
de ser tradição não trabalhar no período, não existe lei fe- (Constituição, art. 66, § 1):
deral estabelecendo ser feriado a segunda ou a terça-feira a) inconstitucionalidade; ou
b) contrariedade ao interesse público.
de Carnaval.
Exemplo de veto por inconstitucionalidade:
Existe tradição no sentido de contar o período não se-
Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a
gundo os critérios tradicionais, segundo os quais “compu-
Vossa Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da
tam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do
Constituição, decidi vetar parcialmente, por contrariedade
vencimento” 20 , mas incluindo no cômputo tanto o dia do
ao interesse público e inconstitucionalidade, o Projeto de
recebimento na Presidência da República quanto o último
Lei de Conversão no 18, de 2018(MP no 827/2018), que
dia do prazo e considerando este último como o prazo limite
“Altera a Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, para modi-
para ser despachado pelo Presidente da República. Já a ficar normas que regulam o exercício profissional dos Agen-
publicação da decisão presidencial, i. e. a sanção, o veto tes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às
integral ou o veto parcial, tem como prazo limite a data em Endemias”.
que circular a próxima edição regular do Diário Oficial da Ouvidos, os Ministérios do Planejamento, Desenvolvi-
União. mento e Gestão, da Justiça, da Fazenda e da Saúde mani-
festaram-se pelo veto aos seguintes dispositivos: §§ 1º, 5º
Exemplo de fórmula utilizada no caso de sanção ex- e 6º do art. 9º-A da Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006,
pressa: alterados pelo art. 1º do projeto de lei de conversão
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o “§ 1º O piso salarial profissional nacional dos Agentes
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às En-
(...) demias é fixado no valor de R$ 1.550,00 (mil quinhentos e
cinquenta reais) mensais, obedecido o seguinte escalona-
20 Conforme Lei nº 10.406, de 2002 ─ Código Civil, mento:
em seu art. 131, caput, essa orientação de prazo pode ser I - R$ 1.250,00 (mil duzentos e cinquenta reais) em 1º
dita de modo invertido, como no art. 8º, § 1º, da Lei Com- de janeiro de 2019;
plementar nº 95, de 2002, ou seja, “com a inclusão da data II - R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais) em 1º de ja-
da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor neiro de 2020;
no dia subseqüente à sua consumação integral”. (BRASIL, III - R$ 1.550,00 (mil quinhentos e cinquenta reais) em
2002c, art.131) 1º de janeiro de 2021.”

Conhecimentos Específicos 159 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

“§ 5º O piso salarial de que trata o § 1º deste artigo será Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a
reajustado, anualmente, em 1º de janeiro, a partir do ano vetar o projeto em causa, as quais ora submeto à elevada
de 2022. apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacio-
§ 6º A lei de diretrizes orçamentárias fixará o valor rea- nal.
justado do piso salarial profissional nacional dos Agentes (MENSAGEM Nº 179, de 2017)
Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às En-
demias.” 32.1 Motivação e prazo do veto

Razões dos vetos O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no pra-
“Os dispositivos violam a iniciativa reservada do Presi- zo de 15 dias úteis, contado da data do recebimento do
dente da República em matéria sobre ‘criação de cargos, projeto, e comunicado ao Congresso Nacional nas 48 horas
funções ou empregos públicos na administração direta e subsequentes à sua oposição (Constituição, art. 66, § 1).
autárquica ou aumento de sua remuneração’, a teor do art.
61, § 1º, inciso II, ‘a’, da Constituição, na medida em que 32.2 Extensão do veto
representaria aumento remuneratório para servidores, e
tendo em vista que este dispositivo constitucional alcança Nos termos do disposto na Constituição, o veto pode
qualquer espécie de servidor público, não somente os fede- ser total ou parcial (Constituição, art. 66, § 1). O veto total
rais. Além disso, há violação de matéria reservada à Lei de incide sobre o projeto de lei na sua integralidade. O veto
Diretrizes Orçamentárias (Constituição, art. 165, § 2º) pelo parcial somente pode abranger texto integral de artigo, de
§6º do projeto sob sanção, pois se determina inserir na LDO parágrafo, de inciso ou de alínea (Constituição, art. 66, §
matéria estranha ao objeto que lhe foi constitucionalmente 2). Não é possível, portanto, o veto de trecho do caput, de
atribuído. Ademais, há também violação do art. 113 do Ato inciso, de parágrafo ou de alínea, mesmo que dentro do
das Disposições Constitucionais Transitórias, por se criar dispositivo, de modo atécnico, tenham sido postas várias
despesa obrigatória sem nenhuma estimativa de impacto, disposições autônomas.
incorrendo-se, pelo mesmo fundamento, em violação dos
Não está expresso em nenhuma norma e não existe
artigos 15, 16 e 17 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Por
precedente jurisprudencial a respeito; contudo, já está con-
fim, observa-se descumprimento do artigo 21, parágrafo ú-
solidada a tradição no sentido da possibilidade de o veto
nico, da LRF, pois haveria ‘ato de que resulte aumento de
abranger item, subitem, linha de tabela no anexo, coluna
despesa com pessoal’ dentro dos cento e oitenta dias ante-
de tabela no anexo ou o caput do artigo sem extensão aos
riores ao final do mandato do titular do Poder Executivo, o
parágrafos.
que poderia, inclusive, enquadrar-se como conduta tipifica-
Quanto aos artigos que efetuam alterações em outras
da no artigo 359-G do Código Penal.”
Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram leis, já existe tradição quanto à possibilidade de veto abran-
a vetar os dispositivos acima mencionados do projeto em ger apenas dispositivo específico entre os vários cuja alte-
causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Se- ração esteja sendo proposta.
nhores Membros do Congresso Nacional.
(Mensagem nº 228, de 5 de junho de 2013) 32.3 Efeitos do veto
Exemplo de veto por contrariedade ao interesse públi-
co: A principal consequência jurídica do exercício do poder
Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a de veto é a de suspender a transformação do projeto – ou
Vossa Excelência que, nos termos do § 1º do art. 66 da de parte dele – em lei. Na hipótese de veto parcial, a parte
Constituição, decidi vetar integralmente, por contrariedade do projeto que logrou obter a sanção presidencial converte-
ao interesse público, o Projeto de Lei nº 59, de 2016 (nº -se em lei e passa a obrigar desde a sua entrada em vigor.
7.691/14 na Câmara dos Deputados), que “Acrescenta pa- A parte vetada depende, porém, da manifestação do Poder
rágrafo ao art. 1º da Lei nº 11.668, de 2 de maio de 2008”. Legislativo. Se o veto for mantido pelo Congresso Nacional,
Ouvidos, os Ministérios da Ciência, Tecnologia, Inova- o projeto, ou parte dele, há de ser considerado rejeitado,
ções e Comunicações, do Planejamento, Desenvolvimento podendo a sua matéria ser objeto de nova proposição, na
e Gestão, da Fazenda e a Advocacia-Geral da União ma- mesma sessão legislativa, somente se for apresentada
nifestaram-se pelo veto ao projeto pelas seguintes razões: pela maioria absoluta dos membros de quaisquer das Ca-
“O projeto contempla alteração normativa que poderia sas do Congresso Nacional (Constituição, art. 67).
resultar em substancial redução de receita da empresa que
exerce, em nome da União, o monopólio postal estatal, face 32.4 Irretratabilidade do veto
à ampliação do escopo dos contratos de franquia postal.
Ademais, sob o prisma tributário, não alcançaria o fim pro- Uma das mais relevantes características do veto é a
jetado, podendo, ao contrário, gerar novas controvérsias, sua irretratabilidade. Tal como já acentuado pelo Supremo
judicialização do tema e insegurança jurídica. Por fim, po- Tribunal Federal, manifestado o veto, o Presidente da Re-
deria representar redução da base de cálculo de tributos pública não pode retirá-lo ou retratar-se para sancionar o
municipais e federais ora arrecadados, sem estimar o mon- projeto vetado (BRASIL, 1960).
tante de tal redução potencial de receita tributária.”

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32.5 Rejeição do veto c) quanto aos fundamentos, o veto pode ser jurídico
(por inconstitucionalidade) ou político (por contrariedade ao
O veto não impede a conversão do projeto em lei, po- interesse público);
dendo ser superado por deliberação do Congresso Nacio- d) quanto ao efeito, o veto é relativo, pois apenas sus-
nal. Daí afirma-se, genericamente, ter sido adotado, no pende, até à deliberação definitiva do Congresso Nacional,
Direito Constitucional brasileiro, o sistema de veto relativo. a conversão do projeto em lei; e
Feita a comunicação do motivo do veto, dentro do prazo e) quanto à devolução, a atribuição para apreciar o veto
de 48 horas, o Congresso Nacional poderá rejeitá-lo, em é confiada, exclusivamente, ao Poder Legislativo (veto le-
sessão conjunta, no prazo de 30 dias a contar do recebi- gislativo) (SILVA, 2007; MELO FILHO, 1986, p. 226).
mento, em escrutínio secreto, pela manifestação da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores. 33 Promulgação
Comunicado o veto ao Presidente do Senado Federal,
este designará Comissão Mista que deverá relatá-lo e es- A promulgação e a publicação constituem fases essen-
tabelecerá o calendário de sua tramitação no prazo de 72 ciais da eficácia da lei. A promulgação atesta a existência
horas. O prazo de que trata o artigo deverá ser contado da da lei, produzindo dois efeitos básicos:
protocolização do veto na Presidência do Senado Federal a) reconhece os fatos e atos geradores da lei; e
Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no art. b) indica que a lei é válida.
66, § 4, o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão
imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua vo- 33.1 Obrigação de promulgar
tação final (Constituição, art. 66, § 6).
Se o veto não for mantido, o projeto será enviado, para A promulgação das leis compete ao Presidente da Re-
promulgação, ao Presidente da República (Constituição, pública (Constituição, art. 66, § 7).
art. 66, § 5). Se a lei não for promulgada no prazo de 48 ho- Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor-
ras pelo Presidente da República, o Presidente do Senado rido da sanção ou da superação do veto.
Federal a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, Nesse último caso, se o Presidente não promulgar a lei,
caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo (Constituição, competirá a promulgação ao Presidente do Senado Fede-
art. 66, § 7 ). ral, que disporá, igualmente, de 48 horas para fazê-lo; se
este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do Sena-
32.6 Ratificação parcial do projeto vetado do Federal, em prazo idêntico.

Em se tratando de vetos parciais, o Congresso Nacio- 33.2 Casos e formas de promulgação


nal poderá acolher certas objeções contra partes do projeto
e rejeitar outras. No caso de rejeição parcial dos vetos, ve- A complexidade do processo legislativo, também na
rificado nos termos do disposto no art. 66, § 4 , da Consti- sua fase conclusiva – sanção, veto, promulgação , faz que
tuição, compete ao Presidente da República a promulgação haja a necessidade de desenvolverem-se formas diversas
da lei (Constituição, art. 66, § 5) e, se este não a fizer, cabe- de promulgação da lei.
rá ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Senado Federal Podem ocorrer as seguintes situações:
fazê-lo (Constituição, art. 66, § 7. a) o projeto é expressamente sancionado pelo Presi-
dente da República, verificando-se a sua conversão em lei.
32.7 Ratificação parcial de veto total Nesse caso, a promulgação ocorre concomitantemente à
sanção;
A possibilidade de rejeição parcial de veto total é uma b) o projeto é vetado, mas o veto é rejeitado pelo Con-
questão menos pacificada. gresso Nacional, que converte o projeto em lei. Não há san-
Themistocles Brandão Cavalcanti, por exemplo, consi- ção, nesse caso, e a lei deve ser promulgada mediante ato
dera que “o veto total se possa apresentar como um con- solene (Constituição, art. 66, § 5); e
junto de vetos parciais, tal a disparidade e a diversidade das c) o projeto é convertido em lei mediante sanção tácita.
disposições que constituem o projeto”. Também o Supremo Nessa hipótese, compete ao Presidente da República – ou,
Tribunal Federal já reconheceu admissibilidade de rejeição no caso de sua omissão, ao Presidente ou ao VicePresi-
parcial de veto total23. Essa parece ser a posição mais ade- dente do Senado Federal – proceder à promulgação solene
quada. A possibilidade de veto parcial legitima a concepção da lei.
de que o veto total corresponde a uma recusa singular de
cada disposição do projeto. A seguir, alguns exemplos de atos promulgatórios de
Lei.
32.8 Tipologia do veto a) sanção expressa e solene:
Exemplo:
Pode-se afirmar, em síntese, que, no Direito brasileiro, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
o veto observa a seguinte tipologia: Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
a) quanto à extensão, o veto pode ser total ou parcial; (...)
b) quanto à forma, o veto deverá ser expresso;

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b) promulgação pelo Presidente da República de lei 34.2 Obrigação de publicar e prazo de publicação
resultante de veto total rejeitado pelo Congresso Nacional:
Exemplo: A autoridade competente para promulgar o ato tem o
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o dever de publicá-lo. Isso não significa, porém, que o pra-
Congresso Nacional manteve e eu promulgo, nos termos do zo de publicação esteja compreendido no de promulgação,
art. 66, § 5, da Constituição, a seguinte Lei: (...) porque, do contrário, haveria a redução do prazo assegura-
c) promulgação pelo Presidente do Congresso Nacional do para a promulgação.
de lei resultante de veto total rejeitado: Tradicionalmente, é que a publicação deve ser feita na
Exemplo: edição regular do Diário Oficial da União do primeiro dia útil
O Presidente do SENADO FEDERAL promulga, nos subsequente.
termos do art. 66, § 7, da Constituição, a seguinte Lei, re-
sultante de Projeto vetado pelo Presidente da República e 34.3 Publicação e entrada em vigor da lei
mantido pelo Congresso Nacional: (...) A entrada em vigor da lei subordina-se aos seguintes
d) parte vetada pelo Presidente da República e mantida critérios:
pelo Congresso Nacional: a) o da data de sua publicação;
Exemplo: b) o do dia prefixado ou do prazo determinado, depois
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o de sua publicação;
Congresso Nacional manteve e eu promulgo, nos termos c) o do momento em que ocorrer certo acontecimento
do art. 66, § 5o , da Constituição, o seguinte [ou seguintes ou se efetivar dada formalidade nela previstos, após sua
dispositivos] da Lei no publicação; e
..., de..., de ..., de 1991: (...) d) o da data que decorre de seu caráter.
e) promulgação pelo Presidente do Senado Federal de
parte vetada pelo Presidente da República e mantida pelo 34.4 Vacatio legis
Congresso Nacional:
Exemplo: O período entre a publicação da lei e a sua entrada em
O Presidente do Senado Federal: Faço saber que o vigor é chamado de período de vacância ou vacatio legis.
CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu, Na falta de disposição especial, vigora o princípio que re-
___________, Presidente do Senado Federal, nos ter- conhece o decurso de um lapso de tempo entre a data da
mos do § 7, do art. 66, da Constituição, promulgo asseguin- publicação e o termo inicial da obrigatoriedade (45 dias).
tes partes da Lei no ____, de ____ de ____ de ___: (...) Portanto, enquanto não vencer o prazo da vacatio legis,
f) promulgação pelo Presidente do Senado Federal de considera-se em vigor a lei antiga sobre a mesma matéria.
lei sancionada tacitamente pelo Presidente da República:
Exemplo: 34.4.1 Vacatio legis e normas complementares,
Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL aprovou, suplementares e regulamentares
o Presidente da República, nos termos do § 3 do art. 66 da
Constituição, sancionou, e eu, ____________, Presidente A vacatio legis não ocorre apenas durante o prazo que
do Senado Federal, nos termos do § 7o do mesmo artigo a própria lei estabelece para sua entrada em vigor. Ocorre
promulgo a seguinte Lei: (...) também quando, para ser executada, a lei demanda ou exi-
g) Promulgação pelo Presidente do Senado Federal de ge a edição de normas complementares, suplementares ou
lei resultante de medida provisória integralmente aprovada regulamentares (RÁO, 2003, p. 334-335). Nesse caso, há
pelo Congresso Nacional: um intervalo de tempo entre a publicação da lei e o início de
Exemplo: sua obrigatoriedade, que se encerra, em princípio, com a
Faço saber que o Presidente da República adotou a entrada em vigor dessas normas derivadas ou secundárias.
Medida Provisória no 293, de 1991, que o Congresso Na-
cional aprovou e eu, ___________, Presidente do Senado 34.4.2 Vacatio legis e republicação do texto
Federal, para os efeitos do disposto no parágrafo único do
art. 62 da Constituição, promulgo a seguinte Lei: (...) Se tiver de ser republicada a lei antes de entrar em vi-
gor, a parte republicada terá prazo de vigência contado a
34 Publicação partir da data da nova publicação (BRASIL, 1942, art. 1).
As emendas ou as correções à lei que já tenham entra-
A publicação constitui a forma pela qual se dá ciência do em vigor são consideradas lei nova (BRASIL, 1942, art.
da promulgação da lei aos seus destinatários. É condição 1). Sendo lei nova, deve obedecer aos requisitos essen-
de vigência e eficácia da lei. ciais e indispensáveis a sua existência e realidade (BRA-
SIL, 1951).
34.1 Modalidade de publicação

No plano federal, as leis e os demais atos normativos-


são publicados no Diário Oficial da União.

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34.5 Não edição do ato regulamentar reclamado e a 35.1 Procedimento legislativo normal
vigência da lei
Trata da elaboração das leis ordinárias (excluídas as
A tese dominante no Direito brasileiro era a de que lei, leis financeiras e os códigos) e complementares. Tem lugar
ou parte dela, cuja execução dependesse de regulamen- nas Comissões Permanentes e no Plenário de cada uma
to, deveria aguardar a edição do regulamento para obrigar das Casas Legislativas. Inicia-se com a apresentação e a
(BRASIL, 1890, art.4º; BEVILACQUA, 1944, p. 24). Essa leitura do projeto, realizadas em Plenário; prossegue nas
concepção, que poderia parecer inquestionável em um re- Comissões Permanentes, que, após estudos e amplo deba-
gime que admite a delegação de poderes, revela-se pro- te, e também possíveis alterações, emitem parecer; volta a
blemática no atual ordenamento constitucional brasileiro, transcorrer no plenário, depois do pronunciamento de todas
que consagra a separação dos Poderes como um dos seus as Comissões a que tenha sido distribuído o projeto, com as
princípios basilares (SILVA, 1953, p. 408; MIRANDA, 1987, fases de discussão e de votação.
p. 318). Excetuadas as proposições oferecidas por senador ou
Como proceder, então, se o titular do poder regulamen- Comissão do Senado Federal (além das medidas provisó-
tar não edita os atos secundários imprescindíveis à execu- rias e projetos de leis financeiras, como se verá adiante),
ção da lei no prazo estabelecido? Além de eventual respon- todos os demais projetos de lei têm seu procedimento legis-
sabilidade civil da pessoa jurídica de Direito público cujo lativo iniciado na Câmara dos Deputados (Constituição, art.
agente político ocasionou a “omissão regulamentar” (CAH- 61, § 2, e art. 64).
ALI, 2012, p. 538), significativa corrente doutrinária consi- O procedimento legislativo pode findar antecipadamen-
dera que, quando a lei fixa prazo para sua regulamentação, te se ocorrer alguma das diversas hipóteses que ensejam
se não houver a publicação do decreto regulamentar, os declaração de prejudicialidade ou de arquivamento. Consi-
destinatários da norma legislativa podem invocar utilmente dera-se prejudicada a proposição idêntica a outra aprovada
os seus preceitos e auferir as vantagens dela decorrentes, ou rejeitada na mesma sessão legislativa; aquela que tiver
desde que se possa prescindir do regulamento (MELLO, substitutivo aprovado ou for semelhante a outra considera-
2010, p. 378; MEIRELLES, 2013, p. 138; SILVA, 1953, p. da inconstitucional; aquela cujo objeto perdeu a oportuni-
409; MENDES, 1989, p. 125). dade, dentre outras hipóteses (RICD, arts. 163 e 164). O
A não publicação em tempo razoável de regulamento arquivamento ocorre por sugestão da Comissão (RICD, art.
exigido pela lei é situação problemática que deve ser evi- 57, caput, inciso IV); quando todas as comissões de mérito
tada. De modo a evitar essa situação, ao redigir proposta dão parecer contrário (RICD, art. 133); ao fim da legislatura
de lei ou de medida provisória já se devem ter presentes os (RICD, art. 105, caput), dentre outras situações.
parâmetros gerais do futuro decreto regulamentar. Os projetos de lei ordinária sujeitam-se, em regra, a tur-
Não é aceitável que posteriormente se analise os ter- no único de discussão e votação; os de lei complementar,
mos da proposta de decreto regulamentar para, só então, a dois turnos, exceto quando houverem passados à Casa
constatar que não há o mínimo de acordo político quanto revisora.
à regulamentação da lei ou, como já observado em alguns Quando a discussão é encerrada e todos os prazos e
casos, que a aplicação prática da lei revela-se inviável. interstícios cabíveis são cumpridos, o projeto será votado.
Na hipótese de ser projeto de lei ordinária, as deliberações
35 Procedimento legislativo serão tomadas por maioria simples de votos, presente a
maioria absoluta dos membros da Casa onde esteja trami-
O processo legislativo compreende a elaboração dos tando a proposição. O quorum exigido para aprovação do
seguintes atos normativos: emendas à Constituição, leis projeto de lei complementar é o da maioria absoluta dos
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas votos dos membros da Casa onde esteja no momento da
provisórias, decretos legislativos e resoluções. votação, ou seja, o número inteiro imediatamente superior
A matéria-prima sobre a qual trabalha o Congresso Na- à metade.
cional assume a forma de proposição, estágio embrionário
da norma legal. Segundo o Regimento Interno da Câma- Aprovada a redação final, o projeto, em forma de au-
ra dos Deputados, proposição é toda matéria sujeita à sua tógrafo, segue para a Casa revisora. Lá se repete todo o
deliberação (RICD, art. 100). Para o Senado Federal, as procedimento e, se receber novas emendas, a proposição
proposições compreendem também os requerimentos, as retornará à Casa de origem, que, então, se restringirá a
indicações, os pareceres e as emendas (RISF, art. 211). aprovar ou a rejeitar as emendas, sem possibilidade de su-
Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legis- bemendar.
lativo: Quando as emendas são rejeitadas ou aprovadas, a
a) procedimento legislativo normal; instância de origem envia o projeto à sanção. Se a Casa
b) procedimento legislativo abreviado; revisora não emendar a proposição, a ela caberá remeter o
c) procedimento legislativo sumário; projeto à sanção.
d) procedimento legislativo sumaríssimo;
e) procedimento legislativo concentrado; e
f) procedimento legislativo especial.

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35.2 Procedimento legislativo abreviado parecer (RISF, art. 375, incisos II e III).O procedimento su-
mário serve também para o exame, pelo Congresso Nacio-
Este procedimento dispensa a competência do Plená- nal, dos atos de outorga ou de renovação das concessões
rio, ocorrendo, por isso, a deliberação terminativa sobre o de emissoras de rádio e TV (Constituição, art. 223, § 1 ).
projeto de lei nas próprias Comissões Permanentes (Cons-
tituição, art. 58, § 2, inciso I). 35.4 Procedimento legislativo sumaríssimo
Do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (art.
24, caput, II) e do Regimento Interno do Senado Federal Além do regime de urgência, que pode ser atribuído às
(art. 91), se extrai a informação de que esse rito não se proposições para seu andamento ganhar rapidez, existe
aplica a: nas duas Casas do Congresso Nacional mecanismo que
a) projetos de lei complementar; assegura deliberação instantânea sobre matérias subme-
b) projetos de códigos; tidas à sua apreciação. Trata-se do regime informalmen-
c) projetos de lei de iniciativa popular; te denominado de “urgência urgentíssima”. No Regimento
d) matéria não delegável, elencada no § 1o do art. 68 Interno da Câmara dos Deputados, está previsto no art.
da Constituição; 155; no Regimento Interno do Senado Federal, no art. 353,
e) projetos de lei de Comissões; caput, inciso I24
f) projetos de lei oriundos da outra Casa do Congresso .
Nacional, onde tenha ido a Plenário; Com exceção das exigências estabelecidas para quo-
g) projeto de lei com pareceres divergentes; e rum, pareceres e publicações, todas as demais formalida-
h) projetos de lei em regime de urgência. des regimentais, dentre elas os prazos, são dispensadas
Além desses, o Regimento Interno da Câmara dos De- com a adoção do regime de urgência urgentíssima.
putados (art. 213, § 6) obriga a submissão ao Plenário dos Se a matéria for considerada de relevante e de inadiá-
projetos de lei de consolidação. vel interesse nacional, basta, na Câmara dos Deputados,
A própria Constituição diminui as oportunidades de se que líderes com representação de metade mais um dos de-
concluir nas Comissões o procedimento, quando, em seu putados, ou a maioria absoluta destes, requeiram a urgên-
art. 58, § 2, inciso I, faculta a um décimo dos membros da cia urgentíssima para a proposição entrar automaticamente
Casa na Ordem do Dia, em discussão e votação imediatas – ain-
Legislativa recorrer da decisão das Comissões, levando da que já iniciada a sessão em que for apresentada (RICD,
o assunto para o Plenário. art. 155).
Igualmente, no Senado Federal, quando se cuide de
35.3 Procedimento legislativo sumário matéria que envolva perigo para a segurança nacional ou
calamidade pública, ou ainda simplesmente quando se pre-
Entre as prerrogativas regimentais das Casas do Con- tenda incluir a matéria na mesma sessão, tudo pode ser
gresso Nacional, existe a de conferir urgência a certas pro- resolvido no mesmo dia, praticamente, sob o regime suma-
posições. Existe um regime de urgência estabelecido pela ríssimo.
própria Constituição, o que se aplica aos projetos de lei de
iniciativa do Presidente da República, excluídos os códigos 35.5 Procedimento legislativo concentrado
(Constituição, art. 64, § 1). A solicitação de urgência por
parte do Presidente da República pode vir consignada na O procedimento legislativo concentrado tipifica-se, ba-
própria mensagem de encaminhamento do projeto de lei sicamente, pela apresentação das matérias em reuniões
ou, também por mensagem, depois de sua remessa (RICD, conjuntas de deputados e senadores.
art. 204, § 1). As leis financeiras e as leis delegadas seguem esse
Solicitada a urgência pelo Presidente da República, a procedimento. Com mais precisão, pode-se dizer que há
Constituição estipula o prazo de 45 dias de tramitação em um procedimento concentrado para as leis financeiras e ou-
cada Casa e determina que, decorrido esse prazo, a pro- tro ainda para as leis delegadas.
posição seja incluída na Ordem do Dia, sobrestando a deli-
beração sobre outros assuntos até que se ultime a votação 35.5.1 Leis financeiras
(Constituição, art. 64, § 2).
Uma vez concluída a votação do projeto de lei com ur- O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias, os or-
gência constitucional na Câmara dos Deputados, ele é re- çamentos anuais e os projetos de abertura de crédito adi-
metido ao Senado Federal. Este, por sua vez, também tem cional subordinam-se a trâmite próprio, disciplinado no art.
45 dias para apreciar o projeto sem que haja sobrestamento 166 da Constituição.
das demais matérias de sua pauta. Havendo alteração do Nota-se certa provisoriedade quanto a prazos de apre-
texto no Senado Federal (Casa revisora), a Câmara dos sentação e de elaboração das principais leis financeiras.
Deputados passa a ter mais 10 dias para votação, sob pena Isso porque a Constituição – em seu art. 165 § 9o e no
de sobrestamento de sua pauta. art. 166, § 7 – estipula que a organização, a elaboração, o
Para não prejudicar a celeridade, o Senado Federal fi- encaminhamento, os prazos e a vigência dessas leis, serão
xou a apreciação simultânea do projeto pelas Comissões, disciplinados em lei complementar. Como essa lei comple-
reservando-lhes apenas 25 dos 45 dias para apresentarem mentar ainda não se materializou, prevalecem os prazos

Conhecimentos Específicos 164 A Opção Certa Para a Sua Realização


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assinalados no § 2o do art. 35, do Ato das Disposições 35.6 Procedimento legislativo especial
Constitucionais Transitórias, quanto à época de envio das
leis financeiras ao Congresso Nacional e do prazo do pro- Nesse procedimento, englobam-se dois ritos distintos
cesso legislativo. com características próprias: um destinado à elaboração de
A deliberação sobre os projetos de leis financeiras ocor- emendas à Constituição; outro, à de códigos. Em ambos os
rerá em sessão conjunta do Congresso Nacional, após a casos, a apreciação cabe a uma Comissão especial, que,
emissão de parecer por uma Comissão Mista. Os §§ 3o e na Câmara dos Deputados, também é designada para dar
4o do art. 166, da Constituição, disciplinam a possibilidade parecer sobre projetos suscetíveis de serem examinados
de emendar esses projetos nessa Comissão. no mérito por mais de três comissões permanentes (RICD,
Se o Presidente da República, após enviar as proposi- art. 34, caput, II).
ções ao Congresso Nacional, desejar modificá-las, poderá
dirigir-lhe mensagem nesse sentido no caso de Comissão 35.6.1 Emendas à Constituição
Mista não houver ainda votado a parte a ser alterada (Cons-
tituição, art. 166, § 5). A Constituição pode ser modificada a qualquer tempo,
pelo voto de três quintos dos congressistas, desde que não
35.5.2 Leis delegadas esteja em vigor intervenção federal, estado de defesa ou
de sítio, nem se pretenda abolir a federação, o voto direto,
A Constituição atual manteve as leis delegadas (art. 68) secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e
que constavam da anterior, embora não tenha reiterado a os direitos e as garantias individuais. Além disso, é preciso
competência concorrente das comissões do Poder Legis- que o objeto da emenda não constitua matéria rejeitada ou
lativo para elaborá-las, assegurada na Carta substituída. prejudicada na mesma sessão legislativa (Constituição, art.
Afora isso, pouco mudou quanto a essas leis. 60, § 1o a §5).
A proposta de delegação será encaminhada ao Presi- A iniciativa, no caso, é concorrente, e compete aos
dente do Senado Federal, que convocará sessão conjunta membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal
para, no prazo de 72 horas, o Congresso Nacional tomar
(um terço dos membros), ao Presidente da República e às
conhecimento (Regimento Comum, art. 119). Na sessão
Assembleias
conjunta, distribuída a matéria em avulsos, Comissão Mista
Legislativas – mais da metade delas, com o voto da
será constituída para emitir parecer sobre a proposta.
maioria relativa de seus membros(Constituição, art. 60,
O parecer concluirá pela apresentação de projeto de re-
caput, incisos I a III).
solução, no qual se especificarão o conteúdo da delegação,
A emenda constitucional tramitará em dois turnos em
os termos para o seu exercício e a fixação de prazo, não
cada uma das Casas do Congresso. Se aprovada, ao con-
superior a 45 dias, para remessa do projeto de lei delegada
trário do projeto de lei, não irá à sanção, e será promulgada
à apreciação do Congresso Nacional (Regimento Comum,
art. 119, § 2; e Constituição, art. 68). pelas Mesas da Câmara dos Deputados e Senado Federal.
A discussão do parecer ocorrerá em sessão que deve No Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o rito
ser realizada 5 dias após a distribuição dos avulsos com a ser imprimido ao procedimento de Emenda Constitucional
o seu texto. Quando a discussão se encerrar, se houver vem descrito em seu art. 202, aplicável também quando a
emendas, a matéria retorna à Comissão Mista. Caso con- Emenda tenha sido originada no Senado Federal ou quan-
trário, vai a votação. Proferido parecer sobre as emendas, do este tenha subemendado aquela iniciada na Câmara
convoca-se a sessão de votação. dos Deputados (RICD, art. 203).
Depois que o projeto de resolução for aprovado, a re- À luz do art. 212 do Regimento Interno do Senado Fe-
solução deve ser promulgada no prazo de 24 horas, comu- deral, a tramitação de emenda constitucional só não se
nicando-se o fato ao Presidente da República (Regimento iniciará na Câmara dos Deputados, e, sim, no Senado Fe-
Comum, art. 122). deral, quando proposta por, no mínimo, um terço dos seus
Se a resolução do Congresso Nacional houver determi- membros ou se proposta por mais da metade das Assem-
nado a votação do projeto pelo Plenário, este, ao recebê-lo, bleias Legislativas das unidades federativas.
examinará sua conformidade com o conteúdo da delega-
ção. O Plenário votará o projeto em globo, admitido o des- 35.6.2 Códigos
taque de partes que, segundo a Comissão, tenham extrapo-
lado o ato delegatório, não podendo, no entanto, emendá-lo O procedimento de elaboração de códigos, dada a
(Constituição, art. 68, § 3). complexidade e a extensão da matéria de que geralmente
Não realizada a remessa do projeto pelo Presidente da se ocupam, segue rito bastante lento, que possibilita amplo
Rpública ao Congresso Nacional no prazo assinalado pelo e profundo debate. Basta dizer que os prazos na sua trami-
§ 2o do art. 119, do Regimento Comum, a delegação será tação podem ser quadruplicados e mesmo suspensos por
considerada insubsistente (Regimento Comum, art. 127). até 120 sessões, desde que a necessidade de aprofunda-
mento das análises a serem efetuadas recomende.
O Regimento Interno do Senado Federal considera que
esse trâmite se aplica exclusivamente “aos projetos de códi-
gos elaborados por juristas, comissão de juristas, comissão

Conhecimentos Específicos 165 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ou subcomissão especialmente criada com esta finalidade e §§ 1o e 2o da Resolução no 1, de 2002, do Congresso


e que tenham sido antes amplamente divulgados” (RISF, Nacional. Tais dispositivos permitiam que a tramitação de
art. 374, parágrafo único). uma medida provisória avançasse à Câmara dos Deputa-
Já o Regimento Interno da Câmara dos Deputados é dos ainda que não se tivesse constituído comissão mista
taxativo: só receberá projetos de lei com o procedimento ou que esta terminasse seus trabalhos. A partir de então, a
aqui tratado quando a matéria, por sua complexidade e obrigatoriedade de manifestação das comissões mistas tem
abrangência, deva ser apreciada como código (RICD, art. alterado o ritmo de tramitação das medidas provisórias no
205, § 8). Congresso Nacional.
O procedimento especial de elaboração de códigos se Na fase preliminar, os pressupostos de constituciona-
inicia com a instalação de órgão específico para cuidar do lidade, urgência, relevância e adequação financeira e or-
assunto. Na Câmara dos Deputados, chama-se Comissão çamentária são examinados. Ou seja, a admissibilidade da
Especial; no Senado Federal, Comissão Temporária. De- medida provisória é analisada (Constituição, art. 62, § 5,
pois, há eleição do seu presidente e de três vicepresidentes combinado com Resolução no 1, de 2002, do Congresso
(apenas um vice-presidente no Senado Federal). O presi- Nacional, art. 5).
dente, por sua vez, designará um relator-geral e tantos rela- Qualquer alteração no texto da medida provisória :impli-
tores parciais quantos sejam necessários para as diversas cará apresentação de projeto de lei de conversão (Resolu-
partes do código. ção no1 de 2002, do Congresso Nacional, art. 5, § 4).
Durante os trabalhos da Comissão, seus integrantes Superada a fase preliminar em comissão, a votação
disporão de prazos bem flexíveis para debater a matéria, da medida provisória inicia-se pela Câmara dos Deputados
apresentar emendas, dar pareceres, sempre intercalados (Constituição, art. 62, § 8), e segue , se aprovada, ao Se-
por regulares intervalos para publicação em avulsos. Na nado Federal.
fase de Plenário, a tônica é a mesma. Geralmente, novas Caso aprovado o texto como editado pelo Presidente
emendas são apresentadas, com consequente retorno do da República, o Presidente do Congresso Nacional o pro-
projeto à Comissão. Todo esse ritual repete-se na Casa re- mulgará, e enviará autógrafo para publicação na Imprensa
visora. Oficial (Resolução no1, de 2002, do Congresso Nacional,
Em razão dessa lentidão indispensável ao tratamento art. 12).
de matéria relevante, mas não urgente, o Senado Federal Por outro lado, se a medida provisória originar projeto
não permite a tramitação simultânea de projetos de códi- de lei de conversão – que somente surge se acaso suge-
gos (RISF, art. 374, caput, inciso XV), em contrapartida a rida modificação – e se aprovado, vai à sanção presiden-
Câmara dos Deputados admite, no máximo, dois projetos cial (Constituição, art. 62, § 12, combinado com Resolução
nessa situação (Constituição art. 205, § 7). no1, de 2002, do Congresso Nacional, art. 13). No período
de sanção ou veto (isto é, 15 úteis, conforme disposto na
35.7 Medidas provisórias Constituição, art. 66, § 1 ), permanece em vigor o texto ori-
ginal da medida provisória (Constituição, art. 62, § 12). So-
Inspirado no art. 77 da Constituição italiana de 1947, bre o sobrestamento da pauta das Casas do Congresso Na-
o Constituinte brasileiro incorporou à Constituição de 1988 cional pelas medidas provisórias, destaca-se o precedente
a medida provisória (Constituição, art. 62), ato legislativo do Mandado de Segurança 27.931-MC (BRASIL, 2009d),
primário – isto é, fundado diretamente na Constituição – que referendou entendimento do então Presidente da Câ-
emanado pelo Presidente da República, com força de lei mara dos Deputados. Segundo ele, apenas os projetos de
(ordinária), condicionada à sobrevida da disciplina normati- lei ordinária que tenham por objeto matéria passível de
va nela contida à conversão da medida em lei formal. edição de medida provisória estariam por ela sobrestados.
Com o advento da Emenda Constitucional no 32, de Com isso, as medidas provisórias continuam a sobrestar as
2001, o procedimento legislativo concentrado da medida sessões deliberativas da Câmara dos Deputados, mas não
provisória (vale dizer, deliberação e votação em reunião a pauta das sessões extraordinárias.Com a perda da eficá-
conjunta das duas Casas do Congresso Nacional) foi aban- cia da medida provisória, quer pela rejeição, quer pela não
donado. O § 9o do art. 62, acrescentado pela Emenda apreciação, a comissão mista elaborará projeto de decreto
Constitucional no 32, de 2001, deixa a alteração bastante legislativo que discipline as relações jurídicas decorrentes
evidente: “(...) apreciadas, em sessão separada, pelo ple-
da vigência da medida provisória (Constituição, art. 62, §
nário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.”
3, combinado com Resolução no 1, de 2002, do Congresso
O Congresso Nacional inicia a tramitação ao ter notícia,
Nacional, art. 11). Se o decreto legislativo não for editado
pelo Diário Oficial da União e mensagem presidencial conco-
até 60 dias após a rejeição ou perda de eficácia da medida
mitante, da publicação da medida provisória. Nas 48 horas
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorren-
seguintes à publicação, o Presidente do Congresso Nacional
tes de atos praticados durante sua vigência permanecem
faz distribuir avulsos com o texto da medida provisória e de-
regidas pela medida (Constituição, art. 62, § 11, combina-
signa comissão mista para estudá-la e dar parecer (Resolu-
do com Resolução no 1 de 2002 do Congresso Nacional,
ção no 1, de 2002, do Congresso Nacional, art. 2 ).
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação art.11 § 2). A esse respeito, cumpre ressaltar que são raros
Direta de Inconstitucinalidade nº 4029 (BRASIL, 2012), con- os casos práticos de edição do decreto legislativo previsto
siderou inconstitucionais o art. 5, caput e o art. 6 , caput no art. 62, § 1º, da Constituição.

