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PM E CBM
PM E CBM - PB POLÍCIA MILITAR E
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

Curso de Formação de Soldados

EDITAL N.º 001/2023 – CFSD PM/BM,


DE 28 DE JULHO DE 2023

CÓD: SL-040AG-23
7908433239574
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e intelecção de textos.......................................................................................................................................... 9
2. Tipologia textual......................................................................................................................................................................... 12
3. Coesão e coerência..................................................................................................................................................................... 13
4. Figuras de linguagem. ................................................................................................................................................................ 15
5. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 17
6. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 18
7. sinal indicativo de crase.............................................................................................................................................................. 19
8. Formação, classe e emprego de palavras................................................................................................................................... 20
9. Sintaxe da oração e do período. ................................................................................................................................................ 30
10. Pontuação................................................................................................................................................................................... 33
11. Concordância nominal e verbal. ................................................................................................................................................ 36
12. Colocação pronominal. .............................................................................................................................................................. 37
13. Regência nominal e verbal.......................................................................................................................................................... 39
14. Equivalência e transformação de estruturas............................................................................................................................... 41
15. Paralelismo sintático................................................................................................................................................................... 43
16. Relações de sinonímia e antonímia............................................................................................................................................ 44

Raciocínio Lógico
1. Lógica proporcional.................................................................................................................................................................... 51
2. Argumentação lógica. ................................................................................................................................................................ 53
3. Raciocínio sequencial.................................................................................................................................................................. 53
4. Raciocínio lógico quantitativo..................................................................................................................................................... 55
5. Raciocínio lógico analítico........................................................................................................................................................... 56
6. Diagramas lógicos. ..................................................................................................................................................................... 57
7. Análise combinatória. Probabilidade.......................................................................................................................................... 59

Geografia da Paraíba
1. Formação do território paraibano. Geografia física: relevo, clima, vegetação, hidrografia. Geografia humana: aspectos eco-
nômicos, sociais e culturais......................................................................................................................................................... 69

História da Paraíba
1. Origens e conquista da Paraíba (1574-1585). A presença de portugueses, franceses e espanhóis no território paraibano.
Povos indígenas do litoral ao sertão. A Paraíba no sistema de capitanias hereditárias e a conquista do interior. Holandeses
na Paraíba. Inquisição e expulsão de jesuítas. A Paraíba no século XIX. Independência. Primeiro Reinado. Período Regencial.
Segundo Reinado. A Confederação do Equador. A Paraíba e a Guerra do Paraguai. A Paraíba e o Quebra-quilos. O Ronco das
Abelhas. A Paraíba na República. A Paraíba no século XX. Oligarquias, coronelismo e cangaço. Revolta de Princesa. Revolução
de 30. Revolução Constitucionalista de 1932. Intentona Comunista 1935. A Paraíba no Estado Novo de Vargas. A Paraíba e a
Segunda Guerra Mundial............................................................................................................................................................ 75

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ÍNDICE

Inglês
1. Compreensão de textos. Capacidade de compreender ideias gerais e específi cas por meio da análise de textos selecionados
de livros, jornais ou revistas, que abordem temas culturais, literários e científicos................................................................... 91
2. Itens gramaticais relevantes para a compreensão dos conteúdos semânticos.......................................................................... 93

Espanhol
1. Compreensão de textos. Capacidade de compreender ideias gerais e específicas por meio da análise de textos selecionados
de livros, jornais ou revistas, que abordem temas culturais, literários e científicos. Itens gramaticais relevantes para a com-
preensão dos conteúdos semânticos.......................................................................................................................................... 127

Noções de Informática
1. Conceito de Internet e Intranet. Ferramentas e aplicativos de navegação................................................................................. 137
2. De correio eletrônico.................................................................................................................................................................. 140
3. De grupo de discussão................................................................................................................................................................ 142
4. De busca e pesquisa.................................................................................................................................................................... 145
5. Principais aplicativos para edição de textos, planilhas eletrônicas, geração de material escrito, audiovisual e outros. Pacote
Microsoft Office.......................................................................................................................................................................... 147
6. Noções de sistema operacional (Windows e Linux).................................................................................................................... 153
7. Conceitos de proteção e segurança............................................................................................................................................ 175
8. Noções de vírus, worms, phishing e pragas virtuais. Aplicativos para segurança (antivírus, fi rewall, anti-spyware e VPN). .... 177
9. Computação na nuvem (cloud computing)................................................................................................................................. 180

Noções de Direito Constitucional


1. Dos Direitos e Garantias Fundamentais em Espécie; Direito à vida; Direito à Liberdade........................................................... 185
2. Princípio da Igualdade (Art. 5° I); Princípio da legalidade e da Anterioridade Penal (Art. 5° ll, XXXIX); Liberdade da Manifes-
tação do Pensamento (Art. 5° lV); Inviolabilidade da Intimidade; Vida Privada; Honra e Imagem (Art. 5° X); Inviolabilidade
do Lar (Art. 5° XI); Sigilo de Correspondência e de Comunicação (Art. 5° XII)............................................................................ 186
3. Liberdade de Locomoção (Art. 5° XV); Direito de Reunião e de Associação (Art. 5° XVI, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI); Direito de
Propriedade (Art. 5° XXII e XXIII); Vedação ao Racismo (Art. 5° XLII);. Garantia às Integridades Física e Moral do Preso (Art.
5° XLIX); Vedação às Provas Ilícitas (Art. 5° LVI); Princípio da Presunção de Inocência (Art. 5° LVII); Privilegia Contra a Auto-
-Incriminação (Art. 5° LXIII)......................................................................................................................................................... 187
4. Dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (art. 42)................................................................................... 188
5. Da Segurança Pública (art.144)................................................................................................................................................... 189

Noções de Direito Penal


1. Princípios constitucionais do Direito Penal................................................................................................................................. 193
2. A lei penal no tempo. A lei penal no espaço.............................................................................................................................. 196
3. Interpretação da Lei Penal.......................................................................................................................................................... 199
4. Infração penal: espécies............................................................................................................................................................. 199
5. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal........................................................................................................................ 204
6. Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. Excludentes de ilicitude e de culpabilidade................................................. 205
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ÍNDICE

7. Imputabilidade penal.................................................................................................................................................................. 213


8. Concurso de pessoas.................................................................................................................................................................. 215
9. Crimes contra a pessoa (homicídio, das lesões corporais, da rixa)............................................................................................ 216
10. Crimes contra o patrimônio (furto, roubo, extorsão, extorsão mediantes sequestro)............................................................... 225
11. Crimes contra a administração pública (peculato e suas formas, concussão, corrupção ativa e passiva, prevaricação)............ 230

Noções de Direito Processual Penal


1. Inquérito Policial. ....................................................................................................................................................................... 241
2. Da ação penal: Espécies. ............................................................................................................................................................ 241
3. Da prisão, das medidas cautelares e da liberdade provisória..................................................................................................... 243

Noções de Direito Militar


1. Estatuto dos Policiais Militares da Paraíba (Lei 3.909/77): Da Hierarquia e da Disciplina (Art. 12 à 19), 1.2. Do Valor Policial
Militar (Art. 26), Da Ética Policial Militar (Art. 27 à 29), Dos Deveres Policiais Militares (Art. 30), Do Compromisso Policial
Militar (Art. 31), Do Comando e da Subordinação (Art. 33 à 39)................................................................................................ 251
2. Lei Complementar Estadual nº 87/2008..................................................................................................................................... 253
3. Crime militar: caracterização do crime militar (art. 9º do CPM); propriamente e impropriamente militar............................... 253
4. Violência contra superior (art.157 CPM).................................................................................................................................... 254
5. Violência contra inferior (art.175 CPM)...................................................................................................................................... 254
6. Abandono de Posto (art.195 CPM)............................................................................................................................................. 254
7. Embriaguez em serviço (art. 202 CPM)....................................................................................................................................... 254
8. Dormir em serviço (art. 203 CPM).............................................................................................................................................. 254
9. Justiça Militar Estadual. Art. 125, §§ 3º, 4º e 5º CF/88............................................................................................................... 255
10. Art. 187 a 198 da Lei Complementar 096/10 (Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado da Paraíba)......................... 255

Legislação Extravagante
1. Lei nº 13.869/2019 (Abuso de Autoridade)................................................................................................................................ 259
2. Lei nº 8.072/90 (Crimes Hediondos)........................................................................................................................................... 262
3. Lei nº 9.455/97 (Tortura)............................................................................................................................................................ 263
4. Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), Das disposições Preliminares (Art. 1º à 6º), Das medidas de pro-
teção (Art. 98 à 102), Da prática de Ato Infracional (Art. 103 à 128), Das medidas Pertinentes aos Pais ou responsável (Art.
129 e 130)................................................................................................................................................................................... 264
5. Lei 11.340/2006 lei Maria da penha (das medidas protetivas de urgência e do crime de descumprimento de medidas pro-
tetivas de urgência)..................................................................................................................................................................... 269
6. Lei nº 10.826/2003; (Estatuto do Desarmamento)..................................................................................................................... 270

Noções de Sociologia
1. Reinvindicações populares urbanas. Movimentos sociais e lutas pela moradia. Movimentos e lutas sociais na história do
Brasil. Classes Sociais e movimentos sociais............................................................................................................................... 279
2. Movimentos sociais e educação................................................................................................................................................. 287

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LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTELECÇÃO DE TEXTOS.

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem.
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
menos severas.”
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo,
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito
1988.
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
evento.
severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
Interpretação de Textos
ou não.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias
incluídos socialmente.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se
Comentário da questão:
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
texto, seja ele escrito, oral ou visual.
com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
afirmativa correta.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
“deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
podendo ser diferente entre leitores.
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
um texto misto (verbal e visual):
afirmativa correta.
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
afirmativa correta.
cial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
cundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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Gêneros Discursivos Exemplo de fato:


Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- A mãe foi viajar.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Interpretação
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
dárias. sas, previmos suas consequências.
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ças sejam detectáveis.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho. Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- tro país.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O do que com a filha.
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um Opinião
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
curto. juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
que fazemos do fato.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
como horas ou mesmo minutos.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- anteriores:
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
imagens. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
vencer o leitor a concordar com ele. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um mos expressando nosso julgamento.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
de destaque sobre algum assunto de interesse. analisamos um texto dissertativo.

Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Exemplo:


za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando com o sofrimento da filha.
os professores a identificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo TIPOLOGIA TEXTUAL.
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação.
Definição Geral: as tipologia textuais classificam os textos de
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO acordo com seus aspectos linguísticos, em termos de estruturação
e apresentação. Também podem ser denominados tipos textuais,
Fato modo textual ou ainda de organização do discurso, essas
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência categorizações consistem em formas distintas sob as quais um
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é texto pode ser apresentado, com fins de responder a diferentes
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei- propósitos comunicativos.
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.

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Critérios utilizados pela tipologia textual: elementos sintáticos, e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
objetivo da comunicação, vocabulário, estrutura, construções conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
frásicas, linguagem, emprego dos tempos verbais, modo de de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos
interação com o leitor, conexões lógicas, entre outros.   tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais
Objetivos comunicativos: os elementos que compõem um são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.
texto diversificam-se conforme a finalidade do texto, que pode ser Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto
narrar, argumentar, informar, descrever e etc.   as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe
Os tipos de texto: de acordo com as tipologias textuais, um abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se
texto pode ser narrativo, descritivo, dissertativo (argumentativo e inserem em cada tipo textual:
expositivo) ou explicativo (prescritivo e injuntivo). Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação,
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam
Tipologia textual x gênero textual: são dois modos de pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
classificação de um texto que se baseiam em critérios distintos. espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
Enquanto o gênero textual se dedica aos aspectos formais (modelo ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
de apresentação do texto e função social), as tipologias textuais e fábulas.
têm seu foco na estrutura linguística de um texto, na organização Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
do discurso e suas características morfossintáticas. lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
— Texto dialogal em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
Essa tipologia apresenta um diálogo entre, pelo menos, dois restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
locutores. O que difere essa classe da narração é o fato de que, no Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir
texto dialogal, o narrador não é obrigatório e, nos casos em que ele ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
se apresenta, sua função se limita a introduzir o diálogo; este, por conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
sua vez, se dará na primeira pessoa. Os principais gêneros textuais jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
que se enquadram nessa tipologia são: peças de teatro, debates, expositivos.
entrevistas, conversas em aplicativos eletrônicos.   Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo
As principais características do texto dialogal: de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é,
– Predomínio dos verbos na primeira pessoa do singular; caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
– Discurso direto: emprego de verbos elocutivos e dos sinais composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos
dois-pontos, aspas ou travessões para, respectivamente, indicar o argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
princípio de uma fala ou para marcá-las; abaixo-assinado.
– Traços na linguagem oral. Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
— Texto explicativo procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
A finalidade básica dessa tipologia é instruir o leitor em relação verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem
a um procedimento específico. Para isso, o texto expõe informações a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
que prepara o leitor para agir conforme uma determinada de instruções, entre outros.
conduta. Essa tipologia se divide dois subtipos: Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
– Texto explicativo prescritivo: exige que o leitor se conduza de o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
um modo determinado. Ex.: editais de concursos, leis e cláusulas impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
contratuais. siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
– Texto explicativo injuntivo: permite que o leitor proceda com texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
certa autonomia. Ex.: manuais de instruções, receitas culinárias e
bulas.
COESÃO E COERÊNCIA.
GÊNEROS E TIPOS DE TEXTOS

Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais — Definições e diferenciação


são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum
da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais
classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão
são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação
dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica. externa da mensagem.
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.
— Coesão Textual
Como se classificam os tipos e os gêneros textuais Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e
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parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se Exemplo:


realiza por meio de palavras denominadas conectivos. “Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
dando conta da demanda populacional.”
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos — Coerência Textual
principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como que se origina da sua argumentação – consequência decorrente
endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência
As regras de coesão prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte
regras relacionadas abaixo sejam seguidas. dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da
emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Referência Observe os exemplos:
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos. “A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até
Exemplo: o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de inacabado.
departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica
(retoma termo já mencionado). “Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos
não consomem produtos de origem animal.
– Comparativa: emprego de comparações com base em
semelhanças. Princípios Básicos da Coerência
Exemplo: – Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência – Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
comparativa endofórica. – Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.

– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes Fatores de Coerência


demonstrativos. – As inferências: se partimos do pressuposto que os
Exemplo: interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” podem simplificar as informações.
Temos uma referência demonstrativa catafórica. Exemplo:
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja voltagem da lavadora é 220w”.
nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido.
Analise o exemplo: Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.” que existe um local adequado para ligar determinado aparelho.

Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é – O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar (roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo
quaisquer informações ao texto. com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de
funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã,
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. Exemplo:
Exemplo: “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
ciente de que o locutor está procurando por Ana. frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os
chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações. nada têm a ver com o Natal.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
aconteceu.” Conjunção concessiva.

– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem


parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido
aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
entre outros.
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A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste-


FIGURAS DE LINGUAGEM. sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen-
ça gelada”.

As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade,
valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re- atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o.
curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências
comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor- Exemplos
nando-o poético. O filósofo de Genebra (= Calvino).
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
As figuras de linguagem classificam-se em
– figuras de palavra; Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que
– figuras de pensamento; a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida.
– figuras de construção ou sintaxe.
Exemplos
Figuras de palavra Leio Graciliano Ramos. (livros, obras)
Emprego de um termo com sentido diferente daquele conven- Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
cionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex- Tomei um Danone. (iogurte)
pressivo na comunicação.
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné-
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co- doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural.
nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase. Exemplo
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro
Exemplos sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo
...a vida é cigana plural)
É caravana (José Cândido de Carvalho)
É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença) Figuras Sonoras
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral-
Encarnado e azul são as cores do meu desejo. mente em posição inicial da palavra.
(Carlos Drummond de Andrade)
Exemplo
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve-
ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal ladas.
como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com- (Cruz e Sousa)
paração: parecer, assemelhar-se e outros.
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um
Exemplo verso ou poesia.
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando
você entrou em mim como um sol no quintal. Exemplo
(Belchior) Sou Ana, da cama,
da cana, fulana, bacana
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o Sou Ana de Amsterdam.
qual não existe uma designação apropriada. (Chico Buarque)

Exemplos Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou


– folha de papel na prosódia, mas diferentes no sentido.
– braço de poltrona
– céu da boca Exemplo
– pé da montanha Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
[erro
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen- quero que você ganhe que
tidos físicos. [você me apanhe
sou o seu bezerro gritando
Exemplo [mamãe.
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva) (Caetano Veloso)
mecânica.
(Carlos Drummond de Andrade)

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Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro- Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter-
duzido por seres animados e inanimados. mo já expresso.
Exemplo Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres-
Vai o ouvido apurado são, dando ênfase à mensagem.
na trama do rumor suas nervuras
inseto múltiplo reunido Exemplos
para compor o zanzineio surdo Não os venci. Venceram-me
circular opressivo eles a mim.
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor (Rui Barbosa)
da noite em branco
(Carlos Drummond de Andrade) Morrerás morte vil na mão de um forte.
(Gonçalves Dias)
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia-
onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc. na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado.

Figuras de sintaxe ou de construção Exemplos


Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os Ouvir com os ouvidos.
termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões. Rolar escadas abaixo.
Colaborar juntos.
Podem ser formadas por: Hemorragia de sangue.
omissão: assíndeto, elipse e zeugma; Repetir de novo.
repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben-
ruptura: anacoluto; tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con-
concordância ideológica: silepse. junções, preposições e verbos.

Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período, Exemplos


frase ou verso. Compareci ao Congresso. (eu)
Espero venhas logo. (eu, que, tu)
Exemplo Ele dormiu duas horas. (durante)
Dentro do tempo o universo No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
[na imensidão. (Camões)
Dentro do sol o calor peculiar
[do verão. Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior-
Dentro da vida uma vida me mente.
[conta uma estória que fala
[de mim. Exemplos
Dentro de nós os mistérios Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
[do espaço sem fim! (Camilo Castelo Branco)
(Toquinho/Mutinho)
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam (Machado de Assis)
vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
vírgulas. Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen-
tos na frase.
Exemplo
Não nos movemos, as mãos é Exemplos
que se estenderam pouco a Passeiam, à tarde, as belas na avenida.
pouco, todas quatro, pegando-se, (Carlos Drummond de Andrade)
apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis) Paciência tenho eu tido...
(Antônio Nobre)
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde-
nativa mais vezes do que exige a norma gramatical. Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a
frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do
Exemplo período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem
Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem função sintática definida.
tuge, nem muge.
(Rubem Braga)

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Exemplos distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da


E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas. vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
(Manuel Bandeira) com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo- O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
tassem as mãos. estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
(José Lins do Rego) um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase). brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
Exemplo para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
...em cada olho um grito castanho de ódio. – Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
(Dalton Trevisan) (quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
...em cada olho castanho um grito de ódio) – Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
Silepse York.  
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo
ou pronome com a pessoa a que se refere. Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
Exemplos do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho... regras:
(Rachel de Queiroz)
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
V. Ex.a parece magoado... – Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
(Carlos Drummond de Andrade) abacaxi.  
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com – Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
o sujeito da oração. – Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
mexerica.   
Exemplos
Os dois ora estais reunidos... s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
(Carlos Drummond de Andrade) – Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa,
verminose.
Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas. – Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.
(Machado de Assis) Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
Silepse de número: Não há concordância do número verbal nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
com o sujeito da oração. burguês/burguesa.
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
Exemplo Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.
Corria gente de todos os lados, e gritavam.
(Mário Barreto) Porque, Por que, Porquê ou Por quê?
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
ORTOGRAFIA.
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
porque/pois nada está molhado.  
— Definições – Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere cancelamento do show.  
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como – Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); do show.  
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e – Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
decorrentes dessas funções, entre outros.   fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre Por quê?  
a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
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Parônimos e homônimos acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na lêem leem.
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos
apreender (capturar). terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
demonstrativo). Acentuação das palavras Oxítonas
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e
ACENTUAÇÃO GRÁFICA -o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”.
Ex.: caqui, urubu.
— Definição
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
Acentuação das palavras Paroxítonas
palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima
regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras.
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as
Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados
tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com
abaixo. Observe as exceções:
as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis,
língua portuguesa:
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex,
aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.  
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis,
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico,
grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
âncora, avô.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
tônus.  
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons.
tônica!
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns,
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de
quórum, quóruns.  
determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs,
sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que
órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.  
indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til
(˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro
Acentuação das palavras Proparoxítonas
exemplo semelhante é a palavra bênção.  
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
— Monossílabas Tônicas e Átonas
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer
tática, trânsito.
alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe
o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
Ditongos e Hiatos
da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos,
Acentuam-se:
percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja,
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente.
“_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica
mausoléu, sóis, véus.
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
abaixo:
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).
“Finalmente encontrei a chave do carro.”
Não se acentuam:
Recebem acento gráfico:  
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.:
– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
moinho, rainha, bainha.
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
juuna, xiita. xiita.
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
enjoo, magoo.
Não recebem acento gráfico:
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
O Novo Acordo Ortográfico
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas
Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo
acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
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em vigor em 2009:

1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.


Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo; vôo – voo; zôo – zoo.

2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.


Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; européia
– europeia.

3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.


Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taoismo.

4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que possuem -e tônico em hiato.


Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
revêem.

5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça –
linguiça.

6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo PARAR:
pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição “para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / preposição]
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / preposição]

SINAL INDICATIVO DE CRASE

Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, em
palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome
demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a
crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que
recebem a crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de união representado
pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assistiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: “Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às quais devemos o maior respeito e consideração”.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na construção
sintática.

Técnicas para o emprego da crase


1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da palavra
feminina.
Exemplos:
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.”
“Irei ao evento / à festa.”

2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não deve ser empregado.
Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
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3 – Troque o termo regente da preposição a por um que estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não se façam
contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Gosto de você / Penso em você.”

4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada se a
locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
“Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”

5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:


Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão “moda de”, ficando somente o à explícito.
Exemplos:
“Arroz à (moda) grega.”
“Bife à (moda) parmegiana.”

Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso de horas especificadas e definidas: Exemplos:
“À uma hora.”
“Às cinco e quinze”.

FORMAÇÃO, CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS

As palavras são formadas por estruturas menores, com significados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem para a
formação das palavras.

Estrutura das palavras


As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas menores - os morfemas, também chamados de elementos mórficos:
– radical e raiz;
– vogal temática;
– tema;
– desinências;
– afixos;
– vogais e consoantes de ligação.

Radical: Elemento que contém a base de significação do vocábulo.


Exemplos
VENDer, PARTir, ALUNo, MAR.

Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos.

Dividem-se em:

Nominais
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
Exemplos
pequenO, pequenA, alunO, aluna.
pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas.

Verbais
Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos
Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo)
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
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Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem.


Exemplos
1ª conjugação: – A – cantAr
2ª conjugação: – E – fazEr
3ª conjugação: – I – sumIr

Observação
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica oposição masculino/feminino.
Exemplos
livrO, dentE, paletó.

Tema: União do radical e a vogal temática.


Exemplos
CANTAr, CORREr, CONSUMIr.

Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia.
Exemplos
chaLeira, cafeZal.

Visão geral: a formação de palavras que integram o léxico da língua baseia-se em dois principais processos morfológicos (combinação
de morfemas): a derivação e a composição.
Derivação: é a formação de uma nova palavra (palavra derivada) com base em uma outra que já existe na língua (palavra primitiva ou
radical).

1 – Prefixal por prefixação: um prefixo ou mais são adicionados à palavra primitiva.

PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA PALAVRA DERIVADA


inf fiel infiel
sobre carga sobrecarga

2 – Sufixal ou por sufixação: é a adição de sufixo à palavra primitiva.

PALAVRA
SUFIXO PALAVRA DERIVADA
PRIMITIVA
gol leiro goleiro
feliz mente felizmente

3 – Prefixal e sufixal: nesse tipo, a presença do prefixo ou do sufixo à palavra primitiva já é o suficiente para formação de uma nova
palavra.
PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA SUFIXO PALAVRA DERIVADA
inf feliz – Infeliz
– feliz mente Felizmente
des igual – desigual
– igual dade igualdade

4 – Parassintética: também consiste na adição de prefixo e sufixo à palavra primitiva, porém, diferentemente do tipo anterior, para
existência da nova palavra, ambos os acréscimos são obrigatórios. Esse processo parte de substantivos e adjetivos para originar um verbo.

PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA SUFIXO PALAVRA DERIVADA


em pobre cer empobrecer
em trist ecer estristecer

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5 – Regressiva: é a remoção da parte final de uma palavra primitiva para, dessa forma, obter uma palavra derivada. Esse origina
substantivos a partir de formas verbais que expressam uma ação. Essas novas palavras recebem o nome de deverbais. Tal composição
ocorre a partir da substituição da terminação verbal formada pela vogal temática + desinência de infinitivo (“–ar” ou “–er”) por uma das
vogais temáticas nominais (-a, -e,-o).”

VERBO RADICAL DESINÊNCIA VOGAL TEMÁTICA SUBSTANTIVO


debater debat er e debate
sustentar sustent ar o sustento
vender vend er a venda

6 – Imprópria (ou conversão): é o processo que resulta na mudança da classe gramatical de uma palavra primitiva, mas não modifica
sua forma. Exemplo: a palavra jantar pode ser um verbo na frase “Convidaram-me para jantar”, mas também pode ser um substantivo na
frase “O jantar estava maravilhoso”.

Composição: é o processo de formação de palavra a partir da junção de dois ou mais radicais. A composição pode se realizar por
justaposição ou por aglutinação.   
– Justaposição: na junção, não há modificação dos radicais. Exemplo: passa + tempo - passatempo; gira + sol = girassol.  
– Aglutinação: existe alteração dos radicais na sua junção. Exemplo: em + boa + hora = embora; desta + arte = destarte.

CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS

— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”
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Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo
ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado),
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  

— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer
que seja nomeado.

Os tipos de adjetivos
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo
lamentável).
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).  

O gênero dos adjetivos


Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” / “Ana
é uma amiga leal.”  
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina
travessa”.

O número dos adjetivos


Por concordarem com o número do substantivo a que se referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, a sua
composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos formosos.

O grau dos adjetivos


Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo (compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades).

Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom quanto o anterior.”  


Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do que Luciana.”

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Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento do que a equipe.”   


Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, podendo ser:
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.”
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.”

Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:


– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.”
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”  

Pronome adjetivo
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim, esse tipo
de pronome flexiona em gênero e número para fazer concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é a mais querida da
escola.” (o pronome adjetivo esta determina o substantivo comum professora).

Locução adjetiva
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras, que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente, consiste
na união preposição + substantivo ou advérbio.
Exemplos:
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
– Paixão sem freio (paixão desenfreada).
– Associação de comércios (associação comercial).

— Verbo
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe o
exemplo do verbo “nutrir”:
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu significado).
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e, tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular ou
plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse no presente
do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações, tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; tu nutre; ele/
ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou têm
desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito do indicativo: Eu
disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda conjugação (-er) tem seu
radical, diz, alterado, além de apresentar duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer fosse regular, sua conjugação
no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.

— Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou
acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
um correspondente oblíquo.

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CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nos, conosco.
Vós Vos, convosco.
Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.

Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3a pessoa– Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.

PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

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Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1 pessoa
a
Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.
Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:
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CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa,
devagar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o
“Decerto passaram por aqui”
sufixo “-mente” (certamente, realmente).
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
Palavras como claro e positivo, podem ser
“Entendi, sim.”
advérbio, dependendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser “Sequer pensou para falar.”
advérbio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA expressem dúvida acrescidas do sufixo “Provavelmente sairei mais cedo.”
“-mente”, como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa
Quando, como, onde, aonde, donde, por que. direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
INTERROGAÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
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Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva
“No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas ou negativa). As principais conjunções
“Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas coordenativas aditivas são “e”, “nem” e
chegar.”
“também”.
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas são “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”,
estava nervoso na prova.”
“entretanto”.
Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”
Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são emprego.” /
conclusivas
“portanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são descansar aqui em casa.” /
explicativas
“porque”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  

1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
objeto indireto, predicativo, complemento agendada.” e
nominal ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais denota causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que
Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um Por mais que, por menos que, apesar de que,
Conjunções subornativas
fato contrário à ação principal, mas incapaz de embora, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem
concessivas
impedí-la. que.
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Introduzem uma oração, cujos acontecimentos


Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os
numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos
(dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

Os tipos de numerais
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.  
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.

Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos.
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, primeiros/
primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.  
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exemplo: A carne de segunda está na promoção.  

Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exemplos:
meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos (¾), 1/12 avos.  
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de leite,
meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.   

Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.  
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número e
gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, duplos sentidos.

Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 unidades).
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.

— Preposição
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e advérbios)
exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, as preposições não
possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependente, ou
seja, sua função gramatical (organização e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e sentido,
esteja presente, possui um valor menor.

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Classificação das preposições elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas


Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do
propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a, interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, – Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras
por (ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem, que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de
sob, sobre, trás. mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”.
Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em – Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo – Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!»
preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas Os tipos de interjeição
conforme o contexto. De acordo com as reações que expressam, as interjeições
podem ser de:
Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!”
preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se ALÍVIO “Ah!, “Ufa!”
que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!”
valor estrutural (gramática).
APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!”
Classificação das preposições APLAUSO “Bravo!”, “Bis!”
Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto, DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!”
podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre DESEJO “Tomara!”
outras. DOR “Ai!”, “Ui!”
Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que, DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!”
normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao ESPANTO “Eita!”, “Ué!”
ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.   IMPACIÊNCIA
“Puxa!”
(FRUSTRAÇÃO)
Locuções prepositivas IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!”
Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!”
emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!”
preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
prepositivas.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.
abaixo de de acordo junto a
acerca de debaixo de junto de Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao
acima de de modo a não obstante estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem
a fim de dentro de para com entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que
à frente de diante de por debaixo de ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e
antes de embaixo de por cima de
orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive.
a respeito de em cima de por dentro de Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
atrás de em frente de por detrás de retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período.
Vejamos:
através de em razão de quanto a
com respeito a fora de sem embargo de Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo
— Interjeição que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos,
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu
por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.
autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais

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A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , respectivos exemplos a seguir:
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
ser compreendida pelo interlocutor. sobre o sujeito).
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
Oração podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, respectivos casos:
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem “Fred fez um lindo discurso.”
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O “Um lindo discurso Fred fez.”
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Fez um lindo discurso, Fred.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
contém verbo. concordância verbal.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
como oração. ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No – Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo concordância do verbo o destaca de forma indireta.
ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função – Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração
sintática diferente. e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para
determiná-lo.
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as Esse sujeito pode aparecer com:
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem – Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. padeiro.”».
– Oração simples: “Eu quero silêncio.” – Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o estiver lá.”
noticiário”.
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado,
Período e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal.
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da
sentido completo. Assim como as orações, o período também pode natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma “Choveu muito ontem”.
oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma “Era uma hora e quinze”.
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase. – Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez,
apresenta apenas um verbo. também recebem sua classificação, conforme abaixo:
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
ficarei preocupada.” - contém dois verbos. para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
— Análise Sintática compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
estrutura de um período e das orações que compõem um período. complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe cair, mergulhar, correr.
a seguir as especificidades de cada tipo. – Verbo de ligação: servem para expressar características de
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estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação – “O cachorro foi alvo do meu medo.”
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome 3 – Termos acessórios da oração
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. para complementar a informação, exprimindo circunstância,
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é abaixo quais são eles:
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica “Dormimos muito.”
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
palavra substantivada. “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da “Maria escreve bastante bem.”
aula. Por isso, estavam contentes.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair” O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. Os adjuntos adverbiais podem ser:
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
2 – Termos integrantes da oração – Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos tempo).
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma: com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou
exigindo preposição. pronomes adjetivos. Analise o exemplo:
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido de escola.”
seja compreendido. – Sujeito: “jovem apaixonado”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
Quanto ao objeto direto, podemos ter: – Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê”
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.” – Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam
acontecido.” o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração
os aparelhos.» da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os
adjuntos adnominais de “colega”.
– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido
de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos, – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
os exemplos: informação já completa. Observe os exemplos:
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
nominal.
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – – Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
“rapidamente” é advérbio de modo. com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
substantivo. do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam apelo. Observe:
a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim, “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz “Vista o casaco, filha!”
passiva:
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— Estudo da relação entre as orações


Os períodos compostos são formados por várias orações. PONTUAÇÃO.
As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por — Visão Geral
orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais
ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
individualmente porque apresentam sentidos completos. de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas: e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
doces.” gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não compreensão da frase.
preparei os doces.” O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
preparo os doces.” tipos textuais;
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, – Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
logo, passou no exame.” – Demarcar das unidades de um texto;
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame – Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
porque estudou bastante.”
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
– Período composto por subordinação: são constituídos por enunciado
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas Vírgula
de forma separada. As orações subordinadas são divididas em De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos: para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
que o suspeito era realmente o culpado.” se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
queria que isso acontecesse.” tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.” empregada:
– Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
expectativa de que os planos serão melhores em breve!” • No interior da sentença
– Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa 1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
é que meus pais são saudáveis.”

– Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba ENUMERAÇÃO


disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!” Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
– Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
felizes que pulamos de alegria.” REPETIÇÃO
– Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando Os arranjos estão lindos, lindos!
para que nós chegássemos a casa em segurança.”
– Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, 2 – Isolar o vocativo
espero por você.» “Crianças, venham almoçar!”
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que “Quando será a prova, professora?”
estivesse cansado, concluiu a maratona.”
– Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia 3 – Separar apostos
como se ainda vivesse no interior.” “O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais 4 – Isolar expressões explicativas:
me exercito, mais tenho disposição.” “As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que responsabilizado.”
passou no concurso, mudou-se para o interior.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
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5 – Separar conjunções intercaladas 3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas


“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.” apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
funcionários do setor.” e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.” e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado: apositiva nem se apresente inversamente).
“Estas alegações, não as considero legítimas.”
Ponto
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas 1 – Para indicar final de frase declarativa:
por conjunções) “O almoço está pronto e será servido.”
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
2 – Abrevia palavras:
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas: – “p.” (página)
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”. – “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor)
10 – Marcar a omissão de um termo:
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo 3 – Para separar períodos:
“fazer”). “O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”

• Entre as sentenças Ponto e Vírgula


1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas 1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.” orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e nossa amiga, de praticar esportes.”
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos 2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
ajudasse.” “Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
Mercúrio;
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a Vênus;
principal: Terra;
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.” Marte;
Júpiter;
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas Saturno;
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal: Urano;
Netuno.”
Por ser sempre assim, ninguém dá
Reduzida Dois Pontos
atenção!
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas,
Porque é sempre assim, já ninguém dá enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
Desenvolvida
atenção! ideias anteriores.
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
5 – Separar as sentenças intercaladas: “Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu grande ofensa.”
leito, até que você se recupere por completo.”
2 – Para introduzirem citação direta:
• Antes da conjunção “e” “Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se
valores que não expressam adição, como consequência ou transforma’.”
diversidade, por exemplo. 3 – Para iniciar fala de personagens:
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.” “Ele gritava repetidamente:
– Sou inocente!”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar Reticências
alguma ideia, por exemplo: 1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; sintaticamente:
e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o “Quem sabe um dia...”
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha) 2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
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“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar ainda.”

3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o objetivo de prolongar o raciocínio:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).

4 – Suprimem palavras em uma transcrição:


“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner).

Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas:
“Quando você pode comparecer?”

2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para destacar o enunciado:


“Não brinca, é sério?!”

Ponto de Exclamação
1 – Após interjeição:
“Nossa Que legal!”

2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva


“Infelizmente!”

3 – Após vocativo
“Ana, boa tarde!”

4 – Para fechar de frases imperativas:


“Entre já!”

Parênteses
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou a
vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sempre)
quem seria promovido.”

Travessão
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?”

2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:


“— Vou partir em breve.
— Vá com Deus!”

3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:


“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”

4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:


“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”

Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”

2 – Para indicar uma citação direta:


“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de Assis)

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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.

Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar em
número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexionado
para concordar com o sujeito.
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes da
oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas formas
relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal concordância ocorre em gênero e pessoa

Casos específicos de concordância verbal


Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
I – Quando houver um sujeito definido;
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração forem distintos.

Observe os exemplos:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Isto é para nós solicitarmos.”

Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito da
segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos imperativos.

Exemplos:
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”

Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular, tendo
em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»

– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas professoras vigiando as crianças.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz duas horas que estamos esperando.”

Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância verbal com
o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos do que ocorreria.”

Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou permanece
na 3a pessoa do singular:
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»

Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo concorda com o termo que antecede o pronome:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»

Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”

Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”

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Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com a 3°
pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das pessoas entenderam.”

Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, mas
também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”

Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, se
houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve estar no plural:

– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”


– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou
adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”

Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”

COLOCAÇÃO PRONOMINAL.

A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do pronome
antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou após
o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se inicia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na linguagem
falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas não
forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que prejudique a eufonia da frase.

Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.

Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.


Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pacientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito anteposto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não sejam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, tudo dá.
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Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus intentos são para nos prejudicarem.

Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.

Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: Apres-
sei-me a convidá-los.

Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.

É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?

Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?

Colocação do pronome átono nas locuções verbais


Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deverá
ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Devo-lhe dizer a verdade.
Devo dizer-lhe a verdade.

Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do auxiliar ou depois do principal.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.

Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.

Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do auxiliar.


Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.

Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois do infinitivo.


Exemplos:
Hei de dizer-lhe a verdade.
Tenho de dizer-lhe a verdade.

Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.

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REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”

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quem chega, chega a algum


Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE ESTRUTURAS

O objetivo da equivalência e transformação de estruturas é transformar a estrutura de um texto a algo equivalente sem perder o sen-
tido e continuar gramaticalmente correto. Simplificando: é reescrever o texto de maneira que ele continue coerente e não perca o sentido.
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, dificilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos ao
resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá, na
reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório. A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois, nesta,
atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto.

Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um processo bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor tenha
observado aquilo que está ruim para que, posteriormente, possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos erros iniciais.
Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desenvolver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer melhor seus
objetivos e razões para a produção de textos.

Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa a
enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento do processo de escrever do aluno.

Operações linguísticas de reescrita:


A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de operações linguísticas encontradas neste momento específico da construção
do texto escrito.
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um elemento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas também do
acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de várias frases.
- Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimido. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafemas,
sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases.
- Substituição: supressão, seguida de substituição por um termo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintagma, ou
sobre conjuntos generalizados.
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por modificar sua ordem no processo de encadeamento.

Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o coloquial,
que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e
conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado entre
membros de uma mesma família ou entre amigos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação de comunicação; com o modo de expres-
são, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia,
deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).

Expressões que demandam atenção


– acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
– aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, aceito
– acendido, aceso (formas similares) – idem
– à custa de – e não às custas de
– à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, conforme
– na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
– a meu ver – e não ao meu ver
– a ponto de – e não ao ponto de
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal
– em termos de – modismo; evitar
– enquanto que – o que é redundância
– entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
– implicar em – a regência é direta (sem em)
– ir de encontro a – chocar-se com
– ir ao encontro de – concordar com
– se não, senão – quando se pode substituir por caso não, separado; quando não se pode, junto
– todo mundo – todos
– todo o mundo – o mundo inteiro
– não pagamento = hífen somente quando o segundo termo for substantivo
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
– esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte (tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do presente,
ou distante ao já mencionado e a ênfase).

Expressões não recomendadas

– a partir de (a não ser com valor temporal).


Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...

– através de (para exprimir “meio” ou instrumento).


Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo...

– devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.

– dito.
Opção: citado, mencionado.

– enquanto.
Opção: ao passo que.

– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).


Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.

– no sentido de, com vistas a.


Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.

– pois (no início da oração).


Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.

– principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.

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LÍNGUA PORTUGUESA

PARALELISMO SINTÁTICO.

O termo paralelismo1 corresponde a uma relação de equivalência, por semelhança ou contraste, entre dois ou mais elementos (é a
repetição de ideias mediante expressões aproximadas). É um recurso responsável por uma boa progressão textual. Dizemos que há para-
lelismo em uma estrutura quando há uma correspondência rítmica, sintática/gramatical ou semântica entre as estruturas.

Vejam a tirinha a seguir da famosa personagem Mafalda2:

Fonte: Quino

Reparem que, no segundo quadrinho, na fala da mãe da menina, há uma estrutura sintaticamente equivalente:

“[Para trabalhar,] [para nos amar,] [para fazer deste mundo um mundo melhor]”

Notem que as três orações em destaque obedecem a uma mesma estrutura sintática: iniciam-se com a preposição “para” e mantêm
o verbo no infinitivo. A essa relação de equivalência estrutural, damos o nome de paralelismo.

Analisemos o próximo exemplo:

Vejam como o slogan da marca de cosméticos “Nívea” também segue uma estrutura em paralelismo – “Beleza que se vê, beleza que
se sente”. Notem que a repetição é intencional, mantendo uma unidade gramatical.
O paralelismo é um recurso de coesão textual, ou seja, promove a conexão das ideias, através de repetições planejadas, trazendo
unidade a um texto. Vejamos o exemplo a seguir:

Ministério da educação prevê [mudar a data do Enem] e [melhorias no sistema.]

Reparem que há um desequilíbrio gramatical na frase acima. Para respeitarmos o paralelismo, poderíamos reescrevê-la das seguintes
maneiras:
a) Ministério da educação prevê [mudar a data do Enem] e [melhorar o sistema.]
Ou
b) Ministério da educação prevê [mudanças na data do Enem] e [melhorias no sistema.]

1 http://soumaisenem.com.br/portugues/coesao-e-coerencia/paralelismo-parte-02
2 BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Português. Editora Nova, 2009.
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LÍNGUA PORTUGUESA

Vejam que, na primeira reescrita, mantivemos verbos no infi- Corrigindo, temos:


nitivo iniciando as orações “mudar” e “melhorar”. Já na segunda, Quero [sua ajuda] e [sua vinda].
mantivemos bases nominais, substantivos, “mudanças” e “melho- ou
rias”. Dessa forma, estabelecemos o paralelismo nas frases. Quero [que você me ajude] e [que você venha].

“Mas como achar o tal do paralelismo?”. Uma dica boa é en- Paralelismo Semântico
contrar os conectivos na frase. Eles são importantes marcadores É aquele em que se observa uma correlação de sentido entre as
textuais para ajudá-los a identificar as estruturas que devem per- estruturas. Observem os exemplos a seguir:
manecer em relação de equivalência. Olhem esse exemplo: “Trocava [de namorada] como trocava [de blusa]”.
“Marcela amou-me durante [quinze meses] e [onze contos de
Queremos amor e ter paz. réis]”
(Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas)
O verbo querer possui duas ideias que o complementam:
“amor” e “ter paz”. O conectivo “e” marca o paralelismo. As estru- Notem que, apesar de haver paralelismo gramatical ou sintáti-
turas por ele ligadas estão iguais gramaticalmente? co nas frases, não há uma correlação semântica.
Não. Uma é um substantivo e a outra uma oração. Para equi- No primeiro caso trocar “de namorada” não equivale a trocar
librá-las, podemos reescrever, por exemplo, das seguintes formas: “de blusa”; no segundo, amar “durante quinze meses” (tempo) não
a) Queremos [amor] e [paz]. corresponde a amar “durante onze contos de réis”.
Ou São relações de sentido diferentes. Dessa forma, podemos di-
b) Queremos [ter amor] e [ter paz]. zer que houve uma “quebra” do paralelismo semântico, pois é feita
Ou uma aproximação entre elementos de “carga significativa” diferen-
c) Queremos ter [amor] e [paz]. te. Entretanto, isso foi intencional e não deve ser visto como uma
falha de construção.
Paralelismo Sintático ou Gramatical Na maioria das vezes, esse tipo de construção é proposital para
É aquele em que se nota uma correlação sintática numa estru- trazer a um trecho determinado efeito de sentido a partir da ironia
tura frasal a partir de termos ou orações semelhantes morfossinta- ou do humor, como nos exemplos acima.
ticamente. Veja os exemplos a seguir:
Paralelismo Rítmico
Exemplo 1: O condenado não só [roubou], mas também [é se- É um recurso estilístico de grande efeito, do qual alguns au-
questrador]. tores se servem com o propósito de dar maior expressividade ao
Corrigindo, temos: Ele não só roubou, mas também seques- pensamento. Vejam os exemplos a seguir, retirados do livro “Comu-
trou. nicação em prosa moderna”, de Othon Garcia:
Reparem que os termos “não só... mas também” estabelecem “Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o
entre as orações coordenadas uma relação de equivalência sintá- cisne é negro; se com amor, o demônio é formoso; se com ódio, o
tica. Dessa forma, é preciso que as orações apresentem a mesma anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante”.
estrutura gramatical. (“Sermão da quinta quarta-feira”, apud M. Gonçalves Viana,
Sermões e lugares seletos)
Exemplo 2: O cidadão precisa [de educação], [respeito] e [so-
lidariedade]. “Nenhum doutor as observou com maior escrúpulo, nem as
Corrigindo, temos: O cidadão precisa [de educação], [de respei- esquadrinhou com maior estudo, nem as entendeu com maior pro-
to] e [de solidariedade]. priedade, nem as proferiu com mais verdade, nem as explicou com
Os três complementos verbais devem vir preposicionados - en- maior clareza, nem as recapacitou com mais facilidade, nem as pro-
cadeamento de funções sintáticas. pugnou com maior valentia, nem as pregou e semeou com maior
abundância”.
Exemplo 3: [Gosto] e [compro] livros. (M.Bernardes)
Nesse caso, temos um problema na construção. O verbo “gos-
tar” é transitivo indireto, enquanto o verbo “comprar” é transitivo Reparem as repetições intencionais, enfáticas, presentes nas
direto. A frase mostra-se incompleta sintaticamente, uma vez que construções acima, caracterizando um paralelismo rítmico.
só há um complemento verbal (“livros”).
Corrigindo, temos: Gosto [de livros] e [os] compro.
OI OD
RELAÇÕES DE SINONÍMIA E ANTONÍMIA.
Exemplo 4: Quero [sua ajuda] e [que você venha].
Nesse caso, o paralelismo foi quebrado, uma vez que os com- Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
plementos do verbo “querer” têm “pesos sintáticos” diferentes: da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
“sua ajuda” é um objeto direto “simples” e “que você venha” é um palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
objeto direto oracional. Repare que os objetos estão ligados pelo
conectivo “e”, devendo, portanto, haver uma equivalência entre Denotação e conotação
eles. Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
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palavras. Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.” QUESTÕES
“Meu vizinho é um gato.”

No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro


1. IBFC - 2022 - IBGE - Agente Censitário de Administração e
sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a
Informática - Edital nº 8- Utilize o texto abaixo para responder a
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma
questão.
de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.
Texto III
Hiperonímia e hiponímia
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo,
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inclui a prote-
palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um
ção de dados pessoais como direito fundamental do cidadão, apro-
hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
vada pelo Senado nesta semana, é extremamente relevante para os
Exemplos:
dias de hoje, de acordo com o professor da Singularity University e
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
especialista em digital, Ricardo Cavallini.
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
Em entrevista à CNN, ele afirmou que o conceito de privacida-
de mudou muito. “No mundo conectado, tudo é gravado, ninguém
Polissemia e monossemia
mais será anônimo, não tem mais escolha, a cada milissegundo tem
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra
alguém capturando dados sobre a gente, com quem fala, onde está,
apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o
por onde passa”, explicou.
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas
palavras apresentam apenas um significado. Exemplos:
(Matéria publicada em 22/10/2021.Disponível em: https://www.cn-
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma
nbrasil. com.br/business/privacidade-e-protecao-de-dados-hoje-sao-
ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida.
-sinonimo-deliberdade-diz-especialista/Acesso em 07/12/2021)
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica.
Em todas as passagens abaixo, retiradas do texto, destacam-se
termos ou expressões de caráter adverbial, EXCETO em:
Sinonímia e antonímia
(A) “aprovada pelo Senado nesta semana” .
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem
(B) “é extremamente relevante para os dias de hoje” .
semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados
(C) “o conceito de privacidade mudou muito” .
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras
(D) “No mundo conectado, tudo é gravado” .
expressam proximidade e contrariedade.
(E) “com quem fala, onde está,” .
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido =
veloz.
2. IBFC - 2022 - IBGE - Agente Censitário de Administração e
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x
Informática - Edital nº 8- Utilize o texto abaixo para responder a
atrasado.
questão.
Homonímia e paronímia
Texto III
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inclui a prote-
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas
ção de dados pessoais como direito fundamental do cidadão, apro-
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças
vada pelo Senado nesta semana, é extremamente relevante para os
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas).
dias de hoje, de acordo com o professor da Singularity University e
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de
especialista em digital, Ricardo Cavallini.
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja
Em entrevista à CNN, ele afirmou que o conceito de privacida-
os exemplos:
de mudou muito. “No mundo conectado, tudo é gravado, ninguém
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo
mais será anônimo, não tem mais escolha, a cada milissegundo tem
caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer).
alguém capturando dados sobre a gente, com quem fala, onde está,
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar
por onde passa”, explicou.
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar
roxo).
(Matéria publicada em 22/10/2021.Disponível em: https://www.cn-
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar);
nbrasil. com.br/business/privacidade-e-protecao-de-dados-hoje-sao-
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo
-sinonimo-deliberdade-diz-especialista/Acesso em 07/12/2021)
chorar) .
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento
(saudação).

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A citação presente no segundo parágrafo do texto revela a per- para o trabalho. Outros, em busca do primeiro gole de cachaça no
cepção do professor Ricardo Cavalinni, principalmente, acerca: balcão do armazém de sô Ladislau, [...]. As crianças maiores acorda-
(A) do trabalho do Senado. vam cedo também, trazendo nos olhos e no estômago a desespe-
(B) da legalidade de gravações rada expectativa. Será que hoje tem pão? Os menores, os nenéns
(C) da técnica de capturar dados. brigando com a vida, dando socos no ar exigindo o peito da mãe ou
(D) do conceito de privacidade. a mamadeira completada com mais água sempre.
(E) das experiências pessoais.
(Conceição Evaristo, Becos da Memória, p.168)

3. IBFC - 2022 - IBGE - Agente Censitário de Administração e No texto literário, a expressividade no emprego da linguagem
Informática - Edital nº 8-Texto II é uma importante ferramenta na construção de sentido. Na passa-
gem “As crianças maiores acordavam cedo também, trazendo nos
ciclo vicioso olhos e no estômago a desesperada expectativa”, considerandose o
contexto, realça-se:
minha namorada sempre sonha que namora (A) a responsabilidade das crianças.
seu namorado antigo minha ex-namorada (B) a caracterização da fome.
sempre sonha que me namora e eu, desconfiado, (C) a passagem do tempo.
tenho feito tudo para não sonhar... (D) o desejo de transformação.
(Cacaso, Poesia Completa, p.126) (E) a doença que atingia o corpo.

O “ciclo vicioso”, indicado no título, é estruturado, nos três pri- 6. IBFC - 2022 - IBGE - Coordenador Censitário de Área - Edital
meiros versos, por meio do encadeamento de orações principais e: nº 7- A concordância nominal estabelece uma relação entre o gêne-
(A) coordenadas sindéticas. ro e número do substantivo com os demais elementos da sentença.
(B) subordinadas adverbiais. Observe o fragmento do texto a seguir.
(C) subordinadas substantivas. A esposa do Sueco __________ havia saído do salão de beleza
(D) subordinadas adjetivas. com __________ dores de cabeça. __________, já as tivera ante-
(E) coordenadas assindéticas. riormente.

4. IBFC - 2022 - IBGE - Agente Censitário de Administração e Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
Informática - Edital nº 8- Texto II as lacunas. Atente ao uso da concordância nominal.

ciclo vicioso (A) mal – bastante – As mesmas.


(B) mal – bastantes – Às mesmas.
minha namorada sempre sonha que namora (C) mal – bastantes – As mesmas.
seu namorado antigo minha ex-namorada (D) mau – bastante – As mesmas.
sempre sonha que me namora e eu, desconfiado, (E) mau – bastantes – A mesma.
tenho feito tudo para não sonhar...
7. IBFC - 2022 - IBGE - Coordenador Censitário de Área - Edital
(Cacaso, Poesia Completa, p.126) nº 7- O Sueco mudará para uma nova residência no próximo mês.
Ele elaborou uma lista com algumas pendências a serem soluciona-
O sentido do texto constrói-se por meio de sua organização in- das antes de sua mudança. Leia atentamente as alternativas abaixo
terna. Desse modo, de acordo com o poema, o esforço do enuncia- e assinale, dentre as palavras em destaque, a única que apresenta
dor por “não sonhar” devese ao fato de: uma palavra contendo desvio ortográfico.
(A) sentir muito ciúme de sua atual namorada.
(B) desejar ocupar o sonho de sua ex-namorada. (A)Reivindicar a alteração do endereço residencial junto ao
(C) não acreditar em sonhos de amores antigos. banco.
(D) querer que sua atual namorada sonhe com ele. (B) Solicitar a compania elétrica o religamento da energia
(E) não querer sonhar com sua ex-namorada. (C) Pintar a fachada.
(D) Retirar o enxame de abelhas da varanda.
5. IBFC - 2022 - IBGE - Agente Censitário de Administração e (E) Verificar o funcionamento de registro de água.
Informática - Edital nº 8 Utilize o texto abaixo para responder a
questão.

Texto I

Os caminhões chegaram às sete e meia e todas as famílias que


restavam na favela havia muito tempo já estavam de pé. Era difícil
continuar na cama. Desde os bons tempos, as mulheres levantavam
bem cedo para a lavagem das roupas, para o apanho da água, para
o preparo das pobres marmitas. Os homens também. Uns saíam
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8. IBFC - 2022 - IBGE - Coordenador Censitário de Área - Edital comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sa-
nº 7- Observe atentamente os hábitos do Sueco. Considerando-se a bendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobri-
norma culta da Língua Portuguesa e o uso dos acentos ortográficos, nha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou? Estarrecido,
assinale a alternativa em que há desvio a essas normas. o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humil-
(A) O Sueco está tranqüilo, pois contratou uma empresa de mu- demente:
danças.
(B) A empresa de mudanças teve dificuldade em embalar o mi- - Da ativa, minha senhora?
cro-ondas.
(C) Como consequência, quebraram o eletrodoméstico. E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo
(D) O Sueco reclamou sobre a infraestrutura da empresa de os braços desalentado:
mudanças.
(E) A empresa marcou ao meio-dia, mas chegou quase duas - Da ativa, Motinha! Sai dessa…
horas depois.
Fernando Sabino
9. IBFC - 2022 - IBGE - Coordenador Censitário de Área - Edital
nº 7- Texto I As classes de palavras possuem formações sufixais. Retorne ao
texto “A Mulher do vizinho” e observe a lista das palavras abaixo em
A Mulher do Vizinho seu contexto. Assinale a alternativa que apresenta a única em que o
sufixo “-ADO” é formador de um substantivo.
Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um co- (A) Reclinado.
nhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora), (B) Delegado.
também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com (C) Espantado.
bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general (D) Desalentado.
e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado (E) Descuidado.
do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.
10. Para responder a questão, considere o texto abaixo.
O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e
intimou-o a comparecer à delegacia. A roda dos não ausentes

O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspec- O nada e o não,
to não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica ausência alguma,
de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a borda em mim o empecilho.
ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia Há tempos treino
e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado o equilíbrio sobre
tinha a dizer-lhe o seguinte: esse alquebrado corpo,
e, se inteira fui,
- O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste cada pedaço que guardo de mim
país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coi- tem na memória o anelar
sa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de de outros pedaços.
conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada E da história que me resta
EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio estilhaçados sons esculpem
é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o partes de uma música inteira.
que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino Traço então a nossa roda gira-gira
o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns em que os de ontem, os de hoje,
moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o e os de amanhã se reconhecem
general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o nos pedaços uns dos outros.
senhor. Inteiros.

Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o (EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos.
olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)
delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco
interveio:

- Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?

O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

- Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos


como o senhor. Meu marido não e gringo nem meus filhos são mo-
leques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar
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No verso “Há tempos treino/ o equilíbrio sobre” (v.4/v.5), des- (KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São
tacam-se dois verbos. Ao analisá-los com atenção, é correto afirmar Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
que:
(A) O verbo “há” é impessoal e poderia ser substituído por No segundo parágrafo, a construção “agora inúteis” intercala
“existir”. a oração em que está inserida apresentando ao leitor, de forma
(B) “treino” está no singular, concordando com um substantivo abrupta, uma informação. A escolha dessa construção por parte do
“equilíbrio”. autor enfatiza a:
(C) “há” está flexionado na primeira pessoa do singular, assim (A) recorrência de uma situação.
como “treino”. (B) perenidade de uma condição.
(D) O verbo “treino” concorda com um sujeito que não está (C) mudança de um estado ou situação.
explícito no verso. (D) ambiguidade da experiência reiterada.
(E) O verbo “há” poderia, facultativamente, concordar com o (E) causa de um problema descrito.
substantivo “tempos”.
12. Luto da família Silva
11. IBFC - 2021 - IBGE - Supervisor de Pesquisas - Gestão- Para (Rubem Braga)
responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance
A Metamorfose, de Franz Kafka. A Assistência foi chamada. Veio tinindo. Um homem estava
deitado na calçada. Uma poça de sangue. A Assistência voltou vazia.
Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao O homem estava morto. O cadáver foi removido para o necroté-
menos, não com a mesma intensidade –, embora, de toda forma, rio. Na seção dos “Fatos Diversos” do Diário de Pernambuco, leio o
Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as necessi- nome do sujeito: João da Silva. Morava na Rua da Alegria. Morreu
dades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costu- de hemoptise.
meiro, a surpresa e a alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor João da Silva – Neste momento em que seu corpo vai baixar
entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a família, de bom à vala comum, nós, seus amigos e seus irmãos, vimos lhe prestar
grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa esta homenagem. Nós somos os joões da silva. Nós somos os popu-
e, como ela, ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia lares joões da silva. Moramos em várias casas e em várias cidades.
tocar violino com muita graça, ele tinha planos de enviá-la para o Moramos principalmente na rua. Nós pertencemos, como você, à
Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos ex- família Silva. Não é uma família ilustre; nós não temos avós na his-
tras que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos perí- tória. Muitos de nós usamos outros nomes, para disfarce. No fun-
odos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o projeto (que do, somos os Silva. Quando o Brasil foi colonizado, nós éramos os
ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto degredados. Depois fomos os índios. Depois fomos os negros. De-
os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contu- pois fomos imigrantes, mestiços. Somos os Silva. Algumas pessoas
do, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo importantes usaram e usam nosso nome. É por engano. Os Silva
solenemente na noite de Natal. somos nós. Não temos a mínima importância. Trabalhamos, anda-
mos pelas ruas e morremos. Saímos da vala comum da vida para o
Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua mesmo local da morte. Às vezes, por modéstia, não usamos nosso
cabeça, enquanto ele escutava as conversas, colado à porta. De vez nome de família. Usamos o sobrenome “de Tal”. A família Silva e a
em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando pesada- família “de Tal” são a mesma família. E, para falar a verdade, uma
mente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois família que não pode ser considerada boa família. Até as mulheres
sabia que qualquer ruído era ouvido na sala e fazia com que todos que não são consideradas de família pertencem à família Silva.
se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, dizia o pai João da Silva – Nunca nenhum de nós esquecerá seu nome.
instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum Você não possuía sangue azul. O sangue que saía de sua boca era
tempo, eles continuavam a trocar palavras entre si. vermelho – vermelhinho da silva. Sangue de nossa família. Nossa
família, João, vai mal em política. Sempre por baixo. Nossa família,
Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava entretanto, é que trabalha para os homens importantes. A família
nas explicações – seja porque há tempos não se ocupava disso, seja Crespi, a família Matarazzo, a família Guinle, a família Rocha Miran-
porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, com sa- da, a família Pereira Carneiro, todas essas famílias assim são susten-
tisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que tadas pela nossa família. Nós auxiliamos várias famílias importantes
haviam sofrido, restava-lhes algum capital, que, se não era muito, na América do Norte, na Inglaterra, na França, no Japão. A gente
ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta dos rendi- de nossa família trabalha nas plantações de mate, nos pastos, nas
mentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor fazendas, nas usinas, nas praias, nas fábricas, nas minas, nos bal-
entregava (retinha apenas uma pequeníssima parte) não era gasto cões, no mato, nas cozinhas, em todo lugar onde se trabalha, le-
integralmente, e pouco a pouco ampliava o montante economiza- vanta os prédios, conduz os bondes, enrola o tapete do circo, enche
do. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, os porões dos navios, conta o dinheiro dos Bancos, faz os jornais,
contente com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que serve no Exército e na Marinha. Nossa família é feito Maria Polaca:
aquele dinheiro poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o faz tudo.
pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele constrangimento. Não Apesar disso, João da Silva, nós temos de enterrar você é
obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente. mesmo na vala comum. Na vala comum da miséria. Na vala comum
da glória, João da Silva. Porque nossa família um dia há de subir na
política...
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Em “Até as mulheres que não são de família pertencem à famí- da glória, João da Silva. Porque nossa família um dia há de subir na
lia Silva.” (2º§), os significados atribuídos aos termos preposiciona- política...
dos em destaque revelam o caráter social da linguagem que, muitas
vezes, propaga visões preconceituosas. Quanto às relações morfos- Várias tipologias textuais podem ser observadas na construção
sintáticas estabelecidas por eles, assinale a alternativa correta. dessa crônica. Nesse sentido, assinale a alternativa correta.
(A) O primeiro é uma locução que pode ser entendida como (A) Ao privilegiar a tipologia narrativa, não se percebem traços
adjunto adnominal. descritivos no texto, que é pautado pela dinâmica da sequência
(B) Ambos são locuções adjetivas e, sintaticamente, comple- de ações.
mentos nominais. (B) Se percebe o caráter injuntivo do texto por meio das refle-
(C) O segundo é uma locução adverbial que complementa o xões pessoais que o enunciador apresenta no segundo pará-
verbo intransitivo. grafo.
(D) Ambos possuem caráter substantivo e complementam ver- (C) O predomínio narrativo do parágrafo inicial colabora para a
bos distintos. argumentação desenvolvida ao longo do texto.
(D) Seguida da descrição, a narração representa a tipologia pre-
13. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO ESPECIAL: ASSISTENTE dominante na organização discursiva do texto.
EDUCACIONAL Luto da família Silva
(Rubem Braga) 14. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
- EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LINGUA-
A Assistência foi chamada. Veio tinindo. Um homem estava GENS- Em relação à pontuação, leia o fragmento apresentado.
deitado na calçada. Uma poça de sangue. A Assistência voltou vazia. “De forma breve, o Método Paulo Freire possui dois momen-
O homem estava morto. O cadáver foi removido para o necroté- tos importantes para entendermos seu princípio: o ato educativo
rio. Na seção dos “Fatos Diversos” do Diário de Pernambuco, leio o como processo de aprendizagem que implica a politização, ou seja,
nome do sujeito: João da Silva. Morava na Rua da Alegria. Morreu o desenvolver da consciência crítica e a dialogicidade, com base na
de hemoptise. Pedagogia da Autonomia, em que o educando começa a repensar
João da Silva – Neste momento em que seu corpo vai baixar sua própria história, ao ler e escrever”.
à vala comum, nós, seus amigos e seus irmãos, vimos lhe prestar Analise as afirmativas abaixo:
esta homenagem. Nós somos os joões da silva. Nós somos os popu- I. Usa-se o ponto final para a finalização de proposições decla-
lares joões da silva. Moramos em várias casas e em várias cidades. rativas, simples ou compostas, com sentido completo.
Moramos principalmente na rua. Nós pertencemos, como você, à II. Usa-se o ponto final após interjeições, com foco em demons-
família Silva. Não é uma família ilustre; nós não temos avós na his- trar admiração, afeto, cólera, espanto dentre outros estados racio-
tória. Muitos de nós usamos outros nomes, para disfarce. No fun- nais.
do, somos os Silva. Quando o Brasil foi colonizado, nós éramos os III. Use-se o sinal de dois-pontos com a finalidade de introduzir
degredados. Depois fomos os índios. Depois fomos os negros. De- aposto explicativo ou enumerativo.
pois fomos imigrantes, mestiços. Somos os Silva. Algumas pessoas Estão corretas as afirmativas:
importantes usaram e usam nosso nome. É por engano. Os Silva (A) I apenas
somos nós. Não temos a mínima importância. Trabalhamos, anda- (B) II apenas
mos pelas ruas e morremos. Saímos da vala comum da vida para o (C) III apenas
mesmo local da morte. Às vezes, por modéstia, não usamos nosso (D) I e III apenas
nome de família. Usamos o sobrenome “de Tal”. A família Silva e a
família “de Tal” são a mesma família. E, para falar a verdade, uma 15. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
família que não pode ser considerada boa família. Até as mulheres - EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LINGUA-
que não são consideradas de família pertencem à família Silva. GENS- Observe as palavras em destaque no fragmento apresenta-
João da Silva – Nunca nenhum de nós esquecerá seu nome. do: “ (...) Contudo, cada educando se dedica a aprender para suprir
Você não possuía sangue azul. O sangue que saía de sua boca era suas necessidades prementes, então, essas diferenças não causam
vermelho – vermelhinho da silva. Sangue de nossa família. Nossa diminuição de aprendizado”. Essas palavras são consideradas mar-
família, João, vai mal em política. Sempre por baixo. Nossa família, cadores discursivos e podem ser substituídas, sem perda de senti-
entretanto, é que trabalha para os homens importantes. A família do, assinale a alternativa que pode substituir os termos em desta-
Crespi, a família Matarazzo, a família Guinle, a família Rocha Miran- que corretamente.
da, a família Pereira Carneiro, todas essas famílias assim são susten- (A) Porém - portanto
tadas pela nossa família. Nós auxiliamos várias famílias importantes (B) Conquanto - no passado
na América do Norte, na Inglaterra, na França, no Japão. A gente (C) No entanto - naquele momento
de nossa família trabalha nas plantações de mate, nos pastos, nas (D) Sem embargo - em momento futuro
fazendas, nas usinas, nas praias, nas fábricas, nas minas, nos bal-
cões, no mato, nas cozinhas, em todo lugar onde se trabalha, le-
vanta os prédios, conduz os bondes, enrola o tapete do circo, enche
os porões dos navios, conta o dinheiro dos Bancos, faz os jornais,
serve no Exército e na Marinha. Nossa família é feito Maria Polaca:
faz tudo.
Apesar disso, João da Silva, nós temos de enterrar você é
mesmo na vala comum. Na vala comum da miséria. Na vala comum
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 E
______________________________________________________
2 D
______________________________________________________
3 C
4 E ______________________________________________________
5 B ______________________________________________________
6 C
______________________________________________________
7 B
8 A ______________________________________________________
9 B ______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
11 C
______________________________________________________
12 A
13 C ______________________________________________________
14 D ______________________________________________________
15 A
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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RACIOCÍNIO LÓGICO

LÓGICA PROPORCIONAL.

A lógica proposicional é baseada justamente nas proposições e suas relações. Podemos ter dois tipos de proposições, simples ou
composta.
Em geral, uma proposição simples não utiliza conectivos (e; ou; se; se, e somente se). Enquanto a proposição composta são duas ou
mais proposições (simples) ligadas através destes conectivos.
Mas às vezes uma proposição composta é de difícil análise. “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”. Se Carlos não for
professor e a moeda do Brasil for o real, a proposição composta é verdadeira ou falsa? Temos uma proposição verdadeira e falsa? Como
podemos lidar com isso?
A melhor maneira de analisar estas proposições compostas é através de tabelas-verdades.

A tabela verdade é montada com todas as possibilidades que uma proposição pode assumir e suas combinações. Se quiséssemos
saber sobre uma proposição e sua negativa, teríamos a seguinte tabela verdade:

p ~p
V F
F V

A tabela verdade de uma conjunção (p ^ q) é a seguinte:

p q p^q
V V V
V F F
F V F
F F F

Todas as tabelas verdades são as seguintes:

p q p^q pvq p -> q p ⇔q p v. q


V V V V V V F
V F F V F F V
F V F V V F V
F F F F V V F

Note que quando tínhamos uma proposição, nossa tabela verdade resultou em uma tabela com 2 linhas e quando tínhamos duas
proposições nossa tabela era composta por 4 linhas.
A fórmula para o número de linhas se dá através de 2^n, onde n é o número de proposições.
Se tivéssemos a seguinte tabela verdade:

p q r p v q -> r

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Mesmo sem preenchê-la, podemos afirmar que ela terá 2³ linhas, ou seja, 8 linhas.
Mais um exemplo:

p q p -> q ~p ~q ~q -> ~p
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Note que o resultado de p->q é igual a ~q -> ~p (V-F-F-V). Quando isso acontece, diremos que as proposições compostas são logicamente
equivalentes (iguais).

Outro exemplo de como a tabela verdade pode nos ajudar a resolver certas proposições mais complicadas: Quero saber os resultados
para a proposição composta (p^q) -> pvq. O que vamos fazer primeiro é montar a tabela verdade para p^q e pvq.

p q p^q pvq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F

Agora que sabemos como nossos elementos se comportam, vamos relacionar com p->q:

p q p->q
V V V
V F F
F V V
F F V

Desta forma, sabemos que a implicação que relaciona V com V resulta em V, e V com F resulta em F, e assim por diante.
Podemos então agora montar nossa tabela completa com todas estas informações:

p q p^q pvp p->q (p^q) -> pvq


V V V V V V
V F F V F V
F V F V V V
F F F F V V

O processo pode parecer trabalhoso, mas a prática faz com que seja rápida a montagem destas tabelas, chegando rapidamente na
análise da questão e com seu resultado prontamente obtido.

Geralmente, não é simples construir uma tabela verdade, algumas relações podem facilitar as análises. Uma delas são as Leis de
Morgan, que negam algumas relações. São elas:
– 1ª lei de Morgan: ¬(p^q) = (¬p) v (¬q)
– 2ª lei de Morgan: ¬(p v q) = (¬p) ^ (¬q)

Vejamos o exemplo para decifrar o que dizem estas leis:


p: Carlos é professor
q: a moeda do Brasil é o Real

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Então, através de Morgan, negar p ^ q (Carlos é professor E a No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse
moeda do Brasil é o Real,) equivale a dizer, Carlos não é professor encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a
OU a moeda do Brasil não é o real resultados falsos. Por exemplo:
Da mesma forma, negar p v q (Carlos é professor OU a moeda
do Brasil é o Real) equivale a Carlos não é professor E a moeda do A água do mar é feita de água e sal
Brasil não é o Real. A bolacha de água e sal é feita de água e sal
Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito
Estas leis podem parecer abstratas mas através da prática é de bolacha)
possível familiarizar-se com elas, já que são importantes aliadas Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada
para resolver diversas questões. de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo
de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
ARGUMENTAÇÃO LÓGICA. Quanto mais queijo, mais buraco
Quanto mais buraco, menos queijo
Então quanto mais queijo, menos queijo?
Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos
nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de
argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo RACIOCÍNIO SEQUENCIAL.
assunto.
No entanto, a construção desta argumentação não é
necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação, A lógica sequencial envolve a percepção e interpretação de
e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras objetos que induzem a uma sequência, buscando reconhecer essa
falsas. sequência e estabelecer sucessores a este objeto.
Muitas vezes essas questões vêm atreladas com aspectos
Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente) aritméticos (sequências numéricas) ou geometria (construção de
Todo ser humano é mortal certas figuras).
Sócrates é um ser humano Não há como sistematizar este assunto, então iremos ver
Logo Sócrates é mortal alguns exemplos para nos inspirar para que busquemos resolver
demais questões.
Inferências: Argumentar através da dedução
Se Carlos for professor, haverá aula Exemplos:
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso 1 – A sequência de números a seguir foi construída com um
contrário, então Carlos não é professor padrão lógico e é uma sequência ilimitada:

Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte 0, 1, 2, 3, 4, 5, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 30,
específica 31, 32, 33, 34, 35, 40, …
Roraima fica no Brasil
A moeda do Brasil é o Real A partir dessas informações, identifique o termo da posição 74
Logo, a moeda de Roraima é o Real e o termo da posição 95. Qual a soma destes dois termos?

Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma Vamos analisar esta sequência dada:
parte específica e chegando ao todo 1º) Vemos que a sequência vai de 6 em 6 termos e pula para a
Todo professor usa jaleco dezena seguinte
Todo médico usa jaleco
Então todo professor é médico Os primeiros 6 termos vão de 0 a 5
Do 7º termo ao 12º termo: 10 a 15
Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades 13º termo ao 18º termo: 20 a 25
universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma 2º) Vemos que o padrão segue a tabuada do 6
argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação
resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de 6 x 1 = 6 (0 até 5)
sofismo1. 6 x 2 = 12 (10 até 15)
6 x 3 = 18 (20 até 25)

1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos


movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC,
sendo considerados muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensa-
mento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura
foge da lógica tradicional e se obtém uma conclusão falsa.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

3º) O número que está multiplicando o 6 menos uma unidade representa a dezena que estamos começando a contar:

6 x 1 1 - 1 = 0 (0 até 5)
6 x 2 2 - 1 = 1 (10 até 15)
6 x 3 3 - 1 = 2 (20 até 25)

4º) Se dividirmos 74 por 6 e 95 por 6 descobriremos seus valores

74 : 6 = 12 (sobra 2)
95 : 6 = 15 (sobra 5)

5º) O termo 74 então está dois termos após 6 x 12

6 x 12 12 - 1 = 11 (110 até 115)


Então o termo 74 está no intervalo entre 120 até 125
O 74º termo é o número 121

6º) Da mesma forma, 95 está 5 após 6 x 15

6 x 15 15 - 1 = 14 (140 até 145)


O termo 95 está no intervalo entre 150 até 155
O 95º termo é o número 154

7º) Somando 121 + 154 = 275

2. Analise a sequência a seguir:

4; 7; 13; 25; 49

Admitindo-se que a regularidade dessa sequência permaneça a mesma para os números seguintes, é correto afirmar que o sétimo
termo será igual a?

1º) Do primeiro termo para o segundo, estamos somando 3.


2º) Do segundo termo para o terceiro, estamos somando 6.
3º) Do terceiro termo para o quarto, estamos somando 12.
4º) Do quarto termo para o quinto, estamos somando 24.
5º) Podemos estabelecer o padrão que estamos multiplicando a soma anterior por 2.
6º) Assim, do quinto termo para o sexto, estaríamos somando 48. E do sexto para o sétimo estaríamos somando 96
7º) Dessa forma, basta somarmos 49 com 48 e 96: 49 + 48 + 96 = 193

3 – Observe a sequência:

O padrão de formação dessa sequência permanece para as figuras seguintes. Desse modo, a figura que deve ocupar a 131ª posição
na sequência é idêntica à qual figura?
1º) Vemos que o padrão retorna para a origem a cada 7 termos.
2º) Os termos 14, 21, 28, 35, …, irão ser os mesmos que o padrão da 7ª figura.
3º) Os termos 8, 15, 22, 29, 36, …, irão ser os mesmos que o padrão da 1ª figura.
4º) Vamos então dividir 131 por 7 para descobrir essa equivalência.

131 : 7 = 18 (sobra 5)

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

5º) Justamente essa sobra, 5, será a posição equivalente. Exemplos


Assim, a figura da 131ª posição é idêntica a figura da 5ª posição.
1) Consideremos os conjuntos:

RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO H = {Jorge, Claudio, Paulo}, M = {Suely, Carmen}

e seja p(x,y) a sentença aberta em H x M : “x é irmão de y}.


Quantificadores 2são palavras/expressões que referem a quan-
tidades tais como “todos” e “alguns” e indicam para quantos ele- A proposição
mentos do domínio um dado predicado é verdadeiro.
(Ǝ x ϵ H) ( y ϵ M) (p(x,y))
QUANTIFICAÇÃO PARCIAL
Se pode ler: “Para todo x de H existe pelo menos um y de M tal
Consideremos, por exemplo, a expressão: que x é irmão de y”. Em outros termos: “Cada homem de H é irmão
de Suely ou de Carmen”.
(Ǝ x ϵ A) (2x + y < 7)
A proposição:
Exemplos
(Ǝ y ϵ M) ( x ϵ H) (p(x,y))
A expressão: (Ǝ x ϵ A) (2x + y < 7), sendo A = {1, 2, 3, 4, 5} o uni-
verso das variáveis x e y. Podemos ler essa expressão como: “Existe Se pode ler: “Pelo menos uma das mulheres de M é irmã de
pelo menos um x ϵ A para o qual se tem 2x + y < 7”. todos os homens de H”. Observe-se que, mudando a ordem dos
quantificadores, obtém-se uma proposição diferente.
Essa sentença não é uma proposição, visto que seu valor lógico
não depende de x (variável aparente), depende ainda de y (variável 2) Dado os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {0, 2, 4, 6, 8} e a sen-
livre). Portanto é uma sentença aberta em y, cujo conjunto verdade tença aberta em A x B: 2x + y = 8.
é {1, 2, 3, 4}, pois somente para y = 5 não existe x ϵ A tal que 2x +
y < 7. A proposição:

A expressão: ( y ϵ A) (2x + y < 10), sendo A = {1, 2, 3, 4, 5} ( x ϵ A) (Ǝ y ϵ B) (2x + y = 8) é verdadeira, pois:


o universo das variáveis x e y. Podemos ler essa expressão como:
“Para todo o y ϵ A se tem 2x + y < 10”. Para:

Observamos novamente que a expressão não é uma propo-


sição, é uma sentença aberta em x (variável livre), cujo conjunto
verdade é {1, 2}, pois somente x = 1 e x = 2 se tem 2x + y < 10 para
todo y ϵ A.

QUANTIFICAÇÃO MÚLTIPLA
A proposição:
Toda sentença aberta precedida de quantificadores, um para
cada variável (todas as variáveis quantificadas) é uma proposição, ( y ϵ B) (Ǝ x ϵ A) (2x + y = 8) é falsa, pois para y = 8 temos que
pois assume os valores lógicos V ou F.
Assim são proposições as seguintes expressões: x=0 A.

-( x ϵ A) ( y ϵ B) (p (x, y) A proposição:

(Ǝ y ϵ B) ( x ϵ A) (2x + y = 8) também é falsa, pois não existe


-( x ϵ A) (Ǝ y ϵ B) (p (x, y) um y ϵ B tal que para todo x ϵ A seja 2x + y = 8.

- (Ǝ x ϵ A) ( y ϵ B) ( z ϵ C) (p (x, y, z)) A proposição:

(Ǝ x ϵ A) ( y ϵ B) (2x + y = 8) também é falsa analogamente


(analisando as proposições acima).

2[ ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação a lógica matemática. São


Paulo, Nobel. 2002.
] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Premissa 3: “o número de casos de câncer tem aumentado,


RACIOCÍNIO LÓGICO ANALÍTICO assim como o consumo de café”.
Uma informação não pode afirmar a correlação entre as
mesmas. Há estudos que comprovem isso? Este fato é isolado a
Raciocínio Analítico trabalha com uma área da lógica conhecida uma região?
como “lógica informal”. Ao contrário da lógica formal, onde os
argumentos são classificados como V ou F, a “lógica informal”
possui uma série de possibilidades: um argumento pode ser mais Logo a conclusão não pode ser aceita como válida ou como
sólido ou menos sólido, uma premissa pode reforçar ou enfraquecer uma verdade, pois nossos questionamentos nos levam a crer que
um argumento, uma conclusão pode ser mais provável ou menos este argumento não é dito como válido. Pois podem existir pessoas
provável… com câncer que não bebem café e pessoas que bebem café e não
Você verá que as questões de Raciocínio Analítico exigem tem câncer.
bastante senso crítico, bastante capacidade de interpretação,
observe o exemplo citado abaixo. Se na prova perguntasse: “Qual das informações abaixo, se for
Vejamos: verdadeira, mais enfraquece o argumento apresentado?”
(A) O autor do texto conhece 100 pessoas com câncer.
“Beber café causa câncer. Afinal, todas as pessoas com câncer (B) a médica referida pelo autor é pediatra, só tendo estudado
que eu conheço bebiam café. Além disso, uma médica bastante oncologia brevemente durante a faculdade há 20 anos.
conhecida parou de ingerir este alimento para evitar a doença. (C) as regiões do país onde o aumento do consumo de café
É bom lembrar também que o número de casos de câncer tem tem sido maior nos últimos anos também são as regiões que têm
aumentado, assim como o consumo de café”. registrado os maiores aumentos na incidência de câncer.
(D) todos os conhecidos do autor bebem café.
Aqui temos as premissas e as conclusões na qual podemos
montar a estrutura deste argumento, para assim analisá-lo. Resolução: (“enfraquecer” o argumento é aquela afirmação
Premissa 1: todas as pessoas com câncer que eu conheço que deixa a conclusão mais longe da sua validade) repare que duas
bebiam café das alternativas de resposta não enfraquecem o argumento, mas
Premissa 2: uma médica bastante conhecida parou de ingerir sim o reforçam: A e C. As outras duas alternativas enfraquecem o
este alimento para evitar a doença argumento, como vimos acima. Mas preste atenção na pergunta
Premissa 3: o número de casos de câncer tem aumentado, feita no enunciado: nós devemos marcar aquela informação que
assim como o consumo de café MAIS enfraquece o argumento. Com base na análise que fizemos
Conclusão: Beber café causa câncer acima, creio que você não tenha dificuldade de marcar a alternativa
D. Afinal, na alternativa B, o mero fato de a médica ter estudado
A conclusão deste argumento está logo no início do texto. oncologia por um curto período e há muito tempo atrás não
invalida totalmente a opinião dela, embora realmente enfraqueça
Conforme dito no início ao estudar Raciocínio Analítico, um pouco a argumentação do autor do texto.
estamos no campo da “lógica informal”, que é menos rigorosa/
extremista. De qualquer forma, a uma primeira vista podemos fazer Mais alguns exemplos:
um julgamento preliminar desse argumento. O seu senso crítico não
deve ter deixado que você fique inteiramente convencido da ideia 1 – Cinco aldeões foram trazidos à presença de um velho rei,
que estava sendo defendida pelo texto. Isto porque, de fato, essa acusados de haver roubado laranjas do pomar real. Abelim, o
fala apresenta alguns erros de argumentação que são as falácias. primeiro a falar, falou tão baixo que o rei que era um pouco surdo
Observe que: não ouviu o que ele disse. Os outros quatro acusados disseram:
Bebelim: Cebelim é inocente, Cebelim: Dedelim é inocente,
Premissa 1: “todas as pessoas com câncer que eu conheço Dedelim: Ebelim é culpado, Ebelim: Abelim é culpado.
bebiam café”. O mago Merlim, que vira o roubo das laranjas e ouvira as
Quantas pessoas de fato a pessoa que faz tal afirmação declarações dos cinco acusados, disse então ao rei: Majestade,
conhecia? 100? 200? O fato é que, isto não significa generalizar, é apenas um dos cinco acusados é culpado e ele disse a verdade; os
afirmar que TODO mundo que bebe café vai morrer de câncer. outros quatro são inocentes e todos os quatro mentiram. O velho
rei, que embora um pouco surdo era muito sábio, logo concluiu
Premissa 2: “uma médica bastante conhecida parou de ingerir corretamente que o culpado era:
este alimento para evitar a doença”. (A) Abelim
Será essa médica é uma especialista em oncologia (B) Bebelim
(especialidade médica que se dedica ao estudo e tratamento da (C) Cebelim
neoplasia, incluindo sua etiologia e desenvolvimento)? Ou será que (D) Dedelim
ela é pediatra? Aqui a pessoa que escreve este texto baseou suas (E) Ebelim
informações prestadas por uma médica que ela conhecia, não é
possível saber qual é a especialidade da médica. Resolução: se quatro dos inocentes mentiram e somente um
culpado disse a verdade temos no quadro abaixo duas informações
conflitantes: as duas primeiras pois se ambas mentem não poderia
haver dois culpados!!!. Então somente um dos dois que disseram
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

que são inocentes está correto. Desta forma se acha o culpado! Resolução: antes de avaliar as alternativas, repare que
Como consequência os outros últimos estão mentindo pois há 4 um aumento de 70% significa que, se a nota média dos alunos
inocentes que mentem. Testemos quem é o culpado: anteriormente era 6 (em 10 pontos), após o aumento a nota média
passou a ser 10 (nota máxima!). Isto é, estamos diante de um
Dica: Não poderá ter dois inocentes que mentem pois só pode aumento muito expressivo das notas.
ter um culpado. (A) ERRADO. Pode até ser que alunos melhores tenham sido
atraídos pelo processo mais rigoroso de avaliação dos docentes,
Para hipótese 1 temos: Supondo que quem diz a verdade é B mas é improvável que isto justifique um aumento tão grande nas
e disse que Cebelim é inocente (e que pela questão todo inocente notas. Seriam necessários alunos MUITO melhores.
mente) conclui-se que Dedelim é culpado (Cebelim mente). Na (B) ERRADO. Note que a medida foi implementada há apenas
terceira linha vemos que Dedelim mente (veja a coluna da hipótese 4 semestres (2 anos), e são necessários pelo menos 3 semestres
1). Isto não pode acontecer (dizer que D é culpado e a tabela na completos para que os professores mal avaliados começassem
hipótese dizer que mente). a ser demitidos. Isto é, é improvável acreditar que os efeitos da
substituição de professores estivessem sendo sentidos de maneira
Para a hipótese 2 temos: Bebelim mente e C é culpado (que tão intensa em tão pouco tempo.
diz a verdade sempre), desta forma pela segunda linha da tabela (C) ERRADO. Se de fato houve aumento da cola, é provável que
D é inocente. Se D é inocente e mente então E é inocente e se E é isso tenha influenciado um aumento das notas, mas um aumento
inocente e mete então A é inocente. Sendo assim, o culpado é C tão expressivo como o citado no item A (de 6 para 10 pontos)
(Cebelim). exigiria um aumento massivo da cola.
(D) CORRETO. É possível acreditar que uma redução na
dificuldade das provas seja capaz de gerar um aumento expressivo
nas notas dos alunos. Basta cobrar os tópicos mais básicos e/ou
mais intuitivos de cada disciplina. Esta tese é mais crível que as
demais.
(E) ERRADO. Ainda que os professores, com medo da demissão,
tenham melhorado a qualidade de suas aulas, é improvável que
está melhoria de qualidade seja responsável por uma variação tão
expressiva nas notas.
Resposta: D.

Resposta C.

2 – Há 2 anos, a Universidade Delta implantou um processo em DIAGRAMAS LÓGICOS.


que os alunos da graduação realizam uma avaliação da qualidade
didática de todos os seus professores ao final do semestre letivo.
Os professores mal avaliados pelos alunos em três semestres Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
consecutivos são demitidos da instituição. Desde então, as notas mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
dos alunos têm aumentado: a média das notas atuais é 70% maior argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
do que a média de 2 anos atrás. A causa mais provável para o dem ser formadas por proposições categóricas.
aumento de 70% nas notas é:
(A) a melhoria da qualidade dos alunos que entraram na ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
Universidade Delta nos últimos 2 anos, atraídos pelo processo de conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
avaliação dos docentes.
(B) a demissão dos professores mal avaliados, que são Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
substituídos por professores mais jovens, com mais energia para
motivar os alunos para o estudo. TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS
(C) o aumento da cola durante as avaliações, fenômeno que
tem sido observado, nos últimos anos, nas principais instituições
educacionais brasileiras.
(D) uma diminuição no nível de dificuldade das avaliações
elaboradas pelos professores, receosos de serem mal avaliados TODO
A
pelos alunos caso sejam exigentes. AéB
(E) a melhoria da qualidade das aulas em geral, o que garante
que os alunos aprendam os conteúdos de maneira mais profunda, Se um elemento pertence ao conjunto A,
elevando a média das avaliações. então pertence também a B.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

NENHUM
E
AéB

Existe pelo menos um elemento que


pertence a A, então não pertence a B, e
vice-versa.

ALGUM
O
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


Existe pelo menos um elemento co- ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
mum aos conjuntos A e B. não são B (enquanto que, no “Algum A é
Podemos ainda representar das seguin- B”, a atenção estava sobre os que eram B,
tes formas: ou seja, na intercessão).
ALGUM Temos também no segundo caso, a dife-
I rença entre conjuntos, que forma o con-
AéB
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

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58
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

- Existem teatros que não são cinemas (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

ANÁLISE COMBINATÓRIA. PROBABILIDADE

A análise combinatória ou combinatória é a parte da


Matemática que estuda métodos e técnicas que permitem resolver
problemas relacionados com contagem3.
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz análise
Segundo as afirmativas temos: das possibilidades e das combinações possíveis entre um conjunto
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último de elementos.
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
menos um dos cinemas é considerado teatro. — Princípio Fundamental da Contagem
O princípio fundamental da contagem, também chamado de
princípio multiplicativo, postula que:
“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e
independentes, de tal modo que as possibilidades da primeira etapa
é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total
de possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y)”.

Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica-


se o número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas.
Exemplo: Uma lanchonete vende uma promoção de lanche
a um preço único. No lanche, estão incluídos um sanduíche, uma
bebida e uma sobremesa. São oferecidas três opções de sanduíches:
hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e cachorro-quente
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes- completo. Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco
mo princípio acima. de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções:
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, cupcake de cereja, cupcake de chocolate, cupcake de morango e
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos cupcake de baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de
afirma isso quantas maneiras um cliente pode escolher o seu lanche?

