Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PM E CBM
PM E CBM - PB POLÍCIA MILITAR E
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
CÓD: SL-040AG-23
7908433239574
INTRODUÇÃO
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
Editora
Língua Portuguesa
1. Compreensão e intelecção de textos.......................................................................................................................................... 9
2. Tipologia textual......................................................................................................................................................................... 12
3. Coesão e coerência..................................................................................................................................................................... 13
4. Figuras de linguagem. ................................................................................................................................................................ 15
5. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 17
6. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 18
7. sinal indicativo de crase.............................................................................................................................................................. 19
8. Formação, classe e emprego de palavras................................................................................................................................... 20
9. Sintaxe da oração e do período. ................................................................................................................................................ 30
10. Pontuação................................................................................................................................................................................... 33
11. Concordância nominal e verbal. ................................................................................................................................................ 36
12. Colocação pronominal. .............................................................................................................................................................. 37
13. Regência nominal e verbal.......................................................................................................................................................... 39
14. Equivalência e transformação de estruturas............................................................................................................................... 41
15. Paralelismo sintático................................................................................................................................................................... 43
16. Relações de sinonímia e antonímia............................................................................................................................................ 44
Raciocínio Lógico
1. Lógica proporcional.................................................................................................................................................................... 51
2. Argumentação lógica. ................................................................................................................................................................ 53
3. Raciocínio sequencial.................................................................................................................................................................. 53
4. Raciocínio lógico quantitativo..................................................................................................................................................... 55
5. Raciocínio lógico analítico........................................................................................................................................................... 56
6. Diagramas lógicos. ..................................................................................................................................................................... 57
7. Análise combinatória. Probabilidade.......................................................................................................................................... 59
Geografia da Paraíba
1. Formação do território paraibano. Geografia física: relevo, clima, vegetação, hidrografia. Geografia humana: aspectos eco-
nômicos, sociais e culturais......................................................................................................................................................... 69
História da Paraíba
1. Origens e conquista da Paraíba (1574-1585). A presença de portugueses, franceses e espanhóis no território paraibano.
Povos indígenas do litoral ao sertão. A Paraíba no sistema de capitanias hereditárias e a conquista do interior. Holandeses
na Paraíba. Inquisição e expulsão de jesuítas. A Paraíba no século XIX. Independência. Primeiro Reinado. Período Regencial.
Segundo Reinado. A Confederação do Equador. A Paraíba e a Guerra do Paraguai. A Paraíba e o Quebra-quilos. O Ronco das
Abelhas. A Paraíba na República. A Paraíba no século XX. Oligarquias, coronelismo e cangaço. Revolta de Princesa. Revolução
de 30. Revolução Constitucionalista de 1932. Intentona Comunista 1935. A Paraíba no Estado Novo de Vargas. A Paraíba e a
Segunda Guerra Mundial............................................................................................................................................................ 75
Editora
Inglês
1. Compreensão de textos. Capacidade de compreender ideias gerais e específi cas por meio da análise de textos selecionados
de livros, jornais ou revistas, que abordem temas culturais, literários e científicos................................................................... 91
2. Itens gramaticais relevantes para a compreensão dos conteúdos semânticos.......................................................................... 93
Espanhol
1. Compreensão de textos. Capacidade de compreender ideias gerais e específicas por meio da análise de textos selecionados
de livros, jornais ou revistas, que abordem temas culturais, literários e científicos. Itens gramaticais relevantes para a com-
preensão dos conteúdos semânticos.......................................................................................................................................... 127
Noções de Informática
1. Conceito de Internet e Intranet. Ferramentas e aplicativos de navegação................................................................................. 137
2. De correio eletrônico.................................................................................................................................................................. 140
3. De grupo de discussão................................................................................................................................................................ 142
4. De busca e pesquisa.................................................................................................................................................................... 145
5. Principais aplicativos para edição de textos, planilhas eletrônicas, geração de material escrito, audiovisual e outros. Pacote
Microsoft Office.......................................................................................................................................................................... 147
6. Noções de sistema operacional (Windows e Linux).................................................................................................................... 153
7. Conceitos de proteção e segurança............................................................................................................................................ 175
8. Noções de vírus, worms, phishing e pragas virtuais. Aplicativos para segurança (antivírus, fi rewall, anti-spyware e VPN). .... 177
9. Computação na nuvem (cloud computing)................................................................................................................................. 180
Legislação Extravagante
1. Lei nº 13.869/2019 (Abuso de Autoridade)................................................................................................................................ 259
2. Lei nº 8.072/90 (Crimes Hediondos)........................................................................................................................................... 262
3. Lei nº 9.455/97 (Tortura)............................................................................................................................................................ 263
4. Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), Das disposições Preliminares (Art. 1º à 6º), Das medidas de pro-
teção (Art. 98 à 102), Da prática de Ato Infracional (Art. 103 à 128), Das medidas Pertinentes aos Pais ou responsável (Art.
129 e 130)................................................................................................................................................................................... 264
5. Lei 11.340/2006 lei Maria da penha (das medidas protetivas de urgência e do crime de descumprimento de medidas pro-
tetivas de urgência)..................................................................................................................................................................... 269
6. Lei nº 10.826/2003; (Estatuto do Desarmamento)..................................................................................................................... 270
Noções de Sociologia
1. Reinvindicações populares urbanas. Movimentos sociais e lutas pela moradia. Movimentos e lutas sociais na história do
Brasil. Classes Sociais e movimentos sociais............................................................................................................................... 279
2. Movimentos sociais e educação................................................................................................................................................. 287
Editora
Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.
Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem.
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
menos severas.”
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo,
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito
1988.
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
evento.
severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
Interpretação de Textos
ou não.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias
incluídos socialmente.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se
Comentário da questão:
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
texto, seja ele escrito, oral ou visual.
com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
afirmativa correta.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
“deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
podendo ser diferente entre leitores.
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
um texto misto (verbal e visual):
afirmativa correta.
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
afirmativa correta.
cial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.
Editora
9
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
cundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
Editora
10
10
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo TIPOLOGIA TEXTUAL.
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação.
Definição Geral: as tipologia textuais classificam os textos de
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO acordo com seus aspectos linguísticos, em termos de estruturação
e apresentação. Também podem ser denominados tipos textuais,
Fato modo textual ou ainda de organização do discurso, essas
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência categorizações consistem em formas distintas sob as quais um
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é texto pode ser apresentado, com fins de responder a diferentes
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei- propósitos comunicativos.
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
Editora
12
12
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Critérios utilizados pela tipologia textual: elementos sintáticos, e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
objetivo da comunicação, vocabulário, estrutura, construções conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
frásicas, linguagem, emprego dos tempos verbais, modo de de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos
interação com o leitor, conexões lógicas, entre outros. tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais
Objetivos comunicativos: os elementos que compõem um são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.
texto diversificam-se conforme a finalidade do texto, que pode ser Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto
narrar, argumentar, informar, descrever e etc. as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe
Os tipos de texto: de acordo com as tipologias textuais, um abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se
texto pode ser narrativo, descritivo, dissertativo (argumentativo e inserem em cada tipo textual:
expositivo) ou explicativo (prescritivo e injuntivo). Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação,
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam
Tipologia textual x gênero textual: são dois modos de pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
classificação de um texto que se baseiam em critérios distintos. espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
Enquanto o gênero textual se dedica aos aspectos formais (modelo ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
de apresentação do texto e função social), as tipologias textuais e fábulas.
têm seu foco na estrutura linguística de um texto, na organização Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
do discurso e suas características morfossintáticas. lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
— Texto dialogal em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
Essa tipologia apresenta um diálogo entre, pelo menos, dois restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
locutores. O que difere essa classe da narração é o fato de que, no Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir
texto dialogal, o narrador não é obrigatório e, nos casos em que ele ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
se apresenta, sua função se limita a introduzir o diálogo; este, por conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
sua vez, se dará na primeira pessoa. Os principais gêneros textuais jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
que se enquadram nessa tipologia são: peças de teatro, debates, expositivos.
entrevistas, conversas em aplicativos eletrônicos. Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo
As principais características do texto dialogal: de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é,
– Predomínio dos verbos na primeira pessoa do singular; caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
– Discurso direto: emprego de verbos elocutivos e dos sinais composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos
dois-pontos, aspas ou travessões para, respectivamente, indicar o argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
princípio de uma fala ou para marcá-las; abaixo-assinado.
– Traços na linguagem oral. Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
— Texto explicativo procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
A finalidade básica dessa tipologia é instruir o leitor em relação verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem
a um procedimento específico. Para isso, o texto expõe informações a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
que prepara o leitor para agir conforme uma determinada de instruções, entre outros.
conduta. Essa tipologia se divide dois subtipos: Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
– Texto explicativo prescritivo: exige que o leitor se conduza de o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
um modo determinado. Ex.: editais de concursos, leis e cláusulas impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
contratuais. siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
– Texto explicativo injuntivo: permite que o leitor proceda com texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
certa autonomia. Ex.: manuais de instruções, receitas culinárias e
bulas.
COESÃO E COERÊNCIA.
GÊNEROS E TIPOS DE TEXTOS
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é – O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar (roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo
quaisquer informações ao texto. com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de
funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã,
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. Exemplo:
Exemplo: “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
ciente de que o locutor está procurando por Ana. frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os
chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações. nada têm a ver com o Natal.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
aconteceu.” Conjunção concessiva.
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade,
valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re- atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o.
curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências
comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor- Exemplos
nando-o poético. O filósofo de Genebra (= Calvino).
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
As figuras de linguagem classificam-se em
– figuras de palavra; Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que
– figuras de pensamento; a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida.
– figuras de construção ou sintaxe.
Exemplos
Figuras de palavra Leio Graciliano Ramos. (livros, obras)
Emprego de um termo com sentido diferente daquele conven- Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
cionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex- Tomei um Danone. (iogurte)
pressivo na comunicação.
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné-
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co- doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural.
nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase. Exemplo
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro
Exemplos sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo
...a vida é cigana plural)
É caravana (José Cândido de Carvalho)
É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença) Figuras Sonoras
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral-
Encarnado e azul são as cores do meu desejo. mente em posição inicial da palavra.
(Carlos Drummond de Andrade)
Exemplo
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve-
ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal ladas.
como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com- (Cruz e Sousa)
paração: parecer, assemelhar-se e outros.
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um
Exemplo verso ou poesia.
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando
você entrou em mim como um sol no quintal. Exemplo
(Belchior) Sou Ana, da cama,
da cana, fulana, bacana
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o Sou Ana de Amsterdam.
qual não existe uma designação apropriada. (Chico Buarque)
Editora
15
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro- Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter-
duzido por seres animados e inanimados. mo já expresso.
Exemplo Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres-
Vai o ouvido apurado são, dando ênfase à mensagem.
na trama do rumor suas nervuras
inseto múltiplo reunido Exemplos
para compor o zanzineio surdo Não os venci. Venceram-me
circular opressivo eles a mim.
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor (Rui Barbosa)
da noite em branco
(Carlos Drummond de Andrade) Morrerás morte vil na mão de um forte.
(Gonçalves Dias)
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia-
onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc. na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado.
Editora
16
16
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Parônimos e homônimos acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na lêem leem.
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos
apreender (capturar). terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
demonstrativo). Acentuação das palavras Oxítonas
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e
ACENTUAÇÃO GRÁFICA -o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”.
Ex.: caqui, urubu.
— Definição
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
Acentuação das palavras Paroxítonas
palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima
regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras.
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as
Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados
tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com
abaixo. Observe as exceções:
as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis,
língua portuguesa:
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex,
aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis,
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico,
grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
âncora, avô.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
tônus.
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons.
tônica!
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns,
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de
quórum, quóruns.
determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs,
sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que
órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.
indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til
(˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro
Acentuação das palavras Proparoxítonas
exemplo semelhante é a palavra bênção.
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
— Monossílabas Tônicas e Átonas
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer
tática, trânsito.
alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe
o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
Ditongos e Hiatos
da preposição “de” + artigo “o”). Ao comparar esses termos,
Acentuam-se:
percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja,
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente.
“_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica
mausoléu, sóis, véus.
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
abaixo:
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).
“Finalmente encontrei a chave do carro.”
Não se acentuam:
Recebem acento gráfico:
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.:
– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
moinho, rainha, bainha.
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
juuna, xiita. xiita.
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
enjoo, magoo.
Não recebem acento gráfico:
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
O Novo Acordo Ortográfico
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas
Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo
acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
Editora
18
18
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
em vigor em 2009:
5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça –
linguiça.
6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo PARAR:
pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição “para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / preposição]
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / preposição]
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, em
palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome
demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a
crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que
recebem a crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de união representado
pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assistiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: “Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às quais devemos o maior respeito e consideração”.
Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na construção
sintática.
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não deve ser empregado.
Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
Editora
19
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não se façam
contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Gosto de você / Penso em você.”
4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada se a
locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
“Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”
Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso de horas especificadas e definidas: Exemplos:
“À uma hora.”
“Às cinco e quinze”.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
As palavras são formadas por estruturas menores, com significados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem para a
formação das palavras.
Dividem-se em:
Nominais
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
Exemplos
pequenO, pequenA, alunO, aluna.
pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas.
Verbais
Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos
Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo)
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
Editora
20
20
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Observação
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica oposição masculino/feminino.
Exemplos
livrO, dentE, paletó.
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia.
Exemplos
chaLeira, cafeZal.
Visão geral: a formação de palavras que integram o léxico da língua baseia-se em dois principais processos morfológicos (combinação
de morfemas): a derivação e a composição.
Derivação: é a formação de uma nova palavra (palavra derivada) com base em uma outra que já existe na língua (palavra primitiva ou
radical).
PALAVRA
SUFIXO PALAVRA DERIVADA
PRIMITIVA
gol leiro goleiro
feliz mente felizmente
3 – Prefixal e sufixal: nesse tipo, a presença do prefixo ou do sufixo à palavra primitiva já é o suficiente para formação de uma nova
palavra.
PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA SUFIXO PALAVRA DERIVADA
inf feliz – Infeliz
– feliz mente Felizmente
des igual – desigual
– igual dade igualdade
4 – Parassintética: também consiste na adição de prefixo e sufixo à palavra primitiva, porém, diferentemente do tipo anterior, para
existência da nova palavra, ambos os acréscimos são obrigatórios. Esse processo parte de substantivos e adjetivos para originar um verbo.
Editora
21
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
5 – Regressiva: é a remoção da parte final de uma palavra primitiva para, dessa forma, obter uma palavra derivada. Esse origina
substantivos a partir de formas verbais que expressam uma ação. Essas novas palavras recebem o nome de deverbais. Tal composição
ocorre a partir da substituição da terminação verbal formada pela vogal temática + desinência de infinitivo (“–ar” ou “–er”) por uma das
vogais temáticas nominais (-a, -e,-o).”
6 – Imprópria (ou conversão): é o processo que resulta na mudança da classe gramatical de uma palavra primitiva, mas não modifica
sua forma. Exemplo: a palavra jantar pode ser um verbo na frase “Convidaram-me para jantar”, mas também pode ser um substantivo na
frase “O jantar estava maravilhoso”.
Composição: é o processo de formação de palavra a partir da junção de dois ou mais radicais. A composição pode se realizar por
justaposição ou por aglutinação.
– Justaposição: na junção, não há modificação dos radicais. Exemplo: passa + tempo - passatempo; gira + sol = girassol.
– Aglutinação: existe alteração dos radicais na sua junção. Exemplo: em + boa + hora = embora; desta + arte = destarte.
— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.
— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.
Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.
Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”
Editora
22
22
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas
— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado),
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).
— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer
que seja nomeado.
Os tipos de adjetivos
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo
lamentável).
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).
Editora
23
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronome adjetivo
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim, esse tipo
de pronome flexiona em gênero e número para fazer concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é a mais querida da
escola.” (o pronome adjetivo esta determina o substantivo comum professora).
Locução adjetiva
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras, que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente, consiste
na união preposição + substantivo ou advérbio.
Exemplos:
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
– Paixão sem freio (paixão desenfreada).
– Associação de comércios (associação comercial).
— Verbo
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação). Observe o
exemplo do verbo “nutrir”:
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu significado).
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e, tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular ou
plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse no presente
do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações, tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; tu nutre; ele/
ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou têm
desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito do indicativo: Eu
disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda conjugação (-er) tem seu
radical, diz, alterado, além de apresentar duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer fosse regular, sua conjugação
no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.
— Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou
acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos.
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
um correspondente oblíquo.
Editora
24
24
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.
Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.
Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.
Editora
25
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.
Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”
Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:
Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)
— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:
Editora
26
26
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.
No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.
Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:
Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:
— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os
numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos
(dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).
Os tipos de numerais
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.
Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos.
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, primeiros/
primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exemplo: A carne de segunda está na promoção.
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exemplos:
meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos (¾), 1/12 avos.
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de leite,
meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número e
gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, duplos sentidos.
Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 unidades).
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.
— Preposição
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e advérbios)
exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, as preposições não
possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependente, ou
seja, sua função gramatical (organização e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e sentido,
esteja presente, possui um valor menor.
Editora
29
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Editora
30
30
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , respectivos exemplos a seguir:
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
ser compreendida pelo interlocutor. sobre o sujeito).
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
Oração podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, respectivos casos:
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem “Fred fez um lindo discurso.”
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O “Um lindo discurso Fred fez.”
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Fez um lindo discurso, Fred.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
contém verbo. concordância verbal.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
como oração. ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No – Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo concordância do verbo o destaca de forma indireta.
ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função – Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração
sintática diferente. e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para
determiná-lo.
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as Esse sujeito pode aparecer com:
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem – Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. padeiro.”».
– Oração simples: “Eu quero silêncio.” – Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o estiver lá.”
noticiário”.
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado,
Período e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal.
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da
sentido completo. Assim como as orações, o período também pode natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma “Choveu muito ontem”.
oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma “Era uma hora e quinze”.
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase. – Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez,
apresenta apenas um verbo. também recebem sua classificação, conforme abaixo:
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
ficarei preocupada.” - contém dois verbos. para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
— Análise Sintática compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
estrutura de um período e das orações que compõem um período. complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe cair, mergulhar, correr.
a seguir as especificidades de cada tipo. – Verbo de ligação: servem para expressar características de
Editora
31
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação – “O cachorro foi alvo do meu medo.”
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome 3 – Termos acessórios da oração
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. para complementar a informação, exprimindo circunstância,
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é abaixo quais são eles:
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica “Dormimos muito.”
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
palavra substantivada. “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da “Maria escreve bastante bem.”
aula. Por isso, estavam contentes.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair” O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. Os adjuntos adverbiais podem ser:
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
2 – Termos integrantes da oração – Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos tempo).
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma: com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou
exigindo preposição. pronomes adjetivos. Analise o exemplo:
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido de escola.”
seja compreendido. – Sujeito: “jovem apaixonado”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
Quanto ao objeto direto, podemos ter: – Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê”
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.” – Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam
acontecido.” o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração
os aparelhos.» da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os
adjuntos adnominais de “colega”.
– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido
de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos, – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
os exemplos: informação já completa. Observe os exemplos:
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
nominal.
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – – Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
“rapidamente” é advérbio de modo. com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
substantivo. do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam apelo. Observe:
a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim, “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz “Vista o casaco, filha!”
passiva:
Editora
32
32
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o objetivo de prolongar o raciocínio:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas:
“Quando você pode comparecer?”
Ponto de Exclamação
1 – Após interjeição:
“Nossa Que legal!”
3 – Após vocativo
“Ana, boa tarde!”
Parênteses
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou a
vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sempre)
quem seria promovido.”
Travessão
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?”
Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”
Editora
35
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar em
número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexionado
para concordar com o sujeito.
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes da
oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas formas
relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal concordância ocorre em gênero e pessoa
Observe os exemplos:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Isto é para nós solicitarmos.”
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito da
segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos imperativos.
Exemplos:
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular, tendo
em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas professoras vigiando as crianças.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz duas horas que estamos esperando.”
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância verbal com
o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos do que ocorreria.”
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou permanece
na 3a pessoa do singular:
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo concorda com o termo que antecede o pronome:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
Editora
36
36
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com a 3°
pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das pessoas entenderam.”
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, mas
também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, se
houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve estar no plural:
Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou
adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”
COLOCAÇÃO PRONOMINAL.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do pronome
antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou após
o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se inicia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na linguagem
falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas não
forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que prejudique a eufonia da frase.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus intentos são para nos prejudicarem.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: Apres-
sei-me a convidá-los.
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do auxiliar ou depois do principal.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.
Editora
38
38
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.
— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”
Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.
Editora
39
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.
Editora
40
40
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
O objetivo da equivalência e transformação de estruturas é transformar a estrutura de um texto a algo equivalente sem perder o sen-
tido e continuar gramaticalmente correto. Simplificando: é reescrever o texto de maneira que ele continue coerente e não perca o sentido.
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, dificilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos ao
resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá, na
reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório. A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois, nesta,
atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto.
Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um processo bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor tenha
observado aquilo que está ruim para que, posteriormente, possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos erros iniciais.
Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desenvolver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer melhor seus
objetivos e razões para a produção de textos.
Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa a
enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento do processo de escrever do aluno.
Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o coloquial,
que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e
conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado entre
membros de uma mesma família ou entre amigos).
Editora
41
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação de comunicação; com o modo de expres-
são, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia,
deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).
– devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.
– dito.
Opção: citado, mencionado.
– enquanto.
Opção: ao passo que.
– principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.
Editora
42
42
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
PARALELISMO SINTÁTICO.
O termo paralelismo1 corresponde a uma relação de equivalência, por semelhança ou contraste, entre dois ou mais elementos (é a
repetição de ideias mediante expressões aproximadas). É um recurso responsável por uma boa progressão textual. Dizemos que há para-
lelismo em uma estrutura quando há uma correspondência rítmica, sintática/gramatical ou semântica entre as estruturas.
Fonte: Quino
Reparem que, no segundo quadrinho, na fala da mãe da menina, há uma estrutura sintaticamente equivalente:
“[Para trabalhar,] [para nos amar,] [para fazer deste mundo um mundo melhor]”
Notem que as três orações em destaque obedecem a uma mesma estrutura sintática: iniciam-se com a preposição “para” e mantêm
o verbo no infinitivo. A essa relação de equivalência estrutural, damos o nome de paralelismo.
Vejam como o slogan da marca de cosméticos “Nívea” também segue uma estrutura em paralelismo – “Beleza que se vê, beleza que
se sente”. Notem que a repetição é intencional, mantendo uma unidade gramatical.
O paralelismo é um recurso de coesão textual, ou seja, promove a conexão das ideias, através de repetições planejadas, trazendo
unidade a um texto. Vejamos o exemplo a seguir:
Reparem que há um desequilíbrio gramatical na frase acima. Para respeitarmos o paralelismo, poderíamos reescrevê-la das seguintes
maneiras:
a) Ministério da educação prevê [mudar a data do Enem] e [melhorar o sistema.]
Ou
b) Ministério da educação prevê [mudanças na data do Enem] e [melhorias no sistema.]
1 http://soumaisenem.com.br/portugues/coesao-e-coerencia/paralelismo-parte-02
2 BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Português. Editora Nova, 2009.
Editora
43
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
“Mas como achar o tal do paralelismo?”. Uma dica boa é en- Paralelismo Semântico
contrar os conectivos na frase. Eles são importantes marcadores É aquele em que se observa uma correlação de sentido entre as
textuais para ajudá-los a identificar as estruturas que devem per- estruturas. Observem os exemplos a seguir:
manecer em relação de equivalência. Olhem esse exemplo: “Trocava [de namorada] como trocava [de blusa]”.
“Marcela amou-me durante [quinze meses] e [onze contos de
Queremos amor e ter paz. réis]”
(Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas)
O verbo querer possui duas ideias que o complementam:
“amor” e “ter paz”. O conectivo “e” marca o paralelismo. As estru- Notem que, apesar de haver paralelismo gramatical ou sintáti-
turas por ele ligadas estão iguais gramaticalmente? co nas frases, não há uma correlação semântica.
Não. Uma é um substantivo e a outra uma oração. Para equi- No primeiro caso trocar “de namorada” não equivale a trocar
librá-las, podemos reescrever, por exemplo, das seguintes formas: “de blusa”; no segundo, amar “durante quinze meses” (tempo) não
a) Queremos [amor] e [paz]. corresponde a amar “durante onze contos de réis”.
Ou São relações de sentido diferentes. Dessa forma, podemos di-
b) Queremos [ter amor] e [ter paz]. zer que houve uma “quebra” do paralelismo semântico, pois é feita
Ou uma aproximação entre elementos de “carga significativa” diferen-
c) Queremos ter [amor] e [paz]. te. Entretanto, isso foi intencional e não deve ser visto como uma
falha de construção.
Paralelismo Sintático ou Gramatical Na maioria das vezes, esse tipo de construção é proposital para
É aquele em que se nota uma correlação sintática numa estru- trazer a um trecho determinado efeito de sentido a partir da ironia
tura frasal a partir de termos ou orações semelhantes morfossinta- ou do humor, como nos exemplos acima.
ticamente. Veja os exemplos a seguir:
Paralelismo Rítmico
Exemplo 1: O condenado não só [roubou], mas também [é se- É um recurso estilístico de grande efeito, do qual alguns au-
questrador]. tores se servem com o propósito de dar maior expressividade ao
Corrigindo, temos: Ele não só roubou, mas também seques- pensamento. Vejam os exemplos a seguir, retirados do livro “Comu-
trou. nicação em prosa moderna”, de Othon Garcia:
Reparem que os termos “não só... mas também” estabelecem “Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o
entre as orações coordenadas uma relação de equivalência sintá- cisne é negro; se com amor, o demônio é formoso; se com ódio, o
tica. Dessa forma, é preciso que as orações apresentem a mesma anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante”.
estrutura gramatical. (“Sermão da quinta quarta-feira”, apud M. Gonçalves Viana,
Sermões e lugares seletos)
Exemplo 2: O cidadão precisa [de educação], [respeito] e [so-
lidariedade]. “Nenhum doutor as observou com maior escrúpulo, nem as
Corrigindo, temos: O cidadão precisa [de educação], [de respei- esquadrinhou com maior estudo, nem as entendeu com maior pro-
to] e [de solidariedade]. priedade, nem as proferiu com mais verdade, nem as explicou com
Os três complementos verbais devem vir preposicionados - en- maior clareza, nem as recapacitou com mais facilidade, nem as pro-
cadeamento de funções sintáticas. pugnou com maior valentia, nem as pregou e semeou com maior
abundância”.
Exemplo 3: [Gosto] e [compro] livros. (M.Bernardes)
Nesse caso, temos um problema na construção. O verbo “gos-
tar” é transitivo indireto, enquanto o verbo “comprar” é transitivo Reparem as repetições intencionais, enfáticas, presentes nas
direto. A frase mostra-se incompleta sintaticamente, uma vez que construções acima, caracterizando um paralelismo rítmico.
só há um complemento verbal (“livros”).
Corrigindo, temos: Gosto [de livros] e [os] compro.
OI OD
RELAÇÕES DE SINONÍMIA E ANTONÍMIA.
Exemplo 4: Quero [sua ajuda] e [que você venha].
Nesse caso, o paralelismo foi quebrado, uma vez que os com- Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
plementos do verbo “querer” têm “pesos sintáticos” diferentes: da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
“sua ajuda” é um objeto direto “simples” e “que você venha” é um palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
objeto direto oracional. Repare que os objetos estão ligados pelo
conectivo “e”, devendo, portanto, haver uma equivalência entre Denotação e conotação
eles. Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
Editora
44
44
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
palavras. Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.” QUESTÕES
“Meu vizinho é um gato.”
Editora
45
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
A citação presente no segundo parágrafo do texto revela a per- para o trabalho. Outros, em busca do primeiro gole de cachaça no
cepção do professor Ricardo Cavalinni, principalmente, acerca: balcão do armazém de sô Ladislau, [...]. As crianças maiores acorda-
(A) do trabalho do Senado. vam cedo também, trazendo nos olhos e no estômago a desespe-
(B) da legalidade de gravações rada expectativa. Será que hoje tem pão? Os menores, os nenéns
(C) da técnica de capturar dados. brigando com a vida, dando socos no ar exigindo o peito da mãe ou
(D) do conceito de privacidade. a mamadeira completada com mais água sempre.
(E) das experiências pessoais.
(Conceição Evaristo, Becos da Memória, p.168)
3. IBFC - 2022 - IBGE - Agente Censitário de Administração e No texto literário, a expressividade no emprego da linguagem
Informática - Edital nº 8-Texto II é uma importante ferramenta na construção de sentido. Na passa-
gem “As crianças maiores acordavam cedo também, trazendo nos
ciclo vicioso olhos e no estômago a desesperada expectativa”, considerandose o
contexto, realça-se:
minha namorada sempre sonha que namora (A) a responsabilidade das crianças.
seu namorado antigo minha ex-namorada (B) a caracterização da fome.
sempre sonha que me namora e eu, desconfiado, (C) a passagem do tempo.
tenho feito tudo para não sonhar... (D) o desejo de transformação.
(Cacaso, Poesia Completa, p.126) (E) a doença que atingia o corpo.
O “ciclo vicioso”, indicado no título, é estruturado, nos três pri- 6. IBFC - 2022 - IBGE - Coordenador Censitário de Área - Edital
meiros versos, por meio do encadeamento de orações principais e: nº 7- A concordância nominal estabelece uma relação entre o gêne-
(A) coordenadas sindéticas. ro e número do substantivo com os demais elementos da sentença.
(B) subordinadas adverbiais. Observe o fragmento do texto a seguir.
(C) subordinadas substantivas. A esposa do Sueco __________ havia saído do salão de beleza
(D) subordinadas adjetivas. com __________ dores de cabeça. __________, já as tivera ante-
(E) coordenadas assindéticas. riormente.
4. IBFC - 2022 - IBGE - Agente Censitário de Administração e Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
Informática - Edital nº 8- Texto II as lacunas. Atente ao uso da concordância nominal.
Texto I
8. IBFC - 2022 - IBGE - Coordenador Censitário de Área - Edital comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sa-
nº 7- Observe atentamente os hábitos do Sueco. Considerando-se a bendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobri-
norma culta da Língua Portuguesa e o uso dos acentos ortográficos, nha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou? Estarrecido,
assinale a alternativa em que há desvio a essas normas. o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humil-
(A) O Sueco está tranqüilo, pois contratou uma empresa de mu- demente:
danças.
(B) A empresa de mudanças teve dificuldade em embalar o mi- - Da ativa, minha senhora?
cro-ondas.
(C) Como consequência, quebraram o eletrodoméstico. E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo
(D) O Sueco reclamou sobre a infraestrutura da empresa de os braços desalentado:
mudanças.
(E) A empresa marcou ao meio-dia, mas chegou quase duas - Da ativa, Motinha! Sai dessa…
horas depois.
Fernando Sabino
9. IBFC - 2022 - IBGE - Coordenador Censitário de Área - Edital
nº 7- Texto I As classes de palavras possuem formações sufixais. Retorne ao
texto “A Mulher do vizinho” e observe a lista das palavras abaixo em
A Mulher do Vizinho seu contexto. Assinale a alternativa que apresenta a única em que o
sufixo “-ADO” é formador de um substantivo.
Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um co- (A) Reclinado.
nhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora), (B) Delegado.
também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com (C) Espantado.
bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general (D) Desalentado.
e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado (E) Descuidado.
do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.
10. Para responder a questão, considere o texto abaixo.
O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e
intimou-o a comparecer à delegacia. A roda dos não ausentes
O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspec- O nada e o não,
to não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica ausência alguma,
de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a borda em mim o empecilho.
ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia Há tempos treino
e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado o equilíbrio sobre
tinha a dizer-lhe o seguinte: esse alquebrado corpo,
e, se inteira fui,
- O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste cada pedaço que guardo de mim
país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coi- tem na memória o anelar
sa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de de outros pedaços.
conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada E da história que me resta
EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio estilhaçados sons esculpem
é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o partes de uma música inteira.
que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino Traço então a nossa roda gira-gira
o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns em que os de ontem, os de hoje,
moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o e os de amanhã se reconhecem
general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o nos pedaços uns dos outros.
senhor. Inteiros.
Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o (EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos.
olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)
delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco
interveio:
No verso “Há tempos treino/ o equilíbrio sobre” (v.4/v.5), des- (KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São
tacam-se dois verbos. Ao analisá-los com atenção, é correto afirmar Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
que:
(A) O verbo “há” é impessoal e poderia ser substituído por No segundo parágrafo, a construção “agora inúteis” intercala
“existir”. a oração em que está inserida apresentando ao leitor, de forma
(B) “treino” está no singular, concordando com um substantivo abrupta, uma informação. A escolha dessa construção por parte do
“equilíbrio”. autor enfatiza a:
(C) “há” está flexionado na primeira pessoa do singular, assim (A) recorrência de uma situação.
como “treino”. (B) perenidade de uma condição.
(D) O verbo “treino” concorda com um sujeito que não está (C) mudança de um estado ou situação.
explícito no verso. (D) ambiguidade da experiência reiterada.
(E) O verbo “há” poderia, facultativamente, concordar com o (E) causa de um problema descrito.
substantivo “tempos”.
12. Luto da família Silva
11. IBFC - 2021 - IBGE - Supervisor de Pesquisas - Gestão- Para (Rubem Braga)
responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance
A Metamorfose, de Franz Kafka. A Assistência foi chamada. Veio tinindo. Um homem estava
deitado na calçada. Uma poça de sangue. A Assistência voltou vazia.
Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao O homem estava morto. O cadáver foi removido para o necroté-
menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, rio. Na seção dos “Fatos Diversos” do Diário de Pernambuco, leio o
Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessi- nome do sujeito: João da Silva. Morava na Rua da Alegria. Morreu
dades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costu- de hemoptise.
meiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor João da Silva – Neste momento em que seu corpo vai baixar
entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom à vala comum, nós, seus amigos e seus irmãos, vimos lhe prestar
grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa esta homenagem. Nós somos os joões da silva. Nós somos os popu-
e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia lares joões da silva. Moramos em várias casas e em várias cidades.
tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Moramos principalmente na rua. Nós pertencemos, como você, à
Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos ex- família Silva. Não é uma família ilustre; nós não temos avós na his-
tras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos perí- tória. Muitos de nós usamos outros nomes, para disfarce. No fun-
odos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que do, somos os Silva. Quando o Brasil foi colonizado, nós éramos os
ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto degredados. Depois fomos os índios. Depois fomos os negros. De-
os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contu- pois fomos imigrantes, mestiços. Somos os Silva. Algumas pessoas
do, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo importantes usaram e usam nosso nome. É por engano. Os Silva
solenemente na noite de Natal. somos nós. Não temos a mínima importância. Trabalhamos, anda-
mos pelas ruas e morremos. Saímos da vala comum da vida para o
Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua mesmo local da morte. Às vezes, por modéstia, não usamos nosso
cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez nome de família. Usamos o sobrenome “de Tal”. A família Silva e a
em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesada- família “de Tal” são a mesma família. E, para falar a verdade, uma
mente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois família que não pode ser considerada boa família. Até as mulheres
sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos que não são consideradas de família pertencem à família Silva.
se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai João da Silva – Nunca nenhum de nós esquecerá seu nome.
instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum Você não possuía sangue azul. O sangue que saía de sua boca era
tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. vermelho – vermelhinho da silva. Sangue de nossa família. Nossa
família, João, vai mal em política. Sempre por baixo. Nossa família,
Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava entretanto, é que trabalha para os homens importantes. A família
nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja Crespi, a família Matarazzo, a família Guinle, a família Rocha Miran-
porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com sa- da, a família Pereira Carneiro, todas essas famílias assim são susten-
tisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que tadas pela nossa família. Nós auxiliamos várias famílias importantes
haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, na América do Norte, na Inglaterra, na França, no Japão. A gente
ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendi- de nossa família trabalha nas plantações de mate, nos pastos, nas
mentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor fazendas, nas usinas, nas praias, nas fábricas, nas minas, nos bal-
entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto cões, no mato, nas cozinhas, em todo lugar onde se trabalha, le-
integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economiza- vanta os prédios, conduz os bondes, enrola o tapete do circo, enche
do. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, os porões dos navios, conta o dinheiro dos Bancos, faz os jornais,
contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que serve no Exército e na Marinha. Nossa família é feito Maria Polaca:
aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o faz tudo.
pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não Apesar disso, João da Silva, nós temos de enterrar você é
obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente. mesmo na vala comum. Na vala comum da miséria. Na vala comum
da glória, João da Silva. Porque nossa família um dia há de subir na
política...
Editora
48
48
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Em “Até as mulheres que não são de família pertencem à famí- da glória, João da Silva. Porque nossa família um dia há de subir na
lia Silva.” (2º§), os significados atribuídos aos termos preposiciona- política...
dos em destaque revelam o caráter social da linguagem que, muitas
vezes, propaga visões preconceituosas. Quanto às relações morfos- Várias tipologias textuais podem ser observadas na construção
sintáticas estabelecidas por eles, assinale a alternativa correta. dessa crônica. Nesse sentido, assinale a alternativa correta.
(A) O primeiro é uma locução que pode ser entendida como (A) Ao privilegiar a tipologia narrativa, não se percebem traços
adjunto adnominal. descritivos no texto, que é pautado pela dinâmica da sequência
(B) Ambos são locuções adjetivas e, sintaticamente, comple- de ações.
mentos nominais. (B) Se percebe o caráter injuntivo do texto por meio das refle-
(C) O segundo é uma locução adverbial que complementa o xões pessoais que o enunciador apresenta no segundo pará-
verbo intransitivo. grafo.
(D) Ambos possuem caráter substantivo e complementam ver- (C) O predomínio narrativo do parágrafo inicial colabora para a
bos distintos. argumentação desenvolvida ao longo do texto.
(D) Seguida da descrição, a narração representa a tipologia pre-
13. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO ESPECIAL: ASSISTENTE dominante na organização discursiva do texto.
EDUCACIONAL Luto da família Silva
(Rubem Braga) 14. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
- EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LINGUA-
A Assistência foi chamada. Veio tinindo. Um homem estava GENS- Em relação à pontuação, leia o fragmento apresentado.
deitado na calçada. Uma poça de sangue. A Assistência voltou vazia. “De forma breve, o Método Paulo Freire possui dois momen-
O homem estava morto. O cadáver foi removido para o necroté- tos importantes para entendermos seu princípio: o ato educativo
rio. Na seção dos “Fatos Diversos” do Diário de Pernambuco, leio o como processo de aprendizagem que implica a politização, ou seja,
nome do sujeito: João da Silva. Morava na Rua da Alegria. Morreu o desenvolver da consciência crítica e a dialogicidade, com base na
de hemoptise. Pedagogia da Autonomia, em que o educando começa a repensar
João da Silva – Neste momento em que seu corpo vai baixar sua própria história, ao ler e escrever”.
à vala comum, nós, seus amigos e seus irmãos, vimos lhe prestar Analise as afirmativas abaixo:
esta homenagem. Nós somos os joões da silva. Nós somos os popu- I. Usa-se o ponto final para a finalização de proposições decla-
lares joões da silva. Moramos em várias casas e em várias cidades. rativas, simples ou compostas, com sentido completo.
Moramos principalmente na rua. Nós pertencemos, como você, à II. Usa-se o ponto final após interjeições, com foco em demons-
família Silva. Não é uma família ilustre; nós não temos avós na his- trar admiração, afeto, cólera, espanto dentre outros estados racio-
tória. Muitos de nós usamos outros nomes, para disfarce. No fun- nais.
do, somos os Silva. Quando o Brasil foi colonizado, nós éramos os III. Use-se o sinal de dois-pontos com a finalidade de introduzir
degredados. Depois fomos os índios. Depois fomos os negros. De- aposto explicativo ou enumerativo.
pois fomos imigrantes, mestiços. Somos os Silva. Algumas pessoas Estão corretas as afirmativas:
importantes usaram e usam nosso nome. É por engano. Os Silva (A) I apenas
somos nós. Não temos a mínima importância. Trabalhamos, anda- (B) II apenas
mos pelas ruas e morremos. Saímos da vala comum da vida para o (C) III apenas
mesmo local da morte. Às vezes, por modéstia, não usamos nosso (D) I e III apenas
nome de família. Usamos o sobrenome “de Tal”. A família Silva e a
família “de Tal” são a mesma família. E, para falar a verdade, uma 15. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
família que não pode ser considerada boa família. Até as mulheres - EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LINGUA-
que não são consideradas de família pertencem à família Silva. GENS- Observe as palavras em destaque no fragmento apresenta-
João da Silva – Nunca nenhum de nós esquecerá seu nome. do: “ (...) Contudo, cada educando se dedica a aprender para suprir
Você não possuía sangue azul. O sangue que saía de sua boca era suas necessidades prementes, então, essas diferenças não causam
vermelho – vermelhinho da silva. Sangue de nossa família. Nossa diminuição de aprendizado”. Essas palavras são consideradas mar-
família, João, vai mal em política. Sempre por baixo. Nossa família, cadores discursivos e podem ser substituídas, sem perda de senti-
entretanto, é que trabalha para os homens importantes. A família do, assinale a alternativa que pode substituir os termos em desta-
Crespi, a família Matarazzo, a família Guinle, a família Rocha Miran- que corretamente.
da, a família Pereira Carneiro, todas essas famílias assim são susten- (A) Porém - portanto
tadas pela nossa família. Nós auxiliamos várias famílias importantes (B) Conquanto - no passado
na América do Norte, na Inglaterra, na França, no Japão. A gente (C) No entanto - naquele momento
de nossa família trabalha nas plantações de mate, nos pastos, nas (D) Sem embargo - em momento futuro
fazendas, nas usinas, nas praias, nas fábricas, nas minas, nos bal-
cões, no mato, nas cozinhas, em todo lugar onde se trabalha, le-
vanta os prédios, conduz os bondes, enrola o tapete do circo, enche
os porões dos navios, conta o dinheiro dos Bancos, faz os jornais,
serve no Exército e na Marinha. Nossa família é feito Maria Polaca:
faz tudo.
Apesar disso, João da Silva, nós temos de enterrar você é
mesmo na vala comum. Na vala comum da miséria. Na vala comum
Editora
49
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________
______________________________________________________
1 E
______________________________________________________
2 D
______________________________________________________
3 C
4 E ______________________________________________________
5 B ______________________________________________________
6 C
______________________________________________________
7 B
8 A ______________________________________________________
9 B ______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
11 C
______________________________________________________
12 A
13 C ______________________________________________________
14 D ______________________________________________________
15 A
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ ______________________________________________________
Editora
50
50
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
LÓGICA PROPORCIONAL.
A lógica proposicional é baseada justamente nas proposições e suas relações. Podemos ter dois tipos de proposições, simples ou
composta.
Em geral, uma proposição simples não utiliza conectivos (e; ou; se; se, e somente se). Enquanto a proposição composta são duas ou
mais proposições (simples) ligadas através destes conectivos.
Mas às vezes uma proposição composta é de difícil análise. “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”. Se Carlos não for
professor e a moeda do Brasil for o real, a proposição composta é verdadeira ou falsa? Temos uma proposição verdadeira e falsa? Como
podemos lidar com isso?
A melhor maneira de analisar estas proposições compostas é através de tabelas-verdades.
A tabela verdade é montada com todas as possibilidades que uma proposição pode assumir e suas combinações. Se quiséssemos
saber sobre uma proposição e sua negativa, teríamos a seguinte tabela verdade:
p ~p
V F
F V
p q p^q
V V V
V F F
F V F
F F F
Note que quando tínhamos uma proposição, nossa tabela verdade resultou em uma tabela com 2 linhas e quando tínhamos duas
proposições nossa tabela era composta por 4 linhas.
A fórmula para o número de linhas se dá através de 2^n, onde n é o número de proposições.
Se tivéssemos a seguinte tabela verdade:
p q r p v q -> r
Editora
51
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
Mesmo sem preenchê-la, podemos afirmar que ela terá 2³ linhas, ou seja, 8 linhas.
Mais um exemplo:
p q p -> q ~p ~q ~q -> ~p
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V
Note que o resultado de p->q é igual a ~q -> ~p (V-F-F-V). Quando isso acontece, diremos que as proposições compostas são logicamente
equivalentes (iguais).
Outro exemplo de como a tabela verdade pode nos ajudar a resolver certas proposições mais complicadas: Quero saber os resultados
para a proposição composta (p^q) -> pvq. O que vamos fazer primeiro é montar a tabela verdade para p^q e pvq.
p q p^q pvq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F
Agora que sabemos como nossos elementos se comportam, vamos relacionar com p->q:
p q p->q
V V V
V F F
F V V
F F V
Desta forma, sabemos que a implicação que relaciona V com V resulta em V, e V com F resulta em F, e assim por diante.
Podemos então agora montar nossa tabela completa com todas estas informações:
O processo pode parecer trabalhoso, mas a prática faz com que seja rápida a montagem destas tabelas, chegando rapidamente na
análise da questão e com seu resultado prontamente obtido.
Geralmente, não é simples construir uma tabela verdade, algumas relações podem facilitar as análises. Uma delas são as Leis de
Morgan, que negam algumas relações. São elas:
– 1ª lei de Morgan: ¬(p^q) = (¬p) v (¬q)
– 2ª lei de Morgan: ¬(p v q) = (¬p) ^ (¬q)
Editora
52
52
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
Então, através de Morgan, negar p ^ q (Carlos é professor E a No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse
moeda do Brasil é o Real,) equivale a dizer, Carlos não é professor encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a
OU a moeda do Brasil não é o real resultados falsos. Por exemplo:
Da mesma forma, negar p v q (Carlos é professor OU a moeda
do Brasil é o Real) equivale a Carlos não é professor E a moeda do A água do mar é feita de água e sal
Brasil não é o Real. A bolacha de água e sal é feita de água e sal
Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito
Estas leis podem parecer abstratas mas através da prática é de bolacha)
possível familiarizar-se com elas, já que são importantes aliadas Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada
para resolver diversas questões. de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo
de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
ARGUMENTAÇÃO LÓGICA. Quanto mais queijo, mais buraco
Quanto mais buraco, menos queijo
Então quanto mais queijo, menos queijo?
Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos
nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de
argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo RACIOCÍNIO SEQUENCIAL.
assunto.
No entanto, a construção desta argumentação não é
necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação, A lógica sequencial envolve a percepção e interpretação de
e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras objetos que induzem a uma sequência, buscando reconhecer essa
falsas. sequência e estabelecer sucessores a este objeto.
Muitas vezes essas questões vêm atreladas com aspectos
Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente) aritméticos (sequências numéricas) ou geometria (construção de
Todo ser humano é mortal certas figuras).
Sócrates é um ser humano Não há como sistematizar este assunto, então iremos ver
Logo Sócrates é mortal alguns exemplos para nos inspirar para que busquemos resolver
demais questões.
Inferências: Argumentar através da dedução
Se Carlos for professor, haverá aula Exemplos:
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso 1 – A sequência de números a seguir foi construída com um
contrário, então Carlos não é professor padrão lógico e é uma sequência ilimitada:
Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte 0, 1, 2, 3, 4, 5, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 30,
específica 31, 32, 33, 34, 35, 40, …
Roraima fica no Brasil
A moeda do Brasil é o Real A partir dessas informações, identifique o termo da posição 74
Logo, a moeda de Roraima é o Real e o termo da posição 95. Qual a soma destes dois termos?
Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma Vamos analisar esta sequência dada:
parte específica e chegando ao todo 1º) Vemos que a sequência vai de 6 em 6 termos e pula para a
Todo professor usa jaleco dezena seguinte
Todo médico usa jaleco
Então todo professor é médico Os primeiros 6 termos vão de 0 a 5
Do 7º termo ao 12º termo: 10 a 15
Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades 13º termo ao 18º termo: 20 a 25
universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma 2º) Vemos que o padrão segue a tabuada do 6
argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação
resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de 6 x 1 = 6 (0 até 5)
sofismo1. 6 x 2 = 12 (10 até 15)
6 x 3 = 18 (20 até 25)
3º) O número que está multiplicando o 6 menos uma unidade representa a dezena que estamos começando a contar:
6 x 1 1 - 1 = 0 (0 até 5)
6 x 2 2 - 1 = 1 (10 até 15)
6 x 3 3 - 1 = 2 (20 até 25)
74 : 6 = 12 (sobra 2)
95 : 6 = 15 (sobra 5)
4; 7; 13; 25; 49
Admitindo-se que a regularidade dessa sequência permaneça a mesma para os números seguintes, é correto afirmar que o sétimo
termo será igual a?
3 – Observe a sequência:
O padrão de formação dessa sequência permanece para as figuras seguintes. Desse modo, a figura que deve ocupar a 131ª posição
na sequência é idêntica à qual figura?
1º) Vemos que o padrão retorna para a origem a cada 7 termos.
2º) Os termos 14, 21, 28, 35, …, irão ser os mesmos que o padrão da 7ª figura.
3º) Os termos 8, 15, 22, 29, 36, …, irão ser os mesmos que o padrão da 1ª figura.
4º) Vamos então dividir 131 por 7 para descobrir essa equivalência.
131 : 7 = 18 (sobra 5)
Editora
54
54
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
QUANTIFICAÇÃO MÚLTIPLA
A proposição:
Toda sentença aberta precedida de quantificadores, um para
cada variável (todas as variáveis quantificadas) é uma proposição, ( y ϵ B) (Ǝ x ϵ A) (2x + y = 8) é falsa, pois para y = 8 temos que
pois assume os valores lógicos V ou F.
Assim são proposições as seguintes expressões: x=0 A.
-( x ϵ A) ( y ϵ B) (p (x, y) A proposição:
Editora
55
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
que são inocentes está correto. Desta forma se acha o culpado! Resolução: antes de avaliar as alternativas, repare que
Como consequência os outros últimos estão mentindo pois há 4 um aumento de 70% significa que, se a nota média dos alunos
inocentes que mentem. Testemos quem é o culpado: anteriormente era 6 (em 10 pontos), após o aumento a nota média
passou a ser 10 (nota máxima!). Isto é, estamos diante de um
Dica: Não poderá ter dois inocentes que mentem pois só pode aumento muito expressivo das notas.
ter um culpado. (A) ERRADO. Pode até ser que alunos melhores tenham sido
atraídos pelo processo mais rigoroso de avaliação dos docentes,
Para hipótese 1 temos: Supondo que quem diz a verdade é B mas é improvável que isto justifique um aumento tão grande nas
e disse que Cebelim é inocente (e que pela questão todo inocente notas. Seriam necessários alunos MUITO melhores.
mente) conclui-se que Dedelim é culpado (Cebelim mente). Na (B) ERRADO. Note que a medida foi implementada há apenas
terceira linha vemos que Dedelim mente (veja a coluna da hipótese 4 semestres (2 anos), e são necessários pelo menos 3 semestres
1). Isto não pode acontecer (dizer que D é culpado e a tabela na completos para que os professores mal avaliados começassem
hipótese dizer que mente). a ser demitidos. Isto é, é improvável acreditar que os efeitos da
substituição de professores estivessem sendo sentidos de maneira
Para a hipótese 2 temos: Bebelim mente e C é culpado (que tão intensa em tão pouco tempo.
diz a verdade sempre), desta forma pela segunda linha da tabela (C) ERRADO. Se de fato houve aumento da cola, é provável que
D é inocente. Se D é inocente e mente então E é inocente e se E é isso tenha influenciado um aumento das notas, mas um aumento
inocente e mete então A é inocente. Sendo assim, o culpado é C tão expressivo como o citado no item A (de 6 para 10 pontos)
(Cebelim). exigiria um aumento massivo da cola.
(D) CORRETO. É possível acreditar que uma redução na
dificuldade das provas seja capaz de gerar um aumento expressivo
nas notas dos alunos. Basta cobrar os tópicos mais básicos e/ou
mais intuitivos de cada disciplina. Esta tese é mais crível que as
demais.
(E) ERRADO. Ainda que os professores, com medo da demissão,
tenham melhorado a qualidade de suas aulas, é improvável que
está melhoria de qualidade seja responsável por uma variação tão
expressiva nas notas.
Resposta: D.
Resposta C.
Editora
57
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
NENHUM
E
AéB
ALGUM
O
A NÃO é B
Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
Editora
58
58
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
- Existem teatros que não são cinemas (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.
Resposta: E
3 https://www.todamateria.com.br/analise-combinatoria/
Editora
59
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar quantos tipos diferentes de lanches podemos escolher. Assim, identificamos
que existem 24 combinações possíveis.
Podemos ainda resolver o problema usando o princípio multiplicativo. Para saber quais as diferentes possibilidades de lanches, basta
multiplicar o número de opções de sanduíches, bebidas e sobremesa.
Total de possibilidades: 3.2.4 = 24.
Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher na promoção.
— Tipos de Combinatória
O princípio fundamental da contagem pode ser usado em grande parte dos problemas relacionados com contagem. Entretanto, em
algumas situações seu uso torna a resolução muito trabalhosa.
Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver problemas com determinadas características. Basicamente há três tipos de
agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.
Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo, precisamos definir uma ferramenta muito utilizada em problemas de
contagem, que é o fatorial.
O fatorial de um número natural é definido como o produto deste número por todos os seus antecessores. Utilizamos o símbolo ! para
indicar o fatorial de um número.
Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.
Exemplo:
0! = 1.
1! = 1.
3! = 3.2.1 = 6.
7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5.040.
10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3.628.800.
Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme cresce o número. Então, frequentemente usamos simplificações para
efetuar os cálculos de análise combinatória.
— Arranjos
Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos mesmos.
Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:
Exemplo: Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e um vice-representante de uma
turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o representante e o segundo mais votado o vice-representante.
Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que
altera o resultado.
Editora
60
60
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
— Permutações
As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos
disponíveis.
Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é igual ao número de agrupamentos. Desta
maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 na permutação.
Assim a permutação é expressa pela fórmula:
Exemplo: Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com 6 lugares.
Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é igual ao número de pessoas, iremos usar a permutação:
Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas se sentarem neste banco.
— Combinações
As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela natureza
dos mesmos.
Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:
Exemplo: A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento,
dentre as 10 pessoas que se candidataram.
De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?
Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que escolher Maria,
João e José é equivalente a escolher João, José e Maria.
Observe que para simplificar os cálculos, transformamos o fatorial de 10 em produto, mas conservamos o fatorial de 7, pois, desta
forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do denominador.
Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.
Sendo:
P (A): probabilidade de ocorrer um evento A.
n (A): número de resultados favoráveis.
n (Ω): número total de resultados possíveis.
Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis, muitas vezes necessitamos recorrer as fórmulas estudadas em análise
combinatória.
Exemplo: Qual a probabilidade de um apostador ganhar o prêmio máximo da Mega-Sena, fazendo uma aposta mínima, ou seja,
apostar exatamente nos seis números sorteados?
Editora
61
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
Solução: Como vimos, a probabilidade é calculada pela razão entre os casos favoráveis e os casos possíveis. Nesta situação, temos
apenas um caso favorável, ou seja, apostar exatamente nos seis números sorteados.
Já o número de casos possíveis é calculado levando em consideração que serão sorteados, ao acaso, 6 números, não importando a
ordem, de um total de 60 números.
Para fazer esse cálculo, usaremos a fórmula de combinação, conforme indicado abaixo:
Assim, existem 50 063 860 modos distintos de sair o resultado. A probabilidade de acertarmos então será calculada como:
— Probabilidade
A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda experimentos ou fenômenos aleatórios e através dela é possível
analisar as chances de um determinado evento ocorrer4.
Quando calculamos a probabilidade, estamos associando um grau de confiança na ocorrência dos resultados possíveis de experimentos,
cujos resultados não podem ser determinados antecipadamente. Probabilidade é a medida da chance de algo acontecer.
Desta forma, o cálculo da probabilidade associa a ocorrência de um resultado a um valor que varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de
1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua ocorrência.
Por exemplo, podemos calcular a probabilidade de uma pessoa comprar um bilhete da loteria premiado ou conhecer as chances de
um casal ter 5 filhos, todos meninos.
— Experimento Aleatório
Um experimento aleatório é aquele que não é possível conhecer qual resultado será encontrado antes de realizá-lo.
Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas condições, podem dar resultados diferentes e essa inconstância é
atribuída ao acaso.
Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não viciado (dado que apresenta uma distribuição homogênea de massa) para
o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza qual das 6 faces estará voltada para cima.
— Fórmula da Probabilidade
Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de um evento são igualmente prováveis.
Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer um determinado resultado através da divisão entre o número de eventos
favoráveis e o número total de resultados possíveis:
Sendo:
P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam (evento A).
n(Ω): número total de casos possíveis.
Exemplo: Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade de sair um número menor que 3?
Solução: Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma chance de caírem voltadas para cima. Vamos então, aplicar a fórmula
da probabilidade.
4 https://www.todamateria.com.br/probabilidade/
Editora
62
62
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1, Evento certo
2, 3, 4, 5, 6) e que o evento “sair um número menor que 3” tem 2 O conjunto do evento é igual ao espaço amostral.
possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos: Exemplo: Em uma delegação feminina de atletas, uma ser
sorteada ao acaso e ser mulher.
Evento Impossível
O conjunto do evento é vazio.
Evento Complementar
Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral,
de 33%. sendo um evento complementar ao outro.
8. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022 12. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022
Assunto: Proposições. definição, reconhecimento, princípios Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
lógicos A proposição p tem valor lógico falso e a proposição q tem valor
O total de proposições simples distintas que formam a propo- lógico verdadeiro. Nessas condições, é correto afirmar que.
sição composta “Ou o motorista foi imprudente ou a sinalização es- (A) o valor lógico do condicional entre as duas proposições,
tava com defeito se, e somente se, o agente de trânsito notificou o nessa ordem, é falso
ocorrido e o motorista foi imprudente, mas as condições da pista (B) o valor lógico do bicondicional entre as duas proposições
não eram adequadas”, é igual a. é falso
(A) 4 (C) o valor lógico da conjunção entre as duas proposições é ver-
(B) 5 dade
(C) 6 (D) o valor lógico da disjunção entre as duas proposições, nessa
(D) 7 ordem, é falso
(E) 3 (E) o valor lógico da disjunção exclusiva entre as duas proposi-
ções é falso
9. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022
Assunto: Operadores lógicos (representação simbólica; dife- 13. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022
rença entre proposição simples e composta). Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
A ocorrência foi registrada e o inquérito foi instaurado se, e so- Com relação aos conectivos lógicos é correto afirmar que.
mente se, a testemunha foi ouvida ou o flagrante foi validado, mas (A) para quaisquer valores lógicos de duas proposições simples
o processo será analisado. o condicional entre elas tem valor lógico verdadeiro
Nessas condições, o total de conectivos lógicos utilizados na (B) para quaisquer valores lógicos de duas proposições simples
frase acima é igual a. o bicondicional entre elas tem valor lógico falso
(A) 2 (C) se o valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor
(B) 3 lógico de uma proposição q é falso, então a disjunção exclusiva
(C) 5 entre elas tem valor lógico verdadeiro
(D) 6 (D) para quaisquer valores lógicos de duas proposições simples
(E) 4 a conjunção entre elas tem valor lógico verdadeiro
(E) para quaisquer valores lógicos de duas proposições simples
10. IBFC - CCA (IBGE)/IBGE/2022 a disjunção entre elas tem valor lógico verdadeiro
Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
Sabendo que o valor lógico da proposição simples p. “Carlos 14. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022
acompanhou o trabalho da equipe” é verdadeira e que o valor lógi- Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
co da proposição simples q. “O recenseador visitou todos os locais” A tabela indica todos os possíveis valores para duas proposi-
é falso, então é correto afirmar que o valor lógico da proposição ções lógicas simples.
composta. p q A
(A) p disjunção q é falso
(B) p conjunção q é falso V V F
(C) p condicional q é verdade V F V
(D) p bicondicional q é verdade
F V V
(E) p disjunção exclusiva q é falso
F F F
11. IBFC - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Administração e Informáti-
ca/2022 De acordo com tabela, os valores lógicos contidos na coluna A
Assunto: Tabela verdade das proposições compostas são o resultado de.
Sabendo que o valor lógico da proposição simples p. “Paulo co- (A) p condicional q
laborou na organização do posto de coleta” é verdadeira e que o (B) p disjunção exclusiva q
valor lógico da proposição simples q. “O agente censitário recepcio- (C) p disjunção q
nou os colaboradores do IBGE” é falso, então é correto afirmar que (D) p conjunção q
o valor lógico da proposição composta. (E) p bicondicional q
(A) p disjunção q é falso
(B) p conjunção q é verdade
(C) p condicional q é falso
(D) p bicondicional q é verdade
(E) p disjunção exclusiva q é falso
Editora
65
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
18 C ______________________________________________________
19 B ______________________________________________________
20 B ______________________________________________________
______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ _____________________________________________________
Editora
67
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
Editora
68
68
a solução para o seu concurso!