Conhecimentos Específicos 166 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Por último, assinale-se que o procedimento aqui abor-


dado vale para a abertura de crédito extraordinário (Cons- QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E
tituição, art. 62, § 1, inciso I, alínea “d”, combinado com o NO ATENDIMENTO PRESENCIAL, VIRTUAL E
art. 167, § 3). TELEFÔNICO. TÉCNICAS DE ATENDIMENTO
AO PÚBLICO: RECEPÇÃO, PROCEDIMENTOS
35.8 Consolidações da Legislação PROFISSIONAIS E PADRÕES DE
ATENDIMENTO.
A Lei Complementar no 95, de 1998, em seu Capítulo
III, determinou a elaboração da Consolidação da Legislação
Federal, que consiste “na integração de todas as leis per- Quando se fala em comunicação interna organizacio-
tinentes a determinada matéria num único diploma legal, nal, automaticamente relaciona ao profissional de Rela-
revogando-se formalmente as leis incorporadas à conso- ções Públicas, pois ele é o responsável pelo relaciona-
lidação, sem modificação do alcance nem interrupção da mento da empresa com os seus diversos públicos (inter-
força normativa dos dispositivos consolidados” (BRASIL, nos, externos e misto).
1998, art.13) ou “declaração de revogação de leis e disposi- As organizações têm passado por diversas mudanças
tivos implicitamente revogados ou cuja eficácia ou validade buscando a modernização e a sobrevivência no mundo
encontre-se completamente prejudicada” (BRASIL, 1998, dos negócios. Os maiores objetivos dessas transforma-
art. 14). ções são: tornar a empresa competitiva, flexível, capaz
O projeto de lei de consolidação terá, assim, de manter de responder as exigências do mercado, reduzindo custos
o conteúdo normativo original dos dispositivos consolida- operacionais e apresentando produtos competitivos e de
dos, e não é meio hábil para alterar opções políticas ante- qualidade.
riormente tomadas. Isso, no entanto, não significa vedação A reestruturação das organizações gerou um públi-
de alteração no texto das normas. Pelo contrário, a conso- co interno de novo perfil. Hoje, os empregados são muito
lidação deverá efetuar a divisão do texto legal segundo os mais conscientes, responsáveis, inseridos e atentos às co-
critérios atualmente adotados, atualizar termos e denomi- branças das empresas em todos os setores. Diante desse
nações, retificar e homogeneizar o vernáculo, eliminar am- novo modelo organizacional, é que se propõe como atri-
biguidades decorrentes do mau uso da linguagem, fundir buição do profissional de Relações Públicas ser o interme-
dispositivos análogos, atualizar valores monetários, supri- diador, o administrador dos relacionamentos institucionais
mir dispositivos implicitamente revogados ou cuja eficácia e de negócios da empresa com os seus públicos. Sendo
ou validade encontre-se completamente prejudicada e su- assim, fica claro que esse profissional tem seu campo de
primir dispositivos declarados inconstitucionais pelo Plená- ação na política de relacionamento da organização.
rio do Supremo Tribunal Federal (BRASIL, 1998, art. 13 e A comunicação interna, portanto, deve ser entendida
art.14 ). como um feixe de propostas bem encadeadas, abrangen-
Denomina-se matriz de consolidação a lei geral básica, tes, coisa significativamente maior que um simples pro-
à qual se integrarão os demais atos normativos de cará- grama de comunicação impressa. Para que se desenvolva
ter extravagante que disponham sobre matérias conexas em toda sua plenitude, as empresas estão a exigir pro-
ou afins àquela disciplinada na matriz (BRASIL, 2017a, art. fissionais de comunicação sistêmicos, abertos, treinados,
48). com visões integradas e em permanente estado de alerta
A Consolidação não pode abranger medidas provisó- para as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio am-
rias não convertidas em lei, e nem podem ser combinadas biente.
na mesma matriz de consolidação leis ordinárias e leis com- Percebe-se com isso, a multivariedade das funções
plementares. dos Relações Públicas: estratégica, política, institucional,
A iniciativa do projeto de consolidação pode ser tanto mercadológica, social, comunitária, cultural, etc.; atuando
do Poder Executivo federal quanto do Poder Legislativo. sempre para cumprir os objetivos da organização e definir
O procedimento legislativo adotado, segundo a Lei Com- suas políticas gerais de relacionamento.
plementar no 95, de 1998, será simplificado, na forma do Em vista do que foi dito sobre o profissional de Rela-
Regimento Interno de cada uma das Casas. O Regimento ções Públicas, destaca-se como principal objetivo liderar
Interno da Câmara dos Deputados disciplinou a matéria em o processo de comunicação total da empresa, tanto no
seus arts. 212 e 213. nível do entendimento, como no nível de persuasão nos
negócios.

Pronúncia correta das palavras


Proferir as palavras corretamente. Isso envolve:
- Usar os sons corretos para vocalizar as palavras;
- Enfatizar a sílaba certa;
- Dar a devida atenção aos sinais diacríticos

Conhecimentos Específicos 167 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Por que é importante? escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene-
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o
que pregamos. Permite que os ouvintes se concentrem idioma local e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas
no teor da mensagem sem ser distraídos por erros de pro- de Jeová queremos falar de uma maneira que dignifique a
núncia. mensagem que pregamos e que seja prontamente enten-
Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras dida pelas pessoas da localidade.
de pronúncia que se aplique a todos os idiomas. Muitos No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se
idiomas utilizam um alfabeto. Além do alfabeto latino, há está bem familiarizado. Normalmente, a pronúncia não
também os alfabetos árabe, cirílico, grego e hebraico. No constitui problema numa conversa, mas ao ler em voz alta
idioma chinês, a escrita não é feita por meio de um alfabe- você poderá se deparar com palavras que não usa no co-
to, mas por meio de caracteres que podem ser compostos tidiano.
de vários elementos.
Esses caracteres geralmente representam uma pala- Maneiras de aprimorar. Muitas pessoas que têm pro-
vra ou parte de uma palavra. Embora os idiomas japonês e blemas de pronúncia não se dão conta disso.
coreano usem caracteres chineses, estes podem ser pro- Em primeiro lugar, quando for designado a ler em
nunciados de maneiras bem diferentes e nem sempre ter público, consulte num dicionário as palavras que não co-
o mesmo significado. Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia nhece. Se não tiver prática em usar o dicionário, procure
adequada exige que se use o som correto para cada letra em suas páginas iniciais, ou finais, a explicação sobre as
ou combinação de letras. Quando o idioma segue regras abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos usados ou,
coerentes, como é o caso do espanhol, do grego e do se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los.
zulu, a tarefa não é tão difícil. Contudo, as palavras es- Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias dife-
trangeiras incorporadas ao idioma às vezes mantêm uma rentes, dependendo do contexto. Alguns dicionários indi-
pronúncia parecida à original. Assim, determinadas letras, cam a pronúncia de letras que têm sons variáveis bem
ou combinações de letras, podem ser pronunciadas de di- como a sílaba tônica. Antes de fechar o dicionário, repita a
versas maneiras ou, às vezes, simplesmente não ser pro- palavra várias vezes em voz alta.
nunciadas. Você talvez precise memorizar as exceções e Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler
então usá-las regularmente ao conversar. Em chinês, a para alguém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe
pronúncia correta exige a memorização de milhares de ca- que corrija seus erros.
racteres. Em alguns idiomas, o significado de uma palavra Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar
muda de acordo com a entonação. Se a pessoa não der a atenção aos bons oradores.
devida atenção a esse aspecto do idioma, poderá transmi-
tir ideias erradas. Pronúncia de números telefônicos
Se as palavras de um idioma forem compostas de
sílabas, é importante enfatizar a sílaba correta. Muitos O número de telefone deve ser pronunciado algarismo
idiomas que usam esse tipo de estrutura têm regras bem por algarismo.
definidas sobre a posição da sílaba tônica (aquela que soa Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo.
mais forte). As palavras que fogem a essas regras geral- Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres
mente recebem um acento gráfico, o que torna relativa- em tres algarismos, com exceção de uma sequencia de
mente fácil pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se quatro numeros juntos, onde damos uma pausa a cada dois
houver muitas exceções às regras, o problema fica mais algarismos.
complicado. Nesse caso, exige bastante memorização O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o
para se pronunciar corretamente as palavras. número “11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado
Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante como “onze”.
atenção aos sinais diacríticos que aparecem acima e abai- Veja abaixo os exemplos
xo de determinadas letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç. 011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um,
Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas zero – zero, tres
armadilhas. A precisão exagerada pode dar a impressão 021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres,
de afetação e até de esnobismo. O mesmo acontece com tres – quatro, tres
as pronúncias em desuso. Tais coisas apenas chamam 031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze
atenção para o orador. Por outro lado, é bom evitar o ou- – nove, oito
tro extremo e relaxar tanto no uso da linguagem quanto
na pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já Exceções
foram discutidas no estudo “Articulação clara”. 110 -cento e dez
Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir 111 – cento e onze
de um país para outro — até mesmo de uma região para 211 – duzentos e onze
outra no mesmo país. Um estrangeiro talvez fale o idio- 118 – cento e dezoito
ma local com sotaque. Os dicionários às vezes admitem 511 – quinhentos e onze
mais de uma pronúncia para determinada palavra. Espe- 0001 – mil ao contrario
cialmente se a pessoa não teve muito acesso à instrução

Conhecimentos Específicos 168 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Atendimento telefônico problema rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pes-


soa responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter a
Na comunicação telefônica, é fundamental que o inter- garantia de que alguém confirmará a recepção do pedido
locutor se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se ou chamada;
trata da utilização de um canal de comunicação a distância. • Não negar informações: nenhuma informação deve
É preciso, portanto, que o processo de comunicação ocorra ser negada, mas há que se identificar o interlocutor antes
da melhor maneira possível para ambas as partes (emissor de a fornecer, para confirmar a seriedade da chamada.
e receptor) e que as mensagens sejam sempre acolhidas e Nessa situação, é adequada a seguinte frase: vamos anotar
contextualizadas, de modo que todos possam receber bom esses dados e depois entraremos em contato com o senhor
atendimento ao telefone.
Alguns autores estabelecem as seguintes recomenda- • Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao
ções para o atendimento telefônico: tempo, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a di-
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito zer e mostrar que o diálogo está sendo acompanhado com
longo. É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e atenção, dando feedback, mas não interrompendo o racio-
retornar a ligação em seguida; cínio do interlocutor;
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário • Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demons-
tem de se empenhar em explicar corretamente produtos e tra que o atendente é uma pessoa amável, solícita e inte-
serviços; ressada;
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar • Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser ca-
algo que o atendente não possa fornecer, é importante ofe- tastrófica: as más palavras difundem-se mais rapidamente
recer alternativas; do que as boas;
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou • Manter o cliente informado: como, nessa forma de co-
“boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou institui- municação, não se estabele o contato visual, é necessário
ção são atitudes que tornam a conversa mais pessoal. Per- que o atendente, se tiver mesmo que desviar a atenção do
guntar o nome do cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a telefone durante alguns segundos, peça licença para inter-
ideia de que ele é importante para a empresa ou instituição. romper o diálogo e, depois, peça desculpa pela demora.
O atendente deve também esperar que o seu interlocutor Essa atitude é importante porque poucos segundos podem
desligue o telefone. Isso garante que ele não interrompa o parecer uma eternidade para quem está do outro lado da
usuário ou o cliente. Se ele quiser complementar alguma linha;
questão, terá tempo de retomar a conversa. • Ter as informações à mão: um atendente deve con-
servar a informação importante perto de si e ter sempre à
No atendimento telefônico, a linguagem é o fator princi- mão as informações mais significativas de seu setor. Isso
pal para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é permite aumentar a rapidez de resposta e demonstra o pro-
fissionalismo do atendente;
preciso que o atendente saiba ouvir o interlocutor e respon-
• Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que
da a suas demandas de maneira cordial, simples, clara e
liga: quem atende a chamada deve definir quando é que a
objetiva. O uso correto da língua portuguesa e a qualidade
pessoa deve voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a
da dicção também são fatores importantes para assegu-
empresa ou instituição vai retornar a chamada.
rar uma boa comunicação telefônica. É fundamental que o
atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro-
Todas estas recomendações envolvem as seguintes
misso e credibilidade.
atitudes no atendimento telefônico:
Além das recomendações anteriores, são citados, a • Receptividade - demonstrar paciência e disposição
seguir, procedimentos para a excelência no atendimento para servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais
telefônico: comuns dos usuários como se as estivesse respondendo
• Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém pela primeira vez. Da mesma forma é necessário evitar que
gosta de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o interlocutor espere por respostas;
atendente da chamada deve identificar-se assim que aten- • Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções,
der ao telefone. Por outro lado, deve perguntar com quem dizer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se neces-
está falando e passar a tratar o interlocutor pelo nome. Esse sário, anotar a mensagem do interlocutor);
toque pessoal faz com que o interlocutor se sinta importan- • Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se
te; pronunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca,
• assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa expressões como “meu bem”, “meu querido, entre outras);
que atende ao telefone deve considerar o assunto como • Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor
seu, ou seja, comprometer-se e, assim, garantir ao inter- (evitar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situa-
locutor uma resposta rápida. Por exemplo: não deve dizer ções, desviando-se do tema da conversa, bem como evitar
“não sei”, mas “vou imediatamente saber” ou “daremos comer ou beber enquanto se fala);
uma resposta logo que seja possível”.Se não for mesmo • Comportamento ético na conversação – o que envolve
possível dar uma resposta ao assunto, o atendente deverá também evitar promessas que não poderão ser cumpridas.
apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer
o número do telefone direto de alguém capaz de resolver o

Conhecimentos Específicos 169 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Atendimento e tratamento A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja


vista, que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fa-
O atendimento está diretamente relacionado aos negó- zê-la compreender a essência da mesma é uma tarefa que
cios de uma organização, suas finalidades, produtos e ser- envolve inúmeras variáveis que transformam a comunicação
viços, de acordo com suas normas e regras. O atendimento humana em um desafio constante para todos nós.
estabelece, dessa forma, uma relação entre o atendente, a E essa complexidade aumenta quando não há uma co-
organização e o cliente. municação visual, como na comunicação por telefone, onde
A qualidade do atendimento, de modo geral, é determi- a voz é o único instrumento capaz de transmitir a mensa-
nada por indicadores percebidos pelo próprio usuário rela- gem de um emissor para um receptor. Sendo assim, inú-
tivamente a: meras empresas cometem erros primários no atendimento
• competência – recursos humanos capacitados e re- telefônico, por se tratar de algo de difícil consecução.
cursos tecnológicos adequados; Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefôni-
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários es- co, de modo a atingirmos a excelência, confira:
tabelecidos previamente; 1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem
• credibilidade – honestidade no serviço proposto; formal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito
• segurança – sigilo das informações pessoais; e seriedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao assim fazendo, você estará gerando uma imagem positiva de
pessoal de contato; si mesmo por conta do profissionalismo demonstrado.
• comunicação – clareza nas instruções de utilização 2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extrema-
dos serviços. mente prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja,
tudo aquilo que atrapalha a comunicação entre as partes
Fatores críticos de sucesso ao telefone: (chieira, sons de aparelhos eletrônicos ligados, etc.). Sendo
 A voz / respiração / ritmo do discurso assim, é necessário manter a linha “limpa” para que a co-
 A escolha das palavras municação seja eficiente, evitando desvios.
 A educação 3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que
seja minimamente compreensível, evitando desconforto
Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do para o cliente que por várias vezes é obrigado a “implorar”
outro lado da linha não pode ver as suas expressões faciais para que o atendente fale mais alto.
4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você
e gestos, mas você transmite através da voz o sentimento
não cometa o erro de falar muito rapidamente, ou seja, pro-
que está alimentando ao conversar com ela. As emoções
cure encontrar o meio termo (nem lento e nem rápido), de
positivas ou negativas, podem ser reveladas, tais como:
forma que o cliente entenda perfeitamente a mensagem,
• Interesse ou desinteresse,
que deve ser transmitida com clareza e objetividade.
• Confiança ou desconfiança,
5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e
• Alerta ou cansaço,
coesão para que a mensagem tenha organização, evitando
• Calma ou agressividade,
possíveis erros de interpretação por parte do cliente.
• Alegria ou tristeza, 6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um
• Descontração ou embaraço, cliente sem educação, use a inteligência, ou seja, seja pa-
• Entusiasmo ou desânimo. ciente, ouça-o atentamente, jamais seja hostil com o mes-
mo e tente acalmá-lo, pois assim, você estará mantendo
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras sua imagem intacta, haja vista, que esses “dinossauros”
por minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras não precisam ser atacados, pois, eles se matam sozinhos.
por minuto aproximadamente, tornando o discurso mais cla- 7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorri-
ro. dente para que o cliente se sinta valorizado pela empresa,
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensa- gerando um clima confortável e harmônico. Para isso, use
gem e pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o suas entonações com criatividade, de modo a transmitir
outro a julgar que não existe entusiasmo da sua parte. emoções inteligentes e contagiantes.
8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige cliente para aguardar na linha, mas não demore uma eter-
ao cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando nidade, pois, o cliente pode se sentir desprestigiado e des-
sua simpatia. Está relacionada a: ligar o telefone.
• Presteza – demonstração do desejo de servir, valori- 9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal
zando prontamente a solicitação do usuário; é atender o telefone no máximo até o terceiro toque, pois,
• Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de é um ato que demonstra afabilidade e empenho em tentar
cordialidade; entregar para o cliente a máxima eficiência.
• Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não- 10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer
-previstas. o nome da organização, o nome da própria pessoa seguido
ainda, das tradicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.).
Além disso, quando for encerrar a conversa lembre-se de ser
amistoso, agradecendo e reafirmando o que foi acordado.

Conhecimentos Específicos 170 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém Alguns detalhes que podem passar despercebidos na
que não está presente na sua empresa no momento da li- rotina do seu trabalho:
gação, jamais peça a ele para ligar mais tarde, pois, essa é - Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais na-
uma função do atendente, ou seja, a de retornar a ligação tural possível. Assim você fala só uma vez e evita perda de
quando essa pessoa estiver de volta à organização. tempo.
12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organi- - Calma: Ás vezes pode não ser fácil mas é muito impor-
zação é um dos princípios para um bom atendimento telefô- tante que você mantenha a calma e a paciência . A pessoa
nico, haja vista, que é necessário anotar o nome da pessoa que esta chamando merece ser atendida com toda a delica-
e os pontos principais que foram abordados. deza. Não deve ser apressada ou interrompida. Mesmo que
13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que ela seja um pouco grosseira, você não deve responder no
não tem responsabilidade de cumprir aquilo que foi acor- mesmo tom. Pelo contrário, procure acalmá-la.
dado demonstra desleixo e incompetência, comprometendo - Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece
assim, a imagem da empresa. Sendo assim, se tiver que atenção especial. E você, como toda boa telefonista, deve
dar um recado, ou, retornar uma ligação lembre-se de sua ser sempre simpática e demonstrar interesse em ajudar.
responsabilidade, evitando esquecimentos. - Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber
14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao aten- de detalhes importantes sobre o assunto que será tratado.
der o telefone, você deve demonstrar para o cliente uma Esses detalhes são confidenciais e pertencem somente às
postura de quem realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se pessoas envolvidas. Você deve ser discreta e manter tudo
importa com os problemas do mesmo. Atitudes negativas em segredo. A quebra de sigilo nas ligações telefônicas é
como um tom de voz desinteressado, melancólico e enfa- considerada uma falta grave, sujeita às penalidades legais.
dado contribuem para a desmotivação do cliente, sendo as-
sim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa para que O que dizer e como dizer
a outra parte se sinta acolhida. Aqui seguem algumas sugestões de como atender as
15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente aten- chamadas externas:
tamente, sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui po- - Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o
sitivamente para a identificação dos problemas existentes nome da sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou
e consequentemente para as possíveis soluções que os boa noite.
mesmos exigem. - Essa chamada externa vai solicitar um ramal ou pes-
16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou soa. Você deve repetir esse número ou nome, para ter cer-
ligar para alguma empresa e teve que esperar um longo teza de que entendeu corretamente. Em seguida diga: “ Um
período de tempo para que a linha fosse desocupada? momento, por favor,” e transfira a ligação.
Pois é, é algo extremamente inconveniente e constrange- Ao transferir as ligações, forneça as informações que
dor. Por esse motivo, busque não delongar as conversas e já possui; faça uso do seu vocabulário profissional; fale so-
evite conversas pessoais, objetivando manter, na medida mente o necessário e evite assuntos pessoais.
do possível, sua linha sempre disponível para que o cliente Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar
não tenha que esperar muito tempo para ser atendido. ao seu interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir
a ligação, mantenha-o ciente dos passos desse atendimen-
Buscar a excelência constantemente na comunicação to.
humana é um ato fundamental para todos nós, haja vista, Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar
que estamos nos comunicando o tempo todo com outras dela. Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-
pessoas. Infelizmente algumas pessoas não levam esse -se à disposição dele, e se acontecer de não ser possível,
importante ato a sério, comprometendo assim, a capacida- transfira-o para quem realmente possa atendê-lo e resolver
de humana de transmitir uma simples mensagem para ou- sua solicitação. Transferir o cliente de um setor para outro,
tra pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos para não quando essa ligação já tiver sido transferida várias vezes não
repetirmos esses erros e consequentemente aumentarmos favorece a imagem da empresa. Nesse caso, anote a situação
nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante. e diga que irá retornar com as informações solicitadas.
- Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a trans-
ferência, diga à pessoa que chamou: “O ramal está ocupa-
Resoluções de situações conflitantes ou
do. Posso anotar o recado e retornar a ligação.” É importan-
problemas quanto ao atendimento de ligações ou
te que você não deixe uma linha ocupada com uma pessoa
transferências
que está apenas esperando a liberação de um ramal. Isso
pode congestionar as linhas do equipamento, gerando per-
O agente de comunicação é o cartão de visita da em-
da de ligações. Mas caso essa pessoa insista em falar com
presa.. Por isso é muito importante prestar atenção a todos
o ramal ocupado, você deve interromper a outra ligação e
os detalhes do seu trabalho. Geralmente você é a primeira
dizer: “Desculpe-me interromper sua ligação, mas há uma
pessoa a manter contato com o público. Sua maneira de fa- chamada urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este ramal.
lar e agir vai contribuir muito para a imagem que irão formar O (a) senhor (a) pode atender?” Se a pessoa puder aten-
sobre sua empresa. Não esqueça: a primeira impressão é der , complete a ligação, se não, diga que a outra ligação
a que fica. ainda está em andamento e reafirme sua possibilidade em
auxiliar.

Conhecimentos Específicos 171 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Lembre-se: - DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas ex-


Você deve ser natural, mas não deve esquecer de cer- ternas vão direto para o ramal desejado, sem passar pela
tas formalidades como, por exemplo, dizer sempre “por fa- telefonista . Isto só é possível em algumas CPCTs do tipo
vor” , “Queira desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita PABX.
a comunicação e induz a outra pessoa a ter com você o
mesmo tipo de tratamento. - Pulso : Critério de medição de uma chamada por tem-
A conversa: existem expressões que nunca devem ser po, distância e horário.
usadas, tais como girias, meias palavras, e palavras com - Consultores: empregados da Telems que dão orien-
conotação de intimidade. A conversa deve ser sempre man- tação às empresas quanto ao melhor funcionamento dos
tida em nível profissional. sistemas de telecomunicações.
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço
Equipamento básico e dar assistência às CPCTs.
Além da sala, existem outras coisas necessárias para - Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas
assegurar o bom andamento do seu trabalho: nos horários fora do expediente para determinados ramais.
- Listas telefônicas atualizadas. Só é possível em CPCTs do tipo PBX e PABX.
- Relação dos ramais por nomes de funcionários (em
ordem alfabética). Em casos onde você se depara com uma situação que
- Relação dos números de telefones mais chamados. represente conflito ou problema, é necessário adequar a
- Tabela de tarifas telefônicas. sua reação à cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
- Lápis e caneta
- Bloco para anotações 1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
- Livro de registro de defeitos.  Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar
a raiva.
O que você precisa saber:  Acima de tudo, mantenha-se calmo.
O seu equipamento telefônico não é apenas parte do  Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente,
seu material de trabalho. É o que há de mais importante. em um estado de nervosismo.
Por isso você deve saber como ele funciona. Tecnicamente,  Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a)
o equipamento que você usa é chamado de CPCT - Cen- está muito nervoso (a), tente acalmar-se”.
tral Privada de Comunicação Telefônica, que permite você  Use frases adequadas ao momento. Frases que
fazer ligações internas (de ramal para ramal) e externas. ajudam acalmar o Cliente, deixando claro que você está ali
Atualmente existem dois tipos: PABX e KS. para ajudá-lo
- PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste
sistema, todas as ligações internas e a maioria das ligações 2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer?
para fora da empresa são feitas pelos usuários de ramais.  O tratamento deverá ser sempre positivo, indepen-
Todas as ligações que entram, passam pela telefonista. dentemente das circunstâncias.
- KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de  Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a
entender que você não é o alvo.
entrada, de saída ou internas, são feitas sem passar pela
 Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidan-
telefonista
do para não parecer ironia. Quando você toma a iniciativa
e age positivamente, coloca uma pressão psicológica no
Informações básicas adicionais
Cliente, para que ele reaja de modo positivo.
- Ramal: são os terminais de onde saem e entram as
ligações telefônicas. Eles se dividem em:
3ª – Diante de erros ou problemas causados pela em-
* Ramais privilegiados: são os ramais de onde se po-
presa
dem fazer ligações para fora sem passar pela telefonista  ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido pos-
* Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessá- sível.
rio o auxilio da telefonista para ligar para fora.  Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que es-
* Ramais restritos: só fazem ligações internas. tiver ao seu alcance para que o problema seja resolvido.
-Linha - Tronco: linha telefônica que liga a CPCT à cen-  CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando
tral Telefônica Pública. vai corrigir.
- Número-Chave ou Piloto: Número que acessa auto-  Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
maticamente as linhas que estão em busca automática, de-  EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
vendo ser o único número divulgado ao público.  Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFI-
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações entre QUE, mas com muita prudência. O Cliente não se interessa
ramais e linhas-tronco. por “justificativas”. Este é um problema da empresa.
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a
realização de ligações interurbanas. 4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano  Concentre-se para entender o que realmente o
franqueado, cuja cobrança das ligações é feita no telefone Cliente quer ou, exatamente, o que ele não está entenden-
chamado. do e o porquê.

Conhecimentos Específicos 172 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

 Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até que o Cliente entenda.
 Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o gerente, o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do pos-
sível, que o Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.

5ª – Discussão com o Cliente


Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você sempre perde!
Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou “discutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta
-, de forma que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional do Cliente, quando esta for negativa. Exemplos:

O Cliente está... Reaja de forma oposta


Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
Irritado Mantenha a calma.
Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
Ameaçando Diga-lhe que é possível resolver o problema sem a necessidade de uma ação extrema.
Diga-lhe que o compreende, que gostaria que ele lhe desse uma oportunidade para
Ofendendo
ajudá-lo.

6ª – Equilíbrio Emocional
Em uma época em que manter um excelente relacionamento com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto
coeficiente de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os profissionais, particularmente os que trabalham
diretamente no atendimento a Clientes.

Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que:


 For paciente e compreensivo com o Cliente.
 Tiver uma crescente capacidade de separar as questões pessoais dos problemas da empresa.
 Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas, sim, a empresa. Que você só está ali como uma es-
pécie de “para-raios”.
 Não fizer pré julgamentos dos clientes.
 Entender que cada cliente é diferente do outro.
 Entender que para você o problema apresentado pelo cliente é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o
problema é único, é o problema dele.
 Entender que seu trabalho é este: atender o melhor possível.
 Entender que você e a empresa dependem do cliente, não ele de vocês.
 Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o futuro da relação do cliente com a empresa.

POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordialidade)

A FUGA DOS CLIENTES

As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fogem delas por problemas relacionados à postura de
atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos observar os seguintes percentuais:
 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de postura no atendimento;
 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
 9% fogem pelo preço;
 9% fogem por competição, mudança de endereço, morte.

A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas
não definem uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio serviço e qual é o seu produto. Sem isso, existe
muita dificuldade em satisfazer plenamente o cliente.
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contratam profissionais com características básicas para
atender o público, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam um padrão de atendimento e este pas-
sa a ser realizado de acordo com as características individuais e o bom senso de cada um.

Conhecimentos Específicos 173 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A falta de noção clara da causa primária da perda de tante e proporcioná-lo um ambiente agradável. Este pro-
clientes faz com que as empresas demitam os funcioná- fissional é voltado completamente para a interação com o
rios “porque eles não sabem nem atender o cliente”. Parece cliente, estando sempre com as suas antenas ligadas neste,
até que o atendimento é a tarefa mais simples da empresa para perceber constantemente as suas necessidades. Para
e que menos merece preocupação. Ao contrário, é a mais este profissional, não basta apenas conhecer o produto ou
complexa e recheada de nuances que perpassam pela con- serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em
dição individual e por condições sistêmicas. relação às necessidades dos clientes e atendê-las.
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as neces-
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: sidades dos clientes, aguçando a capacidade de perceber
1. Falta de uma política clara de serviços; o cliente. Para entender o lado humano, é necessário que
2. Indefinição do conceito de serviços; este profissional tenha uma formação voltada para as pes-
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de soas e goste de lidar com gente. Se espera que ele fique
atendimento; feliz em fazer o outro feliz, pois para este profissional, a
4. Falta de um padrão de atendimento; felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante em
5. Inexistência do follow up; que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal. a felicidade do outro.
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO
Nas condições individuais, podemos encontrar a con- DE ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e senti-
tratação de pessoas com características opostas ao ne- mentos positivos, para ter atitudes adequadas no momen-
cessário para atender ao público, como: timidez, avareza, to do atendimento. Ele sabe que é fundamental separar os
rebeldia... problemas particulares do dia a dia do trabalho e, para isso,
cultiva o estado de espírito antes da chegada do cliente.
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a
consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os
Observando estas duas condições principais que cau- clientes a solucionarem suas necessidades. A postura é de
sam a vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, realizar serviços para o cliente.
podemos separar a estrutura de uma empresa de serviços Os requisitos para contratação deste profissional
em dois itens: os serviços e a postura de atendimento. Para trabalhar com atendimento ao público, alguns re-
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organi- quisitos são essenciais ao atendente. São eles:
zações e, como tal, está diretamente relacionado ao próprio  Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
negócio.  Gostar de lidar com gente.
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de  Ser extrovertido.
serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também  Ter humildade.
são tratados os aspectos gerais da organização que dão  Cultivar um estado de espírito positivo.
peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores (pin-  Satisfazer as necessidades do cliente.
tura), os jardins. Este item, portanto, depende mais direta-  Cuidar da aparência.
mente da empresa e está mais relacionado com as condi-
ções sistêmicas. Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendi-
mento.
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamen-
to dispensado às pessoas, está mais relacionado com o A POSTURA pode ser entendida como a junção de to-
funcionário em si, com as suas atitudes e o seu modo de dos os aspectos relacionados com a nossa expressão cor-
agir com os clientes. Portanto, está ligado às condições in- poral na sua totalidade e nossa condição emocional.
dividuais.
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas Podemos destacar 03 pontos necessários para falar-
políticas das empresas, o treinamento, a definição de um mos de POSTURA. São eles:
padrão de atendimento e de um perfil básico para o profis- 01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se carac-
sional de atendimento, como forma de avançar no próprio teriza por um posicionamento de humildade, mostrando-se
negócio. Dessa maneira, estes dois itens se tornam com-
sempre disponível para atender e interagir prontamente
plementares e inter-relacionados, com dependência recí-
com o cliente. Esta POSTURA DE ABERTURA do atenden-
proca para terem peso.
te suscita alguns sentimentos positivos nos clientes, como
Para conhecermos melhor a postura de atendimento,
por exemplo:
faz-se necessário falar do Verdadeiro profissional do aten-
a) postura do atendente de manter os ombros abertos
dimento.
e o peito aberto, passa ao cliente um sentimento de recep-
tividade e acolhimento;
Os três passos do verdadeiro profissional de atendi-
mento: b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de inclinado transmite ao cliente a humildade do atendente;
compreender e atender as necessidades dos clientes, fazer c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem
com que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir impor- respeito e segurança;

Conhecimentos Específicos 174 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afe- O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo.
tividade e calorosidade. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular
com o olhar.
02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO COR- A aproximação - raio de ação.
PORAL: que se caracteriza pela existência de uma unidade A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao con-
entre o que dizemos e o que expressamos no nosso corpo. ceito de RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o pú-
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos blico, independente deste ser cliente ou não.
e confortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3
nossos sentimentos e eles fluem livremente. Dessa forma, metros de distância do público e de um tempo imediato, ou
nos sentimos mais livres do stress, das doenças, dos me- seja, prontamente.
dos. Além do mais, deve ocorrer independentemente do fun-
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos cionário estar ou não na sua área de trabalho. Estes requi-
extrair dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados sitos para a interação, a tornam mais eficaz.
emocionais que elas traduzem e a identificação destes es- Esta interação pode se caracterizar por um cumprimen-
tados pelas pessoas; e a sua função social que diz em que to verbal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas
condições ocorreu a expressão, seus efeitos sobre o obser- por um aceno de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente
vador e quem a expressa. sentir-se acolhido e certo de estar recebendo toda a aten-
Podemos concluir, entendendo que, qualquer compor- ção necessária para satisfazer os seus anseios.
tamento inclui posturas e é sempre fruto da interação com-
plexa entre o organismo e o seu meio ambiente. Alguns exemplos são:
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o car-
O olhar rinho de limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela
prontamente olha para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”.
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Atra- 2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no
momento do pagamento;
vés do olhar, podemos passar para as pessoas os nossos
03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao
sentimentos mais profundos, pois ele reflete o nosso estado
ver o carro entrando no posto e faz uma sudação...
de espírito.
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos pren-
A INVASÃO
der somente a ele, mas a fisionomia como um todo para
entendermos o real sentido dos olhos.
Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de
com INVASÃO DE TERRITÓRIO.
acolhimento, de interesse no atendimento das suas ne- Vamos entender melhor isso.
cessidades, de vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar Todo ser humano sente necessidade de definir um
apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando ao cliente, a TERRITÓRIO, que é um certo espaço entre si e os estra-
impressão de desgosto e dissabor pelo atendimento. nhos. Este território não se configura apenas em um espaço
físico demarcado, mas principalmente num espaço pessoal
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa e social, o que podemos traduzir como a necessidade de
este brilho nos nossos olhos ? A resposta é simples: privacidade, de respeito, de manter uma distância ideal en-
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, tre si e os outros de acordo com cada situação.
gostar de ajudar o próximo. Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cor-
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e tes na privacidade, o que normalmente traz consequências
gosto, pois só assim conseguimos repassar uma sensação negativas. Podemos exemplificar estas invasões com algu-
agradável para o cliente. Gostar de atender o público signi- mas situações corriqueiras: uma piada muito picante con-
fica gostar de atender as necessidades dos clientes, querer tada na presença de pessoas estranhas a um grupo social;
ver o cliente feliz e satisfeito. ficar muito próximo do outro, quase se encostando nele; dar
um tapinha nas costas...
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode trans- Nas situações de atendimento, são bastante comuns as
mitir: invasões de território pelos atendentes. Estas, na sua maio-
01. Interesse quando: ria, causam mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por
 Brilha; eles como atitudes grosseiras e poucos sensíveis. Alguns
 Tem atenção; são os exemplos destas atitudes e situações mais comuns:
 Vem acompanhado de aceno de cabeça.
 Insistência para o cliente levar um item ou adquirir
02. Desinteresse quando: um bem;
 É apático;  Seguir o cliente por toda a loja;
 É imóvel, rígido;  O motorista de taxi que não pára de falar com o
 Não tem expressão. cliente passageiro;
 O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerin-
do pratos sem ser solicitado;

Conhecimentos Específicos 175 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

 O funcionário que cumprimenta o cliente com dois insatisfações destes clientes. Assim, elas deixam escapar
beijinhos e tapinhas nas costas; as armas que teriam para reforçar os seus processos inter-
 O funcionário que transfere a ligação ou desliga o nos e o seu sistema de trabalho.
telefone sem avisar. Quando as organizações atentam para essa importân-
cia, elas passam a aplicar instrumentos de medição.
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a
profissional do atendimento. realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, sub-
jetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto.
O sorriso Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não
colher as informações reais.
O SORRISO abre portas e é considerado uma lingua- A saída seria criar medidores que traduzissem com
gem universal. fatos e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o
Imagine que você tem um exame de saúde muito im- serviço e o produto adquiridos da empresa.
portante para receber e está apreensivo com o resultado.
Você chega à clínica e é recebido por uma recepcionista Apresentação pessoal
que apresenta um sorriso caloroso. Com certeza você se
sentirá mais seguro e mais confiante, diminuindo um pouco Que imagem você acha que transmitimos ao cliente
a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi interpretado como quando o atendemos com as unhas sujas, os cabelos des-
um ato de apaziguamento. penteados, as roupas mal cuidadas... ?
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de es- O atendente está na linha de frente e é responsável
pírito das pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas pelo contato, além de representar a empresa neste momen-
sorridentes são avaliadas mais favoravelmente do que as to. Para transmitir confiabilidade, segurança, bons serviços
não sorridentes. e cuidado, se faz necessário, também, ter uma boa apre-
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de sentação pessoal.
comunicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções
e geralmente informa mais do que a linguagem falada e a Alguns cuidados são essenciais para tornar este item
escrita. Dessa forma, podemos passar vários tipos de sen- mais completo. São eles:
timentos e acarretar as mais diversas emoções no outro. 01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além
da função higiênica, também é revigorante e espanta a pre-
Ir ao encontro do cliente guiça;
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas lim-
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromis- pas, cabelos cortados e penteados, dentes cuidados, hálito
so no atendimento, por parte do atendente. Este item traduz agradável, axilas
a importância dada ao cliente no momento de atendimento,
na qual o atendente faz tudo o que é possível para atender Asseadas, barba feita;
as suas necessidades, pois ele compreende que satisfazê- 03. Roupas limpas e conservadas;
-las é fundamental. Indo ao encontro do cliente, o atendente 04. Sapatos limpos;
demonstra o seu interesse para com ele. 05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local vi-
sível pelo cliente.
A primeira impressão
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A cliente se questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da
PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA. sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me prestar
um bom serviço ? “
Você concorda com ela? A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto im-
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil portante para criar uma relação de proximidade e confiança
a empresa ter uma segunda chance para tentar mudar a entre o cliente e o atendente.
impressão inicial, se esta foi negativa, pois dificilmente o
cliente irá voltar. Cumprimento caloroso
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta
o cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou que não O que você sente quando alguém aperta a sua mão
teve os seus desejos satisfeitos. sem firmeza ?
Estes clientes perdem a confiança na empresa e normal- Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se co-
mente os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanis- nhece alguém, a sua integridade moral, pela qualidade do
mos que as empresas adotam são os contatos via telemarke- seu aperto de mão.
ting, mala-direta, visitas, mas nem sempre são eficazes. O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passivida-
A maioria das empresas não têm noção da quantidade de, baixa energia, desinteresse, pouca interação, falta de
de clientes perdidos durante a sua existência, pois elas não compromisso com o contato.
adotam mecanismos de identificação de reclamações e/ou

Conhecimentos Específicos 176 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de
machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem positi- receptividade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e
va, causa um mal estar, traduzindo hiperatividade, agressi- uma boca, o que nos sugere que é preciso escutar mais do
vidade, invasão e desrespeito. O ideal é ter um cumprimen- que falar.
to firme, que prenda toda a mão, mas que a deixe livre, sem Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-
sufocá-la. Este aperto de mão demonstra interesse pelo ou- -o, falando mais que ele, dividindo a atenção com outras si-
tro, firmeza, bom nível de energia, atividade e compromisso tuações - tiramos dele, a oportunidade de expressar os seus
com o contato. verdadeiros anseios e necessidades e corremos o risco de
É importante lembrar que o cumprimento deve estar as- aborrecê-lo, pois não iremos conseguir atende-las.
sociado ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que
e o peito abertos, totalizando uma sintonia entre fala e ex- vamos conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar
pressão corporal. de fato, os sentimentos por trás do que está sendo dito,
Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada mas, para isso, é preciso que o atendente esteja sintoniza-
de cumprimentar, esta jamais deverá ser mecânica e auto- do emocionalmente com o cliente. Esta sintonia se dá atra-
mática. vés do despojamento das barreiras que já falamos antes.

