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ALE-RS
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO SUL

Técnico Legislativo

CONCURSO PÚBLICO Nº 01/2024

CÓD: SL-040FV-24
7908433249122
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos . .................................................................................................................................. 9
2. Coesão........................................................................................................................................................................................ 13
3. Ortografia oficial......................................................................................................................................................................... 14
4. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 15
5. Emprego de classes de palavras.................................................................................................................................................. 16
6. Emprego do sinal indicativo de crase . ....................................................................................................................................... 25
7. Sintaxe da oração e do período.................................................................................................................................................. 25
8. Pontuação................................................................................................................................................................................... 28
9. Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................. 30
10. Regência nominal e verbal.......................................................................................................................................................... 31
11. Pronomes: emprego, função referencial.................................................................................................................................... 34
12. Tempos e Modos verbais ........................................................................................................................................................... 34
13. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas e adequação da linguagem)........................................ 36

Raciocínio Lógico-Matemático
1. Estruturas Lógicas. formação de conceitos. discriminação de elementos.................................................................................. 43
2. Lógica de Argumentação............................................................................................................................................................. 54
3. Leis de Morgan........................................................................................................................................................................... 55
4. Diagramas Lógicos...................................................................................................................................................................... 55
5. Trigonometria............................................................................................................................................................................. 57
6. Matrizes, Determinantes e Solução de Sistemas Lineare........................................................................................................... 60
7. Álgebra........................................................................................................................................................................................ 68
8. Combinações, Arranjos e Permutação........................................................................................................................................ 77
9. Probabilidade, Variáveis Aleatórias e Principais Distribuições de Probabilidade........................................................................ 79
10. Geometria Plana. Geometria Espacial. Geometria Analítica...................................................................................................... 85
11. Progressões Aritméticas. Progressões Geométricas................................................................................................................... 98
12. Funções Matemáticas................................................................................................................................................................. 100
13. Juros Simples e Compostos......................................................................................................................................................... 104
14. Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de: raciocínio matemático (que envolvam, entre outros, conjun-
tos numéricos racionais e reais - operações, propriedades, problemas envolvendo as quatro operações nas formas fracioná-
ria e decimal; conjuntos numéricos complexos; números e grandezas proporcionais; razão e proporção; divisão proporcional;
regra de três simples e composta; porcentagem)....................................................................................................................... 106
15. raciocínio sequencial; orientação espacial e temporal; formação de conceitos; discriminação de elementos.......................... 119

Noções de Direito Administrativo


1. Administração Pública: conceitos; natureza e princípios básicos............................................................................................... 127
2. Organização administrativa: Administração direta e indireta; Autarquias e fundações públicas. Empresas públicas; Socieda-
des de economia mista; Entidades paraestatais......................................................................................................................... 130
3. Atos Administrativos: conceito, requisitos, atributos, classificação, espécies e invalidação...................................................... 135

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ÍNDICE

4. Contratos administrativos: conceito, peculiaridades e interpretação do contrato administrativo; Formalização, execução,


inexecução, alteração e rescisão de contrato............................................................................................................................. 146
5. Licitação: conceito, princípios, finalidades, objeto, modalidades............................................................................................... 161
6. Lei Federal nº 14.133/2021 - Lei de Licitações e Contratos Administrativos.............................................................................. 172
7. Cargos públicos; Provimento, promoção, vacância e remoção; Direitos e vantagens dos servidores públicos civis.................. 214
8. Lei Federal nº 8.429/1992 – Lei de improbidade Administrativa................................................................................................ 249

Noções de Direito Constitucional


1. Princípios Fundamentais: fundamentos, objetivos e princípios da República Federativa do Brasil segundo a Constituição
Federal em vigor......................................................................................................................................................................... 263
2. Direitos e Garantias Fundamentais: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; Direitos Sociais; Nacionalidade; Direitos Polí-
ticos............................................................................................................................................................................................. 264
3. Organização do Estado: Dos Estados Federados; Dos Municípios.............................................................................................. 274
4. Da Administração Pública; Dos Servidores Públicos................................................................................................................... 277
5. Organização dos Poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário........................................................................ 282
6. Da Segurança Pública.................................................................................................................................................................. 310
7. Lei Federal nº 12.527/2011 - Lei de Acesso à Informação.......................................................................................................... 311
8. Lei Federal nº 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)......................................................................... 318

Legislação Específica/Regimento Interno


1. Legislação Aplicável aos Servidores Públicos: Lei Complementar Estadual nº 10.098, de 03 de fevereiro de 1994, que dispõe
sobre o Estatuto e Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul........................................... 335
2. Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado do Rio grande do Sul – Resolução de Plenário n° 2.288/1991 e suas
alterações posteriores................................................................................................................................................................ 362
3. Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado do Rio grande do Sul – Resolução de Plenário n° 3137/2015 e altera-
ções posteriores ......................................................................................................................................................................... 396
4. Lei Estadual nº 14.688/2015 – Institui o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos e reorganiza o quadro de pessoal efetivo
da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências................................................................ 418

Noções De Ciência Política E Políticas Públicas


1. Conceitos básicos da ciência política: consenso; conflito; política; poder; autoridade; dominação; legitimidade, soberania,
ideologia, hegemonia................................................................................................................................................................. 439
2. Estado: Conceito e evolução do Estado moderno; Estado, governo e aparelho de Estado........................................................ 444
3. Temas centrais da teoria política clássica: constituição e manutenção da ordem política; contrato social; demarcação das
esferas pública e privada; repartição de poderes....................................................................................................................... 445
4. Weber e a dominação racional legal com quadro burocrático. Os quadros e meios administrativos do Estado........................ 447
5. O Estado de bem-estar social e os direitos civis, políticos e sociais. As crises do Estado de bem-estar social. Evolução do es-
tado de bem-estar social no Brasil e a noção de cidadania regulada......................................................................................... 448
6. Ideias e regimes políticos. Principais correntes ideológicas da política no século XIX: liberalismo e nacionalismo. A construção
dos Estados nacionais. Principais correntes ideológicas da política no século XX: democracia, fascismo, comunismo. O libera-
lismo no século XX...................................................................................................................................................................... 449

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ÍNDICE

7. Estruturação do Estado no Brasil: a construção da república, da democracia, da federação, dos aparelhos de Estado e da
administração pública federal..................................................................................................................................................... 449
8. Federalismo: Estado unitário e Estado federativo; relações entre esferas de governo e regime federativo.............................. 450
9. Relações entre política e administração; limites e possibilidades de atuação da esfera pública na produção e regulação de
bens públicos; instituições não governamentais e o exercício do poder público....................................................................... 450
10. O processo democrático a partir de 1985. A Constituição de 1988............................................................................................ 451
11. Democracia, descentralização, atores sociais, gestão local......................................................................................................... 451
12. Representação política: a organização dos partidos políticos e dos processos eleitorais, o funcionamento dos órgãos admi-
nistrativos, legislativos e de justiça; mecanismos administrativos e legislativos de controle estatal.......................................... 452

Realidade Sócio-Político-Histórica Do RS
1. O espaço natural: estrutura geológica e características do relevo............................................................................................. 459
2. ecossistemas florestais e não-florestais...................................................................................................................................... 459
3. o clima........................................................................................................................................................................................ 460
4. a rede hidrográfica...................................................................................................................................................................... 460
5. aproveitamento dos recursos naturais e impactos ambientais ................................................................................................. 461
6. A organização do espaço: aspectos históricos do processo de ocupação................................................................................... 461
7. dinâmica dos fluxos migratórios: aspectos étnicos e culturais................................................................................................... 462
8. Aspectos geopolíticos e planos de desenvolvimento regional................................................................................................... 463
9. Aspectos socioeconômicos: extrativismo florestal e mineral..................................................................................................... 463
10. estrutura fundiária e conflitos pela terra.................................................................................................................................... 464
11. fontes de energia: potencial hidrelétrico, hidrelétricas e meio ambiente.................................................................................. 465
12. transportes: a malha viária......................................................................................................................................................... 466
13. O processo de urbanização e rede urbana................................................................................................................................. 467
14. Cultura: música, literatura, artes e arquitetura.......................................................................................................................... 467
15. A questão ecológica: desmatamento, poluição das vias hídricas e alterações climáticas.......................................................... 469
16. A As regiões geográficas do RS e suas características................................................................................................................. 471

Noções De Administração Pública


1. Organização do Estado e da Administração Pública................................................................................................................... 477
2. Modelos teóricos de Administração Pública: patrimonialista, burocrático e gerencial.............................................................. 477
3. Experiências de reformas administrativas.................................................................................................................................. 479
4. O processo de modernização da Administração Pública............................................................................................................ 482
5. Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública....................................................................................... 482
6. Governabilidade, governança e accountability........................................................................................................................... 485
7. Governo eletrônico e transparência........................................................................................................................................... 488
8. Qualidade na Administração Pública.......................................................................................................................................... 496
9. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública....................................................... 497
10. Gestão Pública empreendedora................................................................................................................................................. 500
11. Ciclo de Gestão Governamental.................................................................................................................................................. 501

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ÍNDICE

12. Controle da Administração Pública.............................................................................................................................................. 502


13. Ética no exercício da função pública............................................................................................................................................ 508
14. Orçamento público e os parâmetros da política fiscal................................................................................................................. 509
15. Ciclo orçamentário....................................................................................................................................................................... 511
16. Orçamento e gestão das organizações do setor público.............................................................................................................. 515
17. Características básicas de sistemas orçamentários modernos: estrutura programática, econômica e organizacional para alo-
cação de recursos (classificações orçamentárias)........................................................................................................................ 516
18. Mensuração de desempenho e controle orçamentário.............................................................................................................. 517
19. Elaboração, Gestão e Avaliação Anual do PPA............................................................................................................................. 518
20. Modelo de gestão do PPA........................................................................................................................................................... 520

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LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem menos severas.”
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito 1988.
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
evento. severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
Interpretação de Textos ou não.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias incluídos socialmente.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Comentário da questão:
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
texto, seja ele escrito, oral ou visual. com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado afirmativa correta.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
podendo ser diferente entre leitores. Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
Exemplo de compreensão e interpretação de textos além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
um texto misto (verbal e visual): afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Esco- Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
lar Especial > 2015 afirmativa correta.
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
deias-secundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que Gêneros Discursivos
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Interpretação


romance nós temos uma história central e várias histórias secun- É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
dárias. quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
sas, previmos suas consequências.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações ças sejam detectáveis.
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Exemplos de interpretação:
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a tro país.
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- do que com a filha.
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais Opinião
curto. A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que que fazemos do fato.
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
como horas ou mesmo minutos. pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.

Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, anteriores:
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imagens. tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a do que com a filha. Ela foi egoísta.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
vencer o leitor a concordar com ele. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. mos expressando nosso julgamento.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
de destaque sobre algum assunto de interesse. principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as Exemplo:
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. com o sofrimento da filha.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo GÊNEROS E TIPOS DE TEXTOS
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação. Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
Fato classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato é uma dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma maneira, dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
através de algum documento, números, vídeo ou registro. Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.

Exemplo de fato: Como se classificam os tipos e os gêneros textuais


A mãe foi viajar. As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
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de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos As técnicas de coesão
tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à
são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se
inserem em cada tipo textual: As regras de coesão
Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam regras relacionadas abaixo sejam seguidas.
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem Referência
ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas – Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos.
e fábulas. Exemplo:
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem «Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de
lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, (retoma termo já mencionado).
em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc. – Comparativa: emprego de comparações com base em
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir semelhanças.
ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição, Exemplo:
conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, “Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos comparativa endofórica.
expositivos.
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo – Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes
de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é, demonstrativos.
caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é Exemplo:
composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos “Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.”
argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e Temos uma referência demonstrativa catafórica.
abaixo-assinado.
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de – Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido.
procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de Analise o exemplo:
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem “Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
de instruções, entre outros. Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao
o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de quaisquer informações ao texto.
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual –
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse.
COESÃO Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica
— Definições e diferenciação ciente de que o locutor está procurando por Ana.
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um
texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum – Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações.
entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais Exemplo:
para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão “Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação aconteceu.” Conjunção concessiva.
interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação
externa da mensagem. – Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem
parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido
— Coesão Textual aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado entre outros.
das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e Exemplo:
parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se “Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
realiza por meio de palavras denominadas conectivos. dando conta da demanda populacional.”
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— Coerência Textual são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas,
A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave);
que se origina da sua argumentação – consequência decorrente os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto decorrentes dessas funções, entre outros.  
redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da
dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais. com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
Observe os exemplos: O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
“A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
inacabado. As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
não consomem produtos de origem animal. As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
Princípios Básicos da Coerência – Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
– Relevância: as ideias têm que estar relacionadas. (quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
– Não Contradição: as ideias não podem se contradizer. – Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes. derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
York.  
Fatores de Coerência
– As inferências: se partimos do pressuposto que os Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
podem simplificar as informações. regras:
Exemplo:
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que «ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
voltagem da lavadora é 220w”. – Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
abacaxi.  
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de – Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
que existe um local adequado para ligar determinado aparelho. – Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem mexerica.   
de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa
memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
(roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo – Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa,
com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de verminose.
funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, – Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.
sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc. Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
Exemplo: – Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!” nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
burguês/burguesa.
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na – Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.
chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
nada têm a ver com o Natal. Porque, Por que, Porquê ou Por quê?
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
ORTOGRAFIA OFICIAL toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
porque/pois nada está molhado.  
— Definições – Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere cancelamento do show.  
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia
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– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e, Recebem acento gráfico:  


por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome – As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento -e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
do show.   – As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao -éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
Por quê?   Não recebem acento gráfico:
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
Parônimos e homônimos – As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e lêem leem.
apreender (capturar).
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
demonstrativo). Eles têm; Ele vem → Eles vêm.

Acentuação das palavras Oxítonas


ACENTUAÇÃO GRÁFICA As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
— Definição vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”.
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas Ex.: caqui, urubu.
palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. Acentuação das palavras Paroxítonas
Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima
tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as
as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados
língua portuguesa: abaixo. Observe as exceções:
– Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som – Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis,
aberto. Ex.: área, relógio, pássaro. hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e – Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex,
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico, esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.  
âncora, avô. – Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis,
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba – Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
tônica! tônus.  
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de – Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons.
determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a – Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns,
sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que quórum, quóruns.  
indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til – Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs,
(˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.  
exemplo semelhante é a palavra bênção.  
Acentuação das palavras Proparoxítonas
— Monossílabas Tônicas e Átonas Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração tática, trânsito.
da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos,
percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, Ditongos e Hiatos
temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. Acentuam-se:
Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica – Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
abaixo: mausoléu, sóis, véus.
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.” – As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
“Finalmente encontrei a chave do carro.” um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).

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Não se acentuam:
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: moinho, rainha, bainha.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.: juuna, xiita. xiita.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem, enjoo, magoo.

O Novo Acordo Ortográfico


Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou em vigor
em 2009:

1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.


Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo; vôo – voo; zôo – zoo.

2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.


Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; européia
– europeia.

3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.


Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taoismo.

4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que possuem -e tônico em hiato.


Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
revêem.

5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça –
linguiça.

6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo PARAR:
pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição “para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / preposição]
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / preposição]

EMPREGO DE CLASSES DE PALAVRAS

— Definição
As classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


– Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para se referirem a um ser específico por já ter sido mencionado ou
por ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
– Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento
não é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

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Outras funções do artigo — Adjetivo


– Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar
transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
emprego do artigo. Observe:   qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que ou extensão à palavra, locução, oração ou pronome.
teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.
– Indicação de posse: antes de palavras que atribuem Os tipos de adjetivos
parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir – Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo
relação de posse. Por exemplo: “No momento em que ela chegou, simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta
o marido já a esperava.”   mais de um radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente,
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido amarelo-limão).  
do sujeito “ela”, omitindo o pronomes possessivo dela. – Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos
– Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.:
valor aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse substantivo morte → adjetivo mortal; verbo lamentar → adjetivo
emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por lamentável).
volta de” e “aproximadamente. Observe: “Faz em média uns dez – Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou
anos que a vi pela última vez.” e Acrescente aproximadamente origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).  
umas três ou quatro gotas de baunilha.”
O gênero dos adjetivos
Contração de artigos com preposições – Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino,
Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.”
uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse / “Ana é uma amiga leal.”  
processo ocorre: – Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.”/”Menina
travessa”.

O número dos adjetivos


Por concordarem com o número do substantivo a que se
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim,
a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos
formosos.

O grau dos adjetivos


Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades).
– Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom
— Substantivo
quanto o anterior.”  
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais,
– Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do
qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os
que Luciana.”
substantivos se subdividem em:
– Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento
– Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que
do que a equipe.”   
nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula)
– Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo,
ou lugares (São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na
podendo ser:
sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
• Analítico: “A modelo é extremamente bonita.”
– Primitivos ou derivados: se não for formado por outra
• Sintético: “Pedro é uma pessoa boníssima.”
palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por
– Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:
outra palavra, é substantivo derivado (carruagem, planetário).
• Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.”
– Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres
• Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”  
reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que
nomeiam sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Pronome adjetivo
– Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
gado), constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
cães).  
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é
a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o
substantivo comum professora).

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Locução adjetiva
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras, que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente, consiste
na união preposição + substantivo ou advérbio. Exemplos:
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
– Paixão sem freio (paixão desenfreada).
– Associação de comércios (associação comercial).

— Verbo
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
– Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe o
exemplo do verbo “nutrir”:
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu significado).
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e, tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular ou
plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse no presente
do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações, tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; tu nutre; ele/
ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e/ou têm
desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito do indicativo: Eu
disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda conjugação (-er) tem seu
radical, diz, alterado, além de apresentar duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer fosse regular, sua conjugação
no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.

— Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou
acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemento), sendo que, para cada o caso reto, existe
um correspondente oblíquo.

CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nós, conosco.
Vós Vós, convosco.
Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2a pessoa – Tu Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa – Ele / Ela
a
Seu, sua, seus, suas

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Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se de termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação).
São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de
expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos
pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na 3a pessoa.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


Os seres ou objetos estão
Este, esta, estes, estas,
1a pessoa próximos da pessoa que
isto.
fala.

Os seres ou objetos estão


Esse, essa, esses, essas,
2a pessoa próximos da pessoa com
isso.
quem se fala.

Aquele, aquela, aqueles,


3a pessoa De quem/ do que se fala.
aquelas, aquilo.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada.
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
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– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS

Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo,


VARIÁVEIS
um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.

Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais,


INVARIÁVEIS
outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, ou seja, para prevenir a repetição
indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto,
VARIÁVEIS
quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.
— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
vlugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior,
“Coloquei-o cuidadosamente
depressa, devagar. Grande parte
no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO das palavras que terminam em
“Andou depressa por causa
“-mente”, como cuidadosamente,
da chuva.”
calmamente, tristemente.
“O carro está fora.”
“Procurei pelas chaves aqui e
Perto, longe, dentro, fora, acolá, mas elas estavam aqui, na
ADVÉRBIO DE LUGAR
aqui, lá, atrás. gaveta”
“Demorou, mas chegou
longe.”
Antes, depois, hoje, ontem, “Sempre que precisar de
ADVÉRBIO DE TEMPO amanhã, sempre, nunca, cedo, algo, basta chamar-me.” “Cedo ou
tarde tarde, far-se-á justiça.”

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“Eles formam um casal tão


Muito, pouco, bastante, tão, bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE
demais, tanto “Elas conversam demais!”
“Você saiu muito depressa.”
Sim e decerto; palavras
afirmativas com sufixo “-mente”
“Decerto passaram por aqui.”
(certamente, realmente). Palavras
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
como claro e positivo podem
“Entendi, sim.”
ser advérbio, dependendo do
contexto
Não e nem; palavras como
“Jamais reatarei meu namoro
negativo, nenhum, nunca, jamais,
com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO entre outras, podem ser advér-
“Sequer pensou para falar.”
bio de negação, dependendo do
“Não pediu ajuda.”
contexto.
Talvez, quiçá, porventura, e “Quiçá seremos recebidas.”
palavras que expressem dúvida, “Provavelmente, sairei mais
ADVÉRBIO DE DÚVIDA
acrescidas do sufixo “: -mente”, cedo.”
como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?”
(Oração interrogativa direta, que
Quando, como, onde, aonde,
indica causa)
donde, por que; esse advérbio
“Quando posso sair?” (oração
ADVÉRBIO DE INTERROGA- pode indicar circunstâncias de
interrogativa direta que indica
ÇÃO modo, tempo, lugar e causa; é
tempo)
usado somente em frases interro-
“Explica como você fez is-
gativas diretas ou indiretas.
so.”(oração interrogativa indireta,
que indica modo.

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado maior clareza e precisão.

– Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

– Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
– Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função
o sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

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Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:
“É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

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Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência.
Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três...), ordinais (primeiro, segundo, terceiro...), fracionários (meio, terço, quarto...) e
multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo...). Antes de nos profundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais e suas três
principais finalidades:
1 – indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10° (Parágrafo 10).
2 – indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – indicar capítulos, séculos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo utiliza-se o
numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

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Os tipos de numerais – Exemplo 1) ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.”


– Cardinais: são os números em sua forma fundamental e Em ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
exprimem quantidades. preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil. linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas
– alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, conforme o contexto.
quinhentos/quinhentas). – Exemplo 2) “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
– alguns números cardinais variam em número, como é o caso: o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante. preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– a palavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste, que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
mas os dois/ambos foram reprovados. valor estrutural (gramática).
– Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro,
segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a Classificação das preposições
ordem de sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de – Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
objetos. apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
– os numerais ordinais variam em gênero (masculino e podem assumir essa atribuição. São elas:
feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas,
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.
– alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo.
Exemplo: A carne de segunda está na promoção. Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
– Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
quartos (¾), 1/12 avos. por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.
– os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de Locuções prepositivas
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
– Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo. prepositivas.
– em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios,
duplos sentidos.
– Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12
unidades).
– os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.

— Preposição
Essa classe de palavras tem o objetivo de marcar as relações
gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e
advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas
relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado,
as preposições não possuem significado próprio se isoladas no
discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe
gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização
e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico,
— Interjeição
que gera significado e sentido, esteja presente, apenas possui um
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
menor valor.
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc.,
Classificação das preposições
por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades
Preposições essenciais: só aparecem na língua propriamente
autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais
como preposições, sem outra função. São elas:
elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas
também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do
interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
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– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras Exemplos:


que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de “Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”. “Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!” “Comprei o carro / a moto.”
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!” “Irei ao evento / à festa.”

Os tipos de interjeição 2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir,
De acordo com as reações que expressam, as interjeições chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
podem ser de: ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não
deve ser empregado.
Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”

3 – Troque o termo regente da preposição a por um que


estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta
de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua
filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você /
Gosto de você / Penso em você.”

4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que


expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “Tudo às avessas.”
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, “Barcos à deriva.”
em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a
(preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela 5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
(pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção “moda de”, ficando somente o à explícito.
das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras Exemplos:
femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos “Arroz à (moda) grega.”
aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal “Bife à (moda) parmegiana.”
inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno
de união representado pelo acento grave. Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
A crase pode ser a contração da preposição a com: de horas especificadas e definidas: Exemplos:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não “À uma hora.”
assistiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
“Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às
quais devemos o maior respeito e consideração”. Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao
estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um
Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem
duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que
construção sintática. ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e
Técnicas para o emprego da crase orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive.
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período.
palavra feminina. Vejamos:
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Frase — Análise Sintática


Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a
que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente estrutura de um período e das orações que compõem um período.
uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem
não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos, sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais
discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”. se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe
a seguir as especificidades de cada tipo.
A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada,
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a respectivos exemplos a seguir:
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
ser compreendida pelo interlocutor. que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
sobre o sujeito).
Oração Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem respectivos casos:
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O “Fred fez um lindo discurso.”
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Um lindo discurso Fred fez.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é. “Fez um lindo discurso, Fred.”
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não
contém verbo. – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase concordância verbal.
como oração. – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma – Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez, Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras – Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função concordância do verbo o destaca de forma indireta.
sintática diferente. – Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração
e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou determiná-lo.
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. Esse sujeito pode aparecer com:
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. – Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
– Oração simples: “Eu quero silêncio.” padeiro.”».
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o – Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
noticiário”. estiver lá.”

Período – Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado,


É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal.
sentido completo. Assim como as orações, o período também pode Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da
ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma “Choveu muito ontem”.
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à “Era uma hora e quinze”.
classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - – Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e
apresenta apenas um verbo. verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez,
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou também recebem sua classificação, conforme abaixo:
ficarei preocupada.” - contém dois verbos.

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– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante – “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que
para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo “satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa nominal.
compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser – “O entregador atravessou rapidamente pela viela. –
direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e “rapidamente” é advérbio de modo.
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e – “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.” substantivo.
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar, – Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam
cair, mergulhar, correr. a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim,
– Verbo de ligação: servem para expressar características de estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por.
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação passiva:
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”). – “O cachorro foi alvo do meu medo.”
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração.
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, 3 – Termos acessórios da oração
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é para complementar a informação, exprimindo circunstância,
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo abaixo quais são eles:
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou “Dormimos muito.”
palavra substantivada.
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da
aula. Por isso, estavam contentes. O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair” “Maria escreve bastante bem.”
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.

2 – Termos integrantes da oração Os adjuntos adverbiais podem ser:


Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma – Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos – Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva. – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos tempo).
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
exigindo preposição. com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido pronomes adjetivos. Analise o exemplo:
seja compreendido. “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
de escola.”
Quanto ao objeto direto, podemos ter: – Sujeito: “jovem apaixonado”
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.” – Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o – Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê”
acontecido.” – Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam
os aparelhos.» o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração
– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os
de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos, adjuntos adnominais de “colega”.
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
os exemplos: – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
informação já completa. Observe os exemplos:
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“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.” – Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
“Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.” espero por você.»
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem estivesse cansado, concluiu a maratona.”
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa como se ainda vivesse no interior.”
do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a – Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
apelo. Observe: – Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
“Ei, moça! Seu documento está pronto!” me exercito, mais tenho disposição.”
“Senhor, tenha misericórdia de nós!” – Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que
“Vista o casaco, filha!” passou no concurso, mudou-se para o interior.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
— Estudo da relação entre as orações enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
Os períodos compostos são formados por várias orações.
As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
subordinação. PONTUAÇÃO
– Período composto por coordenação: é formado por
orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções
ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas — Visão Geral
individualmente porque apresentam sentidos completos. O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais
Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas: gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
doces.” e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
preparei os doces.” gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou compreensão da frase.
preparo os doces.” O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
logo, passou no exame.” tipos textuais;
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame – Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
porque estudou bastante.” – Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
– Período composto por subordinação: são constituídos por
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas — Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas enunciado
de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos: Vírgula
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
que o suspeito era realmente o culpado.” para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
queria que isso acontecesse.” se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.” tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
– Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
expectativa de que os planos serão melhores em breve!” empregada:
– Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
é que meus pais são saudáveis.” • No interior da sentença
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
– Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!” ENUMERAÇÃO
– Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
felizes que pulamos de alegria.”
– Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando REPETIÇÃO
para que nós chegássemos a casa em segurança.”
– Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu Os arranjos estão lindos, lindos!
cheguei, eles iniciaram o trabalho.” Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.

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2 – Isolar o vocativo • Antes da conjunção “e”


“Crianças, venham almoçar!” 1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire
“Quando será a prova, professora?” valores que não expressam adição, como consequência ou
diversidade, por exemplo.
3 – Separar apostos “Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
4 – Isolar expressões explicativas: que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi alguma ideia, por exemplo:
responsabilizado.” “(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
5 – Separar conjunções intercaladas esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”
3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado: apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos “A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
funcionários do setor.”
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.” O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado: e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
“Estas alegações, não as considero legítimas.” e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas apositiva nem se apresente inversamente).
por conjunções)
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.” Ponto
1 – Para indicar final de frase declarativa:
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas: “O almoço está pronto e será servido.”
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
2 – Abrevia palavras:
10 – Marcar a omissão de um termo: – “p.” (página)
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo – “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
“fazer”). – “Dr.” (Doutor)

• Entre as sentenças 3 – Para separar períodos:


1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas “O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
Ponto e Vírgula
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e 1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”: orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos “Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
ajudasse.” nossa amiga, de praticar esportes.”

3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a 2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
principal: “Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.” Mercúrio;
Vênus;
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas Terra;
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal: Marte;
Júpiter;
Por ser sempre assim, ninguém dá Saturno;
Reduzida Urano;
atenção!
Netuno.”
Porque é sempre assim, já ninguém dá
Desenvolvida
atenção! Dois Pontos
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas,
5 – Separar as sentenças intercaladas: enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu ideias anteriores.
leito, até que você se recupere por completo.” “Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela
grande ofensa.”

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2 – Para introduzirem citação direta: 2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente “— Vou partir em breve.
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se — Vá com Deus!”
transforma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens: 3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Ele gritava repetidamente: “Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
– Sou inocente!”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
Reticências “Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
sintaticamente: Aspas
“Quem sabe um dia...” 1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar “Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
ainda.” “A reunião será feita ‘online’.”

3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o 2 – Para indicar uma citação direta:
objetivo de prolongar o raciocínio: “A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas Assis)
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).

4 – Suprimem palavras em uma transcrição: CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL


“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
Raimundo Fagner).
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal
Ponto de Interrogação estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
1 – Para perguntas diretas: – Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
“Quando você pode comparecer?” sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a,
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para 2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é
destacar o enunciado: flexionado para concordar com o sujeito.
“Não brinca, é sério?!” – Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
Ponto de Exclamação da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
1 – Após interjeição: e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
“Nossa Que legal!” formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
concordância ocorre em gênero e pessoa
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
“Infelizmente!” Casos específicos de concordância verbal
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
3 – Após vocativo situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
“Ana, boa tarde!” I – Quando houver um sujeito definido;
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
4 – Para fechar de frases imperativas: III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
“Entre já!” forem distintos.

Parênteses Observe os exemplos:


a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases “Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou “Isto é para nós solicitarmos.”
a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
sempre) verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
quem seria promovido.” da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
Travessão imperativos.
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“O rapaz perguntou ao padre: Exemplos:
— Amar demais é pecado?” “Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”
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Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo
verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular, concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
tendo em vista que não existe um sujeito. – “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
Observe os casos a seguir: – “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
nevar, amanhecer. Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.» ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas substantivo deve estar no plural:
professoras vigiando as crianças.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
duas horas que estamos esperando.” xadrez.”
– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes xadrez.”
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
no singular ou no plural: expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.” houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino
do que ocorreria.” singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, proibido circulação de pessoas não identificadas.”
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou – “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
permanece na 3a pessoa do singular: de crianças acompanhadas.”
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.» Concordância nominal com menos: a palavra menos
permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo advérbio ou adjetivo:
concorda com o termo que antecede o pronome: – “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.» – “Menos problema /menos problemas.”
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe,
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do gênero e número com o substantivo quando exercem função de
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos adjetivo:
ou por verbos transitivos indiretos: – “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.” – “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural: REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”

Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos
ser empregada: o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos termos denominamos regência.
entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das — Regência Nominal
pessoas entenderam.” É a relação entre um nome o seu complemento por meio de
uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve ou um advérbio e será o termo determinante.
concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido
mas também concordar com a forma no masculino plural: estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.” Observe os exemplos:
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.” “A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

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Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.
REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A
acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  
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No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

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b) Subjuntivo: apresenta o fato verbal de maneira duvidosa, hi-


PRONOMES: EMPREGO, FUNÇÃO REFERENCIAL potética. Ex.: que eu venda.

c) Imperativo: apresenta o fato verbal como objeto de uma or-


PRONOMES: EMPREGO dem. Ex.: venda!

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado 4) Tempos: são três.
em tópicos anteriores. a) Presente: falo

Função Referencial b) Pretérito:


A função referencial tem como objetivo principal informar, re- - Perfeito: falei
ferenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da - Imperfeito: falava
comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural, - Mais-que-perfeito: falara
o que enfatiza sua impessoalidade.
Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os Obs.: O pretérito perfeito indica uma ação extinta; o imperfei-
materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por to, uma ação que se prolongava num determinado ponto do pas-
meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, sado; o mais-que-perfeito, uma ação passada em relação a outra
sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem. ação, também passada. Ex.:
Eu cantei aquela música. (perfeito)
Exemplo de uma notícia: Eu cantava aquela música. (imperfeito)
O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global Quando ele chegou, eu já cantara. (mais-que-perfeito)
para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedica-
da ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi c) Futuro:
decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o - Do presente: estudaremos
objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo - Do pretérito: estudaríamos
exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentá-
rias. Em 75% das nações participantes, o nível de atividade física Obs.: No modo subjuntivo, com relação aos tempos simples,
praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomendado temos apenas o presente, o pretérito imperfeito e o futuro (sem
para garantir um crescimento saudável e um envelhecimento de divisão). Os tempos compostos serão estudados mais adiante.
qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esquele-
tos fortes e funções cognitivas preservadas. De “A” a “F”, a maioria 5) Vozes: são três.
dos países tirou nota “D”. a) Ativa: o sujeito pratica a ação verbal.
Ex.: O carro derrubou o poste.
TEMPOS E MODOS VERBAIS b) Passiva: o sujeito sofre a ação verbal.
- Analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar.
FLEXÃO VERBAL Ex.: O poste foi derrubado pelo carro.

1) Número: singular ou plural - Sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se.


Ex.: ando, andas, anda → singular Ex.: Derrubou-se o poste.
andamos, andais, andam → plural
Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou partícula
2) Pessoas: são três. apassivadora) na sétima lição: concordância verbal.
a) A primeira é aquela que fala; corresponde aos pronomes eu
(singular) e nós (plural). c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece um
Ex.: escreverei, escreveremos. pronome reflexivo. Ex.: O garoto se machucou.

b) A segunda é aquela com quem se fala; corresponde aos pro- Formação do Imperativo
nomes tu (singular) e vós (plural). 1) Afirmativo: tu e vós saem do presente do indicativo menos a
Ex.: escreverás, escrevereis. letra s; você, nós e vocês, do presente do subjuntivo.
Ex.: Imperativo afirmativo do verbo beber
c) A terceira é aquela acerca de quem se fala; corresponde aos Bebo → beba
pronomes ele ou ela (singular) e eles ou elas (plural). bebes → bebe (tu) bebas
Ex.: escreverá, escreverão. bebe beba → beba (você)
bebemos bebamos → bebamos (nós)
3) Modos: são três. bebeis → bebei (vós) bebais
a) Indicativo: apresenta o fato verbal de maneira positiva, indu- bebem bebam → bebam (vocês)
bitável. Ex.: vendo. Reunindo, temos: bebe, beba, bebamos, bebei, bebam.

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2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra não. 3) Do infinitivo impessoal derivam:
Ex.: beba
bebas → não bebas (tu) a) o imperfeito do indicativo.
beba → não beba (você) Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam.
bebamos → não bebamos (nós)
bebais → não bebais (vós) b) o futuro do presente.
bebam → não bebam (vocês) Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis,
Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não bebais, caberão.
não bebam.
c) o futuro do pretérito.
Observações: Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos, caberíeis,
a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular, eu; a caberiam.
terceira pessoa é você.
d) o infinitivo pessoal.
b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do pre- Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, cabe-
sente do indicativo. Eis o seu imperativo: rem.
- Afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam.
- Negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não e) o gerúndio.
sejam. Ex.: caber → cabendo.

c) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode f) o particípio.


mudar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos Ex.: caber → cabido.
passar para tu, e vice-versa.
Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu) Tempos Compostos
Peça agora a sua comida. (tratamento: você) Formam-se os tempos compostos com o verbo auxiliar (ter ou
haver) mais o particípio do verbo que se quer conjugar.
d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo afir-
mativo, perder também a letra e que aparece antes da desinência s. 1) Perfeito composto: presente do verbo auxiliar mais particí-
Ex.: faze (tu) ou faz (tu) pio do verbo principal.
dize (tu) ou diz (tu) Ex.: tenho falado ou hei falado → perfeito composto do indica-
tivo tenha falado ou haja falado → perfeito composto do subjuntivo.
e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego do
imperativo. É assunto muito cobrado em concursos públicos. 2) Mais-que-perfeito composto: imperfeito do auxiliar mais
particípio do principal.
Tempos Primitivos e Tempos Derivados Ex.: tinha falado → mais-que-perfeito composto do indicativo.
1) O presente do indicativo é tempo primitivo. Da primeira pes- tivesse falado → mais-que-perfeito composto do subjuntivo.
soa do singular sai todo o presente do subjuntivo.
Ex.: digo → que eu diga, que tu digas, que ele diga etc. 3) Demais tempos: basta classificar o verbo auxiliar.
dizes Ex.: terei falado → futuro do presente composto (terei é futuro
diz do presente).
Obs.: isso não ocorre apenas com os poucos verbos que não
apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular. Verbos Irregulares Comuns em Concursos
Ex.: eu sou → que eu seja. É importante saber a conjugação dos verbos que seguem. Eles
eu sei → que eu saiba. estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos mais pro-
blemáticos.
2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda pessoa 1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem integral-
do singular saem: mente o verbo pôr.
Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc.
a) o mais-que-perfeito. pus → compus, repus, expus etc.
Ex.: coubeste → coubera, couberas, coubera, coubéramos,
coubéreis, couberam. 2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente o
verbo ter.
b) o imperfeito do subjuntivo. Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc.
Ex.: coubeste → coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, tiveste → retiveste, mantiveste etc.
coubésseis, coubessem.
3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem integralmente o
c) o futuro do subjuntivo. verbo vir.
Ex.: coubeste → couber, couberes, couber, coubermos, couber- Ex.: vierem → intervierem, provierem etc.
des, couberem. vim → intervim, convim etc.

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4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o verbo 13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros termina-
ver. dos em ear)
Ex.: vi → revi, previ etc. a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia, passea-
víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc. mos, passeais, passeiam.
b) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie, passee-
Observações: mos, passeeis, passeiem.
- Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado se-
gue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo primitivo Observações:
e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão origem a verbos - Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam o diton-
derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. Para eles, vale a mesma go ei nas formas rizotônicas, mas apenas nos dois presentes.
regra explicada acima. - Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto.
Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente se Ex.: estreio, estreias, estreia; ideio, ideias, ideia.
fala por aí).
14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares.
- Requerer e prover não seguem integralmente os verbos que- Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam.
rer e ver. Eles serão mostrados mais adiante.
Observações:
5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, cre- - Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas rizotônicas.
mos, crestes, creram.
- Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar, ape-
6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo fe- sar de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei.
chado em todos os tempos, inclusive o presente do indicativo. Ex.: A Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam,
bomba estoura. (e não estóra, como normalmente se diz). medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, medeiem.

7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir, expe- 15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do pre-
lir, repelir: sente do indicativo e, consequentemente, em todo o presente do
a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, ade- subjuntivo.
rimos, aderem. Ex.: requeiro, requeres, requer
requeira, requeiras, requeira
b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, adi- requeri, requereste, requereu
rais, adiram.
16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito perfei-
Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na primeira to, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no futuro do
pessoa do singular do presente do indicativo e em todas do presen- subjuntivo e no particípio; nos demais tempos, acompanha o verbo
te do subjuntivo. ver.
Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera; pro-
8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: vesse, provesses, provesse etc.
a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo, enxá- provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei, prove-
guas, enxágua. rás, proverá etc.

b) presente do subjuntivo: águe, águes, águe; enxágue, enxá- 17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir, colorir, res-
gues, enxágue. sarcir, demolir, acontecer, doer são verbos defectivos. Estude o que
falamos sobre eles na lição anterior, no item sobre a classificação
9) Arguir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi, argui- dos verbos. Ex.: Reaver, no presente do indicativo: reavemos, rea-
mos, arguis, argúem. veis.

10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do subjuntivo:


apazigúe, apazigúes, apazigúe, apaziguemos, apazigueis, apazi- REDAÇÃO (CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES
gúem. CORRETAS E INCORRETAS E ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM)

11) Mobiliar:
a) presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília, mobilia- A redação é uma habilidade que requer prática constante e
mos, mobiliais, mobíliam. atenção aos detalhes. Um dos principais desafios para os escritores
é o confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas. Afi-
b) presente do subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie, mobilie- nal, uma única palavra mal colocada ou uma pontuação equivocada
mos, mobilieis, mobíliem. podem alterar completamente o sentido de uma frase.
12) Polir, no presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos,
polis, pulem.

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Para evitar erros de gramática, ortografia e pontuação, é impor- O confronto entre frases corretas e incorretas é uma prática
tante estar atento às regras básicas da língua portuguesa e praticar que pode ajudar nesse processo de aprendizado e aprimoramento
a leitura e escrita constantemente. Neste texto, abordaremos algu- da escrita. Com a prática constante, é possível identificar com mais
mas dicas para confrontar e reconhecer frases corretas e incorretas. facilidade os erros e produzir textos de qualidade, que cumpram
com eficiência os objetivos comunicativos.
— O papel da gramática na escrita
A gramática é a base da escrita. Dominar as regras gramaticais
é fundamental para a construção de frases corretas e para a com- QUESTÕES
preensão das estruturas da língua. Além disso, a gramática também
ajuda a tornar a escrita mais clara e precisa.
Porém, é importante lembrar que a gramática não é a única 1. PREFEITURA DE LUZIÂNIA-GO – PROFESSOR I – AROEIRA –
responsável pela qualidade da escrita. A criatividade, a originalida- 2021
de e a capacidade de comunicação do autor também são funda- Nos enunciados abaixo, pode-se observar a presença de
mentais para a escrita de um bom texto. diferentes tipologias textuais como base dos gêneros materializados
nas sequências enunciativas. Numere os parênteses conforme o
— Reconhecendo erros gramaticais código de cada tipologia.
Para confrontar e reconhecer frases corretas e incorretas, é ( ) 1 - --- Não; é casada. --- Com quem? --- Com um estancieiro
preciso conhecer as principais regras gramaticais. Alguns dos erros do Rio grande. --- Chama-se? --- Ele? Fonseca, ela, Maria Cora.
mais comuns na escrita são: --- O marido não veio com ela? --- Está no Rio Grande. (ASSIS,
– Erros de concordância: quando o sujeito e o verbo não con- Machado de Assis.Maria Cora.)
cordam em número ou pessoa. Exemplo: “O menino fomos ao ci- ( ) 2 - Ao acertar os seis números na loteria, Paulo foi para casa,
nema”. entrou calado no quarto e dormiu.
– Erros de ortografia: quando as palavras são escritas de forma ( ) 3 - Incorpore em sua vida quatro sentimentos positivos: a
incorreta. Exemplo: “Casa branca” ao invés de “Casa Branca”. compaixão, a generosidade, a alegria e o otimismo.
– Erros de pontuação: quando os sinais de pontuação são uti- ( ) 4 - No meu ponto de vista, a mulher ideal deve ter como
lizados de forma equivocada. Exemplo: “Eu gosto de pizza, batata características físicas o cabelo liso, pele macia, olhos claros,
frita e refrigerante.” ao invés de “Eu gosto de pizza, batata frita, e nariz fino. Ser amiga, compreensiva e, acima de tudo, ser
refrigerante.” fiel. (ALVES, André, Escola. Estadual Pereira Barreto. Texto
– Erros de regência: quando o uso da preposição é inadequa- adaptado.)
do. Exemplo: “Ele assistiu a filme” ao invés de “Ele assistiu ao filme”. ( ) 5 - As palavras mal empregadas podem ter efeitos mais
Para evitar esses erros, é importante ler bastante, praticar a negativos do que os traumas físicos.
escrita constantemente e buscar ajuda de ferramentas de correção ( 1 ) narrativa;
de texto. ( 2 ) dialogal;
( 3 ) argumentativa;
— A importância da revisão ( 4 ) injuntiva;
Além de reconhecer erros gramaticais, é importante revisar o ( 5 ) descritiva.
texto antes de entregá-lo. A revisão permite corrigir erros de digita- Está correta a alternativa:
ção, verificar se as ideias foram expostas de forma clara e coerente, (A) 1 - 2 - 3 - 4 - 5.
além de identificar possíveis repetições ou informações desneces- (B) 1 - 3 - 2 - 4 - 5.
sárias. (C) 2 - 1 - 4 - 5 - 3.
Para revisar um texto, é importante deixá-lo “descansar” por (D) 4 - 3 - 2 - 5 - 1.
algumas horas ou até mesmo um dia, para que o autor possa ter
uma visão mais crítica e objetiva sobre ele. Durante a revisão, é im- 2. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio-
portante também utilizar recursos como o dicionário e a gramática, teconomia- O rio de minha terra é um deus estranho.
além de pedir ajuda de colegas ou profissionais especializados em Ele tem braços, dentes, corpo, coração,
revisão de texto. muitas vezes homicida,
foi ele quem levou o meu irmão.
— Conclusão É muito calmo o rio de minha terra.
Confrontar e reconhecer frases corretas e incorretas é funda- Suas águas são feitas de argila e de mistérios.
mental para a escrita de um bom texto. Dominar as regras grama- Nas solidões das noites enluaradas
ticais é importante, mas não basta para escrever com qualidade. a maldição de Crispim desce
É preciso também compreender a lógica da construção textual, a sobre as águas encrespadas.
coesão e coerência das ideias e ter um bom repertório vocabular. O rio de minha terra é um deus estranho.
Por isso, é importante para quem está se preparando para um Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
concurso público, ou mesmo para quem deseja aprimorar suas ha- para subir as poucas rampas do seu cais.
bilidades na escrita, dedicar-se a leitura de bons livros e a prática Foi conhecendo o movimento da cidade,
constante de produção textual. Além disso, é importante estar sem- a pobreza residente nas taperas marginais.
pre atento às regras gramaticais, e reconhecer quando uma frase Pois tão irado e tão potente fez-se o rio
está incorreta ou não. que todo um povo se juntou para enfrentá-lo.
Mas ele prosseguiu indiferente,
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carregando no seu dorso bois e gente, 4. FGV - 2022 - TJ-DFT - Oficial de Justiça Avaliador Federal-
até roçados de arroz e de feijão. “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento
Na sua obstinada e galopante caminhada, dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfei-
destruiu paredes, casas, barricadas, tores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo
deixando no percurso mágoa e dor. é:
Depois subiu os degraus da igreja santa (A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu ma-
e postou-se horas sob os pés do Criador. rido ficará em casa;
E desceu devagarinho, até deitar-se (B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o
novamente no seu leito. que ele também procura;
Mas toda noite o seu olhar de rio (C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei
fica boiando sob as luzes da cidade. para comprar isso amanhã;
(Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha (D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um
terra. Disponível em: https://www.escritas.org) guarda-chuva;
No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas- (E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar
sifica-se como intransitáveis.
(A) pronome.
(B) preposição. 5. FGV - 2022 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Segurança da Infor-
(C) artigo. mação- “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo
(D) advérbio. menos do que com a vida. Apenas um livro me ensinou muito: o
(E) conjunção. dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas também adoro a estrada,
um dicionário muito mais maravilhoso.”
3. INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para res- Depreende-se desse pensamento que seu autor:
ponder à questão que a ele se refere. (A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;
Texto 01 (B) deve tudo que conhece ao dicionário;
(C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
(D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E)constatou que os dicionários registram o melhor da vida.

6. COTEC - 2022 - Prefeitura de Paracatu - MG - Técnico Higiene


Dental - INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para
responder à questão que a ele se refere.
Texto 01

Disponível em: http://bichinhosdejardim.com/triste-fim-rela-


coes-afetivas/. Acesso em: 18 set. 2022.
A vírgula, na fala do primeiro quadro, foi usada de acordo com
a norma para separar um
(A) vocativo.
(B) aposto explicativo.
(C) expressão adverbial.
(D) oração coordenada.
(E) predicativo.
Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/38102601. Aces-
so em: 18 set. 2022.
De acordo com o texto, “[...] sair de um acidente em alta velo-
cidade pelo vidro da frente” indica uma
(A) solução.
(B) alternativa.
(C) prevenção.
(D) consequência.
(E) precaução.

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7. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Mé- (D) A forma verbal “acreditarem” (quarto período do terceiro
dico Texto CG1A1 parágrafo) concorda com “educadores” e por isso está flexio-
Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo nada no plural.
eram consideradas incapazes de aprender simplesmente por (E) No primeiro período do terceiro parágrafo do texto, é facul-
possuírem uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não tativo o emprego da vírgula imediatamente após “Libras”.
era diferente. Essa visão capacitista só começou a mudar a
partir do século XVI, com transformações que ocorreram, num 8. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário -
primeiro momento, na Europa, quando educadores, por conta Área Judiciária- A chama é bela
própria, começaram a se preocupar com esse grupo. Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma bela
Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do
dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolu-
conhecido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audi- tamente novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles
ção ainda aos 12 anos; contudo, como era membro de uma deixavam a televisão de lado. A chama era mais bela e variada
família nobre da França, teve, desde cedo, acesso à melhor do que qualquer programa, contava histórias infinitas, não se-
educação possível de sua época e, assim, aprendeu a língua de guia esquemas fixos como um programa televisivo.
sinais francesa no Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Pa- O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do in-
ris. No Brasil, tomando-se como inspiração a iniciativa de Huet, flamar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode
fundouse, em 26 de setembro de 1856, o Imperial Instituto de ser a luz ofuscante que os olhos não podem fixar, como não
SurdosMudos, instituição de caráter privado. No seu percur- podem encarar o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol),
so, o instituto recebeu diversos nomes, mas a mudança mais mas devidamente amestrado, quando se transforma em luz de
significativa se deu em 1957, quando foi denominado Instituto vela, permite jogos de claro-escuro, vigílias noturnas nas quais
Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está em funcio- uma chama solitária nos obriga a imaginar coisas sem nome...
namento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de moder- O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância
nização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, com cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à
suas discussões sobre educação de surdos. chama branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sen-
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram tido, a natureza do fogo é ascensional, remete a uma transcen-
grande influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que dência e, contudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele
foi ganhando espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada vive no coração da Terra, é também símbolo de profundidades
pelos surdos brasileiros. Contudo, nesse mesmo período, mui- infernais. É vida, mas é também experiência de seu apagar-se e
tos educadores ainda defendiam a ideia de que a melhor ma- de sua contínua fragilidade.
neira de ensinar era pelo método oralizado, ou seja, pessoas (Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janei-
surdas seriam educadas por meio de línguas orais. Nesse caso, ro: Record, 2021, p. 54-55)
a comunicação acontecia nas modalidades de escrita, leitura, Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
leitura labial e também oral. No Congresso de Milão, em 11 de (A) Os filhos do autor diante da lareira, não deixaram de se es-
setembro de 1880, muitos educadores votaram pela proibição pantar, com o espetáculo inédito daquelas chamas bruxulean-
da utilização da língua de sinais por não acreditarem na efetivi- tes.
dade desse método na educação das pessoas surdas. (B) Como metáfora, o fogo por conta de seus inúmeros atribu-
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da tos, chega mesmo a propiciar expansões, simbólicas e metafó-
Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, ricas.
a Libras continuou sendo utilizada devido à persistência dos (C) Tanto como a do Sol, a luz do fogo, uma vez expandida,
surdos. Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua pode ofuscar os olhos de quem, imprudente, ouse enfrentá-la.
Brasileira de Sinais, e os surdos continuaram lutando pelo seu (D) O autor do texto em momentos descritivos, não deixa de
reconhecimento e regulamentação por meio de um projeto de insinuar sua atração, pela magia dos poderes e do espetáculo
lei escrito em 1993. Porém, apenas em 2002, foi aprovada a do fogo.
Lei 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (E) Disponíveis metáforas, parecem se desenvolver quando,
(Libras) como meio legal de comunicação e expressão no país. por amor ou por ódio extremos somos tomados por paixões
Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações) incendiárias.
Assinale a opção correta a respeito do emprego das formas ver-
bais e dos sinais de pontuação no texto CG1A1. 9. AGIRH - 2022 - Prefeitura de Roseira - SP - Enfermeiro 36
(A) A correção gramatical e a coerência do texto seriam preser- horas - Assinale o item que contém erro de ortografia.
vadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “mas” (A) Na cultura japonesa, fica desprestigiado para sempre quem
(primeiro período do quarto parágrafo) fosse eliminada. inflinge as regras da lealdade.
(B) A forma verbal “tiveram” (primeiro período do terceiro pa- (B) Não conseguindo prever o resultado a que chegariam, sen-
rágrafo) poderia ser substituída por “obtiveram” sem prejuízo tiu-se frustrado.
aos sentidos e à correção gramatical do texto. (C) Desgostos indescritíveis, porventura, seriam rememorados
(C) A forma verbal “continuou” (primeiro período do quarto durante a sessão de terapia.
parágrafo) está flexionada no singular para concordar com o (D) Ao reverso de outros, trazia consigo autoconhecimento e
artigo definido “a”, mas poderia ser substituída, sem prejuízo autoafirmação.
à correção gramatical, pela forma verbal “continuaram”, que
estabeleceria concordância com o termo “Libras”.
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10. Unoesc - 2022 - Prefeitura de Maravilha - SC - Agente Admi- 13. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro -
nistrativo - Edital nº 2- Considerando a acentuação tônica, assinale RS - Controlador Interno- Considerando-se a concordância nominal,
as alternativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso. marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assi-
( ) As palavras “gramática” e “partir” são, respectivamente, nalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
proparoxítona e oxítona. ( ) Agora que tudo passou, sinto que tenho menas tristezas na
( ) “Nós” é uma palavra oxítona. minha vida.
( ) “César” não é proparoxítona, tampouco oxítona. ( ) Posso pedir teu bloco e tua caneta emprestada?
( ) “Despretensiosamente” é uma palavra proparoxítona. ( ) É proibido a entrada de animais na praia.
( ) “Café” é uma palavra paroxítona. (A) C - E - C.
A sequência correta de cima para baixo é: (B) C - E - E.
(A) F, V, V, F, V. (C) E - E - C.
(B) V, V, F, V, F. (D) E - C - E.
(C) V, F, V, F, V.
(D) V, V, V, F, F. 14. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
- Área Judiciária
11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TCE-PB - Médico- Texto CB1A1-I O meu ofício
A história da saúde não é a história da medicina, pois ape- O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. Es-
nas de 10% a 20% da saúde são determinados pela medicina, pero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo
e essa porcentagem era ainda menor nos séculos anteriores. que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me
Os outros três determinantes da saúde são o comportamento, extraordinariamente à vontade e me movo num elemento que
o ambiente e a biologia – idade, sexo e genética. As histórias tenho a impressão de conhecer extraordinariamente bem: uti-
da medicina centradas no atendimento à saúde não permitem lizo instrumentos que me são conhecidos e familiares e os sinto
uma compreensão global da melhoria da saúde humana. A his- bem firmes em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se
tória dessa melhoria é uma história de superação. Antes dos estudo uma língua estrangeira, se tento aprender história ou
primeiros progressos, a saúde humana estava totalmente es- geografia, ou tricotar uma malha, ou viajar, sofro e me pergun-
tagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil anos, até meados to como é que os outros conseguem fazer essas coisas. E tenho
do século XVIII, a expectativa de vida dos seres humanos oci- a impressão de ser cega e surda como uma náusea dentro de
dentais não evoluíra de modo significativo. Estava paralisada mim.
na faixa dos 25-30 anos. Foi somente a partir de 1750 que o Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo
equilíbrio histórico se modificou positivamente. Vários elemen- mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me
tos alteraram esse contexto, provocando um aumento pratica- importa nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei
mente contínuo da longevidade. Há 200 anos, as suecas deti- escrever histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou
nham o recorde mundial com uma longevidade de 46 anos. Em um artigo sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim.
2019, eram as japonesas que ocupavam o primeiro lugar, com O que escrevo nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E
uma duração média de vida de 88 anos. Mesmo sem alcançar sempre tenho a sensação de enganar o próximo com palavras
esse recorde, as populações dos países industrializados podem tomadas de empréstimo ou furtadas aqui e ali.
esperar viver atualmente ao menos 80 anos. Desde 1750, cada Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em
geração vive um pouco mais do que a anterior e prepara a se- seu país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as ár-
guinte para viver ainda mais tempo. vores e os muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei
Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver até a morte. Entre os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às
cada vez mais? vezes imaginava que podia pintar, ou conquistar países a cava-
Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11 lo, ou inventar uma nova máquina. Mas a primeira coisa séria
(com adaptações). que fiz foi escrever um conto, um conto curto, de cinco ou seis
No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, jul- páginas: saiu de mim como um milagre, numa noite, e quando
gue o item seguinte. finalmente fui dormir estava exausta, atônita, estupefata.
A inserção de uma vírgula imediatamente após o termo “au- (Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad.
mento” (nono período) prejudicaria a correção gramatical e o sen- Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77,
tido original do texto. passim)
( )CERTO As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
( )ERRADO observadas em:
(A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
12. FGV - 2022 - SEAD-AP - Cuidador Uma das marcas da textu- por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
alidade é a coerência. Entre as frases abaixo, assinale aquela que se (B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
mostra coerente. falta a espontaneidade dos bons escritos.
(A) Avise-me se você não receber esta carta. (C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
(B) Só uma coisa a vida ensina: a vida nada ensina. cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
(C) Quantos sofrimentos nos custaram os males que nunca (D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
ocorreram. tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
(D) Todos os casos são únicos e iguais a outros. (E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
(E) Como eu disse antes, eu nunca me repito. tora, do que os que a levaram a imaginar histórias.
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15. SELECON - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em xergaria a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que
Nutrição Escolar- Considerando a regência nominal e o emprego do existe sobre isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos
acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta festa” está que de repente somem ou aparecem em uma cena.
corretamente substituído em: Nossa condição humana está casada com uma inabilidade
(A) inerentes à determinado momento de perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alte-
(B) inerentes à regras de convivência rações à nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto
(C) inerentes à regulamentos anteriores alvo da modificação no momento em que ela ocorrerá. Assim,
(D) inerentes à evidência de incorreções se olharmos fixamente para uma janela cheia de vasos de flores,
poderemos assistir à queda de um deles. Mas, se desviarmos
16. Assinale a frase com desvio de regência verbal. brevemente nossos olhos da janela, justamente no momento
(A) Informei-lhe o bloqueio do financiamento de pesquisas. do tombo, é possível que nem notemos a falta do enfeite. O fe-
(B) Avisaram-no a liberação de recursos para ciência e tecno- nômeno se chama cegueira para mudança: nossa incapacidade
logia. de visualizar variações do ambiente entre uma olhada e outra.
(C) Os acadêmicos obedecem ao planejamento estratégico. No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por
(D) Todos os homens, por natureza, aspiram ao saber. uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um
(E) Assistimos ao filme que apresentou a obra daquele grande limiar atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alte-
cientista. ração considerada dominante. Por sua vez, modificações que
não ultrapassam o limiar não provocarão divergência da aten-
17. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital ção e serão ignoradas.
nº 007- Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas, Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de
assinale a alternativa com a sequência certa considerando a obser- termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se
vância das normas da língua portuguesa: estende por todo nosso campo visual. A consciência de nossa
( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta. percepção não é limitada, mas nossa atenção e nossa memó-
( ) Visitei a cidade onde você nasceu. ria de curtíssimo prazo são. Não somos capazes de memorizar
( ) É perigoso o local a que você se dirige. tudo instantaneamente à nossa volta e nem podemos nos ater
( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram a tudo que nos cerca. Nossa introspecção da grandiosidade de
milhões. nossa experiência visual confronta com nossas limitações per-
(A) E – E – E – C ceptivas práticas e cria uma vivência rica, porém efêmera e su-
(B) C – C – C – E jeita a erros de interpretações. Dimensiona um gradiente entre
(C) C – E – E – E o que é real e o que se presume, algo que favorece os acidentes
(D) C – C – C – C de trânsito.
Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início
18. FADCT - 2022 - Prefeitura de Ibema - PR - Assistente Admi- do texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às
nistrativo- A frase “ O estudante foi convidado para assistir os deba- partes centrais da pista, por onde os carros preferencialmente
tes políticos.” apresenta, de acordo com a norma padrão da Língua circulam sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o
portuguesa, um desvio de: último carro passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista
(A) Concordância nominal. permaneceria vazio por um intervalo de tempo seguro para a
(B) Concordância verbal. travessia. As laterais da pista, locais em que motocicletas geral-
(C) Regência verbal. mente trafegam, não tiveram a atenção merecida, e a velocida-
(D) Regência nominal de da moto não estava no padrão esperado.
O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e
19. FUNCERN - 2019 - Prefeitura de Apodi - RN - Professor de nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que
Ensino Fundamental I ( 1º ao 5º ano)- possamos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa
Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de aciden- sobrevivência. Mas essas informações são salpicadas, incom-
tes pletas e mutáveis. Traçar uma linha que contextualize todos es-
Luciano Melo ses dados não é simples. Eventualmente, esse jogo mental de
O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu ligar pontinhos cria armadilha para nós mesmos, pois por vezes
carro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atra- um ponto que deveria ser descartado é inserido em uma lógica
vessará e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre apenas por ser chamativo. E outro, ao contrário, deveria ser
o caminho pela via transversal à sua frente. Enquanto espera, considerado, mas é menosprezado, pois à primeira vista não
olha de um lado a outro a vigiar a pista quase livre. Finalmente atendeu a um pressuposto.
não avista mais nenhum veículo que poderá atrapalhar seu pla- Essas interpretações podem provocar outras tragédias além
nejado movimento. É hora de dirigir, mas, no meio da traves- de acidentes de carro.
sia, ele é surpreendido por uma grave colisão. Uma motocicleta Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em:
atinge a traseira de seu veículo. 20 abr. 2019. (texto adaptado)
Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproxi-
mar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação
semelhante, mas, caso você seja exceção e acredite que en-

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No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente
ocorrência do acento grave é justificada a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportu-
(A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um ver- nidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos
bo, e pela exigência de preposição do termo regido, que é um eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há
nome. ocorrência da crase.
(B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a
nome, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um alternativa em que há o emprego da crase indevidamente:
verbo. (A) cara a cara; às ocultas; à procura.
(C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome, (B) face a face; às pressas; à deriva.
e pela exigência de artigo do termo regido, que é um verbo. (C) à frente; à direita; às vezes.
(D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um (D) à tarde; à sombra de; a exceção de.
verbo, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
nome.
GABARITO
20. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
nº 006
A importância dos debates
1 C
É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham
dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de inte- 2 D
resse específico dos eleitores 3 D
O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite
(PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado 4 E
em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa de- 5 D
mocrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das
vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela 6 A
Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior de- 7 D
talhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais
8 C
votados na primeira etapa.
Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao 9 A
Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rá- 10 D
dio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões
importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as 11 CERTO
principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depen- 12 B
der acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise
das finanças públicas. 13 D
Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir 14 B
no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos
15 D
candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para pro-
paganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação 16 B
de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas lar- 17 D
gamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar
os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As 18 C
respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de im- 19 D
prensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por
20 D
parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade.
O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público
que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, pra- ANOTAÇÕES
ticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de go-
verno. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados pre- ______________________________________________________
dominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho
venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo ______________________________________________________
de interesse específico dos eleitores.
Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discus- ______________________________________________________
sões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informa-
ções essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e ______________________________________________________
menos passionalismo.
(A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de ______________________________________________________
2018. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso
______________________________________________________
em: 30 de agosto de 2022)

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Proposições simples e compostas


ESTRUTURAS LÓGICAS. FORMAÇÃO DE CONCEITOS. DIS- • Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
CRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
PROPOSIÇÃO Exemplos
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa- r: Thiago é careca.
mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa- s: Pedro é professor.
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
respeito de determinados conceitos ou entes. • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
Valores lógicos simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a Exemplo
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos P: Thiago é careca e Pedro é professor.
os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica: ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não por duas proposições simples.
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é Exemplos:
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA 1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
existindo um terceiro caso. – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, – O valor de √4 + 3 = 7.
que são: V ou F.” – Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Classificação de uma proposição Há exatamente:
Elas podem ser: (A) uma proposição;
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi- (B) duas proposições;
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, (C) três proposições;
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas: (D) quatro proposições;
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? (E) todas são proposições.
– Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso! Resolução:
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a Analisemos cada alternativa:
televisão. (A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am- atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro (B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valo-
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1 res lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside- (D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também po-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica. demos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quan-
tidade certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou
F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores
lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

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CONECTIVOS (CONECTORES LÓGICOS)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclu-
v p ou q
siva

Disjunção Exclu-
v Ou p ou q
siva

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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Exemplo: CONCEITOS DE TAUTOLOGIA , CONTRADIÇÃO E CONTI-


2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou GÊNCIA
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- • Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de (última coluna), V (verdades).
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia,
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res- então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
pectivamente. sejam as proposições P0, Q0, R0, ...
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q • Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver-
(C) p -> q, p v q, ¬ p dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
(D) p v p, p -> q, ¬ q Tautologia e vice versa.
(E) p v q, ¬ q, p v q Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
Resolução: sejam as proposições P0, Q0, R0, ...
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o • Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- composta que não é tautologia e nem contradição.
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- Exemplos:
da pelo símbolo (→). 4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
Resposta: B. objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto
TABELA VERDADE à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi- ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a P: Cometeu o crime A.
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen- Q: Cometeu o crime B.
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com- R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados. regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú- Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se- qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
guinte teorema: Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro- que se segue.
posições simples componentes contém 2n linhas.” A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
Exemplo: falsas.
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim- ( ) Certo
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro- ( ) Errado
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a: Resolução:
(A) 2; Considerando P e Q como V.
(B) 4; (V→V) ↔ ((F)→(F))
(C) 8; (V) ↔ (V) = V
(D) 16; Considerando P e Q como F
(E) 32. (F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Resolução: Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, Resposta: Certo.
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

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EQUIVALÊNCIAS
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

Uma classe é um grupo de objetos que têm alguma característica reconhecível em comum. A classe designada pelo termo sujeito de
uma proposição categórica é expressa por um S, e a classe designada pelo termo predicado é expressa por um P.
Toda proposição categórica ou afirma que o termo sujeito relaciona-se parcial ou totalmente com o termo predicado, ou nega que o
termo sujeito relaciona-se parcial ou totalmente com o termo predicado.
Há quatro tipos de proposições categóricas:

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Todos A são B, Nenhum A é B,


Alguns A são B, e Alguns A não são B.

As duas primeiras proposições categóricas são denominadas universais porque expressam alguma coisa sobre cada membro do termo
sujeito. As duas últimas proposições categóricas são denominadas particulares porque expressam uma relação entre algum (no mínimo
um) membro do termo sujeito e o termo predicado.
Uma proposição tem importação existencial se afirmar a existência de objetos. Para evitar que se tenha de decidir em cada instância
se uma proposição categórica universal tem importação existencial, os diagramas das proposições universais são desenhados sem se afir-
mar que os objetos referidos existem realmente. Entretanto, fica entendido que toda proposição categórica particular afirma a existência
de certos objetos.
Os diagramas de Venn consistem em círculos sobrepostos, juntamente com anotações específicas associadas a esses círculos. Os cír-
culos representam classes. Os diagramas completos representam os requisitos lógicos das proposições categóricas que constituem uma
inferência.

Exemplos
Proposição categórica Termos ou características
TODO brasileiro é forte. Brasileiro e forte
NENHUM funcionário é ocioso funcionário e ocioso
ALGUM atleta é canhoto atleta e canhoto
ALGUMA cidade não é habitável cidade e habitável

Classificação de uma proposição categórica de acordo com o tipo e a relação

As proposições categóricas também podem ser classificadas de acordo com dois critérios fundamentais: qualidade e extensão ou
quantidade.

Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição categórica em afirmativa ou negativa.


Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica uma proposição categórica em universal ou particular. A classificação depen-
derá do quantificador que é utilizado na proposição.

Entre as proposições existem tipos e relações, estas vêm desde a época de Aristóteles, que de acordo com a qualidade e a extensão,
classificam-se em quatro tipos, representados pelas letras A, E, I e O.

Vejamos cada uma delas:

Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”.


Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é também
elemento de “B”. Observe que “Todo A é B” é diferente de “Todo B é A”.

Exemplo

“Todo sacerdote é altruísta” não significa o mesmo que “Toda pessoa altruísta é sacerdote”.

São equivalentes as seguintes expressões categóricas:


a) Todo animal é irracional.
b) Qualquer animal é irracional.
c) Cada animal é irracional.
d) Se é animal, é irracional.

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Podemos representar esta universal afirmativa pelo seguinte diagrama (A C B):

Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”.


Tais proposições afirmam que não há elementos em comum entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mesmo
que dizer “nenhum B é A”.

Exemplo

“Nenhum político é corrupto” possui o mesmo significado que “nenhuma pessoa corrupta é político”.

São equivalentes as seguintes expressões categóricas:


a) Nenhum político é honesto.
b) Todo político não é honesto.

Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte diagrama (A ∩ B = ø):

Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”


Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Contu-
do, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”.
Exemplo

“Algum médico é estudioso” é o mesmo que “Alguma pessoa estudiosa é médico”.


São equivalentes as seguintes expressões categóricas:
a) Algum médico é estudioso.
b) Pelo menos um médico é estudioso.
c) Ao menos um médico é estudioso.
d) Existem médicos que são estudiosos.
e) Existe pelo menos um médico que é estudioso.

Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte diagrama (A ∩ B ≠ ø):

Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B”


Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao con-
junto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo que Algum B não é A.

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Exemplo

“Algum animal não é réptil” não é o mesmo que dizer que “Algum réptil não é animal”.
Serão consideradas equivalentes as seguintes expressões categóricas:
a) Algum químico não é matemático.
b) Algum químico é não matemático.
c) Algum não matemático é químico.
d) Nem todo químico é matemático.
e) Existe um químico que não é matemático.
f) Pelo menos um químico não é matemático.
g) Ao menos um químico não é matemático.
h) Existe pelo menos um químico que não é matemático.

Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte diagrama (A ¢ B):

Nas proposições categóricas, usam-se também as variações gramaticais dos verbos “ser” e “estar”, tais
como “é”, “são”, “está”, “foi”, “eram”, ..., como “elo” entre A e B.
Exemplo

Dado o argumento: em determinada empresa foi realizado um estudo para avaliar o grau de satisfação de seus empregados e direto-
res. O estudo mostrou que, naquela empresa, “nenhum empregado é completamente honesto” e “alguns diretores são completamente
honestos”.
Analisando os diagramas lógicos formados pelas proposições categóricas: “nenhum empregado é completamente honesto” e “alguns
diretores são completamente honestos”, teremos:

“Nenhum empregado é completamente honesto”

“Alguns diretores são completamente honestos”

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Se correlacionarmos os dois diagramas lógicos, em um único diagrama, poderíamos obter dois resultados possíveis:

1º possibilidade

2ª possibilidade

Como não foi afirmado se existem ou não empregados que são diretores, ou diretores que sejam empregados, então, podemos ape-
nas supor tais possibilidades.

Portanto, uma conclusão que podemos chegar através destas informações é que, naquela empresa, “os diretores que são honestos
não são empregados”. Porém, podem existir ou não empregados que são diretores ou vice-versa e, como não podemos afirmar, por con-
seguinte, nada poderá ser concluído sobre essa última possibilidade.

Vamos analisar as proposições e a aplicação nos diagramas.

Para compreender melhor este assunto, é bom ter conhecimento sobre a Teoria dos Conjuntos, para
saber como desenvolver as operações com conjuntos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

Tipo Proposição Quantidade Extensão Diagramas

TODO A é B
A Afirmativa Universal

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.

E NENHUM A é B Negativa Universal

Existe pelo menos um elemento que pertence


a A, então não pertence a B, e vice-versa.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Existe pelo menos um elemento comum aos


conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguintes
formas:
I ALGUM A é B Afirmativa Particular

Perceba-se que, nesta sentença, a atenção


está sobre o(s) elemento (s) de A que não
O ALGUM A NÃO é B Negativa Particular são B (enquanto que, no “Algum A é B”, a
atenção estava sobre os que eram B, ou seja,
na intercessão).
Temos também no segundo caso, a diferença
entre conjuntos, que forma o conjunto A - B

Temos ainda que:

Proposição Equivalência Negação


TODO A é B NENHUM NÃO ALGUM NÃO
NENHUM A é B TODO NÃO ALGUM
ALGUM A é B Existe A que é B NENHUM
ALGUM A NÃO é B Pelo MENOS UM A que TODO
éB

- Inclusão
Todo, toda, todos, todas.

- Interseção
Algum, alguns, alguma, algumas.
Ex.: Todos brasilienses são bons ciclistas.
Negação lógica: Algum brasiliense não é bom ciclista.

- Disjunção
Nenhum A é B.
Ex.: Algum brasiliense não é bom ciclista.
Negação lógica: Nenhum brasiliense é bom ciclista.

Editora
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Vamos construir agora um quadro, denominado Quadrado Geral de Oposição, que apresenta as relações existentes entre as propo-
sições. Tal quadro é atribuído a Aristóteles. As letras S e P indicam, respectivamente, sujeito e predicado. A letra do meio identifica o tipo
de proposição categórica.

Representa-se SAP para descrever a ideia de que a sentença possui sujeito (S) relacionado ao predicado (P) por meio de uma proposi-
ção categórica do tipo A (universal afirmativa). Da mesma forma, ocorre com SEP, SIP ou SOP.
Essas regras que relacionam as proposições são denominadas regras de contrariedade, contraditoriedade, subcontrariedade e subal-
ternação.

Vejamos as regras:

Regra de contrariedade (contrárias): Duas proposições são contrárias quando ambas não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo.
Entretanto, em alguns casos, podem ser falsas ao mesmo tempo. Elas são universais e se opõem entre si.

Exemplo

Todo homem é racional. (A) - verdadeira


Nenhum homem é racional. (E) – falsa

As duas não são verdadeiras ao mesmo tempo.

Regra de contraditoriedade (contraditórias): Duas proposições são contraditórias quando ambas não podem ser verdadeiras ao mes-
mo tempo, nem podem ser falsas ao mesmo tempo. Elas se opõem tanto em qualidade quanto em extensão. Enquanto uma é universal,
a outra é particular; enquanto uma é afirmativa, a outra é negativa.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Exemplo

Todo homem é racional (A) – verdade


Algum homem não é racional (O) – falsa.

Neste caso ocorre se uma é verdadeira, a outra, obrigatoriamente é falsa e vice versa. Logo uma é a negação da outra.

Regra da subcontrariedade (subcontrárias): Duas proposições são subcontrárias quando ambas não podem ser falsas ao mesmo
tempo. Entretanto, em alguns casos, podem ser verdadeiras ao mesmo tempo.

Exemplo

Algum homem é racional (I) – verdadeira


Algum homem não é racional (O) - falsa

Neste caso não ocorre de ambas serem falsas ao mesmo tempo.

Regra de subalternação (subalternação e superalternação): As proposições são ditas subalternas ou superalternas quando são iguais
em qualidade e se opõem entre si apenas em extensão. Ou seja enquanto uma é universal, a outra é particular.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

A → I (válida): da verdade do todo podemos inferir pela verda- Exemplos


de das partes, mas da verdade das partes não podemos inferir pela Vamos negar as proposições que se seguem, segundo a tabela
verdade do todo. da negação:
1) Todo jogador é esportista. – Algum jogador não é esportista.
Exemplo 2) Nenhum carnívoro come vegetais – Algum carnívoro come
vegetais.
Todos os alunos estão presentes. 3) Algum executivo não é empreendedor – Todo executivo é
Algum aluno está presente. empreendedor.
4) Algum músico é romântico – Nenhum músico é romântico.
Observe que não podemos inferir a verdade partindo da parte
(Algum aluno está presente), mas o contrário podemos fazer.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
I→ A (indeterminada): quando alguém diz que “algum aluno
está presente” e conclui que “todos os alunos estão presentes”,
está fazendo uso da subalternação. Observe que o raciocínio não é Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos
válido, pois não podemos afirmar, partindo do pressuposto que al- nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de
guns alunos estão presentes, que todos os alunos estão presentes. argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo
assunto.
E → O (válida): se dizermos que “nenhum aluno está presente”, No entanto, a construção desta argumentação não é
concluímos que “algum aluno não está presente”, estamos fazendo necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação,
uso da superalternação entre as proposições. Se não tem nenhum e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras
aluno presente isto significa que algum aluno NÃO está presente. falsas.

O → E (indeterminada): se alguém diz “algum aluno não está Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente)
presente” e conclui que “nenhum aluno está presente”, está utili- Todo ser humano é mortal
zando uma subalternação entre as proposições. Este tipo de racio- Sócrates é um ser humano
cínio não é valido, pois não se pode afirmar que nenhum aluno está Logo Sócrates é mortal
presente apenas porque algum aluno não está presente.
Inferências: Argumentar através da dedução
Negação das Proposições Categóricas Se Carlos for professor, haverá aula
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as contrário, então Carlos não é professor
seguintes convenções de equivalência:
1) Ao negarmos uma proposição categórica universal, geramos Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte
uma proposição categórica particular. específica
2) Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposi- Roraima fica no Brasil
ção categórica particular, geramos uma proposição categórica uni- A moeda do Brasil é o Real
versal. Logo, a moeda de Roraima é o Real
3) Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, parte específica e chegando ao todo
uma proposição de natureza afirmativa. Todo professor usa jaleco
Todo médico usa jaleco
Então todo professor é médico

Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades


universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma
argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação
resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de
sofismo1.

1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos


movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC,
sendo considerados muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensa-
mento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura
foge da lógica tradicional e se obtém uma conclusão falsa.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse Vamos negar esta proposição. Num primeiro momento,
encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a podemos estar inclinados a responder que a negativa seria João não
resultados falsos. Por exemplo: dirige e a capital do mundo não é Itapeva. Mas a 1ª Lei de Morgan
nos sinaliza que está errado2. Devemos, negar as proposições
A água do mar é feita de água e sal simples e trocar o nosso conectivo. Se estava e, agora precisa estar
A bolacha de água e sal é feita de água e sal ou.
Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito Assim, a negação da frase seria: João não dirige ou a capital do
de bolacha) mundo não é Itapeva. Diferença sutil, mas muito importante.
Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada
de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa. p ∨ q: João dirige ou a capital do mundo é Itapeva
Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo
de sofismo: Vamos novamente negar esta frase. Da mesma forma da
Queijo suíço tem buraco anterior, nosso senso pode nos levar a responder que a negação
Quanto mais queijo, mais buraco seria João não dirige ou a capital do mundo é Itapeva. Mais uma
Quanto mais buraco, menos queijo vez, pela 2ª Lei de Morgan, temos que a negação se trata de João
Então quanto mais queijo, menos queijo? não dirige e a capital do mundo não é Itapeva.
Podemos então estabelecer que para negar logicamente uma
frase verbal, devemos não só negar suas partes, mas também
LEIS DE MORGAN inverter seu conectivo. Se antes estava e, deve se tornar ou na
negação. Igualmente, se antes estava ou, deve se tornar e.
Outra negativa importante, não abordada diretamente pelas
O raciocínio verbal lida com problemas de lógica quase que Leis de Morgan, é a negativa de “se…então…”.
totalmente escritos, abordando geralmente a negação de certas
frases que podem parecer óbvias mas que muitas vezes nos pregam Se João dirige, então a capital do mundo é Itapeva.
peças. Como iremos negar esta proposição? A ideia aqui é manter a
Podemos nos perguntar se a lógica, em geral, não é estabelecer primeira proposição e negar a segunda, retirando os termos “se” e
símbolos para traduzir estas frases. Sim! A diferença é que negar “então”. Ficamos então com a negativa: João dirige e a capital do
certas frases podem fazer sentido verbalmente, mas devemos nos mundo não é Itapeva.
ater a lógica em si e buscar então absorver isso ao nosso raciocínio. Neste exemplo, vemos que essa questão é menos intuitiva
comparada àquelas que são abordadas pelas Leis de Morgan, mas
Uma importante ferramenta neste momento são as Leis de novamente, sendo bem absorvidas, farão sentido e evitarão erros
Morgan: na resolução das questões.
1ª lei de Morgan
¬(p ∧ q) = (¬p) ∨ (¬q) DIAGRAMAS LÓGICOS
2ª lei de Morgan
¬(p ∨ q) = (¬p) ∧ (¬q) Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
Exemplo: argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
p: João dirige dem ser formadas por proposições categóricas.
q: a capital do mundo é Itapeva.
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
p ∧ q: João dirige e a capital do mundo é Itapeva. conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

2 Repare que as Leis de Morgan se tratam de equivalências lógicas.


Caso se interesse em ver essas igualdades, veja o tópico equivalências
lógicas.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.
ALGUM
O
A NÃO é B

NENHUM
E
AéB Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
Existe pelo menos um elemento que não são B (enquanto que, no “Algum A é
pertence a A, então não pertence a B, e B”, a atenção estava sobre os que eram B,
vice-versa. ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
Existe pelo menos um elemento co- casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
mum aos conjuntos A e B. (A) existem cinemas que não são teatros.
Podemos ainda representar das seguin- (B) existe teatro que não é casa de cultura.
tes formas: (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
ALGUM (D) existe casa de cultura que não é cinema.
I (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
AéB
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

- Existem teatros que não são cinemas (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.

(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

TRIGONOMETRIA

Fórmulas Trigonométricas
Relação Fundamental
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC Existe uma outra importante relação entre seno e cosseno de
Segundo as afirmativas temos: um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
menos um dos cinemas é considerado teatro.

Neste triângulo, temos que: c² = a² + b²


Dividindo os membros por c²

(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
afirma isso

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Lei dos Cossenos Temos:


A lei dos cossenos é uma importante ferramenta matemática
para o cálculo de medidas dos lados e dos ângulos de triângulos cateto!oposto!a!! !
sen!α = =
quaisquer. hipotenusa !

cateto!adjacente!a!! !
cos ! = =
hipotenusa !

cateto!oposto!a!! !
tg!α = =
!"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
!

1 !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
!"#$!! = = =
!"!! !"#$#%!!"!#$!!!!! !

1 ℎ!"#$%&'() !
Lei dos Senos sec ! = = =
cos ! !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !

1 ℎ!"#$%&'() !
!"#$!!! = = = !
!"#$ !"#$#%!!"!#$!!!!! !
!

Teorema de Pitágoras
c² = a² + b²

Considere um arco , contido numa circunferência de raio r, tal


que o comprimento do arco seja igual a r.

Dizemos que a medida do arco é 1 radiano(1rad)

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo Transformação de arcos e ângulos

Considerando o triângulo retângulo ABC. Determinar em radianos a medida de 120°

!"#$ = 180°!

π ---- 180
X ---- 120

120! 2!
!= = !"#
180 3
!": ℎ!"#$%&'() = ! !
!": !"#$#%!!"!#$!!!!!!!!!"#!$%&'%!!!! = !
!": !"#$#%!!"#!$%&'%!!!!!!!!"!#$!!!!! = !
!
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Circunferência Trigonométrica Função Cosseno


A função cosseno é uma função !: ! → ! ! que a todo arco de
medida x ϵ R associa a abscissa x do ponto M.

D=R
Im = [-1,1]

Exemplo
Redução ao Primeiro quadrante Determine o conjunto imagem da função f (x) = 2 + cos x.
Sen (π - x) = senx
Cos (π - x) = -cos x Solução
Tg (π - x) = -tg x -1 ≤ cos x ≤ 1
Sen (π + x) = -sen x -1 + 2 ≤ 2 + cos x ≤ 1 + 2
Cos (π + x) = -cos x 1 ≤ f (x) ≤ 3
Tg (π + x) = tg x
Sen (2π - x) = -sen x Logo, Im = [1,3]
Cos (2π - x) = cos x
Tg (2π - x) = -tg x Função Tangente
A todo arco de medida x associa a ordenada yT do pontoT. O
Funções Trigonométricas ponto T é a interseção da reta com o eixo das tangentes.
Função seno
! ! = !"!! !
A função seno é uma função !: ! → ! ! que a todo arco de
medida x ϵ R associa a ordenada y’ do ponto M.

! ! = !"#!! !

D=R e Im=[-1,1]

!
!= !∈!!≠ + !", ! ∈ ! !
2
Im = R

Considerados dois arcos quaisquer de medidas a e b, as ope-


Exemplo rações da soma e da diferença entre esses arcos será dada pelas
Sem construir o gráfico, determine o conjunto imagem da fun- seguintes identidades:
ção f(x)=2sen x.
!"# ! + ! = !"#!! ∙ cos ! + cos ! ∙ !"#!!
Solução
-1 ≤ sen x ≤ 1 cos ! + ! = cos ! ∙ cos ! − !"#!! ∙ !"#!!
-2 ≤ 2 sen x ≤ 2
-2 ≤ f (x) ≤ 2 !"!! + !"!!
!" ! + ! =
1 − !"!! ∙ !"!!
Im = [-2,2] !

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Duplicação de arcos Exemplo


(PM/SE – Soldado 3ª Classe – FUNCAB) A matriz abaixo regis-
tra as ocorrências policiais em uma das regiões da cidade durante
!"#2! = 2!"#$! ∙ !"#$ uma semana.

!"#2! = !"! ! ! − !"!! !

2!"#
!"2! =
1 − !!! !
! Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando o núme-
ro de ocorrência no turno i do dia j da semana.
O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia, somando
MATRIZES, DETERMINANTES E SOLUÇÃO DE SISTEMAS LI- como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º dia será:
NEARE (A) 61
(B) 59
MATRIZES (C) 58
Uma matriz é uma tabela de números reais dispostos segundo (D) 60
linhas horizontais e colunas verticais. (E) 62
O conjunto ordenado dos números que formam a tabela, é de-
nominado matriz, e cada número pertencente a ela é chamado de Resolução:
elemento da matriz. Turno i –linha da matriz
Turno j- coluna da matriz
Tipo ou ordem de uma matriz 2º turno do 2º dia – a22=18
As matrizes são classificadas de acordo com o seu número de 3º turno do 6º dia-a36=25
linhas e de colunas. Assim, a matriz representada a seguir é deno- 1º turno do 7º dia-a17=19
minada matriz do tipo, ou ordem, 3 x 4 (lê-se três por quatro), pois Somando:18+25+19=62
tem três linhas e quatro colunas. Exemplo: Resposta: E.

Igualdade de matrizes
Duas matrizes A e B são iguais quando apresentam a mesma
ordem e seus elementos correspondentes forem iguais.

Operações com matrizes


Adição: somamos os elementos correspondentes das matri-
zes, por isso, é necessário que as matrizes sejam de mesma ordem.
Representação genérica de uma matriz A=[aij]m x n; B = [bij]m x n, portanto C = A + B ⇔ cij = aij + bij.
Costumamos representar uma matriz por uma letra maiúscula
(A, B, C...), indicando sua ordem no lado inferior direito da letra.
Quando desejamos indicar a ordem de modo genérico, fazemos uso
de letras minúsculas. Exemplo: Am x n.
Da mesma maneira, indicamos os elementos de uma matriz
pela mesma letra que a denomina, mas em minúscula. A linha e a
coluna em que se encontra tal elemento é indicada também no lado Exemplo
inferior direito do elemento. Exemplo: a11. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) Considere a seguinte sen-
tença envolvendo matrizes:

Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o valor


de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Resolução:

y=10
Resposta: D.

Multiplicação por um número real: sendo k ∈ R e A uma matriz de ordem m x n, a matriz k . A é obtida multiplicando-se todos os
elementos de A por k.

Subtração: a diferença entre duas matrizes A e B (de mesma ordem) é obtida por meio da soma da matriz A com a oposta de B.

Multiplicação entre matrizes: consideremos o produto A . B = C. Para efetuarmos a multiplicação entre A e B, é necessário, antes de
mais nada, determinar se a multiplicação é possível, isto é, se o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B, determinando
a ordem de C: Am x n x Bn x p = Cm x p, como o número de colunas de A coincide com o de linhas de B(n) então torna-se possível o produto, e a
matriz C terá o número de linhas de A(m) e o número de colunas de B(p)

De modo geral, temos:

Editora
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Exemplo: Exemplo:
(CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA) Assinale a alternativa (CPTM – ANALISTA DE COMUNICAÇÃO JÚNIOR – MAKIYAMA)
que apresente o resultado da multiplicação das matrizes A e B abai- Para que a soma de uma matriz e sua respectiva matriz transposta
xo: At em uma matriz identidade, são condições a serem cumpridas:
(A) a=0 e d=0
(B) c=1 e b=1
(C) a=1/c e b=1/d
(D) a²-b²=1 e c²-d²=1
(E) b=-c e a=d=1/2
(A)
Resolução:

(B)

(C)
2a=1
a=1/2
(D) b+c=0
b=-c
2d=1
(E) D=1/2
Resposta: E.

Resolução: Matriz inversa: dizemos que uma matriz quadrada A, de ordem


n, admite inversa se existe uma matriz A-1, tal que:

DETERMINANTES

Resposta: B. Determinante é um número real associado a uma matriz qua-


Casos particulares drada. Para indicar o determinante, usamos barras. Seja A uma ma-
Matriz identidade ou unidade: é a matriz quadrada que possui triz quadrada de ordem n, indicamos o determinante de A por:
os elementos de sua diagonal principal iguais a 1 e os demais ele-
mentos iguais a 0. Indicamos a matriz identidade de Ιn, onde n é a
ordem da matriz.

Matriz transposta: é a matriz obtida pela troca ordenada de Determinante de uma matriz de 1ª- ordem
linhas por colunas de uma matriz. Dada uma matriz A de ordem m A matriz de ordem 1 só possui um elemento. Por isso, o deter-
x n, obtém-se uma outra matriz de ordem n x m, chamada de trans- minante de uma matriz de 1ª ordem é o próprio elemento.
posta de A. Indica-se por At.
Determinante de uma matriz de 2ª- ordem
Em uma matriz de 2ª ordem, obtém-se o determinante por
meio da diferença do produto dos elementos da diagonal principal
pelo produto dos elementos da diagonal secundária.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar que o determinante é igual a zero para x igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) -2.
(D) -1.

Resolução:
D = 4 - (-2x)
0 = 4 + 2x
x=-2
Resposta: C.

Regra de Sarrus
Esta técnica é utilizada para obtermos o determinante de matrizes de 3ª ordem. Utilizaremos um exemplo para mostrar como aplicar
a regra de Sarrus. A regra de Sarrus consiste em:
a) Repetir as duas primeiras colunas à direita do determinante.
b) Multiplicar os elementos da diagonal principal e os elementos que estiverem nas duas paralelas a essa diagonal, conservando os
sinais desses produtos.
c) Efetuar o produto dos elementos da diagonal secundária e dos elementos que estiverem nas duas paralelas à diagonal e multipli-
cá-los por -1.
d) Somar os resultados dos itens b e c. E assim encontraremos o resultado do determinante.

Simplificando temos:

Exemplo:
(PREF. ARARAQUARA/SP – AGENTE DA ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO – CETRO)

Dada a matriz , onde , assinale a alternativa que apresenta o valor do determinante de A é


(A) -9.
(B) -8.
(C) 0.
(D) 4.

Resolução:

detA = - 1 – 4 + 2 - (2 + 2 + 2) = - 9

Resposta: A.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Teorema de Laplace
Para matrizes quadradas de ordem n ≥ 2, o teorema de Laplace oferece uma solução prática no cálculo dos determinantes. Pelo teo-
rema, o determinante de uma matriz quadrada A de ordem n (n ≥ 2) é igual à soma dos produtos dos elementos de uma linha ou de uma
coluna qualquer, pelos respectivos co-fatores.

Exemplo:

Dada a matriz quadrada de ordem 3, , vamos calcular det A usando o teorema de Laplace.

Podemos calcular o determinante da matriz A, escolhendo qualquer linha ou coluna. Por exemplo, escolhendo a 1ª linha, teremos:
det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13

Portanto, temos que:


det A = 3. (-21) + 2. 6 + 1. (-12) ⇒ det A = -63 + 12 – 12 ⇒ det A = -63

Exemplo:
(TRANSPETRO – ENGENHEIRO JÚNIOR – AUTOMAÇÃO – CESGRANRIO) Um sistema dinâmico, utilizado para controle de uma rede
automatizada, forneceu dados processados ao longo do tempo e que permitiram a construção do quadro abaixo.

1 3 2 0
3 1 0 2
2 3 0 1
0 2 1 3

A partir dos dados assinalados, mantendo-se a mesma disposição, construiu-se uma matriz M. O valor do determinante associado à
matriz M é
(A) 42
(B) 44
(C) 46
(D) 48
(E) 50

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Resolução:

Como é uma matriz 4x4 vamos achar o determinante através do teorema de Laplace. Para isso precisamos, calcular os cofatores. Dica:
pela fileira que possua mais zero. O cofator é dado pela fórmula: Para o determinante é usado os números que sobra-
ram tirando a linha e a coluna.

A13=2.23=46

A43=1.2=2
D = 46 + 2 = 48

Resposta: D.

Determinante de uma matriz de ordem n > 3


Para obtermos o determinante de matrizes de ordem n > 3, utilizamos o teorema de Laplace e a regra de Sarrus. Exemplo:

Escolhendo a 1ª linha para o desenvolvimento do teorema de Laplace. Temos então:


det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13 + a14. A14

Editora
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Como os determinantes são, agora, de 3ª ordem, podemos aplicar a regra de Sarrus em cada um deles. Assim:
det A= 3. (188) - 1. (121) + 2. (61) ⇒ det A = 564 - 121 + 122 ⇒ det A = 565
Propriedades dos determinantes
a) Se todos os elementos de uma linha ou de uma coluna são nulos, o determinante é nulo.

b) Se uma matriz A possui duas linhas ou duas colunas iguais, então o determinante é nulo.

c) Em uma matriz cuja linha ou coluna foi multiplicada por um número k real, o determinante também fica multiplicado pelo mesmo
número k.

d) Para duas matrizes quadradas de mesma ordem, vale a seguinte propriedade:


det (A. B) = det A + det B.

e) Uma matriz quadrada A será inversível se, e somente se, seu determinante for diferente de zero.

SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES


Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Em que: Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois


Sistema Linear 2 x 2
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equações line-
ares a duas incógnitas, consideradas simultaneamente.
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:

Como não existe outro par que satisfaça simultaneamente as


a1 x + b1 y = c1 duas equações, dizemos que esse sistema é SPD(Sistema Possível e
 Determinado), pois possui uma única solução.
a2 + b2 y = c2
2. Sistema Possível e Indeterminado
Sistema Linear 3x3

Esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valores de x


e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema a seguir, x e y
Sistemas Lineares equivalentes podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3), (2,2), (3,1) e etc.
Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto solução
são ditos equivalentes. Por exemplo: 3. Sistema Impossível

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente as duas


São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto solução equações. Logo o sistema não tem solução, portanto é impossível.
S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequência or- Sistema Escalonado
denada de números reais que verifica, simultaneamente, todas as Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as incógnitas
equações do sistema. das equações lineares estão escritas em uma mesma ordem e o 1º
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar todas as coeficiente não-nulo de cada equação está à direita do 1º coeficien-
sequências ordenadas de números reais que satisfaçam as equa- te não-nulo da equação anterior.
ções do sistema.
Exemplo
Matriz Associada a um Sistema Linear Sistema 2x2 escalonado.
Dado o seguinte sistema:

Sistema 3x3
Matriz incompleta
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a segunda
tem dois e a terceira, apenas um.

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Sistema 2x3
Resolução

1 3
D= = a−6
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento 2 a
Podemos transformar qualquer sistema linear em um outro
equivalente pelas seguintes transformações elementares, realiza- D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
das com suas equações:
– Trocas as posições de duas equações Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
– Multiplicar uma das equações por um número real diferente Para a ≠ 6, temos:
de 0.
– Multiplicar uma equação por um número real e adicionar o
resultado a outra equação. x + 3 y = 5
 x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9

Exemplo

Que é um sistema impossível.


Assim, temos:
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)
Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é conve-
niente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação. Regra de Cramer

Consideramos os sistema .

Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta


Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação desse sistema é , cujo determinante é indicado por D
Multiplicando a equação por -2: = ad – bc.

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y) pela


coluna dos coeficientes independentes, obteremos ,cujo
determinante é indicado por Dy = af – ce.
Somando as duas equações:
Assim, .

Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e considerando


a matriz , cujo determinante é indicado por Dx = ed – bf,
obtemos , D ≠ 0.
Sistemas com Número de Equações Igual ao Número de In-
cógnitas
Quando o sistema linear apresenta nº de equações igual ao nº ÁLGEBRA
de incógnitas, para discutirmos o sistema, inicialmente calculamos
o determinante D da matriz dos coeficientes (incompleta), e:
– Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado. EXPRESSÕES ALGÉBRICAS
– Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou impossível. Expressões algébricas são expressões matemáticas que apre-
sentam números, letras e operações. As expressões desse tipo são
Para identificarmos se o sistema é possível, indeterminado ou usadas com frequência em fórmulas e equações.
impossível, devemos conseguir um sistema escalonado equivalente As letras que aparecem em uma expressão algébrica são cha-
pelo método de eliminação de Gauss. madas de variáveis e representam um valor desconhecido.
Os números escritos na frente das letras são chamados de co-
Exemplos eficientes e deverão ser multiplicados pelos valores atribuídos as
- Discutir, em função de a, o sistema: letras.

Exemplo:
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE DE
ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos testou
um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o número
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de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era 2 / 7. Sa- Exemplo:


bendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebraram e que (PREF. MOGEIRO/PB - PROFESSOR – MATEMÁTICA – EXAMES)
lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser vendidas, então Simplificando a expressão,
a razão entre o número de lâmpadas que não podem ser vendidas
e o número de lâmpadas boas passou a ser de
(A) 1 / 4.
(B) 1 / 3.
(C) 2 / 5.
(D) 1 / 2.
(E) 2 / 3. Obtemos:
(A) a + b.
Resolução: (B) a² + b².
Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú- (C) ab.
mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim: (D) a² + ab + b².
B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I ) (E) b – a.

Resolução:

Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:


7.Q = 2. (360 – Q)
7.Q = 720 – 2.Q
7.Q + 2.Q = 720
9.Q = 720
Q = 720 / 9
Q = 80 (queimadas)
Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270

Resposta: B

Simplificação de expressões algébricas Resposta: D


Podemos escrever as expressões algébricas de forma mais
simples somando seus termos semelhantes (mesma parte literal). Monômios
Basta somar ou subtrair os coeficientes dos termos semelhantes e Quando uma expressão algébrica apresenta apenas multiplica-
repetir a parte literal. Exemplos: ções entre o coeficiente e as letras (parte literal), ela é chamada de
a) 3xy + 7xy4 - 6x3y + 2xy - 10xy4 = (3xy + 2xy) + (7xy4 - 10xy4) monômio. Exemplos: 3ab ; 15xyz3
- 6x3y = 5xy - 3xy4 - 6x3y
b) ab - 3cd + 2ab - ab + 3cd + 5ab = (ab + 2ab - ab + 5ab) + (- 3cd Propriedades importantes
+ 3cd) = 7ab – Toda equação algébrica de grau n possui exatamente n raízes.
– Se b for raiz de P(x) = 0 , então P(x) é divisível por (x – b) .
Fatoração de expressões algébricas Esta propriedade é muito importante para abaixar o grau de uma
Fatorar significa escrever uma expressão como produto de ter- equação, o que se consegue dividindo P(x) por x - b, aplicando Brio-
mos. Para fatorar uma expressão algébrica podemos usar os seguin- t-Ruffini.
tes casos: – Se o número complexo (a + bi) for raiz de P(x) = 0 , então o
• Fator comum em evidência: ax + bx = x . (a + b) conjugado (a – bi) também será raiz .
• Agrupamento: ax + bx + ay + by = x . (a + b) + y . (a + b) = (x + – Se a equação P(x) = 0 possuir k raízes iguais a m então dize-
y) . (a + b) mos que m é uma raiz de grau de multiplicidade k.
• Trinômio Quadrado Perfeito (Adição): a2 + 2ab + b2 = (a + b)2 – Se a soma dos coeficientes de uma equação algébrica P(x) = 0
• Trinômio Quadrado Perfeito (Diferença): a2 – 2ab + b2 = (a – for nula, então a unidade é raiz da
b) 2
– Toda equação de termo independente nulo, admite um nú-
• Diferença de dois quadrados: (a + b) . (a – b) = a2 – b2 mero de raízes nulas igual ao menor expoente da variável.
• Cubo Perfeito (Soma): a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 = (a + b)3
• Cubo Perfeito (Diferença): a3 - 3a2b + 3ab2 - b3 = (a - b)3

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Relações de Girard Resolução:


São as relações existentes entre os coeficientes e as raízes de p deve ser divisor de 6, portanto: ±6, ±3, ±2, ±1; q deve ser
uma equação algébrica. divisor de 1, portanto: ±1; Portanto, os possíveis valores da fração
Sendo V= {r1, r2, r3,...,rn-1,rn} o conjunto verdade da equação P(x) são p/q: ±6, ±3, ±2 e ±1. Substituindo-se esses valores na equação,
= a0xn + a1xn-1 +a2xn-2+ ... + an-1x+an=0, com a0≠ 0, valem as seguintes descobrimos que 2 é uma de suas raízes. Como esse polinômio é de
relações entre os coeficientes e as raízes: grau 3 (x3 ) é necessário descobrir apenas uma raiz para determinar
as demais. Se fosse de grau 4 (x4 ) precisaríamos descobrir duas
raízes. As demais raízes podem facilmente ser encontradas utilizan-
do-se o dispositivo prático de Briot-Ruffini e a fórmula de Bhaskara.

EQUAÇÃO DO 1° GRAU
Na Matemática, a equação é uma igualdade que envolve uma
ou mais incógnitas. Quem determina o “grau” dessa equação é o
expoente dessa incógnita, ou seja, se o expoente for 1, temos a
equação do 1º grau. Se o expoente for 2, a equação será do 2º grau;
se o expoente for 3, a equação será de 3º grau. Exemplos:
4x + 2 = 16 (equação do 1º grau)
x² + 2x + 4 = 0 (equação do 2º grau)
x³ + 2x² + 5x – 2 = 0 (equação do 3º grau)
Atenção A equação do 1º grau é apresentada da seguinte forma:
As relações de Girard só são úteis na resolução de equações
quando temos alguma informação sobre as raízes. Sozinhas, elas
não são suficientes para resolver as equações.

Exemplo: É importante dizer que a e b representam qualquer número real


(UFSCAR-SP) Sabendo-se que a soma de duas das raízes da e a é diferente de zero (a 0). A incógnita x pode ser representada por
equação x3 – 7x2 + 14x – 8 = 0 é igual a 5, pode-se afirmar a respeito qualquer letra, contudo, usualmente, utilizamos x ou y como valor
das raízes que: a ser encontrado para o resultado da equação. O primeiro membro
(A) são todas iguais e não nulas. da equação são os números do lado esquerdo da igualdade, e o
(B) somente uma raiz é nula. segundo membro, o que estão do lado direito da igualdade.
(C) as raízes constituem uma progressão geométrica.
(D) as raízes constituem uma progressão aritmética. Como resolver uma equação do primeiro grau
(E) nenhuma raiz é real. Para resolvermos uma equação do primeiro grau, devemos
achar o valor da incógnita (que vamos chamar de x) e, para que isso
Resolução: seja possível, é só isolar o valor do x na igualdade, ou seja, o x deve
x3 – 7x2 + 14x – 8 = 0 ficar sozinho em um dos membros da equação.
Raízes: x1, x2 e x3 O próximo passo é analisar qual operação está sendo feita no
Informação: x1 + x2 = 5 mesmo membro em que se encontra x e “jogar” para o outro lado
Girard: x1 + x2 + x3 = 7 ➱ 5 + x3 = 7 ➱ x3 = 2 da igualdade fazendo a operação oposta e isolando x.
Como 2 é raiz, por Briot-Ruffini, temos 1° exemplo:

Nesse caso, o número que aparece do mesmo lado de x é o 4 e


ele está somando. Para isolar a incógnita, ele vai para o outro lado
x2 – 5x + 4 = 0 da igualdade fazendo a operação inversa (subtração):
x = 1 ou x = 4
S = {1, 2, 4}
Resposta: C

Teorema das Raízes Racionais


É um recurso para a determinação de raízes de equações algé- 2° exemplo:
bricas. Segundo o teorema, se o número racional, com e primos en-
tre si (ou seja, é uma fração irredutível), é uma raiz da equação po-
linomial com coeficientes inteiros então é divisor de e é divisor de.
Exemplo:
Verifique se a equação x3 – x2 + x – 6 = 0 possui raízes racionais.

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O número que está do mesmo lado de x é o 12 e ele está Começaremos com a eliminação do número 12. Como ele
subtraindo. Nesse exemplo, ele vai para o outro lado da igualdade está somando, vamos subtrair o número 12 nos dois membros da
com a operação inversa, que é a soma: equação:

3° exemplo: Para finalizar, o número 3 que está multiplicando a incógnita


será dividido por 3 nos dois membros da equação:

Vamos analisar os números que estão no mesmo lado da


incógnita, o 4 e o 2. O número 2 está somando e vai para o outro
lado da igualdade subtraindo e o número 4, que está multiplicando,
passa para o outro lado dividindo.
EQUAÇÃO DO 2° GRAU

Toda equação que puder ser escrita na forma ax2 + bx + c = 0


será chamada equação do segundo grau3. O único detalhe é que
a, b e c devem ser números reais, e a não pode ser igual a zero em
hipótese alguma.
Uma equação é uma expressão que relaciona números
conhecidos (chamados coeficientes) a números desconhecidos
(chamados incógnitas), por meio de uma igualdade. Resolver uma
equação é usar as propriedades dessa igualdade para descobrir
o valor numérico desses números desconhecidos. Como eles
são representados pela letra x, podemos dizer que resolver uma
4° exemplo: equação é encontrar os valores que x pode assumir, fazendo com
Esse exemplo envolve números negativos e, antes de passar que a igualdade seja verdadeira.
o número para o outro lado, devemos sempre deixar o lado da
incógnita positivo, por isso vamos multiplicar toda a equação por -1. — Como resolver equações do 2º grau?
Conhecemos como soluções ou raízes da equação ax² + bx + c =
0 os valores de x que fazem com que essa equação seja verdadeira4.
Uma equação do 2º grau pode ter no máximo dois números reais
que sejam raízes dela. Para resolver equações do 2º grau completas,
existem dois métodos mais comuns:
Passando o número 3, que está multiplicando x, para o outro - Fórmula de Bhaskara;
lado, teremos: - Soma e produto.

O primeiro método é bastante mecânico, o que faz com


que muitos o prefiram. Já para utilizar o segundo, é necessário o
conhecimento de múltiplos e divisores. Além disso, quando as
soluções da equação são números quebrados, soma e produto não
é uma alternativa boa.
— Propriedade Fundamental das Equações
— Fórmula de Bhaskara
A propriedade fundamental das equações é também chamada
de regra da balança. Não é muito utilizada no Brasil, mas tem
1) Determinar os coeficientes da equação
a vantagem de ser uma única regra. A ideia é que tudo que for
Os coeficientes de uma equação são todos os números que não
feito no primeiro membro da equação deve também ser feito no
são a incógnita dessa equação, sejam eles conhecidos ou não. Para
segundo membro com o objetivo de isolar a incógnita para se obter
isso, é mais fácil comparar a equação dada com a forma geral das
o resultado. Veja a demonstração nesse exemplo:

3 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacoes-segundo-grau.
htm#:~:text=Toda%20equa%C3%A7%C3%A3o%20que%20puder%20
ser,a%20zero%20em%20hip%C3%B3tese%20alguma.
4 https://www.preparaenem.com/matematica/equacao-do-2-grau.
htm
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equações do segundo grau, que é: ax2 + bx + c = 0. Observe que


o coeficiente “a” multiplica x2, o coeficiente “b” multiplica x, e o
coeficiente “c” é constante.
Por exemplo, na seguinte equação:
x² + 3x + 9 = 0

O coeficiente a = 1, o coeficiente b = 3 e o coeficiente c = 9.

Na equação:
– x² + x = 0

O coeficiente a = – 1, o coeficiente b = 1 e o coeficiente c = 0.


2) Encontrar o discriminante
O discriminante de uma equação do segundo grau é
representado pela letra grega Δ e pode ser encontrado pela seguinte
fórmula:
Δ = b² – 4·a·c

Nessa fórmula, a, b e c são os coeficientes da equação do


Então, as soluções dessa equação são 3 e – 2, e seu conjunto de
segundo grau. Na equação: 4x² – 4x – 24 = 0, por exemplo, os
solução é: S = {3, – 2}.
coeficientes são: a = 4, b = – 4 e c = – 24. Substituindo esses números
na fórmula do discriminante, teremos:
— Soma e Produto
Δ = b² – 4 · a · c
Nesse método é importante conhecer os divisores de um
Δ= (– 4)² – 4 · 4 · (– 24)
número. Ele se torna interessante quando as raízes da equação são
Δ = 16 – 16 · (– 24)
números inteiros, porém, quando são um número decimal, esse
Δ = 16 + 384
método fica bastante complicado.
Δ = 400
A soma e o produto é uma relação entre as raízes x1 e x2 da
equação do segundo grau, logo devemos buscar quais são os
— Quantidade de soluções de uma equação
possíveis valores para as raízes que satisfazem a seguinte relação:
As equações do segundo grau podem ter até duas soluções
reais5. Por meio do discriminante, é possível descobrir quantas
soluções a equação terá. Muitas vezes, o exercício solicita isso em
vez de perguntar quais as soluções de uma equação. Então, nesse
caso, não é necessário resolvê-la, mas apenas fazer o seguinte:
Se Δ < 0, a equação não possui soluções reais.
Se Δ = 0, a equação possui apenas uma solução real.
Se Δ > 0, a equação possui duas soluções reais.
Exemplo: Encontre as soluções para a equação x² – 5x + 6 = 0.
Isso acontece porque, na fórmula de Bhaskara, calcularemos a 1º passo: encontrar a, b e c.
raiz de Δ. Se o discriminante é negativo, é impossível calcular essas a=1
raízes. b = -5
c=6
3) Encontrar as soluções da equação
Para encontrar as soluções de uma equação do segundo 2º passo: substituir os valores de a, b e c na fórmula.
grau usando fórmula de Bhaskara, basta substituir coeficientes e
discriminante na seguinte expressão:

Observe a presença de um sinal ± na fórmula de Bhaskara.


Esse sinal indica que deveremos fazer um cálculo para √Δ positivo
e outro para √Δ negativo. Ainda no exemplo 4x2 – 4x – 24 = 0,
substituiremos seus coeficientes e seu discriminante na fórmula de
Bhaskara:

3º passo: encontrar o valor de x1 e x2 analisando a equação.


Nesse caso, estamos procurando dois números cujo produto
5 https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/discriminante-u-
seja igual a 6 e a soma seja igual a 5.
ma-equacao-segundo-grau.htm
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Os números cuja multiplicação é igual a 6 são: Então encontramos as duas soluções da equação, x = 0 ou x =
I. 6 x 1 = 6 -5/2.
II. 3 x 2 =6
III. (-6) x (-1) = 6 Quando b = 0
IV. (-3) x (-2) = 6 Quando b = 0, encontramos uma equação incompleta do tipo
ax² + c = 0. Nesse caso, vamos isolar a variável x até encontrar as
Dos possíveis resultados, vamos buscar aquele em que a soma possíveis soluções da equação. Vejamos um exemplo:
seja igual a 5. Note que somente a II possui soma igual a 5, logo as Exemplo: Encontre as soluções da equação 3x² – 12 = 0.
raízes da equação são x1 = 3 e x2 = 2. Para encontrar as soluções, vamos isolar a variável.
3x² – 12 = 0
— Equação do 2º Grau Incompleta 3x² = 12
Equação do 2º grau é incompleta quando ela possui b e/ou c x² = 12 : 3
iguais a zero. Existem três tipos dessas equações, cada um com um x² = 4
método mais adequado para sua resolução.
Uma equação do 2º grau é conhecida como incompleta quando Ao extrair a raiz no segundo membro, é importante lembrar que
um dos seus coeficientes, b ou c, é igual a zero. Existem três casos existem sempre dois números e que, ao elevarmos ao quadrado,
possíveis de equações incompletas, que são: encontramos como solução o número 4 e, por isso, colocamos o
- Equações que possuem b = 0, ou seja, ax² + c = 0; símbolo de ±.
- Equações que possuem c = 0, ou seja, ax² + bx = 0; x = ±√4
- Equações em que b = 0 e c = 0, então a equação será ax² = 0. x = ±2
Então as soluções possíveis são x = 2 e x = -2.
Em cada caso, é possível utilizar métodos diferentes para
encontrar o conjunto de soluções da equação. Por mais que seja Quando b = 0 e c = 0
possível resolvê-la utilizando a fórmula de Bhaskara, os métodos Quando tanto o coeficiente b quanto o coeficiente c são iguais
específicos de cada equação incompleta acabam sendo menos a zero, a equação será do tipo ax² = 0 e terá sempre como única
trabalhosos. A diferença entre a equação completa e a equação solução x = 0. Vejamos um exemplo a seguir.
incompleta é que naquela todos os coeficientes são diferentes de 0, Exemplo:
já nesta pelo menos um dos seus coeficientes é zero. 3x² = 0
x² = 0 : 3
Como Resolver Equações do 2º Grau Incompletas x² = 0
Para encontrar as soluções de uma equação do 2º grau, é x = ±√0
bastante comum a utilização da fórmula de Bhaskara, porém x = ±0
existem métodos específicos para cada um dos casos de equações x=0
incompletas, a seguir veremos cada um deles.
INEQUAÇÃO DO 1º GRAU
Quando c = 0
Quando o c = 0, a equação do 2º grau é incompleta e é uma Inequação é uma sentença matemática que apresenta pelo
equação do tipo ax² + bx = 0. Para encontrar seu conjunto de menos um valor desconhecido (incógnita) e representa uma
soluções, colocamos a variável x em evidência, reescrevendo essa desigualdade6.
equação como uma equação produto. Vejamos um exemplo a Nas inequações usamos os símbolos:
seguir. > maior que
Exemplo: Encontre as soluções da equação 2x² + 5x = 0. < menor que
1º passo: colocar x em evidência. ≥ maior que ou igual
Reescrevendo a equação colocando x em evidência, temos que: ≤ menor que ou igual
2x² + 5x = 0
x · (2x + 5) = 0 Exemplos:
a) 3x - 5 > 62
2º passo: separar a equação produto em dois casos. b) 10 + 2x ≤ 20
Para que a multiplicação entre dois números seja igual a zero,
um deles tem que ser igual a zero, no caso, temos que: Uma inequação é do 1º grau quando o maior expoente da
x · (2x + 5) = 0 incógnita é igual a 1. Podem assumir as seguintes formas:
x = 0 ou 2x + 5 = 0 ax + b >0
ax + b < 0
3º passo: encontrar as soluções. ax + b ≥ 0
Já encontramos a primeira solução, x = 0, agora falta encontrar ax + b ≤ 0
o valor de x que faz com que 2x + 5 seja igual a zero, então, temos
que:
2x + 5 = 0
2x = -5
x = -5/2 6 https://www.todamateria.com.br/inequacao/
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Sendo a e b números reais e a ≠ 0. Essa expressão indica que a solução da inequação são os
valores de x que tornam a inequação negativa (< 0).
— Resolução de uma inequação do primeiro grau. Encontrar a raiz da equação 3x - 21 = 0
Para resolver uma inequação desse tipo, podemos fazer da
mesma forma que fazemos nas equações. x = 21/3
Contudo, devemos ter cuidado quando a incógnita ficar x = 7 (raiz da equação)
negativa.
Nesse caso, devemos multiplicar por (-1) e inverter o símbolo Representar no plano cartesiano os pares de pontos
da desigualdade. encontrados ao substituir valores no x na equação. O gráfico deste
tipo de equação é uma reta.
Exemplos:
a) Resolvendo a inequação 3x + 19 < 40.
Para resolver a inequação devemos isolar o x, passando o 19 e
o 3 para o outro lado da desigualdade.
Lembrando que ao mudar de lado devemos trocar a operação.
Assim, o 19 que estava somando, passará diminuindo e o 3 que
estava multiplicando passará dividindo.

3x < 40 -19
x < 21/3
x<7

b) Como resolver a inequação 15 - 7x ≥ 2x - 30?


Quando há termos algébricos (x) dos dois lados da desigualdade,
devemos juntá-los no mesmo lado.
Ao fazer isso, os números que mudam de lado têm o sinal
alterado.

15 - 7x ≥ 2x - 30 Identificamos que os valores < 0 (valores negativos) são os


- 7x - 2 x ≥ - 30 -15 valores de x < 7. O valor encontrado coincide com o valor que
- 9x ≥ - 45 encontramos ao resolver diretamente (exemplo a, anterior).

Agora, vamos multiplicar toda a inequação por (-1). Para tanto, INEQUAÇÃO DO 2º GRAU
trocamos o sinal de todos os termos:
Uma inequação é do 2º grau quando o maior expoente da
9x ≤ 45 (observe que invertemos o símbolo ≥ para ≤) incógnita é igual a 2. Podem assumir as seguintes formas:
x ≤ 45/9 ax² + bx + c > 0
x≤5 ax² + bx + c < 0
ax² + bx + c ≥ 0
Portanto, a solução dessa inequação é x ≤ 5. ax² + bx + c ≤ 0

— Resolução usando o gráfico da inequação Sendo a, b e c números reais e a ≠ 0.


Outra forma de resolver uma inequação é fazer um gráfico no Podemos resolver esse tipo de inequação usando o gráfico que
plano cartesiano. representa a equação do 2º grau para fazer o estudo do sinal, da
No gráfico, fazemos o estudo do sinal da inequação identificando mesma forma que fizemos no da inequação do 1º grau.
que valores de x transformam a desigualdade em uma sentença Lembrando que, nesse caso, o gráfico será uma parábola.
verdadeira.
Para resolver uma inequação usando esse método devemos Exemplo: Resolvendo a inequação x² - x - 6 < 0.
seguir os passos:
1º) Colocar todos os termos da inequação em um mesmo lado. Para resolver uma inequação do segundo grau é preciso
2º) Substituir o sinal da desigualdade pelo da igualdade. encontrar valores cuja expressão do lado esquerdo do sinal < dê
3º) Resolver a equação, ou seja, encontrar sua raiz. uma solução menor do que 0 (valores negativos).
4º) Fazer o estudo do sinal da equação, identificando os valores Primeiro, identifique os coeficientes:
de x que representam a solução da inequação. a=1
b=-1
Exemplo: Resolvendo a inequação 3x + 19 < 40. c=-6
Primeiro, vamos escrever a inequação com todos os termos de
um lado da desigualdade:
3x + 19 - 40 < 0
3x - 21 < 0
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Utilizamos a fórmula de Bhaskara (Δ = b² - 4ac) e substituímos SISTEMA DO 1º GRAU


pelos valores dos coeficientes: Um sistema de equação de 1º grau com duas incógnitas é for-
mado por: duas equações de 1º grau com duas incógnitas diferen-
Δ = (- 1)² - 4 . 1 . (- 6) tes em cada equação. Veja um exemplo:
Δ = 1 + 24
Δ = 25

Continuando na fórmula de Bhaskara, substituímos novamente


pelos valores dos nossos coeficientes:
• Resolução de sistemas
Existem dois métodos de resolução dos sistemas. Vejamos:

• Método da substituição
Consiste em escolher uma das duas equações, isolar uma das
incógnitas e substituir na outra equação, veja como:

Dado o sistema , enumeramos as equações.

Escolhemos a equação 1 (pelo valor da incógnita de x ser 1) e


isolamos x. Teremos: x = 20 – y e substituímos na equação 2.
3 (20 – y) + 4y = 72, com isso teremos apenas 1 incógnita. Re-
solvendo:
60 – 3y + 4y = 72 → -3y + 4y = 72 -60 → y = 12
As raízes da equação são -2 e 3. Como o coeficiente a da Para descobrir o valor de x basta substituir 12 na equação x =
equação do 2º grau é positivo, seu gráfico terá a concavidade 20 – y. Logo:
voltada para cima. x = 20 – y → x = 20 – 12 →x = 8
Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12)

Método da adição
Esse método consiste em adicionar as duas equações de tal
forma que a soma de uma das incógnitas seja zero. Para que isso
aconteça será preciso que multipliquemos algumas vezes as duas
equações ou apenas uma equação por números inteiros para que a
soma de uma das incógnitas seja zero.

Dado o sistema

Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma das in-


cógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira equação por
– 3.

Pelo gráfico, observamos que os valores que satisfazem a


inequação são: - 2 < x < 3.
Podemos indicar a solução usando a seguinte notação:

Teremos:

Um número x que pertence ao conjunto dos números Reais, tal


que, x seja maior que -2 e menor que 3.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Adicionando as duas equações: (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDADE – FCC) Em


um campeonato de futebol, as equipes recebem, em cada jogo, três
pontos por vitória, um ponto em caso de empate e nenhum ponto
se forem derrotadas. Após disputar 30 partidas, uma das equipes
desse campeonato havia perdido apenas dois jogos e acumulado 58
pontos. O número de vitórias que essa equipe conquistou, nessas
30 partidas, é igual a
Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma das duas (A) 12
equações e substituir o valor de y encontrado: (B) 14
x + y = 20 → x + 12 = 20 → x = 20 – 12 → x = 8 (C) 16
Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12). (D) 13
(E) 15
Exemplos:
(SABESP – APRENDIZ – FCC) Em uma gincana entre as três equi- Resolução:
pes de uma escola (amarela, vermelha e branca), foram arrecada- Vitórias: x
dos 1 040 quilogramas de alimentos. A equipe amarela arrecadou Empate: y
50 quilogramas a mais que a equipe vermelha e esta arrecadou 30 Derrotas: 2
quilogramas a menos que a equipe branca. A quantidade de alimen- Pelo método da adição temos:
tos arrecadada pela equipe vencedora foi, em quilogramas, igual a
(A) 310
(B) 320
(C) 330
(D) 350
(E) 370

Resolução:
Amarela: x
Vermelha: y
Branca: z
x = y + 50 Resposta: E
y = z - 30
z = y + 30 SISTEMA DO 2º GRAU
Utilizamos o mesmo princípio da resolução dos sistemas de
1º grau, por adição, substituições, etc. A diferença é que teremos
como solução um sistema de pares ordenados.

Sequência prática
– Estabelecer o sistema de equações que traduzam o problema
Substituindo a II e a III equação na I: para a linguagem matemática;
– Resolver o sistema de equações;
– Interpretar as raízes encontradas, verificando se são compatí-
veis com os dados do problema.

Exemplos:
(CPTM - MÉDICO DO TRABALHO – MAKIYAMA) Sabe-se que o
produto da idade de Miguel pela idade de Lucas é 500. Miguel é
Substituindo na equação II
5 anos mais velho que Lucas. Qual a soma das idades de Miguel e
x = 320 + 50 = 370
Lucas?
z=320+30=350
(A) 40.
A equipe que mais arrecadou foi a amarela com 370kg
(B) 55.
(C) 65.
Resposta: E
(D) 50.
(E) 45.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Resolução: Exemplo
Sendo Miguel M e Lucas L:
M.L = 500 (I)
M = L + 5 (II)
substituindo II em I, temos:
(L + 5).L = 500
L2 + 5L – 500 = 0, a = 1, b = 5 e c = - 500
∆ = b² - 4.a.c
∆ = 5² - 4.1.(-500)
∆ = 25 + 2000
∆ = 2025
x = (-b ± √∆)/2a O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).
x’ = (-5 + 45) / 2.1 → x’ = 40/2 → x’ = 20 3(blusas)=6 maneiras
x’’ = (-5 - 45) / 2.1 → x’’ = -50/2 → x’’ = -25 (não serve)
Fatorial
Então L = 20 É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto
M.20 = 500 de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu-
m = 500 : 20 = 25 tivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
M + L = 25 + 20 = 45 n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)
Resposta: E
Arranjo Simples
(TJ- FAURGS) Se a soma de dois números é igual a 10 e o seu Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p, toda
produto é igual a 20, a soma de seus quadrados é igual a: sequência de p elementos distintos de E.
(A) 30
(B) 40 Exemplo
(C) 50 Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
(D) 60 algarismos distintos podemos formar?
(E) 80

Resolução:

Eu quero saber a soma de seus quadrados x2 + y2


Vamos elevar o x + y ao quadrado:
(x + y)2 = (10)2
x2 + 2xy + y2 = 100 , como x . y=20 substituímos o valor :
x2 + 2.20 + y2 = 100
x2 + 40 + y2 = 100
x2 + y2 = 100 – 40
x2 + y2 = 60
Resposta: D Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
COMBINAÇÕES, ARRANJOS E PERMUTAÇÃO Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos
3 elementos tomados 2 a 2.
Análise Combinatória
A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos Indica-se A3,2
problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem


Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de
um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão E2
pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de se
tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Permutação Simples Binomiais Complementares


Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos de-
agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E. nominadores é igual ao numerador são iguais:
O número de permutações simples de n elementos é indicado
por Pn.
Pn = n!

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO? Relação de Stifel
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320

Permutação com elementos repetidos


Triângulo de Pascal
De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?

Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permutações.
Como temos uma letra repetida, esse número será menor.

Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

LINHA 0 1
Combinação Simples LINHA 1 1 1
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, pode- LINHA 2 1 2 1
mos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto com
i elementos é chamado combinação simples. LINHA 3 1 3 3 1
LINHA 4 1 4 6 4 1
LINHA 5 1 5 10 10 5 1
LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1

Exemplo Binômio de Newton


Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que po- Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a +
demos formar a partir de um grupo de 5 alunos. b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
n = 0 → (a + b)0 = 1
Solução n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b
n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3

Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo de


Pascal.
Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a p, tam-
bém é representado pelo número binomial .

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Eventos complementares
PROBABILIDADE, VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E PRINCIPAIS Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um evento
DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por , o evento
formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.
Experimento Aleatório
Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível,
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
de um dado.

Espaço Amostral
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para
cima, tem-se: Note que
E={1,2,3,4,5,6}

No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para


cima:
E={Ca,Co} Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas. Sa-
Evento be-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha
É qualquer subconjunto de um espaço amostral. é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
No lançamento de um dado, vimos que seja vermelha.
E={1,2,3,4,5,6}
Solução
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer
um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo
São complementares.
Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas
para cima em três lançamentos de uma moeda.

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral.
Adição de probabilidades
Solução Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento, vazio. Tem-se:
há duas possibilidades.

2x2x2=8

b) Exemplo
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)} No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter
um número par ou menor que 5, na face superior?
Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com Solução
n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras. E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6

Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Probabilidade Condicional
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o evento B, definido por:

E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

Eventos Simultâneos
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:

VARIÁVEL ALEATÓRIA DISCRETA7


Definição 1: Seja uma variável aleatória (v.a.). Se o número de valores possíveis de for enumerável (finito ou infinito), dizemos que
é uma variável aleatória discreta. Isto é, os possíveis valores de podem ser postos em lista como . No caso finito, a lista
possui um valor final , e no caso infinito, a lista continua indefinidamente. Exemplo: Suponha que, após um exame médico, pessoas
sejam diagnosticadas como tendo diabetes (D) e não tendo diabetes (N). Admita que três pessoas sejam escolhidas ao acaso e classifica-
das de acordo com esse esquema.
O espaço amostral é dado por

Nosso interesse é saber quantas pessoas com diabetes foram encontradas, não interessando a ordem em que tenham sido selecionadas.
Isto é, desejamos estudar a variável aleatória , a qual atribui a cada resultado o número de pessoas com diabetes. Consequen-
temente, o conjunto dos possíveis valores de é , ou seja, é uma variável aleatória discreta.

Definição 2: Seja uma variável aleatória discreta. A cada possível resultado associaremos um número ,
denominado probabilidade de . Os números , devem satisfazer as seguintes condições:
1. para todo ;

2. .

A função é denominada função de probabilidade da variável aleatória .

Definição 3: A coleção de pares ; é algumas vezes denominada distribuição de probabilidade de . Assim, po-
demos falar que a distribuição de probabilidades de uma variável aleatória discreta , definida em um espaço amostral , é uma tabela
que associa a cada valor de sua probabilidade.
Exemplo: Considere que uma moeda é lançada duas vezes. Seja a função definida no espaço amostral que é igual ao número de caras
nos dois lançamentos ( - Cara e - Coroa).

7 http://www.portalaction.com.br/probabilidades/22-variavel-aleatoria-discreta
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Temos na Tabela a seguir a distribuição de probabilidade refe-


rente a variável aleatória X.

Valores de X Pontos Amostrais Probabilidade


0 KK ¼
1 KC, CK ½
A função de distribuição acumulada correspondente será:
2 CC ¼

Os valores das probabilidades, na tabela acima, são obtidos da


seguinte maneira:

Definição 4: O quantil ( ) de uma variável alea-


tória discreta é o menor valor de para o qual

Já o percentil de um valor é o valor da distribuição acu-


mulada em , ou seja,

Relação entre a função de distribuição acumulada e a distri- Axiomas


buição de probabilidade discreta Na matemática, um axioma é uma hipótese inicial de qual
Seja uma variável aleatória discreta cuja distribuição de proba- outros enunciados são logicamente derivados. Pode ser uma sen-
bilidade associa aos valores as respectivas probabilida- tença, uma proposição, um enunciado ou uma regra que permite
des . a construção de um sistema formal. Diferentemente de teoremas,
Como os valores de são mutuamente exclusivos, temos que a axiomas não podem ser derivados por princípios de dedução e nem
função de distribuição acumulada é dada por são demonstráveis por derivações formais, simplesmente porque
eles são hipóteses iniciais. Isto é, não há mais nada a partir do que
eles seguem logicamente (em caso contrário eles seriam chamados
teoremas). Em muitos contextos, “axioma”, “postulado” e “hipóte-
se” são usados como sinônimos. Como foi visto na definição, um
axioma não é necessariamente uma verdade auto evidente, mas
Assim, dada a distribuição de probabilidade de uma variável apenas uma expressão lógica formal usada em uma dedução, vi-
aleatória discreta, conseguimos determinar sua função de distribui- sando obter resultados mais facilmente. Axiomatizar um sistema é
ção acumulada, ou ainda, dada a função de distribuição acumulada, mostrar que suas inferências podem ser derivadas a partir de um
podemos determinar a sua distribuição de probabilidade. pequeno e bem-definido conjunto de sentenças. Isto não signifi-
ca que elas possam ser conhecidas independentemente, e tipica-
Exemplo: Considere dois lançamentos independentes de uma mente existem múltiplos meios para axiomatizar um dado sistema
moeda equilibrada. Com o espaço de probabilidade usual, defina (como a aritmética). A matemática distingue dois tipos de axiomas:
como sendo o número de caras nos dois lançamentos. Determi- axiomas lógicos e axiomas não-lógicos.
ne a função de distribuição acumulada de .
A variável é discreta e sua distribuição de probabilidade será DISTRIBUIÇÕES
dada por A distribuição da probabilidade é uma função que determina
probabilidades para eventos ou proposições. Para qualquer conjun-
to de eventos ou proposições existem muitas maneiras de determi-
nar probabilidades, de forma que a escolha de uma ou outra distri-
buição é equivalente a criar diferentes hipóteses sobre os eventos
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

ou proposições em questão. Há várias formas equivalentes de se — o número de ocorrências em um intervalo independe do nú-
especificar uma distribuição de probabilidade. Talvez a mais comum mero de ocorrências em outros intervalos.
é especificar uma função densidade da probabilidade. Daí, a proba-
bilidade de um evento ou proposição é obtida pela integração da • Fórmula de cálculo
função densidade. A fórmula para se determinar a probabilidade de que haja exa-
A função distribuição pode ser também especificada direta- tamente x ocorrências em um intervalo é dada por:
mente. Em uma dimensão, a função distribuição é chamada de
função distribuição cumulativa. As distribuições de probabilidade
também podem ser especificadas via momentos ou por funções ca-
racterísticas, ou por outras formas. Uma distribuição é chamada de
distribuição discreta se for definida em um conjunto contável e dis-
creto, tal como o subconjunto dos números inteiros; ou é chamada
de distribuição contínua se tiver uma função distribuição contínua,
tal como uma função polinomial ou exponencial. A maior parte das onde:
distribuições de importância prática são ou discretas ou contínuas, μ = número médio da variável por unidade de exposição
porém há exemplos de distribuições que não são de nenhum desses e = é um número irracional que representa a base do sistema
tipos. de logaritmos naturais (é uma constante), com valor aproximada-
Dentre as distribuições discretas importantes, pode-se citar a mente igual a 2,71828.
distribuição uniforme discreta, a distribuição de Poisson, a distri- x! = fatorial do número de ocorrência do evento
buição binomial, a distribuição binomial negativa e a distribuição
de Maxwell-Boltzmann. Dentre as distribuições contínuas, a distri- Em resumo temos:
buição normal, a distribuição gama, a distribuição t de Student e a — Uma distribuição de probabilidade de uma variável aleató-
distribuição exponencial. ria define os valores de probabilidade de todas as possibilidades de
ocorrência dessa variável aleatória X;
Distribuição de Poisson — Quando a variável é aleatória, os valores de probabilidade
A distribuição de Poisson encontra aplicações principalmente são determinados por processos acidentais, ao acaso, que não es-
no planejamento da capacidade de postos de serviço e no Controle tão sob o controle de nenhum observador;
Estatístico de Qualidade. Ela consegue descrever o comportamento — Para a distribuição binomial, em cada tentativa existem ape-
de eventos com pequenas probabilidades de ocorrência. nas dois resultados possíveis mutuamente exclusivos, chamados de
Para melhor entender a aplicação dessa distribuição, será usa- sucesso e fracasso. Cada tentativa caracteriza-se por ser um evento
do o exemplo de um grande prédio destinado a escritórios de em- independente, permanecendo a probabilidade de sucesso de ocor-
presas em que existe um balcão de informações logo na entrada. rência do evento constante de tentativa em tentativa, assim como a
Depois de muito tempo de funcionamento, chega-se à conclusão probabilidade de fracasso;
de que em média a cada minuto ocorrem dois pedidos de informa- — A probabilidade de sucesso é atribuída a “p”, e a probabilidade
ções mais detalhadas. A partir desta informação, quer se saber qual de fracasso ou insucesso, representada por um “q”, é igual a (1 - p);
é a probabilidade de ocorrer um número qualquer dado (inteiro e — A probabilidade binomial determina a probabilidade de
positivo) de pedidos de informação no intervalo de um minuto. Por ocorrência de “x” número de sucessos em “n” número de experi-
exemplo, qual é a probabilidade de nenhum pedido? De dois pedi- mentos do evento, com probabilidade de sucesso igual a “p” e uma
dos? De 15 pedidos? A resposta pode ser dada se for admitido que a probabilidade de ocorrência de fracasso igual a “q”;
distribuição de probabilidade do número de pedidos de informação — Nos cálculos de probabilidade é comum o uso de expres-
por minuto obedece à Distribuição de Poisson. sões como: “no mínimo”, “no máximo”, “pelo menos”, “menos de”,
Assim, a Distribuição de Poisson é utilizada quando a variável “mais de”. Como essas expressões indicam que mais de um resulta-
aleatória está referida a uma certa unidade de exposição, de tem- do é possível, faz-se necessário o cálculo da probabilidade de cada
po, de superfície ou de volume que possa assumir qualquer valor evento separadamente e depois se somam esses valores. Por exem-
inteiro e positivo, ou seja, uma variável discreta, admitindo-se ser plo, no máximo dois significa que o evento pode não ocorrer (P=0),
conhecido o valor médio da variável por unidade de exposição. Essa ocorrer uma única vez (P=1) ou ainda ocorrer duas vezes (P=2); pelo
distribuição consegue medir eventos dinâmicos não estáticos, ba- menos cinco significa que o evento pode ocorrer cinco vezes, seis
seando-se em seu valor médio e não em uma amostra exata (não vezes, ... e tantos quantos o problema permitir;
considera N). — Para poder aplicar a probabilidade binomial em situações de
eventos dependentes, há a necessidade de haver reposição;
• Características da Distribuição de Poisson — A distribuição de Poisson é utilizada quando a variável alea-
A distribuição de Poisson é uma distribuição discreta de pro- tória está referida a uma unidade de exposição de tempo, de su-
babilidade de uma variável aleatória que satisfaz as seguintes con- perfície ou de volume que possa assumir qualquer valor inteiro e
dições: positivo, ou seja, uma variável discreta, admitindo-se ser conhecido
— o experimento consiste na contagem do número de vezes, o valor médio da variável por unidade de exposição;
x, que um evento ocorre em um determinado intervalo. O intervalo — Ela é utilizada para descrever o comportamento de eventos
pode ser de tempo, de área ou de volume; com pequenas probabilidades de ocorrência;
— a probabilidade de que o evento ocorra é a mesma em cada — A distribuição de Poisson é uma distribuição discreta de pro-
intervalo; babilidade de uma variável aleatória, cujo experimento consiste na
contagem do número de vezes, x, que um evento ocorre em deter-
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

minado intervalo, com igual probabilidade de ocorrência em cada • Características da Distribuição Normal
intervalo, independendo o número de ocorrências em um intervalo A curva normal é definida como sendo simétrica e unimodal.
do número de ocorrências em outros intervalos; Essa característica encontra-se na natureza quando o número de
— Aplica-se no fluxo de veículos, na previsão de acidentes, no dados do universo analisado é relativamente grande e principal-
uso de estoques por unidade de tempo, fluxo interno de pessoas mente com uma variável contínua. Nesse caso, a distribuição dos
em um ambiente, em qual não se tem o número total de elemen- valores acontece em uma curva em forma de um sino, com um
tos, pois o fluxo é contínuo, não sendo possível determinar o limite ponto máximo no centro, em que as áreas, em ambos os lados da
populacional; média, são idênticas.
— Em um cálculo de estoque, costuma-se utilizar Poisson, pois
não há necessidade de haver a reposição de dados.

Distribuição básica de probabilidade de variáveis contínuas


Partindo da ideia de organização de intervalos de classe de va-
riáveis contínuas, com determinada amplitude e com um número
muito grande de dados, com a redução dessa amplitude e aumento
do número de intervalos progressivamente, pode-se chegar a uma
situação teórica de um número infinitamente grande de interva-
los e amplitudes infinitamente pequenas. Dessa maneira, forma-
-se uma linha contínua com a forma aproximada de um sino. Essa
curva está ligada à história da descoberta das probabilidades em
matemática, no século XVII. O responsável mais direto dessa curva,
chamada normal, foi Abraham de Moivre, que a definiu em 1730, a
partir dos trabalhos de Jacob e Nicolaus Bernoulli, da Lei dos Gran- Essa situação simétrica é estabelecida porque os valores da
des Números. Moivre publicou os seus trabalhos em 1773 na obra média, mediana e moda são iguais. Como nem sempre essa situa-
The Doctrine of chances. Assim, Laplace em 1783 a utilizou para ção acontece exatamente dessa forma, comumente usa-se também
descrever a distribuição dos erros e Gauss, 1809, a empregou para a expressão de distribuição aproximadamente normal, que se ca-
analisar dados astronômicos. racteriza por pequenas deformações, em que as medidas da mé-
Posteriormente Karl Pearson propôs o termo Distribuição Nor- dia, moda e mediana não são mais iguais, mas com valores muito
mal para a curva normal desenvolvida por Moivre, na área da Esta- próximos.
tística, e o nome de Curva de Gauss foi dado em homenagem a K. F. Para facilitar o uso da distribuição Normal, trabalha-se com
Gauss, que é aplicada em Matemática. uma curva normal padronizada, que, além das características já
Atualmente a curva normal representa um ganho para a ciên- apresentadas, ainda assume que a curtose seja mesocúrtica, ou
cia, pois a normalidade ocorre naturalmente em muitas medidas de seja, com um pico mediano, nem muito empinado nem achatado.
situações físicas, biológicas e sociais e é utilizada para fazer inferên- Uma curva normal padronizada baseia-se em parâmetros au-
cias estatísticas. tomaticamente definidos para qualquer escala de medida que for
Assim, os modelos contínuos encontram importantes apli- utilizada, sendo a média sempre zero e a variância igual a um. Para
cações na engenharia, nas ciências físicas, em finanças e ciências isso existem tabelas construídas para essa curva que mostram o
sociais. Alguns exemplos de fenômenos aleatórios contínuos são a percentual da população que se encontra em determinada faixa.
altura, peso, tempo, como, por exemplo, tempo necessário de aten- Considerando essas características, a distribuição Normal é im-
dimento a clientes, ou na execução de tarefas etc. portante na estatística pelos seguintes aspectos:
Nesse caso, a proporção da área incluída entre dois pontos — Inúmeros fenômenos contínuos parecem segui-la ou pode-
quaisquer, debaixo da curva de probabilidade, identifica a probabi- rem ser aproximados por meio dela;
lidade de que a variável aleatória contínua selecionada assuma um — Pode também ser usada como aproximação para distribui-
valor entre tais pontos. ções de probabilidade discreta, em situações específicas;
— Oferece a base para a inferência estatística clássica devido à
sua afinidade com o teorema do limite central.
— Em termos gerais, as características de uma Distribuição
Normal padronizada podem ser resumidas da seguinte maneira:
— Em termos de aparência, a curva é simétrica e tem o formato
de um sino;
— A reta que passa pelo ponto máximo divide a área da curva
em duas partes exatamente iguais, em forma e tamanho;
— As medidas de tendência central (média, mediana e moda)
são idênticas;
— A dispersão média é igual a 1,33 desvio-padrão. Isto significa
que o intervalo interquartílico está contido dentro de um intervalo
de dois terços de um desvio-padrão, abaixo da média aritmética e
dois terços de um desvio-padrão, acima da média;
— A área debaixo da curva é igual a 1 ou 100%;

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— Os valores encontrados abaixo da curva da distribuição Nor- σ = desvio-padrão da população


mal padronizada podem ser medidos em desvios-padrão e suas μ = média da população
probabilidades por intervalo são as seguintes: π = constante matemática com valor aproximado de 3,14159
+ 1σ a - 1σ = 68,27% da área da curva; e = constante matemática com valor aproximado de 2,71828
+ 2σ a - 2σ = 95,44% da área da curva;
+ 3σ a - 3σ = 99,73% da área da curva. Considerando que os símbolos π e e são constantes matemáti-
cas, para cada valor da variável aleatória xi, existem probabilidades
— A curva apresenta em ambos os lados um ponto de inflexão diferentes, pois os valores resultantes da função são dependentes
que está a uma distância de (-1) desvio-padrão (s) e (+1) desvio-pa- dos parâmetros da distribuição normal: a média aritmética e o des-
drão (s)) da origem do centro da curva, onde a média, a mediana e vio-padrão da população.
a moda são coincidentes; Por meio da função, podem-se determinar as áreas sob qual-
— Na curva, ambos os lados se acercam cada vez mais ao eixo quer curva normal, entre dois pontos dados na abscissa, por meio
das abcissas, porém sem jamais tocá-lo; de cálculo integral, mas seria trabalhoso.
— Sua variável aleatória associada possui um intervalo infinito
(-∞ < X < +∞).

Além disso, o tabelamento dos valores das áreas para qualquer


curva normal não seria viável, pois há um número infinito de tais
Já que na prática, às vezes, a distribuição das variáveis não che- curvas, pelas infinitas possibilidades de combinação de valores da
ga a essa perfeição, aproximando-se somente a essas propriedades variável X com diferentes parâmetros μ e σ.
teóricas, pode-se usá-la na condição de ser uma Dessa forma, torna-se difícil fazer o cálculo de probabilidades
Distribuição Aproximadamente Normal, desde que apresente com o modelo original acima apresentado.
os seguintes aspectos: Resolveu-se então construir uma curva normal padronizada e
— a curva deve ter o formato de um sino e com aparência si- tabelar os valores de suas áreas de modo que as áreas entre dois
métrica; pontos na abscissa definidos, sob qualquer curva, possam ser cal-
— suas medidas de tendência central (média, moda e media- culadas.
na) podem divergir ligeiramente; Assim, foi feita a padronização dos dados, substituindo a expressão
— o valor do intervalo interquartílico pode diferir ligeiramente
de 1,33 desvio-padrão; por z, ou seja:
— o intervalo da variável na prática não ser infinito, mas deve es-
tar entre três desvios padrões acima e abaixo da média aritmética.

• Fórmula de cálculo da Função densidade


A função densidade de probabilidade representa um modelo
ou expressão matemática pelo símbolo f(x). Essa função foi desen-
volvida pelo matemático Gauss que expressa uma curva simétrica Em que z representa uma variável reduzida padronizada que
da Distribuição Normal, também conhecida como curva de Gauss. tem (média) m = 0 e (desvio padrão) s = 1.
Para definir os diferentes pontos que permitem traçar a curva, Assim, o valor de z é igual à diferença entre o valor de Xi e a
a função é definida pela seguinte expressão matemática: média aritmética m, dividida pelo desvio-padrão s.
Dessa forma, introduzindo a variável z em substituição à ex-
pressão e considerando que o desvio-padrão da variável reduzida
z é igual a 1, a função densidade de probabilidade de uma variável
normal padronizada pode ser definida assim:

onde:
f(X) = diferentes valores da curva determinados pela expressão
Xi = qualquer valor da variável aleatória contínua, em que
-∞<Xi<+∞

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f(X) = diferentes valores da curva determinados pela equação Ângulo Raso:


z = variável reduzida padronizada - É o ângulo cuja medida é 180º;
π = constante matemática com valor aproximado de 3,14159 - É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
e = constante matemática com valor aproximado de 2,71828
Utilizando a expressão, pode-se converter qualquer conjunto
de dados distribuídos de maneira normal para sua forma padroni-
zada e determinar quaisquer probabilidades desejadas a partir de
uma tabela da distribuição normal padronizada.

Ângulo Reto:
GEOMETRIA PLANA. GEOMETRIA ESPACIAL. GEOMETRIA - É o ângulo cuja medida é 90º;
ANALÍTICA - É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.

GEOMETRIA PLANA
Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas se-
mirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome de la-
dos do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.

Triângulo

Elementos

Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que liga um
vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo intercepta o


lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da bissetriz de


Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.
um ângulo do triângulo que liga um vértice a um ponto do lado
oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

Altura de um triângulo é o segmento que liga um vértice a um


ponto da reta suporte do lado oposto e é perpendicular a esse lado.
Na figura, é uma altura do .
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Um triângulo tem três alturas. Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular a


esse segmento pelo seu ponto médio. Triângulo equilátero: três lados iguais.

Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo: tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do triângulo


que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo: tem um ângulo reto

Classificação

Quanto aos lados

Triângulo escaleno: três lados desiguais.

Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso

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Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos Polígono


Num triângulo o comprimento de qualquer lado é menor que Chama-se polígono a união de segmentos que são chamados
a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao maior ângulo lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vértices do
opõe-se o maior lado, e vice-versa. polígono.

Quadrilátero
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes propriedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

Diagonal de um polígono é um segmento cujas extremidades


são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
(iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são perpendiculares
entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos inter-
nos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base maior, b é a


medida da base menor e h é medida da altura.

2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é a


Ângulos Internos
medida da altura.
A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono con-
vexo de n lados é (n-2).180
3 - Retângulo: A = b.h
Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenientemente es-
colhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das medidas dos ângu-
4 - Losango: , onde D é a medida da diagonal maior e d é a los internos do polígono é igual à soma das medidas dos ângulos
medida da diagonal menor. internos dos n-2 triângulos.

5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

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Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os seus ân-
gulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas medidas, e os
lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança
1º Caso: AA(ângulo - ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vértices
correspondentes, então esses triângulos são congruentes.

Ângulos Externos

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes proporcio-
nais e os ângulos compreendidos entre eles congruentes, então es-
A soma dos ângulos externos=360° ses dois triângulos são semelhantes.
Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, então a
razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal é igual à ra-
zão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que são váli-
das as seguintes proporções:

Exemplo

3º Caso: LLL (lado - lado - lado)


Se dois triângulos têm os três lado correspondentes proporcio-
nais, então esses dois triângulos são semelhantes.

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Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²


Dividindo os membros por c²
Considerando o triângulo retângulo ABC.

Como

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado trian-


gulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

Temos:

a: hipotenusa
b e c: catetos
h: altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipotenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes entre os
diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenusa


pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.
Fórmulas Trigonométricas

Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cosseno de
um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa pela
altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das projeções dos


catetos sobre a hipotenusa.

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4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos GEOMETRIA ESPACIAL


catetos (Teorema de Pitágoras). Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro O
contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião de to-
Posições Relativas de Duas Retas dos os segmentos paralelos a s, com extremidades no círculo e no
Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo plano. outro plano.
Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem também não
estar no mesmo plano. Nesse caso, são denominadas retas rever-
sas.

Retas Coplanares

a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando as geratri-
-Duas retas concorrentes podem ser: zes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é equilá-
1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto. tero.
2. Oblíquas: r e s não são perpendiculares. Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são coinci-


dentes.
Área
Área da base: Sb=πr²

Volume

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Cones Pirâmides
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α, um pon- As pirâmides são também classificadas quanto ao número de
to V que não pertence ao plano. lados da base.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os segmen-
tos de reta que tem uma extremidade no ponto V e a outra num
ponto do círculo denomina-se cone circular.

Área e Volume

Área lateral: Sl = n. área de um triângulo

Classificação Onde n = quantidade de lados


-Reto: eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângulo em tor- Stotal = Sb + Sl
no de um de seus catetos. Por isso o cone reto é também chamado
de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é denomi-
nado cone equilátero.
Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R contido
em α e uma reta r concorrente aos dois.

g2 = h2 + r2

-Oblíquo: eixo não é perpendicular

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião de todos


os segmentos paralelos a r, com extremidades no polígono R e no
plano β.

Área

Volume

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Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruentes e Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces quadra-
paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos ligando-se das.
os vértices correspondentes das duas faces paralelas.

Classificação

Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares às bases


Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

PRISMA RETO PRISMA OBLÍQUO

Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regulares, o
prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases são con-
gruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo: St = 6a2
Classificação pelo polígono da base
Área paralelepípedo: St = 2(ab + ac + bc)
TRIANGULAR QUADRANGULAR A área de um prisma: St = 2Sb + St

Onde: St = área total


Sb = área da base
Sl = área lateral, soma-se todas as áreas das faces laterais.

Volume
Paralelepípedo: V = a . b . c
Cubo: V = a³

Demais: V = Sb . h

E assim por diante... GEOMETRIA ANALÍTICA

Paralelepípedos Estudo do Ponto


Os prismas cujas bases são paralelogramos denominam-se pa-
ralelepípedos.

PARALELEPÍPEDO RETO PARALELEPÍPEDO OBLÍQUO

Podemos localizar um ponto P em um plano α utilizando um


sistema de eixos cartesianos.
- A é a abscissa do ponto P
- B é a ordenada do ponto P
- P ϵ 1ºQuad

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Ponto Médio

Fonte: www.matematicadidatica.com.br
Dados os pontos P(xp,yp) e Q(xq,yp), as coordenadas do ponto
1º Quadrante: x>o e y>o M(xM, yM) médio entre A e B, serão dadas pelas semi-somas das co-
2º Quadrante: x<0 e y>0 ordenadas de P e Q.
3º Quadrante: x<0 e y<0
4º Quadrante: x>0 e y>0 O ponto M terá as seguintes coordenadas:

Para representar o par ordenado P(x,y)


Vale a pena lembrar que o eixo x é chamado de abscissa e o
eixo y de ordenada.
Três pontos estão alinhados se, e somente se, pertencerem à
Exemplo: Um P(3,-1) está em qual quadrante? mesma reta.
x>0 e y<0 IV quadrante.

Distância entre Dois Pontos


Dados os pontos P(xp,yp) e Q(xq,yq), a distância dAB entre eles é
uma função das coordenadas de P e Q:

Para verificarmos se os pontos estão alinhados, podemos uti-


lizar a construção gráfica determinando os pontos de acordo com
suas coordenadas posicionais. Outra forma de determinar o alinha-
mento dos pontos é através do cálculo do determinante pela regra
de Sarrus envolvendo a matriz das coordenadas.

Exemplo
Dados os pontos A (2, 5), B (3, 7) e C (5, 11), vamos determinar
se estão alinhados.

(14 + 25 + 33)–(35 + 22 + 15)


72 – 72 = 0
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Os pontos somente estarão alinhados se o determinante da Coeficiente angular


matriz quadrada calculado pela regra de Sarrus for igual a 0.
Coeficiente angular m de uma reta não - perpendicular ao eixo
Estudo da Reta é o valor da tangente do ângulo de inclinação dessa reta.
Cálculo do coeficiente angular
Consideremos a reta r que passa pelos pontos A(x1,y1) e B(x2,y2), m = tan a
com x1 ≠ x2, e que forma com o eixo x um ângulo de medida a.

1º caso: 0° < a < 90°

O valor do coeficiente angular m varia em função de a.

0 < a < 90° → m > 0


Sendo o triângulo ABC retângulo ( é reto), temos:

2º caso: 90° < a < 180°

a=0→m=0

Do triângulo retângulo ABC, vem:

a = 90° → m

Portanto, para os dois casos, temos:

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Toda equação na forma y = mx + q é chamada equação reduzi-


da da reta, em que m é o coeficiente.

Posições relativas de duas retas


Considere duas retas distintas do plano cartesiano:

Podemos classificá-las como paralelas ou concorrentes.

A equação fundamental de r é dada por: Retas paralelas


As retas r e s têm o mesmo coeficiente angular.

ar = as ↔ mr = ms

Equação Geral da Reta


Ax + by + c = 0

Equação Segmentária

Assim, para r // s, temos:

Retas concorrentes
As retas r e s têm coeficientes angulares diferentes.

Equação reduzida da reta ar ≠ as ↔ mr ≠ ms


Vamos determinar a equação da reta r que passa por Q(0,q) e
tem coeficiente angular m = tan a: Assim, para r e s concorrentes, temos:

y - q = m(x - 0)
y - q = mx
y = mx + q

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Retas perpendiculares
Duas retas, r e s, não - verticais são perpendiculares se, e so-
mente se, os seus coeficientes angulares são tais que

De fato:

Ângulo entre duas retas


Conhecendo os coeficientes angulares mr e ms de duas retas, r e s,
não paralelas aos eixos , podemos determinar o ângulo 0
agudo formado entre elas:

Como:

Então:

Se uma das retas for vertical, teremos:

E, reciprocamente, se

Logo,

Distância de ponto a reta


Considere uma reta r, de equação ax + by + c = 0, e um ponto
P( x0, y0 ) não pertencente a r. Pode-se demonstrar que a distância
entre P e r( dPr ) é dada por:

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Circunferência: Equações da circunferência e Equação reduzida Como exemplo, vamos determinar a equação geral da circunfe-
Circunferência é o conjunto de todos os pontos de um plano rência de centro C(2, -3) e raio r = 4.
equidistantes de um ponto fixo, desse mesmo plano, denominado
centro da circunferência: A equação reduzida da circunferência é:

( x - 2 )2 +( y + 3 )2 = 16

Desenvolvendo os quadrados dos binômios, temos:

Determinação do centro e do raio da circunferência, dada a


equação geral
Assim, sendo C(a, b) o centro e P(x, y) um ponto qualquer da Dada a equação geral de uma circunferência, utilizamos o pro-
circunferência, a distância de C a P(dCP) é o raio dessa circunferên- cesso de fatoração de trinômio quadrado perfeito para transformá-
cia. Então: -la na equação reduzida e, assim, determinamos o centro e o raio
da circunferência.
Para tanto, a equação geral deve obedecer a duas condições:
- Os coeficientes dos termos x2 e y2 devem ser iguais a 1;
- Não deve existir o termo xy.

Então, vamos determinar o centro e o raio da circunferência


cuja equação geral é x2 + y2 - 6x + 2y - 6 = 0.

Observando a equação, vemos que ela obedece às duas con-


dições.

Assim:

1º passo: agrupamos os termos em x e os termos em y e isola-


mos o termo independente
x2 - 6x + _ + y2 + 2y + _ = 6

2º passo: determinamos os termos que completam os quadra-


dos perfeitos nas variáveis x e y, somando a ambos os membros as
parcelas correspondentes

Portanto, (x - a)2 + (y - b)2 =r2 é a equação reduzida da circunfe-


rência e permite determinar os elementos essenciais para a cons-
trução da circunferência: as coordenadas do centro e o raio.
Observação: Quando o centro da circunfer6encia estiver na ori-
3º passo: fatoramos os trinômios quadrados perfeitos
gem (C(0,0)), a equação da circunferência será x2 + y2 = r2.
( x - 3 ) 2 + ( y + 1 ) 2 = 16
Equação Geral
4º passo: obtida a equação reduzida, determinamos o centro
Desenvolvendo a equação reduzida, obtemos a equação geral
e o raio
da circunferência:

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Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética


PROGRESSÕES ARITMÉTICAS. PROGRESSÕES GEOMÉTRI- Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
CAS 6 e 34 são extremos, cuja soma é 40

SEQUÊNCIAS
Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de
um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma
posição, temos uma sequência. Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extre-
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por mos é igual à soma dos extremos.
a2, e o n-ésimo por an.
Soma dos Termos
Termo Geral de uma Sequência Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite cal-
Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de cular a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética.
formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da
sequência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do ter-
mo com sua posição.
Para a posição n(n ϵ N*), podemos escrever an=f(n)

PROGRESSÃO ARITMÉTICA Sn - Soma dos primeiros termos


Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que a1 - primeiro termo
cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma cons- an - enésimo termo
tante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da PA. n - número de termos
an = an-1 + r(n ≥ 2)
Exemplo
Exemplo Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5: igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo?
a1 = 2
a2 = 2 + 5 = 7 Solução
a3 = 7 + 5 = 12 Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo
central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua
Classificação direita. Então temos os seguintes dados para solucionar a questão:
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo
com o valor da razão r.
r < 0, PA decrescente
r > 0, PA crescente
r = 0, PA constante
Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes
Propriedades das Progressões Aritméticas dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extremos.
-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média Como esta P.A. tem um número ímpar de termos, então o termo
aritmética entre o anterior e o posterior. central tem exatamente o valor de metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à


soma dos extremos.
a1 + an = a2 + an-1 = a3 + an-2

Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da
seguinte forma:
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r
a4 = a3 + r = a1 + 3r Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.
Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro
número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.
an = a1 + (n - 1)r

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PROGRESSÃO GEOMÉTRICA Solução:


Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que a1 = 1; q = 3; n = 6
se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior
por uma constante q, chamada razão da PG.

Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
a1 = 4
a2 = 4 . 2 = 8
a3 = 8 . 2 = 16

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrário ao
do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0.
A PG constante é também chamada de PG estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita


Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base é 1º Caso:-1 < q < 1
a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do termo
menos uma unidade.

a2 = a1 . q2-1
a3 = a1 . q3-1
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a série é
Portanto, o termo geral é: convergente.
an = a1 . qn-1
2º Caso: |q| > 1
Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Finita A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é di-
Seja a PG finita (a1, a1q, a1q2, ...)de razão q e de soma dos ter- vergente
mos Sn:
3º Caso: |q| = 1
1º Caso: q=1 Também não possui soma finita, portanto divergente

Sn = n . a 1 Produto dos termos de uma PG finita

2º Caso: q≠1

Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
29524

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

O conjunto B é denominado contradomínio, CD.


FUNÇÕES MATEMÁTICAS Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no con-
tradomínio. A esse valor de y damos o nome de imagem de x pela
função f. O conjunto de todos os valores de y que são imagens de
Diagrama de Flechas valores de x forma o conjunto imagem da função, que indicaremos
por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}criamos
a função f: A→B. definida por f(x) = x + 5 que também pode ser
representada por y = x + 5. A representação, utilizando conjuntos,
desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contradomínio é


= {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im = {6, 9, 12}

Classificação das funções


Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio
apresentam imagens também distintas no contradomínio.

Muitas vezes nos deparamos com situações que envolvem uma


relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago na conta de luz
depende do consumo medido no período; o tempo de uma viagem
de automóvel depende da velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o domí-
nio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir com Sobrejetora: Quando todos os elementos do contradomínio fo-
mais rigor o que é uma função matemática utilizando a linguagem rem imagens de pelo menos um elemento do domínio.
da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma rela-


ção de A em B.
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada elemen-
to x do conjunto A está associado um e apenas um elemento y do
conjunto B.

Notação: f: A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem Bijetora: Quando apresentar as características de função inje-


O domínio é constituído por todos os valores que podem ser tora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos dis-
atribuídos à variável independente. Já a imagem da função é forma- tintos têm sempre imagens distintas e todos os elementos do con-
da por todos os valores correspondentes da variável dependente. tradomínio são imagens de pelo menos um elemento do domínio.
O conjunto A é denominado domínio da função, indicada por D.
O domínio serve para definir em que conjunto estamos trabalhan-
do, isto é, os valores possíveis para a variável x.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Raiz da função
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em que a
reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor de y igual a zero,
pois no momento em que a reta intersecta o eixo x, y = 0. Observe a
representação gráfica a seguir:

Função do 1º grau
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obtidos
de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, assim, a fun-
ção f(x) = ax + b.

Estudo dos Sinais Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da raiz
Definimos função como relação entre duas grandezas repre- de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com base
sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e isolando
formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax + o valor de x (raiz da função).
b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de zero. X=-b/a
Esse modelo de função possui como representação gráfica a figura
de uma reta, portanto, as relações entre os valores do domínio e da Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema com duas
imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor do coeficien- equações para acharmos o valor de a e b.
te a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, e
caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente. Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.
Função Crescente: a > 0
De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfico que os F(1)=1a+b
valores de y vão crescendo. 3=a+b
F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
Função Decrescente: a < 0 b=2
Nesse caso, os valores de y, caem.
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2

Função do 2º grau
Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo
grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2)

É essencial que apareça ax² para ser uma função quadrática e


deve ser o maior termo.

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101
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Concavidade Vértices e Estudo do Sinal


A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo se Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e
a<0 um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavidade
voltada para baixo e um ponto de máximo V.

Em qualquer caso, as coordenadas de V são .

Veja os gráficos:

Discriminante(∆)
∆ = b²-4ac
∆>0

A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois pontos dis-


tintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando ∆=0 , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao eixo x, no


ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante ∆ = 0, as duas


raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
∆<0

A função não tem raízes reais

Raízes

Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de
uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.

Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

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Solução

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)

O número e é um número irracional e positivo e em função da


Função exponencial definição da função exponencial, temos que:
A expressão matemática que define a função exponencial é Ln(e) = 1
uma potência. Nesta potência, a base é um número real positivo e
diferente de 1 e o expoente é uma variável. Este número é denotado por e em homenagem ao matemático
suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a estudar as
Função crescente propriedades desse número.
Se a > 1 temos uma função exponencial crescente, qualquer
que seja o valor real de x. O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida e = 2,7182818284
que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos
que a curva da função é crescente. Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser
escrita como a potência de base e com expoente x, isto é:
ex = exp(x)

Propriedades dos expoentes


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número
racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

Logaritmo
Função decrescente
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a
≠1, existe um número c tal que:
Se 0 < a < 1 temos uma função exponencial decrescente em
todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x au-
menta, y diminui. Graficamente observamos que a curva da função
é decrescente. A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N na base a

Ainda com base na definição podemos estabelecer condições


de existência:

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Exemplo Solução
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781

Função Logarítmica

Uma função dada por , em que a constante a é


positiva e diferente de 1, denomina-se função logarítmica.

Consequências da Definição

Propriedades

JUROS SIMPLES E COMPOSTOS

MATEMÁTICA FINANCEIRA
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual
sistema econômico. Algumas situações estão presentes no cotidia-
no das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações
de empréstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito,
aplicações financeiras, investimentos em bolsas de valores, entre
outras situações. Todas as movimentações financeiras são baseadas
na estipulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um emprés-
timo a forma de pagamento é feita através de prestações mensais
acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é
superior ao valor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o
nome de juros.
Mudança de Base
Capital
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação finan-
ceira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Pre-
sente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado
pela tecla PV nas calculadoras financeiras).
Exemplo
Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: Taxa de juros e Tempo
a) log 6 A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro
b) log1,5 emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente
c) log 16 expressa da forma percentual, em seguida da especificação do perí-
odo de tempo a que se refere:

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8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). (D) 10,0%


10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). (E) 12,5%
Resposta Letra “e”.
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que
é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %: O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri-
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45) e a
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) parcela a ser paga de R$45.
Aplicando a fórmula M = C + J:
Montante 45 = 40 + J
Também conhecido como valor acumulado é a soma do Capi- J=5
tal Inicial com o juro produzido em determinado tempo. Aplicando a outra fórmula J = C i n:
Essa fórmula também será amplamente utilizada para resolver 5 = 40 X i X 1
questões. i = 0,125 = 12,5%
M=C+J
M = montante JUROS COMPOSTOS
C = capital inicial o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo
J = juros no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada in-
M=C+C.i.n tervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render
M=C(1+i.n) juros também.

JUROS SIMPLES Quando usamos juros simples e juros compostos?


Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo em- A maioria das operações envolvendo dinheiro utilizajuros com-
préstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada, por um postos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras
prazo determinado, produzida exclusivamente pelo capital inicial. com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações finan-
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado ceiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos
é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação. de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de
A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do pro-
envolvendo juros simples é a seguinte: cesso de desconto simples de duplicatas.
J = C i n, onde:
J = juros O cálculo do montante é dado por:
C = capital inicial
i = taxa de juros M = C (1 + i)t
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre,
ano...) Exemplo
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação de
Observação importante: a taxa de juros e o tempo de aplica- R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses
ção devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os dois C = 25000
devem estar em meses, bimestres, trimestres, semestres, anos... O i = 25%aa = 0,25
que não pode ocorrer é um estar em meses e outro em anos, ou i = 72 meses = 6 anos
qualquer outra combinação de períodos. M = C (1 + i)t
Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras “JU- M = 25000 (1 + 0,25)6
ROS SIMPLES” e facilita a sua memorização. M = 25000 (1,25)6
Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser tra- M = 95367,50
balhada de várias maneiras para se obter cada um de seus valores,
ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir o quarto, ou M=C+J
seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) J = 95367,50 - 25000 = 70367,50
e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para
qualquer combinação.

Exemplo
Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista.
Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações de
R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa de
juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de:
(A) 5,0%
(B) 5,9%
(C) 7,5%

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Máximo Divisor Comum


COMPREENSÃO E ELABORAÇÃO DA LÓGICA DAS SITU- O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
AÇÕES POR MEIO DE: RACIOCÍNIO MATEMÁTICO (QUE não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
ENVOLVAM, ENTRE OUTROS, CONJUNTOS NUMÉRICOS Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
RACIONAIS E REAIS - OPERAÇÕES, PROPRIEDADES, PRO- as etapas:
BLEMAS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES NAS FOR- • Decompor o número em fatores primos
MAS FRACIONÁRIA E DECIMAL; CONJUNTOS NUMÉRICOS • Tomar o fatores comuns com o menor expoente
COMPLEXOS; NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS; • Multiplicar os fatores entre si.
RAZÃO E PROPORÇÃO; DIVISÃO PROPORCIONAL; RE-
GRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA; PORCENTAGEM) Exemplo:

15 3 24 2
5 5 12 2
RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO (MATEMÁTICO).
1 6 2
CAROS ALUNOS, ASSUNTOS COMO RACIOCÍNIO LÓGI- 3 3
CO QUANTITATIVO (MATEMÁTICO), DEVEM SER TRABALHA-
DOS COM QUESTÕES QUE EXPLORAM CONTEÚDOS BÁSICOS, 1
COMO PORCENTAGEM, RAZÕES, REGRA DE TRÊS, COMBINA-
TÓRIA, OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS, ETC. 15 = 3.5 24 = 23.3

VEJAMOS ENTÃO O CONTEÚDO PRINCIPAL NECESSÁRIO: O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.


m.d.c
MÚLTIPLOS E DIVISORES (15,24) = 3

Múltiplos Mínimo Múltiplo Comum


Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos o pri- O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é
meiro pelo segundo, o resto é zero. o menor número, diferente de zero.

Exemplo Para calcular devemos seguir as etapas:


• Decompor os números em fatores primos
• Multiplicar os fatores entre si

Exemplo:

15,24 2
O conjunto de múltiplos de um número natural não-nulo é in- 15,12 2
finito e podemos consegui-lo multiplicando-se o número dado por 15,6 2
todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...} 15,3 3
5,1 5
Divisores 1
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é divisor de
12 e 15. Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.
D(12)={1,2,3,4,6,12} Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão
D(15)={1,3,5,15} com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí-
veis ao mesmo tempo.
Observações: Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua
– Todo número natural é múltiplo de si mesmo. aparecendo.
– Todo número natural é múltiplo de 1.
– Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múlti- Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120
plos.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. Exemplo
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros,
de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os
ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão
possível.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir PORCENTAGEM

(A) mais de 30 cm. Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
(B) menos de 15 cm. bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm. nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm. cular, etc.
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
Resposta: A. Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda
muito na resolução do exercício.
352 2 416 2
Acréscimo
176 2 208 2 Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
88 2 104 2 do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
44 2 52 2
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
22 2 26 2 abaixo:
11 11 13 13
1 1 ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
10% 1,10
Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível
E são os fatores que temos iguais:25=32 15% 1,15
20% 1,20
Exemplo
47% 1,47
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero-
porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias 67% 1,67
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da
companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi- Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:
nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com-
panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse 10 x 1,10 = R$ 11,00
mesmo dia, às:
(A) 16h 30min. Desconto
(B) 17h 30min. No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
(C) 18h 30min. Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
(D) 17 horas. Veja a tabela abaixo:
(E) 18 horas.
DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
Resposta: E.
10% 0,90
20,30,44 2 25% 0,75
10,15,22 2 34% 0,66
5,15,11 3 60% 0,40
5,5,11 5 90% 0,10
1,1,11 11
Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:
1,1,1
10 X 0,90 = R$ 9,00
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
1h---60minutos venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
x-----660 Lucro=preço de venda -preço de custo
x=660/60=11

Então será depois de 11horas que se encontrarão


7+11=18h

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Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas Propriedade fundamental das proporções
formas: Numa proporção:

Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-


meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
é igual ao produto dos extremos, isto é:
Exemplo
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula AxD=BxC
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x%
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:
para x é igual a
(A) 8.
(B) 15.
(C) 10.
(D) 6.
Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja
(E) 12.
em proporção com 4/6.
Resolução
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:
45------100%
X-------60%
X=27

O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to-


dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.

Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
Resposta: C.
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
RAZÃO E PROPORÇÃO

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com Ou


b ≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por
a/b ou a : b.

Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças. Ou
(lembrando que razão é divisão)

Ou
Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre


A/B e C/D é a igualdade:

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Terceira propriedade das proporções VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an-
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as- 5 200
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen- 8 125
te. Temos então:
10 100
16 62,5
20 50

Ou Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
Ou mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.

Ou

A solução segue das propriedades das proporções:

Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro- Exemplo


porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
mais informal, se eu pergunto: de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
Quanto mais.....mais.... entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
porcional?
Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto

DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)


13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
Se eu dobro a distância, dobra o combustível
Inversamente Proporcionais
Grandezas Inversamente Proporcionais Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro- M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2,
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual ..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª. assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso
Quanto mais....menos...

Exemplo
Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

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cuja solução segue das propriedades das proporções: 03. A idade de um pai é o quádruplo da idade de seu filho. Da-
qui a cinco anos, a idade do pai será o triplo da idade do filho. Qual
é a idade atual de cada um?

Resolução:
Atualmente
PROBLEMAS MATEMÁTICOS Filho: x
Pai: 4x
Primeiramente os cálculos envolvem adições e subtrações, Futuramente
posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os problemas Filho: x + 5
matemáticos são resolvidos com a utilização dos fundamentos al- Pai: 4x + 5
gébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores des-
conhecidos (letras). Os problemas matemáticos são situações onde 4x + 5 = 3 . (x + 5)
precisamos confiar em nosso instinto para poder resolver e saber 4x + 5 = 3x + 15
associar o pensamento algébrico dentro da situação para então po- 4x – 3x = 15 – 5
der formular uma estratégia para resolução. Observe algumas situ- X = 10
ações que podem ser descritas com utilização da álgebra. Pai: 4x = 4 . 10 = 40
O filho tem 10 anos e o pai tem 40.
- O dobro de um número adicionado com 4: 2x + 4;
- A soma de dois números consecutivos: x + (x + 1); 04. O dobro de um número adicionado ao seu triplo correspon-
- O quadrado de um número mais 10: x2 + 10; de a 20. Qual é o número?
- O triplo de um número adicionado ao dobro do número: 3x
+ 2x; Resolução:
2x + 3x = 20
- A metade da soma de um número mais 15: 5x = 20

- A quarta parte de um número: . x=


x=4
Exemplos: O número corresponde a 4.
01. A soma de três números pares consecutivos é igual a 96.
Determine-os. 05. Em uma chácara existem galinhas e coelhos totalizando 35
1º número: x animais, os quais somam juntos 100 pés. Determine o número de
2º número: x + 2 galinhas e coelhos existentes nessa chácara.
3º número: x + 4
(x) + (x + 2) + (x + 4) = 96 Galinhas: G
Coelhos: C
Resolução: G + C = 35
x + x + 2 + x + 4 = 96
3x = 96 – 4 – 2 Cada galinha possui 2 pés e cada coelho 4, então:
3x = 96 – 6 2G + 4C = 100
3x = 90
Sistema de equações
x= Isolando C na 1ª equação:
x = 30 G + C = 35
1º número: x = 30 C = 35 – G
2º número: x + 2 = 30 + 2 = 32
3º número: x + 4 = 30 + 4 = 34 Substituindo C na 2ª equação:
Os números são 30, 32 e 34. 2G + 4C = 100
2G + 4 . (35 – G) = 100
02. O triplo de um número natural somado a 4 é igual ao qua- 2G + 140 – 4G = 100
drado de 5. Calcule-o: 2G – 4G = 100 – 140
- 2G = - 40
Resolução:
3x + 4 = 52 G=
3x = 25 – 4 G = 20
3x = 21
Calculando C
x= C = 35 – G
x=7 C = 35 – 20
O número procurado é igual a 7. C = 15
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS (Q) 1/3 = 0,333...


Os números racionais são aqueles que podem ser expressos na 167/66 = 2,53030...
forma de fração. Nessa representação, tanto o numerador quanto
o denominador pertencem ao conjunto dos números inteiros, e é Existem frações muito simples que são representadas por
fundamental observar que o denominador não pode ser zero, pois formas decimais infinitas, com uma característica especial: existe
a divisão por zero não está definida. um período.
O conjunto dos números racionais é simbolizado por Q.
Vale ressaltar que os conjuntos dos números naturais e inteiros
são subconjuntos dos números racionais, uma vez que todos os
números naturais e inteiros podem ser representados por frações.
Além desses, os números decimais e as dízimas periódicas também
fazem parte do conjunto dos números racionais.

Para converter uma dízima periódica simples em fração, é


suficiente utilizar o dígito 9 no denominador para cada quantidade
de dígitos que compõe o período da dízima.
Exemplos:
1) Seja a dízima 0, 333....
Veja que o período que se repete é apenas 1(formado pelo 3),
então vamos colocar um 9 no denominador e repetir no numerador
o período.

Representação na reta:

3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
9
2) Seja a dízima 1, 23434...
O número 234 é formado pela combinação do ante período
com o período. Trata-se de uma dízima periódica composta, onde
Também temos subconjuntos dos números racionais:
há uma parte não repetitiva (ante período) e outra que se repete
Q* = subconjunto dos números racionais não nulos, formado
(período). No exemplo dado, o ante período é representado pelo
pelos números racionais sem o zero.
número 2, enquanto o período é representado por 34.
Q+ = subconjunto dos números racionais não negativos,
Para converter esse número em fração, podemos realizar a
formado pelos números racionais positivos.
seguinte operação: subtrair o ante período do número original (234
Q*+ = subconjunto dos números racionais positivos, formado
- 2) para obter o numerador, que é 232. O denominador é formado
pelos números racionais positivos e não nulos.
por tantos dígitos 9 quanto o período (dois noves, neste caso) e um
Q- = subconjunto dos números racionais não positivos, formado
dígito 0 para cada dígito no ante período (um zero, neste caso).
pelos números racionais negativos e o zero.
Assim, a fração equivalente ao número 234 é 232/990
Q*- = subconjunto dos números racionais negativos, formado
pelos números racionais negativos e não nulos.

Representação Decimal das Frações


Tomemos um número racional a/b, tal que a não seja múltiplo
de b. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar a divisão do
numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um
número finito de algarismos. Decimais Exatos:
2/5 = 0,4
1/4 = 0,25

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos


algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente
Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Podemos assim concluir que o produto de dois números com o


Simplificando por 2, obtemos x = 611 , a fração geratriz da mesmo sinal é positivo, mas o produto de dois números com sinais
dízima 1, 23434... diferentes é negativo.
495
Módulo ou valor absoluto Divisão (Quociente) de Números Racionais
Refere-se à distância do ponto que representa esse número até A divisão de dois números racionais p e q é a própria operação
o ponto de abscissa zero. de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p ÷ q = p × q-1

Potenciação de Números Racionais


A potência qn do número racional q é um produto de n
fatores iguais. O número q é denominado a base e o número n é o
expoente. Vale as mesmas propriedades que usamos no conjunto
dos Números Inteiros.
qn = q × q × q × q × ... × q,    (q aparece n vezes)

Radiciação de Números Racionais


Se um número é representado como o produto de dois ou
mais fatores iguais, cada um desses fatores é denominado raiz do
Inverso de um Número Racional número. Vale as mesmas propriedades que usamos no conjunto
dos Números Inteiros.

— Operações com números Racionais

Soma (Adição) de Números Racionais


Como cada número racional pode ser expresso como uma fra-
ção, ou seja, na forma de a/b, onde “a” e “b” são números inteiros
e “b” não é zero, podemos definir a adição entre números racionais

a c
da seguinte forma: e , da mesma forma que a soma de fra-
ções, através de: b d

Propriedades da Adição e Multiplicação de Números Racionais


1) Fechamento: o conjunto Q é fechado para a operação de
Subtração de Números Racionais adição e multiplicação, isto é, a soma e a multiplicação de dois
A subtração de dois números racionais, representados por a e números racionais ainda é um número racional.
b, é equivalente à operação de adição do número p com o oposto 2) Associativa da adição: para todos a, b, c em Q: a + ( b + c ) =
de q. Em outras palavras, a – b = a + (-b) (a+b)+c
3) Comutativa da adição: para todos a, b em Q: a + b = b + a
4) Elemento neutro da adição: existe 0 em Q, que adicionado a
a c ad − b
c todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q + 0 = q
- = 5) Elemento oposto: para todo q em Q, existe -q em Q, tal que
b d bd q + (–q) = 0
Multiplicação (Produto) de Números Racionais 6) Associativa da multiplicação: para todos a, b, c em Q: a × ( b
O produto de dois números racionais é definido considerando ×c)=(a×b)×c
que todo número racional pode ser expresso na forma de uma 7) Comutativa da multiplicação: para todos a, b em Q: a × b =
fração. Dessa forma, o produto de dois números racionais, b×a
representados por a e b é obtido multiplicando-se seus 8) Elemento neutro da multiplicação: existe 1 em Q, que
numeradores e denominadores, respectivamente. A expressão multiplicado por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q ×
geral para o produto de dois números racionais é a.b. O produto 1=q
dos números racionais a/b e c/d também pode ser indicado por a/b
× c/d, a/b.c/d. Para realizar a multiplicação de números racionais,
devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em toda a
Matemática:

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é a combinação dos conjuntos dos números naturais e inteiros.


a Podemos afirmar que entre quaisquer dois números reais há uma
9) Elemento inverso da multiplicação: Para todo q = em Q, q infinidade de outros números.
diferente de zero, existe : b
R = Q U I, sendo Q ∩ I = Ø ( Se um número real é racional, não
irracional, e vice-versa).
b a b
q-1 = em Q: q × q-1 = 1 x =1
a b a
10) Distributiva da multiplicação: Para todos a, b, c em Q: a × (
b+c)=(a×b)+(a×c)

Exemplos:
1) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua portuguesa
como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como favorita e
os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual fração
representa os alunos que têm ciências como disciplina favorita?
(A) 1/4
(B) 3/10
(C) 2/9 Lembrando que N Ϲ Z Ϲ Q, podemos construir o diagrama
(D) 4/5 abaixo:
(E) 3/2

Solução: Resposta: B.
Somando português e matemática:

O que resta gosta de ciências:

Entre os conjuntos números reais, temos:


R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.
2) Simplificando a expressão abaixo R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos.
R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos.
R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos.
Obtém-se :
R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.
(A) ½
Valem todas as propriedades anteriormente discutidas nos
(B) 1
conjuntos anteriores, incluindo os conceitos de módulo, números
(C) 3/2
opostos e números inversos (quando aplicável).
(D) 2
A representação dos números reais permite estabelecer uma
(E) 3
relação de ordem entre eles. Os números reais positivos são maiores
que zero, enquanto os negativos são menores. Expressamos a
Solução: Resposta: B.
relação de ordem da seguinte maneira: Dados dois números reais,
1,3333...= 12/9 = 4/3
a e b,
1,5 = 15/10 = 3/2
a≤b↔b–a≥0

CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R)


O conjunto dos números reais, representado por R, é a fusão
do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números Operações com números Reais
irracionais. Vale ressaltar que o conjunto dos números racionais Operando com as aproximações, obtemos uma sequência de
intervalos fixos que determinam um número real. Assim, vamos
abordar as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Intervalos reais
O conjunto dos números reais possui subconjuntos chamados intervalos, determinados por meio de desigualdades. Dados os números
a e b, com a < b, temos os seguintes intervalos:
– Bolinha aberta: representa o intervalo aberto (excluindo o número), utilizando os símbolos:
> ;< ; ] ; [

– Bolinha fechada: representa o intervalo fechado (incluindo o número), utilizando os símbolos:


≥;≤;[;]

Podemos utilizar ( ) no lugar dos [ ] para indicar as extremidades abertas dos intervalos:
[a, b[ = (a, b);
]a, b] = (a, b];
]a, b[ = (a, b).

a) Em algumas situações, é necessário registrar numericamente variações de valores em sentidos opostos, ou seja, maiores ou
acima de zero (positivos), como as medidas de temperatura ou valores em débito ou em haver, etc. Esses números, que se estendem
indefinidamente tanto para o lado direito (positivos) quanto para o lado esquerdo (negativos), são chamados números relativos.
b) O valor absoluto de um número relativo é o valor numérico desse número sem levar em consideração o sinal.
c) O valor simétrico de um número é o mesmo numeral, diferindo apenas no sinal.

— Operações com Números Relativos

Adição e Subtração de Números Relativos


a) Quando os numerais possuem o mesmo sinal, adicione os valores absolutos e conserve o sinal.
b) Se os numerais têm sinais diferentes, subtraia o numeral de menor valor e atribua o sinal do numeral de maior valor.

Multiplicação e Divisão de Números Relativos


a) Se dois números relativos têm o mesmo sinal, o produto e o quociente são sempre positivos.
b) Se os números relativos têm sinais diferentes, o produto e o quociente são sempre negativos.

Exemplos:
1) Na figura abaixo, o ponto que melhor representa a diferença na reta dos números reais é:

(A) P.
(B) Q.
(C) R.
(D) S.

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Solução: Resposta: A. Adição de números complexos


Para somarmos dois números complexos basta somarmos, se-
paradamente, as partes reais e imaginárias desses números. Assim,
se z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1+z2=(a+c) + (b+d)
2) Considere m um número real menor que 20 e avalie as
afirmações I, II e III: Subtração de números complexos
I- (20 – m) é um número menor que 20. Para subtrairmos dois números complexos basta subtrairmos,
II- (20 m) é um número maior que 20. separadamente, as partes reais e imaginárias desses números. As-
III- (20 m) é um número menor que 20. sim, se z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1-z2=(a-c) + (b-d)
É correto afirmar que:
A) I, II e III são verdadeiras. Potências de i
B) apenas I e II são verdadeiras. Se, por definição, temos que i = - (-1)1/2, então:
C) I, II e III são falsas. i0 = 1
D) apenas II e III são falsas. i1 = i
i2 = -1
Solução: Resposta: C. i3 = i2.i = -1.i = -i
I. Falso, pois m é Real e pode ser negativo. i4 = i2.i2=-1.-1=1
II. Falso, pois m é Real e pode ser negativo. i5 = i4. 1=1.i= i
III. Falso, pois m é Real e pode ser positivo. i6 = i5. i =i.i=i2=-1
i7 = i6. i =(-1).i=-i ......
NÚMEROS COMPLEXOS
Observamos que no desenvolvimento de in (n pertencente a N,
Quantas vezes, ao calcularmos o valor de Delta (b2- 4ac) na re- com n variando, os valores repetem-se de 4 em 4 unidades. Desta
solução da equação do 2º grau, nos deparamos com um valor ne- forma, para calcularmos in basta calcularmos ir onde r é o resto da
gativo (Delta < 0). Nesse caso, sempre dizemos ser impossível a raiz divisão de n por 4.
no universo considerado (normalmente no conjunto dos reais- R). Exemplo: i63 => 63 / 4 dá resto 3, logo i63=i3=-i
A partir daí, vários matemáticos estudaram este problema, sendo
Gauss e Argand os que realmente conseguiram expor uma inter- Multiplicação de números complexos
pretação geométrica num outro conjunto de números, chamado de Para multiplicarmos dois números complexos basta efetuarmos
números complexos, que representamos por C. a multiplicação de dois binômios, observando os valores das potên-
cia de i. Assim, se z1=a+bi e z2=c+di, temos que:
Números Complexos z1.z2 = a.c + adi + bci + bdi2
Chama-se conjunto dos números complexos, e representa-se z1.z2= a.c + bdi2 = adi + bci
por C, o conjunto de pares ordenados, ou seja: z1.z2= (ac - bd) + (ad + bc)i
z = (x,y) Observar que : i2= -1
onde x pertence a R e y pertence a R.
Conjugado de um número complexo
Então, por definição, se z = (x,y) = (x,0) + (y,0)(0,1) onde i=(0,1), Dado z=a+bi, define-se como conjugado de z (representa-se
podemos escrever que: por z-) ==> z-= a-bi
z=(x,y)=x+yi Exemplo:
z=3 - 5i ==> z- = 3 + 5i
Exemplos: z = 7i ==> z- = - 7i
(5,3)=5+3i z = 3 ==> z- = 3
(2,1)=2+i
(-1,3)=-1+3i Divisão de números complexos
Para dividirmos dois números complexos basta multiplicarmos
Dessa forma, todo o números complexo z=(x,y) pode ser escri- o numerador e o denominador pelo conjugado do denominador.
to na forma z=x+yi, conhecido como forma algébrica, onde temos: Assim, se z1= a + bi e z2= c + di, temos que:
x=Re(z, parte real de z z1 / z2 = [z1.z2-] / [z2z2-] = [ (a+bi)(c-di) ] / [ (c+di)(c-di) ]
y=Im(z), parte imaginária de z
Módulo de um número complexo
Igualdade entre números complexos Dado z = a+bi, chama-se módulo de z ==> | z | = (a2+b2)1/2, co-
Dois números complexos são iguais se, e somente se, apresen- nhecido como ro
tam simultaneamente iguais a parte real e a parte imaginária. As-
sim, se z1=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1=z2<==> a=c e b=d

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Interpretação geométrica DIVISÃO PROPORCIONAL


Como dissemos, no início, a interpretação geométrica dos nú-
meros complexos é que deu o impulso para o seu estudo. Assim, Quando realizamos uma divisão diretamente proporcional es-
representamos o complexo z = a+bi da seguinte maneira tamos dividindo um número de maneira proporcional a uma sequ-
ência de outros números. A divisão pode ser de diferentes tipos,
vejamos:

Divisão Diretamente Proporcional


• Divisão em duas partes diretamente proporcionais: para de-
compor um número M em duas partes A e B diretamente propor-
cionais a p e q, montamos um sistema com duas equações e duas
incógnitas, de modo que a soma das partes seja A + B = M:

Forma polar dos números complexos


Da interpretação geométrica, temos que:

O valor de K é que proporciona a solução pois: A = K.p e B = K.q

• Divisão em várias partes diretamente proporcionais: para


decompor um número M em partes x1, x2, ..., xn diretamente pro-
porcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema com n equa-
que é conhecida como forma polar ou trigonométrica de um
ções e n incógnitas, sendo as somas x1 + x2 + ... + xn= M e p1 + p2 + ...
número complexo.
+ pn = P:
Operações na forma polar
Sejam z1=ro1(cos t11) e z2=ro1(cos t1+i sent1). Então, temos que:

a)Multiplicação

Divisão Inversamente Proporcional


• Divisão em duas partes inversamente proporcionais: para
decompor um número M em duas partes A e B inversamente pro-
b) Divisão
porcionais a p e q, deve-se decompor este número M em duas par-
tes A e B diretamente proporcionais a 1/p e 1/q, que são, respecti-
vamente, os inversos de p e q. Assim basta montar o sistema com
duas equações e duas incógnitas tal que A + B = M:

c) Potenciação

O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B = K/q.


d) Radiciação
• Divisão em várias partes inversamente proporcionais: para
decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn inversamente pro-
porcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número M em n
para n = 0, 1, 2, 3, ..., n-1 partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. A
montagem do sistema com n equações e n incógnitas, assume que
x1 + x2 + ... + xn= M:

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Divisão em partes direta e inversamente proporcionais Resolução:


• Divisão em duas partes direta e inversamente proporcio- 2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
nais: para decompor um número M em duas partes A e B direta- 15x = 30000
mente proporcionais a, c e d e inversamente proporcionais a p e q, x = 2000
deve-se decompor este número M em duas partes A e B diretamen- Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se dedi-
te proporcionais a c/q e d/q, basta montar um sistema com duas cou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
equações e duas incógnitas de forma que A + B = M Resposta: D

(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –


FCC) Uma prefeitura destinou a quantia de 54 milhões de reais para
a construção de três escolas de educação infantil. A área a ser cons-
truída em cada escola é, respectivamente, 1.500 m², 1.200 m² e 900
O valor de K proporciona a solução pois: A = K.c/p e B = K.d/q. m² e a quantia destinada à cada escola é diretamente proporcional
a área a ser construída.
• Divisão em n partes direta e inversamente proporcionais: Sendo assim, a quantia destinada à construção da escola com
para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente 1.500 m² é, em reais, igual a
proporcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente proporcionais a q1, q2, (A) 22,5 milhões.
..., qn, basta decompor este número M em n partes x1, x2, ..., xn dire- (B) 13,5 milhões.
tamente proporcionais a p1/q1, p2/q2, ..., pn/qn. (C) 15 milhões.
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas exige (D) 27 milhões.
que x1 + x2 + ... + xn = M: (E) 21,75 milhões.

Resolução:
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
15x = 30000
x = 2000
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se dedi-
cou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
Exemplos:
Resposta: D
(PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – IMA)
Uma herança de R$ 750.000,00 deve ser repartida entre três her-
(SABESP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC) Uma empresa
deiros, em partes proporcionais a suas idades que são de 5, 8 e 12
quer doar a três funcionários um bônus de R$ 45.750,00. Será feita
anos. O mais velho receberá o valor de:
uma divisão proporcional ao tempo de serviço de cada um deles. Sr.
(A) R$ 420.000,00
Fortes trabalhou durante 12 anos e 8 meses. Sra. Lourdes trabalhou
(B) R$ 250.000,00
durante 9 anos e 7 meses e Srta. Matilde trabalhou durante 3 anos
(C) R$ 360.000,00
e 2 meses. O valor, em reais, que a Srta. Matilde recebeu a menos
(D) R$ 400.000,00
que o Sr. Fortes é
(E) R$ 350.000,00
(A) 17.100,00.
(B) 5.700,00.
Resolução:
(C) 22.800,00.
5x + 8x + 12x = 750.000
(D) 17.250,00.
25x = 750.000
(E) 15.000,00.
x = 30.000
O mais velho receberá: 12⋅30000=360000
Resolução:
Resposta: C
* Fortes: 12 anos e 8 meses = 12.12 + 8 = 144 + 8 = 152 meses
* Lourdes: 9 anos e 7 meses = 9.12 + 7 = 108 + 7 = 115 meses
(TRF 3ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC) Quatro funcionários di-
* Matilde: 3 anos e 2 meses = 3.12 + 2 = 36 + 2 = 38 meses
vidirão, em partes diretamente proporcionais aos anos dedicados
* TOTAL: 152 + 115 + 38 = 305 meses
para a empresa, um bônus de R$36.000,00. Sabe-se que dentre
* Vamos chamar a quantidade que cada um vai receber de F,
esses quatro funcionários um deles já possui 2 anos trabalhados,
L e M.
outro possui 7 anos trabalhados, outro possui 6 anos trabalhados e
o outro terá direito, nessa divisão, à quantia de R$6.000,00. Dessa
maneira, o número de anos dedicados para a empresa, desse últi-
mo funcionário citado, é igual a
(A) 5.
(B) 7.
(C) 2.
(D) 3.
(E) 4.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Agora, vamos calcular o valor que M e F receberam: Passos utilizados numa regra de três simples:
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de
espécies diferentes em correspondência.
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen-
te proporcionais.
3º) Montar a proporção e resolver a equação.
M = 38 . 150 = R$ 5 700,00 Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h,
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h?

Solução: montando a tabela:

F = 152 . 150 = R$ 22 800,00 1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)

Por fim, a diferença é: 22 800 – 5700 = R$ 17 100,00


Resposta: A 400 ----- 3
480 ----- X
(SESP/MT – PERITO OFICIAL CRIMINAL - ENGENHARIA CIVIL/
ENGENHARIA ELÉTRICA/FÍSICA/MATEMÁTICA – FUNCAB/2014) 2) Identificação do tipo de relação:
Maria, Júlia e Carla dividirão R$ 72.000,00 em partes inversamen-
te proporcionais às suas idades. Sabendo que Maria tem 8 anos, VELOCIDADE Tempo
Júlia,12 e Carla, 24, determine quanto receberá quem ficar com a
maior parte da divisão. 400 ↓ ----- 3↑
(A) R$ 36.000,00 480 ↓ ----- X↑
(B) R$ 60.000,00
(C) R$ 48.000,00 Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-
(D) R$ 24.000,00 meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
(E) R$ 30.000,00 ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
segunda coluna vai para cima
Resolução:
VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↓
480 ↓ ----- X↓

A maior parte ficará para a mais nova (grandeza inversamente 480x=1200


proporcional). X=25
Assim:
REGRA DE TRÊS COMPOSTA

Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de


duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
8.M = 288 000
M = 288 000 / 8 Exemplos:
M = R$ 36 000,00 1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
M + J + C = 72000 5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
Resposta: A 125m³?

REGRA DE TRÊS SIMPLES Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as


grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro- pécies diferentes que se correspondem:
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já HORAS CAMINHÕES VOLUME
conhecidos. 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde Não há como sistematizar este assunto, então iremos ver
está o x. alguns exemplos para nos inspirar para que busquemos resolver
demais questões.
Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi- Exemplos:
nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente 1 – A sequência de números a seguir foi construída com um
proporcional (seta para cima na 1ª coluna). padrão lógico e é uma sequência ilimitada:
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta 0, 1, 2, 3, 4, 5, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 30,
para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o 31, 32, 33, 34, 35, 40, …
termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
das setas. A partir dessas informações, identifique o termo da posição 74
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: e o termo da posição 95. Qual a soma destes dois termos?

HORAS CAMINHÕES VOLUME Vamos analisar esta sequência dada:


1º) Vemos que a sequência vai de 6 em 6 termos e pula para a
8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓ dezena seguinte
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓
Os primeiros 6 termos vão de 0 a 5
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando: Do 7º termo ao 12º termo: 10 a 15
13º termo ao 18º termo: 20 a 25
HORAS CAMINHÕES VOLUME
2º) Vemos que o padrão segue a tabuada do 6
8 ----- 20 ----- 160
5 ----- X ----- 125 6 x 1 = 6 (0 até 5)
6 x 2 = 12 (10 até 15)
6 x 3 = 18 (20 até 25)

3º) O número que está multiplicando o 6 menos uma unidade


representa a dezena que estamos começando a contar:
Logo, serão necessários 25 caminhões
6 x 1 1 - 1 = 0 (0 até 5)
RACIOCÍNIO SEQUENCIAL; ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEM- 6 x 2 2 - 1 = 1 (10 até 15)
PORAL; FORMAÇÃO DE CONCEITOS; DISCRIMINAÇÃO DE 6 x 3 3 - 1 = 2 (20 até 25)
ELEMENTOS
4º) Se dividirmos 74 por 6 e 95 por 6 descobriremos seus
valores
ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL
74 : 6 = 12 (sobra 2)
Orientação espacial e temporal verifica a capacidade de abs- 95 : 6 = 15 (sobra 5)
tração no espaço e no tempo. Costuma ser cobrado em questões
sobre a disposições de dominós, dados, baralhos, amontoados de 5º) O termo 74 então está dois termos após 6 x 12
cubos com símbolos especificados em suas faces, montagem de fi-
guras com subfiguras, figuras fractais, dentre outras. 6 x 12 12 - 1 = 11 (110 até 115)
Então o termo 74 está no intervalo entre 120 até 125
Inclui também as famosas sequências de figuras nas quais se O 74º termo é o número 121
pede a próxima. Serve para verificar a capacidade do candidato em
resolver problemas com base em estímulos visuais. 6º) Da mesma forma, 95 está 5 após 6 x 15

LÓGICA SEQUENCIAL 6 x 15 15 - 1 = 14 (140 até 145)


O termo 95 está no intervalo entre 150 até 155
A lógica sequencial envolve a percepção e interpretação de O 95º termo é o número 154
objetos que induzem a uma sequência, buscando reconhecer essa
sequência e estabelecer sucessores a este objeto. 7º) Somando 121 + 154 = 275
Muitas vezes essas questões vêm atreladas com aspectos
aritméticos (sequências numéricas) ou geometria (construção de 2. Analise a sequência a seguir:
certas figuras).
4; 7; 13; 25; 49

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Admitindo-se que a regularidade dessa sequência permaneça a mesma para os números seguintes, é correto afirmar que o sétimo
termo será igual a?

1º) Do primeiro termo para o segundo, estamos somando 3.


2º) Do segundo termo para o terceiro, estamos somando 6.
3º) Do terceiro termo para o quarto, estamos somando 12.
4º) Do quarto termo para o quinto, estamos somando 24.
5º) Podemos estabelecer o padrão que estamos multiplicando a soma anterior por 2.
6º) Assim, do quinto termo para o sexto, estaríamos somando 48. E do sexto para o sétimo estaríamos somando 96
7º) Dessa forma, basta somarmos 49 com 48 e 96: 49 + 48 + 96 = 193

3 – Observe a sequência:

O padrão de formação dessa sequência permanece para as figuras seguintes. Desse modo, a figura que deve ocupar a 131ª posição
na sequência é idêntica à qual figura?
1º) Vemos que o padrão retorna para a origem a cada 7 termos.
2º) Os termos 14, 21, 28, 35, …, irão ser os mesmos que o padrão da 7ª figura.
3º) Os termos 8, 15, 22, 29, 36, …, irão ser os mesmos que o padrão da 1ª figura.
4º) Vamos então dividir 131 por 7 para descobrir essa equivalência.

131 : 7 = 18 (sobra 5)

5º) Justamente essa sobra, 5, será a posição equivalente.


Assim, a figura da 131ª posição é idêntica a figura da 5ª posição.

CALENDÁRIO

Calendário é um sistema para contagem e agrupamento de dias que visa atender, principalmente, às necessidades civis e religiosas
de uma cultura. As unidades principais de agrupamento são o mês e o ano.

Divisão do Ano
– O ano padrão possui 365 dias, dividido em semanas de 7 dias.
Isto significa que um ano possui exatamente 52 semanas + 1 dia. Isto faz com que, se um determinado ano começa na segunda-feira,
o ano seguinte inicia no dia da semana seguinte (terça-feira, neste caso), exceto para anos bissextos. Desta forma, se em um ano uma
data (p.ex. 05/Fevereiro) cai em um dia da semana específico (p.ex. na terça), no ano seguinte cairá no dia da semana seguinte (na quarta,
neste caso), exceto em anos bissextos.
– Uma semana inicia-se no Domingo (primeiro dia da semana) e encerra-se no Sábado (sétimo dia da semana). Desta forma, a semana
é constituída por Domingo, Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta e Sábado.
O Ano é dividido em 12 meses com as seguintes quantidades de dias:

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
3 1 2 8 3 1 3 0 3 1 3 0 3 1 3 1 3 0 3 1 30 dias 31 dias
dias dias dias dias dias dias dias dias dias dias

Ano bissexto
Chama-se de ano bissexto ao acréscimo de 1 dia ao ano, fazendo com que o ano possua 366 dias (52 semanas + 2 dias). O ano bissexto
é criado para ajustar nosso calendário ao ano natural. Como um ano não possui exatamente 365 dias, mas cerca de 365 dias e 6 horas, a
cada 4 anos as horas excedentes totalizam um dia completo. “Excluir” estas horas adicionais faria com que, ao longo dos anos, as datas não
caíssem nas mesmas épocas e estações naturais do ano. Se a cada ano perdêssemos 6 horas, em 720 anos dia 01/01 cairia não no verão
(no hemisfério sul) mas no inverno, por exemplo.
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As regras de criação do ano bissexto são:


- De 4 em 4 anos é ano bissexto. QUESTÕES
- De 100 em 100 anos não é ano bissexto.
- De 400 em 400 anos é ano bissexto.
- Prevalecem as últimas regras sobre as primeiras. 1. DOM CINTRA – PREFEITURA PETRÓPOLIS 2022
Considere a afirmação, logo abaixo:
Calculando um dia específico da semana Ontem fez Sol e não choveu.
Marque uma afirmação que corresponda à negação lógica
Exemplos: acima:
Se considerarmos hoje como segunda-feira e contarmos 73 (A) Ontem não fez Sol ou choveu.
dias, qual dia da semana cairá? (B) Não choveu e fez Sol hoje.
(C) Hoje choveu e fez Sol.
Resolução: (D) Ontem não havia chovido e feito Sol.
– Em primeiro lugar, calcular as semanas completas entre (E) Não fez Sol hoje e choveu ontem.
a data inicial e a data final. Logicamente, calculando as semanas
completas iremos para o dia da semana mais próximo que é igual 2. Marque a opção correta a negação da proposição “Jolie é
àquele do dia inicial que estamos calculando. Se dividirmos 73 por estudiosa e Dom brinca”
7 dias por semana, temos 10,48 ou 10 semanas completas. Assim, a (A) Jolie nada estuda ou Dom brinca.
segunda-feira mais próxima da data que desejamos é igual a 7×10= (B) Jolie não brinca e Dom não estuda.
70 dias. (C) Jolie estuda ou Dom não brinca.
– Na segunda etapa, subtraímos da quantidade de dias este (D) Jolie não é estudiosa ou Dom não brinca.
valor e somamos ao dia da semana que alcançamos. Assim, 73 -70 (E) Jolie brinca ou Dom estuda.
= 3 dias. Então a partir da segunda-feira, somamos + 3 dias, o que
equivale a quinta-feira, que é nosso resultado final. 3. IBGE – 2022
Sabendo que o valor lógico da proposição simples p: “Carlos
(PC/PI - Escrivão de Polícia Civil - UESPI) acompanhou o trabalho da equipe” é verdadeira e que o valor lógico
Se 01/01/2013 foi uma terça-feira, qual dia da semana foi da proposição simples q: “O recenseador visitou todos os locais”
19/09/2013? é falso, então é correto afirmar que o valor lógico da proposição
(A) Quarta-feira. composta:
(B) Quinta-feira. (A) p disjunção q é falso
(C) Sexta-feira. (B) p conjunção q é falso
(D) Sábado. (C) p condicional q é verdade
(E) Domingo. (D) p bicondicional q é verdade
(E) p disjunção exclusiva q é falso
Resolução:
Se 01/01/2013 foi uma terça feira, podemos determinar o dia 4. PC – BA
da semana em que cairá 19/09/2013. “O acidente foi investigado e o autor foi encontrado”. De acordo
Basta fazermos as seguintes operações: com a lógica proposicional, a negação da frase é descrita como:
– determinar o número de dias entre estas datas: (A) “o acidente não foi investigado e o autor não foi encontra-
Janeiro faltam mais 30 dias para acabar o mês. do”
Fevereiro 28 (B) “o acidente não foi investigado ou o autor não foi encon-
Março: 31 trado”
Abril 30 (C) “o acidente não foi investigado e o autor foi encontrado”
Maio 31 (D) “o acidente foi investigado e o autor não foi encontrado”
Junho 30 (E) “o acidente não foi investigado ou o autor foi encontrado”
Julho 31
Agosto 31 5. MPU – 1996
Setembro 19 Se Ana não é advogada, então Sandra é secretária. Se Ana é
Logo, teremos um total de 261 dias. advogada, então Paula não é professora. Ora, Paula é professora.
Portanto:
– Dividiremos este número por 7 e veremos quantas semanas (A) Ana é advogada
inteiras teríamos neste intervalo de dias: 262/7 = 37 semanas e 2 (B) Sandra é secretária
dias. (C) Ana é advogada, ou Paula não é professora
Logo, 19/09/2013 cairá numa quinta-feira. (D) Ana é advogada, e Paula é professora
Resposta: B. (E) Ana não é advogada e Sandra não é secretária

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6. Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou Rui vai 11. (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) No clube, há
a Roma. Se Ana vai à África, então Luís compra um livro. Se Luís um campo de futebol cujas traves retangulares têm 6 m de largura
compra um livro, então Rui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma, e 2 m de altura. Logo, a medida da diagonal da trave
logo: (A) menor que 6 metros.
(A) Celso compra um carro e Ana não vai à África (B) maior que 6 metros e menor que 7 metros.
(B) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro (C) maior que 7 metros e menor que 8 metros.
(C) Ana não vai à África e Luís compra um livro (D) maior que 8 metros e menor que 9 metros.
(D) Ana vai à África ou Luís compra um livro (E) maior que 9 metros.
(E) Ana vai à África e Rui não vai a Roma
12. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Uma lo-
7. (PREF. DE ITAPEMA/SC – TÉCNICO CONTÁBIL – MSCON- cadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de carros a
CURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, cuja altura é seus clientes:
39 cm, é 30% maior do que o volume de um cilindro circular reto. Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem livre.
Sabendo que o raio da base do cone é o triplo do raio da base do Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilômetro rodado.
cilindro, a altura do cilindro é: Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos quilômetros
(A) 9 cm precisam ser rodados para que o valor do aluguel pelo Plano A seja
(B) 30 cm igual ao valor do aluguel pelo Plano B?
(C) 60 cm (A) 30.
(D) 90 cm (B) 36.
(C) 48.
8. (UFES - Assistente em Administração – UFES/2017) Uma de- (D) 75.
terminada família é composta por pai, por mãe e por seis filhos. (E) 84.
Eles possuem um automóvel de oito lugares, sendo que dois lugares
estão em dois bancos dianteiros, um do motorista e o outro do ca- 13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) No siste-
rona, e os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no ma de coordenadas cartesianas da figura abaixo, encontram-se re-
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um dos dois presentados o gráfico da função de segundo grau f, definida por f(x),
bancos dianteiros. O número de maneiras de dispor os membros da e o gráfico da função de primeiro grau g, definida por g(x).
família nos lugares do automóvel é igual a:
(A) 1440
(B) 1480
(C) 1520
(D) 1560
(E) 1600

9. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Tomando os alga-


rismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números pares de 4 algarismos
distintos podem ser formados?
(A) 120.
(B) 210.
(C) 360.
(D) 630.
(E) 840.

10. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA DE CLAS-


SE I – VUNESP/2013) Roberto irá cercar uma parte de seu terreno
para fazer um canil. Como ele tem um alambrado de 10 metros, de- Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são
cidiu aproveitar o canto murado de seu terreno (em ângulo reto) e (A)-0,5 e 2,5.
fechar essa área triangular esticando todo o alambrado, sem sobra. (B) -0,5 e 3.
Se ele utilizou 6 metros de um muro, do outro muro ele irá utilizar, (C) -1 e 2.
em metros, (D) -1 e 2,5.
(A) 7. (E) -1 e 3.
(B) 5.
(C) 8. 14. (PETROBRAS - TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRABA-
(D) 6. LHO JÚNIOR -CESGRANRIO/2017) A soma dos n primeiros termos
(E) 9. de uma progressão geométrica é dada por

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Quanto vale o quarto termo dessa progressão geométrica? 20. COMUR DE NOVO HAMBURGO/RS - AGENTE DE
(A) 1 ATENDIMENTO E VENDAS - FUNDATEC/2021 Qual o resultado da
(B) 3 equação de primeiro grau 2x - 7 = 28 - 5x?
(C) 27 (A) 3.
(D) 39 (B) 5.
(E) 40 (C) 7.
(D) -4,6.
15. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017)Para que (E) Não é possível resolver essa equação.
a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão aritmética, x
pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, o valor de 21. PREFEITURA DE IRATI/SC - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
(A) -0,5. FÍSICA - GS ASSESSORIA E CONCURSOS/2021
(B)1,5. Analisando a equação do segundo grau x2 − 5x − 6 = 0, podemos
(C) 2. afirmar que ela possui:
(D)4. (A) nenhuma solução.
(E) 6. (B) um número inteiro como solução.
(C) dois números inteiros como solução.
16. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Em cada (D) três números inteiros com solução.
um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são numeradas de 1 (E) nenhuma das respostas anterior.
a 6. Lançando os dois dados simultaneamente, cuja ocorrência de
cada face é igualmente provável, a probabilidade de que o produto 22. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV) João olhou as dez
dos números obtidos seja um número ímpar é de: bolas que havia em um saco e afirmou:
(A) 1/4. “Todas as bolas desse saco são pretas”.
(B) 1/3. Sabe-se que a afirmativa de João é falsa.
(C) 1/2. É correto concluir que:
(D) 2/3. (A) nenhuma bola desse saco é preta;
(E) 3/4. (B) pelo menos nove bolas desse saco são pretas;
(C) pelo menos uma bola desse saco é preta;
17. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - (D) pelo menos uma bola desse saco não é preta;
MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pessoas, entre (E) nenhuma bola desse saco é branca.
homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a probabilidade de se
sortear um homem é de 5/12 . Quantas mulheres foram à excursão? 23. (GDF–Analista de Atividades Culturais Administração –
(A) 20 IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
(B) 24 cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
(C) 28 casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(D) 32 (A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
18. (TRE/PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2017) Uma gela- (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
deira está sendo vendida nas seguintes condições: (D) existe casa de cultura que não é cinema.
− Preço à vista = R$ 1.900,00; (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e pagamento de
uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data da compra. 24. (FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Po-
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a prazo é de lícia) O diagrama abaixo representa no universo dos adolescentes
(A) 1,06% a.m. os indivíduos que possuem carteira nacional de habilitação, ensino
(B) 2,96% a.m. médio completo e passaporte.
(C) 0,53% a.m.
(D) 3,00% a.m.
(E) 6,00% a.m.

19. (FUNAPEP - ANALISTA EM GESTÃO PREVIDENCIÁRIA-


-FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a seu filho
Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros simples de 4% ao ano.
Roberto pagou esse empréstimo para seu pai após 3 anos. O valor
total dos juros pagos por Roberto foi
(A) 3.410,00.
(B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
(D) R$ 3.120,00.
(E) R$ 1.880,00.

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A alternativa que representa os indivíduos correspondentes às 28. (INAZ do Pará - 2017 - DPE-PR - Técnico em Informática)
regiões sombreadas é: Diz-se que duas preposições são equivalentes entre si quando elas
Alternativas possuem o mesmo valor lógico. A sentença logicamente equivalen-
(A) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita- te a: “ Se Maria é médica, então Victor é professor” é:
ção, ensino médio completo e passaporte. Alternativas
(B) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita- (A) Se Victor não é professor então Maria não é médica
ção, ensino médio completo ou passaporte. (B) Se Maria não é médica então Victor não é professor
(C) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita- (C) Se Victor é professor, Maria é médica
ção e ensino médio completo, mas não possuem passaporte. (D) Se Maria é médica ou Victor é professor
(D) Os adolescentes que possuem somente carteira nacional (E) Se Maria é médica ou Victor não é professor
de habilitação ou somente ensino médio completo ou somente
passaporte. 29. CÂMARA DE IPIRANGA DO NORTE/MT - ASSISTENTE
(E) Os adolescentes que possuem somente carteira nacional de ADMINISTRATIVO - OBJETIVA/2022 Considerando-se o sistema
habilitação ou somente ensino médio completo, mas não pos- linear abaixo, assinalar a alternativa que apresenta os valores de x e
suem passaporte. de y que satisfazem o sistema:

25. (UPENET/IAUPE - 2017 - UPE - Administrador) Uma área em


uma universidade dispõe de 100 professores. Os professores são
mestres ou doutores, contratados em regime de dedicação exclu-
(A) x = 8 e y = -2.
siva ou parcial. Atualmente existem 35 professores com dedicação
(B) x = 8 e y = 2.
exclusiva, 40 doutores em regime parcial e 45 mestres. Quantos são
(C) x = -8 e y = 2.
os doutores com dedicação exclusiva?
(D) x = -8 e y = -2.
Alternativas
(A) 55
30. PREFEITURA DE BOMBINHAS/SC - PROFESSOR DE ENSINO
(B) 65
FUNDAMENTAL II - PREFEITURA DE BOMBINHAS - SC/2021
(C) 60
É correto afirmar que:
(D) 15
(A) A matriz unitária é uma matriz quadrada que possui todos
(E) 40
os elementos da diagonal principal iguais a 1 e os demais ele-
mentos iguais a 0;
26. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias do Sul - RS - Técni-
(B) Duas matrizes A = [aij]mxn e B = [bij]nxm são opostas se, e
co em Contabilidade) Na lógica proposicional, as proposições com-
somente se, aij = bji;
postas são constituídas de conectivos e proposições simples. Na
(C) Uma matriz é quadrada quando o número de linhas é igual
sentença “Doze é número par, mas é múltiplo de três”, temos uma
ao número de colunas.
sentença composta com o conectivo da ______________ e respec-
(D) Uma matriz é dita nula se todos os seus elementos são di-
tivo valor lógico ______________.
ferentes de zero.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
te, as lacunas do trecho acima.
Alternativas GABARITO
(A) negação – falsa
(B) disjunção – verdadeira
(C) disjunção – falsa
1 A
(D) conjunção – verdadeira
(E) conjunção – falsa 2 D
3 B
27. (FUNDATEC - 2022 - SPGG - RS - Analista Arquiteto) Os co-
nectivos lógicos são palavras ou símbolos utilizados para conectar 4 B
proposições de acordo com as regras da lógica formal. A alternativa 5 B
que apresenta uma disjunção, uma conjunção e uma condicional,
6 A
nessa ordem, é:
Alternativas 7 D
(A) p → q, p v q e p ^ q 8 A
(B) p → q, p ^ q e p v q
(C) p v q, p ^ q e p → q 9 C
(D) p ^ q, p v q e p → q 10 C
(E) p v q, p → q e p ^ q
11 B
12 D
13 E

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14 A ______________________________________________________

15 B ______________________________________________________
16 A ______________________________________________________
17 C
______________________________________________________
18 D
19 B ______________________________________________________
20 B ______________________________________________________
21 C
______________________________________________________
22 D
______________________________________________________
23 E
24 D ______________________________________________________
25 D ______________________________________________________
26 D
______________________________________________________
27 C
28 A ______________________________________________________
29 A ______________________________________________________
30 C
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
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______________________________________________________ ______________________________________________________

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NOÇÕES DE DIREITO
ADMINISTRATIVO
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS; NATUREZA E Administração Pública executa, de forma direta ou indireta,
PRINCÍPIOS BÁSICOS para satisfazer os anseios e as necessidades coletivas do povo,
sob o regime jurídico e com predominância pública. O serviço
público também regula a atividade permanente de edição de atos
Conceito normativos e concretos sobre atividades públicas e privadas, de
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a atividade forma implementativa de políticas de governo.
que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos A finalidade de todas essas funções é executar as políticas
interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos de governo e desempenhar a função administrativa em favor do
e agentes públicos. interesse público, dentre outros atributos essenciais ao bom
A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e andamento da Administração Pública como um todo com o
estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como incentivo das atividades privadas de interesse social, visando
“a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob sempre o interesse público.
regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução A Administração Pública também possui elementos que a
dos interesses coletivos”. compõe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e função administrativa estatal.
órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo,
sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa — Observação importante:
em sentido objetivo. Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais
Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em acopladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções da coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem
administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas
na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo. nações estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos
Em suma, temos: internacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
No direito público interno encontra-se, no âmbito da
Sentido amplo {órgãos governamen- administração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União,
SENTIDO SUBJETIVO Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II
tais e órgãos administrativos}.
e III, do CC).
Sentido estrito {pessoas jurídicas, No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo
SENTIDO SUBJETIVO
órgãos e agentes públicos}. da administração indireta, as autarquias e associações públicas
Sentido amplo {função política e (art. 41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas
SENTIDO OBJETIVO
administrativa}. jurídicas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41
do CC, pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar
Sentido estrito {atividade exercida
SENTIDO OBJETIVO ao consórcio público a ser firmado entre entes públicos (União,
por esses entes}.
Estados, Municípios e Distrito Federal).
Existem funções na Administração Pública que são exercidas
Princípios da administração pública
pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que
De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017),
são subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e
princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de
serviço público.
um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada
jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpretes
uma das funções. Vejamos:
do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato de
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do
que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da ordem
desenvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de
jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada pelos
utilidade ou de interesse público.
contornos que conferem à determinada seara jurídica.
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrativa.
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade
São os atos da Administração que limitam interesses individuais em
aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.
prol do interesse coletivo.
Referente à função hermenêutica, os princípios são
amplamente responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais
parâmetros legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ato de tutela dos casos concretos. Por meio da função integrativa, — Observação importante: O princípio da legalidade considera
por sua vez, os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei,
lacunas legais observadas em matérias específicas ou diante das toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
particularidades que permeiam a aplicação das normas aos casos art. 59 da Constituição Federal.
existentes.
Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e – Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas
integrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos óticas:
legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo, a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação
dando-lhe unicidade e coerência. aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar
Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que
expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e
positivados e não escritos na lei de forma expressa. na objetividade.
b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve
— Observação importante: executar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo
Não existe hierarquia entre os princípios expressos e primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos atos,
implícitos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
que dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
implícitos. podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’
princípios e demais dispositivos legais que formam o Direito
Administrativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois – Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrativa
princípios centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestidade,
Interesse Público e a Indisponibilidade do Interesse Público. probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção na
Administração Pública.
O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
Conclama a necessidade da sobre-
Supremacia do Interesse conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
posição dos interesses da coletivi-
Público costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que
dade sobre os individuais.
obedecer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o
Sua principal função é orientar a agente atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado
atuação dos agentes públicos para apenas nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à
Indisponibilidade do
que atuem em nome e em prol moralidade.
Interesse Público
dos interesses da Administração
Pública. – Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de
controle dos atos administrativos por meio da sociedade. A
Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas publicidade está associada à prestação de satisfação e informação
de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a da atuação pública aos administrados. Via de regra é que a atuação
indisponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que da Administração seja pública, tornando assim, possível o controle
tais prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses da sociedade sobre os seus atos.
privados, termina por colocar limitações aos agentes públicos Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é absoluto.
no campo de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções previstas
aprovação em concurso público para o provimento dos cargos em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam ser
públicos. preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e
intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá
Princípios Administrativos ser afastado.
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos
a Administração Pública deverá obedecer aos princípios da administrativos que se voltam para a sociedade, pondera-se que
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. os mesmos não poderão produzir efeitos enquanto não forem
Vejamos: publicados.
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito
Administrativo, apresenta um significado diverso do que apresenta – Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá
no Direito Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e
indivíduo que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém,
à lei, é considerada legal. O termo legalidade para o Direito hodiernamente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88,
Administrativo, significa subordinação à lei, o que faz com que o com a EC n. 19/1998.
administrador deva atuar somente no instante e da forma que a lei
permitir. São decorrentes do princípio da eficiência:
a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial,
orçamentária e financeira de órgãos, bem como de entidades
administrativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial a) Devido processo legal formal: trata-se do parâmetro que
para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do exige o cumprimento de um rito que já esteja definido por lei para
art. 41, § 4º da CFB/88. que a decisão tenha validade;
b) Devido processo legal material ou substantivo: a decisão
— Outros Princípios Constitucionais Aplicáveis à Administração final deve ser justa, adequada e respeitar o rito. Desse modo, o
Pública devido processo legal material ou substantivo possui o mesmo
conteúdo do princípio da proporcionalidade. Além disso, é
Princípio da Celeridade Processual importante destacar que nos processos administrativos, é buscada
Previsto no artigo 5º LXXVIII da CFB/88, o princípio da a verdade real dos fatos, não valendo desta forma, somente a
celeridade processual assegura a toda a sociedade nas searas verdade formal baseada na prova produzida nos autos.
judicial e administrativa, a razoável duração do processo e os meios
que garantam celeridade na sua tramitação. Por fim, denota-se que são diferenças primordiais entre o
Ressalta-se que o processo administrativo constitui uma processo administrativo e do processo judicial:
sequência de atos que declinam-se à decisão final. Desta maneira,
o rito deve sempre prosseguir com o objetivo de que haja conclusão
PROCESSO ADMINISTRATIVO PROCESSO JUDICIAL
célere de encerramento dos processos.
Salienta-se que a Lei Federal nº 9784/99 elenca importantes – Até 3 instâncias
– Em regra, são 3 graus de
diretrizes que podem ser aplicadas aos processos administrativos – Faz coisa julgada administra-
jurisdição
federais em relação a celeridade. São elas: tiva
– Faz coisa julgada judicial
a) É dever da Administração emitir de forma clara, decisão – Princípio da oficialidade
– Princípio da inércia da
nos processos administrativos, bem como responder acerca de – permissão da reformatio in
jurisdição
solicitações ou reclamações e sobre matérias que sejam de sua pejus
– Há necessidade da atuação
competência; – Não há necessidade de atua-
de advogado
b) Após a conclusão da instrução de processo administrativo, o ção de advogado
– É permissionário da prova
prazo para Administração decidir é de até 30 dias, exceto se houver – É permissionário da prova
emprestada (verdade formal)
prorrogação expressamente motivada, razão pela qual, acrescentar- emprestada (verdade real)
se-á igual período;
c) Não fixando a lei prazo diferente, será o recurso administrativo — Princípios Implícitos
decidido no prazo de 30 dias;
d) Salvo disposição legal diversa, o processo administrativo Princípio da Autotutela da Administração Pública
deverá tramitar por no máximo três instâncias administrativas. Possui o condão de controlar sua própria atuação, podendo,
desta forma, corrigir seus próprios atos quando tais atos estiverem
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa dotados de ilegalidade.
De acordo com os fundamentos contidos no artigo 5º, LV da Sobre o assunto, dispõe a Súmula 346 do STF:
CFB/88, em decorrência do princípio do contraditório, as decisões – Súmula 346 - STF: “A Administração Pública pode declarar a
administrativas devem ser tomadas levando em consideração a nulidade de seus próprios atos”.
manifestação das partes interessadas.
Para tal, é imprescindível que seja dada oportunidade para Além disso, poderá a Administração invalidar seus próprios
que as partes prejudicadas pela decisão sejam ouvidas antes do atos a partir do momento em que estes contenham ilegalidade,
resultado final do processo. porque deles não se originam direitos, podendo também revogar
atos por motivos de conveniência e oportunidade. É o determina a
Ressalta-se que o princípio da ampla defesa possibilita aos Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal. Vejamos:
litigantes, tanto em processo judicial quanto administrativo, – Súmula 473 - STF: “A Administração pode anular seus próprios
a utilização dos meios cabíveis de prova, dos recursos e dos atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles
instrumentos necessários para defesa de seus interesses diante do não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência
Judiciário e também da Administração Pública. ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
Acerca dos princípios do contraditório e da ampla defesa, em todos os casos, a apreciação judicial”.
dispõe a Súmula Vinculante 33 do Supremo Tribunal Federal:
– Súmula 33 STF: “Nos processos perante o Tribunal de Contas Ademais, vale pontuar que de acordo com o art. 5 da Lei nº
da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da 9.784/1999, deverá a Administração anular seus próprios atos,
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo quando estes se encontrarem eivados de vícios de legalidade,
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade podendo revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade,
do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”. respeitados os direitos adquiridos, sendo que nos parâmetros do
princípio da legalidade, o prazo para a Administração Pública anular
Princípio de devido processo legal formal e material seus atos é de 05 anos.
Nos ditames do artigo 5º, LIV da CFB/88, a privação de liberdade
ou de bens só poderá ser aplicada após o devido processo legal.
O devido processo legal pode ser classificado da seguinte
forma:

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípio da Continuidade exemplo de motivação aliunde, podemos citar aquela realizada


Esse princípio define que a atuação administrativa deve ser pelas infrações de trânsito, onde existe em padrão único de
ininterrupta. motivação para cada tipo de espécie de infração cometida e que
Aliado a esse importante princípio, o STF adotou por meio nesse caso, não existe necessidade de motivação personalizada
do Recurso Extraordinário nº 693.456, o entendimento de que o para cada agente que cometer o ato infracional.
exercício do direito de greve por parte do servidor público pode
realizar o corte do salário, que por sua vez, poderá ser substituído Princípio da Presunção de Legitimidade
por compensação das horas paradas pelo servidor. Porém, em Por meio desse princípio, devido à prática exclusiva com a
se tratando de greve provocada por ato Ilícito da Administração finalidade de aplicação da lei, os atos administrativos acabam por
Pública, tal corte de salário não poderá ocorrer e a Administração se beneficiar da legitimação democrática conferida pelo processo
deverá ressarcir os prejuízos caso estes existam e sejam verificados. legislativo.
Desse modo, os atos administrativos recebem proteção de
– OBS. Importante: De acordo com o disposto no artigo 142, determinada presunção relativa de modo a demonstrar que sua
§3º, IV da Constituição Federal de 1.988, em hipótese alguma, prática ocorreu em conformidade com o ordenamento jurídico. Por
poderá o servidor militar entrar em greve ou se sindicalizar. esta razão, até que se prove o contrário, os atos administrativos
são considerados válidos para o mundo jurídico, sendo cabível ao
Princípio da Razoabilidade ou da Proporcionalidade Ampla particular, o encargo de provar eventual ilegalidade na sua prática.
Por meio desse princípio, as medidas adotadas pela Assim, por conta da referida presunção, ainda que o ato
Administração devem se apresentar das seguintes maneiras: administrativo esteja eivado de ilegalidade (ato nulo), a produção
dos seus efeitos estará garantida até o instante de sua retirada
através da invalidação.
MEDIDAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seu dever é lograr com sucesso a realização
ADEQUADAS
da finalidade. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: ADMINISTRAÇÃO DI-
A Administração deverá optar pela forma RETA E INDIRETA; AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS.
NECESSÁRIAS que restrinja menos ao direito do adminis- EMPRESAS PÚBLICAS; SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA;
trado. ENTIDADES PARAESTATAIS

A Administração Pública deverá promover


equilíbrio entre vantagens e desvantagens, Administração direta e indireta
PROPORCIONAIS entre o meio e o fim, fazendo com que haja A princípio, infere-se que Administração Direta é correspondente
mais vantagens que desvantagens, sob pena aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas que
de ausência de proporcionalidade do ato. executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O
vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
Princípio da Motivação Obrigatória compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto
Esse princípio obriga a Administração Pública a indicar os os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do
pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática do Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade
ato. administrativa de maneira centralizada.
Desta maneira, infere-se que a validade do ato administrativo Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas
se encontra condicionada à apresentação de forma escrita dos criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as
fundamentos fáticos e jurídicos justificadores da decisão que foi Administrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa
adotada. de maneira descentralizada.
Tal fundamentação se refere a um mecanismo de controle Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser
sobre a legalidade e legitimidade das decisões tomadas pela exercidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com
Administração Pública. personalidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições
A obrigação de motivação dos atos da Administração Pública a particulares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de
possui fundamento em vários dispositivos normativos, dentre direito público ou de direito privado para esta finalidade. Optando
eles, podemos citar como exemplos, os insertos no artigo 93, X da pela segunda opção, as novas entidades passarão a compor a
Constituição Federal e no artigo 50 da Lei nº 9784/99. Administração Indireta do ente que as criou e, por possuírem
como destino a execução especializado de certas atividades, são
Contudo, existem atos que dispensam a motivação escrita, consideradas como sendo manifestação da descentralização por
como exemplo, podemos citar a motivação evidente nos atos de serviço, funcional ou técnica, de modo geral.
gesticulação executados por policial na disciplina do trânsito,
bem como a motivação inviável demostrada em sinais de trânsito Dica de Estudo: FASE
emitidos por semáforos. Fazem parte da Administração Pública Indireta:
Ressalta-se que a motivação deve ser apresentada de modo F - FUNDAÇÕES PÚBLICAS
concomitante, ou no instante seguinte à prática do ato. A - AUTARQUIAS
Há ainda, a motivação aliunde, que se trata daquela indicada S - SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
fora do ato, e que se constitui em concordância com fundamentos E - EMPRESA PÚBLICA
de pareceres anteriores, informações, decisões ou propostas. Como
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos Autarquias


Os arts. 48, XI e 61, §1º da CFB/1988 dispõem que a criação As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno,
e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e
de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias,
forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar
e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar determinadas atividades para entidades eivadas de maior
aumento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos especialização.
(art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dando
extinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma
dispor sobre a organização e o funcionamento, denota-se que mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a
poderá ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo.
decreto. Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público
a mais, o presidente da República deverá encaminhar projeto de descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço
lei ao Congresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar
estruturação interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, em tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem
todos os regimentos internos dos ministérios são realizados por servindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao
intermédio de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização mesmo regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes
interna do órgão. Vejamos: Meirelles, as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja,
– Órgão: é criado por meio de lei. são executoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da
– Organização Interna: pode ser feita por DECRETO, desde Federação a que estão vinculadas.
que não provoque aumento de despesas, bem como a criação ou a As autarquias são criadas por lei específica, que de forma
extinção de outros órgãos. obrigacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo
– Órgãos De Controle: Trata-se dos prepostos a fiscalizar e do ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também
controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribunal que a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida
de Contas da União. tipicamente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada,
em regime totalmente atípico pelos demais Poderes da República.
Pessoas administrativas Em tais situações, infere-se que é possível que sejam criadas
Explicita-se que as entidades administrativas são a própria autarquias no âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário,
Administração Indireta, composta de forma taxativa pelas oportunidade na qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação,
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de deverá, obrigatoriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita
economia mista. pelo respectivo Poder.
De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao
são reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder — Empresas Públicas
político e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou.
Não existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública Sociedades de Economia Mista
indireta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido, São a parte da Administração Indireta mais voltada para o
uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os direito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária
entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as de empresas estatais.
entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia
funções para as quais foram criadas de forma correta. mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente
Pessoas políticas atuantes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo,
As pessoas políticas são os entes federativos previstos na obtemos dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades
Constituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal de economia mista.
e os Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais exploradoras
pelo Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitucional,
político. Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida pelo
vindo a se organizar de forma particular para alcançar as finalidades direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais
avençadas na Constituição Federal. prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma
Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois, legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma
ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um exclusiva e prioritária pelo direito público.
dos entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando
suas leis e exercendo as competências que a eles são determinadas – Observação importante: todas as empresas estatais, sejam
pela Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade
característica que se encontra presente somente no âmbito da econômica, possuem personalidade jurídica de direito privado.
República Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes O que diferencia as empresas estatais exploradoras de atividade
federativos. econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público é
a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço
público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público,
nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de Fundação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de
licitação, a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora lei específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica
de atividade econômica, como maneira de evitar que o princípio de direito público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou
da livre concorrência reste-se prejudicado, as referidas atividades Fundação Autárquica.
deverão ser reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo – Observação importante: a autarquia é definida como
173 da Constituição Federal, que assim determina: serviço personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é
conceituada como sendo um patrimônio de forma personificada
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, destinado a uma finalidade específica de interesse social.
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança Vejamos como o Código Civil determina:
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...)
lei. §1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz
prestação de serviços, dispondo sobre: distinção entre as Fundações de direito público ou de direito
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela privado. O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as
sociedade; fundações da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, ligação com a Administração Pública.
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como
trabalhistas e tributários; por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e somente às entidades de direito público como um todo. Registra-se
alienações, observados os princípios da Administração Pública; que o foro de ambas é na Justiça Federal.
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de
Administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; — Delegação Social
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a
responsabilidade dos administradores Organizações sociais
As organizações sociais são entidades privadas que recebem
Vejamos em síntese, algumas características em comum das o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas
empresas públicas e das sociedades de economia mista: por particulares sob a forma de associação ou fundação que
– Devem realizar concurso público para admissão de seus desempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao
empregados; passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma
– Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do
constitucional; Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com
– Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas, o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos
bem como ao controle do Poder Legislativo; parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá
– Não estão sujeitas à falência; constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito
– Devem obedecer às normas de licitação e contrato privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam
administrativo no que se refere às suas atividades-meio; dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
– Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à
constitucionalmente; cultura e à saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que
– Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder as entidades privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão
Legislativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores. receber a qualificação de OSs.
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os
Fundações e outras entidades privadas delegatárias serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por
Identifica-se no processo de criação das fundações privadas, intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los por
duas características que se encontram presentes de forma entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publicização.
contundente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, outra
instituidor e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa. entidade de direito privado o substitui no serviço anteriormente
O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para que
1988 conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito seja feita a qualificação da entidade como organização social é
predominantemente de direito privado, sendo que a Constituição estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim,
Federal dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às as Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários,
Sociedades de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite utilização de bens públicos e servidores públicos.
autorização da criação, por lei e não a criação direta por lei, como
no caso das autarquias. Organizações da sociedade civil de interesse público
São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatutárias
devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da Lei

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência do Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade e o
Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com o da Estado é denominado termo de parceria e que para a qualificação de
OS, entretanto, é mais amplo. uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido constituída
Vejamos: e se encontre em funcionamento regular há, pelo menos, três anos
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n. 13.019/2014. O
qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no Tribunal de Contas da União tem entendido que o vínculo firmado
respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será pelo termo de parceria por órgãos ou entidades da Administração
conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, Pública com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes não é demandante de processo de licitação. De acordo com o
finalidades: que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999, deverá haver a
I – promoção da assistência social; realização de concurso de projetos pelo órgão estatal interessado
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio em construir parceria com Oscips para que venha a obter bens e
histórico e artístico; serviços para a realização de atividades, eventos, consultorias,
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma cooperação técnica e assessoria.
complementar de participação das organizações de que trata esta
Lei; — Entidades paraestatais
IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma Entidades paraestatais (ou entes de colaboração) são
complementar de participação das organizações de que trata esta definidas como pessoas jurídicas de direito privado, instituídas
Lei; por particulares, com ou sem autorização legislativa, para o
V – promoção da segurança alimentar e nutricional; desempenho de atividades privadas de interesse público, mediante
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente fomento e controle pelo Estado.1
e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do Podem ter a forma jurídica de associação, fundação ou definida
voluntariado; na lei que autorizar a sua criação.2
VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e As principais características das entidades paraestatais são:3
combate à pobreza; a) a sua natureza é de pessoa jurídica de direito privado;
IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos b) a sua criação depende de autorização legislativa;
socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, c) não buscam o lucro;
emprego e crédito; d) prestam serviço de utilidade pública e não serviço público
X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos estrito;
direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; e) não atendem toda a sociedade, mas apenas grupos restritos;
XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos f) não pertencem a pessoa jurídica de direito público;
humanos, da democracia e de outros valores universais; g) são financiadas por contribuições tributárias;
XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias h) estão sujeitas a controle estatal, inclusive pelo TCU;
alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos i) não precisam realizar concurso público;
técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas j) precisam licitar;
neste artigo. k) podem gozar de imunidade tributária (art. 150, VI, c, da
A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem CF/88) relacionada à natureza filantrópica;
receber a qualificação. Vejamos: l) os seus empregados estão sujeitos à CLT, apesar disso, são-
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações lhes aplicáveis as normas da Lei n. 8.429/92 (Lei de Improbidade
da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de Administrativa); e
qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei: m) os seus administradores não são escolhidos pelo Estado e
I – as sociedades comerciais; sim através de procedimentos internos das próprias entidades.
II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
de categoria profissional; Entende-se que essas entidades fazem parte do terceiro setor,
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação sendo que o Estado é o primeiro setor, a sociedade o segundo e as
de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; entidades sem fins lucrativos formam o terceiro setor.
IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
fundações;
V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI – as entidades e empresas que comercializam planos de
saúde e assemelhados;
VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
mantenedoras;
VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não 1 Pietro, Maria Sylvia Zanella D. Direito Administrativo. 36ª edição.
gratuito e suas mantenedoras; Grupo GEN, 2023.
IX – as Organizações Sociais; 2 Couto, Reinaldo, e Álvaro do Canto Capagio. Curso de Direito Admi-
X – as cooperativas; nistrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022.
3 Couto, Reinaldo, e Álvaro do Canto Capagio. Curso de Direito Admi-
nistrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Segue abaixo um quadro exemplificativo do livro de Direito Administrativo de Celso Spitzcovsky e 4:

INTEGRANTES FINALIDADE
Figuras que se encontram dentro
Preservação do interesse público,
PRIMEIRO SETOR da Administração, nas quatro
sem finalidade lucrativa
esferas do Governo
Figuras integrantes da iniciativa
SEGUNDO SETOR Com finalidade lucrativa
privada
Organizações da sociedade civil,
TERCEIRO SETOR integrantes, pois, da iniciativa Sem finalidade lucrativa
privada

No conceito do autor citado, o terceiro setor é composto por particulares, portanto pessoas jurídicas de direito privado, que não
integram a estrutura da Administração Pública, mas que com ela mantêm, por razões diversas, relacionamentos com o intuito de preservar
o interesse público. Em outras palavras, são entidades que não apresentam finalidade lucrativa, o que equivale a dizer que todas as verbas
por elas recebidas devem ser aplicadas para a melhoria de sua própria estrutura.5
Importante consignar que tanto as organizações sociais quanto os serviços sociais autônomos surgem como entidades paraestatais,
porque não integram a estrutura da Administração Pública, mantendo, entretanto, parcerias por razões diferenciadas.6
Dessa forma, enquanto para as organizações sociais o que justifica a parceria é a transferência de serviços públicos, para os chamados
serviços sociais autônomos é o fomento de atividades que, embora não possam ser confundidas com serviços públicos, o Estado tem
interesse em incentivar e desenvolver, por promoverem sobretudo geração de empregos. 7
Por fim, em vista de divergências verificadas principalmente em sede doutrinária, cumpre esclarecer que a palavra “paraestatal” se
aplica àqueles entes que, embora não integrem a estrutura da Administração, estabelecem com ela parcerias a título de colaboração.8

São alguns exemplos de entidades paraestatais, o SESI, SESC, SENAI, entre outras.
O SESI é uma instituição que presta serviços sociais de saúde, cultura, lazer, educação, alimentação e cidadania. Assim, colabora com o Estado
melhorando a qualidade de vida do trabalhador e sua família.
O SESC, Serviço Social do Comércio, foi criado em 1946, como compromisso de que empresários do setor colaborariam com o cenário
social por meio de ações que beneficiassem empregados e seus familiares com melhores condições de vida e desenvolvimento de suas
comunidades de residência. Com o passar do tempo, esse trabalho foi estendido a toda a população, como forma de cooperar com a
sociedade e contribuir para a igualdade social.9
O SENAI, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial é instituição de ensino técnico e profissional, colaborando com o Estado para
empregabilidade de jovens capacitados na indústria.