Solução: Podemos começar a resolução do problema


apresentado, construindo uma árvore de possibilidades, conforme
ilustrado abaixo:

3 https://www.todamateria.com.br/analise-combinatoria/
Editora
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RACIOCÍNIO LÓGICO

Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar quantos tipos diferentes de lanches podemos escolher. Assim, identificamos
que existem 24 combinações possíveis.
Podemos ainda resolver o problema usando o princípio multiplicativo. Para saber quais as diferentes possibilidades de lanches, basta
multiplicar o número de opções de sanduíches, bebidas e sobremesa.
Total de possibilidades: 3.2.4 = 24.
Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher na promoção.

— Tipos de Combinatória
O princípio fundamental da contagem pode ser usado em grande parte dos problemas relacionados com contagem. Entretanto, em
algumas situações seu uso torna a resolução muito trabalhosa.
Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver problemas com determinadas características. Basicamente há três tipos de
agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.
Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo, precisamos definir uma ferramenta muito utilizada em problemas de
contagem, que é o fatorial.
O fatorial de um número natural é definido como o produto deste número por todos os seus antecessores. Utilizamos o símbolo ! para
indicar o fatorial de um número.
Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.
Exemplo:
0! = 1.
1! = 1.
3! = 3.2.1 = 6.
7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5.040.
10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3.628.800.

Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme cresce o número. Então, frequentemente usamos simplificações para
efetuar os cálculos de análise combinatória.

— Arranjos
Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos mesmos.
Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo: Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e um vice-representante de uma
turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o representante e o segundo mais votado o vice-representante.
Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que
altera o resultado.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.

— Permutações
As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos
disponíveis.
Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é igual ao número de agrupamentos. Desta
maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 na permutação.
Assim a permutação é expressa pela fórmula:

Exemplo: Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com 6 lugares.
Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é igual ao número de pessoas, iremos usar a permutação:

Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas se sentarem neste banco.

— Combinações
As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela natureza
dos mesmos.
Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo: A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento,
dentre as 10 pessoas que se candidataram.
De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?
Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que escolher Maria,
João e José é equivalente a escolher João, José e Maria.

Observe que para simplificar os cálculos, transformamos o fatorial de 10 em produto, mas conservamos o fatorial de 7, pois, desta
forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do denominador.
Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.

— Probabilidade e Análise Combinatória


A Probabilidade permite analisar ou calcular as chances de obter determinado resultado diante de um experimento aleatório. São
exemplos as chances de um número sair em um lançamento de dados ou a possibilidade de ganhar na loteria.
A partir disso, a probabilidade é determinada pela razão entre o número de eventos possíveis e número de eventos favoráveis, sendo
apresentada pela seguinte expressão:

Sendo:
P (A): probabilidade de ocorrer um evento A.
n (A): número de resultados favoráveis.
n (Ω): número total de resultados possíveis.

Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis, muitas vezes necessitamos recorrer as fórmulas estudadas em análise
combinatória.
Exemplo: Qual a probabilidade de um apostador ganhar o prêmio máximo da Mega-Sena, fazendo uma aposta mínima, ou seja,
apostar exatamente nos seis números sorteados?

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

Solução: Como vimos, a probabilidade é calculada pela razão entre os casos favoráveis e os casos possíveis. Nesta situação, temos
apenas um caso favorável, ou seja, apostar exatamente nos seis números sorteados.
Já o número de casos possíveis é calculado levando em consideração que serão sorteados, ao acaso, 6 números, não importando a
ordem, de um total de 60 números.
Para fazer esse cálculo, usaremos a fórmula de combinação, conforme indicado abaixo:

Assim, existem 50 063 860 modos distintos de sair o resultado. A probabilidade de acertarmos então será calculada como:

— Probabilidade
A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda experimentos ou fenômenos aleatórios e através dela é possível
analisar as chances de um determinado evento ocorrer4.
Quando calculamos a probabilidade, estamos associando um grau de confiança na ocorrência dos resultados possíveis de experimentos,
cujos resultados não podem ser determinados antecipadamente. Probabilidade é a medida da chance de algo acontecer.
Desta forma, o cálculo da probabilidade associa a ocorrência de um resultado a um valor que varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de
1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua ocorrência.
Por exemplo, podemos calcular a probabilidade de uma pessoa comprar um bilhete da loteria premiado ou conhecer as chances de
um casal ter 5 filhos, todos meninos.

— Experimento Aleatório
Um experimento aleatório é aquele que não é possível conhecer qual resultado será encontrado antes de realizá-lo.
Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas condições, podem dar resultados diferentes e essa inconstância é
atribuída ao acaso.
Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não viciado (dado que apresenta uma distribuição homogênea de massa) para
o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza qual das 6 faces estará voltada para cima.

— Fórmula da Probabilidade
Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de um evento são igualmente prováveis.
Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer um determinado resultado através da divisão entre o número de eventos
favoráveis e o número total de resultados possíveis:

Sendo:
P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam (evento A).
n(Ω): número total de casos possíveis.

O resultado calculado também é conhecido como probabilidade teórica.


Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem, basta multiplicar o resultado por 100.

Exemplo: Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade de sair um número menor que 3?

Solução: Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma chance de caírem voltadas para cima. Vamos então, aplicar a fórmula
da probabilidade.

4 https://www.todamateria.com.br/probabilidade/
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RACIOCÍNIO LÓGICO

Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1, Evento certo
2, 3, 4, 5, 6) e que o evento “sair um número menor que 3” tem 2 O conjunto do evento é igual ao espaço amostral.
possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos: Exemplo: Em uma delegação feminina de atletas, uma ser
sorteada ao acaso e ser mulher.

Evento Impossível
O conjunto do evento é vazio.

Exemplo: Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas


de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas.

O evento “tirar uma bola vermelha” é um evento certo, pois


Para responder na forma de uma porcentagem, basta todas as bolas da caixa são desta cor. Já o evento “tirar um número
multiplicar por 100. maior que 30”, é impossível, visto que o maior número na caixa é
20.

Evento Complementar
Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral,
de 33%. sendo um evento complementar ao outro.

— Ponto Amostral Exemplo: No experimento lançar uma moeda, o espaço


Ponto amostral é cada resultado possível gerado por um amostral é Ω = {cara, coroa}.
experimento aleatório.
Seja o evento A sair cara, A = {cara}, o evento B sair coroa é
Exemplo: Seja o experimento aleatório lançar uma moeda e complementar ao evento A, pois, B={coroa}. Juntos formam o
verificar a face voltada para cima, temos os pontos amostrais cara e próprio espaço amostral.
coroa. Cada resultado é um ponto amostral.
Evento Mutuamente Exclusivo
— Espaço Amostral Os conjuntos dos eventos não possuem elementos em comum.
Representado pela letra Ω(ômega), o espaço amostral A intersecção entre os dois conjuntos é vazia.
corresponde ao conjunto de todos os pontos amostrais, ou,
resultados possíveis obtidos a partir de um experimento aleatório. Exemplo: Seja o experimento lançar um dado, os seguintes
Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho, eventos são mutuamente exclusivos
o espaço amostral corresponde às 52 cartas que compõem este A: ocorrer um número menor que 5, A = {1, 2, 3, 4}.
baralho. B: ocorrer um número maior que 5, A = {6}.
Da mesma forma, o espaço amostral ao lançar uma vez um
dado, são as seis faces que o compõem: — Probabilidade Condicional
Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. A probabilidade condicional relaciona as probabilidades entre
eventos de um espaço amostral equiprovável. Nestas circunstâncias,
A quantidade de elementos em um conjunto chama-se a ocorrência do evento A, depende ou, está condicionada a
cardinalidade, expressa pela letra n seguida do símbolo do conjunto ocorrência do evento B.
entre parênteses. A probabilidade do evento A dado o evento B é definida por:
Assim, a cardinalidade do espaço amostral do experimento
lançar um dado é n(Ω) = 6.

— Espaço Amostral Equiprovável


Equiprovável significa mesma probabilidade. Em um espaço
amostral equiprovável, cada ponto amostral possui a mesma Onde o evento B não pode ser vazio.
probabilidade de ocorrência.
Exemplo de caso de probabilidade condicional: Em um encontro
Exemplo: Em uma urna com 4 esferas de cores: amarela, azul, de colaboradores de uma empresa que atua na França e no Brasil,
preta e branca, ao sortear uma ao acaso, quais as probabilidades de um sorteio será realizado e um dos colaboradores receberá um
ocorrência de cada uma ser sorteada? prêmio. Há apenas colaboradores franceses e brasileiros, homens
e mulheres.
Sendo experimento honesto, todas as cores possuem a mesma
chance de serem sorteadas. Como evento de probabilidade condicional, podemos associar
a probabilidade de sortear uma mulher (evento A) dado que seja
— Tipos de Eventos francesa (evento B).
Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um Neste caso, queremos saber a probabilidade de ocorrer A (ser
experimento aleatório. mulher), apenas se for francesa (evento B).
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5. IBFC - Ag (Pref SGDA (RN))/Pref SGDA (RN)/Administrati-


QUESTÕES vo/2021
Assunto: Análise combinatória (princípio fundamental da con-
tagem, arranjos, combinações, permutações)
As placas de identificação de veículos do Mercosul estão sendo
1. IBFC - Ana (EBSERH UNIFAP)/EBSERH HU-UNIFAP/Adminis-
implementadas nos países membros do bloco regional. O padrão
trativo/Administração/2022
das placas varia um pouco entre os países, mas deve conter sete ca-
Assunto: Análise combinatória (princípio fundamental da con-
racteres alfanuméricos. No Brasil adotou-se a sequência composta
tagem, arranjos, combinações, permutações)
por quatro letras e três número, no formato. ABC1D23. O padrão
Para o seu casamento, Adriana deve escolher três músicas que
atual brasileiro é composto de três letras e quatro número, no for-
serão tocadas na igreja, dentre 10 possíveis. Além disso, Adriana
mato. ABC1234. Em ambos os padrões utiliza-se o alfabeto latino
deve escolher em qual ordem cada uma dessas três músicas esco-
do padrão ISO que consiste de 26 caracteres e os números de 0 a
lhidas serão tocadas. Nessas condições, o total de escolhas possí-
9. Assinale a alternativa que indica o aumento percentual possível
veis de Adriana é igual a.
do número de placas do sistema atual para o modelo do Mercosul.
(A) 120
(A) Um aumento de 30% em relação ao atual
(B) 360
(B) Um aumento de 160% em relação ao atual
(C) 480
(C) Um aumento de 270% em relação ao atual
(D) 720
(D) Um aumento de 2600 % em relação ao atual
(E) 1440
6. IBFC - Ag (Pref SGDA (RN))/Pref SGDA (RN)/Administrati-
2. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022
vo/2021
Assunto: Análise combinatória (princípio fundamental da con-
Assunto: Análise combinatória (princípio fundamental da con-
tagem, arranjos, combinações, permutações)
tagem, arranjos, combinações, permutações)
Num restaurante há sempre 3 tipos de sobremesas. Ana vai al-
A senhas bancárias utilizadas nas máquinas de cartões são for-
moçar todo dia e escolhe uma sobremesa. Nessas circunstâncias, o
madas exclusivamente por números de 0 a 9. Considere que um
total de escolhas possíveis que Ana pode fazer em 4 dias almoçando
banco utiliza senhas de 4 dígitos e restringe a senha ao uso de nú-
nesse restaurante, considerando que o dia escolhido para qualquer
meros diferentes. Assinale a alternativa que apresenta o número de
uma das sobremesas não importa, é igual a.
senhas possíveis para cada cartão.
(A) 20
(A) 5040
(B) 18
(B) 4032
(C) 15
(C) 3024
(D) 12
(D) 2016
(E) 24
7. IBFC - Ag (Pref SGDA (RN))/Pref SGDA (RN)/Administrati-
3. IBFC - Ag Prof (SEJUF PR)/SEJUF PR/Enfermeiro/2021
vo/2021
Assunto: Análise combinatória (princípio fundamental da con-
Assunto: Análise combinatória (princípio fundamental da con-
tagem, arranjos, combinações, permutações)
tagem, arranjos, combinações, permutações)
Uma senha de banco é formada por 5 símbolos diferentes, sen-
Em um processo de seleção de emprego há 10 pessoas com
do que os três primeiros são números de 0 a 9 e os dois últimos
formação em ciências exatas e 15 pessoas com formação em ciên-
são vogais. Se Carlos lembra somente que o primeiro número é o
cias humanas.
4, então o total de tentativas possíveis que ele pode digitar para
Pretende-se contratar 4 pessoas, sendo que 2 devem ter for-
encontrar a senha correta é.
mação em ciências humanas e 2 devem ter formação em ciências
(A) 720
exatas.
(B) 1800
Assinale a quantidade de grupos diferentes que podem ser
(C) 1440
contratados neste processo.
(D) 180
(A) 15
(E) 5760
(B) 255
(C) 4725
4. IBFC - Ag Exec (IAT PR)/IAT PR/Técnico de Manejo e Meio
(D) 12650
Ambiente/2021
Assunto: Análise combinatória (princípio fundamental da con-
tagem, arranjos, combinações, permutações)
Dos 12 relatórios produzidos por Paulo em certo dia, 3 deles
devem ser sorteados por André para serem revisados no dia seguin-
te. O total de possibilidades de escolha desses 3 relatórios é.
(A) 220
(B) 36
(C) 1320
(D) 660
(E) 440
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8. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022 12. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022
Assunto: Proposições. definição, reconhecimento, princípios Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
lógicos A proposição p tem valor lógico falso e a proposição q tem valor
O total de proposições simples distintas que formam a propo- lógico verdadeiro. Nessas condições, é correto afirmar que.
sição composta “Ou o motorista foi imprudente ou a sinalização es- (A) o valor lógico do condicional entre as duas proposições,
tava com defeito se, e somente se, o agente de trânsito notificou o nessa ordem, é falso
ocorrido e o motorista foi imprudente, mas as condições da pista (B) o valor lógico do bicondicional entre as duas proposições
não eram adequadas”, é igual a. é falso
(A) 4 (C) o valor lógico da conjunção entre as duas proposições é ver-
(B) 5 dade
(C) 6 (D) o valor lógico da disjunção entre as duas proposições, nessa
(D) 7 ordem, é falso
(E) 3 (E) o valor lógico da disjunção exclusiva entre as duas proposi-
ções é falso
9. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022
Assunto: Operadores lógicos (representação simbólica; dife- 13. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022
rença entre proposição simples e composta). Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
A ocorrência foi registrada e o inquérito foi instaurado se, e so- Com relação aos conectivos lógicos é correto afirmar que.
mente se, a testemunha foi ouvida ou o flagrante foi validado, mas (A) para quaisquer valores lógicos de duas proposições simples
o processo será analisado. o condicional entre elas tem valor lógico verdadeiro
Nessas condições, o total de conectivos lógicos utilizados na (B) para quaisquer valores lógicos de duas proposições simples
frase acima é igual a. o bicondicional entre elas tem valor lógico falso
(A) 2 (C) se o valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor
(B) 3 lógico de uma proposição q é falso, então a disjunção exclusiva
(C) 5 entre elas tem valor lógico verdadeiro
(D) 6 (D) para quaisquer valores lógicos de duas proposições simples
(E) 4 a conjunção entre elas tem valor lógico verdadeiro
(E) para quaisquer valores lógicos de duas proposições simples
10. IBFC - CCA (IBGE)/IBGE/2022 a disjunção entre elas tem valor lógico verdadeiro
Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
Sabendo que o valor lógico da proposição simples p. “Carlos 14. IBFC - Deleg (PC BA)/PC BA/2022
acompanhou o trabalho da equipe” é verdadeira e que o valor lógi- Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
co da proposição simples q. “O recenseador visitou todos os locais” A tabela indica todos os possíveis valores para duas proposi-
é falso, então é correto afirmar que o valor lógico da proposição ções lógicas simples.
composta. p q A
(A) p disjunção q é falso
(B) p conjunção q é falso V V F
(C) p condicional q é verdade V F V
(D) p bicondicional q é verdade
F V V
(E) p disjunção exclusiva q é falso
F F F
11. IBFC - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Administração e Informáti-
ca/2022 De acordo com tabela, os valores lógicos contidos na coluna A
Assunto: Tabela verdade das proposições compostas são o resultado de.
Sabendo que o valor lógico da proposição simples p. “Paulo co- (A) p condicional q
laborou na organização do posto de coleta” é verdadeira e que o (B) p disjunção exclusiva q
valor lógico da proposição simples q. “O agente censitário recepcio- (C) p disjunção q
nou os colaboradores do IBGE” é falso, então é correto afirmar que (D) p conjunção q
o valor lógico da proposição composta. (E) p bicondicional q
(A) p disjunção q é falso
(B) p conjunção q é verdade
(C) p condicional q é falso
(D) p bicondicional q é verdade
(E) p disjunção exclusiva q é falso

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15. IBFC - Ag Exec (IAT PR)/IAT PR/Técnico de Manejo e Meio (C) 8


Ambiente/2021 (D) 12
Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
O valor lógico da proposição (p. A fauna não tem problema) é 18. IBFC - 2023 - UFPB - Assistente em Administração- Se todo
falso e o valor lógico da proposição (q. foram plantadas 50 mudas) trabalhador é registrado e todo paulista é trabalhador, então é cor-
é verdade, então a alternativa que apresenta proposição composta reto afirmar que:
que tem valor lógico verdadeiro. (A) Todo registrado é paulista
(A) A fauna não tem problema e foram plantadas 50 mudas (B) Não pode haver trabalhador que não é paulista
(B) A fauna não tem problema ou não foram plantadas 50 mu- (C) Pode haver registrado que não é trabalhador
das (D) Todo trabalhador é paulista
(C) Se a fauna não tem problema, então foram plantadas 50 (E) Não pode haver registrado que não é paulista
mudas
(D) A fauna não tem problema se, e somente se, foram planta- 19. IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Analista Judiciá-
das 50 mudas rio- Abaixo temos uma sequência lógica de números naturais. Dessa
(E) A fauna não tem problema e não foram plantadas 50 mudas forma, o próximo número dessa sequência que segue a essa lógica
1, 7, 25, 79, ... corresponde a:
16. IBFC - Adm (Pref SGDA (RN))/Pref SGDA (RN)/Especializado (A) 108
em Recursos Humanos/2021 (B) 241
Assunto: Tabela verdade das proposições compostas (C) 257
O estudo formal de proposições em termos da lógica proposi- (D) 571
cional é realizado em termos de tabelas-verdade. (E) 342
“As tabelas-verdade derivam do trabalho de Gottlob Frege,
Charles Peirce e outros nomes da década de 1880, e tomaram a for- 20. IBFC - 2022 - Câmara de Franca - SP - Oficial Legislativo-
ma atual em 1922 através dos trabalhos de Emil Post e Ludwig Wit- Dentre as alternativas o único termo que não representa um tipo
tgenstein. A publicação do Tractatus Logico-Philosophicus, de Witt- de raciocínio lógico é:
genstein, utilizava as mesmas para classificar funções veritativas em (A) abdução
uma série. A vasta influência de seu trabalho levou, então, à difusão (B) assimilação
do uso de tabelas-verdade.” Fonte. wikipedia, “Tabela-verdade”. (C) dedução
Em uma tabela-verdade cada proposição simples individual é (D) indução
organizada em uma coluna e recebe valor verdadeiro (V) ou falso
(F) a cada linha. Em uma última coluna se elenca o resultado lógico
vindo da regra lógica definida pelos conectivos, para cada uma das GABARITO
linhas.
Considere uma proposição composta por proposições simples.
“Se João mora aqui, então ele é rico, e, se ele é rico, então tem
mais de um carro, e, se ele tem mais de um carro, então ele tem 1 D
carros com placas diferentes, e não depende da regra de rodízios de 2 C
carro do município.”
3 C
Assinale a alternativa que indica o número de linhas de uma ta-
bela-verdade que contenha a avaliação desta proposição composta. 4 A
(A) 8 5 B
(B) 16
(C) 32 6 A
(D) 64 7 C

17. IBFC - Ag (Pref SGDA (RN))/Pref SGDA (RN)/Administrati- 8 A


vo/2021 9 B
Assunto: Tabela verdade das proposições compostas
10 B
Uma proposição lógica composta tem o seu significado lógico
atribuído a partir da análise de sua tabela-verdade, onde se listam 11 C
a cada linha todos os arranjos de valores- verdade possíveis a cada 12 B
proposição (verdadeiro - V, ou falso - F) que a compõe. O valor ló-
gico resultante da proposição composta vêm do julgamento do en- 13 C
cadeamento dos valores-verdade a partir do significado lógico do 14 B
conectivo linha por linha. Assinale a alternativa que apresenta o
número de linhas de uma tabela verdade de uma proposição lógica 15 C
composta por duas proposições simples diferentes e independen- 16 C
tes entre si. 17 B
(A) 2
(B) 4
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18 C ______________________________________________________

19 B ______________________________________________________
20 B ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES
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GEOGRAFIA DA PARAÍBA

População
FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO PARAIBANO. GEOGRAFIA
FÍSICA: RELEVO, CLIMA, VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA. GE- De acordo com dados do IBGE2 a população da Paraíba, no úl-
OGRAFIA HUMANA: ASPECTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E timo Censo em 2010 era de 3.766.528 habitantes, com densidade
CULTURAIS demográfica na mesma época de 66,70 hab./km².
Essa população em 2021 evoluiu para 4.059.905 habitantes
(estimativa)3.
GEOGRAFIA DA PARAÍBA1
Clima
Características Gerais
O clima da Paraíba é o tropical úmido no litoral, com chuvas
A Paraíba surpreende pelas singularidades que encantam seus abundantes. No entanto, à medida que desloca-se para o interior,
moradores e seus visitantes. A Capital do Estado, João Pessoa, é depois da Serra da Borborema, o clima torna-se semiárido e sujeito
considerada uma das cidades mais arborizadas do planeta e, por ter a estiagens prolongadas e precipitações abaixo dos 500mm.
recebido distinção da coroa portuguesa já no ano de sua fundação, As temperaturas médias anuais ultrapassam os 26°C, com al-
1585, guarda o título de terceira cidade mais antiga do Brasil. gumas exceções no Planalto da Borborema, onde a temperatura é
Na Paraíba fica o ponto extremo oriental das Américas – a Pon- de 24°C.
ta do Seixas, e a Estação Cabo Branco Ciências Cultura e Arte, uma
obra grandiosa de Oscar Niemeyer. Relevo
Oficialmente, existem quatro regiões metropolitanas no Estado
da Paraíba: João Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira, que A maior parte do território paraibano é constituído por rochas
englobam municípios ricos em cultura, em potencialidades econô- resistentes e bastante antigas, que remontam a era pré-cambriana
micas e em belezas naturais. com mais de 2,5 bilhões de anos. Elas formam um complexo cris-
O Estado oferece aos seus visitantes uma infinidade de rotei- talino que favorecem a ocorrência de minerais metálicos, não me-
ros, que vão das praias paradisíacas do litoral, passando pelos en- tálicos e gemas. Os sítios arqueológicos e paleontológicos também
cantos das cidades históricas e pelos canaviais, até os mistérios do resultam da idade geológica desses terrenos.
interior, que englobam sertão, brejo e cariri. No litoral, encontra-se a Planície Litorânea que é formada pe-
As praias dos litorais Sul e Norte estão entre as mais bonitas las praias e terras arenosas. Na região da mata, encontra-se os ta-
do Brasil. As urbanas de João Pessoa, como Tambaú, Cabo Branco e buleiros que são formados por acúmulos de terras que descem de
Bessa, concentram praticantes de esportes e turistas. Para os natu- lugares altos.
ralistas, a praia de Tambaba, no município do Conde, é a ideal, pois No Agreste, tem-se algumas depressões que ficam entre os ta-
é permitida a prática do nudismo. A de Coqueirinho é considerada buleiros e o Planalto da Borborema, onde se encontram muitas ser-
entre as mais bonitas do país por diversos guias turísticos. Na praia ras, como a Serra de Araruna, a Serra de Cuité e a Serra de Teixeira.
Fluvial do Jacaré, pode-se ouvir o Bolero de Ravel ao observar o Encontra-se no município de Araruna a Pedra da Boca. No sertão,
pôr-do-sol. existe uma depressão sertaneja que se estende do município de Pa-
Já o interior oferece aos visitantes rupestres, rastros de dinos- tos até após a Serra da Viração.
sauros, cachoeiras e antigos engenhos de cana-de-açúcar. Nos mu-
nicípios, o artesanato também encanta turistas, que podem conferir Vegetação
peças únicas como a renda renascença, de reconhecimento interna-
cional, e o algodão colorido, usado por estilistas de renome no país. A vegetação litorânea da Paraíba apresenta matas, manguezais
Isso sem falar na arte em marchetaria, estopa e argila, por e cerrados, que recebem a denominação de “tabuleiro”, formado
exemplo. Além da diversidade de cenários, a Paraíba oferece di- por gramíneas e arbustos tortuosos, predominantemente represen-
versão com eventos de porte nacional, como o Maior São João tados por batiputás e mangabeiras, entre outras espécies.
do Mundo, realizado em julho em Campina Grande, e das prévias Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presen-
carnavalescas em João Pessoa, que contam com as “Muriçocas do ça de árvores altas, sempre verdes, como a peroba e a sucupira.
Miramar”, um dos maiores blocos de arraste do mundo. A cultura Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com
é um dos fortes do Estado, que inclui artesanato, personalidades, raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambien-
música e diversas manifestações em literatura, teatro e cinema. te natural.

2 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/panorama
1 http://www.paraibatotal.com.br/a-paraiba/ 3 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/panorama
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GEOGRAFIA DA PARAÍBA

A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão caracteriza-se pela presença da caatinga, devido ao clima quente e seco
característico da região. A caatinga pode ser do tipo arbóreo, com espécies como a baraúna, ou arbustivo representado, entre outras es-
pécies pelo xique-xique e o mandacaru.

Localização

A Paraíba está situada a leste da região Nordeste e tem como divisas o Estado do Rio Grande do Norte ao norte, o Oceano Atlântico a
leste, Pernambuco ao sul e o Ceará a oeste.
Com 223 municípios, o Estado da Paraíba é dividido em 4 mesorregiões e 23 microrregiões. O Estado tem 98% de seu território inse-
rido no Polígono da Seca.

Economia

A economia paraibana se baseia na agricultura, principalmente de cana-de-açúcar, abacaxi, fumo, graviola, juta, umbu, caju, manga,
acerola, mangaba, tamarindo, mandioca, milho, sorgo, urucum, pimenta-do-reino, castanha de caju, arroz, café e feijão.
Nas indústrias, as alimentícias, têxtil, de couro, de calçados, metalúrgica e sucroalcooleira se destacam. A pecuária de caprinos e o
turismo também são relevantes.
O transporte marítimo é fundamental à economia. As exportações e importações são operadas principalmente por meio do Porto de
Cabedelo e pelas estradas.
São mais de 5.300 quilômetros de rodovias, 4.000 km estaduais e 1.300 km federais. O sistema ferroviário faz o transporte de cargas
entre João Pessoa e várias localidades do Estado.
O Estado ainda conta com dois terminais aéreos: Aeroporto Castro Pinto e o Aeroporto João Suassuna.
As cidades paraibanas que tem maior destaque no seu PIB são João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Santa Rita, Bayeux, Patos,
Sousa, Caaporã, Cajazeiras e Conde. Já o maior PIB per capita permanece com Cabedelo desde 2003.
A distribuição espacial do PIB da Paraíba segundo, cada Região Geoadministrativa, demonstra uma forte concentração da economia
estadual em três pontos: João Pessoa, Campina Grande e Guarabira – que, conjuntamente, representaram 75% do PIB estadual, em 2009.
Da mesma forma, o município sede de cada uma dessas regiões foi o centro dinâmico da economia local.
Símbolos

Brasão
O Brasão da Paraíba foi oficializado pelo Presidente da Província da Paraíba, Castro Pinto (1912-1915). Ele é usado como timbre nos
papéis oficiais.
Observando-se seu desenho, vê-se que é formado por três ângulos na parte superior e um na parte inferior.
Contém estrelas, que respeitam a divisão administrativa do Estado. No alto, uma estrela maior, com cinco pontas e um círculo central,
onde se vê um barrete frígio significando liberdade.
No interior do escudo, há duas paisagens: um homem guiando o rebanho (sertão) e o sol nascente (litoral).
Circundando-o, encontra-se uma ramagem de cana-de-açúcar à esquerda, e à direita, uma de algodão. As duas ramagens são presas
por um laço, em cujas faixas está inscrita a data de fundação da Paraíba: 5 de agosto de 1585.

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GEOGRAFIA DA PARAÍBA

QUESTÕES

1.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1


CONCURSO)

Leia as informações a seguir a respeito dos povos indígenas na


Paraíba.
I. Durante o período do Brasil Colônia, os povos indígenas que
ocupavam o território da atual Paraíba se dividiam em 3 grupos: Os
Tupis- Guaranis que habitavam o litoral e eram divididos em Poti-
guaras, ao norte do estado e os Tabajaras, ao sul. E havia um tercei-
ro grupo, que era tido como Cariri.
II. De acordo com dados da FUNAI (Fundação Nacional do Ín-
dio), existem atualmente quatro Terras Indígenas (TI) na Paraíba,
Bandeira sendo três da etnia Potiguara e uma da etnia Tabajara. Apesar das
A bandeira da Paraíba foi adotada pela Aliança Liberal em 25 de terras serem tradicionalmente ocupadas por esses povos, apenas
setembro de 1930, por meio da Lei nº 704, no lugar de uma antiga duas TI foram regularizadas.
bandeira do Estado, que vigorou durante quinze anos (de 1907 a III. Na Paraíba, seguindo a situação nacional, a Demarcação de
1922). Terras Indígenas é um processo que ocorre de maneira rápida e não
A bandeira como conhecemos atualmente foi idealizada nas envolve conflitos de interesses sobre a área a ser demarcada.
cores vermelha e preta: o vermelho representa a cor da Aliança Li- Estão corretas as afirmativas:
beral, e o preto, o luto que se apossou da Paraíba com a morte de
João Pessoa, presidente do Estado em 1929 e vice-presidente do (A) I e II, apenas
Brasil em 1930, ao lado do presidente Getúlio Vargas. (B) III, apenas
A palavra “Nego” que figura na bandeira é a conjugação do ver- (C) II e III, apenas
bo “negar” no presente do indicativo da primeira pessoa do singu- (D) I, apenas
lar (era ainda utilizado com acento agudo na letra “e”, isto quando
foi adotada a bandeira em 1930), remetendo à não-aceitação, por 2.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
parte de João Pessoa, do sucessor indicado pelo então presidente CONCURSO)
do Brasil, Washington Luís.
Posteriormente, em 26 de julho de 1965, a bandeira rubro- De acordo com uma reportagem do portal de notícias G1- Para-
-negra foi oficializada pelo governador do Estado, Pedro Moreno íba, a música “Paraíba, joia rara”, de Ton Oliveira, que foi reconheci-
Gondim, pelo Decreto nº 3.919, como “Bandeira do Négo” (ainda da como patrimônio imaterial do estado, foi inspirada na beleza da
com acento agudo na letra “e”), em vigor até os dias atuais. O preto vegetação paraibana. Leia as afirmações a respeito do bioma Caa-
ocupa um terço da bandeira; o vermelho, dois terços. tinga e em seguida, assinale a alternativa CORRETA.
(A) A pobreza da população humana nordestina é certamen-
te uma consequência da ecologia. As caatingas propriamente
ditas são muito pobres em espécies frutíferas
(B) O agreste paraibano está localizado na região litorânea do
estado, apresenta matas, manguezais e cerrados
(C) A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão
caracteriza-se pela presença da caatinga. Ela pode ser do tipo
arbóreo, como a baraúna, ou arbustivo, como o xique-xique e
o mandacaru
(D) O agreste se destaca na Paraíba porque sua ocorrência no
Nordeste está circunscrita apenas a este estado

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GEOGRAFIA DA PARAÍBA

3.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 Atribua valores de Verdadeiro (V) ou Falso (F), nas afirmações
CONCURSO) abaixo.
( ) Em 2015, o desempenho do PIB paraibano se destacou
As principais bacias hidrográficas da Paraíba são a do rio Pira- entre os maiores do Nordeste.
nhas, a do Paraíba, a do Curimataú, a do Camaratuba, a do Maman- ( ) Assim como ocorreu com o índice do PIB 2015, a Paraíba
guape, a do Miriri, a do Gramame e a do Abiaí. A principal bacia de apresentou em 2014 um dos melhores índices nacionais de distri-
todas é a do rio ________, que nasce na serra do Bongá, na fron- buição de riquezas, já que a renda per capta foi bem alta.
teira com o estado do ________. Ele tem uma relevante importân- ( ) Em 2014 o rendimento domiciliar per capita paraibano foi o
cia, uma vez que através da barragem de ________, em Coremas, 7º mais baixo do país. Esse dado revela a má distribuição de renda,
viabiliza a irrigação de muitasterras. O Rio _______, o mais famoso já que no ano seguinte teve um dos maiores PIB do Nordeste.
do estado, nasce na serra de Jabitacá, em ________, no Planalto da Assinale a sequência correta de cima para baixo.
Borborema. (A) F; F; V
(B) V; V; V
Fonte: http://www.pm.pb.gov.br/arquivos/Historia_da_Paraiba.pdf (C) F; F; F
(D) V; F; V
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
as lacunas do texto. 6.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
(A) Paraíba; Ceará; Mãe D’Água; Piranhas; Monteiro CONCURSO)
(B) Piranhas; Ceará; Mãe D’Água; Paraíba; Monteiro Leia os textos I e II abaixo para, em seguida, responder a ques-
(C) Piranhas; Pernambuco; Sobradinho; Paraíba; Medeiros tão.
(D) Camaratuba; Rio Grande do Norte; Mãe D’Água; Miriri; Texto I
Medeiros “O Produto Interno Bruto (PIB.) da Paraíba em 2015 caiu 2,7%
em termos reais em relação a 2014, mas ainda assim foi o terceiro
4.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 estado com melhor resultado no Nordeste, atrás apenas de Piauí e
CONCURSO) Rio Grande do Norte.”
Texto II
Leia as informações abaixo sobre a divisão do relevo da Paraíba “Renda per capita (por cabeça.) do paraibano é inferior ao sa-
e atribua valores de V erdadeiro (V) ou Falso (F). lário mínimo. IBGE divulgou rendimento domiciliar per capita re-
( ) Praias: Depósitos arenosos ou terras de várzeas, que ficam ferente a 2014. Renda média de R$ 682 é a 7ª mais baixa do país.”
junto às embocaduras dos rios que lançam suas águas no Oceano
Atlântico. Fonte: Portal G1-Paraíba.
( ) Restingas: Depósitos arenosos em forma de “língua” ou “fle-
cha”. A partir das informações dos textos I e II, assinale a alternativa
( ) Dunas: São montes de areia formados pela ação dos ventos. INCORRETA.
( ) Mangues: São planícies de marés com vegetação formada (A) O PIB é o índice que mede a produção de riqueza de um
por árvores e arbustos. lugar. Mesmo em período de crise nacional, a Paraíba conse-
guiu ter uma boa produção econômica em comparação a ou-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de tros estados
cima para baixo. (B) Apesar do bom desempenho na geração de riquezas em
(A) V; F; F; V 2015, a Paraíba ainda tem problemas com a concentração de
(B) F; V; V; F renda, o índice da renda per capta de 2014 demonstra isso
(C) F; F; F; F (C) A Paraíba apresentou em 2014 um dos melhores índices
(D) V; V; V; V nacionais em termos de distribuição igualitária de renda. Não
existem desigualdades sociais entre a população paraibana
5.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 (D) Ao cruzar os dados do PIB 2015 com a renda per capta
CONCURSO) (2014) da Paraíba, percebe-se, grosso modo, que existe desi-
Leia os textos I e II abaixo para, em seguida, responder a ques- gualdade social no estado.
tão.
Texto I
“O Produto Interno Bruto (PIB.) da Paraíba em 2015 caiu 2,7% 7.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
em termos reais em relação a 2014, mas ainda assim foi o terceiro CONCURSO)
estado com melhor resultado no Nordeste, atrás apenas de Piauí e
Rio Grande do Norte.” Leia o enunciado a seguir. Na época da conquista da Paraíba
Texto II (segunda metade do século _______) chegaram outros silvícolas,
“Renda per capita (por cabeça.) do paraibano é inferior ao sa- dessa vez pertencentes à tribo Tabajaras, também se origem Tupi-
lário mínimo. IBGE divulgou rendimento domiciliar per capita re- -Guarani, mas logo tornaram-se inimigos dos Potiguaras, fixando-se
ferente a 2014. Renda média de R$ 682 é a 7ª mais baixa do país.” na várzea do Rio Paraíba.

Fonte: Portal G1-Paraíba.

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Assinale a alternativa que preencha adequadamente a lacuna 10.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS
existente no enunciado acima: 1 CONCURSO)
(A) XVI. O clima, o relevo e a hidrografia determinam vegetação que se
(B) XVII. apresenta diferenciada, em toda a extensão do território paraiba-
(C) XV. no. Destacam-se os seguintes tipos de vegetação:
(D) XIV. I. Vegetação Litorânea: as espécies dessa formação vegetal
apresentam algumas características essenciais para essa adaptação
8.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 ao meio, por exemplo, raízes suportes e respiratórios.
CONCURSO) II. Mata Atlântica: formação vegetal, com espécies arbóreas e
A maior parte do território paraibano é constituído por rochas arbustivas da caatinga (baraúna, angico, jurema). Ocorrem ainda a
resistentes, e bastante antigas que remontam a era pré-cambriana, tatajuba, violeta, etc.
com mais de 2,5 bilhões de anos. III. Cerrado: formado por árvores e arbustos. Árvores tortuosas
Faça a associação: e tufos de capins encontrados nos tabuleiros. Predomina a manga-
I. Litoral ba, a lixeira, o batiputá entre outros.
II. Região da Mata. IV. Agreste: vegetação intermediaria entre a caatinga e a flo-
III. Agreste. resta.
IV. Sertão. V. Mata Serrana: nessa vegetação, encontram-se árvores altas,
( ) Uma depressão sertaneja que se estende do município de copas largas, troncos com grande diâmetro, folhas perenes, muitos
Patos até após a Serra da Viração. cipós, orquídeas e bromélias.
( ) Temos os tabuleiros que são formados por acúmulos de ter- VI. Caatinga: vegetação dominante, formada por xerófilas, cac-
ras que descem de lugares altos. táceas, caducifólias e aciculifoliadas. Os solos são profundos e are-
( ) É formada(o) pelas praias e terras arenosas. nosos.
( ) Depressão que fica entre os tabuleiros e o Planalto da Bor- Considerando V (verdadeiro) e F (falso), I, II, III, IV, V e VI são
borema. Apresenta muitas serras. respectivamente:
Assinale a ordem numérica correta de cima para baixo: (A) V, F, V, V, F, F.
(B) V, V, F, F, V, V.
(A) I, II, III e IV. (C) F, F, V, V, F, F.
(B) III, IV, I e II. (D) F, V, F, F, V, V.
(C) IV, II, I e III.
(D) II, III, I e IV.

9.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 GABARITO


CONCURSO)
A distribuição dos climas da Paraíba está relacionada com a
localização, ou seja, quanto mais próximo do litoral, mais úmidos 1 A
será o clima, quanto mais longe, mais seco. Três tipos ocorrem na
Paraíba: 2 C
I. Clima Tropical quente-úmido: domina o litoral, a região da 3 B
mata e parte do agreste. Com chuvas abundantes e temperatura
média anual de 26º C. Com essas características, esse tipo climático 4 C
domina em todo o sertão. 5 D
II. Clima semiárido: Com chuvas de verão, predomina no Cariri,
6 C
no Seridó, em grande parte da Borborema e do sertão. Sua principal
característica não é a ausência de chuva, mas sua irregularidade. 7 A
III. Clima Tropical semiúmido: chuvas de verão-outono esten- 8 C
dem-se pela região do litoral.
9 D
Estão corretas as afirmativas: 10 A
(A) Apenas I e II.
(B) Apenas III.
(C) Apesar II e III.
(D) Apenas II.

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ANOTAÇÕES

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HISTÓRIA DA PARAÍBA

expedições eram sempre repelidas pelos franceses apoiados pelos


ORIGENS E CONQUISTA DA PARAÍBA (1574-1585). A PRE- índios.
SENÇA DE PORTUGUESES, FRANCESES E ESPANHÓIS NO Com o fracasso das expedições o rei de Portugal decidiu criar o
TERRITÓRIO PARAIBANO. POVOS INDÍGENAS DO LITO- sistema de Capitanias Hereditárias.
RAL AO SERTÃO. A PARAÍBA NO SISTEMA DE CAPITANIAS Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida
HEREDITÁRIAS E A CONQUISTA DO INTERIOR. HOLANDE- em 15 capitanias, para doze donatários. Entre elas destacamos a Ca-
SES NA PARAÍBA. INQUISIÇÃO E EXPULSÃO DE JESUÍTAS. pitania de Itamaracá, a qual se estendia do rio Santa Cruz até a Baía
A PARAÍBA NO SÉCULO XIX. INDEPENDÊNCIA. PRIMEIRO da Traição. Inicialmente essa capitania foi doada à Pedro Lopes de
REINADO. PERÍODO REGENCIAL. SEGUNDO REINADO. A Souza, que não pôde assumir, vindo em seu lugar o administrador
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR. A PARAÍBA E A GUERRA Francisco Braga, que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho,
DO PARAGUAI. A PARAÍBA E O QUEBRA-QUILOS. O RONCO deixou a capitania em falência, dando lugar a João Gonçalves, que
DAS ABELHAS. A PARAÍBA NA REPÚBLICA. A PARAÍBA NO realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação da Vila
SÉCULO XX. OLIGARQUIAS, CORONELISMO E CANGAÇO. da Conceição e a construção de engenhos.
REVOLTA DE PRINCESA. REVOLUÇÃO DE 30. REVOLUÇÃO Após a morte de João Gonçalves, a capitania entrou em declí-
CONSTITUCIONALISTA DE 1932. INTENTONA COMU- nio, ficando à mercê de malfeitores e propiciando a continuidade
NISTA 1935. A PARAÍBA NO ESTADO NOVO DE VAR- do contrabando de madeira.
GAS. A PARAÍBA E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Com a tragédia de Tracunhaém[ Tragédia de Tacunhaém: Foi
uma tragédia na qual índios mataram todos os moradores de um
engenho. ], em 1534 o rei de Portugal desmembrou Itamaracá,
dando formação à Capitania do Rio Paraíba.
História da Paraíba Colonização; Resistência Indígena; Política; Existia uma grande preocupação por parte dos lusitanos em
Economia; Diversidade Cultural; Patrimônio Cultural e Histórico; conquistar a capitania que atualmente é a Paraíba, pois havia a ga-
Movimentos Sociais[ O seguinte conteúdo foi baseado em um do- rantia do progresso da capitania pernambucana, a quebrada aliança
cumento retirado do arquivo Histórico da Polícia Militar da Paraí- entre Potiguaras e franceses, e ainda, estender sua colonização ao
ba. Caso você queira lê-lo na integra, pode acessá-lo pelo seguinte norte.
endereço eletrônico: < http://www.pm.pb.gov.br/arquivos/Histo-
ria_da_Paraiba.pdf> ]. Conquista e Fundação da Paraíba

Antecedentes da Conquista da Paraíba Expedições para a Conquista


Quando o Governador Geral (D. Luís de Brito) recebeu a or-
Demorou um certo tempo para que Portugal começasse a ex- dem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal
plorar economicamente o Brasil, uma vez que os interesses lusita- a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar
nos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias, os franceses e fundar uma cidade. Assim começaram as cinco ex-
além disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que pedições para a conquista da Paraíba. Para isso o rei D. Sebastião
chamasse tanta atenção quanto o ouro, encontrado nas colônias mandou primeiramente o Ouvidor Geral D. Fernão da Silva.
espanholas, minério este que tornara uma nação muito poderosa I - Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o Ou-
na época. vidor Geral D. Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou
Devido ao desinteresse lusitano, piratas e corsários começaram posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resis-
a extrair o pau-brasil, madeira muito encontrada no Brasil-colônia, tência, mas isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreen-
e especial devido a extração de um pigmento usado para tingir te- dida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.
cidos na Europa. Esses invasores eram em sua maioria franceses, e II - Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi
logo que chegaram no Brasil fizeram amizades com os índios pos- o Governador Geral, D. Luís de Brito. Sua expedição foi prejudicada
sibilitando entre eles uma relação comercial conhecida como “es- por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras pa-
cambo”, na qual o trabalho indígena era trocado por alguma manu- raibanas. Três anos depois outro Governador Geral (Lourenço Vei-
fatura sem valor. ga), tenta conquistar o Rio Paraíba, não obtendo êxito.
Os portugueses, preocupados com o aumento do comércio III - Expedição (1579): Frutuoso Barbosa impôs a condição de
dos invasores da colônia, passaram a enviar expedições para evi- que se ele conquistasse a Paraíba, a governaria por dez anos. Essa
tar o contrabando do pau-brasil, porém, ao chegar no Brasil essas ideia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à

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HISTÓRIA DA PARAÍBA

Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que Freire de Sousa, em 22 de julho de 1766. Sua emancipação política
recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa. se deu em 10 de julho de 1854.
IV - Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele Campina Grande: Sua colonização teve início em 1697. O capi-
na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido a conquis- tão-mor Teodósio de Oliveira Ledo instalou na região um povoado.
tar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses. Bar- Os indígenas formaram uma aldeia. Em volta dessa aldeia surgiu
bosa desiste após perder um filho em combate. uma feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se en-
V - Expedição (1584): Este teve a presença de Flores Valdez, tão que as características comerciais de Campina Grande nasceram
Felipe de Moura e o insistente Frutuoso Barbosa, que conseguiram desde sua origem. Campina foi elevada à freguesia em 1769, sob a
finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Sua elevação à vila com
conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Felipe. o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril de 1790. Hoje,
Conquista da Paraíba Campina Grande é a maior cidade do interior do Nordeste.
Para as jornadas o Ouvidor Geral Martim Leitão formou uma São João do Cariri: Tendo sida povoada em meados do século
tropa constituída por brancos, índios, escravos e até religiosos. XVII pela enorme família Cariri que povoava o sítio São João, entre
Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, outros, esta cidade que atualmente não se destaca muito à nível es-
fugiram e foram aprisionados. Ao saber que eram índios Tabajaras, tadual foi elevada à vila em 22 de março de 1800. Sua emancipação
Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua luta era contra política é datada de 15 de novembro de 1831.
os Potiguaras (rivais dos Tabajaras). Após o incidente, Leitão procu- Pombal: No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Ledo rea-
rou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem outra lizou uma entrada através do rio Piranhas. Nesta venceu o confron-
traição, a rejeitaram. to com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia que inicialmente
Depois de um certo tempo Leitão e sua tropa finalmente che- recebeu o nome do rio (Piranhas). Devido ao sucesso da entrada
garam aos fortes (São Felipe e São Tiago), ambos em decadência e não demorou muito até que passaram a chamar o local de Nossa
miséria devido as intrigas entre espanhóis e portugueses. Com isso Senhora do Bom Sucesso, em homenagem a uma santa.
Martim Leitão nomeou outro português, conhecido como Castre- Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em home-
jon, para o cargo de Frutuoso Barbosa. A troca só fez piorar a situ- nagem à padroeira da cidade considerada uma relíquia história nos
ação. Ao saber que Castrejon havia abandonado, destruído o Forte dias atuais. Sob força de uma Carta Régia datada de 22 de junho de
e jogado toda a sua artilharia ao mar, Leitão o prendeu e o enviou 1766, o município passou a se chamar Pombal, em homenagem ao
de volta à Espanha. Quando ninguém esperava, os portugueses se famoso Marquês de Pombal. Foi elevada à vila em 3/4 de maio de
unem aos Tabajaras, fazendo com que os Potiguaras recuassem. 1772, data hoje considerada como sendo também a da criação do
Isto se deu no início de agosto de 1585. município.
A conquista da Paraíba se deu no final de tudo através da união Areia: Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi
de um português e um chefe indígena chamado Piragibe, palavra elevada à freguesia com o nome de Nossa Senhora da Conceição
que significa Braço de Peixe. pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815. Esta data é considerada
também como a de sua elevação à vila. Sua emancipação política
Fundação da Paraíba se deu em 18 de maio de 1846, pela lei de criação número 2. Hoje,
Martim Leitão trouxe pedreiros, carpinteiros, engenheiros e Areia se destaca como uma das principais cidades do interior da
outros para edificar a Cidade de Nossa Senhora das Neves. Com o Paraíba, principalmente por possuir um passado histórico muito
início das obras, Leitão foi a Baía da Traição expulsar o resto dos atraente.
franceses que permaneciam na Paraíba.
Leitão nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Paraí- Primeiros Capitães- Mores
ba foi a terceira cidade a ser fundada no Brasil e a última do século
XVI. João Tavares
João Tavares foi o primeiro capitão-mor, ao qual governou de
Primeiras Vilas da Paraíba na Época Colonial 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. João Tavares foi encarregado
pelo Ouvidor-Geral, Martim Leitão, de construir uma nova cidade.
Com a colonização foram surgindo vilas na Paraíba. A seguir Para edificação dessa cidade, vieram 25 cavaleiros, além de pe-
temos algumas informações sobre as primeiras vilas da Paraíba. dreiros e carpinteiros, entre outros trabalhadores do gênero. Che-
Pilar: O início de seu povoamento aconteceu no final do século garam também jesuítas e outras pessoas para residir na cidade.
XVI, quando fazendas de gado foram encontradas pelos holande- Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho, o d’El-Rei,
ses. Hoje uma cidade sem muito destaque na Paraíba, foi elevada à em Tibiri, e o forte de São Sebastião, construído por Martim Leitão
vila em 5 de janeiro de 1765. Pilar originou-se a partir da Missão do para a proteção do engenho.
Padre Martim Nantes naquela região. Pilar foi elevada à município Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios.
em 1985, quando o cultivo da cana-de-açúcar se tornou na principal Eles ainda fundaram um Centro de Catequese e em Passeio Geral
atividade da região. edificaram a capela de São Gonçalo.
Sousa: Hoje a sexta cidade mais populosa do Estado e dona O governo de João Tavares foi demasiadamente auxiliado por
de um dos mais importantes sítios arqueológicos do país (Vale dos Duarte Gomes da Silveira, natural de Olinda.
Dinossauros), Sousa era um povoado conhecido por “Jardim do Rio Silveira foi um senhor de engenho e uma grande figura da Ca-
do Peixe”. A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapi- pitania da Paraíba durante mais de 50 anos. Rico, ajudou financei-
damente o processo de povoamento e progresso do local. Em 1730,
já viviam aproximadamente no vale 1468 pessoas. Sousa foi elevada
à vila com o nome atual em homenagem ao seu benfeitor, Bento
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HISTÓRIA DA PARAÍBA

ramente na ascensão da cidade. Em sua residência atualmente se jesuítas pela rivalidade com os franciscanos e expulsou-os da capi-
encontra o Colégio Nossa Senhora das Neves. tania.
Apesar de ter se esforçado muito para o progresso da capitania, Cento e quinze anos depois, os jesuítas voltaram à Paraíba fun-
João Tavares foi posto para fora em 1588, devido à política do Rei. dando um colégio onde ensinavam latim, filosofia e letras. Passado
algum tempo, fundaram um Seminário junto à igreja de Nossa Se-
Frutuoso Barbosa nhora da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim
Devido à grande insistência perante a corte e por defender Palácio do Governo.
alguns direitos, Frutuoso Barbosa foi, em 1588, nomeado o novo Em 1728, os jesuítas foram novamente expulsos. Em 1773, o
capitão-mor da Capitania da Paraíba, auxiliado por D. Pedro Cueva, Ouvidor-Geral passou aresidir no seminário onde moravam os jesu-
ao qual foi encarregado de controlar a parte militar da capitania. ítas, com a permissão do Papa Clementino XIV.
Neste mesmo período, chegaram alguns Frades Franciscanos,
que fundaram várias aldeias e por não serem tão rigorosos no en- Os Franciscanos
sino religioso como os Jesuítas, entraram em desentendimento Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram os padres francisca-
com estes últimos. Esse desentendimento prejudicou o governo de nos, com o objetivo de catequizar os índios.
Barbosa, pois aproveitando-se de alguns descuidos, os índios Po- O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo de fun-
tiguaras invadiram propriedades. Vieram em auxílio de Barbosa o dar o primeiro convento da capitania. Seu trabalho se concentrou
capitão-mor de Itamaracá, com João Tavares, Piragibe e seus índios. em várias aldeias, o que o tornou importante.
No caminho, João Tavares faleceu de um mal súbito. No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns desenten-
Quando o restante do grupo chegou à Paraíba, desalojou e dimentos, pois os franciscanos, assim como os jesuítas, não escra-
prendeu os Potiguaras. vizavam os índios. Ocorreu que depois de certo desentendimentos
Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses, Barbosa or- entre os franciscanos, Feliciano e o governador geral, Feliciano aca-
denou a construção de uma fortaleza em Cabedelo. bou se acomodando junto aos frades.
Piragibe iniciou a construção do forte com os Tabajaras, porém, A igreja e o convento dos franciscanos foram construídos em
devido a interferência dos Jesuítas, as obras foram concluídas pelos um sítio muito grande, onde atualmente se encontra a praça São
franciscanos e seus homens. Francisco.
Em homenagem a Felipe II, da Espanha, Barbosa mudou o
nome da cidade de Nossa Senhora das Neves para Felipéia de Nos- Os Beneditinos
sa Senhora das Neves. O superior geral dos beneditinos tinha interesse em fundar um
Devido às infinitas lutas entre o capitão Pedro Cueva e os Po- convento na Capitania da Paraíba. O governador da capitania re-
tiguaras e os desentendimentos com os Jesuítas, houve a saída da cebeu o abade e conversou com o mesmo sobre a tal fundação.
Cueva e a decisão de Barbosa de encerrar o seu governo, em 1591. Resolveu doar um sítio, que seria a ordem do superior geral dos
beneditinos.
André de Albuquerque Maranhão A condição imposta pelo governador era que o convento fosse
André de Albuquerque governou apenas por um ano. Nele, construído em até 2 anos. O mosteiro não foi construído em dois
expulsou os Potiguaras e realizou algumas fortificações. Entre elas, anos, mesmo assim, Feliciano manteve a doação do sítio.
a construção do Forte de Inhobin para defender alguns engenhos A igreja de São Bento se encontra atualmente na rua nove,
próximos a este rio. onde ainda há um cata-vento em lâmina, construído em 1753.
Ainda nesse governo os Potiguaras incendiaram o Forte de Ca-
bedelo. O governo de Albuquerque se finalizou em 1592. Os Missionários Carmelitas
Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henri-
Feliciano Coelho de Carvalho que, em 1580. Mas devido a um incidente na chegada que colheu
Em seu governo realizou combates na Capaoba, houve paz com os missionários para diferentes direções, a vinda dos carmelitas de-
os índios, expandiu estradas e expulsou os franciscanos. Terminou morou oito anos.
seu governo em 1600. Os carmelitas chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob
domínio espanhol. Os carmelitas chegaram, fundaram um convento
As Ordens Religiosas da Capitania da PB e Seus Mosteiros e iniciaram trabalhos missionários. A história dos carmelitas aqui é
incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram per-
Os Jesuítas didos nas invasões holandesas.
Os jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o convento depois da
Capitania da Paraíba, acompanhando todas as suas lutas de colo- revolução francesa, mas logo depois este foi demolido para servir
nização. de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda
Ao mando de Frutuoso Barbosa, os jesuítas se puseram a cons- Henriques. Pelos carmelitas foi fundada a Igreja do Carmo.
truir um colégio na Felipéia. Porém, devido a desavenças com os
franciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos
como os jesuítas, a ideia foi interrompida. Aproveitando esses de-
sentendimentos, o rei que andava descontente com os jesuítas pelo
fato de estes não permitirem a escravização dos índios, culpou os

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HISTÓRIA DA PARAÍBA

A População Indígena Invasões Holandesas

Na Paraíba haviam duas raças de índios, os Tupis e os Cariris Em 1578 o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, foi morto na
(também chamados de Tapuias). batalha de Alcácer-Quibir, na África, deixando o trono português
Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram ini- para seu tio, o cardeal D. Henrique, o qual devido à sua avançada
migos. idade acabou morrendo em 1579, sem deixar herdeiros. O Rei da
Na época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um Espanha, Felipe II, que se dizia primo dos reis portugueses, com a
grupo de aproximadamente 5 mil pessoas. Eles eram pacíficos e colaboração da nobreza portuguesa e do seu exército, conseguiu
ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeias de Alhanda e Taquara. em 1580 o trono português.
Já os Potiguaras eram mais numerosos que os Tabajaras e ocu- A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou
pavam uma pequena região entre o rio Grande do Norte e a Paraíba. os interesses holandeses, pois eles estavam travando uma luta con-
Esses índios locomoviam-se constantemente, deixando aldeias tra a Espanha pela sua independência e a Holanda era responsável
para trás e formando outras. Com esta constante locomoção os ín- pelo comércio do açúcar nas colônias portuguesas, o que lhes ga-
dios ocuparam áreas antes desabitadas. rantiam altos lucros. Dessa forma, rivais dos espanhóis, os holan-
Os índios Cariris se encontravam em maior número que os deses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que
Tupis e ocupavam uma área que se estendia desde o Planalto da lhes trouxe grande prejuízo.
Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernam- Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as co-
buco. lônias portuguesas, o governo e companhias privadas holandesas
Os Cariris eram índios que se diziam ter vindo de um grande formaram a Companhia das Índias Ocidentais, para invadir as co-
lago. Estudiosos acreditam que eles tenham vindo do Amazonas ou lônias.
da Lagoa Maracaibo, na Venezuela. A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624,
Os Cariris velhos, que teriam sido civilizados antes dos cariris em Salvador. O governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado,
novos, se dividiam em muitas tribos; sucuru, icós, ariu e pegas, e havia se preparado para o combate, porém com o atraso da esqua-
paiacú. Destas, os tapuias pegas ficaram conhecidos nas lutas con- drilha holandesa, os brasileiros não mais acreditavam na invasão
tra os bandeirantes. quando foram pegos de surpresa.
Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por
O nível de civilização do índio paraibano era considerável. Mui- Marcos Teixeira, as forças brasileiras mataram vários chefes bata-
tos sabiam ler e conheciam ofícios como a carpintaria. Esses índios vos, enfraquecendo as tropas holandesas. Em maio de 1625, eles
tratavam bem os jesuítas e os missionários que lhes davam atenção. foram expulsos da Bahia pela esquadra de D. Fradique de Toledo
A maioria dos índios estavam de passagem do período paleo- Osório.
lítico para o neolítico. A língua falada por eles era o tupi-guarani, Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por
utilizada também pelos colonos na comunicação com os índios. O Hendrikordoon, seguiram para Baía da Traição, onde desembarca-
tupiguarani mereceu até a criação de uma gramática, elaborada por ram e se fortificaram. Tropas paraibanas, pernambucanas e índios
Padre José de Anchieta. se uniram a mando do governador Antônio de Albuquerque e Fran-
Piragibe, que nos deu a paz na conquista da Paraíba; Tabira, cisco Carvalho para expulsar os holandeses. A derrota batava veio
que lutou contra os franceses e Poti, que lutou contra os holandeses em agosto de 1625.
e foi herói na batalha dos Guararapes, são exemplos de índios que Após esse conflito aos holandeses seguiram para Pernambuco,
se sobressaíram na Paraíba. onde o governador Matias de Albuquerque, objetivando deixá-los
Ainda hoje, encontram-se tribos indígenas Potiguaras localiza- sem suprimentos, incendiou os armazéns do porto e entrincheirou-
das na Baía da Traição, mas em apenas uma aldeia, a São Francisco, -se.
onde não há miscigenados, pois a tribo não aceita a presença de Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras
caboclos, termo que eles utilizavam para com as pessoas que não foram expulsos por Francisco Coelho. Percebe-se nesse período a
pertencem a tribo. grande defesa da terra.
O Cacique dessa aldeia chama-se Djalma Domingos, que tam- Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Ca-
bém é o prefeito do município de Baía da Traição. Aos poucos, a bedelo, foi reconstruída e guarnecida e a sua frente, na margem
aldeia vai se civilizando; um exemplo disso é um posto telefônico oposta do Rio Paraíba, foi construído o Forte de Santo Antônio.
implantado na mesma há um mês. Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callen-
Nessas aldeias existem cerca de 7.000 índios Potiguaras, que fels, 1600 batavos desembarcaram na Paraíba. Ocorreu um tiroteio,
mantém as culturas antigas. Eles possuem cerca de 1.800 alunos de os holandeses construíram uma trincheira em frente a fortaleza de
7 a 14 anos em primeiro grau menor. Santa Catarina, mas foram derrotados com a chegada de 600 ho-
No Brasil, só existem três tribos Potiguaras, sendo que no Nor- mens vindos de Felipéia de Nossa Senhora das Neves a mando do
deste a única é a da Baía da Traição. governador.
Em 19 de Abril eles comemoraram seu dia fazendo pinturas no Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma
corpo e reunindo as aldeias locais na aldeia S. Chico e realizaram trincheira em frente a fortaleza. Os holandeses tentam impedir,
danças, como o Toré.
A principal atividade econômica desses índios é a pesca e em
menor escala, a agricultura.

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HISTÓRIA DA PARAÍBA

mas o forte resiste. Incapazes de vencer, os batavos se retiram para este teve por herança o governo do Maranhão, que teria a assesso-
Pernambuco. ria de duas pessoas escolhidas pelo povo. Antônio não gostou mui-
Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas to de seus auxiliares e os dispensou. Seguindo os assessores seu
Matias de Albuquerque, 200 índios e 3 companhias paraibanas os próprio caminho, Antônio de Albuquerque abandonou o governo
impediram de desembarcar. do Maranhão e casou-se em Lisboa, tendo desse casamento dois
Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo filhos.
Antônio, mas ao desembarcarem percebam a trincheira levantada Antônio voltou ao Brasil em 1627, com a nomeação de Capitão-
pelos paraibanos, fazendo com que eles desistissem da invasão e -Mor da Paraíba.
voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.
Após um tempo os holandeses resolvem tentar invadir a Pa- A Capitania da Paraíba na época da invasão holandesa
raíba novamente, pois ela representava uma porta para a invasão
batava em Pernambuco. Dessa forma, em 25 de novembro de 1634 Na época da invasão holandesa, a população era dividida em
partiu uma esquadra de 29 navios para a Paraíba. dois grupos: os homens livres (holandeses, portugueses e brasilei-
Aos quatro dias de dezembro de 1634, bem preparados os sol- ros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana). Durante
dados holandeses chegam ao Norte do Jaguaribe, onde desembar- muito tempo de domínio holandês no Brasil, não houve mistura de
caram e aprisionaram três brasileiros, entre eles o governador, que raças.
conseguiu fugir.
No dia seguinte o resto da tropa holandesa desembarcou apri- Política administrativa holandesa na Paraíba
sionando mais pessoas. No caminho por terra para Cabedelo os ba- Por uma década, a capitania da Paraíba teve como administra-
tavos receberam mais reforços. dores alguns governadores holandeses:
Antônio de Albuquerque Maranhão enviou à Paraíba tudo o Servais Carpentier: Também governou o Rio Grande do Norte,
que foi preciso para combater com os chefes holandeses na região e sua residência oficial foi no Convento São Francisco.
do forte. Enquanto isso, Callabar roubava as propriedades. Vieram Ippo Elyssens: Foi um administrador violento e desonesto. Apo-
reforços do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O capitão Fran- derou-se dos melhores engenhos da capitania.
cisco Peres Souto assumiu o comando da fortaleza de Cabedelo. Elias Herckmans: Governador holandês importante, que gover-
Apenas em 15 de novembro chegou à Paraíba o Conde Bag- nou por cinco anos.
nuolo, para auxiliar os paraibanos. Como os paraibanos já encontra- Sebastian Von Hogoveen: Governaria no lugar de Elias H., mas
vam-se em situação irremediável, resolveram entregar o Forte de morreu antes de assumir o cargo.
Cabedelo e logo em seguida o Forte de Santo Antônio. Daniel Aberti: Substituto do anterior.
O Conde de Bagnuolo foi para Pernambuco; Antônio de Albu- Gisberk de With:Foi o melhor governador holandês, pois era
querque e o resto da tropa, juntamente com o resto do povo, ten- honesto, trabalhador e humano.
tou fundar o Arraial do Engenho Velho. Paulo de Lince:Foi derrotado pelos “Libertadores da Insurrei-
Os holandeses chegaram com seus exércitos na Felipéia de ção”, e retirou-se para Cabedelo.
Nossa Senhora das Neves em 1634, e a encontraram vazia. Foram
então à procura de Antônio de Albuquerque no Engenho Velho, mas Conquista para o Interior da Paraíba
não o encontraram. Através de entradas, Missões de Catequese e bandeiras, o in-
O comandante das tropas holandesas entendeu-se com Duarte terior da Paraíba foi conquistado, principalmente após as invasões
Gomes, que procurou a Antônio de Albuquerque, que prendeu-o holandesas.
e mandou-o para o Arraial do Bom Jesus. Depois, os holandeses Os missionários pregavam o cristianismo nas suas Missões, al-
mandaram libertar Duarte Gomes. fabetizavam e ensinavam ofícios aos índios e construíam colégios
No Engenho Espírito Santo, os nossos guerreiros venceram os para os colonos.
invasores, que eram chefiados por André Vidal de Negreiros. Os missionários encontraram um planalto com uma campina
Os paraibanos continuavam com a ideia de querer expulsar os verde e um clima agradável. Um aldeamento de índios cariris que
holandeses. Buscaram forças para isso: arranjaram homens no En- se organizaram na região deram-lhe o nome de Campina Grande.
genho São João e contaram com o apoio de André V. de Negreiros. Entre os missionários, destacou-se o Padre Martim Nantes, cuja
Quando os holandeses descobriram, também se prepararam para o missão deu origem à vila de Pilar.
combate. Os paraibanos reuniram-se em Timbiri, e depois seguiram As Missões de Catequese foram as primeiras formas de con-
para o Engenho Santo André, onde foram atacados por Paulo Linge quista do interior da Paraíba. Após elas foram executadas bandeiras
e sua tropa. com a finalidade de capturar índios.
Após várias lutas, morreram oitenta holandeses e a Paraíba O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo foi o homem que
perdeu o capitão Francisco Leitão. comandou a primeira bandeira na Paraíba. Esta bandeira se deu
Os combatentes, que estavam recolhidos no engenho Santo através do Rio Paraíba e teve como destaque a fundação de um
André, continuaram com as provocações aos holandeses, tornando povoado chamado Boqueirão. Esta primeira bandeira, apesar de ter
assim complicada a situação de Pernambuco. sido tumultuada, foi bem-sucedida, uma vez que Teodósio aprisio-
A fortaleza de Pernambuco estavam entregue aos prisioneiros nou vários índios. Teodósio é tido como o grande responsável pela
soltos por Hautyn. Francisco Figueroa chegou para governar a capi-
tania por um determinado tempo. Em 1655, chegou João Fernan-
des Vieira para assumir a Capitania da Paraíba.
Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão com a ajuda
de seu filho Antônio de Albuquerque Maranhão. Em 1618, então
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HISTÓRIA DA PARAÍBA

colonização do interior da Paraíba. Ele estabeleceu-se no interior e Pernambuco e Paraíba figuravam entre os pontos do Brasil onde a
trouxe famílias e índios para povoá-lo. ibirapitanga era mais encontrada.
Os passos de Teodósio foram seguidos pelo capitão-mor Luís A cana-de-açúcar, que foi a principal riqueza da Paraíba com os
Soares, que também se destacou por suas penetrações para o in- seus engenhos, veio do Cabo Verde. Foi plantada inicialmente na
terior. Capitania de Ilhéus.
Um homem chamado Elias Herckman procurou minas e chegou A cana não se aclimatou na Europa. Na idade média o açúcar
à Serra da Borborama. Sua atitude (a de procurar minas) foi seguida era um produto raro de preço exorbitante. Figurava em testamento
por Manuel Rodrigues. no meio das joias.
O fundador da Casa da Torre, Francisco Dias D’ávila, foi outro Isto provou bem a importância do açúcar, de que resultou o
bandeirante que se destacou na colonização da Paraíba. desenvolvimento e progresso das colônias brasileiras. Na primeira
Entre as várias tribos (caicós, icós, janduis, etc.) que se desta- década da fundação da Paraíba, já se encontravam dez engenhos
caram no conflito contra conquista do interior paraibano, os mais montados.
conhecidos são os sucurus, que habitavam Alagoas de Monteiro. Desde 1532 que entrava na capitania este produto armazenado
nos celeiros, nas feitorias de Iguarassú. Os franceses já traficavam
Análise política, econômica e social da capitânia nos séculos com o algodão. Entretanto a economia do “ouro branco” só se de-
XVII e XVIII senvolveu no século XVIII. Aqui na capitania o algodão teve uma
suma importância na balança da economia.
Análise Política Na Paraíba o rebanho de gado vacum também teve importân-
Na administração colonial do Brasil, foram configurados três cia econômica. Não foi ele somente utilizado como fonte de sub-
modalidades de estatutos políticos: o das capitanias hereditárias, o sistência entre nós. Entrou nos engenhos como impulsionador das
do governo geral e o do Vice-reino. moendas.
Na Paraíba, tivemos a criação da Capitania Real em 1574. Teve o gado a sua fase áurea durante a “idade do couro”, quan-
Em 1694, depois de mais de noventa anos de fundação, esta do tudo se fazia com o couro com fins comerciais; móveis, portas,
capitania se tornou independente. Entretanto, passados mais de baús, etc.
sessenta anos, a capitania da Paraíba foi anexada à de Pernambuco
em 1o de janeiro de 1756. O Tráfico de Escravos
Houve prejuízo nesta fusão para a capitania paraibana, além de No início da colonização, começaram a ser introduzidos no
prejudicar o Real Serviço, em virtude das complicações de ordem Brasil os escravos. A data é omissa, mas presume-se que tenham
General de Pernambuco, do governador da Paraíba e do Rio Grande vindo primeiro com Martim Afonso de Souza para a Capitania da
do Norte. São Vicente.
Por isto, em 1797, o governador da capitania, Fernando Casti- Na Paraíba, o empreendimento do comércio de negros iniciou-
lho dá um depoimento, descrevendo a situação da Capitania Real -se logo após o Decreto Real de 1559, da Regente Catarina permitin-
da Paraíba à Rainha de Portugal. Em 11 de janeiro de 1799, pela do aos engenhos comprar cada um doze (12) escravos.
Carta Régia, a Capitania da Paraíba separou-se da de Pernambuco. O escravo era mercadoria cara. Seu valor médio oscilava entre
O interior da capitania foi devastado por bandeirantes, que pe- 20 e 30 libras esterlinas.
netravam até o Piauí. Entretanto a conquista do Sertão foi realizada
pela família Oliveira Ledo. Análise Social; Igrejas
Outro fato político foram as constantes invasões de franceses a Duarte Coelho Pereira fundou uma nova Lusitânia, composta
mando da própria coroa francesa. apenas por nobres. Alguns nobres de Pernambuco se refugiaram
A invasão holandesa e a Guerra dos Mascates, em que a Para- para a Paraíba, antes que ocorresse alguma invasão holandesa. Ao
íba esteve sempre presente com heroísmo de seus filhos, tiveram
a sua consequência política, uma vez que estimulou o sentimento
nacionalista dos paraibanos.

Análise Econômica
Na época colonial, a Paraíba ofereceu no aspecto econômico
um traço digno de registro. Entre os principais produtos e fontes de
riqueza, destacavam-se o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o algodão e
o comércio de negros.
O pau-brasil, proveniente da Ásia, era conhecido como ibira-
pitanga pelos índios. O seu valor como matéria prima de tinturaria
foi atestado na Europa e na Ásia. Daí a sua importância econômica.

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HISTÓRIA DA PARAÍBA

chegarem, fizeram seus engenhos, onde viviam com muito luxo, Manoel Arruda, que começou a pesquisar a fauna e a flora nordes-
desfrutando de tudo. tina.
Ocorre que nem toda a população vivia tão bem como a no- Todas estas ideias liberais provocaram um surto revolucionário,
breza, uma vez que haviam mulheres e moças analfabetas, que só no qual podemos citar as revoluções de 1817, 1824 e 1848, todas
faziam os afazeres domésticos. com tendências republicanas, federalistas e democráticas.
Havia também outras classes sociais, compostas por comer-
ciantes e aventureiros, que enriqueciam rapidamente, faziam parte Revolução de 1817: Este movimento de caráter republicano e
da burguesia, querendo chegar a fazer parte da nobreza. separatista, surgiu na Província de Pernambuco e logo se espalhou
Os integrantes da máquina administrativa constituíam outra pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
classe. Eles eram considerados os homens bons, viviam uniformi- Influenciados pela Revolução Francesa e polo exemplo de Re-
zados. pública norte-americano, os revoltosos queriam emancipar o Brasil.
O fator mais importante para a sociedade foi a Igreja, devido à Quando a revolta estourou os revoltosos instalaram um governo
sua maneira de catequizar o povo. provisório republicano. Porém o Governo Geral não perdeu tem-
As principais igrejas que acompanharam a Paraíba no tempo po. Quatro meses depois os líderes da revolta foram condenados à
colonial foram: morte e a revolução contida.
A matriz de Nossa Senhora das Neves Como líderes da revolução podemos citar Domingos José da
Igreja da Misericórdia Silva (comerciante) e os paraibanos militares Peregrino de Carvalho
Igreja das Mercês e Amaro Gomes.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Capela de Nossa Senhora da Mãe dos Homens Igreja do Bom A Paraíba e a Independência do Brasil[ Guia Geográfico Paraíba.
Jesus dos Martírios. http://www.brasil-turismo.com/paraiba/historia.htm> ]

Revoltas em que a PB Participou Em 1821, com o Brasil sob o regime de Monarquia Parlamentar
Portuguesa, comandado pelas Cortes Constituintes de Lisboa, a Pa-
Guerra dos Mascates: A Guerra dos Mascates foi uma guerra raíba elegeu uma Junta Provisória de Governo, em 25 de outubro,
civil, ocorrida em Pernambuco, no século XVIII, mais propriamen- presidida pelo português João de Araújo da Cruz. Em 18 de julho de
te em Olinda, sede do governo pernambucano na época. Ocorreu 1822, o Padre Galdino da Costa Vilar assumiu a presidência da Junta
que houve indignação contra a elevação de Recife à categoria de de Governo.
vila, a pedido da população de Recife, composta por comerciantes Em 8 de outubro de 1822, os paraibanos declararam-se des-
portugueses chamados Mascates que aspiravam por uma maior au- ligados de Portugal e, em 28 de novembro, aclamaram o Príncipe
tonomia. Nesta época a economia nordestina entrava em declínio, Regente.
pois os preços do açúcar estavam baixando no mercado mundial e A opção dos paraibanos pelo governo central do Rio de Janeiro
haviam descoberto as Minas Gerais. Muitos senhores de engenho não foi sem resistência. Como exemplo, o Tenente Coronel de Ca-
deviam dinheiro aos mascates. Em 1707 o povoado de Recife foi valaria Antonio José Gomes Loureiro, não aderiu à causa da Inde-
elevado a vila, o que provocou revolta em Olinda. Alguns olinden- pendência e foi expulso de seu posto na Paraíba. Loureiro foi para
ses ocuparam Recife e elegeram um novo governador a seu favor; Salvador e queria embarcar para Portugal, mas foi proibido pelo
Olinda ocupou Recife por três meses. General Madeira. Conseguiu embarcar, como passageiro, na escuna
João da Mata, um mascate, adquiriu o apoio do governador mercante Marianna, mas foi capturado, em Caravelas, pelas tropas
da Paraíba, João da Maia Gama, para desforrar-se dos senhores de brasileiras e cinco tripulantes da Escuna foram mortos no embate.
engenho. Desta forma os mascates aprisionaram o governador per-
nambucano. Após este fato entrou um novo governador no poder Revolução Praieira: Esta revolta durou apenas cinco meses e
(Félix José Machado de Mendonça), que a princípio foi imparcial, ocorreu na província de Pernambuco entre 1848/49. Ela foi influen-
mas que em seguida ficou ao lado dos mascates, os quais saíram ciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta
vencedores desse conflito. consiste não apenas em um movimento de protesto contra a políti-
ca Imperial, mas num movimento social que pretendia estabelecer
Revoluções Liberais: A passagem do século XVIII para o XIX foi reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, pode-
marcada pelo surgimento de ideias revolucionárias. No mundo sur- mos citar:
gia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que A divisão dos latifúndios;
procurava descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos A liberdade de imprensa; democracia; fim da importação de
mais degradantes e cruéis da sociedade. Na Paraíba as ideias re- indústrias têxteis; fim do domínio português sobre o comércio de
volucionárias foram estimuladas pela maçonaria. O mundo todo se Recife; fim da oligarquia política, entre outros.
baseava no ponto de vista científico. Temos como exemplo o padre Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores
(grandes latifundiários e comerciantes portugueses). O principal
jornal liberal em Recife tinha sua localização na Rua da Praia. Por
causa disto, os liberais ficaram conhecidos como praieiros.
A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conser-
vadores de Olinda, ao sétimo dia do mês de novembro de 1848. Em
1849 os revoltosos atacaram Recife, mas fracassaram. Depois de ter
sido derrotado pelas tropas do Brigadeiro Coelho, em Pernambuco,
Borges da Fonseca continuou a lutar na Paraíba. Outros líderes fo-
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ram torturados ou assassinados. Este foi o último movimento revo- ficou aquartelada na Fortaleza de Santa Catarina. Faziam parte do
lucionário do Império. efetivo da Força Policial, os Capitães
José Francisco de Atayde Melo, Frederico do Carmo Cabral e
Confederação do Equador: Esta revolta surgiu com a atitude José Silva Neves, além dos Tenentes Francisco
autoritária de D. Pedro I, o qual dissolveu a Assembleia Constituin- Gomes Monteiro, Pedro César Paes Barreto e Joaquim Ferreira
te. Esta situação agravou-se quando D. Pedro I quis substituir Mano- Soares. Depois das batalhas, o Capitão Frederico foi condecorado
el Pais de Andrade, governador da província, ex-revolucionário, que com medalha de honra, o que revela que o contingente da Força
gozava de grande popularidade entre os pernambucanos, por um Policial teve papel destacado na guerra, de onde só retornou após
apadrinhado seu (Francisco Reis Barreto). Desta forma, as câmaras sua conclusão.
municipais de Olinda e Recife se declararam contrárias ao governo Para substituir a Força Policial durante esse período foi criada
de Barreto. uma Força Policial Provisória, que foi extinta em 1870, quando a
Em 2 de julho de 1824, Pais de Andrade se empenhou na revol- tropa retornou do Paraguai.
ta, pedindo apoio às outras províncias nordestinas. Seu objetivo era
reunir as províncias do Nordeste em uma república, denominada de Ronco da Abelha: Em 1850, o Brasil passou a adotar o registro
Confederação do Equador. de nascimento e de óbito, através da lei 586 de 6 de setembro da-
Foram mandados emissários às províncias da Paraíba, Rio quele ano. A população interiorana não foi bem informada dessas
Grande do Norte e Ceará. Porém a repressão sobre esta revolta foi exigências e passou a interpretar que o governo estava levantando
intensa. D. Pedro I enviou navios de guerra para derrotá-la. Após a dados para escravizar o povo. Por conta disso, no interior da Para-
derrota das tropas republicanas de Pernambuco, as outras provín- íba, ocorreu em 1852, começando pela Vila de Ingá, uma revolta
cias se enfraqueceram e foram derrotadas. que ficou conhecida como O Ronco da Abelha. Centenas de pessoas
Seus líderes foram todos executados, entre eles Frei Caneca, invadiam os cartórios, queimavam todos os papéis, quebravam os
que morreu fuzilado, pois ninguém tinha coragem de enforcá-lo. móveis e ameaçavam os moradores. A revolta se espalhou por vá-
rias outras Vilas no brejo paraibano. Todo efetivo da Força Policial
Revolta dos Quebra-Quilos[ LIMA, J. B. História da PMPB. sediado na Capital foi deslocado para o interior a fim de serenar os
http://www.pm.pb.gov.br/arquivos/historia_da_pmpb.pdf>]: Em ânimos. Depois de cerca de três meses de intensa atividade, a Força
1874, a Força Policial da Paraíba teve importante participação em Policial pacificou o movimento.
um acontecimento histórico. Foi a pacificação do movimento que
ficou conhecido como a Revolta de Quebra Quilo. Nesse período Coluna Prestes: Foi um movimento iniciado por alguns polí-
havia no seio da população interiorana da Paraíba, um sentimento ticos que estavam descontentes com o governo do presidente do
de revolta com recentes acontecimentos religiosos envolvendo o Rio Grande do Sul, e velhos participantes da Revolta Federalista de
Estado, a igreja e seguimentos maçônicos, que resultaram na pri- 1893. Seus principais líderes foram: Luís Carlos Prestes, Miguel Cos-
são de um Bispo em Pernambuco. Ainda nessa época, o Brasil pas- ta e Juarez Távola.
sou a adotar o sistema métrico decimal, o alistamento militar e, na Os integrantes da Coluna, apesar de todas as dificuldades, con-
Paraíba, começava-se a cobrar o imposto de Chão, para permitir a seguiram romper as barreiras do sul.
prática de comércio nas feiras-livres. Essas medidas não eram bem Ao final, a Coluna se retirou para a Bolívia, o Paraguai e a Ar-
explicadas à população. A soma desses fatos provocou o movimen- gentina.
to que ficou conhecido como a revolução de quebra-quilo. Cente-
nas de pessoas, como na revolta do Ronco da Abelha, invadiam as O Movimento de Princesa
Vilas, quebravam os pesos e outras medidas, queimavam arquivos, Em 1930, um grupo armado, sediado na cidade de Princesa,
soltavam presos, e gritavam “morte aos maçons”. Esses fatos ocor- no alto sertão paraibano, chefiado pelo Deputado Estadual José Pe-
reram em Ingá, Fagundes, Areia, Campina Grande, Guarabira e ou- reira, tentou conturbar a ordem pública no interior do Estado. Os
tras cidades do brejo paraibano. Todo efetivo da Força Policial, sob objetivos do movimento, como os dos rebeldes de Monteiro em
o Comando do Tenente Coronel Francisco Antônio Aranha Chacon, 1912, era provocar uma intervenção federal na Paraíba. A conse-
foi deslocado no dia 18 de novembro de 1874 para pacificar o mo- quência imediata seria a deposição do Presidente João Pessoa, que
vimento. Depois de muitos confrontos, que duraram cerca de dois havia rompido relações políticas com Washington Luiz, depois dos
meses, sem registros de mortes, a revolta foi pacificada e o contin- acontecimentos que resultaram no famoso “NEGO”.
gente Policial retornou a Capital. Mas uma vez a Força Pública foi acionada, e um grande efetivo
foi mobilizado para enfrentar os rebeldes sertanejos, que recebiam
A Guerra do Paraguai ajuda do Governo Federal. Foram mais de quatro meses de violen-
Outro acontecimento histórico de grande repercussão nacional tos combates, em que foram registradas muitas mortes de ambos
que a Força Policial da Paraíba participou foi a Guerra do Paraguai. os lados. Foi criado um Batalhão Provisório, na Força Pública, só
Depois de declarada a guerra, o Império convocou toda a Tropas para reforçar o contingente empregado na luta.
de Primeira Linha existentes nas Províncias. Da Paraíba seguiram Os acontecimentos mais marcantes desses confrontos foram; O
também para o Rio de Janeiro, onde se incorporaram às forças im- desastre da Água Branca, em que cerca de duzentos policiais foram
periais, contingentes da Guarda Nacional e Corpos de Voluntários. mortos em uma emboscada; a tomada, pela Polícia, das cidades de
Todo efetivo da Força Policial, totalizando 210 homens, sob o Co- Teixeira, Imaculada e Tavares, que haviam sido ocupadas pelos gru-
mando do Maj José Vicente Monteiro da Franca, embarcou para a pos liderados por José Pereira e o cerco de Tavares, que se achava
Capital do Império, no dia 23 de junho de 1865, saindo de Cabedelo
no Vapor Paraná. Enquanto aguardava o embarque, a Força Policial

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ocupada pela Polícia e foi cercada por grupos de cangaceiros, du- Elias Fernandes restaurou a ordem, garantiu a posse de Prefeitos, e
rante 18 dias. o funcionamento da justiça.
Princesa foi cercada e a intervenção pretendida por José Perei- Serenados os ânimos, os comandados de Cel Elias Fernandes
ra não foi alcançada. permaneceram em Natal até o final daquele ano, sendo alvo de
Muito foram os Policiais que se destacaram nessas lutas. Entre muitas homenagens do povo potiguar em sinal de gratidão pela
eles podemos citar; Ten Cel Elísio Sobreira, honrosa forma como auxiliaram a debelar aquele movimento.
Comandante Geral na época, Capitão Irineu Rangel, Coman-
dante do contingente empregado na luta, Capitão João Costa, Ten A Paraíba na Segunda Guerra Mundial
José Maurício, Ten Elias Fernandes, Ten Manuel Benício, Aspirante A participação paraibana na Segunda Guerra Mundial ficou res-
Ademar Naziazene, Sgt Severino Bernardo e Sgt Manuel Ramalho. trita ao alistamento de soltados locais e ao patrulhamento militar
no litoral paraibano.
A Revolução Paulista
Em busca da redemocratização do país, ou objetivando recon- Governadores da Paraíba após a revolução de 1930
quistar espaços políticos perdidos desde a revolução de 1930, li- - Álvaro Pereira de Carvalho (ficou no poder até 4 de outubro
derança políticas e militares de São Paulo, inclusive integrantes da de 1930)[ Leandro Lima Lira. História da Paraíba: 4.2. Governado-
Força Pública daquele Estado, articularam um movimento armado res da Paraíba após a Revolução de 1930. Also Sobre. https://www.
em 1932, tentando depor o Governo Federal. A História registrou algosobre.com.br/historia/historia-da-paraiba-4.2.-governadores-
esses acontecimentos como a Revolução Constitucionalista -da-paraiba-apos-a-revolucao-de-1930.html];
Para debelar esse movimento, Getúlio Vargas, que governava o - José Américo de Almeida (04/10/1931-09/10/1930);
país, convocou tropas federais, e efetivos das Polícias Militares de - Antenor de França Navarro (10/11/1930-1931);
todo Brasil. - Gratuliano da Costa Brito (1932);
Da Paraíba, seguiram, de imediato, para participar das lutas, - José Marquês da Silva Mariz (1934);
duas Companhias do 1º Batalhão, e um Batalhão Provisório. Pos- - Argemiro de Figueiredo (1935);
teriormente, foram enviados mais três Batalhões Provisórios, que - Ruy Carneiro (1940-1945);
não chegaram a participar dos confrontos. Esses Batalhões eram - Samuel Duarte (1945);
formados por voluntários e os Oficiais eram civis comissionados, es- - Odon Bezerra Cavalcanti (1946);
colhidos entre integrantes de famílias tradicionais do Estado. O 2º - José Gomes da Silva (1946-1947);
Batalhão Provisório foi recrutado em Campina Grande. - Oswaldo Trigueiro (1947-1950);
O efetivo do 1º Batalhão, que participou dessa luta, foi co- - José Targino (1950-1951);
mandado pelo Capitão do Exército Aristóteles da Souza Dantas, e, - José Américo de Almeida (1951-1953, 1954-1956);
partindo do Estado de Minas Gerais, combateu na chamada frente - João Fernandes de Lima (1953-1954);
norte de São Paulo integrando uma Coluna formada por Batalhões - Flávio Ribeiro Coutinho (1956-1958);
de outras Polícias e do Exército, sob o Comando do então Coronel - José Fernandes de Lima (1960-1961);
Eurico Gaspar Dutra. O 1º Batalhão Provisório, sob o Comando do - Pedro Moreno Godim (1958-1960 e depois 1961-1966);
Maj Guilerme Falcone, participou de combates na frente sul daque- - João Agripino Filho (1966-1971);
le Estado, entrando através do Paraná, compondo outra Coluna, co- - Ernani Sátyro (1971-1975);
mandada pelo General Walddomiro Lima. - Ivan Bichara Sobreira (1975-1979);
O contingente da Paraíba teve destacadas participações em - Dorgival Terceiro Neto (1979);
combates ocorridos na cidade de Capão Bonito, Buri, e Itapetinga, - Tarcísio Burity (1979-1982);
na frente sul e em Lindóia, Monte Sião, Campinas e Itapira, na fren- - Clóvis Bezerra (1982-1983);
te norte. Em diversas oportunidades, os combates foram decididos - Wilson Braga (1983-1986);
em lutas de corpo a corpo, e com uso de arma branca, onde preva- - Riveldo Bezerra Cavalcante (1986);
leceram a destreza e a coragem pessoal dos paraibanos. - Milton Cabral (1986-1987);
- Tarcísio Burity (1987-1991);
Combates à Intentona Comunista - Ronaldo Cunha Lima (1991-1994);
Em novembro de 1935 ocorreu, em Natal, Recife e Rio de Ja- - Cícero Lucena (1994-1995);
neiro, uma tentativa de implantação de um Governo Comunis- - Antônio Mariz (1995);
ta. Grupos orientados por Carlos Prestes e com a participação de - José Maranhão (1995 - 1999);
simpatizantes militares, tomaram o Quartel do Exército em Natal e - José Maranhão (1999 - 2002) ;
pretendiam depor o Governo do Rio Grande do Norte, instituindo - Cássio Cunha Lima (2003 -2006).
uma Junta Governativa. Houve luta entre os rebelados e a Polícia - Cássio Cunha Lima (2006 - 2010).
daquele Estado. - Ricardo Coutinho (2010 - 2014).
Informado da situação, o Governador da Paraíba, Argemiro de - Ricardo Coutinho (2014 - 2018).
Figueredo, enviou a Natal, para auxiliar as forças legalistas, um Ba- - João Azevêdo (2018 - ).
talhão Policial, sob o Comando do Ten Cel Elias Fernandes. Ainda no
percurso de João Pessoa a Natal, a Polícia paraibana prendeu vários
integrantes da Junta Governativa e apreendeu farto material que
eles haviam saqueado em diversas cidades. Em várias cidades, onde
as autoridades constituídas haviam fugido, temendo o movimento,