GEOGRAFIA DA PARAÍBA
População
FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO PARAIBANO. GEOGRAFIA
FÍSICA: RELEVO, CLIMA, VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA. GE- De acordo com dados do IBGE2 a população da Paraíba, no úl-
OGRAFIA HUMANA: ASPECTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E timo Censo em 2010 era de 3.766.528 habitantes, com densidade
CULTURAIS demográfica na mesma época de 66,70 hab./km².
Essa população em 2021 evoluiu para 4.059.905 habitantes
(estimativa)3.
GEOGRAFIA DA PARAÍBA1
Clima
Características Gerais
O clima da Paraíba é o tropical úmido no litoral, com chuvas
A Paraíba surpreende pelas singularidades que encantam seus abundantes. No entanto, à medida que desloca-se para o interior,
moradores e seus visitantes. A Capital do Estado, João Pessoa, é depois da Serra da Borborema, o clima torna-se semiárido e sujeito
considerada uma das cidades mais arborizadas do planeta e, por ter a estiagens prolongadas e precipitações abaixo dos 500mm.
recebido distinção da coroa portuguesa já no ano de sua fundação, As temperaturas médias anuais ultrapassam os 26°C, com al-
1585, guarda o título de terceira cidade mais antiga do Brasil. gumas exceções no Planalto da Borborema, onde a temperatura é
Na Paraíba fica o ponto extremo oriental das Américas – a Pon- de 24°C.
ta do Seixas, e a Estação Cabo Branco Ciências Cultura e Arte, uma
obra grandiosa de Oscar Niemeyer. Relevo
Oficialmente, existem quatro regiões metropolitanas no Estado
da Paraíba: João Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira, que A maior parte do território paraibano é constituído por rochas
englobam municípios ricos em cultura, em potencialidades econô- resistentes e bastante antigas, que remontam a era pré-cambriana
micas e em belezas naturais. com mais de 2,5 bilhões de anos. Elas formam um complexo cris-
O Estado oferece aos seus visitantes uma infinidade de rotei- talino que favorecem a ocorrência de minerais metálicos, não me-
ros, que vão das praias paradisíacas do litoral, passando pelos en- tálicos e gemas. Os sítios arqueológicos e paleontológicos também
cantos das cidades históricas e pelos canaviais, até os mistérios do resultam da idade geológica desses terrenos.
interior, que englobam sertão, brejo e cariri. No litoral, encontra-se a Planície Litorânea que é formada pe-
As praias dos litorais Sul e Norte estão entre as mais bonitas las praias e terras arenosas. Na região da mata, encontra-se os ta-
do Brasil. As urbanas de João Pessoa, como Tambaú, Cabo Branco e buleiros que são formados por acúmulos de terras que descem de
Bessa, concentram praticantes de esportes e turistas. Para os natu- lugares altos.
ralistas, a praia de Tambaba, no município do Conde, é a ideal, pois No Agreste, tem-se algumas depressões que ficam entre os ta-
é permitida a prática do nudismo. A de Coqueirinho é considerada buleiros e o Planalto da Borborema, onde se encontram muitas ser-
entre as mais bonitas do país por diversos guias turísticos. Na praia ras, como a Serra de Araruna, a Serra de Cuité e a Serra de Teixeira.
Fluvial do Jacaré, pode-se ouvir o Bolero de Ravel ao observar o Encontra-se no município de Araruna a Pedra da Boca. No sertão,
pôr-do-sol. existe uma depressão sertaneja que se estende do município de Pa-
Já o interior oferece aos visitantes rupestres, rastros de dinos- tos até após a Serra da Viração.
sauros, cachoeiras e antigos engenhos de cana-de-açúcar. Nos mu-
nicípios, o artesanato também encanta turistas, que podem conferir Vegetação
peças únicas como a renda renascença, de reconhecimento interna-
cional, e o algodão colorido, usado por estilistas de renome no país. A vegetação litorânea da Paraíba apresenta matas, manguezais
Isso sem falar na arte em marchetaria, estopa e argila, por e cerrados, que recebem a denominação de “tabuleiro”, formado
exemplo. Além da diversidade de cenários, a Paraíba oferece di- por gramíneas e arbustos tortuosos, predominantemente represen-
versão com eventos de porte nacional, como o Maior São João tados por batiputás e mangabeiras, entre outras espécies.
do Mundo, realizado em julho em Campina Grande, e das prévias Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presen-
carnavalescas em João Pessoa, que contam com as “Muriçocas do ça de árvores altas, sempre verdes, como a peroba e a sucupira.
Miramar”, um dos maiores blocos de arraste do mundo. A cultura Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com
é um dos fortes do Estado, que inclui artesanato, personalidades, raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambien-
música e diversas manifestações em literatura, teatro e cinema. te natural.
2 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/panorama
1 http://www.paraibatotal.com.br/a-paraiba/ 3 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/panorama
Editora
69
a solução para o seu concurso!
GEOGRAFIA DA PARAÍBA
A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão caracteriza-se pela presença da caatinga, devido ao clima quente e seco
característico da região. A caatinga pode ser do tipo arbóreo, com espécies como a baraúna, ou arbustivo representado, entre outras es-
pécies pelo xique-xique e o mandacaru.
Localização
A Paraíba está situada a leste da região Nordeste e tem como divisas o Estado do Rio Grande do Norte ao norte, o Oceano Atlântico a
leste, Pernambuco ao sul e o Ceará a oeste.
Com 223 municípios, o Estado da Paraíba é dividido em 4 mesorregiões e 23 microrregiões. O Estado tem 98% de seu território inse-
rido no Polígono da Seca.
Economia
A economia paraibana se baseia na agricultura, principalmente de cana-de-açúcar, abacaxi, fumo, graviola, juta, umbu, caju, manga,
acerola, mangaba, tamarindo, mandioca, milho, sorgo, urucum, pimenta-do-reino, castanha de caju, arroz, café e feijão.
Nas indústrias, as alimentícias, têxtil, de couro, de calçados, metalúrgica e sucroalcooleira se destacam. A pecuária de caprinos e o
turismo também são relevantes.
O transporte marítimo é fundamental à economia. As exportações e importações são operadas principalmente por meio do Porto de
Cabedelo e pelas estradas.
São mais de 5.300 quilômetros de rodovias, 4.000 km estaduais e 1.300 km federais. O sistema ferroviário faz o transporte de cargas
entre João Pessoa e várias localidades do Estado.
O Estado ainda conta com dois terminais aéreos: Aeroporto Castro Pinto e o Aeroporto João Suassuna.
As cidades paraibanas que tem maior destaque no seu PIB são João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Santa Rita, Bayeux, Patos,
Sousa, Caaporã, Cajazeiras e Conde. Já o maior PIB per capita permanece com Cabedelo desde 2003.
A distribuição espacial do PIB da Paraíba segundo, cada Região Geoadministrativa, demonstra uma forte concentração da economia
estadual em três pontos: João Pessoa, Campina Grande e Guarabira – que, conjuntamente, representaram 75% do PIB estadual, em 2009.
Da mesma forma, o município sede de cada uma dessas regiões foi o centro dinâmico da economia local.
Símbolos
Brasão
O Brasão da Paraíba foi oficializado pelo Presidente da Província da Paraíba, Castro Pinto (1912-1915). Ele é usado como timbre nos
papéis oficiais.
Observando-se seu desenho, vê-se que é formado por três ângulos na parte superior e um na parte inferior.
Contém estrelas, que respeitam a divisão administrativa do Estado. No alto, uma estrela maior, com cinco pontas e um círculo central,
onde se vê um barrete frígio significando liberdade.
No interior do escudo, há duas paisagens: um homem guiando o rebanho (sertão) e o sol nascente (litoral).
Circundando-o, encontra-se uma ramagem de cana-de-açúcar à esquerda, e à direita, uma de algodão. As duas ramagens são presas
por um laço, em cujas faixas está inscrita a data de fundação da Paraíba: 5 de agosto de 1585.
Editora
70
70
a solução para o seu concurso!
GEOGRAFIA DA PARAÍBA
QUESTÕES
Editora
71
a solução para o seu concurso!
GEOGRAFIA DA PARAÍBA
3.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 Atribua valores de Verdadeiro (V) ou Falso (F), nas afirmações
CONCURSO) abaixo.
( ) Em 2015, o desempenho do PIB paraibano se destacou
As principais bacias hidrográficas da Paraíba são a do rio Pira- entre os maiores do Nordeste.
nhas, a do Paraíba, a do Curimataú, a do Camaratuba, a do Maman- ( ) Assim como ocorreu com o índice do PIB 2015, a Paraíba
guape, a do Miriri, a do Gramame e a do Abiaí. A principal bacia de apresentou em 2014 um dos melhores índices nacionais de distri-
todas é a do rio ________, que nasce na serra do Bongá, na fron- buição de riquezas, já que a renda per capta foi bem alta.
teira com o estado do ________. Ele tem uma relevante importân- ( ) Em 2014 o rendimento domiciliar per capita paraibano foi o
cia, uma vez que através da barragem de ________, em Coremas, 7º mais baixo do país. Esse dado revela a má distribuição de renda,
viabiliza a irrigação de muitasterras. O Rio _______, o mais famoso já que no ano seguinte teve um dos maiores PIB do Nordeste.
do estado, nasce na serra de Jabitacá, em ________, no Planalto da Assinale a sequência correta de cima para baixo.
Borborema. (A) F; F; V
(B) V; V; V
Fonte: http://www.pm.pb.gov.br/arquivos/Historia_da_Paraiba.pdf (C) F; F; F
(D) V; F; V
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
as lacunas do texto. 6.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
(A) Paraíba; Ceará; Mãe D’Água; Piranhas; Monteiro CONCURSO)
(B) Piranhas; Ceará; Mãe D’Água; Paraíba; Monteiro Leia os textos I e II abaixo para, em seguida, responder a ques-
(C) Piranhas; Pernambuco; Sobradinho; Paraíba; Medeiros tão.
(D) Camaratuba; Rio Grande do Norte; Mãe D’Água; Miriri; Texto I
Medeiros “O Produto Interno Bruto (PIB.) da Paraíba em 2015 caiu 2,7%
em termos reais em relação a 2014, mas ainda assim foi o terceiro
4.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 estado com melhor resultado no Nordeste, atrás apenas de Piauí e
CONCURSO) Rio Grande do Norte.”
Texto II
Leia as informações abaixo sobre a divisão do relevo da Paraíba “Renda per capita (por cabeça.) do paraibano é inferior ao sa-
e atribua valores de V erdadeiro (V) ou Falso (F). lário mínimo. IBGE divulgou rendimento domiciliar per capita re-
( ) Praias: Depósitos arenosos ou terras de várzeas, que ficam ferente a 2014. Renda média de R$ 682 é a 7ª mais baixa do país.”
junto às embocaduras dos rios que lançam suas águas no Oceano
Atlântico. Fonte: Portal G1-Paraíba.
( ) Restingas: Depósitos arenosos em forma de “língua” ou “fle-
cha”. A partir das informações dos textos I e II, assinale a alternativa
( ) Dunas: São montes de areia formados pela ação dos ventos. INCORRETA.
( ) Mangues: São planícies de marés com vegetação formada (A) O PIB é o índice que mede a produção de riqueza de um
por árvores e arbustos. lugar. Mesmo em período de crise nacional, a Paraíba conse-
guiu ter uma boa produção econômica em comparação a ou-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de tros estados
cima para baixo. (B) Apesar do bom desempenho na geração de riquezas em
(A) V; F; F; V 2015, a Paraíba ainda tem problemas com a concentração de
(B) F; V; V; F renda, o índice da renda per capta de 2014 demonstra isso
(C) F; F; F; F (C) A Paraíba apresentou em 2014 um dos melhores índices
(D) V; V; V; V nacionais em termos de distribuição igualitária de renda. Não
existem desigualdades sociais entre a população paraibana
5.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 (D) Ao cruzar os dados do PIB 2015 com a renda per capta
CONCURSO) (2014) da Paraíba, percebe-se, grosso modo, que existe desi-
Leia os textos I e II abaixo para, em seguida, responder a ques- gualdade social no estado.
tão.
Texto I
“O Produto Interno Bruto (PIB.) da Paraíba em 2015 caiu 2,7% 7.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
em termos reais em relação a 2014, mas ainda assim foi o terceiro CONCURSO)
estado com melhor resultado no Nordeste, atrás apenas de Piauí e
Rio Grande do Norte.” Leia o enunciado a seguir. Na época da conquista da Paraíba
Texto II (segunda metade do século _______) chegaram outros silvícolas,
“Renda per capita (por cabeça.) do paraibano é inferior ao sa- dessa vez pertencentes à tribo Tabajaras, também se origem Tupi-
lário mínimo. IBGE divulgou rendimento domiciliar per capita re- -Guarani, mas logo tornaram-se inimigos dos Potiguaras, fixando-se
ferente a 2014. Renda média de R$ 682 é a 7ª mais baixa do país.” na várzea do Rio Paraíba.
Editora
72
72
a solução para o seu concurso!
GEOGRAFIA DA PARAÍBA
Assinale a alternativa que preencha adequadamente a lacuna 10.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS
existente no enunciado acima: 1 CONCURSO)
(A) XVI. O clima, o relevo e a hidrografia determinam vegetação que se
(B) XVII. apresenta diferenciada, em toda a extensão do território paraiba-
(C) XV. no. Destacam-se os seguintes tipos de vegetação:
(D) XIV. I. Vegetação Litorânea: as espécies dessa formação vegetal
apresentam algumas características essenciais para essa adaptação
8.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 ao meio, por exemplo, raízes suportes e respiratórios.
CONCURSO) II. Mata Atlântica: formação vegetal, com espécies arbóreas e
A maior parte do território paraibano é constituído por rochas arbustivas da caatinga (baraúna, angico, jurema). Ocorrem ainda a
resistentes, e bastante antigas que remontam a era pré-cambriana, tatajuba, violeta, etc.
com mais de 2,5 bilhões de anos. III. Cerrado: formado por árvores e arbustos. Árvores tortuosas
Faça a associação: e tufos de capins encontrados nos tabuleiros. Predomina a manga-
I. Litoral ba, a lixeira, o batiputá entre outros.
II. Região da Mata. IV. Agreste: vegetação intermediaria entre a caatinga e a flo-
III. Agreste. resta.
IV. Sertão. V. Mata Serrana: nessa vegetação, encontram-se árvores altas,
( ) Uma depressão sertaneja que se estende do município de copas largas, troncos com grande diâmetro, folhas perenes, muitos
Patos até após a Serra da Viração. cipós, orquídeas e bromélias.
( ) Temos os tabuleiros que são formados por acúmulos de ter- VI. Caatinga: vegetação dominante, formada por xerófilas, cac-
ras que descem de lugares altos. táceas, caducifólias e aciculifoliadas. Os solos são profundos e are-
( ) É formada(o) pelas praias e terras arenosas. nosos.
( ) Depressão que fica entre os tabuleiros e o Planalto da Bor- Considerando V (verdadeiro) e F (falso), I, II, III, IV, V e VI são
borema. Apresenta muitas serras. respectivamente:
Assinale a ordem numérica correta de cima para baixo: (A) V, F, V, V, F, F.
(B) V, V, F, F, V, V.
(A) I, II, III e IV. (C) F, F, V, V, F, F.
(B) III, IV, I e II. (D) F, V, F, F, V, V.
(C) IV, II, I e III.
(D) II, III, I e IV.
Editora
73
a solução para o seu concurso!
GEOGRAFIA DA PARAÍBA
ANOTAÇÕES
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
Editora
74
74
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Editora
75
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que Freire de Sousa, em 22 de julho de 1766. Sua emancipação política
recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa. se deu em 10 de julho de 1854.
IV - Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele Campina Grande: Sua colonização teve início em 1697. O capi-
na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido a conquis- tão-mor Teodósio de Oliveira Ledo instalou na região um povoado.
tar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses. Bar- Os indígenas formaram uma aldeia. Em volta dessa aldeia surgiu
bosa desiste após perder um filho em combate. uma feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se en-
V - Expedição (1584): Este teve a presença de Flores Valdez, tão que as características comerciais de Campina Grande nasceram
Felipe de Moura e o insistente Frutuoso Barbosa, que conseguiram desde sua origem. Campina foi elevada à freguesia em 1769, sob a
finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Sua elevação à vila com
conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Felipe. o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril de 1790. Hoje,
Conquista da Paraíba Campina Grande é a maior cidade do interior do Nordeste.
Para as jornadas o Ouvidor Geral Martim Leitão formou uma São João do Cariri: Tendo sida povoada em meados do século
tropa constituída por brancos, índios, escravos e até religiosos. XVII pela enorme família Cariri que povoava o sítio São João, entre
Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, outros, esta cidade que atualmente não se destaca muito à nível es-
fugiram e foram aprisionados. Ao saber que eram índios Tabajaras, tadual foi elevada à vila em 22 de março de 1800. Sua emancipação
Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua luta era contra política é datada de 15 de novembro de 1831.
os Potiguaras (rivais dos Tabajaras). Após o incidente, Leitão procu- Pombal: No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Ledo rea-
rou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem outra lizou uma entrada através do rio Piranhas. Nesta venceu o confron-
traição, a rejeitaram. to com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia que inicialmente
Depois de um certo tempo Leitão e sua tropa finalmente che- recebeu o nome do rio (Piranhas). Devido ao sucesso da entrada
garam aos fortes (São Felipe e São Tiago), ambos em decadência e não demorou muito até que passaram a chamar o local de Nossa
miséria devido as intrigas entre espanhóis e portugueses. Com isso Senhora do Bom Sucesso, em homenagem a uma santa.
Martim Leitão nomeou outro português, conhecido como Castre- Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em home-
jon, para o cargo de Frutuoso Barbosa. A troca só fez piorar a situ- nagem à padroeira da cidade considerada uma relíquia história nos
ação. Ao saber que Castrejon havia abandonado, destruído o Forte dias atuais. Sob força de uma Carta Régia datada de 22 de junho de
e jogado toda a sua artilharia ao mar, Leitão o prendeu e o enviou 1766, o município passou a se chamar Pombal, em homenagem ao
de volta à Espanha. Quando ninguém esperava, os portugueses se famoso Marquês de Pombal. Foi elevada à vila em 3/4 de maio de
unem aos Tabajaras, fazendo com que os Potiguaras recuassem. 1772, data hoje considerada como sendo também a da criação do
Isto se deu no início de agosto de 1585. município.
A conquista da Paraíba se deu no final de tudo através da união Areia: Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi
de um português e um chefe indígena chamado Piragibe, palavra elevada à freguesia com o nome de Nossa Senhora da Conceição
que significa Braço de Peixe. pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815. Esta data é considerada
também como a de sua elevação à vila. Sua emancipação política
Fundação da Paraíba se deu em 18 de maio de 1846, pela lei de criação número 2. Hoje,
Martim Leitão trouxe pedreiros, carpinteiros, engenheiros e Areia se destaca como uma das principais cidades do interior da
outros para edificar a Cidade de Nossa Senhora das Neves. Com o Paraíba, principalmente por possuir um passado histórico muito
início das obras, Leitão foi a Baía da Traição expulsar o resto dos atraente.
franceses que permaneciam na Paraíba.
Leitão nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Paraí- Primeiros Capitães- Mores
ba foi a terceira cidade a ser fundada no Brasil e a última do século
XVI. João Tavares
João Tavares foi o primeiro capitão-mor, ao qual governou de
Primeiras Vilas da Paraíba na Época Colonial 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. João Tavares foi encarregado
pelo Ouvidor-Geral, Martim Leitão, de construir uma nova cidade.
Com a colonização foram surgindo vilas na Paraíba. A seguir Para edificação dessa cidade, vieram 25 cavaleiros, além de pe-
temos algumas informações sobre as primeiras vilas da Paraíba. dreiros e carpinteiros, entre outros trabalhadores do gênero. Che-
Pilar: O início de seu povoamento aconteceu no final do século garam também jesuítas e outras pessoas para residir na cidade.
XVI, quando fazendas de gado foram encontradas pelos holande- Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho, o d’El-Rei,
ses. Hoje uma cidade sem muito destaque na Paraíba, foi elevada à em Tibiri, e o forte de São Sebastião, construído por Martim Leitão
vila em 5 de janeiro de 1765. Pilar originou-se a partir da Missão do para a proteção do engenho.
Padre Martim Nantes naquela região. Pilar foi elevada à município Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios.
em 1985, quando o cultivo da cana-de-açúcar se tornou na principal Eles ainda fundaram um Centro de Catequese e em Passeio Geral
atividade da região. edificaram a capela de São Gonçalo.
Sousa: Hoje a sexta cidade mais populosa do Estado e dona O governo de João Tavares foi demasiadamente auxiliado por
de um dos mais importantes sítios arqueológicos do país (Vale dos Duarte Gomes da Silveira, natural de Olinda.
Dinossauros), Sousa era um povoado conhecido por “Jardim do Rio Silveira foi um senhor de engenho e uma grande figura da Ca-
do Peixe”. A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapi- pitania da Paraíba durante mais de 50 anos. Rico, ajudou financei-
damente o processo de povoamento e progresso do local. Em 1730,
já viviam aproximadamente no vale 1468 pessoas. Sousa foi elevada
à vila com o nome atual em homenagem ao seu benfeitor, Bento
Editora
76
76
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
ramente na ascensão da cidade. Em sua residência atualmente se jesuítas pela rivalidade com os franciscanos e expulsou-os da capi-
encontra o Colégio Nossa Senhora das Neves. tania.
Apesar de ter se esforçado muito para o progresso da capitania, Cento e quinze anos depois, os jesuítas voltaram à Paraíba fun-
João Tavares foi posto para fora em 1588, devido à política do Rei. dando um colégio onde ensinavam latim, filosofia e letras. Passado
algum tempo, fundaram um Seminário junto à igreja de Nossa Se-
Frutuoso Barbosa nhora da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim
Devido à grande insistência perante a corte e por defender Palácio do Governo.
alguns direitos, Frutuoso Barbosa foi, em 1588, nomeado o novo Em 1728, os jesuítas foram novamente expulsos. Em 1773, o
capitão-mor da Capitania da Paraíba, auxiliado por D. Pedro Cueva, Ouvidor-Geral passou aresidir no seminário onde moravam os jesu-
ao qual foi encarregado de controlar a parte militar da capitania. ítas, com a permissão do Papa Clementino XIV.
Neste mesmo período, chegaram alguns Frades Franciscanos,
que fundaram várias aldeias e por não serem tão rigorosos no en- Os Franciscanos
sino religioso como os Jesuítas, entraram em desentendimento Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram os padres francisca-
com estes últimos. Esse desentendimento prejudicou o governo de nos, com o objetivo de catequizar os índios.
Barbosa, pois aproveitando-se de alguns descuidos, os índios Po- O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo de fun-
tiguaras invadiram propriedades. Vieram em auxílio de Barbosa o dar o primeiro convento da capitania. Seu trabalho se concentrou
capitão-mor de Itamaracá, com João Tavares, Piragibe e seus índios. em várias aldeias, o que o tornou importante.
No caminho, João Tavares faleceu de um mal súbito. No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns desenten-
Quando o restante do grupo chegou à Paraíba, desalojou e dimentos, pois os franciscanos, assim como os jesuítas, não escra-
prendeu os Potiguaras. vizavam os índios. Ocorreu que depois de certo desentendimentos
Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses, Barbosa or- entre os franciscanos, Feliciano e o governador geral, Feliciano aca-
denou a construção de uma fortaleza em Cabedelo. bou se acomodando junto aos frades.
Piragibe iniciou a construção do forte com os Tabajaras, porém, A igreja e o convento dos franciscanos foram construídos em
devido a interferência dos Jesuítas, as obras foram concluídas pelos um sítio muito grande, onde atualmente se encontra a praça São
franciscanos e seus homens. Francisco.
Em homenagem a Felipe II, da Espanha, Barbosa mudou o
nome da cidade de Nossa Senhora das Neves para Felipéia de Nos- Os Beneditinos
sa Senhora das Neves. O superior geral dos beneditinos tinha interesse em fundar um
Devido às infinitas lutas entre o capitão Pedro Cueva e os Po- convento na Capitania da Paraíba. O governador da capitania re-
tiguaras e os desentendimentos com os Jesuítas, houve a saída da cebeu o abade e conversou com o mesmo sobre a tal fundação.
Cueva e a decisão de Barbosa de encerrar o seu governo, em 1591. Resolveu doar um sítio, que seria a ordem do superior geral dos
beneditinos.
André de Albuquerque Maranhão A condição imposta pelo governador era que o convento fosse
André de Albuquerque governou apenas por um ano. Nele, construído em até 2 anos. O mosteiro não foi construído em dois
expulsou os Potiguaras e realizou algumas fortificações. Entre elas, anos, mesmo assim, Feliciano manteve a doação do sítio.
a construção do Forte de Inhobin para defender alguns engenhos A igreja de São Bento se encontra atualmente na rua nove,
próximos a este rio. onde ainda há um cata-vento em lâmina, construído em 1753.
Ainda nesse governo os Potiguaras incendiaram o Forte de Ca-
bedelo. O governo de Albuquerque se finalizou em 1592. Os Missionários Carmelitas
Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henri-
Feliciano Coelho de Carvalho que, em 1580. Mas devido a um incidente na chegada que colheu
Em seu governo realizou combates na Capaoba, houve paz com os missionários para diferentes direções, a vinda dos carmelitas de-
os índios, expandiu estradas e expulsou os franciscanos. Terminou morou oito anos.
seu governo em 1600. Os carmelitas chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob
domínio espanhol. Os carmelitas chegaram, fundaram um convento
As Ordens Religiosas da Capitania da PB e Seus Mosteiros e iniciaram trabalhos missionários. A história dos carmelitas aqui é
incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram per-
Os Jesuítas didos nas invasões holandesas.
Os jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o convento depois da
Capitania da Paraíba, acompanhando todas as suas lutas de colo- revolução francesa, mas logo depois este foi demolido para servir
nização. de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda
Ao mando de Frutuoso Barbosa, os jesuítas se puseram a cons- Henriques. Pelos carmelitas foi fundada a Igreja do Carmo.
truir um colégio na Felipéia. Porém, devido a desavenças com os
franciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos
como os jesuítas, a ideia foi interrompida. Aproveitando esses de-
sentendimentos, o rei que andava descontente com os jesuítas pelo
fato de estes não permitirem a escravização dos índios, culpou os
Editora
77
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Na Paraíba haviam duas raças de índios, os Tupis e os Cariris Em 1578 o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, foi morto na
(também chamados de Tapuias). batalha de Alcácer-Quibir, na África, deixando o trono português
Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram ini- para seu tio, o cardeal D. Henrique, o qual devido à sua avançada
migos. idade acabou morrendo em 1579, sem deixar herdeiros. O Rei da
Na época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um Espanha, Felipe II, que se dizia primo dos reis portugueses, com a
grupo de aproximadamente 5 mil pessoas. Eles eram pacíficos e colaboração da nobreza portuguesa e do seu exército, conseguiu
ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeias de Alhanda e Taquara. em 1580 o trono português.
Já os Potiguaras eram mais numerosos que os Tabajaras e ocu- A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou
pavam uma pequena região entre o rio Grande do Norte e a Paraíba. os interesses holandeses, pois eles estavam travando uma luta con-
Esses índios locomoviam-se constantemente, deixando aldeias tra a Espanha pela sua independência e a Holanda era responsável
para trás e formando outras. Com esta constante locomoção os ín- pelo comércio do açúcar nas colônias portuguesas, o que lhes ga-
dios ocuparam áreas antes desabitadas. rantiam altos lucros. Dessa forma, rivais dos espanhóis, os holan-
Os índios Cariris se encontravam em maior número que os deses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que
Tupis e ocupavam uma área que se estendia desde o Planalto da lhes trouxe grande prejuízo.
Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernam- Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as co-
buco. lônias portuguesas, o governo e companhias privadas holandesas
Os Cariris eram índios que se diziam ter vindo de um grande formaram a Companhia das Índias Ocidentais, para invadir as co-
lago. Estudiosos acreditam que eles tenham vindo do Amazonas ou lônias.
da Lagoa Maracaibo, na Venezuela. A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624,
Os Cariris velhos, que teriam sido civilizados antes dos cariris em Salvador. O governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado,
novos, se dividiam em muitas tribos; sucuru, icós, ariu e pegas, e havia se preparado para o combate, porém com o atraso da esqua-
paiacú. Destas, os tapuias pegas ficaram conhecidos nas lutas con- drilha holandesa, os brasileiros não mais acreditavam na invasão
tra os bandeirantes. quando foram pegos de surpresa.
Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por
O nível de civilização do índio paraibano era considerável. Mui- Marcos Teixeira, as forças brasileiras mataram vários chefes bata-
tos sabiam ler e conheciam ofícios como a carpintaria. Esses índios vos, enfraquecendo as tropas holandesas. Em maio de 1625, eles
tratavam bem os jesuítas e os missionários que lhes davam atenção. foram expulsos da Bahia pela esquadra de D. Fradique de Toledo
A maioria dos índios estavam de passagem do período paleo- Osório.
lítico para o neolítico. A língua falada por eles era o tupi-guarani, Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por
utilizada também pelos colonos na comunicação com os índios. O Hendrikordoon, seguiram para Baía da Traição, onde desembarca-
tupiguarani mereceu até a criação de uma gramática, elaborada por ram e se fortificaram. Tropas paraibanas, pernambucanas e índios
Padre José de Anchieta. se uniram a mando do governador Antônio de Albuquerque e Fran-
Piragibe, que nos deu a paz na conquista da Paraíba; Tabira, cisco Carvalho para expulsar os holandeses. A derrota batava veio
que lutou contra os franceses e Poti, que lutou contra os holandeses em agosto de 1625.
e foi herói na batalha dos Guararapes, são exemplos de índios que Após esse conflito aos holandeses seguiram para Pernambuco,
se sobressaíram na Paraíba. onde o governador Matias de Albuquerque, objetivando deixá-los
Ainda hoje, encontram-se tribos indígenas Potiguaras localiza- sem suprimentos, incendiou os armazéns do porto e entrincheirou-
das na Baía da Traição, mas em apenas uma aldeia, a São Francisco, -se.
onde não há miscigenados, pois a tribo não aceita a presença de Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras
caboclos, termo que eles utilizavam para com as pessoas que não foram expulsos por Francisco Coelho. Percebe-se nesse período a
pertencem a tribo. grande defesa da terra.
O Cacique dessa aldeia chama-se Djalma Domingos, que tam- Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Ca-
bém é o prefeito do município de Baía da Traição. Aos poucos, a bedelo, foi reconstruída e guarnecida e a sua frente, na margem
aldeia vai se civilizando; um exemplo disso é um posto telefônico oposta do Rio Paraíba, foi construído o Forte de Santo Antônio.
implantado na mesma há um mês. Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callen-
Nessas aldeias existem cerca de 7.000 índios Potiguaras, que fels, 1600 batavos desembarcaram na Paraíba. Ocorreu um tiroteio,
mantém as culturas antigas. Eles possuem cerca de 1.800 alunos de os holandeses construíram uma trincheira em frente a fortaleza de
7 a 14 anos em primeiro grau menor. Santa Catarina, mas foram derrotados com a chegada de 600 ho-
No Brasil, só existem três tribos Potiguaras, sendo que no Nor- mens vindos de Felipéia de Nossa Senhora das Neves a mando do
deste a única é a da Baía da Traição. governador.
Em 19 de Abril eles comemoraram seu dia fazendo pinturas no Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma
corpo e reunindo as aldeias locais na aldeia S. Chico e realizaram trincheira em frente a fortaleza. Os holandeses tentam impedir,
danças, como o Toré.
A principal atividade econômica desses índios é a pesca e em
menor escala, a agricultura.
Editora
78
78
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
mas o forte resiste. Incapazes de vencer, os batavos se retiram para este teve por herança o governo do Maranhão, que teria a assesso-
Pernambuco. ria de duas pessoas escolhidas pelo povo. Antônio não gostou mui-
Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas to de seus auxiliares e os dispensou. Seguindo os assessores seu
Matias de Albuquerque, 200 índios e 3 companhias paraibanas os próprio caminho, Antônio de Albuquerque abandonou o governo
impediram de desembarcar. do Maranhão e casou-se em Lisboa, tendo desse casamento dois
Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo filhos.
Antônio, mas ao desembarcarem percebam a trincheira levantada Antônio voltou ao Brasil em 1627, com a nomeação de Capitão-
pelos paraibanos, fazendo com que eles desistissem da invasão e -Mor da Paraíba.
voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.
Após um tempo os holandeses resolvem tentar invadir a Pa- A Capitania da Paraíba na época da invasão holandesa
raíba novamente, pois ela representava uma porta para a invasão
batava em Pernambuco. Dessa forma, em 25 de novembro de 1634 Na época da invasão holandesa, a população era dividida em
partiu uma esquadra de 29 navios para a Paraíba. dois grupos: os homens livres (holandeses, portugueses e brasilei-
Aos quatro dias de dezembro de 1634, bem preparados os sol- ros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana). Durante
dados holandeses chegam ao Norte do Jaguaribe, onde desembar- muito tempo de domínio holandês no Brasil, não houve mistura de
caram e aprisionaram três brasileiros, entre eles o governador, que raças.
conseguiu fugir.
No dia seguinte o resto da tropa holandesa desembarcou apri- Política administrativa holandesa na Paraíba
sionando mais pessoas. No caminho por terra para Cabedelo os ba- Por uma década, a capitania da Paraíba teve como administra-
tavos receberam mais reforços. dores alguns governadores holandeses:
Antônio de Albuquerque Maranhão enviou à Paraíba tudo o Servais Carpentier: Também governou o Rio Grande do Norte,
que foi preciso para combater com os chefes holandeses na região e sua residência oficial foi no Convento São Francisco.
do forte. Enquanto isso, Callabar roubava as propriedades. Vieram Ippo Elyssens: Foi um administrador violento e desonesto. Apo-
reforços do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O capitão Fran- derou-se dos melhores engenhos da capitania.
cisco Peres Souto assumiu o comando da fortaleza de Cabedelo. Elias Herckmans: Governador holandês importante, que gover-
Apenas em 15 de novembro chegou à Paraíba o Conde Bag- nou por cinco anos.
nuolo, para auxiliar os paraibanos. Como os paraibanos já encontra- Sebastian Von Hogoveen: Governaria no lugar de Elias H., mas
vam-se em situação irremediável, resolveram entregar o Forte de morreu antes de assumir o cargo.
Cabedelo e logo em seguida o Forte de Santo Antônio. Daniel Aberti: Substituto do anterior.
O Conde de Bagnuolo foi para Pernambuco; Antônio de Albu- Gisberk de With:Foi o melhor governador holandês, pois era
querque e o resto da tropa, juntamente com o resto do povo, ten- honesto, trabalhador e humano.
tou fundar o Arraial do Engenho Velho. Paulo de Lince:Foi derrotado pelos “Libertadores da Insurrei-
Os holandeses chegaram com seus exércitos na Felipéia de ção”, e retirou-se para Cabedelo.
Nossa Senhora das Neves em 1634, e a encontraram vazia. Foram
então à procura de Antônio de Albuquerque no Engenho Velho, mas Conquista para o Interior da Paraíba
não o encontraram. Através de entradas, Missões de Catequese e bandeiras, o in-
O comandante das tropas holandesas entendeu-se com Duarte terior da Paraíba foi conquistado, principalmente após as invasões
Gomes, que procurou a Antônio de Albuquerque, que prendeu-o holandesas.
e mandou-o para o Arraial do Bom Jesus. Depois, os holandeses Os missionários pregavam o cristianismo nas suas Missões, al-
mandaram libertar Duarte Gomes. fabetizavam e ensinavam ofícios aos índios e construíam colégios
No Engenho Espírito Santo, os nossos guerreiros venceram os para os colonos.
invasores, que eram chefiados por André Vidal de Negreiros. Os missionários encontraram um planalto com uma campina
Os paraibanos continuavam com a ideia de querer expulsar os verde e um clima agradável. Um aldeamento de índios cariris que
holandeses. Buscaram forças para isso: arranjaram homens no En- se organizaram na região deram-lhe o nome de Campina Grande.
genho São João e contaram com o apoio de André V. de Negreiros. Entre os missionários, destacou-se o Padre Martim Nantes, cuja
Quando os holandeses descobriram, também se prepararam para o missão deu origem à vila de Pilar.
combate. Os paraibanos reuniram-se em Timbiri, e depois seguiram As Missões de Catequese foram as primeiras formas de con-
para o Engenho Santo André, onde foram atacados por Paulo Linge quista do interior da Paraíba. Após elas foram executadas bandeiras
e sua tropa. com a finalidade de capturar índios.
Após várias lutas, morreram oitenta holandeses e a Paraíba O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo foi o homem que
perdeu o capitão Francisco Leitão. comandou a primeira bandeira na Paraíba. Esta bandeira se deu
Os combatentes, que estavam recolhidos no engenho Santo através do Rio Paraíba e teve como destaque a fundação de um
André, continuaram com as provocações aos holandeses, tornando povoado chamado Boqueirão. Esta primeira bandeira, apesar de ter
assim complicada a situação de Pernambuco. sido tumultuada, foi bem-sucedida, uma vez que Teodósio aprisio-
A fortaleza de Pernambuco estavam entregue aos prisioneiros nou vários índios. Teodósio é tido como o grande responsável pela
soltos por Hautyn. Francisco Figueroa chegou para governar a capi-
tania por um determinado tempo. Em 1655, chegou João Fernan-
des Vieira para assumir a Capitania da Paraíba.
Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão com a ajuda
de seu filho Antônio de Albuquerque Maranhão. Em 1618, então
Editora
79
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
colonização do interior da Paraíba. Ele estabeleceu-se no interior e Pernambuco e Paraíba figuravam entre os pontos do Brasil onde a
trouxe famílias e índios para povoá-lo. ibirapitanga era mais encontrada.
Os passos de Teodósio foram seguidos pelo capitão-mor Luís A cana-de-açúcar, que foi a principal riqueza da Paraíba com os
Soares, que também se destacou por suas penetrações para o in- seus engenhos, veio do Cabo Verde. Foi plantada inicialmente na
terior. Capitania de Ilhéus.
Um homem chamado Elias Herckman procurou minas e chegou A cana não se aclimatou na Europa. Na idade média o açúcar
à Serra da Borborama. Sua atitude (a de procurar minas) foi seguida era um produto raro de preço exorbitante. Figurava em testamento
por Manuel Rodrigues. no meio das joias.
O fundador da Casa da Torre, Francisco Dias D’ávila, foi outro Isto provou bem a importância do açúcar, de que resultou o
bandeirante que se destacou na colonização da Paraíba. desenvolvimento e progresso das colônias brasileiras. Na primeira
Entre as várias tribos (caicós, icós, janduis, etc.) que se desta- década da fundação da Paraíba, já se encontravam dez engenhos
caram no conflito contra conquista do interior paraibano, os mais montados.
conhecidos são os sucurus, que habitavam Alagoas de Monteiro. Desde 1532 que entrava na capitania este produto armazenado
nos celeiros, nas feitorias de Iguarassú. Os franceses já traficavam
Análise política, econômica e social da capitânia nos séculos com o algodão. Entretanto a economia do “ouro branco” só se de-
XVII e XVIII senvolveu no século XVIII. Aqui na capitania o algodão teve uma
suma importância na balança da economia.
Análise Política Na Paraíba o rebanho de gado vacum também teve importân-
Na administração colonial do Brasil, foram configurados três cia econômica. Não foi ele somente utilizado como fonte de sub-
modalidades de estatutos políticos: o das capitanias hereditárias, o sistência entre nós. Entrou nos engenhos como impulsionador das
do governo geral e o do Vice-reino. moendas.
Na Paraíba, tivemos a criação da Capitania Real em 1574. Teve o gado a sua fase áurea durante a “idade do couro”, quan-
Em 1694, depois de mais de noventa anos de fundação, esta do tudo se fazia com o couro com fins comerciais; móveis, portas,
capitania se tornou independente. Entretanto, passados mais de baús, etc.
sessenta anos, a capitania da Paraíba foi anexada à de Pernambuco
em 1o de janeiro de 1756. O Tráfico de Escravos
Houve prejuízo nesta fusão para a capitania paraibana, além de No início da colonização, começaram a ser introduzidos no
prejudicar o Real Serviço, em virtude das complicações de ordem Brasil os escravos. A data é omissa, mas presume-se que tenham
General de Pernambuco, do governador da Paraíba e do Rio Grande vindo primeiro com Martim Afonso de Souza para a Capitania da
do Norte. São Vicente.
Por isto, em 1797, o governador da capitania, Fernando Casti- Na Paraíba, o empreendimento do comércio de negros iniciou-
lho dá um depoimento, descrevendo a situação da Capitania Real -se logo após o Decreto Real de 1559, da Regente Catarina permitin-
da Paraíba à Rainha de Portugal. Em 11 de janeiro de 1799, pela do aos engenhos comprar cada um doze (12) escravos.
Carta Régia, a Capitania da Paraíba separou-se da de Pernambuco. O escravo era mercadoria cara. Seu valor médio oscilava entre
O interior da capitania foi devastado por bandeirantes, que pe- 20 e 30 libras esterlinas.
netravam até o Piauí. Entretanto a conquista do Sertão foi realizada
pela família Oliveira Ledo. Análise Social; Igrejas
Outro fato político foram as constantes invasões de franceses a Duarte Coelho Pereira fundou uma nova Lusitânia, composta
mando da própria coroa francesa. apenas por nobres. Alguns nobres de Pernambuco se refugiaram
A invasão holandesa e a Guerra dos Mascates, em que a Para- para a Paraíba, antes que ocorresse alguma invasão holandesa. Ao
íba esteve sempre presente com heroísmo de seus filhos, tiveram
a sua consequência política, uma vez que estimulou o sentimento
nacionalista dos paraibanos.
Análise Econômica
Na época colonial, a Paraíba ofereceu no aspecto econômico
um traço digno de registro. Entre os principais produtos e fontes de
riqueza, destacavam-se o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o algodão e
o comércio de negros.
O pau-brasil, proveniente da Ásia, era conhecido como ibira-
pitanga pelos índios. O seu valor como matéria prima de tinturaria
foi atestado na Europa e na Ásia. Daí a sua importância econômica.
Editora
80
80
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
chegarem, fizeram seus engenhos, onde viviam com muito luxo, Manoel Arruda, que começou a pesquisar a fauna e a flora nordes-
desfrutando de tudo. tina.
Ocorre que nem toda a população vivia tão bem como a no- Todas estas ideias liberais provocaram um surto revolucionário,
breza, uma vez que haviam mulheres e moças analfabetas, que só no qual podemos citar as revoluções de 1817, 1824 e 1848, todas
faziam os afazeres domésticos. com tendências republicanas, federalistas e democráticas.
Havia também outras classes sociais, compostas por comer-
ciantes e aventureiros, que enriqueciam rapidamente, faziam parte Revolução de 1817: Este movimento de caráter republicano e
da burguesia, querendo chegar a fazer parte da nobreza. separatista, surgiu na Província de Pernambuco e logo se espalhou
Os integrantes da máquina administrativa constituíam outra pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
classe. Eles eram considerados os homens bons, viviam uniformi- Influenciados pela Revolução Francesa e polo exemplo de Re-
zados. pública norte-americano, os revoltosos queriam emancipar o Brasil.
O fator mais importante para a sociedade foi a Igreja, devido à Quando a revolta estourou os revoltosos instalaram um governo
sua maneira de catequizar o povo. provisório republicano. Porém o Governo Geral não perdeu tem-
As principais igrejas que acompanharam a Paraíba no tempo po. Quatro meses depois os líderes da revolta foram condenados à
colonial foram: morte e a revolução contida.
A matriz de Nossa Senhora das Neves Como líderes da revolução podemos citar Domingos José da
Igreja da Misericórdia Silva (comerciante) e os paraibanos militares Peregrino de Carvalho
Igreja das Mercês e Amaro Gomes.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Capela de Nossa Senhora da Mãe dos Homens Igreja do Bom A Paraíba e a Independência do Brasil[ Guia Geográfico Paraíba.
Jesus dos Martírios. http://www.brasil-turismo.com/paraiba/historia.htm> ]
Revoltas em que a PB Participou Em 1821, com o Brasil sob o regime de Monarquia Parlamentar
Portuguesa, comandado pelas Cortes Constituintes de Lisboa, a Pa-
Guerra dos Mascates: A Guerra dos Mascates foi uma guerra raíba elegeu uma Junta Provisória de Governo, em 25 de outubro,
civil, ocorrida em Pernambuco, no século XVIII, mais propriamen- presidida pelo português João de Araújo da Cruz. Em 18 de julho de
te em Olinda, sede do governo pernambucano na época. Ocorreu 1822, o Padre Galdino da Costa Vilar assumiu a presidência da Junta
que houve indignação contra a elevação de Recife à categoria de de Governo.
vila, a pedido da população de Recife, composta por comerciantes Em 8 de outubro de 1822, os paraibanos declararam-se des-
portugueses chamados Mascates que aspiravam por uma maior au- ligados de Portugal e, em 28 de novembro, aclamaram o Príncipe
tonomia. Nesta época a economia nordestina entrava em declínio, Regente.
pois os preços do açúcar estavam baixando no mercado mundial e A opção dos paraibanos pelo governo central do Rio de Janeiro
haviam descoberto as Minas Gerais. Muitos senhores de engenho não foi sem resistência. Como exemplo, o Tenente Coronel de Ca-
deviam dinheiro aos mascates. Em 1707 o povoado de Recife foi valaria Antonio José Gomes Loureiro, não aderiu à causa da Inde-
elevado a vila, o que provocou revolta em Olinda. Alguns olinden- pendência e foi expulso de seu posto na Paraíba. Loureiro foi para
ses ocuparam Recife e elegeram um novo governador a seu favor; Salvador e queria embarcar para Portugal, mas foi proibido pelo
Olinda ocupou Recife por três meses. General Madeira. Conseguiu embarcar, como passageiro, na escuna
João da Mata, um mascate, adquiriu o apoio do governador mercante Marianna, mas foi capturado, em Caravelas, pelas tropas
da Paraíba, João da Maia Gama, para desforrar-se dos senhores de brasileiras e cinco tripulantes da Escuna foram mortos no embate.
engenho. Desta forma os mascates aprisionaram o governador per-
nambucano. Após este fato entrou um novo governador no poder Revolução Praieira: Esta revolta durou apenas cinco meses e
(Félix José Machado de Mendonça), que a princípio foi imparcial, ocorreu na província de Pernambuco entre 1848/49. Ela foi influen-
mas que em seguida ficou ao lado dos mascates, os quais saíram ciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta
vencedores desse conflito. consiste não apenas em um movimento de protesto contra a políti-
ca Imperial, mas num movimento social que pretendia estabelecer
Revoluções Liberais: A passagem do século XVIII para o XIX foi reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, pode-
marcada pelo surgimento de ideias revolucionárias. No mundo sur- mos citar:
gia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que A divisão dos latifúndios;
procurava descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos A liberdade de imprensa; democracia; fim da importação de
mais degradantes e cruéis da sociedade. Na Paraíba as ideias re- indústrias têxteis; fim do domínio português sobre o comércio de
volucionárias foram estimuladas pela maçonaria. O mundo todo se Recife; fim da oligarquia política, entre outros.
baseava no ponto de vista científico. Temos como exemplo o padre Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores
(grandes latifundiários e comerciantes portugueses). O principal
jornal liberal em Recife tinha sua localização na Rua da Praia. Por
causa disto, os liberais ficaram conhecidos como praieiros.
A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conser-
vadores de Olinda, ao sétimo dia do mês de novembro de 1848. Em
1849 os revoltosos atacaram Recife, mas fracassaram. Depois de ter
sido derrotado pelas tropas do Brigadeiro Coelho, em Pernambuco,
Borges da Fonseca continuou a lutar na Paraíba. Outros líderes fo-
Editora
81
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
ram torturados ou assassinados. Este foi o último movimento revo- ficou aquartelada na Fortaleza de Santa Catarina. Faziam parte do
lucionário do Império. efetivo da Força Policial, os Capitães
José Francisco de Atayde Melo, Frederico do Carmo Cabral e
Confederação do Equador: Esta revolta surgiu com a atitude José Silva Neves, além dos Tenentes Francisco
autoritária de D. Pedro I, o qual dissolveu a Assembleia Constituin- Gomes Monteiro, Pedro César Paes Barreto e Joaquim Ferreira
te. Esta situação agravou-se quando D. Pedro I quis substituir Mano- Soares. Depois das batalhas, o Capitão Frederico foi condecorado
el Pais de Andrade, governador da província, ex-revolucionário, que com medalha de honra, o que revela que o contingente da Força
gozava de grande popularidade entre os pernambucanos, por um Policial teve papel destacado na guerra, de onde só retornou após
apadrinhado seu (Francisco Reis Barreto). Desta forma, as câmaras sua conclusão.
municipais de Olinda e Recife se declararam contrárias ao governo Para substituir a Força Policial durante esse período foi criada
de Barreto. uma Força Policial Provisória, que foi extinta em 1870, quando a
Em 2 de julho de 1824, Pais de Andrade se empenhou na revol- tropa retornou do Paraguai.
ta, pedindo apoio às outras províncias nordestinas. Seu objetivo era
reunir as províncias do Nordeste em uma república, denominada de Ronco da Abelha: Em 1850, o Brasil passou a adotar o registro
Confederação do Equador. de nascimento e de óbito, através da lei 586 de 6 de setembro da-
Foram mandados emissários às províncias da Paraíba, Rio quele ano. A população interiorana não foi bem informada dessas
Grande do Norte e Ceará. Porém a repressão sobre esta revolta foi exigências e passou a interpretar que o governo estava levantando
intensa. D. Pedro I enviou navios de guerra para derrotá-la. Após a dados para escravizar o povo. Por conta disso, no interior da Para-
derrota das tropas republicanas de Pernambuco, as outras provín- íba, ocorreu em 1852, começando pela Vila de Ingá, uma revolta
cias se enfraqueceram e foram derrotadas. que ficou conhecida como O Ronco da Abelha. Centenas de pessoas
Seus líderes foram todos executados, entre eles Frei Caneca, invadiam os cartórios, queimavam todos os papéis, quebravam os
que morreu fuzilado, pois ninguém tinha coragem de enforcá-lo. móveis e ameaçavam os moradores. A revolta se espalhou por vá-
rias outras Vilas no brejo paraibano. Todo efetivo da Força Policial
Revolta dos Quebra-Quilos[ LIMA, J. B. História da PMPB. sediado na Capital foi deslocado para o interior a fim de serenar os
http://www.pm.pb.gov.br/arquivos/historia_da_pmpb.pdf>]: Em ânimos. Depois de cerca de três meses de intensa atividade, a Força
1874, a Força Policial da Paraíba teve importante participação em Policial pacificou o movimento.
um acontecimento histórico. Foi a pacificação do movimento que
ficou conhecido como a Revolta de Quebra Quilo. Nesse período Coluna Prestes: Foi um movimento iniciado por alguns polí-
havia no seio da população interiorana da Paraíba, um sentimento ticos que estavam descontentes com o governo do presidente do
de revolta com recentes acontecimentos religiosos envolvendo o Rio Grande do Sul, e velhos participantes da Revolta Federalista de
Estado, a igreja e seguimentos maçônicos, que resultaram na pri- 1893. Seus principais líderes foram: Luís Carlos Prestes, Miguel Cos-
são de um Bispo em Pernambuco. Ainda nessa época, o Brasil pas- ta e Juarez Távola.
sou a adotar o sistema métrico decimal, o alistamento militar e, na Os integrantes da Coluna, apesar de todas as dificuldades, con-
Paraíba, começava-se a cobrar o imposto de Chão, para permitir a seguiram romper as barreiras do sul.
prática de comércio nas feiras-livres. Essas medidas não eram bem Ao final, a Coluna se retirou para a Bolívia, o Paraguai e a Ar-
explicadas à população. A soma desses fatos provocou o movimen- gentina.
to que ficou conhecido como a revolução de quebra-quilo. Cente-
nas de pessoas, como na revolta do Ronco da Abelha, invadiam as O Movimento de Princesa
Vilas, quebravam os pesos e outras medidas, queimavam arquivos, Em 1930, um grupo armado, sediado na cidade de Princesa,
soltavam presos, e gritavam “morte aos maçons”. Esses fatos ocor- no alto sertão paraibano, chefiado pelo Deputado Estadual José Pe-
reram em Ingá, Fagundes, Areia, Campina Grande, Guarabira e ou- reira, tentou conturbar a ordem pública no interior do Estado. Os
tras cidades do brejo paraibano. Todo efetivo da Força Policial, sob objetivos do movimento, como os dos rebeldes de Monteiro em
o Comando do Tenente Coronel Francisco Antônio Aranha Chacon, 1912, era provocar uma intervenção federal na Paraíba. A conse-
foi deslocado no dia 18 de novembro de 1874 para pacificar o mo- quência imediata seria a deposição do Presidente João Pessoa, que
vimento. Depois de muitos confrontos, que duraram cerca de dois havia rompido relações políticas com Washington Luiz, depois dos
meses, sem registros de mortes, a revolta foi pacificada e o contin- acontecimentos que resultaram no famoso “NEGO”.
gente Policial retornou a Capital. Mas uma vez a Força Pública foi acionada, e um grande efetivo
foi mobilizado para enfrentar os rebeldes sertanejos, que recebiam
A Guerra do Paraguai ajuda do Governo Federal. Foram mais de quatro meses de violen-
Outro acontecimento histórico de grande repercussão nacional tos combates, em que foram registradas muitas mortes de ambos
que a Força Policial da Paraíba participou foi a Guerra do Paraguai. os lados. Foi criado um Batalhão Provisório, na Força Pública, só
Depois de declarada a guerra, o Império convocou toda a Tropas para reforçar o contingente empregado na luta.
de Primeira Linha existentes nas Províncias. Da Paraíba seguiram Os acontecimentos mais marcantes desses confrontos foram; O
também para o Rio de Janeiro, onde se incorporaram às forças im- desastre da Água Branca, em que cerca de duzentos policiais foram
periais, contingentes da Guarda Nacional e Corpos de Voluntários. mortos em uma emboscada; a tomada, pela Polícia, das cidades de
Todo efetivo da Força Policial, totalizando 210 homens, sob o Co- Teixeira, Imaculada e Tavares, que haviam sido ocupadas pelos gru-
mando do Maj José Vicente Monteiro da Franca, embarcou para a pos liderados por José Pereira e o cerco de Tavares, que se achava
Capital do Império, no dia 23 de junho de 1865, saindo de Cabedelo
no Vapor Paraná. Enquanto aguardava o embarque, a Força Policial
Editora
82
82
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
ocupada pela Polícia e foi cercada por grupos de cangaceiros, du- Elias Fernandes restaurou a ordem, garantiu a posse de Prefeitos, e
rante 18 dias. o funcionamento da justiça.
Princesa foi cercada e a intervenção pretendida por José Perei- Serenados os ânimos, os comandados de Cel Elias Fernandes
ra não foi alcançada. permaneceram em Natal até o final daquele ano, sendo alvo de
Muito foram os Policiais que se destacaram nessas lutas. Entre muitas homenagens do povo potiguar em sinal de gratidão pela
eles podemos citar; Ten Cel Elísio Sobreira, honrosa forma como auxiliaram a debelar aquele movimento.
Comandante Geral na época, Capitão Irineu Rangel, Coman-
dante do contingente empregado na luta, Capitão João Costa, Ten A Paraíba na Segunda Guerra Mundial
José Maurício, Ten Elias Fernandes, Ten Manuel Benício, Aspirante A participação paraibana na Segunda Guerra Mundial ficou res-
Ademar Naziazene, Sgt Severino Bernardo e Sgt Manuel Ramalho. trita ao alistamento de soltados locais e ao patrulhamento militar
no litoral paraibano.
A Revolução Paulista
Em busca da redemocratização do país, ou objetivando recon- Governadores da Paraíba após a revolução de 1930
quistar espaços políticos perdidos desde a revolução de 1930, li- - Álvaro Pereira de Carvalho (ficou no poder até 4 de outubro
derança políticas e militares de São Paulo, inclusive integrantes da de 1930)[ Leandro Lima Lira. História da Paraíba: 4.2. Governado-
Força Pública daquele Estado, articularam um movimento armado res da Paraíba após a Revolução de 1930. Also Sobre. https://www.
em 1932, tentando depor o Governo Federal. A História registrou algosobre.com.br/historia/historia-da-paraiba-4.2.-governadores-
esses acontecimentos como a Revolução Constitucionalista -da-paraiba-apos-a-revolucao-de-1930.html];
Para debelar esse movimento, Getúlio Vargas, que governava o - José Américo de Almeida (04/10/1931-09/10/1930);
país, convocou tropas federais, e efetivos das Polícias Militares de - Antenor de França Navarro (10/11/1930-1931);
todo Brasil. - Gratuliano da Costa Brito (1932);
Da Paraíba, seguiram, de imediato, para participar das lutas, - José Marquês da Silva Mariz (1934);
duas Companhias do 1º Batalhão, e um Batalhão Provisório. Pos- - Argemiro de Figueiredo (1935);
teriormente, foram enviados mais três Batalhões Provisórios, que - Ruy Carneiro (1940-1945);
não chegaram a participar dos confrontos. Esses Batalhões eram - Samuel Duarte (1945);
formados por voluntários e os Oficiais eram civis comissionados, es- - Odon Bezerra Cavalcanti (1946);
colhidos entre integrantes de famílias tradicionais do Estado. O 2º - José Gomes da Silva (1946-1947);
Batalhão Provisório foi recrutado em Campina Grande. - Oswaldo Trigueiro (1947-1950);
O efetivo do 1º Batalhão, que participou dessa luta, foi co- - José Targino (1950-1951);
mandado pelo Capitão do Exército Aristóteles da Souza Dantas, e, - José Américo de Almeida (1951-1953, 1954-1956);
partindo do Estado de Minas Gerais, combateu na chamada frente - João Fernandes de Lima (1953-1954);
norte de São Paulo integrando uma Coluna formada por Batalhões - Flávio Ribeiro Coutinho (1956-1958);
de outras Polícias e do Exército, sob o Comando do então Coronel - José Fernandes de Lima (1960-1961);
Eurico Gaspar Dutra. O 1º Batalhão Provisório, sob o Comando do - Pedro Moreno Godim (1958-1960 e depois 1961-1966);
Maj Guilerme Falcone, participou de combates na frente sul daque- - João Agripino Filho (1966-1971);
le Estado, entrando através do Paraná, compondo outra Coluna, co- - Ernani Sátyro (1971-1975);
mandada pelo General Walddomiro Lima. - Ivan Bichara Sobreira (1975-1979);
O contingente da Paraíba teve destacadas participações em - Dorgival Terceiro Neto (1979);
combates ocorridos na cidade de Capão Bonito, Buri, e Itapetinga, - Tarcísio Burity (1979-1982);
na frente sul e em Lindóia, Monte Sião, Campinas e Itapira, na fren- - Clóvis Bezerra (1982-1983);
te norte. Em diversas oportunidades, os combates foram decididos - Wilson Braga (1983-1986);
em lutas de corpo a corpo, e com uso de arma branca, onde preva- - Riveldo Bezerra Cavalcante (1986);
leceram a destreza e a coragem pessoal dos paraibanos. - Milton Cabral (1986-1987);
- Tarcísio Burity (1987-1991);
Combates à Intentona Comunista - Ronaldo Cunha Lima (1991-1994);
Em novembro de 1935 ocorreu, em Natal, Recife e Rio de Ja- - Cícero Lucena (1994-1995);
neiro, uma tentativa de implantação de um Governo Comunis- - Antônio Mariz (1995);
ta. Grupos orientados por Carlos Prestes e com a participação de - José Maranhão (1995 - 1999);
simpatizantes militares, tomaram o Quartel do Exército em Natal e - José Maranhão (1999 - 2002) ;
pretendiam depor o Governo do Rio Grande do Norte, instituindo - Cássio Cunha Lima (2003 -2006).
uma Junta Governativa. Houve luta entre os rebelados e a Polícia - Cássio Cunha Lima (2006 - 2010).
daquele Estado. - Ricardo Coutinho (2010 - 2014).
Informado da situação, o Governador da Paraíba, Argemiro de - Ricardo Coutinho (2014 - 2018).