O art. 7º da Lei n. 8.706/93 exemplifica a forma de financiamento das entidades paraestatais. Segue o seu texto:10
Art. 7º As rendas para manutenção do SEST e do SENAT, a partir de 1º de janeiro de 1994, serão compostas:
I – pelas atuais contribuições compulsórias das empresas de transporte rodoviário, calculadas sobre o montante da remuneração paga
pelos estabelecimentos contribuintes a todos os seus empregados e recolhidas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social, em favor do
Serviço Social da Indústria – SESI, e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, que passarão a ser recolhidas em favor do
Serviço Social do Transporte – SEST e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SENAT, respectivamente;
II – pela contribuição mensal compulsória dos transportadores autônomos equivalente a 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento),
e 1,0% (um inteiro por cento), respectivamente, do salário de contribuição previdenciária;
III – pelas receitas operacionais;
IV – pelas multas arrecadadas por infração de dispositivos, regulamentos e regimentos oriundos desta lei;
V – por outras contribuições, doações e legados, verbas ou subvenções decorrentes de convênios celebrados com entidades públicas
ou privadas, nacionais ou internacionais.
§1º A arrecadação e fiscalização das contribuições previstas nos incisos I e II deste artigo serão feitas pela Previdência Social, podendo,
ainda, ser recolhidas diretamente ao SEST e ao SENAT, através de convênios.
§2º As contribuições a que se referem os incisos I e II deste artigo ficam sujeitas às mesmas condições, prazos, sanções e privilégios,
inclusive no que se refere à cobrança judicial, aplicáveis às contribuições para a Seguridade Social arrecadadas pelo INSS.

4Spitzcovsky, Celso. Esquematizado - Direito Administrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022.


5Spitzcovsky, Celso. Esquematizado - Direito Administrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022.
6Spitzcovsky, Celso. Esquematizado - Direito Administrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022.
7Spitzcovsky, Celso. Esquematizado - Direito Administrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022.
8Spitzcovsky, Celso. Esquematizado - Direito Administrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022.
9 Consultado em 25/10/2023: https://www.sesc.com.br/institucional/o-sesc/sesc/
10 Couto, Reinaldo, e Álvaro do Canto Capagio. Curso de Direito Administrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A sua capacidade tributária ativa e a imunidade constitucional Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a
exigem que lhes sejam aplicadas as restrições à contratação declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
direta de bens e serviços, tornando-se necessário o procedimento jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
licitatório, exigido no inciso XXI do art. 37 da Constituição.11 direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez,
Art. 37, inciso XXI, CF: “ressalvados os casos especificados explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de
contratados mediante processo de licitação pública que assegure atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que regulamentos.
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um
garantia do cumprimento das obrigações.”12 concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
públicas, manifestada mediante providências jurídicas
As entidades paraestatais não gozam de imunidade relativa complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a
à fazenda pública, porém, a imunidade relacionada a imposto, controle de legitimidade por órgão jurisdicional”.
na forma da alínea “c” do inciso VI do art. 150 da CF/88, poderá
decorrer de natureza filantrópica. Contudo, compreenderá B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta
suas finalidades essenciais.13 forma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele
exposta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos,
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao por exemplo, bem como os atos abstratos.
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir
aos Municípios:14 da análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos
(...) conceitos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos
VI - instituir impostos sobre: fundamentais para a definição dos conceitos do ato administrativo.
(...) De antemão, é importante observar que, embora o exercício
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive da função administrativa consista na atividade típica do Poder
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das Executivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos.
atendidos os requisitos da lei; Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem
(...) nomear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo
benefícios legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece
Além da imunidade acima descrita, o §7º do art. 195 da CF/88 que em todas essas atividades, a função administrativa estará
determinou que: “São isentas de contribuição para a seguridade sendo exercida que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos,
social as entidades beneficentes de assistência social que atendam não é função exclusiva do Poder Executivo.
às exigências estabelecidas em lei”.15 Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício
da função administrativa é ato administrativo, isso por que em
inúmeras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado,
ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, REQUISITOS, ATRI- desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico
BUTOS, CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E INVALIDAÇÃO de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo:
a emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida
providência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de
Conceito direito privado e não público.
Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser
“toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou como, os entes da Administração Indireta e particulares, como
impor obrigações aos administrados ou a si própria”. acontece com as permissionárias e com as concessionárias de
serviços públicos.
11 Couto, Reinaldo, e Álvaro do Canto Capagio. Curso de Direito Admi-
nistrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022. Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não
12 Consultado em 23/10/2023: https://www.planalto.gov.br/cci- apresentar caráter de definitividade, está sujeito a controle
vil_03/Constituicao/Constituicao.htm por órgão jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes,
13 Couto, Reinaldo, e Álvaro do Canto Capagio. Curso de Direito Admi- compreendemos que ato administrativo é a manifestação unilateral
nistrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022. de vontade proveniente de entidade arremetida em prerrogativas
14 Consultado em 23/10/2023: https://www.planalto.gov.br/cci- estatais amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico
vil_03/Constituicao/Constituicao.htm de direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e
15 Couto, Reinaldo, e Álvaro do Canto Capagio. Curso de Direito Admi- sujeitos a controle judicial específico.
nistrativo. 5ª edição. Editora Saraiva, 2022. Em suma, temos:
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade a) Competência primária: quando a competência é estabelecida
proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais pela lei ou pela Constituição Federal.
amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico de b) Competência Secundária: a competência vem expressa em
direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos normas de organização, editadas pelos órgãos de competência
a controle judicial específico. primária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão
ou agente que possui competência primária.
Atos administrativos em sentido amplo
Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de
Atos de Direito Privado forma aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico
Atos materiais informando a distribuição de competências, como a matéria, o
território, a hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao
Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor critério da matéria, é a criação do Ministério da Saúde.
Atos políticos Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendências
Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
Contratos
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF),
Atos normativos órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da
Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos Receita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da
Verdade que trabalham na investigação de violações graves de
Direitos Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que
Requisitos
resulta na combinação dos critérios da matéria e do tempo.
A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência
A competência possui como características:
de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência,
a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma
finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a
vez que se trata de um poder-dever de ambos.
falta ou o defeito desses elementos pode resultar.
b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vontade
De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em
da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez
simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidando
que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo:
o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente.
diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e
No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra
da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá
designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está
jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos
legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer
a crimes considerados menos graves.
pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para
c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou
fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada
acordo com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra
incompetente em termos jurídicos para executar tal tarefa.
pessoa. Frise-se que a delegação de competência não provoca a
Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades públicas,
transferência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de
de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
determinadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante,
não possui competência para conferir o passaporte e liberar a entrada
que poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo,
de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o controle de imigração
revogar a delegação.
brasileiro é atividade exclusiva e privativa da Polícia Federal.
d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente,
Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo
quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente
o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às
estas normas poderão alterá-la.
pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar
e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que
o desempenho de suas atividades.
não tenha sido utilizada por muito tempo.
A competência possui como fundamento do seu instituto
f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista
a divisão do trabalho com ampla necessidade de distribuição
em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo
do conjunto das tarefas entre os agentes públicos. Desta
mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a
forma, a distribuição de competências possibilita a organização
tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua
administrativa do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis
prática.
a cada pessoa política, órgão ou agente.
Relativo à competência com aplicação de multa por infração
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a
à legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas,
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma:
a União é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o
imposto e também para estabelecer as respectivas infrações e
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por
penalidades. Já em relação à instituição do tributo e cominação de
intermédio do qual um órgão administrativo ou um agente
penalidades, que é de competência do legislativo, dentre os Órgãos
público delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de
Constitucionais da União, o Órgão que possui tal competência, é o
executar parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a
Congresso Nacional no que condizente à fiscalização e aplicação das
delegação é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico
respectivas penalidades.
inferior. No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando
Em relação às fontes, temos as competências primária e
justificadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha
secundária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos
hierárquica.
abaixo:
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamento
atribuição da autoridade delegante, que continua competente para do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não
o exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada.
foi delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada,
atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato
em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos. deverão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.
Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando
cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também poderá Seguindo temos:
revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormente. a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação
Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de e se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer
competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer para si de forma temporária o devido exercício de competências
impedimentos legais vigentes. legalmente estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente
inferiores. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da
É importante conhecer a respeito da delegação de competência linha de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente
o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo de poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal, Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de
incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, delegação:
dispondo em seus arts. 11 a 14: – Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competência
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
delegação e avocação legalmente admitidos. sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se autoridade avocante.
não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência – Já na revogação de delegação, anteriormente, a competência
a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delegação,
de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por
territorial. cunho de mão própria.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever
presidentes. ser exercido com autocontrole, o poder originário de avocar
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: competência também se constitui em regra na Administração
I - a edição de atos de caráter normativo; Pública, uma vez que é inerente à organização hierárquica como
II - a decisão de recursos administrativos; um todo. Entretanto, conforme a doutrina de forma geral, o órgão
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou superior não pode avocar a competência do órgão subordinado em
autoridade. se tratando de competências exclusivas do órgão ou de agentes
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser inferiores atribuídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança
publicados no meio oficial. Pública, mesmo estando alguns degraus hierárquicos acima de
§1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes todos os Delegados da Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os a competência para presidir determinado inquérito policial, tendo
objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva em vista que esta competência é exclusiva dos titulares desses
de exercício da atribuição delegada. cargos.
§2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela Não convém encerrar esse tópico acerca da competência
autoridade delegante. sem mencionarmos a respeito dos vícios de competência que
§3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar é conceituado como o sofrimento de algum defeito em razão de
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo problemas com a competência do agente que o pratica que se
delegado. subdivide em:
a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica o
Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo além
leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica, das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo a
social, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável praticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre
a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de poderá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista
delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso.
publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce
e poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse
delegado, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação. atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra
casamentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz.
Importante ressaltar: c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato
Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública
de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo
ou a medida judicial. de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento.
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Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da a finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta interesse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados perseguir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato. interesse público.
Em suma, temos: Em resumo, temos:

VÍCIOS DE COMPETÊNCIA Específica ou Imediata e Geral ou Me-


Finalidade Pública
Em determinadas situações é diata
Excesso de poder
possível a convalidação Ato praticado com finalidade diversa da
Usurpação de função Ato inexistente prevista em Lei.
Desvio de finalidade
e Ato praticado formalmente com finali-
Ato válido, se houver boa-fé ou desvio de poder
Função de fato dade prevista em Lei, porém, visando a
do administrado atender a fins pessoais de autoridade.
ABUSO DE AUTORIDADE
Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas
Excesso de poder Vício de competência distintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas:
Desvio de poder Desvio de finalidade A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o
modo de exteriorização do ato administrativo.
Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no
uma das características do princípio da impessoalidade. Nesse conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem
diapasão, a Administração não pode atuar com o objetivo de como todas as formalidades que devem ser destacadas e observadas
beneficiar ou prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que no seu curso de formação.
seu comportamento deverá sempre ser norteado pela busca do
interesse público. Além disso, existe determinada finalidade típica Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se
para cada tipo de ato administrativo. simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo
Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto
de finalidade pública. São elas: exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da
a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse público formação do ato administrativo.
considerado de forma geral.
b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade
previsto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra
ato. é o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser
revestido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que
Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a ele seja escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo
lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato. em vista que em alguns casos, via de regra, o agente público
Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas tem a possibilidade de se manifestar de outra forma, como
finalidades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado acontece nas ordens verbais transmitidas de forma emergencial
desvio de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é aos subordinados, ou, ainda, por exemplo, quando um agente
vício que não pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser de trânsito transmite orientações para os condutores de veículos
convalidado. através de silvos e gestos.
A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágrafo Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado
único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se verifica vício de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à
quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele forma e sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”. de regra, considera-se plenamente possível a convalidação do
Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência ato administrativo que contenha vício de forma. No entanto, tal
estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser convalidação não será possível nos casos em que a lei estabelecer
seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser que a forma é requisito primordial à validade do ato.
praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício Devemos explanar também que a motivação declarada e
de finalidade. escrita dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando
for de caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta
O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se maneira, quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja
verifica em duas hipóteses. São elas: vício de forma, mas não vício de motivo.
a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela
prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo autoridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no
de punição. elemento motivo.

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Motivo integrante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de


O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que “motivação aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo. que está sendo admitida no direito brasileiro.
Quando a autoridade administrativa não tem margem para
decidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato A motivação dos atos administrativos
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a
ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade respeito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos
administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a motivos determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei
prática do ato. não exigindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele
Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se só terá validade se os motivos declarados forem verdadeiros.
trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser
verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática Exemplo
do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de
empírico da situação prevista em lei. servidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de
Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente
administrativo depende da presença adjunta dos motivos de fato venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualidade
e de direito, posto que para isso, são imprescindíveis à existência habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
abstrata de previsão normativa bem como a ocorrência, de fato a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já
concreto que se integre à tal previsão. se o interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua
De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de pontualidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial,
ocorrer nas seguintes situações: deverá ser anulada.
a) quando o motivo é inexistente. É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes
b) quando o motivo é falso. pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto
c) quando o motivo é inadequado. aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado.
Em suma, temos:
É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e
motivação. Vejamos: – Motivo do ato administrativo
– Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do ato – Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a
administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrativo, edição do ato administrativo.
sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legítimo – Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma
ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo. abstrata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo.
– Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, – Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real
sendo a declaração das razões que motivaram à edição do que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei,
ato. Já a motivação declarada e expressa dos motivos dos atos caracterizando o motivo de direito.
administrativos, via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se
for obrigatória pela lei, sua ausência causará invalidade do ato
Vícios de motivo do ato administrativo
administrativo por vício de forma, e não de motivo.
Inexistente
Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o Falso
processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o
seguinte: Inadequado
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: – Teoria dos motivos determinantes
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; – O ato administrativo possui sua validade vinculada aos
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; motivos expostos mesmo que não seja exigida a motivação.
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção – Só é aplicada apenas se o ato conter motivação.
pública; – STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não
licitatório; está adequado à realidade fática”.
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício; Objeto
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação palavras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo
de ato administrativo. cuida-se da alteração da situação jurídica que o ato administrativo
se propõe a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por
Prevê a mencionada norma em seu §1º, que a motivação deve exemplo, o objeto é a punição do transgressor.
ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os
informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte padrões aceitos como éticos e justos.
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Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir o dever de provar é de quem alega o fato a ser provado. Desta
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse maneira, se o particular “X” alega que o particular “Y” cometeu ato
sentido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam ilícito em prejuízo do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que
os seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos: está alegando, de maneira que, em nada conseguir provar os fatos,
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspensão “Y” não poderá ser punido.
por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para – Imperatividade
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo. Em decorrência desse atributo, os atos administrativos são
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas concordância destes. Infere-se que a imperatividade é proveniente
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá
autoridade pública ou flagradas no teste do bafômetro. editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado
pessoas específicas para a ocupação noturna de determinado em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente
trecho de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua
o objeto é tido como imoral. expressa concordância.
Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperatividade,
Atributos do Ato Administrativo característica presente exclusivamente nos atos que impõem
Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o
público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos ato administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por
são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos exemplo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda,
privados. quando possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão,
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente atestado ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade.
ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento,
bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos – Autoexecutoriedade
públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem
pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. executados diretamente pela Administração Pública, por
Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos intermédio de meios coercitivos próprios, sem que seja necessário
atos administrativos são: a intervenção prévia do Poder Judiciário.
Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do
– Presunção de legitimidade interesse público, típico do regime de direito administrativo, fato
Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos que acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente
atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos à rapidez e eficiência.
administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a
quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a autoexecutoriedade somente é possível quando estiver
administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros expressamente prevista em lei, ou, quando se tratar de medida
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade, urgente, que não sendo adotada de imediato, ocasionará, por sua
os atos administrativos presumem-se editados em conformidade vez, prejuízo maior ao interesse público.
com a lei, até que se prove o contrário.
De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e
Exemplos de Atos Administrativos Autoexecutórios
da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como apreensão de mercadorias impróprias para o consumo humano
presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da demolição de edifício em situação de risco
presunção de que o ato administrativo foi editado em conformidade
com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzidas internação de pessoa com doença contagiosa
pela administração são verdadeiras. dissolução de reunião que ameace a segurança
As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos
e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da
entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo prestação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular
ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido que considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado,
contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado possa livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da
por algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá defesa dos seus direitos.
submetê-lo ao controle pela própria administração pública, bem
como pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática – Tipicidade
não está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita a
falsas, poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo fato
efeitos. de tal característica não estabelecer um privilégio da administração,
Denota-se que a principal consequência da presunção mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de que
de veracidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido, a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos
relembremos que em regra, segundo os parâmetros jurídicos,
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atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, – Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração
deveremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que acabam comprovados os requisitos legais, a edição do ato se torna
por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administração obrigatória, nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para
toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada. a construção de imóvel.
Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria – Já os discricionários são aqueles em que a Administração
Sylvia Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar
pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim decisões quando e como o ato será praticado, com a definição de
sendo, em consonância com esse atributo, para cada finalidade que seu conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
a Administração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato
previamente definido na lei. c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos
Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio administrativos podem ser atos de império, de gestão e de
da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar expediente.
atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o – Atos de império são atos por meio dos quais a Administração
atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais usando
autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberdade o poder de império para impô-los de modo unilateral e coercitivo
para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabelecimentos
inominados. comerciais.
Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se
que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontrando d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos
presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer quais a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha provenientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de
a firmar com o particular um contrato inominado desprovido de administração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais
regulamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de com os particulares.
atender tanto ao interesse público como ao interesse particular. Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam
a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos.
Classificação dos Atos Administrativos
A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada Exemplo:
à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de
motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classificações forma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do
mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante
abordagem nas provas de concursos públicos. – Já os atos de expediente são tidos como aqueles que
impulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante
a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. e sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos
Os atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários e papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos.
determinados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que Exemplo:
de uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as
que correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o devidas análises”.
Regulamento do Imposto de Renda.
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos
– Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários simples, complexos e compostos.
individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que – O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas
será singular quando alcançar um único sujeito determinado e um órgão da administração pública, pouco importando se esse
será plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos órgão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um
determinados em si. servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada
como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo
Exemplo: administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples
O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. colegiado.
Por outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita- – O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou
se: o ato de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os
aos destinatários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo
PLÚRIMOS Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado.
É importante não confundir ato complexo com procedimento
b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato
ser atos vinculados e discricionários. complexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção
de um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo
praticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a
obtenção de um ato final e principal”.
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f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre
este também decorre do resultado da manifestação de vontade de matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito.
dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de Pondera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem autônomo admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84,
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos, VI, “a”, da Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional
um principal e outro acessório. 32/2001, que predispõe a competência privativa do Presidente da
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes República para dispor, mediante decreto, sobre a organização e
Meirelles, para quem o ato administrativo composto “é o que funcionamento da administração federal, quando não incorrer em
resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
por parte de outro, para se tornar exequível”. A mencionada
definição, embora seja discutível, vem sendo muito utilizada – Atos ordinatórios
pelas bancas examinadoras na elaboração de questões de provas Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem
de concurso público. Isso ocorreu na aplicação da prova para ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro
Assistente Jurídico do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi de disciplinar as relações internas da Administração Pública.
considerado correto o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja Detalharemos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as
prática dependa de vontade única de um órgão da administração, instruções, as circulares, os avisos, as portarias, as ordens de
mas cuja exequibilidade dependa da verificação de outro órgão, dá- serviço, os ofícios e os despachos.
se o nome de ato administrativo composto”. Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar
Espécies a atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo:
O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos as instruções que ordenam os atos que devem ser usados de
administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos forma interna na análise do pedido de utilização de bem público
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e formalizado unicamente por particular.
atos punitivos. Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretanto,
de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência.
– Atos normativos Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados
Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é por Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos
esmiuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução correlatos aos respectivos Ministérios.
da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais, Portarias: são atos administrativos respectivamente editados
não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas, por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe
versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos. do Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria
determinando a instauração de processo disciplinar específico.
Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos
podem ser: ordenadores da adoção de conduta específica em circunstâncias
a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos especiais. Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de
chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação obra pública.
geral ou individual prevista na legislação, englobando também de Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se
forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das responsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita
Casas Legislativas. e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como
O decreto é de suma importância no direito brasileiro, motivo de entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição
pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser de informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por
classificados em decreto geral e individual. Vejamos: meio de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de
b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras Saúde.
gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta Despachos: são atos administrativos eivados de poder
aplicação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento decisório ou apenas de mero expediente praticados em processos
do Imposto de Renda”. administrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo
c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação disciplinar, é emitido despacho especifico determinando a oitiva de
específica de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua testemunhas.
publicação produz de imediato, efeitos concretos.
– Atos negociais
Exemplo: Também chamados de atos receptícios, são atos administrativos
Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem de caráter administrativo editados a pedido do particular, com o
para fim de desapropriação. fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração
Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte
regulamentar, também designado de decreto de execução. desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão.
A doutrina o conceitua como sendo aquele que introduz um Vejamos:
regulamento, não permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance
possam ir além daqueles do que é permitido por Lei.

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a) Licença: possui algumas características. São elas: b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem
Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos
legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade,
licença; porém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas.
Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a
Administração se torna conivente com o exercício da atividade *Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal
privada como um todo; consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais,
Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado,
particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício. independentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de
b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
dotado da permissão do exercício de atividades específicas esclarecimento de situações de interesse pessoal”.
realizadas pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado
bem público. Exemplo: a permissão para uso de bem público c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
específico. certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
A permissão é dotada de características essenciais. São elas: de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as
Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a certidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
Administração Pública concorda com o exercício da atividade ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
privada, bem como da utilização de bem público por particulares; públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de
Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade retratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos
administrativa é dotada de liberdade de análise referente à da Administração Pública.
conveniência e à oportunidade do ato administrativo; d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
apenas de direito subjetivo ao ato. o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
c)Autorização: é detentora de características iguais às da contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
permissão, vindo a constituir ato administrativo discricionário de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, §8.°, da
permissionário do exercício de atividade específica pelo particular Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
ou, ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que
a permissão, a autorização possui como características: o ato de – Atos punitivos
consentimento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo. Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos
d)Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de
do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público interesses dos administrados que vierem a atuar em desalento com
específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer
o particular preencha devidamente os requisitos legais. forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na
edição de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição
– Atos enunciativos Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas
São atos administrativos que expressam opiniões ou, ainda, tenham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio
que certificam fatos no campo da Administração Pública. A doutrina da legalidade.
reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres, as Podemos dividir as sanções em dois grupos:
certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos: 1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com
a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar supedâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos
a opinião do agente público a respeito de determinada questão de particulares em geral. Exemplo: multa de trânsito.
ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de 2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com
licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico. embasamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às
demais pessoas que se encontram especialmente vinculadas
De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espécies à Administração Pública. Exemplo: reprimenda imposta à
de pareceres. São eles: determinada empresa contratada pela Administração.
1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as
para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições
vincula a autoridade competente; de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada
2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessariamente espécie:
elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas
opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade aos administrados.
responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou
parecer de forma motivada; suspensivos do exercício de atividades diversas.
Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções
3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a
de forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade população em risco.
administrativa com o dever de acatá-lo.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, entendimento, em geral, evita que os particulares sejam coagidos
a autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas a conviver com extravagante insegurança jurídica, posto que, a
à coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, qualquer momento a administração estaria apta a propor a cassação
situação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para do ato administrativo.
momento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada
medida, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia
feita de forma prévia no processo administrativo, situação por ser proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos
intermédio da qual, a ampla defesa será postergada para momento agentes de fiscalização em descumprimento às condições de
ulterior. subsistência do ato, bem como por ato revisional que implicasse
Sanções disciplinares: também chamadas de sanções auditoria, acoplando até mesmo questões relativas à intercepção
funcionais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores de bases de dados públicas.
públicos e aos administrados possuidores de relação jurídica Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos
especial com a Administração Pública, desde que tenha sido parecidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação
constatada a violação ao ordenamento jurídico, bem como aos advém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários
termos do negócio jurídico. Um exemplo disso, é a demissão de para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo
servidor público que tenha cometido falta grave. que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
ocorreu na formação do ato.
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas
aos particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, – Anulação
as sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
sujeição especial de administrados específicos do poder disciplinar de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
da Administração Pública, como é o caso dos servidores e e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle
contratados. Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou
o exterior da Administração - as chamadas sanções externas - as legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito
sanções disciplinares são aplicadas no interior da Administração do ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar
Pública, - as denominadas sanções internas. o ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por
conseguinte, revogá-lo, e não o anular.
Extinção do ato administrativo Diferentemente da revogação, que mantém incidência
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção somente sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de os atos discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado
Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá pelo fato de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de
ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos, legalidade.
vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito, Em relação à competência, a anulação do ato administrativo
vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo
objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do Poder Judiciário.
beneficiário. Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de
Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por autotutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do
meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos STF:
ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
situações:
a Administração Pública pode declarar a
Súmula 346
– Cassação nulidade dos seus próprios atos.
É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido a Administração pode anular seus próprios
condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar atos, quando eivados de vícios que os tor-
continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção nam ilegais, porque deles não se originam
do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo Súmula 473 direitos; ou revogá-los, por motivo de con-
sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua veniência ou oportunidade, respeitados os
execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de os casos, a apreciação judicial.
prostituição.
Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode
Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação ser invocado para anular o ato administrativo por motivo de
de um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua ilegalidade, bem como para revogá-lo por razões de conveniência
vinculação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma e oportunidade.
similar. Desta forma, a Administração Pública não detém o poder A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por
de demonstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para provocação do interessado.
justificar a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que
houver sido fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
exercício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF.
administrativo havendo pedido do interessado.
Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria – Convalidação
Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando
legalmente estabelecido. À vista da autonomia administrativa por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos,
atribuída de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e inclusive aqueles que foram gerados antes da providência
Municípios, cada uma dessas esferas tem a possibilidade de, saneadora. Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc,
observado o princípio da razoabilidade e mediante legislação uma vez que retroage à data da edição do ato original, mantendo-
própria, fixar os prazos para o exercício da autotutela. lhe todos os efeitos.
Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua
âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez,
destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos, passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos.
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e
estipulação de prazos diferentes em outras esferas. anuláveis.
À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi
– Revogação incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão,
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela o art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a
própria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade, possibilidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos
sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de sanáveis, levando em conta que tal providência não acarrete lesão
conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento ao interesse público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja
do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e perfeito destinada à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento
se torna inconveniente ao interesse público, a administração pública tem sido aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da
poderá suprimi-lo por meio da revogação. existência de dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante
A revogação resulta de um controle de conveniência e analogia com a esfera federal e também com fundamento na
oportunidade do ato administrativo promovido pela própria prevalência doutrinária vigente.
Administração que o editou. Assim, é de suma importância esclarecermos que a
É fundamental compreender que a revogação somente pode jurisprudência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em
atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que determinadas lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em
quando a administração está à frente do motivo que ordena a decorrência do princípio da segurança jurídica.
prática do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória,
não lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de Decadência Administrativa
analisar a conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um
Desta maneira, não havendo possibilidade de análise de mérito direito existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo
para a edição do ato, essa abertura passará a não existir para que o determinado em lei e também pela vontade das próprias partes
ato seja desfeito pela revogação. e, ainda no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu
titular, que não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido
Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a pela lei.
princípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como
qualquer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
certos limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
Zanella Di Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos: única forma de expressão do direito coincide conaturalmente
a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a com o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se
análise de conveniência e oportunidade; confunde com o exercício da ação para manifestá-lo”.
b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o
retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam disposto legal sobre a decadência do direito de a administração
próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando pública anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses
transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público, vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos:
após o gozo do direito, não há como revogar o ato; Artigo 54. O direito da administração de anular os atos
c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
o praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
autoridade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o praticados, salvo comprovada má-fé.
praticou deixou de ser competente para revogá-lo; §1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados, decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela §2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer
lei; medida de autoridade administrativa que importe impugnação à
e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada validade do ato.”
novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai — Princípios


no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi praticado.
Isso significa que durante esse decurso, o administrado permanecerá Princípio da legalidade
submetido a revisões ou anulações do ato administrativo que o Disposto no art. 37 da CRFB/1988, recebe um conceito como
beneficia. um produto do Liberalismo, que propagava evidente superioridade
Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, do Poder Legislativo por intermédio da qual a legalidade veio a ser
o administrado poderá ter suas relações com a administração bipartida em importantes desdobramentos:
consolidadas contando com a proteção da segurança jurídica. 1) Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os
Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do atos da Administração;
Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento 2) Reserva de lei: a apreciação de certas matérias deve ser
sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu: formalizada pela legislação, deletando o uso de outros atos de
“No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante caráter normativo.
dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente
essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado
tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não como o principal conceito para a configuração do regime jurídico-
para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem administrativo, tendo em vista que segundo ele, a administração
que estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em pública só poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos
decadência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina executivos, agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De
do Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da acordo com o princípio em análise, todo ato que não possuir base
proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático em fundamentos legais é ilícito.
de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético,
social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive, Princípio da impessoalidade
as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui
o fato de que o Poder Público não se submente também a essa duas interpretações possíveis:
consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Pública
decurso do tempo.” deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico aos
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas
de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux a discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II,
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e da CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de usar tratamento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram
abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato administrativo, o em posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a
que proporciona maior equilíbrio entre as partes interessadas. igualdade material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °,
Em resumo, é de grande importância o posicionamento da Lei 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos
adotado pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só para portadores de deficiência.
tempo, propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações
contagem do prazo decadencial. públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como
feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais
toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, PECULIARI- educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art.
DADES E INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATI- 37, § 1. °, da CRFB: “dela não podendo constar nomes, símbolos
VO; FORMALIZAÇÃO, EXECUÇÃO, INEXECUÇÃO, ALTERA- ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
ÇÃO E RESCISÃO DE CONTRATO ou servidores públicos”.

Princípio da moralidade
No desempenho da função administrativa, o Poder Público
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a
estabelece diversas relações jurídicas com pessoas físicas e jurídicas,
atuação administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria.
públicas e privadas. Desse modo, a partir do momento em que tais
Nesse diapasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999
relações se constituem por intermédio da manifestação bilateral da
ordena ao administrador nos processos administrativos, a autêntica
vontade das partes, afirmamos que foi celebrado um contrato da
“atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-
Administração.
fé”. Exemplo: a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula
Ressalta-se que os contratos da Administração podem ser:
Vinculante 13 do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da
– Contratos Administrativos: são aqueles comandados pelas
mencionada súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina
normas de Direito Público.
em geral não parece apropriado, tendo em vista que o princípio da
– Contratos de Direito Privado firmados pela Administração:
moralidade é um princípio geral e aplicável a toda a Administração
são aqueles comandados por normas de Direito Privado.
Pública, vindo a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política.

Princípio da publicidade
Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos do
Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art. 2. ° da
Lei 9.784/1999).
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Ressalta-se que a transparência dos atos administrativos do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber,
guarda estreita relação com o princípio democrático nos termos do na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento
art. 1. ° da CRFB/1988), vindo a possibilitar o exercício do controle em que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a
social sobre os atos públicos praticados pela Administração Pública proporcionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio
em geral. Denota-se que a atuação administrativa obscura e sigilosa Estado de Direito.
é característica típica dos Estados autoritários. Embora haja polêmica em relação à existência ou não de
Como se sabe, no Estado Democrático de Direito, a regra diferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da
determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais, com exceção proporcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da
dos casos de sigilo determinados e especificados por lei. Exemplo: fungibilidade entre os mencionados princípios que se relacionam
a publicidade é um requisito essencial para a produção dos efeitos e forma paritária com os ideais igualdade, justiça material e
dos atos administrativos, é uma necessidade de motivação dos atos racionalidade, vindo a consubstanciar importantes instrumentos de
administrativos. contenção dos excessos cometidos pelo Poder Público.
O princípio da proporcionalidade é subdividido em três
Princípio da eficiência subprincípios:
Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998, a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será
com o fito de substituir a Administração Pública burocrática adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado
pela Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência pretendido.
está relacionado de forma íntima com a necessidade de célere b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição
efetivação das finalidades públicas dispostas no ordenamento do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para
jurídico. Exemplo: duração razoável dos processos judicial e alcançar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público
administrativo, nos ditames do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, terá o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos
inserido pela EC 45/2004), bem como o contrato de gestão no fundamentais.
interior da Administração (art. 37 da CRFB) e com as Organizações c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma
Sociais (Lei 9.637/1998). típica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual a
garantem sua eficiência: restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justificada,
a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental
eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem que será efetivado.
piorar a situação de outrem.
b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse
de forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número privado (princípio da finalidade pública)
de pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”). É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional,
tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas
Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados categorias:
acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a
econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo
de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de
do serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros atividades administrativas que são prestadas à coletividade, como
aspectos. por exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento,
dentre outros.
Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade b) interesse público secundário: trata-se do interesse do
Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna próprio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-
Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no se ligando de forma expressa à noção de interesse do erário,
direito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial implementado através de atividades administrativas instrumentais
da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da que são necessárias ao atendimento do interesse público primário.
Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes
caráter procedimental (procedural due process of law: direito ao público e ao patrimônio público.
contraditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais)
para, por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due Princípio da continuidade
process of law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que
contra abusos do Estado). tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode
Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de
sendo aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação.
como da constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço
demonstrando ser um dos mais importantes instrumentos de público, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador
defesa dos direitos fundamentais dispostos na legislação pátria. do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o
O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigentes
teorias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito às
no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao
homem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade audiência do interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da
pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que participação dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto
o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular. uma “atuação coadjuvante” como uma “atuação determinante por
Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não parte de interessados regularmente habilitados à participação”
impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente (MOREIRA NETO, 2006, p. 337-338).
e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser Desta forma, o princípio constitucional da participação é o
prestado sempre na medida em que a necessidade da população vier pioneiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico-
a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da necessidade políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos
relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado sem qualquer seus institutos participativos e consensuais.
tipo interrupção, tendo em vista que a população necessita de forma
permanente da disponibilidade do serviço. Exemplos: hospitais, Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
distribuição de energia, limpeza urbana, dentre outros. boa-fé
Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
Princípio da autotutela boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si.
Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de O princípio da segurança jurídica está dividido em dois sentidos:
rever os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de a) objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em
legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido,
e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB);
346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999. b) subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas
A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades, relacionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais.
bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela
própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções:
e revogação de ato inconveniente ou inoportuno. a) objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos
Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que particulares;
esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos b) subjetiva: está ligada a relação com o caráter psicológico
ante à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos daquele que atuou em conformidade com o direito. Esta
particulares de modo geral. caracterização da confiança legítima depende em grande parte da
boa-fé do particular, que veio a crer nas expectativas que foram
Princípios da consensualidade e da participação geradas pela atuação do Estado.
Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade
tornaram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifica-
fato de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização
a fazer a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que terminam
freios contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo por surpreender os seus receptores.
a atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança
mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a jurídica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé,
responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os com supedâneo em fundamento constitucional que se encontra
comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos. implícito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.°
Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o da CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico
Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio perfeito e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da
a assumir um importante papel no condizente ao processo de CRFB/1988.
identificação de interesses públicos e privados que se encontram
sob a tutela da Administração Pública. Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o
Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualidade princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei
e da participação, a administração termina por voltar-se para a 9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança
coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações legítima, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:
da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar
resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos:
entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente;
o ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação
interesse público, mas sim em forma de atividade aberta para a jurídica que mantém com a Administração; ou confiança do afetado
colaboração dos indivíduos, passando a ter importância o momento de que as suas expectativas são razoáveis;
do consenso e da participação. b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade
De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na administrativa, que, independentemente do caráter vinculante,
tomada de decisões administrativas está refletido em alguns orientam o cidadão a adotar determinada conduta;
institutos jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma
informações, conselhos municipais, ombudsman, debate público, situação jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao
assessoria externa ou pelo instituto da audiência pública. Salienta- patrimônio jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade
se: a decisão final é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar é confiável;
sua decisão o mais próximo possível em relação à síntese extraída na
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a d) Bilateralidade: independentemente de serem de direito
confiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou privado ou de direito público, os contratos são formados a partir de
tolerância da Administração); e manifestações bilaterais de vontades da Administração contratante
e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e e do particular contratado;
obrigações no caso. e) Consensualidade: são o resultado de um acordo de vontades
plenas e livres, e não de ato impositivo;
Elementos f) Formalidade: não basta que haja a vontade das partes para
Aduz-se que sobre esta matéria, a lei nada menciona a respeito, que o contrato administrativo se aperfeiçoe, sendo necessário o
porém, a doutrina tratou de a conceituar e estabelecer alguns cumprimento de determinações previstas na Lei n.º 14.133 de 2021;
paradigmas. Refere-se à classificação que a doutrina faz do contrato g) Onerosidade: o contrato possui valor econômico
administrativo. Desta forma, o contrato administrativo é: convencionado;
a) Comutativo: trata-se dos contratos de prestações certas e h) Comutatividade: os contratos exigem equidade das
determinadas. Possui prestação e contraprestação já estabelecidas prestações do contratante e do contratado, sendo que estas devem
e equivalentes. Nesta espécie de contrato, as partes, além de ser previamente definidas e conhecidas;
receberem da outra prestação proporcional à sua, podem apreciar i) Caráter sinalagmático: constituído de obrigações recíprocas
imediatamente, verificando previamente essa equivalência. tanto para a Administração contratante como para o contratado; e
Ressalta-se que o contrato comutativo se encontra em j) Natureza de contrato de adesão: as cláusulas dos contratos
discordância do contrato aleatório que é aquele contrato por meio administrativos devem ser fixadas de forma unilateral pela
do qual, as partes se arriscam a uma contraprestação que por ora Administração.
se encontra desconhecida ou desproporcional, dizendo respeito
a fatos futuros. Exemplo: contrato de seguro, posto que uma das Registra-se que deve constar no edital da licitação, a minuta do
partes não sabe se terá que cumprir alguma obrigação, e se tiver, contrato que será celebrado. Desta maneira, os licitantes ao fazerem
nem sabe qual poderá ser. suas propostas, estão acatando os termos contratuais estabelecidos
b) Oneroso: por ter natureza bilateral, comporta vantagens pela Administração. Ainda que o contrato não esteja precedido de
para ambos os contraentes, tendo em vista que estes sofrem um licitação, a doutrina entende que é sempre a administração quem
sacrifício patrimonial equivalente a um proveito almejado. Existe estabelece as cláusulas contratuais, pelo fato de estar vinculada às
um benefício recebido que corresponde a um sacrifício, por meio normas e também ao princípio da indisponibilidade do interesse
do qual, as partes gozam de benefícios e deveres. Ocorre de forma público.
contrária do contrato gratuito, como a doação, posto que neste, só Destaca-se, nesse sentido, o Caráter intuitu personae,
uma das partes possui obrigação, que é entregar o bem, já a outra, tendo em vista que os contratos administrativos são firmados
não tem. considerando as características pessoais do contratado. Por esta
c) Formal: é dotado de condições específicas previstas na razão, de modo geral, é proibida a subcontratação total ou parcial
legislação para que tenha validade. A formalização do contrato do objeto contratado, a associação do contratado com outrem,
encontra-se paramentada nos artigos 91 e 92 da Lei n.º 14.133/2021, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão,
destacando-se por oportuno, que o contrato administrativo é cisão ou incorporação, cuja desobediência é motivo para rescisão
celebrado forma escrita. contratual.

Características Formalização
A doutrina não é unânime quanto às características dos Determinam os artigos 91 e 92 da nova Lei de Licitações, que os
contratos administrativos. Ainda assim, de modo geral, podemos contratos administrativos são em regra, formais e escritos. Vejamos:
aduzir que são as seguintes:
a) Presença da Administração Pública: nos contratos Art. 91. Os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e
administrativos, a Administração Pública atua na relação contratual serão juntados ao processo que tiver dado origem à contratação,
na posição de Poder Público, por esta razão, é dotada de um rol de divulgados e mantidos à disposição do público em sítio eletrônico
prerrogativas que acabam por a colocar em posição de hierarquia oficial.
diante do particular, sendo que tais prerrogativas se materializam § 1º Será admitida a manutenção em sigilo de contratos e de
nas cláusulas exorbitantes; termos aditivos quando imprescindível à segurança da sociedade
b) Finalidade pública: do mesmo modo que nos contratos de e do Estado, nos termos da legislação que regula o acesso à
direito privado, nos contratos administrativos sempre deverá estar informação.
presente a incessante busca da satisfação do interesse público, sob § 2º Contratos relativos a direitos reais sobre imóveis serão
pena de incorrer em desvio de poder; formalizados por escritura pública lavrada em notas de tabelião,
c) Procedimento legal: são estabelecidos por meio de lei cujo teor deverá ser divulgado e mantido à disposição do público
procedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos em sítio eletrônico oficial.
contratos administrativos, que contém, dentre outras medidas, § 3º Será admitida a forma eletrônica na celebração de
autorização legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização contratos e de termos aditivos, atendidas as exigências previstas
pela autoridade competente, indicação de recursos orçamentários em regulamento.
e licitação; § 4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do
contrato, a Administração deverá verificar a regularidade fiscal do
contratado, consultar o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e

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Suspensas (Ceis) e o Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep), b) Contratação com empresa estrangeira para a compra de
emitir as certidões negativas de inidoneidade, de impedimento e de equipamentos fabricados e entregues no exterior precedida de
débitos trabalhistas e juntá-las ao respectivo processo. autorização do Chefe do Poder Executivo; e
Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que c) Aquisição de bens e serviços realizada por unidades
estabeleçam: administrativas com sede no exterior.
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante – OBS. Importante: Não obstante a extensão temporal, o
vencedor ou ao ato que tiver autorizado a contratação direta e à contrato deve incorporar uma cláusula que defina o índice de
respectiva proposta; reajuste de preços, cuja data-base se relacione com a data do
III - a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive orçamento estimado. Além disso, há a possibilidade de estabelecer
quanto aos casos omissos; mais de um índice específico ou setorial, alinhado à realidade de
IV - o regime de execução ou a forma de fornecimento; mercado dos insumos correspondentes.
V - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-
base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios Em relação aos contratos de serviços contínuos, observado o
de atualização monetária entre a data do adimplemento das interregno mínimo de 1 (um) ano, o critério de reajustamento de
obrigações e a do efetivo pagamento; preços se dará das seguintes formas:
VI - os critérios e a periodicidade da medição, quando for o a) Por reajustamento em sentido estrito: quando não houver
caso, e o prazo para liquidação e para pagamento; regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de
VII - os prazos de início das etapas de execução, conclusão, mão de obra, mediante previsão de índices específicos ou setoriais;
entrega, observação e recebimento definitivo, quando for o caso; b) Por repactuação: quando houver regime de dedicação
VIII - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra,
da classificação funcional programática e da categoria econômica; mediante demonstração analítica da variação dos custos.
IX - a matriz de risco, quando for o caso; Registre-se que que o instrumento de contrato, á ato obrigatório
X - o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, nas situações de concorrência ou de tomadas tomada de preços,
quando for o caso; bem como ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de
XI - o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do licitação, nas quais os valores contratados estejam elencados nos
equilíbrio econômico-financeiro, quando for o caso; limites daquelas duas modalidades licitatórias.
XII - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução,
quando exigidas, inclusive as que forem oferecidas pelo contratado Prazo
no caso de antecipação de valores a título de pagamento; Tendo em vista que os contratos administrativos devem ter
XIII - o prazo de garantia mínima do objeto, observados os prazo determinado, sua vigência deve ficar adjunta à vigência dos
prazos mínimos estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas respectivos créditos orçamentários. Assim sendo, em regra, os
aplicáveis, e as condições de manutenção e assistência técnica, contratos terão duração de um ano, levando em conta que esse é
quando for o caso; o prazo de vigência dos créditos orçamentários que são passados
XIV - os direitos e as responsabilidades das partes, as aos órgãos e às entidades. Nos ditames da Lei 4.320/1964, o crédito
penalidades cabíveis e os valores das multas e suas bases de cálculo; orçamentário tem duração de um ano, vindo a coincidir com o ano
XV - as condições de importação e a data e a taxa de câmbio civil.
para conversão, quando for o caso; Entretanto, o art. 105 da Lei 14.133/2021 determina que a
XVI - a obrigação do contratado de manter, durante toda a duração dos contratos regidos por esta Lei será prevista em edital,
execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por e deverão ser observadas, no momento da contratação e a cada
ele assumidas, todas as condições exigidas para a habilitação na exercício financeiro, a disponibilidade de créditos orçamentários,
licitação, ou para a qualificação, na contratação direta; bem como a previsão no plano plurianual, quando ultrapassar 1
XVII - a obrigação de o contratado cumprir as exigências de (um) exercício financeiro.
reserva de cargos prevista em lei, bem como em outras normas Ademais, aduz o art. 106 que a Administração Pública poderá
específicas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da celebrar contratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses
Previdência Social e para aprendiz; de serviços e fornecimentos contínuos, observadas as seguintes
XVIII - o modelo de gestão do contrato, observados os requisitos diretrizes:
definidos em regulamento; a) A autoridade competente do órgão ou entidade contratante
XIX - os casos de extinção. deverá atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em razão
da contratação plurianual;
Além disso, determina o §1º, art. 92 da Lei de Licitações que os b) A Administração deverá atestar, no início da contratação e de
contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas cada exercício, a existência de créditos orçamentários vinculados à
ou jurídicas, inclusive as domiciliadas no exterior, deverão conter contratação e a vantagem em sua manutenção;
cláusula que declare competente o foro da sede da Administração c) A Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem
para dirimir qualquer questão contratual, ressalvadas as seguintes ônus, quando não dispuser de créditos orçamentários para sua
hipóteses: continuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe
a) Licitação internacional para a aquisição de bens e serviços oferece vantagem.
cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento
concedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil
faça parte ou por agência estrangeira de cooperação;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

– OBS. Importante: “Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência
máxima decenal, desde que haja previsão em edital e que a autoridade competente ateste que as condições e os preços permanecem
vantajosos para a Administração, permitida a negociação com o contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das partes.
(Art. 107, Lei 14.133/2021).

Alteração
Em consonância com o art. 124 da Lei 14.133/2021, Lei de Licitações, a Administração Pública possui o poder de fazer alterações
durante a execução de seus contratos de maneira unilateral, ou, pro acordo entre as partes.
Infere-se aqui, que o contrato administrativo possui o condão de ser alterado unilateralmente ou por meio de acordo. Vejamos o
dispositivo legal acerca do assunto:

Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica a seus objetivos;
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
nos limites permitidos por esta Lei;
II - por acordo entre as partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial
atualizado e vedada a antecipação do pagamento em relação ao cronograma financeiro fixado sem a correspondente contraprestação de
fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe
ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como
pactuado, respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato.

Esquematizando, temos:

FORMAS DE ALTERAÇÕES DOS CONTRATOS


(LEI N.º 14.133, DE 2021)
UNILATERALMENTE PELA
POR ACORDO ENTRE AS PARTES
ADMINISTRAÇÃO
– Quando conveniente a substituição da garantia de execução;
– Quando houver modificação
– Quando for necessária a modificação do regime de execução da obra
do projeto ou das especificações,
ou do serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verifi-
para melhor adequação técnica a
cação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
seus objetivos;
– Quando necessária a modificação da forma de pagamento por imposi-
– Quando for necessária a
ção de circunstâncias supervenientes;
modificação do valor contratual
– Para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato
em decorrência de acréscimo ou
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decor-
diminuição quantitativa de seu
rência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculá-
objeto.
veis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado.

Desta maneira, percebe-se que o contrato administrativo permite de forma regulamentada, que haja alteração em suas cláusulas
durante sua execução. Registre-se que contrato não é um documento rígido e inflexível, tendo em vista que o mesmo pode sofrer alterações
para que venha a se adequar às modificações que forem preciso durante a execução contratual.
Além disso, a lei fixa percentuais por meio dos quais a Administração pode promover alterações no objeto do contrato, restando o
contratado obrigado a acatar as modificações realizadas, desde que dentro dos percentuais fixados pela legislação.

Revisão
A princípio, denota-se que as causas que justificam a inexecução contratual possuem o condão de gerar apenas a interrupção
momentânea da execução contratual, bem como a total impossibilidade de sua conclusão com a consequente rescisão. Em tais
situações, pelo ato de as situações não decorrem de culpa do contratado, este poderá vir a paralisar a execução de forma que não seja
considerado descumpridor.
Assegurado pela CFB/1988, em seu art. 37, XXI, o equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual consiste na manutenção das
condições de pagamento estabelecidas quando do início do contrato, de forma que a relação se mantenha estável entre as obrigações
do contratado e haja correta e justa retribuição da Administração pelo fornecimento do bem, execução de obra ou prestação de serviço.

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Havendo qualquer razão que cause a alteração do contrato sem e permitam seu enquadramento numa das hipóteses dispostas
que o contratado tenha culpa, tal razão terá que ser restabelecida. por lei de dispensa ou inexigibilidade de licitação, como acontece
Registra-se que essa garantia é de cunho constitucional. por exemplo, quando o contrato original é extinto, vindo a faltar
Nesse sentido, caso o contrato seja atingido por acontecimentos ínfima parte da obra, serviço ou fornecimento para concluída, ou
posteriores à sua celebração, vindo a onerar o contratado, o quando durante a execução, surge a necessidade de reparação ou
equilíbrio econômico-financeiro inicial deverá, nos termos legais ampliação não prevista, mas que pode ser feita pelo pessoal e
que lhe assiste, ser restabelecido por intermédio da recomposição equipamentos que já se encontram em atividade.
contratual. Desta maneira, a inexecução sem culpa do contratado Via regra geral, a renovação é realizada por meio de nova
virá a acarretar a revisão contratual, caso tenha havido alteração do licitação, com a devida observância de todas as formalidades legais.
equilíbrio econômico-financeiro. Ocorrendo isso, a lei impõe vedações ao estabelecimento no edital
de cláusulas que venham a favorecer o atual contratado em prejuízo
Prorrogação dos demais concorrentes, com exceção das que prevejam sua
Nos termos do art. 104 da Lei 14.133/2021, a duração dos indenização por equipamentos ou benfeitorias que serão utilizados
contratos será a “prevista em edital, e deverão ser observadas, pelo futuro contratado.
no momento da contratação e a cada exercício financeiro, a
disponibilidade de créditos orçamentários, bem como a previsão no Reajuste contratual
plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício financeiro”. Reajuste contratual é uma das formas de reequilíbrio
Nesse sentido, consoante determinação do art. 107 desta Lei, econômico-financeiro dos contratos. É caracterizado por fazer parte
os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser de uma fórmula prevista no contrato que é utilizada para proteger
prorrogados de forma sucessiva, “respeitada a vigência máxima os contratados dos efeitos inflacionários.
decenal, desde que haja previsão em edital e que a autoridade Infere-se que o art. 136, I, da Lei nº 14.133/2021, determina
competente ateste que as condições e os preços permanecem que o reajuste não é considerado alteração do valor do contrato,
vantajosos para a Administração, permitida a negociação com o mas, somente a restauração do custo necessário à sua fiel execução,
contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das motivo pelo qual não há necessidade de celebração de instrumento
partes”. aditivo, podendo ser realizado por meio de simples apostilamento.
Dito isto, é importante destacar que a Administração poderá Vejamos:
celebrar contratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses
de serviços e fornecimentos contínuos, observadas as seguintes Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato
diretrizes: podem ser realizados por simples apostila, dispensada a celebração
a) A autoridade competente do órgão ou entidade contratante de termo aditivo, como nas seguintes situações:
deverá atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em razão I - variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à
da contratação plurianual; repactuação de preços previstos no próprio contrato;
b) Deverá a Administração atestar, no início da contratação e de II - atualizações, compensações ou penalizações financeiras
cada exercício, a existência de créditos orçamentários vinculados à decorrentes das condições de pagamento previstas no contrato;
contratação e a vantagem em sua manutenção; III - alterações na razão ou na denominação social do
c) A Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem contratado;
ônus, quando não dispuser de créditos orçamentários para sua IV - empenho de dotações orçamentárias.
continuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe
oferece vantagem. Execução e inexecução
Por determinação legal a execução do contrato será
É importante registrar que em se tratando de casos de acompanhada e também fiscalizada por um representante advindo
contratos celebrados com dispensa de licitação por motivos de da Administração designado, sendo permitida a contratação de
emergência ou calamidade pública, nos termos do art. 75, VIII, da terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações relativas a essa
Lei 14.133/2021, é dispensável a licitação “quando caracterizada atribuição.
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar Deverá ser anotado em registro próprio todas as ocorrências
prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou pertinentes à execução do contrato, determinando o que for preciso
a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros à regularização das faltas bem como dos defeitos observados.
bens, públicos ou particulares, e somente para aquisição dos bens Ressalta-se, que tanto as decisões como as providências que
necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa ultrapassarem a competência do representante deverão ser
e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas requeridas a seus superiores em tempo suficiente para a adoção
no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência das medidas que se mostrarem pertinentes.
da emergência ou da calamidade, vedadas a prorrogação dos Em relação ao contratado, deverá manter preposto, admitido
respectivos contratos e a recontratação de empresa já contratada.” pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-
lo na execução contratual. O contratado possui como obrigação o
Renovação dever de reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas
Cuida-se a renovação do contrato da inovação no todo ou em custas, no total ou em parte, o objeto do contrato no qual forem
parte do ajuste, desse que mantido seu objeto inicial. A finalidade encontrados vícios, defeitos ou incorreções advindas da execução
da renovação contratual é a manutenção da continuidade do ou de materiais empregados.
serviço público, tendo em vista a admissão da recontratação direta
do atual contratado, isso, desde que as circunstâncias a justifiquem
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Além do exposto a respeito do contratado, este também é O contratado não pode se valer das cláusulas exorbitantes
responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou ou leoninas em contrato de direito privado, tendo em vista a
a terceiros, advindos de sua culpa ou dolo na execução contratual, ilegalidade de tal ato, posto que é ilegal nesses tipos de contratos,
não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou além disso, as partes envolvidas devem ter os mesmos direitos e
o acompanhamento por meio do órgão interessado. O contratado obrigações. Havendo qualquer tipo de cláusula em contrato privado
também se encontra responsável pelos encargos trabalhistas, que atribua direito somente a uma das partes, esta cláusula será
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do ilegal e leonina.
contrato. São exemplos de cláusulas exorbitantes:
Em se tratando da inexecução do contrato, percebe-se que o a) A viabilidade de alteração unilateral do contrato por
contrato deverá ser executado de forma fiel pelas partes, de acordo intermédio da Administração;
com as cláusulas avençadas e as normas da Lei de Licitações, sendo b) Sua rescisão unilateral;
que cada parte responderá pelas consequências de sua inexecução c) A fiscalização do contrato;
total ou parcial. d) A possibilidade de aplicação de penalidades por inexecução;
e
– Observação importante: Cumpre ressaltar que e) A ocupação, na hipótese de rescisão contratual.
diferentemente do que dispunha a Lei 8.666/1993, determina o art.
121 da Lei 14.133/2021, que somente o contratado será responsável Anulação
pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais Apenas a Administração Pública detém o poder de executar a
resultantes da execução do contrato. anulação unilateral. Isso significa que caso o contratado ou outro
interessado deseje fazer a anulação contratual, terão que recorrer
Pondera-se que a inexecução pode ocorrer de forma parcial às esferas judiciais para conseguir a anulação.
ou total, posto que ocorrendo a inexecução parcial de uma das A anulação do contrato é advinda de ilegalidade constatada na
partes, não é observado um prazo disposto em cláusula específica sua execução ou, ainda, na fase de licitação, posto que os vícios
em havendo a inexecução total, se o contratado não veio a executar gerados no procedimento licitatório causam a anulação do contrato.
o objeto do contrato. Infere-se que qualquer dessas situações Nos parâmetros do art. 147 da nova Lei de Licitações, sendo
são passíveis de propiciar responsabilidade para o inadimplente, constatada irregularidade no procedimento licitatório ou na
resultando em sanções contratuais e legais proporcionais à falta execução contratual e não seja possível o saneamento, a decisão
cometida pela parte inadimplente, vindo tais sanções a variar desde sobre a suspensão da execução ou sobre a declaração de nulidade
as multas, a revisão ou a rescisão do contrato. do contrato será adotada apenas na hipótese em que se revelar
Registre-se que a inexecução do contrato pode ser o resultado medida de interesse público, com avaliação, entre outros, dos
de um ato ou omissão da parte contratada, tendo tal parte agido seguintes fatores:
com negligência, imprudência e imperícia. Podem também ter a) Impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na
acontecido causas justificadoras por meio das quais o contratante fruição dos benefícios do objeto do contrato;
tenha dado causa ao descumprimento das cláusulas contratuais, b) Riscos sociais, ambientais e à segurança da população local
vindo a agir sem culpa, podendo se desvencilhar de qualquer decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do objeto do
responsabilidade assumida, tendo em vista que o comportamento contrato;
ocorreu de forma alheia à vontade da parte. c) Por motivação social e ambiental do contrato;
Por fim, ressalte-se que a inexecução total ou parcial do d) Pelo custo da deterioração ou da perda das parcelas
contrato enseja à Administração Pública o poder de aplicar as executadas;
sanções de natureza administrativa dispostas no art. 156: e) Por despesa necessária à preservação das instalações e dos
serviços já executados;
Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações f) Por despesa referente à desmobilização e ao posterior
administrativas previstas nesta Lei as seguintes sanções: retorno às atividades;
I - advertência; g) Por medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão
II - multa; ou entidade para o saneamento dos indícios de irregularidades
III - impedimento de licitar e contratar; apontados;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar. h) Pelo custo total e estágio de execução física e financeira dos
contratos, dos convênios, das obras ou das parcelas envolvidas;
Cláusulas exorbitantes a) Por fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em
De todas as características, essa é a mais importante. As razão da paralisação;
Cláusulas exorbitantes conferem uma série de poderes para a b) Por custo para realização de nova licitação ou celebração de
Administração em detrimento do contratado. Mesmo que de novo contrato; e
forma implícita, se encontram presentes em todos os contratos c) Por custo de oportunidade do capital durante o período de
administrativos. paralisação.
São também chamadas de cláusulas leoninas, porque só dão
esses poderes para a Administração Pública, consideradas como – Observação importante: A anulação possui efeito ex tunc,
exorbitantes porque saem fora dos padrões de normalidade, vindo ou seja, retroativo (voltado para o sentido passado), posto que a
a conferir poderes apenas a uma das partes. lei dispõe que ela acaba por desconstituir os efeitos produzidos e
impede que se produzam novos efeitos.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Revogação III - alteração social ou modificação da finalidade ou da


A questão da possibilidade de desfazimento do processo estrutura da empresa que restrinja sua capacidade de concluir o
de licitação e do contrato administrativo por meio da própria contrato;
Administração Pública é matéria que não engloba discussões IV - decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da
doutrinárias e jurisprudenciais. Inclusive, o controle interno sociedade ou falecimento do contratado;
dos atos administrativos se encontra baseado no princípio da V - caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados,
autotutela, que se trata do poder-dever da Administração Pública impeditivos da execução do contrato;
de revogar e anular seus próprios atos, desde que haja justificação VI - atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibilidade
pertinente, com vistas a preservar o interesse público, bem como de obtê-la, ou alteração substancial do anteprojeto que dela
sejam respeitados o devido processo legal e os direitos e interesses resultar, ainda que obtida no prazo previsto;
legítimos dos destinatários, conforme determina a Súmula 473 do VII - atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação,
STF. Vejamos: a desocupação ou a servidão administrativa, ou impossibilidade de
liberação dessas áreas;
– Súmula 473 do STF: a administração pode anular seus VIII - razões de interesse público, justificadas pela autoridade
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, máxima do órgão ou da entidade contratante;
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de IX - não cumprimento das obrigações relativas à reserva de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e cargos prevista em lei, bem como em outras normas específicas,
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social
ou para aprendiz.
Conforme determinação do art. 71, II, da Lei 14.133,
encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os
EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
recursos administrativos, o processo licitatório será encaminhado
à autoridade superior, que poderá, dentre outras prerrogativas, Ordinária Extraordinária
revogar a licitação por motivo de conveniência e oportunidade; I – Pela anulação;
Além disso, conforme os §§2º e 3º desse dispositivo, o motivo I – Pelo cumprimento do
II – Pela rescisão; e
determinante para a revogação do processo licitatório deverá ser objeto;
III- Pelas motivações ex-
resultante de fato superveniente devidamente comprovado, sendo II – Pelo advento do termo
postas no art. 137 da Lei
que nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada a final do contrato.
14.133/2021.
prévia manifestação dos interessados.
Equilíbrio Econômico-financeiro
Extinção e Consequências Em alusão ao tratamento do equilíbrio econômico-contratual,
A extinção do contrato administrativo diz respeito ao término a Constituição Federal de 1.988 em seu art. 37, inciso XXI dispõe o
da obrigação vinculada existente entre a Administração e o seguinte:
contratado, podendo ocorrer de duas maneiras, sendo elas:
a) De maneira ordinária, pelo cumprimento do objeto (ex.: Art. 37: A administração pública direta e indireta, de qualquer
na finalização da construção de instituição pública) ou pelo dos poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos
acontecimento do termo final já previsto no contrato (ex.: a data princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
final de um contrato de fornecimento de forma contínua); eficiência e também, ao seguinte:
b) De maneira extraordinária, pela anulação ou pela rescisão XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as
contratual. obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
Em relação à extinção ordinária, denota-se que esta não a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
comporta maiores detalhamentos, sendo que as partes, ao cumprir de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos
suas obrigações, a consequência natural a ocorrer é a extinção do termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
vínculo obrigacional, sem maiores necessidades de manifestação técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das
por via administrativa ou judicial. obrigações.
Sobre a extinção extraordinária, vejamos o que dispõe a nova Denota-se que os mencionados dispositivos determinam
Lei de Licitações: que as condições efetivas da proposta devem ser mantidas, não
tendo como argumentar de maneira contrária no que diz respeito
Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a à legalidade da modificação do valor contratual original, com o
qual deverá ser formalmente motivada nos autos do processo, objetivo de equilibrar o que foi devidamente avençado e pactuado
assegurados o contraditório e a ampla defesa, as seguintes no momento da assinatura, bem como ao que foi disposto a pagar
situações: a contratante ao contratado.
I - não cumprimento ou cumprimento irregular de normas Isso não quer dizer que toda alteração deveria ser feita para
editalícias ou de cláusulas contratuais, de especificações, de adicionar valor ao contrato original, tendo em vista que também
projetos ou de prazos; pode ser para diminuir, isso, desde que se comprove por vias
II - desatendimento das determinações regulares emitidas pela adequadas que o valor do serviço ou produto contratado se
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar sua execução
ou por autoridade superior;

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encontra acima do valor proposto inicialmente, ocasionado por entretanto, há diversas dúvidas a respeito da utilização do ajuste
deflação ou queda de valores nos insumos, produtos ou serviços, contratual, principalmente pela ausência de conhecimento da
ou até mesmo em decorrência de uma desvalorização cambial. legislação, o que acaba por causar problemas de ordem econômica,
Além disso, o Poder Público não tem a obrigação de pagar tanto em relação ao contratado quanto ao contratante.
além do que se propôs, nem valor menor ao acordado inicialmente, Registre-se, por fim, que o pacto contratual deve ser mantido
devendo sempre haver equilíbrio em relação aos pactos contratuais. durante o período completo de execução, e o equilíbrio financeiro
Logo, segundo a Lei nº 14.133/2021, que instituiu o novo acaba por se tornar a ferramenta mais adequada para proporcionar
marco legal das licitações e contratos administrativos no Brasil, essa condição.
o equilíbrio econômico-financeiro é um conceito fundamental,
pois, ele se refere à manutenção do equilíbrio original entre as Convênios e Terceirização
partes contratantes, principalmente em situações em que ocorram Os convênios podem ser definidos como os ajustes entre o
eventos imprevisíveis que afetem o cumprimento das obrigações Poder Público e entidades públicas ou privadas, nos quais estejam
contratuais e possam acarretar desequilíbrio financeiro para uma estabelecidos a previsão de colaboração mútua, com o fito de
das partes. realização de objetivos de interesse comum.
Vejamos abaixo, algumas disposições relevantes sobre o Não obstante, o convênio possua em comum com o contrato
equilíbrio econômico-financeiro na Lei de Licitações e Contratos: o fato de ser um acordo de vontades, com este não se confunde.
Denota-se que pelo convênio, os interesses dos signatários são
Revisão Contratual comuns, ao passo que nos contratos, os interesses são opostos e
A lei prevê a possibilidade de revisão do contrato quando contraditórios.
ocorrerem fatos imprevisíveis e extraordinários que impactem o Em decorrência de tal diferença de interesses, é que se
equilíbrio econômico-financeiro. alude que nos contratos existem partes e nos convênios existem
partícipes.
Das Situações que Podem Afetar o Equilíbrio Ademais, a terceirização, ou contratação de serviços por
Dentre os eventos que podem ensejar a revisão do contrato terceiros, é regulamentada pela Lei 14.133/2021. Alguns pontos
estão casos de força maior, fato do príncipe, álea econômica importantes sobre o assunto estão contidos em diversos trechos da
extraordinária, entre outros. lei, especialmente no Capítulo III (arts. 28 a 41) e no Capítulo IV
(arts. 42 a 52). Alguns aspectos incluem:
Dos Procedimentos para Revisão
São estabelecidos procedimentos e critérios para a solicitação e Definição de Serviços Terceirizados
análise de revisão contratual, garantindo que ela ocorra de maneira A lei define serviços terceirizados como aqueles que não se
justa e equitativa. vinculam às atividades essenciais, permanentes e precípuas do
órgão ou entidade.
Da Comissão de Revisão Contratual
A legislação prevê a criação de comissão específica para Regulamentação e Fiscalização
analisar pedidos de revisão contratual, assegurando imparcialidade Os serviços terceirizados devem ser regulamentados e
e técnica na avaliação. fiscalizados de acordo com os termos do contrato.

Dos Limites para Revisão Das Vedações e Limitações


A lei estabelece limites para a revisão do contrato, considerando A legislação estabelece vedações e limitações à terceirização,
percentuais ou índices específicos que não podem ser ultrapassados. com o objetivo de evitar a precarização do trabalho e garantir a
qualidade dos serviços.
Dos Mecanismos de Ajuste
Além da revisão contratual, a lei também prevê outros Da Responsabilidade Solidária
mecanismos de ajuste para preservar o equilíbrio econômico- Nesse ponto, destaca-se que existe previsão de responsabilidade
financeiro, como a repactuação e a recomposição de preços. solidária da Administração Pública em relação às obrigações
trabalhistas e previdenciárias dos empregados terceirizados.
Do Dever de Informação Por fim, a título de memorização, vejamos abaixo o que
Há ênfase no dever de comunicação imediata das partes sobre determinam os arts. 28 a 41; e 42 a 52 da nova Lei de Licitações:
eventos que possam ensejar a revisão contratual, assegurando a
transparência e a celeridade no processo. Art. 28. São modalidades de licitação:
Assim, o equilíbrio econômico-financeiro, sob a perspectiva I - pregão;
dessa legislação, busca proteger as partes contratantes de eventos II - concorrência;
imprevisíveis e extraordinários, proporcionando um ambiente III - concurso;
contratual mais seguro e estável. As regras estabelecidas visam IV - leilão;
garantir uma relação justa entre a administração pública e os V - diálogo competitivo.
contratados, promovendo a continuidade e a eficiência dos § 1º Além das modalidades referidas no caput deste artigo, a
contratos. Administração pode servir-se dos procedimentos auxiliares previstos
Atentos às fundamentações legais, observamos que parte na no art. 78 desta Lei.
inicial da Constituição Federal, verifica-se que na Administração § 2º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou,
Pública é possível haver o equilíbrio econômico-financeiro, ainda, a combinação daquelas referidas no caput deste artigo.
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Art. 29. A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental a) inovação tecnológica ou técnica;
comum a que se refere o art. 17 desta Lei, adotando-se o pregão b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade
sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e qualidade satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas
especificações usuais de mercado. com precisão suficiente pela Administração;
Parágrafo único. O pregão não se aplica às contratações de II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e
serviços técnicos especializados de natureza predominantemente as alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com
intelectual e de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços destaque para os seguintes aspectos:
de engenharia de que trata a alínea “a” do inciso XXI do caput do a) a solução técnica mais adequada;
art. 6º desta Lei. b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já
Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas definida;
em edital, que indicará: c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;
I - a qualificação exigida dos participantes; III - (VETADO).
II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho; § 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as
III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser seguintes disposições:
concedida ao vencedor. I - a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de edital em sítio eletrônico oficial, suas necessidades e as exigências
projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos já definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias
termos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos úteis para manifestação de interesse na participação da licitação;
ao projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência II - os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes
e oportunidade das autoridades competentes. deverão ser previstos em edital, e serão admitidos todos os
Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a interessados que preencherem os requisitos objetivos estabelecidos;
servidor designado pela autoridade competente da Administração, e III - a divulgação de informações de modo discriminatório que
regulamento deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais. possa implicar vantagem para algum licitante será vedada;
§ 1º Se optar pela realização de leilão por intermédio de IV - a Administração não poderá revelar a outros licitantes as
leiloeiro oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante soluções propostas ou as informações sigilosas comunicadas por
credenciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o um licitante sem o seu consentimento;
critério de julgamento de maior desconto para as comissões a V - a fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administração,
serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo os percentuais em decisão fundamentada, identifique a solução ou as soluções que
definidos na lei que regula a referida profissão e observados os atendam às suas necessidades;
valores dos bens a serem leiloados. VI - as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão
§ 2º O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio registradas em ata e gravadas mediante utilização de recursos
eletrônico oficial, que conterá: tecnológicos de áudio e vídeo;
I - a descrição do bem, com suas características, e, no caso de VII - o edital poderá prever a realização de fases sucessivas,
imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos caso em que cada fase poderá restringir as soluções ou as propostas
registros; a serem discutidas;
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo VIII - a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi
qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o concluído, juntar aos autos do processo licitatório os registros
caso, a comissão do leiloeiro designado; e as gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva
III - a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos com a divulgação de edital contendo a especificação da solução
e os semoventes; que atenda às suas necessidades e os critérios objetivos a serem
IV - o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão, utilizados para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo,
salvo se excepcionalmente for realizado sob a forma presencial não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos os licitantes pré-
por comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem para a selecionados na forma do inciso II deste parágrafo apresentarem
Administração, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a suas propostas, que deverão conter os elementos necessários para
hora de sua realização; a realização do projeto;
V - a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências IX - a Administração poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes
existentes sobre os bens a serem leiloados. às propostas apresentadas, desde que não impliquem discriminação
§ 3º Além da divulgação no sítio eletrônico oficial, o edital do nem distorçam a concorrência entre as propostas;
leilão será afixado em local de ampla circulação de pessoas na sede X - a Administração definirá a proposta vencedora de acordo
da Administração e poderá, ainda, ser divulgado por outros meios com critérios divulgados no início da fase competitiva, assegurada
necessários para ampliar a publicidade e a competitividade da a contratação mais vantajosa como resultado;
licitação. XI - o diálogo competitivo será conduzido por comissão de
§ 4º O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase contratação composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos
de habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes
de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo da Administração, admitida a contratação de profissionais para
licitante vencedor, na forma definida no edital. assessoramento técnico da comissão;
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a XII - (VETADO).
contratações em que a Administração:
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
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§ 2º Os profissionais contratados para os fins do inciso XI do § § 2º No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas
1º deste artigo assinarão termo de confidencialidade e abster-se-ão e ponderadas as propostas técnicas e, em seguida, as propostas de
de atividades que possam configurar conflito de interesses. preço apresentadas pelos licitantes, na proporção máxima de 70%
Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo (setenta por cento) de valoração para a proposta técnica.
com os seguintes critérios: § 3º O desempenho pretérito na execução de contratos com
I - menor preço; a Administração Pública deverá ser considerado na pontuação
II - maior desconto; técnica, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 88 desta Lei e
III - melhor técnica ou conteúdo artístico; em regulamento.
IV - técnica e preço; Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou por técnica e preço
V - maior lance, no caso de leilão; deverá ser realizado por:
VI - maior retorno econômico. I - verificação da capacitação e da experiência do licitante,
Art. 34. O julgamento por menor preço ou maior desconto e, comprovadas por meio da apresentação de atestados de obras,
quando couber, por técnica e preço considerará o menor dispêndio produtos ou serviços previamente realizados;
para a Administração, atendidos os parâmetros mínimos de II - atribuição de notas a quesitos de natureza qualitativa por
qualidade definidos no edital de licitação. banca designada para esse fim, de acordo com orientações e limites
§ 1º Os custos indiretos, relacionados com as despesas definidos em edital, considerados a demonstração de conhecimento
de manutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto do objeto, a metodologia e o programa de trabalho, a qualificação
ambiental do objeto licitado, entre outros fatores vinculados ao seu das equipes técnicas e a relação dos produtos que serão entregues;
ciclo de vida, poderão ser considerados para a definição do menor III - atribuição de notas por desempenho do licitante em
dispêndio, sempre que objetivamente mensuráveis, conforme contratações anteriores aferida nos documentos comprobatórios de
disposto em regulamento. que trata o § 3º do art. 88 desta Lei e em registro cadastral unificado
§ 2º O julgamento por maior desconto terá como referência disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).
o preço global fixado no edital de licitação, e o desconto será § 1º A banca referida no inciso II do caput deste artigo terá no
estendido aos eventuais termos aditivos. mínimo 3 (três) membros e poderá ser composta de:
Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artístico I - servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos
considerará exclusivamente as propostas técnicas ou artísticas quadros permanentes da Administração Pública;
apresentadas pelos licitantes, e o edital deverá definir o prêmio ou II - profissionais contratados por conhecimento técnico,
a remuneração que será atribuída aos vencedores. experiência ou renome na avaliação dos quesitos especificados
Parágrafo único. O critério de julgamento de que trata o caput em edital, desde que seus trabalhos sejam supervisionados por
deste artigo poderá ser utilizado para a contratação de projetos e profissionais designados conforme o disposto no art. 7º desta Lei.
trabalhos de natureza técnica, científica ou artística. § 2º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, na
Art. 36. O julgamento por técnica e preço considerará a maior licitação para contratação dos serviços técnicos especializados de
pontuação obtida a partir da ponderação, segundo fatores objetivos natureza predominantemente intelectual previstos nas alíneas “a”,
previstos no edital, das notas atribuídas aos aspectos de técnica e “d” e “h” do inciso XVIII do caput do art. 6º desta Lei cujo valor
de preço da proposta. estimado da contratação seja superior a R$ 300.000,00 (trezentos
§ 1º O critério de julgamento de que trata o caput deste artigo mil reais), o julgamento será por: (Promulgação partes vetadas)
será escolhido quando estudo técnico preliminar demonstrar que Vigência
a avaliação e a ponderação da qualidade técnica das propostas I - melhor técnica; ou
que superarem os requisitos mínimos estabelecidos no edital forem II - técnica e preço, na proporção de 70% (setenta por cento) de
relevantes aos fins pretendidos pela Administração nas licitações valoração da proposta técnica.”
para contratação de: Art. 38. No julgamento por melhor técnica ou por técnica e
I - serviços técnicos especializados de natureza preço, a obtenção de pontuação devido à capacitação técnico-
predominantemente intelectual, caso em que o critério de profissional exigirá que a execução do respectivo contrato tenha
julgamento de técnica e preço deverá ser preferencialmente participação direta e pessoal do profissional correspondente.
empregado; Art. 39. O julgamento por maior retorno econômico, utilizado
II - serviços majoritariamente dependentes de tecnologia exclusivamente para a celebração de contrato de eficiência,
sofisticada e de domínio restrito, conforme atestado por autoridades considerará a maior economia para a Administração, e a
técnicas de reconhecida qualificação; remuneração deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma
III - bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de proporcional à economia efetivamente obtida na execução do
comunicação; contrato.
IV - obras e serviços especiais de engenharia; § 1º Nas licitações que adotarem o critério de julgamento de
V - objetos que admitam soluções específicas e alternativas que trata o caput deste artigo, os licitantes apresentarão:
e variações de execução, com repercussões significativas e I - proposta de trabalho, que deverá contemplar:
concretamente mensuráveis sobre sua qualidade, produtividade, a) as obras, os serviços ou os bens, com os respectivos prazos
rendimento e durabilidade, quando essas soluções e variações de realização ou fornecimento;
puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, conforme b) a economia que se estima gerar, expressa em unidade de
critérios objetivamente definidos no edital de licitação. medida associada à obra, ao bem ou ao serviço e em unidade
monetária;

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II - proposta de preço, que corresponderá a percentual sobre II - o objeto a ser contratado configurar sistema único e
a economia que se estima gerar durante determinado período, integrado e houver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto
expressa em unidade monetária. pretendido;
§ 2º O edital de licitação deverá prever parâmetros objetivos III - o processo de padronização ou de escolha de marca levar a
de mensuração da economia gerada com a execução do contrato, fornecedor exclusivo.
que servirá de base de cálculo para a remuneração devida ao § 4º Em relação à informação de que trata o inciso III do § 1º
contratado. deste artigo, desde que fundamentada em estudo técnico preliminar,
§ 3º Para efeito de julgamento da proposta, o retorno a Administração poderá exigir que os serviços de manutenção e
econômico será o resultado da economia que se estima gerar com assistência técnica sejam prestados mediante deslocamento de
a execução da proposta de trabalho, deduzida a proposta de preço. técnico ou disponibilizados em unidade de prestação de serviços
§ 4º Nos casos em que não for gerada a economia prevista no localizada em distância compatível com suas necessidades.
contrato de eficiência: Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de
I - a diferença entre a economia contratada e a efetivamente bens, a Administração poderá excepcionalmente:
obtida será descontada da remuneração do contratado; I - indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde que
II - se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente formalmente justificado, nas seguintes hipóteses:
obtida for superior ao limite máximo estabelecido no contrato, o a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;
contratado sujeitar-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis. b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade
Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a com plataformas e padrões já adotados pela Administração;
expectativa de consumo anual e observar o seguinte: c) quando determinada marca ou modelo comercializados
I - condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor por mais de um fornecedor forem os únicos capazes de atender às
privado; necessidades do contratante;
II - processamento por meio de sistema de registro de preços, d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais
quando pertinente; bem compreendida pela identificação de determinada marca ou
III - determinação de unidades e quantidades a serem determinado modelo aptos a servir apenas como referência;
adquiridas em função de consumo e utilização prováveis, cuja II - exigir amostra ou prova de conceito do bem no procedimento
estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas de pré-qualificação permanente, na fase de julgamento das
técnicas quantitativas, admitido o fornecimento contínuo; propostas ou de lances, ou no período de vigência do contrato ou da
IV - condições de guarda e armazenamento que não permitam ata de registro de preços, desde que previsto no edital da licitação e
a deterioração do material; justificada a necessidade de sua apresentação;
V - atendimento aos princípios: III - vedar a contratação de marca ou produto, quando,
a) da padronização, considerada a compatibilidade de mediante processo administrativo, restar comprovado que produtos
especificações estéticas, técnicas ou de desempenho; adquiridos e utilizados anteriormente pela Administração não
b) do parcelamento, quando for tecnicamente viável e atendem a requisitos indispensáveis ao pleno adimplemento da
economicamente vantajoso; obrigação contratual;
c) da responsabilidade fiscal, mediante a comparação da IV - solicitar, motivadamente, carta de solidariedade emitida
despesa estimada com a prevista no orçamento. pelo fabricante, que assegure a execução do contrato, no caso de
§ 1º O termo de referência deverá conter os elementos previstos licitante revendedor ou distribuidor.
no inciso XXIII do caput do art. 6º desta Lei, além das seguintes Parágrafo único. A exigência prevista no inciso II do caput deste
informações: artigo restringir-se-á ao licitante provisoriamente vencedor quando
I - especificação do produto, preferencialmente conforme realizada na fase de julgamento das propostas ou de lances.
catálogo eletrônico de padronização, observados os requisitos de Art. 42. A prova de qualidade de produto apresentado pelos
qualidade, rendimento, compatibilidade, durabilidade e segurança; proponentes como similar ao das marcas eventualmente indicadas
II - indicação dos locais de entrega dos produtos e das regras no edital será admitida por qualquer um dos seguintes meios:
para recebimentos provisório e definitivo, quando for o caso; I - comprovação de que o produto está de acordo com as
III - especificação da garantia exigida e das condições de normas técnicas determinadas pelos órgãos oficiais competentes,
manutenção e assistência técnica, quando for o caso. pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou por outra
§ 2º Na aplicação do princípio do parcelamento, referente às entidade credenciada pelo Inmetro;
compras, deverão ser considerados: II - declaração de atendimento satisfatório emitida por outro
I - a viabilidade da divisão do objeto em lotes; órgão ou entidade de nível federativo equivalente ou superior que
II - o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com tenha adquirido o produto;
vistas à economicidade, sempre que possível, desde que atendidos III - certificação, certificado, laudo laboratorial ou documento
os parâmetros de qualidade; e similar que possibilite a aferição da qualidade e da conformidade
III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a do produto ou do processo de fabricação, inclusive sob o aspecto
concentração de mercado. ambiental, emitido por instituição oficial competente ou por
§ 3º O parcelamento não será adotado quando: entidade credenciada.
I - a economia de escala, a redução de custos de gestão de § 1º O edital poderá exigir, como condição de aceitabilidade
contratos ou a maior vantagem na contratação recomendar a da proposta, certificação de qualidade do produto por instituição
compra do item do mesmo fornecedor; credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro).

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§ 2º A Administração poderá, nos termos do edital de licitação, § 2º A Administração é dispensada da elaboração de projeto
oferecer protótipo do objeto pretendido e exigir, na fase de básico nos casos de contratação integrada, hipótese em que deverá
julgamento das propostas, amostras do licitante provisoriamente ser elaborado anteprojeto de acordo com metodologia definida em
vencedor, para atender a diligência ou, após o julgamento, como ato do órgão competente, observados os requisitos estabelecidos
condição para firmar contrato. no inciso XXIV do art. 6º desta Lei.
§ 3º No interesse da Administração, as amostras a que se § 3º Na contratação integrada, após a elaboração do projeto
refere o § 2º deste artigo poderão ser examinadas por instituição básico pelo contratado, o conjunto de desenhos, especificações,
com reputação ético-profissional na especialidade do objeto, memoriais e cronograma físico-financeiro deverá ser submetido
previamente indicada no edital. à aprovação da Administração, que avaliará sua adequação em
Art. 43. O processo de padronização deverá conter: relação aos parâmetros definidos no edital e conformidade com as
I - parecer técnico sobre o produto, considerados especificações normas técnicas, vedadas alterações que reduzam a qualidade ou a
técnicas e estéticas, desempenho, análise de contratações vida útil do empreendimento e mantida a responsabilidade integral
anteriores, custo e condições de manutenção e garantia; do contratado pelos riscos associados ao projeto básico.
II - despacho motivado da autoridade superior, com a adoção § 4º Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada,
do padrão; o edital e o contrato, sempre que for o caso, deverão prever as
III - síntese da justificativa e descrição sucinta do padrão providências necessárias para a efetivação de desapropriação
definido, divulgadas em sítio eletrônico oficial. autorizada pelo poder público, bem como:
§ 1º É permitida a padronização com base em processo de I - o responsável por cada fase do procedimento expropriatório;
outro órgão ou entidade de nível federativo igual ou superior ao II - a responsabilidade pelo pagamento das indenizações
do órgão adquirente, devendo o ato que decidir pela adesão a devidas;
outra padronização ser devidamente motivado, com indicação III - a estimativa do valor a ser pago a título de indenização
da necessidade da Administração e dos riscos decorrentes dessa pelos bens expropriados, inclusive de custos correlatos;
decisão, e divulgado em sítio eletrônico oficial. IV - a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o
§ 2º As contratações de soluções baseadas em software de risco pela diferença entre o custo da desapropriação e a estimativa
uso disseminado serão disciplinadas em regulamento que defina de valor e pelos eventuais danos e prejuízos ocasionados por atraso
processo de gestão estratégica das contratações desse tipo de na disponibilização dos bens expropriados;
solução. V - em nome de quem deverá ser promovido o registro de
Art. 44. Quando houver a possibilidade de compra ou de imissão provisória na posse e o registro de propriedade dos bens a
locação de bens, o estudo técnico preliminar deverá considerar os serem desapropriados.
custos e os benefícios de cada opção, com indicação da alternativa § 5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia
mais vantajosa. autorização da Administração, o projeto básico poderá ser
Art. 45. As licitações de obras e serviços de engenharia devem alterado, desde que demonstrada a superioridade das inovações
respeitar, especialmente, as normas relativas a: propostas pelo contratado em termos de redução de custos, de
I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos aumento da qualidade, de redução do prazo de execução ou de
sólidos gerados pelas obras contratadas; facilidade de manutenção ou operação, assumindo o contratado
II - mitigação por condicionantes e compensação ambiental, a responsabilidade integral pelos riscos associados à alteração do
que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental; projeto básico.
III - utilização de produtos, de equipamentos e de serviços que, § 6º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida
comprovadamente, favoreçam a redução do consumo de energia e da conclusão e da aprovação, pela autoridade competente, dos
de recursos naturais; trabalhos relativos às etapas anteriores.
IV - avaliação de impacto de vizinhança, na forma da legislação § 7º (VETADO).
urbanística; § 8º (VETADO).
V - proteção do patrimônio histórico, cultural, arqueológico § 9º Os regimes de execução a que se referem os incisos II,
e imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou III, IV, V e VI do caput deste artigo serão licitados por preço global
indireto causado pelas obras contratadas; e adotarão sistemática de medição e pagamento associada à
VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com execução de etapas do cronograma físico-financeiro vinculadas
mobilidade reduzida. ao cumprimento de metas de resultado, vedada a adoção de
Art. 46. Na execução indireta de obras e serviços de engenharia, sistemática de remuneração orientada por preços unitários ou
são admitidos os seguintes regimes: referenciada pela execução de quantidades de itens unitários.
I - empreitada por preço unitário; Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios:
II - empreitada por preço global; I - da padronização, considerada a compatibilidade de
III - empreitada integral; especificações estéticas, técnicas ou de desempenho;
IV - contratação por tarefa; II - do parcelamento, quando for tecnicamente viável e
V - contratação integrada; economicamente vantajoso.
VI - contratação semi-integrada; § 1º Na aplicação do princípio do parcelamento deverão ser
VII - fornecimento e prestação de serviço associado. considerados:
§ 1º É vedada a realização de obras e serviços de engenharia I - a responsabilidade técnica;
sem projeto executivo, ressalvada a hipótese prevista no § 3º do art. II - o custo para a Administração de vários contratos frente às
18 desta Lei. vantagens da redução de custos, com divisão do objeto em itens;

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III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a V - recibo de quitação de obrigações trabalhistas e
concentração de mercado. previdenciárias dos empregados dispensados até a data da extinção
§ 2º Na licitação de serviços de manutenção e assistência do contrato;
técnica, o edital deverá definir o local de realização dos serviços, VI - recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimentação,
admitida a exigência de deslocamento de técnico ao local da na forma prevista em norma coletiva.
repartição ou a exigência de que o contratado tenha unidade de Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V do caput do art. 74
prestação de serviços em distância compatível com as necessidades desta Lei, a locação de imóveis deverá ser precedida de licitação
da Administração. e avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos
Art. 48. Poderão ser objeto de execução por terceiros as custos de adaptações e do prazo de amortização dos investimentos
atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares necessários.
aos assuntos que constituam área de competência legal do órgão Art. 52. Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá
ou da entidade, vedado à Administração ou a seus agentes, na ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior
contratação do serviço terceirizado: e atender às exigências dos órgãos competentes.
I - indicar pessoas expressamente nominadas para executar § 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço
direta ou indiretamente o objeto contratado; em moeda estrangeira, o licitante brasileiro igualmente poderá
II - fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo fazê-lo.
a ser pago pelo contratado; § 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente
III - estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de contratado em virtude de licitação nas condições de que trata o § 1º
empresa prestadora de serviço terceirizado; deste artigo será efetuado em moeda corrente nacional.
IV - definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso § 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
dos salários pagos; equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
V - demandar a funcionário de empresa prestadora de serviço § 4º Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edital
terceirizado a execução de tarefas fora do escopo do objeto da e serão definidos a partir de estimativas ou médias dos tributos.
contratação; § 5º As propostas de todos os licitantes estarão sujeitas às
VI - prever em edital exigências que constituam intervenção mesmas regras e condições, na forma estabelecida no edital.
indevida da Administração na gestão interna do contratado. § 6º Observados os termos desta Lei, o edital não poderá prever
Parágrafo único. Durante a vigência do contrato, é vedado condições de habilitação, classificação e julgamento que constituam
ao contratado contratar cônjuge, companheiro ou parente em barreiras de acesso ao licitante estrangeiro, admitida a previsão de
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, de margem de preferência para bens produzidos no País e serviços
dirigente do órgão ou entidade contratante ou de agente público nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras, na forma
que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na definida no art. 26 desta Lei.
gestão do contrato, devendo essa proibição constar expressamente
do edital de licitação. Dito isto, destaca-se que recentemente foi aprovada a Lei n.º
Art. 49. A Administração poderá, mediante justificativa 14.770 de 22 de dezembro de 2023, que alterou a Lei nº 14.133,
expressa, contratar mais de uma empresa ou instituição para de 2021 (Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos), com
executar o mesmo serviço, desde que essa contratação não implique os seguintes objetivos:
perda de economia de escala, quando: a) Determinar o modo de disputa fechado nas licitações de
I - o objeto da contratação puder ser executado de forma obras e serviços que especifica, facultar a adesão de Município a
concorrente e simultânea por mais de um contratado; e ata de registro de preços licitada por outro ente do mesmo nível
II - a múltipla execução for conveniente para atender à federativo;
Administração. b) Dispor sobre a execução e liquidação do objeto remanescente
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, de contrato administrativo rescindido, permitir a prestação de
a Administração deverá manter o controle individualizado da garantia na forma de título de capitalização; e
execução do objeto contratual relativamente a cada um dos c) Promover a gestão e a aplicação eficientes dos recursos
contratados. oriundos de convênios e contratos de repasse.
Art. 50. Nas contratações de serviços com regime de dedicação
exclusiva de mão de obra, o contratado deverá apresentar, quando Desta forma, ficou estabelecido que aoArt. 86, §3º, foi
solicitado pela Administração, sob pena de multa, comprovação acrescentado o seguinte:
do cumprimento das obrigações trabalhistas e com o Fundo de [...]
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em relação aos empregados § 3º A faculdade de aderir à ata de registro de preços na
diretamente envolvidos na execução do contrato, em especial condição de não participante poderá ser exercida:
quanto ao: I - por órgãos e entidades da Administração Pública federal,
I - registro de ponto; estadual, distrital e municipal, relativamente a ata de registro de
II - recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras, preços de órgão ou entidade gerenciadora federal, estadual ou
repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário; distrital; ou
III - comprovante de depósito do FGTS; II - por órgãos e entidades da Administração Pública municipal,
IV - recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo relativamente a ata de registro de preços de órgão ou entidade
adicional; gerenciadora municipal, desde que o sistema de registro de preços
tenha sido formalizado mediante licitação.

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Ao artigo 90 da lei 14.133/2021, foi acrescentado no §7º, art. da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
92, que para efeito do disposto na Lei de Licitações, consideram-se segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital,
como adimplemento da obrigação contratual, os seguintes fatores: do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade,
a) A prestação do serviço; da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da
b) A realização da obra ou a entrega do bem, ou parcela destes; economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim
e como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de
c) Qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
vinculada a emissão de documento de cobrança.
O objetivo da Lei de Licitações é regular a seleção da proposta
No art. 92, foi apresentada nova redação ao §7º, considerando que for mais vantajosa para a Administração Pública. No condizente
que como formas de adimplemento da obrigação contratual: “a à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, entende-
prestação do serviço, a realização da obra ou a entrega do bem, ou se que este possui como foco, determinar que a licitação seja
parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja destinada com o objetivo de garantir a observância do princípio
ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança”. constitucional da isonomia.
Ademais, é importante mencionar que ao art. 184 da Nova Lei Denota-se que a quantidade de princípios previstos na lei não
de Licitações, foi acrescentado o art. 184-A, cuja determinação é a é exaustiva, aceitando-se quando for necessário, a aplicação de
seguinte: outros princípios que tenham relação com aqueles dispostos de
Art. 184-A. À celebração, à execução, ao acompanhamento forma expressa no texto legal.
e à prestação de contas dos convênios, contratos de repasse e Verifica-se, por oportuno, que a redação original do caput do
instrumentos congêneres em que for parte a União, com valor art. 3º da Lei 8.666/1993 não continha o princípio da promoção do
global de até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), desenvolvimento nacional sustentável e que tal menção expressa,
aplicar-se-á o seguinte regime simplificado: apenas foi inserida com a edição da Lei 12.349/2010, contexto no
I - o plano de trabalho aprovado conterá parâmetros objetivos qual foi criada a “margem de preferência”, facilitando a concessão
para caracterizar o cumprimento do objeto; de vantagens competitivas para empresas produtoras de bens e
II - a minuta dos instrumentos deverá ser simplificada; serviços nacionais.
III - (VETADO);
IV - a verificação da execução do objeto ocorrerá mediante Princípio da legalidade
visita de constatação da compatibilidade com o plano de trabalho. A legalidade, que na sua visão moderna é chamado também
§ 1º O acompanhamento pela concedente ou mandatária de juridicidade, é um princípio que pode ser aplicado à toda
será realizado pela verificação dos boletins de medição e fotos atividade de ordem administrativa, vindo a incluir o procedimento
georreferenciadas registradas pela empresa executora e pelo licitatório. A lei serve para ser usada como limite de base à atuação
convenente do Transferegov e por vistorias in loco, realizadas do gestor público, representando, desta forma, uma garantia aos
considerando o marco de execução de 100% (cem por cento) do administrados contra as condutas abusivas do Estado.
cronograma físico, podendo ocorrer outras vistorias, quando No âmbito das licitações, pondera-se que o princípio da
necessárias. legalidade é de fundamental importância, posto que todas as
§ 2º (VETADO). fases do procedimento licitatório se encontram estabelecidas
§ 3º (VETADO). na legislação. Além disso, ressalta-se que todos os entes que
§ 4º O regime simplificado de que trata este artigo aplica-se participarem do certame, tem direito público subjetivo de fiel
aos convênios, contratos de repasse e instrumentos congêneres observância aos procedimentos paramentados na atual legislação
celebrados após a publicação desta Lei.” caso venham a se sentir prejudicados pela ausência de observância
de alguma regra, podendo desta forma, impugnar a ação ou
Nesse sentido, ao estudante, é importante que haja atenção ao omissão na esfera administrativa ou judicial.
estudar o tema em voga, tendo em vista as inúmeras alterações que
poderão ocorrer no decorrer durante a aplicabilidade e vigor da Lei Princípio da impessoalidade
n.º 14.133/2021. Com ligação umbilical ao princípio da isonomia, o princípio da
impessoalidade demonstra, em primeiro lugar, que a Administração
deve adotar o mesmo tratamento a todos os administrados que
LICITAÇÃO: CONCEITO, PRINCÍPIOS, FINALIDADES, OBJE- estejam em uma mesma situação jurídica, sem a prerrogativa de
TO, MODALIDADES quaisquer privilégios ou perseguições. Por outro ângulo, ligado ao
princípio do julgamento objetivo, registra-se que todas as decisões
administrativas tomadas no contexto de uma licitação, deverão
— Princípios observar os critérios objetivos estabelecidos de forma prévia no
Diante da revogação da Lei n.º 8.666/1993 – Lei de Licitações, edital do certame.
atualmente aplica-se aos contratos e licitações, a Lei n.º Desta forma, ainda que determinado licitante venha a
14.133/2021. Aprovada em 2021, esta legislação manteve o mesmo apresentar uma vantagem relevante para a consecução do
rol do art. 3º da Lei nº. 8.666/1.993, porém, dispondo sobre o objeto do contrato, afirma-se que esta não poderá ser levada em
assunto, no Capítulo II, art. 5º, da seguinte forma: consideração, caso não haja regra editalícia ou legal que a preveja
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios como passível de fazer interferências no julgamento das propostas.
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade,
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa,
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Princípios da moralidade e da probidade administrativa administrativa agindo de forma contrária ao ordenamento jurídico,
A Lei 14.133/2021, Lei de Licitações, considera que os princípios posto que por mais eficiente que seja, ambos os princípios devem
da moralidade e da probidade administrativa possuem realidades atuar de forma acoplada e não sobreposta.
distintas. Na realidade, os dois princípios passam a informação de Por ser o objeto da licitação a escolha da proposta mais
que a licitação deve ser pautada pela honestidade, boa-fé e ética, vantajosa, o administrador deverá se encontrar eivado de
isso, tanto por parte da Administração como por parte dos entes honestidade ao cuidar da Administração Pública.
licitantes.
Sendo assim, para que um comportamento seja considerado Princípio da Probidade Administrativa
válido, é imprescindível que, além de ser legalizado, esteja nos A Lei de Licitações trata dos princípios da moralidade e da
ditames da lei e de acordo com a ética e os bons costumes. Existem probidade administrativa como formas distintas uma da outra.
desentendimentos doutrinários acerca da distinção entre esses Os dois princípios passam a noção de que a licitação deve ser
dois princípios. Alguns autores empregam as duas expressões com configurada pela honestidade, boa-fé e ética, tanto por parte da
o mesmo significado, ao passo que outros procuram diferenciar os Administração Pública, como por parte dos licitantes. Desta forma,
conceitos. para que um comportamento tenha validade, é necessário que seja
O que perdura, é que, ao passo que a moralidade é constituída legal e esteja em conformidade com a ética e os bons costumes.
em um conceito vago e sem definição legal, a probidade Existe divergência quanto à distinção entre esses dois
administrativa, ou melhor dizendo, a improbidade administrativa princípios. Alguns doutrinadores usam as duas expressões com o
possui contornos paramentados na Lei 8.429/1992. mesmo significado, ao passo que outros procuram diferenciar os
conceitos. O correto é que, enquanto a moralidade se constitui
Princípio da Publicidade num conceito vago, a probidade administrativa, ou melhor dizendo,
Possui a Administração Pública o dever de realizar seus atos a improbidade administrativa se encontra eivada de contornos
publicamente de forma a garantir aos administrados o conhecimento definidos na Lei 8.429/1992.
do que os administradores estão realizando, e também de maneira
a possibilitar o controle social da conduta administrativa. Princípio da igualdade
Em se tratando especificamente de licitação, determina o art. Conhecido como princípio da isonomia, decorre do fato de
13 da nova Lei de Licitações, que os atos praticados no processo que a Administração Pública deve tratar, de forma igual, todos os
licitatório são públicos, ressalvadas as hipóteses de informações licitantes que estiverem na mesma situação jurídica. O princípio
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do da igualdade garante a oportunidade de participar do certame
Estado, na forma da lei. de licitação, todos os que tem condições de adimplir o futuro
Advindo do mesmo princípio, é válido destacar que de acordo contrato e proíbe, ainda a feitura de discriminações injustificadas
com o art. 115, §6º, “nas contratações de obras, verificada a no julgamento das propostas.
ocorrência do disposto no §5º deste artigo por mais de 1 (um) mês, a Desse modo, mesmo que a circunstância restrinja o caráter de
Administração deverá divulgar, em sítio eletrônico oficial e em placa competição do certame, se for pertinente ou relevante para o objeto
a ser afixada em local da obra de fácil visualização pelos cidadãos, do contrato, poderá ser incluída no instrumento de convocação do
aviso público de obra paralisada, com o motivo e o responsável pela certame.
inexecução temporária do objeto do contrato e a data prevista para O princípio da igualdade não impõe somente tratamento
o reinício da sua execução”. igualitário aos assemelhados, mas também a diferenciação dos
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que “a desiguais, na medida de suas desigualdades.
publicidade é tanto maior, quanto maior for a competição
propiciada pela modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível Princípio do Planejamento
na concorrência, em que o interesse maior da Administração é o de A princípio, infere-se que o princípio do planejamento se
atrair maior número de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, encontra dotado de conteúdo jurídico, sendo que é seu dever fixar
em que o valor do contrato dispensa maior divulgação. “ o dever legal do planejamento como um todo.
Todo ato da Administração deve ser publicado de forma a Registra-se que a partir deste princípio, é possível compreender
fornecer ao cidadão, informações acerca do que se passa com as que a Administração Pública tem o dever de planejar toda a
verbas públicas e sua aplicação em prol do bem comum e também licitação e também toda a contratação pública de forma adequada
por obediência ao princípio da publicidade. e satisfatória. Assim, o planejamento exigido, é o que se mostre de
forma eficaz e eficiente, bem como que se encaixe a todos os outros
Princípio da eficiência do interesse público princípios previstos na CFB/1988 e na jurisdição pátria como um
Trata-se de um dos princípios norteadores da administração todo.
pública acoplado aos da legalidade, finalidade, motivação, Desta forma, na ausência de justificativa para realizar o
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, planejamento adequado da licitação e do contrato, ressalta-se que
contraditório, da segurança jurídica e do interesse público. a ausência, bem como a insuficiência dele poderá vir a motivar a
Assim sendo, não basta que o Estado atue sobre o manto da responsabilidade do agente público.
legalidade, posto que quando se refere serviço público, é essencial
que o agente público atue de forma mais eficaz, bem como que haja Princípio da transparência
melhor organização e estruturação advinda da administração pública. O princípio da transparência pode ser encontrado dentro da
Vale ressaltar que o princípio da eficiência deve estar submetido ao aplicação de outros princípios, como os princípios da publicidade,
princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação imparcialidade, eficiência, dentre outros.

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Boa parte da doutrina afirma o princípio da transparência Denota-se que todos os requisitos do ato convocatório devem
não é um princípio independente, o incorporando ao princípio da estar em conformidade com as leis e a Constituição, tendo em vista
publicidade, posto ser o seu entendimento que uma das inúmeras que que se trata de ato concretizador e de hierarquia inferior a
funções do princípio da publicidade é o dever de manter intacta a essas entidades.
transparência dos atos das entidades públicas. Nos ditames da nova Lei, a licitação destina-se a garantir a
Entretanto, o princípio da transparência pode ser diferenciado observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da
do princípio da publicidade pelo fato de que por intermédio da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do
publicidade, existe o dever das entidades públicas consistente na desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada
obrigação de divulgar os seus atos, uma vez que nem sempre a em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade,
divulgação de informações é feita de forma transparente. da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
O Superior Tribunal de Justiça entende que o “direito da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
à informação, abrigado expressamente pelo art. 5°, XIV, da convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Constituição Federal, é uma das formas de expressão concreta O princípio da vinculação ao instrumento convocatório se
do Princípio da Transparência, sendo também corolário do destaca por impor à Administração a não acatar qualquer proposta
Princípio da Boa-fé Objetiva e do Princípio da Confiança […].” (STJ. que não se encaixe nas exigências do ato convocatório, sendo
RESP 200301612085, Herman Benjamin – Segunda Turma, DJE que tais exigências deverão possuir total relação com o objeto da
DATA:19/03/2009). licitação, com a lei e com a Constituição Federal.

Princípio da eficácia Princípio do julgamento objetivo


Por meio desse princípio, deverá o agente público agir de O objetivo desse princípio é a lisura do processo licitatório. De
forma eficaz e organizada promovendo uma melhor estruturação acordo com o princípio do julgamento objetivo, o processo licitatório
por parte da Administração Pública, mantendo a atuação do Estado deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório,
dentro da legalidade. para o julgamento das propostas apresentadas, devendo seguir de
Vale ressaltar que o princípio da eficácia deve estar submetido forma fiel ao disposto no edital quando for julgar as propostas.
ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação Esse princípio possui o condão de impedir quaisquer
administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficiente interpretações subjetivas do edital que possam favorecer um
que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de concorrente e, por consequência, vir a prejudicar de forma desleal
maneira conjunta e não sobrepostas. a outros.

Princípio da segregação de funções Princípio da segurança jurídica


Trata-se de uma norma de controle interno com o fito de evitar O princípio da segurança jurídica é um dos pilares fundamentais
falhas ou fraudes no processo de licitação, vindo a descentralizar do ordenamento jurídico em diversos sistemas legais ao redor
o poder e criando independência para as funções de execução do mundo e se refere à necessidade de garantir estabilidade,
operacional, custódia física, bem como de contabilização previsibilidade e confiança nas relações jurídicas, assegurando
Assim sendo, cada setor ou servidor incumbido de determinada que as normas e decisões judiciais não sejam aplicadas de forma
tarefa, fará a sua parte no condizente ao desempenho de funções, arbitrária ou retroativa.
evitando que nenhum empregado ou seção administrativa venha a Desse modo, a segurança jurídica busca promover um ambiente
participar ou controlar todas as fases relativas à execução e controle em que os cidadãos, empresas e demais entidades possam agir de
da despesa pública, vindo assim, a possibilitar a realização de uma acordo com as regras estabelecidas, confiando que seus direitos e
verificação cruzada. deveres serão respeitados.
O princípio da segregação de funções, advém do Princípio da Alguns aspectos importantes relacionados ao princípio da
moralidade administrativa que se encontra previsto no art. 37, segurança jurídica incluem:
caput, da CFB/1.988. Irretroatividade da Lei: Em geral, as leis não devem ter efeitos
retroativos, ou seja, não podem atingir situações ocorridas antes
Princípio da motivação de sua entrada em vigor. Isso proporciona estabilidade nas relações
O princípio da motivação predispõe que a administração no sociais e econômicas, permitindo que as pessoas tenham confiança
processo licitatório possui o dever de justificar os seus atos, vindo nas regras do jogo.
a apresentar os motivos que a levou a decidir sobre os fatos, com a a) Estabilidade das Decisões Judiciais: As decisões judiciais
observância da legalidade estatal. também devem ser estáveis, evitando mudanças repentinas e
Desta forma, é necessário que haja motivo para que os atos imprevisíveis na interpretação do direito. Isso não significa que
administrativos licitatórios tenham sido realizados, sempre levando a jurisprudência não possa evoluir, mas sugere que mudanças
em conta as razões de direito que levaram o agente público a significativas devem ser introduzidas gradualmente e com
proceder daquele modo. fundamentação sólida.
b) Publicidade e Acesso à Informação: Para que as pessoas
Princípio da vinculação ao edital possam compreender e cumprir as normas legais, é essencial que
Trata-se do corolário do princípio da legalidade e da objetividade essas normas sejam de fácil acesso e compreensão. A transparência
das determinações de habilidades, que possui o condão de impor do sistema jurídico contribui para a segurança jurídica.
tanto à Administração, quanto ao licitante, a imposição de que este
venha a cumprir as normas contidas no edital de maneira objetiva,
porém, sempre zelando pelo princípio da competitividade.
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c) Estabilidade Contratual: Contratos devem ser respeitados, suprimidas por ato legislativo, administrativo ou judicial que possa
e mudanças nas condições contratuais devem ser feitas de maneira exceder os limites por ela determinados e avance, sem permissão
justa e previsível. Isso garante que as partes envolvidas possam no âmbito dos direitos fundamentais.
planejar suas atividades com segurança.
d) Respeito à Coisa Julgada: A coisa julgada é o atributo das Princípio da celeridade
decisões judiciais que as torna imutáveis e indiscutíveis. Esse Esse princípio é considerado um dos direcionadores de
princípio contribui para a segurança jurídica, impedindo que uma licitações na modalidade pregão, o princípio da celeridade trabalha
mesma questão seja reexaminada indefinidamente. na busca da simplificação de procedimentos, formalidades
Por fim, denota-se que a segurança jurídica é crucial para o desnecessárias, bem como de intransigências excessivas, tendo
funcionamento adequado de um Estado de Direito, proporcionando em vista que as decisões, sempre que for possível, deverão ser
um ambiente no qual os indivíduos podem confiar nas instituições aplicadas no momento da sessão.
e nas normas legais que regem a sociedade. Ela contribui
para a estabilidade social, o desenvolvimento econômico e o Princípio da economicidade
fortalecimento da confiança no sistema jurídico. Sendo o fim da licitação a escolha da proposta que seja
mais vantajosa para a Administração Pública, pondera-se que é
Princípio da razoabilidade necessário que o administrador esteja dotado de honestidade ao
Trata-se de um princípio de grande importância para o controle cuidar coisa pública. O princípio da economicidade encontra-se
da atividade administrativa dentro do processo licitatório, posto relacionado ao princípio da moralidade e da eficiência.
que se incumbe de impor ao administrador, a atuação dentro dos Sobre o assunto, no que condiz ao princípio da economicidade,
requisitos aceitáveis sob o ponto de vista racional, uma vez que entende o jurista Marçal Justen Filho, que “… Não basta honestidade
ao trabalhar na interdição de decisões ou práticas discrepantes e boas intenções para validação de atos administrativos. A
do mínimo plausível, prova mais uma vez ser um veículo de suma economicidade impõe adoção da solução mais conveniente e
importância do respeito à legalidade, na medida em que é a lei que eficiente sob o ponto de vista da gestão dos recursos públicos”.
determina os parâmetros por intermédio dos quais é construída a (Justen Filho, 1998, p.66).
razão administrativa como um todo.
Pondera-se que o princípio da razoabilidade se encontra Princípio da licitação sustentável
acoplado ao princípio da proporcionalidade, além de manter Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “o princípio da
relação com o princípio da finalidade, uma vez que, caso não seja sustentabilidade da licitação ou da licitação sustentável liga-se
atendida a razoabilidade, a finalidade também irá ficar ferida. à ideia de que é possível, por meio do procedimento licitatório,
incentivar a preservação do meio ambiente”.
Princípio da competitividade Esse princípio passou a constar de maneira expressa do contido
O princípio da competição se encontra relacionado à na Lei 8.666/1993 depois que o seu art. 3º sofreu alteração pela Lei
competitividade e às cláusulas que são responsáveis por garantir a 12.349/2010, que incluiu entre os objetivos da licitação a promoção
igualdade de condições para todos os concorrentes licitatórios. Esse do desenvolvimento nacional sustentável.
princípio se encontra ligado ao princípio da livre concorrência nos Além disso, a Lei n.º 14.133/2021, em seu art. 11, IV,
termos do inciso IV do art. 170 da Constituição Federal Brasileira. determina que o incentivo à inovação e ao desenvolvimento
Desta maneira, devido ao fato da lei recalcar o abuso do poder nacional sustentável, é um dos objetivos fundamentais do processo
econômico que pretenda eliminar a concorrência, a lei e os demais licitatório. Vejamos:
atos normativos pertinentes não poderão agir com o fulcro de
limitar a competitividade na licitação. Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:
Assim, havendo cláusula que possa favorecer, excluir ou I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de
infringir a impessoalidade exigida do gestor público, denota-se que contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive
esta poderá recair sobre a questão da restrição de competição no no que se refere ao ciclo de vida do objeto;
processo licitatório. II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem
como a justa competição;
– Obs. importante: De acordo com o Tribunal de Contas, não III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços
é aceitável a discriminação arbitrária no processo de seleção do manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos
contratante, posto que é indispensável o tratamento uniforme para contratos;
situações uniformes, uma vez que a licitação se encontra destinada IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional
a garantir não apenas a seleção da proposta mais vantajosa sustentável.
para a Administração Pública, como também a observância do
princípio constitucional da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário Competência Legislativa
(Sumário). A União é munida de competência privativa para legislar sobre
normas gerais de licitações, em todas as modalidades, para a
Princípio da proporcionalidade administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do
O princípio da proporcionalidade, conhecido como princípio Distrito Federal e dos Municípios, conforme determinação do art.
da razoabilidade, possui como objetivo evitar que as peculiaridades 22, XXVII, da CFB/1988.
determinadas pela Constituição Federal Brasileira sejam feridas ou

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Desse modo, denota-se que de modo geral, as normas c) Os critérios de desempate de propostas, sendo que a Lei
editadas pela União são de observância obrigatória por todos os nº 13.303/16 dispõe de forma expressa, dentre os critérios de
entes federados, competindo a estes, editar normas específicas desempate contidos no art. 55, inc. III, a adoção da previsão que se
que são aplicáveis somente às suas próprias licitações, de modo a encontra inserida no §2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, que por sua
complementar a disciplina prevista na norma geral sem contrariá-la. vez, passou a ter outro tratamento pela Lei 14.133/2021 em vigor.
Nessa linha, a título de exemplo, a competência para legislar
supletivamente não permite: Dispensa e inexigibilidade
a) A criação de novas modalidades licitatórias ou de novas Verificar-se-á a inexigibilidade de licitação sempre que houver
hipóteses de dispensa de licitação; inviabilidade de competição. Com a entrada em vigor da Nova Lei
b) O estabelecimento de novos tipos de licitação (critérios de de Licitações, Lei nº. 14.133/2.021 no art. 74, I, II e III, foi disposto
julgamento das propostas); e as hipóteses por meio das quais a competição é inviável e que,
c) A redução dos prazos de publicidade ou de recursos. portanto, nesses casos, a licitação é inexigível. Vejamos:

É importante registrar que a EC 19/1998, em alteração ao art. Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,
173, §1º, da Constituição Federal, anteviu que deverá ser editada lei em especial nos casos de:
com o fulcro de disciplinar o estatuto jurídico da empresa pública, da I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor,
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou empresa ou representante comercial exclusivos;
de prestação de serviços, sendo que esse estatuto deverá dispor II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente
a respeito de licitação e contratação de obras, serviços, compras e ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
alienações, desde que observados os princípios da administração crítica especializada ou pela opinião pública;
pública. III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
A mencionada modificação constitucional, teve como objetivo de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
possibilitar a criação de normas mais flexíveis sobre licitação e empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
contratos e com maior adequação condizente à natureza jurídica das serviços de publicidade e divulgação:
entidades exploradoras de atividades econômicas, que trabalham a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou
sob sistema jurídico predominantemente de direito privado. projetos executivos;
O Maior obstáculo, é o fato de que essas instituições na b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
maioria das vezes entram em concorrência com a iniciativa privada c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
e precisam ter uma agilidade que pode, na maioria das situações, ou tributárias;
ser prejudicada pela necessidade de submissão aos procedimentos d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou
burocráticos da administração direta, autárquica e fundacional. serviços;
Em observância e cumprimento à determinação da Constituição e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
Federal, foi promulgada a Lei 13.303/2016, Lei das Estatais, que criou f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
regras e normas específicas paras as licitações que são dirigidas g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
por qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Pondera- ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento
se que tais regras forma mantidas pela nova Lei de Licitações, Lei nº de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
14.133/2.021 em seu art. 1º, inciso I. serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso;
De acordo com as regras e normas da Lei 13.303/2016, tais IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
empresas públicas e sociedades de economia mista não estão credenciamento;
dispensadas do dever de licitar. Mas estão somente adimplindo V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de
tal obrigação com seguimento em procedimentos mais flexíveis e instalações e de localização tornem necessária sua escolha.
adequados a sua natureza jurídica.
Entretanto, com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações Em entendimento ao inc. I, afirma-se que o fornecedor
de nº. 14.133/2.021, advinda do Projeto de Lei nº 4.253/2020, exclusivo, vedada a preferência de marca, deverá a comprovar a
observa-se que ocorreu um impacto bastante concreto para as exclusividade por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro
estatais naquilo que se refere ao que a Lei nº 13.303/16 expressa do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou
ao remeter à aplicação das Leis nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02. o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
Nesse sentido, denota-se em relação ao assunto acima que são ainda, pelas entidades equivalentes.
pontos de destaque com a aprovação da Nova Lei de Licitações de Em relação ao inc. II do referido diploma legal, verifica-se
nº. 14.133/2.021: a dispensabilidade da exigência de licitação para a contratação
a) O pregão, sendo que esta modalidade não será mais regulada de profissionais da seara artística de forma direta ou através de
pela Lei nº 10.520/02, que consta de forma expressa no art. 32, IV, empresário, levando em conta que este deverá ser reconhecido
da Lei nº 13.303/16; publicamente.
b) As normas de direito penal que deverão ser aplicadas na Por fim, o inc. III, aduz sobre a contratação de serviços técnicos
seara dos processos de contratação, que, por sua vez, deixarão de especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas
ser regulados pelos arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/93; e de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Ressalta-se que além das mencionadas hipóteses previstas de Vejamos:


forma exemplificativa na legislação, sempre que for impossível a
competição, o procedimento de inexigibilidade de licitação deverá – Menor preço
ser adotado. Trata-se do principal objetivo da Administração Pública que é
Vale destacar com grande importância, ainda, em relação ao o de comprar pelo menor preço possível. É o critério padrão básico
inc. III da Nova Lei de Licitações, que nem todo serviço técnico e o mais utilizado em qualquer espécie de licitação, inclusive o
especializado está apto a ensejar a inexigibilidade de licitação, pregão. Desta forma, vence, aquele que apresentar o preço menor
fato que se verificará apenas se ao mesmo tempo, tal serviço entre os participantes do certame, desde que a empresa licitante
for de natureza singular e o seu prestador for dotado de notória atenda a todos os requisitos estipulados no edital.
especialização. O serviço de natureza singular é reconhecido pela Nesta espécie de licitação, vencerá a proposta que oferecer e
sua complexidade, relevância ou pelos interesses públicos que comprovar maiores vantagens para a Administração Pública, apenas
estiverem em jogo, vindo demandar a contratação de prestador em questões de valores, o que, na maioria das vezes, termina por
com a devida e notória especialização. prejudicar a população, tendo em vista que ao analisar apenas a
Por sua vez, a legislação considera como sendo de notória questão de menor preço, nem sempre irá conseguir contratar um
especialização, aquele profissional ou empresa que o conceito trabalho de qualidade.
no âmbito de sua especialidade, advindo de desempenho
feito anteriormente como estudos, experiências, publicações, – Maior desconto
organização, equipe técnica, ou de outros atributos e requisitos Caso a licitação seja julgada pelo critério de maior desconto, o
pertinentes com suas atividades, que permitam demonstrar e preço com o valor estimado ou o máximo aceitável, deverá constar
comprovar que o seu trabalho é essencial e o mais adequado à expressamente do edital. Isso acontece, por que nessas situações
plena satisfação do objeto do contrato. específicas, a publicação do valor de referência da Administração
Vale mencionar que em situações práticas, a contratação de Pública é extremamente essencial para que os proponentes venham
serviços especializados por inexigibilidade de licitação tem criado a oferecer seus descontos.
várias controvérsias, principalmente quando se refere à contratação Denota-se que o texto de lei determina que a administração
de serviços de advocacia e também de contabilidade. licitante forneça o orçamento original da contratação, mesmo que
Conforme já estudado, a licitação é tida como dispensada tal orçamento tenha sido declarado sigiloso, a qualquer instante
quando, mesmo a competição sendo viável, o certame deixou de tanto para os órgãos de controle interno quanto externo. Esse
ser realizado pelo fato da própria lei o dispensar. Tem natureza fato é de grande importância para a administração Pública, tendo
diferente da ausência de exigibilidade da licitação dispensável em vista que a depender do mercado, a divulgação do orçamento
porque nesta, o gestor tem a possibilidade de decidir por realizar original no instante de ocorrência da licitação acarretará o efeito
ou não o procedimento. âncora, fazendo com que os valores das propostas sejam elevados
A licitação dispensada está acoplada às hipóteses de alienação ao patamar mais aproximado possível no que diz respeito ao valor
de bens móveis ou imóveis da Administração Pública. Na maioria máximo que a Administração admite.
das vezes, quando, ao pretender a Administração alienar bens de
sua propriedade, sejam estes móveis ou imóveis, deverá proceder – Melhor técnica ou conteúdo artístico
à realização de licitação. Nesse tipo de licitação, a escolha da empresa vencedora
No entanto, em algumas situações, em razão das peculiaridades leva em consideração a proposta que oferecer mais vantagem
do caso especifico, a lei acaba por dispensar o procedimento, o que em questão de fatores de ordem técnica e artística. Denota-se
é verificado, por exemplo, na hipótese da doação de um bem para que esta espécie de licitação deve ser aplicada com exclusividade
outro órgão ou entidade da Administração Pública de qualquer para serviços de cunho intelectual, como ocorre na elaboração
esfera de governo. Ocorre que nesse caso, a Administração já de projetos, por exemplo incluindo-se nesse rol, tanto os básicos
determinou previamente para qual órgão ou entidade irá doar como os executivos como: cálculos, gerenciamento, supervisão,
o bem. Assim sendo, não existe a necessidade de realização do fiscalização e outros pertinentes à matéria.
certame licitatório.
– Técnica e preço
Critérios de Julgamento Depreende-se que esta espécie de licitação é de cunho
Os novos critérios de julgamento tratam-se das referências obrigatório quando da contratação de bens e serviços na área
que são utilizadas para a avaliação das propostas de licitação. tecnológica como de informática e áreas afins, e também nas
Registra-se que as espécies de licitação encontram-se dotadas de modalidade de concorrência, segundo a nova lei de Licitações.
características e exigências diversas, sendo que as espécies de Nesse caso específico, o licitante demonstra e apresenta a
licitação tendem sempre a variam de acordo com seus prazos e ritos sua proposta e a documentação usando três envelopes distintos,
específicos como um todo. Com a aprovação da Lei 14.133/2.021 sendo eles: o primeiro para a habilitação, o segundo para o deslinde
em seu art. 33, foram criados novos tipos de licitação designados da proposta técnica e o terceiro, com o preço, que deverão ser
para a compra de bens e serviços. Sendo eles: menor preço, maior avaliados nessa respectiva ordem.
desconto, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço,
maior lance (leilão), maior retorno econômico. – Maior lance (leilão)
Nos ditames da nova Lei de Licitações, esse critério se encontra
restrito à modalidade de leilão, disciplina que estudaremos nos
próximos tópicos.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

– Maior retorno econômico Diversamente do que ocorre no pregão eletrônico, levando em


Registra-se que esse tema se trata de uma das maiores conta que todos os participantes são classificados e tem o direito de
novidades advindas da Nova Lei de Licitações, pelo fato desse participar da fase na qual ocorrem os lances por meio do sistema,
requisito ser um tipo de licitação de uso para licitações cujo objeto dentro dos parâmetros pertinentes ao horário indicado no edital ou
e fulcro sejam uma espécie de contrato de eficiência. carta convite.
Assim dispõe o inc. LIII doArt. 6º da Nova Lei de Licitações: Inicia-se a fase de lances do pregão presencial com o lance
LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação da licitação que possui a maior proposta, vindo a seguir, por
de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento conseguinte, a lista decrescente até alcançar ao menor valor.
de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, É importante destacar que no pregão eletrônico, os lances
na forma de redução de despesas correntes, remunerado o são lançados no sistema na medida em que os participantes vão
contratado com base em percentual da economia gerada; ofertando, devendo ser sempre de menor valor ao último lance que
Desta forma, depreende-se que a pretensão da Administração por este foi ofertado. Assim, lances são lançados e registrados no
não se trata somente da obra, do serviço ou do bem propriamente sistema, até que esta fase venha a se encerrar.
dito, mas sim do resultado econômico que tenha mais vantagens Desde o início da Sessão, no pregão presencial o pregoeiro
advindas dessas prestações, razão pela qual, a melhor proposta deverá se informar de antemão, quem são os participantes, tendo
de ajuste trata-se daquela que oferece maior retorno econômico à em vista que estes se identificam no momento do em que fazem o
maquina pública. credenciamento.
No pregão eletrônico, até que chegue a fase de habilitação,
Modalidades o pregoeiro não possui a informação sobre quem são os licitantes
Com o advento da nova Lei de Licitações de nº. 14.133/2.021, participantes, para evitar conluio.
foram excluídas do diploma legal da Lei 8.666/1.993 as seguintes A intenção de recorrer no pregão presencial, deverá por
modalidades de licitação: tomada de preços, convite e RDC – Lei parâmetros legais, ser manifestada e eivada com as motivações ao
12.462/2.011. Desta forma, de acordo com a Nova Lei de Licitações, final da Sessão.
são modalidades de licitação: concorrência, concurso, leilão, pregão No pregão eletrônico, havendo a intenção de recorrer, deverá
e diálogo competitivo. Vejamos: de imediato a parte interessada se manifestar, devendo ser
registrado no campo do sistema de compras pertinente, no qual
Art. 28. São modalidades de licitação: deverá conter as exposições com a motivação da interposição.
I - pregão;
II - concorrência; – Concorrência
III - concurso; Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
IV - leilão; interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar,
V - diálogo competitivo. comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para execução de seu objeto.
– Pregão Em termos práticos, trata-se a concorrência de modalidade
Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata- licitatória conveniente para contratações de grande aspecto. Isso
se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço, ocorre, por que a Lei de Licitações e Contratos dispôs uma espécie
utilizada sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e de hierarquia quando a definição da modalidade de licitação
qualidade que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por acontece em razão do valor do contrato. Ocorre que quanto maiores
meio de especificações usuais de mercado. forem os valores envolvidos, mais altos e maiores serão o nível de
Existem duas maneiras de ocorrência dos pregões, sendo estas publicidade bem como os prazos estipulados para a realização
nas formas eletrônica e presencial. do procedimento. Em alguns casos, não obstante, é permitido
Ressalta-se que aqueles que estiverem interessados em uso da modalidade de maior publicidade no lugar das de menor
participar do pregão presencial, deverão comparecer em hora e publicidade, jamais o contrário.
local nos quais deverá ocorrer a Sessão Pública, onde será feito Nesta linha de pensamento, a regra passa a exigir o uso da
o credenciamento, devendo ainda, apresentar os envelopes de concorrência para valores elevados, vindo a permitir que seja
proposta, bem como os documentos pertinentes. realizada a tomada de preços ou concorrência para montantes
Lembrando que de acordo com o art. 17, §2º da Nova Lei, de cunho intermediário e convite (ou tomada de preços ou
“as licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma concorrência), para contratos de valores mais reduzidos. Os
eletrônica, admitida a utilização da forma presencial, desde que gestores, na prática, geralmente optam por utilizar a modalidade
motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata e licitatória que seja mais simplificada dentro do possível, de maneira
gravada em áudio e vídeo”. a evitar a submissão a prazos mais extensos de publicidade do
Referente ao pregão eletrônico, deverão os interessados fazer certame.
cadastro no sistema de compras a ser usado pelo ente licitante,
vindo, por conseguinte, cadastrar a sua proposta. – Concurso
A classificação a respeito das formas de pregão está também Disposto no art. 30 da Nova Lei de Licitações, esta modalidade
eivada de diferenças. Infere-se que no pregão presencial, o de licitação pode ser utilizada para a escolha de trabalho técnico,
pregoeiro deverá fazer a seleção de todas as propostas de até 10% científico ou artístico. Vejamos o que dispõe a Nova Lei de Licitações:
acima da melhor proposta e as classificar para a fase de lances.
Havendo ausência de propostas que venham a atingir esses 10%, Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas
restarão selecionadas, por conseguinte, as três melhores propostas. em edital, que indicará:
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

I - a qualificação exigida dos participantes; – Obs. Importante: a Administração deverá, ao declarar que
II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho; o diálogo foi concluído, juntar aos autos do processo licitatório os
III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser registros e as gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva
concedida ao vencedor. com a divulgação de edital contendo a especificação da solução
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de que atenda às suas necessidades e os critérios objetivos a serem
projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos utilizados para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo,
termos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos os licitantes pré-
ao projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência selecionados na forma do inciso II deste parágrafo apresentarem
e oportunidade das autoridades competentes. suas propostas, que deverão conter os elementos necessários para
a realização do projeto; (Art. 32, §1º, inc. VIII , Lei 14.133/2021).
– Leilão
Disposto no art. 31 da Nova Lei de Licitações, o leilão poderá ser — Habilitação, Julgamento e recursos
cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela autoridade
competente da Administração, sendo que seu regulamento deverá Habilitação
dispor sobre seus procedimentos operacionais. Com determinação expressa no Capítulo VI da Nova Lei de
Se optar pela realização de leilão por intermédio de Licitações, art. 62, denota-se que a habilitação se mostra como a fase
leiloeiro oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante da licitação por meio da qual se verifica o conjunto de informações
credenciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o e documentos necessários e suficientes para demonstrar a
critério de julgamento de maior desconto para as comissões a capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação.
serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo, os percentuais Registra-se no dispositivo legal, que os critérios inseridos foram
definidos na lei que regula a referida profissão e observados os renovados pela Nova Lei, como por exemplo, a previsão em lei de
valores dos bens a serem leiloados aceitação de balanço de abertura.
O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de No que condiz à habilitação econômico-financeira, com
habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase supedâneo legal no art. 68 da Nova Lei, observa-se que possui
de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo utilidade para demonstrar que o licitante se encontra dotado
licitante vencedor, na forma definida no edital. de capacidade para sintetizar com suas possíveis obrigações
Quaisquer interessados podem participar do leilão. Denota-se futuras, devendo a mesma ser comprovada de forma objetiva,
que o bem será vendido para o licitante que fizer a oferta de maior por intermédio de coeficientes e índices econômicos que deverão
lance, o qual deverá obrigatoriamente ser igual ou superior ao valor estar previstos no edital e devidamente justificados no processo de
de avaliação do bem. licitação.
A realização do leilão poderá ser por meio de leiloeiro oficial ou De acordo com a Nova lei, os documentos exigidos para a
por servidor indicado pela Administração, procedendo-se conforme habilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito de falência
os ditames da legislação pertinente. expedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por último, exige-
Destaca-se ainda, que algumas entidades financeiras da se o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios sociais, salvo
Administração indireta executam contratos de mútuo que são das empresas que foram constituídas no lapso de menos de dois
garantidos por penhor e que, restando-se vencido o contrato, se a anos.
dívida não for liquidada, promover-se-á o leilão do bem empenhado Registra-se que base legal no art. 66 da referida Lei, habilitação
que deverá seguir as regras pertinentes à Lei de licitações. jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer
direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada
– Diálogo competitivo por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e,
Com supedâneo no art. 32 da Nova Lei de Licitações, quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser
modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em que contratada.
a Administração: Já o art. 67, dispõe de forma clara a respeito da documentação
exigida para a qualificação técnico-profissional e técnico-
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a operacional. Vejamos:
contratações em que a Administração:
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-
a) inovação tecnológica ou técnica; profissional e técnico-operacional será restrita a:
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade I - apresentação de profissional, devidamente registrado no
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e conselho profissional competente, quando for o caso, detentor
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou
com precisão suficiente pela Administração; serviço de características semelhantes, para fins de contratação;
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conselho
as alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
destaque para os seguintes aspectos: capacidade operacional na execução de serviços similares de
a) a solução técnica mais adequada; complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior,
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já bem como documentos comprobatórios emitidos na forma do §3º
definida; do art. 88 desta Lei;
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do Parágrafo único. A resposta à impugnação ou ao pedido de
aparelhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto esclarecimento será divulgada em sítio eletrônico oficial no prazo
da licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe de até 3 (três) dias úteis, limitado ao último dia útil anterior à data
técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; da abertura do certame.
IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei Art. 165. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação
especial, quando for o caso; desta Lei cabem:
V - registro ou inscrição na entidade profissional competente, I - recurso, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da data de
quando for o caso; intimação ou de lavratura da ata, em face de:
VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas a) ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de
as informações e das condições locais para o cumprimento das interessado ou de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
obrigações objeto da licitação. cancelamento;
b) julgamento das propostas;
– Julgamento c) ato de habilitação ou inabilitação de licitante;
Sob a vigência do nº. 14.133/2.021, a Nova Lei de Licitações d) anulação ou revogação da licitação;
trouxe em seu art. 33, a nova forma de julgamento, sendo que de e) extinção do contrato, quando determinada por ato unilateral
agora em diante, as propostas deverão ser julgadas de acordo sob e escrito da Administração;
os seguintes critérios: II - pedido de reconsideração, no prazo de 3 (três) dias úteis,
a) Menor preço; contado da data de intimação, relativamente a ato do qual não
b) Maior desconto; caiba recurso hierárquico.
c) Melhor técnica ou conteúdo artístico; §1º Quanto ao recurso apresentado em virtude do disposto nas
d) Técnica e preço; alíneas “b” e “c” do inciso I do caput deste artigo, serão observadas
e) Maior lance, no caso de leilão; e as seguintes disposições:
f) Maior retorno econômico. I - a intenção de recorrer deverá ser manifestada imediatamente,
sob pena de preclusão, e o prazo para apresentação das razões
Observa-se que os títulos por si só já dão a noção a respeito do recursais previsto no inciso I do caput deste artigo será iniciado
seu funcionamento, bem como já foram estudados anteriormente na data de intimação ou de lavratura da ata de habilitação ou
nesta obra. Entretanto, é possível afirmar que a maior novidade, inabilitação ou, na hipótese de adoção da inversão de fases prevista
trata-se do critério de maior retorno econômico, que é uma espécie no §1º do art. 17 desta Lei, da ata de julgamento;
de licitação usada somente para certames cujo objeto seja contrato II - a apreciação dar-se-á em fase única.
de eficiência de forma geral. §2º O recurso de que trata o inciso I do caput deste artigo será
Nesta espécie de contrato, busca-se o resultado econômico dirigido à autoridade que tiver editado o ato ou proferido a decisão
que proporcione a maior vantagem advinda de uma obra, serviço recorrida, que, se não reconsiderar o ato ou a decisão no prazo de
ou bem, motivo pelo qual, a melhor proposta deverá ser aquela que 3 (três) dias úteis, encaminhará o recurso com a sua motivação à
trouxer um maior retorno econômico. autoridade superior, a qual deverá proferir sua decisão no prazo
máximo de 10 (dez) dias úteis, contado do recebimento dos autos.
– Recursos §3º O acolhimento do recurso implicará invalidação apenas de
Com base legal no art. 71 da nova Lei de Licitações, não ato insuscetível de aproveitamento.
ocorrendo inversão de fases na licitação, pondera-se que os §4º O prazo para apresentação de contrarrazões será o
recursos em face dos atos de julgamento ou habilitação, deverão mesmo do recurso e terá início na data de intimação pessoal ou de
ser apresentados no término da fase de habilitação, tendo em vista divulgação da interposição do recurso.
que tal ato deverá acontecer em apenas uma etapa. §5º Será assegurado ao licitante vista dos elementos
Caso os licitantes desejem recorrer a despeito dos atos do indispensáveis à defesa de seus interesses.
julgamento da proposta e da habilitação, denota-se que deverão Art. 166. Da aplicação das sanções previstas nos incisos I, II e
se manifestar de imediato o seu desejo de recorrer, logo após o III do caput do art. 156 desta Lei caberá recurso no prazo de 15
término de cada sessão, sob pena de preclusão. (quinze) dias úteis, contado da data da intimação.
Havendo a inversão das fases com a habilitação de forma Parágrafo único. O recurso de que trata o caput deste artigo
precedente à apresentação das propostas, bem como o julgamento, será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão recorrida,
afirma-se que os recursos terão que ser apresentados em dois que, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias úteis,
intervalos de tempo, após a fase de habilitação e após o julgamento encaminhará o recurso com sua motivação à autoridade superior, a
das propostas. qual deverá proferir sua decisão no prazo máximo de 20 (vinte) dias
Além disso, no tocante aos recursos, determina o Capítulo III da úteis, contado do recebimento dos autos.
Lei n.º 14.133/2021: Art. 167. Da aplicação da sanção prevista no inciso IV do caput
do art. 156 desta Lei caberá apenas pedido de reconsideração, que
Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima para impugnar deverá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado
edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei ou para da data da intimação, e decidido no prazo máximo de 20 (vinte) dias
solicitar esclarecimento sobre os seus termos, devendo protocolar o úteis, contado do seu recebimento.
pedido até 3 (três) dias úteis antes da data de abertura do certame. Art. 168. O recurso e o pedido de reconsideração terão efeito
suspensivo do ato ou da decisão recorrida até que sobrevenha
decisão final da autoridade competente.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. Na elaboração de suas decisões, a autoridade entregas parceladas. O objetivo destas ações é evitar que se formem
competente será auxiliada pelo órgão de assessoramento jurídico, estoques, uma vez que estes geram alto custo de manutenção, além
que deverá dirimir dúvidas e subsidiá-la com as informações do risco de tais bens vir a perecer ou deteriorar.
necessárias. Nesse ponto, é importante conhecer os dispositivos legais
Dos dispositivos acima, destaca-se: contidos na Nova lei de Licitações que regem o sistema de registro
de preços:
RECURSOS Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará
Prazo: 3 (três) dias úteis, contado da data de intimação ou de as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre:
lavratura da ata, em face de: I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a
- Ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida;
interessado ou de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou,
cancelamento; no caso de serviços, de unidades de medida;
-Julgamento das propostas; III - a possibilidade de prever preços diferentes:
-Ato de habilitação ou inabilitação de licitante; a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais
-Anulação ou revogação da licitação; diferentes;
-Extinção do contrato, quando determinada por ato unilateral e b) em razão da forma e do local de acondicionamento;
escrito da Administração; c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do lote;
- Pedido de reconsideração, no prazo de 3 (três) dias úteis, d) por outros motivos justificados no processo;
contado da data de intimação, relativamente a ato do qual não IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em
caiba recurso hierárquico. quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se
nos limites dela;
Adjudicação e homologação V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor
O Direito Civil Brasileiro conceitua a adjudicação como sendo preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no
o ato por meio do qual se declara, cede ou transfere a propriedade mercado;
de uma pessoa para outra. Já o Direito Processual Civil a conceitua VI - as condições para alteração de preços registrados;
como uma forma de pagamento feito ao exequente ou a terceira VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de
pessoa, por meio da transferência dos bens sobre os quais incide serviço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do
a execução. licitante vencedor, assegurada a preferência de contratação de
Ressalta-se que os procedimentos legais de adjudicação têm acordo com a ordem de classificação;
início com o fim da fase de classificação das propostas. Adilson Dallari VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais
(1992:106), doutrinariamente separando as fases de classificação e de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de
adjudicação, ensina que esta não é de cunho obrigatório, embora validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de
não seja livre. ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto
Podemos conceituar a homologação como o ato que perfaz no edital;
o encerramento da licitação, abrindo espaço para a contratação. IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços
Homologação é a aprovação determinada por autoridade judicial e suas consequências
ou administrativa a determinados atos particulares com o fulcro de §1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de itens
produzir os efeitos jurídicos que lhes são pertinentes. somente poderá ser adotado quando for demonstrada a inviabilidade
Considera-se que a homologação do processo de licitação de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a sua
representa a aceitação da proposta. De acordo com Sílvio Rodrigues vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de
(1979:69), a aceitação consiste na “formulação da vontade preços unitários máximos deverá ser indicado no edital.
concordante e envolve adesão integral à proposta recebida. ” §2º Na hipótese de que trata o §1º deste artigo, observados
Registre-se por fim, que a homologação vincula tanto a os parâmetros estabelecidos nos §§1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei,
Administração como o licitante, para buscar o aperfeiçoamento do a contratação posterior de item específico constante de grupo de
contrato. itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua
vantagem para o órgão ou entidade.
Registro de preços §3º É permitido registro de preços com indicação limitada a
Registro de preços é a modalidade de licitação que se unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido,
encontra apropriada para possibilitar diversas contratações que apenas nas seguintes situações:
sejam concomitantes ou sucessivas, sem que haja a realização I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou
de procedimento de licitação de forma específica para cada uma entidade não tiver registro de demandas anteriores;
destas contratações. II - no caso de alimento perecível;
Registra-se que o referido sistema é útil tanto a um, quanto a III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento
mais órgãos pertencentes à Administração. de bens.
De modo geral, o registro de preços é usado para compras §4º Nas situações referidas no §3º deste artigo, é obrigatória a
corriqueiras de bens ou serviços específicos, em se tratando indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação de
daqueles que não se sabe a quantidade que será preciso adquirir, outro órgão ou entidade na ata.
bem como quando tais compras estiverem sob a condição de §5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para
a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de
engenharia, observadas as seguintes condições:
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado; c) Qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em vinculada a emissão de documento de cobrança.
regulamento;
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle; No art. 92, foi apresentada nova redação ao §7º, considerando
IV - atualização periódica dos preços registrados; que como formas de adimplemento da obrigação contratual: “a
V - definição do período de validade do registro de preços; prestação do serviço, a realização da obra ou a entrega do bem, ou
VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja
aceitar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança”.
vencedor na sequência de classificação da licitação e inclusão do Ademais, é importante mencionar que ao art. 184 da Nova Lei
licitante que mantiver sua proposta original. de Licitações, foi acrescentado o art. 184-A, cuja determinação é a
§6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de seguinte:
regulamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de Art. 184-A. À celebração, à execução, ao acompanhamento
dispensa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação e à prestação de contas dos convênios, contratos de repasse e
de serviços por mais de um órgão ou entidade. instrumentos congêneres em que for parte a União, com valor
Art. 83. A existência de preços registrados implicará global de até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais),
compromisso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas aplicar-se-á o seguinte regime simplificado:
não obrigará a Administração a contratar, facultada a realização I - o plano de trabalho aprovado conterá parâmetros objetivos
de licitação específica para a aquisição pretendida, desde que para caracterizar o cumprimento do objeto;
devidamente motivada. II - a minuta dos instrumentos deverá ser simplificada;
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de III - (VETADO);
1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que IV - a verificação da execução do objeto ocorrerá mediante
comprovado o preço vantajoso. visita de constatação da compatibilidade com o plano de trabalho.
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de §1º O acompanhamento pela concedente ou mandatária
preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as será realizado pela verificação dos boletins de medição e fotos
disposições nela contidas. georreferenciadas registradas pela empresa executora e pelo
convenente do Transferegov e por vistorias in loco, realizadas
Dito isto, destaca-se que recentemente foi aprovada a Lei n.º considerando o marco de execução de 100% (cem por cento) do
14.770 de 22 de dezembro de 2023, que alterou a Lei nº 14.133, cronograma físico, podendo ocorrer outras vistorias, quando
de 2021 (Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos), com necessárias.
os seguintes objetivos: §2º (VETADO).
a) Determinar o modo de disputa fechado nas licitações de §3º (VETADO).
obras e serviços que especifica, facultar a adesão de Município a §4º O regime simplificado de que trata este artigo aplica-se
ata de registro de preços licitada por outro ente do mesmo nível aos convênios, contratos de repasse e instrumentos congêneres
federativo; celebrados após a publicação desta Lei.”
b) Dispor sobre a execução e liquidação do objeto remanescente
de contrato administrativo rescindido, permitir a prestação de Nesse sentido, ao estudante, é importante que haja atenção ao
garantia na forma de título de capitalização; e estudar o tema em voga, tendo em vista as inúmeras alterações que
c) Promover a gestão e a aplicação eficientes dos recursos poderão ocorrer no decorrer durante a aplicabilidade e vigor da Lei
oriundos de convênios e contratos de repasse. n.º 14.133/2021.

Desta forma, ficou estabelecido que aoArt. 86, §3º, foi Revogação e anulação da licitação
acrescentado o seguinte: De antemão, em relação à revogação e a anulação do
[...] procedimento licitatório, aplica-se o mesmo raciocínio, posto que
§3º A faculdade de aderir à ata de registro de preços na caso tenha havido vício no procedimento, busca-se por vias legais
condição de não participante poderá ser exercida: o a possibilidade de corrigi-lo. Em se tratando de caso de vício que
I - por órgãos e entidades da Administração Pública federal, não se possa sanar, ou haja a impossibilidade de saná-lo, a anulação
estadual, distrital e municipal, relativamente a ata de registro de se impõe. Entretanto, caso não exista qualquer espécie de vício no
preços de órgão ou entidade gerenciadora federal, estadual ou certame, mas, a contratação tenha sido deixada de ser considerada
distrital; ou de interesse público, impõe-se a aplicação da revogação.
II - por órgãos e entidades da Administração Pública municipal, Nos ditames do art. 62 da Lei nº 13.303/2016, após o início da
relativamente a ata de registro de preços de órgão ou entidade fase de apresentação de lances ou propostas, “além das hipóteses
gerenciadora municipal, desde que o sistema de registro de preços previstas no §3º do art. 57 desta Lei e no inciso II do §2º do art.
tenha sido formalizado mediante licitação. 75 desta Lei, quem dispuser de competência para homologação do
resultado poderá revogar a licitação por razões de interesse público
Ao artigo 90 da lei 14.133/2021, foi acrescentado no §7º, art. decorrentes de fato superveniente que constitua óbice manifesto
92, que para efeito do disposto na Lei de Licitações, consideram-se e incontornável, ou anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por
como adimplemento da obrigação contratual, os seguintes fatores: provocação de terceiros, salvo quando for viável a convalidação do
a) A prestação do serviço; ato ou do procedimento viciado.”
b) A realização da obra ou a entrega do bem, ou parcela destes;
e
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Ademais, dispõem os §§1º e 2º desse dispositivo que a Nos termos do art. 182: “O Poder Executivo federal atualizará, a
anulação da licitação por motivo de ilegalidade não gera obrigação cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
de indenizar, observando-se que a nulidade da licitação induz à do Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a substituí-lo, os
contrato. valores fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no PNCP”.
Sobre o tema, é importante memorizar os seguintes dispositivos
da nova Lei de Licitações:
Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e LEI FEDERAL Nº 14.133/2021 - LEI DE LICITAÇÕES E CON-
exauridos os recursos administrativos, o processo licitatório será TRATOS ADMINISTRATIVOS
encaminhado à autoridade superior, que poderá:
I - determinar o retorno dos autos para saneamento de
irregularidades; LEI Nº 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021
II - revogar a licitação por motivo de conveniência e
oportunidade; Lei de Licitações e Contratos Administrativos.
III - proceder à anulação da licitação, de ofício ou mediante
provocação de terceiros, sempre que presente ilegalidade insanável; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
IV - adjudicar o objeto e homologar a licitação. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§1º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade indicará
expressamente os atos com vícios insanáveis, tornando sem efeito TÍTULO I
todos os subsequentes que deles dependam, e dará ensejo à DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
apuração de responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§2º O motivo determinante para a revogação do processo CAPÍTULO I
licitatório deverá ser resultante de fato superveniente devidamente DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DESTA LEI
comprovado.
§3º Nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contra-
a prévia manifestação dos interessados. tação para as Administrações Públicas diretas, autárquicas e funda-
§4º O disposto neste artigo será aplicado, no que couber, à cionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
contratação direta e aos procedimentos auxiliares da licitação. e abrange:
I - os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos
Breves considerações adicionais acerca das mudanças no Estados e do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos
processo de licitação após a aprovação e entrada em vigor da Lei Municípios, quando no desempenho de função administrativa;
14.133/2.021 II - os fundos especiais e as demais entidades controladas dire-
– Com a aprovação da Nova Lei, nos ditames do §2º do art. 17, ta ou indiretamente pela Administração Pública.
será utilizada como regra geral, a forma eletrônica de contratação §1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as
para todos os procedimentos licitatórios. sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela
– Como exceção, caso seja preciso que a forma de contratação Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ressalvado o disposto no art.
seja feita presencialmente, o órgão deverá expor os motivos de fato 178 desta Lei.
e de direito no processo administrativo, porém, ficará incumbido da §2º As contratações realizadas no âmbito das repartições públi-
obrigação de gravar a sessão em áudio e também em vídeo. cas sediadas no exterior obedecerão às peculiaridades locais e aos
– O foco da Nova Lei, é buscar o incentivo para o uso do sistema princípios básicos estabelecidos nesta Lei, na forma de regulamen-
virtual nos certames, vindo, assim, a dar mais competitividade, tação específica a ser editada por ministro de Estado.
segurança e isonomia para as licitações de forma geral. §3º Nas licitações e contratações que envolvam recursos pro-
– A Nova Lei de Licitações criou o PNCP (Portal Nacional de venientes de empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de
Contratações Públicas), que irá servir como um portal obrigatório. cooperação estrangeira ou de organismo financeiro de que o Brasil
– Todos os órgãos terão obrigação de divulgar suas licitações, seja parte, podem ser admitidas:
sejam eles federais, estaduais ou municipais. I - condições decorrentes de acordos internacionais aprovados
pelo Congresso Nacional e ratificados pelo Presidente da República;
Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as demandas II - condições peculiares à seleção e à contratação constantes
das estruturas da Administração Pública deverão ser de qualidade de normas e procedimentos das agências ou dos organismos, desde
comum, não superior à necessária para cumprir as finalidades às que:
quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo. a) sejam exigidas para a obtenção do empréstimo ou doação;
–Art. 95, §2º. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com b) não conflitem com os princípios constitucionais em vigor;
a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação de c) sejam indicadas no respectivo contrato de empréstimo ou
serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor doação e tenham sido objeto de parecer favorável do órgão jurídi-
não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). co do contratante do financiamento previamente à celebração do
referido contrato;
– São atos da Administração Pública antes de formalizar ou d) (VETADO).
prorrogar contratos administrativos: verificar a regularidade fiscal §4º A documentação encaminhada ao Senado Federal para
do contratado; consultar o Cadastro Nacional de Empresas idôneas autorização do empréstimo de que trata o §3º deste artigo deverá
e suspensas (CEIS) e punidas (CNEP). fazer referência às condições contratuais que incidam na hipótese
do referido parágrafo.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§5º As contratações relativas à gestão, direta e indireta, das re- cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as
servas internacionais do País, inclusive as de serviços conexos ou disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei
acessórios a essa atividade, serão disciplinadas em ato normativo de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
próprio do Banco Central do Brasil, assegurada a observância dos
princípios estabelecidos no caput do art. 37 da Constituição Fede- CAPÍTULO III
ral. DAS DEFINIÇÕES
Art. 2º Esta Lei aplica-se a:
I - alienação e concessão de direito real de uso de bens; Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
II - compra, inclusive por encomenda; I - órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Admi-
III - locação; nistração Pública;
IV - concessão e permissão de uso de bens públicos; II - entidade: unidade de atuação dotada de personalidade ju-
V - prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais es- rídica;
pecializados; III - Administração Pública: administração direta e indireta da
VI - obras e serviços de arquitetura e engenharia; União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive
VII - contratações de tecnologia da informação e de comuni- as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob con-
cação. trole do poder público e as fundações por ele instituídas ou man-
Art. 3º Não se subordinam ao regime desta Lei: tidas;
I - contratos que tenham por objeto operação de crédito, inter- IV - Administração: órgão ou entidade por meio do qual a Ad-
no ou externo, e gestão de dívida pública, incluídas as contratações ministração Pública atua;
de agente financeiro e a concessão de garantia relacionadas a esses V - agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nome-
contratos; ação, designação, contratação ou qualquer outra forma de inves-
II - contratações sujeitas a normas previstas em legislação pró- tidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em
pria. pessoa jurídica integrante da Administração Pública;
Art. 4º Aplicam-se às licitações e contratos disciplinados por VI - autoridade: agente público dotado de poder de decisão;
esta Lei as disposições constantes dos arts. 42 a 49 da Lei Comple- VII - contratante: pessoa jurídica integrante da Administração
mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Pública responsável pela contratação;
§1º As disposições a que se refere o caput deste artigo não são VIII - contratado: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pes-
aplicadas: soas jurídicas, signatária de contrato com a Administração;
I - no caso de licitação para aquisição de bens ou contratação IX - licitante: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pesso-
de serviços em geral, ao item cujo valor estimado for superior à as jurídicas, que participa ou manifesta a intenção de participar de
receita bruta máxima admitida para fins de enquadramento como processo licitatório, sendo-lhe equiparável, para os fins desta Lei, o
empresa de pequeno porte; fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento à solici-
II - no caso de contratação de obras e serviços de engenharia, tação da Administração, oferece proposta;
às licitações cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima X - compra: aquisição remunerada de bens para fornecimen-
admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno to de uma só vez ou parceladamente, considerada imediata aquela
porte. com prazo de entrega de até 30 (trinta) dias da ordem de forneci-
§2º A obtenção de benefícios a que se refere o caput deste mento;
artigo fica limitada às microempresas e às empresas de pequeno XI - serviço: atividade ou conjunto de atividades destinadas a
porte que, no ano-calendário de realização da licitação, ainda não obter determinada utilidade, intelectual ou material, de interesse
tenham celebrado contratos com a Administração Pública cujos va- da Administração;
lores somados extrapolem a receita bruta máxima admitida para XII - obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como
fins de enquadramento como empresa de pequeno porte, devendo privativa das profissões de arquiteto e engenheiro que implica in-
o órgão ou entidade exigir do licitante declaração de observância tervenção no meio ambiente por meio de um conjunto harmônico
desse limite na licitação. de ações que, agregadas, formam um todo que inova o espaço físi-
§3º Nas contratações com prazo de vigência superior a 1 (um) co da natureza ou acarreta alteração substancial das características
ano, será considerado o valor anual do contrato na aplicação dos originais de bem imóvel;
limites previstos nos §§1º e 2º deste artigo. XIII - bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de desem-
penho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital,
CAPÍTULO II por meio de especificações usuais de mercado;
DOS PRINCÍPIOS XIV - bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta hete-
rogeneidade ou complexidade, não podem ser descritos na forma
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios do inciso XIII do caput deste artigo, exigida justificativa prévia do
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, contratante;
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, XV - serviços e fornecimentos contínuos: serviços contratados e
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da compras realizadas pela Administração Pública para a manutenção
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do da atividade administrativa, decorrentes de necessidades perma-
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da nentes ou prolongadas;
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi- XVI - serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de
mão de obra: aqueles cujo modelo de execução contratual exige,
entre outros requisitos, que:
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a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas de- XXIII - termo de referência: documento necessário para a con-
pendências do contratante para a prestação dos serviços; tratação de bens e serviços, que deve conter os seguintes parâme-
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e mate- tros e elementos descritivos:
riais disponíveis de uma contratação para execução simultânea de a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos,
outros contratos; o prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua prorro-
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quan- gação;
to à distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alo- b) fundamentação da contratação, que consiste na referência
cados aos seus contratos; aos estudos técnicos preliminares correspondentes ou, quando não
XVII - serviços não contínuos ou contratados por escopo: aque- for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes que não
les que impõem ao contratado o dever de realizar a prestação de contiverem informações sigilosas;
um serviço específico em período predeterminado, podendo ser c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ci-
prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo necessário à clo de vida do objeto;
conclusão do objeto; d) requisitos da contratação;
XVIII - serviços técnicos especializados de natureza predomi- e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de
nantemente intelectual: aqueles realizados em trabalhos relativos como o contrato deverá produzir os resultados pretendidos desde o
a: seu início até o seu encerramento;
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execu-
executivos; ção do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou enti-
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; dade;
c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e g) critérios de medição e de pagamento;
tributárias; h) forma e critérios de seleção do fornecedor;
d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços; i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos pre-
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas; ços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documen-
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; tos que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a obten-
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; ção dos preços e para os respectivos cálculos, que devem constar
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en- de documento separado e classificado;
saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento j) adequação orçamentária;
de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais XXIV - anteprojeto: peça técnica com todos os subsídios neces-
serviços de engenharia que se enquadrem na definição deste inciso; sários à elaboração do projeto básico, que deve conter, no mínimo,
XIX - notória especialização: qualidade de profissional ou de os seguintes elementos:
empresa cujo conceito, no campo de sua especialidade, decorrente a) demonstração e justificativa do programa de necessidades,
de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, orga- avaliação de demanda do público-alvo, motivação técnico-econô-
nização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos rela- mico-social do empreendimento, visão global dos investimentos e
cionados com suas atividades, permite inferir que o seu trabalho definições relacionadas ao nível de serviço desejado;
é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade;
objeto do contrato; c) prazo de entrega;
XX - estudo técnico preliminar: documento constitutivo da pri- d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou
meira etapa do planejamento de uma contratação que caracteriza projeto da área de influência, quando cabível;
o interesse público envolvido e a sua melhor solução e dá base ao e) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia
anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem na utilização, de facilidade na execução, de impacto ambiental e de
elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação; acessibilidade;
XXI - serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de ati- f) proposta de concepção da obra ou do serviço de engenharia;
vidades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram
material, de interesse para a Administração e que, não enquadra- a concepção proposta;
das no conceito de obra a que se refere o inciso XII do caput des- h) levantamento topográfico e cadastral;
te artigo, são estabelecidas, por força de lei, como privativas das i) pareceres de sondagem;
profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos especializados, j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com-
que compreendem: ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia estabelecer padrões mínimos para a contratação;
que tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos XXV - projeto básico: conjunto de elementos necessários e sufi-
de desempenho e qualidade, de manutenção, de adequação e de cientes, com nível de precisão adequado para definir e dimensionar
adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das caracte- a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto
rísticas originais dos bens; da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técni-
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta he- cos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o adequado
terogeneidade ou complexidade, não pode se enquadrar na defini- tratamento do impacto ambiental do empreendimento e que pos-
ção constante da alínea “a” deste inciso; sibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do
XXII - obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
cujo valor estimado supera R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões
de reais); (Vide Decreto nº 11.871, de 2023) Vigência

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a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e en- XXX - empreitada integral: contratação de empreendimento em
saios geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos socio- sua integralidade, compreendida a totalidade das etapas de obras,
ambientais e demais dados e levantamentos necessários para exe- serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade do
cução da solução escolhida; contratado até sua entrega ao contratante em condições de entrada
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de- em operação, com características adequadas às finalidades para as
talhadas, de forma a evitar, por ocasião da elaboração do projeto quais foi contratado e atendidos os requisitos técnicos e legais para
executivo e da realização das obras e montagem, a necessidade de sua utilização com segurança estrutural e operacional;
reformulações ou variantes quanto à qualidade, ao preço e ao prazo XXXI - contratação por tarefa: regime de contratação de mão de
inicialmente definidos; obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem forne-
c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais cimento de materiais;
e equipamentos a incorporar à obra, bem como das suas especifi- XXXII - contratação integrada: regime de contratação de obras e
cações, de modo a assegurar os melhores resultados para o empre- serviços de engenharia em que o contratado é responsável por ela-
endimento e a segurança executiva na utilização do objeto, para os borar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar obras e
fins a que se destina, considerados os riscos e os perigos identificá- serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais
veis, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações
d) informações que possibilitem o estudo e a definição de mé- necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;
todos construtivos, de instalações provisórias e de condições orga- XXXIII - contratação semi-integrada: regime de contratação de
nizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a obras e serviços de engenharia em que o contratado é responsável
sua execução; por elaborar e desenvolver o projeto executivo, executar obras e
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais
obra, compreendidos a sua programação, a estratégia de suprimen- e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações
tos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;
caso; XXXIV - fornecimento e prestação de serviço associado: regime
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamen- de contratação em que, além do fornecimento do objeto, o contra-
tado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente tado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou ambas,
avaliados, obrigatório exclusivamente para os regimes de execução por tempo determinado;
previstos nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art. 46 desta Lei; XXXV - licitação internacional: licitação processada em terri-
XXVI - projeto executivo: conjunto de elementos necessários tório nacional na qual é admitida a participação de licitantes es-
e suficientes à execução completa da obra, com o detalhamento trangeiros, com a possibilidade de cotação de preços em moeda
das soluções previstas no projeto básico, a identificação de servi- estrangeira, ou licitação na qual o objeto contratual pode ou deve
ços, de materiais e de equipamentos a serem incorporados à obra, ser executado no todo ou em parte em território estrangeiro;
bem como suas especificações técnicas, de acordo com as normas XXXVI - serviço nacional: serviço prestado em território nacio-
técnicas pertinentes; nal, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal;
XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos XXXVII - produto manufaturado nacional: produto manufatura-
e de responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilí- do produzido no território nacional de acordo com o processo pro-
brio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus dutivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder
financeiro decorrente de eventos supervenientes à contratação, Executivo federal;
contendo, no mínimo, as seguintes informações: XXXVIII - concorrência: modalidade de licitação para contrata-
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura ção de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e
do contrato que possam causar impacto em seu equilíbrio econô- especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser:
mico-financeiro e previsão de eventual necessidade de prolação de a) menor preço;
termo aditivo por ocasião de sua ocorrência; b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das c) técnica e preço;
frações do objeto com relação às quais haverá liberdade para os d) maior retorno econômico;
contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas, e) maior desconto;
em termos de modificação das soluções previamente delineadas no XXXIX - concurso: modalidade de licitação para escolha de tra-
anteprojeto ou no projeto básico; balho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de
frações do objeto com relação às quais não haverá liberdade para prêmio ou remuneração ao vencedor;
os contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnoló- XL - leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imó-
gicas, devendo haver obrigação de aderência entre a execução e a veis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a
solução predefinida no anteprojeto ou no projeto básico, conside- quem oferecer o maior lance;
radas as características do regime de execução no caso de obras e XLI - pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição
serviços de engenharia; de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o
XXVIII - empreitada por preço unitário: contratação da execu- de menor preço ou o de maior desconto;
ção da obra ou do serviço por preço certo de unidades determina- XLII - diálogo competitivo: modalidade de licitação para contra-
das; tação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública
XXIX - empreitada por preço global: contratação da execução realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante
da obra ou do serviço por preço certo e total;

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critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alter- LVI - sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em
nativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os lici- valor expressivamente superior aos preços referenciais de mercado,
tantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos; seja de apenas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação for por
XLIII - credenciamento: processo administrativo de chamamen- preços unitários de serviço, seja do valor global do objeto, se a lici-
to público em que a Administração Pública convoca interessados tação ou a contratação for por tarefa, empreitada por preço global
em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os re- ou empreitada integral, semi-integrada ou integrada;
quisitos necessários, se credenciem no órgão ou na entidade para LVII - superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da Ad-
executar o objeto quando convocados; ministração, caracterizado, entre outras situações, por:
XLIV - pré-qualificação: procedimento seletivo prévio à licita- a) medição de quantidades superiores às efetivamente execu-
ção, convocado por meio de edital, destinado à análise das condi- tadas ou fornecidas;
ções de habilitação, total ou parcial, dos interessados ou do objeto; b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia
XLV - sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos que resulte em diminuição da sua qualidade, vida útil ou segurança;
para realização, mediante contratação direta ou licitação nas moda- c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenha-
lidades pregão ou concorrência, de registro formal de preços relati- ria que causem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato em
vos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens favor do contratado;
para contratações futuras; d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebi-
XLVI - ata de registro de preços: documento vinculativo e obri- mentos contratuais antecipados, distorção do cronograma físico-fi-
gacional, com característica de compromisso para futura contrata- nanceiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com custos
ção, no qual são registrados o objeto, os preços, os fornecedores, os adicionais para a Administração ou reajuste irregular de preços;
órgãos participantes e as condições a serem praticadas, conforme LVIII - reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção
as disposições contidas no edital da licitação, no aviso ou instru- do equilíbrio econômico-financeiro de contrato consistente na apli-
mento de contratação direta e nas propostas apresentadas; cação do índice de correção monetária previsto no contrato, que
XLVII - órgão ou entidade gerenciadora: órgão ou entidade da deve retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a
Administração Pública responsável pela condução do conjunto de adoção de índices específicos ou setoriais;
procedimentos para registro de preços e pelo gerenciamento da ata LIX - repactuação: forma de manutenção do equilíbrio econô-
de registro de preços dele decorrente; mico-financeiro de contrato utilizada para serviços contínuos com
XLVIII - órgão ou entidade participante: órgão ou entidade da regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância
Administração Pública que participa dos procedimentos iniciais da de mão de obra, por meio da análise da variação dos custos contra-
contratação para registro de preços e integra a ata de registro de tuais, devendo estar prevista no edital com data vinculada à apre-
preços; sentação das propostas, para os custos decorrentes do mercado, e
XLIX - órgão ou entidade não participante: órgão ou entidade com data vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio
da Administração Pública que não participa dos procedimentos ini- coletivo ao qual o orçamento esteja vinculado, para os custos de-
ciais da licitação para registro de preços e não integra a ata de re- correntes da mão de obra;
gistro de preços; LX - agente de contratação: pessoa designada pela autoridade
L - comissão de contratação: conjunto de agentes públicos in- competente, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos
dicados pela Administração, em caráter permanente ou especial, quadros permanentes da Administração Pública, para tomar deci-
com a função de receber, examinar e julgar documentos relativos às sões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedi-
licitações e aos procedimentos auxiliares; mento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessá-
LI - catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e rias ao bom andamento do certame até a homologação.
obras: sistema informatizado, de gerenciamento centralizado e com
indicação de preços, destinado a permitir a padronização de itens a CAPÍTULO IV
serem adquiridos pela Administração Pública e que estarão dispo- DOS AGENTES PÚBLICOS
níveis para a licitação;
LII - sítio eletrônico oficial: sítio da internet, certificado digital- Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade,
mente por autoridade certificadora, no qual o ente federativo divul- ou a quem as normas de organização administrativa indicarem, pro-
ga de forma centralizada as informações e os serviços de governo mover gestão por competências e designar agentes públicos para o
digital dos seus órgãos e entidades; desempenho das funções essenciais à execução desta Lei que pre-
LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação encham os seguintes requisitos:
de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado
de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, público dos quadros permanentes da Administração Pública;
na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra- II - tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou
tado com base em percentual da economia gerada; possuam formação compatível ou qualificação atestada por certifi-
LIV - seguro-garantia: seguro que garante o fiel cumprimento cação profissional emitida por escola de governo criada e mantida
das obrigações assumidas pelo contratado; pelo poder público; e
LV - produtos para pesquisa e desenvolvimento: bens, insumos, III - não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contra-
serviços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tados habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de
tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológi- parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de na-
ca, discriminados em projeto de pesquisa; tureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil.

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§1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá obser- §1º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licita-
var o princípio da segregação de funções, vedada a designação do ção ou da execução do contrato agente público de órgão ou enti-
mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais dade licitante ou contratante, devendo ser observadas as situações
suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação que possam configurar conflito de interesses no exercício ou após
de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação. o exercício do cargo ou emprego, nos termos da legislação que dis-
§2º O disposto no caput e no §1º deste artigo, inclusive os re- ciplina a matéria.
quisitos estabelecidos, também se aplica aos órgãos de assessora- §2º As vedações de que trata este artigo estendem-se a tercei-
mento jurídico e de controle interno da Administração. ro que auxilie a condução da contratação na qualidade de integran-
Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação, te de equipe de apoio, profissional especializado ou funcionário ou
pessoa designada pela autoridade competente, entre servidores representante de empresa que preste assessoria técnica.
efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Ad- Art. 10. Se as autoridades competentes e os servidores públi-
ministração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da cos que tiverem participado dos procedimentos relacionados às
licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quais- licitações e aos contratos de que trata esta Lei precisarem defen-
quer outras atividades necessárias ao bom andamento do certame der-se nas esferas administrativa, controladora ou judicial em razão
até a homologação. de ato praticado com estrita observância de orientação constante
§1º O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio em parecer jurídico elaborado na forma do §1º do art. 53 desta Lei,
e responderá individualmente pelos atos que praticar, salvo quando a advocacia pública promoverá, a critério do agente público, sua
induzido a erro pela atuação da equipe. representação judicial ou extrajudicial.
§2º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde §1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando:
que observados os requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, o I - (VETADO);
agente de contratação poderá ser substituído por comissão de con- II - provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos au-
tratação formada por, no mínimo, 3 (três) membros, que respon- tos do processo administrativo ou judicial.
derão solidariamente por todos os atos praticados pela comissão, §2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na hi-
ressalvado o membro que expressar posição individual divergente pótese de o agente público não mais ocupar o cargo, emprego ou
fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que hou- função em que foi praticado o ato questionado.
ver sido tomada a decisão.
§3º As regras relativas à atuação do agente de contratação e da TÍTULO II
equipe de apoio, ao funcionamento da comissão de contratação e à DAS LICITAÇÕES
atuação de fiscais e gestores de contratos de que trata esta Lei se-
rão estabelecidas em regulamento, e deverá ser prevista a possibili- CAPÍTULO I
dade de eles contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento DO PROCESSO LICITATÓRIO
jurídico e de controle interno para o desempenho das funções es-
senciais à execução do disposto nesta Lei. (Regulamento) Vigência Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:
§4º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de
objeto não seja rotineiramente contratado pela Administração, po- contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive
derá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa no que se refere ao ciclo de vida do objeto;
ou de profissional especializado para assessorar os agentes públicos II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem
responsáveis pela condução da licitação. como a justa competição;
§5º Em licitação na modalidade pregão, o agente responsável III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços mani-
pela condução do certame será designado pregoeiro. festamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos con-
Art. 9º É vedado ao agente público designado para atuar na tratos;
área de licitações e contratos, ressalvados os casos previstos em lei: IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sus-
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situ- tentável.
ações que: Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é
a) comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo responsável pela governança das contratações e deve implementar
do processo licitatório, inclusive nos casos de participação de socie- processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles in-
dades cooperativas; ternos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios
b) estabeleçam preferências ou distinções em razão da natura- e os respectivos contratos, com o intuito de alcançar os objetivos
lidade, da sede ou do domicílio dos licitantes; estabelecidos no caput deste artigo, promover um ambiente ínte-
c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico gro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao plane-
do contrato; jamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência,
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, efetividade e eficácia em suas contratações.
legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra entre empresas Art. 12. No processo licitatório, observar-se-á o seguinte:
brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, mo- I - os documentos serão produzidos por escrito, com data e lo-
dalidade e local de pagamento, mesmo quando envolvido financia- cal de sua realização e assinatura dos responsáveis;
mento de agência internacional; II - os valores, os preços e os custos utilizados terão como ex-
III - opor resistência injustificada ao andamento dos processos pressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o dispos-
e, indevidamente, retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou to no art. 52 desta Lei;
praticá-lo contra disposição expressa em lei.

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III - o desatendimento de exigências meramente formais que V - empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos ter-
não comprometam a aferição da qualificação do licitante ou a com- mos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, concorrendo en-
preensão do conteúdo de sua proposta não importará seu afasta- tre si;
mento da licitação ou a invalidação do processo; VI - pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores
IV - a prova de autenticidade de cópia de documento público à divulgação do edital, tenha sido condenada judicialmente, com
ou particular poderá ser feita perante agente da Administração, me- trânsito em julgado, por exploração de trabalho infantil, por sub-
diante apresentação de original ou de declaração de autenticidade missão de trabalhadores a condições análogas às de escravo ou por
por advogado, sob sua responsabilidade pessoal; contratação de adolescentes nos casos vedados pela legislação tra-
V - o reconhecimento de firma somente será exigido quando balhista.
houver dúvida de autenticidade, salvo imposição legal; §1º O impedimento de que trata o inciso III do caput deste ar-
VI - os atos serão preferencialmente digitais, de forma a permi- tigo será também aplicado ao licitante que atue em substituição a
tir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados outra pessoa, física ou jurídica, com o intuito de burlar a efetividade
por meio eletrônico; da sanção a ela aplicada, inclusive a sua controladora, controlada
VII - a partir de documentos de formalização de demandas, os ou coligada, desde que devidamente comprovado o ilícito ou a utili-
órgãos responsáveis pelo planejamento de cada ente federativo po- zação fraudulenta da personalidade jurídica do licitante.
derão, na forma de regulamento, elaborar plano de contratações §2º A critério da Administração e exclusivamente a seu serviço,
anual, com o objetivo de racionalizar as contratações dos órgãos e o autor dos projetos e a empresa a que se referem os incisos I e II
entidades sob sua competência, garantir o alinhamento com o seu do caput deste artigo poderão participar no apoio das atividades
planejamento estratégico e subsidiar a elaboração das respectivas de planejamento da contratação, de execução da licitação ou de
leis orçamentárias. (Regulamento) gestão do contrato, desde que sob supervisão exclusiva de agentes
§1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII do públicos do órgão ou entidade.
caput deste artigo deverá ser divulgado e mantido à disposição do §3º Equiparam-se aos autores do projeto as empresas inte-
público em sítio eletrônico oficial e será observado pelo ente fede- grantes do mesmo grupo econômico.
rativo na realização de licitações e na execução dos contratos. §4º O disposto neste artigo não impede a licitação ou a contra-
§2º É permitida a identificação e assinatura digital por pessoa tação de obra ou serviço que inclua como encargo do contratado
física ou jurídica em meio eletrônico, mediante certificado digital a elaboração do projeto básico e do projeto executivo, nas contra-
emitido em âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira tações integradas, e do projeto executivo, nos demais regimes de
(ICP-Brasil). execução.
Art. 13. Os atos praticados no processo licitatório são públicos, §5º Em licitações e contratações realizadas no âmbito de pro-
ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescin- jetos e programas parcialmente financiados por agência oficial de
dível à segurança da sociedade e do Estado, na forma da lei. cooperação estrangeira ou por organismo financeiro internacional
Parágrafo único. A publicidade será diferida: com recursos do financiamento ou da contrapartida nacional, não
I - quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva aber- poderá participar pessoa física ou jurídica que integre o rol de pes-
tura; soas sancionadas por essas entidades ou que seja declarada inidô-
II - quanto ao orçamento da Administração, nos termos do art. nea nos termos desta Lei.
24 desta Lei. Art. 15. Salvo vedação devidamente justificada no processo lici-
Art. 14. Não poderão disputar licitação ou participar da execu- tatório, pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio,
ção de contrato, direta ou indiretamente: observadas as seguintes normas:
I - autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto execu- I - comprovação de compromisso público ou particular de cons-
tivo, pessoa física ou jurídica, quando a licitação versar sobre obra, tituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
serviços ou fornecimento de bens a ele relacionados; II - indicação da empresa líder do consórcio, que será responsá-
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela vel por sua representação perante a Administração;
elaboração do projeto básico ou do projeto executivo, ou empre- III - admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório
sa da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, controlador, dos quantitativos de cada consorciado e, para efeito de habilitação
acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital econômico-financeira, do somatório dos valores de cada consorcia-
com direito a voto, responsável técnico ou subcontratado, quando do;
a licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimento de bens a IV - impedimento de a empresa consorciada participar, na mes-
ela necessários; ma licitação, de mais de um consórcio ou de forma isolada;
III - pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da lici- V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos prati-
tação, impossibilitada de participar da licitação em decorrência de cados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execu-
sanção que lhe foi imposta; ção do contrato.
IV - aquele que mantenha vínculo de natureza técnica, comer- §1º O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de
cial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do 10% (dez por cento) a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido
órgão ou entidade contratante ou com agente público que desem- de licitante individual para a habilitação econômico-financeira, sal-
penhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do vo justificação.
contrato, ou que deles seja cônjuge, companheiro ou parente em §2º O acréscimo previsto no §1º deste artigo não se aplica aos
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, devendo consórcios compostos, em sua totalidade, de microempresas e pe-
essa proibição constar expressamente do edital de licitação; quenas empresas, assim definidas em lei.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§3º O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da ce- §5º Na hipótese excepcional de licitação sob a forma presencial
lebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos a que refere o §2º deste artigo, a sessão pública de apresentação
termos do compromisso referido no inciso I do caput deste artigo. de propostas deverá ser gravada em áudio e vídeo, e a gravação
§4º Desde que haja justificativa técnica aprovada pela autori- será juntada aos autos do processo licitatório depois de seu encer-
dade competente, o edital de licitação poderá estabelecer limite ramento.
máximo para o número de empresas consorciadas. §6º A Administração poderá exigir certificação por organização
§5º A substituição de consorciado deverá ser expressamente independente acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia,
autorizada pelo órgão ou entidade contratante e condicionada à Qualidade e Tecnologia (Inmetro) como condição para aceitação de:
comprovação de que a nova empresa do consórcio possui, no míni- I - estudos, anteprojetos, projetos básicos e projetos executi-
mo, os mesmos quantitativos para efeito de habilitação técnica e os vos;
mesmos valores para efeito de qualificação econômico-financeira II - conclusão de fases ou de objetos de contratos;
apresentados pela empresa substituída para fins de habilitação do III - material e corpo técnico apresentados por empresa para
consórcio no processo licitatório que originou o contrato. fins de habilitação.
Art. 16. Os profissionais organizados sob a forma de cooperati-
va poderão participar de licitação quando: CAPÍTULO II
I - a constituição e o funcionamento da cooperativa observa- DA FASE PREPARATÓRIA
rem as regras estabelecidas na legislação aplicável, em especial a
Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, a Lei nº 12.690, de 19 de SEÇÃO I
julho de 2012, e a Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009; DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO LICITATÓRIO
II - a cooperativa apresentar demonstrativo de atuação em re-
gime cooperado, com repartição de receitas e despesas entre os Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracte-
cooperados; rizada pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano
III - qualquer cooperado, com igual qualificação, for capaz de de contratações anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12
executar o objeto contratado, vedado à Administração indicar no- desta Lei, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem
minalmente pessoas; como abordar todas as considerações técnicas, mercadológicas e
IV - o objeto da licitação referir-se, em se tratando de coope- de gestão que podem interferir na contratação, compreendidos:
rativas enquadradas na Lei nº 12.690, de 19 de julho de 2012, a I - a descrição da necessidade da contratação fundamentada
serviços especializados constantes do objeto social da cooperativa, em estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público
a serem executados de forma complementar à sua atuação. envolvido;
Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases, II - a definição do objeto para o atendimento da necessidade,
em sequência: por meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou
I - preparatória; projeto executivo, conforme o caso;
II - de divulgação do edital de licitação; III - a definição das condições de execução e pagamento, das
III - de apresentação de propostas e lances, quando for o caso; garantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento;
IV - de julgamento; IV - o orçamento estimado, com as composições dos preços uti-
V - de habilitação; lizados para sua formação;
VI - recursal; V - a elaboração do edital de licitação;
VII - de homologação. VI - a elaboração de minuta de contrato, quando necessária,
§1º A fase referida no inciso V do caput deste artigo poderá, que constará obrigatoriamente como anexo do edital de licitação;
mediante ato motivado com explicitação dos benefícios decorren- VII - o regime de fornecimento de bens, de prestação de servi-
tes, anteceder as fases referidas nos incisos III e IV do caput deste ços ou de execução de obras e serviços de engenharia, observados
artigo, desde que expressamente previsto no edital de licitação. os potenciais de economia de escala;
§2º As licitações serão realizadas preferencialmente sob a for- VIII - a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o
ma eletrônica, admitida a utilização da forma presencial, desde que modo de disputa e a adequação e eficiência da forma de combina-
motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata e gravada ção desses parâmetros, para os fins de seleção da proposta apta a
em áudio e vídeo. gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a Administra-
§3º Desde que previsto no edital, na fase a que se refere o in- ção Pública, considerado todo o ciclo de vida do objeto;
ciso IV do caput deste artigo, o órgão ou entidade licitante poderá, IX - a motivação circunstanciada das condições do edital, tais
em relação ao licitante provisoriamente vencedor, realizar análise como justificativa de exigências de qualificação técnica, mediante
e avaliação da conformidade da proposta, mediante homologação indicação das parcelas de maior relevância técnica ou valor signifi-
de amostras, exame de conformidade e prova de conceito, entre cativo do objeto, e de qualificação econômico-financeira, justificati-
outros testes de interesse da Administração, de modo a comprovar va dos critérios de pontuação e julgamento das propostas técnicas,
sua aderência às especificações definidas no termo de referência ou nas licitações com julgamento por melhor técnica ou técnica e pre-
no projeto básico. ço, e justificativa das regras pertinentes à participação de empresas
§4º Nos procedimentos realizados por meio eletrônico, a Admi- em consórcio;
nistração poderá determinar, como condição de validade e eficácia, X - a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da
que os licitantes pratiquem seus atos em formato eletrônico. licitação e a boa execução contratual;
XI - a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento
da licitação, observado o art. 24 desta Lei.

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§1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do III - instituir sistema informatizado de acompanhamento de
caput deste artigo deverá evidenciar o problema a ser resolvido e obras, inclusive com recursos de imagem e vídeo;
a sua melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabili- IV - instituir, com auxílio dos órgãos de assessoramento jurídico
dade técnica e econômica da contratação, e conterá os seguintes e de controle interno, modelos de minutas de editais, de termos de
elementos: referência, de contratos padronizados e de outros documentos, ad-
I - descrição da necessidade da contratação, considerado o pro- mitida a adoção das minutas do Poder Executivo federal por todos
blema a ser resolvido sob a perspectiva do interesse público; os entes federativos;
II - demonstração da previsão da contratação no plano de con- V - promover a adoção gradativa de tecnologias e processos
tratações anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu integrados que permitam a criação, a utilização e a atualização de
alinhamento com o planejamento da Administração; modelos digitais de obras e serviços de engenharia.
III - requisitos da contratação; §1º O catálogo referido no inciso II do caput deste artigo pode-
IV - estimativas das quantidades para a contratação, acompa- rá ser utilizado em licitações cujo critério de julgamento seja o de
nhadas das memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão menor preço ou o de maior desconto e conterá toda a documenta-
suporte, que considerem interdependências com outras contrata- ção e os procedimentos próprios da fase interna de licitações, assim
ções, de modo a possibilitar economia de escala; como as especificações dos respectivos objetos, conforme disposto
V - levantamento de mercado, que consiste na análise das al- em regulamento.
ternativas possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha §2º A não utilização do catálogo eletrônico de padronização de
do tipo de solução a contratar; que trata o inciso II do caput ou dos modelos de minutas de que tra-
VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos pre- ta o inciso IV do caput deste artigo deverá ser justificada por escrito
ços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documen- e anexada ao respectivo processo licitatório.
tos que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado, §3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arqui-
se a Administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão tetura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será prefe-
da licitação; rencialmente adotada a Modelagem da Informação da Construção
VII - descrição da solução como um todo, inclusive das exigên- (Building Information Modelling - BIM) ou tecnologias e processos
cias relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la.
o caso; Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as deman-
VIII - justificativas para o parcelamento ou não da contratação; das das estruturas da Administração Pública deverão ser de quali-
IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de dade comum, não superior à necessária para cumprir as finalidades
economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos huma- às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo. Regu-
nos, materiais e financeiros disponíveis; lamento (Vigência)
X - providências a serem adotadas pela Administração previa- §1º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário definirão em
mente à celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de regulamento os limites para o enquadramento dos bens de consu-
servidores ou de empregados para fiscalização e gestão contratual; mo nas categorias comum e luxo.
XI - contratações correlatas e/ou interdependentes; §2º A partir de 180 (cento e oitenta) dias contados da promul-
XII - descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas gação desta Lei, novas compras de bens de consumo só poderão ser
medidas mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de efetivadas com a edição, pela autoridade competente, do regula-
energia e de outros recursos, bem como logística reversa para des- mento a que se refere o §1º deste artigo.
fazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável; §3º (VETADO).
XIII - posicionamento conclusivo sobre a adequação da contra- Art. 21. A Administração poderá convocar, com antecedência
tação para o atendimento da necessidade a que se destina. mínima de 8 (oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a dis-
§2º O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os tância, na forma eletrônica, sobre licitação que pretenda realizar,
elementos previstos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do §1º deste ar- com disponibilização prévia de informações pertinentes, inclusive
tigo e, quando não contemplar os demais elementos previstos no de estudo técnico preliminar e elementos do edital de licitação, e
referido parágrafo, apresentar as devidas justificativas. com possibilidade de manifestação de todos os interessados.
§3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contra- Parágrafo único. A Administração também poderá submeter a
tação de obras e serviços comuns de engenharia, se demonstrada licitação a prévia consulta pública, mediante a disponibilização de
a inexistência de prejuízo para a aferição dos padrões de desempe- seus elementos a todos os interessados, que poderão formular su-
nho e qualidade almejados, a especificação do objeto poderá ser gestões no prazo fixado.
realizada apenas em termo de referência ou em projeto básico, dis- Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de ris-
pensada a elaboração de projetos. cos entre o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo
Art. 19. Os órgãos da Administração com competências regula- do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco
mentares relativas às atividades de administração de materiais, de compatível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos ao
obras e serviços e de licitações e contratos deverão: contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente fe-
I - instituir instrumentos que permitam, preferencialmente, derativo.
a centralização dos procedimentos de aquisição e contratação de §1º A matriz de que trata o caput deste artigo deverá promo-
bens e serviços; ver a alocação eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer
II - criar catálogo eletrônico de padronização de compras, ser- a responsabilidade que caiba a cada parte contratante, bem como
viços e obras, admitida a adoção do catálogo do Poder Executivo os mecanismos que afastem a ocorrência do sinistro e mitiguem os
federal por todos os entes federativos; seus efeitos, caso este ocorra durante a execução contratual.

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a solução para o seu concurso!
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§2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz II - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia espe-
de riscos, especialmente quanto: cializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder
I - às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equa- Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de domí-
ção econômico-financeira do contrato nos casos em que o sinistro nio amplo, desde que contenham a data e a hora de acesso;
seja considerado na matriz de riscos como causa de desequilíbrio III - contratações similares feitas pela Administração Pública,
não suportada pela parte que pretenda o restabelecimento; em execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à
II - à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar ex- data da pesquisa de preços, observado o índice de atualização de
cessivamente ou impedir a continuidade da execução contratual; preços correspondente;
III - à contratação de seguros obrigatórios previamente defini- IV - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na
dos no contrato, integrado o custo de contratação ao preço oferta- forma de regulamento.
do. §3º Nas contratações realizadas por Municípios, Estados e Dis-
§3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de gran- trito Federal, desde que não envolvam recursos da União, o valor
de vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada previamente estimado da contratação, a que se refere o caput des-
e semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará matriz de te artigo, poderá ser definido por meio da utilização de outros siste-
alocação de riscos entre o contratante e o contratado. mas de custos adotados pelo respectivo ente federativo.
§4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos §4º Nas contratações diretas por inexigibilidade ou por dis-
decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à pensa, quando não for possível estimar o valor do objeto na forma
escolha da solução de projeto básico pelo contratado deverão ser estabelecida nos §§1º, 2º e 3º deste artigo, o contratado deverá
alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos. comprovar previamente que os preços estão em conformidade com
Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá os praticados em contratações semelhantes de objetos de mesma
ser compatível com os valores praticados pelo mercado, considera- natureza, por meio da apresentação de notas fiscais emitidas para
dos os preços constantes de bancos de dados públicos e as quan- outros contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data da
tidades a serem contratadas, observadas a potencial economia de contratação pela Administração, ou por outro meio idôneo.
escala e as peculiaridades do local de execução do objeto. §5º No processo licitatório para contratação de obras e serviços
§1º No processo licitatório para aquisição de bens e contrata- de engenharia sob os regimes de contratação integrada ou semi-in-
ção de serviços em geral, conforme regulamento, o valor estimado tegrada, o valor estimado da contratação será calculado nos termos
será definido com base no melhor preço aferido por meio da uti- do §2º deste artigo, acrescido ou não de parcela referente à remu-
lização dos seguintes parâmetros, adotados de forma combinada neração do risco, e, sempre que necessário e o anteprojeto o per-
ou não: mitir, a estimativa de preço será baseada em orçamento sintético,
I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana balizado em sistema de custo definido no inciso I do §2º deste arti-
do item correspondente no painel para consulta de preços ou no go, devendo a utilização de metodologia expedita ou paramétrica e
banco de preços em saúde disponíveis no Portal Nacional de Con- de avaliação aproximada baseada em outras contratações similares
tratações Públicas (PNCP); ser reservada às frações do empreendimento não suficientemente
II - contratações similares feitas pela Administração Pública, em detalhadas no anteprojeto.
execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da §6º Na hipótese do §5º deste artigo, será exigido dos licitantes
pesquisa de preços, inclusive mediante sistema de registro de pre- ou contratados, no orçamento que compuser suas respectivas pro-
ços, observado o índice de atualização de preços correspondente; postas, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento do orçamento
III - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia espe- sintético referido no mencionado parágrafo.
cializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da con-
Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de domí- tratação poderá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação do
nio amplo, desde que contenham a data e hora de acesso; detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessá-
IV - pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores, me- rias para a elaboração das propostas, e, nesse caso:
diante solicitação formal de cotação, desde que seja apresentada I - o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno
justificativa da escolha desses fornecedores e que não tenham sido e externo;
obtidos os orçamentos com mais de 6 (seis) meses de antecedência II - (VETADO).
da data de divulgação do edital; Parágrafo único. Na hipótese de licitação em que for adotado o
V - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na critério de julgamento por maior desconto, o preço estimado ou o
forma de regulamento. máximo aceitável constará do edital da licitação.
§2º No processo licitatório para contratação de obras e serviços Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras
de engenharia, conforme regulamento, o valor estimado, acrescido relativas à convocação, ao julgamento, à habilitação, aos recursos e
do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de referên- às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à
cia e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será definido por meio da entrega do objeto e às condições de pagamento.
utilização de parâmetros na seguinte ordem: §1º Sempre que o objeto permitir, a Administração adotará
I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana minutas padronizadas de edital e de contrato com cláusulas uni-
do item correspondente do Sistema de Custos Referenciais de Obras formes.
(Sicro), para serviços e obras de infraestrutura de transportes, ou do §2º Desde que, conforme demonstrado em estudo técnico
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices de Construção preliminar, não sejam causados prejuízos à competitividade do
Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços de engenharia; processo licitatório e à eficiência do respectivo contrato, o edital

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poderá prever a utilização de mão de obra, materiais, tecnologias III - poderá ser estendida a bens manufaturados e serviços ori-
e matérias-primas existentes no local da execução, conservação e ginários de Estados Partes do Mercado Comum do Sul (Mercosul),
operação do bem, serviço ou obra. desde que haja reciprocidade com o País prevista em acordo inter-
§3º Todos os elementos do edital, incluídos minuta de contra- nacional aprovado pelo Congresso Nacional e ratificado pelo Presi-
to, termos de referência, anteprojeto, projetos e outros anexos, dente da República.
deverão ser divulgados em sítio eletrônico oficial na mesma data §2º Para os bens manufaturados nacionais e serviços nacionais
de divulgação do edital, sem necessidade de registro ou de identi- resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica no País, de-
ficação para acesso. finidos conforme regulamento do Poder Executivo federal, a mar-
§4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de gem de preferência a que se refere o caput deste artigo poderá ser
grande vulto, o edital deverá prever a obrigatoriedade de implanta- de até 20% (vinte por cento).
ção de programa de integridade pelo licitante vencedor, no prazo de §3º (VETADO).
6 (seis) meses, contado da celebração do contrato, conforme regu- §4º (VETADO).
lamento que disporá sobre as medidas a serem adotadas, a forma §5º A margem de preferência não se aplica aos bens manufatu-
de comprovação e as penalidades pelo seu descumprimento. rados nacionais e aos serviços nacionais se a capacidade de produ-
§5º O edital poderá prever a responsabilidade do contratado ção desses bens ou de prestação desses serviços no País for inferior:
pela: I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
I - obtenção do licenciamento ambiental; II - aos quantitativos fixados em razão do parcelamento do ob-
II - realização da desapropriação autorizada pelo poder público. jeto, quando for o caso.
§6º Os licenciamentos ambientais de obras e serviços de enge- §6º Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços
nharia licitados e contratados nos termos desta Lei terão prioridade e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade com-
de tramitação nos órgãos e entidades integrantes do Sistema Na- petente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou
cional do Meio Ambiente (Sisnama) e deverão ser orientados pelos entidade integrante da Administração Pública ou daqueles por ela
princípios da celeridade, da cooperação, da economicidade e da indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação
eficiência. comercial, industrial ou tecnológica ou acesso a condições vantajo-
§7º Independentemente do prazo de duração do contrato, será sas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabele-
obrigatória a previsão no edital de índice de reajustamento de pre- cida pelo Poder Executivo federal.
ço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado e com §7º Nas contratações destinadas à implantação, à manutenção
a possibilidade de ser estabelecido mais de um índice específico ou e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e
setorial, em conformidade com a realidade de mercado dos respec- comunicação considerados estratégicos em ato do Poder Executivo
tivos insumos. federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecno-
§8º Nas licitações de serviços contínuos, observado o interreg- logia desenvolvida no País produzidos de acordo com o processo
no mínimo de 1 (um) ano, o critério de reajustamento será por: produtivo básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de
I - reajustamento em sentido estrito, quando não houver regi- 2001.
me de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de Art. 27. Será divulgada, em sítio eletrônico oficial, a cada exer-
mão de obra, mediante previsão de índices específicos ou setoriais; cício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência
II - repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva do disposto no art. 26 desta Lei, com indicação do volume de recur-
de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante de- sos destinados a cada uma delas.
monstração analítica da variação dos custos.
§9º O edital poderá, na forma disposta em regulamento, exigir SEÇÃO II
que percentual mínimo da mão de obra responsável pela execução DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO
do objeto da contratação seja constituído por:
I - mulheres vítimas de violência doméstica; (Vide Decreto nº Art. 28. São modalidades de licitação:
11.430, de 2023) Vigência I - pregão;
II - oriundos ou egressos do sistema prisional. II - concorrência;
Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabelecida mar- III - concurso;
gem de preferência para: (Regulamento) IV - leilão;
I - bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a V - diálogo competitivo.
normas técnicas brasileiras; §1º Além das modalidades referidas no caput deste artigo, a
II - bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme Administração pode servir-se dos procedimentos auxiliares previs-
regulamento. tos no art. 78 desta Lei.
§1º A margem de preferência de que trata o caput deste artigo: §2º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou,
I - será definida em decisão fundamentada do Poder Executivo ainda, a combinação daquelas referidas no caput deste artigo.
federal, no caso do inciso I do caput deste artigo; Art. 29. A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental
II - poderá ser de até 10% (dez por cento) sobre o preço dos comum a que se refere o art. 17 desta Lei, adotando-se o pregão
bens e serviços que não se enquadrem no disposto nos incisos I ou sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e qualidade
II do caput deste artigo; que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais de mercado.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. O pregão não se aplica às contratações de II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as
serviços técnicos especializados de natureza predominantemente alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta-
intelectual e de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços que para os seguintes aspectos:
de engenharia de que trata a alínea “a” do inciso XXI do caput do a) a solução técnica mais adequada;
art. 6º desta Lei. b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi-
Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas nida;
em edital, que indicará: c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;
I - a qualificação exigida dos participantes; III - (VETADO).
II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho; §1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as
III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser seguintes disposições:
concedida ao vencedor. I - a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de edital em sítio eletrônico oficial, suas necessidades e as exigências
projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter- já definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias
mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao úteis para manifestação de interesse na participação da licitação;
projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e II - os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes de-
oportunidade das autoridades competentes. verão ser previstos em edital, e serão admitidos todos os interessa-
Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a ser- dos que preencherem os requisitos objetivos estabelecidos;
vidor designado pela autoridade competente da Administração, e III - a divulgação de informações de modo discriminatório que
regulamento deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais. possa implicar vantagem para algum licitante será vedada;
§1º Se optar pela realização de leilão por intermédio de leilo- IV - a Administração não poderá revelar a outros licitantes as
eiro oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante creden- soluções propostas ou as informações sigilosas comunicadas por
ciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de um licitante sem o seu consentimento;
julgamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas, V - a fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administra-
utilizados como parâmetro máximo os percentuais definidos na lei ção, em decisão fundamentada, identifique a solução ou as solu-
que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a ções que atendam às suas necessidades;
serem leiloados. VI - as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão regis-
§2º O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio ele- tradas em ata e gravadas mediante utilização de recursos tecnoló-
trônico oficial, que conterá: gicos de áudio e vídeo;
I - a descrição do bem, com suas características, e, no caso de VII - o edital poderá prever a realização de fases sucessivas,
imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos caso em que cada fase poderá restringir as soluções ou as propos-
registros; tas a serem discutidas;
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo VIII - a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi
qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o concluído, juntar aos autos do processo licitatório os registros e as
caso, a comissão do leiloeiro designado; gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva com a divul-
III - a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos gação de edital contendo a especificação da solução que atenda às
e os semoventes; suas necessidades e os critérios objetivos a serem utilizados para
IV - o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão, seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60
salvo se excepcionalmente for realizado sob a forma presencial por (sessenta) dias úteis, para todos os licitantes pré-selecionados na
comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem para a Adminis- forma do inciso II deste parágrafo apresentarem suas propostas,
tração, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de que deverão conter os elementos necessários para a realização do
sua realização; projeto;
V - a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências IX - a Administração poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes
existentes sobre os bens a serem leiloados. às propostas apresentadas, desde que não impliquem discrimina-
§3º Além da divulgação no sítio eletrônico oficial, o edital do ção nem distorçam a concorrência entre as propostas;
leilão será afixado em local de ampla circulação de pessoas na sede X - a Administração definirá a proposta vencedora de acordo
da Administração e poderá, ainda, ser divulgado por outros meios com critérios divulgados no início da fase competitiva, assegurada a
necessários para ampliar a publicidade e a competitividade da lici- contratação mais vantajosa como resultado;
tação. XI - o diálogo competitivo será conduzido por comissão de con-
§4º O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase tratação composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos ou
de habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da
de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo Administração, admitida a contratação de profissionais para asses-
licitante vencedor, na forma definida no edital. soramento técnico da comissão;
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata- XII - (VETADO).
ções em que a Administração: §2º Os profissionais contratados para os fins do inciso XI do §1º
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: deste artigo assinarão termo de confidencialidade e abster-se-ão de
a) inovação tecnológica ou técnica; atividades que possam configurar conflito de interesses.
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem defini-
das com precisão suficiente pela Administração;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

SEÇÃO III §3º O desempenho pretérito na execução de contratos com a


DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO Administração Pública deverá ser considerado na pontuação técni-
ca, observado o disposto nos §§3º e 4º do art. 88 desta Lei e em
Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo regulamento.
com os seguintes critérios: Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou por técnica e pre-
I - menor preço; ço deverá ser realizado por:
II - maior desconto; I - verificação da capacitação e da experiência do licitante, com-
III - melhor técnica ou conteúdo artístico; provadas por meio da apresentação de atestados de obras, produ-
IV - técnica e preço; tos ou serviços previamente realizados;
V - maior lance, no caso de leilão; II - atribuição de notas a quesitos de natureza qualitativa por
VI - maior retorno econômico. banca designada para esse fim, de acordo com orientações e limi-
Art. 34. O julgamento por menor preço ou maior desconto e, tes definidos em edital, considerados a demonstração de conheci-
quando couber, por técnica e preço considerará o menor dispêndio mento do objeto, a metodologia e o programa de trabalho, a qua-
para a Administração, atendidos os parâmetros mínimos de quali- lificação das equipes técnicas e a relação dos produtos que serão
dade definidos no edital de licitação. entregues;
§1º Os custos indiretos, relacionados com as despesas de ma- III - atribuição de notas por desempenho do licitante em con-
nutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental tratações anteriores aferida nos documentos comprobatórios de
do objeto licitado, entre outros fatores vinculados ao seu ciclo de que trata o §3º do art. 88 desta Lei e em registro cadastral unificado
vida, poderão ser considerados para a definição do menor dispên- disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).
dio, sempre que objetivamente mensuráveis, conforme disposto §1º A banca referida no inciso II do caput deste artigo terá no
em regulamento. mínimo 3 (três) membros e poderá ser composta de:
§2º O julgamento por maior desconto terá como referência o I - servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes
preço global fixado no edital de licitação, e o desconto será estendi- aos quadros permanentes da Administração Pública;
do aos eventuais termos aditivos. II - profissionais contratados por conhecimento técnico, experi-
Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artísti- ência ou renome na avaliação dos quesitos especificados em edital,
co considerará exclusivamente as propostas técnicas ou artísticas desde que seus trabalhos sejam supervisionados por profissionais
apresentadas pelos licitantes, e o edital deverá definir o prêmio ou designados conforme o disposto no art. 7º desta Lei.
a remuneração que será atribuída aos vencedores. §2º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, na
Parágrafo único. O critério de julgamento de que trata o caput licitação para contratação dos serviços técnicos especializados de
deste artigo poderá ser utilizado para a contratação de projetos e natureza predominantemente intelectual previstos nas alíneas “a”,
trabalhos de natureza técnica, científica ou artística. “d” e “h” do inciso XVIII do caput do art. 6º desta Lei cujo valor es-
Art. 36. O julgamento por técnica e preço considerará a maior timado da contratação seja superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil
pontuação obtida a partir da ponderação, segundo fatores objeti- reais), o julgamento será por: (Promulgação partes vetadas) (Vide
vos previstos no edital, das notas atribuídas aos aspectos de técnica Decreto nº 11.871, de 2023) Vigência
e de preço da proposta. I - melhor técnica; ou
§1º O critério de julgamento de que trata o caput deste artigo II - técnica e preço, na proporção de 70% (setenta por cento) de
será escolhido quando estudo técnico preliminar demonstrar que a valoração da proposta técnica.”
avaliação e a ponderação da qualidade técnica das propostas que Art. 38. No julgamento por melhor técnica ou por técnica e
superarem os requisitos mínimos estabelecidos no edital forem re- preço, a obtenção de pontuação devido à capacitação técnico-pro-
levantes aos fins pretendidos pela Administração nas licitações para fissional exigirá que a execução do respectivo contrato tenha parti-
contratação de: cipação direta e pessoal do profissional correspondente.
I - serviços técnicos especializados de natureza predominante- Art. 39. O julgamento por maior retorno econômico, utilizado
mente intelectual, caso em que o critério de julgamento de técnica exclusivamente para a celebração de contrato de eficiência, consi-
e preço deverá ser preferencialmente empregado; derará a maior economia para a Administração, e a remuneração
II - serviços majoritariamente dependentes de tecnologia so- deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional
fisticada e de domínio restrito, conforme atestado por autoridades à economia efetivamente obtida na execução do contrato.
técnicas de reconhecida qualificação; §1º Nas licitações que adotarem o critério de julgamento de
III - bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de que trata o caput deste artigo, os licitantes apresentarão:
comunicação; I - proposta de trabalho, que deverá contemplar:
IV - obras e serviços especiais de engenharia; a) as obras, os serviços ou os bens, com os respectivos prazos
V - objetos que admitam soluções específicas e alternativas e de realização ou fornecimento;
variações de execução, com repercussões significativas e concreta- b) a economia que se estima gerar, expressa em unidade de
mente mensuráveis sobre sua qualidade, produtividade, rendimen- medida associada à obra, ao bem ou ao serviço e em unidade mo-
to e durabilidade, quando essas soluções e variações puderem ser netária;
adotadas à livre escolha dos licitantes, conforme critérios objetiva- II - proposta de preço, que corresponderá a percentual sobre
mente definidos no edital de licitação. a economia que se estima gerar durante determinado período, ex-
§2º No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas pressa em unidade monetária.
e ponderadas as propostas técnicas e, em seguida, as propostas de
preço apresentadas pelos licitantes, na proporção máxima de 70%
(setenta por cento) de valoração para a proposta técnica.
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§2º O edital de licitação deverá prever parâmetros objetivos I - a economia de escala, a redução de custos de gestão de con-
de mensuração da economia gerada com a execução do contrato, tratos ou a maior vantagem na contratação recomendar a compra
que servirá de base de cálculo para a remuneração devida ao con- do item do mesmo fornecedor;
tratado. II - o objeto a ser contratado configurar sistema único e inte-
§3º Para efeito de julgamento da proposta, o retorno econômi- grado e houver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto pre-
co será o resultado da economia que se estima gerar com a execu- tendido;
ção da proposta de trabalho, deduzida a proposta de preço. III - o processo de padronização ou de escolha de marca levar a
§4º Nos casos em que não for gerada a economia prevista no fornecedor exclusivo.
contrato de eficiência: §4º Em relação à informação de que trata o inciso III do §1º
I - a diferença entre a economia contratada e a efetivamente deste artigo, desde que fundamentada em estudo técnico prelimi-
obtida será descontada da remuneração do contratado; nar, a Administração poderá exigir que os serviços de manutenção
II - se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente e assistência técnica sejam prestados mediante deslocamento de
obtida for superior ao limite máximo estabelecido no contrato, o técnico ou disponibilizados em unidade de prestação de serviços
contratado sujeitar-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis. localizada em distância compatível com suas necessidades.
Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de
SEÇÃO IV bens, a Administração poderá excepcionalmente:
DISPOSIÇÕES SETORIAIS I - indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde que formal-
mente justificado, nas seguintes hipóteses:
SUBSEÇÃO I a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;
DAS COMPRAS b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade
com plataformas e padrões já adotados pela Administração;
Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a ex- c) quando determinada marca ou modelo comercializados por
pectativa de consumo anual e observar o seguinte: mais de um fornecedor forem os únicos capazes de atender às ne-
I - condições de aquisição e pagamento semelhantes às do se- cessidades do contratante;
tor privado; d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais
II - processamento por meio de sistema de registro de preços, bem compreendida pela identificação de determinada marca ou
quando pertinente; determinado modelo aptos a servir apenas como referência;
III - determinação de unidades e quantidades a serem adquiri- II - exigir amostra ou prova de conceito do bem no procedimen-
das em função de consumo e utilização prováveis, cuja estimativa to de pré-qualificação permanente, na fase de julgamento das pro-
será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas postas ou de lances, ou no período de vigência do contrato ou da
quantitativas, admitido o fornecimento contínuo; ata de registro de preços, desde que previsto no edital da licitação e
IV - condições de guarda e armazenamento que não permitam justificada a necessidade de sua apresentação;
a deterioração do material; III - vedar a contratação de marca ou produto, quando, median-
V - atendimento aos princípios: te processo administrativo, restar comprovado que produtos adqui-
a) da padronização, considerada a compatibilidade de especifi- ridos e utilizados anteriormente pela Administração não atendem
cações estéticas, técnicas ou de desempenho; a requisitos indispensáveis ao pleno adimplemento da obrigação
b) do parcelamento, quando for tecnicamente viável e econo- contratual;
micamente vantajoso; IV - solicitar, motivadamente, carta de solidariedade emitida
c) da responsabilidade fiscal, mediante a comparação da des- pelo fabricante, que assegure a execução do contrato, no caso de
pesa estimada com a prevista no orçamento. licitante revendedor ou distribuidor.
§1º O termo de referência deverá conter os elementos previs- Parágrafo único. A exigência prevista no inciso II do caput deste
tos no inciso XXIII do caput do art. 6º desta Lei, além das seguintes artigo restringir-se-á ao licitante provisoriamente vencedor quando
informações: realizada na fase de julgamento das propostas ou de lances.
I - especificação do produto, preferencialmente conforme catá- Art. 42. A prova de qualidade de produto apresentado pelos
logo eletrônico de padronização, observados os requisitos de quali- proponentes como similar ao das marcas eventualmente indicadas
dade, rendimento, compatibilidade, durabilidade e segurança; no edital será admitida por qualquer um dos seguintes meios:
II - indicação dos locais de entrega dos produtos e das regras I - comprovação de que o produto está de acordo com as nor-
para recebimentos provisório e definitivo, quando for o caso; mas técnicas determinadas pelos órgãos oficiais competentes, pela
III - especificação da garantia exigida e das condições de manu- Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou por outra enti-
tenção e assistência técnica, quando for o caso. dade credenciada pelo Inmetro;
§2º Na aplicação do princípio do parcelamento, referente às II - declaração de atendimento satisfatório emitida por outro
compras, deverão ser considerados: órgão ou entidade de nível federativo equivalente ou superior que
I - a viabilidade da divisão do objeto em lotes; tenha adquirido o produto;
II - o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com III - certificação, certificado, laudo laboratorial ou documento
vistas à economicidade, sempre que possível, desde que atendidos similar que possibilite a aferição da qualidade e da conformidade
os parâmetros de qualidade; e do produto ou do processo de fabricação, inclusive sob o aspecto
III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a ambiental, emitido por instituição oficial competente ou por enti-
concentração de mercado. dade credenciada.
§3º O parcelamento não será adotado quando:

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§1º O edital poderá exigir, como condição de aceitabilidade V - contratação integrada;


da proposta, certificação de qualidade do produto por instituição VI - contratação semi-integrada;
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e VII - fornecimento e prestação de serviço associado.
Qualidade Industrial (Conmetro). §1º É vedada a realização de obras e serviços de engenharia
§2º A Administração poderá, nos termos do edital de licita- sem projeto executivo, ressalvada a hipótese prevista no §3º do art.
ção, oferecer protótipo do objeto pretendido e exigir, na fase de 18 desta Lei.
julgamento das propostas, amostras do licitante provisoriamente §2º A Administração é dispensada da elaboração de projeto
vencedor, para atender a diligência ou, após o julgamento, como básico nos casos de contratação integrada, hipótese em que deverá
condição para firmar contrato. ser elaborado anteprojeto de acordo com metodologia definida em
§3º No interesse da Administração, as amostras a que se refere ato do órgão competente, observados os requisitos estabelecidos
o §2º deste artigo poderão ser examinadas por instituição com re- no inciso XXIV do art. 6º desta Lei.
putação ético-profissional na especialidade do objeto, previamente §3º Na contratação integrada, após a elaboração do projeto
indicada no edital. básico pelo contratado, o conjunto de desenhos, especificações,
Art. 43. O processo de padronização deverá conter: memoriais e cronograma físico-financeiro deverá ser submetido à
I - parecer técnico sobre o produto, considerados especifica- aprovação da Administração, que avaliará sua adequação em re-
ções técnicas e estéticas, desempenho, análise de contratações an- lação aos parâmetros definidos no edital e conformidade com as
teriores, custo e condições de manutenção e garantia; normas técnicas, vedadas alterações que reduzam a qualidade ou a
II - despacho motivado da autoridade superior, com a adoção vida útil do empreendimento e mantida a responsabilidade integral
do padrão; do contratado pelos riscos associados ao projeto básico.
III - síntese da justificativa e descrição sucinta do padrão defini- §4º Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada, o
do, divulgadas em sítio eletrônico oficial. edital e o contrato, sempre que for o caso, deverão prever as provi-
§1º É permitida a padronização com base em processo de ou- dências necessárias para a efetivação de desapropriação autorizada
tro órgão ou entidade de nível federativo igual ou superior ao do pelo poder público, bem como:
órgão adquirente, devendo o ato que decidir pela adesão a outra I - o responsável por cada fase do procedimento expropriatório;
padronização ser devidamente motivado, com indicação da neces- II - a responsabilidade pelo pagamento das indenizações devi-
sidade da Administração e dos riscos decorrentes dessa decisão, e das;
divulgado em sítio eletrônico oficial. III - a estimativa do valor a ser pago a título de indenização pe-
§2º As contratações de soluções baseadas em software de uso los bens expropriados, inclusive de custos correlatos;
disseminado serão disciplinadas em regulamento que defina pro- IV - a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o
cesso de gestão estratégica das contratações desse tipo de solução. risco pela diferença entre o custo da desapropriação e a estimativa
Art. 44. Quando houver a possibilidade de compra ou de lo- de valor e pelos eventuais danos e prejuízos ocasionados por atraso
cação de bens, o estudo técnico preliminar deverá considerar os na disponibilização dos bens expropriados;
custos e os benefícios de cada opção, com indicação da alternativa V - em nome de quem deverá ser promovido o registro de imis-
mais vantajosa. são provisória na posse e o registro de propriedade dos bens a se-
rem desapropriados.
SUBSEÇÃO II §5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia autoriza-
DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA ção da Administração, o projeto básico poderá ser alterado, desde
que demonstrada a superioridade das inovações propostas pelo
Art. 45. As licitações de obras e serviços de engenharia devem contratado em termos de redução de custos, de aumento da qua-
respeitar, especialmente, as normas relativas a: lidade, de redução do prazo de execução ou de facilidade de ma-
I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só- nutenção ou operação, assumindo o contratado a responsabilidade
lidos gerados pelas obras contratadas; integral pelos riscos associados à alteração do projeto básico.
II - mitigação por condicionantes e compensação ambiental, §6º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida
que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental; da conclusão e da aprovação, pela autoridade competente, dos tra-
III - utilização de produtos, de equipamentos e de serviços que, balhos relativos às etapas anteriores.
comprovadamente, favoreçam a redução do consumo de energia e §7º (VETADO).
de recursos naturais; §8º (VETADO).
IV - avaliação de impacto de vizinhança, na forma da legislação §9º Os regimes de execução a que se referem os incisos II, III,
urbanística; IV, V e VI do caput deste artigo serão licitados por preço global e
V - proteção do patrimônio histórico, cultural, arqueológico e adotarão sistemática de medição e pagamento associada à execu-
imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi- ção de etapas do cronograma físico-financeiro vinculadas ao cum-
reto causado pelas obras contratadas; primento de metas de resultado, vedada a adoção de sistemática de
VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobi- remuneração orientada por preços unitários ou referenciada pela
lidade reduzida. execução de quantidades de itens unitários.
Art. 46. Na execução indireta de obras e serviços de engenha-
ria, são admitidos os seguintes regimes:
I - empreitada por preço unitário;
II - empreitada por preço global;
III - empreitada integral;
IV - contratação por tarefa;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

SUBSEÇÃO III cumprimento das obrigações trabalhistas e com o Fundo de Garan-


DOS SERVIÇOS EM GERAL tia do Tempo de Serviço (FGTS) em relação aos empregados direta-
mente envolvidos na execução do contrato, em especial quanto ao:
Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios: I - registro de ponto;
I - da padronização, considerada a compatibilidade de especifi- II - recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras,
cações estéticas, técnicas ou de desempenho; repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário;
II - do parcelamento, quando for tecnicamente viável e econo- III - comprovante de depósito do FGTS;
micamente vantajoso. IV - recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo
§1º Na aplicação do princípio do parcelamento deverão ser adicional;
considerados: V - recibo de quitação de obrigações trabalhistas e previdenci-
I - a responsabilidade técnica; árias dos empregados dispensados até a data da extinção do con-
II - o custo para a Administração de vários contratos frente às trato;
vantagens da redução de custos, com divisão do objeto em itens; VI - recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimenta-
III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a ção, na forma prevista em norma coletiva.
concentração de mercado.
§2º Na licitação de serviços de manutenção e assistência técni- SUBSEÇÃO IV
ca, o edital deverá definir o local de realização dos serviços, admi- DA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS
tida a exigência de deslocamento de técnico ao local da repartição
ou a exigência de que o contratado tenha unidade de prestação de Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V do caput do art. 74
serviços em distância compatível com as necessidades da Adminis- desta Lei, a locação de imóveis deverá ser precedida de licitação e
tração. avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos
Art. 48. Poderão ser objeto de execução por terceiros as ativi- de adaptações e do prazo de amortização dos investimentos neces-
dades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos sários.
assuntos que constituam área de competência legal do órgão ou da
entidade, vedado à Administração ou a seus agentes, na contrata- SUBSEÇÃO V
ção do serviço terceirizado: DAS LICITAÇÕES INTERNACIONAIS
I - indicar pessoas expressamente nominadas para executar di-
reta ou indiretamente o objeto contratado; Art. 52. Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá
II - fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior
a ser pago pelo contratado; e atender às exigências dos órgãos competentes.
III - estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de §1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço
empresa prestadora de serviço terceirizado; em moeda estrangeira, o licitante brasileiro igualmente poderá fa-
IV - definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso zê-lo.
dos salários pagos; §2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente
V - demandar a funcionário de empresa prestadora de servi- contratado em virtude de licitação nas condições de que trata o §1º
ço terceirizado a execução de tarefas fora do escopo do objeto da deste artigo será efetuado em moeda corrente nacional.
contratação; §3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
VI - prever em edital exigências que constituam intervenção in- equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
devida da Administração na gestão interna do contratado. §4º Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edital
Parágrafo único. Durante a vigência do contrato, é vedado ao e serão definidos a partir de estimativas ou médias dos tributos.
contratado contratar cônjuge, companheiro ou parente em linha §5º As propostas de todos os licitantes estarão sujeitas às mes-
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do mas regras e condições, na forma estabelecida no edital.
órgão ou entidade contratante ou de agente público que desem- §6º Observados os termos desta Lei, o edital não poderá prever
penhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do condições de habilitação, classificação e julgamento que constitu-
contrato, devendo essa proibição constar expressamente do edital am barreiras de acesso ao licitante estrangeiro, admitida a previsão
de licitação. de margem de preferência para bens produzidos no País e serviços
Art. 49. A Administração poderá, mediante justificativa expres- nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras, na forma de-
sa, contratar mais de uma empresa ou instituição para executar o finida no art. 26 desta Lei.
mesmo serviço, desde que essa contratação não implique perda de
economia de escala, quando: CAPÍTULO III
I - o objeto da contratação puder ser executado de forma con- DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE LICITAÇÃO
corrente e simultânea por mais de um contratado; e
II - a múltipla execução for conveniente para atender à Admi- Art. 53. Ao final da fase preparatória, o processo licitatório se-
nistração. guirá para o órgão de assessoramento jurídico da Administração,
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, a que realizará controle prévio de legalidade mediante análise jurídi-
Administração deverá manter o controle individualizado da execu- ca da contratação.
ção do objeto contratual relativamente a cada um dos contratados. §1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão de assessora-
Art. 50. Nas contratações de serviços com regime de dedicação mento jurídico da Administração deverá:
exclusiva de mão de obra, o contratado deverá apresentar, quando I - apreciar o processo licitatório conforme critérios objetivos
solicitado pela Administração, sob pena de multa, comprovação do prévios de atribuição de prioridade;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - redigir sua manifestação em linguagem simples e compre- b) 25 (vinte e cinco) dias úteis, quando adotados os critérios
ensível e de forma clara e objetiva, com apreciação de todos os de julgamento de menor preço ou de maior desconto, no caso de
elementos indispensáveis à contratação e com exposição dos pres- serviços especiais e de obras e serviços especiais de engenharia;
supostos de fato e de direito levados em consideração na análise c) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime de execução for de
jurídica; contratação integrada;
III - (VETADO). d) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o regime de execução
§2º (VETADO). for o de contratação semi-integrada ou nas hipóteses não abrangi-
§3º Encerrada a instrução do processo sob os aspectos técnico das pelas alíneas “a”, “b” e “c” deste inciso;
e jurídico, a autoridade determinará a divulgação do edital de licita- III - para licitação em que se adote o critério de julgamento de
ção conforme disposto no art. 54. maior lance, 15 (quinze) dias úteis;
§4º Na forma deste artigo, o órgão de assessoramento jurídico IV - para licitação em que se adote o critério de julgamento
da Administração também realizará controle prévio de legalidade de técnica e preço ou de melhor técnica ou conteúdo artístico, 35
de contratações diretas, acordos, termos de cooperação, convênios, (trinta e cinco) dias úteis.
ajustes, adesões a atas de registro de preços, outros instrumentos §1º Eventuais modificações no edital implicarão nova divulga-
congêneres e de seus termos aditivos. ção na mesma forma de sua divulgação inicial, além do cumprimen-
§5º É dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente to dos mesmos prazos dos atos e procedimentos originais, exceto
definidas em ato da autoridade jurídica máxima competente, que quando a alteração não comprometer a formulação das propostas.
deverá considerar o baixo valor, a baixa complexidade da contrata- §2º Os prazos previstos neste artigo poderão, mediante deci-
ção, a entrega imediata do bem ou a utilização de minutas de edi- são fundamentada, ser reduzidos até a metade nas licitações re-
tais e instrumentos de contrato, convênio ou outros ajustes previa- alizadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de
mente padronizados pelo órgão de assessoramento jurídico. Saúde (SUS).
§6º (VETADO). Art. 56. O modo de disputa poderá ser, isolada ou conjunta-
Art. 54. A publicidade do edital de licitação será realizada me- mente:
diante divulgação e manutenção do inteiro teor do ato convocató- I - aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas
rio e de seus anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas propostas por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou
(PNCP). decrescentes;
§1º Sem prejuízo do disposto no caput, é obrigatória a publi- II - fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em
cação de extrato do edital no Diário Oficial da União, do Estado, do sigilo até a data e hora designadas para sua divulgação.
Distrito Federal ou do Município, ou, no caso de consórcio público, §1º A utilização isolada do modo de disputa fechado será veda-
do ente de maior nível entre eles, bem como em jornal diário de da quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou
grande circulação. (Promulgação partes vetadas) de maior desconto.
§2º É facultada a divulgação adicional e a manutenção do in- §2º A utilização do modo de disputa aberto será vedada quan-
teiro teor do edital e de seus anexos em sítio eletrônico oficial do do adotado o critério de julgamento de técnica e preço.
ente federativo do órgão ou entidade responsável pela licitação ou, §3º Serão considerados intermediários os lances:
no caso de consórcio público, do ente de maior nível entre eles, I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o
admitida, ainda, a divulgação direta a interessados devidamente critério de julgamento de maior lance;
cadastrados para esse fim. II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados
§3º Após a homologação do processo licitatório, serão dispo- os demais critérios de julgamento.
nibilizados no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e, §4º Após a definição da melhor proposta, se a diferença em
se o órgão ou entidade responsável pela licitação entender cabível, relação à proposta classificada em segundo lugar for de pelo menos
também no sítio referido no §2º deste artigo, os documentos elabo- 5% (cinco por cento), a Administração poderá admitir o reinício da
rados na fase preparatória que porventura não tenham integrado o disputa aberta, nos termos estabelecidos no instrumento convoca-
edital e seus anexos. tório, para a definição das demais colocações.
§5º Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após o
CAPÍTULO IV julgamento, o licitante vencedor deverá reelaborar e apresentar à
DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E LANCES Administração, por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos
quantitativos e dos custos unitários, bem como com detalhamento
Art. 55. Os prazos mínimos para apresentação de propostas e das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais
lances, contados a partir da data de divulgação do edital de licita- (ES), com os respectivos valores adequados ao valor final da pro-
ção, são de: posta vencedora, admitida a utilização dos preços unitários, no caso
I - para aquisição de bens: de empreitada por preço global, empreitada integral, contratação
a) 8 (oito) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamen- semi-integrada e contratação integrada, exclusivamente para even-
to de menor preço ou de maior desconto; tuais adequações indispensáveis no cronograma físico-financeiro e
b) 15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela alí- para balizar excepcional aditamento posterior do contrato.
nea “a” deste inciso; Art. 57. O edital de licitação poderá estabelecer intervalo míni-
II - no caso de serviços e obras: mo de diferença de valores entre os lances, que incidirá tanto em
a) 10 (dez) dias úteis, quando adotados os critérios de julga- relação aos lances intermediários quanto em relação à proposta
mento de menor preço ou de maior desconto, no caso de serviços que cobrir a melhor oferta.
comuns e de obras e serviços comuns de engenharia;

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 58. Poderá ser exigida, no momento da apresentação da §1º Em igualdade de condições, se não houver desempate,
proposta, a comprovação do recolhimento de quantia a título de será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços
garantia de proposta, como requisito de pré-habilitação. produzidos ou prestados por:
§1º A garantia de proposta não poderá ser superior a 1% (um I - empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distri-
por cento) do valor estimado para a contratação. to Federal do órgão ou entidade da Administração Pública estadual
§2º A garantia de proposta será devolvida aos licitantes no pra- ou distrital licitante ou, no caso de licitação realizada por órgão ou
zo de 10 (dez) dias úteis, contado da assinatura do contrato ou da entidade de Município, no território do Estado em que este se lo-
data em que for declarada fracassada a licitação. calize;
§3º Implicará execução do valor integral da garantia de propos- II - empresas brasileiras;
ta a recusa em assinar o contrato ou a não apresentação dos docu- III - empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento
mentos para a contratação. de tecnologia no País;
§4º A garantia de proposta poderá ser prestada nas modalida- IV - empresas que comprovem a prática de mitigação, nos ter-
des de que trata o §1º do art. 96 desta Lei. mos da Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009.
§2º As regras previstas no caput deste artigo não prejudicarão
CAPÍTULO V a aplicação do disposto no art. 44 da Lei Complementar nº 123, de
DO JULGAMENTO 14 de dezembro de 2006.
Art. 61. Definido o resultado do julgamento, a Administração
Art. 59. Serão desclassificadas as propostas que: poderá negociar condições mais vantajosas com o primeiro colo-
I - contiverem vícios insanáveis; cado.
II - não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas §1º A negociação poderá ser feita com os demais licitantes, se-
no edital; gundo a ordem de classificação inicialmente estabelecida, quando
III - apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem aci- o primeiro colocado, mesmo após a negociação, for desclassificado
ma do orçamento estimado para a contratação; em razão de sua proposta permanecer acima do preço máximo de-
IV - não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exi- finido pela Administração.
gido pela Administração; §2º A negociação será conduzida por agente de contratação ou
V - apresentarem desconformidade com quaisquer outras exi- comissão de contratação, na forma de regulamento, e, depois de
gências do edital, desde que insanável. concluída, terá seu resultado divulgado a todos os licitantes e ane-
§1º A verificação da conformidade das propostas poderá ser xado aos autos do processo licitatório.
feita exclusivamente em relação à proposta mais bem classificada.
§2º A Administração poderá realizar diligências para aferir a CAPÍTULO VI
exequibilidade das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja DA HABILITAÇÃO
demonstrada, conforme disposto no inciso IV do caput deste artigo.
§3º No caso de obras e serviços de engenharia e arquitetura, Art. 62. A habilitação é a fase da licitação em que se verifica o
para efeito de avaliação da exequibilidade e de sobrepreço, serão conjunto de informações e documentos necessários e suficientes
considerados o preço global, os quantitativos e os preços unitários para demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto da
tidos como relevantes, observado o critério de aceitabilidade de licitação, dividindo-se em:
preços unitário e global a ser fixado no edital, conforme as especifi- I - jurídica;
cidades do mercado correspondente. II - técnica;
§4º No caso de obras e serviços de engenharia, serão consi- III - fiscal, social e trabalhista;
deradas inexequíveis as propostas cujos valores forem inferiores a IV - econômico-financeira.
75% (setenta e cinco por cento) do valor orçado pela Administração. Art. 63. Na fase de habilitação das licitações serão observadas
§5º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, será as seguintes disposições:
exigida garantia adicional do licitante vencedor cuja proposta for I - poderá ser exigida dos licitantes a declaração de que aten-
inferior a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor orçado pela Ad- dem aos requisitos de habilitação, e o declarante responderá pela
ministração, equivalente à diferença entre este último e o valor da veracidade das informações prestadas, na forma da lei;
proposta, sem prejuízo das demais garantias exigíveis de acordo II - será exigida a apresentação dos documentos de habilitação
com esta Lei. apenas pelo licitante vencedor, exceto quando a fase de habilitação
Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, se- anteceder a de julgamento;
rão utilizados os seguintes critérios de desempate, nesta ordem: III - serão exigidos os documentos relativos à regularidade fis-
I - disputa final, hipótese em que os licitantes empatados po- cal, em qualquer caso, somente em momento posterior ao julga-
derão apresentar nova proposta em ato contínuo à classificação; mento das propostas, e apenas do licitante mais bem classificado;
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, IV - será exigida do licitante declaração de que cumpre as exi-
para a qual deverão preferencialmente ser utilizados registros ca- gências de reserva de cargos para pessoa com deficiência e para
dastrais para efeito de atesto de cumprimento de obrigações pre- reabilitado da Previdência Social, previstas em lei e em outras nor-
vistos nesta Lei; mas específicas.
III - desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade en- §1º Constará do edital de licitação cláusula que exija dos lici-
tre homens e mulheres no ambiente de trabalho, conforme regula- tantes, sob pena de desclassificação, declaração de que suas pro-
mento; (Vide Decreto nº 11.430, de 2023) Vigência postas econômicas compreendem a integralidade dos custos para
IV - desenvolvimento pelo licitante de programa de integrida- atendimento dos direitos trabalhistas assegurados na Constituição
de, conforme orientações dos órgãos de controle.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Federal, nas leis trabalhistas, nas normas infralegais, nas conven- III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare-
ções coletivas de trabalho e nos termos de ajustamento de conduta lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da
vigentes na data de entrega das propostas. licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc-
§2º Quando a avaliação prévia do local de execução for impres- nica que se responsabilizará pelos trabalhos;
cindível para o conhecimento pleno das condições e peculiaridades IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe-
do objeto a ser contratado, o edital de licitação poderá prever, sob cial, quando for o caso;
pena de inabilitação, a necessidade de o licitante atestar que co- V - registro ou inscrição na entidade profissional competente,
nhece o local e as condições de realização da obra ou serviço, asse- quando for o caso;
gurado a ele o direito de realização de vistoria prévia. VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de to-
§3º Para os fins previstos no §2º deste artigo, o edital de lici- das as informações e das condições locais para o cumprimento das
tação sempre deverá prever a possibilidade de substituição da vis- obrigações objeto da licitação.
toria por declaração formal assinada pelo responsável técnico do §1º A exigência de atestados será restrita às parcelas de maior
licitante acerca do conhecimento pleno das condições e peculiari- relevância ou valor significativo do objeto da licitação, assim consi-
dades da contratação. deradas as que tenham valor individual igual ou superior a 4% (qua-
§4º Para os fins previstos no §2º deste artigo, se os licitantes tro por cento) do valor total estimado da contratação.
optarem por realizar vistoria prévia, a Administração deverá dispo- §2º Observado o disposto no caput e no §1º deste artigo, será
nibilizar data e horário diferentes para os eventuais interessados. admitida a exigência de atestados com quantidades mínimas de até
Art. 64. Após a entrega dos documentos para habilitação, não 50% (cinquenta por cento) das parcelas de que trata o referido pa-
será permitida a substituição ou a apresentação de novos docu- rágrafo, vedadas limitações de tempo e de locais específicos relati-
mentos, salvo em sede de diligência, para: vas aos atestados.
I - complementação de informações acerca dos documentos já §3º Salvo na contratação de obras e serviços de engenharia, as
apresentados pelos licitantes e desde que necessária para apurar exigências a que se referem os incisos I e II do caput deste artigo, a
fatos existentes à época da abertura do certame; critério da Administração, poderão ser substituídas por outra prova
II - atualização de documentos cuja validade tenha expirado de que o profissional ou a empresa possui conhecimento técnico e
após a data de recebimento das propostas. experiência prática na execução de serviço de características seme-
§1º Na análise dos documentos de habilitação, a comissão de lhantes, hipótese em que as provas alternativas aceitáveis deverão
licitação poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substância ser previstas em regulamento.
dos documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fun- §4º Serão aceitos atestados ou outros documentos hábeis
damentado registrado e acessível a todos, atribuindo-lhes eficácia emitidos por entidades estrangeiras quando acompanhados de tra-
para fins de habilitação e classificação. dução para o português, salvo se comprovada a inidoneidade da
§2º Quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento e entidade emissora.
já tiver sido encerrada, não caberá exclusão de licitante por motivo §5º Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exigir
relacionado à habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes certidão ou atestado que demonstre que o licitante tenha executa-
ou só conhecidos após o julgamento. do serviços similares ao objeto da licitação, em períodos sucessi-
Art. 65. As condições de habilitação serão definidas no edital. vos ou não, por um prazo mínimo, que não poderá ser superior a 3
§1º As empresas criadas no exercício financeiro da licitação (três) anos.
deverão atender a todas as exigências da habilitação e ficarão au- §6º Os profissionais indicados pelo licitante na forma dos inci-
torizadas a substituir os demonstrativos contábeis pelo balanço de sos I e III do caput deste artigo deverão participar da obra ou serviço
abertura. objeto da licitação, e será admitida a sua substituição por profissio-
§2º A habilitação poderá ser realizada por processo eletrônico nais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada
de comunicação a distância, nos termos dispostos em regulamento. pela Administração.
Art. 66. A habilitação jurídica visa a demonstrar a capacidade §7º Sociedades empresárias estrangeiras atenderão à exigên-
de o licitante exercer direitos e assumir obrigações, e a documenta- cia prevista no inciso V do caput deste artigo por meio da apre-
ção a ser apresentada por ele limita-se à comprovação de existência sentação, no momento da assinatura do contrato, da solicitação de
jurídica da pessoa e, quando cabível, de autorização para o exercí- registro perante a entidade profissional competente no Brasil.
cio da atividade a ser contratada. §8º Será admitida a exigência da relação dos compromissos
Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis- assumidos pelo licitante que importem em diminuição da disponi-
sional e técnico-operacional será restrita a: bilidade do pessoal técnico referido nos incisos I e III do caput deste
I - apresentação de profissional, devidamente registrado no artigo.
conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de §9º O edital poderá prever, para aspectos técnicos específicos,
atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser- que a qualificação técnica seja demonstrada por meio de atestados
viço de características semelhantes, para fins de contratação; relativos a potencial subcontratado, limitado a 25% (vinte e cinco
II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse- por cento) do objeto a ser licitado, hipótese em que mais de um
lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem licitante poderá apresentar atestado relativo ao mesmo potencial
capacidade operacional na execução de serviços similares de com- subcontratado.
plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem §10. Em caso de apresentação por licitante de atestado de de-
como documentos comprobatórios emitidos na forma do §3º do sempenho anterior emitido em favor de consórcio do qual tenha
art. 88 desta Lei; feito parte, se o atestado ou o contrato de constituição do consór-

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cio não identificar a atividade desempenhada por cada consorciado §1º A critério da Administração, poderá ser exigida declaração,
individualmente, serão adotados os seguintes critérios na avaliação assinada por profissional habilitado da área contábil, que ateste o
de sua qualificação técnica: atendimento pelo licitante dos índices econômicos previstos no edi-
I - caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio tal.
homogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas §2º Para o atendimento do disposto no caput deste artigo, é
para cada empresa consorciada na proporção quantitativa de sua vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior e
participação no consórcio, salvo nas licitações para contratação de de índices de rentabilidade ou lucratividade.
serviços técnicos especializados de natureza predominantemente §3º É admitida a exigência da relação dos compromissos as-
intelectual, em que todas as experiências atestadas deverão ser re- sumidos pelo licitante que importem em diminuição de sua capa-
conhecidas para cada uma das empresas consorciadas; cidade econômico-financeira, excluídas parcelas já executadas de
II - caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio contratos firmados.
heterogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas §4º A Administração, nas compras para entrega futura e na exe-
para cada consorciado de acordo com os respectivos campos de cução de obras e serviços, poderá estabelecer no edital a exigência
atuação, inclusive nas licitações para contratação de serviços téc- de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo equivalente a
nicos especializados de natureza predominantemente intelectual. até 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação.
§11. Na hipótese do §10 deste artigo, para fins de comprovação §5º É vedada a exigência de índices e valores não usualmente
do percentual de participação do consorciado, caso este não cons- adotados para a avaliação de situação econômico-financeira sufi-
te expressamente do atestado ou da certidão, deverá ser juntada ciente para o cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.
ao atestado ou à certidão cópia do instrumento de constituição do §6º Os documentos referidos no inciso I do caput deste artigo
consórcio. limitar-se-ão ao último exercício no caso de a pessoa jurídica ter
§12. Na documentação de que trata o inciso I do caput deste sido constituída há menos de 2 (dois) anos.
artigo, não serão admitidos atestados de responsabilidade técnica Art. 70. A documentação referida neste Capítulo poderá ser:
de profissionais que, na forma de regulamento, tenham dado causa I - apresentada em original, por cópia ou por qualquer outro
à aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV do caput do art. meio expressamente admitido pela Administração;
156 desta Lei em decorrência de orientação proposta, de prescrição II - substituída por registro cadastral emitido por órgão ou en-
técnica ou de qualquer ato profissional de sua responsabilidade. tidade pública, desde que previsto no edital e que o registro tenha
Art. 68. As habilitações fiscal, social e trabalhista serão aferidas sido feito em obediência ao disposto nesta Lei;
mediante a verificação dos seguintes requisitos: III - dispensada, total ou parcialmente, nas contratações para
I - a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadas- entrega imediata, nas contratações em valores inferiores a 1/4 (um
tro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); quarto) do limite para dispensa de licitação para compras em geral
II - a inscrição no cadastro de contribuintes estadual e/ou muni- e nas contratações de produto para pesquisa e desenvolvimento
cipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinen- até o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). (Vide Decreto nº
te ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; 11.871, de 2023) Vigência
III - a regularidade perante a Fazenda federal, estadual e/ou Parágrafo único. As empresas estrangeiras que não funcionem
municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, no País deverão apresentar documentos equivalentes, na forma de
na forma da lei; regulamento emitido pelo Poder Executivo federal.
IV - a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que
demonstre cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei; CAPÍTULO VII
V - a regularidade perante a Justiça do Trabalho; DO ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO
VI - o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da
Constituição Federal. Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e
§1º Os documentos referidos nos incisos do caput deste artigo exauridos os recursos administrativos, o processo licitatório será
poderão ser substituídos ou supridos, no todo ou em parte, por ou- encaminhado à autoridade superior, que poderá:
tros meios hábeis a comprovar a regularidade do licitante, inclusive I - determinar o retorno dos autos para saneamento de irregu-
por meio eletrônico. laridades;
§2º A comprovação de atendimento do disposto nos incisos III, II - revogar a licitação por motivo de conveniência e oportuni-
IV e V do caput deste artigo deverá ser feita na forma da legislação dade;
específica. III - proceder à anulação da licitação, de ofício ou mediante pro-
Art. 69. A habilitação econômico-financeira visa a demonstrar vocação de terceiros, sempre que presente ilegalidade insanável;
a aptidão econômica do licitante para cumprir as obrigações de- IV - adjudicar o objeto e homologar a licitação.
correntes do futuro contrato, devendo ser comprovada de forma §1º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade indicará expressa-
objetiva, por coeficientes e índices econômicos previstos no edital, mente os atos com vícios insanáveis, tornando sem efeito todos os
devidamente justificados no processo licitatório, e será restrita à subsequentes que deles dependam, e dará ensejo à apuração de
apresentação da seguinte documentação: responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
I - balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercí- §2º O motivo determinante para a revogação do processo lici-
cio e demais demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercí- tatório deverá ser resultante de fato superveniente devidamente
cios sociais; comprovado.
II - certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo dis- §3º Nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada
tribuidor da sede do licitante. a prévia manifestação dos interessados.