Tom de voz Agilidade

A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder
onda de intensa vibração. O tom de voz e a maneira como a qualidade do serviço prestado.
dizemos as palavras, são mais importantes do que as pró- A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia
prias palavras. de respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessi-
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair dade do cliente em relação à utilização adequada do seu
hoje do conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará tempo.
pronta na próxima semana “. De acordo com a maneira que
dizemos e de acordo com o tom de voz que usamos, vamos Quando há agilidade, podemos destacar:
perceber reações diferentes do cliente.  o atendimento personalizado;
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos des-  a atenção ao assunto;
culpando pela falha e assumindo uma postura de humilda-  o saber escutar o cliente;
de, falando com calma e num tom amistoso e agradável,  cuidar das solicitações e acompanhar o cliente du-
percebemos que a reação do cliente será de compreensão. rante todo o seu percurso na empresa.
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma me-
cânica, estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, O calor no atendimento
poderemos ter um cliente reagindo com raiva, procurando o
gerente, gritando... O atendimento caloroso evita dissabores e situações
As palavras são símbolos com significados próprios. A constrangedoras, além de ser a comunhão de todos os pon-
forma como elas são utilizadas também traz o seu signifi- tos estudados sobre postura.
cado e com isso, cada palavra tem a sua vibração especial. O atendente escolhe a condição de atender o cliente e
para isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se
Saber escutar sentir importante e respeitado. Na situação de atendimento,
o cliente busca ser reconhecido e, transmitindo calorosida-
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCU- de nas atitudes, o atendente satisfaz as necessidades do
TAR? Se você respondeu que não, você errou. cliente de estima e consideração.
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o ver- Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente
dadeiro sentido, compreendendo e interpretando a essên- a sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de
cia, o conteúdo da comunicação. retornar ao atendente como um bumerangue. O EFEITO
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com BUMERANGUE é bastante comum em situações de aten-
a nossa capacidade de perceber o outro. E, para perceber- dimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou não, do
mos o outro, o cliente que está diante de nós, precisamos cliente em relação ao atendente. Com este efeito, as atitu-
nos despojar das barreiras que atrapalham e empobrecem des batem e voltam, ou seja, se você atende bem, o cliente
o processo de comunicação. São elas: se sente bem e trata o atendente com respeito. Se este
* os nossos PRECONCEITOS; atende mal, o cliente reage de forma negativa e hostil. O
* as DISTRAÇÕES; cliente não está na esteira da linha de produção, merecen-
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS; do ser tratado com diferenciação e apreço.
* as ANTIPATIAS.
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraí-
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, pre- das, que façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido
cisamos compreender o TODO, captando os estímulos que de vida, que é SERVIR AO PRÓXIMO.
vêm do outro, fazendo uma leitura completa da situação.

Conhecimentos Específicos 177 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilida- Usar chavões


de, retratam bem a falta de calor do atendente. Com estas
atitudes, o atendente parece estar pedindo ao cliente que O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como
este se afaste, vá embora, desapareça da sua frente, pois forma de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao
ele não é bem vindo. Assim, o atendente esquece que a sua cliente. Citamos aqui, os mais comuns:
MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente FELIZ.
PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COM-
As gafes no atendimento PARADO A ESTE ATENDENTE?
* o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER...
Depois de conhecermos a postura correta de atendi- * o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRE-
mento, também é importante sabermos quais são as for- SA FAZ PELO SENHOR...
mas erradas, para jamais praticá-las. Quem as pratica, com * o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER
certeza não é um verdadeiro profissional de atendimento. MAIS...
Podemos dividi-las em duas partes, que são: * AÍ VEM ELE DE NOVO...

Postura inadequada Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a


liberação do lado bom da pessoa que atende o cliente.
A postura inadequada é abrangente, indo desde a pos- Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um
tura física ao mais sutil comentário negativo sobre a empre- círculo vicioso na postura inadequada, pois, o atendente
sa na presença do cliente. usa os chavões (pensa dessa forma em relação ao clien-
Em relação à postura física, podemos destacar como te e a situação de atendimento ), o cliente se aborrece e
inadequado, o atendente: descarrega no atendente, ou simplesmente não volta mais.
* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança
no seu birô por não estar com o cliente (esta atitude impede radical no pensamento e postura do atendente.
que ele interaja no raio de ação);
* mascar chicletes ou fumar no momento do atendimen- Impressões finais do cliente
to; Toda a postura e comportamento do atendente vai le-
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coi- var o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e,
sas só devem ser feitas no banheiro); consequentemente, sobre a empresa.
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que Duas são as formas de impressões finais mais co-
oferecem lanches ou têm cantina); muns do cliente:
* gritar para pedir alguma coisa; 1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato dire-
* se coçar na frente do cliente; to (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento). 2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Va-
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar: mos conhecê-las com mais detalhes.
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona,
por exemplo; Momentos da verdade
* receber presentes do cliente em troca de um bom ser-
viço; Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qual-
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou quer episódio no qual o cliente entra em contato com qual-
serviços na frente do cliente; quer aspecto da organização e obtem uma impressão da
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que qualidade do seu serviço.
vende, o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente
para o cliente; do cliente a imagem da empresa e do próprio serviço pres-
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença tado. Este é o momento que separa o grande profissional
do cliente; dos demais.
* usar o cliente como desabafo dos problemas pes- Este verdadeiro profissional trabalha em cada mo-
soais; mento da verdade, considerando-o único e fundamental
* reclamar na frente do cliente; para definir a satisfação do cliente. Ele se fundamenta na
* lamentar; chamada TRÍADE DO ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO
* colocar problemas salariais; DO ATENDIMENTO, que é composto de elementos bási-
* “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente. cos do processo de interação, que são:

LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR A ) a pessoa


AOS OUTROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS. A pessoa mais importante é aquela que está na sua
frente. Então, podemos entender que a pessoa mais im-
portante é o cliente que está na frente e precisa de
atenção.

Conhecimentos Específicos 178 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

No Momento da Verdade, o atendente se relaciona di- 02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com
retamente com o cliente, tentando atender a todas as suas elas o atendente passa a ideia de respeito pelo cliente.
necessidades. Não existe outra forma de atender, a não Aqui fica expressamente PROIBIDO o uso de termos
ser pelo contato direto e, portanto, a pessoa fundamental como: amor, bem, benzinho, chuchu, mulherzinha, queri-
neste momento é o cliente. dinha, colega...

B ) a hora 03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a


A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o impressão de educação e respeito. São INCORRETAS as
presente, pois somente nele podemos atuar. atitudes de transferir a ligação antes do cliente concluir
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado o que iniciou a falar; passar a ligação para a pessoa ou
e o futuro não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o ramal errado ( mostrando com isso que não ouviu o que
presente como fonte de atuação. Nele, podemos agir e ele disse ); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir
transformar. O aqui e agora são os únicos momentos nos a atenção com outras conversas; deixar o telefone tocar
quais podemos interagir e precisamos fazer isto da melhor muitas vezes sem atender; dar risadas no telefone.
forma. Aspectos psicológicos do atendente
Nós falamos sobre a importância da postura de atendi-
C ) a tarefa mento. Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais do atendimento. Vamos a eles.
importante diante desta pessoa mais importante para nós,
na hora mais importante que é o aqui e o agora, é FAZER Empatia
O CLIENTE FELIZ, atendendo as suas necessidades.
Esta tríade se configura no fundamento dos Momen- O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA,
tos da Verdade e, para que estes sejam plenos, é neces- que significa entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é
sário que os funcionários de linha de frente, ou seja, que a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, pro-
curando sempre entender as suas necessidades, os seus
atendem os clientes, tenham poder de decisão. É neces-
anseios, os seus sentimentos. Dessa forma, é uma apti-
sário que os chefes concedam autonomia aos seus su-
dão pessoal fundamental na relação atendente - cliente.
bordinados para atuarem com precisão nos Momentos da
Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos des-
Verdade.
pojar dos nossos preconceitos e preferências, evitando
julgar o outro a partir de nossas referências e valores.
Teleimagem
A empatia alimenta-se da autoconsciência, que signi-
fica estarmos abertos para conhecermos as nossas emo-
Através do telefone, o atendente transmite a TELEI- ções. Quanto mais isto acontece, mais hábeis seremos
MAGEM da empresa e dele mesmo. na leitura dos sentimentos dos outros. Quando não temos
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente for- certeza dos nossos próprios sentimentos, dificilmente con-
ma na sua mente ( imagem mental ) sobre quem o está seguimos ver os dos outros.
atendendo e , consequentemente, sobre a empresa ( que E, a chave para perceber os sentimentos dos outros,
é representada por este atendente). está na capacidade de interpretar os canais não verbais
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do de comunicação do outro, que são: os gestos, o tom de
cliente encaminhar os seus negócios é maior, pois ele voz, as expressões faciais...
supõe que a empresa é comprometida com o cliente. No Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está
entanto, se a imagem é negativa, vemos normalmente o ligada ao envolvimento: sentir com o outro é envolver-se.
cliente fugindo da empresa. Como no atendimento tele- Isto requer uma atitude muito sublime que se chama HU-
fônico, o único meio de interação com o cliente, é atra- MILDADE. Sem ela é impossível ser empático.
vés da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se Quando não somos humildes, vemos as pessoas de
necessário usá-la de forma adequada para satisfazer as maneira deturpada, pois olhamos através dos óculos do
exigências do cliente. Dessa forma, classificamos 03 itens orgulho e do egoísmo, com os quais enxergamos ape-
básicos ligados a palavra e as atitudes, como fundamen- nas o nosso pequenino mundo.
tais na formação da TELEIMAGEM. O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a
humanidade, impedindo-a de ser feliz.
São eles: Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho
01. O tom de voz: é através dele que transmitimos in- , criando uma couraça ao nosso redor para nos proteger.
teresse e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e Com eles, nós achamos que somos tudo o que importa e
distante, passamos ao cliente, a ideia de desatenção e esquecemos de olhar para o outro e perguntar como ele
desinteresse. está, do que ele precisa, em que podemos ajudar.
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma Esquecemos de perceber principalmente os seus sen-
decidida e atenciosamente, satisfazemos as necessida- timentos e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos
des do cliente de sentir-se assistido, valorizado, respeita- tornamos vaidosos e passamos a ver os outros de acordo
do, importante. com o que estes óculos registram: os nossos preconcei-
tos, nossos valores, nossos sentimentos...

Conhecimentos Específicos 179 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a
não sabemos repartir, não sabemos doar. parte mais amena da repreensão e reprimir a mais severa.
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mes- Em alguns casos, a percepção seletiva age como me-
mos, só lembramos de nós. É aqui que a empatia se de- canismo de defesa.
teriora, quando os nossos próprios sentimentos são tão
fortes que não permitem harmonização com o outro e pas- O ESTADO INTERIOR
sam por cima de tudo.
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRA- O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome suge-
BALHAR COM O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CA- re, é a condição interna, o estado de espírito diante das
PACIDADE DE SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO E situações.
ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECESSIDA- A atitude de quem atende o público está diretamente
DES. relacionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atenden-
te mantém um equilíbrio interno, sem tensões ou preocu-
Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruís- pações excessivas, as suas atitudes serão mais positivas
tas, pois as raízes da moralidade estão na empatia. Para frente ao cliente.
concluir, podemos lembrar a frase de Saint-Exupéry no li- Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensa-
vro O Pequeno Príncipe: “Só se vê bem com o coração; o mentos e sentimentos cultivados pelo atendente. E estes,
essencial é invisível aos olhos“. Isto é empatia. dão suporte as atitudes frente ao cliente.
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensa-
PERCEPÇÃO mentos negativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e
vaidade, as atitudes advindas deste estado, sofrerão as
PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de com- suas influências e serão:
preender e captar as situações, o que exige sintonia e é * Atitudes preconceituosas;
fundamental no processo de atendimento ao público. Para * Atitudes de exclusão e repulsa;
percebermos melhor, precisamos passar pelo “esvazia- * Atitudes de fechamento;
mento” de nós mesmos, ficando assim, mais próximos do
outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso mes- * Atitudes de rejeição.
mo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nos- É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabi-
sas antipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, lidade, para que o atendente consiga manter uma atitude
vamos observar as situações na sua totalidade, para en- positiva com os clientes e as situações.
tendermos melhor o que o cliente deseja. Vamos ilustrar
com um exemplo real: certa vez, em uma loja de carros, O ENVOLVIMENTO
entra um senhor de aproximadamente 65 anos, usando
um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada A demonstração de interesse, prestando atenção ao
na cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, cliente e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o
que imediatamente se levantou pedindo para ele se reti- caminho para o verdadeiro sentido de atender.
rar, pois não era permitido “pedir esmolas ali “. O senhor Na área de serviços, o produto é o próprio serviço
com muita paciência, retirou de um saco plástico que car- prestado, que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário
regava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu quero comprar com o cliente. Um serviço é, então, um resultado psicoló-
aquele carro ali”. gico e pessoal que depende de fatores relacionados com
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata cla- a interação com o outro. Quando o atendente tem um en-
ramente o que podemos fazer com o outro quando pré-jul-
volvimento baixo com o cliente, este percebe com clareza
gamos as situações.
a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas,
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o
o trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta
todo é muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o
deliderança, o nível de burocracia, são fatores que con-
que é e não é harmônico e com ele percebemos a essên-
tribuem para uma interação fraca com o cliente. Esta fra-
cia dos fatos e situações.
queza de envolvimento não permite captar a essência dos
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado
desejos do cliente, o que se traduz em insatisfação. Um
com a PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de
percepção, na qual vemos, escutamos e sentimos apenas exemplo simples disso é a divisão de atenção por parte do
aquilo que nos interessa. Esta seleção age como um filtro, atendente. Quando este divide a atenção no atendimento
que deixa passar apenas o que convém. Esta filtragem entre o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente
está diretamente relacionada com a nossa condição físi- sente-se desrespeitado, diminuído e ressentido. A sua im-
ca-psíquica emocional. Como é isso? Vamos entender: pressão sobre a empresa é de fraqueza e o Momento da
a)Se estou com medo de passar em rua deserta e es- Verdade é pobre.
cura, a sombra do galho de uma árvore pode me assustar, Esta ação traz consequências negativas como: impos-
pois eu posso percebê-lo como um braço com uma faca sibilidade de escutar o cliente, falta de empatia, desrespei-
para me apunhalar; to com o seu tempo, pouca agilidade, baixo compromisso
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de com o atendimento.
um cheiro agradável de comida;

Conhecimentos Específicos 180 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutu- Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo
ra adequada para o atendimento ao público, obrigando o de poder para atuar de acordo com a situação e esse po-
atendente a dividir o seu trabalho entre atendimento pes- der deve ser conquistado. O poder aos funcionários serve
soal e telefônico, quando normalmente há um fluxo grande para agilizar o negócio. Às vezes, a falta de autonomia se
de ambos no setor. Neste caso, o ideal seria separar os relaciona com fraca liderança do chefe.
dois tipos de atendimento, evitando problemas desta es-
pécie. Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade,
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são: desburocratização, respeito, compromisso, organização.
* atender pessoalmente e interromper com o telefone Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o
* atender o telefone e interromper com o contato direto outro , não precisa passear pela empresa, ouvindo dos
* sair para tomar café ou lanchar atendentes: “Esse assunto eu não resolvo; é só com o fu-
* conversar com o colega do lado sobre o final de se- lano; procure outro setor...”
mana, férias, namorado, tudo isso no momento de atendi- A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra
mento ao cliente. que a empresa está totalmente voltada para o cliente, pois
todo o sistema funciona para atendê-lo integralmente, e
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como essa postura é vital, visto que a imagem transmitida pelo
um exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao tra- atendente é a imagem que será gerada no cliente em rela-
balho. O cliente deve ser poupado dele. ção à organização, dessa forma, ao atender, o atendente
precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa uma
Os desafios do profissional de atendimento marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas
atitudes devem estar em conformidade com a proposta de
Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Al- visão que essa organização possui, focando sempre em
gumas situações exigem um alto grau de maturidade do um atendimento efetivamente eficaz e de qualidade.
atendente e é nestes momentos que este profissional tem
a grande oportunidade de mostrar o seu real valor. Aqui
estão duas destas situações. TÉCNICAS SECRETARIAIS: ATENDIMENTO
ONLINE, TELEFÔNICO, AGENDA E E-MAIL.
Encantando o cliente

Fazer apenas o que está definido pela empresa como Equipamentos de Escritório
sendo o seu padrão de atendimento, pode até satisfazer
as necessidades do cliente, mas talvez não ultrapasse o Diante da necessidade de organizar, gerenciar, os re-
normal. cursos de suporte e manutenção utilizados pelos usuários,
Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que surgiu o Departamento de Suporte e Manutenção, que tem
faz a grande diferença no atendimento. como objetivo atender às necessidades no que diz respeito
ao correto uso e manuseiode equipamentos de informática
e outros, como os de comunicação áudio visual, permitindo
Atuação extra
a qualidade dos mesmos e a adequação de transporte, ins-
talação e configuração. Além disso trabalha com os pedidos
A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o clien-
de manutenção, instalação e configuração de equipamen-
te que se caracteriza por atitudes ou ações do atendente,
tos obedecendo programação e avaliação dos serviços.
não estabelecidas nos procedimentos de trabalho. É pro-
A Seção de Suporte tem como objetivo gerenciar, admi-
duzir um serviço acima da expectativa do cliente.
nistrar e operar os equipamentos de uso comum aos usuá-
rios, bem como prestar suporte aos usuários nos serviços
Autonomia
oferecidos e auxiliar na implantação e execução da política
de operação e zelo.
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encan-
tamento do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da Manutenção:
empresa. Mas, nem sempre a realidade é esta. Coloca- A Função de Manutenção tem por objetivo prover a ma-
mos aqui porque o consumidor brasileiro ainda se encanta nutenção e assistência técnica dos equipamentos
ao encontrar numa loja, um balconista que pode resolver Esta função ainda tem como objetivo a manutenção
as suas queixas sem se dirigir ao gerente. preventiva e corretiva dos equipamentos, promovendo uma
A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao pro- vida útil por mais tempo aos mesmos através das aplicações
cesso de tomada de decisão. Onde existir uma situação na devidas conforme características de cada equipamento
qual o funcionário precise decidir, deve haver autonomia. Os equipamentos têm sofrido ao longo dos tempos evo-
No atendimento ao público, é fundamental haver au- luções importantes:
tonomia do pessoal de linha de frente e é uma das condi- - Os equipamentos são cada vez mais automatizados.
ções básicas para o sucesso deste tipo de trabalho. Tornam-se mais compactos, mais complexos e são utiliza-
dos de forma mais intensa.

Conhecimentos Específicos 181 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Os equipamentos são mais “caros” (investimentos • Gavetas e mesas: para guardar documentos e rela-
mais elevados) com períodos de amortização mais peque- tórios e, desse modo, auxiliar na organização do escritório.
nos. Devem também ser dimensionadas de acordo com propó-
- A exigência imposta por novos métodos de gestão da sito do escritório, sem, portanto, perturbar seu bom funcio-
produção, o “Just-in-Time” exige a eliminação total dos pro- namento.
blemas e avarias das máquinas. • Cadeiras: devem ser confortáveis e resistentes, o que
irá assegurar um confortável cenário de trabalho e contri-
A tendência do mundo atual é das pessoas passarem buirá para melhor produtividade.
mais tempo em seu ambiente de trabalho do que no acon- • Telefones: importante para a comunicação dentro e
chego do seu lar. Por mais que o ambiente de trabalho se fora do escritório.
torne quase como uma segunda “casa”, o funcionário não • Material de escrita e papel: o papel físico ainda é uma
deve confundir como deve se comportar ou utilizar os equi- formalidade presente nos escritórios.
pamentos da empresa, tudo deve seguir uma linha profis-
sional. O computador utilizado no serviço deve ser usado Telefone
exclusivamente para o auxílio e para o desempenho de Essencial, é um dos aliados mais importantes da comu-
suas tarefas durante a carga horária de trabalho. Portanto, nicação entre o profissional do secretariado e seus contatos
a empresa pode monitorar os passos do funcionário, desde para coleta e envio de informações.
que o mesmo esteja ciente disso. A ocorrência mais comum Ele deve ficar sobre a mesa, ao alcance fácil. E, no
é o monitoramento do histórico de navegação, tendo uni- caso de ser uma central PABX, o profissional deve ter aces-
camente o objetivo de garantir a produtividade e impedir so à lista com os ramais dos outros setores para transmitir
a contaminação por vírus ou o extravio de documentação e atender várias ligações.
e informações confidenciais. Com a crescente utilização O profissional deve, portanto, se informar primeiramen-
da internet em práticas ilícitas, as empresas estão dispen- te sobre o funcionamento adequado do aparelho para, as-
sando um cuidado maior para que esse tipo de prática não sim, evitar sua má ou subutilização.
ocorra em suas dependências.
Utilizar os equipamentos da empresa para fins pessoais Fax
como gravar músicas, filmes, fotos pessoais, etc., podem Funciona também como telefone, mas com uma van-
ser visto com desconfiança pelas empresas, pois podem tagem: recebe e envia dados escritos. Ainda é utilizado em
contaminar o equipamento com qualquer tipo de vírus ou algumas empresas para recebimento de cópias de diversos
fazer com que a máquina se torne mais lenta por causa do documentos, cotações e comprovantes.
excesso de arquivos. O aparelho deve ser recarregado com bobinas de papel
específico. Para haver a transmissão de documentos via
Vale lembrar que, em caso de mau uso dos equipamen- fax, é necessário que seja liberado, por parte do destinatá-
tos, a empresa está amparada pela lei (artigo 462, pará- rio, um sinal eletrônico. Portanto, o funcionário deve conhe-
grafo 1º da CLT) para efetuar descontos nos salários “em cer também o funcionamento deste equipamento.
caso de dano causado pelo empregado, desde que esta
possibilidade tenha sido acordada (termo de responsabili- Fotocopiadoras ou xerox
dade pela integridade dos bens da empresa assinado no Servem para fazer cópias de documentos. É importan-
ato da contratação) ou na ocorrência de dolo de sua parte”.5 te que o funcionário domine seu funcionamento, sabendo,
por exemplo, como substituir tintas ou tonners e recarregar
Os principais materiais existentes num escritório as folhas de papel. Alguns modelos de fotocopiadoras pos-
• Computadores: são utilizados para finalidades diver- suem portas USB e trabalham em rede, funcionando tam-
sas, sendo estas, por exemplo, contabilidade, envio de bém como impressora.
e-mails, apresentações e outras. Deverá estar em local propício, prático e de livre aces-
Atualmente, tamanhos e modelos são vários, o que de- so, para que não atrapalhe a rotina.
verá ser dimensionado de acordo com o propósito do es-
critório. Calculadoras
• Impressoras e máquinas de retalhar de papel (frag- São importantes por realizar operações matemáticas
mentadoras): impressoras são completamente vitais para de forma rápida. No caso da secretária ou secretário, que
a impressão de documentos importantes, e uma máquina fica muitas vezes responsável pelo pagamento e recebi-
retalhamento é um equipamento de destruição de informa- mento de contas, é indispensável ter uma calculadora sem-
ções classificadas. pre àmão.
• Calculadoras: serve para fazer cálculos mais rápidos.
• Máquina de fax: serve para o envio mais rápido e mais Agenda
fácil de um documento importante. A realidade da digitaliza- A agenda representa o trabalho da escritório, é a orga-
ção, vale lembrar, ainda não se faz presente em boa parte nização evidenciada em páginas. É responsável por lem-
dos escritórios. brar eventos, providências, pagamentos e tudo mais que o
funcionário não daria conta de lembrar se não houvesse o
5 Fonte: www.brasilescola.uol.com.br
registro.

Conhecimentos Específicos 182 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Alguns objetos como canetas, blocos de anotações, fu- HDMI, portabilidade para fax/modem e gravadores de CD/
radores, grampeadores, carimbos, clips e tesouras são mui- DVD. Em várias atividades, é utilizado como substituto do
to úteis e devem estar sempre acessíveis na rotina diária computador convencional.
do escritório. São pequenos no tamanho, mas tornam-se
importantes, principalmente, em tarefas simples e que re- Retroprojetor
querem rapidez. É, com certeza, o recurso mais moderno para se utilizar
em apresentações. Geralmente, trabalha em conjunto com
Pen drive o notebook ou computador, refletindo em uma tela o projeto
O pen drive é um dispositivo portátil que armazena ar- criado pelo usuário. Essa apresentação pode conter vídeos,
quivos de computador. Com uma quantidade razoável de imagens, sons, textos e tudo o mais que seja necessário
espaço para guardar documentos em formato digital, os demonstrar no evento.
pen drives têm se tornado essenciais na rotina do profissio-
nal da secretaria. Aparelho de DVD
Com ele, é possível transferir arquivos para outros com- Desde seu lançamento, os aparelhos de DVD se apri-
putadores, além de guardar modelos de cartas e demais moraram em substituir com sucesso os videocassetes. A
documentos necessários na rotina secretarial. tecnologia trouxe uma melhor sincronização entre áudio e
vídeo, além de oferecer uma variedade de recursos para
Computador atender as mais atuais e diversas necessidades, como co-
O computador é uma ferramenta essencial para melho- nexão HDMI, entrada USB, leitura de arquivos de música e
rar o desempenho do profissional num escritório. Ligado em imagem.
rede e conectado à internet, alcança outros setores do local Portanto, ele pode também ser utilizado numa reunião,
de trabalho e outras empresas através de sites e e-mails. ou apresentação para demonstração de arquivos de vídeo,
Para usufruir ao máximo dos recursos do computador, é som ou imagem.
necessário que a secretária ou secretário tenha, ao menos,
conhecimentos básicos na área de informática Microfones
O uso de microfones é essencial na maioria das apre-
Impressoras sentações, principalmente se o público for grande. É im-
São utilizadas em conjunto com o computador e servem portante garantir o bom funcionamento do equipamento, no
para imprimir diversos documentos. O profissional deverá, mínimo, um dia antes da apresentação. Caso haja algum
também, saber manusear essa ferramenta. problema, providencie a solução o mais rápido possível.
Geralmente, estão conectadas ao computador e ficam
próximas deste. No caso de ser utilizada em rede, é ne- Programas e sistemas do computador
cessário que, imediatamente após enviar a solicitação de Além dos equipamentos, o funcionário muitas vezes
impressão pelo computador, o funcionário vá até o local de precisa utilizar sistemas de computador específicos para
saída do documento que foi impresso. Há opções de im- seu atendimento e agendamento. Ele deve, portanto, ser
pressões em preto e branco e coloridas. capacitado no programa usado em sua empresa e, sem-
pre que tiver dúvidas, entrar em contato com o responsável
Equipamentos para eventos pelo suporte do sistema usado.
Além de conhecer os equipamentos usados em sua ro- Como exemplo, há os programas administrativos de
tina diária, o funcionário precisa dominar o funcionamento agendamento e controle financeiro, que muitas vezes, o
de alguns equipamentos usados em eventos como con- próprio funcionário precisa utilizar para agendar compro-
gressos, reuniões, apresentações e etc. missos, consultas de pacientes, programar pagamentos e
Tais equipamentos tornam as apresentações e reu- recebimentos relacionados à sua atividade e etc.
niões mais objetivas, atrativas e organizadas. Veja a seguir Como visto, é importante que o funcionário tenha aces-
alguns equipamentos usados nestes eventos: so a diferentes tipos de equipamentos e conheça o funcio-
namento dos sistemas usados em seu computador para oti-
Flip chart mizar seu trabalho e seu apoio ao executivo da empresa.6
O flip chart (ou cavalete) é utilizado em apresentações
menores. Corresponde a um grande bloco de papel, colo-
cado em frente ao público, onde o apresentador, com um
pincel atômico, expõe suas ideias.

Notebook
Trata-se de um computador portátil e recarregável por
bateria. Sendo assim, é mais leve e compacto. Pode ser trans-
portado e utilizado em diferentes lugares com facilidade.
Geralmente, contém tela de LCD (cristal líquido), aco-
plando teclado, mouse (touchpad), unidade de disco rígido,
portas para conectividade USB e de rede, saída para VGA, 6 Fonte: www.grancursosonline.com.br

Conhecimentos Específicos 183 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Uma visão geral do software

AGENDA

Organizar uma agenda não é uma tarefa tão fácil quanto parece. É preciso que as partes envolvidas trabalhem em
conjunto para que ela funcione perfeitamente.
Um secretário não pode organizar a agenda de seu diretor sozinha, ela precisa da colaboração dele para que todos
os compromissos sejam cumpridos conforme a necessidade.
Alguns executivos costumam decidir seus compromissos sempre de ultima hora. E quem acaba prejudicada é a se-
cretária, que precisa reorganizar novamente todos os compromissos.
Mas se seu diretor costuma seguir sua agenda a risca, segue algumas dicas importantes antes de confirmar um com-
promisso:
* Precisa confirmar a presença dele em uma reunião? Antes de dizer “sim, ele estará presente.” É necessário que você
o comunique primeiro. Assim, você não corre o risco de confirmar justamente nos dias que ele estará ausente do escritório.
* Não sabe quanto tempo vai durar a reunião? No dia que for agendar já se informe qual será o prazo necessário para
a mesma, assim você consegue deixar tempo suficiente.
* Lembre de deixar 15 minutos a mais, geralmente reuniões de negócios costumam se estender um pouco mais.
* Deixe um pequeno intervalo de 15 minutos a cada duas horas de compromissos. Neste tempo você consegue passar
um recado importante, seu diretor uma ligação que seja necessária ou até mesmo tomar um cafezinho.
* Logo que chegar ao escritório, revise toda a agenda e passe os compromissos para seu diretor. Alguns preferem
receber via e-mail, telefone, mensagem no celular e até a tradicional agenda de papel.

PARA O PROFISSIONAL SE ORGANIZAR MELHOR

1. Coloque tudo no papel


O primeiro passo para o profissional se organizar melhor é colocar tudo no papel, preferencialmente em uma agenda.
Isso permitirá que você minimize as chances de esquecer algum compromisso e ainda dará a possibilidade de consultar
as suas tarefas, procurar por números de telefone ou observar os detalhes de seus afazeres.
O ideal mesmo é que você consiga fazer isso no dia anterior ou, no máximo, de manhã cedo, antes de uma reunião,
por exemplo. Quanto mais antecedência, mais tempo você terá para elaborar o seu planejamento e menores serão as
chances de que você se esqueça de algo. Escolha a alternativa que melhor se encaixa no seu gosto pessoal.

2. Defina bem as prioridades


Outra ação importante para o profissional se organizar melhor é traçar uma boa definição de suas prioridades, perce-
bendo quais tarefas são realmente essenciais e quais não são. Não fique com a consciência pesada por fazer isso, pois
nem todos os compromissos agendados têm a mesma importância para você e para o sucesso do seu empreendimento.

Quando estiver definindo a sua lista, determine quais são os assuntos de maior relevância. Uma boa ideia é colocar
números à frente dos seus afazeres, em ordem crescente de relevância. Não gaste horas preciosas e nem priorize temas
que pouco tendem a aumentar a sua produtividade, por exemplo.