Figueredo, enviou a Natal, para auxiliar as forças legalistas, um Ba- - João Azevêdo (2018 - ).
talhão Policial, sob o Comando do Ten Cel Elias Fernandes. Ainda no
percurso de João Pessoa a Natal, a Polícia paraibana prendeu vários
integrantes da Junta Governativa e apreendeu farto material que
eles haviam saqueado em diversas cidades. Em várias cidades, onde
as autoridades constituídas haviam fugido, temendo o movimento,
Editora
83
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
A Paraíba e as Ligas Camponesas[ ARAÚJO. G. P. B. Ligas Campone- nos âmbito agrário e social. Tais alterações agravaram os conflitos
sas: Formação, luta e enfraquecimento. Instituto Federal de Ciência e já existentes entre campenses e latifundiários: melhores condições
Tecnologia da Paraíba. de trabalho e a reforma agrária, sob o lema: “reforma agrária, na lei
http://connepi.ifal.edu.br/ocs/index.php/connepi/CONNEPI2010/pa- ou na marra.”
per/viewFile/1808/1067> ] Esse processo contraiu aspecto próprio na resistência do cam-
pesinato por meio da criação das Ligas Camponesas, importante
A formação do campesinato brasileiro movimento social, que trouxe inúmeros benefícios sociais para os
O termo camponês era geralmente empregado na Europa para camponeses até então às margens dos direitos trabalhistas e sin-
indicar a comunidade rural que se dedicava à exploração agrícola. dicais.
De acordo com Andrade (1989), os trabalhadores rurais brasileiros Com a intenção de prestar assistência social e jurídica aos as-
passaram-se a ser chamados de camponeses, só a partir de meados sociados é que João Pedro Teixeira, Pedro fazendeiro, Nego Fubá
do século XX. Foi a partir de então, que passaram a se organizar em e outros camponeses criam, em fevereiro de 1958, a Associação
associações e a reivindicar por direitos perante os proprietários das dos Lavradores e Trabalhadores Agrícola de Sapé - PB, embrião da
terras, os latifundiários. Liga Camponesa daquela cidade. Segundo Silva (2009) em pouco
A formação do campesinato brasileiro se deu, segundo STEDILE tempo, a associação, “deixa de ser um movimento apenas assisten-
(2005) por um grupo de pessoas pobres que se estabeleciam em cialista às pequenas causas locais dos camponeses, para tornar-se
terras não juridicamente apropriadas, ou terras apropriadas, mas um movimento de atuação e de possíveis mudanças em esfera mais
com o consentimento do proprietário, para o desenvolvimento de representativa e influente” como instrumento de protesto contra o
culturas alimentícias para o seu próprio sustento, deu-se vagarosa- cambão, o foro, o barracão, a falta de direitos trabalhistas e, pela
mente, desde o tempo da colonização. reforma agrária,
Com a abolição da escravidão a massa formada por pobres As Ligas Camponesas ganharam destaque, entre os levantes
foi fermentada com a inclusão dos ex escravos. Por não possuírem populares do campo, através das estratégias de luta e pela multipli-
bens e terras tornaram-se moradores das fazendas e engenhos, cação de focos de conflito utilizada contra a ordem, sendo essa uma
principalmente na região Nordeste. das razões para a repressão do movimento por parte dos grandes
Após séculos de exploração e injustiças, o homem do campo, latifundiários e também, do poder público.
camponês, atrelado ao grande latifúndio inicia um movimento de No estado da Paraíba foram cerca de quinze mil associados.
contestação da situação na qual viviam e passam a reivindicar me- Segundo BANDEIRA, SILVEIRA e MIELE (1997) a população de Sapé
lhorias que eram fundamentais para a sua permanência no campo. na década de 50 era de 37.918 pessoas e no final dessa década já
contava com aproximadamente dez mil filiados.
As Ligas Camponesas sob um Panorama Geral Para conseguirem se organizar e, tendo em vista a perseguição
De acordo com ANDRADE (1989) o movimento dos campone- sofrida pelo movimento, lançava mão de táticas de luta e mobiliza-
ses no Brasil como uma organização com o caráter de reivindicar ção como a “infiltração”. De acordo com CALADO et al. (2007) os mi-
melhores condições de vida e trabalho iniciou-se tardiamente. litantes das Ligas vestiam-se de “vendedores de doce” e, passando
Por estarem ligados ao grande latifúndio, os partidos políticos percebidos pelos capangas dos proprietários, convidavam os cam-
brasileiros não legislavam sobre os direitos do camponês. O pri- poneses para tomar parte das reuniões, e a se associarem às Ligas.
meiro a abraçar a causa dos camponeses foi o Partido Comunista Outra tática bastante utilizada pelos integrantes das Ligas Cam-
Brasileiro. ponesas eram os chamados chocalhos, aonde quem era contra as
O PCB foi o responsável pela criação das primeiras Ligas cam- Ligas, os proprietários, os capatazes, eram “chocalhados” e trazidos
ponesas com o objetivo principal de organizar as massas dos traba- para a marcha devendo gritar em vivas: “Viva às Ligas Campone-
lhadores rurais para protestar contra os grandes proprietários de sas!” (CALADO et al, 2007).
terras, os latifundiários. Tal organização iniciou-se ainda nos anos Entre as estratégia de luta utilizada pelos camponeses uma das
de 1940. mais recorrentes era a ocupação de propriedades. Ocupavam as fa-
Porém, o cenário político-social ideal para a expansão e con- zendas em prol do trabalhador e permaneciam no local até quando
solidação das mesmas só ocorreu entre os anos de 1950 e 1960, o problema fosse solucionado.
sendo mais forte na região Nordeste do Brasil. Em seu processo de luta, o movimento camponês angariou a
Foi nessas décadas que foi construída a emergência da luta do eliminação do cambão, do foro, e fez com que os trabalhadores do
homem do campo. Em 1962, o movimento propriamente campo- campo que foram expulsos injustamente de suas terras pudessem
nês estava sob orientação das Ligas Camponesas. Neste mesmo permanecer nelas ou recebessem uma indenização dos latifundiá-
ano, o advogado e político pernambucano, Francisco Julião, assume rios.
um papel fundamental como representante da causa relacionadas
às Ligas e ao homem do campo. (VANDECK, 2001). O Enfraquecimento das Ligas Camponesas
As autoridades competentes temiam que as Ligas colocassem Devido à forte influência exercida pelos latifundiários no ce-
em questão a ordem e o controle do Estado. Num curto espaço de nário político nacional e paraibano as Ligas Camponesas passaram
tempo essa organização já estava presente em dezenas de municí- ser reprimidas, seus líderes perseguidos e mortos, enfraquecendo e
pios, inclusive em Sapé, zona da Mata paraibana. desarticulando o movimento.
No estado da Paraíba a Liga Camponesa paraibana sofreu um
As Ligas Camponesas na Paraíba duríssimo golpe. No dia 02 de abril de 1962, um dos seus princi-
Com a modernização e com a penetração de capital no setor pais líderes, João Pedro Teixeira, presidente da Liga Camponesa, foi
canavieiro paraibano as relações de produção dentro do sistema la- assassinado a mando de um usineiro local. Outro líder igualmente
tifundiário foram modificadas. Ocorreram alterações significativas
Editora
84
84
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
assassinado foi o camponês Pedro Inácio de Araújo, o Pedro fazen- micos, percebe-se que está ocorrendo uma redução no número de
deiro. pessoas ocupando o setor primário paraibano, o que confirma a
De acordo com BANDEIRA, SIVEIRA e MIELE (1997) Elizabeth saída da população do campo. Enquanto isso, nas cidades, o setor
Teixeira, viúva de João Pedro Teixeira, também foi perseguida pelas terciário está sofrendo aumento gradativo, ao receber a população
forças repressoras tendo que abandonar o Estado da Paraíba e se proveniente do setor primário.
refugiar no Estado do Rio Grande do Norte, sendo obrigada a ocul- A debilidade da indústria no Estado mostrou uma redução nos
tar a sua real identidade. percentuais da população pertencente ao setor secundário entre
O receio de que o Brasil se tornasse um país socialista fez com as décadas de 70 e 80. A indústria, em 1995, teve uma crescimento
que no golpe militar em 1º de Abril de 1964 muitos líderes campo- de 7,7% e sua produção de 2,6%, que por pouco não se nivelou ao
neses fossem presos, fugissem ou fossem colocados na clandesti- crescimento líquido demográfico.
nidade. Apesar da população paraibana continuar participando cada
Com as ausências de seus principais líderes, a Liga paraibana foi vez menos do setor primário, este ainda representa a base da eco-
sendo enfraquecida e aos poucos desarticulada. nomia do Estado. Os principais produtos agrícolas paraibanos são:
Abacaxi: Sobre o qual a Paraíba se destaca como o maior pro-
Paraíba Atual dutor, tendo grande importância para a exportação. O abacaxi é cul-
tivado em Sapé, Mari e Mamanguape.
Aspectos Políticos: Sisal: Nos anos 50 e 60 foi o principal produto agrícola paraiba-
Por toda parte, dentro da Paraíba, existem análogos problemas no. Hoje ocupa o terceiro lugar na exportação estadual.
de seca, condições sociais e similares. As razões de existência dos Cana-de-açúcar: Possui grande importância econômica, pois
“chefes políticos” não diferem muito entre si, pelo menos quando dela se fabrica o álcool usado como combustível. As principais áreas
se toma a situação como um todo. Os fenômenos de independên- de cultivo são os vales, os tabuleiros e o litoral.
cia constatados na Paraíba correspondem à existência de aglomera- Algodão: Na região sertaneja, ocupa lugar de destaque. Essa
ções relativamente pequenas. cultura já representou o principal produto agrícola paraibano.
O problema das cidades ganha relevo na análise política. A Mandioca, milho e feijão: São culturas de subsistência.
síntese dos diferentes elementos, que são as cidades e campo, os Na produção animal, destacamos os rebanhos:
“chefes políticos” e os eleitores, afasta-se ainda mais do esquema Bovino: Sua produção se destina basicamente a alimentação
traçado para a Paraíba. Neste Estado, os partidos políticos são con- local. Localiza-se mais intensamente no Agreste e no Sertão.
sequência de uma certa situação de fato, histórica e contingente. Suíno: Com a melhoria das técnicas de criação, o rebanho vem
Os principais órgãos públicos que auxiliam o governo são: apresentando um crescimento. Localiza-se no Cariri e no Sertão.
Telpa: Telecomunicações da Paraíba, responsável pelos servi- Caprinos e Ouvinos: Fornece carne e leite. Localiza-se nos Ca-
ços telefônicos; riris e no Sertão.
Paraiban: Banco do Estado da Paraíba S/A. Foi fechado pelo Equinos, Asininos e Muares: Destinados ao transporte.
Banco central e reaberto no governo de Ronaldo Cunha Lima; Percebe-se que a pecuária é praticada de forma extensiva na
Cagepa: Companhia de Água e Esgoto da Paraíba; Paraíba.
Ceasa: Centrais de Abastecimento Sociedade Anônima, respon-
sável pelo abastecimento agrícola; Aspectos Sociais
Saelpa: Sociedade Anônima de Eletrificação da Paraíba, res- Nosso povo (brasileiro) surgiu na mistura das raças branca, ne-
ponsável pelo abastecimento de energia elétrica no Estado, com gra e índia. Esta última já habitava a região.
exceção de Campina Grande, onde o serviço é prestado pela Celb; A população da Paraíba é essencialmente mestiça, o que resul-
Ipep: Instituto de Previdência do Estado da Paraíba, responsá- ta da união de três etnias: a mulata, a cabocla e a cafuza.
vel pela assistência médica, benefícios e aposentadorias dos traba-
lhadores estaduais; Patrimônio histórico e cultural da Paraíba.
Cehap: Companhia Estadual de Habilitação Popular, responsá-
vel pela habilitação das pessoas mais pobres; Iphan – Paraíba[ IPHAN PARAÍBA. http://portal.iphan.gov.br/
Pbtran: Batalhão da Polícia de Trânsito; pagina/detalhes/326> ]
ECT: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A atuação do Iphan na Paraíba data de 1938, com os primeiros
Para coordenar as atividades comerciais, agrícolas, sociais e tombamentos de edificações da arquitetura religiosa e militar, como
políticas, a fim de melhorar as condições de vida da população, o a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, e a Atalaia do Forte Ve-
poder é dividido em três: lho, em Santa Rita, ambas do século XVI; os conventos franciscano
Poder Legislativo: Exercido pelos deputados estaduais, eleitos e carmelita de João Pessoa; a Capela Nossa Senhora da Guia, em
pelo povo como seus representantes, durante um período de 4 Lucena. A Superintendência do Iphan na Paraíba é de 2004. Mas já
anos. foi a 20ª Superintendência Regional, e esteve vinculada também à
Poder Judiciário: Exercido pelo Tribunal de Justiça, por meio 5ª Regional.
dos desembargadores e juízes. A Paraíba possui bens tombados em nove municípios: Areia,
Poder Executivo: Exercido pelo governador do Estado, que atua Aparecida, Cabedelo, Cruz do Espírito Santo, João Pessoa, Ingá, Lu-
por 4 anos. cena, Pilar e Santa Rita. Nos últimos anos, o Iphan tem realizado
ações sistemáticas de conservação e restauração desses conjuntos.
Aspectos Econômicos
Sob o ponto de vista econômico, considerando a P.E.A. (popu-
lação economicamente ativa) correspondente aos setores econô-
Editora
85
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Editora
86
86
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Fonte: JANUÁRIO, 2009. (Adaptado). Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
as lacunas do texto.
Assinale a alternativa que indica corretamente o nome do con- (A) Revolta do Ronco da Abelha; Guerra dos Mascates; Revo-
flito aludido no texto acima. lução Praieira
(A) Guerra de Canudos (B) Revolta do Quebra-Quilos; Revolta do Ronco da Abelha;
Revolução Praieira
(B) Revolução Praieira
(C) Guerra dos Mascates; Revolta do Ronco da Abelha; Revo-
(C) A Revolta do Quebra-Quilos
lução de Princesa
(D) A Revolta de Princesa
(D) Revolução de Princesa; Revolta do Quebra- Quilos; Inten-
tona Comunista de 1935
2.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
CONCURSO)
4.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
CONCURSO)
Como explica a professora Alômia Abrantes em seu texto ‘Pa-
raíba Masculina’: honra e virilidade na Revolução de 1930”, o baião
“A década de 1950 marca um período de transição tanto na so-
Paraíba, composto por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, home-
ciedade brasileira quanto na nordestina e na paraibana. [...] É nesse
nageia o estado ao fazer referência indireta a um conflito interno
contexto de mudanças que nasce e se consolida o movimento das
entre “coronéis” e o poder público estadual cujas consequências
Ligas Camponesas”.
impactaram na política nacional em 1930. Os versos que fazem alu-
são ao conflito são: “Paraíba masculina, Muié macho sim sinhô”; Fonte: TARGINO; MOREIRA; MENEZES, 2011.
Eita pau pereira, que em Princesa já roncou”; “Eita Paraíba, Muié
macho sim sinhô.” Sobre este movimento social do campo, assinale a alternativa
A respeito do conflito aludido no baião Paraíba, assinale a al- incorreta:
ternativa que indica corretamente o nome dele e sua consequência (A) As Ligas Camponesas se originaram no Engenho da Gali-
para a política nacional da época. leia (Pernambuco) e em 1958 foi fundada a Liga Camponesa de
(A) A Revolta da Princesa. Assassinato de João Pessoa, candi- Sapé, primeira da Paraíba
dato a vice-presidente de Getúlio Vargas (B) A ousadia dos camponeses paraibanos despertou a ira dos
(B) Revolução de 1930. Getúlio Vargas foi eleito o presidente latifundiários da época, em 1962 o líder da Liga de Sapé, João
do Brasil Pedro Teixeira, foi assassinado
(C) A Revolta do Ronco da Abelha. Dividiu as fronteiras das (C) As Ligas Camponesas na Paraíba tiveram amplo apoio da
províncias de Pernambuco e Paraíba Igreja Católica, do Sistema Judiciário, da Secretaria de Seguran-
(D) Guerra dos Mascates. Expandiu o “coronelismo” para o ça Pública e dos latifundiários locais
território brasileiro (D) As Ligas Camponesas tiveram como finalidades: acabar
com o analfabetismo rural através de criação de escolas; pres-
tar assistência técnica agrícola; assistência jurídica para casos
de exploração do trabalhador rural, entre outras
Editora
87
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
5.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 7.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
CONCURSO) CONCURSO)
Para assegurar a posse efetiva das terras para Portugal, uma Leia o enunciado a seguir.
das medidas adotadas foi à criação da Capitania da Paraíba, no ano
de 1.574, por ordem do rei ________________. Os europeus que vieram para o estado eram predominante-
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna. mente ____________, é isso desde o início da colonização do sé-
(A) Dom Manuel. culo ___________. Estes chegaram à Paraíba provenientes princi-
(B) Dom Henrique. palmente da Capitania de _____________. O pequeno número de
(C) Dom Sebastião. mulheres ____________ na época estimulou logo cedo a misce-
(D) Dom João. genação com mulheres das tribos locais e, em menor escala, com
as mulheres______________, sedimentando a base da população
6.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 atual.
CONCURSO) Assinale a alternativa que preencham adequa e respectivamen-
te as lacunas.
Quando o governador geral Dom Luis de Brito recebeu a or-
dem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a (A) Portugueses - XVI - Pernambuco - brancas - escravas.
ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os (B) Holandeses - XV - Ceará - brancas - índias.
franceses e fundar uma cidade. Assim, começaram as cinco expedi- (C) Italianos - XVI - Rio Grande do Norte - pardas - brancas.
ções para a conquista da Paraíba. Faça a associação correta: (D) Portugueses - XV - Rio Grande do Norte - negras - cabo-
I. 1.574. clas.
II. 1.575.
III. 1.579. 8.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
IV. 1582. CONCURSO)
V. 1.584.
Em relação a população indígena analise as afirmativas abaixo,
( ) Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que
desiste após perder um filho em combate. apresenta a sequência correta de cima para baixo.
( ) Expedição comandada pelo governador geral Dom Luis de ( ) Os índios Cariris se encontravam em maior número que os
Brito, que foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem che- tupis e ocupavam uma área que se estendia desde o planalto da
garam às terras paraibanas. Borborema até os limites do Ceará. Rio Grande do Norte e Pernam-
( ) A expedição chega a Paraíba e captura cinco navios de tra- buco.
ficantes franceses, solicitando mais tropas de Pernambuco e da ( ) Os índios Tabajaras - eram mais numerosos que os Portigua-
Bahia para assegurar os interesses portugueses na região. ras e ocupavam numa pequena região nos limites do Rio Grande do
( ) Dom Fernão da Silva, comandante da expedição, teve sua Norte com a Paraíba.
tropa surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernam- ( ) Os índios Potiguaras na época da fundação da Paraíba, os
buco. Potiguaras formavam um grupo de aproximadamente 5 mil pesso-
( ) Ainda sob forte domínio “de fato” dos franceses, foi con- as. A aliança que firmaram com os portugueses foi de grande pro-
cedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a Capitania da veito para os índios quando da conquista da Paraíba e fundação de
Paraíba, desmembrada de Olinda. João Pessoa.
Editora
88
88
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
(A) I, IV e V. ______________________________________________________
(B) II e III.
______________________________________________________
(C) I, III e V.
(D) II e IV. ______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Editora
89
a solução para o seu concurso!
HISTÓRIA DA PARAÍBA
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
Editora
90
90
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Observar os todos elementos que se relacionam com o próprio texto é primordial, os itens adjacentes, como o enunciado, imagens/
figuras que acompanham o texto, datas, local, referências bibliográficas, a fonte do texto, o nome do autor ou do veículo de comunicação,
entre outros aspectos. Ao analisar atentamente estas informações, durante o processo de captação de dados, pode-se notar indícios que
facilitarão a identificação de seu gênero textual (artigo, crônica, reportagem etc.), público-alvo, faixa etária e contexto.
Quando nos deparamos com um texto na língua inglesa, para que possamos realizar não apenas a leitura, mas uma interpretação
significativa e coerente, é necessário identificar elementos chave no decorrer da leitura que de algum modo sintetizam as informações
cruciais para a compreensão do texto. Estes elementos especiais podem ser encontrados em aspectos gramaticais do texto, mas podem
também ser captados através do contexto presente na narrativa textual. Elementos como o tipo de linguagem (formal, informal, técnica
etc.), o vocabulário presente, além de outros pontos estratégicos podem ser identificados para a interpretação adequada de um texto em
uma questão.
A fim que se possa entender o sentido do texto, antes de uma leitura direta, uma técnica simples deve ser realizada: um escanea-
mento inicial do texto à procura de palavras-chave e dados relevantes. O propósito pode ser relatar um fato, contar novidades, listar ou
enumerar itens, reportar um crime, expor uma opinião, dentre muitas outras possibilidades que deverão ser observadas no decorrer deste
escanear inicial. Alguns marcadores como nomes, datas, locais, dados, estatísticas, números em geral, pronomes de tratamento, podem
servir como indicativos do propósito do texto a partir da percepção do conteúdo presente e do teor da mensagem encontrada no texto.
Assim que este primeiro passo é tomado, uma leitura corrente se torna mais fácil e a busca pelo sentido completo do texto, mais coe-
rente. O sentido do texto diz respeito à ideia ou mensagem que o autor do texto pretende passar, e só é possível identificar esta mensagem
a partir do conhecimento de palavras, expressões, contextos, aspectos culturais e sociais, entre outros elementos que circundam a língua
inglesa e conhecimento de mundo, elemento de extrema importância para a realização da prova do ENEM. A prova de idiomas da prova
se baseia primordialmente na interpretação de diferentes gêneros textuais e para realizar uma boa interpretação, é necessário praticar a
leitura neste idioma com certa frequência.
Note a seguir alguns exemplos de gêneros textuais e suas principais características em breves descrições:
• Notícias: reportagens jornalísticas costumam apresentar temas diversos, entretanto se destacam por apresentarem assuntos rele-
vantes à sociedade de modo geral. Exemplo:
“Help may soon be at hand for those who are losing or have lost their hair. A team of Japanese scientists has discovered stem cells that
are vital in the hair regeneration process. This is promising news for the millions of people worldwide who suffer from baldness.
A cure has eluded scientists for decades, despite extensive research and significant investment in research. The scientists are now
embarking on clinical research and laboratory trials. They hope to adapt the stem cells to finally create a therapy for hair loss. Baldness
predominantly affects men. By the age of 35, around two-thirds of men will experience some degree of hair loss. By the age of 50, up to
85 per cent will experience significantly thinning hair.
The scientists took fur cells from mice and cultured them in the lab. They observed that hair growth was a cyclical process within the
follicle. They analysed the stem cells and used 220 combinations of chemicals to make the hair regrow naturally.
Lead scientist Takashi Tsuji said: “Our culture system establishes a method for cyclical regeneration of hair follicles from hair follicle
stem cells and will help make hair follicle regeneration therapy a reality in the near future.” He added: “Losing hair is not life-threatening,
but it adversely affects the quality of life.” Sam Baker, a 52-year-old bank worker, hopes the therapy works. He said: “Having a full head of
hair again will make me look ten years younger”.
Fonte: https://www.japantimes.co.jp/news/2021/02/14/national/hair-loss-researchers/
Editora
92
92
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
• Tirinhas/histórias em quadrinhos: os famosos personagens Early next morning, some people were passing by. On hearing
de tirinhas em inglês, como Calvin and Hobbes, Archie e Peanuts them, the Owl hooted. The people thought it was not a good sign
(Charlie Brown), são conhecidos no mundo todo, as tirinhas apre- to hear an Owl hoot. So, one of them wanted to shoot the Owl. The
sentam uma linguagem leve, engraçada e cômica, mas podem tam- Owl flew away and hid in a hole near the lake. The poor Swan did
bém expor mazelas sociais/culturais através de críticas sutis. Exem- not move. The arrow hit the Swan and she died.
plo: Never leave your friends in difficulty.”
• Anúncios publicitários: este gênero textual deve ser lido com
muita cautela, pois a imagem apresentada “conversa” com a infor- Fonte: https://shortstoriesshort.com/story/the-swan-and-the-owl/
mação escrita da propaganda, não é apenas uma simples leitura, Além dos gêneros mencionados anteriormente, é possível en-
pois necessita que o leitor possua repertório e conhecimento geral contrar diversas outras informações online sobre gêneros textuais
para realizar a interpretação de uma simples peça publicitária, além em inglês para que seu estudo se aprofunde ainda mais. Confira a
do conhecimento do idioma por si só. Exemplo: seguir uma lista útil para estudo posterior:
• Sites de notícias: BBC News, The New York Times, Daily Mail,
The Sunday Times.
• Sites de tirinhas/histórias em quadrinhos/charge: Archie Co-
mics, Peanuts, Go Comics
• Site de literatura: Literature.org
Editora
95
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Editora
96
96
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Combinando as diferentes formas verbais do to be, é possível Na negativa o will se junta ao not formando a contração won’t.
expressas sentimentos e emoções como tristeza, alegria, empolga-
ção, medo, surpresa, entre outros. É possível também expressar es- A textualização é uma das etapas importantes na produção
tados físicos, mentais e emocionais, falar sobre onde um sujeito se de um texto em língua inglesa. Ela consiste em estabelecer uma
encontra, entre outras possibilidades. conexão entre as ideias, garantindo a coesão e coerência textual.
Na negativa soma-se o not ao verbo em questão, que poderá Além disso, a utilização adequada dos mecanismos enunciativos e
sofrer uma contração natural do idioma. Observe na tabela: modalizadores, bem como a compreensão da estrutura das orações
e períodos e a escolha do léxico adequado, são fundamentais para
PRESENTE SIMPLES PRETÉRITO SIMPLES a produção de um texto coeso e coeso. Neste texto, vamos abordar
esses temas em detalhes.
I am not I was not / wasn’t
(Eu não sou/estou) (Eu não era/estava) — Conexão e coesão nominal e verbal
You are not / aren’t You were not / weren’t A conexão é um elemento-chave na textualização, pois esta-
(Você não é/está) (Você não era/estava) belece a relação entre as ideias do texto. Para isso, é necessário
empregar elementos coesivos, que podem ser nominais ou verbais.
He is not / isn’t He was not / wasn’t
Os elementos coesivos nominais são os pronomes, artigos, substan-
(Ele não é/está) (Ele não era/estava)
tivos, adjetivos e advérbios, que retomam ou substituem termos já
She is not / isn’t She was not / wasn’t mencionados no texto. Por exemplo:
(Ela não é/está) (Ela não era/estava) – Mary went to the store. She bought some milk.
It is not / isn’t It was not / wasn’t Nesse exemplo, “She” retoma o termo “Mary” mencionado an-
(Ele/Ela não é/está) (Ele/Ela não era/estava) teriormente.
We are not / aren’t We were not / weren’t Já os elementos coesivos verbais são as conjunções, preposi-
(Nós não somos/estamos) (Nós não éramos/estávamos) ções e advérbios que ligam as ideias e estabelecem a relação entre
You are not / aren’t You were not / weren’t elas. Por exemplo:
(Vocês não são/estão) (Vocês não eram/estavam) – I love playing soccer, but I don’t have much time for it.
They are not / aren’t They were not / weren’t
(Eles não são/ estão) (Eles não eram/estavam) Nesse exemplo, a conjunção “but” estabelece uma relação de
contraste entre as ideias.
Na interrogativa, há a inversão do verbo e do sujeito. Confira:
— Mecanismos enunciativos e modalização
• Are you happy? (Você está feliz?)
Os mecanismos enunciativos e modalizadores são importantes
• Is she in Rome? (Ela está em Roma?)
na textualização, pois ajudam a transmitir a posição do autor e a
• Are they here in the city? (Eles estão aqui na cidade?)
atitude que ele assume em relação ao que está sendo dito. Alguns
• Is John busy right now? (John está ocupado agora?)
exemplos de mecanismos enunciativos são:
• Am I bothering you? (Eu estou incomodando você?)
– Pronomes pessoais: indicam a posição do autor em relação
ao que está sendo dito. Por exemplo, “I”, “you”, “he”, “she”, “it”,
Simple future
“we”, “they”.
Existem dois tipos de futuro na língua inglesa, com funções se-
– Verbos modais: expressam a atitude do autor em relação ao
melhantes, mas diferentes. Para expressar um futuro mais próximo
que está sendo dito. Por exemplo, “can”, “should”, “must”, “may”.
do presente, mais certeiro e planejado, usa-se verb to be + going to
– Adjetivos avaliativos: expressam uma opinião ou avaliação do
e o verbo em questão. Confira a seguir a construção na afirmativa,
autor. Por exemplo, “good”, “bad”, “interesting”.
negativa e interrogativa:
• I am going to visit my mom this weekend. (Eu vou visitar mi-
Além disso, a modalização é importante na textualização, pois
nha mãe este fim de semana)
ajuda a expressar a certeza ou incerteza em relação ao que está
• You are not going to speak to the supervisor. (Você não vai
sendo dito. Alguns exemplos de modalizadores são:
falar com o supervisor)
– Advérbios modais: indicam o grau de certeza ou incerteza do
• Is she going to travel to Bahia next week. (Ela vai viajar para a
autor. Por exemplo, “probably”, “maybe”, “certainly”.
Bahia na próxima semana?)
– Verbos modais: indicam a probabilidade ou possibilidade do
• They aren’t going to pay the man. (Eles não vão pagar o ho-
que está sendo dito. Por exemplo, “might”, “could”, “would”.
mem)
— Oração e período
Para representar um futuro mais distante e incerto, usa-se o
A compreensão da estrutura das orações e períodos é funda-
verbo modal will. Observe sua construção na afirmativa, negativa
mental na textualização. Uma oração é uma unidade sintática que
e interrogativa:
contém um sujeito e um predicado. Já um período é uma ou mais
• I think I will go to the movies. (Eu acho que irei ao cinema)
orações que se combinam para expressar uma ideia completa. Na
• She will not come home early today. (Ela não virá para casa
língua inglesa, existem quatro tipos de períodos:
cedo hoje)
– Simples: contém uma única oração. Por exemplo, “She sings
• We won’t tell your secret. (Nós não contaremos seu segredo)
well.”
• Will they be happy if I stay? (Eles ficarão felizes se eu ficar?)
Editora
97
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Composto: contém duas ou mais orações independentes, se- que contém uma ou mais orações, além de estabelecer uma relação
paradas por uma vírgula ou um ponto-e-vírgula. Por exemplo, “He sintática e semântica entre elas. Existem dois tipos de períodos em
went to the gym, but he forgot his water bottle.” inglês: o simples e o composto.
– Complexo: contém uma oração principal e uma ou mais ora- O período simples é formado por apenas uma oração e é ca-
ções dependentes. Por exemplo, “Although he was tired, he went racterizado por apresentar uma única ideia. Já o período composto
to the gym.” é formado por duas ou mais orações, que podem estar coordena-
– Composto-complexo: contém duas ou mais orações inde- das ou subordinadas entre si. As orações coordenadas apresentam
pendentes e uma ou mais orações dependentes. Por exemplo, “He ideias independentes e se ligam por meio de conjunções, enquanto
went to the gym, but he forgot his water bottle, although he had as orações subordinadas apresentam ideias dependentes e se ligam
put it on his backpack.” por meio de conectivos subordinativos.
O conhecimento da estrutura das orações e períodos, assim
como dos elementos coesivos e do léxico, é fundamental para a — Léxico
produção de textos coesos e coerentes em língua inglesa. O léxico é o conjunto de palavras de uma língua e suas com-
binações. Em inglês, o léxico é vasto e diversificado, composto por
— Mecanismos Enunciativos e Modalização palavras de origem germânica, latina, francesa, grega e de outras
Os mecanismos enunciativos referem-se às estratégias linguís- origens. É importante conhecer as características do léxico inglês
ticas utilizadas para construir e transmitir pontos de vista, atitudes, para poder comunicar-se de forma clara e eficiente.
emoções e posicionamentos. Já a modalização diz respeito à expres- Algumas características do léxico inglês incluem:
são de atitudes e julgamentos do locutor em relação ao conteúdo 1 – Grande número de palavras: o léxico inglês é muito vasto,
do discurso. Em inglês, os mecanismos enunciativos e modalização contando com mais de 170.000 palavras no Oxford English Dictio-
são expressos por meio de diferentes recursos, tais como o uso de nary.
modal verbs, advérbios, adjetivos e expressões discursivas. 2 – Palavras com múltiplos significados: muitas palavras em in-
glês têm mais de um significado, o que pode causar ambiguidade e
— Modal Verbs dificuldade na compreensão.
Os modal Verbs são verbos auxiliares que expressam diferen- 3 – Palavras compostas: o inglês é rico em palavras compostas,
tes graus de certeza, possibilidade, obrigação e permissão, além de formadas pela junção de duas ou mais palavras, como “lighthouse”
atitudes e emoções. Os principais modal verbs em inglês são: can, (farol), formada pelas palavras “light” (luz) e “house” (casa).
could, may, might, shall, should, will, would, must e ought to. O uso 4 – Palavras emprestadas de outras línguas: o inglês tem uma
desses verbos pode indicar a posição do locutor em relação ao con- longa história de empréstimo de palavras de outras línguas, como o
teúdo do discurso, por exemplo: francês, o latim e o grego.
– I can speak Spanish fluently. (Eu sei falar espanhol fluente- 5 – Gírias e expressões idiomáticas: o inglês é rico em gírias e
mente.) expressões idiomáticas, que podem variar de acordo com a região
– You should be more careful. (Você deveria ser mais cuidado- ou grupo social.
so.) Conhecer o léxico inglês é fundamental para a comunicação
– He must be lost. (Ele deve estar perdido.) efetiva em inglês. Além disso, é importante estar atento às diferen-
Advérbios e Adjetivos Os advérbios e adjetivos também são re- ças entre o léxico formal e informal, bem como às gírias e expres-
cursos importantes para expressar atitudes, emoções e julgamen- sões idiomáticas mais comuns.
tos. Alguns exemplos são:
– Honestly, I don’t know the answer. (Sinceramente, eu não sei WORD ORDER
a resposta.) A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
– She spoke softly to avoid waking the baby. (Ela falou suave- no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
mente para evitar acordar o bebê.) Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
– The movie was incredibly boring. (O filme foi incrivelmente simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
chato.) essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
mos um advérbio de negação, como “não”.
— Expressões Discursivas Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
As expressões discursivas são frases ou expressões que servem plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
para indicar a opinião ou atitude do locutor em relação ao conteúdo posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
do discurso. Algumas expressões comuns em inglês são: mativas.
– In my opinion... (Na minha opinião...) Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
– It seems to me that... (Parece-me que...) Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
– As far as I’m concerned... (No que me diz respeito...) gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
– To be honest... (Para ser honesto...) va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
– I’m afraid that... (Temo que...) inserir um verbo auxiliar em inglês.
Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
— Oração e Período ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
A oração e o período são unidades fundamentais da estrutu- Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
ração do discurso em inglês. A oração é uma unidade mínima que parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
contém um sujeito e um predicado. Já o período é uma unidade
Editora
98
98
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando somente
a frase central). As únicas que começam direto do verbo são as imperativas como tell me, stand up e ask her.
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.
Sujeito
O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, contrário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O sujeito
pode ser representado por um ou vários substantivos ou por pronomes pessoais.
Verbo
Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
frasal inglesa.
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se encontrar exemplos em que esta regra não é observada.
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.
Complementos
Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo,
que são os únicos termos essenciais da oração.
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, “O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indispen-
sáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na execução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato executado.
WH-QUESTIONS
Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são chama-
das wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção apenas de how (como), começam com as letras wh.
Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando, onde”.
WHO = quem
Funciona como sujeito ou objeto da oração.
Editora
99
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
WHOM = quem
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposições.
WHERE = onde
Where are you going tonight?
WHEN = quando
“When were you born?” “In 1970.”
HOW = como
“How is his sister?” “Fine.”
WHOSE = de quem
“Whose dictionary is this?” “John’s.”
- WHAT
- HOW
HOW FAR = Qual é a distância?
HOW DEEP = Qual é a profundidade?
HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
HOW WIDE = Qual é a largura?
HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas)
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas)
HOW OLD = Qual é a idade?
HOW MUCH = Quanto(a)?
HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência?
HOW FAST = A que velocidade?
Editora
100
100
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
ADJECTIVES Exemplos:
Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto
mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e bigger than = maior que / the biggest = o maior
superlativo.
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o 2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas.
superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo Exemplos:
de três ou mais. happier than = mais feliz que
cleverer than = mais esperto que
the happiest = o mais feliz
the cleverest = o mais esperto
Variações ortográficas
– Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
berem –er ou –est.
Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)
Editora
101
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Capacidade, habilidade
She can speak five languages. (present)
She could play tennis when she was younger. (past)
She will be able to translate the text. (future)
Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.
O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no infinitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmativas,
negativas e interrogativas.
NOUNS
Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.
• Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, trocam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
Ex.: fly – flies try – tries curry – curries
Editora
104
104
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.
• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.
PREPOSITIONS
As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).
Editora
105
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon, night, midnight, dawn)
Endereços completos Fabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do dia Marcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Séculos Manaus was created in 18th century.
Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.
Prepositions of Place
PRONOUNS
O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de estra-
nheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e aprender bem
rápido.
Editora
106
106
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Subject Pronouns
I (eu) I am a singer.
YOU (você, tu, You are a student.
vocês)
HE (ele) He is a teacher.
SHE (ela) She is a nurse.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a
table.
WE (nós) We are friends.
THEY (eles) They are good
dancers.
O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo:
Mary is intelligent = She is intelligent.
– Attention
a) If you talk about a pet use HE or SHE
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a girl or a boy.
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.
Object Pronous
São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do verbo.
ME
YOU
HIM
HER
IT
US
YOU
THEM
Exemplos:
They told me the news.
She loves him so much.
Demonstrative Pronouns
Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala ou
de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas do discurso.
Veja quais são em inglês:
Editora
107
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
VOCABULÁRIO
Vestimentas
Editora
108
108
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Drinks (bebidas)
Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum
Soda — Refrigerante
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás
Tonic water — Água tônica
Vodka — Vodca
Water — Água
Whiskey —Uísque
White wine —Vinho branco
Yogurt — Iogurte
Povos e línguas
Aches (Dores)
Backache – dor nas costas
Earache – dor de ouvido
Headache – dor de cabeça
Heartache – dor no peito
stomachache – dor de estômago
Toothache – dor de dente
Determined = determinado
Crazy = louco
Depressed = depressivo
Frightened = assustado
Interested = interessado
Shy = tímido
Hopeful = esperançoso
Regretful = arrependido
Scared = assustado
Stubborn = teimoso
Thirsty = com sede
Guilty = culpado
Nervous = nervoso
Embarrassed = envergonhado
Disgusted = enojado
Proud = orgulhoso
Lonely = solitário
Frustrated = frustrado
Hurt= magoado
Hungry = com fome
Tired= cansado
Thoughtful = pensativo
Optimistic = otimista
Relieved = aliviado
Shocked = chocado
Sleepy = com sono
Excited = animado
Bad = mal
Worried = preocupado
Identificação pessoal
First name = Primeiro nome
Middle name = Nome do meio
Last name = Último nome
Full name = Nome completo
Date of Birth = Data de nascimento
Age = Idade
Sentimentos, opiniões e experiências Sex = Sexo
Happy = feliz Place of Birth = Local de nascimento
Afraid = com medo Nationality = Nacionalidade
Sad = triste Occupation = Ocupação/profissão
Hot = com calor Address = Endereço
Amused = divertido City = Cidade
Bored = entediado Country = País
Anxious = ansioso Zip code/Post code = Código postal (CEP)
Confident = confiante Phone number = Número de telefone
Cold = com frio E-mail address = Endereço de e-mail
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso Lugares e edificações
Loving= amoroso Airport – Aeroporto
Curious = curioso Amusement park – Parque de diversões
Envious = invejoso Aquarium – Aquário
Jealous = ciumento Art gallery – Galeria de arte
Miserable = miserável ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico
Confused = confuso Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica
Stupid = burro Avenue – Avenida
Angry = com raiva Baby store – Loja infantil ou bebê
Sick = enjoado/doente Barber shop – Barbearia
Ashamed = envergonhado Bakery – Padaria
Indifferent = indiferente Bank – Banco
Editora
113
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Plantas em inglês
macieira apple tree
I went to the country with my family. — Eu fui para o interior Got sunburn. — Se queimou do sol.
com minha família. Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
Hawaii. Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
nossa família na França.
Who did you go with? — Com quem você foi? Tempo
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
e meu irmão. pressões de tempo como:
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido, Day: dia
esposo e crianças. Today: hoje
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e Yesterday: ontem
crianças. The day before yesterday: anteontem
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de Tomorrow: amanhã
aula. The day after tomorrow: depois de amanhã
Morning: manhã
Como você viajou Afternoon: tarde
How did you go? — Como que você foi? Evening: noite
We went by plane. — Nós fomos de avião. Night: noite
We went by car. — Nós fomos de carro. Tonight: esta noite
Midday: meio-dia
Coisas para fazer nas férias At noon: ao meio-dia
Read. — Ler. Midnight: meia noite
Read. — Leu. (Só muda a pronúncia) At midnight: à meia-noite
Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
Played the guitar. — Tocou violão.
Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
deira.
atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra-
tuito.
Have a picnic. — Ter um piquenique. Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os
Had a picnic. — Teve um piquenique. números correspondentes (da hora e dos minutos):
Play frisbee. — Jogar frisbee. Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five.
Played frisbee. — Jogou frisbee.
Look for seashells. — Procurar por conchas do mar. A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas:
Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar. Exemplo: 3:00 – It is three o’clock.
Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol. A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do
Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos. 30:
Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos. Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six.
Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Got a tan. — Pegou um bronzeado. A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de
Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron- hora (15 minutos):
zear. Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three.
Went sunbathing. — Foi se bronzear.
Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol. A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi-
Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol. nutos):
Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol. Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight.
Editora
118
118
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Consultant = consultor
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”, Cook = cozinheiro
utilizamos o “to”: Dancer = dançarino
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine. Dentist = dentista
Designer = designer, projetista, desenhista
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho- Diplomat = diplomata
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia. Doctor, medical doctor, physician = médico
a.m. – antes do meio-dia Doorman = porteiro
p.m. – depois do meio-dia Driver = motorista, piloto de automóvel
Economist = economista
Trabalho e empregos Editor = editor; revisor
Accountant = contador Electrician = eletricista
Actor = ator Engineer = engenheiro, maquinista
Actress = atriz Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Administrator = administrador Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Agronomist = agrônomo Firefighter, fireman = bombeiro
Anthropologist = antropólogo Fisherman = pescador
Archaeologist / archeologist = arqueólogo Flight attendant = comissário de bordo
Architect = arquiteto Foreman = capataz; encarregado
Astronaut = astronauta Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Astronomer = astrônomo Gardener = jardineiro
Athlete = atleta Geographer = geógrafo
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Baker = padeiro Glazer = vidraceiro
Bank clerk = bancário Graphic designer = designer gráfico
Banker = banqueiro; bancário Gravedigger = coveiro
Bank teller = caixa de banco Guide = guia
Barber = barbeiro Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas) Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)
Bartender = barman Historian = historiador
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel) Housewife = dona de casa
Biologist = biólogo Illustrator = ilustrador
Biomedical scientist = biomédico Interior designer = designer de interiores, decorador
Blacksmith = ferreiro Interpreter = intérprete
Bricklayer, mason = pedreiro Jailer = carcereiro
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de Janitor, superintendent, custodian = zelador
imóveis) Journalist = jornalista
Butcher = açougueiro Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro
Butler, major-domo = mordomo Judge = juiz (de direito)
Buyer = comprador Lawyer = advogado
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista Librarian = bibliotecário
Cabinet-maker = marceneiro Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas
Carpenter = carpinteiro Locksmith = serralheiro; chaveiro
Cartoonist = cartunista Maid = empregada doméstica
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe- Male nurse = enfermeiro
cuarista Manager = gerente
Cashier = caixa Mathematician = matemático
Chef = chef Mechanic = mecânico
Chemist (bre) = farmacêutico Medic = militar do Serviço de Saúde; médico
Chemist (ame) = químico Meteorologist = meteorologista
Civil Servant = servidor público, funcionário público Midwife = parteira
Clerk = auxiliar de escritório Miner = mineiro
Coach = treinador, técnico esportivo Milkman = leiteiro
Cobbler = sapateiro model = modelo
Comedian = comediante Musician = músico
Commentator = comentarista (rádio e TV) Nanny (ame) = babá
Composer = compositor Nurse = enfermeiro, enfermeira
Computer programmer = programador Occupational therapist = terapeuta ocupacional
Conference interpreter = intérprete de conferência Optician, optometrist = oculista
Contractor = empreiteiro Painter = pintor
Editora
119
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
ople say that we are completely dependent of them. No matter the In other words, as well as equipping learners with practical
complexity of the task, easy or difficult, some people can’t do any- skills, learning a foreign language extends their horizons, which is
thing without them. Do you contest or share this opinion? one of the important aims of education in most countries.
Read the statements about the reading process strategies and
Read the sentence “Some technology professors historically tick the incorrect one.
define computers”, then mark the alternative that presents the core (A) The prediction occurs only at the beginning of reading a
argument of the subject (Syntactically, the main word that forms text, just in its title
the subject). (B) When faced with a text, we try to activate our knowledge
(A) some of the world in order to predict what will be discussed before
(B) technology reading it at all
(C) historically (C) The reading prediction technique is present throughout the
(D) professors reading process
(E) computers (D) Some prediction activities refer to trying to complete frag-
ments from a text, it is important to predict its sequence while
2. IBFC - 2023 - SEED-PR - DOCÊNCIA DOS COMPONENTES CUR- reading it and confirm assumptions/hypotheses
RICULARES DA MATRIZ - LÍNGUA ESTRANGEIRA INGLÊS- (E) The ability to anticipate the content of the text is linked to
the readers’ knowledge of the world, the more experienced/
TEXT 1- ENGLISH AS A GLOBAL LANGUAGE trained the reader is, the greater prediction ability he/she will
achieve
(Adapted from Teaching English Today: context and objectives, Holden
& Nobre, 2018, p.03) 3. IBFC - 2023 - SEE-AC - ENSINO REGULAR: PROFESSOR PNS-P2
– LÍNGUA INGLESA- In English, the use of contracted verb forms is
All languages reflect the culture of the countries and regions common. Mark the alternative in which this formation is not cor-
where they have developed and are used. However, some langua- rect.
ges are also used as a means of communication between a wide (A) You should - You’ld
range of non-native speakers and contexts. In this way, the commu- (B) I had - I’d
nication develops new priorities to reflect those contexts. (C) I would - I’d
Today, English is probably the prime example of a global lan- (D) He has – He’s
guage. It is used to communicate in areas such as the workplace,
science and technology, the arts and in the world of business. This is 4. IBFC - 2023 - SEE-AC - ENSINO REGULAR: PROFESSOR PNS-P2
why so many parents are keen of their children to start learning it at – LÍNGUA INGLESA- Identify the form of the verb ‘to be’ that COR-
an ever-earlier age. Students, too, realize that English in more than RECTLY completes the following sentence: Studying insects ______
just a school subject: it is important for their own future success. the best choice in that moment.
This realization can be used to your advantage as a teacher: (A) is
(B) am
Your students should be aware that English is widely used (C) are
among non-native speakers in a variety of contexts in their own en- (D) was
vironments. It is no longer just linked with going to the US or Britain.
They are more likely to be motivated if they feel they are being 5. IBFC - 2023 - SEE-AC - ENSINO REGULAR: PROFESSOR PNS-P2
given appropriate materials and practice for their own needs, which – LÍNGUA INGLESA-
is easier to do nowadays, since English is present almost everywhe-
re. TEXT - MARK MOFFET AND HIS STRANGE LOVE
In fact, you are part of this world where English is used, howe-
ver imperfectly, in real life, as well as being part of that other, class- (Texto modificado de “The man who loves insect” especificamente
room world. This gives your role even more importance. para este concurso.
The intercultural context There (I) ______ (is, are, be) some strange professions arou-
nd the world. Some of those are quite unusual, Ted-Bear Repair Te-
There are, then, clear practical and economic reasons why it chnician is an example, but no one is similar to Doctor Moffet’s job.
is important for as many of your students as possible to feel posi- Do you like bugs? Most people do not like them, but Doctor Mark
tive about learning English, and ultimately, to feel confident about Moffet is not one of them! In fact, he likes bugs so much that he is
using it. However, there is also an equally important reason, which known as Doctor Bugs. Indeed, he is a photographer and an ento-
applies to all languages: their social function. mologist. An entomologist is a person who studies bugs. By the way,
Learning and using another language can put people into con- do you like ants? Moffet’s favorite bugs are ants, he studies them
tact, directly or indirectly, with others from different societies and everywhere. He watches them eating, working, resting, sleeping,
cultures. It exposes them to different ways of thinking, different and fighting. He also takes photographs every time. For that, he lies
ways of communicating, different values. This, in turn, encourages on the ground with his camera and waits for the right moment. Al-
them to think about their own culture, values and way of life. They though, he is often bitten by ants and other bugs, he never stops
realize there is not just one way of doing something, but many dif- his work. He says that it is the (II) ______ (most, more, more than)
ferent ones. interesting and unusual job, do you agree with that?
Editora
122
122
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
Return to the text “Mark Moffet and his strange love”, accor- Add video
ding to the information provided by the author, choose the correct Pictures can help to reinforce a main point or support con-
alternative. tent, as well as videos. Some research affirm that students enjoy
(A) Doctor Bugs doesn’t like taking pictures watching videos and retain information from them well, especially
(B) He’s a photographer and an archaeologist if the video is engaging, interesting and informative. Teachers can
(C) Ants and other insects often bite him (him = Doctor Bugs) embed videos right from YouTube or from their desktops to com-
(D) An entomologist studies human prehistorical and historical plement a PowerPoint presentation.
ages
Practice
6. IBFC - 2023 - SEE-AC - PROFESSOR-PNS-P2 – LÍNGUA INGLE- Nothing turns off a class like a poorly put together Power-
SA- Point presentation, so teachers should always be sure to do a quick
TEXT: THE IMPORTANCE OF THE POWERPOINT AS A CLASS- rehearsal before they present it to the class. While testing it, make
ROOM RESOURCE sure all the images load up on the slides, videos load up properly
and audio works, too. Also, it’s important for teachers to make sure
(Text adapted from Teachers: 5 Tips for Creating Great PowerPoint that there’s a way to connect their computer, or upload anything
Presentations, retrieved that’s storing the PowerPoint presentation, to a larger TV monitor
or projector screen so the whole class does not have to huddle
PowerPoint is a resource developed by Microsoft and relea- around a computer screen to view it. Teachers should also make
sed initially in 1990. It is mainly used in professional meeting pre- sure that any text can be read and understood. Be sure that the
sentations all over the world. color scheme is good.
One of these professions is in educational area: teacher.
PowerPoint presentation is spread among teachers because Make it fun
it is different from lecturing or teaching with a textbook; it is also a A PowerPoint presentation can be an innovative way of tea-
way of sharing content with students. ching. It’s a more interesting and engaging way for students to le-
To produce a PowerPoint correctly, teachers need to know arn than the typical lecture. Teachers should embrace this teaching
how to put the slides together, it can be an effective way of rein- resource and have fun with it. Throw in some jokes, possibly some
forcing content to students so that they are better able to retain it. funny pictures and be sure to get creative with presentations.
Otherwise, teachers can print and distribute the PowerPoint pre-
sentation or post it online, so students can go back and access it As we previously noted, the more students enjoy a lecture,
as reference material. However, if it is not put together correctly, a presentation, or activity, the more likely they are to retain informa-
PowerPoint presentation can disengage and make students bored. tion.
To develop PowerPoint presentation is simple and it can also Considering the underlined fragments below, choose the al-
provide a fun time noticed by its characteristics: basic, simple, and ternative that correctly defines the verb tense of each structure.
not distracting, it can be focused on keywords; for instance, always I. Otherwise, teachers can print and distribute the PowerPoint
be sure to include a summary slide of what the presentation is in- presentation.
tending to accomplish as well as a table of contents on the different II. However, for teachers who are making more public and wi-
topics that will be covered in the program. The summary slide ser- despread presentations.
ves as the main topic and what students should learn after viewing III. Some research affirm that students enjoy watching videos
the presentation. Then, at the end of the PowerPoint presentation, and retain information from them well.
teachers should include another summary slide, going over every- (A) I. Simple Present - II. Past Continuous - III. Simple Present
thing that was just covered and, again, highlighting the main point. Progressive/Continuous
(B) I. Simple Past - II. Simple Present - III. Simple Present Pro-
Bottom line gressive/Continuous
PowerPoint presentations need to have a purpose and the (C) I. Simple Present - II. Present Progressive/ Continuous - III.
teacher must make sure that the purpose is understood. Simple Present
(D) I. Present Perfect Progressive/ Continuous - II. Simple Futu-
Add pictures re - III. Simple Present
Teachers can reinforce the content with pictures, charts, sym-
bols, and other images. In fact, sometimes it’s better to have more
pictures than text in a PowerPoint presentation, because images
work to reinforce a content main point.
Teachers typically will just share it with their classes, so they
can pull images straight from the Internet. However, for teachers
who are making more public and widespread presentations, copyri-
ght law needs to be considered (Brazil Information Access Law nº
12.527; Art. 31; paragraph 3; item II).
Editora
123
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
7. Use the simple past tense, the present perfect tense or the participants from EJA - young and adult education- to be on an
past perfect tense to complete the sentences. equal level even in the presence of difference. In his literacy work,
I. The educators ______ (to teach) through the Paulo Freire Freire required teacher-facilitators to co-investigate the most im-
Method. portant themes in the lives of students. These themes were codified
II. Previously the students ______ (to learn) through an old and into pictures and brought to dialogue that animated the re-creation
non-dynamic method, then the educators searched and found Frei- of knowledge of participants’ world in the process of learning how
re’s method. to read, achieving the meaning of the word. The objective of this
III. Firstly they had had long hours of boring studies when a approach was not to reproduce “banking” education but to pro-
group of educators ______ (to get) in touch with The Method Paulo mote revolutionary emancipation of individual and society. Freire
Freire, everything changed. developed his work in life context at the state of Pernambuco, in
(A) I. have taught – II. had learned – III. got the challenging circumstances – socially, historically, and geographi-
(B) I. taught – II. learned – III. get cally – of the Brazilian Northeast Region. He experienced poverty
(C) I. have teached – II. had learnt – III. gottan and hunger and was lucky in his access to education thanks to the
(D) I. have taught – II. has learnt – III. got efforts of his mother. He rose through the ranks of civil service, ser-
ving at state and national levels, addressing the literacy and eman-
8. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS cipatory needs of the population, particularly adults in rural areas.
- EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LÍNGUA Exiled during the military dictatorship in Brazil, Freire lived in Chile,
INGLESA Leia a sentença e analise sintaticamente os tempos ver- the United States, and Switzerland, where he worked on education
bais: projects worldwide.
“He rose through the ranks of civil service, (and was) serving at
state and national levels” Sobre inferência e, a partir delas, assinale a alternativa incor-
Assinale a alternativa correta. reta.
(A) rose é simple past tense e (was) serving é past perfect pro- (A) A inferência consiste na habilidade de adivinhar, supor o
gressive/continuous tense sentido de determinada palavra, fazendo hipóteses que podem
(B) rose não é verbo, é substantivo e serving é preposição ser rejeitadas ou confirmadas
(C) rose é simple past tense e (was) serving é past progressive/ (B) O enfoque está nas ideias contidas no texto, ou seja, deve-
continuous tense -se fazer a leitura de palavra por palavra, para tornar-se depen-
(D) rose é simple present tense e (was) serving é present pro- dente do uso do dicionário e obter uma leitura menos fluida
gressive/continuous tense (C) O contexto fornece informação importante na tentativa de
entender uma palavra desconhecida, com foco na sentença em
9. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS que a palavra aparece, bem como nas sentenças anteriores e
- EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LÍNGUA posteriores
INGLESA- Observe o sufixo -ING das palavras a seguir. Analise as afir- (D) A inferência também é útil quando há a necessidade da per-
mativas. Assinale a alternativa correta quanto à classificação morfo- cepção das ideias que não estão explicitadas no texto (ler nas
lógica de cada palavra em destaque. entrelinhas)
I. The process of learning how to read, achieving knowledge of
the word. 11. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Lín-
II. The objective of this approach was not to reproduce gua Inglesa- Parafraseando Michael Swan (2005), um marcador de
“banking” education. discurso ou marcador discursivo é uma palavra ou expressão que
III. The challenging circumstances (…) of the Brazilian Northeast indica a atitude do falante em relação ao que está dizendo. Assinale
Region. a alternativa correta a partir do marcador discursivo na sentença:
IV. Exiled during the military dictatorship in Brazil. “Uhuu!!! This test is so easy”.
(A) I e III são preposições (A) Especifica o sujeito da oração
(B) I e IV são verbos (B) É uma conjunções que explicita sequência
(C) III e IV são substantivos (C) Demonstra a relação de poder do sujeito
(D) II e III são adjetivos (D) Explicita uma negação da vontade do sujeito
(E) Enfatiza o pensamento do interlocutor (falante)
10. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
- EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LÍNGUA 12. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Língua
INGLESA- Inglesa- Observe as estruturas e se atenha apenas as palavras subli-
TEXT: PAULO FREIRE AND COMMUNICATION STUDIES nhadas e assinale a alternativa que apresenta qual delas é o núcleo
(Adapted from Tania Ramalho article in Communication - Ox- do grupo nominal.
ford University Press. (A) Tesla was one of five children
(B) Tesla was one of five children
Paulo Freire, the Brazilian activist educator and philoso- (C) Tesla was one of five children
pher of education, affirmed that communication is at the heart of (D) Tesla was one of five children
pedagogy, as teaching, and learning through praxis that involves re- 9E) Tesla was one of five children
flection and action ultimately to address social injustice and dehu-
manization. Dialogue is at the center of his pedagogical approach,
as means to individualization and humanization. Dialogue assumes
Editora
124
124
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
_____________________________________________________
_____________________________________________________
Editora
125
a solução para o seu concurso!
INGLÊS
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
Editora
126
126
a solução para o seu concurso!
ESPANHOL
Compreensão de Ideias Específicas Expressas em Parágrafos e A segmentação requer a aplicação de uma série de estratégias
Frases e a Relação Entre Parágrafos e Frases do Texto1 e técnicas para adentrar no conteúdo do texto e conhecer tanto seu
funcionamento como seu significado e poder assim selecionar as
Ao responder às questões faça outra leitura, pois com isso se ideias principais e determinar seu sentido global.
identificará com mais facilidade a resposta correta. Para afrontar a leitura de um texto de forma eficaz temos que
Fazer uso de um bom dicionário é valioso para o desenvolvi- ter em conta a estratégia a seguir que definirá o objetivo que que-
mento da habilidade de ler e escrever em língua estrangeira. E ain- remos conseguir e a técnica utilizada para consegui-lo.
da mais importante é perceber que a leitura de textos vai além das
traduções feitas com auxílio do dicionário ou até mesmo de treino Identificação das Ideias Principais
exclusivo de leitura em voz alta para melhorar a pronúncia.
Ler em língua estrangeira também ajuda a aprimorar a sua ha- A ideia principal de um texto é aquela que expressa em sua
bilidade em interpretar e relacionar informações, inclusive quando essência o que o autor quer transmitir. Constitui a causa principal
não se conhece as palavras. do desenvolvimento das ideias subsequentes e sua eliminação pro-
Quanto mais se exercitar a leitura de textos em geral, melhor vocaria uma falta de sentido no resto do texto. Uma ideia pode ser
os compreenderá; desse modo, passará a observá-los mais detalha- principal porque resume o que está sendo dito ou porque o provo-
damente. ca. Portanto, contém a mensagem global do texto, seu conteúdo
Sua atitude como leitor vai mudar. Em vez de fugir quando se mais importante e essencial, aquele que emana todos os demais.
deparar com um vocabulário novo, se passará a inferir sobre signi- Interessa aqui distinguir tema (aquele de que trata o texto e
ficados e exercitará a habilidade em relacionar fatos e contextos. pode expressar-se mediante uma palavra ou uma sentença) e a
ideia principal (informada no enunciado ou enunciados mais im-
Localização e Identificação de Informações Específicas em Um portantes que o escritor utiliza para explicar o tema). As ideias
ou Mais Trechos do Texto principais podem estar explícitas ou implícitas no texto, e não há
uma forma clara para identificá-las. Emprega-se aqui o processo de
O emprego de estratégias e técnicas de análise da informação ABSTRACÃO, um procedimento dedutivo que permite perceber a
nos ajudará a segmentar e a organizar a informação, a identificar essência do texto, eliminando os detalhes.
as ideias principais e a inter-relacionar os conceitos, melhorando a Um texto pode estar composto por algumas ideias principais
compreensão e a aprendizagem. com distinto nível de importância: desde muito importante a muito
pouco importante com matizes intermediários. As ideias principais
Definições de Segmentação representam-se na memória em um nível superior frente as ideias
Segmentar um texto consiste em decompor provisoriamente secundárias que ocupam uma posição inferior em uma estrutura
em proporções mais maleáveis mediante a divisão de segmentos, hierárquica de armazenamento. Por esse motivo, a informação
geralmente parágrafos ou sinais gráficos. É uma técnica que de- principal se recorda melhor que as informações secundárias.
sassocia, recupera e avalia os elementos de um texto, tal como as
ideias, expressões, para determinar seu valor e importância. A seg- Como identificá-la
mentação é uma ferramenta que nos permite filtrar a informação Nos artigos científicos, a ideia principal deve estar nos primei-
não relevante. Na hora de SEGMENTAR temos que analisar uma ros parágrafos, e as vezes é a primeira frase;
série de fatores. É a que gera maiores conexões lógicas;
É a que tem maior carga informativa.