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§4º O disposto neste artigo será aplicado, no que couber, à con- h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en-
tratação direta e aos procedimentos auxiliares da licitação. saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento
de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
CAPÍTULO VIII serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso;
DA CONTRATAÇÃO DIRETA IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
credenciamento;
SEÇÃO I V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins-
DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DIRETA talações e de localização tornem necessária sua escolha.
§1º Para fins do disposto no inciso I do caput deste artigo, a
Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os Administração deverá demonstrar a inviabilidade de competição
casos de inexigibilidade e de dispensa de licitação, deverá ser ins- mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade, de-
truído com os seguintes documentos: claração do fabricante ou outro documento idôneo capaz de com-
I - documento de formalização de demanda e, se for o caso, provar que o objeto é fornecido ou prestado por produtor, empresa
estudo técnico preliminar, análise de riscos, termo de referência, ou representante comercial exclusivos, vedada a preferência por
projeto básico ou projeto executivo; marca específica.
II - estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma §2º Para fins do disposto no inciso II do caput deste artigo, con-
estabelecida no art. 23 desta Lei; sidera-se empresário exclusivo a pessoa física ou jurídica que pos-
III - parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que sua contrato, declaração, carta ou outro documento que ateste a
demonstrem o atendimento dos requisitos exigidos; exclusividade permanente e contínua de representação, no País ou
IV - demonstração da compatibilidade da previsão de recursos em Estado específico, do profissional do setor artístico, afastada a
orçamentários com o compromisso a ser assumido; possibilidade de contratação direta por inexigibilidade por meio de
V - comprovação de que o contratado preenche os requisitos empresário com representação restrita a evento ou local específico.
de habilitação e qualificação mínima necessária; §3º Para fins do disposto no inciso III do caput deste artigo,
VI - razão da escolha do contratado; considera-se de notória especialização o profissional ou a empresa
VII - justificativa de preço; cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de de-
VIII - autorização da autoridade competente. sempenho anterior, estudos, experiência, publicações, organização,
Parágrafo único. O ato que autoriza a contratação direta ou o aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados
extrato decorrente do contrato deverá ser divulgado e mantido à com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essen-
disposição do público em sítio eletrônico oficial. cial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto do
Art. 73. Na hipótese de contratação direta indevida ocorrida contrato.
com dolo, fraude ou erro grosseiro, o contratado e o agente público §4º Nas contratações com fundamento no inciso III do caput
responsável responderão solidariamente pelo dano causado ao erá- deste artigo, é vedada a subcontratação de empresas ou a atuação
rio, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. de profissionais distintos daqueles que tenham justificado a inexi-
gibilidade.
SEÇÃO II §5º Nas contratações com fundamento no inciso V do caput
DA INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO deste artigo, devem ser observados os seguintes requisitos:
I - avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, custos de adaptações, quando imprescindíveis às necessidades de
em especial nos casos de: utilização, e do prazo de amortização dos investimentos;
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou II - certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e dis-
contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor, poníveis que atendam ao objeto;
empresa ou representante comercial exclusivos; III - justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a
II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente ser comprado ou locado pela Administração e que evidenciem van-
ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela tagem para ela.
crítica especializada ou pela opinião pública;
III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados SEÇÃO III
de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou DA DISPENSA DE LICITAÇÃO
empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
serviços de publicidade e divulgação: Art. 75. É dispensável a licitação:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje- I - para contratação que envolva valores inferiores a R$
tos executivos; 100.000,00 (cem mil reais), no caso de obras e serviços de engenha-
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; ria ou de serviços de manutenção de veículos automotores; (Vide
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras Decreto nº 11.871, de 2023) Vigência
ou tributárias; II - para contratação que envolva valores inferiores a R$
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser- 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de outros serviços e com-
viços; pras; (Vide Decreto nº 11.871, de 2023) Vigência
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; III - para contratação que mantenha todas as condições defini-
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; das em edital de licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quan-
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; do se verificar que naquela licitação:

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a) não surgiram licitantes interessados ou não foram apresen- m) aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao
tadas propostas válidas; tratamento de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde;
b) as propostas apresentadas consignaram preços manifesta- V - para contratação com vistas ao cumprimento do disposto
mente superiores aos praticados no mercado ou incompatíveis com nos arts. 3º, 3º-A, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro
os fixados pelos órgãos oficiais competentes; de 2004, observados os princípios gerais de contratação constantes
IV - para contratação que tenha por objeto: da referida Lei;
a) bens, componentes ou peças de origem nacional ou estran- VI - para contratação que possa acarretar comprometimento
geira necessários à manutenção de equipamentos, a serem adquiri- da segurança nacional, nos casos estabelecidos pelo Ministro de
dos do fornecedor original desses equipamentos durante o período Estado da Defesa, mediante demanda dos comandos das Forças Ar-
de garantia técnica, quando essa condição de exclusividade for in- madas ou dos demais ministérios;
dispensável para a vigência da garantia; VII - nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, in-
b) bens, serviços, alienações ou obras, nos termos de acordo tervenção federal ou de grave perturbação da ordem;
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quan- VIII - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan-
do as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
a Administração; ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços pú-
c) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a con- blicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
tratação, no caso de obras e serviços de engenharia, ao valor de R$ outros bens, públicos ou particulares, e somente para aquisição dos
300.000,00 (trezentos mil reais); (Vide Decreto nº 11.871, de 2023) bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou cala-
Vigência mitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser con-
d) transferência de tecnologia ou licenciamento de direito de cluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocor-
uso ou de exploração de criação protegida, nas contratações re- rência da emergência ou da calamidade, vedadas a prorrogação dos
alizadas por instituição científica, tecnológica e de inovação (ICT) respectivos contratos e a recontratação de empresa já contratada
pública ou por agência de fomento, desde que demonstrada vanta- com base no disposto neste inciso;
gem para a Administração; IX - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público in-
e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis, no terno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou en-
período necessário para a realização dos processos licitatórios cor- tidade que integrem a Administração Pública e que tenham sido
respondentes, hipótese em que a contratação será realizada direta- criados para esse fim específico, desde que o preço contratado seja
mente com base no preço do dia; compatível com o praticado no mercado;
f) bens ou serviços produzidos ou prestados no País que en- X - quando a União tiver que intervir no domínio econômico
volvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa para regular preços ou normalizar o abastecimento;
nacional; XI - para celebração de contrato de programa com ente fede-
g) materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de ma- rativo ou com entidade de sua Administração Pública indireta que
teriais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade envolva prestação de serviços públicos de forma associada nos ter-
de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logísti- mos autorizados em contrato de consórcio público ou em convênio
co dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante autorização por de cooperação;
ato do comandante da força militar; XII - para contratação em que houver transferência de tecnolo-
h) bens e serviços para atendimento dos contingentes militares gia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS),
das forças singulares brasileiras empregadas em operações de paz conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive
no exterior, hipótese em que a contratação deverá ser justificada por ocasião da aquisição desses produtos durante as etapas de ab-
quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratifica- sorção tecnológica, e em valores compatíveis com aqueles defini-
da pelo comandante da força militar; dos no instrumento firmado para a transferência de tecnologia;
i) abastecimento ou suprimento de efetivos militares em esta- XIII - para contratação de profissionais para compor a comissão
da eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades de avaliação de critérios de técnica, quando se tratar de profissional
diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional técnico de notória especialização;
ou de adestramento; XIV - para contratação de associação de pessoas com deficiên-
j) coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos cia, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgão ou
urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta entidade da Administração Pública, para a prestação de serviços,
seletiva de lixo, realizados por associações ou cooperativas forma- desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
das exclusivamente de pessoas físicas de baixa renda reconhecidas mercado e os serviços contratados sejam prestados exclusivamente
pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com por pessoas com deficiência;
o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, am- XV - para contratação de instituição brasileira que tenha por
bientais e de saúde pública; finalidade estatutária apoiar, captar e executar atividades de ensi-
k) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históri- no, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e
cos, de autenticidade certificada, desde que inerente às finalidades tecnológico e estímulo à inovação, inclusive para gerir administrati-
do órgão ou com elas compatível; va e financeiramente essas atividades, ou para contratação de ins-
l) serviços especializados ou aquisição ou locação de equipa- tituição dedicada à recuperação social da pessoa presa, desde que
mentos destinados ao rastreamento e à obtenção de provas previs- o contratado tenha inquestionável reputação ética e profissional e
tas nos incisos II e V do caput do art. 3º da Lei nº 12.850, de 2 de não tenha fins lucrativos;
agosto de 2013, quando houver necessidade justificada de manu-
tenção de sigilo sobre a investigação;
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XVI - para aquisição, por pessoa jurídica de direito público in- §7º Não se aplica o disposto no §1º deste artigo às contrata-
terno, de insumos estratégicos para a saúde produzidos por fun- ções de até R$ 8.000,00 (oito mil reais) de serviços de manuten-
dação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade ção de veículos automotores de propriedade do órgão ou entidade
apoiar órgão da Administração Pública direta, sua autarquia ou fun- contratante, incluído o fornecimento de peças. (Vide Decreto nº
dação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento 11.871, de 2023) Vigência
institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inovação, in-
clusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução CAPÍTULO IX
desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de DAS ALIENAÇÕES
tecnologia de produtos estratégicos para o SUS, nos termos do inci-
so XII deste caput, e que tenha sido criada para esse fim específico Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordi-
em data anterior à entrada em vigor desta Lei, desde que o preço nada à existência de interesse público devidamente justificado, será
contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
dada pela Lei nº 14.628, de 2023) I - tratando-se de bens imóveis, inclusive os pertencentes às
XVII - para contratação de entidades privadas sem fins lucrati- autarquias e às fundações, exigirá autorização legislativa e depen-
vos para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais derá de licitação na modalidade leilão, dispensada a realização de
de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, licitação nos casos de:
a fim de beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela a) dação em pagamento;
seca ou pela falta regular de água; e (Incluído pela Lei nº 14.628, b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en-
de 2023) tidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo,
XVIII - para contratação de entidades privadas sem fins lucrati- ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “g” e “h” deste inciso;
vos, para a implementação do Programa Cozinha Solidária, que tem c) permuta por outros imóveis que atendam aos requisitos re-
como finalidade fornecer alimentação gratuita preferencialmente à lacionados às finalidades precípuas da Administração, desde que a
população em situação de vulnerabilidade e risco social, incluída a diferença apurada não ultrapasse a metade do valor do imóvel que
população em situação de rua, com vistas à promoção de políticas será ofertado pela União, segundo avaliação prévia, e ocorra a torna
de segurança alimentar e nutricional e de assistência social e à efe- de valores, sempre que for o caso;
tivação de direitos sociais, dignidade humana, resgate social e me- d) investidura;
lhoria da qualidade de vida. (Incluído pela Lei nº 14.628, de 2023) e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública
§1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites de qualquer esfera de governo;
referidos nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão ser obser- f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
vados: direito real de uso, locação e permissão de uso de bens imóveis
I - o somatório do que for despendido no exercício financeiro residenciais construídos, destinados ou efetivamente usados em
pela respectiva unidade gestora; programas de habitação ou de regularização fundiária de interesse
II - o somatório da despesa realizada com objetos de mesma social desenvolvidos por órgão ou entidade da Administração Pú-
natureza, entendidos como tais aqueles relativos a contratações no blica;
mesmo ramo de atividade. g) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
§2º Os valores referidos nos incisos I e II do caput deste artigo direito real de uso, locação e permissão de uso de bens imóveis
serão duplicados para compras, obras e serviços contratados por comerciais de âmbito local, com área de até 250 m² (duzentos e
consórcio público ou por autarquia ou fundação qualificadas como cinquenta metros quadrados) e destinados a programas de regu-
agências executivas na forma da lei. larização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgão ou
§3º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput entidade da Administração Pública;
deste artigo serão preferencialmente precedidas de divulgação de h) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one-
aviso em sítio eletrônico oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três) dias rosa, de terras públicas rurais da União e do Instituto Nacional de
úteis, com a especificação do objeto pretendido e com a manifes- Colonização e Reforma Agrária (Incra) onde incidam ocupações até
tação de interesse da Administração em obter propostas adicionais o limite de que trata o §1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de
de eventuais interessados, devendo ser selecionada a proposta junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os
mais vantajosa. requisitos legais;
§4º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput i) legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383,
deste artigo serão preferencialmente pagas por meio de cartão de de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos
pagamento, cujo extrato deverá ser divulgado e mantido à disposi- órgãos da Administração Pública competentes;
ção do público no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP). j) legitimação fundiária e legitimação de posse de que trata a
§5º A dispensa prevista na alínea “c” do inciso IV do caput des- Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017;
te artigo, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá II - tratando-se de bens móveis, dependerá de licitação na mo-
procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica. dalidade leilão, dispensada a realização de licitação nos casos de:
§6º Para os fins do inciso VIII do caput deste artigo, considera- a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interes-
-se emergencial a contratação por dispensa com objetivo de man- se social, após avaliação de oportunidade e conveniência socioeco-
ter a continuidade do serviço público, e deverão ser observados os nômica em relação à escolha de outra forma de alienação;
valores praticados pelo mercado na forma do art. 23 desta Lei e b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida-
adotadas as providências necessárias para a conclusão do processo des da Administração Pública;
licitatório, sem prejuízo de apuração de responsabilidade dos agen- c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob-
tes públicos que deram causa à situação emergencial. servada a legislação específica;
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d) venda de títulos, observada a legislação pertinente; §6º A doação com encargo será licitada e de seu instrumen-
e) venda de bens produzidos ou comercializados por entidades to constarão, obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu cum-
da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; primento e a cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato,
f) venda de materiais e equipamentos sem utilização previsível dispensada a licitação em caso de interesse público devidamente
por quem deles dispõe para outros órgãos ou entidades da Admi- justificado.
nistração Pública. §7º Na hipótese do §6º deste artigo, caso o donatário neces-
§1º A alienação de bens imóveis da Administração Pública cuja site oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de
aquisição tenha sido derivada de procedimentos judiciais ou de da- reversão e as demais obrigações serão garantidas por hipoteca em
ção em pagamento dispensará autorização legislativa e exigirá ape- segundo grau em favor do doador.
nas avaliação prévia e licitação na modalidade leilão. Art. 77. Para a venda de bens imóveis, será concedido direito
§2º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I do de preferência ao licitante que, submetendo-se a todas as regras do
caput deste artigo, cessadas as razões que justificaram sua doação, edital, comprove a ocupação do imóvel objeto da licitação.
serão revertidos ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada
sua alienação pelo beneficiário. CAPÍTULO X
§3º A Administração poderá conceder título de propriedade ou DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES
de direito real de uso de imóvel, admitida a dispensa de licitação,
quando o uso destinar-se a: SEÇÃO I
I - outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES
que seja a localização do imóvel;
II - pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato Art. 78. São procedimentos auxiliares das licitações e das con-
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos tratações regidas por esta Lei:
mínimos de cultura, de ocupação mansa e pacífica e de exploração I - credenciamento;
direta sobre área rural, observado o limite de que trata o §1º do art. II - pré-qualificação;
6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009. III - procedimento de manifestação de interesse;
§4º A aplicação do disposto no inciso II do §3º deste artigo será IV - sistema de registro de preços;
dispensada de autorização legislativa e submeter-se-á aos seguin- V - registro cadastral.
tes condicionamentos: §1º Os procedimentos auxiliares de que trata o caput deste
I - aplicação exclusiva às áreas em que a detenção por parti- artigo obedecerão a critérios claros e objetivos definidos em regu-
cular seja comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004; lamento.
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime §2º O julgamento que decorrer dos procedimentos auxiliares
legal e administrativo de destinação e de regularização fundiária de das licitações previstos nos incisos II e III do caput deste artigo se-
terras públicas; guirá o mesmo procedimento das licitações.
III - vedação de concessão para exploração não contemplada na
lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas ou nas normas SEÇÃO II
legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; DO CREDENCIAMENTO
IV - previsão de extinção automática da concessão, dispensada
notificação, em caso de declaração de utilidade pública, de necessi- Art. 79. O credenciamento poderá ser usado nas seguintes hi-
dade pública ou de interesse social; póteses de contratação: Regulamento
V - aplicação exclusiva a imóvel situado em zona rural e não I - paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa
sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente à exploração me- para a Administração a realização de contratações simultâneas em
diante atividade agropecuária; condições padronizadas;
VI - limitação a áreas de que trata o §1º do art. 6º da Lei nº II - com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção
11.952, de 25 de junho de 2009, vedada a dispensa de licitação para do contratado está a cargo do beneficiário direto da prestação;
áreas superiores; III - em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante
VII - acúmulo com o quantitativo de área decorrente do caso do valor da prestação e das condições de contratação inviabiliza a
previsto na alínea “i” do inciso I do caput deste artigo até o limite seleção de agente por meio de processo de licitação.
previsto no inciso VI deste parágrafo. Parágrafo único. Os procedimentos de credenciamento serão
§5º Entende-se por investidura, para os fins desta Lei, a: definidos em regulamento, observadas as seguintes regras:
I - alienação, ao proprietário de imóvel lindeiro, de área rema- I - a Administração deverá divulgar e manter à disposição do
nescente ou resultante de obra pública que se tornar inaproveitável público, em sítio eletrônico oficial, edital de chamamento de inte-
isoladamente, por preço que não seja inferior ao da avaliação nem ressados, de modo a permitir o cadastramento permanente de no-
superior a 50% (cinquenta por cento) do valor máximo permitido vos interessados;
para dispensa de licitação de bens e serviços previsto nesta Lei; II - na hipótese do inciso I do caput deste artigo, quando o ob-
II - alienação, ao legítimo possuidor direto ou, na falta dele, jeto não permitir a contratação imediata e simultânea de todos os
ao poder público, de imóvel para fins residenciais construído em credenciados, deverão ser adotados critérios objetivos de distribui-
núcleo urbano anexo a usina hidrelétrica, desde que considerado ção da demanda;
dispensável na fase de operação da usina e que não integre a cate- III - o edital de chamamento de interessados deverá prever as
goria de bens reversíveis ao final da concessão. condições padronizadas de contratação e, nas hipóteses dos incisos
I e II do caput deste artigo, deverá definir o valor da contratação;

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IV - na hipótese do inciso III do caput deste artigo, a Administra- positura e a realização de estudos, investigações, levantamentos e
ção deverá registrar as cotações de mercado vigentes no momento projetos de soluções inovadoras que contribuam com questões de
da contratação; relevância pública, na forma de regulamento.
V - não será permitido o cometimento a terceiros do objeto §1º Os estudos, as investigações, os levantamentos e os proje-
contratado sem autorização expressa da Administração; tos vinculados à contratação e de utilidade para a licitação, realiza-
VI - será admitida a denúncia por qualquer das partes nos pra- dos pela Administração ou com a sua autorização, estarão à dispo-
zos fixados no edital. sição dos interessados, e o vencedor da licitação deverá ressarcir os
dispêndios correspondentes, conforme especificado no edital.
SEÇÃO III §2º A realização, pela iniciativa privada, de estudos, investiga-
DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO ções, levantamentos e projetos em decorrência do procedimento
de manifestação de interesse previsto no caput deste artigo:
Art. 80. A pré-qualificação é o procedimento técnico-adminis- I - não atribuirá ao realizador direito de preferência no proces-
trativo para selecionar previamente: so licitatório;
I - licitantes que reúnam condições de habilitação para parti- II - não obrigará o poder público a realizar licitação;
cipar de futura licitação ou de licitação vinculada a programas de III - não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores
obras ou de serviços objetivamente definidos; envolvidos em sua elaboração;
II - bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade IV - será remunerada somente pelo vencedor da licitação, veda-
estabelecidas pela Administração. da, em qualquer hipótese, a cobrança de valores do poder público.
§1º Na pré-qualificação observar-se-á o seguinte: §3º Para aceitação dos produtos e serviços de que trata o caput
I - quando aberta a licitantes, poderão ser dispensados os do- deste artigo, a Administração deverá elaborar parecer fundamen-
cumentos que já constarem do registro cadastral; tado com a demonstração de que o produto ou serviço entregue é
II - quando aberta a bens, poderá ser exigida a comprovação adequado e suficiente à compreensão do objeto, de que as premis-
de qualidade. sas adotadas são compatíveis com as reais necessidades do órgão e
§2º O procedimento de pré-qualificação ficará permanente- de que a metodologia proposta é a que propicia maior economia e
mente aberto para a inscrição de interessados. vantagem entre as demais possíveis.
§3º Quanto ao procedimento de pré-qualificação, constarão do §4º O procedimento previsto no caput deste artigo poderá ser
edital: restrito a startups, assim considerados os microempreendedores
I - as informações mínimas necessárias para definição do ob- individuais, as microempresas e as empresas de pequeno porte,
jeto; de natureza emergente e com grande potencial, que se dediquem
II - a modalidade, a forma da futura licitação e os critérios de à pesquisa, ao desenvolvimento e à implementação de novos pro-
julgamento. dutos ou serviços baseados em soluções tecnológicas inovadoras
§4º A apresentação de documentos far-se-á perante órgão ou que possam causar alto impacto, exigida, na seleção definitiva da
comissão indicada pela Administração, que deverá examiná-los no inovação, validação prévia fundamentada em métricas objetivas, de
prazo máximo de 10 (dez) dias úteis e determinar correção ou rea- modo a demonstrar o atendimento das necessidades da Adminis-
presentação de documentos, quando for o caso, com vistas à am- tração.
pliação da competição.
§5º Os bens e os serviços pré-qualificados deverão integrar o SEÇÃO V
catálogo de bens e serviços da Administração. DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
§6º A pré-qualificação poderá ser realizada em grupos ou seg-
mentos, segundo as especialidades dos fornecedores. Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará
§7º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, com alguns as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre:
ou todos os requisitos técnicos ou de habilitação necessários à con- I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a
tratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de condi- quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida;
ções entre os concorrentes. II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou,
§8º Quanto ao prazo, a pré-qualificação terá validade: no caso de serviços, de unidades de medida;
I - de 1 (um) ano, no máximo, e poderá ser atualizada a qual- III - a possibilidade de prever preços diferentes:
quer tempo; a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife-
II - não superior ao prazo de validade dos documentos apresen- rentes;
tados pelos interessados. b) em razão da forma e do local de acondicionamento;
§9º Os licitantes e os bens pré-qualificados serão obrigatoria- c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do
mente divulgados e mantidos à disposição do público. lote;
§10. A licitação que se seguir ao procedimento da pré-qualifica- d) por outros motivos justificados no processo;
ção poderá ser restrita a licitantes ou bens pré-qualificados. IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em
quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se
SEÇÃO IV nos limites dela;
DO PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor
preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no
Art. 81. A Administração poderá solicitar à iniciativa privada, mercado;
mediante procedimento aberto de manifestação de interesse a ser VI - as condições para alteração de preços registrados;
iniciado com a publicação de edital de chamamento público, a pro-
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi- Art. 85. A Administração poderá contratar a execução de obras
ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante e serviços de engenharia pelo sistema de registro de preços, desde
vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com que atendidos os seguintes requisitos:
a ordem de classificação; I - existência de projeto padronizado, sem complexidade técni-
VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais ca e operacional;
de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de II - necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço
validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de a ser contratado.
ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto Art. 86. O órgão ou entidade gerenciadora deverá, na fase pre-
no edital; paratória do processo licitatório, para fins de registro de preços, re-
IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços alizar procedimento público de intenção de registro de preços para,
e suas consequências. nos termos de regulamento, possibilitar, pelo prazo mínimo de 8
§1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de (oito) dias úteis, a participação de outros órgãos ou entidades na
itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia- respectiva ata e determinar a estimativa total de quantidades da
bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a contratação.
sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de §1º O procedimento previsto no caput deste artigo será dis-
preços unitários máximos deverá ser indicado no edital. pensável quando o órgão ou entidade gerenciadora for o único con-
§2º Na hipótese de que trata o §1º deste artigo, observados tratante.
os parâmetros estabelecidos nos §§1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, §2º Se não participarem do procedimento previsto no caput
a contratação posterior de item específico constante de grupo de deste artigo, os órgãos e entidades poderão aderir à ata de registro
itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua de preços na condição de não participantes, observados os seguin-
vantagem para o órgão ou entidade. tes requisitos:
§3º É permitido registro de preços com indicação limitada a I - apresentação de justificativa da vantagem da adesão, inclusi-
unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido, ve em situações de provável desabastecimento ou descontinuidade
apenas nas seguintes situações: de serviço público;
I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou II - demonstração de que os valores registrados estão compa-
entidade não tiver registro de demandas anteriores; tíveis com os valores praticados pelo mercado na forma do art. 23
II - no caso de alimento perecível; desta Lei;
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento III - prévias consulta e aceitação do órgão ou entidade gerencia-
de bens. dora e do fornecedor.
§4º Nas situações referidas no §3º deste artigo, é obrigatória a §3º A faculdade de aderir à ata de registro de preços na con-
indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação de dição de não participante poderá ser exercida: (Redação dada pela
outro órgão ou entidade na ata. Lei nº 14.770, de 2023)
§5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para a I - por órgãos e entidades da Administração Pública federal,
contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de en- estadual, distrital e municipal, relativamente a ata de registro de
genharia, observadas as seguintes condições: preços de órgão ou entidade gerenciadora federal, estadual ou dis-
I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado; trital; ou (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re- II - por órgãos e entidades da Administração Pública munici-
gulamento; pal, relativamente a ata de registro de preços de órgão ou entidade
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle; gerenciadora municipal, desde que o sistema de registro de pre-
IV - atualização periódica dos preços registrados; ços tenha sido formalizado mediante licitação. (Incluído pela Lei nº
V - definição do período de validade do registro de preços; 14.770, de 2023)
VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que §4º As aquisições ou as contratações adicionais a que se refere
aceitar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante o §2º deste artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a
vencedor na sequência de classificação da licitação e inclusão do 50% (cinquenta por cento) dos quantitativos dos itens do instru-
licitante que mantiver sua proposta original. mento convocatório registrados na ata de registro de preços para o
§6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu- órgão gerenciador e para os órgãos participantes.
lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen- §5º O quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de
sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de preços a que se refere o §2º deste artigo não poderá exceder, na to-
serviços por mais de um órgão ou entidade. talidade, ao dobro do quantitativo de cada item registrado na ata de
Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro- registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes,
misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri- independentemente do número de órgãos não participantes que
gará a Administração a contratar, facultada a realização de licitação aderirem.
específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente §6º A adesão à ata de registro de preços de órgão ou entida-
motivada. de gerenciadora do Poder Executivo federal por órgãos e entidades
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de da Administração Pública estadual, distrital e municipal poderá ser
1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que exigida para fins de transferências voluntárias, não ficando sujeita
comprovado o preço vantajoso. ao limite de que trata o §5º deste artigo se destinada à execução
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de descentralizada de programa ou projeto federal e comprovada a
preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis- compatibilidade dos preços registrados com os valores praticados
posições nela contidas. no mercado na forma do art. 23 desta Lei.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§7º Para aquisição emergencial de medicamentos e material de §6º O interessado que requerer o cadastro na forma do caput
consumo médico-hospitalar por órgãos e entidades da Administra- deste artigo poderá participar de processo licitatório até a decisão
ção Pública federal, estadual, distrital e municipal, a adesão à ata de da Administração, e a celebração do contrato ficará condicionada à
registro de preços gerenciada pelo Ministério da Saúde não estará emissão do certificado referido no §2º deste artigo.
sujeita ao limite de que trata o §5º deste artigo.
§8º Será vedada aos órgãos e entidades da Administração Pú- TÍTULO III
blica federal a adesão à ata de registro de preços gerenciada por DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
órgão ou entidade estadual, distrital ou municipal.
CAPÍTULO I
SEÇÃO VI DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS
DO REGISTRO CADASTRAL
Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão pelas
Art. 87. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Ad- suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, e a eles serão
ministração Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral aplicados, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contra-
unificado disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas tos e as disposições de direito privado.
(PNCP), para efeito de cadastro unificado de licitantes, na forma §1º Todo contrato deverá mencionar os nomes das partes e os
disposta em regulamento. de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou sua lavra-
§1º O sistema de registro cadastral unificado será público e de- tura, o número do processo da licitação ou da contratação direta
verá ser amplamente divulgado e estar permanentemente aberto e a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas
aos interessados, e será obrigatória a realização de chamamento contratuais.
público pela internet, no mínimo anualmente, para atualização dos §2º Os contratos deverão estabelecer com clareza e precisão as
registros existentes e para ingresso de novos interessados. condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam
§2º É proibida a exigência, pelo órgão ou entidade licitante, de os direitos, as obrigações e as responsabilidades das partes, em
registro cadastral complementar para acesso a edital e anexos. conformidade com os termos do edital de licitação e os da proposta
§3º A Administração poderá realizar licitação restrita a fornece- vencedora ou com os termos do ato que autorizou a contratação
dores cadastrados, atendidos os critérios, as condições e os limites direta e os da respectiva proposta.
estabelecidos em regulamento, bem como a ampla publicidade dos Art. 90. A Administração convocará regularmente o licitante
procedimentos para o cadastramento. vencedor para assinar o termo de contrato ou para aceitar ou re-
§4º Na hipótese a que se refere o §3º deste artigo, será admiti- tirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e nas condições
do fornecedor que realize seu cadastro dentro do prazo previsto no estabelecidas no edital de licitação, sob pena de decair o direito à
edital para apresentação de propostas. contratação, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei.
Art. 88. Ao requerer, a qualquer tempo, inscrição no cadastro §1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez,
ou a sua atualização, o interessado fornecerá os elementos neces- por igual período, mediante solicitação da parte durante seu trans-
sários exigidos para habilitação previstos nesta Lei. curso, devidamente justificada, e desde que o motivo apresentado
§1º O inscrito, considerada sua área de atuação, será classifica- seja aceito pela Administração.
do por categorias, subdivididas em grupos, segundo a qualificação §2º Será facultado à Administração, quando o convocado não
técnica e econômico-financeira avaliada, de acordo com regras ob- assinar o termo de contrato ou não aceitar ou não retirar o instru-
jetivas divulgadas em sítio eletrônico oficial. mento equivalente no prazo e nas condições estabelecidas, convo-
§2º Ao inscrito será fornecido certificado, renovável sempre car os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a
que atualizar o registro. celebração do contrato nas condições propostas pelo licitante ven-
§3º A atuação do contratado no cumprimento de obrigações cedor.
assumidas será avaliada pelo contratante, que emitirá documento §3º Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no edi-
comprobatório da avaliação realizada, com menção ao seu desem- tal sem convocação para a contratação, ficarão os licitantes libera-
penho na execução contratual, baseado em indicadores objetiva- dos dos compromissos assumidos.
mente definidos e aferidos, e a eventuais penalidades aplicadas, o §4º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contrata-
que constará do registro cadastral em que a inscrição for realizada. ção nos termos do §2º deste artigo, a Administração, observados
§4º A anotação do cumprimento de obrigações pelo contrata- o valor estimado e sua eventual atualização nos termos do edital,
do, de que trata o §3º deste artigo, será condicionada à implan- poderá:
tação e à regulamentação do cadastro de atesto de cumprimento I - convocar os licitantes remanescentes para negociação, na
de obrigações, apto à realização do registro de forma objetiva, em ordem de classificação, com vistas à obtenção de preço melhor,
atendimento aos princípios da impessoalidade, da igualdade, da mesmo que acima do preço do adjudicatário;
isonomia, da publicidade e da transparência, de modo a possibilitar II - adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas
a implementação de medidas de incentivo aos licitantes que possu- pelos licitantes remanescentes, atendida a ordem classificatória,
írem ótimo desempenho anotado em seu registro cadastral. quando frustrada a negociação de melhor condição.
§5º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cance- §5º A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o con-
lado o registro de inscrito que deixar de satisfazer exigências deter- trato ou em aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo
minadas por esta Lei ou por regulamento. estabelecido pela Administração caracterizará o descumprimento
total da obrigação assumida e o sujeitará às penalidades legalmente
estabelecidas e à imediata perda da garantia de proposta em favor
do órgão ou entidade licitante.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§6º A regra do §5º não se aplicará aos licitantes remanescentes XIV - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida-
convocados na forma do inciso I do §4º deste artigo. des cabíveis e os valores das multas e suas bases de cálculo;
§7º Será facultada à Administração a convocação dos demais XV - as condições de importação e a data e a taxa de câmbio
licitantes classificados para a contratação de remanescente de obra, para conversão, quando for o caso;
de serviço ou de fornecimento em consequência de rescisão con- XVI - a obrigação do contratado de manter, durante toda a exe-
tratual, observados os mesmos critérios estabelecidos nos §§2º e cução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele
4º deste artigo. assumidas, todas as condições exigidas para a habilitação na licita-
Art. 91. Os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e ção, ou para a qualificação, na contratação direta;
serão juntados ao processo que tiver dado origem à contratação, XVII - a obrigação de o contratado cumprir as exigências de re-
divulgados e mantidos à disposição do público em sítio eletrônico serva de cargos prevista em lei, bem como em outras normas espe-
oficial. cíficas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência
§1º Será admitida a manutenção em sigilo de contratos e de Social e para aprendiz;
termos aditivos quando imprescindível à segurança da sociedade XVIII - o modelo de gestão do contrato, observados os requisi-
e do Estado, nos termos da legislação que regula o acesso à infor- tos definidos em regulamento;
mação. XIX - os casos de extinção.
§2º Contratos relativos a direitos reais sobre imóveis serão for- §1º Os contratos celebrados pela Administração Pública com
malizados por escritura pública lavrada em notas de tabelião, cujo pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as domiciliadas no exterior,
teor deverá ser divulgado e mantido à disposição do público em deverão conter cláusula que declare competente o foro da sede da
sítio eletrônico oficial. Administração para dirimir qualquer questão contratual, ressalva-
§3º Será admitida a forma eletrônica na celebração de con- das as seguintes hipóteses:
tratos e de termos aditivos, atendidas as exigências previstas em I - licitação internacional para a aquisição de bens e serviços
regulamento. cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento con-
§4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do cedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça
contrato, a Administração deverá verificar a regularidade fiscal do parte ou por agência estrangeira de cooperação;
contratado, consultar o Cadastro Nacional de Empresas Inidône- II - contratação com empresa estrangeira para a compra de
as e Suspensas (Ceis) e o Cadastro Nacional de Empresas Punidas equipamentos fabricados e entregues no exterior precedida de au-
(Cnep), emitir as certidões negativas de inidoneidade, de impedi- torização do Chefe do Poder Executivo;
mento e de débitos trabalhistas e juntá-las ao respectivo processo. III - aquisição de bens e serviços realizada por unidades admi-
Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que esta- nistrativas com sede no exterior.
beleçam: §2º De acordo com as peculiaridades de seu objeto e de seu re-
I - o objeto e seus elementos característicos; gime de execução, o contrato conterá cláusula que preveja período
II - a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante antecedente à expedição da ordem de serviço para verificação de
vencedor ou ao ato que tiver autorizado a contratação direta e à pendências, liberação de áreas ou adoção de outras providências
respectiva proposta; cabíveis para a regularidade do início de sua execução.
III - a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive §3º Independentemente do prazo de duração, o contrato de-
quanto aos casos omissos; verá conter cláusula que estabeleça o índice de reajustamento de
IV - o regime de execução ou a forma de fornecimento; preço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado, e
V - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data- poderá ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial,
-base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios em conformidade com a realidade de mercado dos respectivos in-
de atualização monetária entre a data do adimplemento das obri- sumos.
gações e a do efetivo pagamento; §4º Nos contratos de serviços contínuos, observado o interreg-
VI - os critérios e a periodicidade da medição, quando for o no mínimo de 1 (um) ano, o critério de reajustamento de preços
caso, e o prazo para liquidação e para pagamento; será por:
VII - os prazos de início das etapas de execução, conclusão, en- I - reajustamento em sentido estrito, quando não houver regi-
trega, observação e recebimento definitivo, quando for o caso; me de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de
VIII - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da mão de obra, mediante previsão de índices específicos ou setoriais;
classificação funcional programática e da categoria econômica; II - repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva
IX - a matriz de risco, quando for o caso; de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante de-
X - o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, monstração analítica da variação dos custos.
quando for o caso; §5º Nos contratos de obras e serviços de engenharia, sempre
XI - o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do que compatível com o regime de execução, a medição será mensal.
equilíbrio econômico-financeiro, quando for o caso; §6º Nos contratos para serviços contínuos com regime de de-
XII - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, dicação exclusiva de mão de obra ou com predominância de mão
quando exigidas, inclusive as que forem oferecidas pelo contratado de obra, o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços
no caso de antecipação de valores a título de pagamento; será preferencialmente de 1 (um) mês, contado da data do forneci-
XIII - o prazo de garantia mínima do objeto, observados os pra- mento da documentação prevista no §6º do art. 135 desta Lei.
zos mínimos estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas aplicá- §7º Para efeito do disposto nesta Lei, consideram-se como
veis, e as condições de manutenção e assistência técnica, quando adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a re-
for o caso; alização da obra ou a entrega do bem, ou parcela destes, bem como

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada §2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Admi-
a emissão de documento de cobrança. (Incluído pela Lei nº 14.770, nistração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação de ser-
de 2023) viços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor não
Art. 93. Nas contratações de projetos ou de serviços técnicos superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). (Vide Decreto nº 11.871, de
especializados, inclusive daqueles que contemplem o desenvolvi- 2023) Vigência
mento de programas e aplicações de internet para computadores,
máquinas, equipamentos e dispositivos de tratamento e de comu- CAPÍTULO II
nicação da informação (software) - e a respectiva documentação DAS GARANTIAS
técnica associada -, o autor deverá ceder todos os direitos patri-
moniais a eles relativos para a Administração Pública, hipótese em Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, po-
que poderão ser livremente utilizados e alterados por ela em outras derá ser exigida, mediante previsão no edital, prestação de garantia
ocasiões, sem necessidade de nova autorização de seu autor. nas contratações de obras, serviços e fornecimentos.
§1º Quando o projeto se referir a obra imaterial de caráter tec- §1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda-
nológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos a que se re- lidades de garantia:
fere o caput deste artigo incluirá o fornecimento de todos os dados, I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos
documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado
de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qual- de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil,
quer natureza e aplicação da obra. e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo
§2º É facultado à Administração Pública deixar de exigir a ces- Ministério da Economia;
são de direitos a que se refere o caput deste artigo quando o objeto II - seguro-garantia;
da contratação envolver atividade de pesquisa e desenvolvimento III - fiança bancária emitida por banco ou instituição financei-
de caráter científico, tecnológico ou de inovação, considerados os ra devidamente autorizada a operar no País pelo Banco Central do
princípios e os mecanismos instituídos pela Lei nº 10.973, de 2 de Brasil.
dezembro de 2004. IV - título de capitalização custeado por pagamento único, com
§3º Na hipótese de posterior alteração do projeto pela Admi- resgate pelo valor total. (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)
nistração Pública, o autor deverá ser comunicado, e os registros se- §2º Na hipótese de suspensão do contrato por ordem ou ina-
rão promovidos nos órgãos ou entidades competentes. dimplemento da Administração, o contratado ficará desobrigado de
Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públi- renovar a garantia ou de endossar a apólice de seguro até a ordem
cas (PNCP) é condição indispensável para a eficácia do contrato e de de reinício da execução ou o adimplemento pela Administração.
seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados §3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da
da data de sua assinatura: data de homologação da licitação e anterior à assinatura do contra-
I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação; to, para a prestação da garantia pelo contratado quando optar pela
II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta. modalidade prevista no inciso II do §1º deste artigo.
§1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cum-
a partir de sua assinatura e deverão ser publicados nos prazos pre- primento das obrigações assumidas pelo contratado perante à Ad-
vistos nos incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de nulidade. ministração, inclusive as multas, os prejuízos e as indenizações de-
§2º A divulgação de que trata o caput deste artigo, quando re- correntes de inadimplemento, observadas as seguintes regras nas
ferente à contratação de profissional do setor artístico por inexigibi- contratações regidas por esta Lei:
lidade, deverá identificar os custos do cachê do artista, dos músicos I - o prazo de vigência da apólice será igual ou superior ao prazo
ou da banda, quando houver, do transporte, da hospedagem, da estabelecido no contrato principal e deverá acompanhar as modifi-
infraestrutura, da logística do evento e das demais despesas espe- cações referentes à vigência deste mediante a emissão do respecti-
cíficas. vo endosso pela seguradora;
§3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio ele- II - o seguro-garantia continuará em vigor mesmo se o contrata-
trônico oficial, em até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura do não tiver pago o prêmio nas datas convencionadas.
do contrato, os quantitativos e os preços unitários e totais que con- Parágrafo único. Nos contratos de execução continuada ou de
tratar e, em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis após a conclusão do fornecimento contínuo de bens e serviços, será permitida a subs-
contrato, os quantitativos executados e os preços praticados. tituição da apólice de seguro-garantia na data de renovação ou de
§4º (VETADO). aniversário, desde que mantidas as mesmas condições e coberturas
§5º (VETADO). da apólice vigente e desde que nenhum período fique descoberto,
Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas se- ressalvado o disposto no §2º do art. 96 desta Lei.
guintes hipóteses, em que a Administração poderá substituí-lo por Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos,
outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota de empenho de a garantia poderá ser de até 5% (cinco por cento) do valor inicial
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço: do contrato, autorizada a majoração desse percentual para até 10%
I - dispensa de licitação em razão de valor; (dez por cento), desde que justificada mediante análise da comple-
II - compras com entrega imediata e integral dos bens adquiri- xidade técnica e dos riscos envolvidos.
dos e dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a Parágrafo único. Nas contratações de serviços e fornecimen-
assistência técnica, independentemente de seu valor. tos contínuos com vigência superior a 1 (um) ano, assim como nas
§1º Às hipóteses de substituição do instrumento de contrato, subsequentes prorrogações, será utilizado o valor anual do contrato
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 92 desta Lei. para definição e aplicação dos percentuais previstos no caput deste
artigo.
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Art. 99. Nas contratações de obras e serviços de engenharia de §5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da ma-
grande vulto, poderá ser exigida a prestação de garantia, na moda- triz de alocação de riscos, será considerado mantido o equilíbrio
lidade seguro-garantia, com cláusula de retomada prevista no art. econômico-financeiro, renunciando as partes aos pedidos de resta-
102 desta Lei, em percentual equivalente a até 30% (trinta por cen- belecimento do equilíbrio relacionados aos riscos assumidos, exce-
to) do valor inicial do contrato. to no que se refere:
Art. 100. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou I - às alterações unilaterais determinadas pela Administração,
restituída após a fiel execução do contrato ou após a sua extinção nas hipóteses do inciso I do caput do art. 124 desta Lei;
por culpa exclusiva da Administração e, quando em dinheiro, atua- II - ao aumento ou à redução, por legislação superveniente,
lizada monetariamente. dos tributos diretamente pagos pelo contratado em decorrência do
Art. 101. Nos casos de contratos que impliquem a entrega de contrato.
bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, §6º Na alocação de que trata o caput deste artigo, poderão ser
o valor desses bens deverá ser acrescido ao valor da garantia. adotados métodos e padrões usualmente utilizados por entidades
Art. 102. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o públicas e privadas, e os ministérios e secretarias supervisores dos
edital poderá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro- órgãos e das entidades da Administração Pública poderão definir os
-garantia e prever a obrigação de a seguradora, em caso de inadim- parâmetros e o detalhamento dos procedimentos necessários a sua
plemento pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto identificação, alocação e quantificação financeira.
do contrato, hipótese em que:
I - a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos, CAPÍTULO IV
como interveniente anuente e poderá: DAS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO
a) ter livre acesso às instalações em que for executado o con-
trato principal; Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei
b) acompanhar a execução do contrato principal; confere à Administração, em relação a eles, as prerrogativas de:
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil; I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às
d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra-
ou pelo fornecimento; tado;
II - a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem II - extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta
ela indicar para a conclusão do contrato, será autorizada desde que Lei;
demonstrada sua regularidade fiscal; III - fiscalizar sua execução;
III - a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato, IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial
total ou parcialmente. do ajuste;
Parágrafo único. Na hipótese de inadimplemento do contrata- V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar
do, serão observadas as seguintes disposições: pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses
I - caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, de:
estará isenta da obrigação de pagar a importância segurada indica- a) risco à prestação de serviços essenciais;
da na apólice; b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas
II - caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pa- contratuais pelo contratado, inclusive após extinção do contrato.
gará a integralidade da importância segurada indicada na apólice. §1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con-
tratos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do con-
CAPÍTULO III tratado.
DA ALOCAÇÃO DE RISCOS §2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo, as
cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas
Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais para que se mantenha o equilíbrio contratual.
previstos e presumíveis e prever matriz de alocação de riscos, alo-
cando-os entre contratante e contratado, mediante indicação da- CAPÍTULO V
queles a serem assumidos pelo setor público ou pelo setor privado DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS
ou daqueles a serem compartilhados.
§1º A alocação de riscos de que trata o caput deste artigo Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a
considerará, em compatibilidade com as obrigações e os encargos prevista em edital, e deverão ser observadas, no momento da con-
atribuídos às partes no contrato, a natureza do risco, o beneficiário tratação e a cada exercício financeiro, a disponibilidade de créditos
das prestações a que se vincula e a capacidade de cada setor para orçamentários, bem como a previsão no plano plurianual, quando
melhor gerenciá-lo. ultrapassar 1 (um) exercício financeiro.
§2º Os riscos que tenham cobertura oferecida por seguradoras Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com pra-
serão preferencialmente transferidos ao contratado. zo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses de serviços e fornecimentos
§3º A alocação dos riscos contratuais será quantificada para contínuos, observadas as seguintes diretrizes:
fins de projeção dos reflexos de seus custos no valor estimado da I - a autoridade competente do órgão ou entidade contratante
contratação. deverá atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em razão
§4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio econô- da contratação plurianual;
mico-financeiro inicial do contrato em relação a eventos superve- II - a Administração deverá atestar, no início da contratação e
nientes e deverá ser observada na solução de eventuais pleitos das de cada exercício, a existência de créditos orçamentários vinculados
partes. à contratação e a vantagem em sua manutenção;
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III - a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem CAPÍTULO VI


ônus, quando não dispuser de créditos orçamentários para sua con- DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS
tinuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe oferece
vantagem. Art. 115. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par-
§1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, e
ocorrerá apenas na próxima data de aniversário do contrato e não cada parte responderá pelas consequências de sua inexecução total
poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses, contado da re- ou parcial.
ferida data. §1º É proibido à Administração retardar imotivadamente a exe-
§2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de equipamen- cução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, inclusive na hipótese
tos e à utilização de programas de informática. de posse do respectivo chefe do Poder Executivo ou de novo titular
Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos no órgão ou entidade contratante.
poderão ser prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência §2º (VETADO).
máxima decenal, desde que haja previsão em edital e que a auto- §3º (VETADO).
ridade competente ateste que as condições e os preços permane- §4º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, sem-
cem vantajosos para a Administração, permitida a negociação com pre que a responsabilidade pelo licenciamento ambiental for da
o contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das Administração, a manifestação prévia ou licença prévia, quando
partes. cabíveis, deverão ser obtidas antes da divulgação do edital. (Pro-
Art. 108. A Administração poderá celebrar contratos com prazo mulgação partes vetadas)
de até 10 (dez) anos nas hipóteses previstas nas alíneas “f” e “g” do §5º Em caso de impedimento, ordem de paralisação ou sus-
inciso IV e nos incisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 75 desta Lei. pensão do contrato, o cronograma de execução será prorrogado
Art. 109. A Administração poderá estabelecer a vigência por automaticamente pelo tempo correspondente, anotadas tais cir-
prazo indeterminado nos contratos em que seja usuária de serviço cunstâncias mediante simples apostila.
público oferecido em regime de monopólio, desde que comprova- §6º Nas contratações de obras, verificada a ocorrência do dis-
da, a cada exercício financeiro, a existência de créditos orçamentá- posto no §5º deste artigo por mais de 1 (um) mês, a Administração
rios vinculados à contratação. deverá divulgar, em sítio eletrônico oficial e em placa a ser afixada
Art. 110. Na contratação que gere receita e no contrato de efici- em local da obra de fácil visualização pelos cidadãos, aviso público
ência que gere economia para a Administração, os prazos serão de: de obra paralisada, com o motivo e o responsável pela inexecução
I - até 10 (dez) anos, nos contratos sem investimento; temporária do objeto do contrato e a data prevista para o reinício
II - até 35 (trinta e cinco) anos, nos contratos com investimento, da sua execução.
assim considerados aqueles que impliquem a elaboração de ben- §7º Os textos com as informações de que trata o §6º deste ar-
feitorias permanentes, realizadas exclusivamente a expensas do tigo deverão ser elaborados pela Administração.
contratado, que serão revertidas ao patrimônio da Administração Art. 116. Ao longo de toda a execução do contrato, o contra-
Pública ao término do contrato. tado deverá cumprir a reserva de cargos prevista em lei para pes-
Art. 111. Na contratação que previr a conclusão de escopo soa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social ou para
predefinido, o prazo de vigência será automaticamente prorrogado aprendiz, bem como as reservas de cargos previstas em outras nor-
quando seu objeto não for concluído no período firmado no con- mas específicas.
trato. Parágrafo único. Sempre que solicitado pela Administração, o
Parágrafo único. Quando a não conclusão decorrer de culpa do contratado deverá comprovar o cumprimento da reserva de cargos
contratado: a que se refere o caput deste artigo, com a indicação dos emprega-
I - o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as dos que preencherem as referidas vagas.
respectivas sanções administrativas; Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e
II - a Administração poderá optar pela extinção do contrato e, fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes
nesse caso, adotará as medidas admitidas em lei para a continuida- da Administração especialmente designados conforme requisitos
de da execução contratual. estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos,
Art. 112. Os prazos contratuais previstos nesta Lei não excluem permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los
nem revogam os prazos contratuais previstos em lei especial. com informações pertinentes a essa atribuição.
Art. 113. O contrato firmado sob o regime de fornecimento e §1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as
prestação de serviço associado terá sua vigência máxima definida ocorrências relacionadas à execução do contrato, determinando o
pela soma do prazo relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da que for necessário para a regularização das faltas ou dos defeitos
obra com o prazo relativo ao serviço de operação e manutenção, observados.
este limitado a 5 (cinco) anos contados da data de recebimento do §2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tem-
objeto inicial, autorizada a prorrogação na forma do art. 107 desta po hábil para a adoção das medidas convenientes, a situação que
Lei. demandar decisão ou providência que ultrapasse sua competência.
Art. 114. O contrato que previr a operação continuada de siste- §3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assesso-
mas estruturantes de tecnologia da informação poderá ter vigência ramento jurídico e de controle interno da Administração, que deve-
máxima de 15 (quinze) anos. rão dirimir dúvidas e subsidiá-lo com informações relevantes para
prevenir riscos na execução contratual.
§4º Na hipótese da contratação de terceiros prevista no caput
deste artigo, deverão ser observadas as seguintes regras:

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I - a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabi- §1º O contratado apresentará à Administração documentação
lidade civil objetiva pela veracidade e pela precisão das informações que comprove a capacidade técnica do subcontratado, que será
prestadas, firmará termo de compromisso de confidencialidade e avaliada e juntada aos autos do processo correspondente.
não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de fiscal de con- §2º Regulamento ou edital de licitação poderão vedar, restrin-
trato; gir ou estabelecer condições para a subcontratação.
II - a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade §3º Será vedada a subcontratação de pessoa física ou jurídica,
o fiscal do contrato, nos limites das informações recebidas do ter- se aquela ou os dirigentes desta mantiverem vínculo de natureza
ceiro contratado. técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com
Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Ad- dirigente do órgão ou entidade contratante ou com agente públi-
ministração no local da obra ou do serviço para representá-lo na co que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou
execução do contrato. na gestão do contrato, ou se deles forem cônjuge, companheiro ou
Art. 119. O contratado será obrigado a reparar, corrigir, re- parente em linha reta, colateral, ou por afinidade, até o terceiro
mover, reconstruir ou substituir, a suas expensas, no total ou em grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de
parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos licitação.
ou incorreções resultantes de sua execução ou de materiais nela Art. 123. A Administração terá o dever de explicitamente emitir
empregados. decisão sobre todas as solicitações e reclamações relacionadas à
Art. 120. O contratado será responsável pelos danos causados execução dos contratos regidos por esta Lei, ressalvados os reque-
diretamente à Administração ou a terceiros em razão da execução rimentos manifestamente impertinentes, meramente protelatórios
do contrato, e não excluirá nem reduzirá essa responsabilidade a ou de nenhum interesse para a boa execução do contrato.
fiscalização ou o acompanhamento pelo contratante. Parágrafo único. Salvo disposição legal ou cláusula contratual
Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encar- que estabeleça prazo específico, concluída a instrução do requeri-
gos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da mento, a Administração terá o prazo de 1 (um) mês para decidir,
execução do contrato. admitida a prorrogação motivada por igual período.
§1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não transferirá à Administração a CAPÍTULO VII
responsabilidade pelo seu pagamento e não poderá onerar o objeto DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS PREÇOS
do contrato nem restringir a regularização e o uso das obras e das
edificações, inclusive perante o registro de imóveis, ressalvada a hi- Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera-
pótese prevista no §2º deste artigo. dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
§2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos I - unilateralmente pela Administração:
com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a Administra- a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-
ção responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e ções, para melhor adequação técnica a seus objetivos;
subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha b) quando for necessária a modificação do valor contratual em
na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado. decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
§3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de de- nos limites permitidos por esta Lei;
dicação exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento II - por acordo entre as partes:
de obrigações trabalhistas pelo contratado, a Administração, me- a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
diante disposição em edital ou em contrato, poderá, entre outras b) quando necessária a modificação do regime de execução da
medidas: obra ou do serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-ga- de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
rantia com cobertura para verbas rescisórias inadimplidas; originários;
II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das c) quando necessária a modificação da forma de pagamento
obrigações trabalhistas vencidas relativas ao contrato; por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada; inicial atualizado e vedada a antecipação do pagamento em relação
IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o paga- ao cronograma financeiro fixado sem a correspondente contrapres-
mento das verbas trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento tação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
devido ao contratado; d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial
V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo do contrato em caso de força maior, caso fortuito ou fato do prínci-
terceiro salário, a ausências legais e a verbas rescisórias dos em- pe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de con-
pregados do contratado que participarem da execução dos serviços sequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato
contratados serão pagos pelo contratante ao contratado somente tal como pactuado, respeitada, em qualquer caso, a repartição ob-
na ocorrência do fato gerador. jetiva de risco estabelecida no contrato.
§4º Os valores depositados na conta vinculada a que se refere §1º Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de
o inciso III do §3º deste artigo são absolutamente impenhoráveis. contratos de obras e serviços de engenharia ensejarão apuração de
§5º O recolhimento das contribuições previdenciárias obser- responsabilidade do responsável técnico e adoção das providências
vará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. necessárias para o ressarcimento dos danos causados à Adminis-
Art. 122. Na execução do contrato e sem prejuízo das respon- tração.
sabilidades contratuais e legais, o contratado poderá subcontratar §2º Será aplicado o disposto na alínea “d” do inciso II do caput
partes da obra, do serviço ou do fornecimento até o limite autoriza- deste artigo às contratações de obras e serviços de engenharia,
do, em cada caso, pela Administração. quando a execução for obstada pelo atraso na conclusão de proce-
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dimentos de desapropriação, desocupação, servidão administrativa IV - por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz
ou licenciamento ambiental, por circunstâncias alheias ao contra- de riscos como de responsabilidade da Administração.
tado. Art. 134. Os preços contratados serão alterados, para mais ou
Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere o inciso I para menos, conforme o caso, se houver, após a data da apresen-
do caput do art. 124 desta Lei, o contratado será obrigado a acei- tação da proposta, criação, alteração ou extinção de quaisquer tri-
tar, nas mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões butos ou encargos legais ou a superveniência de disposições legais,
de até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do com comprovada repercussão sobre os preços contratados.
contrato que se fizerem nas obras, nos serviços ou nas compras, e, Art. 135. Os preços dos contratos para serviços contínuos com
no caso de reforma de edifício ou de equipamento, o limite para os regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou com predominân-
acréscimos será de 50% (cinquenta por cento). cia de mão de obra serão repactuados para manutenção do equi-
Art. 126. As alterações unilaterais a que se refere o inciso I do líbrio econômico-financeiro, mediante demonstração analítica da
caput do art. 124 desta Lei não poderão transfigurar o objeto da variação dos custos contratuais, com data vinculada:
contratação. I - à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do
Art. 127. Se o contrato não contemplar preços unitários para mercado;
obras ou serviços cujo aditamento se fizer necessário, esses serão II - ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao
fixados por meio da aplicação da relação geral entre os valores da qual a proposta esteja vinculada, para os custos de mão de obra.
proposta e o do orçamento-base da Administração sobre os preços §1º A Administração não se vinculará às disposições contidas
referenciais ou de mercado vigentes na data do aditamento, respei- em acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tra-
tados os limites estabelecidos no art. 125 desta Lei. tem de matéria não trabalhista, de pagamento de participação dos
Art. 128. Nas contratações de obras e serviços de engenharia, trabalhadores nos lucros ou resultados do contratado, ou que es-
a diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço tabeleçam direitos não previstos em lei, como valores ou índices
global de referência não poderá ser reduzida em favor do contra- obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários, bem como de
tado em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha preços para os insumos relacionados ao exercício da atividade.
orçamentária. §2º É vedado a órgão ou entidade contratante vincular-se às
Art. 129. Nas alterações contratuais para supressão de obras, disposições previstas nos acordos, convenções ou dissídios coleti-
bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais vos de trabalho que tratem de obrigações e direitos que somente se
e os colocado no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela aplicam aos contratos com a Administração Pública.
Administração pelos custos de aquisição regularmente comprova- §3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1
dos e monetariamente reajustados, podendo caber indenização por (um) ano, contado da data da apresentação da proposta ou da data
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que da última repactuação.
regularmente comprovados. §4º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas
Art. 130. Caso haja alteração unilateral do contrato que aumen- quantas forem necessárias, observado o princípio da anualidade
te ou diminua os encargos do contratado, a Administração deverá do reajuste de preços da contratação, podendo ser realizada em
restabelecer, no mesmo termo aditivo, o equilíbrio econômico-fi- momentos distintos para discutir a variação de custos que tenham
nanceiro inicial. sua anualidade resultante em datas diferenciadas, como os decor-
Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o rentes de mão de obra e os decorrentes dos insumos necessários à
reconhecimento do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese execução dos serviços.
em que será concedida indenização por meio de termo indeniza- §5º Quando a contratação envolver mais de uma categoria
tório. profissional, a repactuação a que se refere o inciso II do caput des-
Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio te artigo poderá ser dividida em tantos quantos forem os acordos,
econômico-financeiro deverá ser formulado durante a vigência do convenções ou dissídios coletivos de trabalho das categorias envol-
contrato e antes de eventual prorrogação nos termos do art. 107 vidas na contratação.
desta Lei. §6º A repactuação será precedida de solicitação do contrata-
Art. 132. A formalização do termo aditivo é condição para a do, acompanhada de demonstração analítica da variação dos cus-
execução, pelo contratado, das prestações determinadas pela Ad- tos, por meio de apresentação da planilha de custos e formação de
ministração no curso da execução do contrato, salvo nos casos de preços, ou do novo acordo, convenção ou sentença normativa que
justificada necessidade de antecipação de seus efeitos, hipótese em fundamenta a repactuação.
que a formalização deverá ocorrer no prazo máximo de 1 (um) mês. Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato
Art. 133. Nas hipóteses em que for adotada a contratação inte- podem ser realizados por simples apostila, dispensada a celebração
grada ou semi-integrada, é vedada a alteração dos valores contratu- de termo aditivo, como nas seguintes situações:
ais, exceto nos seguintes casos: I - variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à
I - para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro repactuação de preços previstos no próprio contrato;
decorrente de caso fortuito ou força maior; II - atualizações, compensações ou penalizações financeiras de-
II - por necessidade de alteração do projeto ou das especifica- correntes das condições de pagamento previstas no contrato;
ções para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação, III - alterações na razão ou na denominação social do contra-
a pedido da Administração, desde que não decorrente de erros ou tado;
omissões por parte do contratado, observados os limites estabele- IV - empenho de dotações orçamentárias.
cidos no art. 125 desta Lei;
III - por necessidade de alteração do projeto nas contratações
semi-integradas, nos termos do §5º do art. 46 desta Lei;
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CAPÍTULO VIII II - assegurarão ao contratado o direito de optar pela suspen-


DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS são do cumprimento das obrigações assumidas até a normalização
da situação, admitido o restabelecimento do equilíbrio econômico-
Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual -financeiro do contrato, na forma da alínea “d” do inciso II do caput
deverá ser formalmente motivada nos autos do processo, assegura- do art. 124 desta Lei.
dos o contraditório e a ampla defesa, as seguintes situações: §4º Os emitentes das garantias previstas no art. 96 desta Lei
I - não cumprimento ou cumprimento irregular de normas edi- deverão ser notificados pelo contratante quanto ao início de pro-
talícias ou de cláusulas contratuais, de especificações, de projetos cesso administrativo para apuração de descumprimento de cláusu-
ou de prazos; las contratuais.
II - desatendimento das determinações regulares emitidas pela Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar sua execução ou I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração,
por autoridade superior; exceto no caso de descumprimento decorrente de sua própria con-
III - alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutu- duta;
ra da empresa que restrinja sua capacidade de concluir o contrato; II - consensual, por acordo entre as partes, por conciliação, por
IV - decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da mediação ou por comitê de resolução de disputas, desde que haja
sociedade ou falecimento do contratado; interesse da Administração;
V - caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, III - determinada por decisão arbitral, em decorrência de cláu-
impeditivos da execução do contrato; sula compromissória ou compromisso arbitral, ou por decisão ju-
VI - atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibili- dicial.
dade de obtê-la, ou alteração substancial do anteprojeto que dela §1º A extinção determinada por ato unilateral da Administra-
resultar, ainda que obtida no prazo previsto; ção e a extinção consensual deverão ser precedidas de autorização
VII - atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a escrita e fundamentada da autoridade competente e reduzidas a
desocupação ou a servidão administrativa, ou impossibilidade de termo no respectivo processo.
liberação dessas áreas; §2º Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Adminis-
VIII - razões de interesse público, justificadas pela autoridade tração, o contratado será ressarcido pelos prejuízos regularmente
máxima do órgão ou da entidade contratante; comprovados que houver sofrido e terá direito a:
IX - não cumprimento das obrigações relativas à reserva de car- I - devolução da garantia;
gos prevista em lei, bem como em outras normas específicas, para II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data
pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social ou de extinção;
para aprendiz. III - pagamento do custo da desmobilização.
§1º Regulamento poderá especificar procedimentos e critérios Art. 139. A extinção determinada por ato unilateral da Adminis-
para verificação da ocorrência dos motivos previstos no caput deste tração poderá acarretar, sem prejuízo das sanções previstas nesta
artigo. Lei, as seguintes consequências:
§2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas se- I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local
guintes hipóteses: em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
I - supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou II - ocupação e utilização do local, das instalações, dos equi-
compras que acarrete modificação do valor inicial do contrato além pamentos, do material e do pessoal empregados na execução do
do limite permitido no art. 125 desta Lei; contrato e necessários à sua continuidade;
II - suspensão de execução do contrato, por ordem escrita da III - execução da garantia contratual para:
Administração, por prazo superior a 3 (três) meses; a) ressarcimento da Administração Pública por prejuízos decor-
III - repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, rentes da não execução;
independentemente do pagamento obrigatório de indenização b) pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e previdenciá-
pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e rias, quando cabível;
mobilizações e outras previstas; c) pagamento das multas devidas à Administração Pública;
IV - atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da d) exigência da assunção da execução e da conclusão do objeto
nota fiscal, dos pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos do contrato pela seguradora, quando cabível;
pela Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimen- IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
tos; dos prejuízos causados à Administração Pública e das multas apli-
V - não liberação pela Administração, nos prazos contratuais, cadas.
de área, local ou objeto, para execução de obra, serviço ou forneci- §1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II do caput
mento, e de fontes de materiais naturais especificadas no projeto, deste artigo ficará a critério da Administração, que poderá dar con-
inclusive devido a atraso ou descumprimento das obrigações atri- tinuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
buídas pelo contrato à Administração relacionadas a desapropria- §2º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o ato deverá
ção, a desocupação de áreas públicas ou a licenciamento ambiental. ser precedido de autorização expressa do ministro de Estado, do
§3º As hipóteses de extinção a que se referem os incisos II, III e secretário estadual ou do secretário municipal competente, confor-
IV do §2º deste artigo observarão as seguintes disposições: me o caso.
I - não serão admitidas em caso de calamidade pública, de gra-
ve perturbação da ordem interna ou de guerra, bem como quando
decorrerem de ato ou fato que o contratado tenha praticado, do
qual tenha participado ou para o qual tenha contribuído;
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CAPÍTULO IX I - grave perturbação da ordem, situação de emergência ou ca-


DO RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO lamidade pública;
II - pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte,
Art. 140. O objeto do contrato será recebido: agricultor familiar, produtor rural pessoa física, microempreende-
I - em se tratando de obras e serviços: dor individual e sociedade cooperativa, desde que demonstrado o
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamen- risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do contrato;
to e fiscalização, mediante termo detalhado, quando verificado o III - pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos
cumprimento das exigências de caráter técnico; sistemas estruturantes, desde que demonstrado o risco de descon-
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela tinuidade do cumprimento do objeto do contrato;
autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove IV - pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de
o atendimento das exigências contratuais; falência, recuperação judicial ou dissolução da empresa contratada;
II - em se tratando de compras: V - pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para
a) provisoriamente, de forma sumária, pelo responsável por assegurar a integridade do patrimônio público ou para manter o
seu acompanhamento e fiscalização, com verificação posterior da funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou entidade,
conformidade do material com as exigências contratuais; quando demonstrado o risco de descontinuidade da prestação de
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela serviço público de relevância ou o cumprimento da missão institu-
autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove cional.
o atendimento das exigências contratuais. §2º A inobservância imotivada da ordem cronológica referida
§1º O objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em no caput deste artigo ensejará a apuração de responsabilidade do
parte, quando estiver em desacordo com o contrato. agente responsável, cabendo aos órgãos de controle a sua fiscali-
§2º O recebimento provisório ou definitivo não excluirá a res- zação.
ponsabilidade civil pela solidez e pela segurança da obra ou serviço §3º O órgão ou entidade deverá disponibilizar, mensalmente,
nem a responsabilidade ético-profissional pela perfeita execução em seção específica de acesso à informação em seu sítio na inter-
do contrato, nos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato. net, a ordem cronológica de seus pagamentos, bem como as jus-
§3º Os prazos e os métodos para a realização dos recebimen- tificativas que fundamentarem a eventual alteração dessa ordem.
tos provisório e definitivo serão definidos em regulamento ou no Art. 142. Disposição expressa no edital ou no contrato poderá
contrato. prever pagamento em conta vinculada ou pagamento pela efetiva
§4º Salvo disposição em contrário constante do edital ou de ato comprovação do fato gerador.
normativo, os ensaios, os testes e as demais provas para aferição da Parágrafo único. (VETADO).
boa execução do objeto do contrato exigidos por normas técnicas Art. 143. No caso de controvérsia sobre a execução do objeto,
oficiais correrão por conta do contratado. quanto a dimensão, qualidade e quantidade, a parcela incontrover-
§5º Em se tratando de projeto de obra, o recebimento defini- sa deverá ser liberada no prazo previsto para pagamento.
tivo pela Administração não eximirá o projetista ou o consultor da Art. 144. Na contratação de obras, fornecimentos e serviços,
responsabilidade objetiva por todos os danos causados por falha inclusive de engenharia, poderá ser estabelecida remuneração va-
de projeto. riável vinculada ao desempenho do contratado, com base em me-
§6º Em se tratando de obra, o recebimento definitivo pela tas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental
Administração não eximirá o contratado, pelo prazo mínimo de e prazos de entrega definidos no edital de licitação e no contrato.
5 (cinco) anos, admitida a previsão de prazo de garantia superior §1º O pagamento poderá ser ajustado em base percentual so-
no edital e no contrato, da responsabilidade objetiva pela solidez bre o valor economizado em determinada despesa, quando o obje-
e pela segurança dos materiais e dos serviços executados e pela to do contrato visar à implantação de processo de racionalização,
funcionalidade da construção, da reforma, da recuperação ou da hipótese em que as despesas correrão à conta dos mesmos créditos
ampliação do bem imóvel, e, em caso de vício, defeito ou incorre- orçamentários, na forma de regulamentação específica.
ção identificados, o contratado ficará responsável pela reparação, §2º A utilização de remuneração variável será motivada e res-
pela correção, pela reconstrução ou pela substituição necessárias. peitará o limite orçamentário fixado pela Administração para a con-
tratação.
CAPÍTULO X Art. 145. Não será permitido pagamento antecipado, parcial ou
DOS PAGAMENTOS total, relativo a parcelas contratuais vinculadas ao fornecimento de
bens, à execução de obras ou à prestação de serviços.
Art. 141. No dever de pagamento pela Administração, será ob- §1º A antecipação de pagamento somente será permitida se
servada a ordem cronológica para cada fonte diferenciada de recur- propiciar sensível economia de recursos ou se representar condição
sos, subdividida nas seguintes categorias de contratos: indispensável para a obtenção do bem ou para a prestação do ser-
I - fornecimento de bens; viço, hipótese que deverá ser previamente justificada no processo
II - locações; licitatório e expressamente prevista no edital de licitação ou instru-
III - prestação de serviços; mento formal de contratação direta.
IV - realização de obras. §2º A Administração poderá exigir a prestação de garantia adi-
§1º A ordem cronológica referida no caput deste artigo poderá cional como condição para o pagamento antecipado.
ser alterada, mediante prévia justificativa da autoridade competen- §3º Caso o objeto não seja executado no prazo contratual, o
te e posterior comunicação ao órgão de controle interno da Admi- valor antecipado deverá ser devolvido.
nistração e ao tribunal de contas competente, exclusivamente nas
seguintes situações:
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Art. 146. No ato de liquidação da despesa, os serviços de con- Art. 150. Nenhuma contratação será feita sem a caracterização
tabilidade comunicarão aos órgãos da administração tributária as adequada de seu objeto e sem a indicação dos créditos orçamentá-
características da despesa e os valores pagos, conforme o disposto rios para pagamento das parcelas contratuais vincendas no exercí-
no art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. cio em que for realizada a contratação, sob pena de nulidade do ato
e de responsabilização de quem lhe tiver dado causa.
CAPÍTULO XI
DA NULIDADE DOS CONTRATOS CAPÍTULO XII
DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE
Art. 147. Constatada irregularidade no procedimento licitatório CONTROVÉRSIAS
ou na execução contratual, caso não seja possível o saneamento, a
decisão sobre a suspensão da execução ou sobre a declaração de Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser uti-
nulidade do contrato somente será adotada na hipótese em que se lizados meios alternativos de prevenção e resolução de controvér-
revelar medida de interesse público, com avaliação, entre outros, sias, notadamente a conciliação, a mediação, o comitê de resolução
dos seguintes aspectos: de disputas e a arbitragem.
I - impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo
fruição dos benefícios do objeto do contrato; às controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis,
II - riscos sociais, ambientais e à segurança da população local como as questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio
decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do objeto do con- econômico-financeiro do contrato, ao inadimplemento de obriga-
trato; ções contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de indeni-
III - motivação social e ambiental do contrato; zações.
IV - custo da deterioração ou da perda das parcelas executadas; Art. 152. A arbitragem será sempre de direito e observará o
V - despesa necessária à preservação das instalações e dos ser- princípio da publicidade.
viços já executados; Art. 153. Os contratos poderão ser aditados para permitir a
VI - despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno adoção dos meios alternativos de resolução de controvérsias.
às atividades; Art. 154. O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados
VII - medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou arbitrais e dos comitês de resolução de disputas observará critérios
entidade para o saneamento dos indícios de irregularidades apon- isonômicos, técnicos e transparentes.
tados;
VIII - custo total e estágio de execução física e financeira dos TÍTULO IV
contratos, dos convênios, das obras ou das parcelas envolvidas; DAS IRREGULARIDADES
IX - fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em
razão da paralisação; CAPÍTULO I
X - custo para realização de nova licitação ou celebração de DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
novo contrato;
XI - custo de oportunidade do capital durante o período de pa- Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado ad-
ralisação. ministrativamente pelas seguintes infrações:
Parágrafo único. Caso a paralisação ou anulação não se reve- I - dar causa à inexecução parcial do contrato;
le medida de interesse público, o poder público deverá optar pela II - dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave
continuidade do contrato e pela solução da irregularidade por meio dano à Administração, ao funcionamento dos serviços públicos ou
de indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de ao interesse coletivo;
responsabilidade e da aplicação de penalidades cabíveis. III - dar causa à inexecução total do contrato;
Art. 148. A declaração de nulidade do contrato administrativo IV - deixar de entregar a documentação exigida para o certame;
requererá análise prévia do interesse público envolvido, na forma V - não manter a proposta, salvo em decorrência de fato super-
do art. 147 desta Lei, e operará retroativamente, impedindo os efei- veniente devidamente justificado;
tos jurídicos que o contrato deveria produzir ordinariamente e des- VI - não celebrar o contrato ou não entregar a documentação
constituindo os já produzidos. exigida para a contratação, quando convocado dentro do prazo de
§1º Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, validade de sua proposta;
a nulidade será resolvida pela indenização por perdas e danos, sem VII - ensejar o retardamento da execução ou da entrega do ob-
prejuízo da apuração de responsabilidade e aplicação das penalida- jeto da licitação sem motivo justificado;
des cabíveis. VIII - apresentar declaração ou documentação falsa exigida
§2º Ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vis- para o certame ou prestar declaração falsa durante a licitação ou a
tas à continuidade da atividade administrativa, poderá decidir que execução do contrato;
ela só tenha eficácia em momento futuro, suficiente para efetuar IX - fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução
nova contratação, por prazo de até 6 (seis) meses, prorrogável uma do contrato;
única vez. X - comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qual-
Art. 149. A nulidade não exonerará a Administração do dever quer natureza;
de indenizar o contratado pelo que houver executado até a data em XI - praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da
que for declarada ou tornada eficaz, bem como por outros prejuízos licitação;
regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável, e XII - praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei nº 12.846, de
será promovida a responsabilização de quem lhe tenha dado causa. 1º de agosto de 2013.
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Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações admi- §9º A aplicação das sanções previstas no caput deste artigo não
nistrativas previstas nesta Lei as seguintes sanções: exclui, em hipótese alguma, a obrigação de reparação integral do
I - advertência; dano causado à Administração Pública.
II - multa; Art. 157. Na aplicação da sanção prevista no inciso II do caput
III - impedimento de licitar e contratar; do art. 156 desta Lei, será facultada a defesa do interessado no pra-
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar. zo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de sua intimação.
§1º Na aplicação das sanções serão considerados: Art. 158. A aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV
I - a natureza e a gravidade da infração cometida; do caput do art. 156 desta Lei requererá a instauração de processo
II - as peculiaridades do caso concreto; de responsabilização, a ser conduzido por comissão composta de 2
III - as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (dois) ou mais servidores estáveis, que avaliará fatos e circunstân-
IV - os danos que dela provierem para a Administração Pública; cias conhecidos e intimará o licitante ou o contratado para, no prazo
V - a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de inte- de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de intimação, apresentar
gridade, conforme normas e orientações dos órgãos de controle. defesa escrita e especificar as provas que pretenda produzir.
§2º A sanção prevista no inciso I do caput deste artigo será apli- §1º Em órgão ou entidade da Administração Pública cujo qua-
cada exclusivamente pela infração administrativa prevista no inciso dro funcional não seja formado de servidores estatutários, a comis-
I do caput do art. 155 desta Lei, quando não se justificar a imposição são a que se refere o caput deste artigo será composta de 2 (dois)
de penalidade mais grave. ou mais empregados públicos pertencentes aos seus quadros per-
§3º A sanção prevista no inciso II do caput deste artigo, calcula- manentes, preferencialmente com, no mínimo, 3 (três) anos de
da na forma do edital ou do contrato, não poderá ser inferior a 0,5% tempo de serviço no órgão ou entidade.
(cinco décimos por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) §2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de
do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta novas provas ou de juntada de provas julgadas indispensáveis pela
e será aplicada ao responsável por qualquer das infrações adminis- comissão, o licitante ou o contratado poderá apresentar alegações
trativas previstas no art. 155 desta Lei. finais no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data da inti-
§4º A sanção prevista no inciso III do caput deste artigo será mação.
aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas §3º Serão indeferidas pela comissão, mediante decisão funda-
nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155 desta Lei, quando mentada, provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias, protelató-
não se justificar a imposição de penalidade mais grave, e impedirá rias ou intempestivas.
o responsável de licitar ou contratar no âmbito da Administração §4º A prescrição ocorrerá em 5 (cinco) anos, contados da ciên-
Pública direta e indireta do ente federativo que tiver aplicado a san- cia da infração pela Administração, e será:
ção, pelo prazo máximo de 3 (três) anos. I - interrompida pela instauração do processo de responsabili-
§5º A sanção prevista no inciso IV do caput deste artigo será zação a que se refere o caput deste artigo;
aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas II - suspensa pela celebração de acordo de leniência previsto na
nos incisos VIII, IX, X, XI e XII do caput do art. 155 desta Lei, bem Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013;
como pelas infrações administrativas previstas nos incisos II, III, IV, III - suspensa por decisão judicial que inviabilize a conclusão da
V, VI e VII do caput do referido artigo que justifiquem a imposição apuração administrativa.
de penalidade mais grave que a sanção referida no §4º deste artigo, Art. 159. Os atos previstos como infrações administrativas nes-
e impedirá o responsável de licitar ou contratar no âmbito da Ad- ta Lei ou em outras leis de licitações e contratos da Administração
ministração Pública direta e indireta de todos os entes federativos, Pública que também sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº
pelo prazo mínimo de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos. 12.846, de 1º de agosto de 2013, serão apurados e julgados conjun-
§6º A sanção estabelecida no inciso IV do caput deste artigo tamente, nos mesmos autos, observados o rito procedimental e a
será precedida de análise jurídica e observará as seguintes regras: autoridade competente definidos na referida Lei.
I - quando aplicada por órgão do Poder Executivo, será de com- Parágrafo único. (VETADO).
petência exclusiva de ministro de Estado, de secretário estadual ou Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada
de secretário municipal e, quando aplicada por autarquia ou fun- sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
dação, será de competência exclusiva da autoridade máxima da ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
entidade; provocar confusão patrimonial, e, nesse caso, todos os efeitos das
II - quando aplicada por órgãos dos Poderes Legislativo e Judici- sanções aplicadas à pessoa jurídica serão estendidos aos seus ad-
ário, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública no desempe- ministradores e sócios com poderes de administração, a pessoa
nho da função administrativa, será de competência exclusiva de au- jurídica sucessora ou a empresa do mesmo ramo com relação de
toridade de nível hierárquico equivalente às autoridades referidas coligação ou controle, de fato ou de direito, com o sancionado, ob-
no inciso I deste parágrafo, na forma de regulamento. servados, em todos os casos, o contraditório, a ampla defesa e a
§7º As sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput deste obrigatoriedade de análise jurídica prévia.
artigo poderão ser aplicadas cumulativamente com a prevista no Art. 161. Os órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legis-
inciso II do caput deste artigo. lativo e Judiciário de todos os entes federativos deverão, no prazo
§8º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem supe- máximo 15 (quinze) dias úteis, contado da data de aplicação da san-
riores ao valor de pagamento eventualmente devido pela Adminis- ção, informar e manter atualizados os dados relativos às sanções
tração ao contratado, além da perda desse valor, a diferença será por eles aplicadas, para fins de publicidade no Cadastro Nacional de
descontada da garantia prestada ou será cobrada judicialmente. Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e no Cadastro Nacional de
Empresas Punidas (Cnep), instituídos no âmbito do Poder Executivo
federal.
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Parágrafo único. Para fins de aplicação das sanções previstas I - a intenção de recorrer deverá ser manifestada imediatamen-
nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 156 desta Lei, o Poder Exe- te, sob pena de preclusão, e o prazo para apresentação das razões
cutivo regulamentará a forma de cômputo e as consequências da recursais previsto no inciso I do caput deste artigo será iniciado na
soma de diversas sanções aplicadas a uma mesma empresa e deri- data de intimação ou de lavratura da ata de habilitação ou inabilita-
vadas de contratos distintos. ção ou, na hipótese de adoção da inversão de fases prevista no §1º
Art. 162. O atraso injustificado na execução do contrato sujei- do art. 17 desta Lei, da ata de julgamento;
tará o contratado a multa de mora, na forma prevista em edital ou II - a apreciação dar-se-á em fase única.
em contrato. §2º O recurso de que trata o inciso I do caput deste artigo será
Parágrafo único. A aplicação de multa de mora não impedirá dirigido à autoridade que tiver editado o ato ou proferido a deci-
que a Administração a converta em compensatória e promova a ex- são recorrida, que, se não reconsiderar o ato ou a decisão no prazo
tinção unilateral do contrato com a aplicação cumulada de outras de 3 (três) dias úteis, encaminhará o recurso com a sua motivação
sanções previstas nesta Lei. à autoridade superior, a qual deverá proferir sua decisão no prazo
Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante ou contratado máximo de 10 (dez) dias úteis, contado do recebimento dos autos.
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, exigidos, §3º O acolhimento do recurso implicará invalidação apenas de
cumulativamente: ato insuscetível de aproveitamento.
I - reparação integral do dano causado à Administração Pública; §4º O prazo para apresentação de contrarrazões será o mesmo
II - pagamento da multa; do recurso e terá início na data de intimação pessoal ou de divulga-
III - transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da ção da interposição do recurso.
penalidade, no caso de impedimento de licitar e contratar, ou de 3 §5º Será assegurado ao licitante vista dos elementos indispen-
(três) anos da aplicação da penalidade, no caso de declaração de sáveis à defesa de seus interesses.
inidoneidade; Art. 166. Da aplicação das sanções previstas nos incisos I, II e III
IV - cumprimento das condições de reabilitação definidas no do caput do art. 156 desta Lei caberá recurso no prazo de 15 (quin-
ato punitivo; ze) dias úteis, contado da data da intimação.
V - análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo Parágrafo único. O recurso de que trata o caput deste artigo
quanto ao cumprimento dos requisitos definidos neste artigo. será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão recorrida,
Parágrafo único. A sanção pelas infrações previstas nos incisos que, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias úteis, encami-
VIII e XII do caput do art. 155 desta Lei exigirá, como condição de nhará o recurso com sua motivação à autoridade superior, a qual
reabilitação do licitante ou contratado, a implantação ou aperfeiço- deverá proferir sua decisão no prazo máximo de 20 (vinte) dias
amento de programa de integridade pelo responsável. úteis, contado do recebimento dos autos.
Art. 167. Da aplicação da sanção prevista no inciso IV do caput
CAPÍTULO II do art. 156 desta Lei caberá apenas pedido de reconsideração, que
DAS IMPUGNAÇÕES, DOS PEDIDOS DE ESCLARECIMENTO deverá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado
E DOS RECURSOS da data da intimação, e decidido no prazo máximo de 20 (vinte) dias
úteis, contado do seu recebimento.
Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima para impugnar edi- Art. 168. O recurso e o pedido de reconsideração terão efeito
tal de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei ou para so- suspensivo do ato ou da decisão recorrida até que sobrevenha de-
licitar esclarecimento sobre os seus termos, devendo protocolar o cisão final da autoridade competente.
pedido até 3 (três) dias úteis antes da data de abertura do certame. Parágrafo único. Na elaboração de suas decisões, a autoridade
Parágrafo único. A resposta à impugnação ou ao pedido de es- competente será auxiliada pelo órgão de assessoramento jurídico,
clarecimento será divulgada em sítio eletrônico oficial no prazo de que deverá dirimir dúvidas e subsidiá-la com as informações neces-
até 3 (três) dias úteis, limitado ao último dia útil anterior à data da sárias.
abertura do certame.
Art. 165. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação CAPÍTULO III
desta Lei cabem: DO CONTROLE DAS CONTRATAÇÕES
I - recurso, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da data de
intimação ou de lavratura da ata, em face de: Art. 169. As contratações públicas deverão submeter-se a prá-
a) ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de in- ticas contínuas e permanentes de gestão de riscos e de controle
teressado ou de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou preventivo, inclusive mediante adoção de recursos de tecnologia da
cancelamento; informação, e, além de estar subordinadas ao controle social, sujei-
b) julgamento das propostas; tar-se-ão às seguintes linhas de defesa:
c) ato de habilitação ou inabilitação de licitante; I - primeira linha de defesa, integrada por servidores e empre-
d) anulação ou revogação da licitação; gados públicos, agentes de licitação e autoridades que atuam na
e) extinção do contrato, quando determinada por ato unilateral estrutura de governança do órgão ou entidade;
e escrito da Administração; II - segunda linha de defesa, integrada pelas unidades de as-
II - pedido de reconsideração, no prazo de 3 (três) dias úteis, sessoramento jurídico e de controle interno do próprio órgão ou
contado da data de intimação, relativamente a ato do qual não cai- entidade;
ba recurso hierárquico. III - terceira linha de defesa, integrada pelo órgão central de
§1º Quanto ao recurso apresentado em virtude do disposto nas controle interno da Administração e pelo tribunal de contas.
alíneas “b” e “c” do inciso I do caput deste artigo, serão observadas
as seguintes disposições:
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§1º Na forma de regulamento, a implementação das práticas a III - definição de objetivos, nos regimes de empreitada por
que se refere o caput deste artigo será de responsabilidade da alta preço global, empreitada integral, contratação semi-integrada e
administração do órgão ou entidade e levará em consideração os contratação integrada, atendidos os requisitos técnicos, legais,
custos e os benefícios decorrentes de sua implementação, optan- orçamentários e financeiros, de acordo com as finalidades da con-
do-se pelas medidas que promovam relações íntegras e confiáveis, tratação, devendo, ainda, ser perquirida a conformidade do preço
com segurança jurídica para todos os envolvidos, e que produzam global com os parâmetros de mercado para o objeto contratado,
o resultado mais vantajoso para a Administração, com eficiência, considerada inclusive a dimensão geográfica.
eficácia e efetividade nas contratações públicas. §1º Ao suspender cautelarmente o processo licitatório, o tribu-
§2º Para a realização de suas atividades, os órgãos de contro- nal de contas deverá pronunciar-se definitivamente sobre o mérito
le deverão ter acesso irrestrito aos documentos e às informações da irregularidade que tenha dado causa à suspensão no prazo de 25
necessárias à realização dos trabalhos, inclusive aos documentos (vinte e cinco) dias úteis, contado da data do recebimento das in-
classificados pelo órgão ou entidade nos termos da Lei nº 12.527, formações a que se refere o §2º deste artigo, prorrogável por igual
de 18 de novembro de 2011, e o órgão de controle com o qual foi período uma única vez, e definirá objetivamente:
compartilhada eventual informação sigilosa tornar-se-á correspon- I - as causas da ordem de suspensão;
sável pela manutenção do seu sigilo. II - o modo como será garantido o atendimento do interesse
§3º Os integrantes das linhas de defesa a que se referem os público obstado pela suspensão da licitação, no caso de objetos es-
incisos I, II e III do caput deste artigo observarão o seguinte: senciais ou de contratação por emergência.
I - quando constatarem simples impropriedade formal, adota- §2º Ao ser intimado da ordem de suspensão do processo licita-
rão medidas para o seu saneamento e para a mitigação de riscos tório, o órgão ou entidade deverá, no prazo de 10 (dez) dias úteis,
de sua nova ocorrência, preferencialmente com o aperfeiçoamento admitida a prorrogação:
dos controles preventivos e com a capacitação dos agentes públicos I - informar as medidas adotadas para cumprimento da deci-
responsáveis; são;
II - quando constatarem irregularidade que configure dano à II - prestar todas as informações cabíveis;
Administração, sem prejuízo das medidas previstas no inciso I deste III - proceder à apuração de responsabilidade, se for o caso.
§3º, adotarão as providências necessárias para a apuração das in- §3º A decisão que examinar o mérito da medida cautelar a que
frações administrativas, observadas a segregação de funções e a ne- se refere o §1º deste artigo deverá definir as medidas necessárias e
cessidade de individualização das condutas, bem como remeterão adequadas, em face das alternativas possíveis, para o saneamento
ao Ministério Público competente cópias dos documentos cabíveis do processo licitatório, ou determinar a sua anulação.
para a apuração dos ilícitos de sua competência. §4º O descumprimento do disposto no §2º deste artigo ense-
Art. 170. Os órgãos de controle adotarão, na fiscalização dos jará a apuração de responsabilidade e a obrigação de reparação do
atos previstos nesta Lei, critérios de oportunidade, materialidade, prejuízo causado ao erário.
relevância e risco e considerarão as razões apresentadas pelos ór- Art. 172. (VETADO).
gãos e entidades responsáveis e os resultados obtidos com a con- Art. 173. Os tribunais de contas deverão, por meio de suas es-
tratação, observado o disposto no §3º do art. 169 desta Lei. colas de contas, promover eventos de capacitação para os servido-
§1º As razões apresentadas pelos órgãos e entidades respon- res efetivos e empregados públicos designados para o desempenho
sáveis deverão ser encaminhadas aos órgãos de controle até a con- das funções essenciais à execução desta Lei, incluídos cursos pre-
clusão da fase de instrução do processo e não poderão ser desen- senciais e a distância, redes de aprendizagem, seminários e con-
tranhadas dos autos. gressos sobre contratações públicas.
§2º A omissão na prestação das informações não impedirá as
deliberações dos órgãos de controle nem retardará a aplicação de TÍTULO V
qualquer de seus prazos de tramitação e de deliberação. DISPOSIÇÕES GERAIS
§3º Os órgãos de controle desconsiderarão os documentos
impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse CAPÍTULO I
para o esclarecimento dos fatos. DO PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS
§4º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica (PNCP)
poderá representar aos órgãos de controle interno ou ao tribunal
de contas competente contra irregularidades na aplicação desta Lei. Art. 174. É criado o Portal Nacional de Contratações Públicas
Art. 171. Na fiscalização de controle será observado o seguinte: (PNCP), sítio eletrônico oficial destinado à:
I - viabilização de oportunidade de manifestação aos gestores I - divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por
sobre possíveis propostas de encaminhamento que terão impacto esta Lei;
significativo nas rotinas de trabalho dos órgãos e entidades fiscali- II - realização facultativa das contratações pelos órgãos e en-
zados, a fim de que eles disponibilizem subsídios para avaliação pré- tidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os
via da relação entre custo e benefício dessas possíveis proposições; entes federativos.
II - adoção de procedimentos objetivos e imparciais e elabo- §1º O PNCP será gerido pelo Comitê Gestor da Rede Nacional
ração de relatórios tecnicamente fundamentados, baseados exclu- de Contratações Públicas, a ser presidido por representante indica-
sivamente nas evidências obtidas e organizados de acordo com as do pelo Presidente da República e composto de:
normas de auditoria do respectivo órgão de controle, de modo a I - 3 (três) representantes da União indicados pelo Presidente
evitar que interesses pessoais e interpretações tendenciosas inter- da República;
firam na apresentação e no tratamento dos fatos levantados;

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - 2 (dois) representantes dos Estados e do Distrito Federal Parágrafo único. Enquanto não adotarem o PNCP, os Municí-
indicados pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Ad- pios a que se refere o caput deste artigo deverão:
ministração; I - publicar, em diário oficial, as informações que esta Lei exige
III - 2 (dois) representantes dos Municípios indicados pela Con- que sejam divulgadas em sítio eletrônico oficial, admitida a publica-
federação Nacional de Municípios. ção de extrato;
§2º O PNCP conterá, entre outras, as seguintes informações II - disponibilizar a versão física dos documentos em suas re-
acerca das contratações: partições, vedada a cobrança de qualquer valor, salvo o referente
I - planos de contratação anuais; ao fornecimento de edital ou de cópia de documento, que não será
II - catálogos eletrônicos de padronização; superior ao custo de sua reprodução gráfica.
III - editais de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de
contratação direta e editais de licitação e respectivos anexos; CAPÍTULO II
IV - atas de registro de preços; DAS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
V - contratos e termos aditivos;
VI - notas fiscais eletrônicas, quando for o caso. Art. 177. O caput do art. 1.048 da Lei nº 13.105, de 16 de mar-
§3º O PNCP deverá, entre outras funcionalidades, oferecer: ço de 2015 (Código de Processo Civil), passa a vigorar acrescido do
I - sistema de registro cadastral unificado; seguinte inciso IV:
II - painel para consulta de preços, banco de preços em saúde e “Art.1.048. ..................................................................................
acesso à base nacional de notas fiscais eletrônicas; .....................
III - sistema de planejamento e gerenciamento de contrata- ....................................................................................................
ções, incluído o cadastro de atesto de cumprimento de obrigações ......................
previsto no §4º do art. 88 desta Lei; IV - em que se discuta a aplicação do disposto nas normas ge-
IV - sistema eletrônico para a realização de sessões públicas; rais de licitação e contratação a que se refere o inciso XXVII do caput
V - acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus- do art. 22 da Constituição Federal.
pensas (Ceis) e ao Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep); ....................................................................................................
VI - sistema de gestão compartilhada com a sociedade de infor- ............” (NR)
mações referentes à execução do contrato, que possibilite: Art. 178. O Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848,
a) envio, registro, armazenamento e divulgação de mensagens de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido
de texto ou imagens pelo interessado previamente identificado; do seguinte Capítulo II-B:
b) acesso ao sistema informatizado de acompanhamento de
obras a que se refere o inciso III do caput do art. 19 desta Lei; “CAPÍTULO II-B
c) comunicação entre a população e representantes da Admi- DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS
nistração e do contratado designados para prestar as informações e ADMINISTRATIVOS
esclarecimentos pertinentes, na forma de regulamento;
d) divulgação, na forma de regulamento, de relatório final com Contratação direta ilegal
informações sobre a consecução dos objetivos que tenham justifi- Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação dire-
cado a contratação e eventuais condutas a serem adotadas para o ta fora das hipóteses previstas em lei:
aprimoramento das atividades da Administração. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§4º O PNCP adotará o formato de dados abertos e observará as
exigências previstas na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Frustração do caráter competitivo de licitação
§5º (VETADO). Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si
Art. 175. Sem prejuízo do disposto no art. 174 desta Lei, os en- ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da
tes federativos poderão instituir sítio eletrônico oficial para divulga- licitação, o caráter competitivo do processo licitatório:
ção complementar e realização das respectivas contratações. Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
§1º Desde que mantida a integração com o PNCP, as contrata-
ções poderão ser realizadas por meio de sistema eletrônico forneci- Patrocínio de contratação indevida
do por pessoa jurídica de direito privado, na forma de regulamento. Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse pri-
§2º (VETADO). vado perante a Administração Pública, dando causa à instauração
§2º Até 31 de dezembro de 2023, os Municípios deverão rea- de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser
lizar divulgação complementar de suas contratações mediante pu- decretada pelo Poder Judiciário:
blicação de extrato de edital de licitação em jornal diário de grande Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
circulação local. (Promulgação partes vetadas)
Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes Modificação ou pagamento irregular em contrato administra-
terão o prazo de 6 (seis) anos, contado da data de publicação desta tivo
Lei, para cumprimento: Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo-
I - dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor
desta Lei; do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a
II - da obrigatoriedade de realização da licitação sob a forma Administração Pública, sem autorização em lei, no edital da licita-
eletrônica a que se refere o §2º do art. 17 desta Lei; ção ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar
III - das regras relativas à divulgação em sítio eletrônico oficial. fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
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Perturbação de processo licitatório josa para a Administração Pública, em contratação para a elabora-
Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qual- ção de projeto básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo
quer ato de processo licitatório: competitivo ou em procedimento de manifestação de interesse:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
§1º Consideram-se condição de contorno as informações e os
Violação de sigilo em licitação levantamentos suficientes e necessários para a definição da solu-
Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em pro- ção de projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos
cesso licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: sondagens, topografia, estudos de demanda, condições ambientais
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa. e demais elementos ambientais impactantes, considerados requi-
sitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que orientam a
Afastamento de licitante elaboração de projetos.
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de vio- §2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto
lência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qual- ou indireto, próprio ou de outrem, aplica-se em dobro a pena pre-
quer tipo: vista no caput deste artigo.
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos nes-
da pena correspondente à violência. te Capítulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato
desiste de licitar em razão de vantagem oferecida. licitado ou celebrado com contratação direta.”
Art. 179. Os incisos II e III do caput do art. 2º da Lei nº 8.987, de
Fraude em licitação ou contrato 13 de fevereiro de 1995, passam a vigorar com a seguinte redação:
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, lici- “Art. 2º ......................................................................................
tação ou contrato dela decorrente, mediante: .......................
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qua- ....................................................................................................
lidade ou em quantidade diversas das previstas no edital ou nos .......................
instrumentos contratuais; II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação,
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio
validade vencido; de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por
III - entrega de uma mercadoria por outra; sua conta e risco e por prazo determinado;
IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mer- III - concessão de serviço público precedida da execução de
cadoria ou do serviço fornecido; obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, refor-
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais ma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse
onerosa para a Administração Pública a proposta ou a execução do público, delegados pelo poder concedente, mediante licitação, na
contrato: modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua
realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da
Contratação inidônea concessionária seja remunerado e amortizado mediante a explora-
Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional decla- ção do serviço ou da obra por prazo determinado;
rado inidôneo: ....................................................................................................
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa. ..............” (NR)
§1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado Art. 180. O caput do art. 10 da Lei nº 11.079, de 30 de dezem-
inidôneo: bro de 2004, passa a vigorar com a seguinte redação:
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa. “Art. 10. A contratação de parceria público-privada será prece-
§2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, dida de licitação na modalidade concorrência ou diálogo competiti-
declarado inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma vo, estando a abertura do processo licitatório condicionada a:
pena do §1º deste artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a ....................................................................................................
contratar com a Administração Pública. .............” (NR)

Impedimento indevido CAPÍTULO III


Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscri- DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover
indevidamente a alteração, a suspensão ou o cancelamento de re- Art. 181. Os entes federativos instituirão centrais de compras,
gistro do inscrito: com o objetivo de realizar compras em grande escala, para atender
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. a diversos órgãos e entidades sob sua competência e atingir as fina-
lidades desta Lei.
Omissão grave de dado ou de informação por projetista Parágrafo único. No caso dos Municípios com até 10.000 (dez
Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pú- mil) habitantes, serão preferencialmente constituídos consórcios
blica levantamento cadastral ou condição de contorno em relevante públicos para a realização das atividades previstas no caput deste
dissonância com a realidade, em frustração ao caráter competitivo artigo, nos termos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005.
da licitação ou em detrimento da seleção da proposta mais vanta-
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Art. 182. O Poder Executivo federal atualizará, a cada dia 1º até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), aplicar-se-
de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -á o seguinte regime simplificado: (Incluído pela Lei nº 14.770, de
Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a substituí-lo, os valores 2023)
fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no PNCP. I - o plano de trabalho aprovado conterá parâmetros objetivos
Art. 183. Os prazos previstos nesta Lei serão contados com ex- para caracterizar o cumprimento do objeto; (Incluído pela Lei nº
clusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento e obser- 14.770, de 2023)
varão as seguintes disposições: II - a minuta dos instrumentos deverá ser simplificada; (Incluído
I - os prazos expressos em dias corridos serão computados de pela Lei nº 14.770, de 2023)
modo contínuo; III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)
II - os prazos expressos em meses ou anos serão computados IV - a verificação da execução do objeto ocorrerá mediante vi-
de data a data; sita de constatação da compatibilidade com o plano de trabalho.
III - nos prazos expressos em dias úteis, serão computados so- (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)
mente os dias em que ocorrer expediente administrativo no órgão §1º O acompanhamento pela concedente ou mandatária será
ou entidade competente. realizado pela verificação dos boletins de medição e fotos georre-
§1º Salvo disposição em contrário, considera-se dia do começo ferenciadas registradas pela empresa executora e pelo convenente
do prazo: do Transferegov e por vistorias in loco, realizadas considerando o
I - o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da infor- marco de execução de 100% (cem por cento) do cronograma físi-
mação na internet; co, podendo ocorrer outras vistorias, quando necessárias. (Incluído
II - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quan- pela Lei nº 14.770, de 2023)
do a notificação for pelos correios. §2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)
§2º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se- §3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)
guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente, §4º O regime simplificado de que trata este artigo aplica-se aos
se o expediente for encerrado antes da hora normal ou se houver convênios, contratos de repasse e instrumentos congêneres cele-
indisponibilidade da comunicação eletrônica. brados após a publicação desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.770, de
§3º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, se no mês do 2023)
vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, Art. 185. Aplicam-se às licitações e aos contratos regidos pela
considera-se como termo o último dia do mês. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, as disposições do Capítulo
Art. 184. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber e II-B do Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
na ausência de norma específica, aos convênios, acordos, ajustes e dezembro de 1940 (Código Penal).
outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades Art. 186. Aplicam-se as disposições desta Lei subsidiariamente
da Administração Pública, na forma estabelecida em regulamento à Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, à Lei nº 11.079, de 30 de
do Poder Executivo federal. dezembro de 2004, e à Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010.
§1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023) Art. 187. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
§2º Quando, verificada qualquer das hipóteses da alínea d do aplicar os regulamentos editados pela União para execução desta
inciso II do caput do art. 124 desta Lei, o valor global inicialmente Lei.
pactuado demonstrar-se insuficiente para a execução do objeto, Art. 188. (VETADO).
poderão ser: (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023) Art. 189. Aplica-se esta Lei às hipóteses previstas na legislação
I - utilizados saldos de recursos ou rendimentos de aplicação que façam referência expressa à Lei nº 8.666, de 21 de junho de
financeira; (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023) 1993, à Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-A
II - aportados novos recursos pelo concedente; (Incluído pela da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.
Lei nº 14.770, de 2023) Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido assinado an-
III - reduzidas as metas e as etapas, desde que isso não compro- tes da entrada em vigor desta Lei continuará a ser regido de acordo
meta a fruição ou a funcionalidade do objeto pactuado. (Incluído com as regras previstas na legislação revogada.
pela Lei nº 14.770, de 2023) Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do
§3º São permitidos ajustes nos instrumentos celebrados com caput do art. 193, a Administração poderá optar por licitar ou con-
recursos de transferências voluntárias, para promover alterações tratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as leis
em seu objeto, desde que: (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023) citadas no referido inciso, e a opção escolhida deverá ser indicada
I - isso não importe transposição, remanejamento ou transfe- expressamente no edital ou no aviso ou instrumento de contrata-
rência de recursos de uma categoria de programação para outra ou ção direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas
de um órgão para outro; (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023) no referido inciso.
II - seja apresentada justificativa objetiva pelo convenente; e Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Admi-
(Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023) nistração optar por licitar de acordo com as leis citadas no inciso
III - quando se tratar de obra, seja mantido o que foi pactuado II do caput do art. 193 desta Lei, o contrato respectivo será regido
quanto a suas características. (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023) pelas regras nelas previstas durante toda a sua vigência.
§4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023) Art. 192. O contrato relativo a imóvel do patrimônio da União
Art. 184-A. À celebração, à execução, ao acompanhamento e à ou de suas autarquias e fundações continuará regido pela legislação
prestação de contas dos convênios, contratos de repasse e instru- pertinente, aplicada esta Lei subsidiariamente.
mentos congêneres em que for parte a União, com valor global de Art. 193. Revogam-se:
I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na
data de publicação desta Lei;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - em 30 de dezembro de 2023: (Redação dada pela Lei Com- – Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes
plementar nº 198, de 2023) podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em
a) a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993; (Redação dada pela razão do regime de progressão do servidor na carreira.
Lei Complementar nº 198, de 2023) – Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de
b) a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002; e (Redação dada seus titulares.
pela Lei Complementar nº 198, de 2023)
c) os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011. Em relação às garantias e características especiais que lhe são
(Redação dada pela Lei Complementar nº 198, de 2023) conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
Art. 194. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. e comissionados. Vejamos:
Brasília, 1º de abril de 2021; 200o da Independência e 133o da – Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de
República. permanência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação
para esses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso
público.
CARGOS PÚBLICOS; PROVIMENTO, PROMOÇÃO, VACÂN- – Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o
CIA E REMOÇÃO; DIREITOS E VANTAGENS DOS SERVIDO- art. 37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às
RES PÚBLICOS CIVIS atribuições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados
de maneira temporária, em função da confiança depositada pela
autoridade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não
— Cargo, Emprego e Função Pública depende de aprovação em concurso público, podendo a exoneração
Para que haja melhor organização na Administração Pública, do seu ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da
os servidores públicos são amparados e organizados a partir de autoridade nomeante.
quadros funcionais. Quadro funcional é o acoplado de cargos,
empregos e funções públicas de um mesmo ente federado, de uma Emprego
pessoa jurídica da Administração Indireta de ou de seus órgãos Os empregos públicos são entidades de atribuições com o fito
internos. de serem ocupadas por servidores regidos sob o regime da CLT, que
também chamados de celetistas ou empregados públicos.
Cargo A diferença entre cargo e emprego público consiste no vínculo
O art. 3º do Estatuto dos Servidores Civis da União da Lei que liga o servidor ao Estado. Ressalta-se que o vínculo jurídico do
8.112/1990 conceitua cargo público como “o conjunto de atribuições empregado público é de natureza contratual, ao passo que o do
e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem servidor titular de cargo público é de natureza estatutária.
ser cometidas a um servidor”. Via de regra, podemos considerar No âmbito das pessoas de Direito Público como a União, os
o cargo como sendo uma posição na estrutura organizacional da Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como em suas
Administração Pública a ser preenchido por um servidor público. autarquias e fundações públicas de direito público, levando em
Em geral, os cargos públicos somente podem ser criados, conta a restauração da redação originária do caput do art. 39 da
transformados e extinguidos por força de lei. CF/1988 (ADIn 2135 MC/DF), afirma-se que o regime a ser adotado
Ao Poder Legislativo, caberá, mediante sanção do chefe do é o estatutário. Entretanto, é plenamente possível a convivência
Poder Executivo, dispor sobre a criação, transformação e extinção entre o regime estatutário e o celetista relativo aos entes que,
de cargos, empregos e funções públicas. anteriormente à concessão da medida cautelar mencionada,
Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, a criação não tenham realizado contratações e admissões no regime de emprego
depende de temos exatos de lei, mas, sim de uma norma que público. No tocante às pessoas de Direito Privado da Administração
mesmo possuindo hierarquia de lei, não depende de sanção ou Indireta como as empresas públicas, sociedades de economia mista
veto do chefe do Executivo. É o que chamamos de Resoluções, que e fundações públicas de direito privado, infere-se que somente é
são leis sem sanção. possível a existência de empregados públicos, nos termos legais.
A despeito da criação de cargos, vejamos:
a) Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe Função Pública
desse Poder (CF, art. 61, §1º, II, “a”). Função pública também é uma espécie de ocupação de agente
b) Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e público. Denota-se que ao lado dos cargos e empregos públicos
do Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos existem determinadas atribuições que também são exercidas
respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais em se tratando da por servidores públicos, mas no entanto, essas funções não
criação de cargos para o Ministério Público. compõem a lista de atribuições de determinado cargo ou emprego
c) Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou público, como por exemplo, das funções exercidas por servidores
transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder contratados temporariamente, em razão de excepcional interesse
(Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora. público, com base no art. 37, IX, da CFB/88.
Esse tipo de servidor ocupa funções temporárias,
Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se desempenhando suas funções sem titularizar cargo ou emprego
estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por público. Além disso, existem funções de chefia, direção e
decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver assessoramento para as quais o legislador não cria o cargo
ocupado, só poderá ser extinto por lei. respectivo, já que serão exercidas com exclusividade por ocupantes
Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. de cargos efetivos, nos termos do art. 37, V, da CFB/88.
Vejamos:
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

– Observação importante: nos parâmetros do art. 37, V da – Provimento Derivado: o cargo público deverá ser entregue a
CFB/88, da mesma forma que previsto para os cargos em comissão, um servidor que já tenha uma relação anterior com a Administração
as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de Pública e que se encontra exercendo funções na carreira em que
direção, chefia e assessoramento. pretende assumir o novo cargo. Denota-se que provimento derivado
somente será possível de ser concretizado, se o agente provier
Regimente Jurídico de outros cargos na mesma carreira em que houve provimento
originário anterior. Não pode haver provimento derivado em outra
– Provimento carreira.
Provimento é a forma de ocupação do cargo público pelo Nesses casos, deverá haver a realização de concurso público
servidor. Além disso, é um ato administrativo por intermédio do de provas ou de provas e títulos, para que se faça novo provimento
qual ocorre o preenchimento de cargo, por conseguinte, atribuindo originário. A permissão para que o agente ingresse em nova carreira
as funções a ele específicas e inerentes a uma determinada pessoa. por meio de provimento derivado violaria os princípios da isonomia
Tanto a doutrina quanto a lei dividem as espécies de provimento de e da impessoalidade, mediante os benefícios oferecidos de forma
cargos públicos em dois grupos. São eles: defesa. Nesse diapasão, vejamos o que estabelece a súmula
– Provimento originário: é ato administrativo que designa um vinculante nº 43 do Supremo Tribunal Federal
cargo a servidor que antes não integrava o quadro de servidores
daquele órgão, ou seja, o agente está iniciando a carreira pública. – Súmula 43 do STF: É inconstitucional toda modalidade
O provimento originário é a única forma de nomeação de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
reconhecida pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro, isso, é claro, aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
ressalte-se, dependendo de prévia habilitação em concurso público cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
de provas ou de provas e títulos, obedecidos, nos termos da lei,
a ordem de classificação e o prazo de sua validade. Destaque- Assim sendo, analisaremos as espécies de provimento derivado
se que o momento da nomeação configura discricionariedade permitidas no ordenamento Jurídico Brasileiro e suas características
do administrador, na qual devem ser respeitados os prazos do específicas. Vejamos:
concurso público, nos moldes do art. 9° e seguintes da Lei 8112/90,
devendo, por conseguinte, ainda ser feita uma análise a respeito – Provimento derivado vertical: é a promoção na carreira
dos requisitos para a ocupação do cargo. ensejando a garantia de o servidor público ocupar cargos mais
Entretanto, uma vez realizada a nomeação do candidato, este altos, na carreira de ingresso, de forma alternada por antiguidade
ato não lhe atribui a qualidade de servidor público, mas apenas e merecimento. Para que isso ocorra, é necessário que ele tenha
a garantia de ocupação do referido cargo. Para que se torne ingressado, mediante aprovação em concurso público no serviço
servidor público, o particular deverá assinar o termo de posse, se público, bem como mediante assunção de cargo escalonado em
submetendo a todas as normas estatuárias da instituição. carreira.
O provimento do cargo ocorre com a nomeação, mas a Denota-se que a escolha do servidor a progredir na carreira
investidura no cargo acontece com a posse nos termos do art. 7°da deve ser realiza por critérios de antiguidade e merecimento e de
Lei 8.112/90. forma alternada por critérios de antiguidade e merecimento.
De acordo com a Lei Federal, o prazo máximo para a posse Destaque-se que, intermédio de promoção, não será possível
é de 30 (trinta) dias, contados a partir da publicação do ato de assumir um cargo em outra carreira mais elevada. Como por
provimento, nos termos do art. 13, §1°, sendo que, desde haja a exemplo, ao ser promovido do cargo de técnico do Tribunal para o
devida comprovação, a legislação admite que a posse ocorra por cargo de analista do mesmo órgão. Isso não é possível, uma vez que
meio de procuração específica, conforme disposto no art. 13, §3° tal situação significaria a possibilidade de mudança de carreira sem
da lei 8.112/90. a realização de concurso público, o que ensejaria a ascensão que foi
Havendo a efetivação da posse dentro do prazo legal, o servidor abolida pela Constituição Federal de 1988.
público federal terá o prazo máximo de 15 (dias) dias para iniciar a
exercer as funções do cargo, nos trâmites do art. 15, §1° do Estatuto – Provimento derivado horizontal: trata-se da readaptação
dos Servidores Públicos da União, das Autarquias e das Fundações disposta no art. 24 da Lei 8112/90. É o aproveitamento do servidor
Públicas Federais, Lei 8112/90, sendo que não sendo respeitado em um novo cargo, em decorrência de uma limitação sofrida por
este prazo, o agente poderá ser exonerado. Vejamos: este na capacidade física ou mental. Em ocorrendo esta hipótese,
Art. 15. §2º - O servidor será exonerado do cargo ou será o agente deverá ser readaptado vindo a assumir um novo cargo,
tornado sem efeito o ato de sua designação para função de no qual as funções sejam compatíveis com as limitações que
confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste sofreu em sua capacidade laboral, dependendo a verificação desta
artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei n. limitação mediante a apresentação de laudo laboral expedido por
9.527, de 10.12.97). junta médica oficial, que ateste demonstrando detalhadamente
Ademais, se o candidato for nomeado e não se apresentar para a impossibilidade de o agente se manter no exercício de suas
posse, no prazo de determinado por lei, não ocorrerá exoneração, atividades de trabalho.
tendo em vista ainda não havia sido investido na qualidade de Na fase de readaptação ficará garantida o recebimento de
servidor. Assim sendo, o ato de nomeação se torna sem efeito, vindo vencimentos, não podendo haver alteração do subsídio recebido
a ficar vago o cargo que havia sido ocupado pelo ato de nomeação. pelo servidor em virtude da readaptação.

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– Observação importante: esta modalidade de provimento d) Aproveitamento: é retorno do servidor público que se
derivado independe da existência de cargo vago na carreira, encontra em disponibilidade, para assumir cargo com funções
porque ainda que este não exista, o servidor sempre terá direito compatíveis com as que anteriormente exercia, antes de ter extinto
de ser readaptado e poderá exercer suas funções no novo cargo o cargo que antes ocupava.
como excedente. Caso não haja nenhum cargo na carreira, com Isso ocorre, por que a Carta Magna prevê que havendo a extinção
funções compatíveis, o servidor poderá ser aposentado por ou declaração de desnecessidade de determinado cargo público, o
invalidez. Para que haja readaptação, não há necessidade de a servidor público estável ocupante do cargo não deverá ser demitido
limitação ter ocorrido por causa do exercício do labor ou da função. ou exonerado, mas sim ser removido para a disponibilidade. Nesses
A princípio, independentemente de culpa, o servidor tem direito a casos, o servidor deixará de exercer as funções de forma temporária,
ser readaptado. mantendo o vínculo com a administração pública.

– Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o Destaque-se que não há prazo para o término da disponibilidade,
servidor de alguma forma, deixou de atuar no labor das funções de porém, por lei, o servidor tem a garantia de que, surgindo novo
cargo específico e retorna às suas atividades. Esse provimento pode cargo vago compatível com o que ocupava, seu aproveitamento
ocorrer de quatro formas. São elas: será obrigatório.
a) Reversão: nos termos do art. 25 da Lei 8.112/90, é o retorno
do servidor público aposentado ao exercício do cargo público. A – Observação importante: o aproveitamento é obrigatório
reversão pode ocorrer por meio da aposentadoria por invalidez, tanto para o poder público quanto para o agente. Isso ocorre
quando cessarem os motivos da invalidez. Neste caso, por meio de porque a Administração Pública não pode deixar de executar o
laudo médico oficial, o poder público toma conhecimento de que aproveitamento para nomear novos candidatos, da mesma forma
os motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor se tornaram que o servidor não poderá optar por ficar em disponibilidade, vindo
insubsistentes, do que resulta a obrigatoriedade de retorno do a recusar o aproveitamento.
servidor ao cargo.
Também pode ocorrer a reversão do servidor aposentado – Vacância
de forma voluntária. Dessa maneira, atendidos os requisitos As situações de vacância são as hipóteses de desocupação do
dispostos em lei, a legislação ordena que havendo interesse da cargo público. Vacância é o termo utilizado para designar cargo
Administração Pública, que o servidor tenha requerido a reversão, público vago. É um fato administrativo que informa que o cargo
que a aposentadoria tenha sido de forma voluntária, que o agente público não está provido e poderá preenchido por novo agente.
público já tivesse, antes, adquirido estabilidade quando no exercício A lei dispõe sete hipóteses de vacância. São elas:
da atividade, que a aposentadoria tenha se dado nos cinco anos
anteriores à solicitação e também que haja cargo vago, no momento a) Aposentadoria: acontece quando mediante ato praticado
da petição de reversão. pela Administração Pública, o servidor público passa para a
inatividade. No Regime Próprio de Previdência do Servidor Público,
b) Reintegração: trata-se de provimento derivado que requer a aposentadoria pode-se dar voluntariamente, compulsoriamente
o retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava ou por invalidez, devendo ser aprovada pelo Tribunal de Contas
anteriormente, em decorrência da anulação do ato de demissão. para que tenha validade. A aposentadoria pode ocorrer pelas
Ocorre a reintegração quando tornada sem validade a seguintes maneiras:
demissão do servidor estável por decisão judicial ou administrativa,
ponderando que o reintegrado terá o direito de ser indenizado por – Falecimento
tudo que deixou de ganhar em consequência da demissão ilegal. Quando se tratar de fato administrativo alheio ao interesse
do servidor ou da Administração Pública, torna inevitavelmente
c) Recondução: conforme dispõe o art. 29, da lei 8.112/90, trata- inviável a ocupação do cargo.
se a recondução do retorno do servidor ao cargo anteriormente
ocupado por ele, podendo ocorrer em duas hipóteses: – Exoneração
– Inabilitação em estágio probatório relacionado a outro cargo: Acontece sempre que o desfazimento do vínculo com o poder
quando o servidor público retorna à carreira anterior na qual já público ocorre por situação prevista em lei, sem penalidades, dando
havia adquirido estabilidade, evitando assim, sua exoneração do fim à relação jurídica funcional que havia tido início com a posse.
serviço público.
– Reintegração do anterior ocupante: cuida-se de situação Ressalte-se que a exoneração pode ocorrer a pedido do
exposta, na situação prática apresentada anteriormente, através servidor, situação na qual, por vontade do agente público, o vínculo
da qual, o servidor público ocupa cargo de outro servidor que é se restará desfeito e o cargo vago.
posteriormente reintegrado. b) Demissão: será cabível todas as vezes em que o servidor
– Observação importante: A recondução não gera direito à cometer infração funcional, prevista em lei e será punível com a
percepção de indenização, em nenhuma das duas hipóteses. Assim, perda do cargo público. A demissão está disposta na lei 8.112/90
o servidor público retornará ao cargo de origem, percebendo a em forma de sanção aplicada ao servidor que cometer.
remuneração deste cargo. Quaisquer das infrações dispostas no art. 132 que
são configuradas como condutas consideradas graves. Em
determinados casos, definidos pelo legislador, a demissão proporá
de forma automática a indisponibilidade dos bens do servidor até

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que esse faça os devidos ressarcimentos ao erário. Em se tratando mas sim de uma norma que mesmo apesar de possuir a mesma
de situações mais extremas, o legislador vedará por completo a o hierarquia de lei, não está na dependência de deliberação executiva
retorno do servidor ao serviço público. com sanção ou veto do chefe do Executivo. Referidas normas, em
A penalidade deverá ser por meio de processo administrativo geral, são chamadas de Resoluções.
disciplinar no qual se observe o direito ao contraditório e a ampla Denota-se que é a norma criadora do cargo a responsável pela
defesa. denominação, as atribuições e a remuneração correspondentes aos
cargos públicos, nos termos da lei.
c) Readaptação: é a de investidura do servidor em cargo de Uma questão de suma relevância, é a iniciativa da lei que cria,
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que extingue ou transforma cargos. A despeito da criação de cargos,
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, comprovada vejamos:
em inspeção minuciosamente realizada por junta médica oficial do
órgão competente. – Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe
O servidor que for readaptado, assumindo o novo cargo desde desse Poder (CF, art. 61, §1º, II, “a”).
que seja com funções compatíveis com sua nova situação, deverá – Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e
retornar ao cargo anteriormente ocupado. Assim, a readaptação do Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos
ensejará o provimento de um cargo e, por conseguinte, a vacância respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais em se tratando da
de outro, acopladas num só ato. criação de cargos para o Ministério Público.
– Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
d) Promoção: ocorre no momento em que o servidor público, transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder
por antiguidade e merecimento, alternadamente, passa a assumir (Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
cargo mais elevado na carreira de ingresso.
e) Posse em cargo inacumulável: todas as vezes que o servidor Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se
tomar posse em cargo ou emprego público de carreira nova, estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por
mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver
e títulos, de forma que o novo cargo não seja acumulável com o ocupado, só poderá ser extinto por lei.
primeiro. Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados.
Ocorrendo isso, em decorrência da vedação estabelecida Vejamos:
pela Carta Magna de acumulação de cargos e empregos públicos, – Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes
será necessária a vacância do cargo anteriormente ocupado. Não podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em
fazendo o servidor a opção, após a concessão de prazo de dez dias, razão do regime de progressão do servidor na carreira.
por conseguinte, o poder público poderá instaurar, nos termos da – Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de
lei, processo administrativo sumário, pugnando na aplicação da seus titulares.
penalidade de demissão do servidor.
Em relação às garantias e características especiais que lhe são
– Efetividade conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
A efetividade não se confunde com a estabilidade. Ao passo e comissionados. Vejamos:
que a estabilidade é a garantia constitucional disposta no art.14, – Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de
que garante a permanência no serviço público outorgada ao permanência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação
servidor que, no ato de nomeação por concurso público para cargo para esses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso
de provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio público.
probatório e aprovado numa avaliação específica e especial de
desempenho, a efetividade é a situação jurídica daquele servidor – Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o
que ocupa cargo de provimento efetivo. art. 37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às
Os cargos de provimento efetivo são aqueles que só podem ser atribuições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados
titularizados por servidores estatutários. Sua nomeação depende de maneira temporária, em função da confiança depositada pela
explicitamente da aprovação em concurso público. autoridade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não
Ao ingressar no serviço público, o servidor ao ocupar cargo depende de aprovação em concurso público, podendo a exoneração
de provimento efetivo, já é considerado um servidor efetivo. do seu ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da
Entretanto, o mencionado servidor efetivo só terá garantida sua autoridade nomeante.
permanência no serviço público, a estabilidade, depois de três anos Ressalte-se que antes da EC 32/2001, os cargos e as funções
de exercício, desde que seja aprovado no estágio probatório. públicas só podiam ser extintos por determinação de lei. Entretanto,
a mencionada emenda constitucional alterou a redação do art. 84,
– Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e VI, “b”, da CF, passando a legislar admitindo que o Presidente da
funções República possa extinguir funções ou cargos públicos por meio de
Via de regra, os cargos públicos apenas podem ser criados, decreto, quando estes se encontrarem vagos.
transformados ou extintos por determinação de lei. Cabe ao Poder O resultado disso, é que, ao aplicar o princípio da simetria,
Legislativo, com o sancionamento do chefe do Poder Executivo, a consequência é que os Governadores e Prefeitos, se houver
dispor sobre a criação, transformação e extinção de cargos, semelhante previsão nas respectivas Constituições Estaduais ou
empregos e funções públicas.Em se tratando de cargos do Poder Leis Orgânicas, também podem extinguir por decreto funções ou
Legislativo, o processo de criação não depende apenas de lei, cargos públicos vagos nos Estados, Distrito Federal e Municípios.
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Assim sendo, em se restando vagos, os cargos ou funções A iniciativa é privativa do Presidente


públicas, embora sejam criados por lei, poderão ser extintos por lei Cargo do Poder Executivo
da República
ou por decreto do chefe do Poder Executivo. Entretanto, se o cargo Federal
(CFB, art. 61, §1.º, II, “a”);
estiver ocupado, só poderá ser extinto através de lei, uma vez que
não se admite a edição de decreto com essa finalidade. Cargos da Câmara dos a iniciativa é privativa dessa Casa
Deputados (CFB, art. 51, IV);
– Remuneração a iniciativa é privativa dessa Casa
A Constituição Federal Brasileira aduz no art. 37, inciso X do art. Cargos do Senado Federal
(CF, art. 52, XIII);
37, a seguinte redação:
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que Compete de forma privativa ao Supremo Tribunal Federal, aos
trata o §4.º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, Legislativo a respectiva remuneração dos seus serviços auxiliares e
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem dos juízos que lhes forem vinculados, e, ainda a fixação do subsídio
distinção de índices; de seus membros e dos Juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
onde houver (CF, art. 48, XV, e art. 96, II, ‘b ).
Infere-se que a alteração mais importante trazida a esse Observe-se que a fixação do subsídio dos deputados federais,
dispositivo por meio da EC 19/1998, foi a exigência de lei específica dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e
para que seja fixada ou que haja alteração na remuneração em dos Ministros de Estado é da competência exclusiva do Congresso
sentido amplo de todos os servidores públicos. Isso significa que Nacional e não se encontra sujeita à sanção ou veto do Presidente
cada alteração de remuneração de cargo público deverá ser feita da República. Nesse sentido específico, em virtude de previsão
através da edição de lei ordinária específica para tratar desse constitucional, a determinação dos aludidos subsídios não é
assunto. realizada por meio de lei, mas sim por intermédio de Decreto
O termo “subsídio”, o qual o texto do inciso X do art. 3 Legislativo do Congresso Nacional.
7 menciona, é um tipo de remuneração inserida em nosso Nesse sentido, em relação entendimento do Supremo Tribunal
ordenamento jurídico através da EC 19/1998, que é de medida Federal, esse órgão entende que a concessão da revisão geral
obrigatória para alguns cargos e facultativa para outros. anual” a que se refere o inciso X do art. 37 da Constituição deve
Nos parâmetros do §4.º do art. 39 da Constituição Federal, o ser efetivada por intermédio de lei de iniciativa privativa do Poder
subsídio deverá ser “fixado em parcela única, vedado o acréscimo Executivo de cada Federação.
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de O inciso X do art. 37 da Constituição Federal em sua parte final,
representação ou outra espécie remuneratória”. No estudo desse garante a” revisão geral anual” da remuneração e do subsídio dos
paramento legal, depreende-se que o subsídio é uma espécie “servidores públicos” sempre na mesma data e sem distinção de índices.
remuneração em sentido amplo. A Constituição da República em seu texto original, usava os
Não obstante, a redação do inciso X do art. 3 7 não tenha termos “servidor público civil” e “servidor público militar”. No
usado o termo “vencimento”, convém anotar que este é usado com entanto, a partir da aprovação da EC 1811998, estas expressões
frequência para indicar a remuneração dos servidores estatutários deixaram de existir e o texto constitucional passou a se referir aos
que não percebem subsídio. servidores civis, apenas como “servidores públicos” e aos servidores
Nesse conceito, os “vencimentos”, também são considerados militares, apenas como “militares.
um tipo de remuneração em sentido amplo. São compostos pelo Também em seu texto original e primitivo, a Constituição
vencimento normal do cargo com o acréscimo das vantagens Federal de 1988 determinava a obrigatoriedade do uso de índices
pecuniárias estabelecidas em lei. de revisão de remuneração idênticos para servidores públicos civis
Portanto, o disposto no inciso X do art. 37 da CFB/88, ao e para servidores públicos militares (expressões usadas antes da EC
determinar “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio”, 18/1998). Acontece que no atual inciso X do art. 37, que resultou
está, em síntese, acoplando as duas espécies remuneratórias, da EC 1911998, existe referência apenas a “servidores públicos”,
vencimentos e subsídios que os servidores públicos estatutários o que leva a entender que o preceito nele contido não pode ser
podem receber. aplicado aos militares, uma vez que estes não se englobam mais
Pondera-se que o termo “salário” não é alcançado pelo como espécie do gênero “servidores públicos”.
citado dispositivo, posto que este trata-se do nome usado para A remuneração dos servidores públicos passa anualmente por
o pagamento ou quitação de serviços profissionais prestados em período revisional. Esse ato também faz parte do contido na EC
uma relação de emprego quando a mesma é sujeita ao regime 19/1998.
trabalhista, que é controlado e direcionado pela Consolidação das O objetivo da revisão geral anual, ao menos, em tese, possui o
Leis do Trabalho. Assim sendo, entende-se que os empregados fulcro de recompor o poder de compra da remuneração do servidor,
públicos recebem salário. devido a inflação que normalmente está em alta. Por não se tratar
Dependerá do cargo conforme o dispositivo de lei que o rege, de aumento real da remuneração ou do subsídio, mas somente de
para que a iniciativa privativa das leis que fixem ou alterem as um aumento nominal, por esse motivo, é denominado, às vezes, de
remunerações e subsídios dos servidores públicos. De acordo com “aumento impróprio”.
a Constituição, atinente às principais hipóteses de iniciativa de leis Esclarece-se que a revisão geral de remuneração e subsídio que
que tratem a respeito da remuneração de cargos públicos, podemos o dispositivo constitucional em exame menciona, não é implantada
resumir das seguintes formas: mediante a reestruturação de algumas carreiras, posto que as
reestruturações de carreiras não são anuais, nem, tampouco gerais,

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pois se limitam a cargos específicos, além de não manterem ligação remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
com a perda de valor relativo da moeda nacional. Já a revisão geral, vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza. Referente às
de forma adversa das reestruturações de carreiras, tem o condão parcelas de caráter indenizatório, estas não serão computadas para
de alcançar todos os servidores públicos estatutários de todos os efeito de cálculo do teto remuneratório.
Poderes da Federação em que esteja efetuando e deve ocorrer a Perceba que a regra do teto remuneratório também e
cada ano. plenamente aplicável às empresas públicas e às sociedades de
Registre-se que a remuneração do servidor público é submetida economia mista, e suas subsidiárias, que percebem recursos da
aos valores mínimo e máximo. União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
Em relação ao valor mínimo, a Carta Magna predispõe aos pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art.
servidores públicos a mesma garantia que é dada aos trabalhadores 37, §9º, da CF).No entanto, se essas entidades não vierem a
em geral, qual seja, a de que a remuneração recebida não pode ser receber recursos públicos para a quitação de despesas de custeio
inferior ao salário mínimo. No entanto, tal garantia se refere ao total e de pessoal, seus empregados não estarão submetidos ao teto
da remuneração recebida, e não em relação ao vencimento-base. remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF.
Sobre o assunto, o STF deixou regulamentado na Súmula Vinculante Nos trâmites desse dispositivo constitucional, resta-se
16. existente um teto geral remuneratório que deve ser aplicado a
Ressalta-se que a garantia da percepção do salário mínimo todos os Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
não foi assegurada pela Constituição Federal aos militares. Para o sendo este, o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
STF, a obrigação do Estado quanto aos militares está limitada ao Além disso, referente a esse teto geral, existem tetos específicos
fornecimento das condições materiais para a correta prestação aplicáveis aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. Para tanto, Em se tratando da esfera estadual e distrital, denota-se que
denota-se que os militares são enquadrados em um sistema que a remuneração dos servidores públicos não podem exceder o
não se confunde com o que se aplica aos servidores civis, uma vez subsídio mensal dos Ministros do STF, bem como, ainda, não pode
que estes têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos ultrapassar os limites a seguir:
próprios (RE 570177/MG). – Na alçada do Poder Executivo: o subsídio do Governador;
Consolidando o entendimento, enfatiza-se que a Suprema – Na alçada do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados
Corte editou a Súmula Vinculante 6, por meio da qual afirma que Estaduais e Distritais;
“não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração – Na alçada do Poder Judiciário: o subsídio dos
inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado este a 90,25% do
militar inicial”. subsídio dos Ministros do STF. Infere-se que esse limite também é
Referente ao limite máximo, foi estabelecido o teto nos termos da Lei, aplicável aos membros do Ministério Público,
remuneratório pelo art. 37, XI, da CF, com redação dada pela EC aos Procuradores e aos Defensores Públicos, mesmo que estes não
41/2003. Vejamos: integrem o Poder Judiciário.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, Em relação aos Estados e ao Distrito Federal, a Carta Magna,
funções e empregos públicos da administração direta, autárquica no art. 37, §12 com redação incluída pela EC 47/2005, facultou a
e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da cada um desses entes fixar, em sua alçada, um limite remuneratório
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos local único, sendo ele o subsídio mensal dos Desembargadores do
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os respectivo Tribunal de Justiça que é limitado a 90,25% do subsídio
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos dos Ministros do STF. Se os Estados ou Distrito Federal desejarem
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de adotar o subteto único, deverão realizar tal tarefa por meio de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, emenda às respectivas Constituições estaduais ou, ainda, à Lei
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando- Orgânica do Distrito Federal. Entretanto, em consonância com a
se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados Constituição Federal, o limite local único não deve ser aplicado aos
e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais Finalizando, em relação à esfera municipal, a remuneração
no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores dos agentes públicos não poder exceder o teto geral e também
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco não pode exceder o subsídio do Prefeito que cuida-se do subteto
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos municipal.
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Registre-se ainda, que a Constituição Federal carrega em
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, seu bojo a regra de que “os vencimentos dos cargos do Poder
aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003). pagos pelo Poder Executivo” (art. 37, XII, da CF). No entanto, esta
norma tem sido de pouca aplicação, pelo fato de possuir conteúdo
O art. 37, §11, da CFB/88 também regulamenta o assunto genérico, ao contrário da previsão inserida no art. 37, XI, da CFB/88,
ao afirmar que estão submetidos ao teto a remuneração e o que explicitamente estabelece limites precisos para os tetos
subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da remuneratórios.
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
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Direitos e deveres As diárias são devidas apenas nas hipóteses de deslocamentos


Adentrando ao tópico dos direitos e deveres dos agentes eventuais ou transitórios. Assim, o servidor não fará jus a diárias se
públicos, com o amparo da Lei 8112/90, que dispõe sobre o regime o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo
jurídico único dos servidores públicos civis da União, das autarquias (art. 58, §2º).
e das fundações públicas federais, é importante explanar que além Não terá direito a diárias o servidor que se deslocar dentro da
do vencimento-base, a lei prevê que o servidor federal poderá mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião,
receber vantagens pecuniárias, sendo elas: constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes,
– Indenizações cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores
Têm como objetivo ressarcir aos servidores em razão de brasileiros consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora
despesas que tenham tido por motivo do exercício de suas funções. da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas
São previstos por determinação legal, os seguintes tipos de para os afastamentos dentro do território nacional (art. 58, §3º).
indenizações a serem pagas ao servidor federal: A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida
a) Ajuda de custo: é destinada a compensar as despesas de pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da
instalação do servidor que, a trabalho em prol do interesse do sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas
serviço público, passar a laborar em nova sede, isso com mudança extraordinárias cobertas por diárias (art. 58, §1º).
de domicílio em caráter permanente. Além disso, o servidor que receber diárias e porventura, não
A ajuda de custo também será devida àquele agente que, não se afastar da sede, será obrigado a restituí-las em valor integral no
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, prazo de cinco dias.
com mudança de domicílio. Por outro ângulo, não será concedida Da mesma forma, retornando o servidor à sede antes do
ajuda de custo ao servidor que em virtude de mandato eletivo se previsto, também ficará obrigado a devolver as diárias percebidas
afastar do cargo, ou vier a reassumi-lo. em excesso no prazo de cinco dias.
O cálculo pecuniário da ajuda de custo é feito sobre a a) Indenização de transporte: é devida ao servidor que no
remuneração do servidor, e não pode exceder a importância exercício de serviço de interesse público realizar despesas com
correspondente a três meses de remuneração. a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de
Referente a cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo (art.
pela ajuda de custo que também seja servidor e, a qualquer tempo, 60 da Lei 8.112/90).
passe a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companheiro, b) Auxílio-moradia: é o ressarcimento das despesas
não é permitido pela legislação que ocorra o pagamento de uma devidamente comprovadas e realizadas pelo servidor público com
segunda ajuda de custo. aluguel de moradia ou, ainda com outro meio de hospedagem
Além de receber o valor pago pela ajuda de custo, todas as devidamente administrado por empresa hoteleira, no decurso do
despesas de transporte do servidor e de sua família, deverão ser prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
arcadas pela Administração Pública, compreendendo passagem, Para fazer jus ao recebimento do auxílio-moradia, o servidor
bagagem e bens pessoais. deverá atender a alguns requisitos cumulativos previstos na lei (art.
Falecendo o servidor estando lotado na nova sede, sua família, 60-B). Vejamos:
por conseguinte, fará jus à ajuda de custo bem como de transporte Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se
para retornar à localidade de origem, no prazo de um ano, contado atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de
do óbito. 2006).
Com o fito de evitar enriquecimento sem causa, a lei determina I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;
que o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
sem se justificar, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel
dias. funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha
— Observação importante: O STJ entende que a ajuda de custo sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente
somente é devida aos servidores que, no interesse da Administração, cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo,
forem removidos ex officio, com fundamento no art. 36, parágrafo incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção,
único, I, da Lei 8.112/1990. No entanto, quando a remoção ocorrer nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela
em decorrência de interesse particular do servidor, a ajuda de custo Lei nº 11.355, de 2006).
não é devida. Assim, por exemplo, se o servidor público passar a IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba
ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
permanente, por meio de processo seletivo de remoção, não terá V - o servidor tenha se mudado do local de residência para
direito à percepção da verba de ajuda de custo (AgRg no REsp ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-
1.531.494/SC). Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de
Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; (Incluído
– Diárias pela Lei nº 11.355, de 2006).
São devidas ao servidor que a serviço, se afastar da sede em VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função
caráter eventual ou transitório para outro ponto do território de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, §3º, em
nacional ou para o Exterior, que também fará jus a passagens relação ao local de residência ou domicílio do servidor; (Incluído
destinadas a indenizar as despesas extraordinárias com pousada, pela Lei nº 11.355, de 2006).
alimentação e locomoção urbana.
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VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo vantagem será considerada no cálculo do adicional de férias.
inferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº h) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é direito
11.355, de 2006). assegurado ao servidor que, em caráter eventual, se encaixar nas
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração hipóteses do art.76-A, tais como: atuar como instrutor em curso
de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente
11.355, de 2006). instituído no âmbito da administração pública federal; participar de
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007). curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por
prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão candidatos; participar da logística de preparação e de realização
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). de concurso público envolvendo atividades de planejamento,
coordenação, supervisão, incluídas entre as suas atribuições
– Gratificações permanentes e participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas
São vantagens pecuniárias que constituem acréscimos de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas
de estipêndio, que acopladas ao vencimento constituem a atividades.
remuneração do servidor público. Vale a pena registrar que, em tempos remotos, a lei contemplava
Em consonância com o art. 61 da Lei 8.112/1990 depreende-se o pagamento do adicional por tempo de serviço. Entretanto, o
que, além do vencimento e das indenizações, poderão ser deferidas dispositivo legal que previa o mencionado adicional foi revogado.
aos servidores as seguintes retribuições em forma de gratificações Contemporaneamente, esta vantagem é paga somente aos
e adicionais: servidores que à época da revogação restavam munidos de direito
a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia adquirido à sua percepção.
e assessoramento: “Ao servidor ocupante de cargo efetivo
investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo – Adicionais
de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida Adicionais são formas de remuneração do risco à vida e à
retribuição pelo seu exercício” (art. 62). O valor dessa retribuição saúde dos trabalhadores com caráter transitório, enquanto durar
será fixado por lei específica. a exposição aos riscos de trabalho do servidor. No serviço público,
b) Gratificação natalina: equivale ao 13º salário do trabalhador podemos resumi-los da seguinte forma:
da iniciativa privada, ou pública sendo calculada à razão de 1/12 a) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores
por mês de exercício no respectivo ano. Para efeito de pagamento que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que
da gratificação natalina, a fração igual ou superior a 15 dias de provocam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de
exercício será considerada como mês integral. periculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas habitualmente colocam em risco a sua vida.
ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores b) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele
que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor.
provocam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será
periculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de
habitualmente colocam em risco a sua vida. trabalho.
d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele No entanto, somente será permitido serviço extraordinário
exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor. para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o
Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será limite máximo de duas horas por jornada, nos ditames do art.74.
remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de c) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido
trabalho. entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor
(art. 73). No entanto, somente será permitido serviço que exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional
extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, noturno, cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre
respeitado o limite máximo de duas horas por jornada (art. 74). a hora trabalhada no turno diurno. Além disso, será considerado
e) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido como uma hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois
entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor minutos e trinta segundos (art. 75).
que exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional d) Adicional de férias: é disposto na Constituição Federal e
noturno, cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente
a hora trabalhada no turno diurno. Além disso, será considerado de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias,
como uma hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período
minutos e trinta segundos (art. 75). das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia
ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva
f) Adicional de férias: é garantido pela Constituição Federal e vantagem será considerada no cálculo do adicional de férias.
disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente
de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias,
um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período
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e) Adicional de atividade penosa: será devido aos servidores tenha remuneração maior (STJ, 5ª Turma, AgRg no Ag 1008567/
que estejam em exercício de suas funções em zonas de fronteira ou DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 18.09.2008, DJe
em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, 20.10.2008).
condições e limites fixados em regulamento (art. 71). Via de regra, as férias dos servidores públicos devem ser
gozadas sem quaisquer tipos de interrupção. Entretanto, como
– Observação importante: O direito ao adicional de exceção, a lei estabelece dispositivo que determina que as férias
insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das somente poderão ser interrompidas nas seguintes hipóteses art. 80
condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão (art. 68, da Lei 8112/90:
§2º). a) calamidade pública;
O servidor que pelas circunstâncias fizer jus aos adicionais de b) comoção interna;
insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles, não c) convocação para júri, serviço militar ou eleitoral; ou
podendo perceber ditas vantagens cumulativamente (art. 68, §1º). d) por necessidade do serviço declarada pela autoridade
máxima do órgão ou entidade.
– Férias
De modo geral, podemos afirmar que as férias correspondem – Licenças
ao direito do servidor a um período de descanso anual remunerado, São períodos por meio dos quais o servidor tem direito de se
por meio do qual, para a maioria dos servidores é de trinta dias. afastar das suas atividades, com ou sem remuneração, de acordo
Esse direito do servidor está garantido pela Constituição Federal, com o tipo de licença.
porém, a disciplina do seu exercício pelos servidores estatutários A Lei 8112/90 prevê várias espécies de licenças, são elas:
federais está inserida nos arts. 77 a 80 da Lei 8.112/1990.
Normalmente, o servidor fará jus a trinta dias de férias a cada Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
ano, que por sua vez, podem ser acumuladas até o máximo de I - por motivo de doença em pessoa da família;
dois períodos, em se tratando de caso de necessidade do serviço, II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
com exceção das hipóteses em que haja legislação específica (art. III - para o serviço militar;
77). Entretanto, o servidor que opera direta em permanência IV - para atividade política;
constante com equipamentos de raios X ou substâncias radioativas, V - para capacitação;
terá direito ao gozo de 20 dias consecutivos de férias semestrais VI - para tratar de interesses particulares;
de atividade profissional, sendo proibida em qualquer hipótese a VII - para desempenho de mandato classista;
acumulação desses períodos (art. 79). VIII - para tratamento de saúde;
IX - Licença por acidente em serviço (art. 211);
– Observação importante: A lei proíbe que seja levada à conta X - Licença à Gestante (art. 207);
de férias qualquer falta ao serviço (art. 77, §2º). XI - Licença à Adotante (art. 210);
É interessante salientar que no primeiro período aquisitivo de XII – Licença Paternidade (art. 208).
férias serão exigidos 12 meses de exercício (art. 77, §1º); a partir daí Nos parâmetros do referido Estatuto, temos a seguinte
os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício. explanação:
Infere-se que o gozo do período de férias é decisão Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de
exclusivamente discricionária da administração, que só o fará se doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto
compreender que o pedido atende ao interesse público. ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e
No condizente à remuneração das férias, depreende-se que conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por
esta será acrescida do adicional que corresponda a 1/3 incidente perícia médica oficial.
sobre a remuneração original. Já o pagamento da remuneração de §1º A licença somente será deferida se a assistência direta do
férias, com o acréscimo do adicional, poderá ser efetuado até dois servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente
dias antes do início do respectivo período do gozo (art. 78). com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na
Havendo parcelamento de gozo do período de férias, o servidor forma do disposto no inciso II do art. 44.
receberá o adicional de férias somente após utilizado o primeiro §2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações,
período (art. 78, §5º). poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
Caso o servidor seja exonerado do cargo efetivo, ou em condições:
comissão, terá o direito de receber indenização relativa ao período I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
das férias a que tiver direito, bem como ao incompleto, na exata remuneração do servidor;
proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou, ainda II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
de fração superior a quatorze dias (art. 78, §3º). Ocorrendo isso, a remuneração.
indenização poderá ser calculada com base na remuneração do mês §3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a
em que for publicado o ato exoneratório (art. 78, §4º). partir da data do deferimento da primeira licença concedida.
§4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não
– Observação importante: o STJ vem aplicando de forma remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas
pacífica o entendimento de que, ocorrendo vacância, por posse em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto
em outro cargo inacumulável, sem solução de continuidade no no §3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos
tempo de serviço, o direito à fruição das férias não gozadas nem I e II do §2º.
indenizadas transfere-se para o novo cargo, ainda que este último

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§2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes mil) associados, 4 (quatro) servidores;
condições: III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados,
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a 8 (oito) servidores.
remuneração do servidor; §1º Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem cargos de direção ou de representação nas referidas entidades,
remuneração. desde que cadastradas no órgão competente.
§3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a §2º. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. renovada, no caso de reeleição.
§4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto prejuízo da remuneração a que fizer jus.
no §3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
I e II do §2º. (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
§2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro §1º . A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, §2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da partir do parto.
Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que §3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento,
para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será reassumirá o exercício.
concedida licença, na forma e condições previstas na legislação §4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
específica. terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
cargo. Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro dois períodos de meia hora.
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
§1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, de licença remunerada.
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. artigo será de 30 (trinta) dias.
§2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os acidentado em serviço.
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor — Observação importante: a licença-prêmio não faz mais
poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do parte do rol dos direitos dos servidores federais e foi suprimida
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, pela Lei 9.527/1997. A licença-prêmio permitia que o servidor,
para participar de curso de capacitação profissional. encerrado cada quinquênio ininterrupto de serviço, pudesse
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao gozar, como prêmio pela assiduidade de três meses de licença,
servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio com a remuneração do cargo efetivo. A legislação vigente à época
probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo facultava ao servidor gozar a licença ou contar em dobro o período
de até três anos consecutivos, sem remuneração. da licença para efeito de aposentadoria (o que atualmente não é
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer mais possível, já que a EC 20/1998 proibiu a contagem de tempo
tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. de contribuição fictício para aposentadoria). Entretanto, em
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem análise ao caso específico daqueles que adquiriram legitimamente
remuneração para o desempenho de mandato em confederação, o direito antes da supressão legal, o STJ entende pacificamente
federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato que “o servidor aposentado tem direito à conversão em pecúnia
representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão da licença-prêmio não gozada e contada em dobro, sob pena de
ou, ainda, para participar de gerência ou administração em enriquecimento sem causa da Administração Pública” (AgRg no
sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para AREsp 270.708/RN).
prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do
inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento – Concessões
e observados os seguintes limites: Três são as espécies de concessão:
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) a) Primeira espécie de concessão: permite ao servidor se
servidores; ausentar do serviço, sem qualquer prejuízo a sua remuneração, nas
seguintes condições (art. 97): por um dia, para doação de sangue;
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por dois dias, para se alistar como eleitor; por oito dias consecutivos Já o direito de requerer prescreve, nos termos do art. 110,
em razão de: casamento; falecimento do cônjuge, companheiro, em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de
pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse
tutela e irmãos. patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; em 120
b) Segunda espécie de concessão: relacionada à concessão dias, nos demais casos, exceto quando outro prazo for fixado em lei.
de horário especial, nas seguintes situações (art. 98): ao servidor
estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o Em relação à prescrição, merece também destaque:
horário escolar e o da repartição, sendo exigida a compensação de Art. 112: a prescrição é de ordem pública, não podendo ser
horário; ao servidor portador de deficiência, quando comprovada relevada pela administração; o pedido de reconsideração e o
a necessidade por junta médica oficial, independentemente de recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição (art. 111);
compensação de horário;ao servidor que tenha cônjuge, filho ou o prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato
dependente com deficiência, quando comprovada a necessidade impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato
por junta médica oficial, independentemente da compensação de não for publicado (art. 110, parágrafo único da Lei 8112/90).
horário; ao servidor que atue como instrutor em curso instituído no
âmbito da administração pública federal ou que participe de banca LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
examinadora de concursos, vinculado à compensação de horário a
ser efetivada no prazo de até um ano. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da
c) Terceira espécie de concessão: cuida dos casos relacionados União, das autarquias e das fundações públicas federais.
à matrícula em instituições de ensino. Por amparo legal, “ao servidor
estudante que mudar de sede no interesse da administração é PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEM-
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, BRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA LEI Nº 9.527, DE 10
matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer DE DEZEMBRO DE 1997.
época, independentemente de vaga” (art. 99). Denota-se que esse
benefício se estende também “ao cônjuge ou companheiro, aos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial” (art.
99, parágrafo único). TÍTULO I

– Direito de petição CAPÍTULO ÚNICO


De acordo com o art. 104 da Lei 8.112/1990, é direito do DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
servidor público, requerer junto aos Poderes Públicos, a defesa de
direito ou interesse legítimo. Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públi-
O direito de petição pode ser manifestado por intermédio de cos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial,
requerimento, pedido de reconsideração ou de recurso. e das fundações públicas federais.
Nos termos da Lei, o requerimento deverá ser dirigido Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente
à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por investida em cargo público.
intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabi-
requerente (art. 105). lidades previstas na estrutura organizacional que devem ser come-
Além disso, nos trâmites do art. 106, caberá pedido de tidas a um servidor.
reconsideração dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasi-
proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. leiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento
De acordo com o art. 107 do Estatuto em estudo, caberá pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou
recurso nas seguintes hipóteses: do indeferimento do pedido de em comissão.
reconsideração e das decisões sobre os recursos sucessivamente Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
interpostos. casos previstos em lei.
Nos termos do art. 109, o recurso será dirigido à autoridade
imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido TÍTULO II
a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO,
autoridades, sendo encaminhado por intermédio da autoridade REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Dando
continuidade, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, CAPÍTULO I
a juízo da autoridade competente e em caso de provimento do DO PROVIMENTO
pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão
retroagirão à data do ato impugnado, nos parâmetros do art. 109, SEÇÃO I
parágrafo único da Lei 8112/90. DISPOSIÇÕES GERAIS
O prazo para interposição de recurso ou de pedido de
reconsideração é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo públi-
pelo interessado, da decisão recorrida (art. 108). co:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
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III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; nele expressamente previstas. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
V - a idade mínima de dezoito anos; 10.12.97) (Regulamento)
VI - aptidão física e mental. Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos,
§1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de ou- podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
tros requisitos estabelecidos em lei. §1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua rea-
§2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direi- lização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial
to de se inscrever em concurso público para provimento de cargo da União e em jornal diário de grande circulação.
cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são §2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expi-
cento) das vagas oferecidas no concurso. rado.
§3º As universidades e instituições de pesquisa científica e
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, SEÇÃO IV
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os DA POSSE E DO EXERCÍCIO
procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo,
da autoridade competente de cada Poder. no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabi-
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. lidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão
Art. 8º São formas de provimento de cargo público: ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados
I - nomeação; os atos de ofício previstos em lei.
II - promoção; §1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da pu-
III -(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) blicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de 10.12.97)
V - readaptação; §2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publi-
VI - reversão; cação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III
VII - aproveitamento; e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII,
VIII - reintegração; alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado
IX - recondução. do término do impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
SEÇÃO II §3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
DA NOMEAÇÃO §4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por no-
meação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 9º A nomeação far-se-á: §5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de pro- bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto
vimento efetivo ou de carreira; ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos §6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse
de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) não ocorrer no prazo previsto no §1º deste artigo.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspe-
ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, ção médica oficial.
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri- Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for jul-
buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cargo público ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei nº
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado 9.527, de 10.12.97)
de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso §1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em
público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. (Re-
classificação e o prazo de sua validade. dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de- §2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem
senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não
estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o
na Administração Pública Federal e seus regulamentos. (Redação disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) §3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde
for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.
SEÇÃO III (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
DO CONCURSO PÚBLICO §4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com
a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servi-
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, po- dor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo le-
dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o gal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do
regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri- impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.
ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exer- Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-
cício serão registrados no assentamento individual do servidor. -Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresenta- equivalentes. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
rá ao órgão competente os elementos necessários ao seu assenta- §4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser
mento individual. concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81,
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar
é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para
publicação do ato que promover o servidor.(Redação dada pela Lei outro cargo na Administração Pública Federal.(Incluído pela Lei nº
nº 9.527, de 10.12.97) 9.527, de 10.12.97)
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município §5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e
em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, §1º, 86 e 96, bem assim
posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, na hipótese de participação em curso de formação, e será retoma-
trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retoma- do a partir do término do impedimento. (Incluído pela Lei nº 9.527,
da do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse de 10.12.97)
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) SEÇÃO V
§1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afas- DA ESTABILIDADE
tado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a
partir do término do impedimento. (Parágrafo renumerado e alte- Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossa-
rado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) do em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no servi-
§2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos ço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3
no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) anos - vide EMC nº 19)
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de
razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-
a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e obser- tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
vados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias,
respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) SEÇÃO VI
§1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança DA TRANSFERÊNCIA
submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o
disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
interesse da Administração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) SEÇÃO VII
§2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de traba- DA READAPTAÇÃO
lho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de
17.12.91) Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por perí- tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins-
odo de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e peção médica.
capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, §1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando
observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19) será aposentado.
I - assiduidade; §2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins,
II - disciplina; respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalên-
III - capacidade de iniciativa; cia de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o
IV - produtividade; servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrên-
V- responsabilidade. cia de vaga. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio pro-
batório, será submetida à homologação da autoridade competen- SEÇÃO VIII
te a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão DA REVERSÃO
constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei (REGULAMENTO DEC. Nº 3.644, DE 30.11.2000)
ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da
continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposenta-
do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 do: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exone- I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsis-
rado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, tentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Pro-
observado o disposto no parágrafo único do art. 29. visória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela
cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de nº 2.225-45, de 4.9.2001)

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b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medi- SEÇÃO XI


da Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
c) estável quando na atividade;(Incluído pela Medida Provisória
nº 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui-
à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
4.9.2001) Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determina-
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- rá o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em
45, de 4.9.2001) vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração
§1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante Pública Federal.
de sua transformação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- Parágrafo único. Na hipótese prevista no §3º do art. 37, o servi-
45, de 4.9.2001) dor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabili-
§2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será con- dade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração
siderado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro ór-
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) gão ou entidade.(Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o ser- Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a
vidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal,
de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) salvo doença comprovada por junta médica oficial.
§4º O servidor que retornar à atividade por interesse da ad-
ministração perceberá, em substituição aos proventos da aposen- CAPÍTULO II
tadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive DA VACÂNCIA
com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente
à aposentadoria.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
4.9.2001) I - exoneração;
§5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os pro- II - demissão;
ventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo III - promoção;
menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida Provisória nº IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
2.225-45, de 4.9.2001) V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. VI - readaptação;
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) VII - aposentadoria;
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de VIII - posse em outro cargo inacumulável;
4.9.2001) IX - falecimento.
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple- Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do ser-
tado 70 (setenta) anos de idade. vidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
SEÇÃO IX I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
DA REINTEGRAÇÃO II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
exercício no prazo estabelecido.
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de
cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua trans- função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
formação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis- 10.12.97)
trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. I - a juízo da autoridade competente;
§1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em II - a pedido do próprio servidor.
disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou CAPÍTULO III
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO

SEÇÃO X SEÇÃO I
DA RECONDUÇÃO DA REMOÇÃO

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de
anteriormente ocupado e decorrerá de: ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se
II - reintegração do anterior ocupante. por modalidades de remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o 10.12.97)
servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº
30. 9.527, de 10.12.97)
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
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III - a pedido, para outra localidade, independentemente do in- CAPÍTULO IV


teresse da Administração:(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) DA SUBSTITUIÇÃO
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servi-
dor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de dire-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no ção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão
interesse da Administração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão,
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entida-
dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamen- de. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
to funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; §1º O substituto assumirá automática e cumulativamente,
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos,
que o número de interessados for superior ao número de vagas, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do
de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um de-
em que aqueles estejam lotados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de les durante o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
10.12.97) de 10.12.97)
§2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo
SEÇÃO II ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial,
DA REDISTRIBUIÇÃO nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, su-
periores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimen- efetiva substituição, que excederem o referido período. (Redação
to efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia aprecia- Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de
ção do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de TÍTULO III
10.12.97) DOS DIREITOS E VANTAGENS
II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) CAPÍTULO I
III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluído DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexi- Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de
dade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cargo público, com valor fixado em lei.
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº 431, de
profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 2008). (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008)
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalida- Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres-
des institucionais do órgão ou entidade.(Incluído pela Lei nº 9.527, cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
de 10.12.97) §1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo
§1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lo- em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
tação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive §2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou
nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entida- entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de
de. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) acordo com o estabelecido no §1º do art. 93.
§2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante §3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de
ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades caráter permanente, é irredutível.
da Administração Pública Federal envolvidos. (Incluído pela Lei nº §4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de
9.527, de 10.12.97) atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre ser-
§3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou enti- vidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter indi-
dade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou vidual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
entidade, o servidor estável que não for redistribuído será coloca- §5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário
do em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
10.12.97) título de remuneração, importância superior à soma dos valores
§4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em dispo- percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no
nibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão cen- âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por
tral do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entida- membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal
de, até seu adequado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, Federal.
de 10.12.97) Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vanta-
gens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98) (Vide Lei nº
9.624, de 2.4.98)
Art. 44. O servidor perderá:
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I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
justificado;(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés-
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun-
ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. damento.
97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de ho-
rário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida SEÇÃO I
pela chefia imediata.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) DAS INDENIZAÇÕES
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso
fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício. I - ajuda de custo;
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - diárias;
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne- III - transporte.
nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Vide IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Decreto nº 1.502, de 1995)(Vide Decreto nº 1.903, de 1996) (Vide Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I
Decreto nº 2.065, de 1996) (Regulamento) (Regulamento) a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão
§1º (Revogado pela Lei nº 14.509, de 2022) estabelecidos em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.355,
§2º (Revogado pela Lei nº 14.509, de 2022) de 2006)
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até
30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor SUBSEÇÃO I
ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo DA AJUDA DE CUSTO
máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do inte-
ressado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
4.9.2001) de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter
§1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao corres- exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter per-
pondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. manente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também
§2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (Reda-
anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita ime- ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
diatamente, em uma única parcela. (Redação dada pela Medida §1º Correm por conta da administração as despesas de trans-
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) porte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, ba-
§3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cum- gagem e bens pessoais.
primento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que §2º À família do servidor que falecer na nova sede são asse-
venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a gurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem,
data da reposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225- dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
45, de 4.9.2001) §3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de re-
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, moção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 36.
exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas- (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Redação Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo ex-
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto ceder a importância correspondente a 3 (três) meses.
implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medida Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo
objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de pres- servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mu-
tação de alimentos resultante de decisão judicial. dança de domicílio.
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93,
CAPÍTULO II a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.
DAS VANTAGENS Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo
quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra-
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as zo de 30 (trinta) dias.
seguintes vantagens:
I - indenizações; SUBSEÇÃO II
II - gratificações; DAS DIÁRIAS
III - adicionais.
§1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou pro- Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter
vento para qualquer efeito. eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
§2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci- para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar
mento ou provento, nos casos e condições indicados em lei. as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e
locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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§1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo de- VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou fun-
vida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora ção de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, §3º,
da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despe- em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;(Incluído
sas extraordinárias cobertas por diárias. (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 11.355, de 2006)
9.527, de 10.12.97) VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido
§2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exi- no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo
gência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo in-
§3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar ferior a sessenta dias dentro desse período; e(Incluído pela Lei nº
dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou 11.355, de 2006)
microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração
instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países de lotação ou nomeação para cargo efetivo.(Incluído pela Lei nº
limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e 11.355, de 2006)
servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver per- IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.
noite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007)
as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. (In- Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998, de 2014)
prazo de 5 (cinco) dias. Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25%
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função co-
prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as missionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. (Incluído pela
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput. Lei nº 11.784, de 2008
§1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte
SUBSEÇÃO III e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. (Incluído
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE pela Lei nº 11.784, de 2008
§2º Independentemente do valor do cargo em comissão ou
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo- os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oito-
ção para a execução de serviços externos, por força das atribuições centos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. §3º (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de 2017) (Vigência
encerrada)
SUBSEÇÃO IV §4º (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de 2017) (Vigência
DO AUXÍLIO-MORADIA encerrada)
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.355, DE 2006) Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de
imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das des- auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. (Incluído pela
pesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de Lei nº 11.355, de 2006)
moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa
hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo SEÇÃO II
servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se aten-
didos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servi- Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, grati-
dor;(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) ficações e adicionais:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
funcional;(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) sessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou te- II - gratificação natalina;
nha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promi- III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
tente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, ou penosas;
nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
Lei nº 11.355, de 2006) VI - adicional noturno;
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba VII - adicional de férias;
auxílio-moradia;(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocu- IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído
par cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção pela Lei nº 11.314 de 2006)
e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza
Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes (Incluído pela Lei
nº 11.355, de 2006)

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SUBSEÇÃO I Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servido-


DA RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE res em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou
DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO perigosos.
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.527, DE 10.12.97) Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada,
enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais pre-
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em vistos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em
função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento serviço não penoso e não perigoso.
em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de
exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situações
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos estabelecidas em legislação específica.
cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9º.(Redação dada Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servi-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominal- condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites
mente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo exer- fixados em regulamento.
cício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de pro- Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com
vimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem os Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle per-
arts. 3º e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3º da manente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra-
Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela Medida Provisória passem o nível máximo previsto na legislação própria.
nº 2.225-45, de 4.9.2001) Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo so- submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.
mente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos servi-
dores públicos federais. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- SUBSEÇÃO V
45, de 4.9.2001) DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO

SUBSEÇÃO II Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acrés-


DA GRATIFICAÇÃO NATALINA cimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de
trabalho.
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem- atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite
bro, por mês de exercício no respectivo ano. máximo de 2 (duas) horas por jornada.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias
será considerada como mês integral. SUBSEÇÃO VI
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de DO ADICIONAL NOTURNO
dezembro de cada ano.
Parágrafo único. (VETADO). Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação nata- entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia se-
lina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a guinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento),
remuneração do mês da exoneração. computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cálcu- segundos.
lo de qualquer vantagem pecuniária. Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o
acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração
SUBSEÇÃO III prevista no art. 73.
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
SUBSEÇÃO VII
Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de DO ADICIONAL DE FÉRIAS
2001, respeitadas as situações constituídas até 8.3.1999)
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servi-
SUBSEÇÃO IV dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um
DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE terço) da remuneração do período das férias.
OU ATIVIDADES PENOSAS Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de di-
reção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em lo- respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de
cais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, que trata este artigo.
radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o
vencimento do cargo efetivo.
§1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de
periculosidade deverá optar por um deles.
§2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram cau-
sa a sua concessão.
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SUBSEÇÃO VIII CAPÍTULO III


DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU DAS FÉRIAS
CONCURSO
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.314 DE 2006) Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem
ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de neces-
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é sidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação
devida ao servidor que, em caráter eventual:(Incluído pela Lei nº específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) (Vide Lei
11.314 de 2006) (Regulamento)(Vide Decreto nº 11.069, de 2022) nº 9.525, de 1997)
Vigência §1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos
I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvol- 12 (doze) meses de exercício.
vimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da §2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
administração pública federal;(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) §3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde
II - participar de banca examinadora ou de comissão para exa- que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração
mes orais, para análise curricular, para correção de provas discur- pública.(Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)
sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado
de recursos intentados por candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314 até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando-
de 2006) -se o disposto no §1º deste artigo. (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
III - participar da logística de preparação e de realização de §1° e §2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
concurso público envolvendo atividades de planejamento, coorde- §3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão,
nação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver di-
atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições perma- reito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de
nentes;(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído pela
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exa- Lei nº 8.216, de 13.8.91)
me vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas ativi- §4º A indenização será calculada com base na remuneração do
dades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) mês em que for publicado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei nº
§1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação de 8.216, de 13.8.91)
que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os §5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor
seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) adicional previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição Fede-
I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a ral quando da utilização do primeiro período. (Incluído pela Lei nº
natureza e a complexidade da atividade exercida; (Incluído pela Lei 9.525, de 10.12.97)
nº 11.314 de 2006) Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecuti-
(cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de ex- vos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em
cepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada qualquer hipótese a acumulação.
pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autori- Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
zar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por mo-
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri,
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos se- serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada
guintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da pela autoridade máxima do órgão ou entidade. (Redação dada pela
administração pública federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando Parágrafo único. O restante do período interrompido será go-
de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;(Reda- zado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído pela
ção dada pela Lei nº 11.501, de 2007) Lei nº 9.527, de 10.12.97)
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando
de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo. (Re- CAPÍTULO IV
dação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) DAS LICENÇAS
§2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente
será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste ar- SEÇÃO I
tigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que DISPOSIÇÕES GERAIS
o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga
horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
forma do §4º do art. 98 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de I - por motivo de doença em pessoa da família;
2006) II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
§3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se III - para o serviço militar;
incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efei- IV - para atividade política;
to e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da 10.12.97)
aposentadoria e das pensões. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista.

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§1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem SEÇÃO IV


como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR
por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será con-
§2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe-
§3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o cífica.
período da licença prevista no inciso I deste artigo. Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do car-
término de outra da mesma espécie será considerada como pror- go.
rogação.
SEÇÃO V
SEÇÃO II DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA
FAMÍLIA Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração,
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro
doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padras- de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
to ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas §1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde
e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia,
por perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
2009) partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a
§1º A licença somente será deferida se a assistência direta do Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.(Redação
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultanea- dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mente com o exercício do cargo ou mediante compensação de ho- §2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia se-
rário, na forma do disposto no inciso II do art. 44. (Redação dada guinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
§2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010) SEÇÃO VI
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO
remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.527, DE 10.12.97)
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu-
neração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor
§3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. (Inclu- cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
ído pela Lei nº 12.269, de 2010) para participar de curso de capacitação profissional. (Redação dada
§4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não remu- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)(Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
neradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput
mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no §3º, não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§2º. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 90. (VETADO).
SEÇÃO III
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJU- SEÇÃO VII
GE DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompa- Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao
nhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em está-
do território nacional, para o exterior ou para o exercício de manda- gio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo
to eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. (Redação
§1º A licença será por prazo indeterminado e sem remunera- dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
ção. Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer
§2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companhei- tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. (Redação
ro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da
Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que
para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.(Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

SEÇÃO VIII §4º Mediante autorização expressa do Presidente da Repúbli-


DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO ca, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro ór-
CLASSISTA gão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio
de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. (Incluído pela Lei
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re- nº 8.270, de 17.12.91)
muneração para o desempenho de mandato em confederação, §5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servi-
federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato re- dor por ela requisitado, as disposições dos §§1º e 2º deste artigo.
presentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)
ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade §6º As cessões de empregados de empresa pública ou de socie-
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar servi- dade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional
ços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pes-
do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e obser- soal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e §§1º
vados os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condi-
2005) (Regulamento)(Regulamento) cionado a autorização específica do Ministério do Planejamento,
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em
servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta 25.6.2002)
mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada pela Lei nº §7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com
12.998, de 2014) a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá de-
8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) terminar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, inde-
§1º Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para pendentemente da observância do constante no inciso I e nos §§1º
cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, des- e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)(Vide
de que cadastradas no órgão competente.(Redação dada pela Lei nº Decreto nº 5.375, de 2005)
12.998, de 2014)
§2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser SEÇÃO II
renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei nº 12.998, DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO
de 2014) ELETIVO

CAPÍTULO V Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se


DOS AFASTAMENTOS as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará
SEÇÃO I afastado do cargo;
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
ENTIDADE sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de vereador:
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em ou- a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta-
tro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:(Redação b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
nº 4.493, de 3.12.2002) (Vide Decreto nº 5.213, de 2004) (Vide De- §1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
creto nº 9.144, de 2017) para a seguridade social como se em exercício estivesse.
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança; §2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não
(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade di-
II - em casos previstos em leis específicas. (Redação dada pela versa daquela onde exerce o mandato.
Lei nº 8.270, de 17.12.91)
§1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou en- SEÇÃO III
tidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO
da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o EXTERIOR
ônus para o cedente nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº
8.270, de 17.12.91) Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo
§2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Pre-
sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, sidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo
optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do Tribunal Federal. (Vide Decreto nº 1.387, de 1995)
cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em §1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despe- ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova
sas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Redação dada ausência.
pela Lei nº 11.355, de 2006)
§3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário
Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
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§2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será §6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou
concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no §5º
antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de
hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamen- caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.
to. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da car- §7º Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no
reira diplomática. Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos
§4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de que §§1º a 6º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servi-
dor, serão disciplinadas em regulamento.(Incluído pela Lei nº 9.527, CAPÍTULO VI
de 10.12.97) DAS CONCESSÕES
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo
internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar- Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se
-se-á com perda total da remuneração.(Vide Decreto nº 3.456, de do serviço:
2000) I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II - pelo período comprovadamente necessário para alistamen-
SEÇÃO IV to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.907, DE 2009) (dois) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
DO AFASTAMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMA III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU NO PAÍS a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou pa-
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e drasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante,
o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar- quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e
-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em §1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a com-
instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, pensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, res-
de 2009) peitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo renumerado e
§1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
em conformidade com a legislação vigente, os programas de capa- §2º Também será concedido horário especial ao servidor por-
citação e os critérios para participação em programas de pós-gra- tador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta
duação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão médica oficial, independentemente de compensação de horário.
avaliados por um comitê constituído para este fim. (Incluído pela (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Lei nº 11.907, de 2009) §3º As disposições constantes do §2º são extensivas ao servi-
§2º Os afastamentos para realização de programas de mestra- dor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência. (Reda-
do e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares ção dada pela Lei nº 13.370, de 2016)
de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos §4º Será igualmente concedido horário especial, vinculado à
3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, in- compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano,
cluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do
por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença caput do art. 76-A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de
capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos an- 2007)
teriores à data da solicitação de afastamento.(Incluído pela Lei nº Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse
11.907, de 2009) da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou
§3º Os afastamentos para realização de programas de pós-dou- na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em
torado somente serão concedidos aos servidores titulares de car- qualquer época, independentemente de vaga.
gos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge
anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na
se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com au-
fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da soli- torização judicial.
citação de afastamento.(Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
§4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos CAPÍTULO VII
nos §§1º, 2º e 3º deste artigo terão que permanecer no exercício DO TEMPO DE SERVIÇO
de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do
afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço
§5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.
aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência pre- Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
visto no §4º deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezen-
forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos tos e sessenta e cinco dias.
gastos com seu aperfeiçoamento.(Incluído pela Lei nº 11.907, de Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são §1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será conta-
considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude do apenas para nova aposentadoria.
de: (Vide Decreto nº 5.707, de 2006) §2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
I - férias; Forças Armadas em operações de guerra.
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão §3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço pres-
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Dis- tado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão
trito Federal; ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Mu-
III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, nicípio, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista
em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presi- e empresa pública.
dente da República;
IV - participação em programa de treinamento regularmen- CAPÍTULO VIII
te instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no DO DIREITO DE PETIÇÃO
País, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº
11.907, de 2009) (Vide Decreto nº 5.707, de 2006) Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, munici- Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.
pal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento; Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe-
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afasta- estiver imediatamente subordinado o requerente.
mento, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que hou-
nº 9.527, de 10.12.97)(Vide Decreto nº 5.707, de 2006) ver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo
VIII - licença: ser renovado.(Vide Lei nº 12.300, de 2010)
a) à gestante, à adotante e à paternidade; Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Redação dada Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída §1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe-
por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessiva-
efeito de promoção por merecimento; (Redação dada pela Lei nº mente, em escala ascendente, às demais autoridades.
11.094, de 2005) §2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Reda- Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsidera-
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da
f) por convocação para o serviço militar; ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº 12.300,
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; de 2010)
X - participação em competição desportiva nacional ou convo- Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo,
cação para integrar representação desportiva nacional, no País ou a juízo da autoridade competente.
no exterior, conforme disposto em lei específica; Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsi-
XI - afastamento para servir em organismo internacional de que deração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do
o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº 9.527, ato impugnado.
de 10.12.97) Art. 110. O direito de requerer prescreve:
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa-
disponibilidade: ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
e Distrito Federal; II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do outro prazo for fixado em lei.
servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em perí- Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da
odo de 12 (doze) meses.(Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010) publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessa-
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, §2º; do, quando o ato não for publicado.
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele- Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabí-
tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no veis, interrompem a prescrição.
serviço público federal; Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Pre- relevada pela administração.
vidência Social; Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que procurador por ele constituído.
exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art. Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer
102.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) tempo, quando eivados de ilegalidade.

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Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
neste Capítulo, salvo motivo de força maior. confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau
civil;
TÍTULO IV IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou-
DO REGIME DISCIPLINAR trem, em detrimento da dignidade da função pública;
X - participar de gerência ou administração de sociedade priva-
CAPÍTULO I da, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto
DOS DEVERES na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;(Redação dada
pela Lei nº 11.784, de 2008
Art. 116. São deveres do servidor: XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários
II - ser leal às instituições a que servir; ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
III - observar as normas legais e regulamentares; companheiro;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual-
mente ilegais; quer espécie, em razão de suas atribuições;
V - atender com presteza: XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran-
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, geiro;
ressalvadas as protegidas por sigilo; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito XV - proceder de forma desidiosa;
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. serviços ou atividades particulares;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
dade competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527, com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
de 2011) XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solici-
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patri- tado.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mônio público; Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº
IX - manter conduta compatível com a moralidade administra- 11.784, de 2008
tiva; I - participação nos conselhos de administração e fiscal de em-
X - ser assíduo e pontual ao serviço; presas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta-
XI - tratar com urbanidade as pessoas; mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. constituída para prestar serviços a seus membros; e(Incluído pela
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será Lei nº 11.784, de 2008
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su- II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
perior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre- forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de
sentando ampla defesa. interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

CAPÍTULO II CAPÍTULO III


DAS PROIBIÇÕES DA ACUMULAÇÃO

Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é ve-
2.225-45, de 4.9.2001) dada a acumulação remunerada de cargos públicos.
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au- §1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
torização do chefe imediato; e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos
qualquer documento ou objeto da repartição; Estados, dos Territórios e dos Municípios.
III - recusar fé a documentos públicos; §2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento à comprovação da compatibilidade de horários.
e processo ou execução de serviço; §3º Considera-se acumulação proibida a percepção de venci-
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto mento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da ina-
da repartição; tividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunera-
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos pre- ções forem acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº 9.527,
vistos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua respon- de 10.12.97)
sabilidade ou de seu subordinado; Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9º,
associação profissional ou sindical, ou a partido político; nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação
coletiva.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remu- VI - destituição de função comissionada.
neração devida pela participação em conselhos de administração e Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a
fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou enti- provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
dades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participa- atenuantes e os antecedentes funcionais.
ção no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legisla- Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará
ção específica. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.(Incluído
de 4.9.2001) pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumu- Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de
lar licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efe- de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamenta-
tivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário ção ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade
e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. (Redação dada pela Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência
Lei nº 9.527, de 10.12.97) das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibi-
ções que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão,
CAPÍTULO IV não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
DAS RESPONSABILIDADES §1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o ser-
vidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspe-
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamen- ção médica determinada pela autoridade competente, cessando os
te pelo exercício irregular de suas atribuições. efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou §2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin-
a terceiros. qüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando
§1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário o servidor obrigado a permanecer em serviço.
somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco)
§2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o ser- anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou-
vidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
§3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança rece- efeitos retroativos.
bida. Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contra- I - crime contra a administração pública;
venções imputadas ao servidor, nessa qualidade. II - abandono de cargo;
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato III - inassiduidade habitual;
omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou fun- IV - improbidade administrativa;
ção. V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão VI - insubordinação grave em serviço;
cumular-se, sendo independentes entre si. VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será em legítima defesa própria ou de outrem;
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
fato ou sua autoria. IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, cargo;
penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio na-
ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autori- cional;
dade competente para apuração de informação concernente à prá- XI - corrupção;
tica de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi-
que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pú- cas;
blica.(Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011) XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de
CAPÍTULO V cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere
DAS PENALIDADES o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime-
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias,
Art. 127. São penalidades disciplinares: contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro-
I - advertência; cedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata,
II - suspensão; cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguin-
III - demissão; tes fases: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; (Vide ADPF
nº 418)
V - destituição de cargo em comissão;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
missão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultanea- nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponi-
mente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
apuração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) penal cabível.
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e re- Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
latório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-ser-
III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) vidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de
§1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo 5 (cinco) anos. (Vide ADIN 2975)
nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público fede-
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ral o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão
ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. (Reda- Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
§2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser-
que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente,
informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promo- durante o período de doze meses.
verá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defe- habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se
sa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, ob- refere o art. 133, observando-se especialmente que: (Redação dada
servado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
9.527, de 10.12.97) I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº
§3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório con- 9.527, de 10.12.97)
clusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do
que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a
da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior
§4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro- a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze me-
cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, ses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
quando for o caso, o disposto no §3º do art. 167. (Incluído pela Lei II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará rela-
nº 9.527, de 10.12.97) tório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do ser-
§5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa vidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o
configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automatica- respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de
mente em pedido de exoneração do outro cargo.(Incluído pela Lei cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a
nº 9.527, de 10.12.97) trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para
§6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, apli- julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
car-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposenta- Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
doria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou fun- I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do
ções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral
os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposen-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) tadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Po-
§7º O prazo para a conclusão do processo administrativo disci- der, órgão, ou entidade;
plinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata-
da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se
a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
exigirem.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
§8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência
artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamen- ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
te, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.(Incluído pela Lei nº IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se
9.527, de 10.12.97) tratar de destituição de cargo em comissão.
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a de- I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis-
missão. (Vide ADPF nº 418) são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não cargo em comissão;
ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujei- II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
ta às penalidades de suspensão e de demissão. III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, §1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em fato se tornou conhecido.
destituição de cargo em comissão. §2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às
infrações disciplinares capituladas também como crime.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo dis- CAPÍTULO III


ciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por DO PROCESSO DISCIPLINAR
autoridade competente.
§4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a
correr a partir do dia em que cessar a interrupção. apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exer-
cício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições
TÍTULO V do cargo em que se encontre investido.
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão
composta de três servidores estáveis designados pela autoridade
CAPÍTULO I competente, observado o disposto no §3º do art. 143, que indicará,
DISPOSIÇÕES GERAIS dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, de 10.12.97)
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse- §1º A Comissão terá como secretário servidor designado pelo
gurada ao acusado ampla defesa. seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus mem-
§1º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) bros.
§2º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) §2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de
§3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da auto- inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consan-
ridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de güíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irre- Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com indepen-
gularidade, mediante competência específica para tal finalidade, dência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucida-
delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da ção do fato ou exigido pelo interesse da administração.
República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões te-
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito rão caráter reservado.
do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competên- Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
cias para o julgamento que se seguir à apuração.(Incluído pela Lei fases:
nº 9.527, de 10.12.97) I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co-
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de missão;
apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa
denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a auten- e relatório;
ticidade. III - julgamento.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar eviden- Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não
te infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato
por falta de objeto. que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual pra-
Art. 145. Da sindicância poderá resultar: zo, quando as circunstâncias o exigirem.
I - arquivamento do processo; §1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo inte-
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até gral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do pon-
30 (trinta) dias; to, até a entrega do relatório final.
III - instauração de processo disciplinar. §2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que de-
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não ex- verão detalhar as deliberações adotadas.
cederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a
critério da autoridade superior. SEÇÃO I
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar DO INQUÉRITO
a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta)
dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utiliza-
de processo disciplinar. ção dos meios e recursos admitidos em direito.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo discipli-
CAPÍTULO II nar, como peça informativa da instrução.
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância con-
cluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, in-
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau- dependentemente da imediata instauração do processo disciplinar.
radora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamen- Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada
to do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis,
prejuízo da remuneração. objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos
igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não fatos.
concluído o processo.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e citado, não apresentar defesa no prazo legal.
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular §1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo
quesitos, quando se tratar de prova pericial. e devolverá o prazo para a defesa.
§1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos consi- §2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora
derados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum do processo designará um servidor como defensor dativo, que de-
interesse para o esclarecimento dos fatos. verá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou
§2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com- ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Reda-
provação do fato independer de conhecimento especial de perito. ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório mi-
mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun- nucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará
da via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. as provas em que se baseou para formar a sua convicção.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expe- §1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à
dição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da re- responsabilidade do servidor.
partição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para §2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão in-
inquirição. dicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão,
§1º As testemunhas serão inquiridas separadamente. será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para
§2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infir- julgamento.
mem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão SEÇÃO II
promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi- DO JULGAMENTO
mentos previstos nos arts. 157 e 158.
§1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento
separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações so- do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
bre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles. §1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori-
§2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, dade instauradora do processo, este será encaminhado à autorida-
bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado inter- de competente, que decidirá em igual prazo.
ferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri- §2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções,
-las, por intermédio do presidente da comissão. o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do pena mais grave.
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja §3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autorida-
menos um médico psiquiatra. des de que trata o inciso I do art. 141.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processa- §4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a auto-
do em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expe- ridade instauradora do processo determinará o seu arquivamento,
dição do laudo pericial. salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.(Incluído pela
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indi- Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
das respectivas provas. quando contrário às provas dos autos.
§1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presi- Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as
dente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente,
(dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
§2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de responsabilidade.
20 (vinte) dias. Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autorida-
§3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para de que determinou a instauração do processo ou outra de hierar-
diligências reputadas indispensáveis. quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará,
§4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração
da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em de novo processo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a §1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
assinatura de (2) duas testemunhas. processo.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a §2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que
comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado. trata o art. 142, §2º, será responsabilizada na forma do Capítulo IV
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, do Título IV.
será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e em Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade
jornal de grande circulação na localidade do último domicílio co- julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indivi-
nhecido, para apresentar defesa. duais do servidor.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa
será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.
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Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para ins- agravamento de penalidade.
tauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só TÍTULO VI
poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR
após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, aca-
so aplicada. CAPÍTULO I
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágra- DISPOSIÇÕES GERAIS
fo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, se
for o caso. Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: servidor e sua família.
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede §1º O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja,
de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou in- simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na admi-
diciado; nistração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obriga- aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da as-
dos a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de mis- sistência à saúde.(Redação dada pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
são essencial ao esclarecimento dos fatos. §2º O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem
direito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial
SEÇÃO III internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual
DA REVISÃO DO PROCESSO coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no
exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Se-
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer guridade Social do Servidor Público enquanto durar o afastamento
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a mencionado regime de previdência.(Incluído pela Lei nº 10.667, de
inadequação da penalidade aplicada. 14.5.2003)
§1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do §3º Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem re-
servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do muneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de Se-
processo. guridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento men-
§2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será sal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pelos
requerida pelo respectivo curador. servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total do
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re- cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computando-se,
querente. para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não nº 10.667, de 14.5.2003)
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos, §4º O recolhimento de que trata o §3º deve ser efetuado até o
ainda não apreciados no processo originário. segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e
ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de
a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade vencimento.(Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
onde se originou o processo disciplinar. Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende
providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149. um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes fina-
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário. lidades:
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, inva-
hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que lidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e re-
arrolar. clusão;
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a con- II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
clusão dos trabalhos. III - assistência à saúde.
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do e condições definidos em regulamento, observadas as disposições
processo disciplinar. desta Lei.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pena- Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servi-
lidade, nos termos do art. 141. dor compreendem:
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) I - quanto ao servidor:
dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a au- a) aposentadoria;
toridade julgadora poderá determinar diligências. b) auxílio-natalidade;
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem c) salário-família;
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos d) licença para tratamento de saúde;
do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
que será convertida em exoneração. f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e de-
satisfatórias; clarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em
II - quanto ao dependente: que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ati-
a) pensão vitalícia e temporária; vo.
b) auxílio-funeral; Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a
c) auxílio-reclusão; partir da data da publicação do respectivo ato.
d) assistência à saúde. §1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença
§1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte
pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os e quatro) meses.
servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224. §2º Expirado o período de licença e não estando em condições
§2º O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposen-
dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem tado.
prejuízo da ação penal cabível. §3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licen-
ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como
CAPÍTULO II de prorrogação da licença.
DOS BENEFÍCIOS §4º Para os fins do disposto no §1º deste artigo, serão consi-
deradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade enseja-
SEÇÃO I dora da invalidez ou doenças correlacionadas. (Incluído pela Lei nº
DA APOSENTADORIA 11.907, de 2009)
§5º A critério da Administração, o servidor em licença para tra-
Art. 186. O servidor será aposentado:(Vide art. 40 da Consti- tamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser convoca-
tuição) do a qualquer momento, para avaliação das condições que enseja-
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais ram o afastamento ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº 11.907,
quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional de 2009)
ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com ob-
proporcionais nos demais casos; servância do disposto no §3º do art. 41, e revisto na mesma data e
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven- proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores
tos proporcionais ao tempo de serviço; em atividade.
III - voluntariamente: Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer bene-
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 fícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em
(trinta) se mulher, com proventos integrais; atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou re-
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma- classificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
gistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proven- Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao
tos integrais; tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias especifi-
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cadas no §1º do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for conside-
cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo; rado inválido por junta médica oficial passará a perceber provento
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos integral, calculado com base no fundamento legal de concessão da
60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
serviço. Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o proven-
§1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, to não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.
a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação Art. 192.(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, do- Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação nata-
ença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondi- lina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao
loartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.
mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participa-
Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina do de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos
especializada. termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida
§2º Nos casos de exercício de atividades consideradas insalu- aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de
bres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a serviço efetivo.
aposentadoria de que trata o inciso III, “a” e “c”, observará o dispos-
to em lei específica. SEÇÃO II
§3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta DO AUXÍLIO-NATALIDADE
médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a in-
capacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a im- Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo
possibilidade de se aplicar o disposto no art. 24. (Incluído pela Lei de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci-
nº 9.527, de 10.12.97) mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.
§1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
50% (cinqüenta por cento), por nascituro.

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§2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor §5º A perícia oficial para concessão da licença de que trata o
público, quando a parturiente não for servidora. caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial
previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hi-
SEÇÃO III póteses em que abranger o campo de atuação da odontologia. (In-
DO SALÁRIO-FAMÍLIA cluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao ina- (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perí-
tivo, por dependente econômico. cia oficial, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para Lei nº 11.907, de 2009)
efeito de percepção do salário-família: Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões
até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qual-
quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade; quer das doenças especificadas no art. 186, §1º.
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autoriza- Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas
ção judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do ou funcionais será submetido a inspeção médica.
inativo; Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos perió-
III - a mãe e o pai sem economia própria. dicos, nos termos e condições definidos em regulamento. (Incluído
Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamento).
beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e
de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposen- suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela
tadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo. Lei nº 12.998, de 2014)
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e vi- I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo ór-
verem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando gão ou entidade à qual se encontra vinculado o servidor; (Incluído
separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição pela Lei nº 12.998, de 2014)
dos dependentes. II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parce-
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a ria com os órgãos e entidades da administração direta, suas autar-
madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes. quias e fundações; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, III - celebrar convênios com operadoras de plano de assistência
nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que possuam
Previdência Social. autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma do art.
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, 230; ou (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família. IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contra-
to administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de
SEÇÃO IV junho de 1993, e demais normas pertinentes.(Incluído pela Lei nº
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE 12.998, de 2014)

Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento SEÇÃO V


de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E DA LICENÇA-
prejuízo da remuneração a que fizer jus. PATERNIDADE
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será conce-
dida com base em perícia oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
de 2009) (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
§1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se §1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
encontrar internado. gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
§2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se §2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e partir do parto.
não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. §3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
230, será aceito atestado passado por médico particular. (Redação to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) reassumirá o exercício.
§3º No caso do §2º deste artigo, o atestado somente produzirá §4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
§4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afasta- Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
mento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial. meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
períodos de meia hora.