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A Paraíba e as Ligas Camponesas[ ARAÚJO. G. P. B. Ligas Campone- nos âmbito agrário e social. Tais alterações agravaram os conflitos
sas: Formação, luta e enfraquecimento. Instituto Federal de Ciência e já existentes entre campenses e latifundiários: melhores condições
Tecnologia da Paraíba. de trabalho e a reforma agrária, sob o lema: “reforma agrária, na lei
http://connepi.ifal.edu.br/ocs/index.php/connepi/CONNEPI2010/pa- ou na marra.”
per/viewFile/1808/1067> ] Esse processo contraiu aspecto próprio na resistência do cam-
pesinato por meio da criação das Ligas Camponesas, importante
A formação do campesinato brasileiro movimento social, que trouxe inúmeros benefícios sociais para os
O termo camponês era geralmente empregado na Europa para camponeses até então às margens dos direitos trabalhistas e sin-
indicar a comunidade rural que se dedicava à exploração agrícola. dicais.
De acordo com Andrade (1989), os trabalhadores rurais brasileiros Com a intenção de prestar assistência social e jurídica aos as-
passaram-se a ser chamados de camponeses, só a partir de meados sociados é que João Pedro Teixeira, Pedro fazendeiro, Nego Fubá
do século XX. Foi a partir de então, que passaram a se organizar em e outros camponeses criam, em fevereiro de 1958, a Associação
associações e a reivindicar por direitos perante os proprietários das dos Lavradores e Trabalhadores Agrícola de Sapé - PB, embrião da
terras, os latifundiários. Liga Camponesa daquela cidade. Segundo Silva (2009) em pouco
A formação do campesinato brasileiro se deu, segundo STEDILE tempo, a associação, “deixa de ser um movimento apenas assisten-
(2005) por um grupo de pessoas pobres que se estabeleciam em cialista às pequenas causas locais dos camponeses, para tornar-se
terras não juridicamente apropriadas, ou terras apropriadas, mas um movimento de atuação e de possíveis mudanças em esfera mais
com o consentimento do proprietário, para o desenvolvimento de representativa e influente” como instrumento de protesto contra o
culturas alimentícias para o seu próprio sustento, deu-se vagarosa- cambão, o foro, o barracão, a falta de direitos trabalhistas e, pela
mente, desde o tempo da colonização. reforma agrária,
Com a abolição da escravidão a massa formada por pobres As Ligas Camponesas ganharam destaque, entre os levantes
foi fermentada com a inclusão dos ex escravos. Por não possuírem populares do campo, através das estratégias de luta e pela multipli-
bens e terras tornaram-se moradores das fazendas e engenhos, cação de focos de conflito utilizada contra a ordem, sendo essa uma
principalmente na região Nordeste. das razões para a repressão do movimento por parte dos grandes
Após séculos de exploração e injustiças, o homem do campo, latifundiários e também, do poder público.
camponês, atrelado ao grande latifúndio inicia um movimento de No estado da Paraíba foram cerca de quinze mil associados.
contestação da situação na qual viviam e passam a reivindicar me- Segundo BANDEIRA, SILVEIRA e MIELE (1997) a população de Sapé
lhorias que eram fundamentais para a sua permanência no campo. na década de 50 era de 37.918 pessoas e no final dessa década já
contava com aproximadamente dez mil filiados.
As Ligas Camponesas sob um Panorama Geral Para conseguirem se organizar e, tendo em vista a perseguição
De acordo com ANDRADE (1989) o movimento dos campone- sofrida pelo movimento, lançava mão de táticas de luta e mobiliza-
ses no Brasil como uma organização com o caráter de reivindicar ção como a “infiltração”. De acordo com CALADO et al. (2007) os mi-
melhores condições de vida e trabalho iniciou-se tardiamente. litantes das Ligas vestiam-se de “vendedores de doce” e, passando
Por estarem ligados ao grande latifúndio, os partidos políticos percebidos pelos capangas dos proprietários, convidavam os cam-
brasileiros não legislavam sobre os direitos do camponês. O pri- poneses para tomar parte das reuniões, e a se associarem às Ligas.
meiro a abraçar a causa dos camponeses foi o Partido Comunista Outra tática bastante utilizada pelos integrantes das Ligas Cam-
Brasileiro. ponesas eram os chamados chocalhos, aonde quem era contra as
O PCB foi o responsável pela criação das primeiras Ligas cam- Ligas, os proprietários, os capatazes, eram “chocalhados” e trazidos
ponesas com o objetivo principal de organizar as massas dos traba- para a marcha devendo gritar em vivas: “Viva às Ligas Campone-
lhadores rurais para protestar contra os grandes proprietários de sas!” (CALADO et al, 2007).
terras, os latifundiários. Tal organização iniciou-se ainda nos anos Entre as estratégia de luta utilizada pelos camponeses uma das
de 1940. mais recorrentes era a ocupação de propriedades. Ocupavam as fa-
Porém, o cenário político-social ideal para a expansão e con- zendas em prol do trabalhador e permaneciam no local até quando
solidação das mesmas só ocorreu entre os anos de 1950 e 1960, o problema fosse solucionado.
sendo mais forte na região Nordeste do Brasil. Em seu processo de luta, o movimento camponês angariou a
Foi nessas décadas que foi construída a emergência da luta do eliminação do cambão, do foro, e fez com que os trabalhadores do
homem do campo. Em 1962, o movimento propriamente campo- campo que foram expulsos injustamente de suas terras pudessem
nês estava sob orientação das Ligas Camponesas. Neste mesmo permanecer nelas ou recebessem uma indenização dos latifundiá-
ano, o advogado e político pernambucano, Francisco Julião, assume rios.
um papel fundamental como representante da causa relacionadas
às Ligas e ao homem do campo. (VANDECK, 2001). O Enfraquecimento das Ligas Camponesas
As autoridades competentes temiam que as Ligas colocassem Devido à forte influência exercida pelos latifundiários no ce-
em questão a ordem e o controle do Estado. Num curto espaço de nário político nacional e paraibano as Ligas Camponesas passaram
tempo essa organização já estava presente em dezenas de municí- ser reprimidas, seus líderes perseguidos e mortos, enfraquecendo e
pios, inclusive em Sapé, zona da Mata paraibana. desarticulando o movimento.
No estado da Paraíba a Liga Camponesa paraibana sofreu um
As Ligas Camponesas na Paraíba duríssimo golpe. No dia 02 de abril de 1962, um dos seus princi-
Com a modernização e com a penetração de capital no setor pais líderes, João Pedro Teixeira, presidente da Liga Camponesa, foi
canavieiro paraibano as relações de produção dentro do sistema la- assassinado a mando de um usineiro local. Outro líder igualmente
tifundiário foram modificadas. Ocorreram alterações significativas
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assassinado foi o camponês Pedro Inácio de Araújo, o Pedro fazen- micos, percebe-se que está ocorrendo uma redução no número de
deiro. pessoas ocupando o setor primário paraibano, o que confirma a
De acordo com BANDEIRA, SIVEIRA e MIELE (1997) Elizabeth saída da população do campo. Enquanto isso, nas cidades, o setor
Teixeira, viúva de João Pedro Teixeira, também foi perseguida pelas terciário está sofrendo aumento gradativo, ao receber a população
forças repressoras tendo que abandonar o Estado da Paraíba e se proveniente do setor primário.
refugiar no Estado do Rio Grande do Norte, sendo obrigada a ocul- A debilidade da indústria no Estado mostrou uma redução nos
tar a sua real identidade. percentuais da população pertencente ao setor secundário entre
O receio de que o Brasil se tornasse um país socialista fez com as décadas de 70 e 80. A indústria, em 1995, teve uma crescimento
que no golpe militar em 1º de Abril de 1964 muitos líderes campo- de 7,7% e sua produção de 2,6%, que por pouco não se nivelou ao
neses fossem presos, fugissem ou fossem colocados na clandesti- crescimento líquido demográfico.
nidade. Apesar da população paraibana continuar participando cada
Com as ausências de seus principais líderes, a Liga paraibana foi vez menos do setor primário, este ainda representa a base da eco-
sendo enfraquecida e aos poucos desarticulada. nomia do Estado. Os principais produtos agrícolas paraibanos são:
Abacaxi: Sobre o qual a Paraíba se destaca como o maior pro-
Paraíba Atual dutor, tendo grande importância para a exportação. O abacaxi é cul-
tivado em Sapé, Mari e Mamanguape.
Aspectos Políticos: Sisal: Nos anos 50 e 60 foi o principal produto agrícola paraiba-
Por toda parte, dentro da Paraíba, existem análogos problemas no. Hoje ocupa o terceiro lugar na exportação estadual.
de seca, condições sociais e similares. As razões de existência dos Cana-de-açúcar: Possui grande importância econômica, pois
“chefes políticos” não diferem muito entre si, pelo menos quando dela se fabrica o álcool usado como combustível. As principais áreas
se toma a situação como um todo. Os fenômenos de independên- de cultivo são os vales, os tabuleiros e o litoral.
cia constatados na Paraíba correspondem à existência de aglomera- Algodão: Na região sertaneja, ocupa lugar de destaque. Essa
ções relativamente pequenas. cultura já representou o principal produto agrícola paraibano.
O problema das cidades ganha relevo na análise política. A Mandioca, milho e feijão: São culturas de subsistência.
síntese dos diferentes elementos, que são as cidades e campo, os Na produção animal, destacamos os rebanhos:
“chefes políticos” e os eleitores, afasta-se ainda mais do esquema Bovino: Sua produção se destina basicamente a alimentação
traçado para a Paraíba. Neste Estado, os partidos políticos são con- local. Localiza-se mais intensamente no Agreste e no Sertão.
sequência de uma certa situação de fato, histórica e contingente. Suíno: Com a melhoria das técnicas de criação, o rebanho vem
Os principais órgãos públicos que auxiliam o governo são: apresentando um crescimento. Localiza-se no Cariri e no Sertão.
Telpa: Telecomunicações da Paraíba, responsável pelos servi- Caprinos e Ouvinos: Fornece carne e leite. Localiza-se nos Ca-
ços telefônicos; riris e no Sertão.
Paraiban: Banco do Estado da Paraíba S/A. Foi fechado pelo Equinos, Asininos e Muares: Destinados ao transporte.
Banco central e reaberto no governo de Ronaldo Cunha Lima; Percebe-se que a pecuária é praticada de forma extensiva na
Cagepa: Companhia de Água e Esgoto da Paraíba; Paraíba.
Ceasa: Centrais de Abastecimento Sociedade Anônima, respon-
sável pelo abastecimento agrícola; Aspectos Sociais
Saelpa: Sociedade Anônima de Eletrificação da Paraíba, res- Nosso povo (brasileiro) surgiu na mistura das raças branca, ne-
ponsável pelo abastecimento de energia elétrica no Estado, com gra e índia. Esta última já habitava a região.
exceção de Campina Grande, onde o serviço é prestado pela Celb; A população da Paraíba é essencialmente mestiça, o que resul-
Ipep: Instituto de Previdência do Estado da Paraíba, responsá- ta da união de três etnias: a mulata, a cabocla e a cafuza.
vel pela assistência médica, benefícios e aposentadorias dos traba-
lhadores estaduais; Patrimônio histórico e cultural da Paraíba.
Cehap: Companhia Estadual de Habilitação Popular, responsá-
vel pela habilitação das pessoas mais pobres; Iphan – Paraíba[ IPHAN PARAÍBA. http://portal.iphan.gov.br/
Pbtran: Batalhão da Polícia de Trânsito; pagina/detalhes/326> ]
ECT: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A atuação do Iphan na Paraíba data de 1938, com os primeiros
Para coordenar as atividades comerciais, agrícolas, sociais e tombamentos de edificações da arquitetura religiosa e militar, como
políticas, a fim de melhorar as condições de vida da população, o a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, e a Atalaia do Forte Ve-
poder é dividido em três: lho, em Santa Rita, ambas do século XVI; os conventos franciscano
Poder Legislativo: Exercido pelos deputados estaduais, eleitos e carmelita de João Pessoa; a Capela Nossa Senhora da Guia, em
pelo povo como seus representantes, durante um período de 4 Lucena. A Superintendência do Iphan na Paraíba é de 2004. Mas já
anos. foi a 20ª Superintendência Regional, e esteve vinculada também à
Poder Judiciário: Exercido pelo Tribunal de Justiça, por meio 5ª Regional.
dos desembargadores e juízes. A Paraíba possui bens tombados em nove municípios: Areia,
Poder Executivo: Exercido pelo governador do Estado, que atua Aparecida, Cabedelo, Cruz do Espírito Santo, João Pessoa, Ingá, Lu-
por 4 anos. cena, Pilar e Santa Rita. Nos últimos anos, o Iphan tem realizado
ações sistemáticas de conservação e restauração desses conjuntos.
Aspectos Econômicos
Sob o ponto de vista econômico, considerando a P.E.A. (popu-
lação economicamente ativa) correspondente aos setores econô-
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HISTÓRIA DA PARAÍBA

Também foram tombadas como Patrimônio Nacional as cidades de Aspectos Culturais


João Pessoa, a capital do Estado, em 2009 e Areia, em 2005.
No patrimônio edificado destaca-se também o conjunto de Folclore
casa, capela e sobrado da Fazenda Acauã, construído no século As manifestações folclóricas e populares existem em grande
XVIII em Aparecida, no sertão. Trata-se de referência importante da quantidade na Paraíba. Tais manifestações fazem parte da cultura
ocupação do interior e registro singular da arquitetura rural das pri- do Estado paraibano.
meiras fazendas de gado. Pertenceu à família Suassuna e é o lugar Dentre estes acontecimentos, podemos citar: festas de padro-
onde o escritor Ariano Suassuna passou parte da infância e ao qual eiro, festas natalinas, festas juninas, casamentos, batizados, noi-
se referiu em sua obra como Reino Encantado. vados, festas de ano novo, festas de caráter religioso, vaquejadas,
exposições agropecuárias, festas do calendário cívico, entre outras.
Sítios Arqueológicos da PB
Em se tratando de arqueologia, a Paraíba possui um potencial Artesanato
invejável. Literatura transmitida de pessoa a pessoa, que se conserva na
No município de Ingá, encontra-se o sítio arqueológico mais memória do povo. Fazem parte desta literatura: as anedotas, a can-
visitado do Estado, conhecido como Pedra do Ingá, onde estão gra- toria de viola, a glosa, a parlenda, o folheto de cordel, o provérbio,
vadas, na dura rocha, no leito de um rio, dezenas e dezenas de ins- advinha, etc.
crições rupestres, formando fantásticos painéis com mensagens até Anedota: Tipo de estória curta, que tem por finalidade provo-
hoje não decifradas. car risos em alguém.
Embora ainda fazendo parte do desconhecido, os achados da Cantoria: Atividade própria do poeta-cantador. A cantoria so-
Pedra do Ingá estão já há bastante tempo catalogados por notáveis freu codificações desde o seu surgimento até hoje, e atrai muitas
arqueólogos como um dos mais importantes documentos líticos, pessoas para vê-la.
motivando permanente e incessantes pesquisas, que buscam in- Parlenda: Poema feito em versos curtos, geralmente utilizados
formações mais nítidas sobre a vida e os costumes de civilizações para distrais crianças.
passadas. Provérbio: Sentença breve, criada pelo povo. Tem por finalida-
Seriam as itacoatiaras do Ingá manifestações dos deuses? O de mostrar a experiência humana.
que estes antepassados quiseram transmitir, com suas inscrições Advinha: Tipo de passatempo divertido.
sincronizadas, esculpidas na rocha? As respostas vêm sendo ten-
tadas por arqueólogos, antropólogos, astrônomos e ufólogos, que Festas Populares
chegam de várias partes do mundo, interessados em desvendar es- Na Paraíba, as festas cívicas e populares são comemoradas pela
ses mistérios. população com grande entusiasmo.
O destaque do Sítio Arqueológico são três painéis de riquíssi- Os paraibanos aprenderam a festejar acontecimentos religio-
ma arte rupestre. Existem sulcos e pontos capsulares sequenciados, sos com os portugueses, tendo influência também dos indígenas.
ordenados, que lembram constelações, serpentes, fetos e variados Os festejos populares realizados em homenagem aos padroei-
animais, todas parecendo o modo que os indígenas ou os visitantes ros servem para reencontrar pessoas que não se vinham a muito
de outras latitudes tinham para anunciar ideias ou registrar fatos e tempo, especialmente familiares que vêm de outras localidades
lendas. O bloco principal, de 24 metros de comprimento por cerca para fazer uma visita à sua terra natal. Esses festejos também ser-
de 4 metros de altura, divide o rio Ingá de Bacamerte em dois, du- vem para o divertimento da população.
rante o inverno. No verão, o rio corre por trás das inscrições.
No sítio arqueológico de Ingá surgiu um Museu de História Na- As principais festas populares são:
tural, que acolhe cerca de duas dezenas de fósseis de animais que Festa de Nossa Senhora das Neves e Festa de Nossa Senhora da
aí viveram, retirados do sítio Maringá e em Riachão do Bacamarte. Penha, ambas comemoradas em João Pessoa; e Micarande, festas
O sítio arqueológico de Ingá é ainda uma reserva ecológica da populares comemoradas em Campina Grande, que atraem turistas
biosfera da caatinga, onde encontram-se diversas espécies de árvo- de todo o país;
res, entre elas uma velha baraúna, com mais de 100 anos de vida. Festa da Luz, em Guarabira;
Curiosamente, a ingazeira, espécie de árvore que inspirou o nome Festa da Guia, em Patos;
da cidade, desapareceu a mais de 40 anos. A prefeitura de Ingá está Festa do Rosário, que ocorre em Pombal e Santa Luzia.
trazendo da cidade de Areia várias mudas de ingazeira, a fim de
restaurar um pouco da história local.
No alto sertão, mais propriamente no município de Sousa, en-
contra-se o Vale dos Dinossauros, uma vasta área onde estão re-
gistradas inúmeras pegadas fossilizadas de animais pré-históricos,
transformadas em rochas pela ação do tempo.

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HISTÓRIA DA PARAÍBA

3.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1


QUESTÕES CONCURSO)

Leia o texto a seguir sobre algumas revoltas populares que


1.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 ocorreram na Paraíba no século XIX.
CONCURSO) A _______ ocorreu em 1874, ficou assim conhecida pela modi-
ficação que provocou no sistema de pesos e medidas, fato este que
“Esse estudo traz em sua essência a discussão sobre os fatos desencadeou uma grande revolução na Paraíba.
que ocorreram na Paraíba, durante o período da ‘Primeira Repú- A _______ ocorreu em cinco províncias do Nordeste. Os revol-
blica’. Fatos estes que vieram a desencadear um conflito armado, tosos eram contrários aos decretos imperiais que obrigava a popu-
dentro deste estado, entre dois tipos de poder: o ‘poder privado’ lação a fornecer dados pessoais, tais como: número de nascimentos
[representado, no conflito específico, pelo ‘coronel’ José Pereira e óbitos na família; filiação; estado civil; cor da pele.
Lima] e o ‘poder instituído’ [representado por João Pessoa Caval- Na _______ os revoltosos eram os liberais adversativos dos
canti de Albuquerque]. O primeiro, caracterizado pelo coronel, figu- conservadores (grandes latifundiários e comerciantes portugue-
ra que constituía a base do sistema político da época; e, o segundo, ses). A revolta se iniciou em Recife, os liberais exigiam: a divisão dos
concentrado nas mãos do chefe político estadual. latifúndios; a liberdade de imprensa; o fim da oligarquia política.

Fonte: JANUÁRIO, 2009. (Adaptado). Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
as lacunas do texto.
Assinale a alternativa que indica corretamente o nome do con- (A) Revolta do Ronco da Abelha; Guerra dos Mascates; Revo-
flito aludido no texto acima. lução Praieira
(A) Guerra de Canudos (B) Revolta do Quebra-Quilos; Revolta do Ronco da Abelha;
Revolução Praieira
(B) Revolução Praieira
(C) Guerra dos Mascates; Revolta do Ronco da Abelha; Revo-
(C) A Revolta do Quebra-Quilos
lução de Princesa
(D) A Revolta de Princesa
(D) Revolução de Princesa; Revolta do Quebra- Quilos; Inten-
tona Comunista de 1935
2.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
CONCURSO)
4.IBFC - 2018 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
CONCURSO)
Como explica a professora Alômia Abrantes em seu texto ‘Pa-
raíba Masculina’: honra e virilidade na Revolução de 1930”, o baião
“A década de 1950 marca um período de transição tanto na so-
Paraíba, composto por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, home-
ciedade brasileira quanto na nordestina e na paraibana. [...] É nesse
nageia o estado ao fazer referência indireta a um conflito interno
contexto de mudanças que nasce e se consolida o movimento das
entre “coronéis” e o poder público estadual cujas consequências
Ligas Camponesas”.
impactaram na política nacional em 1930. Os versos que fazem alu-
são ao conflito são: “Paraíba masculina, Muié macho sim sinhô”; Fonte: TARGINO; MOREIRA; MENEZES, 2011.
Eita pau pereira, que em Princesa já roncou”; “Eita Paraíba, Muié
macho sim sinhô.” Sobre este movimento social do campo, assinale a alternativa
A respeito do conflito aludido no baião Paraíba, assinale a al- incorreta:
ternativa que indica corretamente o nome dele e sua consequência (A) As Ligas Camponesas se originaram no Engenho da Gali-
para a política nacional da época. leia (Pernambuco) e em 1958 foi fundada a Liga Camponesa de
(A) A Revolta da Princesa. Assassinato de João Pessoa, candi- Sapé, primeira da Paraíba
dato a vice-presidente de Getúlio Vargas (B) A ousadia dos camponeses paraibanos despertou a ira dos
(B) Revolução de 1930. Getúlio Vargas foi eleito o presidente latifundiários da época, em 1962 o líder da Liga de Sapé, João
do Brasil Pedro Teixeira, foi assassinado
(C) A Revolta do Ronco da Abelha. Dividiu as fronteiras das (C) As Ligas Camponesas na Paraíba tiveram amplo apoio da
províncias de Pernambuco e Paraíba Igreja Católica, do Sistema Judiciário, da Secretaria de Seguran-
(D) Guerra dos Mascates. Expandiu o “coronelismo” para o ça Pública e dos latifundiários locais
território brasileiro (D) As Ligas Camponesas tiveram como finalidades: acabar
com o analfabetismo rural através de criação de escolas; pres-
tar assistência técnica agrícola; assistência jurídica para casos
de exploração do trabalhador rural, entre outras

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HISTÓRIA DA PARAÍBA

5.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 7.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
CONCURSO) CONCURSO)

Para assegurar a posse efetiva das terras para Portugal, uma Leia o enunciado a seguir.
das medidas adotadas foi à criação da Capitania da Paraíba, no ano
de 1.574, por ordem do rei ________________. Os europeus que vieram para o estado eram predominante-
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna. mente ____________, é isso desde o início da colonização do sé-
(A) Dom Manuel. culo ___________. Estes chegaram à Paraíba provenientes princi-
(B) Dom Henrique. palmente da Capitania de _____________. O pequeno número de
(C) Dom Sebastião. mulheres ____________ na época estimulou logo cedo a misce-
(D) Dom João. genação com mulheres das tribos locais e, em menor escala, com
as mulheres______________, sedimentando a base da população
6.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1 atual.
CONCURSO) Assinale a alternativa que preencham adequa e respectivamen-
te as lacunas.
Quando o governador geral Dom Luis de Brito recebeu a or-
dem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a (A) Portugueses - XVI - Pernambuco - brancas - escravas.
ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os (B) Holandeses - XV - Ceará - brancas - índias.
franceses e fundar uma cidade. Assim, começaram as cinco expedi- (C) Italianos - XVI - Rio Grande do Norte - pardas - brancas.
ções para a conquista da Paraíba. Faça a associação correta: (D) Portugueses - XV - Rio Grande do Norte - negras - cabo-
I. 1.574. clas.
II. 1.575.
III. 1.579. 8.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1
IV. 1582. CONCURSO)
V. 1.584.
Em relação a população indígena analise as afirmativas abaixo,
( ) Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que
desiste após perder um filho em combate. apresenta a sequência correta de cima para baixo.
( ) Expedição comandada pelo governador geral Dom Luis de ( ) Os índios Cariris se encontravam em maior número que os
Brito, que foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem che- tupis e ocupavam uma área que se estendia desde o planalto da
garam às terras paraibanas. Borborema até os limites do Ceará. Rio Grande do Norte e Pernam-
( ) A expedição chega a Paraíba e captura cinco navios de tra- buco.
ficantes franceses, solicitando mais tropas de Pernambuco e da ( ) Os índios Tabajaras - eram mais numerosos que os Portigua-
Bahia para assegurar os interesses portugueses na região. ras e ocupavam numa pequena região nos limites do Rio Grande do
( ) Dom Fernão da Silva, comandante da expedição, teve sua Norte com a Paraíba.
tropa surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernam- ( ) Os índios Potiguaras na época da fundação da Paraíba, os
buco. Potiguaras formavam um grupo de aproximadamente 5 mil pesso-
( ) Ainda sob forte domínio “de fato” dos franceses, foi con- as. A aliança que firmaram com os portugueses foi de grande pro-
cedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a Capitania da veito para os índios quando da conquista da Paraíba e fundação de
Paraíba, desmembrada de Olinda. João Pessoa.

A sequência correta de cima para baixo é: A sequência correta das assertivas é:

(A) I, II, III, IV, V. (A) F-V-V


(B) IV, II, V, I, III. (B) V-V-V
(C) V, IV, III, II, I. (C) F-F-F
(D) III, V, I, II, IV. (D) V-F-F

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9.IBFC - 2014 - SOLDADO (PM PB)/COMBATENTE (E MAIS 1


CONCURSO) GABARITO

Em relação à presença holandesa na Paraíba, é correto afirmar:

I. A instalação da empresa açucareira no Brasil contou com a 1 D


participação holandesa, desde o financiamento das instalações até 2 A
a comercialização no mercado europeu.
3 B
II. O primeiro governador na província holandesa da Paraíba e
Rio Grande do Norte foi Duarte Gomes da Silveira, que em nome 4 C
do Príncipe de Orange dos Estados Gerais e da Companhia, fez aos 5 D
paraibanos, em ata de 13 de janeiro de 1.635 várias promessas.
6 B
III. O controle holandês sobre a Paraíba durou apenas 10 anos,
de 1.634 a 1.644. 7 A
IV. Na época da invasão holandesa, a população era dividida em 8 D
dois grupos: os homens livres (holandeses, portugueses e brasilei-
ros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana). 9 A
V. Quando da invasão holandesa ao nordeste do Brasil, a Pa- 10 B
raíba era a terceira capitania em ordem de grandeza e importância
econômica na colônia, sendo precedida pela Bahia e Pernambuco.
Era esta riqueza e prosperidade que atraía os invasores. ANOTAÇÕES
Estão corretas apenas as afirmativas:

(A) I, IV e V. ______________________________________________________
(B) II e III.
______________________________________________________
(C) I, III e V.
(D) II e IV. ______________________________________________________

10.IBFC - 2014 - Soldado (PM PB)/Combatente (e mais 1 con- ______________________________________________________


curso)
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Em 1.930 um grupo armado, sediado na cidade de Princesa, no
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alto sertão paraibano, tentou conturbar a ordem públicas no inte-
rior do Estado. Os acontecimentos mais marcantes desse confronto ______________________________________________________
foram:
I. O desastre da Água Branca, em que cerca de 200 (duzentos) ______________________________________________________
policiais foram mortos em uma emboscada.
II. A tomada, pela Polícia, das cidades de Teixeira, Imaculada e ______________________________________________________
Tavares.
______________________________________________________
III. Cerco de Tavares, que se achava ocupada pela Polícia e foi
cercada por grupos ode cangaceiro, durante 18 dias. ______________________________________________________

Estão corretas as afirmações: ______________________________________________________


(A) I e II.
(B) I, II e III. ______________________________________________________
(C) II e III.
______________________________________________________
(D) I e III.
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HISTÓRIA DA PARAÍBA

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• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que


COMPREENSÃO DE TEXTOS. CAPACIDADE DE COMPREEN- se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário
DER IDEIAS GERAIS E ESPECÍFI CAS POR MEIO DA ANÁLISE específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar-
DE TEXTOS SELECIONADOS DE LIVROS, JORNAIS OU RE- cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná-
VISTAS, QUE ABORDEM TEMAS CULTURAIS, LITERÁRIOS ria, por exemplo.
E CIENTÍFICOS.
• Informação não-verbal: é toda informação dada através de
figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve
ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de-
Reading Comprehension seja transmitir.
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do • Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente,
assustador. aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra-
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do vés do contexto.
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo • Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e
em nada, tudo pode ficar mais claro. um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
portuguesa.
Inglês Instrumental • Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, composta por um prefixo ou sufixo.
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for • Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
penhar a atividade de leitura em uma área específica. sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
Estratégias de leitura formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon- ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
ler, etc. buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas sugere.
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví- Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como A grande maioria das questões de língua inglesa são baseadas
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver- em excertos de textos de livros, artigos e matérias jornalísticas, qua-
dade, significa “avaliação”. drinhos, charges, tirinhas, entre outros elementos textuais, escritos
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou 100% escritos em inglês. Seus enunciados, porém, são escritos em
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e português, o que pode auxiliar na compreensão do cerne da ques-
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses. tão.
São 5 questões de pesos diferentes referentes à língua estran-
geira na prova, sendo assim é possível que sua nota final sofra al-
terações de acordo com os seus erros e acertos, sendo assim é im-
prescindível estar atento à proposta de cada questão.
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INGLÊS

Observar os todos elementos que se relacionam com o próprio texto é primordial, os itens adjacentes, como o enunciado, imagens/
figuras que acompanham o texto, datas, local, referências bibliográficas, a fonte do texto, o nome do autor ou do veículo de comunicação,
entre outros aspectos. Ao analisar atentamente estas informações, durante o processo de captação de dados, pode-se notar indícios que
facilitarão a identificação de seu gênero textual (artigo, crônica, reportagem etc.), público-alvo, faixa etária e contexto.
Quando nos deparamos com um texto na língua inglesa, para que possamos realizar não apenas a leitura, mas uma interpretação
significativa e coerente, é necessário identificar elementos chave no decorrer da leitura que de algum modo sintetizam as informações
cruciais para a compreensão do texto. Estes elementos especiais podem ser encontrados em aspectos gramaticais do texto, mas podem
também ser captados através do contexto presente na narrativa textual. Elementos como o tipo de linguagem (formal, informal, técnica
etc.), o vocabulário presente, além de outros pontos estratégicos podem ser identificados para a interpretação adequada de um texto em
uma questão.
A fim que se possa entender o sentido do texto, antes de uma leitura direta, uma técnica simples deve ser realizada: um escanea-
mento inicial do texto à procura de palavras-chave e dados relevantes. O propósito pode ser relatar um fato, contar novidades, listar ou
enumerar itens, reportar um crime, expor uma opinião, dentre muitas outras possibilidades que deverão ser observadas no decorrer deste
escanear inicial. Alguns marcadores como nomes, datas, locais, dados, estatísticas, números em geral, pronomes de tratamento, podem
servir como indicativos do propósito do texto a partir da percepção do conteúdo presente e do teor da mensagem encontrada no texto.
Assim que este primeiro passo é tomado, uma leitura corrente se torna mais fácil e a busca pelo sentido completo do texto, mais coe-
rente. O sentido do texto diz respeito à ideia ou mensagem que o autor do texto pretende passar, e só é possível identificar esta mensagem
a partir do conhecimento de palavras, expressões, contextos, aspectos culturais e sociais, entre outros elementos que circundam a língua
inglesa e conhecimento de mundo, elemento de extrema importância para a realização da prova do ENEM. A prova de idiomas da prova
se baseia primordialmente na interpretação de diferentes gêneros textuais e para realizar uma boa interpretação, é necessário praticar a
leitura neste idioma com certa frequência.
Note a seguir alguns exemplos de gêneros textuais e suas principais características em breves descrições:
• Notícias: reportagens jornalísticas costumam apresentar temas diversos, entretanto se destacam por apresentarem assuntos rele-
vantes à sociedade de modo geral. Exemplo:

Scientists say cure for baldness could be close

“Help may soon be at hand for those who are losing or have lost their hair. A team of Japanese scientists has discovered stem cells that
are vital in the hair regeneration process. This is promising news for the millions of people worldwide who suffer from baldness.
A cure has eluded scientists for decades, despite extensive research and significant investment in research. The scientists are now
embarking on clinical research and laboratory trials. They hope to adapt the stem cells to finally create a therapy for hair loss. Baldness
predominantly affects men. By the age of 35, around two-thirds of men will experience some degree of hair loss. By the age of 50, up to
85 per cent will experience significantly thinning hair.

The scientists took fur cells from mice and cultured them in the lab. They observed that hair growth was a cyclical process within the
follicle. They analysed the stem cells and used 220 combinations of chemicals to make the hair regrow naturally.
Lead scientist Takashi Tsuji said: “Our culture system establishes a method for cyclical regeneration of hair follicles from hair follicle
stem cells and will help make hair follicle regeneration therapy a reality in the near future.” He added: “Losing hair is not life-threatening,
but it adversely affects the quality of life.” Sam Baker, a 52-year-old bank worker, hopes the therapy works. He said: “Having a full head of
hair again will make me look ten years younger”.

Fonte: https://www.japantimes.co.jp/news/2021/02/14/national/hair-loss-researchers/

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• Tirinhas/histórias em quadrinhos: os famosos personagens Early next morning, some people were passing by. On hearing
de tirinhas em inglês, como Calvin and Hobbes, Archie e Peanuts them, the Owl hooted. The people thought it was not a good sign
(Charlie Brown), são conhecidos no mundo todo, as tirinhas apre- to hear an Owl hoot. So, one of them wanted to shoot the Owl. The
sentam uma linguagem leve, engraçada e cômica, mas podem tam- Owl flew away and hid in a hole near the lake. The poor Swan did
bém expor mazelas sociais/culturais através de críticas sutis. Exem- not move. The arrow hit the Swan and she died.
plo: Never leave your friends in difficulty.”
• Anúncios publicitários: este gênero textual deve ser lido com
muita cautela, pois a imagem apresentada “conversa” com a infor- Fonte: https://shortstoriesshort.com/story/the-swan-and-the-owl/
mação escrita da propaganda, não é apenas uma simples leitura, Além dos gêneros mencionados anteriormente, é possível en-
pois necessita que o leitor possua repertório e conhecimento geral contrar diversas outras informações online sobre gêneros textuais
para realizar a interpretação de uma simples peça publicitária, além em inglês para que seu estudo se aprofunde ainda mais. Confira a
do conhecimento do idioma por si só. Exemplo: seguir uma lista útil para estudo posterior:
• Sites de notícias: BBC News, The New York Times, Daily Mail,
The Sunday Times.
• Sites de tirinhas/histórias em quadrinhos/charge: Archie Co-
mics, Peanuts, Go Comics
• Site de literatura: Literature.org

Além desses sites, o estudo da obra de alguns famosos escritos


da língua inglesa é imprescindível para aprofundar seus conheci-
mentos, autores clássicos da língua inglesa, como William Shakes-
peare, Oscar Wilde, Charles Dickens, Jane Austen, entre outros.

— Dica: Diante de um extenso texto, um dos mais comuns


erros cometidos pelos estudantes é buscar entender cada palavra
presente no decorrer da leitura. Caso você não seja proficiente nes-
te idioma, é inútil concentrar todos os seus esforços em traduzir
letra a letra o que se lê. De fato, é muito mais produtivo enten-
der o seu contexto geral, o sentido do enunciado e dados isolados
que complementem a compreensão de um sentido global do texto.
Além disso, exercitar a leitura com constância e exercitar a mente
podem ser aliados nos estudos para esta prova tão importante.

ITENS GRAMATICAIS RELEVANTES PARA A COMPREENSÃO


DOS CONTEÚDOS SEMÂNTICOS.

Dentre os muitos tópicos gramaticais da língua inglesa, alguns


• Contos/ Fábulas: estes textos narrativos conhecidos em in- se fazem primordiais para a compreensão textual e a contextuali-
glês como “short stories” são de tamanho enxuto e contam histó- zação da comunicação no idioma. Os tempos verbais são as princi-
rias, por vezes possuem diálogos e elementos ligados à cultura de pais gramáticas a serem estudadas para uma melhor compreensão
uma sociedade, levando sempre algum tipo de reflexão à mente a do idioma por completo. Ao realizar a interpretação de um texto,
partir de sua conclusão. Exemplo: deve-se levar o tempo verbal em consideração para que se possa
contextualizar o momento ao qual a fala se refere. Confira a seguir.
The Swan and the Owl
Simple present
“Once upon a time, there lived a Swan near a lake in a forest. O simple present ou o presente simples é marcado por dois
One night, an Owl saw the Swan gliding on the lake in the moon- verbos auxiliares específicos DO e DOES. A conjugação verbal no
light. He praised the Swan and soon, the two became friends. They tempo presente da língua inglesa é simples e se divide entre grupos
met near the lake for many days. de sujeitos. No infinitivo, ou seja, quando terminados em “ar”, “er”,
“ir” no português, o verbo leva “to” em inglês, veja a seguir.
The Owl soon got bored of the place and told the Swan, “I am • Comer – to eat
going back to my forest. You are welcome to visit me whenever you • Beber – to drink
want to.” One day, the Swan decided to visit the Owl. It was daylight • Andar – to walk
when the Swan reached the Owl’s home. She could not find him,
as he was hiding in the dark hole of a tree. The Owl told the Swan, Todos os verbos no presente mantêm uma conjugação básica,
“Please rest till the sun sets. I can come out only at night.” muito mais simples que a do português para cada sujeito. Basta re-
tirar o “to” do infinitivo para serem conjugados com os sujeitos I,
you, we, they e you (plural). Veja:
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

• I eat – Eu como Sendo assim, no presente acrescentam-se estes auxiliares ao


• You eat – Você come/ Tu comes modo negativo para formular uma frase negativa. O verbo que o
• We eat – Nós comemos segue, porém, retorna ao seu estado primário (infinitivo sem “to”)
• They eat – Eles comem em todos os casos quando as frases estão na forma negativa. Veja:
• You eat – Vocês comem/ Vós comeis • You do not enjoy this song. / You don’t enjoy this song
(Você não gosta desta canção)
No caso dos pronomes na terceira pessoa (he, she e it), acres- • She does not understand English / She doesn’t understand
centa-se ao verbo o s conjuga-los adequadamente no tempo pre- English.
sente; para saber quando usar casa partícula, é necessário atentar- (Ela não entende inglês)
-se ao final de cada verbo. Veja:
• She speaks Spanish. Em frases interrogativas os verbos auxiliares do presente são
• My brother enjoys watching movies. postos no início da frase e o verbo retorna para seu estado infinitivo
• Anne visits her family on weekends sem o “to”. Confira:
• Do you enjoy watching TV? (Você gosta de assistir TV?)
A grande maioria dos verbos recebem a terminação em s no • Do Anna and Joe undertand the text? (Anna e John entendem
inglês, em especial os terminados em sons consonantais de p, t, k o texto?)
ou f ou sons vogais. Mas encontramos algumas exceções também • Does she work at a store? (Ela trabalha em uma loja?)
em que devemos acresentar es ou ies ao final do verbo, no caso de • Does Matt speak Mandarin? (Matt fala mandarim?)
verbos terminados em y, em ch, em sh, em x, em s ou em z. E assim formamos as bases das estruturas do tempo presente
Em verbos a terminação consoante + y, acrescenta-se o “ies”. na língua inglesa.
Confira alguns exemplos de verbos que se encaixam nesta regra.
• To study – She studies math. (Ela estuda matemática) Simple past
• To try – He tries to practice sports. (Ele tenta praticar espor- O passado simples no inglês segue uma estrutura ainda mais
tes) simplificada do que o próprio presente simples. O auxiliar DID é res-
• To fry – John fries potatoes in oil. (John frita batatas no óleo) ponsável por formular frases negativas e interrogativas. E os verbos
• To copy – Lucy copies the text. (Lucy copia o texto) são divididos entre verbos regulares e irregulares.
• To reply – He replies with a text. (Ele responde com uma men-
sagem) Verbos regulares
Os verbos regulares da língua inglesa possuem uma termina-
Há, porém, uma exceção para a regra do “y”. Em verbos que ção padrão -ED. No tempo passado, todas as regras se aplicam a
seguem a ordem de consoante, vogal e consoante (cvc) em sua ter- todos os sujeitos, sem diferenciação.
minação, acrescenta-se apenas o “s”. Confira: • She loved the movie.
• To play - She plays the guitar. (Ela toca violão) • We learned a new lamguage.
• To stay – It stays there (Fica lá) • Joseph cooked a tasty dish.
• To enjoy – He enjoys playing the piano. (Ele gosta de tocar o Verbos irregulares
violão) Os verbos irregulares possuem variações diversas e não se-
Verbos terminados em ch, sh, s, z ou x, terminam “es”. Observe: guem uma regra. São, portanto, um tema que precisa de mais aten-
• To touch – He touches his nose. (Ele toca seu nariz) ção e estudo para que a memorização seja efetiva. O uso cotidiano
• To press – Mary presses the button. (Maria aperta o botão) dos verbos pode auxiliar a aprender sua forma no passado, quando
• To buzz – The noise buzzes across the room. (O barulho zum- verbo irregular. Confira a seguir uma tabela de verbos irregulares
be pela sala) em inglês.
• To crash – The bus crashes against the wall (O ônibus bate
contra o muro) INFINITIVO PASSADO SIMPLES SIGNIFICADO
• To fix – The man fixes the sink. (O homem conserta a pia)
to arise arose erguer, levantar
Observe que apenas no caso dos pronomes em terceira pes- to awake awoke acordar, despertar
soa (he, she, it), o verbo se modificou. Nos demais sujeitos o verbo to be was / were ser, estar, ficar
mantem sua forma original do infinitivo.
to bear bore suportar, aguentar
Há ainda o uso dos verbos auxiliares DO e DOES em frases bater, espancar, su-
to beat beat
negativas e interrogativas no presente simples do inglês. E, assim perar, vibrar, palpitar
como a conjugação verbal, os auxiliares são divididos em dois gru- to become became tornar-se
pos de acordo com os sujeitos:
• DO para I, You, We, They e You (plural). to begin began começar, iniciar
• DOES para He, She e It. curvar, entortar, fran-
to bend bent
zir, dirigir, desistir
Na negativa, o verbo auxiliar do ou does é somado ao not (não), to bet bet apostar
podendo sofrer uma contração, comum da linguagem informal.
• Do not = don’t
• Does not = doesn’t
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

oferecer, convidar, fugir, escapar, evitar,


to flee fled
to bid bade ordenar, desejar, correr
leiloar to fling flung lançar, arremessar
to bind bound atar, amarrar, obrigar to fly flew voar
to bite bit morder, engolir a isca to forbid forbade proibir
sangrar, perder to forget forgot esquecer(-se)
to bleed bled
sangue;
to forgive forgave perdoar
soprar, assobiar, fazer
to blow blew to get got obter, conseguir
soar
quebrar, romper, to give gave dar
to break broke
violar to go went ir
procriar, gerar, fazer crescer, florescer,
to grow grew
to breed bred criação, educar, en- germinar
sinar to hang hung pendurar, suspender
to buy bought comprar to have had ter, possuir
arremessar, jogar, ouvir, escutar, ter
to cast cast to hear heard
derrubar, moldar notícias
pegar, capturar, en- esconder(-se),
to catch caught to hide hid
tender, adquirir ocultar
escolher, selecionar, to hit hit bater, chocar-se
to choose chose
preferir
to hold held segurar, agarrar
pegar-se, unir-se,
to cling clung to hurt hurt ferir(-se), machucar
aderir
to clothe clothed vestir, cobrir manter, conservar,
to keep kept
preservar
to come came vir, chegar
to kneel knelt ajoelhar-se
to cost cost custar
to knit knit tricotar
engatinhar, arrastar-
to creep crept -se no chão, andar de to know knew saber, conhecer
rasto pôr, colocar, derru-
to lay laid
to crow crew cacarejar bar, deitar
cortar, partir, reduzir, conduzir, liderar,
to cut cut to lead led
recortar, castrar dirigir, comandar
dar, distribuir, repar- saltar, pular, trans-
to deal dealt tir, dividir, espalhar, to leap leapt portar, cobrir (os
negociar animais)
to dig dug cavar, escavar aprender, ficar
to learn learnt
sabendo
to do did fazer
to leave left partir, deixar, sair
to draw drew desenhar, extrair, sair
to lend lent emprestar
to drink drank beber
to lose lost perder
to drive drove dirigir, guiar
to make made fazer, criar, elaborar
to eat ate comer
significar, querer
cair, desaguar, to mean meant
dizer
to fall fell abater-se, decrescer,
diminuir encontrar(-se), reu-
to meet met
nir(-se)
to feed fed alimentar, nutrir
to partake partook participar
to feel felt sentir, notar
to pay paid pagar
to fight fought lutar, brigar
to put put pôr, colocar
to find found achar, encontrar
to quit quit desistir, abandonar

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INGLÊS

to read read ler, interpretar to wake woke acordar


cavalgar, andar de to wear wore vestir, usar, trajar
to ride rode
bibicleta ou carro to weave wove tecer, trançar
soar, tocar (campai- to weep wept chorar
to ring rang
nha, telefone)
to wet wet molhar, umedecer
erguer-se, levantar-
to rise rose
-se Em frases negativas no pretérito, usa-se o verbo auxiliar DID
to run ran correr, apressar-se + not ou sua forma contraída, didn’t, comumente usada informal-
to see saw ver, perceber mente, e o verbo que vem a seguir, retorna para seu estado “pre-
sente”, pois o auxiliar já o coloca no tempo passado.
procurar, pedir, • She did not understand it / She didn’t understand it.
to seek sought
almejar (Ela não o entendeu)
to sell sold vender • They did not expect him at 10. / They didn’t expect him at 10.
to send sent enviar, mandar (Eles não o esperavam às 10)
to set set pôr, dispor, ajustar Em frases interrogativas no pretérito, usa-se o verbo auxiliar
to sew sewed costurar, coser DID no início da frase, antes mesmo do sujeito, e o verbo que vem
to show showed mostrar, apresentar a seguir, retorna para seu estado “presente”, pois o auxiliar já o co-
loca no tempo passado.
cortar em pedaços, • Did you correct the exercise? (Você corrigiu o exercício?)
to shred shred
picar, retalhar, rasgar • Why did he leave the party so soon? (Por quê ele deixou a
to sit sat sentar(-se) festa tão cedo?)
to speak spoke falar • Did the kids like the candy? (As crianças gostaram do doce?)
to spell spelt soletrar Verb to be
gastar (dinheiro), Um dos tópicos mais importantes do idioma é o verbo ser e
to spend spent
passar (tempo) estar, o mesmo verbo na língua inglesa, o TO BE. Para expressar
to spill spilt derramar sentimentos em inglês é necessário ter conhecimento de diferentes
tempos verbais e do vocabulário adequado. Leia as seguintes fra-
to spin spun girar ses. No tempo verbal presente e passado do to be, há conjugações
to spit spat cuspir específicas para cada sujeito. Confira a conjugação de acordo com
to spoil spoilt estragar, destruir cada sujeito.
to spread spread espalhar, estender
PRESENTE SIMPLES PRETÉRITO SIMPLES
saltar, lançar-se,
to spring sprang I am I was
libertar-se
(Eu sou/estou) (Eu era/estava)
to stand stood ficar ou pôr-se de pé
to steal stole roubar, furtar You are You were
(Você é/está) (Você era/estava)
to swim swam nadar
He is He was
to swing swung balançar (Ele é/está) (Ele era/estava)
to take took tomar, pegar, levar She is She was
to teach taught ensinar (Ela é/está) (Ela era/estava)
chorar, lacrimejar; It is It was
to tear tore
rasgar, rachar (Ele/Ela é/está) (Ele/Ela era/estava)
to tell told dizer, contar We are We were
to think thought pensar, achar (Nós somos/estamos (Nós éramos/estávamos)
to thrive throve ter sucesso You are You were
(Vocês são/estão) (Vocês eram/estavam)
to throw threw lançar, atirar
They are They were
to thrust thrust empurrar
(Eles são/ estão) (Eles eram/estavam)
pisar, andar, pôr os
to tread trod
pés
entender, compre-
to understand understood
ender

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INGLÊS

Combinando as diferentes formas verbais do to be, é possível Na negativa o will se junta ao not formando a contração won’t.
expressas sentimentos e emoções como tristeza, alegria, empolga-
ção, medo, surpresa, entre outros. É possível também expressar es- A textualização é uma das etapas importantes na produção
tados físicos, mentais e emocionais, falar sobre onde um sujeito se de um texto em língua inglesa. Ela consiste em estabelecer uma
encontra, entre outras possibilidades. conexão entre as ideias, garantindo a coesão e coerência textual.
Na negativa soma-se o not ao verbo em questão, que poderá Além disso, a utilização adequada dos mecanismos enunciativos e
sofrer uma contração natural do idioma. Observe na tabela: modalizadores, bem como a compreensão da estrutura das orações
e períodos e a escolha do léxico adequado, são fundamentais para
PRESENTE SIMPLES PRETÉRITO SIMPLES a produção de um texto coeso e coeso. Neste texto, vamos abordar
esses temas em detalhes.
I am not I was not / wasn’t
(Eu não sou/estou) (Eu não era/estava) — Conexão e coesão nominal e verbal
You are not / aren’t You were not / weren’t A conexão é um elemento-chave na textualização, pois esta-
(Você não é/está) (Você não era/estava) belece a relação entre as ideias do texto. Para isso, é necessário
empregar elementos coesivos, que podem ser nominais ou verbais.
He is not / isn’t He was not / wasn’t
Os elementos coesivos nominais são os pronomes, artigos, substan-
(Ele não é/está) (Ele não era/estava)
tivos, adjetivos e advérbios, que retomam ou substituem termos já
She is not / isn’t She was not / wasn’t mencionados no texto. Por exemplo:
(Ela não é/está) (Ela não era/estava) – Mary went to the store. She bought some milk.
It is not / isn’t It was not / wasn’t Nesse exemplo, “She” retoma o termo “Mary” mencionado an-
(Ele/Ela não é/está) (Ele/Ela não era/estava) teriormente.
We are not / aren’t We were not / weren’t Já os elementos coesivos verbais são as conjunções, preposi-
(Nós não somos/estamos) (Nós não éramos/estávamos) ções e advérbios que ligam as ideias e estabelecem a relação entre
You are not / aren’t You were not / weren’t elas. Por exemplo:
(Vocês não são/estão) (Vocês não eram/estavam) – I love playing soccer, but I don’t have much time for it.
They are not / aren’t They were not / weren’t
(Eles não são/ estão) (Eles não eram/estavam) Nesse exemplo, a conjunção “but” estabelece uma relação de
contraste entre as ideias.
Na interrogativa, há a inversão do verbo e do sujeito. Confira:
— Mecanismos enunciativos e modalização
• Are you happy? (Você está feliz?)
Os mecanismos enunciativos e modalizadores são importantes
• Is she in Rome? (Ela está em Roma?)
na textualização, pois ajudam a transmitir a posição do autor e a
• Are they here in the city? (Eles estão aqui na cidade?)
atitude que ele assume em relação ao que está sendo dito. Alguns
• Is John busy right now? (John está ocupado agora?)
exemplos de mecanismos enunciativos são:
• Am I bothering you? (Eu estou incomodando você?)
– Pronomes pessoais: indicam a posição do autor em relação
ao que está sendo dito. Por exemplo, “I”, “you”, “he”, “she”, “it”,
Simple future
“we”, “they”.
Existem dois tipos de futuro na língua inglesa, com funções se-
– Verbos modais: expressam a atitude do autor em relação ao
melhantes, mas diferentes. Para expressar um futuro mais próximo
que está sendo dito. Por exemplo, “can”, “should”, “must”, “may”.
do presente, mais certeiro e planejado, usa-se verb to be + going to
– Adjetivos avaliativos: expressam uma opinião ou avaliação do
e o verbo em questão. Confira a seguir a construção na afirmativa,
autor. Por exemplo, “good”, “bad”, “interesting”.
negativa e interrogativa:
• I am going to visit my mom this weekend. (Eu vou visitar mi-
Além disso, a modalização é importante na textualização, pois
nha mãe este fim de semana)
ajuda a expressar a certeza ou incerteza em relação ao que está
• You are not going to speak to the supervisor. (Você não vai
sendo dito. Alguns exemplos de modalizadores são:
falar com o supervisor)
– Advérbios modais: indicam o grau de certeza ou incerteza do
• Is she going to travel to Bahia next week. (Ela vai viajar para a
autor. Por exemplo, “probably”, “maybe”, “certainly”.
Bahia na próxima semana?)
– Verbos modais: indicam a probabilidade ou possibilidade do
• They aren’t going to pay the man. (Eles não vão pagar o ho-
que está sendo dito. Por exemplo, “might”, “could”, “would”.
mem)
— Oração e período
Para representar um futuro mais distante e incerto, usa-se o
A compreensão da estrutura das orações e períodos é funda-
verbo modal will. Observe sua construção na afirmativa, negativa
mental na textualização. Uma oração é uma unidade sintática que
e interrogativa:
contém um sujeito e um predicado. Já um período é uma ou mais
• I think I will go to the movies. (Eu acho que irei ao cinema)
orações que se combinam para expressar uma ideia completa. Na
• She will not come home early today. (Ela não virá para casa
língua inglesa, existem quatro tipos de períodos:
cedo hoje)
– Simples: contém uma única oração. Por exemplo, “She sings
• We won’t tell your secret. (Nós não contaremos seu segredo)
well.”
• Will they be happy if I stay? (Eles ficarão felizes se eu ficar?)
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Composto: contém duas ou mais orações independentes, se- que contém uma ou mais orações, além de estabelecer uma relação
paradas por uma vírgula ou um ponto-e-vírgula. Por exemplo, “He sintática e semântica entre elas. Existem dois tipos de períodos em
went to the gym, but he forgot his water bottle.” inglês: o simples e o composto.
– Complexo: contém uma oração principal e uma ou mais ora- O período simples é formado por apenas uma oração e é ca-
ções dependentes. Por exemplo, “Although he was tired, he went racterizado por apresentar uma única ideia. Já o período composto
to the gym.” é formado por duas ou mais orações, que podem estar coordena-
– Composto-complexo: contém duas ou mais orações inde- das ou subordinadas entre si. As orações coordenadas apresentam
pendentes e uma ou mais orações dependentes. Por exemplo, “He ideias independentes e se ligam por meio de conjunções, enquanto
went to the gym, but he forgot his water bottle, although he had as orações subordinadas apresentam ideias dependentes e se ligam
put it on his backpack.” por meio de conectivos subordinativos.
O conhecimento da estrutura das orações e períodos, assim
como dos elementos coesivos e do léxico, é fundamental para a — Léxico
produção de textos coesos e coerentes em língua inglesa. O léxico é o conjunto de palavras de uma língua e suas com-
binações. Em inglês, o léxico é vasto e diversificado, composto por
— Mecanismos Enunciativos e Modalização palavras de origem germânica, latina, francesa, grega e de outras
Os mecanismos enunciativos referem-se às estratégias linguís- origens. É importante conhecer as características do léxico inglês
ticas utilizadas para construir e transmitir pontos de vista, atitudes, para poder comunicar-se de forma clara e eficiente.
emoções e posicionamentos. Já a modalização diz respeito à expres- Algumas características do léxico inglês incluem:
são de atitudes e julgamentos do locutor em relação ao conteúdo 1 – Grande número de palavras: o léxico inglês é muito vasto,
do discurso. Em inglês, os mecanismos enunciativos e modalização contando com mais de 170.000 palavras no Oxford English Dictio-
são expressos por meio de diferentes recursos, tais como o uso de nary.
modal verbs, advérbios, adjetivos e expressões discursivas. 2 – Palavras com múltiplos significados: muitas palavras em in-
glês têm mais de um significado, o que pode causar ambiguidade e
— Modal Verbs dificuldade na compreensão.
Os modal Verbs são verbos auxiliares que expressam diferen- 3 – Palavras compostas: o inglês é rico em palavras compostas,
tes graus de certeza, possibilidade, obrigação e permissão, além de formadas pela junção de duas ou mais palavras, como “lighthouse”
atitudes e emoções. Os principais modal verbs em inglês são: can, (farol), formada pelas palavras “light” (luz) e “house” (casa).
could, may, might, shall, should, will, would, must e ought to. O uso 4 – Palavras emprestadas de outras línguas: o inglês tem uma
desses verbos pode indicar a posição do locutor em relação ao con- longa história de empréstimo de palavras de outras línguas, como o
teúdo do discurso, por exemplo: francês, o latim e o grego.
– I can speak Spanish fluently. (Eu sei falar espanhol fluente- 5 – Gírias e expressões idiomáticas: o inglês é rico em gírias e
mente.) expressões idiomáticas, que podem variar de acordo com a região
– You should be more careful. (Você deveria ser mais cuidado- ou grupo social.
so.) Conhecer o léxico inglês é fundamental para a comunicação
– He must be lost. (Ele deve estar perdido.) efetiva em inglês. Além disso, é importante estar atento às diferen-
Advérbios e Adjetivos Os advérbios e adjetivos também são re- ças entre o léxico formal e informal, bem como às gírias e expres-
cursos importantes para expressar atitudes, emoções e julgamen- sões idiomáticas mais comuns.
tos. Alguns exemplos são:
– Honestly, I don’t know the answer. (Sinceramente, eu não sei WORD ORDER
a resposta.) A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
– She spoke softly to avoid waking the baby. (Ela falou suave- no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
mente para evitar acordar o bebê.) Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
– The movie was incredibly boring. (O filme foi incrivelmente simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
chato.) essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
mos um advérbio de negação, como “não”.
— Expressões Discursivas Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
As expressões discursivas são frases ou expressões que servem plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
para indicar a opinião ou atitude do locutor em relação ao conteúdo posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
do discurso. Algumas expressões comuns em inglês são: mativas.
– In my opinion... (Na minha opinião...) Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
– It seems to me that... (Parece-me que...) Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
– As far as I’m concerned... (No que me diz respeito...) gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
– To be honest... (Para ser honesto...) va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
– I’m afraid that... (Temo que...) inserir um verbo auxiliar em inglês.
Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
— Oração e Período ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
A oração e o período são unidades fundamentais da estrutu- Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
ração do discurso em inglês. A oração é uma unidade mínima que parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
contém um sujeito e um predicado. Já o período é uma unidade

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INGLÊS

Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando somente
a frase central). As únicas que começam direto do verbo são as imperativas como tell me, stand up e ask her.
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.

Sujeito
O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, contrário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O sujeito
pode ser representado por um ou vários substantivos ou por pronomes pessoais.

Verbo
Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
frasal inglesa.
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se encontrar exemplos em que esta regra não é observada.
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.

Complementos
Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo,
que são os únicos termos essenciais da oração.
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, “O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indispen-
sáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na execução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato executado.

WH-QUESTIONS
Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são chama-
das wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção apenas de how (como), começam com as letras wh.
Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando, onde”.

WHAT = (o) que, qual


Funciona como sujeito ou objeto da oração.

What makes you happy? (sujeito)


verbo objeto
principal

What did you say? (objeto)


auxiliar sujeito verbo
principal

WHO = quem
Funciona como sujeito ou objeto da oração.

Who arrived late yesterday? (sujeito)


verbo principal

Who does she love? (objeto)


auxiliar sujeito verbo
principal

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WHOM = quem
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposições.

Whom did you talk to yesterday? (objeto)


verbo sujeito verbo
auxiliar principal

To whom did you talk?

WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção.


Which shirt do you prefer: the blue one or the red one?
Which of those ladies is your mother?

WHERE = onde
Where are you going tonight?

WHY = por que


Why don’t you come to the movies with us?

WHEN = quando
“When were you born?” “In 1970.”

HOW = como
“How is his sister?” “Fine.”

WHOSE = de quem
“Whose dictionary is this?” “John’s.”

Formas compostas de WHAT e HOW

- WHAT

WHAT + to be + like? = como é...?


“What is your boyfriend like?”
“He’s tall and slim.”

WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...?


What about having lunch now?

WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?


What do you call this device?

- WHAT ... FOR? = por que, para que?


What are you doing this for?

- HOW
HOW FAR = Qual é a distância?
HOW DEEP = Qual é a profundidade?
HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
HOW WIDE = Qual é a largura?
HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas)
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas)
HOW OLD = Qual é a idade?
HOW MUCH = Quanto(a)?
HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência?
HOW FAST = A que velocidade?

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ADJECTIVES Exemplos:
Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto
mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e bigger than = maior que / the biggest = o maior
superlativo.
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o 2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas.
superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo Exemplos:
de três ou mais. happier than = mais feliz que
cleverer than = mais esperto que
the happiest = o mais feliz
the cleverest = o mais esperto

3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de


duas sílabas.
Exemplos:
More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-


labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido
Exemplos:
As cold as = tão frio quanto 5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-
Not so (as) cold as = não tão frio quanto minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
Less cold than = menos frio que Exemplos:
The least cold = o menos frio tired – more tired than – the most tired (cansado)
As expensive as = tão caro quanto charming – more charming than – the most charming (char-
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto moso)
Less expensive than = menos caro que hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
The least expensive = o menos caro sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)
famous – more famous than – the most famous (famoso)

Variações ortográficas
– Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
berem –er ou –est.
Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)
happy – happier than – the happiest (feliz)
Exceção
shy - shyer than - the shyest (tímido)

– Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.


Exemplos:
Observações:
nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
brave – braver than – the bravest (corajoso)
uma só sílaba.

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Formas irregulares SLOWLY she entered the room.


Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa-
rativo e superlativo de superioridade. Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acrésci-
mo de LY ao adjetivo.
good (bom /
boa) better than - the serious – seriousLY
best
well (bem) careful – carefulLY
bad (ruim / quiet – quietLY
mau) - the worst heavy – heaviLY
badly (mal) bad – badLY
little (pouco) less than - the least
Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.
Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no com-
parativo e superlativo de superioridade. lonely = solitário (adjetivo)
far (longe)
lovely = encantador (adjetivo)
farther than – the farthest (distância)
further (than) – the furthest (distância / adicional) silly = tolo (adjetivo)
old (velho) elderly = idoso (adjetivo)
older than – the oldest
elder – the eldest (só para elementos da mesma família) Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados
late (tarde) no início ou no final de orações.
the latest (o mais recente) You’ll find what you want HERE.
the last (o último da série) THERE comes the bus.

ADVERBS Modo, lugar, tempo


Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NE- A posição normal dos advérbios em uma oração é:
VER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be. He did his job CAREFULLY AT HOME YESTERDAY.

They USUALLY watch TV in the evenings.


She is ALWAYS late. MODO LUGAR TEMPO
These curtains have NEVER been cleaned.
Lugar, modo, tempo
Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou Com verbos de movimento, a posição normal é:
no início de uma oração.
They watch TV EVERY EVENING.
ONCE A WEEK they go swimming. She traveled TO LONDON BY PLANE LAST WEEK.

Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAIN-


LY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um LUGAR MODO TEMPO
verbo auxiliar.
He PROBABLY knows her phone number. Definite Article
He is CERTAINLY at home now.
THE = o, a, os, as
PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de
uma oração. • Usos
PERHAPS I’ll see her later.
MAYBE you’re right. – Antes de substantivos tomados em sentido restrito.
THE coffee produced in Brazil is of very high quality.
Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LA- I hate THE music they’re playing.
TELY...) são colocados no final ou no início de uma oração.
He bought a new camera YESTERDAY. – Antes de nomes de países no plural ou que contenham as
ON MONDAY I’m going to London. palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates.
THE United States
Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY, THE Netherlands
WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advér- THE United Kingdom
bios podem também aparecer no início de uma oração se quiser- THE Dominican Republic
mos enfatizá-los.
She entered the room SLOWLY.
Editora
102
102
a solução para o seu concurso!
INGLÊS

– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo. Indefinite Article


John is THE tallest boy in the family. A / AN = um, uma

– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias •A


de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento
geográfico tenha sido omitido. – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
THE Nile (River) A boy, A girl, A woman
THE Sahara (Desert)
– Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
– Antes de nomes de famílias no plural. A uniform, A university, A European
THE Smiths have just moved here. • AN

– Antes de adjetivos substantivados. – Antes de palavras iniciadas por vogais.


You should respect THE old. AN egg, AN orange, AN umbrella
– Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
– Antes de numerais ordinais. AN hour, AN honor, AN heir
He is THE eleventh on the list.
• Usos
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas,
museus. – Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
THE Hilton (Hotel) substantivos.
A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)
– Antes de nacionalidades.
THE Dutch – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
A Mr. Smith phoned yesterday.
– Antes de nomes de instrumentos musicais.
She plays THE piano very well. – No modelo:
WHAT + A / AN = adj. + subst.
– Antes de substantivos seguidos de preposição.
THE Battle of Trafalgar What A nice woman!

• Omissões – Em algumas expressões de medida e frequência.


– Antes de substantivos tomados em sentido genérico. A dozen
Roses are my favorite flowers. A hundred
Twice A year
–Antes de nomes próprios no singular.
She lives in South America. - Em certas expressões.
It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...
–Antes de possessivos.
My house is more comfortable than theirs. – Antes de profissão ou atividades.
James is A lawyer.
– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua- Her sister is A physician.
ge.
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French • Omissão
language.)
– Antes de substantivos contáveis no plural.
– Antes de nomes de estações do ano. Lions are wild animals.
Summer is hot, but winter is cold.
– Antes de substantivos incontáveis.
• Casos especiais Water is good for our health.
– Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school, * Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti-
prison, market, bed, hospital, home, university, college, market, vos.
quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito.
She went to church. (para rezar) CAN
She went to THE church. (talvez para falar com alguém) O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa-
do para indicar várias situações:
– Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine- – Possibilidade
ma, movies e theater. – Capacidade/habilidade
Let’s go to THE theater. – Permissão
They went to THE movies last night. – Pedido
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Capacidade, habilidade
She can speak five languages. (present)
She could play tennis when she was younger. (past)
She will be able to translate the text. (future)

Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.

O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no infinitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmativas,
negativas e interrogativas.

AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE


I can dance I can’t/cannot dance Can I dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
He/she/it can dance He/she/it can’t/cannot dance Can he/she/it dance?
We can dance We can’t/cannot dance Can we dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
They can dance They can’t/cannot dance Can they dance?

NOUNS
Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.

Regular plural of nouns


• Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente acrescentando-se “s” ao singular.
Ex.: Motherboard – motherboards
Printer – printers
Keyboard – keyboards

• Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem a regra geral: acrescentam s ao singular.


Ex.: Boy – boys Toy – toys
Key – keys

• Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se es.


Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes

• Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, trocam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
Ex.: fly – flies try – tries curry – curries

Irregular plurals of nouns


There are many types of irregular plural, but these are the most common:

• Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescenta-se es.


Ex.: knife – knives
life – lives
wife – wives

• Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acrescenta-se es.


Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves

• Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.


Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes

• Substantivos que mudam a vogal e a palavra.


Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth mouse – mice

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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Countable and Uncountable nouns

• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.

Veja outros de countable e uncountable nouns:

PREPOSITIONS
As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).

The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).


Raphael ran toward the hotel - (direção).
The plane arrived at eleven o’clock - (tempo).
David travels by train - (maneira ou modo).
The computer was broken by him - (agente).

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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon, night, midnight, dawn)
Endereços completos Fabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do dia Marcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Séculos Manaus was created in 18th century.
Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

Prepositions of Place

PRONOUNS
O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de estra-
nheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e aprender bem
rápido.

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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Subject Pronouns

I (eu) I am a singer.
YOU (você, tu, You are a student.
vocês)
HE (ele) He is a teacher.
SHE (ela) She is a nurse.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a
table.
WE (nós) We are friends.
THEY (eles) They are good
dancers.

O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo:
Mary is intelligent = She is intelligent.

Uso do pronome “it”

– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.


Example: The dress is ugly. It is ugly.
The pen is red. It is red.
The dog is strong. It is strong.

– Attention
a) If you talk about a pet use HE or SHE
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a girl or a boy.
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.

Object Pronous
São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do verbo.

ME
YOU
HIM
HER
IT
US
YOU
THEM
Exemplos:
They told me the news.
She loves him so much.

Demonstrative Pronouns
Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala ou
de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas do discurso.
Veja quais são em inglês:

SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL


THIS THESE THAT THOSE
Este/esta/isto Estes/estas Aquele/aquela/aquilo Aqueles/aquelas

Editora
107
a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que es-


tão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demons-
trativos nas frases abaixo:
This method will work.
These methods will work.

O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar


seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental dis-
ciplines of engineering.
Those computers technology are the most fundamental disci-
plines of engineering.

Possessive Adjectives and Possessive Pronouns


Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os
Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.

POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS


My Mine
Your Yours
His His
Her Hers
Its Its
Our Ours
Your Yours
Their Theirs

• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, pre-


cedidos ou não de adjetivos.
Exemplos:
Our house is close.
I want to know your name.
• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção
possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição.
Exemplo:
My house is yellow and hers is white.
Theirs is the most beautiful car in the town.

VOCABULÁRIO
Vestimentas

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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

T-shirt = camiseta College/University = Faculdade/universidade


Sweatshirt = Blusa de moletom
Shirt = camisa Subjects
Suit = terno Inglês: English
Pants:calça Matemática: Mathematics (Math)
Tie = gravata História: History
Wedding dress = vestido de noiva Geografia: Geography
Jacket = jaqueta Química: Chemistry
Skirt = saia Física: Physics
Coat = casaco Ciência: Science
Shorts = Bermuda Biologia: Biology
Dress = vestido Educação Física: Physical Education (P.E.)
Underpants = cueca Artes: Arts
Panties = calcinha Música: Music
Bra = sutiã Literatura: Literature
Nightgown = camisola Redação: Writing
Pajamas = pijama Português: Portuguese
Robe = roupão Espanhol: Spanish
Scarf = cachecol
Uniform = uniforme Diversão e mídia
Singlet = regata Movies/cinema = cnema
Swimming Trunks = sunga Theater = teatro
Swimsuit = maiô Bar/Pub = bar
Bikini = biquíni Restaurant = restaurante
Café = lanchonete
Cotidiano Park = parque
U.S. Money Concert = show
US$ 1 Dollar = 100 cents Play = peça de teatro
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1 Tecnologia
Penny = 1 cent Cellphone/mobile phone = celular
Nickel = 5 cents Laptop = notebook
Dime = 10 cents Personal computer(PC) = Computador
Quarter = 25 cents Printer = impressora
Keyboard = teclado
Ways to pay Mouse = mouse
Check = cheque Television = televisão
Cash = em dinheiro
Note/bill = nota Meio ambiente
Coin = moeda Environment = meio ambiente
Credit card = cartão de crédito Ozone layer = camada de ozônio
Water = água
Materials Tree = árvore
Acrylic = acrílico Weather = clima
Cotton = algodão Animals = animais
Denim = brim Air = ar
Fleece/wool = lã Wind = vento
Gold = ouro Rain = chuva
Leather = couro Snow = neve
Linen = linho Fog = neblina
Plastic= plástico Hurricane = furacão
Rubber = borracha Storm = tempestade
Silk = seda Lightning = relâmpago
Silver = prata Thunder = trovão

Educação Comida e bebida


Nursery School = pré-escola Bread — Pão
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I Butter — Manteiga
Secondary school = Ensino fundamental II Cake — Bolo
High school = Ensino médio Cheese — Queijo
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Chicken — Frango Sirloin — Lombo


Chips — Salgadinhos Smoked sausage — salsicha defumada
Chocolate — Chocolate Squid — Lula
Corn flakes — Cereal Steak — Bife
Egg — Ovo Stew meat — Guisado de carne
Fish — Peixe
French fries — Batata-frita T-bone steak — Bife t-bone
Ham — Presunto Tenderloin — Filé mignon
Ice cream — Sorvete Tuna — Atum
Jam — Geleia Turkey — Peru
Jello — Gelatina Veal — Vitela
Margarine — Margarina
Mashed potatoes — Purê de batatas Vegetables (vegetais)
Meat — Carne Anise — Anis
Pancacke — Panqueca Asparagus — Espargos
Pasta — Macarrão Beans — Feijão
Peanut — Amendoim Beet — Beterraba
Peanut butter — pasta de amendoim Broccoli — Brócolis
Pepper — Pimenta Cabbage — Repolho
Pie — Torta Carrot — Cenoura
Pizza — Pizza Cauliflower — Couve-flor
Popsicle — Picolé Celery — Aipo/Salsão
Potato chips — Batata-frita Corn — Milho
Rice — Arroz Cucumbers — Pepinos
Salt — Sal Eggplant — Berinjela
Sandwich — Sanduíche Garlic — Alho
Sliced bread — Pão fatiado Ginger — Gengibre
Soup — Sopa Green onion — Cebolinha verde
Sugar — Açúcar Heart of Palms — Palmito
Toast — Torrada Leeks — Alho-poró
Water cracker — Bolacha de água e sal Lettuce — Alface
Meat (carne) Manioc — Mandioca
Bacon — Bacon Mushroom — Cogumelo
Barbecue — Churrasco Okra — Quiabo
Beef — Carne de vaca Olives — Azeitonas
Beef Jerky — Carne seca Onion — Cebola
Blood sausage —Chouriço Pepper — Pimenta
Carp — Carpa Pickles — Picles
Chicken — Frango Potato — Batata
Chicken legs — Pernas de Frango Pumpkin — Abóbora
Chicken wings — Asas de Frango Radish — Rabanete
Cod — Bacalhau Rucola — Rúcula
Crab — Caranguejo Snow pea — Ervilha
Duck — Pato Spinach — Espinafre
Fish — Peixe Sweet potato — Batata doce
Grilled fish — Peixe grelhado Tomato — Tomate
Ground beef — Carne moída Turnip — Nabo
Hamburger — Hambúrguer Watercress — Agrião
Lobster — Lagosta Yams — Inhame
Meatball — Almôndega
Mortadella — Mortadela Fruits (frutas)
Pork chops — Costeletas de porco Apple — Maçã
Pork legs — Pernas de porco Apricots — Damascos
Pork loin — Lombo de porco Avocado — Abacate
Rib cuts — Costela Banana — Banana
Roast chicken — Frango assado Blackberry — Amora
Salami — Salame Blueberry — Mirtilo
Salmon — Salmão Cashew nut — Castanha de Cajú
Sausage — Linguiça Cherry — Cereja
Shrimp — Camarão Coconut — Coco
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110
a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Figs — Figos Embroidery = bordado


Grapes — Uvas Fishing = pesca
Guava — Goiaba Gardening = jardinagem
Honeydew melon — Melão Hiking = caminhar
Jackfruit — Jaca Hunting = caçar
Kiwi — Kiwi Jogging = corrida
Lemon — Limão Knitting = tricotar
Mango — Manga Mountaineering = escalar montanhas
Orange — Laranja Painting = pintar
Papaya — Mamão Photography = fotografia
Passion fruit — Maracujá Playing video games = jogar vídeo games
Peach — Pêssego Reading = leitura
Pear — Pera Riding a bike = andar de bicicleta
Pineapple — Abacaxi Sculpting = esculpir
Plum — Ameixa Sewing = costurar
Prune — Ameixa-seca Singing = cantar
Start fruit — Carambola Skating = andar de patins ou skate
Strawberry — Morango Skiing = esquiar
Tamarind — Tamarindo Stamp collecting = colecionar selos
Tangerine — Tangerina Surfing = surfar
Watermelon — Melancia Working out = malhar

Drinks (bebidas)
Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum
Soda — Refrigerante
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás
Tonic water — Água tônica
Vodka — Vodca
Water — Água
Whiskey —Uísque
White wine —Vinho branco
Yogurt — Iogurte

Tempo livre, “hobbies” e lazer


Bowling = boliche
Camping = acampar
Canoeing = canoagem
Card games = jogos de baralho
Chess = xadrez
Cooking = cozinhar
Crossword puzzl = palavras cruzadas
Dancing = dançar
Drawing = desenhar
Editora
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Saúde e exercícios Hepatitis – hepatite


High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;

Povos e línguas

Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-


ças)
Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Blemish – mancha
Bruise - contusão
Dandruff - caspa
Freckle – sarda
Itching – coceira
Pimple – espinha
Rasch – erupção da pele
Scar - cicatriz
Spot – sinal, marca
Wart – verruga
Wound - ferida
Wrinkle – ruga

Aches (Dores)
Backache – dor nas costas
Earache – dor de ouvido
Headache – dor de cabeça
Heartache – dor no peito
stomachache – dor de estômago
Toothache – dor de dente

Cold and Flu (Resfriado e Gripe)


Cough – tosse
Fever – febre
Running nose – nariz entupido
Sneeze – espirro
Sore throat – garganta inflamada
Tonsilitis – amigdalitis

Other Diseases (Outras doenças)


Aneurism - aneurisma
Appendicitis - apendicite
Asthma – asma
Bronchitis – bronquite
Cancer – câncer
Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
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112
a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Determined = determinado
Crazy = louco
Depressed = depressivo
Frightened = assustado
Interested = interessado
Shy = tímido
Hopeful = esperançoso
Regretful = arrependido
Scared = assustado
Stubborn = teimoso
Thirsty = com sede
Guilty = culpado
Nervous = nervoso
Embarrassed = envergonhado
Disgusted = enojado
Proud = orgulhoso
Lonely = solitário
Frustrated = frustrado
Hurt= magoado
Hungry = com fome
Tired= cansado
Thoughtful = pensativo
Optimistic = otimista
Relieved = aliviado
Shocked = chocado
Sleepy = com sono
Excited = animado
Bad = mal
Worried = preocupado

Identificação pessoal
First name = Primeiro nome
Middle name = Nome do meio
Last name = Último nome
Full name = Nome completo
Date of Birth = Data de nascimento
Age = Idade
Sentimentos, opiniões e experiências Sex = Sexo
Happy = feliz Place of Birth = Local de nascimento
Afraid = com medo Nationality = Nacionalidade
Sad = triste Occupation = Ocupação/profissão
Hot = com calor Address = Endereço
Amused = divertido City = Cidade
Bored = entediado Country = País
Anxious = ansioso Zip code/Post code = Código postal (CEP)
Confident = confiante Phone number = Número de telefone
Cold = com frio E-mail address = Endereço de e-mail
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso Lugares e edificações
Loving= amoroso Airport – Aeroporto
Curious = curioso Amusement park – Parque de diversões
Envious = invejoso Aquarium – Aquário
Jealous = ciumento Art gallery – Galeria de arte
Miserable = miserável ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico
Confused = confuso Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica
Stupid = burro Avenue – Avenida
Angry = com raiva Baby store – Loja infantil ou bebê
Sick = enjoado/doente Barber shop – Barbearia
Ashamed = envergonhado Bakery – Padaria
Indifferent = indiferente Bank – Banco
Editora
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Beach – Praia Library – Biblioteca


Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica
Block – Quarteirão Mall – Shopping center
Bookstore ou Bookshop – Livraria Metropolis – metrópole
Bridge – Ponte Monument – Monumento
Building – Edifício ou Prédio Mosque – Mesquita
Bus station – Rodoviária Movie theater – Cinema
Bus stop – Ponto de ônibus Museum – Museu
Butcher shop – Açougue Neighborhood – Bairro
Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi Newsstand – Banca de jornal
Capital – Capital Office – Escritório
Cathedral – Catedral One-way street – Rua de mão única ou sentido único
Cemetery – Cemitério Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio
Chapel – Capela Park – Parque
Church – Igreja Parking lot – Estacionamento
Circus – Circo Penitentiary – Presídio ou Penitenciária
City – Cidade Perfume shop – Perfumaria
Clothing store – Loja de roupas Pet Shop – Pet Shop
Club – Clube Pizzeria – Pizzaria
Coffee shop – Cafeteria Place – Lugar
College – Faculdade Playground – Parque infantil
Computer store – Loja de informática Police station – Delegacia de polícia
Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos Port – Porto
Convenience store – Loja de conveniência Post office – Agência de correios
Corner – Esquina Pub – Bar
Costume store – Loja de Fantasia Real estate agency – Imobiliária
Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen- Reference point ou Landmark – Ponto de referência
te chamado de Fórum, depende do contexto. Restaurant – Restaurante
Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe- River – Rio
destres Road – Estrada
Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída Rotary ou Roundabout – Rotatória
City hall – Prefeitura School – Escola
Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico Shoe store – Sapataria
Downtown – Centro da cidade Sidewalk – Calçada
Driving school – Auto escola Snack bar – Lanchonete
Drugstore – Farmácia ou Drogaria Square – Praça
Factory – Fábrica Stadium – Estádio
Field – Campo Station – Estação
Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros Stationery store – Papelaria
Fishmonger’s – Peixaria Steak House – Churrascaria
Flower show – Floricultura Store – Loja
Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida Street – Rua
Gas station – Posto de gasolina Subway station – Estação de metrô
Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica Supermarket – Supermercado
Greengrocer – Quitanda Synagogue – Sinagoga
Grocery store – Mercearia Temple – Templo
Gym – Academia de ginástica Town – Cidade pequena ou Município
Hair salon – Cabeleireiro Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos
Hardware store – Loja de ferramentas Train station – Estação de trem
Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde Travel agency – Agência de viagens
Hospital – Hospital University – Universidade
Hotel – Hotel Zoo – Zoológico
House – Casa
Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria Relacionamento com outras pessoas
Intersection ou Crossroad – Cruzamento Parents – pais
Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão Father – pai
Jewelry store – Joalheria Mother – mãe
Kiosk – Quiosque Son – filho
Lake – Lago Daughter – filha
Laundromat ou Laundry – Lavanderia Siblings – irmãos
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Brother – irmão School bus: Ônibus escolar


Sister – irmã Ship: Navio
Halfbrother – meio-irmão Skateboard: Skate
Halfsister – meia-irmã Streetcar ou trolley: Bonde
Only child – filho único Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou
Wife – esposa informalmente the tube (inglês britânico): Metrô
Husband – esposo Taxi ou cab: Táxi
Fiancé – noivo Train: Trem
Bride – noiva Truck: Caminhão
Uncle – tio Van: Furgão ou van
Aunt – tia
Cousin – primo e prima Compras
Nephew – sobrinho Algumas placas com informações importantes:
Niece – sobrinha Out to lunch – Horário de almoço
Grandparents – avós Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de
Grandfather – avô passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres-
Grandmother – avó são) e two for one (dois por um).
Grandson – neto Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida-
Granddaughter – neta ção
Great grandfather – bisavô Conversando com atendentes
Great grandmother – bisavó Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando
Great grandson – bisneto por…
Great granddaughter – bisneta I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri-
Father-in-law – sogro gado(a).
Mother-in-law – sogra Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que
Brother-in-law – cunhado você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)?
Sister-in-law – cunhada / Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)?
Stepfather – padrasto Could I return this? – Eu poderia devolver isso?
Stepmother – madrasta Could I try this on? – Posso provar?
Stepson – enteado What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que
Stepdaughter – enteada a loja abre?
Foster parents – pais adotivos
Foster father – pai adotivo Esporte
Foster mother – mãe adotiva Individual Sports - Esportes Individuais
Athletics - Atletismo
Transporte e serviços Automobilism - Automobilismo
Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama- Artistic Gymnastics - Ginástica Artística
dos de boeing) Boxing - Boxe
Airplane ou apenas plane: Avião Bowling - Boliche
Bike: Bicicleta Canoeing - Canoagem
Boat: Barco ou bote Cycling - Ciclismo
Bus: Ônibus Equestrianism - Hipismo
Canoe: Canoa Fencing - Esgrima
Car: Carro Golf - Golfe
Carriage: Carruagem Jiujitsu - Jiu-Jítsu
Cruiser: Cruzeiro Judo - Judô
Ferry: Balsa Karate - Caratê
Glider: Planador Motorcycling - Motociclismo
Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero Mountaineering - Alpinismo
Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho Olympic Diving - Salto Ornamental
Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também Skiing - Esqui
pode ser chamado de scooter) Sumo - Sumô
Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto Surfing - Surfe
Motorboat: Lancha Swimming - Natação
Ocean liner: Transatlântico Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue
On foot: A pé Taekwon-Do - Taekwon-Do
Pickup truck: Caminhonete Tennis - Tênis
Raft: Jangada Triathlon - Triatlo
Roller skates: Patins Weightlifting - Halterofilismo
Sailboat: Veleiro ou barco à vela
Editora
115
a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Team Sports - Esportes Coletivos Zebra: Zebra;


Badminton – Badminton Wolf: Lobo.
Baseball - Beisebol
Basketball - Basquete Animais em inglês: principais insetos
Beach Soccer - Futebol de Areia Ant: Formiga;
Beach Volleyball - Vôlei de Praia Mite: Ácaro;
Football – Futebol Americano Bee: Abelha;
Footvolley - Futevôlei Beetle: Besouro;
Futsal - Futsal Butterfly: Borboleta;
Handball - Handebol Caterpillar: Lagarta;
Hockey - Hóquei Cockroach: Barata;
Polo - Polo Cricket: Grilo;
Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica Fly: Mosca;
Rugby - Rúgbi Flea: Pulga;
Soccer - Futebol Firefly: Vagalume;
Synchronized Swimming - Nado Sincronizado Grasshoper: Grilo;
Volleyball - Vôlei Ladybug: Joaninha;
Water Polo - Polo Aquático Louseorlice: Piolho;
Mosquito: Pernilongo/Mosquito;
Mundo natural Snail: Caracol;
Animais em inglês: principais animais domésticos (pets) Spider: Aranha;
Bird: Pássaro; Tick: Carrapato;
Bunny: Coelhinho; Termite: Cupim.
Cat: Gato; Animais em inglês: principais animais marítimos
Dog: Cachorro; Crab: Caranguejo;
GuineaPig: Porquinho da Índia; Dolphin: Golfinho;
Mouse: Rato/Camundongo; Fish: Peixe;
Parrot: Papagaio; Octopus: Polvo;
Rabbit: Coelho; Penguin: Pinguim;
Turtle: Tartaruga. Seal: Foca;
Shark: Tubarão;
Animais em inglês: principais nomes de aves Whale: Baleia.
Chicken: Galinha;
Rooster: Galo; Animais em inglês: principais tipos de peixes
Pigeon: Pomba; Carp: Carpa;
Peacock: Pavão; Dogfish: Cação;
Hawk: Falcão; Dried Salted Cod: Bacalhau;
Swan: Cisne; Flounder: Linguado;
Sparrow: Pardal; Hake: Pescada;
Duck: Pato. Scabbardfish: PeixeEspada;
Tuna: Atum;
Animais em inglês: principais animais selvagens Tilapia: Tilápia;
Alligator: Jacaré; Trout: Truta.
Bat: Morcego;
Bear: Urso; Animais brasileiros em inglês
Crocodile: Crocodilo; Capivara: Capybara;
Deer: Viado; Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin;
Elephant: Elefante; Lobo guará: Maned Wolf;
Eagle: Águia; Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin;
Giraffe: Girafa; Onça Pintada: Jaguar;
Hippo: Hipopótamo; Tamanduá Bandira: Giantanteater;
Kangaroo: Canguru; Tatu: Armadilo;
Lion: Leão; Tucano: Toucan;
Monkey: Macaco; Quati: Coati.
Owl: curuja;
Pig: Porco;
Snake: Cobra;
Squirrel: Esquilo;
Stag: Cervo;
Tiger: Tigre;
Editora
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Plantas em inglês
macieira apple tree

PORTUGUÊS INGLÊS manjericão basil

árvore tree margarida daisy

alecrim rosemary melissa melissa

ameixieira plum tree musgo moss

arbusto bush / shrub noz mos-


nutmeg
cada
azaleia azalea
oliveira olive tree
azevinho holly
orquídea orchid
açafrão turmeric
orégano oregano
bordo maple
papoula poppy
bromélia bromeliads
pereira pear tree
bétula birch
pinheiro pine tree
canela cinnamon
planta plant
carvalho oak
páprica paprika
horse chestnut
castanheiro rosa rose
tree

caule stem salgueiro willow

cebola onion salsa parsley

cebolinha green onion samambaia fern

cedro cedar tulipa tulip

cerejeira cherry tree violeta violet

coentro cilantro vitória-régia waterlily

colorau red spice mix Viagens e férias


Vocabulário
cominho cumin
Time off. — Tempo fora do trabalho.
coqueiro coconut tree Day off. — Dia de folga.
Vacation. — Férias.
cravo clove Go away. — Ir viajar.
Travel. — Viajar.
erva herb Take a trip. — Fazer uma viagem.
Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho.
ervas finas fine herbs
Go to the beach. — Ir para a praia.
figueira fig tree Go to the country. — Ir para o interior.