Conhecimentos Específicos 184 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

3. Use as listas a seu favor Não é preciso anotar os detalhes nas suas páginas,
Como dissemos, definir suas prioridades é fundamental pois você já terá feito isso no papel ou na agenda. No en-
e, para fazer isso de maneira correta, você pode usar listas. tanto, apenas sinalizar que tem alguma tarefa ou evento
Comece pelas atividades recorrentes e importantes, como naquele dia já é de grande valia. Manter essa visualização
contato com os clientes, pagamento de contas mensais e acessível faz com que você não se esqueça de nada!
outras. Depois, organize as tarefas por prioridades, sepa-
rando o que precisa ser feito em cada dia e o que é mais 8. Conte com os aplicativos
flexível. A tecnologia pode ser uma forte aliada da sua rotina e,
Para finalizar essa etapa, crie checklists com o que para modernizar ainda mais esse processo de organização
deve ser concluído e aproveite para assinalar, no papel, do seu dia a dia, você pode utilizar aplicativos instalados
quando cumprir essas tarefas. Você pode listar, por exem- no seu smartphone ou tablet. A maioria desses programas
plo, todas as contas e ir marcando as que já foram pagas. é integrada, fornecendo a função de calendário e agenda,
com lembretes, listas de tarefas e anotações.
4. Não ignore os detalhes O próprio Google oferece a ferramenta Google Agenda,
Outra atitude primordial para o profissional se organizar que é gratuita e integra seu e-mail no computador, sincro-
melhor é dar o devido valor para os detalhes. Mesmo com nizando seu dispositivo móvel, com lembretes personaliza-
a necessidade de manter uma perspectiva abrangente no dos por e-mail, SMS ou pop-up, por exemplo. Vale a pena
seu dia a dia, você precisa dar uma atenção especial para pesquisar e escolher o melhor aplicativo para a sua neces-
alguns pormenores. Procure descrever os seus compromis- sidade.
sos de forma detalhada e sistemática, para que nada seja
deixado para trás. 9. Organize o seu espaço
Além de organizar a agenda por meio de todas essas
5. Tenha uma agenda organizada atitudes, é muito importante que você tenha um espaço
A melhor maneira de organizar sua rotina é registrar to- bem-arranjado para o cumprimento adequado de suas tare-
fas, tanto no trabalho quanto em casa. Um ambiente limpo
das as atividades diárias e os compromissos do mês. Tenha
e sem bagunça diminui a perda de tempo com distrações
uma agenda organizada, seja ela do tipo caderno para ano-
ou mesmo com a procura de itens que você não sabe onde
tações ou digital, no celular, smartphone ou tablet.
estão.
Lembre-se de que o importante é ter onde anotar tudo.
Documentos importantes, por exemplo, devem ser
É fundamental registrar os compromissos em seus respec-
guardados em gavetas de fácil acesso, porém seguras, de
tivos horários e datas, com os tempos de duração corres-
forma que você evite perder toda essa papelada. Além dis-
pondentes.
so, vale a pena apostar nos documentos digitais, que não
Por meio dessa estratégia, você consegue ter uma ges- gastam papel ou espaço e ficam acessíveis a um clique, em
tão melhor da sua atividade e ainda é possível programar qualquer local que tenha conexão com a internet.
lembretes horas ou dias antes dela, evitando que se es-
queça de algo. Não duvide: agendas são sempre ótimas 10. Divida bem o seu tempo
opções! É fundamental que você divida o seu tempo entre tra-
balho, lazer e família. Não dá para sacrificar um ou outro:
6. Planeje em longo prazo então, organize-se de forma a não prejudicar nenhum dos
Organizar o tempo é mais difícil se pensarmos apenas pilares de sua vida. Se o seu horário é comercial, não leve
nos momentos imediatos. Por isso mesmo, planejar em lon- trabalho para casa fora desse período.
go prazo é sempre uma boa estratégia, mesmo que seja Já se a sua agenda tem mais flexibilidade ou é impre-
preciso fazer mudanças eventuais na sua lista de compro- visível, separe momentos do dia para passar com a família
missos. Assim, pelo menos, você pode ter uma ideia do que e os amigos. Também é importante que você não exagere
é necessário finalizar e de quais serão os períodos mais na quantidade de compromissos. Muitas vezes, pecamos
conturbados. por querer fazer tudo de uma vez e, como consequência,
Isso é especialmente positivo para aquelas pessoas acabamos não realizando nada.
que têm mania de deixar tudo para a última hora. Se você Pouco adianta se programar para muitas coisas se, de-
escolher cumprir apenas uma tarefa indispensável nos pri- pois, você não conseguir cumprir metade delas. Mire em
meiros dias da semana, por exemplo, saberá ao certo o um número possível de ser cumprido e vá experimentando
número de dias pelos quais poderá distribuir o restante de a sua capacidade diária de produtividade.
seus compromissos. Isso reduz a pressão e o desgaste do
seu ofício. 11. Estipule uma hora para terminar
Especialmente quando se começa a empreender ou
7. Fique de olho no calendário quando trabalha como autônomo, a tentação de esticar o
Para planejar em longo prazo, você precisa ficar de período de expediente é imensa, pois é você que precisará
olho no calendário. E, por isso mesmo, o ideal é ter uma arcar com prejuízos ou experimentará os louros da lucrati-
folhinha na sua mesa de trabalho, seja no home-office ou vidade. No entanto, por mais que seja difícil, é muito impor-
no escritório da empresa. Use-a para marcar os dias em tante estipular uma hora para terminar e, principalmente,
que tem algo importante. cumprir essa determinação.

Conhecimentos Específicos 185 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Aumentar demasiadamente suas horas de trabalho não -Não tiver tempo para preparar
terá os efeitos que você imagina, pois invariavelmente ha- -Houver outro método de comunicação que também re-
verá uma queda no desempenho devido ao cansaço e ao solva a questão
estresse. Para alcançar melhores resultados, é importante -Estiver lidando com um tópico sensível ou uma ques-
que você conheça os seus limites e não os ultrapasse de tão de pessoal em que uma abordagem individual seria a
forma corriqueira. melhor opção
-For preciso solicitar uma série de opiniões individuais

SECRETARIAR REUNIÕES. Elaborar uma pauta preliminar

Estabeleça uma sequência para a reunião. Planeje o


Na teoria, todos compreendem que a preparação pode tempo para uma breve introdução para contextualizar e
significar o sucesso ou o fracasso de uma reunião importan- uma discussão dos próximos passos no final. Decida quan-
te. Quanto mais trabalho você faz antes de entrar na sala de to tempo dedicar a cada item e qual ordem faz sentido.
reuniões, mais eficiente e produtivo será. Quanto mais longa a reunião mais difícil será para as pes-
soas manterem o foco, de modo que é sempre bom fazer
Check-list para preparação de reunião um cálculo um pouco menor do quanto seu grupo é capaz
de cobrir no tempo determinado.
Você:
-Identificou o objetivo da reunião? Selecionar os participantes corretos
-Certificou-se de que ela é realmente necessária?
-Elaborou uma pauta preliminar? Considere quem poderá ajudá-lo a alcançar o seu obje-
-Selecionou os participantes corretos e designou pa- tivo e quem será afetado pelo resultado da reunião. Identifi-
péis? que quem são os principais tomadores de decisão, pessoas
-Decidiu onde e quando realizar a reunião? que têm conhecimento (ou interesse) no tópico em questão,
-Confirmou a disponibilidade do espaço? aqueles que precisam ser informados a fim de desempe-
-Enviou o convite? nharem seus trabalhos e qualquer pessoa que seja neces-
-Enviou a pauta preliminar para os principais participan- sária para implementar as decisões tomadas. E quanto ao
tes e interessados? tamanho? As reuniões para resolução de problemas devem
-Enviou leituras preliminares ou solicitações que exijam envolver poucas pessoas (por volta de 8). Inclua mais pes-
um preparo antecipado? soas no caso de reuniões para brainstorming (até 18 pes-
-Acompanhou as questões junto aos convidados pes- soas). Se estiver fazendo atualizações ou encorajando a
soalmente, se apropriado? equipe, inclua quantos quiser. Porém, lembre-se. Tempo
-Escolheu o processo de tomada de decisão que será é dinheiro. Tenha consciência dos efeitos em cascata que
adotado (voto por maioria, consenso do grupo ou escolha sua reunião pode ter sobre o tempo das pessoas em toda a
do líder)? organização – e somente convide aqueles cuja presença é
-Identificou, organizou e testou qualquer equipamento absolutamente necessária.
que seja necessário?
-Finalizou a pauta e a distribuiu a todos os participan- Designe papéis aos participantes
tes?
-Verificou se todos os participantes principais estarão Designar aos participantes um papel específico a de-
presentes e saberão seus papéis? sempenhar pode aumentar o foco e o envolvimento. Consi-
-Preparou- se (elaborou apresentações, imprimiu o ma- dere os seguintes papéis:
terial a ser distribuído, etc…)? -Um facilitador conduz a discussão, assegurando-se de
que todos os lados da questão são levantados (esse é um
Identifique o objetivo da reunião bom trabalho para aqueles que estão desenvolvendo habili-
dades de liderança e praticando a neutralidade).
Você precisa tomar uma decisão, resolver um proble- -Um anotador apreende as ideias e decisões principais
ma, encorajar a equipe, ou informá-la de uma nova inicia- e distribui anotações (isso dá a chance às pessoas tímidas
tiva? Esclarecer o objetivo de sua reunião é o primeiro e de participarem).
mais importante passo do planejamento – ele é o fio condu- -Um controlador do tempo ajuda na evolução da discus-
tor de todos os outros elementos em sua preparação. são de modo eficiente.
-Um colaborador mantém a discussão ativa e sem per-
Certifique-se de que a reunião é realmente der o foco.
necessária -Um especialista compartilha conhecimento sobre
questões específicas. Uma vantagem: pode-se pedir a um
Não acrescente uma outra reunião sem pensar em ou- especialista que participe somente de parte da reunião,
tras maneiras de realizar seu objetivo primeiro. É melhor mantendo assim sua contribuição enfocada.
não fazer reunião se:

Conhecimentos Específicos 186 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

-Decida onde e quando realizar a reunião e confirme a logísticos — e você não vai querer desperdiçar sua reu-
disponibilidade do espaço nião cuidadosamente planejada tentando resolver questões
O espaço da reunião ajuda a dar o tom. Você quer que tecnológicas. Se tiver alguma dificuldade com isso, peça a
sua reunião seja informal e íntima? Escolha uma sala pe- ajuda de um colega que já utilizou o equipamento antes (ou
quena e coloque as cadeiras em círculo. Formal e rigorosa? convoque um representante do departamento de tecnologia
Uma sala de conferência provavelmente funcionará melhor. da informação).
A participação dos membros será de modo virtual? Certifi-
que-se de que seu equipamento permite que todos ouçam, Finalizar a pauta e distribuí-la a todos os
participem ou vejam as pessoas na sala (se utilizar a vídeo participantes
conferência).
Se a pauta foi alterada, distribua a versão final aos par-
Envie o convite e pauta preliminar aos principais ticipantes. Assegure-se de que esteja pronto para conduzir
participantes e interessados a discussão para cada item da pauta ou de que designou os
itens aos participantes apropriados.
Assegure-se de que os participantes saibam o objetivo
da reunião. Considere enviar um convite individual além do Acompanhar as questões com convidados
convite pela agenda eletrônica- ou falar pessoalmente com pessoalmente, se apropriado
o convidado- se houver alguma possibilidade de o convite
passar despercebido ou se quiser se certificar de que um Confirmar pessoalmente com as pessoas que não res-
participante-chave estará presente. ponderam ao seu convite ou que precisam estar na reunião
a fim de que essa seja produtiva. Se você designou papéis,
Envie antecipadamente quaisquer relatórios, leitu- verifique se os participantes compreenderam as funções
ras preliminares ou solicitações no caso de materiais que desempenharão.
que possam exigir um preparo dos participantes
Prepare-se
Envie qualquer leitura preliminar com um dia ou dois
de antecedência de sua reunião e esclareça que a ideia Você elaborou e praticou sua apresentação, imprimiu
é que os participantes analisem antes os materiais. Esteja o material a ser distribuído e cuidou de quaisquer outros
preparado também para enfatizar alguns trechos das leitu- detalhes de última hora? O trabalho da preparação aumen-
ras para aqueles que não tiveram tempo de ler. tará sua confiança e o fará com que esteja pronto para uma
reunião bem sucedida.
Identifique o processo de tomada de decisão que
será utilizado na reunião Administração de tempo

Escolha um método de tomada de decisão com antece- A administração do tempo consiste em criar um sistema
dência a fim de assegurar que a reunião seja concluída com que permita o controle sobre as horas do dia, de modo que
um resultado claro. o indivíduo possa equilibrar as funções que desempenha,
- O voto por maioria permite que todos sejam ouvidos satisfazendo suas necessidades e cumprindo suas respon-
e geralmente é considerado justo – mas esteja ciente de sabilidades.
que pode ser difícil para alguns declararem sua opinião em O ponto de partida deste processo é o mapeamento da
público. forma como o tempo é gerenciado e o sentimento em rela-
-O consenso do grupo permite aos participantes com- ção ao mesmo, em termos de suficiência, recurso e fator
partilharem sua área de especialidade e aumenta a oportu- de pressão. É preciso fazer um investimento inicial neste
nidade de convencimento por parte de todos os indivíduos. diagnóstico do tempo para se traçar um plano, uma vez que
-A escolha do líder costuma ser a abordagem mais rá- se queira por fim à situação crítica de, por agir sob pres-
pida, de modo que é a mais apropriada numa crise. O risco são, viver em pânico com relação aos prazos. A pressão é
é que algumas ideias deixam de ser ouvidas. Como resul- benéfica quando age como fator de motivação, não como
tado, pode ser que tenha que se esforçar mais para que os desencadeadora de problemas de saúde.
céticos embarquem na empreitada, especialmente durante De fato, como alerta a consultora Alessandra Vieira
a implementação. Fonseca, as pessoas possuem diferentes personalidades
-Identificar, organizar e testar qualquer equipamento ao lidar com as pressões de tempo e “o estado constante de
necessário estresse de tempo prejudica a saúde: enfraquece o sistema
Decida se fará uso de ferramentas de colaboração ou imunológico, causa dores musculares, insônia, dores de
produtividade (como GoogleDocs, um serviço de compar- cabeça, pressão alta, doenças cardíacas e aumenta o risco
tilhamento de tela ou um dispositivo de gravação de áu- de depressão e ansiedade. A gestão do tempo permite lidar
dio) durante sua reunião. Confirme e verifique o espaço da com o problema da urgência do tempo e aqui também, a
reunião e instale ou teste qualquer equipamento necessá- primeira providência é verificar como estamos lidando com
rio com antecedência. Esse passo parece óbvio demais, ela.”
mas algumas vezes é difícil reservar tempo para detalhes

Conhecimentos Específicos 187 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

PERSONALIDADE TIPO A PERSONALIDADE TIPO B


Caracterizada pela impaciência, agressividade, com- Conseguem trabalhar sem ficar ansiosas nem agitadas, são
petitividade, tensão e hostilidade. tolerantes com atrasos e relaxam sem culpa.

De acordo com Fonseca, a maior parte das pessoas passa mais de 50% do seu tempo no trabalho, além de gastar
tempo com o trânsito em deslocamentos, reuniões e treinamentos, conclui-se que o gerenciamento do tempo é um apoio
fundamental para atingir suas metas. O não-cumprimento de prazos pode acarretar em perdas financeiras, enquanto que
o estrito cumprimento do horário de trabalho pode ser interpretado como displicência e falta de empenho.
Assim, a gestão do tempo no trabalho envolve providências essenciais:
• identificação dos desperdiçadores de tempo (obstáculos para gerenciar o tempo com eficácia). Podem ser de ordem
estrutural (falta de clareza sobre os resultados esperados, indefinição dos níveis de autoridade e responsabilidade), de
ordem física (mobiliário inadequado, falta de máquinas e equipamentos, localização da empresa) ou de ordem comporta-
mental (os valores, a postura, os hábitos);
• utilização de economizadores de tempo (ações que permitem reduzir ou neutralizar os desperdiçadores);
• execução e acompanhamento de agenda.7

DESPERDIÇADORES ECONOMIZADORES
DE TEMPO DE TEMPO
• interrupções por telefone • Superar a procrastinação (mostrando os danos causa-
• desrespeito aos horários dos)
• falta de fixação de prioridades • Superar o perfeccionismo (usando o Princípio de Pa-
• incapacidade para dizer não reto40 para noção de onde empregar seu tempo e sua
• uso inadequado da secretária energia)
• solicitações da hierarquia • Aprender a dizer “não” (usando habilidades asserti-
• solicitações dos subordinados vas41)
• qualidade/quantidade de reuniões • Estabelecer prioridades (usando o sistema ABC42 para
• envolvimento operacional fazer a lista de prioridades)
• falta de consciência sobre a importância do tempo como • Planejar (mesclando atividades A, B e C, reavaliando as
recurso essencial ao sucesso prioridades e as metas impossíveis)
• procrastinação (adiar uma tarefa até o último momento) • Delegar (identificando as tarefas rotineiras ou sem ur-
• perfeccionismo gência, bem como as pessoas capacitadas, com tempo
• sobrecarga de informações e interesse)
• bagunça no escritório • Organizar o escritório (modificando o ambiente físico,
• planejamento deficiente ou inexistente usando Tecnologias da Informação e gerenciando conta-
tos, socialização, e-mails e telefonemas)
• Gerenciar reuniões (tomando cuidados prévios, tais
como planejar, conferir os itens relativos à preparação da
reunião, conhecer os participantes e conhecer os tipos de
manobras possíveis e como neutralizá-las)

Principais desperdiçadores de tempo nas organizações brasileiras e economizadores de tempo


Fonte: Alessandra Vieira Fonseca – ConsultaRH89

7. O Princípio de Pareto, também conhecido também como a regra dos 80:20, consiste na idéia de que 20% do tempo e do esforço geram 80% dos resultados.
8. Ser assertivo significa ser capaz de comunicar suas opiniões e sentimentos de maneira franca e clara, sem desrespeitar os direitos e os sentimentos dos outros.
9. A = importante e urgente – tarefas que podem produzir resultados extraordinários e, se não forem cumpridas, as consequências po-
dem gerar problemas sérios; B = tarefas importantes, mas não tão urgentes, mas se forem adiadas por muito tempo, podem alcançar o nível A;
C = tarefas de rotina ou que podem ser adiadas sem consequências graves; algumas podem permanecer nesse nível indefinidamente e outras podem mudar de status ao longo
do tempo.

Conhecimentos Específicos 188 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Mapa mental das reuniões produtivas


Fonte: Alessandra Vieira Fonseca – Consul taRH

DOCUMENTAÇÃO E ARQUIVO: PESQUISA, DOCUMENTAÇÃO, ARQUIVO, SISTEMA E MÉTODOS


DE ARQUIVAMENTO E NORMAS PARA ARQUIVO.

A arquivologia é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observa-
dos durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos.
É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as informações que possam ser registradas em documentos de
arquivos. Para tanto, utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos diversos, que são aplicados nos proces-
sos de composição, coleta, análise, identificação, organização, processamento, desenvolvimento, utilização, publicação,
fornecimento, circulação, armazenamento e recuperação de informações.
O arquivista é um profissional de nível superior, com formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Es-
tado. Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de documentação, arquivos privados ou públicos,
instituições culturais etc. É o responsável pelo gerenciamento da informação, gestão documental, conservação, preserva-
ção e disseminação da informação contida nos documentos. Também tem por função a preservação do patrimônio docu-
mental de um pessoa (física ou jurídica), institução e, em última instância, da sociedade como um todo. Ocupa-se, ainda,
da recuperação da informação e da elaboração de instrumentos de pesquisa, observando as três idades dos arquivos:
corrente, intermediária e permanente.
O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estudos e técnicas de organização sistemática e conservação de arqui-
vos, na elaboração de projetos e na implantação de instituições e sistemas arquivísticos, no gerenciamento da informação
e na programação e organização de atividades culturais que envolvam informação documental produzida pelos arquivos
públicos e privados.
Uma grande dificuldade é que muitas organizações não se preocupam com seus arquivos, desconhecendo ou des-
qualificando o trabalho deste profissional, delegando a outros profissionais as atividades específicas do arquivista. Isto
provoca problemas quanto à qualidade do serviço e de tudo o que, direta ou indiretamente, depende dela.
Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos por uma organização, firma ou indivíduo, que os mantém
ordenadamente como fonte de informação para a execução de suas atividades. Os documentos preservados pelo arquivo
podem ser de vários tipos e em vários suportes. As entidades mantenedoras de arquivos podem ser públicas (Federal,
Estadual Distrital, Municipal), institucionais, comerciais e pessoais.

Conhecimentos Específicos 189 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Um documento é qualquer meio, sobretudo gráfico, que A Gestão de Documentos no âmbito da administração
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade pública atua na elaboração dos planos de classificação dos
de uma afirmação etc. No meio jurídico, documentos são documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) e
frequentemente sinônimos de atos, cartas ou escritos que comissão permanente de avaliação. Desta forma é asse-
carregam um valor probatório. gurado o acesso rápido à informação e preservação dos
documentos.
Documento arquivístico: Informação registrada, inde-
pendente da forma ou do suporte, produzida ou recebida Princípios:
no decorrer da atividade de uma instituição ou pessoa e Os princípios arquivísticos constituem o marco principal
que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para da diferença entre a arquivística e as outras “ciências” do-
servir de prova dessa atividade. cumentárias. São eles:
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como dis- Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do docu-
ciplina, a partir da segunda metade do século XIX, talvez mento, relativamente a seu produtor. Por este princípio, os
nada tenha sido tão revolucionário quanto o desenvolvi- arquivos devem ser organizados em obediência à compe-
mento da concepção teórica e dos desdobramentos práti- tência e às atividades da instituição ou pessoa legitimamen-
cos da gestão. te responsável pela produção, acumulação ou guarda dos
Administrar, organizar e gerenciar a informação é, hoje, documentos. Arquivos originários de uma instituição ou de
uma preocupação entre as empresas e entidades públicas uma pessoa devem manter a respectiva individualidade,
e privadas de pequeno, médio e grande porte de diversos dentro de seu contexto orgânico de produção, não devendo
segmentos, que encontram na Tecnologia da Gestão de ser mesclados a outros de origem distinta.
Documentos uma poderosa aliada para a tomada de deci- Princípio da Organicidade: As relações administrativas
sões e um facilitador para a gestão de suas atividades. orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organi-
A Gestão de Documentos é também um caminho segu- cidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham
ro, rápido e eficiente para as empresas se destacarem dos a estrutura, funções e atividades da entidade produtora/
seus concorrentes e conquistarem certificações. acumuladora em suas relações internas e externas.
A Gestão de Documentos contribui no processo de Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero,
Acreditação e Certificação ISO, porque assegura que a tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu
informação produzida e utilizada será bem gerenciada, caráter único, em função do contexto em que foram produ-
garantindo a confidencialidade e a rastreabilidade das in- zidos.
formações, além de proporcionar benefícios como: raciona- Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos
lização dos espaços de guarda de documentos, eficiência e de arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutila-
rapidez no desenvolvimento das atividades diárias e o con- ção, alienação, destruição não autorizada ou adição inde-
trole do documento desde o momento de sua produção até vida.
a destinação final.
Com relação à Acreditação, a Gestão de Documentos Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma formação
é fator determinante também para cumprir a Resolução progressiva, natural e orgânica.
1.639/2002, do Conselho Federal de Medicina, onde é defi- Entende-se por classificação: o processo pelo qual se
nido que os prontuários médicos são de guarda definitiva e, torna possível dispor de uma forma ordenada, um deter-
portanto, não podem ser descartados sem o devido plane- minado conjunto de elementos, de molde a facilitar a sua
jamento de como garantir a preservação das informações. posterior identificação, localização e consulta.
Administrar e gerenciar documentos, a partir de con- Por outras palavras, é um método que permite ordenar
ceitos da Gestão Documental, proporciona às empresas os vários elementos de um conjunto de acordo com as suas
privadas e entidades públicas maior controle sobre as infor- semelhanças e diferenças, agrupando o que é semelhante
mações que produzem e recebem. e separando o que é diferente.
A implantação da Gestão de Documentos associada ao Na classificação de documentos em arquivos pode-se
uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do GED distinguir dois aspectos distintos:
(Gerenciamento Eletrônico de Documentos) deve ser efe- A classificação como ato mental; que pressupõe uma
tiva visando à garantia no processo de atualização da do- divisão intelectual e sistemática de um conjunto de docu-
cumentação, interrupção no processo de deterioração dos mentos em grupos e subgrupos;
documentos e na eliminação do risco de perda do acervo, A disposição material e física desses grupos; colocan-
através de backup ou pela utilização de sistemas que per- do-se os documentos numa ordem previamente estabeleci-
mitam acesso à informação pela internet e intranet. da e de acordo com o sistema de classificação concebido
A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais para o efeito.
contribui para uma melhor administração dos recursos das Na classificação, as operações de descrição de conteú-
cidades e municípios, além de resguardar os mesmos de do de um documento consistem na determinação do seu
penalidades civis e administrativas, que estes estão sujei- assunto principal e eventualmente, um ou dois assuntos
tos se não cumprirem a legislação em vigor ou ainda, se secundários que se traduzem pelo termo mais apropriado
destruírem documentos de valor permanente ou de interes- figurando num dos tipos classificatórios.
se público e social.

Conhecimentos Específicos 190 A Opção Certa Para a Sua Realização


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As linguagens classificatórias (decimal, CDU, e outras) Exaustividade


são instrumentos de trabalho muito importantes e que se - Todos os assuntos (conceitos) de que trata o docu-
encontram ligados às necessidades do funcionamento dos mento estão representados na indexação;
arquivos, bibliotecas, centros e serviços de documentação. - Não existe seleção de termos. Especificidade.
Permitem representar de maneira sintética o assunto de um - A descrição do conteúdo traduz, o mais próximo pos-
documento e reagrupar as obras nas prateleiras por afini- sível, a informação que o documento contém;
dade de conteúdo. - Não se utilizam termos de indexação demasiados ge-
néricos ou demasiado específicos, relativamente aos con-
Sistemas de Classificação ceitos expressos no documento.

Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utiliza- Uniformidade


dos em arquivos são: - É um parâmetro muito importante ligado a qualidade
- Classificação Alfabética da indexação;
- Classificação Numérica - Procura anular a sinonímia (palavras de significação
- Classificação Alfanumérica idêntica ou parecida, mas não tem o mesmo valor e empre-
- Classificação Cronológica go), representando para um mesmo conceito a escolha de
- Classificação Geográfica um mesmo termo;
- Classificação Ideológica - Utiliza, sempre que possível, termos de estrutura idên-
- Classificação Decimal tica para a representação de conceitos análogos.
- Classificação Decimal Universal (CDU) Coerência
- Classificação Automática - Aplicação dos mesmos princípios e critérios de esco-
lha para a resolução de casos análogos, implicando uma
A indexação é a operação que consiste em descrever uniformidade intrínseca ao próprio sistema.
e caracterizar um documento com o auxilio de representa- Pertinência
ções dos conceitos contidos nesses documentos, isto é, em - A indexação deve ser feita sempre em função do uti-
transcrever para linguagem documental os conceitos depois lizador.
de terem sido extraídos dos documentos por meio de uma
análise dos mesmos. Eficácia
A indexação permite uma pesquisa eficaz das informa- - Capacidade de um sistema de informação recuperar a
ções contidas no acervo documental. informação relevante, nele armazenada de uma forma efi-
A indexação conduz ao registro dos conceitos conti- caz e com o mínimo de custo. A qualidade num processo de
dos num documento de uma forma organizada e facilmen- indexação é influenciada pelos seguintes parâmetros:
te acessível, mediante a constituição de instrumentos de Características dos instrumentos de indexação utiliza-
pesquisa documental como índices e catálogos alfabéticos dos;
de matérias. A informação contida num documento é repre- Características do indexador:
sentada por um conjunto de conceitos ou combinações de Pessoais: objetividade, imparcialidade, espírito de aná-
conceitos. lise, capacidade de síntese, desenvolvimento intelectual,
sociabilidade, cultura geral, cultura específica e outras.
A indexação processa-se em duas fases: Profissionais: conhecimento técnicos que permitam de-
Reconhecimento dos conceitos que contêm informa- cisões acertadas, conhecimentos profundos acerca do sis-
ção: tema de indexação em que está integrado.
- Apreensão do conteúdo total do documento;
- Identificação dos conceitos que representam esse Plano de Classificação
conteúdo;
- Seleção dos conceitos necessários para uma pesqui- O objetivo primordial de uma eficaz estruturação dos
sa posterior. arquivos consiste na criação de condições para a recupe-
ração da informação de forma rápida, segura e eficaz. Por
Representação dos conceitos em linguagem documen- esta razão, se deve estabelecer no início de funcionamento
tal com o auxílio dos instrumentos de indexação: de um arquivo, o plano de classificação ou plano do arquivo.
- Servem ao indexador para indexar o documento; O conceito de classificação e o respectivo sistema clas-
- Servem ao utilizador para recuperar a informação; sificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva
- Contribuem para a uniformidade e consistência da in- na elaboração de um plano de classificação que permita
dexação; um bom funcionamento do arquivo. É uma tarefa muito im-
portante, primordial, difícil e morosa e deve ser elaborada
Nos arquivos e centros, ou serviços de documentação, com o máximo cuidado de forma a não se cometerem erros
utilizam-se, normalmente, a indexação coordenada e a in- que se repercutirão na estrutura e bom funcionamento do
dexação por temas. arquivo.
Os parâmetros a ter em conta para realizar tarefa de Um bom plano de classificação deve possuir as seguin-
indexação são: tes características:

Conhecimentos Específicos 191 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, ado- a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento,
tando critérios que potenciem a resolução dos problemas. a fim de verificar sob que assunto deverá ser classificado
Quanto mais simples forem as regras de classificação ado- e quais as referências cruzadas que lhe corresponderão.
tadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documen- A referência cruzada é um mecanismo adotado quando o
tação; conteúdo do documento se refere a dois ou mais assuntos.
- A sua construção deve estar de acordo com as atribui- b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código
ções do organismo (divisão de competências) ou em última correspondente ao assunto de que trata o documento.
análise, focando a estrutura das entidades de onde provém
a correspondência; Rotinas correspondentes às operações de classificação
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições 1. Receber o documento para classificação;
do serviço deixando espaço livre para novas inclusões; 2. Ler o documento, identificando o assunto principal e
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou o(s) secundário(s) de acordo com seu conteúdo;
classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização 3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação
sempre que se entender conveniente. de documentos de arquivo, utilizando o índice, quando ne-
cessário;
A função da gestão de documentos e arquivos nos sis- 4. Anotar o código na primeira folha do documento;
temas nacionais de informação, segundo o qual um progra- 5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assun-
ma geral de gestão de documentos, para alcançar econo- tos secundários.
mia e eficácia, envolve as seguintes fases:
- produção: concepção e gestão de formulários, prepa- A avaliação constitui-se em atividade essencial do ci-
ração e gestão de correspondência, gestão de informes e clo de vida documental arquivístico, na medida em que
diretrizes, fomento de sistemas de gestão da informação e define quais documentos serão preservados para fins ad-
aplicação de tecnologias modernas a esses processos;
ministrativos ou de pesquisa e em que momento poderão
- utilização e conservação: criação e melhoramento dos
ser eliminados ou destinados aos arquivos intermediário
sistemas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de
e permanente, segundo o valor e o potencial de uso que
correio e telecomunicações, seleção e uso de equipamento
apresentam para a administração que os gerou e para a
reprográfico, análise de sistemas, produção e manutenção
de programas de documentos vitais e uso de automação e sociedade.
reprografia nestes processos; Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a ava-
- destinação: a identificação e descrição das séries do- liação de documentos no serviço público datam do final do
cumentais, estabelecimento de programas de avaliação e século passado, em países da Europa, nos Estados Unidos
destinação de documentos, arquivamento intermediário, e no Canadá. No Brasil, a preocupação com a avaliação de
eliminação e recolhimento dos documentos de valor perma- documentos públicos não é recente, mas o primeiro passo
nente às instituições arquivísticas. para sua regulamentação ocorreu efetivamente com a lei
federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que em seu arti-
O código de classificação de documentos de arquivo é go 9º dispõe que “a eliminação de documentos produzidos
um instrumento de trabalho utilizado para classificar todo por instituições públicas e de caráter público será realizada
e qualquer documento produzido ou recebido por um ór- mediante autorização de instituição arquivística pública, na
gão no exercício de suas funções e atividades. A classifica- sua específica esfera de competência”.
ção por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técnico
documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sob o título Orientação para avaliação e arquivamento inter-
sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacio- mediário em arquivos públicos, do qual constam diretrizes
nadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, gerais para a realização da avaliação e para a elaboração
recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que de tabelas de temporalidade. Em 1986, iniciaram-se as
o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo primeiras atividades de avaliação dos acervos de caráter
do documento, o qual reflete a atividade que o gerou e de- intermediário sob a guarda da então Divisão de Pré-Ar-
termina o uso da informação nele contida. A classificação quivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação
define, portanto, a organização física dos documentos ar- de estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação
quivados, constituindo-se em referencial básico para sua e, consequentemente, à redução do volume documental e
recuperação. racionalização do espaço físico.
No código de classificação, as funções, atividades, es-
A metodologia adotada à época envolveu pesquisas
pécies e tipos documentais genericamente denominados
na legislação que regula a prescrição de documentos ad-
assuntos, encontram-se hierarquicamente distribuídos de
ministrativos, e entrevistas com historiadores e servidores
acordo com as funções e atividades desempenhadas pelo
responsáveis pela execução das atividades nos órgãos pú-
órgão. Em outras palavras, os assuntos recebem códigos
numéricos, os quais refletem a hierarquia funcional do ór- blicos, que forneceram as informações relativas aos valores
gão, definida através de classes, subclasses, grupos e sub- primário e secundário dos documentos, isto é, ao seu po-
grupos, partindo-se sempre do geral para o particular. tencial de uso para fins administrativos e de pesquisa, res-
A classificação deve ser realizada por servidores treina- pectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que restrito
dos, de acordo com as seguintes operações. à documentação já depositada no arquivo intermediário do

Conhecimentos Específicos 192 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Arquivo Nacional, foi constituída, em 1993, uma Comissão ricamente denominados assuntos, agrupados segundo um
Interna de Avaliação que referendou os prazos de guarda e código de classificação, cujos conjuntos constituem o refe-
destinação propostos. rencial para o arquivamento dos documentos.
Com o objetivo de elaborar uma tabela de temporalida- Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice,
de para documentos da então Secretaria de Planejamento, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeti-
Orçamento e Coordenação (SEPLAN), foi criado, em 1993, camente para agilizar a sua localização na tabela.
um grupo de trabalho composto por técnicos do Arquivo Na-
cional e daquela secretaria, cujos resultados, relativos às 2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário
atividades-meio, serviriam de subsídio ao estabelecimen- para arquivamento dos documentos nas fases corrente e in-
to de prazos de guarda e destinação para os documentos termediária, visando atender exclusivamente às necessida-
da administração pública federal. A tabela, elaborada com des da administração que os gerou, mencionado, preferen-
base nas experiências já desenvolvidas pelos dois órgãos, cialmente, em anos. Excepcionalmente, pode ser expresso
foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral do Arquivo Na- a partir de uma ação concreta que deverá necessariamente
cional para aprovação. ocorrer em relação a um determinado conjunto documental.
Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos Entretanto, deve ser objetivo e direto na definição da ação –
(Conarq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, a exemplos: até aprovação das contas; até homologação da apo-
Câmara Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para sentadoria; e até quitação da dívida. O prazo estabelecido para
dar suporte às atividades do conselho. Sua primeira tarefa a fase corrente relaciona-se ao período em que o documento é
foi analisar e discutir a tabela de temporalidade elaborada frequentemente consultado, exigindo sua permanência junto às
pelo grupo de trabalho Arquivo Nacional/SEPLAN, com o unidades organizacionais. A fase intermediária relaciona-se ao
período em que o documento ainda é necessário à administra-
objetivo de torná-la aplicável também aos documentos pro-
ção, porém com menor frequência de uso, podendo ser trans-
duzidos pelos órgãos públicos nas esferas estadual e mu-
ferido para depósito em outro local, embora à disposição desta.
nicipal, servindo como orientação a todos os órgãos partici-
A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas
pantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
formas de concentração dos arquivos, seja ao nível da ad-
O modelo ora apresentado constitui-se em instrumento
ministração (fases corrente e intermediária), seja no âmbito
básico para elaboração de tabelas referentes às atividades-
dos arquivos públicos (permanentes ou históricos). Assim,
-meio do serviço público, podendo ser adaptado de acor-
a distribuição dos prazos de guarda nas fases corrente e
do com os conjuntos documentais produzidos e recebidos.
intermediária foi definida a partir das seguintes variáveis:
Vale ressaltar que a aplicação da tabela deverá estar condi-
cionada à aprovação por instituição arquivística pública na I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com
sua específica esfera de competência. serviços de arquivamento intermediário:
A tabela de temporalidade deverá contemplar as ativi- Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se
dades-meio e atividades-fim de cada órgão público. Desta enquadram nesta variável, há necessidade de redistribui-
forma, caberá aos mesmos definir a temporalidade e desti- ção dos prazos,considerando-se as características de cada
nação dos documentos relativos às suas atividades espe- fase, desde que o prazo total de guarda não seja alterado,
cíficas, complementando a tabela básica. Posteriormente, de forma a contemplar os seguintes setores arquivísticos:
esta deverá ser encaminhada à instituição arquivística pú- - arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao
blica para aprovação e divulgação, por meio de ato legal arquivo da unidade organizacional);
que lhe confira legitimidade. - arquivo central (fase intermediária I, que corresponde
A tabela de temporalidade é um instrumento arquivís- ao setor de arquivo geral/central da instituição);
tico resultante de avaliação, que tem por objetivos definir - arquivo intermediário (fase intermediária II, que cor-
prazos de guarda e destinação de documentos, com vista responde ao depósito de arquivamento intermediário, ge-
a garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem. ralmente subordinado à instituição arquivística pública nas
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os esferas federal, estadual e municipal).
conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma institui-
ção no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam com
fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos situados
ou guarda permanente, além de um campo para observações nesta variável,as unidades organizacionais são responsáveis
necessárias à sua compreensão e aplicação. pelo arquivamento corrente e o arquivo central funciona como
arquivo intermediário, obedecendo aos prazos previstos para
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utiliza- esta fase e efetuando o recolhimento ao arquivo permanente.
ção do instrumento: III – Órgãos que não possuem arquivo central e con-
tam com serviços de arquivamento intermediário: Nesta
1. Assunto: Neste campo são apresentados os conjun-
variável, as unidades organizacionais também funcionam
tos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente
como arquivo corrente, transferindo os documentos – após
distribuídos de acordo com as funções e atividades desem-
cessado o prazo previsto para esta fase – para o arquivo
penhadas pela instituição. Para possibilitar melhor identi-
intermediário, que promoverá o recolhimento ao arquivo
ficação do conteúdo da informação, foram empregadas
permanente.
funções, atividades, espécies e tipos documentais, gene-

Conhecimentos Específicos 193 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem con- Método numérico simples: Consiste em numerar as
tam com serviços de arquivamento intermediário: pastas em ordem da entrada do correspondente ou as-
Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades sunto, sem nenhuma consideração à ordem alfabética dos
organizacionais são igualmente responsáveis pelo arquiva- mesmos, dispensando assim qualquer planejamento ante-
mento corrente, ficando a guarda intermediária a cargo das rior do arquivo. Para o bom êxito deste método, devemos
mesmas ou do arquivo público, o qual deverá assumir tais organizar dois índices em fichas; numas fichas serão ar-
funções. quivadas alfabeticamente, para que se saiba que numero
recebeu o correspondente ou assunto desejado, e no outro
3. Destinação final: Neste campo é registrada a desti- são arquivadas numericamente, de acordo com o numero
nação estabelecida que pode ser a eliminação, quando o que recebeu o cliente ou o assunto, ao entrar para o arqui-
documento não apresenta valor secundário (probatório ou vo. Este ultimo índice pode ser considerado tombo (regis-
informativo) ou a guarda permanente, quando as informa- tro) de pastas ocupadas e, graças a ele, sabemos qual é o
ções contidas no documento são consideradas importantes ultimo numero preenchido e assim destinaremos o numero
para fins de prova, informação e pesquisa. seguinte a qualquer novo cliente que seja registrado.
A guarda permanente será sempre nas instituições ar-
quivísticas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos Método alfabético numérico: Como se pode deduzir pelo
estaduais, do Distrito Federal e municipais), responsáveis seu nome, é um método que procurou reunir as vantagens
pela preservação dos documentos e pelo acesso às infor- dos métodos alfabéticos simples e numérico simples, tendo
mações neles contidas. Outras instituições poderão manter alcançado seu objetivo, pois desta combinação resultou um
seus arquivos permanentes, seguindo orientação técnica método que apresenta ao mesmo tempo a simplicidade de
dos arquivos públicos, garantindo o intercâmbio de informa- um e a exatidão e rapidez, no arquivamento, do outro. É
ções sobre os respectivos acervos. conhecido também pelo nome de numeralfa e alfanumérico.