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Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de c)(Vide Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência)
criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias d) tenha deficiência intelectual ou mental; (Redação dada pela
de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008) Lei nº 13.846, de 2019)
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de crian- V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do
ça com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo servidor; e (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
será de 30 (trinta) dias. VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência
econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no
SEÇÃO VI inciso IV.(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO §1º A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os
incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos V
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
acidentado em serviço. §2º A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental inciso V do caput exclui o beneficiário referido no inciso VI.(Redação
sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
com as atribuições do cargo exercido. §3º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho me-
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano: diante declaração do servidor e desde que comprovada dependên-
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi- cia econômica, na forma estabelecida em regulamento.(Incluído
dor no exercício do cargo; pela Lei nº 13.135, de 2015)
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice- §4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
-versa. Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão,
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários
tratamento especializado poderá ser tratado em instituição priva- habilitados.(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
da, à conta de recursos públicos. §1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica §2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quan- §3º (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
do inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública. Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos de-
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) pendentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da
dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. data: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta dias)
SEÇÃO VII após o óbito, para os filhos menores de 16 (dezesseis) anos, ou em
DA PENSÃO até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais dependentes;
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 215. Por morte do servidor, os seus dependentes, nas hi- II - do requerimento, quando requerida após o prazo previs-
póteses legais, fazem jus à pensão por morte, observados os limites to no inciso I do caput deste artigo; ou (Redação dada pela Lei nº
estabelecidos no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Fede- 13.846, de 2019)
ral e no art. 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004. (Redação III - da decisão judicial, na hipótese de morte presumida. (Reda-
dada pela Lei nº 13.846, de 2019) ção dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 2014) §1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela
(Vigência) (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015) falta de habilitação de outro possível dependente e a habilitação
Art. 217. São beneficiários das pensões: posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só
I - o cônjuge;(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de con-
a) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) cessão da pensão ao dependente habilitado. (Redação dada pela
b) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) Lei nº 13.846, de 2019)
c) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) §2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição
d) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória
e) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de ra-
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, teio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da
com percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente; respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressal-
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) vada a existência de decisão judicial em contrário. (Redação dada
a) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) pela Lei nº 13.846, de 2019)
b) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) §3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela
c) Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) concessão da pensão por morte, este poderá proceder de ofício à
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de
III - o companheiro ou companheira que comprove união es- rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das
tável como entidade familiar;(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) demais cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguin- em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão
tes requisitos:(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) judicial em contrário. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei nº
13.135, de 2015)
b) seja inválido;(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
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§4º Julgada improcedente a ação prevista no §2º ou §3º deste 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de
artigo, o valor retido será corrigido pelos índices legais de reajusta- idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
mento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes, 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos
de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefí- de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
cios.(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de
§5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
da pensão por morte a cobrança dos valores indevidamente pagos 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e
em função de nova habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.846, de três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
2019) 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte:(Redação dada (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
pela Lei nº 13.135, de 2015) §1º A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou por
prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do deficiência poderá ser convocado a qualquer momento para avalia-
servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) ção das referidas condições.(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se compro- §2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no inciso
vada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso VII, ambos do caput,
na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de se o óbito do servidor decorrer de acidente de qualquer natureza
constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do
no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. recolhimento de 18 (dezoito) contribuições mensais ou da compro-
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) vação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (Incluído
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumi- pela Lei nº 13.135, de 2015)
da do servidor, nos seguintes casos: §3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe- nesse período se verifique o incremento mínimo de um ano inteiro
tente; na média nacional única, para ambos os sexos, correspondente à
II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, pode-
acidente não caracterizado como em serviço; rão ser fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins pre-
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo vistos na alínea “b” do inciso VII do caput, em ato do Ministro de Es-
ou em missão de segurança. tado do Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o acréscimo
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vi- na comparação com as idades anteriores ao referido incremento.
talícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, §4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência
hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado. Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) será
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais
I - o seu falecimento; referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput.(Incluído pela
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a Lei nº 13.135, de 2015)
concessão da pensão ao cônjuge; §5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu
III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário in- falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos
válido, ou o afastamento da deficiência, em se tratando de benefici- temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a
ário com deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do
da aplicação das alíneas a e b do inciso VII do caput deste artigo; óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) benefício. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho §6º O beneficiário que não atender à convocação de que trata
ou irmão; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) o §1º deste artigo terá o benefício suspenso, observado o disposto
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; nos incisos I e II do caput do art. 95 da Lei nº 13.146, de 6 de julho
VI - a renúncia expressa; e(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015.(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
de 2015) §7º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condi-
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III ção de microempreendedor individual, não impede a concessão ou
do caput do art. 217: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) manutenção da cota da pensão de dependente com deficiência in-
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que telectual ou mental ou com deficiência grave. (Incluído pela Lei nº
o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o 13.846, de 2019)
casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 §8º No ato de requerimento de benefícios previdenciários,
(dois) anos antes do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, não será exigida apresentação de termo de curatela de titular ou
de 2015) de beneficiário com deficiência, observados os procedimentos a se-
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo rem estabelecidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846,
com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de de 2019)
vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a
anos após o início do casamento ou da união estável: (Incluído pela respectiva cota reverterá para os cobeneficiários. (Redação dada
Lei nº 13.135, de 2015) pela Lei nº 13.135, de 2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) II - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
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Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros
mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regula-
dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art. mento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006)
189. §1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perí-
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta
cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou compa- médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade celebra-
nheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões.(Redação rá, preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do
dada pela Lei nº 13.135, de 2015) sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas
de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social -
SEÇÃO VIII INSS. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
DO AUXÍLIO-FUNERAL §2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação
do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá a
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor faleci- contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que cons-
do na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da tituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando os
remuneração ou provento. nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação
§1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago de suas habilitações e de que não estejam respondendo a processo
somente em razão do cargo de maior remuneração. disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão. (Incluído pela
§2º (VETADO). Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, §3º Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a
por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a:
houver custeado o funeral. (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será inde- I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser-
nizado, observado o disposto no artigo anterior. viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empregados
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos
do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transpor- grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por elas
te do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente ce-
fundação pública. lebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam
autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo
SEÇÃO IX que os convênios celebrados depois dessa data somente poderão
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO sê-lo na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas
nos seguintes valores: também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de
I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de 2006; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de
competente, enquanto perdurar a prisão; 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtu- assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do
de de condenação, por sentença definitiva, a pena que não deter- órgão regulador; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
mine a perda de cargo. III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
§1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá §4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
direito à integralização da remuneração, desde que absolvido. §5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido
§2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado de
imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
que condicional.
§3º Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será CAPÍTULO IV
devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos depen- DO CUSTEIO
dentes do segurado recolhido à prisão.(Incluído pela Lei nº 13.135,
de 2015) Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99)

CAPÍTULO III TÍTULO VII


DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
CAPÍTULO ÚNICO
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL
de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odonto- INTERESSE PÚBLICO
lógica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o imple-
mento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e Art. 232.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo Art. 233.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou median- Art. 234.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
te convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante Art. 235.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou
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TÍTULO VIII §1º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no regi-


me instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na data
CAPÍTULO ÚNICO de sua publicação.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS §2º As funções de confiança exercidas por pessoas não inte-
grantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm
Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas
oito de outubro. enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou enti-
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe- dades na forma da lei.
cutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcionais, §3º As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas
além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira: por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam ex-
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos tintas na data da vigência desta Lei.
que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos §4º (VETADO).
operacionais; §5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, con- da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber.
decoração e elogio. §6º Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilidade
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade bra-
corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do venci- sileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo órgão
mento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o pra- ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos de car-
zo vencido em dia em que não haja expediente. reira aos quais se encontrem vinculados os empregos.
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo- §7º Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo,
sófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais
dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem Transitórias, poderão, no interesse da Administração e conforme
eximir-se do cumprimento de seus deveres. critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados median-
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da te indenização de um mês de remuneração por ano de efetivo
Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os se- exercício no serviço público federal.(Incluído pela Lei nº 9.527, de
guintes direitos, entre outros, dela decorrentes: 10.12.97)
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substitu- §8º Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na
to processual; declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista
final do mandato, exceto se a pedido; no parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a §9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto
que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas no §7º poderão ser extintos pelo Poder Executivo quando conside-
em assembléia geral da categoria. rados desnecessários. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos aos
e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em anuê-
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônju- nio.
ge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e cons- Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº
tem do seu assentamento individual. 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.
companheiro, que comprove união estável como entidade familiar. Art. 246. (VETADO).
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, haverá
onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício, ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente ao perí-
em caráter permanente. odo de contribuição por parte dos servidores celetistas abrangidos
pelo art. 243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de 8.1.91)
TÍTULO IX Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência
desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem
CAPÍTULO ÚNICO do servidor.
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS Art. 249. Até a edição da lei prevista no §1º do art. 231, os ser-
vidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos per-
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por centuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União
esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos Po- conforme regulamento próprio.
deres da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer,
regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposentado-
de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis ria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos Fun-
da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo cionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto os contratados 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo.
por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorroga- (Mantido pelo Congresso Nacional)
dos após o vencimento do prazo de prorrogação. Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com
efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subseqüente.
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Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de Sujeitos da Ação de Improbidade – sujeitos ativos, sujeitos
1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais passivos
disposições em contrário. Sujeitos ativos da ação de improbidade administrativa são
Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169º da Independência e aqueles que estão sujeitos à prática de atos de improbidade no
102º da República. âmbito da Administração Pública, vindo a figurar no polo passivo
da correspondente ação. Já os sujeitos passivos, são as pessoas
jurídicas vítimas dos atos de improbidade que figuram no polo ativo
LEI FEDERAL Nº 8.429/1992 – LEI DE IMPROBIDADE ADMI- da ação.
NISTRATIVA Assim, temos:

Conceito SUJEITOS • Praticam atos de improbidade; e


Preliminarmente, para melhor entendimento acerca das ATIVOS • Figuram no polo passivo da ação.
disposições relativas à lei da improbidade administrativa, é • Sofrem as consequências dos atos de impro-
necessário adentrar à origem da prática dos atos ímprobos SUJEITOS
bidade administrativa; e
concernentes ao tema. PASSIVOS
• Figuram no polo da ação.
No condizente ao princípio da moralidade, relembremo-nos
que este comporta em seu bojo, os seguintes subprincípios: — Sujeitos Ativos
a) Boa-fé; O artigo 2º da Lei n. 8.429/1992, com redação dada pela Lei nº
b) Probidade; e 14.230/2021, apresenta a relação de pessoas vinculadas ao Poder
c) Decoro. Público que são passíveis de se tornarem sujeitos ativos na ação de
improbidade.
A moralidade é um princípio estabelecido pela Constituição Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
federal de 1.988, de forma que deverá ser cumprido pelos órgãos e o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda
entidades de todos os entes federativos. que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
Desse modo, havendo desrespeito à moralidade ou aos seus designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
subprincípios, de consequência, deverá o ato administrativo ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
ímprobo ser anulado. referidas no art. 1º desta Lei.
Assim, podemos conceituar a improbidade administrativa Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública,
como um designativo técnico que aduz corrupção administrativa sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física
contrário à boa-fé, à honestidade, à correção de atitude e contra ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio,
a honradez. contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo
Nem sempre o ato de improbidade será um ato administrativo, de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.
podendo ser configurado como qualquer tipo de conduta comissiva
ou omissiva praticada no exercício da função ou, ainda, fora dela. Cuida-se de um conceito amplo de agente público, de maneira
Nesse diapasão, auferindo um pouco mais de segurança ao que mesmo os que exerçam atribuições em caráter transitório ou
respeito do subprincípio da probidade, a Carta Magna paramentou, mesmo sem remuneração, como os estagiários voluntários, por
em seu artigo 37, §4º, as consequências a seguir, elencadas, para exemplo, são considerados, para efeitos legais, como possíveis
configurar a prática dos atos de improbidade: sujeitos ativos.
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer Desse modo, entende-se que duas são as classes de pessoas
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos passíveis de figurar como sujeito ativo dos atos de improbidade
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, administrativa, sendo elas: as que mantenham algum vínculo com
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: o Poder Público, mesmo que transitório ou sem remuneração, bem
[...] como os particulares que induzam ou concorram para a prática de
§4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a improbidade
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a Para que o agente público atue na condição de sujeito ativo,
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e deverá ter agido com dolo.
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. No condizente ao particular que tenha induzido ou concorrido
para a improbidade figurar como sujeito ativo, é preciso que ele
Trata-se o referido artigo, de norma constitucional com eficácia tenha agido com dolo.
limitada, que requer regulamentação para que produza efeitos No condizente aos atos de improbidade administrativa,
jurídicos. ressalta-se que todos os agentes administrativos se encontram
Assim sendo, a Lei nº 8.429/1992, Lei da Improbidade subordinados às disposições da Lei nº 8.429/1992. Além disso,
Administrativa - LIA, que passou por alterações através da Lei nº destaca-se o seguinte:
14.230/2021, se trata de normativo legal de observância obrigatória – Em consonância com o entendimento do STF, os agentes
por parte da administração direta e indireta de todos os entes políticos estão sujeitos à dupla responsabilização no crime de
federativos, por meio do qual, o legislador infraconstitucional veio a responsabilidade e nos atos de improbidade administrativa.
estabelecer as regras e procedimentos a serem observados quando – O Presidente da República, em exceção, não está sujeito
ocorrer a prática de atos de improbidade. à dupla responsabilização, mas responde ao regulamento
estabelecido na Constituição Federal de 1.988.
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Ressalta-se que o Ministério Público, mesmo não sendo uma Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua
das entidades relacionadas pela Lei n. 8.429/1992, é passível de capacitação aos agentes públicos e políticos que atuem com
figurar como polo ativo da lide da mesma forma que as demais prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.
pessoas jurídicas. Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de
— Sujeitos Passivos honorários periciais e de quaisquer outras despesas.
Os sujeitos passivos são as pessoas jurídicas lesadas pela §1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais
prática de improbidade administrativa, vindo a figurar no polo ativo despesas processuais serão pagas ao final.
da lide. São exemplos de sujeitos passivos: §2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em
a) A Administração direta e indireta de todos os Poderes; caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada
b) As entidades privadas recebedoras de incentivos, benefícios má-fé.
e subvenções do poder público; Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda
c) As entidades privadas para as quais houve concorrência do patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
erário na criação ou custeio de modo geral. de recursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações,
serão responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096/1995
PRESCRIÇÃO NA LIA
– Para a aplicação das sanções previstas na LIA, prescreve LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
em 8 anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de
infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência; Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de
– Para instauração de inquérito civil ou de processo atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37
administrativo para apuração dos ilícitos, suspende o curso do prazo da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada
prescricional por, no máximo, 180 dias corridos, recomeçando a pela Lei nº 14.230, de 2021)
correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo,
esgotado o prazo de suspensão; CAPÍTULO I
– O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
concluído no prazo de 365 dias corridos, prorrogável uma única vez
por igual período. Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade
administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no
Vale ressaltar que o prazo da prescrição de 8 (oito) anos, exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade
contados a partir da ocorrência do fato pelo ajuizamento da ação do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada
de improbidade administrativa, interrompe-se nos seguintes casos: pela Lei nº 14.230, de 2021)
a) Pela publicação da sentença condenatória; Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
b) Pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça de 2021)
ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condenatória §1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con-
ou que reforma sentença de improcedência; dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados
c) Pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma 2021)
acórdão de improcedência; e §2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan-
d) Pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não
Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230,
acórdão de improcedência. de 2021)
§3º O mero exercício da função ou desempenho de competên-
Além disso, é importante destacar que: cias públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta
– A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. (Incluí-
relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato de do pela Lei nº 14.230, de 2021)
improbidade. (Art. 23, §6º, LIA). §4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta
– Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona-
mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
deles estendem-se aos demais. (Art. 23, §7º, LIA) §5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização
– O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patri-
deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, mônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judici-
reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora ário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da
e decretá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído
referidos no §4º, transcorra o prazo previsto no §5º deste artigo. pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Art. 23, §8º, LIA). §6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida-
Por fim, vejamos importantes dispositivos que merecem de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba
destaque em relação à prescrição na LIA subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú-
: blicos ou governamentais, previstos no §5º deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)

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§7º Independentemente de integrar a administração indireta, do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei
estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica- decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão
dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente
custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº
receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à 14.230, de 2021)
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO II
§8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain-
da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente SEÇÃO I
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE
do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
7236)
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan-
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do-
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati-
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi- vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con- ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
nº 14.230, de 2021) agente público;
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou
dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
pela Lei nº 14.230, de 2021) preço superior ao valor de mercado;
§1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im- cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-
probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso mercado;
em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel,
Lei nº 14.230, de 2021) de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas
§2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre-
caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona- gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação
do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
2021) ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni-
que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe- co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado-
14.230, de 2021) rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art.
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda-
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles,
erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput
obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa- deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô-
trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela
desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de Lei nº 14.230, de 2021)
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária. VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara- omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi- atividade;
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IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera- XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta gular;
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara- XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
ção a que esteja obrigado; queça ilicitamente;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
tidades mencionadas no art. 1° desta lei; de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
art. 1° desta lei. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
SEÇÃO II da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE nº 11.107, de 2005)
CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi-
ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe- XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo-
tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias,
Lei nº 14.230, de 2021) sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli-
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação pela administração pública a entidade privada mediante celebração
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula-
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri- mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo (Vigência)
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida-
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula-
à espécie; mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper- (Vigência)
sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren- XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca-
das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
por preço inferior ao de mercado; irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem pela Lei nº 13.204, de 2015)
ou serviço por preço superior ao de mercado; XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - realizar operação financeira sem observância das normas XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu-
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- tário contrário ao que dispõem o caput e o §1º do art. 8º-A da Lei
nea; Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser- 14.230, de 2021)
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es- §1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais
pécie; ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra- sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído
tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo- pela Lei nº 14.230, de 2021)
nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) §2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô-
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza- mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro-
das em lei ou regulamento; vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, 14.230, de 2021)
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

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SEÇÃO II-A ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do
agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para
(Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230,
Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
§2º Aplica-se o disposto no §1º deste artigo a quaisquer atos de
SEÇÃO III improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis especiais
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa
ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
PÚBLICA §3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de Lei nº 14.230, de 2021)
legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda- §4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando §5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi-
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
14.230, de 2021) agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou CAPÍTULO III
de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº DAS PENAS
14.230, de 2021)
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano
de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató- patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon-
rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen-
desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº
irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei- I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores
ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus-
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú- ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
blica com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei
X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 14.230, de 2021)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori- acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân-
dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratifica- e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene-
da na administração pública direta e indireta em qualquer dos Po- fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma-
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur- III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil
sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no §1º de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida
do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro- receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi- diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
§1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica-
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Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser-
de 2021) viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
§1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in- 2021)
cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma §1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com §2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo
o poder público na época do cometimento da infração, podendo será atualizada anualmente e na data em que o agente público dei-
o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em xar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela §3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de
Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
§2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside- declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada
na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para pela Lei nº 14.230, de 2021)
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei §4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021)
§3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con- CAPÍTULO V
siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO
viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº JUDICIAL
14.230, de 2021)
§4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida- Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das §1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, assinada, conterá a qualificação do representante, as informações
conforme disposto no §3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
de 2021) conhecimento.
§5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute- §2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em
lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es-
prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, tabelecidas no §1º deste artigo. A rejeição não impede a represen-
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
Lei nº 14.230, de 2021) §3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
§6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação
dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri- que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen-
do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
§7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº probidade.
14.230, de 2021) Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho
§8º A sanção de proibição de contratação com o poder público de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus- acompanhar o procedimento administrativo.
pensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser
observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial, formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis-
conforme disposto no §4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo-
de 2021) sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique-
§9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. §1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere
§10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen- o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da
são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter- representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado 14.230, de 2021)
da sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a
(Vide ADI 7236) que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e
o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man-
CAPÍTULO IV tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
DA DECLARAÇÃO DE BENS internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio- caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração
nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven- no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re-
tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili-
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda- Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta
mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento
em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
§4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei
oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com- nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras §1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo §2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
a urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores §4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado §4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser
na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí- proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de §5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar-
dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste-
caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela
§7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de- Lei nº 14.230, de 2021)
monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu- I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen-
rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte-
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro- ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi-
cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230,
2021) de 2021)
§8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no II - será instruída com documentos ou justificação que con-
que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei nº tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluí- imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
do pela Lei nº 14.230, de 2021) apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
§9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in- vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei
disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provisó-
§10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem ex- rias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei
clusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in- nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil (Inclu-
cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de ído pela Lei nº 14.230, de 2021), (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade §6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da
lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
§11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve- bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem
ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo- os incisos I e II do §6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen-
ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei nº
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência 14.230, de 2021)
desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub- §7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará
sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem
longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do
§12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro-
do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre- §8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº §9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) §9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas
§13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Incluí-
até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de do pela Lei nº 14.230, de 2021)
poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. §10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode-
§14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de fa- rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes-
mília do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van- tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei
tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. nº 13.964, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor,
o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo,
observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida-
de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou
instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230,
§10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de- de 2021)
cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi- §20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a le-
dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar galidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis-
o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu- trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a
§10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre- (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, §21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen-
de 2021) to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita-
§10-E. Proferida a decisão referida no §10-C deste artigo, as das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro- 2021)
duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na §1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele §3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de §4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) §5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis- Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns-
tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce- tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil,
dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In-
§12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
§13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº
§14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica interes- 14.230, de 2021)
sada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (Incluído II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida
pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei nº
§15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju- 14.230, de 2021)
rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135, §1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste ar-
136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de tigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
§16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis- I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior
tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se- ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para 2021)
a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór-
demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im- gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções
probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação III - de homologação judicial, independentemente de o acordo
civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade
14.230, de 2021) administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre §2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere
os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a na-
implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato
§19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: de improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público,
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) da rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em §3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido,
caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§1º e se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo
2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide
Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ADI 7236)
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi- §4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso
Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021)

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§5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere §1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não
o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de um configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor. (In- §2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual-
§6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con- quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in- §3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata
tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-
favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu- ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
§7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes
7043) públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou-
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí- tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba-
do pela Lei nº 14.230, de 2021) nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº
os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à
que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con-
Lei nº 14.230, de 2021) forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos §1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa
direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve- jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior
rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar-
pela Lei nº 14.230, de 2021) cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens.
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên-
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (Inclu- cias a que se refere o §1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses,
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida; ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre-
de 2021) juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Incluí-
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei do pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) §3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên- §4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (quaren-
cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela ta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débito
Lei nº 14.230, de 2021) resultante de condenação pela prática de improbidade adminis-
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de
2021) imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san- Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da
ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras
Lei nº 14.230, de 2021) já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con-
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o
quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior
concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe-
indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230,
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje- de 2021)
tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito,
14.230, de 2021) o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei,
e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre- será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por
ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações
anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
da denúncia o sabe inocente. prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per-
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
imagem que houver provocado. II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con- §1º A instauração de inquérito civil ou de processo administra-
denatória. tivo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso
§1º A autoridade judicial competente poderá determinar o do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias
afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não
ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído
necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática pela Lei nº 14.230, de 2021)
de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será
§2º O afastamento previsto no §1º deste artigo será de até 90 concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri-
(noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median- dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun-
te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) damentado submetido à revisão da instância competente do órgão
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo pela Lei nº 14.230, de 2021)
quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10 §3º Encerrado o prazo previsto no §2º deste artigo, a ação de-
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar-
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. §4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter-
§1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con- rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela Lei
correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação nº 14.230, de 2021)
da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con- III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena-
§3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei
ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con- nº 14.230, de 2021)
duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu-
2021) nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
§4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa- acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal
qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen- Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór-
tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei §5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do
nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
§5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve- artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta §6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei-
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis- de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati- §7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen- deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito 2021)
policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) §8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público,
deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre-
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tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no 2. FUNDATEC - 2023 - GHC-RS
§4º, transcorra o prazo previsto no §5º deste artigo. (Incluído pela Para Meirelles (2018), os órgãos públicos, quanto à posição
Lei nº 14.230, de 2021) estatal, ou seja, relativamente à posição ocupada pelos órgãos na
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita- escala governamental ou administrativa, se classificam em: inde-
ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou pendentes, autônomos, superiores e subalternos. Segundo o autor,
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei na categoria de órgãos autônomos encontram-se:
nº 14.230, de 2021) (A) O Congresso Nacional, a Câmara de Deputados e o Senado
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não Federal.
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de (B) As Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores.
honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela (C) A Presidência da República, as Governadorias dos Estados e
Lei nº 14.230, de 2021) do Distrito Federal e as Prefeituras Municipais.
§1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des- (D) O Supremo Tribunal Federal, os Tribunais Superiores Fede-
pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230, rais e os Tribunais Regionais Federais.
de 2021) (E) Os Ministérios, as Secretarias de Estado e de Município.
§2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso
de improcedência da ação de improbidade se comprovada má-fé. 3. FUNDATEC - 2021 - CRF-PR
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Meirelles (2018) define que, entre os princípios básicos da
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri- Administração Pública, estão aqueles que não estão expressos na
monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re- Constituição Federal e entre eles estão os seguintes princípios:
cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão I. Eficiência.
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de
II. Ampla defesa.
1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236)
III. Segurança jurídica.
Quais estão corretos?
CAPÍTULO VIII
(A) Apenas I.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
(B) Apenas I e II.
(C) Apenas I e III.
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
(D) Apenas II e III.
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
(E) I, II e III.
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições
em contrário.
4. FUNDATEC - 2021 - CRF-PR
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e
104° da República. Os atos administrativos negociais, segundo Rossi (2020), são
os que contêm uma declaração de vontade do Poder Público, que
coincide com o interesse do particular, que por sua vez cumpriu os
QUESTÕES requisitos necessários à sua obtenção. Sendo assim, são atos admi-
nistrativos negociais, EXCETO:
(A) Licença.
1. FUNDATEC - 2023 - PROCERGS - AST - Assistente Técnico (B) Permissão.
A _____________ é a entidade dotada de personalidade jurí- (C) Autorização.
dica de direito privado, com criação autorizada por lei e com pa- (D) Provimento.
trimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela (E) Aprovação.
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Já
a _____________ é uma entidade dotada de personalidade jurídica 5. FUNDATEC - 2020 - Prefeitura de Cristinápolis - SE
de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de São realizações materiais e concretas da Administração, po-
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em dendo ser alcançados por meio de realização de eventos alheios à
sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municí- vontade do Poder Público:
pios ou a entidade da administração indireta. (A) Atos administrativos.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen- (B) Fatos administrativos.
te, as lacunas do trecho acima. (C) Atos jurídicos.
(A) autarquia – empresa pública (D) Atos da administração.
(B) sociedade de economia mista – empresa pública (E) Normas administrativas.
(C) empresa pública – sociedade de economia mista
(D) fundação pública – autarquia
(E) empresa pública – fundação pública

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

6. FUNDATEC - 2022 - IF-RS 9. FUNDATEC - 2023 - SIMAE - SC


São modalidades de licitações previstas na Lei Federal nº Conforme preceitua a Lei nº 14.133/2021, nas licitações de
14.133/2021, que dispõe sobre a nova lei de licitações e contratos âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da
administrativos, EXCETO: política monetária e do comércio exterior e atender às exigências
(A) Concorrência. dos órgãos competentes. Sobre esse assunto, assinale a alternativa
(B) Concurso. correta.
(C) Convite. (A) Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço
(D) Leilão. em moeda estrangeira, o licitante brasileiro somente poderá
(E) Diálogo competitivo. fazê-lo em dólar.
(B) As propostas dos licitantes estrangeiros estão sujeitas às
7. FUNDATEC - 2022 - CEASA-RS mesmas regras e condições estabelecidas no edital do órgão
Com relação ao desempenho das funções essenciais para a brasileiro e também às normas definidas na lei de licitações do
perfeita execução da Lei de Licitações, a orientação legal é para país originário da empresa competidora.
que a autoridade máxima do órgão ou da entidade promova gestão (C) Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edital
por competências com a finalidade de designar agentes públicos e serão definidos a partir de estimativas ou médias dos tribu-
para o desempenho destas funções essenciais à execução da Lei nº tos.
14.133/2021. No entanto, para essa designação, é necessário que (D) As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão infe-
tais agentes preencham alguns requisitos mencionados na referida riores em 30% àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
Lei. É necessário que os agentes: (E) O pagamento feito ao licitante brasileiro, eventualmente
I. Sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado contratado em virtude de licitação internacional, será efetuado
público dos quadros permanentes da Administração Pública. em dólar.
II. Tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou
possuam formação compatível ou qualificação atestada por certifi- 10. FUNDATEC - 2023 - Prefeitura de Tapejara - RS
cação profissional emitida por escola de governo criada e mantida À organização da administração pública, a Constituição Federal
pelo poder público. de 1988 dedica um capítulo no qual apresenta os princípios gerais
III. Não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contra- que a regem, estabelece as diretrizes básicas do regime jurídico
tados habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de dos servidores públicos civis e militares, entre outras providências.
parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de na- Sobre a organização da administração pública, analise as assertivas
tureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil. abaixo:
Quais estão corretos? I. O dever de obediência aos princípios da legalidade, impesso-
(A) Apenas I. alidade, moralidade, publicidade e eficiência recai apenas ao Poder
(B) Apenas III. Executivo da União, visto que os estados e municípios não são regi-
(C) Apenas I e II. dos, diretamente, pela Constituição.
(D) Apenas II e III. II. A Constituição Federal de 1988 determina que a lei reservará
(E) I, II e III. percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas porta-
doras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
8. FUNDATEC - 2023 - BRDE III. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
Segundo o disposto no Regulamento de Licitações e Contratos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, sen-
do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, o BRDE po- do vedado o acesso de estrangeiros a cargos públicos, por expresso
derá adotar como critério(s) de julgamento ___________________ mandamento constitucional.
para a contratação de projetos e trabalhos de natureza técnica, Quais estão corretas?
científica ou artística, incluídos os projetos arquitetônicos e excluí- (A) Apenas I.
dos os projetos de engenharia. (B) Apenas II.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do (C) Apenas III.
trecho acima. (D) Apenas I e II.
(A) menor preço ou maior desconto (E) I, II e III.
(B) melhor combinação de técnica e preço
(C) melhor técnica ou conteúdo artístico 11. FUNDATEC - 2022 - AGERGS
(D) maior oferta de preço De acordo com os termos da Lei Federal nº 8.429/1992, Lei
(E) maior retorno econômico de Improbidade Administrativa, se houver indícios de ato de im-
probidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará ao
________________ competente, para as providências necessárias.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do
trecho acima.
(A) Juiz de Direito
(B) Defensor Público
(C) Conselho Regional Administrativo

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

(D) Ministério Público 15. FUNDATEC - 2020 - Prefeitura de Cristinápolis - SE


(E) Delegado de Polícia O gestor de uma entidade pública, ao comentar sobre os deve-
res dos servidores da repartição em que trabalha, proferiu a seguin-
12. FUNDATEC - 2023 - PROCERGS - AST te frase: “Na Administração Pública não há liberdade nem vontade
Com base na Lei de Improbidade Administrativa, analise as se- pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo
guintes assertivas: que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer
I. Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o o que a lei autoriza”. O ensinamento apresentado pelo gestor está
resultado ilícito tipificado na referida lei, não bastando a voluntarie- relacionado com o princípio constitucional da:
dade do agente. (A) Intensidade
II. Consideram-se atos de improbidade administrativa as con- (B) Criatividade
dutas dolosas tipificadas na referida lei, ressalvados tipos previstos (C) Democracia
em leis especiais. (D) Legalidade
III. O mero exercício da função ou desempenho de competên- (E) Efetividade
cias públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, não
afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.
Quais estão corretas? GABARITO
(A) Apenas I.
(B) Apenas I e II.
(C) Apenas I e III. 1 C
(D) Apenas II e III. 2 E
(E) I, II e III.
3 D
13. FUNDATEC - 2023 - Eletrocar 4 D
A ação para a aplicação das sanções previstas na Lei Federal 5 B
nº 8.429/1992 (Lei de improbidade administrativa) prescreve em
________ anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso 6 C
de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. 7 E
Observadas as interrupções no referido prazo de prescrição previs-
8 C
tas na referida lei.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do 9 C
trecho acima. 10 B
(A) 8 (oito)
(B) 7 (sete) 11 D
(C) 6 (seis) 12 B
(D) 5 (cinco)
13 A
(E) 3 (três)
14 E
14. FUNDATEC - 2023 - Prefeitura de Sapucaia do Sul - RS 15 D
Segundo Rossi (2020), o Direito prevê, paralelamente à Admi-
nistração Pública, o denominado Terceiro Setor, que não integra
nem a Administração Direta e nem a Indireta, e que Normas Gerais ANOTAÇÕES
de Tutela do Trabalho da CLT, serão encontradas informações sobre
a Carteira de constitui-se dos(as):
I. Organizações sociais.
___________________________________________
II. Serviços sociais autônomos. ___________________________________________
III. Entidades de apoio. ___________________________________________
IV. Organizações da sociedade civil de interesse público. ___________________________________________
Quais estão corretas?
(A) Apenas I e II. ___________________________________________
(B) Apenas III e IV. ___________________________________________
(C) Apenas I, II e III. ___________________________________________
(D) Apenas II, III e IV.
(E) I, II, III e IV.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden-


PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: FUNDAMENTOS, OBJETIVOS tes ao tema supracitado:
E PRINCÍPIOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SE-
GUNDO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL EM VIGOR TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Forma, Sistema e Fundamentos da República Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-
– Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária I - a soberania;
na aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de II - a cidadania
integração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e ve- III - a dignidade da pessoa humana;
tor interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
normatividade. V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce
– Princípio Federativo por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal desta Constituição.
e os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determi- Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
nado grau de liberdade referente à sua organização, à sua adminis- tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
tração, à sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por
certos princípios consagrados pela Constituição Federal. Objetivos Fundamentais da República
Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no
– Princípio Republicano Artigo 3º da CF/88. Vejamos:
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre
as pessoas, em que os detentores do poder político exercem o Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
comando do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário rativa do Brasil:
e com responsabilidade. I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
– Princípio do Estado Democrático de Direito III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual-
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. dades sociais e regionais;
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo.
Princípios de Direito Constitucional Internacional
– Princípio da Soberania Popular Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal reve- elencados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
la a adoção da soberania popular como princípio fundamental ao
prever que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons- ções internacionais pelos seguintes princípios:
tituição”. I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
– Princípio da Separação dos Poderes III - autodeterminação dos povos;
A visão moderna da separação dos Poderes não impede que IV - não-intervenção;
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de V - igualdade entre os Estados;
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Po- VI - defesa da paz;
der. VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
dade;
X - concessão de asilo político.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in- Direitos Metaindividuais


tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana Natureza Destinatários
de nações. Difusos Indivisível Indeterminados
Determináveis
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: DIREITOS E DE- Coletivos Indivisível ligados por uma relação
VERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; DIREITOS SOCIAIS; NA- jurídica
CIONALIDADE; DIREITOS POLÍTICOS Determinados
Individuais
Divisível ligados por uma situação
Homogêneos
fática
Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais
Pode-se dizer que os direitos fundamentais são os bens jurídi-
Os Direitos Fundamentais de Terceira Geração possuem as se-
cos em si mesmos considerados, de cunho declaratório, narrados
guintes características:
no texto constitucional. Por sua vez, as garantias fundamentais são
a) surgiram no século XX;
estabelecidas na mesma Constituição Federal como instrumento de
b) estão ligados ao ideal de fraternidade (ou solidariedade),
proteção dos direitos fundamentais e, como tais, de cunho assecu-
que deve nortear o convívio dos diferentes povos, em defesa dos
ratório.
bens da coletividade;
c) são direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes
Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais
povos uma firme atuação no tocante à preservação dos bens de
interesse coletivo;
– Direitos Fundamentais de Primeira Geração
d) correspondem ao direito de preservação do meio ambiente,
Possuem as seguintes características:
de autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da humani-
a) surgiram no final do século XVIII, no contexto da Revolução
dade, do patrimônio histórico e cultural, etc.
Francesa, fase inaugural do constitucionalismo moderno, e domina-
ram todo o século XIX;
– Direitos Fundamentais de Quarta Geração
b) ganharam relevo no contexto do Estado Liberal, em oposição
Segundo Paulo Bonavides, a globalização política é o fator his-
ao Estado Absoluto;
tórico que deu origem aos direitos fundamentais de quarta gera-
c) estão ligados ao ideal de liberdade;
ção. Eles estão ligados à democracia, à informação e ao pluralismo.
d) são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado
Também são transindividuais.
em favor das liberdades públicas;
e) possuíam como destinatários os súditos como forma de pro-
– Direitos Fundamentais de Quinta Geração
teção em face da ação opressora do Estado;
Paulo Bonavides defende, ainda, que o direito à paz represen-
f) são os direitos civis e políticos.
taria o direito fundamental de quinta geração.
– Direitos Fundamentais de Segunda Geração
Características dos Direitos e Garantias Fundamentais
Possuem as seguintes características:
São características dos Direitos e Garantias Fundamentais:
a) surgiram no início do século XX;
a) Historicidade: não nasceram de uma só vez, revelando sua
b) apareceram no contexto do Estado Social, em oposição ao
índole evolutiva;
Estado Liberal;
b) Universalidade: destinam-se a todos os indivíduos, indepen-
c) estão ligados ao ideal de igualdade;
dentemente de características pessoais;
d) são direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação
c) Relatividade: não são absolutos, mas sim relativos;
positiva do Estado;
d) Irrenunciabilidade: não podem ser objeto de renúncia;
e) correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos.
e) Inalienabilidade: são indisponíveis e inalienáveis por não
possuírem conteúdo econômico-patrimonial;
– Direitos Fundamentais de Terceira Geração
f) Imprescritibilidade: são sempre exercíveis, não desparecen-
Em um próximo momento histórico, foi despertada a preocu-
do pelo decurso do tempo.
pação com os bens jurídicos da coletividade, com os denominados
interesses metaindividuais (difusos, coletivos e individuais homogê-
Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais
neos), nascendo os direitos fundamentais de terceira geração.
Todas as pessoas físicas, sem exceção, jurídicas e estatais, são
destinatárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que
compatíveis com a sua natureza.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Eficácia Horizontal dos Direitos e Garantias Fundamentais A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce-
Muito embora criados para regular as relações verticais, de su- didos aos membros da coletividade por meio da norma.
bordinação, entre o Estado e seus súditos, passam a ser emprega- Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca
dos nas relações provadas, horizontais, de coordenação, envolven- da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o
do pessoas físicas e jurídicas de Direito Privado. jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o
princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e
Natureza Relativa dos Direitos e Garantias Fundamentais desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam.
Encontram limites nos demais direitos constitucionalmente Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover
consagrados, bem como são limitados pela intervenção legislativa a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis
ordinária, nos casos expressamente autorizados pela própria Cons- que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com-
tituição (princípio da reserva legal). pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da
formação social.
Colisão entre os Direitos e Garantias Fundamentais
O princípio da proporcionalidade sob o seu triplo aspecto (ade- Direito à Privacidade
quação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito) é a Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero,
ferramenta apta a resolver choques entre os princípios esculpidos do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima-
na Carta Política, sopesando a incidência de cada um no caso con- gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura-
creto, preservando ao máximo os direitos e garantias fundamentais -se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente
constitucionalmente consagrados. de sua violação.

Os quatro status de Jellinek Direito à Honra


a) status passivo ou subjectionis: quando o indivíduo se encon- O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti-
tra em posição de subordinação aos poderes públicos, caracterizan- nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por
do-se como detentor de deveres para com o Estado; tal motivo, são previstos no Código Penal.
b) status negativo: caracterizado por um espaço de liberdade
de atuação dos indivíduos sem ingerências dos poderes públicos; Direito de Propriedade
c) status positivo ou status civitatis: posição que coloca o indi- É assegurado o direito de propriedade, contudo, com
víduo em situação de exigir do Estado que atue positivamente em restrições, como por exemplo, de que se atenda à função social da
seu favor; propriedade. Também se enquadram como espécies de restrição do
d) status ativo: situação em que o indivíduo pode influir na for- direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco
mação da vontade estatal, correspondendo ao exercício dos direi- e o usucapião.
tos políticos, manifestados principalmente por meio do voto. Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu-
ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade
Os direitos individuais estão elencados no caput do Artigo 5º intelectual) e os direitos reativos à herança.
da CF. São eles: Destes direitos, emanam todos os incisos do Art. 5º, da CF/88,
conforme veremos abaixo:
Direito à Vida
O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito TÍTULO II
de permanecer vivo e o direito de uma vida digna. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exemplo,
na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra declarada). CAPÍTULO I
Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura,
penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc. Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
Direito à Liberdade residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém será igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
lei. Tal dispositivo representa a consagração da autonomia privada. termos desta Constituição;
Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende, II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coi-
dentre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de loco- sa senão em virtude de lei;
moção, de consciência, de crença, de reunião, de associação e de III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desu-
expressão. mano ou degradante;
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
Direito à Igualdade nimato;
A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constitui- V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
ção Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
ser encarada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
formal. assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença re- ros pelo tempo que a lei fixar;
ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para XXVIII- são assegurados, nos termos da lei:
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
prestação alternativa, fixada em lei; à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí- desportivas;
fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima- obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
gem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano ma- pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
terial ou moral decorrente de sua violação; XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi-
XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo légio temporário para sua utilização, bem como às criações indus-
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran- triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi-
determinação judicial; mento tecnológico e econômico do País;
XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica- XXX- é garantido o direito de herança;
ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução pro- brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal
cessual penal; do de cujus;
XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; sumidor;
XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa-
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane- ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
cer ou dele sair com seus bens; sociedade e do Estado;
XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do paga-
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde mento de taxas:
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
petente; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe-
XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
a de caráter paramilitar; XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- ou ameaça a direito;
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
estatal em seu funcionamento; perfeito e a coisa julgada;
XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção;
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; que lhe der a lei, assegurados:
XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- a) a plenitude da defesa;
necer associado; b) o sigilo das votações;
XXI- as entidades associativas, quando expressamente autori- c) a soberania dos veredictos;
zadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
extrajudicialmente; a vida;
XXII- é garantido o direito de propriedade; XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
XXIII- a propriedade atenderá a sua função social; sem prévia cominação legal;
XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos e liberdades fundamentais;
previstos nesta Constituição; XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade com- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
prietário indenização ulterior, se houver dano; graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- podendo evitá-los, se omitirem;
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru-
pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden- LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autorida-
do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de de judiciária;
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
outras, as seguintes: pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen-
a) privação ou restrição de liberdade; tícia e a do depositário infiel;
b) perda de bens; LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
c) multa; ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
d) prestação social alternativa; de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
XLVII- não haverá penas: reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habe-
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do as data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
artigo 84, XIX; for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
b) de caráter perpétuo; atribuições de Poder Público;
c) de trabalhos forçados; LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
d) de banimento; a) partido político com representação no Congresso Nacional;
e) cruéis; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; defesa dos interesses de seus membros ou associados;
XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
moral; de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
L- às presidiárias serão asseguradas condições para que possam liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali-
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; dade, à soberania e à cidadania;
LI- nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em LXXII- conceder-se-á habeas data:
caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de com- a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
provado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
afins, na forma da lei; de entidades governamentais ou de caráter público;
LII- não será concedida extradição de estrangeiro por crime po- b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
lítico ou de opinião; por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão por au- LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
toridade competente; popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
devido processo legal; ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, da sucumbência;
com os meios e recursos a ela inerentes; LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por aos que comprovarem insuficiência de recursos;
meios ilícitos; LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julga- sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
do da sentença penal condenatória; LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for-
LVIII- o civilmente identificado não será submetido à identifica- ma da lei:
ção criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; a) o registro civil de nascimento;
LIX- será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se b) a certidão de óbito.
esta não for intentada no prazo legal; LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data
LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais e, na forma da lei, os atos necessário ao exercício da cidadania;
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse-
LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, celeridade de sua tramitação.
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos
litar, definidos em lei; dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda
LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre Constitucional nº 115, de 2022)
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família §1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
ou à pessoa por ele indicada; têm aplicação imediata.
LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o §2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
lia e de advogado; adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
LXIV- o preso tem direito a identificação dos responsáveis por Federativa do Brasil seja parte.
sua prisão ou por seu interrogatório policial;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano (em
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso defesa dos interesses de seus membros ou associados), que busca
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos a tutela de direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico brasileiro às exercício de atribuições do Poder Público.
leis ordinárias. Em que pese tenha adquirido este caráter, o men-
cionado tratado diz respeito a direitos humanos, porém não possui – Mandado de Injunção
característica de emenda constitucional, pois entrou em vigor em O mandado de injunção é a ação constitucional impetrada por
nosso ordenamento jurídico antes da edição da Emenda Constitu- pessoa física ou jurídica, ou ente despersonalizado, que objetive sa-
cional nº 45/04. Para que tal tratado seja equiparado às emendas nar a falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício
constitucionais deverá passar pelo mesmo rito de aprovação destas dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas ineren-
tes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Remédios e Garantias Constitucionais Basicamente, pode-se dizer que o mandado de injunção é ajui-
As ações constitucionais dispostas no Artigo 5º da CF também zado em face das normas de eficácia limitada, que são aquelas que
são conhecidas como remédios constitucionais, porque servem possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida (não direta,
para “curar a doença” do descumprimento de direitos fundamen- não imediata e não integral), pois exigem norma infraconstitucio-
tais. nal, que, até hoje, não existe.
Em outras palavras, são instrumentos colocados à disposição É regulado pela Lei 13.300/2016.
dos indivíduos para garantir o cumprimento dos direitos fundamen-
tais. – Ação Popular
A ação popular é o remédio constitucional ajuizado por qual-
– Habeas Corpus quer cidadão, que tenha por objetivo anular ato lesivo ao patrimô-
O habeas corpus é a ação constitucional que tutela o direito nio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralida-
fundamental à liberdade ambulatorial, ou seja, o direito de ir, vir e de administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
estar/permanecer em algum lugar. cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
De acordo com o texto constitucional, o habeas corpus pode judiciais e do ônus da sucumbência.
ser: A ação popular será regulamentada infraconstitucionalmente
– Preventivo: “sempre que alguém se achar ameaçado de so- pela Lei 4.717/65.
frer”;
– Repressivo: “sempre que alguém sofrer”. Direitos Constitucionais-Penais e Garantias Constitucionais do
Processo
Ambos em relação a violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. – Direitos Constitucionais Penais
A Constituição Federal de 1988, no capítulo referente aos direi-
– Habeas Data tos e deveres individuai e coletivos, definiu vários princípios consti-
O habeas data é a ação constitucional impetrada por pessoa tucionais penais, garantidores de garantias aos cidadãos quando o
física ou jurídica, que tenha por objetivo assegurar o conhecimento Estado é obrigado a colocar em prática o jus puniendi, para que não
de informações sobre si, constantes de registros ou banco de dados existam arbitrariedades e nem regimes de exceção1. São eles:
de entidades governamentais ou de caráter público, ou para retifi- Dignidade da pessoa humana, Igualdade ou isonomia, Legali-
cação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, dade e anterioridade, Irretroatividade da lei penal, Personalidade
judicial ou administrativo. da pena, Individualização da pena, Humanidade, Intervenção míni-
Esse remédio constitucional está regulamentado pela Lei ma, Alteridade, Culpabilidade, Proporcionalidade, Ofensividade ou
9.507/97, que disciplina o direito de acesso a informações e o rito lesividade, Insignificância e Adequação social.
processual do habeas data. Tais princípios são norteadores da atuação Estatal no campo
penal, para a garantia de um processo imparcial e justo, afastando
– Mandado de Segurança qualquer punição exacerbada e desmedida quando da aplicação da
O mandado de segurança individual é a ação constitucional im- pena e garantidor do devido processo legal, amparado no contradi-
petrada por pessoa física ou jurídica, ou ente despersonalizado, que tório e na ampla defesa. Fundamentos de um Estado Democrático
busca a tutela de direito líquido e certo, não amparado por habeas de Direito.
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou Assim, a observância dos princípios constitucionais penais é de
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica suma importância para a garantia dos direitos fundamentais e para
no exercício de atribuições do Poder Público. a aplicação da lei penal, sendo, pois, repetido no Código Penal e nas
Observa-se, portanto, que o mandado de segurança tem cabi- demais leis, como forma de concretização da Justiça.
mento subsidiário. É disciplinado pela Lei 12.016/09.

– Mandado de Segurança Coletivo


O mandado de segurança coletivo é a ação constitucional im-
petrada por partido político com representação no Congresso Na- 1 http://iccs.com.br/dos-principios-constitucionais-penais-rodrigo-ota-
cional, organização sindical, entidade de classe ou associação legal- vio-dos-reis-chediak/
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

– Garantias Constitucionais do Processo II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;


No art. 5º da Constituição da República, entre os direitos fun- III - fundo de garantia do tempo de serviço;
damentais, estão estabelecidos os princípios constitucionais básicos IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
do processo justo, quais sejam: a garantia de pleno acesso à justiça, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
a garantia do juiz natural (não haverá juízo ou Tribunal de exceção), mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
competente, a garantia do devido processo legal, do contraditório e que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
da ampla defesa, a vedação das provas ilícitas, a garantia de publici- para qualquer fim;
dade dos atos processuais (exigência de fundamentação de todas as V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
decisões judiciais), o dever de assistência jurídica integral e gratuita trabalho;
a todos que comprovarem insuficiência de recursos, a garantia de VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
duração razoável do processo e da adoção de meios para assegurar ou acordo coletivo;
a celeridade de sua tramitação2. VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
Possível, ainda, apontar-se outros princípios constitucionais do percebem remuneração variável;
processo justo, como o direito à representação técnica e à paridade VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
de armas. ou no valor da aposentadoria;
O modelo mínimo de processo, no Estado Democrático de Di- IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
reito, portanto, somente pode ser buscado na Constituição. A fiel X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
observância do direito ao processo justo é condição indispensável retenção dolosa;
para produzir decisões justas, ou seja, trata-se de elemento neces- XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
sário, embora não único e suficiente, para se assegurar justiça ao muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
caso concreto. sa, conforme definido em lei;
O direito ao processo justo, portanto, constitui direito à orga- XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
nização de um processo justo, tarefa do legislador infraconstitucio- dor de baixa renda nos termos da lei;
nal, do administrador da justiça e do órgão jurisdicional. Assim, a XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas di-
consecução do direito ao processo justo depende de sua própria árias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
viabilização pelo Estado Democrático de Direito, mediante a edição horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
de normas, a administração da estrutura judicante e pela própria coletiva de trabalho;
atuação jurisdicional. XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
Os direitos sociais são prestações positivas proporcionadas
pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas cons- XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
titucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais mingos;
fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações so- XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni-
ciais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de mo, em cinquenta por cento à do normal;
igualdade. Estão previstos na CF nos artigos 6 a 11. Vejamos: XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
terço a mais do que o salário normal;
CAPÍTULO II XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
DOS DIREITOS SOCIAIS com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in-
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ- centivos específicos, nos termos da lei;
dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade normas de saúde, higiene e segurança;
social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
público em programa permanente de transferência de renda, cujas insalubres ou perigosas, na forma da lei;
normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, observa- XXIV - aposentadoria;
da a legislação fiscal e orçamentária. (Incluído pela Emenda Consti- XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas-
tucional nº 114, de 2021) cimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
outros que visem à melhoria de sua condição social: trabalho;
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre-
indenização compensatória, dentre outros direitos; gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando
2 COSTA, Miguel do Nascimento. Das garantias constitucionais e o devido incorrer em dolo ou culpa;
processo no Estado liberal aos direitos fundamentais e o processo justo no Estado
Democrático de Direito. Revista da AJURIS – Porto Alegre, v. 42, n. 139, dezem-
bro, 2015.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de §1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha- sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do §2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas
contrato de trabalho; da lei.
a) (Revogada). Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em-
b) (Revogada). pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte-
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de fun- resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão
ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou e deliberação.
estado civil; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é as-
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário segurada a eleição de um representante destes com a finalidade
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre-
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e gadores.
intelectual ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a Os direitos sociais regem-se pelos princípios abaixo:
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis – Princípio da proibição do retrocesso: qualifica-se pela impos-
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; sibilidade de redução do grau de concretização dos direitos sociais
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo já implementados pelo Estado. Ou seja, uma vez alcançado deter-
empregatício permanente e o trabalhador avulso. minado grau de concretização de um direito social, fica o legislador
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado- proibido de suprimir ou reduzir essa concretização sem que haja
res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, a criação de mecanismos equivalentes chamados de medias com-
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII pensatórias.
e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim- – Princípio da reserva do possível: a implementação dos di-
plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e reitos e garantias fundamentais de segunda geração esbarram no
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida- óbice do financeiramente possível.
des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como – Princípio do mínimo existencial: é um conjunto de bens e
a sua integração à previdência social. direitos vitais básicos indispensáveis a uma vida humana digna,
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado intrinsecamente ligado ao fundamento da dignidade da pessoa
o seguinte: humana previsto no Artigo 1º, III, CF. A efetivação do mínimo
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação existencial não se sujeita à reserva do possível, pois tais direitos se
de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas encontram na estrutura dos serviços púbicos essenciais.
ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sin-
dical; Os direitos sociais são divididos em:
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econô- Direitos relativos aos trabalhadores
mica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalha- Direitos relativos ao salário, às condições de trabalho, à liber-
dores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à dade de instituição sindical, o direito de greve, entre outros (CF, ar-
área de um Município; tigos 7º a 11).
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coleti-
vos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou Direitos relativos ao homem consumidor
administrativas; Direito à saúde, à educação, à segurança social, ao desenvolvi-
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratan- mento intelectual, o igual acesso das crianças e adultos à instrução,
do de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio à cultura e garantia ao desenvolvimento da família, que estariam no
do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in- título da ordem social.
dependentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a Os direitos referentes à nacionalidade estão previstos dos Ar-
sindicato; tigos 12 a 13 da CF. Vejamos:
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
coletivas de trabalho; CAPÍTULO III
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas DA NACIONALIDADE
organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par- Art. 12. São brasileiros:
tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação I - natos:
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga- país;
nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei-
as condições que a lei estabelecer. ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos tra- tiva do Brasil;
balhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
interesses que devam por meio dele defender.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- Espécies de Nacionalidade


sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com- São duas as espécies de nacionalidade:
petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e a) Nacionalidade primária, originária, de 1º grau, involuntá-
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela ria ou nata: é aquela resultante de um fato natural, o nascimento.
nacionalidade brasileira; Trata-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do
II - naturalizados: simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo Estado
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, na sua Constituição Federal. Descrita no Artigo 12, I, CF/88.
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi- b) Nacionalidade secundária, adquirida, por aquisição, de 2º
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; grau, voluntária ou naturalização: é a que se adquire por ato voliti-
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na vo, depois do nascimento, somado ao cumprimento dos requisitos
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup- constitucionais. Descrita no Artigo 12, II, CF/88.
tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira. O quadro abaixo auxilia na memorização das diferenças entre
§1º Aos portugueses com residência permanente no País, se as duas:
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Nacionalidade
Constituição.
§2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros Primária Secundária
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. Nascimento + Requisitos Ato de vontade + Requisitos
§3º São privativos de brasileiro nato os cargos: constitucionais constitucionais
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; Brasileiro Nato Brasileiros Naturalizado
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; • Critérios para Adoção de Nacionalidade Primária
V - da carreira diplomática; O Estado pode adotar dois critérios para a concessão da nacio-
VI - de oficial das Forças Armadas. nalidade originária: o de origem sanguínea (ius sanguinis) e o de
VII - de Ministro de Estado da Defesa. origem territorial (ius solis).
§4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: O critério ius sanguinis tem por base questões de hereditarie-
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em dade, um vínculo sanguíneo com os ascendentes.
virtude de fraude relacionada ao processo de naturalização ou de O critério ius solis concede a nacionalidade originária aos nas-
atentado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; cidos no território de um determinado Estado, sendo irrelevante a
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, de 2023) nacionalidade dos genitores.
II - fizer pedido expresso de perda da nacionalidade brasileira A CF/88 adotou o critério ius solis como regra geral, possibili-
perante autoridade brasileira competente, ressalvadas situações tando em alguns casos, a atribuição de nacionalidade primária pau-
que acarretem apatridia. (Redação dada pela Emenda Constitucio- tada no ius sanguinis.
nal nº 131, de 2023)
a) revogada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº Portugueses Residentes no Brasil
131, de 2023) O §1º do Artigo 12 da CF confere tratamento diferenciado aos
b) revogada. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº portugueses residentes no Brasil. Não se trata de hipótese de natu-
131, de 2023) ralização, mas tão somente forma de atribuição de direitos.
§5º A renúncia da nacionalidade, nos termos do inciso II do §4º
deste artigo, não impede o interessado de readquirir sua nacionali- Portugueses Equiparados
dade brasileira originária, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 131, de 2023) Igual os Direitos Se houver 1) Residência
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fe- dos Brasileiros permanente no
derativa do Brasil. Naturalizados Brasil;
§1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, 2) Reciprocidade
o hino, as armas e o selo nacionais. aos brasileiros em
§2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter Portugal.
símbolos próprios.
Distinção entre Brasileiros Natos e Naturalizados
A Nacionalidade é o vínculo jurídico-político de Direito Público A CF/88 em seu Artigo 12, §2º, prevê que a lei não poderá fa-
interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da di- zer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, com exceção às
mensão pessoal do Estado (o seu povo). seguintes hipóteses:
Considera-se povo o conjunto de nacionais, ou seja, os brasilei- Cargos privativos de brasileiros natos → Artigo 12, §3º, CF;
ros natos e naturalizados. Função no Conselho da República → Artigo 89, VII, CF;
Extradição → Artigo 5º, LI, CF; e
Direito de propriedade → Artigo 222, CF.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Perda da Nacionalidade §6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da


O Artigo 12, §4º da CF refere-se à perda da nacionalidade, que República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os
apenas poderá ocorrer nas duas hipóteses taxativamente elencadas Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
na CF, sob pena de manifesta inconstitucionalidade. meses antes do pleito.
§7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
Dupla Nacionalidade cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau
O Artigo 12, §4º, II da CF traz duas hipóteses em que a opção ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
por outra nacionalidade não ocasiona a perda da brasileira, passan- Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
do o nacional a possuir dupla nacionalidade (polipátrida). haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se
já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Polipátrida → aquele que possui mais de uma nacionalidade. §8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
condições:
Heimatlos ou Apátrida → aquele que não possui nenhuma na- I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
cionalidade. da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
Idioma Oficial e Símbolos Nacionais autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
Por fim, o Artigo 13 da CF elenca o Idioma Oficial e os Símbolos da diplomação, para a inatividade.
Nacionais do Brasil. §9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
Os Direitos Políticos têm previsão legal na CF/88, em seus Arti- probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
gos 14 a 16. Seguem abaixo: considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou
CAPÍTULO IV o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
DOS DIREITOS POLÍTICOS direta ou indireta.
§10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer- Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída
sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
termos da lei, mediante: fraude.
I - plebiscito; §11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
II - referendo; de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou
III - iniciativa popular. de manifesta má-fé.
§1º O alistamento eleitoral e o voto são: §12. Serão realizadas concomitantemente às eleições
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; municipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas
II - facultativos para: pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até
a) os analfabetos; 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites
b) os maiores de setenta anos; operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
§2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, §13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. submetidas às consultas populares nos termos do §12 ocorrerão
§3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda
I - a nacionalidade brasileira; gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional
II - o pleno exercício dos direitos políticos; nº 111, de 2021)
III - o alistamento eleitoral; Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; suspensão só se dará nos casos de:
V - a filiação partidária; I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
VI - a idade mínima de: julgado;
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Re- II - incapacidade civil absoluta;
pública e Senador; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e rarem seus efeitos;
do Distrito Federal; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, §4º.
d) dezoito anos para Vereador. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
§4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até
§5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e um ano da data de sua vigência.
do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um De acordo com José Afonso da Silva, os direitos políticos, rela-
único período subsequente. cionados à primeira geração dos direitos e garantias fundamentais,
consistem no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo
de participação no processo político e nos órgãos governamentais.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

São instrumentos previstos na Constituição e em normas infra- – Inelegibilidade Relativa


constitucionais que permitem o exercício concreto da participação Consiste em restrições que recaem à candidatura a determi-
do povo nos negócios políticos do Estado. nados cargos eletivos, em virtude de situações próprias em que se
encontra o cidadão no momento do pleito eleitoral. São elas:
Capacidade Eleitoral Ativa – Vedação ao terceiro mandato sucessivo para os Chefes do Po-
Segundo o Artigo 14, §1º da CF, a capacidade eleitoral ativa é der Executivo (Artigo 14, §5º, CF);
o direito de votar nas eleições, nos plebiscitos ou nos referendos, – Desincompatibilização para concorrer a outros cargos, aplica-
cuja aquisição se dá com o alistamento eleitoral, que atribui ao na- da apenas aos Chefes do Poder Executivo (Artigo 14, §6º, CF);
cional a condição de cidadão (aptidão para o exercício de direitos – Inelegibilidade reflexa, ou seja, inelegibilidade relativa por mo-
políticos). tivos de casamento, parentesco ou afinidade, uma vez que não incide
sobre o mandatário, mas sim perante terceiros (Artigo 14, §7º, CF).
Alistamento Eleitoral e Voto
Condição de Militar
Obriga- Faculta- O militar alistável é elegível, desde que atenda as exigências
Inalistável – Artigo 14, §2º
tório tivo previstas no §8º do Artigo 14, da CF, a saber:
Maio- I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
Estrangeiros (com exceção da atividade;
res de 16 e
aos portugueses equiparados, II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
Maio- menores de
constantes no Artigo 12, §1º da autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
res de 18 e 18 anos
CF) da diplomação, para a inatividade.
menores de Maiores
Conscritos (aqueles con- Observa-se que a norma restringe a elegibilidade aos militares
70 anos de 70 anos
vocados para o serviço militar alistáveis, logo, os conscritos, que são inalistáveis, são inelegíveis. O
Analfa-
obrigatório) quadro abaixo serve como exemplo:
betos

– Características do Voto Militares – Exceto os Conscritos


O voto no Brasil é direito (como regra), secreto, universal, com
Registro da candidatura →
valor igual para todos, periódico, personalíssimo, obrigatório e livre. Menos de 10 anos
Inatividade
Capacidade Eleitoral Passiva Registro da candidatura →
Também chamada de Elegibilidade, a capacidade eleitoral pas- Agregado
Mais de 10 anos
siva diz respeito ao direito de ser votado, ou seja, de eleger-se para Na diplomação → Inativi-
cargos políticos. Tem previsão legal no Artigo 14, §3º da CF. dade
O quadro abaixo facilita a memorização da diferença entre as
duas espécies de capacidade eleitoral. Vejamos: Privação dos Direitos Políticos
De acordo com o Artigo 15 da CF, o cidadão pode ser privado
Capacidade Eleitoral Capacidade Eleitoral dos seus direitos políticos por prazo indeterminado (perda), sendo
Ativa Passiva que, neste caso, o restabelecimento dos direitos políticos depende-
rá do exercício de ato de vontade do indivíduo, de um novo alista-
Alistabilidade Elegibilidade mento eleitoral.
Direito de votar Direito de ser votado Da mesma forma, a privação dos direitos políticos pode se dar
por prazo determinado (suspensão), em que o restabelecimento se
Inelegibilidades dará automaticamente, ou seja, independentemente de manifesta-
A inelegibilidade afasta a capacidade eleitoral passiva (direito ção do suspenso, desde que ultrapassado as razões da suspensão.
de ser votado), constituindo-se impedimento à candidatura a man- Vejamos:
datos eletivos nos Poderes Executivo e Legislativo.
Privação dos Direitos Políticos
– Inelegibilidade Absoluta
Perda Suspensão
Com previsão legal no Artigo 14, §4º da CF, a inelegibilidade ab-
soluta impede que o cidadão concorra a qualquer mandato eletivo Privação por prazo Privação por prazo
e, em virtude de natureza excepcional, somente pode ser estabele- indeterminado determinado
cida na Constituição Federal. Restabelecimento dos
Refere-se aos Inalistáveis e aos Analfabetos. Restabelecimento
direitos políticos depende
dos direitos políticos se dá
de um novo alistamento
automaticamente
eleitoral

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Observe a ilustração das diferenças entre uma Federação e


ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: DOS ESTADOS FEDERADOS; uma Confederação:
DOS MUNICÍPIOS
Federação Confederação
Formas de Estado - Estado Unitário, Confederação e Federa- Formada por uma Formada por um trato
ção Constituição internacional
A forma de Estado relaciona-se com o modo de exercício do po-
Os Estados que o
der político em função do território do Estado. Verifica-se no caso Os entes regionais gozam
integram mantêm sua
concreto se há, ou não, repartição regional do exercício de poderes de autonomia
soberania
autônomos, podendo ser criados, a partir dessa lógica, um modelo
de Estado unitário ou um Estado Federado. Indissolubilidade do pacto Dissolubilidade do pacto
federativo internacional
– Estado Unitário
Também chamado de Estado Simples, é aquele dotado de um O Federalismo Brasileiro
único centro com capacidade legislativa, administrativa e judiciá- Observe a disposição legal do Artigo 18 da CF:
ria, do qual emanam todos os comandos normativos e no qual se
concentram todas as competências constitucionais (exemplos: Uru- TÍTULO III
guai, e Brasil Colônia, com a Constituição de 1824, até a Proclama- DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
ção da República, com a Constituição de 1891).
O Estado Unitário pode ser classificado em: CAPÍTULO I
a) Estado unitário puro ou centralizado: casos em que haverá DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
somente um Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Ju-
diciário, exercido de forma central; Art. 18. A organização político-administrativa da República Fe-
b) Estado unitário descentralizado: casos em que haverá a for- derativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Fe-
mação de entes regionais com autonomia para exercer questões deral e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Cons-
administrativas ou judiciárias fruto de delegação, mas não se con- tituição.
cede a autonomia legislativa que continua pertencendo exclusiva- §1º Brasília é a Capital Federal.
mente ao poder central. §2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
– Estado Federativo – Federação serão reguladas em lei complementar.
Também chamados de federados, complexos ou compostos, §3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
são aqueles em que as capacidades judiciária, legislativa e admi- desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
nistrativa são atribuídas constitucionalmente a entes regionais, que Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
passam a gozar de autonomias próprias (e não soberanias). diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nesse caso, as autonomias regionais não são fruto de delega- Nacional, por lei complementar.
ção voluntária, como ocorre nos Estados unitários descentralizados, §4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
mas se originam na própria Constituição, o que impede a retirada de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
de competências por ato voluntário do poder central. determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
O quadro abaixo facilita este entendimento. Vejamos: consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
Formas de Estado apresentados e publicados na forma da lei.

Unitário Nos termos do supracitado Artigo 18, a organização político-


Único centro de onde emana o poder estatal -administrativa da República Federativa do Brasil compreende a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autô-
Puro Descentralizado nomos (não soberanos). Trata-se de norma que reflete a forma fe-
Não há delegação de Há delegação de derativa de Estado.
competências competências Ser ente autônomo dentro de um federalismo significa a pos-
sibilidade de implementar uma gestão particularizada, mas sempre
Federado
respeitando os limites impostos pelos princípios e regras do Estado
O exercício do poder estatal é atribuído federal. Daí, têm-se os seguintes elementos:
constitucionalmente a entes regionais autônomos – Auto-organização: permite aos Estados-membros criarem as
Constituições Estaduais (Artigo 25 da CF) e aos Municípios firmarem
– Confederação suas Leis Orgânicas (Artigo 29 da CF);
Se caracteriza por uma reunião dissolúvel de Estados sobera- – Auto legislação: os entes da federação podem estabelecer
nos, que se unem por meio de um tratado internacional. Aqui, per- normas gerais e abstratas próprias, a exemplos das leis estaduais e
cebe-se o traço marcante da Confederação, ou seja, a dissolubilida- municipais (Artigos 22 e 24 da CF);
de do pacto internacional pelos Estados soberanos que o integram,
a partir de um juízo interno de conveniência.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

– Auto governo: os Estados membros terão seus Governadores Os dispositivos constitucionais referentes ao tema vão dos Ar-
e Deputados estaduais, enquanto os Municípios possuirão Prefeitos tigos 25 a 28:
e Vereadores, nos termos dos Artigos 27 a 29 da CF;
– Auto administração: os membros da federação podem pres- CAPÍTULO III
tar e manter serviços próprios, atendendo às competências admi- DOS ESTADOS FEDERADOS
nistrativas da CF, notadamente de seu Artigo 23.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
– Vedação aos Entes Federados ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Consti-
Consoante ao Artigo 19 da CF, destaca-se que a autonomia dos tuição.
entes da federação não é limitada, e sofre as seguintes vedações: §1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
sejam vedadas por esta Constituição.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos §2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
Municípios: concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei,
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, em- vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre- §3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
da lei, a colaboração de interesse público; constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
II - recusar fé aos documentos públicos; integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. públicas de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
Repartição de Competências Constitucionais I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
A Repartição de competências é a técnica de distribuição de e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decor-
competências administrativas, legislativas e tributárias aos entes rentes de obras da União;
federativos para que não haja conflitos de atribuições dentro do II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no
território nacional. seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios
Competência é a capacidade para emitir decisões dentro de um ou terceiros;
campo específico. III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
A Constituição trabalha com três naturezas de competência, a IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
administrativa, legislativa e a tributária. Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor-
responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
– Competência administrativa ou material: refere-se à execu- Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de
ção de alguma atividade estatal, ou seja, é a capacidade para atuar tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
concretamente sobre a matéria; §1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
– Competência legislativa: atribui iniciativa para legislar sobre aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema
determinada matéria, ou seja, é a capacidade para estabelecer nor- eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mas gerais e abstratas sobre determinado campo; mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
– Competência tributária: refere-se ao poder de instituir tri- §2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei
butos. de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo,
setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para
– Técnica da Repartição de Competência os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, §4º,
Trata-se da predominância do interesse, segundo a qual, à 57, §7º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I.
União caberão as matérias de interesse nacional (Artigos 21 e 22 da §3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu
CF), aos Estados-membros, o interesse regional, e aos municípios, regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua
as questões de predominante interesse local (Artigo 30 da CF). secretaria, e prover os respectivos cargos.
Para tanto, a Constituição enumerou expressamente as com- §4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo
petências da União e dos municípios, resguardando aos Estados- legislativo estadual.
-membros a chamada competência residual, remanescente, não Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Es-
enumerada ou não expressa (Artigo 25, §1º da CF). tado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro
Acresça-se que, para o Distrito Federal, a Constituição atribuiu domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
as competências previstas para os estados e os municípios, denomi- outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do tér-
nada de competência cumulativa (Artigo 32, §1º da CF). mino do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de
janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto
(...) no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 111, de 2021)
Organização do Estado – Estados §1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo
Os Estados-membros são pessoas jurídicas de Direito Público ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada
interno, dotados de autonomia, em razão da capacidade de auto- a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no
-organização (Artigo 25 da CF), autoadministração (Artigo 26 da CF), art. 38, I, IV e V.
autogoverno (Artigos 27 e 28 da CF) e auto legislação (Artigo 25 e
parágrafos da CF).
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos
Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, cinquenta mil) habitantes;
§4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I. k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000
Organização do Estado – Municípios (novecentos mil) habitantes;
Sobre os Municípios, prevalece o entendimento de que são en- l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
tes federativos, uma vez que os artigos 1º e 18 da CF, são expressos 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão
ao elencar a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e cinquenta mil) habitantes;
como integrantes da Federação brasileira. m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
Como pessoa política também dotada de autonomia, possuem de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até
auto-organização (Artigo 29 da CF), auto legislação (Artigo 30 da 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
CF), autogoverno (Incisos do Artigo 29 da CF) e autoadministração n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
(Artigo 30 da CF). 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000
A previsão legal sobre os Municípios está prevista na CF, dos (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
Artigos 29 a 31. Vejamos: o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até
CAPÍTULO IV 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
DOS MUNICÍPIOS p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, aten- de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até
didos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constitui- 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
ção do respectivo Estado e os seguintes preceitos: r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até
mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo rea- 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
lizado em todo o País; s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos milhões) de habitantes;
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Mu- t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
nicípios com mais de duzentos mil eleitores; 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do milhões) de habitantes;
ano subsequente ao da eleição; u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observa- de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis
do o limite máximo de: milhões) de habitantes;
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
mil) habitantes; 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi-
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 lhões) de habitantes;
(quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito
(trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; milhões) de habitantes; e
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
(cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Mu-
80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) nicipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado
habitantes; o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I;
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câ-
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento ses- maras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observa-
senta mil) habitantes; do o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabe-
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de lecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezen- a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo
tos mil) habitantes; dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de Deputados Estaduais;
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o
e cinquenta mil) habitantes; subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de do subsídio dos Deputados Estaduais;
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes,
(seiscentos mil) habitantes; o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, I - legislar sobre assuntos de interesse local;
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habi- como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessen- tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
ta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o sub- estadual;
sídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
do Município; do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras tal;
e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri-
membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento
Estado para os membros da Assembleia Legislativa; e da ocupação do solo urbano;
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câ- observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
mara Municipal; Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
XII - cooperação das associações representativas no planeja- Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas
mento municipal; de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico §1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido
do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município
pelo menos, cinco por cento do eleitorado; ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, pa- houver.
rágrafo único. §2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos Municipal.
ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no §3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
§5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame
exercício anterior: e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até termos da lei.
100.000 (cem mil) habitantes; §4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre Contas Municipais.
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre
300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; DOS SERVIDORES PÚBLI-
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Mu- COS
nicípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e
3.000.000 (três milhões) de habitantes;
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre Disposições gerais e servidores públicos
3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habi- A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz
tantes; a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte-
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Muni- resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos
cípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) ha- e pessoas que desempenham função pública.
bitantes. Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra-
§1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de-
de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou
subsídio de seus Vereadores. seja, que estão a serviço da coletividade.
§2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; Princípios da Administração Pública
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi-
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Or- ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
çamentária. do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
§3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Câmara Municipal o desrespeito ao §1o deste artigo.
Art. 30. Compete aos Municípios:
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori- aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM- títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
PE”. Observe o quadro abaixo: prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car-
go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Princípios da Administração Pública III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
anos, prorrogável uma vez, por igual período;
L Legalidade IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
I Impessoalidade cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
M Moralidade dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
P Publicidade V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
E Eficiência
rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
LIMPE percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
buições de direção, chefia e assessoramento;
Disposições Gerais na Administração Pública VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú- ciação sindical;
blica: VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica;
Administração Pública VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
Direta Indireta sua admissão;
Federal Autarquias (podem ser IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
Estadual qualificadas como agências terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
Distrital reguladoras) interesse público;
Municipal Fundações (autarquias X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
e fundações podem ser trata o §4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
qualificadas como agências lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
executivas) gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
Sociedades de economia de índices;
mista XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
Empresas públicas ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Entes Cooperados Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
Não integram a Administração Pública, mas prestam mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
serviços de interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
ONG’s mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen- dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos: mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
CAPÍTULO VII Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
SEÇÃO I tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
DISPOSIÇÕES GERAIS Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer aos Defensores Públicos;
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo- Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: tivo;
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
como aos estrangeiros, na forma da lei; serviço público;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
co não serão computados nem acumulados para fins de concessão
de acréscimos ulteriores;

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e §4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci- suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
§2º, I; gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, §5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
qualquer caso o disposto no inciso XI: prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
a) a de dois cargos de professor; ressarcimento.
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; §6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
saúde, com profissões regulamentadas; danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- de dolo ou culpa.
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, §7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
direta ou indiretamente, pelo poder público; de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- possibilite o acesso a informações privilegiadas.
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência §8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl- de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
timo caso, definir as áreas de sua atuação; dispor sobre:
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação I - o prazo de duração do contrato;
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
como a participação de qualquer delas em empresa privada; tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, III - a remuneração do pessoal.”
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- §9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação em geral.
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das §10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
obrigações. aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades exoneração.
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento §11. Não serão computadas, para efeito dos limites
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
§1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, §12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
de autoridades ou servidores públicos. como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
§2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
da lei. do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste
parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
§3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na Vereadores.
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: §13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
dos serviços; permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
e XXXIII; Constitucional nº 103, de 2019)
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.

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§14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo III - as peculiaridades dos cargos.
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, §2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
§15. É vedada a complementação de aposentadorias de celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes §3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
que não seja decorrente do disposto nos §§14 a 16 do art. 40 ou que disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
§16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual §4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
nº 109, de 2021) prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- §5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
guintes disposições: Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; caso, o disposto no art. 37, XI.
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, §6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune- anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
ração; empregos públicos.
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- §7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não provenientes da economia com despesas correntes em cada
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência produtividade.
social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de ori- §8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
gem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) carreira poderá ser fixada nos termos do §4º.
§9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter
Servidores Públicos temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
Distrito Federal ou aos Municípios. mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
SEÇÃO II social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
DOS SERVIDORES PÚBLICOS nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
e planos de carreira para os servidores da administração pública verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
direta, das autarquias e das fundações públicas. são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa-
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
instituirão conselho de política de administração e remuneração de II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
deres. e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
§1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
componentes do sistema remuneratório observará: se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
cargos componentes de cada carreira; idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
II - os requisitos para a investidura; tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo §9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, municipal será contado para fins de aposentadoria, observado
de 2019) o disposto nos §§9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço
§2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação
ao valor mínimo a que se refere o §2º do art. 201 ou superiores dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência §10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem
Social, observado o disposto nos §§14 a 16. (Redação dada pela de tempo de contribuição fictício.
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) §11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
§3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes
serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral
§4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados de previdência social, e ao montante resultante da adição de
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável
social, ressalvado o disposto nos §§4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
§4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar §12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda §13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente,
Constitucional nº 103, de 2019) de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
§4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo,
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos §14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela regime de previdência complementar para servidores públicos
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
§4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades social, ressalvado o disposto no §16. (Redação dada pela Emenda
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos Constitucional nº 103, de 2019)
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, §15. O regime de previdência complementar de que trata o §14
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
§5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
aplicação do disposto no inciso III do §1º, desde que comprovem pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na §16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei nos §§14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) correspondente regime de previdência complementar.
§6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos §17. Todos os valores de remuneração considerados para o
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção cálculo do benefício previsto no §3° serão devidamente atualizados,
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de na forma da lei.
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições §18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
Constitucional nº 103, de 2019) geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
§7º Observado o disposto no §2º do art. 201, quando se igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o §19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a que tenha completado as exigências para a aposentadoria
hipótese de morte dos servidores de que trata o §4º-B decorrente voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
§8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme Constitucional nº 103, de 2019)
critérios estabelecidos em lei.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de §3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional
desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão cargo.
responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os §4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão
que trata o §22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, instituída para essa finalidade.
de 2019)
§21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional – Estabilidade
nº 103, de 2019) A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de
§22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro-
previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os vado em estágio probatório.
que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade
e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros poder ser definida como a garantia constitucional de permanência
aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de
2019) concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o o transcurso de estágio probatório.
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe-
tucional nº 103, de 2019) tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re- é o estágio probatório citado pela lei.
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado,
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41,
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) §1º da CF.
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) dos concursos públicos, segue a tabela explicativa:
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur- Estabilidade do Servidor
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de Requisitos para aquisição Cargo de provimento
2019) de Estabilidade efetivo/ocupado em razão de
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Inclu- concurso público
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 3 anos de efetivo exercício
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- Avaliação de desempenho
servados os princípios relacionados com governança, controle in- por comissão instituída para
terno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, esta finalidade
de 2019) Hipóteses em que o Em virtude de sentença
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles servidor estável pode perder judicial transitada em julgado
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta- o cargo Mediante processo
mente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucio- administrativo em que lhe seja
nal nº 103, de 2019) assegurada ampla defesa
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Mediante procedimento
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de avaliação periódica de
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição desempenho, na forma de lei
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído complementar, assegurada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ampla defesa
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- Em razão de excesso de
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de despesa
concurso público.
§1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: PODER LEGISLATIVO, PO-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- DER EXECUTIVO, PODER JUDICIÁRIO
rada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Princípio da Separação dos Poderes
§2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor A CF/88 consagra a tripartição de Poderes no seu Artigo 2º,
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se protegendo-o como cláusula pétrea no Artigo 60, §4º, III.
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

O termo tripartição de funções seria o mais adequado para de- Como funções atípicas o Poder Legislativo administra e julga.
signar a existência de três Poderes independentes e harmônicos en- Administra quando, por exemplo, nomeia, exonera, ou promove os
tre si, haja vista que o Poder soberano do Estado, que pertence ao seus servidores. Julga quando o Senado Federal decide acerca da
povo, é uno e indivisível. O que se tem na verdade é uma repartição ocorrência ou não de crime de responsabilidade cometido por cer-
das funções estatais por órgãos distintos e independentes. tas autoridades previstas na Constituição (Artigo 52, I, II e parágrafo
A Constituição brasileira adotou o sistema de freios e contra- único).
pesos (chamado pela doutrina norte-americana de checks and ba- O Poder Legislativo no âmbito da Federação está assim confi-
lances), que, de acordo com Montesquieu se caracteriza como um gurado:
método de controles recíprocos entre os Poderes a ser exercido nos
limites previstos na Constituição, privilegiando a independência e a Poder Legislativo
harmonia entre os Poderes.
Importante destacar que a visão moderna da separação dos União Congresso Nacional (Artigo 44 e
Poderes não impede que cada um dos Poderes da República exerça seguintes da CF)
atipicamente (de forma secundária), além de sua função típica (pre- Estados-Membros Assembleias Legislativas (Artigo 27 da
ponderante), funções atribuídas a outro Poder. CF)
Percebe-se, assim, que uma determinada função estatal típica
poderá ser exercida atipicamente por outro Poder, sem, contudo, Distrito Federal Câmara Legislativa (Artigo 32, §3º, da
violar a separação dos Poderes. Por esclarecedor, vejamos o quadro CF)
a seguir: Municípios Câmaras Municipais (Artigo 29 da CF)

Funções Congresso Nacional


Funções Atípicas O Congresso Nacional é formado pela Câmara dos Deputados
Típicas
e pelo Senado Federal, ou seja, sistema bicameral (Artigo 44, caput,
Administrar pessoas e da CF).
bens
Poder Legislar e Julgar certas Câmara dos Deputados
Legislativo Fiscalizar autoridades por crimes de É composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema
responsabilidade (Artigo 52, proporcional em cada estado, em cada território e no Distrito
I e II da CF) Federal, para um mandato de 4 anos, permitidas sucessivas
Legislar medidas reeleições (Artigo 45, caput, da CF).
provisórias (Artigos 62 e 84, À luz do §1º do Artigo 45, da CF, nenhum Estado e o Distrito
XXVI, da CF), leis delegadas Federal terá menos do que 8 nem mais do que 70 deputados
Poder (Artigo 68 da CF) e decretos federais, levando-se em conta a população de cada ente federativo.
Administrar Já os territórios federais, caso existentes, terão 4 deputados fe-
Executivo autônomos (Artigo 84, VI,
da CF) derais (Artigo 45, §2º, da CF).
Julgar recursos Conforme dispõe a Lei Complementar nº 78, de 30/12/93, que
administrativos disciplina a fixação do número de deputados, nos termos do Artigo
45, §1º, da CF, uma vez estabelecido o número de deputados fe-
Administrar pessoas e
derais, será definido o número de deputados estaduais, conforme
bens
Poder preceitua o Artigo 27 da CF.
Julgar Legislar, elaborando
Judiciário
seus regimentos internos
Senado Federal
(Artigo 96, I, a, da CF)
Compõe-se de representantes dos estados e do Distrito Fede-
ral, de forma paritária, eleitos segundo o princípio majoritário, para
PODER LEGISLATIVO um mandato de 8 anos, sendo que em cada eleição, que ocorre a
cada 4 anos, serão eleitos, alternadamente, um terço e dois terços
Funções Típicas e Atípicas dos membros dessa Casa Legislativa (Artigo 46, caput e seu §2º).
O Poder Legislativo possui as funções típicas de elaborar nor- Cada estado e o Distrito Federal possuem 3 senadores, eleitos,
mas gerais e abstratas (leis) e exercer a atividade fiscalizatória. Esta cada qual, com dois suplentes, totalizando 81 (Artigo 46, §§1º e 3º
fiscalização engloba tanto a econômico-financeira (Artigos 70 a 75 da CF).
da CF), bem como a político-administrativa, por intermédio de suas
Comissões, em especial, a Comissão Parlamentar de Inquérito (Ar-
tigo 58, §3º, da CF).

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Vejamos nosso quadro sinótico: §1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores,
com mandato de oito anos.
Congresso Nacional §2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será
renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e
Câmara dos Deputados Senado Federal (Artigo 46 dois terços.
(Artigo 45 da CF) da CF) §3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
513 membros 81 membros Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as delibe-
rações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maio-
Representantes dos ria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Representantes do povo
estados/DF
Caracteriza o princípio Caracteriza o princípio SEÇÃO II
republicano federativo DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Eleição pelo sistema Eleição pelo sistema
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presi-
proporcional majoritário
dente da República, não exigida esta para o especificado nos arts.
Mandato de 8 anos (Artigo 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da
Mandato de 4 anos
46, §1º, da CF) União, especialmente sobre:
Sucessivas reeleições Sucessivas reeleições I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,
3 senadores por estado/DF operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
Mínimo de 8 e máximo (Artigo 46, §1º, da CF). III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
de 70 por estado/DF (Artigo Cada senador será eleito IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de de-
45, §1º da CF) com 2 suplentes (Artigo 46, §3º, senvolvimento;
da CF) V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e
Idade mínima: 21 anos Idade mínima: 35 anos bens do domínio da União;
(Artigo 14, §3º, VI, c, da CF) (Artigo 14, §3º, VI, a, da CF) VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de
Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legisla-
Territórios se houver Recomposição alternada de tivas;
elegem 4 deputados (Artigo 1/3 e 2/3 dos Senadores a cada VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
45, §2º, da CF) 4 anos (Artigo 46, §2º, da CF) VIII - concessão de anistia;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público
Seguem abaixo os dispositivos constitucionais corresponden- e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização
tes: judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
TÍTULO IV funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administra-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) ção pública;
XII - telecomunicações e radiodifusão;
CAPÍTULO I XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições fi-
DO PODER LEGISLATIVO nanceiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mo-
SEÇÃO I biliária federal.
DO CONGRESSO NACIONAL XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Fe-
deral, observado o que dispõem os arts. 39, §4º; 150, II; 153, III; e
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacio- 153, §2º, I.
nal, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos. I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos in-
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representan- ternacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
tes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em patrimônio nacional;
cada Território e no Distrito Federal. II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a ce-
§1º O número total de Deputados, bem como a representação lebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo terri-
por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei tório nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados
complementar, proporcionalmente à população, procedendo- os casos previstos em lei complementar;
se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a
nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
mais de setenta Deputados. IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autori-
§2º Cada Território elegerá quatro Deputados. zar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Es- V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
tados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Se- IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria-
nadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II, ção, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de
153, III, e 153, §2º, I; seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os orçamentárias;
arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I; V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da art. 89, VII.
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de
governo; SEÇÃO IV
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas DO SENADO FEDERAL
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta; Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Re-
face da atribuição normativa dos outros Poderes; pública nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
de emissoras de rádio e televisão; nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal,
da União; os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Na-
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativi- cional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o
dades nucleares; Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pú-
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aprovei- blica, a escolha de:
tamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas mi- a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
nerais; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre-
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras sidente da República;
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. c) Governador de Território;
XVIII - decretar o estado de calamidade pública de âmbito na- d) Presidente e diretores do banco central;
cional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G e) Procurador-Geral da República;
desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
2021) IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qual- sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca-
quer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado, ráter permanente;
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presi- V - autorizar operações externas de natureza financeira, de in-
dência da República ou o Presidente do Comitê Gestor do Imposto teresse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
sobre Bens e Serviços para prestarem, pessoalmente, informações dos Municípios;
sobre assunto previamente determinado, importando crime de VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites glo-
responsabilidade a ausência sem justificação adequada. (Redação bais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados,
dada pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) do Distrito Federal e dos Municípios;
§1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações
Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Fe-
por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, deral e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades con-
para expor assunto de relevância de seu Ministério. troladas pelo Poder Público federal;
§2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de ga-
poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros rantia da União em operações de crédito externo e interno;
de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da
artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei decla-
de informações falsas. rada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal;
SEÇÃO III XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exone-
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término
de seu mandato;
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: XII - elaborar seu regimento interno;
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções
Ministros de Estado; de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva re-
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, muneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de dire-
quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessen- trizes orçamentárias;
ta dias após a abertura da sessão legislativa; XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos
III - elaborar seu regimento interno; do art. 89, VII.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tribu- §4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva
tário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desem- no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento
penho das administrações tributárias da União, dos Estados e do pela Mesa Diretora.
Distrito Federal e dos Municípios. §5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcio- durar o mandato.
nará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se §6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
a condenação, que somente será proferida por dois terços dos vo- testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão
tos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais ou deles receberam informações.
sanções judiciais cabíveis. §7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e
Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra,
Vedações, Garantias e Imunidades Parlamentares dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
§8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão
– Vedações durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
Aos parlamentares federais, é vedado o exercício de algumas voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de
atividades, em decorrência das relevantes atribuições constitucio- atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
nais que possuem, à luz do que dispõe o Artigo 54 da CF. incompatíveis com a execução da medida.
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
– Garantias I - desde a expedição do diploma:
Artigo 53, §6º da CF → Isenção do dever de testemunhar: é o a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú-
chamado sigilo da fonte; blico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
Artigo 53, §7º da CF → Incorporação às Forças Armadas; empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contra-
Artigo 53, §8º da CF → Estado de sítio: limitação de sua suspen- to obedecer a cláusulas uniformes;
são pela Constituição. b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades
– Imunidades constantes da alínea anterior;
Imunidades são prerrogativas outorgadas pela Constituição aos II - desde a posse:
ocupantes de mandatos eletivos com a finalidade de assegurar-lhes a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
proteção no exercício de suas atribuições constitucionais. que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de
direito público, ou nela exercer função remunerada;
– Imunidade Material: afasta a possibilidade de responsabili- b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu-
zação civil e penal do congressista por suas manifestações, desde tum”, nas entidades referidas no inciso I, “a”;
que emanadas no desempenho da atividade congressual (Artigo 53, c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-
caput, da CF). dades a que se refere o inciso I, “a”;
– Imunidade Formal: são garantias atribuídas aos parlamenta- d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele-
res com relação ao trâmite dos processos-crimes em que figuram tivo.
como réus e prisões contra si decretadas, a partir de sua diploma- Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
ção (Artigo 53, §§1º ao 5º, da CF). I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo
anterior;
Vejamos os dispositivos constitucionais correspondentes: II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro
parlamentar;
SEÇÃO V III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo
licença ou missão por esta autorizada;
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penal- IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos
§1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, nesta Constituição;
serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
Federal. julgado.
§2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso §1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas
inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de
e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de vantagens indevidas.
seus membros, resolva sobre a prisão. §2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será
§3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela partido político representado no Congresso Nacional, assegurada
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até ampla defesa.
a decisão final, sustar o andamento da ação.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será §3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político conjunta para:
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. I - inaugurar a sessão legislativa;
§4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços
ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá comuns às duas Casas;
seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente
§§2º e 3º. da República;
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de §4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias,
Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para
Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária; a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo
para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, cargo na eleição imediatamente subsequente.
neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por ses- §5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
são legislativa. Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
§1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
vinte dias. §6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-
§2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição se-á:
para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação
do mandato. de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autori-
§3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá zação para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e
optar pela remuneração do mandato. a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara
Comissões Parlamentares e Comissões Parlamentares de In- dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria
quérito (CPIs) dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse
público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a apro-
– Comissões e Mesas vação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
A Constituição Federal faculta ao Congresso Nacional e suas Nacional.
Casas Legislativas (Câmara e Senado) a criação de Comissões per- §7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional
manentes e temporárias, que deverão ser constituídas na forma e somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado,
com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de ressalvada a hipótese do §8º deste artigo, vedado o pagamento de
que resultar sua criação (Artigo 58, caput, da CF). parcela indenizatória, em razão da convocação.
Por seu turno, as Mesas são órgãos de direção superior da Câ- §8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de
mara dos Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional, convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas
cuja composição possui mandato de dois anos, sendo vedada a ree- automaticamente incluídas na pauta da convocação.
leição para o mesmo cargo (Artigo 57, §4º, da CF).
SEÇÃO VII
– Comissão Parlamentar de Inquérito DAS COMISSÕES
Tem como fundamento a função típica fiscalizatória do Poder
Legislativo e é uma consequência direta e imediata da adoção do Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões
sistema de freios e contrapesos previsto na Constituição. permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atri-
São criadas com a finalidade de apurar fato determinado rele- buições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar
vante para a sociedade e a sua previsão constitucional encontra-se sua criação.
no Artigo 58, §3º, da CF. §1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é
Vamos aos dispositivos constitucionais correspondentes: assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional
dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
SEÇÃO VI respectiva Casa.
DAS REUNIÕES §2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
cabe:
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Ca- I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do
pital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de
de dezembro. um décimo dos membros da Casa;
§1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci-
para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, vil;
domingos ou feriados. III - convocar Ministros de Estado para prestar informações so-
§2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação bre assuntos inerentes a suas atribuições;
do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

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IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas Deliberação Parlamentar


de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou A deliberação parlamentar refere-se a discussão, votação e,
entidades públicas; eventualmente, a análise do veto.
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e Regime de Urgência (Processo Legislativo Sumário)
setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. O Processo Legislativo Sumário é deflagrado quando o Presi-
§3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão dente da República solicita urgência na apreciação de projetos de
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além lei de sua iniciativa (privativa ou concorrente).
de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão Observe o quadro abaixo:
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço Processo Legislativo Sumário – Artigo 64, §1º, da CF
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Projetos de lei de iniciativa
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou privativa ou concorrente do
criminal dos infratores. Requisitos Presidente da República;
§4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa Pedido de urgência pelo
do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão Presidente da República.
ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no
regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, Deliberação Executiva
a proporcionalidade da representação partidária. A deliberação executiva refere-se à sanção ou veto.
Fase Complementar
– PROCESSO LEGISLATIVO Refere-se a promulgação e publicação.
O Processo Legislativo é o conjunto de atos (iniciativa, dis- A lei nasce com a sanção ou, excepcionalmente, com a rejeição
cussão, votação, emenda, sanção, veto, derrubada do veto, pro- do veto. Com a promulgação, ocorre a sua inserção no ordenamen-
mulgação, publicação) realizados pelo Congresso Nacional e pela to jurídico e a produção de seus efeitos se dá com a publicação.
Presidência da República, visando à elaboração de emendas à Cons- O quadro abaixo resume as fases do Processo Legislativo Or-
tituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medi- dinário.
das provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Processo Legislativo Ordinário
Processo Legislativo Ordinário
É o procedimento exigido para a elaboração das leis ordinárias Fase Introdutória Iniciativa do projeto de lei
e das leis complementares, que de decompõe em três fases: Deliberação parlamentar
introdutória, constitutiva e complementar. → discussão, votação e,
eventualmente, a análise do
Fase Introdutória – Iniciativa de Lei por Parlamentar e Extra- Fase Constitutiva
veto.
parlamentar Deliberação executiva →
A Fase Introdutória tem início quando um dos legitimados pela sanção ou veto.
CF (Art. 61, caput) toma a iniciativa de apresentar um projeto de lei
a uma das Casas do Congresso Nacional. Promulgação e publicação
Fase Complementar
Esta iniciativa, também chamada de proposição, disposição, da lei
competência legiferante ou competência legislativa, pode ser clas-
sificada em parlamentar, extraparlamentar, privativa, concorrente Espécies Normativas: Lei Complementar e Lei Ordinária
ou popular. Todo o processo legislativo ordinário aplica-se, igualmente, à
A Iniciativa Parlamentar, como o próprio nome sugere, é aque- aprovação de leis ordinárias e leis complementares. A única distin-
la realizada pelos membros do Congresso Nacional. Noutro giro, a ção está no quórum de aprovação, que, para as leis complementa-
Iniciativa Extraparlamentar ocorre quando a Constituição confere res, é de maioria absoluta, conforme o Artigo 69, da CF.
a legitimidade para proposição legislativa a órgãos dos Poderes Exe- Não há hierarquia entre lei ordinária e lei complementar, uma
cutivo e Judiciário. vez que ambas retiram seu fundamento de validade direto da Cons-
tituição Federal.
Fase Constitutiva A diferença entre ambas encontra-se na reserva de matéria, ou
O projeto de lei será apresentado a uma das Casas do Congres- seja, as matérias que devem ser veiculadas por lei complementar
so Nacional, que atuará como Casa iniciadora, cumprindo a outra estão exaustivamente previstas na Constituição, por sua vez, onde
Casa Legislativa a função de Casa Revisora. a Carta Política for silente, interpreta-se que a matéria deve ser tra-
Nas Casas do Congresso Nacional funcionará parcela da fase tada por lei ordinária.
constitutiva, formada pela discussão, votação, além de possível
análise de veto. Após a deliberação parlamentar, a fase constitutiva
encerrar-se-á com a deliberação executiva, por meio da sanção ou
do veto presidencial.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Espécies Normativas §3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas


da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
– Medida Provisória número de ordem.
Em caso de relevância e urgência, o Presidente poderá adotar §4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
medidas provisórias, com força de lei (possui natureza jurídica de tendente a abolir:
lei em sentido material, pois é um ato normativo primário sob con- I - a forma federativa de Estado;
dição resolutiva), devendo submetê-las de imediato ao Congresso II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
Nacional por meio de mensagem. III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
– Lei Delegada §5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da Repúbli- havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
ca, devendo solicitar a delegação ao Congresso Nacional, que, por mesma sessão legislativa.
resolução, especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
SUBSEÇÃO III
– Decreto Legislativo DAS LEIS
São atos normativos primários mediante os quais são executa-
das as competências exclusivas do Congresso Nacional. Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe
a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do
– Resolução Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Re-
As resoluções são atos normativos primários (Artigo 59, VII, da pública, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
CF) que materializam as competências privativas da Câmara e do Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
Senado. previstos nesta Constituição.
Os dispositivos constitucionais referentes ao Processo Legisla- §1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as
tivo encontram-se elencados do Artigos 59 a 69 da CF, conforme leis que:
seguem: I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
SEÇÃO VIII a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na adminis-
DO PROCESSO LEGISLATIVO tração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária
SUBSEÇÃO I e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
DISPOSIÇÃO GERAL Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídi-
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: co, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
I - emendas à Constituição; d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da
II - leis complementares; União, bem como normas gerais para a organização do Ministério
III - leis ordinárias; Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e
IV - leis delegadas; dos Territórios;
V - medidas provisórias; e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
VI - decretos legislativos; pública, observado o disposto no art. 84, VI;
VII - resoluções. f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimen-
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, to de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
redação, alteração e consolidação das leis. transferência para a reserva.
§2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à
SUBSEÇÃO II Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo,
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante propos- eleitores de cada um deles.
ta: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da Re-
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Depu- pública poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, deven-
tados ou do Senado Federal; do submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
II - do Presidente da República; §1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unida- I – relativa a:
des da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políti-
relativa de seus membros. cos e direito eleitoral;
§1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de b) direito penal, processual penal e processual civil;
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
§2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do carreira e a garantia de seus membros;
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art.
membros. 167, §3º;
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II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
popular ou qualquer outro ativo financeiro; exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até
III – reservada a lei complementar; que se ultime a votação.
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso §3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao
§2º Medida provisória que implique instituição ou majoração mais o disposto no parágrafo anterior.
de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, §4º Os prazos do §2º não correm nos períodos de recesso do
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto
§3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§11 e pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à
12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado,
lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do §7º, uma se o rejeitar.
vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa ini-
por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. ciadora.
§4º O prazo a que se refere o §3º contar-se-á da publicação da Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará
medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o
do Congresso Nacional. sancionará.
§5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional §1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no
sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
§6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos
urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso do veto.
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as §2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo,
demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência §3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente
de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de da República importará sanção.
sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas §4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta
do Congresso Nacional. dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo
§8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
Câmara dos Deputados. §5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para
§9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores promulgação, ao Presidente da República.
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes §6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no §4º, o
de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas
uma das Casas do Congresso Nacional. as demais proposições, até sua votação final.
§10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de §7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido horas pelo Presidente da República, nos casos dos §3º e §5º, o
sua eficácia por decurso de prazo. Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual
§11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o §3º prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somen-
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos te poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão le-
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. gislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de
§12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto qualquer das Casas do Congresso Nacional.
original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista: §1º Não serão objeto de delegação os atos de competência
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Repúbli- exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da
ca, ressalvado o disposto no art. 166, §3º e §4º; Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos à lei complementar, nem a legislação sobre:
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Fede- I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
rais e do Ministério Público. carreira e a garantia de seus membros;
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e
do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tri- eleitorais;
bunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados. III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para §2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de
apreciação de projetos de sua iniciativa. resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e
§2º Se, no caso do §1º, a Câmara dos Deputados e o Senado os termos de seu exercício.
Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual §3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo
sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer
emenda.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurí-
absoluta. dica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
Tribunal de Contas da União (TCU) e Fiscalização Contábil, Fi- responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
nanceira e Orçamentária da União pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
Conforme já visto neste, além da função típica de legislar, ao 1998)
Poder Legislativo também foi atribuída função fiscalizatória. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
Sabe-se que, de modo geral, todo poder deverá manter, de for- será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
ma integrada, sistema de controle interno fiscalizatório, conforme compete:
estabelece o Artigo 74, caput, da CF. I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
Em relação ao Legislativo, além do controle interno (inerente República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
a todo poder), também realiza controle externo, através da fiscali- sessenta dias a contar de seu recebimento;
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
da União e das entidades da administração direta (pertencentes ao por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in-
Executivo, Legislativo e Judiciário) e indireta, levando-se em consi- direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
deração a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
subvenções e renúncia de receitas (Artigo 70, caput, da CF). a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
A CF/88 consagra, dessa forma, um sistema harmônico, inte- erário público;
grado e sistêmico de perfeita convivência entre os controles inter- III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
nos de cada poder e o controle externo exercido pelo Legislativo, admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
com o auxílio do Tribunal de Contas (Artigo 74, IV, da CF). indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Esse sistema de atuação conjunta é reforçado pela regra conti- Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
da no Artigo 74, §1º, da CF, na medida em que os responsáveis pelo comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregula- e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
ridade ou ilegalidade, dela deverão dar ciência ao TCU, sob pena de fundamento legal do ato concessório;
responsabilidade solidária. IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados,
Portanto, o controle externo será realizado pelo Congresso do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções
Nacional, auxiliado pelo Tribunal de Contas, cuja competência está e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, ope-
expressa no Artigo 71 da CF. racional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes
Dentre as várias competências atribuídas ao Tribunal de Con- Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no
tas, encontra-se a de auxiliar o Legislativo (Congresso Nacional), no inciso II;
controle externo das contas do Executivo. V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais
O Tribunal de Contas decide administrativamente, não produ- de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
zindo nenhum ato marcado pela definitividade, ou fixação do direi- nos termos do tratado constitutivo;
to no caso concreto, no sentido de afastamento da pretensão resis- VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
tida. Portanto, o Tribunal de Contas não integra o Poder Judiciário. União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
O Tribunal de Contas, apesar de ser autônomo, não tendo qual- congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
quer vínculo de subordinação ao Legislativo, é auxiliar deste. A fis- VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacio-
calização em si é realizada pelo Legislativo. O Tribunal de Contas, nal, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas
como órgão auxiliar, apenas emite pareces técnicos. Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspe-
Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) e Tribunais e Conse- ções realizadas;
lhos de Contas dos Municípios VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des-
No que couber, as regras estabelecidas para o Tribunal de pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
Contas da União (TCU) deverão ser observadas pelos Tribunais de estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Artigo 75, causado ao erário;
caput, da CF). IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
Segue abaixo os Artigos pertinentes da CF: ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, co-
SEÇÃO IX municando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMEN- XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
TÁRIA abusos apurados.
§1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado dire-
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope- tamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao
racional e patrimonial da União e das entidades da administração Poder Executivo as medidas cabíveis.
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, §2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo ante-
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de rior, o Tribunal decidirá a respeito.
controle interno de cada Poder.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti-
ou multa terão eficácia de título executivo. tucional.
§4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral §1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhe-
e anualmente, relatório de suas atividades. cimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciên-
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. cia ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade
166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda solidária.
que sob a forma de investimentos não programados ou de subsí- §2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
dios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
necessários. Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no
§1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais
insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribu-
conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. nais e Conselhos de Contas dos Municípios.
§2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os
julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Con-
economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. selheiros.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Mi-
nistros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e Presidente da República, Vice-Presidente da República e Mi-
jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, nistros de Estado
as atribuições previstas no art. 96. .
§1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomea- – Presidente e Vice-Presidente
dos dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: O Poder Executivo, em âmbito federal, é exercido pelo Presi-
I - mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade; dente da República, auxiliado pelos ministros de Estado.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022) Como função típica, compete ao Poder Executivo administrar a
II - idoneidade moral e reputação ilibada; coisa pública. Atipicamente, o mesmo legisla (medidas provisórias,
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e leis delegadas e decretos autônomos) e julga (processos adminis-
financeiros ou de administração pública; trativos).
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ati-
vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados no Segue abaixo os artigos 76 a 86 da CF:
inciso anterior.
§2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão esco- CAPÍTULO II
lhidos: DO PODER EXECUTIVO
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do
Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e SEÇÃO I
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e mere-
cimento; Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Repú-
II - dois terços pelo Congresso Nacional. blica, auxiliado pelos Ministros de Estado.
§3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mes- Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da Re-
mas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vanta- pública realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de
gens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se- outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do man-
art. 40. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) dato presidencial vigente.
§4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mes- §1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-
mas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das Presidente com ele registrado.
demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional §2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
Federal. registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos,
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário mante- não computados os em branco e os nulos.
rão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finali- §3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
dade de: primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria- proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais
nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos
União; votos válidos.
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à §4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte,
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimo- desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á,
nial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como dentre os remanescentes, o de maior votação.
da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; §5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer,
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan- em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação,
tias, bem como dos direitos e haveres da União; qualificar-se-á o mais idoso.

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Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se ne-
posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromis- cessário, dos órgãos instituídos em lei;
so de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a inte- os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promo-
gridade e a independência do Brasil. ver seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para privativos;
a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Minis-
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. tros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Go-
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e vernadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presi-
suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. dente e os diretores do banco central e outros servidores, quando
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de ou- determinado em lei;
tras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do
auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões Tribunal de Contas da União;
especiais. XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Consti-
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Pre- tuição, e o Advogado-Geral da União;
sidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos
chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos do art. 89, VII;
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conse-
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da lho de Defesa Nacional;
República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autoriza-
vaga. do pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocor-
§1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período rida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congres-
§2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o so Nacional;
período de seus antecessores. XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele per-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021) maneçam temporariamente;
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não po- XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o pro-
derão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por jeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento
período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de
SEÇÃO II sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas refe-
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA rentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: da lei;
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção do art. 62;
superior da administração federal; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado
nesta Constituição; de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as
VI – dispor, mediante decreto, sobre: atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte,
a) organização e funcionamento da administração federal, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
de órgãos públicos; respectivas delegações.
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus SEÇÃO III
representantes diplomáticos; DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujei-
tos a referendo do Congresso Nacional; Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; da República que atentem contra a Constituição Federal e, especial-
X - decretar e executar a intervenção federal; mente, contra:
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Na- I - a existência da União;
cional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a si- II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário,
tuação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades
da Federação;
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III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; estranhos ao exercício da função, ou seja, só poderá ser processado
IV - a segurança interna do País; pela prática de crimes ex officio, assim considerados aqueles prati-
V - a probidade na administração; cados em razão do exercício da função presidencial (como exemplo:
VI - a lei orçamentária; crimes contra a Administração Pública).
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, – Crimes Comuns
que estabelecerá as normas de processo e julgamento. O Presidente da República será processado e julgado perante
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, o STF, nas infrações penais comuns, após admitida a acusação por
por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a jul- dois terços da Câmara dos Deputados (juízo de admissibilidade)
gamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabili- – Crimes de Responsabilidade (Lei nº 1.079 de 1950) e Impe-
dade. achment
§1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: Os crimes de responsabilidade (também chamados de impe-
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou achment ou impedimento), são infrações político-administrativas
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; cometidas no desempenho de funções políticas, definidas por lei
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do pro- especial federal.
cesso pelo Senado Federal. O Artigo 85 da CF traz um rol de crimes de responsabilidade
§2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento meramente exemplificativo, uma vez que seu próprio parágrafo
não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem único dispõe que tais crimes serão definidos em lei especial, que
prejuízo do regular prosseguimento do processo. estabelecerá as normas de processo e julgamento.
§3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas A Lei nº 1.079 de 1950 define os crimes de responsabilidade e
infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a regula o respectivo processo de julgamento, que, segundo o STF, foi
prisão. recepcionada com modificações decorrentes da Constituição.
§4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, De acordo com o Artigo 86, caput, da CF, o Presidente da Re-
não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de pública será processado e julgado por crimes de responsabilidade
suas funções. perante o Senado Federal, após admitida a acusação por dois terços
da Câmara dos Deputados (juízo de admissibilidade).
Ministros de Estado
Os Ministros de Estado exercem a função de auxiliares do Pre- O quadro abaixo ilustra as hipóteses de julgamento do Presi-
sidente da República na direção superior da Administração Pública dente da República:
federal.
Têm disposição legal nos Artigos 87 e 88 da CF. Vejamos: Julgamento do Presidente da República
SEÇÃO IV Juízo de admissibilidade: Câmara dos Deputados por 2/3
DOS MINISTROS DE ESTADO Crime comum → STF Crime de responsabilidade →
Senado Federal
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasilei-
ros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de ou- O Conselho da República (Artigos 89 e 90, da CF) e o Conselho
tras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: de Defesa Nacional (Artigo 91 da CF), são órgãos de assessoramento
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos superior do Presidente da República, cujas manifestações não pos-
e entidades da administração federal na área de sua competência suem caráter vinculante.
e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da Re- Conforme o Artigo 84, XVIII, compete privativamente ao Presi-
pública; dente da República convocar e presidir o Conselho da República e o
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e re- Conselho de Defesa Nacional.
gulamentos; Vejamos os artigos supracitados correspondentes ao tema:
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de
sua gestão no Ministério; SEÇÃO V
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFE-
outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República. SA NACIONAL
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e
órgãos da administração pública. SUBSEÇÃO I
DO CONSELHO DA REPÚBLICA
Imunidade, Crimes Comuns, Crimes de Responsabilidade (Lei
nº 1.079 de 1950) e Impeachment Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta
do Presidente da República, e dele participam:
– Imunidades do Presidente I - o Vice-Presidente da República;
O Presidente não poderá ser preso, salvo em razão de uma sen- II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
tença penal condenatória com trânsito em julgado. Ademais, o Pre- III - o Presidente do Senado Federal;
sidente, durante o mandato, não poderá ser processado por atos
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputa- As Disposições Gerais no Poder Judiciário estão previstas na CF,
dos; dos Artigos 92 a 100. Vejamos:
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça; CAPÍTULO III
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco DO PODER JUDICIÁRIO
anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República,
dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos De- SEÇÃO I
putados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se so-
bre: Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; I - o Supremo Tribunal Federal;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições I-A o Conselho Nacional de Justiça;
democráticas. II - o Superior Tribunal de Justiça;
§1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda
Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da Constitucional nº 92, de 2016)
pauta questão relacionada com o respectivo Ministério. III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
§2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
da República. V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
SUBSEÇÃO II VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL Territórios.
§1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.
Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania §2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm
nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como jurisdição em todo o território nacional.
membros natos: Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
I - o Vice-Presidente da República; Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; seguintes princípios:
III - o Presidente do Senado Federal; I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto,
IV - o Ministro da Justiça; mediante concurso público de provas e títulos, com a participação
V - o Ministro de Estado da Defesa; da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se
VI - o Ministro das Relações Exteriores; do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
VII - o Ministro do Planejamento. obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáu- II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por
tica. antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
§1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebra- consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
ção da paz, nos termos desta Constituição; b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exer-
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado cício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte
de sítio e da intervenção federal; da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisi-
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas in- tos quem aceite o lugar vago;
dispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos
efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju-
com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qual- risdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou
quer tipo; reconhecidos de aperfeiçoamento;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de inicia- d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá re-
tivas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do cusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de
Estado democrático. seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada am-
§2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho pla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
de Defesa Nacional. e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los
PODER JUDICIÁRIO ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigui-
Disposições Gerais no Poder Judiciário dade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única
Como função típica, compete ao Poder Judiciário aplicar a lei entrância;
ao caso concreto, substituindo a vontade das partes, resolvendo o IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamen-
conflito de interesses de forma definitiva. Atipicamente, administra to e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do
seus órgãos e pessoal, nomeando servidores, executando licitações processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou re-
e contratos administrativos, etc., bem assim, legisla, elaborando os conhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de
regimentos internos dos tribunais (Artigo 96, I, a). magistrados;
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V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corres- reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade pro-
ponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para fissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais das respectivas classes.
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias
nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse perío-
XI, e 39, §4º; do, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus de- demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
pendentes observarão o disposto no art. 40; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autoriza- forma do art. 93, VIII;
ção do tribunal; III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts.
VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, 37, X e XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I.
por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun-
assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio- ção, salvo uma de magistério;
nal nº 103, de 2019) II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participa-
VIII-A - a remoção a pedido de magistrados de comarca de igual ção em processo;
entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas “a”, “b”, III - dedicar-se à atividade político-partidária.
“c” e “e” do inciso II do caput deste artigo e no art. 94 desta Consti- IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
tuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 130, de 2023) ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas
VIII-B - a permuta de magistrados de comarca de igual entrân- as exceções previstas em lei;
cia, quando for o caso, e dentro do mesmo segmento de justiça, V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,
inclusive entre os juízes de segundo grau, vinculados a diferentes antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposen-
tribunais, na esfera da justiça estadual, federal ou do trabalho, aten- tadoria ou exoneração.
derá, no que couber, ao disposto nas alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do Art. 96. Compete privativamente:
inciso II do caput deste artigo e no art. 94 desta Constituição; (Inclu- I - aos tribunais:
ído pela Emenda Constitucional nº 130, de 2023) a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos in-
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão ternos, com observância das normas de processo e das garantias
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulida- processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcio-
de, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às pró- namento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
prias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juí-
quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo zos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade
não prejudique o interesse público à informação; correicional respectiva;
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de
e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da juiz de carreira da respectiva jurisdição;
maioria absoluta de seus membros; d) propor a criação de novas varas judiciárias;
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgado- e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e tí-
res, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze tulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos
e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribui- necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança as-
ções administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do sim definidos em lei;
tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus mem-
outra metade por eleição pelo tribunal pleno; bros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vin-
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado fé- culados;
rias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos
nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, obser-
plantão permanente; vado o disposto no art. 169:
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcio- a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
nal à efetiva demanda judicial e à respectiva população; b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem
de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus dos tribunais inferiores, onde houver;
de jurisdição. c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Fede- d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
rais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Dis-
será composto de membros, do Ministério Público, com mais de trito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério
dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus mem- virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos
bros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tri- com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre
bunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do aqueles referidos no §2º deste artigo.
Poder Público. §2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares,
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Es- originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta)
tados criarão: anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com
e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu- preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente
ção de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no §3º deste
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e su- artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que
maríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do
e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 94, de
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos 2016)
pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos §3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição
e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações
de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdi- devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
cional, além de outras previstas na legislação. §4º Para os fins do disposto no §3º, poderão ser fixados, por
§1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no leis próprias, valores distintos às entidades de direito público,
âmbito da Justiça Federal. segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo
§2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência
ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. social.
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia adminis- §5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de
trativa e financeira. direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos,
§1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se
Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus
§2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros valores atualizados monetariamente.
tribunais interessados, compete: §6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao
Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respecti- Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar
vos tribunais; o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de
aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos res- precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à
pectivos tribunais. satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
§3º Se os órgãos referidos no §2º não encaminharem as §7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação
na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo §8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou
com os limites estipulados na forma do §1º deste artigo. suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição
§4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de
forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na parcela do total ao que dispõe o §3º deste artigo.
forma do §1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários §9º Sem que haja interrupção no pagamento do precatório
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. e mediante comunicação da Fazenda Pública ao Tribunal, o valor
§5º Durante a execução orçamentária do exercício, não correspondente aos eventuais débitos inscritos em dívida ativa
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações contra o credor do requisitório e seus substituídos deverá ser
que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes depositado à conta do juízo responsável pela ação de cobrança, que
orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a decidirá pelo seu destino definitivo. (Redação dada pela Emenda
abertura de créditos suplementares ou especiais. Constitucional nº 113, de 2021)
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Fe- §10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará
deral, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judi- à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias,
ciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresen- sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os
tação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a débitos que preencham as condições estabelecidas no §9º, para os
designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e fins nele previstos.
nos créditos adicionais abertos para este fim. §11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei do
§1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles ente federativo devedor, com auto aplicabilidade para a União,
decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas a oferta de créditos líquidos e certos que originalmente lhe são
complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

próprios ou adquiridos de terceiros reconhecidos pelo ente ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as
federativo ou por decisão judicial transitada em julgado para: duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) 94, de 2016)
I - quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dí- I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Fe-
vida ativa do ente federativo devedor, inclusive em transação reso- deral e aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído
lutiva de litígio, e, subsidiariamente, débitos com a administração pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
autárquica e fundacional do mesmo ente; (Incluído pela Emenda II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por de-
Constitucional nº 113, de 2021) terminação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente 94, de 2016)
disponibilizados para venda; (Incluído pela Emenda Constitucional III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios,
nº 113, de 2021) a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de previ-
III - pagamento de outorga de delegações de serviços públicos dência e assistência social e as receitas provenientes da compensa-
e demais espécies de concessão negocial promovidas pelo mesmo ção financeira referida no §9º do art. 201 da Constituição Federal.
ente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação societária, §19. Caso o montante total de débitos decorrentes de
disponibilizada para venda, do respectivo ente federativo; ou (Inclu- condenações judiciais em precatórios e obrigações de pequeno
ído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do
V - compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respec- comprometimento percentual da receita corrente líquida nos 5
tivo ente federativo, inclusive, no caso da União, da antecipação de (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder
valores a serem recebidos a título do excedente em óleo em con- esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites
tratos de partilha de petróleo. (Incluído pela Emenda Constitucional de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art.
nº 113, de 2021) 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites de
§12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a
a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167
até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta 94, de 2016)
de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão §20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por
juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do
caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros §5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório
compensatórios. serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em
§13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de
em precatórios a terceiros, independentemente da concordância juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos,
do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§2º perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com
e 3º. redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito
§14. A cessão de precatórios, observado o disposto no §9º atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou
deste artigo, somente produzirá efeitos após comunicação, por defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na
meio de petição protocolizada, ao Tribunal de origem e ao ente regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela Emenda
federativo devedor. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº Constitucional nº 94, de 2016)
113, de 2021) §21. Ficam a União e os demais entes federativos, nos
§15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a montantes que lhes são próprios, desde que aceito por ambas
esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para as partes, autorizados a utilizar valores objeto de sentenças
pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e transitadas em julgado devidos a pessoa jurídica de direito público
Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e para amortizar dívidas, vencidas ou vincendas: (Incluído pela
forma e prazo de liquidação. Emenda Constitucional nº 113, de 2021)
§16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá I - nos contratos de refinanciamento cujos créditos sejam deti-
assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito dos pelo ente federativo que figure como devedor na sentença de
Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucio-
§17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nal nº 113, de 2021)
aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento de II - nos contratos em que houve prestação de garantia a outro
suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de ente federativo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de
precatórios e obrigações de pequeno valor. (Incluído pela Emenda 2021)
Constitucional nº 94, de 2016) III - nos parcelamentos de tributos ou de contribuições sociais;
§18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)
que trata o §17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, IV - nas obrigações decorrentes do descumprimento de pres-
industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de tação de contas ou de desvio de recursos. (Incluído pela Emenda
transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as Constitucional nº 113, de 2021)
oriundas do §1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no §22. A amortização de que trata o §21 deste artigo: (Incluído
período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

I - nas obrigações vencidas, será imputada primeiramente às parcelas mais antigas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de
2021)
II - nas obrigações vincendas, reduzirá uniformemente o valor de cada parcela devida, mantida a duração original do respectivo con-
trato ou parcelamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)

Garantias do Poder Judiciário e de seus Membros

– Garantias Funcionais
– ingresso por concurso público;
– a promoção se dará de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento;
– o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única
entrância;
– o Estatuto da Magistratura deve prever cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados;
– remuneração por subsídio;
– residência na comarca;
– o ato de remoção;
– disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do res-
pectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
– princípio da fundamentação obrigatória;
– órgão especial;
– continuidade da atividade jurisdicional;
– proporcionalidade juízes/demanda;
– funcionamento adequado;
– vitaliciedade;
– inamovibilidade;
– irredutibilidade de subsídio.

Vedações
São Vedações dos Magistrados, de acordo com o Artigo 95, parágrafo único e incisos, da CF:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária;
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposenta-
doria ou exoneração (chamada de quarentena).

Quinto Constitucional da OAB e do MP


Previsto no Artigo 94 da CF, um quinto das vagas nos TRFs, dos TJs dos estados e do TJ do Distrito Federal e Territórios será composto
de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada,
com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Recebidas as indicações apresentadas pelos órgãos representativos das respectivas classes (Ministério Público ou OAB), o tribunal
(TRF, TJ ou TJDFT) formará uma lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus inte-
grantes para nomeação.

O Poder Judiciário é aquele responsável por interpretar e julgar as causas. Seu funcionamento se dá por meio de instâncias3.
A organização do Poder Judiciário está baseada na divisão da competência entre os vários órgãos que o integram nos ramos estadual
e federal.

Justiça Estadual
Cabe a ela, o julgamento das ações não compreendidas na competência da Justiça Federal, comum ou especializada. É, deste modo,
competência residual.

Justiça Federal
É formada pelos tribunais regionais federais e juízes federais. Sua competência é de julgar ações em que a União, as autarquias ou as
empresas públicas federais forem interessadas.
Existe a Justiça federal comum e a especializada, que é composta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar.

3 https://direito.legal/direito-publico/resumo-de-organizacao-do-poder-judiciario/
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A imagem abaixo ilustra e facilita a compreensão da Organização do Poder Judiciário:

http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/Cartilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf

Passemos à análise de cada órgão que a compõe:

Superior Tribunal de Justiça


O STJ é a corte responsável por disciplinar a interpretação da lei federal em todo o Brasil, seguindo os princípios constitucionais.
Portanto, é a última instância da Justiça brasileira para as causas infraconstitucionais, sendo o órgão de convergência da Justiça comum.

Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais


Os TREs possuem como competência, processar e julgar os juízes federais da sua área e os membros do Ministério Público da União.

Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho


O TST tem como principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista no país. Possui o poder de julgar recursos contra decisões de
Tribunais Regionais do Trabalho -TRTs e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional.
Os TRTs fazem parte da Justiça do Trabalho no Brasil, em conjunto com as Varas do Trabalho e com o Tribunal Superior do Trabalho.
Usualmente, correspondem à segunda instância na tramitação, mas detém competências originárias de julgamento.

Tribunais Regionais Eleitorais e Juízes Eleitorais


O Tribunal Superior Eleitoral possui a finalidade de acompanhar a legislação eleitoral juntamente com os Tribunais Regionais Eleito-
rais. É responsável por expedir instruções para a execução da lei que rege o processo eleitoral. Desse modo, garante a organização das
eleições e o exercício dos direitos políticos da população.
Os TREs possuem a responsabilidade pela organização, fiscalização e execução do processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição.

Justiça Militar
O Superior Tribunal Militar possui funções judiciais e administrativas, mas é especializada em processar e julgar crimes próprios que
envolvam militares como da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Tribunais e Juízes dos Estados


Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal são dispostos de acordo com os princípios e normas das constituições esta-
duais e da Lei Orgânica do Distrito Federal.
Julgam, em grau de recurso ou em razão de sua competência originária, as matérias comuns que não se encaixam na competência das
justiças federais ou especializadas. Além disso, em segunda instância, as matérias da Justiça Estadual Militar.

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Supremo Tribunal Federal h) (Revogado);


O STF é órgão máximo do Poder Judiciário. Entre suas principais i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou
atribuições está a de julgar: quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos
– ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
federal ou estadual; Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma
– ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato única instância;
normativo federal; j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
– a arguição de descumprimento de preceito fundamental de- l) a reclamação para a preservação de sua competência e ga-
corrente da própria Constituição e a extradição solicitada por Esta- rantia da autoridade de suas decisões;
do estrangeiro; m) a execução de sentença nas causas de sua competência ori-
– infrações penais comuns, o presidente da República e seu ginária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos
vice, os membros do Congresso Nacional, seus próprios ministros e processuais;
o procurador-geral da República. n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam
direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da
Conselho Nacional de Justiça metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou
É o órgão que fiscaliza a forma como os tribunais do país sejam direta ou indiretamente interessados;
são administrados e garante que os juízes cumpram com seus o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de
deveres. Qualquer pessoa pode informar ao CNJ a respeito de um Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre
comportamento antiético ou incorreto praticado por magistrado4. estes e qualquer outro tribunal;
A matéria correspondente a Organização do Poder Judiciário p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconsti-
está disposta na CF, dos Artigos 101 a 126, conforme segue abaixo: tucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma re-
SEÇÃO II gulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Con-
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL gresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das
Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Mi- União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tri-
nistros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e me- bunal Federal;
nos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o
reputação ilibada. Conselho Nacional do Ministério Público;
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal se- II - julgar, em recurso ordinário:
rão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribu-
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamen- nais Superiores, se denegatória a decisão;
te, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: b) o crime político;
I - processar e julgar, originariamente: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normati- em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
vo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade a) contrariar dispositivo desta Constituição;
de lei ou ato normativo federal; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios desta Constituição.
Ministros e o Procurador-Geral da República; d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilida- §1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental,
de, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exér- decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo
cito e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os mem- Tribunal Federal, na forma da lei.
bros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e §2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo
os chefes de missão diplomática de caráter permanente; Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas re- ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia
feridas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos
data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câma- do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
ra dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da esferas federal, estadual e municipal.
União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tri- §3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar
bunal Federal; a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão
e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União terços de seus membros.
e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade
entidades da administração indireta; e a ação declaratória de constitucionalidade:
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; I - o Presidente da República;
4 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/ II - a Mesa do Senado Federal;
anexo/Cartilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Tra-
do Distrito Federal; balho;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo
VI - o Procurador-Geral da República; Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo
VIII - partido político com representação no Congresso Nacio- Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo ór-
nal; gão competente de cada instituição estadual;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito na- XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Or-
cional. dem dos Advogados do Brasil;
§1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação iliba-
ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos da, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado
de competência do Supremo Tribunal Federal. Federal.
§2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida §1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo
para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-
Poder competente para a adoção das providências necessárias e, Presidente do Supremo Tribunal Federal.
em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. §2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo
§3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, absoluta do Senado Federal.
citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o §3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas
ato ou texto impugnado. neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.
§4º (Revogado) §4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus mem- funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que
bros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, apro- lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
var súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimen-
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário to do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamen-
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, esta- tares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
dual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamen- II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou me-
to, na forma estabelecida em lei. diante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados
§1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconsti-
e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja tuí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da compe-
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e tência do Tribunal de Contas da União;
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou
§2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares,
a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro
provocada por aqueles que podem propor a ação direta de que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem
inconstitucionalidade. prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, po-
§3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a dendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remo-
súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas,
ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e nal nº 103, de 2019)
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra
súmula, conforme o caso. a administração pública ou de abuso de autoridade;
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos dis-
(quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) ciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de
recondução, sendo: um ano;
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre proces-
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo sos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferen-
respectivo tribunal; tes órgãos do Poder Judiciário;
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que jul-
pelo respectivo tribunal; gar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as ati-
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo vidades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente
Supremo Tribunal Federal; do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; por ocasião da abertura da sessão legislativa.
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Supe- §5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a
rior Tribunal de Justiça; função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
Tribunal Superior do Trabalho;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessa- g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas
do, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Es-
II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de tado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as
correição geral; deste e da União;
III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribui- h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
ções, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Es- regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade
tados, Distrito Federal e Territórios. federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos
§6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Jus-
República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos tiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
Advogados do Brasil. Federal;
§7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações exequatur às cartas rogatórias;
e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do j) os conflitos entre entes federativos, ou entre estes e o Comitê
Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, relacionados aos tributos
diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. previstos nos arts. 156-A e 195, V; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 132, de 2023)
SEÇÃO III II - julgar, em recurso ordinário:
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pe-
los Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no míni- Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
mo, trinta e três Ministros. b) os mandados de segurança decididos em única instância pe-
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça los Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou orga-
notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a es- nismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa
colha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: residente ou domiciliada no País;
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em úni-
terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados ca ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros decisão recorrida:
do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Terri- a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
tórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: federal;
I - processar e julgar, originariamente: c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Dis- atribuído outro tribunal.
trito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembarga- Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Jus-
dores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os tiça:
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magis-
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleito- trados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos
rais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Con- oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
tas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na for-
perante tribunais; ma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Fe-
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de deral de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer SEÇÃO IV
das pessoas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tri- DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES
bunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante FEDERAIS
da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competên-
cia da Justiça Eleitoral; Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, res- I - os Tribunais Regionais Federais;
salvado o disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e II - os Juízes Federais.
juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais di- Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no
versos; mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva re-
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; gião e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
f) a reclamação para a preservação de sua competência e ga- com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
rantia da autoridade de suas decisões; I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efeti-
va atividade profissional e membros do Ministério Público Federal
com mais de dez anos de carreira;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estran-
de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alter- geiro, a execução de carta rogatória, após o “exequatur”, e de sen-
nadamente. tença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à na-
§1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos cionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça §1º As causas em que a União for autora serão aforadas na
itinerante, com a realização de audiências e demais funções seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva §2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde
§3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as §3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da
fases do processo. Justiça Federal em que forem parte instituição de previdência social
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual
I - processar e julgar, originariamente: quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de 2019)
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, §4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus juiz de primeiro grau.
ou dos juízes federais da região; §5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
próprio Tribunal ou de juiz federal; cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz fe- de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
deral; perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência
ao Tribunal; para a Justiça Federal.
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá
federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência fede- uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas
ral da área de sua jurisdição. localizadas segundo o estabelecido em lei.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atri-
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa buições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, as- local, na forma da lei.
sistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; SEÇÃO V
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacio- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
nal e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, DOS TRIBUNAIS
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com REGIONAIS DO TRABALHO E DOS JUÍZES DO TRABALHO
Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em de- Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
trimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entida- I - o Tribunal Superior do Trabalho;
des autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; III - Juízes do Trabalho.
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, §§1º a 3º (Revogados)
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de
ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o §5º trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável
deste artigo; saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal,
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econô- sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
mico-financeira; I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; no art. 94;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho,
autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribu- oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribu-
nais federais; nal Superior.
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, res- §1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do
salvada a competência da Justiça Militar; Trabalho.
§2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Ma- II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por an-
gistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regu- tiguidade e merecimento, alternadamente.
lamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; §1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe itinerante, com a realização de audiências e demais funções
exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentá- de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
ria, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão §2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar
efeito vinculante. descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
§3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua fases do processo.
competência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por
pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) um juiz singular.
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas Parágrafo único. (Revogado)
comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados)
direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Traba-
lho. SEÇÃO VI
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdi- DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
ção, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da
Justiça do Trabalho. Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I - o Tribunal Superior Eleitoral;
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
de direito público externo e da administração pública direta e in- III - os Juízes Eleitorais;
direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; IV - as Juntas Eleitorais.
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo,
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, en- de sete membros, escolhidos:
tre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; I - mediante eleição, pelo voto secreto:
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Jus-
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição tra- tiça;
balhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes den-
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, de- tre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
correntes da relação de trabalho; indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presi-
aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de tra- dente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal
balho; Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no Tribunal de Justiça.
art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das senten- Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de
ças que proferir; cada Estado e no Distrito Federal.
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na §1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
forma da lei. I - mediante eleição, pelo voto secreto:
§1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de
árbitros. Justiça;
§2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tri-
ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar bunal de Justiça;
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal,
legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respec-
anteriormente. tivo;
§3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes
de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade mo-
poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho ral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
decidir o conflito. §2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, Vice-Presidente- dentre os desembargadores.
no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e com-
região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros petência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: §1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e
atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão
com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto inamovíveis.
no art. 94;
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§2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça
servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e mil integrantes.
pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. §4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
§3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
habeas corpus ou mandado de segurança. competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
§4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais
caberá recurso quando: e da graduação das praças.
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constitui- §5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e
ção ou de lei; julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao
mais tribunais eleitorais; Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas e julgar os demais crimes militares.
nas eleições federais ou estaduais; §6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
eletivos federais ou estaduais; assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas fases do processo.
data ou mandado de injunção. §7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional,
SEÇÃO VII nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES equipamentos públicos e comunitários.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: proporá a criação de varas especializadas, com competência exclu-
I - o Superior Tribunal Militar; siva para questões agrárias.
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Mi- jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.
nistros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre ofi- O Capítulo IV, do Título IV, da Constituição Federal de 1988
ciais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exérci- cuida das Funções Essenciais à Justiça compostas pelo Ministério
to, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do Público, pela Advocacia Pública, pela Defensoria Pública e pela Ad-
posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. vocacia Privada.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Pre- Tais órgãos, que não integram a estrutura do Poder Judiciário,
sidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco mas atuam perante ele, provocam a tutela jurisdicional, haja vista
anos, sendo: que o Judiciário não age de ofício, somente por provocação.
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta Vejamos abaixo o perfil constitucional de cada órgão integrante
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional; do gênero funções essenciais à Justiça.
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e mem-
bros do Ministério Público da Justiça Militar. — Ministério Público
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-
militares definidos em lei. ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem ju-
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funciona- rídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
mento e a competência da Justiça Militar. indisponíveis.

SEÇÃO VIII Princípios Institucionais do MP


DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS Segundo o Artigo 127, §1º da CF, são princípios institucionais
do MP a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os – O Princípio da Unidade está afeto à ideia de que todos os
princípios estabelecidos nesta Constituição. membros do MP integram um único órgão, possuindo uma única
§1º A competência dos tribunais será definida na Constituição estrutura e sendo chefiado por um só procurador-geral;
do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do – De acordo com o Princípio da Indivisibilidade, os membros
Tribunal de Justiça. do Ministério Público não estão vinculados aos processos nos quais
§2º Cabe aos Estados a instituição de representação de atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros, desde que se-
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou jam do mesmo ramo do MP, haja vista que o ato é praticado pela
municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição instituição e não pelo agente;
da legitimação para agir a um único órgão. – O Princípio da Independência Funcional, significa que o
§3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal membro do MP, quando atua em um processo, não está subordina-
de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, do a ninguém, nem mesmo ao seu procurador-geral, vinculando-se,
pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo tão somente, à sua consciência jurídica.

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Garantias Institucionais do MP
a) Autonomia funcional: como sinônimo de independência funcional, significa dizer que o membro do Ministério Público, no cumpri-
mento de suas atribuições constitucionais e legais, não está subordinado a ninguém, nem mesmo ao seu procurador-geral, condicionando
sua atuação tão somente à sua consciência jurídica;
b) Autonomia administrativa: poder de gestão sobre a administração dos seus órgãos, bens e pessoas, segundo as normas legais
pertinentes, editadas pela entidade estatal competente;
c) Autonomia financeira: capacidade de elaboração da proposta orçamentária e de gestão e aplicação dos recursos destinados a pro-
ver as atividades e serviços dos órgãos do MP (Artigo 127, §§3º ao 6º);
d) Iniciativa do processo legislativo: disposto nos Artigos 127, §2º e 128, §5º, da CF;
e) Vedação de promotor ad hoc: disposto no Artigo 129, §2º, da CF;
f) Ingresso da carreira por concurso público: disposto no Artigo 129, §3º, da CF;
g) Distribuição imediata de processo: disposto no Artigo 129, §5º, da CF.

Órgãos do MP Brasileiro
a) Ministério Público da União: formado pelo Ministério Público Federal, pelo Ministério Público do Trabalho, pelo Ministério Público
Militar e pelo Ministério Público do Distrito Federal e territórios;
b) Ministérios Públicos dos Estados.

Observe abaixo a ilustração que demonstra de forma simples a composição do MP Brasileiro:

Procurador Geral da República


Escolhido pelo Presidente, dentre os integrantes da carreira com mais de 35 anos, sendo seu nome indicado ao Senado, que o apro-
vará, ou não, por maioria absoluta de votos.
Exerce mandato de 2 anos, permitindo-se reconduções sucessivas. A cada nova recondução, deve-se submeter o nome à nova apro-
vação pelo Senado Federal.
A destituição do PGR pelo Presidente da República depende de prévia autorização do Senado Federal por maioria absoluta da Casa.

Procuradores Gerais de Justiça


Os Ministérios Públicos dos estados e o Ministério Público do Distrito Federal e territórios formarão lista tríplice dentre integrantes
da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu procurador-geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo respectivo
(governador dos estados e Presidente da República, no caso do MPDFT), para um mandato de dois anos, permitida uma recondução.
Ademais, os procuradores-gerais nos Estados e no Distrito Federal e territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria
absoluta do Poder legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

Garantias Funcionais do MP
De acordo com o Artigo 128, §5º, I, da CF, os membros do MP gozam das seguintes garantias funcionais:
a) vitaliciedade: após 2 anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade: salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do MP, por voto da
maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio.

Vedações aos Membros do MP


Estão elencadas no Artigo 128, II e alíneas, da CF:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
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e) exercer atividade político-partidária; c) o Ministério Público Militar;


f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui- d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas II - os Ministérios Públicos dos Estados.
as exceções previstas em lei; §1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-
g) exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se afas- Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre
tou, antes de decorrido três anos do seu afastamento do cargo por integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a
razões de aposentadoria ou exoneração. aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros
do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a
Funções Institucionais do MP recondução.
As funções institucionais do MP estão exemplificativamente §2º A destituição do Procurador-Geral da República, por
(rol não taxativo) elencadas no Artigo 129, da CF. iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de
autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP §3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal
O CNMP não é um órgão que integra a estrutura do Ministé- e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira,
rio Público. Trata-se de um tribunal administrativo com a função na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral,
de controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Pú- que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato
blico e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. de dois anos, permitida uma recondução.
Seguem abaixo as disposições constitucionais referentes ao Mi- §4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal
nistério Público: e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria
absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar
CAPÍTULO IV respectiva.
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA §5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público,
SEÇÃO I observadas, relativamente a seus membros:
DO MINISTÉRIO PÚBLICO I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo per-
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essen- der o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, me-
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e diante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Pú-
individuais indisponíveis. blico, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
§1º São princípios institucionais do Ministério Público a ampla defesa;
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, §4º,
§2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, §2º,
administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor I;
ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços II - as seguintes vedações:
auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorá-
provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a rios, percentagens ou custas processuais;
lei disporá sobre sua organização e funcionamento. b) exercer a advocacia;
§3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun-
§4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva ção pública, salvo uma de magistério;
proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de e) exercer atividade político-partidária;
diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas
aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os as exceções previstas em lei.
limites estipulados na forma do §3º. §6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no
§5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for art. 95, parágrafo único, V.
encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
do §3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
fins de consolidação da proposta orçamentária anual. da lei;
§6º Durante a execução orçamentária do exercício, não II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos servi-
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações ços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constitui-
que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes ção, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a pro-
abertura de créditos suplementares ou especiais. teção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
Art. 128. O Ministério Público abrange: interesses difusos e coletivos;
I - o Ministério Público da União, que compreende: IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representa-
a) o Ministério Público Federal; ção para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos pre-
b) o Ministério Público do Trabalho; vistos nesta Constituição;
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

V - defender judicialmente os direitos e interesses das popula- dos, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
ções indígenas; adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
sua competência, requisitando informações e documentos para ins- III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou
truí-los, na forma da lei complementar respectiva; órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência dis-
da lei complementar mencionada no artigo anterior; ciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de in- disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade
quérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas mani- e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
festações processuais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disci-
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação plinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. julgados há menos de um ano;
§1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis V elaborar relatório anual, propondo as providências que jul-
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas gar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as
hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista
§2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas no art. 84, XI.
por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da §3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor
respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram,
§3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que
mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços
atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de auxiliares;
classificação. II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e cor-
§4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto reição geral;
no art. 93. III requisitar e designar membros do Ministério Público, dele-
§5º A distribuição de processos no Ministério Público será gando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Minis-
imediata. tério Público.
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribu- §4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados
nais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a do Brasil oficiará junto ao Conselho.
direitos, vedações e forma de investidura. §5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se Público, competentes para receber reclamações e denúncias de
de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando
um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada Advocacia Pública
a representação de cada uma de suas carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados; – Advocacia Pública Federal
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e A Advocacia Pública Federal é exercida pela Advocacia-Geral
outro pelo Superior Tribunal de Justiça; da União, que é a instituição que, diretamente ou através de órgão
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, caben-
dos Advogados do Brasil; do-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua or-
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, ganização e funcionamento (Lei Complementar nº 73/1993), as ativi-
indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Fe- dades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
deral. Observe o quadro abaixo:
§1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público
serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei. Advocacia-Geral da União
§2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público
o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Representação judicial e
Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus Dimensão extrajudicial da União (órgãos e
membros, cabendo lhe: contenciosa entidades dos Poderes Executivo,
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Legislativo e Judiciário).
Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua Consultoria e Assessoramento
competência, ou recomendar providências; Dimensão consultiva jurídico dos órgãos e entidades do
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou me- Poder Executivo.
diante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados
por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Esta-

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

– Advocacia Pública nos Estados e no Distrito Federal Defensoria Pública


É exercida pelos procuradores dos estados e pelos É instituição essencial à função jurisdicional do Estado,
procuradores do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus,
o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com dos necessitados, na forma do Artigo 5º, LXXIV.
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas Seguem abaixo as disposições constitucionais referentes a De-
fases, cumprindo a representação judicial e a consultoria jurídica fensoria Pública:
das respectivas unidades federadas.
Seguem abaixo as disposições constitucionais referentes a Ad- SEÇÃO IV
vocacia Pública: DA DEFENSORIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
SEÇÃO II
DA ADVOCACIA PÚBLICA Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essen-
cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expres-
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, dire- são e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a
tamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa,
e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e
que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma
de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada
§1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado- pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República §1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União
dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais
jurídico e reputação ilibada. para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos,
§2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos,
de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e
provas e títulos. vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
§3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a §2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas
representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
Nacional, observado o disposto em lei. orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, or- orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, §2º.
ganizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso §3º Aplica-se o disposto no §2º às Defensorias Públicas da
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advo- União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional
gados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação nº 74, de 2013)
judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. §4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é as- unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-
segurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II
avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relató- do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda
rio circunstanciado das corregedorias. Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas
Advocacia nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do
art. 39, §4º.
– Advocacia Privada
O Artigo 133 da CF preceitua que o advogado é indispensável à
administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifes- DA SEGURANÇA PÚBLICA
tações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Esta norma traz a lume duas características fundamentais do
advogado: Segurança Pública
a) a indispensabilidade, como regra; e Dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exer-
b) a imunidade relativa no exercício do seu mister. cida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio.
Seguem abaixo as disposições constitucionais referentes a Ad- Os órgãos de segurança pública são: polícia federal, polícia ro-
vocacia Privada: doviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias
militares e corpos de bombeiros militares e polícias penais federal,
SEÇÃO III estaduais e distrital.
DA ADVOCACIA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justi-


ça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da
profissão, nos limites da lei.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

TÍTULO V § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais


DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁ- destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
TICAS conforme dispuser a lei.
(...) § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos
CAPÍTULO III órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do
DA SEGURANÇA PÚBLICA art. 39.
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res- pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem públicas:
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
seguintes órgãos: sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
I - polícia federal; cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
II - polícia rodoviária federal; II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
III - polícia ferroviária federal; Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
IV - polícias civis; agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) LEI FEDERAL Nº 12.527/2011 - LEI DE ACESSO À INFORMA-
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, ÇÃO
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in- Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio- 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Consti-
nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; tuição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro- revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei
gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fa- nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.
zendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de com-
petência; A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária CAPÍTULO I
da União. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser-
forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na 5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Constituição
forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. Federal.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos
de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju-
militares. diciário e do Ministério Público;
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-
atividades de defesa civil. nicípios.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às
do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza-
a segurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente
Emenda Constitucional nº 104, de 2019) do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão,
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente tos congêneres.
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en-
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos a que estejam legalmente obrigadas.
órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir
a eficiência de suas atividades.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as- I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
executados em conformidade com os princípios básicos da adminis- obtida a informação almejada;
tração pública e com as seguintes diretrizes: II - informação contida em registros ou documentos, produ-
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
como exceção; não a arquivos públicos;
II - divulgação de informações de interesse público, indepen- III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
dentemente de solicitações; entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec- ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
nologia da informação; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
na administração pública; dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
V - desenvolvimento do controle social da administração pú- VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
blica. blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis-
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: trativos; e
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti- VII - informação relativa:
lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
qualquer meio, suporte ou formato; gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer como metas e indicadores propostos;
que seja o suporte ou formato; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
para a segurança da sociedade e do Estado; VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022)
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural §1º O acesso à informação previsto no caput não compreende
identificada ou identificável; as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu-
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, rança da sociedade e do Estado.
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena- §2º Quando não for autorizado acesso integral à informação
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa- por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
ção; sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co- parte sob sigilo.
nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au- §3º O direito de acesso aos documentos ou às informações ne-
torizados; les contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisó-
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in- rio respectivo.
divíduo, equipamento ou sistema; §4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in- mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não
clusive quanto à origem, trânsito e destino; fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, termos do art. 32 desta Lei.
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. §5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor- interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura
mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu-
ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com- mentação.
preensão. §6º Verificada a hipótese prevista no §5º deste artigo, o res-
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de
CAPÍTULO II 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro-
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO vem sua alegação.
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in-
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa- dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil
das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte-
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces- resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
so a ela e sua divulgação; §1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, de-
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, verão constar, no mínimo:
autenticidade e integridade; e I - registro das competências e estrutura organizacional, en-
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi-
observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even- mento ao público;
tual restrição de acesso. II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur-
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen- sos financeiros;
de, entre outros, os direitos de obter: III - registros das despesas;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in- CAPÍTULO III


clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
contratos celebrados;
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, SEÇÃO I
projetos e obras de órgãos e entidades; e DO PEDIDO DE ACESSO
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
§2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti- Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí- acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º
timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a
oficiais da rede mundial de computadores (internet). identificação do requerente e a especificação da informação reque-
§3º Os sítios de que trata o §2º deverão, na forma de regula- rida.
mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: §1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi-
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em a solicitação.
linguagem de fácil compreensão; §2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani- seus sítios oficiais na internet.
lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; §3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos determinantes da solicitação de informações de interesse público.
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce-
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura- der o acesso imediato à informação disponível.
ção da informação; §1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-
disponíveis para acesso; rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta,
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co- efetuar a reprodução ou obter a certidão;
municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida- II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
de detentora do sítio; e parcial, do acesso pretendido; ou
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili- III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do
dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada interessado da remessa de seu pedido de informação.
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008. §2º O prazo referido no §1º poderá ser prorrogado por mais 10
§4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha- (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado
bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a o requerente.
que se refere o §2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em §3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e fi- e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po-
nanceira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com- derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade a informação de que necessitar.
Fiscal). §4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor-
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me- mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor-
diante: mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe-
entidades do poder público, em local com condições apropriadas tente para sua apreciação.
para: §5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa- da nesse formato, caso haja anuência do requerente.
ções; §6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res- em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de
pectivas unidades; acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor- lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir
mações; e a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo
participação popular ou a outras formas de divulgação. se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si
mesmo tais procedimentos.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é
gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo
órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do
custo dos serviços e dos materiais utilizados. (Vide Lei nº 14.129,
de 2021) (Vigência)
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos §2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa- ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado-
zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto
termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. nesta Lei.
Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação §3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
é gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência) União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia-
§1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o va- ção de Informações, a que se refere o art. 35.
lor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma- Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica-
teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da ção de informação protocolado em órgão da administração públi-
informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
entidade pública consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021) área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava-
(Vigência) liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
§2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no §1º deste §1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia-
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à
Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº 14.129, autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças
de 2021) (Vigência) Armadas, ao respectivo Comando.
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em §2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de- objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta,
verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações
confere com o original. prevista no art. 35.
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica-
de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró-
ponha em risco a conservação do documento original. pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer
de negativa de acesso, por certidão ou cópia. caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
Art. 19. (VETADO).
SEÇÃO II §1º (VETADO).
DOS RECURSOS §2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de
às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re- recurso, negarem acesso a informações de interesse público.
curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº
ciência. 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui- Capítulo.
camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. CAPÍTULO IV
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti- DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) SEÇÃO I
dias se: DISPOSIÇÕES GERAIS
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne-
gado; Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par- à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi- Parágrafo único. As informações ou documentos que versem
ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati-
pedido de acesso ou desclassificação; cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não
III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa poderão ser objeto de restrição de acesso.
estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi- legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo
mentos previstos nesta Lei. industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi-
§1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri- ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre- qualquer vínculo com o poder público.
ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior
àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo
de 5 (cinco) dias.

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SEÇÃO II SEÇÃO III


DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES
E PRAZOS DE SIGILO SIGILOSAS

Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor- de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: assegurando a sua proteção.(Regulamento)
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida- §1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas-
de do território nacional; sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; públicos autorizados por lei.
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; §2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
ou monetária do País; §3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a se-
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi- rem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a
cos das Forças Armadas; protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen- divulgação não autorizados.
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori- conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou rança para tratamento de informações sigilosas.
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in- Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em
vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre- razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades
venção ou repressão de infrações. de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne-
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi- cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes
cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à observem as medidas e procedimentos de segurança das informa-
segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ções resultantes da aplicação desta Lei.
ultrassecreta, secreta ou reservada.
§1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, SEÇÃO IV
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO,
de sua produção e são os seguintes: RECLASSIFICAÇÃO E DESCLASSIFICAÇÃO
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da
III - reservada: 5 (cinco) anos. administração pública federal é de competência:(Regulamento)
§2º As informações que puderem colocar em risco a segurança I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju- a) Presidente da República;
ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si- b) Vice-Presidente da República;
gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-
em caso de reeleição. gativas;
§3º Alternativamente aos prazos previstos no §1º , poderá ser d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso no exterior;
do prazo máximo de classificação. II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos
§4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda-
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au- des de economia mista; e
tomaticamente, de acesso público. III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos
§5º Para a classificação da informação em determinado grau I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
Estado; e posto nesta Lei.
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que §1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere
defina seu termo final. à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
no exterior, vedada a subdelegação.
§2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre-
to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de-
verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo
previsto em regulamento.
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§3º A autoridade ou outro agente público que classificar infor- II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei-
mação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que tra- ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa
ta o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que a que elas se referirem.
se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. §2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si- artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os §3º O consentimento referido no inciso II do §1º não será exigi-
seguintes elementos: do quando as informações forem necessárias:
I - assunto sobre o qual versa a informação; I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver
II - fundamento da classificação, observados os critérios esta- física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen-
belecidos no art. 24; te para o tratamento médico;
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi-
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a
previstos no art. 24; e identificação da pessoa a que as informações se referirem;
IV - identificação da autoridade que a classificou. III - ao cumprimento de ordem judicial;
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no IV - à defesa de direitos humanos; ou
mesmo grau de sigilo da informação classificada. V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au- §4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe- honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito
rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs- de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o
tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol-
do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.(Regulamento) tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
§1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar §5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata-
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto- mento de informação pessoal.
ridades ou agentes públicos.
§2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa- CAPÍTULO V
minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de DAS RESPONSABILIDADES
danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
§3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili-
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua dade do agente público ou militar:
produção. I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des-
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu- ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la
blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili-
regulamento: zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci-
últimos 12 (doze) meses; mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com função pública;
identificação para referência futura; III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de à informação;
informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa- IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir
ções genéricas sobre os solicitantes. acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
§1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi- V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
§2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de in- por outrem;
formações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
dos fundamentos da classificação. formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
de terceiros; e
SEÇÃO V VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con-
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de
agentes do Estado.
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito §1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con-
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias sideradas:
individuais. I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas,
§1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati- transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne-
vas à intimidade, vida privada, honra e imagem: les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica- contravenção penal; ou
ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da
sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e
à pessoa a que elas se referirem; e
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II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às
de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão relações internacionais do País, observado o prazo previsto no §1º
ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela do art. 24.
estabelecidos. §2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno-
§2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou vação.
agente público responder, também, por improbidade administrati- §3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do §1º deve-
va, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação
e 8.429, de 2 de junho de 1992. prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor- ou secretos.
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder §4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de
público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às Reavaliação de Informações nos prazos previstos no §3º implicará a
seguintes sanções: desclassificação automática das informações.
I - advertência; §5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e
II - multa; funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
III - rescisão do vínculo com o poder público; observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de-
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe- mais disposições desta Lei.(Regulamento)
dimento de contratar com a administração pública por prazo não Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra-
superior a 2 (dois) anos; e tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a mendações constantes desses instrumentos.
administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran- Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti-
te a própria autoridade que aplicou a penalidade. tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre-
§1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli- denciamento (NSC), que tem por objetivos:(Regulamento)
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa I - promover e propor a regulamentação do credenciamento
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para
§2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente tratamento de informações sigilosas; e
quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti- II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com
aplicada com base no inciso IV. os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado,
§3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên- acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais
facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo órgãos competentes.
de 10 (dez) dias da abertura de vista. Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or-
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen- ganização e funcionamento do NSC.
te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori- Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no-
zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí-
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover-
casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. namentais ou de caráter público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi- Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea-
ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na- valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre-
tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de
ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. vigência desta Lei.
§1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
CAPÍTULO VI ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS vistos nesta Lei.
§2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
Art. 35. (VETADO). prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co-
§1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa- missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos
ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so- desta Lei.
bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá §3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
competência para: no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul- legislação precedente.
trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte- §4º As informações classificadas como secretas e ultrassecretas
gral da informação; não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, au-
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se- tomaticamente, de acesso público.
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que
ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór-
acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:

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I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a


informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei; LEI FEDERAL Nº 13.709/2018 - LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre- DADOS PESSOAIS (LGPD)
sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação
e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018
correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum- Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)
primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
tração pública federal responsável: cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo-
mento à cultura da transparência na administração pública e cons- CAPÍTULO I
cientização do direito fundamental de acesso à informação; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao
desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais,
nistração pública; inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí-
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad- dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os
ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi- direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen-
cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; volvimento da personalidade da pessoa natural.
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de in-
anual com informações atinentes à implementação desta Lei. teresse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Dis-
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei trito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu- Vigência
blicação. Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem- fundamentos:
bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: I - o respeito à privacidade;
“Art. 116. ................................................................... II - a autodeterminação informativa;
............................................................................................ III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do e de opinião;
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
dade competente para apuração; VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu-
.................................................................................” (NR) midor; e
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali-
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci- Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento re-
vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su- alizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou do
autoridade competente para apuração de informação concernente país onde estejam localizados os dados, desde que:
à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, I - a operação de tratamento seja realizada no território nacio-
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun- nal;
ção pública.” II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de
em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas indivíduos localizados no território nacional; ou(Redação dada pela
nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis- Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III. III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole-
Art. 46. Revogam-se: tados no território nacional.
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e §1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após §2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
a data de sua publicação. to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
123º da República. I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
culares e não econômicos;
II - realizado para fins exclusivamente:
a) jornalístico e artísticos; ou
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
desta Lei;

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III - realizado para fins exclusivos de: X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais,
a) segurança pública; como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação,
b) defesa nacional; utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa-
c) segurança do Estado; ou mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; controle da informação, modificação, comunicação, transferência,
ou difusão ou extração;
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e dis-
objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes poníveis no momento do tratamento, por meio dos quais um dado
de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indi-
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o víduo;
país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pesso- XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo-
ais adequado ao previsto nesta Lei. ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados
§1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será pessoais para uma finalidade determinada;
regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro- XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de dados;
proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei. XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados
§2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso armazenados em banco de dados, independentemente do proce-
III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em dimento empregado;
procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que XV - transferência internacional de dados: transferência de da-
serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de- dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do
verão observar a limitação imposta no §4º deste artigo. qual o país seja membro;
§3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco- XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, trans-
mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput ferência internacional, interconexão de dados pessoais ou trata-
deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac- mento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
to à proteção de dados pessoais. entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,
§4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização
de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti-
tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos- das por esses entes públicos, ou entre entes privados;
sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: docu-
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência mentação do controlador que contém a descrição dos processos de
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden- civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas
tificada ou identificável; e mecanismos de mitigação de risco;
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração
étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem
organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen- fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com
te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em
vinculado a uma pessoa natural; seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
e disponíveis na ocasião de seu tratamento; XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res-
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta
estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853,
físico; de 2019) Vigência
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão
que são objeto de tratamento; observar a boa-fé e os seguintes princípios:
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí-
ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen- timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi-
to de dados pessoais; lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou finalidades;
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalida-
controlador; des informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento;
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
(ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência finalidades do tratamento de dados;
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
a integralidade de seus dados pessoais;
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V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, §3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve
clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne- considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que justifica-
cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento; ram sua disponibilização.
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações cla- §4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no
ras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamen- caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi-
to e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios
comercial e industrial; previstos nesta Lei.
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati- §5º O controlador que obteve o consentimento referido no in-
vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados ciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou comparti-
e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, lhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consen-
comunicação ou difusão; timento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses
VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.
de danos em virtude do tratamento de dados pessoais; §6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não
IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata- desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs-
mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos; tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, da garantia dos direitos do titular.
pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro- §7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re-
var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da- ferem os §§3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas
dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e especí-
ficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular,
CAPÍTULO II assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. (In-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei
SEÇÃO I deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre
DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PES- a manifestação de vontade do titular.
SOAIS §1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de-
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu-
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser ais.
realizado nas seguintes hipóteses: §2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti-
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular; mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei.
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo §3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício
controlador; de consentimento.
III - pela administração pública, para o tratamento e uso com- §4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi-
partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes-
previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, con- soais serão nulas.
vênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do §5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento
Capítulo IV desta Lei; mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garanti- tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo
da, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais; do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro- ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte do art. 18 desta Lei.
o titular, a pedido do titular dos dados; §6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao
administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, titular, com destaque de forma específica do teor das alterações,
de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido,
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular revogá-lo caso discorde da alteração.
ou de terceiro; Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza-
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida- das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras
de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência características previstas em regulamentação para o atendimento do
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do princípio do livre acesso:
controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi- I - finalidade específica do tratamento;
tos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos II - forma e duração do tratamento, observados os segredos
dados pessoais; ou comercial e industrial;
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na III - identificação do controlador;
legislação pertinente. IV - informações de contato do controlador;
§1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
Vigência controlador e a finalidade;
§2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
Vigência to; e
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos conti- f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
dos no art. 18 desta Lei. por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá-
§1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te- g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos
nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen- processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas
tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca. eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta
§2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou- Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda-
ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais.
não compatíveis com o consentimento original, o controlador de- §1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento
verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida- de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa
de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí-
alterações. fica.
§3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para §2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” do
o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício de di- inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades públi-
reito, o titular será informado com destaque sobre esse fato e sobre cas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento,
os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei.
no art. 18 desta Lei. §3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais
Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco-
fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí- nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem, parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder
mas não se limitam a: Público, no âmbito de suas competências.
I - apoio e promoção de atividades do controlador; e §4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais, tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
nos termos desta Lei. e de assistência à saúde, desde que observado o §5º deste artigo,
§1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí-
controlador, somente os dados pessoais estritamente necessários cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação
para a finalidade pretendida poderão ser tratados. dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a trans- I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou
parência do tratamento de dados baseado em seu legítimo inte- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
resse. II - as transações financeiras e administrativas resultantes do
§3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re- uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Incluí-
latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata- do pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados §5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência à
os segredos comercial e industrial. saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção de
riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na con-
SEÇÃO II tratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS 2019) Vigência
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po- pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anoni-
derá ocorrer nas seguintes hipóteses: mização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusi-
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma vamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder
específica e destacada, para finalidades específicas; ser revertido.
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte- §1º A determinação do que seja razoável deve levar em con-
ses em que for indispensável para: sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno-
lador; logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, §2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso-
pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil
ou regulamentos; comportamental de determinada pessoa natural, se identificada.
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem- §3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e técni-
pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis; cas utilizados em processos de anonimização e realizar verificações
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro- acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Proteção
cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da de Dados Pessoais.
Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se-
terceiro; rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança pre-
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

vistas em regulamento específico e que incluam, sempre que pos- SEÇÃO IV


sível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e
pesquisas. Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá
§1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es- nas seguintes hipóteses:
tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
hipótese poderá revelar dados pessoais. dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
§2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança da finalidade específica almejada;
informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em cir- II - fim do período de tratamento;
cunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro. III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito
§3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de de revogação do consentimento conforme disposto no §5º do art.
regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida- 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências. IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio-
§4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra- lação ao disposto nesta Lei.
tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as- Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de
sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in- seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades,
formação adicional mantida separadamente pelo controlador em autorizada a conservação para as seguintes finalidades:
ambiente controlado e seguro. I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
lador;
SEÇÃO III II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E vel, a anonimização dos dados pessoais;
DE ADOLESCENTES III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi-
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou
Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado- IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei-
lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos ro, e desde que anonimizados os dados.
deste artigo e da legislação pertinente.
§1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser re- CAPÍTULO III
alizado com o consentimento específico e em destaque dado por DOS DIREITOS DO TITULAR
pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
§2º No tratamento de dados de que trata o §1º deste artigo, os Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de
controladores deverão manter pública a informação sobre os tipos seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber-
de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimentos dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei.
para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei. Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con-
§3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual-
consentimento a que se refere o §1º deste artigo quando a coleta quer momento e mediante requisição:
for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza- I - confirmação da existência de tratamento;
dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e II - acesso aos dados;
em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen- III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza-
timento de que trata o §1º deste artigo. dos;
§4º Os controladores não deverão condicionar a participação IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces-
dos titulares de que trata o §1º deste artigo em jogos, aplicações sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto
de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações nesta Lei;
pessoais além das estritamente necessárias à atividade. V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou
§5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula-
para verificar que o consentimento a que se refere o §1º deste ar- mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer-
tigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecno- cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên-
logias disponíveis. cia
§6º As informações sobre o tratamento de dados referidas nes- VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
te artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e aces- mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei;
sível, consideradas as características físico-motoras, perceptivas, VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais
sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos o controlador realizou uso compartilhado de dados;
audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a infor- VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen-
mação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada ao timento e sobre as consequências da negativa;
entendimento da criança. IX - revogação do consentimento, nos termos do §5º do art. 8º
desta Lei.
§1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade
nacional.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- §1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, in-
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em formações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
§3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante segredos comercial e industrial.
requerimento expresso do titular ou de representante legalmente §2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
constituído, a agente de tratamento. o §1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e
§4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da provi- industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri-
dência de que trata o §3º deste artigo, o controlador enviará ao ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado
titular resposta em que poderá: de dados pessoais.
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indi- §3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
car, sempre que possível, o agente; ou Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado- direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
ção imediata da providência. Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de
§5º O requerimento referido no §3º deste artigo será atendido dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na
sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em re- forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instrumen-
gulamento. tos de tutela individual e coletiva.
§6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti- CAPÍTULO IV
lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER
queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto PÚBLICO
nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei SEÇÃO I
nº 13.853, de 2019) Vigência DAS REGRAS
§7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni- Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas
mizados pelo controlador. de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº
§8º O direito a que se refere o §1º deste artigo também poderá 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ,
ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor. deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública,
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso- na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as
ais serão providenciados, mediante requisição do titular: competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú-
I - em formato simplificado, imediatamente; ou blico, desde que:
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a ori- I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas
gem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen-
finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e in- do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina-
dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução
do requerimento do titular. dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente
§1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que fa- em seus sítios eletrônicos;
voreça o exercício do direito de acesso. II - (VETADO); e
§2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a crité- III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera-
rio do titular: ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
II - sob forma impressa. IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do §1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de
titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica in- publicidade das operações de tratamento.
tegral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial e §2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas men-
industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional, cionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de que
em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
outras operações de tratamento. Informação) .
§4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferenciada §3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do
acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação
para os setores específicos. específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507,
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784,
decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa- de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) ,
tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de Informação) .
consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda- §4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter pri-
ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência vado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento
dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, nos
termos desta Lei.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo. 13.853, de 2019)Vigência
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto complementares para as atividades de comunicação e de uso com-
no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento partilhado de dados pessoais.
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
termos desta Lei. SEÇÃO II
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- DA RESPONSABILIDADE
nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do
dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade
deste Capítulo. nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperá- cessar a violação.
vel e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Po-
de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen- der Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de da-
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das dos pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para
informações pelo público em geral. os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.
Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Pú-
blico deve atender a finalidades específicas de execução de políticas CAPÍTULO V
públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas, DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS
respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados
no art. 6º desta Lei. Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so-
§1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas mente é permitida nos seguintes casos:
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso, I - para países ou organismos internacionais que proporcionem
exceto: grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei;
I - em casos de execução descentralizada de atividade pública II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de
que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de
e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de:
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ; a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe-
II - (VETADO); rência;
III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente, b) cláusulas-padrão contratuais;
observadas as disposições desta Lei. c) normas corporativas globais;
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for respal- d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi-
dada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou(In- tidos;
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência III - quando a transferência for necessária para a cooperação ju-
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- rídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de inves-
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e tigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de direito
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde internacional;
que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei IV - quando a transferência for necessária para a proteção da
nº 13.853, de 2019) Vigência vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
§2º Os contratos e convênios de que trata o §1º deste artigo V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;
deverão ser comunicados à autoridade nacional. VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- em acordo de cooperação internacional;
soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva- VII - quando a transferência for necessária para a execução de
do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti- política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
mento do titular, exceto: publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
Lei; pecífico e em destaque para a transferência, com informação prévia
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou esta de outras finalidades; ou
III - nas exceções constantes do §1º do art. 26 desta Lei. IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas
pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º
Art. 28. (VETADO). da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo- mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no
mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional
operações de tratamento de dados pessoais, informações específi- a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por país
cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra- ou organismo internacional.
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Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o
organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art. relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados
33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia
consideração: da segurança das informações e a análise do controlador com re-
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco
destino ou no organismo internacional; adotados.
II - a natureza dos dados; Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula- Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de
mento; interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos da-
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res- dos e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos regis-
peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e tros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência.
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra- SEÇÃO II
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PES-
para uma determinada transferência, normas corporativas globais SOAIS
ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inciso
II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade na- Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata-
cional. mento de dados pessoais.
§1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, de- §1º A identidade e as informações de contato do encarrega-
verão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
mínimas para a transferência que observem os direitos, as garantias preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.
e os princípios desta Lei. §2º As atividades do encarregado consistem em:
§2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
normas corporativas globais submetidas à aprovação da autoridade esclarecimentos e adotar providências;
nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro-
realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata- vidências;
mento, quando necessário. III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res-
§3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer- peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que pessoais; e
permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu- IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro-
lamento. lador ou estabelecidas em normas complementares.
§4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão §3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas comple-
ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade mentares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusi-
com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados. ve hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, confor-
§5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge- me a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de
rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste tratamento de dados.
artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas §4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto
nos §§1º e 2º do art. 46 desta Lei. SEÇÃO III
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi- DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DA-
cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di- NOS
reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser
comunicadas à autoridade nacional. Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí-
cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem
CAPÍTULO VI dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis-
DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
§1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da-
SEÇÃO I dos:
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR I - o operador responde solidariamente pelos danos causados
pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas
operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe- do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con-
cialmente quando baseado no legítimo interesse. trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei;
Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro- II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no
lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes- tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon-
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art.
tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os 43 desta Lei.
segredos comercial e industrial.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa
a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga-
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos
ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva- dados pessoais, mesmo após o seu término.
mente onerosa. Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional
§3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham por e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar-
objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo podem retar risco ou dano relevante aos titulares.
ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto na le- §1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme de-
gislação pertinente. finido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo:
§4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres- I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação II - as informações sobre os titulares envolvidos;
no evento danoso. III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza- para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in-
dos quando provarem: dustrial;
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes IV - os riscos relacionados ao incidente;
é atribuído; V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes- sido imediata; e
soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro- VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
teção de dados; ou ou mitigar os efeitos do prejuízo.
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos §2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente
dados ou de terceiro. e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti-
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais
deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a segurança como:
que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias rele- I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e
vantes, entre as quais: II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.
I - o modo pelo qual é realizado; §3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas
III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e
época em que foi realizado. nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados
Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola- a acessá-los.
ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados
deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos
Lei, der causa ao dano. de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos
Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen-
das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de respon- tares.
sabilidade previstas na legislação pertinente.
SEÇÃO II
CAPÍTULO VII DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas
SEÇÃO I competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práti-
cas e de governança que estabeleçam as condições de organização,
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclama-
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados ções e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de super-
forma de tratamento inadequado ou ilícito. visão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao
§1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni- tratamento de dados pessoais.
cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo, §1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o
considerados a natureza das informações tratadas, as característi- operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e aos
cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es- dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a gra-
pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os vidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de
princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. dados do titular.
§2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser §2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII
observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço até do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura,
a sua execução. a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade
dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para
os titulares dos dados, poderá:

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I - implementar programa de governança em privacidade que, IX - (VETADO).


no mínimo: X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de
forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de dados pessoais; XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da-
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que este- dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de
jam sob seu controle, independentemente do modo como se reali- 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº
zou sua coleta; 13.853, de 2019)
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope- XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio-
rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; nadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em §1º As sanções serão aplicadas após procedimento administra-
processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacida- tivo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma gra-
de; dativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios:
titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis- I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais
mos de participação do titular; afetados;
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e esta- II - a boa-fé do infrator;
beleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e IV - a condição econômica do infrator;
h) seja atualizado constantemente com base em informações V - a reincidência;
obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi- VI - o grau do dano;
cas; VII - a cooperação do infrator;
II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro-
em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au- cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao
toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover o tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o
cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de disposto no inciso II do §2º do art. 48 desta Lei;
forma independente, promovam o cumprimento desta Lei. IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
§3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser pu- X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
blicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi-
e divulgadas pela autoridade nacional. dade da sanção.
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões §2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes- ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de
soais. 11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada
pela Lei nº 13.853, de 2019)
CAPÍTULO VIII §3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
DA FISCALIZAÇÃO artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
SEÇÃO I na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas)
§4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in- caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa-
frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não
seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio- dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial
nal: (Vigência) em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi- quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for
das corretivas; demonstrado de forma inequívoca e idônea.
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da §5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD,
pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa
no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de
R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. (Incluído
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in- pela Lei nº 13.853, de 2019)
ciso II; §6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste
IV - publicização da infração após devidamente apurada e con- artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
firmada a sua ocorrência; I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san-
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste arti-
a sua regularização; go para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; 2019)
VII - (VETADO);
VIII - (VETADO);
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces-
entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos. sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
§7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5
de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con- (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei nº
ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o 13.853, de 2019)
controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata §1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi-
este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro-
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamen- vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do
to próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, que art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do
deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que orienta- Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de
rão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de- §2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata- brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para
para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de- §3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei. (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden- §4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco)
de multa simples ou diária. e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In-
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano §5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional. membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será completa-
(Vigência) do pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo- seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada
ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis-
multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. trativo disciplinar.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de
CAPÍTULO IX Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis-
(ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS são especial constituída por servidores públicos federais estáveis.
PESSOAIS E DA PRIVACIDADE (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§2º Compete ao Presidente da República determinar o afasta-
SEÇÃO I mento preventivo, somente quando assim recomendado pela co-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS missão especial de que trata o §1º deste artigo, e proferir o julga-
(ANPD) mento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o
Art. 55. (VETADO). exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de
Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da- maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo
técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº
Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) 13.853, de 2019)
§1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es-
§2º(Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) §1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen-
Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853, da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In-
de 2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela §2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da
Lei nº 13.853, de 2019) ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções
V - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no-
V-A - Procuradoria; e(Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
nº 13.853, de 2019)

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
2019) tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853,
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis- de 2019)
lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen-
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informações situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de
quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os fun- acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro
damentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi-
Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi-
2019) croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode-
realizado em descumprimento à legislação, mediante processo ad- clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a
ministrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o direi- esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
to de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
V - apreciar petições de titular contra controlador após com- ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu- de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo,
VI - promover na população o conhecimento das normas e das sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu- 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri-
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra-
que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida- XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas
des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº para exercer suas competências em setores específicos de ativida-
13.853, de 2019) des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e(Incluído
IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote- pela Lei nº 13.853, de 2019)
ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por
ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamento
X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra- de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído pela
tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e Lei nº 13.853, de 2019)
industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) §1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento de
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú- dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles limi-
blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in- tes, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de mí-
forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais nima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e os
detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa- direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Federal e
recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei; nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) §2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida- ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná-
des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lises de impacto regulatório.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de §3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela
dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac- regulação de setores específicos da atividade econômica e gover-
to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes
representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas
de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio-
de 2019) namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído pela Lei
de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e pla- nº 13.853, de 2019)
nejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) §4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in-
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades
gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o detalha- da administração pública responsáveis pela regulação de setores
mento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, de específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci-
2019) litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
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§5º No exercício das competências de que trata o caput deste II - 1 (um) do Senado Federal;(Incluído pela Lei nº 13.853, de
artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do 2019)
segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei. III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;(Incluído pela Lei
do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e nº 13.853, de 2019)
as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí-
de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) do pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no pela Lei nº 13.853, de 2019)
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública. cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova-
órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen- IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das
tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº
diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853, 13.853, de 2019)
de 2019) X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído
13.853, de 2019) pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In-
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de §1º Os representantes serão designados por ato do Presidente
2019) da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que de 2019)
lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) §2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu-
imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública.
IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de §3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X
2019) e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con- I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei
tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi- nº 13.853, de 2019)
cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no
13.853, de 2019) Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da- III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon-
dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) §4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados
Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di- Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço pú-
reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) blico relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da 2019)
República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da-
II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
14.460, de 2022) I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela-
Art. 56. (VETADO). boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
Art. 5 7. (VETADO). Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853,
de 2019)
SEÇÃO II II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PES- ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
SOAIS E DA PRIVACIDADE vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela
Art. 58. (VETADO). Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan- sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído
tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:(Incluído pela Lei nº pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
13.853, de 2019) 2019)
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Art. 59. (VETADO).


QUESTÕES
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
1. FUNDATEC - 2023 - Prefeitura de Tapejara - RS
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Sobre os princípios, direitos e garantias fundamentais estabele-
Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações: cidos na Constituição Federal de 1988, analise as assertivas abaixo,
“Art. 7º .................................................................. assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
....................................................................................... ( ) Um dos objetivos fundamentais da República Federativa do
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a Brasil é promover o bem de todos, sem preconceitos de ori-
determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi- gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de dis-
no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda criminação.
obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a ( ) A Constituição garante a livre expressão da atividade artísti-
proteção de dados pessoais; ca, independentemente de censura.
..............................................................................” (NR) ( ) Por força constitucional, apenas os que pratiquem crimes
“Art. 16. ................................................................. hediondos poderão ser submetidos à tortura.
....................................................................................... A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finali- para baixo, é:
dade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto nas (A) V – V – F.
hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de dados (B) V – F – V.
pessoais.” (NR) (C) F – V – V.
Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to- (D) F – F – V.
dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de (E) F – F – F.
procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, 2. FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Protásio Alves - RS
agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. Com fundamento na Constituição Federal, assinale a alternati-
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos va INCORRETA.
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas (A) É livre a associação profissional.
competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a (B) O fundo de garantia do tempo de serviço é direito somente
dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no §2º dos trabalhadores urbanos.
do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire- (C) É assegurado o direito de greve.
trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema (D) A associação sindical é livre.
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata a (E) O Estado indenizará o condenado por erro judiciário.
Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a 3. FUNDATEC - 2023 - Câmara Municipal de Sapucaia do Sul - RS
adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data O Capítulo I do Título II da Constituição Federal vigente trata
de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das sobre os direitos e garantias individuais e coletivos. Segundo o dis-
operações de tratamento e a natureza dos dados. posto no inciso XLVI do Art. 5º da referida Constituição, a lei regula-
Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não excluem rá a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes
outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à ma- penas:
téria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa 1. Perda de bens.
do Brasil seja parte. 2. Multa.
Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº 3. Prestação social alternativa.
13.853, de 2019) 4. Privação ou restrição da liberdade.
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55- 5. Prestação de trabalho compulsório.
C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e O resultado da somatória dos números correspondentes às
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) afirmações corretas é:
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54; (A) 09.
(Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020) (B) 10.
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação, (C) 12.
quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) (D) 14.
Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º (E) 15.
da República.

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4. FUNDATEC - 2023 - Prefeitura de Venâncio Aires - RS 7. FUNDATEC - 2023 - Câmara Municipal de Sapucaia do Sul - RS
A Constituição Federal de 1988, ao tratar dos direitos e deve- A Constituição Federal vigente estabelece que o subsídio dos
res individuais e coletivos, garante aos brasileiros e aos estrangeiros vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em
residentes no Brasil, sem distinção de qualquer natureza, a inviola- cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a re-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à ferida Constituição, os critérios estabelecidos na respectiva Lei Or-
propriedade, nos seguintes termos: gânica Municipal e determinados limites máximos. Nesse sentido, e
I. Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos considerando que no censo de 2010 a população do município de
termos dessa Constituição. Sapucaia do Sul era de 130.988 habitantes e, no censo de 2022, de
II. Ninguém será privado de direitos por motivo de crença re- 132.107 habitantes, o subsídio máximo dos vereadores do municí-
ligiosa ou de convicção filosófica ou política, mesmo se as invocar pio corresponderá a _________ do subsídio _________________.
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
cumprir prestação alternativa fixada em lei. te, as lacunas do trecho acima.
III. É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científi- (A) 50% – dos Secretários Municipais
ca e de comunicação, dependente de censura ou licença. (B) 40% – dos Secretários Municipais
IV. É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz (C) 50% – dos Deputados Estaduais
e de guerra, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele en- (D) 40% – dos Deputados Estaduais
trar, permanecer ou dele sair com seus bens. (E) 50% – do Prefeito Municipal
Quais estão corretos?
(A) Apenas I. 8. FUNDATEC - 2021 - Prefeitura de Tuparendi - RS
(B) Apenas II. Em relação aos princípios constitucionais que regem a adminis-
(C) Apenas I e II. tração pública(conforme artigo 37 da Constituição Federal vigente),
(D) Apenas I e III. analise as assertivas a seguir:
(E) Apenas I e IV. • O Princípio da __________ exige que a atividade administrati-
va seja desenvolvida de modo leal e que assegure a toda a comuni-
5. FUNDATEC - 2023 - PROCERGS - AST dade a obtenção de vantagens justas. • As ações do administrador
Segundo as disposições do Art. 7º da Constituição Federal vi- público são plenamente vinculadas ao que estabelecem as normas
gente, estão entre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, vigentes, ou seja, ele somente pode fazer o que a lei autoriza ou
entre outros: determina. Diferente do gestor privado, que pode fazer tudo o que
• Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas- a lei não proíbe. Esse é o Princípio da __________. • O Princípio da
cimento até __________ anos de idade em creches e pré-escolas. __________ exige que os atos estatais sejam levados ao conheci-
• Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a meno- mento de todos, ressalvadas hipóteses em que se justificar o sigilo.
res de __________ anos. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen- te, as lacunas dos trechos acima.
te, as lacunas do trecho acima. (A) Eficiência – Impessoalidade – Transparência
(A) 7 (sete) – 21 (vinte e um) (B) Eficiência – Legalidade – Transparência
(B) 6 (seis) – 21 (vinte e um) (C) Moralidade – Impessoalidade – Publicidade
(C) 6 (seis) – 18 (dezoito) (D) Moralidade – Impessoalidade – Transparência
(D) 5 (cinco) – 18 (dezoito) (E) Moralidade – Legalidade – Publicidade
(E) 7 (sete) – 17 (dezessete)
9. FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Esteio - RS
6. FUNDATEC - 2023 - Prefeitura de Espumoso - RS Pedro ingressou no serviço público no ano de janeiro de 2016
Com base no texto da Constituição Federal, qual cargo abaixo é através de nomeação advinda de aprovação em concurso público.
privativo de brasileiro nato? Assim, completou o período de estágio probatório ao final do mês
(A) Ministro de maior Estado. de janeiro de 2019. No entanto, após dois anos de obtida a estabi-
(B) Superintendente-geral da Polícia Federal. lidade, foi demitido. A Administração, quando questionada sobre
(C) Superior Chefe de Polícia. o motivo da demissão, informou que estava embasada no Artigo
(D) Oficial da Segurança Pública. 41 da Constituição Federal (1988). Diante da situação exposta, assi-
(E) Ministro do Supremo Tribunal Federal. nale a alternativa que apresenta um dos motivos apresentados na
Constituição Federal (1988) para perda do cargo de servidor público
estável.
(A) Processo judicial em tramitação em que o servidor seja réu.
(B) Desempenho insatisfatório, testemunhado por duas pesso-
as.
(C) Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa ao servidor.
(D) Desídia habitual junto ao público externo.
(E) Associação a grupos políticos ou sindicatos deliberadamen-
te contrários ao governo.

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10. FUNDATEC - 2023 - Prefeitura de Campo Bom - RS 12. FUNDATEC - 2023 - Prefeitura de Farroupilha - RS
Conforme a Constituição Federal, a estrutura dos poderes no Assinale a alternativa que contém a esfera governamental a
Brasil é dividida em Legislativo, Executivo e Judiciário. Enquanto o que se refere esta atribuição: “são responsáveis por elaborar nor-
Poder Executivo é responsável pela administração pública e execu- mas, acompanhar e avaliar os programas federais, formular e im-
ção das leis; o Legislativo tem a função de discutir, criar, votar, mo- plementar as políticas para os diversos setores que representam,
dificar ou anular leis, além de fiscalizar o executivo; e o Judiciário faz estabelecer estratégias, diretrizes e prioridades na aplicação dos
julgamentos de casos visando a resolução de conflitos com base nas recursos públicos”.
leis vigentes. Com base nessa informação, relacione a Coluna 1 à (A) Câmaras de Vereadores.
Coluna 2, em relação aos poderes e seus respectivos responsáveis. (B) Tribunais da Justiça Federal.
Coluna 1 (C) Assembleias Legislativas.
(D) Unidades de Conservação Estaduais.
1. Poder Executivo. (E) Ministérios do Brasil.

2. Poder Legislativo. 13. FUNDATEC - 2023 - Câmara de Agudo - RS


O Supremo Tribunal Federal, órgão responsável pela guarda da
3. Poder Judiciário. Constituição, é composto por _________ Ministros, os quais são
Coluna 2 escolhidos dentre cidadãos com mais de _________ e menos de
( ) Vereador. _________ anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ili-
( ) Prefeito. bada.
( ) Ministro. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima te, as lacunas do trecho acima.
para baixo, é: (A) onze – trinta – setenta
(A) 1 – 2 – 3. (B) onze – trinta e cinco – sessenta
(B) 1 – 3 – 2. (C) onze – trinta e cinco – setenta
(C) 2 – 1 – 3. (D) treze – trinta – sessenta
(D) 2 – 3 – 1. (E) treze – trinta e cinco – setenta
(E) 3 – 1 – 2.
14. FUNDATEC - 2021 - Prefeitura de Tuparendi - RS
11. FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias do Sul - RS De acordo com a Constituição Federal, a polícia federal é insti-
Com base nas disposições da Constituição Federal, vigente no tuída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
Brasil, analise as seguintes assertivas, relativas à organização dos União e estruturado em carreira, e destina-se a, EXCETO:
poderes, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. (A) Apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
( ) O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
( ) Cada Estado e o Distrito Federal terão um número mínimo de outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
dez Deputados na Câmara de Deputados e no máximo de vinte ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dis-
Deputados Federais. puser em lei.
( ) Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores (B) Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
com mandato de oito anos. gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação
( ) A representação de cada Estado e do Distrito Federal no Se- fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
nado Federal será renovada de quatro em quatro anos, alterna- competência.
damente, por um e dois terços. (C) Exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima fronteiras.
para baixo, é: (D) Garantir a segurança de todos os estabelecimentos penais
(A) V – V – V – F. existentes em território nacional.
(B) F – V – F – V. (E) Exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
(C) F – F – V – V. da União.
(D) V – F – V – V.
(E) V – V – F – F. 15. FUNDATEC - 2023 - PROCERGS - AST
De acordo com as definições da Lei de Acesso à Informação, a
qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, re-
cebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou
sistema, se denomina:
(A) Acessibilidade.
(B) Integridade.
(C) Autenticidade.
(D) Certificação.
(E) Primariedade.

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16. FUNDATEC - 2021 - CRA-RS 19. FUNDATEC - 2023 - Prefeitura de Espumoso - RS


Com base nas disposições da Lei nº 12.527/2011, que regula o Analise as assertivas a seguir quanto ao controle externo exer-
acesso à informação, relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando os cido pelos Tribunais de Contas:
termos às respectivas definições. I. 2/3 (dois terços) dos Ministros do Tribunal de Contas da
Coluna 1 União serão escolhidos pelo Congresso Nacional.
1. Autenticidade. II. As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito
2. Disponibilidade. ou multa terão eficácia de título executivo judicial.
3. Integridade. III. O controle externo, a cargo dos Tribunais de Contas, será
4. Primariedade. exercido com o auxílio do Ministério Público.
Coluna 2 IV. O Tribunal de Contas da União é integrado por nove Minis-
( ) A qualidade da informação que pode ser conhecida e uti- tros.
lizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados. Quais estão corretas?
( ) A qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo (A) Apenas III.
de detalhamento possível, sem modificações. (B) Apenas I e II.
( ) A qualidade da informação que tenha sido produzida, expe- (C) Apenas I e IV.
dida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equi- (D) Apenas III e IV.
pamento ou sistema. (E) I, II, III e IV.
( ) A qualidade da informação não modificada, inclusive quanto
à origem, trânsito e destino. 20. FUNDATEC - 2023 - Câmara de Agudo - RS
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima A Constituição Federal do Brasil estabelece que ninguém pode-
para baixo, é: rá ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sem que haja
(A) 2 – 4 – 1 – 3. previsão legislativa. Tal conceito expressa o princípio da:
(B) 3 – 1 – 4 – 2. (A) Congruência.
(C) 4 – 1 – 2 – 3. (B) Legalidade.
(D) 3 – 2 – 4 – 1. (C) Isonomia.
(E) 2 – 3 – 1 – 4. (D) Eficácia.
(E) Transparência.
17. FUNDATEC - 2023 - Câmara de Agudo - RS
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) não se aplica ao trata-
mento dos dados pessoais realizado: GABARITO
I. Por pessoa natural para fins exclusivamente particulares e
não econômicos.
II. Para fins exclusivamente jornalísticos e artísticos. 1 A
III. Para fins exclusivos de atividades de investigação e repres- 2 B
são de infrações penais.
Quais estão corretas? 3 B
(A) Apenas I. 4 A
(B) Apenas II.
5 D
(C) Apenas I e III.
(D) Apenas II e III. 6 E
(E) I, II e III. 7 C
8 E
18. FUNDATEC - 2023 - PROCERGS - AST
Segundo as definições da Lei Geral de Proteção de Dados 9 C
(LGPD), o conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em 10 C
um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou físico, se deno-
mina: 11 D
(A) Banco de dados. 12 E
(B) Acervo. 13 C
(C) Dados pessoais.
(D) Dados. 14 D
(E) Documentação. 15 C
16 A
17 E
18 A
19 C
20 B

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/
REGIMENTO INTERNO

I - possuir a nacionalidade brasileira;


LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS SERVIDORES PÚBLICOS: LEI II - estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 10.098, DE 03 DE FEVEREI- III - ter idade mínima de dezoito anos;
RO DE 1994, QUE DISPÕE SOBRE O ESTATUTO E REGIME IV - possuir aptidão física e mental;
JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO V - estar em gozo dos direitos políticos;
DO RIO GRANDE DO SUL VI - ter atendido às condições prescritas para o cargo.
§ 1.º De acordo com as atribuições peculiares do cargo, pode-
rão ser exigidos outros requisitos a serem estabelecidos em lei.
LEI COMPLEMENTAR N.º 10.098, DE 3 DE FEVEREIRO DE § 2.º A comprovação de preenchimento dos requisitos men-
1994. cionados no “caput” dar-se-á por ocasião da posse. (Vetado pelo
Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE
Dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores n.º 66, de 08/04/94)
públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul. § 3.º Para efeitos do disposto no inciso IV do “caput” deste ar-
tigo será permitido o ingresso no serviço público estadual de candi-
TÍTULO I datos portadores das doenças referidas no § 1.º, do artigo 158 des-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ta Lei, desde que: (Incluído pela Lei Complementar n.º 11.836/02)
I - apresentem capacidade para o exercício da função pública
Art. 1.º Esta lei dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico dos para a qual foram selecionados, no momento da avaliação médico-
servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, excetua- -pericial; (Incluído pela Lei Complementar n.º 11.836/02)
das as categorias que, por disposição constitucional, devam reger- II - comprovem, por ocasião da avaliação para ingresso e no
-se por estatuto próprio. curso do estágio probatório, acompanhamento clínico e adesão ao
Art. 2.º Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa tratamento apropriado nos padrões de indicação científica aprova-
legalmente investida em cargo público. dos pelas autoridades de saúde. (Incluído pela Lei Complementar
Art. 3.º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com n.º 11.836/02)
denominação própria, consistindo em conjunto de atribuições e Art. 8º A posse em cargo público efetivo dependerá de prévia
responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição inspeção médica que ateste a aptidão física e mental para o exercí-
pecuniária paga pelos cofres públicos. cio do cargo, observados os requisitos definidos em regulamento.
Art. 4.º Os cargos públicos estaduais, acessíveis a todos os bra- (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.836/22)
sileiros que preencham os requisitos legais para a investidura e aos § 1.º Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo
estrangeiros na forma da Lei Complementar, são de provimento com a natureza de cada cargo, nos termos da lei.
efetivo e em comissão. (Redação dada pela Lei Complementar n.º § 2.º Os candidatos julgados temporariamente inaptos poderão
13.763/11) requerer nova inspeção médica, no prazo de 30 (trinta) dias, a con-
§ 1.º Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, tar da data que dela tiverem ciência.
não serão organizados em carreira. § 3º O servidor ocupante de cargo efetivo da Administração Pú-
§ 2.º Os cargos em comissão, preferencialmente, e as funções blica Estadual, ao tomar posse em novo cargo, sem interrupção de
gratificadas, com atribuições definidas de chefia, assistência e as- exercício, será submetido à avaliação médica pericial, sendo dispen-
sessoramento, serão exercidos por servidores do quadro perma- sada a apresentação de exames complementares, desde que não
nente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e tenha alteração de riscos relacionados ao ambiente de trabalho e
condições previstos em lei. a nova posse ocorra no prazo máximo de 2 (dois) anos. (Redação
Art. 5.º Os cargos de provimento efetivo serão organizados em dada pela Lei Complementar n.º 15.836/22)
carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de cri- § 4º O ingresso no serviço público estadual decorrente de
térios alternados de merecimento e antiguidade. contratação emergencial ou em cargo em comissão dependerá de
Parágrafo único. Poderão ser criados cargos isolados quando o aptidão física e mental verificada mediante procedimento simplifi-
número não comportar a organização em carreira. cado conforme regulamento. (Incluído pela Lei Complementar n.º
Art. 6.º A investidura em cargo público de provimento efetivo 15.836/22)
dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou Art. 9.º Integrará a inspeção médica de que trata o artigo ante-
de provas e títulos. rior, o exame psicológico, que terá caráter informativo. (Vetado pelo
Parágrafo único. A investidura de que trata este artigo ocorrerá Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE
com a posse. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia n.º 66, de 08/04/94)
Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
Art. 7.º São requisitos para ingresso no serviço público:
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TÍTULO II Parágrafo único. Enquanto houver candidatos aprovados em


DO PROVIMENTO, PROMOÇÃO, VAC NCIA, REMOÇÃO E concurso público com prazo de validade não expirado, em condi-
REDISTRIBUIÇÃO ções de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o
mesmo cargo. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia
CAPÍTULO I Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
DO PROVIMENTO Art. 15. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o
direito de concorrer nos concursos públicos para provimento de
Art. 10. São formas de provimento de cargo público: cargos, cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de
I - nomeação; que são portadoras.
II - readaptação; Parágrafo único. A lei reservará percentual de cargos e definirá
III - reintegração; critérios de admissão das pessoas nas condições deste artigo.
IV - reversão;
V - aproveitamento; CAPÍTULO III
VI - recondução. DA NOMEAÇÃO

CAPÍTULO II Art. 16. A nomeação far-se-á:


DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO I - em caráter efetivo, quando se tratar de candidato aprovado
em concurso público para provimento em cargo efetivo de carreira
SEÇÃO I ou isolado;
DISPOSIÇÕES GERAIS II - em comissão, quando se tratar de cargo de confiança de
livre exoneração.
Art. 11. O recrutamento é geral e destina-se a selecionar can- Parágrafo único. A nomeação em caráter efetivo obedecerá ri-
didatos, através de concurso público para preenchimento de vagas gorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a
existentes no quadro de lotação de cargos dos órgãos integrantes hipótese de opção do candidato por última chamada.
da estrutura organizacional do Estado.
CAPÍTULO IV
SEÇÃO II DA LOTAÇÃO
DO CONCURSO PÚBLICO
Art. 17. Lotação é a força de trabalho qualitativa e quantitativa
Art. 12. O concurso público tem como objetivo selecionar can- de cargos nos órgãos em que, efetivamente, devam ter exercício os
didatos à nomeação em cargos de provimento efetivo, podendo ser servidores, observados os limites fixados para cada repartição ou
de provas ou de provas e títulos, na forma do regulamento. unidade de trabalho.
§ 1.º As condições para a realização do concurso serão fixadas § 1.º A indicação do órgão, sempre que possível, observará a
em edital, que será publicado no Diário Oficial do Estado e em jor- relação entre as atribuições do cargo, as atividades específicas da
nal de grande circulação. repartição e as características individuais apresentadas pelo servi-
§ 2.º Não ficarão sujeitos a limite de idade os ocupantes de dor.
cargos públicos estaduais de provimento efetivo. (Vetado pelo Go- § 2.º Tanto a lotação como a relotação poderão ser efetivadas
vernador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º a pedido ou “ex-officio”, atendendo ao interesse da Administração.
66, de 08/04/94) § 3.º Nos casos de nomeação para cargos em comissão ou de-
§ 3.º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os co- signação para funções gratificadas, a lotação será compreendida no
nhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo. próprio ato.
§ 4.º Serão considerados como títulos somente os cursos ou
atividades desempenhadas pelos candidatos, se tiverem relação di- CAPÍTULO V
reta com as atribuições do cargo pleiteado, sendo que os pontos a DA POSSE
eles correspondentes não poderão somar mais de vinte e cinco por
cento do total dos pontos do concurso. Art. 18. Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com
§ 5.º Os componentes da banca examinadora deverão ter qua- a assinatura do termo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da no-
lificação, no mínimo, igual à exigida dos candidatos, e sua composi- meação, prorrogável por igual período a pedido do interessado.
ção deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado. § 1.º Quando se tratar de servidor legalmente afastado do exer-
Art. 13. O desempate entre candidatos aprovados no concurso cício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do
em igualdade de condições, obedecerá aos seguintes critérios: término do afastamento.
I - maior nota nas provas de caráter eliminatório, considerando § 2.º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
o peso respectivo; II - maior nota nas provas de caráter classificató- § 3.º No ato da posse, o servidor deverá apresentar declara-
rio, se houver, prevalecendo a que tiver maior peso; ção quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função
III - sorteio público, que será divulgado através de edital publi- pública.
cado na imprensa, com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis Art. 19. A autoridade a quem couber dar posse verificará, sob
da sua realização. pena de responsabilidade, se foram cumpridas as formalidades le-
Art. 14. O prazo de validade do concurso será de até 2 (dois) gais prescritas para o provimento do cargo.
anos, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período, no Art. 20. Se a posse não se der no prazo referido no artigo 18,
interesse da Administração. será tornada sem efeito a nomeação.
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

Art. 21. São competentes para dar posse: § 4.º Do pedido de afastamento do servidor deverá constar ex-
I - o Governador do Estado, aos titulares de cargos de sua ime- pressamente o objeto do mesmo, o prazo de sua duração e, confor-
diata confiança; me o caso, se é com ou sem ônus para a origem. (Renumerado pela
II - os Secretários de Estado e os dirigentes de órgão direta- Lei Complementar n.º 10.727/96)
mente ligados ao chefe do Poder Executivo, aos seus subordinados § 5.º O servidor estável poderá ser autorizado a, no interesse
hierárquicos. da Administração Pública e em campo de estudo vinculado ao cargo
que o servidor exerce, e desde que a participação não possa ocorrer
CAPÍTULO VI simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensa-
DO EXERCÍCIO ção de horário, afastar-se, com a respectiva remuneração ou subsí-
dio, para participar de programa de pós graduação “stricto sensu”
Art. 22. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do em instituição de ensino superior, no País ou no exterior, conforme
cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data regulamento. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
da posse. Art. 26. Salvo nos casos previstos nesta lei, o servidor que in-
§ 1.º Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não terromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos será
entrar em exercício no prazo estabelecido neste artigo. demitido por abandono de cargo, com base em resultado apurado
§ 2.º Compete à chefia imediata da unidade administrativa em inquérito administrativo.
onde for lotado o servidor, dar-lhe exercício e providenciar nos Art. 27. O servidor preso para perquirição de sua responsabili-
elementos necessários à complementação de seus assentamentos dade em crime comum ou funcional será considerado afastado do
individuais. exercício do cargo, observado o disposto nos §§ 1.º e 2.º, bem como
§ 3.º A readaptação e a recondução, bem como a nomeação no inciso IV e §§ 2.º e 3.º do art. 80. (Redação dada pela Lei Comple-
em outro cargo, com a consequente exoneração do anterior, não mentar n.º 15.450/20)
interrompem o exercício. § 1.º Absolvido, terá considerado este tempo como de efetivo
§ 4.º O prazo de que trata este artigo, para os casos de reinte- exercício, sendo-lhe ressarcidas as diferenças pecuniárias a que fi-
gração, reversão e aproveitamento, será contado a partir da publi- zer jus.
cação do ato no Diário Oficial do Estado. § 2.º O servidor preso para cumprimento de pena decorrente
Art. 23. O servidor removido ou redistribuído “ex-officio”, que de condenação por crime, se esta não for de natureza que determi-
deva ter exercício em outra localidade, terá 15 (quinze) dias para ne a demissão, ficará afastado do cargo, sem direito à remuneração,
entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo necessário ao até o cumprimento total da pena, fazendo jus seus dependentes ao
deslocamento para a nova sede. benefício de que trata o art. 259-A desta Lei Complementar. (Reda-
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor encontrar-se afas- ção dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
tado do exercício do cargo, o prazo a que se refere este artigo será
contado a partir do término do afastamento. CAPÍTULO VII
Art. 24. A efetividade do servidor será comunicada ao órgão DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
competente mensalmente, por escrito, na forma do regulamento.
Parágrafo único. A aferição da frequência do servidor, para to- Art. 28. Estágio probatório é o período de 3 (três) anos em que
dos os efeitos, será apurada através do ponto, nos termos do regu- o servidor, nomeado em caráter efetivo, deve ficar em observação,
lamento. e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua con-
Art. 25. O servidor poderá afastar-se do exercício das atribui- firmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos:
ções do seu cargo no serviço público estadual, mediante autoriza- (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
ção do Governador, nos seguintes casos: I - colocação à disposição; I - disciplina;
II - estudo ou missão científica, cultural ou artística; II - eficiência;
III - estudo ou missão especial de interesse do Estado. III - responsabilidade;
§ 1.º O servidor somente poderá ser posto à disposição de ou- IV - produtividade;
tros órgãos da administração direta, autarquias ou fundações de V - assiduidade.
direito público do Estado, para exercer função de confiança. Parágrafo único. Os requisitos estabelecidos neste artigo, os
§ 2.º O servidor somente poderá ser posto à disposição de ou- quais poderão ser desdobrados em outros, serão apurados na for-
tras entidades da administração indireta do Estado ou de outras ma do regulamento.
esferas governamentais, para o exercício de cargo ou função de Art. 29. A aferição dos requisitos do estágio probatório proces-
confiança. sar-se-á no período máximo de até 32 (trinta e dois) meses, a qual
§ 3.º Ficam dispensados da exigência do exercício de cargo ou será submetida à avaliação da autoridade competente, servindo o
função de confiança, prevista nos parágrafos anteriores: (Incluído período restante para aferição final, nos termos do regulamento.
pela Lei Complementar n.º 10.727/96) I - os afastamentos de ser- (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
vidores para o Sistema Único de Saúde; (Incluído pela Lei Comple- § 1.º O servidor que apresente resultado insatisfatório será
mentar n.º 10.727/96) exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocu-
II - os afastamentos nos casos em que haja necessidade com- pado, observado o disposto no parágrafo único do artigo 54. (Veta-
provada e inadiável do serviço, para o exercício de funções correla- do pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, confor-
tas às atribuições do cargo, desde que haja previsão em convênio. me DOE n.º 66, de 08/04/94)
(Incluído pela Lei Complementar n.º 10.727/96) § 2.º Antes da formalização dos atos de que trata o § 1.º, será
dada ao servidor vista do processo correspondente, pelo prazo de
5 (cinco) dias, para, querendo, apresentar sua defesa, que será sub-
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metida, em igual prazo, à apreciação do órgão competente. (Vetado Art. 32-A. A pedido do servidor, a jornada de trabalho poderá
pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme ser reduzida entre 25% (vinte e cinco por cento) e 50% (cinquenta
DOE n.º 66, de 08/04/94) por cento), mediante a concordância do titular do órgão ou enti-
§ 3.º Em caso de recusa do servidor em ser cientificado, a auto- dade a que o servidor estiver vinculado. (Incluído pela Lei Comple-
ridade poderá valer-se de testemunhas do próprio local de trabalho mentar n.º 15.450/20)
ou, em caso de inassiduidade, a cientificação poderá ser por cor- § 1.º A incidência do regime diferenciado de que trata o “caput”
respondência registrada. (Vetado pelo Governador e mantido pela acarretará a redução da remuneração na mesma proporção da re-
Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) dução da jornada de trabalho. (Incluído pela Lei Complementar n.º
§ 4.º A autoridade competente poderá designar comissão de 15.450/20)
avaliação de estágio probatório, formada por 3 (três) servidores § 2.º A redução da jornada de trabalho dependerá da conveni-
efetivos e estáveis, preferencialmente com grau de instrução igual ência e oportunidade do serviço e poderá, a qualquer tempo, ser
ou superior ao do servidor avaliado, para o fim de avaliar o cumpri- revogada, por decisão do titular do órgão, ou cancelada, a pedido
mento dos requisitos do estágio probatório, conforme regulamen- do servidor. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
to. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20) Art. 33. Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor po-
§ 5.º Não serão computados para integrar o triênio de estágio derá ser convocado para cumprir serviço extraordinário, desde que
probatório os períodos de afastamento do exercício efetivo do car- devidamente autorizado pelo Governador. (Vide Lei Complementar
go, cujo prazo ficará suspenso até o término do afastamento. (Inclu- n.º 11.649/01)
ído pela Lei Complementar n.º 15.450/20) § 1.º Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho re-
alizadas além das normais estabelecidas por jornada diária para o
CAPÍTULO VIII respectivo cargo.
DA ESTABILIDADE § 2.º O horário extraordinário de que trata este artigo não po-
derá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária diária
Art. 30. O servidor nomeado em cargo de provimento efetivo, a que estiver sujeito o servidor.
mediante aprovação em concurso público, na forma do art. 12, ad- § 3.º Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servi-
quire estabilidade após 3 (três) anos de efetivo dor terá direito à remuneração ou folga, nos termos do regulamen-
exercício, desde que aprovado no estágio probatório. (Redação to. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20) Art. 34. Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22
Art. 31. O servidor estável só perderá o cargo: (Redação dada (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte,
pela Lei Complementar n.º 15.450/20) observado o previsto no artigo 113.
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Re- Parágrafo único. A hora de trabalho noturno será computada
dação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20) como de cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
rada ampla defesa; ou (Redação dada pela Lei Complementar n.º CAPÍTULO X
15.450/20) DA PROMOÇÃO
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
penho, na forma da lei complementar específica, assegurada ampla Art. 35. Promoção é a passagem do servidor de um grau para o
defesa. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20) imediatamente superior, dentro da respectiva categoria funcional.
Art. 36. As promoções de grau a grau, nos cargos organizados
CAPÍTULO IX em carreira, obedecerão aos critérios de merecimento e antiguida-
DO REGIME DE TRABALHO de, alternadamente, na forma da lei, que deverá assegurar critérios
objetivos na avaliação do merecimento.
Art. 32. A autoridade máxima de cada órgão ou Poder deter- Art. 37. Somente poderá concorrer à promoção o servidor que:
minará, quando não discriminado em lei ou regulamento, o horário I - preencher os requisitos estabelecidos em lei;
de trabalho dos órgãos públicos estaduais. (Redação dada pela Lei II - não tiver sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena
Complementar n.º 15.450/20) de suspensão, convertida, ou não em multa.
Parágrafo único. Pode ser autorizado o regime especial de te- Art. 38. Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia
letrabalho, a critério da Administração, na forma prevista em regu- por direito, o ato que formalizou indevidamente a promoção.
lamento, e desde que, cumulativamente: (Redação dada pela Lei Parágrafo único. O servidor a quem cabia a promoção receberá
Complementar n.º 15.450/20) a diferença de retribuição a que tiver direito.
I - exista mecanismo de controle de produtividade; (Redação
dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20) CAPÍTULO XI
II - sejam cumpridas as metas individuais e coletivas de produ- DA READAPTAÇÃO
tividade, previamente fixadas; (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n.º 15.450/20) Art. 39. Readaptação é a forma de investidura do servidor está-
III - as atribuições do cargo e as atividades do setor não exijam vel em cargo de atribuições e responsabilidades mais compatíveis
a presença física do servidor. (Redação dada pela Lei Complementar com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido em sua
n.º 15.450/20) capacidade física ou mental, podendo ser processada a pedido ou
“ex officio”.

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MATÉRIA INTERNO

§ 1.º A readaptação será efetivada, sempre que possível, em § 2.º Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos
cargo compatível com a aptidão do servidor, observada a habilita- artigos 18 e 22, relativas à posse e ao exercício, respectivamente.
ção e a carga horária exigidas para o novo cargo. Art. 45. A reversão far-se-á, a pedido ou “ex-officio”, no mesmo
§ 2.º A verificação de que o servidor tornou-se inapto para o cargo ou no resultante de sua transformação.
exercício do cargo ocupado será realizada pelo órgão de perícia Art. 46. É vedada a reversão do servidor com mais de 70 (se-
oficial, que indicará o cargo em que julgar possível a readaptação, tenta) anos. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
mediante confirmação pelo órgão central de recursos humanos do Art. 47. O servidor que reverter não poderá ser aposentado
Estado. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20) antes de decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, salvo se so-
§ 3.º Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribui- brevier outra moléstia que o incapacite definitivamente ou for inva-
ções ao servidor em estágio experimental, pelo órgão competente, lidado em consequência de acidente ou de agressão não-provocada
por prazo não inferior a 90 (noventa) dias, o que poderá ser reali- no exercício de suas atribuições.
zado na mesma repartição ou em outra, atendendo, sempre que Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não será computado
possível, às peculiaridades do caso, mediante acompanhamento o tempo em que o servidor, após a reversão, tenha se licenciado em
sistemático. razão da mesma moléstia.
§ 4.º No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao ser- Art. 48. O tempo em que o servidor esteve aposentado será
vidor as atribuições do cargo indicado, até que se disponha deste computado, na hipótese de reversão, exclusivamente para fins de
para o regular provimento. nova aposentadoria.
Art. 40. Se o resultado da inspeção médica concluir pela inca-
pacidade para o serviço público, será determinada a aposentadoria CAPÍTULO XIV
do readaptando. DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
Art. 41. Em nenhuma hipótese poderá a readaptação acarretar
aumento ou diminuição da remuneração do servidor, exceto quan- SEÇÃO I
do se tratar da percepção de vantagens cuja natureza é inerente ao DA DISPONIBILIDADE
exercício do novo cargo.
Parágrafo único. Realizando-se a readaptação em cargo de pa- Art. 49. A disponibilidade decorrerá da extinção do cargo ou da
drão de vencimento inferior, ficará assegurada ao servidor a remu- declaração da sua desnecessidade.
neração correspondente à do cargo que ocupava anteriormente. Parágrafo único. O servidor estável ficará em disponibilidade
Art. 42. Verificada a adaptabilidade do servidor no cargo e com- até seu aproveitamento em outro cargo.
provada sua habilitação será formalizada sua readaptação, por ato Art. 50. O servidor estável em disponibilidade perceberá remu-
de autoridade competente. neração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Lei
Parágrafo único. O órgão competente poderá indicar a delimi- Complementar n.º 15.450/20)
tação de atribuições no novo cargo ou no cargo anterior, apontando Parágrafo único. O servidor em disponibilidade será aposenta-
aquelas que não podem ser exercidas pelo servidor e, se necessá- do se, submetido à inspeção médica, for declarado inválido para o
rio, a mudança de local de trabalho. serviço público.

CAPÍTULO XII SEÇÃO II


DA REINTEGRAÇÃO DO APROVEITAMENTO

Art. 43. Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo Art. 51. Aproveitamento é o retorno à atividade do servidor em
anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, em disponibilidade e far se-á, obrigatoriamente, em cargo de atribui-
consequência de decisão administrativa ou judicial, com ressarci- ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
mento de prejuízos decorrentes do afastamento. Art. 52. O órgão central de recursos humanos poderá indicar o
§ 1.º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante aproveitamento do servidor em disponibilidade, em vaga que vier a
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública estadual,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. na forma do regulamento.
§ 2.º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará Art. 53. Salvo doença comprovada por junta médica oficial, será
em disponibilidade, observado o disposto nos artigos 51 a 53. tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade,
§ 3.º O servidor reintegrado será submetido à inspeção médica se o servidor não entrar em exercício no prazo de 30 (trinta) dias.
e, verificada a incapacidade para o serviço público, será aposenta-
do. CAPÍTULO XV
DA RECONDUÇÃO
CAPÍTULO XIII
DA REVERSÃO Art. 54. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado e decorrerá de:
Art. 44. Reversão é o retorno à atividade do servidor aposen- I - obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório
tado por invalidez, quando verificada, por junta médica oficial, a relativo a outro cargo;
insubsistência dos motivos determinantes da aposentadoria. II - reintegração do anterior ocupante do cargo.
§ 1.º O servidor que reverter terá assegurada a retribuição
correspondente à situação funcional que detinha anteriormente à
aposentadoria.
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III - pedido do servidor que, investido em outro cargo inacu- SEÇÃO II


mulável, deseje retornar, desde que não ultrapassado o prazo do DA REDISTRIBUIÇÃO
estágio probatório do novo cargo. (Incluído pela Lei Complementar
n.º 15.450/20) Art. 60. Redistribuição é o deslocamento do servidor com o res-
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o pectivo cargo, de um quadro de pessoal ou entidade para outro do
servidor será aproveitado em outro, com a natureza e vencimento mesmo Poder, cujos planos de cargos e vencimentos sejam idênti-
compatíveis com o que ocupara, observado o disposto no artigo 52. cos. (Vide Leis n.ºs11.407/00 e 13.422/10) (Vide art. 20, § 2.º, da
(Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, Lei n.º 15.144/18)
conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) § 1.º Dar-se-á, exclusivamente, a redistribuição, para ajusta-
mento de quadros de pessoal às necessidades dos serviços, inclu-
CAPÍTULO XVI sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
DA VACÂNCIA entidade, na forma da lei.
§ 2.º Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servido-
Art. 55. A vacância do cargo decorrerá de: res estáveis que não puderem ser redistribuídos, nos termos deste
I - exoneração; artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamento
II - demissão; na forma do artigo 51.
III - readaptação; § 3.º O disposto neste artigo não se aplica aos cargos definidos
IV - aposentadoria; em lei como de lotação privativa. (Vetado pelo Governador e manti-
V - recondução; do pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
VI - falecimento.
Parágrafo único. A abertura da vaga ocorrerá na data da publi- CAPÍTULO XVIII
cação da lei que criar o cargo ou do ato que formalizar qualquer das DA SUBSTITUIÇÃO
hipóteses previstas neste artigo.
Art. 56. A exoneração dar-se-á: Art. 61. Os servidores investidos em cargos em comissão ou
I - a pedido do servidor; funções gratificadas terão substitutos, durante seus afastamentos
II - “ex-officio”, quando: ou impedimentos eventuais, previamente designados pela autori-
a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade dade competente.
competente; Parágrafo único. O substituto fará jus ao vencimento do cargo
b) não forem satisfeitas as condições do estágio probatório. ou função na proporção dos dias de efetiva substituição iguais ou
Art. 57. A demissão decorrerá de aplicação de pena disciplinar superiores a 10 (dez) dias consecutivos, computáveis para os efeitos
na forma prevista em lei. dos artigos 102 e 103 desta lei.