folha de Como foram suas férias


bay leaves
louro How was your vacation? — Como foram as suas férias?
It was good. — Foram boas.
gengibre ginger It was amazing. — Foram demais.
It was very relaxing. — Foi muito relaxante.
girassol sunflower

grama grass Para onde você foi


Where did you go? — Onde você foi?
lírio lily We went to the beach. — Nós fomos para a praia.
Editora
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

I went to the country with my family. — Eu fui para o interior Got sunburn. — Se queimou do sol.
com minha família. Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
Hawaii. Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
nossa família na França.
Who did you go with? — Com quem você foi? Tempo
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
e meu irmão. pressões de tempo como:
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido, Day: dia
esposo e crianças. Today: hoje
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e Yesterday: ontem
crianças. The day before yesterday: anteontem
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de Tomorrow: amanhã
aula. The day after tomorrow: depois de amanhã
Morning: manhã
Como você viajou Afternoon: tarde
How did you go? — Como que você foi? Evening: noite
We went by plane. — Nós fomos de avião. Night: noite
We went by car. — Nós fomos de carro. Tonight: esta noite
Midday: meio-dia
Coisas para fazer nas férias At noon: ao meio-dia
Read. — Ler. Midnight: meia noite
Read. — Leu. (Só muda a pronúncia) At midnight: à meia-noite
Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
Played the guitar. — Tocou violão.
Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
deira.
atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra-
tuito.
Have a picnic. — Ter um piquenique. Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os
Had a picnic. — Teve um piquenique. números correspondentes (da hora e dos minutos):
Play frisbee. — Jogar frisbee. Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five.
Played frisbee. — Jogou frisbee.
Look for seashells. — Procurar por conchas do mar. A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas:
Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar. Exemplo: 3:00 – It is three o’clock.
Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol. A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do
Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos. 30:
Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos. Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six.
Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Got a tan. — Pegou um bronzeado. A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de
Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron- hora (15 minutos):
zear. Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three.
Went sunbathing. — Foi se bronzear.
Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol. A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi-
Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol. nutos):
Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol. Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight.
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118
a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Consultant = consultor
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”, Cook = cozinheiro
utilizamos o “to”: Dancer = dançarino
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine. Dentist = dentista
Designer = designer, projetista, desenhista
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho- Diplomat = diplomata
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia. Doctor, medical doctor, physician = médico
a.m. – antes do meio-dia Doorman = porteiro
p.m. – depois do meio-dia Driver = motorista, piloto de automóvel
Economist = economista
Trabalho e empregos Editor = editor; revisor
Accountant = contador Electrician = eletricista
Actor = ator Engineer = engenheiro, maquinista
Actress = atriz Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Administrator = administrador Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Agronomist = agrônomo Firefighter, fireman = bombeiro
Anthropologist = antropólogo Fisherman = pescador
Archaeologist / archeologist = arqueólogo Flight attendant = comissário de bordo
Architect = arquiteto Foreman = capataz; encarregado
Astronaut = astronauta Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Astronomer = astrônomo Gardener = jardineiro
Athlete = atleta Geographer = geógrafo
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Baker = padeiro Glazer = vidraceiro
Bank clerk = bancário Graphic designer = designer gráfico
Banker = banqueiro; bancário Gravedigger = coveiro
Bank teller = caixa de banco Guide = guia
Barber = barbeiro Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas) Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)
Bartender = barman Historian = historiador
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel) Housewife = dona de casa
Biologist = biólogo Illustrator = ilustrador
Biomedical scientist = biomédico Interior designer = designer de interiores, decorador
Blacksmith = ferreiro Interpreter = intérprete
Bricklayer, mason = pedreiro Jailer = carcereiro
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de Janitor, superintendent, custodian = zelador
imóveis) Journalist = jornalista
Butcher = açougueiro Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro
Butler, major-domo = mordomo Judge = juiz (de direito)
Buyer = comprador Lawyer = advogado
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista Librarian = bibliotecário
Cabinet-maker = marceneiro Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas
Carpenter = carpinteiro Locksmith = serralheiro; chaveiro
Cartoonist = cartunista Maid = empregada doméstica
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe- Male nurse = enfermeiro
cuarista Manager = gerente
Cashier = caixa Mathematician = matemático
Chef = chef Mechanic = mecânico
Chemist (bre) = farmacêutico Medic = militar do Serviço de Saúde; médico
Chemist (ame) = químico Meteorologist = meteorologista
Civil Servant = servidor público, funcionário público Midwife = parteira
Clerk = auxiliar de escritório Miner = mineiro
Coach = treinador, técnico esportivo Milkman = leiteiro
Cobbler = sapateiro model = modelo
Comedian = comediante Musician = músico
Commentator = comentarista (rádio e TV) Nanny (ame) = babá
Composer = compositor Nurse = enfermeiro, enfermeira
Computer programmer = programador Occupational therapist = terapeuta ocupacional
Conference interpreter = intérprete de conferência Optician, optometrist = oculista
Contractor = empreiteiro Painter = pintor
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Paleontologist = paleontólogo Zoologist = zoólogo


Paramedic = paramédico A Marinha
Personal TRAINER = personal Proa = Bow
Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST Popa = Stern \ astern
Philosopher = filósofo Bombordo = port
Photographer = fotógrafo Boreste = starboard
Physicist = físico Convés = deck
Physiotherapist = fisioterapeuta Linha d aqua = water line
Pilot = piloto (menos de automóvel), prático Castelo de Proa = forecastle
Playwright = dramaturgo Boca = beans
Plumber = encanador, bombeiro (RJ) Comprimento (LOA) = length overall
Poet = poeta Obras Vivas = botton
Police officer, officer, constable = policial Obras Mortas = topsides
Politician = político Pontal = depth
Porter = porteiro Calado de Vante = Draught forward
Postman, mailman = carteiro Tombadilho = Fanny
Producer = produtor (em geral artístico) Calado a ré = draught forward
Professor = professor (universitário) Costado = ribcage
Proofreader = revisor Plano diametral = diametral plane
Psychiatrist = psiquiatra Bochecha = tack
Psychologist = psicólogo Alheta = wing \ quarter
Publisher = editor Passadisso = gangway \ bridge
Real estate agent, realtor = corretor de imóveis Casco = hull
Receptionist = recepcionista Borda livre = free board
Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- Displacement = tonelagem
se de artigos científicos) Notice to marine = aviso aos navegantes
Reporter = repórter List of Lights = lista de faróis
Researcher = pesquisador Full Load = plena carga
Sailor, seaman = marinheiro Fuel = combustível
Salesman* = vendedor Cruising speed = velocidade de cruzeiro
Sales representative, sales rep = vendedor Draft = projeto
Saleswoman* = vendedora Length = comprimento
Scientist = cientista Inland Waters = águas interiores
Screenwriter = roteirista Bússula = compass
Sculptor = escultor Ship = navio
Seamstress = costureira Ocean liner = navio transatlântico
Secretary = secretária Tug = rebocador
Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant = Gross Tonnage = arqueação bruta
lojista, comerciante Tanker Ship = Navio Petroleiro
Singer, vocalist = cantor Plataform Ship = navio plataforma
Social worker = assistente social Vessel = navio embarcação
Speech therapist = fonoaudiólogo Broken = quebrado
Statistician = estatístico Rope = cabo
Systems analyst = analista de sistemas Boom = pau de carga
Tailor = alfaiate Starboard = boreste
Teacher = professor Port = bombordo
Operator = operador Speed = velocidade
Operator, telephone operator = telefonista Ahead = a frente
Teller = caixa (geralmente de banco) Crew = tripulação
Trader = trader, operador (em bolsa de valores) Stern = popa
Translator = tradutor Fire = fogo
Travel agent = agente de viagens Fireman = bombeiro
Treasurer = tesoureiro Hose = mangueira
Valet = manobrista Fire Hose = mangueira de incêndio
Vet, veterinarian = veterinário Tonnage Length = comprimento tonelagem
Scend = Caturro
Waiter* = garçom Heel = adernar (mesmo que banda)
Waitress* = garçonete Bulkhead = Antepara
Welder = soldador Flush Deck = convés corrido
Writer = escritor Hold = porão
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Bollard = cabeço no cais Kink = coca (nó na mangueira)


Bitt = cabeço no navio Yarn = fibra
Order = ordem
Profissões a bordo no navio Anchor = ancora
Captain of Long Haul = capitão de longo curso
Auxiliary Health = auxiliar de saúde Estivagem de carga
Steward = taifeiro Rope Sling = linga de cabo
Cook = cozinheiro Bags Balles = bolsas de fardos
Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas) Steel plates = chapas de aço
Nurse = enfermeiro Homem ao mar = man over board
Officer = oficial Merchant Ship = Navio mercante
Skipper = patrão
Helmsman = timoneiro Chamadas e comunicações
Bo’sun = mestre ou contra mestre Não especificado = unspecified
Seaman = homem do mar Explosion = explosão
Sailor = marinheiro Alagado = flooding
Engineer = chefe de máquinas Collision = colisão
Mid Ship = meio navio Grounding = encalhando
Ship’s Articles = rol de equipagem Adernado = listing
Ship’s Log = diário de bordo Capsizing = emborcando
Insurance Certificate = certificado de seguro Sin King = naufragando
Customs Clearance = aduaneiro Disabled = sem governo
Charter Party = Fretamento Adrift = a deriva
Bill of Health = certificado de saúde Abandonar o navio = abandoning ship
Charts = cartas hidrográficas Piracy = pirataria
International Convention for the Safety of Live at Sea = conven- Ataque armado = armed attack
ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas) Grande = big
STCW = Standards of training certification and watchkeeping =
convenção internacional sobre normas de formação certificação e
service de quarto para marinheiro. QUESTÕES
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de
proteção individual.
Fire Extinguisher = extintor de incêndio 1. IBFC - 2023 - SEED-PR - DOCÊNCIA DOS COMPONENTES CUR-
Rudder = leme RICULARES DA MATRIZ - LÍNGUA ESTRANGEIRA INGLÊS-
Helm = timão
Bosun’s Locker = paiol do mestre TEXT 2 – COMPUTERS
Oars = remos
Buoy = boia (Text adapted from History of Computing. Retrieved from https://www.
Fire Alarm = alarme de incêndio cs.utexas.edu/~mitra/csFall2006/cs 303/lectures/history.html)
Rope Ladder = escada de quebra peito
Gangway = passadiço When you hear the term computers, it’s difficult to imagine di-
Ports = portos fferent devices from a laptop or a small desktop. Believe it or not,
Port Captaincy = capitania dos portos they weren’t always like they are today. They used to be very large
Yacht Harbours = docas de recreio and heavy, sometimes as big as an entire room. Some technolo-
Coast Guard = guarda costeira gy professors historically define computers, as “a device that can
Watch Tower = posto de vigia help with computations”. The word computation involves counting,
Life Boat Station = Estação de Salva Vidas calculating, adding, subtracting, etc. The modern definition of a
computer is a little wider, because in our day and age, computers
Dependências a bordo store, compile, analyze and compute an enormous amount of infor-
Galley = cozinha mation. Ancient computers were very interesting. Actually, the first
Crew Mess = refeitório da tripulação computer may have been located in Great Britain, at Stonehenge.
Stateroom = cabine de dormir It is a man-made circle of large stones. Citizens used it to measure
the weather and forecast the change of seasons. Some specialists
Amarração de cabos say that another ancient computer is the abacus. It was used by the
Rope = cabo \ corda early Romans, Greeks, and Egyptians to count and calculate. Even
Dock line = cabo de amarração though they are no longer in use, certainly, these early devices are
Warp = lais de guia fascinating. Computers are embedded in our history and some pe-
Reef Knot = nó direito
Volta do Fiel = clove hitch
Fisherman’s Bend = volta do Anete
Editora
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

ople say that we are completely dependent of them. No matter the In other words, as well as equipping learners with practical
complexity of the task, easy or difficult, some people can’t do any- skills, learning a foreign language extends their horizons, which is
thing without them. Do you contest or share this opinion? one of the important aims of education in most countries.
Read the statements about the reading process strategies and
Read the sentence “Some technology professors historically tick the incorrect one.
define computers”, then mark the alternative that presents the core (A) The prediction occurs only at the beginning of reading a
argument of the subject (Syntactically, the main word that forms text, just in its title
the subject). (B) When faced with a text, we try to activate our knowledge
(A) some of the world in order to predict what will be discussed before
(B) technology reading it at all
(C) historically (C) The reading prediction technique is present throughout the
(D) professors reading process
(E) computers (D) Some prediction activities refer to trying to complete frag-
ments from a text, it is important to predict its sequence while
2. IBFC - 2023 - SEED-PR - DOCÊNCIA DOS COMPONENTES CUR- reading it and confirm assumptions/hypotheses
RICULARES DA MATRIZ - LÍNGUA ESTRANGEIRA INGLÊS- (E) The ability to anticipate the content of the text is linked to
the readers’ knowledge of the world, the more experienced/
TEXT 1- ENGLISH AS A GLOBAL LANGUAGE trained the reader is, the greater prediction ability he/she will
achieve
(Adapted from Teaching English Today: context and objectives, Holden
& Nobre, 2018, p.03) 3. IBFC - 2023 - SEE-AC - ENSINO REGULAR: PROFESSOR PNS-P2
– LÍNGUA INGLESA- In English, the use of contracted verb forms is
All languages reflect the culture of the countries and regions common. Mark the alternative in which this formation is not cor-
where they have developed and are used. However, some langua- rect.
ges are also used as a means of communication between a wide (A) You should - You’ld
range of non-native speakers and contexts. In this way, the commu- (B) I had - I’d
nication develops new priorities to reflect those contexts. (C) I would - I’d
Today, English is probably the prime example of a global lan- (D) He has – He’s
guage. It is used to communicate in areas such as the workplace,
science and technology, the arts and in the world of business. This is 4. IBFC - 2023 - SEE-AC - ENSINO REGULAR: PROFESSOR PNS-P2
why so many parents are keen of their children to start learning it at – LÍNGUA INGLESA- Identify the form of the verb ‘to be’ that COR-
an ever-earlier age. Students, too, realize that English in more than RECTLY completes the following sentence: Studying insects ______
just a school subject: it is important for their own future success. the best choice in that moment.
This realization can be used to your advantage as a teacher: (A) is
(B) am
Your students should be aware that English is widely used (C) are
among non-native speakers in a variety of contexts in their own en- (D) was
vironments. It is no longer just linked with going to the US or Britain.
They are more likely to be motivated if they feel they are being 5. IBFC - 2023 - SEE-AC - ENSINO REGULAR: PROFESSOR PNS-P2
given appropriate materials and practice for their own needs, which – LÍNGUA INGLESA-
is easier to do nowadays, since English is present almost everywhe-
re. TEXT - MARK MOFFET AND HIS STRANGE LOVE
In fact, you are part of this world where English is used, howe-
ver imperfectly, in real life, as well as being part of that other, class- (Texto modificado de “The man who loves insect” especificamente
room world. This gives your role even more importance. para este concurso.

The intercultural context There (I) ______ (is, are, be) some strange professions arou-
nd the world. Some of those are quite unusual, Ted-Bear Repair Te-
There are, then, clear practical and economic reasons why it chnician is an example, but no one is similar to Doctor Moffet’s job.
is important for as many of your students as possible to feel posi- Do you like bugs? Most people do not like them, but Doctor Mark
tive about learning English, and ultimately, to feel confident about Moffet is not one of them! In fact, he likes bugs so much that he is
using it. However, there is also an equally important reason, which known as Doctor Bugs. Indeed, he is a photographer and an ento-
applies to all languages: their social function. mologist. An entomologist is a person who studies bugs. By the way,
Learning and using another language can put people into con- do you like ants? Moffet’s favorite bugs are ants, he studies them
tact, directly or indirectly, with others from different societies and everywhere. He watches them eating, working, resting, sleeping,
cultures. It exposes them to different ways of thinking, different and fighting. He also takes photographs every time. For that, he lies
ways of communicating, different values. This, in turn, encourages on the ground with his camera and waits for the right moment. Al-
them to think about their own culture, values and way of life. They though, he is often bitten by ants and other bugs, he never stops
realize there is not just one way of doing something, but many dif- his work. He says that it is the (II) ______ (most, more, more than)
ferent ones. interesting and unusual job, do you agree with that?
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a solução para o seu concurso!
INGLÊS

Return to the text “Mark Moffet and his strange love”, accor- Add video
ding to the information provided by the author, choose the correct Pictures can help to reinforce a main point or support con-
alternative. tent, as well as videos. Some research affirm that students enjoy
(A) Doctor Bugs doesn’t like taking pictures watching videos and retain information from them well, especially
(B) He’s a photographer and an archaeologist if the video is engaging, interesting and informative. Teachers can
(C) Ants and other insects often bite him (him = Doctor Bugs) embed videos right from YouTube or from their desktops to com-
(D) An entomologist studies human prehistorical and historical plement a PowerPoint presentation.
ages
Practice
6. IBFC - 2023 - SEE-AC - PROFESSOR-PNS-P2 – LÍNGUA INGLE- Nothing turns off a class like a poorly put together Power-
SA- Point presentation, so teachers should always be sure to do a quick
TEXT: THE IMPORTANCE OF THE POWERPOINT AS A CLASS- rehearsal before they present it to the class. While testing it, make
ROOM RESOURCE sure all the images load up on the slides, videos load up properly
and audio works, too. Also, it’s important for teachers to make sure
(Text adapted from Teachers: 5 Tips for Creating Great PowerPoint that there’s a way to connect their computer, or upload anything
Presentations, retrieved that’s storing the PowerPoint presentation, to a larger TV monitor
or projector screen so the whole class does not have to huddle
PowerPoint is a resource developed by Microsoft and relea- around a computer screen to view it. Teachers should also make
sed initially in 1990. It is mainly used in professional meeting pre- sure that any text can be read and understood. Be sure that the
sentations all over the world. color scheme is good.
One of these professions is in educational area: teacher.
PowerPoint presentation is spread among teachers because Make it fun
it is different from lecturing or teaching with a textbook; it is also a A PowerPoint presentation can be an innovative way of tea-
way of sharing content with students. ching. It’s a more interesting and engaging way for students to le-
To produce a PowerPoint correctly, teachers need to know arn than the typical lecture. Teachers should embrace this teaching
how to put the slides together, it can be an effective way of rein- resource and have fun with it. Throw in some jokes, possibly some
forcing content to students so that they are better able to retain it. funny pictures and be sure to get creative with presentations.
Otherwise, teachers can print and distribute the PowerPoint pre-
sentation or post it online, so students can go back and access it As we previously noted, the more students enjoy a lecture,
as reference material. However, if it is not put together correctly, a presentation, or activity, the more likely they are to retain informa-
PowerPoint presentation can disengage and make students bored. tion.
To develop PowerPoint presentation is simple and it can also Considering the underlined fragments below, choose the al-
provide a fun time noticed by its characteristics: basic, simple, and ternative that correctly defines the verb tense of each structure.
not distracting, it can be focused on keywords; for instance, always I. Otherwise, teachers can print and distribute the PowerPoint
be sure to include a summary slide of what the presentation is in- presentation.
tending to accomplish as well as a table of contents on the different II. However, for teachers who are making more public and wi-
topics that will be covered in the program. The summary slide ser- despread presentations.
ves as the main topic and what students should learn after viewing III. Some research affirm that students enjoy watching videos
the presentation. Then, at the end of the PowerPoint presentation, and retain information from them well.
teachers should include another summary slide, going over every- (A) I. Simple Present - II. Past Continuous - III. Simple Present
thing that was just covered and, again, highlighting the main point. Progressive/Continuous
(B) I. Simple Past - II. Simple Present - III. Simple Present Pro-
Bottom line gressive/Continuous
PowerPoint presentations need to have a purpose and the (C) I. Simple Present - II. Present Progressive/ Continuous - III.
teacher must make sure that the purpose is understood. Simple Present
(D) I. Present Perfect Progressive/ Continuous - II. Simple Futu-
Add pictures re - III. Simple Present
Teachers can reinforce the content with pictures, charts, sym-
bols, and other images. In fact, sometimes it’s better to have more
pictures than text in a PowerPoint presentation, because images
work to reinforce a content main point.
Teachers typically will just share it with their classes, so they
can pull images straight from the Internet. However, for teachers
who are making more public and widespread presentations, copyri-
ght law needs to be considered (Brazil Information Access Law nº
12.527; Art. 31; paragraph 3; item II).

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7. Use the simple past tense, the present perfect tense or the participants from EJA - young and adult education- to be on an
past perfect tense to complete the sentences. equal level even in the presence of difference. In his literacy work,
I. The educators ______ (to teach) through the Paulo Freire Freire required teacher-facilitators to co-investigate the most im-
Method. portant themes in the lives of students. These themes were codified
II. Previously the students ______ (to learn) through an old and into pictures and brought to dialogue that animated the re-creation
non-dynamic method, then the educators searched and found Frei- of knowledge of participants’ world in the process of learning how
re’s method. to read, achieving the meaning of the word. The objective of this
III. Firstly they had had long hours of boring studies when a approach was not to reproduce “banking” education but to pro-
group of educators ______ (to get) in touch with The Method Paulo mote revolutionary emancipation of individual and society. Freire
Freire, everything changed. developed his work in life context at the state of Pernambuco, in
(A) I. have taught – II. had learned – III. got the challenging circumstances – socially, historically, and geographi-
(B) I. taught – II. learned – III. get cally – of the Brazilian Northeast Region. He experienced poverty
(C) I. have teached – II. had learnt – III. gottan and hunger and was lucky in his access to education thanks to the
(D) I. have taught – II. has learnt – III. got efforts of his mother. He rose through the ranks of civil service, ser-
ving at state and national levels, addressing the literacy and eman-
8. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS cipatory needs of the population, particularly adults in rural areas.
- EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LÍNGUA Exiled during the military dictatorship in Brazil, Freire lived in Chile,
INGLESA Leia a sentença e analise sintaticamente os tempos ver- the United States, and Switzerland, where he worked on education
bais: projects worldwide.
“He rose through the ranks of civil service, (and was) serving at
state and national levels” Sobre inferência e, a partir delas, assinale a alternativa incor-
Assinale a alternativa correta. reta.
(A) rose é simple past tense e (was) serving é past perfect pro- (A) A inferência consiste na habilidade de adivinhar, supor o
gressive/continuous tense sentido de determinada palavra, fazendo hipóteses que podem
(B) rose não é verbo, é substantivo e serving é preposição ser rejeitadas ou confirmadas
(C) rose é simple past tense e (was) serving é past progressive/ (B) O enfoque está nas ideias contidas no texto, ou seja, deve-
continuous tense -se fazer a leitura de palavra por palavra, para tornar-se depen-
(D) rose é simple present tense e (was) serving é present pro- dente do uso do dicionário e obter uma leitura menos fluida
gressive/continuous tense (C) O contexto fornece informação importante na tentativa de
entender uma palavra desconhecida, com foco na sentença em
9. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS que a palavra aparece, bem como nas sentenças anteriores e
- EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LÍNGUA posteriores
INGLESA- Observe o sufixo -ING das palavras a seguir. Analise as afir- (D) A inferência também é útil quando há a necessidade da per-
mativas. Assinale a alternativa correta quanto à classificação morfo- cepção das ideias que não estão explicitadas no texto (ler nas
lógica de cada palavra em destaque. entrelinhas)
I. The process of learning how to read, achieving knowledge of
the word. 11. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Lín-
II. The objective of this approach was not to reproduce gua Inglesa- Parafraseando Michael Swan (2005), um marcador de
“banking” education. discurso ou marcador discursivo é uma palavra ou expressão que
III. The challenging circumstances (…) of the Brazilian Northeast indica a atitude do falante em relação ao que está dizendo. Assinale
Region. a alternativa correta a partir do marcador discursivo na sentença:
IV. Exiled during the military dictatorship in Brazil. “Uhuu!!! This test is so easy”.
(A) I e III são preposições (A) Especifica o sujeito da oração
(B) I e IV são verbos (B) É uma conjunções que explicita sequência
(C) III e IV são substantivos (C) Demonstra a relação de poder do sujeito
(D) II e III são adjetivos (D) Explicita uma negação da vontade do sujeito
(E) Enfatiza o pensamento do interlocutor (falante)
10. IBFC - 2023 - SEE-AC - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
- EJA/PRISIONAL/SOCIOEDUCATIVO: PROFESSOR PNS-P2 – LÍNGUA 12. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Língua
INGLESA- Inglesa- Observe as estruturas e se atenha apenas as palavras subli-
TEXT: PAULO FREIRE AND COMMUNICATION STUDIES nhadas e assinale a alternativa que apresenta qual delas é o núcleo
(Adapted from Tania Ramalho article in Communication - Ox- do grupo nominal.
ford University Press. (A) Tesla was one of five children
(B) Tesla was one of five children
Paulo Freire, the Brazilian activist educator and philoso- (C) Tesla was one of five children
pher of education, affirmed that communication is at the heart of (D) Tesla was one of five children
pedagogy, as teaching, and learning through praxis that involves re- 9E) Tesla was one of five children
flection and action ultimately to address social injustice and dehu-
manization. Dialogue is at the center of his pedagogical approach,
as means to individualization and humanization. Dialogue assumes
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13. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Língua


Inglesa- GABARITO
Nikola Tesla was an engineer and scientist known for designing
the alternating-current (AC) electric system, which is the predomi-
nant electrical system used across the world today. He also created
the “Tesla coil,” which is still used in radio technology. 1 D
2 A
Born (01) ______ modern day Croatia, Tesla came to
the United States in 1884 and briefly worked with Thomas Edison 3 A
before the two parted ways. He sold several patent rights, including 4 D
those to his AC machinery, to George Westinghouse.
5 C
Early Life 6 C
Tesla was born in Smiljan, Croatia, on July 10, 1856. 7 A
Tesla was one of five children, including (02) ______ 8 C
Dane, Angelina, Milka and Marica. Tesla’s interest in electrical in- 9 D
vention was spurred by his mother, Djuka Mandic, who (03) ______
small household appliances in her spare time while her son was 10 B
growing up. 11 E
Leia a afirmação de Souza et al (2005, p.14) “Gêneros Textuais
12 A
são tipos de textos cuja função comunicativa é reconhecida social e
culturalmente por uma determinada comunidade. Além de terem 13 D
essa função comunicativa específica, os gêneros textuais se carac- 14 C
terizam por organização, estrutura gramatical e vocabulário espe-
cíficos - assim como pelo contexto social em que ocorrem”. A partir 15 E
da colocação dada e da leitura do texto sobre Nikola Tesla, assinale
a alternativa correta em relação ao gênero textual.
(A) narração ANOTAÇÕES
(B) descrição
(C) dissertação
(D) biografia ______________________________________________________
(E) exposição
______________________________________________________
14. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Língua ______________________________________________________
Inglesa- A gramática da língua inglesa define o Simple Past Tense
(Tempo Passado Simples) como um “tempo verbal que é usado para ______________________________________________________
falar sobre coisas que aconteceram ou existiram antes do presente”.
Assinale a alternativa em que o Simple Past Tense esteja correto. ______________________________________________________
(A) Did Paige went to work yesterday?
(B) Phoebe thinked that Cole was ill ______________________________________________________
(C) Prudence studied music at school last year
______________________________________________________
(D) John not cooked last week
(E) Do John cook for us every day? ______________________________________________________
15. : IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Lín- ______________________________________________________
gua Inglesa- Analise a sentença: “It will be raining tomorrow mor-
ning”. Essa expressão marca o “tempo futuro”. É CORRETO afirmar ______________________________________________________
que a estrutura usada expressa:
(A) Um plano no passado que não foi confirmado ______________________________________________________
(B) Um plano futuro que foi confirmado
(C) Uma intenção de fazer algo ______________________________________________________
(D) Uma ação que estará em andamento em um determinado
______________________________________________________
momento no futuro
(E) Uma previsão baseada em fatos ou ideias ______________________________________________________

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Predicting → É uma estratégia usada a partir de palavras chave,


COMPREENSÃO DE TEXTOS. CAPACIDADE DE COMPRE- títulos e subtítulos, dos quais já se tem conhecimento prévio sobre
ENDER IDEIAS GERAIS E ESPECÍFICAS POR MEIO DA o assunto, levantando-se assim, hipóteses prevendo o assunto do
ANÁLISE DE TEXTOS SELECIONADOS DE LIVROS, JOR- texto.
NAIS OU REVISTAS, QUE ABORDEM TEMAS CULTURAIS,
LITERÁRIOS E CIENTÍFICOS. ITENS GRAMATICAIS RELE- Guessing → É quando se ignora a tradução de palavra por pa-
VANTES PARA A COMPREENSÃO DOS CONTEÚDOS lavra, apenas tentando entender o sentido geral da frase. Ressalta-
SEMÂNTICOS mos aqui o cuidado com as palavras cognatas.

Selectivity → Também chamada de “leitura seletiva” é a técni-


Compreensão Geral do Sentido e do Propósito do Texto ca na qual selecionam-se os trechos onde se deseja encontrar uma
determinada informação.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpre-
tação de texto em espanhol. Para isso, devemos observar as dicas Cognates → Os cognatos são termos de origem grega ou latina
que seguem abaixo. bastante parecidos com o Português tanto na forma escrita como
no significado.
O Uso e Domínio das Estratégias de Leitura (Skimming, Scan-
ning, Prediction e outras) Repeated words→ Quando certas palavras se repetem várias
vezes no texto, mesmo com formas diferentes, normalmente são
Existem estratégias de leitura que podem facilitar a compreen- importantes para a compreensão. As palavras repetidas aparecem
são e a tradução de obras e textos escritos em línguas estrangeiras especialmente na forma de verbos, substantivos e adjetivos e nem
ou, ainda, selecionar rapidamente o que pode ser importante ou sempre são cognatas.
não para quem lê.
Typography → As marcas tipográficas (impressas) são elemen-
Atenção! tos que, no texto, transmitem informações nem sempre representa-
Apesar de serem termos escritos em inglês, essas técnicas po- das por palavras. Reconhecê-las é um auxílio bastante útil à leitura.
dem ser utilizadas no auxílio de interpretação de textos em todas
línguas estrangeiras, inclusive no espanhol. Observe: Key words → Aquelas que estão mais de perto associadas es-
pecificamente ao assunto do texto são as palavras-chave, podendo
Skimming → Essa técnica consiste em “se passar levemente aparecer repetidas e algumas vezes na forma de sinônimos. Iden-
sobre”. Trata-se de uma rápida e superficial “olhada” no texto, pro- tificar as key words através do skimming nos leva a ter uma visão
curando explorar suas informações. Nessa hora, o leitor deve aten- geral do texto.
tar-se para as pistas tipográficas (números, datas, gráficos, figuras,
fotografias, palavras destacadas, cabeçalhos, etc.), cognatos, falsos Nominal groups → Grupos nominais são expressões de caráter
cognatos e tudo o que possa ser tido como uma dica do que se trata nominal em que prevalecem os substantivos e adjetivos, cuja or-
a ideia geral do texto ou seu tema. Ou seja, essa técnica serve para dem na frase ordinariamente não corresponde ao português.
que o leitor tenha uma compreensão geral sobre qual assunto o Critical Reading → Ao final de cada leitura, o bom leitor deve
texto discorre. estar atento para tudo o que lhe foi transmitido através do texto,
procurando responder perguntas como: O texto é interessante?...
Scanning → Como o a palavra sugere, a técnica de Scanning por que? A leitura do texto acrescentou algo novo aos seus conhe-
consiste em um escaneamento, uma varredura do texto em busca cimentos? O texto foi apresentado de modo objetivo, superficial,
de informações objetivas. Essa estratégia de leitura é recomendada profundo, confuso..? Você discorda ou concorda com as ideias do
para uma leitura mais específica: quando se deseja encontrar um autor? O autor foi imparcial ou tendencioso? Você conseguiu captar
determinado significado, uma palavra-chave, uma informação em alguma segunda intenção nas entrelinhas do texto? Você acrescen-
particular. Ela é geralmente empregada quando buscamos palavras taria algo que não foi mencionado?
em dicionários, um endereço ou número em listas telefônicas, e
pode ser muito útil em situações cotidianas. Contextual Reference → É normal existirem no texto elementos
de referência que são usados para evitar repetições e para ligar as
sentenças, tornando a leitura mais compreensível e fluente. Esses
elementos aparecem na forma de pronomes diversos (Pessoais, De-
monstrativos, Relativos, Adjetivos Possessivos, etc.).
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Compreensão de Ideias Específicas Expressas em Parágrafos e A segmentação requer a aplicação de uma série de estratégias
Frases e a Relação Entre Parágrafos e Frases do Texto1 e técnicas para adentrar no conteúdo do texto e conhecer tanto seu
funcionamento como seu significado e poder assim selecionar as
Ao responder às questões faça outra leitura, pois com isso se ideias principais e determinar seu sentido global.
identificará com mais facilidade a resposta correta. Para afrontar a leitura de um texto de forma eficaz temos que
Fazer uso de um bom dicionário é valioso para o desenvolvi- ter em conta a estratégia a seguir que definirá o objetivo que que-
mento da habilidade de ler e escrever em língua estrangeira. E ain- remos conseguir e a técnica utilizada para consegui-lo.
da mais importante é perceber que a leitura de textos vai além das
traduções feitas com auxílio do dicionário ou até mesmo de treino Identificação das Ideias Principais
exclusivo de leitura em voz alta para melhorar a pronúncia.
Ler em língua estrangeira também ajuda a aprimorar a sua ha- A ideia principal de um texto é aquela que expressa em sua
bilidade em interpretar e relacionar informações, inclusive quando essência o que o autor quer transmitir. Constitui a causa principal
não se conhece as palavras. do desenvolvimento das ideias subsequentes e sua eliminação pro-
Quanto mais se exercitar a leitura de textos em geral, melhor vocaria uma falta de sentido no resto do texto. Uma ideia pode ser
os compreenderá; desse modo, passará a observá-los mais detalha- principal porque resume o que está sendo dito ou porque o provo-
damente. ca. Portanto, contém a mensagem global do texto, seu conteúdo
Sua atitude como leitor vai mudar. Em vez de fugir quando se mais importante e essencial, aquele que emana todos os demais.
deparar com um vocabulário novo, se passará a inferir sobre signi- Interessa aqui distinguir tema (aquele de que trata o texto e
ficados e exercitará a habilidade em relacionar fatos e contextos. pode expressar-se mediante uma palavra ou uma sentença) e a
ideia principal (informada no enunciado ou enunciados mais im-
Localização e Identificação de Informações Específicas em Um portantes que o escritor utiliza para explicar o tema). As ideias
ou Mais Trechos do Texto principais podem estar explícitas ou implícitas no texto, e não há
uma forma clara para identificá-las. Emprega-se aqui o processo de
O emprego de estratégias e técnicas de análise da informação ABSTRACÃO, um procedimento dedutivo que permite perceber a
nos ajudará a segmentar e a organizar a informação, a identificar essência do texto, eliminando os detalhes.
as ideias principais e a inter-relacionar os conceitos, melhorando a Um texto pode estar composto por algumas ideias principais
compreensão e a aprendizagem. com distinto nível de importância: desde muito importante a muito
pouco importante com matizes intermediários. As ideias principais
Definições de Segmentação representam-se na memória em um nível superior frente as ideias
Segmentar um texto consiste em decompor provisoriamente secundárias que ocupam uma posição inferior em uma estrutura
em proporções mais maleáveis mediante a divisão de segmentos, hierárquica de armazenamento. Por esse motivo, a informação
geralmente parágrafos ou sinais gráficos. É uma técnica que de- principal se recorda melhor que as informações secundárias.
sassocia, recupera e avalia os elementos de um texto, tal como as
ideias, expressões, para determinar seu valor e importância. A seg- Como identificá-la
mentação é uma ferramenta que nos permite filtrar a informação Nos artigos científicos, a ideia principal deve estar nos primei-
não relevante. Na hora de SEGMENTAR temos que analisar uma ros parágrafos, e as vezes é a primeira frase;
série de fatores. É a que gera maiores conexões lógicas;
É a que tem maior carga informativa.
Fatores Linguísticos
Fonológicos: forma do texto Seleção da Informação
Sintáticos: estrutura do texto A estratégia da seleção opera de forma positiva extraindo do
Semânticos: significado do texto texto a informação necessária e relevante. Sua aplicação possibilita
reduzir a complexidade da estrutura física dos textos sem que se
Fatores Linguísticos (Contextuais, Lógicos, Psicológicos…) perca a informação, e há de permitir deduzir a partir da informação
A segmentação depende tanto das características dos fragmen- selecionada.
tos a obter (parágrafos, orações...), como da fonte da qual se obtém
(texto marcado, texto plano...). Recomendações
Uma das múltiplas formas de fragmentar consiste em recopiar Identificar a estrutura e posição dos parágrafos no texto.
o texto com margem flutuante a direita mantendo em cada linha os Identificar as frases que desenvolvem uma ideia importante.
conjuntos cuja coesão interna é suficientemente forte. Isto leva a Selecionar as palavras chaves representativas, geralmente
um desmembramento da informação explorando as partículas me- substantivos, verbos, e expressões substantivas.
nores até que as partes pertinentes da estrutura caiam expostas e Escrever as ideias com palavras chave.
dispostas para serem compreendidas. A segmentação do texto per- Reconhecer adequadamente os vínculos lógicos entre os pará-
mite sua análise fracionada. grafos e as palavras de ligação do texto.
Como Segmentar?
Compreensão da Informação
A estratégia de compreensão permite captar a estrutura do
texto e integrar de forma coerente a informação nova aos próprios
1 http://www.miniwebcursos.com.br/curso_aprender/modulos/aula_3/segmentar. conhecimentos e esquemas de quem lê.
html O leitor, para avaliar a compreensão utiliza referências:
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Referência sintática, considera o significado das frases individuais e sua relação lógica com o texto considerado como um todo.
Referência semântica, agrupado em cinco categorias:
• coesão proposicional comprova se a ideia expressa nas proposições adjacentes pode ser integrada com lógica e sentido.
• coesão estrutural comprova que as ideias expressam no texto são tematicamente compatíveis.
• consistência interna constata que as ideias expressam no texto são consistentes entre si.
• consistência externa constata que as ideias do texto são coerentes com o que sabe o leitor.
• claridade informativa constata que as ideias expressas no texto estão expressas com clareza.

Técnicas de Segmentação

Sublinhar
O sublinhado consiste em colocar um risco destacado em baixo da frase que queremos marcar, são ideias ou dados fundamentais do
tema que merecem serem destacados para serem assimilados e aprendidos. Esta técnica facilita o estudo posterior já que permite que a
atenção se concentre somente nos aspectos do texto que estão destacados com antecedência.
Sublinhar os textos possibilita:
Fixar a atenção e selecionar as ideias principais do texto.
Economizar tempo. Ao realizar uma nova leitura onde fizemos a sublinhação somente as ideias principais terão destaque, descartando
dessa forma as partes do texto que não acrescentam informação. Com isso ganharemos tempo e teremos menos esforço.
A elaboração de resumos, esquemas e mapas conceituais.
Favorece a concentração e facilita a compreensão da informação.
A quantidade de informação a sublinhar dependerá do objetivo que tenhamos as estudar do tema, da estrutura do texto e do conhe-
cimento que se tenha da matéria.

Recomendações
Não sublinhar na primeira leitura porque ainda não temos uma ideia geral do tema.
Sublinhar somente o essencial do texto (palavras chaves, ideias principais ou dados importantes como datas e nomes).
Destacar graficamente as ideias secundárias das principais.
O sublinhado deve ter sentido, pois devemos evitar sublinhar aqueles conceitos que não entendemos.

Tipos de Sublinhado

Sublinhado Linear
Traçar distintos tipos de linhas (reta, dupla, descontinua...) para destacar a importância da informação. Exemplo

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Sublinhado Lateral
Assinalar com um risco vertical frases do texto ou parágrafos completos do mesmo. Exemplo

Sublinhado Estrutural
Destacar a estrutura ou a organização interna do texto. Pode fazer na margem esquerda utilizando números, letras, datas ou palavras
chaves. Esse tipo de sublinhado exige uma grande capacidade de síntese já que por meio de palavras tentamos expressar o conteúdo do
texto. Exemplo:

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Sublinhado de Realce
Serve para destacar dúvidas, esclarecimentos, pontos de interesse, chamadas de atenção.... Pode-se usar distintos sinais (datas, aste-
riscos, interrogações, parêntesis...) Exemplo:

Compreensão da Função de Elementos Linguísticos Específicos na Produção de Sentido no Contexto em que são Utilizados2

Códigos de Sinalização
Para distinguir o título, as ideias principais, as ideias secundárias, dados e datas, dúvidas, explicações podemos utilizar diferentes
técnicas.
Diferentes cores, de maneira que cada cor identifique algum desses aspectos.
Risque os símbolos que permitam associar cada um deles com um tipo diferentes de informação.
Devemos utilizar aqueles elementos, símbolos e materiais (lápis, caneta, marcadores de texto colorido...) que melhor nos ajudem a
visualizar e assinalar a informação principal do texto.

Segmentação
Não há um procedimento de consenso para segmentar um texto, mas uma técnica que pode ser útil, é diferenciar os parágrafos que
compõem o texto empregando uma margem flutuante à direita para enumerá-los e fazer anotações. Eliminar aqueles cuja informação está
repetida e não seja importante mantendo unidos aqueles parágrafos cuja coerência interna seja significativa.
As ideias principais estão no princípio ou ao final do texto, se repetem várias vezes e são as que maiores conexões lógicas geram.
A facilidade para distinguir as ideias principais das secundárias está na relação com a organização da informação em categorias lógicas
e em estruturas esquemáticas, já que quanto maior a organização menor será a dificuldade.

O Parágrafo como Unidade de Segmentação


O conhecimento do tipo de parágrafo abre o caminho até a informação importante. Os parágrafos podem ser:
Explicativos: Suas primeiras frases proporcionam uma ideia geral do que se vai dizer; as últimas contêm o resultado ou a conclusão.
São fáceis de reconhecer e de compreender.
Descritivos: Descrevem o ambiente ou a cena, e ampliam as ideias introduzidas previamente.
Conectivos: unem alguns parágrafos com outros. Eles geralmente contêm informações fundamentais porque eles tendem a resumir
o conteúdo do referido e o que segue.

Localização da Informação
Para localizar as ideias principais devemos adotar os seguintes critérios:
1. Fixar-nos no local do texto: geralmente se situa nos primeiros e nos últimos parágrafos.
2. Identificar o tema principal de cada parágrafo.
3. Formular perguntas específicas ao texto, como, o que, de quem fala, que ajudem a entender o conteúdo.

2 http://www.miniwebcursos.com.br/curso_aprender/modulos/aula_3/segmentar.html
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4. Buscar as palavras chaves mais importantes do texto. “Queremos cambiarla poco a poco. No puedo decir cuándo o de
5. Visualizar os recados, esquemas, gráficos, ilustrações. qué manera, pero éste se ha convertido en un tema clave entre
6. Prestar atenção à grafia das palavras (cursivas, em negrito, quienes toman las decisiones en el Gobierno”, ha declarado Zhao
assinaladas...) já nos indicando sua importância. a la agencia Reuters.
El país asiático sufre un serio problema de envejecimiento de la
Indicadores Temáticos población y una creciente disparidad de género, que ha provocado
1. Início do texto: títulos utilizados para subdividir à informação la alarma entre los expertos. Se estima que, de seguir la tendencia
em unidades menores. Informam sobre a estrutura do parágrafo e actual, en 15 años puede haber 30 millones de hombres más que
representam seu conteúdo. de mujeres en edad de formar una familia, lo que podría provocar
2. Sinais: fazem referência a microestrutura dos textos, são re- migraciones, tráfico de mujeres e inestabilidad social.
cursos utilizados para destacar a informação importante. Las autoridades aseguran que los estrictos controles de natali-
3. Ilustrações, Diagramas, Gráficos, Tabelas: podem servir de dad han evitado más de 300 millones de nacimientos y han favore-
complemento do texto, facilitando sua compreensão ou para trans- cido una elevación más rápida del nivel de vida del país.
mitir informação nova. No texto podemos encontrar uma série de Sin embargo, sus detractores afirman que, además de violar las
palavras e ligações lógicas que unem as diferentes ideias. libertades del individuo, han desembocado en numerosos abortos
4. Ao princípio do texto: Em primeiro lugar, Em princípio, Para y esterilizaciones forzadas, y el abandono de muchas niñas, dada
começar. la preferencia de las familias por los varones. En China, nacen 118
5. Na argumentação: niños por cada 100 niñas, cuando el ratio normal en todo el mundo
Para indicar ideias de diferente importância: portanto, assim, es entre 103 y 107 varones por cada 100 hembras. El 51,5% de los
depois, em segundo lugar, agora temos. 1.314 millones de habitantes que tenía China en 2006 era varón.
Para estabelecer comparações: assim como, da mesma manei- La mayoría de las parejas en las ciudades sólo puede tener por
ra, igualmente, o mesmo. ley un descendiente, mientras que en las zonas rurales se les permi-
6. Ao final do texto, na conclusão: assim, deste modo, então, te dos si el primero es niña. Las minorías étnicas pueden tener dos
portanto, em consequência, como conclusão, para finalizar, em re- o más. Zhao aseguró que el Gobierno está estudiando la cuestión
sumo. con mucho cuidado para que cualquier decisión que se tome no
São expressões que aparecem no texto e nos orientam até as provoque un alza repentina de la población. (El País, Edición impre-
ideias principais. sa, 01/03/2008).

Indicadores linguísticos: em resumo, concluindo.


Indicadores de relevância: expressões como “o mais importan- QUESTÕES
te”, advérbios ponderativos “principalmente, especialmente”, ver-
bos como enfatizar, insistir,
Marcadores formais do texto: sumário, resumo, conclusões. 1.(IBFC - 2019 - Professor (Pref C Sto Agostinho)
Indicadores de argumentação: consideramos que, esperamos
que, para ser realmente efetivo. Observe o texto.

Objetivos
O aluno no momento de enfrentar-se com um texto deve ser “La mutación de Andrea Rincón: de vedette a actriz “
capaz de conseguir os seguintes objetivos:
Identificar as unidades de analise, tomando como unidade de La actriz argentina acaba de cumplir 33 años de una vida
segmentação o parágrafo e suas distintas modalidades. intensa. Durmió en una plaza en la adolescencia y sus comienzos
Identificar e discriminar as ideias principais de um texto, pois se remiten a su entrada a Gran Hermano. Salió con un perfil de
está na base da compreensão. chica sexy dedicada al teatro, las tapas de revista y el escándalo.
Dominar as técnicas de compreensão, identificando as palavras Hoy ha reinventado su vida y su carrera al destacarse en papeles
fundamentais e formulando perguntas para determinar os temas para series de TV. También logró superar sus “adcciones”.
principais e secundário.
Desenvolver destreza no reconhecimento das as sinalizações A partir da interpretação e tradução do texto, analise as
ou ajudas que se encontram no texto. afirmativas abaixo.
Construir seu próprio conhecimento.
I. A atriz argentina iniciou a carreira no programa Big Brother.
Abaixo separamos diversos textos, vamos exercitar as técnicas II. Andrea saiu em muitas contra capas de revistas.
de interpretação estudadas realizando a leitura dos mesmos e res- III. A atriz argentina conseguiu superar seus vícios.
pondendo as respectivas questões:
Assinale a alternativa correta.
China eliminará la ley que prohíbe tener más de un hijo Jose (A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
Reinoso - Pekín - 01/03/2008 (B) Apenas a afirmativa II está correta
China eliminará gradualmente la política de hijo único (que fue (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
puesta en marcha a finales de la década de 1970 para controlar la (D) Apenas a afirmativa I está correta
explosión demográfica), según ha asegurado Zhao Baige, viceminis-
tra de la Comisión Nacional de Población y Planificación Familiar.
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2.(IBFC - 2018 - Oficial (CBM SE)/Cadete - Aluno Oficial) Estão corretas as afirmativas:
(A) I e II, apenas
Utilize o texto abaixo para responder a questão: (B) III, IV e V, apenas
(C) I, II e III, apenas
Absolut Vodka (D) II e V, apenas

Nuevo envase 4.(IBFC - 2018 - Oficial (CBM SE)/Cadete - Aluno Oficial)


Con su superfície de cristales finos, es primera vez en la
historia que la marca sueca modifica la figura y textura de su Leia atentamente:
icónica botella. Un regalo excepcional, que sin duda cautivará los
coleccionistas de los disenos. Gallo Pinto, Costa Rica
En general, la comida en Costa Rica es muy sencilla, pero
también sana y_ muy sabrosa. Para el desayuno, hacen el famoso
Absolut Limeted Edition, una botella excepcional, realizada gallo pinto. Gallo es el término utilizado para los bocadillos que
con destellantes prismas en forma de diamante, que le otorgan al los costarricenses hacen usando pequenas tortillas de maíz. Este
envase una superficie rugosa y tridimensional muy atactiva. plato incluye, frijoles negros fritos con arroz y algunas veces
cebolla y otras especias. Los huevos se pueden prepara como
Regalo ideal. desee, fritos o revueltos. Luego se agregan los plátanos fritos,
que son muy dulces. Por último, dos tortillas de maíz se colocan
A campanha publicitária da Vodka Absolut, afirma ao público encima. Se bebe café solo o con leche.
que:
Com base na leitura do texto é possível compreender que:
I. É a primeira vez que a marca sueca modifica a figura e a
textura de sua desenhada e colorida garrafa. I. A comida de Costa Rica é muito sem sal, mas saborosa e
II. Há dúvidas que consigam cativar aos colecionadores. saudável.
III. É o presente ideal. II. O prato,“Gallo Pinto”, inclui em seu feitio feijões, arroz,
IV. É a edição limitada de uma garrafa excepcional. cebola, as vezes, ovos e bananas.
V. Provavelmente cativará a todos que consomem este tipo III. O “Gallo Pinto” é saboreado no café da manhã.
de bebida. IV. O prato de Costa Rica é apreciado pelas tardes e se bebe
com café puro ou com leite.
Assinale a alternativa correta. V. O prato de Costa Rica é preparado em qualquer uma das
(A) I, apenas refeições.
(B) I e II, apenas
(C) III e IV apenas Estão corretas as afirmativas:
(D) IV e V apenas 14 (A) II e III, apenas
(B) III e IV, apenas
3.(IBFC - 2018 - Oficial (CBM SE)/Cadete - Aluno Oficial) (C) I e IV, apenas
(D) II, IV e V, apenas
El director argentino, Pablo Trapero, de “El Clan”, la película
argentina que superó los 2,5 millones de espectadores, comenzó 5.(IBFC - 2018 - Oficial (CBM SE)/Cadete - Aluno Oficial)
su gira por los festivales más importantes de la industria mientras
prepara varios proyectos y espera su segundo hijo. Para él, “todo Leia o seguinte fragmento:
sale lindo”, ya que se mezclan varias alegrias en un “ano de locos”,
como ha dicho. “Queda prohibido no crear mi historia,
dejar de dar las gracias a mi familia por mi vida,
Com base no texto podemos afirmar que: no tener un momento para la gente que me necesita,
no comprender que lo que la vida nos da también no los
I. “El Clan, é uma novela que superou as expectativas de quita.”
telespectadores.
II. O ano do diretor, Pablo Trapero, está muito bom, pois as O fragmento do poema de Alfredo Cuervo Barrero nos
alegrias se misturam entre projetos de trabalho e família. apresenta um tema que se relaciona diretamente com:
III. Foram vendidos mais de 2,5 milhões de livros do diretor (A) Desejos de todo ser humano
argentino Pablo Trapero, que também se prepara para ser pai (B) Tristeza e inibição
novamente. (C) Solidariedade e confiança
IV. O diretor Pablo Trapero se prepara para ser pai pela (D) Igualdade e fraternidade
segunda vez e também iniciar um novo projeto para o próximo
ano.
V. O ano do diretor, Pablo Trapero, foi muito bom já que seu
filme, “El Clan” , superou os 2,5 milhões de espectadores.

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6.(IBFC - 2017 - Professor de Educação Básica (SEDUC MT)/ IV. Introdutor da linguagem de informática para a utilização da
Língua Estrangeira) comunicação, ou seja, habilidade comunicativa de uma maneira
bem mais ampla e específica.
A abordagem, atualmente intitulado de “Approach”, é
considerado um termo mais abrangente que Método (ensino) V. Manipulador dos novos canais de comunicação a serem
e engloba os pressupostos teóricos acerca da língua e da explorados para o aproveitamento adequado das informações,
aprendizagem, apresentando variações na medida que os obtendo ao final uma maior capacidade de raciocínio.
pressupostos variam. Neste caso, seria correto afirmar que a
Abordagem da Gramática e da tradução, metodologia com mais Assinale a alternativa correta:
tempo de uso historicamente:
(A) Apenas I
I. Surgiu no renascimento e perdura até hoje, com diversas (B) Apenas a II
adaptações. (C) I, II e III apenas
(D) I e II apenas
II. Surgiu pelo interesse das Culturas gregas e já não existe, (E) III e IV apenas
pois possuía apenas finalidades específicas.
8.(IBFC - 2017 - Professor de Educação Básica (SEDUC MT)/
III. Basicamente, a AGT consiste no ensino da segunda Língua Estrangeira)
língua pela primeira, as explicações assim são dadas através de
explicações na língua materna do estudante. Para ser um participante atuante em um mundo moderno
e repleto de informações é necessário se comunicar e ser
IV. É uma abordagem dedutiva, partindo sempre da regra capaz de uma comunicação não somente na língua materna,
para o exemplo mas também em uma ou mais línguas estrangeiras. O ensino
de línguaestrangeira se faz indispensável não somente como
V. Seu objetivo final era ou ainda é, levar o estudante a cultura instrumento de informação para o indivíduo, mas instrumento
e literatura da língua aprendida (L2) adquirindo um conhecimento opositor de barreiras e porque não dizer instrumento necessário
mais profundo de seu próprio idioma, desenvolvendo inteligência para romper fronteiras; indispensável também é estabelecer
e raciocínio. critérios para definir que línguas estrangeiras devem ser incluídas
no currículo, sobre esse tema, analise as afirmativas abaixo:
Assinale a alternativa correta:
I. Há de considerar o valor educacional e cultural das
(A) I apenas línguas, derivado de objetivos tradicionais e intelectuais para
(B) III apenas a aprendizagem de língua estrangeiras que conduzam a uma
(C) I, II e V apenas justificativa para o ensino de qualquer língua.
(D) III, IV e V apenas
(E) I, III, IV e V apenas II. Há de considerar as desigualdades de aprendizagem de
línguas em comparação aos países com maior poder econômico e
7.(IBFC - 2017 - Professor de Educação Básica (SEDUC MT)/ fatores de competição direta entre os indivíduos.
Língua Estrangeira)
III. Há de considerar as necessidades linguísticas da sociedade
O ensino através das Novas Tecnologias de Informação ( e suas prioridades econômicas quanto às opções de língua
TICs ) vem ganhando destaque como ferramenta de trabalho, de significado econômico e geopolítico em um determinado
principalmente como ferramenta do processo ensino- momento histórico.
aprendizagem da língua estrangeira, a dizer o espanhol, tendo um
significativo impacto positivo. Neste processo já não tão inovador, IV. Há de considerar inclusive o posicionamento geográfico
principalmente em outros países, dizemos com relação ao papel e as necessidades linguísticas que se apresentam ponderando
do professor: uma conquista intelectual, não somente individual , mas também
nacional.
I. Produtor de conhecimento diante da utilização de um leque
de possibilidades de compartilhamento de conhecimento, com V. Há de considerar estratégias de valor educacional e cultural
gerenciamento adequado das informações obtidas. com objetivos comunicativos que prevalecem acima de outros
objetivos.
II. Conhecer e compreender quais as potencialidades das
tecnologias disponíveis deverão ser aplicadas em sala de aula para
um ensino-aprendizagem adequado.
Estão corretas as afirmativas:
III. Demonstrador e introdutor do uso das TICs como recurso
pedagógico para facilitar e alargar horizontes educacionais. (A) I e II apenas
(B) I e III apenas
(C) I, II e III apenas
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(D) I, II, III e IV apenas El búho-águila, cuyas alas alcanzan una evergadura de un
(E) III e V apenas metro y medio, se instaló en el tejado de la estación de tren en
septiembre, pero se convirtió en un problema en Navidad.
9.(IBFC - 2017 - Professor de Educação Básica (SEDUC MT)/
Língua Estrangeira) Craig Smith cuenta cómo el avese abalanzó sobre él desde atrás
en el momento en que él empezó a correr por el aparcamiento e
iNo hay nada más “sexy” que la inteligencia...! la estación para coger el tren: “Yo oí un sonido muy alto similar al
que producen los búhos y miré atrás. Entonces vi esa criatura de
Salud, naturalidad, higiene serenidad, autoestima. La belleza alas plateadas y garras extendidas”, recuerda.
personal no reside solo en el aspecto físico. Actitudes como el
sentido del humor y la demás, pero... i no hay nada más “sexy” Otra víctima, Mark Freyett, de años y padre de cuatro hijos,
que la inteligencia!” Una de las claves del atractivo natural es la declaró: “Yo salía del trabajo cuando oí una especie de grito y vi
salud, ya que suaviza los rasgos y los gestos, da brilho a los ojos, esa gran cara blanca viniendo hacia mí. Levanté mi brazo y golpeé
abre la sonrisa, y hace fluir a energia por el organismo. Sus otros su ala, entonces cayó al suelo, pero se levantó y echó a volar. (...)
ingredientes son la naturalidad, la higiene, la serenidad y el humor Estaba aterrado. Fue como una escena de Harry Potter. iPensé que
inteligente”, dice la psicóloga clínica Patricia Villalba. iba a cogerme! Fui a casa y llamé a la policía, pero pensaron que
estaba borracho.”
El concepto de lo bello abarca la felicidad, la dignidad, la
bondad, la sabiduría, el amor, la realización de uno mismo y Rachel Stewart, del Kirkleatham Owl Centre en Redcar,
la autenticidad, según las conclusiones de dos investigadoras North Yorkshire (Inglaterra), dijo: “Creemos que debe de haber
norteamericanas, Nancy Etcoff y Susie Orbach, tras estudiar la escapado de algún espectáculo ambulante. Algunos voluntarios
relación de las mujeres con la belleza. Existe, además, “un amigo han intentado cazarlo un par de veces. No es peligroso para la
de la buena imagen, económico, sencillo y accesible: nuestroo gente, pero cazará para sobrevivir. Podría matar fácilmente un
atractivo original”, dice Eva Gizowska, autora de “Seducción: 100 gato o un perro pequeño.
consejos para atraer’, quien en la revista ‘Psicologia Práctica’
afirma que “jamás deberíamos empeñarnos en la cruzada Texto traducido y adatpado de www.ananova.com
impossible de querer ser quien no somos”
Señale la respuesta correcta
Ahora bien, para atraer a los demás es fundamental la
serenidad; es decir, esa “paz de espíritu que emana de dentro El animal del que se habla en el texto es:
hacia fuera” porque “las personas que muestran ese estado
de conciliación interior, resultan inevitablemente seductoras”. (A) Un ciervo.
Patricia Villalba aconseja cultivar el humor inteligente, por que (B) Un ciervo.
nadie puede resistirse a una persona ingeniosa, simpática, culta, (C) Un gato.
franca y confiable, que sabe escuchar y decir cosas que interesan. (D) Un búho.

Daniel Galilea/Efe-Reportajes
GABARITO
La afirmación correcta segpun el texto es:

(A) La belleza personal reside solo en el aspecto físico.


1 A
(B) La sallud es la única clave de nuestro atractivo natural.
(C) Para atraer a los demás es fundamental la serenidad. 2 C
(D) Nadie puede resistirse a una persona antipática. 3 D
10.(IBFC - 2017 - Professor de Educação Básica (SEDUC MT)/ 4 A
Língua Estrangeira) 5 C

Un búho aterroriza Middlesbrough 6 E


7 D
Un enorme búho está aterrorizando a los compradores y
8 B
paseantes del centro de Middlesbrough.
9 C
El ave, capaz de transportar zorros y pequeños ciervos, se 10 D
lanza desde los altos tejados hacia la gente que pasa confiada por
la zona, informa la publicación The Sun.

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ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti-


CONCEITO DE INTERNET E INTRANET. FERRAMENTAS E no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo
APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO computador de origem.
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na
Internet Internet.
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem
bos submarinos, canais de satélite, etc1. Ela nasceu em 1969, nos acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa externo.
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency).
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- TCP / IP
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
instituições possuíam internet. Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada nas literaturas como sendo:
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a - O protocolo principal da Internet;
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- - O protocolo padrão da Internet;
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. ao funcionamento da Internet e seus serviços.
Conectando-se à Internet Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- porte dos pacotes).
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha Domínio
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
World Wide Web dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- – 74.125.234.180.
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
forma simples e fácil de acessar. O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da http://www.empresa.com.br, em que:
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples reço pertence à web.
e agradável. empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
viço.
Protocolo de comunicação com: indica que é comercial.
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- br: indica que o endereço é no Brasil.
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os URL
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de- vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
ou uma rede corporativa, uma intranet.
Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
1 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20 minho/recurso.
Avan%E7ado.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

HTTP – Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do


É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res- usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en-
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite
web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto). recorrentes da sua rotina diária de tarefas.
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque-
Hipertexto le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para
São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web. no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
para mostrar as atualizações.
Navegadores – Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
Um navegador de internet é um programa que mostra informa- usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
ções da internet na tela do computador do usuário. rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
Além de também serem conhecidos como browser ou web apagado, caso o usuário queira.
browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi- – Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec- ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
tados à internet. por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site navegador de internet.
e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo – Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
internauta. um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer outros.
página ou site na rede. – Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro- tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que no navegador.
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
gador e os servidores. Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co-
Funcionalidades de um Navegador de Internet nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador. virtual da Internet.
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de Internet Explorer
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta. Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
site na internet. atualizadas no Edge.
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter- deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
pretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
página.
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar Principais recursos do Internet Explorer:
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer – Transformar a página num aplicativo na área de trabalho,
página na web. permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. através de ícones.
– Gerenciador de downloads integrado.
– Mais estabilidade e segurança.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma Google Chorme
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
implementados nos sites mais modernos. sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega- O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
oferecem funcionalidades adicionais. convidativo à navegação simplificada.
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
vra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer2.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con- Principais recursos do Google Chrome:
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura. – Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte-
údos otimizados.
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT-
TPS).
– Disponível em desktop e mobile.
Outras características do Edge são: Opera
– Experiência de navegação com alto desempenho. Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo-
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual- luindo como um dos melhores navegadores de internet.
quer lugar conectado à internet. Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar.
– Funciona com a assistente de navegação Cortana. Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
– Disponível em desktops e mobile com Windows 10. de da experiência do usuário.
– Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
Firefox
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
talado no PC, ele poderá ser instalado.

Outros pontos de destaques do Opera são:


– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener-
gia.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
(3G ou 4G).
Algumas características de destaque do Firefox são: – Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente. páginas bancárias e de vendas on-line.
– Não exige um hardware poderoso para rodar. – Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur- funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
sos. – Disponível em desktop e mobile.
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
vacidade.
– Disponível em desktop e mobile.

2 https://bit.ly/2WITu4N
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Safari
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela DE CORREIO ELETRÔNICO
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
confiáveis para usar. E-mail
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men-
sagem atualmente4. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha
e-mail, não importando a distância ou a localização.
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru-
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso.
O resultado é algo como:

maria@apostilassolucao.com.br
O Safari também se destaca em:
– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi- Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio
tivo Apple (iOS). eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook.
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio- Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário
namento de anúncios com base no comportamento do usuário. preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun-
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas to de regras para o uso desses serviços.
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
pos de informação. Correio Eletrônico
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor-
da Apple (Windows e Linux). reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um
– Disponível em desktops e mobile. protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio
e recebimento de mensagens5. Estas mensagens são armazenadas
Intranet no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos
sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de e extração de cópias das mensagens.
um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores Funcionamento básico de correio eletrônico
internos3. Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro-
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à gramas funcionando em uma máquina servidora:
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para – Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação transferência de correio simples, responsável pelo envio de men-
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255. sagens.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem – Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office)
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores, ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa-
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area gens.
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor- Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos, e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
de informações. sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos, de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co- o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este- nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
significativo em termos de segurança. natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servidor

4 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
3 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-fer- 5 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
ramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/ -webmail-e-mozilla-thunderbird/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe naquele
servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de e-mail do
destinatário.

Ações no correio eletrônico


Independente da tecnologia e recursos empregados no correio eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
– Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
– Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descartados pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de Lixeira.
Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as mensagens de-
finitivamente (este é um processo de segurança para garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por engano). Para apagar
definitivamente um e-mail é necessário entrar, de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails existentes.
– Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensagem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
– Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails de
destino separados por ponto-e-vírgula.
– CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repassamos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais da
mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
– CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repassamos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destinatários
principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
– Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio ao
usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente ele
será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso, recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiáveis e, em
geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus e pragas. Al-
guns antivírus permitem analisar anexos de e-mails antes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail,
permitem analisar preliminarmente se um anexo contém arquivos com malware.
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

6 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

DE GRUPO DE DISCUSSÃO

Grupos de discussão são ferramentas gerenciáveis pela Internet que permitem que um grupo de pessoas troque mensagens via e-mail
entre todos os membros do grupo. Essas mensagens, geralmente, são de um tema de interesse em comum, onde as pessoas expõem suas
opiniões, sugestões, críticas e tiram dúvidas. Como é um grupo onde várias pessoas podem participar sem, geralmente, ter um pré- requi-
sito, as informações nem sempre são confiáveis.

7 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
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142
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Existem sites gratuitos, como o Google Groups, o Grupos.com.br, que auxiliam na criação e uso de grupos de discussão, mas um grupo
pode ser montado independentemente, onde pessoas façam uma lista de e – mails e troquem informações.

Para conhecer um pouco mais sobre este assunto, vamos criar um grupo de discussão no Google Groups. Para isso, alguns passos serão
necessários:
1º) Temos que ter um cadastro no Google, como fizemos quando estudamos os sites de busca.
2º) Acessar o site do Google (www.google.com.br) e clicar no menu “Mais” e no item “Ainda mais”.
3º) Entre os diversos produtos que serão expostos, clicar em “Grupos”.

Grupos !

Na próxima tela, teremos os passos necessários para criar um grupo, onde clicaremos no botão “Criar um grupo...”

Passo 2 – Criando um grupo

Seguiremos alguns passos propostos pelo website.

Daremos um nome ao nosso grupo. Neste caso o nome é Profale. Conforme digitamos o nome do grupo, o campo endereço de e – mail
do grupo e endereço do grupo na web vão sendo automaticamente preenchidos. Podemos inserir uma descrição grupo, que servirá para
ajudar as pessoas a saberem do que se trata esse grupo, ou seja, qual sua finalidade e tipo de assunto abortado.
Após a inserção do comentário sobre as intenções do grupo, podemos selecionar se este grupo pode ter conteúdo adulto, nudez ou
material sexualmente explícito. Antes de entrar nesse grupo é necessário confirmar que você é maior de 18 anos.

Escolheremos também, o nível de acesso entre:

“Público – Qualquer pessoa pode ler os arquivos. Qualquer pessoa pode participar, mas somente os membros podem postar mensa-
gens.” “Somente para anúncios – Qualquer pessoa pode ler os arquivos. Qualquer pessoa pode participar, mas somente os administrado-
res podem postar mensagens.”

“Restrito – Para participar, ler e postar mensagens é preciso ser convidado. O seu grupo e os respectivos arquivos não aparecem nos
resultados de pesquisa públicos do Google nem no diretório.”

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

!
Configurar grupo

Após este passo, teremos que adicionar os membros do grupo e faremos isto através de um convite que será enviado aos e – mails
que digitaremos em um campo especial para esta finalidade. Cada destinatário dos endereços cadastrados por nós receberá um convite e
deverá aceitá-lo para poder receber as mensagens e participar do nosso grupo.

A mensagem do convite também será digitada por nós, mas o nome, o endereço e a descrição do grupo, serão adicionados automati-
camente. Nesta página teremos o botão “Convidar”. Quando clicarmos nele, receberemos a seguinte mensagem:

!
Finalização do processo de criação do grupo

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Os convidados a participarem do grupo receberão o convite em seus endereços eletrônicos. A etapa do convite pode ser realizada
depois da criação do grupo. Vale lembrar, que em muitos casos, as mensagens de convite são identificadas pelos servidores de mensagens
como Spams e por esse motivo são automaticamente enviadas para a pasta Spam dos destinatários.
O proprietário do grupo terá acesso a uma tela onde poderá: visualizar os membros do grupo, iniciar um novo tópico de discussão,
convidar ou adicionar membros, e ajustar as configurações do seu grupo.
Quando o proprietário optar por iniciar um novo tópico de discussão, será aberta uma página semelhante a de criação de um e – mail.
A linha “De”, virá automaticamente preenchida com o nome do proprietário e o endereço do grupo. A linha “Para”, também será preenchi-
da automaticamente com o nome do grupo. Teremos que digitar o assunto e a mensagem e clicar no botão “Postar mensagem”.
A mensagem postada pode ser vista no site do grupo, onde as pessoas podem debater sobre ela (igualando-se assim a um fórum) ou
encaminha via e-mail para outras pessoas.
O site grupos.com.br funciona de forma semelhante. O proprietário também tem que se cadastrar e inserir informações como nome
do grupo, convidados, descrição e outras, mas ambas as ferramentas acabam tornado o grupo de discussão muito semelhante ao fórum.
Para criar um grupo de discussão da maneira padrão, sem utilizar ferramentas de gerenciamento, as pessoas podem criar um e – mail para
o grupo e a partir dele criar uma lista de endereços dos convidados, possibilitando a troca de informações via e – mail.

DE BUSCA E PESQUISA.

Sites de busca são mecanismos de pesquisa que permitem buscar documentos, imagens, vídeos e quaisquer tipos de informações na
rede. Eles utilizam um algoritmo capaz de varrer todas as informações da internet para buscar as informações desejadas. São exemplos de
sites de busca mais comuns: Google, Bing e Yahoo.

Formas de acesso
GOOGLE www.google.com.br
BING www.bing.com.br
YAHOO www.yahoo.com.br

Tipos de buscadores
Buscadores Horizontais: São aqueles buscadores que varrem a Internet inteira.
Por exemplo, temos o Google que vai em busca de qualquer conteúdo relacionado a palavra chave.

Buscadores Verticais: São aqueles mais específicos que varrem somente um tipo de site.
Por exemplo, temos o Youtube que é um repositório de vídeos, logo ao pesquisarmos dentro dele a busca será limitada aos vídeos.

Atualmente o site de busca mais utilizado é o Google vejamos mais detalhes:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1 – Nesta barra digitaremos o endereço do site: www.google. PESQUISA Acesso ao buscador de pesquisas
com.br;
2 – Nesta barra digitaremos a palavra-chave que queremos en- Acesso a informações de endereço e
contrar; MAPS localização. No caso do celular funciona
3 – Podemos também acionar este microfone para falar a pala- como um GPS;
vra-chave e a mesma será escrita na barra de pesquisa; YOUTUBE ACESSO A VÍDEOS PUBLICADOS;
4 – Podemos também acessar um teclado virtual que irá surgir
na tela, permitindo a seleção dos caracteres desejados. Acesso a loja de aplicativos, no caso
PLAY do celular temos a Play Store onde
encontramos aplicativos;
NOTICIAS Acesso a notícias;
MEET Acesso a Reuniões (vídeo chamadas);
CONTATOS Acesso a todos os contatos;
Acesso ao local de armazenamento na
DRIVE
internet de arquivos, fotos, vídeos, etc.;
Acesso a agenda. É um local onde
Após a entrada da palavra-chave, estamos prontos para realizar AGENDA podemos marcar compromissos, tarefas,
a pesquisa. etc.;
TRADUTOR Acesso ao tradutor do Google;
Outras funções do site de pesquisa do google
Acesso a todas as fotos armazenadas
no drive, estas fotos são armazenadas
na sua conta google. Conforme
usamos o celular, enviamos as fotos
FOTOS
automaticamente para o drive, a
frequência deste envio depende de
uma configuração prévia que temos que
realizar;
Acesso a livros, neste caso somos
LIVROS remetidos para uma barra somente para
a pesquisa de livros.
Acesso a documentos, neste caso
são textos em geral, semelhantes a
DOCUMENTOS documentos em WORD, podemos
acessar e até criar documentos para o
uso;
Acesso a planilhas eletrônicas, neste
caso são planilhas semelhantes ao
PLANILHAS
EXCEL, podemos acessar e até criar
planilhas para o uso;
Permite a criação e gerenciamento de
um blog. Blog é um site que permite
BLOGGUER a atualização rápida através de
Menu do Google à direita, conforme a imagem acima postagens, isso deve-se a sua estrutura
extremamente flexível de uso;

GMAIL Acesso ao E-mail do Google; Acesso a uma plataforma Google, onde


HANGOUTS podemos conectar pessoas através de
Acesso a barra de pesquisa imagens, vídeo conferencia e mensagens, etc.
neste caso o buscador irá atuar somente
na procura de imagens, podemos digitar A Google está frequentemente atualizando esse menu, visto a
IMAGENS
uma palavra-chave, ou até mesmo colar adequação de aplicativos ao contexto atual.
uma imagem na barra para iniciar a
pesquisa;
Acesso a informações de cadastro,
CONTA
nome, celular, etc.;

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

PRINCIPAIS APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS ELETRÔNICAS, GERAÇÃO DE MATERIAL ESCRITO, AUDIOVI-
SUAL E OUTROS. PACOTE MICROSOFT OFFICE.

Microsoft Office

O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas em
geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – Power-
Point. A seguir verificamos sua utilização mais comum:

Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.

• Área de trabalho do Word


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo com a necessidade.

Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Iniciando um novo documento GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho

Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-altas


e baixas

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha- Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word. diferentes tipos de marcadores automáticos:

GUIA PÁGINA TECLA DE


ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
Justificar (arruma a direito
e a esquerda de acordo Ctrl + J • Outros Recursos interessantes:
com a margem
GUIA ÍCONE FUNÇÃO
Alinhamento à direita Ctrl + G
- Mudar
Forma
Centralizar o texto Ctrl + E
Página - Mudar cor
inicial de Fundo
Alinhamento à esquerda Ctrl + Q
- Mudar cor
do texto
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de - Inserir
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos Tabelas
Inserir
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação), - Inserir
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto- Imagens
máticos.

Verificação e
Revisão correção ortográ-
fica

Arquivo Salvar

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Excel • Formatação células


O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente.

• Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )

• Fórmulas básicas

ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
– Podemos também ter o intervalo A1..B3
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-


lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
uma planilha.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Área de Trabalho do PowerPoint

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escrever conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até mesmo
excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior, também
alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o Word e
o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente ao Word,
itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam a
aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no trabalho com o programa.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre-


sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários


no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le-
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
vando a experiência dos usuários a outro nível.
apresentado anteriormente.
Office 2013
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen-
tos com telas simples funciona normalmente.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po-
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart-
fones diversos.

• Atualizações no Word
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s).

Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro • Atualizações no Excel
slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se – Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
uma posição para outra utilizando o mouse. melhores formas de apresentar dados.
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados – Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
para passagem entre elementos das apresentações. • Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide


antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
documentos em tablets e smartfones; Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.

• Atualizações no Excel
– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
questão do compartilhamento dos arquivos.
• Atualizações no Excel
• Atualizações no PowerPoint – Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante- destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis, algum mapa que deseja construir.
além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
tão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
3D na apresentação.

Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.

• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
desenvolvimento de documentos;

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL (WINDOWS E LINUX)

WINDOWS 7

O Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais populares


desenvolvido pela Microsoft8.
Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o
Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O
novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos
do Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do compu-
tador mais amigável.
• Atualizações no PowerPoint Algumas características não mudam, inclusive porque os ele-
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta mentos que constroem a interface são os mesmos.
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação. Edições do Windows 7
– Windows 7 Starter;
– Windows 7 Home Premium;
– Windows 7 Professional;
– Windows 7 Ultimate.

Área de Trabalho

Área de Trabalho do Windows 7.9

A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela,


em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Win-
dows 7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase
Office 365 às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura área de trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário também sofreu mudanças significativas.
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint. Barra de tarefas
– Avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um
Observações importantes: retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão)
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me- ativo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou
lhorias citadas constam nele; ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas ja-
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res- nelas ou entre programas.
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados. 8 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/Au-
laDemo-4147.pdf
9 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noti-
cia/2012/05/como-ocultar-lixeira-da-area-de-trabalho-do-windows.
html
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153
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá


acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus
que, por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser aciona-
do, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Alternar entre janelas.10

– A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de ini-


cialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio.
– É organizada, consolidando os botões quando há muitos acu-
mulados, ou seja, são agrupados automaticamente em um único
botão.
– Outra característica muito interessante é a pré-visualização
das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de Menu Iniciar.13
tarefas.
Desligando o computador
O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador,
Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, Sus-
pender ou Hibernar.

Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você
Pré-visualização de janela.11 pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode ex-
cluir. Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel
Botão Iniciar de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.

Windows Explorer
No computador, para que tudo fique organizado, existe o Win-
dows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Win-
dows e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na
barra de tarefas.
Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7.
Botão Iniciar12 Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organi-
zada do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las,
copiá-las e até mesmo apagá-las.
10 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d
11 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noti-
cia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar-
-do-windows-7.html 13 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/
12 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-win- como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.
dows-vista-acaba-em-11-de-abril ghtml
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154
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e mo- Bloco de Notas
vê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de
também renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponi- formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utili-
biliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados zado normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo
gravados. sistema da sua máquina.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto
que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arqui-
vos com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente
no formato ASCII (somente texto).

14

Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por pa-


drão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus Bloco de Notas.
arquivos e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de
músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca WordPad
para que você organize da forma como desejar. Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter ima-
gens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se compa-
rado com o Word. A extensão padrão gerada pelo WordPad é a RTF.
Por meio do programa WordPad podemos salvar um arquivo com a
extensão DOC entre outras.

Bibliotecas no Windows 7.15

Aplicativos de Windows 7

O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São


ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferra-
mentas para melhorar o desempenho do computador, calculadora
e etc.
WordPad.16
A pasta Acessórios é acessível dando-se um clique no botão
Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas
e no submenu, que aparece, escolha Acessórios.

14 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-
-explorer-clover-2.html
15 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-win- 16 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpa-
dows-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm d-a-new-life
Editora
155
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Paint comuns (por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar


Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo usuário tam-
a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: bém podem inserir ícones no Painel de controle.
JPG ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Paint.17

• Calculadora Painel de Controle.18


Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, progra-
mador e estatística. Novidades do Windows 7

Ajustar: o recurso Ajustar permite o redimensionamento rápi-


do e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as
bordas pré-definidas e o sistema a ajustará às grades.
Aero Peek: exclusivo das versões Home Premium, Professional
e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as janelas
que ficam ocultadas pela janela principal.
Nova Barra de Tarefas: o usuário pode ter uma prévia do que
está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item mini-
mizado.
Alternância de Tarefas: a barra de alternância de tarefas do
Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação
de ícones em determinado local, a reorganização de ícones para fa-
cilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria
barra.
Gadgets: diferentemente do Windows Vista, que prendia as
gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o
usuário redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não
dependendo de grades determinadas.
Windows Media Center: o novo Windows Media Center tem
compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do su-
porte a TVs on-line de várias qualidades, incluindo HD. Também
conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas lo-
cais, o TurboScroll.
Windows Backup: além do já conhecido Ponto de Restauração,
o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite a
restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os
programas e configurações.
Painel de Controle Windows Touch: uma das inovações mais esperadas do novo
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas ad- OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do toque
ministrativas com finalidades especiais que podem ser usadas para na tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de jane-
configurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel las e a interação com aplicativos.
de Controle inclui itens padrão que podem ser usados para tarefas

17 Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2017/03/micro- 18 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noti-


soft-paint-todas-versoes-do-famoso-editor-de-fotos-do-windows.html cia/2016/06/como-mudar-o-idioma-do-windows-7.html
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas virtuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais
simples de ser configurado e usado.
Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração de
perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com
realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.

WINDOWS 8

Novidades no Windows 8
Lançado em 2012, o Windows 8 passou por sua transformação mais radical. Ele trouxe uma interface totalmente nova, projetada
principalmente para uso em telas sensíveis ao toque.

• Tela Inicial
A tela de início é uma das características mais marcantes do Windows 819. Trata-se de um espaço que reúne em um único lugar blocos
retangulares ou quadrados que dão acesso a aplicativos, à lista de contatos, a informações sobre o clima, aos próximos compromissos da
agenda, entre outros. Na prática, este é o recurso que substitui o tradicional menu Iniciar do Windows, que por padrão não está disponível
na versão 8. É por este motivo que é possível alternar entre a tela inicial e a área de trabalho (bastante semelhante ao desktop do Windows
7, por sinal) utilizando os botões Windows do teclado.
Obs.: gerou uma certa insatisfação por parte dos usuários que sentiram falta do botão Iniciar, na versão. No Windows 8.1 e Windows
10, o botão Iniciar volta.
Se o espaço na tela não for suficiente para exibir todos eles, ela pode ser rolada horizontalmente. A nova interface era inicialmente
chamada de Metro, mas a Microsoft abandonou esse nome e, agora, se refere a ela como Modern (moderna).

Interface Metro do Windows 8.20

• Tempo de Inicialização
Uma das vantagens que mais marcou o Windows 8 foi o tempo de inicialização de apenas 18 segundos, mostrando uma boa diferença
se comparado com o Windows 7, que leva 10 segundos a mais para iniciar21.
O encerramento também ficou mais rápido, tudo isso por conta da otimização de recursos do sistema operacional e também do baixo
consumo que o Windows 8 utiliza do processador.

• Os botões de acesso da lateral direita (Charms Bar)


Outra característica marcante do Windows 8 é a barra com botões de acesso rápido que a Microsoft chamada de Charms Bar. Eles
ficam ocultos, na verdade, mas é possível visualizá-los facilmente. Se estiver usando um mouse, basta mover o cursor até o canto direito
superior ou inferior. Em um tablet ou outro dispositivo com tela sensível ao toque, basta mover o dedo à mesma região. Com o teclado,
pressione Windows + C simultaneamente.
19 https://www.infowester.com/
20 https://www.tecwhite.net/2015/01/tutorial-visualizador-de-fotos-do.html
21 https://www.professordeodatoneto.com.br/
Editora
157
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Em todas as formas, você verá uma barra surgir à direita com • Windows Store (Loja)
cinco botões: Seguindo o exemplo de plataformas como Android e iOS, o
– Busca: nesta opção, você pode localizar facilmente aplicativos Windows 8 passou a contar com uma loja oficial de aplicativos. A
ou arquivos presentes em seu computador, assim como conteúdo maioria dos programas existentes ali são gratuitos, mas o usuário
armazenado nas nuvens, como fotos, notícias, etc. Para isso, bas- também poderá adquirir softwares pagos também.
ta escolher uma das opções mostradas abaixo do campo de busca
para filtrar a sua pesquisa;
– Compartilhar: neste botão, é possível compartilhar informa-
ções em redes sociais, transferir arquivos para outros computado-
res, entre outros;
– Iniciar: outra forma de acessar a tela inicial. Pode parecer
irrelevante se você estiver usando um teclado que tenha botões
Windows, mas em tablets é uma importante forma de acesso;
– Dispositivos: com este botão, você pode configurar ou ter
acesso rápido aos dispositivos conectados, como HDs externos, im-
pressoras e outros;
– Configuração: é por aqui que você pode personalizar o siste-
ma, gerenciar usuários, mudar a sua senha, verificar atualizações,
ajustar conexões Wi-Fi, entrar no Painel de Controle e até mesmo
acessar opções de configuração de outros programas. É válido destacar que o Windows 8 é compatível com progra-
mas feitos para os Windows XP, Vista e 7 – pelo menos a maioria
deles. Além disso, o usuário não é obrigado a utilizar a loja para ob-
ter softwares, já que o velho esquema de instalar programas distri-
buídos diretamente pelo desenvolvedor ou por sites de download,
por exemplo, continua valendo.

• Notificações
A Microsoft também deu especial atenção às notificações
no Windows 8. E não só notificações do sistema, que avisam, por
exemplo, quando há atualizações disponíveis: também há notifica-
ções de aplicativos, de forma que você possa saber da chegada de
e-mails ou de um compromisso em sua agenda por meio de uma
pequena nota que aparece mesmo quando outro programa estiver
ocupando toda a tela.

• Login com Microsoft Account • Gestos e atalhos


O Windows 8 é a versão da família Windows que mais se inte- Apesar de diferente, o Windows 8 não é um sistema operacio-
gra às nuvens, razão pela qual agora o usuário precisa informar sua nal de difícil utilização. Você pode levar algum tempo para se acos-
Microsoft Account (ou Windows Live ID) para se logar no sistema. tumar a ele, mas muito provavelmente chegará lá. Um jeito de ace-
Com isso, a pessoa conseguirá acessar facilmente seus arquivos no lerar este processo e ao mesmo tempo aproveitar melhor o sistema
SkyDrive e compartilhar dados com seus contatos, por exemplo. É é aprendendo a utilizar gestos (para telas sensíveis ao toque), mo-
claro que esta característica não é uma exigência: o usuário que vimentos para o mouse ou mesmo atalhos para teclado. Eis alguns:
preferir poderá utilizar o esquema tradicional de login, onde seu – Para voltar à janela anterior: leve o cursor do mouse até o
nome e senha existem só no computador, não havendo integração canto superior esquerdo (bem no canto mesmo). Uma miniatura da
com as nuvens. Também é importante frisar que, quem preferir o janela será exibida. Clique nela. No caso de toques, arraste o seu
login com Microsoft Account, poderá acessar o computador mesmo dedo do canto esquerdo superior até o centro da janela;
quando não houver acesso à internet. – Para fechar um aplicativo sem o botão de encerramento:
com mouse ou com toque, clique na barra superior do programa e
• Senha com imagem a arraste até a parte inferior da tela;
Outra novidade do Windows 8 em relação à autenticação de – Para desinstalar um aplicativo: na tela inicial, clique com o
usuários é a funcionalidade de senha com imagem. A ideia é sim- botão direito do mouse no bloco de um aplicativo. Aparecerão ali
ples: em vez de digitar uma combinação de caracteres, o usuário várias opções, sendo uma delas a que permite desinstalar o softwa-
deve escolher uma imagem – uma foto, por exemplo – e fazer um re. No caso de telas sensíveis ao toque, posicione o dedo bloco e o
desenho com três gestos em uma parte dela. A partir daí, toda vez mova para cima;
que for necessário realizar login, a imagem em questão será exibida – Para alternar entre as janelas abertas usando teclado: a ve-
e o usuário terá que repetir o movimento que criou. lha e boa combinação – pressione as teclas Alt e Tab ao mesmo
É possível utilizar esta opção com mouse, mas ela é particu- tempo;
larmente interessante para login rápido em tablets, por causa da
ausência de teclado para digitação de senha.

Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Para ativar a pesquisa automaticamente na tela inicial: se você estiver na tela inicial e quiser iniciar um aplicativo ou abrir um ar-
quivo, por exemplo, basta simplesmente começar a digitar o seu nome. Ao fazer isso, o sistema operacional automaticamente iniciará a
busca para localizá-lo.

Versões do Windows 8
– Windows RT: versão para dispositivos baseados na arquitetura ARM. Pode ocorrer incompatibilidade com determinados aplicativos
criados para a plataforma x86. Somente será possível encontrar esta versão de maneira pré-instalada em tablets e afins;
– Windows 8: trata-se da versão mais comum, direcionada aos usuários domésticos, a ambientes de escritório e assim por diante.
Pode ser encontrada tanto em 32-bit quanto em 64-bit;
– Windows 8 Pro: é a versão mais completa, consistindo, essencialmente, no Windows 8 acrescido de determinados recursos, es-
pecialmente para o segmento corporativo, como virtualização e gerenciamento de domínios. Também permite a instalação gratuita do
Windows Media Center.

Área de Trabalho
A Microsoft optou por deixar a famosa área de trabalho no novo Windows, possuindo as mesmas funções das versões anteriores, mas
com uma pequena diferença, o botão iniciar não existe mais, pois, como dito anteriormente, foi substituído pela nova interface Metro.

Área de trabalho do Windows 8.22


Para acessar a área de trabalho no Windows 8, basta entrar na tela inicial e procurar pelo ícone correspondente.

Extrair arquivos mais rápidos


O Windows 8 possui uma vantagem significativa na compactação e extração de arquivos, assim como também na transferência de
dados e no tempo para abrir algum software.

Windows Store
Outra novidade do Windows 8, é a nova ferramenta de compras de aplicativos, chamada de Windows Store.
Podemos dizer de que se trata de uma loja virtual criada pela Microsoft em busca de aproximar o usuário de novas descobertas de
aplicativos criados exclusivamente para o sistema operacional.
A ferramenta pode ser acessada da mesma maneira que as outras. Ela é encontrada na tela inicial (Interface Metro) e basta dar apenas
um clique para abrir a página com os aplicativos em destaques.