4. Observações: Neste campo são registradas informa- Método geográfico: Este método é muito aconselhável
ções complementares e justificativas, necessárias à correta quando desejamos ordenar a documentação de acordo
com a divisão geográfica, isto é, de acordo com os países,
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto
estados, cidades, municípios etc. Nos departamentos de
à alteração do suporte da informação e aspectos elucidati-
vendas, por exemplo, é de especial utilidade para agrupar
vos quanto à destinação dos documentos, segundo a parti-
os correspondentes de acordo com as praças onde operam
cularidade dos conjuntos documentais avaliados.
ou residem.
A necessidade de comunicação é tão antiga como a for-
mação da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia de
Método específico ou por assunto: Indiscutivelmente
se perpetuar, teve sempre a preocupação de registrar suas
o método especifico, representado por palavras dispostas
observações, seu pensamento, para os legar às gerações alfabeticamente, é um dos mais difíceis processos de ar-
futuras. quivamento, pois, consistindo em agrupar as pastas por
Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada assunto, apresenta a dificuldade de se escolher o melhor
mais é do que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sen- termo ou expressão que defina o assunto. Temos o vocabu-
tido mais simples, guardar é arquivar. lário todo da língua à nossa disposição e justamente o fato
Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre o de ser tão amplo o campo da escolha nos dificulta a seleção
verdadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indiscu- acertada, além do que entra muito o ponto de vista pessoal
tivelmente, por anos e anos, estas instituições tiveram mais do arquivista, nesta seleção.
ou menos o mesmo objetivo. Eram elas depósitos de tudo
o que se produzira a mente humana, isto é, do resultado do Método decimal: Este método foi inspirado no Sistema
trabalho intelectual e espiritual do homem. Decimal de Melvil Dewey. Dewey organizou um sistema de
O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, classificação para bibliotecas, muito interessante, o qual
evita repetição desnecessárias de experiências, diminui a conseguiu um grande sucesso; fora publicado em 1876.
duplicidade de documentos, revela o que está por ser feito, Dividiu ele os conhecimentos humanos em dez classes,
o que já foi feito e os resultados obtidos. Constitui fonte de as quais, por sua vez, se subdividiram em outras dez, e
pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o assim por diante, sendo infinita essa possibilidade de sub-
administrador a tomada de decisões. divisão, graças à sua base decimal.

Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utiliza- Método simplificado: Este a rigor não deveria ser consi-
dos em arquivos são: derado propriamente um método, pois, na realidade, nada
Método alfabético: É o sistema mais simples, fácil, lógi- mais é do que a utilização de vários métodos ao mesmo
co e prático, porque obedecendo à ordem alfabética pode- tempo, com a finalidade de reunir num só móvel as vanta-
-se logo imaginar que não apresentará grandes dificuldades gens de todos eles.
nem para a execução do trabalho de arquivamento, nem
para a procura do documento desejado, pois a consulta é Gestão de Documentos uma poderosa aliada para a to-
direta. mada de decisões e um facilitador para a gestão de suas
atividades.

Conhecimentos Específicos 194 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A Gestão de Documentos é também um caminho se- A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais
guro, rápido e eficiente para as empresas se destacarem contribui para uma melhor administração dos recursos das
dos seus concorrentes e conquistarem certificações como cidades e municípios, além de resguardar os mesmos de
Acreditação Hospitalar e Certificação. penalidades civis e administrativas, que estes estão sujei-
A ONA (Organização Nacional de Acreditação) é res- tos se não cumprirem a legislação em vigor ou ainda, se
ponsável pelo processo permanente de avaliação e certifi- destruírem documentos de valor permanente ou de interes-
cação da qualidade dos serviços de saúde nos hospitais e se público e social.
clinicas que almejam conseguir a Acreditação. Para obter o A realidade dos arquivos da administração pública re-
certificado, os serviços de saúde são avaliados e devem ga- flete a necessidade da implantação de uma gestão docu-
rantir e assegurar aos usuários e profissionais que os pro- mental. Vários documentos se encontram armazenados de
cedimentos médicos, assistências de saúde e a segurança maneira indevida. Muitos documentos de valores legais e
da informação estão sendo realizados de maneira correta e probatórios podem ser vistos amontoados e expostos a ris-
com excelência. cos e danos de destruição, podendo causar perdas e prejuí-
A Norma NBR ISO 9001:2000 estabelece que os docu- zos irreparáveis ao Município.
mentos requeridos pelo Sistema de Gestão da Qualidade
A Gestão de Documentos no âmbito da administração
devem ser controlados, gerenciados e ter rastreabilidade.
pública atua na elaboração dos planos de classificação dos
É importante ainda estabelecer uma sistemática para re-
documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) e
moção dos documentos obsoletos e a preservação dos do-
comissão permanente de avaliação. Desta forma é asse-
cumentos de valores históricos a partir da implantação da
gurado o acesso rápido à informação e preservação dos
Gestão de Documentos.
documentos.
A Gestão de Documentos contribui no processo de
A qualidade da administração irá determinar a exatidão
Acreditação e Certificação ISO, porque assegura que a
com que podem ser fixados os valores da documentação
informação produzida e utilizada será bem gerenciada,
garantindo a confidencialidade e a rastreabilidade das in- recolhida. Determinará ainda o grau de facilidade com que
formações, além de proporcionar benefícios como: raciona- os documentos de valor podem ser selecionados para re-
lização dos espaços de guarda de documentos, eficiência e tenção num arquivo permanente. O uso de documentos
rapidez no desenvolvimento das atividades diárias e o con- para fins de pesquisa depende da maneira pela qual foram
trole do documento desde o momento de sua produção até originariamente ordenados. Os métodos de administração
a destinação final. de arquivos permanentes desenvolvem-se em função dos
“Com relação à Acreditação, a Gestão de Documen- utilizados na administração dos arquivos correntes, lem-
tos é fator determinante também para cumprir a Resolução brando que é um dos princípios básicos da arquivística con-
1.639/2002, do Conselho Federal de Medicina, onde é defi- servar, nos arquivos de custódia, o arranjo original.
nido que os prontuários médicos são de guarda definitiva e, Assim que o valor primário (administrativo, legal, fiscal)
portanto, não podem ser descartados sem o devido plane- dos documentos deixe de existir, deverão ser descartados,
jamento de como garantir a preservação das informações”, recolhidos ao arquivo de custódia ou transferidos a um ar-
disse Mário Pinho. quivo intermediário, caso contrário, tomarão espaço estor-
Administrar e gerenciar documentos, a partir de con- vando o bom andamento das atividades correntes.
ceitos da Gestão Documental, proporciona às empresas Logo, a administração dos arquivos correntes oficiais
tem por objetivo fazer com que os documentos sirvam às
privadas e entidades públicas maior controle sobre as infor-
finalidades para as quais foram criados, da maneira mais
mações que produzem e recebem. No Brasil, pesquisas re-
eficiente e econômica possível, e concorrer para a destina-
centes revelaram que apenas 30% dos arquivos municipais
ção adequada dos mesmos, depois que tenham servido a
brasileiros possuem condições ao menos razoáveis, não
seus fins. Os documentos são eficientemente administra-
obstante a Lei Federal N.º 8.159 estipula normas rígidas
dos quando:
quanto à preservação e gerenciamento dos acervos, defi-
Uma vez necessários podem ser localizados com rapi-
nindo que a Gestão de Documentos é o conjunto de proce-
dez e sem transtorno ou confusão;
dimentos e operações técnicas referentes à sua produção,
Quando conservados a um custo mínimo de espaço e
tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente manutenção enquanto indispensáveis às atividades corren-
e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento tes;
para guarda permanente. E quando nenhum documento é reservado por tempo
maior do que o necessário a tais atividades, a menos que
A implantação da Gestão de Documentos associada ao tenham valor contínuo para pesquisa e outros fins.
uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do GED Os objetivos de uma administração eficiente de arqui-
(Gerenciamento Eletrônico de Documentos), deve ser efe- vos só podem ser alcançados quando se dispensa atenção
tiva visando à garantia no processo de atualização da do- aos documentos desde a sua criação até o momento em
cumentação, interrupção no processo de deterioração dos que são transferidos para um arquivo de custódia perma-
documentos e na eliminação do risco de perda do acervo, nente ou são eliminados.
através de backup ou pela utilização de sistemas que per-
mitam acesso à informação pela internet e intranet.

Conhecimentos Específicos 195 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A administração de arquivos preocupa-se com todo o A organização de arquivos pode ser desenvolvida em
período de vida da maioria dos documentos, lutando para várias etapas ou fases:
limitar sua criação, de tal forma que possa determinar os Levantamento de dados;
que devem ser destinados ao “inferno” do incinerador, ou ao Análise dos dados coletados;
“céu” de um arquivo permanente, ou ao “limbo” de um depó- Planejamento;
sito intermediário. Implantação e acompanhamento.
Assim, os Arquivos também têm ciclo de vida e este é
contado a partir da produção do documento e do encerra- Basta identificar qual o procedimento mais adequado
mento do ato, ação ou fato que motivou a sua produção e para cada circunstância.
da sua frequência de uso. Essa fase se diz na Arquivologia
que tem relação com a VIGÊNCIA do documento (a razão Arquivamento de registros informatizados
de ser do documento).
Depois de destituído dessa vigência o documento pode A produção de documentos arquivísticos mudou radi-
ser guardado em função da importância das informações calmente com os avanços introduzidos na tecnologia da
nele contidas, para a história da administração ou mesmo informação e comunicação, que podem ser apresentados
para tomadas de decisões pautadas nas ações do passado. esquematicamente:
ATÉ DÉCADA DE 1970
Então o ciclo pode ser categorizado em três fases ou - computador limitado aos especialistas
arquivos: - complexidade de hardware e software
Arquivo Corrente ou de Gestão – também conhecido - Centros de Processamento de Dados - CPDs - sepa-
como de Primeira Idade ou Ativo. São conjuntos de docu- rados da instituição
mentos estreitamente vinculados aos objetivos imediatos
para os quais foram produzidos e que se conservam junto DÉCADA DE 1980
aos órgãos produtores em razão de sua vigência e frequên- - disseminação dos computadores pessoais
cia de uso. São muito usados pela administração. - tecnologia de rede: locais e Internet
Arquivo Intermediário – também conhecido como de
Segunda Idade ou Semi Ativo. São Arquivos que aguardam DÉCADA DE 1990
em depósito de armazenamento temporário, sua destina- - documentos arquivísticos convencionais passam a ser
ção final. Apresenta pequena frequência de uso pela admi- gerados em meio digital
nistração. - surgem as GEDs - Gerenciamento Eletrônico de docu-
mentos
Arquivo Permanente – também conhecido como de Ter-
ceira Idade ou Histórico. São os conjuntos documentais custo- Entretanto, ainda é necessário enfatizar que os docu-
diados em caráter definitivo, em função do seu valor. O acesso mentos arquivístico não são apenas os documentos em
é público. papel. Julga-se, comumente, que a informação contida em
A tarefa mais difícil da administração de documentos computadores, seja em arquivos de texto word, pdf ou com
prende-se aos documentos mais valiosos. Quanto mais im- outra extensão e, especialmente, em sistemas eletrônicos ou
portantes ou valiosos, mais difícil se torna administrá-los. bancos de dados, não se relacionam com arquivos. Toda in-
Geralmente, os documentos mais valiosos são os que se formação, registrada em qualquer suporte e sob qualquer tec-
referem às origens, à organização e ao desenvolvimento nologia, desde que gerada no exercício das atividades e fun-
funcional de um órgão, e aos seus programas essenciais. ções de uma pessoa física ou jurídica, integra o arquivo desta
Referem-se antes à direção do que à execução das fun- pessoa, como já vimos e não será desnecessário relembrar.
ções da repartição. Os documentos importantes são difíceis Neste sentido, os arquivos podem ter, também, documentos
de classificar para uso corrente. Os que fixam uma política arquivísticos digitais. O documento arquivístico digital é um
nem sempre podem ser identificados como tal, quando são documento “... codificado em dígitos binários produzido, trans-
inicialmente expedidos, enquanto que os documentos so- mitido e armazenado por sistema computacional.”
bre operações de rotina são facilmente classificáveis. Os
documentos de importância são difíceis de ser retirados Os arquivos podem ter um caráter híbrido, contendo, neste caso,
de circulação uma vez terminado seu uso corrente. Aque- • documentos analógicos (convencionais)
les que estabeleceram diretrizes e normas não se tornam • documentos digitais.
obsoletos ou não-correntes tão logo cessam as atividades
que os originaram. As orientações neles continuam, muitas São exemplos de documentos arquivísticos digitais:
vezes, em vigor. Os documentos importantes, além disso, • textos;
são difíceis de reunir para serem preservados num arquivo
• imagens fixas e em movimento;
de custódia permanente, porque muitos deles têm que ser
• gravações sonoras;
segregados de uma grande massa de documentos insigni-
• mensagens de correio eletrônico;
ficantes onde se acham submersos, sendo comum fazer-se
• páginas web;
essa separação após perderem os documentos o valor para
• bases de dados;
as operações correntes, quando já se tornou obscura a sua
• etc.
identificação.

Conhecimentos Específicos 196 A Opção Certa Para a Sua Realização


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NOÇÕES DE ARQUIVÍSTICA.

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados
durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser
registradas em documentos de arquivos.

A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências)
nos dá sobre arquivo:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos pú-
blicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem
como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”

Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.


“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pú-
blica ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus
sucessores, para fins de prova ou informação”, CONARQ.

“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer
de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950)
(citado por PAES, Marilena Leite, 1986).

“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no cur-
so de sua atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no
futuro.” (PAES, Marilena Leite, 1986).

De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para
conservar o acervo.

A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.
Vejamos:

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que
se caracteriza como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte,
modo de produção, utilização e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo
natural que decorre da própria atividade da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurí-
dica ou poruma família no exercício das suas atividades ou das suas funções.

Conhecimentos Específicos 197 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.


Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios
e por outros, como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada,
são relevantes no estudo da arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou
sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua impar-
cialidade explica-se pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais
os documentos se referem não funcionarão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os
fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto,
apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada,
guardada e preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação,
que são a Biblioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém,
frisa-se que trata-se de conceitos distintos.
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por
órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrati-
vas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por
entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua do-
cumentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter
público – mediante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera
de governo.

Conhecimentos Específicos 198 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Arquivos Privados Através da Gestão Documental é possível definir qual


a politica arquivistica adotada, através da qual, se consti-
De acordo com a mesma Lei citada acima: tui o patrimônio arquivistico. Outro aspecto importante da
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de do- gestão documental é definir os responsáveis pelo processo
cumentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou arquivistico.
jurídicas, em decorrência de suas atividades.” A Gestão de Documentos é ainda responsável pela im-
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido plantação do programa de gestão, que envolve ações como
artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz as de acesso, preservação, conservação de arquivo, entre
respeito à pessoa jurídica de direito privado, não se confun- outras atividades.
dindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público, pois Por assegurar que a informação produzida terá gestão
os órgãos que compõe a administração indireta da União, adequada, sua confidencialidade garantida e com possibi-
Estados, Distrito Federal e Municípios, são também pes- lidade de ser rastreada, a Gestão de Documentos favorece
soas jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de o processo de Acreditação e Certificação ISO, processos
personalidade jurídica própria, porém, de direito público. esses que para determinadas organizações são de extrema
Exemplos: importância ser adquirido.
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc. Outras vantagens de se adotar a gestão de documen-
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de traba- tos é a racionalização de espaço para guarda de documen-
lhos, etc. tos e o controle deste a produção até arquivamento final
• Comercial: companhias, empresas, etc. dessas informações.
A implantação da Gestão de Documentos associada
A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profis- ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do
sional com formação em arquivologia ou experiência re- Gerenciamento Eletrônico de Documentos deve ser efeti-
conhecida pelo Estado. Ele pode trabalhar em instituições va visando à garantia no processo de atualização da do-
públicas ou privadas, centros de documentação, arquivos cumentação, interrupção no processo de deterioração dos
privados ou públicos, instituições culturais etc. documentos e na eliminação do risco de perda do acervo,
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar através de backup ou pela utilização de sistemas que per-
da gestão documental, conservação, preservação e dis- mitam acesso à informação pela internet e intranet.
seminação da informação contida nos documentos, assim A Gestão de Documentos no âmbito da administração
como pela preservação do patrimônio documental de um pública atua na elaboração dos planos de classificação dos
pessoa (física ou jurídica), institução e, em última instância, documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) e
da sociedade como um todo. comissão permanente de avaliação. Desta forma é asse-
Também é função do arquivista recuperar informações gurado o acesso rápido à informação e preservação dos
ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas.10 documentos.
GESTÃO DE DOCUMENTOS.
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramita-
ção e expedição de documentos.
Um documento (do latim documentum, derivado de
Esse processo acima descrito de gestão de informação
docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo
e documentos segue um tramite para que possa ser aplica-
gráfico, que comprove a existência de um fato, a exatidão
do de forma eficaz, é o que chamamos de protocolo.
ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, do-
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das
cumentos são frequentemente sinônimos de atos, cartas ou
escritos que carregam um valor probatório. funções pertinentes aos documentos, como, recebimento,
Documento arquivístico: Informação registrada, inde- registro, distribuição e movimentação dos documentos em
pendente da forma ou do suporte, produzida ou recebida curso.
no decorrer da atividade de uma instituição ou pessoa e A finalidade principal do protocolo é permitir que as in-
que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para formações e documentos sejam administradas e coorde-
servir de prova dessa atividade. nadas de forma concisa, otimizada, evitando acúmulo de
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um
tarefa de considerável importância para as organizações aumento de produção de documentos sua gestão seja feita
atuais, sejam essas privadas ou públicas, tarefa essa que com agilidade, rapidez e organização.
encontra suporte na Tecnologia da Gestão de Documen- Para atender essa finalidade, as organizações adotam
tos, importante ferramenta que auxilia na gestão e no um sistema de base de dados, onde os documentos são
processo decisório. registrados assim que chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento
A gestão de documentos representa um conjunto de chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontro-
procedimentos e operações técnicas referentes à sua pro- le ou problemas decorrentes por falta de zelo com esses,
dução, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase como podemos perceber:
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou reco-
lhimento para a guarda permanente.
10 Adaptado de George Melo Rodrigues

Conhecimentos Específicos 199 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Recebimento:
Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos e onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.
Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensivos são abertos e analisados, anexando mais informações
e assim encaminhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados diretos para seus destinatários.

Registro:
Todos os documentos recebidos devem ser registrados eletronicamentecom seu número, nome do remetente, data,
assunto dentre outras informações.
Depois do registro o documento é numerado (autuado) em ordem de chegada.
Depois de analisado o documento ele é classificado em uma categoria de assuntopara que possam ser achados.
Neste momento pode-se ate dar um código a ele.

Distribuição:
Também conhecido como movimentação, é a entrega para seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para
fora da empresa seria feita pela expedição.

Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela empresa.É o caminho que o documento percorre desde sua
entrada na empresa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).Todas as etapas devem ser seguidas sem erro
para que o protocolo consiga localizar o documento. Quando os dados são colocados corretamente, como datas e setores
em que o documento caminhou por exemplo, ajudará aagilizar a sua localização.

Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar
a correspondência no original e nas cópias, pois as cópias são o acompanhamento da tramitação do documento na em-
presa e serão encaminhadas ao arquivo. As originais são expedidas para seus destinatários.

Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação
ou

Sistemas de classificação

O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na
elaboração de um plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quan-
to mais simples forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do organismo (divisão de competências) ou em última
análise, focando a estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização sem-
pre que se entender conveniente.

A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma
de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transfe-
rência, recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo
do documento, o qual reflete a atividade que o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação define,
portanto, a organização física dos documentos arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.

Conhecimentos Específicos 200 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Na classificação, as funções, atividades, espécies e ti- De acordo com a natureza do assunto


pos documentais distribuídos de acordo com as funções e - OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não
atividades desempenhadas pelo órgão. prejudicam a administração;
A classificação deve ser realizada de acordo com as - SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é
seguintes características: limitado, com divulgação restrita.

De acordo com a entidade criadora De acordo com a espécie


- PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito - ADMINISTRATIVO: Referente às atividades pura-
federal ou estadual ou municipal. mente administrativas;
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou rela- - JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudi-
cionados à instituições educacionais, igrejas, corporações ciais;
não-lucrativas, sociedades e associações. - CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e orientação jurídica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres,
companhias. busca alternativas para evitar a esfera judicial.
- FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por gru-
pos familiares ou pessoas individualmente. De acordo com o grau de sigilo
. - RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação
De acordo com o estágio de evolução (considera-se não-autorizada possa comprometer planos, operações ou
o tempo de vida de um arquivo) objetivos neles previstos;
- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - - SECRETO: Dados ou informações referentes a siste-
guarda a documentação mais atual e frequentemente con- mas, instalações, projetos, planos ou operações de interes-
sultada. Pode ser mantido em local de fácil acesso para se nacional, a assuntos diplomáticos e de inteligência e a
facilitar a consulta. planos ou detalhes, programas ou instalações estratégicos,
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁ- cujo conhecimento não autorizado possa acarretar dano
RIO - inclui documentos que vieram do arquivo corrente,
grave à segurança da sociedade e do Estado;
porque deixaram de ser usados com frequência. Mas eles
- ULTRASSECRETO: Dados ou informações referen-
ainda podem ser consultados pelos órgãos que os produzi-
tes à soberania e à integridade territorial nacional, a pla-
ram e os receberam, se surgir uma situação idêntica àquela
no ou operações militares, às relações internacionais do
que os gerou.
País, a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE
e tecnológico de interesse da defesa nacional e a progra-
- nele se encontram os documentos que perderam o valor
mas econômicos, cujo conhecimento não autorizado possa
administrativo e cujo uso deixou de ser frequente, é espo-
acarretar dano excepcionalmente grave à segurança da so-
rádico. Eles são conservados somente por causa de seu
valor histórico, informativo para comprovar algo para fins ciedade e do Estado.
de pesquisa em geral, permitindo que se conheça como os
fatos evoluíram. Arquivamento e ordenação de documentos

De acordo com a extensão da atenção O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimen-


Os arquivos se dividem em: tos que visa ao acondicionamento e armazenamento dos
- ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos documentos no arquivo.
operacionais, cumprindo as funções de um arquivo corren- Uma vez registrado, classificado e tramitado nas uni-
te. dades competentes, o documento deverá ser encaminhado
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a re- ao seu destino para arquivamento, após receber despacho
ceber os documentos correntes provenientes dos diversos final.
órgãos que integram a estrutura de uma instituição. O arquivamento é a guarda dos documentos no local
estabelecido, de acordo com a classificação dada. Nesta
De acordo com a natureza de seus documentos etapa toda a atenção é necessária, pois um documento ar-
- ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de va- quivado erroneamente poderá ficar perdido quando solicita-
riadas formas físicas como discos, fitas, disquetes, fotogra- do posteriormente.
fias, microformas (fichas microfilmadas), slides, filmes, en- O documento ficará arquivado na unidade até que cum-
tre outros. Eles merecem tratamento adequado não apenas pra o prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua
quanto ao armazenamento das peças, mas também quanto eliminação.
ao registro, acondicionamento, controle e conservação.
- ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido As operações para arquivamento são:
como arquivo técnico, é responsável pela guarda os docu- 1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamen-
mentos de um determinado assunto ou setor/departamento to;
específico. 2. Checar a classificação do documento, caso não haja,
atribuir um código conforme o assunto;
3. Ordenar os documentos na ordem sequencial;

Conhecimentos Específicos 201 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

4. Ao arquivar o documento na pasta, verificar a exis- Isso permite agrupar documentos que tratem de assun-
tência de antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles tos correlatos e permite encontrar informações completas
que tratam do mesmo assunto, por consequência, o mesmo sobre determinada matéria de forma simples e direta, sendo
código; especialmente interessante para empresas que lidam com
5. Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuí- um grande volume de documentos de um mesmo tema.
dos – usar uma pasta para cada código, evitando a classi-
ficação “diversos”; 2. Método alfabético
6. Ordenar os documentos que não possuem antece- Uma das mais conhecidas técnicas de arquivamento de
dentes de acordo com a ordem estabelecida – cronológica, documentos é o método alfabético, que consiste em orga-
alfabética, geográfica, verificando a existência de cópias e nizar os documentos arquivados de acordo com a ordem
eliminando-as. Caso não exista o original manter uma única alfabética desses, permitindo uma consulta mais intuitiva e
cópia; eficiente.
7. Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, Como a própria denominação já indica, nesse esque-
em caixa ou pasta apropriada, identificando externamente o ma o elemento principal considerado é o nome. Estamos
seu conteúdo e registrando a sua localização no documento falando sobre um método muito usado nas empresas por
que o encaminhou. apresentar a vantagem de ser rápido e simples.
8. Endereçamento - o endereço aponta para o local No entanto, quando se armazena um número muito
onde os documentos/processos estão armazenados. grande de informações, é comum que existam alguns er-
Devemos considerar duas formas de arquivamento: A ros. Isso acontece devido à grande variedade de grafia dos
horizontal e a vertical. nomes e também ao cansaço visual do funcionário.
- Arquivamento Horizontal: os documentos são dispos- Para que a localização e o armazenamento dos docu-
tos uns sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. mentos se tornem mais rápidos, é possível combinar esse
É indicado para arquivos permanentes e para documentos método com a escolha de cores. Dessa forma, fica mais
de grandes dimensões, pois evitam marcas e dobras nos simples encontrar a letra procurada.
mesmos. Esse método é conhecido como Variadex e utiliza as
- Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos cores como elementos auxiliares, com o objetivo de faci-
uns atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para litar a localização e a recuperação dos documentos. Vale
arquivos correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na lembrar que essa é somente uma variação do método al-
disposição dos documentos. fabético. É possível, ainda, combinar esse método ao de
Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivamento por assunto, usando a ordem alfabética para
arquivo, devemos considerar tantos os métodos quanto os subdividir a organização.
sistemas.
Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a
3. Método numérico
possibilidade ou não de recuperação da informação sem o
O método numérico é outra opção de arquivamento e
uso de instrumentos.
uma ótima escolha para empresas que lidam com um gran-
Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não
de volume de documentos. Ele consiste em determinar um
de uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro seme-
número sequencial para cada documento, permitindo sua
lhante) para localizar um documento em um arquivo.
consulta de acordo com um índice numérico previamente
Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um
sistema direto de busca e/ou recuperação, como por exem- determinado.
plo, os métodos alfabético e geográfico. Como o próprio nome indica, esse método é aquele
Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sis- usado quando os documentos são ordenados por números.
tema indireto de busca e/ou recuperação, como são os mé- É possível escolher três formas distintas de utilizá-lo: numé-
todos numéricos. rico simples, cronológico ou dígito-terminal.

A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que fo- - Método numérico simples


ram classificados dentre de um mesmo assunto. Esse método é usado quando o modo de organizar é
Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma or- feito pelo número da pasta ou do documento em que ele foi
ganizada e categorizada previamente para posterior arqui- arquivado. É muito utilizado na organização de prontuários
vamento. médicos, filmes, processos e pastas de funcionários.
Para definir a forma da ordenação é considerada a na-
tureza dos documentos, podendo ser:11 - Método numérico cronológico
Um método usado para fazer a organização dos docu-
1. Arquivamento por assunto mentos por data. É extremamente utilizado para organizar
Uma das técnicas mais utilizadas para a gestão de do- documentos financeiros, fotos e outros arquivos em que a
cumentos é o arquivamento por assunto. Como o próprio data é o elemento essencial para buscar a informação.
nome já adianta, essa técnica consiste em realizar o arqui-
vamento dos documentos de acordo com o assunto tratado
neles.
11 Adaptado de www.agu.gov.br

Conhecimentos Específicos 202 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Método numérico dígito-terminal


A partir do momento em que se faz uso de números maiores, com diversos dígitos, o método simples não é eficiente.
Isso ocorre porque ele acaba se tornando trabalhoso e lento. Por isso, nesse caso, o mais indicado é utilizar o método
dígito-terminal.
Nesse método, a ordenação é realizada com base nos dois últimos dígitos. Quando esses são idênticos, a ordenação
é dada a partir dos dois dígitos anteriores. Isso acaba tornando o arquivamento mais ágil e eficiente.

4. Método eletrônico
O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que
permite não só organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com o método que mais se encaixa na organização
e nas necessidades da empresa, mas fazer sua gestão online e até mesmo remota.

5. Método geográfico
Esse método é aquele usado quando os documentos apresentam a sua organização por meio do local, isto é, quando
a empresa escolhe classificar os documentos a partir de seu local de origem.
No entanto, de acordo com a literatura arquivística, duas normas precisam ser empregadas para que o método geo-
gráfico seja utilizado de forma adequada. Confira!
- Norma do método geográfico 1
Quando os documentos são organizados por país ou por estado, eles precisam ser ordenados alfabeticamente. Dessa
forma, fica mais fácil localizá-los depois. Isso vale também para as cidades de um mesmo país ou estado: sempre postas
em ordem alfabética. Nesse caso, as capitais precisam aparecer no início da lista, uma vez que elas são, normalmente,
as mais procuradas, tendo uma quantidade maior de documentos.
- Norma do método geográfico 2
Ao realizar um arquivamento por cidades, quando não existe separação por estado, não há a exigência de que as
capitais fiquem no início. A ordem vai ser simplesmente alfabética. Entretanto, ao final de cada cidade, o estado a que ela
corresponde precisa aparecer na identificação.

6. Método temático
Esse é um método que propõe a organização dos documentos por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos
assuntos e temas básicos, que podem admitir diversas composições.

7. Índice onomástico (opcional)


Índice de nomes próprios que aparecem no texto. Deve ser utilizado quando o Coordenador da coleção assim o de-
cidir. Deve ser organizado da mesma maneira que o índice remissivo.

Tabela de temporalidade
Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhi-
mento, descarte de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem.
É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores
(primário/administrativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o
ciclo de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcio-
nários na instituição.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma
instituição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final –
eliminação ou guarda permanente, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:

1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de


acordo com as funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabetica-
mente para agilizar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e inter-
mediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação daaposen-
tadoria; e até quitação da dívida.
- Os prazos são preferencialmente em ANOS

Conhecimentos Específicos 203 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Os prazos são determinados pelas: - Normas


- Precaução
- Informações recaptulativas
- Frequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos
quanto à destinação dos documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.

A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades adminis-
trativas.

ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.

Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedi-
mentos específicos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante
o prazo de guarda estabelecido na tabela de temporalidade e destinação.

Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternati-
vas são diversas, como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem,
que oferece além da segurança, a facilidade de acesso.

Conhecimentos Específicos 204 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Armazenamento - utilizar preferencialmente soluções de baixo custo di-


recionadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade
Áreas de armazenamento relativa estabilizados na média, evitando variações súbitas;
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos
Áreas Externas quando os equipamentos de climatização não puderem ser
mantidos em funcionamento sem interrupção;
A localização de um depósito de arquivo deve prever - proteger os documentos e suas embalagens da inci-
facilidades de acesso e de segurança contra perigos imi- dência direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou
nentes, evitando-se, por exemplo: cortinas;
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de - monitorar os níveis de luminosidade, em especial das
inundações, como margens de rios e subsolos; radiações ultravioleta;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpa-
combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e cons- das fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos
truções irregulares; ou às luminárias;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices - promover regularmente a limpeza e o controle de inse-
de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo; tos rasteiros nas áreas de armazenamento;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como in- - manter um programa integrado de higienização do
dústrias e depósitos de munições, de material bélico e ae- acervo e de prevenção de insetos;
roportos. - monitorar as condições do ar quanto à presença de
poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo os con-
Áreas Internas taminantes, utilizando cortinas, filtros, bem como realizando
o fechamento e a abertura controlada de janelas;
As áreas de trabalho e de circulação de público deve- - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios
rão atender às necessidades de funcionalidade e conforto, magnéticos e ópticos em condições climáticas especiais,
enquanto as de armazenamento de documentos devem ser de baixa temperatura e umidade relativa, obtidas por meio
totalmente independentes das demais. de equipamentos mecânicos bem dimensionados, sobretu-
do para a manutenção da estabilidade dessas condições,
Condições Ambientais a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC ± 1ºC e UR
35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5%
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%.
e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das
áreas dos depósitos, as quais, por sua vez, também devem Acondicionamento
se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades
específicas de preservação para cada tipo de suporte. Os documentos devem ser acondicionados em mobi-
liário e invólucros apropriados, que assegurem sua preser-
A deterioração natural dos suportes dos documentos, vação.
ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são A escolha deverá ser feita observando-se as caracte-
aceleradas por flutuações e extremos de temperatura e rísticas físicas e a natureza de cada suporte. A confecção e
umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes at- a disposição do mobiliário deverão acatar as normas exis-
mosféricos e às radiações luminosas, especialmente dos
tentes sobre qualidade e resistência e sobre segurança no
raios ultravioleta.
trabalho.
A adoção dos parâmetros recomendados por diferen-
O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos,
tes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umida-
promove a proteção contra danos físicos, químicos e mecâ-
de relativa entre 45% e 60%) exige, nos climas quentes e
nicos. Os documentos devem ser guardados em arquivos,
úmidos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resul-
estantes, armários ou prateleiras, apropriados a cada su-
tando em altos custos de investimento em equipamentos,
porte e formato.
manutenção e energia.
Os índices muito elevados de temperatura e umidade Os documentos de valor permanente que apresentam
relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação grandes formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem
promovem a ocorrência de infestações de insetos e o de- ser armazenados horizontalmente, em mapotecas adequa-
senvolvimento de microorganismos, que aumentam as pro- das às suas medidas, ou enrolados sobre tubos confeccio-
porções dos danos. nados em cartão alcalino e acondicionados em armários ou
Com base nessas constatações, recomenda-se: gavetas. Nenhum documento deve ser armazenado direta-
- armazenar todos os documentos em condições am- mente sobre o chão.
bientais que assegurem sua preservação, pelo prazo de As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de
guarda estabelecido, isto é, em temperatura e umidade re- computador, devem ser armazenadas longe de campos
lativa do ar adequadas a cada suporte documental; magnéticos que possam causar a distorção ou a perda de
- monitorar as condições de temperatura e umidade re- dados. O armazenamento será preferencialmente em mo-
lativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodo- biliário de aço tratado com pintura sintética, de efeito an-
logia previamente definida; tiestático.