Fatores Linguísticos
Fonológicos: forma do texto Seleção da Informação
Sintáticos: estrutura do texto A estratégia da seleção opera de forma positiva extraindo do
Semânticos: significado do texto texto a informação necessária e relevante. Sua aplicação possibilita
reduzir a complexidade da estrutura física dos textos sem que se
Fatores Linguísticos (Contextuais, Lógicos, Psicológicos…) perca a informação, e há de permitir deduzir a partir da informação
A segmentação depende tanto das características dos fragmen- selecionada.
tos a obter (parágrafos, orações...), como da fonte da qual se obtém
(texto marcado, texto plano...). Recomendações
Uma das múltiplas formas de fragmentar consiste em recopiar Identificar a estrutura e posição dos parágrafos no texto.
o texto com margem flutuante a direita mantendo em cada linha os Identificar as frases que desenvolvem uma ideia importante.
conjuntos cuja coesão interna é suficientemente forte. Isto leva a Selecionar as palavras chaves representativas, geralmente
um desmembramento da informação explorando as partículas me- substantivos, verbos, e expressões substantivas.
nores até que as partes pertinentes da estrutura caiam expostas e Escrever as ideias com palavras chave.
dispostas para serem compreendidas. A segmentação do texto per- Reconhecer adequadamente os vínculos lógicos entre os pará-
mite sua análise fracionada. grafos e as palavras de ligação do texto.
Como Segmentar?
Compreensão da Informação
A estratégia de compreensão permite captar a estrutura do
texto e integrar de forma coerente a informação nova aos próprios
1 http://www.miniwebcursos.com.br/curso_aprender/modulos/aula_3/segmentar. conhecimentos e esquemas de quem lê.
html O leitor, para avaliar a compreensão utiliza referências:
Editora
128
128
a solução para o seu concurso!
ESPANHOL
Referência sintática, considera o significado das frases individuais e sua relação lógica com o texto considerado como um todo.
Referência semântica, agrupado em cinco categorias:
• coesão proposicional comprova se a ideia expressa nas proposições adjacentes pode ser integrada com lógica e sentido.
• coesão estrutural comprova que as ideias expressam no texto são tematicamente compatíveis.
• consistência interna constata que as ideias expressam no texto são consistentes entre si.
• consistência externa constata que as ideias do texto são coerentes com o que sabe o leitor.
• claridade informativa constata que as ideias expressas no texto estão expressas com clareza.
Técnicas de Segmentação
Sublinhar
O sublinhado consiste em colocar um risco destacado em baixo da frase que queremos marcar, são ideias ou dados fundamentais do
tema que merecem serem destacados para serem assimilados e aprendidos. Esta técnica facilita o estudo posterior já que permite que a
atenção se concentre somente nos aspectos do texto que estão destacados com antecedência.
Sublinhar os textos possibilita:
Fixar a atenção e selecionar as ideias principais do texto.
Economizar tempo. Ao realizar uma nova leitura onde fizemos a sublinhação somente as ideias principais terão destaque, descartando
dessa forma as partes do texto que não acrescentam informação. Com isso ganharemos tempo e teremos menos esforço.
A elaboração de resumos, esquemas e mapas conceituais.
Favorece a concentração e facilita a compreensão da informação.
A quantidade de informação a sublinhar dependerá do objetivo que tenhamos as estudar do tema, da estrutura do texto e do conhe-
cimento que se tenha da matéria.
Recomendações
Não sublinhar na primeira leitura porque ainda não temos uma ideia geral do tema.
Sublinhar somente o essencial do texto (palavras chaves, ideias principais ou dados importantes como datas e nomes).
Destacar graficamente as ideias secundárias das principais.
O sublinhado deve ter sentido, pois devemos evitar sublinhar aqueles conceitos que não entendemos.
Tipos de Sublinhado
Sublinhado Linear
Traçar distintos tipos de linhas (reta, dupla, descontinua...) para destacar a importância da informação. Exemplo
Editora
129
a solução para o seu concurso!
ESPANHOL
Sublinhado Lateral
Assinalar com um risco vertical frases do texto ou parágrafos completos do mesmo. Exemplo
Sublinhado Estrutural
Destacar a estrutura ou a organização interna do texto. Pode fazer na margem esquerda utilizando números, letras, datas ou palavras
chaves. Esse tipo de sublinhado exige uma grande capacidade de síntese já que por meio de palavras tentamos expressar o conteúdo do
texto. Exemplo:
Editora
130
130
a solução para o seu concurso!
ESPANHOL
Sublinhado de Realce
Serve para destacar dúvidas, esclarecimentos, pontos de interesse, chamadas de atenção.... Pode-se usar distintos sinais (datas, aste-
riscos, interrogações, parêntesis...) Exemplo:
Compreensão da Função de Elementos Linguísticos Específicos na Produção de Sentido no Contexto em que são Utilizados2
Códigos de Sinalização
Para distinguir o título, as ideias principais, as ideias secundárias, dados e datas, dúvidas, explicações podemos utilizar diferentes
técnicas.
Diferentes cores, de maneira que cada cor identifique algum desses aspectos.
Risque os símbolos que permitam associar cada um deles com um tipo diferentes de informação.
Devemos utilizar aqueles elementos, símbolos e materiais (lápis, caneta, marcadores de texto colorido...) que melhor nos ajudem a
visualizar e assinalar a informação principal do texto.
Segmentação
Não há um procedimento de consenso para segmentar um texto, mas uma técnica que pode ser útil, é diferenciar os parágrafos que
compõem o texto empregando uma margem flutuante à direita para enumerá-los e fazer anotações. Eliminar aqueles cuja informação está
repetida e não seja importante mantendo unidos aqueles parágrafos cuja coerência interna seja significativa.
As ideias principais estão no princípio ou ao final do texto, se repetem várias vezes e são as que maiores conexões lógicas geram.
A facilidade para distinguir as ideias principais das secundárias está na relação com a organização da informação em categorias lógicas
e em estruturas esquemáticas, já que quanto maior a organização menor será a dificuldade.
Localização da Informação
Para localizar as ideias principais devemos adotar os seguintes critérios:
1. Fixar-nos no local do texto: geralmente se situa nos primeiros e nos últimos parágrafos.
2. Identificar o tema principal de cada parágrafo.
3. Formular perguntas específicas ao texto, como, o que, de quem fala, que ajudem a entender o conteúdo.
2 http://www.miniwebcursos.com.br/curso_aprender/modulos/aula_3/segmentar.html
Editora
131
a solução para o seu concurso!
ESPANHOL
4. Buscar as palavras chaves mais importantes do texto. “Queremos cambiarla poco a poco. No puedo decir cuándo o de
5. Visualizar os recados, esquemas, gráficos, ilustrações. qué manera, pero éste se ha convertido en un tema clave entre
6. Prestar atenção à grafia das palavras (cursivas, em negrito, quienes toman las decisiones en el Gobierno”, ha declarado Zhao
assinaladas...) já nos indicando sua importância. a la agencia Reuters.
El país asiático sufre un serio problema de envejecimiento de la
Indicadores Temáticos población y una creciente disparidad de género, que ha provocado
1. Início do texto: títulos utilizados para subdividir à informação la alarma entre los expertos. Se estima que, de seguir la tendencia
em unidades menores. Informam sobre a estrutura do parágrafo e actual, en 15 años puede haber 30 millones de hombres más que
representam seu conteúdo. de mujeres en edad de formar una familia, lo que podría provocar
2. Sinais: fazem referência a microestrutura dos textos, são re- migraciones, tráfico de mujeres e inestabilidad social.
cursos utilizados para destacar a informação importante. Las autoridades aseguran que los estrictos controles de natali-
3. Ilustrações, Diagramas, Gráficos, Tabelas: podem servir de dad han evitado más de 300 millones de nacimientos y han favore-
complemento do texto, facilitando sua compreensão ou para trans- cido una elevación más rápida del nivel de vida del país.
mitir informação nova. No texto podemos encontrar uma série de Sin embargo, sus detractores afirman que, además de violar las
palavras e ligações lógicas que unem as diferentes ideias. libertades del individuo, han desembocado en numerosos abortos
4. Ao princípio do texto: Em primeiro lugar, Em princípio, Para y esterilizaciones forzadas, y el abandono de muchas niñas, dada
começar. la preferencia de las familias por los varones. En China, nacen 118
5. Na argumentação: niños por cada 100 niñas, cuando el ratio normal en todo el mundo
Para indicar ideias de diferente importância: portanto, assim, es entre 103 y 107 varones por cada 100 hembras. El 51,5% de los
depois, em segundo lugar, agora temos. 1.314 millones de habitantes que tenía China en 2006 era varón.
Para estabelecer comparações: assim como, da mesma manei- La mayoría de las parejas en las ciudades sólo puede tener por
ra, igualmente, o mesmo. ley un descendiente, mientras que en las zonas rurales se les permi-
6. Ao final do texto, na conclusão: assim, deste modo, então, te dos si el primero es niña. Las minorías étnicas pueden tener dos
portanto, em consequência, como conclusão, para finalizar, em re- o más. Zhao aseguró que el Gobierno está estudiando la cuestión
sumo. con mucho cuidado para que cualquier decisión que se tome no
São expressões que aparecem no texto e nos orientam até as provoque un alza repentina de la población. (El País, Edición impre-
ideias principais. sa, 01/03/2008).
Objetivos
O aluno no momento de enfrentar-se com um texto deve ser “La mutación de Andrea Rincón: de vedette a actriz “
capaz de conseguir os seguintes objetivos:
Identificar as unidades de analise, tomando como unidade de La actriz argentina acaba de cumplir 33 años de una vida
segmentação o parágrafo e suas distintas modalidades. intensa. Durmió en una plaza en la adolescencia y sus comienzos
Identificar e discriminar as ideias principais de um texto, pois se remiten a su entrada a Gran Hermano. Salió con un perfil de
está na base da compreensão. chica sexy dedicada al teatro, las tapas de revista y el escándalo.
Dominar as técnicas de compreensão, identificando as palavras Hoy ha reinventado su vida y su carrera al destacarse en papeles
fundamentais e formulando perguntas para determinar os temas para series de TV. También logró superar sus “adcciones”.
principais e secundário.
Desenvolver destreza no reconhecimento das as sinalizações A partir da interpretação e tradução do texto, analise as
ou ajudas que se encontram no texto. afirmativas abaixo.
Construir seu próprio conhecimento.
I. A atriz argentina iniciou a carreira no programa Big Brother.
Abaixo separamos diversos textos, vamos exercitar as técnicas II. Andrea saiu em muitas contra capas de revistas.
de interpretação estudadas realizando a leitura dos mesmos e res- III. A atriz argentina conseguiu superar seus vícios.
pondendo as respectivas questões:
Assinale a alternativa correta.
China eliminará la ley que prohíbe tener más de un hijo Jose (A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
Reinoso - Pekín - 01/03/2008 (B) Apenas a afirmativa II está correta
China eliminará gradualmente la política de hijo único (que fue (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
puesta en marcha a finales de la década de 1970 para controlar la (D) Apenas a afirmativa I está correta
explosión demográfica), según ha asegurado Zhao Baige, viceminis-
tra de la Comisión Nacional de Población y Planificación Familiar.
Editora
132
132
a solução para o seu concurso!
ESPANHOL
2.(IBFC - 2018 - Oficial (CBM SE)/Cadete - Aluno Oficial) Estão corretas as afirmativas:
(A) I e II, apenas
Utilize o texto abaixo para responder a questão: (B) III, IV e V, apenas
(C) I, II e III, apenas
Absolut Vodka (D) II e V, apenas
Editora
133
a solução para o seu concurso!
ESPANHOL
6.(IBFC - 2017 - Professor de Educação Básica (SEDUC MT)/ IV. Introdutor da linguagem de informática para a utilização da
Língua Estrangeira) comunicação, ou seja, habilidade comunicativa de uma maneira
bem mais ampla e específica.
A abordagem, atualmente intitulado de “Approach”, é
considerado um termo mais abrangente que Método (ensino) V. Manipulador dos novos canais de comunicação a serem
e engloba os pressupostos teóricos acerca da língua e da explorados para o aproveitamento adequado das informações,
aprendizagem, apresentando variações na medida que os obtendo ao final uma maior capacidade de raciocínio.
pressupostos variam. Neste caso, seria correto afirmar que a
Abordagem da Gramática e da tradução, metodologia com mais Assinale a alternativa correta:
tempo de uso historicamente:
(A) Apenas I
I. Surgiu no renascimento e perdura até hoje, com diversas (B) Apenas a II
adaptações. (C) I, II e III apenas
(D) I e II apenas
II. Surgiu pelo interesse das Culturas gregas e já não existe, (E) III e IV apenas
pois possuía apenas finalidades específicas.
8.(IBFC - 2017 - Professor de Educação Básica (SEDUC MT)/
III. Basicamente, a AGT consiste no ensino da segunda Língua Estrangeira)
língua pela primeira, as explicações assim são dadas através de
explicações na língua materna do estudante. Para ser um participante atuante em um mundo moderno
e repleto de informações é necessário se comunicar e ser
IV. É uma abordagem dedutiva, partindo sempre da regra capaz de uma comunicação não somente na língua materna,
para o exemplo mas também em uma ou mais línguas estrangeiras. O ensino
de línguaestrangeira se faz indispensável não somente como
V. Seu objetivo final era ou ainda é, levar o estudante a cultura instrumento de informação para o indivíduo, mas instrumento
e literatura da língua aprendida (L2) adquirindo um conhecimento opositor de barreiras e porque não dizer instrumento necessário
mais profundo de seu próprio idioma, desenvolvendo inteligência para romper fronteiras; indispensável também é estabelecer
e raciocínio. critérios para definir que línguas estrangeiras devem ser incluídas
no currículo, sobre esse tema, analise as afirmativas abaixo:
Assinale a alternativa correta:
I. Há de considerar o valor educacional e cultural das
(A) I apenas línguas, derivado de objetivos tradicionais e intelectuais para
(B) III apenas a aprendizagem de língua estrangeiras que conduzam a uma
(C) I, II e V apenas justificativa para o ensino de qualquer língua.
(D) III, IV e V apenas
(E) I, III, IV e V apenas II. Há de considerar as desigualdades de aprendizagem de
línguas em comparação aos países com maior poder econômico e
7.(IBFC - 2017 - Professor de Educação Básica (SEDUC MT)/ fatores de competição direta entre os indivíduos.
Língua Estrangeira)
III. Há de considerar as necessidades linguísticas da sociedade
O ensino através das Novas Tecnologias de Informação ( e suas prioridades econômicas quanto às opções de língua
TICs ) vem ganhando destaque como ferramenta de trabalho, de significado econômico e geopolítico em um determinado
principalmente como ferramenta do processo ensino- momento histórico.
aprendizagem da língua estrangeira, a dizer o espanhol, tendo um
significativo impacto positivo. Neste processo já não tão inovador, IV. Há de considerar inclusive o posicionamento geográfico
principalmente em outros países, dizemos com relação ao papel e as necessidades linguísticas que se apresentam ponderando
do professor: uma conquista intelectual, não somente individual , mas também
nacional.
I. Produtor de conhecimento diante da utilização de um leque
de possibilidades de compartilhamento de conhecimento, com V. Há de considerar estratégias de valor educacional e cultural
gerenciamento adequado das informações obtidas. com objetivos comunicativos que prevalecem acima de outros
objetivos.
II. Conhecer e compreender quais as potencialidades das
tecnologias disponíveis deverão ser aplicadas em sala de aula para
um ensino-aprendizagem adequado.
Estão corretas as afirmativas:
III. Demonstrador e introdutor do uso das TICs como recurso
pedagógico para facilitar e alargar horizontes educacionais. (A) I e II apenas
(B) I e III apenas
(C) I, II e III apenas
Editora
134
134
a solução para o seu concurso!
ESPANHOL
(D) I, II, III e IV apenas El búho-águila, cuyas alas alcanzan una evergadura de un
(E) III e V apenas metro y medio, se instaló en el tejado de la estación de tren en
septiembre, pero se convirtió en un problema en Navidad.
9.(IBFC - 2017 - Professor de Educação Básica (SEDUC MT)/
Língua Estrangeira) Craig Smith cuenta cómo el avese abalanzó sobre él desde atrás
en el momento en que él empezó a correr por el aparcamiento e
iNo hay nada más “sexy” que la inteligencia...! la estación para coger el tren: “Yo oí un sonido muy alto similar al
que producen los búhos y miré atrás. Entonces vi esa criatura de
Salud, naturalidad, higiene serenidad, autoestima. La belleza alas plateadas y garras extendidas”, recuerda.
personal no reside solo en el aspecto físico. Actitudes como el
sentido del humor y la demás, pero... i no hay nada más “sexy” Otra víctima, Mark Freyett, de años y padre de cuatro hijos,
que la inteligencia!” Una de las claves del atractivo natural es la declaró: “Yo salía del trabajo cuando oí una especie de grito y vi
salud, ya que suaviza los rasgos y los gestos, da brilho a los ojos, esa gran cara blanca viniendo hacia mí. Levanté mi brazo y golpeé
abre la sonrisa, y hace fluir a energia por el organismo. Sus otros su ala, entonces cayó al suelo, pero se levantó y echó a volar. (...)
ingredientes son la naturalidad, la higiene, la serenidad y el humor Estaba aterrado. Fue como una escena de Harry Potter. iPensé que
inteligente”, dice la psicóloga clínica Patricia Villalba. iba a cogerme! Fui a casa y llamé a la policía, pero pensaron que
estaba borracho.”
El concepto de lo bello abarca la felicidad, la dignidad, la
bondad, la sabiduría, el amor, la realización de uno mismo y Rachel Stewart, del Kirkleatham Owl Centre en Redcar,
la autenticidad, según las conclusiones de dos investigadoras North Yorkshire (Inglaterra), dijo: “Creemos que debe de haber
norteamericanas, Nancy Etcoff y Susie Orbach, tras estudiar la escapado de algún espectáculo ambulante. Algunos voluntarios
relación de las mujeres con la belleza. Existe, además, “un amigo han intentado cazarlo un par de veces. No es peligroso para la
de la buena imagen, económico, sencillo y accesible: nuestroo gente, pero cazará para sobrevivir. Podría matar fácilmente un
atractivo original”, dice Eva Gizowska, autora de “Seducción: 100 gato o un perro pequeño.
consejos para atraer’, quien en la revista ‘Psicologia Práctica’
afirma que “jamás deberíamos empeñarnos en la cruzada Texto traducido y adatpado de www.ananova.com
impossible de querer ser quien no somos”
Señale la respuesta correcta
Ahora bien, para atraer a los demás es fundamental la
serenidad; es decir, esa “paz de espíritu que emana de dentro El animal del que se habla en el texto es:
hacia fuera” porque “las personas que muestran ese estado
de conciliación interior, resultan inevitablemente seductoras”. (A) Un ciervo.
Patricia Villalba aconseja cultivar el humor inteligente, por que (B) Un ciervo.
nadie puede resistirse a una persona ingeniosa, simpática, culta, (C) Un gato.
franca y confiable, que sabe escuchar y decir cosas que interesan. (D) Un búho.
Daniel Galilea/Efe-Reportajes
GABARITO
La afirmación correcta segpun el texto es:
Editora
135
a solução para o seu concurso!
ESPANHOL
ANOTAÇÕES
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
Editora
136
136
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Editora
138
138
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma Google Chorme
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
implementados nos sites mais modernos. sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega- O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
oferecem funcionalidades adicionais. convidativo à navegação simplificada.
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
vra-chave digitando-a na barra de endereços.
Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer2.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con- Principais recursos do Google Chrome:
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura. – Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte-
údos otimizados.
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT-
TPS).
– Disponível em desktop e mobile.
Outras características do Edge são: Opera
– Experiência de navegação com alto desempenho. Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo-
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual- luindo como um dos melhores navegadores de internet.
quer lugar conectado à internet. Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar.
– Funciona com a assistente de navegação Cortana. Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
– Disponível em desktops e mobile com Windows 10. de da experiência do usuário.
– Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
Firefox
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
talado no PC, ele poderá ser instalado.
2 https://bit.ly/2WITu4N
Editora
139
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Safari
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela DE CORREIO ELETRÔNICO
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
confiáveis para usar. E-mail
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men-
sagem atualmente4. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha
e-mail, não importando a distância ou a localização.
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru-
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso.
O resultado é algo como:
maria@apostilassolucao.com.br
O Safari também se destaca em:
– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi- Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio
tivo Apple (iOS). eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook.
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio- Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário
namento de anúncios com base no comportamento do usuário. preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun-
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas to de regras para o uso desses serviços.
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
pos de informação. Correio Eletrônico
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor-
da Apple (Windows e Linux). reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um
– Disponível em desktops e mobile. protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio
e recebimento de mensagens5. Estas mensagens são armazenadas
Intranet no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos
sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de e extração de cópias das mensagens.
um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores Funcionamento básico de correio eletrônico
internos3. Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro-
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à gramas funcionando em uma máquina servidora:
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para – Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação transferência de correio simples, responsável pelo envio de men-
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255. sagens.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem – Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office)
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores, ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa-
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area gens.
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor- Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos, e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
de informações. sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos, de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co- o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este- nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
significativo em termos de segurança. natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servidor
4 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
3 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-fer- 5 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
ramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/ -webmail-e-mozilla-thunderbird/
Editora
140
140
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe naquele
servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de e-mail do
destinatário.
6 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
Editora
141
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).
Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.
DE GRUPO DE DISCUSSÃO
Grupos de discussão são ferramentas gerenciáveis pela Internet que permitem que um grupo de pessoas troque mensagens via e-mail
entre todos os membros do grupo. Essas mensagens, geralmente, são de um tema de interesse em comum, onde as pessoas expõem suas
opiniões, sugestões, críticas e tiram dúvidas. Como é um grupo onde várias pessoas podem participar sem, geralmente, ter um pré- requi-
sito, as informações nem sempre são confiáveis.
7 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
Editora
142
142
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Existem sites gratuitos, como o Google Groups, o Grupos.com.br, que auxiliam na criação e uso de grupos de discussão, mas um grupo
pode ser montado independentemente, onde pessoas façam uma lista de e – mails e troquem informações.
Para conhecer um pouco mais sobre este assunto, vamos criar um grupo de discussão no Google Groups. Para isso, alguns passos serão
necessários:
1º) Temos que ter um cadastro no Google, como fizemos quando estudamos os sites de busca.
2º) Acessar o site do Google (www.google.com.br) e clicar no menu “Mais” e no item “Ainda mais”.
3º) Entre os diversos produtos que serão expostos, clicar em “Grupos”.
Grupos !
Na próxima tela, teremos os passos necessários para criar um grupo, onde clicaremos no botão “Criar um grupo...”
Daremos um nome ao nosso grupo. Neste caso o nome é Profale. Conforme digitamos o nome do grupo, o campo endereço de e – mail
do grupo e endereço do grupo na web vão sendo automaticamente preenchidos. Podemos inserir uma descrição grupo, que servirá para
ajudar as pessoas a saberem do que se trata esse grupo, ou seja, qual sua finalidade e tipo de assunto abortado.
Após a inserção do comentário sobre as intenções do grupo, podemos selecionar se este grupo pode ter conteúdo adulto, nudez ou
material sexualmente explícito. Antes de entrar nesse grupo é necessário confirmar que você é maior de 18 anos.
“Público – Qualquer pessoa pode ler os arquivos. Qualquer pessoa pode participar, mas somente os membros podem postar mensa-
gens.” “Somente para anúncios – Qualquer pessoa pode ler os arquivos. Qualquer pessoa pode participar, mas somente os administrado-
res podem postar mensagens.”
“Restrito – Para participar, ler e postar mensagens é preciso ser convidado. O seu grupo e os respectivos arquivos não aparecem nos
resultados de pesquisa públicos do Google nem no diretório.”
Editora
143
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
!
Configurar grupo
Após este passo, teremos que adicionar os membros do grupo e faremos isto através de um convite que será enviado aos e – mails
que digitaremos em um campo especial para esta finalidade. Cada destinatário dos endereços cadastrados por nós receberá um convite e
deverá aceitá-lo para poder receber as mensagens e participar do nosso grupo.
A mensagem do convite também será digitada por nós, mas o nome, o endereço e a descrição do grupo, serão adicionados automati-
camente. Nesta página teremos o botão “Convidar”. Quando clicarmos nele, receberemos a seguinte mensagem:
!
Finalização do processo de criação do grupo
Editora
144
144
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os convidados a participarem do grupo receberão o convite em seus endereços eletrônicos. A etapa do convite pode ser realizada
depois da criação do grupo. Vale lembrar, que em muitos casos, as mensagens de convite são identificadas pelos servidores de mensagens
como Spams e por esse motivo são automaticamente enviadas para a pasta Spam dos destinatários.
O proprietário do grupo terá acesso a uma tela onde poderá: visualizar os membros do grupo, iniciar um novo tópico de discussão,
convidar ou adicionar membros, e ajustar as configurações do seu grupo.
Quando o proprietário optar por iniciar um novo tópico de discussão, será aberta uma página semelhante a de criação de um e – mail.
A linha “De”, virá automaticamente preenchida com o nome do proprietário e o endereço do grupo. A linha “Para”, também será preenchi-
da automaticamente com o nome do grupo. Teremos que digitar o assunto e a mensagem e clicar no botão “Postar mensagem”.
A mensagem postada pode ser vista no site do grupo, onde as pessoas podem debater sobre ela (igualando-se assim a um fórum) ou
encaminha via e-mail para outras pessoas.
O site grupos.com.br funciona de forma semelhante. O proprietário também tem que se cadastrar e inserir informações como nome
do grupo, convidados, descrição e outras, mas ambas as ferramentas acabam tornado o grupo de discussão muito semelhante ao fórum.
Para criar um grupo de discussão da maneira padrão, sem utilizar ferramentas de gerenciamento, as pessoas podem criar um e – mail para
o grupo e a partir dele criar uma lista de endereços dos convidados, possibilitando a troca de informações via e – mail.
DE BUSCA E PESQUISA.
Sites de busca são mecanismos de pesquisa que permitem buscar documentos, imagens, vídeos e quaisquer tipos de informações na
rede. Eles utilizam um algoritmo capaz de varrer todas as informações da internet para buscar as informações desejadas. São exemplos de
sites de busca mais comuns: Google, Bing e Yahoo.
Formas de acesso
GOOGLE www.google.com.br
BING www.bing.com.br
YAHOO www.yahoo.com.br
Tipos de buscadores
Buscadores Horizontais: São aqueles buscadores que varrem a Internet inteira.
Por exemplo, temos o Google que vai em busca de qualquer conteúdo relacionado a palavra chave.
Buscadores Verticais: São aqueles mais específicos que varrem somente um tipo de site.
Por exemplo, temos o Youtube que é um repositório de vídeos, logo ao pesquisarmos dentro dele a busca será limitada aos vídeos.
Editora
145
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1 – Nesta barra digitaremos o endereço do site: www.google. PESQUISA Acesso ao buscador de pesquisas
com.br;
2 – Nesta barra digitaremos a palavra-chave que queremos en- Acesso a informações de endereço e
contrar; MAPS localização. No caso do celular funciona
3 – Podemos também acionar este microfone para falar a pala- como um GPS;
vra-chave e a mesma será escrita na barra de pesquisa; YOUTUBE ACESSO A VÍDEOS PUBLICADOS;
4 – Podemos também acessar um teclado virtual que irá surgir
na tela, permitindo a seleção dos caracteres desejados. Acesso a loja de aplicativos, no caso
PLAY do celular temos a Play Store onde
encontramos aplicativos;
NOTICIAS Acesso a notícias;
MEET Acesso a Reuniões (vídeo chamadas);
CONTATOS Acesso a todos os contatos;
Acesso ao local de armazenamento na
DRIVE
internet de arquivos, fotos, vídeos, etc.;
Acesso a agenda. É um local onde
Após a entrada da palavra-chave, estamos prontos para realizar AGENDA podemos marcar compromissos, tarefas,
a pesquisa. etc.;
TRADUTOR Acesso ao tradutor do Google;
Outras funções do site de pesquisa do google
Acesso a todas as fotos armazenadas
no drive, estas fotos são armazenadas
na sua conta google. Conforme
usamos o celular, enviamos as fotos
FOTOS
automaticamente para o drive, a
frequência deste envio depende de
uma configuração prévia que temos que
realizar;
Acesso a livros, neste caso somos
LIVROS remetidos para uma barra somente para
a pesquisa de livros.
Acesso a documentos, neste caso
são textos em geral, semelhantes a
DOCUMENTOS documentos em WORD, podemos
acessar e até criar documentos para o
uso;
Acesso a planilhas eletrônicas, neste
caso são planilhas semelhantes ao
PLANILHAS
EXCEL, podemos acessar e até criar
planilhas para o uso;
Permite a criação e gerenciamento de
um blog. Blog é um site que permite
BLOGGUER a atualização rápida através de
Menu do Google à direita, conforme a imagem acima postagens, isso deve-se a sua estrutura
extremamente flexível de uso;
Editora
146
146
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
PRINCIPAIS APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS ELETRÔNICAS, GERAÇÃO DE MATERIAL ESCRITO, AUDIOVI-
SUAL E OUTROS. PACOTE MICROSOFT OFFICE.
Microsoft Office
O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas em
geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – Power-
Point. A seguir verificamos sua utilização mais comum:
Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.
Editora
147
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tipo de letra
Tamanho
Limpa a formatação
• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:
• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha- Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word. diferentes tipos de marcadores automáticos:
Verificação e
Revisão correção ortográ-
fica
Arquivo Salvar
Editora
148
148
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Fórmulas básicas
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)
PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.
Editora
149
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escrever conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até mesmo
excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior, também
alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.
Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o Word e
o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente ao Word,
itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam a
aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no trabalho com o programa.
Editora
150
150
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Atualizações no Word
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s).
Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro • Atualizações no Excel
slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se – Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
uma posição para outra utilizando o mouse. melhores formas de apresentar dados.
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados – Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
para passagem entre elementos das apresentações. • Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
Editora
151
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.
• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
documentos em tablets e smartfones; Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.
• Atualizações no Excel
– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
questão do compartilhamento dos arquivos.
• Atualizações no Excel
• Atualizações no PowerPoint – Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante- destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis, algum mapa que deseja construir.
além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
tão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
3D na apresentação.
Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
desenvolvimento de documentos;
Editora
152
152
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WINDOWS 7
Área de Trabalho
Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você
Pré-visualização de janela.11 pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode ex-
cluir. Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel
Botão Iniciar de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.
Windows Explorer
No computador, para que tudo fique organizado, existe o Win-
dows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Win-
dows e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na
barra de tarefas.
Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7.
Botão Iniciar12 Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organi-
zada do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las,
copiá-las e até mesmo apagá-las.
10 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d
11 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noti-
cia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar-
-do-windows-7.html 13 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/
12 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-win- como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.
dows-vista-acaba-em-11-de-abril ghtml
Editora
154
154
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e mo- Bloco de Notas
vê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de
também renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponi- formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utili-
biliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados zado normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo
gravados. sistema da sua máquina.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto
que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arqui-
vos com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente
no formato ASCII (somente texto).
14
Aplicativos de Windows 7
14 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-
-explorer-clover-2.html
15 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-win- 16 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpa-
dows-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm d-a-new-life
Editora
155
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Paint.17
Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas virtuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais
simples de ser configurado e usado.
Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração de
perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com
realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.
WINDOWS 8
Novidades no Windows 8
Lançado em 2012, o Windows 8 passou por sua transformação mais radical. Ele trouxe uma interface totalmente nova, projetada
principalmente para uso em telas sensíveis ao toque.
• Tela Inicial
A tela de início é uma das características mais marcantes do Windows 819. Trata-se de um espaço que reúne em um único lugar blocos
retangulares ou quadrados que dão acesso a aplicativos, à lista de contatos, a informações sobre o clima, aos próximos compromissos da
agenda, entre outros. Na prática, este é o recurso que substitui o tradicional menu Iniciar do Windows, que por padrão não está disponível
na versão 8. É por este motivo que é possível alternar entre a tela inicial e a área de trabalho (bastante semelhante ao desktop do Windows
7, por sinal) utilizando os botões Windows do teclado.
Obs.: gerou uma certa insatisfação por parte dos usuários que sentiram falta do botão Iniciar, na versão. No Windows 8.1 e Windows
10, o botão Iniciar volta.
Se o espaço na tela não for suficiente para exibir todos eles, ela pode ser rolada horizontalmente. A nova interface era inicialmente
chamada de Metro, mas a Microsoft abandonou esse nome e, agora, se refere a ela como Modern (moderna).
• Tempo de Inicialização
Uma das vantagens que mais marcou o Windows 8 foi o tempo de inicialização de apenas 18 segundos, mostrando uma boa diferença
se comparado com o Windows 7, que leva 10 segundos a mais para iniciar21.
O encerramento também ficou mais rápido, tudo isso por conta da otimização de recursos do sistema operacional e também do baixo
consumo que o Windows 8 utiliza do processador.
Em todas as formas, você verá uma barra surgir à direita com • Windows Store (Loja)
cinco botões: Seguindo o exemplo de plataformas como Android e iOS, o
– Busca: nesta opção, você pode localizar facilmente aplicativos Windows 8 passou a contar com uma loja oficial de aplicativos. A
ou arquivos presentes em seu computador, assim como conteúdo maioria dos programas existentes ali são gratuitos, mas o usuário
armazenado nas nuvens, como fotos, notícias, etc. Para isso, bas- também poderá adquirir softwares pagos também.
ta escolher uma das opções mostradas abaixo do campo de busca
para filtrar a sua pesquisa;
– Compartilhar: neste botão, é possível compartilhar informa-
ções em redes sociais, transferir arquivos para outros computado-
res, entre outros;
– Iniciar: outra forma de acessar a tela inicial. Pode parecer
irrelevante se você estiver usando um teclado que tenha botões
Windows, mas em tablets é uma importante forma de acesso;
– Dispositivos: com este botão, você pode configurar ou ter
acesso rápido aos dispositivos conectados, como HDs externos, im-
pressoras e outros;
– Configuração: é por aqui que você pode personalizar o siste-
ma, gerenciar usuários, mudar a sua senha, verificar atualizações,
ajustar conexões Wi-Fi, entrar no Painel de Controle e até mesmo
acessar opções de configuração de outros programas. É válido destacar que o Windows 8 é compatível com progra-
mas feitos para os Windows XP, Vista e 7 – pelo menos a maioria
deles. Além disso, o usuário não é obrigado a utilizar a loja para ob-
ter softwares, já que o velho esquema de instalar programas distri-
buídos diretamente pelo desenvolvedor ou por sites de download,
por exemplo, continua valendo.
• Notificações
A Microsoft também deu especial atenção às notificações
no Windows 8. E não só notificações do sistema, que avisam, por
exemplo, quando há atualizações disponíveis: também há notifica-
ções de aplicativos, de forma que você possa saber da chegada de
e-mails ou de um compromisso em sua agenda por meio de uma
pequena nota que aparece mesmo quando outro programa estiver
ocupando toda a tela.
Editora
158
158
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Para ativar a pesquisa automaticamente na tela inicial: se você estiver na tela inicial e quiser iniciar um aplicativo ou abrir um ar-
quivo, por exemplo, basta simplesmente começar a digitar o seu nome. Ao fazer isso, o sistema operacional automaticamente iniciará a
busca para localizá-lo.
Versões do Windows 8
– Windows RT: versão para dispositivos baseados na arquitetura ARM. Pode ocorrer incompatibilidade com determinados aplicativos
criados para a plataforma x86. Somente será possível encontrar esta versão de maneira pré-instalada em tablets e afins;
– Windows 8: trata-se da versão mais comum, direcionada aos usuários domésticos, a ambientes de escritório e assim por diante.
Pode ser encontrada tanto em 32-bit quanto em 64-bit;
– Windows 8 Pro: é a versão mais completa, consistindo, essencialmente, no Windows 8 acrescido de determinados recursos, es-
pecialmente para o segmento corporativo, como virtualização e gerenciamento de domínios. Também permite a instalação gratuita do
Windows Media Center.
Área de Trabalho
A Microsoft optou por deixar a famosa área de trabalho no novo Windows, possuindo as mesmas funções das versões anteriores, mas
com uma pequena diferença, o botão iniciar não existe mais, pois, como dito anteriormente, foi substituído pela nova interface Metro.
Windows Store
Outra novidade do Windows 8, é a nova ferramenta de compras de aplicativos, chamada de Windows Store.
Podemos dizer de que se trata de uma loja virtual criada pela Microsoft em busca de aproximar o usuário de novas descobertas de
aplicativos criados exclusivamente para o sistema operacional.
A ferramenta pode ser acessada da mesma maneira que as outras. Ela é encontrada na tela inicial (Interface Metro) e basta dar apenas
um clique para abrir a página com os aplicativos em destaques.
22 https://www.crn.com.au/news/windows-8-show-us-your-real-face-289865
Editora
159
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Acessórios do Windows
O Windows traz consigo alguns acessórios (pequenos programas) muito úteis para executar algumas tarefas básicas do dia-a-dia,
vejamos alguns desses acessórios:
Calculadora
A calculadora do Windows vem em dois formatos distintos (a Padrão e a Científica). Ela permite colar seus resultados em outros pro-
gramas ou copiar no seu visor (display) um número copiado de outro aplicativo.
Bloco de Notas
É um pequeno editor de textos que acompanha o Windows porque permite uma forma bem simples de edição. Os tipos de formata-
ção existentes no bloco de notas são: fontes, estilo e tamanho. É muito utilizado por programadores para criar programas de computador.
Editora
160
160
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WordPad
É como se fosse um Word reduzido. Pode ser classificado como um editor de textos, porque possui recursos de formatação.
Paint
Programa muito utilizado por iniciantes em informática. O Paint é um pequeno programa criado para desenhar e cria arquivos no
formato bitmap que são imagens formadas para pequenos pontos. Ele não trabalha com imagens vetoriais (desenhos feitos através de
cálculos matemáticos), ele apenas permite a pintura de pequenos pontos para formar a imagem que se quer. Seus arquivos normalmente
são salvos no formato BMP, mas o programa também permite salvar os desenhos com os formatos JPG e GIF.
Editora
161
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cotas do Usuário
Recurso que foi herdado do Windows Vista é o gerenciamento
de cotas de espaço em disco para usuários, algo muito interessan-
te em um PC usado por várias pessoas. Assim é possível delimitar
quanto do disco rígido pode ser utilizado no máximo por cada um
que utiliza o computador.
Se você possui status de administrador do Windows pode re- É o programa que acompanha o Windows e permite ajustar to-
alizar essa ação de modo rápido e simples seguindo as instruções. das as configurações do sistema operacional, desde ajustar a hora
do computador, até coisas mais técnicas como ajustar o endereço
Restauração do Sistema virtual das interrupções utilizadas pela porta do mouse.
É um recurso do Windows em que o computador literalmente O painel de controle é, na verdade, uma janela que possui vá-
volta para um estado (hora e data) no passado. É útil quando pro- rios ícones, e cada um desses ícones é responsável por um ajuste
gramas que o usuário instalou comprometem o funcionamento do diferente no Windows.
sistema e o usuário deseja que o computador volte para um estado
anterior à instalação do programa. Bitlocker
É um dos recursos Windows, aprimorado nas versões Ultimate
Windows Explorer e Enterprise do Windows 7, 8 e 10.
É o programa que acompanha o Windows e tem por função Este recurso tem como vocação a proteção de seus dados.
gerenciar os objetos gravados nas unidades de disco, ou seja, todo Qualquer arquivo é protegido, salvo em uma unidade criptografada
e qualquer arquivo que esteja gravado em seu computador e toda pelo recurso. A operação se desenvolve automaticamente após a
pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer., ativação.
WINDOWS 10
Versões do Windows 10
23 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/
SlideDemo-4147.pdf
Editora
162
162
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.
Editora
165
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.
Paint 3D.
26 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
27 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
Editora
166
166
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.
Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visu-
alizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.
28 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
Editora
167
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione
Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.
Windows Hello.
Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).
One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
29 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
Editora
168
168
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows Defender.31
Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente Lixeira
dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organi- A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas ex-
zar tudo o que está dentro das unidades. cluídos das unidades internas do computador (c:\).
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar docu- Para enviar arquivo para a lixeira:
mentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de - Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
arquivos existentes. - Arrasta-lo para a lixeira.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como - Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos. - Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.
Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Co- Arquivos apagados permanentemente:
lar) - Arquivos de unidades de rede.
Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas. - Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados - Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mos-
na imagem acima – Explorador de arquivos). trado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho
2. Botão direito do mouse. do HD (disco rígido) do computador).
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção - Deletar pressionando a tecla SHIFT.
com a letra da unidade e origem e destino). - Desabilitar a lixeira (Propriedades).
31 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/
30 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pas- central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
ta-do-onedrive-no-windows-10 7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
Editora
169
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Editora
170
170
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Widgets (bem, mais ou menos) elementos eletrônicos do computador. É, portanto, uma série de
Inicie widgets na barra de tarefas do Windows 11 para ver in- arquivos escritos em linguagem C e Assembly, que formam o núcleo
formações rápidas, como clima, notícias e ações. Embora eles já responsável por todas as atividades executadas pelo sistema ope-
existam há algum tempo (lembra dos gadgets de área de trabalho racional. No caso do Linux, o código-fonte (receita do programa) é
no Windows Vista?), incluindo em uma atualização recente do Win- aberto, disponível para qualquer pessoa ter acesso, assim podendo
dows 10, agora você pode acessar os widgets diretamente da barra modificá-lo.
de tarefas e personalizá-los para ver o que quiser. • Shell (concha): o intérprete de comandos é a interface entre
o usuário e o sistema operacional. A interface Shell funciona como
Tela sensível ao toque aprimorada, suporte para voz e caneta o intermediário entre o sistema operacional e o usuário graças às
A Microsoft tornou o Windows 11 mais fácil de usar em tablets linhas de comando escritas por ele. A sua função é ler a linha de co-
do que o Windows 10. Para tablets, a Microsoft buscou melhorar mando, interpretar seu significado, executar o comando e devolver
a experiência de toque, com mais espaço entre os ícones na barra o resultado pelas saídas.
de tarefas e suporte para gestos. O Windows 11 também adiciona • Prompt de comando: é a forma mais arcaica de o usuário
haptics à sua caneta digital, para que você possa ouvir e sentir as interagir com o Kernel por meio do Shell.
vibrações ao usá-la para fazer anotações ou desenhar. Por fim, o
sistema operacional apresenta digitação por voz e comandos em
todo o sistema.
LINUX.
Composição do Linux
Por ser um Sistema Operacional, o Linux tem a função de ge- Ubuntu com a interface Unity.35
renciar todo o funcionamento de um computador, tanto a parte de
hardware (parte física) como a parte de software (parte Lógica).
O Sistema Operacional Linux é composto pelos seguintes com-
ponentes.
• Kernel (núcleo): é um software responsável por controlar as
interações entre o hardware e outros programas da máquina. O ker- 34 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/09/
nel traduz as informações que recebe ao processador e aos demais como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mesmo-tempo.
32 MELO, F. M. Sistema Operacional Linux. Livro Eletrônico. html
33 https://bit.ly/32DRvTm 35 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.
Editora
171
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Principais Características do Linux • Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restrições
• Software livre: é considerado livre qualquer programa que a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cau-
pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo com sar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Representado
as necessidades de cada usuário. Em outras palavras, o software é pelo símbolo: $.
considerado livre quando atende a esses quatro tipos de liberdades
definidas pela fundação. Distribuições do Linux
• Multiusuário: permite que vários usuários acessem o sistema As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubuntu,
ao mesmo tempo. Geralmente o conceito se aplica a uma rede, na Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, Apa-
qual podemos ter um servidor e várias pessoas acessando simulta- che (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Chro-
neamente. me – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados em dispo-
• Código aberto (Open Source): qualquer pessoa pode ter sitivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.).
acesso ao código-fonte (receita) do programa.
• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mes- Os Comandos Básicos do Linux
mo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas também, é possível inserir comandos no sistema por meio de uma
do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi- aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qualquer dis-
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo tribuição. Se o computador não estiver com o modo gráfico ativa-
plano) e você nem percebe. do, será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar.
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de platafor- Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de comandos
mas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). As executá-lo. O Linux conta com mais de um, sendo os mais conheci-
distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as arquitetu- dos o bash e o sh.
ras de 32 bits. Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do
• Multiprocessador: permite o uso de mais de um processador teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribuição
no mesmo computador. Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além disso,
• Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de rede alguns comandos só podem ser executados por usuários com privi-
(TCP/IP). légios de administrador.
• Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) de O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que ser
letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é diferente digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de comandos
de arquivo1ºdt. opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em minúscula,
mas terá diferença de resposta de uma para a outra.
O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arquivo A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma des-
para arquivo oculto. crição.
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios no bg: colocar a tarefa em background (segundo plano).
Linux é a barra normal “/”. cal: exibe um calendário.
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um proces- cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo,
so em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo que para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.txt. É
está executando para dar prioridade a outro. utilizado também para concatenar arquivos exibindo o resultado na
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite que tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2.
os programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, po- cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
rém, os direitos do autor por forma a não permitir que essa informa- /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de qual-
ção seja usada de uma maneira que limite as liberdades originais. quer outro, digite apenas cd.
A licença não permite, por exemplo, que o código seja apoderado Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como a
por outra pessoa, ou que sejam impostas sobre ele restrições que função “desfazer”).
impeçam que seja distribuído da mesma maneira que foi adquirido. Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório do
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtual é usuário.
uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computador de Cd..: “volta uma pasta”.
troca de dados que serve como uma extensão da memória principal chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
(RAM). chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e di-
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem mó- retórios.
dulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em vez de chown: executado pelo root permite alterar o proprietário ou
o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá recorrer a grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo ou grupo.
um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo.so). # chown usuário arquivo
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem # chown usuário diretório
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo que Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietário
há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos da pasta, basta dar o comando:
e configurações especiais do sistema, coisa que o usuário comum # ls -l /
não pode fazer. Representado pelo símbolo: #.
Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos ar-
quivos.
Editora
172
172
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de comando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido acessado.
cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o nome con-
curso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /home/ concurso 2.txt.
cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual pode ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, número de carac-
teres ou por posição de campo.
Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>
date: mostra a data e a hora atual.
df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.
diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arquivos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.
dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando “ls” é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico do Win-
dows.
du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
emacs: abre o editor de textos emacs.
fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
file arquivo: mostra informações de um arquivo.
find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido do
diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo da busca. Parâmetros:
name – busca por nome
type – busca por tipo
size – busca pelo tamanho do arquivo
mtime – busca por data de modificação
Exemplo: find /home name tristania
finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
gzip: compactar um arquivo.
Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
-c – extrai um arquivo para a saída padrão;
-d – descompacta um arquivo comprimido;
-l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
-v – exibe detalhes sobre o procedimento;
-r – compacta pastas;
-t – testa a integridade de um arquivo compactado.
halt: desliga o computador.
help: ajuda.
history: mostra os últimos comandos inseridos.
id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário especificado no sistema.
ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema.
-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces do sistema.
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do sistema.
Permissões no Linux
As permissões são usadas para vários fins, mas servem principalmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários.
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no sistema, justamente por ser o usuário responsável pela configuração, adminis-
tração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo, determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc. A forma usada
para determinar o que o usuário pode fazer é a determinação de permissões.
Observe:
Editora
173
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões dos
arquivos.
• Detalhando as Permissões
36 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerenciador-de-arquivos-dolphin-para.html
Editora
174
174
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os /srv – o diretório /srv contém “dados para serviços prestados
programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os ar- pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, provavel-
quivos do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente mente armazena os arquivos do seu site em um diretório dentro
o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”, que pode do /srv.
ficar armazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e to- /sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atribu-
dos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele. Vejamos: ída ao diretório proc.
/ – diretório raiz, armazena todos os outros. /tmp – arquivos temporários.
/bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sis- /usr – é o diretório com o maior número de arquivos, incluindo
tema. bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos principais progra-
/boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicializa- mas.
ção) do sistema. /usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas.
/cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas /usr/man – manuais on-line.
você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema /var – arquivos variáveis, que mudam com frequência.
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sis-
tema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está den- Teclas de Atalhos
tro do diretório /media. Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo.
/dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido, Ctrl + A: selecionar tudo.
paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/ Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas.
dev/hda, /dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de Ctrl + P: imprimir o documento.
hardware. Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado.
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, como Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência.
se fossem o arquivo de registro do Windows. Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado.
/home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O root
tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às suas Atalhos de Teclado com o Gnome
próprias pastas. Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório Sys- Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”.
tem32 do Windows. Alt + F4: fechar a janela atual.
/lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits. Alt + Tab: alternar entre janelas.
/media – o diretório /media contém subdiretórios em que os Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem
dispositivos de mídia removível inseridos no computador são mon- modo gráfico).
tados. Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen drive Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa.
em seu sistema Linux, um diretório será criado automaticamente
dentro do diretório /media. Você pode acessar o conteúdo do CD Atalhos de Terminal
dentro desse diretório. Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de
/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware que comandos usados.
estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por exem- Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução.
plo, será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Windows, no Ctrl + U: excluir a linha atual.
qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no GNU/Linux,
eles aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM etc.
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instalação CONCEITOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA.
padrão do GNU/Linux.
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço em
disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os processos Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção
ativos. de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para
/root – diretório local do superusuário (root). um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi-
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos zação37.
aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporários, É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma corpo-
como soquetes e identificações de processos. Esses arquivos não ração, sendo também fundamentais para as atividades do negócio.
podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos localizados em Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata-
/tmp podem ser apagados. ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém,
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manu- qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro-
tenção de hardware e software. blemas.
/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerencia- A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares38:
mento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical – Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí-
para o sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap vel somente a pessoas autorizadas.
instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos diver- – Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam
sos para o Linux. acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja,
de modo permanente a elas.
37 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
38 https://bit.ly/2E5beRr
Editora
175
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio. a terceiros.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto-
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
nal da área trabalha no dia a dia. o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do Ele pode ser aplicado de duas formas:
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada – Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
uma delas. eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um anti-
vírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- de encriptação, que transformam as informações em códigos que
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a
da informação, ainda que sem intenção certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne- no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio.
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por
explorada por uma ameaça. profissional habilitado conforme o plano de segurança da informa-
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con- ção da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, Criptografia
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran- É uma maneira de codificar uma informação para que somen-
ça da informação. te o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a
Tipos de ataques informação40.
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles39: Tem duas maneiras de criptografar informações:
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar • Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses- sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensa-
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera- gem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
ção, fraude, reprodução, bloqueio). o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole- chave secreta para poder ler a mensagem.
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, • Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves
infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep- pessoa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave pri-
tação, monitoramento, análise de pacotes). vada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
Política de Segurança da Informação Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança ser descriptografada pela chave privada.
da organização através de regras de alto nível que representam os Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só
princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti- A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para
co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo: • Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e per-
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos mitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da
recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra informação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permi-
de formação e periodicidade de troca. te o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a
• Política de backup: define as regras sobre a realização de có- ação. A chave é integrada ao documento, com isso se houver algu-
pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten- ma alteração de informação invalida o documento.
ção e frequência de execução. • Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pes-
• Política de privacidade: define como são tratadas as infor- soa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.
mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
39 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-se- 40 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-prote-
guranca-da-informacao/ cao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
Editora
176
176
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.
Representação de um firewall.41
NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS, PHISHING E PRAGAS VIRTUAIS. APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FI REWALL, AN-
TI-SPYWARE E VPN).
Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos
aos dados armazenados no computador e podem executar ações recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que
em nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usu- costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem-
ário. penho de redes e a utilização de computadores.
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver
e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens fi- Bot e botnet
nanceiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo de au- Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação
topromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente.
muitas vezes usados como intermediários e possibilitam a prática Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou
de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne-
detalhes nos Capítulos Golpes na Internet, Ataques na Internet e rabilidades existentes em programas instalados em computadores.
Spam, respectivamente). A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos ma- bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo
liciosos existentes. P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar
instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des-
Vírus ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam.
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de
normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes- zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente,
mo e se tornando parte de outros programas e arquivos. sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor
de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo de e-mails e o utiliza para o envio de spam.
hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com-
preciso que um programa já infectado seja executado. putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os executadas pelos bots.
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela
começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu- será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios
almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que
meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente, desejem que uma ação maliciosa específica seja executada.
pelo uso de pen-drives. Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul- por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi- propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem de informações de um grande número de computadores, envio de
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro-
datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são: xies instalados nos zumbis).
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane-
xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre Spyware
este arquivo, fazendo com que seja executado. Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida-
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
escrito em formato HTML. informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por – Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre outros). ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para autorizado.
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS – Malicioso: quando executa ações que podem comprometer a
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu- privacidade do usuário e a segurança do computador, como monitorar
ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. e capturar informações referentes à navegação do usuário ou inseridas
em outros programas (por exemplo, conta de usuário e senha).
Worm Alguns tipos específicos de programas spyware são:
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen- – Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para pelo usuário no teclado do computador.
computador. – Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu- sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto- mouse é clicado.
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em – Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
computadores. gandas.
Editora
178
178
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Backdoor Antivírus
Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor O antivírus é um software de proteção do computador que eli-
a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi-
criados ou modificados para este fim. car o computador.
Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có-
tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes, pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados.
que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa-
no computador para invadi-lo. drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em
Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu- algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com
turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces- isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro-
sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova- vidência.
mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro-
e, na maioria dos casos, sem que seja notado. cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos
os dias são criados vírus novos.
Cavalo de troia (Trojan) Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do
Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que, usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail
além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje- ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou
tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma
sem o conhecimento do usuário. contaminação.
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze-
de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani- namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de-
mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros. vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne- Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados gas. Entre as principais estão:
no computador. – Avast;
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após – AVG;
invadirem um computador, alteram programas já existentes para – Norton;
que, além de continuarem a desempenhar as funções originais, – Avira;
também executem ações maliciosas. – Kaspersky;
– McAffe.
Rootkit
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite Filtro anti-spam
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
malicioso em um computador comprometido. tados, que geralmente são enviados para um grande número de
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- pessoas.
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis- identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
mos de proteção. zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
anonimato que tanto os protege.
Ransomware Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí- jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan-
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para Anti-malwares
restabelecer o acesso ao usuário44. Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins. e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que de ferramentas deste tipo.
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de
segurança.
44 https://cartilha.cert.br/ransomware/
Editora
179
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Desvantagens:
– Gera desconfiança, principalmente no que se refere à segu-
rança. Afinal, a proposta é manter informações importantes em um Para quem gosta de editar documentos como Word, Excel e
ambiente virtual, e não são todas as pessoas que se sentem à von- PowerPoint diretamente do gerenciador de arquivos do serviço,
tade com isso. o OneDrive disponibiliza esse recurso na nuvem para que seja dis-
– Como há a necessidade de acessar servidores remotos, é pri- pensada a necessidade de realizar o download para só então poder
mordial que a conexão com a internet seja estável e rápida, princi- modificar o conteúdo do arquivo.
palmente quando se trata de streaming e jogos.
iCloud
Exemplos de computação em nuvem O iCloud, serviço de armazenamento da Apple, possuía em um
Dropbox passado recente a ideia principal de sincronizar contatos, e-mails,
O Dropbox é um serviço de hospedagem de arquivos em nu- dados e informações de dispositivos iOS. No entanto, recentemente
vem que pode ser usado de forma gratuita, desde que respeitado o a empresa também adotou para o iCloud a estratégia de utilizá-lo
limite de 2 GB de conteúdo. Assim, o usuário poderá guardar com como um serviço de armazenamento na nuvem para usuários iOS.
segurança suas fotos, documentos, vídeos, e outros formatos, libe- De início, o usuário recebe 5 GB de espaço de maneira gratuita.
rando espaço no PC ou smartphone. Existem planos pagos para maior capacidade de armazena-
mento também.
45 https://www.tecmundo.com.br/computacao-em-nuvem/738-o-que- 46 https://canaltech.com.br/computacao-na-nuvem/comparativo-os-
-e-computacao-em-nuvens-.htm -principais-servicos-de-armazenamento-na-nuvem-22996/
Editora
180
180
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No entanto, a grande vantagem do iCloud é que ele possui um Tipos de serviços de nuvem
sistema muito bem integrado aos seus aparelhos, como o iPhone. A maioria dos serviços de computação em nuvem se enquadra
A ferramenta “buscar meu iPhone”, por exemplo, possibilita que em quatro categorias amplas:
o usuário encontre e bloqueie o aparelho remotamente, além de – IaaS (infraestrutura como serviço);
poder contar com os contatos e outras informações do dispositivo – PaaS (plataforma como serviço);
caso você o tenha perdido. – Sem servidor;
– SaaS (software como serviço).
Google Drive
Apesar de não disponibilizar gratuitamente o aumento da ca- Esses serviços podem ser chamados algumas vezes de pilha
pacidade de armazenamento, o Google Drive fornece para os usuá- da computação em nuvem por um se basear teoricamente sobre
rios mais espaço do que os concorrentes ao lado do OneDrive. São o outro.
15 GB de espaço para fazer upload de arquivos, documentos, ima-
gens, etc. IaaS (infraestrutura como serviço)
A IaaS é a categoria mais básica de computação em nuvem.
Com ela, você aluga a infraestrutura de TI de um provedor de servi-
ços cloud, pagando somente pelo seu uso.
A contratação dos serviços de computação em nuvem IaaS
(infraestrutura como serviço) envolve a aquisição de servidores e
máquinas virtuais, armazenamento (VMs), redes e sistemas opera-
cionais.
PaaS (plataforma como serviço)
PaaS refere-se aos serviços de computação em nuvem que for-
necem um ambiente sob demanda para desenvolvimento, teste,
Uma funcionalidade interessante do Google Drive é o seu ser- fornecimento e gerenciamento de aplicativos de software.
viço de pesquisa e busca de arquivos que promete até mesmo re- A plataforma como serviço foi criada para facilitar aos desen-
conhecer objetos dentro de imagens e textos escaneados. Mesmo volvedores a criação de aplicativos móveis ou web, tornando-a mui-
que o arquivo seja um bloco de notas ou um texto e você queira to mais rápida.
encontrar algo que esteja dentro dele, é possível utilizar a busca Além de acabar com a preocupação quanto à configuração ou
para procurar palavras e expressões. ao gerenciamento de infraestrutura subjacente de servidores, ar-
Além disso, o serviço do Google disponibiliza que sejam feitas mazenamento, rede e bancos de dados necessários para desenvol-
edições de documentos diretamente do browser, sem precisar fazer vimento.
o download do documento e abri-lo em outro aplicativo.
Computação sem servidor
Tipos de implantação de nuvem A computação sem servidor, assim como a PaaS, concentra-se
Primeiramente, é preciso determinar o tipo de implantação de na criação de aplicativos, sem perder tempo com o gerenciamento
nuvem, ou a arquitetura de computação em nuvem, na qual os servi- contínuo dos servidores e da infraestrutura necessários para isso.
ços cloud contratados serão implementados pela sua gestão de TI47. O provedor em nuvem cuida de toda a configuração, planeja-
Há três diferentes maneiras de implantar serviços de nuvem: mento de capacidade e gerenciamento de servidores para você e
– Nuvem pública: pertence a um provedor de serviços cloud sua equipe.
terceirizado pelo qual é administrada. Esse provedor fornece recur- As arquiteturas sem servidor são altamente escalonáveis e
sos de computação em nuvem, como servidores e armazenamento controladas por eventos: utilizando recursos apenas quando ocorre
via web, ou seja, todo o hardware, software e infraestruturas de su- uma função ou um evento que desencadeia tal necessidade.
porte utilizados são de propriedade e gerenciamento do provedor
de nuvem contratado pela organização. SaaS (software como serviço)
– Nuvem privada: se refere aos recursos de computação em O SaaS é um método para a distribuição de aplicativos de sof-
nuvem usados exclusivamente por uma única empresa, podendo tware pela Internet sob demanda e, normalmente, baseado em as-
estar localizada fisicamente no datacenter local da empresa, ou sinaturas.
seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infra- Com o SaaS, os provedores de computação em nuvem hospe-
estrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa são dam e gerenciam o aplicativo de software e a infraestrutura subja-
mantidos em uma rede privada. cente.