Nuvem e vínculo fácil com as redes sociais


Mais uma novidade, entre diversas outras do novo sistema operacional da Microsoft, é o armazenamento na nuvem, ou seja, o Win-
dows 8 também utiliza computação em nuvem para guardar seus dados, podendo o usuário acessá-los em outros computadores.
As integrações sociais também foi outro diferencial. Todas as redes favoritas podem ser usadas, como Twitter, Facebook, Google Plus,
entre outras, sem precisar acessá-las, tudo é mostrado na tela inicial, na forma de notificações.

22 https://www.crn.com.au/news/windows-8-show-us-your-real-face-289865
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tela Sensível – Touch


Por últimos, mas não menos importante, é a tecnologia touch que o Windows 8 suporta. Essa tecnologia faz com que o usuário possa
usar as ferramentas do sistema operacional apenas com as mãos, sem o uso de mouse.

Acessórios do Windows
O Windows traz consigo alguns acessórios (pequenos programas) muito úteis para executar algumas tarefas básicas do dia-a-dia,
vejamos alguns desses acessórios:

Calculadora
A calculadora do Windows vem em dois formatos distintos (a Padrão e a Científica). Ela permite colar seus resultados em outros pro-
gramas ou copiar no seu visor (display) um número copiado de outro aplicativo.

Bloco de Notas
É um pequeno editor de textos que acompanha o Windows porque permite uma forma bem simples de edição. Os tipos de formata-
ção existentes no bloco de notas são: fontes, estilo e tamanho. É muito utilizado por programadores para criar programas de computador.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

WordPad
É como se fosse um Word reduzido. Pode ser classificado como um editor de textos, porque possui recursos de formatação.

Paint
Programa muito utilizado por iniciantes em informática. O Paint é um pequeno programa criado para desenhar e cria arquivos no
formato bitmap que são imagens formadas para pequenos pontos. Ele não trabalha com imagens vetoriais (desenhos feitos através de
cálculos matemáticos), ele apenas permite a pintura de pequenos pontos para formar a imagem que se quer. Seus arquivos normalmente
são salvos no formato BMP, mas o programa também permite salvar os desenhos com os formatos JPG e GIF.

Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Lixeira Painel de Controle


Lixeira na área de trabalho é um local de armazenamento tem-
porário para arquivos excluídos. Quando você exclui um arquivo ou
pasta em seu computador (HD ou SSD), ele não é excluído imediata-
mente, mas vai para a Lixeira.

Cotas do Usuário
Recurso que foi herdado do Windows Vista é o gerenciamento
de cotas de espaço em disco para usuários, algo muito interessan-
te em um PC usado por várias pessoas. Assim é possível delimitar
quanto do disco rígido pode ser utilizado no máximo por cada um
que utiliza o computador.
Se você possui status de administrador do Windows pode re- É o programa que acompanha o Windows e permite ajustar to-
alizar essa ação de modo rápido e simples seguindo as instruções. das as configurações do sistema operacional, desde ajustar a hora
do computador, até coisas mais técnicas como ajustar o endereço
Restauração do Sistema virtual das interrupções utilizadas pela porta do mouse.
É um recurso do Windows em que o computador literalmente O painel de controle é, na verdade, uma janela que possui vá-
volta para um estado (hora e data) no passado. É útil quando pro- rios ícones, e cada um desses ícones é responsável por um ajuste
gramas que o usuário instalou comprometem o funcionamento do diferente no Windows.
sistema e o usuário deseja que o computador volte para um estado
anterior à instalação do programa. Bitlocker
É um dos recursos Windows, aprimorado nas versões Ultimate
Windows Explorer e Enterprise do Windows 7, 8 e 10.
É o programa que acompanha o Windows e tem por função Este recurso tem como vocação a proteção de seus dados.
gerenciar os objetos gravados nas unidades de disco, ou seja, todo Qualquer arquivo é protegido, salvo em uma unidade criptografada
e qualquer arquivo que esteja gravado em seu computador e toda pelo recurso. A operação se desenvolve automaticamente após a
pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer., ativação.

WINDOWS 10

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a


proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma
única plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão
equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console
Xbox One e produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de
realidade aumentada HoloLens23.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada


para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e no-
tebook), tablets e os dispositivos “2 em 1”.

23 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/
SlideDemo-4147.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.24


Aero Glass (Efeito Vidro)
Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.25


24 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
25 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
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163
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Aero Flip (Alt+Tab)


Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.


Aero Shake (Win+Home)
Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)


Editora
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164
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)


Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.

Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)


O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.26


Nova Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.27


Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.
26 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
27 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
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166
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.28

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visu-
alizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

28 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione

Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.29

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.

29 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem


com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que
está disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.30 Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área
Manipulação de Arquivos de proteção contra vírus e ameaças.
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e orga- Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender,
nizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está clique no botão , selecione Configurações > Atualização e
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa segurança > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender
relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela exten- na barra de pesquisa.
são recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, segui-
do de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro
letras (DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo
recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais
comuns são arquivos de programas (executavel.exe), de texto (tex-
to.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas
(tabela.xlsx) e apresentações (monografia.pptx).

Windows Defender.31
Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente Lixeira
dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organi- A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas ex-
zar tudo o que está dentro das unidades. cluídos das unidades internas do computador (c:\).
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar docu- Para enviar arquivo para a lixeira:
mentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de - Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
arquivos existentes. - Arrasta-lo para a lixeira.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como - Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos. - Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.
Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Co- Arquivos apagados permanentemente:
lar) - Arquivos de unidades de rede.
Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas. - Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados - Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mos-
na imagem acima – Explorador de arquivos). trado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho
2. Botão direito do mouse. do HD (disco rígido) do computador).
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção - Deletar pressionando a tecla SHIFT.
com a letra da unidade e origem e destino). - Desabilitar a lixeira (Propriedades).

31 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/
30 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pas- central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
ta-do-onedrive-no-windows-10 7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
Editora
169
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Vamos nos aprofundar nas grandes mudanças que a Microsoft


Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na
fez e o que realmente mudou. E certifique-se de verificar nossos
área de trabalho do Windows 10.
recursos favoritos do Windows 11 e como usá-los, tudo o que que-
ríamos no Windows 11, mas não obtivemos e como definir seu me-
Outros Acessórios do Windows 10
canismo de pesquisa padrão. Quando estiver pronto, mostraremos
como baixar o novo sistema operacional.
Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados,
mas os relacionados a seguir são os mais populares:
Windows 10 vs. Windows 11: todas as grandes diferenças no
– Alarmes e relógio.
sistema operacional
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
Design e interface
– Calculadora.
O Windows 11 apresenta um novo design com um menu Iniciar
– Calendário.
centralizado e uma barra de tarefas. O Windows 11 traz uma in-
– Clima.
terface totalmente nova, mais parecida com o Mac, para o sistema
– E-mail.
operacional. Possui um design clean com cantos arredondados e
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes fí-
tons pastéis. O icônico menu Iniciar também se move para o centro
sicos).
da tela junto com a barra de tarefas. Mas você pode movê-los de
– Ferramenta de Captura.
volta para a esquerda, onde estão no Windows 10, se preferir.
– Gravador de passos.
– Internet Explorer.
Integração de aplicativos Android
– Mapas.
O Windows 11 finalmente permite que você baixe aplicativos
– Mapa de Caracteres.
Android para o seu PC. Os aplicativos Android agora estão dispo-
– Paint.
níveis para Windows 11 por meio da Microsoft Store, por meio da
– Windows Explorer.
Amazon Appstore. (Havia algumas maneiras de acessar aplicativos
– WordPad.
Android no Windows 10, inclusive se você tivesse um telefone Sam-
– Xbox.
sung Galaxy, mas isso o tornará nativo.) Isso é algo que os usuários
do Windows esperam há anos e marca outro movimento em dire-
Principais teclas de atalho
ção à fusão. de dispositivos móveis e laptops.
CTRL + F4: fechar o documento ativo.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela.
Melhor suporte para área de trabalho virtual
CTRL + Y: refazer.
Você achará mais fácil criar e alternar entre diferentes áreas de
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar.
trabalho virtuais no Windows 11 do que no Windows 10. O Win-
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas.
dows 11 permite configurar áreas de trabalho virtuais de maneira
WIN + A: central de ações.
semelhante a um Mac. Ele permite que você alterne entre vários
WIN + C: cortana.
desktops ao mesmo tempo para uso pessoal, profissional, escolar
WIN + E: explorador de arquivos.
ou para jogos. No Windows 10, esse recurso era mais difícil de con-
WIN + H: compartilhar.
figurar e usar.
WIN + I: configurações.
WIN + L: bloquear/trocar conta.
Transição mais fácil do monitor para o laptop
WIN + M: minimizar as janelas.
É mais fácil agrupar diferentes conjuntos de janelas e aplica-
WIN + R: executar.
tivos e alternar entre uma área de trabalho e um monitor graças
WIN + S: pesquisar.
aos Snap Layouts e Snap Groups. O novo sistema operacional inclui
WIN + “,”: aero peek.
recursos chamados Snap Groups e Snap Layouts - coleções de apli-
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas.
cativos que você está usando ao mesmo tempo que ficam na barra
WIN + TAB: task view (visão de tarefas).
de tarefas e podem aparecer ou ser minimizados ao mesmo tempo
WIN + HOME: aero shake.
para facilitar a troca de tarefas. Eles também permitem que você
ALT + TAB: alternar entre janelas.
conecte e desconecte de um monitor facilmente, sem perder a lo-
WIN + X: menu de acesso rápido.
calização das janelas abertas.
F1: ajuda.
Microsoft Teams adicionado à barra de tarefas
WINDOWS 11
O Microsoft Teams está integrado diretamente na Barra de
Tarefas do Windows 11 para facilitar as videochamadas. O Teams
Os sistemas operacionais Windows 11 e Windows 10 compar-
recebeu uma reformulação e agora está integrado diretamente à
tilham muitas semelhanças, mas existem algumas grandes diferen-
barra de tarefas do Windows 11, facilitando o acesso (e um pouco
ças. A versão mais recente oferece uma estética mais parecida com
mais parecido com o FaceTime da Apple). Você pode acessar o Te-
o Mac e mais recursos de produtividade – além da chance de final-
ams no Windows, Mac, Android ou iOS.
mente usar aplicativos Android em seu computador com Windows
11.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Widgets (bem, mais ou menos) elementos eletrônicos do computador. É, portanto, uma série de
Inicie widgets na barra de tarefas do Windows 11 para ver in- arquivos escritos em linguagem C e Assembly, que formam o núcleo
formações rápidas, como clima, notícias e ações. Embora eles já responsável por todas as atividades executadas pelo sistema ope-
existam há algum tempo (lembra dos gadgets de área de trabalho racional. No caso do Linux, o código-fonte (receita do programa) é
no Windows Vista?), incluindo em uma atualização recente do Win- aberto, disponível para qualquer pessoa ter acesso, assim podendo
dows 10, agora você pode acessar os widgets diretamente da barra modificá-lo.
de tarefas e personalizá-los para ver o que quiser. • Shell (concha): o intérprete de comandos é a interface entre
o usuário e o sistema operacional. A interface Shell funciona como
Tela sensível ao toque aprimorada, suporte para voz e caneta o intermediário entre o sistema operacional e o usuário graças às
A Microsoft tornou o Windows 11 mais fácil de usar em tablets linhas de comando escritas por ele. A sua função é ler a linha de co-
do que o Windows 10. Para tablets, a Microsoft buscou melhorar mando, interpretar seu significado, executar o comando e devolver
a experiência de toque, com mais espaço entre os ícones na barra o resultado pelas saídas.
de tarefas e suporte para gestos. O Windows 11 também adiciona • Prompt de comando: é a forma mais arcaica de o usuário
haptics à sua caneta digital, para que você possa ouvir e sentir as interagir com o Kernel por meio do Shell.
vibrações ao usá-la para fazer anotações ou desenhar. Por fim, o
sistema operacional apresenta digitação por voz e comandos em
todo o sistema.

Tecnologia do Xbox para melhorar os jogos


O Windows 11 traz algumas adições de tecnologia do Xbox para
melhorar os jogos. O Windows 11 terá alguns recursos encontrados
nos consoles Xbox, como Auto HDR e DirectStorage, para melhorar
os jogos em seu PC com Windows. Isso marca outro movimento em
direção à integração de PCs e consoles Xbox para a Microsoft.

O Windows 11 vale a atualização para a maioria das pessoas.


Ele vem com uma ampla gama de novos recursos, melhorias de Prompt de comando.34
desempenho e alterações de design. Como o sistema operacional
Windows mais recente, ele também recebe mais atenção do que o • Interface gráfica (GUI): conhecida também como gerencia-
Windows 10. dor de desktop/área de trabalho, é a forma mais recente de o usuá-
Também não há muito risco em atualizar para o Windows 11. rio interagir com o sistema operacional. A interação é feita por meio
Com algum planejamento, você pode facilmente desinstalar o Win- de janelas, ícones, botões, menus e utilizando o famoso mouse. O
dows 11 e voltar para o Windows 10. E com a atualização mais re- Linux possui inúmeras interfaces gráficas, sendo as mais usadas:
cente disponível, nunca fez tanto sentido tentar. Unity, Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon, Mate etc.

LINUX.

O Linux é um sistema operacional livre baseado no antigo UNIX,


desenvolvido nos anos 60.
Ele é uma cópia do Unix feito por Linus Torvalds, junto com
um grupo de hackers pela Internet. Seguiu o padrão POSIX (família
de normas definidas para a manutenção de compatibilidade entre
sistemas operacionais), padrão usado pelas estações UNIX e desen-
volvido na linguagem de programação, C32.
Linus Torvalds, em 1991, criou um clone do sistema Minix (sis-
tema operacional desenvolvido por Andrew Tannenbaun que era
semelhante ao UNIX) e o chamou de Linux33.
LINUS + UNIX = LINUX.

Composição do Linux
Por ser um Sistema Operacional, o Linux tem a função de ge- Ubuntu com a interface Unity.35
renciar todo o funcionamento de um computador, tanto a parte de
hardware (parte física) como a parte de software (parte Lógica).
O Sistema Operacional Linux é composto pelos seguintes com-
ponentes.
• Kernel (núcleo): é um software responsável por controlar as
interações entre o hardware e outros programas da máquina. O ker- 34 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/09/
nel traduz as informações que recebe ao processador e aos demais como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mesmo-tempo.
32 MELO, F. M. Sistema Operacional Linux. Livro Eletrônico. html
33 https://bit.ly/32DRvTm 35 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Principais Características do Linux • Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restrições
• Software livre: é considerado livre qualquer programa que a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cau-
pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo com sar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Representado
as necessidades de cada usuário. Em outras palavras, o software é pelo símbolo: $.
considerado livre quando atende a esses quatro tipos de liberdades
definidas pela fundação. Distribuições do Linux
• Multiusuário: permite que vários usuários acessem o sistema As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubuntu,
ao mesmo tempo. Geralmente o conceito se aplica a uma rede, na Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, Apa-
qual podemos ter um servidor e várias pessoas acessando simulta- che (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Chro-
neamente. me – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados em dispo-
• Código aberto (Open Source): qualquer pessoa pode ter sitivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.).
acesso ao código-fonte (receita) do programa.
• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mes- Os Comandos Básicos do Linux
mo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas também, é possível inserir comandos no sistema por meio de uma
do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi- aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qualquer dis-
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo tribuição. Se o computador não estiver com o modo gráfico ativa-
plano) e você nem percebe. do, será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar.
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de platafor- Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de comandos
mas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). As executá-lo. O Linux conta com mais de um, sendo os mais conheci-
distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as arquitetu- dos o bash e o sh.
ras de 32 bits. Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do
• Multiprocessador: permite o uso de mais de um processador teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribuição
no mesmo computador. Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além disso,
• Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de rede alguns comandos só podem ser executados por usuários com privi-
(TCP/IP). légios de administrador.
• Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) de O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que ser
letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é diferente digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de comandos
de arquivo1ºdt. opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em minúscula,
mas terá diferença de resposta de uma para a outra.
O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arquivo A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma des-
para arquivo oculto. crição.
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios no bg: colocar a tarefa em background (segundo plano).
Linux é a barra normal “/”. cal: exibe um calendário.
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um proces- cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo,
so em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo que para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.txt. É
está executando para dar prioridade a outro. utilizado também para concatenar arquivos exibindo o resultado na
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite que tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2.
os programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, po- cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
rém, os direitos do autor por forma a não permitir que essa informa- /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de qual-
ção seja usada de uma maneira que limite as liberdades originais. quer outro, digite apenas cd.
A licença não permite, por exemplo, que o código seja apoderado Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como a
por outra pessoa, ou que sejam impostas sobre ele restrições que função “desfazer”).
impeçam que seja distribuído da mesma maneira que foi adquirido. Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório do
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtual é usuário.
uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computador de Cd..: “volta uma pasta”.
troca de dados que serve como uma extensão da memória principal chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
(RAM). chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e di-
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem mó- retórios.
dulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em vez de chown: executado pelo root permite alterar o proprietário ou
o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá recorrer a grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo ou grupo.
um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo.so). # chown usuário arquivo
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem # chown usuário diretório
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo que Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietário
há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos da pasta, basta dar o comando:
e configurações especiais do sistema, coisa que o usuário comum # ls -l /
não pode fazer. Representado pelo símbolo: #.
Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos ar-
quivos.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de comando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido acessado.
cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o nome con-
curso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /home/ concurso 2.txt.
cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual pode ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, número de carac-
teres ou por posição de campo.
Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>
date: mostra a data e a hora atual.
df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.
diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arquivos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.
dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando “ls” é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico do Win-
dows.
du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
emacs: abre o editor de textos emacs.
fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
file arquivo: mostra informações de um arquivo.
find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido do
diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo da busca. Parâmetros:
name – busca por nome
type – busca por tipo
size – busca pelo tamanho do arquivo
mtime – busca por data de modificação
Exemplo: find /home name tristania
finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
gzip: compactar um arquivo.
Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
-c – extrai um arquivo para a saída padrão;
-d – descompacta um arquivo comprimido;
-l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
-v – exibe detalhes sobre o procedimento;
-r – compacta pastas;
-t – testa a integridade de um arquivo compactado.
halt: desliga o computador.
help: ajuda.
history: mostra os últimos comandos inseridos.
id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário especificado no sistema.
ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema.
-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces do sistema.
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do sistema.

Permissões no Linux
As permissões são usadas para vários fins, mas servem principalmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários.
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no sistema, justamente por ser o usuário responsável pela configuração, adminis-
tração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo, determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc. A forma usada
para determinar o que o usuário pode fazer é a determinação de permissões.
Observe:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões dos
arquivos.

• Detalhando as Permissões

Tipos de arquivos (observe a primeira letra à esquerda):


“d” Arquivo do tipo diretório (pasta)
“-” Arquivo comum (arquivo de texto, planilha, imagens…)
“l” Link (atalho)

Tipos de permissões (o que os usuários poderão fazer com os arquivos):


r: read (ler)
w: writer (gravar)
x: execute (executar)
“-”: não permitido

Tipos de usuários (serão três categorias de usuários):


Proprietário (u)
Grupos de usuários (g)
Usuário comum (o)

Tabela de permissões (a tabela é composta de oito combinações):


0: sem permissão
1: executar
2: gravar
3: gravar/executar
4: ler
5: ler/executar
6: ler/gravar
7: ler/gravar/executar

Comando para alterar uma permissão:


chmod
Estrutura de Diretórios e Arquivos
O Linux, assim como o Windows, possui seu sistema de gerenciamento de arquivos, que pode variar de acordo com a distribuição. Os
mais conhecidos são: Konqueror, Gnome, Dolphin, Krusader, Pcman, XFE.

Gerenciador de arquivos Dolphin.36

36 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerenciador-de-arquivos-dolphin-para.html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os /srv – o diretório /srv contém “dados para serviços prestados
programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os ar- pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, provavel-
quivos do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente mente armazena os arquivos do seu site em um diretório dentro
o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”, que pode do /srv.
ficar armazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e to- /sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atribu-
dos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele. Vejamos: ída ao diretório proc.
/ – diretório raiz, armazena todos os outros. /tmp – arquivos temporários.
/bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sis- /usr – é o diretório com o maior número de arquivos, incluindo
tema. bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos principais progra-
/boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicializa- mas.
ção) do sistema. /usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas.
/cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas /usr/man – manuais on-line.
você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema /var – arquivos variáveis, que mudam com frequência.
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sis-
tema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está den- Teclas de Atalhos
tro do diretório /media. Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo.
/dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido, Ctrl + A: selecionar tudo.
paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/ Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas.
dev/hda, /dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de Ctrl + P: imprimir o documento.
hardware. Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado.
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, como Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência.
se fossem o arquivo de registro do Windows. Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado.
/home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O root
tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às suas Atalhos de Teclado com o Gnome
próprias pastas. Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório Sys- Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”.
tem32 do Windows. Alt + F4: fechar a janela atual.
/lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits. Alt + Tab: alternar entre janelas.
/media – o diretório /media contém subdiretórios em que os Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem
dispositivos de mídia removível inseridos no computador são mon- modo gráfico).
tados. Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen drive Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa.
em seu sistema Linux, um diretório será criado automaticamente
dentro do diretório /media. Você pode acessar o conteúdo do CD Atalhos de Terminal
dentro desse diretório. Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de
/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware que comandos usados.
estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por exem- Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução.
plo, será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Windows, no Ctrl + U: excluir a linha atual.
qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no GNU/Linux,
eles aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM etc.
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instalação CONCEITOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA.
padrão do GNU/Linux.
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço em
disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os processos Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção
ativos. de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para
/root – diretório local do superusuário (root). um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi-
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos zação37.
aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporários, É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma corpo-
como soquetes e identificações de processos. Esses arquivos não ração, sendo também fundamentais para as atividades do negócio.
podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos localizados em Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata-
/tmp podem ser apagados. ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém,
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manu- qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro-
tenção de hardware e software. blemas.
/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerencia- A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares38:
mento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical – Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí-
para o sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap vel somente a pessoas autorizadas.
instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos diver- – Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam
sos para o Linux. acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja,
de modo permanente a elas.
37 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
38 https://bit.ly/2E5beRr
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio. a terceiros.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto-
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
nal da área trabalha no dia a dia. o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do Ele pode ser aplicado de duas formas:
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada – Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
uma delas. eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um anti-
vírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- de encriptação, que transformam as informações em códigos que
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a
da informação, ainda que sem intenção certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne- no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio.
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por
explorada por uma ameaça. profissional habilitado conforme o plano de segurança da informa-
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con- ção da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, Criptografia
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran- É uma maneira de codificar uma informação para que somen-
ça da informação. te o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a
Tipos de ataques informação40.
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles39: Tem duas maneiras de criptografar informações:
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar • Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses- sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensa-
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera- gem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
ção, fraude, reprodução, bloqueio). o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole- chave secreta para poder ler a mensagem.
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, • Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves
infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep- pessoa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave pri-
tação, monitoramento, análise de pacotes). vada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
Política de Segurança da Informação Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança ser descriptografada pela chave privada.
da organização através de regras de alto nível que representam os Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só
princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti- A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para
co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo: • Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e per-
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos mitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da
recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra informação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permi-
de formação e periodicidade de troca. te o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a
• Política de backup: define as regras sobre a realização de có- ação. A chave é integrada ao documento, com isso se houver algu-
pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten- ma alteração de informação invalida o documento.
ção e frequência de execução. • Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pes-
• Política de privacidade: define como são tratadas as infor- soa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.
mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.

39 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-se- 40 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-prote-
guranca-da-informacao/ cao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.41

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser42.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS, PHISHING E PRAGAS VIRTUAIS. APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FI REWALL, AN-
TI-SPYWARE E VPN).

Códigos maliciosos (Malware)


Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas em
um computador43. Algumas das diversas formas como os códigos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador são:
– Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos programas instalados;
– Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como pen-drives;
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegadores vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o computador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em páginas
Web ou diretamente de outros computadores (através do compartilhamento de recursos).
41 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%-
C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
42 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/
43 https://cartilha.cert.br/malware/
Editora
177
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos
aos dados armazenados no computador e podem executar ações recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que
em nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usu- costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem-
ário. penho de redes e a utilização de computadores.
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver
e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens fi- Bot e botnet
nanceiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo de au- Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação
topromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente.
muitas vezes usados como intermediários e possibilitam a prática Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou
de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne-
detalhes nos Capítulos Golpes na Internet, Ataques na Internet e rabilidades existentes em programas instalados em computadores.
Spam, respectivamente). A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos ma- bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo
liciosos existentes. P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar
instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des-
Vírus ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam.
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de
normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes- zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente,
mo e se tornando parte de outros programas e arquivos. sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor
de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo de e-mails e o utiliza para o envio de spam.
hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com-
preciso que um programa já infectado seja executado. putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os executadas pelos bots.
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela
começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu- será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios
almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que
meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente, desejem que uma ação maliciosa específica seja executada.
pelo uso de pen-drives. Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul- por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi- propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem de informações de um grande número de computadores, envio de
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro-
datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são: xies instalados nos zumbis).
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane-
xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre Spyware
este arquivo, fazendo com que seja executado. Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida-
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
escrito em formato HTML. informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por – Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre outros). ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para autorizado.
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS – Malicioso: quando executa ações que podem comprometer a
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu- privacidade do usuário e a segurança do computador, como monitorar
ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. e capturar informações referentes à navegação do usuário ou inseridas
em outros programas (por exemplo, conta de usuário e senha).
Worm Alguns tipos específicos de programas spyware são:
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen- – Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para pelo usuário no teclado do computador.
computador. – Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu- sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto- mouse é clicado.
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em – Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
computadores. gandas.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Backdoor Antivírus
Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor O antivírus é um software de proteção do computador que eli-
a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi-
criados ou modificados para este fim. car o computador.
Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có-
tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes, pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados.
que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa-
no computador para invadi-lo. drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em
Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu- algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com
turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces- isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro-
sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova- vidência.
mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro-
e, na maioria dos casos, sem que seja notado. cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos
os dias são criados vírus novos.
Cavalo de troia (Trojan) Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do
Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que, usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail
além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje- ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou
tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma
sem o conhecimento do usuário. contaminação.
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze-
de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani- namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de-
mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros. vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne- Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados gas. Entre as principais estão:
no computador. – Avast;
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após – AVG;
invadirem um computador, alteram programas já existentes para – Norton;
que, além de continuarem a desempenhar as funções originais, – Avira;
também executem ações maliciosas. – Kaspersky;
– McAffe.
Rootkit
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite Filtro anti-spam
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
malicioso em um computador comprometido. tados, que geralmente são enviados para um grande número de
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- pessoas.
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis- identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
mos de proteção. zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
anonimato que tanto os protege.
Ransomware Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí- jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan-
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para Anti-malwares
restabelecer o acesso ao usuário44. Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins. e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que de ferramentas deste tipo.
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de
segurança.

44 https://cartilha.cert.br/ransomware/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD COMPUTING).

Quando se fala em computação nas nuvens, fala-se na possibi-


lidade de acessar arquivos e executar diferentes tarefas pela inter-
net45. Ou seja, não é preciso instalar aplicativos no seu computador
para tudo, pois pode acessar diferentes serviços on-line para fazer o
que precisa, já que os dados não se encontram em um computador
específico, mas sim em uma rede.
Uma vez devidamente conectado ao serviço on-line, é possível
desfrutar suas ferramentas e salvar todo o trabalho que for feito Além de servir como ferramenta de backup, o Dropbox tam-
para acessá-lo depois de qualquer lugar — é justamente por isso bém é uma forma eficiente de ter os arquivos importantes sempre
que o seu computador estará nas nuvens, pois você poderá acessar acessíveis. Deste modo, o usuário consegue abrir suas mídias e do-
os aplicativos a partir de qualquer computador que tenha acesso à cumentos onde quer que esteja, desde que tenha acesso à Internet.
internet.
Basta pensar que, a partir de uma conexão com a internet, você OneDrive
pode acessar um servidor capaz de executar o aplicativo desejado, O OneDrive, que já foi chamado de SkyDrive, é o serviço de ar-
que pode ser desde um processador de textos até mesmo um jogo mazenamento na nuvem da Microsoft e oferece inicialmente 15 GB
ou um pesado editor de vídeos. Enquanto os servidores executam de espaço para os usuários46. Mas é possível conseguir ainda mais
um programa ou acessam uma determinada informação, o seu espaço gratuitamente indicando amigos e aproveitando diversas
computador precisa apenas do monitor e dos periféricos para que promoções que a empresa lança regularmente.
você interaja. Para conseguir espaço ainda maior, o aplicativo oferece planos
pagos com capacidades variadas também.
Vantagens:
– Não necessidade de ter uma máquina potente, uma vez que
tudo é executado em servidores remotos.
– Possibilidade de acessar dados, arquivos e aplicativos a partir
de qualquer lugar, bastando uma conexão com a internet para tal
— ou seja, não é necessário manter conteúdos importantes em um
único computador.

Desvantagens:
– Gera desconfiança, principalmente no que se refere à segu-
rança. Afinal, a proposta é manter informações importantes em um Para quem gosta de editar documentos como Word, Excel e
ambiente virtual, e não são todas as pessoas que se sentem à von- PowerPoint diretamente do gerenciador de arquivos do serviço,
tade com isso. o OneDrive disponibiliza esse recurso na nuvem para que seja dis-
– Como há a necessidade de acessar servidores remotos, é pri- pensada a necessidade de realizar o download para só então poder
mordial que a conexão com a internet seja estável e rápida, princi- modificar o conteúdo do arquivo.
palmente quando se trata de streaming e jogos.
iCloud
Exemplos de computação em nuvem O iCloud, serviço de armazenamento da Apple, possuía em um
Dropbox passado recente a ideia principal de sincronizar contatos, e-mails,
O Dropbox é um serviço de hospedagem de arquivos em nu- dados e informações de dispositivos iOS. No entanto, recentemente
vem que pode ser usado de forma gratuita, desde que respeitado o a empresa também adotou para o iCloud a estratégia de utilizá-lo
limite de 2 GB de conteúdo. Assim, o usuário poderá guardar com como um serviço de armazenamento na nuvem para usuários iOS.
segurança suas fotos, documentos, vídeos, e outros formatos, libe- De início, o usuário recebe 5 GB de espaço de maneira gratuita.
rando espaço no PC ou smartphone. Existem planos pagos para maior capacidade de armazena-
mento também.

45 https://www.tecmundo.com.br/computacao-em-nuvem/738-o-que- 46 https://canaltech.com.br/computacao-na-nuvem/comparativo-os-
-e-computacao-em-nuvens-.htm -principais-servicos-de-armazenamento-na-nuvem-22996/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No entanto, a grande vantagem do iCloud é que ele possui um Tipos de serviços de nuvem
sistema muito bem integrado aos seus aparelhos, como o iPhone. A maioria dos serviços de computação em nuvem se enquadra
A ferramenta “buscar meu iPhone”, por exemplo, possibilita que em quatro categorias amplas:
o usuário encontre e bloqueie o aparelho remotamente, além de – IaaS (infraestrutura como serviço);
poder contar com os contatos e outras informações do dispositivo – PaaS (plataforma como serviço);
caso você o tenha perdido. – Sem servidor;
– SaaS (software como serviço).
Google Drive
Apesar de não disponibilizar gratuitamente o aumento da ca- Esses serviços podem ser chamados algumas vezes de pilha
pacidade de armazenamento, o Google Drive fornece para os usuá- da computação em nuvem por um se basear teoricamente sobre
rios mais espaço do que os concorrentes ao lado do OneDrive. São o outro.
15 GB de espaço para fazer upload de arquivos, documentos, ima-
gens, etc. IaaS (infraestrutura como serviço)
A IaaS é a categoria mais básica de computação em nuvem.
Com ela, você aluga a infraestrutura de TI de um provedor de servi-
ços cloud, pagando somente pelo seu uso.
A contratação dos serviços de computação em nuvem IaaS
(infraestrutura como serviço) envolve a aquisição de servidores e
máquinas virtuais, armazenamento (VMs), redes e sistemas opera-
cionais.
PaaS (plataforma como serviço)
PaaS refere-se aos serviços de computação em nuvem que for-
necem um ambiente sob demanda para desenvolvimento, teste,
Uma funcionalidade interessante do Google Drive é o seu ser- fornecimento e gerenciamento de aplicativos de software.
viço de pesquisa e busca de arquivos que promete até mesmo re- A plataforma como serviço foi criada para facilitar aos desen-
conhecer objetos dentro de imagens e textos escaneados. Mesmo volvedores a criação de aplicativos móveis ou web, tornando-a mui-
que o arquivo seja um bloco de notas ou um texto e você queira to mais rápida.
encontrar algo que esteja dentro dele, é possível utilizar a busca Além de acabar com a preocupação quanto à configuração ou
para procurar palavras e expressões. ao gerenciamento de infraestrutura subjacente de servidores, ar-
Além disso, o serviço do Google disponibiliza que sejam feitas mazenamento, rede e bancos de dados necessários para desenvol-
edições de documentos diretamente do browser, sem precisar fazer vimento.
o download do documento e abri-lo em outro aplicativo.
Computação sem servidor
Tipos de implantação de nuvem A computação sem servidor, assim como a PaaS, concentra-se
Primeiramente, é preciso determinar o tipo de implantação de na criação de aplicativos, sem perder tempo com o gerenciamento
nuvem, ou a arquitetura de computação em nuvem, na qual os servi- contínuo dos servidores e da infraestrutura necessários para isso.
ços cloud contratados serão implementados pela sua gestão de TI47. O provedor em nuvem cuida de toda a configuração, planeja-
Há três diferentes maneiras de implantar serviços de nuvem: mento de capacidade e gerenciamento de servidores para você e
– Nuvem pública: pertence a um provedor de serviços cloud sua equipe.
terceirizado pelo qual é administrada. Esse provedor fornece recur- As arquiteturas sem servidor são altamente escalonáveis e
sos de computação em nuvem, como servidores e armazenamento controladas por eventos: utilizando recursos apenas quando ocorre
via web, ou seja, todo o hardware, software e infraestruturas de su- uma função ou um evento que desencadeia tal necessidade.
porte utilizados são de propriedade e gerenciamento do provedor
de nuvem contratado pela organização. SaaS (software como serviço)
– Nuvem privada: se refere aos recursos de computação em O SaaS é um método para a distribuição de aplicativos de sof-
nuvem usados exclusivamente por uma única empresa, podendo tware pela Internet sob demanda e, normalmente, baseado em as-
estar localizada fisicamente no datacenter local da empresa, ou sinaturas.
seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infra- Com o SaaS, os provedores de computação em nuvem hospe-
estrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa são dam e gerenciam o aplicativo de software e a infraestrutura subja-
mantidos em uma rede privada. cente.
– Nuvem híbrida: trata-se da combinação entre a nuvem públi- Além de realizarem manutenções, como atualizações de sof-
ca e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o tware e aplicação de patch de segurança.
compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. O uso de nu- Com o software como serviço, os usuários da sua equipe po-
vens híbridas na computação em nuvem ajuda também a otimizar dem conectar o aplicativo pela Internet, normalmente com um na-
a infraestrutura, segurança e conformidade existentes dentro da vegador da web em seu telefone, tablet ou PC.
empresa.

47 https://ecoit.com.br/computacao-em-nuvem/
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5. IBFC - AG (PREF SGDA (RN))/PREF SGDA (RN)/ADMINIS-


QUESTÕES TRATIVO/2021
Sobre teclas de atalho do Windows 10, idioma Português, con-
figuração padrão, assinale a alternativa correta sobre qual combina-
ção de teclas exibe a propriedade do item selecionado.
1. IBFC - SOLD (CBM BA)/CBM BA/2020
(A) Alt + F8
Conceitos de Internet
(B) Alt + Enter
Barbara selecionou em seu computador os arquivos de fotos da
(C) Alt + Esc
última confraternização de sua empresa e
(D) Alt + Tab
fez _________em um e-mail para João. Este por sua vez, re-
cebeuo e-mail e fez_________dos arquivos enviados por Barbara
6. IBFC - AG (PREF SGDA (RN))/PREF SGDA (RN)/ADMINIS-
em seu computador. Assinale a alternativa que preencha correta e
TRATIVO/2021
respectivamente as lacunas.
Sobre teclas de atalho do Windows 10, idioma Português, con-
(A) Upload e Download
figuração padrão, assinale a alternativa correta sobre qual combina-
(B) FTP e Upload
ção de teclas permite bloquear o computador ou mudar de conta.
(C) Download e Upload
(A) Tecla logotipo do Windows + L
(D) Upload e FTP
(B) Tecla logotipo do Windows + B
(E) Download e Download
(C) Tecla logotipo do Windows + P
(D) Tecla logotipo do Windows + X
2. IBFC - TEC (DETRAN AM)/DETRAN AM/ADMINISTRATI-
VO/2022
7. IBFC - OP (SAAE SGDA (RN))/SAAE SGDA (RN)/SISTEMAS
Conforme VELLOSO (2017), a plataforma Microsoft Windows
DE ÁGUA E ESGOTO/2021
é um Sistema Operacional de Rede que é considerado como sendo
Paulo está utilizando um computador com sistema operacio-
do tipo .
nal Windows 10, idioma português, configuração padrão e precisa
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
acessar o gerenciador de tarefas.
(A) Multiusuário e Monotarefa
Assinale a alternativa correta quanto a teclas de atalho para
(B) Monousuário e Multitarefa
acessar o menu em que se encontra tal funcionalidade.
(C) Multiusuário e Multitarefa
(A) Ctrl + Alt + Del
(D) Monousuário e Monotarefa
(B) Crtl + Alt + Esc
(C) F2
3. IBFC - DELEG (PC BA)/PC BA/2022
(D) Shift + Del
Quanto aos conceitos básicos de arquivos, pastas e programas
no ambiente Windows, analise as afirmativas abaixo, dê valores
8. IBFC - AG CEN (IBGE)/IBGE/ADMINISTRAÇÃO E INFORMÁ-
Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a
TICA/2022
sequência correta de cima para baixo.
Quanto às principais características técnicas do Microsoft
( ) Uma vez criado um arquivo dentro de uma pasta jamais
Word, avalie se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas a
poderá ser renomeado.
seguir.
( ) Os diretórios são programas para armazenar arquivos de
( ) Possibilita a inserção simplificada de gráficos, planilhas e
forma compactada.
desenhos.
( ) Uma pasta pode conter no máximo 16 arquivos devido a
( ) Não possui Revisor Ortográfico incorporado.
uma limitação do Windows.
( ) Contém Mala-Direta, com opção para criação de etiquetas,
(A) V - V - V
cartas modelos e envelopes.
(B) V - V - F
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
(C) V - F - V
cima para baixo.
(D) F - F - V
(A) V - F - F
(E) F - F - F
(B) V - F - V
(C) F - V - V
4. IBFC - AG (PREF SGDA (RN))/PREF SGDA (RN)/ADMINIS-
(D) V - V - F
TRATIVO/2021
(E) F - F - V
Organizar o espaço em disco, eliminar fragmentos de arquivos
e alocar os arquivos mais usados na região de acesso mais rápido
9. IBFC - ANA (EBSERH UNIFAP)/EBSERH HU-UNIFAP/ADMI-
do disco, são características de uma das ferramentas do Windows.
NISTRATIVO/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assinale a alternativa correta sobre qual ferramenta do Windows
Analise as afirmativas e assinale a alternativa que esteja tecni-
10, idioma Português, configuração padrão possui tais recursos.
camente incorreta quanto às últimas versões do Editor de Texto do
(A) Windows Defender
pacote da Microsoft Office.
(B) Desfragmentador de disco
(A) É possível incluir equações e fórmulas no editor de texto
(C) Windows Allocation
MS-WORD
(D) Prompt do DOS
(B) O tipo mais comum de extensão de arquivo do MS-WORD
é o DOCX

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(C) A tecla de atalho Ctrl+X recorta o conteúdo selecionado 13. IBFC - OP (SAAE SGDA (RN))/SAAE SGDA (RN)/SISTEMAS
para a área de transferência DE ÁGUA E ESGOTO/2021
(D) Não é possível proteger um documento com senha por Sobre o Microsoft Power Point 365, idioma português, configu-
questões de segurança ração padrão, assinale a alternativa incorreta sobre os elementos
(E) O MS-WORD permite inserir, redimensionar ou mover ima- disponíveis na Guia Inserir.
gens em um documento (A) Tabela
(B) Verificar Ortografia
10. IBFC - ENG (EBSERH UNIFAP)/EBSERH HU-UNIFAP/CI- (C) Imagens
VIL/2022 (D) Formas
Para se evitar erros de aproximação numérica na elaboração de
uma planilha orçamentária utilizando-se o software Excel®, pode-se 14. IBFC - DELEG (PC BA)/PC BA/2022
lançar mão de um comando que em uma operação de multiplicação Quanto as noções básicas sobre IP o IMEI, analise as afirmati-
promove arredondamentos, evitando-se dízima e inúmeras casas vas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
decimais. Assinale a alternativa que apresente corretamente este ( ) Existem atualmente duas versões de IP, os denominados
comando. A intenção da operação é conseguir a multiplicação do IPv4 e o IPv6.
conteúdo da célula A pelo da célula B. ( ) O mesmo equipamento pode ter vários IP’s, assim como
(A) =ARRED (num;núm_digitos) vários IMEI´s.
(B) =ARRED(cel A*cel B;2) ( ) O IMEI é um código de 15 dígitos que identifica de forma
(C) =ARRED(cel A*cel B) - 2 internacional os celulares.
(D) =CUT(Cel A*Cel B;2)
(E) =CUT(Cel A*Cel B)-2 Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo
11. IBFC - TEC (EBSERH UNIFAP)/EBSERH HU-UNIFAP/SEGU- (A) V - F - V
RANÇA DO TRABALHO/2022 (B) V - V - V
Com base no Editor de Planilha da Microsoft abaixo, assinale (C) V - V - F
a alternativa que apresenta o resultado da fórmula. =MULT(MÁXI- (D) F - F - V
MO(A1.B2);MÍNIMO(B1.C2)) (E) F - F - F

A B C 15. IBFC - ASS ADM (EBSERH)/EBSERH/2020


Quanto à Internet, analise as afirmativas abaixo e dê valores
1 1 2 3 Verdadeiro (V) ou Falso (F).
2 4 5 6 ( ) WWW, ou apenas web, significa World Wide Web (Rede de
(A) 6 Alcance Mundial).
(B) 8 ( ) Qualquer computador que deseje se comunicar na Internet
(C) 20 precisa se comunicar em PCT/PI.
(D) 15 ( ) Browser é um programa que permite ao usuário consultar
(E) 10 (navegar) páginas na Internet.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
12. IBFC - TEC (DETRAN AM)/DETRAN AM/INFORMÁTI- cima para baixo.
CA/2022 (A) V, V, V
As últimas versões do Microsoft Office PowerPoint possuem (B) V, V, F
vários recursos, tais como. (C) V, F, V
(1) Possibilidade de escolher um tema único para todos slides. (D) F, F, V
(2) Para incluir sons nos slides deve-se utilizar o PowerSound. (E) F, F, F
(3) É permitido adicionar anotações do orador em cada slide.
Da relação apresentada. 16. IBFC - AG CEN (IBGE)/IBGE/ADMINISTRAÇÃO E INFOR-
(A) existem somente o 1 e 2 MÁTICA/2022
(B) existem somente o 1 e 3 Quanto aos programas de transferência de arquivos pela In-
(C) existem somente o 2 e 3 ternet, os que são mais utilizados para compartilhar arquivos entre
(D) existem todos equipes são.
(1) SPEEDTRANSFER.
(2) GOOGLE DRIVE.
(3) ONEDRIVE.
(4) DROPBOX.
(A) Da relação apresentada, somente são aplicados o 1, 2 e 3
(B) Da relação apresentada, somente são aplicados o 1, 2 e 4
(C) Da relação apresentada, somente são aplicados o 2, 3 e 4
(D) Da relação apresentada, somente são aplicados o 1, 3 e 4
(E) Da relação apresentada, todos podem ser aplicados

Editora
183
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

17. IBFC - TEC (DETRAN AM)/DETRAN AM/INFORMÁTI-


CA/2022 GABARITO
Assinale a alternativa que identifica incorretamente as prin-
cipais características técnicas da Computação em Nuvem (Cloud
Computing).
(A) A grande desvantagem da Computação em Nuvem, para as 1 A
empresas usuárias, é que existe um maior gasto em equipa-
mentos e na estrutura de manutenção
2 C
(B) Existe a plataforma de desenvolvimento de software na nu- 3 E
vem que permite criar e testar aplicativos via Web e é denomi-
nada tecnicamente como Platform as a Service (PaaS)
4 B
(C) Um dos conceitos básicos que serve de base para o funcio- 5 B
namento e possibilidade da computação em nuvem é a virtu-
alização 6 A
(D) Os recursos de TI do provedor são utilizados por múltiplos 7 A
usuários e alocados dinamicamente, conforme a demanda dos
usuários corporativos 8 B
9 D
18. IBFC - AG CEN (IBGE)/IBGE/ADMINISTRAÇÃO E INFOR-
MÁTICA/2022 10 B
Assinale, das alternativas abaixo, a única que identifica incorre- 11 E
tamente um dos vários tipos comuns de vírus (ou malware).
(A) Firewall 12 B
(B) Worm 13 B
(C) Trojan
(D) Keylogger 14 A
(E) Spyware 15 C
19. IBFC - TEC (DETRAN AM)/DETRAN AM/INFORMÁTI- 16 C
CA/2022 17 A
Existe um malware que aparenta ser um arquivo totalmente
normal e seguro, mas dentro dele há um código malicioso que pode 18 A
ser usado para espionar, controlar e executar várias ações no com- 19 D
putador. Sobre a definição apresentada anteriormente, assinale a
alternativa que esteja tecnicamente correta. 20 A
(A) Hijacker
(B) Spyware
(C) Ransomware ANOTAÇÕES
(D) Trojan Horse

20. IBFC - DELEG (PC BA)/PC BA/2022 ______________________________________________________


Dado os três conceitos técnicos abaixo, assinale à alternativa
que corresponda, respectivamente, à cada um desses conceitos es- ______________________________________________________
pecificamente.
______________________________________________________
1. Vírus que cria cópias em outras unidades ou nos computado-
res de uma rede para executar ações maliciosas. ______________________________________________________
2. Esse malware é como uma porta criada a partir de um pro-
grama cuja instalação não foi autorizada pelo usuário, que explora ______________________________________________________
as vulnerabilidades ali existentes e permite que terceiros tenham
acesso à máquina. ______________________________________________________
3. Método que tenta “pescar” vitimas para que cliquem em
links ou baixem arquivos com o objetivo de adquirir informações ______________________________________________________
pessoais.
______________________________________________________
(A) 1.Phishing - 2.Worm - 3.Backdoor
(B) 1.Backdoor - 2.Worm - 3.Phishing ______________________________________________________
(C) 1.Worm - 2.Phishing - 3 Backdoor
(D) 1.Worm - 2.Backdoor - 3.Phishing ______________________________________________________
(E) 1.Phishing - 2.Backdoor- 3.Worm
______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

pação com os bens jurídicos da coletividade, com os denominados


DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE; interesses metaindividuais (difusos, coletivos e individuais homogê-
DIREITO À VIDA; DIREITO À LIBERDADE neos), nascendo os direitos fundamentais de terceira geração.

Os Direitos Fundamentais de Terceira Geração possuem as se-


— Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais guintes características:
Pode-se dizer que os direitos fundamentais são os bens jurídi- a) surgiram no século XX;
cos em si mesmos considerados, de cunho declaratório, narrados b) estão ligados ao ideal de fraternidade (ou solidariedade),
no texto constitucional. Por sua vez, as garantias fundamentais são que deve nortear o convívio dos diferentes povos, em defesa dos
estabelecidas na mesma Constituição Federal como instrumento de bens da coletividade;
proteção dos direitos fundamentais e, como tais, de cunho assecu- c) são direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes
ratório. povos uma firme atuação no tocante à preservação dos bens de
No ordenamento jurídico pode ser feita uma distinção entre interesse coletivo;
normas declaratórias, que estabelecem direitos, e normas assecu- d) correspondem ao direito de preservação do meio ambiente,
ratórias, as garantias, que asseguram o exercício desses direitos. As- de autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da humani-
sim, os direitos são bens e vantagens prescritos na norma constitu- dade, do patrimônio histórico e cultural, etc.
cional, enquanto as garantias são os instrumentos através dos quais Direitos Fundamentais de Quarta Geração
se assegura o exercício dos aludidos direitos (preventivamente) ou Segundo Paulo Bonavides, a globalização política é o fator his-
prontamente os repara, caso violados. tórico que deu origem aos direitos fundamentais de quarta gera-
Convém ressaltar que as garantias de direito fundamental não ção. Eles estão ligados à democracia, à informação e ao pluralismo.
se confundem com os remédios constitucionais. As garantias consti- Também são transindividuais.
tucionais são de conteúdo mais abrangente, incluindo todas as dis-
posições assecuratórias de direitos previstas na Constituição Direitos Fundamentais de Quinta Geração
Paulo Bonavides defende, ainda, que o direito à paz represen-
— Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais taria o direito fundamental de quinta geração.
Direitos Fundamentais de Primeira Geração
Possuem as seguintes características: Características dos Direitos e Garantias Fundamentais
a) surgiram no final do século XVIII, no contexto da Revolução São características dos Direitos e Garantias Fundamentais:
Francesa, fase inaugural do constitucionalismo moderno, e domina- a) Historicidade: não nasceram de uma só vez, revelando sua
ram todo o século XIX; índole evolutiva;
b) ganharam relevo no contexto do Estado Liberal, em oposição b) Universalidade: destinam-se a todos os indivíduos, indepen-
ao Estado Absoluto; dentemente de características pessoais;
c) estão ligados ao ideal de liberdade; c) Relatividade: não são absolutos, mas sim relativos;
d) são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado d) Irrenunciabilidade: não podem ser objeto de renúncia;
em favor das liberdades públicas; e) Inalienabilidade: são indisponíveis e inalienáveis por não
e) possuíam como destinatários os súditos como forma de pro- possuírem conteúdo econômico-patrimonial;
teção em face da ação opressora do Estado; f) Imprescritibilidade: são sempre exercíveis, não desparecen-
f) são os direitos civis e políticos. do pelo decurso do tempo.
Direitos Fundamentais de Segunda Geração Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais
Possuem as seguintes características: Todas as pessoas físicas, sem exceção, jurídicas e estatais, são
a) surgiram no início do século XX; destinatárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que
b) apareceram no contexto do Estado Social, em oposição ao compatíveis com a sua natureza.
Estado Liberal;
c) estão ligados ao ideal de igualdade; Eficácia Horizontal dos Direitos e Garantias Fundamentais
d) são direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação Muito embora criados para regular as relações verticais, de su-
positiva do Estado; bordinação, entre o Estado e seus súditos, passam a ser emprega-
e) correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos. dos nas relações provadas, horizontais, de coordenação, envolven-
do pessoas físicas e jurídicas de Direito Privado.
Direitos Fundamentais de Terceira Geração
Em um próximo momento histórico, foi despertada a preocu-

Editora
185
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Natureza Relativa dos Direitos e Garantias Fundamentais


Encontram limites nos demais direitos constitucionalmente PRINCÍPIO DA IGUALDADE (ART. 5° I); PRINCÍPIO DA LEGA-
consagrados, bem como são limitados pela intervenção legislativa LIDADE E DA ANTERIORIDADE PENAL (ART. 5° LL, XXXIX);
ordinária, nos casos expressamente autorizados pela própria Cons- LIBERDADE DA MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO (ART.
tituição (princípio da reserva legal). 5° LV); INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE; VIDA PRIVADA;
HONRA E IMAGEM (ART. 5° X); INVIOLABILIDADE DO LAR
Colisão entre os Direitos e Garantias Fundamentais (ART. 5° XI); SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E DE CO-
O princípio da proporcionalidade sob o seu triplo aspecto (ade- MUNICAÇÃO (ART. 5° XII)
quação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito) é a
ferramenta apta a resolver choques entre os princípios esculpidos
na Carta Política, sopesando a incidência de cada um no caso con-
creto, preservando ao máximo os direitos e garantias fundamentais – Direito à Igualdade
constitucionalmente consagrados. A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constitui-
ção Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve
Os quatro status de Jellinek ser encarada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade
a) status passivo ou subjectionis: quando o indivíduo encontra- formal.
-se em posição de subordinação aos poderes públicos, caracterizan- A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce-
do-se como detentor de deveres para com o Estado; didos aos membros da coletividade por meio da norma.
b) status negativo: caracterizado por um espaço de liberdade Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca
de atuação dos indivíduos sem ingerências dos poderes públicos; da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o
c) status positivo ou status civitatis: posição que coloca o indi- jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o
víduo em situação de exigir do Estado que atue positivamente em princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e
seu favor; desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam.
d) status ativo: situação em que o indivíduo pode influir na for- Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover
mação da vontade estatal, correspondendo ao exercício dos direi- a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis
tos políticos, manifestados principalmente por meio do voto. que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com-
Referências Bibliográficas: pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da
formação social.
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e
Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. — Legalidade (Art. 5°, XXXIX, CF)
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
– Direito à Vida prévia cominação legal → real limitação ao poder estatal de
O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito interferir na esfera das liberdades individuais.
de permanecer vivo e o direito de uma vida digna. O princípio da legalidade se divide em dois subprincípios:
O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exem- reserva legal e anterioridade.
plo, na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra decla- – Reserva legal: não há crime ou pena sem lei em sentido
rada). estrito, ou seja, diploma legal emanado do Poder Legislativo.
Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais – Anterioridade: não há crime ou pena sem lei anterior ao fato
básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura, praticado, ex.: a partir de hoje, beber cerveja é crime, porém quem
penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc. bebia até ontem não pode ser criminalizado → a anterioridade gera
o princípio da irretroatividade da lei penal.
– Direito à Liberdade
O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém Liberdade de Pensamento (Art. 5.º, IV e V, CF): É importante
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em vir- que o Estado assegure a liberdade das pessoas de manifestarem o
tude de lei. Tal dispositivo representa a consagração da autonomia seu pensamento. Foi vedado o anonimato para que a pessoa assu-
privada. ma aquilo que está manifestando caso haja danos materiais, morais
Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende, ou à imagem. O limite na manifestação do pensamento se encontra
dentre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de loco- no respeito à imagem e à moral das outras pessoas.
moção, de consciência, de crença, de reunião, de associação e de
expressão. – Direito à intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
(Art. 5°, X, CF)
O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti-
nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por
tal motivo, são previstos no Código Penal.
Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero,
do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima-
gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura-
-se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente
de sua violação.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

TÍTULO II à liberdade de não se reunir, ou seja, ninguém poderá ser obrigado


DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS a reunir-se. Para a caracterização desse direito, devem ser observa-
dos alguns requisitos a fim de que não se confunda com o direito de
CAPÍTULO I associação. São eles:
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS a) Pluralidade de participantes: Trata-se de uma ação coletiva,
ou seja, deve haver várias pessoas para que possa haver uma reu-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- nião. A diferença é que, na reunião, não existe um vínculo jurídico
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- entre as pessoas reunidas, diferentemente da associação, em que
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à as pessoas estão vinculadas juridicamente.
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: b) Tempo: A reunião tem duração limitada, enquanto na asso-
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ciação, a duração é ilimitada.
termos desta Constituição; c) Finalidade: A reunião pressupõe uma organização com o pro-
(...) pósito determinado de atingir certo fim. É a finalidade que vai dis-
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o tinguir a reunião do agrupamento de pessoas. Essa finalidade deve
anonimato; ter determinadas características, ou seja, a reunião deve ter uma
(...) finalidade lícita, pacífica e não deve haver armamento.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima- d) Lugar: Deve ser predeterminado para a realização da reu-
gem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano ma- nião. Não é necessária a autorização prévia para que se realize a
terial ou moral decorrente de sua violação;    reunião, no entanto, o Poder Público deve ser avisado com antece-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo dência para que não se permita que haja reunião de grupos rivais
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran- em mesmo local e horário. O objetivo do aviso ao Poder Público
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, também é garantir que o direito de reunião possa ser exercitado
por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015)  (Vigência) com segurança.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica- O direito de reunião tem algumas restrições, quais sejam:
ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, - Não pode ser uma reunião que tenha por objetivo fins ilícitos;
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a - Não pode haver reunião que não seja pacífica e não deve
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução pro- haver utilização de armas (art. 5.º, XLIV). A presença de pessoas
cessual penal;(Vide Lei nº 9.296, de 1996) armadas em uma reunião não significa, no entanto, que a reunião
(...) deva ser dissolvida. Nesse caso, a polícia deve agir no sentido de
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena desarmar a pessoa, mas sem dissolver a reunião. Em caso de passe-
sem prévia cominação legal; ata, não poderá haver nenhuma restrição quanto ao lugar em que
ela será realizada;
- Durante o Estado de Defesa (art. 136, § 1.º, I, “a”) e o Estado
de Sítio (art. 139, IV), poderá ser restringido o direito de reunião.
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO (ART. 5° XV); DIREITO DE
- Este direito poderá ser exercido independentemente de pré-
REUNIÃO E DE ASSOCIAÇÃO (ART. 5° XVI, XVII, XVIII, XIX,
via autorização do Poder Público, desde que não frustre outra reu-
XX E XXI); DIREITO DE PROPRIEDADE (ART. 5° XXII E XXIII);
nião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
VEDAÇÃO AO RACISMO (ART. 5° XLII);. GARANTIA ÀS INTE-
exigido prévio aviso à autoridade competente. Esse prévio aviso é
GRIDADES FÍSICA E MORAL DO PRESO (ART. 5° XLIX); VE-
fundamental para que a autoridade administrativa tome as provi-
DAÇÃO ÀS PROVAS ILÍCITAS (ART. 5° LVI); PRINCÍPIO DA
dências necessárias relacionadas ao trânsito, organização etc.
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (ART. 5° LVII); PRIVILEGIA
Liberdade de Associação (Art. 5.º, XVII a XXI, CF): Normalmen-
CONTRA A AUTO-INCRIMINAÇÃO (ART. 5° LXIII)
te, a liberdade de associação se manifesta por meio de uma reu-
nião. Logo, existe uma relação muito estreita entre a liberdade de
Liberdade de Locomoção (Art. 5.º, XV, CF): É a liberdade física reunião e a liberdade de associação. A reunião é importante para
de ir, vir, ficar ou permanecer. Essa liberdade é considerada pela CF que se exerça a associação, visto que normalmente a associação
como a mais fundamental, visto que é requisito essencial para que começa com uma reunião. É o direito de coligação voluntária de
se exerça o direito das demais liberdades. Todas as garantias penais algumas ou muitas pessoas físicas, por tempo indeterminado, com
e processuais penais previstas no art. 5.º são normas que tratam da o objetivo de atingir um fim lícito sob direção unificante. A associa-
proteção da liberdade de locomoção. Por exemplo, o habeas corpus ção, assim como a reunião, é uma união de pessoas que se distin-
é voltado especificamente para a liberdade de locomoção. Essa nor- gue pelo tempo, visto que o objetivo que se quer alcançar não po-
ma também é de eficácia contida, principalmente no que diz respei- derá ser atingido em um único momento na associação, enquanto
to à liberdade de sair, entrar e permanecer em território nacional. A na reunião, o objetivo se exaure em tempo determinado.
lei pode estabelecer exigências para sair, entrar ou permanecer no
país, visando a proteção da soberania nacional. Direito de Propriedade (Art. 5.º, XXII E XXIII, CF)
É assegurado o direito de propriedade, contudo, com restri-
Liberdade de Reunião (Art. 5.º, XVI, CF): É a permissão consti- ções, como por exemplo, de que se atenda à função social da pro-
tucional para um agrupamento transitório de pessoas com o obje- priedade. Também se enquadram como espécies de restrição do
tivo de trocar ideias para o alcance de um fim comum. O direito de direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco
reunião pode ser analisado sob dois enfoques: De um lado a liber- e o usucapião.
dade de se reunir para decidir um interesse comum e de outro lado Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu-
Editora
187
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade TÍTULO II


intelectual) e os direitos reativos à herança. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Vedação às provas ilícitas (art. 5° lvi): é aquela violadora de (...)


alguma norma constitucional (ex.: a prova obtida não respeitou a XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
inviolabilidade de domicílio assegurada pela Constituição). As pro- paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per-
vas derivadas das ilícitas, pela “Teoria dos Frutos da Árvore Enve- manecer ou dele sair com seus bens
nenada”, importada do direito norte-americano, também serão XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
inadmissíveis cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
Princípio da presunção de inocência (ART. 5° LVII) : Todos são mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
inocentes até que se prove o contrário. Ninguém será considerado petente;
culpado até o trânsito em julgado da sentença. Somente poderá ser XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
preso aquele que for pego em flagrante ou tiver ordem escrita fun- a de caráter paramilitar;
damentada pela autoridade judiciária competente XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
Presunção de Inocência ou Não-Culpabilidade (Art. 5°, LVII e estatal em seu funcionamento;
LXIII, CF) XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
– “Ninguém será condenado culpado até o trânsito em julgado das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
da sentença penal condenatória’ → regra taxativa. -se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
– A presunção de inocência é uma regra probatória (de XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
julgamento), ou seja, somente a certeza da culpa pode gerar a necer associado;
condenação → em razão disto, incumbe ao acusador o ônus da XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto-
prova a respeito da culpa pela prática do fato. rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
1 – O ônus da prova não será do acusador quando houver extrajudicialmente;
alegação de excludente de ilicitude ou culpabilidade → neste caso, XXII - é garantido o direito de propriedade;
o ônus será do acusado, porém, mesmo se ele não conseguiu XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
provar uma excludente, o Juiz mesmo assim poderá absolvê-lo, caso XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
entenda que exista fundada dúvida sobre existência da culpa (Art. critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
386, CPP). XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física
2 – Da presunção decorre o “in dubio pro reo” → havendo e moral;
dúvida acerca da culpa, o Juiz deve decidir a favor do réu. LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
– A presunção de inocência também é uma regra de meios ilícitos;
tratamento: o acusado deve ser sempre tratado como inocente, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
seja na dimensão interna quanto externa. gado de sentença penal condenatória;
1 – Dimensão interna: o acusado deve ser a todo tempo tratado LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
como inocente dentro da persecução penal (fase de investigação, de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
processo penal), ex.: prisões antecipadas equivocadas violam a lia e de advogado;
presunção de inocência.
2 – Dimensão externa: o acusado, fora da persecução penal,
também deve ser tratado como inocente, ex.: acusado não pode ter
sua nomeação em cargo público impedida por estar respondendo a
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E
um processo penal.
DOS TERRITÓRIOS (ART. 42)
Vedação ao racismo (Art. 5º, XLII, CF): A intenção constitucio-
nal é de banir com os atos de discriminação de raças, sendo assim,
buscando a igualdade entre todos.
A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do
Garantia às Integridades Física e Moral do Preso (ART. 5° XLIX, servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se
CF): O Estado busca assegurar ao preso o respeito à integridade fí- misturam a não ser por expressa determinação constitucional.
sica significa não maltratar o preso com violência e abuso de auto- Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou
ridade que provoquem lesões ao seu corpo. Também é proibido o impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa-
desrespeito à integridade moral, o que inclui ameaças, chantagens, tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos
pressões familiares e várias outras formas de violação à dignidade militares de forma reflexa.
da pessoa humana A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
........................................................... so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú-
https://www.politize.com.br/artigo-5/respei- de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita-
to-a-integridade-dos-presos/#:~:text=Sendo%20assim%2C%20o%20 res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde
respeito%20%C3%A0,%C3%A0%20dignidade%20da%20pessoa%20 desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a
humana. tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88.
Editora
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188
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para militares
das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acumulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de horários.

SEÇÃO III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e discipli-
na, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do
art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X,
sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do
respectivo ente estatal.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da ati-
vidade militar.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019)

DA SEGURANÇA PÚBLICA (ART.144)

▶ Policia Federal

▶ Federal ▶ Polícia Rodoviária Federal


Polícia
Administrativa ▶ Policia Ferroviária Federal

(preventiva ou
ostensiva ▶ Corpo de Bombeiros
▶ Estadual
▶ Polícia Militar
POLICIA
DE SEGURANÇA Federal
▶ ▶ Policia Penal
Polícia
▶ Administrativa ▶ Estadual ▶ Policia Penal
Especial
▶ Distrital ▶ Policia Penal

▶ Federal ▶ Polícia Federal


Polícia Judiciária

(investigação)
▶ Estadual ▶ Policia Civil

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Editora
189
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.   (Redação dada cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanen- II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
te, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
destina-se a:” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.  (In-
1998) cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in- QUESTÕES
frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro- 1. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Língua
gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fa- Portuguesa
zendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de com-
petência; O artigo 5º da Constituição Federal compõe todo o capítulo dos
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de direitos e deveres individuais e coletivos do Título II (dos direitos e
fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de garantias fundamentais) da Constituição Federal de 1988. Em con-
1998) sonância com esse artigo, analise as afirmativas a seguir e dê valo-
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária res Verdadeiro (V) ou Falso (F).
da União. ( ) Homens e mulheres são iguais em direitos, mas não em obri-
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado gações.
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na for- ( ) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
ma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Reda- têm aplicação 30 (trinta) dias depois de oficialmente publicadas.
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ( ) Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organi- mano ou degradante.
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, ( ) As ações de “habeas-corpus” e “habeas-data” são gratuitas.
na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias fede- ( ) É livre a manifestação do pensamento e autorizado o ano-
rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) nimato.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car- Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções cima para baixo.
de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as mi- (A) F - F - V - V - F
litares. (B) F - F - F - V - V
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser- (C) F - F - V - F - V
vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além (D) F - F - V - F - F
das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades (E) F - V - V - V - F
de defesa civil.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador 2. IBFC - 2022 - TJ-MG - Oficial Judiciário - Assistente Técnico de
do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a se- Controle Financeiro
gurança dos estabelecimentos penais.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 104, de 2019) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Go- segurança e à propriedade. Acerca dos Direitos e Garantias Funda-
vernadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.    (Re- mentais previstos na Constituição Federal de 1988 (CF/88), assinale
dação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) a alternativa correta.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór- (A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden-
gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
eficiência de suas atividades.       (Vide Lei nº 13.675, de 2018)    Vi- flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, du-
gência rante o dia, por determinação judicial
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des- (B) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre se-
tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme rão comunicados imediatamente ao Ministério Público
dispuser a lei.   (Vide Lei nº 13.022, de 2014) (C) É violável o sigilo da correspondência, de dados e das co-
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór- municações telefônicas, com o objetivo de reparação civil por
gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. sentença transitada em julgado
39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

(D) É direito dos necessitados receber dos órgãos públicos in- Assinale a alternativa correta.
formações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, (A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
inclusive, aquelas imprescindíveis ao sigilo da segurança da so- (B) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
ciedade e do Estado (C) Apenas as afirmativas III e V estão corretas
(E) É reconhecida a instituição do júri, com a organização que (D) Apenas as afirmativas I e V estão corretas
lhe der a lei, assegurada a soberania da decisão judicial e a (E) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
competência para julgamento de todos os crimes com pena
superior a 02 (dois) anos 5. IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Advogado

3. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Profissional Relativamente à segurança pública, como tal prevista na Cons-
tituição Federal da República, assinale a alternativa incorreta.
O artigo 5º da Constituição Federal compõe todo o capítulo dos (A) Aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições
direitos e deveres individuais e coletivos do Título II (dos direitos e definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
garantias fundamentais) da Constituição Federal de 1988. Em con- civil
sonância com esse artigo, analise as afirmativas a seguir e dê valo- (B) Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preserva-
res Verdadeiro (V) ou Falso (F). ção da ordem pública
( ) É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado (C) Compete às polícias civis, ressalvada a competência da
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
( ) Às presidiárias, não são asseguradas condições para que penais, exceto as militares
possam permanecer com seus filhos durante o período de ama- (D) A polícia federal, instituída por lei como órgão permanen-
mentação. te, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
( ) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive destina-se a realizar o patrulhamento ostensivo das rodovias
a de caráter paramilitar. federais
( ) A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. 6. IBFC - 2020 - SAEB-BA - Soldado
( ) XX - ninguém poderá ser compelido a associarse ou a per-
manecer associado. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e
cima para baixo. da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Considerando sua
(A) V - F - V - F - V estrutura, assinale a alternativa que não contém um de seus órgãos.
(B) F - V - F - V - F (A) Guardas Municipais
(C) V - F - F - V - V (B) Polícia Federal
(D) F - F - F - V - V (C) Polícia Rodoviária Federal
(E) F - V - F - F - F (D) Polícias Civis
(E) Polícias militares e corpos de bombeiros militares
4. : IBFC - 2023 - SEAD-GO - Analista Ambiental - Direito
7. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu-
A respeito dos direitos e garantias fundamentais insculpidos na cativo
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, analise as
afirmativas a seguir. De acordo com o disposto na Constituição Federal sobre Segu-
I. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo rança Pública, analise as afirmativas a seguir e dê valores Verdadei-
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran- ro (V) ou Falso (F).
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por ( ) A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
determinação judicial. organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, desti-
II. É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações na-se, dentre outras atribuições, a prevenir e reprimir o tráfico ilíci-
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no pri- to de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho,
meiro caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces- respectivas áreas de competência.
sual penal. ( ) A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e
III. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma
abertos ao público, desde que não frustrem outra reunião anterior- da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
mente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigida prévia ( ) Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sis-
autorização da autoridade competente. tema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segu-
IV. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- rança dos estabelecimentos penais.
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
-se, no último caso, o trânsito em julgado. cima para baixo.
V. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por (A) V - V - V
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante (B) V - F - V
justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previs- (C) F - F - V
tos na Constituição Federal. (D) V - V - F
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

8. IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Analista Judiciário 10. : IBFC - 2022 - PC-BA - Escrivão da Polícia Civil

Considerando o disposto sobre a “Defesa do Estado e das Ins- Acerca dos direitos e garantias fundamentais, especialmente o
tituições Democráticas” (Título V) da Constituição Federal de 1988 direito à liberdade, analise as afirmativas abaixo.
(CF/88), analise as afirmativas a seguir. I. A Constituição assegura a liberdade do exercício de qualquer
I. O Presidente da República pode, ouvido o Congresso Nacio- trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissio-
nal, decretar estado de defesa ou de sítio para restabelecer a ordem nais que a lei estabelecer. A lei infraconstitucional poderá, portanto,
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilida- limitar o seu alcance, fixando condições ou requisitos para o pleno
de institucional. exercício da profissão. II. É assegurado a todos o acesso à informa-
II. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exér- ção e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
cito e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e profissional. Trata-se do direito de informar e de ser informado, ex-
regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob plicitando do direito constitucional à liberdade de informação. III. A
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à locomoção no território nacional em tempo de paz é livre, poden-
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por ini- do qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou
ciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. dele sair com seus bens.
III. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsa- Estão corretas as afirmativas:
bilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública (A) I, II e III
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através da Polícia (B) I e II apenas
Federal e Ministério Público Federal. (C) II e III apenas
Assinale a alternativa incorreta. (D) I e III apenas
(A) I apenas (E) I apenas
(B) II apenas
(C) III apenas
(D) II e III apenas GABARITO
(E) I e III apenas

9. IBFC - 2022 - DPE-MT - Técnico de Apoio Administrativo


1 A
Nos termos do art. 5º, da CF/88, “Todos são iguais perante a 2 A
lei, sem distinção de qualquer natureza (...)”, de modo que a partir 3 C
dessa premissa constitucional, o combate a toda e qualquer forma
de preconceito, especialmente o preconceito racial, está ancorada 4 D
em um dos principais pilares do constitucionalismo moderno, qual 5 D
seja, a compreensão da igualdade que, muito além de um aspecto
meramente formal, deve ter sempre em análise, a busca pela ma- 6 A
terialização dessa premissa isonômica. A partir de então, analise as 7 A
alternativas abaixo e assinale aquela que estiver incorreta.
8 E
(A) Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações,
contudo, a própria Constituição poderá dispensar tratamento 9 B
desigual entre homens e mulheres, sempre que necessário, 10 A
com o intuito de assim, se alcançar na vida real, a isonomia
buscada pelo caput do art. 5º, da CF/88
(B) A prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
critível, sujeitando àquele que o comete à pena, em princípio,
de detenção, podendo essa se transformar em reclusão no de-
curso das investigações
(C) Mesmo sendo um país reconhecidamente laico (resumida-
mente, aquele que não possui religião oficial), a CF/88 determi-
na proteção a religiosidade das pessoas, bem como seus locais
de culto, ao determinar, dentre outros pontos, que é inviolável
a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o li-
vre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias
(D) Segundo o princípio da legalidade previsto no art. 5º, da
CF/88, ninguém, pessoa física ou jurídica, pode ser obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
Desse modo, recentemente, fora acrescentado no citado art.
5º, dispositivo que assegura, nos termos da lei, o direito à pro-
teção dos dados pessoais, inclusive nos meios digitais

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

mento para ter eficácia, violam o princípio da reserva legal? Preva-


PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL lece o entendimento que as normais penais em branco não violam
o princípio da reserva legal, pois a conduta está sendo discrimina-
da na norma penal, apenas que o legislador não tem como colocar
todas as minúcias do tema na lei.
— Legalidade (Art. 5°, XXXIX + Art. 1°, CP + Documentos Inter-
nacionais) Irretroatividade da Lei Penal
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem pré- – A lei penal só se aplica aos fatos ocorridos durante a sua
via cominação legal → real limitação ao poder estatal de interferir vigência, não atingindo fatos anteriores.
na esfera das liberdades individuais. – Existe exceção? Sim, a lei penal mais benéfica ao agente terá
O princípio da legalidade se divide em dois subprincípios: re- aplicação retroativa.
serva legal e anterioridade.
– Reserva legal: não há crime ou pena sem lei em sentido estri- Individualização da Pena (Art. 5°, XLVI, CF)
to, ou seja, diploma legal emanado do Poder Legislativo. – “A lei regulará a individualização da pena”: nenhum caso é
1 – E contravenção penal? A doutrina entende que as contra- idêntico a outro caso, mesmo se for possível realizar a mesma con-
venções/infrações penais também não podem ser aplicadas sem lei. duta criminosa, portanto cabe à lei individualizar a pena conforme
2 – Além da pena, entende-se também que a medida de segu- as circunstâncias inerentes ao caso (reprimenda exata), sendo ve-
rança não pode ser aplicada sem prévia lei. dada uma condenação “genérica” a todos que realizam determina-
Medida legal é outra espécie de sanção penal (resposta dada a da conduta.
alguém por uma infração penal), na qual a culpabilidade não é um – A individualização visa respeitar o princípio da proporciona-
pressuposto, mas sim a periculosidade, ex.: agente não pode ser lidade.
condenado em função de doença mental, porém ele sofre a aplica- – Este princípio não se aplica somente ao Juiz ou Promotor, mas
ção de medida de segurança (tratamento ambulatorial, internação, também em 03 (três etapas).
por exemplo). 1 – Etapa legislativa: o legislador não pode produzir uma nor-
ma que viola a individualização, elaborando uma lei que retire do
– Anterioridade: não há crime ou pena sem lei anterior ao fato Juiz os poderes para fixar parâmetros na aplicação da pena, por
praticado, ex.: a partir de hoje, beber cerveja é crime, porém quem exemplo, (“quem cometeu tal crime terá pena de x anos, sem ex-
bebia até ontem não pode ser criminalizado → a anterioridade gera ceção).
o princípio da irretroatividade da lei penal. 2 – Etapa judicial: o juiz, ao analisar o caso concreto sub judice,
condena ao agente e prossegue à dosimetria da pena, onde ocorre-
Atributos da Lei Penal: a lei penal deve ser: rá a individualização.
I – a norma penal deve ser escrita. Os costumes influenciam 3 – Etapa administrativa (execução penal): o Juiz da execução
no direito penal e servem para aclarar determinados textos (ex.: penal também deve analisar cada caso concreto, de modo a verifi-
repouso noturno). Segundo o MPSP, o costume não pode revogar car quem receberá um benefício, por exemplo.
crime (v. Súmulas 502 e 574, STJ);
II – A norma penal deve ser certa, sem margens de dúvidas Intranscendência da Pena (Art. 5°, XLV, CF)
para sua interpretação; – O efeito penal primário da sentença condenatória não pode
III – Deve ser taxativa, de forma a evitar que a norma seja apli- passar da pessoa do condenado, isto é, somente ele poderá ser pre-
cada a uma gama variada de condutas, violando o princípio da re- so → a morte é uma das causas de extinção de punibilidade (Art.
serva legal; 107).
IV – A norma penal deve ser necessária, uma vez que o direito – Já os efeitos secundários (extrapenais), notadamente a obri-
penal deve ser o último recurso do Estado para proteção do bem gação de reparar o dano e/ou a decretação do perdimento dos bens,
jurídico. podem ser estendidos aos sucessores e contra eles executados, nos
termos da lei, até o limite do valor do patrimônio transferido (limite
Tópicos relevantes do valor da herança).
– Medidas Provisórias em matéria penal, a rigor, a Medida Pro- – Os herdeiros também terão que pagar as multas do condena-
visória não pode tratar de matéria penal (v. Art. 62, § 1º, “b”, CF), do falecido? A multa se insere no efeito penal primário, logo ela não
porém o STF entende que a Medida Provisória pode tratar de ma- passa aos herdeiros, pois estes só recebem os efeitos civis da pena
téria quando beneficiar o infrator (reduzindo penas, discriminando e não os efeitos punitivos.
condutas, por exemplo).
– Normas penais em branco, isto é, as que exigem um comple- Limitação das Penas ou Humanidade (Art. 5°, XLVII) → cláu-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

sula pétrea em julgado do novo crime.


– Não haverá penas: 3 – Revogação da suspensão condicional do processo pela prá-
I – de morte, salvo em caso de guerra declarada; tica de novo crime (Art. 80, Lei 9.099/95): se o agente praticar o
II – de caráter perpétuo; novo crime, o benefício do SURSIS será revogado, mesmo sem o
III – de trabalhos forçados; trânsito em julgado do novo crime.
IV – de banimento; ou – Prisões cautelares não ofendem a presunção da inocência.
V – cruéis.
– “Trabalhos forçados”: contrário ao que se imagina, o trabalho Ofensividade
do preso não é forçado pois o labor do preso não é pena e tampou- – A conduta criminalizada pela Lei deve, necessariamente, ser
co é forçado → o trabalho é um dever, porém ninguém forçará o capaz de ofender significativamente um bem jurídico relevante/im-
preso a trabalhar se não quer. portante para a sociedade. Em outras palavras, o legislador não pode
– “Caráter perpétuo”: a pena não precisa ser explicitamente tipificar uma conduta cotidiana como crime, quando ela não viola um
perpétuo, bastando que ela possua o caráter de perpétuo. bem jurídico relevante para a sociedade (ex.: andar de chinelos).
– É também conhecido como princípio da lesividade.
Presunção de Inocência ou Não-Culpabilidade (Art. 5°, LVII,
CF) Alteridade
– “Ninguém será condenado culpado até o trânsito em julgado – O fato deve causar lesão (ofender) a um bem jurídico de ter-
da sentença penal condenatória’ → regra taxativa. ceiro.
– A presunção de inocência é uma regra probatória (de julga- – Deste princípio decorre que o direito penal não pune a au-
mento), ou seja, somente a certeza da culpa pode gerar a conde- to-infração.
nação → em razão disto, incumbe ao acusador o ônus da prova a 1 – O crime de fraude contra seguro seria uma exceção ao prin-
respeito da culpa pela prática do fato. cípio da alteridade? Não, porque o bem patrimônio protegido não
1 – O ônus da prova não será do acusador quando houver ale- é do ofensor mas sim o da seguradora, que teria que pagar um prê-
gação de excludente de ilicitude ou culpabilidade → neste caso, o mio injustamente.
ônus será do acusado, porém, mesmo se ele não conseguiu provar
uma excludente, o Juiz mesmo assim poderá absolvê-lo, caso en- Confiança
tenda que exista fundada dúvida sobre existência da culpa (Art. – Todos possuem direito de atuar, acreditando que as demais
386, CPP). pessoas irão agir de acordo com as normas que disciplinam a vida
2 – Da presunção decorre o “in dubio pro reo” → havendo dú- em sociedade. Ninguém pode ser punido por agir com essa expec-
vida acerca da culpa, o Juiz deve decidir a favor do réu. tativa.
– A confiança serve como vetor de interpretação nos crimes
– A presunção de inocência também é uma regra de tratamen- culposos, uma vez que nestes crimes o agente viola o dever objetivo
to: o acusado deve ser sempre tratado como inocente, seja na di- de cuidado. A confiança ajuda a analisar se houve descuido ou não.
mensão interna quanto externa.
1 – Dimensão interna: o acusado deve ser a todo tempo trata- Adequação Social
do como inocente dentro da persecução penal (fase de investiga- – Uma conduta, ainda que tipificada em Lei como crime, quan-
ção, processo penal), ex.: prisões antecipadas equivocadas violam a do não afrontar o sentimento social de justiça, não será crime em
presunção de inocência. sentido material, ex.: crime de adultério (mesmo quando estava
2 – Dimensão externa: o acusado, fora da persecução penal, tipificado a sociedade não tratava esta prática como crime).
também deve ser tratado como inocente, ex.: acusado não pode ter – A adequação social é raramente utilizado na jurisprudência.
sua nomeação em cargo público impedida por estar respondendo a
um processo penal. “Non Bis In Idem (Ne Bis In Idem)”
– Ninguém pode ser punido ou sequer processado duas vezes
– “Relativização” da presunção de inocência: o STF, em deci- pelo mesmo fato → não se pode, ainda, utilizar o mesmo fato, con-
sões recentes, adotou o entendimento que, como nenhum princí- dição ou circunstância duas vezes;
pio é absoluto, a presunção da inocência pode ser relativizada para
fins de permitir a execução provisória da pena privativa de liber- Proporcionalidade
dade, mesmo antes do trânsito em julgado da sentença penal con- – As penas devem ser aplicadas de maneira proporcional à
denatória, bastando para tal que a referida tenha sido referendada gravidade do fato, bem como serem cominadas de forma a dar ao
por um tribunal superior, sem prejuízo de eventual REsp ou RExt (v. infrator uma sanção proporcional ao fato abstratamente previsto;
HC 126.292).
Intervenção Penal Mínima (“Última Ratio”)
Questões relevantes – O direito penal não pode ser a primeira opção, devendo ser
1 – Inquéritos policiais e ações penais em curso configuram reservado para casos excepcionais.
maus antecedentes? Não → “É vedada a utilização de inquéritos – Quando a intervenção penal é necessária? Para saber, é ne-
policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.” (Sú- cessário analisar os caráteres fragmentariedade e subsidiarieda-
mula 444, STJ). de;[.
2 – É possível a regressão de regime de cumprimento da pena 1 – Fragmentariedade: o direito penal só deve intervir os bens
pela prática de novo crime? O STF e STJ entendem que o Juiz da exe- jurídicos mais relevantes para a sociedade → fragmento = só uma
cução pode proceder à regressão de regime mesmo sem o trânsito parte.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

2 – Subsidiariedade: O direito penal só vai intervir quando as Tópicos Importantes: Reincidência


demais formas de controle social, incluindo os demais ramos do – A reincidência: prática de um novo crime após o trânsito em
direito, forem insuficientes → atuação “não principal” do direito julgado da sentença condenatória - afasta ou não a aplicação do
penal. princípio da insignificância? Embora polêmico, prevalece o enten-
dimento de que a reincidência, por si só, não afasta o princípio
— Princípio da Insignificância (Bagatela) da insignificância → ela pode ser afastada, todavia, a depender da
análise do caso concreto.
Conceito
– Uma conduta que não ofenda significativamente o bem jurí- Tópicos Importantes: Impossibilidade da Insignificância
dico penal protegido pela norma não pode ser considerado como – Furto qualificado: embora tenha sido pacífico o entendimen-
crime (atipicidade) → a conduta foi realizada no mundo fenomêni- to quanto à não aplicação da insignificância no furto qualificado, recen-
co, porém foi de forma a ser tido como irrelevante. temente os tribunais superiores têm abandonado esta corrente.
1 – Tipicidade formal: a adequação/substanciação do fato à – Crime ambiental: recentemente, os tribunais superiores têm
norma. admitido a aplicação da insignificância aos crimes ambientais, a de-
2 – Tipicidade material: a conduta, além de ser típica, também pender da análise do caso concreto.
deve produzir uma ofensa relevante ao bem jurídico protegido pela – Crimes em que não se aplica a insignificância:
norma → se a conduta não produzir a ofensa relevante, mesmo 1 – Crimes contra a Administração Pública (Súmula 599, STJ),
sendo típica, ela deixa de ser crime. salvo no caso de descaminho (ver acima).
2 – Moeda falsa: o bem jurídico afetado não é o patrimônio de
Requisitos da Insignificância → “Mari” um particular mas sim a fé pública.
– Mínima ofensividade da conduta. 3 – Tráfico de drogas: não há como falar em um reduzido grau
– Ausência de periculosidade social da ação. de reprovabilidade (trata-se de crime hediondo, inclusive).
– Reduzido (ou “reduzidíssimo”) grau de reprovabilidade do 4 – Roubo ou qualquer crime cometido com violência ou grave
comportamento. ameaça à pessoa.
– Inexpressividade da lesão jurídico. 5 – Violência doméstica e familiar contra a mulher (v. Lei Maria
1 – Qual o patamar para que se considere haver insignificância da Penha).
penal? Em linhas gerais, o STF e STJ entendem que o patamar é de
um 1/10 do salário mínimo vigente quando da realização da con- — Disposições Constitucionais Relevantes do Direito Penal
duta → este patamar não é rígido, servindo apenas para auxiliar os
Magistrados na hora da aplicação do princípio. Mandados de Criminalização
– A CF/88 não tipifica condutas, porém ordena que o legisla-
Bagatela Imprópria dor proteja determinadas condutas, trazendo ainda, algumas con-
– Ocorre quando o Juiz, ao verificar que o agente praticou o ato dições.
tipificado ilícito e culpável, deixa de aplicar a pena por entender que 1 – “A prática de racismo constitui crime inafiançável e impres-
a pena é desnecessária. critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei” (Art. 5º, XLII,
Tópicos Importantes: Descaminho (Art. 334) CF).
– Conceito de descaminho: é a conduta do agente que ilude o 2 – “A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
pagamento devido pela entrada, saída ou consumo de mercadoria graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpe-
em nosso país (ex.: trazer um aparelho celular escondido, que foi centes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes he-
adquirido nos EUA). diondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
– Descaminho (Art. 334) ≠ contrabando (Art. 334-A): no des- que, podendo evitá-los, se omitirem” (Art. 5º, XLIII, CF).
caminho, o crime não está na importação do produto, mas apenas 3 – “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru-
na ausência do pagamento devido, ao passo que no contrabando o pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
agente importa produto proibido no país. Estado Democrático” (Art. 5º, XLIV, CF).
1 – O descaminho é um crime que ofende a ordem tributária, – Todos os mandados preveem a inafiançabilidade, isto é, a
ao passo que o contrabando é um crime que ofende a soberania impossibilidade de concessão de fiança, o que não impede, todavia,
nacional, tanto que não se aplica o princípio da insignificância ao a concessão de liberdade provisória, de acordo com STF.
contrabando. – Os crimes de RACISMO e AÇÃO de grupos armados (“Ração)
são imprescritíveis.
– O princípio da insignificância é aplicada ao descaminho, uma 1 – E a injúria racial (Art. 140), seria imprescritível? Existem al-
vez que a lei 10.520/02 estabeleceu uma dispensa para a Fazenda guns julgados que entendem que a injúria racial – que é a ofensa
Nacional, isto é, ela não precisaria executar para cobrar valores ins- dirigida a uma pessoa – seria imprescritível, porém isso não é pa-
critos na dívida ativa que não excedesse R$ 10 mil, logo, se tributa- cífico.
riamente o valor é insignificante, para o penal também será.
– Posteriormente, algumas portarias do MF atualizaram o valor – Os crimes de Tortura, Terrorismo, Tráfico e Hediondos
da dispensa: o STF, consequentemente, aumentou o valor do prin- (“TTTH”) são insuscetíveis de graça ou anistia (institutos relaciona-
cípio, porém o STJ manteve entendimento que o valor da dispensa dos à extinção da punibilidade).
devia ser igual o da lei, ou seja, R$ 10 mil. Recentemente, o STJ pas-
sou a entender que é de R$ 20 mil do tributo sonegado.

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Menoridade Penal ção da lei que está em período de vacatio legis.