Conhecimentos Específicos 205 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

As embalagens protegem os documentos contra a poei- do outro. O calor acelera a deterioração. A velocidade de
ra e danos acidentais, minimizam as variações externas de muitas reações químicas, é dobrada a cada aumento de
temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de da- 10°C. A alteração da umidade relativa proporciona as condi-
nos por água e fogo em casos de desastre. ções necessárias para desencadear intensas reações quí-
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manu- micas nos materiais.
seio, ao peso dos documentos e à pressão, caso tenham A circulação do ar ambiente representa um fator bas-
de ser empilhadas. Precisam ser mantidas em boas con- tante importante para amenizar os efeitos da temperatura e
dições de conservação e limpeza, de forma a proteger os umidade relativa elevada.
documentos.
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem res- - Radiação da luz
peitar formatos padronizados, e devem ser sempre iguais Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais
às dos documentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, de acervos, provocando consideráveis danos através da
esses devem ser preenchidos para proteger o documento. oxidação.
Todos os materiais usados para o armazenamento de Algumas medidas podem ser tomadas para proteção
documentos permanentes devem manter-se quimicamente dos acervos:
estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar quais- - As janelas devem ser protegidas por cortinas ou per-
quer reações que afetem a preservação dos documentos. sianas que bloqueiem totalmente o sol;
Os papéis e cartões empregados na produção de cai- - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no
xas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às ex- controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto
pectativas de preservação dos documentos. em lâmpadas fluorescentes.
No caso de caixas não confeccionados em cartão alca-
lino, recomenda-se o uso de invólucros internos de papel - Qualidades do ar
alcalino, para evitar o contato direto de documentos com O controle da qualidade é muito importante porque os
materiais instáveis.12 gases e as partículas sólidas contribuem muito para a dete-
rioração de materiais de bibliotecas e arquivos, destacando
que esses poluentes podem tanto vir do ambiente externo
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE
como podem ser gerando no próprio ambiente.
DOCUMENTOS DE ARQUIVO.
2. Agentes biológicos
A manutenção dos documentos pelo prazo determina-
Os agentes biológicos de deterioração de acervos são,
do na tabela de temporalidade dependem de três aspectos:
entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedo-
res e os fungos, cuja presença depende quase que exclu-
Fatores de deterioração em acervos de arquivos
sivamente das condições ambientais reinantes nas depen-
dências onde se encontram os documentos.
Conhecendo-se a natureza dos materiais componen-
tes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores
- Fungos
aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar
elementos nocivos e traçar políticas de conservação para Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento
minimizá-los. e umidade para sobreviver e proliferar. O alimento provém
A grande maioria dos arquivos é constituída de docu- dos papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc.
mentos impressos, e o papel é basicamente composto por A umidade é fator indispensável para o metabolismo dos
fibras de celulose, portanto, identificar os principais agentes nutrientes e para sua proliferação. Essa umidade é en-
nocivos da celulose e descobrir soluções para evita-los é contrada na atmosfera local, nos materiais atacados e na
um grande passo na preservação e na conservação docu- própria colônia de fungos. Além da umidade e nutrientes,
mental. outras condições contribuem para o crescimento das colô-
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não nias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta
se limita a um único fator, pelo contrário, são várias as for- de higiene.
mas dessa degradação ocorrer, como veremos a seguir:
As medidas para proteger o acervo de infestação de
1. Fatores ambientais fungos são:
São os agentes encontrados no ambiente físico do - estabelecer política de controle ambiental, principal-
acervo, como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa mente temperatura, umidade relativa e ar circulante
do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar. - praticar a higienização tanto do local quanto dos docu-
mentos, com metodologia e técnicas adequadas;
- Temperatura e umidade relativa - instruir o usuário e os funcionários com relação ao ma-
O calor e a umidade contribuem significativamente para nuseio dos documentos e regras de higiene do local;
a destruição dos documentos, principalmente quando em - manter vigilância constante dos documentos contra
suporte-papel. O desequilíbrio de um interfere no equilíbrio acidentes com água, secando-os imediatamente caso ocor-
ram.
12 Adaptado de CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/ www.
eboxdigital.com.br

Conhecimentos Específicos 206 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Roedores podemos tomar sem despender grandes somas de dinhei-


A presença de roedores em recintos de bibliotecas e ro, minimizando drasticamente os efeitos desses agentes.
arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Ten- Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, a
tar obstruir as possíveis entradas para os ambientes dos começar por:
acervos é um começo. As iscas são válidas, mas para que - treinamento dos profissionais na área da conservação
surtam efeito devem ser definidas por especialistas em e preservação;
zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que não pro- - atualização desses profissionais (a conservação é
voque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz uma ciência em desenvolvimento constante e a cada dia
nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade novas técnicas, materiais e equipamentos surgem para fa-
relativa controladas, além de higiene periódica. cilitar e melhorar a conservação dos documentos);
- monitoração do ambiente – temperatura e umidade
- Ataques de insetos relativa em níveis aceitáveis;
Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto re- - uso de filtros e protetores contra a luz direta nos do-
vestimentos, provocam perdas de superfície e manchas de cumentos;
excrementos. As baratas se reproduzem no próprio local e - adoção de política de higienização do ambiente e dos
se tornam infestação muito rapidamente, caso não sejam acervos;
combatidas. - contato com profissionais experientes que possam as-
Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos sessorar em caso de necessidade.
imensos em acervos, principalmente em livros. A fase de
ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se reproduz por 6. Características gerais dos materiais empregados
acasalamento, que ocorre no próprio acervo. Uma vez ins- em conservação
talado, ataca não só o papel e seus derivados, como tam- Nos projetos de conservação/preservação de acervos
bém a madeira do mobiliário, portas, pisos e todos os mate- de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas
riais à base de celulose. o uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, daque-
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os ma- les materiais livres de quaisquer impurezas, quimicamente
teriais para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e estáveis, resistentes, duráveis. Suas características, em re-
põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se repete. lação aos documentos onde são aplicados, distinguem-se
pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade e inércia.
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não Dentro das especificações positivas, encontramos vários
só para as coleções como para o prédio em si. Os cupins materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres iner-
percorrem áreas internas de alvenaria, tubulações, conduí- tes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais,
tes de instalações elétricas, rodapés, batentes de portas e borrachas plásticas etc., usados tanto para pequenas in-
janelas etc., muitas vezes fora do alcance dos nossos olhos. tervenções sobre os documentos como para acondiciona-
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de mento.
estantes coladas às paredes, caixas de interruptores de luz,
assoalhos etc. 7. Critérios para a escolha de técnicas e de mate-
riais para a conservação de acervos
3. Intervenções inadequadas nos acervos Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante
Trata-se de procedimentos de conservação que reali- ter conhecimentos básicos sobre os materiais que integram
zamos em um conjunto de documentos com o objetivo de nossos acervos para que não corramos o risco de lhes cau-
interromper ou melhorar seu estado de degradação e que sar mais danos.
as vezes, resultam em danos ainda maiores. Vários são os procedimentos que, apesar de simples,
Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar são de grande importância para a estabilização dos docu-
exige um conhecimento das características individuais dos mentos.
documentos e dos materiais a serem empregados no pro-
cesso de conservação. 8. Higienização
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta
4. Problemas no manuseio de livros e documentos os documentos. A sujidade não é inócua e, quando conjuga-
O manuseio inadequado dos documentos é um fator de da a condições ambientais inadequadas, provoca reações
degradação muito frequente em qualquer tipo de acervo. de destruição de todos os suportes num acervo. Portanto,
O manuseio abrange todas as ações de tocar no do- a higienização das coleções deve ser um hábito de rotina
cumento, sejam elas durante a higienização pelos funcio- na manutenção de bibliotecas ou arquivos, razão por que é
nários da instituição, na remoção das estantes ou arquivos considerada a conservação preventiva por excelência.
para uso do pesquisador, nas foto-reproduções, na pesqui- - Processos de higienização
sa pelo usuário etc. - Limpeza de superfície - o processo de limpeza de
acervos de bibliotecas e arquivos se restringe à limpeza
5. Fatores de deterioração de superfície e, portanto, é mecânica, feita a seco, com o
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos objetivo de reduzir poeira, partículas sólidas, incrustações,
são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos cus- resíduos de excrementos de insetos ou outros depósitos de
tos de uma política de conservação, existem medidas que superfície.

Conhecimentos Específicos 207 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve ser 9. Pequenos reparos
avaliado individualmente para determinar se a higienização Os pequenos reparos são diminutas intervenções que
é necessária e se pode ser realizada com segurança. No podemos executar visando interromper um processo de de-
caso de termos as condições abaixo, provavelmente o tra- terioração em andamento. Essas pequenas intervenções
tamento não será possível: devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e
• Fragilidade física do suporte têm a função de melhorar o estado de conservação dos do-
• Papéis de textura muito porosa cumentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o
- Materiais usados para limpeza de superfície - a remo- risco de aumentar os danos é muito grande e muitas vezes
ção da sujidade superficial (que está solta sobre o docu- de caráter irreversível.
mento) é feita através de pincéis, flanela macia, aspirador Os livros raros e os documentos de arquivo mais an-
e inúmeras outras ferramentas que se adaptam à técnica, tigos devem ser tratados por especialistas da área. Os
como bisturi, pinça, espátula, agulha, cotonete; demais documentos permitem algumas intervenções, de
simples a moderadas. Os materiais utilizados para esse fim
- Limpeza de livros devem ser de qualidade arquivística e de caráter reversí-
- Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, vel. Da mesma forma, toda a intervenção deve obedecer
pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa que,
da encadernação; caso seja necessário reverter o processo, não pode existir
- Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela nenhum obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.
lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel,
limpar os cortes, começando pela cabeça do livro, que é Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoria-
a área que está mais exposta à sujidade. Quando a sujei- mente deve ser feito com o uso dos EPIs – Equipamentos
ra está muito incrustada e intensa, utilizar, primeiramente, de Proteção Individual – tais como avental, luva, máscara,
aspirador de pó de baixa potência ou ainda um pedaço de toucas, óculos de proteção e pró-pé/bota, a fim de evitar
carpete sem uso; diversas manifestações alérgicas, como rinite, irritação ocu-
- O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa
lar, problemas respiratórios, protegendo assim a saúde do
primeira higienização;
profissional.13
- Oxigenar as folhas várias vezes.

- Higienização de documentos de arquivo - materiais ar-


quivísticos têm os seus suportes geralmente quebradiços, ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS: PATRIMÔ-
frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso se deve principal- NIO, ALMOXARIFADO, COMPRAS E ESTOQUE.
mente ao alto índice de acidez resultante do uso de papéis INVENTÁRIO. LOGÍSTICA. BENS PATRIMO-
de baixa qualidade. As más condições de armazenamento NIAIS. SEGURANÇA NA ÁREA DE MATERIAIS.
e o excesso de manuseio também contribuem para a degra- CONCEITOS RELACIONADOS À ADMINISTRA-
dação dos materiais. Tais documentos têm que ser higieni- ÇÃO DE MATERIAIS E A LOGÍSTICA.
zados com muito critério e cuidado.

- Documentos manuscritos - os mesmos cuidados para ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS


com os livros devem ser tomados em relação aos manus-
critos. O exame dos documentos, testes de estabilidade Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencial-
de seus componentes para o uso dos materiais de limpeza mente ou de forma efetiva, riqueza.
mecânica e critérios de intervenção devem ser cuidadosa-
mente realizados. Administração de Recursos - Conceitos - Atividade
que planeja, executa e controla, nas condições mais eficien-
- Documentos em grande formato tes e econômicas, o fluxo de material, partindo das especifi-
- Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura cações dos artigos e comprar até a entrega do produto termi-
(no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de nado para o cliente.
borracha, após testes. Pode-se também usar um cotonete - É um sistema integrado com a finalidade de prover à
bem enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis à água, administração, de forma contínua, recursos, equipamentos
esses papéis podem ter distorções causadas pela umidade e informações essenciais para a execução de todas as ati-
que são irreversíveis ou de difícil remoção. vidades da Organização.
- Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters
são muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictó- Evolução da Administração de Recursos Materiais
rica. Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu e Patrimoniais
acondicionamento.
- Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma A evolução da Administração de Materiais processou-
atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde -se em várias fases:
que em boas condições, o pó de borracha pode ser aplica- - A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da
do para tratar grandes áreas. empresa, pois comprar era a essência do negócio;
13 Adaptado de Norma Cianflone Cassares

Conhecimentos Específicos 208 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Atividades de compras como apoio às atividades pro- partir da visão estratégica a Administração de Recursos
dutivas se, portanto, integradas à área de produção; Materiais e Patrimoniais passa ser conhecida por LOGIS-
- Condenação dos serviços envolvendo materiais, co- TICA.
meçando com o planejamento das matérias-primas e a en-
trega de produtos acabados, em uma organização indepen- Sendo assim:
dente da área produtiva;
- Agregação à área logística das atividades de suporte VISÃO
à área de marketing. VISÃO ESTRATÉGICA
OPERACIONAL
Com a mecanização, racionalização e automação, o EFICIENCIA EFETIVIDADE
excedente de produção se torna cada vez menos neces- ESPECIFICA SISTEMICA
sário, e nesse caso a Administração de Materiais é uma
ferramenta fundamental para manter o equilíbrio dos esto- QUANTITATIVA E
QUANTITATIVA
QUALTAITIVA
ques, para que não falte a matéria-prima, porém não haja
excedentes. MELHORAR O QUE
INOVAÇÃO
Essa evolução da Administração de Materiais ao lon- JÁ EXISTE
go dessas fases produtivas baseou-se principalmente, pela QUANTO QUANDO
necessidade de produzir mais, com custos mais baixos.
Atualmente a Administração de Materiais tem como função Princípios da Administração de Recursos Materiais
principal o controle de produção e estoque, como também a e Patrimoniais
distribuição dos mesmos. - Qualidade do material;
- Quantidade necessária;
As Três Fases da Administração de Recursos Materiais - Prazo de entrega
e Patrimoniais - Preço;
1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência. - Condições de pagamento.
2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em pre-
judicar outras áreas da Organização. Busca pela eficácia. Qualidade do Material
3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par O material deverá apresentar qualidade tal que possi-
atender bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efeti- bilite sua aceitação dentro e fora da empresa (mercado).
vidade.
Quantidade
Visão Operacional e Visão Estratégica Deverá ser estritamente suficiente para suprir as neces-
sidades da produção e estoque, evitando a falta de material
Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada para o abastecimento geral da empresa bem como o excesso
a atividades específicas. Melhorar algo que já existe. em estoque.
Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as
coisas de um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a Prazo de Entrega
alta performance de maneira sistêmica. Ou seja, envolven- Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor
do toda a organização de maneira interrelacional. atendimento aos consumidores e evitar falta do material.
Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação
do autor era, conforme sua época, garantir a melhoria quan- Menor Preço
titativa das ações dos empregados. Aqueles que mantêm O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo
uma padronização de são recompensados pela Organiza- em posição da concorrência no mercado, proporcionando à
ção. Na moderna interpretação da Fábula a autora passa a empresa um lucro maior.
idéia de que precisamos além de trabalhar investir no nosso
talento de maneira diferencial. Assim, poderemos não só Condições de pagamento
garantir a sustentabilidade da Organização para os diver- Deverão ser as melhores possíveis para que a empre-
sos invernos como, também, fazê-los em Paris. sa tenha maior flexibilidade na transformação ou venda do
Historicamente, a administração de recursos materiais produto.
e patrimoniais tem seu foco na eficiência de processos – vi-
são operacional. Hoje em dia, a administração de materiais Diferença Básica entre Administração de Materiais
passa a ser chamada de área de logística dentro das Or- e Administração Patrimonial
ganizações devido à ênfase na melhor maneira de facilitar
o fluxo de produtos entre produtores e consumidores, de A diferença básica entre Administração de Materiais
forma a obter o melhor nível de rentabilidade para a organi- e Administração Patrimonial é que a primeira se tem por
zação e maior satisfação dos clientes. produto final a distribuição ao consumidor externo e a área
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão patrimonial é responsável, apenas, pela parte interna da lo-
Estratégica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da gística. Seu produto final é a conservação e manutenção
INOVAÇÃO e não baseado na melhor no que já existe. A de bens.

Conhecimentos Específicos 209 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A Administração de Materiais é, portanto um conjunto O objetivo da classificação de materiais é definir uma


de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de catalogação, simplificação, especificação, normalização,
forma centralizada ou não, destinadas a suprir as diversas padronização e codificação de todos os materiais compo-
unidades, com os materiais necessários ao desempenho nentes do estoque da empresa.
normal das respectivas atribuições. Tais atividades abrangem O sistema de classificação é primordial para qualquer
desde o circuito de reaprovisionamento, inclusive compras, o Departamento de Materiais, pois sem ele não poderia existir
recebimento, a armazenagem dos materiais, o fornecimento um controle eficiente dos estoques, armazenagem adequa-
dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações ge- da e funcionamento correto do almoxarifado.
rais de controle de estoques etc.
A Administração de Materiais destina-se a dotar a ad- O princípio da classificação de materiais está relacio-
ministração dos meios necessários ao suprimento de mate- nado à:
riais imprescindíveis ao funcionamento da organização, no
tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualida- Catalogação
de requerida e pelo menor custo.
A oportunidade, no momento certo para o suprimento A Catalogação é a primeira fase do processo de classi-
de materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir ficação de materiais e consiste em ordenar, de forma lógica,
antes do momento oportuno acarretará, em regra, estoques todo um conjunto de dados relativos aos itens identificados,
altos, acima das necessidades imediatas da organização. codificados e cadastrados, de modo a facilitar a sua consul-
Por outro lado, a providência do suprimento após esse mo- ta pelas diversas áreas da empresa.
mento poderá levar a falta do material necessário ao atendi- Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande di-
mento de determinada necessidade da administração. versidade de um item empregado para o mesmo fim. Assim,
São tarefas da Administração de Materiais: no caso de haver duas peças para uma finalidade qualquer,
- Controle da produção; aconselha-se a simplificação, ou seja, a opção pelo uso de
- Controle de estoque; uma delas. Ao simplificarmos um material, favorecemos
- Compras; sua normalização, reduzimos as despesas ou evitamos que
- Recepção; elas oscilem. Por exemplo, cadernos com capa, número de
- Inspeção das entradas; folhas e formato idênticos contribuem para que haja a nor-
- Armazenamento; malização.
- Movimentação; Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário
- Inspeção de saída irá fornecer todos os dados (tipo de capa, número de folhas
- Distribuição. e formato), o que facilitará sobremaneira não somente sua
aquisição, como também o desempenho daqueles que se
Sem o estoque de certas quantidades de materiais que servem do material, pois a não simplificação (padroniza-
atendam regularmente às necessidades dos vários setores ção) pode confundir o usuário do material, se este um dia
da organização, não se pode garantir um bom funcionamen- apresentar uma forma e outro dia outra forma de maneira
to e um padrão de atendimento desejável. Estes materiais, totalmente diferente.
necessários à manutenção, aos serviços administrativos e
à produção de bens e serviços, formam grupos ou classes Especificação
que comumente constituem a classificação de materiais.
Estes grupos recebem denominação de acordo com o ser- Aliado a uma simplificação é necessária uma especi-
viço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à ficação do material, que é uma descrição minuciosa para
natureza dos materiais que neles são relacionados (tintas, possibilitar melhor entendimento entre consumidor e o for-
ferragens, etc.), ou do tipo de demanda, estocagem, etc. necedor quanto ao tipo de material a ser requisitado.

Classificação de Materiais Normalização

Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua A normalização se ocupa da maneira pela qual devem
forma, dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não ser utilizados os materiais em suas diversas finalidades e
deve gerar confusão, ou seja, um produto não poderá ser da padronização e identificação do material, de modo que
classificado de modo que seja confundido com outro, mes- o usuário possa requisitar e o estoquista possa atender os
mo sendo semelhante. A classificação, ainda, deve ser feita itens utilizando a mesma terminologia. A normalização é
de maneira que cada gênero de material ocupe seu respec- aplicada também no caso de peso, medida e formato.
tivo local. Por exemplo: produtos químicos poderão estra-
gar produtos alimentícios se estiverem próximos entre si. Codificação
Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo
segundo critérios adotados, agrupando-o de acordo com a É a apresentação de cada item através de um código,
semelhança, sem, contudo, causar confusão ou dispersão com as informações necessárias e suficientes, por meio de
no espaço e alteração na qualidade. números e/ou letras. É utilizada para facilitar a localização
de materiais armazenados no estoque, quando a quantida-

Conhecimentos Específicos 210 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

de de itens é muito grande. Em função de uma boa clas- Materiais de estoques: são materiais que devem sempre
sificação do material, poderemos partir para a codificação existir nos estoques para uso futuro e para que não haja
do mesmo, ou seja, representar todas as informações ne- sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimento au-
cessárias, suficientes e desejadas por meios de números tomático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve
e/ou letras. Os sistemas de codificação mais comumente ser automático, com base na demanda prevista e na impor-
usados são: o alfabético (procurando aprimorar o sistema tância para a empresa.
de codificação, passou-se a adotar de uma ou mais letras
o código numérico), alfanumérico e numérico, também cha- Os materiais de estoque se subdividem ainda;
mado “decimal”. A escolha do sistema utilizado deve estar Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produti-
voltada para obtenção de uma codificação clara e precisa, vos que compreendem todo material ligado direta ou indire-
que não gere confusão e evite interpretações duvidosas a tamente ao processo produtivo. Matéria prima que são ma-
respeito do material. Este processo ficou conhecido como teriais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e
“código alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codi- fazem parte do processo produtivo. Produtos em fabricação
ficação está a de afastar todos os elementos de confusão que são também conhecidos como materiais em processa-
que porventura se apresentarem na pronta identificação de mento que estão sendo processados ao longo do processo
um material. produtivo. Não estão mais no estoque porque já não são mais
O sistema classificatório permite identificar e decidir matérias-primas, nem no estoque final porque ainda não são
prioridades referentes a suprimentos na empresa. Uma efi- produtos acabados. Produtos acabados: produtos já prontos.
ciente gestão de estoques, em que os materiais necessá- Materiais de manutenção: materiais aplicados em manuten-
rios ao funcionamento da empresa não faltam, depende de ção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais
uma boa classificação dos materiais. não incorporados ao produto no processo produtivo da em-
Para Viana um bom método de classificação deve ter presa. Materiais de consumo geral: materiais de consumo,
algumas características: ser abrangente, flexível e prático. aplicados em diversos setores da empresa.
- Abrangência: deve tratar de um conjunto de carac-
terísticas, em vez de reunir apenas materiais para serem Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a
classificados; eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe
- Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diver- de forma clara, aquilo que é essencial do que é secundário
sos tipos de classificação de modo que se obtenha ampla em termos de valor de consumo. Para fazer essa separa-
visão do gerenciamento do estoque; ção nós contamos com uma ferramenta chamada de Curva
- Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. ABC ou Curva de Pareto, ela determina a importância dos
materiais em função do valor expresso pelo próprio consu-
Para atender às necessidades de cada empresa, é ne- mo em determinado período. Curva ABC é um importante
cessária uma divisão que norteie os vários tipos de classi- instrumento para se examinar estoques, permitindo a iden-
ficação. tificação daqueles itens que justificam atenção e tratamento
Dentro das empresas existem vários tipos de classifi- adequados quanto à sua administração. Ela consiste na ve-
cação de materiais. rificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses
ou 1 ano), do consumo em valor monetário, ou quantidade
Para o autor Viana os principais tipos de classificação dos itens do estoque, para que eles possam ser classifica-
são: dos em ordem decrescente de importância.
- Por tipo de demanda Os materiais são classificados em:
- Materiais críticos - Classe A: Grupo de itens mais importante que devem
- Pericibilidade ser trabalhados com uma atenção especial pela administra-
- Quanto à periculosidade ção. Os dados aqui classificados correspondem, em média,
- Possibilidade de fazer ou comprar a 80% do valor monetário total e no máximo 20% dos itens
- Tipos de estocagem estudados (esses valores são orientativos e não são regra).
- Dificuldade de aquisição - Classe B: São os itens intermediários que deverão ser
- Mercado fornecedor. tratados logo após as medidas tomadas sobre os itens de
- Por tipo de demanda: A classificação por tipo de de- classe A; são os segundos em importância. Os dados aqui
manda se divide em materiais não de estoque e materiais classificados correspondem em média, a 15% do valor mo-
de estoque. Materiais não de estoque: são materiais de de- netário total do estoque e no máximo 30% dos itens estuda-
manda imprevisível para os quais não são definidos parâ- dos (esses valores são orientadores e não são regra).
metros para o ressuprimento. Esses materiais são utilizados - Classe C: Grupo de itens menos importantes em ter-
imediatamente, ou seja, a inexistência de regularidade de mos de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo
consumo faz com que a compra desses materiais somente fato de gerarem custo de manter estoque. Deverão ser
seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em tratados, somente, após todos os itens das classes A e B
que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua terem sido avaliados. Em geral, somente 5% do valor mo-
aquisição quando necessário. Devem ser comprados para netário total representam esta classe, porém, mais de 50%
uso imediato e se forem utilizados posteriormente, devem dos itens formam sua estrutura (esses valores são orienta-
ficar temporariamente no estoque. A outra divisão são os dores e não são regra).

Conhecimentos Específicos 211 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Metodologia de cálculo da curva ABC

A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para estabe-
lecimento de prioridades, para a programação da produção.

Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das
vezes, desnecessária. É conveniente que os itens mais importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os
menos importantes. Assim, economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o processo em 6 etapas a seguir:
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequa-
da para cada um deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro
de vendas, o mark-up, etc.
2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são: quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitá-
rio. Com esses dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a quantidade pelo custo unitário.
3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo
total acumulado e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.
5º) Construir a curva ABC
Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais
do custo total acumulado.

Conhecimentos Específicos 212 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a
tabela abaixo mostra algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Is-
queiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque
dos itens A (apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no
valor em estoque dos itens C (sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A,
desde que calculadamente, seria uma ação mais rentável para a empresa do nosso exemplo.

Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificul-
dade para se obter o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.

Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades
essenciais e podem colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substi-
tutos em curto prazo. Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização.
Entretanto podem ser facilmente substituídos em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam
atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são
facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à
empresa? Pode ser adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facil-
mente?

Ainda em relação aos tipos de materiais temos;


- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar
tem como base o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até
sua utilização, não estando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescência.
A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínimo.
Os materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios: Críticos por problemas de obtenção de
material importado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil obtenção ou fabricação; Críticos por razões
econômicas de materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; Críticos por problemas de
armazenagem ou transporte de materiais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões; Críticos
por problema de previsão, por ser difícil prever seu uso; Críticos por razões de segurança de materiais de alto custo de
reposição ou para equipamento vital da produção.

- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados de acordo com a possibilidade de extinção de suas
propriedades físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação; assim, quando a empresa adquire
um material para ser usado em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais
necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos períodos. Ex. alimentos, remédios;

Conhecimentos Específicos 213 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação - Proceder a conferência visual, verificando as condi-
permite a identificação de materiais que devido a suas ca- ções de embalagem quanto a possíveis avarias na carga
racterísticas físico-químicas, podem oferecer risco à segu- transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas de
rança no manuseio, transporte, armazenagem. Ex. líquidos praxe nos respectivos documentos;
inflamáveis. - Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos
- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classifica- materiais recebidos;
ção visa determinar quais os materiais que poderão ser re- - Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o
condicionados, fabricados internamente ou comprados: caso;
- Fazer internamente: fabricados na empresa; - Providenciar a regularização da recusa, devolução ou
- Comprar: adquiridos no mercado; da liberação de pagamento ao fornecedor;
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de cus- - Liberar o material desembaraçado para estoque no
tos; almoxarifado;
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação
sujeitos a análise de custos. A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permi-
te dividir a função em quatro fases:
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser clas-
sificados em materiais de estocagem permanente e tem- 1a fase - Entrada de Materiais
porária. A recepção dos veículos transportadores efetuada na
- Permanente: materiais para os quais foram aprova- portaria da empresa representa o início do processo de Re-
dos níveis de estoque e que necessitam de ressuprimento cebimento e tem os seguintes objetivos:
constantes. - A recepção dos veículos transportadores;
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem - A triagem da documentação suporte do recebimento;
ressuprimento, ou seja, é um material não de estoque. - Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em
análise, está autorizada pela empresa;
- Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser - Constatação se a compra autorizada está no prazo de
classificados por suas dificuldades de compra em materiais entrega contratual;
de difícil aquisição e materiais de fácil aquisição. As difi- - Constatação se o número do documento de compra
culdades podem advir de: Fabricação especial: envolve en- consta na nota fiscal;
comendas especiais com cronograma de fabricação longo; - Cadastramento no sistema das informações referen-
Escassez no mercado: há pouca oferta no mercado e pode tes a compras autorizadas, para as quais se inicia o proces-
colocar em risco o processo produtivo; Sazonalidade: há so de recebimento;
alteração da oferta do material em determinados períodos - O encaminhamento desses veículos para a descarga;
do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência
de um único fornecedor; Logística sofisticada: material de As compras não autorizadas ou em desacordo com a
transporte especial, ou difícil acesso; Importações: os ma- programação de entrega devem ser recusadas, transcre-
teriais sofrer entraves burocráticos, liberação de verbas ou vendo-se os motivos no verso da Nota Fiscal. Outro docu-
financiamentos externos. mento que serve para as operações de análise de avarias e
conferência de volumes é o “Conhecimento de Transporte
- Mercado fornecedor: Esta classificação está intima- Rodoviário de Carga”, que é emitido quando do recebimen-
mente ligada à anterior e a complementa. Assim temos: Ma-
to da mercadoria a ser transportada.
teriais do mercado nacional: materiais fabricados no próprio
As divergências e irregularidades insanáveis constata-
país; Materiais do mercado estrangeiro: materiais fabrica-
das em relação às condições de contrato devem motivar a
dos fora do país; Materiais em processo de nacionalização:
recusa do recebimento, anotando-se no verso da 1a via da
materiais aos quais estão desenvolvendo fornecedores na-
Nota Fiscal as circunstâncias que motivaram a recusa, bem
cionais.
como nos documentos do transportador. O exame para
constatação das avarias é feito através da análise da dispo-
Recebimento e Armazenagem
sição das cargas, da observação das embalagens, quanto a
Recebimento é a atividade intermediária entre as tare- evidências de quebras, umidade e amassados.
fas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua Os materiais que passaram por essa primeira etapa
responsabilidade a conferência dos materiais destinados à devem ser encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de
empresa. descarga do material no Almoxarifado, a recepção é volta-
As atribuições básicas do Recebimento são: da para a conferência de volumes, confrontando-se a Nota
- Coordenar e controlar as atividades de recebimento e Fiscal com os respectivos registros e controles de compra.
devolução de materiais; Para a descarga do veículo transportador é necessária a
- Analisar a documentação recebida, verificando se a utilização de equipamentos especiais, quais sejam: paletei-
compra está autorizada; ras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes.
- Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no O cadastramento dos dados necessários ao registro do
manifesto de transporte com os volumes a serem efetiva- recebimento do material compreende a atualização dos se-
mente recebidos; guintes sistemas:

Conhecimentos Específicos 214 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Sistema de Administração de Materiais e gestão O armazenamento incorpora diversos aspectos diferen-


de estoques: dados necessários à entrada dos materiais tes das operações logísticas. Devido à interação, o arma-
em estoque, visando ao seu controle; zenamento não se enquadra nitidamente em esquemas de
- Sistema de Contas a pagar : dados referentes à libe- classificação utilizados quando se fala em gerenciamento
ração de pendências com fornecedores, dados necessários de pedidos, inventário ou transporte.
à atualização da posição de fornecedores;
- Sistema de Compras : dados necessários à atualiza- As atividades que compõem a armazenagem são:
ção de saldos e baixa dos processos de compras; - Recebimento: é o conjunto de operações que envol-
vem a identificação do material recebido, analisar o docu-
2a fase - Conferência Quantitativa mento fiscal com o pedido, a inspeção do material e a sua
É a atividade que verifica se a quantidade declarada aceitação formal.
pelo fornecedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente - Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas
à recebida. A conferência por acusação também conhecida à guarda do material. A classificação dos estoques consti-
como “contagem cega “ é aquela no qual o conferente tui-se em: estoque de produtos em processo, estoque de
aponta a quantidade recebida, desconhecendo a quantida- matéria – prima e materiais auxiliares ,estoque operacional,
de faturada pelo fornecedor. A confrontação do recebido estoque de produtos acabados e estoques de materiais ad-
versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Regu- ministrativos.
larizador que analisa as distorções e providencia a recon- - Distribuição: está relacionada à expedição do mate-
tagem. rial, que envolve a acumulação do que foi recebido da par-
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, es- te de estocagem, a embalagem que deve ser adequada e
tes podem ser contados utilizando os seguintes métodos: assim a entrega ao seu destino final. Nessa atividade nor-
- Manual: para o caso de pequenas quantidades; malmente precisa-se de nota fiscal de saída para que haja
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve emba- controle do estoque.
lagens padronizadas com grandes quantidades;
- Por meio de balanças contadoras pesadoras: para ca- Tipos de armazenagem:
sos que envolvem grande quantidade de pequenas peças A armazenagem temporária tem como função conse-
como parafusos, porcas, arruelas; guir uma forma de arrumação fácil de material, como por
- Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a exemplo, a colocação de estrados para uma armazenagem
pesagem pode ser feita através de balanças rodoviárias ou direta entre outros. Já a armazenagem permanente tem um
ferroviárias; local pré-definido para o depósito de materiais, assim o flu-
- Medição: em geral as medições são feitas por meio de xo do material determina a disposição do armazém, onde
trenas; os acessórios do armazém ficarão, assim, garantindo a or-
ganização do mesmo.
3a fase - Conferência Qualitativa
Visa garantir a adequação do material ao fim que se des- Vantagens da armazenagem:
tina. A análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, A armazenagem quando efetuada de maneira correta
por meio da confrontação das condições contratadas na Au- pode trazer muitos benefícios, nos quais traz diretamente a
torização de Fornecimento com as consignadas na Nota Fis- redução de custos.
cal pelo Fornecedor, visa garantir o recebimento adequado - Redução dos custos de movimentação bem como das exis-
do material contratado pelo exame dos seguintes itens: tências;
- Características dimensionais; - Facilidade na fiscalização do processo;
- Características específicas; - Redução de perdas e inutilidades.
- Restrições de especificação; - Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores;
- Agiliza o processo de entrega;
A armazenagem nada mais é do que um conjunto de - Compensa defasagens de produção
funções que tem nele a recepção, descarga, carregamento, - Melhor aproveitamento do espaço;
arrumação e conservação de matérias – primas, produtos
acabados ou semi – acabados. Desvantagens da armazenagem:
Este processo envolve mercadorias, e apenas produz Algumas desvantagens segundo:
resultados quando é realizado uma operação com o ob- - Imobilização de capital;
jetivo de lhe acrescentar valor. A armazenagem pode ser - A armazenagem requer serviços administrativos de
definida como o compromisso entre os custos e a melhor controles e gerenciamento;
solução para as empresas. Na prática isso só é possível - A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem
se tiver em conta todos os fatores que influenciam os cus- ser respeitados;
tos de armazenagem, bem como a importância relativa dos - Um armazém de grande porte requer máquinas com tecno-
mesmos. logia.
A função de armazenamento de material é agir com
maior agilidade entre suprimento e as necessidades de pro-
dução.

Conhecimentos Específicos 215 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Armazenagem em função das prioridades Armazenagem permanente

Não existe nenhuma norma que regule o modo como os É um processo predefinido num local destinado ao de-
materiais devem estar dispostos no armazém, porém essa pósito de matérias.
decisão depende de vários fatores. Senão veja-se: O fluxo de material determina:
- A disposição do armazém - critério de armazenagem;
Armazenagem por agrupamento - A técnica de armazenagem - espaço físico no arma-
zém;
Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e - Os acessórios do armazém;
busca de materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento - A organização da armazenagem.
do espaço. É o caso dos moldes, peças, lotes de aprovi-
sionamento aos quais se atribui um número que por sua Armazenagem interior/exterior
vez pertence a um grupo, identificando-os com a divisão da
estante respectiva . A armazenagem ao ar livre representa uma clara van-
tagem a nível econômico, sendo esta muito utilizada para
Armazenagem por tamanho, peso e característica material de ferragens e essencialmente material pesado.
do material.
Armazenagem em função dos materiais
Neste critério o talão de saída deve conter a informação
relativa ao setor do armazém onde o material se encontra. A armazenagem deve ter em conta a natureza dos ma-
Este critério permite um melhor aprovisionamento do espa- teriais de modo a obter-se uma disposição racional do ar-
ço, mas exige um controlo rigoroso de todas as movimen- mazém, sendo importante classificá-los.
tações. - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco
e cereais;
Armazenagem por frequência - Armazém para granel: A armazenagem deste material
deve ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o
O controle através da ficha técnica permite determinar o transporte deste tipo de material é dispendioso. Para gran-
local onde o material deverá ser colocado, consoante a fre- des quantidades deste material a armazenagem faz-se em
quência com que este é movimentado. A ficha técnica tam- silos ou reservatórios de grandes dimensões. Para quanti-
bém consegue verificar o tamanho das estantes, de modo a dades menores utilizam-se bidões, latas e caixas. Armaze-
racionalizar o aproveitamento do espaço. na-se grãos, produtos líquidos, etc;
Armazenagem com separação entre lote de reserva - Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas,
e lote diário comida congelada, etc;
- Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário:
Esta armazenagem é constituída por um segundo ar- Produtos domésticos e mobiliário;
mazém de pequenos lotes o qual se destina a cobrir as - Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diver-
necessidades do dia-a-dia. Este armazém de movimento sos. O principal objetivo é agregar o material em unidades
possui uma variada gama de materiais. de transporte e armazenagem tão grandes quanto possí-
veis, de modo a preencher o veiculo por completo.
Armazenagem por setores de montagem
- Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de
precaução, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem
Neste tipo de armazenagem as peças de série são en-
sujeitos a altas pressões e serem inflamáveis. Por sua vez
globadas num só grupo, de forma a constituir uma base de
a armazenagem de garrafas de gás está sujeita a regras
uma produção por família de peças. Este critério conduz
específicas e as unidades de transporte são por norma de
à organização das peças por prioridades dentro de cada
grandes dimensões.
grupo.