– Nuvem híbrida: trata-se da combinação entre a nuvem públi- Além de realizarem manutenções, como atualizações de sof-
ca e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o tware e aplicação de patch de segurança.
compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. O uso de nu- Com o software como serviço, os usuários da sua equipe po-
vens híbridas na computação em nuvem ajuda também a otimizar dem conectar o aplicativo pela Internet, normalmente com um na-
a infraestrutura, segurança e conformidade existentes dentro da vegador da web em seu telefone, tablet ou PC.
empresa.
47 https://ecoit.com.br/computacao-em-nuvem/
Editora
181
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Editora
182
182
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
(C) A tecla de atalho Ctrl+X recorta o conteúdo selecionado 13. IBFC - OP (SAAE SGDA (RN))/SAAE SGDA (RN)/SISTEMAS
para a área de transferência DE ÁGUA E ESGOTO/2021
(D) Não é possível proteger um documento com senha por Sobre o Microsoft Power Point 365, idioma português, configu-
questões de segurança ração padrão, assinale a alternativa incorreta sobre os elementos
(E) O MS-WORD permite inserir, redimensionar ou mover ima- disponíveis na Guia Inserir.
gens em um documento (A) Tabela
(B) Verificar Ortografia
10. IBFC - ENG (EBSERH UNIFAP)/EBSERH HU-UNIFAP/CI- (C) Imagens
VIL/2022 (D) Formas
Para se evitar erros de aproximação numérica na elaboração de
uma planilha orçamentária utilizando-se o software Excel®, pode-se 14. IBFC - DELEG (PC BA)/PC BA/2022
lançar mão de um comando que em uma operação de multiplicação Quanto as noções básicas sobre IP o IMEI, analise as afirmati-
promove arredondamentos, evitando-se dízima e inúmeras casas vas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
decimais. Assinale a alternativa que apresente corretamente este ( ) Existem atualmente duas versões de IP, os denominados
comando. A intenção da operação é conseguir a multiplicação do IPv4 e o IPv6.
conteúdo da célula A pelo da célula B. ( ) O mesmo equipamento pode ter vários IP’s, assim como
(A) =ARRED (num;núm_digitos) vários IMEI´s.
(B) =ARRED(cel A*cel B;2) ( ) O IMEI é um código de 15 dígitos que identifica de forma
(C) =ARRED(cel A*cel B) - 2 internacional os celulares.
(D) =CUT(Cel A*Cel B;2)
(E) =CUT(Cel A*Cel B)-2 Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo
11. IBFC - TEC (EBSERH UNIFAP)/EBSERH HU-UNIFAP/SEGU- (A) V - F - V
RANÇA DO TRABALHO/2022 (B) V - V - V
Com base no Editor de Planilha da Microsoft abaixo, assinale (C) V - V - F
a alternativa que apresenta o resultado da fórmula. =MULT(MÁXI- (D) F - F - V
MO(A1.B2);MÍNIMO(B1.C2)) (E) F - F - F
Editora
183
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Editora
184
184
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Editora
185
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Editora
186
186
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para militares
das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acumulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de horários.
SEÇÃO III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e discipli-
na, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do
art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X,
sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do
respectivo ente estatal.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da ati-
vidade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019)
▶ Policia Federal
CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Editora
189
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanen- II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
te, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
destina-se a:” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (In-
1998) cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in- QUESTÕES
frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro- 1. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Língua
gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fa- Portuguesa
zendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de com-
petência; O artigo 5º da Constituição Federal compõe todo o capítulo dos
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de direitos e deveres individuais e coletivos do Título II (dos direitos e
fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de garantias fundamentais) da Constituição Federal de 1988. Em con-
1998) sonância com esse artigo, analise as afirmativas a seguir e dê valo-
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária res Verdadeiro (V) ou Falso (F).
da União. ( ) Homens e mulheres são iguais em direitos, mas não em obri-
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado gações.
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na for- ( ) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
ma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Reda- têm aplicação 30 (trinta) dias depois de oficialmente publicadas.
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ( ) Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organi- mano ou degradante.
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, ( ) As ações de “habeas-corpus” e “habeas-data” são gratuitas.
na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias fede- ( ) É livre a manifestação do pensamento e autorizado o ano-
rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) nimato.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car- Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções cima para baixo.
de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as mi- (A) F - F - V - V - F
litares. (B) F - F - F - V - V
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser- (C) F - F - V - F - V
vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além (D) F - F - V - F - F
das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades (E) F - V - V - V - F
de defesa civil.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador 2. IBFC - 2022 - TJ-MG - Oficial Judiciário - Assistente Técnico de
do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a se- Controle Financeiro
gurança dos estabelecimentos penais.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 104, de 2019) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Go- segurança e à propriedade. Acerca dos Direitos e Garantias Funda-
vernadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Re- mentais previstos na Constituição Federal de 1988 (CF/88), assinale
dação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) a alternativa correta.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór- (A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden-
gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
eficiência de suas atividades. (Vide Lei nº 13.675, de 2018) Vi- flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, du-
gência rante o dia, por determinação judicial
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des- (B) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre se-
tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme rão comunicados imediatamente ao Ministério Público
dispuser a lei. (Vide Lei nº 13.022, de 2014) (C) É violável o sigilo da correspondência, de dados e das co-
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór- municações telefônicas, com o objetivo de reparação civil por
gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. sentença transitada em julgado
39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
Editora
190
190
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
(D) É direito dos necessitados receber dos órgãos públicos in- Assinale a alternativa correta.
formações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, (A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
inclusive, aquelas imprescindíveis ao sigilo da segurança da so- (B) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
ciedade e do Estado (C) Apenas as afirmativas III e V estão corretas
(E) É reconhecida a instituição do júri, com a organização que (D) Apenas as afirmativas I e V estão corretas
lhe der a lei, assegurada a soberania da decisão judicial e a (E) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
competência para julgamento de todos os crimes com pena
superior a 02 (dois) anos 5. IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Advogado
3. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Profissional Relativamente à segurança pública, como tal prevista na Cons-
tituição Federal da República, assinale a alternativa incorreta.
O artigo 5º da Constituição Federal compõe todo o capítulo dos (A) Aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições
direitos e deveres individuais e coletivos do Título II (dos direitos e definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
garantias fundamentais) da Constituição Federal de 1988. Em con- civil
sonância com esse artigo, analise as afirmativas a seguir e dê valo- (B) Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preserva-
res Verdadeiro (V) ou Falso (F). ção da ordem pública
( ) É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado (C) Compete às polícias civis, ressalvada a competência da
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
( ) Às presidiárias, não são asseguradas condições para que penais, exceto as militares
possam permanecer com seus filhos durante o período de ama- (D) A polícia federal, instituída por lei como órgão permanen-
mentação. te, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
( ) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive destina-se a realizar o patrulhamento ostensivo das rodovias
a de caráter paramilitar. federais
( ) A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. 6. IBFC - 2020 - SAEB-BA - Soldado
( ) XX - ninguém poderá ser compelido a associarse ou a per-
manecer associado. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e
cima para baixo. da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Considerando sua
(A) V - F - V - F - V estrutura, assinale a alternativa que não contém um de seus órgãos.
(B) F - V - F - V - F (A) Guardas Municipais
(C) V - F - F - V - V (B) Polícia Federal
(D) F - F - F - V - V (C) Polícia Rodoviária Federal
(E) F - V - F - F - F (D) Polícias Civis
(E) Polícias militares e corpos de bombeiros militares
4. : IBFC - 2023 - SEAD-GO - Analista Ambiental - Direito
7. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu-
A respeito dos direitos e garantias fundamentais insculpidos na cativo
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, analise as
afirmativas a seguir. De acordo com o disposto na Constituição Federal sobre Segu-
I. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo rança Pública, analise as afirmativas a seguir e dê valores Verdadei-
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran- ro (V) ou Falso (F).
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por ( ) A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
determinação judicial. organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, desti-
II. É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações na-se, dentre outras atribuições, a prevenir e reprimir o tráfico ilíci-
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no pri- to de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho,
meiro caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces- respectivas áreas de competência.
sual penal. ( ) A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e
III. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma
abertos ao público, desde que não frustrem outra reunião anterior- da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
mente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigida prévia ( ) Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sis-
autorização da autoridade competente. tema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segu-
IV. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- rança dos estabelecimentos penais.
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
-se, no último caso, o trânsito em julgado. cima para baixo.
V. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por (A) V - V - V
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante (B) V - F - V
justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previs- (C) F - F - V
tos na Constituição Federal. (D) V - V - F
Editora
191
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
8. IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Analista Judiciário 10. : IBFC - 2022 - PC-BA - Escrivão da Polícia Civil
Considerando o disposto sobre a “Defesa do Estado e das Ins- Acerca dos direitos e garantias fundamentais, especialmente o
tituições Democráticas” (Título V) da Constituição Federal de 1988 direito à liberdade, analise as afirmativas abaixo.
(CF/88), analise as afirmativas a seguir. I. A Constituição assegura a liberdade do exercício de qualquer
I. O Presidente da República pode, ouvido o Congresso Nacio- trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissio-
nal, decretar estado de defesa ou de sítio para restabelecer a ordem nais que a lei estabelecer. A lei infraconstitucional poderá, portanto,
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilida- limitar o seu alcance, fixando condições ou requisitos para o pleno
de institucional. exercício da profissão. II. É assegurado a todos o acesso à informa-
II. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exér- ção e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
cito e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e profissional. Trata-se do direito de informar e de ser informado, ex-
regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob plicitando do direito constitucional à liberdade de informação. III. A
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à locomoção no território nacional em tempo de paz é livre, poden-
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por ini- do qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou
ciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. dele sair com seus bens.
III. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsa- Estão corretas as afirmativas:
bilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública (A) I, II e III
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através da Polícia (B) I e II apenas
Federal e Ministério Público Federal. (C) II e III apenas
Assinale a alternativa incorreta. (D) I e III apenas
(A) I apenas (E) I apenas
(B) II apenas
(C) III apenas
(D) II e III apenas GABARITO
(E) I e III apenas
Editora
192
192
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Editora
195
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
quanto prejuízos ao réu. Como ela deve ser aplicada? É possível re- nar “momento”, é resultado (“Luta”).
alizar uma mescla à nova lei com a lei anterior? – A teoria da ubiquidade é adotada para solucionar possível
– Pela teoria da ponderação diferenciada, é possível a combi- conflito quanto à possibilidade ou não de aplicação da lei brasileira
nação das duas leis, aplicando apenas as partes benéficas à conduta nos crimes à distância, onde a conduta ocorre em um lugar e o
anterior. resultado é produzido em outro, ex.: agente em Foz de Iguaçu/PR
– Pela teoria da ponderação unitária (global), não é possível dispara uma arma cuja bala atravessa a fronteira e mate uma vítima
combinar as duas Leis, devendo ser aplicada a Lei que, no todo, em Assunção/PA.
seja mais benéfica, sob risco de criar uma lei nova, “Frankenstein” 2 – É possível aplicação da lei penal brasileira no exemplo aci-
→ teoria adotada pelo STF e STJ (Súmula 501, STJ). ma? Sim, porque a conduta foi realizada no Brasil, ainda que o resul-
– Mas qual seria a “melhor” lei? A doutrina entende que cabe tado tenha ocorrido no Paraguai (o inverso seria verdade também).
ao infrator escolher qual lei ele acha mais benéfica para a sua situ-
ação. Regra da Aplicação da Lei Penal Brasileira (Art. 5°)
– A regra é a territorialidade, ou seja, a lei penal brasileira será
Lei Nova Mais Grave e Crimes Continuados e Permanentes aplicada quando a conduta ou o resultado do crime, ocorrer no ter-
– Crime continuado: o agente pratica várias condutas, implican- ritório nacional.
do na concretização de vários resultados, terminando por cometer – Território nacional.
infrações penais de mesmas espécies, em circunstâncias parecidas 1 – Território geográfico/físico:
de tempo, lugar e modo de execução. Aparentando que umas são I – espaço de terra dentro das fronteiras do território nacional;
meras continuações de outras, diante disto, para fins de aplicação II – subsolo;
de pena, criou-se ficção jurídica denominada “crime continuado”, III – Espaço aéreo correspondente;
no qual o Juiz aplicará a pena de um só dos delitos. IV – Em porto ou faixa de mar territorial.
– Crime permanente: o agente comete um único crime que se
protrai/prolonga no tempo (ex.: extorsão mediante sequestro). 2 – Território por extensão: locais que a princípio não seriam
território nacional, porém a lei os consideram como tal:
Obs.: se sobrevier uma nova lei durante o período em que o I – Embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública
crime continuado ou permanente estiver sendo praticado, ela deve ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem.
ser aplicada apenas para beneficiar o agente → a lei nova deve ser II – Aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
aplicada ao crime continuado ou permanente em curso, indepen- propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço
dente se ela beneficia ou prejudica o infrator (Súmula 711, STF); aéreo correspondente ou em alto-mar.
1 – Por que a lei é aplicada de qualquer forma? Não se trata de III – Aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade
retroatividade, pois o agente ainda não havia cessado a prática do privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em
crime. voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar ter-
ritorial do Brasil.
Retroatividade da Lei Penal em Branco no Caso de Alteração
da Norma Complementar Território por Extensão
– Norma Penal em branco: norma penal que depende de com-
plementação para que possa ser validamente aplicada (ex.: Art. 33, Embarcações e aeronaves Aplicação da lei brasileira
Lei de Drogas). brasileiras de natureza pública aonde quer que se encontrem
1 – A norma penal em branco pode ser homogênea (o comple- Embarcações e aeronaves
mento vem da mesma fonte legislativa, ex.: lei) ou heterogênea (o brasileiras a serviço do Aplicação da lei brasileira
complemento vem de outra fonte legislativa, ex.: portaria). (trabalhando para) o governo aonde quer que se encontrem
brasileiro
– Se houver uma alteração na norma penal em branco, apli-
cam-se as regras gerais de retroatividade. Mas e se a alteração for Aplicação da lei brasileira
Embarcações e aeronaves
apenas da complementação, haverá retroatividade? Depende, se se estiverem no espaço aéreo
brasileiras mercantes ou de
for uma complementação não excepcional, ela retroagirá se for correspondente ou em alto-
propriedade privada
benéfica, porém se for uma complementação excepcional, isto é, mar (“mar de ninguém”)
editada em situação de anormalidade econômica ou social que re- Aplicação da lei brasileira
clama uma pronta e segura intervenção do poder público, ela não se estiverem em pouso
retroagirá, mesmo se for mais benéfica ao agente. Embarcações e aeronaves no território nacional ou
estrangeiras de propriedade em voo no espaço aéreo
— Lei Penal no Espaço privada correspondente, e estas em
porto ou mar territorial do
Local do Delito (Crime) Brasil
– Em relação ao lugar do crime, é aplicada a teoria da ubiqui-
dade (Art. 6°), que considera praticado o crime no local em que Exceção à Regra: Extraterritorialidade (Art. 7°)
ocorreu a conduta em todo ou em parte, bem como onde se produ- – Conceito de extraterritorialidade: hipóteses em que a lei pe-
ziu ou se deveria produzir o resultado. nal brasileira é aplicada em crimes que ocorreram totalmente fora
1 – Teoria da ubiquidade ≠ teoria do resultado (tempo do cri- do território nacional.
me) → se a pergunta falar de “lugar”, é ubiquidade, mas se mencio-
Editora
197
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
– Extraterritorialidade incondicionada (Art. 7°, I): a lei penal quanto a determinado aspecto, aplica-se o Código Penal.
brasileira será aplicada ao crime ocorrido fora do território nacional
mesmo que o agente tenha sido absolvido no estrangeiro. Princípios do Conflito Aparente de Normas (“P.E.S.C.A.”)
1 – Crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da Re- 1 – Princípio da Especialidade: deve ser utilizado quando há
pública (princípio da defesa ou proteção do interesse nacional). conflito aparente entre duas normas, sendo que uma delas, deno-
2 – Crimes contra o patrimônio ou a fé pública de entes públi- minada “norma especial”, possui todos os elementos da outra (nor-
cos (União, Estados, DF, Municípios, de empresa pública, sociedade ma geral), acrescida de alguns caracteres especializantes. A norma
de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder especial deve prevalecer sobre a norma geral (“lex specialis derro-
Público) (princípio da defesa ou proteção do interesse nacional); gat lex generalis”).
3 – Crimes contra a administração pública, por quem está a 2 – Princípio da Subsidiariedade: uma norma é mais abran-
seu serviço (princípio da defesa ou proteção do interesse nacio- gente que a outra. Para evitar o “bis in idem”, o agente responderá
nal). apenas pelo crime descrito na norma primária, afastando-se a apli-
4 – Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou do- cação da norma subsidiária.
miciliado no Brasil. – A subsidiariedade pode ser expressa (a norma penal subsi-
5 – Que princípio determina a aplicação da lei penal brasileira diária já informa que sua aplicação só será cabível se não for pre-
ao crime de genocídio? Depende, quando o agente for brasileiro vista norma mais grave para o fato) ou tácita (a norma penal não é
será aplicada o princípio da personalidade ativa, ao passo que se expressamente subsidiária, mas seu caráter subsidiário poderá ser
o agente for domiciliado no Brasil será aplicado o princípio do do- aferido no caso concreto).
micílio.
3 – Princípio da Consunção (absorção): o crime-fim absorve os
demais (“lex consumens derrogat lex consumptae”);
Extraterritorialidade condicionada (Art. 7°, II): a lei penal bra- – Crime Progressivo: o agente, querendo praticar determinado
sileira será aplicada ao crime ocorrido fora do território desde que crime, necessariamente tem que praticar um crime menos grave,
preenchidos determinados requisitos → ex.: X quer matar Y e, para tanto, o desfere vários golpes com uma
I – Entrar o agente no território nacional; barra de ferro → X cometeu os crimes de lesão corporal e homicí-
II – Ser o fato punível também no país em que foi praticado dio, porém responderá apenas pelo crime-fim (homicídio), sua in-
(dupla tipicidade); tenção incial.
III – Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasi- – Progressão Criminosa: o agente altera seu dolo, ou seja, du-
leira autoriza a extradição (ex.: crime político não extradita); rante a empreitada criminosa o agente altera sua intenção, ex.: X
IV – Não ter sido o agente (braliseiro) absolvido no estrangeiro só queria lesionar Y com uma barra de ferro, mas após consumir o
ou não ter aí cumprido a pena; e crime desejado (lesão corporal), X muda de ideia e progride para
V – Não ter sido o agente (brasileiro) perdoado no estrangeiro um crime mais grave, matando Y. Ante a ocorrência de progressão
ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a criminosa, X responderá apenas pelo homicídio, que absorve a le-
lei mais favorável; são corporal.
a. Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
reprimir (princípio da justiça nacional); 1 – A progressão criminosa só se verifica se o agente alterar seu
b. Crimes praticados por brasileiro (princípio da personalidade dolo no mesmo contexto fático (ele muda de ideia na hora).
ativa); a. Artefato Impunível: agente pratica fatos que estão na mes-
c. Crimes praticados em (dentro de) aeronaves ou embarca- ma linha causal do crime principal, mas responde apenas pelo cri-
ções brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em me principal, pois se considera que estes fatos anteriores são impu-
território estrangeiro [≠ alto mar] e aí não sejam julgados (princí- níveis, ex.: X quer furtar uma casa e, para tanto, invade a casa. Ele
pio da bandeira ou do pavilhão); responderá pelas invasão? Não, apenas para o furto;
Extraterritorialidade hipercondicionada: crime cometido por b. Pós-fato impunível: agente pratica fatos que, isoladamente
estrangeiro contra brasileiro (princípio da personalidade passiva); considerados, são considerados criminosos, porém, por serem tidos
d. Requisitos: além dos mesmos requisitos que a extraterrito- como desdobramentos naturais ou exaurimento do crime pratica-
rialidade condicionada, necessário também que: do, não são puníveis, ex.: X furta u m aparelho celular, mas após ver
I – não ter sido pedida ou ter sido negada a extradição do in- que o celular é um modelo antigo, o quebra. X não pelo dano cau-
frator; e sado ao quebrar o celular. Ele responderá apenas pelo furto, pois o
II – ter havido requisição do Ministro da Justiça. dano é visto como mero exaurimento do crime.
1 – A requisição do Ministro da Justiça é uma ordem? Não, é – Princípio da Alternatividade: uma mesma norma penal des-
apenas uma autorização, tanto que o MP pode optar por oferecer a creve diversas condutas que são criminalizadas, sendo que a prática
respectiva denúncia. de qualquer uma delas já consuma o delito (não é necessário prati-
car todas), mas a prática de mais de uma das condutas, no mesmo
Conflito Aparente de Normas (Art. 12) contexto fático, não configura mais crime (ex.: estupro) – tipos mis-
1 – É possível que, ocorrendo um fato criminoso, haja dúvida tos alternativos.
acerca de qual norma deve reger o fato, posto que em tese, seria
possível a aplicação de duas ou mais normas ao caso concreto.
2 – Como resolver este conflito? Se existir uma lei especial que
regulamenta o fato, não é necessário aplicar as regras do Código
Penal, ao passo que, se não houver lei especial ou se esta for omissa
Editora
198
198
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Crime
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
O Código Penal não trouxe expressamente a definição de cri-
me. Já a Lei de Introdução do Código Penal (Decreto-Lei nº 3.914,
— Interpretação e Analogia de 9 de dezembro de 1941), em seu artigo 1º (1ª Parte), definiu cri-
As normas penais em branco são normas que dependem do me como sendo a infração penal que a lei comina pena de reclusão
complemento de outra norma. ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulati-
vamente com a pena de multa.
Norma Penal em branco Norma Penal em branco Decreto-Lei nº 3.914, de 9 de dezembro de 1941
Homogênea Heterogênea Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina
A norma complementar possui pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alter-
o mesmo nível hierárquico A norma complementar nativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção,
da norma penal. Quando não possui o mesmo nível a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
homovitelina, corresponde hierárquico da norma penal. simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
ao mesmo ramo do Direito, Ex. o complemento da lei (Grifo nosso)
ex. Penal e Penal. Quando de drogas está em decreto
heterovitenila, abrange ramos que define substâncias Da análise do respectivo artigo, verifica-se que o legislador
diferentes do Direito, ex. Penal consideradas drogas. apresentou como diferença básica entre o crime e a contravenção,
e Civil. apenas o tipo de pena aplicada.
No entanto, o conceito de crime abrange diversos outros fato-
Outro ponto fundamental é a diferenciação entre analogia e res que precisam ser analisados para uma aplicação efetiva da lei
interpretação analógica: penal, razão pela qual a doutrina analisou a matéria de forma mais
abrangente.
Nesse sentido, a doutrina conceitua o crime sob três aspectos:
A lei penal admite material, formal e analítico.
interpretação analógica para Já a analogia só pode ser
incluir hipóteses análogas utilizada em normas não Conceito Material
às elencadas pelo legislador, incriminadoras, para beneficiar Para este conceito, crime é toda ação ou omissão humana que
ainda que prejudiciais ao o réu. resulta em uma lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico penal-
agente. mente tutelado/ protegido pela lei. Nesta hipótese, leva-se em con-
ta o bem jurídico.
Assim, somente haverá crime, quando a conduta criminosa
provocar um dano ou uma ameaça de dano a um bem jurídico pro-
INFRAÇÃO PENAL: ESPÉCIES. tegido.
Conceito Formal
A teoria geral do crime é matéria de Direito Penal que aborda O conceito formal define o crime como toda conduta humana
de forma específica o conceito de crime e todos os elementos que contrária ao direito, a que a lei atribui uma pena. Ou seja, é o que a
compõe o fato criminoso. lei penal define como tal. A definição de crime neste caso, é aquela
No entanto, antes de tratarmos especificadamente sobre o fornecida pelo legislador.
conceito de crime, necessária a conceituação de Infração Penal para Desta forma, somente haverá crime se a conduta realizada pos-
melhor compreensão da matéria, vejamos: suir perfeita identidade com aquilo que a norma define como crime.
Espécies de Infração
Conceito Analítico
Por fim, para o conceito analítico, crime é toda a ação ou omissão, típica, antijurídica e culpável. Verifica-se que este conceito leva em
consideração os elementos do crime/ a estrutura do delito e desta forma, contribui de modo mais decisivo para a melhor visualização dos
problemas e casos penais.
É considerado o único conceito que consegue de fato definir o que seja o crime, e por esta razão, é o conceito adotado majoritaria-
mente pelo Direito Brasileiro.
Elementos do Crime
Sobre os elementos que compõe o crime, a doutrina apresenta duas Teorias:
- Teoria Bipartida (Corrente Minoritária): derivada da teoria finalista, defende que o crime é um fato típico e antijurídico. Ou seja,
considera como elementos do crime, apenas o Fato Típico e a Antijuridicidade/ Ilicitude.
Neste caso, a culpabilidade seria apenas um pressuposto de aplicação da pena.
Esta teoria entende que, por ser o delito uma conduta humana e voluntária, que tem sempre uma finalidade, o dolo e a culpa
são elementos integrantes da conduta (do fato típico).
- Teoria Tripartida (Corrente Majoritária): derivada da teoria clássica /causalista ou naturalista, defende que o crime é todo fato típico,
ilícito e culpável. Ou seja, considera como elementos do crime o Fato Típico, a Ilicitude/Antijuridicidade e a Culpabilidade.
a) Fato Típico: dispõe que o fato (conduta) deve ser enquadrado plenamente no tipo (modelo) descrito na legislação penal.
b) Ilicitude: dispõe que o fato (conduta) deve ser contra o Direito. Por vezes, mesmo que uma pessoa cometa uma conduta típica, há
na lei exceções permissivas para sua conduta, de modo que não há ilicitude da ação. Por exemplo: matar alguém como legítima defesa
estrita, a lei considera que a conduta não é ilícita.
O artigo 23 do CP, dispõe que não há crime quando o agente pratica o fato: em estado de necessidade; em legítima defesa ou em
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
c) Culpabilidade: é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma infração penal. Por essa razão, costuma ser
definida como juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito.
Importante destacar que a culpabilidade verifica se o agente deve ou não responder pelo crime cometido. Na culpabilidade de ma-
neira nenhuma é possível a exclusão do dolo e da culpa ou da ilicitude, uma vez que tais elementos já foram analisados nos elementos
anteriores.
Assim, atualmente a culpabilidade é compreendida como princípio limitador ao direito de punir do Estado, como um critério analisa-
do pelo juiz no momento de aplicação da pena, quando irá se ater a análise de três elementos essenciais: imputabilidade, consciência da
ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
É uma infração de menor gravidade. Também fere o ordenamento jurídico, logo, assim como os crimes são fatos típicos e antijurídicos,
mas, como a lesão é menor, o legislador optou por dar tratamento mais sutil àqueles que a cometem. É punido com prisão simples e multa
ou só multa. Possui caráter preventivo, visando a Lei das Contravenções Penais coibir condutas conscientes que possam trazer prejuízo a
alguém. Exemplo: omissão de cautela na guarda ou condução de animais.
CRIME CONTRAVENÇÃO
É punido com reclusão ou detenção É punida com prisão simples e multa
Pune-se a tentativa A tentativa não é punível
Rege-se pela Lei das Contravenções Penais (Decre-
É determinado pelo Código Penal
to-Lei nº 3.688/41)
As penas privativas de liberdade tem por limite o
A pena de prisão não pode ser superior a 05 anos
tempo de 40 anos.
Objeto do Crime
O objeto do crime pode ser jurídico ou material e se referem ao bem contra o qual é dirigida a conduta criminosa.
- Objeto jurídico: é o bem jurídico, ou seja, interesse ou valor protegido pelo tipo penal. Exemplo: vida, no crime de homicídio (Artigo
121 do Código Penal).
- Objeto material: o objeto é a pessoa ou coisa sobre o qual recai a conduta criminosa. Exemplo: a pessoa que teve sua vida tirada
pela conduta do agente.
Editora
200
200
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Tipo ficar etc.). São aqueles que independem de juízo de valor, existem
concretamente no mundo (ex.: mulher, coisa móvel, filho etc.). Se
Os tipos penais são modelos criados pela lei, por meio dos um tipo penal possui somente elementos objetivos, ele oferece se-
quais as condutas consideradas indesejáveis pelo senso comum gurança máxima ao cidadão, visto que, qualquer que seja o apli-
(de acordo com o entendimento do legislador) são descritas taxa- cador da lei, a interpretação será a mesma. São chamados de tipo
tivamente como crimes, com a finalidade de dar aos indivíduos a normal, pois é normal o tipo penal que ofereça segurança máxima;
garantia maior do princípio da reserva legal. 2 - Elementos subjetivos: compõem-se da finalidade especial
O tipo é o modelo genérico e abstrato descritivo da conduta do agente exigida pelo tipo penal. Determinados tipos não se sa-
contido na lei. tisfazem com a mera vontade de realizar o verbo. Existirá elemento
de ordem subjetiva sempre que houver no tipo as expressões “com
Observação: TIPO e TIPICIDADE não se confundem, pois tipo é a finalidade de”, “para o fim de” etc. (ex.: rapto com fim libidino-
uma figura que resulta da imaginação do legislador, enquanto juízo so etc.). O elemento subjetivo será sempre essa finalidade especial
de tipicidade é a averiguação que sobre uma conduta se efetua para que a lei exige. Não confundir o elemento subjetivo do tipo com o
saber se apresenta os caracteres imaginados pelo legislador.4 elemento subjetivo do injusto, que é a consciência do caráter inade-
Existem tipos penais incriminadores ou legais e tipos penais quado do fato, a consciência da ilicitude;
permissivos ou justificadores. Os tipos incriminadores são os que 3 - Elementos normativos: é exatamente o oposto do elemento
trazem a definição legal de uma conduta criminosa, ou seja, são os objetivo. É aquele que depende de interpretação para se extrair o
tipos penais propriamente ditos. Já os tipos permissivos, são as cau- significado, ou seja, é necessário um juízo de valor sobre o elemen-
sas de exclusão da ilicitude, pois é descrita uma conduta permitida. to. São elementos que trazem possibilidade de interpretações equí-
O tipo legal é composto de elementares e circunstâncias. vocas, divergentes, oferecendo um certo grau de insegurança. São
- Elementar: Vem de elemento, que é todo componente essen- chamados de tipos anormais porque possuem grau de incerteza,
cial do tipo sem o qual este desaparece insegurança.
ou se transforma em outra figura típica.
Justamente por serem essenciais, os elementos estão sempre Existem duas espécies de elementos normativos:
no caput (cabeça) do tipo incriminador (texto da lei penal), por isso 3.1) elemento normativo jurídico: é aquele que depende de in-
o caput é chamado de tipo fundamental. (Exemplo: art. 121, matar terpretação jurídica (ex.: funcionário público, documento etc. Todos
alguém. Matar é elementar do tipo). esses vêm definidos na lei);
- Circunstância: É aquilo que não integra a essência, ou seja, se 3.2) elemento normativo extrajurídico ou moral: é aquele que
for retirado, o tipo não deixa de existir. depende de interpretação não jurídica (ex.: mulher “honesta”).
As circunstâncias estão dispostas em parágrafos (ex.: qualifi-
cadoras, privilégios etc.), não servindo para compor a essência do Circunstâncias do crime
crime, mas sim para influir na pena. São circunstâncias do crime determinados dados que, agrega-
O crime será mais ou menos grave em decorrência da circuns- dos à figura típica fundamental, têm função de aumentar ou dimi-
tância, entretanto será sempre o mesmo crime (Exemplo: furto du- nuir suas consequências jurídicas, em especial a pena. É aquilo que
rante o sono noturno; o sono é circunstância, tendo em vista que, não integra a essência, ou seja, se for retirado, o tipo não deixa de
se não houver, ainda assim existirá o furto). existir.
A prática do crime contra ascendente é circunstância que agra-
Elementos e Circunstâncias do Crime va a pena dos crimes dolosos (agravante genérica) e o homicídio
praticado por asfixia contém uma circunstância qualificadora. O
Elementos fato de o agente ter praticado o crime sob a influência de multidão
São requisitos específicos do delito os elementos, elementa- em tumulto, se não o provocou, é circunstância atenuante de qual-
res ou, como impropriamente a lei se refere no art. 30 do Código quer delito e a prática do homicídio por relevante valor moral é cir-
Penal, as circunstâncias elementares. Esses elementos são as vá- cunstância que causa diminuição de pena nesse ilícito. Inexistentes
rias formas que assumem os requisitos genéricos nos diversos tipos essas circunstâncias, o crime permanece, desaparecendo apenas a
penais. É o verbo que descreve a conduta, o objeto material, os su- agravação ou atenuação da pena.
jeitos ativo e passivo, etc. inscritos na figura penal. Inexistente um O tipo legal é composto de elementares e circunstâncias.
elemento qualquer da descrição legal, não há crime.
Justamente por serem essenciais, os elementos estão sempre As agravantes estão no art. 61, e sempre incidem, salvo quan-
no caput (cabeça) do tipo incriminador (texto da lei penal), por isso do constituam ou qualifiquem o crime, quando coincidam com uma
o caput é chamado de tipo fundamental. (Exemplo: art. 121, matar causa de aumento ou quando isentem de pena:
alguém. Matar é elementar do tipo). a) Reincidência: Diz o art. 63 que o agente é considerado rein-
cidente se, após ser condenado por um crime por sentença transi-
Espécies de Elemento tada em julgado, no país ou no exterior, comete novo crime; seus
efeitos não perdurarão após o prazo de 5 anos a partir da data de
1 - Elementos objetivos ou descritivos: são aqueles cujo signifi- cumprimento ou extinção da pena, computando-se o período de
cado depende de mera observação. Para saber o que quer dizer um prova do sursis e do livramento condicional, se não tiver ocorrido
elemento objetivo, o sujeito não precisa fazer interpretação. Todos revogação (art. 64, I) e não sendo considerados os crimes políticos
os verbos do tipo constituem elementos objetivos (ex.: matar, falsi- e os militares próprios (art. 64, II). De se salientar que o art. 7º da
4 MASSON, Cleber. Direito Penal. Vol.1. Parte Geral. Editora Método. 8ª edição. LCP complementa o conceito de reincidência ao estabelecer que ela
2014. também se dá se o agente comete nova contravenção após o trân-
Editora
202
202
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
sito em julgado da sentença condenatória no estrangeiro por qual- de 70 anos ou que esteja com sua situação física prejudicada pela
quer crime ou no Brasil por crime ou contravenção; é provada pela sua condição específica; enferma é a pessoa doente sem condições
certidão judicial do trânsito em julgado da sentença condenatória; de se defender;
b) Ter o agente cometido o crime: - Quando o ofendido estava sob a imediata proteção de au-
- Por motivo fútil ou torpe (fútil é o motivo insignificante, que toridade: Baseia-se no desrespeito à autoridade, sendo exemplos
guarde desproporção com o crime praticado; torpe é o motivo vil, desse tipo de vítima o preso ou o doente mental recolhido a esta-
abjeto, que demonstra grau extremo de insensibilidade moral do belecimento oficial;
agente); - Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer
- Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impu- calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido: Aqui o
nidade ou vantagem de outro crime: Tem-se aí uma conexão, que agente deve se aproveitar de modo consciente e voluntário da situ-
pode ser de dois tipos: teleológica (para facilitar ou assegurar a exe- ação calamitosa para dificultar a defesa da vítima ou par facilitar a
cução de outro crime) ou consequencial (o crime é praticado para sua impunidade;
garantir a ocultação, impunidade ou vantagem de outro); - Em estado de embriaguez preordenada: Aqui o agente se
- À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro embriaga propositadamente para cometer crimes, sendo este real-
recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido: mente o campo de atuação da teoria da actio libera in causa (ação
Relativo à forma de realização do crime. Na traição ocorre uma livre na sua causa).
deslealdade; a emboscada se dá quando o agente se esconde para
atacar a vítima de surpresa (tocaia); a dissimulação é a utilização Há discussão sobre se as agravantes do inciso II do art. 61 do CP
de artifícios para se aproximar da vítima, encobrindo seus desíg- seriam aplicadas somente aos crimes dolosos ou a todos os crimes,
nios reais; por fim, o legislador usou uma fórmula genérica (outro já que a lei não faz distinção. O art. 62, CP relaciona as agravantes
recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido), no concurso de pessoas, quando o agente:
permitindo a interpretação analógica ou extensiva; a) Promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a ati-
- Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro vidade dos demais agentes: Atinge aquele que promove a união do
meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum: grupo, ou é o seu líder, ou ainda atua como mentor intelectual do
Relativo ao meio. O legislador escolheu alguns meios como paradig- crime;
ma, utilizando, em seguida, a expressão que possibilita a interpreta- b) Coage ou induz outrem à execução material do crime: A 1ª
ção extensiva. Meio insidioso é aquele dissimulado em sua eficiên- parte trata da coação, que pode ser moral ou física, resistível ou ir-
cia maléfica; meio cruel é o que aumenta inutilmente o sofrimento resistível, sendo que o coator responderá pelo crime praticado pelo
da vítima ou revele uma brutalidade anormal; perigo comum é o executor direto (com a pena agravada) e mais o constrangimento
provocado por uma conduta que expõe a risco a vida ou o patrimô- ilegal, ou se for o caso, o crime do art. 1º, I, b, da Lei n. 9455/97; a 2º
nio de um número indefinido de pessoas; parte, fala daquele que insinua, inspira outrem a praticar o crime;
- Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge: Revela c) Instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua
uma maior insensibilidade do agente; aplica-se a qualquer forma autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade
de parentesco (legítimo ou ilegítimo, consanguíneo ou civil); não in- pessoal: Instigar é reforçar uma ideia delituosa já existente; deter-
cide quando a relação de parentesco for elementar do crime, como minar é mandar, ordenar; o executor deve estar sujeito à autori-
no caso do infanticídio e não se estende ao concubino pela proibi- dade do agente ou não ser punível por alguma qualidade pessoal
ção da analogia in malam partem. (menoridade, doença mental, etc.);
- Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações do- d) Executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou pro-
mésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Funda-se na quebra messa de recompensa: A paga é anterior ao crime; a recompensa é
de confiança que a vítima tinha no agente; o abuso de autoridade posterior a ele.
se dá quando o agente excede ou faz uso ilegítimo do poder de fis-
calização, assistência, instrução, educação ou custódia derivado de Os artigos 65 e 66 do CP, tratam das circunstâncias atenuantes;
relações familiares, de tutela, de curatela ou mesmo de hierarquia o artigo 65 estabelece um rol, saber:
eclesiástica, referindo-se somente às relações privadas, pois, quan- a) Ser o agente menor de vinte e um anos, na data do fato, ou
to às públicas, existe lei especial; relações domésticas são as que se setenta anos, na data da sentença: Refere-se à sentença de 1º grau;
estabelecem entre pessoas de uma mesma família, frequentadores a menoridade para efeitos penais prevalece ainda que já tenha ha-
habituais da casa, amigos, empregados, etc.; relação de coabitação vido emancipação;
é a que se dá quando duas ou mais pessoas vivem sob o mesmo b) O desconhecimento da lei apesar de inescusável e não isen-
teto; por fim, a relação de hospitalidade ocorre quando a vítima tar de pena (art. 21), a ignorância serve para atenuá-la;
recebe o agente para permanência em sua casa por certo período c) ter o agente cometido o crime: Por motivo de relevante valor
(visita, pernoite, convite para uma refeição, etc.); moral ou social: Valor moral relaciona-se com um interesse indivi-
- Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, dual que encontra certo respaldo na sociedade (Exemplo: matar o
ofício, ministério ou profissão: nos primeiros casos, ao praticar o estuprador da filha); já o valor social refere-se a um interesse co-
crime, o funcionário que exerce o cargo ou ofício infringe os deveres letivo (Exemplo: invadir o domicílio de um traidor da Pátria); Pro-
inerentes a eles; ministério relaciona-se com atividades religiosas; curado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
profissão é a atividade especializada, remunerada, intelectual ou crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do
técnica; julgamento, reparado o dano: Na 1ª parte, trata-se de um arrepen-
- Contra criança, velho, enfermo ou mulher grávida: Funda-se dimento em que o agente, após a consumação, consegue evitar ou
na maior vulnerabilidade destas pessoas; criança, segundo o ECA, é minorar as consequências, o que não se confunde com o arrependi-
a pessoa com até 12 anos incompletos; velho é a pessoa com mais mento eficaz (art. 15), o qual exige que o agente impeça a produção
Editora
203
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
do resultado, nem com o arrependimento posterior (art. 16), que incide antes do recebimento da inicial acusatória em crimes cometidos
sem violência ou grave ameaça a pessoa; na 2ª parte, o agente deverá ter reparado o dano até a sentença de 1º grau;
d) Cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de
violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima: A coação, moral ou física, tem que ser resistível, pois, se irresistível, excluirá a pró-
pria conduta quando física, ou a culpabilidade quando moral (art. 22, 1ª parte); a ordem de autoridade superior a ser cumprida deve ser
manifestamente ilegal, porque, não o sendo, excluirá a culpabilidade (art. 22, 2ª parte); apesar de a emoção e a paixão não excluírem a
imputabilidade (art. 28, I), reduz-se a pena em caso de influência de violenta emoção provocada por ato injusto da vítima, sendo que, se
for uma agressão injusta, poderá haver legítima defesa, e, ainda, deve-se diferenciar esta atenuante da hipótese de homicídio privilegiado
que se configura quando o sujeito atua sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima;
e) Confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime: A confissão aqui deve ter sido espontânea, a demonstrar
um arrependimento, por exemplo; não incidindo ainda se o agente confessa o crime durante o inquérito e, depois, se retrata em juízo;
f) Cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou: O agente deve ter cometido o crime sob a influência
de multidão em tumulto e não pode ter provocado este último – exemplo: brigas com grande número de pessoas. Quanto ao art. 66, traz
uma atenuante inominada, que deve ser levada em consideração sempre que o juiz entenda haver uma circunstância relevante, anterior
ou posterior ao crime, ainda que não prevista em lei.
O sujeito ativo é a pessoa que realiza, ainda que indiretamente, o verbo do tipo, ou seja, que pratica a ação criminosa. Pode fazê-lo
sozinho ou em concurso com outras pessoas.
Denomina-se autor aquele que sozinho ou em coautoria realizam o verbo do tipo. O partícipe é aquele que, embora não realize o
verbo do tipo, contribui para sua realização.
Há ainda o autor intelectual, que é aquele que, embora não execute a ação delituosa, planeja ou dá ordem para que se realize. Ex:
mandante de crime
Tem-se ainda o autor mediato que é aquele que usa de outra pessoa, sem discernimento para a realização do crime. Ex: sujeito pede
para uma criança de quatro anos colocar veneno no copo de seu desafeto, dizendo à criança que se trata de açúcar.
O partícipe pode ser material, quando ajuda materialmente na realização do crime, por exemplo, empresta a arma. Pode ainda ser
moral, quando induz ou instiga a prática delituosa.
Para ser sujeito ativo, contudo, se faz necessário possuir capacidade penal, que é capacidade para que o sujeito se torne sujeito de
direitos e obrigações penais. Tal capacidade precisa estar presente no momento da ação ou da omissão, ou seja, no momento da prática
delituosa.
Em regra, somente as pessoas naturais podem ser sujeitos ativos dos crimes, porém, há casos em que a pessoa jurídica pode figurar
nessa posição.
A Constituição Federal atribui à pessoa jurídica responsabilidade nos crimes contra a ordem econômica e financeira, nos crimes contra
a economia popular e nos crimes contra o meio ambiente.
Por falta de regulamentação legal nos demais casos, o STF somente tem entendido haver a responsabilidade da pessoa jurídica nos
crimes ambientais, visto que a Lei n° 9.605/98 trouxe previsão legal a esse respeito, veja-se:
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei,
nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão cole-
giado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou
partícipes do mesmo fato.
O sujeito passivo, como já dito anteriormente, é o titular do bem jurídico lesado. O Estado sempre será sujeito passivo dos delitos,
porquanto toda atividade criminosa o atinge em maior ou menor grau, por isso diz-se que ele é sujeito passivo indireto, formal ou mediato.
Porém, há crimes em que ele figura como sujeito passivo direto, como nos crimes contra a Administração Pública.
A pessoa jurídica também pode ser sujeito passivo de crimes mas, é preciso que haja compatibilidade com a sua natureza. Assim, ela
pode ser sujeito passivo do crime de difamação mas, não pode ser do crime de homicídio.
Há os chamados crimes vagos, em que o sujeito passivo não possui personalidade jurídica.
Editora
204
204
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Editora
205
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Segue dispositivo do CP que trata da matéria: ceiro (não há necessidade de autorização da terceira pessoa que
EXCLUSÃO DE ILICITUDE está em perigo)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: - Perigo não provocado voluntariamente: a pessoa que dá
I - em estado de necessidade; causa a uma situação de perigo, não pode invocar o estado de ne-
II - em legítima defesa; cessidade para afastá-la. Aquele que provocou o perigo com dolo
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício re- não age com estado de necessidade porque tem o dever jurídico de
gular de direito. impedir o resultado.
- Inevitabilidade do comportamento lesivo: o sacrifício do bem
EXCESSO PUNÍVEL jurídico é o único meio para salvar direito próprio ou de terceiros.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste O agente deve ter conhecimento da situação justificante, ou seja,
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. deve saber que está lesando um bem jurídico para salvar outro.
- Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo (CP- Art.24,
Estado de Necessidade § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever
legal de enfrentar o perigo). Ex. Bombeiro / Salva-Vidas, etc.
Estado de necessidade é uma situação de perigo atual de in- - Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado: é ne-
teresses protegidos pelo direito, em que o agente, para salvar um cessário existir proporcionalidade entre a gravidade do perigo que
bem próprio ou de terceiros, não tem outro meio senão o de lesar ameaça o bem jurídico do agente ou alheio e a gravidade da lesão
o interesse de outrem; perigo atual é o presente, que está aconte- causada pelo fato necessitado.O bem protegido deve ser de maior
cendo; iminente é o prestes a desencadear-se. ou igual valor ao sacrificado. (Justificante)
O estado de necessidade é uma causa de exclusão de ilicitude e
encontra-se tipificado no art. 24 do CP. Segue dispositivo do CP que trata da matéria:
Consiste em uma conduta lesiva praticada para afastar uma si-
tuação de perigo. O Código Penal não especificou exatamente o que ESTADO DE NECESSIDADE
seria perigo ou quais seriam as suas hipóteses, muito embora foi Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica
claro ao exigir que o perigo deve ser atual (deve estar acontecendo o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vonta-
no momento que o agente pratica a conduta), inevitável (não havia de, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
outra forma de salvar aquele bem jurídico) e involuntário (o perigo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
não deve ter sido provocado pelo agente). § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o
dever legal de enfrentar o perigo.
Espécies § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
O Estado de Necessidade pode ser: ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
- Justificante: neste caso o bem jurídico protegido deve ser
de valor maior do que o bem jurídico sacrificado. Ex. Dano em um Legítima Defesa
veículo para salvar uma criança (bem sacrificado (patrimônio) tem
valor menor que o bem protegido (vida da criança) - não incorrerá Trata-se de causa de exclusão da ilicitude consistente em repe-
no crime de dano. lir injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio,
- Quando o bem sacrificado for de maior valor, subsistirá o cri- usando moderadamente dos meios necessários. É o direito de rea-
me, admitindo- se no máximo a diminuição de pena. (Adotado pelo ção a uma agressão atual ou iminente e injusta.
CP). A Lei 13.964/2019 incluiu parágrafo único ao 25 do CP que tra-
(CP - art.24, § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do ta da Legítima Defesa, para dispor que considera-se também em
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços) legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão
- Exculpante: neste caso o bem jurídico sacrificado é de igual ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de
ou maior valor do que o bem jurídico protegido. Nesse caso fala-se crimes.
em excludente de culpabilidade e não de ilicitude. (Inexigibilidade
de conduta diversa). Ex. Em um naufrágio, “A” mata “B” para ficar Requisitos da Legítima Defesa
com a única boia - Patrimônio (protegido) x vida (sacrificado). - Agressão injusta atual ou iminente: não pode ser uma sim-
ples provocação. Não se admite a legítima defesa contra provoca-
Requisitos do Estado de Necessidade: ção, tendo em vista que provocação (insulto, ofensa ou desafio) não
- Perigo atual ou iminente: deve estar acontecendo naquele é o suficiente para gerar o requisito legal, que é a agressão. Exce-
momento ou prestes a acontecer. ção: provocação pode justificar uma reação quando for insistente
Quando, portanto, o perigo for remoto ou futuro, não há o es- tornando-se assim uma agressão, respeitada a moderação.
tado de necessidade. Obs. Se o ataque é comandado por animais irracionais, não é
Pode ser causado por comportamento humano, animal e até legítima defesa e sim estado de necessidade.
mesmo fatos da natureza. - Defesa de um direito próprio ou alheiro (de terceiros): é legí-
- Perigo deve ameaçar um bem jurídico próprio ou um direito tima defesa própria quando o sujeito está se defendendo e legítima
alheio (terceiro): abrange qualquer bem protegido pelo ordena- defesa alheia quando o sujeito defende terceiros. Pode-se alegar
mento jurídico. Se o bem não for tutelado pelo ordenamento, não legítima defesa alheia mesmo agredindo o próprio terceiro (ex.: em
se admite estado de necessidade. caso de suicídio, pode-se agredir o terceiro para salvá-lo).
a)Estado de necessidade próprio: para salvar direito próprio. - Meios necessários, usados moderadamente: meios neces-
b) Estado de necessidade de terceiro: para salvar direito de ter- sários são aqueles que estão ao alcance do agente para repelir a
Editora
206
206
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
agressão injusta. Devem ser utilizados moderadamente (a agressão Pergunta: Cabe legítima defesa real contra legítima defesa sub-
dever ser repelida de forma moderada, ou seja, dever haver propor- jetiva?
cionalidade e razoabilidade em sua conduta e na escolha do meio Resposta: Em tese caberia, pois, a partir da continuidade da
a ser utilizado). agressão a vítima se torna agressora.
Caso haja outros meios menos lesivos, o meio escolhido deixa Para a jurisprudência, entretanto, não é aceita quando o ex-
de ser considerado necessário, passando a legítima defesa a se tor- cesso for repelido pelo próprio agressor, porque não pode invocar
nar uma agressão. a legítima defesa quem iniciou a agressão, mas o excesso pode ser
- Animus Defendendi: (requisito subjetivo) o sujeito deve ter repelido por terceiro.
consciência de que está se defendendo de uma agressão injusta.
Deve atuar com vontade de se defender agressão injusta. Segue dispositivo do CP que trata da matéria:
É a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática Princípio da Culpabilidade: segundo este princípio, não há cri-
de uma infração penal. Por essa razão, costuma ser definida como me sem culpabilidade (nullum crimen sine culpa)6. No Direito Pe-
juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que nal, o agente somente responderá por crime quando agir com dolo
praticou um fato típico e ilícito. (intenção de cometer infração) ou culpa (negligência, imperícia ou
O Código Penal não conceituou de forma objetiva a culpabili- imprudência). Logo, a ninguém será imputado crime ou pena sem
dade, desta forma, existem diversos posicionamentos na doutrina que a conduta criminosa seja reprovada em um juízo de culpa lato
e na jurisprudência, sendo que para muitos constitui requisito do sensu.
crime e, para outros, pressuposto de aplicação da pena.
Considerando o conceito analítico de crime, que dispõe que Responsabilidade Objetiva e Subjetiva
crime é todo fato típico, ilícito e culpável, podemos considerar a - Objetiva: determina que autor do fato será responsabilizado,
existência de etapas sucessivas de raciocínio, de maneira que, ao ainda que não tenha atuado com dolo nem culpa. É responsabili-
se chegar à culpabilidade, já se constatou ter ocorrido um crime. dade sem culpa.
Verifica-se, em primeiro lugar, se o fato é típico ou não; em se- - Subjetiva: é aquela que depende de comprovação que houve
guida, em caso afirmativo, a sua ilicitude; só a partir de então, cons- dolo ou culpa por parte do agente delituoso. Ou seja, é preciso
tatada a prática de um delito (fato típico e ilícito), é que se passa ao restar comprovado que o crime aconteceu e que houve dolo ou
exame da possibilidade de responsabilização do autor. 6 https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333117943/principio-de-culpa-
Na culpabilidade afere-se apenas se o agente deve ou não res- bilidade
Editora
208
208
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
culpa.
No direito Penal não há responsabilidade objetiva, apenas subjetiva. Isto é, afastada a culpa do agente, deve ser penalmente des-
considerada a sua conduta e, portanto, o fato se torna um fato atípico.
Nesse sentido é que dizemos que responsabilidade penal deverá ser sempre, subjetiva, na medida em que não dispensa a demons-
tração da culpa (elemento subjetivo).
Co-Culpabilidade:
A co-culpabilidade não está expressamente prevista na legislação penal brasileira, apesar de ser um princípio constitucional implíci-
to na Constituição Federal. No entanto, “há uma sensibilidade por parte da doutrina e jurisprudência para que haja a sua positivação”7
Tal princípio reconhece a corresponsabilidade do Estado na prática do delito cometido por indivíduos marginalizados socialmente, em
razão da omissão estatal em promover a todos os membros da sociedade as mesmas oportunidades sociais. Reconhece, portanto, como
responsabilidade do Estado o fato de pessoas atingidas pela exclusão social ingressarem para a vida do crime.
No entanto, não se tratar de imputar ao Estado o cometimento de uma infração, visto que o Estado é detentor do dever de punir, logo
não poderia ser sujeito ativo de um crime. Trata-se apenas de uma responsabilidade compartilhada com o autor do delito.
Importante ressaltar ainda, que o fato reconhecer a co-culpabilidade não significa impunidade. O autor do crime será sim punido, mas
sua pena será ajustada na medida de sua situação social.
Vale ressaltar que este princípio atinge apenas os hipossuficientes.
O princípio da co-culpabilidade não está expressamente previsto na Constituição ou em leis esparsas, no entanto, muitos doutrinado-
res entendem que o ordenamento jurídico permite sua aplicação, principalmente em razão da previsão do artigo 59 e 66 do CP
Código Penal
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circuns-
tâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista
expressamente em lei.
Excludentes da culpabilidade
São excludentes da culpabilidade: inimputabilidade, a ausência de potencial consciência da ilicitude e a inexigibilidade de conduta
diversa.
Uma vez reconhecida tais excludentes, será isento de pena o autor de um fato típico e antijurídico.
A inimputabilidade ocorre quando o agente apresenta doença mental, menoridade, desenvolvimento mental retardado ou incom-
pleto, embriaguez acidental completa. Importante ressaltar, que a embriaguez voluntária (quando o sujeito tem vontade de se embriagar)
não afasta a culpabilidade.
A ausência de potencial consciência da ilicitude ocorre quando há erro, isto é, falsa percepção da realidade, seja em relação ao
comportamento ou ao próprio ilícito. No entanto, nem todo erro exclui a culpabilidade. Apenas o Erro de Proibição Inevitável exclui a
culpabilidade, ou seja, aquele que o agente não tinha como conhecer a ilicitude do fato, em face das circunstâncias do caso concreto. Se
não tinha como saber que o fato era ilícito, inexistia a potencial consciência da ilicitude, logo, esse erro exclui a culpabilidade e o agente
fica isento de pena.
Já a inexigibilidade de conduta diversa ocorre quando, tendo em vista as circunstâncias do caso concreto, não seria possível exigir
que o sujeito não tivesse praticado o ato. Ocorre por exemplo quando o sujeito está sofrendo coação moral irresistível ou, ainda, quando
está submetido a obediência hierárquica.
Conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada a prática de um crime. É impu-
tável aquele que possui desenvolvimento mental que lhe permita entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Capacidade de querer + Capacidade de entender)
O conceito de sujeito imputável é encontrado no artigo 26, caput, do Código Penal, que trata dos inimputáveis.
Em princípio, todos são imputáveis, exceto aqueles abrangidos pelas hipóteses de inimputabilidade enumeradas na lei, que são as
seguintes:
a) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
b) menoridade;
c) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior;
d) dependência de substância entorpecente.
São inimputáveis aqueles que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não possuem condições de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Pode ser a inimputabilidade absoluta ou relativa. Se for absoluta, isso significa que não importam as circunstâncias, o indivíduo defi-
nido como “inimputável” não poderá ser penalmente responsabilizado por seus atos.
Se a inimputabilidade for relativa, isso indica que o indivíduo pertencente a certas categorias definidas em lei poderá ou não ser pe-
nalmente responsabilizado por seus atos, dependendo da análise individual de cada caso na Justiça, segundo a avaliação da capacidade do
acusado, as circunstâncias atenuantes ou agravantes, as peculiaridades do caso e as provas existentes.
A imputabilidade possui dois elementos:
- intelectivo (capacidade de entender);
- volitivo (capacidade de querer).
Faltando um desses elementos, o agente não será imputável.
Editora
210
210
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
d) Embriaguez preordenada (actio libera in causa): ocorre não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
quando o indivíduo, voluntariamente, se embriaga para criar cora- de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
gem para cometer um crime. Não há exclusão de imputabilidade. O com esse entendimento.
agente responde pelo crime, incidindo sobre a pena uma circuns-
tância agravante prevista no artigo 61, inciso lI, alínea “l” CP. Potencial Consciência Da Ilicitude
culpabilidade, enquanto o erro de proibição evitável apenas reduz A ordem expedida pelo superior hierárquico pode, portanto,
a pena. ser manifestamente ilegal ou não manifestamente ilegal.
Quando manifestamente ilegal, responde pelo crime o superior
Exigibilidade de Conduta Diversa e o subordinado, este com pena reduzida segundo o t. 65, III, c. . Ex.:
um policial receber uma ordem do delegado para torturar o preso.
Ocorre quando for possível exigir do agente uma conduta di- Não é aceitável, pois é claramente ilegal.
ferente daquela que ele praticou, mais precisamente quando for Por outro lado, quando não manifestamente ilegal, haverá
possível exigir um comportamento conforme o direito. excludente de culpabilidade. A obediência à ordem não manifes-
Se no tempo da conduta, o agente tinha escolha entre agir con- tamente ilegal de superior hierárquico torna viciada a vontade do
forme o direito ou contrário a ele, estamos diante da exigibilidade subordinado e, portanto, afasta a exigência de conduta diversa.
de conduta diversa.
Trata-se da terceira excludente de culpabilidade. É a expectativa Requisitos:
social de que o agente tenha outro comportamento e não aquele - Relação de subordinação de caráter público.
que se efetivou. - Ordem deve emanar de superior hierárquico.
A exigibilidade de conduta diversa, como causa de exclusão da - Ordem não manifestamente ilegal (não claramente ilegal) -
culpabilidade, funda-se no princípio de que só podem ser punidas apesar de ilegal, a ordem deve ter aparência de legalidade, induzin-
as condutas que poderiam ser evitadas. No caso, a inevitabilidade do o subordinado a erro.
não tem a força de excluir à vontade, que subsiste como força pro- - O executor da ordem deve atuar nos limites da ordem expe-
pulsora da conduta, mas certamente a vicia, de modo a tornar inca- dida, não podendo cometer excessos.
bível qualquer censura ao agente.
Em nosso ordenamento jurídico, a exigibilidade de conduta di- Causas Supralegais de Exclusão de Culpabilidade
versa pode ser excluída por duas causas: a coação moral irresistível
e a obediência hierárquica. Atualmente, o Superior Tribunal de Justiça sustenta que, além
da coação moral irresistível e da obediência hierárquica (previstas
Causas excludentes: em lei), qualquer circunstância que, no caso concreto, venha tornar
Ocorrem quando não se poderia exigir do agente uma condu- inexigível conduta diversa, conduz à exclusão de culpabilidade. Ar-
ta diferente daquela que ele praticou. (inexigibilidade de conduta gumenta-se que a exigibilidade de conduta diversa é um verdadeiro
diversa). A exigibilidade de conduta diversa pode ser excluída por princípio geral da culpabilidade. Contraria frontalmente o pensa-
duas causas: mento finalista punir o inevitável. Só é culpável o agente que se
comporta ilicitamente, podendo orientar-se de modo diverso.