– “São penalmente inimputáveis os menores de 18 (dezoito)
anos, sujeito às normas da legislação especial” (Art. 228, CF). Lei Penal Intermediária
– A menoridade é avaliada no momento do crime. Quando se – Suponha que determinado fato foi cometido na vigência da
considera praticado o delito? No momento da conduta, isto é, da lei A. No decorrer da persecução penal sobre o mesmo fato, ad-
ação ou omissão, ainda que outros sejam do resultado (teoria da veio a lei B. Por fim, no momento da sentença penal vigorava a lei
atividade). C, sobre o mesmo assunto → Considerando que a lei B (lei penal
intermediária) é a mais favorável de todas, a questão é: é possível
aplicá-la ao réu? A doutrina entende que sim, pois diante de um
A LEI PENAL NO TEMPO. A LEI PENAL NO ESPAÇO conflito de leis penais no tempo, a regra é a da aplicabilidade da lei
penal mais benéfica, logo possível da aplicação da lei penal inter-
mediária ao réu.
— Lei Penal no Tempo Efeitos da Superveniência (Sucessão) de Leis Penais no Tempo
– Lei nova incriminadora: o fato não era considerado criminoso
Observações Iniciais - ou seja, era um fato atípico - até a sobrevinda de uma nova lei → a
– Teoria da atividade (Art. 4°) → Se considera praticado o de- nova lei incriminadora não retroagirá (v. anterioridade da lei penal).
lito no momento da ação ou da omissão, ou seja, no momento da – “Novatio legis in pejus”: sobrevêm uma nova lei penal incri-
prática da conduta, ainda que o resultado ocorra posteriormente. minadora que não tipifica uma nova conduta porém agrava a situ-
– Princípio da Legalidade: somente lei anterior pode estabele- ação do agente, ex.: aumenta a pena. A lei mais grave não atingirá
cer infrações penais e cominar penas. fatos ocorridos antes de sua vigência, que serão processos sob a
1 – Reserva legal: somente uma lei em sentido estrito (lei for- égide da antiga lei.
mal) pode criminalizar condutas e estabelecer as respectivas penas. – “Novatio legis in mellius”: sobrevêm uma nova lei que de
2 – Anterioridade: uma lei penal só pode se aplicada a uma alguma forma beneficia o agente, abrandando a situação anterior.
determinada conduta se esta for praticada durante a vigência da lei, A lei mais branda será aplicada aos fatos praticados antes de sua
ex.: a partir de amanhã será crime beber cerveja em público, porém entrada em vigor.
você não pode ser processado penalmente por ter consumido uma – “Abolitio Criminis”: sobrevêm uma nova lei que descrimi-
cerveja em público hoje. naliza a conduta praticada pelo agente. A lei que descriminaliza a
conduta será aplicada aos fatos praticados antes de sua entrada em
Sucessão de Leis Penais no Tempo vigor, mesmo se já atingido pela coisa julgada.
– Atividade da lei penal (≠ teoria da atividade) → a lei penal só 1 – A “abolitio criminis” faz cessar a pena e também os efeitos
se aplica enquanto ela vigora, isto é, só se aplica aos fatos ocorridos penais da condenação, ex.: o agente não poderá ser considerado
durante sua vigência. reincidente.
2 – Os efeitos extrapenais continuam, pois são de natureza civil
Exceções à Atividade da Lei Penal (Extratividade da Lei Penal) (ex.: obrigação de reparar o dano).
– Retroatividade: aplicação da lei penal benéfica a um fato pra-
ticado antes de sua vigência. “Abolitio Criminis” Vs. Continuidade Típico-normativo
– Ultra-atividade: aplicação da lei penal benéfica mesmo após – A “abolitio criminis” é a descriminalização da conduta, ao
sua revogação. passo que o fenômeno da continuidade típico-normativa ocorre
1 – Ex.: José comete o crime de furto em 10 de janeiro. Em 10 quando há supressão formal da figura típica com manutenção da
de abril, enquanto José está sendo processado, entra em vigor uma conduta → em outras palavras, o artigo é revogado, porém a con-
nova lei que agrava a pena prevista para o furto. A nova lei, todavia, duta não deixa de ser crime, ou porque ela foi transposta para outro
por ser “maléfica”, não terá efeitos retroativos e o Juiz deve usar artigo ou porque tal conduta já poderia ser tida como crime (ex.:
a lei já revogada para fundamentar eventual sentença penal con- atentado violento ao pudor, cuja conduta foi incorporada ao crime
denatória do José, visto que estava em em vigor no momento da de estupro).
conduta e é mais benéfica que a nova lei. – No fenômeno da continuidade típico-normativa não há “abo-
litio criminis”, uma vez que a conduta praticada permanece tipifica-
Leis Temporárias ou Excepcionais da, tendo sido apenas transposta ou modificada.
– A lei temporária ou excepcional continua regendo fato ocorri-
do durante sua vigência mesmo após sua revogação (Art. 3°). Juízo Competente para a Aplicação da Lei Nova Mais Benéfica
– O “abolitio criminis”, em regra, não ocorre em razão do de- – Se a lei nova mais benéfica entrar em vigor antes da execução
curso natural da lei temporária, porém é possível que o Estado bra- da pena, caberá ao Juiz da condenação aplicá-la, mas se referida, a
sileiro, em caráter excepcional, entenda que determinada conduta norma entra em vigor durante a execução da pena, a competência
regida pela lei temporária não é mais crime e consequentemente a será aplicada pelo Juiz de execução (Súmula 611, STF).
revoga → neste caso, o agente seria beneficiado pela revogação – A doutrina entende que o Juiz da execução só poderá aplicar
expressa, que caracteriza “abolitio criminis”. a nova lei mais benéfica, se esta tratar de mero cálculo aritmético,
Vacatio Legis isto é, se a nova lei não tratar apenas de cálculo aritmético, o con-
– Conceito: período entre a publicação da lei e de sua entrada denado terá que interpor uma revisão criminal.
em vigor, isto é, quando ela começa a produzir efeitos.
– Durante o vacatio legis, a lei não produz efeitos, mesmo se Teoria da Ponderação Unitária
for benéfica. Assim, é possível evitar confusão caso ocorra a revoga- – Hipótese: sobrevém uma lei nova, que traz tanto benefícios
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quanto prejuízos ao réu. Como ela deve ser aplicada? É possível re- nar “momento”, é resultado (“Luta”).
alizar uma mescla à nova lei com a lei anterior? – A teoria da ubiquidade é adotada para solucionar possível
– Pela teoria da ponderação diferenciada, é possível a combi- conflito quanto à possibilidade ou não de aplicação da lei brasileira
nação das duas leis, aplicando apenas as partes benéficas à conduta nos crimes à distância, onde a conduta ocorre em um lugar e o
anterior. resultado é produzido em outro, ex.: agente em Foz de Iguaçu/PR
– Pela teoria da ponderação unitária (global), não é possível dispara uma arma cuja bala atravessa a fronteira e mate uma vítima
combinar as duas Leis, devendo ser aplicada a Lei que, no todo, em Assunção/PA.
seja mais benéfica, sob risco de criar uma lei nova, “Frankenstein” 2 – É possível aplicação da lei penal brasileira no exemplo aci-
→ teoria adotada pelo STF e STJ (Súmula 501, STJ). ma? Sim, porque a conduta foi realizada no Brasil, ainda que o resul-
– Mas qual seria a “melhor” lei? A doutrina entende que cabe tado tenha ocorrido no Paraguai (o inverso seria verdade também).
ao infrator escolher qual lei ele acha mais benéfica para a sua situ-
ação. Regra da Aplicação da Lei Penal Brasileira (Art. 5°)
– A regra é a territorialidade, ou seja, a lei penal brasileira será
Lei Nova Mais Grave e Crimes Continuados e Permanentes aplicada quando a conduta ou o resultado do crime, ocorrer no ter-
– Crime continuado: o agente pratica várias condutas, implican- ritório nacional.
do na concretização de vários resultados, terminando por cometer – Território nacional.
infrações penais de mesmas espécies, em circunstâncias parecidas 1 – Território geográfico/físico:
de tempo, lugar e modo de execução. Aparentando que umas são I – espaço de terra dentro das fronteiras do território nacional;
meras continuações de outras, diante disto, para fins de aplicação II – subsolo;
de pena, criou-se ficção jurídica denominada “crime continuado”, III – Espaço aéreo correspondente;
no qual o Juiz aplicará a pena de um só dos delitos. IV – Em porto ou faixa de mar territorial.
– Crime permanente: o agente comete um único crime que se
protrai/prolonga no tempo (ex.: extorsão mediante sequestro). 2 – Território por extensão: locais que a princípio não seriam
território nacional, porém a lei os consideram como tal:
Obs.: se sobrevier uma nova lei durante o período em que o I – Embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública
crime continuado ou permanente estiver sendo praticado, ela deve ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem.
ser aplicada apenas para beneficiar o agente → a lei nova deve ser II – Aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
aplicada ao crime continuado ou permanente em curso, indepen- propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço
dente se ela beneficia ou prejudica o infrator (Súmula 711, STF); aéreo correspondente ou em alto-mar.
1 – Por que a lei é aplicada de qualquer forma? Não se trata de III – Aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade
retroatividade, pois o agente ainda não havia cessado a prática do privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em
crime. voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar ter-
ritorial do Brasil.
Retroatividade da Lei Penal em Branco no Caso de Alteração
da Norma Complementar Território por Extensão
– Norma Penal em branco: norma penal que depende de com-
plementação para que possa ser validamente aplicada (ex.: Art. 33, Embarcações e aeronaves Aplicação da lei brasileira
Lei de Drogas). brasileiras de natureza pública aonde quer que se encontrem
1 – A norma penal em branco pode ser homogênea (o comple- Embarcações e aeronaves
mento vem da mesma fonte legislativa, ex.: lei) ou heterogênea (o brasileiras a serviço do Aplicação da lei brasileira
complemento vem de outra fonte legislativa, ex.: portaria). (trabalhando para) o governo aonde quer que se encontrem
brasileiro
– Se houver uma alteração na norma penal em branco, apli-
cam-se as regras gerais de retroatividade. Mas e se a alteração for Aplicação da lei brasileira
Embarcações e aeronaves
apenas da complementação, haverá retroatividade? Depende, se se estiverem no espaço aéreo
brasileiras mercantes ou de
for uma complementação não excepcional, ela retroagirá se for correspondente ou em alto-
propriedade privada
benéfica, porém se for uma complementação excepcional, isto é, mar (“mar de ninguém”)
editada em situação de anormalidade econômica ou social que re- Aplicação da lei brasileira
clama uma pronta e segura intervenção do poder público, ela não se estiverem em pouso
retroagirá, mesmo se for mais benéfica ao agente. Embarcações e aeronaves no território nacional ou
estrangeiras de propriedade em voo no espaço aéreo
— Lei Penal no Espaço privada correspondente, e estas em
porto ou mar territorial do
Local do Delito (Crime) Brasil
– Em relação ao lugar do crime, é aplicada a teoria da ubiqui-
dade (Art. 6°), que considera praticado o crime no local em que Exceção à Regra: Extraterritorialidade (Art. 7°)
ocorreu a conduta em todo ou em parte, bem como onde se produ- – Conceito de extraterritorialidade: hipóteses em que a lei pe-
ziu ou se deveria produzir o resultado. nal brasileira é aplicada em crimes que ocorreram totalmente fora
1 – Teoria da ubiquidade ≠ teoria do resultado (tempo do cri- do território nacional.
me) → se a pergunta falar de “lugar”, é ubiquidade, mas se mencio-
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– Extraterritorialidade incondicionada (Art. 7°, I): a lei penal quanto a determinado aspecto, aplica-se o Código Penal.
brasileira será aplicada ao crime ocorrido fora do território nacional
mesmo que o agente tenha sido absolvido no estrangeiro. Princípios do Conflito Aparente de Normas (“P.E.S.C.A.”)
1 – Crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da Re- 1 – Princípio da Especialidade: deve ser utilizado quando há
pública (princípio da defesa ou proteção do interesse nacional). conflito aparente entre duas normas, sendo que uma delas, deno-
2 – Crimes contra o patrimônio ou a fé pública de entes públi- minada “norma especial”, possui todos os elementos da outra (nor-
cos (União, Estados, DF, Municípios, de empresa pública, sociedade ma geral), acrescida de alguns caracteres especializantes. A norma
de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder especial deve prevalecer sobre a norma geral (“lex specialis derro-
Público) (princípio da defesa ou proteção do interesse nacional); gat lex generalis”).
3 – Crimes contra a administração pública, por quem está a 2 – Princípio da Subsidiariedade: uma norma é mais abran-
seu serviço (princípio da defesa ou proteção do interesse nacio- gente que a outra. Para evitar o “bis in idem”, o agente responderá
nal). apenas pelo crime descrito na norma primária, afastando-se a apli-
4 – Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou do- cação da norma subsidiária.
miciliado no Brasil. – A subsidiariedade pode ser expressa (a norma penal subsi-
5 – Que princípio determina a aplicação da lei penal brasileira diária já informa que sua aplicação só será cabível se não for pre-
ao crime de genocídio? Depende, quando o agente for brasileiro vista norma mais grave para o fato) ou tácita (a norma penal não é
será aplicada o princípio da personalidade ativa, ao passo que se expressamente subsidiária, mas seu caráter subsidiário poderá ser
o agente for domiciliado no Brasil será aplicado o princípio do do- aferido no caso concreto).
micílio.
3 – Princípio da Consunção (absorção): o crime-fim absorve os
demais (“lex consumens derrogat lex consumptae”);
Extraterritorialidade condicionada (Art. 7°, II): a lei penal bra- – Crime Progressivo: o agente, querendo praticar determinado
sileira será aplicada ao crime ocorrido fora do território desde que crime, necessariamente tem que praticar um crime menos grave,
preenchidos determinados requisitos → ex.: X quer matar Y e, para tanto, o desfere vários golpes com uma
I – Entrar o agente no território nacional; barra de ferro → X cometeu os crimes de lesão corporal e homicí-
II – Ser o fato punível também no país em que foi praticado dio, porém responderá apenas pelo crime-fim (homicídio), sua in-
(dupla tipicidade); tenção incial.
III – Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasi- – Progressão Criminosa: o agente altera seu dolo, ou seja, du-
leira autoriza a extradição (ex.: crime político não extradita); rante a empreitada criminosa o agente altera sua intenção, ex.: X
IV – Não ter sido o agente (braliseiro) absolvido no estrangeiro só queria lesionar Y com uma barra de ferro, mas após consumir o
ou não ter aí cumprido a pena; e crime desejado (lesão corporal), X muda de ideia e progride para
V – Não ter sido o agente (brasileiro) perdoado no estrangeiro um crime mais grave, matando Y. Ante a ocorrência de progressão
ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a criminosa, X responderá apenas pelo homicídio, que absorve a le-
lei mais favorável; são corporal.
a. Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
reprimir (princípio da justiça nacional); 1 – A progressão criminosa só se verifica se o agente alterar seu
b. Crimes praticados por brasileiro (princípio da personalidade dolo no mesmo contexto fático (ele muda de ideia na hora).
ativa); a. Artefato Impunível: agente pratica fatos que estão na mes-
c. Crimes praticados em (dentro de) aeronaves ou embarca- ma linha causal do crime principal, mas responde apenas pelo cri-
ções brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em me principal, pois se considera que estes fatos anteriores são impu-
território estrangeiro [≠ alto mar] e aí não sejam julgados (princí- níveis, ex.: X quer furtar uma casa e, para tanto, invade a casa. Ele
pio da bandeira ou do pavilhão); responderá pelas invasão? Não, apenas para o furto;
Extraterritorialidade hipercondicionada: crime cometido por b. Pós-fato impunível: agente pratica fatos que, isoladamente
estrangeiro contra brasileiro (princípio da personalidade passiva); considerados, são considerados criminosos, porém, por serem tidos
d. Requisitos: além dos mesmos requisitos que a extraterrito- como desdobramentos naturais ou exaurimento do crime pratica-
rialidade condicionada, necessário também que: do, não são puníveis, ex.: X furta u m aparelho celular, mas após ver
I – não ter sido pedida ou ter sido negada a extradição do in- que o celular é um modelo antigo, o quebra. X não pelo dano cau-
frator; e sado ao quebrar o celular. Ele responderá apenas pelo furto, pois o
II – ter havido requisição do Ministro da Justiça. dano é visto como mero exaurimento do crime.
1 – A requisição do Ministro da Justiça é uma ordem? Não, é – Princípio da Alternatividade: uma mesma norma penal des-
apenas uma autorização, tanto que o MP pode optar por oferecer a creve diversas condutas que são criminalizadas, sendo que a prática
respectiva denúncia. de qualquer uma delas já consuma o delito (não é necessário prati-
car todas), mas a prática de mais de uma das condutas, no mesmo
Conflito Aparente de Normas (Art. 12) contexto fático, não configura mais crime (ex.: estupro) – tipos mis-
1 – É possível que, ocorrendo um fato criminoso, haja dúvida tos alternativos.
acerca de qual norma deve reger o fato, posto que em tese, seria
possível a aplicação de duas ou mais normas ao caso concreto.
2 – Como resolver este conflito? Se existir uma lei especial que
regulamenta o fato, não é necessário aplicar as regras do Código
Penal, ao passo que, se não houver lei especial ou se esta for omissa
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Crime
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
O Código Penal não trouxe expressamente a definição de cri-
me. Já a Lei de Introdução do Código Penal (Decreto-Lei nº 3.914,
— Interpretação e Analogia de 9 de dezembro de 1941), em seu artigo 1º (1ª Parte), definiu cri-
As normas penais em branco são normas que dependem do me como sendo a infração penal que a lei comina pena de reclusão
complemento de outra norma. ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulati-
vamente com a pena de multa.

Norma Penal em branco Norma Penal em branco Decreto-Lei nº 3.914, de 9 de dezembro de 1941
Homogênea Heterogênea Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina
A norma complementar possui pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alter-
o mesmo nível hierárquico A norma complementar nativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção,
da norma penal. Quando não possui o mesmo nível a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
homovitelina, corresponde hierárquico da norma penal. simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
ao mesmo ramo do Direito, Ex. o complemento da lei (Grifo nosso)
ex. Penal e Penal. Quando de drogas está em decreto
heterovitenila, abrange ramos que define substâncias Da análise do respectivo artigo, verifica-se que o legislador
diferentes do Direito, ex. Penal consideradas drogas. apresentou como diferença básica entre o crime e a contravenção,
e Civil. apenas o tipo de pena aplicada.
No entanto, o conceito de crime abrange diversos outros fato-
Outro ponto fundamental é a diferenciação entre analogia e res que precisam ser analisados para uma aplicação efetiva da lei
interpretação analógica: penal, razão pela qual a doutrina analisou a matéria de forma mais
abrangente.
Nesse sentido, a doutrina conceitua o crime sob três aspectos:
A lei penal admite material, formal e analítico.
interpretação analógica para Já a analogia só pode ser
incluir hipóteses análogas utilizada em normas não Conceito Material
às elencadas pelo legislador, incriminadoras, para beneficiar Para este conceito, crime é toda ação ou omissão humana que
ainda que prejudiciais ao o réu. resulta em uma lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico penal-
agente. mente tutelado/ protegido pela lei. Nesta hipótese, leva-se em con-
ta o bem jurídico.
Assim, somente haverá crime, quando a conduta criminosa
provocar um dano ou uma ameaça de dano a um bem jurídico pro-
INFRAÇÃO PENAL: ESPÉCIES. tegido.

Conceito Formal
A teoria geral do crime é matéria de Direito Penal que aborda O conceito formal define o crime como toda conduta humana
de forma específica o conceito de crime e todos os elementos que contrária ao direito, a que a lei atribui uma pena. Ou seja, é o que a
compõe o fato criminoso. lei penal define como tal. A definição de crime neste caso, é aquela
No entanto, antes de tratarmos especificadamente sobre o fornecida pelo legislador.
conceito de crime, necessária a conceituação de Infração Penal para Desta forma, somente haverá crime se a conduta realizada pos-
melhor compreensão da matéria, vejamos: suir perfeita identidade com aquilo que a norma define como crime.

Conceito de Infração Penal

É toda conduta previamente tipificada pela legislação


como ilícita, imbuída de culpabilidade, isto é, praticada pelo agen-
te com dolo ou, ao menos, culpa quando a Lei assim prever tal
possibilidade1. É obrigação do Estado proibir e punir o autor de uma
infração penal. São espécies de infrações penais: os crimes e as con-
travenções.

Espécies de Infração

Quando utilizamos a expressão infração penal esta engloba


tanto o crime (ou delito), como a contravenção penal. Assim, o cri-
me e a contravenção penal são espécies do gênero infração penal.
1 FERREIRA, Gecivaldo Vasconcelos. Teoria do crime em síntese. Revista Jus
Navigandi, Teresina, ano 13, nº 1677..
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Conceito Analítico
Por fim, para o conceito analítico, crime é toda a ação ou omissão, típica, antijurídica e culpável. Verifica-se que este conceito leva em
consideração os elementos do crime/ a estrutura do delito e desta forma, contribui de modo mais decisivo para a melhor visualização dos
problemas e casos penais.
É considerado o único conceito que consegue de fato definir o que seja o crime, e por esta razão, é o conceito adotado majoritaria-
mente pelo Direito Brasileiro.

Elementos do Crime
Sobre os elementos que compõe o crime, a doutrina apresenta duas Teorias:

- Teoria Bipartida (Corrente Minoritária): derivada da teoria finalista, defende que o crime é um fato típico e antijurídico. Ou seja,
considera como elementos do crime, apenas o Fato Típico e a Antijuridicidade/ Ilicitude.
Neste caso, a culpabilidade seria apenas um pressuposto de aplicação da pena.
Esta teoria entende que, por ser o delito uma conduta humana e voluntária, que tem sempre uma finalidade, o dolo e a culpa
são elementos integrantes da conduta (do fato típico).

- Teoria Tripartida (Corrente Majoritária): derivada da teoria clássica /causalista ou naturalista, defende que o crime é todo fato típico,
ilícito e culpável. Ou seja, considera como elementos do crime o Fato Típico, a Ilicitude/Antijuridicidade e a Culpabilidade.
a) Fato Típico: dispõe que o fato (conduta) deve ser enquadrado plenamente no tipo (modelo) descrito na legislação penal.
b) Ilicitude: dispõe que o fato (conduta) deve ser contra o Direito. Por vezes, mesmo que uma pessoa cometa uma conduta típica, há
na lei exceções permissivas para sua conduta, de modo que não há ilicitude da ação. Por exemplo: matar alguém como legítima defesa
estrita, a lei considera que a conduta não é ilícita.
O artigo 23 do CP, dispõe que não há crime quando o agente pratica o fato: em estado de necessidade; em legítima defesa ou em
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
c) Culpabilidade: é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma infração penal. Por essa razão, costuma ser
definida como juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito.
Importante destacar que a culpabilidade verifica se o agente deve ou não responder pelo crime cometido. Na culpabilidade de ma-
neira nenhuma é possível a exclusão do dolo e da culpa ou da ilicitude, uma vez que tais elementos já foram analisados nos elementos
anteriores.
Assim, atualmente a culpabilidade é compreendida como princípio limitador ao direito de punir do Estado, como um critério analisa-
do pelo juiz no momento de aplicação da pena, quando irá se ater a análise de três elementos essenciais: imputabilidade, consciência da
ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.

Contravenção Penal (Lei nº 3.688/41)

É uma infração de menor gravidade. Também fere o ordenamento jurídico, logo, assim como os crimes são fatos típicos e antijurídicos,
mas, como a lesão é menor, o legislador optou por dar tratamento mais sutil àqueles que a cometem. É punido com prisão simples e multa
ou só multa. Possui caráter preventivo, visando a Lei das Contravenções Penais coibir condutas conscientes que possam trazer prejuízo a
alguém. Exemplo: omissão de cautela na guarda ou condução de animais.

Eis as principais diferenças entre crime e a contravenção:

CRIME CONTRAVENÇÃO
É punido com reclusão ou detenção É punida com prisão simples e multa
Pune-se a tentativa A tentativa não é punível
Rege-se pela Lei das Contravenções Penais (Decre-
É determinado pelo Código Penal
to-Lei nº 3.688/41)
As penas privativas de liberdade tem por limite o
A pena de prisão não pode ser superior a 05 anos
tempo de 40 anos.

Objeto do Crime

O objeto do crime pode ser jurídico ou material e se referem ao bem contra o qual é dirigida a conduta criminosa.
- Objeto jurídico: é o bem jurídico, ou seja, interesse ou valor protegido pelo tipo penal. Exemplo: vida, no crime de homicídio (Artigo
121 do Código Penal).
- Objeto material: o objeto é a pessoa ou coisa sobre o qual recai a conduta criminosa. Exemplo: a pessoa que teve sua vida tirada
pela conduta do agente.

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Iter Criminis quando ainda não estiverem inequivocamente vinculados a ela, o


crime permanece em sua fase de preparação.
O iter criminis é uma expressão em latim que pode ser tradu- A execução se inicia com a prática do primeiro ato idôneo e
zida como o caminho do crime, ou seja, trata-se das etapas que o inequívoco para a consumação do delito. (Ato idôneo é o capaz de
crime precisa percorrer até a sua efetiva consumação. produzir o resultado e ato inequívoco é o que, fora de qualquer
Nesse sentido leciona o autor Cezar Roberto Bitencourt2: dúvida, induz ao resultado).
“como em todo ato humano voluntário, no crime a ideia antecede
a ação é no pensamento do homem que se inicia o movimento De acordo com o entendimento de Fernando Capez3 é
delituoso, e a sua primeira fase é a ideação e a resolução crimino- muito tênue a linha divisória entre o término da preparação e a
sa. Há um caminho que o crime percorre, desde o momento que realização do primeiro ato executório. Torna-se, assim, bastante
germina, como ideia, no espirito do agente, até aquele em que difícil saber quando o agente ainda está preparando ou já está
se consuma no ato final. A esse itinerário percorrido pelo crime, executando um crime. O melhor critério para tal distinção é o que
desde o momento da concepção até aquele em que ocorre a con- entende que a execução se inicia com a prática do primeiro ato
sumação, chama-se iter criminis e compõe-se de uma fase interna idôneo e inequívoco para a consumação do delito. Enquanto os
(cogitação) e de uma fase externa (atos preparatórios, executórios atos realizados não forem aptos à consumação ou quando ainda
e consumação), ficando fora dele o exaurimento, quando se apre- não estiverem inequivocamente vinculados a ela, o crime perma-
senta destacado da consumação”. nece em sua fase de preparação. Desse modo, no momento em
que o agente aguarda a passagem da vítima, escondido atrás de
Fases: uma árvore, ainda não praticou nenhum ato idôneo para causar a
morte daquela, nem se pode estabelecer induvidosa ligação entre
O iter criminis possui duas fases: interna e externa, que se sub- esse fato e o homicídio a ser praticado. Por essa razão, somente
dividem em: há execução quando praticado o primeiro ato capaz de levar ao
resultado consumativo e não houver nenhuma dúvida de que tal
Interna ato destina-se à consumação.
- Cogitação: etapa em que o sujeito mentaliza e planeja a práti-
ca do crime. É considerada uma fase interna pois ocorre apenas na - Consumação: etapa de conclusão do crime, onde estão reuni-
mente do agente. dos todos os elementos do tipo penal.
A cogitação não é punível, pois o simples pensamento não con- É quando o agente alcança tudo o que a lei proíbe e para qual
figura um fato típico e antijurídico, sendo irrelevante para o direito estabelece sanção. Exemplo: no crime de homicídio o crime se
penal. consuma quando a vítima morre devida a provocação de outra
pessoa.
Externa
- Preparação: etapa em que sujeito inicia os atos preparatórios ATENÇÃO:
para a execução do crime. Ex: Seleciona os instrumentos para alcan-
çar o resultado pretendido; procura o local mais adequado. Exaurimento: Situações onde após a consumação do delito,
A preparação não é uma fase obrigatória. Nesta etapa o agen- subsistem efeitos lesivos derivados da conduta do autor.
te ainda não começou a realizar a conduta prevista no tipo penal, Ex: Crime de corrupção passiva: se consuma com a solicitação
por isso, em regra a preparação não é punível. de vantagem indevida. Exaure-se com o recebimento da vantagem
indevida.
Mas atenção: Se os atos de preparação constituírem crime au- - Crime de extorsão mediante sequestro: se consuma com o
tônomo, a preparação será punível. Ex. Formação de associação ataque à vítima. Exaure-se com o recebimento do resgate.
criminosa (Art. 288, CP), cuja reunião (associar-se), em tese um ato O exaurimento não compõe o iter criminis, que se encerra com
preparatório é crime autônomo / Petrechos para falsificação de a consumação. Somente servirá para a dosimetria da pena, poden-
moeda (Art. 291) – onde os atos preparatórios (fabricar, adquirir do funcionar como qualificadora ou ainda como causa de aumento
aparelhos para falsificação) também é crime autônomo. de pena. Ocorre apenas em alguns delitos.
Trata-se de casos excepcionais, chamado de crimes-obstáculo.
CP - Corrupção passiva
- Execução: etapa em que o sujeito começa a realizar os atos Art. 317 – (...)
para prática efetiva do crime. Inicia-se a agressão ao bem jurídico § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da
e a realização concreta dos elementos constitutivos do tipo penal, vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
tornando o fato punível. O agente age com dolo de agressão. qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
Assim, a execução está ligada ao verbo de cada tipo. Quando
o agente começa a praticar o verbo do tipo, inicia-se a execução.
Nesse momento, o crime poderá ser consumado (art. 14, I, do
CP) ou tentado (art. 14, II, do CP).

Observação: Limite entre atos preparatórios e de execução:


enquanto os atos realizados não forem aptos à consumação ou
2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. Parte geral. 17ª. Ed. 3 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. V.1. Parte geral.12ª ed. São
Rev. Ampl e atual. São Paulo: Saraiva, 2012. Paulo: Saraiva.
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Teoria do Tipo ficar etc.). São aqueles que independem de juízo de valor, existem
concretamente no mundo (ex.: mulher, coisa móvel, filho etc.). Se
Os tipos penais são modelos criados pela lei, por meio dos um tipo penal possui somente elementos objetivos, ele oferece se-
quais as condutas consideradas indesejáveis pelo senso comum gurança máxima ao cidadão, visto que, qualquer que seja o apli-
(de acordo com o entendimento do legislador) são descritas taxa- cador da lei, a interpretação será a mesma. São chamados de tipo
tivamente como crimes, com a finalidade de dar aos indivíduos a normal, pois é normal o tipo penal que ofereça segurança máxima;
garantia maior do princípio da reserva legal. 2 - Elementos subjetivos: compõem-se da finalidade especial
O tipo é o modelo genérico e abstrato descritivo da conduta do agente exigida pelo tipo penal. Determinados tipos não se sa-
contido na lei. tisfazem com a mera vontade de realizar o verbo. Existirá elemento
de ordem subjetiva sempre que houver no tipo as expressões “com
Observação: TIPO e TIPICIDADE não se confundem, pois tipo é a finalidade de”, “para o fim de” etc. (ex.: rapto com fim libidino-
uma figura que resulta da imaginação do legislador, enquanto juízo so etc.). O elemento subjetivo será sempre essa finalidade especial
de tipicidade é a averiguação que sobre uma conduta se efetua para que a lei exige. Não confundir o elemento subjetivo do tipo com o
saber se apresenta os caracteres imaginados pelo legislador.4 elemento subjetivo do injusto, que é a consciência do caráter inade-
Existem tipos penais incriminadores ou legais e tipos penais quado do fato, a consciência da ilicitude;
permissivos ou justificadores. Os tipos incriminadores são os que 3 - Elementos normativos: é exatamente o oposto do elemento
trazem a definição legal de uma conduta criminosa, ou seja, são os objetivo. É aquele que depende de interpretação para se extrair o
tipos penais propriamente ditos. Já os tipos permissivos, são as cau- significado, ou seja, é necessário um juízo de valor sobre o elemen-
sas de exclusão da ilicitude, pois é descrita uma conduta permitida. to. São elementos que trazem possibilidade de interpretações equí-
O tipo legal é composto de elementares e circunstâncias. vocas, divergentes, oferecendo um certo grau de insegurança. São
- Elementar: Vem de elemento, que é todo componente essen- chamados de tipos anormais porque possuem grau de incerteza,
cial do tipo sem o qual este desaparece insegurança.
ou se transforma em outra figura típica.
Justamente por serem essenciais, os elementos estão sempre Existem duas espécies de elementos normativos:
no caput (cabeça) do tipo incriminador (texto da lei penal), por isso 3.1) elemento normativo jurídico: é aquele que depende de in-
o caput é chamado de tipo fundamental. (Exemplo: art. 121, matar terpretação jurídica (ex.: funcionário público, documento etc. Todos
alguém. Matar é elementar do tipo). esses vêm definidos na lei);
- Circunstância: É aquilo que não integra a essência, ou seja, se 3.2) elemento normativo extrajurídico ou moral: é aquele que
for retirado, o tipo não deixa de existir. depende de interpretação não jurídica (ex.: mulher “honesta”).
As circunstâncias estão dispostas em parágrafos (ex.: qualifi-
cadoras, privilégios etc.), não servindo para compor a essência do Circunstâncias do crime
crime, mas sim para influir na pena. São circunstâncias do crime determinados dados que, agrega-
O crime será mais ou menos grave em decorrência da circuns- dos à figura típica fundamental, têm função de aumentar ou dimi-
tância, entretanto será sempre o mesmo crime (Exemplo: furto du- nuir suas consequências jurídicas, em especial a pena. É aquilo que
rante o sono noturno; o sono é circunstância, tendo em vista que, não integra a essência, ou seja, se for retirado, o tipo não deixa de
se não houver, ainda assim existirá o furto). existir.
A prática do crime contra ascendente é circunstância que agra-
Elementos e Circunstâncias do Crime va a pena dos crimes dolosos (agravante genérica) e o homicídio
praticado por asfixia contém uma circunstância qualificadora. O
Elementos fato de o agente ter praticado o crime sob a influência de multidão
São requisitos específicos do delito os elementos, elementa- em tumulto, se não o provocou, é circunstância atenuante de qual-
res ou, como impropriamente a lei se refere no art. 30 do Código quer delito e a prática do homicídio por relevante valor moral é cir-
Penal, as circunstâncias elementares. Esses elementos são as vá- cunstância que causa diminuição de pena nesse ilícito. Inexistentes
rias formas que assumem os requisitos genéricos nos diversos tipos essas circunstâncias, o crime permanece, desaparecendo apenas a
penais. É o verbo que descreve a conduta, o objeto material, os su- agravação ou atenuação da pena.
jeitos ativo e passivo, etc. inscritos na figura penal. Inexistente um O tipo legal é composto de elementares e circunstâncias.
elemento qualquer da descrição legal, não há crime.
Justamente por serem essenciais, os elementos estão sempre As agravantes estão no art. 61, e sempre incidem, salvo quan-
no caput (cabeça) do tipo incriminador (texto da lei penal), por isso do constituam ou qualifiquem o crime, quando coincidam com uma
o caput é chamado de tipo fundamental. (Exemplo: art. 121, matar causa de aumento ou quando isentem de pena:
alguém. Matar é elementar do tipo). a) Reincidência: Diz o art. 63 que o agente é considerado rein-
cidente se, após ser condenado por um crime por sentença transi-
Espécies de Elemento tada em julgado, no país ou no exterior, comete novo crime; seus
efeitos não perdurarão após o prazo de 5 anos a partir da data de
1 - Elementos objetivos ou descritivos: são aqueles cujo signifi- cumprimento ou extinção da pena, computando-se o período de
cado depende de mera observação. Para saber o que quer dizer um prova do sursis e do livramento condicional, se não tiver ocorrido
elemento objetivo, o sujeito não precisa fazer interpretação. Todos revogação (art. 64, I) e não sendo considerados os crimes políticos
os verbos do tipo constituem elementos objetivos (ex.: matar, falsi- e os militares próprios (art. 64, II). De se salientar que o art. 7º da
4 MASSON, Cleber. Direito Penal. Vol.1. Parte Geral. Editora Método. 8ª edição. LCP complementa o conceito de reincidência ao estabelecer que ela
2014. também se dá se o agente comete nova contravenção após o trân-
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

sito em julgado da sentença condenatória no estrangeiro por qual- de 70 anos ou que esteja com sua situação física prejudicada pela
quer crime ou no Brasil por crime ou contravenção; é provada pela sua condição específica; enferma é a pessoa doente sem condições
certidão judicial do trânsito em julgado da sentença condenatória; de se defender;
b) Ter o agente cometido o crime: - Quando o ofendido estava sob a imediata proteção de au-
- Por motivo fútil ou torpe (fútil é o motivo insignificante, que toridade: Baseia-se no desrespeito à autoridade, sendo exemplos
guarde desproporção com o crime praticado; torpe é o motivo vil, desse tipo de vítima o preso ou o doente mental recolhido a esta-
abjeto, que demonstra grau extremo de insensibilidade moral do belecimento oficial;
agente); - Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer
- Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impu- calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido: Aqui o
nidade ou vantagem de outro crime: Tem-se aí uma conexão, que agente deve se aproveitar de modo consciente e voluntário da situ-
pode ser de dois tipos: teleológica (para facilitar ou assegurar a exe- ação calamitosa para dificultar a defesa da vítima ou par facilitar a
cução de outro crime) ou consequencial (o crime é praticado para sua impunidade;
garantir a ocultação, impunidade ou vantagem de outro); - Em estado de embriaguez preordenada: Aqui o agente se
- À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro embriaga propositadamente para cometer crimes, sendo este real-
recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido: mente o campo de atuação da teoria da actio libera in causa (ação
Relativo à forma de realização do crime. Na traição ocorre uma livre na sua causa).
deslealdade; a emboscada se dá quando o agente se esconde para
atacar a vítima de surpresa (tocaia); a dissimulação é a utilização Há discussão sobre se as agravantes do inciso II do art. 61 do CP
de artifícios para se aproximar da vítima, encobrindo seus desíg- seriam aplicadas somente aos crimes dolosos ou a todos os crimes,
nios reais; por fim, o legislador usou uma fórmula genérica (outro já que a lei não faz distinção. O art. 62, CP relaciona as agravantes
recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido), no concurso de pessoas, quando o agente:
permitindo a interpretação analógica ou extensiva; a) Promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a ati-
- Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro vidade dos demais agentes: Atinge aquele que promove a união do
meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum: grupo, ou é o seu líder, ou ainda atua como mentor intelectual do
Relativo ao meio. O legislador escolheu alguns meios como paradig- crime;
ma, utilizando, em seguida, a expressão que possibilita a interpreta- b) Coage ou induz outrem à execução material do crime: A 1ª
ção extensiva. Meio insidioso é aquele dissimulado em sua eficiên- parte trata da coação, que pode ser moral ou física, resistível ou ir-
cia maléfica; meio cruel é o que aumenta inutilmente o sofrimento resistível, sendo que o coator responderá pelo crime praticado pelo
da vítima ou revele uma brutalidade anormal; perigo comum é o executor direto (com a pena agravada) e mais o constrangimento
provocado por uma conduta que expõe a risco a vida ou o patrimô- ilegal, ou se for o caso, o crime do art. 1º, I, b, da Lei n. 9455/97; a 2º
nio de um número indefinido de pessoas; parte, fala daquele que insinua, inspira outrem a praticar o crime;
- Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge: Revela c) Instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua
uma maior insensibilidade do agente; aplica-se a qualquer forma autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade
de parentesco (legítimo ou ilegítimo, consanguíneo ou civil); não in- pessoal: Instigar é reforçar uma ideia delituosa já existente; deter-
cide quando a relação de parentesco for elementar do crime, como minar é mandar, ordenar; o executor deve estar sujeito à autori-
no caso do infanticídio e não se estende ao concubino pela proibi- dade do agente ou não ser punível por alguma qualidade pessoal
ção da analogia in malam partem. (menoridade, doença mental, etc.);
- Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações do- d) Executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou pro-
mésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Funda-se na quebra messa de recompensa: A paga é anterior ao crime; a recompensa é
de confiança que a vítima tinha no agente; o abuso de autoridade posterior a ele.
se dá quando o agente excede ou faz uso ilegítimo do poder de fis-
calização, assistência, instrução, educação ou custódia derivado de Os artigos 65 e 66 do CP, tratam das circunstâncias atenuantes;
relações familiares, de tutela, de curatela ou mesmo de hierarquia o artigo 65 estabelece um rol, saber:
eclesiástica, referindo-se somente às relações privadas, pois, quan- a) Ser o agente menor de vinte e um anos, na data do fato, ou
to às públicas, existe lei especial; relações domésticas são as que se setenta anos, na data da sentença: Refere-se à sentença de 1º grau;
estabelecem entre pessoas de uma mesma família, frequentadores a menoridade para efeitos penais prevalece ainda que já tenha ha-
habituais da casa, amigos, empregados, etc.; relação de coabitação vido emancipação;
é a que se dá quando duas ou mais pessoas vivem sob o mesmo b) O desconhecimento da lei apesar de inescusável e não isen-
teto; por fim, a relação de hospitalidade ocorre quando a vítima tar de pena (art. 21), a ignorância serve para atenuá-la;
recebe o agente para permanência em sua casa por certo período c) ter o agente cometido o crime: Por motivo de relevante valor
(visita, pernoite, convite para uma refeição, etc.); moral ou social: Valor moral relaciona-se com um interesse indivi-
- Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, dual que encontra certo respaldo na sociedade (Exemplo: matar o
ofício, ministério ou profissão: nos primeiros casos, ao praticar o estuprador da filha); já o valor social refere-se a um interesse co-
crime, o funcionário que exerce o cargo ou ofício infringe os deveres letivo (Exemplo: invadir o domicílio de um traidor da Pátria); Pro-
inerentes a eles; ministério relaciona-se com atividades religiosas; curado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
profissão é a atividade especializada, remunerada, intelectual ou crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do
técnica; julgamento, reparado o dano: Na 1ª parte, trata-se de um arrepen-
- Contra criança, velho, enfermo ou mulher grávida: Funda-se dimento em que o agente, após a consumação, consegue evitar ou
na maior vulnerabilidade destas pessoas; criança, segundo o ECA, é minorar as consequências, o que não se confunde com o arrependi-
a pessoa com até 12 anos incompletos; velho é a pessoa com mais mento eficaz (art. 15), o qual exige que o agente impeça a produção
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do resultado, nem com o arrependimento posterior (art. 16), que incide antes do recebimento da inicial acusatória em crimes cometidos
sem violência ou grave ameaça a pessoa; na 2ª parte, o agente deverá ter reparado o dano até a sentença de 1º grau;
d) Cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de
violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima: A coação, moral ou física, tem que ser resistível, pois, se irresistível, excluirá a pró-
pria conduta quando física, ou a culpabilidade quando moral (art. 22, 1ª parte); a ordem de autoridade superior a ser cumprida deve ser
manifestamente ilegal, porque, não o sendo, excluirá a culpabilidade (art. 22, 2ª parte); apesar de a emoção e a paixão não excluírem a
imputabilidade (art. 28, I), reduz-se a pena em caso de influência de violenta emoção provocada por ato injusto da vítima, sendo que, se
for uma agressão injusta, poderá haver legítima defesa, e, ainda, deve-se diferenciar esta atenuante da hipótese de homicídio privilegiado
que se configura quando o sujeito atua sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima;
e) Confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime: A confissão aqui deve ter sido espontânea, a demonstrar
um arrependimento, por exemplo; não incidindo ainda se o agente confessa o crime durante o inquérito e, depois, se retrata em juízo;
f) Cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou: O agente deve ter cometido o crime sob a influência
de multidão em tumulto e não pode ter provocado este último – exemplo: brigas com grande número de pessoas. Quanto ao art. 66, traz
uma atenuante inominada, que deve ser levada em consideração sempre que o juiz entenda haver uma circunstância relevante, anterior
ou posterior ao crime, ainda que não prevista em lei.

SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃO PENAL

Sujeito Ativo e Passivo da Infração Penal

O sujeito ativo é a pessoa que realiza, ainda que indiretamente, o verbo do tipo, ou seja, que pratica a ação criminosa. Pode fazê-lo
sozinho ou em concurso com outras pessoas.
Denomina-se autor aquele que sozinho ou em coautoria realizam o verbo do tipo. O partícipe é aquele que, embora não realize o
verbo do tipo, contribui para sua realização.
Há ainda o autor intelectual, que é aquele que, embora não execute a ação delituosa, planeja ou dá ordem para que se realize. Ex:
mandante de crime
Tem-se ainda o autor mediato que é aquele que usa de outra pessoa, sem discernimento para a realização do crime. Ex: sujeito pede
para uma criança de quatro anos colocar veneno no copo de seu desafeto, dizendo à criança que se trata de açúcar.
O partícipe pode ser material, quando ajuda materialmente na realização do crime, por exemplo, empresta a arma. Pode ainda ser
moral, quando induz ou instiga a prática delituosa.
Para ser sujeito ativo, contudo, se faz necessário possuir capacidade penal, que é capacidade para que o sujeito se torne sujeito de
direitos e obrigações penais. Tal capacidade precisa estar presente no momento da ação ou da omissão, ou seja, no momento da prática
delituosa.
Em regra, somente as pessoas naturais podem ser sujeitos ativos dos crimes, porém, há casos em que a pessoa jurídica pode figurar
nessa posição.
A Constituição Federal atribui à pessoa jurídica responsabilidade nos crimes contra a ordem econômica e financeira, nos crimes contra
a economia popular e nos crimes contra o meio ambiente.
Por falta de regulamentação legal nos demais casos, o STF somente tem entendido haver a responsabilidade da pessoa jurídica nos
crimes ambientais, visto que a Lei n° 9.605/98 trouxe previsão legal a esse respeito, veja-se:

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei,
nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão cole-
giado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou
partícipes do mesmo fato.

O sujeito passivo, como já dito anteriormente, é o titular do bem jurídico lesado. O Estado sempre será sujeito passivo dos delitos,
porquanto toda atividade criminosa o atinge em maior ou menor grau, por isso diz-se que ele é sujeito passivo indireto, formal ou mediato.
Porém, há crimes em que ele figura como sujeito passivo direto, como nos crimes contra a Administração Pública.
A pessoa jurídica também pode ser sujeito passivo de crimes mas, é preciso que haja compatibilidade com a sua natureza. Assim, ela
pode ser sujeito passivo do crime de difamação mas, não pode ser do crime de homicídio.
Há os chamados crimes vagos, em que o sujeito passivo não possui personalidade jurídica.

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

tendo um crime, isto é, praticando uma conduta expressamente


TIPICIDADE, ILICITUDE, CULPABILIDADE, PUNIBILIDA- proibida pela lei, a conduta do agente não será considerada ilícita.
DE. EXCLUDENTES DE ILICITUDE E DE CULPABILIDADE As causas de exclusão da ilicitude (também chamadas de cau-
sas justificantes ou descriminantes) podem ser:
- causas legais: são as quatro previstas em lei (estado de
Ilicitude ou Antijuridicidade necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e
o exercício regular de direito);
A ilicitude, também conhecida como antijuricidade é a contra- - causas supralegais: são aquelas não previstas em lei, que
dição entre a conduta e o ordenamento jurídico, consistindo na prá- podem ser admitidas sem que haja colisão com o princípio da
tica de uma ação ou omissão ilegal. Todo fato típico, em princípio, reserva legal, pois aqui se cuida de norma não incriminadora. Ex.
também é ilícito. O fato típico cria uma presunção de ilicitude. É Consentimento do ofendido - colocação de piercing; não se trata
o caráter indiciário da ilicitude. Se não estiver presente nenhuma de crime de lesão corporal, pois há o consentimento do ofendido.
causa de exclusão da ilicitude, o fato também será ilícito, confir-
mando-se a presunção da ilicitude. Existem também causas excludentes específicas, previstas na
própria Parte Especial do Código Penal, e que somente são aplicá-
Espécies de Ilicitude veis a determinados delitos:
- formal: o fato será formalmente ilícito quando contrariar o a) no aborto para salvar a vida da gestante ou quando a gravi-
ordenamento jurídico. Trata-se da mera contrariedade ao ordena- dez resulta de estupro (art. 128, I e II);
mento jurídico. b) nos crimes de injúria e difamação, quando a ofensa é irro-
Neste caso, desde que ausentes as causas de justificação/ex- gada em juízo na discussão da causa, na opinião desfavorável da
cludentes de ilicitude, o fato será ilícito, independentemente se a crítica artística, literária ou científica e no conceito emitido por fun-
sociedade o reputa reprovável ou não. cionário público em informação prestada no desempenho de suas
- material: o fato será materialmente ilícito quando, além con- funções;
trariar o ordenamento jurídico, também contrariar o sentimento de c) na violação do domicílio, quando um crime está ali sendo
justiça da sociedade. cometido (art. 150, § 3º, II).
Deve promover uma lesão ou perigo de lesão relevante ao bem
jurídico tutelado. (tipicidade material) São causas excludentes de ilicitude, previstas no artigo 23 do
- subjetiva: o fato só é ilícito se o agente tiver capacidade de Código Penal: o estado de necessidade; a legítima defesa; o estrito
avaliar seu caráter criminoso (para essa teoria, inimputável não co- cumprimento de dever legal e o exercício regular de direito, senão
mete fato ilícito); vejamos:
- objetiva: independe da capacidade de avaliação do agente.
Nosso sistema adota essa teoria - porque o inimputável comete fato Excesso Punível
ilícito. Os atos praticados em estado de necessidade, legítima defesa,
A antijuridicidade é sempre objetiva porque independe da cul- estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular do direi-
pabilidade do agente. Exemplo: menor pode praticar fato antijurí- to, devem ser proporcionais à agressão sofrida, sendo vedada pela
dico, contudo não responde porque não tem culpabilidade. Crime, legislação a ação exagerada ou desproporcional. Entende-se como
sob o aspecto analítico, é um fato típico e antijurídico. A ilicitude é desproporcional toda conduta praticada além do necessário para
o segundo requisito do crime. fazer cessar uma ação injusta.
O agente no caso de ação exagerada ou desproporcional, em
Teoria do Caráter Indiciário da Ilicitude qualquer caso de excludente da ilicitude, responderá pelo excesso
Para Max Ernest Mayer, a ilicitude é a ratio cognoscendi da tipi- doloso ou culposo. (Excesso Punível)
cidade, ou seja, o fato típico está numa etapa diferente da ilicitude. O excesso punível está previsto no parágrafo único do artigo
O fato típico cria uma presunção de ilicitude, que pode ser quebra- 23 do CP.
da pelas causas de exclusão de ilicitude. (teoria adotada no Brasil).
Essa teoria opõe-se à teoria da ratio essendi de Edmund Mez- a) Excesso doloso: neste caso o agente tem consciência dos
ger, que sustenta que a ilicitude pertence à tipicidade; que ambas limites permitidos pela lei, mesmo assim comete o excesso.
estão fundidas (teoria dos elementos negativos do tipo). Ex.: uma pessoa inicialmente estava em legítima defesa con-
Dessa forma, estudamos a ilicitude por suas excludentes e não segue desarmar o agressor e, na sequência, o mata. Responde por
por seus elementos. homicídio doloso.
b) Excesso culposo: (excesso inconsciente, ou não intencional):
Causas Excludentes de Ilicitude ou Antijuridicidade é o excesso que deriva de culpa em relação à moderação, e, para
alguns doutrinadores, também quanto à escolha dos meios neces-
A ilicitude pode ser afastada por determinadas causas, cha- sários.
madas de causas excludentes de ilicitude. Quando isso ocorre, o Ocorre quando o agente, reagindo contra a agressão, excede os
fato permanece típico, mas não há crime, excluindo-se a ilicitude, limites da causa justificante por negligência, imprudência ou impe-
e sendo ela requisito do crime, fica excluído o próprio delito; em rícia, respondendo por crime culposo.
consequência, o sujeito deve ser absolvido; Obs. O resultado lesivo causado deve estar previsto em lei
Assim, apesar de todo crime em um primeiro momento, ser como crime culposo, para que o agente possa responder.
considerado um ato ilícito, haverá situações em que mesmo come-

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Segue dispositivo do CP que trata da matéria: ceiro (não há necessidade de autorização da terceira pessoa que
EXCLUSÃO DE ILICITUDE está em perigo)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: - Perigo não provocado voluntariamente: a pessoa que dá
I - em estado de necessidade; causa a uma situação de perigo, não pode invocar o estado de ne-
II - em legítima defesa; cessidade para afastá-la. Aquele que provocou o perigo com dolo
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício re- não age com estado de necessidade porque tem o dever jurídico de
gular de direito. impedir o resultado.
- Inevitabilidade do comportamento lesivo: o sacrifício do bem
EXCESSO PUNÍVEL jurídico é o único meio para salvar direito próprio ou de terceiros.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste O agente deve ter conhecimento da situação justificante, ou seja,
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. deve saber que está lesando um bem jurídico para salvar outro.
- Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo (CP- Art.24,
Estado de Necessidade § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever
legal de enfrentar o perigo). Ex. Bombeiro / Salva-Vidas, etc.
Estado de necessidade é uma situação de perigo atual de in- - Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado: é ne-
teresses protegidos pelo direito, em que o agente, para salvar um cessário existir proporcionalidade entre a gravidade do perigo que
bem próprio ou de terceiros, não tem outro meio senão o de lesar ameaça o bem jurídico do agente ou alheio e a gravidade da lesão
o interesse de outrem; perigo atual é o presente, que está aconte- causada pelo fato necessitado.O bem protegido deve ser de maior
cendo; iminente é o prestes a desencadear-se. ou igual valor ao sacrificado. (Justificante)
O estado de necessidade é uma causa de exclusão de ilicitude e
encontra-se tipificado no art. 24 do CP. Segue dispositivo do CP que trata da matéria:
Consiste em uma conduta lesiva praticada para afastar uma si-
tuação de perigo. O Código Penal não especificou exatamente o que ESTADO DE NECESSIDADE
seria perigo ou quais seriam as suas hipóteses, muito embora foi Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica
claro ao exigir que o perigo deve ser atual (deve estar acontecendo o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vonta-
no momento que o agente pratica a conduta), inevitável (não havia de, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
outra forma de salvar aquele bem jurídico) e involuntário (o perigo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
não deve ter sido provocado pelo agente). § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o
dever legal de enfrentar o perigo.
Espécies § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
O Estado de Necessidade pode ser: ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
- Justificante: neste caso o bem jurídico protegido deve ser
de valor maior do que o bem jurídico sacrificado. Ex. Dano em um Legítima Defesa
veículo para salvar uma criança (bem sacrificado (patrimônio) tem
valor menor que o bem protegido (vida da criança) - não incorrerá Trata-se de causa de exclusão da ilicitude consistente em repe-
no crime de dano. lir injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio,
- Quando o bem sacrificado for de maior valor, subsistirá o cri- usando moderadamente dos meios necessários. É o direito de rea-
me, admitindo- se no máximo a diminuição de pena. (Adotado pelo ção a uma agressão atual ou iminente e injusta.
CP). A Lei 13.964/2019 incluiu parágrafo único ao 25 do CP que tra-
(CP - art.24, § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do ta da Legítima Defesa, para dispor que considera-se também em
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços) legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão
- Exculpante: neste caso o bem jurídico sacrificado é de igual ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de
ou maior valor do que o bem jurídico protegido. Nesse caso fala-se crimes.
em excludente de culpabilidade e não de ilicitude. (Inexigibilidade
de conduta diversa). Ex. Em um naufrágio, “A” mata “B” para ficar Requisitos da Legítima Defesa
com a única boia - Patrimônio (protegido) x vida (sacrificado). - Agressão injusta atual ou iminente: não pode ser uma sim-
ples provocação. Não se admite a legítima defesa contra provoca-
Requisitos do Estado de Necessidade: ção, tendo em vista que provocação (insulto, ofensa ou desafio) não
- Perigo atual ou iminente: deve estar acontecendo naquele é o suficiente para gerar o requisito legal, que é a agressão. Exce-
momento ou prestes a acontecer. ção: provocação pode justificar uma reação quando for insistente
Quando, portanto, o perigo for remoto ou futuro, não há o es- tornando-se assim uma agressão, respeitada a moderação.
tado de necessidade. Obs. Se o ataque é comandado por animais irracionais, não é
Pode ser causado por comportamento humano, animal e até legítima defesa e sim estado de necessidade.
mesmo fatos da natureza. - Defesa de um direito próprio ou alheiro (de terceiros): é legí-
- Perigo deve ameaçar um bem jurídico próprio ou um direito tima defesa própria quando o sujeito está se defendendo e legítima
alheio (terceiro): abrange qualquer bem protegido pelo ordena- defesa alheia quando o sujeito defende terceiros. Pode-se alegar
mento jurídico. Se o bem não for tutelado pelo ordenamento, não legítima defesa alheia mesmo agredindo o próprio terceiro (ex.: em
se admite estado de necessidade. caso de suicídio, pode-se agredir o terceiro para salvá-lo).
a)Estado de necessidade próprio: para salvar direito próprio. - Meios necessários, usados moderadamente: meios neces-
b) Estado de necessidade de terceiro: para salvar direito de ter- sários são aqueles que estão ao alcance do agente para repelir a
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agressão injusta. Devem ser utilizados moderadamente (a agressão Pergunta: Cabe legítima defesa real contra legítima defesa sub-
dever ser repelida de forma moderada, ou seja, dever haver propor- jetiva?
cionalidade e razoabilidade em sua conduta e na escolha do meio Resposta: Em tese caberia, pois, a partir da continuidade da
a ser utilizado). agressão a vítima se torna agressora.
Caso haja outros meios menos lesivos, o meio escolhido deixa Para a jurisprudência, entretanto, não é aceita quando o ex-
de ser considerado necessário, passando a legítima defesa a se tor- cesso for repelido pelo próprio agressor, porque não pode invocar
nar uma agressão. a legítima defesa quem iniciou a agressão, mas o excesso pode ser
- Animus Defendendi: (requisito subjetivo) o sujeito deve ter repelido por terceiro.
consciência de que está se defendendo de uma agressão injusta.
Deve atuar com vontade de se defender agressão injusta. Segue dispositivo do CP que trata da matéria:

Espécies de legítima defesa LEGÍTIMA DEFESA


- Legítima defesa real: quando a agressão injusta efetivamente Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando mode-
estiver presente radamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou
- Legítima defesa putativa: é a legítima defesa imaginária. É a iminente, a direito seu ou de outrem.
errônea suposição da existência da legítima defesa por erro de tipo Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput
ou erro de proibição. Os agentes imaginam haver agressão injusta deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de
quando na realidade esta inexiste. segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima
- Legítima defesa subjetiva: é o excesso cometido por um erro mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº
plenamente justificável, o agente, por erro supõe ainda existir a 13.964, de 2019)
agressão e, por isso, excede-se. Nesse caso, excluem-se o dolo e a
culpa (art. 20, § 1º, 1ª parte, CP). Estrito Cumprimento do Dever Legal
- Legítima defesa sucessiva: é a repulsa do agressor inicial
contra o excesso. Assim, a pessoa que estava inicialmente se É o dever emanado da lei ou de respectivo regulamento. O
defendendo, no momento do excesso, passa a ser considerada agente atua em cumprimento de um dever emanado de um poder
agressora, de forma a permitir legítima defesa por parte do genérico, abstrato e impessoal.
primeiro agressor. A ação de defesa inicial é legítima até que a Se houver abuso, não há a excludente, ou seja, o cumprimento
agressão injusta seja cessada, sendo que, toda conduta posterior a deve ser estrito. Como a excludente exige o estrito cumprimento do
isso é configurada como excesso. dever, deve-se ressaltar que haverá crime quando o agente extrapo-
lar os limites deste.
Atenção: enquanto a legitima defesa real é causa de exclusão Requisitos: (dever + estrito)
da ilicitude do fato, a legítima defesa putativa excluirá o dolo e con- - Previsão Legal
sequentemente o fato típico. Isto porque a denominada legitima -Atendimento aos estritos termos da Lei.
defesa putativa na verdade caracteriza erro de tipo, ou seja, o agen-
te tem uma falsa percepção da realidade que faz com que o mesmo Exemplos:
pense que está agindo em uma situação de legitima defesa, quan- 1) Oficial de Justiça quando cumpre uma ordem de busca e
do, de fato, não está sofrendo agressão alguma. apreensão de bens, não pode responder por invasão de domicílio
ou furto ou roubo, etc. Atua em estrito cumprimento do dever legal.
Hipóteses de cabimento da legítima defesa5 2) Carcereiro que coloca a pessoa em privação de liberdade, co-
- Cabe legítima defesa real de legítima defesa putativa. Exem- mete o fato típico de cárcere privado, porém existe uma legislação
plo: uma pessoa atira em um parente que está entrando em sua que o permite a sua prática. Assim ele atua em estrito cumprimento
casa, supondo tratar-se de um assalto. O parente, que também está do dever legal.
armado, reage e mata o primeiro agressor.
- Cabe legítima defesa putativa de legítima defesa real. Exem- Exercício Regular de Direito
plo: A vai agredir B. A joga B no chão. B, em legítima defesa real,
imobiliza A. Nesse instante, chega C e, desconhecendo que B está Trata-se de um fato típico que tem sua ilicitude afastada pelo
em legítima defesa real, o ataca agindo em legítima defesa putativa ordenamento jurídico, ou seja, a conduta é tipificada como crime,
de A (legítima defesa de terceiro). porém existe uma permissão do ordenamento jurídico que torna
- Cabe legítima defesa putativa de legítima defesa putativa. Ex.: aquela conduta um direito de agir. (lei que proíbe + lei que permite).
dois desafetos se encontram e, equivocadamente, acham que serão Ex. Lesões corporais decorrentes de lutas regulamentadas - boxe,
agredidos um pelo outro. etc.
- Cabe legítima defesa real contra agressão culposa. Isso por- Assim, o exercício de um direito não configura fato ilícito, exce-
que ainda que a agressão seja culposa, sendo ela também ilícita, to se a pretexto de exercer um direito, houver intuito de prejudicar
contra ela cabe a excludente. terceiro. Exige que a conduta esteja, obrigatoriamente, de acordo
- Cabe legítima defesa real contra agressão de inimputável. Os com o ordenamento jurídico vigente, incluindo os princípios consti-
inimputáveis podem agir voluntária e ilicitamente, embora não se- tucionais e infraconstitucionais.
jam culpáveis. Para agir contra agressão de inimputável, exige-se,
no entanto, cautela redobrada, porque nesse caso a pessoa que
ataca não tem consciência da ilicitude de seu ato.
5 http://www.ambito-juridico.com.br/pdfsGerados/artigos/6960.pdf
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Exemplos: ponder pelo crime cometido. Em nenhuma hipótese será possível a


a) Lesões esportivas: Pela doutrina tradicional, a violência des- exclusão do dolo e da culpa ou da ilicitude nessa fase, uma vez que
portiva é exercício regular do direito, desde que a violência seja tais elementos já foram analisados nas precedentes.
consciente e voluntária e praticada nos limites do esporte. Assim, Assim, atualmente a culpabilidade é compreendida como prin-
mesmo a violência que acarreta alguma lesão, se previsível para a cípio limitador ao direito de punir do Estado, como um critério ana-
prática do esporte, será exercício regular do direito (exemplo: numa lisado pelo juiz no momento de aplicação da pena, quando irá se
luta de boxe poderá haver, inclusive, a morte de um dos lutadores). ater a análise de três elementos essenciais: imputabilidade, cons-
b) Intervenções cirúrgicas: Amputações, extração de órgão etc. ciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. A ausência
constituem exercício regular da profissão do médico. Se a interven- de qualquer destes elementos implicará na inexistência da própria
ção for realizada em caso de emergência por alguém que não é mé- culpabilidade .
dico, será caso de estado de necessidade.
c) Correção disciplinar exercida pelos pais em relação aos seus Elementos da culpabilidade
filhos menores: desde que dentro dos limites estabelecidos no ECA, A culpabilidade é formada por 03 elementos:
ou seja, sem castigo físico, tampouco alguma forma de tratamento - Imputabilidade Penal: condições pessoais que dão ao agente
cruel ou degradante. capacidade para lhe ser atribuída responsabilidade penal por deter-
minado fato.
Consentimento do ofendido (causa supralegal de exclusão da - Potencial Consciência da Ilicitude: possibilidade de o agente
ilicitude) saber, dentro das circunstâncias em que ocorre a prática da condu-
ta, que ela contraria o direito.
Ocorre quando o ofendido concorda com a lesão ou perigo de - Exigibilidade de Conduta Diversa: quando era possível exigir-
lesão a bem jurídico de sua titularidade. Pode ter natureza de: -se, nas circunstâncias, conduta diferente daquela do agente.
- Excludente de Ilicitude: quando a discordância não for ele-
mento do tipo. Ex. Crime de Dano (art. 163, CP). A regra é que qualquer pessoa seja imputável, tenha potencial
- Excludente de Tipicidade: quando a discordância da vítima consciência da ilicitude e dela se possa exigir uma conduta diversa.
for elemento do tipo. Ex1. Violação de Domicílio (art.150,CP) - não Ausentes tais elementos, estamos diante das causas excludentes da
há violação de domicílio se a vítima autoriza a entrada em sua casa. culpabilidade.
Ex.2 - Estupro (art.213, CP) - a concordância quanto os atos libidi- São excludentes de culpabilidade, portanto, a inimputabilida-
nosos, exclui a tipicidade. de (doença mental, menoridade, desenvolvimento mental retarda-
do ou incompleto, embriaguez acidental completa), a ausência de
Requisitos: potencial consciência da ilicitude (erro de proibição inevitável) e a
a) Bem jurídico disponível (exclusivamente de interesse priva- inexigibilidade de conduta diversa (coação moral irresistível e obe-
do - ex. patrimônio). O consentimento jamais terá efeito quando se diência hierárquica à ordem manifestamente ilegal).
tratar de bem jurídico indisponível (ex. vida).
b) Capacidade jurídica do ofendido para consentir; Teoria limitada da culpabilidade.
c) Consentimento manifestado de forma livre (sem coação, Nessa teoria, quando o erro recai sobre uma situação de fato
fraude, etc.), inequívoca (sem deixar dúvida) e anterior ou, no má- (descriminante putativa fática), é erro de tipo, enquanto o que in-
ximo contemporâneo à conduta. Se o consentimento for posterior cide sobre a existência ou limites de uma causa de justificação é o
será caso de renúncia ou perdão. erro de proibição.
d) O autor do consentimento deve ser titular exclusivo do bem As descriminantes putativas fáticas são tratadas como erro de
ou deve ter autorização expressa para dispor sobre o bem jurídico. tipo (art. 20, §1º, CP), enquanto as descriminantes putativas por
erro de proibição, ou erro de proibição indireto, são consideradas
Culpabilidade erro de proibição (art. 21,CP).

É a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática Princípio da Culpabilidade: segundo este princípio, não há cri-
de uma infração penal. Por essa razão, costuma ser definida como me sem culpabilidade (nullum crimen sine culpa)6. No Direito Pe-
juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que nal, o agente somente responderá por crime quando agir com dolo
praticou um fato típico e ilícito. (intenção de cometer infração) ou culpa (negligência, imperícia ou
O Código Penal não conceituou de forma objetiva a culpabili- imprudência). Logo, a ninguém será imputado crime ou pena sem
dade, desta forma, existem diversos posicionamentos na doutrina que a conduta criminosa seja reprovada em um juízo de culpa lato
e na jurisprudência, sendo que para muitos constitui requisito do sensu.
crime e, para outros, pressuposto de aplicação da pena.
Considerando o conceito analítico de crime, que dispõe que Responsabilidade Objetiva e Subjetiva
crime é todo fato típico, ilícito e culpável, podemos considerar a - Objetiva: determina que autor do fato será responsabilizado,
existência de etapas sucessivas de raciocínio, de maneira que, ao ainda que não tenha atuado com dolo nem culpa. É responsabili-
se chegar à culpabilidade, já se constatou ter ocorrido um crime. dade sem culpa.
Verifica-se, em primeiro lugar, se o fato é típico ou não; em se- - Subjetiva: é aquela que depende de comprovação que houve
guida, em caso afirmativo, a sua ilicitude; só a partir de então, cons- dolo ou culpa por parte do agente delituoso. Ou seja, é preciso
tatada a prática de um delito (fato típico e ilícito), é que se passa ao restar comprovado que o crime aconteceu e que houve dolo ou
exame da possibilidade de responsabilização do autor. 6 https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/333117943/principio-de-culpa-
Na culpabilidade afere-se apenas se o agente deve ou não res- bilidade
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culpa.

No direito Penal não há responsabilidade objetiva, apenas subjetiva. Isto é, afastada a culpa do agente, deve ser penalmente des-
considerada a sua conduta e, portanto, o fato se torna um fato atípico.
Nesse sentido é que dizemos que responsabilidade penal deverá ser sempre, subjetiva, na medida em que não dispensa a demons-
tração da culpa (elemento subjetivo).

Co-Culpabilidade:
A co-culpabilidade não está expressamente prevista na legislação penal brasileira, apesar de ser um princípio constitucional implíci-
to na Constituição Federal. No entanto, “há uma sensibilidade por parte da doutrina e jurisprudência para que haja a sua positivação”7
Tal princípio reconhece a corresponsabilidade do Estado na prática do delito cometido por indivíduos marginalizados socialmente, em
razão da omissão estatal em promover a todos os membros da sociedade as mesmas oportunidades sociais. Reconhece, portanto, como
responsabilidade do Estado o fato de pessoas atingidas pela exclusão social ingressarem para a vida do crime.
No entanto, não se tratar de imputar ao Estado o cometimento de uma infração, visto que o Estado é detentor do dever de punir, logo
não poderia ser sujeito ativo de um crime. Trata-se apenas de uma responsabilidade compartilhada com o autor do delito.
Importante ressaltar ainda, que o fato reconhecer a co-culpabilidade não significa impunidade. O autor do crime será sim punido, mas
sua pena será ajustada na medida de sua situação social.
Vale ressaltar que este princípio atinge apenas os hipossuficientes.
O princípio da co-culpabilidade não está expressamente previsto na Constituição ou em leis esparsas, no entanto, muitos doutrinado-
res entendem que o ordenamento jurídico permite sua aplicação, principalmente em razão da previsão do artigo 59 e 66 do CP

Código Penal
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circuns-
tâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;       
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.

Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista
expressamente em lei.

Excludentes da culpabilidade

São excludentes da culpabilidade: inimputabilidade, a ausência de potencial consciência da ilicitude e a inexigibilidade de conduta
diversa.
Uma vez reconhecida tais excludentes, será isento de pena o autor de um fato típico e antijurídico.
A inimputabilidade ocorre quando o agente apresenta doença mental, menoridade, desenvolvimento mental retardado ou incom-
pleto, embriaguez acidental completa. Importante ressaltar, que a embriaguez voluntária (quando o sujeito tem vontade de se embriagar)
não afasta a culpabilidade.
A ausência de potencial consciência da ilicitude ocorre quando há erro, isto é, falsa percepção da realidade, seja em relação ao
comportamento ou ao próprio ilícito. No entanto, nem todo erro exclui a culpabilidade. Apenas o Erro de Proibição Inevitável exclui a
culpabilidade, ou seja, aquele que o agente não tinha como conhecer a ilicitude do fato, em face das circunstâncias do caso concreto. Se
não tinha como saber que o fato era ilícito, inexistia a potencial consciência da ilicitude, logo, esse erro exclui a culpabilidade e o agente
fica isento de pena.
Já a inexigibilidade de conduta diversa ocorre quando, tendo em vista as circunstâncias do caso concreto, não seria possível exigir
que o sujeito não tivesse praticado o ato. Ocorre por exemplo quando o sujeito está sofrendo coação moral irresistível ou, ainda, quando
está submetido a obediência hierárquica.

7 (GRECO, 2010, p.83).


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Na sequência analisaremos os elementos da culpabilidade e suas respectivas causas de exclusão:

Imputabilidade Penal (Art. 26 a 28, CP)

Conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada a prática de um crime. É impu-
tável aquele que possui desenvolvimento mental que lhe permita entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Capacidade de querer + Capacidade de entender)
O conceito de sujeito imputável é encontrado no artigo 26, caput, do Código Penal, que trata dos inimputáveis.
Em princípio, todos são imputáveis, exceto aqueles abrangidos pelas hipóteses de inimputabilidade enumeradas na lei, que são as
seguintes:
a) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
b) menoridade;
c) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior;
d) dependência de substância entorpecente.

São inimputáveis aqueles que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não possuem condições de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Pode ser a inimputabilidade absoluta ou relativa. Se for absoluta, isso significa que não importam as circunstâncias, o indivíduo defi-
nido como “inimputável” não poderá ser penalmente responsabilizado por seus atos.
Se a inimputabilidade for relativa, isso indica que o indivíduo pertencente a certas categorias definidas em lei poderá ou não ser pe-
nalmente responsabilizado por seus atos, dependendo da análise individual de cada caso na Justiça, segundo a avaliação da capacidade do
acusado, as circunstâncias atenuantes ou agravantes, as peculiaridades do caso e as provas existentes.
A imputabilidade possui dois elementos:
- intelectivo (capacidade de entender);
- volitivo (capacidade de querer).
Faltando um desses elementos, o agente não será imputável.

Critérios para a definição da inimputabilidade:


- Critério Biológico: leva em consideração o desenvolvimento mental do acusado. Assim, considera inimputável aquele que é acome-
tido por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
- Critério Psicológico: considera apenas se o agente, ao tempo da ação ou omissão, tinha a capacidade de entendimento e autode-
terminação. A inimputabilidade é verificada no momento em que o crime é cometido, sendo considerado inimputável aquele que age sem
consciência, ou seja, sem a representação exata da realidade.
- Critério Biopsicológico: (Adotado pelo artigo 26, CP) - Misto dos critérios anteriores.
Para este critério não basta que o agente possua alguma enfermidade mental, faz-se necessário, que exista prova que tal transtorno
realmente afetou a capacidade de compreensão do caráter ilícito do fato ou determinante de seu conhecimento, à época do fato, no
momento do delito.

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Distúrbios Mentais: o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provoca-


- Doença mental: perturbação mental de qualquer ordem ção da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço”.
(exemplos: psicose, esquizofrenia, paranoia, epilepsia etc.). A de- A Emoção pode ainda ser uma atenuante genérica: -artigo 65,
pendência patológica de substância psicotrópica configura doença inciso III, alínea “c”,CP: “cometido o crime sob coação a que podia
mental. resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou
- Desenvolvimento mental retardado: é aquele desenvolvi- sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
mento incompleto e que nunca se completará - Retardo mental. vítima”;
Adotou-se, quanto aos doentes mentais, o critério Biopsicoló- Ex: O marido chega em casa e encontra a esposa com outro,
gico. comete um homicídio. Foi movido por forte emoção.

Semi-imputabilidade ou responsabilidade diminuída Embriaguez (Art. 28, II, CP):


A inimputabilidade pode ser absoluta (quando o agente perde Embriaguez é a intoxicação aguda e transitória causada pelo
totalmente a capacidade de entender álcool ou substancia de efeitos análogos (cocaína, ópio etc), cujas
e de querer, hipótese em que não importam as circunstâncias, consequências variam desde uma ligeira excitação até o estado de
o indivíduo não poderá ser penalmente responsabilizado por seus paralisia e coma.
atos) ou relativa (quando a perda da capacidade de querer e enten- A embriaguez divide-se em:
der do agente é relativa, hipótese que não exclui a culpabilidade. a) Embriaguez não acidental: A embriaguez não acidental
Após a análise do caso, a lei confere ao juiz a opção de aplicar medi- pode ser voluntária ou culposa.
da de segurança ou pena diminuída (redução de1/3 a 2/3). Voluntária: Ocorre quando o indivíduo ingere substância tóxi-
ca, com o intuito de embriagar-se.
CP - Art. 26 - Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de Culposa: Ocorre quando o indivíduo, que não queria se embria-
um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde gar, ingere, por imprudência, álcool ou outra substância de efeitos
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado análogos em excesso, ficando embriagado. Não está acostumado,
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou começa a beber e fica bêbado: Será considerado imputável, pois
de determinar-se de acordo com esse entendimento. no momento da decisão de beber, optou pela bebida. Poderia ter
evitado. Exceção: O bêbado que bebe há muito tempo (alcoolismo)
Menoridade (Art. 27, CP): doença mental.
Nos termos do art. 27 do Código Penal, os menores de 18 anos A embriaguez voluntária ou culposa não exclui a imputabilida-
são inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na le- de, ainda que no momento do crime o embriagado esteja privado
gislação especial. Adotou-se, portanto, o critério biológico, que inteiramente de sua capacidade de entender ou de querer.
presume, de forma absoluta, ser o menor de 18 anos inteiramente Apenas a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de (acidental, o agente bebe por engano ou por acidente), ou força
acordo com esse entendimento. maior (o agente é obrigado a beber) exclui a imputabilidade.
A menoridade cessa no primeiro instante do dia que o agente
completa os 18 anos, ou seja, se o crime é praticado na data do 18º b) Embriaguez acidental: A embriaguez acidental somente ex-
aniversário, o agente já é imputável e responde pelo crime. clui a culpabilidade se for completa e decorrente de caso fortuito
A legislação especial que regulamenta as sanções aplicáveis aos ou força maior.
menores inimputáveis é o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei - Se o agente estiver inteiramente incapaz de entender o cará-
nº 8.069/90), que prevê a aplicação de medidas socioeducativas ter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendi-
aos adolescentes (pessoas com 12 anos ou mais e menores de 18 mento - EXCLUI A CULPABILIDADE. (art.28, § 1º, CP).
anos), consistentes em advertência, obrigação de reparar o dano, - Porém, se apesar da embriaguez por caso fortuito ou força
prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliber- maior, a capacidade for relativa - REDUÇÃO DE PENA (art. 28, §2º,
dade ou internação, e a aplicação de medidas de proteção às crian- CP)
ças (menores de 12 anos) que venham a praticar fatos definidos Exemplo de Força maior. Alguém obrigar outra pessoa a ingerir
como infração penal. bebida alcoólica.
Exemplo de caso fortuito: quando sujeito está tomando deter-
Emoção e Paixão (Art. 28, I, CP): minado remédio e, inadvertidamente, ingere bebida alcoólica, cujo
A emoção é um sentimento súbito, repentino, de breve dura- efeito é potencializado em face dos remédios, fazendo com que
ção, passageiro e intenso (ira momentânea, o medo, a vergonha). A uma pequena quantia de bebida o faça ficar em completo estado
paixão é duradoura, perene (o amor, a ambição, o ódio). de embriaguez. Embriaguez involuntária.
A Emoção ou a Paixão não excluem a imputabilidade penal (art.
28, CP). Somente a emoção pode funcionar como redutor de pena. c) Embriaguez patológica: Embriaguez patológica é a decorren-
A emoção pode ser causa de diminuição de pena em alguns te de enfermidade congênita existente, por exemplo, nos filhos de
crimes, dependendo das circunstâncias. Exemplos: alcoólatras que se ingerirem quantidade irrisória de álcool ficam em
- Homicídio Simples - artigo 121, §1.º, CP: “ Se o agente comete estado de fúria incontrolável. Se for o agente, ao tempo da ação
o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provo- fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, estará
cação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço”. excluída sua imputabilidade (aplica-se a regra do art. 26, caput). Se
- Lesão Corporal - artigo 129, § 4.º, CP: “Se o agente comete o houver mera redução dessa capacidade, o agente responderá pelo
crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob crime, mas a pena será reduzida (art. 26, parágrafo único).
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d) Embriaguez preordenada (actio libera in causa): ocorre não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
quando o indivíduo, voluntariamente, se embriaga para criar cora- de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
gem para cometer um crime. Não há exclusão de imputabilidade. O com esse entendimento.
agente responde pelo crime, incidindo sobre a pena uma circuns-
tância agravante prevista no artigo 61, inciso lI, alínea “l” CP. Potencial Consciência Da Ilicitude

Circunstâncias agravantes É quando o agente, no momento da conduta, possuía


CP - Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, capacidade para compreender o caráter ilícito do fato praticado.
quando não constituem ou qualificam o crime: A ninguém é dado descumprir a lei alegando que a desconhece
II - ter o agente cometido o crime: (artigo 3.º da Lei de Introdução ao Código Civil). O desconhecimen-
(...) to da lei é inescusável (artigo 21 do Código Penal). Essa é uma pre-
l) em estado de embriaguez preordenada. sunção que não admite prova em contrário.
Portanto, a Ausência de Potencial Consciência da Ilicitude, é
Dependência de Substância Entorpecente uma causa que exclui a culpabilidade. Ex. Erro de Proibição Inevi-
É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou tável.
sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, O erro de proibição não possui relação com o desconhecimen-
era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a in- to da lei. Trata-se de erro sobre a ilicitude do fato, e não sobre a lei.
fração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter Lei é a norma escrita editada pelos órgãos competentes do Es-
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimen- tado. Ilicitude de um fato é a contrariedade que se estabelece entre
to. (art. 45 da Lei 11.343/2006 - Lei de Drogas) esse fato e a totalidade do ordenamento jurídico vigente.
Se a redução dessa capacidade for apenas parcial, o agente é Consciência da ilicitude é o conhecimento profano do injusto
considerado imputável, mas sua pena será reduzida de 1/3 a 2/3. (não se exige do leigo um juízo técnico-jurídico). É saber que o fato
é antinormativo; ter a consciência de que se faz algo contrário ao
Seguem os dispositivos do Código Penal que tratam da matéria: sentimento de justiça da sociedade.
A simples consciência da ilicitude não é requisito da culpabi-
TÍTULO III lidade, porque o que se investiga é se o agente tinha ou não con-
DA IMPUTABILIDADE PENAL dições de saber o que era errado, e possibilidade de evitar o erro.
       Assim, o que constitui requisito da culpabilidade é a potencial cons-
Inimputáveis ciência da ilicitude.
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou Deve-se sair do aspecto subjetivo e indagar aspectos objetivos
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo do caso concreto para averiguar se o agente possuía condições de
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter saber e evitar o erro.
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimen- No erro de proibição, o agente atua acreditando que sua con-
to. duta é permitida, ou seja, que ela não é penalmente ilícita. (Erro
sobre a ilicitude do fato)
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, Espécies de erro de proibição
se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteira- a) Inevitável: quando o agente não conhecia, nem podia co-
mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- nhecer o caráter ilícito do fato. Desta forma, se não há “potencial
-se de acordo com esse entendimento. consciência da ilicitude, não há culpabilidade. Ex. Indio; Pessoa que
vem de pais onde a maconha é legalizada.
Menores de dezoito anos b) Evitável: quando, embora o agente desconhecesse que o
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente fato era ilícito, ele tinha condições de saber, dentro das circunstân-
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legisla- cias, que contrariava o ordenamento jurídico.
ção especial. Neste caso, a culpabilidade não será excluída. O agente não fi-
        cará isento de pena, mas, em face da inconsciência atual da ilicitu-
Emoção e paixão de, terá direito a uma redução de pena de 1/6 a 1/3.
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão; Atenção:
       O Erro de tipo não se confunde com o Erro de proibição: no
Embriaguez erro de tipo, o agente tem uma falsa percepção da realidade (erro
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substân- sobre o fato). Ex. guarda a pasta de um amigo acreditando conter
cia de efeitos análogos. documentos, quando na verdade contém droga / Sujeito dispara
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, um tiro de revólver no que supõe seja um animal, vindo a matar
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação um homem. O erro de tipo afasta a tipicidade, podendo o sujeito
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do responder por crime culposo, desde que seja típica a modalidade
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. culposa.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agen- Já no erro de proibição ele não sabe que aquela conduta é ilí-
te, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, cita. (erro sobre a ilicitude). O erro de proibição inevitável exclui a
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

culpabilidade, enquanto o erro de proibição evitável apenas reduz A ordem expedida pelo superior hierárquico pode, portanto,
a pena. ser manifestamente ilegal ou não manifestamente ilegal.
Quando manifestamente ilegal, responde pelo crime o superior
Exigibilidade de Conduta Diversa e o subordinado, este com pena reduzida segundo o t. 65, III, c. . Ex.:
um policial receber uma ordem do delegado para torturar o preso.
Ocorre quando for possível exigir do agente uma conduta di- Não é aceitável, pois é claramente ilegal.
ferente daquela que ele praticou, mais precisamente quando for Por outro lado, quando não manifestamente ilegal, haverá
possível exigir um comportamento conforme o direito. excludente de culpabilidade. A obediência à ordem não manifes-
Se no tempo da conduta, o agente tinha escolha entre agir con- tamente ilegal de superior hierárquico torna viciada a vontade do
forme o direito ou contrário a ele, estamos diante da exigibilidade subordinado e, portanto, afasta a exigência de conduta diversa.
de conduta diversa.
Trata-se da terceira excludente de culpabilidade. É a expectativa Requisitos:
social de que o agente tenha outro comportamento e não aquele - Relação de subordinação de caráter público.
que se efetivou. - Ordem deve emanar de superior hierárquico.
A exigibilidade de conduta diversa, como causa de exclusão da - Ordem não manifestamente ilegal (não claramente ilegal) -
culpabilidade, funda-se no princípio de que só podem ser punidas apesar de ilegal, a ordem deve ter aparência de legalidade, induzin-
as condutas que poderiam ser evitadas. No caso, a inevitabilidade do o subordinado a erro.
não tem a força de excluir à vontade, que subsiste como força pro- - O executor da ordem deve atuar nos limites da ordem expe-
pulsora da conduta, mas certamente a vicia, de modo a tornar inca- dida, não podendo cometer excessos.
bível qualquer censura ao agente.
Em nosso ordenamento jurídico, a exigibilidade de conduta di- Causas Supralegais de Exclusão de Culpabilidade
versa pode ser excluída por duas causas: a coação moral irresistível
e a obediência hierárquica. Atualmente, o Superior Tribunal de Justiça sustenta que, além
da coação moral irresistível e da obediência hierárquica (previstas
Causas excludentes: em lei), qualquer circunstância que, no caso concreto, venha tornar
Ocorrem quando não se poderia exigir do agente uma condu- inexigível conduta diversa, conduz à exclusão de culpabilidade. Ar-
ta diferente daquela que ele praticou. (inexigibilidade de conduta gumenta-se que a exigibilidade de conduta diversa é um verdadeiro
diversa). A exigibilidade de conduta diversa pode ser excluída por princípio geral da culpabilidade. Contraria frontalmente o pensa-
duas causas: mento finalista punir o inevitável. Só é culpável o agente que se
comporta ilicitamente, podendo orientar-se de modo diverso.
1) Coação Moral Irresistível: é o emprego de grave ameaça
para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa, ela atua na
cabeça, na vontade do sujeito. A coação moral irresistível força o IMPUTABILIDADE PENAL.
agente a cometer um crime, sob ameaça de sofrer prejuízo maior.
Ex. Gerente de Banco que tem sua família sequestrada e, portanto,
sob irresistível ameaça de morte de seus familiares, subtrai quantia A imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um indivíduo
em dinheiro e entrega posteriormente aos sequestradores. a responsabilidade por uma infração. Segundo prescreve o artigo
A coação moral irresistível exclui a culpabilidade. Ocorre o que 26, do Código Penal, podemos, também, definir a imputabilidade
a doutrina chama de inexigibilidade de conduta diversa. como a capacidade do agente entender o caráter ilícito do fato por
Por outro lado, se a coação moral for resistível haverá circuns- ele perpetrado ou, de determinar-se de acordo com esse entendi-
tância atenuante. (artigo 65, inciso III, alínea “c”, primeira parte, do mento.
Código Penal). Essa forma de coação não elimina o fato típico, a É, portanto a possibilidade de se estabelecer o nexo entre a
ilicitude, nem a culpabilidade, apenas atenuam a pena. ação e seu agente, imputando a alguém a realização de um deter-
minado ato.
Atenção: A coação física irresistível exclui à vontade, eliminan- Quando existe algum agravo à saúde mental, os indivíduos po-
do a conduta. O fato é considerado atípico. Não exclui a culpabilida- dem ser considerados inimputáveis – se não tiverem discernimento
de. sobre os seus atos ou não possuírem autocontrole, são isentos de
pena.
2) Obediência Hierárquica: quando um agente pratica um cri- Os semi-imputáveis são aqueles que, sem ter o discernimento
me em estrito cumprimento a uma ordem não manifestamente ile- ou autocontrole abolidos, têm-nos reduzidos ou prejudicados por
gal, recebida de um superior hierárquico. Prevalece o entendimen- doença ou transtorno mental.
to de que o Poder Hierárquico é inerente à Administração Pública.
Ordem de superior hierárquico é a manifestação de vontade CAUSAS QUE EXCLUEM A IMPUTABILIDADE
de um titular de função pública a um funcionário que lhe é subordi- Doença mental,
nado, no sentido de que realize uma conduta positiva ou negativa. Desenvolvimento mental incompleto,
O comando deve ser ilegal com aparência de legalidade, por- Desenvolvimento mental retardado e
que se o subordinado cumprir ordem manifestamente ilegal, acre- Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força
ditando que seja legal, estará incluso em erro de proibição evitável maior.
(que permite apenas redução de pena nos termos do artigo 21 do
Código Penal).
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1. Doença mental Questões processuais sobre inimputabilidade


É a perturbação mental ou psíquica de qualquer ordem, capaz
de eliminar ou afetar a capacidade de entender o caráter criminoso A inimputabilidade do acusado é fornecida pelo exame pericial,
do fato ou a de comandar a vontade de acordo com esse entendi- através do médico legal, exame denominado incidente de insani-
mento. Importante esclarecer que a dependência patológica, como dade mental, onde suspende-se o processo ate o resulto final. Há
drogas configura doença mental quando retirar a capacidade de en- prazo de 10 dias para provar a existência da causa excludente da
tender ou querer. culpabilidade (Lei nº 11.719, de junho de 2008).