CAPÍTULO XVII TÍTULO III


DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO DOS DIREITOS E VANTAGENS

SEÇÃO I CAPÍTULO I
DA REMOÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 58. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou Art. 62. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os
“ex-officio”, com ou sem mudança de sede: quais serão convertidos em anos, considerados estes como período
I - de uma repartição para outra; de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
II - de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma Art. 63. Os dias de efetivo exercício serão computados à vista
repartição. dos comprovantes de pagamento, ou dos registros funcionais.
§ 1.º Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a remo- Art. 64. São considerados de efetivo exercício os afastamentos
ção, a pedido, por motivo de saúde do servidor, do cônjuge deste do serviço em virtude de:
ou dependente, mediante prévia verificação da existência de vaga. I - férias;
§ 2.º Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que II - casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;
possível, a remoção do cônjuge, que for também servidor estadual; III - falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros,
não sendo possível, observar-se-á o disposto no artigo 147. irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, ente-
Art. 59. A remoção por permuta será processada a pedido de ado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;
ambos os interessados, ouvidas, previamente, as chefias envolvi- IV - doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante compro-
das. vação;
V - exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimen-
to em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento;
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VII - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou mu-
nicipal, exceto para promoção por merecimento;

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VIII - missão ou estudo noutros pontos do território nacional § 3.º A requerimento do servidor, e havendo concordância da
ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente chefia, as férias poderão ser gozadas em até 3 (três) períodos. (Re-
autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribui- dação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
ção pecuniária; Art. 68. Será pago ao servidor, por ocasião das férias, indepen-
IX - deslocamento para nova sede na forma do artigo 58; dentemente de solicitação, o acréscimo constitucional de 1/3 (um
X - realização de provas, na forma do artigo 123; terço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamen-
XI - assistência a filho excepcional, na forma do artigo 127; te.
XII - prestação de prova em concurso público; § 1.º O pagamento da remuneração de férias será efetuado
XIII - participação em programas de treinamento regularmente antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o
instituído, correlacionado às atribuições do cargo; acréscimo constitucional de 1/3 (um terço), antes do início do re-
XIV - licença: ferido período.
a) à gestante, à adotante e à paternidade; § 2.º Na hipótese de férias parceladas poderá o servidor indicar
b) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, em qual dos períodos utilizará a faculdade de que trata este artigo.
com remuneração; c) prêmio por assiduidade; Art. 69. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as van-
d) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada tagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício.
ou doença profissional; e) para concorrer a mandato eletivo federal, Art. 70. O servidor que opere direta e permanentemente com
estadual ou municipal; Raios X ou substâncias radioativas, próximas a fontes de irradiação,
f) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito terá direito, quando no efetivo exercício de suas atribuições, a 20
de promoção por merecimento; (vinte) dias consecutivos de férias por semestre, não acumuláveis
g) para participar de cursos, congressos e similares, sem preju- e intransferíveis.
ízo da retribuição; Art. 71. Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as
XV - moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, hipóteses em que haja legislação específica, as férias poderão ser
até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia acumuladas até o máximo de dois períodos anuais.
imediata; Art. 72. As férias somente poderão ser interrompidas por moti-
XVI - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20) vos de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri,
Parágrafo único. Constitui tempo de serviço, para todos os efei- serviço militar ou eleitoral ou por superior interesse público.
tos legais, o anteriormente prestado ao Estado pelo servidor que Art. 73. Se o servidor vier a falecer, quando já implementado
tenha ingressado sob a forma de contratação, admissão, nomeação, o período de um ano, que lhe assegure o direito a férias, a retri-
ou qualquer outra, desde que comprovado o vínculo regular. buição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas corres-
Art. 65. Computar-se-á integralmente, para efeito de aposenta- pondentes à antecipação, será paga aos dependentes legalmente
doria e disponibilidade o tempo: constituídos.
I - de serviço prestado pelo servidor em função ou cargo públi- Art. 74. O servidor exonerado fará jus ao pagamento da remu-
co federal, estadual ou municipal; neração de férias proporcionalmente aos meses de efetivo exercí-
II - de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares prestado cio, descontadas eventuais parcelas já fruídas.
durante a paz, computando-se em dobro o tempo em operação de Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo corres-
guerra, na forma da lei; ponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o
III - correspondente ao desempenho de mandato eletivo fede- servidor na forma prevista no artigo 69, desta lei, relativa ao mês
ral, estadual ou municipal, anterior ao ingresso no serviço público em que a exoneração for efetivada.
estadual; Art. 75. O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de
IV - de serviço prestado em atividade privada, vinculada à pre- licença para tratar de interesses particulares ou para acompanhar o
vidência social, observada a compensação financeira entre os di- cônjuge, somente após um ano de efetivo exercício contado da data
versos sistemas previdenciários segundo os critérios estabelecidos da apresentação fará jus a férias.
em lei; Art. 76. Perderá o direito às férias o servidor que, no ano an-
V - em que o servidor: tecedente àquele em que deveria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta)
a) esteve em disponibilidade; dias de faltas não justificadas ao serviço.
b) já esteve aposentado, quando se tratar de reversão. Art. 77. O servidor readaptado, relotado, removido ou recon-
Art. 66. É vedada a contagem cumulativa de tempo de servi- duzido, quando em gozo de férias, não é obrigado a apresentar-se
ço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função antes de concluí-las.
em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, municípios,
autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas CAPÍTULO III
públicas. DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO

CAPÍTULO II Art. 78. Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao ser-


DAS FÉRIAS vidor pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão
fixado em lei.
Art. 67. O servidor gozará, anualmente, 30 (trinta) dias de fé- Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de venci-
rias. mento básico, importância inferior ao salário mínimo. (Vetado pelo
§ 1.º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE
12 (doze) meses de exercício. n.º 66, de 08/04/94)
§ 2.º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
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Art. 79. Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das CAPÍTULO IV


vantagens pecuniárias estabelecidas em lei. DAS VANTAGENS
§ 1.º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
de caráter permanente, é irredutível, sendo vedada vinculação ou Art. 85. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
equiparação para efeitos de remuneração de pessoal. seguintes vantagens:
§ 2.º(REVOGADO pela Lei Complementar n.º 10.727/96) I - indenizações;
Art. 80. O servidor perderá: II - avanços;
I - a remuneração relativa aos dias em que faltar ao serviço; III - gratificações e adicionais;
II - a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, IV - honorários e jetons.
ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) Art. 86. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
minutos; acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés-
III - a metade da remuneração, na hipótese de conversão da cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun-
pena de suspensão em multa; damento.
IV - a totalidade de sua remuneração durante o afastamento do Art. 87. Salvo os casos previstos nesta lei, o servidor não po-
exercício do cargo, nas hipóteses previstas no art. 27 desta Lei Com- derá receber a qualquer título, seja qual for o motivo ou a forma
plementar, observado o disposto nos §§ 2.º e 3.º. (Redação dada de pagamento, nenhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos da
pela Lei Complementar n.º 15.450/20) Administração Direta ou Indireta, ou outras organizações públicas,
§ 1.º No caso de faltas sucessivas, serão computados para efei- em razão de seu cargo, nas quais tenha sido mandado servir.
to de desconto os períodos de repouso intercalados. (Renumerado Art. 88. As vantagens de que trata o art. 85 não são incorpora-
pela Lei Complementar n.º 15.450/20) das à remuneração do servidor em atividade, nem aos proventos
§ 2.º O servidor preso para perquirição de sua responsabilida- dos inativos. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
de em crime comum ou funcional perceberá 2/3 (dois terços) da § 1.º (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
remuneração do cargo pelo prazo de até 180 (cento e oitenta) dias. § 2.º Aos titulares de cargos de confiança optantes por gratifi-
(Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20) cação por exercício de função já incorporadas nos termos da lei, é
§ 3.º O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade facultada a opção pela percepção da gratificação de representação
em crime decorrente de ato praticado no exercício regular do cargo correspondente às atribuições da função titulada. (Redação dada
público perceberá remuneração observadas as seguintes disposi- pela Lei Complementar n.º 10.530/95)
ções: (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20) § 3.º Os servidores que incorporaram gratificação por exercício
I - em valor equivalente à remuneração total do cargo por até de função em atividade e os servidores inativos terão seus venci-
180 (cento e oitenta) dias; (Incluído pela Lei Complementar n.º mentos e proventos revistos na forma estabelecida neste artigo.
15.450/20) (Redação dada pela Lei Complementar n.º 10.530/95)
II - em valor equivalente a 2/3 (dois terços) da remuneração do
cargo, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não ultra- SEÇÃO I
passar 730 (setecentos e trinta) dias; (Incluído pela Lei Complemen- DAS INDENIZAÇÕES
tar n.º 15.450/20)
III - sem remuneração no período que exceder a 730 (setecen- Art. 89. Constituem indenizações ao servidor:
tos e trinta) dias. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20) I - ajuda de custo;
§ 4.º Transcorridos os prazos de que tratam o § 2.º e o inciso II - diárias;
III do § 3.º, cessará a percepção de qualquer remuneração pelo ser- III - transporte.
vidor preso, e os seus dependentes farão jus ao benefício de que
trata o art. 259-A desta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Com- SUBSEÇÃO I
plementar n.º 15.450/20) DA AJUDA DE CUSTO
Art. 81. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-
nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. Art. 90. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá de instalações do servidor que, no interesse do serviço, passe a ter
haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter per-
critério da administração e com reposição de custos, na forma defi- manente.
nida em regulamento. Parágrafo único. Correm por conta da Administração as des-
Art. 82. As reposições e indenizações ao erário deverão ser pesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo
descontadas em parcelas mensais não excedentes a 30% (trinta passagens, bagagens e bens pessoais.
por cento) nem inferiores a 10% (dez por cento) da remuneração, Art. 91. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do
subsídio ou proventos. (Redação dada pela Lei Complementar n.º servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo ex-
15.450/20) ceder a importância correspondente a 3 (três) meses de remune-
Art. 83. Terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar eventuais ração.
débitos com o erário, o servidor que for demitido ou exonerado. Art. 92. Não será concedida ajuda de custo: (Redação dada pela
Parágrafo único. A não-quitação do débito no prazo previsto Lei Complementar n.º 15.450/20)
implicará sua inscrição na dívida ativa. I - quando o deslocamento ocorrer a pedido do servidor; (Reda-
Art. 84. O vencimento, a remuneração e o provento não serão ção dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de pres-
tação de alimentos resultantes de decisão judicial.
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II - ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em vir- § 1.º O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de
tude de mandato eletivo; e(Redação dada pela Lei Complementar serviço público em que permanecer em atividade, computado na
n.º 15.450/20) forma dos artigos 116 e 117. (Renumerado pela Lei Complementar
III - nos casos de provimento originário em cargo de provimen- n.º 10.530/95)
to efetivo. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20) § 2.º O disposto no “caput” e no parágrafo anterior não se apli-
Art. 93. Será concedida ajuda de custo ao servidor efetivo do ca ao servidor cuja primeira investidura no serviço público estadual
Estado que for nomeado para cargo em comissão ou designado ocorra após 30 de junho de 1995, hipótese em que será observado
para função gratificada, com mudança de domicílio. o disposto no parágrafo seguinte. (Incluído pela Lei Complementar
Parágrafo único. No afastamento para exercício de cargo em n.º 10.530/95)
comissão, em outro órgão ou entidade da União, do Distrito Fede- § 3.º Por triênio de efetivo exercício no serviço público, ao ser-
ral, dos estados ou dos municípios, o servidor não receberá ajuda vidor será concedido automaticamente um acréscimo de 3% (três
de custo do Estado. por cento), denominado avanço, calculado, na forma da lei. (Incluí-
Art. 94. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de cus- do pela Lei Complementar n.º 10.530/95)
to quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede, no
prazo de 30 (trinta) dias. SEÇÃO III
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
SUBSEÇÃO II
DAS DIÁRIAS Art. 100. Serão deferidos ao servidor as seguintes gratificações
e adicionais por tempo de serviço e outras por condições especiais
Art. 95. O servidor que se afastar temporariamente da sede, de trabalho:
em objeto de serviço, fará jus, além das passagens de transporte, I - gratificação por exercício de função;
também a diárias destinadas à indenização das despesas de alimen- II - gratificação natalina;
tação e pousada. III - gratificação por regime especial de trabalho, na forma da
§ 1.º Entende-se por sede a localidade onde o servidor estiver lei;
em exercício em caráter permanente. IV - gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas
§ 2.º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo de- ou perigosas;
vida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora V - gratificação por exercício de serviço extraordinário;
da sede. VI - gratificação de representação, na forma da lei;
§ 3.º Não serão devidas diárias nas hipóteses em que o deslo- VII - gratificação por serviço noturno;
camento da sede constituir exigência permanente do serviço, nem VIII - adicional por tempo de serviço;
quando o deslocamento se der para distâncias inferiores a 50 km IX - gratificação de permanência em serviço;
(cinquenta quilômetros). (Redação dada pela Lei Complementar n.º X - abono familiar;
15.450/20) XI - outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do tra-
Art. 96. O servidor que receber diárias e, por qualquer motivo balho, na forma da lei.
não se afastar da sede, fica obrigado a restituí-las integralmente, no
prazo de 5 (cinco) dias. SUBSEÇÃO I
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, DA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, deve-
rá restituir as diárias recebidas em excesso, no período previsto no Art. 101. A função gratificada será percebida pelo exercício de
“caput”. chefia, assistência ou assessoramento, cumulativamente ao venci-
Art. 97. As diárias, que deverão ser pagas antes do deslocamen- mento do cargo de provimento efetivo.
to, serão calculadas sobre o valor básico fixado em lei e serão per- Art. 102. (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
cebidas pelo servidor que a elas fizer jus, na forma do regulamento. § 1.º) (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 10.530/95) § 2.º (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
§ 3.º (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
SUBSEÇÃO III § 4.º (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE I - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
II - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
Art. 98. Será concedida indenização de transporte ao servidor III - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo- a) (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
ção, para execução de serviços externos, por força das atribuições b) (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
próprias do cargo, conforme previsto em regulamento. c) (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
d) (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
SEÇÃO II IV - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
DOS AVANÇOS V - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
VI - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
Art. 99. Por triênio de efetivo exercício no serviço público, o VII - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
servidor terá concedido automaticamente um acréscimo de 5% VIII - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
(cinco por cento), denominado avanço, calculado na forma da lei.
(Vide Lei Complementar n.º 10.795/96)
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Art. 103. Fica vedada a incorporação de vantagens de caráter Art. 105. O servidor exonerado terá direito à gratificação nata-
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou lina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada na forma
de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo ou aos pro- do § 1.º do artigo anterior, sobre a remuneração do mês da exone-
ventos de inatividade ou pensão. (Redação dada pela Lei Comple- ração.
mentar n.º 15.450/20) Art. 106. É extensiva aos inativos a percepção da gratificação
natalina, cujo cálculo incidirá sobre as parcelas que compõem seu
SUBSEÇÃO II provento.
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
SUBSEÇÃO III
Art. 104. Será concedida ao servidor que esteja no desempe- DA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE ATIVIDADES INSA-
nho de suas funções uma gratificação natalina correspondente a LUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS
sua remuneração integral devida no mês de dezembro.
§ 1.º A gratificação de que trata este artigo corresponderá a Art. 107. Os servidores que exerçam suas atribuições com ha-
1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o servidor, no bitualidade em locais insalubres ou em contato com substâncias
mês de dezembro, por mês de efetivo exercício, considerando-se as tóxicas radioativas ou com risco de vida fazem jus a uma gratifica-
frações iguais ou superiores a 15 (quinze) dias como mês integral. ção, nos termos da lei. (Redação dada pela Lei Complementar n.º
§ 2.º O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o 15.450/20)
dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada exercício. § 1.º O servidor que fizer jus às gratificações de insalubridade,
§ 3.º A gratificação natalina é devida ao servidor afastado de periculosidade ou penosidade deverá optar por uma delas nas con-
suas funções, sem prejuízo da remuneração e demais vantagens. dições previstas na lei.
§ 4.º O Estado indenizará o servidor pelo eventual descumpri- § 2.º O direito às gratificações previstas neste artigo cessa com
mento do prazo de pagamento das obrigações pecuniárias relativas a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua
à gratificação natalina, cuja base de cálculo será o valor desta, de- concessão.
duzidos os descontos legais. (Incluído pela Lei Complementar n.º § 3.º Será devida aos servidores públicos civis ocupantes de
12.021/03) (Vide Leis Complementares n.ºs12.176/04, 12.392/05, cargo de provimento efetivo uma gratificação pelo exercício de suas
12.665/06 e 12.860/07) (Vide arts. 3.º e 4.º da Lei Complemen- funções em locais insalubres ou em contato com substâncias tóxicas
tar n.º 14.789/15) (Vide arts. 2.º e 3.º da Lei Complementar n.º radioativas, denominada gratificação de insalubridade, calculada
15.046/17) em razão do grau de exposição, a incidir sobre o vencimento bási-
§ 5.º A indenização de que trata o § 4.º será calculada com base co do cargo titulado, nos seguintes percentuais: (Incluído pela Lei
no índice oficial de remuneração da caderneta de poupança, “pro- Complementar n.º 15.450/20)
-rata die”, e paga juntamente com o valor total ou parcial da referida I - 10% (dez por cento), se mínimo o grau de exposição; (Incluí-
gratificação. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.046/17) do pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
(Vide art. 2.º da Lei Complementar n.º 15.046/17) II - 20% (vinte por cento), se médio o grau de exposição; e (In-
§ 6.º A indenização de que trata o § 4.º, referente à gratificação cluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
natalina devida no exercício de 2017, será calculada com base em III - 40% (quarenta por cento), se máximo o grau de exposição.
um percentual de 1,42% (um inteiro e quarenta e dois centésimos (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
por cento) ao mês, “pro-rata die”, sobre o saldo não pago e credita- § 4.º A gratificação de que trata este artigo não se incorporará à
da juntamente com o valor total ou parcial da referida gratificação. remuneração nem aos proventos de inatividade, sendo devida ape-
(Incluído pela Lei Complementar n.º 15.052/17) nas enquanto o servidor estiver prestando o serviço nas condições
§ 7.º A indenização de que trata o § 4.º, referente à gratificação especiais. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
natalina devida no exercício de 2018, será calculada com base em § 5.º A existência das condições especiais de que trata o “caput”
um percentual de 1,50% (um inteiro e cinquenta centésimos por e o grau de exposição do servidor serão aferidos pelo órgão oficial
cento) ao mês, “pro-rata die”, sobre o saldo não pago e creditada de perícia, com revisão periódica, na forma do regulamento. (Inclu-
juntamente com o valor total ou parcial da referida gratificação.” ído pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
(Incluído pela Lei Complementar n.º 15.233/18) (Vide art. 2.º da Lei Art. 108. Haverá permanente controle da atividade de servi-
Complementar n.º 15.233/18) dores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou
§ 8.º A indenização de que trata o § 4.º, referente à gratificação perigosos.
natalina devida no exercício de 2019, será calculada com base em Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada,
um percentual de 1,30% (um inteiro e trinta centésimos por cento) enquanto durarem a gestação e a lactação, das operações e locais
ao mês, “pro-rata die”, sobre o saldo não pago e creditada junta- previstos neste artigo, passando a exercer suas atividades em local
mente com o valor total ou parcial da referida gratificação. (Incluído salubre e em serviço compatível com suas condições.
pela Lei Complementar n.º 15.397/19) (Vide art. 2.º da Lei Comple- Art. 109. Os locais de trabalho e os servidores que operem com
mentar n.º 15.397/19) Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle per-
§ 9.º A indenização de que trata o § 4.º deste artigo, referente à manente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra-
gratificação natalina devida no exercício de 2020 será com base no passem o nível máximo previsto na legislação própria.
percentual de 0,87% (oitenta e sete centésimos por cento) ao mês, Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão
“pro-rata die”, sobre o saldo não pago, e creditada juntamente com submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses de exercício.
o valor total ou parcial da referida gratificação. (Redação dada pela
Lei Complementar n.º 15.597/21) (Vide art. 2.º da Lei Complemen-
tar n.º 15.597/21)
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SUBSEÇÃO IV SUBSEÇÃO VII


DA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE SERVIÇO EXTRA- DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
ORDINÁRIO
Art. 115. O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cin-
Art. 110. O serviço extraordinário será remunerado com acrés- co) anos de serviço público, contados na forma desta lei, passará a
cimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de perceber, respectivamente, o adicional de 15% (quinze por cento)
trabalho. ou 25% (vinte e cinco por cento) calculados na forma da lei. (Vide
Art. 111. A gratificação de que trata o artigo anterior somente Lei Complementar n.º 10.795/96)
será atribuída ao servidor para atender às situações excepcionais e Parágrafo único. A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco
temporárias, respeitado o limite máximo previsto no § 2.º do artigo por cento) fará cessar o de 15% (quinze por cento), anteriormente
33. concedido. (Dispositivo restaurado em virtude de declaração de in-
Art. 112. O valor da hora de serviço extraordinário, prestado constitucionalidade da Lei n.º 10.795/96 nas ADIs n.os 596161109
em horário noturno, será acrescido de mais 20% (vinte por cento) e 596103739)
sobre o valor da hora normal. (Redação dada pela Lei Complemen- § 1.º (Declarada a inconstitucionalidade da Lei n.º 10.795/96
tar n.º 15.450/20) nas ADIs n.os 596161109 e 596103739)
§ 2.º (Declarada a inconstitucionalidade da Lei n.º 10.795/96
SUBSEÇÃO V nas ADIs n.os 596161109 e 596103739)
DA GRATIFICAÇÃO POR SERVIÇO NOTURNO § 3.º - (Declarada a inconstitucionalidade da Lei n.º 10.795/96
nas ADIs n.os 596161109 e 596103739)
Art. 113. O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% Art. 116. Para efeito de concessão dos adicionais será compu-
(vinte por cento), observado o disposto no artigo 34. tado o tempo de serviço federal, estadual ou municipal, prestado
Parágrafo único. As disposições deste artigo não se aplicam à administração direta, autarquias e fundações de direito público.
quando o serviço noturno corresponder ao horário normal de tra- Parágrafo único. Compreende-se, também, como serviço esta-
balho. dual o tempo em que o servidor tiver exercido serviços transferidos
para o Estado.
SUBSEÇÃO VI Art. 117. Na acumulação remunerada, será considerado, para
DA GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA EM SERVIÇO efeito de adicional, o tempo de serviço prestado a cada cargo iso-
ladamente.
Art. 114. Ao servidor que adquirir direito à aposentadoria vo-
luntária com proventos integrais e cuja permanência no desempe- SUBSEÇÃO VIII
nho de suas funções for julgada conveniente e oportuna para o ser- DO ABONO FAMILIAR
viço público estadual poderá ser deferida, por ato do Governador,
uma gratificação de permanência em serviço de valor correspon- Art. 118. Ao servidor ocupante de cargo efetivo, bem como aos
dente a 10% (dez por cento) do seu vencimento básico. (Redação inativos vinculados pelo Regime Próprio de Previdência Social do
dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20) Estado, será concedido, observado o disposto neste artigo, abono
§ 1.º Fica assegurado o valor correspondente ao do vencimen- familiar pelos seguintes dependentes: (Redação dada pela Lei Com-
to básico do Padrão 16 do Quadro Geral dos Funcionários Públicos plementar n.º 15.450/20)
do Estado, proporcional à carga horária, quando a aplicação do dis- I - filho menor de 18 (dezoito) anos;
posto no “caput” deste artigo resultar em um valor de gratificação II - filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja
inferior ao desse vencimento básico. (Redação dada pela Lei Com- comprovadamente incapaz;
plementar n.º 13.925/12) III - filho estudante, desde que não exerça atividade remunera-
§ 2.º A gratificação de que trata este artigo tem natureza pre- da, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos;
cária e transitória e não servirá de base de cálculo para nenhuma IV - cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não per-
vantagem, nem será incorporada aos vencimentos ou proventos da ceba remuneração.
inatividade. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 13.925/12) § 1.º O abono familiar de que trata o “caput” será pago nos
§ 3.º A gratificação de que trata este artigo será deferida por seguintes valores: (Redação dada pela Lei Complementar n.º
um período máximo de dois anos, sendo admitidas renovações por 15.450/20)
igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do servidor, I - R$ 195,00 (cento e noventa e cinco reais) por dependente
ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou enquadrado nos incisos II e IV do “caput” deste artigo; (Redação
entidade, e juízo de conveniência e oportunidade do Governador. dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20) II - R$ 120,00 (cento e
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 13.925/12) vinte reais) por dependente enquadrado nos incisos I e III do “caput”
§ 4.º O servidor, a quem for deferida a gratificação de que trata deste artigo. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
o “caput” deste artigo, poderá ser chamado a prestar serviço em § 2.º Estendem-se os benefícios deste artigo aos enteados, aos
local diverso de sua lotação durante o período da concessão da gra- tutelados e aos menores que, mediante autorização judicial, este-
tificação de permanência em serviço. (Redação dada pela Lei Com- jam submetidos a sua guarda.
plementar n.º 13.925/12) § 3.º São condições para percepção do abono familiar que:
§ 5.º Não se aplica o disposto no “caput” aos servidores que I - os dependentes relacionados neste artigo vivam efetivamen-
percebam remuneração na forma de subsídio conforme o disposto te às expensas do servidor ou inativo;
nos §§ 4.º e 8.º do art. 39 da Constituição Federal. (Incluída pela Lei
Complementar n.º 15.450/20)
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II - a invalidez de que tratam os incisos II e IV do “caput” des- e demais vantagens, desde que o conteúdo programático esteja
te artigo seja comprovada mediante inspeção médica, pelo órgão correlacionado às atribuições do cargo que ocupar, na forma a ser
competente do Estado. regulamentada.
§ 4.º No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos, Parágrafo único. Fica vedada a concessão de exoneração ou
o direito de um não exclui o do outro. licença para tratamento de interesses particulares ao servidor be-
§ 5.º Será deduzido do valor do abono familiar devido por de- neficiado pelo disposto neste artigo, ressalvada a hipótese de res-
pendente enquadrado nos incisos I e III do “caput” deste artigo o sarcimento da despesa havida antes de decorrido período igual ao
equivalente a 13,5% (treze inteiros e meio por cento) do montante do afastamento.
da remuneração mensal bruta do servidor que exceder a 7 (sete) Art. 126. Ao servidor estudante que mudar de sede no interes-
vezes o menor vencimento básico inicial do Estado, limitado ao va- se da Administração, é assegurada, na localidade da nova residência
lor do benefício. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20) ou mais próxima, matrícula em instituição congênere do Estado, em
Art. 119. Por cargo exercido em acúmulo no Estado, não será qualquer época, independentemente de vaga.
devido o abono familiar. Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge,
Art. 120. A concessão do abono terá por base as declarações do aos filhos ou enteados do servidor, que vivam na sua companhia,
servidor, sob as penas da lei. bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.
Parágrafo único. As alterações que resultem em exclusão de
abono deverão ser comunicadas no prazo de 15 (quinze) dias da SEÇÃO II
data da ocorrência. DA ASSISTÊNCIA A FILHO EXCEPCIONAL

SEÇÃO IV Art. 127. O servidor, pai, mãe ou responsável por pessoa com
DOS HONORÁRIOS E JETONS deficiência, física ou mental, em tratamento, fica autorizado a se
afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de
Art. 121. O servidor fará jus a honorários quando designado até 50% (cinquenta por cento) de sua carga horária normal coti-
para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, diana, na forma da lei. (Redação dada pela Lei Complementar n.º
as funções de: 15.450/20)
I - membro de banca de concurso; Parágrafo único. A licença será concedida pelo prazo de até 12
II - gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de (doze) meses, mediante laudo de perícia médica oficial, podendo
concurso; ser renovada pelo mesmo período, sucessivamente. (Redação dada
III - treinamento de pessoal; pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
IV - professor, em cursos legalmente instituídos.
Art. 122. O servidor, no desempenho do encargo de membro CAPÍTULO VI
de órgão de deliberação coletiva legalmente instituído, receberá je- DAS LICENÇAS
ton, a título de representação na forma da lei.
SEÇÃO I
CAPÍTULO V DISPOSIÇÕES GERAIS
DAS CONCESSÕES
Art. 128. Será concedida, ao servidor, licença:
SEÇÃO I I - para tratamento de saúde;
DAS VANTAGENS AO SERVIDOR ESTUDANTE OU PARTICI- II - por acidente em serviço;
PANTE DE CURSOS, CONGRESSOS E SIMILARES III - por motivo de doença em pessoa da família;
IV - à gestante, à adotante e à paternidade;
Art. 123. É assegurado o afastamento do servidor efetivo, sem V - para prestação de serviço militar;
prejuízo de sua remuneração, nos seguintes casos: VI - para tratar de interesses particulares;
I - durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, VII - para acompanhar o cônjuge;
para os estudantes de ensino superior, 1.º e 2.º graus; VIII - para o desempenho de mandato classista;
II - durante os dias de provas em exames supletivos e de habili- IX - prêmio por assiduidade;
tação a curso superior. X - para concorrer a mandato público eletivo;
Parágrafo único. O servidor, sob pena de ser considerado falto- XI - para o exercício de mandato eletivo;
so ao serviço, deverá comprovar perante a chefia imediata as datas XII - especial, para fins de aposentadoria.
em que se realizarão as diversas provas e seu comparecimento. § 1.º O servidor não poderá permanecer em licença por prazo
Art. 124. O servidor somente será indicado para participar de superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos dos incisos VII,
cursos de especialização ou capacitação técnica profissional no Es- VIII e XI deste artigo.
tado, no País ou no exterior, com ônus para o Estado, quando hou- § 2.º Ao servidor nomeado em comissão somente será conce-
ver correlação direta e imediata entre o conteúdo programático de dida licença para tratamento de saúde, desde que haja sido subme-
tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos. tido à inspeção médica para ingresso e julgado apto e nos casos dos
Art. 125. Ao servidor poderá ser concedida licença para frequ- incisos II, III, IV, IX e XII.
ência a cursos, seminários, congressos, encontros e similares, in-
clusive fora do Estado e no exterior, sem prejuízo da remuneração

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Art. 129. A inspeção será feita por médicos do órgão competen- § 1.º As licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferio-
te, nas hipóteses de licença para tratamento de saúde e por motivo res a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação. (Renu-
de doença em pessoa da família, e por junta oficial, constituída de merado pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
3 (três) médicos, nos demais casos. (Redação dada pela Lei Comple- § 2.º A delimitação de função será indicada em decorrência de
mentar n.º 15.450/20) restrições de saúde, apresentadas pelo servidor, desde que man-
tidas as atividades básicas do cargo por período de até 12 (doze)
SEÇÃO II meses, podendo ser renovado sucessivamente por períodos iguais
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE a critério da perícia oficial do Estado. (Incluído pela Lei Complemen-
tar n.º 15.450/20)
Art. 130. Será concedida, ao servidor, licença para tratamento Art. 133. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão
de saúde, a pedido ou “ex-officio”, precedida de inspeção médica ao nome ou à natureza da doença, devendo, porém, esta ser espe-
realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado, sediada na Capital cificada através do respectivo código (CID).
ou no interior, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Parágrafo único. Para a concessão de licença a servidor acome-
§ 1.º Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser re- tido de moléstia profissional, o laudo médico deverá estabelecer
alizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar sua rigorosa caracterização.
onde se encontrar internado. Art. 134. O servidor em licença para tratamento de saúde deve-
§ 2.º Poderá, excepcionalmente, ser admitido atestado médico rá abster-se do exercício de atividade remunerada ou incompatível
particular, quando ficar comprovada a impossibilidade absoluta de com seu estado, sob pena de imediata suspensão da mesma.
realização de exame por órgão oficial da localidade.
§ 3.º O atestado referido no parágrafo anterior somente surtirá SEÇÃO III
efeito após devidamente examinado e validado pelo órgão de perí- DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO
cia médica competente.
§ 4.º O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob Art. 135. O servidor acidentado em serviço será licenciado com
pena de ser sustado o pagamento de sua remuneração até que seja remuneração integral até seu total restabelecimento.
cumprida essa formalidade. Art. 136. Configura-se acidente em serviço o dano físico ou
§ 5.º No caso de o laudo registrar pareceres contrários à con- mental sofrido pelo servidor, desde que relacionado, mediata ou
cessão da licença, as faltas ao serviço correrão sob a responsabilida- imediatamente, com as atribuições do cargo.
de exclusiva do servidor. Parágrafo único. Equipara-se a acidente em serviço o dano:
§ 6.º O resultado da inspeção será comunicado imediatamente I - decorrente de agressão sofrida e não-provocada pelo servi-
ao servidor, logo após a sua realização, salvo se houver necessidade dor no exercício das atribuições do cargo;
de exames complementares, quando, então, ficará à disposição do II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-ver-
órgão de perícia médica. sa, desde que ausente culpa do servidor; (Redação dada pela Lei
§ 7.º A critério do órgão de perícia oficial do Estado, o servidor Complementar n.º 15.450/20)
poderá ser convocado para avaliação presencial. (Incluído pela Lei III - causado por doença infecciosa proveniente de contamina-
Complementar n.º 15.450/20) ção ocorrida no exercício das atribuições do cargo. (Incluído pela Lei
§ 8.º A licença para tratamento de saúde de até 15 (quinze) Complementar n.º 15.450/20)
dias, no período de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de inspeção Art. 137. O servidor acidentado em serviço terá tratamento in-
médica realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado, ou mesmo tegral custeado pelo Estado.
de homologação dos atestados, na forma de regulamento. (Incluído Art. 138. Para concessão de licença e tratamento ao servidor,
pela Lei Complementar n.º 15.450/20) em razão de acidente em serviço ou agressão não-provocada no
Art. 131. Findo o período de licença, o servidor deverá reassu- exercício de suas atribuições, é indispensável a comprovação de-
mir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considera- talhada do fato, no prazo de 10 (dez) dias da ocorrência, mediante
do faltoso, salvo prorrogação ou determinação constante do laudo. processo “ex officio”.
Parágrafo único. A infringência ao disposto neste artigo impli- Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica
cará perda da remuneração, sem prejuízo, se a ausência exceder a não oficial constitui medida de exceção e somente será admissível
30 (trinta) dias, da pena prevista no art. 191, inciso IV, observado o quando inexistirem meios e recursos necessários adequados, em
disposto no art. 26, ambos desta Lei Complementar. (Redação dada instituições públicas ou por ela conveniadas.
pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
Art. 132. Nas licenças por períodos prolongados, antes de se SEÇÃO IV
completarem 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, deverá o ór- DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA
gão de perícia médica pronunciar-se sobre a natureza da doença, FAMÍLIA
indicando se o caso é de:
I - concessão de nova licença ou de prorrogação; Art. 139. O servidor poderá obter licença por motivo de doença
II - retorno ao exercício do cargo, com ou sem limitação de ta- do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e colateral con-
refas; sanguíneo, até o 2.º grau, desde que comprove ser indispensável
III - readaptação, com ou sem limitação de tarefas. a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente,
IV - aposentadoria por invalidez. (Incluído pela Lei Complemen- com o exercício do cargo. (Redação dada pela Lei Complementar
tar n.º 15.450/20) n.º 15.450/20)

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§ 1.º A doença será comprovada por meio de inspeção de saú- Art. 141-A. É assegurada à servidora pública ocupante de cargo
de realizada pelo órgão de perícia médica competente. (Redação em comissão ou de contrato temporário a estabilidade provisória
dada pela Lei Complementar n.º 15.450/20) desde a confirmação da gravidez até 180 (cento e oitenta) dias após
§ 2.º A licença por motivo de doença em pessoa da família o parto. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.910/22)
por período de até 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá § 1º A servidora pública ocupante de cargo em comissão ou de
ser dispensada de inspeção médica realizada pelo órgão de perí- contrato temporário faz jus a 180 (cento e oitenta) dias de licen-
cia oficial do Estado, ou mesmo de homologação dos atestados, na ça-maternidade, cabendo ao Estado o pagamento da remuneração
forma de regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar n.º por 60 (sessenta) dias, sendo 120 (cento e vinte) dias devidos pelo
15.450/20) regime geral de previdência social. (Incluído pela Lei Complementar
Art. 140. A licença de que trata o artigo anterior será concedi- n.º 15.910/22)
da: § 2.º Caso haja exoneração durante o período gravídico ou
I - com a remuneração total até 90 (noventa) dias; durante a licença maternidade, é devida indenização em valor cor-
II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que ex- respondente à remuneração a que faria jus desde a dispensa até o
ceder a 90 (noventa) e não ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias; parto e pelos 60 (sessenta) dias que sobejarem os 120 (cento e vin-
III - com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que ex- te) dias do salário-maternidade devidos pelo Instituto Nacional de
ceder a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e Seguridade Social. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.910/22)
sessenta e cinco) dias; § 3º Aplica-se o disposto no “caput” às servidoras públicas de-
IV - sem remuneração, no período que exceder a 365 (trezentos tentoras de cargo de provimento efetivo em exercício de função
e sessenta e cinco) até o máximo de 730 (setecentos e trinta) dias. gratificada. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.910/22)
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, as licenças, pela Art. 142. (REVOGADO pela Lei n.º 13.117/09)
mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão Art. 143. À servidora adotante será concedida licença a par-
consideradas como prorrogação. tir da concessão do termo de guarda ou da adoção pelo prazo de
180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração. (Redação
SEÇÃO V dada pela Lei Complementar n.º 15.165/18)
DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E À PATERNIDADE Art. 144. Pelo nascimento ou pela adoção de filho, o servidor
terá direito à licença paternidade de 30 (trinta) dias consecutivos,
Art. 141. À servidora gestante será concedida licença de 180 sem prejuízo da remuneração, inclusive em casos de natimorto.
(cento e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração, a contar da (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.165/18)
data do nascimento. (Redação dada pela Lei Complementar n.º Parágrafo único. O prazo previsto no “caput” deste artigo terá
15.450/20) contagem iniciada a partir da alta da Unidade de Tratamento Inten-
Parágrafo único. (Renumerado Lei Complementar n.º sivo, em caso de nascimento prematuro. (Redação dada pela Lei
15.165/18) Complementar n.º 15.165/18)
§ 1.º Em caso de natimorto, nascimento com vida seguido de
óbito (nativivo) ou de óbito da criança durante o período de licença SEÇÃO VI
gestante, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de afastamento, DA LICENÇA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MILITAR
a partir do término da licença nojo. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n.º 15.450/20) Art. 145. Ao servidor convocado para a prestação de serviço
§ 2.º O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem militar será concedida licença, nos termos da legislação específica.
iniciada a partir da alta da Unidade de Tratamento Intensivo, em § 1.º Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imedia-
caso de nascimento prematuro. (Incluído pela Lei Complementar tamente, sob pena da perda de vencimento e, se a ausência exce-
n.º 15.165/18) der a 30 (trinta) dias, de demissão por abandono do cargo, observa-
§ 3.º Ao término da licença a que se refere o “caput” deste arti- do o disposto no artigo 26.
go, é assegurado à servidora lactante, durante o período de 2 (dois) § 2.º Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso
meses, o direito de comparecer ao serviço em 1 (um) turno, quando do da sede, o prazo para apresentação será de 10 (dez) dias.
seu regime de trabalho obedecer a 2 (dois) turnos, ou a 3 (três) ho-
ras consecutivas por dia, quando seu regime de trabalho obedecer SEÇÃO VII
a turno único. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.165/18) DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
§ 4.º A comprovação do nascimento dar-se-á mediante a apre-
sentação do documento emitido pelo Cartório de Registro Civil ao Art. 146. Ao servidor detentor de cargo de provimento efeti-
órgão de Recursos Humanos do local de lotação. (Incluído pela Lei vo, estável, poderá ser concedida licença para tratar de interesses
Complementar n.º 15.450/20) particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem re-
§ 5.º Havendo o óbito da mãe, quando do parto ou em decor- muneração.
rência deste, o cônjuge ou companheiro sobrevivente, se servidor § 1.º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for
público estadual, terá direito ao gozo da licença de que trata o inconveniente ao interesse do serviço.
“caput”, sem prejuízo da remuneração, por até 180 (cento e oiten- § 2.º O servidor deverá aguardar em exercício a concessão da
ta) dias a contar da data do óbito, descontados os dias de eventual licença, salvo hipótese de imperiosa necessidade, devidamente
gozo de licença-paternidade caso o óbito da mãe tenha ocorrido comprovada à autoridade a que estiver subordinado, consideran-
após o nascimento do filho. (Incluído pela Lei Complementar n.º do-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja
15.450/20) negada.

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§ 3.º O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exer- 20 (vinte) dias, no caso de moléstia do servidor, tudo por quinquê-
cício do cargo. nio de serviço público prestado ao Estado. (Redação dada pela Lei
§ 4.º Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 Complementar n.º 10.248/94)
(dois) anos do término da anterior, contados desde a data em que § 3.º O servidor que à data de vigência desta Lei Complementar
tenha reassumido o exercício do cargo. detinha a condição de estatutário há, no mínimo, 1095 (um mil e
§ 5.º A licença de que trata o “caput” deste artigo poderá ser noventa e cinco) dias, terá desconsideradas, como interrupção do
prorrogada, uma única vez, por igual período. (Incluído pela Lei tempo de serviço público prestado ao Estado, até 3 (três) faltas não
Complementar n.º 15.910/22) justificadas verificadas no período aquisitivo limitado a 31 de de-
zembro de 1993. (Incluído pela Lei Complementar n.º 10.248/94)
SEÇÃO VIII Art. 151. A pedido do servidor, a licença-prêmio poderá ser:
DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE I - gozada, no todo ou em parcelas não inferiores a 1 (um) mês,
com a aprovação da chefia, considerada a necessidade do serviço;
Art. 147. O servidor detentor de cargo de provimento efetivo, II - contada em dobro, como tempo de serviço para os efeitos
estável, terá direito à licença, sem remuneração, para acompanhar de aposentadoria, avanços e adicionais, vedada a desconversão.
o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de so- Parágrafo único. Ao entrar em gozo de licença-prêmio, o servi-
licitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Na- dor terá direito, a pedido, a receber a sua remuneração do mês de
cional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos fruição antecipadamente.
Poderes Executivo e Legislativo Federal, estadual ou municipal. Art. 152. A apuração do tempo de serviço normal, para efeito
§ 1.º A licença será concedida mediante pedido do servidor, da formação do quinquênio, gerador do direito da licença-prêmio,
devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 (dois) anos. será feita na forma do artigo 62 desta lei.
§ 2.º O período de licença, de que trata este artigo, não será Art. 153. O número de servidores em gozo simultâneo de licen-
computável como tempo de serviço para qualquer efeito. ça-prêmio não poderá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da
§ 3.º À mesma licença terá direito o servidor removido que pre- respectiva unidade administrativa de trabalho.
ferir permanecer no domicílio do cônjuge.
Art. 148. O servidor poderá ser lotado, provisoriamente, na hi- SEÇÃO XI
pótese da transferência de que trata o artigo anterior, em reparti- DA LICENÇA PARA CONCORRER A MANDATO PÚBLICO
ção da Administração Estadual Direta, Autárquica ou Fundacional, ELETIVO E EXERCÊ-LO
desde que para o exercício de atividade compatível com seu cargo.
Art. 154. O servidor que concorrer a mandato público eletivo
SEÇÃO IX será licenciado na forma da legislação eleitoral.
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLAS- Art. 155. Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo
SISTA a partir da posse.
Art. 156. Ao servidor investido em mandato eletivo, aplicam-se
Art. 149. É assegurado ao servidor o direito à licença para o as seguintes disposições:
desempenho de mandato classista em central sindical, em confe- I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará
deração, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação de afastado do cargo;
classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou II - investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo,
nacional, com a remuneração do cargo efetivo, observado o dispos- sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
to no artigo 64, inciso XIV, alínea “f”. III - investido no mandato de vereador:
Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será conce- a) havendo compatibilidade de horário perceberá as vantagens
dida nos termos da lei. do seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
SEÇÃO X cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
DA LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE § 1.º No caso de afastamento do cargo, o servidor continuará
contribuindo para o órgão da previdência e assistência do Estado,
Art. 150. O servidor que, por um quinquênio ininterrupto, não como se em exercício estivesse.
se houver afastado do exercício de suas funções terá direito à con- § 2.º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não
cessão automática de 3 (três) meses de licença-prêmio por assidui- poderá ser removido ou redistribuído “ex-officio” para localidade
dade, com todas as vantagens do cargo, como se nele estivesse em diversa daquela onde exerce o mandato.
exercício.
§ 1.º Para os efeitos deste artigo, não serão considerados inter- SEÇÃO XII
rupção da prestação de serviço os afastamentos previstos no artigo DA LICENÇA ESPECIAL PARA FINS DE APOSENTADORIA
64, incisos I a XV, desta lei.
§ 2.º Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, alí- Art. 157. Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido
nea “b”, e XV do artigo 64, somente serão computados, como de protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será con-
efetivo exercício, para os efeitos deste artigo, um período máximo siderado em licença especial remunerada, podendo afastar-se do
de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do servidor, de 2 exercício de suas atividades, salvo se antes tiver sido cientificado do
(dois) meses, por motivo de doença em pessoa de sua família e de indeferimento do pedido.

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§ 1.º O pedido de aposentadoria de que trata este artigo so- § 3.º O lapso de tempo compreendido entre o término da licen-
mente será considerado após terem sido averbados todos os tem- ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como
pos computáveis para esse fim. de prorrogação da licença.
§ 2.º O período de duração desta licença será considerado Art. 161. O provento da aposentadoria será revisto na mesma
como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais. proporção e na mesma data em que se modificar a remuneração
dos servidores em atividade.
CAPÍTULO VII Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer bene-
DA APOSENTADORIA fícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em
atividade, inclusive quando decorrente da transformação ou reclas-
Art. 158. O servidor será aposentado: sificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, Art. 162. O servidor aposentado com provento proporcional ao
quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional tempo de serviço, se acometido de qualquer das moléstias especifi-
ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e cadas no § 1.º do artigo 158, passará a perceber provento integral.
proporcionais nos demais casos; Art. 163. Com prevalência do que conferir maior vantagem,
II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será in-
proventos proporcionais ao tempo de serviço; ferior:
III - voluntariamente: I - ao salário mínimo, observada a redução da jornada de traba-
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 lho a que estava sujeito o servidor;
(trinta), se mulher, com proventos integrais; II - a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade nos demais
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma- casos.
gistério, se professor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com pro- Art. 164. O servidor em estágio probatório somente terá direito
ventos integrais; à aposentadoria quando invalidado por acidente em serviço, agres-
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e são não-provocada no exercício de suas atribuições, acometido de
cinco), se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo; moléstia profissional ou nos casos especificados no § 1.º do artigo
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos 60 158 desta lei.
(sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de Art. 165. As disposições relativas à aposentadoria aplicam-se
serviço. ao servidor nomeado em comissão, o qual contar com mais de 5
§ 1.º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, (cinco) anos de efetivo e ininterrupto exercício em cargos de provi-
a que se refere o inciso I deste artigo, se incapacitantes para o exer- mento dessa natureza.
cício da função pública, tuberculose ativa, alienação mental, escle- Parágrafo único. Aplicam-se as disposições deste artigo, in-
rose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no dependentemente de tempo de serviço, ao servidor provido em
serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkison, comissão, quer titular de cargo de provimento efetivo, quer não,
paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosan- quando invalidado em consequência das moléstias enumeradas no
te, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte § 1.º do artigo 158, desde que tenha se submetido, antes do seu
deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e ingresso ou retorno ao serviço público, à inspeção médica prevista
outros que a lei indicar, com base na medicina especializada. nesta lei, para provimento de cargos públicos em geral.
§ 2.º Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das Art. 166. O servidor, vinculado à previdência social federal,
moléstias tipificadas no parágrafo anterior, fica vedado o exercício que não tiver nesta feito jus ao benefício da aposentadoria, será
de outra atividade pública remunerada, sob pena de cassação de aposentado pelo Estado, na forma garantida por esta lei, perma-
sua aposentadoria. necendo como segurado obrigatório daquele órgão previdenciário,
§ 3.º Nos casos de exercício de atividades previstas no artigo até a implementação das condições de aposentadoria, caso em que
107, a aposentadoria de que trata o inciso III, alíneas “a” e “c”, ob- caberá ao Estado pagar somente a diferença, se houver.
servará o disposto em lei específica.
§ 4.º Se o servidor for aposentado com menos de 25 (vinte e CAPÍTULO VIII
cinco) anos de serviço e menos de 60 (sessenta) anos de idade, a DO DIREITO DE PETIÇÃO
aposentadoria estará sujeita a confirmação mediante nova inspe-
ção de saúde, após o decurso de 24 (vinte e quatro) meses contados Art. 167. É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir
da data do ato de aposentadoria. reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou
Art. 159. A aposentadoria de que trata o inciso II do artigo an- legítimo interesse próprio.
terior, será automática e declarada por ato, com vigência a partir Art. 168. O requerimento será dirigido à autoridade compe-
do dia em que o servidor atingir a idade limite de permanência no tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que
serviço ativo. estiver imediatamente subordinado o requerente.
Art. 160. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a Art. 169. Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser
partir da data da publicação do respectivo ato. renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferi-
§ 1.º A aposentadoria por invalidez será precedida por licença do a primeira decisão ou praticado o ato.
para tratamento de saúde, num período não superior a 24 (vinte e § 1.º O pedido de reconsideração deverá conter novos argu-
quatro) meses. mentos ou provas suscetíveis de reformar o despacho, a decisão
§ 2.º Expirado o período de licença e não estando em condi- ou o ato.
ções de reassumir o exercício do cargo, ou de se proceder à sua § 2.º O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro
readaptação, será o servidor aposentado. de 30 (trinta) dias.
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MATÉRIA INTERNO

Art. 170. Caberá recurso, como última instância administrativa, III - desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe fo-
do indeferimento do pedido de reconsideração. rem incumbidos, dentro de suas atribuições;
§ 1.º O recurso será dirigido à autoridade que tiver proferido a IV - ser leal às instituições a que servir;
decisão ou expedido o ato. V - observar as normas legais e regulamentares;
§ 2.º O recurso será encaminhado por intermédio da autorida- VI - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-
de a que estiver imediatamente subordinado o requerente. mente ilegais;
§ 3.º Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração, VII - manter conduta compatível com a moralidade administra-
quando o prolator do despacho, decisão ou ato, houver sido o Go- tiva;
vernador. VIII - atender com presteza:
§ 4.º A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo má- a) o público em geral, prestando as informações requeridas
ximo de 60 (sessenta) dias. que estiverem a seu alcance, ressalvadas as protegidas por sigilo;
Art. 171. O prazo para interposição de pedido de reconsidera- b) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito
ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
publicação da decisão recorrida ou da data da ciência, pelo interes- c) às requisições para defesa da Fazenda Pública;
sado, quando o despacho não for publicado. IX - representar ou levar ao conhecimento da autoridade supe-
Parágrafo único. Em caso de provimento de pedido de reconsi- rior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em que
deração ou de recurso, o efeito da decisão retroagirá à data do ato servir, em razão das atribuições do seu cargo;
impugnado. X - zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela
Art. 172. O direito de requerer prescreve em: conservação do patrimônio público;
I - 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e cassação de XI - observar as normas de segurança e medicina do trabalho
aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses pa- estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de
trimoniais e créditos resultantes das relações de trabalho; proteção individual (EPI) que lhe forem confiados;
II - 120 (cento e vinte) dias nos demais casos, salvo quando, por XII - providenciar para que esteja sempre em dia no seu assen-
prescrição legal, for fixado outro prazo. tamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de
§ 1.º O prazo de prescrição será contado da data da publicação família;
do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando XIII - manter espírito de cooperação com os colegas de traba-
o ato não for publicado. lho;
§ 2.º O pedido de reconsideração e o de recurso, quando cabí- XIV - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po-
veis, interrompem a prescrição administrativa. der.
Art. 173. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser § 1.º A representação de que trata o inciso XIV será encaminha-
relevada pela Administração. da pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela
Art. 174. A representação será dirigida ao chefe imediato do contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla
servidor que, se a solução não for de sua alçada, a encaminhará a defesa.
quem de direito. § 2.º Será considerado como co-autor o superior hierárquico
§ 1.º Se não for dado andamento à representação, dentro do que, recebendo denúncia ou representação a respeito de irregula-
prazo de 5 (cinco) dias, poderá o servidor dirigi-la direta e sucessi- ridades no serviço ou de falta cometida por servidor, seu subordi-
vamente às chefias superiores. nado, deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração.
§ 2.º A representação está isenta de pagamento de taxa de ex-
pediente. CAPÍTULO II
Art. 175. Para o exercício do direito de petição é assegurada DAS PROIBIÇÕES
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a
procurador por ele constituído. Art. 178. Ao servidor é proibido:
Art. 176. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos I - referir-se, de modo depreciativo, em informação, parecer ou
neste capítulo, salvo motivo de força maior, devidamente compro- despacho, às autoridades e a atos da administração pública estadu-
vado. al, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de
Parágrafo único. Entende-se por força maior, para efeitos do vista doutrinário ou da organização do serviço;
artigo, a ocorrência de fatos impeditivos da vontade do interessado II - retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da au-
ou da autoridade competente para decidir. toridade competente, qualquer documento ou objeto existente na
repartição;
TÍTULO IV III - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
DO REGIME DISCIPLINAR autorização do chefe imediato;
IV - ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou
CAPÍTULO I drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou
DOS DEVERES DO SERVIDOR drogado ao serviço;
V - atender pessoas na repartição para tratar de interesses par-
Art. 177. São deveres do servidor: ticulares, em prejuízo de suas atividades;
I - ser assíduo e pontual ao serviço; VI - participar de atos de sabotagem contra o serviço público;
II - tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem prefe- VII - entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e
rências pessoais; locais de trabalho;

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VIII - opor resistência injustificada ao andamento de documen- CAPÍTULO III


to e processo ou execução de serviço; DA ACUMULAÇÃO
IX - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
da repartição; Art. 179. É vedada a acumulação remunerada de cargos públi-
X - exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições cos, excetuadas as hipóteses previstas em dispositivo constitucio-
diferentes das definidas em lei ou regulamento como próprias do nal.
cargo ou função, ressalvados os encargos de chefia e as comissões Art. 180. A proibição de acumular estende-se a empregos e
legais; funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de
XI - celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público.
de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de Art. 181. O servidor detentor de cargo de provimento efetivo
outrem; quando investido em cargo em comissão ficará afastado do cargo
XII - participar de gerência ou administração de empresa priva- efetivo, observado o disposto no artigo anterior. (Vetado pelo Go-
da, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de vernador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º
acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função 66, de 08/04/94)
de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que Art. 182. Verificada a acumulação indevida, o servidor será
o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão; cientificado para optar por uma das posições ocupadas. (Vetado
XIII - exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme
ou função em empresa, estabelecimento ou instituição que tenha DOE n.º 66, de 08/04/94)
relações industriais com o Estado em matéria que se relacione com Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem a
a finalidade da repartição em que esteja lotado; manifestação optativa do servidor, a Administração sustará o paga-
XIV - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de mento da posição de última investidura ou admissão. (Vetado pelo
confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE
o disposto no artigo 267; n.º 66, de 08/04/94)
XV - cometer, a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de encargos que competirem a si CAPÍTULO IV
ou a seus subordinados; DAS RESPONSABILIDADES
XVI - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à
associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-parti- Art. 183. Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor
dários; responde civil, penal e administrativamente.
XVII - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em Art. 184. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
atividades particulares ou políticas; comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda
XVIII - praticar usura, sob qualquer das suas formas; Estadual ou a terceiros.
XIX - aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de § 1.º A indenização de prejuízo causado ao erário somente será
país estrangeiro; liquidada na forma prevista no artigo 82, na falta de outros bens
XX - valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou que assegurem a execução do débito pela via judicial.
de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público; § 2.º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
XXI - atuar, como procurador, ou intermediário junto a reparti- servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
ção pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou § 3.º A responsabilidade penal abrange os crimes e contraven-
assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge; ções imputadas ao servidor nesta qualidade.
XXII - receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de Art. 185. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou fun-
XXIII - valer-se da condição de servidor para desempenhar ati- ção.
vidades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indireta- Art. 186. As sanções civis, penais e administrativas poderão
mente, qualquer proveito; acumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, assim
XXIV - proceder de forma desidiosa; como as instâncias civil, penal e administrativa.
XXV - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. CAPÍTULO V
§ 1.º Não está compreendida na proibição dos incisos XII e XIII DAS PENALIDADES
deste artigo a participação do servidor na presidência de associa-
ção, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, Art. 187. São penas disciplinares: (Vide Lei Complementar n.º
ou como sócio. 11.487/00)
§ 2.º Na hipótese de violação do disposto no inciso IV, por com- I - repreensão;
provado motivo de dependência, o servidor deverá, obrigatoria- II - suspensão; (Redação dada pela Lei Complementar n.º
mente, ser encaminhado a tratamento médico especializado. 11.928/03)
III - demissão;
IV - cassação de disponibilidade;
V - cassação de aposentadoria;
VI - multa; (Incluído pela Lei Complementar n.º 11.928/03)
VII - destituição de cargo em comissão ou de função gratificada
ou equivalente. (Incluído pela Lei Complementar n.º 14.821/15)
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§ 1.º Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a I - ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verifi-
natureza e a gravidade da infração e os danos delas resultantes para cada a impossibilidade de readaptação;
o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os II - indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;
antecedentes funcionais. III - ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço,
§ 2.º Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza salvo em legítima defesa própria ou de terceiros;
e reduzida gravidade, não demande aplicação das penas previstas IV - abandono de cargo em decorrência de mais de 30 (trinta)
neste artigo, será o servidor advertido particular e verbalmente. faltas consecutivas;
§ 3.º A destituição de cargo em comissão ou de função gratifi- V - ausências excessivas ao serviço em número superior a 60
cada, por critérios de oportunidade e conveniência, independe da (sessenta) dias, intercalados, durante um ano;
apuração de falta funcional. (Incluído pela Lei Complementar n.º VI - improbidade administrativa;
14.821/15) VII - transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a
Art. 188. A repreensão será aplicada por escrito, na falta do XXIV do artigo 178, considerada a sua gravidade, efeito ou reinci-
cumprimento do dever funcional ou quando ocorrer procedimento dência;
público inconveniente. VIII - falta de exação no desempenho das atribuições, de tal
Art. 189. A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa) gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta;
dias, implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes IX - incontinência pública e conduta escandalosa na repartição;
do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor: X - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
I - na violação das proibições consignadas nesta lei; XI - aplicação irregular de dinheiro público;
II - nos casos de reincidência em infração já punida com repre- XII - reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo
ensão; 189;
III - quando a infração for intencional ou se revestir de gravi- XIII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio es-
dade; tadual;
IV - como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista XIV - revelação de segredo, do qual se apropriou em razão do
circunstância atenuante; cargo, ou de fato ou informação de natureza sigilosa de que tenha
V - que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo
propuser, permitir, ou receber a retribuição correspondente a tra- judicial, policial ou administrativo-disciplinar;
balho não realizado; XV - corrupção passiva nos termos da lei penal;
VI - que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço XVI - exercer advocacia administrativa;
extraordinário; XVII - prática de outros crimes contra a administração pública.
VII - responsável pelo retardamento em processo sumário; Parágrafo único. A demissão será aplicada, também, ao servi-
VIII - que deixar de atender notificação para prestar depoimen- dor que, condenado por decisão judicial transitada em julgado, in-
to em processo disciplinar; correr na perda da função pública na forma da lei penal.
IX - que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspe- Art. 192. O ato que demitir o servidor mencionará sempre o
ção médica determinada pela autoridade competente, cessando os dispositivo legal em que se fundamentar.
efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. Art. 193. Atendendo à gravidade da falta, a demissão poderá
X - que descumprir a vedação estabelecida no art. 134. (Incluí- ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”, a qual constará
do pela Lei Complementar n.º 15.450/20) sempre no ato de demissão fundamentado nos incisos X a XIV do
§ 1.º A suspensão não será aplicada enquanto o servidor esti- artigo 191.
ver afastado por motivo de gozo de férias regulamentares ou em Art. 194. Uma vez submetido a inquérito administrativo, o
licença por qualquer dos motivos previstos no artigo 128. servidor só poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado volun-
§ 2.º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de tariamente, depois da conclusão do processo, no qual tenha sido
suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% (cin- reconhecida sua inocência.
quenta por cento) por dia de remuneração, obrigando-se o servidor Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo o servidor
a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena. estável processado por abandono de cargo ou por ausências exces-
§ 3.º Os efeitos da conversão da suspensão em multa não serão sivas ao serviço.
alterados, mesmo que ao servidor seja assegurado afastamento le- Art. 195. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do
gal remunerado durante o respectivo período. servidor que: I - houver praticado, na atividade, falta punível com a
§ 4.º A multa não acarretará prejuízo na contagem do tempo pena de demissão;
de serviço, exceto para fins de concessão de avanços, gratificações II - infringir a vedação prevista no § 2.º do artigo 158;
adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) III - incorrer na hipótese do artigo 53.
e licença-prêmio. Parágrafo único. Consideradas as circunstâncias previstas no §
Art. 190. Os registros funcionais de advertência, repreensão, 1.º do artigo 187, a pena de cassação de aposentadoria poderá ser
suspensão e multa serão automaticamente cancelados após 10 convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia
(dez) anos, desde que, neste período, o servidor não tenha pratica- de provento, até o máximo de 90 (noventa) dias-multa. (Incluído
do nenhuma nova infração. pela Lei Complementar n.º 11.928/03)
Parágrafo único. O cancelamento do registro, na forma deste Art. 196. Para a aplicação das penas disciplinares são compe-
artigo, não gerará nenhum direito para fins de concessão ou revisão tentes:
de vantagens. I - o Governador do Estado em qualquer caso;
Art. 191. O servidor será punido com pena de demissão nas
hipóteses de: (Vide Lei Complementar n.º 10.981/97)
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II - os Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e de fun- TÍTULO V


dações de direito público e os titulares de órgãos diretamente su- DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
bordinados ao Governador, até a de suspensão e multa limitada ao
máximo de 30 (trinta) dias; CAPÍTULO I
III - os titulares de órgãos diretamente subordinados aos Secre- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
tários de Estado, dirigentes de autarquias e de fundações de direito
público até suspensão por 10 (dez) dias; Art. 198. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
IV - os titulares de órgãos em nível de supervisão e coordena- serviço público estadual ou prática de infração funcional é obriga-
ção, até suspensão por 5 (cinco) dias; da a promover sua apuração imediata, mediante meios sumários
V - as demais chefias, em caso de repreensão. ou processo administrativo disciplinar, no prazo de 10 (dez) dias,
Art. 197. A aplicação das penas referidas no artigo 187 prescre- sob pena de se tornar co-responsável, assegurada ampla defesa ao
ve nos seguintes prazos: (Redação dada pela Lei Complementar n.º acusado.
11.928/03) Art. 199. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de
I - em 12 (doze) meses, a de repreensão; (Redação dada pela averiguação, desde que contenham a identidade do denunciante e
Lei Complementar n.º 14.821/15) sejam formuladas por escrito, para fins de confirmação da autenti-
II - em 24 (vinte e quatro) meses, as de suspensão, de multa, cidade.
de demissão por abandono de cargo e por ausências sucessivas ao Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar eviden-
serviço; (Redação dada pela Lei Complementar n.º 14.821/15) te infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia deverá ser arqui-
III - em 5 (cinco) anos, a de demissão, de cassação de aposenta- vada por falta de objeto material passível de ensejar qualquer puni-
doria, de cassação de disponibilidade, e de destituição de cargo em ção consignada nesta lei.
comissão ou de função gratificada ou equivalente. (Redação dada Art. 200. As irregularidades e as infrações funcionais serão apu-
pela Lei Complementar n.º 14.821/15) radas por meio de:
IV - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 14.821/15) I - sindicância, quando os dados forem insuficientes para sua
§ 1.º O prazo de prescrição começa a fluir a partir da data do determinação ou para apontar o servidor faltoso ou, sendo este de-
conhecimento do fato, por superior hierárquico. (Redação dada terminado, não for a falta confessada, documentalmente provada
pela Lei Complementar n.º 11.928/03) ou manifestamente evidente;
§ 2.º Para o abandono de cargo e para a inassiduidade, o prazo II - inquérito administrativo, quando a gravidade da ação ou
de prescrição começa a fluir a partir da data em que o servidor re- omissão torne o autor passível das penas disciplinares de suspen-
assumir as suas funções ou cessarem as faltas ao serviço. (Redação são por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de aposenta-
dada pela Lei Complementar n.º 11.928/03) doria ou de disponibilidade, ou ainda, quando na sindicância ficar
§ 3.º Quando as faltas constituírem, também, crime ou contra- comprovada a ocorrência de irregularidades ou falta funcional gra-
venção, a prescrição será regulada pela lei penal. (Redação dada ve, mesmo sem indicação de autoria.
pela Lei Complementar n.º 11.928/03) Art. 200-A. A tramitação, a transmissão de peças processuais,
§ 4.º A prescrição da pretensão punitiva será objeto de: (Reda- a comunicação e a prática de atos no âmbito das sindicâncias, in-
ção dada pela Lei Complementar n.º 14.821/15) quéritos e processos administrativos disciplinares serão realizadas,
I - interrupção, começando o prazo a correr por inteiro, a partir: preferencialmente, por meio eletrônico, conforme regulamento.
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 14.821/15) (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.680/21)
a) da instauração do processo administrativo-disciplinar; e (Re- § 1.º Nas sindicâncias, inquéritos e processos administrativos
dação dada pela Lei Complementar n.º 14.821/15) disciplinares eletrônicos, os atos processuais deverão ser realizados
b) da emissão do relatório de que trata o art. 245, pela au- em meio eletrônico, exceto quando esse procedimento se mostrar
toridade processante; (Redação dada pela Lei Complementar n.º inviável por motivos técnicos ou diante do risco de dano relevan-
14.821/15) te à celeridade do processo. (Incluído pela Lei Complementar n.º
II - suspensão, continuando o prazo a correr, no seu restante: 15.680/21)
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 14.821/15) § 2.º No caso das exceções previstas no § 1º deste artigo, os
a) enquanto não resolvida, em outro processo de qualquer atos processuais poderão ser praticados conforme as regras apli-
natureza, inclusive judicial, questão de que dependa o reconheci- cáveis aos processos em papel, desde que posteriormente o do-
mento da transgressão; (Redação dada pela Lei Complementar n.º cumento-base correspondente seja digitalizado. (Incluído pela Lei
14.821/15) Complementar n.º 15.680/21)
b) a partir da instauração de sindicância até a decisão final pela § 3.º Os atos processuais em meio eletrônico consideram-se
autoridade competente. (Redação dada pela Lei Complementar n.º realizados no dia e na hora do recebimento pelo sistema informati-
14.821/15) zado de gestão de processo administrativo eletrônico do órgão ou
§ 5.º A prescrição da pretensão executória é a mesma da pu- da entidade. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.680/21)
nitiva, aplicando-se-lhe a causa suspensiva constante do inciso II, § 4.º Quando o ato processual tiver que ser praticado em de-
alínea “a”, do § 4.º deste artigo. (Redação dada pela Lei Comple- terminado prazo, por meio eletrônico, serão considerados tempes-
mentar n.º 14.821/15) tivos os efetivados, salvo disposição em contrário, até as 24h (vinte
e quatro horas) do último dia do prazo, no horário de Brasília. (In-
cluído pela Lei Complementar n.º 15.680/21)

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§ 5.º Quando não eletrônicos, os atos do processo devem reali- § 2.º Somente poderá ser sugerida a instauração de inquérito
zar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repar- administrativo quando, comprovadamente, os fatos apurados na
tição na qual tramitar o processo. (Incluído pela Lei Complementar sindicância a tal conduzirem, na forma do inciso II do artigo 200.
n.º 15.680/21) § 3.º Se a sindicância concluir pela culpabilidade do servidor,
§ 6.º A regulamentação deverá dispor sobre o momento em será este notificado para apresentar defesa, querendo, no prazo de
que se considera realizada a notificação ou intimação realizada por 3 (três) dias úteis.
meio eletrônico, para fins de início do decurso do prazo correspon- Art. 203. A autoridade, de posse do relatório do sindicante,
dente e sobre os casos e as condições de prorrogação de prazos em acompanhado dos elementos que instruírem o processo, decidirá
virtude da indisponibilidade de sistemas informatizados e calamida- pelo arquivamento do processo, pela aplicação da penalidade cabí-
des públicas. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.680/21) vel de sua competência, ou pela instauração de inquérito adminis-
§ 7.º O acesso à íntegra do processo para vista pessoal do inte- trativo, se estiver na sua alçada.
ressado poderá ocorrer por intermédio da disponibilização de siste- Parágrafo único. Quando a aplicação da penalidade ou a instau-
ma informatizado de gestão ou por acesso à cópia do documento, ração de inquérito for de autoridade de outra alçada ou competên-
preferencialmente em meio eletrônico. (Incluído pela Lei Comple- cia, a esta deverá ser encaminhada a sindicância para apreciação
mentar n.º 15.680/21) das medidas propostas.
§ 8.º As audiências, reuniões e sessões de julgamento, bem
como as oitivas de testemunhas, acusados ou qualquer outra pessoa CAPÍTULO III
poderão ser realizadas por meio de videoconferência, assegurado, DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
quando cabível, o direito à realização de sustentação oral, conforme
regulamento. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.680/21) Art. 204. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
§ 9.º A classificação da informação quanto ao grau de sigilo e venha a influir na apuração da irregularidade ou infração funcio-
a possibilidade de limitação do acesso aos servidores autorizados e nal, a autoridade instauradora do processo administrativo discipli-
aos interessados no processo observarão os termos da Lei Federal nar poderá determinar o afastamento preventivo do exercício das
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informa- atividades do seu cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem
ção), e das demais normas vigentes. (Incluído pela Lei Complemen- prejuízo da remuneração.
tar n.º 15.680/21) Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por
Art. 200-B. A tramitação, a transmissão de peças processuais, a igual período, findo o qual cessarão definitivamente os seus efeitos,
comunicação e a prática de atos no âmbito das sindicâncias, inqué- mesmo que o processo administrativo disciplinar ainda não tenha
ritos e processos administrativos disciplinares serão realizadas de sido concluído.
acordo com as normas vigentes para os processos físicos até que
plenamente implementadas as soluções tecnológicas necessárias CAPÍTULO IV
para a sua realização por meio eletrônico, podendo ser definidas, DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR EM ESPÉ-
em decreto, regras de transição ou de parcial implementação do CIE
disposto no art. 200-A desta Lei Complementar, bem como normas
de convalidação dos atos praticados, desde que atingida sua finali- Art. 205. O processo administrativo disciplinar é o instrumento
dade e que não tenham causado prejuízo aos interessados. (Incluí- utilizado no Estado para apurar responsabilidade de servidor por ir-
do pela Lei Complementar n.º 15.680/21) regularidade ou infração praticada no exercício de suas atribuições,
ou que tenha relação direta com o exercício do cargo em que se
CAPÍTULO II encontre efetivamente investido.
DA SINDICÂNCIA Art. 206. O processo administrativo disciplinar será conduzido
por comissão composta de 3 (três) servidores estáveis, com for-
Art. 201. Toda autoridade estadual é competente para, no âm- mação superior, sendo pelo menos um com titulação em Ciências
bito da jurisdição do órgão sob sua chefia, determinar a realização Jurídicas e Sociais, designados pela autoridade competente, que in-
de sindicância, de forma sumária, a qual deverá ser concluída no dicará, dentre eles, o seu presidente.
prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis, podendo ser prorrogado por § 1.º O presidente da comissão designará, para secretariá-la,
até igual período. um servidor que não poderá ser escolhido entre os componentes
§ 1.º A sindicância será sempre cometida a servidor de hierar- da mesma.
quia igual ou superior à do implicado, se houver. § 2.º Os membros da comissão não deverão ser de hierarquia
§ 2.º O sindicante desenvolverá o encargo em tempo integral, inferior à do indiciado, nem estarem ligados ao mesmo por qual-
ficando dispensado de suas atribuições normais até a apresentação quer vínculo de subordinação. (Vetado pelo Governador e mantido
do relatório final, no prazo estabelecido neste artigo. pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
Art. 202. O sindicante efetuará diligências necessárias ao escla- § 3.º Não poderá integrar a comissão, nem exercer a função de
recimento da ocorrência e indicação do responsável, ouvido, preli- secretário, o servidor que tenha feito a denúncia de que resultar o
minarmente, o autor da representação e o servidor implicado, se processo disciplinar, bem como o cônjuge ou parente do acusado,
houver. consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 3.º grau.
§ 1.º Reunidos os elementos coletados, o sindicante traduzirá § 4.º Nos casos em que a decisão final for da alçada exclusiva
no relatório as suas conclusões gerais, indicando, se possível, o pro- do Governador do Estado ou de dirigente máximo de autarquia ou
vável culpado, qual a irregularidade ou transgressão praticada e o fundação pública, o processo administrativo disciplinar será condu-
seu enquadramento nas disposições da lei reguladora da matéria.

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zido por Procurador do Estado, na condição de Autoridade Proces- Art. 218. Quando ao servidor se imputar crime praticado na
sante, observando-se, no que couber, as demais normas do proce- esfera administrativa, a autoridade que determinar a instauração
dimento. (Incluído pela Lei Complementar n.º 10.902/96) do processo administrativo disciplinar providenciará para que se
§ 5.º Na hipótese anterior, será coletivo o parecer previsto no instaure, simultaneamente, o inquérito policial.
inciso IV do artigo 115 da Constituição Estadual, que deverá ser Parágrafo único. Idêntico procedimento compete à autoridade
emitido também nos casos em que o processo for encaminhado à policial quando se tratar de crime praticado fora da esfera adminis-
decisão final de dirigente máximo de autarquia ou fundação públi- trativa.
ca. (Incluído pela Lei Complementar n.º 10.902/96) Art. 219. As autoridades administrativas e policiais se auxilia-
Art. 207. A comissão exercerá suas atividades com independên- rão, mutuamente, para que ambos os inquéritos se concluam den-
cia e imparcialidade, assegurando o sigilo absoluto e necessário à tro dos prazos fixados nesta lei.
elucidação do fato, ou exigido pelo interesse da Administração. Art. 220. A absolvição do processo crime, a que for submetido
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões te- o servidor, não implicará na permanência ou retorno do mesmo ao
rão caráter reservado. serviço público se, em processo administrativo disciplinar regular,
Art. 208. O servidor poderá fazer parte, simultaneamente, de tiver sido demitido em virtude de prática de atos que o inabilitem
mais de uma comissão, podendo esta ser incumbida de mais de um moralmente para aquele serviço.
processo disciplinar. Art. 221. Acarretarão a nulidade do processo:
Art. 209. O membro da comissão ou o servidor designado para a) a determinação de instauração por autoridade incompeten-
secretariá-la não poderá fazer parte do processo na qualidade de te;
testemunha, tanto da acusação como da defesa. b) a falta de citação ou notificação, na forma determinada nes-
Art. 210. A comissão somente poderá deliberar com a presença ta lei;
absoluta de todos os seus membros. c) qualquer restrição à defesa do indiciado;
Parágrafo único. A ausência, sem motivo justificado, por mais d) a recusa injustificada de promover a realização de perícias
de duas sessões, de qualquer dos membros da comissão ou de seu ou quaisquer outras diligências convenientes ao esclarecimento do
secretário, determinará, de imediato, a substituição do faltoso, sem processo;
prejuízo de ser passível de punição disciplinar por falta de cumpri- e) os atos da comissão praticados apenas por um dos seus
mento do dever funcional. membros;
Art. 211. O processo administrativo disciplinar se desenvolverá, f) acréscimos ao processo depois de elaborado o relatório da
necessariamente, nas seguintes fases: comissão sem nova vista ao indiciado;
I - instauração, ocorrendo a partir do ato que constituir a co- g) rasuras e emendas não ressalvadas em parte substancial do
missão; processo.
II - processo administrativo disciplinar, propriamente dito, com- Art. 222. As irregularidades processuais que não constituírem
preendendo a instrução, defesa e relatório; vícios substanciais insanáveis, suscetíveis de influírem na apuração
III - julgamento. da verdade ou decisão do processo, não determinarão a sua nuli-
Art. 212. O prazo para a conclusão do processo administrativo dade.
disciplinar não poderá exceder a 60 (sessenta) dias, contados da Art. 223. A nulidade poderá ser arguida durante ou após a for-
data da publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua mação da culpa, devendo fundar-se a sua arguição em texto legal,
prorrogação por igual período, quando as circunstâncias de cunho sob pena de ser considerada inexistente.
excepcional assim o exigirem.
§ 1.º Sempre que necessário, a comissão desenvolverá seus CAPÍTULO V
trabalhos em tempo integral, ficando seus membros e respectivo DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
secretário, dispensados de suas atividades normais, até a entrega
do relatório final. SEÇÃO I
§ 2.º As reuniões da comissão serão registradas em atas, deta- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
lhando as deliberações adotadas.
Art. 213. O processo administrativo disciplinar, instaurado pela Art. 224. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do
autoridade competente para aplicar a pena disciplinar, deverá ser contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utiliza-
iniciado no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data em que ção de todos os meios de prova em direito admitidos, podendo as
for publicada a designação dos membros da comissão. mesmas serem produzidas “ex-officio”, pelo denunciante ou pelo
Art. 214. Todos os termos lavrados pelo secretário da comissão, acusado, se houver, ou a requerimento da parte com legitimidade
tais como, autuação, juntada, intimação, conclusão, data, vista, re- para tanto.
cebimento de certidões, compromissos, terão formas processuais, Art. 225. Quando o inquérito administrativo for precedido de
resumindo-se tanto quanto possível. sindicância, o relatório desta integrará a instrução do processo
Art. 215. Será feita por ordem cronológica de apresentação como peça informativa.
toda e qualquer juntada aos autos, devendo o presidente rubricar Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância con-
as folhas acrescidas. cluir que a infração praticada consta capitulada como ilícito penal, a
Art. 216. Figurará sempre, nos autos do processo, a folha de autoridade competente providenciará no encaminhamento de có-
antecedentes do indiciado. pias dos autos ao Ministério Público, independentemente da ime-
Art. 217. No processo administrativo disciplinar, poderá ser ar- diata instauração do processo disciplinar.
guida suspeição, que se regerá pelas normas da legislação comum.

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Art. 226. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada § 8.º Não havendo indiciado, a comissão intimará as pessoas,
de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, servidores, ou não, que, presumivelmente, possam esclarecer a
objetivando a coleta de provas, recorrendo, quando necessário, a ocorrência, objeto do inquérito.
técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos Art. 229. Na hipótese de a comissão entender que os elemen-
fatos. tos do processo são insuficientes para bem caracterizar a ocorrên-
§ 1.º A designação dos peritos deverá obedecer ao critério da cia, poderá ouvir previamente a vítima ou o denunciante da irregu-
capacidade técnica especializada, observadas as provas de habilita- laridade ou infração funcional.
ção estabelecidas em lei, e só poderá recair em pessoas estranhas Art. 230. Feita a citação e não comparecendo o indiciado, o
ao serviço público estadual, na falta de servidores aptos a presta- processo prosseguirá à revelia, com defensor dativo designado pelo
rem assessoramento técnico. presidente da comissão, procedendo-se da mesma forma com rela-
§ 2.º Para os exames de laboratório, porventura necessários, ção ao que se encontre em lugar incerto e não sabido ou afastado
recorrer-se-á aos estabelecimentos particulares somente quando da localidade de seu domicílio.
inexistirem oficiais ou quando os laudos forem insatisfatórios ou Art. 231. O indiciado tem o direito, pessoalmente ou por inter-
incompletos. médio de defensor, a assistir aos atos probatórios que se realizarem
Art. 227. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o perante a comissão, requerendo medidas que julgar convenientes.
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador habilita- Parágrafo único. O indiciado poderá requerer ao presidente da
do, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contrapro- comissão a designação de defensor dativo, caso não o possuir.
vas e formular quesitos, quando se tratar de provas periciais. Art. 232. O indiciado, dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis
§ 1.º Só será admitida a intervenção de procurador, no proces- após o interrogatório, poderá requerer diligência, produzir prova
so disciplinar, após a apresentação do respectivo mandato, revesti- documental e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito).
do das formalidades legais. § 1.º Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e o
§ 2.º O presidente da comissão poderá denegar pedidos con- indiciado, dentro do prazo de 3 (três) dias úteis, não indicar outras
siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum em substituição, prosseguir-se-á nos demais termos do processo.
interesse para os esclarecimentos dos fatos. § 2.º No caso de mais de um indiciado, cada um deles será ouvi-
§ 3.º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com- do separadamente, podendo ser promovida acareação, sempre que
provação do fato independer de conhecimentos especializados de divergirem em suas declarações.
peritos. Art. 233. As testemunhas serão intimadas a depor mediante
mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo apor
SEÇÃO II seus cientes na segunda via, a qual será anexada ao processo.
DOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expe-
dição do mandado será remetida ao chefe da repartição onde servir,
Art. 228. O presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, com a indicação do dia, hora e local em que procederá à inquirição.
autuará portaria e demais peças existentes e designará dia, hora e Art. 234. Serão assegurados transporte e diárias:
local para a audiência inicial, citando o indiciado, se houver, para I - ao servidor convocado para prestar depoimento, fora da
interrogatório e acompanhamento do processo. sede de sua repartição, na condição de denunciante, indiciado ou
§ 1.º A citação do indiciado será feita, pessoalmente ou por via testemunha;
postal, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis da data II - aos membros da comissão e ao secretário da mesma, quan-
marcada para audiência, e conterá dia, hora, local, sua qualificação do obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realiza-
e a tipificação da infração que lhe é imputada. ção de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
§ 2.º Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o Art. 235. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
fato ser certificado, à vista de, no mínimo, 2 (duas) testemunhas. termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, sendo-
§ 3.º Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, a -lhe, porém, facultada breve consulta a apontamentos.
citação será feita por edital, publicada no órgão oficial por 3 (três) § 1.º As testemunhas serão inquiridas separadamente, se pos-
vezes, com prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados a partir da pri- sível no mesmo dia, ouvindo-se previamente, as apresentadas pelo
meira publicação, juntando-se comprovante ao processo. denunciante; a seguir, as indicadas pela comissão e, por último, as
§ 4.º Quando houver fundada suspeita de ocultação do indicia- arroladas pelo indiciado.
do, proceder-se-á à citação por hora certa, na forma dos arts. 227 a § 2.º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou divergen-
229 do Código de Processo Civil. tes entre si, proceder-se-á à acareação dos depoentes.
§ 5.º Estando o indiciado afastado do seu domicílio e conhecido § 3.º Antes de depor, a testemunha será qualificada, declaran-
o seu endereço em outra localidade, a citação será feita por via pos- do o nome, estado civil, profissão, se é parente, e em que grau, de
tal, em carta registrada, juntando-se ao processo o comprovante do alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas.
registro e o aviso de recebimento. Art. 236. Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não po-
§ 6.º A citação pessoal, as intimações e as notificações serão derão estar presentes, a fim de evitar-se que uma ouça o depoi-
feitas pelo secretário da comissão, apresentando ao destinatário o mento da outra.
instrumento correspondente em duas vias para que, retendo uma Art. 237. O procurador do acusado poderá assistir ao interroga-
delas, passe recibo devidamente datado na outra. tório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado
§ 7.º Quando o indiciado comparecer voluntariamente junto à interferir nas perguntas e respostas, facultando-se lhe, porém, rein-
comissão, será dado como citado. quiri-las, por intermédio do presidente da comissão.
Art. 238. A testemunha somente poderá eximir-se de depor
nos casos previstos em lei penal.
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§ 1.º Se arrolados como testemunha, o Governador do Esta- § 2.º Se a defesa tiver sido dispensada ou apresentada antes da
do, os Secretários, os dirigentes máximos de autarquias, bem como fluência do prazo, contar-se-á o destinado à feitura do relatório a
outras autoridades federais, estaduais ou municipais de níveis hie- partir do dia seguinte ao da dispensa da apresentação.
rárquicos a eles assemelhados, o depoimento será colhido em dia, § 3.º No relatório, a comissão apreciará em relação a cada in-
hora e local previamente ajustados entre o presidente da comissão diciado, separadamente, as irregularidades, objeto de acusação, as
e a autoridade. provas que instruírem o processo e as razões de defesa, propondo,
§ 2.º Os servidores estaduais arrolados como testemunhas se- justificadamente, a absolvição ou a punição, sugerindo, nesse caso,
rão requisitados junto às respectivas chefias e, os federais e os mu- a pena que couber.
nicipais, bem como os militares, serão notificados por intermédio § 4.º Deverá, também, a comissão, em seu relatório, sugerir
das repartições ou unidades a que servirem. providências tendentes a evitar a reprodução de fatos semelhantes
§ 3.º No caso em que as pessoas estranhas ao serviço público ao que originou o processo, bem como quaisquer outras que lhe
se recusem a depor perante a comissão, o presidente poderá soli- pareçam de interesse do serviço público estadual.
citar à autoridade policial competente, providências no sentido de Art. 246. O relatório da comissão será encaminhado à autorida-
serem elas ouvidas na polícia, encaminhando, para tanto, àquela de que determinou a sua instauração para apreciação final no prazo
autoridade, a matéria reduzida a itens, sobre a qual devam ser ou- de 30 (trinta) dias.
vidas. § 1.º Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposição da
Art. 239. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do autoridade que houver instaurado o inquérito para qualquer escla-
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja recimento ou providência julgada necessária.
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe, pelo § 2.º Quando não for da alçada da autoridade a aplicação das
menos, um médico psiquiatra. penalidades e das providências indicadas, estas serão propostas a
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será proces- quem de direito competir, no prazo marcado para julgamento.
sado em autos apartados e apensos ao processo principal, após ex- § 3.º Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para julgamen-
pedição do laudo pericial. to final será de 20 (vinte) dias.
Art. 240. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a § 4.º A autoridade julgadora promoverá a publicação em órgão
comunicar à comissão o local onde será encontrado. oficial, no prazo de 8 (oito) dias, da decisão que proferir, expedirá
Art. 241. Durante o curso do processo, a comissão promoverá os atos decorrentes do julgamento e determinará as providências
as diligências que se fizerem necessárias à elucidação do objeto do necessárias a sua execução.
inquérito, podendo, inclusive, recorrer a técnicos e peritos. § 5.º Cumprido o disposto no parágrafo anterior, dar-se-á ciên-
Parágrafo único. Os órgãos estaduais atenderão com prioridade cia da solução do processo ao autor da representação e à comissão,
às solicitações da comissão. procedendo-se, após, ao seu arquivamento.
Art. 242. Compete à comissão tomar conhecimento de novas § 6.º Se o processo não for encaminhado à autoridade compe-
imputações que surgirem, durante o curso do processo, contra o tente no prazo de 30 (trinta) dias, ou julgado no prazo determinado
indiciado, caso em que este poderá produzir novas provas objeti- no § 3.º, o indiciado poderá reassumir, automaticamente, o exercí-
vando sua defesa. cio do seu cargo, onde aguardará o julgamento.
Art. 243. Na formação material do processo, todos os termos
lavrados pelo secretário terão forma sucinta e, quando possível, pa- CAPÍTULO VI
dronizada. DO PROCESSO POR ABANDONO DE CARGO OU POR AU-
§ 1.º A juntada de documentos será feita pela ordem cronológi- SÊNCIAS EXCESSIVAS AO SERVIÇO
ca de apresentação mediante despacho do presidente da comissão.
§ 2.º A cópia da ficha funcional deverá integrar o processo des- Art. 247. É dever do chefe imediato conhecer os motivos que
de a indiciação do servidor, bem como, após despacho do presi- levam o servidor a faltar consecutiva e frequentemente ao serviço.
dente, o mandato, revestido das formalidades legais que permita a Parágrafo único. Constatadas as primeiras faltas, deverá o che-
intervenção de procurador, se for o caso. fe imediato, sob pena de se tornar co-responsável, comunicar o fato
Art. 244. Ultimada a instrução do processo, intimar-se-á o in- ao órgão de apoio administrativo da repartição que promoverá as
diciado, ou seu defensor legalmente constituído, para, no prazo de diligências necessárias à apuração da ocorrência.
10 (dez) dias, contados da data da intimação, apresentar defesa por Art. 248. Quando o número de faltas não justificadas ultrapas-
escrito, sendo-lhe facultada vista aos autos na forma da lei. sar a 30 (trinta) consecutivas ou 60 (sessenta) intercaladas durante
§ 1.º Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum um ano, a repartição onde o servidor estiver em exercício promove-
e de 20 (vinte) dias. rá sindicância e, à vista do resultado nela colhido, proporá:
§ 2.º O prazo de defesa, excepcionalmente, poderá ser suprimi- I - a solução, se ficar provada a existência de força maior, co-
do, a critério da comissão, quando esta a julgar desnecessária, face ação ilegal ou circunstância ligada ao estado físico ou psíquico do
à inconteste comprovação da inocência do indiciado. servidor, que contribua para não caracterizar o abandono do cargo
Art. 245. Esgotado o prazo de defesa, a comissão apresentará, ou que possa determinar a justificabilidade das faltas;
dentro de 10 (dez) dias, minucioso relatório, resumindo as peças II - a instauração de inquérito administrativo se inexistirem
essenciais dos autos e mencionando as provas principais em que se provas das situações mencionadas no inciso anterior, ou existindo,
baseou para formular sua convicção. forem julgadas insatisfatórias.
§ 1.º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou § 1.º No caso de ser proposta a demissão, o servidor terá o
à responsabilidade do sindicado. prazo de 5 (cinco) dias para apresentar defesa.
§ 2.º Para aferição do número de faltas, as horas serão converti-
das em dias, quando o servidor estiver sujeito a regime de plantões.
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MATÉRIA INTERNO

§ 3.º Salvo em caso de ficar caracterizada, desde logo, a inten- § 2.º O Estado concederá o auxílio-refeição, na forma da lei.
ção do faltoso em abandonar o cargo, ser-lhe-á permitido continuar (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa,
em exercício, a título precário, sem prejuízo da conclusão do pro- conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
cesso. § 3.º A lei regulará o atendimento gratuito de filhos e depen-
§ 4.º É facultado ao indiciado, por abandono de cargo ou por dentes de servidores, de zero a seis anos, em creches e pré-escola.
ausências excessivas ao serviço, no decurso do correspondente pro- Art. 257. O auxílio-funeral é a importância devida à família do
cesso administrativo disciplinar, requerer sua exoneração, a juízo da servidor falecido, ativo ou inativo, em valor equivalente:
autoridade competente. I - a um mês de remuneração ou provento que perceberia na
data do óbito, considerados eventuais acúmulos legais;
CAPÍTULO VII II - ao montante das despesas realizadas, respeitando o limite
DA REVISÃO DO PROCESSO fixado no inciso anterior, quando promovido por terceiros.
Parágrafo único. O processo de concessão de auxílio-funeral
Art. 249. O processo administrativo disciplinar poderá ser re- obedecerá a rito sumário e concluir-se-á no prazo de 48 (quarenta
visto, uma única vez, a qualquer tempo ou “ex-officio”, quando se e oito) horas da prova do óbito, subordinando-se o pagamento à
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a apresentação dos comprovantes da despesa.
inocência ou inadequação da penalidade aplicada. Art. 258. Em caso de falecimento de servidor ocorrido quando
§ 1.º O pedido da revisão não tem efeito suspensivo e nem per- no desempenho de suas funções, fora do local de trabalho, inclusive
mite agravação da pena. em outro Estado ou no exterior, as despesas de transporte do corpo
§ 2.º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do correrão à conta de recursos do Estado, autarquia ou fundação de
servidor, qualquer pessoa de sua família poderá requerer revisão direito público.
do processo. Art. 259. Ao cônjuge ou dependente do servidor falecido em
§ 3.º No caso de incapacidade mental, a revisão poderá ser re- consequência de acidente em serviço ou agressão não-provocada,
querida pelo respectivo curador. no exercício de suas atribuições, será concedida complementação
Art. 250. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re- da pensão que, somada à que perceber do órgão de Previdência do
querente. Estado, perfaça a totalidade da remuneração percebida pelo servi-
Art. 251. O requerimento de revisão do processo será dirigido dor, quando em atividade.
ao Secretário de Estado ou autoridade equivalente que, se a auto- Art. 259-A. Aos dependentes do servidor detento ou recluso
rizar, encaminhará o pedido ao órgão ou entidade onde se originou será paga, durante o período em que estiver privado de sua liberda-
o processo disciplinar. de, sob o título de auxílio-reclusão, uma quantia mensal, equivalen-
Art. 252. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias de prazo te à metade da que lhes caberia a título de pensão por morte, limi-
para a conclusão dos trabalhos. tada ao máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Art. 253. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pena- Previdência Social. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20)
lidade nos termos do artigo 246, no prazo de 20 (vinte) dias, conta- § 1.º O benefício do auxílio-reclusão será devido a partir da
dos do recebimento do processo, durante o qual poderá determinar data em que o servidor preso deixar de receber remuneração de-
as diligências que julgar necessárias. corrente do seu cargo e será pago enquanto o servidor for titular
Art. 254. Julgada procedente a revisão, será declarada sem do respectivo cargo efetivo. (Incluído pela Lei Complementar n.º
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos 15.450/20)
do servidor. § 2.º O auxílio-reclusão será rateado em quotas iguais entre
os dependentes do servidor. (Incluído pela Lei Complementar n.º
TÍTULO VI 15.450/20)
DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR § 3.º Na hipótese de fuga do servidor, o benefício será restabe-
lecido a partir da data da recaptura ou da reapresentação à prisão,
Art. 255. O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e nada sendo devido aos seus dependentes enquanto estiver o servi-
assistência médica, odontológica e hospitalar para seus servidores dor evadido e durante o período da fuga. (Incluído pela Lei Comple-
e dependentes, mediante contribuição, nos termos da lei. mentar n.º 15.450/20)
Art. 256. Caberá, especialmente ao Estado, a concessão dos se- § 4.º Para a instrução do processo de concessão deste benefí-
guintes benefícios, na forma prevista nesta lei: cio, além da documentação que comprovar a condição de servidor
I - abono familiar; e de dependentes, serão exigidos: (Incluído pela Lei Complementar
II - licença para tratamento de saúde; n.º 15.450/20)
III - licença-gestante, à adotante e licença-paternidade; I - documento que certifique o não pagamento da remunera-
IV - licença por acidente em serviço; ção ao servidor pelos cofres públicos, em razão da prisão; e (Incluí-
V - aposentadoria; do pela Lei Complementar n.º 15.450/20) II - certidão emitida pela
VI - auxílio-funeral; autoridade competente sobre o efetivo recolhimento do servidor
VII - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.450/20) à prisão e o respectivo regime de cumprimento da pena, sendo tal
VIII - auxílio-reclusão. (Incluído pela Lei Complementar n.º documento renovado semestralmente. (Incluído pela Lei Comple-
15.450/20) mentar n.º 15.450/20)
§ 1.º Além das concessões de que trata este artigo, será devi- § 5.º Caso o servidor venha a ser ressarcido com o pagamento
do o auxílio-transporte, correspondente à necessidade de desloca- da remuneração correspondente ao período em que esteve preso,
mento do servidor em atividade para seu local de trabalho e vice- e seus dependentes tenham recebido auxílio reclusão, será descon-
-versa, nos termos da lei.
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tado do servidor o valor correspondente ao período de gozo do be- aumento da produtividade e a redução de custos operacionais, bem
nefício, para fins de restituição ao Estado, aplicando-se juros e atu- como concessão de medalhas, diploma de honra ao mérito, conde-
alização monetária. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.450/20) coração e louvor, na forma do regulamento.
§ 6.º Aplicar-se-ão ao auxílio-reclusão, no que couber, as dis- Art. 264. Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias
posições atinentes à pensão por morte. (Incluído pela Lei Comple- corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do venci-
mentar n.º 15.450/20) mento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o pra-
§ 7.º Se o servidor preso vier a falecer na prisão, o benefício zo vencido em dia em que não haja expediente.
de auxílio-reclusão será convertido em pensão por morte. (Incluído Parágrafo único. Os avanços e os adicionais de 15% (quinze por
pela Lei Complementar n.º 15.450/20) cento) e 25% (vinte e cinco por cento) serão pagos a partir do pri-
Art. 260. Caberá ao Instituto de Previdência do Estado do Rio meiro dia do mês em que for completado o período de concessão.
Grande do Sul a concessão de benefícios e serviços, na forma pre- Art. 265. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-
vista em lei específica. sófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer
Parágrafo único. Todo servidor abrangido por esta lei deverá, dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem
obrigatoriamente, ser contribuinte do órgão previdenciário de que eximir-se do cumprimento de seus deveres.
trata este artigo. (Vide Lei Complementar n.º 10.776/96) Art. 266. Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos
definidos em lei ou regulamento, como próprio do seu cargo ou
TÍTULO VII função, não decorre nenhum direito ao servidor, ressalvadas as co-
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTE- missões legais.
RESSE PÚBLICO Art. 267. É vedado às chefias manterem sob suas ordens cônju-
ges e parentes até segundo grau, salvo quando se tratar de função
Art. 261. Para atender necessidade temporária de excepcional de imediata confiança e livre escolha, não podendo, porém, exce-
interesse público, a Administração estadual poderá efetuar contra- der de dois o número de auxiliares nessas condições.
tações de pessoal, por prazo determinado, na forma da lei. Art. 268. Serão assegurados ao servidor público civil os direitos
Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, conside- de associação profissional ou sindical.
ram-se como necessidade temporária de excepcional interesse pú- Art. 269. Consideram-se da família do servidor, além do cônju-
blico as contratações destinadas a: ge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e cons-
I - combater surtos epidêmicos; tem no seu assentamento individual.
II - atender situações de calamidade pública; Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge, a companheira ou
III - atender a outras situações de urgência que vierem a ser companheiro que comprove união estável como entidade familiar.
definidas em lei. Art. 270. A atribuição de qualquer direito e vantagem, cuja con-
Art. 261-A. Aplica-se ao pessoal contratado nos termos do art. cessão dependa de ato ou portaria do Governador do Estado, ou
261 exclusivamente o disposto nos arts. 64, incisos I, II, III, IV, VI e de outra autoridade com competência para tal, somente produzirá
XV; 67 a 74; 76; 80, incisos I, II e III; 82 a 84; 85, incisos I e IV; 87; efeito a partir da data da publicação no órgão oficial.
89, incisos II e III; 95 a 96; 98; 104 a 105; 110 a 113; 167 a 186; Art. 271. Os servidores estaduais, no exercício de suas atribui-
187, incisos I, II e VI; todos desta Lei Complementar, bem como as ções, não estão sujeitos a sanções disciplinares por crítica irrogada
disposições específicas estabelecidas, estritamente em razão da na- em quaisquer escritos de natureza administrativa.
tureza da função, na lei que autorizar a contratação. (Incluído pela Parágrafo único. A requerimento do interessado, poderá a au-
Lei Complementar n.º 15.450/20) toridade suprimir as críticas irrogadas.
§ 1.º Aplica-se, ainda, no que couber, ao pessoal contratado Art. 272. O servidor que esteja sujeito à fiscalização de órgão
nos termos do art. 261, o disposto nos arts. 130, 131, 134, 135, 136, profissional e for suspenso do exercício da profissão, enquanto du-
138, 141 e 143, referentes ao período não coberto pelo Regime Ge- rar a medida, não poderá desempenhar atividade que envolva res-
ral de Previdência Social. (Renumerado pela Lei Complementar n.º ponsabilidade técnico-profissional.
15.910/22) Art. 273. O Poder Executivo regulará as condições necessárias
§ 2.º Aplica-se, outrossim, ao pessoal contratado nos termos à perfeita execução desta lei, observados os princípios gerais nela
do art. 261, o disposto no art. 107 desta Lei Complementar. (Incluí- consignados.
do pela Lei Complementar n.º 15.910/22) Art. 274. O disposto nesta lei é extensivo às autarquias e às
fundações de direito público, respeitada, quanto à prática de atos
TÍTULO VIII administrativos, a competência dos respectivos titulares.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS Art. 275. Os dirigentes máximos das autarquias e fundações de
direito público poderão praticar atos administrativos de competên-
CAPÍTULO I cia do Governador, salvo os indelegáveis, nas áreas de suas respec-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS tivas atuações.

Art. 262. O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público CAPÍTULO II


estadual. DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 263. Poderão ser conferidos, no âmbito da administração
estadual, autarquia e fundações de direito público, prêmios pela Art. 276. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por
apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que possibilitem o esta lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores estatu-
tários da Administração Direta, das autarquias e das fundações de

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direito público, inclusive os interinos e extranumerários, bem como efeitos, exceto para os fins previstos no inciso I do artigo 151, na
os servidores estabilizados vinculados à Consolidação das Leis do forma da lei. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n.º Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
5452, de 1.º de maio de 1943. (Vetado pelo Governador e man- § 1.º O servidor que houver implementado o período aquisitivo
tido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) que lhe assegure o direito a férias no regime anterior, será obriga-
(Vide Lei n.º 11.129/98 e Lei Complementar n.º 10.248/94) do a gozá-las, imediatamente, aplicando-se ao período restante o
§ 1.º Os servidores celetistas de que trata o “caput” deverão disposto no § 2.º deste artigo. (Vetado pelo Governador e mantido
manifestar, formalmente, no prazo de 90 (noventa) dias após a pro- pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
mulgação desta lei, a opção de não integrarem o regime jurídico por § 2.º Para integralizar o período aquisitivo de férias regulamen-
esta estabelecido. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assem- tares de que trata o § 1.º do artigo 67, será computado 1/12 (um
bleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) doze avos) por mês de efetivo exercício no regime anterior. (Vetado
§ 2.º Os cargos ocupados pelos nomeados interinamente e as pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme
funções correspondentes aos extranumerários e contratados de DOE n.º 66, de 08/04/94)
que trata este artigo, ficam transformados em cargos de provimen- § 3.º O servidor que, até 31 de dezembro de 1993, não tenha
to efetivo, em classe inicial, em número certo, observada a identi- completado o quinquênio de que trata o artigo 150 desta Lei Com-
dade de denominação e equivalência das atribuições com cargos plementar, terá assegurado o cômputo desse período para fins de
correspondentes dos respectivos quadros de pessoal. (Vetado pelo concessão de licença-prêmio, inclusive para os efeitos do inciso I
Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE do artigo 151 da mesma Lei. (Incluído pela Lei Complementar n.º
n.º 66, de 08/04/94) 10.248/94)
§ 3.º Nos órgãos em que já exista sistema de promoção para Art. 278. Os saldos das contas vinculadas do Fundo de Garantia
servidores celetistas, a transformação da respectiva função será do Tempo de Serviço, dos servidores celetistas que passarem a in-
para o cargo de provimento efetivo em classe correspondente. tegrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta lei, poderão
(Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, ser sacados nas hipóteses previstas pela legislação federal vigente
conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) (Vide ADI n.º 1150 que deu ao sobre a matéria. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assem-
texto exegese conforme à Constituição Federal, a fim de excluir de bleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
seu alcance as funções ou empregos relativos a servidores celetistas Parágrafo único. O saldo da conta individualizada de servidores
que não se submeteram ao concurso aludido no art. 37, inciso II da não optantes pelo FGTS reverterá em favor do Estado ou da entida-
Constituição Federal, ou referido no § 1.º do art. 19 do ADCT) de depositante. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assem-
§ 4.º (Vide ADI n.º 1150 que deu ao texto exegese conforme à bleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
Constituição Federal, a fim de excluir de seu alcance as funções ou Art. 279. Aplicam-se as disposições desta lei aos integrantes do
empregos relativos a servidores celetistas que não se submeteram Plano de Carreira do Magistério Público Estadual, na forma prevista
ao concurso aludido no art. 37, inciso II da Constituição Federal, ou no art. 154 da Lei n.º 6.672, de 22 de abril de 1974.
referido no § 1.º do art. 19 do ADCT) Art. 280. As disposições da Lei n.º 7.366, de 29 de março de
§ 4.º Os cargos de provimento efetivo resultantes das disposi- 1980, que não conflitarem com os princípios estabelecidos por esta
ções deste artigo, excetuados os providos na forma do artigo 6.º, lei, permanecerão em vigor até a edição de lei complementar, pre-
terão carreira de promoção própria, extinguindo se à medida que vista no art. 134 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.
vagarem, ressalvados os Quadros próprios, criados por lei, cujos Art. 281. A exceção de que trata o artigo 1.º se estende aos em-
cargos são providos no sistema de carreira, indistintamente, por pregados portuários e hidroviários, vinculados à entidade respon-
servidores celetistas e estatutários. (Redação dada pela Lei Comple- sável pela administração de portos de qualquer natureza, hidrovias
mentar n.º 10.248/94) e obras de proteção e regularização, que continuarão a adotar o
§ 5.º Para efeitos de aplicação deste artigo, não serão conside- regime da Lei n.º 4.860/65, a legislação trabalhista, a legislação por-
radas as situações de fato em desvio de função. (Vetado pelo Go- tuária federal e a política nacional de salários, observado o quadro
vernador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º de pessoal próprio.
66, de 08/04/94) Art. 282. A diferença de proventos, instituída pelo Decreto-Lei
§ 6.º Os contratados por prazo determinado terão seus contra- n.º 1.145/46, estendida às autarquias pela Lei n.º 1.851/52 e Ato
tos extintos, após o vencimento do prazo de vigência. (Vetado pelo 206/76 – DEPREC, aplica-se ao pessoal contratado diretamente sob
Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE regime jurídico trabalhista do Departamento Estadual de Portos,
n.º 66, de 08/04/94) Rios e Canais, vinculado à Previdência Social Federal. (Vetado pelo
§ 7.º Excepcionada a situação prevista no parágrafo 3.º deste Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE
artigo, fica assegurada ao servidor, a título de vantagem pessoal, n.º 66, de 08/04/94) (Vide Lei Complementar n.º 15.142/18)
como parcela autônoma, nominalmente identificável, a diferença Parágrafo único. A diferença de proventos será concedida so-
resultante entre a remuneração básica da função anteriormente mente quando o empregado satisfizer os requisitos da aposenta-
desempenhada sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho doria pela legislação estadual em vigor e que sejam estáveis no ser-
e a do cargo da classe inicial da categoria funcional para a qual foi viço público, a teor do art. 19 do Ato das Disposições Transitórias
transposto. (Incluído pela Lei Complementar n.º 10.248/94) da Constituição Federal. (Vetado pelo Governador e mantido pela
Art. 277. São considerados extintos os contratos individuais de Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
trabalho dos servidores que passarem a integrar o regime jurídico
na forma do artigo 276, desta lei, ficando-lhes assegurada a conta-
gem do tempo anterior de serviço público estadual para todos os

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Art. 283. Os graus relativos aos cargos organizados em carreira TÍTULO I


a que se refere esta lei, enquanto não editada a lei complementar DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
de que trata o art. 31 da Constituição do Estado, correspondem as
atuais classes. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia CAPÍTULO I
Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) DA SEDE DA ASSEMBLEIA
Art. 284. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos
da Constituição Federal e da Constituição Estadual, o direito à li- Art. 1.º A Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do
vre organização sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela Sul tem sede na Capital do Estado.
decorrentes: (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia § 1.º Havendo motivo relevante, ou de força maior, a Assem-
Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) bleia poderá, por deliberação da Mesa “ad referendum” da maioria
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substitu- absoluta dos Deputados, reunir-se em outro ponto do Estado.
to processual; (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia § 2.º No Plenário da Assembleia somente serão realizados atos
Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) e atividades pertinentes à função parlamentar. (Vide Resoluções
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até 01 (um) ano nos 2.921/04 e 2.955/05)
após o final do mandato, exceto se a pedido; (Vetado pelo Gover-
nador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, CAPÍTULO II
de 08/04/94) DA LEGISLATURA E DA SESSÃO PREPARATÓRIA
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical
a que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições defini- Art. 2.º No primeiro ano da legislatura, os Deputados reunir-se-
das em assembléia geral da categoria. (Vetado pelo Governador -ão em sessão preparatória às 14 horas do dia 30 de janeiro.
e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de § 1.º A direção dos trabalhos caberá em ordem sucessiva:
08/04/94) I - ao Presidente da Assembleia do período anterior, se reeleito
Art. 285. No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da Deputado;
data da promulgação desta lei, o Poder Executivo deverá encami- II - ao Deputado que tenha exercido mais recentemente a fun-
nhar ao Poder Legislativo, projeto de lei que trate do quadro de car- ção de Vice-Presidente ou Secretário da Mesa;
reira dos funcionários de escola. (Vetado pelo Governador e manti- III - ao Deputado mais idoso dentre os reeleitos, ou
do pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) IV - ao mais idoso dos Deputados presentes.
Art. 286. As despesas decorrentes da aplicação desta lei corre- § 2.º O Presidente convidará dois Deputados de partidos dife-
rão à conta de dotações orçamentárias próprias. rentes para secretariar a sessão.
Art. 287. Fica o Executivo autorizado a abrir créditos suplemen- Art. 3.º Aberta a sessão, os Deputados apresentarão à Mesa o
tares necessários à cobertura das despesas geradas por esta lei. diploma expedido pela Justiça Eleitoral e comunicarão seu nome
Art. 288. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, pro- parlamentar e legenda partidária.
duzindo seus efeitos a contar de 1.º de janeiro de 1994. (Vetado Parágrafo único. O nome parlamentar será composto de dois
pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme elementos, podendo o Deputado, se necessário para individualizá-
DOE n.º 66, de 08/04/94) -lo, utilizar três elementos.
Art. 289. Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico per- Art. 4.º Verificada a existência de número legal para a instala-
feito e a coisa julgada, são revogadas as disposições em contrário. ção da legislatura, o Presidente decidirá de plano quaisquer recla-
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 3 de fevereiro de 1994. mações apresentadas e convocará sessão para o dia seguinte, às
Legislação compilada pelo Gabinete de Consultoria Legislativa. 14 horas.
Art. 5.º O Diário da Assembleia correspondente à sessão prepa-
ratória publicará, por legenda, a nominata dos Deputados, obede-
REGIMENTO INTERNO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO cendo a ordem alfabética do nome parlamentar.
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – RESOLUÇÃO DE PLENÁ- Parágrafo único. No mesmo Diário, será publicada a nominata
RIO N° 2.288/1991 E SUAS ALTERAÇÕES POSTERIORES dos suplentes diplomados.
Art. 6.º No dia 31 de janeiro, a Assembleia reunir-se-á em ses-
são solene para a posse dos Deputados, sendo declarada instalada
RESOLUÇÃO N.º 2.288, DE 18 DE JANEIRO DE 1991. a Legislatura e procedendo-se, a seguir, à eleição da Mesa e, após,
(atualizada até a Resolução n.º 3.242 de 1.º de março de 2023) à da Comissão Representativa. (Redação dada pela Resolução n.º
2.893/03)
Dispõe sobre o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Art. 7.º No ato da posse, o Presidente proferirá o seguinte com-
Estado do Rio Grande do Sul. promisso, mantendo-se de pé todos os presentes:
“Prometo manter, defender e cumprir a Constituição do Estado
e desempenhar com toda a lealdade e dedicação o mandato que
me foi confiado pelo povo rio-grandense”.
Parágrafo único. Far-se-á, a seguir, a chamada nominal dos De-
putados e cada um, também de pé, adotando os termos do com-
promisso, vedadas outras manifestações, dirá: “Assim o prometo”.
(Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)

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Art. 8.º O Deputado que tomar posse em ocasião posterior e § 2.º As representações partidárias reunidas em Federação, nos
o suplente que assumir pela primeira vez prestarão previamente o termos da legislação eleitoral, comporão Bancada Federada, que
compromisso de que trata o artigo anterior em sessão da Assem- atuará como se fosse uma única agremiação partidária, para todos
bleia, ou, se esta não estiver reunida, perante seu Presidente. os fins deste Regimento Interno, e escolherá seu Líder e Vice-Líder,
Art. 9.º Não se considera investido no mandato de Deputado com atribuições e prerrogativas regimentais, conforme o disposto
quem deixar de prestar o compromisso nos termos regimentais. no § 1.º deste artigo. (Incluído pela Resolução n.º 3.242/23)
Art. 10. No terceiro ano da legislatura, os Deputados reunir- Art. 15. O Líder da Bancada, além das atribuições regimentais,
-se-ão na segunda quinzena do mês de janeiro, em sessão prepa- possui as seguintes prerrogativas:
ratória, convocada antes do encerramento da sessão legislativa an- I - usar da palavra a qualquer momento da sessão em comuni-
terior, para verificação do “quorum” necessário à eleição da Mesa. cação urgente, excetuando-se o período da Ordem do Dia quando
§ 1.º Havendo “quorum”, a eleição dar-se-á a 31 de janeiro, em as comunicações versarão apenas sobre a matéria em debate e vo-
sessão solene a iniciar-se às 14 horas. (Redação dada pela Resolu- tação; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
ção n.º 2.893/03) II - discutir proposições e encaminhar-lhes a votação pelo prazo
§ 2.º Enquanto não for eleita a nova Mesa, os trabalhos da As- regimental, ainda que não inscrito;
sembleia continuarão a ser dirigidos pela Mesa da sessão legislativa III - emendar proposições na Ordem do Dia da sessão, em fase
anterior. de discussão; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
IV - indicar os Deputados de sua representação para integrar
CAPÍTULO III Comissões.
DAS SESSÕES LEGISLATIVAS § 1.º Cada Líder de Bancada terá direito a uma comunicação
urgente por sessão plenária, podendo delegar a um dos liderados a
Art. 11. A Assembleia reunir-se-á em sessão legislativa: incumbência de fazê-la, desde que se trate de assunto de interesse
I - ordinária, de 1.º de fevereiro a 16 de julho e de 1.º de agosto da Bancada.
a 22 de dezembro; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) § 2.º As bancadas parlamentares informarão à Presidência da
II - extraordinária, quando convocada na forma do art. 253. Mesa, seus Líderes e Vice-Líderes.
(Vide Resolução n.º 2.633/93, que renumerou o art. 253 para 256) Art. 16. A representação partidária que venha a se constituir
§ 1.º A sessão legislativa ordinária poderá ser prorrogada pelo em data posterior a do ato de instalação da legislatura apenas dis-
prazo máximo de três sessões, a requerimento de um terço dos De- porá das prerrogativas de que tratam os arts. 14 e 15 se integrada
putados e por deliberação da maioria absoluta. por três ou mais Deputados.
§ 2.º A sessão legislativa ordinária não será interrompida sem Art. 17. Haverá, também, um Líder e um Vice-Líder por partido
a apreciação dos projetos de leis orçamentárias. (Incluído pela Re- com representação na Assembleia, indicados pela respectiva Exe-
solução n.º 2.893/03) cutiva Regional.
Art. 12. Durante o período da sessão legislativa ordinária, a As- § 1.º O Líder Partidário, com as prerrogativas previstas no art.
sembleia funcionará em todos os dias úteis. 15, I, II e III representará o pensamento do Partido.
Parágrafo único. As sessões plenárias realizar-se-ão conforme § 2.º O Líder Partidário poderá indicar um parlamentar para
determina o art. 91, alínea II. (Vide Resolução n.º 2.633/93, que expressar a posição do partido quando da votação de proposição.
renumerou o art. 91 para 94) (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
Art. 13. As reuniões das Comissões Técnicas Permanentes rea- § 3.º (REVOGADO pela Resolução n.º 3.009/08)
lizar-se-ão às terças, quartas e quintas-feiras pela manhã, das 9h às § 4.º Cada Líder Partidário terá direito a uma comunicação ur-
11h, e as das Mistas Permanentes às quartas-feiras, das 11 h às 13h. gente por sessão plenária, podendo delegar a um dos liderados a
(Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05) incumbência de fazê-la, desde que se trate de assunto de interesse
§ 1.º As reuniões das demais Comissões poderão realizar-se a do Partido.
qualquer tempo, exceto nos horários destinados às sessões plená- § 5.º Ficam asseguradas as prerrogativas da Liderança Partidá-
rias e às reuniões das Comissões Técnicas Permanentes e Mistas ria à representação partidária constituída em data posterior à do
Permanentes. (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05) ato da instalação da Legislatura, independentemente do número de
§ 2.º As reuniões ordinárias e extraordinárias das Comissões Deputados que a integrar. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03)
Permanentes realizar-se-ão no Palácio Farroupilha, exceto nas hi- Art. 17-A. O Chefe do Poder Executivo poderá indicar Depu-
póteses de interiorização da Assembleia Legislativa. (Redação dada tados para exercerem a liderança do governo, que será compos-
pela Resolução n.º 2.958/05) ta de Líder e Vice-Líder do Governo. (Incluído pela Resolução n.º
3.009/08)
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Se a indicação recair sobre o Líder do Partido
DAS LIDERANÇAS do Governo, este desempenhará as funções de Líder Partidário e
Líder do Governo. (Incluído pela Resolução n.º 3.009/08)
Art. 14. As representações partidárias eleitas em cada legislatu- Art. 17-B. A representação partidária integrada de 1 (um) De-
ra, constituir-se-ão por Bancadas. putado terá direito a apenas 1 (uma) comunicação urgente por ses-
§ 1.º Cada Bancada escolherá um Líder e tantos Vice-Líderes, são plenária. (Incluído pela Resolução n.º 3.131/14)
quantos couber, na proporção de um Vice-Líder para cada fração de Art. 18. Os Líderes e Vice-Líderes não poderão ser membros
oito Deputados da representação correspondente. (Renumerado da Mesa.
pela Resolução n.º 3.242/23) Parágrafo único. Excetuam-se da aplicação do dispositivo ban-
cadas com até três parlamentares. (Incluído pela Resolução n.º
2.314/91)
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Art. 19. Os Vice-Líderes substituirão o Líder nas ausências e im- § 3.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.976/06)
pedimentos deste. Art. 26. Encerrada a votação, o Presidente proclamará o resul-
tado, sendo considerada eleita a chapa que obtiver maioria absolu-
CAPÍTULO V ta de votos. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
DO COLÉGIO DE LÍDERES § 1.º Se nenhuma houver alcançado esse resultado, proceder-
-se-á ao segundo escrutínio entre as duas chapas mais votadas,
Art. 20. Os Líderes de Bancada, Partidários ou do Governo caso em que será declarada vencedora a que atingir a maioria dos
constituem o Colégio de Líderes. votos válidos.
Parágrafo único. As deliberações do Colégio de Líderes serão § 2.º Em caso de empate na segunda votação será considerada
tomadas pela maioria equivalente a dois terços, ponderados os vo- eleita a chapa com o mais idoso candidato a Presidente.
tos dos Líderes em função da expressão numérica de cada Bancada. Art. 27. A posse dos eleitos será imediata à proclamação do
(Redação dada pela Resolução n.º 3.131/14) resultado final pelo Presidente da sessão.
Art. 28. Ocorrendo a vacância de qualquer cargo da Mesa até
TÍTULO II 30 de novembro do segundo ano do mandato desta, será a vaga
DOS ÓRGÃOS DA ASSEMBLEIA preenchida mediante eleição, dentro de 10 (dez) dias, como primei-
ro ato da Ordem do Dia da sessão, observado, no que couber, o
CAPÍTULO I procedimento previsto para a Mesa. (Redação dada pela Resolução
DA MESA n.º 2.893/03)
§ 1.º A indicação dos candidatos caberá à Bancada do Deputa-
SEÇÃO I do que se afastou.
DA COMPOSIÇÃO DA MESA § 2.º Verificando-se a vaga após a data fixada neste artigo, pro-
ceder-se-á como segue:
Art. 21. A Mesa, órgão diretivo dos trabalhos da Assembleia I - em se tratando do cargo de Presidente, o 1.º Vice-Presidente
Legislativa, é constituída de sete membros, a saber: assumi-lo-á;
I - Presidente; II - vagando o de 1.º Vice-Presidente, será preenchido pelo 2.º
II - 1.º Vice-Presidente; Vice-Presidente, permanecendo vago este cargo;
III - 2.º Vice-Presidente; III - em se tratando de cargos de Secretário, os titulares substi-
IV - 1.º Secretário; tuir-se-ão pela ordem e o suplente, convocado também por ordem,
V - 2.º Secretário; assumirá a 4ª Secretaria.
VI - 3.º Secretário; Art. 29. Perderá o mandato de membro da Mesa o Deputado
VII - 4.º Secretário. que deixar o Partido que integrava ao ser eleito para o cargo, deven-
§ 1.º Será de dois anos o mandato de membro da Mesa, ve- do ser substituído na forma definida no artigo anterior.
dada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subsequente. SEÇÃO III
§ 2.º A Mesa contará ainda com quatro suplentes de Secretário, DA COMPETÊNCIA DA MESA
designados de 1.º, 2.º, 3.º e 4.º suplentes.
§ 3.º As reuniões da Mesa são presididas pelo Presidente ou Art. 30. Compete à Mesa, além de outras atribuições previstas
pelo seu substituto, na forma deste Regimento, assim como convo- neste Regimento e nas leis:
cadas por este ou pela maioria de seus membros. I - dirigir os trabalhos legislativos;
II - administrar a Assembleia;
SEÇÃO II III - iniciar o processo legislativo nos seguintes casos:
DA ELEIÇÃO DA MESA a) fixação da remuneração de seus membros, do Governador,
do Vice-Governador e dos Secretários de Estado, observadas as re-
Art. 22. A eleição da Mesa dar-se-á em sessão da Assembleia, gras do art. 53, inciso XXXI, da Constituição do Estado;
por votação nominal, com a presença da maioria absoluta dos De- b) alteração do Regimento Interno;
putados. (Redação dada pela Resolução n.º 2.976/06) c) organização dos serviços administrativos;
Art. 23. As chapas, acompanhadas de declaração que compro- d) criação, transformação e extinção de cargos e funções dos
ve a aquiescência de todos os seus integrantes, serão apresenta- serviços da Assembleia e fixação da respectiva remuneração, ob-
das ao Departamento de Assessoramento Legislativo até 02 (duas) servados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamen-
horas antes do início da sessão. (Redação dada pela Resolução n.º tárias;
2.893/03) IV - conforme o art. 55 da Constituição do Estado, iniciar o pro-
§ 1.º Na composição das chapas, serão respeitados, dentro do cesso de perda de mandato de Deputado Estadual nos casos pre-
possível, os critérios de representação pluripartidária e de propor- vistos no art. 55, incisos I, II e IV, da Constituição Federal e declarar
cionalidade. a perda do mandato nas situações aludidas nos incisos III, IV e V,
§ 2.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.893/03) observado o disposto no § 3.º do mesmo artigo;
Art. 24. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06) V - promulgar emendas à Constituição;
Parágrafo único. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.893/03) VI - emitir parecer e expedir Resolução de Mesa ou elaborar
Art. 25. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.976/06) projeto de Resolução sobre pedidos de licença de Deputados; (Re-
§ 1.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.976/06) dação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
§ 2.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.976/06)
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MATÉRIA INTERNO

VII - organizar, com o Colégio de Líderes, a Ordem do Dia da SEÇÃO IV


sessão; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) DAS ATRIBUIÇÕES DOS MEMBROS DA MESA
VIII - apresentar ao Plenário, na sessão de encerramento do
ano legislativo, relatório dos trabalhos realizados no exercício; SUBSEÇÃO I
IX - representar a Assembleia, ativa e passivamente, judicial e DO PRESIDENTE
extrajudicialmente;
X - propor ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normati- Art. 31. São atribuições do Presidente, dentre outras expressas
vo federal ou estadual ou por omissão, de ofício ou por deliberação neste Regimento, dirigir e representar a Assembleia, incumbindo-
do Plenário; -lhe:
XI - conferir caráter jurídico-normativo a pareceres da Procu- I - quanto às sessões:
radoria da Assembleia, que serão cogentes para a administração; a) convocá-las;
XII - expedir atos referentes a pessoal, podendo delegar com- b) presidir os trabalhos;
petência aos Superintendentes; (Redação dada pela Resolução n.º c) abri-las, encerrá-las e interrompê-las ou suspendê-las quan-
2.873/02) do necessário;
XIII - expedir Resolução de Mesa com vistas a regulamentar o d) conceder a palavra aos Deputados;
funcionamento dos serviços administrativos do Poder Legislativo; e) interromper o orador que se desviar do assunto em debate,
XIV - decidir, em grau de recurso, as questões relativas a pesso- falar sobre matéria vencida ou faltar com a consideração devida ao
al e aos serviços administrativos da Assembleia; Poder Legislativo e seus membros ou aos demais Poderes, advertin-
XV - aprovar a proposta orçamentária da Assembleia; do-o, e cassar-lhe a palavra se reincidir;
XVI - indicar os ordenadores de despesa, observado o disposto f) determinar sejam eliminadas expressões antiparlamentares
na alínea “c” do inciso I do art. 38; (Redação dada pela Resolução dos pronunciamentos;
n.º 3.060/10) g) decidir as questões de ordem e reclamações;
XVII - autorizar a celebração de convênios; h) determinar a leitura, na primeira sessão após o recebimen-
XVIII - requisitar ao Tribunal de Contas do Estado informações, to, de mensagem do Governador solicitando, na forma do art. 62
segundo o preceituado no § 4.º do art. 71 da Constituição do Esta- da Constituição do Estado, a apreciação de projeto em regime de
do; urgência;
XIX - fixar as diretrizes para divulgação das atividades do Poder i) comunicar ao Plenário o resultado da votação de projetos de
Legislativo. lei e convênios apreciados pelas Comissões na forma do art. 56, §
XX - estabelecer a denominação dos espaços físicos da Assem- 2.º, inciso VII, da Constituição do Estado, bem como o prazo para
bleia Legislativa. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) dele recorrer;
XXI - criação de prêmios, troféus e outras distinções similares. j) submeter a matéria da ordem do dia a discussão e votação;
(Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) l) proclamar o resultado das votações e declarar a prejudiciali-
§ 1.º A representação da Mesa, em juízo, compete à Procurado- dade de outras proposições face a esse resultado.
ria da Assembleia Legislativa. II - quanto às proposições:
§ 2.º Cabe à Superintendência-Geral a coordenação e a orienta- a) mandar autuá-las ou devolvê-las a seu autor quando desa-
ção das atividades das Superintendências da Assembleia, de acordo tenderem as disposições dos arts. 165 e 166 deste Regimento Inter-
com as diretrizes estabelecidas pela Mesa. (Redação dada pela Re- no; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
solução n.º 2.893/03) b) distribuí-las, ou determinar sua distribuição;
§ 3.º Nos termos de delegação conferida pela Mesa, compete c) incluí-las na Ordem do Dia na forma do art. 169, § 1.º; (Vide
ao Superintendente Legislativo a direção dos serviços legislativos, Resolução n.º 2.633/96, que renumerou o art. 169 para 172)
ao Superintendente de Comunicação Social, a divulgação institucio- d) retirar da Ordem do Dia as que estiverem em desacordo com
nal da Assembleia e, ao Superintendente Administrativo e Financei- exigências regimentais e deferir-lhes a retirada nos casos previstos
ro, a direção dos serviços administrativos. (Incluído pela Resolução neste Regimento;
n.º 2.893/03) e) determinar seu arquivamento ou desarquivamento, nos ter-
§ 4.º A iniciativa para o processo legislativo, prevista no inciso mos regimentais;
III deste artigo só não é exclusiva para os casos de sua alínea ‘b’. f) despachar requerimentos;
(Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) g) assinar os autógrafos a serem encaminhados ao Governador
§ 5.º As Comissões permanentes ou qualquer Deputado pode- do Estado; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
rão encaminhar à Mesa sugestões de criação de prêmios, troféus e h) promulgar decretos legislativos e resoluções dentro de 48
outras distinções similares de que trata o inciso XXI do “caput”, as (quarenta e oito) horas do seu recebimento; (Redação dada pela
quais serão deliberadas pela maioria absoluta de seus membros. Resolução n.º 2.893/03)
(Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) i) promulgar leis conforme o § 7.º do art. 66 da Constituição do
§ 6.º As proposições de autoria da Mesa somente poderão ser Estado. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03)
por ela emendadas. (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) III - quanto às Comissões:
a) designar seus integrantes de acordo com a indicação dos Lí-
deres de Bancada;
b) instalá-las e, se temporárias, prorrogar-lhes o prazo e extin-
gui-las, nos termos regimentais. (Redação dada pela Resolução n.º
2.893/03)

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IV - quanto às reuniões da Mesa: SUBSEÇÃO II


a) convocá-las e presidi-las; DOS VICE-PRESIDENTES
b) distribuir a matéria que dependa de parecer;
c) participar das discussões e, em caso de empate, das vota- Art. 36. Os Vice-Presidentes, pela ordem, substituirão o Presi-
ções. dente nas ausências eventuais e impedimentos, e assumirão a Pre-
Art. 32. Compete, ainda, ao Presidente: sidência na hipótese do art. 28, § 2.º, I.
I - convocar extraordinariamente a Assembleia nas hipóteses Parágrafo único. O Presidente poderá delegar aos Vice-Presi-
do art. 253, II; (Vide Resolução n.º 2.633/93, que renumerou o art. dentes competência que lhe seja própria.
253 para 256) Art. 37. Compete ao 1.º Vice-Presidente promulgar leis na hi-
II - substituir o Governador nos termos do art. 80, § 1.º, da pótese do § 7.º do art. 66, parte final, da Constituição do Estado.
Constituição do Estado;
III - dirigir, com suprema autoridade, a polícia da Assembleia e SUBSEÇÃO III
promover as medidas necessárias à apuração da responsabilidade DOS SECRETÁRIOS
por delito praticado nas dependências do Poder Legislativo, confor-
me previsto no Capítulo IV do Título IX deste Regimento; Art. 38. São atribuições do 1.º Secretário, além de outras pre-
IV - assinar correspondência destinada ao Presidente da Repú- vistas neste Regimento:
blica, Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, I - quanto aos serviços administrativos:
Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Superior a) fazer cumprir seu regulamento;
Tribunal Eleitoral, Ministros de Estado, Governadores, Presidentes b) assinar, com o Presidente e mais um Secretário, atos da
das Assembleias Legislativas, do Tribunal de Justiça, Tribunal Militar, Mesa relativos aos servidores da Assembleia;
Tribunal Regional Eleitoral, representantes diplomáticos e outras c) autorizar despesas, ressalvado o disposto no § 3.º do art.
autoridades de igual hierarquia; (Redação dada pela Resolução n.º 281, bem como delegar a ordenação nas hipóteses referenciadas
2.893/03) na resolução de mesa editada com base no inciso XVI do art. 30;
V - zelar pelo prestígio e decoro da Assembleia e pela dignidade (Redação dada pela Resolução n.º 3.060/10)
e respeito às prerrogativas constitucionais de seus membros; d) auxiliar a Presidência na execução do plano de auxílios;
VI - representar a Assembleia em solenidades ou designar re- e) fiscalizar o funcionamento do Auditório e do Plenarinho;
presentantes; II - quanto às sessões plenárias:
VII - autorizar a realização, nas dependências do Palácio Farrou- a) fazer a chamada dos Deputados;
pilha, de atos de caráter político-partidário, reuniões promovidas b) fiscalizar a redação das atas e fazer a leitura destas ao ple-
por entidades de âmbito estadual ou federal e eventos artístico-cul- nário;
turais; c) ler ao plenário a matéria do expediente e despachá-la;
VIII - encaminhar às autoridades competentes, se for o caso, as d) assessorar o Presidente nos trabalhos;
conclusões de Comissão Parlamentar de Inquérito; e) apurar votos.
IX - solicitar a cedência de servidores de outros Poderes para § 1.º Compete, ainda, ao 1.º Secretário:
quaisquer de seus serviços; I - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.893/03)
X - encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado, em cada exer- II - assinar a correspondência da Assembleia destinada a Secre-
cício, a prestação de contas da Assembleia; tário de Estado e outras autoridades de igual hierarquia;
XI - cumprir e fazer cumprir este Regimento. III - fiscalizar a publicação do Diário da Assembleia.
Art. 33. O Presidente só pode ser signatário de proposição de § 2.º O 1.º Secretário poderá delegar aos demais Secretários
iniciativa da Mesa. competência que lhe seja própria.
Parágrafo único. O Presidente não pode votar a não ser em § 3.º A competência de delegação de despesas ao Superinten-
caso de empate. (Redação dada pela Resolução n.º 2.976/06) dente e aos demais substitutos eventuais restará perfectibilizada
Art. 34. Na ausência do Presidente, a direção dos trabalhos das mediante subscrição de resolução de mesa, editada com funda-
sessões plenárias caberá, pela série ordinal, aos Vice-Presidentes, mento no inciso XVI do art. 30, a qual especificará a integral respon-
Secretários ou suplentes de Secretário, e, na falta destes, ao mais sabilidade do mesmo quanto às despesas que vierem a ser empe-
idoso dos Deputados presentes. nhadas, juntamente com a obrigação de elaborar relatório mensal
Parágrafo único. Ao substituto é deferida competência tão-so- das principais despesas com investimento, a ser encaminhado ao
mente para as decisões necessárias ao andamento dos trabalhos, 1.º Secretário. (Incluído pela Resolução n.º 3.060/10)
não lhe cabendo a prerrogativa do voto, a não ser em caso de em- Art. 39. Os Secretários substituir-se-ão conforme sua numera-
pate. (Redação dada pela Resolução n.º 2.976/06) ção ordinal e, assim, substituirão o Presidente na falta dos Vice-Pre-
Art. 35. O Presidente poderá, de sua cadeira, a qualquer mo- sidentes.
mento da sessão, fazer ao Plenário comunicação de interesse da
Assembleia ou do Estado. SUBSEÇÃO IV
Parágrafo único. O Presidente poderá participar dos debates DOS SUPLENTES DE SECRETÁRIO
em Plenário, desde que transmita a Presidência da sessão a seu
substituto. Art. 40. Aos suplentes de Secretário compete:
I - em sessão, substituir o Presidente conforme o estabelecido
no art. 34, e os Secretários;
II - assumir a função de Secretário na hipótese do art. 28, § 2.º,
III.
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MATÉRIA INTERNO

CAPÍTULO II III - Mista Permanente do Mercosul e Assuntos Internacionais


DA COMISSÃO REPRESENTATIVA criada para apreciar os assuntos pertinentes ao Mercado Comum
do Sul e outros países, desenvolvendo seus trabalhos de forma inte-
Art. 41. A Comissão Representativa, composta de onze mem- grada com as demais comissões permanentes. (Redação dada pela
bros efetivos e dez suplentes, funcionará durante o recesso parla- Resolução n.º 2.785/99)
mentar. IV - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
Parágrafo único. O Presidente da Assembleia é o Presidente da V - Comissão Mista Permanente de Defesa do Consumidor e do
Comissão Representativa e, em seus impedimentos, será substituí- Contribuinte e Participação Legislativa Popular: criada para acom-
do de acordo com as normas deste Regimento. panhar os serviços de defesa do consumidor e do contribuinte no
Art. 42. A Comissão Representativa será eleita na última sessão Estado do Rio Grande do Sul, fiscalizando os atos do Poder Público
ordinária do período legislativo anual. Estadual, e para servir como canal de comunicação entre o Poder
§ 1.º A composição das chapas reproduzirá, quanto possível, a Legislativo Estadual e a sociedade gaúcha, incentivando a partici-
proporcionalidade de representação das Bancadas. pação popular e facilitando o recebimento de sugestões legislativas
§ 2.º De cada chapa constará o nome dos candidatos a mem- advindas de associações, órgãos de classe, sindicatos e entidades
bros efetivos e a suplentes. organizadas. (Redação dada pela Resolução n.º 3.214/20)
Art. 43. As sessões da Comissão Representativa serão realiza- Art. 46. Na constituição das Comissões e na distribuição de
das mediante convocação do Presidente ou a requerimento de 1/3 seus cargos de Presidente e Vice-Presidente, assegurar-se-á, tanto
(um terço) de seus membros, com a presença de, no mínimo, 06 quanto possível, a representação proporcional das Bancadas.
(seis) Deputados, com a maioria dos quais poderá a Comissão deli- Parágrafo único. O Presidente e o Vice-Presidente de Comissão
berar. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) Parlamentar não poderão participar de outras, permanentes, tem-
§ 1.º Os Deputados que não integrarem a Comissão poderão porárias ou de Ética, nestas condições. (Incluído pela Resolução n.º
participar das sessões, sem direito a voto. (Redação dada pela Re- 2.990/07)
solução n.º 2.978/06) Art. 47. Mesmo não sendo integrante, o Deputado poderá as-
§ 2.º A sessão da Comissão Representativa constará de: (Reda- sistir às reuniões de qualquer Comissão, discutir matéria em debate
ção dada pela Resolução n.º 2.978/06) e apresentar sugestões por escrito.
I - aprovação da ata e leitura do expediente; (Redação dada Art. 48. As Comissões, exceto as de Representação Externa,
pela Resolução n.º 2.990/07) poderão solicitar, em caráter temporário, o concurso de assessora-
II - ordem do dia nos termos deste Regimento; mento especializado ou a colaboração de funcionários habilitados,
III - comunicações de Líderes; a fim de executar trabalho de natureza técnica ou científica relacio-
IV - explicações pessoais. nado com as suas atribuições ou competência.
Art. 44. Compete à Comissão Representativa: § 1.º Poderão participar dos trabalhos das Comissões entidades
I - zelar pelas prerrogativas do Poder Legislativo e pela obser- civis, de empregadores e empregados, e órgãos representativos de
vância da Constituição e das garantias nela consignadas; profissionais liberais de âmbito estadual, credenciados pela Mesa,
II - convocar, com o voto da maioria de seus membros, Secre- na forma de Resolução por ela baixada.
tário de Estado para prestar, pessoalmente, informações sobre as- § 2.º O Presidente da Comissão poderá determinar que a cola-
suntos compreendidos na área da respectiva Pasta, previamente boração dos credenciados seja apresentada por escrito.
determinados; § 3.º A participação na forma dos §§ 1.º e 2.º não acarretará
III - autorizar o Governador e o Vice-Governador a afastar-se qualquer ônus para a Assembleia Legislativa.
do Estado por mais de quinze dias, ou do País por qualquer tempo; Art. 49. Nas reuniões das Comissões, excluídas as de Represen-
IV - resolver sobre licenças de Deputados. tação Externa, aplicam-se as normas gerais de funcionamento do
Parágrafo único. O Secretário de Estado será ouvido em sessão Plenário, salvo se de outra forma dispuser este Regimento.
especial na Comissão Representativa, obedecidas as disposições
dos arts. 260 e 261. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) SEÇÃO II
DAS COMISSÕES TÉCNICAS PERMANENTES
CAPÍTULO III
DAS COMISSÕES SUBSEÇÃO I
DA DENOMINAÇÃO E COMPOSIÇÃO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 50. São as seguintes as Comissões Técnicas Permanentes:
I - Comissão de Constituição e Justiça;
Art. 45. As Comissões Parlamentares da Assembleia são: II - Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Contro-
I - permanentes: as de caráter técnico-legislativo ou especia- le; (Vide Resolução n.º 2.881/03)
lizado que têm por finalidade apreciar as proposições submetidas III - Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização
a seu exame, sobre elas deliberando na forma deste Regimento, e do Estado; (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21)
exercer a fiscalização dos atos do Poder Público Estadual, no âmbito IV - Comissão de Cidadania e Direitos Humanos;
dos respectivos campos temáticos; V - Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo;
II - temporárias: as criadas para apreciar determinada matéria, (Redação dada pela Resolução n.º 3.214/20)
e que se extinguem ao término da legislatura, ou antes, quando al- VI - Comissão de Assuntos Municipais;
cançado o fim a que se destinam ou expirado seu prazo de duração. VII - Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tec-
nologia;
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

VIII - Comissão de Saúde e Meio Ambiente; tra Comissão, ou em razão de recurso previsto neste Regimento;
IX - Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do apreciar matéria atinente à organização do Estado e dos Poderes;
Turismo. (Redação dada pela Resolução n.º 3.126/14) intervenção federal e estadual; transferência da sede da Assembleia
Art. 51. As Comissões Técnicas Permanentes serão compostas Legislativa; destituição do Procurador-Geral de Justiça; afastamento
por doze membros. do Estado do Governador e Vice-Governador; pedidos de licença
Art. 52. Na distribuição das vagas das Comissões Técnicas Per- para incorporação de Deputados às Forças Armadas; pedidos de
manentes adotar-se-á o seguinte procedimento: instauração de processo nos crimes de responsabilidade praticados
I - da totalidade, assegurar-se-á duas vagas para cada Deputa- por autoridades, e demais aspectos atinentes; (Redação dada pela
do, exceto para o Presidente da Assembleia; Resolução n.º 2.893/03)
II - as vagas serão distribuídas entre as Bancadas; II - Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Con-
III - cada Líder de Bancada será chamado, pela ordem decres- trole - destina-se a cumprir prerrogativa constitucional de fiscali-
cente do número dos respectivos integrantes, para definir a distri- zação e controle contábil-financeiro, orçamentário, operacional e
buição das vagas a que faz jus; patrimonial do Estado e das entidades da administração direta e
IV - cada Líder de Bancada, ao indicar os nomes dos Deputados indireta e de quaisquer entidades constituídas e mantidas pelo Es-
para o número de vagas a que faz jus, levará em consideração a re- tado; aspecto financeiro das proposições; problemas econômicos
gra onde o Deputado não pode ser titular de Comissão que se reúna do Estado e seu planejamento e legislação; exame das proposições
no mesmo dia de outra. a que se referem os arts. 150 e 152, § 1.º, da Constituição do Esta-
Art. 53. A alteração do número de integrantes de Bancada que do, bem como os arts. 54 e 55 da Lei Complementar n.º 101, de 4 de
importe modificações da proporcionalidade na composição das Co- maio de 2000, além de demonstrativos específicos estabelecidos na
missões somente será considerada no início dos trabalhos da pri- Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária; exame das
meira e da terceira sessões legislativas de cada legislatura. contas do Governador, nos termos do art. 219 deste Regimento;
Art. 54. O mandato nas Comissões Técnicas Permanentes tem elaborar planos e programas de desenvolvimento estadual, regio-
a duração de duas sessões legislativas, prorrogando-se automati- nal e municipal, após exame pelas demais Comissões e pelo Fórum
camente nas sessões extraordinárias e enquanto não forem desig- Democrático de Desenvolvimento Regional; examinar os relatórios
nados os novos integrantes de cada Comissão no início da terceira de atividades do Tribunal de Contas do Estado; requisitar informa-
sessão legislativa. ções, relatórios, balanços e inspeções sobre as contas e autoriza-
Art. 55. A designação dos titulares das Comissões dar-se-á por ções de despesas de órgãos e entidades da administração estadual,
ato do Presidente da Assembleia, mediante indicação dos Líderes diretamente ou através do Tribunal de Contas do Estado; propor
das Bancadas a ser feita dentro de dez dias contados da instalação projetos cujos objetivos sejam o de disponibilizar à sociedade civil
da primeira e da terceira sessões legislativas. organizada, ao cidadão e ao Poder Público Municipal, informações
§ 1.º Juntamente com os membros efetivos serão indicados pe- sobre a execução orçamentária e financeira do Estado resguardadas
los Líderes, quando possível, tantos suplentes quantos forem os re- aquelas de caráter sigiloso para a preservação do interesse público,
presentantes da respectiva Bancada em cada Comissão, cuja função em sintonia com as diretrizes e princípios do Fórum Democrático
será exclusivamente suprir a ausência do titular para a realização de de Desenvolvimento Regional; propor o auxílio técnico do Tribunal
atividades inerentes ao plenário da Comissão. (Redação dada pela de Contas do Estado para o desempenho de suas competências.
Resolução n.º 2.958/05) (Redação dada pela Resolução n.º 2.881/03)
§ 2.º Não ocorrendo no prazo a indicação, o Presidente desig- III - Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização
nará de ofício os integrantes de cada Comissão, observado o dispos- do Estado - aspectos atinentes à segurança e à ordem públicas, à
to no art. 52 e, tanto quanto possível, considerando a especializa- incolumidade das pessoas e do patrimônio, ao combate à criminali-
ção de cada Deputado. dade, às atividades da Polícia Civil e da Polícia Militar, à paz pública
§ 3.º Definida a composição do órgão, este terá o prazo de dez em geral, à organização político-administrativa do Estado, matérias
dias para se instalar. relacionadas com obras públicas, saneamento, energia, comuni-
§ 4.º O Presidente e o Vice-Presidente da Comissão serão cações, mineração, transporte de valores e funcionalismo público
eleitos na reunião em que a mesma se instalar. (Vide Resolução e a modernização do Estado; (Redação dada pela Resolução n.º
2.958/05) 3.227/21)
§ 5.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.990/07) IV - Comissão de Cidadania e Direitos Humanos - aspectos ati-
§ 6.º O Deputado que se desvincular de sua Bancada perderá a nentes a direitos das minorias, do índio, do menor, da mulher, do
condição de Presidente ou Vice-Presidente da Comissão para a qual idoso, segurança social, sistema penitenciário e demais assuntos
foi indicado pelo seu Líder. (Incluído pela Resolução n.º 2.881/03) relacionados à problemática homem-trabalho e direitos humanos;
(Redação dada pela Resolução n.º 3.134/15)
SUBSEÇÃO II V - Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo
DA COMPETÊNCIA - aspectos atinentes à agricultura, pecuária, pesca, aquicultura, re-
cursos hídricos, cooperativismo, abastecimento, terras públicas e
Art. 56. As proposições sujeitas a exame ou votação das Co- assuntos fundiários e demais matérias referentes ao setor primário
missões Técnicas Permanentes serão distribuídas obedecendo-se às de nossa economia; (Redação dada pela Resolução n.º 3.214/20)
respectivas áreas de atuação, quais sejam: VI - Comissão de Assuntos Municipais - aspectos relacionados
I - Comissão de Constituição e Justiça - aspectos constitucio- a municípios e que digam respeito a critérios de distribuição de ver-
nal, legal e jurídico das proposições; apreciar assuntos de natureza bas estaduais; convênios com o Estado; criação, fusão e desmem-
constitucional ou jurídica que lhe sejam submetidos, em consulta, bramento de municípios e intervenção nestes; desenvolvimento
pelo Presidente da Assembleia Legislativa, pelo Plenário ou por ou- urbano, regiões metropolitanas, aglomerações urbanas, microrregi-
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

ões e redes de municípios, bem como a solicitação de informações SUBSEÇÃO III


e documentos para instrução de proposições que lhes sejam rela- DOS TRABALHOS
tivas; assuntos referentes à habitação e a regularização fundiária
urbana, mobilidade urbana; transporte individual e coletivo, moto- Art. 58. As Comissões Permanentes reunir-se-ão ordinariamen-
rizado e não motorizado; transporte de cargas; (Redação dada pela te nos seguintes dias e horários: (Redação dada pela Resolução n.º
Resolução n.º 3.124/14) 2.978/06)
VII - Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecno- I - terças-feiras, das 9h às 11h - a Comissão de Constituição e
logia - aspectos atinentes à educação, cultura, patrimônio histórico, Justiça; a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tec-
desenvolvimento artístico, científico e tecnológico; nologia e a Comissão de Assuntos Municipais; (Redação dada pela
VIII - Comissão de Saúde e Meio Ambiente - aspectos atinen- Resolução n.º 2.893/03)
tes à saúde; assuntos relativos ao meio ambiente, recursos naturais II - quartas-feiras, das 9h às 11h - a Comissão de Economia e
renováveis, flora, fauna e solo; criação, ampliação ou manutenção Desenvolvimento; a Comissão de Saúde e Meio Ambiente e a Co-
de reservas biológicas e/ou recursos naturais, aspectos atinentes missão de Cidadania e Direitos Humanos; (Redação dada pela Re-
ao bem-estar animal; (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) solução n.º 2.893/03), (Vide Resoluções n.os 3.031/08 e 3.126/14)
IX - Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do III - quintas-feiras, das 9h às 11h - a Comissão de Finanças, Pla-
Turismo - aspectos relacionados com indústria, comércio, turismo, nejamento, Fiscalização e Controle; a Comissão de Agricultura, Pe-
desenvolvimento sustentável regional ou estadual, microempresas, cuária, Pesca e Cooperativismo e a Comissão de Segurança, Serviços
empresas de pequeno porte, microempreendedor individual, eco- Públicos e Modernização do Estado; (Redação dada pela Resolução
nomia solidária, portos e hidrovias e demais assuntos referentes n.º 3.227/21)
aos setores secundário e terciário de nossa economia. (Redação IV - quartas-feiras, das 11h às 13h - as Comissões Mistas Per-
dada pela Resolução n.º 3.214/20) manentes do Mercosul e Assuntos Internacionais e de Defesa do
Parágrafo único. Os expedientes relativos a escolha ou indica- Consumidor e do Contribuinte e Participação Legislativa Popular;
ção de titulares de cargos públicos que, por determinação legal, de- (Redação dada pela Resolução n.º 3.214/20)
vam ser submetidos à Assembleia Legislativa, serão encaminhados V - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.958/05)
às Comissões Técnicas Permanentes, obedecida a respectiva área § 1.º As Comissões Permanentes reunir-se-ão extraordinaria-
de atuação. mente, quando convocadas pelo respectivo Presidente, de ofício
Art. 57. Às Comissões Técnicas Permanentes, na respectiva ou a requerimento de um terço de seus integrantes, observando o
área de atuação, compete: disposto no “caput”.
I - iniciar o processo legislativo em leis complementares e ordi- § 2.º As reuniões extraordinárias destinar-se-ão a exame de
nárias, nos casos permitidos pela Constituição; matéria relevante ou acumulada, devidamente especificada na
II - emitir parecer sobre as proposições sujeitas à deliberação convocação, ou arguição pública de indicado para titular cargo de-
do Plenário, opinando pela aprovação ou rejeição, total ou parcial, finido no art. 53, XXVIII, da Constituição do Estado. (Vide Resolução
ou pelo arquivamento, e, quando for o caso, formular projetos de- 2.958/05)
las decorrentes; § 3.º As reuniões das Comissões serão presenciais, facultada
III - apresentar substitutivos, emendas e subemendas; a participação híbrida ou virtual mediante requerimento verbal de
IV - sugerir ao Plenário o destaque de parte de proposições um de seus integrantes na reunião da semana anterior a sua reali-
para constituir projeto em separado, ou requerer ao Presidente da zação devidamente aprovado pela maioria absoluta dos membros.
Assembleia a anexação de proposições análogas; (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21)
V - requisitar, por intermédio de seu Presidente, diligências so- Art. 59. As reuniões somente serão iniciadas com a presença
bre matéria em exame; de, no mínimo, um quarto dos integrantes da Comissão. (Redação
VI - discutir e votar, conclusivamente, os projetos previstos na dada pela Resolução n.º 2.958/05)
Subseção V da Seção II do Capítulo III do Título II; (Redação dada § 1 .º As reuniões ordinárias e as reuniões extraordinárias terão
pela Resolução n.º 3.212/20) duração de até 2 (duas) horas e, se decorridos 15 (quinze) minutos
VII - realizar audiências públicas com entidades da sociedade do horário fixado, não houver sido atingido esse “quorum”, o Presi-
civil; dente declarará que a reunião deixa de realizar-se, devendo o fato
VIII - promover estudos, pesquisas e investigações sobre pro- ficar registrado em Ata Declaratória. (Redação dada pela Resolução
blemas de interesse público, relacionados com a sua competência; n.º 2.958/05)
IX - receber petições, reclamações ou representações de qual- § 2.º As reuniões ordinárias poderão ser prorrogadas, por de-
quer pessoa contra atos ou omissões de autoridades ou entidades liberação do Presidente, por prazo não superior a 02 (duas) horas,
públicas; mediante requerimento verbal de qualquer Deputado. (Redação
X - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão dada pela Resolução n.º 2.978/06)
para prestar informações, obedecido o rito previsto nos §§ 2.º ao § 3.º O requerimento de que trata o § 2.º será formulado até 05
5.º do art. 262-B; (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05) (cinco) minutos antes do término da reunião. (Redação dada pela
XI - apreciar programas de obras, planos estaduais, regionais e Resolução n.º 2.978/06)
setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. § 4.º As reuniões extraordinárias são improrrogáveis. (Redação
dada pela Resolução n.º 2.978/06)
§ 5.º Os trabalhos desenvolver-se-ão na seguinte ordem:
I - aprovação da ata da reunião anterior, ressalvado o direito de
retificá-la; (Redação dada pela Resolução n.º 2.990/07)
II - leitura do expediente, compreendendo:
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

a) resumo da correspondência recebida; § 2.º A convocação não investe o suplente na função de Presi-
b) relação das proposições recebidas, fixando-se, quando for o dente ou de Vice-Presidente da Comissão.
caso, o prazo para os membros da Comissão apresentarem emen- § 3.º Ao membro da Comissão que estiver impedido de votar é
das; permitido assistir a votação.
c) relação dos expedientes distribuídos, nominando-se os re- § 4.º O Presidente terá voto nas deliberações e, em caso de
latores; empate, proferirá voto de desempate. (Incluído pela Resolução n.º
III - conhecimento de matérias da alçada da Comissão não re- 2.893/03)
lacionadas nas alíneas do inciso IV; (Redação dada pela Resolução Art. 64. As atas, os pareceres contrários e as matérias sujeitos
n.º 2.978/06) à deliberação da Comissão deverão ser publicados no Diário da As-
IV - Ordem do Dia, compreendendo a discussão e votação: (Re- sembleia. (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05)
dação dada pela Resolução n.º 2.978/06) Art. 65. Encerrada a penúltima reunião da sessão legislativa, as
a) dos relatórios; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) proposições que se encontrarem distribuídas a relatores deverão
b) dos pareceres; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) ser devolvidas à Secretaria da respectiva Comissão. (Redação dada
c) das proposições que dispensarem o exame pelo Plenário da pela Resolução n.º 2.978/06)
Assembleia; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) Parágrafo único. Na última reunião da legislatura, as proposi-
d) dos requerimentos; (Redação dada pela Resolução n.º ções que se encontrarem na Comissão serão devolvidas ao Depar-
2.978/06) tamento de Assessoramento Legislativo. (Redação dada pela Reso-
V - assuntos gerais. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) lução n.º 2.978/06)
Art. 60. Recebida a proposição, o Presidente da Comissão man-
dará incluí-la no expediente da primeira reunião a ser realizada, SUBSEÇÃO IV
fixando-se, quando for o caso, o prazo de 07 (sete) dias para emen- DA DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DOS PARECERES
dá-la. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
Art. 61. Encerrado o prazo para emendas, o Presidente publi- Art. 66. Lido o parecer na Comissão, iniciar-se-á a discussão e,
cará a matéria para sua distribuição na agenda da Comissão, ob- encerrada essa, o Presidente colherá os votos.
servada a antecedência prevista no art. 62, e distribuirá as propo- § 1.º Antes da votação, os Deputados que não se acharem habi-
sições conforme ordem rigorosa de sua apresentação, mediante litados a votar, poderão pedir vista do processo, que será concedida
protocolo, ao respectivo relator. (Redação dada pela Resolução n.º pelo prazo improrrogável de três dias por uma única vez, para cada
3.227/21) Bancada.
§ 1.º Embora distribuída a proposição a relatores parciais, a Co- § 2.º Em regime de urgência ou de tramitação especial, o prazo
missão emitirá um só parecer abrangendo toda a matéria. de vista do processo é de 02 horas, no recinto da respectiva Comis-
§ 2.º Os relatores deverão apresentar seus pareceres dentro do são, e simultâneo para todos os que a tiverem requerido.
prazo máximo de 15 (quinze) dias, a contar da data da distribuição, Art. 67. Se o parecer não obtiver o número de votos necessá-
porém, quando se tratar de matéria de alta relevância, tal prazo, a rios à sua aprovação, será designado outro membro da Comissão,
requerimento do relator, poderá ser prorrogado por mais 15 (quin- dentre os prolatores dos votos majoritários, para emitir novo pare-
ze) dias. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) cer. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21)
§ 3.º Se, expirado o prazo, o parecer não tiver sido emitido, o Art. 68. Aprovado o parecer, será tido como da Comissão e,
Presidente, de ofício, designará novo relator. desde logo, assinado pelo Presidente e demais membros, constan-
§ 4.º O relator, a fim de fundamentar seu parecer, poderá, por do da conclusão o nome dos votantes e respectivos votos.
uma única vez, protocolar pedido de diligência, hipótese em que o Art. 69. Para efeito da contagem de votos relativos ao parecer
prazo do § 2.º permanecerá suspenso até o retorno da diligência. serão considerados:
(Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) I - favoráveis - os “pelas conclusões” e os “com restrições”;
Art. 61-A. A proposição não poderá ser distribuída a relator do II - contrários - os “vencidos”.
mesmo partido do Deputado proponente ou do primeiro signatário, Parágrafo único. Sempre que adotar voto com restrição ao re-
no caso das proposições de iniciativa coletiva. (Redação dada pela latório, o membro da Comissão expressará, por escrito, após a vo-
Resolução n.º 3.227/21) tação, em que consiste a sua divergência; não o fazendo, seu voto
Art. 62. As matérias a serem distribuídas, cumprido o prazo será considerado integralmente favorável. (Redação dada pela Re-
para recebimento de emendas de que trata o art. 60, e as que serão solução n.º 2.958/05)
examinadas na Ordem do Dia, serão previamente determinadas e Art. 70. Integrarão o parecer substitutivos, emendas ou quais-
publicadas com uma antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) quer outros pronunciamentos escritos da Comissão.
horas no Diário da Assembleia. (Redação dada pela Resolução n.º Art. 71. Concluída a apreciação pelas Comissões Permanentes,
3.227/21) a proposição e respectivos pareceres serão remetidos:
Parágrafo único. O relatório deverá ser disponibilizado na ín- I - à Mesa, quando se tratar de matéria que deva ser submetida
tegra aos Deputados até 24 (vinte e quatro) horas antes do horário ao Plenário;
previsto para a reunião. (Incluído pela Resolução n.º 2.958/05) II - ao Presidente da Comissão que deva deliberar conclusiva-
Art. 63. As Comissões só poderão deliberar com a presença da mente sobre a matéria, se for o caso.
maioria dos seus membros, somente sendo aprovada a matéria que
obtiver a maioria absoluta dos votos do total de seus integrantes.
§ 1.º Ausente algum integrante da Comissão ou impedido de
votar, o Presidente do órgão convocará o suplente.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

SUBSEÇÃO V quer comissão, este perderá seu caráter conclusivo nas comissões
DA DISCUSSÃO E VOTAÇÃO CONCLUSIVA DE PROJETOS de mérito e seguirá a sua tramitação regimental ordinária. (Incluído
NAS COMISSÕES DE MÉRITO pela Resolução n.º 3.212/20)
(Redação dada pela Resolução n.º 3.212/20) § 2.º Favorável o parecer da Comissão de Constituição e Justiça,
será o projeto encaminhado ao Departamento de Assessoramento
Art. 72. Aplicam-se à tramitação dos projetos submetidos à de- Legislativo para distribuir à comissão de mérito definida no “caput”
liberação das Comissões, no que couber, as disposições relativas a deste artigo, para parecer e deliberação conclusiva, observando-se
prazos, emendas e demais formalidades e ritos exigidos para as ma- os regramentos dos arts. 60 e seguintes, no que couber. (Incluído
térias sujeitas à votação do Plenário. (Redação dada pela Resolução pela Resolução n.º 3.212/20)
n.º 2.893/03) § 3.º Concluída a votação do projeto, e aprovada de imediato a
§ 1.º Terá caráter conclusivo a votação de projeto rejeitado por sua redação final na comissão de mérito, este será encaminhado ao
maioria absoluta de votos na Comissão de Constituição e Justiça. Departamento de Comissões Parlamentares, que elaborará a reda-
(Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) ção final, e, posteriormente, ao Departamento de Assessoramento
§ 2.º O projeto votado na forma do parágrafo anterior será sub- Legislativo para a elaboração e remessa dos autógrafos ao Poder
metido ao Plenário mediante recurso nesse sentido de um décimo Executivo. (Incluído pela Resolução n.º 3.212/20)
dos membros da Assembleia Legislativa, apresentado no prazo de § 4.º Das deliberações realizadas nos termos deste artigo, ca-
05 (cinco) dias úteis da publicação do respectivo anúncio no Diário berá recurso, desde que assinado por um décimo dos membros da
da Assembleia. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) Assembleia e apresentado até 5 (cinco) dias úteis após a decisão
§ 3.º Decorrido o prazo previsto no parágrafo anterior sem conclusiva da comissão de mérito, suspendendo-se o trâmite legis-
apresentação de recurso ou não sendo esse provido, o projeto será lativo até o término do prazo recursal. (Incluído pela Resolução n.º
arquivado. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) 3.212/20)
Art. 72-A. Compete às comissões de mérito seguintes discutir e § 5.º Findo o prazo recursal, a proposição objeto de recurso
deliberar conclusivamente sobre projetos que: (Incluído pela Reso- será incluída na Ordem do Dia da Sessão, com tramitação regimen-
lução n.º 3.212/20) tal concluída, e seguirá o trâmite de apreciação do Plenário. (Incluí-
I - denominam estabelecimentos, rodovias ou próprios públi- do pela Resolução n.º 3.212/20)
cos, à Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do § 6.º Aplicam-se à tramitação dos projetos de lei submetidos
Estado; (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) à deliberação conclusiva das comissões, no que couber, as disposi-
II - instituem data comemorativa ou oficialização de eventos ções previstas para as matérias submetidas à apreciação do Plená-
festivos, assim como sua inclusão no Calendário Turístico ou Oficial rio. (Incluído pela Resolução n.º 3.212/20)
de Eventos, à Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e
Tecnologia; (Incluído pela Resolução n.º 3.212/20) SUBSEÇÃO VI
III - declaram municípios como capital, terra ou berço e/ou atri- DA SECRETARIA DE COMISSÃO TÉCNICA PERMANENTE
buem epítetos a municípios, à Comissão de Assuntos Municipais;
(Incluído pela Resolução n.º 3.212/20) Art. 73. Cada Comissão terá uma Secretaria incumbida dos ser-
IV - reconhecem relevante interesse cultural, artístico, cientifi- viços de apoio administrativo.
co ou histórico, à Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência Parágrafo único. Incluem-se nos serviços de Secretaria:
e Tecnologia; (Incluído pela Resolução n.º 3.212/20) I - apoiamento aos trabalhos, elaboração e distribuição da
V - reconhecem relevante interesse turístico, à Comissão de agenda e redação da ata de reuniões; (Redação dada pela Resolu-
Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo; (Incluído ção n.º 2.893/03)
pela Resolução n.º 3.212/20) II - a organização do protocolo de entrada e saída de matéria;
VI - criam e/ou denominam rotas turísticas, à Comissão de Eco- III - a sinopse dos trabalhos, com andamento de todas as pro-
nomia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo; (Incluído pela posições em curso na Comissão;
Resolução n.º 3.212/20) IV - o fornecimento ao Presidente da Comissão, no último dia
VII - estabelecem regiões temáticas, exceto criação de regiões útil de cada mês, de informações sucintas sobre o andamento das
metropolitanas e aglomerações urbanas ou inclusão de municípios proposições;
em região metropolitana já existente, à Comissão de Assuntos Mu- V - a organização dos processos legislativos na forma dos autos
nicipais; (Incluído pela Resolução n.º 3.212/20) judiciais, com a numeração das páginas por ordem cronológica, ru-
VIII - estipulam abertura oficial de colheita, à Comissão de Agri- bricadas pelo Secretário da Comissão onde foram incluídas;
cultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo; (Redação dada pela Re- VI - a entrega do processo referente a cada proposição ao rela-
solução n.º 3.214/20) tor, até o dia seguinte à distribuição;
IX - reconhecem objetos, práticas ou cerimônias como símbolo VII - acompanhamento sistemático da distribuição de proposi-
ou típico do Estado do Rio Grande do Sul, à Comissão de Educação, ções aos relatores e dos prazos regimentais, mantendo o Presidente
Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia. (Incluído pela Resolução constantemente informado a respeito;
n.º 3.212/20) VIII - o encaminhamento, a órgão incumbido da sinopse, de có-
§ 1.º Havendo requerimento subscrito pelo autor do projeto, pia da ata das reuniões com as respectivas distribuições;
apresentado quando do seu protocolo, ou por um décimo dos de- IX - a organização de súmula da jurisprudência dominante da
putados, durante o período de pauta de que trata o art. 108, ou, Comissão, quanto aos assuntos mais relevantes, sob orientação de
ainda, pelo relator da matéria quando da sua distribuição em qual- seu Presidente;
X - desempenho de outros encargos determinados pelo Presi-
dente.
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SUBSEÇÃO VII III - Comissões de Representação Externa.


DAS SUBCOMISSÕES § 1.º Os membros de Comissão Temporária serão designados
pelo Presidente por indicação dos Líderes, ou independente dela
Art. 74. As Comissões Técnicas Permanentes poderão, me- se, no prazo de 48 horas após a criação, não se fizer a escolha.
diante proposta de qualquer deputado, aprovada pela maioria dos § 2.º A Comissão Temporária será constituída por 12 (doze)
membros da comissão, criar subcomissões para estudo de matéria membros titulares e igual número de suplentes, excetuada a Co-
relevante, de sua competência específica. (Redação dada pela Re- missão de Representação Externa. (Redação dada pela Resolução
solução n.º 2.308/91) n.º 2.893/03)
§ 1.º As subcomissões poderão ser mistas, quando a matéria a § 3.º A participação do Deputado em Comissão Temporária não
ser tratada estiver compreendida nas atribuições de mais de uma prejudicará suas funções na Comissão Permanente.
Comissão Técnica Permanente, caso em que a proposta do Deputa- § 4.º Na constituição das Comissões Temporárias observar-se-á
do deverá ser aprovada pela maioria dos membros de cada Comis- o rodízio entre as bancadas que não atingirem coeficiente de parti-
são envolvida. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) cipação, de tal forma que todos os Partidos possam fazer-se repre-
§ 2.º As subcomissões serão compostas por, no mínimo, um sentar. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03)
sexto dos membros da comissão ou comissões e pelo deputado que Art. 76. A Presidência da Comissão Temporária, exceto a da Co-
propôs a sua formação, mesmo que não seja membro de qualquer missão de Representação Externa, caberá ao primeiro signatário do
delas. (Redação dada pela Resolução n.º 2.308/91) requerimento e o relator será eleito na reunião de instalação. (Vide
§ 3.º Na composição das subcomissões mistas, cada Deputado Resolução n.º 2.958/06)
representará uma única Comissão Permanente. (Redação dada pela Art. 77. A suspensão dos trabalhos das Comissões Temporárias
Resolução n.º 2.893/03) no recesso parlamentar dependerá de aprovação pelo Plenário da
§ 4.º Não poderão funcionar mais de 02 (duas) subcomissões Assembleia de requerimento nesse sentido, devidamente funda-
para cada Comissão, por sessão legislativa, nelas incluídas as mis- mentado.
tas. (Redação dada pela Resolução n.º 2.998/07) Art. 78. Aplicam-se às Comissões Temporárias, no que couber,
§ 5.º Dentre os membros da subcomissão, será escolhido um as normas referentes às Comissões Permanentes.
relator que, ao fim dos trabalhos, encaminhará o relatório à deli- Art. 78-A. Aprovado o relatório conclusivo dos trabalhos das
beração do Plenário da Comissão. (Renumerado pela Resolução n.º Comissões Temporárias, o respectivo projeto de resolução será pu-
2.568/95) blicado em Ordem do Dia. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03)
§ 6.º Quando o relatório decorrer de subcomissão mista, de- Art. 78-B. Finda a sessão legislativa, serão arquivados os reque-
verá ser submetido à apreciação das Comissões que a integraram, rimentos de constituição de Comissões Temporárias não apreciados
exigindo-se a maioria absoluta dos votos dos membros de cada pelo Plenário. (Incluído pela Resolução n.º 2.990/07)
uma delas para sua aprovação. (Redação dada pela Resolução n.º
2.893/03) SUBSEÇÃO II
§ 7.º O presidente da comissão poderá delegar ao relator da DAS COMISSÕES ESPECIAIS
subcomissão a prática de atos necessários ao andamento dos traba-
lhos desta. (Renumerado pela Resolução n.º 2.568/95) Art. 79. As Comissões Especiais serão criadas exclusivamente
§ 8.º As subcomissões terão o prazo, improrrogável, de 120 para análise de matéria relevante não prevista dentre as de compe-
(cento e vinte) dias, contados da data da sua aprovação, extinguin- tência das Comissões Permanentes. (Redação dada pela Resolução
do-se automaticamente na hipótese prevista no art. 54 deste Regi- n.º 2.958/05)
mento. (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05) § 1 .º O requerimento para constituição de Comissão a que se
§ 9.º Esgotado o assunto que a originou, a subcomissão apre- refere o “caput” deverá definir o objeto dos trabalhos. (Redação
sentará relatório de suas atividades. (Incluído pela Resolução n.º dada pela Resolução n.º 2.958/05)
2.893/03) § 2.º A criação de Comissão Especial deverá ser deliberada pelo
§ 10. Findo o prazo previsto neste artigo sem a apresentação plenário. (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05)
do relatório, o Presidente da Comissão declarará extinta a subco- § 3.º Cada Deputado poderá instalar somente 1 (uma) Comis-
missão, ficando vedado a qualquer de seus integrantes participar são Especial por Legislatura. (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21)
de outra subcomissão até que seja apresentado o relatório daquela. § 4.º Aprovada a Comissão, deverá ser instalada no prazo de 10
(Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) (dez) dias úteis. (Renumerado pela Resolução n.º 3.227/21)
§ 11. O disposto no parágrafo anterior aplica-se a todas as Co- § 5.º A inobservância do prazo estabelecido no parágrafo ante-
missões participantes de subcomissões mistas. (Incluído pela Reso- rior implicará a sua extinção por ato do Presidente. (Renumerado
lução n.º 2.893/03) pela Resolução n.º 3.227/21)
Art. 80. Estando em funcionamento, simultaneamente, duas
SEÇÃO III Comissões Especiais, somente para tratar matéria de alta relevân-
DAS COMISSÕES TEMPORÁRIAS cia e, ainda, a requerimento de dois terços dos Deputados, poderá
ser criada outra.
SUBSEÇÃO I Art. 81. O prazo de duração da Comissão Especial é de cento e
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES vinte dias contados da data em que se instalar.
§ 1.º Dentro do prazo estabelecido no “caput”, que é impror-
Art. 75. As Comissões Temporárias poderão ser: rogável, a Comissão deverá encaminhar, para exame pelo Plenário
I - Comissões Especiais; da Assembleia, através de projeto de resolução, o relatório de seus
II - Comissões Parlamentares de Inquérito; trabalhos.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

§ 2.º O relatório, que deverá ter sido aprovado pela maioria V - estipular prazo para o atendimento de qualquer providência
absoluta dos membros da Comissão, concluirá, com vistas a regular ou realização de diligência sob as penas da lei, exceto quando da
a matéria analisada, pela apresentação de projeto de lei, de reso- alçada de autoridade judicial;
lução ou de decreto legislativo ou pelo encaminhamento de suges- VI - se forem diversos os fatos inter-relacionados objeto do in-
tões ao órgão competente. quérito, dizer em separado sobre cada um, mesmo antes de finda a
Art. 82. Findo o prazo fixado no artigo anterior sem a apresen- investigação dos demais.
tação do relatório, o Presidente da Assembleia declarará, por ato § 1.º Indiciados e testemunhas serão intimados por servidores
publicado no Diário da Assembleia, extinta a Comissão. da Assembleia Legislativa ou por intermédio de Oficial de Justiça
Parágrafo único. Fica vedado a qualquer dos integrantes da Co- designado pelo Juiz de Direito do Foro da Comarca onde deva ser
missão extinta na forma do “caput” participar de outra Comissão cumprida a diligência.
Temporária até que seja apresentado o relatório daquela. § 2.º Aplicam-se subsidiariamente às Comissões de Inquérito,
no que couber, as normas da legislação federal, especialmente do
SUBSEÇÃO III Código de Processo Penal.
DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO Art. 88. Ao termo dos trabalhos, a Comissão apresentará, ao
Presidente da Assembleia, relatório circunstanciado com suas con-
Art. 83. A Assembleia Legislativa, a requerimento de, no míni- clusões, por meio de projeto de resolução, que será publicado no
mo, um terço dos seus membros, instituirá Comissão Parlamentar Diário da Assembleia e encaminhado:
de Inquérito para, por prazo certo, apurar fato determinado, ocorri- I - à Mesa, para as providências de alçada desta ou do Plenário,
do na área sujeita a seu controle e fiscalização. oferecendo, conforme o caso, projeto de lei, de decreto legislativo
§ 1.º A Comissão Parlamentar de Inquérito terá poderes de in- ou de resolução, que será incluído na Pauta dentro de cinco ses-
vestigação próprios das autoridades judiciais, além de outros pre- sões;
vistos neste Regimento. II - ao Ministério Público e a Procuradoria-Geral do Estado, res-
§ 2.º Recebido o requerimento, o Presidente mandará publicá- pectivamente, com a cópia da documentação, para que promovam
-lo, desde que satisfeitos os requisitos legais, caso contrário devol- a responsabilidade criminal ou civil, por infrações apuradas, e ado-
vê-lo-á ao autor, cabendo, dessa decisão, recurso ao Plenário. tem outras medidas decorrentes de suas funções institucionais;
§ 3.º O recurso de que trata o parágrafo anterior deverá ser III - ao Poder Executivo para adotar as providências saneadoras
impetrado no prazo de cinco dias contados da data em que o autor de caráter disciplinar e administrativo decorrentes do art. 37, §§ 2.º
for cientificado da decisão. a 6.º, da Constituição Federal, e demais dispositivos constitucionais
§ 4.º Quanto ao recurso impetrado, manifestar-se-á sempre a e legais aplicáveis, assinalando prazo hábil para seu cumprimento;
Comissão de Constituição e Justiça. IV - à Comissão Permanente que tenha maior pertinência com
Art. 84. A Comissão terá o prazo de cento e vinte dias, prorrogá- a matéria, à qual incumbirá fiscalizar o atendimento do prescrito no
vel por mais sessenta, por deliberação do Plenário, para conclusão inciso anterior;
dos trabalhos. V - à Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Con-
Art. 85. Deferida a constituição da Comissão Parlamentar de trole e ao Tribunal de Contas do Estado para as providências pre-
Inquérito, seus integrantes serão indicados no prazo de cinco dias. vistas no art. 71 da Carta Estadual. (Vide Resolução n.º 2.881/03)
Art. 86. Convocada por duas vezes consecutivas, com intervalo Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, III e V, a remessa será
de 24 horas, sem número suficiente para sua instalação, a Comissão feita através do Presidente da Assembleia, no prazo de cinco ses-
funcionará em terceira convocação com um mínimo de cinco mem- sões.
bros, que passará a ser o “quórum”.
Parágrafo único. A Comissão que não se instalar no prazo fi- SUBSEÇÃO IV
xado no “caput”, será declarada extinta por ato do Presidente da DAS COMISSÕES DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA
Assembleia.
Art. 87. A Comissão Parlamentar de Inquérito poderá, observa- Art. 89. As Comissões de Representação Externa destinam-se a
da a legislação específica: tratar de assuntos relevantes, de comoção interna ou de calamida-
I - requisitar servidores dos serviços administrativos da Assem- de pública. (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05)
bleia, bem como em caráter transitório, os de qualquer órgão ou § 1.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.958/05)
entidade da administração pública direta, indireta e fundacional, § 2.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.958/05)
necessários aos seus trabalhos; § 3.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.958/05)
II - determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir testemu- Art. 89-A. A Comissão de Representação Externa poderá ser
nhas sob compromisso, requisitar de órgãos e entidades da admi- constituída por iniciativa da Mesa, até o limite de 2 (duas), ou a re-
nistração pública informações e documentos, requerer a audiência querimento de um terço dos membros da Assembleia, até o limite
de Deputados e Secretários de Estado, tomar depoimentos e requi- de 4 (quatro), aprovada pelo Plenário. (Incluído pela Resolução n.º
sitar os serviços de quaisquer autoridades, inclusive policiais; 2.958/05)
III - incumbir qualquer de seus membros ou funcionários requi- § 1.º A designação dos membros da Comissão, em número de
sitados da realização de sindicâncias ou diligências necessárias aos até 5 (cinco), compete ao Presidente da Assembleia, ouvidos os Lí-
seus trabalhos, dando conhecimento prévio à Mesa; deres de Bancadas. (Incluído pela Resolução n.º 2.958/05)
IV - deslocar-se a qualquer ponto do Estado para a realização § 2.º A Comissão será coordenada por Deputado indicado pelo
de investigações e audiências públicas; Presidente quando a iniciativa for da Mesa, ou pelo primeiro signa-
tário do requerimento de que trata o “caput”. (Incluído pela Reso-
lução n.º 2.958/05)
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

§ 3.º Aprovada a Comissão, deverá ser instalada no prazo de 3 Art. 93. A Comissão será constituída por 12 (doze) membros ti-
(três) dias úteis. (Incluído pela Resolução n.º 2.958/05) tulares e igual número de suplentes. (Redação dada pela Resolução
§ 4.º A inobservância do prazo estabelecido no parágrafo an- n.º 2.785/99)
terior implicará a sua extinção por ato do Presidente. (Incluído pela Parágrafo único. Na constituição da Comissão será assegurada
Resolução n.º 2.958/05) a representação proporcional dos partidos com assento na Assem-
Art. 90. O prazo de duração da Comissão de Representação bleia Legislativa. (Redação dada pela Resolução n.º 2.785/99)
Externa é de 30 (trinta) dias contados da data de sua instalação.
(Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05) SEÇÃO V
§ 1.º A Comissão de Representação Externa extinguir-se-á: (Re- DA COMISSÃO MISTA PERMANENTE DE FISCALIZAÇÃO E
dação dada pela Resolução n.º 2.958/05) CONTROLE
I - pela conclusão do assunto que a originou; (Redação dada (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
pela Resolução n.º 2.958/05)
II - pelo implemento do respectivo prazo; ou (Redação dada Art. 93-A. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
pela Resolução n.º 2.958/05) Parágrafo único. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
III - pelo término da sessão legislativa ordinária. (Redação dada Art. 93-B. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
pela Resolução n.º 2.958/05) I - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
§ 2.º Dentro do prazo estabelecido no “caput”, que é ininter- II - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
rupto e improrrogável, a Comissão apresentará o relatório de suas III - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
atividades. (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05) IV - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
§ 3.º Não apresentado o relatório de que trata o parágrafo an- V - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
terior, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 82. (Redação VI - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
dada pela Resolução n.º 2.958/05) VII - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
VIII - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
SEÇÃO IV IX - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
DA COMISSÃO MISTA PERMANENTE DO MERCOSUL E Art. 93-C. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
ASSUNTOS INTERNACIONAIS Parágrafo único. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
(Redação dada pela Resolução n.º 2.785/99) Art. 93-D. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
§ 1.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
Art. 91. A Comissão Mista Permanente do Mercosul e Assuntos § 2.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
Internacionais destina-se a apreciar assuntos relativos ao Mercado § 3.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.881/03)
Comum do Sul e a outros países sul-americanos e funcionará na for- Da Comissão Mista Permanente de Defesa do Consumidor e
ma de Comissão Mista, em conjunto com uma ou mais Comissões do Contribuinte e Participação Legislativa Popular
Técnicas Permanentes, conforme a competência das envolvidas e o (Redação dada pela Resolução n.º 3.214/20)
tema abordado. (Redação dada pela Resolução n.º 2.785/99) Art. 93-E. A Comissão Mista Permanente de Defesa do Consu-
Parágrafo único. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.893/03) midor e do Contribuinte e Participação Legislativa Popular destina-
Art. 92. Compete à Comissão Mista Permanente do Merco- -se a cumprir, em parceria com as entidades de proteção do direito
sul e Assuntos Internacionais: (Redação dada pela Resolução n.º do consumidor e do contribuinte, o disposto nos arts. 5.º, inciso
2.785/99) XXXII, e 170, inciso V, da Constituição Federal, e nos arts. 266 e 267
I - fomentar a integração econômica, política, social e cultural da Constituição do Estado, e a cumprir prerrogativa constitucional
dos povos da América do Sul, visando à formação de uma comu- que permite a entidades civis legalmente constituídas, representa-
nidade latino-americana de nações; (Incluído pela Resolução n.º tivas de segmentos sociais, participar do processo legislativo me-
2.633/96) diante a apresentação de sugestões, estudos, pareceres técnicos e
II - promover os princípios de prevalência dos direitos huma- exposições sobre assuntos de interesse da coletividade, funcionan-
nos, autodeterminação dos povos, solução pacífica dos conflitos e do na forma de Comissão Mista, em conjunto com uma ou mais
igualdade entre os Estados; (Incluído pela Resolução n.º 2.633/96) Comissões Técnicas Permanentes, conforme a competência das
III - promover a integração parlamentar com os países do Mer- envolvidas e o tema abordado. (Redação dada pela Resolução n.º
cosul e outros países da América do Sul; (Redação dada pela Reso- 3.214/20)
lução n.º 2.785/99) § 1.º As deliberações sobre a viabilidade das sugestões é de
IV - contribuir para a unificação das legislações no âmbito das competência exclusiva da Comissão. (Incluído pela Resolução n.º
competências dos estados-membros; (Incluído pela Resolução n.º 2.881/03)
2.633/96) § 2.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.893/03)
V - promover a discussão política, econômica e social de inte- Art. 93-F. Compete à Comissão Mista Permanente de Defesa do
resse do Rio Grande do Sul, com os diversos segmentos da socieda- Consumidor e do Contribuinte e Participação Legislativa Popular:
de gaúcha. (Incluído pela Resolução n.º 2.633/96) (Redação dada pela Resolução n.º 3.214/20)
VI - acompanhar a implantação e evolução de acordos do Mer- I - receber, examinar e emitir parecer sobre as proposições le-
cosul, em especial os referentes a normas técnicas e aos assuntos gislativas que tratem sobre o tema defesa do consumidor e do con-
de política agrícola, fiscal, aduaneira, comercial, industrial, meio tribuinte e as apresentadas por entidades da sociedade civil, tais
ambiente, segurança pública, sanitária, saúde, cultural, cidadania e como sindicatos, órgãos de classe, associações, conselhos e organi-
políticas macroeconômicas. (Incluído pela Resolução n.º 2.633/96) zações não governamentais, exceto partidos políticos e organismos
internacionais; (Redação dada pela Resolução n.º 3.214/20)
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

II - proceder à verificação dos requisitos de existência e legali- § 2.º As sessões solenes e especiais serão realizadas às quartas-
dade da entidade, através do exame do seu estatuto e comprovação -feiras, com qualquer número de Deputados, todas de forma híbri-
legal da composição de sua diretoria; (Incluído pela Resolução n.º da, compostas de parte presencial e parte virtual, salvo, em ambos
2.881/03) os casos, deliberação contrária da maioria absoluta dos membros
III - transformar em proposição legislativa, de iniciativa desta da Mesa. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21)
Comissão, as sugestões que receberem parecer favorável; (Incluído § 3.º As sessões ordinárias e extraordinárias serão presenciais
pela Resolução n.º 2.881/03) sempre que deliberativas, ficando facultada para as sessões em que
IV - encaminhar as proposições de sua iniciativa para tramita- não haja Ordem do Dia a realização na modalidade híbrida ou vir-
ção na forma prevista pelo art. 161 deste Regimento. (Incluído pela tual, mediante solicitação expressa de um Líder no Colegiado de
Resolução n.º 2.881/03) Líderes na semana anterior a sua realização, os quais decidirão pela
V - discutir e elaborar, em parceria com entidades de defesa do maioria prevista no parágrafo único do art. 20 deste Regimento. (In-
consumidor e do contribuinte, projetos de lei que versem sobre a cluído pela Resolução n.º 3.227/21)
proteção aos direitos do consumidor e do contribuinte; (Redação § 4.º O Presidente, ao dar início às sessões, pronunciará estas
dada pela Resolução n.º 3.214/20) palavras: “Invocando a proteção de Deus, declaro aberta a Sessão”.
VI - fiscalizar a aplicação das leis de proteção ao Direito do Con- (Renumerado pela Resolução n.º 3.227/21)
sumidor, em especial do Código de Defesa do Consumidor; (Incluído Art. 95. Durante as sessões: (Renumerado pela Resolução n.º
pela Resolução n.º 3.134/15) 2.633/96)
VII - buscar formas de inclusão das minorias, tais como idosos I - somente os Deputados poderão usar da palavra, salvo em
e pessoas com deficiência, nos programas estaduais de defesa do sessões solenes ou especiais; (Renumerado pela Resolução n.º
consumidor e do contribuinte. (Redação dada pela Resolução n.º 2.633/96)
3.214/20) II - os Deputados, exceto o Presidente, falarão de pé, e só por
Art. 93-G. A Comissão será constituída por 12 (doze) membros motivo de enfermidade ser-lhes-á permitido falar sentados; (Renu-
titulares e igual número de suplentes. (Incluído pela Resolução n.º merado pela Resolução n.º 2.633/96)
2.881/03) III - a palavra só poderá ser concedida pelo Presidente; (Renu-
Parágrafo único. Na constituição da Comissão será assegurada merado pela Resolução n.º 2.633/96)
a representação proporcional dos partidos com assento na Assem- IV - qualquer Deputado, ao falar, dirigir-se-á ao Presidente e ao
bleia Legislativa. (Incluído pela Resolução n.º 2.881/03) plenário; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 93-H. As proposições originadas na Comissão, que forem V - referindo-se a colega, o Deputado deverá declinar-lhe o
arquivadas ao término da sessão legislativa sem terem sido vota- nome, precedido do tratamento de senhor ou deputado; (Renume-
das, só poderão ser desarquivadas por requerimento de seu Presi- rado pela Resolução n.º 2.633/96)
dente, a pedido da entidade que a apresentou. (Incluído pela Reso- VI - dirigindo-se ao colega, o Deputado dar-lhe-á o tratamento
lução n.º 2.881/03) de excelência; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
VII - nenhum Deputado poderá referir-se a colega ou a repre-
TÍTULO III sentante do Poder Público de forma descortês ou injuriosa; (Renu-
DAS SESSÕES PLENÁRIAS DA ASSEMBLEIA merado pela Resolução n.º 2.633/96)
VIII - é vedado o acesso ao Plenário a pessoas estranhas ou
CAPÍTULO I a funcionários que nele não exerçam atividade. (Renumerado pela
DISPOSIÇÕES GERAIS Resolução n.º 2.633/96)
IX - na Tribuna, deverá o Deputado fazer uso somente da pa-
Art. 94. As sessões do Plenário da Assembleia Legislativa são: lavra, vedadas quaisquer outras formas de manifestação. (Incluído
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) pela Resolução n.º 2.893/03)
I - preparatórias, as que precedem a instalação da primeira e da Art. 96. Nenhum Deputado poderá interromper o orador na Tri-
terceira sessões legislativas em cada legislatura; (Renumerado pela buna, salvo para: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Resolução n.º 2.633/96) I - solicitar aparte; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
II - ordinárias, as de qualquer sessão legislativa, nas terças, II - formular questão de ordem; (Renumerado pela Resolução
quartas e quintas-feiras, com duração de 04 horas e início às 14 ho- n.º 2.633/96)
ras; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) III - apresentar reclamação; (Renumerado pela Resolução n.º
III - extraordinárias, as realizadas em dia ou hora diversos dos 2.633/96)
fixados para as sessões ordinárias; (Renumerado pela Resolução n.º IV - requerer a prorrogação da sessão. (Renumerado pela Reso-
2.633/96) lução n.º 2.633/96)
IV - solenes, as destinadas às comemorações, homenagens, Art. 97. As sessões poderão ser suspensas ou encerradas, con-
à posse do Governador e Vice-Governador, à instalação da legis- forme o caso: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
latura e posse dos Deputados. (Redação dada pela Resolução n.º I - para manter a ordem; (Renumerado pela Resolução n.º
2.893/03) 2.633/96)
V - especiais, destinadas a ouvir autoridades públicas. (Incluído II - para recepcionar visitantes ilustres; (Renumerado pela Re-
pela Resolução n.º 2.893/03) solução n.º 2.633/96)
§ 1.º Excepcionalmente, a Mesa poderá estabelecer horário III - por falecimento de Deputado ou ex-Deputado Estadual, de
diverso do previsto no inciso II para o início de sessão ordinária. Chefe de Poder ou Secretário do Estado, de Deputado Federal ou
(Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) Senador da Bancada do Rio Grande do Sul; (Renumerado pela Re-
solução n.º 2.633/96)
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a solução para o seu concurso!
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IV - por motivo relevante, a critério de seu Presidente. (Renu- SEÇÃO II


merado pela Resolução n.º 2.633/96) DO EXPEDIENTE

CAPÍTULO II Art. 103. A matéria do expediente abrangerá: (Renumerado


DAS SESSÕES PREPARATÓRIAS pela Resolução n.º 2.633/96)
I - a comunicação ao Plenário do resultado da votação de pro-
Art. 98. As sessões preparatórias seguirão o rito estabelecido jetos pelas comissões; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
no Capítulo II do Título I deste Regimento. (Renumerado pela Reso- II - a apresentação de parecer da Comissão de Constituição e
lução n.º 2.633/96) Justiça, quando contrário, quanto à constitucionalidade, legalida-
de e juridicidade de proposição; (Renumerado pela Resolução n.º
CAPÍTULO III 2.633/96)
DAS SESSÕES ORDINÁRIAS III - as comunicações encaminhadas à Mesa pelos Deputados;
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 99. As sessões serão abertas no horário fixado no art. 91, II, IV - a correspondência em geral, as petições e outros docu-
com a presença, de, no mínimo, um quarto dos membros da Assem- mentos de interesse do Plenário, recebidos pelo Presidente ou pela
bleia Legislativa. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide Mesa. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Resolução n.º 2.633/93, que renumerou o art. 91 para 94)
§ 1.º Se, decorridos 15 (quinze) minutos do horário fixado, não SEÇÃO III
houver sido atingido esse “quorum”, o Presidente declarará que a DO GRANDE EXPEDIENTE
sessão deixa de realizar-se, devendo o fato ficar registrado na Ata
Declaratória. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) Art. 104. Durante o Grande Expediente, com duração de vinte
§ 2.º Não serão computados no tempo de duração da sessão minutos, falará somente um orador e a inscrição será automática,
os períodos de retardamento no seu início ou de sua suspensão. observada a ordem alfabética do nome parlamentar. (Renumerado
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 100. As sessões ordinárias dividem-se em sete partes des- Art. 105. Não atendendo ao chamado para ocupar a tribuna, o
tinadas: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) Deputado perderá o direito à inscrição, exceto no caso de cessão ou
I - à aprovação da Ata; (Redação dada pela Resolução n.º permuta de seu tempo. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
2.990/07) Art. 106. Fica vedado qualquer acordo para a suspensão do pe-
II - à leitura do Expediente; (Renumerado pela Resolução n.º ríodo destinado ao Grande Expediente. (Renumerado pela Resolu-
2.633/96) ção n.º 2.633/96)
III - ao Grande Expediente; (Renumerado pela Resolução n.º Art. 107. Uma vez por mês, o Grande Expediente poderá ser
2.633/96) destinado a comemorações e homenagens, denominando-se Gran-
IV - à apresentação e discussão de proposições em Pauta; (Re- de Expediente Especial. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
numerado pela Resolução n.º 2.633/96) § 1.º O Grande Expediente Especial terá a duração de até 30
V - à discussão e votação da matéria da Ordem do Dia; (Renu- (trinta) minutos, assegurando-se a palavra ao primeiro signatário
merado pela Resolução n.º 2.633/96) do requerimento para sua realização. (Redação dada pela Resolu-
VI - a Comunicações; (Renumerado pela Resolução n.º ção n.º 2.978/06)
2.633/96) § 2.º O requerimento de Grande Expediente Especial deverá
VII - a Explicações Pessoais. (Renumerado pela Resolução n.º especificar a comemoração ou homenagem a que se destina e ser
2.633/96) protocolado entre o primeiro e o quinto dia útil do segundo mês
Art. 101. O Diário da Assembleia publicará na íntegra o desen- que antecede ao de sua realização, excetuando-se os meses de fe-
volvimento dos trabalhos da sessão. (Renumerado pela Resolução vereiro e março, cujos requerimentos serão recebidos nos 5 (cinco)
n.º 2.633/96) primeiros dias úteis de fevereiro. (Redação dada pela Resolução n.º
3.017/08)
SEÇÃO I § 3.º É vedada a realização de mais de 01 (um) Grande Expe-
DA APROVAÇÃO DA ATA diente Especial, por ano, pelo mesmo Deputado. (Redação dada
(Redação dada pela Resolução n.º 2.990/07) pela Resolução n.º 2.978/06)
Art. 102. A ata da sessão anterior será declarada aprovada pelo § 4.º Os requerimentos de realização de Grande Expediente Es-
Presidente, ressalvando aos Deputados o direito de retificá-la por pecial serão deliberados pela Mesa. (Redação dada pela Resolução
escrito, a fim de constar da ata da sessão seguinte. (Redação dada n.º 2.978/06)
pela Resolução n.º 2.990/07) § 5.º Excetua-se do disposto neste artigo a realização de 01(um)
Parágrafo único. A ata da reunião de encerramento da sessão Grande Expediente Especial por ano, de iniciativa da Mesa. (Reda-
legislativa será redigida e votada antes de se levantar a sessão, pre- ção dada pela Resolução n.º 2.978/06)
sente qualquer número de Deputados. (Renumerado pela Resolu- Art. 107-A. Durante o Grande Expediente e o Grande Expedien-
ção n.º 2.633/96) te Especial, cada Bancada fará jus a um aparte, com duração. de 2
(dois) minutos, que será concedido nos moldes dos arts. 151 e 152.
(Incluído pela Resolução n.º 2.990/07)
Parágrafo único. A cada, minuto que exceder o tempo previsto
no “caput”, será descontado um tempo de liderança. (Incluído pela
Resolução n.º 2.990/07)
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

SEÇÃO IV Parágrafo único. Comprovada a perda do “quorum” estabeleci-


DA PAUTA do no artigo anterior, o Presidente encerrará a Ordem do Dia, pro-
cedendo, quanto à matéria restante, conforme o previsto na parte
Art. 108. Pauta é o período no qual os projetos deverão ser final do art. 113. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide
publicados no Diário da Assembleia, por 10 (dez) dias úteis, sendo Resolução n.º 2.633/96 que renumerou o art. 110 para 113)
que as propostas de emenda à Constituição e os projetos de leis Art. 115. Durante a Ordem do Dia, somente poderão ser formu-
orçamentárias, por 15 (quinze) dias úteis, respeitado o disposto no ladas questões de ordem pertinentes à matéria em debate e vota-
inciso I do art. 11. (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05) ção. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Parágrafo único. No primeiro dia de Pauta, as proposições de- Art. 116. A requerimento de qualquer Deputado, o Presidente
verão ser publicadas na íntegra. (Renumerado pela Resolução n.º determinará a retirada, da Ordem do Dia, de proposição que tenha
2.633/96) tramitado, ou sido publicada, sem observar prescrição regimental.
Art. 109. No período de Pauta, as proposições referidas no art. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
108 poderão ser discutidas e emendadas. (Redação dada pela Re- Parágrafo único. As Comissões Permanentes ou Especiais pode-
solução n.º 2.869/02) rão requerer ao Presidente a retirada de proposição de que devam
Parágrafo único. Fica vedada a apresentação de emendas às conhecer e que não lhes haja sido distribuída, podendo o reque-
proposições de autoria da Mesa, exceto quando propostas pela rimento ser deferido de plano. (Renumerado pela Resolução n.º
própria Mesa. (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) 2.633/96)
Art. 110. As inscrições dos oradores para o período a que se Art. 117. Os requerimentos para alterar a ordem da discussão e
refere o inciso IV do art. 100 serão feitas de próprio punho, em livro votação de proposições deverão ser apreciados pelo Plenário. (Re-
específico à disposição dos Deputados junto à mesa dos trabalhos, numerado pela Resolução n.º 2.633/96)
do horário de início da sessão até o final da leitura do expediente, Art. 118. A Ordem do dia somente poderá ser interrompida
e não poderão exceder a 03 (três) por sessão. (Redação dada pela para: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Resolução n.º 2.990/07) I - dar posse a Deputado; (Renumerado pela Resolução n.º
§ 1.º A cada orador será concedido o tempo máximo de 5 (cin- 2.633/96)
co) minutos, sendo descontada uma Comunicação de Liderança a II - votar licença de Deputado; (Renumerado pela Resolução n.º
cada minuto excedido. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) 2.633/96)
§ 2.º Os pronunciamentos que tratarem de assunto diverso do III - ler e votar requerimento urgente relativo à calamidade ou
que estabelece o inciso IV do art. 100 serão considerados comuni- segurança pública; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
cação de Líder. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) IV - recepcionar autoridade em visita à Assembleia; (Renume-
§ 3.º No período referido no “caput”, não é permitida a cessão rado pela Resolução n.º 2.633/96)
do direito à inscrição nem a permuta entre Deputados. (Incluído V - decidir sobre requerimento para prorrogar a sessão; (Reda-
pela Resolução n.º 3.227/21) ção dada pela Resolução n.º 2.893/03)
VI - adotar providências com o objetivo de restabelecer a or-
SEÇÃO V dem, em caso de tumulto ou outros acontecimentos que impossi-
DA ORDEM DO DIA bilitem o andamento dos trabalhos. (Renumerado pela Resolução
n.º 2.633/96)
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES SUBSEÇÃO II
DA DISCUSSÃO
Art. 111. O período da Ordem do Dia destina-se a discutir e vo-
tar as proposições sujeitas à deliberação do Plenário da Assembleia. Art. 119. Anunciada a matéria da Ordem do Dia, será dada a
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) palavra aos oradores para discutí-la. (Renumerado pela Resolução
Art. 112. Anunciada a Ordem do Dia, proceder-se-á à verifica- n.º 2.633/96)
ção do “quorum”. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) Art. 120. A discussão será geral, abrangendo o conjunto da pro-
Art. 113. Não estando presente a maioria absoluta dos Depu- posição e suas emendas, exceto se o Plenário decidir debatê-las por
tados, o Presidente declarará que o período deixa de ser realizado partes. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
por falta de “quorum” e mandará incluir a matéria que nele seria Art. 121. Para discutir a proposição, terão preferência, pela or-
examinada na Ordem do Dia da sessão seguinte. (Renumerado pela dem: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Resolução n.º 2.633/96) I - o seu autor; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Parágrafo único. Para o exame de proposições que exijam quo- II - o relator do parecer na Comissão que a examinou quanto ao
rum qualificado, o número mínimo necessário de Deputados pre- mérito; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
sentes para a deliberação é o mesmo exigido para sua aprovação. III - os Deputados que a tenham relatado em outras Comissões;
(Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 114. Havendo “quorum”, iniciar-se-á o período, podendo, IV - os autores de voto vencido nos pareceres sobre ela prolata-
no entanto, a qualquer momento do mesmo, o Presidente, de ofício dos. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
ou a requerimento de Deputado, determinar a chamada nominal Art. 122. Na discussão do parecer da Comissão de Constituição
para verificação das presenças. (Renumerado pela Resolução n.º e Justiça que opinar pela inconstitucionalidade de proposição, do
2.633/96) qual haja recurso, poderão falar o autor da proposição, o recorren-
te, se outro Deputado, o relator do parecer e um Deputado de cada
Bancada. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
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Art. 123. O Deputado, salvo expressa disposição regimental, na SUBSEÇÃO III


discussão de uma proposição só poderá falar uma vez e pelo pra- DA VOTAÇÃO, DOS MÉTODOS E DO PROCEDIMENTO
zo de 5 (cinco) minutos, sendo descontada uma Comunicação de
Liderança a cada minuto excedido. (Redação dada pela Resolução Art. 130. Encerrada a discussão conforme o estabelecido neste
n.º 3.227/21) Regimento, proceder-se-á imediatamente a votação. (Renumerado
Art. 124. O Presidente somente poderá interromper o orador pela Resolução n.º 2.633/96)
nas situações previstas no art. 115, III a VI, ou quando este: (Renu- Art. 131. A votação poderá ser: (Renumerado pela Resolução
merado pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide Resolução n.º 2.633/96, n.º 2.633/96)
que renumerou o art. 115 para 118) I - simbólica, ou (Redação dada pela Resolução n.º 2.976/06)
I - se desviar da questão em debate; (Renumerado pela Reso- II - nominal. (Redação dada pela Resolução n.º 2.976/06)
lução n.º 2.633/96) III - em ambiente virtual, de forma eletrônica e não presencial,
II - falar sobre o vencido; (Renumerado pela Resolução n.º nos casos estabelecidos neste Regimento Interno. (Incluído pela Re-
2.633/96) solução n.º 3.204/20)
III - usar linguagem incompatível com o decoro parlamentar; Art. 132. Na votação simbólica, o Presidente, ao anunciá-la,
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) convidará a permanecerem sentados os Deputados que forem a fa-
IV - ultrapassar o prazo regimental. (Renumerado pela Resolu- vor da proposição. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
ção n.º 2.633/96) § 1.º O Deputado que tiver dúvida quanto ao resultado assim
Art. 125. As proposições na Ordem do Dia somente admitirão obtido, deverá, de imediato, solicitar nova votação, adotando-se
emendas de Líder apresentadas durante a sua discussão, protocola- nessa hipótese o método nominal. (Renumerado pela Resolução
das por meio de sistema eletrônico no expediente relativo ao pro- n.º 2.633/96)
cesso legislativo a ser emendado. (Redação dada pela Resolução n.º § 2.º Havendo dúvida quanto ao “quorum”, o Presidente de-
3.227/21) terminará a chamada dos Deputados e, constatada a inexistência
Parágrafo único. As proposições de origem da Mesa somente do número mínimo de presenças exigidas para votação, procederá
poderão ser por ela emendadas nesse período. (Redação dada pela conforme o previsto no parágrafo único do art. 111. (Renumerado
Resolução n.º 3.227/21) pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide Resolução n.º 2.633/96, que re-
Art. 126. O encerramento da discussão dar-se-á pela ausência numerou o art. 111 para 114)
de oradores, pelo decurso dos prazos regimentais ou por delibera- Art. 133. Na votação nominal, computar-se-ão os votos regis-
ção do Plenário na forma do art. 124. (Renumerado pela Resolução trados no painel eletrônico de votação e tão-somente esses. (Renu-
n.º 2.633/96) (Vide Resolução n.º 2.633/96, que renumerou o art. merado pela Resolução n.º 2.633/96)
124 para 127) Parágrafo único. Inoperante o equipamento, votar-se-á me-
Art. 127. Ainda que haja oradores inscritos, a discussão poderá diante a chamada dos Deputados que responderão sim ou não,
ser encerrada a requerimento escrito de qualquer Deputado, des- conforme sejam a favor ou contra a proposição, e o Secretário irá
de que a matéria esteja sendo debatida há duas sessões e tenham anotando os votos proferidos. (Renumerado pela Resolução n.º
falado, além dos relatores da proposição, cinco Deputados. (Renu- 2.633/96)
merado pela Resolução n.º 2.633/96) Art. 134. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.976/06)
§ 1.º Aprovado o requerimento, poderá ainda discutir a pro- § 1.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.976/06)
posição um Deputado de cada Bancada cujos integrantes não te- § 2.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.976/06)
nham sobre ela se pronunciado. (Renumerado pela Resolução n.º § 3.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.976/06)
2.633/96) Art. 135. Salvo declaração prévia de impedimento, o Deputado
§ 2.º Quando a proposição estiver sendo debatida por partes, que se negar a votar será declarado ausente. (Renumerado pela Re-
o encerramento da discussão de cada uma delas poderá ser reque- solução n.º 2.633/96)
rido a qualquer tempo após falarem, além dos relatores, três Depu- Art. 136. lniciar-se-á o procedimento pela votação de emendas,
tados. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) quando for o caso, obedecida a seguinte ordem: (Redação dada
Art. 128. As emendas de Líder, se houverem, serão encaminha- pela Resolução n.º 2.978/06)
das às mesmas Comissões que tenham examinado a proposição I - substitutivos; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
principal. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) II - conjunto das emendas com parecer favorável e, após, o das
§ 1.º Com o encaminhamento das emendas de Líder às Comis- que tenham parecer contrário, incluindo-se: (Redação dada pela
sões, encerra-se a discussão da matéria. (Renumerado pela Resolu- Resolução n.º 2.978/06)
ção n.º 2.633/96) a) no primeiro grupo, as de Comissão, quando sobre elas não
§ 2.º As Comissões devem se manifestar sobre as emendas houver manifestação contrária de outra Comissão; (Redação dada
num prazo que permita a votação da proposição na sessão imedia- pela Resolução n.º 2.978/06)
tamente subsequente. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) b) no segundo, as que tenham sido rejeitadas pelas Comissões
§ 3.º A requerimento de qualquer Deputado, o Plenário, por competentes para examinar-lhes o mérito. (Redação dada pela Re-
maioria de votos, poderá dispensar o envio das emendas de Lí- solução n.º 2.978/06)
der à apreciação da Comissões. (Renumerado pela Resolução n.º § 1.º As emendas que tiveram pareceres divergentes serão vo-
2.633/96) tadas uma a uma. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
Art. 129. Não havendo emendas de Líder, ou publicados os pa- § 2.º As emendas aprovadas pela Comissão de Constituição e
receres sobre essas, a proposição estará em condições de ser vota- Justiça serão votadas em bloco. (Redação dada pela Resolução n.º
da. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) 2.978/06)

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MATÉRIA INTERNO

Art. 137. A proposição principal, ou seu substitutivo, será vota- § 2.º As declarações de voto não serão lidas no Plenário, devol-
da em globo, salvo deliberação diversa do Plenário. (Renumerado vendo-se as que contiverem expressões antiparlamentares. (Renu-
pela Resolução n.º 2.633/96) merado pela Resolução n.º 2.633/96)
Parágrafo único. No caso do art. 119, a votação será para apro- Art. 141. O Deputado que chegar ao Plenário após a votação
var ou rejeitar o parecer. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) poderá solicitar, dentro do período destinado à Ordem do Dia da
(Vide Resolução n.º 2.633/96, que renumerou o art. 119 para 122) sessão, que fique registrada na ata sua opinião quanto à matéria
Art. 138. O Plenário poderá, a requerimento de qualquer Depu- votada, o que, contudo, não alterará o resultado. (Redação dada
tado, decidir: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) pela Resolução n.º 2.893/03)
I - a votação da proposição principal, ou de seu substitutivo, Art. 142. São atos prejudicados os seguintes: (Renumerado
por títulos, capítulos, seções, subseções, artigos, parágrafos, inci- pela Resolução n.º 2.633/96)
sos, alíneas, ou por grupos destes; (Renumerado pela Resolução n.º I - a proposição principal e suas emendas, quando houver subs-
2.633/96) titutivo aprovado; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
II - a votação de cada emenda separadamente; (Renumerado II - a emenda de conteúdo igual ou contrário a de outra já apro-
pela Resolução n.º 2.633/96) vada; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
III - o destaque de emendas ou de partes da proposição, para III - a proposição com conteúdo semelhante a outra aprovada
votá-las em separado. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) ou rejeitada na mesma sessão legislativa. (Redação dada pela Reso-
§ 1.º Somente será deferida a votação parcelada ou o destaque lução n.º 2.893/03)
se requeridos antes do início da tomada dos votos. (Renumerado IV - requerimento com a mesma finalidade de outro já aprova-
pela Resolução n.º 2.633/96) do. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03)
§ 2.º Na votação segundo o previsto no inciso II deste artigo:
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) SUBSEÇÃO VI
I - terá preferência o substitutivo de Comissão sobre o de Depu- DA REDAÇÃO FINAL E DA REMESSA DE AUTÓGRAFOS
tado; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
II - será observada a ordem numérica de apresentação de Art. 143. Concluída a votação, os projetos e as propostas de
emendas. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) emendas à Constituição aprovadas serão remetidas à Comissão
III - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.893/03) competente para que elabore a redação final. (Renumerado pela
§ 3.º Independentemente da ordem estabelecida neste artigo, Resolução n.º 2.633/96)
poderá o Plenário deferir requerimento de preferência para votar § 1.º A Comissão poderá, independentemente de emenda, efe-
qualquer proposição. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) tuar as correções de linguagem e eliminar os absurdos manifestos e
§ 4.º Apresentados mais de um pedido de preferência, obser- as incoerências evidentes, desde que não fique alterado o sentido
var-se-á a ordem numérica de apresentação para serem submeti- da proposição. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
dos ao Plenário. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) § 2.º São competentes para elaborar a redação final: (Renume-
rado pela Resolução n.º 2.633/96)
SUBSEÇÃO IV I - do Orçamento, a Comissão de Finanças, Planejamento, Fisca-
DO ENCAMINHAMENTO DA VOTAÇÃO lização e Controle; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide
Resolução n.º 2.881/03)
Art. 139. Anunciada a votação, os Líderes de Bancada, ou um II - do Regimento Interno, suas alterações, etc., a Mesa; (Renu-
Deputado por eles indicado, poderão encaminhá-la pelo prazo de 5 merado pela Resolução n.º 2.633/96)
(cinco) minutos. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) III - de emenda à Constituição, a Comissão de Constituição e
§ 1.º Na votação parcelada, o Deputado poderá falar uma vez Justiça; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
para encaminhar cada parte. (Renumerado pela Resolução n.º IV - de códigos e estatutos, as Comissões competentes; (Renu-
2.633/96) merado pela Resolução n.º 2.633/96)
§ 2.º No encaminhamento da votação de emenda destacada, V - subsidiariamente, em quaisquer dos casos, o Departamen-
poderão falar, pela ordem, o autor da emenda, o do destaque e o to de Assessoramento Legislativo, e o Departamento de Comissões
relator, antes da manifestação de qualquer outro Deputado. (Renu- Parlamentares nas situações previstas na Subseção V da Seção II do
merado pela Resolução n.º 2.633/96) Capítulo III do Título II, que usarão dos poderes previstos no § 1.º
§ 3.º No encaminhamento da votação da redação final, só po- deste artigo. (Redação dada pela Resolução n.º 3.212/20)
derá ser discutido o aspecto formal da proposição. (Renumerado Art. 144. A redação final do projeto ou proposta de emenda
pela Resolução n.º 2.633/96) constitucional será submetida ao Plenário dentro de três sessões
contadas da data em que tiver sido aprovada a proposição. (Renu-
SUBSEÇÃO V merado pela Resolução n.º 2.633/96)
DO RESULTADO DA VOTAÇÃO E DOS ATOS PREJUDICADOS § 1.º O Presidente, a requerimento da Comissão, atendendo
à extensão do texto e ao número de emendas aprovadas, poderá
Art. 140. Terminada a apuração, o presidente proclamará o ampliar esse prazo. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
resultado, não cabendo a modificação de voto. (Renumerado pela § 2.º A redação final não será votada antes de publicada no Di-
Resolução n.º 2.633/96) ário da Assembleia, exceto se houver dispensa da publicação deferi-
§ 1.º É permitido ao Deputado, após a votação, encaminhar à da pela maioria absoluta do Plenário. (Renumerado pela Resolução
Mesa declaração de voto, que será juntada aos autos da proposição n.º 2.633/96)
e publicada no Diário da Assembleia. (Renumerado pela Resolução
n.º 2.633/96)
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Art. 145. Somente será admitida à redação final emenda que Art. 150. As inscrições, em número máximo de 3 (três) Deputa-
tenha por finalidade evitar absurdo manifesto, incoerência eviden- dos, para este período serão feitas no Plenário, em livro próprio, a
te ou incorreção de linguagem. (Renumerado pela Resolução n.º partir do início da sessão até o final do Grande Expediente. (Reda-
2.633/96) ção dada pela Resolução n.º 2.893/03)
§ 1.º As emendas com esse objetivo serão recebidas pela Mesa § 1.º Cada orador poderá falar por até 5 (cinco) minutos, sendo
até o momento de se iniciar a votação. (Renumerado pela Resolu- descontada uma Comunicação de Liderança a cada minuto excedi-
ção n.º 2.633/96) do. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21)
§ 2.º A emenda à redação final poderá ser discutida pelo au- § 2.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.893/03)
tor ou por dois Deputados, podendo, ainda, o Plenário decidir que § 3.º No período referido no “caput”, não é permitida a cessão
sobre ela se manifestem as Comissões competentes. (Renumerado do direito à inscrição nem a permuta entre Deputados. (Incluído
pela Resolução n.º 2.633/96) pela Resolução n.º 3.227/21)
Art. 146. Quando, após aprovada a redação final, se verificar
inexatidão material ou erro manifesto no texto, o Presidente deter- SEÇÃO VIII
minará sua correção, comunicando de imediato ao Plenário. (Renu- DO APARTE
merado pela Resolução n.º 2.633/96)
Parágrafo único. Se essa verificação ocorrer após a remessa Art. 151. Aparte é a interrupção do orador, breve e oportuna,
de autógrafos ao Poder Executivo, o Presidente solicitará ao Go- para indagação, contestação ou esclarecimentos relativos à matéria
vernador a devolução dos mesmos, para ser efetivada a correção em debate. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
conforme o previsto no “caput”. (Renumerado pela Resolução n.º § 1.º O aparte só será permitido mediante licença do orador,
2.633/96) sendo computado no seu tempo. (Renumerado pela Resolução n.º
Art. 147. Aprovada a redação final de projeto de lei comple- 2.633/96)
mentar ou ordinária, será o autógrafo elaborado e enviado, via sis- § 2.º O orador poderá declarar antecipadamente que não con-
tema eletrônico, ao Governador, para os efeitos do art. 66 da Cons- cederá apartes. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
tituição do Estado. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) Art. 152. É vedado aparte; (Renumerado pela Resolução n.º
§ 1.º Da data de recebimento do autógrafo pelo Poder Execu- 2.633/96)
tivo, consignado através da assinatura no processo eletrônico, con- I - em qualquer pronunciamento do Presidente; (Renumerado
tar-se-ão os prazos fixados na Constituição do Estado para sanção pela Resolução n.º 2.633/96)
ou veto do projeto aprovado. (Redação dada pela Resolução n.º II - paralelo ao discurso; (Renumerado pela Resolução n.º
3.227/21) 2.633/96)
§ 2.º As emendas à Constituição serão promulgadas pela Mesa, III - no encaminhamento de votação, reclamação, questão de
os decretos legislativos e as resoluções pelo Presidente da Assem- ordem e comunicação urgente. (Renumerado pela Resolução n.º
bleia. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) 2.633/96)
IV - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.893/03)
SEÇÃO VI
DAS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES CAPÍTULO IV
DAS SESSÕES EXTRAORDINÁRIAS
Art. 148. No período de comunicações será assegurada a pa-
lavra a dezesseis Deputados, obedecendo-se a proporcionalidade Art. 153. As sessões extraordinárias, convocadas pelo Presiden-
do número de membros de cada Bancada e, ainda, aos seguintes te, de ofício, ou a requerimento de Deputado aprovado pelo Plená-
critérios: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) rio, destinam-se à apreciação de matéria relevante ou acumulada,
I - as inscrições serão automáticas, cabendo ao Departamento devidamente especificada no ato de convocação. (Renumerado
de Assessoramento Legislativo estabelecer a escala semanal, segun- pela Resolução n.º 2.633/96)
do a ordem alfabética do nome parlamentar dentro de cada repre- § 1.º As sessões extraordinárias terão a duração e o rito das
sentação partidária; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) ordinárias, sendo, todavia, utilizado todo o tempo que se seguir à
II - é permitida a cessão do direito à inscrição entre Deputados leitura do expediente para apreciação da Ordem do Dia. (Renume-
do mesmo partido; (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) rado pela Resolução n.º 2.633/96)
III - Deputados inscritos para o mesmo dia poderão permutar o § 2.º As sessões extraordinárias são improrrogáveis. (Renume-
seu tempo; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) rado pela Resolução n.º 2.633/96)
IV - cada Deputado poderá falar por até 5 (cinco) minutos, sen-
do descontada uma Comunicação de Liderança a cada minuto exce- CAPÍTULO V
dido. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) DAS SESSÕES ESPECIAIS

SEÇÃO VII Art. 154. Serão especiais as sessões a que comparecerem: (Re-
DAS EXPLICAÇÕES PESSOAIS dação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
I - o Governador do Estado, para apresentar a mensagem a que
Art. 149. O período para explicações pessoais iniciar-se-á após se refere o inciso IX do art. 82 da Constituição do Estado, com uso
as comunicações parlamentares, prolongando-se até o final da ses- da palavra em Plenário, no tempo máximo de 20 (vinte) minutos,
são. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) e desde que informe a Presidência de sua disposição, com antece-
dência mínima de 72 (setenta e duas) horas; (Redação dada pela
Resolução n.º 2.893/03)
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MATÉRIA INTERNO

II - os Secretários de Estado, com obediência aos ritos deter- II - demais Bancadas, cada qual com direito a 5 (cinco) minutos
minados nos arts. 260 e 261 deste Regimento. (Redação dada pela de fala. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21)
Resolução n.º 2.893/03)
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VI DAS ATAS DAS SESSÕES
DAS SESSÕES SOLENES
Art. 157. A ata, que deverá relacionar os Deputados presentes
Art. 155. A Assembleia Legislativa fará realizar 09 (nove) ses- e ausentes, registrará resumidamente os trabalhos da sessão. (Re-
sões solenes no ano, em datas fixadas pela Mesa, relativas: (Reda- numerado pela Resolução n.º 2.633/96)
ção dada pela Resolução n.º 3.082/11) Parágrafo único. As atas serão organizadas em anais, por ordem
I - ao aniversário da instalação da Assembleia Legislativa do cronológica, e encadernadas por sessão legislativa. (Renumerado
Estado do Rio Grande do Sul; (Renumerado pela Resolução n.º pela Resolução n.º 2.633/96)
2.633/96)
II - à Semana da Pátria; (Renumerado pela Resolução n.º CAPÍTULO VIII
2.633/96) DA REVISÃO DOS DISCURSOS
III - à Revolução Farroupilha; (Renumerado pela Resolução n.º
2.633/96) Art. 158. O Deputado receberá cópia do discurso que houver
IV - ao Dia Internacional dos Trabalhadores; (Redação dada proferido na sessão, para revisá-lo no prazo de 02 horas. (Renume-
pela Resolução n.º 3.036/09) rado pela Resolução n.º 2.633/96)
V - à entrega da medalha “Deputado Emérito; (Renumerado § 1.º Não obedecido o prazo fixado neste artigo, o discurso será
pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide Resolução n.º 2.107/88) publicado com a observação “Não revisado pelo orador”. (Renume-
VI - ao Dia Internacional da Mulher; (Renumerado pela Resolu- rado pela Resolução n.º 2.633/96)
ção n.º 2.633/96) § 2.º Os discursos proferidos em Plenário por autoridades ou
VII - ao Dia Estadual de Consciência Negra; (Renumerado pela visitantes ilustres poderão ser pelos mesmos revistos no prazo de
Resolução n.º 2.633/96) um dia, findo o qual proceder-se-á na forma do parágrafo anterior.
VIII - ao Movimento Cívico da Legalidade; (Incluído pela Reso- (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
lução n.º 3.082/11) § 3.º Na revisão dos discursos não serão permitidas alterações,
IX - outra sessão solene a critério da Mesa. (Redação dada pela supressões ou acréscimos de conteúdos. (Redação dada pela Reso-
Resolução n.º 3.082/11) lução n.º 2.893/03)
§ 1.º A sessão solene de que trata o inciso VI deste artigo, rea-
lizada por esta Casa Legislativa, comemorativa ao Dia Internacional TÍTULO IV
da Mulher, será presidida por uma Deputada, indicada pela banca- DAS PROPOSIÇÕES
da feminina. (Incluído pela Resolução n.º 3.144/15)
§ 2.º Não se aplica a regra disposta no § 1.º em períodos nos CAPÍTULO I
quais uma parlamentar mulher estiver no efetivo exercício do cargo DISPOSIÇÕES GERAIS
de Presidenta da Assembleia Legislativa. (Incluído pela Resolução
n.º 3.144/15) Art. 159. Proposição é toda a matéria sujeita à deliberação da
Art. 156. A sessão terá início às 14 horas e os oradores serão Assembleia, seja qual for a forma de que se revista. (Renumerado
indicados, mediante comunicação escrita, um por Bancada, até 01 pela Resolução n.º 2.633/96)
(uma) hora antes do início da sessão. (Redação dada pela Resolução Art. 160. As proposições poderão consistir em: (Renumerado
n.º 2.893/03) pela Resolução n.º 2.633/96)
§ 1.º Poderão também usar da palavra os homenageados e, na I - proposta de emenda à Constituição; (Renumerado pela Re-
sessão em que Deputados sejam homenageados, o promotor da solução n.º 2.633/96)
homenagem. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) II - projeto de lei complementar; (Renumerado pela Resolução
§ 2.º Os Deputados oradores poderão usar da palavra pelo n.º 2.633/96)
tempo máximo de 5 (cinco) minutos, falando em primeiro lugar o III - projeto de lei ordinária; (Renumerado pela Resolução n.º
representante da Bancada majoritária. (Redação dada pela Resolu- 2.633/96)
ção n.º 3.227/21) IV - projeto de decreto legislativo; (Renumerado pela Resolu-
§ 3.º Nas sessões solenes não ocorrerão Comunicações de Lide- ção n.º 2.633/96)
rança. (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) V - projeto de resolução; (Renumerado pela Resolução n.º
§ 4.º A cada minuto que exceder o tempo previsto no § 2.º será 2.633/96)
descontada uma Comunicação de Liderança para a próxima sessão VI - emenda; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
plenária. (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) VII - recurso; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
§ 5.º No que se refere à sessão solene de que trata o inciso VI VIII - requerimento; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
do art. 155, o uso da palavra será concedido por Bancada, respei- IX - mensagem retificativa. (Renumerado pela Resolução n.º
tando a seguinte ordem: (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) 2.633/96)
I - Bancadas com representação feminina, cada qual com direi- Art. 161. As proposições serão dirigidas ao Presidente da As-
to a 10 (dez) minutos de fala, sendo facultada a divisão entre parla- sembleia e protocoladas no Departamento de Assessoramento Le-
mentares da sigla; e (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) gislativo por meio de sistema eletrônico, sendo recebidas somente
nos períodos compreendidos entre 1.º de fevereiro e 16 de julho
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e 1.º de agosto e 22 de dezembro de cada sessão legislativa, res- IV - faça sugestão ou recomendação a outro Poder, salvo quan-
salvadas as convocações extraordinárias com base no § 1.º do art. do resultante de relatório de Comissões; (Renumerado pela Reso-
50 da Constituição do Estado. (Redação dada pela Resolução n.º lução n.º 2.633/96)
3.227/21) V - contenha expressão ofensiva ou formule críticas a pessoas
Art. 162. A forma de publicidade de toda a matéria sujeita à ou a outro Poder; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
deliberação da Assembleia Legislativa, além do processo legislativo, VI - vise à Constituição de Comissão de Representação Externa
será feita através do Diário da Assembleia, o qual conterá a ínte- ou Especial para o exame de matéria de competência das Comissões
gra dos discursos, das atas das sessões, das matérias deferidas para Técnicas Permanentes. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
transcrição nos anais e demais assuntos políticos e administrativos VII - proponha a criação ou alteração de região metropolitana,
do Poder. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) aglomeração urbana, microrregião ou rede de municípios sem se
Parágrafo único. As propostas de emendas à Constituição e os fazer acompanhar de documentos comprobatórios do atendimen-
projetos de lei, de decretos legislativos e de resoluções serão pu- to das exigências legais, fornecidos por órgão oficial. (Incluído pela
blicados na forma do art. 108. (Redação dada pela Resolução n.º Resolução n.º 2.865/01)
3.227/21) VIII - seja meramente autorizativa, nos casos em que não seja
Art. 163. As proposições deverão ser redigidas de forma clara e necessária, por força de lei, autorização da Assembleia Legislativa.
sucinta, observando as normas previstas na Lei Complementar n.º (Incluído pela Resolução n.º 2.882/03)
13.447, de 22 de abril de 2010, e apresentadas por meio de siste- IX - institua um bem como integrante ao patrimônio histórico e
ma eletrônico, devendo conter, quanto aos projetos: (Redação dada cultural do Estado sem se fazer acompanhar de manifestação sobre
pela Resolução n.º 3.227/21) a pertinência da declaração do órgão central do Sistema Estadu-
I - ementa; (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) al de Preservação do Patrimônio Cultural ou do órgão responsável
II - divisão em artigos; (Redação dada pela Resolução n.º pela política ambiental do Estado, conforme o caso de referências
3.227/21) históricas e/ou bibliográficas do bem e de demonstração da impor-
III - justificativa em anexo; (Redação dada pela Resolução n.º tância da declaração para a história e a cultura do Rio Grande do
3.227/21) Sul, podendo a proposição vir acompanhada, ainda, de: (Incluído
IV - legislação mencionada no texto da proposição; (Redação pela Resolução n.º 2.990/07)
dada pela Resolução n.º 3.227/21) a) fotografias, mapas, “croquis” e outros que possam identifi-
V - documentos previstos nos incisos II, III, VII e IX do art. 166, car o bem; (Incluído pela Resolução n.º 2.990/07)
ou outros necessários ao processo legislativo, em anexo; (Redação b) em se tratando de entidade ou órgão, cópia dos estatutos
dada pela Resolução n.º 3.227/21) sociais, ata de fundação, legislação ou outro instrumento que com-
VI - requerimento previsto no § 1.º do art. 72-A, se for caso. prove sua existência legal; (Incluído pela Resolução n.º 2.990/07)
(Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) c) em caso de bens imóveis, cópia da respectiva matrícula no
Art. 164. A proposição poderá ser apresentada individualmen- Registro de Imóveis; (Incluído pela Resolução n.º 2.990/07)
te ou coletivamente, sendo considerados autores todos os seus sig- d) delimitação geográfica da área a ser declarada quando per-
natários. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) tencente a um todo maior; (Incluído pela Resolução n.º 2.990/07)
§ 1.º Para fins de tramitação previstos neste Regimento Inter- e) comprovação de que o bem não é objeto de proteção ou
no, considera-se autor somente o identificado como primeiro signa- preservação já prevista em legislação estadual; e(Incluído pela Re-
tário. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) solução n.º 2.990/07)
§ 2.º Quando se tratar de proposição de iniciativa de Comissão, f) outros elementos que o proponente julgar necessários para
são autores os integrantes desta. (Renumerado pela Resolução n.º corroborar a importância da declaração pretendida. (Incluído pela
2.633/96) Resolução n.º 2.990/07)
Art. 165. Não será admitida proposição: (Renumerado pela Re- Art. 167. Cabe recurso ao Plenário, ouvida a Comissão de Cons-
solução n.º 2.633/96) tituição e Justiça, de decisão do Presidente recusando liminarmente
I - manifestamente inconstitucional; (Renumerado pela Reso- qualquer proposição. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
lução n.º 2.633/96)
II - alheia à competência da Assembleia; (Renumerado pela Re- CAPÍTULO II
solução n.º 2.633/96) DA TRAMITAÇÃO
III - anti-regimental; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
IV - inconcludente; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) Art. 168. Recebida a proposição via processo eletrônico, o
V - de conteúdo estranho ao enunciado na ementa. (Renume- Presidente determinará ao Departamento de Assessoramento Le-
rado pela Resolução n.º 2.633/96) gislativo seu cadastramento no sistema eletrônico padrão de pro-
Art. 166. O Presidente devolverá ao autor a proposição que: posições da Casa e esta seguirá sua regular tramitação por meio
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) deste sistema conjuntamente ao processo eletrônico, que será o
I - delegue a outro Poder atribuições privativas do Legislativo; repositório virtual dos documentos legislativos. (Redação dada pela
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) Resolução n.º 3.227/21)
II - referindo-se a texto de lei, decreto, regulamento ou outro § 1.º As proposições serão separadas por espécie e, assim, nu-
dispositivo legal, não se faça acompanhar da respectiva transcrição, meradas por sessão legislativa, segundo a ordem de recebimento,
exceto quando se tratar de Código ou Estatuto; (Renumerado pela devendo as propostas de emenda à Constituição e os projetos, de
Resolução n.º 2.633/96) imediato, serem incluídos na Pauta, obedecida a numeração. (Re-
III - mencionando contrato, concessão ou outro ato, não o numerado pela Resolução n.º 2.633/96)
transcreva; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
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§ 2.º Excetuam-se do disposto no § 1.º as emendas e subemen- b) as matérias previstas nas demais alíneas do inciso anterior,
das, que serão protocoladas junto ao processo eletrônico relativo dependendo de acordo conforme previsto no art. 30, VII, deste Re-
à proposição principal, e numeradas por ordem de recebimento. gimento. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
(Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) § 1.º A alínea “e” do inciso I deste artigo e o parágrafo único
Art. 169. Concluído o período de pauta, a proposição será sub- do art. 20 não terão aplicabilidade quando pelo menos 3 (três) Lí-
metida à Comissão de Constituição e Justiça para emitir parecer deres de Bancada não concordarem com a inclusão de proposição
quanto à legalidade, juridicidade e constitucionalidade da mesma, na Ordem do Dia, sem prejuízo do disposto nas demais alíneas que
o qual será publicado no Diário da Assembleia. (Renumerado pela compõem este artigo. (Renumerado pela Resolução n.º 3.227/21)
Resolução n.º 2.633/96) § 2.º A Ordem do Dia da sessão será definida em reunião de
§ 1.º Contra parecer que decidir pela ilegalidade, inconstitu- Líderes na semana anterior à apreciação das matérias em Plenário,
cionalidade ou injuridicidade de proposição, caberá recurso ao Ple- salvo requerimento verbal de Deputado aprovado pela maioria pre-
nário, interposto por um quinto dos membros da Assembleia, no vista no parágrafo único do art. 20 deste Regimento. (Incluído pela
prazo de cinco dias úteis da publicação a que se refere o art. 64. Resolução n.º 3.227/21)
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) Art. 173. A Assembleia Legislativa, mediante requerimento
§ 2.º Excetuam-se do disposto no “caput” os convênios de subscrito pela maioria de seus membros, pode retirar da Ordem do
ICMS, os créditos adicionais previstos no art. 152 da Constituição Dia, em caso de convocação extraordinária, projeto de lei que não
do Estado e os projetos relativos a revisões de leis do Plano Plu- tenha tramitado no Poder Legislativo por, no mínimo, trinta dias.
rianual, de Diretrizes Orçamentárias e de Orçamentos Anuais que (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
serão encaminhados diretamente à Comissão de Finanças, Plane- Art. 174. Para constituir a Ordem do Dia, deverão ter sido pu-
jamento, Fiscalização e Controle. (Redação dada pela Resolução n.º blicadas no Diário da Assembleia, com antecedência mínima de 48
2.978/06) horas, as seguintes matérias: (Redação dada pela Resolução n.º
Art. 170. Favorável o parecer da Comissão de Constituição e 2.893/03)
Justiça ou, se contrário, rejeitado pelo Plenário, a proposição será I - as proposições a serem discutidas e votadas; (Renumerado
encaminhada ao Departamento de Assessoramento Legislativo, pela Resolução n.º 2.633/96)
que fará a distribuição para as Comissões competentes para opina- II - as mensagens retificativas, emendas e subemendas quando
rem quanto ao mérito, observando, conforme o caso, o rito previsto houver; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
no art. 72-A. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21) III - os vetos; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 171. Poderá ser interposto recurso ao Plenário, no prazo IV - os pareceres; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
de cinco dias úteis, por um décimo dos membros da Casa, da distri- V - outras informações que a Mesa entender necessárias ao
buição efetuada nos termos do artigo anterior. (Renumerado pela esclarecimento do Plenário. (Renumerado pela Resolução n.º
Resolução n.º 2.633/96) 2.633/96)
Art. 172. A proposição que deva ser votada pelo Plenário será Art. 175. A Ordem do Dia será organizada de acordo com a se-
incluída: (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) guinte prioridade: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
I - na Ordem do Dia: (Redação dada pela Resolução n.º I - apreciação de vetos; (Renumerado pela Resolução n.º
2.893/03) 2.633/96)
a) os projetos de iniciativa do Governador, em regime de urgên- II - matérias sob o regime dos arts. 62 e 63 da Constituição do
cia, quando transcorrido o prazo previsto no art. 62, § 1.º, da Cons- Estado; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
tituição do Estado; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) III - proposta de emenda constitucional; (Renumerado pela Re-
b) os vetos, nos termos do art. 66, § 6.º, da Constituição do solução n.º 2.633/96)
Estado; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) IV - projeto de lei complementar; (Renumerado pela Resolução
c) os projetos com tramitação concluída; (Redação dada pela n.º 2.633/96)
Resolução n.º 2.893/03) V - projeto de lei ordinária; (Renumerado pela Resolução n.º
d) as proposições sob o regime do art. 63 da Constituição do 2.633/96)
Estado; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) VI - projeto de decreto legislativo; (Renumerado pela Resolu-
e) as proposições que obtiverem a concordância dos Líderes ção n.º 2.633/96)
das Bancadas Parlamentares, observada a regra do parágrafo único VII - projeto de resolução; (Renumerado pela Resolução n.º
do art. 20; (Redação dada pela Resolução n.º 3.131/14) 2.633/96)
f) os requerimentos, subscritos por Líder de Bancada, aprova- VIII - recursos; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
dos pela maioria dos membros da Assembleia; (Redação dada pela IX - requerimento de Comissões; (Renumerado pela Resolução
Resolução n.º 2.893/03) n.º 2.633/96)
g) os projetos de origem da Mesa, após o período de Pauta, X - requerimento de Deputados; (Renumerado pela Resolução
excetuado o disposto no art. 225 deste Regimento; (Redação dada n.º 2.633/96)
pela Resolução n.º 2.893/03) XI - redação final; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
h) os projetos relativos a contas do Governador, a licenças ao XII - outras matérias. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Governador, Vice-Governador e Deputados, e a Convênios; (Reda- Art. 176. A retirada de proposição, antes do parecer da Comis-
ção dada pela Resolução n.º 2.893/03) são de mérito, poderá ser requerida pelo autor: (Renumerado pela
II - na Ordem do Dia da sessão: (Redação dada pela Resolução Resolução n.º 2.633/96)
n.º 2.893/03) I - ao Presidente da Assembleia, se sobre matéria cuja com-
a) as matérias previstas nas alíneas “a”, “b”, “c” e “g” do inciso petência para exame e votação é do Plenário; (Renumerado pela
anterior, (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05) Resolução n.º 2.633/96)
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II - ao Presidente da Comissão, quando, pela matéria, a essa III - projeto de lei ordinária; (Renumerado pela Resolução n.º
cabe votar conclusivamente. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
2.633/96) IV - projeto de decreto legislativo, destinado a regular matéria
§ 1.º Do indeferimento do pedido de retirada, cabe recurso ao de competência exclusiva da Assembleia Legislativa; (Renumerado
Plenário. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) pela Resolução n.º 2.633/96)
§ 2.º As proposições, excetuados os requerimentos, aquelas V - projeto de resolução, visando a regular matérias de caráter
sob o regime do art. 63 da Constituição Estadual e as decorrentes político ou administrativo e assuntos da economia interna do Poder
de acordo de Líderes, somente poderão ser retiradas da Ordem do Legislativo, de que trata o art. 178 deste Regimento. (Renumerado
Dia mediante requerimento aprovado pelo Plenário. (Redação dada pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide Resolução n.º 2.633/96, que re-
pela Resolução n.º 3.131/14) numerou o art. 178 para 181)
§ 3.º Também poderá ser pedida retirada de proposições que Art. 180. A iniciativa do processo legislativo cabe: (Renumerado
tenham sido arquivadas ou cujo desarquivamento haja sido reque- pela Resolução n.º 2.633/96)
rido. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) I - quanto à emenda constitucional: (Renumerado pela Resolu-
Art. 177. Às proposições cuja iniciativa esteja determinada na ção n.º 2.633/96)
Constituição, aplica-se o disposto no artigo anterior. (Renumerado a) a um terço, no mínimo, dos Deputados; (Renumerado pela
pela Resolução n.º 2.633/96) Resolução n.º 2.633/96)
Art. 178. Finda a legislatura, serão arquivadas as proposições b) ao Governador; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
não votadas, exceto os vetos, as contas do Governador e as propos- c) a mais de um quinto das Câmaras Municipais, manifestando-
tas de emenda à Constituição aprovadas em primeiro turno. (Reda- -se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros; (Renu-
ção dada pela Resolução n.º 2.978/06) merado pela Resolução n.º 2.633/96)
§ 1.º Durante a legislatura, serão arquivadas as proposições d) à iniciativa popular. (Renumerado pela Resolução n.º
cujo autor venha a se afastar definitivamente do mandato. (Reda- 2.633/96)
ção dada pela Resolução n.º 2.978/06) II - quanto às leis complementar e ordinária: (Renumerado pela
§ 2.º O disposto no § 1.º não se aplica à proposição cuja inicia- Resolução n.º 2.633/96)
tiva seja coletiva, desde que as assinaturas remanescentes sejam a) a qualquer membro ou Comissão Técnica da Assembleia,
suficientes à sua regular tramitação. (Redação dada pela Resolução individual ou coletivamente; (Renumerado pela Resolução n.º
n.º 2.978/06) 2.633/96)
§ 3.º Os requerimentos de desarquivamento de propostas de b) à Mesa; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
emenda à Constituição deverão ser subscritos por, no mínimo, 1/3 c) ao Governador; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
(um terço) dos membros da Assembleia, desde que autores da pro- d) ao Tribunal de Justiça; (Renumerado pela Resolução n.º
posição. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) 2.633/96)
§ 4.º Os requerimentos de arquivamento ou desarquivamento e) ao Procurador Geral de Justiça; (Renumerado pela Resolução
de proposições de iniciativa da Mesa e das Comissões deverão ser n.º 2.633/96)
subscritos pela maioria absoluta de seus respectivos membros. (Re- f) às Câmaras Municipais; (Renumerado pela Resolução n.º
dação dada pela Resolução n.º 2.978/06) 2.633/96)
§ 5.º Requerido pelo autor o desarquivamento de proposição, g) aos cidadãos. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
estas serão republicadas em Pauta e obedecerão aos trâmites es- h) Tribunal de Contas; (Incluído pela Resolução n.º 2.958/05)
tabelecidos nos arts. 108 a 110. (Redação dada pela Resolução n.º i) Defensoria Pública; (Incluído pela Resolução n.º 2.958/05)
2.990/07) III - quanto a decreto legislativo e resolução, a qualquer Depu-
§ 6.º Na sessão legislativa em que assumir a Presidência da tado ou Comissão. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Casa, o Presidente terá arquivadas temporariamente todas as pro- Art. 181. As resoluções, com força de lei ordinária, terão como
posições em que figure como primeiro signatário, as quais serão objeto, entre outros, as seguintes matérias: (Renumerado pela Re-
automaticamente desarquivadas ao fim de seu mandato. (Incluído solução n.º 2.633/96)
pela Resolução n.º 3.227/21) I - perda de mandato de Deputado; (Renumerado pela Resolu-
§ 7.º Excetuam-se do disposto nos §§ 1.º e 6.º as proposições ção n.º 2.633/96)
que tenham sido publicadas anteriormente em Ordem do Dia. (In- II. sustação de ação penal e decisão sobre prisão em flagrante
cluído pela Resolução n.º 3.227/21) de Deputado; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
III - licença para o Deputado se afastar do exercício de suas fun-
CAPÍTULO III ções; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
DO PROCESSO LEGISLATIVO IV - aprovação das conclusões de Comissões Especiais ou de
Inquérito; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
SEÇÃO I V - Regimento Interno e suas alterações; (Renumerado pela Re-
DISPOSIÇÕES GERAIS solução n.º 2.633/96)
VI - organização administrativa da Assembleia; (Renumerado
Art. 179. A função legislativa é exercida pela Assembleia por pela Resolução n.º 2.633/96)
meio de: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) VII - criação, transformação e extinção de cargos e funções dos
I - proposta de emenda à Constituição; (Renumerado pela Re- serviços da Assembleia e fixação da respectiva remuneração. (Re-
solução n.º 2.633/96) numerado pela Resolução n.º 2.633/96)
II - projeto de lei complementar; (Renumerado pela Resolução
n.º 2.633/96)
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Art. 182. Estando em curso duas ou mais proposições da mes- § 1.º O substitutivo deverá ser apresentado em forma de pro-
ma espécie, que regulem matéria idêntica ou correlata, a tramitação jeto, modificando e substituindo no todo a proposição e prejudi-
será conjunta quando: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) cando-a no caso de sua aprovação. (Renumerado pela Resolução
I - o Presidente da Assembleia, de ofício, assim o determinar; n.º 2.633/96)
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) § 2.º O substitutivo poderá ser apresentado por iniciativa de
II - Comissão ou Deputado o requerer e o Presidente deferir o qualquer Deputado durante o período de Pauta e, fora deste, so-
pedido. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) mente por Comissão Permanente que tiver competência regimen-
§ 1.º Indeferido o pedido com base no disposto no item II, cabe tal para opinar sobre o mérito da proposição, ou por emenda de
recurso ao Plenário. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) Líder durante a discussão. (Redação dada pela Resolução 2.893/03)
§ 2.º A tramitação conjunta somente será determinada ou de- § 3.º Havendo mais de uma Comissão competente para opi-
ferida na fase de distribuição das proposições. (Renumerado pela nar sobre o mérito, o substitutivo poderá decorrer de uma reunião
Resolução n.º 2.633/96) conjunta das mesmas. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 183. Na tramitação conjunta ou por dependência serão § 4.º O substitutivo apresentado por membros de Comissão,
obedecidas as seguintes normas: (Renumerado pela Resolução n.º após aprovado pela mesma, retornará à Comissão de Constituição
2.633/96) e Justiça, para parecer sobre a legalidade, juridicidade e constitu-
I - terá precedência a proposição mais antiga; (Renumerado cionalidade, com o prazo reduzido à metade. (Renumerado pela
pela Resolução n.º 2.633/96) Resolução n.º 2.633/96)
II - as proposições serão incluídas conjuntamente na Ordem do Art. 187. Não serão admitidas emendas que impliquem aumen-
Dia. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) to da despesa prevista: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Parágrafo único. O regime especial de tramitação de uma pro- I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador, ressalva-
posição estende-se às demais que lhe estejam apensadas. (Renu- do o disposto no art. 152 da Constituição do Estado; (Renumerado
merado pela Resolução n.º 2.633/96) pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 184. A matéria constante de projeto rejeitado somente po- II - nos projetos sobre a organização dos serviços administrati-
derá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, vos da Assembleia Legislativa, dos Tribunais e do Ministério Público.
mediante proposta da maioria absoluta dos Deputados. (Renume- (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
rado pela Resolução n.º 2.633/96) Art. 188. Subemenda é a emenda apresentada por Comissão a
outra emenda, e pode ser supressiva, substitutiva ou aditiva, desde
SEÇÃO II que não incida, a supressiva, sobre emenda com a mesma finalida-
DAS EMENDAS E SUBEMENDAS de. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
Art. 189. Somente serão aceitas emendas ou subemendas que
Art. 185. Emenda é a proposição apresentada como acessória tenham relação direta com a matéria da proposição, facultado o
a outra, sendo a principal qualquer das referidas no art. 176. (Renu- disposto no art. 164. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
merado pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide Resolução n.º 2.633/96, (Vide Resolução n.º 2.633/96, que renumerou o art. 164 para 167)
que renumerou o art. 176 para 179) Art. 190. Denomina-se “substitutivo por fusão” a proposição
Parágrafo único. A emenda, quanto a sua iniciativa, poderá ser: que resulta da fusão de 02 (duas) ou mais proposições principais,
(Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) mediante acordo expresso de seus autores. (Redação dada pela Re-
I - de Mesa; (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) solução n.º 2.893/03)
II - de Líder; (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) Parágrafo único. Aplicam-se ao substitutivo por fusão as regras
III - de Deputado, e (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) pertinentes ao substitutivo, no que couber. (Renumerado pela Re-
IV - de Comissão, quando incorporada ao parecer. (Incluído solução n.º 2.633/96)
pela Resolução n.º 2.893/03)
Art. 186. A emenda poderá ser: (Renumerado pela Resolução CAPÍTULO IV
n.º 2.633/96) DOS RECURSOS
I - supressiva: quando suprimir qualquer parte de uma proposi-
ção; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) Art. 191. Cabe recurso de decisão do Presidente, da Mesa ou
II - aglutinativa: quando resultar da fusão de outras emendas das Comissões, nos casos previstos neste Regimento. (Renumerado
ou com o texto, por transação tendente à aproximação dos respec- pela Resolução n.º 2.633/96)
tivos objetos; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) Art. 192. Não serão conhecidos os recursos que não satisfize-
III - substitutiva, a apresentada como sucedânea: (Redação rem às exigências regimentais, quanto ao prazo de interposição e
dada pela Resolução n.º 2.893/03) ao número de signatários, e que não contenham justificativa ade-
a) de dispositivo; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) quada. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
b) integral de proposição, caso em que passa a denominar-se
substitutivo; (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) CAPÍTULO V
IV - modificativa: quando alterar a proposição sem modificá-la DOS REQUERIMENTOS
substancialmente; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
V - aditiva: quando acrescentar parte a uma proposição. (Renu- Art. 193. Os requerimentos verbais, salvo disposição expressa
merado pela Resolução n.º 2.633/96) neste Regimento, deverão ser decididos pelo Presidente logo que
formulados; os escritos, que deverão ser protocolados junto ao pro-
cesso eletrônico relativo à proposição principal, serão submetidos
ao Plenário. (Redação dada pela Resolução n.º 3.227/21)
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Art. 194. Deverão ser escritos os requerimentos que solicitem: § 1.º O pedido de informação não será aceito se não estiver
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) formulado em termos parlamentares. (Renumerado pela Resolução
I - dispensa de publicação e interstício para votação de redação n.º 2.633/96)
final; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) § 2.º Se as informações não forem prestadas dentro de trinta
II - retirada de proposição nos termos do art. 173, § 2.º; (Renu- dias, o Presidente reiterará o pedido por meio de ofício, salientando
merado pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide Resolução n.º 2.633/96, essa circunstância, e dará conhecimento do fato ao Plenário. (Renu-
que renumerou o art. 173 para 176) merado pela Resolução n.º 2.633/96)
III - audiência de Comissão sobre determinada matéria; (Renu- § 3.º Prestadas as informações, serão entregues cópias das
merado pela Resolução n.º 2.633/96) mesmas ao solicitante. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
IV - discussão e votação de proposições segundo o previsto no
art. 135, I a III; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide CAPÍTULO VII
Resolução n.º 2.633/96, que renumerou o art. 135 para 138) DA MENSAGEM RETIFICATIVA
V - destaque de proposição acessória, ou de parte de proposi-
ção principal, para constituir projeto em separado; (Renumerado Art. 198. O Governador do Estado, o Presidente do Tribunal de
pela Resolução n.º 2.633/96) Justiça, o Procurador-Geral de Justiça, o Presidente do Tribunal de
VI - adiamento de discussão ou de votação; (Renumerado pela Contas do Estado, o Defensor Público-Geral e os Presidentes das
Resolução n.º 2.633/96) Câmaras Municipais poderão encaminhar mensagem retificativa às
VII - encerramento de discussão; (Renumerado pela Resolução proposições de sua iniciativa, antes de as mesmas serem incluídas
n.º 2.633/96) na Ordem do Dia. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
VIII - preferência para votação de determinada proposição; (Re- § 1.º Altera a proposição na forma do “caput”, reiniciar-se-á sua
numerado pela Resolução n.º 2.633/96) tramitação, devendo ser incluída, com a alteração proposta, na Pau-
IX - (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06) ta do primeiro dia útil após o recebimento da mensagem. (Redação
X - consignação de voto de pesar ou congratulatório; (Renume- dada pela Resolução n.º 2.893/03)
rado pela Resolução n.º 2.633/96) § 2.º Os prazos constitucionais e regimentais de tramitação do
XI - criação de Comissão Temporária; (Renumerado pela Reso- projeto passam a contar da data do recebimento da mensagem pela
lução n.º 2.633/96) Assembleia. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
XII - suspensão dos trabalhos de Comissão Temporária durante
o recesso parlamentar; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) TÍTULO V
XIII - realização de sessão extraordinária; (Renumerado pela DAS MATÉRIAS SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Resolução n.º 2.633/96)
XIV - votação de proposição segundo o art. 63 da Constituição CAPÍTULO I
do Estado; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) DAS PROPOSTAS DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO
XV - inclusão de proposição na Ordem do Dia, segundo o previs-
to no art. 169, § 2.º, II. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) Art. 199. A proposta de emenda à Constituição será lida na hora
(Vide Resolução n.º 2.633/96, que renumerou o art. 169 para 172) do Expediente, após publicação no Diário da Assembleia, ficando
§ 1.º Os requerimentos escritos não serão discutidos e sua vo- sobre a Mesa durante as sessões ordinárias, a fim de receber emen-
tação poderá ser encaminhada pelo autor, pelos Líderes de Bancada das, até que se esgote o prazo previsto no art. 108. (Redação dada
ou por Deputado por eles designados. (Redação dada pela Resolu- pela Resolução 2.869/02)
ção n.º 3.227/21) Parágrafo único. Somente poderão ser apresentadas emendas
§ 2.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06) com o mesmo “quorum” mínimo de assinaturas de Deputados pre-
§ 3.º O requerimento de voto de pesar, ou congratulatório, de- visto na alínea “a” do inciso I do art. 180. (Renumerado pela Reso-
vidamente justificado, independente de votação, será apresentado lução n.º 2.633/96)
à Mesa dos trabalhos que decidirá sobre sua inclusão na ata. (Reda- Art. 200. Findo o prazo destinado à apresentação de emendas
ção dada pela Resolução n.º 2.893/03) será a proposta encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça,
Art. 195. Os requerimentos pertinentes à matéria em exa- a qual, dentro de quarenta e cinco dias, improrrogáveis, apresenta-
me, antes dela serão votados. (Renumerado pela Resolução n.º rá parecer sobre sua admissibilidade. (Renumerado pela Resolução
2.633/96) n.º 2.633/96)
§ 1.º Sendo o parecer contrário, será publicado no Diário da
CAPÍTULO VI Assembleia, abrindo-se prazo para recurso nos termos do art. 166,
DOS PEDIDOS DE INFORMAÇÃO parágrafo único. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) (Vide
Resolução n.º 2.633/96, que renumerou o art. 166 para 169)
Art. 196. O pedido de informação objetiva a obtenção de escla- § 2.º Rejeitado o parecer ou quando este for favorável, será a
recimentos oficiais sobre fatos relacionados com matéria legislativa proposta encaminhada ao Departamento de Assessoramento Legis-
em tramitação ou sujeito à fiscalização da Assembleia. (Renumera- lativo para distribuir às comissões de mérito, para exame no prazo
do pela Resolução n.º 2.633/96) de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
Art. 197. Antes de encaminhar o pedido à autoridade compe- § 3.º Esgotado o prazo a que se refere o parágrafo anterior, a
tente, o Presidente mandará averiguar se existe pedido igual ante- proposta e emendas, com ou sem parecer, serão publicadas no Di-
rior ou se já foram prestados esclarecimentos sobre o assunto e, em ário da Assembleia e incluídas na Ordem do Dia. (Renumerado pela
caso afirmativo, o devolverá ao autor com as informações que tiver. Resolução n.º 2.633/96)
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
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§ 4.º A proposta de emenda constitucional com parecer con- V - as emendas parlamentares e de Comissão aos projetos de
trário das Comissões de mérito considerar-se-á rejeitada e será ar- leis orçamentárias serão encaminhadas pelo sistema eletrônico de
quivada por despacho do Presidente da Assembleia. (Renumerado processamento de dados e protocoladas em 02 (duas) vias na Co-
pela Resolução n.º 2.633/96) missão; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
Art. 201. A proposta será submetida a dois turnos de discussão VI - o relator será escolhido em processo de votação, por maio-
e votação, com interstício de três sessões, vedada nessa fase a apre- ria de votos, dentre os membros titulares da Comissão, durante o
sentação de emendas. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) período de Pauta; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
Art. 202. Será aprovada a proposta que obtiver, em ambos os VII - a critério e por solicitação do relator, o Presidente poderá
turnos, três quintos dos votos dos membros da Assembleia, em vo- designar até 02 (dois) sub-relatores; (Redação dada pela Resolução
tação nominal. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) n.º 2.978/06)
Art. 203. Aprovada a proposta, será encaminhada ao Departa- VIII - é facultada ao relator a apresentação de emendas aos
mento de Assessoramento Legislativo para elaborar a redação final, projetos ou subemendas às emendas visando à sua correção ou
obedecidas as disposições dos arts. 146 e 147. (Redação dada pela aprimoramento, suprindo falhas ou omissões; (Redação dada pela
Resolução n.º 2.893/03) Resolução n.º 2.978/06)
Parágrafo único. Aprovada a redação final, a Mesa, no prazo de IX - o parecer do relator deve ser protocolado na Secretaria da
72 horas, promulgará e fará publicar a emenda com o respectivo Comissão com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis, con-
número de ordem. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) tados da data limite para envio do projeto à sanção do Governador;
Art. 204. À tramitação das emendas à Constituição serão apli- (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
cadas as disposições previstas no Capítulo II do Título IV deste Regi- X - a Comissão poderá receber mensagem retificativa do Go-
mento, salvo as que contrariarem o disposto neste Capítulo. (Reda- vernador aos projetos, enquanto não iniciada a votação; (Redação
ção dada pela Resolução n.º 2.893/03) dada pela Resolução n.º 2.978/06)
Art. 205. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada XI - durante a reunião para discussão e votação do parecer do
ou havida por prejudicada não poderá ser objeto de nova propos- relator, observar-se-á o seguinte: (Redação dada pela Resolução n.º
ta na mesma sessão legislativa. (Renumerado pela Resolução n.º 2.978/06)
2.633/96) a) não serão concedidas vistas do parecer; (Redação dada pela
Resolução n.º 2.978/06)
CAPÍTULO II b) os requerimentos de destaque para votação em separado
DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS de emendas serão apresentados durante o período de discussão do
parecer; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
Art. 206. Os projetos de leis orçamentárias, que deverão ser XII - exarado o parecer da Comissão, o projeto será encaminha-
encaminhados à Assembleia nos prazos fixados no art. 152, § 8.º, do ao Departamento de Assessoramento Legislativo para publica-
da Constituição do Estado, serão devolvidos ao Governador, para ção em Ordem do Dia; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
sanção, nos seguintes prazos: (Renumerado pela Resolução n.º XIII - 10 (dez) dias antes de vencerem os prazos previstos nos
2.633/96) incisos I e II do § 9.º do art. 152 da Constituição do Estado, inde-
I - o projeto de lei do plano plurianual até 15 de julho do pri- pendentemente de parecer da Comissão e publicação, os projetos
meiro ano do mandato do Governador, e o projeto de lei de diretri- serão incluídos na Ordem do Dia da sessão. (Redação dada pela Re-
zes orçamentárias até 15 de julho de cada ano; (Renumerado pela solução n.º 2.978/06)
Resolução n.º 2.633/96) Art. 208. É facultado à Comissão de Finanças, Planejamento,
II - os projetos de lei dos orçamentos anuais até 30 de novem- Fiscalização e Controle apresentar emendas e subemendas, em
bro de cada ano. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) qualquer fase, aos projetos de leis orçamentárias. (Redação dada
Art. 207. Na tramitação dos projetos de leis orçamentárias, se- pela Resolução n.º 2.893/03)
rão observadas as seguintes disposições: (Redação dada pela Reso- Parágrafo único. As emendas e subemendas subscritas pela
lução n.º 2.978/06) maioria dos seus membros obrigatoriamente deverão ser vota-
I - o Poder Legislativo dará conhecimento, às instituições e pes- das pelo plenário da Comissão. (Redação dada pela Resolução n.º
soas interessadas, dos projetos de leis orçamentárias, por um prazo 2.893/03)
mínimo de 30 (trinta) dias, antes de submetê-los à apreciação do Art. 209. Não será admitido, nos projetos de leis orçamentá-
Plenário; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) rias, dispositivo que: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
II - publicados no Diário da Assembleia, serão encaminhados à I - não indique especificamente o total da receita cuja arrecada-
Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle para ção autorize; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
recebimento de emendas e emissão de parecer; (Redação dada II - não corresponda à tributação vigente; (Renumerado pela
pela Resolução n.º 2.978/06) Resolução n.º 2.633/96)
III - os projetos terão prioridade para discussão nas sessões or- III - consigne despesa para exercício diverso daquele que a lei
dinárias, até que se esgote o prazo previsto no art. 108; (Redação vai reger; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
dada pela Resolução n.º 2.978/06) IV - autorize ou consigne dotação para função ou cargo efeti-
IV - durante o período de Pauta regimental, poderão ser apre- vo ou não, serviço ou repartição não criados anteriormente por lei;
sentadas emendas populares aos projetos, desde que firmadas por, (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
no mínimo, 500 (quinhentos) eleitores ou encaminhadas por 02 V - dê ao produto de taxas ou quaisquer tributos criados para
(duas) entidades representativas da sociedade; (Redação dada pela fins específicos aplicação diversa da prevista na lei que os criou. (Re-
Resolução n.º 2.978/06) numerado pela Resolução n.º 2.633/96)