A mecanização dos processos de armazenagem fará Critérios de Armazenagem


com que o critério do percurso mais breve e de menor fre-
quência seja implementado na elaboração de novas técni- Dependendo das características do material, a armaze-
cas de armazenagem nagem pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:
- Fragilidade;
Tipos de Armazenagem - Combustibilidade;
- Volatilização;
Armazenagem temporária - Oxidação;
- Explosividade;
Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a - Intoxicação;
conseguir uma arrumação fácil do material, colocação de - Radiação;
estrados para uma armazenagem direta, pranchas entre - Corrosão;
outros. Aqui a força da gravidade joga a favor. - Inflamabilidade;

Conhecimentos Específicos 216 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Volume; Distribuição De Materiais


- Peso;
- Forma. O processo de distribuição: conceitos e estratégias

Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a
regras taxativas que regulem o modo como os materiais necessidade que esse produto chegue até o cliente da me-
devem ser dispostos no Almoxarifado. Por essa razão, de- lhor forma possível, seja esse um produto de consumo ou
ve-se analisar, em conjunto, os parâmetros citados anterior- industrial. Nesse sentido, é necessário identificar adequa-
mente, para depois decidir pelo tipo de arranjo físico mais damente os meios para distribuir o produto, para que esse
conveniente, selecionando a alternativa que melhor atenda chegue ao cliente certo, na quantidade certa e no momento
ao fluxo de materiais: certo.
• armazenagem por tamanho: esse critério permite bom Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso
aproveitamento do espaço; esse não esteja disponível nos lugares certos para o con-
• armazenamento por frequência: esse critério implica sumo. Portanto, o sucesso ou fracasso de um produto no
armazenar próximo da saída do almoxarifado os materiais mercado depende de sua disponibilidade para consumo, no
que tenham maior frequência de movimento; tempo e quantidade certa. O cliente ao procurar uma deter-
• armazenagem especial, onde destacam-se: minada marca, não encontrando-a, esse tenderá comprar
• os ambientes climatizados; uma outra marca qualquer. Dessa forma, um dos instru-
• os produtos inflamáveis, que são armazenados sob mentos da Logística que busca solucionar esse problema
rígidas normas de segurança; e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo
• os produtos perecíveis (método FIFO) de Distribuição.

Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, Dimensões do processo de distribuição: canal de dis-
muitos materiais podem ser armazenados em áreas exter- tribuição e distribuição física
nas, o que diminui os custos e amplia o espaço interno para - Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de
materiais que necessitam de proteção em área coberta. organizações interdependentes envolvidas na disponibiliza-
Podem ser colocados nos pátios externos os materiais a ção de um produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou con-
granel, tambores e “containers”, peças fundidas e chapas sumo. Dessa forma, entende-se canal de distribuição como
metálicas. sendo, o conjunto de organizações que executam as fun-
Coberturas alternativas: não sendo possível a expan- ções necessárias para deslocar os produtos da produção
são do almoxarifado, a solução é a utilização de galpões até o consumo. Nesse contexto surgem os intermediários
plásticos, que dispensam fundações, permitindo a armaze- que são as organizações que constituem o canal de distri-
nagem a um menor custo. buição, ou seja, são empresas comerciais que operam en-
tre os produtores e os clientes finais.
Independentemente do critério ou método de armaze- - Distribuição Física: refere-se à movimentação de pro-
namento adotado é oportuno observar as indicações conti- dutos para o local adequado, nas quantidades e tempos
das nas embalagens em geral. (prazos) corretos, de maneira eficiente e eficaz em termos
de custo, ou seja, refere-se ao uso correto das estratégias
Estudo do layout de logística relacionadas ao processo de distribuição, tais
como, armazenagem/estocagem, embalagem, transporte,
Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto movimentação interna de materiais, bem como dos siste-
do layout de um almoxarifado, de forma que se possa obter mas e equipamentos necessários para essas funções.
as seguintes condições:
1. Máxima utilização do espaço; INTERMEDIÁRIOS
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de
obra e equipamentos); Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais
3. Pronto acesso a todos os itens; intermediários atuantes em um canal de distribuição:
4. Máxima proteção aos itens estocados; - Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo
5. Boa organização; é realizar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao
6. Satisfação das necessidades dos clientes. cliente final. Ex.: Supermercado, papelaria, farmácia, bazar,
loja de calçados, etc.
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados - Atacadista: intermediário que compra e revende mer-
os seguintes aspectos: cadorias para os varejistas e a outros comerciantes e/ou
1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, para estabelecimentos industriais, institucionais e usuários
grande peso e volume); comerciantes, mas que não vende em pequenas quantida-
2. Corredores (facilidades de acesso); des para clientes finais. Ex.: Martins, Atacadão
3. Portas de acesso (altura, largura); - Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido
4. Prateleiras e estruturas (altura x peso); com o Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo
5. Piso (resistência). agrega, além da venda, armazenagem e assistência técni-

Conhecimentos Específicos 217 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

ca dentro de uma área geográfica delimitada de atuação, - Determinar as características dos produtos quanto à
ou seja, busca atender demandas mais regionalizadas. Ex.: perecibilidade, dimensões, grau de padronização e neces-
Distribuidor de tratores e implementos agrícolas em uma sidades dos clientes.
determinada região. - Determinar as características dos intermediários,
- Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (rela- quanto ao tipo de transporte, sistema de equipamentos e
ções de curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que armazenagem utilizado, sistemas de TI, etc.
vendem uma linha de produtos de uma empresa sob rela- - Diagnosticar as características ambientais quanto às
ção contratual. Podem trabalhar com exclusividade apenas condições locais, legislação, etc.
os produtos de uma única empresa (agentes exclusivos) ou - Avaliar as características das empresas envolvidas
trabalham com produtos similares de empresas diferentes quanto solidez financeira, composto de produtos (bens e
(agentes não exclusivos). serviços), nível de serviço, estratégias de marketing, etc.

IMPORTÂNCIA DOS INTERMEDIÁRIOS TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO

Pode-se identificar diversos aspectos que justificam Fabricante Cliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL
a importância dos intermediários no canal de distribuição, ZERO) - é o canal de distribuição mais simples e direto do
dentre esses destacam-se: fabricante até o usuário final, sendo também o mais comum
- Aumento da eficiência do processo de distribuição, no cenário empresarial. Quando esse canal de distribuição
pois não seria eficiente para um fabricante ou produtor bus- é usado em mercados de consumo, pode assumir duas for-
car atender clientes individualmente; mas. A primeira é a Venda Direta que envolve contatos de
vendas pessoais entre o comprador e o vendedor, como
- Transformação das transações em processos repetiti-
aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas (feiras),
vos e rotineiros, simplificando atividades e os processos de
processo Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marke-
pedido, pagamento, etc.
ting Direto, o qual abrange uma comunicação direta entre o
- Facilitação do processo de busca de produtos, am-
comprador e o vendedor, conforme ocorre nas vendas por
pliando o acesso dos clientes a uma gama maior de pro- meio de catálogos ou mala direta. Pode-se considerar que
dutos. os canais diretos são mais importantes no mercado empre-
sarial (B2B), onde a maior parte dos equipamentos, peças e
FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO matéria-prima são vendidas por meio de contatos diretos entre
vendedores e compradores. Esse canal é requisitado quando
As funções objetivam tornar o canal de distribuição o fabricante prefere não utilizar os intermediários disponíveis
mais efetivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em no mercado, optando pela força de venda própria e providen-
três categorias: ciando a movimentação física dos produtos até o cliente final.
Transacionais: compreendem a compra, a venda dos O mesmo oferece às empresas a vantagem de maior controle
produtos, bem como assumir os riscos comerciais envolvi- das funções de Marketing a serem desempenhadas, sem a
dos no processo; necessidade de motivar intermediários e depender de resul-
Facilitação: relacionam-se com o financiamento de cré- tados de terceiros. Uma das desvantagens é a exigência de
dito, o controle de produtos (inspecionar e classificar pro- maiores investimentos, uma vez que as funções mercadológi-
dutos), bem como a coleta de informações de marketing, cas são assumidas.
tornando mais fáceis os processos de compra e venda. Pro-
dutores e intermediários podem trabalhar juntos para criar Fabricante Varejista Cliente Final (NÍVEL UM) - é um
valor para seus clientes por meio de previsões de vendas, dos canais mais utilizados pelos fabricantes de produtos de
análises competitivas e relatórios sobre as condições do escolha, como alimentação, vestuário, livros, eletrodomés-
mercado, focando atingir as reais necessidades dos clien- ticos. Nesse caso, o fabricante transfere ao intermediário
tes; grande parte das funções mercadológicas (venda, transpor-
Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação te, crédito, embalagens). Ex.: Lojas Bahia, Supermercado
de produtos em quantidades que os tornem fáceis de com- Extra, etc.
prar.
Fabricante Atacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL
DOIS) - esse tipo de canal é utilizado no mercado de bens
DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRI-
de consumo, quando a distribuição visa atingir um número
BUIÇÃO
muito grande e disperso de clientes (ampliar capilaridade).
Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma in-
Para se projetar um canal de distribuição é necessário tensiva pode utilizar esse canal que, além das vendas, ofe-
avaliar alguns atributos: rece financiamento, transportes, promoções, etc. É um dos
Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a sistemas mais tradicionais para alguns tipos de produtos
serem trabalhados. como bebidas, limpeza, etc.
- Determinar as características dos clientes (segmenta-
ção), em termos de números de clientes, dispersão geográ-
fica, frequência de compra, etc.

Conhecimentos Específicos 218 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Fabricante Agente(Atacadista) Varejista Cliente Final região. Esses conflitos podem ocorrer, devido as diferenças
(NÍVEL TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempe- quanto aos limites de território ou em termos dos preços
nha a função de reunir o comprador e o vendedor. O agente praticados.
é na verdade, um intermediário que não compra produtos, - Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando
apenas representa o fabricante ou o atacadista (aqueles um fabricante utiliza dois ou mais canais simultâneos que
que realmente compram os bens) na busca de mercados vendem para o mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja
à produção dos fabricantes ou na localização de fontes de física ou uso de representantes.
suprimento para esses fabricantes.
Poder no canal
Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de
serviços para usuários finais ou empresariais é mais sim- Poder é a capacidade que um dos membros do canal
ples e direta do que a distribuição de bens tangíveis, em tem de influenciar as variáveis do mix mercadológico de um
função das características dos serviços. O profissional de outro membro. Nesse sentido, o membro que exerce Poder
Marketing de Serviços está menos preocupado com a arma- está interferindo ou até modificando os objetivos mercadológi-
zenagem, transporte e controle do estoque e, normalmente cos do outro membro. De uma forma mais geral, conceito de
usa canais mais curtos. Outra consideração é a contínua Poder está associado à capacidade de um membro particular
necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais do canal de controlar ou influenciar o comportamento de ou-
entre produtores e usuários de serviços. tro(s) membro(s) do canal.
Prestador de Serviço Agente Usuário Final: Na presta- Fontes de Poder no canal
ção de serviços também há a possibilidade da utilização de
agentes, os quais nesse caso são denominados de corre- Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que
tores. Os exemplos mais comuns incluem os corretores de são exercidos no canal:
seguro, corretores de fundo de investimentos, agentes de - Recompensa: é a capacidade de um agente recompen-
viagem, etc. sar um outro quando esse último conforma-se à influência do
primeiro. A recompensa, normalmente está associada com
GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL fontes econômicas.
DE DISTRIBUIÇÃO - Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o
exercício do Poder está associado à expectativa de um dos
Conflitos no Canal agentes em relação à capacidade de retaliação do outro,
caso esse não se submeta às tentativas de influência do
Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social primeiro.
dos relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais - Legítimo: deriva de normas internalizadas em um
de distribuição, o conflito surge quando um membro do ca- membro (contrato) e que estabelecem que outro membro
nal crê que outro membro esteja impedindo a realização de tem o direito de influenciá-lo, existindo a obrigação de acei-
seus objetivos específicos. Diversos fatores podem favore- tar essa influência.
cer o surgimento de conflito entre os membros do canal: - Informacional: origina-se pela posse de um membro
- Incongruência de papéis entre os membros; de informações valorizadas por outros membros do canal.
- Escassez de recursos e discordância na sua alocação; - Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que
- Diferenças de percepção e interpretação dos estímu- um membro detem em relação a outro membro.
los ambientais;
- Diferenças de expectativas em relação ao comporta- Liderança do canal
mento esperado dos outros membros;
- Discordância no domínio da decisão; Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de
- Incompatibilidade de metas específicas dos membros; cooperação entre os membros do canal, essas caracterís-
- Dificuldades de comunicação. ticas podem resultar no surgimento de membros que, devi-
do a fatores como, alto poder de barganha, poder legítimo,
Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer poder de informação, tornam-se líderes do canal.Por ouro
nos canal de distribuição: lado, alguns autores identificaram um padrão consistente
- O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre de condições que determinam o surgimento de uma lideran-
membros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes ça no canal: o líder do canal tende emergir quando o canal
versus Atacadistas ou Varejistas. Quando um fabricante de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles
vende seus produtos diretamente aos clientes via internet, onde a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a
poderá gerar algum tipo de conflito vertical entre esse e incerteza é elevada.
seus varejistas.
- O conflito Horizontal, conflito que envolve divergên-
cias entre membros do mesmo nível no canal, como Ata-
cadistas versus Atacadistas ou franqueados (lojas) perten-
centes a uma certa franquia competindo em uma mesma

Conhecimentos Específicos 219 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Construindo a confiança no canal - Promover cooperação entre os participantes da ca-


deia de suprimentos, principalmente relacionada aos fato-
Muitos canais estão rumando para a construção da con- res mais significativos associados à distribuição física, ou
fiança mútua como base para o sucesso das relações entre seja, buscar lotes mínimos dos pedidos, uso ou não de pa-
os membros do canal. Geralmente essa confiança requer letização ou de tipos especiais de acondicionamentos em
que esses membros reconheçam sua interdependência e embalagens, condições de descarga, restrições de tempo
saibam compartilhar processos e informações. de espera, etc.
- Assegurar nível de serviço estabelecido previamente
ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO pelos parceiros da cadeia de suprimentos;
- Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre
Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de os parceiros; e
distribuição:
- Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo - Procurar redução de custos, de maneira integrada,
produto disponível no maior número de estabelecimentos atuando em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia
de uma região, visando obter maior exposição e ampliar a de suprimentos na sua totalidade.
oportunidade de venda. Produtos com baixo valor unitário
e alta frequência de compra são vendidos intensivamente, Os canais de distribuição podem desempenhar quatro
de modo que os clientes considerem conveniente comprá- funções básicas, segundo as modernas concepções trazi-
-los. Assim, por meio da distribuição intensiva, os clientes das pelo supply chain management:
podem encontrar os produtos no maior número de locais - Indução da demanda – as empresas da cadeia de su-
possíveis. primentos necessitam gerar ou induzir a demanda de seus
- Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato serviços ou mercadorias;
do fabricante vender produtos por meio de mais de um dos - Satisfação da demanda – é necessário comercializar
intermediários disponíveis em uma região, mas não em to- os serviços ou mercadorias para satisfazer a demanda;
dos. Sendo assim, os intermediários escolhidos são consi- - Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os
derados osmelhores para vender os produtos com base em serviços ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de
sua localização, reputação, clientela e outros pontos fortes. pós-venda; e
A distribuição seletiva é empregada quando osclientes bus- - Troca de informações – o canal viabiliza a troca de
cam produtos de compra comparada. Cabe ainda destacar informações ao longo de toda a cadeia de suprimentos,
que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal, tor- acrescendo-se também os consumidores que disponibili-
na-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos zam um retorno importante tanto para os fabricantes quanto
com cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha para os varejistas.
boa cobertura do mercado com mais controle e menos cus-
tos, comparado com a distribuição intensiva. Entre fatores estratégicos importantes no sistema distri-
- Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante butivo podem ser levantadas as seguintes questões:
vende seus produtos por meio de um único intermediário - Se o número, o tamanho e a localização das unidades
em uma determinada região, onde esserecebe o direito ex- fabris atendem às necessidades de mercado,
clusivo de distribuir tais produtos. Esse tipo de estratégia é - Se a localização geográfica dos mercados e os seus
utilizada quando um determinado produto requer um esfor- respectivos custos de abastecimento são compatíveis,
ço especializado de venda ou investimentos em estoques e - Se a frequência de compras dos clientes, o número
instalações específicas. A distribuição exclusiva é oposta à e o tamanho dos pedidos justificam o esforço distributivo,
distribuição intensiva, sendo mais adequada à medida em - Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão
que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos de em bases compatíveis com o mercado,
canal que possam apoiar ou servir o produto de forma ade- - Se os métodos de armazenagem e os seus custos são
quada, ou seja, enfatizando uma determinada imagem que justificáveis com os resultados operacionais gerados,
possa caraterizar luxo ou exclusividade. - Se os métodos de transporte adotados são adequa-
dos,
A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de
Em conformidade com o potencial do mercado, é impor-
distribuição depende essencialmente de cada organização,
tante analisar a demanda de cada mercado atendido pela
da forma com que ela compete no mercado e da estrutura
empresa e se o tipo de sistema de distribuição adotado é
geral da cadeia de suprimentos. Porém, é possível identifi-
adequado.
car alguns fatores gerais, comum na maioria deles:
- Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mer-
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
cado identificado como prioritários, ou seja, o produto pre-
cisa estar disponível para a venda nos estabelecimentos
varejistas do tipo correto; A distribuição física de produtos ou distribuição física
- Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto são os processos operacionais e descontrole que permitem
sob enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejis- transferir os produtos desde o ponto de fabricação, até o
ta que possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria ponto em que a mercadoria é finalmente entregue ao con-
nas lojas; sumidor. (NOVAES, 1994).

Conhecimentos Específicos 220 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produ- b. Nível Tático
tos certos, para os lugares certos, no momento certo e com É o nível em que a média gerência da empresa estará
o nível de serviço desejado, pelo menor custo possível. envolvida em utilizar seus recursos da melhor e maior forma
A distribuição física tem, como foco principal, todos os possível. Suas preocupações são:
produtos que a companhia oferece para vender, ou seja, • Ociosidade do equipamento de transmissão de pedi-
desde o instante em que a produção é terminada até o mo- dos ser a mínima;
mento em que o cliente recebe a mercadoria (produto). • Ocupação otimizada da área de armazéns;
Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às • Otimização dos meios de transportes, sempre em ní-
mãos do consumidor. veis máximos possíveis à carga etc.
“Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma
instituição que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucra- c. Nível Operacional
tivos desejam que seus feitos não alcancem os objetivos, É o nível em que a supervisão garante a execução das
mesmo que estes não sejam financeiros. tarefas diárias para assegurar que os produtos se movi-
mentem pelo canal de distribuição até o último cliente. Po-
Uma boa distribuição, associada a um produto de boa dem ser citadas:
qualidade, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz • Carregar caminhões;
com que os produtos sejam disponibilizados a seus con- • Embalar produtos;
sumidores, de modo que estes possam fazer a opção pela • Manter registros dos níveis de inventário etc.
compra. Estando nas prateleiras, o produto passa a fazer
parte de uma gama de produtos concorrentes que podem MODALIDADES DE TRANSPORTE
ser comprados ou não.
O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa op- O transporte de mercadorias é parte fundamental do
ção de compra é estar disponível nas prateleiras. comércio. Como o produto é entregue e a qualidade com
Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do que chega até o cliente final é o que define a satisfação
produto, podem variar entre produtos concorrentes, mas a do comprador e a possibilidade de um cliente fiel. Sendo
distribuição é uma condição obrigatória para todas as em- assim, deve-se usar o modal – meio de transporte – que
presas que querem vender seus produtos. atenda às expectativas do comprador.
Se o produto não está disponível na prateleira, indepen- Dados mostram que o transporte representa 60% dos
dente de todos os outros fatores que influenciam a compra, custos logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel prepon-
este não poderá ser comprado. derante na qualidade dos serviços logísticos, impactando
Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, diretamente no tempo de entrega, confiabilidade e seguran-
com uma estratégia de propaganda primorosa, com um pre- ça dos produtos.
ço imbatível, mas não disponível no mercado.
A distribuição física acontece em vários níveis dentro Qual o melhor modal?
de uma instituição. Isso ocorre em razão de que a posi- São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviá-
ção hierárquica interfere no processo. Uma decisão toma- rio, aquaviário, aéreo e dutoviário.
da pela alta administração de uma empresa é chamada de Para o transporte de mercadorias, cada modal possui
decisão estratégica e deve ser seguida pelos demais níveis suas vantagens e desvantagens. Para cada rota há possi-
hierárquicos. bilidade de escolha e esta deve ser feita mediante análise
A decisão tática é tomada e imposta pela média ge- profunda dos custos e características do serviço.
rência e a operacional diz respeito à supervisão que se en-
carregará de fazer com que os projetos sejam cumpridos e O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio
executados. Exterior classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma,
Para um melhor entendimento, seguem os níveis da ad- em:
ministração da distribuição física. - Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodo-
• Estratégico; viário);
• Tático; - Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Ro-
• Operacional. doviário e Ferroviário);
- Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém,
a. Nível Estratégico regido por um único contrato;
Neste nível, a alta administração da empresa decide o - Segmentados: envolve diversos contratos para diver-
modo que deve ter a configuração do sistema de distribui- sos modais;
ção. Podem ser relacionadas às seguintes preocupações: - Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o
• Localização dos armazéns; destino final, necessita ser transbordada para prossegui-
• Seleção dos modais de transportes; mento em veículo da mesma modalidade de transporte (re-
• Sistema de processamento de pedidos etc. gido por um único contrato).

Conhecimentos Específicos 221 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE

Transporte Rodoviário

É aquele que se realiza em estradas, com utilização de caminhões e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no
Brasil, apesar do custo operacional e do alto consumo de óleo diesel.

Vantagens Desvantagens
• Capacidade de tráfego por qualquer rodovia (flexibilidade opera- • Menor capacidade de cargas entre todos os
cional) modais;
• Usado em qualquer tipo de carga. • Alto custo de operação
• Agilidade no transporte e no acesso às cargas • Alto risco de roubo/Frota antiga- acidentes
• Vias com gargalos gerando gastos extras e
• Não necessita de entrepostos especializados
maior tempo para entrega.
• Amplamente disponível • Alto grau de poluição
• Fácil contratação e gerenciamento. • Alto valor de transporte.
• Adequado para curtas e médias distâncias • Menos competitivo à longa distância;

Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis, mercadorias de alto valor agregado, pequenas distân-
cias (até 400 Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais, quando o tempo de trânsito for valor agregado.

Transporte Ferroviário

Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas férreas, para transportar pessoas e mercadorias. As mercado-
rias transportadas neste modal são de baixo valor agregado e em grandes quantidades como: minério, produtos agrícolas,
fertilizantes, carvão, derivados de petróleo, etc.

Vantagens Desvantagens
• Grande capacidade de cargas • Alto custo de implantação
• Baixo custo de transporte (Inexistência de pedá- • Transporte lento devido às suas operações de
gios) carga e descarga
• Adequado para longas distâncias • Pouca flexibilidade de equipamentos.
• Baixíssimo nível de acidentes. • Malha ferroviária insuficiente.
• Alta eficiência energética. • Malha ferroviária sucateada
• Melhores condições de segurança da carga. • Necessita de entrepostos especializados.
• Menor flexibilidade no trajeto (nem sempre che-
• Menor poluição do meio ambiente
ga ao destino final, dependendo de outros modais.)

Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes de cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) /
Trajetos exclusivos (não há vias para outros modais)

Transporte Aquaviário

Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto o transporte marítimo, utilizando como via de comuni-
cação os mares abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transporte mais utilizado no comércio internacional.

Vantagens Desvantagens
• Maior capacidade de carga • Necessidade de transbordo nos portos
• Menor custo de transporte (Frete de custo relati-
• Longas distâncias dos centros de produção
vamente baixo)

Conhecimentos Específicos 222 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

• Apesar de limitado às zonas costeiras, registra • Menor flexibilidade nos serviços aliado a fre-
grande competitividade para longas distâncias quentes congestionamentos nos portos
• É de gerenciamento complexo, exigindo muitos
• Mercadoria de baixo valor agregado.
documentos.

Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de carga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclu-
sivos (não há vias para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante / Encontra-se uma redução de custo de frete.

Tipos de navios:
Navios para cargas gerais ou convencionais:
Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não.

Navios especializados:
Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e sólido), sem decks.
Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por rampa, vários decks de diversas alturas.

Navios Multipropósito:
Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados ao mesmo tempo.
Granel sólido + líquido
Minério + óleo
Ro-ro + container

Navios porta-container:
Transportam exclusivamente cargas em container.
Sólido, líquido, gasoso
Desde que seja em container
Tem apenas 01 (um) deck (o principal)

Transporte Aéreo

O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e pode ser dividido em Nacional e Internacional.

Vantagens Desvantagens
• Menor capacidade de carga (Limite de
• É o transporte mais rápido
volume e peso|)
• Não necessita embalagem mais reforçada (manu- • Valor do frete mais elevado em relação
seio mais cuidadoso); aos outros modais
• Os aeroportos normalmente estão localizados
• Depende de terminais de acesso
mais próximos aos centros de produção.
• Transporte de grandes distâncias.
• Seguro de transporte é muito baixo.

Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/
ou frágeis / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via para outros modais) / Tempo de trânsito é
muito importante.

Tipos de Aeronaves:
Full pax = somente de passageiros.
Full cargo = somente de cargas.
Combi = misto de carga e passageiros

Transporte Dutoviário

Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma flexibilidade, visto que há uma limitação no número de produ-
tos que podem utilizar este modal. O transporte é feito através de dutos cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de
petróleo, produtos derivados do minério, gases e grãos.

Conhecimentos Específicos 223 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Vantagens Desvantagens
• Muitas dutovias são subterrâneas e/ou
• Pode ocasionar um grande acidente ambiental
submarinas, considerado uma vantagem, pois minimizam
caso suas tubulações se rompam
os riscos causados por outros veículos;
• O dutoviário transporta de forma segura e para
• Possui uma capacidade de serviço muito limitada
longas distancias
• Proporciona um menor índice de perdas e rou-
• Custos fixos são mais elevados
bos
• Baixo consumo de energia. • Investimento inicial elevado.
• Alta confiabilidade. • Requer mais licenças ambientais.
• Simplificação de carga e descarga
• Transporte de volumes granéis muito elevados.

Tipos de dutos
- Subterrâneos
- Aparentes
- Submarinos

Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel.


Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático.
Gasodutos = gás natural.

Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais inter-relacionados buscando compartilhar e gerar eco-
nomia em escala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta de serviços logísticos. Porém, o crescimento
dessa integração multimodal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada pelos setores privados e públicos.

Estoques

“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma
frase que descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de estoques é parte vital do composto logístico,
pois estes podem absorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção substancial do capital da empresa.
Portanto, é importante a correta compreensão do seu papel na logística e de como devem ser gerenciados”.

Razões para manter estoque

A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige investimento por parte da organização. O ideal seria a
perfeita sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a manutenção de estoques desnecessária. Entre-
tanto, como é impossível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre os suprimentos estão disponíveis
a qualquer momento, deve-se acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias e minimizar os custos
totais de produção e distribuição.

Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades, ou seja:


- Melhoram o nível de serviço.
- Incentivam economias na produção.
- Permitem economias de escala nas compras e no transporte.
- Agem como proteção contra aumentos de preços.
- Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento.
- Servem como segurança contra contingências.

Abrangência da Administração de Estoques

A administração de estoques é de importância significativa na maioria das empresas, tanto em função do próprio valor
dos itens mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da empresa. Da mesma forma como as contas
a receber, os níveis de estoques também dependem em grande parte do nível de vendas, com uma diferença: enquanto
os valores a receber surgem após a realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes das realizações
das vendas.

Conhecimentos Específicos 224 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever da quantidade total e a maioria do valor total, “classe C” a
as vendas antes de se estabelecer os níveis desejados de maioria da quantidade total e a minoria do valor total, “clas-
estoques, torna sua administração uma tarefa difícil. Deve se B” valores e quantidades intermediárias.
se observar também que os erros na fixação dos níveis de O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da
estoque podem levar à perda das vendas (caso tenham “classe B e C” menos sofisticados.
sido subdimensionados) ou a custos de estocagem exces-
sivos (caso tenham sido superdimensionados), residindo, MODELO DE LOTE ECONÔMICO
portanto, na correta determinação dos níveis de estoques,
a importância da sua administração. Seu objetivo é garantir Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os
que os estoques necessários estejam disponíveis quando custos totais de estocagem de pedido para um item do esto-
necessários para manutenção do ritmo de produção, ao que. Considerando os custo de pedir e os custos de manter
mesmo tempo em que os custos de encomenda e manu- os materiais. Sendo os custos de pedir, os fixos, administra-
tenção de estoques sejam minimizados. tivos ao se efetuar e receber um pedido e o custo de manter
são os variáveis por unidade da manutenção de um item
Os estoques podem ser classificados como: de estoque por umdeterminado período (custo de armaze-
- Matéria-prima nagem) segundo, “oportunidade” de outros investimentos.
- Produtos em processo
- Materiais de embalagem Custo total = custo de pedir + custo de manter
- Produtos acabados
- Suprimentos PONTO DE PEDIDO
Determina em que ponto os estoques serão pedidos le-
A razão para manutenção de estoques depende vando em consideração o tempo de entrega dos principais
fundamentalmente da natureza desses materiais. itens.

Para manutenção dos estoques de matérias primas, Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x
são utilizadas justificativas como a facilidade para o plane- demanda diária
jamento do processo produtivo, a manutenção do melhor
preço deste produto, a prevenção quanto à falta de mate- SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
riais e, eventualmente, a obtenção de descontos por aquisi-
ção de grandes quantidades. Os Sistemas básicos utilizados na administração de es-
Essas razões são contra-argumentadas de várias for- toques são:
mas. Atualmente, as modernas técnicas de administração
de estoques, o conceito do “Supply Chain Management” 1. FMS (Flexible Manufacturing System)
que ajuda a reduzir custos, representam alternativas efi- Nesse sistema, os computadores comandam as opera-
cientes para evitar-se falta de materiais. Adicionalmente, a ções das máquinas de produção e, inclusive, comandam a
realização de contratos futuros pode representar um instru- troca de ferramentas das operações de manuseio de mate-
mento eficiente para proteger a empresa de eventual osci- riais, ferramentas, acessórios e estoques. Pode-se incluir
lação de preços de seus insumos básicos. no software módulos de monitoração do controle estatístico
Para manutenção de estoques de materiais em proces- da qualidade. Normalmente, é aplicado em fábricas com
grande diversidade de peças de produtos finais montados
sos, justifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo,
em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do FMS,
caso ocorra interrupção em alguma das linhas de produção
as seguintes:
da empresa. Obviamente, essa questão deve ser substituí-
• Permite maior produtividade das máquinas, que pas-
da pela adoção de processos de produção mais confiáveis,
sam a ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível.
para evitar a ocorrências destas interrupções.
• Possibilita maior atenção aos consumidores em fun-
A manutenção de estoques de produtos acabados é
ção da flexibilidade proporcionada.
justificada por duas razões: garantir atendimentos efetua-
• Diminui os tempos de fabricação.
dos para as vendas realizadas e diminuir os custos de mu-
• Em função do aumento da flexibilidade, permite au-
dança na linha de produção. mentar a variedade dos produtos ofertados.
Técnicas de Administração de estoques 2. MRP-Material Requirement Planing
O MRP é um sistema completo para emitir ordens de
CURVA ABC fabricação, de compras, controlar estoques e administrar a
carteira de pedidos dos clientes. Opera em base semanal,
Segrega os estoques em três grupos, demonstrando impondo com isso uma previsão de vendas no mesmo pra-
graficamente com eixos de valores e quantidades, que con- zo, de modo a permitir a geração de novas ordens de pro-
sidera os materiais divididos em três grandes grupos, de dução para a fábrica. O sistema pode operar com diversas
acordo com seus valores de preço/custo e quantidades, fórmulas para cálculo dos lotes de compras, fabricação e
sendo assim materiais “classe A” representam a minoria montagem, operando ainda com diversos estoques de ma-

Conhecimentos Específicos 225 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

terial em processo, como estoque de matérias primas, par- na montagem, são remetidas ao posto de trabalho que faz
tes, submontagens e produtos acabados.A maior vantagem a última operação a essa remessa, que funciona como uma
do MRP consiste em utilizar programas de computadores ordem de produção.
complexos, levando em consideração todos os fatores rele-
vantes para conseguir o melhor cumprimento de prazos de 6. Sistema Just in Time
entrega, com estoques baixos, mesmo que a fábrica tenha É preciso que haja um sistema integrado de planeja-
muitos produtos em quantidade, de uma semana para ou- mento de distribuição. É assim que surge o Just in Time,
tra. que é derivado do sistema Kanban. De acordo com Hen-
Um ponto fundamental para o correto funcionamento do rique Corrêa e Irineu Gianesi, a responsável pela implan-
sistema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos fun- tação do Just in Time foi a Toyota, criando esse sistema
cionários que interagem com o sistema MRP, em relação à em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar em
informação de dados para computador. Sem essadisciplina, parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando
a memória do MRP vai acumulando erros nos saldos em a responsabilidade e o comprometimento de não parar sua
estoques e nas quantidades necessárias. produção para seus terceirizados.
O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo prin-
3. Sistema Periódico cipal é suprir produtos para a linha de produção e clientes
A característica básica deste sistema é a divisão da da empresa, somente quando for necessário. Ao longo da
fábrica em vários setores de processamento sucessivo de cadeia logística, as relações entre as empresas - inclusive
vários produtos similares. Cada setor recebe um conjunto com o emprego de recursos de comunicação e tecnologias
de ordens de fabricação para serem iniciados e terminados de informação, devem ser garantidas de tal forma que os
no período. Com isso, no fim de cada período, se todos os resultados, e, portanto, os serviços prestados pela logís-
setores cumprirem sua carga de trabalho, não haverá qual- tica obedeçam exatamente às necessidades de serviços
quer material em aberto. Isso facilita o controle de cada se- expressas pelos clientes. É muito importante, portanto que
tor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas. haja uma cooperação, um bom relacionamento entre a em-
Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às
presa e seus fornecedores externos e internos. Um ponto
suas características, não se tornou obsoleto face aos siste-
muito favorável no Just in Time é que ele diminui a probabi-
mas modernos, nos quais é possível à adoção de períodos
lidade de que ocorram perdas de produtos.
curtos, menores que uma semana.
Outros sistemas de estoques
4. OPT-Optimezed Production Technology
O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem
Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação fí-
diferente dos sistemas anteriores, enfatizando a racionali-
sica em duas partes. Uma parte será utilizada totalmente
dade do fluxo de materiais pelos diversos postos de traba-
lho de uma fábrica. Os pressupostos básicos do OPT foram até a data da encomenda de um novo lote e a outra será
originados por formulações matemáticas. Nesse sistema, utilizada entre a data da encomenda e a data do recebimen-
as ordens de fabricação são vistas como tendo de passar to do novo lote. A grande vantagem deste sistema está na
por filas de espera de atendimento nos diversos postos de substancial redução do processo burocrático de reposição
trabalho na fábrica. O conjunto de postos de trabalho forma de material (bujão de gás). A denominação “DUAS GAVE-
então uma rede de filas de espera. TAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em duas
O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes geren- gavetas distintas.
ciais para ajudar a determinar o Lote ótimo para cada com-
ponente ou submontagem a ser processado em cada posto Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente
de trabalho. Muita ênfase é dedicada aos pontos de gargalo quando a separação entre as duas partes do estoque não é
da produção. feita fisicamente, mas apenas registrada na ficha de contro-
le de estoque, com o ponto de separação entre as partes.
5. Sistema KANBAN-JIT Enquanto o estoque mínimo estiver sendo utilizado, o De-
O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado partamento de Compras terá prazo suficiente para adquirir
onde os empregados possuem motivação e mobilização, e repor o material no estoque.
com grande liberdade de ação. Nessas fábricas, na cer-
teza de que os empregados trabalham com dedicação e Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer
responsabilidade, é legítimo um trabalhador parar a linha pedidos para reposição dos estoques em intervalos de tem-
de montagem ou produção porque achou algo errado, os po pré-estabelecidos para cada item. Estes intervalos, para
empregados mantém-se ocupados todo o tempo, ajudando- minimizar o custo de estoque, devem variar de item para
-se mutuamente ou trocando de tarefas conforme as neces- item. A quantidade a ser comprada em cada encomenda é
sidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que “puxa” a tal que, somada com a quantidade existente em estoque,
produção da fábrica, inclusive até o nível de compras, pe- seja suficiente para atender a demanda até o recebimento
las necessidades geradas na montagem final. As peças ou da encomenda seguinte. Logicamente, este sistema obriga
submontagens são colocadas em caixa feitas especialmen- a manutenção de um estoque reserva. Deve-se adotar pe-
te para cada uma dessas partes, que, ao serem esvaziadas ríodos iguais para um grande número de itens em estoque

Conhecimentos Específicos 226 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

pois, procedendo a compra simultânea de diversos itens, qualitativo, enquanto que sob o enfoque contábil observa-
pode-se obter condições vantajosas na transação (compra -se o aspecto quantitativo (Ativo =Passivo + Situação Lí-
e transporte). quida). Exceção a alguns casos, quando se utiliza o termo
“substância patrimonial” é que a contabilidade visualiza o
Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apre- patrimônio de forma qualitativa.
senta duas subdivisões: A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 –
a) Estocagem para atender a um programa de produ- conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresen-
ção pré-determinado: tam em seus artigos 44, 45 e 46, medidas destinadas à pre-
É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontí- servação do patrimônio público. Uma delas estabelece que
nuo que estabelece, com antecedência de vários meses, os o resultado da venda de bens móveis e imóveis e de direitos
níveis de produção. A programação (para vários períodos, que integram o patrimônio público não poderá mais ser apli-
semanas e meses) elaborada pelo P.C.P. deverá ser coe- cado em despesas correntes, exceto se a lei autorizativa
destiná-la aos financiamentos dos regimes de previdência
rente para todos os segmentos, desde o recebimento do
social, geral e própria dos servidores.
material até o embarque do produto acabado.
Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorpora-
ção de ativos por venda, que é receita de capital, deverão
Vantagens:
ser aplicados em despesa de capital, provocando a desin-
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, ob- corporação de dívidas (passivo), por meio da despesa de
jetivamente controlados por se conhecer a demanda futura. amortização da dívida ou o incremento de outro ativo, com
* Melhores condições de compra de materiais, pois po- a realização de despesas de investimento, de forma a man-
de-se aceitarcontratos de grandes volumes para entregas ter preservado o valor do patrimônio público.
parceladas. Aatividade de compra fica reduzida, sem a ne-
cessidade de emitirpedidos de fornecimento para cada lote TOMBAMENTO DE BENS
de material.
O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebi-
b) Estocagem para atender especificamente a uma or- mento dos bens móveis pelos órgãos, como visto anterior-
dem de produção ou a uma requisição: É o método empre- mente, pela conferência física dos bens pelo Almoxarifado.
gado nas produções do tipo intermitente, onde a indústria Após registro de entrada do bem no sistema de gerencia-
fabrica sob encomenda, sendo justificável no caso de ma- mento de material no estoque, o responsável por este en-
teriais especiais ou necessários esporadicamente. Os pedi- caminhará uma comunicação ao Setor de Patrimônio (com
dos de material neste sistema são baseadas principalmente cópia da nota de empenho, documentos fiscais e outros que
na lista material (“ROW MATERIAL”) e na programação ge- se fizerem necessários), informando o destino (centros de
ral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos em que o responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em
pedido para compra precisa ser feito mesmo antes do proje- estoque, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunica-
to do produto estar detalhado, ou seja, antes da listagem do ção de saída deste, através de uma Guia de Baixa de Mate-
material estar pronta, pois os itens necessários podem ter riais emitida pelo Almoxarifado. Caso o bem seja entregue
um ciclo de fabricação excessivamente longo. Ex.: grandes diretamente ao destino final, o Almoxarifado encaminhará
motores, turbinas e navios. a Guia de Saída ao Patrimônio, juntamente com os demais
documentos do processo de empenho.
Enfim, o controle de estoques exerce influência muito O tombamento consiste na formalização da inclusão
grande na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital física de um bem patrimonial no acervo do órgão, com a
que poderia estar sendo investido de outras maneiras. Por- atribuição de um único número por registro patrimonial,
tanto, aumentar a rotatividade do estoque auxilia a liberar ou agrupando-se uma sequência de registros patrimoniais
ativos e economiza o custo de manutenção e controle que quando for por lote, que é denominado “número de tomba-
podem absorver de 25 a 40% dos custos totais, conforme mento”. Pelo tombamento aplica-se uma conta patrimonial
mencionado anteriormente. do Plano de Contas do órgão a cada material, de acordo
com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do bem a
Gestão patrimonial ser registrado é o valor constante do respectivo documento
de incorporação (valor de aquisição).
O patrimônio é o objeto administrado que serve para A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no
propiciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um bem, de plaqueta de identificação, por colagem ou rebita-
patrimônio seja considerado como tal, este deve atender a mento, a qual conterá o número de registro patrimonial.
dois requisitos: o elemento ser componente de um conjunto Na colocação da plaqueta deverão ser observados os
que possua conteúdo econômico avaliável em moeda; e exis- seguintes aspectos: local de fácil visualização para efeito
ta interdependência dos elementos componentes do patrimô- de identificação por meio de leitor óptico, preferencialmente
nio e vinculação do conjunto a uma entidade que vise alcançar na parte frontal do bem; evitar áreas que possam curvar
determinados fins. ou dobrar a plaqueta ou que possam acarretar sua deterio-
Do ponto de vista econômico, o patrimônio é conside- ração; evitar fixar a plaqueta em partes que não ofereçam
rado uma riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma boa aderência, por apenas uma das extremidades ou sobre
necessidade coletiva, sendo este observado sob o aspecto alguma indicação importante do bem.