2. Desenvolvimento mental incompleto Embriaguez


É o desenvolvimento que não se concluiu, devido à recente ida-
de cronológica do agente ou a sua falta de convivência na socieda- A embriaguez seria a causa capaz de levar à exclusão da capaci-
de, ocasionando imaturidade mental e emocional. dade de entendimento e vontade do agente, em virtude de uma in-
toxicação aguda e transitória causada por álcool ou qual substancia
Os menores de 18 anos, em razão de não sofrerem sanção de efeitos psicotrópicos como morfina, ópio, cocaína entre outros.
penal pela pratica de ilícito penal, em decorrência da ausência de Dispõe o Código Penal:
culpabilidade, estão sujeitos ao procedimento medidas sócio edu-
cativos prevista no ECA. TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL
3. Desenvolvimento mental retardado
É o incompatível com o estágio de vida em que se encontra a Inimputáveis
pessoa, estando, portanto, abaixo do desenvolvimento normal para Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
aquela idade cronológica. Sua capacidade não corresponde às ex- desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo
periências para aquele momento de vida, o que significa que a ple- da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
na potencialidade jamais será atingida. Os inimputáveis aqui trata- ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimen-
dos não possuem condições de entender o crime que cometeram. to.

Critérios de aferição da inimputabilidade – pessoas inimputá- Redução de pena


veis Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços,
se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
a. Sistema Biológico: (Usado pela doutrina: Código Penal sobre desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteira-
menoridade penal) neste interessa saber se o agente é portador de mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
alguma doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou -se de acordo com esse entendimento.
retardo, caso positivo é considerado inimputável.
b. Sistema psicológico: neste o que interessa é o somente o Menores de dezoito anos
momento da ação ou omissão delituosa, se ele tinha ou não con- Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente
dições de avaliar o caráter criminoso do fato e de orientar-se de inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legisla-
acordo com esse entendimento, ou seja, o momento da pratica do ção especial.
crime. A emoção não excluir a imputabilidade. E pessoa que comete Emoção e paixão
crime, com integral alternação de seu estado físico-psíquico respon- Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
de pelos seus atos. I - a emoção ou a paixão;
c. Sistema biopsicológico: exige-se que a causa geradora esteja Embriaguez
prevista em lei e que, além disso, atue efetivamente no momento II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substân-
da ação delituosa, retirando do agente a capacidade de entendi- cia de efeitos análogos.
mento e vontade. Desta forma, será inimputável aquele que, em § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
razão de uma causa prevista em lei (doença mental, incompleto ou proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação
retardado), atue no momento da pratica da infração penal sem ca- ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
pacidade de entender o caráter criminoso do fato. fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agen-
Requisitos da inimputabilidade segundo o sistema biopsicológico te, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior,
(a) Causal: existencial de doença mental ou de desenvolvimen- não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
to incompleto ou retardado, causas prevista em lei. de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
(b) Cronológico: atuação ao tempo da ação ou omissão deli- com esse entendimento.
tuosa.
(c) Consequencial: perda total da capacidade de entender ou
da capacidade de querer.

Somente há inimputabilidade se os três requisitos estiverem


presentes, sendo exceção aos menos de 18 anos, regidos pelo sis-
tema biológico.

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

(mandante) precisa reunir as condições especiais exigidas pelo tipo


CONCURSO DE PESSOAS penal. Se o mandante não reúne as condições do crime próprio há
autoria por determinação, punindo quem exerce sobre a conduta
domínio equiparado à figura da autoria (autor da determinação da
Concurso de Pessoas conduta/responsável pela sua ocorrência).
O concurso de pessoas consiste na colaboração de dois ou mais • Nos crimes de mão própria não se admite autoria mediata,
agentes para a prática de um delito ou contravenção penal. De acor- porque o crime não pode ser realizado por interposta pessoa. To-
do com a teoria monista (unitária), todos respondem pelo mesmo davia, pode ter a figura do autor por determinação (pune quem de-
crime, na medida de sua culpabilidade. Ex. 3 amigos furtam uma terminou o crime).
casa, todos respondem pelo crime de furto, mas o juiz vai valorar a
conduta de cada um de acordo com a individualidade dos agentes. Autor é quem pratica a conduta descrita no núcleo do tipo pe-
nal, todos os demais que de alguma forma prestarem colaboração
serão partícipes. Essa teoria foi adotada pelo Código Penal e é de-
Concurso de pessoas nominada de teoria objetivo-formal.
Concurso de pessoas necessário
eventual No entanto, atente-se para a teoria do domínio do fato (nos
O tipo penal não exige a O tipo penal exige que a crimes dolosos), criada por Hans Welzel e desenvolvida por Claus
presença de mais de uma conduta seja praticada por mais Roxin: o autor é todo aquele que possui domínio da conduta cri-
pessoa. de uma pessoa. minosa, seja ele executor ou não. O importante, para essa teoria,
é que tenha o poder de decidir sobre o rumo da prática delituosa,
▪ Requisitos do concurso de pessoas: o cabeça do crime. O partícipe, por sua vez, é quem contribui, mas
— Pluralidade de agentes: Se um imputável determina que um sem poder de direção. Ou seja, o controle da situação (quem pode
inimputável realize um crime não existe concurso de pessoas, mas intervir a qualquer momento para fazer cessar a conduta) é o crité-
sim autoria mediata (o mandante é o autor do crime e o inimputá- rio utilizado para definir o autor.
vel instrumento). A coautoria é espécie de concurso de pessoas na qual duas ou
Nos crimes plurissubjetivos (concurso de pessoas necessário), se mais pessoas praticam a conduta descrita no núcleo do tipo penal.
um dos colaboradores não é culpável, mesmo assim haverá crime. Na coautoria funcional, os agentes realizam condutas diversas que
Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (concurso de pes- se somam para produzir o resultado. Na coautoria material (direta)
soas eventual) não é necessário que todos os agentes sejam cul- todos realizam a mesma conduta.
páveis, basta um deles para qualificar o crime, ex. o concurso de • Cabe coautoria em crimes próprios (todos reúnem as condi-
pessoas qualifica o furto, logo, se um é imputável, não importa se os ções ou pelo menos tem ciência que um deles as possui), mas não
demais são inimputáveis, pois o furto estará qualificado. cabe coautoria em crime de mão própria (só participação).
Nesses casos que tem inimputáveis, mas eu considero o con- • Nos crimes omissivos não cabe coautoria, só participação.
curso para tipificar ou qualificar o crime a doutrina os denomina de • Nos crimes culposos cabe coautoria, mas não participação.
concurso impróprio/aparente. • Na autoria mediata não há concurso entre autor mediato e
— Relevância da colaboração: A participação do agente deve autor imediato, respondendo apenas o autor mediato, que se valeu
ser relevante para a produção do resultado. Ou seja, a colabora- de alguém sem culpabilidade para a execução do delito. Entretan-
ção que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal. to, é possível coautoria e participação na autoria mediata (vários
Além disso, a colaboração deve ser prévia ou concomitante à exe- mandantes).
cução. A colaboração posterior à execução enseja crime autônomo, • Na coação física irresistível, o coator é autor direto.
salvo o ajuste tenha ocorrido previamente. • Existe autoria mediata de crime próprio, mas não de crime
— Vínculo subjetivo (concurso de vontades): Ajuste ou adesão de mão própria.
de um à conduta do outro. Caso não haja vínculo subjetivo entre os
agentes haverá autoria colateral, e não coautoria. Participação é modalidade de concurso de pessoas, na qual o
— Unidade de crime (identidade de infração): todos respon- agente colabora para a prática delituosa, mas não pratica a conduta
dem pelo mesmo crime. descrita no núcleo do tipo penal.
— Existência de fato punível: a colaboração só é punível se o
crime for, pelo menos, tentado (princípio da exterioridade – exige o Participação Moral Participação Material
início da execução).
• Na autoria mediata por inimputabilidade do agente não basta Instiga (reafirma a ideia) ou Presta auxílio fornecendo
que o executor seja inimputável, ele deve ser um instrumento do induz (cria a ideia) em outrem. objeto ou condições para a
mandante (não ter o mínimo discernimento). fuga (cumplicidade).
• Na autoria mediata por erro do executor, quem pratica a con-
duta é induzido a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro de proi- Pela teoria da adequação típica mediata, o partícipe mesmo
bição), ex. médico determina que enfermeira aplique uma injeção sem praticar a conduta descrita no núcleo do tipo pode ser punido,
tóxica no paciente alegando que é um medicamento normal. uma vez que, as normas de extensão da adequação típica possibili-
• Na autoria mediata por coação do executor existe coação mo- tam o raio de aplicação do tipo penal. Ou seja, soma o art. do crime
ral irresistível, a culpabilidade é apenas do coator, não do coagido + o art. 29 do CP = o resultado é conseguir punir o partícipe.
(inexigibilidade de conduta diversa). Conforme a teoria da acessoriedade, o partícipe é punido mes-
• Para ter autoria mediata em crime próprio, o autor mediato mo que sua conduta seja considerada acessória em relação ao au-
tor. Vejamos:
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Teoria da Teoria da Há concurso de pessoas, pois existe vínculo subjetivo, no sentido


Teoria da Teoria da de que um adere a conduta do outro, mesmo que de forma tácita.
acessoriedade acesso-
acessoriedade hiperacesso-
limitada riedade
mínima riedade
(adotada) máxima CRIMES CONTRA A PESSOA (HOMICÍDIO, DAS LESÕES
Exige que O CORPORAIS, DA RIXA)
a conduta partícipe Exige que o
A conduta
principal seja só é fato principal
principal só
típica e ilícita. punido seja típico, Os crimes contra a pessoa protegem os bens jurídicos, sendo
precisa ser
Recorda que se o fato ilícito, eles a vida e integridade física da pessoa, podem ser encontrados
típica para a
as excludentes principal culpável e no artigo 121 ao 154 do Código Penal. A jurisprudência é vasta so-
punição do
de ilicitude se for típico, o autor seja bre tais tipos penais e muitas vezes repleta de polêmicas, como no
partícipe.
comunicam?! ilícito e punido. caso do aborto, por exemplo.
Ahá! culpável.
Homicídio
— A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação O homicídio simples consiste em matar alguém.
é de menor importância. O homicídio privilegiado recebe diminuição de pena de 1/6 a 1/3,
— A doutrina admite participação nos crimes comissivos por desde que o motivo seja de relevante valor moral ou social, sob do-
omissão, quando o partícipe devia e podia evitar o resultado. mínio de violenta emoção ou logo após injusta provocação da vítima.
O homicídio é qualificado e recebe pena-base maior, nos casos
— Participação inócua não se pune, ex. eu emprestei a arma de pagamentos, promessa de recompensa ou outro motivo torpe
para o agente, mas ele matou com o uso de veneno. (ex: matar por dinheiro); Emprego de veneno, fogo, explosivo, asfi-
— Participação em cadeia é possível, ex. eu empresto a arma xia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel (ex: queimar a pessoa
para A, para este emprestar para B e matar a vítima. Eu e A somos viva), que possa resultar perigo comum (ex. incendiar um prédio
partícipes de B. para matar seu desafeto); Traição, emboscada, dissimulação ou ou-
tro recurso que dificulte a defesa do ofendido (ex. matá-lo em rua
Comunicam-se: Não se comunicam: sem saída), para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou
vantagem de outro crime (ex. matar a testemunha de um crime).
Elementares do crime Circunstâncias subjetivas
(caracteriza o crime) e (influencia a pena de acordo O feminicídio é uma espécie de homicídio qualificado, no qual
circunstâncias objetivas com a pessoa do agente) e o agente mata a mulher por razões da condição de sexo feminino,
(influencia a pena de acordo condições de caráter pessoal isto é, no contexto de violência doméstica ou familiar ou menospre-
com o fato). (relativas à pessoa do agente). zo e discriminação à condição de mulher.
Preste atenção, circunstâncias e condições de caráter pessoal
não se comunicam. Por outro lado, as circunstâncias de caráter real Causas de
Causas de aumento Causas de aumento
ou objetivas (se referem ao fato), se comunicam, sob uma condi- aumento do
do feminicídio do homicídio culposo
ção: é necessário que a circunstância tenha entrado na esfera de homicídio doloso
conhecimento dos demais agentes. Ex. A informa o seu partícipe Ocorrer durante a
que usará emboscada para matar, ambos respondem por essa qua- gestação ou nos 3
lificadora. meses posteriores Vítima menor de
Outro ponto interessante é que elementares sempre se comu- ao parto, contra 14 anos ou maior
nicam, sejam objetivas ou subjetivas, desde que tenham entrado na menor de 14 anos de 60 anos, crime
esfera de conhecimento do partícipe. Se ocorrer a
ou maior de 60 praticado por
Para fechar com chave de ouro vale abordar a autoria colateral. inobservância
anos ou pessoa milícia privada,
O que é isso? Não se confunde com o concurso de pessoas, pois não de regra técnica
portadora de sob o pretexto
existe acordo de vontades. Imagine que 2 pessoas atiram na mesma profissional, deixar
deficiência/doença de prestação
vítima, mas os peritos não conseguem identificar quem efetuou o de prestar socorro
degenerativa, de serviço
disparo fatal. O resultado desta autoria incerta é que ambos res- e etc.
na presença de de segurança
pondem de forma tentada. ascendente ou ou grupo de
Outra figura curiosa é a cooperação dolosamente distinta, que descendente e extermínio.
consiste em participação em crime menos grave (desvio subjetivo descumprindo
de conduta). Ambos os agentes decidem praticar determinado cri- medida protetiva.
me, mas durante a execução um deles decide praticar outro crime,
mais grave. Aquele que escolheu praticar somente o crime inicial O homicídio contra autoridade da Segurança Pública, no exercí-
só responderá por este, salvo ficar comprovado que podia prever a cio da função ou em decorrência dela ou contra seu cônjuge, com-
ocorrência do crime mais grave. Neste último caso, a pena do crime panheiro ou parente até 3º grau qualifica o homicídio.
inicial é aumentada até a metade. Recentemente, o STJ entendeu que o simples fato do condutor
Obs.: No concurso de multidão criminosa, quem lidera o crime do automóvel estar embriagado não gera a presunção de que tenha
terá pena agravada e quem adere a conduta tem a pena atenuada. acontecido dolo eventual, no caso de acidente de trânsito com o
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resultado morte. O STF, no mesmo sentido, considerou que não havia homicídio doloso na conduta de um homem que entregou o seu
carro a uma mulher embriagada para que esta dirigisse o veículo, mesmo tendo acontecido algum acidente por causa da embriaguez e
resultando a morte da mulher condutora.
Por outro lado, já foi reconhecido o dolo eventual por estar dirigindo na contramão embriagado, uma vez que, o condutor assumiu o
risco de causar lesões/morte de outrem. Inclusive, a tentativa é compatível com o dolo eventual.
Quanto a qualificadora do motivo fútil, o STJ não a enquadra nos casos de racha. Todavia, aplica-se a qualificadora do meio cruel no
caso de reiteração de golpes na vítima. Ademais, a qualificadora do motivo fútil é compatível com o homicídio praticado com dolo eventu-
al. Mas a qualificadora da traição/emboscada/dissimulação não é compatível com dolo eventual, pois exige-se um planejamento do crime
que o dolo eventual não proporciona.
A qualificadora do feminicídio é compatível com o motivo torpe, pois está solidificado nos tribunais superiores o entendimento que
o feminicídio é uma qualificadora objetiva que combina com as qualificadoras subjetivas (motivo do crime), bem como com o homicídio
privilegiado.
Por fim, lembre-se que a jurisprudência considera que algumas situações merecem a extinção da punibilidade pelo perdão judicial,
quando o homicídio é culposo e o agente já sofreu suficientemente as consequências do crime. Exemplo: pai atropela o filho.
Ainda sobre o homicídio culposo, a causa de aumento não é afastada se o agente deixa de prestar socorro em caso de morte instan-
tânea da vítima, salvo se o óbito realmente for evidente.

Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena


§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo
em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consan-
guíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:
VIII - (VETADO):
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:  
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.

Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
§ 6o  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de
serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
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II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas
que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;   
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;   
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7
de agosto de 2006.  

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação


Este crime sofreu alteração com o Pacote Anticrime, em razão do episódio da “Baleia Azul”, jogo desenvolvido entre jovens, no qual
incitava-se a automutilação e o suicídio.

Antes do Pacote Anticrime Após o Pacote Anticrime


Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio
material para que o faça:           (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.    (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:           (Incluído pela Lei nº 13.968,
Art. 122 - Induzir ou instigar de 2019)
alguém a suicidar-se ou prestar- Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.    (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
-lhe auxílio para que o faça: § 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:     (Incluído pela Lei nº 13.968,
Pena - reclusão, de dois a de 2019)
seis anos, se o suicídio se con- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.           (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
suma; ou reclusão, de um a três § 3º A pena é duplicada:           (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
anos, se da tentativa de suicídio I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;           (Incluído pela Lei nº 13.968, de
resulta lesão corporal de natu- 2019)
reza grave. II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de
Parágrafo único - A pena é resistência.           (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
duplicada: § 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores,
Aumento de pena de rede social ou transmitida em tempo real.           (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
I - se o crime é praticado § 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede
por motivo egoístico; virtual.    (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
II - se a vítima é menor ou § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e
tem diminuída, por qualquer é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência
causa, a capacidade de resis- mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
tência. causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129
deste Código.           (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do
art. 121 deste Código.

O crime consiste em incentivar a ideia do suicídio e automutilação, bem como prestar auxílio material (ex: emprestar a faca). As penas
são diferentes, a depender do resultado do crime.
– Lesão corporal de natureza grave ou gravíssima: Reclusão de 1 a 3 anos;
– Resultado morte: Reclusão de 2 a 6 anos.

Ademais, as penas são duplicadas se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil (motivo banal), bem como se a vítima é
menor ou tem pena diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. No mesmo sentido, a pena é aumentada até o dobro se a
conduta é realizada por meio da internet (ex. jogo baleia azul). Ademais, aumenta-se a pena se o agente é o líder (quem manda).
Se o resultado é lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por en-
fermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
oferecer resistência, responde o agente pelo crime de Lesão Corporal qualificada como gravíssima.

Se o resultado é a morte e o crime é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discerni-
mento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio.

1 – Infanticídio
Consiste em matar o filho sob influência dos hormônios (estado puerperal), durante o parto ou logo após.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
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2 – Aborto
O Código Penal divide o aborto em:

Aborto provocado pela


Aborto no caso de gravidez
gestante ou com o seu Aborto provocado por terceiro Aborto necessário
resultante de estupro
consentimento
No aborto provocado por
terceiro, pode existir ou não
o consentimento da gestante.
No primeiro caso perceba que
cada um vai responder por um
crime, a gestante por consentir,
o terceiro por abortar. Não se pune o aborto
Consiste em provocar o aborto É considerado aborto sem o praticado por médico se a
Não se pune o aborto praticado
em si mesma, ex. mediante consentimento da gestante gravidez resulta de estupro
por médico caso não haja
chás. Ou, consentir que se ela é menor de 14 anos, e o aborto é precedido de
outro meio se salvar a vida da
alguém o provoque, ex. ir em sofre de problemas mentais, consentimento da gestante
gestante.
uma clínica abortiva. se o consentimento é obtido ou seu representante legal, no
mediante fraude/grave ameaça/ caso de incapacidade.
violência.
Tanto no aborto com ou sem
o consentimento da gestante
existe causa de aumento de
pena se ela morre ou sofre lesão
corporal grave.

A grande polêmica do aborto circunda na questão da interrupção da gravidez no primeiro trimestre. O STF já decidiu que não há crime
se existe o consentimento da gestante ou trata-se de autoaborto. A Suprema Corte fundamentou que a criminalização, nessa hipótese,
viola os direitos fundamentais da mulher e o princípio da proporcionalidade.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento


Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:       
Pena - detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro


Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:       
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se
o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe
sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:       

Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro


II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante
legal.

3 – Lesão Corporal
Consiste em ofender a integridade corporal ou saúde de outrem. A pena é aumentada em caso de violência doméstica, como forma
de prestígio à Lei Maria da Penha. Ademais, qualifica o crime a depender do resultado das lesões:

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Qualificadora de natureza Qualificadora de natureza Pena - reclusão, de um a cinco anos.


grave gravíssima § 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
Incapacidade para as II - enfermidade incurável;
Incapacidade permanente para
ocupações habituais por mais III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
o trabalho, ex. não consegue
de 30 dias, ex. passar roupa. IV - deformidade permanente;
mais trabalhar.
Perigo de vida, ex. correu risco V - aborto:
Enfermidade incurável, ex.
na cirurgia. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
adquire deficiência mental.
Debilidade permanente de
Deformidade permanente, ex.
membro, sentido ou função, Lesão corporal seguida de morte
rosto queimado.
ex. não consegue escrever § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
Aborto.
como antes. agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Perda de membro, sentido ou
Aceleração do parto, ex. nasce Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
função, ex. fica cego.
prematuro.
Diminuição de pena
No caso de lesão corporal seguida de morte, a morte é culposa § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
e a lesão corporal dolosa. A morte qualifica a lesão corporal. vante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção,
A lesão corporal é privilegiada se o agente comete o crime im- logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir
pelido por motivo de relevante valor moral ou social (ex. espanca a pena de um sexto a um terço.
o estuprador de sua filha); sob o domínio de violenta emoção logo
após injusta provocação da vítima (ex. espanca o amante da esposa Substituição da pena
ao pegá-los no flagra). Resultado: O juiz pode diminuir a pena, ou, § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a
não sendo grave a lesão, o juiz pode substituir a pena de detenção pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos
por multa. No mesmo sentido, se a lesão não é grave e as lesões de réis:
são recíprocas, o juiz pode substituir a pena de detenção por multa. I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
São causas de aumento: II - se as lesões são recíprocas.
– Na lesão corporal culposa – inobservância de regra técnica
profissional, deixar de prestar socorro. Lesão corporal culposa
– Na lesão corporal dolosa – vítima menor de 14 anos ou maior § 6° Se a lesão é culposa:
de 60 anos, praticado por milícia privada ou grupo de extermínio. Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Causar lesão contra autoridade de segurança pública, no exer- Aumento de pena


cício de função ou em decorrência dela, bem como contra parente § 7o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer
até 3º grau dessas pessoas enseja causa de aumento. das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código.  
Bem como no homicídio culposo, a lesão corporal culposa pos- § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
sibilita a aplicação do perdão judicial e a isenção da pena. Ex: ma-
chucou o filho sem querer. Violência Doméstica    
A lesão corporal praticada contra o cônjuge, ascendente, des- § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
cendente e irmão, com quem conviva ou tenha convivido, ou, pre- irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
valecendo-se das relações domésticas enseja aumento na pena do convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domés-
crime qualificado por lesão grave ou gravíssima. Ademais, aumenta ticas, de coabitação ou de hospitalidade:
a pena o crime de lesão corporal em âmbito doméstico se a vítima Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
é portadora de deficiência. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as cir-
A jurisprudência caminha no sentido que a qualificadora da cunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a
deformidade permanente não é afastada em razão de posterior ci- pena em 1/3 (um terço).
rurgia plástica reparadora. Ademais, perda de dois dentes configura § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada
lesão grave, uma vez que, ocasiona debilidade permanente (dificul- de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
dade para mastigar). deficiência.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente
Lesão corporal descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
Pena - detenção, de três meses a um ano. exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
Lesão corporal de natureza grave dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta 4 – Periclitação da vida e da saúde
dias; – Perigo de contágio venéreo: Consiste em expor outrem por
II - perigo de vida; meio de relações sexuais a contágio de moléstia venérea, quando
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; sabe ou deve saber que está contaminado. Ex. João sabe que tem
IV - aceleração de parto: AIDS, mas insiste em ter relações sexuais com a sua esposa de ma-
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neira desprotegida. Aumento de pena


§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um
Se a intenção do agente é transmitir a moléstia venérea o crime terço:
qualifica-se, isto é, possui uma pena mais severa. I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão,
Perigo de contágio venéreo tutor ou curador da vítima.
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qual- III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
quer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou – Exposição de abandono de recém nascido: consiste em ex-
deve saber que está contaminado: por/abandonar o recém nascido para ocultar desonra própria. Ex.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. tenho um filho fora do casamento e o abandono para o meu esposo
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: não saber. Eventual lesão corporal ou morte do recém-nascido qua-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. lificam o crime.
§ 2º - Somente se procede mediante representação.
Exposição ou abandono de recém-nascido
– Perigo de contágio de moléstia grave: consiste em praticar Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar de-
ato capaz de produzir contágio, tendo o dolo se transmitir a outrem sonra própria:
a moléstia (doença) de que está contaminado. Ex. sabendo que es- Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
tou com coronavírus espirro na face do meu desafeto. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - detenção, de um a três anos.
Perigo de contágio de moléstia grave § 2º - Se resulta a morte:
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia Pena - detenção, de dois a seis anos.
grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. – Omissão de socorro: crime omissivo, no sentido de deixar de
prestar assistência quando possível fazê-lo a criança abandonado,
– Perigo para a vida ou saúde de outrem: consiste em expor pessoa inválida ou ferida, ao desamparo, em grave ou iminente pe-
a vida ou saúde de outrem a perigo direto e iminente. A pena é rigo. Se não for possível o socorro direto, o agente deve, pelo me-
aumentada se o perigo ocorre em transporte de pessoas. Ex. trans- nos, pedir socorro à autoridade pública, para não cometer o crime
portar crianças de uma creche sem que o automóvel respeite as de omissão de socorro. A lesão corporal grave e a morte aumentam
normas de segurança. a pena.

Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
iminente: inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não consti- não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
tui crime mais grave. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omis-
se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta
transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabeleci- a morte.
mentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais
– Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emer-
– Abandono de incapaz: Abandonar a pessoa que está sob o gencial: exigir garantia, bem como preenchimento de formulários
seu cuidado/guarda/vigilância/autoridade incapaz de se defender administrativos, como condição para o atendimento médico hospi-
dos riscos do abandono. Ex. deixo meu sobrinho menor de idade talar emergencial.
em uma viela perigosa. Eventual lesão corporal ou morte qualificam
o crime. Aumenta a pena se o abandono ocorrer em local ermo, Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qual-
entre parentes próximos/tutor/curador, se a vítima é maior de 60 quer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários
anos. administrativos, como condição para o atendimento médico-hospi-
talar emergencial:
Abandono de incapaz Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da nega-
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defen- tiva de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até
der-se dos riscos resultantes do abandono: o triplo se resulta a morte.
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: – Maus tratos: Expor a perigo de vida/saúde uma pessoa que
Pena - reclusão, de um a cinco anos. está sob sua autoridade/guarda/vigilância, tendo como finalidade
§ 2º - Se resulta a morte: educação, ensino, tratamento, custódia, privando-a de alimentação
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. ou cuidados indispensáveis, sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, abusando dos meios de correção e disciplina. Ex. pai
espanca o filho com a intenção de educá-lo. Caso ocorra lesão cor-
poral grave ou morte da vítima a pena é aumentada, bem como se
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ela possui menos de 14 anos de idade. Para se livrar


do crime de
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua calúnia o agente
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tra- pode provar que
tamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados realmente está
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inade- certo no fato
quado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: criminal que
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. contou. Esse
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: é o instituto
Pena - reclusão, de um a quatro anos. da exceção da
§ 2º - Se resulta a morte: verdade, mas
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. que não pode ser
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado usado em alguns
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.   casos:
Exceção da verdade
I - se, constituindo
5 – Rixa Parágrafo único - A Não cabe exceção
o fato imputado
Consiste em participar da rixa, salvo se a intenção do agente é exceção da verdade da verdade. Mas o
crime de ação
separar a briga. Qualifica o crime eventual lesão corporal grave ou somente se admite juiz pode deixar de
privada, o
morte. se o ofendido é aplicar a pena se o
ofendido não
funcionário público ofendido provocou
foi condenado
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: e a ofensa é relativa a injúria ou no
por sentença
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. ao exercício de suas caso de retorsão
irrecorrível;
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natu- funções. imediata que
II - se o fato
reza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de Motivo: é do interesse consista em outra
é imputado a
detenção, de seis meses a dois anos. da Administração injúria (um injuria
qualquer das
Pública saber sobre o outro).
pessoas indicadas
6 – Crimes contra a honra a conduta dos seus
no nº I do art.
funcionários.
141 (contra o
Calúnia Difamação Injúria Presidente da
República, ou
Atribuir a outrem
contra chefe
um fato criminoso
de governo
que o sabe falso.
estrangeiro);
Ex. Eu digo que Atribuir a outrem um
É o famoso xingar III - se do crime
João subtraiu o fato desabonador. Ex.
outrem. Ex. imputado,
relógio de Joana Eu digo que Joana é
palavrões. embora de
enquanto ela uma ladra.
ação pública,
dormia, mesmo
o ofendido
sabendo que isso
foi absolvido
não é verdade.
por sentença
Art. 138 - irrecorrível.
Caluniar alguém,
imputando-lhe A injúria possui duas qualificadoras:
falsamente fato 1 – Se há violência/vias de fato;
definido como 2 – Injúria racial.
crime: Art. 140 -
Art. 139 - Difamar
Pena - detenção, Injuriar alguém, Em qualquer dos 3 crimes, a pena aumenta quando o crime
alguém, imputando-
de seis meses ofendendo-lhe a é praticado contra o Presidente da República, contra chefe de go-
lhe fato ofensivo à sua
a dois anos, e dignidade ou o verno estrangeiro e contra funcionário público, em razão de suas
reputação:
multa. decoro: funções. Pode aumentar quando houver a presença de mais pesso-
Pena - multa e
§ 1º - Na mesma Pena - detenção de as, ou na divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria, contra
detenção de três
pena incorre um a seis meses pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, exceto no
meses a um ano.
quem, sabendo ou multa. caso de injúria (neste caso qualifica). Se o crime é cometido me-
falsa a imputação, diante pagamento ou promessa de recompensa, aplica-se a pena
a propala ou em dobro.   
divulga. Existe a exclusão do crime de injúria ou difamação se:
§ 2º - É punível a I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte
calúnia contra os ou por seu procurador (ex. discussões nas sessões de julgamento);
mortos. II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou cientí-
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fica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar (ex. – Ameaça: Ameaçar alguém de lhe causar mal injusto e grave.
crítica de um especialista no assunto); Ex. vou te matar.
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou
em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
do ofício (ex. avaliação de funcionário). Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Todavia, nos casos dos nº I e III, responde pela injúria ou pela Parágrafo único - Somente se procede mediante representa-
difamação quem lhe dá publicidade. ção.
Por fim, cabe retratação, isto é, o agente antes da sentença se
retrata cabalmente da calúnia ou difamação. A consequência é que – Sequestro e cárcere privado: Consiste em privar alguém da
ficará isento de pena. Outra opção para evitar a responsabilização sua liberdade. Qualifica o crime se a vítima ter 60 anos ou mais e
criminal é se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, di- for menor de 18 anos, o modus operandi é a internação da vítima,
famação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações se dura mais de 15 dias, se há fins libidinosos, resultante de grave
em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as sofrimento físico ou moral.
dá satisfatórias, responde pela ofensa. Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro
Quanto ao entendimento dos tribunais, algumas decisões me- ou cárcere privado:  
recem destaque: Pena - reclusão, de um a três anos.
– Em uma única carta pode estar configurado o crime de calú- § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
nia, difamação e injúria. I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou compa-
– Configura difamação edição e publicação de vídeo que faz nheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;   
parecer que a vítima está falando mal de negros e pobres. II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em
– A esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra casa de saúde ou hospital;
autor de postagem que sugere relação extraconjugal do marido III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
com outro homem. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;    
– Deputado que em entrevista afirma que determinada depu- V – se o crime é praticado com fins libidinosos.    
tada não merece ser estuprada pratica, em tese, crime de injúria. § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natu-
– Não deve ser punido deputado federal que profere palavras reza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
injuriosas contra adversário político que também o ofendeu ime- Pena - reclusão, de dois a oito anos.
diatamente antes.
– O advogado não comete calúnia se não ficar provada a sua – Redução à condição análoga a de escravo: consiste em sub-
intenção de ofender a honra, ainda que contra magistrado. meter alguém a trabalhos forçados ou jornada exaustiva, condições
degradantes de trabalho, restringindo a sua locomoção em razão de
7 – Crimes contra a liberdade pessoal dívida contraída. Responde pela mesma pena quem cerceia o meio
– Constrangimento ilegal: Consiste em constranger alguém de transporte para reter a vítima no local de trabalho, mantém vi-
mediante violência ou grave ameaça, ou depois de reduzir a sua gilância ou se apodera de documentos da vítima com o fim retê-la.
capacidade de resistência, para não fazer o que a lei permite ou Aumenta a pena se existe motivo de preconceito ou se é contra
a fazer o que ela não mandar. Além da pena do constrangimento, criança/adolescente.
é aplicada a pena da violência. Exceções: intervenção médica ou
cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou seu representante Não é requisito para a configuração do crime a restrição da li-
legal, se justificada por iminente perigo de vida, e no caso de impe- berdade de locomoção dos trabalhadores.
dimento de suicídio. Aumento de pena: reunião de mais de 3 pes-
soas ou emprego de arma. Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer
submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer
Constrangimento ilegal sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringin-
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave do, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, com o empregador ou preposto:  
a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena
fazer o que ela não manda: correspondente à violência.  
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem:    
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do
Aumento de pena trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;   
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apo-
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, dera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim
ou há emprego de armas. de retê-lo no local de trabalho.  
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as corresponden- § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:  
tes à violência. I – contra criança ou adolescente;    
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do origem.    
paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente
perigo de vida; – Tráfico de Pessoas: Consiste em agenciar, aliciar, recrutar,
II - a coação exercida para impedir suicídio. transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher, mediante violên-
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

cia, grave ameaça, coação, fraude ou abuso uma pessoa tendo a finalidade de remover partes do corpo, submetê-la a trabalho em condi-
ções análogas a de escravo, submetê-la a servidão, adoção ilegal ou exploração sexual.
Aumenta a pena se o crime é cometido por funcionário público, contra criança, adolescente, idoso ou deficiente. Pode aumentar caso
haja retirada do território nacional e se prevalece da relação que tem com a vítima. A pena é diminuída caso o agente seja primário e não
integre organização criminosa.

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência,
coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:        
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
IV - adoção ilegal; ou      
V - exploração sexual.        
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las;
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência;
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de
autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou      
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa.

8 – Crimes contra a inviolabilidade do domicílio - Violação de domicílio


Entrar ou permanecer em casa alheia, de maneira clandestina/astuciosa, contra a vontade de quem de direito (ex. proprietário). Qua-
lifica quando o crime é cometido no período da noite, lugar ermo, mediante violência ou arma, 2 ou mais pessoas. Aumenta se o agente é
funcionário público. Não configura o crime se é caso de prisão em flagrante ou efetuar prisão/diligências durante o dia.

É casa Não é casa


I - qualquer compartimento habitado;
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coleti-
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
va, enquanto aberta;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exer-
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
ce profissão ou atividade.

Em recente decisão, o STJ entendeu que configura o crime de violação de domicílio o ingresso e permanência, sem autorização, em
gabinete de delegado de polícia, embora faça parte de um prédio/repartição pública.

9 – Crimes contra a inviolabilidade de correspondências

Violação de corres- Sonegação ou destrui- Violação de comunicação telegrá-


Correspondência comercial
pondência ção de correspondência fica, radioelétrica ou telefônica
Quem indevidamente divulga,
transmite a outrem ou utiliza abusi-
vamente comunicação telegráfica ou Abusar da condição de sócio
Se apossa indevida- radioelétrica dirigida a terceiro, ou ou empregado de estabelecimen-
Devassar indevida-
mente de correspondência conversação telefônica entre outras to comercial ou industrial para, no
mente o conteúdo de
alheia, embora não fecha- pessoas; todo ou em parte, desviar, sone-
correspondência fechada,
da e, no todo ou em parte, Quem impede a comunicação ou gar, subtrair ou suprimir corres-
dirigida a outrem.
a sonega ou destrói. a conversação referidas no número pondência, ou revelar a estranho
anterior; seu conteúdo.
Quem instala ou utiliza estação ou
aparelho radioelétrico.

As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem. Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico o crime qualifica-se.

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10 – Crimes contra a inviolabilidade dos segredos

Divulgação de segredo Violação do segredo profissional


Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento
particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatá-
Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
rio ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem.
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revela-
Qualifica divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou
ção possa produzir dano a outrem.
reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas
de informações ou banco de dados da Administração Pública.

Por fim, configura o crime de invasão de dispositivo informático o indivíduo que invade o dispositivo informático alheio, conectado ou
não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados
ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Ex.
Hacker.
Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de
permitir a prática da conduta. Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. Qualifica o crime se da
invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas,
assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido. Nesse último caso, aumenta-se a pena de um a dois
terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidas.

Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: Presidente da República, governadores e prefeitos; Pre-
sidente do Supremo Tribunal Federal; Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual,
municipal ou do Distrito Federal.

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (FURTO, ROUBO, EXTORSÃO, EXTORSÃO MEDIANTES SEQUESTRO)

– Furto: consiste na subtração de bem alheio, sem violência nem grave ameaça.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Causa de aumento Qualificadoras


A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime
é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou
destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se
A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause
o repouso noturno. Ex. enquanto os moradores da casa estavam perigo comum.
dormindo o agente furta o lar. A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for
de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior.
A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtra-
ção for de semovente domesticável de produção, ainda que abati-
do ou dividido em partes no local da subtração.
A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa,
se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem
ou emprego.

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Furto privilegiado: Se o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Obs: outros crimes patrimoniais sem violência/grave ame-
aça, também, recebem o benefício.

Furto de Coisa Comum


Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.

Roubo: é a subtração de bens alheios de forma violenta, com grave ameaça ou reduzindo a possibilidade de resistência da vítima.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

Causa de aumento Qualificadora


§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior; § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com em-
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo prego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em
sua liberdade. dobro a pena prevista no caput deste artigo.
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de aces- § 3º Se da violência resulta:
sórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18
montagem ou emprego. (dezoito) anos, e multa;
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
de arma branca; anos, e multa.
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma
de fogo;
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante
o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
comum.

– Extorsão e Extorsão mediante sequestro: os dois tipos penais não se confundem. Na extorsão, constrange-se alguém, de forma vio-
lenta ou com grave ameaça, para obter vantagem econômica. Na extorsão, mediante sequestro, sequestra-se a pessoa para obter qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate.

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Extorsão Extorsão mediante sequestro Extorsão indireta


Art. 158 - Constranger alguém, me- Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim
diante violência ou grave ameaça, e com de obter, para si ou para outrem, qualquer
o intuito de obter para si ou para outrem vantagem, como condição ou preço do res-
indevida vantagem econômica, a fazer, gate:
tolerar que se faça ou deixar de fazer algu- Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
ma coisa: § 1o Se o sequestro dura mais de 24
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é
e multa. menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (ses-
§ 1º - Se o crime é cometido por duas senta) anos, ou se o crime é cometido por Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia
ou mais pessoas, ou com emprego de bando ou quadrilha. de dívida, abusando da situação de
arma, aumenta-se a pena de um terço até Pena - reclusão, de doze a vinte anos. alguém, documento que pode dar causa a
metade. § 2º - Se do fato resulta lesão corporal procedimento criminal contra a vítima ou
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada de natureza grave: contra terceiro:
mediante violência o disposto no § 3º do Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e Pena - reclusão, de um a três anos, e
artigo anterior. quatro anos. multa.
§ 3o Se o crime é cometido mediante § 3º - Se resulta a morte:
a restrição da liberdade da vítima, e essa Pena - reclusão, de vinte e quatro a
condição é necessária para a obtenção da trinta anos.
vantagem econômica, a pena é de reclu- § 4º - Se o crime é cometido em con-
são, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da curso, o concorrente que o denunciar à
multa; se resulta lesão corporal grave ou autoridade, facilitando a libertação do se-
morte, aplicam-se as penas previstas no questrado, terá sua pena reduzida de um a
art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. dois terços.

– Usurpação: Dentro do capítulo usurpação estão inseridos os seguintes crimes:


– Alteração de limites: suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no
todo ou em parte, de coisa imóvel alheia.
– Usurpação de águas: desviar ou represar, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias.
– Esbulho possessório: invadir, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou
edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. Obs. Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.
– Supressão ou alteração de marca em animais: Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal in-
dicativo de propriedade.
– Dano: no crime de dano, os verbos núcleos do tipo são 3 - Destruir, inutilizar ou deteriorar (coisa alheia). Ademais, em 4 situações
o crime é qualificado:
– Com violência à pessoa ou grave ameaça;
– Com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave;
– Contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos;        
– Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima (somente se procede mediante queixa).

No mesmo capítulo, o Código Penal traz mais algumas figuras típicas:


– Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia (somente se procede mediante queixa).
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte pre-
juízo:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico


Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou
histórico:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido


Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
– Apropriação indébita: o agente apropria-se de coisa alheia, valendo-se da posse ou detenção que tem dela. Ex. o motoboy que ia
levar a sua pizza por delivery, aproveita para apropriar-se dela. A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: em
depósito necessário; na qualidade de tutor, curador, síndico (atual administrador judicial), liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

depositário judicial; em razão de ofício, emprego ou profissão.

– Atenção: O STF, já decidiu que ressarcimento em acordo homologado no juízo cível é fundamento válido para trancar a ação penal.

Obs: a apropriação indébita previdenciária (forma qualificada) caracteriza-se por deixar de repassar à previdência social as contribui-
ções recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional, independente de dolo específico.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento
efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;  
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de pro-
dutos ou à prestação de serviços;  
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previ-
dência social.  
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias
ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde
que:  
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária,
inclusive acessórios; ou  
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, adminis-
trativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
§ 4o  A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos
acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

Apropriação de coisa havida por erro, caso


Apropriação de tesouro Apropriação de coisa achada
fortuito ou força da natureza
II - quem acha coisa alheia perdida e
I - quem acha tesouro em prédio dela se apropria, total ou parcialmente,
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia
alheio e se apropria, no todo ou em deixando de restituí-la ao dono ou
vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
parte, da quota a que tem direito o legítimo possuidor ou de entregá-la à
força da natureza.
proprietário do prédio. autoridade competente, dentro no prazo
de quinze dias.

– Estelionato e outras fraudes: o estelionato caracteriza-se por obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
Após o Pacote Anticrime a ação passou a ser pública condicionada à representação, salvo: se a vítima for a Administração Pública,
criança ou adolescente, pessoa com deficiência mental, maior de 70 anos de idade ou incapaz.
O Código Penal determina que deve incorrer na mesma pena do estelionato quem comete:
– Disposição de coisa alheia como própria;
– Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria;
– Defraudação do penhor;
– Fraude na entrega de coisa;
– Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro;
– Fraude no pagamento por meio de cheque.

Estelionato contra idoso


§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.        
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:  
I - a Administração Pública, direta ou indireta;  
II - criança ou adolescente;  
III - pessoa com deficiência mental; ou
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.

O Código Penal, inclusive, se preocupa em tipificar algumas outras fraudes, menos incidentes em prova:

Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao
serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (In-
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

cluído pela Lei nº 5.474. de 1968) sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social,
Abuso de incapazes aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessi- VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em de-
dade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou de- sacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou
bilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de dividendos fictícios;
ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa,
terceiro: ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou pa-
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. recer;
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
Induzimento à especulação IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autori-
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiên- zada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I
cia ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzin- e II, ou dá falsa informação ao Governo.
do-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia geral.
       
Fraude no comércio Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant”
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adqui- Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em de-
rente ou consumidor: sacordo com disposição legal:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsifi- Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
cada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra: Fraude à execução
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o ou danificando bens, ou simulando dívidas:
peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadei- Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
ra; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade: Alguns pontos merecem atenção:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. – Adulterar o sistema de medição de energia elétrica para pagar
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. menos que o devido é estelionato (e não furto mediante fraude);
– Uso de processo judicial para obter lucro é figura atípica;
Outras fraudes – É justificável a exasperação da pena-base em caso de confian-
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ça da vítima no autor do crime de estelionato;
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para – O delito de estelionato não é absorvido pelo roubo de talão
efetuar o pagamento: de cheque.
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, Receptação: Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar,
e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de cri-
me, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade oculte. Perceba que no crime de receptação, o agente tem contato
por ações com um bem obtido por meio de crime anterior, ex. objeto furtado.
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazen-
do, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assembléia, Receptação Qualificada
afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
fraudulentamente fato a ela relativo: depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exer-
constitui crime contra a economia popular. cício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime produto de crime:
contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951) Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágra-
em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao pú- fo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
blico ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições eco- inclusive o exercício em residência.
nômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
parte, fato a elas relativo; desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade; Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade penas.  
ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isen-
sociais, sem prévia autorização da assembléia geral; to de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o
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juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a penais encontra-se disposto no Art. 327 do CP.
pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, Crimes Funcionais
do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pú- Dividem-se em:
blica, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena pre- → Crime Funcional Próprio: para a caracterização do crime é
vista no caput deste artigo. Ex. receptação de bens do correio. indispensável que o mesmo seja realizado por funcionário público
(função de cargo público). Exemplo: Crime de Prevaricação, previsto
Receptação de Animal no Art. 319 do CP, se este crime não for praticado por funcionário
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter público, será inexistente, pois o fato torna-se irrelevante.
em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comer-
cialização, semovente domesticável de produção, ainda que abati- → Crime Funcional Impróprio: o sujeito ativo destes crimes é
do ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: funcionário público, assim, eles recebem uma denominação espe-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. cífica pelo exercício da função. Porém, se tais crimes forem cometi-
dos por particulares, sem investimento de cargo público, receberão
Nos crimes patrimoniais existem causas de isenção de pena, outra denominação.
e causas que a ação deixa de ser pública incondicionada, para ser Exemplo: Crime de Peculato (Art. 312 do CP), quando não pra-
tratada como ação penal pública condicionada à representação: ticado por funcionário público no exercício de sua função, recebe a
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes denominação de Apropriação Indébita (Art. 168 do CP).
previstos neste título, em prejuízo:    No caso exemplificado acima, ambos crimes se caracterizam
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; pela apropriação de coisa alheia, sendo a Apropriação Indébita, cri-
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo me comum, praticado por qualquer pessoa, enquanto o Peculato,
ou ilegítimo, seja civil ou natural. trata-se de crime próprio, praticado apenas por funcionário público.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: Peculato Próprio (Art. 312 CP)
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; Cometerá o crime de Peculato, o funcionário público que, apro-
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; priar-se (para ele mesmo, ou desviar para outra pessoa), dinheiro
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. ou qualquer outro bem, que recebeu em razão de seu cargo públi-
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: co.
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando Neste caso, o funcionário público tem a posse, ou seja, o bem
haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; específico encontra-se em suas mãos, de modo que, dolosamente,
II - ao estranho que participa do crime. ele transforma tal posse em domínio, para si mesmo ou para ou-
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou trem, dando assim, ao objeto material, destinação diversa da que
superior a 60 (sessenta) anos. lhe foi confiada.

Sujeito ativo
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PECU- Como em todos os demais crimes, dispostos no referido capí-
LATO E SUAS FORMAS, CONCUSSÃO, CORRUPÇÃO ATI- tulo do Código Penal, trata-se do funcionário público, sendo cabível
VA E PASSIVA, PREVARICAÇÃO) apenas a participação de pessoas que não o sejam.

Sujeito passivo
Dos crimes contra a administração pública Como em todos os demais crimes, dispostos no referido capítu-
lo do Código Penal, trata-se do Estado e do particular prejudicado.
Dos crimes praticados por funcionário público contra a admi-
nistração em geral Peculato Impróprio ou Peculato Furto (Art. 312, § 1º, CP)
A diferença entre este caso e o Peculato Próprio, é que aqui,
Peculato – Art. 312 apesar do funcionário público valer-se de seu cargo para subtrair
ou concorrer para que o bem se subtraia, ele não retém a posse
O Título XI, Capítulo I do Código Penal refere-se aos crimes pró- desse bem.
prios de funcionários públicos contra a Administração em geral.
No caso, particulares podem participar dos mesmos apenas Peculato Culposo (Art. 312, § 2º, CP)
como coautores, caso concorram de qualquer modo para realização Ocorre quando, de forma culposa (por negligência, imprudên-
de um desses crimes. cia ou imperícia), apesar de não possuir vontade para que se ocorra
Tais crimes são denominados de crimes funcionais, já que são a subtração ou apropriação do bem, o funcionário público cria uma
praticados por pessoas que se dedicam à realização das funções ou oportunidade para que um outro funcionário público ou um tercei-
atividades estatais, exigindo a qualidade do sujeito ativo, como fun- ro pratique o crime.
cionário público e a intenção de dolo. Também são denominados
como crimes de responsabilidade.
Lembrando que o conceito de funcionário público para efeitos

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Peculato mediante erro de outrem - Art. 313 Corrupção Passiva – Art. 317
Da mesma forma que o crime de Concussão seria a Extorsão
Este crime também é chamado de Peculato Estelionato, onde o praticada por funcionário público no exercício da sua função, a Cor-
funcionário público, no exercício de seu cargo, se apropria de bens rupção seria o Rufianismo (Art. 230 CP) praticado pelo mesmo.
ou valores que recebeu de outrem, mediante erro. Para a caracterização do crime de Corrupção Passiva não é
necessário que o funcionário público receba a vantagem indevida,
Inserção de dados falsos em sistema de informações - Art. 313- bastando apenas solicitar a mesma.
A e Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor- Aqui também não faz diferença se aquilo solicitado ou recebido
mações - Art. 313-B seja uma vantagem indevida, mas já é suficiente a simples aceitação
da promessa de vantagem pelo servidor para a caracterização do
É a principal diferença entre esses dois crimes, conhecidos crime.
como Peculato via informática, o fato do funcionário público, no Há uma sutil diferença entre os crimes de Concussão e Corrup-
caso do Art. 313-A, ser autorizado para o exercício daquela função, ção Passiva. Se há exigência, há Concussão, porém, se há simples
onde aproveita-se para cometer o crime. solicitação, há Corrupção Passiva.
Exemplo: o funcionário público autorizado a preencher o painel
eletrônico do Congresso Nacional, viola o mesmo e altera o cômpu- Diferença entre Corrupção Passiva e Corrupção Ativa
to dos votos dos parlamentares. A Corrupção Passiva é um crime praticado por funcionário pú-
Já no caso do Art. 313-B, o funcionário público não possui au- blico, onde o mesmo solicita ou recebe vantagem indevida de al-
torização ou solicitação de autoridade competente para realização guém;
da atividade onde cometeu o crime. Já a Corrupção Ativa (Art. 333 CP), é um crime praticado por
particular contra a administração, consistindo na oferta ou promes-
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento - sa de vantagem indevida deste particular ao servidor público, para
Art. 314 determina-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Em outras palavras, seria o suborno do funcionário público.
A ação física deste crime divide-se em três hipóteses:
→ Extraviar, ou seja, mudar o destino ou o fim, para onde o Facilitação de contrabando ou descaminho - Art. 318
livro ou documento público deveria ser encaminhado;
→ Sonegar, ou seja, não apresentar o livro ou documento pú- Trata-se de crime próprio de funcionário público, que em sua
blico no local devido, cometendo sua ocultação intelectual ou frau- função, facilita a prática de contrabando ou descaminho.
dulenta;
→ Inutilizar, ou seja, tornar o livro ou documento público im- → Contrabando refere-se a entrada ou saída de produtos no
prestável, estraga-lo, arruína-lo, seja no todo ou parcialmente. País, cuja comercialização dos mesmos não é permitida, ou seja,
refere-se à importação ou exportação de mercadorias ilegais e proi-
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas - Art. 315 bidas.
→ Descaminho refere-se a comercialização permitida de pro-
Neste crime, ao invés de ocorrer a destinação das verbas ou dutos, no entanto, estes adentram o País de forma ilegal, com a
rendas públicas, aos entes públicos determinados, ocorre um des- finalidade do não pagamento dos impostos devidos.
vio daquelas, dentro da própria administração, de modo que as
mesmas se destinam para local diverso do previsto. Prevaricação – Art. 319

Concussão – Art. 316 Este crime consiste em praticar, ou deixar de praticar, indevi-
damente, ato de ofício, ou praticar o mesmo contra disposição ex-
Este crime também é conhecido como extorsão praticada por pressa em lei, para a satisfação de interesse ou sentimento pessoal.
funcionário público no exercício de sua função, ou a pretexto da O crime de Prevaricação é um crime demasiadamente come-
mesma. tido no funcionalismo público, verificando-se quando o funcioná-
Ele ocorre quando o funcionário público exige, seja para si rio público, por qualquer sentimento pessoal (inveja, ciúmes, ódio,
mesmo ou para outrem, uma vantagem indevida de alguém, apro- amor, pena, etc.), ou para satisfazer seu interesse pessoal (promo-
veitando-se do cargo ou função que exerça para formular esta exi- ção, recebimento de comissão legal, vantagem funcional na carrei-
gência. ra, proteção de um direito seu, seja na vida particular, familiar ou de
Neste caso, mesmo que o funcionário público não esteja pre- amizade, etc.), indevidamente pratica, retarda ou deixa de praticar,
sente naquele momento no exercício de sua função, ou até mesmo algum ato de seu ofício, contrariamente a uma expressa disposição
ainda não a tenha assumido, caso a exigência de vantagem indevida de lei.
tenha sido em razão desta função, já se configura o crime de con- É importante observarmos que se o funcionário público agir ce-
cussão. dendo a pedido de outrem e impelido por promessa de vantagem
A diferença entre os crimes de Concussão e Extorsão, é que indevida, ele cometerá o crime de Corrupção Passiva.
apesar de ambos serem caracterizados pela exigência da vantagem
indevida, a Concussão trata-se de crime próprio, apenas podendo
ser praticada por funcionário público.

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Condescendência criminosa - Art. 320 Abandono de função – Art. 323

Condescendência refere-se à aceitação, conivência, indulgên- O crime de Abandono de função trata-se de crime contra a Ad-
cia, ou seja, consiste no superior hierárquico, prover-se de senti- ministração Pública que se configura quando o funcionário público
mento de pena, e a partir deste sentimento, omitir determinado se afasta do seu cargo por tempo juridicamente relevante, colocan-
ato, que configurou um delito de seu subordinado, com a finalidade do em risco a regularidade dos serviços prestados.
de se evitar a punição do mesmo. Seria o vulgo “coleguismo” ou
“apadrinhamento”. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado –
Art. 324
É importante se atentar ao fato de que o crime de Condescen-
dência é muito parecido com o crime de Prevaricação. Na verdade, Este crime pode ser tipificado por dois verbos: entrar ou con-
este seria uma forma especial do outro, pois aqui também há uma tinuar.
omissão (deixar de praticar) algo, com o objetivo de atender a um O verbo entrar no exercício, significa iniciar o desempenho de
sentimento pessoal (indulgência, piedade, condescendência, etc.). determinada atividade pública antes mesmo de satisfeitas as exi-
gências legais, ou seja, antes da investidura (nomeação, posse) legal
Advocacia administrativa – Art. 321 do cargo de funcionário público.
Já o verbo continuar a exercê-la, significa prosseguir no desem-
A partir da análise doutrinária, pode-se verificar que a conduta penho de determinada atividade, sem autorização, depois do fun-
praticada pelo agente, apta a configurar o crime de advocacia admi- cionário público ser oficialmente notificado de que foi exonerado,
nistrativa, não consiste em uma atividade de “advogado”, tal como removido, substituído ou suspenso daquele cargo.
o termo “advocacia administrativa” em um primeiro momento su-
gere, mas sim em um ato de funcionário público que “advoga”, ou Violação de sigilo funcional – Art. 325
seja, patrocina, pleiteia em favor de outrem, valendo-se de sua con-
dição, de funcionário público, em interesse de terceiro particular. O crime de Violação de sigilo funcional ocorre quando um fun-
A conduta típica vem expressa pelo verbo “patrocinar”, que sig- cionário público revela fato de que tem ciência em razão do cargo e
nifica advogar, proteger, beneficiar, favorecer, defender. O agente que deva permanecer em segredo, ou facilita a sua revelação.
deve valer-se das facilidades que a qualidade de funcionário público A conduta caracteriza-se quando o funcionário público revela
lhe proporciona. o sigilo funcional de forma intencional (este crime não admite a
O patrocínio pode ser direto, quando o funcionário público forma culposa), dando ciência de seu teor a terceiro, por escrito,
pessoalmente advoga os interesses privados perante a Administra- verbalmente, mostrando documentos, etc.
ção Pública, ou indireto, quando o funcionário se vale de interposta A conduta de facilitar a divulgação do segredo, também deno-
pessoa para a defesa dos interesses privados perante a Administra- minada divulgação indireta, dá-se quando o funcionário público,
ção Pública. querendo que o fato chegue a conhecimento de terceiro, adota de-
“Interesse privado” é qualquer vantagem a ser obtida pelo par- terminado procedimento que torna a descoberta acessível a outras
ticular, legítima ou ilegítima, perante a Administração. Se o interes- pessoas.
se for ilegítimo, a pena será maior. A Lei nº 9.983/2000 criou no § 1º do artigo 325 algumas in-
Entretanto, prevalece na doutrina e na jurisprudência o en- frações penais equiparadas, punindo com as mesmas penas do
tendimento de que somente caracteriza o delito o patrocínio, pelo “caput” quem:
funcionário público, de interesse “alheio” perante a administração. I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
Caso o interesse seja “próprio” do funcionário, não estará configu- empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pesso-
rado o delito, podendo ocorrer mera infração funcional. as não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública;
Violência arbitrária – Art. 322 II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
O § 2º estabelece uma qualificadora, prevendo pena de reclu-
O tipo penal que compõe o crime de violência arbitrária tutela são, de dois a seis anos, e multa, se da ação ou omissão resultar
o bem jurídico Administração Pública, sobretudo no que diz respei- dano à Administração ou a terceiro.
to à moralidade do serviço, bem como o bem jurídico, integridade
física. Violação do sigilo de proposta de concorrência – Art. 326
O objeto material do delito será o administrado, submetido ao
poder estatal, contra o qual é praticada a violência ilegal perpetrada Quanto ao crime de Violação do sigilo de proposta de concor-
pelo funcionário público. rência, devemos nos atentar ao fato de que, com o advento da Lei
Como núcleo do crime, temos o verbo praticar que é sinônimo n° 8.666/93 (Lei de Licitações), o mesmo foi tacitamente revogado
de exercer ou cometer. A violência, por sua vez, deve ser entendida por seu art. 94:
somente como a vis corporalis, abrangendo vias de fato, lesão cor- Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedi-
poral ou homicídio. mento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
O emprego da violência deve ser arbitrário, não se englobando Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
situações, como por exemplo, de legitima defesa ou estrito cumpri-
mento do dever legal. Por revogação tácita designa-se a eliminação da vigência de
uma norma por apresentar-se incompatível com outra norma pos-
terior, em um determinado caso concreto. Assim, a revogação tácita
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

ocorre quando o aplicador constata que disposições contraditórias outrem:


foram publicadas em momentos diferentes. Pena - detenção, de três meses a um ano.
Desse modo, esta revogação tem lugar quando normas suces- § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
sivas no tempo apresentam contradição uma em relação à outra. precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
Para resolver o conflito, emprega-se o chamado critério cronológico posterior, reduz de metade a pena imposta.
(critério da lex posterior).
Conforme dispõe a LINDB, art. 2º, deve-se entender que a nor- Peculato mediante erro de outrem
ma anterior foi revogada pela posterior, ainda que não expressa Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
(descrita no tipo literal) esta revogação. no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Funcionário público – Art. 327
Inserção de dados falsos em sistema de informações
São considerados funcionários públicos, para fins penais, quem Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inser-
exerce cargo, emprego ou função pública. ção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corre-
tos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administra-
Cargos públicos: são as mais simples e indivisíveis unidades de ção Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para
competência a serem expressadas por um agente, previstas em um outrem ou para causar dano:
número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
jurídicas de direito público e criadas por lei;
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor-
Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho a se- mações
rem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de infor-
sob relação trabalhista. O regime jurídico é o trabalhista (contratu- mações ou programa de informática sem autorização ou solicitação
al), embora pontualmente derrogado por normas de direito públi- de autoridade competente:
co, sobretudo as que diretamente constam do texto constitucional. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
É a forma de contratação própria das pessoas jurídicas de direito Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a
privado; metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Admi-
nistração Pública ou para o administrado.
Funções públicas: são as funções de confiança e as exercidas
pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que
Importante ressaltar que, ainda que a função pública seja exer- tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou
cida transitoriamente e sem remuneração, poderá o agente ser con- parcialmente:
siderado funcionário público para fins penais. Por isso, jurados e Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui
mesários eleitorais não estão afastados do conceito. crime mais grave.

Segue abaixo os dispositivos legais do Código Penal referentes Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
ao presente tópico: Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
estabelecida em lei:
TÍTULO XI Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Concussão
CAPÍTULO I Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamen-
DOS CRIMES PRATICADOS te, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO dela, vantagem indevida:
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor Excesso de exação
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na
alheio: cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embo- § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
ra não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con- trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pú-
corre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen- blicos:
do-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Corrupção passiva Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado


Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa-
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori-
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido,
vantagem: substituído ou suspenso:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de prati- Violação de sigilo funcional
car qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato
influência de outrem: não constitui crime mais grave.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
Facilitação de contrabando ou descaminho empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pesso-
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de as não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
contrabando ou descaminho (art. 334): Administração Pública;
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pú-
Prevaricação blica ou a outrem:
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfa-
zer interesse ou sentimento pessoal: Violação do sigilo de proposta de concorrência
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência públi-
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pú- ca, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
blico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com ou-
tros presos ou com o ambiente externo: Funcionário público
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos pe-
nais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
Condescendência criminosa cargo, emprego ou função pública.
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsa- § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
bilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
autoridade competente: execução de atividade típica da Administração Pública.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores
dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
Advocacia administrativa comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado administração direta, sociedade de economia mista, empresa públi-
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de fun- ca ou fundação instituída pelo poder público.
cionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: QUESTÕES
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária 1. IBFC - 2020 - PM-BA - SOLDADO


Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretex- A entrada em vigor da nova Lei de Drogas, revogando a ante-
to de exercê-la: rior, fez com que o crime de porte de drogas para consumo pessoal
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena cor- deixasse de prever a aplicação de pena privativa de liberdade, pas-
respondente à violência. sando a adotar as seguintes como sanções: advertência sobre os
efeitos das drogas; prestação de serviços à comunidade e medida
Abandono de função educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Nes-
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos se sentido, no que tange à pena aplicável ao autor do citado delito,
em lei: é correto afirmar que a nova lei de drogas constitui um exemplo de:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. (A) novatio legis não incriminadora
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: (B) abolito criminis
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. (C) novatio legis in pejus
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fron- (D) novatio legis in mellius
teira: (E) lei intermediária
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
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2. IBFC - 2020 - PM-BA - SOLDADO 6. IBFC - 2020 - PM-BA - SOLDADO


Em face do crime de associação criminosa, assinale a alterna- O Código Penal prevê, em seu artigo 140, a injúria racial como
tiva correta. crime, considerando a ofensa feita a uma determinada pessoa com
(A) a pena aumenta-se até um terço se houver a participação referência à sua raça, cor, etnia, religião ou origem. Sobre a injúria
de criança ou adolescente racial assinale a alternativa correta.
(B) trata-se de crime de concurso eventual de agentes (A) Tem como bem jurídico a dignidade humana da coletivi-
(C) configura associação criminosa o ato de constituir, organi- dade
zar ou manter grupo de pessoas com a finalidade de praticar (B) Trata-se de ação penal pública incondicionada
crimes previstos no Código Penal (C) É imprescritível
(D) a pena aumenta-se até um terço se a associação é armada (D) Cabe fiança
(E) configura associação criminosa o ato de associarem-se 3 (E) A pena aplicada é detenção, de um a seis meses, ou multa
(três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes
7. IBFC. 2019 - CBM-BA
3. IBFC - 2020 - PM-BA - SOLDADO Atortura é proibida pela Constituição de 1988, sendo essa proi-
Assinale a alternativa que preencha corretam ente a lacuna. bição, inclusive, um direito fundamental. Sua prática é considerada
Apresenta-se como causa excludente de ilicitude_____ . como crime, sendo disciplinada pela Lei nº 9455/1977. Sobre os cri-
(A) o exercício regular de direito mes de tortura, assinale a alternativa incorreta.
(B) a inimputabilidade (A) Constitui crime de tortura constranger alguém com em-
(C) a coação moral irresistível prego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
(D) a obediência hierárquica físico ou mental em razão de discriminação racial ou religiosa
(E) o erro sobre a ilicitude do fato (B) Aquele que se omite em face da prática do crime de tortu-
ra, quando tinha o dever de evita- las ou apura-las, também
4. IBFC - 2020 - PM-BA - SOLDADO pratica crime
Sobre a definição de crime de importunação sexual, assinale a (C) O crime de tortura é afiançável e suscetível de graça e anis-
alternativa correta. tia
(A) ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com (D) Constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guar-
alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificul- da, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
te a livre manifestação de vontade da vítima ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
(B) constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo
a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se (E) A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em-
pratique outro ato libidinoso prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do
(C) praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso prazo da pena aplicada
com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro
(D) induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a 8. IBFC - 2020 - PREFEITURA DE VINHEDO - SP - GUARDA
lascívia de outrem MUNICIPAL
(E) constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou fa- Com relação às disposições da Lei n° 10.826/2003 (Estatuto do
vorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição Desarmamento) e suas alterações posteriores, acerca do porte, as-
de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício sinale a alternativa correta.
de emprego, cargo ou função (A) É proibida a cobrança de taxas para os serviços relativos ao
registro e renovação do registro de arma de fogo, sendo per-
5. IBFC - 2020 - PM-BA - SOLDADO mitida a cobrança para a expedição de segunda via de registro
Assinale a alternativa correta. (B) A autorização para o porte de arma de fogo de uso per-
Apresenta-se com o conduta própria de contravenção penal o mitido, em todo o território nacional, é de competência das
ato de: guardas municipais
(A) obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo (C) As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legal-
alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante ar- mente constituídas devem obedecer às condições de uso e de
tifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respon-
(B) recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente so- dendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua
licitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à pró- guarda na forma do regulamento da Lei n° 10.826/2003
pria identidade, estado, profissão, domicílio e residência (D) Compete às guardas municipais a autorização do porte de
(C) adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estran-
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que tercei- geiros em visita ou sediados no Brasil
ro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte
(D) destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia
(E) apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou
a detenção

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

9. IBFC - 2020 - PREFEITURA DE VINHEDO - SP - GUARDA partido) que receba vantagem indevida para dar sustentação
MUNICIPAL política e apoiar a permanência de determinada pessoa no car-
A Lei nº 10.826/2003 conhecida como o “Estatuto do Desar- go de Presidente de empresa pública federal
mamento” dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas (C) Deve-se reconhecer a consunção entre os crimes de cor-
de fogo e munição. Com relação ao registro, assinale a alternativa rupção passiva e lavagem de dinheiro quando a propina é rece-
incorreta. bida no exterior por meio de transação envolvendo utilização
(A) A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições de contas secretas em nome de uma “offshore”, na qual resta
entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autori- evidente a intenção de ocultar valores
zação do guarda municipal (D) Não configura o crime de lavagem de dinheiro (artigo 1º
(B) É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão compe- da Lei nº 9.613/98) a conduta do agente que recebe propina
tente decorrente de corrupção passiva e tenta viajar com ele, em vôo
(C) A empresa que comercializar arma de fogo em território doméstico, escondendo as notas de dinheiro nos bolsos do pa-
nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade compe- letó, na cintura e dentro das meias, tampouco o fato de, após
tente, como também a manter banco de dados com todas as ter sido descoberto, dissimular (“mentir”) a natureza, a origem
características da arma e cópia dos documentos previstos no e a propriedade dos valores
artigo 4° da Lei n° 10.826/2003
(D) A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e 12. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁ-
munições responde legalmente por essas mercadorias, fican- RIA
do registradas como de sua propriedade enquanto não forem Quanto ao “erro sobre elementos do tipo” e “erro sobre a ilici-
vendidas tude do fato”, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro
(V) ou Falso (F):
10. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁ- ( ) Não cabe a incidência de erro de tipo nos crimes omissivos
RIA espúrios, em face do dever de agir para evitar o resultado, levando-
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de -se em conta a relação de normalidade ou perigo do caso concreto.
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a har- ( ) O erro relativo à existência de uma causa de exclusão de
mônica integração social do condenado e do internado. Com rela- ilicitude consiste em descriminante putativa por erro de proibição.
ção ao tema, assinale a alternativa incorreta: Nesse caso, se inescusável o erro, afasta-se o dolo, subsistindo a
(A) Não fere o contraditório e o devido processo de decisão responsabilidade por crime culposo, se previsto em lei.
que, sem ouvida prévia da defesa, determine transferência ou ( ) Ao agente provocador que atua dolosamente deverá ser
permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário imputado, na forma dolosa, o crime cometido pelo provocado. Já
federal o agente provocado ficará impune, desde que escusável o seu erro.
(B) O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamen- ( ) Incide sobre o ³error in persona´ a teoria da equivalência do
to das Ações Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 43, 44 bem jurídico atingido. Nesse caso, o agente responderá pelo crime
e 54, pacificou o entendimento no sentido de ser admitida a praticado, porém, no momento da aplicação da pena, serão consi-
chamada “execução provisória da pena”, após prolação de deradas as condições da vítima virtual.
Acórdão condenatório em segunda instância, sendo que isso Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
não ofende o princípio constitucional da presunção de inocên- cima para baixo.
cia (A) V, F, F, V
(C) O cumprimento de prisão domiciliar não impede a liber- (B) F, F, V, V
dade de culto, razão pela qual, considerada a possibilidade de (C) F, V, V, F
controle do horário e de delimitação da área percorrida por (D) V, V, V, V
meio do monitoramento eletrônico, o comparecimento a culto
religioso não representa risco ao cumprimento da pena 13. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁ-
(D) O indulto extingue os efeitos primários da condenação RIA
(pretensão executória), mas não atinge os efeitos secundários, Por concurso de crimes se entende a prática de duas ou mais
penais ou extrapenais infrações penais, mediante a unidade ou pluralidade de condutas.
Quanto às espécies do referido instituto, analise as afirmativas
11. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁ- abaixo:
RIA I. Segundo jurisprudência dos tribunais superiores, não há con-
Considere o posicionamento do Supremo Tribunal Federal tinuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que
(STF) em relação às disposições do Código Penal e demais leis ex- praticados em conjunto, uma vez que os referidos crimes, apesar
travagantes para assinalar a alternativa incorreta. de serem da mesma natureza, são de espécies diversas.
(A) A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Códi- II. Ocorre concurso material quando o agente, mediante uma
go Penal (CP), incidente nos crimes praticados por funcionário só ação, pratica crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda
público contra a Administração em geral, quando os autores que da mesma família, eis que caracterizada a violação a patrimô-
forem ocupantes de cargos em comissão, função de direção nios distintos.
ou assessoramento, não pode ser aplicada aos dirigentes de III. Segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça, os desíg-
autarquias nios autônomos que caracterizam o concurso formal próprio ou
(B) É possível que se configure o crime de corrupção passiva perfeito referem-se a qualquer forma de dolo, direto ou eventual.
(art. 317 do CP) na conduta de Deputado Federal (líder do seu IV. Dentre as espécies de crime continuado, o parágrafo único
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

do artigo 71 do Código Penal prevê o crime continuado qualificado, 16. IBFC - 2020 - TRE-PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINIS-
segundo a doutrina, o qual se verifica nos crimes dolosos, contra TRATIVA
vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à Com relação ao crime de peculato, analise as afirmativas abai-
pessoa. xo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F):
Assinale a alternativa correta. ( ) O Código Penal prevê hipótese de peculato culposo.
(A) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas ( ) No peculato culposo, a reparação do dano, se precede à
(B) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior,
(C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas reduz de metade a pena imposta.
(D) Apenas a afirmativa I está correta ( ) É hipótese de peculato o ato de dar às verbas ou rendas
públicas aplicação diversa da estabelecida em lei.
14. IBFC - 2020 - EBSERH - ADVOGADO Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
O atual Código de Direito Penal, recepcionado pela Constitui- cima para baixo.
ção de 1988, inicia a Parte Especial tratando dos crimes contra a (A) V, V, V
pessoa. Sobre eles, assinale a alternativa incorreta. (B) V, V, F
(A) Também é crime se a lesão corporal for praticada contra (C) V, F, V
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou (D) F, F, V
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecen-
do-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de 17. IBFC - 2018 - PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS - MG - PRO-
hospitalidade CURADOR DO MUNICÍPIO
(B) Trata-se de homicídio qualificado aquele cometido contra a Constitui crime funcional praticado contra a ordem tributária:
mulher por razões da condição do sexo feminino
(C) É crime o aborto de feto com anencefalia (A) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal
(D) É crime contra a pessoa praticar, com o fim de transmitir a ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou
outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
produzir contágio desacordo com a legislação
(E) É crime abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guar- (B) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento
da, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz que saiba ou deva saber falso ou inexato
de defender-se dos riscos resultantes do abandono (C) extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documen-
to, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou
15. IBFC - 2020 - EBSERH - ADVOGADO inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento in-
A delimitação da extensão territorial de determinado Estado é devido ou inexato de tributo ou contribuição social
de extrema importância para a aplicação das normas, inclusive as (D) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos ine-
normas penais. Sobre a lei penal no espaço, assinale a alternativa xatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em docu-
incorreta. mento ou livro exigido pela lei fiscal
(A) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tra-
tados e regras de direito internacional, ao crime cometido no 18. IBFC - 2018 - PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS - MG - PRO-
território nacional CURADOR DO MUNICÍPIO
(B) Aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de No que se refere aos crimes contra a Administração Pública,
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade priva- assinale a alternativa incorreta:
da, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em (A) no caso de peculato culposo, a reparação do dano, se pre-
vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar cede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade
territorial do Brasil (B) no caso de advocacia administrativa, se o interesse é ilegíti-
(C) Os casos de extraterritorialidade incondicional referem-se mo, o crime é qualificado
apenas a crimes de genocídio, quando o agente for brasileiro (C) no crime de abandono de função, a conduta típica é a de
ou domiciliado no Brasil abandono de cargo
(D) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do (D) configura prevaricação a conduta do funcionário público
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, que, por indulgência, deixa de responsabilizar subordinado
de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde que cometeu infração no exercício do cargo
quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embar-
cações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que
se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar
(E) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estran-
geiro, os crimes praticados por brasileiro

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

19. IBFC - 2019 - PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTI- 23. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI-
NHO - PE - GUARDA MUNICIPAL TENCIÁRIO
De acordo com o Artigo 10 do Estatuto do Desarmamento (Lei Assinale a alternativa correta quanto ao comportamento visto
nº 10.826/2003), que dispõe sobre registro, posse e comercializa- como crime de conduta omissiva presente no Estatuto do Desar-
ção de armas de fogo e munição sobre o Sistema Nacional de Armas mamento:
(SINARM), a autorização para o porte de arma de fogo de uso per- (A) vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
mitido, em todo o território nacional, é de competência da _____. arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna. adolescente
(A) Polícia Civil (B) disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habita-
(B) Polícia Federal do ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela,
(C) Polícia Estadual desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática
(D) Polícia Militar de outro crime
(C) portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de
20. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI- fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identi-
TENCIÁRIO ficação raspado, suprimido ou adulterado
Não há de se falar em crime quando o autor pratica a conduta: (D) deixar de observar as cautelas necessárias para impedir
(A) em estrito cumprimento de dever legal e no exercício re- que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de defi-
gular de direito ciência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua
(B) em estrito cumprimento de dever legal e na obediência hie- posse ou que seja de sua propriedade
rárquica (E) produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou
(C) no exercício regular de direito e na coação moral irresistível adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo
(D) em excesso de estado de necessidade e na inimputabili-
dade 24. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI-
(E) em legítima defesa recíproca e no erro de direito TENCIÁRIO
No que diz respeito ao crime de tortura, assinale a alternativa
21. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI- correta.
TENCIÁRIO (A) o crime de tortura é afiançável
As penas previstas no Direito Penal são: (B) o crime de tortura é suscetível de anistia
(A) medidas de proteção e de perda de bens (C) a condenação deve acarretar a perda do cargo público e
(B) prestacionais e restritivas de liberdade a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena
(C) privativas de liberdade, restritivas de direito e multa aplicada
(D) medidas socioeducativas e pecuniárias (D) constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guar-
(E) ressocializadoras e pedagógicas da, com emprego de grave ameaça, a intenso sofrimento men-
tal, como forma de aplicar castigo pessoal
22. IBFC - 2018 - SEAP-MG - AGENTE DE SEGURANÇA PENI- (E) o crime de tortura é suscetível de graça
TENCIÁRIO
As penas privativas de liberdade devem ser executadas em for- 25. IBFC - 2017 - EMBASA - TÉCNICO OPERACIONAL (EDIFI-
ma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados de- CAÇÕES)
terminados critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de
regime mais rigoroso. Nesse sentido, assinale a alternativa correta: alguém recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno
(A) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deve começar em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau
a cumpri-la em regime semi-aberto de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5
(B) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), deve cumpri-la em regi- de raça ou de cor.
me fechado (A) Detenção de dois a quatro anos
(C) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou in- (B) Reclusão de três a cinco anos
ferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em (C) Detenção de um a cinco anos
regime semi-aberto (D) Reclusão de dois a cinco anos
(D) o condenado por crime contra a administração pública
deve ter a progressão de regime do cumprimento da pena con- 26. IBFC - 2017 - TJ-PE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JU-
dicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do DICIÁRIA
produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais Assinale a alternativa que não contempla uma das excludentes
(E) ao condenado transferido para o regime disciplinar diferen- de antijuridicidade dispostas no Código Penal Brasileiro
ciado é vedada a realização de exame criminológico de classifi- (A) Realização de ato após coação moral irresistível
cação para individualização da execução (B) Exercício regular de uma aptidão abarcada pelo Direito
(C) Imposição legal de um comportamento ao agente
(D) Ato de afastamento da situação de perigo para salvaguar-
dar um bem jurídico próprio ou de terceiro
(E) Utilização moderada de meios necessários para repelir in-
justa agressão, atual ou iminente
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

27. IBFC - 2017 - TJ-PE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JU- 30. IBFC - 2017 - TJ-PE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JU-
DICIÁRIA DICIÁRIA
A culpa é elemento constituidor do crime, ou seja, sua pre- Não constitui crime contra a administração pública:
sença se faz essencial para avaliação da responsabilidade penal do (A) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofí-
agente por ato considerado ilícito. Nesse sentido, a culpa apresenta cio, ou praticá-lo contra disposição expressa da lei, para satis-
diversas nuances capazes de serem identificadas a partir do estudo fazer interesse ou sentimento pessoal
minucioso dos termos contidos na legislação pátria. Sobre o tema, (B) Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou
assinale a alternativa que não contém descrição de ato culposo re- proporcionar a terceiro o ensejo de devassa-lo
levante aos olhos do Direito Penal: (C) Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou
(A) Realização de ato sem a necessária aptidão técnica para o imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
exercício da função ou ofício mercadorias
(B) Prática de ato tido como perigoso, agindo com precipitação (D) Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar
e sem cautela a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certa-
(C) Realização de ato cujo resultado danoso é sabido pelo me, conteúdo sigiloso de concurso público
agente e lhe causa indiferença (E) Desobedecer à ordem legal de funcionário público
(D) Exercício de ato sem precaução quanto a eventual resulta-
do danoso
(E) Prática de ato cujo resultado danoso é previsto, mas há cer- GABARITO
teza por parte do agente quanto a sua não ocorrência

28. IBFC - 2017 - TJ-PE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JU-


1 D
DICIÁRIA
O conceito analítico de crime apresenta como um de seus ele- 2 E
mentos constituidores a tipicidade. No contexto do fato típico ob- 3 A
serva-se um aparente conflito entre normas penais aplicáveis ao
caso concreto. Com base nos seus conhecimentos sobre Direito Pe- 4 C
nal, assinale a alternativa que não apresenta um dos mecanismos 5 B
principiológicos utilizados para solucionar os conflitos aparentes de
normas: 6 D
(A) Princípio da subsidiariedade 7 C
(B) Princípio da insignificância
8 C
(C) Princípio da consunção
(D) Princípio da alternatividade 9 A
(E) Princípio da especialidade 10 B
29. IBFC - 2017 - TJ-PE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FUNÇÃO JU- 11 C
DICIÁRIA 12 B
A teoria do erro detém grande importância para avaliação da
13 D
responsabilidade penal de indivíduo acusado do cometimento de
delito. Sobre o erro de tipo, assinale a alternativa correta: 14 C
(A) Erro de tipo é equívoco de representação, ou seja, o agente 15 C
atinge terceiro achando tratar-se de pessoa que visava atingir
com sua conduta ilícita 16 B
(B) Conhecido como “aberratio ictus”, o erro de tipo se vislum- 17 C
bra quando do momento da execução do delito terceiro é atin-
gido sem que o agente tenha vontade de o fazê-lo 18 D
(C) O erro de tipo é uma modalidade de erro que, quando veri- 19 B
ficada, não exclui o dolo, cabendo ao julgador verificar a ocor-
20 A
rência de engano durante a execução do delito e aplicar-lhe
pena mais branda 21 C
(D) Erro verificável quando o agente criminoso supõe que sua 22 D
conduta recai sobre determinada coisa e na realidade recai so-
bre outra 23 D
(E) Trata-se de erro sobre elemento constitutivo do tipo legal, 24 D
excluindo o elemento subjetivo e permitindo uma condenação
por ato culposo, quando previsto em lei penal 25 B
26 A
27 C

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

28 B ______________________________________________________

29 E ______________________________________________________
30 D ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

INQUÉRITO POLICIAL. DA AÇÃO PENAL: ESPÉCIES.

— Inquérito Policial O titular da ação penal pública é o Ministério Público, todavia,


O Inquérito Policial possui natureza de procedimento de a ação penal pode ser privada, tendo por sujeito ativo o ofendido
natureza administrativa. Não é ainda um processo, por isso não se ou o seu representante legal. Ademais, mesmo a ação penal de
fala em partes, munidas de completo poder de contraditório e ampla titularidade do MP (pública), divide-se em:
defesa. Ademais, por sua natureza administrativa, o procedimento
não segue uma sequência rígida de atos. Ação Penal Pública Ação Penal Pública
Nesse momento, ainda não há o exercício de pretensão Incondicionada Condicionada
acusatória. Não se trata, pois, de processo judicial, nem tampouco
de processo administrativo. O inquérito policial consiste em um Atuação do MP condicionada
conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa. a representação da vítima/
O Inquérito Policial é definido como um procedimento Atuação apenas do MP. representante legal ou
administrativo inquisitório e preparatório, presidido pelo Delegado requisição do Ministro da
de Polícia, com vistas a identificação de provas e a colheita de Justiça.
elementos de informação quanto à autoria e materialidade da
infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal — Condições Gerais da Ação
possa ingressar em juízo. – Possibilidade jurídica do pedido: os fatos narrados na inicial
Para que se possa dar início a um processo criminal contra acusatória encontram previsão dentro da lei penal incriminadora;
alguém, faz-se necessária a presença de um lastro probatório – Legitimidade para agir: pertinência subjetiva para a ação;
mínimo, apontando no sentido da prática de uma infração penal e Legitimidade ativa: apenas a pessoa cuja titularidade da ação
da probabilidade de o acusado ser o seu autor. Daí a finalidade do penal é garantida pela lei tem o poder de ajuizar a ação;
inquérito policial, instrumento usado pelo Estado para a colheita Legitimidade passiva: somente o responsável pelo fato definido
desses elementos de informação, viabilizando o oferecimento da como infração penal pode figurar no polo passivo da ação;
peça acusatória quando houver justa causa para o processo.
Muitas vezes o titular da ação penal (Ministério Público) não – Interesse processual: a ação penal precisa ser útil, necessário
consegue formar uma opinião sobre a viabilidade da acusação sem e adequado para o crime em comento;
as peças informativas do inquérito policial. Portanto, a finalidade – A utilidade consiste na eficácia da decisão judicial para a
do inquérito é colher esses elementos mínimos com vistas ao satisfação do interesse pleiteado pelo titular da ação, ex.: não há
ajuizamento ou não da ação penal. utilidade caso ocorra uma causa de extinção da punibilidade.
O IP é o principal instrumento investigatório usado pelo Estado. – Justa causa: condição geral da ação que obriga a existência
Procedimento administrativo (não é processo judicial, nem de um lastro mínimo de prova capaz de fornecer base à pretensão
administrativo – do inquérito não resulta a imposição de sanção) acusatória. Inclusive, cabe HC em caso de coação ilegal com
inquisitório (contraditório diferido – não há contraditório nem ausência de justa causa na ação penal.
ampla defesa) e preparatório (conduzido pelo delegado para colher
elementos para o MP ou querelante poder ingressar em juízo), A ação penal pública pode ser:
presidido pela autoridade policial (delegado de polícia), com o – Incondicionada: exige apenas atuação do MP;
objetivo de identificar fontes de provas (anteriores e independentes – Condicionada à representação da vítima ou seu representante
ao processo – pessoas e coisas que tenham alguma informação do legal;
fato delituoso) e colher elementos de informação (são colhidos – Condicionada à requisição do ministro da justiça, ex. casos de
em investigação/não é obrigatória a observância do contraditório crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do território
e ampla defesa/juiz intervém quando necessário e provocado/ nacional, crimes contra a honra do Presidente da República e contra
tem como finalidade ensejar a decretação de medidas cautelares chefe de governo estrangeiro.
*fumus comissi delict – fumaça do cometimento do delito* e
auxiliam na formação da opinio delict – convicção do titular da ação A ação penal pública é regida pelo princípio da oficialidade, uma
penal, não é prova – prova passa por contraditório judicial) quanto vez que os órgãos responsáveis pela persecução penal são públicos/
à autoria e materialidade da infração penal, a fim de permitir que o oficiais. Isso se fundamenta porque o Estado detém a titularidade
titular da ação penal possa ingressar em juízo. exclusiva do direito de punir. Ademais, na ação penal pública incide
o princípio da obrigatoriedade, também conhecido por legalidade,

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

de maneira que estando presentes elementos suficientes para a a) Ação civil ex delicto: A ação para ressarcimento do dano
propositura da ação penal o MP é obrigado a oferecer a denúncia. poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime. Caso
Todavia, esse princípio é mitigado pela transação penal, por exemplo. seja intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspendê-la
E, decorre da obrigatoriedade o princípio da indisponibilidade da até o julgamento criminal definitivo.
ação penal, uma vez que, o MP não pode desistir da ação penal nem b) Execução ex delicto: após o trânsito em julgado da sentença
de eventual recurso interposto. penal condenatória, o ofendido poderá promover a execução do
A doutrina divide-se sobre a (in)divisibilidade da ação título executivo judicial no juízo cível.
penal pública. Todavia, o STF no caso mensalão entendeu pela
divisibilidade, no sentido de que o processo penal pode ser Não impede a propositura da ação civil:
desmembrado. O oferecimento da denúncia contra um acusado – O despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de
não exclui a possibilidade futura de ação penal contra outros informação;
envolvidos, ex. o MP adita a denúncia. – A decisão que julgar extinta a punibilidade (ex. prescrição);
De acordo com o princípio da intranscendência, a ação penal – A sentença absolutória que decidir que o fato imputado não
somente pode ser ajuizada contra os responsáveis pela infração constitui crime, pois ainda assim, pode haver infração civil.
penal, excluindo sucessores e responsáveis civis pelo criminoso.
Por fim, a ação penal pública obriga que os órgãos encarregados Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória,
pela persecução penal atuem de ofício (princípio da oficiosidade). poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da
Essa regra, todavia, não se aplica à ação penal pública condicionada, reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus
pois consiste em condição de procedibilidade a representação herdeiros.
do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo, bem Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
como, requisição do ministro da justiça, nos casos expressamente condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos
exigidos por lei. termos do inciso iv do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo
O direito de representação pode ser exercido no prazo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.
decadencial de 6 meses, contados do conhecimento da autoria. Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para
Decorrido esse prazo ocorre a extinção da punibilidade. Ademais, ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o
uma vez oferecida a representação, a retratação pode ocorrer até o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.
oferecimento da denúncia. Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil
A requisição do ministro da justiça cuida-se de condição de poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo
procedibilidade consistente em ato de natureza administrativa daquela.
e política, revestido de discricionariedade. Diferente da Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que
representação, a requisição não tem prazo decadencial. Dessa reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade,
forma, pode ser lançada a qualquer tempo, enquanto não extinta a em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no
punibilidade pela prescrição. exercício regular de direito.
A legitimidade para a propositura da ação penal privada Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo
pertence ao ofendido ou a quem legalmente o represente, ex. se o criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido,
ofendido for menor de 18 anos ou mentalmente enfermo. categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
A ação penal será privada nos casos expressamente indicados Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
pela lei. Quando a lei se cala sobre a espécie de ação a ser utilizada I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de
é caso de ação penal pública. informação;
Assim como na representação, o prazo da queixa-crime é de 6 II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
meses, contados do conhecimento da autoria. III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não
constitui crime.
Princípios da Ação Penal Privada Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for
– Oportunidade: o ofendido tem discricionariedade para iniciar pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória (art.
ou não a ação penal. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento,
– Disponibilidade: o ofendido pode desistir da ação penal, bem pelo Ministério Público [defensoria pública].
como de eventual recurso.
– Indivisibilidade: a queixa-crime contra qualquer dos autores Por fim, atente-se que, nos casos de violência doméstica,
do crime obrigará ao processo de todos, e o MP zelará pela é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de
indivisibilidade. dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou
– Intranscendência: a ação penal somente pode ser ajuizada da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e
contra os responsáveis pela infração penal, não abrangendo independentemente de instrução probatória.
sucessores, nem responsáveis civil.