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Art. 210. O orçamento da despesa consignará, obrigatoriamen- Art. 216. Decorridos trinta dias do recebimento do veto pela
te, dotações para o cumprimento de todas as leis aprovadas pela Assembleia, será esse submetido ao Plenário, para discussão única
Assembleia. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) e votação nominal, com ou sem parecer das Comissões. (Renume-
Art. 210-A. A Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização rado pela Resolução n.º 2.633/96)
e Controle exercerá o controle da execução do Plano Plurianual me- § 1.º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no
diante apresentação de parecer relativo às informações fornecidas “caput”, o veto será incluído na Ordem do Dia da sessão imediata,
anualmente pelo Poder Executivo, previstas no art. 12 da Lei Com- sobrestadas as demais proposições, até sua votação. (Renumerado
plementar n.º 10.336, de 28 de dezembro de 1994. (Incluído pela pela Resolução n.º 2.633/96)
Resolução n.º 3.029/08) § 2.º Na discussão do veto e encaminhamento de votação, os
§ 1.º Na primeira reunião subsequente à publicação das in- relatores, os Líderes e o autor do projeto, respeitada esta ordem,
formações, a Comissão referida no “caput”, mediante processo de poderão usar da palavra pelo prazo de cinco minutos, e, pela or-
votação por maioria de votos dentre seus membros titulares, desig- dem, qualquer Deputado durante cinco minutos, improrrogáveis.
nará relator que terá prazo de 30 (trinta) dias para apresentação do (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
parecer. (Incluído pela Resolução n.º 3.029/08) § 3.º Na votação de veto, o Presidente pedirá os votos dos De-
§ 2.º O parecer da Comissão de Finanças, Planejamento, Fis- putados que responderão SIM para aceitá-lo e NÃO para rejeitá-lo.
calização e Controle será publicado no Diário da Assembleia e en- (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
caminhado ao Presidente da Assembleia Legislativa com vista a Art. 217. O veto somente será rejeitado pelo voto da maioria
seu envio ao chefe do Poder Executivo para conhecimento, bem absoluta dos membros da Assembleia Legislativa. (Renumerado
como ao Tribunal de Contas do Estado. (Incluído pela Resolução n.º pela Resolução n.º 2.633/96)
3.029/08) § 1.º Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado ao Governa-
dor, para promulgação. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
CAPÍTULO III § 2.º Se, na hipótese do parágrafo anterior, a lei não for pro-
DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR mulgada pelo Governador no prazo de 48 horas o Presidente da
Assembleia a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, ca-
Art. 211. Os projetos de lei complementar terão tramitação or- berá ao 1.º Vice-Presidente fazê-lo. (Renumerado pela Resolução
dinária no período de Pauta, sendo os prazos das Comissões acres- n.º 2.633/96)
cidos de um terço. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 212. Concluída a tramitação nas Comissões, far-se-á pu- CAPÍTULO V
blicar o projeto e emendas, se houver, no Diário da Assembleia, DOS CONVÊNIOS
para inclusão na Ordem do Dia. (Renumerado pela Resolução n.º
2.633/96) Art. 218. Os convênios e acordos em que o Estado seja parte
Parágrafo único. O projeto será considerado aprovado quando serão apreciados pela Assembleia Legislativa no prazo de 30 (trinta)
obtiver maioria absoluta dos votos dos membros da Assembleia. dias. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) § 1.º Excetuam-se do disposto no “caput” os convênios e/ou
Art. 213. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.227/21) acordos celebrados nos termos do art. 155, § 2.°, VI e XII, “g”, da
Constituição Federal e da Lei Complementar Federal n.º 24, de 07
CAPÍTULO IV de janeiro de 1975, não deliberados no prazo estabelecido no § 1.º
DO VETO do art. 28 da Lei n.º 8.820, de 27 de janeiro de 1989, e os previstos
no art. 116, “caput” e § 2.º, da Lei Federal n.º 8.666, de 21 de ju-
Art. 214. A comunicação de veto total ou parcial e suas razões nho de 1993, que serão arquivados, após publicados no Diário da
serão publicadas na integra no Diário da Assembleia corresponden- Assembleia para conhecimento. (Redação dada pela Resolução n.º
te ao primeiro dia útil subsequente ao seu recebimento pela As- 2.978/06)
sembleia Legislativa. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03) § 2.º Os convênios e acordos que estiverem tramitando há mais
Art. 215. Após a publicação será a matéria encaminhada: (Re- de 30 (trinta) dias na Assembleia serão arquivados ao final da ses-
numerado pela Resolução n.º 2.633/96) são legislativa, sendo previamente publicados no Diário da Assem-
I - à Comissão de Constituição e Justiça, se a razão apresentada bleia para conhecimento. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03)
for a inconstitucionalidade do dispositivo; (Renumerado pela Reso-
lução n.º 2.633/96) CAPÍTULO VI
II - às Comissões competentes para examinar o mérito, se o DAS CONTAS DO GOVERNADOR
dispositivo for considerado contrário ao interesse público; (Renu-
merado pela Resolução n.º 2.633/96) Art. 219. Recebidas pela Assembleia as contas do Governador e
III - às Comissões competentes, nos termos dos incisos I e II, as dos demais órgãos que devam ter seus balanços aprovados pela
se invocados ambos os fundamentos. (Renumerado pela Resolução Assembleia, serão elas, após a publicação do Balanço Geral do Es-
n.º 2.633/96) tado e do Parecer do Tribunal de Contas, enviadas à Comissão de
§ 1.º As Comissões, em qualquer hipótese, terão prazo simul- Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, juntamente com a
tâneo de quinze dias para apresentar parecer. (Renumerado pela mensagem governamental. (Vide Resolução n.º 2.881/03)
Resolução n.º 2.633/96)
§ 2.º O veto parcial a mais de um dispositivo poderá ser votado
em partes, nas Comissões e no Plenário, a requerimento de qual-
quer Deputado. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

§ 1.º A Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e CAPÍTULO VIII


Controle deverá apresentar, dentro de trinta dias, parecer que con- DA REFORMA DO REGIMENTO INTERNO
cluirá por projeto de decreto legislativo, aprovando ou desaprovan-
do a matéria, ou determinando outras medidas. (Vide Resolução Art. 225. O Regimento poderá ser modificado através de pro-
n.º 2.881/03) jeto de resolução de iniciativa da Mesa, Comissão Permanente ou
§ 2.º Apresentado o projeto de decreto legislativo, este será de qualquer Deputado. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
imediatamente publicado em Ordem do Dia. (Redação dada pela § 1.º O projeto, após publicado no Diário da Assembleia, será
Resolução n.º 2.893/03) incluído em Pauta, durante 10 dias úteis, para receber emendas.
Art. 220. Não sendo aprovadas as contas ou parte delas, será o (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
expediente enviado à Comissão de Constituição e Justiça para, em § 2.º Dentro do prazo improrrogável de 30 (trinta) dias conta-
nova proposição, indicar as providências. (Renumerado pela Reso- dos do último dia de Pauta, a Comissão de Constituição e Justiça
lução n.º 2.633/96) apresentará parecer sobre o projeto. (Redação dada pela Resolução
Art. 221. Não apresentadas as contas dentro dos prazos previs- n.º 2.893/03)
tos nos arts. 82, XII, e 53, III, da Constituição do Estado, a Comissão § 3.º Concluído o prazo da Comissão, independente de parecer,
de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle tomá-las-á no o projeto será incluído na Ordem do Dia da sessão para discussão e
prazo de 45 (quarenta e cinco) dias. (Redação dada pela Resolução votação. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
n.º 2.893/03) § 4.º A Mesa fará a consolidação e publicação de todas as alte-
Parágrafo único. Tomadas as contas pela Comissão Especial, o rações introduzidas no Regimento Interno, a cada biênio. (Renume-
processo obedecerá a tramitação estabelecida neste Capítulo. (Re- rado pela Resolução n.º 2.633/96)
numerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 222. A prestação de contas, após iniciada a tomada de CAPÍTULO VIII-A
contas, não será óbice à adoção e continuidade das providências DOS PROJETOS DE CONSOLIDAÇÃO DE LEIS
relativas ao processo por crime de responsabilidade nos termos da (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
legislação especial. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 225-A. Os projetos de consolidação de leis estaduais serão
CAPÍTULO VII apreciados pela Comissão de Constituição e Justiça - CCJ a partir do
DAS INDICAÇÕES SUJEITAS À APROVAÇÃO DA ASSEM- recebimento de textos propostos pelo Poder Executivo, pela Mesa
BLEIA ou por qualquer Comissão ou membro da Assembleia Legislativa.
(Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
Art. 223. Recebida pela Assembleia mensagem do Governador § 1.º Recebido o projeto, o Presidente da Assembleia o fará
indicando Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, diretor de publicar no “Diário Oficial da Assembleia Legislativa”, sendo a se-
entidade do sistema financeiro do Estado ou titular de outro car- guir incluído em Pauta por 10 (dez) dias úteis, para recebimento
go que a lei determinar, será publicada e remetida às Comissões de emendas dos Deputados. (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
Técnicas Permanentes, obedecidas as respectivas áreas de atuação. § 2.º Esgotado o prazo estipulado no § 1.º, o projeto de conso-
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) lidação e as emendas dos Deputados serão encaminhados à CCJ, a
Art. 224. A Comissão promoverá arguição pública do indica- qual terá o prazo de 30 (trinta) dias para examinar e emitir parecer
do, em sessão extraordinária. (Renumerado pela Resolução n.º sobre a matéria. (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
2.633/96) § 3.º Para serem aprovados, os textos de consolidação deverão
§ 1.º A escolha do relator será realizada após a arguição públi- preservar o conteúdo original das disposições normativas vigentes,
ca, na própria reunião extraordinária. (Redação dada pela Resolu- vedadas alterações de mérito, sendo permitidas exclusivamente as
ção n.º 3.227/21) seguintes alterações: (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
§ 2.º O relator apresentará o seu relatório em até 2 (duas) reu- I - introdução de novas divisões do texto legal base; (Incluído
niões ordinárias subsequentes após a arguição pública e, em apro- pela Resolução n.º 3.041/09)
vada a escolha pela Comissão, oferecerá esta, junto com o parecer, II - diferente colocação e numeração dos artigos consolidados;
projeto de decreto legislativo que, publicado, será votado na Ordem (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
do Dia da segunda sessão ordinária seguinte. (Redação dada pela III - fusão de disposições repetitivas ou de valor normativo
Resolução n.º 3.227/21) idêntico; (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
§ 3.º Contrário o parecer, a indicação governamental será enca- IV - atualização da denominação de órgãos e entidades da ad-
minhada ao arquivo, por despacho do Presidente, cabendo recurso ministração pública; (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
ao Plenário a qualquer Deputado, no prazo de cinco dias. (Renume- V - atualização de termos antiquados e modos de escrita ultra-
rado pela Resolução n.º 2.633/96) passados; (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
§ 4.º Recebido o recurso, o parecer será submetido ao Plenário VI - atualização do valor monetário, inclusive das penas pecuni-
que: (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) árias, com base em indexador padrão estabelecido em Lei; (Incluído
I - o aprovando, remeterá a indicação definitivamente ao arqui- pela Resolução n.º 3.041/09)
vo; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) VII - eliminação de ambiguidades decorrentes do mau uso do
II - o rejeitando, encaminhará o expediente à Comissão para vernáculo; (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
que esta apresente, na sessão ordinária seguinte, o projeto de de- VIII - homogeneização terminológica do texto; (Incluído pela
creto legislativo a que se refere o § 1.º. (Renumerado pela Resolu- Resolução n.º 3.041/09)
ção n.º 2.633/96)

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

IX - supressão dos dispositivos declarados inconstitucionais Art. 228. Caso o autor da proposta não aceite a conclusão pelo
pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal de Justiça do Esta- arquivamento, poderá no prazo de cinco dias úteis, recorrer da de-
do; (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09) cisão ao Plenário, o qual decidirá soberanamente sobre o recurso.
X - indicação de dispositivos não recepcionados pelas Consti- (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
tuições Federal e Estadual; (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09) § 1.º Rejeitado o recurso, o expediente será arquivado. (Renu-
XI - declaração expressa de dispositivos implicitamente revo- merado pela Resolução n.º 2.633/96)
gados por leis posteriores. (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09) § 2.º Acolhido o recurso, a Mesa mandará elaborar projeto de
§ 4.º Verificada a existência de dispositivos visando à alteração decreto legislativo. (Redação dada pela Resolução n.º 2.893/03)
ou supressão de matéria de mérito, deverão ser formuladas emen- Art. 228-A. Apresentado o projeto de decreto legislativo, este
das, para a manutenção do texto da consolidação. (Incluído pela será imediatamente incluído na Ordem do Dia. (Incluído pela Reso-
Resolução n.º 3.041/09) lução n.º 2.893/03)
§ 5.º As emendas aditivas apresentadas ao texto do projeto vi-
sam à adoção de normas excluídas, e as emendas supressivas, à TÍTULO VI
retirada de dispositivos conflitantes com as regras legais em vigor. DA INTERPRETAÇÃO E OBSERVÂNCIA DO REGIMENTO
(Incluído pela Resolução n.º 3.041/09)
§ 6.º A CCJ, ao examinar o texto, fará as alterações necessárias CAPÍTULO I
para adaptar seu conteúdo ao disposto neste artigo. (Incluído pela DAS QUESTÕES DE ORDEM
Resolução n.º 3.041/09)
§ 7.º Para a consecução do previsto nos §§ 2.º e 6.º, a CCJ ou o Art. 229. Considera-se questão de ordem toda dúvida suscitada
Relator poderão requisitar servidores lotados no Gabinete de Con- sobre a interpretação deste Regimento, no que se relaciona com a
sultoria Legislativa e procuradores da Assembleia Legislativa, para sua prática ou com a Constituição. (Renumerado pela Resolução n.º
prestar-lhes assessoramento. (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09) 2.633/96)
§ 8.º Poderá também a Comissão, isolada ou conjuntamente, § 1.º A questão de ordem deve ser objetiva, claramente for-
propor que as emendas e sugestões consideradas de mérito sejam mulada, com a indicação precisa das disposições regimentais cuja
destacadas para constituírem projetos autônomos, os quais deve- observância se pretenda elucidar, e referir-se à matéria tratada na
rão ser apreciados pela Assembleia, dentro das normas regimentais ocasião. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
aplicáveis à tramitação dos demais projetos de lei. (Incluído pela § 2.º Se o suscitante não indica, inicialmente, as disposições
Resolução n.º 3.041/09) em que se assenta a questão de ordem, o Presidente cassará sua
§ 9.º Qualquer alteração proposta ao texto de consolidação de- palavra. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
verá ser fundamentada com a indicação do dispositivo legal perti- § 3.º O prazo para formulação ou contestação da questão de
nente. (Incluído pela Resolução n.º 3.041/09) ordem não poderá exceder a três minutos. (Renumerado pela Re-
Art. 225-B. O projeto de consolidação será incluído na Ordem solução n.º 2.633/96)
do Dia com tramitação concluída. (Incluído pela Resolução n.º § 4.º Formulada a questão de ordem e facultada a sua contes-
3.041/09) tação a um Deputado, será ela resolvida pelo Presidente, não sendo
permitido ao suscitante opor-se à decisão ou criticá-la na sessão em
CAPÍTULO IX que for proferida. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
DA SUSTAÇÃO DE ATOS NORMATIVOS DO PODER EXECU- § 5.º Inconformado com a decisão, poderá o Deputado reque-
TIVO rer, por escrito, reconsideração ao Presidente ou para o Plenário,
sem efeito suspensivo, ouvindo-se, em ambas as hipóteses, a Co-
Art. 226. Compete a qualquer Deputado ou Comissão Perma- missão de Constituição e Justiça, que terá prazo máximo de três
nente propor a sustação de atos normativos do Poder Executivo que sessões, para apresentar seu parecer. (Renumerado pela Resolução
exorbitem do poder regulamentar. (Renumerado pela Resolução n.º n.º 2.633/96)
2.633/96) Art. 230. As decisões sobre questões de ordem serão registra-
Art. 227. A proposta de sustação será encaminhada à Comissão das em livro específico, e a Mesa elaborará projeto de resolução
de Constituição e Justiça que, no caso de acolhimento, abrirá prazo propondo, se for o caso, as alterações regimentais delas decorren-
de dez dias para que o Poder Executivo defenda a validade do ato tes. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
impugnado, contados da data do ofício do Presidente da Assem-
bleia comunicando a decisão ao Governador. (Renumerado pela CAPÍTULO II
Resolução n.º 2.633/96) DAS RECLAMAÇÕES
§ 1.º Conhecidas as razões do Poder Executivo, a Comissão de
Constituição e Justiça deliberará na forma regimental. (Renumera- Art. 231. Qualquer Deputado poderá solicitar o uso da palavra,
do pela Resolução n.º 2.633/96) durante as sessões do Plenário ou reuniões de Comissão, para exi-
§ 2.º Se a Comissão deliberar pela procedência da impugnação, gir a observância de dispositivo regimental, o que fará utilizando
encaminhará à Mesa projeto de decreto legislativo sustando o ato a expressão “para reclamação”. (Renumerado pela Resolução n.º
impugnado. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) 2.633/96)
§ 3.º Se a deliberação for pela legalidade do ato em exame, § 1.º As reclamações durante o período da Ordem do Dia fi-
proporá à Mesa o arquivamento da proposta de sustação. (Renu- carão restritas a matérias que nela figurem ou nos casos de des-
merado pela Resolução n.º 2.633/96) respeito ao Regimento Interno. (Renumerado pela Resolução n.º
2.633/96)

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

§ 2.º Aplicam-se às reclamações as normas referentes às ques- CAPÍTULO VI


tões de ordem. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) DO DECORO PARLAMENTAR
(REVOGADO pela Resolução n.º 2.514/93)
TÍTULO VII
DOS DEPUTADOS Art. 247. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
(REVOGADO PELA RESOLUÇÃO N.º 2.514/93) 2.633/95)
Art. 248. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
CAPÍTULO I 2.633/95)
DO EXERCÍCIO DO MANDATO Art. 249. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
(REVOGADO pela Resolução n.º 2.514/93) 2.633/95)
Art. 250. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
Art. 232. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/95)
2.633/95) Art. 251. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
Art. 233. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/95)
2.633/95) Art. 252. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
2.633/95)
CAPÍTULO II
DAS LICENÇAS CAPÍTULO VII
(REVOGADO pela Resolução n.º 2.514/93) DA LICENÇA PARA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO CRIMI-
NAL CONTRA DEPUTADO
Art 234. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/95) (REVOGADO pela Resolução n.º 2.514/93)
Art 235. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/95)
Art.253. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
CAPÍTULO III 2.633/95)
DA REMUNERAÇÃO DOS DEPUTADOS Art. 254. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
(REVOGADO pela Resolução n.º 2.514/93) 2.633/95)
Art. 255. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
Art 236. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/95) 2.633/95)
Art. 237. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
2.633/95) TÍTULO VIII
Art. 238. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º DISPOSIÇÕES GERAIS
2.633/95)
Art. 239. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º CAPÍTULO I
2.633/95) DAS CONVOCAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS DA ASSEMBLEIA
Art. 240. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º
2.633/95) Art. 256. A Assembleia será convocada extraordinariamente:
Art. 241. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
2.633/95) I - pelo Governador; (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
II - por seu Presidente, para deliberar sobre prisão de Deputa-
CAPÍTULO IV dos em flagrante de crime inafiançável; no caso de decretação de
DA VACÂNCIA estado de defesa ou estado de sítio pelo Governo Federal ou de
(REVOGADO pela Resolução n.º 2.514/93) intervenção federal no Estado e para o compromisso e posse do
Governador e do Vice-Governador do Estado; (Renumerado pela
Art. 242. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º Resolução n.º 2.633/96)
2.633/95) III - pela maioria de seus membros. (Renumerado pela Resolu-
Art. 243. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º ção n.º 2.633/96)
2.633/95) § 1.º Na sessão legislativa extraordinária, a Assembleia Legis-
lativa deliberará, exclusivamente, sobre a matéria da convocação.
CAPÍTULO V (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
DA CONVOCAÇÃO DE SUPLENTE § 2.º Nas primeiras quarenta e oito horas, a contar da publi-
(REVOGADO pela Resolução n.º 2.514/93) cação na Ordem do Dia, a matéria da convocação poderá receber
emendas. (Incluído pela Resolução n.º 2.856/01)
Art. 244. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º § 3.º A sessão legislativa extraordinária ocorrerá sem ônus adi-
2.633/95) cional para o Estado. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
Art. 246. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º § 4.º (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06)
2.633/95)

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

CAPÍTULO II § 2.º Se a convocação for considerada como imprescindível e


DA POSSE DO GOVERNADOR E DO VICE-GOVERNADOR de urgência, o prazo para comparecimento será definido pelo órgão
convocante e não poderá ser inferior a 24 (vinte e quatro) horas,
Art. 257. A sessão destinada à posse do Governador e do Vi- nem superior a 05 (cinco) dias úteis. (Redação dada pela Resolução
ce-Governador será solene. (Renumerado pela Resolução n.º n.º 2.826/00)
2.633/96) § 3.º Quando a convocação não for considerada imprescindível
§ 1.º O Governador e o Vice-Governador eleitos serão recebi- e urgente, o comparecimento de Secretário de Estado seguirá o rito
dos na Esplanada do Palácio Farroupilha por uma comissão de ser- determinado pelo art. 260 e seguintes deste regimento. (Redação
vidores do Cerimonial, que os acompanhará até o Salão Nobre onde dada pela Resolução n.º 2.826/00)
os aguardará uma comissão de Deputados, designada pelo Presi- § 4.º Quando a convocação for para dirigente da Administração
dente, para conduzi-los ao Plenário. (Renumerado pela Resolução Indireta ou servidor público de qualquer órgão do Poder Executivo,
n.º 2.633/96) excetuada a questão protocolar, o rito de convocação será o mes-
§ 2.º No Plenário, o Governador e o Vice-Governador, que se- mo. (Redação dada pela Resolução n.º 2.826/00)
rão recebidos de pé pela assistência, tomarão assento à Mesa, à § 5.º O convite a dirigente da Administração Indireta ou a ser-
direita do Presidente. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) vidor público de qualquer órgão será encaminhado com antecedên-
§ 3.º A convite do Presidente, o Governador e o Vice-Governa- cia de, no mínimo, 5 (cinco) dias da data da audiência. (Incluído pela
dor, sucessivamente, proferirão o seguinte compromisso, manten- Resolução n.º 2.958/05)
do-se de pé todos os presentes: (Renumerado pela Resolução n.º Art. 260. A Assembleia Legislativa reunir-se-á em sessão espe-
2.633/96) cial toda vez que, perante o Plenário, deva ser ouvido Secretário de
“Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar Estado. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
as leis e patrocinar o bem-comum do povo rio-grandense”. (Renu- § 1.º O Secretário de Estado terá assento na primeira bancada,
merado pela Resolução n.º 2.633/96) até o momento de ocupar a tribuna, ficando subordinado às nor-
§ 4.º Finda a sessão, o Governador, o Vice-Governador e de- mas estabelecidas para o uso da palavra pelos Deputados; perante
mais autoridades serão acompanhados pelos membros da Mesa Comissão, ocupará o lugar à direita do Presidente. (Renumerado
até o Salão Nobre. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) pela Resolução n.º 2.633/96)
§ 2.º Não poderá ser marcado o mesmo horário para o com-
CAPÍTULO III parecimento de mais de um Secretário de Estado à Casa, salvo em
DO COMPARECIMENTO DE SECRETÁRIO DE ESTADO caráter excepcional, quando a matéria lhes disser respeito conjun-
tamente, nem se admitirá sua convocação simultânea por mais de
Art. 258. O Secretário de Estado comparecerá perante o Plená- uma Comissão. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
rio da Assembleia Legislativa ou de suas Comissões: (Renumerado § 3.º O Secretário de Estado somente poderá ser aparteado ou
pela Resolução n.º 2.633/96) interpelado sobre o assunto objeto de sua exposição ou matéria
I - quando convocado para prestar, pessoalmente, informações pertinente ao convite ou à convocação. (Redação dada pela Reso-
sobre assunto previamente determinado; (Renumerado pela Reso- lução n.º 2.958/05)
lução n.º 2.633/96) § 4.º Em qualquer hipótese, a presença de Secretário de Estado
II - quando convidado ou por sua iniciativa, mediante entendi- no Plenário não poderá ultrapassar o horário normal da sessão or-
mento com a Mesa ou Presidência de Comissão, respectivamente, dinária da Assembleia. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96).
para expor assunto de relevância da sua Secretaria. (Redação dada Art. 261. Na hipótese de convocação, o Secretário encaminhará
pela Resolução n.º 2.958/05) ao Presidente da Assembleia ou da Comissão, até a sessão anterior
§ 1 .º O convite será deliberado pela Assembleia Legislativa ou à da sua presença na Casa, sumário da matéria de que virá tratar,
pela Comissão por maioria de votos, presente a maioria absoluta de para distribuição aos Deputados. (Renumerado pela Resolução n.º
seus membros. (Redação dada pela Resolução n.º 2.958/05) 2.633/96)
§ 2.º A convocação de Secretário de Estado será deliberada § 1.º Após a exposição inicial, que não excederá quinze mi-
pela Assembleia Legislativa ou Comissão, por maioria da respecti- nutos, o Secretário responderá ao temário objeto de convocação,
va composição plenária, a requerimento de qualquer Deputado ou iniciando-se, então, as interpelações dos Deputados, observada a
membro de Comissão, conforme o caso. (Redação dada pela Reso- ordem dos itens formulados e, para cada Deputado, a de sua ins-
lução n.º 2.958/05) crição, cabendo sempre a preferência ao autor do item em debate.
Art. 259. A convocação de Secretário de Estado, solicitada pela (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Assembleia, por suas Comissões Permanentes ou Comissões Tem- § 2.º Se o Secretário, em sua exposição, versar matéria estra-
porárias, será comunicada àquela autoridade através do Governa- nha ao temário prefixado, poderá ser interpelado também sobre
dor, mediante ofício da Presidência, que conterá a indicação do ela, logo que se esgotem os itens do questionário objeto da convo-
assunto motivo da convocação. (Redação dada pela Resolução n.º cação. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
2.826/00) Art. 261-A. Na hipótese de convite a Secretário, aplicam-se as
§ 1.º O Secretário que não comparecer, sem justificação ade- disposições previstas nos arts. 260 e 261. (Incluído pela Resolução
quada, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, contados do recebimento n.º 2.958/05)
da convocação, estará incorrendo em crime de responsabilidade.
(Redação dada pela Resolução n.º 2.826/00)

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

CAPÍTULO IV § 3.º Caso o expositor se desvie do assunto, ou perturbe a or-


DO COMPARECIMENTO DO PROCURADOR-GERAL DE dem dos trabalhos, o Presidente da Comissão poderá adverti-lo,
JUSTIÇA E DO DEFENSOR PÚBLICO-GERAL cassar-lhe a palavra ou determinar a sua retirada do recinto. (Inclu-
(Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) ído pela Resolução n.º 2.893/03)
§ 4.º A parte convidada poderá valer-se de assessores creden-
Art. 262. Comparecerão anualmente, à Assembleia Legislativa, ciados, se para tal fim tiver obtido o consentimento do Presidente
para relatarem as atividades e necessidades do Ministério Público da Comissão. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03)
e da Defensoria Pública, em sessão especial pública, a ser realizada § 5.º Os Deputados inscritos para interpelar o expositor pode-
no horário destinado às sessões ordinárias, respectivamente: (Re- rão fazê-lo estritamente sobre o assunto da exposição, pelo prazo
dação dada pela Resolução n.º 2.978/06) de três minutos, tendo o interpelado igual tempo para responder,
I - o Procurador-Geral de Justiça, nos termos do § 3.º do art. facultadas a réplica e a tréplica, pelo mesmo prazo, vedado ao ora-
108 da Constituição do Estado, no primeiro semestre da sessão le- dor interpelar qualquer dos presentes. (Incluído pela Resolução n.º
gislativa; (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) 2.893/03)
II - o Defensor Público-Geral nos termos do § 4.º do art. 120 da Art. 262-C. Não poderão ser convidados a depor em reunião
Constituição do Estado, no segundo semestre da sessão legislativa. de audiência pública os membros de representação diplomática es-
(Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) trangeira. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03)
§ 1.º A data da sessão especial pública, referida no “caput” des- Art. 262-D. Da reunião de audiência pública lavrar-se-á ata, ar-
te artigo, será previamente acordada entre o Procurador-Geral de quivando-se, no âmbito da Comissão, os pronunciamentos escritos
Justiça ou o Defensor Público-Geral e o Presidente da Assembleia e documentos que os acompanharem. (Incluído pela Resolução n.º
Legislativa. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) 2.893/03)
§ 2.º Após a exposição do Procurador-Geral de Justiça ou do Parágrafo único. Será admitido, a qualquer tempo, o traslado
Defensor Público-Geral, os Deputados poderão manifestar-se e for- de peças ou fornecimento de cópias aos interessados. (Incluído pela
mular questões. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) Resolução n.º 2.893/03)

CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA TRIBUNA POPULAR
(Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) (Incluído pela Resolução n.º 2.978/06)

Art. 262-A. Cada Comissão poderá realizar, isoladamente ou Art. 262-E. A Tribuna Popular será realizada na primeira quin-
em conjunto com o Fórum Democrático de Desenvolvimento Regio- ta-feira de cada mês, após a leitura do Expediente, por uma única
nal, audiência pública com entidade da sociedade civil para instruir entidade da sociedade civil, durante 10 (dez) minutos, sem apartes.
matéria legislativa em trâmite, bem como para tratar de assuntos (Incluído pela Resolução n.º 2.978/06)
de interesse público relevante, atinentes à sua área de atuação, § 1.º Para fazer uso da Tribuna Popular, as entidades deverão
mediante proposta de qualquer Deputado ou a pedido de entidade encaminhar requerimento à Presidência da Assembleia, com an-
interessada. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06) tecedência de, no mínimo, 72 (setenta e duas) horas, informando:
§ 1.º As audiências públicas serão presenciais, ficando facul- (Incluído pela Resolução n.º 2.978/06)
tada a realização na modalidade híbrida ou virtual, mediante re- I - dados que identifiquem a entidade; (Incluído pela Resolução
querimento verbal de um de seus integrantes na reunião da Comis- n.º 2.978/06)
são na semana anterior à realização da audiência pública, os quais II - nome do representante da entidade que usará da palavra; e
decidirão pela maioria absoluta dos seus membros. (Incluído pela (Incluído pela Resolução n.º 2.978/06)
Resolução n.º 3.227/21) III - assunto a ser tratado. (Incluído pela Resolução n.º 2.978/06)
§ 2.º A reunião de audiência pública de que trata o “caput” será § 2.º Os requerimentos para a realização da Tribuna Popular se-
destinada exclusivamente para discussão do assunto para o qual foi rão deliberados pela Mesa. (Incluído pela Resolução n.º 2.978/06)
convocada. (Renumerado pela Resolução n.º 3.227/21) § 3.º O representante da entidade deverá integrar a diretoria,
Art. 262-B. Aprovada reunião de audiência pública, a Comis- preferencialmente, ou seu quadro de associados, e deverá compa-
são selecionará, para serem ouvidas, as autoridades, as pessoas recer à sessão plenária em traje passeio completo. (Incluído pela
interessadas e os especialistas ligados às entidades participantes, Resolução n.º 2.978/06)
cabendo ao Presidente da Comissão expedir os convites. (Incluído § 4.º Excetuam-se das vedações previstas nos incisos I e VIII do
pela Resolução n.º 2.893/03) art. 95 e no art. 278 deste Regimento os representantes das entida-
§ 1.º Na hipótese de haver defensores e opositores relativa- des da sociedade civil que farão uso da Tribuna Popular. (Incluído
mente à matéria objeto de exame, a Comissão procederá de forma pela Resolução n.º 2.978/06)
que possibilite a audiência das diversas correntes de opinião. (Inclu- § 5.º Nas sessões ordinárias em que se realizar a Tribuna Po-
ído pela Resolução n.º 2.893/03) pular, no período das Comunicações será assegurada a palavra a 14
§ 2.º O convidado deverá limitar-se ao tema ou questão em (quatorze) Deputados. (Incluído pela Resolução n.º 2.978/06)
debate e disporá, para tanto, de vinte minutos, prorrogáveis a juízo § 6.º A Tribuna Popular a ser realizada no mês de março é de-
da Comissão, não podendo ser aparteado. (Incluído pela Resolução nominada Tribuna da Mulher e será destinada a entidades da socie-
n.º 2.893/03) dade civil que tratem das questões de gênero. (Incluído pela Reso-
lução n.º 2.978/06)

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CAPÍTULO VII CAPÍTULO III


DA CONSULTA PÚBLICA ON-LINE DA PROCURADORIA DA ASSEMBLEIA
(Incluído pela Resolução n.º 3.227/21)
Art. 268. A Procuradoria da Assembleia Legislativa reger-se-á
Art. 262-F. As Comissões de mérito poderão realizar consultas por regulamento próprio, que, aprovado pelo Plenário, integrará
públicas on-line para recebimento de sugestões e contribuições aos este Regimento. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
textos das proposições, durante o período de tramitação na Comis-
são, mediante requerimento verbal, do respectivo relator, a ser de- CAPÍTULO IV
liberado pela Comissão. (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) DA ORDEM E DO PODER DE POLÍCIA DA ASSEMBLEIA
§ 1.º O requerimento verbal do relator será aprovado por maio-
ria absoluta dos membros da Comissão. (Incluído pela Resolução Art. 269. A Mesa fará manter a ordem e a disciplina no Palácio
n.º 3.227/21) Farroupilha e demais dependências da Assembleia Legislativa, tan-
§ 2.º Quando aprovada pela Comissão, o prazo do relator será to internas como externas, sob a suprema direção do Presidente,
sobrestado para o recebimento de sugestões e contribuições públi- sem intervenção dos outros Poderes. (Renumerado pela Resolução
cas, e a proposição ficará disponível para consulta pública on-line n.º 2.633/96)
por 7 (sete) dias, improrrogáveis, contados da data da aprovação Art. 270. Para efeito do disposto no artigo anterior, a Mesa,
pelos membros da Comissão. (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) logo depois de eleita, escolherá dois de seus membros efetivos para
§ 3.º Findo o prazo estabelecido no § 2.º, o relator reunirá so- as funções de Corregedor e Corregedor substituto. (Renumerado
mente as sugestões e as contribuições apresentadas atinentes à pela Resolução n.º 2.633/96)
matéria colocada em consulta pública e decidirá pela conveniência Art. 271. O policiamento da Assembleia será realizado pelo
de acolhê-las. (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) serviço de segurança próprio auxiliado, no policiamento externo,
§ 4.º Poderão participar da consulta pública on-line qualquer por agentes da corporação militar do Estado, postos à exclusiva dis-
cidadão, empresas privadas, entidades da sociedade civil e repre- posição da Mesa e dirigidos por pessoa que o Presidente designar.
sentantes de órgãos públicos (ou de órgãos da administração públi- (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
ca). (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) Parágrafo único. Em caso de grave ameaça de perturbação da
§ 5.º Cada proposição poderá ser submetida a uma consul- ordem, a Mesa poderá requisitar ao Poder Executivo o auxílio de
ta pública on-line durante sua tramitação, exceto quando houver agentes das policias civil e militar, que serão dirigidos na forma do
substitutivo ou mensagem retificativa apresentados no âmbito das artigo anterior. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Comissões. (Incluído pela Resolução n.º 3.227/21) Art. 272. Quando em dependência da Assembleia for cometido
algum delito, instaurar-se-á inquérito. (Renumerado pela Resolução
TÍTULO IX n.º 2.633/96)
DA ADMINISTRAÇÃO E DA ECONOMIA INTERNA § 1.º Presidirá o inquérito: (Renumerado pela Resolução n.º
2.633/96)
CAPÍTULO I I - o Corregedor ou o Corregedor substituto, se o delito for
DO CREDENCIAMENTO DE ENTIDADES E DE IMPRENSA cometido por parlamentar; (Renumerado pela Resolução n.º
2.633/96)
Art. 263. O Poder Legislativo poderá credenciar entidades ci- II - funcionário indicado pela Mesa, nos demais casos. (Renu-
vis, representativas de segmentos sociais, legalmente constituídas merado pela Resolução n.º 2.633/96)
e organizadas em âmbito estadual, para participar das atividades § 2.º Serão observados, no inquérito, as leis de processo e os
das Comissões Permanentes, com direito a voz. (Renumerado pela regulamentos policiais do Estado, no que lhe forem aplicáveis. (Re-
Resolução n.º 2.633/96) numerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 264. Os órgãos de imprensa poderão credenciar seus pro- § 3.º A Assembleia poderá solicitar a cooperação técnica de
fissionais perante a Assembleia, para exercício de suas atividades órgãos policiais especializados ou requisitar servidores de seus qua-
jornalísticas de informação e divulgação. (Renumerado pela Reso- dros para auxiliar na realização do inquérito. (Renumerado pela Re-
lução n.º 2.633/96) solução n.º 2.633/96)
Art. 265. Caberá à Mesa expedir as credenciais a que se referem § 4.º Servirá de escrivão funcionário estável da Assembleia,
os artigos anteriores. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) designado pela autoridade que presidir o inquérito. (Renumerado
Art. 266. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06) pela Resolução n.º 2.633/96)
§ 5.º O inquérito será enviado, após a sua conclusão, à auto-
CAPÍTULO II ridade judiciária competente. (Renumerado pela Resolução n.º
DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS 2.633/96)
§ 6.º Em caso de flagrante de crime inafiançável, realizar-se-
Art. 267. O Regulamento Geral da Assembleia Legislativa do -á a prisão do agente da infração, que será entregue com o auto
Estado do Rio Grande do Sul, aprovado por resolução do Plenário, respectivo à autoridade judicial competente, ou, no caso de parla-
disporá sobre a organização, funcionamento, polícia, criação, trans- mentar, ao Presidente da Assembleia, atendendo-se, nesta hipóte-
formação e extinção de cargos e funções de seus serviços adminis- se, ao prescrito nos arts. 251 e 252. (Renumerado pela Resolução
trativos. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) n.º 2.633/96) (Vide Resolução n.º 2.633/96, que renumerou os arts.
Parágrafo único. Incumbe à Mesa expedir normas ou instru- 251 e 252 para 254 e 255, respectivamente)
ções complementares àquele regulamento. (Renumerado pela Re-
solução n.º 2.633/96)
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

Art. 273. É proibido portar armas, de qualquer espécie, nas Art. 279. Nos locais reservados para a imprensa só serão ad-
dependências da Assembleia, salvo em se tratando dos agentes da mitidos os representantes dos órgãos de comunicação previa-
polícia privativa, se autorizados pela Mesa, e dos agentes da corpo- mente credenciados pela Mesa. (Renumerado pela Resolução n.º
ração militar do Estado a que se refere o art. 273. (Renumerado pela 2.633/96)
Resolução n.º 2.633/96) (Vide Resolução n.º 2.633/96, que renume- Art. 280. É proibido o exercício de comércio, inclusive rifas e
rou o art. 273 para 277) sorteios, nas dependências da Assembleia, salvo expressa autoriza-
Art. 274. O Deputado, ao ingressar nas dependências da As- ção da Mesa. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
sembleia portando arma, entregar-la-á, mediante recibo, no local Parágrafo único. A infração a este artigo cometida por servidor
designado pela Mesa, a funcionário por esta incumbido de guardá- da Assembleia constitui falta disciplinar. (Renumerado pela Resolu-
-la. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) ção n.º 2.633/96)
§ 1.º Incumbe ao Corregedor ou ao Corregedor substituto su-
pervisionar a proibição de porte de arma. (Renumerado pela Reso- CAPÍTULO V
lução n.º 2.633/96) DA ADMINISTRAÇÃO
§ 2.º O poder de supervisionar a que se refere o parágrafo an-
terior inclui o de mandar revistar e desarmar. (Renumerado pela Art. 281. A administração contábil, orçamentária, financeira,
Resolução n.º 2.633/96) operacional e patrimonial e o sistema de controle interno serão
§ 3.º O desrespeito ao disposto no “caput” deste artigo cons- coordenados e executados por órgãos próprios, integrantes da es-
titui falta de decoro parlamentar. (Renumerado pela Resolução n.º trutura dos serviços administrativos da Assembleia Legislativa. (Re-
2.633/96) numerado pela Resolução n.º 2.633/96)
Art. 275. É permitido a qualquer pessoa ingressar e permanecer § 1.º As despesas da Assembleia Legislativa, dentro dos limites
no edifício principal da Assembleia Legislativa do Estado e em seus das disponibilidades orçamentárias consignadas no orçamento do
anexos durante o expediente, assistir as sessões plenárias e as reu- Estado e créditos adicionais serão devidamente autorizadas pelo
niões das Comissões. (Redação dada pela Resolução n.º 2.825/00) 1.º Secretário. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96)
§ 1.º As pessoas que se comportarem de forma inconveniente § 2.º Serão encaminhados mensalmente à Mesa, para aprecia-
serão compelidas a sair, imediatamente, das dependências da As- ção, os balancetes analíticos e demonstrativos da execução orça-
sembleia. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) mentária, financeira e patrimonial. (Renumerado pela Resolução
§ 2.º O Presidente, para manter a ordem, poderá determinar n.º 2.633/96)
que as galerias sejam total ou parcialmente evacuadas. (Renumera- § 3.º A autorização de empenho de despesa com publicações
do pela Resolução n.º 2.633/96) de Comissões, de Coordenadorias de Bancada ou de Gabinetes Par-
§ 3.º Quando, nas dependências da Assembleia, alguém per- lamentares será da responsabilidade individual do Presidente da
turbar a ordem, o Presidente manda-lo-á pôr em custódia, se de- Comissão, do Líder da Bancada ou do Deputado, respectivamente,
satendida a advertência que se lhe fizer, e feitas as averiguações competindo à Superintendência Administrativa e Financeira as pro-
necessárias, manda-lo-á soltar ou entregar, mediante ofício do 1.º vidências de execução, inclusive licitatórias, e à 1.ª Secretaria o re-
Secretário comunicando a ocorrência, à autoridade competente. gistro dos montantes nas respectivas cotas parlamentares. (Incluído
(Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) pela Resolução n.º 3.060/10)
§ 4.º As restrições aos trajes dos visitantes e dos servidores em
atividade na Casa, bem como no Plenário, ficam limitadas às exigên- TÍTULO X
cias do decoro. (Redação dada pela Resolução n.º 2.825/00) DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 5.º As pessoas que perturbarem a ordem das atividades le-
gislativas, obstando o andamento dos trabalhos, que atentarem Art. 282. A Assembleia Legislativa, como membro da União
contra a segurança dos parlamentares e dos servidores, ou contra Nacional dos Legislativos - UNALE -, far-se-á representar nos con-
a integridade do patrimônio público, serão identificadas, compeli- gressos daquele órgão por uma Comissão em cuja composição será
das a sair, e ficarão impedidas de ingressar nas dependências da observado, tanto quanto possível, o critério da proporcionalidade
Assembleia Legislativa, a critério da Mesa, por tempo a ser por ela partidária. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
estabelecido. (Incluído pela Resolução n.º 3.015/08) § 1.º A Assembleia manterá, junto à UNALE, uma representa-
Art. 276. É assegurado aos Senadores e Deputados visitantes, ção escolhida na forma dos estatutos daquele órgão, e cujos inte-
assim como aos ex-Deputados Estaduais, o acesso ao Plenário para grantes serão membros natos da Comissão a que se refere este ar-
assistir às sessões, exceto durante o período de votação. (Renume- tigo. (Redação dada pela Resolução n.º 2.978/06)
rado pela Resolução n.º 2.633/96) § 2.º Na hipótese de que a representação ou qualquer de seus
Art. 277. Os convites para as sessões solenes serão feitos de membros deixe de integrar a Assembleia Legislativa, esta, por maio-
maneira a assegurar, tanto aos convida dos como aos Deputados, ria, indicará os respectivos substitutos, que completarão o mandato
lugares determinados. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) dos substituídos até o próximo congresso. (Renumerado pela Reso-
Art. 278. Ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos ante- lução n.º 2.633/96)
riores, só serão admitidos no recinto do Plenário, durante as ses- Art. 282-A. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.958/05)
sões, Deputados, servidores a serviço do Plenário, previamente au-
torizados pela Mesa, e jornalistas credenciados. (Renumerado pela
Resolução n.º 2.633/96)

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

TÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS REGIMENTO INTERNO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO
(INCLUÍDO PELA RESOLUÇÃO N.º 2.893/03) ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – RESOLUÇÃO DE PLENÁ-
RIO N° 3137/2015 E ALTERAÇÕES POSTERIORES
Art. 282-B. Fica instituída, para o exercício de 2005, a Tribuna
Popular nas sessões ordinárias da Assembleia Legislativa do Estado
do Rio Grande do Sul, em que 01 (uma) entidade da sociedade civil RESOLUÇÃO N.º 3.137, DE 14 DE JULHO DE 2015.
poderá fazer uso da palavra através de seu presidente ou vice, pelo (atualizada até a Resolução n.º 3.244, de 28 de junho de 2023)
tempo de 10 (dez) minutos, sem apartes. (Redação dada pela Reso-
lução n.º 2.933/05) (Vide Resolução n.º 2.978/06) Institui o Regulamento Geral da Assembleia Legislativa do Es-
§ 1.º Poderão fazer uso da Tribuna Popular as entidades de tado do Rio Grande do Sul, nos termos do art. 267 da Resolução n.º
classe da sociedade civil registradas e regularmente constituídas, 2.288, de 18 de janeiro de 1991 – Regimento Interno –, e dá outras
com sede no Estado do Rio Grande do Sul, e que tenham atuação providências.
no âmbito estadual. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) (Vide
Resolução n.º 2.978/06) TÍTULO I
§ 2.º Para fazer uso da Tribuna Popular, as entidades deverão DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
manifestar sua intenção, por escrito, à Presidência da Assembleia
Legislativa, informando: (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) Art. 1.º O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legisla-
(Vide Resolução n.º 2.978/06) tiva do Estado do Rio Grande do Sul de acordo com as normas cons-
I - dados que identifiquem a entidade; (Incluído pela Resolução titucionais e legais, nos termos dispostos na Resolução n.º 2.288, de
n.º 2.893/03) (Vide Resolução n.º 2.978/06) 18 de janeiro de 1991 – Regimento Interno.
II - nome do representante da entidade que usará da pala- § 1.º Os atos e as atividades pertinentes à função parlamentar
vra; e (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) (Vide Resolução n.º competem aos Deputados, às Lideranças e às Bancadas, que con-
2.978/06) tarão com apoio técnico-político de seus respectivos Gabinetes e
III - assunto a ser tratado. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) Coordenadorias.
(Vide Resolução n.º 2.978/06) § 2.º A Mesa, eleita em consonância com o disposto no art. 53,
§ 3.º O representante da entidade que subir à Tribuna deverá inciso XXXIII, da Constituição do Estado, constitui o órgão diretivo
comparecer à sessão plenária em traje passeio completo. (Incluído da Assembleia Legislativa.
pela Resolução n.º 2.893/03) (Vide Resolução n.º 2.978/06) Art. 2.º Nos termos do art. 27, § 3.º, da Constituição Federal,
§ 4.º A Tribuna Popular será realizada na primeira quinta-feira do art. 53, inciso XXXV, da Constituição do Estado, e do art. 267 do
de cada mês, após o período destinado à apresentação e discussão Regimento Interno, a estrutura organizacional e o funcionamento
de proposições em Pauta. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) dos serviços administrativos da Assembleia Legislativa do Estado do
(Vide Resolução n.º 2.978/06) Rio Grande do Sul passam a ser os constantes neste Regulamento
§ 5.º A entidade poderá fazer uso da Tribuna Popular somen- Geral.
te uma vez por sessão legislativa. (Incluído pela Resolução n.º Art. 3.º Respeitadas as peculiaridades decorrentes de suas áre-
2.893/03) (Vide Resolução n.º 2.978/06) as de competência, os órgãos da Assembleia Legislativa ficam insti-
§ 6.º Resolução da Mesa regulamentará o uso da Tribuna Po- tucionalizados nos seguintes níveis hierárquicos:
pular. (Incluído pela Resolução n.º 2.893/03) (Vide Resolução n.º I- órgãos superiores, subordinados diretamente à Mesa: Presi-
2.978/06) dência, 1.ª Secretaria, Procuradoria e Ouvidoria;
Art. 282-C. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06) II- órgãos de direção executiva, subordinados diretamente à:
Art. 282-D. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06) a)Presidência: Gabinete da Presidência e Superintendência-Ge-
Art. 282-E. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06) ral;
Art. 282-F. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06) b)Superintendência-Geral: Superintendências; (Vide Lei n.º
Art. 282-G. (REVOGADO pela Resolução n.º 2.978/06) 15.937/23)
Art. 283. A Mesa da Assembleia Legislativa apresentará no pra- III- órgão de assessoramento, subordinado diretamente à Su-
zo de noventa dias, após a publicação deste Regimento, um Código perintendência-Geral: Gabinete de Assessoramento Estratégico –
de Ética Parlamentar. (Renumerado pela Resolução n.º 2.633/96) GAE;
Art. 284. REVOGADO (Renumerado pela Resolução n.º IV- órgãos de execução, subordinados diretamente às Superin-
2.633/96) tendências: Departamentos; e
Art. 285. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumera- V- órgãos de apoio, subordinados diretamente aos Departa-
do pela Resolução n.º 2.633/96) mentos: Divisões.
Assembleia Legislativa do Estado, em Porto Alegre, 18 de janei-
ro de 1991.
Legislação compilada pelo Departamento de Assessoramento
Legislativo e Gabinete de Consultoria Legislativa.

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TÍTULO II XVI- receber e conferir requisições e relatórios de pedidos de


DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL indenização veicular, instruindo seus processos de pagamento e
procedendo aos débitos nas respectivas cotas;
CAPÍTULO I XVII- gerir o Sistema de Cotas;
DA MESA XVIII- conferir e processar as requisições de impressos, efetu-
ando o débito na cota quando em conformidade com a legislação;
Art. 4.º São órgãos subordinados diretamente à Mesa: XIX- efetuar o lançamento de acertos e de estornos pelo Siste-
I- Presidência; ma de Cotas;
II- Vice-Presidências e Secretarias; XX- analisar e autorizar requerimentos de compras de materiais
III - Procuradoria; e ou execução de serviços previstos no art. 32 da Resolução de Mesa
IV - Ouvidoria. n.º 419, de 5 de julho de 2001, e de suplementação de materiais de
Parágrafo único. A Mesa contará com a Secretaria da Mesa expediente do art. 8.º, § 1.º da mesma Resolução de Mesa;
como órgão de apoio administrativo. XXI- auxiliar na avaliação de dispensas, inexigibilidades e con-
Art. 5.º À 1.ª Secretaria compete atender às principais deman- tratos de licitação que necessitem ser submetidos à apreciação do
das administrativas oriundas dos Gabinetes Parlamentares, Banca- 1.º Secretário;
das, Comissões e áreas administrativas da Assembleia, exercendo XXII- auxiliar o 1.º Secretário nos processos de promoções de
o controle das despesas da Casa sob sua responsabilidade, como servidores; e
requisições de impressos, materiais de expediente, diárias, indeni- XXIII- demandar a locação de aeronave para uso oficial do Pre-
zação por uso de veículo particular e passagens aéreas. sidente, gerindo e controlando os respectivos contratos.
§ 1.º Para o desempenho de suas atribuições, a 1.ª Secretaria Art. 6.º À Procuradoria compete, nos termos do art. 54, § 1.º,
contará com o apoio do Gabinete de Assessoria Técnica – GAT –, que da Constituição do Estado, a representação em juízo da Mesa, bem
poderá ser integrado por servidores efetivos e/ou comissionados. como a consultoria e o assessoramento jurídico do Poder Legisla-
§ 2.º Ao Gabinete de Assessoria Técnica compete: tivo.
I- acompanhar e verificar as solicitações de passagens aéreas, Art. 7.º À Ouvidoria compete exercer atividades de interação
autorizando a emissão das que estejam em conformidade com a e comunicação entre a sociedade e o Parlamento, nos termos da
legislação; Resolução de Mesa n.º 421, de 5 de julho de 2001.
II- gerir contratos para emissão de passagens aéreas, instruindo Art. 8.º À Secretaria da Mesa compete assessorar e secretariar
os respectivos processos de pagamento e intermediando o contato a Mesa e a Presidência no que tange às questões administrativas,
com agências contratadas; ficando sob sua atribuição:
III- controlar débitos e cotas para gastos com passagens aéreas; I- convocar, acompanhar e assessorar as reuniões ordinárias e
IV- receber processos de solicitação de diárias, procedendo a extraordinárias de Mesa e de Líderes;
conferências, débitos, devoluções, cancelamentos, informações e II- receber, examinar, instruir e encaminhar os documentos, re-
encaminhamentos; querimentos e processos dirigidos à Mesa;
V- gerir o Sistema de Diárias e operar o Sistema de Finanças III- confeccionar a pauta das reuniões de Mesa;
Públicas do Estado − FPE − no que se refere à concessão de diárias; IV- elaborar os expedientes – ofícios, memorandos, encami-
VI- ordenar, em caso de delegação, o empenho das diárias nhamentos diversos – relativos aos assuntos deliberados na Mesa;
aprovadas; V- taquigrafar, transcrever, corrigir e revisar os textos das reu-
VII- comunicar à Mesa o recebimento de notas fiscais irregula- niões de Mesa, de Líderes e das audiências realizadas no Gabinete
res consoante à legislação do Imposto sobre Operações Relativas à da Presidência, constituindo, respectivamente, atas, relatos e regis-
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Trans- tros;
porte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS – ou VI- prestar informações sobre o andamento de assuntos enca-
do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN –, para minhados à consideração da Mesa;
fins de comprovação de diárias; VII- comunicar às partes interessadas as decisões tomadas pela
VIII- informar ao Departamento de Gestão de Pessoas as diárias Mesa sobre assuntos que lhe são pertinentes;
pagas, para desconto do vale-refeição; VIII- revisar e providenciar a publicação de Resoluções, Porta-
IX- efetuar, quando for o caso, o desconto da parcela patronal rias e Editais decorrentes de decisões da Mesa;
do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS – oriunda do recebi- IX- controlar e arquivar as atas das reuniões de Mesa e relatos
mento de diárias, na respectiva cota do solicitante; das reuniões de Líderes, fornecendo excertos sempre que solicita-
X- publicar as diárias concedidas no sítio do Programa “Trans- dos;
parência no Legislativo”; X- encaminhar ao Superintendente-Geral o credenciamento de
XI - compor a Comissão de Controle do Uso de Veículo Parti- entidades civis para participarem, com direito a voz, das atividades
cular; das Comissões Permanentes, em conformidade com o que dispõe o
XII- conferir os requisitos e elaborar pareceres para a celebra- art. 263 do Regimento Interno;
ção de Termos de Acordo para Uso de Veículo Particular, publican- XI- receber, registrar e distribuir a correspondência da Presi-
do-os; dência;
XIII- gerir os contratos dos veículos cadastrados nos Termos de XII - elaborar, revisar e expedir a correspondência da Presidên-
Acordo; XIV - proceder a vistorias veiculares; cia;
XV- gerir contratos decorrentes de abastecimento de combus- XIII - receber, registrar e despachar processos internos e exter-
tível para fins de indenização veicular, conferindo os relatórios de nos;
abastecimento e sua conformidade legal;
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XIV- revisar e formatar expedientes oriundos dos órgãos nomi- CAPÍTULO II


nados no art. 9.º; DA PRESIDÊNCIA
XV- providenciar os trâmites necessários e monitoramentos
concernentes aos pedidos de informação, processos de cedência SEÇÃO I
de servidores, concessão da Medalha do Mérito Farroupilha, Depu- DA ESTRUTURA DA PRESIDÊNCIA
tado Emérito e Tribuna Popular;
XVI- coletar, organizar e disponibilizar dados e informações no Art. 9.º São órgãos subordinados diretamente à Presidência:
acervo de atas, relatos, correspondências, transcrições de audiên- I - Gabinete da Presidência; e
cias para subsidiar trabalhos de assessoramento; II - Superintendência-Geral.
XVII- prestar orientação quanto à apresentação e ao encami-
nhamento de documentos e matérias a serem deliberados pela SEÇÃO II
Mesa; DO GABINETE DA PRESIDÊNCIA
XVIII- revisar, uniformizar e adequar os textos transcritos e/ou
elaborados às normas gramaticais e de redação oficial; Art. 10. Ao Gabinete da Presidência compete assessorar o Pre-
XIX- encadernar e conservar as respectivas atas de reuniões de sidente no exercício de suas funções, bem como preparar os expe-
Mesa e relatos de reuniões de Líderes, a cada ano legislativo, e os dientes necessários à realização de suas atribuições.
registros de audiências realizados junto à Presidência; Art. 11. O Gabinete da Presidência, coordenado pelo Chefe
XX- manter sob sua guarda os protocolos de intenções e termos de Gabinete da Presidência, é integrado pelos seguintes órgãos de
e acordos de cooperação firmados pelo Parlamento, promovendo apoio:
todos os atos necessários ao seu fiel cumprimento, e responsabi- I- Gabinete Militar; (Vide Lei n.º 15.462/20, que renomeou o
lizar-se pelos encargos decorrentes de participação associativa da Gabinete Militar para Gabinete de Segurança Institucional)
Assembleia Legislativa; II- Cerimonial;
XXI- administrar a gestão do Plano de Seguridade Social dos III- Espaço Municipalista;
Parlamentares – PSSP –, competindo-lhe: IV - Escola do Legislativo;
a)instruir processos de contagem de tempo de atividade parla- V - Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional;
mentar e averbação de tempo de serviço; VI - Memorial do Legislativo do Rio Grande do Sul; e
b)manter cadastros atualizados de Parlamentares; VII - Procuradoria Especial da Mulher.
c)orientar a aplicação da legislação pertinente, promovendo Art. 12. Ao Gabinete Militar compete: (Vide Lei n.º 15.462/20,
estudos e propondo a edição de normas correlatas, quando neces- que renomeou o Gabinete Militar para Gabinete de Segurança Ins-
sário; titucional)
d)pesquisar e manter arquivos atualizados referentes à legisla- I- proporcionar ao Presidente da Assembleia as atividades de
ção e jurisprudência de interesse e correlacionados às atividades da segurança e de motorista, no âmbito externo à sede do Parlamento;
Secretaria, promovendo, quando for o caso, a sua divulgação; (Redação dada pela Resolução n.º 3.147/15)
e)promover estudos, análises e cálculos, sugerindo a aplicação II- manter relações institucionais com as Corporações Militares
de medidas que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial; e demais autoridades congêneres;
f)opinar sobre a celebração de convênios com entidades fede- III- colaborar com a Defesa Civil em situações de emergência
rais, estaduais e municipais de seguridade parlamentar; e e calamidade pública ocorridas no Estado do Rio Grande do Sul,
g)emitir pareceres e opinar sobre outros processos de sua com- quando solicitado pela Mesa ou pelo Presidente; e
petência; IV- apoiar o Departamento de Segurança do Legislativo, no que
XXII - quanto às aposentadorias e pensões do PSSP: se refere às atividades de sua competência e às externas à sede do
a)instruir, acompanhar e atualizar os processos, inclusive os Parlamento. (Vide inc. I do art. 3º da Resolução n.º 3.180/18)
revisionais, e as solicitações de habilitação tardias, conforme legis- V- assistir ao Presidente no serviço de Ajudante de Ordens; (In-
lação vigente; cluído pela Resolução n.º 3.147/15)
b)elaborar os atos de concessão e manutenção; VI- realizar, nos casos de interesse da Assembleia Legislativa
c)encaminhar as solicitações de inclusão e atualização das con- e por determinação do Presidente, o transporte e a segurança de
cessões nos sistemas de pagamento; autoridades em atividades externas; (Incluído pela Resolução n.º
d)preparar os cálculos e promover os pagamentos, organizan- 3.147/15)
do e mantendo atualizado o controle dos registros; VII- (REVOGADO pela Resolução n.º 3.221/21)
e)manter registros atualizados de aposentados, pensionistas, a) (REVOGADO pela Resolução n.º 3.221/21)
procuradores, tutores e curadores, promovendo recadastramentos b) (REVOGADO pela Resolução n.º 3.221/21)
periódicos; c)(REVOGADO pela Resolução n.º 3.221/21)
f)elaborar certidões e declarações; e d)(REVOGADO pela Resolução n.º 3.221/21)
g)executar outras tarefas pertinentes. e)(REVOGADO pela Resolução n.º 3.221/21)
Parágrafo único. A Secretaria da Mesa poderá contar com o f) (REVOGADO pela Resolução n.º 3.221/21)
apoio de servidores efetivos e/ou comissionados para o seu asses- g)(REVOGADO pela Resolução n.º 3.221/21)
soramento. h)(REVOGADO pela Resolução n.º 3.221/21)
Art. 13. Ao Cerimonial compete:
I- acompanhar a agenda do Presidente da Assembleia;
II- recepcionar altas autoridades em visita no Parlamento; III -
assessorar o Presidente em eventos internos e externos;
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IV - providenciar a representação institucional da Assembleia I- restaurar, reunir, tratar, organizar, guardar, preservar e pro-
Legislativa em eventos; mover acesso à documentação permanente e aos registros históri-
V - receber e dar encaminhamento a documentos dirigidos ao cos do Legislativo Rio-Grandense;
Cerimonial; II- apoiar e subsidiar pesquisas, estudos e projetos na busca da
VI- elaborar e expedir convites oficiais da Presidência via cor- documentação e indicação de fontes ao público interno e à comu-
reio eletrônico e/ou correspondência física; nidade em geral;
VII- organizar e executar as cerimônias de outorga de Medalhas III- propor, revisar e supervisionar políticas de gestão, preser-
do Mérito Farroupilha, instalação e posse de Comissões, homena- vação e conservação dos acervos permanentes (históricos) da As-
gens, inauguração de espaços, abertura de exposições, sessões so- sembleia Legislativa;
lenes e outros eventos de caráter institucional demandados pela IV- reunir, preservar, promover acesso, estruturar e sistemati-
Presidência; zar os dados históricos do Parlamento, bem como as informações
VIII- recepcionar autoridades e convidados de sessões solenes, sobre os ex-Parlamentares e sobre as estruturas do Legislativo ao
sessões especiais e Grandes Expedientes; longo do tempo;
IX- providenciar a organização de eventos fúnebres no âmbito V- disponibilizar estrutura e instrumentos de pesquisa para os
da Assembleia Legislativa; consulentes;
X- providenciar livro do termo de Posse do Governador e do VI - gerenciar o programa de visitas guiadas da Assembleia Le-
Vice-Governador do Estado; gislativa;
XI- providenciar livro de transmissão do cargo de Presidente da VII- promover e gerenciar a investigação histórica por meio da
Assembleia Legislativa; série Perfis Parlamentares e do Catálogo de Memória do Parlamen-
XII- elaborar os Termos de Referência e responsabilizar-se pela to;
gestão dos seguintes contratos correspondentes a: VIII- apoiar iniciativas da área cultural da Assembleia Legisla-
a)hospedagem de hóspedes oficiais; tiva, cuja temática relacione-se com aspectos da História do Parla-
b)ornamentação de flores em sessões solenes e velórios; e mento, da História Política do Rio Grande do Sul e do Brasil; e
c)confecção de Medalhas do Mérito Farroupilha e da Legislatu- IX- gerenciar o patrimônio histórico-cultural tombado perten-
ra e de placas comemorativas; e cente à Assembleia Legislativa.
XIII- encaminhar e monitorar as declarações de hóspedes ofi- Art. 18. A Procuradoria Especial da Mulher, nos termos da Re-
ciais aprovados pela Mesa junto aos requerentes. solução de Mesa n.º 1.331, de 12 de maio de 2015, tem por fina-
Art. 14. Ao Espaço Municipalista compete valorizar o trabalho lidade a defesa e a promoção da igualdade de gênero, da autono-
desenvolvido pelos Poderes Municipais buscando seu fortalecimen- mia, empoderamento e representação das mulheres, bem como o
to, integração e qualificação, sem prejuízo de suas demais atribui- enfrentamento a todas as formas de discriminação e de violência
ções previstas na Resolução n.º 3.123, de 15 de julho de 2014. contra mulheres e meninas.
Art. 15. A Escola do Legislativo, além do previsto na Resolu-
ção de Mesa n.º 438, de 3 de outubro de 2001, tem como objetivo CAPÍTULO III
oferecer suporte conceitual de natureza técnico- administrativa às DA SUPERINTENDÊNCIA-GERAL
atividades do Poder Legislativo e de qualificação e capacitação pro-
fissional permanente aos servidores da Assembleia Legislativa, bem Art. 19. À Superintendência-Geral, órgão de direção executiva,
como gerenciar o Programa “Interlegis” do Senado Federal, pos- compete dirigir, coordenar, planejar e orientar as atividades das de-
suindo a seguinte estrutura, cujas Divisões têm atribuições cons- mais Superintendências, de acordo com as diretrizes emanadas da
tantes no Anexo Único desta Resolução: Presidência.
I- Presidência; Parágrafo único. Compete, ainda, à Superintendência-Geral:
II- Vice-Presidência; I - exercer a direção geral da Casa;
III- Conselho Escolar; II- implementar, de acordo com a orientação da Presidência, a
IV- Direção; política administrativa na Assembleia Legislativa;
V- Divisão de Biblioteca, Pesquisa e Extensão; e III- orientar as atividades das Superintendências; e
VI- Divisão de Ensino, Desenvolvimento e Treinamento. IV- normatizar os procedimentos administrativos e padronizar
Art. 16. Ao Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, os fluxos de trabalho.
nos termos da Resolução n.º 2.771, de 8 de setembro de 1999, com- V- coordenar as ações da Polícia Legislativa, observando os ter-
pete planejar e proporcionar os meios técnicos e materiais necessá- mos do inciso III do art.
rios à execução de suas atividades. 32 da Resolução n.º 2.288, de 18 de janeiro de 1991. (Incluído
Art. 17. O Memorial do Legislativo do Rio Grande do Sul, pro- pela Resolução n.º 3.180/18)
jeto integrante do Programa de Preservação e Resgate da Memó- Art. 20. Para o desempenho de suas atribuições, a Superinten-
ria Institucional da Assembleia Legislativa − PREMIAL −, criado pela dência-Geral contará com a assessoria do GAE.
Resolução n.º 2.947, de 17 de agosto de 2005, tem como objetivos § 1.º Ao GAE compete desenvolver atividades de planejamento
abrigar, reunir, preservar, gerenciar e divulgar o acervo histórico e e viabilizar projetos que visem ao desenvolvimento institucional da
contemporâneo – documental, bibliográfico, iconográfico e multi- Assembleia Legislativa.
meios – do Poder Legislativo, e resgatar a memória institucional da § 2.º O GAE será constituído por servidores comissionados e
Casa empreendendo ações junto à comunidade que evidenciem a efetivos para o seu assessoramento, mediante indicação do Supe-
importância do Parlamento Gaúcho no contexto da história do Es- rintendente-Geral.
tado, competindo-lhe:

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Art. 20-A. À Polícia Legislativa compete exercer o policiamento SEÇÃO II


da Assembleia Legislativa, nos termos do art. 271 da Resolução n.º DA SUPERINTENDÊNCIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
2.288, de 18 de janeiro de 1991, garantindo a ordem dos trabalhos
legislativos e a segurança pessoal dos Parlamentares, dos servido- Art. 26. À Superintendência Administrativa e Financeira – SAF
res e de quaisquer visitantes, bem como zelar pela guarda dos bens – compete dirigir e controlar a execução de todas as atividades que
patrimoniais do Poder Legislativo, sendo integrado pelos seguintes envolvam os processos administrativos, sendo integrado pelos se-
órgãos de apoio, cujas atribuições constam no Anexo Único desta guintes órgãos de execução:
Resolução: (Redação dada pela Resolução n.º 3.189/18) I - Departamento de Orçamento e Finanças;
I - Divisão de Policiamento Institucional; (Redação dada pela II - Departamento de Gestão de Pessoas;
Resolução n.º 3.189/18) III - Departamento de Tecnologia da Informação;
II - Divisão de Proteção a Autoridades; e (Redação dada pela IV - Departamento de Logística;
Resolução n.º 3.189/18) III - Divisão de Monitoramento e Controle. V- Departamento de Compras, Almoxarifado e Patrimônio;
(Redação dada pela Resolução n.º 3.189/18) VI- (REVOGADO pela Resolução n.º 3.180/18)
VII- Gabinete de Assessoramento Administrativo.
CAPÍTULO IV Art. 27. Ao Departamento de Orçamento e Finanças compete
DAS SUPERINTENDÊNCIAS planejar, executar e controlar as atividades de elaboração orçamen-
tária e de movimentação de recursos financeiros, sendo integrado
Art. 21. Às Superintendências, órgãos de direção executiva, su- pelos seguintes órgãos de apoio, cujas atribuições constam no Ane-
bordinadas diretamente à Superintendência-Geral, incumbe dirigir xo Único desta Resolução:
e coordenar a execução das atividades em suas áreas de competên- I - Divisão de Controle e Execução Orçamentária;
cia, que serão as seguintes: II - Divisão de Finanças e Pagamentos; e
I- Superintendência Legislativa; III - Divisão de Gestão Financeira de Contratos.
II- Superintendência Administrativa e Financeira; e Art. 28. Ao Departamento de Gestão de Pessoas compete exe-
III - Superintendência de Comunicação e Cultura. cutar as atividades inerentes à administração e ao desenvolvimen-
to de recursos humanos, bem como a realização de perícia médica
SEÇÃO I para o ingresso de servidores e o estabelecimento de medidas de
DA SUPERINTENDÊNCIA LEGISLATIVA proteção, segurança e medicina do trabalho dos servidores e de-
mais colaboradores, sendo integrado pelos seguintes órgãos de
Art. 22. À Superintendência Legislativa compete dirigir a exe- apoio, cujas atribuições constam no Anexo Único desta Resolução:
cução e o registro de todas as atividades que envolvam o processo (Redação dada pela Resolução n.º 3.244/23)
legislativo, sendo constituída pelos seguintes órgãos de execução: I - Divisão de Ingresso e Controle do Quadro Funcional;
I - Departamento de Assessoramento Legislativo; II - Divisão de Folha de Pagamento;
II - Departamento de Comissões Parlamentares; e III- Divisão de Vantagens; e
III - Gabinete de Consultoria Legislativa. IV- (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
Art. 23. Ao Departamento de Assessoramento Legislativo com- Art. 29. Ao Departamento de Tecnologia da Informação compe-
pete executar as atividades relacionadas com o desenvolvimento te planejar, implantar e manter os sistemas informatizados, tornan-
do processo legislativo e o assessoramento à Mesa no Plenário, do disponíveis os recursos de “hardware” e “software”, bem como
bem como o registro dos pronunciamentos parlamentares, sendo administrar a rede interna de informática, sendo integrado pelos
integrado pelos seguintes órgãos de apoio, cujas atribuições cons- seguintes órgãos de apoio, cujas atribuições constam no Anexo Úni-
tam no Anexo Único desta Resolução: co desta Resolução:
I - Divisão de Tramitação Legislativa; I - Divisão de Atendimento e Suporte;
II - Divisão de Elaboração Legislativa; II - Divisão de Sistemas e Portais; e
III - Divisão de Controle Legislativo; e III - Divisão de Redes e Telecomunicações.
IV - Divisão de Taquigrafia. Art. 30. Ao Departamento de Logística compete prestar apoio
Art. 24. Ao Departamento de Comissões Parlamentares com- operacional na execução e projetos de obras, reformas e manuten-
pete executar as atividades relacionadas ao acompanhamento dos ção em geral, bem como executar serviços de protocolo e arquivo,
trabalhos das Comissões Parlamentares da Assembleia Legislativa, correspondência, transporte e serviços complementares, sendo in-
sendo integrado pelos seguintes órgãos de apoio, cujas atribuições tegrado pelos seguintes órgãos de apoio, cujas atribuições constam
constam no Anexo Único desta Resolução: no Anexo Único desta Resolução: (Redação dada pela Resolução n.º
I - Divisão de Assessoramento às Comissões; 3.221/21)
II - Divisão de Registro Documental; e I - Divisão de Projetos e Manutenção;
III - Divisão de Gravação e Registro de Eventos. II - Divisão de Protocolo e Arquivo;
Art. 25. Ao Gabinete de Consultoria Legislativa compete prestar III- Divisão de Serviços Complementares; e
assessoramento técnico-legislativo aos órgãos da Assembleia Legis- IV- Divisão de Transporte. (REVOGADO pela Resolução n.º
lativa, às Coordenadorias de Bancadas e aos Deputados, quando 3.147/15)
solicitado, nos termos da Resolução n.º 2.951, de 19 de outubro de V - Divisão de Transporte. (Incluído pela Resolução n.º 3.221/21)
2005, cujas atribuições constam no Anexo Único desta Resolução. Art. 31. Ao Departamento de Compras, Almoxarifado e Patri-
mônio compete o processamento de todas as compras de bens e
serviços necessários à realização das atividades do Parlamento, a
elaboração de instrumentos contratuais e o respectivo controle de
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sua vigência, a gestão dos itens de almoxarifado e o controle pa- Art. 40. As atribuições dos órgãos de apoio e dos cargos em
trimonial, sendo integrado pelos seguintes órgãos de apoio, cujas comissão da Assembleia Legislativa são partes integrantes desta Re-
atribuições constam no Anexo Único desta Resolução: solução e estão dispostas no Anexo Único.
I - Divisão Central de Compras e Contratos; Art. 41. A Divisão Central de Compras e Contratos de que trata
II - Divisão de Almoxarifado; e o inciso I do art. 31 desta Resolução será responsável por todas as
III - Divisão de Patrimônio. compras de bens e contratações de serviços necessárias à execução
Art. 32. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18) das atividades do Parlamento, tanto as realizadas mediante proce-
I- (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18) dimento licitatório, quanto aquelas para as quais a licitação é dis-
II- (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18) pensável em função do valor reduzido da contratação.
III- (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18) § 1.º A Divisão referida no “caput” será composta por 4 (qua-
Art. 33. Ao Gabinete de Assessoramento Administrativo – GAA tro) servidores estáveis do Quadro de Pessoal Efetivo, de reputação
– compete auxiliar a SAF no desempenho de suas atividades e suas ilibada e com formação universitária, denominados pregoeiros e
atribuições constam no Anexo Único desta Resolução. designados por ato do Superintendente Administrativo e Financei-
Parágrafo único. O GAA será integrado por servidores efetivos ro, e contará com uma equipe de apoio.
e/ou comissionados para o seu assessoramento. § 2.º Nas hipóteses de afastamento, os pregoeiros serão subs-
tituídos por servidores lotados na Divisão Central de Compras e
SEÇÃO III Contratos.
DA SUPERINTENDÊNCIA DE COMUNICAÇÃO E CULTURA § 3.º Os servidores da Divisão Central de Compras e Contratos
não poderão integrar Comissão de Recebimento de Bens.
Art. 34. À Superintendência de Comunicação e Cultura compe- § 4.º A Divisão de que trata este artigo adotará o Cadastro de
te divulgar as atividades da Assembleia Legislativa no âmbito jor- Fornecedores da Subsecretaria da Administração Central de Licita-
nalístico e publicitário para o fortalecimento da imagem do Poder, ções do Estado – CELIC.
bem como promover as relações públicas e culturais com a socieda- § 5.º Os pregoeiros e a equipe de apoio da Divisão Central de
de em geral e órgãos de Governo, sendo integrada pelos seguintes Compras e Contratos apresentarão sua última declaração de rendi-
órgãos de execução: mentos ao Departamento de Gestão de Pessoas, para registro nos
I- Departamento de Jornalismo; respectivos assentamentos funcionais, por ocasião de sua designa-
II- Departamento de Publicidade; e ção, quando do término de sua investidura e, anualmente, até o dia
III - Departamento de Cultura. 15 de maio.
Art. 35. Ao Departamento de Jornalismo compete o desenvol- Art. 42. A Comissão de Licitações – CL – integra a estrutura da
vimento de programas e matérias jornalísticas para rádio, televisão Central de Compras e Contratos, sendo constituída por ato do Supe-
e jornal com a finalidade de divulgação das atividades do Parlamen- rintendente Administrativo e Financeiro, e será convocada a atuar
to, sendo integrado pelos seguintes órgãos de apoio, cujas atribui- nos procedimentos licitatórios para os quais não é indicada a reali-
ções constam no Anexo Único desta Resolução: zação do Pregão, eletrônico ou presencial.
I - Divisão de Agência de Notícias; § 1.º A CL é composta por 3 (três) membros titulares, sendo um
II - Divisão de Rádio; e deles o Presidente, e 3 (três) membros suplentes cuja investidura
III - Divisão de Televisão. não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade dos
Art. 36. Ao Departamento de Publicidade compete a coordena- membros para o período subsequente.
ção e o gerenciamento de campanhas publicitárias e a divulgação § 2.º Salvo em hipótese de renúncia ou de instauração de pro-
das atividades institucionais da Assembleia Legislativa, sendo inte- cesso administrativo disciplinar, os membros titulares da CL não se-
grado pelos seguintes órgãos de apoio, cujas atribuições constam rão afastados de suas funções enquanto durar a investidura.
no Anexo Único desta Resolução: § 3.º Em seus afastamentos, o Presidente da CL será substitu-
I - Divisão de Atendimento Administrativo; e ído por membro da Comissão, previamente designado por ele ou
II - Divisão de Criação. pelo Superintendente Administrativo e Financeiro, caso o motivo
Art. 37. Ao Departamento de Cultura compete administrar o do afastamento não lhe permita proceder a designação.
Solar dos Câmara, bem como organizar e viabilizar a realização de § 4.º Nas oportunidades em que houver necessidade de atua-
eventos promovidos pelo Poder Legislativo, sendo integrado pelos ção da CL, será nomeado um Secretário “ad hoc” com vistas a re-
seguintes órgãos de apoio, cujas atribuições constam no Anexo Úni- alizar os procedimentos administrativos pertinentes à Comissão,
co desta Resolução: recaindo a designação temporária, preferencialmente, sobre um
I - Divisão de Promoções Culturais e Prêmios; e dos membros da CL, à exceção do Presidente, ou sobre um dos in-
II - Divisão de Reserva de Espaços e Informações. tegrantes da equipe de apoio da Central de Compras e Contratos.
Art. 43. É da competência exclusiva dos membros titulares da
TÍTULO III CL/pregoeiros da Assembleia Legislativa, formalmente habilitados,
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS a execução das atribuições elencadas nos itens
9.4 a 9.14 da alínea “a” – Divisão Central de Compras e Con-
Art. 38. Compete aos Departamentos e suas respectivas Divi- tratos – do inciso V – Departamento de Compras, Almoxarifado e
sões o controle e a gestão dos contratos pertinentes aos seus ser- Patrimônio – das Atribuições dos Órgãos da Superintendência Ad-
viços. ministrativa e Financeira do Anexo Único desta Resolução.
Art. 39. O controle interno da Assembleia Legislativa é realiza- Art. 44. Na Resolução n.º 2.771, de 8 de setembro de 1999,
do na forma do disposto no art. 76 da Constituição Estadual. fica alterado o art. 1.º, mantendo-se seus incisos, com a seguinte
redação:
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

“Art. 1.º É instituído o Fórum Democrático de Desenvolvimento 8.realizar a investigação e a formação de inquérito, nos ter-
Regional − FDDR −, vinculado à Presidência da Assembleia Legislati- mos do art. 272 do Regimento Interno; (Incluído pela Resolução n.º
va, com os seguintes objetivos: 3.189/18)
..........................................”. 9.fiscalizar e orientar os serviços de portarias e estacionamen-
Art. 45. Na Resolução n.º 3.123, de 15 de julho de 2014, fica tos quanto à entrada e à saída de pessoas e veículos, bem como
alterado o parágrafo único do art. 1.º, com a seguinte redação: quanto aos regulamentos adotados para os estacionamentos priva-
“Art. 1.º ........................... tivos da Assembleia Legislativa, incluindo a supervisão do emprego
Parágrafo único. O Espaço Municipalista é subordinado à Presi- de vigilância terceirizada; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
dência da Assembleia Legislativa.”. 10.fiscalizar e controlar o sistema de identificação de visitantes;
Art. 46. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica- 11.efetuar rondas e vistorias nas instalações físicas do comple-
ção. xo parlamentar (24 horas); (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
Art. 47. Ficam revogados por esta Resolução: 12.controlar e registrar o ingresso autorizado em Gabinetes e
I - o art. 1.º e o Anexo Único da Lei n.º 14.262, de 15 de julho setores (dia/noite); (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
de 2013; 13.proteger e fiscalizar o patrimônio da Casa (controle de en-
II - a Resolução n.º 3.018, de 4 de junho de 2008; trada e saída); e (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
III - a Resolução n.º 3.030, de 23 de dezembro de 2008; 14.apoiar as demais divisões da Polícia Legislativa em suas ati-
IV - a Resolução n.º 3.047, de 29 de outubro de 2009; vidades, quando solicitado; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
V - a Resolução n.º 3.099, de 16 de outubro de 2012; b)Divisão de Proteção a Autoridades: (Incluído pela Resolução
VI - a Resolução n.º 3.114, de 12 de dezembro de 2013; n.º 3.189/18)
VII - o art. 5.º da Resolução n.º 3.123, de 15 de julho de 2014; 1.efetuar o policiamento da Assembleia Legislativa, inclusive
VIII - a Resolução de Mesa n.º 314, de 16 de março de 1993; quando ela se reunir em outro local; (Incluído pela Resolução n.º
IX - os arts. 3.º e 4.º da Resolução de Mesa n.º 438, de 3 de 3.189/18)
outubro de 2001; X - a Resolução de Mesa n.º 512, de 9 de abril de 2.garantir a segurança dos Parlamentares, funcionários, vi-
2003; sitantes, indiciados e testemunhas; (Incluído pela Resolução n.º
XI- a Resolução de Mesa n.º 734, de 14 de novembro de 2006; 3.189/18)
XII- os incisos V, VI, VII e VIII do art. 3.º, os incisos IV, V, VI e 3.prevenir e atender ocorrências internas e externas da Casa;
VII do art. 9.º, e o art. 14 da Resolução de Mesa n.º 735, de 14 de (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
novembro de 2006; 4.efetuar a revista, a busca e a apreensão, no âmbito da Assem-
XIII- a Resolução de Mesa n.º 847, de 10 de junho de 2008; e bleia Legislativa; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
XIV - a Resolução de Mesa n.º 951, de 3 de novembro de 2009. 5.efetuar a prisão em flagrante restrita ao âmbito da Assem-
Assembleia Legislativa do Estado, em Porto Alegre, 14 de julho bleia Legislativa, com o respectivo e imediato encaminhamento à
de 2015. autoridade competente; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
6.apoiar as Comissões de Sindicância e Processos Administra-
ANEXO ÚNICO ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS tivos Disciplinares em curso na Casa; (Incluído pela Resolução n.º
3.189/18)
SUPERINTENDÊNCIA GERAL 7.efetuar a segurança do Presidente e demais autoridades sob
(Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) responsabilidade do Parlamento, no âmbito interno da Assembleia
Legislativa; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
I – POLÍCIA LEGISLATIVA: (Incluído pela Resolução n.º 8.proteger os Deputados e manter a ordem nas sessões plená-
3.189/18) rias, sob determinação do Presidente; (Incluído pela Resolução n.º
3.189/18)
a)Divisão de Policiamento Institucional: (Incluído pela Reso- 9.garantir a segurança e manter a ordem nas reuniões das Co-
lução n.º 3.189/18) missões Parlamentares, sob determinação do respectivo Presiden-
1.planejar, executar e controlar a rotina administrativa do De- te; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
partamento; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) 10.apoiar as Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs; (In-
2.pesquisar e elaborar projetos para aperfeiçoamento dos ser- cluído pela Resolução n.º 3.189/18)
viços; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) 11.proceder à intimação, à proteção e à escolta de autoridades,
3.receber e controlar autorizações internas; (Incluído pela Re- testemunhas e indiciados; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
solução n.º 3.189/18) 12.proteger o Presidente, os Deputados e os servidores em
4.emitir e controlar credenciais para visitantes; (Incluído pela atividades externas e viagens, quando designados; (Incluído pela
Resolução n.º 3.189/18) Resolução n.º 3.189/18)
5.emitir e controlar credenciais para veículos autorizados; (In- 13.proteger familiares de Deputados, quando houver fundado
cluído pela Resolução n.º 3.189/18) receio e em decorrência direta do exercício do mandato parlamen-
6.registrar, distribuir, controlar e guardar armas não letais, le- tar; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
tais e outros equipamentos restritos do setor; (Incluído pela Reso- 14.realizar vistorias periódicas de segurança nas instalações fí-
lução n.º 3.189/18) sicas da Casa – Presidência, Plenário, salas de reuniões e seus aces-
7.efetuar registros inerentes à polícia no âmbito da Assembleia sos, dentre outros; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)
Legislativa; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) 15.efetuar o controle de identificação nas galerias, Plenário e
Salão Júlio de Castilhos; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18)

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

16.executar o Plano de Contingência para as atividades parla- b)Divisão de Elaboração Legislativa:


mentares; e (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) 1.elaborar sinopses de proposições e demais matérias legislati-
17.apoiar as demais divisões da Polícia Legislativa em suas ati- vas, mediante solicitação da chefia, com sistematização das emen-
vidades, quando solicitado; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) das apresentadas às proposições;
c)Divisão de Monitoramento e Controle: (Incluído pela Reso- 2.acompanhar a sessão plenária analisando as emendas apre-
lução n.º 3.189/18) sentadas às proposições, inclusive quanto a sua prejudicialidade;
1.monitorar e gravar por Circuito Fechado de Televisão – CFTV; 3.elaborar a redação final das proposições aprovadas em Ple-
(Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) nário;
2.prestar apoio operacional a sindicâncias (busca de imagens 4.enviar autógrafos das proposições aprovadas ao Poder Exe-
capturadas); (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) cutivo;
3.operar, distribuir, controlar e recarregar os rádios transcepto- 5.elaborar o Diário Oficial da Assembleia Legislativa – DOAL –
res; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) no que se refere à publicação de Emendas Constitucionais, Leis, De-
4.efetuar atividades de inteligência destinadas exclusivamente cretos Legislativos e Resoluções promulgadas pela Assembleia, bem
a subsidiar a Administração em tomadas de decisões ou em ações como Resoluções de Mesa;
ligadas à segurança; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) 6.disponibilizar a redação final das proposições aprovadas em
5.realizar a operação e a manutenção dos sistemas de alarme Plenário no PRO;
e proteção contra incêndio; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) 7.acompanhar e controlar os prazos constitucionais de mani-
6.operar, controlar e recarregar extintores, mangueiras e equi- festação do Poder Executivo quanto às proposições encaminhadas
pamentos de combate a incêndio; (Incluído pela Resolução n.º pela Assembleia;
3.189/18) 8.oficiar ao Executivo a aceitação ou a rejeição do veto;
7.elaborar, treinar e executar o Plano de Emergência, decor- 9.inserir no PRO as leis sancionadas pelo Poder Executivo e as
rente de sinistros ou distúrbios nas dependências da Assembleia promulgadas pela Assembleia Legislativa, bem como as Emendas
Legislativa; (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) Constitucionais, os Decretos Legislativos e as Resoluções;
8.treinar e aperfeiçoar os servidores; e (Incluído pela Resolução 10.fornecer ao público externo a redação final das proposições
n.º 3.189/18) aprovadas, quando solicitado;
9.apoiar as demais divisões da Polícia Legislativa em suas ati- 11.manter o acervo da legislação publicada no Diário Oficial do
vidades, quando solicitado. (Incluído pela Resolução n.º 3.189/18) Estado – DOE – e no DOAL;
12.elaborar proposições – Resoluções de Mesa ou Projetos de
SUPERINTENDÊNCIA LEGISLATIVA Resolução – relativas a licenças de Deputados;
13.responder às demandas encaminhadas pela Ouvidoria da
I- DEPARTAMENTO DE ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO: Casa nos assuntos atinentes a proposições e à legislação estadual; e
a)Divisão de Tramitação Legislativa: 14.prestar apoio administrativo ao Departamento de Assesso-
1.receber proposições e demais matérias legislativas, autuá-las ramento Legislativo;
e cadastrá-las no Sistema de Proposições – PRO; c)Divisão de Controle Legislativo:
2.acompanhar e controlar as proposições no período de pauta; 1.cadastrar e desativar o cadastro dos Deputados no PRO e no
3.distribuir as proposições e demais matérias legislativas para Sistema de Controle Parlamentar – SCP –, informando seus manda-
as Comissões Permanentes nos termos regimentais; tos e cargos;
4.controlar prazos das proposições em regime de urgência e 2.dar conhecimento aos demais Departamentos/setores sobre
dos vetos, nos termos constitucionais e regimentais; alterações na composição do Parlamento;
5.organizar a ordem do dia e a ordem do dia da sessão, dispo- 3.manter atualizadas as listas parlamentares e de Lideranças no
nibilizando-as no PRO; sítio da Assembleia Legislativa;
6.acompanhar e atualizar as proposições e demais matérias le- 4.implantar os textos, justificativas e anexos das proposições
gislativas no PRO, inclusive durante a votação em sessão plenária; e demais matérias legislativas no PRO, formatando, conferindo e
7.fazer o registro das sessões plenárias no PRO; digitalizando;
8.prestar assessoria nas Reuniões de Líderes e sessões plená- 5.elaborar o DOAL, no que se refere ao processo legislativo,
rias; cadastrando as proposições e demais matérias legislativas a serem
9.cadastrar os servidores dos Gabinetes Parlamentares e das inseridas, ordenando conforme a hierarquia estabelecida na Consti-
Comissões no PRO; tuição Estadual e no Regimento Interno;
10.orientar os Gabinetes Parlamentares e as Comissões quanto 6.atualizar no PRO a situação das proposições após publicação
à apresentação de proposições e assessorá-los no que se refere à no DOAL;
tramitação legislativa; 7.supervisionar a operação dos painéis de votação do Plenário;
11.apresentar relatórios de tramitação das proposições e de- 8.dar suporte aos operadores do sistema de votação do Ple-
mais matérias legislativas, por solicitação da chefia; nário;
12.prestar informações internas e externas sobre tramitação e 9.confeccionar o roteiro e as planilhas utilizadas nas sessões
andamento de proposições e demais matérias legislativas; plenárias;
13.providenciar o arquivamento de proposições e demais ma- 10.elaborar, agendar, organizar e divulgar as inscrições do pe-
térias legislativas, nos termos regimentais, por determinação da ríodo do Grande Expediente, bem como controlar as permutas e as
chefia; e cessões de inscrições;
14.sugerir ao Departamento de Tecnologia da Informação ade- 11.receber, controlar e agendar os requerimentos para a reali-
quações do PRO; zação de Grandes Expedientes Especiais;
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

12.registrar e divulgar as agendas da Tribuna Popular; II- DEPARTAMENTO DE COMISSÕES PARLAMENTARES:


13.elaborar, organizar e divulgar as inscrições do período das
Comunicações Parlamentares, respeitada a proporcionalidade das a)Divisão de Assessoramento às Comissões:
Bancadas; 1.assessorar a Presidência quanto aos aspectos regimentais e
14.controlar e acompanhar o período de Comunicações; institucionais durante as reuniões e audiências públicas das Comis-
15.acompanhar as votações no período da Ordem do Dia e dis- sões, observando a adequação da reunião à agenda publicada;
ponibilizar as planilhas de votação no sítio da Assembleia Legisla- 2.coordenar as equipes de apoio operacional nas atividades de
tiva; assessoramento técnico- processual e regimental e de apoio logísti-
16.controlar a presença dos Deputados nas sessões plenárias e co às Comissões Temporárias;
disponibilizá-la no sítio da Assembleia Legislativa, inclusive no Pro- 3.dar suporte técnico institucional e regimental à Secretaria
grama “Transparência no Legislativo”; das Comissões Permanentes, Mistas Permanentes, Temporárias e
17.receber pedidos de licença e justificativas de ausências dos de Ética;
Deputados; 4.elaborar relatório diário das reuniões e audiências públicas
18.enviar ao Departamento de Gestão de Pessoas as planilhas realizadas, disponibilizando o relato das deliberações aprovadas
de efetividade parlamentar; nas Comissões para a Divisão de Registro Documental;
19.encaminhar processos de indicação de Deputado Emérito e 5.dar suporte à Secretaria das Comissões na publicação das
de composição de Comissão Representativa; agendas, atas e relatórios, observando as determinações regimen-
20.atualizar a Constituição do Estado, o Regimento Interno e o tais e técnicas;
Código de Ética Parlamentar, em parceria com o Gabinete de Con- 6.apoiar e orientar quanto à uniformidade dos atos processuais
sultoria Legislativa; das Comissões;
21.alimentar a página da Superintendência Legislativa no sítio 7.orientar a tramitação das proposições nas Comissões;
da Assembleia Legislativa; e 8.controlar o prazo para apresentação do Relatório Final das
22.orientar a informatização do processo legislativo; Comissões Temporárias; e supervisionar a operação dos painéis de
d)Divisão de Taquigrafia: votação no Plenarinho e nas Comissões Parlamentares;
1.acompanhar a sessão plenária, taquigrafando e transcreven- 9.elaborar a redação final das proposições aprovadas conclu-
do os pronunciamentos e debates; sivamente nas comissões de mérito e encaminhá-las à Divisão de
2.revisar, uniformizar e ordenar os textos transcritos, adequan- Elaboração Legislativa do Departamento de Assessoramento Le-
do-os às normas gramaticais, ao Regimento Interno e aos manuais gislativo para o envio dos autógrafos ao Poder Executivo; (Incluído
de redação da Divisão; pela Resolução n.º 3.212/20)
3.proceder à coleta de informações e à pesquisa de dados que 10.disponibilizar a redação final das proposições aprovadas na
subsidiem o correto registro dos pronunciamentos e debates reali- forma do item 10 no PRO; (Incluído pela Resolução n.º 3.212/20)
zados; b)Divisão de Registro Documental:
4.inserir no registro da sessão plenária as planilhas de votação, 1.orientar quanto à distribuição de vagas, indicação de mem-
os arquivos de imagem e os textos lidos, formatando-os em um úni- bros e prazos regimentais para a instalação das Comissões Parla-
co texto; mentares;
5.elaborar a ata das sessões plenárias e inseri-la no texto final; 2.acompanhar sistematicamente a distribuição aos relatores e
6.disponibilizar o texto final das sessões plenárias na internet os prazos regimentais, mantendo o Presidente informado a respei-
e no DOAL; to;
7.disponibilizar as transcrições não revisadas dos pronuncia- 3.controlar o encaminhamento da cópia da ata das reuniões
mentos e debates durante as sessões plenárias por meio impresso, para fins de publicação no DOAL;
quando solicitado, e por meio digital na intranet; 4.manter atualizada coletânea de súmula de jurisprudência or-
8.transcrever, mediante solicitação de Deputado e autorização ganizada pelas Comissões;
do Superintendente Legislativo, o áudio de: 5.treinar e preparar os Secretários de Comissão, em parceria
8.1.reuniões, audiências públicas e demais eventos das Comis- com a Escola do Legislativo;
sões Parlamentares; 6.controlar os prazos constitucionais e regimentais para a pu-
8.2.eventos organizados pela Presidência, pela Mesa e pelo Fó- blicação de agendas e relatórios;
rum Democrático; e 7.orientar a Secretaria na elaboração de documentação das Co-
8.3.outros eventos institucionais; missões e quanto aos aspectos formais dos Relatórios;
9.providenciar a encadernação das atas de cada ano legislativo 8.incluir e manter atualizadas as informações relativas às Co-
e remetê-las ao Memorial do Legislativo; missões nos sistemas informatizados da Casa;
10.disponibilizar, na página do Parlamentar na internet, os pro- 9.sugerir ao Departamento de Tecnologia da Informação ade-
nunciamentos dos Deputados em Plenário; quações do Sistema PRO ao trabalho das Comissões;
11.manter o acervo de arquivos de texto produzidos pela Di- 10.controlar prazos de instalação e encerramento das Comis-
visão; e sões Temporárias e Subcomissões;
12.organizar as escalas de registros taquigráficos; 11.efetuar as publicações legislativas pertinentes às Comissões
no DOAL; e
12.manter atualizados os dados pertinentes às Comissões no
sítio do Programa “Transparência no Legislativo”;
c)Divisão de Gravação e Registro de Eventos:

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

1.coordenar e gerenciar os serviços de gravação de sessões 11.1.acompanhar, diariamente, a publicação legislativa por
plenárias, reuniões ordinárias de Comissões, audiências públicas e meio da leitura do DOE e do DOAL para identificar e extrair os atos
demais eventos relacionados à atividade parlamentar e legislativa, publicados;
na Capital e no interior, neste caso quando autorizado pela Superin- 11.2.elaborar a formatação e a compilação dos textos confor-
tendência Legislativa, bem como de eventos culturais realizados na me os padrões dos Sistemas e de acordo com a técnica legislativa,
sede do Parlamento e em locais previstos contratualmente; inserindo “hiperlinks” que permitam a navegação e o acesso à le-
2.gerenciar os contratos com prestadores de serviços terceiri- gislação citada; e
zados na área de gravação, bem como solicitar a compra de equi- 11.3.inserir as normas nos Sistemas, preenchendo os campos
pamentos de gravação e enviá-los para manutenção e conserto, de cadastro, pesquisa e inclusão, indexando-as a partir de vocabu-
quando necessário; lário especificamente desenvolvido para controle de termos legisla-
3.disponibilizar, inclusive no sítio da Assembleia Legislativa, o tivos – THESAURUS – que permite a recuperação de atos similares
áudio de: e correlatos;
3.1.reuniões, audiências públicas e demais eventos das Comis- 12.inserir informações adicionais no Sistema LEGIS, que con-
sões Parlamentares; siste em:
3.2.eventos organizados pela Presidência, pela Mesa e pelo Fó- 12.1.remissivas “vide” no cadastro das normas alteradas por
rum Democrático; e meio da criação de “links” para os textos alteradores, permitindo ao
3.3.outros eventos institucionais, mediante autorização do Su- consulente uma pesquisa completa e atualizada; e
perintendente Legislativo; 12.2.“links” nos atos normativos do sítio do DOE ou do DOAL no
4.alimentar o sítio da Assembleia Legislativa, no decorrer das qual se deu a publicação e, havendo Ação Direta de Inconstitucio-
sessões plenárias, com o áudio do pronunciamento de cada Depu- nalidade – ADI –, o sítio do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal
tado – Ouça os Deputados; de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; e
5.manter o acervo digital dos áudios das sessões plenárias, das 13.atualizar a Constituição do Estado, o Regimento Interno e o
reuniões de Comissão e dos demais eventos institucionais; Código de Ética Parlamentar, em parceria com a Divisão de Controle
6.disponibilizar arquivos de áudio por meio de CDs e outras mí- Legislativo do Departamento de Assessoramento Legislativo;
dias, quando solicitado, e na internet; e
7.organizar as escalas de registros de áudio relativos a reuniões SUPERINTENDÊNCIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
de Comissões e demais eventos institucionais;
I - DEPARTAMENTO DE ORÇAMENTO E FINANÇAS:
III- GABINETE DE CONSULTORIA LEGISLATIVA:
a)Divisão de Controle e Execução Orçamentária:
1.sugerir alternativas para a ação parlamentar legiferante, per- 1.elaborar a proposta para o Plano Plurianual – PPA –, a Lei de
tinentes ao assessoramento requerido; Diretrizes Orçamentárias – LDO – e a Lei Orçamentária Anual – LOA
2.realizar estudos, pesquisas, elaboração ou revisão de minu- – da Assembleia Legislativa;
tas de proposições, adequando-as à técnica legislativa; 2.coordenar a elaboração do Relatório Contas de Gestão da As-
3.realizar estudos e atender a consultas sobre assuntos estrita- sembleia Legislativa, anualmente, com vistas e exame pelo Tribunal
mente vinculados ao exercício do mandato parlamentar no âmbito de Contas do Estado;
da Assembleia Legislativa; 3.providenciar os Relatórios de Gestão Fiscal exigidos pela Lei
4.atender às necessidades de consultoria às Comissões; Complementar Federal n.º 101, de 4 de maio de 2000, – Lei de Res-
5.propor estudos de âmbito interno e recomendações com vis- ponsabilidade Fiscal –, em consonância com as regras estabelecidas
tas ao desempenho de suas atividades e ao aperfeiçoamento da pelo Tribunal de Contas do Estado;
técnica legislativa; 4.proceder ao processamento da despesa nas etapas de empe-
6.desenvolver, integrar ou acessar bases de dados e sistemas nho e liquidação;
de pesquisa e informação relacionados com as atividades da Con- 5.classificar e acompanhar a execução orçamentária;
sultoria, obedecidas às normas de informática da Casa – Sistema de 6.elaborar relatórios gerenciais;
Consultoria Legislativa; 7.prestar informações relativas à execução orçamentária;
7.consolidar as leis estaduais e normas internas do Poder Le- 8.realizar o controle da liberação dos recursos orçamentários;
gislativo; 9.acompanhar o cadastro de fornecedores/credores da Assem-
8.coletar e organizar leis, regulamentos, atos normativos e ou- bleia Legislativa junto à Seccional da Contadoria e Auditoria Geral
tras informações essenciais à elaboração dos trabalhos de assesso- do Estado − CAGE; e
ramento; 10.efetuar a conciliação dos bens patrimoniais, comparando os
9.compilar e disponibilizar as leis estaduais e normas internas sistemas contábil e patrimonial;
do Poder Legislativo pertinentes à determinada matéria num único b)Divisão de Finanças e Pagamentos:
diploma legal, preservando-se o conteúdo normativo original dos 1.efetuar solicitações de numerário à Secretaria da Fazenda;
dispositivos; 2.efetuar os pagamentos da Assembleia Legislativa;
10.expedir certidões de vigência de leis estaduais e normas in- 3.receber numerário, tais como cópias de terceiros, ligações
ternas do Poder Legislativo; particulares, taxas de cedência do Teatro Dante Barone, taxas refe-
11.administrar, manter e disponibilizar o Sistema Integrado de rentes a serviços utilizados por terceiros, indenizações de boxes e
Legislação e Informação Legislativa – LEGIS – e o Sistema de Legisla- devoluções de diárias, salários e indenizações veiculares;
ção Compilada, que consiste em: 4.fazer o acompanhamento das contas-correntes da Assem-
bleia Legislativa;
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

efetuar demonstrativo das contas-correntes para encaminha- 13.10.controlar avaliação semestral de estagiários com vistas a
mento à Seccional da CAGE; renovações de contratos; e
5.fornecer comprovantes de pagamentos aos prestadores de 13.11.elaborar relatórios gerenciais acerca das atividades de-
serviços/fornecedores; senvolvidas;
6.realizar baixas no Sistema de Cotas, de acordo com os reco- 14.proceder à perícia médica dos candidatos a ingresso no
lhimentos recebidos; e Quadro de Pessoal da Assembleia Legislativa, atendendo ao que
efetuar requisições, pagamentos de despesas, acompanha- dispõem o inciso IV do art. 7.º e o art. 8.º da Lei Complementar n.º
mento e prestação de contas dos adiantamentos de numerários; 10.098, de 3 de fevereiro de 1994, sendo que os profissionais que
c)Divisão de Gestão Financeira de Contratos: exerçam estas atividades cumprirão a carga horária de 40 (quaren-
1.informar a disponibilidade orçamentária nos processos para ta) horas semanais, sendo 20 (vinte) delas em atividades de consul-
aquisições ou prestação de serviços; tório e as restantes à disposição para atendimentos periciais domi-
2.efetuar a reserva orçamentária e realizar o seu controle e atu- ciliares, hospitalares ou nas demais dependências da Assembleia
alização; Legislativa; (Incluído pela Resolução n.º 3.174/17)
3.apurar e acompanhar as informações pertinentes aos empe- 15.aplicar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio-
nhos prévios dos contratos e despesas de caráter contínuo; nal – PCMSO; (Incluído pela Resolução n.º 3.174/17)
4.projetar o comprometimento anual dos contratos e despesas 16.aplicar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –
contínuas; PPRA; (Incluído pela Resolução n.º 3.174/17)
5.apurar o reajuste anual dos contratos, de acordo com os dis- 17.emitir laudos técnicos: (Incluído pela Resolução n.º
sídios e índices financeiros dispostos em cada um; e 3.174/17)
6.analisar, previamente, os documentos apresentados para a 17.1.de ingresso; (Incluído pela Resolução n.º 3.174/17)
solicitação de liquidação, o valor a ser liquidado, os impostos a se- 17.2.para licenças de saúde; (Incluído pela Resolução n.º
rem retidos e eventuais multas, nos termos da legislação vigente, 3.174/17)
das despesas contratuais; 17.3.para licença à gestante; (Incluído pela Resolução n.º
3.174/17)
II- DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE PESSOAS: 17.4.para avaliação de invalidez parcial ou permanente de ser-
vidores, para fins de aposentadoria; (Incluído pela Resolução n.º
a)Divisão de Ingresso e Controle do Quadro Funcional: 3.174/17)
1.efetivar o ingresso de servidores e estagiários; 17.5.para o enquadramento de servidores na legislação que
2.atualizar o cadastro de servidores e estagiários; isenta a tributação do Imposto de Renda para portadores de do-
3.efetivar e atualizar o cadastro de parlamentares; enças graves, de acordo com a Lei Federal n.º 7.713, de 22 de de-
4.controlar o quadro de cargos efetivos e em comissão e de zembro de 1988, e do Decreto Federal n.º 3.000, de 26 de março de
funções gratificadas; 1999; (Incluído pela Resolução n.º 3.174/17)
5.gerar relatórios de composição do quadro de servidores; 17.6.para o enquadramento de servidores na situação prevista
6.orientar quanto ao desdobramento e aglutinação de vagas; no art. 127 da Lei Complementar n.º 10.098/94, que se refere ao
7.instruir processos com informação funcional de servidores; servidor, pai, mãe ou responsável por portador de deficiência física
8.efetuar registro de períodos aquisitivos e concessão de férias; ou mental; (Incluído pela Resolução n.º 3.174/17)
9.efetuar registro de fruição de licença-prêmio; 17.7.sobre as atividades e as operações consideradas de risco
10.elaborar atos administrativos para publicação; à saúde, nos termos da legislação vigente; (Incluído pela Resolução
11.elaborar súmula para o DOAL; n.º 3.174/17)
12.proceder à guarda dos documentos pessoais e funcionais 17.8.para a readaptação de servidores, nos termos do art. 39
dos Parlamentares, servidores e estagiários; e da Lei Complementar n.º 10.098/94; (Incluído pela Resolução n.º
13.quanto aos estágios na Assembleia Legislativa: 3.174/17)
13.1.administrar as solicitações de contratação de estagiários; 17.9.sobre as condições das áreas físicas, dos móveis e dos
13.2.organizar e operacionalizar junto com a Escola do Legisla- aparelhos nos ambientes de trabalho da Assembleia Legislativa, vi-
tivo os encontros de integração com os novos estagiários; sando à proteção da saúde e à segurança dos Parlamentares e dos
13.3.elaborar, firmar, renovar e publicar os Termos de Acordo servidores que lá exerçam atividades; (Incluído pela Resolução n.º
com as Instituições de Ensino; 3.174/17)
13.4.gerenciar Termo de Acordo com a Secretaria da Educação 17.10.recomendando medidas de proteção à saúde e de segu-
para proporcionar estágios a alunos do Ensino Médio das Escolas rança no trabalho realizado; e (Incluído pela Resolução n.º 3.174/17)
Estaduais; 17.11.indicativos de cargos e funções cujo exercício exponha
13.5.receber e cadastrar currículos de candidatos a estágios; os servidores a agentes nocivos à saúde; (Incluído pela Resolução
13.6.confeccionar e controlar o andamento dos Termos de n.º 3.174/17)
Compromisso de Estágio – TCE – e Termos de Rescisão de Estágio 18.vistoriar periodicamente os locais de trabalho nos prédios
–TRE; da Assembleia Legislativa cujas condições laborativas são de risco
13.7.elaborar termo de referência e gerenciar o contrato de à saúde, visando a identificar eventuais mudanças que exponham
empresa seguradora que disponibilize seguro de vida e acidentes Parlamentares e servidores a agentes nocivos à saúde; (Incluído
pessoais aos estagiários; pela Resolução n.º 3.174/17)
13.8.encaminhar correspondências para as instituições – Ter-
mos de Encerramento e Termos de Acordo;
13.9.manter arquivos de estagiários ativos e de ex-estagiários;
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19.fiscalizar os locais de trabalho de empregados de empresas 2. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
terceirizadas e sugerir medidas de eliminação de condições nocivas, 3. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
visando à proteção e à segurança do trabalho exercido no âmbito 4. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
da Assembleia Legislativa; (Incluído pela Resolução n.º 3.174/17) 5.aplicar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio-
20.planejar, organizar e promover ações de saúde integral vi- nal – PCMSO; (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
sando ao bem-estar físico, mental e social dos Parlamentares e dos 6. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
servidores no ambiente de trabalho; e (Incluído pela Resolução n.º 7. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17) 7.1. (REVOGADO
3.174/17) pela Resolução n.º 3.174/17)
21.promover eventos e campanhas de natureza educacional, vi- 7.2. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17) 7.3. (REVOGA-
sando à promoção da saúde, à prevenção de doenças ocupacionais DO pela Resolução n.º 3.174/17)
e à segurança no trabalho; (Incluído pela Resolução n.º 3.174/17) 7.4. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
22.promover a constituição e a manutenção de um Serviço Es- 7.5. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
pecializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT – no 7.6. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
âmbito da Assembleia Legislativa, de acordo com a regulamentação 7.7. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
pertinente; (Incluído pela Resolução n.º 3.244/23) 7.8. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
23.promover as adequações exigidas pelo Sistema de Escritu- 7.9. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
ração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas 7.10. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
– eSocial – relativamente às obrigações relacionadas à saúde e à 7.11. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
segurança no trabalho. (Incluído pela Resolução n.º 3.244/23) 8. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
b)Divisão de Folha de Pagamento: 9. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
1.conferir registros realizados no Sistema Recursos Humanos 10. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
do Estado RS – RHE – com publicações no DOAL; 11. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17)
2.elaborar a folha de pagamento de servidores – férias, suple-
mentar, mensal e gratificação natalina – e de estagiários; III- DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO:
3.elaborar a folha de pagamento dos Deputados – subsídio,
ajuda de custo e assiduidade em Plenário; a)Divisão de Atendimento e Suporte:
4.proceder ao cálculo e pagamento da indenização de servido- 1.administrar a Central de Atendimento aos usuários;
res exonerados; 2.prestar suporte técnico para equipamentos e sistemas homo-
5.receber e controlar os registros de efetividade dos servidores logados;
e estagiários; 3.conceder permissões de acesso aos recursos de informática;
6.cobrar valores a serem ressarcidos por servidores e ex-ser- 4.providenciar a informatização de eventos; e
vidores; 5.identificar as demandas e realizar treinamentos na área de
7.instruir processos administrativos de pensão alimentícia, informática;
isenção de imposto de renda e auxílio funeral; b)Divisão de Sistemas e Portais:
8.proceder ao pagamento de contribuições previdenciárias, 1.planejar, desenvolver, administrar e manter os sistemas e
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS –, consignatários e portais informatizados da Assembleia Legislativa;
ressarcimento referente a servidores adidos; e 2.especificar requisitos, recursos tecnológicos e humanos para
9.elaborar declarações à Receita Federal do Brasil, ao Ministé- o desenvolvimento e implantação de sistemas e portais informati-
rio do Trabalho e Emprego e ao Ministério da Previdência Social; zados;
c)Divisão de Vantagens: 3.auxiliar na especificação, avaliação, aquisição e implantação
1.instruir e encaminhar processos de concessão de avanços, de soluções de “software” produzidas por terceiros;
adicionais por tempo de serviço e licença-prêmio; 4.definir, manter e disponibilizar normas técnicas, padrões,
2.instruir processos de abono de permanência, nos termos da orientações e recomendações sobre o uso de sistemas e portais in-
legislação vigente, mediante requerimento; formatizados;
3.instruir e encaminhar processos de averbação de tempo de 5.definir, manter e aplicar normas e padrões de desenvolvi-
serviço para fins de concessão de vantagens, incorporação de fun- mento de sistemas e portais referentes à tecnologia, à metodologia,
ção gratificada, averbação de licença-prêmio convertida em tempo a políticas de segurança e à usabilidade;
de serviço em dobro e implantação de vantagens para adidos; 6.buscar o constante aperfeiçoamento do Portal da Assem-
4.instruir processos de aposentadoria de servidores efetivos, bleia, com vistas à disponibilização de mais e melhores ferramentas
mediante requerimento; de acesso às informações da Casa;
5.revisar proventos; 7.buscar a integração das informações provenientes dos diver-
6.controlar e instruir processos relativos ao auxílio-creche/es- sos setores da Assembleia Legislativa, visando ao aumento da inte-
pecial; gridade, confiabilidade, segurança e disponibilidade das mesmas; e
7.elaborar atestados e certidões para servidores e ex-servido- 8.gerenciar e coordenar o PRO;
res; c)Divisão de Redes e Telecomunicações:
8.controlar as promoções nos cargos de carreira e o estágio 1.planejar, administrar e manter a infraestrutura de rede de
probatório de novos servidores efetivos; e computadores, incluindo redes física, lógica e sem fio;
9.elaborar atos administrativos; 2.planejar, administrar e manter os serviços inerentes à infra-
d) (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17) estrutura de rede, tais como correio eletrônico, armazenamento de
1. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.174/17) arquivos e “backup”;
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3.planejar, administrar e manter a infraestrutura de rede elétri- 12.fiscalizar e controlar contratos de serviços terceirizados;
ca estabilizada e sistema interno de TV; 13.elaborar e executar projetos de obras e reformas;
4.administrar as permissões de acesso aos recursos de rede; 14.elaborar projetos básicos de engenharia para fins de licita-
5.planejar e implementar políticas de segurança computacio- ção;
nal, visando a garantir a integridade e disponibilidade dos dados; 15.acompanhar e fiscalizar a execução de obras de engenharia
6.prestar serviços na infraestrutura de rede de computadores em execução;
relativos a cabeamento; 16.fazer o levantamento físico das necessidades setoriais;
7.prover os meios de conectividade com a internet e demais 17.estudar, projetar a adequação e executar mudanças de
redes necessárias à instituição; leiaute, pintura, decoração e ambientação dos espaços, de acordo
8.planejar, administrar e manter o sistema de banco de dados com as boas práticas e normas de segurança e desempenho;
utilizados pelos sistemas e portais informatizados empregados na 18.realizar levantamentos, medições, desenhos e croquis para
instituição; suporte aos serviços de manutenção;
9.acompanhar a execução de contratos com fornecedores de 19.planejar as ações para promover a melhoria e moderniza-
equipamentos e concessionárias de serviço público de telefonia; ção predial e dos equipamentos complementares ao funcionamen-
10.gerir o funcionamento dos equipamentos de telefonia fixa to dos prédios;
e móvel nos aspectos de controle, acesso, configuração, operação 20.guardar e manter os projetos, plantas arquitetônicas, dese-
e manutenção; nhos, memoriais descritivos, croquis e outros documentos relativos
11.gerenciar o atendimento telefônico geral da Casa e manter à estrutura física dos prédios que compõem o complexo da Assem-
atualizada a agenda de ramais e telefones; bleia;
12.planejar, administrar e manter a infraestrutura dos painéis 21.elaborar projetos básicos para aquisição de materiais, insu-
de votação; e mos, equipamentos e peças de equipamentos correlatos às áreas
13.elaborar projeto de manutenção e evolução das redes lógica de manutenção predial;
e elétrica relacionadas ao sistema de votação; 22.manter em pleno estado de conservação o Plenário, o Tea-
tro Dante Barone, as Salas de Comissões e demais dependências da
IV- DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA: Assembleia Legislativa para a realização de eventos;
23.promover o alinhamento e numeração das vagas de esta-
a)Divisão de Projetos e Manutenção: cionamento e estudar locais onde podem ser abertas novas vagas;
1.realizar investigações e levantamentos técnicos, definir meto- 24.executar os serviços de reparos nos bens imóveis e depen-
dologia de execução, dimensionar elementos de projetos, detalhar, dências da Assembleia;
revisar e aprovar projetos, especificar equipamentos, materiais e 25.realizar a manutenção preventiva e corretiva das instalações
serviços e desenvolver relatórios; prediais, elétricas, hidráulicas, sanitárias, de ar condicionado, de
2.quantificar e especificar qualificações necessárias à mão de elevadores e de combate a incêndio;
obra, equipamentos, materiais e serviços, controlar cronograma fí- 26.realizar a manutenção de exaustores, compressores, moto-
sico e financeiro de obras, otimizar processos construtivos, supervi- res, bombas e outros equipamentos eletromecânicos;
sionar a segurança da obra e os aspectos ambientais, medir serviços 27.preservar e zelar pela conservação do Memorial do Legis-
executados e fiscalizar obras e serviços; lativo e do Solar dos Câmara, prédios tombados pelo Instituto do
3.fazer estudo da viabilidade técnica e econômica do empreen- Patrimônio Histórico e Artístico do Estado – IPHAE
dimento, planejar cronograma físico-financeiro e caracterizar em- – e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –
preendimento; IPHAN –, respectivamente;
4.avaliar relatórios de inspeção, gerenciar recursos humanos, 28.manter e preservar os jardins da Assembleia e o jardim his-
suprimentos de materiais e serviços e técnico-financeiros; tórico do Solar dos Câmara, bem tombado pelo IPHAN;
5.compor custos de mão de obra, equipamentos, materiais e 29.acompanhar e controlar as contas de água e luz dos pró-
serviços, levantar preços de insumos e elaborar custos específicos prios da Assembleia Legislativa para fins de pagamento;
e gerais; 30.registrar e acompanhar as solicitações de usuários e servi-
6.estabelecer critérios para pré-qualificação de serviços e ços solicitados à Divisão por meio de sistema de banco de dados;
obras, preparar termo de referência para contratação de serviços 31.manter e organizar o sistema de identificação – placas e pai-
e obras, preparar propostas técnicas para prestação de serviços e néis – internos e externos;
obras e administrar contratos; 32.controlar e dispensar os materiais e insumos utilizados pe-
7.aceitar ou rejeitar materiais e serviços e verificar a aferição e las terceirizadas nos serviços correlatos; e
a calibração de equipamentos; 33.elaborar e definir ações e projetos que visem à eficiência
8.verificar o cumprimento de procedimentos e especificações energética, à economia de água e à redução de demanda;
técnicas, ajustar os procedimentos às normas de avaliação de de- b)Divisão de Protocolo e Arquivo:
sempenho técnico e operacional, controlar documentação técnica, 1.conferir, protocolar, registrar, rubricar e numerar os docu-
elaborar normas, procedimentos executivos e critérios de medição; mentos recebidos pela Assembleia Legislativa, anotando o número
9.projetar, quantificar e especificar ações que visem às adequa- de origem, a data de expedição, o assunto, a data de entrada e a
ções dos espaços físicos à legislação de acessibilidade, prevenção tramitação, sem prejuízo das atribuições previstas no art. 13 da Re-
contra incêndio e pânico, fiscalizando-as; solução de Mesa n.º 838, de 27 de maio de 2008;
10.adequar os ambientes às normas de conforto térmico e 2.quando solicitado, fazer juntada por ordem cronológica de
acústico e de segurança; todos os documentos, lavrando os respectivos termos;
11.fiscalizar e controlar contratos de mão de obra terceirizada;
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3.manter atualizados livros e fichários, bem como o “software” 11.receber, conferir, registrar e postar correspondências e en-
específico, necessários ao desempenho de suas atribuições; comendas encaminhadas pelos diversos setores da Assembleia;
4.distribuir os processos a quem de direito, controlar a tramita- 12.controlar e comunicar aos setores emitentes a devolução de
ção dos processos por meio do Sistema de Protocolo Integrado – SPI correspondências;
– e informar, quando solicitado, sobre seu andamento; 13.emitir relatórios mensais sobre o envio e a devolução de
5.controlar o fluxo dos documentos e manter as fichas de pro- correspondências da Assembleia Legislativa;
tocolo atualizadas; 14.envidar esforços junto aos Gabinetes e demais órgãos da
6.informar aos interessados a situação e o destino dos docu- Casa para a redução da quantidade de correspondência devolvida;
mentos; 15.aferir, antes da postagem, se o endereçamento das corres-
7.recolher, registrar, arquivar e conservar os documentos e pro- pondências encaminhadas está de acordo com as normas da Em-
cessos de caráter legislativo e administrativo ultimados; presa Brasileira de Correios e Telégrafos − EBCT –;
8.proceder à verificação periódica de seu acervo; 16.receber e encaminhar as correspondências e encomendas
9.dar baixa da guarda de documentos destituídos de valor; recebidas aos respectivos setores;
10.executar trabalhos de natureza administrativa correspon- 17.receber e encaminhar os jornais e revistas aos respectivos
dentes aos seus fins; setores;
11.proceder à apensação e desapensação de processos, a pedi- 18.gerenciar e controlar as assinaturas de jornais e revistas da
do da autoridade competente; Assembleia Legislativa;
12.atender ao público interno e externo em suas solicitações 19.conferir fatura de postagem da EBCT e debitar no Sistema
por escrito, que serão submetidas à apreciação de autoridade de Cotas os valores
competente, para pesquisas no acervo da Assembleia, e, quando correspondentes às postagens efetuadas pelos setores da Casa;
solicitadas cópias de documentos, emitir e encaminhar guia para 20.atualizar, diariamente, os dados referentes às postagens no
pagamento das mesmas; Sistema de Cotas e débitos do quadrimestre (fechamento);
13.autuar e cadastrar no SPI os documentos e as petições 21.comunicar as quantidades e os valores das postagens e im-
oriundos dos setores da Assembleia, de outros órgãos e da socie- pressos devolvidos aos remetentes, por meio de memorandos, e
dade civil; entrega do material devolvido aos respectivos Gabinetes;
14.capear, numerar e identificar os processos administrativos 22.providenciar a abertura de centro de custos junto à EBCT
e legislativos; cada vez que se instalar uma Comissão ou houver afastamento de
15.fazer o encaminhamento dos autógrafos para o Governador Deputado;
do Estado; 23.verificar e controlar, previamente, o envio de correspondên-
16.proceder à abertura de volumes de processos administrati- cias, a existência e disponibilidade de saldo de cada centro de custo;
vos e legislativos; 24.conferir e fazer o cruzamento de dados entre o faturamento
17.sugerir atualizações do SPI à Companhia de Processamento dos correios, os débitos feitos no Sistema de Cotas e os relatórios
de Dados do Estado do Rio Grande do Sul – PROCERGS – e à Comis- mensais de postagens, justificando diferenças quando necessário;
são Central de Protocolos; 25.encaminhar, mensalmente, processo para pagamento de fa-
18.proceder à guarda e permitir o acesso a documentos e a turas de correspondências; e
processos administrativos e legislativos que integram o acervo do- 26. gerir os contratos de impressos e de carimbos; (Redação
cumental da Assembleia; e dada pela Resolução n.º 3.147/15)
19.solicitar comissão de expurgo, de acordo com a Resolução d) (REVOGADO pela Resolução n.º 3.147/15)
de Mesa n.º 838/08 e escala de temporalidade, para descarte peri- 1. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.147/15)
ódico dos processos administrativos arquivados, mantendo a viabi- 2. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.147/15)
lidade de seus espaços físicos de armazenamento (arquivos); 3.3. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.147/15)
c)Divisão de Serviços Complementares: 4. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.147/15)
1.atender e acompanhar os serviços executados pelas empre- 5. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.147/15)
sas prestadoras de serviço nas áreas de limpeza, asseio e conser- 6. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.147/15)
vação; 7. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.147/15)
2.administrar a limpeza, a manutenção e a conservação dos 8. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.147/15)
imóveis da Assembleia Legislativa; e)Divisão de Transporte: (Incluído pela Resolução n.º
3.fiscalizar os serviços contratados de limpeza e higienização de 3.221/21)
sanitários, refeitórios, depósitos ou arquivos; 1.guardar, limpar, manter, conservar e operar os veículos ofi-
4.acompanhar e gerenciar os serviços de copa, garçons e for- ciais de propriedade da Casa ou aqueles que estejam a sua disposi-
necimento de café; ção; (Incluído pela Resolução n.º 3.221/21)
5.acompanhar e gerenciar o serviço de ascensorista; 2.exercer o controle do uso dos veículos; (Incluído pela Resolu-
6.administrar e gerenciar o serviço de reprografia; ção n.º 3.221/21)
7.controlar e fornecer café, açúcar e água mineral aos diversos 3.repor peças e acessórios; (Incluído pela Resolução n.º
setores da Casa; 3.221/21)
8.promover a lavagem de cortinas de tecido, bandeiras, tapetes 4.promover a manutenção preventiva dos veículos; (Incluído
e carpetes desta Assembleia; pela Resolução n.º 3.221/21)
9.confeccionar encadernações; 5.organizar e atualizar o cadastro dos veículos pertencentes à
10.confeccionar blocos de anotações e outros materiais, com Casa; (Incluído pela Resolução n.º 3.221/21)
reaproveitamento de papel da Casa;
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6.manter atualizados os controles, por veículo, de quilometra- 9.3.elaborar e fazer publicar os avisos de licitação no DOE, no
gem rodada, da utilização de peças e acessórios e do consumo de DOAL, no sítio da Assembleia Legislativa e, quando necessário, em
combustível e lubrificante; (Incluído pela Resolução n.º 3.221/21) jornais de grande circulação, de forma a assegurar a publicidade
7.adotar providências imediatas em face de ocorrências no ser- exigida pelo vulto do certame;
viço, como extravio, utilização indevida, acidente e avaria no veícu- 9.4.receber as impugnações contra os instrumentos convoca-
lo; e (Incluído pela Resolução n.º 3.221/21) tórios de licitação e decidir sobre sua procedência;
8.gerir e controlar os contratos afetos a sua área de atuação; 9.5.receber e responder os pedidos de esclarecimento dos ins-
(Incluído pela Resolução n.º 3.221/21) trumentos convocatórios de licitação;
9.6.credenciar representantes dos interessados em participar
V- DEPARTAMENTO DE COMPRAS, ALMOXARIFADO E PATRI- da licitação;
MÔNIO: 9.7.receber e examinar a documentação exigida para a habili-
tação dos interessados em participar da licitação e julgá-los habi-
a)Divisão Central de Compras e Contratos: litados ou não, à luz dos requisitos estabelecidos no instrumento
1.elaborar um plano de compras, a partir de propostas e priori- convocatório;
dades dos órgãos do Poder Legislativo; 9.8.receber e examinar as propostas dos interessados em par-
2.prestar subsídios à administração do Poder Legislativo em as- ticipar da licitação e julgá- las aceitáveis ou não, à luz dos requisitos
suntos relativos à área de compras; estabelecidos no instrumento convocatório;
3.orientar e fiscalizar o processamento das aquisições de ma- 9.9.realizar as diligências que entender necessárias ao escla-
terial/contratações de serviço, observadas as normas e a legislação recimento de dúvidas, especialmente quanto à aceitabilidade de
específicas; propostas e à habilitação de licitantes;
4.sugerir normas inerentes ao processamento da aquisição de 9.10.receber os recursos interpostos às decisões do pregoei-
material e da prestação de serviço, bem como fiscalizar seu cum- ro/membro da Comissão de Licitações – CL –, reconsiderando-as,
primento; quando couber, ou fazendo-os subir, devidamente informados, ao
5.interagir com os usuários e/ou demais órgãos envolvidos, Superintendente Administrativo e Financeiro;
para obtenção de informações concernentes a produtos ou equipa- 9.11.dar ciência aos interessados de todas as decisões tomadas
mentos a serem adquiridos e/ou serviços a serem prestados, com nos respectivos procedimentos;
vistas a melhor especificação técnica do objeto; 9.12.fazer publicar no sítio da Assembleia Legislativa na inter-
6.promover pesquisas de mercado visando ao estudo de pre- net e, quando necessário, no DOAL e em jornal de grande circula-
ços e à qualidade dos produtos disponíveis no mercado; ção, os resultados dos julgamentos quanto à aceitabilidade e clas-
7.efetuar os registros necessários para a organização da Divi- sificação das propostas e quanto à habilitação ou inabilitação de
são; licitantes;
8.quanto aos procedimentos de compra de bens/contratação 9.13.encaminhar ao Superintendente Administrativo e Finan-
de serviços de pequeno valor, por dispensa de licitação, nos termos ceiro os autos de licitação, para adjudicação do objeto, quando for
do art. 24, incisos I e II da Lei Federal n.º 8.666, de 21 de junho de o caso, e para homologação do certame; e
1993, e da Lei n.º 13.179, de 10 de junho de 2009: 9.14.propor ao Superintendente Administrativo e Financeiro a
8.1.receber, classificar e processar os pedidos de compra de revogação ou a anulação do procedimento licitatório;
material e de contratação de obras e serviços; 10.quanto aos contratos:
8.2.verificar a descrição do objeto que, conforme o nível de es- 10.1.elaborar minutas de contratos, atas de registro de preços,
pecificidade, necessitará acompanhamento de responsável técnico convênios, protocolos de intenções, termos de acordo de colabo-
de área especializada; ração e de cooperação técnica, termos de adesão, termos de apos-
8.3.validar os orçamentos recebidos do solicitante e/ou obter, tilamento, de compartilhamento, de concessão e termos aditivos,
junto ao mercado e aos fornecedores cadastrados, cotações de pre- retificações e rescisões de contratos, e as suas correspondentes sú-
ços para os produtos/serviços a serem adquiridos/contratados; mulas, consoante os termos da Lei Federal n.º 8.666/93;
8.4.elaborar editais de Cotação Eletrônica de Preços; 10.2.manter arquivo cronológico e registro atualizado e nume-
8.5.agendar, divulgar e acompanhar a disputa por meio do Sis- rado de todos os instrumentos celebrados pela Assembleia Legisla-
tema de Compras Eletrônicas utilizado pelo Parlamento; tiva, de acordo com o art. 60 da Lei Federal n.º 8.666/93;
8.6.verificar a documentação exigida para habilitação daquele 10.3.contatar com as pessoas jurídicas de direito privado e de
fornecedor/prestador de serviços que apresenta o menor orçamen- direito público, solicitando o comparecimento de seus representan-
to, bem como para o vencedor da disputa, julgando-os habilitados tes legais para assinatura ou retirada dos instrumentos;
ou não; e 10.4.celebrar, posteriormente à aprovação dos gestores e das
8.7.indicar à autoridade superior o fornecedor/prestador de autoridades competentes, e/ou depois da licitação, dispensa ou ine-
serviços vencedor da disputa, seja ela realizada por meio de compra xigibilidade desta, os instrumentos previamente confeccionados;
direta ou Cotação Eletrônica de Preços; 10.5.elaborar as respectivas súmulas e cadastrá-las para publi-
9.quanto aos procedimentos de compra de bens/contratação cação no DOAL;
de serviços por meio de licitação: 10.6.cadastrar e atualizar o Sistema de Contratos com todos os
9.1.elaborar as minutas dos instrumentos convocatórios de lici- dados necessários para o efetivo controle do fluxo e monitoramen-
tação, em todas as modalidades previstas na legislação; to dos instrumentos, servindo essas informações para alimentar a
9.2.submeter à Procuradoria da Assembleia Legislativa as mi- base de dados do sítio do Programa “Transparência no Legislativo”,
nutas de instrumentos convocatórios de licitação; disponibilizado na rede mundial de computadores;

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

10.7.controlar a vigência dos termos celebrados e informar os 5. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
respectivos gestores com referência aos prazos, por meio de memo- 6. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
randos, atendendo à Resolução de Mesa n.º 782, de 11 de outubro 7. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
de 2007; 8. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
10.8.orientar os gestores acerca das informações necessárias 9. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
para a adequação de projetos básicos e de termos de referência, 10. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
com a finalidade de agilizar a elaboração das minutas demandadas; 11. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
e 12. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
10.9.confeccionar relatórios a fim de subsidiar o trabalho de 13. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
outros Departamentos ou Divisões; 14. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
b)Divisão de Almoxarifado: b) (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
1.receber, conferir, registrar, classificar, guardar e distribuir 1. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
todos os materiais de consumo, de expediente, permanentes e de 2. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
manutenção móvel e predial que se encontram armazenados sob 3. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
sua responsabilidade; 4. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
2.organizar e manter atualizado o catálogo de material; 5. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
3.manter estoque de materiais compatível com as necessida- 6. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
des institucionais; 7. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
4.controlar a entrada e a saída do material adquirido pela Casa; 8. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
5.organizar o controle de consumo de material; 9. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
6.prestar informações nos processos sobre aquisição de mate- 10. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
rial; 11. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
7.realizar inspeção de conferência de especificações de mate- 12. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
riais adquiridos pela Casa; 13. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
8.encaminhar a documentação necessária e solicitar o paga- 14. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
mento do material recebido; e 15. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
9.inventariar, anualmente, todos os materiais armazenados 16. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
sob sua responsabilidade; 17. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
c)Divisão de Patrimônio: c) (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
1.executar o tombamento, o registro e o controle dos bens pa- 1. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
trimoniais da Assembleia Legislativa, inclusive dos imóveis; 2. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
2.controlar a entrada, a movimentação e a baixa de móveis e 3. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
utensílios da Assembleia Legislativa, bem como todos os bens que 4. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
sejam passíveis de registro e tombamento pelo seu caráter de per- 5. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
manência; 6. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
3.organizar base de dados dos bens da Assembleia Legislativa, 7. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
sua distribuição pela Casa, registro de sua movimentação e estabe- 8. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
lecimento de carga com a responsabilidade dos seus usuários; 9. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
4.organizar e providenciar junto ao órgão competente para a 10. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
limpeza e conservação os reparos de que careçam os bens patri-
moniais; VII- GABINETE DE ASSESSORAMENTO ADMINISTRATIVO:
5.fiscalizar a conservação do patrimônio e seu correto uso;
6.apurar responsabilidade de danos causados ao patrimônio da 1.convocar, acompanhar e assessorar as reuniões propostas
Assembleia Legislativa por negligência, imprudência ou imperícia; pelo Superintendente Administrativo e Financeiro;
7.providenciar a reposição de bens patrimoniais irrecuperáveis; 2.receber, examinar, instruir e encaminhar documentos, reque-
8.classificar os bens patrimoniais, pelo valor aquisitivo, atuali- rimentos e processos;
zando-o conforme pesquisas no mercado; 3.elaborar expedientes, ofícios, memorandos e encaminha-
9.guardar, zelar e disponibilizar, quando necessário, toda a do- mentos diversos;
cumentação relativa aos bens móveis e imóveis pertencentes à As- 4.prestar informações sobre o andamento de assuntos encami-
sembleia Legislativa; nhados à consideração da SAF;
10.recolher o material permanente inservível ou em desuso; 5.comunicar às partes interessadas as decisões tomadas pela
11.providenciar o descarte de bens inservíveis; e SAF sobre assuntos que lhe são pertinentes;
12.providenciar o seguro predial para os imóveis da Casa; 6.revisar e providenciar a publicação de Portarias e Editais no
Caderno de Atos Administrativos do DOAL; (Redação dada pela Re-
VI- (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18) solução n.º 3.147/15)
a)(REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18) 7.controlar e arquivar documentos;
1. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18) 8.elaborar, revisar e expedir correspondências; e
2. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18) 9.supervisionar o andamento dos projetos estratégicos coor-
3. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18) denados pela SAF;
4.4. (REVOGADO pela Resolução n.º 3.189/18)
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SUPERINTENDÊNCIA DE COMUNICAÇÃO E CULTURA II- DEPARTAMENTO DE PUBLICIDADE:

I - DEPARTAMENTO DE JORNALISMO: a)Divisão de Atendimento Administrativo:


1.realizar o atendimento de agências de publicidade e de veí-
a)Divisão de Agência de Notícias: culos de comunicação;
1.manter, na internet, o conteúdo das páginas: 2.viabilizar a confecção do material de divulgação institucional
1.1.da Agência de Notícias; e Parlamentar;
1.2.dos Deputados, por suas assessorias de imprensa; 3.divulgar e veicular publicidade legal;
1.3.das Comissões Técnicas, por meio de suas assessorias; e 4.coordenar a veiculação de campanhas institucionais do Po-
1.4.do Plenário, por meio da Superintendência Legislativa; der Legislativo;
2.alimentar a Agência de Notícias no sítio da Assembleia Le- 5.viabilizar a participação da Assembleia Legislativa em feiras,
gislativa; exposições e eventos;
3.distribuir matéria e cobertura jornalística aos órgãos de im- 6.acompanhar e controlar a execução dos contratos com as
prensa do interior e disponibilizar o material fotográfico para uso agências de publicidade; e
em veículos de imprensa da Capital e do interior; 7.comunicar e divulgar as atividades internas e eventos da As-
4.realizar cobertura jornalística e fotográfica das atividades sembleia Legislativa entre os Parlamentares e os funcionários;
parlamentares e institucionais da Assembleia Legislativa; b)Divisão de Criação:
5.divulgar as atividades artísticas desenvolvidas na Assembleia 1.realizar a elaboração preliminar de peças publicitárias para
Legislativa; divulgação institucional;
6.guardar e manter o acervo de matérias da Agência de Notí- 2.elaborar leiaute e artes gráficas para os Gabinetes e Comis-
cias e o acervo fotográfico de cobertura jornalística da Assembleia sões Parlamentares; e
Legislativa; 3.elaborar o plano de mídia anual;
7.prestar serviços de assessoria de imprensa ao Legislativo, 4.gerir os contratos de banners e faixas; (Incluído pela Resolu-
com a remessa de material editorial e produção de pautas; ção n.º 3.147/15)
8.providenciar o credenciamento dos profissionais da impren-
sa externa; III- DEPARTAMENTO DE CULTURA:
9.assessorar os Departamentos da Superintendência de Comu-
nicação e Cultura nos processos e procedimentos administrativos; e a)Divisão de Promoções Culturais e Prêmios:
10.disponibilizar ao público externo, bem como auxiliar a uti- 1.organizar e executar projetos culturais e prêmios institucio-
lização, no Espaço de Inclusão Digital Engenheiro Homero Carlos nais regidos por norma, no âmbito da Assembleia Legislativa;
Simon − AL.com −, computadores tipo “desktop”, com programas, 2.agendar, planejar, prestar assessoria técnica e acompanhar
no mínimo de editores de texto, planilha de cálculo, apresentação, o desenvolvimento de exposições culturais e/ou institucionais nos
navegador de internet e acesso à rede mundial de computadores, espaços previstos para esse fim na Resolução de Mesa n.º 835, de
mediante identificação dos usuários; 29 de abril de 2008;
b)Divisão de Rádio: 3.planejar, organizar e produzir a agenda de espetáculos da
1.transmitir na Rádio WEB: temporada do projeto Sarau do Solar;
1.1.Plenário ao vivo; 4.planejar, organizar e produzir apresentações artísticas e
1.2.atividades das Comissões Parlamentares; eventos culturais e/ou institucionais propostos pela Divisão;
1.3.boletins diários de notícias; e 5.propor, orientar e implementar ações de divulgação dos
1.4.programação musical; eventos promovidos por meio da Divisão nos veículos internos e
2.produzir e disponibilizar boletins de notícias para as emisso- externos de comunicação;
ras de rádio da Capital e do interior; 6.sugerir à instância competente a regulamentação dos prê-
3.realizar cobertura jornalística do Plenário e das reuniões das mios institucionais, bem como as alterações necessárias ao seu
Comissões Parlamentares; aprimoramento;
4.divulgar as atividades artísticas desenvolvidas na Assembleia 7.sugerir e implementar ações culturais e prêmios institucio-
Legislativa; e nais de forma a integrar, preservar e ampliar as relações da Assem-
5.guardar e manter o acervo sonoro de matérias jornalísticas bleia com a sociedade, pela formação de parcerias, convênios, pro-
da Rádio WEB; jetos e programas;
c)Divisão de Televisão: 8.coordenar e disponibilizar o suporte necessário para o traba-
1.produzir e veicular a grade de programação da TV Assem- lho das Comissões encarregadas de planejar, organizar e/ou julgar
bleia; prêmios institucionais da Assembleia; e
2.realizar cobertura jornalística do Plenário e das reuniões das 9.demandar, gerir e fiscalizar a confecção de troféus, medalhas,
Comissões Parlamentares; certificados e diplomas relativos aos prêmios institucionais promo-
3.divulgar as atividades artísticas desenvolvidas na Assembleia vidos por meio da Divisão, inclusive quanto à regulação e preserva-
Legislativa; e ção da identidade visual dos mesmos;
4.guardar e manter o acervo de imagens da Assembleia Legis- b)Divisão de Reserva de Espaços e Informações:
lativa; 1.gerir a reserva e a cedência dos espaços previstos na Resolu-
ção de Mesa n.º 835/08;

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

2.demandar os serviços de suporte e de apoio, quando au- 10.sugerir, organizar e promover cursos para os servidores da
torizados, nos eventos realizados nos espaços previstos na Reso- entidade conveniada, por servidores desta Casa;
lução de Mesa n.º 835/08, tais como os serviços de sonorização, 11.prestar esclarecimentos aos servidores acerca dos cursos e
de fotografia e de gravação de vídeo, bem como disponibilização eventos promovidos pela Escola;
de bandeiras, “banners” institucionais da Assembleia, “datashow”, 12.gerir e coordenar o Programa “Interlegis” do Senado Fede-
“notebook”, telão, TV, vídeo, plantão de equipes de limpeza e de ral;
eletricidade; 13.promover palestras que visem à qualificação dos servidores;
3.atender ao público interno e externo quanto à utilização dos 14.instruir as atividades de Secretaria da Escola; e
espaços, em conformidade com a Resolução de Mesa n.º 835/08; 15.subsidiar a direção na confecção de planejamento e rela-
4.administrar a agenda do Teatro Dante Barone, nos termos da tórios;
Resolução de Mesa n.º 835/08; b)Divisão de Biblioteca, Pesquisa e Extensão:
5.demandar os serviços de suporte e manutenção para asse- 1.gerir a Biblioteca Borges de Medeiros da Assembleia Legisla-
gurar as condições adequadas de funcionamento do Teatro Dante tiva do Estado do Rio Grande do Sul, criada pela Lei n.º 136, de 5 de
Barone; dezembro de 1913, e assim denominada na Sessão Solene de 19 de
6.divulgar as atividades nos espaços definidos na Resolução de novembro de 1963;
Mesa n.º 835/08, por meio de agenda eletrônica no Portal da As- 2.gerir a Biblioteca Virtual da Assembleia;
sembleia; 3.gerir o Sistema Informatizado de Gestão da Biblioteca;
7.expor cartazes institucionais e culturais relativos aos eventos 4.gerir o estande da Assembleia nas Feiras do Livro do Estado
institucionais ou de interesse público, nos locais previstos para esse do Rio Grande do Sul;
fim, no âmbito da Assembleia; 5.subsidiar Parlamentares, servidores e público em geral em
8.prestar informações sobre os eventos institucionais nos espa- suas necessidades de consulta e pesquisa em documentação, infor-
ços previstos na Resolução de Mesa n.º 835/08; mação e em legislação federal e estadual;
9.orientar sobre informações de Parlamentares e de atividades 6.colecionar, preservar, digitalizar e disponibilizar na Biblioteca
e funcionamento da Assembleia; Virtual o texto integral das obras publicadas pela Assembleia;
10.coordenar e gerenciar os serviços de sonorização de sessões 7.gerir, preservar, desenvolver, controlar e disponibilizar, por
plenárias, reuniões ordinárias de Comissões, audiências públicas e consulta ou empréstimo, o acervo bibliográfico, documental, multi-
demais eventos relacionados à atividade parlamentar e legislativa, meios e de periódicos da Assembleia;
na Capital e no interior, bem como de eventos culturais realizados 8.selecionar, adquirir, avaliar e descartar recursos informacio-
na sede do Parlamento e em locais previstos contratualmente; nais para o acervo da Biblioteca e para a Assembleia;
11.solicitar a compra de equipamentos de sonorização e enviá- 9.gerir recursos financeiros que envolvem a manutenção dos
-los para manutenção e conserto, quando necessário; e itens acima;
12.gerenciar os contratos com prestadores de serviços terceiri- 10.registrar, classificar, catalogar, indexar e permitir a circula-
zados na área de sonorização; ção de recursos informacionais, de acordo com as normas e técni-
cas biblioteconômicas;
ESCOLA DO LEGISLATIVO 11.manter intercâmbio com outras bibliotecas, centros de do-
cumentação e órgãos afins;
a)Divisão de Ensino, Desenvolvimento e Treinamento: 12.coordenar o acesso e a circulação do acervo da Biblioteca,
1.promover cursos e treinamento com facilitadores internos e de acordo com a Resolução de Mesa n.º 1.234, de 3 de dezembro
externos, visando à capacitação e à qualificação dos servidores da de 2013;
Assembleia; 13.gerir o processo de publicação da Revista Estudos Legisla-
2.gerir a contratação e viabilizar a participação de servidores tivos, obra institucional da Assembleia, coordenada pela Escola do
em cursos especiais (fora da Casa) ou em seminários (pagos pela Legislativo;
Instituição); 14.coordenar a publicação de outros conhecimentos técnico-
3.gerir contratação e/ou renovação de contrato de prestação -institucionais e políticas de informação bibliográficas para a As-
de serviços de informática; sembleia;
4.desenvolver, promover e gerenciar a rotina mensal de utiliza- 15.gerir o evento “Deputado por um Dia”, que consiste em re-
ção e oferta da prestação de serviços de cursos de informática, por ceber, na Assembleia, estudantes da rede de ensino fundamental
compra de vagas, para os servidores da Casa; e médio do Rio Grande do Sul para atuar, por um dia, como Depu-
5.organizar e oferecer cursos e treinamentos ministrados por tados estaduais, elaborando, discutindo e votando projetos de lei;
servidores da PROCERGS; 16.gerir o “Programa Encontro com Universitários”, que consis-
6.recepcionar, junto à direção, representantes de entidades pú- te em realizar palestras sobre a importância do Poder Legislativo a
blicas ou privadas que mantêm protocolos de cooperação técnica estudantes da rede de ensino superior do Rio Grande do Sul;
firmados com a Escola, e realizar tratativas; 17.gerir o “Programa Formação de Cidadania”, que consiste em
7.acatar sugestões de ações e viabilizar a realização destas jun- realizar palestras sobre temáticas da Ciência Política e da Educação
to à direção e fazer a interlocução com instituições, visando a imple- para agentes políticos, servidores da Assembleia e estudantes da
mentar ações voltadas à qualificação dos servidores; rede de ensino do Rio Grande do Sul;
8.gerir a renovação dos protocolos de cooperação técnica; 18.gerir o Portal da Escola do Legislativo;
9.sugerir, organizar e promover cursos ofertados pelas entida- 19.planejar, desenvolver e realizar outros projetos de pesquisa
des que mantêm protocolos de cooperação técnica, sem custo para e extensão propostos pela Escola do Legislativo;
a Instituição, aos servidores da Casa; 20.instruir as atividades de Secretaria do Setor;
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21.subsidiar a direção na confecção de planejamento e relatórios; e


22.cobrir eventos realizados pelos Setores da Escola – em parceria com a Superintendência de Comunicação e Cultura.

CARGO PADRÃO ATRIBUIÇÕES


Chefe do Gabinete da Presidência seis vezes o valor da FGPL-8, acrescido - assessorar o Presidente da Assem-
de gratificação de representação de 20% bleia Legislativa no desempenho de suas
atribuições e coordenar os trabalhos no
âmbito do Gabinete da Presidência.
Coordenador- Geral de Bancada seis vezes o valor da FGPL-8, acrescido -coordenar e assessorar os trabalhos
de gratificação de representação de 15% no âmbito da Bancada Parlamentar;
-representar a Bancada Parlamentar
e acompanhar Deputados em atividades
institucionais.
Assessor Técnico de Bancada seis vezes o valor da FGPL-8, acrescido -prestar assessoramento junto aos
de gratificação de representação de 15% órgãos da Assembleia e às Bancadas Par-
lamentares, visando ao planejamento de
projetos e à promoção de uma maior in-
tegração da Assembleia Legislativa com a
sociedade;
-exercer assessoramento de nível es-
tratégico;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais.
Chefe de Gabinete de Líder seis vezes o valor da FGPL-8, acrescido -assessorar os Deputados Líderes de
de gratificação de representação de 15% Bancada no desempenho de suas atribui-
ções e coordenar os trabalhos no âmbito
do Gabinete Parlamentar;
-chefiar os trabalhos de assessoria
aos Líderes de Bancada e aos Líderes Par-
tidário;
-representar a Bancada Parlamentar
em atividades institucionais.
Assessor de Gabinete de Líder seis vezes o valor da FGPL-8, acrescido -prestar assessoramento aos órgãos
de gratificação de representação de 15% da Assembleia e aos Deputados, visando
ao planejamento e orientação de projetos
e à promoção de uma maior integração da
Assembleia Legislativa com a sociedade;
-exercer assessoramento de nível es-
tratégico;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais.
Chefe de Gabinete seis vezes o valor da FGPL-8 -assessorar os Deputados no desem-
penho de suas atribuições e coordenar os
trabalhos no âmbito do Gabinete Parla-
mentar;
-chefiar os trabalhos de assessoria do
Gabinete Parlamentar;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais.

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

Assessor de Gabinete seis vezes o valor da FGPL-8 -prestar assessoramento aos órgãos
da Assembleia Legislativa, às Bancadas
Parlamentares e aos Deputados;
-prestar assessoramento e dirigir ser-
viços vinculados à área parlamentar e ad-
ministrativa;
-planejar projetos e promover uma
maior integração da Assembleia Legislati-
va com a sociedade.
Chefe do Cerimonial seis vezes o valor da FGPL-7 -coordenar a organização das sessões
solenes, das programações oficiais e dos
demais eventos institucionais promovidos
pela Mesa, pela Presidência e pelas Co-
missões Parlamentares, inclusive no que
concerne à participação de representan-
tes do Poder Legislativo em cerimônias
públicas e privadas;
-chefiar a unidade de cerimonial da
Assembleia Legislativa;
-planejar, coordenar e organizar os
eventos solenes institucionais, no âmbito
nacional e internacional.
Assessor Especial da Ouvidoria seis vezes o valor da FGPL-7 - assessorar os trabalhos da Ouvidoria
da Assembleia Legislativa no desempenho
das atividades de interação e comunica-
ção entre a sociedade e o Parlamento.
Assessor Superior II seis vezes o valor da FGPL-7 -prestar assessoramento em assuntos
relativos ao exame de matérias política,
legislativa e administrativa no âmbito da
Assembleia Legislativa;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais;
-efetuar estudos e pesquisas objeti-
vando o assessoramento parlamentar.
Assessor Técnico II seis vezes o valor da FGPL-7 -prestar assessoramento aos órgãos
da Assembleia Legislativa e aos Deputa-
dos;
-coligir, analisar e interpretar dados
destinados a fundamentar a elaboração
do planejamento estratégico de determi-
nadas atividades parlamentares;
-elaborar pareceres e pesquisas.
Assessor Especial III CCPL-14 -planejar e executar projetos visando
a promover uma maior integração da As-
sembleia Legislativa com a comunidade;
-prestar assessoramento em ativida-
des parlamentares e da Assembleia Legis-
lativa;
-assessorar os Deputados e a Assem-
bleia Legislativa nas suas relações institu-
cionais;
-desempenhar outras atividades cor-
relatas que lhe forem atribuídas.

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

Assessor Especial II CCPL-13 -assessorar os Deputados nas suas


relações institucionais, preparar material
para debates, entrevistas e comunicados;
-assessorar as atividades parlamenta-
res e da Assembleia Legislativa relativas às
áreas administrativa e legislativa;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais;
-desempenhar outras atividades cor-
relatas que lhe forem atribuídas.
Assistente Especial II CCPL-13 - prestar assessoramento aos órgãos
da Assembleia Legislativa e aos Deputa-
dos.
Assessor Superior I CCPL-11 -prestar serviços de assessoria admi-
nistrativa aos órgãos da Assembleia e aos
Deputados;
-desempenhar outras atividades cor-
relatas que lhe forem atribuídas.
Assessor Técnico I CCPL-11 -prestar assessoramento aos órgãos
da Assembleia Legislativa;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais.
Assessor VI CCPL-10 -prestar serviços de assessoria admi-
nistrativa;
-assessorar diretamente os Parlamen-
tares em suas atividades e rotinas;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais;
-acompanhar e relatar a seus superio-
res o desenvolvimento de Comissões Par-
lamentares e audiências públicas e demais
atividades institucionais;
-desempenhar outras atividades cor-
relatas que lhe forem atribuídas.
Assistente Técnico VI CCPL-10 -assessorar diretamente os órgãos da
Assembleia Legislativa e os Deputados em
suas atividades e rotinas;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais;
-participar da elaboração de propos-
tas legislativas;
-acompanhar e relatar a seus superio-
res o desenvolvimento de Comissões Par-
lamentares e audiências públicas e demais
atividades institucionais.
Assessor Especial I CCPL-9 -assessorar os Deputados no registro
e na organização dos arquivos das ativi-
dades dos Parlamentares e da Assembleia
Legislativa;
-prestar serviços de assessoria aos ór-
gãos da Assembleia Legislativa e aos De-
putados;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais.

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

Assistente Especial I CCPL-9 -prestar serviços de assessoria aos


Deputados;
-elaborar pareceres e pesquisas;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais.
Assessor V CCPL-6 -prestar serviços de assessoria;
-assistir os Deputados e realizar ativi-
dades de Gabinete, tais como redação de
correspondência, atendimento às pessoas
encaminhadas ao Gabinete, realização de
pesquisas e acompanhamento interno e
externo de assuntos de interesse dos Par-
lamentares;
-acompanhar e buscar informações
de atividades institucionais;
-desempenhar outras atividades cor-
relatas que lhe forem atribuídas.
Assessor IV CCPL-5 -prestar serviços de assessoria admi-
nistrativa;
-assessorar os Deputados e realizar
atividades de Gabinete, tais como reda-
ção de correspondência, atendimento às
pessoas encaminhadas ao Gabinete, rea-
lização de pesquisas e acompanhamento
interno e externo de assuntos de interesse
dos Parlamentares;
-executar serviços de secretaria e
guarda de material;
-coordenar e acompanhar atividades
institucionais;
-desempenhar outras atividades cor-
relatas que lhe forem atribuídas.
Assistente Técnico IV CCPL-5 -prestar serviços de assessoria aos ór-
gãos da Assembleia Legislativa e aos De-
putados;
-participar da elaboração de propos-
tas legislativas;
-elaborar pareceres e pesquisas;
-examinar expedientes especiais;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais.
Assessor III CCPL-4 -prestar serviços de assessoria admi-
nistrativa;
-assistir diretamente os Parlamenta-
res, recebendo, organizando, preparando
e redigindo sua correspondência pessoal e
institucional;
-acompanhar os Deputados em ativi-
dades institucionais;
-examinar processos, informações e
outros expedientes a serem submetidos à
consideração superior;
-desempenhar outras atividades cor-
relatas que lhe forem atribuídas.
Assistente Técnico III CCPL-4 - examinar processos, informações e
outros expedientes a serem submetidos à
consideração superior.

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417
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

Assessor II CCPL-3 -prestar serviços de assessoria admi-


nistrativa;
-assessorar os Parlamentares e reali-
zar atividades de Gabinete, tais como re-
dação de correspondência, atendimento
às pessoas encaminhadas ao Gabinete, re-
alização de pesquisas e acompanhamento
interno e externo de assuntos de interesse
dos Parlamentares;
-executar serviços de secretaria e
guarda de material;
- desempenhar outras atividades cor-
relatas que lhe forem atribuídas.
Assessor I CCPL-2 -prestar serviços de assessoria admi-
nistrativa;
- desempenhar outras atividades cor-
relatas que lhe forem atribuídas;
Assistente Técnico I CCPL-2 -prestar assistência aos órgãos da As-
sembleia e ao chefe imediato no exercício
das atribuições que lhe forem pertinentes;
-assegurar o acompanhamento das
demandas do setor.

LEI ESTADUAL Nº 14.688/2015 – INSTITUI O PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E VENCIMENTOS E REORGANIZA O QUADRO
DE PESSOAL EFETIVO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

LEI N.º 14.688, DE 29 DE JANEIRO DE 2015.


(atualizada até a Lei n.º 15.979, de 13 de julho de 2023)

Institui o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos e reorganiza o Quadro de Pessoal Efetivo da Assembleia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul e dá outras providências.

CAPÍTULO I
DA REORGANIZAÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Art. 1.º O Quadro de Pessoal Efetivo da Assembleia do Estado do Rio Grande do Sul fica reorganizado conforme esta Lei.
Art. 2.º São extintos 503 (quinhentos e três) cargos vagos do Quadro de Pessoal Efetivo da Assembleia Legislativa, a seguir discrimi-
nados:
I - em carreira, de Nível I:
a)20 (vinte) cargos de Auxiliar de Expedição e Limpeza, Classe A;
b)20 (vinte) cargos de Auxiliar de Expedição e Limpeza, Classe B;
c)20 (vinte) cargos de Auxiliar de Expedição e Limpeza, Classe C; e
d)3 (três) cargos de Auxiliar de Expedição e Limpeza, Classe D;
II - em carreira, de Nível II:
a)40 (quarenta) cargos de Técnico em Apoio Legislativo, Classe A;
b)40 (quarenta) cargos de Técnico em Apoio Legislativo, Classe B;
c)35 (trinta e cinco) cargos de Técnico em Apoio Legislativo, Classe C;
d)8 (oito) cargos de Técnico em Apoio Legislativo, Classe D; e
e)8 (oito) cargos de Técnico em Apoio Legislativo, Classe E;
III - isolados, de Nível II:
a)2 (dois) cargos de Ajudante de Obras, Classe A;
b)3 (três) cargos de Auxiliar de Enfermagem, Classe E;
c)10 (dez) cargos de Digitador de Terminal de Vídeo, Classe A;
d)4 (quatro) cargos de Inspetor de Segurança, Classe D;
e)2 (dois) cargos de Mecânico de Automóvel, Classe D;
f)20 (vinte) cargos de Motorista, Classe D;
g)2 (dois) cargos de Operador de Rádio, Classe D;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

h)2 (dois) cargos de Operador de VT, Classe D; e XIII- 2 (dois) cargos de Contador, Nível III, Classe D;
i)12 (doze) cargos de Telefonista, Classe D; IV - em carreira, de XIV- 3 (três) cargos de Economista, Nível III, Classe D;
Nível III: XV- 3 (três) cargos de Engenheiro, Nível III, Classe D;
a)50 (cinquenta) cargos de Consultor Técnico Legislativo, Classe XVI- 37 (trinta e sete) cargos de Inspetor de Segurança, Nível
A; II, Classe D;
b)35 (trinta e cinco) cargos de Consultor Técnico Legislativo, XVII- 19 (dezenove) cargos de Jornalista-Redator, Nível III, Clas-
Classe B; se D;
c)38 (trinta e oito) cargos de Consultor Técnico Legislativo, Clas- XVIII- 1 (um) cargo de Secretário, Nível II, Classe D;
se C; e XIX- 33 (trinta e três) cargos de Taquígrafo Parlamentar, Nível
d)31 (trinta e um) cargos de Consultor Técnico Legislativo, Clas- III, Classe D;
se D; XX- 5 (cinco) cargos de Técnico em Apoio Legislativo, Nível II,
V - isolados, de Nível III: Classe C;
a)2 (dois) cargos de Administrador, Classe D; XXI- 32 (trinta e dois) cargos de Técnico em Apoio Legislativo,
b)15 (quinze) cargos de Agente de Segurança, Classe A; Nível II, Classe D;
c)2 (dois) cargos de Analista de Rede e Hardware, Classe D; XXII- 32 (trinta e dois) cargos de Técnico em Apoio Legislativo,
d)4 (quatro) cargos de Analista de Sistemas, Classe D; Nível II, Classe E; e
e)1 (um) cargo de Arquiteto, Classe D; XXIII- 9 (nove) cargos de Telefonista, Nível II, Classe D.
f)1 (um) cargo de Arquivista, Classe D;
g)1 (um) cargo de Assistente Social, Classe D; CAPÍTULO II
h)2 (dois) cargos de Auxiliar-Projetista de Engenharia, Classe A; DO PLANO DE CARGOS E CARREIRAS
i)7 (sete) cargos de Cirurgião-Dentista, Classe D;
j)2 (dois) cargos de Diagramador, Classe D; Art. 4.º O Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos do Quadro
k)1 (um) cargo de Economista, Classe D; de Pessoal Efetivo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Gran-
l)1 (um) cargo de Enfermeiro, Classe D; de do Sul será regido pelos seguintes princípios:
m)2 (dois) cargos de Jornalista-Redator, Classe D; I- valorização do conhecimento e desempenho;
n)3 (três) cargos de Locutor-Noticiarista, Classe D; II- incentivo à qualificação funcional contínua;
o)7 (sete) cargos de Médico Clínico, Classe D; III- racionalização da estrutura de cargos, considerando:
p)1 (um) cargo de Médico Pediatra, Classe D; a)a complexidade das atividades e as atribuições do cargo;
q)1 (um) cargo de Nutricionista, Classe D; b)os graus de responsabilidade e de formação profissional; e
r)1 (um) cargo de Projetista Técnico, Classe B; c)a quantidade de cargos compatível com as atividades desen-
s)2 (dois) cargos de Rádio Repórter, Classe D; volvidas no local de lotação.
t)10 (dez) cargos de Redator de Debates, Classe D; Art. 5.º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
u)2 (dois) cargos de Repórter Cinematográfico, Classe D; I- Grupo: o conjunto de cargos com idênticos níveis de escolari-
v)1 (um) cargo de Repórter Fotográfico, Classe D; dade e vencimento básico inicial;
w)26 (vinte e seis) cargos de Taquígrafo Parlamentar, Classe D; II- Vencimento Básico: a retribuição pecuniária devida aos ser-
e vidores conforme o cargo de acordo com o art. 9.º;
x)3 (três) cargos de Técnico em Higiene Dental, Classe A. III- Nível: a indicação da posição do servidor público quanto ao
Art. 3.º Extinguir-se-ão, à medida que vagarem, 291 (duzentos vencimento básico, representado por letras dispostas verticalmente
e noventa e um) cargos no Quadro de Pessoal Efetivo da Assembleia na classe única do cargo; (Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, a seguir discriminados: IV- Quadro de Pessoal: o número de cargos de provimento
I- 9 (nove) cargos de Administrador, Nível III, Classe D; efetivo e de cargos de livre provimento, distribuídos via estrutura
II- 5 (cinco) cargos de Ajudante de Obras, Nível II, Classe A; organizacional, necessários ao funcionamento da Assembleia Legis-
(Vide Resolução n.º 3.173/17, que renomeou o cargo para Ajudante lativa;
Administrativo) V- Vagas: número disponível de cargos criados e definidos em
III- 9 (nove) cargos de Analista de Rede e Hardware, Nível III, razão das necessidades de desempenho de atividades regulares ou
Classe D; específicas de cada unidade organizacional;
IV- 11 (onze) cargos de Analista de Sistemas, Nível III, Classe D; VI- Progressão: a evolução do servidor público para a referência
V- 1 (um) cargo de Arquivista, Nível III, Classe D; subsequente a que se encontra, mediante classificação obtida nos
VI- 1 (um) cargo de Assistente Social, Nível III, Classe D; processos de avaliação; e
VII- 10 (dez) cargos de Atendente Legislativo, Nível II, Classe D; VII- Avaliação Periódica de Desempenho: o instrumento utiliza-
VIII- 17 (dezessete) cargos de Auxiliar de Expedição e Limpeza, do para aferição das condições do servidor público no exercício de
Nível I, Classe D; suas atribuições.
IX- 6 (seis) cargos de Bibliotecário-Pesquisador Parlamentar,
Nível III, Classe D; CAPÍTULO III
X- 15 (quinze) cargos de Consultor Técnico Legislativo, Nível III, DO NOVO QUADRO DE PESSOAL EFETIVO
Classe B;
XI- 12 (doze) cargos de Consultor Técnico Legislativo, Nível III, Art. 6.º O quadro de cargos de provimento efetivo e seu corres-
Classe C; pondente quantitativo fica organizado da seguinte forma:
XII- 19 (dezenove) cargos de Consultor Técnico Legislativo, Nível I- Grupo I: Cargos de Nível Médio:
III, Classe D;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

a)Agente Legislativo; (Vide Resolução n.º 3.189/18, que renomeou o cargo para Agente de Polícia Legislativa)
b)Técnico Legislativo;
II- Grupo II: Cargo de Nível Superior - Analista Legislativo; e
III- Grupo III: Cargo de Consultoria e Assessoramento Jurídico - Procurador.
Art. 7.º Os servidores que optarem pelo novo Plano passam a ter seus cargos denominados da seguinte forma:

GRUPO I

CARGO ATUAL NOVOS CARGOS DE CARREIRA


Inspetor de Segurança Agente Legislativo (Vide Resolução n.º 3.189/18, que reno-
meou o cargo para Agente de Polícia Legislativa)
Técnico em Apoio Legislativo Técnico Legislativo

GRUPO II

CARGO ATUAL NOVOS CARGOS DE CARREIRA


Administrador Analista Legislativo - Administrador
Analista de Rede e Hardware Analista Legislativo - Analista de Tecnologia da Informação
e Comunicação
Analista de Sistemas Analista Legislativo - Analista de Tecnologia da Informação
e Comunicação
Arquivista Analista Legislativo - Arquivista
Assistente Social Analista Legislativo - Assistente Social
Bibliotecário-Pesquisador Parlamentar Analista Legislativo - Bibliotecário
Consultor Técnico Legislativo Analista Legislativo - Consultor
Contador Analista Legislativo – Contador
Economista Analista Legislativo - Economista
Engenheiro Analista Legislativo - Engenheiro Civil
Jornalista-Redator Analista Legislativo – Jornalista
Taquígrafo Parlamentar Analista Legislativo – Taquígrafo

Art. 8.º Ficam criados no Quadro de Pessoal Efetivo da Assembleia Legislativa 396 (trezentos e noventa e seis) cargos de provimento
efetivo, assim distribuídos: (Vide Resolução n.º 3.186/18, que transformou 8 cargos vagos de nível médio de Técnico Legislativo, 8 cargos
vagos de Analista Legislativo - Consultor, 4 cargos vagos de Analista Legislativo - Taquígrafo em cargos em comissão e/ou funções gratifica-
das), (Vide Lei n.º 15.979/23, que transformou 2 (dois) cargos de provimento efetivo Nível Superior, de Analista Legislativo Consultor, em
1(um) cargo de Analista Legislativo – Contador e em 1(um) cargo de Analista Legislativo - Engenheiro Civil)

GRUPO I
CARGOS NOME QUANTIDADE
Nível Médio Técnico Legislativo 132 (Vide Resolução n.º 3.186/18 e
Lei n.º 15.937/23)
Nível Médio Especializado Agente Legislativo (Vide Resolução 50
n.º 3.189/18, que renomeou o cargo para
Agente de Polícia Legislativa)

182
(Vide Resolução n.º 3.186/18 e Lei n.º
15.937/23)

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

GRUPO II

Nível Superior Analista Legislativo – Consultor 45


(Redação dada pela Lei n.º 15.979/23)
Nível Superior Especializado Analista Legislativo – Administrador 14
Analista Legislativo - Analista de Tec- 20
nologia da Informação e Comunicação
Analista Legislativo – Arquiteto 02
Analista Legislativo – Arquivista 02
Analista Legislativo - Assistente Social 01
(Vide Lei n.º 15.937/23)
Analista Legislativo - Bibliotecário 05
(Vide Lei n.º 15.937/23)
Analista Legislativo – Contador 06
(Redação dada pela Lei n.º 15.979/23)
Analista Legislativo - Economista 03
Analista Legislativo - Engenheiro Civil 04
(Redação dada pela Lei n.º 15.979/23)
Analista Legislativo - Engenheiro Me- 01
cânico
Analista Legislativo - Engenheiro Elé- 01
trico
Analista Legislativo – Jornalista 19
Analista Legislativo - Relações Públi- 01
cas (Vide Lei n.º 15.937/23)
Analista Legislativo – Taquígrafo 29
(Vide Resolução n.º 3.186/18)
153
(Vide Resolução n.º 3.186/18, Lei n.º
15.462/20 e Lei n.º 15.937/23)
TOTAL GERAL 335
(Vide Resolução n.º 3.186/18, Lei n.º
15.462/20 e Lei n.º 15.937/23)

CAPÍTULO IV
DA CARREIRA E DA REMUNERAÇÃO

Art. 9.º A carreira e os vencimentos básicos dos Grupos I e II ficam organizados em classe única com 15 níveis, conforme tabela abaixo:
(Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

GRUPO I

GRUPO II GRUPO II
CARGOS DE NÍVEL MÉDIO E MÉDIO ESPECIALIZA- CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR E SUPERIOR ESPECIALIZA-
DO DO
Classe Nível Va- Vencimento Classe Nível Va- Ve n c i m e n t o
Única riação Básico Única riação Básico
A R$ 6.705,18 A R$ 10.487,59
B 5% R$ 7.040,44 B 5% R$ 11.011,97
C 5% R$ 7.392,46 C 5% R$ 11.562,57
D 5% R$ 7.762,08 D 5% R$ 12.140,70
E 5% R$ 8.150,19 E 5% R$ 12.747,73
F 5% R$ 8.557,70 F 5% R$ 13.385,12
G 5% R$ 8.985,58 G 5% R$ 14.054,37
H 5% R$ 9.434,86 H 5% R$ 14.757,09
I 5% R$ 9.906,60 I 5% R$ 15.494,95
J 5% R$ 10.401,93 J 5% R$ 16.269,69
K 5% R$ 10.922,03 K 5% R$ 17.083,18
L 5% R$ 11.468,13 L 5% R$ 17.937,34
M 5% R$ 12.041,54 M 5% R$ 18.834,20
N 5% R$ 12.643,62 N 5% R$ 19.775,92
O 5% R$ 13.275,80 O 5% R$ 20.764,71
(Quadro com redação dada pela Lei n.º 15.937/23)

Parágrafo único. Os servidores abrangidos pelo “caput” deste artigo ocuparão nível correspondente à letra da classe anteriormente
titulada. (Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)
Art. 10. Na carreira do Grupo III – Procurador, é extinta, por incorporação à parte básica do vencimento do cargo de Procurador-Geral
da Assembleia Legislativa, a respectiva gratificação de direção, aplicando-se o escalonamento vertical previsto no “caput” do art. 1.º da
Lei n.º 7.344, de 31 de dezembro de 1979. (Vide Resolução n.º 3.186/18, que transformou 3 cargos vagos de Procurador, sendo 1 cargo
vago na classe inicial, 1 cargo vago na classe intermediária e 1 cargo vago na classe final em cargos em comissão e/ou funções gratificadas)
Art. 10-A. Na carreira do Grupo III – Procurador, é extinta, por incorporação à parte básica do vencimento do cargo de Procurador-Ge-
ral da Assembleia Legislativa, a respectiva gratificação, prevista no art. 7.º da Resolução nº 2.872, de 18 de junho de 2002, aplicando-se
o escalonamento vertical previsto no “caput” do art. 1.º da Lei nº 7.344/79, a contar de 1.º de fevereiro de 2023. (Incluído pela Lei n.º
15.937/23)
Art. 11. O somatório do número de vagas na Classe dos Grupos I, II e III fica limitado ao número total criado para o respectivo cargo,
possibilitando a ascensão constante na carreira, desde que cumpridos os requisitos previstos para progressão. (Vide Resolução de Mesa
n.º 1.526/17)
Parágrafo único. (REVOGADO pela Lei n.º 15.055/17)

CAPÍTULO V
DA PROGRESSÃO NA CARREIRA

Art. 12. A progressão na carreira objetiva:


I - aumentar a eficiência e a eficácia quanto ao resultado do trabalho;
II - oferecer perspectivas de melhorias salariais e da qualidade de vida; e
III - incentivar a qualificação profissional.
§ 1.º Os critérios para a progressão na carreira serão disciplinados por Resolução de Mesa e deverão observar o seguinte: (Redação
dada pela Lei n.º 15.937/23)
I - tempo de serviço entre os níveis da classe única mínimo de 2 (dois) anos; (Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)
II - valorização do conhecimento, através da participação e aprovação em cursos de capacitação oferecidos pela Escola do Legislativo
ou autorizados pela Assembleia Legislativa em instituições correlatas e necessários para ascender ao nível imediatamente superior, não
abrangidos nos arts. 14 e 15. (Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)
III - avaliação periódica de desempenho; (Vide Resolução de Mesa n.º 1.526/17) (Vide Lei n.º 15.055/17)
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

IV - participação em Grupo de Estudo, Sindicância, Força-Tarefa e outras atividades instituídas em portarias específicas, se designado;
e (Vide Resolução de Mesa n.º 1.526/17) (Vide Lei n.º 15.055/17)
V - obter o mínimo de 70% (setenta por cento) da soma dos quesitos II, III e IV, sem o qual não estará apto a ascender na carreira. (Vide
Resolução de Mesa n.º 1.526/17) (Vide Lei n.º 15.055/17)
§ 2.º É vedada a progressão ao servidor que, durante o período avaliado, tiver sofrido pena administrativa na forma do art. 37 da Lei
Complementar n.º 10.098, de 3 de fevereiro de 1994.
§ 3.º O servidor que receber pena de advertência dentro do período de avaliação da progressão na carreira perderá 15% (quinze por
cento) do total da nota final.
§ 4.º O servidor que receber pena de repreensão dentro do período de avaliação da progressão na carreira perderá 20% (vinte por
cento) do total da nota final.
Art. 13. A Avaliação Periódica de Desempenho − APD − é realizada a cada 12 (doze) meses e se caracteriza pela atribuição dos pontos,
na comparação de fatores previamente estabelecidos, em conformidade do respectivo regulamento, e tem por finalidade:
I- permitir a aferição dos resultados alcançados pela atuação do servidor a partir de indicadores de desempenho específicos de sua
unidade organizacional;
II- avaliar o desempenho no exercício de suas atribuições, identificando suas qualidades e deficiências;
III- acompanhar o desempenho do servidor, orientando-o quanto à adoção das providências voltadas para a superação das deficiên-
cias apresentadas;
IV- integrar os níveis hierárquicos por meio da comunicação entre chefes e avaliados, sempre objetivando a melhoria do clima de
trabalho; e
V- instituir os processos de evolução funcional.
Art. 13-A. As progressões ocorrerão no mês de maio de cada ano, tomando por base o desempenho apurado nos 2 (dois) exercícios
imediatamente anteriores e produzirão efeitos a contar da respectiva publicação no Diário Oficial da Assembleia Legislativa. (Incluído pela
Lei n.º 15.937/23)

CAPÍTULO VI
DO ADICIONAL DE QUALIFICAÇÃO

Art. 14. Fica instituído o Adicional de Qualificação – AQ – aos Servidores do Quadro de Pessoal Efetivo da Assembleia Legislativa, em
razão dos conhecimentos adicionais adquiridos em ações de treinamento, títulos, diplomas ou certificados de cursos de pós- graduação,
em sentido amplo ou estrito, em áreas de interesse dos órgãos do Poder Legislativo a ser estabelecidas em regulamento. (Vide Resolução
de Mesa n.º 1.374/15)
§ 1.º O adicional de que trata este artigo não será concedido quando o curso constituir requisito para ingresso no cargo.
§ 2.º Para efeito do disposto neste artigo serão considerados somente os cursos e as instituições de ensinos reconhecidos pelo Minis-
tério da Educação, na forma da legislação.
§ 3.º Serão admitidos cursos de pós-graduação lato sensu somente com duração mínima de 360 (trezentas e sessenta) horas.
Art. 15. O AQ, a contar de 1º de fevereiro de 2023, incidirá sobre o vencimento básico do servidor da seguinte forma: (Redação dada
pela Lei n.º 15.937/23)
I- 16,5% (dezesseis vírgula cinco por cento) em se tratando de título de Doutor; (Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)
II- 13% (treze por cento) em se tratando de título de Mestre; (Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)
III- 11,5% (onze vírgula cinco por cento) em se tratando de certificado de Especialização; (Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)
IV- 9% (nove por cento) em se tratando de título de graduação em curso de nível superior. (Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)
Parágrafo único. Em nenhuma hipótese o servidor perceberá cumulativamente mais de um percentual dentre os previstos nos incisos
I a IV do “caput” deste artigo. (Redação dada pela Lei n.º 15.937/23)

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CAPÍTULO VII
DAS FUNÇÕES GRATIFICADAS
Art. 16. Para os servidores optantes pelo novo Plano de Carreira instituído por esta Lei as seguintes funções gratificadas terão, a contar
da publicação do termo de opção no Diário da Assembleia, os respectivos padrões e valores:

FUNÇÃO GRATIFICADA PADRÃO VALOR


Diretor e Diretor da Escola do Legis- FGPL-15 R$6.607,65
lativo
Coordenador e Coordenador do Ga- FGPL-11 R$3.989,31
binete de Consultoria Legislativa (Vide Lei
n.º 15.462/20)
Secretário de Comissão, Assessor Fi- FGPL-11 R$3.989,31
nanceiro II, Assessor Técnico e Titular da
Comissão Permanente de Licitações (Vide
Resolução n.º 3.147/15, que renomeou
três funções gratificadas de Titular da
Comissão Permanente de Licitações para
três funções gratificadas de Pregoeiro)

Art. 17. As funções gratificadas da Assistência Militar do Presidente da Assembleia, a de Assessor Financeiro I, subordinada à Divisão
de Folhas de Pagamento e a de Tesoureiro, passam a vigorar com a seguinte nomenclatura e padrão:

DE PARA PADRÃO
Assistente Militar Assessor de Segurança Institucional I FGPL-9
(Vide Lei n.º 15.462/20)
Ajudante de Ordens Assessor de Segurança Institucional II FGPL-11
(Vide Lei n.º 15.462/20)
Chefe do Gabinete de Assistência Mi- Chefe do Gabinete de Segurança Ins- FGPL-12
litar titucional
(Vide Lei n.º 15.462/20)
Assessor Financeiro I Assessor da Folha de Pagamento FGPL-11
(Vide Resolução n.º 3.147/15, que reno-
meou uma função gratificada de Assessor
da Folha de Pagamento para uma função
gratificada de Coordenador)
(Vide Resolução n.º 3.244/23, que
renomeou uma função gratificada de As-
sessor da Folha de Pagamento para uma
função gratificada de Coordenador)
Tesoureiro Assessor de Orçamento e Finanças FGPL-11

Art. 18. Ficam extintas na data de publicação desta Lei:


I- a Gratificação de Incentivo Técnico Taquigráfico, instituída pela Lei n.º 12.970, de 19 de maio de 2008;
II- as funções gratificadas de Assessor Administrativo I – FGPL-9, exceto as de Assessor Técnico de Saúde I e a de Assistente Especial
Militar I;
III- as funções gratificadas de Assessor Administrativo II – FGPL-13;
IV- 25 (vinte e cinco) funções gratificadas de Coordenador – FGPL-14;
V- 2 (duas) funções gratificadas de Diretor – 6XFGPL-7;
VI- 1 (uma) função gratificada de Presidente da Comissão Permanente de Licitações – 6XFGPL7;
VII- 3 (três) funções gratificadas do Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Assembleia Legislativa com lotação
exclusiva na Procuradoria, sendo:
a)1 (uma) função gratificada, Padrão FGPL-14, de Procurador-Geral Adjunto;
b)1 (uma) função gratificada, Padrão FGPL-14, de Procurador Coordenador Administrativo; e
c)1 (uma) função gratificada, Padrão FGPL-14, de Procurador Coordenador Judicial.
Art. 19. Fica criada 1 (uma) função gratificada de Titular da Comissão Permanente de Licitações - padrão FGPL-11. (Vide Resolução n.º
3.147/15, que renomeou a função gratificada de Titular da Comissão Permanente de Licitações para Pregoeiro)
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

Art. 20. O “caput” do art. 22 da Lei n.º 7.098, de 10 de no- Art. 25. Os servidores terão prazo de 60 (sessenta) dias conta-
vembro de 1977, com a redação dada pelo art. 12 da Resolução n.º dos da publicação desta Lei para fazerem a opção pela nova carrei-
2.718, de 22 de dezembro de 1997, passa a vigorar com a seguinte ra, gerando seus efeitos remuneratórios a partir dela. (Vide Lei n.º
redação: 15.055/17) (Vide Resolução de Mesa n.º 1.526/17)
“Art. 22. Aos servidores detentores do cargo de Auxiliar de Ex- § 1.º Incumbe ao Departamento de Gestão de Pessoas:
pedição e Limpeza, Nível I, Classe D, e do cargo de Serviçal, que I- apurar o tempo de serviço dos servidores que optarem pela
percebam vencimento ou salário igual ou inferior ao Nível III, Classe reclassificação; e
D, será atribuída uma gratificação mensal equivalente a duas vezes II- publicar a relação dos servidores com o resultado da reclas-
o padrão FGPL-1, que será automaticamente extinta quando da va- sificação.
cância destes cargos. § 2.º O prazo para recurso é de 15 (quinze) dias corridos a con-
. ”. tar da publicação no Diário Oficial da Assembleia da relação dos
Art. 21. Para os servidores que optarem pela nova carreira es- servidores e da respectiva reclassificação.
tabelecida pela presente Lei, as vantagens temporais prevista na Lei § 3.º O recurso deverá ser encaminhado ao Departamento de
Complementar n.º 10.098, de 3 de fevereiro de 1994 – Estatuto e Gestão de Pessoas que o analisará no prazo de 15 (quinze) dias cor-
Regime Jurídico Único dos Servidores Civis do Estado do Rio Grande ridos e remeterá ao Superintendente Administrativo e Financeiro
do Sul, incidirão somente sobre o vencimento básico do servidor, que decidirá no prazo de 15 (quinze) dias corridos.
ficando assegurado aos não optantes a incidência das vantagens Art. 26. O disposto no art. 25 aplica-se ao servidor licenciado
temporais sobre a função gratificada titulada ou incorporada. por questões de saúde, em razão de acidente de trabalho ou em
Art. 22. Os servidores efetivos do Quadro de Pessoal perten- Licença para Tratar de Interesses Particulares.
centes ao Grupo I, Nível Médio Especializado, Grupo II - Nível Supe-
rior Especializado e o Grupo III - Procuradores, de que trata esta Lei CAPÍTULO IX
serão lotados, preferencialmente, nos setores cujas competências DOS CONCURSOS PÚBLICOS
abranjam as atribuições específicas do seu cargo.
Art. 27. Sempre que autorizado, o concurso público deverá ob-
CAPÍTULO VIII servar as seguintes disposições:
DA RECLASSIFICAÇÃO I- terá prioridade, obrigatoriamente, o concurso para o pre-
enchimento de cargos cujo provimento seja menor ou igual a 50%
Art. 23. Poderão optar pelo ingresso neste quadro os servido- (cinquenta por cento) do total de vagas criadas; e
res que: II- o número total de servidores do quadro efetivo não poderá
I- ingressaram na Assembleia Legislativa a partir de 1.º de ja- exceder a 412 (quatrocentos e doze) servidores, considerados neste
neiro de 1998; e número a soma de servidores pertencentes ao quadro criado por
II- não tenham parcela de função gratificada incorporada aos esta Lei e os servidores ativos pertencentes ao quadro vigente.
vencimentos, ou formalize requerimento de dispensa de pagamen-
to da percepção da parcela incorporada. CAPÍTULO X
Art. 24. A reclassificação dos servidores, que optarem por inte- DISPOSIÇÕES FINAIS
grar este quadro, será feita com base no seu tempo de serviço na
Assembleia Legislativa na data da publicação desta Lei, cuja apura- Art. 28. Fica assegurado ao servidor da Assembleia Legislativa
ção será feita em dias, convertidos em anos. que não puder ou não optar pela nova carreira e aos servidores adi-
Parágrafo único. Para o enquadramento no nível da classe dos, que na data de publicação desta Lei estiverem titulando função
única dos Grupos I e II será respeitada a seguinte tabela: (Redação gratificada, manter o padrão, o valor da função gratificada e as van-
dada pela Lei n.º 15.937/23) tagens temporais incidentes, desde que tituladas ininterruptamen-
te, mesmo que com mudança de padrão e/ou lotação.
TEMPO DE SERVIÇO NA AS- NÍVEL Art. 29. Ficam criados no Quadro de Cargos em Comissão e Fun-
SEMBLEIA LEGISLATIVA ções Gratificadas da Assembleia Legislativa, instituído pela Lei n.º
6.491, de 20 de dezembro de 1972 e reorganizado pela Resolução
Menos que 3 anos E n.º 2.872/02, 46 (quarenta e seis) cargos em comissão subordina-
De 3 anos a 5 anos, 11 me- F dos à Mesa Diretora, que serão extintos à medida em que vagarem,
ses e 29 dias os quais serão ocupados por detentores de cargos em comissão no-
meados até 15 de dezembro de 1998, e que tenham permanecido
De 6 anos a 8 anos, 11 me- G
em exercício ininterrupto no serviço público estadual, em cargos
ses e 29 dias
de tal natureza, e que estejam no exercício da titularidade de cargo
De 9 anos a 11 anos, 11 H em comissão da Assembleia Legislativa, de igual padrão, na data de
meses e 29 dias vigência desta Lei:
De 12 anos a 14 anos, 11 I
meses e 29 dias
15 anos ou mais J
(Quadro com redação dada pela Lei n.º 15.937/23)

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

DENOMINAÇÃO PADRÃO QUANTITATIVO Art. 32. Aplica-se ao Quadro de Pessoal Efetivo da Assembleia
Legislativa a Lei Complementar n.º 10.098/1994, e demais normas
Assistente Téc- CCPL-2 1 estatutárias complementares pertinentes, quanto aos direitos, van-
nico I tagens e obrigações a que se refere esta Lei, no que couberem, aos
Assistente Téc- CCPL-4 6 respetivos cargos e funções.
nico III Art. 33. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta de
dotações orçamentárias próprias da Assembleia Legislativa do Es-
Assistente Téc- CCPL-5 2
tado.
nico IV
Art. 34. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, pro-
Assistente Es- CCPL-9 1 duzindo seus efeitos a partir de 1.º de fevereiro de 2015.
pecial I Parágrafo único. Os direitos individuais e concretos decorren-
Assistente Téc- CCPL-10 8 tes da opção pela nova carreira terão eficácia a contar da publicação
nico VI dos respectivos atos no Diário da Assembleia.
Assembleia Legislativa do Estado, em Porto Alegre, 29 de janei-
Assessor Técni- CCPL-11 4 ro de 2015.
co I
Assistente Es- CCPL-13 1 ANEXO I
pecial II REQUISITOS PARA INGRESSO NO CARGO, ATRIBUIÇÕES
Assessor Técni- 6XFGPL-7 13 E CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS CARGOS DO QUADRO DE
co II PESSOAL EFETIVO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO SUL
Assessor de Ga- 6XFGPL-8 5
binete I- PROCURADOR DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA:
Assessor de Ga- 6XFGPL-8+15% 2
binete de Líder A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
Diploma de curso de nível superior em Ciências Jurídicas e So-
Assessor Técni- 6XFGPL-8+15% 3
ciais devidamente registrado no órgão oficial e inscrição no Con-
co de Bancada
selho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, Rio Grande do
Sul – OAB.
Art. 30. Ficam extintos os cargos de Assessor Superior I e Asses- B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
sor I subordinados aos Gabinetes Parlamentares, passando o cargo Representar, privativamente, a Assembleia Legislativa, judicial
de Assessor VI a vigorar com a seguinte redação e quantitativo na e extrajudicialmente, ativa e passivamente, e exercer as atividades
Tabela de Subordinação constante do Anexo Único da Resolução n.º de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Legislativo.
2.872, de 18 de junho de 2002: C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
1.patrocinar os interesses da Assembleia Legislativa do Estado
“ANEXO ÚNICO TABELA DE SUBORDINAÇÃO perante os órgãos do Poder Judiciário, o Tribunal de Contas do Es-
GABINETE PARLAMENTAR tado, as agências reguladoras e os demais órgãos de controle e fis-
calização, em todas as ações e os expedientes que digam respeito à
GABINETE PARLAMENTAR Instituição, representando, perante o Tribunal de Contas do Estado,
ASSESSOR VI 4 (quatro) cargos/funções mediante autorização da Mesa, os Deputados que dela sejam ou te-
por Gabinete Parlamentar, po- nham sido integrantes, bem como os Superintendentes, quanto aos
dendo, mediante o bloqueio atos de gestão praticados no exercício regular do cargo, atendido o
dos cargos/funções de Assessor interesse público; (Redação dada pela Lei n.º 15.055/17)
VI, o provimento ser substi- 2.prestar assessoramento jurídico à Mesa, à Presidência, à Su-
tuído no perintendência-Geral e às Comissões Parlamentares;
3.responder a consultas formuladas pelos órgãos mencionados
cargo/função de Assessor no item “2”;
III, na proporção de 1 (um) para 4.emitir pareceres sobre expedientes que lhe forem encami-
2 (dois) cargos/funções. nhados pela Mesa e pelas Superintendências;
. ”. 5.estabelecer uniformidade de interpretação das leis e ques-
tões jurídicas no âmbito do Poder Legislativo;
Art. 31. Aos servidores ativos e aos estatutários estáveis com 6.zelar pela constitucionalidade e legalidade dos atos da Admi-
Vencimento Correspondente não optantes pelas novas carreiras nistração da Assembleia Legislativa e pela observância dos princí-
instituídas por esta Lei, aos inativos, aos pensionistas e aos demais pios inerentes à administração pública;
servidores integrantes do Quadro de Pessoal da Assembleia Legisla- 7.examinar os contratos, convênios e instrumentos de igual na-
tiva do Estado do Rio Grande do Sul, ficam assegurados os mesmos tureza em que a Assembleia Legislativa for parte;
reajustes e realinhamentos concedidos ao Quadro de Pessoal da 8.opinar sobre os editais de licitações, de concursos para pro-
Assembleia Legislativa. vimento de cargos e outros que devam ser expedidos pela Assem-
bleia Legislativa;

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

9.opinar, quando solicitado pelo Presidente, sobre a constitu- 7.estudar a legislação referente ao Poder Legislativo e propor
cionalidade dos projetos de lei oferecidos à consideração da Assem- modificações necessárias;
bleia Legislativa; 8.integrar comissões administrativas;
10.opinar, quando solicitado, sobre os projetos de lei, decretos 9.orientar na elaboração e na aplicação de regulamentos e nor-
ou resoluções que sejam de iniciativa da Mesa; mas relativos à administração pública;
11.opinar nos expedientes que digam respeito a vantagens, no- 10.examinar e instruir processos;
meações, contratos, substituições e outros relativos ao pessoal da 11.fornecer subsídios técnicos à atividade institucional;
Assembleia; 12.efetuar estudos que visem a aprimorar normas e métodos
12.emitir pareceres, quando solicitados através da Presidência, de trabalho;
sobre assuntos relativos às Câmaras Municipais; 13.planejar e propor procedimentos de atualização e moderni-
13.requerer ao Procurador-Geral as diligências necessárias ao zação da Assembleia Legislativa;
esclarecimento dos casos em estudo; 14.supervisionar a execução de medidas relativas à boa admi-
14.participar do Plenário da Procuradoria, relatando, discutin- nistração de pessoal e de outros aspectos do serviço;
do e votando a matéria sob exame; 15.desenvolver, planejar, organizar e executar projetos e pro-
15.presidir, quando designado pelo Procurador-Geral, sindicân- gramas institucionais voltados ao aprimoramento de pessoal e efi-
cias e processos administrativo- disciplinares; cácia do serviço;
16.assessorar a Biblioteca da Assembleia Legislativa na aquisi- 16.coordenar e supervisionar a instalação de serviço e a im-
ção de obras e revistas jurídicas; plantação de planos de trabalho;
17.sugerir a aquisição de obras especializadas para uso da Pro- 17.elaborar relatórios sobre dados gerais do setor a que é afe-
curadoria; to, quando solicitado;
18.requisitar diretamente aos Departamentos da Assembleia 18.responsabilizar-se por equipes auxiliares necessárias à exe-
Legislativa, processos, expedientes e documentos necessários ao cução das atividades próprias do cargo;
bom desempenho das finalidades da Procuradoria; 19.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às
19.cumprir as ordens de serviço e instruções baixadas pelo Pro- peculiaridades do Poder Legislativo.
curador-Geral; D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
20.sugerir ao Procurador-Geral medidas e providências ten- 1.Horário: de acordo com a lei;
dentes ao aperfeiçoamento dos serviços; 2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
21.substituir o Procurador-Geral na forma prevista regimental- domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
mente; e
22.realizar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às III- ANALISTA LEGISLATIVO - ADMINISTRADOR
peculiaridades do Poder Legislativo.
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
1.Horário: De acordo com a lei. Diploma de curso de nível superior de Administração de Em-
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, presas devidamente registrado no órgão oficial e registro profissio-
domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço. nal no órgão de classe correspondente.
B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
II- ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR: Realizar estudos, análise, interpretação de administração, em
geral, e de administração pública, em particular, visando ao aperfei-
A)REQUISITO ESPECÍFICO PARA INGRESSO: çoamento dos serviços da Assembleia Legislativa.
Diploma de curso de nível superior devidamente registrado no C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
órgão oficial. 1.elaborar pareceres e relatórios em que se exija a aplicação de
B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES: conhecimentos inerentes às técnicas de organização;
Prestar assessoramento de alta complexidade nas áreas admi- 2.administrar materiais, recursos humanos, patrimônio, infor-
nistrativa, legislativa e de consultoria técnica aos Deputados e ór- mações, recursos financeiros e orçamentários na área pública;
gãos do Poder Legislativo. 3.administrar processos, organização, sistemas e métodos;
C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: 4.supervisionar os serviços relativos a compras, recebimento,
1.prestar assessoramento e consultoria técnica aos órgãos de distribuição, registro, e inventário de materiais, observando as nor-
apoio do Poder Legislativo, e aos Deputados, quando solicitado; mas pertinentes, para obter o rendimento e a eficácia necessária;
2.redigir, digitar e revisar qualquer modalidade de ato ou ma- 5.supervisionar e acompanhar o trabalho de recebimento, dis-
nifestação legislativa e administrativa, segundo as normas técnicas; tribuição, movimentação e alienação dos bens patrimoniais, coor-
3.elaborar minutas de proposições legislativas, pronunciamen- denando o tombamento e registro de bens permanentes a fim de
tos e contratos administrativos; manter atualizado o cadastro do patrimônio;
4.acompanhar a execução dos contratos administrativos; 6.planejar, elaborar, coordenar, implantar e acompanhar pla-
5.elaborar estudos técnicos, emitir informações e instruções nos, programas e projetos na área administrativa, compatibilizando
sobre matéria de interesse do Poder Legislativo; metas e avaliando os resultados;
6.prestar suporte técnico às atividades parlamentares de fisca- 7.levantar dados para estudos dos serviços administrativos,
lização e controle externo da administração pública, bem como de diagnosticando métodos e processos;
planejamento estratégico e monitoramento da execução de políti- 8.promover estudos de racionalização e controlar o desempe-
cas públicas; nho organizacional;
9.elaborar e revisar normas de procedimentos;
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

10.propor ações relativas à Gestão de Recursos Humanos; 11.analisar as estruturas de informação sob o conceito de “data
11.executar programas de treinamento; warehouse” e de integração de processos;
12.analisar a organização no contexto externo e interno; 12.documentar, utilizando ferramentas, diagramas e lingua-
13.propor metas gerais e específicas; gens apropriados;
14.avaliar viabilidade de programas e projetos; 13.planejar, analisar os “softwares” com visão qualitativa utili-
15.apresentar propostas e dimensionar amplitude de progra- zando técnicas e estratégias de testes;
mas e projetos; 14.gerenciar projetos de sistemas;
16.realizar avaliação de fornecedores e planejar controle de 15.planejar, analisar e orientar as integrações entre diferentes
estoque; sistemas;
17.analisar a estrutura organizacional; 16.gerenciar serviços de desenvolvimento de Sistemas de In-
18.estabelecer rotinas de trabalho; formação;
19.definir indicadores e padrões de desempenho; 17.projetar e gerenciar políticas de segurança dos sistemas de
20.identificar oportunidades e problemas; informação e de performance dos bancos de dados;
21.prestar consultoria administrativa; 18.elaborar projetos de contratação de serviços de desenvolvi-
22.estabelecer valores de prestação de serviços de terceiros, mento de sistemas quando aplicável;
encaminhando proposta para assessoria jurídica, visando à realiza- 19.projetar e orientar a publicação de informações de sistemas
ção do contrato; em formato eletrônico;
23.participar de Comissão de Sindicância e procedimentos ad- 20.planejar e ministrar aulas e palestras sobre assuntos relacio-
ministrativos, por determinação superior; nados a sua área de conhecimento;
24.estudar e propor diretrizes para registro e controle de lo- 21.planejar, gerenciar e manter padrões de serviços de Tecno-
tação, desenvolvimento, métodos e criação, alteração, fusão e su- logia da Informação e Comunicação com base em melhores práticas
pressão de cargos e funções; de mercado;
25.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às 22.planejar, definir e manter a política de segurança de todos
peculiaridades do Poder Legislativo. os recursos de Tecnologia da Informação e Comunicação;
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: 23.elaborar projetos de compras e aquisições, tanto de equi-
1.Horário: de acordo com a lei; pamentos como de serviços em Tecnologia de Informação e Comu-
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, nicação;
domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço. 24.planejar, definir e gerenciar a estrutura física e lógica dos
recursos de Tecnologia da Informação e Comunicação;
IV- ANALISTA LEGISLATIVO – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA 25.zelar pela integridade e estabilidade em relação ao funcio-
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: namento conjunto de todos os serviços de Tecnologia da Informa-
ção e Comunicação;
A)REQUISITO ESPECÍFICO PARA INGRESSO: 26.planejar e gerenciar o atendimento e suporte aos usuários
Diploma de curso superior nas áreas de Tecnologia de Informa- dos recursos de Tecnologia da Informação e Comunicação;
ção e Comunicação devidamente registrado no órgão oficial. 27.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às
B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES: peculiaridades do Poder Legislativo.
Analisar, planejar, projetar, coordenar e gerenciar ações para D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
implementação e administração de Sistemas de Tecnologia da Infor- 1.Horário: de acordo com a lei;
mação e Comunicação no âmbito da Assembleia Legislativa. 2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
1.mapear e documentar rotinas e processos de trabalho da As-
sembleia Legislativa; V- ANALISTA LEGISLATIVO - ARQUITETO:
2.levantar e especificar as necessidades, requisitos e regras de
negócios elaborados; A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
3.coordenar e gerenciar o desenvolvimento dos sistemas e Diploma de curso de nível superior de Arquitetura devidamen-
aplicações; te registrado no órgão oficial e registro profissional no órgão de
4.projetar e documentar a arquitetura e estrutura dos siste- classe correspondente.
mas, bem como o uso de “frameworks” e tecnologias; B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
5.auxiliar na definição de “hardware” e plataformas operacio- Projetar, orientar e supervisionar as construções e reformas de
nais necessários aos sistemas; prédios públicos concernentes a atividades da Assembleia Legisla-
6.analisar e projetar sistemas com base nas melhores práticas; tiva.
7.planejar, elaborar e definir a modelagem dos dados de sis- C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
temas; 1.projetar, dirigir e fiscalizar obras arquitetônicas;
8.coordenar o gerenciamento de Sistemas gerenciadores de 2.elaborar projetos de prédios destinados ao uso do Poder Le-
Banco de Dados – SGBDs − ; gislativo;
9.definir e gerenciar metodologias, técnicas e ferramentas de 3.elaborar projetos de urbanização;
análise e desenvolvimento; 4.realizar perícias e fazer arbitramentos;
10.analisar os projetos com visão voltada às melhores práticas 5.fazer orçamentos e cálculos sobre projetos de construção em
do mercado; geral;

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

6.planejar ou orientar a construção e reparos de obras de ar- 13.elaborar pareceres técnicos, prestar assessorias e consulto-
quitetura; rias e realizar trabalhos de complexidade sobre assuntos arquivís-
7.examinar projetos e proceder à vistoria de construção; ticos;
8.expedir notificações referentes a irregularidades por infrin- 14.assessorar nos trabalhos de pesquisa científica ou técnico-
gência a normas preestabelecidas constatadas na sua área de atu- -administrativa;
ação; 15.desenvolver estudos sobre documentos culturalmente im-
9.responsabilizar-se por equipes auxiliares necessárias à execu- portantes;
ção das atividades próprias do cargo; 16.planejar e ministrar palestras sobre assuntos relacionados a
10.planejar e ministrar treinamentos na área de seu conheci- sua área de conhecimento;
mento; e 17.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às
11.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às peculiaridades do Poder Legislativo.
peculiaridades do Poder Legislativo. D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: 1.Horário: de acordo com a lei;
1.Horário: de acordo com a lei; 2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
domingos e feriados, além de serviço externo, quando houver ne-
cessidade. VII- ANALISTA LEGISLATIVO - ASSISTENTE SOCIAL:

VI- ANALISTA LEGISLATIVO-ARQUIVISTA: A)REQUISITO ESPECÍFICO PARA INGRESSO:


Diploma de curso de nível superior em Serviço Social, devida-
A)REQUISITO ESPECÍFICO PARA INGRESSO: mente registrado no órgão oficial.
Diploma de curso de nível superior em Arquivologia devida- B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
mente registrado no órgão oficial. Pesquisar, planejar, assessorar, executar e supervisionar ativi-
B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES: dades e programas atinentes à questão social.
Planejar, organizar, implantar e assessorar o processo de gestão C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
e produção documental e/ou executar tarefas relativas à assistência 1.realizar, orientar e interpretar estudos e pesquisas no campo
técnica, pesquisa, análise, recuperação e divulgação da informação, da assistência social;
visando ao desenvolvimento de trabalhos legislativos e administra- 2.prestar assessoria em sua área de atuação a Comissões Téc-
tivos. nicas da Assembleia;
C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: 3.realizar, orientar e interpretar pesquisas sociais;
1.planejar, organizar e implantar os serviços e sistemas de ar- 4.planejar seminários de estudos no campo da assistência so-
quivos; cial;
2.planejar, orientar e assessorar o processo documental e in- 5.elaborar estudos, pareceres e laudos sociais;
formativo institucional; 6.avaliar e intervir em situações de relações de trabalho;
3.planejar, orientar, assessorar e implantar sistemas de gestão 7.elaborar estudos, pareceres e laudos tendo como foco as re-
e produção documental; lações estabelecidas no âmbito institucional;
4.planejar, implantar e organizar centros de documentação, 8.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às
arquivos históricos, centros de memória ou órgãos constituídos de peculiaridades do Poder Legislativo.
acervos arquivísticos e mistos; D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
5.orientar e assessorar no planejamento da automação e infor- 1.Horário: de acordo com a lei;
matização de sistemas de arquivos; 2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
6.planejar e orientar a implementação de políticas de avaliação domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
documental, para fins de racionalização, eliminação e preservação
documental; VIII- ANALISTA LEGISLATIVO - BIBLIOTECÁRIO:
7.planejar, organizar, implantar e assessorar o processo de pro-
dução e gestão documental com a finalidade de racionalizar a pro- A)REQUISITO ESPECÍFICO PARA INGRESSO:
dução documental, e preservar a documentação administrativa e Diploma de curso de nível superior de Biblioteconomia, devida-
histórica da Assembleia Legislativa; mente registrado no órgão oficial.
8.planejar e implantar sistemas de aquisição, busca, guarda, B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
utilização, divulgação e publicação do acervo documental da As- Executar pesquisas e trabalhos especializados na Divisão de Bi-
sembleia Legislativa; blioteca, no Memorial do Legislativo e no Gabinete de Consultoria
9.organizar os processos de expurgo e descarte de documentos Legislativa.
legislativos e administrativos; C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
10.executar tarefas relacionadas a métodos e técnicas aplica- 1.registrar, classificar, catalogar e indexar recursos informacio-
das a pesquisas em informação, inclusive os decorrentes de auto- nais nas mais diversas mídias;
mação e processamento de dados; 2.fazer pesquisas em catálogos, base de dados e outras fontes
11.planejar e implementar programas necessários à conserva- em meio eletrônico;
ção e preservação de documentos; 3.prestar atendimento personalizado e elaborar estratégias de
12.orientar e assessorar na implementação de programas de buscas avançadas da informação;
gerenciamento eletrônico de documentos – GED;
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

4.assistir os usuários na escolha de livros e periódicos e na uti- IX- ANALISTA LEGISLATIVO - CONTADOR:
lização do catálogo e base de dados da Divisão de Biblioteca e do
Memorial do Legislativo; A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
5.preparar livros e periódicos para encadernação e restaura- Diploma de curso de nível superior em Ciências Contábeis devi-
ção; damente registrado no órgão oficial e registro profissional no órgão
6.controlar a circulação de recursos informacionais; de classe correspondente.
7.orientar os serviços de restauro e conservação do acervo; B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
8.desenvolver políticas de informação e de desenvolvimento Ser responsável pelos serviços de contabilidade da Assembleia
das coleções; Legislativa.
9.selecionar, adquirir, avaliar e descartar recursos informacio- C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
nais para o acervo da Biblioteca e para a ALRS em geral; 1.prestar assessoramento aos órgãos da Assembleia Legislativa
10.coletar e analisar dados estatísticos da Divisão de Biblioteca no que diz respeito a assuntos contábeis;
e do Memorial do Legislativo; 2.orientar, quanto ao aspecto contábil, o levantamento dos
11.assessorar no planejamento do espaço físico da Divisão de bens patrimoniais;
Biblioteca e no Memorial do Legislativo; 3.preparar os dados para elaboração da Lei de Diretrizes Orça-
12.planejar e implantar base de dados, efetuar migração de mentárias;
dados, analisar e sugerir o uso de tecnologias para a melhor racio- 4.preparar os dados para elaboração da Lei Orçamentária Anu-
nalização dos serviços; al;
13.gerir a Biblioteca Virtual da ALRS (http://www.al.rs.gov.br/ 5.preparar os dados para elaboração do Plano Plurianual;
biblioteca); 6.preparar os expedientes relacionados à abertura de créditos
14.gerir o estande da Assembleia Legislativa nas Feiras do Livro orçamentários;
do Estado do Rio Grande do Sul; 7.prestar consultoria e informações gerenciais;
15.digitalizar e disponibilizar na Biblioteca Virtual o texto inte- 8.definir, manter e atualizar procedimentos internos;
gral das obras publicadas pela Assembleia Legislativa; 9.conciliar saldos de contas;
16.desenvolver, avaliar, publicar e disponibilizar conhecimen- 10.atender a auditores;
tos técnico-institucionais e políticas de informação bibliográficas 11.emitir balancetes;
para a ALRS, bem como serviços e produtos para a Biblioteca; 12.analisar balancete contábil;
17.registrar, classificar, catalogar, indexar e permitir a circula- 13.fazer relatórios gerenciais econômicos e financeiros;
ção de recursos informacionais, de acordo com as normas e técni- 14.acompanhar a execução do orçamento da Assembleia Le-
cas biblioteconômicas; gislativa;
18.avaliar serviços e produtos da Divisão de Biblioteca e do Me- 15.analisar relatórios;
morial do Legislativo; 16.assessorar os gestores em assuntos pertinentes à área con-
19.examinar as publicações oficiais do Estado e efetuar manu- tábil;
tenção da base de dados de leis, decretos, resoluções e outros atos 17.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às
governamentais no Gabinete de Consultoria Legislativa; peculiaridades do Poder Legislativo.
20.coletar informações para a memória institucional; D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
21.resumir artigos de interesse para trabalhos legislativos; 1.Horário: de acordo com a lei;
22.assistir os Deputados e os servidores da Assembleia Legis- 2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
lativa em suas necessidades de consulta, informação ou pesquisa; domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
23.orientar a edição de um boletim informativo da Divisão de
Biblioteca e do Memorial do Legislativo para divulgar aquisições do X- ANALISTA LEGISLATIVO - ECONOMISTA:
acervo, produtos, serviços e demais informações relevantes;
24.divulgar o acervo e as novas aquisições da Divisão de Biblio- A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
teca e do Memorial do Legislativo; Diploma de curso de nível superior de Economia devidamente
25.manter intercâmbio com outras bibliotecas, centros de do- registrado no órgão oficial e registro profissional no órgão de classe
cumentação e órgãos afins; correspondente.
26.permitir o acesso público e a circulação do acervo da Biblio- B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
teca; Realizar estudos e pesquisas sobre questões econômicas de in-
27.planejar e ministrar palestras sobre assuntos relacionados a teresse do Poder Legislativo.
sua área de conhecimento; C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
28.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às 1.prestar assessoramento aos órgãos da Assembleia Legislativa
peculiaridades do Poder Legislativo. no que diz respeito a assuntos econômicos;
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: 2.preparar dados para elaboração da Lei de Diretrizes Orça-
1.Horário: de acordo com a lei; mentárias;
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, 3.preparar dados para elaboração da Lei Orçamentária Anual;
domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço. 4.preparar dados para elaboração do Plano Plurianual;
5.participar do planejamento estratégico e de curto prazo;
6.gerar programação econômico-financeira;
7.analisar conjunturas;
8.coletar, processar e analisar dados econômicos e financeiros;
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

9.participar da elaboração, acompanhamento e execução or- 12.planejar ações de saúde em conjunto com a equipe multi-
çamentária; disciplinar;
10.realizar análise crítica de Orçamento Público a fim de subsi- 13.participar de estudos e pesquisas na área de saúde;
diar a Assembleia Legislativa na sua tarefa de fiscalização; 14.desenvolver Educação em Saúde;
11.realizar simulações, onde sejam demonstradas as diversas 15.participar na elaboração de protocolos e manuais;
alterações orçamentárias, objetivando oferecer alternativas de cor- 16.prestar assessoramento e emitir pareceres sobre matéria de
reção; sua especialidade;
12.recomendar políticas de racionalização e utilização de recur- 17.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às
sos financeiros, orçamentários e patrimoniais; peculiaridades do Poder Legislativo.
13.acompanhar e avaliar a repercussão orçamentária e finan- D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
ceira dos projetos de lei de acordo com a Lei Complementar n.º 1.Horário: de acordo com a lei;
101, de 4 de maio de 2000; 2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
14.assistir e subsidiar a Assembleia Legislativa no que tange domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
aos projetos de lei que tratarem de assuntos pertinentes aos temas 3.Uso obrigatório de uniforme fornecido pela Assembleia Le-
econômicos, tributários e de desenvolvimento sustentável; gislativa.
15.realizar estudos de reequilibrio econômico-financeiro dos
contratos de prestação de serviços da Assembleia Legislativa; XII- ANALISTA LEGISLATIVO – ENGENHEIRO CIVIL:
16.gerar parâmetros de avaliação;
17.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
peculiaridades do Poder Legislativo. Diploma de curso de nível superior de Engenharia Civil devida-
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: mente registrado no órgão oficial e registro profissional no órgão de
1.Horário: de acordo com a lei; classe correspondente.
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço. Pesquisar, planejar, assessorar, executar e supervisionar ativi-
dades e programas relacionados à área de engenharia civil.
XI- ANALISTA LEGISLATIVO - ENFERMEIRO: C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
1.realizar investigações e levantamentos técnicos; definir meto-
A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO: dologia de execução; dimensionar elementos de projetos; detalhar,
Diploma de curso de nível superior de Enfermagem devida- revisar e aprovar projetos; especificar equipamentos, materiais e
mente registrado no órgão oficial e registro profissional no órgão de serviços; desenvolver relatórios;
classe correspondente. 2.quantificar e especificar qualificações necessárias à mão de
B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES: obra, equipamentos, materiais e serviços; controlar cronograma
Executar no ambulatório da Assembleia Legislativa, atividades físico-financeiro de obras; fiscalizar obras; otimizar processos cons-
de enfermagem que abrangem o cuidado, a prevenção, a recupera- trutivos; supervisionar a segurança da obra e os aspectos ambien-
ção, a educação e manutenção da saúde. tais; medir serviços executados; fiscalizar obras e serviços;
C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: 3.fazer estudo da viabilidade técnica e econômica do empre-
1.prestar serviços de enfermagem nos ambulatórios da Assem- endimento; planejar cronograma físico-financeiro; caracterizar em-
bleia Legislativa; preendimento;
2.ministrar medicamentos prescritos, conforme orientação 4.avaliar relatórios de inspeção; gerenciar recursos humanos;
médica; gerenciar suprimento de materiais e serviços; gerenciar recursos
3.aplicar terapia especializada, dentro da área de sua compe- técnico-financeiros;
tência, sob orientação médica; 5.compor custos de mão de obra, equipamentos, materiais e
4.atuar na assistência em Primeiros Socorros; serviços, levantar preços de insumos e elaborar custos específicos
5.participar de programas de imunização; e gerais;
6.realizar consultas de enfermagem a pacientes sadios e porta- 6.estabelecer critérios para pré-qualificação de serviços e
dores de doenças crônicas, com enfoque educativo no autocuidado obras; preparar termo de referência para contratação de serviços
preventivo; e obras; preparar propostas técnicas para prestação de serviços e
7.gerir recursos materiais e equipamentos, que envolvem a to- obras e administrar contratos;
talidade dos fluxos de materiais, desde a programação, encaminha- 7.aceitar ou rejeitar materiais e serviços; verificar aferição e ca-
mento para compra, recepção, armazenamento e movimentação; libração dos equipamentos;
8.gerenciar as atividades de enfermagem que incluem o diag- 8.elaborar procedimentos e especificações técnicas; elaborar
nóstico, planejamento, execução e avaliação da assistência, pas- normas de avaliação de desempenho técnico e operacional; con-
sando pela delegação das atividades, supervisão e orientação da trolar documentação técnica; elaborar normas e procedimentos
equipe; executivos e elaborar critérios de medição;
9.padronizar normas, procedimentos e rotinas de enfermagem; 9.projetar, quantificar e especificar ações que visem às adequa-
10.registrar procedimentos, observações e cuidados de enfer- ções dos espaços físicos à legislação de acessibilidade e prevenção
magem; contra incêndio e pânico, fiscalizando-as;
11.elaborar, executar, e avaliar os planos assistenciais de en- 10.adequar os ambientes às normas de conforto térmico e
fermagem; acústico;
11.fiscalizar e controlar contratos de mão de obra terceirizada;
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

12.executar outras tarefas correlatas à sua especialidade e que XIV-ANALISTA LEGISLATIVO – ENGENHEIRO MECÂNICO:
forem aplicáveis às peculiaridades do Poder Legislativo, bem como
as demais atribuições previstas em lei ou regulamento. A)REQUISITO ESPECÍFICO PARA INGRESSO:
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: Diploma, devidamente registrado, de curso de nível superior
1.Horário: de acordo com a lei; em Engenharia Mecânica, fornecido por instituição de ensino supe-
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, rior reconhecida pelo Ministério da Educação, e registro profissio-
domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço. nal no órgão de classe correspondente.
3.Uso obrigatório de equipamentos de segurança pessoal –EPI B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
− fornecido pela ALRS. Pesquisar, planejar, assessorar, executar e supervisionar ativi-
dades e programas relacionados à área de engenharia mecânica.
XIII- ANALISTA LEGISLATIVO – ENGENHEIRO ELÉTRICO: C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
1.realizar a inspeção técnica de processos mecânicos e máqui-
A)REQUISITO ESPECÍFICO PARA INGRESSO: nas em geral;
Diploma, devidamente registrado, de curso de nível superior 2.estudo, planejamento, projeto e especificação de instalações
em Engenharia Elétrica, fornecido por instituição de ensino supe- industriais e mecânicas; de equipamentos mecânicos e eletromecâ-
rior reconhecida pelo Ministério da Educação, e registro profissio- nicos; de veículos automotores; de sistemas de produção de trans-
nal no órgão de classe correspondente. missão e de utilização do calor e de sistemas de refrigeração e de
B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES: ar condicionado.
Pesquisar, planejar, assessorar, executar e supervisionar ativi- 3.analisar, rejeitar ou aprovar laudos técnicos submetidos à sua
dades e programas relacionados à área de engenharia elétrica. análise;
C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: 4.analisar e estudar a eficientização de sistemas de refrigera-
1.estudar as condições requeridas para o funcionamento das ção e de ar condicionado e sistemas de produção de transmissão e
instalações de produção e distribuição de energia elétrica, da ma- de utilização do calor;
quinaria e/ou aparelhos elétricos/eletrônicos e de outros imple- 5.Compor custos de mão de obra, equipamentos, materiais e
mentos elétricos; serviços, levantar preços de insumos e elaborar custos específicos
2.realizar estudos pertinentes a solução de problemas de en- e gerais;
genharia elétrica; 6.fazer projetos para a reparação, manutenção e recuperação
3.executar e dirigir projetos de montagem e manutenção de de veículos;
instalação de equipamentos de áudio e vídeo; 7.colaborar na elaboração de especificações técnicas de veícu-
4.projetar instalações e equipamentos, preparando desenhos e los, equipamentos, peças de reposição e materiais;
especificações, indicando os materiais a serem usados; 8.colaborar em estudos de avaliação de desempenho, resistên-
5.compor custos de mão de obra, equipamentos, materiais e cia, qualidade e durabilidade de máquinas, veículos, equipamentos,
serviços, levantar preços de insumos, e elaborar custos específicos materiais e peças de reposição;
e gerais; 9.fiscalizar obras e serviços da área correlata;
6.supervisionar as atividades dos eletricistas; 10.orientar a instalação e manutenção de equipamentos;
7.acompanhar as etapas de instalação, manutenção e repara- 11.fiscalizar e controlar contratos de mão de obra terceirizada;
ção de equipamentos elétricos/eletrônicos em construções e refor- 12.executar outras tarefas correlatas à sua especialidade e que
mas, inspecionando os trabalhos e prestando assistência técnica, forem aplicáveis às peculiaridades do Poder Legislativo, bem como
observando especificações de qualidade e normas de segurança; as demais atribuições previstas em lei ou regulamento.
8.estudar, propor e determinar modificações em projetos ou D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
nas instalações e equipamentos elétricos/eletrônicos em operação; 1.Horário: 40 (quarenta) horas semanais;
9.planejar e fazer a divisão das instalações em sistemas, com- 2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
ponentes e peças, detalhando-os por meio de esquemas, planos, domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
desenhos e outros recursos gráficos para facilitar a compreensão e 3.Uso obrigatório de equipamentos de segurança pessoal (EPI)
execução do projeto; fornecido pela ALRS.
10.fiscalizar obras e serviços da área correlata;
11.fiscalizar e controlar contratos de mão de obra terceirizada; XV- ANALISTA LEGISLATIVO - JORNALISTA:
12.executar outras tarefas correlatas à sua especialidade e que
forem aplicáveis às peculiaridades do Poder Legislativo, bem como A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
as demais atribuições previstas em lei ou regulamento. Diploma de curso de nível superior em Comunicação Social,
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: com habilitação em Jornalismo, devidamente registrado no órgão
1.Horário: 40 (quarenta) horas semanais; oficial e registro profissional no órgão de classe competente.
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço. Mediar a relação entre a Assembleia Legislativa e a sociedade,
3.Uso obrigatório de equipamentos de segurança pessoal (EPI) por intermédio do planejamento e da produção (pauta, redação e
fornecido pela ALRS. edição) de conteúdo jornalístico em texto, áudio e imagem para dis-
tribuição diretamente aos cidadãos, como boletins, folhetos e jor-
nais impressos, e/ou materiais noticiosos a serem difundidos pelos

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

meios eletrônicos próprios da ALRS (Rádio, TV e Portal na Internet); 4.efetuar exames médicos para ingresso de candidatos a cargos
e para distribuição aos veículos de comunicação em todos os supor- da Assembleia Legislativa;
tes tecnológicos (jornal, rádio, TV, portais na Internet). 5.fazer visitas domiciliares a servidores para justificação de fal-
C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: tas ao serviço por motivo de doença;
1.acompanhar as ações e atividades e, de acordo com as di- 6.emitir os laudos de inspeção de saúde para os fins previstos
retrizes da Instituição e orientação das chefias, propor e executar em lei;
(redigir e editar) pautas jornalísticas para publicação nos meios pró- 7.atender urgências em caso de acidente de trabalho ou alte-
prios da Assembleia Legislativa e distribuição aos veículos de comu- rações agudas de saúde, utilizando procedimentos adequados para
nicação (jornal, rádio, TV, portais na Internet); cada fim, visando controlar as condições de saúde dos servidores;
2.organizar dados e informações de natureza jornalística para a 8.avaliar a capacidade laborativa para determinado trabalho e
publicação de relatórios de ações e atividades institucionais; realizar reavaliações periódicas de saúde dos servidores;
3.coordenar e editar a publicação de relatórios de ações e ati- 9.planejar e ministrar palestras sobre saúde e segurança no
vidades institucionais; trabalho;
4.redigir e editar materiais de conteúdo jornalístico para publi- 10.participar de programas institucionais que promovam a saú-
cação nos meios próprios da Assembleia Legislativa e distribuição de no trabalho;
aos veículos de comunicação (jornal, rádio, TV, portais na Internet); 11.realizar Plano de Prevenção de Riscos Ambientais −PPRA − ;
5.atender aos jornalistas dos veículos de comunicação, inter- 12.executar o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupa-
mediando entrevistas com parlamentares e integrantes da Adminis- cional − PCMSO − ;
tração Superior da Assembleia Legislativa; 13.realizar o Laudo Técnico por Categoria de Atividade Profis-
6.fornecer dados e informações de caráter público durante a sional − LTCAT − ;
realização de matérias e reportagens sobre a Assembleia Legislativa 14.preencher o Perfil Profissiográfico Previdenciário − PPP − ;
pelos jornalistas dos veículos de comunicação; 15.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às
7.sugerir aos editores e repórteres especializados matérias de peculiaridades do Poder Legislativo.
interesse institucional, de acordo com as diretrizes da Instituição e D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
orientação das chefias; 1.Horário: de acordo com a lei;
8.redigir roteiros de programas para rádio e TV a serem veicu- 2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
lados pelos meios próprios da Assembleia Legislativa e ou distribuí- domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
dos aos veículos de comunicação social; 3.Uso obrigatório de uniforme fornecido pela Assembleia Le-
9.redigir e editar matérias noticiosas em formatos específicos gislativa.
para rádio e TV a serem veiculadas pelos meios próprios da Assem-
bleia Legislativa e/ou distribuídos aos veículos de comunicação so- XVII- ANALISTA LEGISLATIVO – PSICÓLOGO:
cial;
10.revisar textos, selecionar fotos e ilustrações, bem como A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
organizar e gerir arquivos e realizar outras tarefas pertinentes ao Diploma de curso de nível superior em Psicologia devidamente
jornalismo profissional aplicáveis às peculiaridades da Assembleia registrado no órgão oficial e registro profissional no órgão de classe
Legislativa; competente.
11.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
peculiaridades do Poder Legislativo. Atuar em atividades de planejamento, elaboração, coordena-
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: ção, acompanhamento, assessoramento, pesquisa e execução de
1.Horário: de acordo com a lei; procedimentos e programas relativos à área de psicologia.
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço. 1.desenvolver diagnóstico organizacional e psicossocial no se-
tor em que atua, visando à identificação de necessidades e do pes-
XVI- ANALISTA LEGISLATIVO - MÉDICO DO TRABALHO: soal alvo de sua atuação;
2.planejar, desenvolver, executar, acompanhar e validar estra-
A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO: tégias de intervenções psicossociais diversas, a partir das necessi-
Diploma de curso superior em Medicina e de especialização em dades e clientelas identificadas;
Medicina do Trabalho e estar legalmente habilitado para o exercício 3.participar, dentro de sua especialidade, de equipes multidis-
da profissão de Médico do Trabalho, bem como registro no órgão ciplinares e programas de ação visando à construção de uma ação
de classe. integrada;
B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES: 4.desenvolver ações de pesquisas e aplicações práticas da psi-
Coordenar, supervisionar, executar e avaliar planos, programas cologia no âmbito do trabalho;
e rotinas dos métodos e técnicas da medicina, higiene e segurança 5.supervisionar as atividades de Psicologia do trabalho;
do trabalho utilizadas no contexto da saúde ocupacional da Assem- 6.participar de treinamento, palestras e cursos na área de atu-
bleia Legislativa. ação, quando solicitado;
C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: 7.desenvolver outras atividades que visem à preservação e à
1.atender consultas médicas na Assembleia Legislativa; promoção da saúde mental e valorização do servidor;
2.efetuar exames médicos em Deputados e servidores para fins 8.orientar e encaminhar para atendimento clínico externo
de licença por motivo de doença; quando necessário;
3.efetuar exames em servidores para fins de aposentadoria;
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

9.assessorar, prestar consultoria, e dar pareceres dentro de 1.elaborar programas de relações públicas internas e externas,
uma perspectiva psicossocial; verificando os meios de comunicação disponíveis e analisando os
10.desenvolver e acompanhar equipes; serviços a serem promovidos;
11.intervir em situações de conflitos no trabalho; 2.selecionar e organizar textos, fotografias e ilustrações apro-
12.prestar orientação e aconselhamento individuais voltados priadas à consecução dos efeitos desejados;
para o trabalho; 3.organizar exposições, concursos, programas de visitas, reuni-
13.aplicar métodos e técnicas psicológicas, como testes, pro- ões sociais e outras atividades de relações públicas internas ou para
vas, entrevistas, jogos e dinâmicas de grupo, etc.; promoção institucional da Assembleia Legislativa;
14.assessorar e prestar consultoria interna para facilitar pro- 4.elaborar e promover a divulgação de campanhas institucio-
cessos de grupo e desenvolvimento de lideranças para o trabalho; nais e promocionais;
15.planejar, desenvolver, analisar e avaliar ações destinadas a 5.organizar palestras, entrevistas e outras informações para di-
facilitar as relações de trabalho, produtividade, a satisfação de indi- vulgação da Assembleia Legislativa;
víduos e grupos no âmbito organizacional; 6.preparar e organizar congressos, encontros, seminários, au-
16.desenvolver ações voltadas para a criatividade, auto-estima diências públicas e afins;
e motivação do servidor; 7.elaborar relatórios de aplicação de recursos em divulgação;
17.atuar em equipe multidisciplinar e/ou para elaboração, im- 8.receber autoridades e jornalistas;
plementação, desenvolvimento e avaliação de programas de desen- 9.contatar, agendar, assessorar e assistir entrevistas individuais
volvimento de recursos humanos; e/ou coletivas com a imprensa ou outros grupos;
18.participar de recrutamento e seleção de pessoal; 10.realizar entrevistas e pesquisas para conhecimento e análise
19.participar do processo de movimentação pessoal, analisan- da opinião pública;
do o contexto atual, os antecedentes e as perspectivas em seus as- 11.organizar e manter o arquivo jornalístico;
pectos psicológicos e motivacionais, assessorando na indicação da 12.criar, redigir, produzir e distribuir informações sobre as ativi-
locução e integração funcional; dades desenvolvidas na Assembleia Legislativa, tanto para impren-
20.participar de atividades de saúde e segurança no trabalho, sa como para os públicos específicos;
de programas educacionais, culturais, recreativos e de saúde men- 13.editar publicações e relatórios da Assembleia Legislativa;
tal do servidor e de qualidade de vida no trabalho; 14.visitar os veículos de comunicação, para promover e manter
21.realizar estudos e pesquisas científicas relacionados à Psico- um bom relacionamento com os editores, chefias, repórteres, for-
logia Organizacional e do Trabalho; madores de opiniões e produtores;
22.elaborar pesquisa de cultura e de clima organizacionais; 15.participar do julgamento de licitações, quando designado;
23.desenvolver políticas de retenção de pessoal; 16.exercer as funções de sua formação profissional nos seg-
24.elaborar a descrição e análise de cargos; mentos de atividade da Assembleia Legislativa, bem como prestar
25.elaborar avaliação de desempenho; orientação técnica compatível com a respectiva formação.
26.participar em processos de desligamento de pessoal e pro- D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
gramas de preparação para aposentadoria; 1.Horário: 40 (quarenta) horas semanais;
27.colaborar em projetos de ergonomia (máquinas e equipa- 2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
mentos de trabalho); domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
28.elaborar e emitir laudos, atestados e pareceres mediante
necessidade do indivíduo e/ou organização; XIX- ANALISTA LEGISLATIVO - TAQUÍGRAFO:
29.atuar, na qualidade de instrutor de treinamentos e outros
eventos de igual natureza, mediante participação prévia em proces- A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
so de qualificação e autorização superior; Diploma de curso de nível superior devidamente registrado no
30.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às órgão oficial, boas condições neuropsíquicas de motricidade, audi-
peculiaridades do Poder Legislativo. ção, memória e capacidade de concentração, domínio de técnica
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: de taquigrafia para escrita na velocidade da fala e conhecimentos
1.Horário: de acordo com a lei; básicos de, no mínimo, uma dentre as línguas estrangeiras espanhol
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, e inglês.
domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço. B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
Efetuar a cobertura taquigráfica e/ou a redação final de inter-
XVIII- ANALISTA LEGISLATIVO – RELAÇÕES PÚBLICAS: venções, discursos e debates em plenário e nas comissões técnicas,
bem como em conferências, simpósios ou ciclos de estudos pro-
A)REQUISITO ESPECÍFICO PARA INGRESSO: movidos e realizados pela Assembleia Legislativa, buscando a maior
Diploma, devidamente registrado, de curso de nível superior perfeição de linguagem e mantendo absoluta imparcialidade e fide-
em Comunicação Social Relações Públicas, fornecido por instituição lidade ao apanhamento taquigráfico.
de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação, devi- C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
damente registrado no órgão oficial. 1.proceder ao registro taquigráfico, à transcrição, à revisão e à
B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES: redação final das sessões plenárias, disponibilizando-as em seguida
Pesquisar, planejar, assessorar, executar e supervisionar ativi- para publicação no Diário On-Line e no site da Assembleia Legisla-
dades e programas atinentes às relações institucionais. tiva (Sessão On-Line);
C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

2.reproduzir em texto os registros taquigráficos com a maior 5.preencher, sob orientação, boletins, formulários e quadros
brevidade possível, aprimorando- os sem perder de vista a fidelida- demonstrativos;
de ao pensamento do orador; 6.auxiliar no levantamento de bens patrimoniais;
3.adequar os textos ao Regimento Interno, às Normas Internas 7.auxiliar nos trabalhos de coleta de dados pertinentes às ativi-
e à língua portuguesa culta; dades do setor de trabalho;
4.inserir textos e imagens solicitados pelos Deputados nos 8.atender telefone, anotar e transmitir recados;
anais das sessões plenárias e de eventos; 9.prestar, sob orientação, informações relativas ao setor de tra-
5.disponibilizar ao Departamento de Jornalismo os textos sem balho;
revisão das sessões plenárias, assim que concluído o seu registro, 10.executar tarefas auxiliares que envolvam conhecimentos
como fonte de pesquisa; básicos de legislação;
6.realizar editoração eletrônica das sessões plenárias; 11.organizar e manter atualizados fichários e arquivos de docu-
7.transcrever, revisar e disponibilizar os debates e pronuncia- mentos, correspondências e legislação;
mentos realizados em reuniões de comissões, fóruns e outros even- 12.auxiliar no desenvolvimento das atividades relativas a recru-
tos institucionais promovidos pelo Poder Legislativo; tamento, seleção, aperfeiçoamento e capacitação de pessoal;
8.elaborar a junção de textos, sua formatação e impressão em 13.auxiliar na conferência de materiais e suprimentos em geral,
cadernos para posterior distribuição à Presidência e aos Deputados; executando, sob orientação, os serviços de recebimento, alienação,
9.manter banco de dados, em texto e áudio, com base em dis- guarda, controle e conferência de bens de consumo e/ou perma-
cursos indexados para armazenamento e recuperação de informa- nentes;
ções relativas a pronunciamentos parlamentares bem como zelar 14.auxiliar nos trabalhos necessários à aquisição e organização
pela sua segurança; de materiais de consumo e/ou permanentes;
10.elaborar as atas das sessões plenárias; 15.auxiliar na realização de eventos da Assembleia Legislativa;
11.elaborar os sumários dos pronunciamentos registrados em 16.recepcionar, identificar e registrar pacientes para fins de
plenário e inseri-los nas páginas dos Deputados; atendimento no serviço de saúde, de acordo com orientação su-
12.elaborar as resenhas de todas as intervenções ocorridas du- perior;
rante as sessões plenárias, disponibilizando-as na “web”, juntamen- 17.transportar, instalar e operar equipamentos audiovisuais
te com o áudio dos pronunciamentos; para registro das sessões plenárias, das reuniões de comissão e de
13.sonorizar, gravar e roteirizar os eventos promovidos pela conferências, palestras, simpósios, cursos e outros, realizados pela
Casa na Capital e interior; Assembleia Legislativa;
14.fornecer reproduções do áudio de eventos sempre que soli- 18.inserir e atualizar registros em bancos de dados e arquivos
citado pela Instituição; dos sistemas informatizados da Assembleia Legislativa;
15.controlar e administrar os contratos pertinentes ao serviço 19.informar processos que versem sobre assuntos da adminis-
do Departamento; tração em geral;
16.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às 20.efetuar, sob orientação, levantamentos com vistas à elabo-
peculiaridades do Poder Legislativo. ração da proposta orçamentária da Assembleia Legislativa;
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO: 21.auxiliar na elaboração e conferência de folhas de pagamen-
1.Horário: de acordo com a lei; tos;
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados, 22.integrar comissões de serviços administrativos;
domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço; 23.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às
3.Uso obrigatório de fones de ouvido. peculiaridades do Poder Legislativo.
D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:
XX- TÉCNICO LEGISLATIVO: 1.Horário: 40 (quarenta) horas semanais.
2.O exercício do cargo exigirá trabalho à noite e aos sábados,
A)REQUISITO ESPECÍFICO PARA INGRESSO: domingos e feriados, quando houver necessidade de serviço.
Diploma de ensino médio devidamente registrado em órgão
oficial. XXI- AGENTE LEGISLATIVO: (Vide Resolução n.º 3.189/18, que
B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES: renomeou o cargo para Agente de Polícia Legislativa)
Prestar assessoramento em trabalhos atinentes à área adminis-
trativa, bem como auxiliar na elaboração de estudos, pesquisas e A)REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA INGRESSO:
trabalhos nesta área, executando tarefas que envolvam média com- Diploma de ensino médio, ou equivalente, devidamente regis-
plexidade administrativa. trado em órgão oficial, Carteira Nacional de Habilitação categoria
C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: “B” e aprovação prévia em provas, incluindo testes de capacitação
1.numerar, registrar e expedir documentos; física e avaliação psicológica específicos para o desempenho da fun-
2.protocolizar processos e documentos, registrando sua trami- ção.
tação; B)SÍNTESE DAS ATRIBUIÇÕES:
3.redigir, datilografar e/ou digitar qualquer modalidade de ato Executar o policiamento interno e externo das dependências
administrativo, segundo as normas técnicas; do Palácio Farroupilha e seus anexos, auxiliado no policiamento ex-
4.datilografar e/ou digitar, segundo as normas técnicas, contra- terno por agentes da corporação militar e civil do Estado e da União,
tos administrativos, quadros, tabelas, mapas estatísticos e outros; postos à exclusiva disposição da Mesa da Assembleia Legislativa.