Conhecimentos Específicos 227 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação fí- em um sistema de patrimônio); características (descrição
sica antes de serem distribuídos aos diversos centros de detalhada); valor unitário de aquisição (valor histórico);
responsabilidade do órgão. Os bens patrimoniais cujas ca- agregação (acessório ou componente); forma de ingresso
racterísticas físicas ou a sua própria natureza impossibili- (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, ou-
tem a aplicação de plaqueta também terão número de tom- tras); classificação contábil/patrimonial; número do empe-
bamento, mas serão marcados e controlados em separado. nho e data de emissão; fonte de recurso; número do pro-
Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja de cesso de aquisição e ano; tipo/número do documento de
difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Pro-
encostadas na parede, que não possam ser movimentados dução Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo
devido ao peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no de Cessão em Comodato, outros); nome do fornecedor (có-
lugar mais próximo ao local padrão. Em caso de perda, des- digo); garantia (data limite da garantia e empresa de manu-
colagem ou deterioração da plaqueta, o responsável pelo tenção); localização (identificação do centro de responsa-
setor onde o bem está localizado deverá comunicar, impre- bilidade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em
terivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio. comodato, em manutenção, em depósito para manutenção,
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para em depósito para triagem, em depósito para redistribuição,
fixação de plaquetas (ou adesivos): a) estantes, armários, em depósito para alienação, em sindicância, desaparecido,
arquivos e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na baixado, outros); estado de conservação (bom, regular, pre-
parte frontal superior direita, no caso de arquivos de aço, e cário, inservível, recuperável); histórico do bem vinculado a
na parte lateral superior direita, no caso de armários, es- um sistema de manutenção, quando existir. Tal informação
tantes e bens semelhantes, sempre com relação a quem permitirá o acompanhamento da manutenção dos bens e
olha o móvel; b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta identificação de todos os problemas ocorridos nestes nú-
deve ser fixada na parte frontal central, contrária à posição meros do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não
de quem usa o bem, com exceção das estações de traba- plaquetável.
lho e/ou àqueles móveis que foram projetados para ficarem O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o
encostados em paredes, nos quais as plaquetas serão fixa- recebimento da documentação hábil, pelo Setor de Patri-
das em parte de fácil visualização; c) motores: a plaqueta mônio, que procederá ao tombamento e cadastramento em
deve ser fixada na parte fixa inferior do motor; d) máquinas sistema específico, utilizando diversos dados, tais como:
e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada no lado ex- número do registro; tipo de imóvel; denominação do imó-
terno direito, em relação a quem opera a máquina; e) cadei- vel; características (descrição detalhada do bem); valor de
ras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a plaqueta aquisição (valor histórico); forma de ingresso (compra, doa-
nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, ção, permuta, comodato, construção, usucapião, desapro-
couro ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem priação, cessão, outras); classificação contábil/patrimonial;
segurança. A plaqueta deverá ser fixada na base, nos pés número do empenho e data de emissão; fonte de recurso;
ou na parte mais sólida; f) aparelhos de ar condicionado número do processo de aquisição e ano; tipo/número do
e bens semelhantes: em aparelhos de ar condicionado, o documento de aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoi-
local indicado é sempre na parte mais fixa e permanente ce, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Termo de
do aparelho, nunca no painel removível ou na carcaça; g) Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome do
automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixa- fornecedor (código); localização (identificação do centro de
da na parte lateral direita do painel de direção, em relação responsabilidade); situação do bem (registrado, alocado,
ao motorista, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca cedido em comodato, em manutenção, em depósito para
em acessórios; h) quadros e obras de arte: a colocação da manutenção, em depósito para triagem, em depósito para
plaqueta, neste caso, deve ser feita de tal forma que não redistribuição, em depósito para alienação, em sindicância,
lhes tire a estética, nem diminua seu valor comercial; i) es- desaparecido, baixado, outros); estado de conservação
culturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada na base. (bom, regular, precário, inservível); data da incorporação;
Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, na unidade da federação; tipo de logradouro; número; com-
lateral direita; j) quadros magnéticos: nos quadros magnéti- plemento;bairro/distrito; município; cartório de registro; ma-
cos a plaqueta deverá ser colocada na parte frontal inferior trícula; livro; folhas; data do registro; data da reavaliação;
direita, caso não seja possível a colagem neste local, co- moeda da reavaliação; valor do aluguel; valor do arrenda-
lar nesta mesma posição na parte posterior do quadro; e mento; valor de utilização; valor de atualização; moeda de
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como atualização; data da atualização; reavaliador; e CPF/CNPJ
outros bens aqueles materiais que não podem ser classifi- do reavaliador.
cados claramente como aparelhos, máquinas, motores, etc.
Em tais bens, a plaqueta deve ser fixada na base, na parte CONTROLE DE BENS
onde são manuseados.
A seguir são elencados, como sugestões, dados ne- Caracteriza-se como movimentação de bens patrimo-
cessários ao registro dos bens no sistema de patrimônio: niais o conjunto de procedimentos relativos à distribuição,
número do tombamento; data do tombo; descrição padroni- transferência, saída provisória, empréstimo e arrendamento
zada do bem (descrição básica pré-definida em um sistema a que estão sujeitos no período decorrido entre sua incorpo-
de patrimônio); marca/modelo/série (também pré-definidos ração e desincorporação.

Conhecimentos Específicos 228 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de responsabilidade do bem ocorrer sem a movimentação
de material permanente recém adquirido, de acordo com a deste, isto é, quando ocorrer a mudança da responsabili-
destinação dada no processo administrativo de aquisição dade patrimonial de um servidor para outro, desde que não
correspondente. pressuponha mudança de local do bem, deverão ser ob-
A movimentação de qualquer bem móvel será feita me- servados os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos
diante o preenchimento do Termo de Responsabilidade, Humanos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de
que deverá conter no mínimo, as seguintes informações: Patrimônio cópia da portaria que substitui o servidor res-
número do Termo de Responsabilidade; nome do local de ponsável; de posse das informações contidas na portaria,
lotação do bem (incluindo também o nome do sublocal de o Setor de Patrimônio emite o respectivo Termo de Trans-
lotação); declaração de responsabilidade; número do tom- ferência de Responsabilidade; emitido o Termo, este será
bamento; descrição; quantidade; indicação se é plaquetá- encaminhado ao agente patrimonial da unidade, que pro-
vel; valor unitário; valor total; total de bens arrolados no Ter- videnciará a conferência dos bens e assinatura do Termo;
mo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para
do responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo. que uma das vias seja arquivada no setor onde os bens se
A transferência é a operação de movimentação de encontram e outra encaminhada ao Setor de Patrimônio.
bens, com a consequente alteração da carga patrimonial. Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela
A autoridade transferidora solicita ao setor competente do movimentação de bens patrimoniais para fora da instalação
órgão a oficialização do ato, por meio das providências pre- ou dependência onde estão localizados, em decorrência da
liminares. É importante destacar que a transferência de res- necessidade de conserto, manutenção ou da sua utilização
ponsabilidade com movimentação de bens somente será temporária por outro centro de responsabilidade ou outro
efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicitação do órgão, quando devidamente autorizado. Qualquer que seja
responsável pela carga cedente com anuência do recebe- o motivo da saída provisória, esta deverá ser autorizada
dor. A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, pelo dirigente do órgão gestor ou por outro servidor que re-
obsoletos ou sem utilização também se caracteriza como cebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a manutenção
de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá ser
transferência. Neste caso, a autoridade da unidade onde o
solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e re-
bem está localizado devolve-o com a observância das nor-
sultará na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de
mas regulamentares, a fim de que a o Setor Patrimonial
Manutenção, que tomará todas as providências para proce-
possa manter rigoroso controle sobre a situação do bem.
der à assistência de bem em garantia ou utilizando-se de
Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do
seus recursos próprios.
órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste se-
Empréstimo: O empréstimo é a operação de remane-
tor (fiéis depositários), e serão objetos de análise para a
jamento de bens entre órgãos por um período determina-
determinação da baixa ou transferência a outros setores. É do de tempo, sem envolvimento de transação financeira.
importante colocar que uma cópia do Termo de Responsa- O empréstimo deve ser evitado. Porém, se não houver al-
bilidade de cada setor deverá ser fixada em local visível a ternativa, os órgãos envolvidos devem manter um rigoroso
todos, dentro de seu recinto de trabalho, visando facilitar o controle, de modo a assegurar a devolução do bem na mes-
controle dos bens (sugestão: atrás da porta de acesso ao ma condição em que estava na ocasião do empréstimo. Já
setor). Para que ocorra a transferência de responsabilidade o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao poder
entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deve- público é vedado, salvo exceções previstas em leis.
rão ser observados os seguintes parâmetros:solicitação, Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros
por escrito, do interessado em receber o bem, dirigida ao também deve ser evitado, por não encontrar, a princípio,
possível cedente; “de acordo” do setor cedente com a auto- nenhum respaldo legal.
rização de transferência ; solicitação do agente patrimonial
ao Setor de Patrimônio para emissão do Termo de Respon- INVENTÁRIO
sabilidade; após a emissão do Termo de Responsabilidade,
o Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente patri- O Inventário determina a contagem física dos itens de
monial, para que este colha assinaturas do cedente e do estoque e em processos, para comparar a quantidade física
recebedor. com os dados contabilizados em seus registros, a fim de eli-
Para que ocorra a transferência de responsabilidade minar as discrepâncias que possam existir entre os valores
entre dois setores pertencentes órgãos diferentes, deverão contábeis, dos livros, e o que realmente existe em estoque.
ser observados os seguintes parâmetros: solicitação, por O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário
escrito, do interessado em receber o bem, dirigida ao pos- geral é elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada
sível cedente; “de acordo” do setor cedente com a autoriza- empresa, com a contagem física de todos os itens de uma
ção de transferência e anuência das unidades de controle só vez. O inventário rotativo é feito no decorrer do ano fis-
do patrimônio e do titular do órgão; solicitação do agente cal da empresa, sem qualquer tipo de parada no processo
patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão do Termo operacional, concentrando-se em cada grupo de itens em
de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do determinados períodos.
Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o re- Inventário na administração pública: Inventário são a
meterá ao agente patrimonial, para que este colha assina- discriminação organizada e analítica de todos os bens (per-
turas do cedente e do recebedor. Quando a transferência manentes ou de consumo) e valores de um patrimônio, num

Conhecimentos Específicos 229 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

determinado momento, visando atender uma finalidade es- Durante a realização de qualquer tipo de inventário,
pecífica. É um instrumento de controle para verificação dos fica vedada toda e qualquer movimentação física de bens
saldos de estoques nos almoxarifados e depósitos, e da localizados nos endereços individuais abrangidos pelos tra-
existência física dos bens em uso no órgão ou entidade, balhos, exceto mediante autorização específica das unida-
informando seu estado de conservação, e mantendo atua- des de controle patrimonial, ou do dirigente do órgão, com
lizados e conciliados os registros do sistema de adminis- subsequente comunicação formal a Comissão de Inventário
tração patrimonial e os contábeis, constantes do sistema de Bens.
financeiro. Além disso, o inventário também pode ser utili- Nas fases do inventário dois pontos devem ser destaca-
zado para subsidiar as tomadas de contas indicando saldos dos sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser
existentes, detectar irregularidades e providenciar as medi- físico e/ou contábil: Levantamento físico, material ou de fato
das cabíveis. é o levantamento efetuado diretamente pela identificação e
Através do inventário pode-se confirmar a localização e contagem ou medida dos componentes patrimoniais.
atribuição da carga de cada material permanente, permitin- Levantamento contábil é o levantamento pelo apanha-
do a atualização dos registros dos bens permanentes bem do de elementos registrados nos livros e fichas de escritu-
como o levantamento da situação dos equipamentos e ma- ração. O simples arrolamento não interessa para a contabi-
teriais em uso, apurando a ocorrência de dano, extravio ou lidade se não for completado pela avaliação. Sem a expres-
qualquer outra irregularidade. Podem-se verificar também são econômica, o arrolamento serve apenas para controle
no inventário as necessidades de manutenção e reparo e da existência dos componentes patrimoniais.
constatação de possíveis ociosidades de bens móveis, pos- O inventário é dividido em três fases: Levantamento:
sibilitando maior racionalização e minimização de custos, compreende a coleta de dados sobre todos os elementos
bem como a correta fixação da plaqueta de identificação. ativos e passivos do patrimônio e é subdividido nas seguin-
Na Administração Pública, o inventário é entendido como o tes partes: identificação, agrupamento e mensuração. Ar-
arrolamento dos direitos e comprometimentos da Fazenda rolamento: é o registro das características e quantidades
Pública, feito periodicamente, com o objetivo de se conhe- obtidas no levantamento. O arrolamento pode apresentar
cer a exatidão dos valores que são registrados na contabi- os componentes patrimoniais deforma resumida e recebe a
lidade e que formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com o denominação “sintética”. Quando tais componentes são re-
objetivo de apurar a responsabilidade dos agentes sob cuja lacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Ava-
guarda se encontram determinados bens. Os diversos tipos liação: é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao
de inventários são realizados por determinação de autorida- elemento patrimonial. Os critérios de avaliação dos compo-
de competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimônio nentes patrimoniais devem ter sempre por base o custo. A
e das unidades de controle patrimonial ou de qualquer de- atribuição do valor aos componentes patrimoniais obedece
tentor de carga dos diversos centros de responsabilidade, a critérios que se ajustam a sua natureza, função na massa
periodicamente ou a qualquer tempo. Os inventários na Ad- patrimonial e a sua finalidade.
ministração Pública devem ser levantados não apenas por
uma questão de rotina ou de disposição legal, mas também ALIENAÇÃO DE BENS
como medida de controle, tendo em vista que os bens nele
arrolados não pertencem a uma pessoa física, mas ao Es- De acordo com o direito administrativo brasileiro, en-
tado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer tende-se como alienação a transferência de propriedade,
danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório, remunerada ou gratuita, sob a forma de venda, permuta,
pois a legislação estabelece que o levantamento geral de doação, dação em pagamento, investidura, legitimação de
bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico posse ou concessão de domínio.
de cada unidade gestora e os elementos da escrituração Qualquer dessas formas de alienação pode ser usa-
sintética da contabilidade (art. 96 da Lei Federal n° 4.320, da pela Administração, desde que satisfaça as exigências
de 17 de março de 1964). administrativas. Muito embora as Constituições Estaduais
A fim de manter atualizados os registros dos bens patri- possam determinar que a autorização de doação de bens
moniais, bem como a responsabilidade dos setores onde se móveis seja submetida à Assembleia Legislativa, a Lei Fe-
localizam tais bens, a Administração Pública deve proceder deral n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que institui normas
ao inventário mediante verificações físicas pelo menos uma para licitações e contratos da Administração Pública 37 e dá
vez por ano. Para fins de atualização física e monetária e de outras providências, faculta a obrigação de licitação especí-
controle, a época da inventariação será: anual para todos fica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a
os bens móveis e imóveis sob-responsabilidade da unidade alienação por leilão.
gestora em 31 de dezembro (confirmação dos dados apre- Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
sentados no Balanço Geral); e no início e término da ges- subordinada à existência de interesse público devidamente
tão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no justificado.
caso de bens móveis. A alienação de bens está sujeita à existência de interes-
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores se público e à autorização da Assembleia Legislativa (para
históricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos os casos previstos em lei), e dependerá de avaliação pré-
valores constantes de inventários já existentes, com indica- via, que será efetuada por comissão de licitação de leilão
ção da data de aquisição. ou outra modalidade prevista para a Administração Pública.

Conhecimentos Específicos 230 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados de baixa, ficando expressamente proibido o uso do bem
à alienação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser desde o início da tramitação do processo de baixa até sua
remetido ao Setor de Patrimônio, o qual instaurará o pro- destinação final.
cedimento respectivo; sempre que possível, os bens serão
agrupados em lotes para que seja procedida a sua baixa; O registro no sistema patrimonial será efetivado com
os bens objeto de baixa serão vistoriados in loco por uma base no Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os
Comissão Interna de Avaliação de Bens, no próprio órgão, seguintes dados: número do tombamento; descrição; quan-
os quais, observando o estado de conservação, a vida útil, tidade baixada (quando se tratar de lote de bens não pla-
o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo quetados); forma de baixa; motivo de baixa; data de baixa;
de avaliação dos bens, classificando-os em: a) bens móveis número da Portaria ou Termo de Baixa. Visando o correto
permanentes inservíveis: quando for constatado serem os processo de baixa de bens do sistema patrimonial, faz-se
bens danificados, obsoletos, fora do padrão ou em desuso necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor
devido ao seu estado precário de conservação; e b) bens de Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a bai-
móveis permanentes excedentes ou ociosos: quando for xa, emitirá por processamento o Termo de Baixa dos Bens;
constatado estarem os bens em perfeitas condições de uso o Setor de Patrimônio verificará junto ao Setor Financeiro
e operação, porém sem utilização. quanto à existência do comprovante de pagamento, em
Os bens móveis permanentes considerados exceden- caso de licitação e, em seguida, procederá à entrega do
tes ou ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Cen- mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo, o Setor
tral, ficando proibida a retirada de peças e dos periféricos a de Patrimônio providenciará o documento de quitação de
ele relacionados, exceto nos casos autorizados pelo chefe responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem
da unidade gestora. detinha a responsabilidade do bem.
Compete às unidades de controle dos bens patrimo-
ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS niais e ao dirigente do órgão, periodicamente, provocar
expedientes para que seja efetuado levantamento de bens
O desfazimento é a operação de baixa de um bem suscetíveis de alienação ou desfazimento.14
pertencente ao acervo patrimonial do órgão e consequen-
te retirada do seu valor do ativo imobilizado. Considera-se “Devemos sempre ter o produto de que você necessita,
baixa patrimonial, a retirada de bem da carga patrimonial do mas nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma
órgão, mediante registro da transferência deste para o con- frase que descreve bem o dilema da descrição de estoques.
trole de bens baixados, feita exclusivamente pelo Setor de O controle de estoques é parte vital do composto logístico,
Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O número pois estes podem absorver de 25 a 40% dos custos totais,
de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado representando uma porção substancial do capital da em-
em outro bem. presa. Portanto, é importante a correta compreensão do
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das seu papel na logística e de como devem ser gerenciados”.
formas a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio;
destruição; comodato; transferência; sinistro; e exclusão de EXERCÍCIOS
bens no cadastro. Em qualquer uma das situações expos-
01. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
tas, deve-se proceder à baixa definitiva dos bens conside-
INSTITUTO AOCP – 2016 – HABILIDADES GERENCIAIS)
rados inservíveis por obsoletismo, por seu estado irrecu-
Qual é a habilidade requerida de administradores e assis-
perável e inaproveitável em instituições do serviço público.
tentes de administração que é definida pela atuação de for-
As orientações administrativas devem ser obedecidas, em
ma interativa em prol de objetivos comuns e compreensão
cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema
da importância da complementaridade às ações coletivas?
de gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é par-
te interessada. Sendo o bem considerado obsoleto ou não
a) Visão sistêmica e estratégica.
havendo interesse em utilizá-lo no órgão onde se encontra, b) Iniciativa e soluções de problemas.
mas estando em condições de uso (em estado regular de c) Tomada de decisão.
conservação), o dirigente do órgão deverá, primeiramente, d) Trabalho em equipe.
colocá-lo em disponibilidade. Para tanto, o detentor da car- e) Liderança.
ga deverá preencher formulário próprio criado pelo órgão
normatizador e encaminhar ao órgão competente que po-
derá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantró-
picas reconhecidas como de interesse público, delegacias,
escolas ou bibliotecas municipais e estaduais, no âmbito de
sua jurisdição, se existe interesse pelos bens. 14 Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de
Se houver interesse, a autoridade competente deverá materiais e distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo
efetuar o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser Rogério. Tecnologia de informação: planejamento e gestão/www.ad-
baixado permanecerá guardado em local apropriado, sob a ministradores.com.br /www.itsmnapratica.com.br/www.purainfo.com.
responsabilidade de um servidor público, até a aprovação br – por DiegoDuarte/ por Rogerio Araujo)

Conhecimentos Específicos 231 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

02. (CESPE/2015 – FUB) Considerando a gestão do 05. Os materiais que devem permanecer em esto-
clima e da cultura organizacional como estratégia ne- que, o volume de estoque que será necessário para um
cessária à gestão de pessoas, julgue o item seguinte. determinado período e quando os estoques devem ser
O nível de favorabilidade do clima organizacional reabastecidos são pressupostos que fundamentam:
pode ser avaliado com base em taxa de turnover e de
absenteísmo, em resultados de avaliações de desem- a) o sistema de produção contínua.
penho e em tipos de queixas no serviço médico. b) o dimensionamento de estoques.
( ) Certo c) a classificação de materiais.
( ) Errado d) o arranjo físico.
e) o sistema de produção em lotes.
03. (CESPE – TJ/AL) No que concerne aos princípios
da administração pública, assinale a opção correta. 06. (TRF 2ª 2012 - FCC - Analista Judiciário - Área Ad-
ministrativa) Numa visão estratégica de recursos humanos,
a) Em razão do princípio da continuidade, os serviços a soma dos conhecimentos, informações e experiência de
públicos não podem ser interrompidos, visto que se des- todos em uma empresa, que podem ser administrados a
tinam a atender os interesses da coletividade. Por isso, é fim de gerar riqueza e vantagem competitiva, é:
vedado àquele que contrata com a administração pública
valer-se da exceção de contrato não cumprido quando a a) inteligência emocional.
administração, sem ter cumprido sua obrigação, exige a sa- b) empowerment.
tisfação de obrigação de quem com ela contratou. c) downsizing.
b) A administração pública está obrigada a controlar os d) capital intelectual.
atos administrativos em relação ao mérito e à legalidade. e) capital social.
Nesse sentido, os atos inconvenientes ou inoportunos de-
vem ser retirados do ordenamento jurídico por meio da anu- 07. (AOCP/BRDE) Parte superior do formulário
lação, e os ilegítimos, por meio da revogação. A comunicação e relação interpessoal são apresen-
c) Dado o principio da publicidade, é imprescindível a tadas como habilidade interpessoal e comunicação,
divulgação dos atos, contratos e outros instrumentos cele- também chamadas de habilidades humanas e são con-
brados pela administração pública, de modo que os órgãos sideradas extremamente necessárias na vida de um ad-
e as entidades públicas são obrigados a divulgar informa- ministrador, em função de proporcionar
ções relativas à execução orçamentária e financeira, mas
não as referentes a despesas e receita. a) trabalho com eficácia e esforços cooperativos na di-
d) O princípio da moralidade apenas adquiriu conota- reção dos objetivos estabelecidos.
ção e significação jurídica para a administração pública a b) visão sistêmica da organização com envolvimento
partir da edição da Lei de Improbidade Administrativa, que das pessoas.
dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos c) trabalho com eficácia, empregabilidade e polivalên-
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de man- cia.
dato, cargo, emprego ou função na administração pública. d) visão sistêmica da organização e facilidade no uso
e) A administração pública direta, as autarquias e as de técnicas específicas.
fundações de direito público submetem-se aos princípios e) trabalho com eficácia e esforços individualizados na
administrativos constantes do texto constitucional; já as direção dos objetivos estabelecidos.
empresas públicas e as sociedades de economia mista, por
exercerem atividades de natureza econômica, não se sujei- 08. (CESPE/2018 – EBSERH – Psicólogo Organiza-
tam a tais princípios, mas ao sistema normativo aplicável às cional) Em relação à satisfação, à motivação e ao envol-
empresas privadas. vimento no trabalho, julgue o seguinte item.
O gestor que pretenda usar a teoria da hierarquia
04.(FGV/2018 - Câmara de Salvador/BA) Um siste- das necessidades de Maslow para diagnosticar o nível
ma de classificação eficaz deve abordar as seguintes atual de necessidades dos seus empregados a fim de
etapas: determinar iniciativas com vistas a satisfazê-las deve
ter cautela, pois não há respaldo científico para as cin-
a) identificação – simplificação – codificação – normali- co categorias da teoria, tampouco para a ideia de pre-
zação – padronização – catalogação; ponderância.
b) catalogação – simplificação – especificação – norma- ( ) Certo
tização – aglutinação – codificação; ( ) Errado
c) catalogação – complementação – identificação – nor-
matização – padronização – codificação;
d) sintetização – simplificação – normatização – padro-
nização – codificação – identificação;
e) catalogação – simplificação – flexibilização – norma-
lização – padronização – codificação.

Conhecimentos Específicos 232 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

09. Sobre a Administração de Materiais, considere 12. (PRF – Policial Rodoviário Federal – CESPE -
as seguintes afirmativas: 2013) A respeito da ética no serviço público, julgue os
I. Controle de produção, compras, controle de estoque, itens subsequentes.
movimentação de materiais, tráfego, recebimento, embar- O elemento ético deve estar presente na conduta de
que e armazenagem são funções relacionadas a ela. todo servidor público, que deve ser capaz de discernir o que
II. Seu enfoque fundamental é determinar o que, quanto é honesto e desonesto no exercício de sua função.
e como adquirir ao menor custo - desde o momento de sua ( ) Certo
concepção até seu consumo final - para repor o estoque. ( ) Errado
III. Atingir o equilíbrio Ideal entre estoque e consumo
é meta primordial; portanto, deve existir uma integração 13. (IADES - 2014 - UFBA - Assistente Administrati-
das atividades, como Compras, Recepção e Estocagem vo) Considerando a gestão da qualidade, assinale a alter-
desses materiais, com o Sistema de Abastecimento, que, nativa que apresenta uma vantagem que pode decorrer da
juntamente com outros componentes do Sistema, necessi- implementação do gerenciamento da qualidade nas orga-
tam de uma coordenação específica de forma a permitir a nizações.
racionalização de sua manipulação.
IV. Tem como finalidade gerir e coordenar esse aglo- a) Os produtos da organização tornam-se menos ven-
merado de atividades, insumos materiais e estabelecer dáveis.
normas, critérios e rotinas operacionais de modo que tudo b) O aumento da insatisfação dos clientes.
funcione regularmente. c) A redução da competitividade empresarial.
São verdadeiras: d) Os resultados operacionais ficam abaixo das expec-
tativas.
a) I, II, III e IV. e) A eliminação de defeitos e desperdícios.
b) Somente a I.
c) Somente a I e a II. 14. (TRT 10ª 2013 - CESPE - Analista Judiciário –
d) Somente a I, a II e a III. Administrativa) Julgue os itens a seguir, referentes a atos
administrativos.
10. (FCC – AL/SP) Parte superior do formulário A administração está obrigada a divulgar informações a
Um dos fatores de qualidade no atendimento ao pú- respeito dos seus atos administrativos, ressalvadas aque-
blico é a empatia. Empatia é las cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socieda-
de e do Estado e à proteção da intimidade das pessoas.
a) a capacidade de transmitir sinceridade, competência ( ) Certo
e confiança ao público. ( ) Errado
b) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato,
o que foi prometido ao público
c) o grau de cuidado e atenção individual que o aten- 15. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Técnico Judiciário - Co-
dente demonstra para com o público, colocando-se em seu nhecimentos Básicos) No que concerne aos princípios
lugar para um melhor entendimento do problema. da administração pública, assinale a opção correta.
d) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar
prontamente o cidadão a) Em razão do princípio da continuidade, os serviços
e) a habilidade em definir regras consensuais para o públicos não podem ser interrompidos, visto que se des-
efetivo atendimento tinam a atender os interesses da coletividade. Por isso, é
vedado àquele que contrata com a administração pública
11. (TRE/PE – 2017 - CESPE) O edital de licitação valer-se da exceção de contrato não cumprido quando a
terá de conter, obrigatoriamente, administração, sem ter cumprido sua obrigação, exige a sa-
tisfação de obrigação de quem com ela contratou.
a) indicação das sanções para o caso de inadimple- b) A administração pública está obrigada a controlar os
mento. atos administrativos em relação ao mérito e à legalidade.
b) a descrição técnica detalhada, minuciosa e exaurien- Nesse sentido, os atos inconvenientes ou inoportunos de-
te do objeto da licitação. vem ser retirados do ordenamento jurídico por meio da anu-
c) a indicação de que os critérios para julgamento serão lação, e os ilegítimos, por meio da revogação.
informados após a fase de habilitação. c) Dado o principio da publicidade, é imprescindível a
d) condições de pagamento que estabeleçam preferên- divulgação dos atos, contratos e outros instrumentos cele-
cia para empresas brasileiras. brados pela administração pública, de modo que os órgãos
e) a previsão de irrecorribilidade das decisões da co- e as entidades públicas são obrigados a divulgar informa-
missão de licitação. ções relativas à execução orçamentária e financeira, mas
não as referentes a despesas e receita.

Conhecimentos Específicos 233 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

d) O princípio da moralidade apenas adquiriu conotação e significação jurídica para a administração pública a partir da
edição da Lei de Improbidade Administrativa, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública.
e) A administração pública direta, as autarquias e as fundações de direito público submetem-se aos princípios admi-
nistrativos constantes do texto constitucional; já as empresas públicas e as sociedades de economia mista, por exercerem
atividades de natureza econômica, não se sujeitam a tais princípios, mas ao sistema normativo aplicável às empresas
privadas.

16. (FCC/TRT 8ª) Os contratos administrativos típicos diferenciam-se dos contratos privados, dentre outras
características, pela

a) finalidade pública como seu pressuposto.


b) presença de pessoas jurídicas como contratantes.
c) natureza do objeto.
d) imposição de cláusulas exorbitantes.
e) presença do Poder Público como parte contratante.

17. (AFPR/COPS-UEL) - Sobre sistemas de arquivos e protocolos, considere as afirmativas a seguir.


I. O método de arquivamento por assunto ou específico recupera arquivos através de seu conteúdo.
II. Os documentos públicos são identificados como ofício, recorrentes e fixos.
III. Os documentos de valor corrente são inalienáveis e imprescritíveis.
IV. Arquivos Públicos são arquivos de instituições governamentais de âmbito federal ou estadual ou munici-
pal.
Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas


b) Somente as afirmativas I e IV são corretas
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas

18. (CESPE/ANTAQ) Julgue o item que se segue, a respeito de arquivologia.


Ainda que tenham surgido novos suportes documentais, principalmente os documentos natodigitais, o con-
ceito de arquivo mantém-se inalterado.
( ) Certo
( ) Errado

19. (CONSULPLAN/TSE) Em relação à comunicação nas organizações, analise.


I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, em que todos os envolvidos mantêm uma ética relacional.
II. É possível melhorar a comunicação por meio de treinamento e desenvolvimento de pessoal.
III. A comunicação é elemento acessório no processo de busca de qualidade nas organizações.
Assinale

a) se apenas a afirmativa I estiver correta.


b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se apenas a afirmativa II estiver correta.
d) se apenas a afirmativa III estiver correta.

20. (UFES/2015 – UFES) O objetivo principal de um fluxograma é descrever a sequência (fluxo) de um pro-
cesso, seja manual ou mecanizado, especificando os recursos (documento, papel, disco, formulário ou qualquer
outro) usados como fonte para os dados e as informações. Em sua confecção, são usados símbolos convencio-
nados, que permitem poucas variações.
Considerando os símbolos convencionados para os fluxogramas e os sentidos a eles atribuídos, numere a
segunda coluna de acordo com a primeira.

Conhecimentos Específicos 234 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A alternativa que representa a sequência CORRETA de numeração da segunda coluna, de cima para baixo, é

a) III – V – IV – I – II
b) II – V – IV – I – III
c) II – IV – I – III – V
d) V – II – IV – I - III
e) IV – I – III – V – II

GABARITO

01 CERTO
02 CERTO
03 A
04 D
05 B
06 D
07 A
08 CERTO
09 A
10 C
11 A
12 CERTO
13 E
14 CERTO
15 A
16 D
17 B
18 CERTO
19 B
20 B

Conhecimentos Específicos 235 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

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Conhecimentos Específicos 236 A Opção Certa Para a Sua Realização

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