1) Coação Moral Irresistível: é o emprego de grave ameaça
para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa, ela atua na
cabeça, na vontade do sujeito. A coação moral irresistível força o IMPUTABILIDADE PENAL.
agente a cometer um crime, sob ameaça de sofrer prejuízo maior.
Ex. Gerente de Banco que tem sua família sequestrada e, portanto,
sob irresistível ameaça de morte de seus familiares, subtrai quantia A imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um indivíduo
em dinheiro e entrega posteriormente aos sequestradores. a responsabilidade por uma infração. Segundo prescreve o artigo
A coação moral irresistível exclui a culpabilidade. Ocorre o que 26, do Código Penal, podemos, também, definir a imputabilidade
a doutrina chama de inexigibilidade de conduta diversa. como a capacidade do agente entender o caráter ilícito do fato por
Por outro lado, se a coação moral for resistível haverá circuns- ele perpetrado ou, de determinar-se de acordo com esse entendi-
tância atenuante. (artigo 65, inciso III, alínea “c”, primeira parte, do mento.
Código Penal). Essa forma de coação não elimina o fato típico, a É, portanto a possibilidade de se estabelecer o nexo entre a
ilicitude, nem a culpabilidade, apenas atenuam a pena. ação e seu agente, imputando a alguém a realização de um deter-
minado ato.
Atenção: A coação física irresistível exclui à vontade, eliminan- Quando existe algum agravo à saúde mental, os indivíduos po-
do a conduta. O fato é considerado atípico. Não exclui a culpabilida- dem ser considerados inimputáveis – se não tiverem discernimento
de. sobre os seus atos ou não possuírem autocontrole, são isentos de
pena.
2) Obediência Hierárquica: quando um agente pratica um cri- Os semi-imputáveis são aqueles que, sem ter o discernimento
me em estrito cumprimento a uma ordem não manifestamente ile- ou autocontrole abolidos, têm-nos reduzidos ou prejudicados por
gal, recebida de um superior hierárquico. Prevalece o entendimen- doença ou transtorno mental.
to de que o Poder Hierárquico é inerente à Administração Pública.
Ordem de superior hierárquico é a manifestação de vontade CAUSAS QUE EXCLUEM A IMPUTABILIDADE
de um titular de função pública a um funcionário que lhe é subordi- Doença mental,
nado, no sentido de que realize uma conduta positiva ou negativa. Desenvolvimento mental incompleto,
O comando deve ser ilegal com aparência de legalidade, por- Desenvolvimento mental retardado e
que se o subordinado cumprir ordem manifestamente ilegal, acre- Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força
ditando que seja legal, estará incluso em erro de proibição evitável maior.
(que permite apenas redução de pena nos termos do artigo 21 do
Código Penal).
Editora
213
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Editora
214
214
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
resultado morte. O STF, no mesmo sentido, considerou que não havia homicídio doloso na conduta de um homem que entregou o seu
carro a uma mulher embriagada para que esta dirigisse o veículo, mesmo tendo acontecido algum acidente por causa da embriaguez e
resultando a morte da mulher condutora.
Por outro lado, já foi reconhecido o dolo eventual por estar dirigindo na contramão embriagado, uma vez que, o condutor assumiu o
risco de causar lesões/morte de outrem. Inclusive, a tentativa é compatível com o dolo eventual.
Quanto a qualificadora do motivo fútil, o STJ não a enquadra nos casos de racha. Todavia, aplica-se a qualificadora do meio cruel no
caso de reiteração de golpes na vítima. Ademais, a qualificadora do motivo fútil é compatível com o homicídio praticado com dolo eventu-
al. Mas a qualificadora da traição/emboscada/dissimulação não é compatível com dolo eventual, pois exige-se um planejamento do crime
que o dolo eventual não proporciona.
A qualificadora do feminicídio é compatível com o motivo torpe, pois está solidificado nos tribunais superiores o entendimento que
o feminicídio é uma qualificadora objetiva que combina com as qualificadoras subjetivas (motivo do crime), bem como com o homicídio
privilegiado.
Por fim, lembre-se que a jurisprudência considera que algumas situações merecem a extinção da punibilidade pelo perdão judicial,
quando o homicídio é culposo e o agente já sofreu suficientemente as consequências do crime. Exemplo: pai atropela o filho.
Ainda sobre o homicídio culposo, a causa de aumento não é afastada se o agente deixa de prestar socorro em caso de morte instan-
tânea da vítima, salvo se o óbito realmente for evidente.
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consan-
guíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:
VIII - (VETADO):
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de
serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
Editora
217
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas
que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7
de agosto de 2006.
O crime consiste em incentivar a ideia do suicídio e automutilação, bem como prestar auxílio material (ex: emprestar a faca). As penas
são diferentes, a depender do resultado do crime.
– Lesão corporal de natureza grave ou gravíssima: Reclusão de 1 a 3 anos;
– Resultado morte: Reclusão de 2 a 6 anos.
Ademais, as penas são duplicadas se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil (motivo banal), bem como se a vítima é
menor ou tem pena diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. No mesmo sentido, a pena é aumentada até o dobro se a
conduta é realizada por meio da internet (ex. jogo baleia azul). Ademais, aumenta-se a pena se o agente é o líder (quem manda).
Se o resultado é lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por en-
fermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
oferecer resistência, responde o agente pelo crime de Lesão Corporal qualificada como gravíssima.
Se o resultado é a morte e o crime é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discerni-
mento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio.
1 – Infanticídio
Consiste em matar o filho sob influência dos hormônios (estado puerperal), durante o parto ou logo após.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Editora
218
218
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
2 – Aborto
O Código Penal divide o aborto em:
A grande polêmica do aborto circunda na questão da interrupção da gravidez no primeiro trimestre. O STF já decidiu que não há crime
se existe o consentimento da gestante ou trata-se de autoaborto. A Suprema Corte fundamentou que a criminalização, nessa hipótese,
viola os direitos fundamentais da mulher e o princípio da proporcionalidade.
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe
sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
3 – Lesão Corporal
Consiste em ofender a integridade corporal ou saúde de outrem. A pena é aumentada em caso de violência doméstica, como forma
de prestígio à Lei Maria da Penha. Ademais, qualifica o crime a depender do resultado das lesões:
Editora
219
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
iminente: inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não consti- não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
tui crime mais grave. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omis-
se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta
transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabeleci- a morte.
mentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais
– Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emer-
– Abandono de incapaz: Abandonar a pessoa que está sob o gencial: exigir garantia, bem como preenchimento de formulários
seu cuidado/guarda/vigilância/autoridade incapaz de se defender administrativos, como condição para o atendimento médico hospi-
dos riscos do abandono. Ex. deixo meu sobrinho menor de idade talar emergencial.
em uma viela perigosa. Eventual lesão corporal ou morte qualificam
o crime. Aumenta a pena se o abandono ocorrer em local ermo, Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qual-
entre parentes próximos/tutor/curador, se a vítima é maior de 60 quer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários
anos. administrativos, como condição para o atendimento médico-hospi-
talar emergencial:
Abandono de incapaz Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da nega-
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defen- tiva de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até
der-se dos riscos resultantes do abandono: o triplo se resulta a morte.
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: – Maus tratos: Expor a perigo de vida/saúde uma pessoa que
Pena - reclusão, de um a cinco anos. está sob sua autoridade/guarda/vigilância, tendo como finalidade
§ 2º - Se resulta a morte: educação, ensino, tratamento, custódia, privando-a de alimentação
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. ou cuidados indispensáveis, sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, abusando dos meios de correção e disciplina. Ex. pai
espanca o filho com a intenção de educá-lo. Caso ocorra lesão cor-
poral grave ou morte da vítima a pena é aumentada, bem como se
Editora
221
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
fica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar (ex. – Ameaça: Ameaçar alguém de lhe causar mal injusto e grave.
crítica de um especialista no assunto); Ex. vou te matar.
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou
em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
do ofício (ex. avaliação de funcionário). Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Todavia, nos casos dos nº I e III, responde pela injúria ou pela Parágrafo único - Somente se procede mediante representa-
difamação quem lhe dá publicidade. ção.
Por fim, cabe retratação, isto é, o agente antes da sentença se
retrata cabalmente da calúnia ou difamação. A consequência é que – Sequestro e cárcere privado: Consiste em privar alguém da
ficará isento de pena. Outra opção para evitar a responsabilização sua liberdade. Qualifica o crime se a vítima ter 60 anos ou mais e
criminal é se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, di- for menor de 18 anos, o modus operandi é a internação da vítima,
famação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações se dura mais de 15 dias, se há fins libidinosos, resultante de grave
em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as sofrimento físico ou moral.
dá satisfatórias, responde pela ofensa. Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro
Quanto ao entendimento dos tribunais, algumas decisões me- ou cárcere privado:
recem destaque: Pena - reclusão, de um a três anos.
– Em uma única carta pode estar configurado o crime de calú- § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
nia, difamação e injúria. I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou compa-
– Configura difamação edição e publicação de vídeo que faz nheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
parecer que a vítima está falando mal de negros e pobres. II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em
– A esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra casa de saúde ou hospital;
autor de postagem que sugere relação extraconjugal do marido III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
com outro homem. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
– Deputado que em entrevista afirma que determinada depu- V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
tada não merece ser estuprada pratica, em tese, crime de injúria. § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natu-
– Não deve ser punido deputado federal que profere palavras reza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
injuriosas contra adversário político que também o ofendeu ime- Pena - reclusão, de dois a oito anos.
diatamente antes.
– O advogado não comete calúnia se não ficar provada a sua – Redução à condição análoga a de escravo: consiste em sub-
intenção de ofender a honra, ainda que contra magistrado. meter alguém a trabalhos forçados ou jornada exaustiva, condições
degradantes de trabalho, restringindo a sua locomoção em razão de
7 – Crimes contra a liberdade pessoal dívida contraída. Responde pela mesma pena quem cerceia o meio
– Constrangimento ilegal: Consiste em constranger alguém de transporte para reter a vítima no local de trabalho, mantém vi-
mediante violência ou grave ameaça, ou depois de reduzir a sua gilância ou se apodera de documentos da vítima com o fim retê-la.
capacidade de resistência, para não fazer o que a lei permite ou Aumenta a pena se existe motivo de preconceito ou se é contra
a fazer o que ela não mandar. Além da pena do constrangimento, criança/adolescente.
é aplicada a pena da violência. Exceções: intervenção médica ou
cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou seu representante Não é requisito para a configuração do crime a restrição da li-
legal, se justificada por iminente perigo de vida, e no caso de impe- berdade de locomoção dos trabalhadores.
dimento de suicídio. Aumento de pena: reunião de mais de 3 pes-
soas ou emprego de arma. Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer
submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer
Constrangimento ilegal sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringin-
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave do, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, com o empregador ou preposto:
a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena
fazer o que ela não manda: correspondente à violência.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do
Aumento de pena trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apo-
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, dera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim
ou há emprego de armas. de retê-lo no local de trabalho.
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as corresponden- § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
tes à violência. I – contra criança ou adolescente;
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do origem.
paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente
perigo de vida; – Tráfico de Pessoas: Consiste em agenciar, aliciar, recrutar,
II - a coação exercida para impedir suicídio. transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher, mediante violên-
Editora
223
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
cia, grave ameaça, coação, fraude ou abuso uma pessoa tendo a finalidade de remover partes do corpo, submetê-la a trabalho em condi-
ções análogas a de escravo, submetê-la a servidão, adoção ilegal ou exploração sexual.
Aumenta a pena se o crime é cometido por funcionário público, contra criança, adolescente, idoso ou deficiente. Pode aumentar caso
haja retirada do território nacional e se prevalece da relação que tem com a vítima. A pena é diminuída caso o agente seja primário e não
integre organização criminosa.
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência,
coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
IV - adoção ilegal; ou
V - exploração sexual.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las;
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência;
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de
autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa.
Em recente decisão, o STJ entendeu que configura o crime de violação de domicílio o ingresso e permanência, sem autorização, em
gabinete de delegado de polícia, embora faça parte de um prédio/repartição pública.
As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem. Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico o crime qualifica-se.
Editora
224
224
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Por fim, configura o crime de invasão de dispositivo informático o indivíduo que invade o dispositivo informático alheio, conectado ou
não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados
ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Ex.
Hacker.
Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de
permitir a prática da conduta. Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. Qualifica o crime se da
invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas,
assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido. Nesse último caso, aumenta-se a pena de um a dois
terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidas.
Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: Presidente da República, governadores e prefeitos; Pre-
sidente do Supremo Tribunal Federal; Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual,
municipal ou do Distrito Federal.
– Furto: consiste na subtração de bem alheio, sem violência nem grave ameaça.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Editora
225
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Furto privilegiado: Se o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Obs: outros crimes patrimoniais sem violência/grave ame-
aça, também, recebem o benefício.
Roubo: é a subtração de bens alheios de forma violenta, com grave ameaça ou reduzindo a possibilidade de resistência da vítima.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
– Extorsão e Extorsão mediante sequestro: os dois tipos penais não se confundem. Na extorsão, constrange-se alguém, de forma vio-
lenta ou com grave ameaça, para obter vantagem econômica. Na extorsão, mediante sequestro, sequestra-se a pessoa para obter qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate.
Editora
226
226
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
– Atenção: O STF, já decidiu que ressarcimento em acordo homologado no juízo cível é fundamento válido para trancar a ação penal.
Obs: a apropriação indébita previdenciária (forma qualificada) caracteriza-se por deixar de repassar à previdência social as contribui-
ções recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional, independente de dolo específico.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento
efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de pro-
dutos ou à prestação de serviços;
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previ-
dência social.
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias
ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde
que:
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária,
inclusive acessórios; ou
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, adminis-
trativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos
acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
– Estelionato e outras fraudes: o estelionato caracteriza-se por obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
Após o Pacote Anticrime a ação passou a ser pública condicionada à representação, salvo: se a vítima for a Administração Pública,
criança ou adolescente, pessoa com deficiência mental, maior de 70 anos de idade ou incapaz.
O Código Penal determina que deve incorrer na mesma pena do estelionato quem comete:
– Disposição de coisa alheia como própria;
– Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria;
– Defraudação do penhor;
– Fraude na entrega de coisa;
– Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro;
– Fraude no pagamento por meio de cheque.
O Código Penal, inclusive, se preocupa em tipificar algumas outras fraudes, menos incidentes em prova:
Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao
serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (In-
Editora
228
228
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
cluído pela Lei nº 5.474. de 1968) sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social,
Abuso de incapazes aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessi- VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em de-
dade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou de- sacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou
bilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de dividendos fictícios;
ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa,
terceiro: ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou pa-
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. recer;
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
Induzimento à especulação IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autori-
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiên- zada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I
cia ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzin- e II, ou dá falsa informação ao Governo.
do-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia geral.
Fraude no comércio Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant”
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adqui- Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em de-
rente ou consumidor: sacordo com disposição legal:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsifi- Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
cada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra: Fraude à execução
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o ou danificando bens, ou simulando dívidas:
peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadei- Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
ra; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade: Alguns pontos merecem atenção:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. – Adulterar o sistema de medição de energia elétrica para pagar
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. menos que o devido é estelionato (e não furto mediante fraude);
– Uso de processo judicial para obter lucro é figura atípica;
Outras fraudes – É justificável a exasperação da pena-base em caso de confian-
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ça da vítima no autor do crime de estelionato;
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para – O delito de estelionato não é absorvido pelo roubo de talão
efetuar o pagamento: de cheque.
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, Receptação: Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar,
e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de cri-
me, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade oculte. Perceba que no crime de receptação, o agente tem contato
por ações com um bem obtido por meio de crime anterior, ex. objeto furtado.
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazen-
do, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assembléia, Receptação Qualificada
afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
fraudulentamente fato a ela relativo: depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exer-
constitui crime contra a economia popular. cício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime produto de crime:
contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951) Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágra-
em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao pú- fo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
blico ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições eco- inclusive o exercício em residência.
nômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
parte, fato a elas relativo; desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade; Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade penas.
ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isen-
sociais, sem prévia autorização da assembléia geral; to de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o
Editora
229
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a penais encontra-se disposto no Art. 327 do CP.
pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, Crimes Funcionais
do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pú- Dividem-se em:
blica, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena pre- → Crime Funcional Próprio: para a caracterização do crime é
vista no caput deste artigo. Ex. receptação de bens do correio. indispensável que o mesmo seja realizado por funcionário público
(função de cargo público). Exemplo: Crime de Prevaricação, previsto
Receptação de Animal no Art. 319 do CP, se este crime não for praticado por funcionário
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter público, será inexistente, pois o fato torna-se irrelevante.
em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comer-
cialização, semovente domesticável de produção, ainda que abati- → Crime Funcional Impróprio: o sujeito ativo destes crimes é
do ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: funcionário público, assim, eles recebem uma denominação espe-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. cífica pelo exercício da função. Porém, se tais crimes forem cometi-
dos por particulares, sem investimento de cargo público, receberão
Nos crimes patrimoniais existem causas de isenção de pena, outra denominação.
e causas que a ação deixa de ser pública incondicionada, para ser Exemplo: Crime de Peculato (Art. 312 do CP), quando não pra-
tratada como ação penal pública condicionada à representação: ticado por funcionário público no exercício de sua função, recebe a
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes denominação de Apropriação Indébita (Art. 168 do CP).
previstos neste título, em prejuízo: No caso exemplificado acima, ambos crimes se caracterizam
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; pela apropriação de coisa alheia, sendo a Apropriação Indébita, cri-
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo me comum, praticado por qualquer pessoa, enquanto o Peculato,
ou ilegítimo, seja civil ou natural. trata-se de crime próprio, praticado apenas por funcionário público.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: Peculato Próprio (Art. 312 CP)
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; Cometerá o crime de Peculato, o funcionário público que, apro-
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; priar-se (para ele mesmo, ou desviar para outra pessoa), dinheiro
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. ou qualquer outro bem, que recebeu em razão de seu cargo públi-
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: co.
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando Neste caso, o funcionário público tem a posse, ou seja, o bem
haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; específico encontra-se em suas mãos, de modo que, dolosamente,
II - ao estranho que participa do crime. ele transforma tal posse em domínio, para si mesmo ou para ou-
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou trem, dando assim, ao objeto material, destinação diversa da que
superior a 60 (sessenta) anos. lhe foi confiada.
Sujeito ativo
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PECU- Como em todos os demais crimes, dispostos no referido capí-
LATO E SUAS FORMAS, CONCUSSÃO, CORRUPÇÃO ATI- tulo do Código Penal, trata-se do funcionário público, sendo cabível
VA E PASSIVA, PREVARICAÇÃO) apenas a participação de pessoas que não o sejam.
Sujeito passivo
Dos crimes contra a administração pública Como em todos os demais crimes, dispostos no referido capítu-
lo do Código Penal, trata-se do Estado e do particular prejudicado.
Dos crimes praticados por funcionário público contra a admi-
nistração em geral Peculato Impróprio ou Peculato Furto (Art. 312, § 1º, CP)
A diferença entre este caso e o Peculato Próprio, é que aqui,
Peculato – Art. 312 apesar do funcionário público valer-se de seu cargo para subtrair
ou concorrer para que o bem se subtraia, ele não retém a posse
O Título XI, Capítulo I do Código Penal refere-se aos crimes pró- desse bem.
prios de funcionários públicos contra a Administração em geral.
No caso, particulares podem participar dos mesmos apenas Peculato Culposo (Art. 312, § 2º, CP)
como coautores, caso concorram de qualquer modo para realização Ocorre quando, de forma culposa (por negligência, imprudên-
de um desses crimes. cia ou imperícia), apesar de não possuir vontade para que se ocorra
Tais crimes são denominados de crimes funcionais, já que são a subtração ou apropriação do bem, o funcionário público cria uma
praticados por pessoas que se dedicam à realização das funções ou oportunidade para que um outro funcionário público ou um tercei-
atividades estatais, exigindo a qualidade do sujeito ativo, como fun- ro pratique o crime.
cionário público e a intenção de dolo. Também são denominados
como crimes de responsabilidade.
Lembrando que o conceito de funcionário público para efeitos
Editora
230
230
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Peculato mediante erro de outrem - Art. 313 Corrupção Passiva – Art. 317
Da mesma forma que o crime de Concussão seria a Extorsão
Este crime também é chamado de Peculato Estelionato, onde o praticada por funcionário público no exercício da sua função, a Cor-
funcionário público, no exercício de seu cargo, se apropria de bens rupção seria o Rufianismo (Art. 230 CP) praticado pelo mesmo.
ou valores que recebeu de outrem, mediante erro. Para a caracterização do crime de Corrupção Passiva não é
necessário que o funcionário público receba a vantagem indevida,
Inserção de dados falsos em sistema de informações - Art. 313- bastando apenas solicitar a mesma.
A e Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor- Aqui também não faz diferença se aquilo solicitado ou recebido
mações - Art. 313-B seja uma vantagem indevida, mas já é suficiente a simples aceitação
da promessa de vantagem pelo servidor para a caracterização do
É a principal diferença entre esses dois crimes, conhecidos crime.
como Peculato via informática, o fato do funcionário público, no Há uma sutil diferença entre os crimes de Concussão e Corrup-
caso do Art. 313-A, ser autorizado para o exercício daquela função, ção Passiva. Se há exigência, há Concussão, porém, se há simples
onde aproveita-se para cometer o crime. solicitação, há Corrupção Passiva.
Exemplo: o funcionário público autorizado a preencher o painel
eletrônico do Congresso Nacional, viola o mesmo e altera o cômpu- Diferença entre Corrupção Passiva e Corrupção Ativa
to dos votos dos parlamentares. A Corrupção Passiva é um crime praticado por funcionário pú-
Já no caso do Art. 313-B, o funcionário público não possui au- blico, onde o mesmo solicita ou recebe vantagem indevida de al-
torização ou solicitação de autoridade competente para realização guém;
da atividade onde cometeu o crime. Já a Corrupção Ativa (Art. 333 CP), é um crime praticado por
particular contra a administração, consistindo na oferta ou promes-
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento - sa de vantagem indevida deste particular ao servidor público, para
Art. 314 determina-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Em outras palavras, seria o suborno do funcionário público.
A ação física deste crime divide-se em três hipóteses:
→ Extraviar, ou seja, mudar o destino ou o fim, para onde o Facilitação de contrabando ou descaminho - Art. 318
livro ou documento público deveria ser encaminhado;
→ Sonegar, ou seja, não apresentar o livro ou documento pú- Trata-se de crime próprio de funcionário público, que em sua
blico no local devido, cometendo sua ocultação intelectual ou frau- função, facilita a prática de contrabando ou descaminho.
dulenta;
→ Inutilizar, ou seja, tornar o livro ou documento público im- → Contrabando refere-se a entrada ou saída de produtos no
prestável, estraga-lo, arruína-lo, seja no todo ou parcialmente. País, cuja comercialização dos mesmos não é permitida, ou seja,
refere-se à importação ou exportação de mercadorias ilegais e proi-
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas - Art. 315 bidas.
→ Descaminho refere-se a comercialização permitida de pro-
Neste crime, ao invés de ocorrer a destinação das verbas ou dutos, no entanto, estes adentram o País de forma ilegal, com a
rendas públicas, aos entes públicos determinados, ocorre um des- finalidade do não pagamento dos impostos devidos.
vio daquelas, dentro da própria administração, de modo que as
mesmas se destinam para local diverso do previsto. Prevaricação – Art. 319
Concussão – Art. 316 Este crime consiste em praticar, ou deixar de praticar, indevi-
damente, ato de ofício, ou praticar o mesmo contra disposição ex-
Este crime também é conhecido como extorsão praticada por pressa em lei, para a satisfação de interesse ou sentimento pessoal.
funcionário público no exercício de sua função, ou a pretexto da O crime de Prevaricação é um crime demasiadamente come-
mesma. tido no funcionalismo público, verificando-se quando o funcioná-
Ele ocorre quando o funcionário público exige, seja para si rio público, por qualquer sentimento pessoal (inveja, ciúmes, ódio,
mesmo ou para outrem, uma vantagem indevida de alguém, apro- amor, pena, etc.), ou para satisfazer seu interesse pessoal (promo-
veitando-se do cargo ou função que exerça para formular esta exi- ção, recebimento de comissão legal, vantagem funcional na carrei-
gência. ra, proteção de um direito seu, seja na vida particular, familiar ou de
Neste caso, mesmo que o funcionário público não esteja pre- amizade, etc.), indevidamente pratica, retarda ou deixa de praticar,
sente naquele momento no exercício de sua função, ou até mesmo algum ato de seu ofício, contrariamente a uma expressa disposição
ainda não a tenha assumido, caso a exigência de vantagem indevida de lei.
tenha sido em razão desta função, já se configura o crime de con- É importante observarmos que se o funcionário público agir ce-
cussão. dendo a pedido de outrem e impelido por promessa de vantagem
A diferença entre os crimes de Concussão e Extorsão, é que indevida, ele cometerá o crime de Corrupção Passiva.
apesar de ambos serem caracterizados pela exigência da vantagem
indevida, a Concussão trata-se de crime próprio, apenas podendo
ser praticada por funcionário público.
Editora
231
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Condescendência refere-se à aceitação, conivência, indulgên- O crime de Abandono de função trata-se de crime contra a Ad-
cia, ou seja, consiste no superior hierárquico, prover-se de senti- ministração Pública que se configura quando o funcionário público
mento de pena, e a partir deste sentimento, omitir determinado se afasta do seu cargo por tempo juridicamente relevante, colocan-
ato, que configurou um delito de seu subordinado, com a finalidade do em risco a regularidade dos serviços prestados.
de se evitar a punição do mesmo. Seria o vulgo “coleguismo” ou
“apadrinhamento”. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado –
Art. 324
É importante se atentar ao fato de que o crime de Condescen-
dência é muito parecido com o crime de Prevaricação. Na verdade, Este crime pode ser tipificado por dois verbos: entrar ou con-
este seria uma forma especial do outro, pois aqui também há uma tinuar.
omissão (deixar de praticar) algo, com o objetivo de atender a um O verbo entrar no exercício, significa iniciar o desempenho de
sentimento pessoal (indulgência, piedade, condescendência, etc.). determinada atividade pública antes mesmo de satisfeitas as exi-
gências legais, ou seja, antes da investidura (nomeação, posse) legal
Advocacia administrativa – Art. 321 do cargo de funcionário público.
Já o verbo continuar a exercê-la, significa prosseguir no desem-
A partir da análise doutrinária, pode-se verificar que a conduta penho de determinada atividade, sem autorização, depois do fun-
praticada pelo agente, apta a configurar o crime de advocacia admi- cionário público ser oficialmente notificado de que foi exonerado,
nistrativa, não consiste em uma atividade de “advogado”, tal como removido, substituído ou suspenso daquele cargo.
o termo “advocacia administrativa” em um primeiro momento su-
gere, mas sim em um ato de funcionário público que “advoga”, ou Violação de sigilo funcional – Art. 325
seja, patrocina, pleiteia em favor de outrem, valendo-se de sua con-
dição, de funcionário público, em interesse de terceiro particular. O crime de Violação de sigilo funcional ocorre quando um fun-
A conduta típica vem expressa pelo verbo “patrocinar”, que sig- cionário público revela fato de que tem ciência em razão do cargo e
nifica advogar, proteger, beneficiar, favorecer, defender. O agente que deva permanecer em segredo, ou facilita a sua revelação.
deve valer-se das facilidades que a qualidade de funcionário público A conduta caracteriza-se quando o funcionário público revela
lhe proporciona. o sigilo funcional de forma intencional (este crime não admite a
O patrocínio pode ser direto, quando o funcionário público forma culposa), dando ciência de seu teor a terceiro, por escrito,
pessoalmente advoga os interesses privados perante a Administra- verbalmente, mostrando documentos, etc.
ção Pública, ou indireto, quando o funcionário se vale de interposta A conduta de facilitar a divulgação do segredo, também deno-
pessoa para a defesa dos interesses privados perante a Administra- minada divulgação indireta, dá-se quando o funcionário público,
ção Pública. querendo que o fato chegue a conhecimento de terceiro, adota de-
“Interesse privado” é qualquer vantagem a ser obtida pelo par- terminado procedimento que torna a descoberta acessível a outras
ticular, legítima ou ilegítima, perante a Administração. Se o interes- pessoas.
se for ilegítimo, a pena será maior. A Lei nº 9.983/2000 criou no § 1º do artigo 325 algumas in-
Entretanto, prevalece na doutrina e na jurisprudência o en- frações penais equiparadas, punindo com as mesmas penas do
tendimento de que somente caracteriza o delito o patrocínio, pelo “caput” quem:
funcionário público, de interesse “alheio” perante a administração. I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
Caso o interesse seja “próprio” do funcionário, não estará configu- empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pesso-
rado o delito, podendo ocorrer mera infração funcional. as não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública;
Violência arbitrária – Art. 322 II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
O § 2º estabelece uma qualificadora, prevendo pena de reclu-
O tipo penal que compõe o crime de violência arbitrária tutela são, de dois a seis anos, e multa, se da ação ou omissão resultar
o bem jurídico Administração Pública, sobretudo no que diz respei- dano à Administração ou a terceiro.
to à moralidade do serviço, bem como o bem jurídico, integridade
física. Violação do sigilo de proposta de concorrência – Art. 326
O objeto material do delito será o administrado, submetido ao
poder estatal, contra o qual é praticada a violência ilegal perpetrada Quanto ao crime de Violação do sigilo de proposta de concor-
pelo funcionário público. rência, devemos nos atentar ao fato de que, com o advento da Lei
Como núcleo do crime, temos o verbo praticar que é sinônimo n° 8.666/93 (Lei de Licitações), o mesmo foi tacitamente revogado
de exercer ou cometer. A violência, por sua vez, deve ser entendida por seu art. 94:
somente como a vis corporalis, abrangendo vias de fato, lesão cor- Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedi-
poral ou homicídio. mento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
O emprego da violência deve ser arbitrário, não se englobando Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
situações, como por exemplo, de legitima defesa ou estrito cumpri-
mento do dever legal. Por revogação tácita designa-se a eliminação da vigência de
uma norma por apresentar-se incompatível com outra norma pos-
terior, em um determinado caso concreto. Assim, a revogação tácita
Editora
232
232
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Segue abaixo os dispositivos legais do Código Penal referentes Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
ao presente tópico: Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
estabelecida em lei:
TÍTULO XI Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Concussão
CAPÍTULO I Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamen-
DOS CRIMES PRATICADOS te, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO dela, vantagem indevida:
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor Excesso de exação
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na
alheio: cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embo- § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
ra não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con- trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pú-
corre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen- blicos:
do-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de
Editora
233
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Editora
235
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
9. IBFC - 2020 - PREFEITURA DE VINHEDO - SP - GUARDA partido) que receba vantagem indevida para dar sustentação
MUNICIPAL política e apoiar a permanência de determinada pessoa no car-
A Lei nº 10.826/2003 conhecida como o “Estatuto do Desar- go de Presidente de empresa pública federal
mamento” dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas (C) Deve-se reconhecer a consunção entre os crimes de cor-
de fogo e munição. Com relação ao registro, assinale a alternativa rupção passiva e lavagem de dinheiro quando a propina é rece-
incorreta. bida no exterior por meio de transação envolvendo utilização
(A) A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições de contas secretas em nome de uma “offshore”, na qual resta
entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autori- evidente a intenção de ocultar valores
zação do guarda municipal (D) Não configura o crime de lavagem de dinheiro (artigo 1º
(B) É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão compe- da Lei nº 9.613/98) a conduta do agente que recebe propina
tente decorrente de corrupção passiva e tenta viajar com ele, em vôo
(C) A empresa que comercializar arma de fogo em território doméstico, escondendo as notas de dinheiro nos bolsos do pa-
nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade compe- letó, na cintura e dentro das meias, tampouco o fato de, após
tente, como também a manter banco de dados com todas as ter sido descoberto, dissimular (“mentir”) a natureza, a origem
características da arma e cópia dos documentos previstos no e a propriedade dos valores
artigo 4° da Lei n° 10.826/2003
(D) A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e 12. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁ-
munições responde legalmente por essas mercadorias, fican- RIA
do registradas como de sua propriedade enquanto não forem Quanto ao “erro sobre elementos do tipo” e “erro sobre a ilici-
vendidas tude do fato”, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro
(V) ou Falso (F):
10. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁ- ( ) Não cabe a incidência de erro de tipo nos crimes omissivos
RIA espúrios, em face do dever de agir para evitar o resultado, levando-
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de -se em conta a relação de normalidade ou perigo do caso concreto.
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a har- ( ) O erro relativo à existência de uma causa de exclusão de
mônica integração social do condenado e do internado. Com rela- ilicitude consiste em descriminante putativa por erro de proibição.
ção ao tema, assinale a alternativa incorreta: Nesse caso, se inescusável o erro, afasta-se o dolo, subsistindo a
(A) Não fere o contraditório e o devido processo de decisão responsabilidade por crime culposo, se previsto em lei.
que, sem ouvida prévia da defesa, determine transferência ou ( ) Ao agente provocador que atua dolosamente deverá ser
permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário imputado, na forma dolosa, o crime cometido pelo provocado. Já
federal o agente provocado ficará impune, desde que escusável o seu erro.
(B) O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamen- ( ) Incide sobre o ³error in persona´ a teoria da equivalência do
to das Ações Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 43, 44 bem jurídico atingido. Nesse caso, o agente responderá pelo crime
e 54, pacificou o entendimento no sentido de ser admitida a praticado, porém, no momento da aplicação da pena, serão consi-
chamada “execução provisória da pena”, após prolação de deradas as condições da vítima virtual.
Acórdão condenatório em segunda instância, sendo que isso Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
não ofende o princípio constitucional da presunção de inocên- cima para baixo.
cia (A) V, F, F, V
(C) O cumprimento de prisão domiciliar não impede a liber- (B) F, F, V, V
dade de culto, razão pela qual, considerada a possibilidade de (C) F, V, V, F
controle do horário e de delimitação da área percorrida por (D) V, V, V, V
meio do monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto
religioso não representa risco ao cumprimento da pena 13. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁ-
(D) O indulto extingue os efeitos primários da condenação RIA
(pretensão executória), mas não atinge os efeitos secundários, Por concurso de crimes se entende a prática de duas ou mais
penais ou extrapenais infrações penais, mediante a unidade ou pluralidade de condutas.
Quanto às espécies do referido instituto, analise as afirmativas
11. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁ- abaixo:
RIA I. Segundo jurisprudência dos tribunais superiores, não há con-
Considere o posicionamento do Supremo Tribunal Federal tinuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que
(STF) em relação às disposições do Código Penal e demais leis ex- praticados em conjunto, uma vez que os referidos crimes, apesar
travagantes para assinalar a alternativa incorreta. de serem da mesma natureza, são de espécies diversas.
(A) A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Códi- II. Ocorre concurso material quando o agente, mediante uma
go Penal (CP), incidente nos crimes praticados por funcionário só ação, pratica crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda
público contra a Administração em geral, quando os autores que da mesma família, eis que caracterizada a violação a patrimô-
forem ocupantes de cargos em comissão, função de direção nios distintos.
ou assessoramento, não pode ser aplicada aos dirigentes de III. Segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça, os desíg-
autarquias nios autônomos que caracterizam o concurso formal próprio ou
(B) É possível que se configure o crime de corrupção passiva perfeito referem-se a qualquer forma de dolo, direto ou eventual.
(art. 317 do CP) na conduta de Deputado Federal (líder do seu IV. Dentre as espécies de crime continuado, o parágrafo único
Editora
236
236
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
do artigo 71 do Código Penal prevê o crime continuado qualificado, 16. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINIS-
segundo a doutrina, o qual se verifica nos crimes dolosos, contra TRATIVA
vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à Com relação ao crime de peculato, analise as afirmativas abai-
pessoa. xo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F):
Assinale a alternativa correta. ( ) O Código Penal prevê hipótese de peculato culposo.
(A) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas ( ) No peculato culposo, a reparação do dano, se precede à
(B) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior,
(C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas reduz de metade a pena imposta.
(D) Apenas a afirmativa I está correta ( ) É hipótese de peculato o ato de dar às verbas ou rendas
públicas aplicação diversa da estabelecida em lei.
14. IBFC - 2020 - EBSERH - ADVOGADO Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
O atual Código de Direito Penal, recepcionado pela Constitui- cima para baixo.
ção de 1988, inicia a Parte Especial tratando dos crimes contra a (A) V, V, V
pessoa. Sobre eles, assinale a alternativa incorreta. (B) V, V, F
(A) Também é crime se a lesão corporal for praticada contra (C) V, F, V
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou (D) F, F, V
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecen-
do-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de 17. IBFC - 2018 - PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS - MG - PRO-
hospitalidade CURADOR DO MUNICÍPIO
(B) Trata-se de homicídio qualificado aquele cometido contra a Constitui crime funcional praticado contra a ordem tributária:
mulher por razões da condição do sexo feminino
(C) É crime o aborto de feto com anencefalia (A) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal
(D) É crime contra a pessoa praticar, com o fim de transmitir a ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou
outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
produzir contágio desacordo com a legislação
(E) É crime abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guar- (B) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento
da, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz que saiba ou deva saber falso ou inexato
de defender-se dos riscos resultantes do abandono (C) extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documen-
to, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou
15. IBFC - 2020 - EBSERH - ADVOGADO inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento in-
A delimitação da extensão territorial de determinado Estado é devido ou inexato de tributo ou contribuição social
de extrema importância para a aplicação das normas, inclusive as (D) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos ine-
normas penais. Sobre a lei penal no espaço, assinale a alternativa xatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em docu-
incorreta. mento ou livro exigido pela lei fiscal
(A) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tra-
tados e regras de direito internacional, ao crime cometido no 18. IBFC - 2018 - PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS - MG - PRO-
território nacional CURADOR DO MUNICÍPIO
(B) Aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de No que se refere aos crimes contra a Administração Pública,
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade priva- assinale a alternativa incorreta:
da, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em (A) no caso de peculato culposo, a reparação do dano, se pre-
vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar cede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade
territorial do Brasil (B) no caso de advocacia administrativa, se o interesse é ilegíti-
(C) Os casos de extraterritorialidade incondicional referem-se mo, o crime é qualificado
apenas a crimes de genocídio, quando o agente for brasileiro (C) no crime de abandono de função, a conduta típica é a de
ou domiciliado no Brasil abandono de cargo
(D) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do (D) configura prevaricação a conduta do funcionário público
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, que, por indulgência, deixa de responsabilizar subordinado
de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde que cometeu infração no exercício do cargo
quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embar-
cações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que
se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar
(E) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estran-
geiro, os crimes praticados por brasileiro
Editora
237
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
19. IBFC - 2019 - PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTI- 23. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI-
NHO - PE - GUARDA MUNICIPAL TENCIÁRIO
De acordo com o Artigo 10 do Estatuto do Desarmamento (Lei Assinale a alternativa correta quanto ao comportamento visto
nº 10.826/2003), que dispõe sobre registro, posse e comercializa- como crime de conduta omissiva presente no Estatuto do Desar-
ção de armas de fogo e munição sobre o Sistema Nacional de Armas mamento:
(SINARM), a autorização para o porte de arma de fogo de uso per- (A) vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
mitido, em todo o território nacional, é de competência da _____. arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna. adolescente
(A) Polícia Civil (B) disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habita-
(B) Polícia Federal do ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela,
(C) Polícia Estadual desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática
(D) Polícia Militar de outro crime
(C) portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de
20. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI- fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identi-
TENCIÁRIO ficação raspado, suprimido ou adulterado
Não há de se falar em crime quando o autor pratica a conduta: (D) deixar de observar as cautelas necessárias para impedir
(A) em estrito cumprimento de dever legal e no exercício re- que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de defi-
gular de direito ciência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua
(B) em estrito cumprimento de dever legal e na obediência hie- posse ou que seja de sua propriedade
rárquica (E) produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou
(C) no exercício regular de direito e na coação moral irresistível adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo
(D) em excesso de estado de necessidade e na inimputabili-
dade 24. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI-
(E) em legítima defesa recíproca e no erro de direito TENCIÁRIO
No que diz respeito ao crime de tortura, assinale a alternativa
21. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI- correta.
TENCIÁRIO (A) o crime de tortura é afiançável
As penas previstas no Direito Penal são: (B) o crime de tortura é suscetível de anistia
(A) medidas de proteção e de perda de bens (C) a condenação deve acarretar a perda do cargo público e
(B) prestacionais e restritivas de liberdade a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena
(C) privativas de liberdade, restritivas de direito e multa aplicada
(D) medidas socioeducativas e pecuniárias (D) constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guar-
(E) ressocializadoras e pedagógicas da, com emprego de grave ameaça, a intenso sofrimento men-
tal, como forma de aplicar castigo pessoal
22. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI- (E) o crime de tortura é suscetível de graça
TENCIÁRIO
As penas privativas de liberdade devem ser executadas em for- 25. IBFC - 2017 - EMBASA - TÉCNICO OPERACIONAL (EDIFI-
ma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados de- CAÇÕES)
terminados critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de
regime mais rigoroso. Nesse sentido, assinale a alternativa correta: alguém recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno
(A) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deve começar em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau
a cumpri-la em regime semi-aberto de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5
(B) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), deve cumpri-la em regi- de raça ou de cor.
me fechado (A) Detenção de dois a quatro anos
(C) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou in- (B) Reclusão de três a cinco anos
ferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em (C) Detenção de um a cinco anos
regime semi-aberto (D) Reclusão de dois a cinco anos
(D) o condenado por crime contra a administração pública
deve ter a progressão de regime do cumprimento da pena con- 26. IBFC - 2017 - TJ-PE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JU-
dicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do DICIÁRIA
produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais Assinale a alternativa que não contempla uma das excludentes
(E) ao condenado transferido para o regime disciplinar diferen- de antijuridicidade dispostas no Código Penal Brasileiro
ciado é vedada a realização de exame criminológico de classifi- (A) Realização de ato após coação moral irresistível
cação para individualização da execução (B) Exercício regular de uma aptidão abarcada pelo Direito
(C) Imposição legal de um comportamento ao agente
(D) Ato de afastamento da situação de perigo para salvaguar-
dar um bem jurídico próprio ou de terceiro
(E) Utilização moderada de meios necessários para repelir in-
justa agressão, atual ou iminente
Editora
238
238
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
27. IBFC - 2017 - TJ-PE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JU- 30. IBFC - 2017 - TJ-PE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JU-
DICIÁRIA DICIÁRIA
A culpa é elemento constituidor do crime, ou seja, sua pre- Não constitui crime contra a administração pública:
sença se faz essencial para avaliação da responsabilidade penal do (A) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofí-
agente por ato considerado ilícito. Nesse sentido, a culpa apresenta cio, ou praticá-lo contra disposição expressa da lei, para satis-
diversas nuances capazes de serem identificadas a partir do estudo fazer interesse ou sentimento pessoal
minucioso dos termos contidos na legislação pátria. Sobre o tema, (B) Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou
assinale a alternativa que não contém descrição de ato culposo re- proporcionar a terceiro o ensejo de devassa-lo
levante aos olhos do Direito Penal: (C) Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou
(A) Realização de ato sem a necessária aptidão técnica para o imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
exercício da função ou ofício mercadorias
(B) Prática de ato tido como perigoso, agindo com precipitação (D) Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar
e sem cautela a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certa-
(C) Realização de ato cujo resultado danoso é sabido pelo me, conteúdo sigiloso de concurso público
agente e lhe causa indiferença (E) Desobedecer à ordem legal de funcionário público
(D) Exercício de ato sem precaução quanto a eventual resulta-
do danoso
(E) Prática de ato cujo resultado danoso é previsto, mas há cer- GABARITO
teza por parte do agente quanto a sua não ocorrência
Editora
239
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
28 B ______________________________________________________
29 E ______________________________________________________
30 D ______________________________________________________
______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ ______________________________________________________
_____________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
Editora
240
240
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Editora
241
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
de maneira que estando presentes elementos suficientes para a a) Ação civil ex delicto: A ação para ressarcimento do dano
propositura da ação penal o MP é obrigado a oferecer a denúncia. poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime. Caso
Todavia, esse princípio é mitigado pela transação penal, por exemplo. seja intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspendê-la
E, decorre da obrigatoriedade o princípio da indisponibilidade da até o julgamento criminal definitivo.
ação penal, uma vez que, o MP não pode desistir da ação penal nem b) Execução ex delicto: após o trânsito em julgado da sentença
de eventual recurso interposto. penal condenatória, o ofendido poderá promover a execução do
A doutrina divide-se sobre a (in)divisibilidade da ação título executivo judicial no juízo cível.
penal pública. Todavia, o STF no caso mensalão entendeu pela
divisibilidade, no sentido de que o processo penal pode ser Não impede a propositura da ação civil:
desmembrado. O oferecimento da denúncia contra um acusado – O despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de
não exclui a possibilidade futura de ação penal contra outros informação;
envolvidos, ex. o MP adita a denúncia. – A decisão que julgar extinta a punibilidade (ex. prescrição);
De acordo com o princípio da intranscendência, a ação penal – A sentença absolutória que decidir que o fato imputado não
somente pode ser ajuizada contra os responsáveis pela infração constitui crime, pois ainda assim, pode haver infração civil.
penal, excluindo sucessores e responsáveis civis pelo criminoso.
Por fim, a ação penal pública obriga que os órgãos encarregados Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória,
pela persecução penal atuem de ofício (princípio da oficiosidade). poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da
Essa regra, todavia, não se aplica à ação penal pública condicionada, reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus
pois consiste em condição de procedibilidade a representação herdeiros.
do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo, bem Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
como, requisição do ministro da justiça, nos casos expressamente condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos
exigidos por lei. termos do inciso iv do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo
O direito de representação pode ser exercido no prazo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.
decadencial de 6 meses, contados do conhecimento da autoria. Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para
Decorrido esse prazo ocorre a extinção da punibilidade. Ademais, ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o
uma vez oferecida a representação, a retratação pode ocorrer até o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.
oferecimento da denúncia. Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil
A requisição do ministro da justiça cuida-se de condição de poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo
procedibilidade consistente em ato de natureza administrativa daquela.
e política, revestido de discricionariedade. Diferente da Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que
representação, a requisição não tem prazo decadencial. Dessa reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade,
forma, pode ser lançada a qualquer tempo, enquanto não extinta a em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no
punibilidade pela prescrição. exercício regular de direito.
A legitimidade para a propositura da ação penal privada Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo
pertence ao ofendido ou a quem legalmente o represente, ex. se o criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido,
ofendido for menor de 18 anos ou mentalmente enfermo. categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
A ação penal será privada nos casos expressamente indicados Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
pela lei. Quando a lei se cala sobre a espécie de ação a ser utilizada I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de
é caso de ação penal pública. informação;
Assim como na representação, o prazo da queixa-crime é de 6 II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
meses, contados do conhecimento da autoria. III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não
constitui crime.
Princípios da Ação Penal Privada Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for
– Oportunidade: o ofendido tem discricionariedade para iniciar pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória (art.
ou não a ação penal. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento,
– Disponibilidade: o ofendido pode desistir da ação penal, bem pelo Ministério Público [defensoria pública].
como de eventual recurso.
– Indivisibilidade: a queixa-crime contra qualquer dos autores Por fim, atente-se que, nos casos de violência doméstica,
do crime obrigará ao processo de todos, e o MP zelará pela é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de
indivisibilidade. dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou
– Intranscendência: a ação penal somente pode ser ajuizada da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e
contra os responsáveis pela infração penal, não abrangendo independentemente de instrução probatória.
sucessores, nem responsáveis civil.
Editora
242
242
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Espécies de flagrante:
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE
PROVISÓRIA. Está cometendo ou acaba de
Flagrante Próprio
cometer
— Prisão É perseguido logo após, em
Em primeiro lugar, é importante saber que somente existe a Flagrante Impróprio, irreal,
situação que faça presumir ser
possibilidade de decretar a prisão quando as medidas cautelares quase flagrante
autor da infração
diversas da prisão se revelarem insuficientes.
É encontrado, logo depois,
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
com instrumentos, armas e
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condi- Flagrante Presumido, ficto
objetos que façam presumir
ções fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;
ser ele autor da infração
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado A autoridade policial espera o
Flagrante Esperado
ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco início da execução delitiva
de novas infrações; O agente é induzido a cometer
III - proibição de manter contato com pessoa determinada o delito S145/STF: Não há
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado Flagrante Preparado/
crime quando a preparação
ou acusado dela permanecer distante; Provocado
do flagrante pela polícia torna
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanên- impossível sua consumação
cia seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de A autoridade policial tem
folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho a faculdade de aguardar o
fixos; momento mais adequado
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade para realizar a prisão, ainda
de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio que sua atitude implique na
Flagrante prorrogado/diferido
de sua utilização para a prática de infrações penais; postergação da intervenção.
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes Obs. só na lei de organização
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos con- criminosa basta a comunicação
cluírem ser inimputável ou semi-imputável(art. 26 do Código Penal) prévia do juiz (e não a
e houver risco de reiteração; autorização)
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu an- Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
damento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; não impede a prisão. O preso será imediatamente apresentado ao
IX - monitoração eletrônica. juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência
§ 1º (Revogado). de custódia.
§ 2º (Revogado). Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
§ 3º (Revogado). de 24 horas (contadas da realização da prisão), o juiz deverá promo-
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Ca- ver AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA, com a presença do acusado, seu ad-
pítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas vogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro
cautelares. do Ministério Público.
Se transcorridas as 24 horas, a não realização da audiência de
— Prisão em Flagrante custódia (sem motivação idônea) ensejará a ILEGALIDADE DA PRI-
De acordo com a CF/88: SÃO, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da
Art. 5º (...) possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. Ade-
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- mais, a autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, realização da audiência de custódia no prazo estabelecido respon-
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- derá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
litar, definidos em lei; Todavia, o dia 22/01/2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a
Qualquer do povo poderá (flagrante facultativo); as autorida- eficácia da liberação da prisão pela não realização da audiência de
des policiais deverão (flagrante compulsório) PRENDER EM FLA- custódia no prazo de 24 horas.
GRANTE DELITO. Na audiência de custódia, o juiz decide fundamentadamente:
• Relaxar a prisão ilegal;
• Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando pre-
sentes os requisitos, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as
medidas cautelares diversas da prisão;
• Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
SIM. Conforme prevê o art. 301 do CPP, qualquer pessoa pode A interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser realizada à luz
prender quem estejaemflagrantedelito. Desse modo, não existe do art. 282, § 2º e do art. 311, significando que se tornou inviável,
óbice àprisãoemflagranterealizada por guardas municipais, não ha- mesmo no contexto da audiência de custódia, a conversão, de ofí-
vendo, portanto, que se falaremprova ilícita. cio, da prisão em flagrante de qualquer pessoa em prisão preven-
STJ. 5ª Turma. HC 421.954/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da tiva, sendo necessária, por isso mesmo, para tal efeito, anterior e
Fonseca, julgadoem22/03/2018. formal provocação do Ministério Público, da autoridade policial ou,
quando for o caso, do querelante ou do assistente do MP.
Não é ilegal aprisãoefetuada por agentes públicos que não te- Vale ressaltar que a prisão preventiva não é uma consequência
nham competência para a realização do ato se a pessoa estavaem- natural da prisão flagrante, logo é uma situação nova que deve res-
flagrantedelito. peitar o disposto em especial, nos arts. 311 e 312 do CPP.
STJ. 5ª Turma. HC 244016-ES, Rel. Min. Jorge Mussi, julga- STJ. 3ª Seção. RHC 131263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, jul-
doem16/10/2012. gado em 24/02/2021 (Info 686).
STF. 2ª Turma. HC 192532 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julga-
A CF/88 determina que as autoridades estatais informem os do em 24/02/2021.
presos que eles possuem o direito de permaneceremsilêncio (art.
5º, LXIII). O que acontece se o juiz decretar a prisão preventiva de ofício
(sem requerimento)?
Esse alerta sobre o direito ao silêncio deve ser feito não apenas • Regra: a prisão deverá ser relaxada por se tratar de prisão ilegal.
pelo Delegado, durante o interrogatório formal, mas também pelos • Exceção: se, após a decretação, a autoridade policial ou o
policiais responsáveis pela voz deprisãoemflagrante. Isso porque a Ministério Público requererem a prisão, o vício de ilegalidade que
todos os órgãos estatais impõe-se o dever de zelar pelos direitos maculava a custódia é suprido (convalidado) e a prisão não será re-
fundamentais. laxada.
A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita O posterior requerimento da autoridade policial pela segrega-
a prova obtida a partir dessa confissão. ção cautelar ou manifestação do Ministério Público favorável à pri-
STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, são preventiva suprem o vício da inobservância da formalidade de
julgadoem4/5/2021 (Info 1016). prévio requerimento.
STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136708/MS, Rel. Min. Felix Fisher, jul-
— Prisão Preventiva gado em 11/03/2021 (Info 691).
A prisão preventiva poderá ser decretada como:
• Garantia da ordem pública; A reforma legislativa operada pelo chamado “Pacote Anticri-
• Garantia da ordem econômica; me” (Lei nº 13.964/2019) introduziu a revisão periódica dos fun-
• Por conveniência da instrução criminal; damentos da prisão preventiva, por meio da inclusão do parágrafo
• Assegurar a aplicação da lei penal (risco de fuga). único ao art. 316 do CPP.
A redação atual prevê que o órgão emissor da decisão deverá
Mas desde que haja prova da existência do crime e indício su- revisar a necessidade de sua manutenção a cada noventa dias, me-
ficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do diante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar ilegal
imputado. A decisão precisa ser motivada e fundamentada mos- a prisão preventiva:
trando receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou Art. 316 (...) Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua ma-
Vale lembrar que as prisões cautelares não se confundem com nutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamenta-
a prisão-pena, pois as primeiras buscam assegurar a boa aplicação da, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
do Direito Penal em casos que exigem tal medida de urgência, já Assim, a prisão preventiva é decretada sem prazo determinado.
a segunda advém do trânsito em julgado da condenação criminal. Contudo, o CPP agora prevê que o juízo que decretou a prisão pre-
Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a ventiva deverá, a cada 90 dias, proferir uma nova decisão analisan-
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como de- do se ainda está presente a necessidade da medida. Isso significa
corrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou que a manutenção da prisão preventiva exige a demonstração de
recebimento de denúncia. fatos concretos e atuais que a justifiquem. A existência desse subs-
Atente-se para a jurisprudência correlata: trato empírico mínimo, apto a lastrear a medida extrema, deverá
Após o advento da Lei nº 13.964/2019, não é mais possível a ser regularmente apreciado por meio de decisão fundamentada.
conversão da prisão em flagrante em preventiva sem provocação A esse respeito, importante mencionar também o § 2º do art.
por parte ou da autoridade policial, do querelante, do assistente, 312 do CPP, inserido pelo Pacote Anticrime: “A decisão que decretar
ou do Ministério Público, mesmo nas situações em que não ocorre a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio
audiência de custódia. de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos
A Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que que justifiquem a aplicação da medida adotada.”
constava do art. 282, § 2º, e do art. 311, ambos do CPP, vedou, de STF. 2ª Turma. HC 179859 AgR/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes,
forma absoluta, a decretação da prisão preventiva sem o prévio re- julgado em 3/3/2020 (Info 968).
querimento das partes ou representação da autoridade policial.
Logo, não é mais possível, com base no ordenamento jurídico A prática de contravenção penal, no âmbito de violência do-
vigente, a atuação ‘ex officio’ do Juízo processante em tema de pri- méstica, não é motivo idôneo para justificar a prisão preventiva do
vação cautelar da liberdade. réu.
Editora
244
244
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
O inciso III do art. 313 do CPP prevê que será admitida a decre- m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro
tação da prisão preventiva “se o CRIME envolver violência domésti- de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
ca e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas de 1976);
protetivas de urgência”. o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de
Assim, a redação do inciso III do art. 313 do CPP fala em CRIME junho de 1986).
(não abarcando contravenção penal). Logo, não há previsão legal p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.
que autorize a prisão preventiva contra o autor de uma contraven-
ção penal. Decretar a prisão preventiva nesta hipótese representa A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da repre-
ofensa ao princípio da legalidade estrita. sentação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério
STJ. 6ª Turma. HC 437535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual perío-
Moura, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/06/2018 do em caso de extrema e comprovada necessidade.
(Info 632). Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autorida-
de responsável pela custódia deverá, independentemente de nova
O descumprimento de acordo de delação premiada ou a frus- ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liber-
tração na sua realização, isoladamente, não autoriza a imposição da dade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão
segregação cautelar. temporária ou da decretação da prisão preventiva.
Não se pode decretar a prisão preventiva do acusado pelo sim- Atente-se aos julgados mais importantes sobre o assunto:
ples fato de ele ter descumprido acordo de colaboração premiada. Há compatibilidade entre o benefício da saída temporá-
Não há, sob o ponto de vista jurídico, relação direta entre a pri- ria e prisão domiciliar por falta de estabelecimento adequado para
são preventiva e o acordo de colaboração premiada. Tampouco há o cumprimento de pena de reeducando que se encontre no regime
previsão de que, em decorrência do descumprimento do acordo, semiaberto.
seja restabelecida prisão preventiva anteriormente revogada. STJ. 6ª Turma. HC 489106-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
Por essa razão, o descumprimento do que foi acordado não jus- em 13/08/2019 (Info 655).
tifica a decretação de nova custódia cautelar.
A prisão temporária, por sua própria natureza instrumental, é
É necessário verificar, no caso concreto, a presença dos requisi- permeada pelos princípios do estado de não culpabilidade e da pro-
tos da prisão preventiva, não podendo o decreto prisional ter como porcionalidade, de modo que sua decretação só pode ser conside-
fundamento apenas a quebra do acordo. rada legítima caso constitua medida comprovadamente adequada
STJ. 6ª Turma.HC 396658-SP, Rel. Min. Antônio Saldanha Palhei- e necessária ao acautelamento da fase pré-processual, não servin-
ro, julgado em 27/6/2017 (Info 609). do para tanto a mera suposição de que o suspeito virá a comprome-
STF. 2ª Turma. HC 138207/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado ter a atividade investigativa.
em 25/4/2017 (Info 862). STJ. 6ª Turma. HC 379.690/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 04/04/2017.
— Prisão Temporária
A prisão temporária só cabe no caso de determinados crimes Caso concreto: a justiça brasileira decretou a prisão preventiva
taxados pela lei, quando imprescindível para as investigações do in- do réu brasileiro que mora regularmente nos EUA. O Governo nor-
quérito policial; ou quando o indicado não tiver residência fixa ou te-americano negou o pedido de extradição. A defesa desse réu im-
não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua iden- petrou habeas corpus no Brasil pedindo a revogação da prisão de-
tidade. É necessário fundadas razões de autoria ou participação do cretada considerando que ele é idoso, fumante e está com H1N1, de
indiciado nos seguintes crimes: forma que pertence ao grupo de risco da Covid-19.
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); O STJ indeferiu o pedido considerando que o réu está no exte-
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° rior há anos e não corre mais o risco de ser extraditado.
e 2°); Na Recomendação 62/2020, o CNJ afirma que os juízes e Tri-
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); bunais deverão adotar medidas para prevenir a propagação da Co-
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); vid-19 no âmbito do sistema de justiça penal, fazendo a revisão das
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, prisões temporárias.
2° e 3°); Vale ressaltar, contudo, que essa Recomendação não se aplica
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, ao acusado porque ele não está inserido no sistema penal brasileiro.
caput, e parágrafo único); A adoção de cautelas quanto à prisão por conta da pandemia
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combina- da Covid-19 tem o objetivo de reduzir os riscos epidemiológicos em
ção com o art. 223, caput, e parágrafo único); unidades prisionais e não o de blindar pessoas que residem no ex-
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 terior.
caput, e parágrafo único); STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 575112-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); Cruz, julgado em 02/06/2020 (Info 673).
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia
ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado A ausência da realização da audiência de custódia qualifica-se
com art. 285); como causa geradora da ilegalidade da própria prisão em flagrante,
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; com o consequente relaxamento da privação cautelar da liberdade.
Editora
245
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Se o magistrado deixar de realizar a audiência de custódia e não apresentar uma motivação idônea para essa conduta, ele estará su-
jeito à tríplice responsabilidade, nos termos do art. 310, § 3º do CPP.
STF. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/10/2020 (Info 994).
Obs2: a audiência de custódia deve ser realizada em todas as modalidades de prisão, inclusive as temporárias, preventivas e definitivas
(STF RCL 29303).