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435
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

C)EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: D)CONDIÇÕES DE TRABALHO:


1.orientar na elaboração e na aplicação de regulamentos e nor- 1.Horário: de acordo com a lei;
mas relativas à segurança do Parlamento; 2.O regime de trabalho processar-se-á em períodos alternados,
2.executar, orientar e/ou acompanhar os procedimentos relati- incluindo sábados, domingos e feriados, durante as 24 horas do dia,
vos ao policiamento da Assembleia Legislativa; conforme escala organizada pelo Departamento de Segurança do
3.zelar pela segurança de Deputados e servidores; Legislativo.
4.zelar pela segurança de pessoas e materiais nas dependên- 3.Capacitação profissional específica na área, coordenada e pa-
cias da Assembleia Legislativa, fazendo rondas de inspeção em trocinada pela Assembleia Legislativa e ministrada por órgão oficial
intervalos fixados, adotando providências atinentes a evitar quais- especializado, perfazendo um total de 480 (quatrocentos e oitenta)
quer tipos de delitos; horas/aula, abrangendo as seguintes matérias e respectivas cargas
5.realizar o policiamento nas sessões de Plenário, de Comis- horárias: Direitos Humanos - 20h; Direito Administrativo - 30h; Psi-
sões e de outras atividades com a participação de Deputados; cologia Social - 20h; Ética e Cidadania - 25h; História da Assembleia
6.realizar a segurança, interna ou externa, de Deputados, fun- Legislativa do Estado do RS - 10h; Etiqueta e Cerimonial - 10h; Co-
cionários ou convidados da Assembleia Legislativa, quando deter- municações - 20h; Multimídia - 10h; Pronto Socorrismo de Urgên-
minado pelo Presidente; cia - 40h; Técnica de Bombeiro e Defesa Civil - 30h; Defesa Pessoal
7.fiscalizar e orientar os serviços de portarias e estacionamen- - 60h; Relações Humanas - 20h; Técnica de Abordagem, Busca Pes-
tos quanto à entrada e saída de pessoas e veículos, bem como soal, Algemação e Condução de Preso em Flagrante Delito - 50h;
quanto aos regulamentos adotados para os estacionamentos priva- Processo Decisório - 10h; Redação Oficial - 15h; Elaboração de Sin-
tivos da Assembleia Legislativa, incluindo a supervisão do emprego dicância - 20h; Educação Física - 40h; Manuseio e Uso de Arma de
de vigilância terceirizada; Fogo - 50h.
8.verificar, permanentemente, a segurança das edificações da 4.Lotação: Departamento de Segurança do Legislativo.
Assembleia Legislativa e seus anexos, através de vistorias, fora do Legislação compilada pelo Gabinete de Consultoria Legislativa.
expediente normal, registrando em formulário próprio do Departa-
mento de Segurança do Legislativo;
9.manter organizados os registros de ocorrências lavrados QUESTÕES
quando das inspeções nas dependências do Palácio Farroupilha e
seus anexos;
1. FUNDATEC - 2022 - SUSEPE-RS
10.verificar as autorizações para ingresso, fora do horário de
Com base na Lei Estadual nº 10.098/1994, que dispõe sobre o
expediente, de pessoas ou veículos nas áreas pertencentes à As-
Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do
sembleia Legislativa;
Estado do Rio Grande do Sul, analise as assertivas a seguir e assinale
11.manter a ordem em todas as dependências da Assembleia
V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
Legislativa;
( ) A nomeação far-se-á em 30 dias, quando se tratar de candi-
12.assessorar, quando solicitado, a Mesa da Assembleia Legis-
dato aprovado em concurso público para provimento em cargo
lativa, em medidas atinentes à manutenção da ordem e segurança;
efetivo de carreira ou isolado.
13.investigar situações anormais constatadas, levando ao co-
( ) Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com a as-
nhecimento do superior hierárquico quaisquer irregularidades ve-
sinatura do termo no prazo de 15 dias, a contar da nomeação,
rificadas;
prorrogável por igual período a pedido do interessado.
14.registrar ocorrências verificadas durante o turno de traba-
( ) Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo
lho;
e dar-se-á no prazo de até 30 dias contados da data da posse.
15.realizar o desarmamento de pessoas nas áreas pertencen-
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima
tes à Assembleia Legislativa, de acordo com o Regimento Interno,
para baixo, é:
promover a guarda das armas e proceder também suas devoluções;
(A) F – V – V.
16.retirar das áreas pertencentes à Assembleia Legislativa, pes-
(B) F – V – F.
soas que se portem de maneira inconveniente;
(C) F – F – V.
17.prender em flagrante delito, fazendo registro da ocorrência
(D) V – F – V.
em formulário próprio;
(E) V – V – F.
18.vedar o acesso do público externo e servidores não autori-
zados a lugares privativos dos Deputados;
2. FUNDATEC - 2022 - AGERGS
19.impedir a saída de quaisquer bens da Assembleia Legislati-
Tendo como referência os termos da Lei Complementar Estadu-
va, salvo com autorização;
al nº 10.098/1994, que dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico
20.impedir, salvo expressa autorização da Mesa, o exercício de
único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul,
comércio, inclusive rifas e sorteios;
analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
21.presidir, integrar e/ou apoiar as comissões de sindicância e
I. A nomeação é a aceitação expressa do cargo, formalizado
processos administrativos disciplinares em curso na Casa, quando
com a assinatura do termo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar
for o caso;
da posse, prorrogável por igual período a pedido do interessado ou
22.prevenir e combater princípios de incêndios;
“ex officio”.
23.dirigir veículo, no exercício da função, se necessário;
II. A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à
24.executar outras tarefas correlatas e que forem aplicáveis às
ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de op-
peculiaridades do Poder Legislativo.
ção do candidato por última chamada.
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436
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO
MATÉRIA INTERNO

III. Tanto a lotação como a relotação poderão ser efetivadas a 6. FUNDATEC - 2018 - AL-RS - Técnico Legislativo
pedido ou “ex officio”, atendendo ao interesse da Administração. Nos termos do Regimento Interno da Assembleia Legislati-
(A) Todas estão corretas. va do Estado do Rio Grande do Sul, instituído pela Resolução nº
(B) Todas estão incorretas. 2.288/1991, analise as seguintes assertivas:
(C) Apenas I e II estão corretas. I. As Comissões permanentes são criadas para apreciar deter-
(D) Apenas I e III estão corretas. minada matéria e se extinguem ao término da legislatura, ou antes,
(E) Apenas II e III estão corretas. quando alcançado o fim a que se destinam ou expirado seu prazo
de duração.
3. FUNDATEC - 2022 - AGERGS II. Poderão participar dos trabalhos das Comissões entidades
Baseando-se nos termos da Lei Complementar Estadual nº civis, de empregadores e empregados, e órgãos representativos de
10.098/1994, que dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico único profissionais liberais de âmbito estadual, credenciados pela Mesa,
dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, anali- na forma de Resolução por ela baixada.
se as assertivas abaixo, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. III. Na constituição das Comissões e na distribuição de seus car-
( ) Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito gos de Presidente e Vice-Presidente, deverá ser sempre assegurada
de concorrer nos concursos públicos para provimento de car- a representação majoritária das Bancadas.
gos, cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de Quais estão corretas?
que são portadoras. (A) Apenas I.
( ) A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à (B) Apenas II.
ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de (C) Apenas I e III.
opção do candidato por última chamada. (D) Apenas II e III.
( ) Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não (E) I, II e III.
entrar em exercício no prazo de até 15 (quinze) dias contados
da data da posse. 7. FUNDATEC - 2018 - AL-RS - Técnico Legislativo
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima Texto associado
para baixo, é: Para responder à questão, considere a Lei Complementar Esta-
(A) F – V – F. dual nº 10.098/1994, que dispõe sobre o Estatuto e Regime Jurídico
(B) F – F – V. dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul.
(C) V – V – V. Nos termos da Lei, são formas de provimento:
(D) V – V – F. (A) Nomeação e Indicação.
(E) V – F – V. (B) Readaptação e Promoção.
(C) Recondução e Ascensão.
4. FUNDATEC - 2021 - PGE-RS (D) Reintegração e Indicação.
Assinale a alternativa que NÃO contém uma das hipóteses em (E) Reversão e Aproveitamento.
que o servidor será punido com pena de demissão, segundo a Lei
Complementar Estadual nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994. 8. FUNDATEC - 2018 - AL-RS
(A) Cometer indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada. Nos termos da Lei nº 14.688/2015, que institui o Plano de Car-
(B) Agir com incontinência pública e conduta escandalosa na gos, Carreiras e Vencimentos e reorganiza o quadro de pessoal efe-
repartição. tivo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e dá
(C) Ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou outras providências, a progressão na carreira, além de disciplinada
drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez por Resolução da Mesa, deverá observar, dentre outros, aos seguin-
ou drogado ao serviço. tes critérios:
(D) Exercer advocacia administrativa. I. Tempo de serviço entre as classes de, no mínimo, dois anos.
(E) Ausentar-se do serviço por mais de 60 (sessenta) dias, inter- II. Participação em Grupo de Estudo, Sindicância, Força Tarefa
calados, durante um ano. instituídas em portaria específica, se designado.
III. Realização de avaliação periódica de desempenho a cada
5. FUNDATEC - 2018 - AL-RS - Técnico Legislativo 12 meses para aferir o desempenho no exercício das atribuições
Nos termos da Lei nº 14.688/2015, o Plano de Cargos, Carreiras do servidor.
e Vencimentos do quadro de pessoal efetivo da Assembleia Legis- Quais estão corretos?
lativa do Estado do Rio Grande do Sul será regido pelos seguintes (A) Apenas I.
princípios, EXCETO: (B) Apenas I e II.
(A) Racionalização da estrutura de cargos de acordo com a (C) Apenas I e III.
complexidade das atividades. (D) Apenas II e III.
(B) Incentivo à qualificação profissional contínua. (E) I, II e III.
(C) Racionalização da estrutura de cargos conforme os graus de
responsabilidade e de formação profissional.
(D) Valorização do conhecimento em detrimento do desempe-
nho.
(E) Racionalização da estrutura considerando a quantidade de
cargos compatível com as atividades desenvolvidas no local de
lotação.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO

9. AL-RS
Quanto a essa questão, considere o Regimento Interno da As-
ANOTAÇÕES
sembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul – Resolução nº ______________________________________________________
2.288/1991 e suas alterações posteriores.
No que diz respeito ao processo legislativo de emenda, assinale ______________________________________________________
a alterativa correta.
(A) Será facultado o encaminhamento da proposta à Comissão ______________________________________________________
de Constituição e Justiça que apresentará parecer sobre sua
admissibilidade. ______________________________________________________
(B) A proposta de emenda à Constituição que obtiver, em dois
______________________________________________________
turnos de discussão e votação, três quintos dos votos dos
membros da Assembleia, em votação nominal, será conside- ______________________________________________________
rada aprovada.
(C) A proposta de emenda à Constituição com parecer favorável ______________________________________________________
da Comissão de Constituição e Justiça será remetida imediata-
mente ao plenário para, dentro do prazo improrrogável de 45 ______________________________________________________
dias, iniciar a votação.
(D) Uma vez aprovada a proposta de emenda à Constituição, ______________________________________________________
ela será encaminhada ao Departamento de Assessoramento
______________________________________________________
Legislativo que providenciará a sua publicação e promulgação.
(E) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada não ______________________________________________________
poderá ser objeto de nova proposta na mesma legislatura.
______________________________________________________
10. FUNDATEC - 2018 - AL-RS
Para responder a questão abaixo, considere o Regimento Inter- _____________________________________________________
no da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul – Re-
solução nº 2.288/1991 e suas alterações posteriores. _____________________________________________________
É competência da Mesa da Assembleia Legislativa:
(A) Apreciar programas de obras, planos estaduais, regionais e ______________________________________________________
setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
______________________________________________________
(B) Determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir testemu-
nhas sob compromisso, requisitar de órgãos e entidades da ______________________________________________________
administração pública informações e documentos, requerer
a audiência de Deputados e Secretários de Estado, tomar de- ______________________________________________________
poimentos e requisitar os serviços de quaisquer autoridades,
inclusive policiais. ______________________________________________________
(C) Promulgar emendas à Constituição Estadual.
(D) Autorizar o Governador e o Vice-Governador a afastar-se do ______________________________________________________
Estado por mais de quinze dias, ou do País por qualquer tempo.
______________________________________________________
(E) Resolver sobre licenças de Deputados.
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 A
______________________________________________________
2 E
3 D ______________________________________________________
4 C ______________________________________________________
5 D
______________________________________________________
6 B
7 E ______________________________________________________

8 D ______________________________________________________
9 B ______________________________________________________
10 C
______________________________________________________
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA
E POLÍTICAS PÚBLICAS

d) Consensos de Políticas Públicas: Pode haver consenso em


CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA POLÍTICA: CONSENSO; relação a políticas específicas, como medidas econômicas, progra-
CONFLITO; POLÍTICA; PODER; AUTORIDADE; DOMINAÇÃO; mas sociais ou estratégias de segurança. Esse tipo de consenso mui-
LEGITIMIDADE, SOBERANIA, IDEOLOGIA, HEGEMONIA tas vezes ocorre por meio de negociações e compromissos entre
diferentes atores políticos.
e) Consenso Internacional: Em um contexto global, o con-
Conceitos Básicos da Ciência Política senso pode envolver acordos e tratados entre países, organizações
A Ciência Política é uma disciplina acadêmica que estuda a internacionais e atores transnacionais em questões como direitos
política, o governo, o poder e as relações de poder em sociedades humanos, comércio e meio ambiente.
humanas. Ela se dedica à análise e compreensão dos processos po- É importante notar que o consenso não significa uniformidade
líticos, instituições, comportamentos políticos, teorias políticas e completa de opiniões ou a ausência total de conflitos. Desse modo,
dinâmicas sociais relacionadas à tomada de decisões coletivas. pode haver consenso em certos princípios ou direções gerais, mes-
São considerados conceitos básicos da Ciência Política: mo quando as discordâncias persistem em detalhes específicos.
a) O consenso; Além disso, em algumas situações, o consenso pode ser impos-
b) O conflito; to autoritariamente e não refletir necessariamente a vontade da
c) A Política; maioria.
d) O poder;  OBS. Importante: O estudo do consenso na Ciência Políti-
e) A autoridade; ca envolve uma análise cuidadosa das dinâmicas sociais, políticas
f) A dominação; e culturais que contribuem para a formação e manutenção desses
g) A legitimidade; acordos.
h) A soberania;
i) A ideologia; e - Conflito
j) A hegemonia. O conflito é um conceito central na Ciência Política, pois reflete
as disputas e tensões que ocorrem em sociedades em relação ao
Para melhor elucidação, vejamos em apartado cada um desses poder, recursos, ideias e valores. Aqui estão algumas perspectivas
institutos. sobre o conflito na Ciência Política:
a) Teoria do Conflito: Essa abordagem enfoca as disputas
- Consenso como uma característica inerente à sociedade. Teóricos do conflito,
O conceito de “consenso” na Ciência Política refere-se à ideia como Karl Marx, argumentam que as sociedades são marcadas por
de acordo ou consentimento entre diferentes atores políticos ou lutas de classes, onde diferentes grupos competem por recursos e
membros de uma sociedade em relação a certas normas, valores, influência. O conflito é visto como um motor de mudança social.
políticas ou decisões. Esse consenso pode ocorrer em diferentes ní- b) Conflito de Interesses: As sociedades são compostas por
veis e contextos. Aqui estão alguns pontos relevantes: diversos grupos com interesses distintos. O conflito de interesses
a) Consentimento Social: O consenso pode envolver o con- surge quando esses grupos competem por recursos, poder ou re-
sentimento generalizado da população em relação às regras e ins- conhecimento. As políticas públicas muitas vezes refletem esses
tituições que governam a sociedade. Em teorias políticas, como conflitos, com diferentes grupos pressionando por medidas que
a teoria do contrato social, destaca-se a ideia de que as pessoas atendam aos seus interesses.
consentem em viver sob um governo em troca de benefícios e pro- c) Pluralismo: Enquanto algumas teorias enfatizam o confli-
teção. to como inevitável, o pluralismo sugere que o conflito é uma parte
b) Consensos Políticos Básicos: Em muitas sociedades, exis- normal e saudável da política democrática. Diferenças de opinião e
te um consenso sobre princípios fundamentais, como a igualdade competição por influência são vistos como componentes naturais
perante a lei, a liberdade de expressão e o respeito pelos direitos de sistemas políticos diversificados.
individuais. Esses são frequentemente considerados como valores d) Conflito Étnico e Cultural: Em muitas sociedades, as di-
essenciais compartilhados. ferenças étnicas e culturais podem ser fontes significativas de con-
c) Consensos Institucionais: Refere-se ao acordo em torno flito. A luta por reconhecimento, autonomia cultural ou igualdade
das estruturas e práticas políticas, como a aceitação geral de elei- étnica são temas frequentes.
ções como meio legítimo de escolher representantes, ou a confian- e) Conflito Internacional: Além dos conflitos internos, a
ça nas instituições democráticas. Ciência Política também analisa as disputas entre nações. Questões
como território, recursos naturais, ideologia e poder geopolítico po-
dem levar a tensões e conflitos entre Estados.

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439
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

f) Poder e Conflito: O conflito muitas vezes está relacionado Ressalte-se que a Ciência Política analisa esses elementos para
à distribuição desigual de poder. Aqueles que detêm mais poder compreender como as sociedades são governadas, como o poder é
podem resistir a mudanças ou impor suas preferências, enquanto exercido e como as decisões políticas impactam a vida das pessoas.
os grupos menos poderosos podem buscar mudanças para corrigir Ela busca fornecer insights sobre a dinâmica política e contribuir
desigualdades. para uma compreensão mais ampla dos sistemas políticos e suas
g) Resolução de Conflitos: Além de analisar as causas do implicações.
conflito, a Ciência Política também se interessa por mecanismos e
processos para resolver disputas. Isso inclui negociações, mediação, - Poder
diplomacia e, em alguns casos, intervenções de organizações inter- O conceito de poder é central na Ciência Política e desempenha
nacionais. um papel crucial na compreensão das relações sociais, políticas e
Em resumo, o conflito é uma dimensão central da Ciência Po- de governo.
lítica, e a compreensão de suas causas, dinâmicas e resoluções é São aspectos fundamentais do poder na Ciência Política:
essencial para analisar o funcionamento das sociedades e dos sis- - Definição de Poder
temas políticos. Poder é a capacidade de influenciar o comportamento dos ou-
tros, seja pela persuasão, cooperação ou coerção. É uma relação
- Política social que envolve pelo menos duas partes: quem exerce o poder
A política é um conceito central na Ciência Política e se refere (agente) e quem é influenciado por ele (alvo). São espécies de Po-
ao processo de tomada de decisões, distribuição de poder, formu- der:
lação de políticas públicas e organização da autoridade em uma so- a) Poder Coercitivo: Baseado na capacidade de impor a von-
ciedade. tade através de ameaças ou uso da força.
Vejamos abaixo, alguns aspectos fundamentais da política den- b) Poder de Recompensa: Baseado na capacidade de forne-
tro do campo da Ciência Política: cer recompensas para influenciar o comportamento.
a) Tomada de Decisões Coletivas: A política envolve o pro- c) Poder Legítimo: Deriva da aceitação de uma autoridade
cesso pelo qual as decisões são tomadas em níveis diversos, desde como legítima e válida.
o governo nacional até a administração local. Essas decisões abran- d) Poder de Especialista: Baseado no conhecimento ou habi-
gem uma ampla gama de áreas, como economia, educação, saúde, lidade especializada de uma pessoa.
segurança, meio ambiente, entre outras.
b) Distribuição de Poder: A política está intrinsecamente li- - Relação entre Poder e Autoridade
gada à distribuição e exercício do poder em uma sociedade. Ques- A autoridade está muitas vezes ligada ao poder. Autoridade
tões sobre quem detém o poder, como ele é adquirido e como é refere-se ao poder considerado legítimo e aceito pela sociedade.
usado são fundamentais na análise política. É a autoridade que permite que o governo tome decisões e exerça
c) Instituições Políticas: A política se manifesta através de influência. Desse modo, em suma, pode-se distribuir o Poder consi-
instituições como governos, parlamentos, tribunais, partidos polí- derando que a análise da distribuição de poder em uma sociedade
ticos e órgãos burocráticos. O estudo dessas instituições é crucial é fundamental para entender como as decisões são tomadas, fator
para entender como as decisões políticas são tomadas e implemen- que pode incluir o exame da concentração de poder em instituições
tadas. governamentais, econômicas ou sociais.
d) Participação Política: A política também abrange a parti- - Teorias do Poder
cipação dos cidadãos no processo político. Isso inclui votar em elei- a) Pluralismo: Sugere que o poder é distribuído entre dife-
ções, participar de protestos, envolver-se em atividades cívicas e rentes grupos e interesses na sociedade, evitando concentrações
influenciar a agenda política. excessivas em uma única entidade.
e) Ideologias e Valores: A política está enraizada em ideolo- b) Elitismo: Argumenta que o poder está concentrado nas
gias e valores que moldam as visões de mundo e as preferências mãos de elites econômicas ou políticas, influenciando decisões-
políticas. Questões como liberdade, igualdade, justiça e segurança -chave.
são fundamentais nas discussões políticas. Além disso, temos:
f) Conflito e Negociação: A política muitas vezes envolve a) Teoria do Poder Social: Examina como as relações sociais
conflitos de interesses entre diferentes grupos na sociedade. A ne- moldam o poder, considerando questões como gênero, raça e clas-
gociação e o compromisso são aspectos essenciais do processo po- se social.
lítico para lidar com esses conflitos de maneira construtiva. b) Dinâmica do Poder: O poder está em constante mudança
g) Política Internacional: Além dos processos políticos in- e pode ser exercido de maneiras formais e informais. Pode ser ad-
ternos, a política também se estende às relações entre Estados e quirido, perdido ou transferido ao longo do tempo.
atores internacionais. Diplomacia, negociações e conflitos interna- c) Poder nas Relações Internacionais: A análise do poder
cionais são áreas de estudo importantes. também se estende às relações entre Estados. Teorias como o Rea-
h) Políticas Públicas: A implementação de políticas públicas lismo Internacional consideram o poder como um fator determi-
é uma dimensão prática da política. Isso inclui a formulação, imple- nante nas interações globais.
mentação e avaliação de políticas que afetam diretamente a vida d) Controle da Agenda: Ter controle sobre a agenda política
das pessoas em áreas como saúde, educação, meio ambiente, eco- e determinar quais questões são discutidas é uma expressão prática
nomia, etc. do poder.
i) Cidadania e Direitos: Questões relacionadas aos direitos e) Resistência ao Poder: Movimentos sociais, protestos e
dos cidadãos, participação política, liberdades individuais e respon- formas de resistência representam a contestação do poder estabe-
sabilidades são fundamentais no estudo da política. lecido.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

Por fim, infere-se que compreender o poder é fundamental Dominação


para analisar como as decisões são tomadas, quem as toma e como O conceito de dominação na Ciência Política tem raízes em teo-
as relações sociais são moldadas. O estudo do poder na Ciência Po- rias desenvolvidas por pensadores como Max Weber. Ele explorou
lítica abrange uma variedade de abordagens teóricas e métodos de a natureza do poder e do controle em sociedades complexas, dis-
análise para examinar essas dinâmicas complexas. tinguindo diferentes formas de autoridade. O termo “dominação”
é frequentemente usado para descrever uma forma específica de
Autoridade exercício de poder.
Aqui estão alguns pontos importantes relacionados à domina-
A autoridade é um conceito fundamental na Ciência Política, ção:
referindo-se à legitimidade e aceitação do poder exercido por uma - Tipos de Dominação
entidade sobre outros. Enquanto o poder muitas vezes é entendido a) Dominação Tradicional: Baseia-se em tradições e costu-
como a capacidade de influenciar ou controlar os outros, a autori- mes. O poder é exercido por líderes que são aceitos devido à here-
dade implica uma forma reconhecida e aceita de poder. ditariedade ou práticas culturais estabelecidas ao longo do tempo.
A autoridade está intrinsecamente ligada à noção de legitimi- b) Dominação Carismática: Deriva do carisma ou da perso-
dade. Legitimidade refere-se à crença e aceitação por parte dos go- nalidade carismática de um líder. Indivíduos carismáticos ganham
vernados de que o poder de uma entidade é válido e justo. Uma seguidores devido a características pessoais extraordinárias.
autoridade legítima é aquela que é reconhecida como sendo apro- c) Dominação Legal-Racional: Fundamenta-se em regras,
priada e justa pela sociedade. leis e procedimentos. É típica de sistemas democráticos, onde o po-
São aspectos importantes sobre autoridade na Ciência Política: der é exercido de acordo com normas estabelecidas e aceitas.
- Tipos de Autoridade d) Dominação e Poder: Enquanto poder é a capacidade de
a) Autoridade Tradicional: Baseada em tradições, costumes influenciar ou controlar os outros, a dominação se refere a uma for-
e hábitos. O líder é aceito devido à sua posição hereditária ou papel ma específica de exercício desse poder, caracterizada muitas vezes
cultural. por uma autoridade reconhecida. O conceito de dominação destaca
b) Autoridade Carismática: Deriva do carisma ou habilidades não apenas a capacidade de impor a vontade, mas também a legiti-
extraordinárias de um líder, que cativa e ganha a aceitação dos se- midade e aceitação dessa vontade.
guidores. e) Autoridade e Dominação: O termo dominação está fre-
c) Autoridade Racional-Legal: Fundamentada em regras, leis quentemente associado à autoridade, pois a dominação implica
e procedimentos. É típica de sistemas democráticos, onde o poder é uma relação onde a vontade do dominador é aceita como legítima
exercido de acordo com normas estabelecidas. pelo dominado. É uma forma específica de exercício do poder que
- Relação com o Poder envolve aceitação voluntária ou resignação por parte dos que estão
Autoridade e poder estão interligados, mas nem sempre são sujeitos ao poder.
idênticos. O poder refere-se à capacidade de influenciar, enquanto f) Dominação e Legitimidade: A legitimidade é crucial para
a autoridade refere-se à aceitação legítima desse poder. a dominação. Uma autoridade dominante é mais estável quando é
Desta forma, são instituições de Autoridade: Governos, líde- percebida como legítima pela sociedade. Se a dominação é contes-
res políticos, instituições religiosas, e outras organizações podem tada, isso pode levar a crises de autoridade.
exercer autoridade. A legitimidade dessas autoridades muitas vezes g) Dominação e Consentimento: Em teorias políticas, como
depende da confiança e aceitação da população. a teoria do contrato social, a dominação é muitas vezes entendida
como derivada do consentimento dos governados. As pessoas con-
 OBS. Importante: ocorre a Crisis of Authority, quando a cordam em aceitar a dominação em troca de certos benefícios ou
autoridade é questionada ou desafiada, havendo, assim, uma cri- ordem social.
se de autoridade. Isso pode ser causado por diversos fatores, como
corrupção, abuso de poder ou mudanças sociais.  OBS. Importantes:
• Movimentos sociais, protestos e descontentamento popu-
- Autoridade e Consentimento lar podem representar desafios à dominação estabelecida, exigindo
Em teorias do contrato social, como as propostas por filóso- respostas por parte das instituições políticas.
fos como Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau, a • O conceito de dominação pode ser aplicado também no
autoridade do governo é considerada derivada do consentimento contexto das relações internacionais, onde alguns Estados exercem
dos governados. As pessoas concordam em aceitar a autoridade em domínio sobre outros, seja economicamente, politicamente ou mi-
troca de segurança e ordem. litarmente.
Nesse diapasão, surgem desafios à autoridade, tais como mu- Em resumo, o conceito de dominação na Ciência Política desta-
danças sociais, movimentos de protesto e descontentamento po- ca uma forma específica de relação de poder que vai além da mera
pular que podem representar desafios à autoridade estabelecida, capacidade de impor a vontade, incorporando elementos de auto-
exigindo respostas e adaptações por parte das instituições políticas. ridade legítima e aceitação por parte daqueles sujeitos ao poder.
A compreensão da autoridade é essencial para analisar como o
poder é exercido de maneira legítima em uma sociedade, tendo em Legitimidade
vista que ela desempenha um papel fundamental na estabilidade A legitimidade é um conceito central na Ciência Política e se
política, na governança eficaz e na aceitação das decisões e políticas refere à crença generalizada e aceitação de que a autoridade ou o
por parte da população. poder exercido por uma entidade política é justo, apropriado e de
acordo com normas e valores estabelecidos na sociedade.

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A legitimidade é crucial para a estabilidade e o funcionamento eficaz das instituições políticas. São aspectos importantes relacionados
à legitimidade na Ciência Política:
- Fontes de Legitimidade
Legitimidade Tradicional: Baseada em tradições, costumes e práticas históricas. Pode envolver a aceitação de líderes ou instituições
com base em hereditariedade ou longos períodos de continuidade cultural.
Legitimidade Carismática: Derivada do carisma ou características excepcionais de um líder. Os seguidores aceitam a autoridade com
base na personalidade carismática do líder.
Legitimidade Legal-Racional: Fundamenta-se em regras, leis e procedimentos estabelecidos. É típica de sistemas democráticos, onde
a autoridade é exercida de acordo com normas estabelecidas e aceitas.
- Dominação e Legitimidade
A legitimidade está estreitamente relacionada ao conceito de dominação. A dominação é mais estável quando percebida como legíti-
ma pela sociedade. A aceitação voluntária ou a resignação por parte daqueles que estão sujeitos ao poder são elementos-chave.
Vejamos abaixo, importantes aspectos acerca da legitimidade:
a) Crises de Legitimidade: Quando a legitimidade de uma autoridade é questionada, ocorre uma crise de legitimidade. Isso pode
ser desencadeado por eventos como corrupção, abuso de poder, violações dos direitos humanos ou a falta de representação legítima.
b) Teorias do Contrato Social: Muitas teorias políticas, como as propostas por pensadores como John Locke, Jean-Jacques Rousseau
e Thomas Hobbes, exploram a ideia de que a legitimidade do governo deriva do consentimento dos governados. As pessoas concordam
em aceitar a autoridade em troca de benefícios como segurança e ordem social.
c) Participação e Legitimidade: A participação dos cidadãos nos processos políticos pode aumentar a legitimidade das decisões. A
inclusão de diferentes grupos na tomada de decisões pode fortalecer a legitimidade das instituições.
d) Legitimidade Internacional: No âmbito das relações internacionais, a legitimidade também é um fator importante. Organizações
internacionais, acordos e intervenções são mais eficazes quando são percebidos como legítimos pela comunidade internacional.
e) Cidadania e Legitimidade: A legitimidade também está relacionada às expectativas dos cidadãos em relação ao governo. Quando
as instituições políticas atendem às necessidades e demandas dos cidadãos, a legitimidade é fortalecida.
 OBS. Importante: são desafios à Legitimidade: as mudanças sociais, desigualdades, exclusões e movimentos sociais podem repre-
sentar desafios à legitimidade, exigindo ajustes e respostas por parte das instituições políticas.
A legitimidade é, portanto, um componente essencial para a estabilidade e a eficácia das instituições políticas. Ela é construída ao
longo do tempo, é influenciada por práticas políticas e é crucial para o funcionamento harmonioso das sociedades.

Soberania
O conceito de soberania é fundamental na Ciência Política e refere-se à autoridade suprema e independente de um Estado sobre seu
território, governo e população. A soberania é um princípio-chave no sistema internacional e desempenha um papel crucial na organização
e nas relações entre Estados.
A soberania é a capacidade exclusiva de um Estado de governar a si mesmo sem interferência externa. Isso inclui o controle sobre seu
território, a capacidade de fazer leis, a administração de justiça e o monopólio do uso legítimo da força.
Sobre a soberania na Ciência Política, destacam-se:

- Elementos da Soberania
a) Territorialidade: Refere-se ao controle exclusivo sobre um determinado território e seus recursos.
b) Governo Autônomo: Implica que o Estado tem autoridade para tomar decisões dentro de suas fronteiras sem a interferência
direta de outros Estados.
c) Capacidade Legislativa e Judiciária: Inclui a capacidade de criar e aplicar leis dentro do território.
d) Soberania Nacional e Interna: A soberania nacional refere-se à autonomia do Estado em relação a outros Estados, enquanto a
soberania interna envolve a capacidade do Estado de exercer controle e autoridade sobre seus cidadãos dentro de suas fronteiras.
- Desafios à Soberania
Globalização, organizações internacionais, tratados internacionais e intervenções humanitárias podem representar desafios à sobe-
rania. Questões como direitos humanos e segurança internacional muitas vezes colocam em questão o princípio tradicional de soberania.
- Intervenção Humanitária e Soberania Responsável
O debate sobre intervenção humanitária envolve o equilíbrio entre a soberania de um Estado e a responsabilidade internacional de
proteger os direitos humanos.

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Ademais, em esquema, temos:

- A crescente interconexão entre Estados devido à globalização levanta


SOBERANIA E
questões sobre a capacidade dos Estados de manter total controle
GLOBALIZAÇÃO
sobre suas políticas econômicas, ambientais e sociais.
- Em regimes democráticos, a soberania é frequentemente associada à
SOBERANIA
vontade popular. Os governantes derivam sua autoridade do consenti-
POPULAR
mento dos governados.
- Algumas teorias políticas, como as de John Locke e Jean-Jacques
TEORIAS DO C Rousseau, vinculam a soberania ao contrato social entre o governo e
ONTRATO SOCIAL os governados. Os indivíduos transferem parte de seus direitos para o
governo, mas mantêm a soberania.
- Em algumas circunstâncias, Estados podem optar por limitar sua so-
SOBERANIA
berania em favor da cooperação internacional ou integração regional,
LIMITADA
como no caso de uniões de Estados ou organizações supranacionais.
- A ideia de autodeterminação está ligada à soberania, especialmente
SOBERANIA E
quando se trata de grupos étnicos ou nações buscando autonomia e
AUTODETERMINAÇÃO
independência.

Nesse sentindo, infere-se que a soberania é um princípio central no sistema internacional, mas seu significado e aplicação podem
variar em diferentes contextos políticos e históricos. Ela continua a ser um tópico relevante e debatido na Ciência Política, especialmente
diante das mudanças na dinâmica global.

Ideologia
A ideologia na Ciência Política refere-se a conjuntos de crenças, valores, ideias e princípios que moldam as visões de mundo e orien-
tam a tomada de decisões políticas.
Uma ideologia política é um conjunto de concepções ou representações sobre a política, geralmente ancoradas em princípios, valores
e objetivos específicos. Ela serve como um quadro interpretativo para compreender e explicar a realidade política.
Essas ideias políticas influenciam a maneira como os indivíduos percebem a sociedade, o governo, a economia e outros aspectos po-
líticos. São pontos consideráveis quanto à ideologia na Ciência Política:
a) Função das Ideologias: As ideologias desempenham várias funções, como fornecer uma estrutura para a compreensão do mun-
do, orientar a ação política, mobilizar apoiadores e legitimar sistemas políticos. Elas oferecem respostas a questões fundamentais sobre
como a sociedade deve ser organizada e quais são os objetivos políticos desejados.
b) Tipos de Ideologias: Existem várias ideologias políticas, algumas das quais incluem:
c) Liberalismo: Defende a liberdade individual, a igualdade de oportunidades, os direitos civis e a economia de mercado.
d) Conservadorismo: Valoriza a tradição, a ordem social, a autoridade e a estabilidade.
e) Socialismo: Busca uma distribuição mais igualitária dos recursos, com propriedade coletiva ou estatal dos meios de produção.
f) Comunismo: Propõe uma sociedade sem classes, onde os meios de produção são de propriedade comum e o Estado se dissolve.
g) Fascismo: Caracterizado por um forte nacionalismo, autoritarismo, anti-liberalismo e anti-comunismo.
h) Ecossocialismo: Combina preocupações ambientais com a busca por justiça social e econômica.
i) Libertarianismo: Defende uma intervenção mínima do Estado na vida das pessoas e destaca a liberdade individual.
- Desenvolvimento de Ideologias
As ideologias políticas evoluem ao longo do tempo em resposta a mudanças sociais, econômicas e culturais. Elas são moldadas por
eventos históricos, debates intelectuais e as condições políticas do momento.
Também pode haver confli​to de Ideologias, sendo que o confronto entre diferentes ideologias muitas vezes leva a debates políticos,
conflitos sociais e, em alguns casos, transformações políticas significativas.
Além disso concernente ao papel das Ideologias na Política, denota-se que elas influenciam partidos políticos, movimentos sociais e
líderes, fornecendo diretrizes para suas agendas e propostas políticas. Elas também desempenham um papel importante na formação da
opinião pública.
Em relação às críticas às Ideologias, é válido ressaltar que algumas correntes doutrinárias argumentam que as ideologias podem sim-
plificar questões complexas e promover visões dogmáticas. Outras, argumentam que as ideologias são fundamentais para o engajamento
político e a defesa de valores.
Desta maneira, salienta-se que as ideologias muitas vezes se adaptam para se adequarem às mudanças sociais, incorporando novas
questões e perspectivas, e o estudo das ideologias na Ciência Política é fundamental para compreender os diferentes contextos políticos,
movimentos e sistemas políticos ao redor do mundo. As ideologias moldam a forma como as sociedades entendem e respondem aos
desafios políticos contemporâneos.

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Hegemonia
O conceito de hegemonia na Ciência Política tem raízes nas teo- ESTADO: CONCEITO E EVOLUÇÃO DO ESTADO MODERNO;
rias desenvolvidas pelo pensador marxista Antonio Gramsci, embo- ESTADO, GOVERNO E APARELHO DE ESTADO
ra tenha sido incorporado e expandido por outros estudiosos ao
longo do tempo.
Hegemonia refere-se à dominação ou liderança de um grupo O Estado é uma instituição política e jurídica que detém o mo-
ou Estado sobre outros, não apenas por meio do poder coercitivo, nopólio legítimo do uso da força em um determinado território e
mas também por meio da construção de consensos, valores cultu- exerce autoridade sobre uma população. Ele é responsável por es-
rais e normas. tabelecer e aplicar leis, garantir a ordem pública, promover o bem-
A hegemonia envolve a influência e liderança de uma entidade -estar social e representar os interesses do povo. O conceito e a
política, social ou cultural sobre outras. Essa influência não é ape- evolução do Estado moderno são complexos e variam de acordo
nas exercida por meio da força, mas também pela criação de con- com as diferentes correntes de pensamento político e histórico. No
sensos, aceitação voluntária e disseminação de valores culturais. entanto, podemos destacar algumas características e marcos im-
Sobre a hegemonia na ciência política, é válido destacar o se- portantes na sua evolução:
guinte:
a) Antonio Gramsci e Hegemonia: Gramsci desenvolveu o Origens do Estado Moderno:
conceito de hegemonia no contexto da análise da sociedade civil e - O Estado moderno tem suas raízes na Europa Ocidental,
do papel das instituições culturais na reprodução do poder. Ele ar- especialmente durante o período conhecido como Renascimento e
gumentava que a classe dominante exercia poder não apenas atra- Reforma, nos séculos XV e XVI.
vés do Estado e da coerção, mas também pela disseminação de sua - O declínio do feudalismo e o fortalecimento das monarquias
visão de mundo, valores e normas. absolutistas contribuíram para a centralização do poder político e o
b) Sociedade Civil e Estado: Gramsci distinguiu entre a so- surgimento do Estado moderno.
ciedade civil e o Estado. A sociedade civil engloba instituições como
escolas, igrejas, mídia e organizações culturais, enquanto o Estado Características do Estado Moderno:
refere-se às instituições políticas formais. A hegemonia é construída - Soberania: O Estado moderno detém autoridade soberana
e mantida tanto na sociedade civil quanto no Estado. sobre o seu território e sua população, o que significa que não está
c) Consentimento e Coerção: Gramsci destacou a importân- sujeito a nenhum poder superior.
cia do consentimento como complemento à coerção para a manu- - Territorialidade: O Estado moderno possui um território de-
tenção do poder. A hegemonia implica a aceitação ativa ou passiva finido e reconhecido internacionalmente.
das ideias e valores da classe dominante pela sociedade. - Legitimidade: A autoridade do Estado é baseada em princí-
d) Cultura e Hegemonia: A cultura desempenha um papel pios legais e políticos, como constituições, eleições democráticas e
fundamental na construção da hegemonia. Isso inclui não apenas representação popular.
a arte e a literatura, mas também as práticas cotidianas, linguagem - Monopólio da Coerção: O Estado detém o monopólio legíti-
e formas de expressão cultural que contribuem para a reprodução mo do uso da força para aplicar suas leis e garantir a ordem pública.
do consenso. - Organização Burocrática: O Estado moderno é caracterizado
e) Crise de Hegemonia: Hegemonia não é estática; ela pode por uma complexa estrutura burocrática e administrativa, que inclui
enfrentar crises. Isso ocorre quando as classes subalternas questio- diferentes órgãos e instituições governamentais.
nam e contestam as normas e valores dominantes, buscando criar
alternativas e transformações sociais. Evolução do Estado Moderno:
f) Hegemonia Global: O conceito de hegemonia pode ser - Ao longo dos séculos, o Estado moderno passou por diversas
aplicado tanto em níveis nacionais quanto internacionais. Em nível transformações, influenciadas por mudanças sociais, econômicas e
global, uma nação ou grupo de nações pode exercer hegemonia políticas.
econômica, política e cultural sobre outras. - O surgimento do Estado liberal, no século XVIII, introduziu
g) Teorias Pós-Marxistas: Além de Gramsci, teóricos pós- princípios como a separação de poderes, o estado de direito e a
-marxistas, como Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, desenvolveram proteção dos direitos individuais.
teorias sobre hegemonia que enfatizam a natureza discursiva e con- - No século XX, o Estado de bem-estar social ganhou desta-
tingente da construção do poder. que, com políticas voltadas para a promoção da igualdade social, o
Por oportuno, convém mencionar que constituem desafios desenvolvimento econômico e a proteção social dos cidadãos.
à hegemonia, os movimentos sociais, a resistência cultural, bem
como as mudanças políticas, pois, esses fatores podem representar Estado, Governo e Aparelho de Estado:
desafios à hegemonia estabelecida, criando espaço para a contes- - O Estado é uma entidade abstrata que engloba a totalidade
tação e a transformação. das instituições políticas e jurídicas de um país, incluindo o governo
Desse modo, a construção de identidades, tanto individuais e o aparato estatal.
quanto coletivas, está ligada ao processo de hegemonia. A defini- - O governo é o órgão executivo do Estado, responsável pela
ção de quem somos e quais são nossos valores muitas vezes reflete administração e implementação das políticas públicas. Ele é forma-
o impacto das estruturas hegemônicas, pois, entender a hegemonia do pelos poderes Executivo, Legislativo e, em alguns casos, Judiciá-
é fundamental para analisar como o poder é mantido e reproduzido rio.
em sociedades complexas, indo além da simples coerção física para
incluir processos culturais e ideológicos.

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NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

- O aparelho de Estado refere-se à estrutura administrativa e a) Participação Cívica: A participação cívica é crucial para a
burocrática que sustenta o funcionamento do Estado, incluindo mi- manutenção da ordem em sociedades democráticas. Isso inclui o
nistérios, agências governamentais, forças armadas, polícia, entre engajamento dos cidadãos em processos eleitorais, protestos pací-
outros órgãos. ficos e outras formas de participação política.
b) Segurança Nacional: A preservação da ordem pode incluir
Em resumo, o Estado moderno é uma instituição política com- medidas para garantir a segurança nacional, como a defesa contra
plexa e dinâmica, cuja evolução ao longo da história reflete as mu- ameaças externas e a manutenção da integridade territorial.
danças sociais, econômicas e políticas ocorridas em diferentes con- c) Instituições Responsáveis: A confiança nas instituições
textos. Ele engloba não apenas o governo, mas todo o conjunto de políticas é vital para a manutenção da ordem. Quando as institui-
instituições e órgãos que exercem autoridade e soberania sobre um ções são percebidas como legítimas e eficazes, isso contribui para a
território e sua população. estabilidade política.
d) Negociação e Consenso: Em sociedades pluralistas, a ma-
nutenção da ordem muitas vezes requer a capacidade de negociar e
TEMAS CENTRAIS DA TEORIA POLÍTICA CLÁSSICA: CONSTI- alcançar consensos. Isso é especialmente importante em contextos
TUIÇÃO E MANUTENÇÃO DA ORDEM POLÍTICA; CONTRA- onde existem diferentes grupos étnicos, religiosos ou políticos.
TO SOCIAL; DEMARCAÇÃO DAS ESFERAS PÚBLICA E PRIVA- - Desafios à Ordem Política
DA; REPARTIÇÃO DE PODERES a) Conflitos e Instabilidade: Desafios como conflitos étnicos,
políticos ou sociais podem ameaçar a ordem política. A resolução
desses conflitos muitas vezes exige abordagens políticas e sociais
Temas Centrais da Teoria Política Clássica complexas.
Constituem temas fundamentais e centrais da Teoria Política b) Corrupção e má-governança: A corrupção e a má gover-
Clássica: nança podem minar a confiança nas instituições políticas, ameaçan-
a) Constituição e manutenção da Ordem Política; do a estabilidade da ordem política.
b) O Contrato Social; c) Desigualdades Sociais: Altos níveis de desigualdade social
c) A demarcação das esferas pública e privada; e podem gerar tensões e instabilidade, desafiando a ordem política
d) A repartição de Poderes. estabelecida.
Para melhor compreensão acerca do tema em estudo, vejamos  OBS. Importante: Mudanças rápidas na sociedade e avan-
os principais destaques acerca de cada um desses temas que envol- ços tecnológicos também podem representar desafios à ordem po-
vem a Teoria Política Clássica: lítica existente, exigindo adaptação e resposta por parte das insti-
tuições políticas.
Constituição e Manutenção da Ordem Política Assim, depreende-se que a constituição e manutenção da or-
A constituição e manutenção da ordem política são temas cen- dem política são processos dinâmicos que exigem a gestão eficaz
trais na Ciência Política, envolvendo a análise das instituições, nor- de conflitos, a promoção de valores compartilhados e a adaptação
mas, valores e práticas que estruturam a autoridade e as relações às mudanças sociais e políticas. O equilíbrio entre a autoridade e a
de poder em uma sociedade. participação cívica é crucial para garantir uma ordem política está-
Vejamos abaixo, alguns aspectos importantes relacionados a vel e legítima.
esses temas:
- Constituição da Ordem Política O Contrato Social
a) Leis e Documentos Constitucionais: A base legal de uma O contrato social é um conceito fundamental na teoria política
ordem política é frequentemente estabelecida por meio de uma que remonta a pensadores clássicos como Thomas Hobbes, John
constituição ou outros documentos legais que definem a estrutura Locke e Jean-Jacques Rousseau. Essa teoria propõe a ideia de que a
do governo, os direitos dos cidadãos e os princípios fundamentais. autoridade política e a organização da sociedade são resultantes de
b) Instituições Políticas: A criação de instituições como o le- um acordo ou contrato implícito entre os indivíduos.
gislativo, executivo e judiciário é uma parte crucial da constituição São aspectos importantes sobre o contrato social na Ciência
da ordem política. Essas instituições desempenham papéis especí- Política:
ficos na tomada de decisões, execução de leis e garantia da justiça. - Thomas Hobbes
c) Sistema Eleitoral: Em sociedades democráticas, o siste- Hobbes, em sua obra “Leviatã” (1651), apresentou a ideia do
ma eleitoral é um componente essencial da constituição da ordem contrato social como um meio de superar o estado de natureza, que
política. Define como os cidadãos escolhem seus representantes e ele descreveu como um estado de guerra de todos contra todos.
influenciam as decisões políticas. Segundo Hobbes, os indivíduos concordam em renunciar a par-
d) Princípios e Valores Fundamentais: Muitas ordens polí- te de sua liberdade natural e autoridade em troca da segurança e
ticas são fundamentadas em princípios e valores compartilhados, ordem proporcionadas por um governo soberano.
como liberdade, igualdade, justiça e direitos humanos. Esses funda- - John Locke
mentos ajudam a moldar as leis e políticas. Locke, em suas obras como “Segundo Tratado sobre o Gover-
- Manutenção da Ordem Política no Civil” (1690), desenvolveu uma visão mais otimista do contrato
a) Aplicação da Lei: A manutenção da ordem frequentemen- social.
te envolve a aplicação da lei. Instituições como a polícia e o sistema Locke argumentou que os indivíduos possuem direitos natu-
judicial são encarregadas de fazer valer as leis estabelecidas. rais, incluindo vida, liberdade e propriedade. O contrato social ocor-
re para proteger esses direitos.

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NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

Para Locke, o governo existe pelo consentimento dos governa- Ele via a esfera doméstica como governada por relações natu-
dos, e as pessoas têm o direito de revoltar-se contra um governo rais, enquanto a esfera política envolvia relações mais complexas e
que falhe em proteger seus direitos naturais. racionais entre cidadãos na pólis.
- Jean-Jacques Rousseau A esfera política, para Aristóteles, era onde as virtudes cívicas
Rousseau, em “O Contrato Social” (1762), apresentou uma vi- eram desenvolvidas, enquanto as virtudes domésticas eram mais
são mais coletiva do contrato social. voltadas para a sobrevivência.
Ele propôs que o contrato social não deve apenas proteger os - Nicolau Maquiavel
direitos individuais, mas também garantir a vontade geral da socie- Maquiavel, em “O Príncipe”, focou mais nas questões de go-
dade como um todo. vernança e estabilidade do Estado, muitas vezes negligenciando a
Rousseau argumentou que a vontade geral deve ser expressa esfera privada.
através de instituições democráticas e participativas. Sua abordagem pragmática estava mais preocupada com o po-
Feitas as considerações acima, é importante destacar alguns der e a manutenção da ordem política do que com a distinção clara
elementos Comuns do Contrato Social. Vejamos: entre as esferas pública e privada.
a) Consentimento Voluntário: A base do contrato social é o - John Locke
consentimento voluntário dos indivíduos. Eles concordam em for- Locke, em suas obras, como “Dois Tratados sobre o Governo”,
mar uma ordem política para alcançar objetivos coletivos. destacou a importância da propriedade privada como um direito
b) Transferência de Direitos: Os indivíduos concordam em natural.
transferir certos direitos ou liberdades para a autoridade política Ele via o governo como uma entidade criada para proteger os
em troca de benefícios, como proteção e ordem. direitos individuais, incluindo a propriedade, e, portanto, a esfera
c) Objetivos Comuns: O contrato social visa estabelecer uma privada tinha um papel significativo em sua teoria política.
ordem política que atenda aos interesses e necessidades comuns - Montesquieu
da sociedade. Montesquieu, em “O Espírito das Leis”, abordou a importância
- Críticas ao Contrato Social da separação dos poderes no governo para evitar o abuso de poder.
Alguns críticos apontam que o contrato social é frequentemen- Ele viu a esfera privada como o reino da liberdade individual,
te uma construção teórica e não representa uma descrição precisa enquanto a esfera pública deveria ser organizada de maneira a pro-
da origem histórica dos governos. teger a liberdade e prevenir a tirania.
No tocante à diversidade de Interesses, alguns críticos argu- - Demarcação e Liberdade Individual
mentam que os interesses da sociedade são diversos, e um único A demarcação entre as esferas pública e privada muitas vezes
contrato social pode não representar adequadamente a variedade está ligada à preservação da liberdade individual. Os pensadores
de perspectivas. clássicos enfatizaram a necessidade de limitar o poder do Estado
 OBS. Importante: O contexto histórico e as contingências para proteger a liberdade na esfera privada.
específicas muitas vezes moldam a formação de governos, e o con- Enquanto as esferas são distintas, há uma interconexão entre
trato social pode não ser um modelo universal. elas. A esfera privada fornece a base para a esfera pública, e a esta-
bilidade da esfera pública influencia o bem-estar na esfera privada.
- Influência na Teoria Política Ademais, ao longo do tempo, com mudanças sociais e políticas,
O conceito de contrato social teve uma influência duradoura na as fronteiras entre as esferas pública e privada evoluíram. Questões
teoria política, moldando ideias sobre a legitimidade do governo, como direitos individuais, igualdade de gênero e a relação entre fa-
a natureza dos direitos individuais e a relação entre o Estado e os mília e Estado tem alterado essas fronteiras.
cidadãos. Além do exposto, há críticos que argumentam que a demarca-
O contrato social continua a ser um conceito central na refle- ção rígida entre as esferas pode ser simplista demais e que a vida
xão sobre a organização política e a legitimação do poder nas so- política e privada está frequentemente interligada de maneiras
ciedades modernas. As diferentes interpretações e variações dessa complexas.
teoria refletem abordagens distintas sobre a relação entre os indi- Em resumo, a demarcação das esferas pública e privada nas
víduos e o Estado. teorias políticas clássicas reflete considerações sobre a natureza
do poder, a proteção da liberdade individual e a organização da so-
A Demarcação das Esferas Pública e Privada ciedade. Essa distinção continua a ser uma lente importante para
A demarcação das esferas pública e privada é um tema central analisar as dinâmicas políticas e sociais nas sociedades contempo-
na teoria política clássica, e pensadores como Aristóteles, Maquia- râneas.
vel, John Locke e Montesquieu contribuíram para a reflexão sobre
essa distinção. A Repartição de Poderes
Essa dicotomia entre esferas pública e privada refere-se à se- A repartição de poderes, também conhecida como separação
paração entre o domínio político (assuntos coletivos, governança) e de poderes, é um conceito-chave na teoria política, com suas ori-
o domínio pessoal ou doméstico (assuntos individuais, familiares). gens nas ideias de filósofos políticos como Montesquieu. Esse prin-
Aqui estão alguns aspectos importantes sobre essa demarcação nas cípio visa evitar a concentração excessiva de poder em uma única
teorias políticas clássicas: autoridade, dividindo as funções governamentais entre diferentes
- Aristóteles órgãos.
Aristóteles, em sua obra “Política”, destacou a importância da
distinção entre a esfera doméstica (oikos) e a esfera política (pólis).

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NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

Vejamos abaixo, alguns aspectos importantes sobre a reparti-


ção de poderes na teoria política: WEBER E A DOMINAÇÃO RACIONAL LEGAL COM QUADRO
- Origens em Montesquieu BUROCRÁTICO. OS QUADROS E MEIOS ADMINISTRATIVOS
Montesquieu, em sua obra “O Espírito das Leis” (1748), argu- DO ESTADO
mentou a favor da separação de poderes como um meio de evitar o
abuso de autoridade e proteger a liberdade.
Ele propôs a divisão de poderes em três ramos distintos: o le- Weber e a Dominação Racional Legal com Quadro Burocrático
gislativo, o executivo e o judiciário. O filósofo Max Weber (2000), propõe a conceituação de três
- Poder Legislativo formas distintas de dominação:
O poder legislativo é responsável pela criação de leis. Essa fun- a) A tradicional;
ção inclui a elaboração, votação e promulgação de leis. b) A carismática; e
O objetivo é garantir que as leis sejam representativas dos inte- c) A legal.
resses da população e que a autoridade legislativa não seja acumu- Nesse sentido, Weber argumenta que esses três tipos de do-
lada em mãos de uma única entidade. minação representam diferentes maneiras pelas quais a autoridade
- Poder Executivo pode ser estabelecida sobre os indivíduos.
O poder executivo é encarregado da implementação e execu- É crucial destacar que, na visão de Weber, dominação e poder
ção das leis. Isso inclui o chefe de Estado, como um presidente, e a são conceitos distintos; enquanto a dominação refere-se a formas
administração pública. específicas de autoridade, o poder é considerado sociologicamente
A separação busca evitar a concentração de poderes legislati- “amorfo” por ser contingencial.
vos e executivos em uma única figura, impedindo assim o autorita- Diferentemente do poder, conforme definido por Weber, a
rismo. dominação é caracterizada como “a probabilidade de encontrar
- Poder Judiciário obediência a uma ordem de determinado conteúdo, entre deter-
O poder judiciário é responsável por interpretar as leis e garan- minadas pessoas indicáveis”. Na perspectiva de Weber, podemos
tir sua aplicação justa. Os tribunais têm a função de resolver dispu- entender os critérios de dominação nas interações sociais, quando
tas legais e assegurar a conformidade com a Constituição. os indivíduos obedecem a uma ordem legítima emitida por um líder
A independência judicial é crucial para garantir que o sistema específico.
jurídico seja imparcial e livre de influências políticas indevidas. A dominação legal, segundo Max Weber, é característica do Es-
- Checks and Balances tado Moderno Racional. Conforme a perspectiva desse pensador, a
O sistema de checks and balances (freios e contrapesos) é uma autoridade do líder legal deriva de leis, estatutos, normas e regula-
característica importante da repartição de poderes. Cada ramo do mentos estabelecidos de maneira racional.
governo possui mecanismos para limitar o poder dos outros dois, Nesse contexto, o poder de comando do líder legal e suas ações
garantindo uma supervisão recíproca. são guiados por princípios burocráticos, uma vez que seu cargo é
Por exemplo, o legislativo pode derrubar um veto presidencial, definido por atribuições e competências jurídicas dentro do quadro
o judiciário pode revisar a constitucionalidade das leis e o executivo administrativo, o qual lhe impõe obrigações e concede direitos.
pode influenciar a legislação por meio do veto. O reconhecimento da autoridade do líder não se baseia em sua
- Prevenção do Abuso de Poder personalidade, mas sim em uma ordem impessoal na qual a sub-
A repartição de poderes é concebida como uma salvaguarda missão dos liderados ocorre em conformidade com as diretrizes le-
contra o abuso de poder. Ao fragmentar a autoridade, ela busca gais. Nesse sentido, o sociólogo Gabriel Cohn, destaca: “obedece-se
impedir a tirania e proteger os direitos e liberdades individuais. não à pessoa em virtude de seu direito próprio, mas à regra esta-
- Evolução Moderna tuída, que determina simultaneamente a quem e em que medida se
Embora a ideia de separação de poderes tenha raízes na teoria deve obedecer. Até mesmo quem emite uma ordem obedece a uma
clássica, sua aplicação e interpretação evoluíram ao longo do tem- regra: à lei ou norma formalmente abstrata”.
po. Nas democracias modernas, a interação entre os ramos muitas A dominação legal se manifesta de maneira mais eficiente na
vezes é mais complexa, mas o princípio geral permanece. burocracia. Isso se deve ao fato de o Estado ser composto por um
Sobre a repartição de poderes, há críticos que argumentam quadro administrativo racional e burocrático de funcionários que
que a separação rígida pode levar à paralisia do governo, especial- seguem as regras técnicas e normas organizacionais.
mente em sistemas políticos fragmentados. Além disso, a influência Para Max Weber, a burocracia é estabelecida por meio de um
de grupos de interesse e o papel da burocracia podem desafiar a conjunto de leis que orienta a atuação do Estado Racional Moder-
eficácia da repartição de poderes. no. Portanto, o sistema burocrático é concebido como uma estrutu-
Por fim, ressalta-se que a repartição de poderes é um conceito ra administrativa racional do Estado Moderno, composta por uma
fundamental para a teoria política e para a organização de sistemas equipe de profissionais especializados, cujos objetivos organizacio-
governamentais que buscam garantir o equilíbrio, a responsabilida- nais podem ser alcançados de maneira formal e impessoal.
de e a proteção dos direitos individuais. A administração burocrática, conforme a perspectiva de We-
ber (2000, p.145), é aquela em que prevalece de forma mais pura
o princípio da nomeação de funcionários. Nessa concepção, todo o
processo decisório e administrativo é fundamentado em servidores
tecnicamente especializados. Na burocracia, a estrutura institucio-

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NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

nal é delineada por funções específicas, uma vez que os cargos ocu- - A relação entre o Estado e o público deve
pados demandam conhecimento técnico para o adequado desem- IMPESSOALIDA-
ser impessoal, evitando favoritismos. Os
penho das atribuições. DE NA RELAÇÃO
cidadãos são tratados com base em regras
COM O PÚBLICO
estabelecidas, não em critérios individuais.
Os Quadros e Meios Administrativos do Estado
Max Weber, em sua visão racional-burocrática, abordou os - A burocracia busca garantir a estabilidade
quadros e meios administrativos do Estado como elementos essen- ESTABILIDADE E e continuidade na administração pública,
ciais da burocracia moderna. CONTINUIDADE independentemente das mudanças nos ocu-
A burocracia, para Weber, é um sistema de organização que se pantes dos cargos.
baseia em princípios racionais e impessoais. Abaixo, vejamos alguns
pontos-chave sobre os quadros e meios administrativos do Estado Em resumo, para Weber, os quadros e meios administrativos do
na perspectiva de Weber: Estado na perspectiva burocrática são estruturados com base em
- Quadros Administrativos princípios de racionalidade, impessoalidade e legalidade e a buro-
a) Nomeação Baseada em Méritos: Weber enfatiza que a cracia é concebida como um meio eficaz e eficiente de governança,
nomeação de funcionários na burocracia deve ocorrer com base orientado por normas e procedimentos formalmente estabelecidos.
em méritos e qualificações técnicas, não em critérios pessoais ou
arbitrários.
b) Especialização e Divisão do Trabalho: Os quadros admi- O ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL E OS DIREITOS CIVIS, PO-
nistrativos são organizados de maneira hierárquica, com especia- LÍTICOS E SOCIAIS. AS CRISES DO ESTADO DE BEM-ESTAR
lização e divisão do trabalho. Cada funcionário desempenha uma SOCIAL. EVOLUÇÃO DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL NO
função específica para a qual é designado com base em sua exper- BRASIL E A NOÇÃO DE CIDADANIA REGULADA
tise técnica.
c) Hierarquia Clara: A burocracia apresenta uma hierarquia
clara e definida, com níveis distintos de autoridade. As responsabi- O Estado de bem-estar social é um modelo de organização polí-
lidades de cada posição são claramente delineadas. tica e econômica que busca garantir o bem-estar e a proteção social
d) Documentação e Registros: A manutenção de registros dos cidadãos por meio de políticas públicas e programas sociais. Ele
sistemáticos e documentação é fundamental. Isso visa garantir a se baseia em três pilares principais de direitos: civis, políticos e so-
transparência, rastreabilidade e responsabilidade nas atividades ciais. Vamos abordar cada um deles e discutir as crises e a evolução
administrativas. desse modelo, incluindo a noção de cidadania regulada, com foco
no contexto brasileiro:
- Meios Administrativos
Acerca dos meios administrativos, em esquema, temos o se- Direitos Civis:
guinte: - Os direitos civis referem-se às liberdades individuais e ga-
rantias fundamentais, como liberdade de expressão, de religião, de
reunião, de imprensa e direito à propriedade.
MEIOS ADMINISTRATIVOS - No Estado de bem-estar social, os direitos civis são consi-
- O Estado, na visão de Weber, deve basear derados essenciais para proteger os cidadãos contra o arbítrio do
APLICAÇÃO DE suas ações na aplicação de leis, estatutos Estado e garantir sua dignidade e autonomia.
LEIS E e regulamentos. A autoridade do Estado é
REGULAMENTOS derivada da legalidade e da obediência às Direitos Políticos:
normas estabelecidas. - Os direitos políticos dizem respeito à participação dos cida-
dãos no processo político, incluindo o direito de votar, de ser votado
- As decisões administrativas devem ser e de participar de organizações políticas.
IMPESSOALIDA- impessoais, guiadas por regras e regulamen- - No Estado de bem-estar social, os direitos políticos são vistos
DE NAS tos, não por considerações subjetivas. Isso como uma forma de garantir a representação e a voz dos cidadãos
DECISÕES contribui para a objetividade e previsibilidade nas decisões que afetam suas vidas.
nas ações do Estado.
- A burocracia visa a eficácia e a eficiência Direitos Sociais:
na consecução dos objetivos estatais. As - Os direitos sociais envolvem o acesso a serviços e benefícios
EFICÁCIA E sociais, como saúde, educação, moradia, previdência social, assis-
atividades administrativas são planejadas e
EFICIÊNCIA tência social e trabalho digno.
executadas de maneira metódica para alcan-
çar resultados específicos. - No Estado de bem-estar social, os direitos sociais são con-
siderados fundamentais para promover a igualdade de oportunida-
O controle e a supervisão são exercidos den-
des e reduzir as desigualdades sociais.
CONTROLE E tro da hierarquia burocrática para garantir a
SUPERVISÃO conformidade com as normas estabelecidas e
Crises do Estado de Bem-Estar Social:
a eficiência operacional.
- O modelo de Estado de bem-estar social enfrentou diversas
crises ao longo do tempo, incluindo pressões econômicas, mudan-
ças demográficas, crises financeiras e políticas de austeridade.

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NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

- As crises muitas vezes levaram a cortes nos gastos sociais, Principais Correntes Ideológicas da Política no Século XX:
redução dos benefícios e privatizações de serviços públicos, colo- - Democracia: Sistema político baseado na soberania popular,
cando em xeque a sustentabilidade do modelo. com eleições livres e competitivas, separação de poderes e garan-
tias de direitos individuais.
Evolução do Estado de Bem-Estar Social no Brasil: - Fascismo: Ideologia autoritária e ultranacionalista, que valo-
- No Brasil, o Estado de bem-estar social começou a ser desen- riza a liderança carismática, o militarismo, o nacionalismo extremo
volvido a partir da Constituição de 1988, que estabeleceu direitos e a supressão de direitos individuais em prol do Estado.
sociais fundamentais, como saúde e educação universal e gratuita, - Comunismo: Ideologia que propõe a abolição da proprieda-
previdência social e assistência social. de privada e a instauração de uma sociedade sem classes, na qual
- No entanto, o modelo brasileiro de Estado de bem-estar os meios de produção são controlados pelo Estado em nome do
social é marcado por desigualdades regionais, limitações de finan- proletariado.
ciamento e problemas de acesso e qualidade dos serviços públicos.
- A noção de cidadania regulada no Brasil refere-se à ideia de O Liberalismo no Século XX:
que os direitos sociais são condicionados à participação e contri- - O liberalismo no século XX enfrentou desafios e adaptações
buição dos cidadãos, como no caso da previdência social, que exige diante das transformações sociais, econômicas e políticas do perío-
contribuições para garantir os benefícios. do.
- Surgiram novas correntes do liberalismo, como o neolibera-
Em resumo, o Estado de bem-estar social busca garantir uma lismo, que enfatizava a redução do papel do Estado na economia,
sociedade mais justa e igualitária por meio da proteção social e do a privatização de empresas estatais e a liberalização dos mercados.
fortalecimento dos direitos civis, políticos e sociais. No entanto, ele - Apesar das críticas e da competição com outras ideologias,
enfrenta desafios e crises que exigem adaptação e reformulação o liberalismo continuou a influenciar a política e a economia em
para garantir sua sustentabilidade e eficácia no contexto contem- todo o mundo, defendendo os princípios da liberdade individual, do
porâneo. Estado de direito e da economia de mercado.

Esses são alguns dos principais aspectos relacionados às ideias


IDEIAS E REGIMES POLÍTICOS. PRINCIPAIS CORRENTES políticas e aos regimes ao longo dos séculos XIX e XX, destacando as
IDEOLÓGICAS DA POLÍTICA NO SÉCULO XIX: LIBERALISMO correntes ideológicas mais relevantes e suas influências na constru-
E NACIONALISMO. A CONSTRUÇÃO DOS ESTADOS NACIO- ção e evolução das sociedades modernas.
NAIS. PRINCIPAIS CORRENTES IDEOLÓGICAS DA POLÍTICA
NO SÉCULO XX: DEMOCRACIA, FASCISMO, COMUNIS-
MO. O LIBERALISMO NO SÉCULO XX ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO NO BRASIL: A CONSTRUÇÃO
DA REPÚBLICA, DA DEMOCRACIA, DA FEDERAÇÃO, DOS
APARELHOS DE ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Ideias e Regimes Políticos: FEDERAL
- As ideias políticas são conjuntos de princípios, valores e cren-
ças que orientam a organização e funcionamento das sociedades.
- Os regimes políticos são as formas específicas de organiza- A estruturação do Estado no Brasil ao longo da história envolve
ção do poder e do governo em uma sociedade, como democracia, diversos aspectos, desde a construção da república até a consoli-
monarquia, ditadura, entre outros. dação da democracia, da federação, dos aparelhos de Estado e da
administração pública federal. Vou descrever sucintamente cada
Principais Correntes Ideológicas da Política no Século XIX: um desses aspectos:
- Liberalismo: Defende a liberdade individual, a propriedade
privada, a igualdade perante a lei e a limitação do poder do Estado. Construção da República:
Destacou-se na defesa dos direitos individuais e do livre mercado. - A República foi proclamada no Brasil em 15 de novembro de
- Nacionalismo: Enfatiza a identidade nacional, a soberania e a 1889, com o fim do regime monárquico.
autonomia dos povos. Foi um movimento importante na formação - A Proclamação da República resultou de uma série de insa-
dos Estados nacionais e na luta contra o domínio estrangeiro. tisfações com o regime imperial, incluindo questões políticas, eco-
nômicas e sociais.
Construção dos Estados Nacionais: - Após a Proclamação, foram estabelecidas as bases institucio-
- Os Estados nacionais modernos surgiram a partir do século nais da República, como a promulgação de uma nova Constituição e
XVI, com a centralização do poder político em territórios delimita- a organização de um governo republicano.
dos, consolidando-se especialmente após o Tratado de Westfália
(1648). Consolidação da Democracia:
- O processo de construção dos Estados nacionais envolveu - A consolidação da democracia no Brasil foi um processo gra-
a unificação territorial, a criação de instituições políticas e admi- dual, marcado por avanços e retrocessos ao longo do tempo.
nistrativas centralizadas e a promoção de uma identidade nacional - O país passou por diversos períodos autoritários, como o
compartilhada. Estado Novo (1937-1945) e a ditadura militar (1964-1985), que res-
tringiram as liberdades políticas e civis.

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- A Constituição de 1988 marcou a redemocratização do Bra- - Cada entidade subnacional possui sua própria constituição,
sil, estabelecendo princípios democráticos, direitos fundamentais e governo e competências legislativas, administrativas e financeiras,
a divisão de poderes. que são garantidas pela Constituição Federal.
- O governo central é responsável por assuntos de interesse
Formação da Federação: nacional, como defesa, relações exteriores e política econômica.
- O Brasil é uma república federativa, composta pela União, - Exemplos de países com Estado federativo incluem Estados
estados, Distrito Federal e municípios. Unidos, Brasil, Alemanha e Canadá.
- A organização federativa do país foi estabelecida na Consti-
tuição de 1891, que definiu as competências e atribuições de cada Relações entre Esferas de Governo:
ente federativo. - No federalismo, as relações entre as esferas de governo são
reguladas pela Constituição Federal, que estabelece as competên-
Aparelhos de Estado: cias de cada nível de governo e os mecanismos de cooperação e
- Os aparelhos de Estado são as estruturas administrativas coordenação.
e burocráticas responsáveis pela execução das políticas públicas e - Existem diferentes modelos de federalismo, que variam de
pelo funcionamento do Estado. acordo com a distribuição de competências entre o governo central
- No Brasil, os principais aparelhos de Estado incluem os po- e as entidades subnacionais.
deres Executivo, Legislativo e Judiciário, além dos órgãos de contro- - As relações entre as esferas de governo podem envolver
le, como o Ministério Público e os tribunais de contas. formas de cooperação, como transferência de recursos financeiros,
coordenação de políticas públicas e negociação de acordos intergo-
Administração Pública Federal: vernamentais.
- A administração pública federal é responsável pela gestão
dos interesses da União e pela execução das políticas e programas Regime Federativo:
federais. - O regime federativo refere-se ao conjunto de regras e princí-
- Ela é organizada em ministérios, autarquias, empresas públi- pios que regem a organização e funcionamento do federalismo em
cas, fundações e outros órgãos da administração direta e indireta. um determinado país.
- Os princípios fundamentais do regime federativo incluem
Em resumo, a estruturação do Estado no Brasil envolveu a a autonomia das entidades subnacionais, a supremacia da Consti-
construção da república, a consolidação da democracia, a formação tuição Federal, a separação de poderes e o respeito à diversidade
da federação, a organização dos aparelhos de Estado e o desenvol- regional e cultural.
vimento da administração pública federal, refletindo as transforma- - A estabilidade e eficácia do regime federativo dependem
ções políticas, sociais e institucionais ao longo da história do país. da cooperação e do respeito mútuo entre as diferentes esferas de
governo.

FEDERALISMO: ESTADO UNITÁRIO E ESTADO FEDERATIVO; Em resumo, o federalismo é um sistema político complexo que
RELAÇÕES ENTRE ESFERAS DE GOVERNO E REGIME FEDE- busca conciliar a necessidade de unidade nacional com a preser-
RATIVO vação da diversidade regional e a autonomia das entidades subna-
cionais. Ele envolve a divisão de poder entre o governo central e as
entidades subnacionais, estabelecendo relações e mecanismos de
O federalismo é um sistema de organização política que se cooperação e coordenação entre as diferentes esferas de governo.
baseia na divisão de poder entre diferentes níveis de governo, ge-
ralmente uma autoridade central e entidades subnacionais autô-
nomas, como estados, províncias ou regiões. Vamos explorar os RELAÇÕES ENTRE POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO; LIMITES
conceitos de Estado unitário e Estado federativo, além das relações E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DA ESFERA PÚBLICA NA
entre as esferas de governo e o regime federativo: PRODUÇÃO E REGULAÇÃO DE BENS PÚBLICOS; INSTITUI-
ÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS E O EXERCÍCIO DO PODER
Estado Unitário: PÚBLICO
- No Estado unitário, todo o poder político e administrativo
emana de um único centro de autoridade, o governo central.
- As unidades subnacionais, como estados, províncias ou re- As relações entre política e administração, os limites e possi-
giões, possuem uma autonomia limitada e estão sujeitas ao contro- bilidades de atuação da esfera pública na produção e regulação de
le do governo central. bens públicos, bem como o papel das instituições não governamen-
- Exemplos de países com Estado unitário incluem França, tais no exercício do poder público são temas complexos e interco-
Reino Unido e Japão. nectados. Vamos abordar cada um deles:

Estado Federativo: Relações entre Política e Administração:


- No Estado federativo, o poder político é dividido entre dife- - Política e administração estão intimamente ligadas no fun-
rentes entidades autônomas, como estados, províncias ou regiões, cionamento do Estado. A política estabelece as diretrizes, objetivos
e um governo central. e prioridades do governo, enquanto a administração se encarrega
de implementar essas políticas por meio de ações concretas.

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NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

- As relações entre política e administração variam de acordo Abertura Política e Redemocratização:


com o sistema político e administrativo de cada país, mas é fun- - O processo de abertura política teve início em 1974, com
damental que haja coordenação e cooperação entre essas esferas a aprovação da Lei de Anistia, que permitiu o retorno de exilados
para garantir a eficácia e legitimidade das políticas públicas. políticos e a libertação de presos políticos.
- Em 1985, com a morte do presidente João Figueiredo, o
Limites e Possibilidades da Atuação da Esfera Pública na Pro- último do período da ditadura militar, iniciou-se um processo de
dução e Regulação de Bens Públicos: transição para a democracia, com a realização de eleições indiretas
- Os bens públicos são aqueles que possuem características para presidente e governadores.
de não rivalidade e não exclusão, ou seja, seu consumo por um in-
divíduo não impede o consumo por outros e é impossível excluir Eleições Diretas e Constituinte:
alguém do seu uso. - A pressão popular pela realização de eleições diretas para
- A esfera pública, por meio do Estado, tem o papel de produ- presidente culminou na campanha das “Diretas Já”, em 1984, que
zir e regular bens públicos para atender às necessidades da socieda- mobilizou milhões de brasileiros em todo o país.
de, como educação, saúde, segurança pública, entre outros. - Embora as eleições diretas não tenham sido aprovadas, em
- No entanto, os recursos e capacidades do Estado são limi- 1986 foram realizadas eleições para o Congresso Nacional, que in-
tados, o que pode dificultar sua capacidade de produzir e regular cluíram a escolha dos membros da Assembleia Nacional Constituin-
todos os bens públicos necessários. Nesse sentido, parcerias públi- te.
co-privadas e a atuação de organizações da sociedade civil podem
complementar a atuação estatal. Constituição de 1988:
- A Constituição Federal de 1988, também conhecida como
Instituições Não Governamentais e o Exercício do Poder Pú- “Constituição Cidadã”, foi promulgada em 5 de outubro de 1988,
blico: após quase dois anos de intensos debates na Assembleia Consti-
- As instituições não governamentais, também conhecidas tuinte.
como organizações da sociedade civil (OSCs) ou organizações não - A Constituição de 1988 representou um marco na conso-
governamentais (ONGs), desempenham um papel importante no lidação da democracia brasileira, estabelecendo os princípios fun-
exercício do poder público. damentais do Estado brasileiro, os direitos individuais e sociais, a
- Essas instituições atuam na formulação de políticas, na im- organização dos poderes, a divisão de competências entre União,
plementação de projetos e na prestação de serviços em áreas como estados e municípios, entre outros aspectos.
assistência social, meio ambiente, direitos humanos, entre outras. - Entre os avanços mais significativos da Constituição de 1988
- As ONGs e OSCs podem exercer pressão sobre o Estado estão a consagração dos direitos sociais, a instituição do Estado De-
para que adote determinadas políticas ou promova mudanças so- mocrático de Direito, a previsão de mecanismos de participação po-
ciais, além de atuar na fiscalização e monitoramento das ações do pular e a criação de instrumentos de proteção ambiental.
governo.
- No entanto, é importante garantir a transparência, a accoun- Consolidação Democrática:
tability e a participação democrática na atuação das instituições - Desde a promulgação da Constituição de 1988, o Brasil reali-
não governamentais para evitar concentrações de poder ou abusos. zou diversas eleições presidenciais, legislativas e municipais, garan-
tindo a alternância de poder e a participação política da sociedade.
Em resumo, as relações entre política e administração, a atua- - Apesar dos desafios e retrocessos ao longo do tempo, a
ção da esfera pública na produção e regulação de bens públicos, e democracia brasileira demonstrou resiliência e capacidade de adap-
o papel das instituições não governamentais no exercício do poder tação, consolidando-se como uma das mais importantes conquistas
público são aspectos fundamentais para o funcionamento demo- da sociedade brasileira.
crático e eficaz do Estado e da sociedade. Essas questões exigem
uma abordagem integrada e colaborativa entre diferentes atores e Em resumo, o processo democrático a partir de 1985 no Brasil
setores da sociedade para promover o bem-estar e o desenvolvi- foi um período de transição e consolidação da democracia, que cul-
mento sustentável. minou na promulgação da Constituição de 1988. Esse documento
representou um marco na história do país, estabelecendo os prin-
cípios e valores fundamentais que orientam a ordem democrática
O PROCESSO DEMOCRÁTICO A PARTIR DE 1985. A CONSTI- brasileira até os dias de hoje.
TUIÇÃO DE 1988

DEMOCRACIA, DESCENTRALIZAÇÃO, ATORES SOCIAIS,


O processo democrático no Brasil a partir de 1985 foi marcado GESTÃO LOCAL
por uma transição gradual e complexa do regime autoritário para a
democracia. A Constituição de 1988 desempenhou um papel cen-
tral nesse processo, estabelecendo os princípios, direitos e institui- A democracia, descentralização, atores sociais e gestão local
ções fundamentais para a nova ordem democrática do país. Vou estão intrinsecamente ligados e são aspectos essenciais para o for-
abordar esses pontos de forma mais detalhada: talecimento da participação cidadã e a efetivação de políticas pú-
blicas mais inclusivas e próximas às demandas da população. Vou
abordar cada um desses temas:

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NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

Democracia:
- A democracia é um sistema político que se baseia na sobe- REPRESENTAÇÃO POLÍTICA: A ORGANIZAÇÃO DOS PAR-
rania popular, no respeito aos direitos individuais e na participação TIDOS POLÍTICOS E DOS PROCESSOS ELEITORAIS, O FUN-
dos cidadãos nas decisões que afetam suas vidas. CIONAMENTO DOS ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS, LEGISLA-
- Em uma democracia, os cidadãos têm direito a votar e serem TIVOS E DE JUSTIÇA; MECANISMOS ADMINISTRATIVOS E
votados, acesso à informação, liberdade de expressão e associação, LEGISLATIVOS DE CONTROLE ESTATAL
entre outros direitos fundamentais.
- A democracia também implica na existência de instituições
e processos que garantam a separação de poderes, a transparência, Representação Política
a accountability e o Estado de direito. - A Organização dos Partidos Políticos e dos Processos Eleito-
rais e o Funcionamento dos Órgãos Administrativos, Legislativos
Descentralização: e de Justiça
- A descentralização refere-se à transferência de poder, res- A representação política é um conceito fundamental na teoria
ponsabilidades e recursos do governo central para níveis subnacio- política e refere-se ao processo pelo qual os interesses, opiniões e
nais, como estados, províncias ou municípios. vontades dos cidadãos são expressos e apresentados por meio de
- A descentralização pode contribuir para uma melhor pres- indivíduos ou instituições que atuam em seu nome. Esses represen-
tação de serviços públicos, maior eficiência na gestão dos recursos, tantes são eleitos ou designados para representar a população em
maior participação dos cidadãos na tomada de decisões e uma órgãos legislativos, executivos ou outros espaços de decisão políti-
maior capacidade de adaptação às necessidades locais. ca.
Desse modo, vejamos abaixo alguns elementos-chave associa-
Atores Sociais: dos ao conceito de representação política:
- Os atores sociais são indivíduos, grupos, organizações e ins- a) Delegação de Poder: Os cidadãos delegam a autoridade
tituições que participam da vida política, econômica e social de uma de tomar decisões em seu nome a indivíduos eleitos. Essa delega-
comunidade ou sociedade. ção é central para a representação política, pois os representantes
- Os atores sociais podem incluir organizações da sociedade atuam como porta-vozes dos interesses e preocupações daqueles
civil, sindicatos, movimentos sociais, empresários, academia, entre que os elegeram.
outros. b) Legitimidade Democrática: A representação política está
- Eles desempenham um papel fundamental na promoção do intrinsecamente ligada aos princípios democráticos. Os represen-
desenvolvimento local, na defesa de direitos, na fiscalização do po- tantes políticos derivam sua legitimidade do consentimento dos
der público e na formulação e implementação de políticas públicas. eleitores, que expressam suas escolhas por meio de eleições ou ou-
tros processos democráticos.
Gestão Local: c) Expressão de Diversidade: Os representantes políticos
- A gestão local refere-se à administração e governança dos têm a responsabilidade de refletir a diversidade de opiniões, visões
municípios e outras unidades subnacionais. e interesses presentes na sociedade. Eles devem buscar equilibrar
- Uma gestão local eficaz envolve a participação ativa dos as diferentes perspectivas e trabalhar para o benefício geral da po-
cidadãos na tomada de decisões, a promoção do desenvolvimento pulação.
sustentável, a prestação de serviços públicos de qualidade, a trans- d) Responsabilidade e Accountability: Representantes polí-
parência e a accountability. ticos são responsáveis por suas ações e decisões perante aqueles
- A gestão local também pode incluir parcerias entre o poder que representam. A accountability (responsabilidade) é essencial
público, a iniciativa privada e organizações da sociedade civil para o para garantir que os representantes prestem contas de suas ações
desenvolvimento de projetos e programas que atendam às necessi- aos eleitores.
dades da comunidade. e) Tomada de Decisões: A representação política envolve a
participação ativa no processo de tomada de decisões. Isso ocorre
Em resumo, a democracia, descentralização, atores sociais em diversos níveis, desde a formulação de políticas até a aprovação
e gestão local são elementos essenciais para o fortalecimento da de leis e a implementação de programas governamentais.
participação cidadã e a promoção do desenvolvimento sustentável f) Mandato Temporário: Geralmente, os represen-
em nível local. Esses aspectos são interdependentes e devem ser tantes políticos têm mandatos temporários, com períodos defini-
promovidos de forma integrada para garantir uma governança de- dos para garantir que a representação seja atualizada e refletiva das
mocrática e eficaz. mudanças na sociedade ao longo do tempo.
g) Canais de Comunicação: Representantes políticos servem
como canais de comunicação entre os cidadãos e as instituições go-
vernamentais. Eles facilitam o diálogo e a interação entre os eleito-
res e o sistema político.
Assim, depreende-se que a representação política é um com-
ponente vital dos sistemas democráticos, proporcionando uma
maneira estruturada para os cidadãos influenciarem as decisões
governamentais e participarem ativamente na vida política de uma
sociedade.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

Dito isto, A organização dos partidos políticos e dos processos As leis eleitorais estabelecem as regras do jogo. Elas abrangem
eleitorais desempenha um papel fundamental na dinâmica demo- áreas como financiamento de campanha, limites de gastos, regras
crática de uma sociedade. Vamos explorar esses elementos em de- de votação e outros aspectos que garantem a equidade e a justiça
talhes: nas eleições.
- Organização dos Partidos Políticos A organização eficaz dos partidos políticos e a integridade dos
Estrutura Interna processos eleitorais são de suma importância para a saúde e a le-
O partido político geralmente tem uma estrutura organizacio- gitimidade de um sistema democrático, garantindo que a vontade
nal interna que inclui membros de base, liderança partidária, comi- dos eleitores seja refletida de maneira justa e representativa.
tês e outros órgãos. A estrutura pode variar, mas muitos partidos O funcionamento dos órgãos administrativos, legislativos e de
têm uma hierarquia clara. justiça é crucial para a estruturação e a eficácia de um sistema polí-
Plataforma Política tico. Vejamos abaixo, cada um desses órgãos separadamente:
Cada partido desenvolve uma plataforma política que reflete - Órgãos Administrativos
suas crenças, valores e posições sobre questões importantes. Essa - Executivo
plataforma serve como um guia para os membros do partido e atrai O poder executivo é geralmente liderado por um chefe de Es-
eleitores que compartilham ideias semelhantes. tado ou de Governo. Este órgão é responsável pela implementação
Processo de Seleção de Candidatos das leis, administração pública e execução de políticas. Inclui depar-
Os partidos políticos normalmente selecionam candidatos para tamentos governamentais e agências responsáveis por diferentes
eleições através de processos internos, como prévias, convenções áreas.
ou outros métodos. A escolha de candidatos muitas vezes reflete as - Burocracia
preferências e dinâmicas internas do partido. A burocracia é a estrutura administrativa que executa as políti-
Participação Cívica cas e programas do governo. É composta por funcionários públicos,
Os partidos políticos desempenham um papel crucial na mo- servidores e agências que desempenham funções especializadas
bilização dos cidadãos e na promoção da participação cívica. Eles em diversas áreas, como saúde, educação e segurança.
organizam comícios, eventos, campanhas e atividades para envol- Órgãos Legislativos:
ver eleitores. - Parlamento ou Congresso
Financiamento e Arrecadação de Fundos O poder legislativo é frequentemente bicameral, composto
A maioria dos partidos depende de financiamento para condu- por duas câmaras (por exemplo, câmara dos deputados e senado).
zir suas operações e campanhas. A arrecadação de fundos é uma Este órgão é responsável por elaborar, debater e aprovar leis. Os
atividade contínua para apoiar despesas relacionadas a campanhas membros, geralmente chamados de legisladores ou parlamentares,
eleitorais, publicidade e operações do partido. representam os interesses dos cidadãos.
Liderança e Tomada de Decisões - Processo Legislativo
Os partidos possuem líderes que desempenham papéis cruciais O processo legislativo inclui a apresentação de propostas de
na tomada de decisões e na direção do partido. A liderança muitas leis, debates, votações e a aprovação ou rejeição das leis. A legisla-
vezes influencia a orientação estratégica e as políticas do partido. ção pode ser iniciada pelo Executivo ou pelos próprios legisladores.
- Processos Eleitorais - Órgãos de Justiça
Pertinente aos processos eleitorais, há o registro de Eleitores, - Sistema Judiciário
que se trata de um sistema eficaz e crucial para garantir que todos O sistema judiciário é responsável por interpretar e aplicar as
os cidadãos elegíveis possam participar do processo eleitoral. Isso leis. Inclui tribunais de diferentes instâncias, desde os tribunais de
envolve a criação de listas de eleitores, identificação e atualização primeira instância até as cortes superiores. O órgão máximo de um
de registros. sistema judiciário muitas vezes atua como guardião da constituição.
Além disso, destaca-se: - Supremo Tribunal - STF
- Campanhas Eleitorais Em muitos sistemas, o Supremo Tribunal é a mais alta instância
As campanhas eleitorais são momentos em que os candidatos judicial. Ele lida com casos constitucionais, questões de interpreta-
e partidos buscam persuadir os eleitores. Isso inclui debates, comí- ção da lei e, em alguns casos, atua como um tribunal de apelação
cios, publicidade e outros esforços para promover suas plataformas. final.
- Sistemas de Votação O Supremo Tribunal Federal desempenha o papel fundamental
Os sistemas de votação variam, mas geralmente incluem mé- como órgão de supremacia no Poder Judiciário, sendo incumbido,
todos como voto majoritário, voto proporcional ou outros. A inte- principalmente, da salvaguarda da Constituição, conforme estabe-
gridade do processo eleitoral é vital para garantir a representação lecido no art. 102 da Constituição da República.
adequada dos eleitores. Composto por onze Ministros, todos eles brasileiros natos
- Apuração e Divulgação de Resultados (conforme disposto no art. 12, § 3º, inc. IV, da CF/1988), são se-
A apuração eficiente e transparente dos votos é essencial. Os lecionados entre cidadãos com idade superior a 35 e inferior a 70
resultados das eleições devem ser divulgados de maneira rápida e anos, detentores de notório conhecimento jurídico e irrepreensível
precisa para manter a confiança dos eleitores no sistema. reputação, conforme preceitua o art. 101 da CF/1988. A nomeação
- Monitoramento e Supervisão desses Ministros é realizada pelo Presidente da República, sendo
A presença de observadores eleitorais e órgãos de supervisão necessária a aprovação da escolha pela maioria absoluta do Sena-
é importante para garantir a justiça e a transparência no processo. do Federal, conforme estipulado no art. 101, parágrafo único, da
Isso pode incluir observadores internos e internacionais. CF/1988.
- Legislação Eleitoral

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

Dentre suas atribuições primordiais, destaca-se o julgamento Dito isto, é importante destacar que a Lei dos Partidos Políticos,
de questões como a ação direta de inconstitucionalidade de leis ou Lei n.º 9.096, de 1995, traz em sua redação, importantes dispositi-
atos normativos federais ou estaduais, a ação declaratória de cons- vos acerca da organização e funcionamento dos Partidos Políticos.
titucionalidade de leis ou atos normativos federais, a arguição de Vejamos:
descumprimento de preceito fundamental decorrente da própria
Constituição e a análise de pedidos de extradição solicitados por - Da Criação e do Registro dos Partidos Políticos
Estados estrangeiros. De acordo com o art. 8º da Lei n.º 9.096, de 1999, com redação
Na esfera penal, merece destaque a competência do Supremo dada pela Lei n.º 13.877, de 2019, o requerimento do registro de
Tribunal Federal para julgar, em infrações penais comuns, figuras partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil
como o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral seus fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um),
da República, conforme previsto no art. 102, inc. I, alíneas “a” e “b” com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados,
da Constituição de 1988. e será acompanhado de:
No âmbito recursal, suas atribuições incluem o julgamento, a) Cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;
em recurso ordinário, de habeas corpus, mandado de segurança, b) Exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro
habeas data e mandado de injunção decididos em única instância teor, o programa e o estatuto; e
pelos Tribunais Superiores, quando a decisão for denegatória. Além c) Relação de todos os fundadores com o nome completo,
disso, em recurso extraordinário, o Supremo analisa causas decidi- naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Municí-
das em única ou última instância, especialmente aquelas em que a pio e Estado, profissão e endereço da residência.
decisão recorrida contraria dispositivo constitucional. Além disso, deverá o requerimento indicar o nome e a função
A Emenda Constitucional 45/2004 introduziu a possibilidade de dos dirigentes provisórios, bem como o endereço da sede do par-
o Supremo Tribunal Federal aprovar súmulas com efeito vinculante tido no território nacional.  Feito isso, o Oficial do Registro Civil de-
em matéria constitucional, após reiteradas decisões sobre o tema, verá efetuar o registro no livro correspondente e expedir a certidão
aplicando-se tal efeito aos demais órgãos do Poder Judiciário e à de inteiro teor.
administração pública direta e indireta, em todas as esferas (art. Já a verificação do apoio mínimo de eleitores, é realizada me-
103-A da CF/1988). diante suas assinaturas, incluindo a menção ao número correspon-
O Presidente do Supremo Tribunal Federal também assume a dente do título eleitoral, em listas organizadas por Zona Eleitoral.
presidência do Conselho Nacional de Justiça, conforme estipulado A autenticidade das assinaturas e a confirmação dos números dos
no art. 103-B, inc. I, da Constituição, com redação dada pela Emen- títulos são certificadas pelo Escrivão Eleitoral.
da Constitucional 61/2009. Ao receber cada lista, o Escrivão Eleitoral emite imediatamente
Quanto à estrutura interna do Tribunal, este é composto pelo um recibo e, dentro de um prazo de quinze dias, emite o atestado
Plenário, pelas Turmas e pelo Presidente. O Presidente e o Vice-Pre- correspondente, devolvendo-a ao interessado.
sidente são eleitos pelo Plenário, dentre os Ministros, com manda- Uma vez protocolado o pedido de registro no Tribunal Supe-
to de dois anos. Cada uma das duas Turmas é formada por cinco rior Eleitoral, o respectivo processo é distribuído a um Relator no
Ministros, sendo presidida pelo mais antigo dentre seus membros, prazo de quarenta e oito horas. Este Relator, após ouvir a Procura-
por um período de um ano, com vedação de recondução até que doria-Geral em um período de dez dias, determina diligências, se
todos tenham exercido a Presidência, observando a ordem decres- necessário, para corrigir possíveis falhas no processo, dentro de um
cente de antiguidade, conforme estabelecido no art. 4º, § 1º, do prazo equivalente.
Regimento Interno do STF (RISTF/1980). Caso não haja necessidade de diligências ou após a sua conclu-
- Inter-relações e Separação de Poderes são, o Tribunal Superior Eleitoral procede ao registro do estatuto do
- Separação de Poderes partido em um prazo de trinta dias. Qualquer alteração programá-
A teoria da separação de poderes, proposta por pensadores tica ou estatutária, uma vez registrada no Ofício Civil competente,
como Montesquieu, destaca a importância de separar as funções deve ser encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral para o mesmo
executiva, legislativa e judicial para evitar abusos de poder. propósito.
- Checks and Balances: Desta forma, o Partido comunica à Justiça Eleitoral a constitui-
Muitos sistemas incorporam mecanismos de controle e equilí- ção de seus órgãos de direção e os nomes dos respectivos integran-
brio entre os poderes, onde cada órgão tem a capacidade de limitar tes seguidas das alterações que forem promovidas, para anotação
os excessos dos outros. Isso ajuda a garantir que nenhum ramo do nos seguintes Tribunais:
governo se torne excessivamente poderoso. a) Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de
- Interdependência Funcional âmbito nacional
Apesar da separação formal de poderes, os órgãos administra- b) Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos órgãos
tivos, legislativos e judiciais interagem para garantir o bom funcio- de âmbito estadual, municipal ou zonal.
namento do governo. Eles dependem uns dos outros para realizar Após receber a comunicação sobre a constituição dos órgãos
suas funções efetivamente. de direção regionais e municipais, sejam eles definitivos ou pro-
O funcionamento harmonioso desses órgãos é vital para a go- visórios, o Tribunal Superior Eleitoral, atuando como unidade ca-
vernança eficaz e para a proteção dos direitos e interesses dos cida- dastradora, tem a responsabilidade de realizar a inscrição, restabe-
dãos. O respeito pela divisão de poderes e a independência do judi- lecimento e alteração de dados cadastrais, bem como atualizar a
ciário são princípios essenciais para a estabilidade e a legitimidade situação cadastral perante o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
do sistema político. (CNPJ) junto à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

Ressalta-se que o partido com registro no Tribunal Superior Mecanismos Administrativos e Legislativos de Controle Esta-
Eleitoral pode credenciar as seguintes autoridades: tal
a) Delegados perante o Juiz Eleitoral; Os mecanismos administrativos e legislativos de controle esta-
b) Delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral; e tal são fundamentais para garantir a transparência, responsabilida-
c) Delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral. de e eficácia das ações do governo em uma sociedade. Esses me-
canismos visam evitar abusos de poder, assegurar o cumprimento
das leis e promover a confiança dos cidadãos no Estado. Vejamos:
NOTA:
- Mecanismos Administrativos de Controle Estatal
- Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional
Englobam as seguintes subdivisões:
representam o partido perante quaisquer Tribunais ou Juízes
- Órgãos de Controle Interno
Eleitorais.
Muitos governos estabelecem órgãos internos de controle,
- Os credenciados pelos órgãos estaduais, representam o
como auditorias internas, para monitorar as atividades e as finanças
partido somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os
do governo. Esses órgãos garantem a conformidade com políticas e
Juízes Eleitorais do respectivo Estado, do Distrito Federal ou
procedimentos estabelecidos.
Território Federal.
- Auditorias Governamentais
- Os credenciados representam o partido pelo órgão munici-
As auditorias externas ou internas avaliam as práticas financei-
pal, perante o Juiz Eleitoral da respectiva jurisdição.
ras e administrativas do governo. Elas examinam a eficiência e a
legalidade das operações, ajudando a prevenir irregularidades e a
Dois ou mais partidos políticos têm a prerrogativa de se unir
identificar áreas de melhoria.
em uma federação, a qual, após sua formação e devida inscrição
- Ouvidorias
no Tribunal Superior Eleitoral, funcionará como uma única agremia-
As ouvidorias recebem reclamações, sugestões e denúncias dos
ção partidária. As regras relativas ao funcionamento parlamentar e
cidadãos em relação aos serviços públicos. Elas atuam como canais
à fidelidade partidária são aplicadas integralmente à federação de
de comunicação direta entre os cidadãos e o governo, permitindo a
partidos.
identificação de problemas e a melhoria na prestação de serviços.
Ademais, insta salientar que é garantida a preservação da iden-
Já os mecanismos legislativos de controle estatal são
tidade e autonomia dos partidos que compõem a federação.
constituídos por:
Em relação à criação de federação, deverão ser obedecidas se-
- Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs)
guintes regras:
No âmbito legislativo, as CPIs são estabelecidas para investigar
A federação somente poderá ser integrada por partidos com
questões específicas, geralmente relacionadas a supostas irregu-
registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral – TSE;
laridades no governo. Elas têm poderes de investigação e podem
a) Os partidos reunidos em federação deverão permanecer a
convocar testemunhas.
ela filiados por, no mínimo, 4 (quatro) anos;    
- Auditorias Externas
b) Pode a federação ser constituída até a data final do perío-
Os órgãos legislativos muitas vezes conduzem auditorias exter-
do de realização das convenções partidárias;
nas para avaliar as contas do governo. Desse modo, essas auditorias
c) Deverá a federação ter abrangência nacional e registro en-
podem ocorrer regularmente ou em resposta a eventos específicos.
caminhado ao Tribunal Superior Eleitoral.   
- Aprovação Orçamentária
O poder legislativo tem autoridade sobre o orçamento do
 OBS. Importante: Caso haja de desligamento de um ou
governo. A aprovação orçamentária é um mecanismo-chave para
mais partidos, a federação continuará em funcionamento, até a
controlar os gastos e garantir que os recursos sejam utilizados de
eleição seguinte, desde que nela permaneçam dois)ou mais parti-
acordo com as prioridades estabelecidas.
dos.
- Votações de Confiança e Moções de Censura
O legislativo pode expressar ou retirar a confiança no gover-
É crucial ressaltar que todas as normas que regem as atividades
no por meio de votações de confiança ou moções de censura. Es-
dos partidos políticos, particularmente aquelas relacionadas às elei-
ses mecanismos são formas de responsabilizar o governo por suas
ções, são aplicáveis à federação de partidos. Isso abrange aspectos
ações.
como a escolha e registro de candidatos para as eleições majori-
São mecanismos de controle Independentes:
tárias e proporcionais, a arrecadação e aplicação de recursos em
a) Os Tribunais de Contas, pois, são órgãos independentes que
campanhas eleitorais, a propaganda eleitoral, a contagem de votos,
revisam as contas e as operações do governo. Eles desempenham
a obtenção de cadeiras, a prestação de contas e a convocação de
um papel crucial na fiscalização e no controle financeiro.
suplentes.
b) A Advocacia-Geral da União, que é responsável pela re-
Por fim, salienta-se que o partido que em cada eleição para a
presentação judicial e pela consultoria jurídica do governo, a Ad-
Câmara dos Deputados, conquistar o apoio mínimo de cinco por
vocacia-Geral da União atua como órgão de controle legal e cons-
cento dos votos válidos apurados, excluindo brancos e nulos, distri-
titucional.
buídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de
c) As Agências Reguladoras, uma vez que em certos setores,
dois por cento do total de votos em cada um deles, tem direito ao
agências reguladoras independentes supervisionam as atividades
funcionamento parlamentar em todas as Casas Legislativas para as
para garantir o cumprimento de regulamentações e proteger os in-
quais tenha eleito representantes. Essa condição assegura ao par-
teresses dos cidadãos.
tido a participação efetiva e representação nos órgãos legislativos.
Por último, vejamos em destaque outras importantes conside-
rações acerca do tema em estudo:

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

 Promover a participação cidadã é crucial e os mecanismos 6.A constituição e manutenção da ordem política são temas
que incentivam a transparência e a colaboração com a sociedade centrais na Ciência Política, envolvendo a análise das instituições,
civil fortalecem o controle estatal. normas, valores e práticas que estruturam a autoridade e as rela-
 As leis e regulamentações devem garantir a existência e a ções de poder em uma sociedade.
eficácia dos mecanismos de controle. A garantia de acesso à infor- A assertiva se encontra:
mação é um aspecto crucial. ( ) CERTO
 Mecanismos de controle devem ser ágeis e responsivos ( ) ERRADO.
para lidar eficazmente com questões emergentes e evitar a buro-
cracia excessiva. 7.A participação cívica é crucial para a manutenção da ordem
 A interação entre esses mecanismos cria um sistema de em sociedades democráticas. Isso não inclui o engajamento dos ci-
checks and balances (pesos e contrapesos), que contribui para a go- dadãos em processos eleitorais, protestos pacíficos e outras formas
vernança responsável e para a proteção dos direitos dos cidadãos. de participação política
A assertiva se encontra:
( ) CERTO
QUESTÕES ( ) ERRADO.

8.Em sociedades pluralistas, a manutenção da ordem muitas


1..O conflito é um conceito central na Ciência Política, pois re- vezes requer a capacidade de negociar e alcançar consensos. Isso é
flete as disputas e tensões que ocorrem em sociedades em relação especialmente importante em contextos onde não existem diferen-
ao poder, recursos, ideias e valores. tes grupos étnicos, religiosos ou políticos.
A assertiva se encontra: A assertiva se encontra:
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO. ( ) ERRADO.

2.Enquanto algumas teorias enfatizam o conflito como inevitá- 9.Hobbes, em sua obra “Leviatã” (1651), apresentou a ideia do
vel, o pluralismo sugere que o conflito é uma parte normal e sau- contrato social como um meio de superar o estado de natureza, que
dável da política democrática. Diferenças de opinião e competição ele descreveu como um estado de guerra de todos contra todos.
por influência são vistos como componentes naturais de sistemas A assertiva se encontra:
políticos diversificados. ( ) CERTO
A assertiva se encontra: ( ) ERRADO.
( ) CERTO
( ) ERRADO. 10.A repartição de poderes, também conhecida como separa-
ção de poderes, é um conceito-chave na teoria política, com suas
3.Legitimidade refere-se à crença e aceitação por parte dos go- origens nas ideias de filósofos políticos como Montesquieu. Esse
vernados de que o poder de uma entidade é válido e justo. Uma princípio visa evitar a concentração excessiva de poder em uma
autoridade legítima é aquela que é reconhecida como sendo apro- única autoridade, dividindo as funções governamentais entre dife-
priada e justa pela sociedade. rentes órgãos.
A assertiva se encontra: A assertiva se encontra:
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO. ( ) ERRADO.

4.Em teorias políticas, como a teoria do contrato social, a domi- 11.Na perspectiva de Weber, podemos entender os critérios de
nação é muitas vezes entendida como derivada do consentimento dominação nas interações sociais, quando os indivíduos obedecem
dos governados. As pessoas discordam em aceitar a dominação em a uma ordem legítima emitida por um líder específico.
troca de certos benefícios ou ordem social. A assertiva se encontra:
A assertiva se encontra: ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO.
( ) ERRADO.
12.Para Max Weber, na burocracia, a estrutura institucional é
5.A legitimidade também está relacionada às expectativas dos delineada por funções específicas, uma vez que os cargos ocupados
cidadãos em relação ao governo. Quando as instituições políticas demandam conhecimento técnico para o adequado desempenho
atendem às necessidades e demandas dos cidadãos, a legitimidade das atribuições.
é enfraquecida. A assertiva se encontra:
A assertiva se encontra: ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO.
( ) ERRADO.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

13.Para Weber, os quadros e meios administrativos do Estado 20.As auditorias externas ou internas avaliam as práticas finan-
na perspectiva burocrática são estruturados com base em princí- ceiras e administrativas do governo. Elas examinam a eficiência e a
pios de racionalidade, impessoalidade e legalidade e a burocracia é legalidade das operações, ajudando a prevenir irregularidades e a
concebida como um meio eficaz e eficiente de governança, orienta- identificar áreas de melhoria.
do por normas e procedimentos formalmente estabelecidos. A assertiva se encontra:
A assertiva se encontra: ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO.
( ) ERRADO.

14.A manutenção de registros sistemáticos e documentação é GABARITO


fundamental. Isso visa garantir a transparência, rastreabilidade e
responsabilidade nas atividades administrativas.
A assertiva se encontra: 1 CERTO
( ) CERTO
( ) ERRADO. 2 CERTO
3 CERTO
15. Na burocracia, a estrutura institucional é delineada por fun-
4 ERRADO
ções específicas, uma vez que os cargos ocupados não demandam
conhecimento técnico para o adequado desempenho das atribui- 5 ERRADO
ções. 6 CERTO
A assertiva se encontra:
( ) CERTO 7 ERRADO
( ) ERRADO. 8 ERRADO
9 CERTO
16.O Supremo Tribunal Federal desempenha o papel funda-
mental como órgão de supremacia no Poder Judiciário, sendo in- 10 CERTO
cumbido, principalmente, da salvaguarda da Constituição, confor- 11 CERTO
me estabelecido no art. 102 da Constituição da República.
A assertiva se encontra: 12 CERTO
( ) CERTO 13 CERTO
( ) ERRADO.
14 CERTO
17.Os sistemas de votação variam, mas geralmente incluem 15 ERRADO
métodos como voto majoritário, voto proporcional ou outros. A in- 16 CERTO
tegridade do processo eleitoral é vital para garantir a representação
17 CERTO
adequada dos eleitores.
A assertiva se encontra: 18 CERTO
( ) CERTO 19 ERRADO
( ) ERRADO.
20 CERTO
18.A organização eficaz dos partidos políticos e a integridade
dos processos eleitorais são de suma importância para a saúde e a
legitimidade de um sistema democrático, garantindo que a vontade ANOTAÇÕES
dos eleitores seja refletida de maneira justa e representativa.
A assertiva se encontra: ___________________________________________
( ) CERTO ___________________________________________
( ) ERRADO.
___________________________________________
19.Caso haja de desligamento de um ou mais partidos, a fede- ___________________________________________
ração continuará em funcionamento, até a eleição seguinte, desde ___________________________________________
que nela permaneçam três ou mais partidos. ___________________________________________
A assertiva se encontra:
( ) CERTO ___________________________________________
( ) ERRADO. ___________________________________________
___________________________________________
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NOÇÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

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REALIDADE SÓCIO-POLÍTICO
-HISTÓRICA DO RS

dança entre a geologia e o relevo. As cuestas, resultantes da erosão


O ESPAÇO NATURAL: ESTRUTURA GEOLÓGICA E CARACTE- diferencial entre camadas rochosas, são exemplos da harmoniosa
RÍSTICAS DO RELEVO interação entre elementos geológicos e topográficos, criando cená-
rios únicos no estado.
Desse modo, a estrutura geológica e as características do re-
O Rio Grande do Sul, localizado na região sul do Brasil, é um levo do Rio Grande do Sul são fundamentais para compreender
território que transcende sua rica cultura e diversidade econômica a riqueza natural dessa região. Desde as vastas planícies do Pam-
ao revelar uma geologia imponente e um relevo singular. Ao desbra- pa até as altas serras, cada centímetro do território gaúcho conta
varmos a complexidade da estrutura geológica, somos guiados por uma história geológica intrigante e singular. A compreensão dessa
uma narrativa que desvela os mistérios das rochas que constituem interação entre a terra e as formas que ela assume nos convida a
a essência do estado, e ao explorarmos as características do rele- apreciar a diversidade e a complexidade do espaço natural do Rio
vo, testemunhamos a topografia variada que esculpe a paisagem Grande do Sul.
gaúcha.
O subsolo gaúcho emerge como um legado geológico, um ar-
quivo que se estende por milhões de anos. A estrutura geológica do ECOSSISTEMAS FLORESTAIS E NÃO-FLORESTAIS
estado, marcada pela presença de rochas sedimentares, metamór-
ficas e ígneas, proporciona um mosaico de formações únicas. A Ba-
cia do Paraná, uma extensa área de sedimentação, revela-se crucial As florestas gaúchas, verdadeiros pulmões verdes do sul, de-
na compreensão da origem do solo fértil que sustenta a agricultura sempenham um papel vital na sustentação do equilíbrio ambiental.
regional, resultado de processos geodinâmicos ao longo de eras A Mata Atlântica, presente em algumas áreas, desvenda uma profu-
geológicas. são de espécies vegetais e animais, transformando-se em um ecos-
A presença de rochas metamórficas nas serras, como o grani- sistema singular e ameaçado. Entre as majestosas árvores, como
to e o gnaisse, atesta a intensidade dos processos tectônicos que a simbólica Araucária, as matas de altitude contribuem para a rica
esculpiram o Rio Grande do Sul ao longo do tempo. Essas rochas biodiversidade local. Parques nacionais como Aparados da Serra e
resilientes não apenas compõem as majestosas formações monta- Serra Geral surgem como testemunhos emblemáticos, abrigando
nhosas, mas também exercem influência marcante na qualidade do uma complexa interdependência entre flora e fauna.
solo, impactando diretamente a agricultura e a fauna local. Por outro lado, os ecossistemas não-florestais deslumbram
O mapa topográfico do Rio Grande do Sul revela uma sinfo- em suas próprias singularidades. O Pampa, vasta planície que do-
nia visual de formas e altitudes, uma diversidade de relevos que mina grande parte do território, é um exemplo marcante. Campos
encanta os observadores. O Pampa, vasta planície que se estende nativos, coxilhas suaves e banhados formam a identidade dessa re-
por grande parte do território, é uma expressão marcante do re- gião, proporcionando um habitat para uma fauna adaptada às con-
levo gaúcho. Essa extensa área de campos nativos, moldada pelos dições específicas desse ambiente singular. Nas regiões litorâneas,
suaves contornos das coxilhas e pela presença de banhados, é re- a diversidade continua a surpreender, especialmente nas restingas,
sultado de processos erosivos que ao longo do tempo esculpiram ambientes costeiros únicos, que abrigam uma flora adaptada às
sua topografia plana, proporcionando solo fértil e propício para a condições de salinidade e ventos constantes. Os estuários, transi-
pecuária e agricultura extensiva. ções fascinantes entre ambientes aquáticos e terrestres, oferecem
Contrapondo-se à planície do Pampa, as serras gaúchas ofere- um habitat essencial para inúmeras espécies.
cem um espetáculo de altitudes deslumbrantes. A Serra Geral, com A interação entre esses ecossistemas, florestais e não-flores-
suas formações rochosas íngremes e vales profundos, não apenas tais, é uma dança fundamental para a manutenção da biodiversida-
desafia os aventureiros em busca de trilhas desafiadoras, mas tam- de e estabilidade ambiental. A conectividade entre esses ambientes
bém abriga uma biodiversidade única, adaptada às condições espe- possibilita a migração de espécies, promovendo variabilidade gené-
cíficas desse ambiente acidentado. tica e contribuindo para a resiliência dos ecossistemas diante das
A interconexão entre a estrutura geológica e as características mudanças climáticas.
do relevo é clara ao examinarmos como as rochas que compõem o Entretanto, apesar da exuberância, o Rio Grande do Sul en-
subsolo influenciam diretamente as formas do terreno. A resistên- frenta desafios significativos, como expansão agrícola, urbanização
cia das rochas metamórficas nas serras cria elevações imponentes, e alterações climáticas. Estratégias de conservação tornam-se im-
enquanto os sedimentos depositados nas planícies formam a base perativas, incluindo a criação e fortalecimento de áreas protegidas,
fértil do Pampa. a promoção da agricultura sustentável e a conscientização da socie-
Os processos erosivos contínuos moldam incansavelmente a dade sobre a importância da preservação ambiental.
paisagem gaúcha. Rios como o Uruguai e o Jacuí, esculpindo va-
les e desfiladeiros ao longo de milênios, testemunham a constante
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a solução para o seu concurso!
REALIDADE SÓCIO-POLÍTICO-HISTÓRICA DO RS

Portanto, os ecossistemas florestais e não-florestais do Rio imprime seu próprio selo nas condições meteorológicas locais. A
Grande do Sul formam um mosaico complexo e fascinante de vida. compreensão e apreciação desse panorama climático não apenas
As florestas, densas e diversificadas, entrelaçam-se harmoniosa- enriquecem nossa percepção do estado, mas também ressaltam a
mente com os campos abertos do Pampa e as restingas litorâneas. importância de abordagens sustentáveis diante dos desafios climá-
A preservação desses ecossistemas é vital não apenas para a bio- ticos emergentes. O Rio Grande do Sul, com sua paleta climática
diversidade local, mas também para a saúde global do planeta. O variada, continua a ser um protagonista fascinante no palco das
chamado à conscientização e ações concretas de conservação tor- nuances meteorológicas brasileiras.
nam-se imperativos, garantindo que as futuras gerações possam
desfrutar da riqueza e da beleza intrínseca dos ecossistemas do Rio
Grande do Sul. A REDE HIDROGRÁFICA

O CLIMA Nessa exploração das águas, somos conduzidos por uma sin-
fonia de rios imponentes, afluentes sinuosos e espelhos d’água
serenos, mergulhando na riqueza e vitalidade desse sistema hidro-
O estado, abraçando dimensões impressionantes, acolhe uma lógico. Os rios, como artérias, cortam o vasto território gaúcho, de-
gama extraordinária de climas e subclimas que moldam a experiên- sempenhando um papel crucial na geografia e no desenvolvimento
cia climática de seus habitantes e visitantes. A influência marcante do estado. O Rio Uruguai, marcando a fronteira ocidental, serpen-
do clima subtropical, predominante na maior parte do território, teia e irriga terras ricas em biodiversidade, impulsionando a pros-
imprime suas marcas nas estações do ano, proporcionando inver- peridade agrícola. O Jacuí, com sua teia de afluentes, esculpe vales
nos rigorosos com geadas e, ocasionalmente, neve, contrastando e planícies, enquanto a grandiosa Barragem do Passo Real regula
com verões quentes e úmidos, caracterizados por tempestades tro- o fluxo hídrico, testemunhando a harmonia entre a natureza e a
picais e elevadas temperaturas. engenharia.
Conforme avançamos em direção ao sul, deparamo-nos com a Os afluentes, como veias secundárias, entrelaçam-se à malha
transição para o clima temperado oceânico, destacando-se a região principal, nutrindo o solo e definindo as características regionais. O
de Pelotas, onde invernos menos rigorosos e verões amenos criam Rio Taquari, unindo-se ao Jacuí, contribui para a fertilidade das ter-
uma variação climática sutil, porém distintiva. O Pampa, vasta pla- ras ribeirinhas, moldando a topografia e a biodiversidade local. No
nície que domina grande parte do território gaúcho, exerce uma sul, o Rio Pelotas serpenteia pelos campos do Pampa, alimentando
influência marcante sobre o clima local. Os campos abertos, pon- um ambiente propício para a pecuária e a agricultura, sustentando
tuados por coxilhas e banhados, moldam microclimas específicos, uma rica biodiversidade.
criando uma dinâmica térmica singular que influencia as condições Lagos e lagoas pontuam a geografia, refletindo a riqueza hídri-
meteorológicas de forma única. ca do estado. O Lago Guaíba, próximo a Porto Alegre, é mais que
Ao ascendermos em direção às serras, como a imponente Ser- água; é um cenário que desvela paisagens urbanas e naturais, tes-
ra Geral e a Serra do Sudeste, deparamo-nos com um cenário climá- temunhando séculos de atividades humanas. As Lagoas dos Patos e
tico diferenciado. A altitude dessas regiões imprime características Mirim, no litoral, formam uma vasta laguna que abraça uma biodi-
próprias ao clima, com temperaturas mais amenas e elevada umi- versidade rica, sendo palco de atividades culturais e históricas.
dade do ar, proporcionando um refúgio agradável em meio ao calor A rede hidrográfica do Rio Grande do Sul transcende a mera
do verão e criando um microclima propício para o cultivo de vinhe- presença de cursos d’água, tornando-se um sistema interconectado
dos, impulsionando a próspera indústria vinícola da Serra Gaúcha. que influencia ecossistemas e vida nas margens. Matas ciliares ao
A influência dos ventos que sopram do oceano Atlântico é longo dos rios preservam a qualidade da água, enquanto a intera-
significativa, transportando umidade que contribui para chuvas ção com formações geológicas cria cuestas e vales que abrigam di-
abundantes em regiões como a Serra do Mar, enquanto áreas mais ferentes formas de vida.
distantes do litoral experimentam índices pluviométricos mais bai- Apesar da abundância, a gestão sustentável dos recursos hí-
xos. Elementos aquáticos, representados pelos rios Uruguai e Jacuí, dricos é um desafio, com a poluição, a degradação e a demanda
também desempenham um papel crucial na modelagem do clima crescente impondo a necessidade de estratégias de conservação.
gaúcho, contribuindo para a formação de nevoeiros e amenizando A agricultura, indústria e comunidades dependem diretamente da
as variações térmicas, criando microclimas específicos nas margens água, exigindo práticas sustentáveis para garantir a continuidade
desses cursos d’água. desse precioso recurso.
Apesar da riqueza de sua diversidade climática, o Rio Gran- Entretanto, a rede hidrográfica do Rio Grande do Sul não é ape-
de do Sul enfrenta desafios decorrentes das mudanças climáticas nas água corrente; é um elemento vital moldando geografia, biodi-
globais. Eventos extremos, como enchentes e secas prolongadas, versidade e vida humana. Dos rios que cortam as terras aos lagos
tornaram-se mais frequentes, demandando estratégias de adapta- que refletem histórias, cada veia hídrica contribui para a riqueza
ção e mitigação. A agricultura, pilar econômico do estado, é particu- e complexidade do espaço natural gaúcho. A compreensão dessa
larmente sensível a essas variações climáticas, exigindo inovações interconexão oferece não apenas insights científicos, mas também
e práticas sustentáveis para enfrentar os desafios de um clima em uma apreciação mais profunda da beleza e fragilidade desse siste-
constante transformação. ma essencial para a vida no Rio Grande do Sul.
Concluindo, o Rio Grande do Sul emerge não apenas como
um cenário geográfico diversificado, mas também como um palco
de nuances climáticas que enriquecem nossa percepção do estado.
Das vastas planícies pampianas às alturas das serras, cada região
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APROVEITAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS E IMPAC- A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO: ASPECTOS HISTÓRICOS DO


TOS AMBIENTAIS PROCESSO DE OCUPAÇÃO

A extração de recursos minerais emerge como um pilar signifi- A história do Rio Grande do Sul desvela-se como um intrigan-
cativo na economia gaúcha. As jazidas de carvão, presentes na re- te capítulo na saga da colonização e ocupação do vasto território
gião carbonífera, têm servido como fonte essencial de energia para brasileiro. Nesse contexto, o processo de ocupação desta região,
o estado. Contudo, essa exploração não ocorre sem consequências permeado por uma complexa rede de eventos históricos, culturais e
ambientais expressivas, incluindo alterações no relevo, poluição econômicos, revela a riqueza e a profundidade da construção deste
hídrica e emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para os estado sulista ao longo dos séculos.
desafios ambientais globais, como as mudanças climáticas. Desde os primórdios, os séculos XVII e XVIII, são marcados
Outro recurso mineral de destaque é o calcário, crucial na cor- pelos registros históricos que remontam às missões jesuíticas. As
reção de solos agrícolas. Apesar de sua relevância para a produtivi- reduções, comunidades indígenas organizadas pelos jesuítas, de-
dade agrícola, a extração do calcário não está isenta de impactos, sempenharam um papel crucial na ocupação da região, sendo esse
podendo resultar em degradação do solo e alterações nos ecossis- período moldado pelo contato entre europeus e povos indígenas,
temas locais. A busca pelo equilíbrio entre a demanda por recur- bem como pelas disputas territoriais entre Portugal e Espanha.
sos minerais e a conservação ambiental continua sendo um desafio Ao adentrar o século XVIII, observamos a chegada dos açoria-
constante. nos, cuja influência se fez sentir fortemente na cultura e arquitetura
A agricultura, como pilar fundamental da economia gaúcha, do litoral gaúcho. O tropeirismo, atividade econômica centrada no
enfrenta seus próprios desafios ambientais. A expansão das áreas transporte de gado, emergiu como um pilar essencial para a ocupa-
agrícolas muitas vezes implica na conversão de ecossistemas natu- ção do interior do estado, com trilhas tropicais cortando o territó-
rais, como florestas e campos nativos, em terras cultiváveis. Essa rio e contribuindo para a formação de vilarejos ao longo das rotas
transformação pode acarretar na perda de biodiversidade, erosão comerciais.
do solo e mudanças nos padrões climáticos locais. O século XIX emerge como palco do auge do ciclo do charque,
A pecuária, particularmente nas vastas planícies do Pampa, é atividade econômica centrada no processamento e comércio de
uma atividade econômica tradicional no estado. Contudo, a pecuá- carne salgada. Este período impulsionou o desenvolvimento das es-
ria extensiva pode contribuir para a degradação do solo e a emissão tâncias, grandes propriedades rurais dedicadas à criação de gado, e
de gases do efeito estufa, destacando a necessidade de adotar prá- foi fundamental para a expansão da fronteira agrícola, influencian-
ticas sustentáveis para mitigar esses impactos. do diretamente na ocupação e colonização do pampa gaúcho.
A exploração dos recursos hídricos assume um papel significa- A segunda metade do século XIX se caracteriza pela significati-
tivo na economia gaúcha, com barragens como a Usina Hidrelétrica va imigração europeia, com italianos, alemães e poloneses deixan-
de Itaúba desempenhando um papel vital na oferta de energia. No do uma marca indelével na história do Rio Grande do Sul. Além de
entanto, a construção dessas barragens não é isenta de impactos suas tradições, esses grupos étnicos contribuíram significativamen-
ambientais consideráveis, incluindo a alteração do curso dos rios e te para o desenvolvimento agrícola e industrial do estado, resultan-
a interrupção dos fluxos naturais. do em um mosaico cultural único.
A indústria madeireira, predominante em regiões como a Serra A Revolução Farroupilha (1835-1845), conhecida como a Guer-
Gaúcha, exerce impactos diretos na cobertura florestal. O desmata- ra dos Farrapos, figura como um marco crucial na história gaúcha
mento, muitas vezes associado à exploração de madeira, pode levar do século XIX. Originada por questões políticas e econômicas, esta
à perda de habitats naturais, afetando a fauna e flora locais. revolução teve reflexos profundos na organização do espaço, culmi-
Diante desses desafios, estratégias de conservação e desenvol- nando em um realinhamento político-administrativo que moldou as
vimento sustentável tornam-se imperativas. A implementação de bases da estrutura territorial atual.
práticas agrícolas sustentáveis, manejo florestal responsável, busca O século XX testemunhou o avanço da urbanização e industria-
por fontes de energia renovável e adoção de tecnologias limpas são lização no estado, com Porto Alegre consolidando-se como centro
passos cruciais para minimizar os impactos ambientais negativos. econômico e cultural. O desenvolvimento industrial, sobretudo nas
De acordo com o que vimos anteriormente ao decorrer do tex- áreas metropolitanas, transformou a dinâmica socioeconômica,
to, o Rio Grande do Sul, com sua riqueza em recursos naturais, en- contribuindo para a diversificação da ocupação do solo.
frenta o desafio de equilibrar o desenvolvimento econômico com Ao longo das décadas, questões fundiárias e movimentos so-
a preservação do meio ambiente. A compreensão dos impactos ciais desempenharam um papel fundamental na moldagem da ocu-
associados à exploração mineral, agricultura, pecuária e outras ati- pação do solo. A luta pela terra, os conflitos agrários e as reivindica-
vidades econômicas é essencial para a busca de soluções sustentá- ções por reforma agrária influenciaram diretamente na organização
veis. O desafio reside em desenvolver estratégias que promovam do espaço rural, evidenciando a complexidade das relações sociais
o progresso econômico sem comprometer a integridade ecológica, e políticas na construção histórica do território gaúcho.
alcançando um equilíbrio delicado entre desenvolvimento e preser- Nos tempos atuais, a ocupação do Rio Grande do Sul enfrenta
vação ambiental no cenário gaúcho. desafios significativos, como a urbanização desordenada, pressões
ambientais e a necessidade premente de conciliar o desenvolvi-
mento econômico com a preservação ambiental. Estratégias de pla-
nejamento territorial sustentável emergem como imperativas para
garantir um futuro equilibrado e resiliente.

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Conforme vimos anteriormente podemos concluir que, os as- A complexa teia dos fluxos migratórios no Rio Grande do Sul vai
pectos históricos do processo de ocupação no Rio Grande do Sul além de meras mudanças geográficas de populações. Essa dinâmica
contam uma história multifacetada, tecida por diferentes comu- intricada não apenas moldou a demografia e a distribuição popu-
nidades, eventos e transformações ao longo dos séculos. A com- lacional do estado, mas também desempenhou um papel crucial
preensão dessa trajetória histórica é essencial para apreciar a diver- na formação e metamorfose dos aspectos culturais que distinguem
sidade cultural, econômica e geográfica que define o estado gaúcho essa região tão rica do Brasil.
nos dias de hoje. Desde os primórdios da colonização, as influências jesuíticas
desencadearam um impacto cultural que transcende os séculos.
As missões jesuíticas, ao buscar a cristianização dos indígenas, não
DINÂMICA DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS: ASPECTOS ÉTNI- apenas introduziram elementos europeus, mas também deixaram
COS E CULTURAIS marcas duradouras na arquitetura, religiosidade e nas práticas coti-
dianas dos habitantes.
A chegada dos açorianos no século XVIII trouxe consigo uma
A história rica do Rio Grande do Sul é marcada por uma comple- nova dinâmica cultural. A influência açoriana, enraizada no contex-
xa teia de fluxos migratórios, que desvendam a extraordinária diver- to insular, deixou traços singulares na sociedade gaúcha. A música,
sidade étnica contribuinte para a formação da identidade cultural a culinária e os costumes desses colonizadores contribuíram para
do estado. Ao explorar os aspectos étnicos nesse contexto, somos uma diversificação cultural que se mesclou harmoniosamente com
levados a uma compreensão mais profunda das influências multi- as tradições já existentes.
facetadas que moldaram a sociedade gaúcha ao longo dos séculos. O tropeirismo, atividade econômica predominante no trans-
Desde os primórdios da colonização, os registros históricos re- porte de gado, não só impulsionou o desenvolvimento econômico,
velam uma interação impactante entre os indígenas já presentes na mas também fomentou um intenso intercâmbio cultural ao longo
região e os europeus, notadamente os jesuítas, que, para além de das trilhas tropicais. O encontro de diferentes grupos étnicos nas
sua missão religiosa, trouxeram consigo influências culturais e étni- rotas comerciais resultou em uma rica mistura de práticas e costu-
cas que ecoaram ao longo do tempo, moldando a sociedade local mes, enriquecendo a cultura local.
de maneiras singulares. O século XIX, marcado pelo ciclo do charque, testemunhou a
No século XVIII, a chegada dos açorianos acrescentou uma nova imigração europeia, especialmente de italianos, alemães e polone-
camada étnica ao panorama gaúcho. Esses colonizadores deixaram ses. Esses grupos étnicos trouxeram consigo não apenas habilidades
uma marca indelével na cultura e arquitetura do litoral, contribuin- técnicas, mas também uma diversidade cultural que se refletiu em
do para uma diversificação étnica que caracteriza a região. Simulta- aspectos como a culinária, a arquitetura e as celebrações festivas,
neamente, o tropeirismo, com suas trilhas tropicais, proporcionou contribuindo para a construção de um mosaico cultural peculiar.
um intercâmbio cultural entre diferentes grupos étnicos, gerando A Revolução Farroupilha, no século XIX, teve implicações pro-
vilarejos com uma rica miscigenação. fundas na construção da identidade cultural gaúcha. O conflito,
O século XIX viu o apogeu do ciclo do charque, impulsionando para além das causas políticas, refletiu as diferentes tradições e ori-
a formação das estâncias e a ocupação do pampa gaúcho. A imi- gens étnicas dos envolvidos, gerando um caldeirão de influências
gração europeia, com italianos, alemães e poloneses em destaque, que moldou a cultura regional.
não apenas enriqueceu o mosaico cultural, mas também contribuiu O século XX, com o avanço da urbanização e industrialização,
para o desenvolvimento agrícola e industrial do estado. consolidou Porto Alegre como um centro cultural e econômico. Essa
A Revolução Farroupilha (1835-1845), para além de suas di- urbanização não só transformou a paisagem física do estado, mas
mensões políticas, teve impactos étnicos marcantes. As diversas também influenciou os padrões culturais. A diversidade étnica na
facções envolvidas refletiam as complexas diversidades étnicas pre- capital gaúcha é evidente nas festas, na música, na gastronomia e
sentes no Rio Grande do Sul, evidenciando tensões e colaborações nas expressões artísticas que permeiam o cotidiano.
entre grupos de diferentes origens. Nos dias atuais, a dinâmica dos fluxos migratórios enfrenta no-
No século XX, o avanço da urbanização e industrialização trou- vos desafios. A urbanização desordenada, as pressões ambientais
xe novas dinâmicas para a composição étnica gaúcha. Porto Alegre, e a globalização apresentam dilemas à preservação da diversidade
como epicentro cultural e econômico, tornou-se um ponto de con- cultural. A busca por uma cultura sustentável, que valorize as raí-
vergência de diferentes grupos étnicos, consolidando a diversidade zes e promova a integração de novos elementos, torna-se essencial
presente no estado. para enfrentar esses desafios.
Contudo, nos tempos atuais, o Rio Grande do Sul enfrenta de- Então podemos dizer que, a narrativa dos fluxos migratórios no
safios significativos relacionados à dinâmica dos fluxos migratórios. Rio Grande do Sul entrelaça-se com os aspectos culturais, formando
A urbanização desordenada, as pressões ambientais e a necessida- uma história rica e complexa. A convivência e a influência mútua de
de de conciliar desenvolvimento econômico com preservação am- diferentes grupos étnicos ao longo do tempo resultaram em uma
biental impactam a composição étnica, gerando novas dinâmicas de identidade cultural única e multifacetada. A preservação dessa ri-
migração interna e internacional. queza cultural, aliada à adaptação a novas realidades, é crucial para
A dinâmica dos fluxos migratórios no Rio Grande do Sul dese- garantir um futuro vibrante e sustentável para o Rio Grande do Sul.
nha um intricado enredo étnico, entrelaçando diferentes culturas
e tradições ao longo da história. A compreensão desses aspectos
é fundamental para apreciar a riqueza multicultural que define o
estado gaúcho nos dias de hoje, destacando a diversidade étnica
como uma força propulsora crucial na construção da identidade sin-
gular do Rio Grande do Sul.
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Desde os primórdios da colonização, as características distin-


ASPECTOS GEOPOLÍTICOS E PLANOS DE DESENVOLVIMEN- tas das diversas regiões do Rio Grande do Sul moldaram as bases
TO REGIONAL para a necessidade de planos de desenvolvimento específicos. Com
a chegada dos colonizadores europeus, percebeu-se a diversidade
geográfica e climática, desde as áreas litorâneas influenciadas pelos
Desde muito tempo atrás, o Rio Grande do Sul viu-se imerso açorianos até o pampa gaúcho, onde o tropeirismo e as estâncias
em disputas territoriais que deixaram marcas indeléveis em sua desempenharam papel crucial.
configuração geopolítica. A presença dos povos indígenas, como os O século XIX, marcado pelo ciclo do charque e pela imigração
guaranis, já delineava fronteiras naturais, mas a chegada dos euro- europeia, trouxe consigo desafios e oportunidades que demanda-
peus, notadamente portugueses e espanhóis, introduziu a comple- vam abordagens regionais. As estâncias prosperaram no pampa,
xidade das demarcações territoriais estabelecidas pelos tratados de enquanto a atividade frigorífica se destacou em outras regiões. A
Madrid e Santo Ildefonso. complexidade desses diferentes cenários impulsionou a necessida-
As missões jesuíticas, com seu propósito catequético, exer- de de planos que considerassem as peculiaridades de cada local.
ceram influência não apenas na esfera religiosa, mas também na A Revolução Farroupilha (1835-1845) e os desdobramentos ter-
geopolítica regional. Os conflitos resultantes da expansão colonial, ritoriais influenciaram diretamente na configuração regional do es-
especialmente nas regiões das Missões, revelaram a tensão entre tado. A busca por autonomia e a efêmera República Rio-Grandense
as potências ibéricas, impactando diretamente as fronteiras do Rio destacaram as divergências entre as regiões, intensificando a neces-
Grande do Sul. sidade de estratégias de desenvolvimento específicas.
O século XIX testemunhou um capítulo marcante na geopolí- No século XX, a industrialização e urbanização em Porto Alegre
tica gaúcha com a Revolução Farroupilha (1835-1845). As disputas consolidaram a capital como centro econômico e cultural. Essa con-
por autonomia e os anseios republicanos conduziram a um reali- centração de recursos e oportunidades, contudo, gerou desigual-
nhamento político-administrativo, influenciando a configuração das dades regionais, evidenciando a importância de direcionar esforços
fronteiras e ressaltando a identidade regional, essencial na constru- para equilibrar o desenvolvimento.
ção do sentido de pertencimento territorial. A criação da Superintendência de Desenvolvimento da Região
A Questão das Missões, no final do século XIX e início do XX, Sul (SUDS) na década de 1960 e posteriormente do Banco Regional
reacendeu discussões sobre fronteiras. A divisão territorial entre de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) são exemplos de insti-
Brasil e Argentina na região missioneira evidenciou as nuances tuições destinadas a impulsionar o desenvolvimento regional. Estes
geopolíticas persistentes nas relações entre os países sul-america- órgãos buscaram articular ações que considerassem as demandas
nos. específicas de cada região, visando a promoção de investimentos e
O avanço da urbanização e industrialização, especialmente a redução das disparidades socioeconômicas.
em Porto Alegre, consolidou a capital como um centro estratégico. Desafios contemporâneos, como a urbanização desordenada,
O desenvolvimento econômico e a concentração de recursos em as pressões ambientais e as transformações na agricultura, reque-
áreas urbanas influenciaram as dinâmicas geopolíticas internas, rem abordagens inovadoras nos Planos de Desenvolvimento Regio-
criando centros de poder que continuam a desempenhar papel re- nal. A necessidade de diversificação econômica, preservação am-
levante na política e economia estadual. biental e inclusão social torna urgente a elaboração de estratégias
Nos tempos atuais, o Rio Grande do Sul enfrenta desafios que considerem não apenas as potencialidades, mas também os
geopolíticos diversos. Questões ambientais, políticas de desenvolvi- desafios enfrentados por cada região.
mento regional e a busca por uma inserção estratégica no contexto Os Planos de Desenvolvimento Regional, ao longo da história
nacional e internacional demandam análises aprofundadas. A com- gaúcha, têm sido instrumentos cruciais para orientar a distribuição
plexidade das relações políticas entre municípios, regiões e países de recursos, incentivar investimentos e promover a equidade entre
vizinhos evidencia a constante evolução dos aspectos geopolíticos as distintas áreas do estado. Compreender as características pecu-
na região. liares de cada região e alinhar as políticas públicas de acordo com
Os aspectos geopolíticos do Rio Grande do Sul são intrínse- essas nuances é fundamental para assegurar um desenvolvimento
cos à sua história e continuam a desempenhar um papel crucial em sustentável e equitativo no Rio Grande do Sul. A atenção às deman-
sua trajetória. A configuração territorial, as disputas históricas e os das regionais, aliada à flexibilidade para adaptação às mudanças,
desafios contemporâneos refletem uma narrativa rica e dinâmica. é essencial para enfrentar os desafios contemporâneos e construir
Compreender a geografia política do Rio Grande do Sul é essencial um futuro promissor para todas as comunidades gaúchas.
para apreciar sua complexidade e desenvolvimento ao longo dos
tempos, destacando a importância da análise geopolítica na cons-
trução da identidade desse estado tão marcante no cenário brasi- ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS: EXTRATIVISMO FLORES-
leiro. TAL E MINERAL
O Rio Grande do Sul, estado situado na região sul do Brasil, é
palco de uma rica e diversificada paisagem que reflete não apenas -
a variedade geográfica, mas também as disparidades socioeconô- O extrativismo florestal desempenha um papel crucial na eco-
micas presentes em suas diferentes regiões. Para lidar com essas nomia do estado, abrangendo a coleta de produtos como madeira,
complexidades e promover um crescimento equitativo, têm sido resinas, frutos e plantas ornamentais. As florestas nativas, como
fundamentais os Planos de Desenvolvimento Regional, estratégias a Mata Atlântica e os remanescentes de araucárias, representam
que buscam alinhar os recursos e as potencialidades locais em prol fontes vitais desses recursos. Contudo, a exploração desordenada
do progresso estadual. suscita preocupações ambientais, demandando a implementação
de medidas de preservação e manejo sustentável.
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No Rio Grande do Sul, um dos principais desafios enfrentados Além disso, a concentração fundiária também está intrinseca-
pelo extrativismo florestal é encontrar o equilíbrio entre a explora- mente ligada aos aspectos ambientais. Grandes propriedades po-
ção econômica e a conservação ambiental. Estratégias como pro- dem, em alguns casos, pressionar ecossistemas locais, levando à
gramas de reflorestamento, certificação de produtos e fiscalização degradação ambiental e à perda de biodiversidade. Nesse contexto,
rigorosa são adotadas para assegurar a sustentabilidade dessas ati- a gestão sustentável da terra torna-se imperativa para equilibrar as
vidades. Adicionalmente, a exploração de alternativas econômicas, necessidades agrícolas com a preservação ambiental.
como o ecoturismo, é explorada como forma de reduzir a pressão Os desafios relacionados à estrutura fundiária no Rio Grande
sobre os recursos naturais. do Sul demandam abordagens integradas e políticas públicas efica-
No âmbito do extrativismo mineral, o Rio Grande do Sul desta- zes. Incentivar a agricultura familiar, promover a regularização fun-
ca-se nacionalmente pelo seu potencial, abrigando jazidas de car- diária, e implementar práticas agrícolas sustentáveis são estratégias
vão, pedras preciosas, argila, entre outros. O carvão, em particular, que podem contribuir para a redução das desigualdades e a promo-
desempenha um papel significativo na matriz energética do estado. ção do desenvolvimento socioeconômico equitativo.
Contudo, a exploração mineral enfrenta desafios, especialmente Desse modo, a estrutura fundiária no Rio Grande do Sul é um
em relação aos impactos ambientais e à interação com as comuni- aspecto central na compreensão da dinâmica socioeconômica do
dades locais. estado. A busca por equidade na distribuição de terras não apenas
A extração de carvão, por exemplo, está associada à degrada- promove justiça social, mas também se configura como um pilar
ção do solo, poluição hídrica e emissões de gases de efeito estufa. O essencial para o desenvolvimento sustentável, capaz de gerar im-
debate sobre a transição para fontes de energia mais limpas levanta pactos positivos em toda a sociedade gaúcha. A reflexão sobre a es-
a necessidade de repensar a dependência do carvão, incentivando trutura fundiária, portanto, representa um passo fundamental para
a diversificação da matriz energética e a adoção de tecnologias mais a construção de um futuro mais justo e próspero no Rio Grande do
sustentáveis. Sul.
No contexto do desenvolvimento sustentável, o desafio para A história agrária do Rio Grande do Sul é marcada por diferen-
o Rio Grande do Sul reside na promoção equilibrada dessas ativi- tes formas de ocupação e apropriação de terras, desde as sesma-
dades extrativistas, buscando conciliar interesses econômicos com rias coloniais até as atuais disputas envolvendo terras indígenas,
a preservação ambiental. Iniciativas que fomentem a pesquisa e a quilombolas e áreas destinadas à agricultura familiar. A diversidade
aplicação de tecnologias inovadoras, como a recuperação de áreas de atores envolvidos, como grandes latifundiários, pequenos agri-
degradadas e o uso de energias renováveis, emergem como cruciais cultores, comunidades tradicionais e movimentos sociais, contribui
para o futuro dessas práticas. para a complexidade desse cenário.
Portanto, o extrativismo florestal e mineral no Rio Grande do Os conflitos pela terra muitas vezes têm suas raízes na falta de
Sul constitui uma faceta complexa da realidade socioeconômica do regularização fundiária e na ausência de políticas públicas eficazes.
estado. A busca pelo equilíbrio entre o desenvolvimento econômi- A disputa por terras indígenas, por exemplo, reflete séculos de mar-
co e a preservação ambiental é imperativa, demandando a partici- ginalização e desrespeito aos direitos originários das populações
pação ativa de diversos setores da sociedade. Somente por meio nativas. O reconhecimento e a demarcação adequada dessas terras
de uma abordagem integrada e sustentável será possível garantir são cruciais para a preservação das culturas e modos de vida dessas
o aproveitamento consciente dos recursos naturais, contribuindo comunidades.
para o crescimento econômico e o bem-estar das gerações presen- As áreas destinadas à agricultura familiar também são palco
tes e futuras no Rio Grande do Sul. de intensos conflitos, especialmente quando confrontadas com a
expansão de grandes empreendimentos agroindustriais. A disputa
por recursos naturais, como água e solo fértil, torna-se acirrada,
ESTRUTURA FUNDIÁRIA E CONFLITOS PELA TERRA exacerbando as desigualdades e levando a tensões que prejudicam
o desenvolvimento sustentável dessas regiões.
No contexto dos quilombos, as disputas pela terra têm uma
No cenário rural, as pequenas propriedades familiares desem- dimensão histórica e racial, refletindo a luta contínua por reconhe-
penham um papel significativo na produção agrícola, contribuindo cimento e justiça. A garantia da titulação das terras quilombolas
para a diversificação e segurança alimentar. Entretanto, a presença é essencial não apenas para a preservação cultural, mas também
de grandes latifúndios coloca em evidência as disparidades na dis- para a promoção da igualdade e reparação histórica.
tribuição de terras, gerando impactos socioeconômicos profundos. A resolução desses conflitos exige uma abordagem integrada
A concentração fundiária pode resultar em desigualdades de acesso e sensível às particularidades de cada situação. A implementação
a recursos, serviços e oportunidades, influenciando diretamente a de políticas de regularização fundiária, o fortalecimento dos órgãos
qualidade de vida das populações rurais. responsáveis pela demarcação de terras indígenas e quilombolas,
A concentração fundiária não apenas afeta o meio rural, mas e a promoção do diálogo entre os diferentes atores são passos cru-
reverbera em diversos setores da sociedade gaúcha. Na esfera ur- ciais para a construção de soluções sustentáveis.
bana, por exemplo, a migração de trabalhadores rurais em busca de Além disso, é imperativo considerar o papel da educação e
melhores condições de vida nas cidades está, em parte, relacionada conscientização na transformação das mentalidades e na constru-
às limitações impostas pela estrutura fundiária. A falta de acesso ção de uma cultura de respeito aos direitos territoriais. Iniciativas
à terra para práticas agrícolas sustentáveis pode motivar a busca que promovam a inclusão social, o acesso à informação e a partici-
por alternativas urbanas, intensificando os desafios relacionados ao pação democrática são fundamentais para construir uma sociedade
crescimento populacional nas áreas urbanas. mais justa e equitativa.

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Para concluir podemos afirmar que, os conflitos pela terra no te dos recursos hídricos, fornecendo energia para áreas urbanas e
Rio Grande do Sul representam uma faceta complexa da realidade rurais e desempenhando um papel estratégico na estabilidade do
socioeconômica do estado. A compreensão das origens históricas e sistema elétrico regional.
das nuances desses conflitos é crucial para o desenvolvimento de Apesar dos benefícios, a exploração desse potencial não está
estratégias eficazes de resolução. A construção de um futuro mais isenta de desafios. A construção de barragens e represas pode ge-
justo e sustentável no Rio Grande do Sul passa necessariamente rar impactos ambientais consideráveis, como a alteração nos cursos
pela superação dos desafios relacionados à questão fundiária, ga- d’água, modificação de ecossistemas e deslocamento de comuni-
rantindo o direito à terra como um pilar fundamental da equidade e dades ribeirinhas. O equilíbrio entre o desenvolvimento energético
do desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental é uma constante preocupação para as
autoridades e empresas do setor.
O potencial hidrelétrico, quando explorado de maneira sus-
FONTES DE ENERGIA: POTENCIAL HIDRELÉTRICO, HI- tentável, desempenha um papel crucial na diversificação da matriz
DRELÉTRICAS E MEIO AMBIENTE energética. Apesar da histórica dependência da energia hidrelétri-
ca, a incorporação de fontes renováveis é cada vez mais considera-
da para mitigar impactos ambientais e reduzir a dependência exclu-
As hidrelétricas desempenham papel fundamental na produ- siva. Essa diversificação não é apenas uma estratégia de segurança
ção de energia elétrica no estado, aproveitando rios como o Uru- energética, mas também uma resposta aos desafios globais relacio-
guai e o Jacuí. Contudo, a construção de barragens levanta contro- nados às mudanças climáticas.
vérsias devido a seus impactos ambientais, afetando ecossistemas A evolução tecnológica abre caminho para inovações na gera-
locais e deslocando comunidades ribeirinhas. ção hidrelétrica, visando mitigar impactos e tornar o processo mais
A dependência histórica da energia hidrelétrica destaca a ne- eficiente. A implementação de turbinas avançadas, sistemas de
cessidade de diversificação. A busca por alternativas renováveis, monitoramento ambiental e estratégias flexíveis de operação são
como energia solar e eólica, é promissora, mas enfrenta desafios, áreas de pesquisa que buscam otimizar o aproveitamento desse
como altos investimentos iniciais. Políticas públicas e incentivos fis- potencial. Essas inovações não apenas aprimoram a eficiência das
cais podem ser cruciais para acelerar essa transição. usinas existentes, mas também possibilitam o aproveitamento de
A geração de energia térmica, principalmente pela queima de locais com menor impacto ambiental, contribuindo para um futuro
carvão mineral, é significativa, mas levanta sérias preocupações mais sustentável.
ambientais. Emissões de gases de efeito estufa e poluição exigem a O potencial hidrelétrico no Rio Grande do Sul é uma força mo-
busca por alternativas mais limpas. O debate sobre a transição des- triz essencial para o desenvolvimento econômico e energético do
taca a necessidade de repensar a dependência do carvão e investir estado. Seu papel na matriz energética, apesar dos desafios am-
em tecnologias de baixa emissão. bientais e sociais, é inegável. A busca por soluções inovadoras e sus-
O Rio Grande do Sul possui um potencial considerável para tentáveis para a exploração desse potencial é imperativa, à medida
energias renováveis, como solar e eólica, devido à vastidão das pla- que o estado enfrenta a necessidade de equilibrar o crescimento
nícies e à constância dos ventos. A exploração desse potencial redu- econômico com a conservação ambiental. O potencial hidrelétrico
ziria a dependência de fontes não renováveis e mitigaria impactos do Rio Grande do Sul, quando explorado de maneira responsável
ambientais. e sustentável, representa não apenas uma fonte de energia, mas
Além da diversificação, a eficiência energética é essencial para também uma oportunidade de liderar a transição para um futuro
garantir a sustentabilidade. Iniciativas de redução de desperdício, energético mais limpo e resiliente.
modernização de sistemas e conscientização são vitais para otimi- A exploração das hidrelétricas no Rio Grande do Sul representa
zar o uso dos recursos disponíveis. um estudo detalhado sobre as contribuições, desafios e perspecti-
As fontes de energia no Rio Grande do Sul refletem complexi- vas desse estado localizado na região sul do Brasil. Entre as diversas
dades socioeconômicas e ambientais. A busca por equilíbrio entre fontes de energia exploradas na região, as hidrelétricas emergem
demanda, questões ambientais e viabilidade econômica é constan- como uma componente significativa na matriz energética gaúcha.
te. A diversificação da matriz energética, a incorporação de fontes A topografia diversificada, composta por planícies e serras, aliada
renováveis e a eficiência energética são imperativas para um futuro à presença de rios robustos como o Uruguai e o Jacuí, proporciona
sustentável. O estado tem a oportunidade de liderar uma transição condições ideais para a construção de hidrelétricas, conferindo ao
para um modelo mais limpo e eficiente, contribuindo para sua pró- Rio Grande do Sul uma vantagem natural na geração de energia hi-
pria sustentabilidade e para o debate nacional sobre energia. droelétrica.
O território gaúcho é agraciado com rios caudalosos, como o Essas hidrelétricas desempenham um papel crucial na matriz
Uruguai e o Jacuí, oferecendo condições ideais para a construção de energética gaúcha, contribuindo significativamente para o abasteci-
usinas hidrelétricas. A topografia, composta por planícies e serras, mento elétrico do estado. Exemplares notáveis, como as usinas de
proporciona locais estratégicos para represagem e aproveitamento Itaúba e Passo Fundo, representam casos emblemáticos do aprovei-
do potencial hídrico, conferindo ao estado uma vantagem natural tamento eficiente dos recursos hídricos disponíveis. Para além do
na geração de energia por meio da hidroeletricidade. fornecimento de energia para áreas urbanas e rurais, essas usinas
O potencial hidrelétrico desempenha um papel crucial na ma- assumem um papel estratégico na estabilidade do sistema elétrico
triz energética, contribuindo de maneira significativa para o supri- regional.
mento de eletricidade no estado. Exemplares como as usinas de No entanto, a exploração do potencial hidrelétrico não está
Itaúba e Passo Fundo são testemunhas do aproveitamento eficien- isenta de desafios, principalmente no que diz respeito aos impac-
tos ambientais e sociais. A construção de barragens e represas para
a criação de reservatórios pode gerar consequências significativas,
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incluindo a modificação nos cursos d’água, a transformação de gia solar e eólica pode ser integrada de maneira mais sustentável,
ecossistemas locais e o deslocamento de comunidades ribeirinhas. reduzindo a dependência de fontes não renováveis e promovendo
O equilíbrio entre o desenvolvimento energético e a preservação práticas mais ecoeficientes.
ambiental emerge como uma preocupação constante enfrentada Entretanto, a transição para fontes renováveis também en-
pelas autoridades e empresas do setor. frenta desafios. Investimentos iniciais elevados, infraestrutura es-
Apesar dos desafios, a geração hidrelétrica desempenha um pecífica e resistência a mudanças são obstáculos que precisam ser
papel fundamental na diversificação da matriz energética do Rio superados. Políticas públicas e incentivos fiscais são cruciais para
Grande do Sul. A incorporação de outras fontes renováveis é cada acelerar essa transição, tornando-a mais acessível e atrativa para
vez mais considerada para mitigar impactos ambientais e reduzir a investidores e consumidores.
dependência exclusiva dessa fonte. Essa diversificação não é ape- Além das fontes de energia, a gestão ambiental no contexto
nas uma estratégia de segurança energética, mas também uma res- da expansão urbana e agrícola também influencia o meio ambiente
posta aos desafios globais relacionados às mudanças climáticas e à gaúcho. O desmatamento, a perda de biodiversidade e a degrada-
busca por fontes mais limpas e sustentáveis. ção do solo são preocupações que demandam abordagens integra-
A evolução tecnológica abre caminho para inovações na ge- das e políticas públicas eficazes. A preservação de áreas naturais,
ração hidrelétrica, buscando mitigar impactos e tornar o processo o estímulo à agricultura sustentável e a conscientização ambiental
mais eficiente. A implementação de turbinas avançadas, sistemas são estratégias que contribuem para a construção de um equilíbrio
de monitoramento ambiental e estratégias de operação mais flexí- entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
veis são áreas de pesquisa e desenvolvimento que visam otimizar Concluindo, a relação entre o Rio Grande do Sul e o meio am-
a utilização do potencial hidrelétrico. Essas inovações não apenas biente é complexa, permeada por desafios e oportunidades no con-
aprimoram a eficiência das usinas existentes, mas também possi- texto das diferentes fontes de energia exploradas. A busca por prá-
bilitam o aproveitamento de locais com menor impacto ambiental, ticas mais sustentáveis e ecoeficientes é imperativa para assegurar
contribuindo para um futuro mais sustentável. não apenas o suprimento energético necessário para o desenvolvi-
Apesar dos desafios ambientais e sociais, o papel dessas usinas mento do estado, mas também a preservação do rico patrimônio
na matriz energética é inegável. A busca por soluções inovadoras e ambiental que o caracteriza. A tomada de decisões responsáveis e a
sustentáveis para a exploração desse potencial é imperativa, à medi- participação ativa de diversos setores da sociedade são fundamen-
da que o estado enfrenta a necessidade de equilibrar o crescimento tais para construir um futuro em que o equilíbrio entre desenvolvi-
econômico com a conservação ambiental. O potencial hidrelétrico mento econômico e preservação ambiental seja alcançado.
do Rio Grande do Sul, quando explorado de maneira responsável
e sustentável, não apenas representa uma fonte de energia, mas
também uma oportunidade de liderar a transição para um futuro TRANSPORTES: A MALHA VIÁRIA
energético mais limpo e resiliente.
E a relação entre o Rio Grande do Sul e o meio ambiente é in-
trincada e crucial para o desenvolvimento sustentável do estado. A malha viária do Rio Grande do Sul, destacando-se na região
Nesta dissertação, exploraremos detalhadamente como as diversas sul do Brasil, não apenas reflete sua diversidade geográfica e rique-
fontes de energia impactam o meio ambiente gaúcho, consideran- za cultural, mas também desempenha um papel vital no desen-
do não apenas os benefícios econômicos, mas também os desafios volvimento econômico e social do estado. A evolução histórica da
ambientais que permeiam essa interação. malha viária remonta aos primórdios da colonização, passando por
O estado possui uma geografia diversificada, abrangendo des- significativos avanços durante o século XX, com a pavimentação de
de extensas planícies até serras imponentes, e essa variabilidade rodovias e construção de pontes, impulsionando o desenvolvimen-
geográfica influencia diretamente as escolhas e impactos das fontes to econômico e a integração social.
de energia. Entre elas, a hidroeletricidade se destaca, aproveitando Caracterizada por uma diversidade geográfica marcante, a ma-
rios robustos como Uruguai e Jacuí. Essa fonte, embora contribua lha viária gaúcha abrange desde estradas sinuosas nas serras, pro-
significativamente para a matriz energética gaúcha, não está isenta porcionando vistas deslumbrantes, até rodovias planas nas vastas
de desafios ambientais. A construção de barragens pode alterar sig- planícies pampeanas, como a BR-116 e a BR-290, desempenhando
nificativamente ecossistemas locais, afetar a fauna aquática e mo- papel estratégico na conectividade estadual e no escoamento da
dificar o fluxo natural dos rios. produção agroindustrial.
Outra fonte de energia explorada no Rio Grande do Sul é a Apesar dos avanços, a malha viária enfrenta desafios conside-
térmica, especialmente a partir da queima de carvão mineral. Este ráveis, destacando-se a necessidade de manutenção constante, es-
método, apesar de ser uma fonte significativa de eletricidade, le- pecialmente diante das condições climáticas adversas, e a deman-
vanta sérias preocupações ambientais. As emissões de gases de da por investimentos na expansão e modernização, sobretudo nas
efeito estufa, a poluição do ar e a degradação do solo são desafios áreas urbanas, visando garantir fluidez e segurança no transporte.
prementes associados à geração de energia térmica. A busca por O impacto direto da eficiência da malha viária no desenvolvi-
alternativas mais limpas e sustentáveis se torna imperativa diante mento regional é notável, influenciando a atratividade de cidades
do contexto global de transição para fontes mais ecoeficientes. para investimentos, impulsionando o comércio e o turismo. A aces-
No cenário atual, as energias renováveis, como solar e eólica, sibilidade proporcionada pela malha viária também desempenha
emergem como alternativas promissoras para mitigar os impactos um papel fundamental no transporte de mercadorias, contribuindo
ambientais. O Rio Grande do Sul, com suas vastas planícies e a cons- para a competitividade das indústrias e agropecuária gaúchas em
tância dos ventos em algumas regiões, apresenta um potencial con- âmbito nacional e internacional.
siderável para o desenvolvimento dessas fontes. A geração de ener-

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No contexto do transporte de cargas, a malha viária é estraté- viram o surgimento de arranha-céus e complexos industriais. A ar-
gica, sendo vital para a logística eficiente. O estado, com sua produ- quitetura, os espaços públicos e as áreas verdes são elementos que
ção agrícola diversificada e setor industrial em expansão, depende refletem a evolução urbana, mostrando a interação entre passado
fortemente do transporte de cargas. Investimentos em infraestrutu- e presente.
ra logística, como terminais intermodais e centros de distribuição, Diante dos desafios presentes, as perspectivas para o futuro da
são cruciais para otimizar o escoamento da produção. urbanização no Rio Grande do Sul exigem abordagens inovadoras e
Contudo, a expansão da malha viária também suscita preo- sustentáveis. O desenvolvimento de políticas públicas eficazes, que
cupações ambientais, demandando abordagens cuidadosas para priorizem o planejamento urbano integrado, a mobilidade sustentá-
conciliar o desenvolvimento viário com a preservação ambiental. vel e a preservação do patrimônio histórico, é fundamental. A busca
Estratégias como a construção de passagens de fauna e o uso de por soluções que promovam a inclusão social, reduza as disparida-
tecnologias sustentáveis na pavimentação buscam minimizar im- des regionais e fortaleçam a resiliência urbana se apresenta como
pactos negativos, incluindo a fragmentação de habitats naturais e a uma necessidade premente.
impermeabilização do solo. O processo de urbanização no Rio Grande do Sul é um fenô-
A incorporação de inovações tecnológicas é essencial para o meno intrínseco à sua história e desenvolvimento. As cidades gaú-
futuro da malha viária gaúcha. Sistemas de monitoramento inteli- chas, com sua riqueza cultural e diversidade, refletem não apenas
gente, estradas autossustentáveis e veículos conectados são áreas o passado, mas também as aspirações e desafios do presente. A
de pesquisa e desenvolvimento que visam aumentar a segurança, gestão cuidadosa desse processo, considerando sua complexidade
eficiência e sustentabilidade do sistema de transportes, transfor- e impactos multidimensionais, é essencial para construir um futuro
mando a experiência de viajar no estado e consolidando sua posi- urbano mais equitativo, sustentável e harmonioso para os habitan-
ção como polo econômico. tes do estado. A interação entre o rural e o urbano, entre o antigo
Entretanto, a malha viária do Rio Grande do Sul é um elemento e o moderno, configura uma narrativa única que continuará a ser
crucial para a coesão social e o desenvolvimento econômico. Seu escrita nos horizontes urbanos do Rio Grande do Sul.
papel na conectividade entre diferentes regiões, no transporte A rede urbana, caracterizada por uma malha de interconexões,
de mercadorias e na promoção do turismo é inegável. Contudo, a reflete a diversidade geográfica e as especializações econômicas
gestão cuidadosa, a manutenção constante e a busca por soluções das diferentes regiões gaúchas. Rodovias estratégicas, como a BR-
inovadoras são imperativas para superar os desafios e garantir que 116 e BR-290, e ferrovias desempenham um papel vital na integra-
a malha viária gaúcha continue a ser um pilar fundamental para o ção entre os centros urbanos, otimizando o comércio e a coopera-
progresso do estado. ção entre as cidades.
Essa interdependência tem profundas influências na vida coti-
diana dos habitantes, moldando oportunidades de emprego, aces-
O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E REDE URBANA so a serviços e experiências culturais. A distribuição de atividades
econômicas em diferentes cidades contribui para a especialização
e complementaridade entre os centros urbanos, fortalecendo a re-
O processo de urbanização no Rio Grande do Sul remonta aos siliência da rede urbana diante de desafios e promovendo o desen-
períodos de colonização, quando as primeiras vilas e povoados sur- volvimento sustentável.
giram em torno das atividades agrícolas e comerciais. Contudo, foi Apesar dos benefícios, a rede urbana gaúcha enfrenta desafios
durante o século XX, marcado por transformações econômicas e como a concentração de serviços em determinadas áreas, desigual-
sociais, que a urbanização atingiu seu auge. O êxodo rural e a indus- dades socioeconômicas entre municípios e questões de infraes-
trialização foram fatores determinantes para a expansão das áreas trutura. As perspectivas para o futuro demandam estratégias que
urbanas, impulsionando o crescimento demográfico e a concentra- promovam a descentralização, incentivem o desenvolvimento equi-
ção de pessoas nas cidades. tativo e utilizem tecnologias inovadoras para melhorar a eficiência
A urbanização trouxe consigo uma série de impactos na so- nas interconexões.
ciedade gaúcha, alterando padrões de vida, estruturas familiares e Portanto, a rede urbana no Rio Grande do Sul é um elemento
modos de trabalho. O surgimento de centros urbanos dinâmicos, dinâmico e multifacetado, refletindo a evolução histórica, as carac-
como Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas, reflete não apenas o terísticas geográficas e as aspirações sociais do estado. A compreen-
crescimento populacional, mas também a diversificação econômica são aprofundada dessa rede é crucial para orientar políticas públi-
e cultural. A influência da urbanização é evidente na configuração cas, promover a sustentabilidade e garantir que todos os habitantes
das cidades, com a expansão de infraestruturas como escolas, hos- possam usufruir dos benefícios proporcionados pela interconexão
pitais e espaços de lazer. dos centros urbanos. A rede urbana não é apenas um reflexo da so-
Apesar dos benefícios trazidos pela urbanização, o processo ciedade gaúcha, mas uma força impulsionadora do desenvolvimen-
também gerou desafios significativos. O crescimento desordena- to regional e do enriquecimento da experiência de vida no estado.
do, a especulação imobiliária e a falta de planejamento urbano são
questões que impactam a qualidade de vida nas cidades gaúchas.
A infraestrutura muitas vezes não acompanha o ritmo do aumento CULTURA: MÚSICA, LITERATURA, ARTES E ARQUITETURA
populacional, resultando em problemas como congestionamentos,
deficiências nos serviços públicos e desigualdades socioeconômicas
entre diferentes áreas urbanas. Ao longo das décadas, a música gaúcha passou por uma evo-
A paisagem urbana do Rio Grande do Sul testemunhou trans- lução contínua, incorporando tradições e refletindo a rica diversi-
formações marcantes ao longo do processo de urbanização. Bairros dade cultural que molda a identidade gaúcha. Nesta dissertação,
históricos foram preservados em algumas cidades, enquanto outras
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exploraremos a riqueza musical do Rio Grande do Sul, abordando Movimentos literários diversos deixaram suas marcas na cena
suas raízes, gêneros emblemáticos, artistas renomados e o impacto literária do Rio Grande do Sul. O Modernismo, exemplificado na
transformador da música na sociedade gaúcha. obra “Cancioneiro” de Mário Quintana, trouxe uma quebra com
As raízes da música gaúcha remontam às tradições dos povos as formas tradicionais, estimulando a experimentação literária. O
indígenas e às influências das culturas europeias, especialmente regionalismo, representado por Érico Veríssimo em “O Tempo e o
ibéricas, que se entrelaçaram durante o período de colonização. Rit- Vento”, mergulhou nas características específicas da cultura gaú-
mos tradicionais como a milonga e a chamamé ganharam destaque, cha, explorando mitos e costumes locais.
fundindo-se com elementos de diversas origens e criando uma so- O estado viu surgir uma constelação de escritores notáveis
noridade única. A presença da música em festas tradicionais, como cujas palavras transcendem fronteiras geográficas e temporais. Éri-
rodeios e celebrações gauchescas, desempenha um papel crucial na co Veríssimo imortalizou a história do Rio Grande do Sul com sua tri-
preservação dessas tradições ao longo das gerações. logia épica “O Tempo e o Vento”, enquanto Mário Quintana, poeta
Dentro do cenário musical gaúcho, alguns gêneros destacam- das pequenas coisas, capturou a essência da vida cotidiana em suas
-se como verdadeiras expressões da identidade cultural. O chama- obras. Martha Medeiros, com sua prosa contemporânea, ressoa
mé, originado nas fronteiras do estado, cativa com suas melodias nos corações dos leitores contemporâneos.
envolventes e ritmo pulsante, representando a fusão de tradições A literatura gaúcha é enriquecida pelos temas que ecoam nas
presentes nas regiões fronteiriças. A milonga, por sua vez, é uma vastas paisagens do estado, explorando a dualidade entre rural e
expressão melódica e poética que tece narrativas sobre a vida rural, urbano, os conflitos sociais, as tradições e a diversidade cultural. A
servindo como um elo entre passado e presente. A música nativista, natureza exuberante, com suas colinas e pampas, serve como pano
valorizando as raízes e a autenticidade gaúcha, emerge como um de fundo inspirador para narrativas que destacam a conexão entre
gênero emblemático que influencia artistas contemporâneos. o homem e a terra.
Ao longo dos anos, o Rio Grande do Sul viu surgir uma varie- Além de retratar a história e os valores da vida gaúcha, a lite-
dade de artistas talentosos que deixaram uma marca indelével na ratura desempenha um papel vital na construção e preservação da
música brasileira. Renato Borghetti, acordeonista reconhecido in- identidade cultural. Os escritores contribuem para a compreensão
ternacionalmente, explora as possibilidades do acordeon em suas e valorização da rica herança cultural, moldando a visão do presen-
composições, capturando a essência da música gaúcha de maneira te e projetando possibilidades para o futuro. Apesar dos desafios
única. Shana Müller, cantora e intérprete, contribui significativa- contemporâneos, a literatura gaúcha vislumbra perspectivas pro-
mente para a preservação da cultura gaúcha, elevando-a através de missoras com o surgimento de novos talentos e a crescente valori-
sua voz marcante. Esses artistas, entre outros, formam um mosaico zação da produção literária local. Iniciativas que incentivam a leitu-
sonoro que representa a diversidade musical do estado. ra, o acesso à literatura e eventos culturais são fundamentais para o
Além de preservar tradições, a música no Rio Grande do Sul contínuo florescimento da literatura no Rio Grande do Sul.
desempenha um papel transformador na sociedade, abordando Essa literatura é um testemunho eloquente da riqueza cultural
questões sociais, ambientais e políticas por meio de letras engaja- e diversidade do estado. Desde as primeiras palavras escritas nas
das. Movimentos musicais, como a Tropilha da Canção e a Califór- estâncias coloniais até as narrativas contemporâneas, a literatura
nia da Canção Nativa, surgem como espaços propícios para novos gaúcha constrói pontes entre passado e presente, reflete sobre
talentos emergirem, conectando-se com as raízes da cultura gaúcha a complexidade da identidade cultural e projeta um futuro onde
e promovendo um intercâmbio valioso entre diferentes gerações e as palavras continuam a ecoar nas colinas e pampas, contando as
estilos. histórias de um povo que encontra na literatura a expressão mais
A música gaúcha não está imune às influências contemporâ- íntima de sua alma.
neas e à constante evolução artística. Artistas inovadores exploram Falando das artes no geral, é notável que as colinas e planícies
fusões de gêneros, incorporando elementos do rock, pop e até mes- do Rio Grande do Sul inspiram inúmeros artistas visuais, cujas pintu-
mo da música eletrônica, ampliando as fronteiras da expressão mu- ras capturam a beleza e diversidade da paisagem gaúcha. A influên-
sical gaúcha. Essa abertura para a experimentação contribui para a cia das tradições culturais e étnicas do estado se reflete em telas
vitalidade da cena musical e para a aproximação de novos públicos, que retratam festivais tradicionais, o cotidiano rural e as influências
sem perder de vista as raízes culturais que a fundamentam. indígenas. Artistas como Aldo Locatelli, com suas obras simbólicas,
A música no Rio Grande do Sul é uma narrativa sonora que en- e Glênio Bianchetti, explorando a simplicidade da vida rural, deixa-
trelaça passado e presente, tradição e inovação. Ela reflete a rique- ram um legado artístico marcante.
za cultural do estado, capturando a essência da identidade gaúcha O teatro e a performance desempenham papel fundamental
em suas notas e melodias. Ao preservar tradições, destacar gêneros na expressão artística do Rio Grande do Sul. Grupos como o “Teatro
emblemáticos, celebrar artistas renomados e permitir inovações, a de Arena” em Porto Alegre contribuíram para a disseminação de
música gaúcha continua a ser uma expressão viva e pulsante, co- peças que abordam questões sociais, culturais e políticas, oferecen-
nectando corações e contando histórias que ecoam através das co- do uma visão única da identidade gaúcha. Festivais, como o “Porto
linas e planícies do Rio Grande do Sul. Alegre em Cena”, proporcionam um espaço para artistas locais e
As raízes da literatura gaúcha estão intrinsecamente ligadas à internacionais, enriquecendo o cenário cênico gaúcho.
história e às diversas influências que moldaram a região. Desde os A escultura no Rio Grande do Sul muitas vezes se entrelaça com
primeiros registros em diários de viajantes durante a colonização a rica tradição cultural do estado. Escultores como Xico Stockinger,
até o florescer literário no século XX, a literatura gaúcha reflete a conhecido por suas obras que dialogam com a cultura gaúcha e
riqueza e diversidade cultural, bem como os desafios enfrentados suas origens europeias, representam a fusão de influências nas ar-
pela população ao longo do tempo. tes plásticas. Monumentos como o “Laçador” em Porto Alegre e
o “Monumento ao Expedicionário” em Caxias do Sul se destacam
como testemunhos esculturais da história e cultura gaúcha.
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Como falado anteriormente. a música desempenha papel sig- A preservação do patrimônio arquitetônico é um desafio cons-
nificativo no cenário artístico gaúcho. Gêneros como nativismo e tante, pois a expansão urbana frequentemente entra em conflito
música tradicionalista expressam a riqueza das tradições locais, com a necessidade de conservar edificações históricas. A restau-
enquanto artistas contemporâneos exploram fusões, incorporando ração de prédios e espaços públicos, como o Mercado Público de
rock, pop e música eletrônica. Festivais, como a “Semana Farroupi- Porto Alegre e o Theatro São Pedro, reflete esforços contínuos para
lha” e a “Tertúlia Musical Nativista”, celebram a diversidade musical manter viva a memória arquitetônica do estado, promovendo a
do estado. continuidade do diálogo entre o passado e o presente.
A dança, seja folclórica, contemporânea ou de salão, ganha Diante dos desafios urbanos contemporâneos, a arquitetura
vida nos palcos e festivais do Rio Grande do Sul. Grupos folclóricos, no Rio Grande do Sul caminha em direção à sustentabilidade e à
como o “Grupo de Danças Folclóricas Charruas”, preservam dan- integração urbana. Projetos que priorizam o uso consciente de re-
ças tradicionais, enquanto companhias de dança contemporânea cursos, como o Parque Tecnológico da PUCRS, destacam-se por sua
exploram novas linguagens. Eventos como o “Dança Porto Alegre” abordagem ecológica. O planejamento urbano integrado, aliado à
promovem a diversidade e o talento dos bailarinos gaúchos. preservação de áreas verdes e históricas, representa uma visão de
Ao longo dos anos, artistas notáveis moldaram a cena artís- futuro que busca equilibrar o desenvolvimento com a conservação.
tica do Rio Grande do Sul, enriquecendo-a com visões, técnicas e Esse aspecto cultural é uma narrativa visual que conta a histó-
inovações. No entanto, a cena artística enfrenta desafios, como a ria, homenageia as tradições e projeta o futuro. Das construções
necessidade de apoio institucional, incentivo à formação de novos históricas que nos transportam ao passado até os projetos con-
artistas e promoção da acessibilidade cultural em todas as regiões temporâneos que abraçam a inovação, a arquitetura gaúcha é uma
do estado. expressão dinâmica da identidade cultural do estado, enraizada na
As artes no Rio Grande do Sul formam um intricado mosaico interação entre as diversas influências que moldaram sua evolução
cultural. Das colinas que inspiram pinturas às melodias que ecoam ao longo dos anos.
nos palcos, cada expressão artística contribui para o rico legado
cultural gaúcho. O diálogo constante entre tradição e inovação, a
preservação das raízes culturais e a busca por novas formas de ex- A QUESTÃO ECOLÓGICA: DESMATAMENTO, POLUIÇÃO
pressão garantem que as artes continuem a resplandecer, contando DAS VIAS HÍDRICAS E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
histórias que ecoam através do tempo, nas colinas e pampas do Rio
Grande do Sul.
A arquitetura do Rio Grande do Sul, localizado na região sul do Ao longo dos anos, a biodiversidade dessa região tem enfren-
Brasil, se destaca como uma manifestação diversificada e rica, re- tado sérias ameaças, sendo o desmatamento uma questão crucial
fletindo não apenas a evolução histórica do estado, mas também que demanda atenção e ação imediata. Nesta dissertação, explora-
as influências culturais e as demandas contemporâneas. Nesta dis- remos os impactos dessa problemática no território gaúcho, anali-
sertação, investigaremos a arquitetura gaúcha, explorando as com- sando suas causas, consequências e estratégias possíveis para fo-
plexidades de suas construções, desde monumentos históricos até mentar a conservação ambiental.
projetos modernos, destacando a contínua interação entre passado O desmatamento no Rio Grande do Sul é impulsionado por
e presente. diversos fatores interligados, sendo a expansão agrícola, principal-
As cidades gaúchas testemunham a presença marcante de uma mente para o cultivo de soja e criação de gado, uma das principais
arquitetura histórica que remonta aos períodos de colonização e causas desse fenômeno em várias regiões do estado. A pressão
expansão. Bairros históricos preservam casas com influência euro- para aumentar a produção e atender à demanda global por com-
peia, remetendo ao estilo colonial português e à arquitetura açoria- modities agrícolas frequentemente resulta na derrubada de exten-
na. Exemplares arquitetônicos nos centros urbanos de Porto Alegre, sas áreas florestais e nativas. Adicionalmente, práticas ilegais de
Pelotas e Rio Grande, datados dos séculos XIX e XX, representam exploração madeireira contribuem para a degradação das florestas,
uma herança cultural significativa legada pelos colonizadores. comprometendo não apenas a biodiversidade, mas também os
A arquitetura gaúcha é profundamente enraizada na diversida- serviços ecossistêmicos essenciais, como a regulação do clima e a
de cultural do estado, incorporando influências das comunidades manutenção dos recursos hídricos. A falta de regulamentação efi-
indígenas, imigrantes europeus e africanos. Em municípios como caz e a fiscalização insuficiente alimentam o desmatamento ilegal,
Santa Cruz do Sul, a arquitetura revela uma fusão harmoniosa de representando uma ameaça direta à integridade dos ecossistemas.
estilos, onde edificações enxaimel de origem alemã coexistem com Os impactos do desmatamento na biodiversidade local são
igrejas barrocas e casas coloniais. Essa convergência arquitetônica é profundos, colocando em risco diversas espécies de fauna e flora,
um testemunho da convivência e interação entre diferentes cultu- algumas exclusivas da região. A fragmentação dos ecossistemas,
ras ao longo dos séculos. decorrente do desmatamento, dificulta a sobrevivência e o fluxo
Com o avançar do século XX, a arquitetura no Rio Grande do genético de muitas espécies, contribuindo para o declínio da diver-
Sul passou por uma transformação significativa, refletindo os ideais sidade biológica. Além disso, as áreas desmatadas liberam grandes
modernistas e contemporâneos. O surgimento de arranha-céus em quantidades de dióxido de carbono na atmosfera, intensificando as
centros urbanos, como Porto Alegre, simboliza a busca por inova- mudanças climáticas. As florestas, cruciais na absorção de carbono,
ção e funcionalidade. Projetos arquitetônicos modernos, a exemplo têm sua capacidade comprometida pelo desmatamento, contri-
do Centro Administrativo do Estado projetado por Oscar Niemeyer, buindo para o aumento das concentrações de gases de efeito es-
incorporam linhas arrojadas e materiais inovadores, contribuindo tufa. Isso, por sua vez, intensifica os eventos climáticos extremos,
para a estética urbana contemporânea. impactando não apenas o ambiente, mas também as comunidades
humanas dependentes desses ecossistemas para seu sustento.

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Para mitigar o desmatamento, torna-se imperativo implemen- Para enfrentar essa complexa questão ambiental, é crucial
tar estratégias eficazes. A aplicação rigorosa das leis ambientais, adotar estratégias abrangentes e sustentáveis. Fortalecer as regu-
acompanhada de fiscalização intensificada, é crucial para conter lamentações ambientais e sua rigorosa aplicação é essencial para
práticas ilegais de desmatamento. Além disso, incentivos econômi- controlar a emissão de poluentes industriais e agrícolas. Investir em
cos para a preservação, como pagamentos por serviços ambientais, infraestrutura de tratamento de água e esgoto é vital para lidar com
podem motivar proprietários de terras a conservar áreas naturais. o descarte inadequado de resíduos urbanos, enquanto a promoção
A promoção de práticas agrícolas sustentáveis, como a agricultura de práticas agrícolas sustentáveis pode reduzir significativamente o
de baixo impacto ambiental e o manejo florestal sustentável, é vi- escorrimento de contaminantes.
tal para equilibrar as necessidades de produção com a preservação Campanhas de conscientização pública, destacando a impor-
ambiental. Investir em educação ambiental e conscientização da tância da gestão adequada de resíduos sólidos e os impactos da po-
comunidade desempenha um papel vital, envolvendo as pessoas luição nas vias hídricas, são cruciais para envolver a comunidade na
na proteção dos ecossistemas locais. preservação desses recursos naturais. A poluição das vias hídricas
O desafio do desmatamento no Rio Grande do Sul demanda no Rio Grande do Sul representa um desafio ambiental complexo,
esforços coordenados e ações decisivas. A conservação ambiental exigindo esforços coordenados de governos, indústrias, comunida-
não é apenas responsabilidade das autoridades, mas de toda a so- des e indivíduos. A busca por soluções sustentáveis deve ser orien-
ciedade. A conscientização sobre os impactos do desmatamento e tada por um compromisso contínuo com a preservação dos valiosos
o papel crucial das florestas na manutenção do equilíbrio ecológico recursos hídricos do estado. A adoção de práticas responsáveis, a
são fundamentais para promover uma mudança de mentalidade promoção da educação ambiental e o investimento em tecnologias
em relação aos recursos naturais. O futuro do Rio Grande do Sul inovadoras podem garantir um futuro onde os rios, lagos e aquífe-
está intrinsecamente ligado à saúde de seus ecossistemas. Adotar ros do Rio Grande do Sul permaneçam fontes de vida e prosperida-
práticas sustentáveis, fortalecer a legislação ambiental e envolver de para as gerações presentes e futuras.
ativamente as comunidades na preservação são passos cruciais Em questão das alterações climáticas, resultantes de atividades
para construir um cenário mais promissor para a conservação am- humanas que aumentam a concentração de gases de efeito estufa
biental. A riqueza natural do estado é um patrimônio inestimável, na atmosfera, elas provocam implicações profundas no clima e na
e somente por meio de esforços conjuntos podemos garantir que ecologia do Rio Grande do Sul. O aumento da temperatura média,
as futuras gerações possam desfrutar da exuberância dos pampas, as mudanças nos padrões de precipitação e a ocorrência mais fre-
das florestas e da biodiversidade única que caracteriza o Rio Grande quente de eventos climáticos extremos são alguns dos sinais evi-
do Sul. dentes dessas alterações. A agricultura, vital para a economia esta-
A rica tapeçaria de rios, lagos e corpos d’água que caracteriza o dual, sofre impactos diretos, com variações nos ciclos de plantio e
Rio Grande do Sul, situado na região sul do Brasil, desempenha um colheita, exigindo adaptações constantes por parte dos agricultores.
papel vital nos ecossistemas locais e na vida das comunidades. No Os ecossistemas naturais, desde florestas até campos abertos,
entanto, esse estado não está imune aos desafios ambientais, e a também experimentam os efeitos das alterações climáticas. O au-
poluição das vias hídricas surge como uma preocupação crescente, mento da temperatura contribui para a desertificação em certas
ameaçando a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas aquá- regiões, enquanto as mudanças nos padrões de chuva afetam a dis-
ticos. Nesta dissertação, exploraremos detalhadamente a comple- ponibilidade de água. Espécies de fauna e flora precisam se adaptar
xidade dessa questão, examinando causas, impactos e estratégias a novas condições, com algumas enfrentando riscos de extinção de-
potenciais para preservar esses recursos naturais fundamentais. vido à perda de habitat e desequilíbrios nos ecossistemas.
Agricultura intensiva, marcada pelo uso excessivo de fertilizan- O aumento do nível do mar, impulsionado pelo derretimento
tes e pesticidas, representa uma das principais fontes de poluição das calotas polares e geleiras, representa uma ameaça particular
das vias hídricas no Rio Grande do Sul. O escorrimento superficial para as comunidades costeiras gaúchas. Cidades como Rio Grande e
desses produtos químicos, combinado com resíduos industriais Pelotas enfrentam riscos crescentes de inundações, erosão costeira
despejados diretamente nas águas, compromete a qualidade e a e intrusão salina, impactando não apenas o meio ambiente, mas
saúde dos ecossistemas aquáticos. O descarte inadequado de resí- também a infraestrutura e a qualidade de vida dos habitantes.
duos sólidos, incluindo plásticos e produtos químicos domésticos, Diante desses desafios, estratégias de mitigação e adaptação
adiciona uma camada adicional de desafio, frequentemente atin- tornam-se imperativas. A redução das emissões de gases de efeito
gindo rios por meio de sistemas de esgoto deficientes, enquanto estufa, por meio de práticas sustentáveis e transição para fontes
o crescimento populacional e urbanização acelerada exacerbam de energia renovável, é fundamental para conter o avanço das al-
esses problemas. terações climáticas. Além disso, investimentos em infraestrutura
Os impactos da poluição nas vias hídricas no estado são am- resiliente, como sistemas de drenagem melhorados e áreas verdes
plos, afetando tanto a biodiversidade aquática quanto a saúde hu- urbanas, podem ajudar a minimizar os impactos adversos nas ci-
mana. Substâncias químicas tóxicas na água podem levar à morte dades.
de peixes e organismos aquáticos, desequilibrando ecossistemas A conscientização pública e a educação ambiental desempe-
aquáticos. A proliferação de algas tóxicas, resultado do excesso de nham papéis cruciais na mobilização da sociedade gaúcha na luta
nutrientes na água, compromete ainda mais a qualidade da água. contra as alterações climáticas. A compreensão dos cidadãos sobre
Além disso, a contaminação por agentes patogênicos provenientes suas pegadas de carbono, a importância da conservação ambiental
de esgotos inadequadamente tratados representa uma ameaça e a implementação de práticas sustentáveis contribuem para uma
séria à saúde humana, principalmente para as comunidades que abordagem mais holística na preservação do ambiente.
dependem desses corpos d’água para seu abastecimento de água Dessa forma, as alterações climáticas representam um desafio
potável. complexo e urgente para o Rio Grande do Sul. Entender as causas,
reconhecer os impactos e adotar medidas eficazes são passos es-
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senciais para proteger o patrimônio natural e as comunidades que


chamam esse estado de lar. A busca por soluções inovadoras e o QUESTÕES
comprometimento contínuo com a sustentabilidade são cruciais
para garantir um futuro onde as gerações presentes e futuras pos-
sam desfrutar da beleza e da biodiversidade do Rio Grande do Sul. 1 - Quais são os principais tipos de rochas presentes na estrutu-
ra geológica do Rio Grande do Sul?
(A) Ígneas e metamórficas
A AS REGIÕES GEOGRÁFICAS DO RS E SUAS CARACTERÍS- (B) Sedimentares e ígneas
TICAS (C) Metamórficas e sedimentares
(D) Sedimentares, metamórficas e ígneas

O Rio Grande do Sul é um lugar com uma imensa riqueza geo- 2 - Qual é a importância da Bacia do Paraná na região gaúcha?
gráfica, que revelam nuances distintas em suas diversas regiões. A (A) Formação de campos nativos
seguir, exploramos minuciosamente as características que moldam (B) Origem do solo fértil para agricultura
cada área, proporcionando uma imersão na geografia, ecologia e (C) Abastecimento de água potável
particularidades culturais do estado. (D) Criação de formações montanhosas
A majestosa região das serras gaúchas, com destaque para os
cânions como o Itaimbezinho, apresenta uma complexidade geo- 3 - Quais são as rochas metamórficas presentes nas serras gaú-
lógica única, influenciada pelo clima subtropical de altitude. A pre- chas?
sença de matas de araucárias, bromélias e uma rica diversidade de (A) Calcário e granito
fauna adaptada destaca-se nesse ambiente. (B) Gnaisse e calcário
Ao adentrar o interior, deparamo-nos com o Planalto, uma vas- (C) Granito e basalto
ta extensão com topografia suave. Essa área tornou-se o celeiro da (D) Granito e gnaisse
diversificação agrícola gaúcha, com campos verdejantes e cidades
como Passo Fundo e Erechim, testemunhando não apenas o de- 4 - O que caracteriza a topografia do Pampa?
senvolvimento agrícola, mas também o crescimento econômico e (A) Altitudes deslumbrantes
populacional. (B) Formações rochosas íngremes
A faixa litorânea, banhada pelo oceano Atlântico, oferece uma (C) Vasta planície com coxilhas e banhados
experiência geográfica única. Cidades costeiras como Rio Grande e (D) Grandes elevações
Pelotas refletem não apenas o clima temperado, mas também uma
riqueza cultural ligada à pesca e indústria naval, com praias doura- 5 - Qual é o efeito da pecuária extensiva no solo?
das e influência oceânica moldando a identidade local. (A) Enriquecimento do solo
Os extensos pampas da Campanha Gaúcha, associados à tradi- (B) Degradação do solo e emissão de gases estufa
ção gaúcha e à criação de gado, evocam a imagem clássica do es- (C) Melhoria da biodiversidade
tado. Estâncias e fazendas contam histórias de uma vida rural rica (D) Redução da erosão
em tradições, sendo o berço da cultura do chimarrão e do tradicio- Resposta correta: (B) Degradação do solo e emissão de gases
nalismo gaúcho. estufa
A Fronteira Oeste, próxima a países como Uruguai e Argentina,
revela uma dinâmica geográfica e cultural única. Cidades como San- 6 - O que é destacado como um refúgio agradável nas serras em
tana do Livramento e Uruguaiana tornam-se pontos de convergên- termos climáticos?
cia de diferentes identidades, enriquecendo-se pelo intercâmbio (A) Invernos rigorosos
comercial e cultural. (B) Altitude com temperaturas mais amenas
Ao desvendar essas regiões, mergulhamos em um mosaico de (C) Microclimas específicos
paisagens, ecossistemas e tradições, representando não apenas a (D) Verões quentes e úmidos
diversidade natural, mas também a riqueza cultural e econômica do
estado. Preservar esse patrimônio requer estratégias sustentáveis 7 - Qual rio marca a fronteira ocidental do Rio Grande do Sul?
que promovam o equilíbrio entre a preservação ambiental e o de- (A) Rio Jacuí
senvolvimento humano. Assim, a riqueza geográfica do Rio Grande (B) Rio Taquari
do Sul revela-se como um tesouro natural e um legado a ser cuida- (C) Rio Pelotas
dosamente mantido para as gerações futuras. (D) Rio Uruguai

8 - O que as matas ciliares ao longo dos rios ajudam a preser-


var?
(A) Biodiversidade
(B) Qualidade da água
(C) Topografia plana
(D) Campos nativos

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9 - Qual é o principal impacto ambiental associado à extração 17 - O que desempenhou um papel fundamental na moldagem
de carvão na região carbonífera? da ocupação do solo ao longo das décadas?
(A) Aumento da biodiversidade (A) Conflitos agrários
(B) Alterações no relevo, poluição hídrica e emissões de gases (B) Questões fundiárias e movimentos sociais
estufa. (C) Desenvolvimento industrial
(C) Melhoria na qualidade do solo (D) Atividades jesuíticas
(D) Diminuição da temperatura média
18 - Quais desafios a ocupação do Rio Grande do Sul enfrenta
10 - Qual é a recomendação principal para mitigar os impactos nos tempos atuais?
ambientais negativos no Rio Grande do Sul? (A) Expansão da fronteira agrícola
(A) Aumentar a exploração de recursos hídricos (B) Pressões ambientais e urbanização desordenada
(B) Reduzir a área de áreas protegidas (C) Estagnação econômica
(C) Implementar práticas agrícolas sustentáveis, manejo flores- (D) Ausência de movimentos sociais
tal responsável, busca por fontes de energia renovável e ado-
ção de tecnologias limpas. 19 - O que emerge como imperativo para garantir um futuro
(D) Promover o desmatamento para impulsionar o crescimento equilibrado e resiliente na ocupação do Rio Grande do Sul?
econômico. (A) Desenvolvimento industrial
(B) Conflitos agrários
11 - Quem desempenhou um papel crucial na ocupação da re- (C) Estratégias de planejamento territorial sustentável
gião nos séculos XVII e XVIII, de acordo com os registros históricos? (D) Imigração europeia
(A) Açorianos
(B) Jesuítas 20 - Por que a compreensão da trajetória histórica é essencial
(C) Europeus nos dias de hoje?
(D) Indígenas (A) Para promover a urbanização desordenada
(B) Para entender a chegada dos açorianos ao Rio Grande do
12 - Qual atividade econômica emergiu como pilar essencial Sul
para a ocupação do interior do estado no século XVIII? (C) Para apreciar a diversidade cultural, econômica e geográfica
(A) Agricultura (D) Para iniciar movimentos sociais
(B) Pesca
(C) Tropeirismo 21. Qual é um dos principais pontos destacados sobre a história
(D) Mineração do Rio Grande do Sul no texto?
(A) A influência açoriana na música gaúcha.
13 - O que impulsionou o desenvolvimento das estâncias no (B) O protagonismo dos jesuítas nas missões indígenas.
século XIX? (C) O papel central do tropeirismo no desenvolvimento econô-
(A) Imigração europeia mico.
(B) Ciclo do Charque (D) A Revolução Farroupilha como marco político do século XX.
(C) Atividade industrial
(D) Ciclo do charque 22. O que o texto destaca sobre a chegada dos açorianos no
século XVIII?
14 - Quais grupos étnicos contribuíram significativamente para (A) A urbanização desordenada causada por esse grupo.
o desenvolvimento agrícola e industrial na segunda metade do sé- (B) A diversificação étnica e cultural no litoral gaúcho.
culo XIX? (C) O desenvolvimento agrícola no interior do estado.
(A) Espanhóis e portugueses (D) A influência europeia na Revolução Farroupilha.
(B) Açorianos e africanos
(C) Italianos, alemães e poloneses 23. Qual atividade econômica mencionada contribuiu para um
(D) Jesuítas e tropeiros intenso intercâmbio cultural entre diferentes grupos étnicos?
(A) Ciclo do Charque.
15 - O que a Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos) in- (B) Missões jesuíticas.
fluenciou na história gaúcha do século XIX? (C) Tropeirismo.
(A) Ciclo do Charque (D) Urbanização.
(B) Realinhamento político-administrativo
(C) Expansão da fronteira agrícola 24. O que caracterizou o século XIX no Rio Grande do Sul, se-
(D) Desenvolvimento industrial gundo o texto?
(A) O ciclo do charque e a imigração europeia.
16 - O que testemunhamos no século XX no Rio Grande do Sul? (B) O apogeu da Revolução Farroupilha.
(A) Declínio populacional (C) A urbanização e industrialização em Porto Alegre.
(B) Avanço da urbanização e industrialização (D) O desenvolvimento agrícola nas estâncias.
(C) Retrocesso econômico
(D) Isolamento social

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25. O texto destaca a Revolução Farroupilha não apenas por 33 - O que a Revolução Farroupilha influenciou na geopolítica
suas dimensões políticas, mas também por: gaúcha?
(A) Refletir as complexas diversidades étnicas. (A) Desenvolvimento econômico.
(B) Ser um marco na urbanização gaúcha. (B) Urbanização desordenada.
(C) Introduzir elementos europeus na cultura local. (C) Realinhamento político-administrativo.
(D) Impulsionar o desenvolvimento agrícola. (D) Crescimento equitativo.

26. O que o século XX trouxe para o Rio Grande do Sul em ter- 34 - Qual foi o evento que reacendeu discussões sobre frontei-
mos culturais, de acordo com o texto? ras no final do século XIX e início do XX?
(A) O declínio da diversidade étnica em Porto Alegre. (A) Guerra dos Farrapos.
(B) A intensificação das tradições jesuíticas. (B) Questão das Missões.
(C) A urbanização desordenada no interior do estado. (C) Descobrimento do Brasil.
(D) Porto Alegre como centro cultural e econômico. (D) Tratado de Santo Ildefonso.

27. Quais são os desafios contemporâneos mencionados para a 35 - O que consolidou Porto Alegre como centro estratégico na
dinâmica dos fluxos migratórios no Rio Grande do Sul? geopolítica do Rio Grande do Sul?
(A) A Revolução Farroupilha e suas implicações. (A) Urbanização desordenada.
(B) A pressão ambiental causada pela urbanização. (B) Concentração de recursos em áreas urbanas.
(C) A miscigenação cultural no interior do estado. (C) Industrialização em outras regiões.
(D) A influência açoriana nas festas locais. (D) Fortalecimento das estâncias.

28. O que é destacado como crucial para garantir um futuro 36 - Quais são os desafios contemporâneos enfrentados pelo
vibrante e sustentável para o Rio Grande do Sul? Rio Grande do Sul na geopolítica?
(A) A imigração europeia. (A) Questões ambientais e desenvolvimento regional.
(B) A Revolução Farroupilha. (B) Urbanização desordenada e desenvolvimento econômico.
(C) A diversidade étnica e cultural. (C) Crescimento populacional e desigualdades regionais.
(D) O ciclo do charque. (D) Concentração de recursos e desafios culturais.

29. Qual termo utilizado no texto para descrever a dinâmica 37 - Qual a importância da criação da SUDS e do BRDE na his-
dos fluxos migratórios no Rio Grande do Sul? tória gaúcha?
(A) Simples. (A) Redução das disparidades socioeconômicas.
(B)Intrincada. (B) Aumento das desigualdades regionais.
(C) Reduzida. (C) Desinteresse no desenvolvimento regional.
(D) Uniforme. (D) Estagnação econômica.

30. Qual é o ponto principal enfatizado sobre a história do Rio 38 - O que os Planos de Desenvolvimento Regional buscam no
Grande do Sul nos tempos atuais? Rio Grande do Sul?
(A) A Revolução Farroupilha como evento recente. (A) Crescimento desordenado.
(B) A imigração europeia como desafio contemporâneo. (B) Equilíbrio no desenvolvimento e inclusão social.
(C) A busca por uma cultura sustentável e diversa. (C) Concentração de recursos apenas na capital.
(D) A urbanização ordenada no estado. (D) Desconsideração das demandas regionais.

31 - Quais foram os tratados que estabeleceram demarcações 39 - Qual foi o século marcado pelo ciclo do charque e pela
territoriais no Rio Grande do Sul? imigração europeia?
(A) Tratado de Madrid e Tratado de Santo Ildefonso. (A) Século XVIII.
(B) Tratado de Porto Alegre e Tratado de Florianópolis. (B) Século XIX.
(C) Tratado de Buenos Aires e Tratado de Montevidéu. (C) Século XX.
(D) Tratado de Assunção e Tratado de Lima. (D) Século XXI.

32 - Qual foi o impacto das missões jesuíticas na geopolítica 40 - O que é destacado como fundamental para enfrentar os
regional do Rio Grande do Sul? desafios contemporâneos e construir um futuro promissor para to-
(A) Exclusivamente religioso. das as comunidades gaúchas?
(B) Não exerceram influência. (A) Concentração de recursos.
(C) Apenas no aspecto econômico. (B) Desenvolvimento exclusivo em áreas urbanas.
(D) Influência na esfera religiosa e geopolítica. (C) Compreensão das características peculiares de cada região.
(D) Ignorar as nuances das políticas públicas.

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41 - Qual é um dos principais desafios enfrentados pelo extrati- 49 - O que é mencionado como essencial para a preservação
vismo florestal no Rio Grande do Sul? das culturas e modos de vida das comunidades indígenas?
(A) Desigualdades sociais (A) Regularização fundiária
(B) Pressão sobre recursos naturais (B) Reflorestamento
(C) Conflitos urbanos (C) Reconhecimento e demarcação adequada das terras
(D) Dependência de fontes de energia não renováveis (D) Diversificação da matriz energética

42 - O que é destacado como um papel crucial na economia do 50 - Qual é o desafio para o Rio Grande do Sul no contexto do
Rio Grande do Sul no contexto do extrativismo mineral? desenvolvimento sustentável?
(A) Exploração de madeira (A) Expansão de grandes empreendimentos agroindustriais
(B) Reflorestamento (B) Desordenamento ambiental
(C) Extração de carvão (C) Equilibrar interesses econômicos com a preservação am-
(D) Ecoturismo biental
(D) Concentração fundiária
43 - Quais são as estratégias adotadas para assegurar a susten-
tabilidade do extrativismo florestal no estado?
(A) Desordenamento ambiental GABARITO
(B) Certificação de produtos
(C) Migração rural
(D) Dependência do carvão
1 D
44 - O que a falta de acesso à terra para práticas agrícolas sus- 2 B
tentáveis pode motivar, de acordo com o texto? 3 D
(A) Ecoturismo
(B) Migração rural 4 C
(C) Regularização fundiária 5 B
(D) Fiscalização rigorosa
6 B
45 - Quais são os desafios relacionados à estrutura fundiária no 7 D
Rio Grande do Sul?
8 B
(A) Exploração mineral
(B) Diversificação da matriz energética 9 B
(C) Regularização fundiária 10 C
(D) Gestão sustentável da terra
11 B
46 - Qual é a dimensão histórica e racial destacada nos conflitos 12 C
pela terra relacionados aos quilombos?
(A) Desigualdade social 13 D
(B) Luta por reconhecimento e justiça 14 C
(C) Exploração de recursos naturais 15 B
(D) Migração rural
16 B
47 - O que é considerado imperativo para a transformação das 17 B
mentalidades em relação aos direitos territoriais?
(A) Exploração mineral 18 B
(B) Educação e conscientização 19 C
(C) Certificação de produtos
20 C
(D) Ecoturismo
21 C
48 - Quais são os passos cruciais destacados para a resolução 22 B
dos conflitos pela terra?
(A) Exploração florestal 23 C
(B)Migração urbana 24 A
(C) Diálogo entre diferentes atores
(D) Ecoturismo 25 D
26 B
27 C
28 C

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29 B ______________________________________________________

30 C ______________________________________________________
31 A ______________________________________________________
32 D
______________________________________________________
33 C
34 B ______________________________________________________
35 B ______________________________________________________
36 A
______________________________________________________
37 A
______________________________________________________
38 B
39 B ______________________________________________________
40 C ______________________________________________________
41 B
______________________________________________________
42 C
43 B ______________________________________________________
44 B ______________________________________________________
45 C
______________________________________________________
46 B
______________________________________________________
47 B
48 C ______________________________________________________
49 C ______________________________________________________
50 C
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA

▪ Modelo Gerencial
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLI- A Administração Pública gerencial emerge na segunda metade
CA do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções
econômicas e sociais do Estado, e de outro, ao desenvolvimento
tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que
Prezado Candidato, o tema supracitado, já foi abordado na ma- ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do
téria de Noções de Direito Administrativo modelo anterior.
Não deixe de confeir! Sendo a fase mais recente, e que ainda está sendo implemen-
tada, a principal fonte do modelo gerencial é o Plano Diretor de
Reforma do Aparelho do Estado de 1995 (PDRAE).
MODELOS TEÓRICOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PA-
TRIMONIALISTA, BUROCRÁTICO E GERENCIAL Os aspectos contemporâneos da gestão pública referem-se
exatamente à Reforma Gerencial. Vejamos:
A Administração Pública constitui uma importante parte da
ciência da Administração, é ela que representa o aparelho do Es- Reforma Gerencial1
tado e funciona como um instrumento do governo para planejar, Administração pública gerencial, modelo pós-burocrático, pa-
organizar, dirigir e controlar todas as ações administrativas, com o radigma gerencial, nova administração pública (new public admi-
objetivo principal de dar plena satisfação das necessidades coleti- nistration) e burocracia flexível, são as denominações do modelo
vas básicas, e para satisfazer essas necessidades a Administração organizacional que foca no controle dos resultados (portanto, a
Pública precisa manter-se em constante evolução. posteriori), na utilização eficaz do patrimônio público, redução de
Com essa constante evolução a Administração Pública Brasi- gastos, melhora na qualidade dos serviços públicos prestados e sa-
leira vem se transformando em função dos objetivos dos gestores tisfação do cidadão-cliente frente a esses serviços.
públicos e principalmente das necessidades apresentadas pelos Algumas características básicas definem a administração pú-
cidadãos, que cada vez mais cobram pelos seus direitos e se cons- blica gerencial. É orientada para o cidadão e para a obtenção de
cientizam da importância que possuem no controle das ações pú- resultados; pressupõe que os políticos e os funcionários públicos
blicas. Essa consciência de seus direitos impõe à Administração Pú- são merecedores de um grau real ainda que limitado de confian-
blica a necessidade de profissionalização, primando pela qualidade ça; como estratégia, serve-se da descentralização e do incentivo à
e transparência na execução de suas ações. criatividade e à inovação; o instrumento mediante o qual se faz o
controle sobre os órgãos descentralizados é o contrato de gestão.
Fases da Administração Pública Expõe-se que o Brasil, no plano político é um Estado democrá-
A Administração Pública, na história dos governos republicanos tico, e plano administrativo encontra-se entre burocrático e geren-
no Brasil, evoluiu por meio de três modelos de gestão, sendo eles: cial. A Reforma Gerencial surgiu nos anos 1980 como uma resposta
ao Estado Social.
▪ Modelo Patrimonialista A administração pública burocrática foi apropriada para o Esta-
Ocorrido durante a era do Império, mesmo de forma desorga- do Liberal do século XIX, quando carga tributária estava em torno
nizada, o patrimonialismo foi o primeiro modelo de administração de 5 % do PIB, e que se limitava a exercer as funções de polícia e
do Estado. justiça. No Estado Democrático Liberal o tamanho do estado conti-
No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma nuou pequeno, e a administração pública burocrática continuou a
extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, se aplicar.
possuem status de nobreza real. Até que, no Estado Social, a carga a carga tributária subiu para
aproximadamente 40% do PIB. O grande aumento do tamanho do
▪ Modelo Burocrático estado deixou clara a ineficiência da administração pública buro-
A Administração Pública Burocrática surge na segunda metade crática.
do século XIX (era Vargas), como forma de combater a corrupção e Abrindo o caminho para a Reforma Gerencial, que ganhou im-
o nepotismo patrimonialista, constituindo princípios orientadores pulso a partir dos anos 1980 na Grã-Bretanha, e, nos anos 1990, no
do seu desenvolvimento, como a profissionalização, a ideia de car- Brasil. O Estado Social só pode ser pensado e estabelecido porque
reira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em a administração pública burocrática proporcionava um mínimo de
síntese, o poder racional-legal. eficiência que o tornava economicamente viável.
1 BRESSER PEREIRA, L. C. DEMOCRACIA, ESTADO SOCIAL, E REFORMA
GERENCIAL. Intervenção no VI Fórum da Reforma do Estado. Rio de
Janeiro, 1º de outubro de 2007.
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No entanto, à medida que as reformas sociais avançavam, foi gamento de impostos, o modelo brasileiro primou por capacitar
ficando claro que esse mínimo era insuficiente. O aumento do custo melhor a burocracia, garantir contratos e adequado funcionamento
dos serviços do estado impôs a adoção da Reforma Gerencial. dos mercados, mais autonomia ao administrador público, cidadão
Esta imposição, porém, não era apenas fiscal, mas também políti- visto como consumidor dos serviços estatais e maior controle social
ca. Para que o Estado Social se mantivesse legitimado em face à ofen- sobre o administrador público.
siva neoliberal era necessário tornar suas ações substancialmente mais Com a Emenda Constitucional (EC) 19/98, introduziu-se na
eficientes: era necessário proceder a Reforma Gerencial. CF/88 o princípio da eficiência, ampliando os princípios da adminis-
O Estado Social torna coletivo ou público a oferta dos grandes tração pública elencados no art. 37, além de diversas outras altera-
serviços públicos de educação, saúde, e previdência social. Para que ções com o intuito de tornar mais célere e flexível a administração
esses serviços fossem gratuitos e iguais para todos e economica- pública; tais como a exclusão da estabilidade do servidor público,
mente viáveis, era preciso que o estado fosse capaz de oferecê-los que agora pode ser demitido quando comprovadamente ineficiente
de forma não apenas efetiva, mas também eficiente. ou exonerado caso haja excesso de pessoal; também pode ser colo-
A administração burocrática já se havia revelado efetiva; entre- cado à disposição; houve a descentralização das atividades estatais
tanto, na medida em que a dimensão dos serviços sociais do estado entre outras mudanças e acréscimos3.
aumentava a efetividade não era suficiente: era preciso controlar o Foram tentativas de desburocratizar a administração pública
custo dos serviços realizados diretamente por servidores públicos brasileira, deixando-a menos rígida, com menos controles a priori
estatutários que se revelavam altos demais. Estes custos refletiam (voltados para os procedimentos) a fim de possibilitar mais foco nos
não apenas o maior volume dos serviços, mas também a ineficiên- resultados.
cia neles embutida devido à rigidez da administração burocrática.
A ineficiência da administração pública burocrática tornou-se Característica da Administração Gerencial
uma ameaça para a legitimidade do Estado Social. A ideologia neo- (1) os gerentes são responsáveis por resultados, ao invés de
liberal afirmava que a oferta e o consumo privado eram mais efi- obrigados a seguir regulamentos rígidos;
cientes do que a oferta pública e o consumo coletivo. A sociedade (2) os servidores são premiados por bons resultados e punidos
continuava a demandar os serviços públicos e a tese neoliberal de pelos maus;
que o consumo público poderia ser substituído com vantagem pelo (3) realiza serviços que envolvem poder de estado através de
privado não foi aceita pela sociedade. agências executivas e reguladoras;
Era preciso mudar as condições de oferta dos serviços, e mos- (4) mantém o consumo coletivo e gratuito, mas transfere a
trar que o estado estava usando bem os recursos dos impostos, que oferta dos serviços sociais e científicos para organizações sociais, ou
os contribuintes não estavam “jogando dinheiro bom em cima de seja, para provedores públicos não estatais que recebem recursos
dinheiro ruim” – uma frase típica dos oponentes do Estado Social. do estado e são controlados através de contrato de gestão.
A Reforma Gerencial foi a resposta a esse desafio ao modificar a
forma de administrar a oferta dos serviços. Por meio dessas características e, principalmente, da quarta, o
Esse modelo é a continuação do modelo burocrático weberia- poder público garante os direitos sociais, mas transfere sua provisão
no, apenas com a adoção das ideias atuais do setor privado, exata- ou oferta para organizações quase estatais que são as organizações
mente como defendia Weber (a administração pública buscando na sociais. Uma característica central da Reforma Gerencial de 1995 – a
área empresarial novas dinâmicas de funcionamento para garantir reforma brasileira – foi a distinção entre atividades exclusivas do Es-
sua eficiência), desse modo ocorreria meramente a flexibilização da tado, que envolvem poder de estado, e as atividades não exclusivas
burocracia, não um novo modelo organizacional. que devem ser realizadas por organizações públicas não estatais.
Anteriormente se percebiam as disfunções do modelo burocrá- Essas organizações sociais garantem uma flexibilidade e uma
tico, que não atendia satisfatoriamente as novas demandas sociais eficiência administrativa maior. Os resultados alcançados pelos no-
e dificultavam o desenvolvimento. Entretanto, a crise da década vos hospitais do Estado de São Paulo, todos constituídos sob a for-
de 1980, especialmente a vivida pelo Reino Unido e Estados Uni- ma de organizações sociais, são definitivos a respeito.
dos propiciaram as bases da reforma que serviria de resposta aos Em 1995 teve início no Brasil a Reforma da Gestão Pública ou
problemas enfrentados à época: crise do petróleo, do welfare state reforma gerencial do Estado com a publicação do Plano Diretor da
keynesiano; término do desenvolvimento pós-guerra; crise fiscal, Reforma do Estado e o envio para o Congresso Nacional da emenda
aumento nas demandas estatais2. da administração pública que se transformaria, em 1998, na Emen-
No Brasil a administração gerencial foi implementada aberta- da 19. Nos primeiros quatro anos do governo Fernando Henrique,
mente no governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002), pelo enquanto Luiz Carlos Bresser-Pereira foi o ministro, a reforma foi
Ministro da Administração Federal e da Reforma do Estado (MARE), executada ao nível federal, no MARE - Ministério da Administração
Luiz Carlos Bresser-Pereira, por meio do Plano Diretor da Reforma Federal e Reforma do Estado.
do Aparelho do Estado (1995). Com a extinção do MARE, por sugestão do próprio ministro no
Com inspiração na administração privada, buscando não ig- final desse período, a gestão passou para o Ministério do Planeja-
norar as respectivas diferenças (pois o Estado não visa lucro e mento e Gestão, ao mesmo tempo em que estados e municípios
mantém-se, não com receita de atividade comercial, mas pelo pa- passavam também a fazer suas próprias reformas.
2 MARTINS, Humberto Falcão. A ética do patrimonialismo e a
modernização da administração pública brasileira. In: MOTTA, F. C.
P.; CALDAS, M. P. (Orgs.). Cultura organizacional e cultura brasileira.
São Paulo: Atlas, 1997a. Disponível em: <https://www.academia. 3 BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Reforma do Estado para a cidadania:
edu/3261499/A_etica_do_patrimonialismo_ea_modernizacao_da_ad- a reforma gerencial brasileira na perspectiva internacional. 2 ed. São
ministracao_publica_brasileira>. Acesso em mar 2015. Paulo: Editora 34, 2011.
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O Brasil, ao iniciar em 1995 sua reforma da gestão pública, foi o primeiro país em desenvolvimento que tomou essa iniciativa, menos
de dez anos depois que Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia iniciaram suas reformas.
Desde então a Reforma da Gestão Pública de 1995 vem avançando no país, principalmente ao nível dos estados e municípios. Como a
reforma da gestão pública é historicamente a segunda reforma administrativa relevante do Estado moderno, mais cedo ou mais tarde ela
ocorrerá em todos os países. E, uma vez iniciada, não há alternativa senão prossegui-la.
O objetivo da Reforma da Gestão Pública de 1995 é contribuir para a formação no Brasil de um aparelho de Estado forte e eficiente.
Ela compreende três dimensões:
a) uma dimensão institucional-legal, voltada à descentralização da estrutura organizacional do aparelho do Estado através da criação
de novos formatos organizacionais, como as agências executivas, regulatórias, e as organizações sociais;
b) uma dimensão gestão, definida pela maior autonomia e a introdução de três novas formas de responsabilização dos gestores – a
administração por resultados, a competição administrada por excelência, e o controle social – em substituição parcial dos regulamentos
rígidos, da supervisão e da auditoria, que caracterizam a administração burocrática; e
c) uma dimensão cultural, de mudança de mentalidade, visando passar da desconfiança generalizada que caracteriza a administração
burocrática para uma confiança maior, ainda que limitada, própria da administração gerencial.

Um dos princípios fundamentais da Reforma de 1995 é o de que o Estado, embora conservando e se possível ampliando sua ação na
área social, só deve executar diretamente as tarefas que são exclusivas de Estado, que envolvem o emprego do poder de Estado, ou que
apliquem os recursos do Estado.
Entre as tarefas exclusivas de Estado devem-se distinguir as tarefas centralizadas de formulação e controle das políticas públicas e da
lei, a serem executadas por secretarias ou departamentos do Estado, das tarefas de execução, que devem ser descentralizadas para agên-
cias executivas e agências reguladoras autônomas. Todos os demais serviços que a sociedade decide prover com os recursos dos impostos
não devem ser realizados no âmbito da organização do Estado, por servidores públicos, mas devem ser contratados com terceiros.
Os serviços sociais e científicos, para os quais os respectivos mercados são particularmente imperfeitos, já que neles impera a assime-
tria de informações, devem ser contratados com organizações públicas não estatais de serviço, as organizações sociais, enquanto que os
demais podem ser contratados com empresas privadas.
Estado é dar um passo adiante e tornar o Estado mais eficiente e mais moderno. As três formas gerenciais de controle – controle so-
cial, controle de resultados e competição administrada – devem ser aplicadas tanto às agências, quanto às organizações sociais.
A Reforma da Gestão Pública de 1995-98 não subestimou os elementos patrimonialistas e clientelistas ainda existentes em um Estado
como o brasileiro, mas, ao invés de continuar se preocupando exclusivamente com eles, como fazia a reforma burocrática desde que foi
iniciada nos anos 1930, avançou na direção de uma administração mais autônoma e mais responsabilizada perante a sociedade.
Embora enfrentando paralisações previsíveis, a Reforma da Gestão Pública de 1995 está sendo bem sucedida em tornar gerencial o
Estado brasileiro. Sua implementação deverá durar muitos anos como nos outros países duraram as reformas burocráticas.

EXPERIÊNCIAS DE REFORMAS ADMINISTRATIVAS

Eficiência Governamental

A necessidade constante de eficiência, transparência e inovação no sector público tem sido um catalisador para a implementação de
reformas administrativas ambiciosas em muitos países. Estas reformas não foram meras intervenções burocráticas, mas esforços signi-
ficativos para reorganizar e melhorar as instituições governamentais. O principal objetivo é transformá-los em unidades mais flexíveis e
adaptáveis, capazes de lidar com as necessidades complexas e em constante mudança da sociedade atual.

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Neste artigo faremos um estudo aprofundado das experiências transparência no governo não só fortalece a legitimidade institucio-
de reformas administrativas em todo o mundo para esclarecer os nal, mas também permite que os cidadãos compreendam as ações
desafios enfrentados por essas mudanças e os objetivos alcança- do governo e participem ativamente no processo democrático.
dos. A análise abrangerá uma variedade de contextos, tendo em Em muitos casos, as reformas administrativas visam reforçar a
conta diferenças culturais, estruturas políticas e níveis de desenvol- capacidade do governo para responder eficazmente às necessida-
vimento económico. Os principais objetivos da reforma administra- des públicas. Esta dimensão inclui a criação de estruturas flexíveis e
tiva são: flexíveis que possam adaptar-se rapidamente às mudanças nas ne-
Esta reforma baseia-se em objetivos internos muito importan- cessidades e expectativas dos cidadãos. Ao reforçar esta capacida-
tes. A modernização dos processos administrativos é um dos prin- de de resposta, as reformas visam criar um governo mais dinâmico
cipais objetivos destinados a fornecer aos governos as ferramentas e adequado às complexidades da sociedade atual.
para lidar eficazmente com as complexidades atuais. Além disso, é Portanto, o objetivo da reforma administrativa vai além da sim-
importante prosseguir uma governação transparente e responsável ples modernização ou eficiência empresarial. Este foi um esforço
para construir uma relação de confiança entre o governo e o povo. conjunto para redefinir o papel do governo, incentivar práticas ino-
Desafio Monumental: vadoras e garantir que a governação não seja apenas eficiente, mas
No entanto, o caminho para uma gestão mais eficiente apre- também transparente responsável e adaptável às rápidas mudanças
senta desafios significativos. A resistência burocrática apresenta sociais, políticas e tecnológicas. O objetivo deste enfoque reflete a
um obstáculo recorrente e requer estratégias inteligentes para ser busca de uma administração pública que responda verdadeiramen-
superada. A falta de recursos financeiros, a resistência dos residen- te às expectativas e necessidades da sociedade atual.
tes a grandes mudanças e os desafios políticos complexos também
estão entre os obstáculos que devem ser cuidadosamente conside- — Tarefas complexas da reforma administrativa: Obstáculos e
rados no processo de reforma. estratégias de enfrentamento
Ampla experiência internacional: Embora as reformas administrativas tragam grandes benefí-
Estudando a experiência internacional, torna-se claro que as cios, não se pode negar que enfrentam muitos desafios complexos
abordagens à reforma administrativa variam. Analisando casos que podem afetar seriamente a sua implementação bem sucedida.
específicos, países como Singapura, Nova Zelândia e Suécia desta- Estes desafios são muitas vezes enormes obstáculos que devem ser
cam-se como exemplos de sucesso e oferecem lições valiosas para ultrapassados ​​através de estratégias inteligentes e abordagens ino-
países que procuram implementar mudanças semelhantes. Explo- vadoras. Neste contexto, é importante examinar mais detalhada-
rar a diversidade destas abordagens ajudar-nos-á a obter uma com- mente os desafios enfrentados, destacando a complexidade destas
preensão mais abrangente das estratégias que podem ser adotadas barreiras.
em diferentes situações. A resistência burocrática é um dos maiores e persistentes de-
safios. A natureza conservadora das estruturas burocráticas pode
Impacto significativo na estrutura governamental: As refor- criar uma resistência à mudança e impedir a rápida adopção de no-
mas administrativas não são apenas superficiais; Isso teve um gran- vos métodos, técnicas ou abordagens de gestão. A superação des-
de impacto na estrutura do governo. A descentralização do poder, tes obstáculos exige não só a comunicação eficaz dos objetivos da
a integração de tecnologias inovadoras e a revisão dos modelos de reforma, mas também a criação de incentivos e mecanismos para
governação são aspectos que irão alterar significativamente a dinâ- encorajar o cumprimento e a cooperação.
mica das organizações governamentais e terão um impacto direto A falta de recursos financeiros é outro desafio atual. As refor-
na forma como os serviços públicos são prestados. mas administrativas exigem frequentemente investimentos signifi-
cativos em formação, tecnologia e infraestruturas. Estas limitações
— Objetivos principais da reforma administrativa: Moderni- de recursos podem afetar a eficácia das alterações propostas. Abor-
zação, eficiência operacional, gestão transparente e responsabi- dagens criativas de angariação de fundos, parcerias público-priva-
lização. das e priorização de iniciativas importantes podem revelar-se es-
O objetivo básico da reforma administrativa vai além da sim- senciais para superar estas barreiras. A resistência dos moradores
ples reorganização burocrática. Eles buscam mudanças fundamen- também é considerada um fator importante. Grandes mudanças
tais na dinâmica governamental. Em primeiro lugar, a modernização nas práticas governamentais podem causar ansiedade e descon-
destaca-se como um pilar importante desta reforma. Este objetivo fiança entre os cidadãos. A comunicação transparente, o envolvi-
inclui a utilização de práticas modernas, tecnologias inovadoras e mento público ativo e a demonstração de benefícios tangíveis são
métodos de gestão eficazes para fornecer às organizações públicas estratégias necessárias para aliviar as preocupações e construir um
as ferramentas de que necessitam para enfrentar os desafios com- apoio forte.
plexos e dinâmicos do século XXI. O desafio político é uma dimensão adicional porque as refor-
Em relação à modernização, a eficiência do trabalho parece ser mas administrativas envolvem frequentemente a reorganização das
um objetivo inevitável da reforma administrativa. Para que o gover- estruturas de poder e das práticas políticas estabelecidas. Os con-
no desempenhe as suas funções de forma eficaz e forneça serviços flitos de interesses, a competição partidária e a oposição dos secto-
de qualidade aos seus cidadãos, é essencial encontrar continua- res políticos podem impedir a implementação eficaz das reformas.
mente processos que sejam mais ágeis menos dispendiosos e mais Estratégias de negociação, construção de consenso e ação política
eficientes. estratégica são essenciais para mitigar estas complexidades.
Outro elemento importante é a promoção de uma governação Em suma, compreender os desafios enfrentados durante a re-
transparente e responsável. O objetivo deste objetivo é construir forma administrativa vai além da simples enumeração. É necessária
relações de confiança entre o governo e os cidadãos, estabelecer uma análise detalhada da interação destes desafios e a formula-
canais de comunicação claros e garantir a responsabilização. A ção de estratégias adaptativas. A superação eficaz destes obstácu-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

los não só reforça o sucesso da implementação das reformas, mas de novos métodos, técnicas ou abordagens de gestão. A superação
também contribui para uma administração pública mais resili ente, destas barreiras exige não só a comunicação eficaz dos objetivos
capaz de se adaptar e evoluir face a face desafios em constante mu- da reforma, mas também a criação de incentivos e mecanismos
dança. para promover o cumprimento e a cooperação. A falta de recur-
sos financeiros é outro desafio atual. As reformas administrativas
— Experiência Internacional: Uma visão detalhada das dife- exigem frequentemente investimentos significativos em educação,
rentes abordagens à reforma administrativa tecnologia e infraestruturas. Estas restrições de recursos podem
afetar a eficácia das mudanças propostas. Abordagens criativas de
Os esforços para melhorar a estrutura governamental não são angariação de fundos, parcerias público-privadas e priorização de
esforços de apenas um país, mas sim um esforço global que adota iniciativas-chave podem ser essenciais para superar estas barreiras.
uma abordagem multifacetada. Muitos países em todo o mundo A resistência dos moradores também é considerada um fator im-
iniciaram processos de reforma administrativa, cada um com dife- portante. Grandes mudanças nas práticas governamentais podem
rentes diferenças culturais, políticas e económicas. A análise destas causar ansiedade e desconfiança entre os cidadãos. A comunicação
experiências pode proporcionar uma compreensão mais ampla das transparente, o envolvimento ativo da comunidade e a demonstra-
estratégias eficazes e dos desafios a superar. ção de benefícios tangíveis são estratégias necessárias para reduzir
Os países que se destacam neste cenário são Singapura, Nova a ansiedade e construir um forte apoio. O desafio político é uma
Zelândia e Suécia, frequentemente citados como exemplos de re- dimensão adicional porque as reformas administrativas envolvem
formas administrativas notavelmente bem-sucedidas. A experiên- frequentemente a reorganização das estruturas de poder e das prá-
cia de Singapura é bem conhecida pela implementação eficaz de ticas políticas estabelecidas. Os conflitos de interesses, a competi-
inovações tecnológicas, enquanto a Nova Zelândia é conhecida pela ção partidária e a oposição da comunidade política podem impedir
sua coragem na descentralização do poder e na simplificação de a implementação eficaz das reformas. Estratégias de negociação,
procedimentos burocráticos. Em contraste, a Suécia destaca-se pela construção de consenso e ação política estratégica são essenciais
sua ênfase na transparência e na participação dos cidadãos. para mitigar estas complexidades. Em suma, compreender os de-
Contudo, é importante reconhecer que o sucesso não foi safios enfrentados durante a reforma administrativa vai além de
universal e muitos países enfrentaram sérias dificuldades na im- simplesmente enumerá-los. É necessária uma análise detalhada da
plementação de reformas administrativas. A compreensão destes interação destes desafios e a formulação de estratégias adaptativas.
desafios proporciona lições valiosas para aqueles que procuram li- A superação eficaz destes obstáculos não só fortalece a implemen-
derar mudanças semelhantes. tação bem-sucedida das reformas, mas também contribui para uma
Analisaremos casos específicos para obter insights profundos. administração pública mais resiliente, capaz de se adaptar e crescer
Por exemplo, a experiência da Índia ilustra os desafios enfrentados face a desafios em constante mudança.
na implementação de reformas no contexto da diversidade cultural
e da complexidade administrativa. O Brasil, que enfrenta desafios — Experiência Internacional: Informações detalhadas sobre
como o excesso de burocracia e a instabilidade política, constitui diferentes abordagens à reforma administrativa. Os esforços para
um estudo de caso muito complexo. melhorar a estrutura governamental não são apenas um esforço de
Veremos também como alguns países superaram obstáculos um país, mas um esforço global com uma abordagem multifaceta-
específicos. A Finlândia, por exemplo, adoptou uma abordagem da. Muitos países em todo o mundo iniciaram processos de refor-
faseada, introduzindo mudanças graduais ao longo do tempo para ma administrativa com diferenças culturais, políticas e económicas
garantir a adopção e adaptação contínuas. Em vez disso, a Austrália distintas. A análise destas experiências pode proporcionar uma
está a investir em estratégias de comunicação eficazes para envol- compreensão mais ampla das estratégias eficazes e dos desafios a
ver os cidadãos no processo de reforma. superar. Os países que se destacam neste cenário são Singapura,
Uma análise aprofundada desses casos específicos ajudará Nova Zelândia e Suécia, frequentemente citados como exemplos de
você a compreender os resultados alcançados, bem como a iden- reformas administrativas altamente bem-sucedidas. A experiência
tificar padrões e estratégias que podem ser aplicadas nas mais di- de Singapura é conhecida pela implementação eficaz de inovações
versas situações. A experiência internacional torna-se, portanto, tecnológicas, enquanto a Nova Zelândia é conhecida pela sua co-
um valioso depósito de aprendizagem, fornecendo orientação para ragem na descentralização do poder e na simplificação de proce-
aqueles que procuram transformar a administração pública de uma dimentos burocráticos. Em contraste, a Suécia destaca-se pela sua
forma eficaz e sustentável. ênfase na transparência e na participação dos cidadãos. Contudo, é
importante reconhecer que o sucesso não foi universal e muitos pa-
— Tarefas complexas da reforma administrativa: Obstáculos e íses enfrentaram sérias dificuldades na implementação de reformas
estratégias de enfrentamento administrativas. A compreensão destes desafios proporciona lições
Embora as reformas administrativas tragam grandes benefí- valiosas para aqueles que procuram liderar mudanças semelhantes.
cios, não se pode negar que enfrentam muitos desafios complexos Analisaremos casos específicos para obter insights profundos. Por
que podem afetar seriamente a sua implementação bem-sucedida. exemplo, a experiência da Índia ilustra os desafios enfrentados na
Estes desafios são muitas vezes enormes obstáculos que devem ser implementação de reformas no contexto da diversidade cultural e
ultrapassados ​​através de estratégias inteligentes e abordagens ino- da complexidade administrativa. O Brasil, que enfrenta problemas
vadoras. Neste contexto, é importante examinar mais detalhada- como burocracia excessiva e instabilidade política, é um estudo de
mente os desafios enfrentados, destacando a complexidade destas caso particularmente difícil. Também veremos alguns países supe-
barreiras. A resistência burocrática é um dos maiores e mais persis- rarem certos obstáculos. A Finlândia, por exemplo, adoptou uma
tentes desafios. A natureza conservadora das estruturas burocráti- abordagem faseada, introduzindo mudanças graduais ao longo do
cas pode criar resistência à mudança e impedir a rápida adopção tempo para garantir a adopção e adaptação contínuas. Em vez dis-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

so, a Austrália está a investir em estratégias de comunicação efica- de modernização administrativa. Essa análise abrangente busca
zes para envolver os cidadãos no processo de reforma. Uma análise oferecer insights valiosos para orientar governos na construção de
aprofundada destes casos específicos irá ajudá-lo a compreender administrações públicas mais eficazes e adaptáveis.
os resultados alcançados e a identificar padrões e estratégias que
podem ser utilizadas em diferentes situações. A experiência inter-
nacional torna-se, portanto, um valioso depósito de aprendizagem, O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
fornecendo orientação para aqueles que procuram transformar a PÚBLICA
administração pública de forma eficaz e sustentável.

— Perspectiva Futura: Caminhando em direção a novas trans- O processo de modernização da Administração Pública pode
formações e inovações tecnológicas na administração pública ser entendido como uma série de medidas e reformas realizadas
Olhando para as experiências passadas, é urgente avaliar e pre- com o objetivo de tornar o setor público mais eficiente, transparen-
ver as perspectivas futuras da reforma administrativa. Este exercí- te e orientado para resultados.
cio de reflexão não só considera o que foi alcançado, mas também Uma das principais características desse processo é a aplicação
analisa mais de perto a dinâmica global em constante mudança e de princípios e práticas do setor privado na gestão pública. Isso in-
as necessidades sociais em evolução que moldarão as abordagens clui a adoção de técnicas de gestão modernas, como planejamento
futuras. Além disso, é importante explorar como as novas inovações estratégico, gestão por resultados, gestão de processos e gestão de
tecnológicas se tornarão catalisadores importantes na próxima fase projetos.
da modernização governamental. Além disso, a modernização da Administração Pública também
As mudanças na dinâmica global estão a tornar-se um fator envolve a adoção de tecnologias de informação e comunicação, vi-
determinante na direção da reforma administrativa. A crescente sando a digitalização dos processos e a melhoria do atendimento
globalização, as interconexões complexas entre países e os desafios ao cidadão. Isso inclui a implementação de sistemas de gestão in-
globais comuns exigem uma abordagem mais colaborativa e adap- tegrada, a utilização de plataformas eletrônicas para a prestação de
tativa. Como os governos podem alinhar suas estratégias adminis- serviços públicos e a disponibilização de informações públicas de
trativas para responder eficazmente a essas mudanças dinâmicas? forma mais acessível.
A busca por respostas a essa indagação se torna essencial para ante- Outro aspecto importante da modernização da Administração
cipar desafios e oportunidades no horizonte administrativo global. Pública é o fortalecimento da transparência e da accountability. Isso
envolve a implementação de mecanismos de controle interno e ex-
As demandas sociais, por sua vez, são moldadas por uma va- terno, como auditorias e fiscalizações, bem como a divulgação de
riedade de fatores, incluindo evoluções demográficas, mudanças informações sobre gastos públicos, contratos e resultados alcança-
culturais e expectativas crescentes dos cidadãos em relação à efi- dos.
ciência e transparência governamental. Compreender e antecipar A modernização da Administração Pública também pode en-
essas demandas são cruciais para alinhar as reformas administra- volver a reestruturação e a simplificação dos órgãos e processos
tivas com as expectativas da sociedade. Como os governos podem administrativos, visando tornar a máquina pública mais enxuta e
adaptar suas abordagens para atender às crescentes expectativas ágil. Isso pode incluir a fusão de órgãos, a redução de cargos e a
de uma sociedade cada vez mais informada e participativa? descentralização de competências para os níveis locais de governo.
No âmbito tecnológico, a próxima fase de modernização go- Em resumo, o processo de modernização da Administração
vernamental será fortemente influenciada por inovações tecnoló- Pública busca tornar o setor público mais eficiente, transparente e
gicas emergentes. Inteligência artificial, blockchain, análise de big voltado para atender as necessidades e demandas da sociedade de
data e automação são apenas algumas das tecnologias que têm o forma mais eficaz.
potencial de redefinir a administração pública. Como essas ferra-
mentas podem ser estrategicamente incorporadas para melhorar a
EVOLUÇÃO DOS MODELOS/PARADIGMAS DE GESTÃO: A
eficiência, aumentar a transparência e promover uma participação
NOVA GESTÃO PÚBLICA
cidadã mais robusta? Examinar as possibilidades e desafios dessas
inovações é essencial para orientar as reformas administrativas em
direção a um futuro mais adaptável e capacitado. A Nova Gestão Pública, ou New Public Management (NPM)
Este conjunto abrangente de textos explora a temática das re- é um conjunto de doutrinas administrativas, surgidas na década
formas administrativas, analisando-as em diversas dimensões. Ini- 1970, que orientaram as reformas realizadas na Administração Pú-
cialmente, destacou-se a busca por eficiência, transparência e ino- blica em nível mundial. A NPM pretendia que os princípios geren-
vação no setor público como impulsionadores fundamentais dessas ciais utilizados nas organizações privadas fossem também aplicados
reformas. Em seguida, examinaram-se objetivos, desafios e experi- na gestão das organizações públicas.4
ências internacionais, incluindo casos notáveis de sucesso e lições Segundo Kettl5 a ideia de reformar o setor governamental, no
aprendidas. Além disso, aprofundou-se nos impactos nas estrutu- sentido de aprimorá-lo, é algo tão antigo como a própria ideia de
ras governamentais, ressaltando a importância da descentralização, governo, porém, o esforço gastado nas décadas de 70, 80 e 90, cer-
inovação tecnológica e revisão de modelos de gestão. Por fim, a tamente, foram os maiores.
reflexão sobre as perspectivas futuras enfatizou a necessidade de
adaptação às dinâmicas globais, evolução das demandas sociais e
incorporação estratégica de inovações tecnológicas na próxima fase 4 PALUDO, A.; Administração Pública. - 3. ed. RJ: Elsevier, 2013.
5 KETTL, D. F.; The global public management revolution. 2. ed. Washington, DC:
Brookings Institution Press, 2005.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Dois grandes fatores impulsionaram esses esforços: a democra- Dentro desse novo modelo de gestão pública gerencial, ou
cia e a globalização, onde a democracia cobra eficiência, participa- novo gerencialismo, foram identificados três estágios: o gerencia-
ção nas decisões e accountability governamental, e a globalização lismo puro, o consumerism e o Public Service Orientation (PSO). No
traz as tecnologias da informação e da comunicação, e a competi- entanto, essa separação consiste em alguns traços apenas, visto
tividade. que a maior parte das ideias são comuns aos três estágios.
Às vésperas das grandes reformas, tanto as mundiais quanto
a brasileira, ganha destaque a afirmação de que os estados se en- Gerencialismo puro ou Managerialism
contravam com menos recursos e com menos poder: a maioria dos
governos não tinha mais como financiar seus déficits públicos. Esse primeiro estágio gerencial foi “inspirado” na administra-
O fato é que as reformas se tornaram indispensáveis, tanto ção de empresas privadas e surgiu na Administração Pública como
no que se refere à promoção do desenvolvimento econômico num resposta à crise fiscal do Estado, voltando-se para a busca no incre-
mundo globalizado, quanto ao bem-estar geral da sociedade de mento da eficiência no setor público. Buscava reconstruir o Estado
cada nação, com a prestação de serviços e a redução das desigual- em bases pós-burocráticas e identificou-se com as ideias neolibe-
dades sociais. rais, introduzindo técnicas de gerenciamento concomitantes com
programas de ajuste estrutural.
Atenção Os programas implementados eram focados na redução de
Não oponente as reformas, é possível afirmar que o Estado custos, enxugamento de pessoal e aumento da eficiência, com cla-
continua a atuar como o principal instrumento de desenvolvimento ra definição das responsabilidades, dos objetivos organizacionais, e
econômico, social e político das nações. Ao mesmo tempo em que maior consciência acerca do valor dos recursos públicos.
se afasta da produção direta de bens e serviços, amplia sua atuação
no campo da regulação, fiscalização e controle. Redução de custos e aumento da eficiência foram os focos des-
sa reforma.
O Novo Gerencialismo ou Nova Administração Pública surge
primeiramente na Europa, como resposta do Estado à crise eco- O managerialism procurou tornar a Administração Pública
nômica mundial, que pôs fim à “era de prosperidade” dos países mais ágil no atendimento das demandas sociais, ao mesmo tem-
capitalistas (crises do petróleo de 1973 e 1979, e a estagnação eco- po em que pretendia devolver ao Estado a capacidade de investir,
nômica das nações europeias e dos Estados Unidos), e que resultou mediante a contenção da dívida pública e a redução do custo dos
numa crise fiscal dos Estados (Estados sem recursos). serviços prestados.
Da necessidade de um novo direcionamento para a atuação Foi trazido da iniciativa privada para o setor público o conceito
dos Estados, que agora deveriam concentrar-se nas questões es- de produtividade (fazer mais com menos), e iniciaram-se as grandes
tratégicas para o bem comum e deixar as demais ações por conta privatizações. Nesse primeiro estágio, o usuário do serviço público é
da iniciativa privada, diretamente ou compartilhadas num campo tido somente como o financiador do sistema.
público não estatal, e da necessidade de um novo modelo de admi-
nistração capaz de atender às demandas dos cidadãos. Consumerism
Num primeiro momento, as ideias do neoliberalismo (consenso
de Washington) ganham força, e o Estado é acusado de ser o cau- Este segundo estágio gerencial passa a direcionar suas ações
sador da crise, sendo reduzido drasticamente (por vezes, desman- com foco no cliente, que é o cidadão. Flexibilizou-se a gestão e in-
telado). Os Estados deveriam adotar uma disciplina fiscal rígida, troduziu-se a perspectiva da qualidade como uma estratégia voltada
desregulamentar e abrir suas economias, e não impor restrições à para a satisfação do consumidor, através de medidas que visavam
circulação de capitais externos. tornar o Poder Público mais leve, ágil e competitivo: descentraliza-
Segundo Fabio Gomes (2006), em face da grave crise econômi- ção administrativa, criação de opções de atendimento, incentivo à
ca dos anos 1970, onde a estagnação e a inflação se agravavam, as competição entre organizações públicas e adoção do modelo con-
correntes liberais passaram a acusar o Estado de ser o grande vilão tratual na prestação dos serviços.
da depressão. O planejamento estratégico começa a ser utilizado pelas orga-
Num segundo momento, percebendo que a resposta foi inade- nizações públicas. Abrucio (1997) menciona ainda a contratualiza-
quada, afirma-se que o Estado deve ser um regulador e controlador, ção dos serviços públicos, como forma de obter melhores resulta-
sem esquecer que suas ações devem ser orientadas à satisfação dos dos na utilização dos recursos públicos.
cidadãos-usuários: a questão da democracia, da liberdade política, Nesse segundo estágio (meados da década 1980, na Inglaterra
da justiça social e do desenvolvimento econômico não se coadu- e Estados Unidos), o foco da administração passa a ser o cliente-u-
nam com o estado mínimo. suário dos serviços públicos, e a qualidade é tida como a satisfação
Carlos Pimenta (1998) identifica oito princípios nas reformas de suas necessidades.
gerenciais: desburocratização, descentralização, foco no cidadão, A ideia de “redução de custos e eficiência a qualquer preço” é
competitividade, profissionalismo, ética, transparência e accou- incompatível com os valores democráticos e com as necessidades
ntability. A estes, acrescente-se o pensar/decidir/agir de cunho dos usuários: agora a questão do custo está subordinada à avaliação
estratégico, voltado para resultados e focando a sustentabilidade. do destinatário dos serviços, o cliente-cidadão.
Para Vera Osório (2003), a pedra angular da nova gerência pública
consiste na “gerência orientada para resultados como forma de se
avaliar o desempenho do aparelho estatal”.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O foco das ações decorre de um novo modo de se perceber o cidadão: se num primeiro momento ele era apenas quem financiava a
prestação dos serviços públicos, agora ele é muito mais: é o cliente-destinatário das ações do Estado e da administração. O que se procura
agora é melhorar a prestação de serviços, a fim de que o cidadão fiquei satisfeito.

No consumerism não se busca a redução de custos “a qualquer preço”. Esta será perseguida em segundo plano, pois procura-se agora
prestar serviços com qualidade.

Public Service Orientation - PSO

Este terceiro estágio, ainda vigente, surgiu na Inglaterra e nos Estados Unidos no início da década de 1990, e agregou princípios mais
ligados à cidadania, como accountability e equidade, buscando superar a ideia de que a Administração Pública deve tratar os administra-
dos somente como clientes. O PSO inclui a participação do cidadão e da sociedade nas decisões públicas.
Segundo Abrucio (1997), “toda a reflexão realizada pelos teóricos do PSO leva aos temas do republicanismo e da democracia, utilizan-
do-se de conceitos como accountability, transparência, participação política, equidade e justiça”.
Nesse estágio mais atual, o termo cliente – embora ainda utilizado – fica em segundo plano, e o termo cidadão ganha força. O termo
cliente levaria a tratamento desigual (os clientes mais bem organizados teriam tratamento melhor e melhores serviços).
O termo cidadão traz consigo a noção de tratamento isonômico e a noção de bem comum. Assim, destaca-se a busca pela equidade,
ou seja, a busca por um tratamento igual para os iguais (os que se en­contram em situações semelhantes).
O termo cidadão não é uma via de mão única, não tem apenas direitos, mas também obrigações, como a de fiscalizar a coisa pública
e cobrar o accountability (prestação de contas dos responsáveis) dos gesto­res pelos atos praticados.
Agora, a maneira de perceber o cidadão completa seu ciclo: migrou de financiador para destinatário das ações do Estado, e nesse
estágio compreende-se que ele é algo maior – é o titular da coisa pública.

O quadro a seguir apresenta a evolução da Administração Pública gerencial.

EVOLUÇÃO – MODELO GERENCIAL DE ADMINISTRAÇÃO


MANAGERIALISM (gerencialismo puro) CONSUMERISM(Consumidor) PUBLIC SERVICE ORIENTATION (PSO)
Eficiência e Redução de Custos Foco no cliente e qualidade Cidadania, Accountability, Equidade
Taxpayers (contribuintes) Clientes/Consumidores Cidadãos
Fonte: ABRUCIO, Fernando. Caderno n° 10, Enap, 1997.

Bresser-Pereira (2002) considera que, na América Latina, as principais reformas (que apresentaram resultados) foram as do Brasil e
Chile, seguidos de perto pela Argentina, e que as realizadas no Uruguai, México e Colômbia caminham lentas. As reformas do Peru, Bolívia
e Venezuela também foram mencionadas.

GOVERNABILIDADE, GOVERNANÇA E ACCOUNTABILITY

Governança

Na iniciativa privada a governança corporativa representa o modo como as organizações são administradas e controladas, e como
interagem com as partes interessadas. Inclui políticas, regulamentos/instruções, processos, estratégia e cultura, e orienta-se pelos princí-
pios da transparência, equidade, responsabilidade por resultados, cumprimento das normas e accountability. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa o conselho de administração é o guardião do sistema de governança.
Governança pública, no entanto, é compreendida como a capacidade de governar, capacidade de decidir e implementar políticas
públicas que atendam às necessidades da população. Segundo Bresser-Pereira (1998), “governança é a capacidade financeira e adminis-
trativa, em sentido amplo, de um governo implementar políticas”.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Governança relaciona-se com a competência técnica, que político, se referem à governabilidade; se forem utilizados num sen-
abrange as capacidades gerencial, financeira e técnica propriamen- tido mais operacional, de decisões e ações relacionadas a melhores
te dita, e tem nos agentes públicos, em sentido amplo, e nos ser- formas de prestar/controlar os serviços públicos, então referem-se
vidores públicos, em sentido estrito, a sua fonte de origem. “Existe à governança.
governança em um Estado quando seu governo tem as condições
financeiras e administrativas para transformar em realidade as de- Governabilidade
cisões que toma.”
O Caderno Mare no 01 menciona que a governança será alcan- A governabilidade refere-se ao poder político em si, que deve
çada quando o Estado se tornar mais forte, embora menor: mais ser legítimo e contar com o apoio da população e de seus repre-
forte financeiramente, superando a crise fiscal que o abalou nos sentantes. No dizer de Bresser-Pereira (1998), significa capacidade
anos 1980; mais forte estruturalmente, com uma clara delimitação política de governar, “governabilidade é uma capacidade política de
de sua área de atuação e uma precisa distinção entre seu núcleo es- governar derivada da relação de legitimidade do Estado e do seu
tratégico, em que as decisões são tomadas, e suas unidades descen- governo com a sociedade”. Nesse mesmo sentido, o Caderno Mare
tralizadas; mais forte estrategicamente, dotado de elites políticas n° 01 esclarece que um governo tem governabilidade “na medida
capazes de tomar as decisões políticas e econômicas necessárias; e em que seus dirigentes contem com os necessários apoios políticos
administrativamente forte, contando com uma alta burocracia tec- para governar”, e que a capacidade política de governar ou gover-
nicamente capaz e motivada. nabilidade decorre do relacionamento “do Estado e do seu governo
A governança envolve o modo/forma pelo qual o Governo se com a sociedade”.
organiza para prestar serviços à sociedade; o modo/forma de ges- Para Vinicius Araújo (2002), a governabilidade “refere-se às
tão dos recursos públicos; o modo/forma como divulga suas infor- próprias condições substantivas/materiais de exercício do poder e
mações; o modo/forma como se relaciona com a sociedade civil; legitimidade do Estado e do seu governo, derivadas de sua postura
e o modo/forma como constrói os arranjos/acordos institucionais diante da sociedade civil e do mercado”. Portanto, legitimidade está
necessários à implementação das políticas públicas. relacionada com governabilidade, visto que se os governos não fo-
A governança é instrumental, é o braço operacional da gover- rem legitimados não haverá condições necessárias para governar.
nabilidade, “pode ser entendida como a outra face de um mesmo Mas governabilidade significa também que o governo deve to-
processo, ou seja, como os aspectos adjetivos/instrumentais da go- mar decisões amparadas num processo que inclua a participação
vernabilidade” (Vinícius Araujo, 2002). Por ser um instrumento da dos diversos setores da sociedade, dos poderes constituídos, das
governabilidade para a realização dos fins do Estado, a governan- instituições públicas e privadas e segmentos representativos da so-
ça pressupõe condições mínimas de governabilidade, ou seja, em ciedade, para garantir que as escolhas efetivamente atendam aos
situações de crise grave ou de ruptura institucional, que afetem a anseios da sociedade, e contem com seu apoio na implementação
governabilidade, a governança restará comprometida, haja vista o dos programas/projetos e na fiscalização dos serviços públicos.
seu caráter instrumental. “Sem governabilidade é impossível gover- Os governos legítimos, segundo Lamartine Braga et al. (2008),
nança” (Caderno Mare nº 01). têm Constituição e leis duradouras em espírito e ações; tratam os
cidadãos imparcialmente, respeitam os indivíduos e a comunidade;
Atenção: Uma boa governança fortalece a legitimidade do Go- tomam decisões transparentes; usam poder coercivo; protegem os
verno e aumenta sua governabilidade, mesmo sendo instrumental, interesses coletivos de ganhos privados; usam políticas atuais que
para a ESAF o conceito de governança possui um caráter mais am- satisfazem as necessidades dos cidadãos envolvidos; cuidam dos
plo que o conceito de governabilidade. interesses coletivos; constroem e mantêm a confiança nas institui-
ções públicas.
A governança federal apresentou significativa evolução me- A fonte ou origem da governabilidade são os cidadãos e a
diante investimentos em capacitação e treinamento dos servidores cidadania organizada, os partidos políticos, as associações e de-
públicos, mediante a incorporação de técnicas utilizadas pelo setor mais agrupamentos representativos da sociedade. Vinicius Araujo
privado, e mediante a utilização intensiva de sistemas informatiza- (2002) descreve essa fonte de legitimidade como “o apoio obtido
dos como ferramenta de gestão estratégica, tática e operacional. pelo Estado às suas políticas” e como a capacidade dos governos
Um novo termo surgiu nesse contexto: é a nova governança de “articular alianças e coalizões/pactos entre os diferentes grupos
pública – que inclui a participação do mercado e da sociedade civil sociopolíticos para viabilizar o projeto de Estado e sociedade a ser
nas decisões –, o que dificulta ainda mais a distinção dos termos implementado”.
governança versus governabilidade. A nova governança seria uma Fica claro, portanto, que o desafio da governabilidade consiste
espécie de “ponte” entre os interesses do mercado e da socieda- em conciliar os muitos interesses desses atores (na maioria diver-
de civil e a governabilidade. “A governança, de fato, ultrapassa os gentes) e reuni-los num objetivo comum a ser perseguido por todos
aspectos operacionais das políticas, incluindo mecanismos de agre- (ou vários objetivos comuns). Assim, a capacidade de articular-se
gação de interesses, de decisões políticas, de redes informacionais em alianças políticas e pactos sociais constitui-se em fator crítico
e de definições estratégicas” (Jardim, apud Wagner Araujo e Marco para a viabilização dos objetivos do Estado. Essa tentativa de articu-
Gomes, 2006). Palavras como alianças, acordos, parcerias e coope- lação que a governabilidade procura é uma forma de intermediação
ração (entre governo, mercado e sociedade) surgem fortes nesse de interesses; entre eles inclui-se o clientelismo e o corporativismo.
novo conceito. Nos dois casos o que se procura é conciliar interesses, reduzir atri-
tos e aumentar a governabilidade.
Atenção: Alianças, acordos, parcerias e cooperação também
fazem parte da governabilidade. Diferencie-os desta maneira: se fo-
rem utilizados para legitimar os governos, para obtenção de apoio
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Dica: O clientelismo e o corporativismo são meios utilizados pe- classe trabalhadora por intermédio dessas entidades. Para Nelson
los governos para obtenção de apoio, com vistas a aumentar sua Oliveira (2001), eram “instrumentos de controle da força de traba-
legitimidade e fortalecer a governabilidade. lho... criação de um sindicalismo oficial, sem nenhuma possibilida-
de de liberdade e vigiado por uma aparelhada e violenta repres-
Clientelismo são”. Esse era o modelo utilizado por Vargas.
Segundo o dicionário Aurélio (2003), clientelismo é um tipo de
relação política em que uma pessoa (o patrão) dá proteção à outra Neocorporativismo (u Corporativismo Societal): nesse caso a
(o cliente) em troca de apoio (eleitoral), estabelecendo-se um laço representação ocorre entre a sociedade civil e o Estado. Existe um
de submissão pessoal que não depende de relações de parentesco grande número de associações/entidades representativas que pas-
e não tem conotação jurídica. Para José Murilo Carvalho (1997) é sam a decidir com o Estado a questão das políticas públicas. Regra
“um tipo de relação entre atores políticos que envolve concessão geral, elas também detêm o monopólio da representação; no en-
de benefícios públicos, na forma de empregos, benefícios fiscais, tanto, o Estado não cria essas entidades, mas concede-lhes o reco-
isenções, em troca de apoio político, sobretudo na forma de voto”. nhecimento institucional e lhes delega algumas funções (públicas
O clientelismo consiste numa ação entre desiguais (assimétri- ou semipúblicas – Claus Offe,1989). No neocorporativismo são as
ca) em que um é o patrão e os demais são clientes. Foi muito uti- entidades privadas que conquistam o direito de participar do pro-
lizado pelo coronelismo e em determinados períodos era a única cesso decisório. O neocorporativismo originou-se na Europa – no
forma de as pessoas terem acesso a bens e serviços – haja vista que período pós-Segunda Guerra – comofruto do capitalismo e da de-
o Estado não os fornecia. Mas não só o coronelismo se valia desta mocracia, e como forma de solução de conflitos interclasses, num
prática, como também políticos e governos. Segundo Surama Pinto momento de fraca representatividade dos partidos políticos. Para
(1997), “neste tipo de relação políticos e/ou o Governo trocam com Phillip Schmitter (1989), “o neocorporatismo representa um arranjo
setores pobres da população votos por empregos e serviços sem a institucional ligando interesses organizados associativamente com
mediação de terceiros”. Essa prática vai enfraquecendo na medida as estruturas decisionais do Estado”. Foi uma forma encontrada
em que o Estado disponibiliza serviços sociais de caráter universal para integrar a classe trabalhadora organizada ao Estado e ao ca-
a toda a população. pitalismo – construindo pactos/acordos tripartites – com vistas a
acelerar o crescimento econômico.
Dica: Não confunda clientelismo, que pressupõe duas pessoas, Para Wilma Keller (1995), o neocorporativismo expressa “uma
em que se trocam benefícios por apoio político, com fisiologismo, articulação entre Estado, sindicatos e empresariado, em que a força
que se caracteriza pela ação de grupos, que buscam vantagens pes- e a autonomia dos sindicatos constitui uma condição para a con-
soais em detrimento do interesse público. solidação de sistemas tripartites de formulação de políticas”. Um
exemplo atual são as câmaras setoriais, das quais participam tra-
Corporativismo balhadores, empresários e representantes do Estado. Maria Labra
Diferentemente do clientelismo, o corporativismo é uma práti- (1999) considera o neocorporativismo como uma forma “ideal de
ca de organização social com base em entidades representativas de formulação de políticas, traduz ações concertadas, cooperativas,
interesses das categorias profissionais. É uma ação sindical, política, que envolvem tanto escolhas entre cursos alternativos, quanto a
em que prevalece a defesa dos interesses ou privilégios de um setor representação e intermediação deinteresses”.
organizado da sociedade (Dicionário Aurélio, 2003). Essas entidades Marino Regini (1986) destaca que “num sistema neocorpora-
contam com o apoio do Estado e detêm o monopólio da represen- tivo, a organização representativa dos interesses particulares é li-
tação (um sindicato para cada categoria). vre para aceitar ou não suas relações com o Estado, contribuindo,
Segundo Philippe Schmitter (1979), no corporativismo, a re- portanto, para defini-las, enquanto no corporativismo clássico é o
presentação de interesses é ordenada com um número limitado próprio Estado que impõe e define estas relações”.
de categorias únicas, obrigatórias, não competitivas, organizadas
hierarquicamente e diferenciadas funcionalmente, reconhecidas Atenção: São diferenças marcantes entre o corporativismo e o
ou autorizadas (se não criadas) pelo Estado, que lhes concede de- neocorporativismo: no primeiro caso, o Estado cria as entidades e
liberadamente o monopólio da representação no interior de suas impõe às regras do jogo; e no segundo, o Estado não cria, e as as-
respectivas categorias em troca do controle, seleção de lideranças sociações e entidades representativas são livres para aceitarem (ou
e subsídios. não) a representação de interesses.
O corporativismo é utilizado para remoção ou neutralização de
conflitos: econômicos, relacionados à concorrência de mercado; A teoria do italiano Norberto Bobbio (1991) descreve a gover-
sociais, relacionados à luta de classes; e políticos, relacionados aos nabilidade e a não governabilidade como fenômenos incompletos,
conflitos partidários. O corporativismo é típico de governos autori- “processos em curso”. A não governabilidade é uma espécie de cri-
tários (como o fascismo). No Brasil, foi fortemente utilizado no Go- se que engloba a governabilidade e a governança ao mesmo tempo.
verno Vargas e caracterizou-se pela exclusão da grande maioria dos Relaciona-se, de um lado, com a crise econômica do mercado,
trabalhadores. que resulta numa crise fiscal do Estado, e, de outro, com a crise
A doutrina menciona dois tipos de corporativismo. do não atendimento ao excesso das demandas advindas da socie-
dade. Bobbio denomina a não governabilidade como “a soma de
Corporativismo Estatal: no qual o Estado era quem escolhia os uma crise de input (entradas, insumos) e de uma crise de output
interlocutores e lhes concedia a representação monopolista de in- (saídas, produtos)”. Na crise de saídas a governança administrativa
teresses (somente para quem aceitasse as regras impostas pelo Es- não consegue atender às demandas, o que acaba por gerar a crise
tado). O número dessas entidades era limitado e, regra geral, eram
criadas pelo próprio Estado: assim o Estado acabava por controlar a
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

de entradas, no que se refere ao apoio político e da sociedade ao De acordo com o TCU, prestar contas sempre trouxe a cono-
governo, que diminui/enfraquece a autoridade política e afeta a le- tação de dar informação sobre pessoa ou coisa (incluindo valores)
gitimidade. pela qual se é responsável. Assim, a função do instituto da presta-
ção de contas parte da obrigação social e pública de prestar infor-
Dica: Não governabilidade é diferente de ingovernabilidade: mações sobre algo pelo qual é responsável (atribuição, dever). Esse
ingover­nabilidade ocorre quando falta ao Governo o apoio neces- conceito é a base da transparência e do controle social, definições
sário, a legitimidade (falta de apoio político dos parlamentares e mais próximas do termo governança, que por sua vez decorre do
falta de apoio popular); não governabilidade é a soma de duas cri- conceito de accuontability.
ses simultâneas: a crise de governabilidade aliada a uma crise de Ainda de acordo com o TCU, o instituto da prestação de contas
governança. iniciou o seu desenvolvimento a partir das ciências Contábeis, como
elemento de registro dos lançamentos de débito ou crédito relati-
A governabilidade tem na governança seu meio de atuação. vos a operações comerciais e financeiras.
Assim, uma boa governança auxilia no processo de legitimação dos Accountability, por tratar de responsabilidade, tem a ver com
governos e aumenta sua governabilidade. o conceito de ética ligado às questões que envolvem responsabili-
- A governabilidade acima abordada refere-se à cúpula dos go- dade social, imputabilidade, obrigações e prestação de contas. O
vernos: Nacional e, eventualmente, Estadual e Municipal. termo é considerado, segundo o IFAC, um aspecto central da gover-
- A governabilidade em nível de Órgão/Entidade pública é de- nança na Administração Pública, entendida como accountability po-
corrente do poder de governar e da legitimidade democrática do lítica, ou seja, responsabilidade dos governos, servidores públicos e
Estado/Nação. Ela apoia-se na imagem institucional favorável junto políticos perante o legislativo e a sociedade.
à sociedade e na confiança depositada pelos cidadãos e outras par- Parece haver consenso, na literatura, de que o fundamento dos
tes interessadas na sua atuação. sistemas democráticos está verdadeiramente na accountability, já
que a informação é um pressuposto básico da transparência dos
A governabilidade de um Órgão/Entidade pública está relacio- negócios públicos em uma verdadeira e legítima democracia. Sem
nada com a capacidade de assegurar condições sistêmicas e insti- informação apropriadas a respeito da gestão pública, os cidadãos
tucionais para que a organização cumpra a sua missão. Envolve a ficam privados de realizar julgamentos adequados em relação aos
intermediação de interesses em nível local e o relacionamento com atos praticados por seus governantes.
as partes interessadas – com a capacidade da alta administração No contexto da Lei de Responsabilidade Fiscal, essa obrigação
exercer sua autoridade política de forma a garantir o alcance dos ganha dimensões relevantes, haja vista o conjunto de sanções que
objetivos institucionais e o atendimento do interesse público. Neste dela resultam para as autoridades públicas que sonegarem infor-
nível também a dificuldade está em conciliar os muitos interesses mações sobre suas práticas. Esse tema tem sido tratado com tanto
dos usuários dos serviços públicos com o interesse público geral e interesse ultimamente que já se considera como imprescindível o
das demais partes interessadas – reunindo-os em objetivos comuns fortalecimento de instituições independentes do governo para ofe-
a serem perseguidos por todos. recer à coletividade as informações necessárias ao efetivo exercício
da cidadania.
Accountability6 Outro termo utilizado nesse contexto é a “responsividade”, em
que os governantes responsivos obedecem aos desejos ou às de-
É um termo inglês, originado do latim accomptare (tomar em terminações dos cidadãos (o que os levaria a adotar políticas para
conta), derivado da forma prefixada computare (computar), que atender a esses desejos). Os governos são responsivos “quando
por sua vez deriva de putare (calcular), sem tradução literal para o promovem os interesses dos cidadãos, adotando políticas escolhi-
português – como forma mais próxima tem-se usado responsabili- das pelos cidadãos” (Araújo; Gomes, 2006).
zação, que se relaciona à obrigação de prestar contas, pelo mem- A responsividade não é um termo autônomo, ela se vincula ao
bros de um órgão administrativo ou representativo a instâncias con- termo accountability, como um de seus elementos, assim como a
troladoras ou aos seus representados. Numa tradução mais rude, responsabilidade. Segundo Lamartine Braga et al. (2008), o governo
pode-se confundir com o próprio termo prestar contas. responsivo:
De acordo com Matias-Pereira (2010), accontability refere-se a “Executa fielmente as políticas do dia a dia; satisfaz as necessi-
um conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os gesto- dades dos grupos de clientes; comunica-se e toma conselhos; usa
res governamentais a prestar contas dos resultados de suas ações, políticas atuais que satisfazem as necessidades dos cidadãos envol-
de forma que permita aos cidadãos verificarem se os governantes vidos”.
estão agindo em função dos interesses da coletividade. Num ambiente democrático há um forte aspecto político no
A accontability pressupõe que, ao desempenhar função rele- accountability. Para Adam Przeworski (1996), há accountability
vantes na sociedade, vem-se, sistematicamente, relatar as ações nos governos quando “os cidadãos têm possibilidade de discernir
realizadas, as motivações para a realização dessas ações, a forma aqueles que agem em seu benefício”, e assim são capazes de lhes
como essas ações foram realizadas na sequência. Trata-se de um conceder aprovação e/ou lhes impor sanções, de forma que “os
procedimento de avaliação quantitativa e qualitativa, por meio do governantes que atuam em prol do benefício dos cidadãos sejam
qual se dá publicidade ao realizado, buscando ainda justificar as reeleitos, e os que não o fazem sejam derrotados”.
possíveis falhas. Nesse sentido, o dever de prestar contas é ainda O accountability legal é o que decorre das normas jurídicas vi-
maior quando a função é pública, uma vez que se trata do desem- gentes. Na literatura há menção a três tipos de accountability: o
penho de cargos que lidam com o dinheiro dos contribuintes. Horizontal e o Vertical, estabelecidos por Guillermo O’donnel, e o
6 PETER, M. G. A; MACHADO, M. V. V. Manual de contabilidade Governamental. SOCIETAL.
2 Ed. – São Paulo: Atlas 2014.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Accountability Horizontal: ocorre através da mútua fiscaliza- Dica: O accountability societal é capaz de alcançar também os
ção e controle existente entre os poderes (os freios e contrapesos), gestores públicos.
ou entre os órgãos, por meio dos Tribunais de Contas ou Controla-
dorias Gerais e agências fiscalizadoras – pressupõe uma ação entre O accountability societal é incapaz de aplicar sanções contra os
iguais ou autônomos. Esse accountability refere-se à “transparência agentes públicos em casos de transgressões, pois não possui com-
das ações da gestão pública em relação aos agentes que podem fis- petência/poder legal para isso; e pressupõe a existência de liber-
calizá-las e puni-las” (Marcelo Amaral, 2007). O accountability hori- dade de expressão para denunciar os erros/falhas dos governos e
zontal pressupõe que existam órgãos próprios de Estado detentores gestores públicos. Segundo Luis Miguel (2005), suas advertências e
de “poder e capacidade, legal e de fato, para realizar ações, tanto denúncias ganham efetividade apenas quando sensibilizam alguma
de monitoramento de rotina quanto de imposição de sanções cri- instituição de controle: o Ministério Público, o Tribunal de Contas,
minais ou de impeachment, em relação a ações ou omissões ilegais ou o eleitorado.
exercidas por outros órgãos ou agentes do Estado” (O’donel, apud
Ana Mota, 2006). Accountability no Brasil
O processo de construção do accountability é lento, e depen-
Atenção: A ação entre iguais ocorre entre os poderes (freios e de em grande parte de cobrança pela população. “Queremos dizer
contrapesos) e a ação entre autônomos se dá mediante as agências que o accountability é um processo em construção na sociedade
e órgãos (dos poderes ou independentes). brasileira, e não dá para esperar da noite para o dia uma mudança
radical nos processos e na cultura política” (José Pinho, 2008).
São mecanismos/instrumentos de exercício do accountability Falta mais consciência e organização por parte da sociedade e
horizontal, o sistema de freios e contrapesos estabelecido na Cons- dos cidadãos. Segundo Ana Campos (1990), “somente a partir da
tituição; a atuação do Ministério Público; os Tribunais de Contas, organização de cidadãos vigilantes e conscientes de seus direitos
as Controladorias Gerais e agências fiscalizadoras; as ouvidorias haverá condição para o accountability. Não haverá tal condição en-
públicas; os partidos políticos. Há autores que também incluem a quanto o povo se definir como tutelado e o Estado como tutor”.
imprensa em geral. Os autores consideram que no Brasil existe “uma situação de
fraca accountability”. O resultado vem de uma baixa pressão por
Accountability Vertical: ocorre quando os cidadãos controlam transparência e prestação de contas pela sociedade, aliada ao “in-
os políticos e governos por meio de plebiscito, referendo e voto, ou sulamento” dos governos em relação à sociedade civil.
mediante o exercício do controle social – pressupõe uma ação entre Danielle Fiabane (2001) destaca o desafio de substituir valores
desiguais. O accountability vertical refere-se à “transparência das tradicionais como o patrimonialismo e o clientelismo pelos valores
gestões em relação aos eleitores que podem assim fiscalizá-las e sociais emergentes, e vê no controle social organizado uma forma
puni-las, principalmente através do voto em eleições livres e justas” de melhorar o accountability no Brasil, pressionando os governos e
(Marcelo Amaral, 2007). gestores públicos a prestarem contas de suas decisões/ações com
Na teoria da relação agente-principal, os cidadãos são o “prin- responsividade.
cipal” e os governos e políticos são o “agente”. O accountability ver- Embora a “situação geral” no Brasil seja de fraca accountabi-
tical tem caráter político e pode ser considerado um mecanismo de lity, cabe destacar os investimentos maciços em tecnologia da in-
soberania popular, incidindo sobre os atos dos políticos e demais formação realizados pelo Governo Federal, e a enorme quantidade
agentes públicos. Os principais mecanismos/instrumentos são o de informações disponibilizadas nos portais públicos. Nesse ponto,
voto e a ação popular. Para O’donelapud Ana Mota (2006) accoun- creio que a situação geral é fortemente influenciada por Estados
tability vertical são “os mecanismos institucionais que possibilitam e Municípios e que na esfera Federal a situação de accountability
ao cidadão e à sociedade civil exigir a prestação de contas pelos seja diferente e melhor, haja vista os esforços significativos despen-
agentes públicos, sendo as eleições livres e justas o principal”. didos a partir do Governo Lula nesse sentido.
No entanto, quanto à responsabilização pelos recursos utili-
Dica: Os principais mecanismos de accountability vertical são o zados estamos realmente engatinhando, visto que, em regra, os
voto e a ação popular. maus políticos e gestores não são punidos quando utilizam incorre-
tamente os recursos públicos mesmo quando há evidência de des-
Accountability Social (ou Societal): que não está ligado ao cida- vio de recursos e/ou corrupção.
dão e ao voto, mas às diversas entidades sociais como associações,
sindicatos, ONGs, mídia etc., que investigam e denunciam abusos
cometidos, e cobram responsabilização. GOVERNO ELETRÔNICO E TRANSPARÊNCIA
Segundo Smulovitz e Peruzzotti (2000) o accountability social
é um mecanismo de controle não eleitoral, que utiliza ferramentas
institucionais e não institucionais, e envolve múltiplas associações, Governo Eletrônico
movimentos ou mídia, com vistas a expor erros e falhas do governo,
incluir novas questões na agenda pública ou influenciar as decisões O Governo Eletrônico (também conhecido como Governo Digi-
políticas. tal), começou a ser utilizado na administração pública brasileira por
É uma espécie de controle social realizado pela sociedade ci- volta do ano de 1980, após a disseminação do e-commerce7 pelas
vil, que procura alcançar também os burocratas gestores, e não so- 7 Comércio eletrônico ou e-commerce, é um tipo de comércio virtual, ou seja,
mente políticos ou governos. Características dessas entidades são a não-presencial, são transações comerciais feitas especialmente através de um
grande diferença (assimetria) de recursos, e a ausência de mandato equipamento eletrônico, como, por exemplo, computadores, tablets e smartpho-
legal para o exercício de accountability. nes.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

organizações privadas, sempre associado às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).8


Segundo Diniz9, a evolução em relação ao uso das tecnologias no setor público brasileiro, passou por várias fases, ele nos mostra qua-
tro grandes períodos do uso de TIC no setor público, que são:
1) Pioneirismo (dos anos 1950 até meados dos anos 1960);
2) Centralização (de meados dos anos 1960 até o final dos anos 1970);
3) Terceirização (anos 1980); e
4) Governo eletrônico propriamente dito (a partir dos anos 1990).

O esforço governamental tem sido intenso e contínuo, no sentido de maior utilização das TIC no meio público, bem como para cami-
nhar do instrumental para o estratégico.
As TIC são indissociáveis do Governo Eletrônico, e sem o avanço dessas tecnologias não seria possível estar se exigindo a ideia básica
de Governo Eletrônico e nem de sua face ampliada. No contexto do Governo Eletrônico a internet surgiu como uma ferramenta facilitadora
da participação da sociedade no Governo e do exercício do controle social.
No meio público, as primeiras ações de TIC sempre estiveram mais associadas às questões operacionais e internas, do que às estra-
tégicas ou de relacionamento com a sociedade. Mas isso mudou, e é possível afirmar que atualmente a relação está equilibrada, ou seja,
utilizam-se em larga escala os recursos das TIC nos dois sentidos, tanto interna quanto externa.
O uso interno das TIC visa elevar a eficiência administrativa a um novo patamar, ao mesmo tempo em que se busca a redução de cus-
tos, que pode originar-se de diversas maneiras:
- Queda no preço das aquisições;
- Redução/eliminação de distorções;
- Redução da corrupção; e
- Melhoria no desempenho de atividades internas, dentre outras.

Existem diferenças entre as organizações públicas e as empresas privadas, que dificultam a implantação e a gestão das TIC, que são as
interferências políticas, as resistências culturais, e também as restrições legais.

Mesmo atrasada em relação as organizações privadas, houve uma evolução na gestão das TIC na área pública: de administração de
sistemas de informações passou para administração dos Recursos de Informação, e atualmente consiste na administração de Tecnologia
da Informação na Era da Informação.

Esses estágios passam do operacional para o estratégico, partindo da busca da eficiência administrativa, na automação e agilização
dos procedimentos operacionais e burocráticos, à melhoria da atividade fim, na relação direta do Governo com o cidadão. Diniz10 analisa
o foco das ações de TIC desenvolvidas em três fases:
1) Gestão Interna (1970 a 1992);
2) Serviço e Informações ao Cidadão (1993 a 1998); e
3) Entrega de Serviços via Internet (a partir de 1999).

Estágios da Gestão de TI Foco das Ações


Administração de Sistemas de Informação → Gestão interna
Administração dos Recursos de Informação → Serviços e informações ao cidadão
Administração da TI na Era da Informação → Relacionamento governo X Cidadão e Entrega de serviços via Internet

Dentre as causas determinantes da adoção estratégica e intensiva das TIC pelos governos, em processos internos, prestação de servi-
ços e informações, e no relacionamento com a sociedade, Diniz11 destaca:
- O uso intensivo das TIC aumentou pelos cidadãos, organizações privadas e não governamentais;
- A migração da informação baseada em papel para mídias eletrônicas e serviços online; e
- O avanço e universalização da infraestrutura pública de telecomunicações e da internet.

Outras causas estão associadas às forças provenientes do próprio movimento de reforma do Estado, da modernização da gestão pú-
blica e da necessidade de maior eficiência do Governo.
Foi mediante a utilização estratégica das TIC como integrantes e viabilizadoras da nova gestão pública que surgiu o termo denominado
Governo Eletrônico e que representa tanto uma evolução quanto uma ampliação na utilização das TIC pelos governos.
O Governo Eletrônico, que também é chamado de Governo Digital, procura construir um elo entre o operacional e o estratégico, assim
como busca novas formas de relacionamento com a sociedade, ele é um instrumento para melhorar os serviços públicos e o relacionamen-
to com a sociedade, mediante a utilização das tecnologias da informação e comunicação.
8 PALUDO, A.; Administração pública. 3ª ed.; Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
9 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV, maio 2000.
10 Idem
11 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV, maio 2000.
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Isso não significa apenas colocar os serviços públicos online ou melhorar sua prestação, mas compreende também um conjunto de
processos, mediados pela tecnologia, que pode modificar as interações, em uma escala maior, entre os cidadãos e o Governo.
Assim, podemos definir Governo Eletrônico (GE), como as ações de governo direcionadas a disponibilizar informações e serviços à
sociedade e novos canais de relacionamento direto entre governo e cidadãos, mediante o uso de recursos da TIC, em especial a internet.

Atenção!!! A prioridade do Governo Eletrônico é a promoção da cidadania.

O desenvolvimento de programas de Governo Eletrônico teve como princípio a utilização das modernas TIC para democratizar o
acesso à informação, ampliar discussões e dinamizar a prestação de serviços públicos com foco na eficiência e efetividade das funções
governamentais.
O Programa de Governo Eletrônico brasileiro pretende transformar as relações do governo com os cidadãos e empresas, e também
entre os órgãos do próprio Governo, de forma a aprimorar a qualidade dos serviços prestados, promover a interação com empresas e
indústrias, e fortalecer a participação cidadã por meio do acesso à informação e a uma administração mais eficiente.
Um dos eixos deste novo conceito é a viabilização de meios que permitam maior participação do cidadão nas questões do Estado,
tanto na busca de serviços e informações, quanto no aumento do espaço democrático.
Dentre os avanços institucionais relacionados às políticas de Governo Eletrônico, destacam-se os portais públicos de governo na in-
ternet, que permitem ao cidadão realizar um conjunto de serviços, ter acesso a informações públicas disponíveis e estabelecer canais de
comunicação com o Governo.
Os usos das TIC ajudaram a modernizar o Estado e as formas de prestação de serviços, de informações e de interação com o cidadão
e a sociedade, mas o Governo Eletrônico é mais que isso, ele inclui o fortalecimento da cidadania e das práticas democráticas, a melhoria
da governança, a integração intra e entre governos, o incremento da transparência e o accountability governamental.

Atenção!!! O Governo Eletrônico proporciona mais transparência das ações públicas e facilita o accountability governamental.

O Governo Eletrônico, com serviços e informações prestados pela internet e por outros meios de comunicação, abrange quatro linhas
de ação:
1. Voltadas ao Cidadão: procuram oferecer informações e serviços aos cidadãos com qualidade e agilidade;
2. Voltadas à Eficiência Interna: relativas ao funcionamento interno dos órgãos de governo, com destaque para sua utilização nos
processos de licitações e contratações em geral;
3. Voltadas à Cooperação: têm a finalidade de integrar os diversos órgãos governamentais, assim como promover a integração com
outras organizações públicas, não estatais e privadas;
4. Voltadas à Gestão do Conhecimento: visam gerar e manter um banco de dados atualizado dos conhecimentos do Governo, para
servir como fonte de informação e inovação a gerar melhorias nos processos em geral.

A interação entre governos e cidadãos ocorre através dos portais do Governo na internet e possibilita ações que incluem desde a
comunicação direta (via e-mail) com a autoridade máxima do Poder Executivo, a formulação de reclamações através de ouvidorias nos
principais órgãos governamentais, até a divulgação e troca de informações do processo de orçamento participativo.
Um portal de governo é um site público e pode ser definido como uma forma de acesso à internet patrocinada por algum órgão pú-
blico, em que são disponibilizados serviços, informações, canal de comunicação via e-mail, busca na internet, links para diversos outros
portais, informações e serviços etc.
Segundo Luiz Akutsu e José Pinho12: Um portal é uma página na internet a partir do qual todos os serviços e informações da entidade
podem ser acessados. É também um “cartão de visitas”, um “palanque eletrônico”, que permite divulgar ideias 24 horas por dia, todos os
dias da semana; é ainda um canal de comunicação entre governos e cidadãos que possibilita a estes exercitar a cidadania e aperfeiçoar a
democracia.
No processo de evolução das ações do Governo Eletrônico surgem os conceitos de e-governança, e-democracia e e-governo.
Segundo Lorigados, Lima, e Sanchez13: e-governança relaciona-se a uma visão mais abrangente, sendo definida como a aplicação de
meios eletrônicos e recursos da TI, na interação entre governo e cidadão e governo e demais agentes, e com a aplicação desses meios
nas questões internas do Governo, buscando simplificar e melhorar os seus processos internos; e-democracia refere-se a toda e qualquer
relação, através de recursos da TI, entre o Governo e o cidadão; e e-governo é definido como uma forma de e-business no Governo, re-
ferindo-se a processos e estruturas necessários a disponibilizar serviços por meios eletrônicos, ao público, bem como interagir através de
meios eletrônicos com agentes que possuem relações com o Governo.

E-governança Utilização → Melhoria da eficiência e da eficácia


E-democracia Utilização → Aumento das práticas democráticas
E-governo Utilização → Prestação de serviços e informações

12 AKUTSU, L.; PINHO J. A. G.; Sociedade da informação, accountability e democracia delegativa: investigação em portais de governo no Brasil. 2002.
13 LORIGADOS, W. B.; LIMA, F. T. de; e SANCHEZ, A.; Administração Pública, Planejamento e Gestão. São Paulo:1999.
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Sintetizando, as ações do Governo Eletrônico visam:


- Promover o accountability governamental.
- Oferecer serviços diversos diretamente pela internet;
- Melhorar a eficácia e os resultados da gestão pública;
- Aumentar a transparência das ações governamentais;
- Aumentar a eficiência administrativa, com redução simultânea de custos;
- Permitir maior participação do cidadão, com vistas ao fortalecimento da cidadania;
- Fornecer uma enorme e variada quantidade de informações de interesse da sociedade;
- Desburocratizar, facilitar e expandir as formas de comunicação com os cidadãos, a sociedade em geral, órgãos públicos e governos,
com vistas a melhorar a governança;

Destaque-se que não só o Governo Federal vem atuando fortemente, mas os governos Estaduais e Municipais também. Nos níveis
Estadual e Municipal, avanços sociais têm sido alcançados através da utilização de recursos da Tecnologia da Informação e Comunicação
e de sistemas de informação.
Segundo Eduardo Diniz14 destacam-se: sistemas para o agendamento de consultas médicas em hospitais e postos de saúde; sistemas
automatizados de matrículas escolares, que acabaram com as filas na porta das escolas públicas; lojas (praças) de atendimento integrado
que, complementados pela entrega de serviços por meio dos portais governamentais na internet, dispensam a necessidade da presença
física do cidadão nos órgãos públicos.

Breve Histórico do Governo Eletrônico

No contexto do Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado, em 1995, já foram abordadas questões relacionadas ao Governo Ele-
trônico, tratava-se de Sistemas de Gestão Pública capazes de oferecer transparência às ações governamentais, disponibilizar informações
aos gestores para a tomada de decisão, e facilitar o acesso dos cidadãos a essas informações.
Em dezembro de 1999 foi instituído pelo Governo Federal o programa Sociedade da Informação, com o objetivo de promover a
inclusão social de todos os brasileiros (integrando, fomentando e coordenando ações para a utilização das tecnologias de informação e
comunicação, em especial a internet) e melhorar a competitividade das empresas brasileiras no cenário global. O programa orientou tanto
ações na área pública quanto na área privada, cujas ações e responsabilidades deveriam ser compartilhadas pelo Governo e pela iniciativa
privada.

Atenção!!! O programa Sociedade da Informação direcionou ações tanto para a área pública quanto para a área privada.

Eduardo Diniz15 ressalta como fator marcante para a estruturação das ações de TI no Governo Federal as ações desencadeadas por
força do “bug do milênio”, geridas pela Casa Civil, mas coordenadas e operacionalizadas com sucesso pela SLTI (Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação).
No ano de 2000, o Governo brasileiro lançou as bases para a criação de uma “sociedade digital” ao criar um Grupo de Trabalho Intermi-
nisterial, com a finalidade de examinar e propor políticas, diretrizes e normas relacionadas com as novas formas eletrônicas de interação.
O Grupo de Trabalho - GTTI, concentrou os esforços em três linhas de ação dentre as previstas no programa Sociedade da Informação:
- Universalização de serviços;
- Governo ao alcance de todos; e
- Infraestrutura avançada.

Ainda nesse ano, criou-se o Comitê Executivo de Governo Eletrônico (Cege), presidido pelo ministro-chefe da Casa Civil da Presidência
da República, com o objetivo de formular políticas, estabelecer diretrizes, coordenar e articular as ações de implantação do Governo Ele-
trônico, voltado para a prestação de serviços e informações ao cidadão.
A criação desse comitê pode ser considerada um dos grandes marcos do compromisso do Governo em prol da evolução da prestação
de serviços e informações ao cidadão.


Fatos Marcantes para Grupo de Trabalho - GTTI
Criação
implantação do GE Comitê Gestor Cege

Ao final do ano de 2001, já existiam mais de 1.300 serviços disponíveis pela internet no portal da Rede Governo, bem como mais de
11 mil tipos de informação disponíveis. Em 2002, o número de serviços havia crescido para aproximadamente 1.700, com cerca de 22 mil
links de acesso direto a serviços e informações de outros websites governamentais.16
Em setembro de 2002 publicou-se um relatório com as ações já realizadas, e com desafios e pretensões futuras. Em 2003, a Secretaria
14 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV, maio 2000.
15 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV, maio 2000
16 DINIZ, E. H. Uso do comércio eletrônico em órgãos do governo. Relatório 18/2000 NPP. Eaesp/FGV, maio 2000
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Executiva do comitê passa para o Ministério do Planejamento, Orça- É crescente a importância das novas tecnologias eletrônicas,
mento e Gestão, a cargo da Secretaria de Logística e Tecnologia da em especial a internet, na divulgação de informação e na prestação
Informação, o que garantiu o apoio técnico-administrativo necessá- de contas governamentais. As TIC estão facilitando a publicidade e
rio ao funcionamento do Comitê. a transparência das regras, critérios, decisões e ações governamen-
Ao final de 2003, mediante decreto, criaram-se oito Comitês tais, em tempo real ou quase real, além de identificar precisamente
Técnicos de Governo Eletrônico, a saber: os responsáveis.
1. Implementação do Software Livre; No entanto, a questão política se faz presente nesse contexto,
2. Inclusão Digital; segundo José Pinho17, as TIC contêm um enorme potencial demo-
3. Integração de Sistemas; crático, desde que haja definição política no sentido da participação
4. Sistemas Legados e Licenças de Software; popular e da transparência, pois o Governo pode deixar de oferecer
5. Gestão de Sítios e Serviços Online; o que não quer mostrar, para nem mencionar o que quer esconder.
6. Infraestrutura de Rede;
7. Governo para Governo – G2G; e Atenção!!! Os governos não divulgam todas as informações,
8. Gestão de Conhecimentos e Informação Estratégica. mas todas as informações que é de seu interesse divulgar.

Instituiu-se também o Sistema Brasileiro de Televisão Digital O Governo Eletrônico atende a uma maior exigência da socie-
(SBTVD), com o objetivo de democratizar a informação através da dade civil sobre transparência, participação e eficiência, as novas
inclusão social, respeitando a diversidade cultural do país e a língua tecnologias de comunicação e informação, na medida em que, cada
pátria. vez mais, evoluem e vão ganhando relevância, têm provocado o de-
Esses Comitês Técnicos, juntamente com o Comitê Executivo, bate em torno da transparência das ações governamentais.
são os responsáveis pelo desenvolvimento das políticas e ações de- Para Akutsu e Pinho18, a internet, ao permitir o acesso a infor-
finidas nos princípios e diretrizes de GE estabelecidos para toda a mações disponibilizadas pelos órgãos públicos a partir de qualquer
Administração Pública Federal. lugar do mundo, 24 horas por dia, pode ser um dos instrumentos
Em julho de 2004 é publicado decreto que cria o Departamento mais eficazes para a construção de uma democracia mais efetiva.
de Governo Eletrônico na SLTI. Em 2006 houve o decreto de implan-
tação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T), A transparência viabilizada pela internet inclui a disponibili-
contendo diretrizes para a transição do atual sistema de transmis- zação de todo o tipo de informação sobre:
são analógica para o sistema de transmissão digital, que envolve a - O Governo;
radiodifusão de sons e imagens e serviços de retransmissão. - A administração;
No mês de dezembro de 2008 foi publicada a primeira versão - A estrutura de governo e dos órgãos;
da Estratégia Geral da Tecnologia de Informação (EGTI), que teve - O processo decisório;
como objetivo estabelecer as bases para a transição da situação - As políticas públicas;
atual de gestão dos ambientes de informática do Executivo Federal. - As contratações e compras públicas em geral;
Em março de 2009 foram criados 230 cargos de nível superior de - A prestação de contas dos recursos utilizados;
analista em Tecnologia da Informação, vinculados ao MPOG. - A legislação, e etc.
Por fim, é importante destacar que, em 2011, surgiu o primeiro
programa de pós-graduação em Governo Eletrônico, ofertado pela A disponibilização da prestação de contas através da internet
UniSerpro em parceria com a Esaf. proporciona a transparência da gestão governamental no contex-
to democrático, e é uma forma de concretização do accountability
Não obstante os muitos pontos positivos, o Governo Eletrônico governamental.
apresenta algumas dificuldades. Em auditoria realizada pelo TCU, A transparência é inerente aos Estados democráticos moder-
iniciada em 2005 e concluída em 2006, o relatório final apontou nos, insere-se no bojo da democracia, um dos pressupostos do Esta-
dificuldade de coordenação do programa e falta de monitoramento do moderno é a sua visibilidade social. Num ambiente democrático
das iniciativas eletrônicas da Administração Pública Federal. a sociedade tem direito a informações transparentes, ou seja, quan-
De outro lado, surgem fortes questionamentos quanto aos to mais houver transparência nas informações, mais democráticos
muitos recursos investidos e às volumosas quantias destinadas ape- serão os governos e a sociedade.
nas aos contratos de manutenção de sistemas de informação como
o Siafi, Sisbacen, Siscomex, Receita Federal, Previdência Social, en- Atenção!! A transparência das ações públicas constitui elemen-
tre outros, em face dos poucos resultados divulgados. to essencial para aumentar a confiança e a cooperação entre a so-
ciedade e o governo.
Transparência
Mesmo que os cidadãos não disponham de tempo ou conhe-
É comum a concepção de governo eletrônico como instrumen- cimentos técnicos necessários para a fiscalização e o controle das
to de transparência e accountability dos governos. O Governo Ele- contas de governo e demais informações disponibilizadas pela
trônico não deve ser visto apenas como meio de disponibilização de internet, a própria disponibilização da informação já se constitui
serviços pela internet, pois o avanço das tecnologias de informação numa espécie de controle.
e comunicação tem possibilitado a interação entre governo e so- 17 PINHO, J. A. G. de; Governo eletrônico, transparência, accountability e partici-
ciedade, e a disponibilização de uma vasta gama de informações pação: o que portais de governos estaduais no Brasil. Brasília, 2005.
eletrônicas que proporcionam mais transparência às ações dos go- 18 AKUTSU, L.; PINHO J. A. G.; Sociedade da informação, accountability e
vernos. democracia delegativa: investigação em portais de governo no Brasil. 2002.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Segundo Bobbio19, uma das razões da superioridade da demo- Pesquisa realizada em 2008, pela ONG Transparência Brasil,
cracia diante dos Estados absolutos funda-se na convicção de que destaca positivamente a divulgação de informações pelo portal da
o governo democrático poderia finalmente dar vida à transparência Câmara dos Deputados. No portal do Senado encontra-se o Siga
do poder, ao poder sem máscara. Brasil, um sistema completo de informações orçamentárias, tanto
relativas à aprovação do orçamento, quanto relativas à sua execu-
Atenção!!! A própria disponibilização das informações na inter- ção.
net, por si só, já se constitui numa espécie de controle. O portal Comprasnet disponibiliza informações relacionadas
a compras públicas, licitações, contratos administrativos, cadastro
As informações são divulgadas em portais públicos, que são de fornecedores, catálogo/classificação de materiais e serviços etc.
uma porta de entrada na rede mundial, para acesso à internet, O Comprasnet oferece três tipos de serviços: serviços ao Governo,
patrocinada por algum órgão público, em que são disponibilizados serviços aos fornecedores e serviços à sociedade.
serviços, informações, canal de comunicação via e-mail, busca na Ele divulga em tempo real ou quase real os resultados das lici-
internet, links para diversos outros portais, informações e serviços tações realizadas pelos órgãos e entidades da Administração Públi-
etc. ca Federal. O Comprasnet abrange o SIASG (Sistema Integrado de
Luiz Akutsu e José Pinho20 definiram critérios para classificar es- Administração de Serviços Gerais), que atua como ferramenta de
ses portais em cinco estágios diferentes, que numa escala evolutiva, apoio às atividades de gestão de materiais, licitações/contratos e
permitem e/ou disponibilizam: fornecedores.
1° Download de informações em geral; As transferências financeiras da União podem ser consultadas
2° Possibilidade de consultar bancos de dados online para ex- no portal de convênios, criado para facilitar e simplificar as relações
trair informações; entre os entes da federação, e proporcionar maior transparência
3° Interação do ente público com os cidadãos, incluindo entra- quanto aos convênios realizados pela União.
da de dados tais como solicitação de serviços, denúncias, reclama- O portal Brasil apresenta um leque variado de informações,
ções e sugestões; e no que diz respeito à transparência pública, disponibiliza quatro
4° Troca de informações fornecidas pelos cidadãos ao ente pú- blocos de informações referentes:
blico com outras agências estatais; e 1. À prestação de contas da execução orçamentária e financeira
5° Portais em que o ente público interage com os cidadãos so- do Governo Federal e aos relatórios de gestão de órgãos e entida-
bre assuntos de interesse da coletividade, e a opinião dos cidadãos é des da Administração Pública;
efetivamente considerada na formulação de políticas públicas e nas 2. Ao orçamento da União, relacionadas às prioridades dos po-
decisões tomadas pelo ente. deres Executivo/Legislativo/Judiciário, quanto aos investimentos;
3. À fiscalização, contendo a lista dos entes que fiscalizam e
Existem dezenas de portais públicos importantes em atividade, acompanham a correta administração dos recursos públicos fede-
um deles é o da Previdência Social criado em 1997, e continuamen- rais, e o acesso às páginas eletrônicas desses órgãos;
te aperfeiçoado, que disponibiliza consultas, informações e servi- 4. Ao Conselho da Transparência, com informações sobre o co-
ços diversos aos mais de 20 milhões de aposentados, bem como as legiado que propõe e debate medidas de aperfeiçoamento do con-
pessoas físicas e jurídicas que se relacionam com o INSS. É um dos trole e da transparência na gestão pública, além de estratégias de
portais que já apresenta a “Carta de Serviços ao Cidadão” instituída combate à corrupção.
pelo Decreto nº 9.094, de 17 de julho de 2017.21
Outro portal importante é o da Receita Federal, que também Há também espaço para a participação e controle popular, e
atende a milhões de contribuintes, e oferece diversos serviços são oferecidos serviços como:
como envio da declaração do Imposto de Renda, consulta e emis- - Consulta da situação cadastral Pessoa Física (CPF);
são de certidões relativas a tributos federais, consulta sobre anda- - Aposentadorias e processos de concessão inicial/revisão de
mento de processos e lotes de restituições, informações sobre a benefícios;
arrecadação de receitas etc. - Concursos públicos;
A internet chegou ao Brasil em 1995, e em 1996 era criado o - Saúde pública, e etc.
site da Receita, que em 1997 já oferecia a possibilidade de envio,
de forma online, das declarações do Imposto de Renda mediante o Para o site Brasil.gov, a transparência na Administração Pública
programa Receitanet. constrói uma nova relação Estado/Sociedade, na qual prevenção e
O portal do Tribunal de Contas da União também apresenta controle são instrumentos legítimos para consolidar a democracia.
diversos serviços e informações de interesse de órgãos públicos, Dessa forma, o cidadão pode acompanhar a aplicação dos recursos
entidades fiscalizadoras e da sociedade, principalmente no que se e, de forma organizada, interferir no processo decisório.
refere às atividades de controle externo da Administração Pública. Além de atender às exigências constitucionais, como a presta-
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal também ofere- ção de contas e o Balanço Geral, essas iniciativas aperfeiçoam mé-
cem, através de seus portais, um leque de informações e serviços todos e criam novas estratégias de combate à corrupção e à impu-
relacionados à tramitação e aprovação de normas primárias, apro- nidade.
vação e execução dos orçamentos, treinamentos a distância, e etc. No entanto, nada pode ser considerado mais transparente
19 BOBBIO, N.; A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. do que o portal da Transparência da Controladoria Geral da União
20 AKUTSU, L.; PINHO J. A. G.; Sociedade da informação, accountability e (CGU), criado em 2004. Nesse portal, qualquer pessoa pode acom-
democracia delegativa: investigação em portais de governo no Brasil. 2002. panhar e fiscalizar a execução dos programas governamentais e os
21 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9094. recursos transferidos a estados e municípios, assim como obter in-
htm#art25 formações sobre compras e contratações públicas.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Há também espaço para a apresentação de denúncias relacio- quase real no Comprasnet.


nadas com o mau uso dos recursos públicos, o portal da Transpa-
rência é um instrumento que possibilita o efetivo exercício do con- Transparência e a LRF
trole social.
Efetivamente, hoje não é possível falar em transparência sem
Atenção!! Quando se fala em transparência das informações, o considerar a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Se não fosse essa
portal da Transparência da CGU22 é o mais importante. lei, não teríamos o nível de divulgação de informações públicas,
principalmente sobre a gestão fiscal, a toda a população.
O portal da Transparência iniciou com dois tipos de consultas: A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), elaborada para garantir
referente às aplicações diretas e referente às transferências. a responsabilização na gestão pública, primar pelo equilíbrio entre
As aplicações diretas contêm informações sobre os gastos di- receitas e despesas e pela transparência da gestão fiscal, é um di-
retos do Governo Federal em compras ou contratação de obras e visor de águas na história das finanças em termos de transparência
serviços. As transferências de recursos contêm informações sobre das contas públicas no Brasil. Ela apresenta vários instrumentos de
como é feita a transferência dos recursos federais a estados, muni- transparência, conforme se verifica nos arts. 48, 48-A e 49:
cípios, Distrito Federal, ou diretamente ao cidadão.
Atualmente foram ampliadas as possibilidades de consultas e Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal,
aumentados os links relacionados, interconexões e funcionalidades. aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrôni-
O portal da Transparência reúne informações sobre como o dinhei- cos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes or-
ro público federal é aplicado. Pode-se consultar, por exemplo, quan- çamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
to foi repassado, quanto cada município recebeu do Fundo de Ma- o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de
nutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
dos Profissionais da Educação (FUNDEB), ou mesmo quem são os § 1o A transparência será assegurada também mediante: (Re-
beneficiários do Bolsa Família, quanto receberam e em que meses. dação dada pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
Também se encontram publicadas informações sobre os recur- III. adoção de sistema integrado de administração financeira e
sos federais transferidos diretamente ao cidadão e sobre os gastos controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido
diretos realizados pelo Governo Federal, em compras ou contrata- pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído
ção de obras e serviços, incluindo os gastos de cada órgão com di- pela Lei Complementar nº 131, de 2009) (Vide Decreto nº 7.185, de
árias, material de expediente, compra de equipamentos e obras e 2010)
serviços, entre outros, bem como os gastos realizados por meio de § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dis-
Cartões de Pagamento do Governo Federal. ponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários
Cabe destacar, ainda, a existência de “portais de Transparên- e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos
cia”, inclusive com a carta de serviços ao cidadão, em todos os Mi- pelo órgão central de contabilidade da União, os quais deverão ser
nistérios e entidades da Administração indireta, a divulgar as mais divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público. (Incluído
variadas informações de interesse da sociedade, além de informa- pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
ções sobre contratações e gastos públicos. § 3o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminha-
rão ao Ministério da Fazenda, nos termos e na periodicidade a se-
Ainda no que se refere à transparência eletrônica, no ano de rem definidos em instrução específica deste órgão, as informações
2001, destaca-se a certificação digital (ICP-Brasil), definida como necessárias para a constituição do registro eletrônico centralizado
“atividade de reconhecimento em meio eletrônico que se caracteri- e atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que trata o
za pelo estabelecimento de uma relação única, exclusiva e intrans- § 4o do art. 32. (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
ferível entre uma chave de criptografia e uma pessoa física, jurídica, § 4o A inobservância do disposto nos §§ 2o e 3o ensejará as
máquina ou aplicação. Esse reconhecimento é inserido em um Certi- penalidades previstas no § 2o do art. 51. (Incluído pela Lei Comple-
ficado Digital, por uma Autoridade Certificadora. ” O ICP-Brasil com- mentar nº 156, de 2016)
prova que você é você na internet, essa certificação permite a di- § 5o Nos casos de envio conforme disposto no § 2o, para todos
vulgação das informações com mais fidedignidade e confiabilidade. os efeitos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Registre-se também a atuação da Justiça Eleitoral, que em 1996 cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere o caput. (In-
utilizou de forma parcial a urna eletrônica nas eleições municipais, cluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
no ano 2000 quase todos os municípios a utilizaram, e em 2004 § 6o Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos
a votação eletrônica alcançou todos os municípios brasileiros. Em autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes
2008, Curitiba foi a primeira capital a divulgar o resultado final da e fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de
eleição municipal com menos de uma hora após o encerramento execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo
da votação. Poder Executivo, resguardada a autonomia. (Incluído pela Lei Com-
Destaque-se, ainda, que em 2005 foi instituído o “pregão ele- plementar nº 156, de 2016)
trônico”, obrigatório para a aquisição de bens e serviços comuns no
âmbito do Poder Executivo. Essa modalidade de licitação é realizada Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo
de forma online via internet, e todos os fornecedores cadastrados único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer
(portal Comprasnet/Sicaf) podem participar da licitação, indepen- pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: (Inclu-
dentemente da localização geográfica ou física de suas empresas. ído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
Os resultados dessas aquisições são disponibilizados em tempo I. Quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades
22 https://www.cgu.gov.br/assuntos/transparencia-publica gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao se encontra distante do ideal. São tantas as informações atualmen-
número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao servi- te disponibilizadas pelo Governo Federal na internet, que se perde
ço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento tempo em localizar as de “maior interesse” dentro desse universo.
e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluído As informações eletrônicas disponibilizadas facilitam e permi-
pela Lei Complementar nº 131, de 2009). tem o controle social, tanto no que se refere à fiscalização do uso
II. Quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a de recursos públicos e combate à corrupção, quanto na redução das
receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extra- distâncias entre o discurso e o desempenho dos governos, e as reais
ordinários. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). necessidades dos cidadãos e da sociedade.
Agora, fica a cargo dos cidadãos, associações diversas, Ongs e
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo órgãos de controle utilizarem essas informações para cobrar dos go-
ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Le- vernos, políticos e gestores públicos, responsabilidade pela correta
gislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para utilização dos recursos públicos em benefício de toda a população,
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. respeitando o contido nos princípios e normas legais pertinentes;
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá de- bem como denunciar a má utilização dos recursos públicos e exigir
monstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras ofi- a punição dos responsáveis.
ciais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos Transparência e a Lei de Acesso à Informação
concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da segu-
ridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circuns- A Lei nº 12.527/201127 visa assegurar o direito fundamental de
tanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.23 acesso à infor­mação. Ela se aplica a todos os Órgãos e Entidades
dos três poderes, e também às entidades privadas sem fins lucrati-
No que se refere a essas contas, a LRF ampliou o contido no vos que recebam recursos públicos (no que se refere à parcela de
art. 31, § 3º, da Constituição Federal de 198824, para o qual, as con- recursos recebidos).
tas dos municípios deveriam ficar, durante sessenta dias por ano, à
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, os A Lei de Acesso à Informação (LAI), contempla as seguintes
quais poderiam questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. diretrizes:
Santana Junior25 realizou pesquisa em 207 sites públicos dos - Observância da publicidade como preceito geral e do sigilo
três poderes e dos seguintes órgãos: como exceção;
- Tribunais de Justiça; - Divulgação de informações de interesse público, independen-
- Assembleias Legislativas; temente de solicitações;
- Tribunais de Contas; - Utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecno-
- Ministérios Públicos; e logia da informação;
- Poder Executivo. - Fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na
administração pública; e
Focando a transparência das ações à luz das recomendações do - De­senvolvimento do controle social da administração pública.
art. 48 da LRF, a pesquisa interessa-se pelo cumprimento integral
das normas da LRF, e, assim, ressalta os pontos deficitários, como Atenção!!! Salvo alguns casos de sigilo e de informações im-
a baixa divulgação em geral pelas Assembleias e Ministérios Públi- prescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, o acesso às
cos, a linguagem complicada das divulgações, a não totalidade dos demais informações encontram-se assegurado por esta lei.
documentos, a pouca divulgação das audiências públicas, a intem-
pestividade das informações e a ausência de algumas prestações de Segundo o Art.7º da referida lei28, o acesso à informação com-
contas por chefes do Poder Executivo. preende o direito de obter:
Por outro lado, a pesquisa apontou a “existência de associação
dos indicadores econômicos e sociais e os níveis de transparência Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen-
fiscal eletrônica observados nos sites dos poderes”. Embora a pes- de, entre outros, os direitos de obter:
quisa destaque os aspectos deficitários, é possível constatar que a I. Orientação sobre os procedimentos para a consecução de
grande maioria das informações é divulgada através dos portais ele- acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou ob-
trônicos desses órgãos, disponíveis para toda a sociedade, existindo tida a informação almejada;
também canais de participação popular. II. Informação contida em registros ou documentos, produzidos
Segundo Pereira26, ao nível de discurso o Governo demonstra ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a
que está consciente que a corrupção drena recursos que seriam arquivos públicos;
destinados a produzir bens e serviços em favor da sociedade, a III. Informação produzida ou custodiada por pessoa física ou en-
gerar negócios e a criar e manter empregos, mas na prática, em tidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou
que pese os avanços, a transparência das ações de governo ainda entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
23 planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm IV. Informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm V. Informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
25 SANTANA JUNIOR, J. J.B.; “Transparência fiscal eletrônica”. Dissertação. dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
UNB, 2008.
26 PEREIRA, J. M.; Finanças públicas: a política orçamentária no Brasil. SP: 27 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm
Atlas, 1999. 28 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

VI. Informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos;
e
VII. Informação relativa:
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como
metas e indicadores propostos;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluin-
do prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento
científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.
§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato
administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não funda-
mentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura de
sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação.
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10
(dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.

O acesso à informação será assegurado mediante:


I. Criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condições apropriadas para:
atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades;
protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e
II. Realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de divulgação.

Além disso, a referida lei também obriga que os órgãos e entidades públicas, independentemente de requerimento, divulguem em
local de fácil acesso, as informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. Além de outros meios, é obrigatória
a divulgação dessas informações em sítios oficiais na internet.
O fornecimento da informação é gratuito, salvo se houver necessidade de cópia de documentos (mesmo assim, estarão isentos aque-
les cuja situação econômica não permita).
Sob a égide dessa lei, qualquer interessado poderá requerer informação sem a necessidade de justificativas, inclusive as relacionadas
à remuneração re­cebida pelos servidores públicos em sentido amplo, que deverão ser atendidas de imediato, ou no prazo máximo de
vinte dias.
Sem dúvida, a lei de acesso à informação, aplicada a partir de maio de 2012, é um poderoso instrumento em termos de transparência
pública – capaz de fomentar o controle social e inibir práticas de corrupção.

QUALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A qualidade na administração pública é um princípio crucial promover uma cultura organizacional aberta à inovação são algu-
que permeia o funcionamento eficaz das instituições governamen- mas das estratégias que podem melhorar a implementação bem
tais, influenciando diretamente a relação entre o Estado e a so- sucedida da melhoria da qualidade.
ciedade. Em um cenário onde a exigência por serviços eficientes Sendo assim, a qualidade da administração é importante para
e transparentes é cada vez mais premente, examinar a busca pela criar um governo eficiente, transparente e centrado nas pessoas.
qualidade na gestão pública torna-se imperativo. Este artigo ofe- A eficiência operacional, a transparência, o envolvimento dos ci-
rece uma análise aprofundada sobre os pilares fundamentais que dadãos e a inovação têm sido pilares críticos para alcançar estes
sustentam a qualidade na administração pública, bem como estra- objetivos. Confrontados com estes desafios, os governos devem uti-
tégias e desafios associados a esse processo dinâmico. lizar estratégias flexíveis e inovadoras para garantir a prestação de
serviços públicos de alta qualidade que satisfaçam as necessidades
Eficiência Operacional: Um dos pilares fundamentais para al- crescentes da sociedade atual.
cançar a qualidade na administração pública é a eficiência operacio-
nal. Isso implica em otimizar processos, reduzir burocracias desne-
cessárias e aprimorar a agilidade na prestação de serviços públicos. NOVAS TECNOLOGIAS GERENCIAIS E ORGANIZACIONAIS E
A modernização dos processos internos e a utilização de tecnolo- SUA APLICAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
gias inovadoras são fatores-chave para aumentar a eficiência ope-
racional. Para atender às expectativas do público por uma resposta
Os rápidos avanços nas tecnologias de gestão e organizacionais
rápida e eficiente, é fundamental buscar uma administração mais
mudaram significativamente a forma como as organizações públi-
leve e ágil.
cas planeiam, organizam e executam as suas atividades. Este arti-
go analisa as novas inovações tecnológicas e explica como podem
Transparência: A transparência é uma parte importante da
ser utilizadas eficazmente na administração pública para melhorar
determinação da qualidade da administração pública. Isto não só
a eficiência, promover a transparência e incentivar a inovação. A
aumenta a transparência sobre as ações do governo, mas também
análise abrange desde o papel das tecnologias digitais até metodo-
constrói uma relação de confiança com o povo. A divulgação ativa
logias inovadoras de gestão, explorando os benefícios e desafios do
de informações, o fácil acesso aos dados públicos e a participação
uso dessas ferramentas em organizações governamentais.
dos cidadãos na tomada de decisões governamentais são práticas
que aumentam a transparência. A capacidade dos governos para
— Tecnologias digitais na administração pública: Redefinindo
comunicarem as suas atividades de uma forma clara e acessível pro-
a prática e melhorando a interação
move uma governação mais ética e responsável.
O desenvolvimento contínuo das tecnologias digitais está a
transformar a administração pública e a provocar mudanças signifi-
Participação Cidadã: A qualidade da administração pública
cativas nas práticas de gestão. A introdução de ferramentas inova-
está intimamente relacionada com a participação ativa dos cida-
doras, como inteligência artificial, análise de dados, automação de
dãos. Envolver o público nos processos de tomada de decisão atra-
processos e blockchain, não estão apenas modernizando a adminis-
vés de consultas públicas, audiências ou outras formas de participa-
tração governamental, mas também redefinindo a sua natureza. À
ção é essencial para uma governação democrática que responda às
medida que a sua compreensão destas tecnologias se aprofunda,
necessidades reais dos cidadãos. A participação cívica não só enri-
fica claro como cada uma contribui para uma gestão mais eficiente
quece a tomada de decisões, mas também promove um sentido de
e orientada para resultados.
comunidade e de pertença.
A automatização de tarefas rotineiras está a emergir como um
dos pilares desta mudança. Ao eliminar a necessidade de interven-
Inovação: A inovação é um catalisador qualitativo para a admi-
ção humana em atividades repetitivas, esta automatização não só
nistração pública. A integração de novas tecnologias como a inteli-
acelera os processos, como também liberta recursos valiosos para
gência artificial e a análise de dados, pode transformar a prestação
tarefas mais estratégicas. Isto aperfeiçoa a eficiência operacional,
de serviços públicos, tornando-a mais eficiente e adaptável. Além
permitindo que as agências governamentais atinjam seus objetivos
disso, nossa cultura organizacional voltada para a inovação incenti-
de forma mais rápida e econômica.
va à busca contínua por melhores práticas e soluções criativas para
Como resultado, a análise de dados surge como uma ferra-
problemas administrativos.
menta indispensável para apoiar decisões estratégicas. Ao coletar
e interpretar informações relevantes, os gestores públicos ganham
Desafios da pesquisa qualitativa: No entanto, a procura da
insights valiosos que fundamentam escolhas informadas. Essa abor-
qualidade na administração pública não está isenta de desafios. A
dagem baseada em dados não apenas aprimora a precisão nas to-
resistência burocrática, a falta de recursos financeiros, os processos
madas de decisões, mas também oferece uma visão mais abran-
complexos e a resistência cultural à mudança são frequentemente
gente dos desafios e oportunidades que a administração pública
obstáculos que requerem estratégias cuidadosas para serem ultra-
enfrenta.
passados. Para mitigar estes problemas, é importante construir uma
A inteligência artificial, como componente-chave desse pano-
mentalidade de qualidade e implementar mudanças incrementais.
rama tecnológico, não se limita apenas à automação convencional.
Além de executar tarefas, a inteligência artificial é capaz de apren-
Estratégias para superar desafios: São necessárias estratégias
der e se adaptar, viabilizando uma automação avançada e mais efi-
adaptativas para superar o desafio de encontrar qualidade na admi-
caz. A interação com os cidadãos também é aprimorada, com as-
nistração pública. Treinar e envolver funcionários governamentais,
sistentes virtuais e chatbots fornecendo respostas rápidas, serviços
investir em capacidades tecnológicas, parcerias público-privadas e
personalizados e uma experiência mais fluida na interação com os
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

serviços governamentais. É importante compreender estas tecnolo- — Benefícios claros e práticos: Como as novas tecnologias es-
gias não apenas como ferramentas separadas, mas também como tão transformando a administração pública
elementos interligados. A automação complementa a análise de da- A aplicação eficaz de novas tecnologias na administração públi-
dos, enquanto a inteligência artificial domina ambas. Estas sinergias ca vai além dos simples avanços tecnológicos. Isto representa uma
criam um ambiente que promove uma governação mais inteligente mudança fundamental na prática governamental que proporciona
e mais adaptativa, centrada nas necessidades da comunidade. uma série de benefícios claros e tangíveis. Estes benefícios não só
No entanto, ao explorar o potencial desta tecnologia, é impor- têm impacto na eficiência interna, mas também redefinem a rela-
tante considerar os desafios que lhe estão associados, incluindo ção entre o governo e a sociedade, permitindo uma governação
preocupações éticas, preocupações com a privacidade e a neces- mais ágil e centrada nas pessoas.
sidade de formar os funcionários em novas ferramentas. Somente A melhoria da eficiência operacional é um dos resultados mais
através de uma abordagem holística que compreenda os benefícios tangíveis da implementação destas tecnologias. Automatizar tare-
e desafios a administração pública poderá explorar plenamente o fas repetitivas e otimizar processos internos permite uma alocação
potencial transformador das tecnologias digitais. Neste cenário em de recursos mais inteligente, resultando em uma gestão mais sim-
constante mudança, a inovação é a chave para uma administração ples e ágil. Estes ganhos de eficiência não só poupam tempo e esfor-
pública mais flexível, eficiente e virada para o futuro. ço, mas também melhoram a capacidade do governo para lidar com
necessidades crescentes e complexas.
— Metodologia de Gestão Inovadora: Melhorando a Eficiên- A redução de custos é outra vantagem significativa que surge
cia Administrativa com a adoção de novas tecnologias. Ao eliminar ineficiências e apri-
O cenário da administração pública moderna é marcado pela morar a gestão de recursos, os governos podem direcionar inves-
utilização de metodologias de gestão inovadoras e também por timentos de maneira mais estratégica, garantindo que cada gasto
inovações tecnológicas, que provocam mudanças abrangentes nas contribua para a melhoria dos serviços prestados. Esse direciona-
práticas administrativas. Além das tecnologias digitais desempe- mento financeiro eficaz não apenas promove a responsabilidade
nharem um papel importante na modernização, destacam-se me- fiscal, mas também possibilita investimentos em áreas prioritárias
todologias como Scrum e Kanban, que são reconhecidas como uma para o desenvolvimento social.
abordagem flexível e adaptável para a implementação de projetos As melhorias na prestação de serviços aos cidadãos são um
governamentais. A gestão por resultados está a emergir como um aspecto crucial dos benefícios observados. A introdução de tecno-
paradigma muito necessário que enfatiza a medição contínua do logias digitais possibilita serviços mais acessíveis, personalizados e
desempenho e a procura contínua de eficiência para garantir que as eficientes. Portais online, aplicações móveis e assistência virtual são
ações governamentais estejam totalmente alinhadas com os objeti- exemplos práticos de como facilitar a interação dos cidadãos com o
vos estratégicos declarados. seu governo, criando uma experiência mais positiva e adaptada às
A implementação bem-sucedida desta metodologia inovadora necessidades atuais.
não só aumenta a eficiência operacional, mas também redefine a A transparência é um princípio fundamental reforçado pelas
cultura organizacional, incentivando o pensamento focado em re- novas tecnologias. A disponibilidade de dados em tempo real, rela-
sultados tangíveis e na melhoria contínua. Utilizando metodologias tórios detalhados e informações publicamente disponíveis fortalece
ágeis como Scrum, projetos públicos se beneficiam de ciclos de tra- a confiança do público nas ações governamentais. Esta transparên-
balho iterativos e favorecem ajustes conforme necessário. Da mes- cia não só promove uma liderança mais ética, mas também capacita
ma forma, com foco na visualização de processos e gerenciamento os cidadãos a compreender as decisões do governo e a participar
de fluxo de trabalho, o Kanban ajuda a fornecer uma imagem clara ativamente no processo democrático.
das tarefas, otimizar a alocação de recursos e cumprir prazos. Finalmente, a agilidade torna-se um ativo crítico num mundo
A gestão por resultados é uma abordagem importante que pro- dinâmico. A rápida adaptação a mudanças nas demandas sociais e
move eficiência e alinhamento estratégico. Esta metodologia, que a capacidade de implementar políticas de maneira ágil são aspectos
enfatiza a medição contínua do desempenho, permite aos gesto- inerentes à administração pública que abraça as novas tecnologias.
res avaliar a eficácia das políticas e iniciativas e ajustá-las conforme A flexibilidade proporcionada por essas inovações permite respos-
necessário para alcançar os resultados desejados. Uma cultura de tas mais rápidas a desafios emergentes, contribuindo para uma ad-
resultados, incluindo a gestão por resultados, é essencial para ga- ministração mais responsiva e proativa.
rantir que as ações governamentais não só correspondam às expec- Assim, a aplicação efetiva de novas tecnologias transcende os
tativas, mas também tenham um impacto positivo mensurável na benefícios superficiais, mergulhando na redefinição da administra-
sociedade. No entanto, a utilização desta metodologia inovadora ção pública. Ao otimizar processos internos, reduzir custos, me-
tem os seus desafios. A resistência à mudança, a necessidade de lhorar serviços, promover transparência e aumentar a agilidade,
formação adequada e a adaptação dos processos existentes são essas inovações moldam uma administração centrada no cidadão
obstáculos que exigem uma abordagem cuidadosa. O sucesso da e alinhada com as expectativas da sociedade moderna. Esses ga-
implementação desta metodologia depende não só da escolha das nhos concretos evidenciam não apenas o potencial, mas a realidade
ferramentas certas, mas também da criação de uma cultura orga- transformadora que as novas tecnologias trazem para a administra-
nizacional que valorize a inovação, a aprendizagem contínua e a ção pública contemporânea.
adaptação ágil.
— Desafios Complexos da Implementação de Novas Tecnolo-
gias: Resolvendo Problemas Complexos na Administração Pública
A integração de novas tecnologias é uma forma promissora de
modernizar a administração pública, mas é importante reconhecer
os desafios complexos que acompanham esta jornada de mudan-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ça. A adoção destas inovações tem os seus desafios, mas enfrenta envolvimento ativo dos funcionários na utilização e implementação
desafios complexos, incluindo a segurança cibernética, a resistên- destas tecnologias têm sido pilares importantes desta transforma-
cia cultural, a falta de formação e a necessidade de investimentos ção. Além disso, a liderança visionária e a construção de uma cultu-
adequados. A superação destes desafios requer não apenas abor- ra organizacional inerentemente aberta à inovação são ingredientes
dagens tecnológicas sofisticadas, mas também a implementação de essenciais para o sucesso deste processo evolutivo.
estratégias abrangentes de mudança organizacional e investimen-
tos significativos na capacitação. Ambiente favorável para experimentação: Criar um ambien-
Cíber segurança: te propício à experimentação é um passo importante em direção à
Um dos desafios mais prementes na implementação de novas inovação. Isso significa criar uma estrutura que permita testes pi-
tecnologias é manter a segurança cibernética. A digitalização in- loto, prototipagem rápida e aprendizado contínuo. É essencial um
tensiva expõe as estruturas governamentais a ameaças complexas, plano que encoraje a criatividade, explore novas ideias e aceite a
como ataques cibernéticos e violações de dados sensíveis. Proteger possibilidade de fracasso controlado. Esta mentalidade experimen-
seus sistemas e informações requer investimentos significativos em tal não só acelera o processo de inovação, mas também cria uma
tecnologias de defesa cibernética, protocolos de segurança rigoro- cultura organizacional adaptativa e ágil.
sos e atualização contínua de práticas para proteção contra novas
ameaças. Cooperação com o setor privado: A estreita cooperação com
o sector privado é uma estratégia eficaz para atrair experiência e
Barreiras culturais: A resistência cultural dentro das organiza- conhecimento externos. Parcerias público-privadas, consultoria es-
ções governamentais pode ser uma barreira significativa à adoção pecializada e participação ativa em ecossistemas de inovação po-
de novas tecnologias. Mudar mentalidades e superar práticas exis- dem fornecer informações valiosas. As sinergias entre o governo e
tentes muitas vezes encontra resistência por parte dos funcioná- as empresas privadas não só aumentam a eficiência, mas também
rios. A formação, a comunicação eficaz e a demonstração clara dos abrem oportunidades para utilizar as melhores práticas e tecnolo-
benefícios tangíveis das novas tecnologias são elementos-chave gias comprovadas.
para remover barreiras culturais e promover uma cultura organiza-
cional aberta à inovação. Participação ativa dos funcionários: Os funcionários desem-
penham um papel crítico na adoção e adoção bem-sucedidas da
Desvantagens do treinamento: A falta de competências e co- tecnologia. O envolvimento ativo dos colaboradores desde a fase de
nhecimentos necessários para lidar com as novas tecnologias é um desenvolvimento até à implementação não só garante uma transi-
desafio significativo. Capacitar os funcionários é essencial para ga- ção mais suave, mas também identifica oportunidades de melhoria
rantir uma transição suave e eficiente para tecnologias avançadas. contínua. Programas de treinamento, participação em processos de
Programas de formação contínua, parcerias com instituições de en- tomada de decisão e reconhecimento por contribuições inovadoras
sino e construção de uma cultura de aprendizagem são estratégias são estratégias que promovem uma cultura organizacional na qual
importantes para superar a lacuna de formação. os colaboradores são agentes de mudança.

Investimentos elegíveis: A implementação bem-sucedida de Liderança visionária: Um fator-chave que impulsiona a ino-
novas tecnologias na administração pública exige investimentos vação e a eficiência é a liderança visionária. Os líderes que com-
adequados em infraestruturas, hardware, software e, acima de preendem a importância estratégica da transformação digital e
tudo, em capital humano. A falta de recursos financeiros pode afe- da inovação movem as suas organizações em direção a uma visão
tar a eficácia do uso da tecnologia. Por isso, é importante alinhar partilhada. Estes líderes não só estabelecem objetivos claros, mas
estrategicamente os canais de investimento, tendo em conta não também inspiram e motivam as suas equipas para alcançar o seu
só a aquisição de tecnologia, mas também a sustentabilidade em futuro visionário. A liderança visionária é essencial para superar
longo prazo e as atualizações contínuas. Superar estes desafios re- obstáculos, articular uma visão convincente para o futuro e orientar
quer uma abordagem holística que vá além dos aspectos técnicos sua organização em direção a excelência.
da implementação da tecnologia. As estratégias de mudança orga-
nizacional devem ser cuidadosamente planeadas, incluindo a sensi- Cultura organizacional aberta à inovação: Uma cultura organi-
bilização para a segurança cibernética, a promoção de uma cultura zacional aberta à inovação é a base de todas as estratégias. Isso in-
inovadora e a incorporação de programas de educação contínua. clui criar um ambiente que valorize a criatividade, estimule o apren-
Além disso, o compromisso com investimentos significativos é es- dizado contínuo e se adapte a novas ideias. Assumir riscos, abraçar
sencial para garantir que as novas tecnologias sejam introduzidas o fracasso como uma oportunidade de aprendizagem e uma comu-
de forma sustentável e eficiente, em linha com os objetivos estraté- nicação transparente são alicerces para a criação de uma cultura
gicos da administração pública. organizacional que promova e sustente a inovação.
À medida que aumenta a necessidade de modernizar a admi-
— Promover a inovação sustentável: Uma estratégia abran- nistração pública, a utilização de novas tecnologias e metodologias
gente para a inovação e a eficiência na administração pública de gestão inovadoras tornou-se uma necessidade estratégica. Este
Promover a inovação e a eficiência na administração pública artigo examina os benefícios transformadores destas mudanças,
em cenários dinâmicos não é apenas um desejo, mas uma impor- destacando a melhoria da eficiência operacional, poupança de cus-
tante necessidade estratégica. Para atingir estes objetivos, é impor- tos, melhor prestação de serviços aos cidadãos, transparência e
tante adotar uma estratégia abrangente que vá além da simples agilidade com base nos resultados observados. No entanto, a tran-
implementação tecnológica. A criação de um ambiente propício à sição apresenta desafios, incluindo a cibersegurança, a resistência
experimentação, a estreita colaboração com o sector privado e o cultural e a falta de formação. A superação destas barreiras requer
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uma estratégia abrangente que inclua um ambiente propício à experimentação, colaboração com o setor privado, envolvimento ativo dos
funcionários, liderança visionária e uma cultura organizacional aberta à inovação. Uma abordagem integrada permitirá às administrações
públicas não só abraçar eficazmente a mudança, mas também criar um ambiente que permita mudanças sustentáveis ​​através da inovação
e da eficácia contínua.

GESTÃO PÚBLICA EMPREENDEDORA

Em resposta à crescente necessidade de respostas eficientes e inovadoras às complexas demandas sociais, a Gestão Pública Empre-
endedora tem emergido como uma abordagem transformadora, rompendo com os modelos tradicionais para proporcionar uma admi-
nistração pública mais ágil e adaptável. Essa tendência reflete uma mudança paradigmática que vai além da simples busca por eficiência,
incorporando os princípios fundamentais do empreendedorismo na esfera governamental. Este artigo se propõe a explorar de maneira
mais aprofundada os elementos que compõem essa abordagem inovadora, analisando os princípios que a fundamentam, os benefícios
tangíveis que ela proporciona e os desafios intrínsecos a serem superados. Ao destacar a capacidade da Gestão Pública Empreendedora
de catalisar uma administração pública mais centrada no cidadão, eficiente e capaz de enfrentar os desafios dinâmicos da sociedade con-
temporânea, busca-se oferecer uma compreensão mais abrangente dessa transformação paradigmática que está moldando a forma como
os setores governamentais operam e interagem com a sociedade.

— Princípios Fundamentais da Gestão Pública Empreendedora

Orientação para Resultados: A gestão pública empreendedora concentra-se na entrega de resultados tangíveis. Priorizar a eficiência
e a eficácia na prestação de serviços públicos, em vez de simplesmente seguir procedimentos burocráticos.

Inovação Contínua: A busca contínua por soluções inovadoras é um pilar da gestão pública empresarial. Isto envolve a incorporação
de novas ideias, tecnologias e abordagens para melhorar continuamente os processos e serviços governamentais.

Flexibilidade e adaptabilidade: A capacidade de adaptação rápida às mudanças nas circunstâncias sociais, económicas e tecnológicas
é essencial. A gestão empresarial do país envolve flexibilidade, permitindo ajustes flexíveis em resposta a novas necessidades e desafios.
Participação Cidadã: Um aspecto importante é a participação ativa dos cidadãos no processo de tomada de decisão. Isto não só promove
a transparência, mas também garante que as políticas públicas estejam alinhadas com as necessidades e expectativas públicas.

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— Vantagens de gerir o negócio publicamente


A eficiência operacional melhorou. Ao priorizar resultados e inovação, a governança pública empreendedora promove uma adminis-
tração mais eficiente, aperfeiçoa o uso de recursos e reduz o desperdício.

Melhorar a qualidade do serviço: Através da busca contínua pela inovação, garantimos serviços públicos mais eficientes, que aten-
dam às necessidades dos cidadãos e proporcionem uma experiência mais satisfatória.

Desenvolver uma cultura inovadora: A gestão da saúde empresarial estimula o espírito empreendedor dos colaboradores, promoven-
do uma cultura organizacional que valoriza a criatividade, a colaboração e a busca pela melhoria contínua.

— Desafios Relacionados à Gestão Empresarial do País

Resistência à mudança: A implementação de uma abordagem empreendedora pode encontrar resistência, especialmente em am-
bientes habituados a métodos de gestão tradicionais. É necessário treinamento. A implementação bem-sucedida da governação pública
do empreendedorismo requer uma equipa formada e alinhada com os princípios do empreendedorismo e pode exigir esforços de forma-
ção significativos.
A natureza inovadora da gestão pública corporativa pode envolver riscos. É importante desenvolver estratégias eficazes para gerir e
minimizar potenciais efeitos secundários.
A gestão pública empreendedora surgiu como uma resposta inovadora à procura de eficiência e inovação no sector governamental,
refletindo mudanças nos modelos administrativos tradicionais. Enraizada em princípios empresariais, esta abordagem visa resolver os de-
safios complexos da sociedade atual. Ao explorar os seus fundamentos, benefícios e desafios, este artigo fornece uma imagem detalhada
destas mudanças e destaca como podem promover uma administração pública mais centrada nas pessoas, mais eficiente e dinamicamen-
te adaptável às necessidades sociais em constante mudança.

CICLO DE GESTÃO GOVERNAMENTAL

A eficiência da administração estatal depende de processos claros e sistemáticos, e o ciclo de gestão governamental se constitui
como um modelo abrangente que direciona as ações dos órgãos governamentais em todas as etapas de planejamento, implementação,
monitoramento e avaliação da política nacional. Neste artigo, examinaremos mais de perto cada fase deste ciclo, destacando as suas ca-
racterísticas únicas, os objetivos específicos e a importância de uma governação governamental eficaz na promoção do bem-estar social.

— Planejamento: Noções Básicas do Ciclo


O ciclo de gestão do governo começa com a fase de planejamento, onde são formuladas metas, objetivos e estratégias para atender
às necessidades da sociedade. Esta etapa inclui identificação de problemas, priorização e alocação de recursos para otimizar a obtenção
dos resultados desejados. A participação ativa dos cidadãos e a transparência neste processo são importantes para garantir a relevância e
a viabilidade das políticas governamentais.

— Execução: Convertendo planos em ações concretas


Após a elaboração do plano, entramos na fase de implementação onde a política é implementada. Envolve a execução de projetos,
a alocação de recursos humanos e financeiros e a coordenação de diversas atividades para atingir os objetivos definidos. A eficácia desta
etapa é importante para garantir a eficácia das ações governamentais e o cumprimento das metas estabelecidas.
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— Monitoramento: Monitoramento contínuo da operação da República, sendo a indicação restrita à aprovação de uma das
Este ciclo continua até a fase de monitoramento, onde o de- Casas do Parlamento (Senado Federal), o que acaba por ser uma
sempenho da tarefa é avaliado continuamente. Isto inclui a recolha espécie de controle prévio.
de dados, a análise de indicadores e o feedback da comunidade para Desta maneira, percebe-se que no Estado Democrático de
permitir correções e modificações do curso, conforme necessário. A Direito, o próprio ordenamento jurídico dispõe de mecanismos
transparência na divulgação de informações sobre o progresso dos que possibilitam o controle de toda a atuação do Estado. Tais
projetos fortalece a confiança do público na capacidade do governo instrumentos tem como objetivo, garantir que tal atuação se
de cumprir as suas promessas. mantenha sempre consolidada com o direito, visando ao interesse
público e mantendo o respeito aos direitos dos administrados.
— Avaliação: Medindo Impacto e Resultados Em relação à localização do órgão de controle, infere-se que
A fase final do ciclo é a avaliação, que examina em profundida- pode ser interno ou externo. Vejamos:
de o impacto alcançado pelas políticas implementadas. A análise – Controle interno: é realizado por órgãos de um Poder
inclui não apenas resultados imediatos, mas também efeitos em sobrepondo condutas que são praticadas na direção desse
longo prazo, fornecendo informações valiosas para melhorar estra- mesmo Poder, ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica
tégias futuras. A avaliação cuidadosa aumenta a responsabilização da Administração indireta sobre atos que foram praticados pela
e melhora a eficiência da administração pública. própria pessoa jurídica da qual faz parte. No controle interno o
órgão controlador encontra-se inserido na estrutura administrativa
— Importância do Ciclo de Gestão Governamental: que deve ser controlada.
O ciclo de gestão do governo não é apenas uma estrutura for- Em alguns casos, o controle interno decorre da hierarquia,
mal. Esta é uma ferramenta importante para aumentar a eficiência pois esta possibilita aos órgãos hierarquicamente superiores
da administração pública. Fornecer uma abordagem sistemática controlar os atos praticados pelos que lhe são subordinados. Em
e contínua permite uma gestão mais transparente, responsável e resumo, o controle interno que venha a depender da existência de
orientada para resultados. Também promove a participação públi- hierarquia entre controlador e controlado, é aquele exercido pelas
ca, fortalece a democracia e fortalece a legitimidade das ações go- chefias sobre seus subordinados, sendo o tradicional “sistema de
vernamentais. controle interno” é organizado por lei incumbida de lhe definir as
atribuições, não dependendo de hierarquia para o exercício de suas
— Desafios da implementação do ciclo de gestão governa- prerrogativas.
mental:
Apesar da sua importância, a aplicação eficaz do ciclo de go- – Controle externo: é realizado por órgão estranho à estrutura
vernação do governo enfrenta desafios. Questões como a falta de do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos práticos,
recursos, a resistência burocrática, a complexidade da medição da quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa a julgar
influência e os ciclos eleitorais podem afetar a continuidade e a con- as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário.
sistência do ciclo.
Controle Judicial
Registremos, a princípio, que o controle judicial da
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Administração Pública, trata-se daquele exercido pelo Poder
Judiciário, quando em exercício de função jurisdicional, sobre os
atos administrativos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e
Controle exercido pela Administração Pública (controle do próprio Poder Judiciário. O controle judicial é aquele por meio
interno) do qual, o Poder Judiciário, ao exercer de a função jurisdicional,
A princípio, infere-se que a teoria da separação dos poderes aprecia a juridicidade que engloba a regularidade, a legalidade e a
possui em sua essência, de acordo com Montesquieu, o objetivo constitucionalidade da conduta administrativa.
certo de limitar arbítrios de maneira que venha a proteger os Denota-se que o controle externo da Administração por meio
direitos individuais. Isso por que, grande parte dos detentores do do Poder Judiciário foi majorado e fortalecido pela Constituição
Poder tende a adquirir mais poder, situação tal, que, caso não esteja Federal de 1988, tendo previsto novos instrumentos de controle,
sujeita a controle, culminará no abuso, ou até no absolutismo. como por exemplo, o mandado de segurança coletivo, o mandado
Para evitar esse tipo de distorção, Montesquieu propôs a teoria de injunção e o habeas data.
dos freios e contrapesos, por meio da qual os poderes constituídos O Brasil, contemporaneamente adota o sistema de unidade
possuem a incumbência de controlar, freando e contrabalanceando de jurisdição, também conhecido por sistema de monopólio de
as atuações dos demais poderes, de maneira que cada um deles jurisdição ou sistema inglês, por intermédio do qual o Poder
tenha autonomia, possua liberdade, porém, uma liberdade sob Judiciário possui a exclusividade da função jurisdicional, vindo a
vigilância. Nesse sentido, o Poder Legislativo edita leis que podem inferir que somente as decisões judiciais fazem coisa julgada em
ser vetadas ou freadas pelo Poder Executivo, que poderá ter seu sentido próprio, vindo a tornar-se juridicamente insuscetíveis de
veto derrubado ou freado pelo Poder Legislativo. Ou seja, não serem modificadas.
concordando o Executivo com a derrubada de um veto vindo a Desta maneira, percebe-se que a decisão que é proferida
entender que a lei aprovada seja inconstitucional, deterá o poder pela Administração Pública ou, ainda, qualquer ato administrativo
de incumbir a matéria à análise do Poder Judiciário que irá dirimir encontram-se passíveis de revisão pelo Poder Judiciário.
o conflito, como por exemplo, uma ADI ajuizada pelo Presidente da
República. O Judiciário contém os membros de sua cúpula (STF),
que são indicados pelo chefe de outro Poder, no caso, o Presidente
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É importante registrar que o fundamento da adoção do por meio do qual passou-se a admitir o cabimento de reclamação
sistema de unidade jurisdicional no Brasil é a previsão que se ao STF contra ato administrativo que contrarie súmulas vinculantes
encontra inserida no art. 5º, XXXV, da CFB/1988, por meio da qual editadas pela Corte Suprema.
ficou estabelecido que “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Controle Legislativo
Há países, que de forma diferente do Brasil, adotam o O controle legislativo é aquele executado pelo Poder Legislativo
sistema de dualidade de jurisdição ou sistema do contencioso sobre as autoridades e os órgãos dos outros poderes, como ocorre
administrativo ou sistema francês. Denota-se que nesses países, a por exemplo, nos casos de convocação de autoridades com o
função jurisdicional é exercida por duas estruturas orgânicas que objetivo de prestar esclarecimentos ou, ainda, do controle externo
são regidas de forma independente, sendo elas a Justiça Judiciária exercido pelo Poder Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas.
e a Justiça Administrativa, posto que cada uma profere decisão com O controle legislativo, também denominado de controle
força de coisa julgada no âmbito de suas competências. parlamentar, se refere àquele no qual o Poder Legislativo exerce
Referente à Justiça Administrativa, explica-se que no sistema poder sobre os atos do Poder Executivo e sobre os atos do Poder
de dualidade de jurisdição, esta é composta por juízes e tribunais Judiciário, sendo este último somente no que condiz ao desempenho
administrativos cuja competência cuida-se em geral, de resolver da função administrativa. Trata-se assim, o controle parlamentar de
litígios nos quais o Poder Público seja parte. Pareando a Justiça um controle externo sobre os demais Poderes.
Administrativa, está a Justiça Judiciária, composta por órgãos do Infere-se que a estrutura do Poder Legislativo Brasileira deve
Poder Judiciário, tendo competência para julgar com definitividade ser verificada com atenção às peculiaridades de cada ente federado,
conflitos que envolvam somente particulares. posto que não somente o princípio da simetria, como também as
Pondera-se que o controle exercido pelo Poder Judiciário, via regras específicas que a Constituição Federal predispõe para os
de regra, será sempre um controle de legalidade ou legitimidade âmbitos federal, estadual, municipal e distrital.
do ato administrativo. No exercício da função jurisdicional, os Em análise ao plano federal, verifica-se que vigora o
Magistrados não apreciam o mérito do ato administrativo, não bicameralismo federativo, sendo o Poder Legislativo Federal
analisando a conveniência e a oportunidade da prática do ato. composto por duas Casas: a Câmara dos Deputados que é composta
Devido ao fato de se tratar de um controle de legalidade ou por representantes do povo e o Senado Federal que é composto por
de legitimidade, sempre que o ato estiver eivado de algum vício, representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal.
a decisão judicial será revertida no sentido de anulação do ato De acordo com o sistema constitucional, o controle parlamentar
administrativo que se encontra viciado. Vale enfatizar que não pode ser exercido: a) por uma das Casas isoladamente; b) pelas
é cabível no exercício da função jurisdicional a revogação do ato duas Casas reunidas em sessão conjunta; c) pela mesa diretora
administrativo, tendo em vista que esta pressupõe a análise do do Congresso Nacional ou de cada Casa; d) pelas comissões do
mérito do ato. Congresso Nacional ou de cada Casa.
É de suma importância destacar que o controle judicial possui Levando em conta o princípio da simetria de organização,
abrangência tanto em relação aos atos vinculados quanto aos as regras mencionadas também devem ser aplicadas, no que
discricionários, posto que ambos devem obedecer aos requisitos de lhes couber, ao Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal
validade como a competência, a forma e a finalidade. Desta forma, e distrital, desde que realizadas as devidas adaptações,
é possível que tanto os atos administrativos vinculados quanto principalmente aquelas que advém do fato de nos planos estadual,
os discricionários venham a apresentar vícios de legalidade ou municipal e distrital a organização do Poder Legislativo serem do
ilegitimidade, em decorrência dos quais poderão vir a ser anulados tipo unicameral.
pelo Poder Judiciário quando estiver no exercício do controle Com fundamento no princípio da autotutela, o Poder Legislativo
jurisdicional. também possui o poder de exercer o controle interno sobre os seus
Explicita-se que o controle judicial da Administração, de modo próprios atos. Nessa situação, aduz-se que o Poder Legislativo estará
geral, é sempre provocado, isso por que ele depende da iniciativa de realizando um controle administrativo interno. Esse é o motivo pelo
alguma pessoa, que poderá ser física ou jurídica. Qualquer pessoa qual quando falamos no controle parlamentar, estamos abordando
que tenha a pretensão de provocar o controle da administração somente o controle externo exercido pelo Poder Legislativo.
pelo Poder Judiciário, deverá, de antemão, propor judicialmente a Destaca-se que o controle que o Poder Legislativo detém
ação cabível para o alcance desse objetivo. sobre a Administração Pública, encontra-se limitado às hipóteses
Por fim, diga-se de passagem, que existem várias espécies previstas na Constituição Federal. Isso ocorre, por que porque
de ações judiciais que permitem ao Judiciário apreciar lesão ou caso contrário, haveria inferiorização do princípio da separação
ameaça a direito decorrente de ato administrativo. Exemplos: dos poderes. Acontece que em razão disso, não podem leis
o habeas corpus, o habeas data, o mandado de injunção, etc. A ordinárias, complementares ou Constituições Estaduais predispor
relação das ações que dão possibilidade ao controle judicial da outras modalidades de controle diversas das que são previstas na
Administração será sempre a título de exemplificação, tendo em Constituição Federal, sob risco de ferir o mesmo princípio.
vista que o controle pode ser exercido, inclusive, por intermédio De modo geral, a doutrina diferencia dois tipos de controle
de ação judicial ordinária sem denominação especial ou específica. legislativo: o político e o financeiro.
O controle financeiro é exercido com o auxílio dos tribunais
– Nota: a Emenda Constitucional 45/2004 ao introduzir no de contas. Já o controle político, alcança aspectos de legalidade
direito brasileiro o instituto das súmulas vinculantes, inaugurou um e de mérito, vindo a ser preventivo, concomitante ou repressivo,
novo mecanismo de controle judicial da Administração Pública, ato conforme o caso.

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– Formas de controle político: 3. Da competência privativa da Câmara dos Deputados (CF,


1. Da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 51): autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração
art. 49): resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e
atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos os Ministros de Estado; proceder à tomada de contas do Presidente
gravosos ao patrimônio nacional; autorizar o Presidente da da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional
República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele 4. Outros controles políticos (CF, art. 50): a Câmara dos
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões,
em lei complementar; autorizar o Presidente e o Vice-Presidente poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para
a quinze dias; aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas determinado, importando crime de responsabilidade a ausência
medidas; sustar os atos normativos do Poder Executivo que sem justificação adequada; as Mesas da Câmara dos Deputados
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
legislativa; julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente informações a Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos
da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos diretamente subordinados à Presidência da República, importando
de governo; fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no
suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
indireta; apreciar os atos de concessão e renovação de concessão Por fim, em relação ao controle político legislativo, cabe
de emissoras de rádio e televisão; aprovar iniciativas do Poder especial destaque referente ao controle exercido pelas comissões
Executivo referentes a atividades nucleares; autorizar, em terras parlamentares de inquérito (CPIs).
indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos As CPIs são comissões temporárias designadas a investigar fato
e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; aprovar, previamente, a certo e determinado e fazem parte do contexto de uma das funções
alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois típicas do Parlamento que é a função de fiscalização.
mil e quinhentos hectares. De acordo com a Constituição Federal, as comissões
2. Da competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52): parlamentares de inquérito possuem poderes de investigação que
processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos são próprios das autoridades judiciais, além de outros poderes que
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os estão previstos nos regimentos das Casas Legislativa. As CPIs são
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, seja em
da mesma natureza conexos com aqueles; processar e julgar os conjunto ou de forma separada mediante pugnação de um terço
Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho de seus membros, com o objetivo de apurar fato determinado e
Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, por prazo certo, sendo que as suas conclusões, quando for preciso,
o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União serão encaminhadas ao Ministério Público, para que este órgão
nos crimes de responsabilidade; autorizar operações externas de promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores, nos
natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito termos dispostos no art. 58, § 3º da CFB/1988.
Federal, dos Territórios e dos Municípios; fixar, por proposta Em decorrência do exercício dos seus poderes de investigação,
do Presidente da República, limites globais para o montante da a CPI é dotada de ato próprio, sem a necessidade de autorização
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e judicial para:
dos Municípios; dispor sobre limites globais e condições para as – Realizar as diligências que entender necessárias;
operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, – Convocar e tomar o depoimento de autoridades, inquirir
do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais testemunhas sob compromisso e ouvir indiciados;
entidades controladas pelo Poder Público federal; dispor sobre – Requisitar de órgãos públicos informações e documentos de
limites e condições para a concessão de garantia da União em qualquer natureza;
operações de crédito externo e interno; estabelecer limites globais – Requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de
e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do inspeções e auditorias que entender necessárias.
Distrito Federal e dos Municípios; aprovar, por maioria absoluta e
por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da Ademais, conforme decisão do STF, por autoridade própria, a
República antes do término de seu mandato; aprovar previamente, CPI pode sem necessidade de intervenção judicial, porém, sempre
por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: por meio de decisão fundamentada e motivada, observadas todas
– Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; as formalidades da legislação, determinar a quebra de sigilo fiscal,
– Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo bancário e de dados do investigado. (MS 23.452/RJ).
Presidente da República; Em esquema básico, temos:
– Governador de Território;
– Presidente e diretores do Banco Central;
Financeiro: é exercido com o auxílio
– Procurador-Geral da República;
dos tribunais de contas.
– Titulares de outros cargos que a lei determinar; CONTROLE LEGISLATIVO
– Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em ESPÉCIES Político: alcança aspectos de le-
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de galidade e de mérito, vindo a ser pre-
caráter permanente. ventivo, concomitante ou repressivo.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Controle pelos Tribunais de Contas comprovantes de depósito ou transferência de recursos, bem como
Previstos na Constituição Federal, os Tribunais de Contas são a realização de forma efetiva de despesas, vindo a comprovar os
órgãos com a finalidade de auxiliar o Poder Legislativo na execução seus tradicionais estágios de licitação, empenho, liquidação e
do exercício do controle externo da Administração Pública. São pagamento. Por sua vez, o controle orçamentário é aquele que
órgãos especializados e não integram a estrutura administrativa acompanha a execução do orçamento, que é a legislação em
do Parlamento e também não mantém com ele mantém qualquer que se encontram as receitas previstas e também as despesas
espécie de relação hierárquica. fixadas. Em referência ao controle operacional, ressaltamos que
Denota-se que a Carta Magna de 1988 preservou a estrutura o mesmo trata de diversos aspectos do desempenho da atividade
de organização dos Tribunais de Contas vigente nos diversos entes administrativa, como por exemplo, numa auditoria operacional,
da federação à época de sua promulgação. Com isso, nos termos pode ser computado o tempo médio que o usuário usa esperando
do art. 31, § 4º da CFB/1988, tornou-se proibida a criação de novos por atendimento médico em uma unidade do sistema público de
tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais. saúde. Finalmente, temos o controle patrimonial, que cuida da
Em seguimento a essa diretriz, em âmbito federal, temos o fiscalização do patrimônio público.
TCU (Tribunal de Contas da União); no plano estadual, os Tribunais Analisando a legalidade do controle externo, observamos que
de Contas dos Estados; no Distrito Federal, o TCDF (Tribunal este investiga se a conduta administrativa está de acordo com as
de Contas do Distrito Federal), sendo que na esfera municipal, diversas normas jurídicas.
percebe-se a organização dos tribunais de contas não ocorre de O controle de legitimidade atua complementando o controle
maneira uniforme. Devido ao fato da maioria dos municípios ter de legalidade, permitindo a apreciação de outros aspectos além
criado até a CF/1988 o seu próprio Tribunal de Contas, a função da adequação formal da conduta à legislação pertinente. Nesse
de prestar auxílio ao Poder Legislativo municipal no exercício do diapasão, são passíveis de averiguação aspectos como a finalidade
controle externo é normalmente repassada ao Tribunal de Contas do ato e a obediência aos princípios constitucionais como a
do respectivo Estado que é dotado de atribuições de controle ao moralidade administrativa, por exemplo.
das administrações estadual e municipal. Em continuidade, o controle de economicidade é relativo à
Em relação à sua composição, verificamos com afinco que os utilização dos recursos de forma racional, uma vez que com ele,
Tribunais de Contas são órgãos colegiados, com quadro de pessoal pretende-se averiguar se a despesa realizada atende aos aspectos
próprio (inspetores, procuradores, analistas, técnicos etc.), sendo da melhor relação custo-benefício.
o TCU composto por nove ministros, ao passo que os demais Destaca-se que o controle externo também investiga se houve
Tribunais de contas são compostos, em regra, por sete conselheiros, a aplicação de forma correta das subvenções, que se tratam de
número sempre observado nos Estados, com exceção do Tribunal transferências de recursos feitas pelo governo com o fito de cobrir
de Contas do Município de São Paulo que conta com apenas cinco despesas de custeio das entidades beneficiadas.
conselheiros, nos parâmetros do art. 49 da Lei Orgânica daquele As subvenções podem ser de duas espécies. São elas:
Município. subvenções sociais e subvenções econômicas.
Embora, não obstante a existência dos chamados “tribunais” A) Subvenções sociais: são destinadas ao custeio de instituições
de contas, as cortes de contas também não exercem jurisdição em públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, que não
sentido próprio, isso por que suas decisões não possuem o caráter possuem finalidade lucrativa, nos ditames da Lei 4.320/1964, art.
de definitividade, vindo a sofrer a possibilidade de serem anuladas 12, § 3º, I.
pelo Poder Judiciário. Entretanto, o processo ajuizado com o fito B) Subvenções econômicas: são as destinadas ao custeio de
de anular a decisão da corte de contas é distinto do processo de empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial,
natureza administrativa em que foi proferida tal decisão. Desta agrícola ou pastoril, nos termos da Lei 4.320/1964, art. 12, § 3º, II.
forma, o interessado não poderá interpor um recurso para o Registra-se, que o controle externo também se incumbe
Judiciário em desfavor da decisão final do Tribunal de Contas com de apreciar a regularidade da renúncia de receita. Há vários
o fulcro de reformá-la, mas sim ajuizar processo autônomo perante mecanismos que tornam possível a renúncia de receita, como
o órgão jurisdicional competente com o objetivo de anular o por exemplo: a remissão, o subsídio, a isenção e a modificação da
mencionado julgado. alíquota ou da base de cálculo de tributo que implique sua redução.
Registra-se que em relação ao controle externo financeiro e Nos ditames constitucionais, a cargo de Congresso Nacional, o
as atribuições dos tribunais de contas, a Constituição Federal criou controle externo, será exercido com a ajuda do Tribunal de Contas
um sistema harmonizado de controle, que prevê a existência de um da União, ao qual compete, nos parâmetros do art. 71 da CFB/1988:
controle externo associada a um controle interno executado por A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
cada órgão sobre seus agentes e seus atos. República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
O controle exercido pelo Poder Legislativo é uma forma de sessenta dias a contar de seu recebimento;
controlar de maneira externa os atos dos órgãos dos outros Poderes B) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
e das entidades da administração indireta. Esse controle, além de por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
controlar a parte financeira dos outros órgãos, também abrange indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
de forma ampla o controle contábil, financeiro, orçamentário, pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
operacional e patrimonial, levando em conta os aspectos da a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções erário público; apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
e renúncia de receitas. de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta
No campo contábil a análise abrange o registro dos fatos e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
contábeis e a elaboração de demonstrativos. Em âmbito financeiro, Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
é verificado o verdadeiro ingresso das receitas, através de
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas emitido pelo tribunal de contas sobre as contas que o Prefeito
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão
fundamento legal do ato concessório; de dois terços dos membros da Câmara Municipal. Assim sendo,
C) Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, é por essa razão que grande parte da doutrina afirma que nessa
do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções hipótese, o parecer prévio é relativamente vinculante, não sendo
e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, absolutamente vinculante pelo fato de poder ser superado, porém,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos como a superação depende de quórum qualificado, tem-se uma
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades vinculação relativa.
referidas na letra b; Em relação a esse assunto, o STF explicou que a expressão “só
D) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais deixará de prevalecer”, contida no mencionado § 2º, não quer dizer
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, que o parecer conclusivo do tribunal de contas poderia produzir
nos termos do tratado constitutivo; efeitos imediatos, que se poderiam se tornar permanentes em caso
E) Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela do silêncio da casa legislativa. Para a Suprema Corte, o parecer do
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos Tribunal de Contas que rejeita as contas do chefe do executivo possui
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; natureza opinativa, só podendo produzir o efeito de inelegibilidade
F) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, do prefeito (LC 64/1990, art. 1º, I, alínea “g”) após transcorrido o
por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas julgamento das contas pela respectiva Câmara de Vereadores (RE
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 729.744/MG e RE 848.826/DF).
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e De outro ângulo, o parecer antecedente emitido pela Corte
inspeções realizadas; de Contas é indispensável ao julgamento das contas anuais
G) Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa dos Prefeitos. Foi justamente por esse motivo que o STF julgou
ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que inconstitucional dispositivo de constituição estadual que permitia
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano às Câmaras Legislativas apreciarem as contas anuais prestadas
causado ao erário; pelos prefeitos, independentemente do parecer do Tribunal de
H) Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as Contas do Estado, quando este não fosse oferecido no prazo de 180
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada dias. (ADI 3.077/SE).
ilegalidade; Os Tribunais de Contas possuem competência distinta para
I) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado verba pública, bens e valores públicos da administração direta
Federal; e indireta, inclusive das fundações e sociedades instituídas e
J) Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou mantidas pelo Poder Público, e ainda, as contas dos entes que
abusos apurados. ensejarem e derem causa à perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário público, nos termos do disposto no
Observação: As normas retro mencionadas acima relativas art. 71, III da CFB/1988.
ao Tribunal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à Outro ponto importante a ser destacado, é o fato de que
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos ao julgar as contas dos gestores públicos e demais agentes que
Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos causarem danos ao erário, em diversos casos, os tribunais de contas
de Contas dos Municípios, onde houver, nos termos do art.75 da imputam débito com o objetivo de ressarcir o dano, ou multa com
CFB/1988. caráter de punição. Denota-se que decisões das Cortes de Contas
que imputam débito ou multa terão validade de título executivo nos
– Aspectos importantes sobre as atribuições dos Tribunais de termos do art. 71, § 3º da CFB/198. Ou seja, caso a pessoa a quem
Contas foi imputada a multa ou o débito não vier a adimplir a referida
Vejamos a diferença entre os atributos de “apreciar contas” e importância dentro do prazo estipulado por lei, poderá sofrer a
“julgar contas”. cobrança judicial da importância diretamente por intermédio de
Em relação às contas do chefe do Poder Executivo, os Tribunais uma ação de execução, sendo desnecessário o ajuizamento de uma
de Contas têm atribuição para “apreciá-las”, desde que haja a ação de conhecimento para rediscutir a matéria que já foi objeto de
emissão de parecer conclusivo, que deverá ser elaborado no prazo decisão da corte de contas.
de 60 dias a contar de seu recebimento (art. 71, I), sendo que é Pelo fato das decisões definitivas dos tribunais de contas
competência do Poder que imputam débito ou aplicam multa terem, por si só, força de
Legislativo julgar as contas de cada ente federado. Desta título executivo, sua execução independe da inscrição em dívida
maneira, as contas anuais do Presidente da República são julgadas ativa. Entretanto, os entes federados têm o costume de inscrever
pelo Congresso Nacional nos ditames do art. 49, IX, CF/1988; as dos todos os seus créditos passíveis de execução em dívida ativa, o que
Governadores, pela Assembleia Legislativa do respectivo Estado; ocorre por dois motivos. Em primeiro lugar, por que a inscrição
a do Governador do Distrito Federal, pela Câmara Legislativa do dá possibilidade para que a execução siga o rito estabelecido na
Distrito Federal; e as contas dos Prefeitos, pelas respectivas câmaras Lei 6.830/1980, Lei das Execuções Fiscais, trazendo uma série de
municipais. vantagens para o exequente. Em segundo lugar, a inscrição acaba
Existe uma particularidade em relação ao parecer que o por submeter o crédito a um controle mais amplo, na medida em
tribunal de contas do Estado ou do município emite a respeito que ele fica registrado em sistemas informatizados criados para a
das contas anuais do chefe do Poder Executivo municipal. Nos administração, controle de prazos e cobrança dos valores inscritos.
termos do previsto no art. 31, § 2º, da CF/1988, o parecer prévio,
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

— Controle Administrativo29 Controle Ministerial


O Controle da Administração pode ser interno ou externo, De outra parte, existe controle administrativo não hierárquico.
administrativo, legislativo e judiciário, conforme seja realizado Também chamado de controle finalístico, de supervisão ministerial,
ou não pela própria Administração ou pelos Poderes Executivo, de tutela administrativa, é o controle exercido pela administração
Legislativo e Judiciário. direta aos atos praticados pela administração indireta. É um
O Controle Administrativo é aquele realizado pela própria controle interno exercido sem que haja subordinação.
Administração Pública. Esse controle decorre do princípio da O Controle ministerial é o exercido pelos Ministérios sobre os
autotutela, ou seja, do poder que possui a Administração de anular órgãos de sua estrutura administrativa e também sobre as pessoas
os atos ilegais e de revogar os atos inconvenientes ou inoportunos da Administração Indireta federal.
ao interesse público. Ë denominado como o poder de fiscalização
e correção que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce O Direito de Petição, a doutrina em geral menciona diversos
sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, meios ou instrumentos passíveis de ser utilizados pelo administrado
por iniciativa própria ou mediante provocação. para provocar o controle administrativo, todos eles espécie do
É o controle exercido pelos órgãos com função administrativa abrangente direito fundamental previsto no art. 5.º, XXXIV, a, da
sobre seus próprios atos, no desempenho da autotutela. Portanto, Constituição Federal, conhecido como “direito de petição”.
cabe ao Poder Executivo o amplo controle sobre suas próprias
funções administrativas, extroversas e introversas, e aos demais Revisão Recursal
Poderes do Estado, bem como aos órgãos constitucionalmente Como instrumento de controle administrativo, a revisão
independentes, exercer o autocontrole no que toca às suas recursal significa a possibilidade de eventuais interessados se
respectivas funções administrativas. insurgirem formalmente contra certos atos da Administração,
Em relação ao objetivo, esta modalidade de controle visa, lesivos ou não a direito próprio, mas sempre alvitrando a reforma
genericamente, à juridicidade da ação administrativa pública, de determinada conduta.
destacadamente quanto à sua legitimidade e legalidade. Esse meio de controle é processado através dos recursos
Abrange os órgãos da Administração Direta ou centralizada administrativos, matéria que, marcada por muitas singularidades,
e as pessoas jurídicas que integram a Administração Indireta ou será estudada em separado a seguir.
descentralizada.
Controle Social
A Súmula n. 473 do STF prevê: As normas jurídicas, tanto constitucionais como legais, têm
A Administração pode anular seus próprios atos, quando contemplado a possibilidade de ser exercido controle do Poder
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se Público, em qualquer de suas funções, por segmentos oriundos
originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou da sociedade. É o que se configura como controle social, assim
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em denominado justamente por ser uma forma de controle exógeno do
todos os casos, a apreciação judicial. Poder Público nascido das diversas demandas dos grupos sociais.

Esse controle pode ser iniciado de ofício pela Administração Objetivos


(independentemente de provocação do particular) ou mediante São três os objetivos do controle administrativo:
requerimento do interessado. 1 – O primeiro deles é o de confirmação, pelo qual atos e
comportamentos administrativos são dados pela Administração
Existem instrumentos utilizados pelos particulares para como legítimos ou adequados. Exemplo: o ato de confirmação de
provocar o controle administrativo, entre eles estão: autuação fiscal, quando o autuado alega ilegalidade do ato.
– Representação (denúncia de ilegalidade ou abuso de poder 2 – O segundo é o de correção, em que a Administração,
perante a Administração); considerando ilegal ou inconveniente a conduta ou o ato,
– Reclamação administrativa (manifestação de discordância em providencia a sua retirada do mundo jurídico e procede à nova
razão de atuação administrativa que atingiu direito do particular); conduta, agora compatível com a legalidade ou com a conveniência
– Recurso hierárquico próprio e impróprio; administrativas. Se o Poder Público, para exemplificar, revoga
– Pedido de revisão; e autorização de estacionamento, está corrigindo o ato anterior
– Pedido de reconsideração (quanto aos três últimos quanto às novas condições de conveniência para a Administração.
instrumentos, vide a seguir no Capítulo “Processo Administrativo”). 3 – Objetivo de alteração, através do qual a Administração
ratifica uma parte e substitui outra em relação ao que foi produzido
Meios de Controle por órgãos e agentes administrativos. Exemplo: portaria que altera
O controle administrativo pode ser hierárquico ou não local de atendimento de serviço público, mas mantém o mesmo
hierárquico. horário anterior.

O Controle Hierárquico entre os órgãos da administração


direta que sejam escalonados verticalmente, em cada Poder, e
existe controle hierárquico entre os órgãos de cada entidade da
administração indireta que sejam escalonados verticalmente, no
âmbito interno da própria entidade.
29 Almeida, Fabrício Bolzan D. Manual de direito administrativo. Dis-
ponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Editora Saraiva, 2022.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

— Desafios relacionados à implementação da ética no serviço


ÉTICA NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA público:

Corrupção e nepotismo: A corrupção e o nepotismo são gran-


No desempenho das funções públicas, a ética vai além do sim- des desafios à ética do serviço público. O ganho pessoal excessivo
ples cumprimento de regras e regulamentos e constitui a base ne- e o favoritismo em relação aos membros da família prejudicam a
cessária para uma administração pública verdadeiramente eficien- integridade e a confiança nas instituições.
te e centrada nas pessoas. Neste artigo, procuramos aprofundar a Pressão Política: Os funcionários públicos enfrentam frequen-
compreensão dos princípios éticos que não apenas orientam, mas temente pressão política para tomar decisões antiéticas. A liber-
também inspiram o comportamento dos agentes públicos. Analisa- dade e a resistência às interferências externas são essenciais para
remos os fundamentos desta ética, enfatizando a importância da manter a ética no desempenho das funções públicas.
legalidade, impessoalidade, transparência, responsabilidade, justi-
ça e integridade. Analisaremos também mais de perto os desafios Falta de formação em ética: A falta de um programa de forma-
práticos enfrentados pela implementação destes princípios éticos, ção em ética eficaz pode ser uma barreira. A formação e a sensibi-
incluindo o combate à corrupção, a resistência à pressão política e a lização para os princípios éticos são essenciais para garantir que os
necessidade de uma educação ética eficaz. colaboradores compreendem e aplicam corretamente estes valores
Uma análise mais ampla examinará como a ética não só molda nas suas atividades diárias.
o comportamento pessoal dos funcionários públicos, mas também
influencia a cultura organizacional e, por extensão, a relação entre o — O impacto da ética no serviço público:
governo e a sociedade. Discutiremos o importante papel da ética na
construção da confiança pública nas instituições estatais, reconhe- Construir confiança: As práticas éticas no serviço público são
cendo-as como um elemento essencial da legitimidade e aceitação essenciais para construir e manter a confiança pública nas institui-
das políticas estatais. Ao examinar exemplos representativos e li- ções governamentais. A transparência e a responsabilização promo-
ções aprendidas, pretendemos fornecer informações valiosas sobre vem relações saudáveis ​​entre o governo e a sociedade.
como superar desafios éticos específicos e promover uma cultura
ética forte e sustentável no serviço público. Eficácia e eficiência: A ética promove a eficiência e a eficácia na
Estudos de caso, pesquisas recentes e exemplos concretos aju- administração pública porque as decisões baseadas em princípios
dam você a compreender melhor as implicações éticas das decisões éticos tendem a ser mais bem alinhadas e justificadas pelos objeti-
governamentais. Por exemplo, exploraremos como as práticas éti- vos de interesse público.
cas contribuem para a eficiência e eficácia da administração pública
e como a ausência destes princípios pode levar à perda de confian- Legitimidade institucional: As instituições éticas são conside-
ça pública e minar a integridade institucional. radas mais legítimas. A legitimidade fortalece o papel das institui-
O artigo também discutirá estratégias inovadoras para promo- ções estatais na implementação de políticas estatais e na promoção
ver a ética nos serviços públicos, enfatizando a importância de incor- do bem-estar da comunidade.
porar programas de formação contínua, canais de denúncia eficazes
e tecnologia para ajudar a prevenir e detectar práticas antiéticas. Ao Em suma, a ética no desempenho das funções públicas pare-
fazê-lo, pretendemos fornecer não apenas uma visão abrangente ce ser a base para uma administração eficiente e centrada no ser
da ética do serviço público, mas também orientações práticas para humano. Este artigo examina os pilares da ética, como legalidade,
construir e manter uma administração pública ética e transparente transparência e justiça, que orientam o comportamento dos funcio-
que esteja verdadeiramente focada no interesse público. nários públicos. Analisa tarefas práticas como erradicar a corrupção
e resistir à pressão política e enfatiza a importância da educação
— Fundamentos da Ética do Serviço Público: ética. Também aborda o impacto da ética na confiança pública nas
instituições governamentais, apresenta estratégias inovadoras para
Legalidade e caráter: A base da ética do serviço público é a a criação de uma cultura ética sustentável e enfatiza a necessidade
legalidade e a garantia de que todas as atividades cumprem as leis e de educação e competências contínuas para prevenir práticas anti-
regulamentos. O objetivo da impessoalidade é garantir que as deci- éticas. Nosso objetivo é apresentar uma visão abrangente e prática
sões e ações sejam tomadas no interesse público e não no interesse para criar uma administração pública ética e transparente que per-
pessoal. siga o interesse público.

Transparência e Responsabilidade: A ética exige transparência


nas ações governamentais para que as pessoas possam compreen-
der e avaliar as decisões tomadas. A responsabilização fortalece a
responsabilidade dos funcionários públicos para com a sociedade.

Honestidade e Integridade: Embora a integridade exija justiça


e honestidade na conduta, a honestidade é essencial para construir
a confiança pública nas instituições públicas. Esses valores funda-
mentais garantem que nossos funcionários atuem de forma ética
e honesta.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ORÇAMENTO PÚBLICO E OS PARÂMETROS DA POLÍTICA FISCAL

O orçamento nacional é uma ferramenta essencial para a gestão fiscal e a política governamental. Este artigo explora de forma abran-
gente a complexa relação entre os orçamentos nacionais e os parâmetros da política fiscal. Ao compreender a inter-relação destes fatores,
é possível analisar criticamente a eficiência das operações governamentais para encontrar um equilíbrio entre receitas, despesas e o seu
impacto na economia como um todo.

— Os Fundamentos do Orçamento Nacional: Receitas, Despesas e Seu Impacto na Gestão Governamental


O orçamento nacional, uma parte importante da administração nacional, é composto basicamente por receitas e despesas. A receita,
que representa os recursos financeiros arrecadados por um governo, vem de diversas fontes, incluindo impostos, taxas e transferências.
As despesas, por outro lado, incluem despesas públicas alocadas a áreas de importância pública.
A complexidade do planeamento do orçamento público é mais do que apenas a quantidade de recursos. Isto está intimamente rela-
cionado com os princípios e objetivos da política fiscal. O lucro como ajuda financeira público surge de escolhas estratégicas que procuram
equilibrar lucros e necessidades sociais. Essa diversidade de recursos reflete a busca por uma base tributária ampla e justa, enquanto as
transferências visam redistribuir recursos entre órgãos federais.
No contexto das despesas, a alocação de recursos torna-se uma ferramenta estratégica para a implementação de políticas públicas.
A gestão eficaz destas despesas reflete as prioridades do governo, afetando sectores como a saúde, a educação, as infraestruturas e os
programas sociais. A capacidade de investir diretamente em sectores-chave não só molda o ambiente socioeconómico, mas também de-
termina o compromisso do governo com o bem-estar dos seus cidadãos.
A relação entre receitas, despesas e políticas públicas destaca a importância de uma abordagem integrada à gestão orçamental. Estas
escolhas refletem as necessidades imediatas da sociedade, bem como uma visão estratégica em longo prazo. A saúde financeira de um
país está, portanto, ligada não apenas à cobrança eficaz, mas também à sua capacidade de canalizar esses recursos para atividades que te-
nham um impacto positivo na vida das pessoas. Uma compreensão profunda dos elementos-chave do orçamento do Estado não só explica
as complexidades do processo orçamental, mas também destaca a necessidade de transparência, responsabilização e participação pública
na definição das prioridades orçamentais. Portanto, a alocação estratégica de recursos baseada em princípios éticos e na responsabilidade
fiscal torna-se um elemento importante na construção de uma administração pública eficaz que lute pelo desenvolvimento sustentável.

— Política Fiscal e Orçamento: Ferramentas de Influência Macroeconómica e Instrumentos de Desenvolvimento


A gestão económica baseia-se na política fiscal, uma ferramenta estratégica que vai além da simples acumulação e distribuição de
recursos. Esta política representa decisões claras sobre receitas e despesas do governo, uma importante ferramenta macroeconómica que
promove a estabilidade económica e o desenvolvimento.
A importante inter-relação entre a política fiscal e os orçamentos governamentais é essencial para compreender como as decisões
governamentais afetam a economia como um todo. Neste contexto, o orçamento surge como a implementação prática da política fiscal,
refletindo escolhas estratégicas sobre a afetação de recursos. A gestão hábil destes recursos não só equilibra as contas públicas, mas tam-
bém serve como uma alavanca eficaz para alcançar objetivos económicos mais amplos.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A presença da política fiscal no orçamento do Estado visa atin- digitais podem aumentar a participação, democratizar os processos
gir diversos objetivos económicos. O controlo da inflação, que cons- de tomada de decisão e fortalecer o contrato social entre o governo
titui uma grande preocupação, é abordado através da definição e a sociedade.
cuidadosa de despesas e receitas e da prevenção de desequilíbrios Enfrentar estes desafios requer uma abordagem holística que
que possam afetar o índice de preços. Ao mesmo tempo, procura- considere as dinâmicas sociais, económicas e políticas, bem como
mos estimular o crescimento económico através de estratégias que conhecimentos técnicos. A capacidade de transformar desafios em
visem o investimento em sectores-chave, aumentem a atividade oportunidades é essencial para melhorar continuamente o proces-
económica e criem empregos. Outro objetivo fundamental, o equi- so orçamental para garantir que este se torne uma ferramenta efi-
líbrio fiscal, é alcançado através da gestão responsável das receitas caz na construção de uma sociedade mais justa, mais equitativa e
e despesas e da prevenção de défices excessivos que poderiam de- inclusiva.
sestabilizar a economia. Portanto, o orçamento nacional vai além da
contabilidade e torna-se uma ferramenta dinâmica que persegue a — Ferramentas de orçamento e planejamento financeiro: A
sustentabilidade financeira do país. chave para a gestão financeira
Contudo, a eficácia da política fiscal e dos orçamentos nacio- No complexo mundo dos orçamentos nacionais, destaca-se
nais depende não apenas de decisões técnicas, mas também da uma ferramenta importante: não só delinear a trajetória fiscal do
capacidade dos governos para prever e responder à dinâmica eco- governo, mas também moldar a sua influência a médio e longo pra-
nómica global e regional. A flexibilidade e a adaptabilidade no de- zo. O Plano Plurianual (MPP), a Lei Diretriz Orçamentária (LDO) e a
senvolvimento e execução orçamental são essenciais para enfrentar Lei Orçamentária Anual (LOA) constituem a espinha dorsal desse
cenários complexos, como crises económicas ou acontecimentos processo e fornecem orientações, objetivos e descrições detalha-
inesperados. das das finanças públicas.
Portanto, a relação entre a política fiscal e o orçamento na- Um plano plurianual (MPP) serve como um mapa estratégico,
cional extrapola a esfera financeira e molda diretamente o cenário definindo metas e objetivos de médio prazo que orientam as ações
económico e social do país. A compreensão destas inter-relações do governo ao longo de vários anos. A ferramenta vai, portanto,
complexas não só enriquece a análise económica, mas também além da visão anual e promove uma abordagem de planeamento
fornece informações valiosas sobre a concepção de estratégias go- mais ampla que está alinhada com as aspirações do desenvolvimen-
vernamentais que promovam o desenvolvimento sustentável e a to sustentável.
estabilidade económica. A Lei de Orientações Orçamentais (BBA) estabelece a base para
a orçamentação e estabelece as diretrizes e prioridades a serem se-
— Desafios da Orçamentação: Personalização, Recursos Limi- guidas. O projeto de lei serve como um guia estratégico que liga os
tados e Transparência para uma Gestão Eficaz objetivos de médio prazo da LPE às necessidades mais urgentes da
A complexa tarefa de preparar o orçamento nacional enfrenta sociedade. A LDO, portanto, atua como uma ponte entre a visão
múltiplos desafios que exigem uma abordagem estratégica e adap- estratégica e as operações cotidianas, promovendo coerência e ali-
tativa. Um destes desafios importantes é a necessidade de conci- nhamento nos esforços governamentais.
liar diversas necessidades para criar um equilíbrio delicado entre A Lei Orçamentária Anual (LOA), a peça mais detalhada do que-
os desejos da sociedade e as limitações dos recursos disponíveis. bra-cabeça orçamentário, traduz as orientações do PPA e da LDO
Este processo requer não apenas competências técnicas, mas tam- em números concretos. Detalhando receitas e despesas para o ano
bém sensibilidade para priorizar estrategicamente a alocação de subsequente, a LOA proporciona clareza sobre como os recursos se-
recursos para atender às necessidades urgentes e promover o bem rão alocados, quais programas serão priorizados e como o governo
comum. planeja atender às necessidades da sociedade. Esta fase da elabo-
Lidar com restrições de recursos é uma realidade inevitável da ração orçamentária, portanto, representa a convergência das aspi-
orçamentação. A crescente procura de serviços públicos de qualida- rações estratégicas com a realidade operacional.
de excede frequentemente a capacidade financeira dos governos. O sucesso do planejamento fiscal depende da integração eficaz
É, portanto, importante aperfeiçoar a eficiência da afetação de re- desses instrumentos. Garantir a consistência e a sustentabilidade
cursos, encontrar formas inovadoras de maximizar o impacto das das operações governamentais requer uma visão holística que con-
despesas e promover a sustentabilidade financeira sem comprome- sidere não apenas questões de curto prazo, mas também uma visão
ter a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. estratégica que abra caminho para o desenvolvimento sustentável.
A eficiência da implementação do programa é outro aspecto A coordenação destas ferramentas não só reflete uma boa gestão
difícil. A execução bem sucedida das atividades orçamentais requer fiscal, mas também promove a transparência, permitindo que os
uma gestão eficaz, monitorização contínua e uma estrutura flexível cidadãos compreendam as prioridades e escolhas do governo em
que possa responder a eventos inesperados. Neste processo, uma todas as dimensões temporais.
gestão eficaz não só garante uma prestação de serviços eficiente,
mas também contribui para fortalecer a confiança do público nas — Impacto Económico e Social do Orçamento: Além dos Nú-
instituições públicas. meros, Resultados Reais
A participação pública tornou-se um elemento essencial do O Orçamento do Estado supera a frieza dos números. É uma
processo orçamental, proporcionando informações valiosas e pro- expressão real das escolhas governamentais que repercutem na
movendo a representação. A transparência e a responsabilização vida quotidiana dos seus cidadãos e moldam o panorama económi-
são meios importantes de reforçar a legitimidade orçamental, per- co do país. Cada decisão e cada atribuição de recursos refletem as
mitindo aos cidadãos compreender as escolhas do governo e avaliar nossas prioridades orçamentais, bem como o nosso compromisso
o impacto das políticas públicas nas suas vidas. Neste contexto, fer- inabalável com o bem-estar da comunidade e o desenvolvimento
ramentas inovadoras como as consultas públicas e as plataformas económico.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Por exemplo, os investimentos em infraestruturas não são apenas despesas de papel. É um poderoso catalisador para o crescimento
económico. Estradas, pontes e novas tecnologias não só ligam localizações geográficas, mas também aumentam a produção, criam empre-
gos e promovem a inovação. A orientação estratégica destes recursos pode ser inovadora e estabelecer uma base sólida para o desenvolvi-
mento sustentável. Por outro lado, os cortes em áreas importantes também afetam a vida das pessoas. Os cortes nos programas de saúde,
educação e sociais não são apenas ajustes contabilísticos. Tem um impacto significativo na qualidade de vida da população. A compreensão
precisa destes impactos é essencial para evitar consequências negativas e, ao mesmo tempo, garantir que as decisões orçamentais servem
o interesse público.
A análise cuidadosa destas opções é, portanto, mais do que apenas contabilidade. Trata-se de responsabilidade e visão estratégica.
A avaliação do impacto económico e social de um orçamento requer uma compreensão profunda das necessidades sociais, a capacidade
de antecipar desafios futuros e a sensibilidade para equilibrar as necessidades imediatas e os objetivos de longo prazo. A transparência
neste processo é fundamental para garantir que os cidadãos compreendam as decisões do governo e possam participar ativamente nas
conversas sobre as prioridades orçamentais. Esta abertura fortalece o contrato social entre o governo e a sociedade, aumenta a confiança
e incentiva uma maior participação e responsabilização.
Portanto, a preparação do orçamento nacional não é simplesmente uma medida técnica. É uma ferramenta poderosa para moldar
a trajetória de uma nação. A análise crítica dos resultados económicos e sociais é importante para garantir que cada decisão orçamental
contribui para uma sociedade mais justa, equitativa e próspera.
Em suma, a orçamentação e a gestão financeira são pilares importantes da governação pública que afetam diretamente a sociedade,
bem como a solidez financeira. Por meio de ferramentas básicas como o Plano Plurianual (MPP), a Lei Diretriz Orçamentária (LDO) e a Lei
Orçamentária Anual (LOA), o governo traça diretrizes e objetivas estratégicas e aloca recursos para atender às necessidades públicas. Pe-
rante os desafios de preparar orçamentos, aperfeiçoar recursos, conciliar necessidades diversas e promover a transparência, é importante
garantir que cada decisão tenha um impacto positivo numa economia saudável e na qualidade de vida das pessoas. O planeamento orça-
mental nacional é, portanto, uma ferramenta poderosa na construção de um futuro financeiro forte e de uma sociedade justa e próspera.

CICLO ORÇAMENTÁRIO

CICLO ORÇAMENTÁRIO

Sequência de fases ou etapas que deve ser cumprida como parte do processo orçamentário. A maioria dos autores adota como fases
do ciclo orçamentário as seguintes: elaboração, apreciação legislativa, execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando, então,
inicia-se o ciclo seguinte. Corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público, desde sua
concepção até a avaliação final.
O ciclo orçamentário, ou processo orçamentário, pode ser definido como um processo contínuo, dinâmico e flexível, através do qual
se elaboram, aprovam, executam, controlam e avaliam os programas do setor público nos aspectos físicos e financeiro; corresponde,
portanto, ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público. Preliminarmente é conveniente ressaltar
que o ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro. Este, na realidade, é o período durante o qual se executa o orçamento,
correspondendo, portanto, a uma das fases do ciclo orçamentário.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Elaboração da Proposta Orçamentária e Apresentação obedecem o prazo de entrega até o dia 30 de setembro, e os
A cargo do Poder Executivo, através de órgãos específicos, além municípios devem obedecer o prazo estabelecido na sua lei
das tarefas relacionadas à estimativa da receita, são realizadas as Orgânica.
atividades relativas à: formulação da proposta parcial de orçamento A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará
de cada unidade gestora (ações que se pretende executar através de ao Poder legislativo nos prazos estabelecidos nas Constituições e
cada órgão/Poder); compatibilização das propostas setoriais à luz nas Leis Orgânicas dos Municípios compor-se-á de:30
das prioridades estabelecidas e dos recursos disponíveis, conforme I – Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da
orientações e diretrizes da LDO; consolidação e montagem, por situação econômico-financeira, documentada com demonstração
parte do órgão central de orçamento, da proposta orçamentária a da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos
ser submetida à apreciação do Poder Legislativo. a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis. Exposição e
O processo adotado no Brasil na elaboração do orçamento é justificação da política econômico- -financeira do Governo,
denominado Processo Misto, no qual as diretrizes e objetivos são justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao
traçados pelos níveis hierárquicos mais altos, em função dos meios orçamento de capital;
disponíveis. II – Projeto de Lei de Orçamento;
Nesta etapa deve ser providenciada a formalização de um III – Tabelas Explicativas das quais, além das estimativas de
documento no qual fique demonstrada a fixação dos níveis das receita e despesa, constarão, em colunas distintas para fins de
atividades governamentais e que, em última análise, constituirá a comparação, a receita arrecadada nos últimos exercícios anteriores
proposta orçamentária. àquele em que se elabora a proposta; receita para o exercício
em que se elabora a proposta; a receita prevista para o exercício
A Lei Federal 4.320/64 trata da elaboração, em sua SEÇÃO a que se refere a proposta; a despesa realizada no exercício
SEGUNDA, Das Previsões Anuais, como veremos a seguir: imediatamente anterior; a despesa fixada para o exercício em que
Art. 27. As propostas parciais de orçamento guardarão estrita se elabora a proposta; a despesa prevista para o exercício a que se
conformidade com a política econômico-financeira, o programa refere a proposta;
anual de trabalho do Governo e, quando fixado, o limite global IV – Especificação dos programas especiais de trabalho
máximo para o orçamento de cada unidade administrativa. custeados por dotações globais, em termos de metas visadas,
decompostas em estimativas de custo das obras a realizar e dos
Art. 28 As propostas parciais das unidades administrativas, serviços a prestar acompanhadas de justificação econômica,
organizadas em formulário próprio, serão acompanhadas de: financeira, social e administrativa.
I - Tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabelecida no
artigo 22, inciso III, letras d, e; f; Constará da proposta orçamentária, para cada unidade
II - Justificação pormenorizada de cada dotação solicitada, com administrativa, descrição sucinta de suas principais finalidades,
a indicação dos atos de aprovação de projetos e orçamentos de com indicação da respectiva legislação (Artigo 22, da Lei Federal n
obras públicas, para cujo início ou prosseguimento ela se destina. 4.320/64).

Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação Estudo e Aprovação31


organizar demonstrações mensais da receita arrecadada, segundo Esta fase é de competência do Poder Legislativo, e o seu
as rubricas, para servirem de base a estimativa da receita, na significado está configurado na necessidade de que o povo, através
proposta orçamentária. de seus representantes, intervenha na decisão de suas próprias
Parágrafo único. Quando houver órgão central de orçamento, aspirações, bem como na maneira de alcançá-las.
essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas mensalmente. O Poder Executivo deverá enviar o projeto de lei orçamentária
ao Poder Legislativo, que deverá devolvê-lo para sanção, conforme
Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demonstrações Art. 22, da Lei Federal n.° 4.320/64.
a que se refere o artigo anterior à arrecadação dos três últimos Outrossim, se não receber a proposta orçamentária no prazo
exercícios, pelo menos bem como as circunstâncias de ordem fixado, o poder Legislativo considerará como proposta a Lei
conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de cada Orçamentária Vigente, conforme § 2°, Inciso III, do artigo 35, das
fonte de receita. Disposições Transitórias da Constituição Federal.
O parágrafo 3.º do Art. 166 da Constituição Federal de 1988
Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão revistas e trata da aprovação do projeto de lei do orçamento anual e dos
coordenadas na proposta geral, considerando-se a receita estimada projetos que modifiquem:
e as novas circunstâncias.
Fica a cargo do Parlamento a revisão da proposta orçamentária § 3.º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
- podendo ocorrer emendas, as quais serão apresentadas a uma projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
comissão de parlamentares previamente designada, que sobre elas I - Sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
emitirá parecer. Após consolidação das emendas, o orçamento é diretrizes orçamentárias;
colocado em votação. II - Indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam
O Poder Executivo deverá enviar o projeto de lei orçamentária sobre:
ao Poder Legislativo, dentro dos prazos estabelecidos. No âmbito 30 Kohama, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 12.ª edição – São
federal, o prazo termina em 31 de agosto; os Estados geralmente Paulo: Atlas, 2012.
31 Idem.
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a) dotações para pessoal e seus encargos;


b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:


a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

Devidamente discutido, o projeto de lei orçamentária, uma vez aprovado pelo Poder Legislativo, merecerá de sua parte a edição de
um autógrafo e, logo após, enviado para sanção pelo chefe do Poder Executivo.
Após a aprovação pelo plenário do Poder Legislativo, o projeto deverá ser devolvido ao Chefe do Poder Executivo, que poderá sancioná-
lo ou propor vetos totais ou parciais. Havendo a sanção do projeto de lei, o mesmo deverá ser remetido para publicação.

Fase Descrição
Responsabilidade pela apresentação do projeto de lei orçamentária ao
Iniciativa pelo poder executivo
Poder Legislativo, devendo observar o prazo fixado (iniciativa vinculada).
Compreende as seguintes etapas:
- emendas;
- voto do relator;
- redação final;
- votação em plenário.
Segundo o § 3.º do art. 166 da CF/88, as emendas ao projeto de lei do
orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser
aprovados caso:
I – sejam compatíveis com o PPA e com a LDO;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes
Discussão pelo poder Legislativo
de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotação para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e
Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
O § 4.º do mencionado artigo dispõe que as emendas ao projeto da LDO
não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o PPA.
Sanção pelo Poder Executivo Aquiescência ao projeto de lei aprovado.
Desacordo ao projeto de lei aprovado.
Prazo 15 dias úteis do recebimento do projeto.
Veto pelo Poder Executivo As razões do(s) veto(s) deverão ser comunicadas ao Presidente do Senado
Federal.
O veto poderá ser total ou parcial.
Atestado da existência de uma lei. Ocorre simultaneamente à sanção.
Mostra que a lei é executável. Decorrido o prazo para a sanção, mantido
Promulgação pelo Poder executivo
o silêncio do Executivo quanto à promulgação dentro de quarenta e oito
horas, a promulgação ocorrerá pelo Presidente do Senado.
Divulgação da lei na Imprensa Oficial. A lei está em vigor, impondo a sua
Publicação pelo Poder executivo
obrigatoriedade.

Atenção para os Prazos


O primeiro passo na elaboração do orçamento público é a definição do Plano Plurianual (PPA), no qual são identificadas as prioridades
de gestão durante quatro anos. Deve ser enviado ao Congresso Nacional pelo Presidente da República em até 4 (quatro) meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro, ou seja, 31 de agosto do primeiro ano do mandato e deve ser apreciado e devolvido para
sanção presidencial até 22 de dezembro (encerramento da sessão legislativa) do mesmo ano.
Deve, também, o chefe do poder Executivo enviar ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano o projeto da LDO para que
seja votada e aprovada até 17 de julho do mesmo ano. Sem a aprovação da LDO, deputados e senadores não podem entrar em recesso
parlamentar.
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Por fim, com base no conteúdo aprovado na LDO, deve ser feita a elaboração da LOA – Lei Orçamentária Anual (o orçamento
propriamente dito), passo que finaliza a realização do orçamento. Será a LOA que revelará a origem, o montante e o destino dos recursos
a serem gastos no país, devendo ser encaminhada até 31 de agosto de cada ano e aprovada até o dia 22 de dezembro.

Envio: Chefe do PE ao PL. Devolução: do PL ao PE.


Projeto de Lei Parâmetro para envio: até o término do exercício Parâmetro para devolução: até o término da sessão
financeiro. ou período legislativo.
Até 4 meses antes do encerramento do primeiro Até o término da sessão legislativa – 22 de dezembro
Plano Plurianual exercício financeiro do mandato do chefe do PE – 31 (EC n.º 50/06).
de agosto.
Lei de Diretrizes Até 8 meses e ½ antes do encerramento do exercício Até o término do primeiro período legislativo – 17 de
Orçamentárias financeiro – 15 de abril. julho (EC n.º 50/06).
Lei Orçamentária Até 4 meses antes do encerramento do exercício Até o término da sessão legislativa – 22 de dezembro
Anual financeiro – 31 de agosto. (EC n.º 50/06).

Execução Orçamentária e Financeira – A Execução das Leis Orçamentárias


Após a aprovação do projeto pelo Legislativo, cabe ao executivo gerenciar e executar o orçamento. A execução orçamentária ocorre
concomitantemente com a financeira. Esta afirmativa tem como sustentação o fato de que a execução, tanto orçamentária como financeira,
está atrelada uma a outra, posto que, havendo orçamento e não existindo a previsão financeira, não poderá ocorrer a despesa. Por outro
lado, havendo recurso financeiro, mas não se podendo gastá-lo, não há que se falar em disponibilidade orçamentária.
Em consequência, pode-se definir execução orçamentária como a utilização dos créditos na LOA; já a execução financeira, por sua
vez, representa a utilização de recursos financeiros, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades atribuídas às Unidades
Orçamentárias pelo Orçamento.
Na técnica orçamentária, inclusive, é habitual se fazer a distinção entre as palavras crédito e recursos. O primeiro termo designa o lado
orçamentário; o segundo, financeiro. Crédito e Recurso são duas faces de uma mesma moeda. O crédito é a dotação ou autorização de
gasto ou sua descentralização, e o recurso é o dinheiro ou saldo de disponibilidade bancária.
Uma vez publicada a LOA - observadas as normas de execução orçamentária e de programação financeira para o exercício - e lançadas
as informações orçamentárias, cria-se o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o início da execução orçamentária propriamente dita.
Executar o orçamento é, portanto, realizar as despesas públicas nele previstas, ressaltando que, para que qualquer utilização de
recursos públicos seja efetuada, a primeira condição é que a elaboração do gasto tenha obedecido às regras legais e seja autorizado pelo
Poder Legislativo, com observância dos três estágios da execução das despesas previstos na Lei n 4.320/64, ou seja:
I- O empenho
II- A liquidação e
III- O pagamento

Atualmente se encontra em aplicação a sistemática do pré-empenho antecedendo esses estágios, já que, após o recebimento do
crédito orçamentário e antes do seu comprometimento para a realização da despesa, existe uma fase - geralmente demorada - de licitação
obrigatória junto a fornecedores de bens e serviços, que impõe a necessidade de se assegurar o crédito até o término do processo
licitatório;
Considerando que o empenho é o primeiro estágio da despesa, este é conceituado como sendo o ato emanado de autoridade
competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não, de implemento de condição. Nele é registrado o
comprometimento da despesa orçamentária, obedecidos os limites estritamente legais, bem como aos casos em que se faça necessário o
reforço ou a anulação desse compromisso.
Não se deve confundir, entretanto, empenho da despesa com nota de empenho; esta, na verdade, é a materialização daquele, embora,
no dia a dia, haja a junção dos dois procedimentos em um único.
O fato de estar a despesa legalmente empenhada não cria para o Estado a obrigação de efetuar o pagamento, posto que o implemento
de condição pode ser concluído ou não. A Lei n 4.320/64 determina que o pagamento de qualquer despesa pública, seja de que importância
for, passe pelo crivo da liquidação. É nesse segundo estágio da execução da despesa que será cobrada a prestação dos serviços ou a entrega
dos bens, ou, ainda, a realização da obra, evitando, dessa forma, o pagamento sem o implemento de condição.
O segundo estágio da despesa pública é a liquidação, que consiste na verificação do cumprimento pelo credor de suas obrigações
previstas em contrato, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito; é, portanto, a comprovação de que
o credor cumpriu todas as obrigações constantes do empenho. Esse estágio tem por finalidade reconhecer ou apurar a origem e o objeto
do que se deve pagar, a importância exata a pagar e a quem se deve pagar para extinguir a obrigação, e é efetuado através do documento
Nota de Lançamento (“NL”). Envolve todos os atos de verificação e conferência, desde a entrega do material ou a prestação do serviço até
o reconhecimento da despesa.
Ao fazer a entrega do material ou a prestação do serviço, o credor deverá apresentar a nota fiscal, fatura ou conta correspondente,
acompanhada da primeira via da nota de empenho, devendo o funcionário competente atestar o recebimento do material ou a prestação

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

do serviço correspondente no verso da nota fiscal, fatura ou conta.


O último estágio da despesa é o pagamento, que consiste na entrega de numerário ao credor do Estado, extinguindo dessa forma o
débito ou obrigação. Esse procedimento, normalmente, é efetuado por tesouraria, que deve ter como favorecido o credor do empenho. O
pagamento normalmente é efetuado por meio de crédito em conta bancária do favorecido. Se houver importância paga a maior ou inde-
vidamente, sua reposição aos órgãos públicos deverá ocorrer dentro do próprio exercício.
Todo esse processo ocorre observando, estritamente, os princípios constitucionais orçamentários, bem como aqueles que regem a
Administração Pública, dentre eles a moralidade, a publicidade e a eficiência, de modo que o interesse público seja sempre garantido.

Avaliação32
A avaliação se refere à organização, aos critérios e trabalhos destinados a julgar o nível dos objetivos fixados no orçamento e
as modificações nele ocorridas durante a execução; à eficiência com que se realizam as ações empregadas para tais fins e o grau de
racionalidade na utilização dos recursos correspondentes.
A constatação do que realizar, e do que deixar de fazer, não pode, como é obvio, restringir-se somente ao julgamento “a posteriori”.
A avaliação deve ser ativa, desempenhar um papel importante como orientadora da execução e fixar em base consistente as futuras
programações, por isso esta fase é simultânea à execução, e a informação que fornece deve estar disponível, quando dela se necessitar.
A avaliação impõe a necessidade de um sistema estatístico cuja informação básica se obtém em cada uma das repartições ou órgãos.
De posse dos dados coletados, o grupo de avaliação orçamentária deve elaborar tabelas, calcular indicadores e apresentar informes
periódicos para uso e tomada de decisões por parte dos dirigentes das unidades executoras.
A avaliação deverá ser feita à vista de dados relativos à execução orçamentária que são apurados. Há uma obrigatoriedade no § 3.º,
do artigo 165 da Constituição Federal, que diz:

“O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. ”

Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado
primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos
montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados na
Lei de Diretrizes Orçamentárias. Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente,
inclusive destinadas ao pagamento de serviço da dívida e as ressalvadas pela LDO e, no caso dos Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério
Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os
critérios fixados pela LDO, conforme Caput e §§ 2.º e 3.º do artigo 9.º da Lei Complementar n.° 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-
se-á de forma proporcional às reduções efetivas, conforme § 1.º, do artigo 9.º da Lei Complementar n 101/2000 (Lei de Responsabilidade
Fiscal)
Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de
cada quadrimestre, em audiência pública na Comissão mista permanente de senadores e deputados ou equivalente nas Casas Legislativas
estaduais e municipais conforme § 4.º, do artigo 9.º da Lei Complementar n 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal)

ORÇAMENTO E GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES DO SETOR PÚBLICO

32 Kohama, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 12.edição – São Paulo: Atlas, 2012.
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O planeamento e gestão orçamental nas organizações do sec-


tor público desempenha um papel importante na eficiência e trans- CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE SISTEMAS ORÇAMENTÁ-
parência das operações governamentais. O objetivo deste artigo é RIOS MODERNOS: ESTRUTURA PROGRAMÁTICA, ECONÔ-
explorar os fundamentos destas práticas e destacar a sua importân- MICA E ORGANIZACIONAL PARA ALOCAÇÃO DE RECURSOS
cia para a alocação eficiente de recursos, promovendo a responsa- (CLASSIFICAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS)
bilização e atendendo às necessidades da sociedade.

— Fundamentos do Orçamento do Estado Os sistemas orçamentais modernos desempenham um papel


O orçamento nacional é uma ferramenta para o governo plane- importante na gestão eficiente e transparente dos recursos nacio-
ar e controlar as despesas. Esta não é apenas uma lista de despesas. nais. Este artigo revisa as características básicas deste sistema, enfa-
É uma expressão visível de escolha política, refletindo a escolha es- tizando a estrutura programática, econômica e organizacional para
tratégica do governo para satisfazer as necessidades do seu povo. O a alocação de recursos conhecidos como classificação orçamentá-
processo de preparação do orçamento envolve várias etapas, desde ria.
a formulação até à implementação, e envolve uma variedade de
intervenientes, desde legisladores à sociedade civil. — Estrutura programática dos sistemas orçamentais moder-
nos: Promoção do cumprimento das metas e avaliação dos resul-
— Gestão de organizações do setor público tados
A gestão eficaz de uma organização do sector público é mais do As estruturas dos programas, uma parte importante dos siste-
que apenas a gestão de recursos. Isto inclui estabelecer metas cla- mas orçamentais modernos, desempenham um papel importante
ras, implementar práticas eficazes, avaliar o desempenho e prestar na organização eficaz da despesa pública. Ao afetar recursos a pro-
contas à sociedade. Privilegiamos uma gestão orientada para resul- gramas e atividades que sejam consistentes com as metas e objeti-
tados com foco na prestação de serviços eficazes e no alcance dos vos do governo, esta classificação fornece uma imagem abrangente
objetivos definidos. e detalhada das áreas de ação prioritárias. Isto não só facilita a mo-
nitorização do desempenho, mas também permite uma avaliação
— Desafios e Obstáculos cuidadosa dos resultados alcançados de acordo com os desejos do
Contudo, o caminho para uma gestão eficaz e uma orçamenta- governo. As estruturas dos programas servem, portanto, como uma
ção bem-sucedida está repleto de desafios. A burocracia excessiva, ferramenta valiosa não só para alocar recursos estrategicamente,
a falta de transparência, a resistência à mudança e a falta de recur- mas também para aumentar a eficiência e eficácia da despesa pú-
sos são apenas alguns dos obstáculos enfrentados pelas organiza- blica.
ções do sector público. Superar estes desafios requer abordagens
inovadoras, uma gestão visionária e a utilização de tecnologias mo- — Estrutura económica do sistema orçamental moderno:
dernas. Compreender os investimentos e despesas correntes
A classificação económica, um aspecto importante dos siste-
— A importância da transparência e da responsabilização mas orçamentais modernos, desempenha um papel importante
A transparência e a responsabilização são essenciais para o su- na compreensão da natureza das despesas públicas. Ao dividir as
cesso das organizações do setor público. A divulgação pública da despesas em despesas correntes e de capital, esta distinção pro-
informação orçamental, a comunicação eficaz com o público e a res- porciona informações importantes sobre a utilização dos recursos
ponsabilização pela ação é essencial para construir a confiança do públicos. As despesas correntes cobrem os custos operacionais,
público nas agências estatais. enquanto as despesas de capital centram-se em investimentos que
promovem o desenvolvimento e fortalecem as infraestruturas. Esta
— Inovação tecnológica e melhoria contínua distinção não só proporciona transparência na alocação de recur-
A integração de inovações tecnológicas, como sistemas de sos, mas também facilita a formulação de estratégias orçamentais
gestão integrados e análise de dados, é um passo importante para que equilibram a manutenção das operações e a promoção do de-
otimizar as operações e melhorar a eficiência. Além disso, a me- senvolvimento económico e social. Desta forma, a estrutura econó-
lhoria contínua, a avaliação de desempenho e a busca constante mica torna-se um guia valioso para a tomada de decisões informa-
pela adaptação às novas realidades são práticas essenciais para as das e para a criação de um orçamento que atenda às necessidades
organizações do setor público que buscam atender efetivamente às atuais e futuras da sociedade.
necessidades da sociedade por meio do desenvolvimento contínuo.
Portanto, este artigo examina a importante intersecção entre orça- — Estrutura organizacional dos sistemas orçamentais moder-
mento e gestão nas organizações do setor público, explica os fun- nos: Orientações detalhadas para uma gestão eficaz e responsável
damentos e destaca os desafios que devem ser enfrentados. O or- A estrutura organizacional, uma parte importante dos sistemas
çamento nacional é apresentado de forma a refletir as prioridades orçamentais modernos, desempenha um papel importante na alo-
políticas essenciais para a afetação eficiente de recursos. A gestão cação de recursos nas organizações governamentais. Ao classificar a
de organizações públicas concentra-se no estabelecimento de me- alocação de recursos por agência e estrutura, esta classificação for-
tas, avaliação de desempenho e responsabilização. O documento nece uma imagem detalhada e abrangente de como cada parte da
também aborda questões como o excesso de burocracia, a resistên- administração pública contribui para alcançar os objetivos globais
cia à mudança e a importância da transparência. Finalmente, a ino- do governo. Esta abordagem não só promove a compreensão das
vação tecnológica é discutida como um catalisador para a eficiência, responsabilidades específicas de cada sujeito, mas também fornece
enfatizando a necessidade de adaptabilidade contínua para atender ferramentas valiosas para uma gestão mais eficiente e responsável.
às necessidades sociais em mudança. Ao criar ligações transparentes entre os objetivos institucionais e a
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atribuição de recursos, as estruturas organizacionais orientam as decisões orçamentais, promovem uma governação eficaz e maximizam
o impacto positivo na sociedade. Portanto, surge como uma diretriz detalhada para fortalecer a capacidade do governo de atingir os seus
objetivos através de uma liderança estratégica e focada.

— Desafios e Inovações em Sistemas Orçamentários Modernos: Estratégias para Mudanças Governamentais e Avanços Tecnológi-
cos
Os sistemas orçamentais apresentam vantagens significativas, mas também enfrentam desafios dinâmicos, incluindo a necessidade de
atualizações contínuas para refletir as mudanças nas prioridades do governo. Esta necessidade de adaptação contínua destaca a importân-
cia de uma abordagem flexível e flexível à gestão orçamental. Além disso, a inovação tornou-se um catalisador para superar estes desafios.
A integração de tecnologias avançadas está a emergir como uma estratégia eficaz para otimizar os processos orçamentais e melhorar a agi-
lidade e precisão da alocação de recursos. A implementação de ferramentas digitais, análise de dados e automatização de processos não
só facilita as tarefas administrativas, mas também fortalece a capacidade do governo de tomar decisões ponderadas e eficazes. Portanto,
face aos desafios em constante mudança, a inovação tecnológica serve como um aliado indispensável na procura de sistemas orçamentais
cada vez mais eficientes e que respondam às necessidades em constante mudança dos governos.

MENSURAÇÃO DE DESEMPENHO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIO

A mensuração de desempenho e o controle orçamentário são práticas gerenciais essenciais para monitorar o desempenho organi-
zacional e garantir o alcance dos objetivos estratégicos e financeiros de uma empresa. Abaixo, descrevo cada um desses conceitos e sua
importância:

Mensuração de Desempenho:
- Definição de Indicadores-Chave de Desempenho (KPIs): Os KPIs são métricas quantitativas e qualitativas utilizadas para avaliar o
desempenho de processos, departamentos ou da empresa como um todo. Eles devem estar alinhados aos objetivos estratégicos e serem
mensuráveis e relevantes para o sucesso do negócio.
- Monitoramento Regular: Os indicadores de desempenho devem ser monitorados regularmente, permitindo que a empresa identi-
fique tendências, padrões e áreas que precisam de melhorias.
- Análise Comparativa: Comparar o desempenho atual com metas estabelecidas, benchmarks do setor e períodos anteriores ajuda a
identificar oportunidades de otimização e corrigir desvios.
- Feedback e Ações Corretivas: A análise dos resultados obtidos por meio da mensuração de desempenho deve fornecer insights para
a tomada de decisão e a implementação de ações corretivas para melhorar o desempenho organizacional.

Controle Orçamentário:
- Elaboração de Orçamento: O controle orçamentário começa com a elaboração de um orçamento detalhado, que inclui projeções
de receitas, despesas e investimentos esperados para um determinado período.
- Acompanhamento e Comparação: Durante o período orçamentário, é essencial acompanhar regularmente os gastos reais e com-
pará-los com o orçamento planejado. Isso permite identificar desvios e tomar medidas corretivas quando necessário.
- Flexibilidade e Revisões: O controle orçamentário deve ser flexível o suficiente para permitir ajustes conforme as circunstâncias
mudam. Revisões periódicas do orçamento podem ser necessárias para refletir mudanças nas condições de mercado, nos objetivos estra-
tégicos ou nas prioridades da empresa.
- Análise de Desempenho Financeiro: A análise do desempenho financeiro com base no controle orçamentário fornece informações
valiosas sobre a eficácia da gestão de recursos, a rentabilidade dos investimentos e a saúde financeira da empresa.

Ao integrar a mensuração de desempenho e o controle orçamentário, as empresas podem tomar decisões mais informadas, identifi-
car áreas de oportunidade e maximizar a eficiência operacional, contribuindo para o alcance dos seus objetivos estratégicos e financeiros.

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ELABORAÇÃO, GESTÃO E AVALIAÇÃO ANUAL DO PPA

O planejamento plurianual (PPA) é uma parte importante do cenário da administração pública e desempenha um papel importante na
execução das atividades governamentais durante um período de tempo. Esta ferramenta estratégica não só define diretriz, mas também
direciona recursos e esforços para atender às necessidades e expectativas da comunidade. Este artigo examina mais de perto os elementos
básicos da elaboração, gestão e avaliação anual dos PPAs, destacando sua relevância no estabelecimento de metas e prioridades específi-
cas alinhadas aos anseios da sociedade e à implantação efetiva dos PPAs. Promover o desenvolvimento social e económico.

Preparando o PPA: A fase de elaboração do PPA é um momento crítico marcado pela formulação coletiva de metas e objetivos que
nortearão a ação governamental nos próximos quatro anos. O processo também inclui uma abordagem participativa que combina o diá-
logo com a sociedade civil, especialistas e outras partes interessadas, bem como o estabelecimento de metas mensuráveis. A preparação
para a LPE não é, portanto, simplesmente um exercício técnico, mas um compromisso estratégico para garantir que as políticas nacionais
satisfaçam as necessidades reais da população.

— Gestão de PPA
A gestão do PPA é a etapa onde as metas traçadas no plano são traduzidas em ações concretas. Isto inclui uma coordenação eficaz de
esforços, atribuição adequada de recursos e monitorização contínua do progresso em direção aos objetivos definidos. A transparência é
essencial nesta fase para dar ao público uma imagem clara das atividades em curso e permitir-lhe participar ativamente na avaliação do
desempenho do governo. A gestão do PPA não apenas monitora, mas também, se necessário, ajusta estratégias para garantir uma admi-
nistração pública adaptativa e responsiva.

Avaliação anual do PPA: A avaliação anual do PPA é um mecanismo importante para monitorar os resultados alcançados, identificar
desvios das metas estabelecidas e revisar a estratégia se necessário. Esta etapa não se limita à análise quantitativa, mas considera também
o impacto qualitativo das ações governamentais na vida dos cidadãos. A participação pública ativa neste processo de avaliação promove
uma forte responsabilização, garantindo uma governação mais transparente e responsável que atenda às necessidades reais da comuni-
dade.

Desafios da preparação, gestão e avaliação do PPA: Apesar dos benefícios dos PPAs, a sua elaboração, gestão e avaliação enfrentam
desafios recorrentes. Alguns dos obstáculos incluem a complexidade da medição do desempenho, a necessidade de maior integração
entre vários órgãos governamentais e a exigência de maior agilidade na adaptação a cenários dinâmicos. Mas estes desafios são também
oportunidades para inovação. A adopção de tecnologias avançadas, como a análise de big data e a inteligência artificial, pode otimizar a
recolha e análise de dados, fortalecer a base para uma tomada de decisão informada e aumentar a eficiência do PPA.

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— Preparação do PPA: Estabelecendo Metas Participativas de recursos disponíveis para maximizar o impacto da iniciativa. Esta
Médio Prazo abordagem estratégica não só garante a utilização eficiente dos re-
Preparar um plano plurianual (MPA) é mais do que apenas es- cursos públicos, mas também fortalece a credibilidade do governo,
tabelecer metas. Este é um processo dinâmico e participativo que demonstrando responsabilidade fiscal e transparência na gestão
desempenha um papel fundamental na definição das diretrizes para financeira.
os quatro anos. A este nível, o executivo nacional envolve-se num A transparência é um pilar fundamental da governação da EPL.
diálogo ativo com a sociedade, as instituições do Estado e várias A divulgação regular de informações sobre o progresso das ativi-
partes interessadas para criar uma plataforma inclusiva para deter- dades, os resultados alcançados e os recursos utilizados pode au-
minar as necessidades, prioridades e esforços coletivos. Esta parti- mentar a responsabilização e fortalecer a confiança do público nas
cipação não só fortalece a representatividade da PPA, mas também instituições estatais. Mecanismos como relatórios de responsabili-
garante que as metas definidas reflitam verdadeiramente as reais zação, plataformas em linha e audiências públicas permitem uma
necessidades dos moradores. Ao ter em conta a participação ati- avaliação precisa dos progressos, mantendo os cidadãos informa-
va da sociedade civil, a preparação da LPE torna-se um espaço de- dos e envolvidos na monitorização dos APE.
mocráticas onde diversas vozes têm a oportunidade de contribuir A gestão eficaz do EPL, portanto, não consiste simplesmente
para a formulação da política nacional. Fóruns, consultas públicas em seguir um cronograma definido. Este é um processo dinâmico
e audiências são mecanismos importantes utilizados para recolher e ágil que requer gestão eficaz, análise estratégica e compromis-
contributos valiosos, garantindo que o Plano não seja apenas uma so com a transparência. Os objetivos só podem ser traduzidos em
expressão da vontade do governo, mas um documento coletivo que ações concretas através de uma abordagem proativa que se con-
reflete diversas perspectivas e interesses. centre na adaptação às mudanças no ambiente socioeconómico e
Esta abordagem participativa confere legitimidade aos PPAs, na obtenção de resultados significativos para a sociedade.
uma vez que os seus objetivos declarados são vistos como obriga-
ções mutuamente construídas e não como imposições governa- — Avaliação Anual do PPA: Resultados de Monitoramento,
mentais. A transparência neste processo contribui para construir a Adaptação Estratégica e Engajamento Social
confiança do público nas ações governamentais, criando uma base A fase de avaliação anual de um plano plurianual (PMP) é fun-
estável para uma maior implementação dos objetivos definidos. damental para garantir a eficácia das políticas nacionais, promo-
Além disso, a elaboração do PPA não é apenas um reflexo do vendo um ciclo de aprendizagem contínua e adaptação estratégi-
presente, mas também uma expectativa do futuro. Identificar ten- ca. Neste processo dinâmico, é importante compreender como as
dências, novos desafios e oportunidades potenciais permite que avaliações anuais contribuem para monitorar resultados, ajustar
você prossiga seus planos de forma mais proativa e se adapte às estratégias e fortalecer o engajamento social. Os resultados do mo-
mudanças que podem ocorrer ao longo da vida. Dessa forma, a nitoramento constituem a base das avaliações anuais. Isto significa
composição das metas de médio prazo não é estática. É um proces- que os indicadores de desempenho definidos pela EPL devem ser
so dinâmico que responde à complexidade e ao dinamismo social, cuidadosamente analisados ​​para medir o progresso em relação às
económico e ambiental. metas estabelecidas. Isto não só proporciona uma imagem clara
Portanto, a fase de preparação da EPL não é uma formalidade dos progressos alcançados, mas também identifica áreas que ne-
administrativa, mas um catalisador que traz grandes mudanças nos cessitam de correção. Resultados inesperados ou desvios significa-
assuntos nacionais. Isto reflete o compromisso do Governo em ou- tivos podem indicar a necessidade de reavaliar a estratégia adotada
vir, compreender e satisfazer as necessidades da comunidade de e responder proativamente a potenciais problemas.
uma forma abrangente e estratégica. Definir metas de médio prazo O alinhamento estratégico é um elemento-chave da avalia-
não é apenas planejar. É um compromisso coletivo para construir ção anual do PPA. É importante que os governos sejam flexíveis na
um futuro mais resiliente e sustentável que se alinhe com as aspira- adaptação das suas estratégias quando confrontados com um am-
ções de todos os cidadãos. biente dinâmico impulsionado por mudanças económicas, políticas
e sociais. Isto inclui o ajuste da alocação de recursos, a revisão de
— Gestão de PPA: Traduzindo Metas em Ações Concretas com metas e a introdução de novos planos quando necessário. As avalia-
Eficiência e Transparência ções anuais não apenas identificam lacunas, mas também servem
A fase de gestão de um plano plurianual (PMP) traduz ideias em como um mecanismo ágil de correção de rumo, garantindo que os
ações práticas que têm impacto direto na vida das pessoas, refletin- PPAs permaneçam relevantes e eficazes ao longo do tempo.
do o cumprimento das metas estabelecidas durante a preparação. A participação social na avaliação anual dos PPAs é uma prá-
A implementação eficaz da EPL requer uma abordagem dinâmica e tica que fortalece a democracia participativa. O envolvimento da
adaptável focada na monitorização contínua, na coordenação estra- sociedade civil, de especialistas e de outras partes interessadas pro-
tégica e na otimização da alocação de recursos. porciona perspectivas pluralistas e ricas. As audiências públicas, as
O monitoramento contínuo é importante para garantir que as consultas online e outros mecanismos participativos democratizam
iniciativas sejam consistentes com as metas estabelecidas pela EPL. o processo de avaliação, tornando-o mais transparente e sensível às
Isto inclui a análise periódica dos indicadores de desempenho, ava- reais necessidades dos cidadãos. Esta abertura ao diálogo contribui
liando os progressos alcançados e identificando desvios que neces- não só para a legitimidade dos PPAs, mas também para a melhoria
sitam de correção. A gestão proativa inclui também a capacidade de contínua das políticas públicas.
antecipar potenciais obstáculos e implementar ajustes estratégicos
para superá-los, garantindo a resiliência do plano diante de desafios
inesperados. Além disso, a alocação eficiente de recursos é um fator
chave para converter objetivos em ações concretas. A gestão do EPL
exige a consideração dos requisitos prioritários e a otimização dos
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A avaliação anual dos PPA não é, portanto, simplesmente um evento formal, mas um mecanismo dinâmico que contribui para a
eficiência e eficácia da governação nacional. Ao monitorizar as decisões, fazer ajustes estratégicos e envolver o público, estas práticas
tornam-se ferramentas úteis para a criação de políticas públicas que melhor respondam às expectativas dos cidadãos e aos desafios em
constante mudança.

— Desafios da Elaboração, Gestão e Avaliação de PPAs: Oportunidades de Inovação para uma Administração Pública Eficaz
A preparação, gestão e avaliação dos planos plurianuais (MAP) proporcionam uma estrutura importante para a eficácia das políticas
públicas, mas não estão isentas de desafios. A complexidade da medição do desempenho e a necessidade de melhorar a integração entre
várias agências governamentais são frequentemente obstáculos. Mas enfrentar estes desafios cria oportunidades de inovação que podem
transformar a administração pública e levá-la a um nível de excelência.
A complexidade da determinação de indicadores de desempenho é um desafio inerente à preparação e avaliação da EPL. Estabelecer
indicadores claros que reflitam eficazmente o impacto das políticas nacionais pode ser um processo complexo. No entanto, as oportuni-
dades de inovação residem na aplicação de tecnologias avançadas, como a análise de big data. Esta abordagem permite uma recolha de
dados mais abrangentes e em tempo real e pode fornecer uma imagem mais precisa do desempenho das iniciativas governamentais. A
inteligência artificial pode ser usada para interpretar esses dados e identificar padrões e tendências que são impossíveis com os métodos
tradicionais.
A necessidade de melhorar a integração das diversas instituições públicas é outro desafio enfrentado pela gestão da EPL. A fragmen-
tação das informações e a falta de sincronização entre as diversas áreas de gestão podem afetar a eficiência dos processos. No entanto, as
oportunidades de inovação apresentam-se na implementação de soluções tecnológicas que facilitam a integração de dados. As platafor-
mas de colaboração baseadas na nuvem e os sistemas de gestão integrados são exemplos de ferramentas que podem facilitar a comuni-
cação eficaz entre diferentes setores e promover uma visão holística da implementação dos PPA.
Em resumo, os desafios associados à preparação, gestão e avaliação dos APE são inegáveis, mas as oportunidades de inovação ofe-
recem formas promissoras de ultrapassá-los. O uso de tecnologia avançada não apenas simplifica processos complexos, mas também
aprimora os bancos de dados para permitir decisões mais informadas. Ao abraçar a inovação, as administrações públicas podem melhorar
a eficiência e a eficácia dos PPE, responder melhor às necessidades da sociedade e garantir um futuro mais sustentável e adaptável.

MODELO DE GESTÃO DO PPA

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O planeamento plurianual (MPP) é um pilar fundamental da — Transparência e Responsabilidade: Pilares da Confiança Pú-
governação nacional que define as ações do governo durante um blica
período de tempo. Sua efetividade está diretamente relacionada A transparência e a responsabilização são elementos insepará-
ao modelo de gestão do PPA adotado, desde a elaboração até a veis ​​para fortalecer a confiança pública nas instituições públicas. A
avaliação anual. Neste artigo, analisaremos em profundidade as divulgação clara das ações governamentais, a prestação de contas
estratégias para formar um modelo de governação EPL eficaz que regular e a responsabilização por resultados são práticas que pro-
visa atingir os seus objetivos de forma transparente, participativa e movem a transparência e a accountability. Esses pilares são essen-
alinhada com a comunidade. ciais para garantir que o Modelo de Gestão do PPA seja percebido
como legítimo pela sociedade, fomentando uma avaliação precisa
— Alinhamento Estratégico: Formulando Metas Futuras do progresso alcançado.
O alinhamento estratégico é um dos elementos-chave do mo-
delo de governação da EPL. Isto inclui garantir que as metas e obje- — Desafios na Elaboração, Gestão e Avaliação do PPA: Opor-
tivos definidos estejam totalmente alinhados com as prioridades do tunidades de Inovação
governo e as necessidades da sociedade. Ao alinhar os PPAs com a Apesar dos benefícios, o Modelo de Gestão do PPA enfrenta
visão estratégica do governo, podemos garantir que as ações toma- desafios significativos. A complexidade na identificação de indica-
das contribuem efetivamente para o desenvolvimento e a melho- dores de desempenho, a necessidade de aprimorar a integração
ria da qualidade de vida dos residentes. Estes ajustes estratégicos entre os diversos órgãos governamentais e a resistência à mudan-
não só contribuem para a eficiência das operações governamentais, ça são alguns dos obstáculos. No entanto, esses desafios também
mas também permitem uma governação mais flexível e adaptabili- abrem portas para oportunidades de inovação. Tecnologias avan-
dade às mudanças nos cenários políticos e sociais. çadas, como análise de big data e inteligência artificial, podem aju-
dar a superar barreiras para aumentar a agilidade e a precisão na
— Participação Social: O Poder Transformador da Sociedade alocação de recursos.
Civil
A participação ativa da sociedade civil na preparação, gestão
e avaliação dos PPAs é um princípio fundamental que fortalece a QUESTÕES
legitimidade das ações governamentais. O envolvimento de repre-
sentantes da sociedade civil, agências governamentais e outras
partes interessadas garantem que o APE reflete verdadeiramente 1. Qual é um dos objetivos principais das reformas administra-
as necessidades das pessoas. Este envolvimento proporciona in- tivas?
formações valiosas, ajuda a definir prioridades e fortalece os com- (A) Aumentar a resistência burocrática.
promissos democráticos com a governação pública. A participação (B) Fortalecer a capacidade do governo de responder às de-
social não apenas amplia a transparência do processo, mas também mandas da sociedade.
promove uma governança mais responsável e inclusiva. (C) Manter estruturas organizacionais inalteradas.
(D) Diminuir a participação cidadã.
— Monitoramento Contínuo: A Chave para Resultados Sus-
tentáveis 2. Quais são alguns dos desafios comuns enfrentados durante
O Modelo de Gestão do PPA requer um monitoramento contí- as reformas administrativas?
nuo para assegurar ajustes estratégicos e a garantia de resultados (A) Falta de recursos e resistência burocrática.
efetivos. O acompanhamento constante do andamento das inicia- (B) Descentralização e transparência.
tivas, a avaliação periódica do desempenho e a alocação eficien- (C) Manutenção do status quo.
te de recursos são práticas essenciais. O monitoramento contínuo (D) Fortalecimento da capacidade governamental.
não apenas permite identificar desvios em relação às metas esta-
belecidas, mas também oferece a oportunidade de adaptação às 3. Qual país é frequentemente citado como exemplo de suces-
mudanças no cenário político, econômico e social. Essa abordagem so em reformas administrativas?
adaptativa é vital para garantir que o governo possa responder de (A) Estados Unidos.
maneira ágil às demandas emergentes da sociedade. (B) Singapura.
(C) Rússia.
— Integração tecnológica: Inovação para eficiência (D) Brasil.
A integração de tecnologias de ponta, como análise de big data
e inteligência artificial, é uma inovação importante no modelo de 4. Além de alterar processos, as reformas administrativas tam-
gestão da EPL. Essa tecnologia fornece insights mais precisos, ace- bém podem impactar:
lera os processos de tomada de decisão e otimiza a coleta e análise (A) A resistência da população.
de dados. A utilização de ferramentas tecnológicas contribui para a (B) As estruturas organizacionais.
eficácia da EPL, proporcionando uma base sólida para a tomada de (C) Os desafios políticos.
decisões informadas. Contudo, garantir a segurança da informação (D) A manutenção do status quo.
é importante para manter a integridade do processo orçamental.

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5. O que é crucial considerar ao avaliar as perspectivas futuras 13. Quais são alguns benefícios da aplicação de novas tecnolo-
das reformas administrativas? gias na administração pública?
(A) Experiências passadas. (A) Aumento da burocracia e opacidade.
(B) Resistência burocrática. (B) Melhoria na prestação de serviços, aumento da eficiência
(C) Manutenção do status quo. operacional e transparência.
(D) Inovações tecnológicas e dinâmicas sociais emergentes. (C) Redução da participação cidadã.
(D) Manutenção do status quo e resistência à mudança.
6. Qual é um dos pilares fundamentais para alcançar qualidade
na administração pública? 14. O que pode representar um desafio significativo na adoção
(A) Burocracia excessiva. de novas tecnologias na administração pública?
(B) Eficiência operacional. (A) Falta de capacitação e investimentos adequados.
(C) Resistência da população. (B) Resistência à mudança.
(D) Descentralização de poder. (C) Manutenção do status quo.
(D) Colaboração efetiva com o setor privado.
7. Além de eficiência operacional, que outro componente é
considerado essencial para a qualidade na gestão pública? 15. O que é essencial para promover a inovação e a eficiência
(A) Opacidade na comunicação. na administração pública?
(B) Falta de inovação. (A) Liderança visionária, cultura organizacional fechada à ino-
(C) Transparência. vação.
(D) Rigidez nas práticas administrativas. (B) Falta de colaboração com o setor privado.
(C) Liderança visionária, cultura organizacional aberta à inova-
8. O que representa um desafio significativo na busca pela qua- ção.
lidade na administração pública? (D) Adoção exclusiva de tecnologias digitais.
(A) Descentralização de poder.
(B) Participação cidadã. 16. Qual é um dos princípios fundamentais da Gestão Pública
(C) Burocracia e práticas obsoletas. Empreendedora?
(D) Centralização excessiva do controle. (A) Rigidez burocrática.
(B) Orientação para resultados.
9. Qual estratégia é crucial para superar desafios na busca por (C) Opacidade na comunicação.
qualidade na administração pública? (D) Descentralização excessiva.
(A) Manutenção do status quo.
(B) Comunicação eficaz. 17. O que caracteriza a abordagem empreendedora na gestão
(C) Resistência à inovação. pública?
(D) Adoção irrestrita de novas tecnologias. (A) Resistência à mudança.
(B) Manutenção do status quo.
10. Por que a transparência é considerada um componente es- (C) Inovação contínua.
sencial na busca pela qualidade na administração pública? (D) Rígidos procedimentos burocráticos.
(A) Para opacidade nas ações governamentais.
(B) Para construir uma relação de confiança com os cidadãos. 18. Qual benefício é associado à Gestão Pública Empreende-
(C) Para limitar o acesso à informação governamental. dora?
(D) Para promover a prestação de contas e a confiança na ges- (A) Aumento da burocracia.
tão pública. (B) Eficiência operacional aprimorada.
(C) Manutenção de estruturas organizacionais inalteradas.
11. O que são algumas das tecnologias digitais que têm trans- (D) Redução na qualidade dos serviços.
formado a administração pública?
(A) Máquinas de escrever e fax. 19. Qual é a primeira fase do Ciclo de Gestão Governamental?
(B) Telegrama e telefone fixo. (A) Implementação.
(C) Inteligência artificial e automação de processos. (B) Monitoramento.
(D) Correio tradicional e máquinas de calcular. (C) Avaliação.
(D) Planejamento.
12. Qual metodologia gerencial enfatiza uma abordagem flexí-
vel e adaptativa na execução de projetos? 20. O que envolve a fase de implementação do Ciclo de Gestão
(A) Gestão tradicional. Governamental?
(B) Metodologia ágil. (A) Avaliação de impactos.
(C) Modelo hierárquico. (B) Elaboração de estratégias.
(D) Planejamento estratégico convencional. (C) Execução de projetos.
(D) Coleta de dados.

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21. Qual é a função da fase de monitoramento no Ciclo de Ges- 29. O que compõe as partes essenciais do orçamento público?
tão Governamental? (A) Receitas e LDO.
(A) Identificação de problemas. (B) Despesas e LDO.
(B) Coleta de dados e análise de indicadores. (C) Receitas e despesas.
(C) Definição de prioridades. (D) Receitas e PPA.
(D) Elaboração de estratégias.
30. Qual é a função da política fiscal em relação ao orçamento
22. O que a fase de avaliação do Ciclo de Gestão Governamen- público?
tal analisa? (A) Definir metas do PPA.
(A) Resultados imediatos. (B) Criar a LOA.
(B) Impactos em longo prazo. (C) Influenciar a economia por meio da gestão das receitas e
(C) Coleta de dados. despesas.
(D) Feedbacks da comunidade. (Resposta correta) (D) Estabelecer a LDO.

23. Por que a transparência é considerada importante durante 31. O que representa um desafio na elaboração do orçamento
o Ciclo de Gestão Governamental? público?
(A) Para limitar a divulgação de informações. (A) Limitação de recursos.
(B) Para fortalecer a confiança da sociedade. (B) Ausência de participação da sociedade.
(C) Para resistir à participação cidadã. (C) Falta de transparência.
(D) Para ocultar os resultados da avaliação. (D) Eficiência na execução de programas.

24. Qual é um dos fundamentos éticos que guiam o exercício 32. Quais são alguns instrumentos orçamentários relevantes?
da função pública? (A) Lei de Metas e LOA.
(A) Nepotismo. (B) PPA e LOA.
(B) Impessoalidade. (C) LDO e PPA.
(C) Favoritismo. (D) PPA, LDO e LOA.
(D) Partidarismo.
33. Por que a participação da sociedade é essencial no proces-
25. O que a legalidade assegura no contexto ético do serviço so orçamentário?
público? (A) Para aumentar a burocracia.
(A) Ganho pessoal. (B) Para fortalecer a legitimidade do processo orçamentário.
(B) Conformidade com leis e regulamentos. (C) Para limitar a transparência.
(C) Nepotismo. (D) Para garantir a eficiência na execução de programas.
(D) Pressões políticas.
34. Qual é o papel fundamental do orçamento público?
26. Quais são os desafios significativos para a ética no serviço (A) Criar burocracia excessiva.
público? (B) Refletir as prioridades políticas e alocar recursos de forma
(A) Transparência e prestação de contas. eficiente.
(B) Corrupção e nepotismo. (C) Limitar a participação da sociedade.
(C) Educação ética eficaz. (D) Ignorar a transparência.
(D) Honestidade e probidade. Resposta: (B) Refletir as prioridades políticas e alocar recursos
de forma eficiente.
27. Como a ética contribui para a construção de confiança nas
instituições governamentais? 35. O que envolve a gestão por resultados nas organizações do
(A) Nepotismo. setor público?
(B) Transparência e prestação de contas. (A) Foco exclusivo na burocracia.
(C) Corrupção. (B) Estabelecimento de metas claras, avaliação de desempenho
(D) Pressões políticas. e entrega efetiva de serviços.
(C) Resistência à mudança.
28. Qual é um dos impactos positivos da ética na função pú- (D) Escassez de recursos.
blica?
(A) Nepotismo. 36. Quais são alguns desafios comuns enfrentados pelas orga-
(B) Corrupção. nizações do setor público?
(C) Eficiência e eficácia. (A) Falta de inovação.
(D) Pressões políticas. (B) Burocracia excessiva, falta de transparência e resistência à
mudança.
(C) Abundância de recursos.
(D) Transparência e prestação de contas.

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37. Por que a transparência é importante nas organizações do 45. Qual é a importância da gestão do PPA?
setor público? (A) Estabelecer prioridades.
(A) Para limitar o acesso à informação. (B) Traduzir metas em ações concretas.
(B) Para construir confiança do público e promover a accoun- (C) Definir indicadores de desempenho.
tability. (D) Avaliar resultados anuais.
(C) Para evitar a comunicação eficaz.
(D) Para manter a burocracia. 46. O que a avaliação anual do PPA busca analisar?
(A) Elaboração de metas.
38. O que as inovações tecnológicas podem trazer para as orga- (B) Realinhamento de estratégias.
nizações do setor público? (C) Resultados alcançados e desvios em relação às metas esta-
(A) Burocracia excessiva. belecidas.
(B) Resistência à mudança. (D) Participação da sociedade.
(C) Otimização de operações e aumento da eficiência.
(D) Falta de recursos. 47. Quais são os desafios comuns na elaboração, gestão e ava-
liação do PPA?
39. Qual dimensão dos sistemas orçamentários modernos or- (A) Uso de tecnologias avançadas.
ganiza os gastos em programas e atividades de acordo com metas (B) Integração entre órgãos governamentais.
governamentais? (C) Execução de ações concretas.
(A) Estrutura Econômica. (D) Simplificação do processo participativo.
(B) Estrutura Organizacional.
(C) Estrutura Programática. 48. Como as oportunidades de inovação podem impactar a ela-
(D) Classificação Orçamentária. boração, gestão e avaliação do PPA?
(A) Aumentando a complexidade na identificação de indicado-
40. O que a classificação econômica no sistema orçamentário res de desempenho.
distingue? (B) Reduzindo a participação da sociedade.
(A) Gastos de manutenção e investimentos. (C) Aprimorando a coleta e análise de dados.
(B) Gastos por programas e atividades. (D) Limitando a transparência na gestão do PPA.
(C) Órgãos e entidades governamentais.
(D) Recursos destinados a diferentes setores da sociedade. 49. O alinhamento estratégico no Modelo de Gestão do PPA
visa:
41. Como a estrutura organizacional contribui para os sistemas (A) Favorecer a rigidez nas ações governamentais.
orçamentários? (B) Facilitar o alcance das metas estabelecidas.
(A) Reflete a natureza dos gastos. (C) Dificultar a adaptação a mudanças no cenário político.
(B) Organiza os recursos por programas. (D) Restringir a participação social.
(C) Distribui os recursos por órgãos e entidades.
(D) Permite a avaliação de resultados. 50. Como a participação social contribui para a eficácia do Mo-
delo de Gestão do PPA?
42. Quais são alguns dos desafios enfrentados pelos sistemas (A) Reduz a transparência do processo.
orçamentários modernos? (B) Compromete a legitimidade das ações governamentais.
(A) Falta de classificação por programas. (C) Fortalece a accountability e representa as necessidades da
(B) Desatualização constante. sociedade.
(C) Integração de tecnologias avançadas. (D) Restringe a inovação tecnológica.
(D) Gestão eficiente e responsável.
51. Qual é a importância do monitoramento contínuo no Mo-
43. Como as inovações tecnológicas estão sendo aplicadas nos delo de Gestão do PPA?
sistemas orçamentários? (A) Aumenta a rigidez nas ações governamentais.
(A) Para dificultar a agilidade no processo orçamentário. (B) Facilita a avaliação de desempenho e ajustes estratégicos.
(B) Para ignorar as mudanças nas prioridades governamentais. (C) Diminui a necessidade de transparência na gestão.
(C) Para otimizar o processo e proporcionar maior agilidade e (D) Compromete a participação social.
precisão.
(D) Para criar obstáculos na alocação de recursos. 52. Como a integração tecnológica contribui para a eficiência
do PPA?
44. O que caracteriza a fase de elaboração do PPA? (A) Compromete a segurança das informações.
(A) Execução de ações concretas. (B) Oferece insights mais precisos e agiliza o processo decisório.
(B) Identificação de indicadores de desempenho. (C) Dificulta a comunicação entre os órgãos governamentais.
(C) Definição de metas e diretrizes para quatro anos. (D) Restringe a participação social.
(D) Avaliação anual dos resultados.

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53. Qual é a função da transparência e accountability no Mode- 34 B


lo de Gestão do PPA?
(A) Reduzem a necessidade de prestação de contas. 35 B
(B) Fortalecem a confiança da sociedade e permitem uma ava- 36 B
liação precisa.
(C) Comprometem a legitimidade do PPA. 37 B
(D) Restringem a inovação tecnológica. 38 C
39 C
GABARITO 40 A
41 C
42 B
1 B
43 C
2 A
44 C
3 B
45 B
4 B
46 C
5 D
47 B
6 D
48 C
7 C
49 B
8 C
50 C
9 B
51 B
10 D
52 B
11 C
53 B
12 B
13 B
14 A
ANOTAÇÕES
15 C ___________________________________________
16 B ___________________________________________
17 C ___________________________________________
18 B ___________________________________________
19 D ___________________________________________
20 C ___________________________________________
21 B ___________________________________________
22 D ___________________________________________
23 B
___________________________________________
___________________________________________
24 B
___________________________________________
25 B
___________________________________________
26 B
___________________________________________
27 B ___________________________________________
28 C ___________________________________________
29 C ___________________________________________
30 C ___________________________________________
31 A ___________________________________________
32 D ___________________________________________
33 B ___________________________________________
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