— Prisão Domiciliar
A prisão domiciliar pode ser obtida durante o processo ou na execução pena. Perceba a diferença:
Editora
246
246
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
(D)Pode interessar ao processo penal, o reconhecimento de tias jurídicas que assistem ao indiciado, que não mais pode ser
coisas sobre as quais recaiu, diretamente, a ação do criminoso considerado mero objeto de investigações
(E)Pode interessar ao inquérito policial, o reconhecimento de (C)O indiciado é sujeito de direitos e dispõe de garantias, legais
coisas que, de modo acidental, foram modificadas, alteradas, e constitucionais, cuja inobservância, pelos agentes do Estado,
deslocadas por ação do autor do crime ou, indiretamente, em além de eventualmente induzir-lhes a responsabilidade penal
consequência dessa ação por abuso de poder, pode gerar a absoluta desvalia das provas
ilicitamente obtidas no curso da investigação policial
5. IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Advogado (D)Embora ausentes a amplitude de defesa e o contraditório
No que concerne à ação civil “ex delicto”, assinale a alternativa pleno, nos moldes e com a intensidade incidentes no processo
incorreta. jurisdicional, não é correto dizer que não há defesa na fase de
(A)Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer inquérito, uma vez que pode o investigado requerer diligências
ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima no curso das investigações, bem como possui o direito de não
defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício produzir prova contra si mesmo
regular de direito (E)Considerando os documentos que podem interessar aos ru-
(B)Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão mos da investigação, as diligências que podem ser realizadas e
promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da re- a finalidade do inquérito, torna-se concebível a forma oral, e
paração do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus prescindível seja ele materializado na forma escrita
herdeiros
(C)Intentada a ação penal, o juiz da ação civil não poderá sus- 8. IBFC - 2022 - PC-BA - Escrivão da Polícia Civil
pender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela Ainda no que diz respeito à prova no processo penal, assinale a
(D)A condenação penal imutável faz coisa julgada também no alternativa incorreta.
cível, para efeito de reparação do dano “ex delicto”, impedindo (A)Para que possa formar sua convicção em relação a deter-
que o autor do fato renove nessa instância a discussão do que minado fato ou circunstância, o juiz deve valer-se, necessaria-
foi decidido no crime mente, de algum elemento de convicção produzido ou reunido
perante o juízo ou tribunal, mostrando-se a prova colhida na
6. IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil fase investigatória, portanto, ineficaz para, de forma isolada,
No que se refere ao inquérito policial, assinale a alternativa in- servir de lastro para a decisão
correta. (B)Prova cautelar é a decorrente de procedimento próprio
(A)Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente cautelar de produção antecipada de provas, enquanto prova
poderá proceder a inquérito mediante requisição da autorida- antecipada é aquela colhida, no curso da investigação ou nos
de judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do autos da ação penal, mesmo que sem a ciência ou participação
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo do investigado ou acusado, em razão do temor de que já não
(B)Para verificar a possibilidade de haver a infração sido pra- exista ao tempo da instrução
ticada de determinado modo, a autoridade policial poderá (C)Nos processos do Tribunal do Júri, não se exige motivação
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não das decisões do Conselho de Sentença que são embasadas na
contrarie a moralidade ou a ordem pública íntima convicção ou certeza moral dos jurados, não havendo
(C)O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de como se aferir a origem das provas utilizadas para afirmar que
representação, não poderá sem ela ser iniciado a condenação se deu com base em provas colhidas em sede de
(D)Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, inquérito policial
a autoridade policial deverá, dentre outras medidas, colher in- (D)Por prova não repetível entende-se aquela cuja reprodução
formações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se em juízo tornou-se inviável em decorrência de acontecimentos
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventu- ulteriores à sua colheita, tal como ocorre com o depoimento de
al responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa testemunha que faleceu após ser ouvida na fase do inquérito
presa (E)O livre convencimento do magistrado faz com que este, no
(E)Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da exis- exercício de seu poder jurisdicional, possa fundamentar sua
tência de infração penal em que caiba ação pública poderá, decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, na investigação, visto que esta é conduzida por órgão oficial,
e esta, verificada a procedência das informações, mandará ins- quando for colhida em sede de inquérito policial
taurar inquérito
9. IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil
7.IBFC - 2022 - PC-BA - Delegado de Polícia - (Reaplicação) Dentre outras medidas próprias à responsabilidade e vincula-
Ainda no que diz respeito ao Inquérito Policial, assinale a alter- das ao cargo da autoridade policial, a ela incumbe:
nativa incorreta. (A)fornecer às autoridades militares as informações necessá-
(A)A instauração de inquérito policial não é imprescindível à rias à instrução e julgamento dos processos
propositura da ação penal pública, podendo o Ministério Pú- (B)realizar as diligências requisitadas pelo advogado do suspei-
blico valer-se de outros elementos de prova para formar sua to
convicção (C)cumprir os mandados de prisão expedidos pela defensoria
(B)A unilateralidade das investigações preparatórias da ação pública
penal não autoriza a Polícia Judiciária a desrespeitar as garan- (D)representar acerca da prisão preventiva
Editora
248
248
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________
______________________________________________________
1 C ______________________________________________________
2 B
______________________________________________________
3 C
______________________________________________________
4 B
5 C ______________________________________________________
6 A ______________________________________________________
7 E
______________________________________________________
8 E
9 D ______________________________________________________
10 E ______________________________________________________
______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
Editora
249
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
Editora
250
250
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
Major PM
ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DA PARAÍBA (LEI INTERMEDIÁRIOS
3.909/77): DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA (ART. 12 À 19), Capitão PM
1.2. DO VALOR POLICIAL MILITAR (ART. 26), DA ÉTICA PO- SUBALTERNOS
LICIAL MILITAR (ART. 27 À 29), DOS DEVERES POLICIAIS MI- Primeiro Tenente PM
LITARES (ART. 30), DO COMPROMISSO POLICIAL MILITAR Segundo Tenente PM
(ART. 31), DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO (ART. PRAÇA ESPECIAL
33 À 39) Aspirante-a-Oficial PM
CÍRCULO DAS PRAÇAS (GRADUAÇÕES)
Subtenentes PM
LEI No. 3.909, DE 14 DE JULHO DE 1977 Primeiro Sargento PM
Segundo Sargento PM
Dispõe sobre o ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DO ESTA- Terceiro Sargento PM
DO DA PARAÍBA, e dá outras providências. Cabo PM
Soldado PM
O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA:
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a se- Parágrafo 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial conferido
guinte Lei: por ato do Governador do Estado da Paraíba.
Parágrafo 2º - Graduação é o grau hierárquico da praça conferi-
CAPÍTULO II do por ato do Comandante-Geral da Polícia Militar
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA Parágrafo 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos Oficiais PM
são denominados Praças Especiais.
Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Parágrafo 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos
Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade crescem com o Quadros e Qualificações são fixados, separadamente, para cada
grau hierárquica. caso, em Lei de Fixação de Efetivos.
Parágrafo 1º - A hierarquia policial-militar é a ordenação dá au- Parágrafo 5º - Sempre que o policial militar da reserva remune-
toridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar. rada ou reformado fizer uso do posta ou graduação, deverá fazê-lo
A ordenação se faz por postos ou graduações. Dentro de um mesmo mencionando essa situação.
posto ou de uma mesma graduação se faz pela antiguidade no pos- Art. 15 - A precedência entre policiais militares da ativa do mes-
to ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no mo grau hierárquico é assegurada pela antiguidade no posto ou na
espírito de acatamento à seqüência de autoridade. graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida
Parágrafo 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acata- em lei ou regulamento.
mento integral das Leis, regulamentos, normas e disposições que Parágrafo 1º - A antiguidade de cada posto ou graduação é con-
fundamentam o organismo policial militar e coordenam seu funcio- tada a partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção,
namento regular e harmônico, traduzindo-o pelo perfeito cumpri- nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativa-
mento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes mente fixada outra data.
desse organismo. Parágrafo 2º - No caso de ser igual à antiguidade referida no
Parágrafo 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser parágrafo anterior, a antiguidade é estabelecida:
mantidos em todas as circunstâncias da vida, entre policiais milita- a) entre policiais militares do mesmo quadro pela posição nas
res da ativa, da reserva remunerada e reformados. respectivas escalas numéricas ou registros de que trata o art. 17;
Art. 13 – Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência en- b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na gradua-
tre os policiais militares da mesma categoria e têm a finalidade de ção anterior; se, ainda assim, subsistir a igualdade de antiguidade,
desenvolver a espírito de camaradagem em ambiente de estima recorrer-se-á sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à
confiança, sem prejuízo de respeito mútuo data de inclusão e a data de nascimento para definir a precedência
Art. 14 – Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica na Polí- e, neste último caso, o mais velho será considerado mais antigo; e
cia Militar são fixados no Quadro e parágrafos seguintes: c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais
CÍRCULO DE OFICIAIS E PRAÇAS militares, de acordo com o regulamento do respectivo órgão, se não
CÍRCULO DE OFICIAIS (POSTOS) estiverem especificadamente enquadrados nas letras “a” e “b”.
OFICIAIS SUPERIORES Parágrafo 3º - Em igualdade de posto ou graduação, os policiais
Coronel PM militares, da ativa tem precedência sobre os da inatividade.
Tenente Coronel PM
Editora
251
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
Parágrafo 4º - Em igualdade de posto ou graduação, a prece- III - Respeitar a dignidade da pessoa humana;
dência entre os policiais militares de carreira na ativa e os da reser- IV - Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instru-
va remunerada que estiverem convocados, é definida pelo tempo ções e as ordens das autoridades competentes;
de efetivo serviço no posto ou graduação. V - Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação
Art. 16 - A precedência entre as Praças Especiais e as demais do mérito dos subordinados;
praças é assim regulada: VI - Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e tam-
I - Os Aspirantes-a-oficial PM são hierarquicamente superiores bém pelos dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da
às demais praças; missão comum;
II - Os Alunos-Oficiais PM são hierarquicamente superiores aos VII - Empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
Subtenentes PM. VIII - Praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente
Art. 17 - A Policia Militar manterá um registro de todos os dados o espírito de cooperação;
referentes a seu pessoal da ativa e da reserva remunerada, dentro IX - Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua lingua-
das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções baixadas gem escrita e falada;
pelo Comandante-Geral da Corporação. X - Abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria
Art. 18. Os Alunos-Oficiais PM são declarados Aspirantes-a-Ofi- sigilosa relativa à Segurança Nacional;
cial PM pelo Comandante-Geral da Corporação. XI - Acatar as autoridades civis;
XII - Cumprir seus deveres de cidadão;
CAPÍTULO III XIII - Proceder de maneira ilibada na vida pública e na particu-
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS MILITARES lar;
XIV - Observar as normas de boa educação;
Art. 19 - Cargo policial militar é aquele que só pode ser e exer- XV - Garantir assistência moral e material a seu lar e conduzir-
cido por policial militar serviço ativo. -se como chefe de família modelar;
Parágrafo 1º - O cargo policial-militar a que se refere este artigo XVI - Conduzir-se mesmo fora do serviço ou na inatividade, de
é o que se encontra especificado nos Quadros da Organização ou modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do
previsto, caracterizado ou definido como tal em outras disposições respeito e do decoro policial militar;
legais. XVII - Abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para ob-
Parágrafo 2º - A cada cargo policial militar corresponde um ter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar
conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades que se consti- negócios particulares ou de terceiros;
tuem em obrigações do respectivo titular. XVIII - Abster-se o policial-militar na inatividade do uso das de-
Parágrafo Único - As obrigações inerentes ao policial militar signações hierárquicas quando:
devem ser compatíveis com o correspondente grau hierárquico e a) em atividades político-partidárias
definidos em legislação ou regulamentação específicas. b) em atividades comerciais;
c) em atividades industriais;
SEÇÃO I d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respei-
DO VALOR POLICIAL MILITAR to de assuntos políticos ou policiais militares, excetuando-se os de
natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e
Art. 26 - São manifestações essenciais do valor policial-militar: XIX - Zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos
I - O sentimento de servir à comunidade estadual, traduzido seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da
pela vontade inabalável de cumprir o dever policial militar e pelo ética policial-militar.
integral devotamento à manutenção da ardem pública, mesmo com Art. 28 - Ao policial-militar da ativa, ressalvado o disposto nos
o risco da própria vida; parágrafos 2º e 3º, é vedado comerciar ou tomar parte na admi-
II - A fé na elevada missão da Policia Militar; nistração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar,
III - O civismo e o culto das tradições históricas; exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por
IV - O espírito de corpo, orgulho do policial militar pela organi- quotas de responsabilidade limitada.
zação policial-militar onde serve; Parágrafo 1º - Os policiais militares na reserva remunerada,
V - O amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações
é exercida; e policiais militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de
VI – O aprimoramento técnico-profissional. organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.
Parágrafo 2º - Os policiais militares da ativa podem exercer di-
SEÇÃO II retamente a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o dispos-
DA ÉTICA POLICIAL MILITAR to no presente artigo.
Parágrafo 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional
Art. 27. O sentimento do dever, o pundonor policial e o decoro dos integrantes do Quadra de Saúde, é-lhe permitido o exercício da
da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, con- atividade técnico-profissional no meio civil, desde que tal prática
duta moral e profissional irrepreensíveis. Com a observância dos não prejudique o serviço.
seguintes preceitos da ética policial militar: Art. 29 - 0 Comandante-Geral da Polícia Militar poderá deter-
I - Amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da minar aos policiais militares da ativa que, no interesse da salvaguar-
dignidade pessoal; da da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e a natu-
II - Em Exercer com autoridade, eficiência e probidade as fun- reza de seus bens, sempre que houver razões que recomendem tal
ções que lhe couberem em decorrência do cargo; medida.
Editora
252
252
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, § 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da
ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como pena da violência, a do crime contra a pessoa.
tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos § 4º Se da violência resulta morte:
seguintes casos: Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra § 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em
a ordem administrativa militar; serviço.
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em
situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Mi-
nistério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente VIOLÊNCIA CONTRA INFERIOR (ART.175 CPM)
ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de pron-
tidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, Violência contra inferior
acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, Art. 175. Praticar violência contra inferior:
contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho Pena - detenção, de três meses a um ano.
de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, Resultado mais grave
administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou mor-
aquêle fim, ou em obediência a determinação legal superior. te é também aplicada a pena do crime contra a pessoa, atendendo-
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra -se, quando fôr o caso, ao disposto no art. 159.
a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência
do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)
§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra ABANDONO DE POSTO (ART.195 CPM)
a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil,
serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no
contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) Abandono de pôsto
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabele-
cidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o pôsto ou lugar de
Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria,
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou antes de terminá-lo:
de missão militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei Pena - detenção, de três meses a um ano.
nº 13.491, de 2017)
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de
garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas
em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Fede- EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO (ART. 202 CPM)
ral e na forma dos seguintes diplomas legais: (Incluído pela Lei nº
13.491, de 2017)
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro Embriaguez em serviço
de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apre-
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída sentar-se embriagado para prestá-lo:
pela Lei nº 13.491, de 2017)
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Processo Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (In-
cluída pela Lei nº 13.491, de 2017) DORMIR EM SERVIÇO (ART. 203 CPM)
Editora
254
254
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
SEÇÃO II
JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL. ART. 125, §§ 3º, 4º E 5º CF/88 DA COMPETÊNCIA GERAL
Editora
255
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
Editora
256
256
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
2. (PMPB – Sargento da Polícia Militar – IDECAN – 2015) 6. Com relação ao crime militar de violência contra superior,
Nos termos da Lei Estadual nº 3.909/1977, a hierarquia e a dis- previsto no Código Penal Militar (Decreto-Lei n.º1.001/69), é cor-
ciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e a reto afirmar que:
responsabilidade crescem, necessaria- mente, com o:
(A) não necessita o agente conhecer a condição de superior da
(A) desempenho. vítima.
(B) grau hierárquico. (B) se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da
(C) tempo de serviço. pena da violência, a do crime contra a pessoa.
(D) comprometimento. (C) se a violência é praticada com arma, o crime será conside-
rado hediondo.
3. (PMPB – Sargento da Polícia Militar – IDECAN – 2015) (D) somente será tipificado quando houver a constatação de
Assinale a alternativa que completa corretamente o trecho a lesão corporal.
seguir. “Não constitui valor do policial militar, segundo o estatuto
dos policiais militares do Estado da Paraíba:__________________ .” 7. Considere que o Sgt PM Beltrano, CGP, durante o serviço de
(A) Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na aprecia- policiamento ostensivo, em 10 de janeiro de 2014, às 12h, ao re-
ção do mérito dos subordinados. tornar à OPM, surpreenda o Sd PM Fulano, fardado e armado, no
(B) A fé na elevada missão da Polícia Militar. interior de uma Padaria, a 500 metros de distância da Unidade. O Sd
(C) O sentimento de servir a comunidade estadual, tra- duzido Fulando iniciaria o serviço às 13h e estava almoçando e ingerindo
pela vontade inabalável de cumprir o dever policial militar e grande quantida- de de cachaça, demonstrando, ao ser cumprimen-
pelo integral devotamento a manutenção da ar- dem pública, tado pelo graduado, os seguintes sinais de alteração da capacidade
mesmo com o risco da própria vida. motora: sonolência, olhos vermelhos, desordem nas vestes,odor de
(D) O civismo e o culto das tradições históricas. álcool no hálito e arrogância. Diante dessa situa- ção, é correto afir-
mar que o Sd PM Fulano:
4. (PMPB – Soldado Combatente – IDECAN – 2014)
Consideram-se crimes militares, em tempo de paz os (A) cometeu o crime militar de embriaguez em serviço e estará
Cri- mes Previstos no Código Militar, embora também o se- sujeito à prisão em flagrante.
jam com igual definição na lei penal comum, quando pratica- (B) cometeu o crime militar de embriaguez em serviço, porém
-dos_____________________. Assinale a alternativa que comple- deverá ser instaurado apenas um Inquérito Policial Militar.
ta corretamente a lacuna. (C) não cometeu o crime militar de embriaguez em serviço.
(A) Por militar em situação de atividade ou assemelhado, con- (D) cometeu crime comum e deverá ser preso e conduzido à
tra militar na mesma situação ou assemelhado. Central de Flagrante ou à Delegacia de Polícia.
(B) Por militar em situação de inatividade ou assemelhado, em
lugar sujeito a administração militar, contra militar da reserva, 8. O Cb PM “X”, de folga, sabendo que sua esposa o está traindo
ou reformado, ou assemelhado, ou civil. com o Sgt PM “Z”, dirige-se à Cia onde o Sgt PM “Z” está de serviço
(C) Por militar em folga ou atuando em razão da função, em co- e, após breve discussão, saca uma arma e desfere vários tiros contra
missão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do o graduado, provocan- do-lhe a morte. Diante dessa situação, pode-
lugar sujeito a administração militar contra militar da reserva, -se afirmar que o Cb PM “X”
ou reformado, ou civil.
(D) Por civil durante o período de manobras ou exercício, con- (A) não cometeu crime militar, mas crime comum, e deverá ser
tra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil. julgado pelo Tribunal do Júri por crime de homicídio.
(B) cometeu crime militar, porém deverá ser julgado pelo Tri-
5. Nos termos do Código Penal Militar (Decreto-Lei n.º bunal do Júri.
1.001/69), consideram-se crimes militares, em tempo de paz, todos (C) cometeu crime comum, porém deverá ser julgado pela Jus-
aqueles previstos no Código Penal Militar, embora também o sejam tiça Militar.
com igual definição na lei penal comum, quando praticados: (D) cometeu crime militar e deverá ser julgado pela Justiça Mi-
(A) por militar fruindo férias, ainda que fora do lugar sujeito à litar.
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado,
ou assemelhado, ou civil.
(B) por militar em situação de atividade que, embora não es-
tando em serviço, use armamento de propriedade militar para
a prática de ato ilegal.
(C) por militar de serviço durante o período de manobras ou
exercício, somente quando em lugar sujeito à administração
militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelha-
do, ou civil.
(D) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, con-
tra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem admi-
nistrativa militar.
Editora
257
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
1 C
2 B ______________________________________________________
3 A ______________________________________________________
4 A
______________________________________________________
5 D
6 B ______________________________________________________
7 C ______________________________________________________
8 D
______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Editora
258
258
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Editora
259
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no ad- II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado
ministrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de di- de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou
reito. invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: (Incluído
pela Lei nº 14.321, de 2022)
CAPÍTULO VI I - a situação de violência; ou (Incluído pela Lei nº 14.321,
DOS CRIMES E DAS PENAS de 2022)
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifes- ou estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
ta desconformidade com as hipóteses legais: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (In-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. cluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciá- § 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a víti-
ria que, dentro de prazo razoável, deixar de: ma de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; pena aumentada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº 14.321,
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de 2022)
de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; § 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos,
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando mani- gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Inclu-
festamente cabível.’ ído pela Lei nº 14.321, de 2022)
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou in- Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao
vestigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante
comparecimento ao juízo: sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 11. (VETADO). Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon-
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em fla- sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de
grante à autoridade judiciária no prazo legal: infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. mo falsa identidade, cargo ou função.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: Art. 17. (VETADO).
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o
temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações:
pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
indicada; Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) pleito de preso à autoridade judiciária competente para a aprecia-
horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da ção da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua cus-
prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; tódia:
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de pri- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
são temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que,
de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providên-
executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de cias tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que
legal. o seja.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser-
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: vada do preso com seu advogado:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
pública; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o pre-
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não so, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reserva-
autorizado em lei; damente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comuni-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem car-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no
prejuízo da pena cominada à violência. caso de audiência realizada por videoconferência.
Art. 14. (VETADO). Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa espaço de confinamento:
que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
dar segredo ou resguardar sigilo: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de ida-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com de ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº
o interrogatório: 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen-
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; te).
ou
Editora
260
260
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên- ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
cias, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determina- inocente:
ção judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrasti-
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste nando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: (Vide ADIN
artigo, quem: 6234) (Vide ADIN 6240)
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fran- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
quear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo
II - (VETADO); prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). do fiscalizado.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado,
do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de in- infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
vestigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências
com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo
criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a con- Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclu-
duta com o intuito de: sive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por ex- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
cesso praticado no curso de diligência; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informa- cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público
ções incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privi-
ou do processo. légio indevido.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcio- Art. 34. (VETADO).
nário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a Art. 35. (VETADO).
admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de
o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apu- ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o va-
ração: lor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demons-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da tração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
pena correspondente à violência. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de
investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito: processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de pro- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
va, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conheci- Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
mento de sua ilicitude. de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de
Art. 26. (VETADO). concluídas as apurações e formalizada a acusação:
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimen- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
to investigatório de infração penal ou administrativa, em desfa-
vor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de CAPÍTULO VII
ilícito funcional ou de infração administrativa: (Vide ADIN DO PROCEDIMENTO
6234) (Vide ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº
ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou
a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou CAPÍTULO VIII
acusado: DISPOSIÇÕES FINAIS
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse passa a vigorar com a seguinte redação:
de investigado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240) “Art.2º ........................................................................................
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ...............
Parágrafo único. (VETADO). ....................................................................................................
....................
Editora
261
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o perí- I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129,
odo de duração da prisão temporária estabelecido no caput deste § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando
artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado. praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
.................................................................................................... da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
..................... ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a au- decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
toridade responsável pela custódia deverá, independentemente de consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído
nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em pela Lei nº 13.142, de 2015)
liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da pri- II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
são temporária ou da decretação da prisão preventiva. a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR) b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, §
Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido
a vigorar com a seguinte redação: ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunica- c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte
ções telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima,
ou com objetivos não autorizados em lei: ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º);(Redação
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art.
que determina a execução de conduta prevista no caput deste arti- 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de
go com objetivo não autorizado em lei.” (NR) 1994)
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela
Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte Lei nº 12.015, de 2009)
art. 227-A: VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do 4o);(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso
1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
por servidores públicos com abuso de autoridade, são condiciona- VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
dos à ocorrência de reincidência. VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de pro-
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, duto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e §
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.” 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
acrescida do seguinte art. 7º-B: VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de ex-
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de ad- ploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art.
vogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)
Lei: IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’” análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A).(Incluído pela
Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, Lei nº 13.964, de 2019)
e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados
7 de dezembro de 1940 (Código Penal). ou consumados:(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº
vinte) dias de sua publicação oficial. 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e 2019)
131o da República. II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
LEI Nº 8.072/90 (CRIMES HEDIONDOS) III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto
no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº
de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica
prática de crime hediondo ou equiparado. (Incluído pela Lei nº
de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e
13.964, de 2019)
homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilíci-
e IX); (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
to de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis
de:(Vide Súmula Vinculante)
I - anistia, graça e indulto;
Editora
262
262
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) “Art. 159. ..............................................................
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida ini- ........................................................................
cialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor
de 2007) que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestra-
§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019) do, terá sua pena reduzida de um a dois terços.”
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fun- Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista
damentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos,
dada pela Lei nº 11.464, de 2007) prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, terrorismo.
de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à
o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantela-
extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, mento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
de 2007) Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segu- nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213,
rança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo úni-
condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios co, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único,
estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública. todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o li-
Art. 4º (Vetado). mite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qual-
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso: quer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
“Art. 83. .............................................................. Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976,
........................................................................ passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte reda-
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de con- ção:
denação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de “Art. 35. ................................................................
entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão
reincidente específico em crimes dessa natureza.” contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts.
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 12, 13 e 14.”
214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, to- Art. 11. (Vetado).
dos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
“Art. 157. ............................................................. Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da
reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a República.
reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
........................................................................
Art. 159. ............................................................... LEI Nº 9.455/97 (TORTURA)
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º .................................................................
Art. 1º Constitui crime de tortura:
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
§ 2º .................................................................
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
§ 3º .................................................................
vítima ou de terceira pessoa;
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
........................................................................
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Art. 213. ...............................................................
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
Art. 214. ...............................................................
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
de caráter preventivo.
........................................................................
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Art. 223. ...............................................................
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
Parágrafo único. ........................................................
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
de medida legal.
........................................................................
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
Art. 267. ...............................................................
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
de um a quatro anos.
........................................................................
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima,
Art. 270. ...............................................................
a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclu-
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
são é de oito a dezesseis anos.
.......................................................................”
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte
I - se o crime é cometido por agente público;
parágrafo:
Editora
263
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de re-
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; ‘(Redação levância pública;
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais
III - se o crime é cometido mediante seqüestro. públicas;
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em- d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela-
prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo cionadas com a proteção à infância e à juventude.
da pena aplicada. Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual-
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
ou anistia. crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasi- e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e
leira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de (..)
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. TÍTULOII
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
República.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
LEI Nº 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCEN-
TE), DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (ART. 1º À 6º), DAS Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
MEDIDAS DE PROTEÇÃO (ART. 98 À 102), DA PRÁTICA DE são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ATO INFRACIONAL (ART. 103 À 128), DAS MEDIDAS PERTI- ameaçados ou violados:
NENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL (ART. 129 E 130) I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
TÍTULOI
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
adolescente.
Art. 99. As medidas previstas neste CAPÍTULO poderão ser apli-
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa
cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual-
até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
quer tempo.
doze e dezoito anos de idade.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as ne-
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep-
cessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao forta-
cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
lecimento dos vínculos familiares e comunitários.
anos de idade.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote-
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direi-
ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
tos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de
nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluí-
lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
social, em condições de liberdade e de dignidade.
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à pro-
todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento,
teção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescen-
situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
tes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescen-
outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comuni-
tes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta
dade em que vivem. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e soli-
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
dária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipaliza-
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efe-
ção do atendimento e da possibilidade da execução de programas
tivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
cação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignida-
2009) Vigência
de, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter-
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir-
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for
cunstâncias;
Editora
264
264
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de tran-
e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, sição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº colocação em família substituta, não implicando privação de liber-
12.010, de 2009) Vigência dade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades com- § 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
petentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja co- proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên-
nhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida ex- adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da au-
clusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indis- toridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministé-
pensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança rio Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento
e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela
necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescente se encontram no momento em que a decisão é toma- § 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser encami-
da; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nhados às instituições que executam programas de acolhimento
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de
de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga-
o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na prote- 2009) Vigência
ção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às me- I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou
didas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração 2009) Vigência
em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de com- cia
preensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-
direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma -los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio
gência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescen- § 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado-
te, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento
pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendi-
direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da me- mento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de
dida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciá-
devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, ria competente, caso em que também deverá contemplar sua colo-
observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído cação em família substituta, observadas as regras e princípios desta
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, § 5 o O plano individual será elaborado sob a responsabilida-
a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as se- de da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e le-
guintes medidas: vará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo oitiva dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de responsabilidade; 2009) Vigência
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; § 6 o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
oficial de ensino fundamental; I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários nº 12.010, de 2009) Vigência
de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adoles- II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável;
cente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátri- III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a
co, em regime hospitalar ou ambulatorial; criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável,
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta
12.010, de 2009) Vigência supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação 2009) Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Editora
265
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
§ 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a crian-
mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte ça for encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a ne- 2009) Vigência
cessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais § 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qual-
de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e quer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos
estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhi- de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta priorida-
do. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o res- § 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requeri-
ponsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional da do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento
fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista e a certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de
ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em 2016)
igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração TÍTULOIII
da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca- DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao CAPÍTULO I
Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das DISPOSIÇÕES GERAIS
providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política mu- Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como
nicipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destitui- crime ou contravenção penal.
ção do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada
de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do a idade do adolescente à data do fato.
poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponde-
complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajui- rão as medidas previstas no art. 101.
zamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou CAPÍTULO II
foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas so- DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
bre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar
e institucional sob sua responsabilidade, com informações porme- Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
norizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as pro- senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e funda-
vidências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em mentada da autoridade judiciária competente.
família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos
28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con- seus direitos.
selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis- se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade
tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças ele indicada.
e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res-
de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei nº ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
12.010, de 2009) Vigência Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina-
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este CAPÍTULO da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-
12.010, de 2009) Vigência -se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de a necessidade imperiosa da medida.
nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos elemen- Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será sub-
tos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária. metido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de prote-
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que ção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida
trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, go- fundada.
zando de absoluta prioridade.
§ 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado CAPÍTULO III
procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
§ 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispen- sem o devido processo legal.
sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se-
Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa guintes garantias:
Editora
266
266
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri- XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local
tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven-
judicial em contrário. tura depositados em poder da entidade;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
máximo a cada seis meses. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamen-
excederá a três anos. te a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o ado- sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do ado-
lescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberda- lescente.
de ou de liberdade assistida. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e men-
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. tal dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de con-
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de tenção e segurança.
autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser CAPÍTULO V
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela DA REMISSÃO
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan- Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu-
do: ração de ato infracional, o representante do Ministério Público po-
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça derá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo,
ou violência a pessoa; atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida menor participação no ato infracional.
anteriormente imposta. Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re-
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste arti- missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin-
go não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada ção do processo.
judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe-
nº 12.594, de 2012) (Vide) cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven- efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação
do outra medida adequada. de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex- regime de semi-liberdade e a internação.
clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser
abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com- revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres-
pleição física e gravidade da infração. so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive Público.
provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, en- TÍTULOIV
tre outros, os seguintes: DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis-
tério Público; Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comu-
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; nitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que so- dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
licitada; II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
V - ser tratado com respeito e dignidade; orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; freqüência e aproveitamento escolar;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes- VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a trata-
soal; mento especializado;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e VII - advertência;
salubridade; VIII - perda da guarda;
XI - receber escolarização e profissionalização; IX - destituição da tutela;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder fami-
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; liar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e des- Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos
de que assim o deseje; IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
Editora
268
268
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou § 5º As medidas protetivas de urgência serão concedidas inde-
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judi- pendentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento
ciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do re-
agressor da moradia comum. gistro de boletim de ocorrência. (Incluído pela Lei nº 14.550, de
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação 2023)
provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adoles- § 6º As medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto
cente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de persistir risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial
2011) ou moral da ofendida ou de seus dependentes. (Incluído pela Lei
nº 14.550, de 2023)
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução
LEI 11.340/2006 LEI MARIA DA PENHA (DAS MEDIDAS PRO- criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo
TETIVAS DE URGÊNCIA E DO CRIME DE DESCUMPRIMEN- juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
TO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA) representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se,
no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista,
CAPÍTULO II
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi-
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
quem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais
SEÇÃO I
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à
DISPOSIÇÕES GERAIS
saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído
ou do defensor público.
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, ca-
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou
berá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
notificação ao agressor .
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as me-
didas protetivas de urgência;
SEÇÃO II
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de as-
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O
sistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento
AGRESSOR
da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casa-
mento ou de dissolução de união estável perante o juízo competen-
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar
te; (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de ime-
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as provi-
diato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes
dências cabíveis.
medidas protetivas de urgência, entre outras:
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com
posse do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826,
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser conce-
de 22 de dezembro de 2003 ;
didas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com
da ofendida.
a ofendida;
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedi-
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
das de imediato, independentemente de audiência das partes e de
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemu-
manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
nhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
comunicado.
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada
qualquer meio de comunicação;
ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a
por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos
integridade física e psicológica da ofendida;
nesta Lei forem ameaçados ou violados.
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes meno-
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a
res, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço si-
pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgên-
milar;
cia ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à prote-
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
ção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação
Ministério Público.
e reeducação; e(Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
§ 4º As medidas protetivas de urgência serão concedidas em
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de
juízo de cognição sumária a partir do depoimento da ofendida pe-
atendimento individual e/ou em grupo de apoio.(Incluído pela Lei
rante a autoridade policial ou da apresentação de suas alegações
nº 13.984, de 2020)
escritas e poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela autori-
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplica-
dade de inexistência de risco à integridade física, psicológica, sexu-
ção de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segu-
al, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes. (In-
rança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a provi-
cluído pela Lei nº 14.550, de 2023)
dência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o
agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará
Editora
269
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas proteti- § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autorida-
vas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de de judicial poderá conceder fiança.(Incluído pela Lei nº 13.641, de
armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo 2018)
cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras
crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso. sanções cabíveis.(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de ur-
gência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da
força policial. LEI Nº 10.826/2003; (ESTATUTO DO DESARMAMENTO)
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que cou-
ber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869,
CAPÍTULO I
de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
SEÇÃO III
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscri-
ção em todo o território nacional.
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de ou-
Art. 2o Ao Sinarm compete:
tras medidas:
I – identificar as características e a propriedade de armas de
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa ofi-
fogo, mediante cadastro;
cial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e ven-
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus depen-
didas no País;
dentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo
renovações expedidas pela Polícia Federal;
dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto,
IV - determinar a separação de corpos.
roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadas-
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em
trais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segu-
instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou
rança privada e de transporte de valores;
a transferência deles para essa instituição, independentemente da
V – identificar as modificações que alterem as características
existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
ou o funcionamento de arma de fogo;
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as
poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre ou-
vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
tras:
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor
conceder licença para exercer a atividade;
à ofendida;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas,
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos
varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de
de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo ex-
fogo, acessórios e munições;
pressa autorização judicial;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as característi-
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao
cas das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil
agressor;
disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realiza-
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial,
dos pelo fabricante;
por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados
doméstica e familiar contra a ofendida.
e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente
de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro
para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.
atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as
SEÇÃO IV
armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as de-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.641, DE 2018)
mais que constem dos seus registros próprios.
DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS
CAPÍTULO II
DE URGÊNCIA
DO REGISTRO
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão com-
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas pro-
petente.
tetivas de urgência previstas nesta Lei:(Incluído pela Lei nº 13.641,
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão regis-
de 2018)
tradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.(Incluído
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interes-
pela Lei nº 13.641, de 2018)
sado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos
§ 1º A configuração do crime independe da competência ci-
seguintes requisitos:
vil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.(Incluído pela Lei nº
13.641, de 2018)
Editora
270
270
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de cer- comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
tidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos
Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei
inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser forneci- nº 11.706, de 2008)(Prorrogação de prazo)
das por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de § 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste arti-
2008) go, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na
lícita e de residência certa; rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamen-
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicoló- to e obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei
gica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta nº 11.706, de 2008)
no regulamento desta Lei. I - emissão de certificado de registro provisório pela internet,
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº
fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em 11.706, de 2008)
nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Fe-
esta autorização. deral do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no cali- como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro
bre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de § 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto
2008) (Vide ADI 6466) (Vide ADI 6139) no caput deste artigo, considera-se residência ou domicílio toda a
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território extensão do respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870,
nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, de 2019)
como também a manter banco de dados com todas as característi-
cas da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo. CAPÍTULO III
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e DO PORTE
munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando re-
gistradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e muni- nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
ções entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autori- I – os integrantes das Forças Armadas;
zação do Sinarm. II - os integrantes de órgãos referidos nos inci-
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será sos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Fe-
concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de deral e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Reda-
30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interes- ção dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
sado. III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil)
cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo. habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III Lei; (Vide ADIN 5538)(Vide ADIN 5948) (Vide ADC 38)
do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com
adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar auto- mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos
rizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº
adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) 10.867, de 2004) (Vide ADIN 5538)(Vide ADIN 5948) (Vide ADC 38)
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com vali- V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligên-
dade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a cia e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de
manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residên- Segurança Institucional da Presidência da República; (Vide Decreto
cia ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de nº 9.685, de 2019)
trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV,
estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
de 2004) VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas por-
pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm. tuárias;
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de
4o deverão ser comprovados periodicamente, em período não in- valores constituídas, nos termos desta Lei;
ferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regula- IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente
mento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas
Arma de Fogo. de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de re- couber, a legislação ambiental.
gistro de propriedade expedido por órgão estadual ou do Distrito X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal
Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela en- do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal
trega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo me- e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
diante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de
2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e
Editora
271
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da § 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma
Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Esta- de fogo, independentemente de outras tipificações penais, respon-
dos, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que derá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de
efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na for- fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
ma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça § 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios
- CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. (In- que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma
cluído pela Lei nº 12.694, de 2012) de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput des- Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das
te artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade empresas de segurança privada e de transporte de valores, cons-
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, tituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e
mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas
validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso
II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polí-
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas cia Federal em nome da empresa.
prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular § 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de se-
ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora gurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime
de serviço, desde que estejam:(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;(Incluído pela demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocor-
Lei nº 12.993, de 2014) rência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e muni-
e(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) ções que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle horas depois de ocorrido o fato.
interno.(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) § 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deve-
§ 1º-C. (VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) rá apresentar documentação comprobatória do preenchimento dos
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integran- requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados
tes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste que portarão arma de fogo.
artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se refe- § 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste
re o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabele- artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
cidas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das
de 2008) instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de propriedade,
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guar- responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente
das municipais está condicionada à formação funcional de seus podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar
integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, competente, sendo o certificado de registro e a autorização de por-
nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada te expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído
a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 12.694, de 2012)
10.884, de 2004) § 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e este artigo independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei nº
estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados 12.694, de 2012)
e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público
ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de
do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei. funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de ser-
cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de vidores que exerçam funções de segurança. (Incluído pela Lei nº
fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido 12.694, de 2012)
pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador § 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que
para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, trata este artigo fica condicionado à apresentação de documenta-
com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou ção comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do
inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efeti- art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabeleci-
va necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os mentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanis-
seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) mos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabele-
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº cidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
11.706, de 2008) 2012)
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela § 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata
Lei nº 11.706, de 2008) este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (In-
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº cluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
11.706, de 2008) § 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a
registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
Editora
272
272
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras § 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§
24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profissional
Lei nº 12.694, de 2012) pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas
legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de CAPÍTULO IV
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo DOS CRIMES E DAS PENAS
o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na
forma do regulamento desta Lei. Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do por- Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, aces-
te de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estran- sório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determina-
geiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, ção legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou depen-
nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
e caçadores e de representantes estrangeiros em competição inter- Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
nacional oficial de tiro realizada no território nacional. Omissão de cautela
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impe-
permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polí- dir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de defici-
cia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm. ência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida ou que seja de sua propriedade:
com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
regulamentares, e dependerá de o requerente: Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de ati- diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valo-
vidade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade físi- res que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
ca; (Vide ADI 6139) Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei; arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda,
III – apresentar documentação de propriedade de arma de nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente. Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depó-
artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela sito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, reme-
seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de ter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessó-
substâncias químicas ou alucinógenas. rio ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores cons- com determinação legal ou regulamentar:
tantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
I – ao registro de arma de fogo; Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável,
II – à renovação de registro de arma de fogo; salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agen-
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo; te. (Vide Adin 3.112-1)
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; Disparo de arma de fogo
V – à renovação de porte de arma de fogo; Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a
fogo. ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manu- outro crime:
tenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades. Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançá-
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo vel. (Vide Adin 3.112-1)
as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter
2008) em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, empres-
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as con- tar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de
dições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em
comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o desacordo com determinação legal ou regulamentar: (Redação
manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honorários § 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela
profissionais para realização de avaliação psicológica constante do Lei nº 13.964, de 2019)
item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
pela Lei nº 11.706, de 2008) identificação de arma de fogo ou artefato;
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
(oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei nº para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autorida-
11.706, de 2008) de policial, perito ou juiz;
Editora
273
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Editora
274
274
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
com prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo ad-
penitenciário da unidade da federação responsável pela apreen- quiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à
são. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do re-
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das ar- gulamento desta Lei.
mas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo po-
perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei derão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumin-
nº 11.706, de 2008) do-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, fi-
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de respon- cando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida
sabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao seu cadas- arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
tramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
2008) Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regu-
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o enca- lamento desta Lei:
minhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, ma-
de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação rítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio,
de armas acauteladas em juízo, mencionando suas características faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou munição
e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) sem a devida autorização ou com inobservância das normas de se-
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização gurança;
e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que
fogo, que com estas se possam confundir. realize publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os si- de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.
mulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com
usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exér- aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena
cito. de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o in-
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcio- gresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo
nalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito. (Vide ADI inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.
6139) Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aqui- serviços de transporte internacional e interestadual de passageiros
sições dos Comandos Militares. adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir passageiros armados.
arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos
dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei. (Reda- serão armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos. (In-
ção dada pela Lei nº 11.706, de 2008) cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já con- § 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo
cedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta cadastrar armas de fogo e armazenar características de classe e in-
Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004) dividualizadoras de projéteis e de estojos de munição deflagrados
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de va- por arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
lidade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a § 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pe-
Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no los registros de elementos de munição deflagrados por armas de
prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações destinadas às apu-
requerente. rações criminais federais, estaduais e distritais. (Incluído pela Lei
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso nº 13.964, de 2019)
permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o § 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela uni-
dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documen- dade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
to de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acom- 2019)
panhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita § 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísti-
da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração cos terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua
firmada na qual constem as características da arma e a sua condição utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão
de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e judicial responderá civil, penal e administrativamente.(Incluído pela
do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III Lei nº 13.964, de 2019)
do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de § 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de
2008) (Prorrogação de prazo) dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos.(Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto 13.964, de 2019)
no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, § 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de
no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisó- Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do Poder Executivo
rio, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Lei nº 11.706, de 2008)
Editora
275
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no
art. 6o desta Lei.
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resultado
pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.
ANEXO
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.706, DE 2008)
ATO ADMINISTRATIVO R$
I - Registro de arma de fogo: Gratuito
- até 31 de dezembro de 2008 (art. 30)
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
II - Renovação do certificado de registro de arma de fogo:
- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito
(art. 5o, § 3o)
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
III - Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de transporte 60,00
de valores
IV - Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa de segu-
rança privada e de transporte de valores:
- até 30 de junho de 2008 30,00
- de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00
- a partir de 1o de novembro de 2008 60,00
V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00
VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00
VII - Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo 60,00
VIII - Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00
QUESTÕES
De acordo com as previsões contidas Lei nº 13.869/2019 e suas alterações (Lei de Abuso de Autoridade), assinale a alternativa correta.
(A) Não faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito
(B) As penas previstas nesta Lei serão aplicadas com dependência das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis
(C) As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou
a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal
(D) Não tipifica o crime de violência Institucional a conduta de submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes vio-
lentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade, mas apenas infração
administrativa
Editora
276
276
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
2. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu- 5. IBFC - 2022 - Câmara Municipal de Itatiba - SP - Advogado
cativo No que se refere à Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8079/90),
Nos termos da nova Lei nº 13.869/2019 (Lei de Abuso de Auto- assinale a alternativa incorreta.
ridade), assinale a alternativa correta. (A) Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de
(A) Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública in- entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis
condicionada e de ação penal pública condicionada à represen- de anistia, graça e indulto
tação (B) A pena por crime hediondo deve ser cumprida integralmen-
(B) Não será admitida ação privada se a ação penal pública não te em regime fechado
for intentada no prazo legal (C) A prisão temporária, nos crimes hediondos, possui o prazo
(C) Esta lei prevê as penas restritivas de direitos substitutivas de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de
das privativas de liberdade que são a prestação de serviços à extrema e comprovada necessidade
comunidade ou a entidades públicas e a suspensão do exercício (D) Em caso de sentença condenatória, o juiz deve decidir fun-
do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 damentadamente se o réu poderá apelar em liberdade
(seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens
(D) As penas restritivas de direitos não podem ser aplicadas au- 6. IBFC - 2022 - Câmara de Franca - SP - Advogado
tonomamente Acerca das disposições da Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº
8.072/1990) e as recentes alterações, assinale a alternativa que não
3. : IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu- apresenta um crime considerado hediondo.
cativo (A) Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produ-
Com relação à Lei nº 13.869/2019 e suas alterações (Lei de to destinado a fins terapêuticos ou medicinais
Abuso de Autoridade), assinale a alternativa incorreta. (B) Roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima
(A) As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso (C) Infanticídio
de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade (D) Homicídio qualificado
específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou
a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal 7. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu-
(B) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fa- cativo
tos e provas configura abuso de autoridade Analise as afirmativas a seguir, de acordo com a Lei nº
(C) É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer 9.455/1997 e suas alterações (Lei de Tortura).
agente público, servidor ou não, da administração direta, in- I. O crime de tortura é afiançável e suscetível de graça ou anis-
direta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos tia.
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território II. Aquele que se omite em face das condutas que tipificam o
(D) Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo
crime de tortura, quando seu dever é de evitá-las ou apurá-las, não
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu-
responde pelo crime de tortura, mas apenas por infração adminis-
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
trativa.
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, car-
III. A condenação pelo crime de tortura não acarretará a perda
go, emprego ou função em órgão ou entidade da administra-
ção direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercí-
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de cio pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Território IV. Constitui crime de tortura constranger alguém com empre-
go de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
4. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu- mental em razão de discriminação racial ou religiosa.
cativo Estão corretas as afirmativas:
De acordo com a Lei nº 13.869/2019 que dispõe sobre os cri- (A) I, III e IV apenas
mes de abuso de autoridade, analise as afirmativas a seguir e dê (B) I, II, III e IV
valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). (C) I, II e IV apenas
( ) As condutas descritas na Lei nº 13.869/2019 constituem (D) IV apenas
crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a
finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo 8. IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil
ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. “Constranger alguém com emprego de violência ou grave ame-
( ) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de aça, causando-lhe sofrimento físico ou mental ou submeter alguém,
fatos e provas não configura abuso de autoridade. sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
( ) A perda do cargo, do mandato ou da função pública são grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma
efeitos automáticos da condenação. de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”, consti-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de tui crime de tortura. Sobre o crime de tortura, assinale a alternativa
cima para baixo. incorreta.
(A) V - V - V (A) O ato de constranger previsto no crime de tortura pode se
(B) V - F - V dar com a finalidade de obter informação, declaração ou con-
fissão da vítima ou de terceira pessoa; com a intenção de pro-
(C) F - F - V
vocar ação ou omissão de natureza criminosa; ou ainda, em
(D) V - V - F
Editora
277
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
razão de discriminação racial ou religiosa (B) Quando funcionário de Empresa de Transporte de Valores
(B) A pena prevista para o crime de tortura é de reclusão, de cometer o delito de Porte ilegal de arma de fogo de uso permi-
dois a oito anos tido terá, nos termos previstos no Estatuto do Desarmamento,
(C) Se no crime de tortura o resultado é a lesão corporal de na- causa de diminuição de pena (minorante), haja vista o fato de
tureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de seis a doze já trabalhar manuseando arma de fogo o que diminui as chan-
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos ces de ocorrência de acidentes
(D) A pena para o crime de tortura é aumentada de um sexto (C) Caso o agente que cometeu o disparo ilegal de arma de fogo
até um terço, se o crime é cometido por agente público ou se seja reincidente, independentemente se referida reincidência
é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, possua natureza específica em tal conduta delitiva, o mesmo
adolescente ou mais de sessenta anos, ou ainda, se o crime é terá causa de aumento de pena (majorante), nos termos pre-
cometido mediante sequestro vistos no Estatuto do Desarmamento
(E) Por força do §6º, do art. 1º da lei de Tortura, o crime de tor- (D) Conforme a legislação penal brasileira, a omissão é penal-
tura é inafiançável e insuscetível de graça e anistia mente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado, sendo que o dever de agir incumbe a quem
9. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu- tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, de
cativo modo que proprietário de empresa de segurança que deixar
De acordo com o Estatuto do Desarmamento, Lei Federal de de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Fede-
nº 10.826/2003, no que trata do porte de arma de fogo, assinale a ral perda de arma de fogo, por ausência de previsão legal, não
alternativa incorreta. responderá pelo crime de Omissão de Cautela previsto no Esta-
(A) Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas pri- tuto do Desarmamento
sionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular
ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo
fora de serviço, desde que estejam submetidos a regime de de- GABARITO
dicação exclusiva, sujeitos à formação funcional, nos termos do
regulamento e, subordinados a mecanismos de fiscalização e
de controle interno 1 C
(B) É proibido o porte de arma de fogo em todo o território 2 C
nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e
para os integrantes das guardas municipais dos Municípios com 3 B
mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhen- 4 D
tos mil) habitantes, mesmo fora de serviço
5 B
(C) Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cin-
co) anos que comprovem depender do emprego de arma de 6 C
fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será con- 7 D
cedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na catego-
ria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, 8 C
de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de 9 B
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessa-
do comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual 10 A
deverão ser anexados: documento de identificação pessoal,
comprovante de residência em área rural e atestado de bons ANOTAÇÕES
antecedentes
______________________________________________________
(D) O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma
de fogo, independentemente de outras tipificações penais, res- ______________________________________________________
ponderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de
arma de fogo de uso permitido ______________________________________________________
Editora
278
278
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
1) Movimentos Sociais Ligados à Produção: Como vimos acima, as lutas e reivindicações por menores desi-
- Movimento Operário gualdades e exclusões sociais, ou seja, melhores condições de vida
- Movimento dos Produtores em sentido pleno (de cidadania), não são novas nem exclusivas do
- Movimento Sindical: Operário e Patronal Brasil, mas tem acompanhado a humanidade desde que surgiu a
2) Movimentos Sociais Político-Partidários divisão social do trabalho (divisão de classe), contudo apresentam
- Partidos Institucionalizados particularidades no tempo e no espaço.
- Grupos e Facções Políticas Não Institucionalizados No entanto, os estudos propriamente ditos dos movimen-
3) Movimentos Sociais Religiosos tos sociais reivindicatórios de melhorias urbanas datam de época
- Movimentos de Igreja Católica recente. Segundo Gohn (1982), eles se desenvolveram principal-
- Movimentos de Igrejas Protestantes e Outras mente a partir de uma abordagem derivada de uma leitura estru-
- Movimentos Messiânicos turalista de Marx. Na Europa, o maior número destas análises tem
- Movimentos Religiosos Ligados a Tradições Culturais e Fol- ocorrido na França, sendo Manuel Castells um de seus principais
clóricas representantes.
4) Movimentos Sociais do Campo Esse autor foi um dos que mais influenciou na literatura sobre
- Proprietários Movimentos Sociais na América Latina. Para ele, um movimento so-
- Trabalhadores Rurais cial nasce do encontro de uma dada combinação estrutural, que
5) Movimentos Sociais de Categorias Específicas acumula várias contradições, com um certo tipo de organização.
- Movimento Feminista Todo movimento social provoca, por parte do sistema, um contra
- Movimento Negro movimento que nada mais é do que a expressão de uma interven-
- Movimento de homossexuais ção do aparelho político (integração/repressão) visando à manu-
- Movimento de Defesa do Índio tenção da ordem.
- Movimento de Estudantes e Professores E continua Castells, o movimento social urbano é um sistema
6) Movimentos Sociais a partir de Lutas Gerais de práticas resultando da articulação de uma conjuntura do sistema
- Lutas pela Preservação do Meio Ambiente — Movimento de agentes urbanos e das outras práticas sociais, de forma que seu
Ecológico desenvolvimento tende objetivamente para a transformação estru-
- Lutas pela Democracia (Ex. Movimento pela Anistia e Luta tural do sistema urbano ou para uma modificação substancial da
pelas Diretas) relação de forças na luta de classes, quer dizer, em última instância,
- Lutas contra inflação e a Política Econômica do Governo (Ex. no poder do Estado.
Movimento contra a Carestia) Outro autor a influenciar teoricamente os movimentos sociais
- Lutas de Defesa dos Consumidores urbanos na América Latina foi Alain Touraine. Para ele, Movimentos
- Movimentos dos Desempregados Sociais são a ação conflitante de agentes das classes sociais, lutando
7) Movimentos Sociais Urbanos: pelo controle do sistema de ação histórica. Touraine deixa mais cla-
- Populares: Movimentos Econômicos, Reivindicatórios de Bens ra a definição quando afirma que os Movimentos Sociais são forças
e Equipamentos. Movimentos Sociais Populares Urbanos de Caráter centrais que lutam umas contra as outras para dirigir a produção
Marcadamente Político da sociedade por ela mesma, a ação de classe pela direção da his-
- Burgueses: Ações Reivindicatórias de Bens e Equipamentos toricidade.
Urbanos Defensores de Privilégios e anti-igualitários. Para nós os movimentos sociais urbanos reivindicatórios, ou
Já Ammann (1991), enumera seis princípios para conceituar o seja, os movimentos populares de bairros são organizações da clas-
que seja Movimento Social, que descrevemos a seguir: se destituída de poder, que demandam através das reivindicações,
- É a contestação o elemento construtivo dos Movimentos So- por direitos básicos de acesso à participação e cidadania, não se di-
ciais; rigindo à luta pelo domínio (controle) político do Estado. Mas, ten-
- Os Movimentos Sociais contestam determinadas relações so- do no Estado não apenas o destinatário de suas reivindicações, mas
ciais, no contexto das relações de produção; também um adversário e, às vezes, paradoxalmente, até um aliado.
- Os protagonistas podem ser classes sociais, etnias, partidos No Brasil
Editora
280
280
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
No Brasil, as contradições urbanas decorrentes do desenvolvi- exemplo), exigia também, da população, o desenvolvimento de
mento do capitalismo se iniciam após 1930, com uma lógica no pro- uma rápida capacidade de resposta ao ritmo urbano de vida (longas
cesso de acumulação do capital que cria como precondição, para distâncias, tráfego congestionado, mobilidade rápida no trabalho,
seu funcionamento e desenvolvimento, a participação controlada acidentes, surtos epidêmicos, etc.). E a integração nesse ritmo rápi-
das massas populares no processo econômico e político (RAICHELIS, do e violento de vida, indispensável para o funcionamento da me-
1988). Gerando um novo tipo de sociedade urbana, especialmente trópole, não podia mais se dar no âmbito das soluções individuais,
nas duas principais metrópoles do país, Rio de Janeiro e São Paulo, tomadas por cada família dos componentes da força de trabalho.
baseando-se na superconcentração de atividades produtivas e de Ela dependia de soluções globais situadas ao nível das macro deci-
sua reprodução. Concentrou-se nessas regiões, já que ai se centrali- sões, só passíveis de serem tomadas ao nível do Estado.
zava os demais fatores indispensáveis para sua ampliação. É interessante observar do exposto acima, como o processo
Para Moisés (1985), as enormes massas de população foram de industrialização/urbanização não só alterou a vida da popula-
formadas neste contexto, sendo obrigadas a se acomodar ao fe- ção pobre (da classe trabalhadora), com novas necessidades, como
nômeno que se poderia chamar de urbanização por extensão de também levou a um agravamento do estado de pauperização desta.
periferias, fenômeno que adquiriu as feições de um verdadeiro pro- Além de transferir com uma nova ideologia criada pela classe do-
cesso ecológico de discriminação social. E continua ele, a formação minante, segundo a qual cabia agora ao Estado ser o provedor de
das principais áreas metropolitanas brasileiras foi acompanhada do toda a população, isto é, um Estado acima das classes, responsável
surgimento de uma série de contradições sociais e políticas especí- a atender às necessidades mais prementes da população, e assim,
ficas que apareceram na forma das distorções urbanas conhecidas, resolver a problemática urbana, que crescia sempre mais. Levando
por exemplo, por cidades como São Paulo, Rio, Recife, Belo Hori- também, a alteração, no transcorrer do tempo, da importância do
zonte, Salvador e Porto Alegre, entre outras. Desde os anos 40 e, antagonismo entre proletariado e burguesia nos conflitos sociais in-
mais intensamente, após a industrialização que se inicia em mea- duzindo a uma nova contradição, que é o confronto entre as massas
dos dos anos 50, o aprofundamento da divisão social do trabalho populares e o Estado.
no país provocou a emergência de necessidades sociais e urbanas Este processo de metropolização que vai formando-se nas prin-
novas para a sobrevivência da população. Aumentou a demanda cipais cidades brasileira, só foi possível entre outros fatores, graças
por serviços de infraestrutura (água, esgotos, asfaltamento de ruas, aos movimentos migratórios do campo, que apresenta verdadeira
iluminação privada e pública, etc.) e por um sistema de transportes inversão quanto ao lugar de residência da população apontada nas
coletivos mais rápido e eficiente, pois a expansão da periferia torna- taxas de urbanização do país entre 1940 e 2000, melhor dizendo,
va bem maiores as distâncias entre o local de moradia e o local de em 1940, a taxa de urbanização representava 26,35% do total, pas-
trabalho da mão-de-obra. Por outro lado, o novo desenvolvimento sou para 36,16% em 1950; alcançando 45,52% em 1960; em 1970
criou necessidades (reais ou ilusórias) infinitamente maiores para o chega 56,80%; em 1980 vai para 68,86% e em 1991 e 2000 atinge
sistema educacional, em todos os níveis, pois a modernização eco- 77,13% e 81,25% respectivamente.
nômica impôs expectativas novas à mão-de-obra e, ao mesmo tem- Estes recém-emigrados do campo se fixam na periferia das
po, uma ânsia de valorização (qualificação e especialização) para o principais cidades, em condições muito precárias de vida, estando
conjunto da força de trabalho; de outra parte, ampliou considera- disponíveis, abaixo preço para investimento do capital, tanto na
velmente a demanda por serviços de saúde (pronto socorros, pos- agricultura (os boias frias), como nas atividades urbanas (indústrias
tos de saúde, maternidades, hospitais, etc.), pois a complexificação e serviços), como à construção civil; se constituindo em um subpro-
de vida urbana, com a intensidade e a rapidez de sua concentração, letariado (GOHN, 1982) que subsiste mediante a venda da força de
altas taxas de densidade, circulação rápida e veículos, trânsito, etc., trabalho diária, sem desfrutar das garantias da legislação trabalhis-
e ao ritmo cada vez intenso do trabalho e da vida social, aumen- ta, constituindo o proletariado urbano. Em outras palavras, os tra-
tou os acidentes de trabalho e de trânsito, as doenças nervosas, as balhadores e seus familiares constituem a força de trabalho predo-
epidemias e as enfermidades em geral. Criou uma demanda nova minante nos grandes centros urbanos, necessitando que aumente
por equipamentos sociais e culturais (creches, maternidades, par- a demanda dos serviços de infraestrutura urbana que necessitam,
ques infantis, bibliotecas, centros de recreação, locais de práticas e ao mesmo tempo, que eleva e acelera as proporções de mora-
de esportes, áreas verdes), pois não apenas as crescentes levas de dia em condições inadequadas, de forma geral, agrava também,
migrantes recém-chegados à cidade exigiam atendimento social es- conforme o perfil social, a cidade. Surgindo assim, as favelas e os
pecial, como as condições urbanas aprofundaram a qualidade das bairros periféricos, além de novas formas de organização e estru-
expectativas, provocando a emergência de uma demanda inteira- tura de poder que se materializa nos movimentos sociais urbanos
mente nova para o sistema. A incorporação da mulher à força de reivindicatórios.
trabalho criou problemas sempre crescentes, como a necessidade
de hospitalização durante a gravidez e a assistência à população in- Movimentos Sociais no Brasil e Cidadania
fantil durante o horário de trabalho. Além disso, a atomização da
vida social e a diluição da vida familiar exigiu o surgimento de novos A análise dos movimentos sociais no Brasil revelam forte enfo-
padrões de sociabilidade da mesma forma que lançou os agentes que teórico oriundo do marxismo, sejam eles vinculados ao espaço
dessa vida moderna a um tal grau de complexificação de sua exis- urbano e/ou rural. Tais movimentos, quando se referiam ao espaço
tência, que seria inevitável a emergência de problemas como as urbano possuíam um leque amplo de temáticas como por exemplo,
chamadas enfermidades mentais, a prostituição, a criminalidade do as lutas por creches, por escola pública, por moradia, transporte,
menor, etc. saúde, saneamento básico etc. Quanto ao espaço rural, a diversida-
Viver nas áreas metropolitanas, além de exigir a integração a de de temáticas expressou-se nos movimentos de boias-frias (das
novos padrões de consumo, que garantissem uma sociabilidade regiões cafeeiras, citricultoras e canavieiras, principalmente), de
adequada à vida moderna (de que a televisão talvez seja o melhor posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários.
Editora
281
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específi- Uma das atividades do grupo consiste na ocupação de terras
ca, no entanto, todos expressavam as contradições econômicas e improdutivas como forma de pressão pela reforma agrária, mas
sociais presentes na sociedade brasileira. também há reivindicação quanto a empréstimos e ajuda para que
No início do século XX, era muito mais comum a existência de realmente possam produzir nessas terras. Para o MST, é muito im-
movimentos ligados ao rural, assim como movimentos que lutavam portante que as famílias possam ter escolas próximas ao assenta-
pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimen- mento, de maneira que as crianças não precisem ir à cidade e, desta
tos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade através da forma, fixar as famílias no campo.
realização de manifestações em espaços públicos (rodovias, praças, A organização não tem registro legal por ser um movimento
etc.). Os movimentos populares urbanos foram impulsionados pe- social e, portanto, não é obrigada a prestar contas a nenhum ór-
las Sociedades Amigos de Bairro - SABs - e pelas Comunidades Ecle- gão de governo, como qualquer movimento social ou associação
siais de Base - CEBs. Nos anos 1960 e 1970, mesmo diante de forte de moradores.
repressão policial, os movimentos não se calaram. Havia reivindica- O movimento recebe apoio de organizações não governamen-
ções por educação, moradia e pelo voto direto. Em 1980 destaca- tais e religiosas, do país e do exterior, interessadas em estimular a
ram-se as manifestações sociais conhecidas como “Diretas Já”. reforma agrária e a distribuição de renda em países em desenvol-
Em 1990, o MST e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros vimento. Sua principal fonte de financiamento é a própria base de
sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professo- camponeses já assentados, que contribuem para a continuidade do
res. movimento.
Concomitante às ações coletivas que tocam nos problemas Dados coletados em diversas pesquisas demonstram que os
existentes no planeta (violência, por exemplo), há a presença de agricultores organizados pelo movimento têm conseguido usufruir
ações coletivas que denunciam a concentração de terra, ao mes- de melhor qualidade de vida que os agricultores não organizados.
mo tempo que apontam propostas para a geração de empregos O MST reivindica representar uma continuidade na luta his-
no campo, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra tórica dos camponeses brasileiros pela reforma agrária. Os atuais
(MST); ações coletivas que denunciam o arrocho salarial (greve de governantes do Brasil tem origens comuns nas lutas sindicais e po-
professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações pulares, e portanto compartilham em maior ou menor grau das rei-
coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos vindicações históricas deste movimento. Segundo outros autores,
rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, o MST é um movimento legítimo que usa a única arma que dispõe
lixo industrial); ações coletivas que têm espaço urbano como lócus para pressionar a sociedade para a questão da reforma agrária, a
para a visibilidade da denúncia, reivindicação ou proposição de al- ocupação de terras e a mobilização de grande massa humana.
ternativas.
As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de men- Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST
sagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) surgiu em
entre outros, são características da ação de um movimento social. 1997 da necessidade de organizar a reforma urbana e garantir mo-
A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento so- radia e a todos os cidadãos. Está organizado nos municípios do Rio
cial, principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. de Janeiro, Campinas e São Paulo. É um movimento de caráter so-
Os movimentos sociais são sinais de maturidade social que podem cial, político e sindical. Em 1997, o MST fez uma avaliação interna
provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor em que reconheceu que seria necessária uma atuação na cidade
grau, dependendo de sua organização e das relações de forças es- além de sua atuação no campo. Dessa constatação, duas opções de
tabelecidas com o Estado e com os demais atores coletivos de uma luta se abriram: trabalho e moradia.
sociedade. Estão em quase todas as metrópoles do País. São desdobra-
mentos urbanos do MST, com um comando descentralizado. As for-
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST mas de atuação variam de um movimento para outro. Em geral, as
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, também ocupações não têm motivação política, apenas apoio informal de
conhecido pela sigla MST, é um movimento social brasileiro de ins- filiados a partidos de esquerda. O objetivo das ocupações é pressio-
piração marxista cujo objetivo é a implantação da reforma agrária nar o poder público a criar programas de moradia e dar à população
no Brasil. Teve origem na aglutinação de movimentos que faziam de baixa renda acesso a financiamentos para a compra de imóveis.
oposição ou estavam desgostosos com o modelo de reforma agrária Atualmente, o MTST é autônomo em relação ao MST, mas tem
imposto pelo regime militar, principalmente na década de 1970, o uma aliança estratégica com esse.
qual priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remo-
tas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e in- Fórum Social Mundial - FSM
tegração estratégica. Contrariamente a este modelo, o MST declara O Fórum Social Mundial (FSM) é um evento altermundialista
buscar a redistribuição das terras improdutivas. organizado por movimentos sociais de diversos continentes, com
Apesar dos movimentos organizados de massa pela reforma objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social
agrária no Brasil remontarem apenas às ligas camponesas, asso- global. Seu slogan é “Um outro mundo é possível”.
ciações de agricultores que existiam durante as décadas de 1950 É um espaço internacional para a reflexão e organização de to-
e 1960, o MST proclama-se como herdeiro ideológico de todos os dos os que se contrapõem à globalização neoliberal e estão cons-
movimentos de base social camponesa ocorridos desde que os por- truindo alternativas para favorecer o desenvolvimento humano e
tugueses entraram no Brasil, quando a terra foi dividida em sesma- buscar a superação da dominação dos mercados em cada país e nas
rias por favor real, de acordo com o direito feudal português, fato relações internacionais.
este que excluiu em princípio grande parte da população do acesso A luta por um mundo sem excluídos, uma das bandeiras do I
direto à terra. Fórum Social Mundial, tem suas raízes fixadas na resistência his-
Editora
282
282
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
tórica dos povos contra todo o gênero de opressão em todos os religião e no jeito de viver para protestarem. Seu principal símbolo
tempos, resistência que culmina em nossos dias com o movimento era o Mandala (Figura circular com 3 intervalos iguais).
irmanando milhões de cidadãos e não-cidadãos do mundo inteiro
contra as consequências da mundialização do capital, patrocinada Movimento Feminista
por organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacio- O Feminismo é um discurso intelectual, filosófico e político que
nal (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Organização Mundial do Co- tem como meta os direitos iguais e a proteção legal às mulheres.
mércio (OMC), entre outros. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias, todas preocupa-
O Fórum Social Mundial (FSM) se reuniu pela primeira vez na das com as questões relacionadas às diferenças entre os gêneros,
cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, en- e advogam a igualdade para homens e mulheres e a campanha pe-
tre 25 e 30 de janeiro de 2001, com o objetivo de se contrapor ao los direitos das mulheres e seus interesses. De acordo com Maggie
Fórum Econômico Mundial de Davos. Esse Fórum Econômico tem Humm e Rebecca Walker, a história do feminismo pode ser dividida
cumprido, desde 1971, papel estratégico na formulação do pensa- em três “ondas”. A primeira teria ocorrido no século XIX e início
mento dos que promovem e defendem as políticas neoliberais em do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970, e a terceira
todo mundo. Sua base organizacional é uma fundação suíça que teria ido da década de 1990 até a atualidade. A teoria feminista
funciona como consultora da ONU e é financiada por mais de 1.000 surgiu destes movimentos femininos, e se manifesta em diversas
empresas multinacionais. disciplinas como a geografia feminista, a história feminista e a críti-
ca literária feminista.
Movimento Hippie O feminismo alterou principalmente as perspectivas predo-
Os “hippies” (no singular, hippie) eram parte do que se con- minantes em diversas áreas da sociedade ocidental, que vão da
vencionou chamar movimento de contracultura dos anos 60 tendo cultura ao direito. As ativistas femininas fizeram campanhas pelos
relativa queda de popularidade nos anos 70 nos EUA, embora o mo- direitos legais das mulheres (direitos de contrato, direitos de pro-
vimento tenha tido muita força em países como o Brasil somente priedade, direitos ao voto), pelo direito da mulher à sua autonomia
na década de 70. Uma das frases idiomáticas associada a este mo- e à integridade de seu corpo, pelos direitos ao aborto e pelos direi-
vimento foi a célebre máxima “Paz e Amor” (em inglês “Peace and tos reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção e a cuidados
Love”) que precedeu a expressão “Ban the Bomb”, a qual criticava o pré-natais de qualidade), pela proteção de mulheres e garotas con-
uso de armas nucleares. tra a violência doméstica, o assédio sexual e o estupro, pelos direi-
As questões ambientais, a prática de nudismo, e a emancipa- tos trabalhistas, incluindo a licença-maternidade e salários iguais, e
ção sexual eram ideias respeitadas recorrentemente por estas co- todas as outras formas de discriminação.
munidades. Durante a maior parte de sua história, a maior parte dos mo-
Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo a uma es- vimentos e teorias feministas tiveram líderes que eram principal-
pécie de socialismo-anarquista ou estilo de vida nômade e à vida mente mulheres brancas de classe média, da Europa Ocidental e
em comunhão com a natureza, negavam o nacionalismo e a Guerra da América do Norte. No entanto, desde pelo menos o discurso
do Vietnã, bem como todas as guerras, abraçavam aspectos de re- Sojourner Truth, feito em 1851 às feministas dos Estados Unidos,
ligiões como o budismo, hinduísmo, e/ou as religiões das culturas mulheres de outras raças propuseram formas alternativas de fe-
nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tra- minismo. Esta tendência foi acelerada na década de 1960, com o
dicionais da classe média americana e das economias capitalistas movimento pelos direitos civis que surgiu nos Estados Unidos, e o
e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o colapso do colonialismo europeu na África, no Caribe e em partes
poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o da América Latina e do Sudeste Asiático. Desde então as mulheres
capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como nas antigas colônias europeias e no Terceiro Mundo propuseram
parte de uma “instituição” única, e que não tinha legitimidade. feminismos “pós-coloniais” - nas quais algumas postulantes, como
Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a sociedade Chandra Talpade Mohanty, criticam o feminismo tradicional ociden-
e a pôr em causa os valores tradicionais e o poder militar e econô- tal como sendo etnocêntrico. Feministas negras, como Angela Davis
mico. Esses movimentos de contestação iniciaram-se nos EUA, im- e Alice Walker, compartilham este ponto de vista.
pulsionados por músicos e artistas em geral. Os hippies defendiam Desde a década de 1980, as feministas standpoint argumen-
o amor livre e a não-violência. Como grupo, os hippies tendem a taram que o feminismo deveria examinar como a experiência da
viver em comunidades coletivistas ou de forma nômade, vivendo e mulher com a desigualdade se relaciona ao racismo, à homofobia,
produzindo independentemente dos mercados formais, usam ca- ao classismo e à colonização. No fim da década e início da década
belos e barbas mais compridos do que era considerado “elegante” seguinte as feministas ditas pós-modernas argumentaram que os
na época do seu surgimento. Muita gente não associada à contra- papeis sociais dos gêneros seriam construídos socialmente, e que
cultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte seria impossível generalizar as experiências das mulheres por todas
por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem as suas culturas e histórias.
“anti-higiênicos” ou os considerarem “coisa de mulher”.
Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado of- Movimento Estudantil
f-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a O movimento estudantil, embora não seja considerado um
contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros movimento popular, dada a origem dos sujeitos envolvidos, que,
urbanos tradicionais. nos primórdios desse movimento, pertenciam, em sua maioria, a
Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do chamada classe pequeno burguesa, é um movimento de caráter so-
Vietnã, cujo propósito era acabar com a guerra. A massa dos hippies cial e de massa. É a expressão política das tensões que permeiam o
eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos sistema dependente como um todo e não apenas a expressão ide-
e a cultura oriental que, a partir desse contato, se inspiraram na ológica de uma classe ou visão de mundo. Em 1967, no Brasil, sob
Editora
283
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
a conjuntura da ditadura militar, esse movimento inicia um proces- Ética na Política, um movimento do início dos anos 1990, teve
so de reorganização, como a única força não institucionalizada de grande importância histórica, porque contribuiu decisivamente
oposição política. A história mostra como esse movimento constitui para a deposição - via processo democrático - de um presidente da
força auxiliar do processo de transformação social ao polarizar as República por atos de corrupção, fato até então inédito no país. Na
tensões que se desencadearam no núcleo do sistema dependente. época, contribuiu também para o ressurgimento do movimento dos
O movimento estudantil é o produto social e a expressão política estudantes com novo perfil de atuação, os “caras-pintadas”.
das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação histórica e À medida que as políticas neoliberais avançaram, outros movi-
sociológica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões. Sua mentos sociais foram surgindo: contra as reformas estatais, a Ação
grande capacidade de organização e arregimentação foi capaz de da Cidadania contra a Fome, movimentos de desempregados, ações
colocar cem mil pessoas na rua, quando da passeata dos cem mil, de aposentados ou pensionistas do sistema previdenciário. As lutas
em 1968. Ademais, a histórica resistência da União Nacional dos de algumas categorias profissionais emergiram no contexto de cres-
Estudantes (UNE), como entidade representativa dos estudantes, cimento da economia informal, no setor de transportes urbanos,
é exemplar. por exemplo, apareceram os transportes alternativos (“perueiros”);
O movimento estudantil é um movimento social da área da no sistema de transportes de cargas pesadas nas estradas, os “cami-
educação, no qual os sujeitos são os próprios estudantes. Carac- nhoneiros”. Algumas dessas ações coletivas surgiram como respos-
teriza-se por ser um movimento policlassista e constantemente tas à crise socioeconômica, atuando mais como grupos de pressão
renovado - já que o corpo discente se renova periodicamente nas do que como movimentos sociais estruturados. Os atos e manifes-
instituições de ensino. tações pela paz, contra a violência urbana, também são exemplos
Podem-se encontrar traços de movimentos estudantis pelo dessa categoria. Se antes a paz era um contraponto à guerra, hoje
menos desde o século XV, quando, na Universidade de Paris, uma ela é almejada como necessidade ao cidadão/cidadã comum, em
das mais antigas universidades da Europa, registraram-se vários seu cotidiano, principalmente nas ruas, onde motoristas são vítimas
movimentos grevistas importantes. A universidade esteve em gre- de assaltos relâmpagos, sequestros e assassinatos.
ve durante três meses, em 1443, e por seis meses, entre setembro Grupos de mulheres foram organizados nos anos 1990 em
de 1444 e março de 1445, em defesa de suas isenções fiscais. Em função de sua atuação na política, criando redes de conscientiza-
1446, quando Carlos VII submeteu a universidade à jurisdição do ção de seus direitos e frentes de lutas contra as discriminações. O
Parlamento de Paris, eclodiram revoltas estudantis - das quais par- movimento dos homossexuais também ganhou impulso e as ruas,
ticipou, entre outros, o poeta François Villon - contra a supressão da organizando passeatas, atos de protestos e grandes marchas anu-
autonomia universitária em matéria penal e a submissão da univer- ais. Numa sociedade marcada pelo machismo, isso também é uma
sidade ao Parlamento. Frequentemente, estudantes eram detidos novidade histórica. O mesmo ocorreu com o movimento negro ou
pelo preboste do rei e, nesses casos, o reitor dirigia-se ao Châte- afrodescendente, que deixou de ser predominantemente movi-
let, sede do prebostado, para pedir que o estudante fosse julgado mento de manifestações culturais para ser, sobretudo, movimento
pelas instâncias da universidade. Se o preboste do rei indeferia o de construção de identidade e luta contra a discriminação racial. Os
pedido, a universidade entrava em greve. Em 1453, um estudante, jovens também criaram inúmeros movimentos culturais, especial-
Raymond de Mauregart, foi morto pelas forças do Châtelet e a uni- mente na área da música, enfocando temas de protesto, pelo rap,
versidade entrou novamente em greve por vários meses. hip hop etc.
Contemporaneamente, destacam-se os movimentos estudan- Deve-se destacar ainda três outros importantes movimentos
tis da década de 1960, dentre os quais os de maio de 1968), na sociais no Brasil, nos anos 1990: dos indígenas, dos funcionários
França. No mesmo ano, também se registraram movimentos em públicos - especialmente das áreas da educação e da saúde - e dos
vários outros países da Europa Ocidental, nos Estados Unidos e na ecologistas. Os primeiros cresceram em número e em organização
América Latina. No Brasil, o movimento teve papel importante na nessa década, passando a lutar pela demarcação de suas terras e
luta contra o regime militar que se instalou no país a partir de 1964. pela venda de seus produtos a preços justos e em mercados com-
petitivos. Os segundos organizaram-se em associações e sindicatos
Era pós 90 contra as reformas governamentais que progressivamente retiram
A partir de 1990, ocorreu o surgimento de outras formas de direitos sociais, reestruturam as profissões e arrocharam os salá-
organização popular, mais institucionalizadas - como os Fóruns Na- rios em nome da necessidade dos ajustes fiscais. Os terceiros, dos
cionais de Luta pela Moradia, pela Reforma Urbana, o Fórum Nacio- ecologistas, proliferaram após a conferência Eco-92, dando origem
nal de Participação Popular etc. Os fóruns estabeleceram a prática a diversas organizações não governamentais. Aliás, as ONGs passa-
de encontros nacionais em larga escala, gerando grandes diagnós- ram a ter muito mais importância nos anos 1990 do que os próprios
ticos dos problemas sociais, assim como definindo metas e obje- movimentos sociais. Trata-se de ONGs diferentes das que atuavam
tivos estratégicos para solucioná-los. Emergiram várias iniciativas nos anos 1980 junto a movimentos populares. Agora são inscritas
de parceria entre a sociedade civil organizada e o poder público, no universo do terceiro setor, voltadas para a execução de políticas
impulsionadas por políticas estatais, tais como a experiência do Or- de parceria entre o poder público e a sociedade, atuando em áreas
çamento Participativo, a política de Renda Mínima, Bolsa Escola etc. onde a prestação de serviços sociais é carente ou até mesmo au-
Todos atuam em questões que dizem respeito à participação dos sente, como na educação e saúde, para clientelas como meninos
cidadãos na gestão dos negócios públicos. A criação de uma Central e meninas que vivem nas ruas, mulheres com baixa renda, escolas
dos Movimentos Populares foi outro fato marcante nos anos 1990, de ensino fundamental etc. (Era pós 90 - Texto adaptado da autora
no plano organizativo; estruturou vários movimentos populares em GOHN, M. G.).
nível nacional, tal como a luta pela moradia, assim como buscou
uma articulação e criou colaborações entre diferentes tipos de mo-
vimentos sociais, populares e não populares.
Editora
284
284
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
ço constituído e ao mesmo tempo como um espaço de formulações pano de fundo os conflitos de classes. Sem querer reduzir todo tipo
de representações e significados, é preciso que se esteja atento às de conflito a caracterização de conflito de classe, o que é preciso sa-
lutas e movimentos esboçados na vida social. É nesse sentido que a lientar é a abrangência desse fenômeno e a pertinência de destacá-
temática dos movimentos sociais torna-se de grande valia na análi- -lo na caracterização dos conflitos nas sociedades contemporâneas.
se da configuração das classes. Sendo estes aqui concebidos como Um exemplo da supervalorização da noção de cidadania como
práticas sociais que elaboram a constituição de novos sujeitos. princípio explicativo da composição do conflito social moderno é a
Representam manifestações bem características das sociedades proposição de Dahrendorf (1992) de que uma vez que a esmaga-
complexas contemporâneas. A diversificação da estrutura social, dora maioria das pessoas dos países das sociedades da OCDE tor-
sua heterogeneidade, as diversas formas de inserção dos sujeitos naram-se cidadãos no sentido pleno da palavra, as desigualdades
sociais são, sem dúvida, elementos que compõem a emergência sociais e as diferenças políticas assumiram uma nova compleição.
desses movimentos. É muito rica a possibilidade de se captar por As pessoas não precisam mais juntar forças com outras na mesma
meio deles como determinados agrupamentos se colocam no cená- posição para lutar por direitos básicos. Elas podem fazer progredir
rio social, fazendo-se representar e reconhecer. É no momento da suas chances de vida através do esforço individual, de um lado, e
percepção do fazer representar-se, do se fazer ouvir, da expressão através da representação de grupos de interesses constituídos mas
de interesses próprios e da luta coletiva pela defesa desses interes- fragmentados, do outro. (...) A nova classe é a classe dos cidadãos,
ses, que se pode enriquecer a análise das classes sociais. se o paradoxo for permissível, ou, de qualquer modo, a classe da
Para Alain Touraine (1977), o caráter mais novo das classes so- maioria. Um capítulo da história política e social que começou com
ciais nas sociedades contemporâneas (que ele denomina pós-indus- lutas de classes profundas e potencialmente revolucionárias levou,
triais), é que, estando menos sustentadas pela transmissão heredi- depois de muitos esforços e sofrimentos, a conflitos mais calmos de
tária das posições sociais, por regras institucionais e por aparatos antagonismos de classes democráticos ou institucionalizados.
simbólicos, as classes só são realidades observáveis na medida em Dahrendorf reconhece o paradoxo colocado, mas parece enca-
que figuram, efetivamente, como atores históricos, ou seja, em que rá-lo como permissível, o que é lamentável. Como podemos falar
participam de movimentos sociais, ainda que estes sejam incom- em uma “classe de cidadãos”? O aglomerado de cidadãos, ainda
pletos. Esses movimentos constituem-se, assim, na expressão mais que exista majoritariamente, abarca grandes clivagens, diferencia-
evidente da historicidade. As classes serão reconhecidas a partir da ções, muitas desigualdades. O que significa um grande agrupamen-
colocação dos atores em movimento. A fundamentação teórica de to de cidadãos, se uma das partes se apropria do trabalho da outra?
Touraine tem o mérito de estabelecer o elo de ligação entre o con- Acredito ainda, que a melhor maneira de responder a essa questão
ceito de classes e a noção de movimentos sociais. e a muitas outras é procurar delinear a forma como os agrupamen-
Lojkine (1981), por sua vez, caracteriza um movimento social tos distinguem-se uns dos outros por meio de sua caracterização
principalmente pela capacidade de um conjunto de agentes das econômica, política e sociocultural, como vivenciam o mundo e
classes dominadas diferenciar-se dos papéis e funções através dos como o representam. Nesse sentido, não encontro melhor apara-
quais a classe (ou fração de classe) dominante garante a subordina- to analítico conceitual que o embutido na configuração das classes
ção das classes dominadas com relação ao sistema socioeconômico sociais e as relações travadas por elas. O conceito de classes sociais
em vigor. O alcance histórico real de um movimento só pode ser é o elemento essencial, respaldado por análises conjunturais e des-
definido pela análise de sua relação com o poder político. Apesar pido de ortodoxias e visões messiânicas.
de muitas vezes observando a realidade, não podermos afirmar que Outra questão colocada na mesa das discussões sobre os con-
os movimentos sociais representam, necessariamente, uma força flitos sociais modernos é a possibilidade de realização de um novo
transformadora, é inegável o seu poder de revigoramento do ce- contrato social. Sobre que bases ele emergiria? Sobre as bases de
nário político. Esses movimentos trazem uma crescente politização uma socialdemocracia? De um novo liberalismo? Socialismo? Me-
da vida social, ampliando a visão do político, que deixa de ser um lhor não desenterrar o defunto... as alternativas apontadas estão
espaço restrito aos canais representativos instituídos. É importante imersas majoritariamente no âmbito de uma democracia capita-
ainda destacar que na medida em que a estrutura social não é en- lista. Essa perspectiva representa sérios limites. Recorro aqui a Pr-
carada como o único fator determinante das ações de classes, co- zewoski (1989) que salienta o componente do universalismo ine-
locando-se como fundamental a forma como os sujeitos sociais vi- rente a ideologia burguesa, onde dentro dos contornos da noção
vidas poderão estabelecer fronteiras entre as classes. Aqui, surge o de cidadania, os limites expressam-se na caracterização da mesma
papel das conjunturas sócio-políticas como fator relevante explica- como a harmonia básica de interesses dos indivíduos (cidadãos). Na
tivo, estabelecendo a mediação entre a situação objetiva estrutural democracia capitalista, as massas não agem diretamente em defesa
e os elementos constitutivos do plano das representações coletivas. de seus interesses. A representação resulta em uma desmobiliza-
ção das mesmas. A estrutura do Estado burguês produz pelo menos
Classes Sociais e Cidadania dois efeitos: separa as lutas econômicas das políticas e impõe uma
A relação entre a constituição das classes sociais e a luta pela forma específica à organização de classes em cada uma dessas lu-
extensão dos direitos de cidadania tem se dado por meio de uma li- tas. Os sindicatos tornam-se organizações separadas dos partidos
gação muito íntima. Mas encontramos hoje uma tendência a afrou- políticos e a organização de classes assume uma forma represen-
xar bastante os laços que ligam essas questões. A noção de cida- tativa.
dania aumenta o seu fôlego, com ares de independência e rouba O estabelecimento de um novo contrato social passa necessa-
a cena. Não sei se desde os brados da revolução Francesa tivemos riamente pela composição dos vários agrupamentos que integram a
um momento em que está noção estivesse tão em evidência, do sociedade, ainda que todos, ou a maioria esteja abrigada no grande
discurso dos meios de comunicação de massa ao discurso acadêmi- grupo dos cidadãos. São cidadãos que distinguem-se entre si: uns
co. E aqui é preciso novamente que tenhamos muita cautela, pois a são mais afortunados que outros, uns contam com melhores con-
pressão para a extensão dos direitos de cidadania teve e tem como dições de vida, tem mais prestígio, mais acesso ao saber, ao poder,
Editora
286
286
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
etc. Então como não procurar caracterizá-los à partir dessas distin- do país. Das ações dos estudantes de Direito na fase do Brasil Im-
ções? A caracterização desses agrupamentos como classes sociais pério, passando pelas lutas estudantis dos anos 60, pelas Diretas Já
representa nesse contexto um exercício bastante salutar. Przewoski de 1984, pelos Caras Pintada de 1992, até a UNE atual, e as novas
com relação a essa questão afirma que as classes são formadas formas de ação, com ocupações em órgãos administrativos da uni-
como efeito de lutas; seu processo de formação é perpétuo, elas versidade, ou as ocupações de escolas por estudantes do ensino
são continuamente organizadas, desorganizadas e reorganizadas. médio, os estudantes são atores políticos relevantes no Brasil.
Se retomarmos os anos de 1960 do século passado, obser-
va-se que após 1964 as mobilizações de estudantes, como outros
movimentos e organizações da sociedade brasileira, sofreram um
MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO.
refluxo. Mas em 1966 o ME se recompôs, até chegar ao apogeu em
1968- criando um imaginário de luta dos estudantes que associou-
É importante registrar que os movimentos pela educação têm -se à luta contra a ditadura, às lutas contra o status quo, no rastro de
caráter histórico, são processuais e ocorrem, portanto, dentro e Maio de 68 na França, Alemanha, Checoslováquia, Estados Unidos,
fora de escolas e em outros espaços institucionais. As questões cen- México, Argentina etc. À programada realização do Congresso da
trais no estudo da relação dos movimentos sociais com a educação UNE em Ibiúna, cidade próxima de São Paulo, cujos participantes
são as da: participação, cidadania e o sentido político da educação. em sua maioria foram presos, seguiu-se a invasão da moradia dos
As lutas pela educação envolvem a luta por direitos e são parte da estudantes na USP, o Crusp, e a repressão às grandes passeatas
construção da cidadania. Movimentos sociais pela educação abran- que ocorriam nas ruas centrais de São Paulo, particularmente a 7
gem questões tanto de conteúdo escolar quanto de gênero, etnia, de Abril, a 24 de Maio, a avenida São João e a praça da República.
nacionalidade, religiões, portadores de necessidades especiais, Vale a pena chamar a atenção para o fato de que o centro da cida-
meio ambiente, qualidade de vida, paz, direitos humanos, direitos de era então o ponto de encontro dos manifestantes, ao contrário
culturais etc. Esses movimentos são fontes e agências de produção dos anos 1990, quando de São Paulo, com grande concentração de
de saberes. companhias e bancos.
Podemos equacionar as seguintes fontes de demandas no cam- Em seguida àqueles atos repressivos, a reação do governo se
po da educação: no setor da educação formal- escolar, e a educação deu com a Reforma Universitária de 1968, a emissão do Decreto no
não-formal, desenvolvida em práticas do cotidiano, fruto de apren- 477, proibindo as manifestações estudantis, e do Ato Institucional
dizagem advinda da experiência ou de ações mais estruturadas, no 5 (AI-5) em dezembro de 1968.
com alguma intencionalidade, objetivando a formação das pessoas Breno Bringel (2009; 2012), ao analisar o movimento dos estu-
em determinado campo de habilidade, fora das grades curriculares, dantes no Brasil, seguindo análises teóricas de Charles Tilly e Sid-
certificadoras de graus e níveis de ensino. ney Tarrow, destaca como sendo quatro seus principais ciclos de
Historicamente, as lutas pela educação formal/escolar nem protestos e mobilizações a partir dos anos 60. O primeiro, ao longo
sempre tem tido grande visibilidade. Ocorrem no seio dos profis- de 1960, das revoltas e passeatas. O segundo, “ a partir de 1975,
sionais da própria educação, usualmente via associações de classe (quando) a tensão contínua entre os militares e as forças democrati-
e sindicatos, na forma clássica-greves, manifestações com carros zantes gerou uma dinâmica de “concessões do regime e conquistas
de som, extensas pautas e jornadas de negociações. As lutas pelo da sociedade”, dentro de uma conjuntura de resistência e luta de-
acesso à educação-do ensino infantil (antigas creches) ao ensino su- mocrática.”. O terceiro localiza-se na década de 1980 na conjuntu-
perior tem ocupada grande parte das agendas. Neste novo século, ra do “Movimento pela Anistia” e as “Diretas Já”. Neste período as
um dado novo entrou em pauta. Novas formas de manifestação, es- campanhas pela participação popular na Assembléia Constituinte
pecialmente de jovens, advindas da sociedade civil não organizada tiveram grande impacto na mídia e obteve-se algumas conquistas.
nos moldes clássicos, demandando educação, não apenas o acesso Bringel afirma que elas anunciaram as dinâmicas futuras das lutas
ou “Mais Educação”, mas demandando educação com qualidade, estudantis no país. De acordo com o estudo de Michiles (1989) so-
para além dos discursos e retóricas dos planos e promessas dos po- bre as emendas populares e a participação de organizações e movi-
líticos e dirigentes. mentos sociais, “os estudantes apresentaram cinco emendas, mas
A relação movimento social e educação ocorre de várias for- somente uma conseguiu mais de cem mil assinaturas” (1997:p 14-
mas- a partir das ações práticas de movimentos e grupos sociais 15). O quarto ciclo das lutas estudantis ocorre com os “caras pin-
em contato com instituições educacionais, no próprio movimento tadas” durante o processo de impeachment de Collor. Bringel se-
social, dado caráter educativo de suas ações na sociedade, e no in- gue autores, como Mische (1997, 2008) e Barbosa (2002), quando
terior dos movimentos, pelas aprendizagens adquiridas pelos par- afirmam que os cara-pintadas foram a única manifestação juvenil
ticipantes e pelos projetos socioeducativos formulados e desenvol- que rompeu com a apatia e o individualismo da geração “shopping
vidos pelos próprios movimentos, a exemplo do MST ( Movimento center”, ao longo da década de 1990.
dos Trabalhadores Sem Terra) .Neste texto abordam-se lutas e mo- As ocupações às reitorias durantes os anos 2007 e 2008 apare-
vimentos pela educação ocorridas no âmbito escolas, dos estudan- cem como o quinto ciclo de mobilização e a “nova cara visível” dos
tes, e de organizações da sociedade civil. movimentos estudantis brasileiros. As questões da ética estavam
na pauta estudantil desde a era Collor com os “Caras Pintadas”, mas
1 -O movimento dos Estudantes-ME em 2007- 2008 elas assumem novo sentido, dirigem-se para a de-
mocratização das próprias universidades. O exemplo emblemático
O movimento dos Estudantes- ME, especialmente os do ensi- se deu em 2008 com a ocupação da UNB- Universidade de Brasília e
no médio e universitário, merece um destaque maior porque ele a luta vitoriosa pela saída de seu então reitor-amplamente denun-
sempre esteve presente em momentos cruciais da história política ciado na mídia por gastos pessoais ou exagerados com o dinheiro
público no uso dos “cartões corporativos”- novo instrumento de
Editora
287
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
viabilização de práticas clientelisticas e ilegais. neoliberais realizadas nas escolas públicas de ensino fundamental
Bringel em 2009 assinalou que “o recente ciclo de mobilização e médio alteraram de tal forma o cotidiano das escolas que deu as
estudantil supõe um novo ponto de inflexão dentro das lutas estu- bases para outras mobilizações pela educação. Falta de vagas, filas
dantis brasileiras também no que se refere ao questionamento das para matrículas, resultados de exames nacionais, progressões con-
dinâmicas organizativas e mobilizatórias das últimas duas décadas, tínuas (passagem de ano sem exames), deslocamento de alunos de
a partir de uma maior horizontalidade da informação, da delibera- uma mesma família para diferentes escolas, atrasos nos repasses de
ção e a ausência de lideranças estudantis (expressado, nas últimas verbas para merendas escolares, denúncias de fraudes no uso dos
duas décadas pelo controle político dessas lutas pelos centros e di- novos fundos de apoio à educação, entre outras, foram pautas da
retórios de estudantes, a maioria cooptados por partidos políticos) agenda do movimento popular na área da educação. Registre -se
aparece um formato mais ´movimentista” (Bringel, 2009:. 15- 16). ainda os altos índices de evasão escolar. Registre-se ainda que, a
Portanto, já na primeira década deste século, os estudantes já de- crise econômica e o desemprego levaram centenas de famílias das
marcavam novas formas de ação coletiva. Além das ocupações, as camadas médias a procura de vagas nas escolas públicas. Além de
lutas pela questão do ‘passe livre’, tratadas adiante são também aumentar a demanda, essas famílias estavam acostumadas a acom-
exemplos dessas mudanças. panhar o cotidiano das escolas, levando essas práticas para as es-
Os estudantes também tiveram participação ativa nos encon- colas públicas, antes bastante fechadas à participação comunitária.
tros do Fórum Social Mundial na primeira década deste século. As Com isso, as escolas passaram a desempenhar o papel de centros
publicações, análises, material visual, e relatos das edições do FSM comunitários pois a falta de verbas, e a busca de solução para novos
atestam isto. A política partidária continuou a ter grande influência problemas como a segurança, a violência entre os jovens e o univer-
na UNE, liderada por mais uma década por lideranças estudantis li- so das drogas, levou-as a busca de parceiros no bairro ou na região,
gadas ao PC do B. Mas também ocorreram mudanças neste campo- com outros organismos e associações organizadas.
em 2007, durante o 50o Congresso da UNE, uma mulher foi eleita O movimento pelas creches ( educação infantil), importante
Presidente da entidade- a quarta mulher a dirigir a entidade, com nos anos de 1970, especialmente em São Paulo e em Belo Horizon-
quase 80 anos de existência, portanto um fato histórico relevante te, se institucionalizou bastante nos anos 80. Neste novo milênio
na perspectiva da análise de gênero. A nova presidente era aluna de o movimento foi recriado em várias cidades, como em São Paulo,
uma instituição particular, e filiada ao PC do B e foi a 10a Presidente devido à falta de vagas como “Movimento dos Sem Creche”. Isto
filiada ao PC do B que, desde 1981, controla a entidade. Lembramos se explica também porque o acesso à educação infantil do 0-6 anos
apenas que já nesta década, a maioria dos estudantes do ensino não foi universalizado na Constituição de 1988, ao contrário do en-
superior estavam em instituições particulares. sino fundamental. Na atualidade destaca-se o Movimento Interfó-
Portanto, neste novo milênio, o ME universitário volta à cena runs de Educação Infantil do Brasil – MEIBI, considerado um avanço
pública protagonizando outras lutas que articulam questões especí- da área de educação infantil. Várias pesquisas sobre movimentos
ficas do cotidiano deles com questões éticas da sociedade brasilei- sociais e lutas por creches foram realizadas especialmente na déca-
ra. As primeiras se refletem nas condições de infraestrutura das uni- da de 1980, durante o processo de redemocratização do Brasil ( ver
versidades: falta de professores, salas, equipamentos, refeitórios e GOHN, 1985) mas poucos abordaram esses movimentos a partir da
qualidade da comida, bibliotecas desatualizadas; a eterna luta so- década de 1990 até o presente.
bre o valor das mensalidades-no caso das instituições particulares; Outro movimento importante que é o Movimento da Infância,
aceitação das carteirinhas da UNE em cinemas, teatros etc. ele abrange crianças e adolescentes que vivem em situação de ex-
Questões específicas também têm entrado na pauta das de- clusão, usualmente nas ruas. Inúmeros projetos sociais têm sido
mandas dos estudantes no Brasil de forma nova-agora articuladas desenvolvidos com estas crianças e adolescentes. Este movimento
com as políticas nacionais. A questão das cotas para afro-descen- conta com o apoio de pastorais da Igreja Católica e o apoio de inú-
dentes, populações indígenas e de baixa renda, o Prouni, FIES, pas- meros voluntários.
ses de transportes e preço das passagens. O Movimento do Passe A Educação de Jovens e Adultos - EJA , tem no passado dos
Livre-MBL, que veio a desempenhar importante papel em Junho de movimentos de Educação Popular criados a partir dos anos 60, sua
2013, nasceu entre estudantes do ensino médio, em Salvador e em matriz fundadora, configura-se na atualidade como um movimen-
Florianópolis. Outras políticas denominadas como de “inclusão so- to social e tem inúmeros programas. O EJA organiza-se por turmas
cial” irão mobilizar categorias específicas, em lutas contraditórias e possui grande demanda pois é ofertado à noite. No passado a
no movimento como um todo. educação de jovens e adultos focalizava bastante o processo de
alfabetização, e a educação popular também era utilizada como
2-Outros Movimentos e Campanhas pela Educação terminologia para indicar processos de alfabetização em espaços
alternativos, com métodos alternativos ou a pedagogia freiriana,
Cumpre mencionar ainda outros movimentos e organizações voltada para a educação. Na atualidade, os processos de certifica-
sociais de luta pela educação, a exemplo dos Movimentos de Edu- ção curriculares podem e devem ser diferenciados dos processos de
cação Popular. Embora ele nunca tivesse ganhando formato novo aprendizagem de conteúdos necessários para o dia-a-dia, no eixo
entre as camadas populares. Suas demandas foram, frequentemen- da educação não-formal. O MOVA- Movimento de Alfabetização de
te, incorporadas pelos sindicatos dos professores e demais profis- Jovens e Adultos é uma das ações do EJA, que não se limita a cate-
sionais da educação, ou por articulações amplas, como a luta pela goria dos jovens.
educação no período da Constituição levadas a efeito pelo Fórum Um movimento social que data do século XX e ainda persiste
Nacional de Luta pela Escola Pública, protagonizada basicamente em alguns estados brasileiros é o movimento das escolas comunitá-
por atores das camadas médias. Os militantes da luta pela educa- rias. Monica Rodrigues Costa, pesquisando o tema, afirma:
ção continuaram muito atuantes nos anos 90 - até a promulgação O Movimento das Escolas Comunitárias tem uma origem anti-
da nova Lei de Diretrizes e Bases -LDB, em 1996; mas as reformas ga. O seu surgimento em Recife data de 1942, sob a denominação
Editora
288
288
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
de “escolas da comunidade”, em razão de um elevado crescimento dos novos movimentos sociais na área da educação neste milênio.
populacional no período, sendo a oferta de serviços insuficiente Ele é uma coalização de pessoas do mundo empresarial e/ou das
para atender a demanda. Estas escolas se espalharam por todo o elites empresariais tais como G. Gerdau, J. Roberto Marinho, ou
país. Ao longo dos anos 1980 as “escolas da comunidade” voltam executivos de grandes bancos e personalidades do Terceiro Setor
a se estabelecer, basicamente em função do mesmo motivo: o sis- com destacada atuação no campo da educação como Viviane Sen-
tema público oficial não consegue absorver as crianças e adoles- na, Milu Vilela, Ana Dinis, Norberto Pascoal etc. além do Instituto
centes de todas as comunidades, especialmente as periféricas. Seu Ethos, o GIFE, apoio da Unesco. A proposta é no sentido de fazer da
objetivo não é apenas ser includente, mas desenvolver um trabalho Educação uma ferramenta básica para o próprio desenvolvimento
pedagógico que assume a realidade das comunidades como parte do país, pressionando o governo para que ela se torne a principal
do processo ensino-aprendizagem, tendo a experiência das pessoas política pública. A proposta é focalizar a rede pública da escola bási-
como base de uma ação transformadora. Em 1986 o movimento ca. Quando o Compromisso foi lançado, cinco metas básicas foram
das Escolas Comunitárias cria a AEEC, para politizar o debate edu- propostas para serem atingidas, até 2022.
cativo e lutar pelo reconhecimento das escolas comunitárias como Movimentos sociais já existentes no século XX também se reor-
espaço educativo e pela garantia de funcionamento, via acesso a ganizaram, a exemplo Campanha Nacional de Direitos da Educação-
recursos públicos.A partir dos anos 1990, o movimento prioriza o -CNDE, que teve sua origem em de 1999, no contexto preparatório
investimento na qualificação de sua prática, no reconhecimento de da Cúpula Mundial de Educação no Senegal /2000). Na ocasião, um
seu trabalho pelo Estado, e se afirma como organização que atua grupo de organizações da sociedade civil brasileira lançou a Cam-
no campo da Educação Popular, construindo uma identidade entre panha, com a meta de contribuir para a efetivação dos “direitos
as diversas experiências pedagógicas que as escolas comunitárias educacionais garantidos na Constituição, por meio de ampla mo-
desenvolvem. (Costa, 2008:12- 13 e l4). bilização social, de forma a que todos tenham acesso a uma escola
Como pode-se observar ao longo de todo este texto, o cenário pública de qualidade. A Campanha surge justamente no momento
das mobilizações e ações coletivas altera-se no campo da Educação, que a educação passa a ser eixo central no discurso das reformas
no século XXI, entram em cena novos sujeitos, muitos deles insti- de estado e, ao mesmo tempo, em que se atribui à Educação um
tucionais, como as Fundações e entidades do Terceiro Setor. Estas papel estratégico no novo modelo de desenvolvimento articulado
entidades foram estimuladas pelas novas diretrizes governamen- pelas políticas da globalização. A Campanha alinha-se em rede com
tais- tanto nacional como internacional, 120 instituições, movimentos ou redes internacionais, a exemplo da
Terceiro Setor – que gerou a regulamentação de novas regras Campanha Global.
para parceria público-privado. Foram estimuladas também pela A Campanha possui um Comitê Diretivo e Comitês Estaduais
criação de novos fundos e projetos de apoio e estímulo a articula- em treze estados brasileiros. Com uma coordenação localizada em
ção das entidades da sociedade civil e as redes públicas de escolas São Paulo, ela realiza anualmente uma Assembleia Geral e se sub-
do ensino básico, assim como os novos Fóruns e Conferências Na- mete à Avaliação Técnica e à Auditoria Externa, desenvolvida por
cionais, Plano Nacional da Educação etc. E estimuladas ainda por consultorias especializadas. As seguintes entidades compõem a
linhas de projetos/programas lançadas por entidades de apoio à Campanha: Ação Educativa, Action Aid, Centro de defesa da Criança
pesquisa acadêmica, como o CNPq, a FAPESP e outras. Alguns des- e do Adolescente do Ceará, CEDECa, Centro de Cultura Luiz Frei-
tes sujeitos passam a falar e a reivindicar o nome de “movimento re, Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação- CNTE
social” para suas ações. Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem-Terra-MST, União
O leque de articulações que deu origem aos novos sujeitos Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação-UNDIME, União
também se amplia, e cruzando temáticas de gênero, etnia, faixas Nacional dos Conselhos Municipais de Educação- UNCME.Nos últi-
etárias e nacionalidade. Algumas ações ou movimentos na área da mos anos destacam-se as campanhas pela aplicação de mais verbas
educação foram criados nos últimos anos do século XX, a exemplo públicas para a educação resultando em projetos nacionais como o
da Campanha Nacional de Direitos da Educação, mas a maioria foi que destina 75% dos royaltes do petróleo para a educação.
criada nos primeiros anos do novo século, muitos deles já no pa-
drão organizativo predominante neste novo século que é o de se 3-A Presença das Lutas pela Educação nas Manifestações de
organizar segundo um foco. Assim, negros, índios e outros exclu- Junho de 2013.
ídos articularam o movimento ao redor da questão das cotas nas
universidades levando a criação de programas como o PROUNI; ou Dentre outros movimentos sociais protagonizados por estu-
em movimentos específicos de mulheres negras como o Fala Preta, dantes, fora das escolas, destaca-se o MPL- Movimento Passe Livre
movimento por escolas dos Quilombolas, movimento por univer- O MPL foi criado oficialmente em 2005 em Porto Alegre, mas desde
sidades para negros como a universidade da Cidadania Zumbi dos 2003 esteve presente em manifestações importantes de estudantes
Palmares, criada em 2001 em São Paulo. Segundo alguns analistas, em Florianópolis, Salvador etc. Em 2007 ganharam notoriedade na
o multiculturalismo que está por detrás destas políticas, na Europa mídia na questão das tarifas de ônibus (muitos atos se realizavam
está tendo um resultado muito contraditório. De um lado, afirmou dentro próprio veículo-pulavam a catraca). O bilhete único existen-
a cultura de minorias, deu dignidade às diferenças. De outro, o mul- te em várias cidades brasileiras foi uma conquista que deve ser atri-
ticulturalismo não levou à integração e sim à segregação. O objetivo buída à luta
inicial, de promover a tolerância, levou ao seu contrário -a intole- Para não irmos tão longe relembro apenas a luta por transporte
rância e hostilidade dos grupos que se agregaram identitariamente. (ônibus) ao final dos anos de 1970, em movimentos sociais popu-
Resta avaliar os resultados destas políticas no Brasil, aplicadas sem lares em bairros da periferia apoiados pelas CEBS- Comunidades
nenhuma mediação em relação às diferenças históricas do processo Eclesiais de Base. A mobilidade urbana é uma questão central para
brasileiro de construção de sua nação. o cidadão, para o exercício da cidadania e une todas as camadas so-
O “Compromisso Todos pela Educação” é um outro exemplo ciais, que sofrem o pesadelo dos deslocamentos diários no trânsito,
Editora
289
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
de ônibus, carro ou metrô lotado. A insuficiência dos meios de lo- tos sociais são fontes e agências de produção de saberes.
comoção e a lentidão das ações governamentais (nunca há verbas, Na atualidade as autoridades governamentais tem tido difi-
obras quando aprovadas são adiadas continuamente) é uma das culdade em dialogar com os movimentos sociais, especialmente
responsáveis pelo ‘desencanto’ com a política e com os políticos. com maioria de jovens porque, na primeira década do novo sécu-
As manifestações de Junho colocaram também, junto com a lo, preferiram as formas institucionalizadas de participação civil,
mobilidade urbana, questões sociais relevantes como a saúde e a dadas por conselhos, câmaras e grandes conferências nacionais e
educação. Vários cartazes presentes nos grandes atos ocorridos em políticas específicas às mulheres, juventude, afrodescendentes ou
Junho de 2013 pontuaram o tema da educação assim como mo- áreas temáticas como alimentação etc.. Muitos representantes ins-
vimentos de profissionais da educação, que já estavam em greve, titucionais, que atuam nestas estruturas institucionalizadas, advêm
ganharam força e se juntaram as manifestações, em Junho e logo dos movimentos de forma identitária, formados a partir da onda de
após, a exemplo do Rio de Janeiro. novos movimentos sociais que sacudiu o país ao final dos anos de
O contexto escolar é um importante espaço para participação 1970-1980 e parte dos 90. Eles não acompanharam as mudanças
na educação. As demandas são históricas-acompanharam o proces- operadas no campo social, especialmente as novas formas de socia-
so e o modelo de desenvolvimento do país, na maioria das vezes bilidade e comunicação geradas pelas redes e mídias sociais.
voltadas para os interesses da categoria profissional, mas as reivin- Os atuais movimentos sociais dos jovens são também dife-
dicações ajudaram a construir as agendas de políticas públicas. rentes dos movimentos antiglobalização dos anos de 1990-2000,
Portanto, na realidade, a relação movimento social e educação embora também se organizem On Line, tenham circularidade nas
existe nas ações práticas de movimentos, organizações e grupos so- estruturas de organização. Eles reúnem minorias que se organizam
ciais. O estudo desta relação é relativamente recente no meio aca- de forma transnacional, com pautas que com espírito global, que
dêmico, e o debate intensificou-se após as ocupações de escolas podem ser acionadas em qualquer lugar do mundo. Muitos deles
do ensino médio em Goiania, São Paulo, Rio de Janeiro etc, assim inspiram-se em ideias libertárias, advindas do revival de algumas
como a ocupação das ETECS em São Paulo, escolas de ensino téc- formas do anarquismo, no século XXI.
nico, entre 2015-2016, trazendo também a pauta da qualidade da
educação.Essas ocupações abrem novo ciclo das lutas dos estudan- Fonte: Disponível em: http://www.anpedsul2016.ufpr.br/portal/wp-
tes pela educação e demonstram que os jovens desta faixa etária -content/uploads/2015/11/Palestra-de-Encerramento-Maria-da-Glo-
querem participar, tem consciência das condições que vivem nas ria-Gohn.pdf. Acesso em: 28.jul.2023.
escolas e de outras que têm direito a ter, como merenda e educação
de qualidade. Dada a complexidade deste novo ciclo, que envolve
lutas com o poder público, trataremos deste tema em outro texto.
QUESTÕES
Conclusões: os desafios do novo milênio
Concluindo afirmamos: as lutas e movimentos pela educação
são antigos, mas às vezes invisíveis perante a sociedade mais geral 1. IBFC - 2023 - Analista Ambiental (SEAD GO)/Ciências Sociais
e só recentemente ganharam visibilidade na mídia. Todos os movi- e Sociologia- Nos últimos 20 anos o conceito e a prática da eco-
mentos sociais sempre têm um caráter educativo. Usualmente os nomia solidária estabeleceram-se em diversas áreas geográficas
sindicatos dos professores e o movimento dos estudantes são os do território brasileiro. Assim, podemos verificar, por exemplo, a
protagonistas que entram em cena com maior frequência. Mas lu- produção vegetal orgânica estabelecida pelo MST – Movimento dos
tas e demandas pela educação não se resumem ao território das Trabalhadores Rurais sem Terras no RS ou o PNAE – Programa Na-
escolas, seus estudantes e profissionais cional de Alimentação Escolar, que integra a agricultura familiar e o
A educação, de um modo geral, e a escola, de forma específica, abastecimento de hortifrutis das escolas públicas; estas ações são
têm sido lembrada como uma das possibilidades de espaço civiliza- estratégias de desenvolvimento territorial. Quanto ao conceito de
tório numa era de violência, medo e descrença. A escola pode ser desenvolvimento territorial, assinale a
polo de formação de cidadãos ativos a partir de interações com- (A) A ideia de desenvolvimento territorial evolui, a partir dos
partilhadas entre a escola e a comunidade civil organizada. As lutas anos 80 do sec. XX, do conceito de desenvolvimento local, pois
pela educação podem ser o alicerce desta nova história. A premissa contempla a exploração dos recursos de uma área geográfica
fundamental que defendemos há alguns anos é: a participação da muito mais ampla
sociedade civil nas lutas pela educação não é para substituir o Esta- (B) As estruturas produtivas do território devem perseguir pa-
do, mas para que este cumpra seu dever: propiciar educação de e drões de eficiência e eficácia, assim como de agregação tecno-
com QUALIDADE para todos. lógica, que orientam o crescimento das indústrias tradicionais
Os atuais movimentos na área da educação devem ser anali- (C) Os ativos específicos de um território são formados por suas
sados sob a ótica das mudanças operadas no conjunto de outros condições físicas e geográficas, assim como pelos saberes cole-
movimentos sociais contemporâneos pois eles são diferentes dos tivos e pelos processos de aprendizagem característicos
movimentos operários, assim como diferem dos movimentos iden- (D) A formação de um território resulta do encontro e da mo-
titários dos anos 80/90 do século passado, que ficaram conhecidos bilização dos atores sociais que disputam um dado espaço ge-
como a onda dos “novos movimentos sociais”, organizados em tor- ográfico e que procuram, a partir de seus interesses, identificar
no de questões de gênero, etnia, faixa etária, ou questões ambien- oportunidades empresariais
tais. Este leque ampliou-se e hoje abrangem questões nas escolas (E) Os investimentos que norteiam o desenvolvimento territo-
como de gênero, etnia, nacionalidade, religiões, portadores de ne- rial devem estar orientados a estabelecer verticalidades produ-
cessidades especiais, meio ambiente, qualidade de vida, segurança tivas de forma a que os processos possam esgotar os recursos
pública, paz, direitos humanos, direitos culturais, etc. Os movimen-
Editora
290
290
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
necessários da própria comunidade 4. IBFC - 2018 - Assistente Social (Divinópolis)- Montaño; Duri-
guetto (2011) em seu trabalho “Estado, Classe e Movimento Social”
2. IBFC - 2023 - Analista Ambiental (SEAD GO)/Ciências Sociais faz uma ampla discussão sobre o papel do Estado, os conceitos de
e Sociologia- “As lutas camponesas sempre estiveram presentes na Classe Social e ainda sobre os Movimentos Sociais. Na discussão
história do Brasil (...) As ocupações de terra realizadas pelo Movi- sobre os movimentos sociais os autores nos apresentam vários mo-
mento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e por outros mo- vimentos dentre os quais o MST, os Movimentos Feministas, dentre
vimentos populares, são ações de resistência frente à intensificação outros afins. Considerando o pensamento dos autores sobre o Mo-
da concentração fundiária e contra a exploração, que marcam uma vimento Feminista, julgue as proposições abaixo:
luta histórica na busca contínua da conquista da terra de trabalho, I. A primeira onda do movimento feminista é conhecida pelo
a fim de obter condições dignas de vida e uma sociedade justa.” movimento sufragista.
(FERNANDES, Bernardo M. A formação do MST no Brasil. Petrópolis: II. Na segunda onda do movimento feminista temos pautas
Vozes, 2001). Sobre a disputa fundiária no Brasil, assinale a alterna- voltadas à sexualidade das mulheres e sua opressão no espaço do-
tiva incorreta quanto a caracterização de seus agentes. méstico.
(A) Posseiros são indivíduos que ocupam, sem conflito, porção III. Na América Latina, diferente do que observamos nos Esta-
de terra particular ou devoluta, com o intuito de possuí-la sem dos Unidos e na Europa, o Movimento Feminista não buscou alcan-
título legítimo de propriedade çar o direito de voto das mulheres.
(B) Meeiro é o trabalhador rural que trabalha terras que não IV. O movimento feminista foi uma organização burguesa, cons-
são de sua propriedade e reparte seus rendimentos com o pro- tituída, essencialmente, por mulheres de classe burguesa.
prietário Encontram correspondência ao disposto por Montaño; Durri-
(C) Latifundiário é o proprietário de imóvel rural de pequena ou guetto (2011) as afirmativas:
média extensão, onde se efetua cultivo de subsistência
(D) Grileiro é o invasor de terras devolutas ou de particulares (A) I e II
que forja, através de artimanhas, documentação que o caracte- (B) I e III
rizam como proprietário legal e de fato da terra (C) III e IV
(E) Assentado é o trabalhador rural que ocupa lote de terra (D) II e III
reconhecido e implantado pelo Estado, para fins de reforma
agrária 5. (TJ-SP – Assistente Social – VUNESP) Os movimentos so-
ciais latino-americanos ocuparam o centro do cenário político na
3. IBFC - 2019 - Assistente Social (IDAM)- Valerio Arcary (2015) década de 1990 a partir de resistências contra as privatizações e
no artigo: “Duas teses sobre a situação internacional” que está in- os programas de ajuste estrutural. É nesse contexto que ocorre o
serido no livro “Movimentos Sociais e Serviço Social: uma relação incremento da resistência e da luta popular na América Latina, que
necessária” nos apresenta um panorama das lutas e movimentos abarca as mais diversas formas de protesto social. No Brasil, ainda
sociais nos séculos XX e XXI. De acordo com a análise do autor, gran- nos anos 90, surgem também mobilizações coletivas centradas mais
de parte dos movimentos sociais no século XXI possui um novo tipo em questões________________ com mobilizações que partem de
de proletariado a ele vinculado, ou uma classe trabalhadora distin- um chamamento à consciência individual das pessoas, apresentan-
ta. De acordo com a análise do autor, essa nova classe trabalhadora do-se mais como___________ do que como movimentos sociais.
possui algumas características que são importantes para os movi-
mentos sociais, dentre as quais podemos citar: Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamen-
I. No século XXI, pelo fato do proletariado ter sido ampliado te, as lacunas do texto.
substancialmente pelo desenvolvimento capitalista, temos a dimi- (A) éticas e morais … campanhas
nuição de sua capacidade de luta e de reivindicação. (B) jurídicas e operacionais … paralisações
(C) políticas e culturais … agitações
II. O proletariado no século XXI é maior, mais concentrado, mais (D) econômicas e estruturais … piquetes
educado e mais influente. (E) legais e pessoais … manifestações
III. No século XXI temos um proletariado que não tem consci- 6. (DPU – Sociólogo – CESPE) Com relação aos movimentos so-
ência da sua força, e, seu destino deverá sero de atrair para o seu ciais, assinale a opção correta:
campo de luta a maioria dos oprimidos. (A) As lutas do movimento feminista na contemporaneidade fo-
cam, em todas as esferas sociais, as discriminações sexistas, o
IV. No século XXI os movimentos sociais não abrigam mais as patriarcado, a misoginia ou a divisão sexual do trabalho.
requisições do proletariado uma vez que, surgem e se consolidam (B) O movimento feminista é considerado um movimento so-
as requisições por reivindicações das minorias sociais. cial recente.
(C) Apenas alguns movimentos sociais devem ser considerados
Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta. sexuados.
(A) I e II apenas (D) O papel das mulheres como sujeito coletivo em movimen-
(B) II e III apenas tos sociais mistos é central e visível.
(C) III e IV apenas (E) O movimento das mulheres em bloco rejeita a ideia de que
(D) II e IV apenas a igualdade com os homens supõe a transformação global das
relações sociais.
Editora
291
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA
7. CETREDE - 2019 - Prefeitura de Juazeiro do Norte - CE - (C) A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem como
Agente Administrativo- A rigor, movimentos sociais do campo são objetivo principal promover privilégios para as classes sociais
aqueles que envolvem o campesinato. Entre as suas principais rei- menos favorecidas.
vindicações, estão a reforma agrária, a melhoria das condições de (D) O conceito de cidadania assume o mesmo significado desde
trabalho e o combate a substituição do homem pela máquina no seu surgimento até os dias atuais.
meio agropecuário. Assinale a alternativa que apresenta o maior e (E) O movimento iluminista, pautado por seus ideais de liber-
o mais atuante movimento social popular rural nos últimos tempos dade, igualdade e fraternidade, exerceu grande influência na
no Brasil. conotação atribuída ao termo cidadania e sua significância na
(A) Ligas Camponesas. sociedade contemporânea.
(B) Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).
(C) Movimento das Mulheres Camponesas (MMC).
(D) Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (IN- GABARITO
CRA).
(E) Pastoral da Juventude Rural (PJR).
Editora
292
292
a solução para o seu concurso!