Efeitos civis da ação penal: o crime ocasiona consequência civil,


isto é, a necessidade de reparar eventuais danos causados pela
atividade criminosa. Existem duas vias para que isso ocorra:
a) ação cível;
b) execução no juízo cível de sentença penal.

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• Espécies de flagrante:
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE
PROVISÓRIA. Está cometendo ou acaba de
Flagrante Próprio
cometer
— Prisão É perseguido logo após, em
Em primeiro lugar, é importante saber que somente existe a Flagrante Impróprio, irreal,
situação que faça presumir ser
possibilidade de decretar a prisão quando as medidas cautelares quase flagrante
autor da infração
diversas da prisão se revelarem insuficientes.
É encontrado, logo depois,
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:    
com instrumentos, armas e
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condi- Flagrante Presumido, ficto
objetos que façam presumir
ções fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;  
ser ele autor da infração
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado A autoridade policial espera o
Flagrante Esperado
ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco início da execução delitiva
de novas infrações; O agente é induzido a cometer
III - proibição de manter contato com pessoa determinada o delito S145/STF: Não há
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado Flagrante Preparado/
crime quando a preparação
ou acusado dela permanecer distante; Provocado
do flagrante pela polícia torna
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanên- impossível sua consumação
cia seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de A autoridade policial tem
folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho a faculdade de aguardar o
fixos; momento mais adequado
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade para realizar a prisão, ainda
de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio que sua atitude implique na
Flagrante prorrogado/diferido
de sua utilização para a prática de infrações penais; postergação da intervenção.
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes Obs. só na lei de organização
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos con- criminosa basta a comunicação
cluírem ser inimputável ou semi-imputável(art. 26 do Código Penal) prévia do juiz (e não a
e houver risco de reiteração; autorização)
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu an- Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
damento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; não impede a prisão. O preso será imediatamente apresentado ao
IX - monitoração eletrônica. juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência
§ 1º (Revogado). de custódia.
§ 2º (Revogado). Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
§ 3º (Revogado). de 24 horas (contadas da realização da prisão), o juiz deverá promo-
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Ca- ver AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA, com a presença do acusado, seu ad-
pítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas vogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro
cautelares. do Ministério Público.
Se transcorridas as 24 horas, a não realização da audiência de
— Prisão em Flagrante custódia (sem motivação idônea) ensejará a ILEGALIDADE DA PRI-
De acordo com a CF/88: SÃO, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da
Art. 5º (...) possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. Ade-
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- mais, a autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, realização da audiência de custódia no prazo estabelecido respon-
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- derá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
litar, definidos em lei; Todavia, o dia 22/01/2020, o Ministro Luiz Fux suspendeu a
Qualquer do povo poderá (flagrante facultativo); as autorida- eficácia da liberação da prisão pela não realização da audiência de
des policiais deverão (flagrante compulsório) PRENDER EM FLA- custódia no prazo de 24 horas.
GRANTE DELITO. Na audiência de custódia, o juiz decide fundamentadamente:
• Relaxar a prisão ilegal;
• Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando pre-
sentes os requisitos, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as
medidas cautelares diversas da prisão;
• Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Atente-se para a jurisprudência correlata:


É válida aprisãoemflagranteefetuada por guarda municipal?
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SIM. Conforme prevê o art. 301 do CPP, qualquer pessoa pode A interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser realizada à luz
prender quem estejaemflagrantedelito. Desse modo, não existe do art. 282, § 2º e do art. 311, significando que se tornou inviável,
óbice àprisãoemflagranterealizada por guardas municipais, não ha- mesmo no contexto da audiência de custódia, a conversão, de ofí-
vendo, portanto, que se falaremprova ilícita. cio, da prisão em flagrante de qualquer pessoa em prisão preven-
STJ. 5ª Turma. HC 421.954/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da tiva, sendo necessária, por isso mesmo, para tal efeito, anterior e
Fonseca, julgadoem22/03/2018. formal provocação do Ministério Público, da autoridade policial ou,
quando for o caso, do querelante ou do assistente do MP.
Não é ilegal aprisãoefetuada por agentes públicos que não te- Vale ressaltar que a prisão preventiva não é uma consequência
nham competência para a realização do ato se a pessoa estavaem- natural da prisão flagrante, logo é uma situação nova que deve res-
flagrantedelito. peitar o disposto em especial, nos arts. 311 e 312 do CPP.
STJ. 5ª Turma. HC 244016-ES, Rel. Min. Jorge Mussi, julga- STJ. 3ª Seção. RHC 131263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, jul-
doem16/10/2012. gado em 24/02/2021 (Info 686).
STF. 2ª Turma. HC 192532 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julga-
A CF/88 determina que as autoridades estatais informem os do em 24/02/2021.
presos que eles possuem o direito de permaneceremsilêncio (art.
5º, LXIII). O que acontece se o juiz decretar a prisão preventiva de ofício
(sem requerimento)?
Esse alerta sobre o direito ao silêncio deve ser feito não apenas • Regra: a prisão deverá ser relaxada por se tratar de prisão ilegal.
pelo Delegado, durante o interrogatório formal, mas também pelos • Exceção: se, após a decretação, a autoridade policial ou o
policiais responsáveis pela voz deprisãoemflagrante. Isso porque a Ministério Público requererem a prisão, o vício de ilegalidade que
todos os órgãos estatais impõe-se o dever de zelar pelos direitos maculava a custódia é suprido (convalidado) e a prisão não será re-
fundamentais. laxada.
A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita O posterior requerimento da autoridade policial pela segrega-
a prova obtida a partir dessa confissão. ção cautelar ou manifestação do Ministério Público favorável à pri-
STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, são preventiva suprem o vício da inobservância da formalidade de
julgadoem4/5/2021 (Info 1016). prévio requerimento.
STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136708/MS, Rel. Min. Felix Fisher, jul-
— Prisão Preventiva gado em 11/03/2021 (Info 691).
A prisão preventiva poderá ser decretada como:
• Garantia da ordem pública; A reforma legislativa operada pelo chamado “Pacote Anticri-
• Garantia da ordem econômica; me” (Lei nº 13.964/2019) introduziu a revisão periódica dos fun-
• Por conveniência da instrução criminal; damentos da prisão preventiva, por meio da inclusão do parágrafo
• Assegurar a aplicação da lei penal (risco de fuga). único ao art. 316 do CPP.
A redação atual prevê que o órgão emissor da decisão deverá
Mas desde que haja prova da existência do crime e indício su- revisar a necessidade de sua manutenção a cada noventa dias, me-
ficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do diante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar ilegal
imputado. A decisão precisa ser motivada e fundamentada mos- a prisão preventiva:
trando receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou Art. 316 (...) Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua ma-
Vale lembrar que as prisões cautelares não se confundem com nutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamenta-
a prisão-pena, pois as primeiras buscam assegurar a boa aplicação da, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
do Direito Penal em casos que exigem tal medida de urgência, já Assim, a prisão preventiva é decretada sem prazo determinado.
a segunda advém do trânsito em julgado da condenação criminal. Contudo, o CPP agora prevê que o juízo que decretou a prisão pre-
Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a ventiva deverá, a cada 90 dias, proferir uma nova decisão analisan-
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como de- do se ainda está presente a necessidade da medida. Isso significa
corrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou que a manutenção da prisão preventiva exige a demonstração de
recebimento de denúncia. fatos concretos e atuais que a justifiquem. A existência desse subs-
Atente-se para a jurisprudência correlata: trato empírico mínimo, apto a lastrear a medida extrema, deverá
Após o advento da Lei nº 13.964/2019, não é mais possível a ser regularmente apreciado por meio de decisão fundamentada.
conversão da prisão em flagrante em preventiva sem provocação A esse respeito, importante mencionar também o § 2º do art.
por parte ou da autoridade policial, do querelante, do assistente, 312 do CPP, inserido pelo Pacote Anticrime: “A decisão que decretar
ou do Ministério Público, mesmo nas situações em que não ocorre a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio
audiência de custódia. de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos
A Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que que justifiquem a aplicação da medida adotada.”
constava do art. 282, § 2º, e do art. 311, ambos do CPP, vedou, de STF. 2ª Turma. HC 179859 AgR/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes,
forma absoluta, a decretação da prisão preventiva sem o prévio re- julgado em 3/3/2020 (Info 968).
querimento das partes ou representação da autoridade policial.
Logo, não é mais possível, com base no ordenamento jurídico A prática de contravenção penal, no âmbito de violência do-
vigente, a atuação ‘ex officio’ do Juízo processante em tema de pri- méstica, não é motivo idôneo para justificar a prisão preventiva do
vação cautelar da liberdade. réu.
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O inciso III do art. 313 do CPP prevê que será admitida a decre- m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro
tação da prisão preventiva “se o CRIME envolver violência domésti- de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
ca e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas de 1976);
protetivas de urgência”. o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de
Assim, a redação do inciso III do art. 313 do CPP fala em CRIME junho de 1986).
(não abarcando contravenção penal). Logo, não há previsão legal p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.  
que autorize a prisão preventiva contra o autor de uma contraven-
ção penal. Decretar a prisão preventiva nesta hipótese representa A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da repre-
ofensa ao princípio da legalidade estrita. sentação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério
STJ. 6ª Turma. HC 437535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual perío-
Moura, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/06/2018 do em caso de extrema e comprovada necessidade.
(Info 632). Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autorida-
de responsável pela custódia deverá, independentemente de nova
O descumprimento de acordo de delação premiada ou a frus- ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liber-
tração na sua realização, isoladamente, não autoriza a imposição da dade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão
segregação cautelar. temporária ou da decretação da prisão preventiva.
Não se pode decretar a prisão preventiva do acusado pelo sim- Atente-se aos julgados mais importantes sobre o assunto:
ples fato de ele ter descumprido acordo de colaboração premiada. Há compatibilidade entre o benefício da saída temporá-
Não há, sob o ponto de vista jurídico, relação direta entre a pri- ria e prisão domiciliar por falta de estabelecimento adequado para
são preventiva e o acordo de colaboração premiada. Tampouco há o cumprimento de pena de reeducando que se encontre no regime
previsão de que, em decorrência do descumprimento do acordo, semiaberto.
seja restabelecida prisão preventiva anteriormente revogada. STJ. 6ª Turma. HC 489106-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
Por essa razão, o descumprimento do que foi acordado não jus- em 13/08/2019 (Info 655).
tifica a decretação de nova custódia cautelar.
A prisão temporária, por sua própria natureza instrumental, é
É necessário verificar, no caso concreto, a presença dos requisi- permeada pelos princípios do estado de não culpabilidade e da pro-
tos da prisão preventiva, não podendo o decreto prisional ter como porcionalidade, de modo que sua decretação só pode ser conside-
fundamento apenas a quebra do acordo. rada legítima caso constitua medida comprovadamente adequada
STJ. 6ª Turma.HC 396658-SP, Rel. Min. Antônio Saldanha Palhei- e necessária ao acautelamento da fase pré-processual, não servin-
ro, julgado em 27/6/2017 (Info 609). do para tanto a mera suposição de que o suspeito virá a comprome-
STF. 2ª Turma. HC 138207/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado ter a atividade investigativa.
em 25/4/2017 (Info 862). STJ. 6ª Turma. HC 379.690/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 04/04/2017.
— Prisão Temporária
A prisão temporária só cabe no caso de determinados crimes Caso concreto: a justiça brasileira decretou a prisão preventiva
taxados pela lei, quando imprescindível para as investigações do in- do réu brasileiro que mora regularmente nos EUA. O Governo nor-
quérito policial; ou quando o indicado não tiver residência fixa ou te-americano negou o pedido de extradição. A defesa desse réu im-
não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua iden- petrou habeas corpus no Brasil pedindo a revogação da prisão de-
tidade. É necessário fundadas razões de autoria ou participação do cretada considerando que ele é idoso, fumante e está com H1N1, de
indiciado nos seguintes crimes: forma que pertence ao grupo de risco da Covid-19.
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); O STJ indeferiu o pedido considerando que o réu está no exte-
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° rior há anos e não corre mais o risco de ser extraditado.
e 2°); Na Recomendação 62/2020, o CNJ afirma que os juízes e Tri-
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); bunais deverão adotar medidas para prevenir a propagação da Co-
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); vid-19 no âmbito do sistema de justiça penal, fazendo a revisão das
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, prisões temporárias.
2° e 3°); Vale ressaltar, contudo, que essa Recomendação não se aplica
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, ao acusado porque ele não está inserido no sistema penal brasileiro.
caput, e parágrafo único); A adoção de cautelas quanto à prisão por conta da pandemia
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combina- da Covid-19 tem o objetivo de reduzir os riscos epidemiológicos em
ção com o art. 223, caput, e parágrafo único); unidades prisionais e não o de blindar pessoas que residem no ex-
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 terior.
caput, e parágrafo único); STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 575112-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); Cruz, julgado em 02/06/2020 (Info 673).
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia
ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado A ausência da realização da audiência de custódia qualifica-se
com art. 285); como causa geradora da ilegalidade da própria prisão em flagrante,
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; com o consequente relaxamento da privação cautelar da liberdade.

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Se o magistrado deixar de realizar a audiência de custódia e não apresentar uma motivação idônea para essa conduta, ele estará su-
jeito à tríplice responsabilidade, nos termos do art. 310, § 3º do CPP.
STF. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/10/2020 (Info 994).

Obs1: STJ possui julgados em sentido contrário:


A não realização de audiência de custódia não induz a ilegalidade do decreto preventivo, cujos fundamentos e requisitos de validade
não incluem a prévia realização daquele ato, vinculados, por força de lei, ao que dispõem os arts. 312 e 313 do CPP.
STJ. 6ª Turma. HC 598.525/BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020.

Obs2: a audiência de custódia deve ser realizada em todas as modalidades de prisão, inclusive as temporárias, preventivas e definitivas
(STF RCL 29303).

— Prisão Domiciliar
A prisão domiciliar pode ser obtida durante o processo ou na execução pena. Perceba a diferença:

Prisão domiciliar após o trânsito


Prisão domiciliar antes do trânsito em julgado em julgado (cumprimento de
pena)
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: Art. 117. Somente se admitirá
I - maior de 80 (oitenta) anos;           o recolhimento do beneficiário
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;            de regime aberto em residência
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com particular quando se tratar de:
deficiência; I - condenado maior de 70
IV - gestante; (setenta) anos;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; II - condenado acometido de
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade doença grave;
incompletos. III - condenada com filho menor
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste ou deficiente físico ou mental;
artigo. IV - condenada gestante.
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por
crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:  
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.

— Medidas Cautelares de Natureza Pessoal Diversas da Prisão


Em rol exemplificativo, o art. 319 do CPP define medidas cautelares diversas da prisão. A privação da liberdade é ultima ratio, ou seja,
medida excepcional, quando todas as outras verificarem-se inapropriadas.
As medidas cautelares são decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por repre-
sentação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.
Ao receber o pedido de medida cautelar, o juiz deverá intimar a parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 dias. Os casos de
urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em decisão.
No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu as-
sistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos
termos do parágrafo único do art. 312.
EM CASO DE DESCUMPRIMENTO, o juiz não poderá mais, de ofício, substituir a medida, impor outra em cumulação ou decretar a
prisão preventiva. Por outro lado, quando faltar motivo para que subsista a medida cautelar imposta ou quando sobrevierem razões que a
justifique, o juiz poderá, de ofício, revogá-la ou substituí-la, respectivamente.
— Liberdade Provisória
Em até 24h da prisão o juiz deve realizar a audiência de custódia, com a presença do acusado, seu advogado e o MP. Então o juiz pode
optar por: relaxar a prisão ilegal, converter a prisão em flagrante em preventiva, conceder liberdade provisória (com ou sem fiança).
Se o juiz verificar que o agente praticou o fato mediante alguma excludente de ilicitude, pode conceder liberdade provisória, mediante
termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de REVOGAÇÃO.
A liberdade provisória deve ser denegada quando o agente for reincidente, integrar organização criminosa armada, integrar milícia ou
portar arma de fogo de uso restrito. Inclusive, se não é caso de prisão preventiva, o juiz deve conceder liberdade provisória (com ou sem
medidas cautelares diversas da prisão).

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(B)Nessa modalidade de flagrante, o sujeito não é localizado


QUESTÕES casualmente, na posse de objetos, valores, dinheiro ou armas,
de modo que a situação fática leve à conclusão de que ele é au-
tor do delito Note-se que, no último exemplo, o furto conside-
ra-se consumado porque a bolsa já havia sido tirada da esfera
1. IBFC - 2020 - TRE-PA - Analista Judiciário - Judiciária
de vigilância da vítima sem a ocorrência de perseguição imedia-
Os temas ³prisão e liberdade´ são tratados, sobretudo, pela Lei
ta. Daí a conclusão de que a prisão em flagrante não significa
Processual Penal, sendo que a jurisprudência dos tribunais superio- necessariamente que o furto esteja apenas tentado
res tem moldado sua aplicação à luz dos princípios constitucionais. (C)Nessa modalidade de flagrante, apontado como válido e re-
Sobre tal permissão, analise as afirmativas abaixo: gular, os agentes da autoridade, cientes, por qualquer razão,
I. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for de que um crime poderá ser cometido em determinado local
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será e horário, sem que tenha havido qualquer preparação ou in-
substituída por prisão domiciliar, desde que não tenha cometido duzimento, deixam que o suspeito aja, ficando à espreita para
crime com violência ou grave ameaça a pessoa e não tenha cometi- prendê-lo em flagrante no momento da execução do delito
do o crime contra seu filho ou dependente, não se admitindo outras (D)Esse tipo de flagrante, também chamado de diferido, con-
exceções não previstas em lei. siste em atrasar o momento da prisão, mantendo acompanha-
II. A prática de contravenção penal, no âmbito de violência do- mento sobre os criminosos, para que se consigam melhores
méstica, não é motivo idôneo para justificar a prisão preventiva do provas contra os envolvidos em organizações criminosas ou
réu. Não há previsão legal que autorize a prisão preventiva contra tráfico de drogas
o autor de uma contravenção penal, logo, decretar a prisão pre- (E)Nessa espécie de flagrante, agentes provocadores, que po-
ventiva nesta hipótese representa ofensa ao princípio da legalidade dem ser da autoridade, vítima etc., induzem, convencem al-
estrita. guém a praticar um suposto delito, tomando, ao mesmo tem-
III. A decisão que, na audiência de custódia, determina o rela- po, providências para que se torne impossível sua consumação
xamento da prisão em flagrante sob o argumento de que a condu-
ta praticada é atípica faz coisa julgada material. Assim, não poderá 4. IBFC - 2020 - TRE-PA - Analista Judiciário - Administrativa
o juiz receber denúncia posterior contra o indivíduo, narrando os No que se refere às disposições do Código de Processo Penal
mesmos fatos. sobre a ação penal, analise as afirmativas abaixo e dê valores Ver-
IV. A decretação de prisão temporária só pode ser considera- dadeiro (V) ou Falso (F):
da legítima caso constitua medida comprovadamente adequada e ( ) Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denún-
necessária ao acautelamento da fase pré-processual, não servindo cia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de
para tanto a suposição de que o suspeito virá a comprometer a ati- requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido
vidade investigativa. ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Assinale a alternativa correta ( ) O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
(A)Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas ( ) Qualquer pessoa poderá intentar a ação privada.
(B)Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
(C)Apenas as afirmativas II e IV estão corretas cima para baixo.
(D)As afirmativas I, II, III e IV estão corretas (A)V, V, V
(B)V, V, F
2. IBFC - 2022 - TJ-MG - Oficial Judiciário - Oficial de Justiça (C)V, F, V
No que está relacionado com o Código de Processo Penal, assi- (D)F, F, V
nale a alternativa incorreta. O juiz poderá substituir a prisão preven-
tiva pela domiciliar quando o agente for: 5. IBFC - 2022 - PC-BA - Escrivão da Polícia Civil
(A)maior de 80 (oitenta) anos No que concerne ao reconhecimento de coisas no direito pro-
(B)mulher com filho de até 14 (quatorze) anos de idade incom- cessual penal, assinale a alternativa incorreta.
pletos (A)No procedimento de reconhecimento de coisas, a pessoa
(C)imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 chamada a identificar o objeto deve descrevê-lo e, em seguida,
(seis) anos de idade ou com deficiência apontá-lo, quando estiver colocado ao lado de outras coisas
(D)gestante semelhantes; na sequência deverá ser lavrado auto pormenori-
(E)extremamente debilitado por motivo de doença grave zado, que será assinado pelo reconhecedor, pela autoridade e
pelo escrivão do feito
3. IBFC - 2022 - PC-BA - Escrivão da Polícia Civil (B)Pode interessar ao processo criminal, o reconhecimento de
Relativamente ao “flagrante esperado”, assinale a alternativa coisas que se constituíram teatro da ocorrência punível
correta. (C)Pode interessar à investigação policial, o reconhecimento de
(A)Trata-se de hipótese de flagrante nulo, que deve ser rela- coisas com as quais foi levada a efeito a infração penal, os ins-
xado, porque foram criadas provas de um delito inexistente trumentos do crime
exatamente para viabilizar a prisão; por via de consequência,
o responsável pela fraude deve responder por crime de denun-
ciação caluniosa e também por abuso de autoridade se for fun-
cionário público
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

(D)Pode interessar ao processo penal, o reconhecimento de tias jurídicas que assistem ao indiciado, que não mais pode ser
coisas sobre as quais recaiu, diretamente, a ação do criminoso considerado mero objeto de investigações
(E)Pode interessar ao inquérito policial, o reconhecimento de (C)O indiciado é sujeito de direitos e dispõe de garantias, legais
coisas que, de modo acidental, foram modificadas, alteradas, e constitucionais, cuja inobservância, pelos agentes do Estado,
deslocadas por ação do autor do crime ou, indiretamente, em além de eventualmente induzir-lhes a responsabilidade penal
consequência dessa ação por abuso de poder, pode gerar a absoluta desvalia das provas
ilicitamente obtidas no curso da investigação policial
5. IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Advogado (D)Embora ausentes a amplitude de defesa e o contraditório
No que concerne à ação civil “ex delicto”, assinale a alternativa pleno, nos moldes e com a intensidade incidentes no processo
incorreta. jurisdicional, não é correto dizer que não há defesa na fase de
(A)Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer inquérito, uma vez que pode o investigado requerer diligências
ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima no curso das investigações, bem como possui o direito de não
defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício produzir prova contra si mesmo
regular de direito (E)Considerando os documentos que podem interessar aos ru-
(B)Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão mos da investigação, as diligências que podem ser realizadas e
promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da re- a finalidade do inquérito, torna-se concebível a forma oral, e
paração do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus prescindível seja ele materializado na forma escrita
herdeiros
(C)Intentada a ação penal, o juiz da ação civil não poderá sus- 8. IBFC - 2022 - PC-BA - Escrivão da Polícia Civil
pender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela Ainda no que diz respeito à prova no processo penal, assinale a
(D)A condenação penal imutável faz coisa julgada também no alternativa incorreta.
cível, para efeito de reparação do dano “ex delicto”, impedindo (A)Para que possa formar sua convicção em relação a deter-
que o autor do fato renove nessa instância a discussão do que minado fato ou circunstância, o juiz deve valer-se, necessaria-
foi decidido no crime mente, de algum elemento de convicção produzido ou reunido
perante o juízo ou tribunal, mostrando-se a prova colhida na
6. IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil fase investigatória, portanto, ineficaz para, de forma isolada,
No que se refere ao inquérito policial, assinale a alternativa in- servir de lastro para a decisão
correta. (B)Prova cautelar é a decorrente de procedimento próprio
(A)Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente cautelar de produção antecipada de provas, enquanto prova
poderá proceder a inquérito mediante requisição da autorida- antecipada é aquela colhida, no curso da investigação ou nos
de judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do autos da ação penal, mesmo que sem a ciência ou participação
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo do investigado ou acusado, em razão do temor de que já não
(B)Para verificar a possibilidade de haver a infração sido pra- exista ao tempo da instrução
ticada de determinado modo, a autoridade policial poderá (C)Nos processos do Tribunal do Júri, não se exige motivação
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não das decisões do Conselho de Sentença que são embasadas na
contrarie a moralidade ou a ordem pública íntima convicção ou certeza moral dos jurados, não havendo
(C)O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de como se aferir a origem das provas utilizadas para afirmar que
representação, não poderá sem ela ser iniciado a condenação se deu com base em provas colhidas em sede de
(D)Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, inquérito policial
a autoridade policial deverá, dentre outras medidas, colher in- (D)Por prova não repetível entende-se aquela cuja reprodução
formações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se em juízo tornou-se inviável em decorrência de acontecimentos
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventu- ulteriores à sua colheita, tal como ocorre com o depoimento de
al responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa testemunha que faleceu após ser ouvida na fase do inquérito
presa (E)O livre convencimento do magistrado faz com que este, no
(E)Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da exis- exercício de seu poder jurisdicional, possa fundamentar sua
tência de infração penal em que caiba ação pública poderá, decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, na investigação, visto que esta é conduzida por órgão oficial,
e esta, verificada a procedência das informações, mandará ins- quando for colhida em sede de inquérito policial
taurar inquérito
9. IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil
7.IBFC - 2022 - PC-BA - Delegado de Polícia - (Reaplicação) Dentre outras medidas próprias à responsabilidade e vincula-
Ainda no que diz respeito ao Inquérito Policial, assinale a alter- das ao cargo da autoridade policial, a ela incumbe:
nativa incorreta. (A)fornecer às autoridades militares as informações necessá-
(A)A instauração de inquérito policial não é imprescindível à rias à instrução e julgamento dos processos
propositura da ação penal pública, podendo o Ministério Pú- (B)realizar as diligências requisitadas pelo advogado do suspei-
blico valer-se de outros elementos de prova para formar sua to
convicção (C)cumprir os mandados de prisão expedidos pela defensoria
(B)A unilateralidade das investigações preparatórias da ação pública
penal não autoriza a Polícia Judiciária a desrespeitar as garan- (D)representar acerca da prisão preventiva

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

(E)punir os investigadores de polícia que cometerem infrações ______________________________________________________


funcionais
______________________________________________________
10. IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil
______________________________________________________
Ainda no que diz respeito ao inquérito policial, assinale a alter-
nativa incorreta. ______________________________________________________
(A)Os instrumentos do crime, bem como os objetos que inte-
ressarem à prova, devem acompanhar os autos do inquérito ______________________________________________________
(B)A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais
no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a ______________________________________________________
apuração das infrações penais e da sua autoria
(C)Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver ______________________________________________________
solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos au-
tos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo ______________________________________________________
marcado pelo juiz ______________________________________________________
(D)Todas as peças do inquérito policial serão, num só processa-
do, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubrica- ______________________________________________________
das pela autoridade
(E)O inquérito deverá terminar no prazo de 20 dias, se o indicia- ______________________________________________________
do tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventiva-
mente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que ______________________________________________________
se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 60 dias, quando
estiver solto, mediante fiança ou sem ela ______________________________________________________

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GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 C ______________________________________________________
2 B
______________________________________________________
3 C
______________________________________________________
4 B
5 C ______________________________________________________
6 A ______________________________________________________
7 E
______________________________________________________
8 E
9 D ______________________________________________________
10 E ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR

Major PM
ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DA PARAÍBA (LEI INTERMEDIÁRIOS
3.909/77): DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA (ART. 12 À 19), Capitão PM
1.2. DO VALOR POLICIAL MILITAR (ART. 26), DA ÉTICA PO- SUBALTERNOS
LICIAL MILITAR (ART. 27 À 29), DOS DEVERES POLICIAIS MI- Primeiro Tenente PM
LITARES (ART. 30), DO COMPROMISSO POLICIAL MILITAR Segundo Tenente PM
(ART. 31), DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO (ART. PRAÇA ESPECIAL
33 À 39) Aspirante-a-Oficial PM
CÍRCULO DAS PRAÇAS (GRADUAÇÕES)
Subtenentes PM
LEI No. 3.909, DE 14 DE JULHO DE 1977 Primeiro Sargento PM
Segundo Sargento PM
Dispõe sobre o ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DO ESTA- Terceiro Sargento PM
DO DA PARAÍBA, e dá outras providências. Cabo PM
Soldado PM
O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA:
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a se- Parágrafo 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial conferido
guinte Lei: por ato do Governador do Estado da Paraíba.
Parágrafo 2º - Graduação é o grau hierárquico da praça conferi-
CAPÍTULO II do por ato do Comandante-Geral da Polícia Militar
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA Parágrafo 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos Oficiais PM
são denominados Praças Especiais.
Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Parágrafo 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos
Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade crescem com o Quadros e Qualificações são fixados, separadamente, para cada
grau hierárquica. caso, em Lei de Fixação de Efetivos.
Parágrafo 1º - A hierarquia policial-militar é a ordenação dá au- Parágrafo 5º - Sempre que o policial militar da reserva remune-
toridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar. rada ou reformado fizer uso do posta ou graduação, deverá fazê-lo
A ordenação se faz por postos ou graduações. Dentro de um mesmo mencionando essa situação.
posto ou de uma mesma graduação se faz pela antiguidade no pos- Art. 15 - A precedência entre policiais militares da ativa do mes-
to ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no mo grau hierárquico é assegurada pela antiguidade no posto ou na
espírito de acatamento à seqüência de autoridade. graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida
Parágrafo 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acata- em lei ou regulamento.
mento integral das Leis, regulamentos, normas e disposições que Parágrafo 1º - A antiguidade de cada posto ou graduação é con-
fundamentam o organismo policial militar e coordenam seu funcio- tada a partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção,
namento regular e harmônico, traduzindo-o pelo perfeito cumpri- nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativa-
mento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes mente fixada outra data.
desse organismo. Parágrafo 2º - No caso de ser igual à antiguidade referida no
Parágrafo 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser parágrafo anterior, a antiguidade é estabelecida:
mantidos em todas as circunstâncias da vida, entre policiais milita- a) entre policiais militares do mesmo quadro pela posição nas
res da ativa, da reserva remunerada e reformados. respectivas escalas numéricas ou registros de que trata o art. 17;
Art. 13 – Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência en- b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na gradua-
tre os policiais militares da mesma categoria e têm a finalidade de ção anterior; se, ainda assim, subsistir a igualdade de antiguidade,
desenvolver a espírito de camaradagem em ambiente de estima recorrer-se-á sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à
confiança, sem prejuízo de respeito mútuo data de inclusão e a data de nascimento para definir a precedência
Art. 14 – Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica na Polí- e, neste último caso, o mais velho será considerado mais antigo; e
cia Militar são fixados no Quadro e parágrafos seguintes: c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais
CÍRCULO DE OFICIAIS E PRAÇAS militares, de acordo com o regulamento do respectivo órgão, se não
CÍRCULO DE OFICIAIS (POSTOS) estiverem especificadamente enquadrados nas letras “a” e “b”.
OFICIAIS SUPERIORES Parágrafo 3º - Em igualdade de posto ou graduação, os policiais
Coronel PM militares, da ativa tem precedência sobre os da inatividade.
Tenente Coronel PM
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR

Parágrafo 4º - Em igualdade de posto ou graduação, a prece- III - Respeitar a dignidade da pessoa humana;
dência entre os policiais militares de carreira na ativa e os da reser- IV - Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instru-
va remunerada que estiverem convocados, é definida pelo tempo ções e as ordens das autoridades competentes;
de efetivo serviço no posto ou graduação. V - Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação
Art. 16 - A precedência entre as Praças Especiais e as demais do mérito dos subordinados;
praças é assim regulada: VI - Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e tam-
I - Os Aspirantes-a-oficial PM são hierarquicamente superiores bém pelos dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da
às demais praças; missão comum;
II - Os Alunos-Oficiais PM são hierarquicamente superiores aos VII - Empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
Subtenentes PM. VIII - Praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente
Art. 17 - A Policia Militar manterá um registro de todos os dados o espírito de cooperação;
referentes a seu pessoal da ativa e da reserva remunerada, dentro IX - Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua lingua-
das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções baixadas gem escrita e falada;
pelo Comandante-Geral da Corporação. X - Abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria
Art. 18. Os Alunos-Oficiais PM são declarados Aspirantes-a-Ofi- sigilosa relativa à Segurança Nacional;
cial PM pelo Comandante-Geral da Corporação. XI - Acatar as autoridades civis;
XII - Cumprir seus deveres de cidadão;
CAPÍTULO III XIII - Proceder de maneira ilibada na vida pública e na particu-
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS MILITARES lar;
XIV - Observar as normas de boa educação;
Art. 19 - Cargo policial militar é aquele que só pode ser e exer- XV - Garantir assistência moral e material a seu lar e conduzir-
cido por policial militar serviço ativo. -se como chefe de família modelar;
Parágrafo 1º - O cargo policial-militar a que se refere este artigo XVI - Conduzir-se mesmo fora do serviço ou na inatividade, de
é o que se encontra especificado nos Quadros da Organização ou modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do
previsto, caracterizado ou definido como tal em outras disposições respeito e do decoro policial militar;
legais. XVII - Abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para ob-
Parágrafo 2º - A cada cargo policial militar corresponde um ter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar
conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades que se consti- negócios particulares ou de terceiros;
tuem em obrigações do respectivo titular. XVIII - Abster-se o policial-militar na inatividade do uso das de-
Parágrafo Único - As obrigações inerentes ao policial militar signações hierárquicas quando:
devem ser compatíveis com o correspondente grau hierárquico e a) em atividades político-partidárias
definidos em legislação ou regulamentação específicas. b) em atividades comerciais;
c) em atividades industriais;
SEÇÃO I d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respei-
DO VALOR POLICIAL MILITAR to de assuntos políticos ou policiais militares, excetuando-se os de
natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e
Art. 26 - São manifestações essenciais do valor policial-militar: XIX - Zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos
I - O sentimento de servir à comunidade estadual, traduzido seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da
pela vontade inabalável de cumprir o dever policial militar e pelo ética policial-militar.
integral devotamento à manutenção da ardem pública, mesmo com Art. 28 - Ao policial-militar da ativa, ressalvado o disposto nos
o risco da própria vida; parágrafos 2º e 3º, é vedado comerciar ou tomar parte na admi-
II - A fé na elevada missão da Policia Militar; nistração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar,
III - O civismo e o culto das tradições históricas; exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por
IV - O espírito de corpo, orgulho do policial militar pela organi- quotas de responsabilidade limitada.
zação policial-militar onde serve; Parágrafo 1º - Os policiais militares na reserva remunerada,
V - O amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações
é exercida; e policiais militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de
VI – O aprimoramento técnico-profissional. organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.
Parágrafo 2º - Os policiais militares da ativa podem exercer di-
SEÇÃO II retamente a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o dispos-
DA ÉTICA POLICIAL MILITAR to no presente artigo.
Parágrafo 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional
Art. 27. O sentimento do dever, o pundonor policial e o decoro dos integrantes do Quadra de Saúde, é-lhe permitido o exercício da
da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, con- atividade técnico-profissional no meio civil, desde que tal prática
duta moral e profissional irrepreensíveis. Com a observância dos não prejudique o serviço.
seguintes preceitos da ética policial militar: Art. 29 - 0 Comandante-Geral da Polícia Militar poderá deter-
I - Amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da minar aos policiais militares da ativa que, no interesse da salvaguar-
dignidade pessoal; da da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e a natu-
II - Em Exercer com autoridade, eficiência e probidade as fun- reza de seus bens, sempre que houver razões que recomendem tal
ções que lhe couberem em decorrência do cargo; medida.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR

CAPÍTULO II Art. 39 - Cabe ao policial-militar a responsabilidade integral pe-


DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES las decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que
praticar.
Art. 30 - Os deveres policiais militares emanam de vínculos re-
lacionais que ligam o policial militar à comunidade estadual e a sua
segurança, e compreendem, essencialmente:
I - A dedicação integral ao serviço policial militar e a fidelidade LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 87/2008
à instituição a que pertence, mesmo com sacrifício da própria vida;
II - 0 culto aos Símbolos Nacionais;
III - A probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
IV - A disciplina e o respeito à hierarquia; Prezado(a),
V - O rigoroso cumprimento das obrigações e ordens; A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
VI - A obrigação de tratar o subordinado dignamente e com ur- será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re-
banidade. servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila,
sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona-
SEÇÃO I dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não
DO COMPROMISSO POLICIAL MILITAR cabem na estrutura de nossas apostilas.
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são
Art. 31 - Todo cidadão, após ingressar na Policia Militar, me- organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po-
diante inclusão, matrícula ou nomeação, prestará compromisso de dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
honra, no qual afirmará a sua ACEITAÇÃO consciente das obrigações material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno.
e dos deveres policiais e manifestará sua firme disposição de bem Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me-
cumpri-los. lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da
apostila.
SEÇÃO II Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo pelo
DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO link a seguir: http://sapl.al.pb.leg.br/sapl/sapl_documentos/nor-
ma_juridica/9126_texto_integral
Art. 33 - Comando é a soma de autoridade, de deveres e res-
ponsabilidades de que o policial militar é investido legalmente, http://sapl.al.pb.leg.br/sapl/sapl_documentos/norma_juridi-
quando conduz homens ou dirige uma organização policial militar. CRIME MILITAR: CARACTERIZAÇÃO DO CRIME MILITAR
ca/13213_texto_integral
0 comando está vinculado ao grau hierárquico e constitui uma prer- (ART. 9º DO CPM); PROPRIAMENTE E IMPROPRIAMENTE
rogativa impessoal, em cujo exercício o policial militar se define e se MILITAR
caracteriza como chefe.
Parágrafo Único - Aplica-se à Direção e à Chefia de Organização
Policial Militar, no que couber, o estabelecido para o Comando. CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ
Art. 34 - A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade
pessoal do policial militar e decorre, exclusivamente da estrutura Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
hierárquica da Policia Militar. I - os crimes de que trata êste Código, quando definidos de
Art. 35 - 0 Oficial é preparado, ao longo da carreira para o exer- modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer
cício do Comando, da Chefia e da Direção das Organizações Policiais que seja o agente, salvo disposição especial;
Militares. II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legis-
Art. 36 - Os Subtenentes e Sargentos auxiliam e completam as lação penal, quando praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491,
atividades dos oficiais, quer no adestramento e no emprego dos de 2017)
meios, quer na instrução e na administração; poderão ser emprega- a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, con-
dos na execução de atividades de policiamento ostensivo peculiares tra militar na mesma situação ou assemelhado;
a Policia Militar. b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em
Parágrafo Único - No exercício das atividades mencionadas lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou
neste artigo e no comando de elementos subordinados, os Subte- reformado, ou assemelhado, ou civil;
nentes e Sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo e c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em
pela capacidade profissional e técnica, incumbindo-lhes assegurar comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do
a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras de lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou
serviço e das normas operativas pelas praças que lhes estiverem reformado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
diretamente subordinadas e a manutenção da coesão e do moral d) por militar durante o período de manobras ou exercício,
das mesmas praças em todas as circunstanciais. contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
Art. 37 - Os Cabos e Soldados; são essencialmente, os elemen- e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, con-
tos de execução. tra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem adminis-
Art. 38 - As Praças Especiais cabe a rigorosa observância das trativa militar;
prescrições dos regulamentos que lhes são pertinentes, exigindo- f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
-se-lhe inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-pro-
fissional.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR

III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, § 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da
ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como pena da violência, a do crime contra a pessoa.
tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos § 4º Se da violência resulta morte:
seguintes casos: Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra § 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em
a ordem administrativa militar; serviço.
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em
situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Mi-
nistério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente VIOLÊNCIA CONTRA INFERIOR (ART.175 CPM)
ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de pron-
tidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, Violência contra inferior
acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, Art. 175. Praticar violência contra inferior:
contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho Pena - detenção, de três meses a um ano.
de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, Resultado mais grave
administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou mor-
aquêle fim, ou em obediência a determinação legal superior. te é também aplicada a pena do crime contra a pessoa, atendendo-
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra -se, quando fôr o caso, ao disposto no art. 159.
a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência
do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)
§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra ABANDONO DE POSTO (ART.195 CPM)
a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil,
serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no
contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) Abandono de pôsto
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabele-
cidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o pôsto ou lugar de
Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria,
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou antes de terminá-lo:
de missão militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei Pena - detenção, de três meses a um ano.
nº 13.491, de 2017)
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de
garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas
em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Fede- EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO (ART. 202 CPM)
ral e na forma dos seguintes diplomas legais: (Incluído pela Lei nº
13.491, de 2017)
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro Embriaguez em serviço
de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apre-
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída sentar-se embriagado para prestá-lo:
pela Lei nº 13.491, de 2017)
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Processo Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (In-
cluída pela Lei nº 13.491, de 2017) DORMIR EM SERVIÇO (ART. 203 CPM)

VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR (ART.157 CPM) Dormir em serviço


Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de
quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo ofi-
Violência contra superior cial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme,
de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
Art. 157. Praticar violência contra superior: Pena - detenção, de três meses a um ano.
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Formas qualificadas
§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o
agente, ou oficial general:
Pena - reclusão, de três a nove anos.
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada
de um têrço.

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254
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR

SEÇÃO II
JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL. ART. 125, §§ 3º, 4º E 5º CF/88 DA COMPETÊNCIA GERAL

Art. 188. Compete à Justiça Militar processar e julgar os milita-


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE res do Estado, nos crimes militares definidos em lei, e as ações ju-
1988 diciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência
do Tribunal do Júri quando a vítima for civil, cabendo ao Tribunal de
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os Justiça decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da
princípios estabelecidos nesta Constituição. graduação das praças.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal
de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, SEÇÃO III
pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo DO JUIZ DE DIREITO DE VARA MILITAR
grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Mi-
litar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil Art. 189. O cargo de juiz de direito de Vara Militar será provi-
integrantes.               (Redação dada pela Emenda Constitucional nº do por juiz de direito de terceira entrância, observadas as normas
45, de 2004) estabelecidas para o provimento dos demais cargos de carreira da
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os mi- magistratura estadual.
litares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações Art. 190. Compete ao juiz de direito de Vara Militar:
judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competên- I – processar e julgar, singularmente, os crimes militares come-
cia do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal compe- tidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares;
tente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da II – presidir os conselhos de Justiça Militar e relatar, com voto
graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional inicial e direto, os processos respectivos;
nº 45, de 2004) III – exercer o poder de polícia durante a realização de audiên-
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar cias e sessões de julgamento;
e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis IV – expedir todos os atos necessários ao cumprimento das
e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao suas decisões e das decisões dos conselhos da Justiça Militar;
Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar V – exercer o ofício da execução penal em todas as unidades
e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitu- militares estaduais, onde haja preso militar ou civil sob sua guarda
cional nº 45, de 2004) provisória ou definitiva;
VI – cumprir carta precatória relativa à matéria de sua compe-
tência.
ART. 187 A 198 DA LEI COMPLEMENTAR 096/10 (LEI DE OR-
GANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO DA PA- SEÇÃO IV
RAÍBA) DO CARTÓRIO DE VARA MILITAR

Art. 191. O cartório de vara Militar terá seus cargos preenchi-


LEI COMPLEMENTAR N.º 96, DE 03 DE DEZEMBRO DE 2010 dos por membros da Polícia Militar e/ou do Corpo de Bombeiros
do Estado, habilitados para o exercício da função, sem prejuízo da
TÍTULO IV participação de servidores da justiça comum, quando necessário.
DA JUSTIÇA MILITAR § 1º O cartório será chefiado por um militar graduado (primeiro
sargento ou subtenente) ou por um oficial até a patente de capitão,
CAPÍTULO I requisitado mediante indicação do juiz competente ao comandan-
DA COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIA te-geral da Polícia Militar, através de ato do presidente do Tribunal
de Justiça.
SEÇÃO I § 2º O militar a serviço de vara militar tem fé de ofício quando
DA COMPOSIÇÃO da prática dos atos inerentes às respectivas funções, que corres-
pondem à função de analista judiciário, de técnico judiciário, de
Art. 187. A Justiça Militar estadual, com sede na Capital e juris- movimentador e de oficial de justiça. Lei de Organização e Divisão
dição em todo o Estado é composta: Judiciária - LOJE
I – no primeiro grau de jurisdição:
a) pelos juízes de direito de Vara Militar; SEÇÃO V
b) pelos conselhos de Justiça Militar; DOS ATOS JUDICIAIS
II – no segundo grau de jurisdição pelo Tribunal de Justiça.
Lei de Organização e Divisão Judiciária - LOJE Art. 192. As audiências e sessões de julgamento da Justiça Mili-
tar são realizadas na sede da comarca, salvo os casos especiais por
justa causa ou força maior, fundamentados pelo juiz de direito titu-
lar da Vara Militar.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR

CAPÍTULO II § 1º Os sorteios para a composição dos Conselhos Permanen-


DOS CONSELHOS DA JUSTIÇA MILITAR tes realizar- se-ão entre os dias vinte e vinte e cinco do último mês
de cada trimestre, ressalvado motivo de força maior para sua não
SEÇÃO I ocorrência.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS § 2º O resultado dos sorteios será informado aos comandan-
tes-gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para que pro-
Art. 193. Integram a Justiça Militar do Estado, observada a se- videnciem a publicação em boletins gerais e ordenem o compare-
paração institucional entre a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, cimento dos juízes não togados à hora marcada na sede do Juízo
os seguintes Conselhos de Justiça: Militar, ficando à sua disposição enquanto durarem as convocações.
I – Conselhos Especiais; § 3º Os sorteios para a composição dos Conselhos Especiais
II – Conselhos Permanentes ou Trimestrais. ocorrerão sempre que se iniciar processo criminal contra oficial,
mantendo-se sua constituição até a sessão de julgamento, se algu-
SEÇÃO II ma causa intercorrente não justificar o arquivamento antecipado
DA COMPOSIÇÃO da ação penal.
§ 4º O sorteio para a composição dos Conselhos Permanentes
Art. 194. Os Conselhos Especiais são compostos por quatro juí- da Justiça Militar dará preferência a oficiais aquartelados na Capital.
zes militares, todos oficiais de postos não inferiores ao do acusado. § 5º Caso a relação dos oficiais da ativa, prevista no caput des-
§ 1º Havendo mais de um acusado no processo, o de posto te artigo, não seja enviada ao juiz competente, no prazo legal, os
mais elevado servirá de referência à composição do conselho. sorteios para composição dos Conselhos da Justiça Militar serão
§ 2º Sendo o acusado do posto mais elevado na corporação realizados com base na relação enviada no trimestre anterior, sem
policial ou do corpo de bombeiro militar, o conselho especial será prejuízo da apuração de responsabilidades.
composto por oficiais da respectiva corporação militar, que sejam
da ativa, do mesmo posto do acusado e mais antigos que ele; não CAPÍTULO III
havendo na ativa oficiais mais antigos que o acusado, serão sortea- DA EXECUÇÃO DA PENA
dos e convocados oficiais da reserva remunerada.
§ 3º Sendo o acusado do posto mais elevado da corporação, Art. 198. O regime carcerário aplicável ao condenado pelo juiz
e nela não existindo oficial, ativo ou inativo, mais antigo que ele, o de direito titular de Vara Militar é o seguinte:
conselho especial será composto por oficiais que atendam ao requi- Lei de Organização e Divisão Judiciária - LOJE
sito da hierarquia, embora pertencentes à outra instituição militar I – no caso de pena privativa da liberdade por até dois anos,
estadual. o regime será regulamentado nas decisões que proferirem o juiz
§ 4º Não havendo, em qualquer das corporações, no posto monocrático e os conselhos da Justiça Militar, sendo o condenado
mais elevado, oficial, ativo ou inativo, mais antigo que o acusado, recolhido à prisão militar;
será este julgado pelo Tribunal de Justiça. II – ultrapassado o limite da pena de dois anos e havendo o
§ 5º Quando, em um mesmo processo, os acusados forem ofi- condenado perdido a condição de militar, será ele transferido para
ciais e praças, responderão todos perante o conselho especial. prisão da jurisdição comum, deslocando-se a competência quanto
Art. 195. Os Conselhos Permanentes serão compostos pelo à execução da pena para o respectivo juízo, ao qual serão remetidos
mesmo número de oficiais previsto para os Conselhos Especiais, os autos do processo
devendo ser integrados por, no mínimo, um oficial superior.
Lei de Organização e Divisão Judiciária - LOJE
QUESTÕES
SEÇÃO III
DA COMPETÊNCIA
1. (PMPB – Sargento da Polícia Militar – IDECAN – 2015)
Art. 196. Compete aos Conselhos de Justiça Militar processar e Nos termos do Código Penal Militar, considere que um militar
julgar os crimes militares não compreendidos na competência mo- tenha abandonado, sem ordem superior, o lugar de serviço que lhe
nocrática de juiz de vara militar. tenha sido designado, antes do término.
Parágrafo único. Aos Conselhos Especiais compete o julgamen- A conduta descrita é tipificada como:
to de oficiais, enquanto aos Conselhos Permanentes ou Trimestrais
compete o julgamento das praças em geral. (A) deserção.
(B) omissão de oficial.
SEÇÃO IV (C). abandono de posto.
DA ESCOLHA E CONVOCAÇÃO DOS CONSELHOS (D) descumprimento de missão.

Art. 197. Os comandantes-gerais da Polícia Militar e do Corpo


de Bombeiros do Estado remeterão, trimestralmente, ao juiz de di-
reito da Vara Militar relação nominal dos oficiais da ativa em con-
dições de servir nos conselhos, com indicação dos seus endereços
residenciais, a fim de serem realizados os sorteios respectivos.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR

2. (PMPB – Sargento da Polícia Militar – IDECAN – 2015) 6. Com relação ao crime militar de violência contra superior,
Nos termos da Lei Estadual nº 3.909/1977, a hierarquia e a dis- previsto no Código Penal Militar (Decreto-Lei n.º1.001/69), é cor-
ciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e a reto afirmar que:
responsabilidade crescem, necessaria- mente, com o:
(A) não necessita o agente conhecer a condição de superior da
(A) desempenho. vítima.
(B) grau hierárquico. (B) se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da
(C) tempo de serviço. pena da violência, a do crime contra a pessoa.
(D) comprometimento. (C) se a violência é praticada com arma, o crime será conside-
rado hediondo.
3. (PMPB – Sargento da Polícia Militar – IDECAN – 2015) (D) somente será tipificado quando houver a constatação de
Assinale a alternativa que completa corretamente o trecho a lesão corporal.
seguir. “Não constitui valor do policial militar, segundo o estatuto
dos policiais militares do Estado da Paraíba:__________________ .” 7. Considere que o Sgt PM Beltrano, CGP, durante o serviço de
(A) Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na aprecia- policiamento ostensivo, em 10 de janeiro de 2014, às 12h, ao re-
ção do mérito dos subordinados. tornar à OPM, surpreenda o Sd PM Fulano, fardado e armado, no
(B) A fé na elevada missão da Polícia Militar. interior de uma Padaria, a 500 metros de distância da Unidade. O Sd
(C) O sentimento de servir a comunidade estadual, tra- duzido Fulando iniciaria o serviço às 13h e estava almoçando e ingerindo
pela vontade inabalável de cumprir o dever policial militar e grande quantida- de de cachaça, demonstrando, ao ser cumprimen-
pelo integral devotamento a manutenção da ar- dem pública, tado pelo graduado, os seguintes sinais de alteração da capacidade
mesmo com o risco da própria vida. motora: sonolência, olhos vermelhos, desordem nas vestes,odor de
(D) O civismo e o culto das tradições históricas. álcool no hálito e arrogância. Diante dessa situa- ção, é correto afir-
mar que o Sd PM Fulano:
4. (PMPB – Soldado Combatente – IDECAN – 2014)
Consideram-se crimes militares, em tempo de paz os (A) cometeu o crime militar de embriaguez em serviço e estará
Cri- mes Previstos no Código Militar, embora também o se- sujeito à prisão em flagrante.
jam com igual definição na lei penal comum, quando pratica- (B) cometeu o crime militar de embriaguez em serviço, porém
-dos_____________________. Assinale a alternativa que comple- deverá ser instaurado apenas um Inquérito Policial Militar.
ta corretamente a lacuna. (C) não cometeu o crime militar de embriaguez em serviço.
(A) Por militar em situação de atividade ou assemelhado, con- (D) cometeu crime comum e deverá ser preso e conduzido à
tra militar na mesma situação ou assemelhado. Central de Flagrante ou à Delegacia de Polícia.
(B) Por militar em situação de inatividade ou assemelhado, em
lugar sujeito a administração militar, contra militar da reserva, 8. O Cb PM “X”, de folga, sabendo que sua esposa o está traindo
ou reformado, ou assemelhado, ou civil. com o Sgt PM “Z”, dirige-se à Cia onde o Sgt PM “Z” está de serviço
(C) Por militar em folga ou atuando em razão da função, em co- e, após breve discussão, saca uma arma e desfere vários tiros contra
missão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do o graduado, provocan- do-lhe a morte. Diante dessa situação, pode-
lugar sujeito a administração militar contra militar da reserva, -se afirmar que o Cb PM “X”
ou reformado, ou civil.
(D) Por civil durante o período de manobras ou exercício, con- (A) não cometeu crime militar, mas crime comum, e deverá ser
tra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil. julgado pelo Tribunal do Júri por crime de homicídio.
(B) cometeu crime militar, porém deverá ser julgado pelo Tri-
5. Nos termos do Código Penal Militar (Decreto-Lei n.º bunal do Júri.
1.001/69), consideram-se crimes militares, em tempo de paz, todos (C) cometeu crime comum, porém deverá ser julgado pela Jus-
aqueles previstos no Código Penal Militar, embora também o sejam tiça Militar.
com igual definição na lei penal comum, quando praticados: (D) cometeu crime militar e deverá ser julgado pela Justiça Mi-
(A) por militar fruindo férias, ainda que fora do lugar sujeito à litar.
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado,
ou assemelhado, ou civil.
(B) por militar em situação de atividade que, embora não es-
tando em serviço, use armamento de propriedade militar para
a prática de ato ilegal.
(C) por militar de serviço durante o período de manobras ou
exercício, somente quando em lugar sujeito à administração
militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelha-
do, ou civil.
(D) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, con-
tra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem admi-
nistrativa militar.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR

9. O Código Penal Militar estabelece critérios para que um ilí-


cito seja crime militar em tempo de paz, conforme previsão legal
ANOTAÇÕES
do Artigo 9º do referido Codex. Considerando as regras previstas,
ocorrerá o crime militar quando praticado por militar: ______________________________________________________
(A) em serviço ou atuando em razão da função, em comissão
de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar ______________________________________________________
sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou re-
formado, ou civil. ______________________________________________________
(B) em serviço, de folga ou atuando em razão da função, em
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora ______________________________________________________
do lugar sujeito à administração militar, contra militar da ativa
______________________________________________________
ou civil.
(C) mesmo em situação de inatividade, ou assemelhado, contra ______________________________________________________
o patrimônio sob a administração civil ou militar, ou a ordem
administrativa militar. ______________________________________________________
(D) em situação de atividade ou assemelhado que, embora não
estando em serviço, use armamento de proprie- dade militar ______________________________________________________
ou qualquer material bélico, sob guarda, fiscalização ou admi-
nistração militar, para a prática de ato ilegal. ______________________________________________________
(E) em situação de atividade ou de folga, ou assemelhado em
______________________________________________________
serviço ou de folga, contra o patrimônio sob a administração
civil, ou a ordem administrativa militar. ______________________________________________________
10. Os órgãos de direção da Polícia Militar do Estado da Paraíba ______________________________________________________
compreendem, EXCETO:
(A) o Comando Geral, Subcomando Geral, EstadoMaior Estra- _____________________________________________________
tégico.
(B) a Corregedoria, Ouvidoria, Comandos Regionais. _____________________________________________________
(C) as Comissões, Procuradoria Jurídica, Assessorias.
(D) BOPE, Pel Ops, Cavalaria. ______________________________________________________

______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
2 B ______________________________________________________
3 A ______________________________________________________
4 A
______________________________________________________
5 D
6 B ______________________________________________________

7 C ______________________________________________________
8 D
______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 D
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6


LEI Nº 13.869/2019 (ABUSO DE AUTORIDADE) (seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para ofe-
recimento da denúncia.
CAPÍTULO I CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE
DIREITOS
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, co-
metidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de SEÇÃO I
suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
tenha sido atribuído.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abu- Art. 4º São efeitos da condenação:
so de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo
específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a ter- crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na senten-
ceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. ça o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de considerando os prejuízos por ele sofridos;
fatos e provas não configura abuso de autoridade. II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
CAPÍTULO II III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
DOS SUJEITOS DO CRIME Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III
do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidên-
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qual- cia em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, deven-
quer agente público, servidor ou não, da administração direta, indi- do ser declarados motivadamente na sentença.
reta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, SEÇÃO II
mas não se limitando a: DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equipara-
das; Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privati-
II - membros do Poder Legislativo; vas de liberdade previstas nesta Lei são:
III - membros do Poder Executivo; I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
IV - membros do Poder Judiciário; II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato,
V - membros do Ministério Público; pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. e das vantagens;
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos III - (VETADO).
desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser apli-
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contrata- cadas autônoma ou cumulativamente.
ção ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, manda-
to, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos CAPÍTULO V
pelo caput deste artigo. DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA
CAPÍTULO III Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas indepen-
DA AÇÃO PENAL dentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabí-
veis.
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que
incondicionada. descreverem falta funcional serão informadas à autoridade compe-
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não tente com vistas à apuração.
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são inde-
a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em pendentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a
todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, inter- existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido
por recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, decididas no juízo criminal.
retomar a ação como parte principal.

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE

Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no ad- II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado
ministrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de di- de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou
reito. invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade:     (Incluído
pela Lei nº 14.321, de 2022)
CAPÍTULO VI I - a situação de violência; ou      (Incluído pela Lei nº 14.321,
DOS CRIMES E DAS PENAS de 2022)
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifes- ou estigmatização:       (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
ta desconformidade com as hipóteses legais: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.      (In-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. cluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciá- § 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a víti-
ria que, dentro de prazo razoável, deixar de: ma de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; pena aumentada de 2/3 (dois terços).     (Incluído pela Lei nº 14.321,
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de 2022)
de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; § 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos,
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando mani- gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro.   (Inclu-
festamente cabível.’ ído pela Lei nº 14.321, de 2022)
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou in- Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao
vestigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante
comparecimento ao juízo: sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 11. (VETADO). Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon-
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em fla- sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de
grante à autoridade judiciária no prazo legal: infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. mo falsa identidade, cargo ou função.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: Art. 17. (VETADO).
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o
temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações:
pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
indicada; Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) pleito de preso à autoridade judiciária competente para a aprecia-
horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da ção da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua cus-
prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; tódia:
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de pri- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
são temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que,
de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providên-
executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de cias tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que
legal. o seja.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser-
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: vada do preso com seu advogado:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
pública; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o pre-
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não so, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reserva-
autorizado em lei; damente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comuni-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem car-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no
prejuízo da pena cominada à violência. caso de audiência realizada por videoconferência.
Art. 14. (VETADO). Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa espaço de confinamento:
que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
dar segredo ou resguardar sigilo: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de ida-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com de ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº
o interrogatório: 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen-
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; te).
ou
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Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên- ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
cias, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determina- inocente:
ção judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrasti-
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste nando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado:       (Vide ADIN
artigo, quem: 6234)       (Vide ADIN 6240)
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fran- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
quear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo
II - (VETADO); prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). do fiscalizado.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado,
do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de in- infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
vestigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências
com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo
criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a con- Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclu-
duta com o intuito de: sive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por ex- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
cesso praticado no curso de diligência; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informa- cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público
ções incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privi-
ou do processo. légio indevido.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcio- Art. 34. (VETADO).
nário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a Art. 35. (VETADO).
admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com Art. 36.  Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de
o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apu- ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o va-
ração: lor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demons-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da tração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
pena correspondente à violência. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de
investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito: processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de pro- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
va, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conheci- Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
mento de sua ilicitude. de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de
Art. 26. (VETADO). concluídas as apurações e formalizada a acusação:
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimen- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
to investigatório de infração penal ou administrativa, em desfa-
vor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de CAPÍTULO VII
ilícito funcional ou de infração administrativa:            (Vide ADIN DO PROCEDIMENTO
6234)         (Vide ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº
ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou
a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou CAPÍTULO VIII
acusado: DISPOSIÇÕES FINAIS
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse passa a vigorar com a seguinte redação:
de investigado:      (Vide ADIN 6234)        (Vide ADIN 6240) “Art.2º ........................................................................................
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ...............
Parágrafo único. (VETADO). ....................................................................................................
....................
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§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o perí- I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129,
odo de duração da prisão temporária estabelecido no caput deste § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando
artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado. praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
.................................................................................................... da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
..................... ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a au- decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
toridade responsável pela custódia deverá, independentemente de consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído
nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em pela Lei nº 13.142, de 2015)
liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da pri- II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
são temporária ou da decretação da prisão preventiva. a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR) b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, §
Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido
a vigorar com a seguinte redação: ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunica- c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte
ções telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima,
ou com objetivos não autorizados em lei: ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º);(Redação
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art.
que determina a execução de conduta prevista no caput deste arti- 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);    (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de
go com objetivo não autorizado em lei.” (NR) 1994)
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);    (Redação dada pela
Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte Lei nº 12.015, de 2009)
art. 227-A: VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do 4o);(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).    (Inciso
1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
por servidores públicos com abuso de autoridade, são condiciona- VII-A – (VETADO)    (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
dos à ocorrência de reincidência. VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de pro-
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, duto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e §
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.” 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
acrescida do seguinte art. 7º-B: VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de ex-
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de ad- ploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art.
vogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).   (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)
Lei: IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’” análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A).(Incluído pela
Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, Lei nº 13.964, de 2019)
e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados
7 de dezembro de 1940 (Código Penal). ou consumados:(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº
vinte) dias de sua publicação oficial. 2.889, de 1º de outubro de 1956;   (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e 2019)
131o da República. II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
de 2003;   (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
LEI Nº 8.072/90 (CRIMES HEDIONDOS) III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto
no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;  (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
Código Penal, consumados ou tentados:  (Redação dada pela Lei nº
de 2003;  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
8.930, de 1994)  (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica
prática de crime hediondo ou equiparado.   (Incluído pela Lei nº
de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e
13.964, de 2019)
homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilíci-
e IX);  (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
to de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis
de:(Vide Súmula Vinculante)
I - anistia, graça e indulto;
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II - fiança.   (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) “Art. 159. ..............................................................
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida ini- ........................................................................
cialmente em regime fechado.   (Redação dada pela Lei nº 11.464, § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor
de 2007) que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestra-
§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019) do, terá sua pena reduzida de um a dois terços.”
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fun- Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista
damentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.   (Redação no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos,
dada pela Lei nº 11.464, de 2007) prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, terrorismo.
de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à
o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantela-
extrema e comprovada necessidade.    (Incluído pela Lei nº 11.464, mento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
de 2007) Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segu- nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213,
rança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo úni-
condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios co, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único,
estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública. todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o li-
Art. 4º (Vetado). mite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qual-
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso: quer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
“Art. 83. .............................................................. Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976,
........................................................................ passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte reda-
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de con- ção:
denação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de “Art. 35. ................................................................
entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão
reincidente específico em crimes dessa natureza.” contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts.
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 12, 13 e 14.”
214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, to- Art. 11. (Vetado).
dos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
“Art. 157. ............................................................. Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da
reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a República.
reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
........................................................................
Art. 159. ............................................................... LEI Nº 9.455/97 (TORTURA)
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º .................................................................
Art. 1º Constitui crime de tortura:
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
§ 2º .................................................................
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
§ 3º .................................................................
vítima ou de terceira pessoa;
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
........................................................................
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Art. 213. ...............................................................
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
Art. 214. ...............................................................
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
de caráter preventivo.
........................................................................
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Art. 223. ...............................................................
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
Parágrafo único. ........................................................
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
de medida legal.
........................................................................
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
Art. 267. ...............................................................
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
de um a quatro anos.
........................................................................
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima,
Art. 270. ...............................................................
a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclu-
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
são é de oito a dezesseis anos.
.......................................................................”
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte
I - se o crime é cometido por agente público;
parágrafo:
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II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de re-
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; ‘(Redação levância pública;
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais
III - se o crime é cometido mediante seqüestro. públicas;
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em- d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela-
prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo cionadas com a proteção à infância e à juventude.
da pena aplicada. Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual-
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
ou anistia. crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasi- e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e
leira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de (..)
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. TÍTULOII
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
República.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
LEI Nº 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCEN-
TE), DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (ART. 1º À 6º), DAS Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
MEDIDAS DE PROTEÇÃO (ART. 98 À 102), DA PRÁTICA DE são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ATO INFRACIONAL (ART. 103 À 128), DAS MEDIDAS PERTI- ameaçados ou violados:
NENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL (ART. 129 E 130) I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
TÍTULOI
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
adolescente.
Art. 99. As medidas previstas neste CAPÍTULO poderão ser apli-
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa
cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual-
até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
quer tempo.
doze e dezoito anos de idade.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as ne-
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep-
cessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao forta-
cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
lecimento dos vínculos familiares e comunitários.
anos de idade.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote-
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direi-
ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
tos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de
nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluí-
lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
social, em condições de liberdade e de dignidade.
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à pro-
todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento,
teção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescen-
situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
tes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescen-
outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comuni-
tes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta
dade em que vivem. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e soli-
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
dária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipaliza-
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efe-
ção do atendimento e da possibilidade da execução de programas
tivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
cação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignida-
2009) Vigência
de, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter-
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir-
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for
cunstâncias;
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devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de tran-
e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, sição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº colocação em família substituta, não implicando privação de liber-
12.010, de 2009) Vigência dade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades com- § 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
petentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja co- proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên-
nhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida ex- adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da au-
clusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indis- toridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministé-
pensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança rio Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento
e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela
necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescente se encontram no momento em que a decisão é toma- § 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser encami-
da; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nhados às instituições que executam programas de acolhimento
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de
de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga-
o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na prote- 2009) Vigência
ção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às me- I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou
didas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração 2009) Vigência
em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de com- cia
preensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-
direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma -los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio
gência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescen- § 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado-
te, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento
pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendi-
direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da me- mento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de
dida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciá-
devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, ria competente, caso em que também deverá contemplar sua colo-
observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído cação em família substituta, observadas as regras e princípios desta
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, § 5 o O plano individual será elaborado sob a responsabilida-
a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as se- de da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e le-
guintes medidas: vará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo oitiva dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de responsabilidade; 2009) Vigência
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; § 6 o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
oficial de ensino fundamental; I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários nº 12.010, de 2009) Vigência
de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adoles- II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável;
cente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátri- III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a
co, em regime hospitalar ou ambulatorial; criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável,
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta
12.010, de 2009) Vigência supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação 2009) Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a crian-
mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte ça for encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a ne- 2009) Vigência
cessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais § 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qual-
de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e quer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos
estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhi- de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta priorida-
do. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o res- § 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requeri-
ponsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional da do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento
fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista e a certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de
ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em 2016)
igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração TÍTULOIII
da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca- DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao CAPÍTULO I
Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das DISPOSIÇÕES GERAIS
providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política mu- Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como
nicipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destitui- crime ou contravenção penal.
ção do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada
de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do a idade do adolescente à data do fato.
poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponde-
complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajui- rão as medidas previstas no art. 101.
zamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou CAPÍTULO II
foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas so- DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
bre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar
e institucional sob sua responsabilidade, com informações porme- Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
norizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as pro- senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e funda-
vidências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em mentada da autoridade judiciária competente.
família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos
28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con- seus direitos.
selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis- se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade
tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças ele indicada.
e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res-
de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei nº ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
12.010, de 2009) Vigência Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina-
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este CAPÍTULO da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-
12.010, de 2009) Vigência -se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de a necessidade imperiosa da medida.
nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos elemen- Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será sub-
tos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária. metido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de prote-
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que ção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida
trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, go- fundada.
zando de absoluta prioridade.
§ 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado CAPÍTULO III
procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
§ 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispen- sem o devido processo legal.
sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se-
Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa guintes garantias:

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I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio- SEÇÃO IV


nal, mediante citação ou meio equivalente; DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na re-
à sua defesa; alização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não
III - defesa técnica por advogado; excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro-
na forma da lei; gramas comunitários ou governamentais.
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com- Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as apti-
petente; dões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada má-
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável xima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou
em qualquer fase do procedimento. em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à
jornada normal de trabalho.
CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS SEÇÃO V
DA LIBERDADE ASSISTIDA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afi-
gurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade e orientar o adolescente.
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompa-
I - advertência; nhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou pro-
II - obrigação de reparar o dano; grama de atendimento.
III - prestação de serviços à comunidade; § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de
IV - liberdade assistida; seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada
V - inserção em regime de semi-liberdade; ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
VI - internação em estabelecimento educacional; Público e o defensor.
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infra- outros:
ção. I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne-
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa
prestação de trabalho forçado. oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do
mental receberão tratamento individual e especializado, em local adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
adequado às suas condições. III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente
Art. 113. Aplica-se a este CAPÍTULO o disposto nos arts. 99 e e de sua inserção no mercado de trabalho;
100. IV - apresentar relatório do caso.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI
do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria SEÇÃO VI
e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE
nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado
houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria. desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, pos-
sibilitada a realização de atividades externas, independentemente
SEÇÃO II de autorização judicial.
DA ADVERTÊNCIA § 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, de-
vendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que comunidade.
será reduzida a termo e assinada. § 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se,
no que couber, as disposições relativas à internação.
SEÇÃO III
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO SEÇÃO VII
DA INTERNAÇÃO
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa-
trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade,
adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à
por outra forma, compense o prejuízo da vítima. condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida
poderá ser substituída por outra adequada.
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§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri- XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local
tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven-
judicial em contrário. tura depositados em poder da entidade;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
máximo a cada seis meses. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamen-
excederá a três anos. te a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o ado- sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do ado-
lescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberda- lescente.
de ou de liberdade assistida. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e men-
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. tal dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de con-
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de tenção e segurança.
autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser CAPÍTULO V
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela DA REMISSÃO
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan- Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu-
do: ração de ato infracional, o representante do Ministério Público po-
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça derá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo,
ou violência a pessoa; atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida menor participação no ato infracional.
anteriormente imposta. Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re-
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste arti- missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin-
go não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada ção do processo.
judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe-
nº 12.594, de 2012) (Vide) cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven- efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação
do outra medida adequada. de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex- regime de semi-liberdade e a internação.
clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser
abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com- revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres-
pleição física e gravidade da infração. so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive Público.
provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, en- TÍTULOIV
tre outros, os seguintes: DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis-
tério Público; Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comu-
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; nitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que so- dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
licitada; II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
V - ser tratado com respeito e dignidade; orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; freqüência e aproveitamento escolar;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes- VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a trata-
soal; mento especializado;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e VII - advertência;
salubridade; VIII - perda da guarda;
XI - receber escolarização e profissionalização; IX - destituição da tutela;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder fami-
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; liar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e des- Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos
de que assim o deseje; IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.

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Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou § 5º As medidas protetivas de urgência serão concedidas inde-
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judi- pendentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento
ciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do re-
agressor da moradia comum. gistro de boletim de ocorrência.    (Incluído pela Lei nº 14.550, de
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação 2023)
provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adoles- § 6º As medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto
cente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de persistir risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial
2011) ou moral da ofendida ou de seus dependentes.    (Incluído pela Lei
nº 14.550, de 2023)
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução
LEI 11.340/2006 LEI MARIA DA PENHA (DAS MEDIDAS PRO- criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo
TETIVAS DE URGÊNCIA E DO CRIME DE DESCUMPRIMEN- juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
TO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA) representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se,
no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista,
CAPÍTULO II
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi-
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
quem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais
SEÇÃO I
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à
DISPOSIÇÕES GERAIS
saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído
ou do defensor público.
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, ca-
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou
berá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
notificação ao agressor .
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as me-
didas protetivas de urgência;
SEÇÃO II
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de as-
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O
sistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento
AGRESSOR
da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casa-
mento ou de dissolução de união estável perante o juízo competen-
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar
te;    (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de ime-
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as provi-
diato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes
dências cabíveis.
medidas protetivas de urgência, entre outras:
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com
posse do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826,
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser conce-
de 22 de dezembro de 2003 ;
didas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com
da ofendida.
a ofendida;
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedi-
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
das de imediato, independentemente de audiência das partes e de
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemu-
manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
nhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
comunicado.
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada
qualquer meio de comunicação;
ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a
por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos
integridade física e psicológica da ofendida;
nesta Lei forem ameaçados ou violados.
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes meno-
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a
res, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço si-
pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgên-
milar;
cia ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à prote-
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
ção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação
Ministério Público.
e reeducação; e(Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
§ 4º As medidas protetivas de urgência serão concedidas em
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de
juízo de cognição sumária a partir do depoimento da ofendida pe-
atendimento individual e/ou em grupo de apoio.(Incluído pela Lei
rante a autoridade policial ou da apresentação de suas alegações
nº 13.984, de 2020)
escritas e poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela autori-
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplica-
dade de inexistência de risco à integridade física, psicológica, sexu-
ção de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segu-
al, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.    (In-
rança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a provi-
cluído pela Lei nº 14.550, de 2023)
dência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o
agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará
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ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas proteti- § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autorida-
vas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de de judicial poderá conceder fiança.(Incluído pela Lei nº 13.641, de
armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo 2018)
cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras
crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso. sanções cabíveis.(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de ur-
gência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da
força policial. LEI Nº 10.826/2003; (ESTATUTO DO DESARMAMENTO)
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que cou-
ber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869,
CAPÍTULO I
de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
SEÇÃO III
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscri-
ção em todo o território nacional.
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de ou-
Art. 2o Ao Sinarm compete:
tras medidas:
I – identificar as características e a propriedade de armas de
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa ofi-
fogo, mediante cadastro;
cial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e ven-
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus depen-
didas no País;
dentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo
renovações expedidas pela Polícia Federal;
dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto,
IV - determinar a separação de corpos.
roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadas-
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em
trais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segu-
instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou
rança privada e de transporte de valores;
a transferência deles para essa instituição, independentemente da
V – identificar as modificações que alterem as características
existência de vaga.   (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
ou o funcionamento de arma de fogo;
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as
poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre ou-
vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
tras:
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor
conceder licença para exercer a atividade;
à ofendida;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas,
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos
varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de
de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo ex-
fogo, acessórios e munições;
pressa autorização judicial;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as característi-
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao
cas das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil
agressor;
disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realiza-
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial,
dos pelo fabricante;
por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados
doméstica e familiar contra a ofendida.
e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente
de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro
para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.
atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as
SEÇÃO IV
armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as de-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.641, DE 2018)
mais que constem dos seus registros próprios.
DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS
CAPÍTULO II
DE URGÊNCIA
DO REGISTRO
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão com-
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas pro-
petente.
tetivas de urgência previstas nesta Lei:(Incluído pela Lei nº 13.641,
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão regis-
de 2018)
tradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.(Incluído
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interes-
pela Lei nº 13.641, de 2018)
sado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos
§ 1º A configuração do crime independe da competência ci-
seguintes requisitos:
vil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.(Incluído pela Lei nº
13.641, de 2018)
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I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de cer- comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
tidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos
Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei.  (Redação dada pela Lei
inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser forneci- nº 11.706, de 2008)(Prorrogação de prazo)
das por meios eletrônicos;  (Redação dada pela Lei nº 11.706, de § 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste arti-
2008) go, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na
lícita e de residência certa; rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamen-
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicoló- to e obedecidos os procedimentos a seguir:  (Redação dada pela Lei
gica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta nº 11.706, de 2008)
no regulamento desta Lei. I - emissão de certificado de registro provisório pela internet,
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de com validade inicial de 90 (noventa) dias; e   (Incluído pela Lei nº
fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em 11.706, de 2008)
nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Fe-
esta autorização. deral do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no cali- como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro
bre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida de propriedade.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
no regulamento desta Lei.   (Redação dada pela Lei nº 11.706, de § 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto
2008)    (Vide ADI 6466)   (Vide ADI 6139) no caput deste artigo, considera-se residência ou domicílio toda a
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território extensão do respectivo imóvel rural.   (Incluído pela Lei nº 13.870,
nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, de 2019)
como também a manter banco de dados com todas as característi-
cas da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo. CAPÍTULO III
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e DO PORTE
munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando re-
gistradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e muni- nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
ções entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autori- I – os integrantes das Forças Armadas;
zação do Sinarm. II - os integrantes de órgãos referidos nos inci-
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será sos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Fe-
concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de deral e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);    (Reda-
30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interes- ção dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
sado. III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil)
cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo. habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III Lei;  (Vide ADIN 5538)(Vide ADIN 5948)    (Vide ADC 38)
do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com
adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar auto- mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos
rizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser mil) habitantes, quando em serviço;   (Redação dada pela Lei nº
adquirida.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) 10.867, de 2004)   (Vide ADIN 5538)(Vide ADIN 5948)  (Vide ADC 38)
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com vali- V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligên-
dade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a cia e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de
manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residên- Segurança Institucional da Presidência da República;   (Vide Decreto
cia ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de nº 9.685, de 2019)
trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV,
estabelecimento ou empresa.   (Redação dada pela Lei nº 10.884, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
de 2004) VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas por-
pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm. tuárias;
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de
4o deverão ser comprovados periodicamente, em período não in- valores constituídas, nos termos desta Lei;
ferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regula- IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente
mento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas
Arma de Fogo. de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de re- couber, a legislação ambiental.
gistro de propriedade expedido por órgão estadual ou do Distrito X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal
Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela en- do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal
trega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo me- e Analista Tributário.  (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
diante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de
2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e
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XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da § 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma
Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Esta- de fogo, independentemente de outras tipificações penais, respon-
dos, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que derá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de
efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na for- fogo de uso permitido.  (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
ma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça § 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios
- CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP.   (In- que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma
cluído pela Lei nº 12.694, de 2012) de fogo, quando em serviço.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput des- Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das
te artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade empresas de segurança privada e de transporte de valores, cons-
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, tituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e
mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas
validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso
II, V e VI.  (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
§ 1o-A  (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polí-
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas cia Federal em nome da empresa.
prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular § 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de se-
ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora gurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime
de serviço, desde que estejam:(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;(Incluído pela demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocor-
Lei nº 12.993, de 2014) rência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e muni-
e(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) ções que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle horas depois de ocorrido o fato.
interno.(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) § 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deve-
§ 1º-C. (VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) rá apresentar documentação comprobatória do preenchimento dos
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integran- requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados
tes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste que portarão arma de fogo.
artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se refe- § 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste
re o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabele- artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
cidas no regulamento desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº 11.706, Art. 7o-A.   As armas de fogo utilizadas pelos servidores das
de 2008) instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de propriedade,
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guar- responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente
das municipais está condicionada à formação funcional de seus podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar
integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, competente, sendo o certificado de registro e a autorização de por-
nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada te expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído
a supervisão do Ministério da Justiça.  (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 12.694, de 2012)
10.884, de 2004) § 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e este artigo independe do pagamento de taxa.   (Incluído pela Lei nº
estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados 12.694, de 2012)
e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público
ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de
do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei. funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de ser-
cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de vidores que exerçam funções de segurança.   (Incluído pela Lei nº
fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido 12.694, de 2012)
pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador § 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que
para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, trata este artigo fica condicionado à apresentação de documenta-
com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou ção comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do
inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efeti- art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabeleci-
va necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os mentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanis-
seguintes documentos:  (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) mos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabele-
I - documento de identificação pessoal;  (Incluído pela Lei nº cidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
11.706, de 2008) 2012)
II - comprovante de residência em área rural; e  (Incluído pela § 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata
Lei nº 11.706, de 2008) este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm.   (In-
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº cluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
11.706, de 2008) § 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a
registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE

acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras § 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§
24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.   (Incluído pela 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profissional
Lei nº 12.694, de 2012) pela Polícia Federal.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas
legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de CAPÍTULO IV
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo DOS CRIMES E DAS PENAS
o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na
forma do regulamento desta Lei. Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do por- Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, aces-
te de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estran- sório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determina-
geiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, ção legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou depen-
nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
e caçadores e de representantes estrangeiros em competição inter- Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
nacional oficial de tiro realizada no território nacional. Omissão de cautela
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impe-
permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polí- dir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de defici-
cia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm. ência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida ou que seja de sua propriedade:
com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
regulamentares, e dependerá de o requerente: Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de ati- diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valo-
vidade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade físi- res que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
ca;   (Vide ADI 6139) Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei; arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda,
III – apresentar documentação de propriedade de arma de nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente. Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depó-
artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela sito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, reme-
seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de ter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessó-
substâncias químicas ou alucinógenas. rio ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores cons- com determinação legal ou regulamentar:
tantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
I – ao registro de arma de fogo; Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável,
II – à renovação de registro de arma de fogo; salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agen-
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo; te.  (Vide Adin 3.112-1)
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; Disparo de arma de fogo
V – à renovação de porte de arma de fogo; Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a
fogo. ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manu- outro crime:
tenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades. Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançá-
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo vel.  (Vide Adin 3.112-1)
as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
o § 5o do art. 6o desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº 11.706, de Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter
2008) em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, empres-
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as con- tar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de
dições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em
comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o desacordo com determinação legal ou regulamentar:      (Redação
manuseio de arma de fogo.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honorários § 1º Nas mesmas penas incorre quem:      (Redação dada pela
profissionais para realização de avaliação psicológica constante do Lei nº 13.964, de 2019)
item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia.   (Incluído I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
pela Lei nº 11.706, de 2008) identificação de arma de fogo ou artefato;
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
(oitenta reais), acrescido do custo da munição.  (Incluído pela Lei nº para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autorida-
11.706, de 2008) de policial, perito ou juiz;
Editora
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LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo CAPÍTULO V


ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determina- DISPOSIÇÕES GERAIS
ção legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com
fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identifica- os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nes-
ção raspado, suprimido ou adulterado; ta Lei.
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a de-
arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou ado- finição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos
lescente; e proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico se-
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou rão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, me-
adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. diante proposta do Comando do Exército.  (Redação dada pela Lei
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo nº 11.706, de 2008)
envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de § 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar
4 (quatro) a 12 (doze) anos.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) acondicionadas em embalagens com sistema de código de barras,
Comércio ilegal de arma de fogo gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regula-
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, mento desta Lei.
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio § 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expe-
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de didas autorizações de compra de munição com identificação do lote
fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento
determinação legal ou regulamentar: desta Lei.
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.     (Reda- § 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da
ção dada pela Lei nº 13.964, de 2019) data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de se-
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito gurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo
deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em resi- § 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais
dência.    (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei e no seu
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de munição
fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante
a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, autorização concedida nos termos definidos em regulamento.  (In-
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta cri- cluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
minal preexistente.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º des-
Tráfico internacional de arma de fogo ta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a pro-
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do dução, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o co-
território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou mércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive
munição, sem autorização da autoridade competente: o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores,
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e mul- atiradores e caçadores.
ta.      (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entre- laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessa-
ga arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importa- rem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente
ção, sem autorização da autoridade competente, a agente policial ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) ho-
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de ras, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou
conduta criminal preexistente.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei.    (Redação
2019) dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é au- § 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército
mentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem que receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão
de uso proibido ou restrito. e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública,
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério
a pena é aumentada da metade se:     (Redação dada pela Lei nº da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em rela-
13.964, de 2019) tório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições,
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas re- abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.   (Incluído
feridas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou      (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 11.706, de 2008)
13.964, de 2019) § 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decor-
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa nature- rência do tráfico de drogas de abuso, ou de qualquer forma utiliza-
za.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) das em atividades ilícitas de produção ou comercialização de dro-
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetí- gas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
veis de liberdade provisória.  (Vide Adin 3.112-1) provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em favor da
União e encaminhadas para o Comando do Exército, devem ser,
após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas

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com prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo ad-
penitenciário da unidade da federação responsável pela apreen- quiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à
são.    (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do re-
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das ar- gulamento desta Lei.
mas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo po-
perdimento em favor da instituição beneficiada.  (Incluído pela Lei derão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumin-
nº 11.706, de 2008) do-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, fi-
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de respon- cando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida
sabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao seu cadas- arma.  (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
tramento no Sinarm ou no Sigma.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de Parágrafo único.   (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
2008) Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
§ 4o  (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regu-
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o enca- lamento desta Lei:
minhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, ma-
de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação rítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio,
de armas acauteladas em juízo, mencionando suas características faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou munição
e o local onde se encontram.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) sem a devida autorização ou com inobservância das normas de se-
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização gurança;
e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que
fogo, que com estas se possam confundir. realize publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os si- de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.
mulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com
usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exér- aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena
cito. de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o in-
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcio- gresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo
nalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.   (Vide ADI inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.
6139) Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aqui- serviços de transporte internacional e interestadual de passageiros
sições dos Comandos Militares. adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir passageiros armados.
arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos
dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei.  (Reda- serão armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos.      (In-
ção dada pela Lei nº 11.706, de 2008) cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já con- § 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo
cedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta cadastrar armas de fogo e armazenar características de classe e in-
Lei.  (Vide Lei nº 10.884, de 2004) dividualizadoras de projéteis e de estojos de munição deflagrados
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de va- por arma de fogo.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
lidade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a § 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pe-
Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no los registros de elementos de munição deflagrados por armas de
prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações destinadas às apu-
requerente. rações criminais federais, estaduais e distritais.     (Incluído pela Lei
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso nº 13.964, de 2019)
permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o § 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela uni-
dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documen- dade oficial de perícia criminal.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de
to de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acom- 2019)
panhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita § 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísti-
da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração cos terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua
firmada na qual constem as características da arma e a sua condição utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão
de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e judicial responderá civil, penal e administrativamente.(Incluído pela
do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III Lei nº 13.964, de 2019)
do caput do art. 4o desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº 11.706, de § 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de
2008)      (Prorrogação de prazo) dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos.(Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto 13.964, de 2019)
no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, § 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de
no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisó- Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do Poder Executivo
rio, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei.  (Incluído pela federal.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Lei nº 11.706, de 2008)

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CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no
art. 6o desta Lei.
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resultado
pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.
ANEXO
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.706, DE 2008)

ATO ADMINISTRATIVO R$
I - Registro de arma de fogo: Gratuito
- até 31 de dezembro de 2008 (art. 30)
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
II - Renovação do certificado de registro de arma de fogo:
- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito
(art. 5o, § 3o)
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
III - Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de transporte 60,00
de valores
IV - Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa de segu-
rança privada e de transporte de valores:
- até 30 de junho de 2008 30,00
- de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00
- a partir de 1o de novembro de 2008 60,00
V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00
VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00
VII - Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo 60,00
VIII - Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00

QUESTÕES

1. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioeducativo

De acordo com as previsões contidas Lei nº 13.869/2019 e suas alterações (Lei de Abuso de Autoridade), assinale a alternativa correta.
(A) Não faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito
(B) As penas previstas nesta Lei serão aplicadas com dependência das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis
(C) As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou
a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal
(D) Não tipifica o crime de violência Institucional a conduta de submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes vio-
lentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade, mas apenas infração
administrativa

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2. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu- 5. IBFC - 2022 - Câmara Municipal de Itatiba - SP - Advogado
cativo No que se refere à Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8079/90),
Nos termos da nova Lei nº 13.869/2019 (Lei de Abuso de Auto- assinale a alternativa incorreta.
ridade), assinale a alternativa correta. (A) Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de
(A) Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública in- entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis
condicionada e de ação penal pública condicionada à represen- de anistia, graça e indulto
tação (B) A pena por crime hediondo deve ser cumprida integralmen-
(B) Não será admitida ação privada se a ação penal pública não te em regime fechado
for intentada no prazo legal (C) A prisão temporária, nos crimes hediondos, possui o prazo
(C) Esta lei prevê as penas restritivas de direitos substitutivas de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de
das privativas de liberdade que são a prestação de serviços à extrema e comprovada necessidade
comunidade ou a entidades públicas e a suspensão do exercício (D) Em caso de sentença condenatória, o juiz deve decidir fun-
do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 damentadamente se o réu poderá apelar em liberdade
(seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens
(D) As penas restritivas de direitos não podem ser aplicadas au- 6. IBFC - 2022 - Câmara de Franca - SP - Advogado
tonomamente Acerca das disposições da Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº
8.072/1990) e as recentes alterações, assinale a alternativa que não
3. : IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu- apresenta um crime considerado hediondo.
cativo (A) Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produ-
Com relação à Lei nº 13.869/2019 e suas alterações (Lei de to destinado a fins terapêuticos ou medicinais
Abuso de Autoridade), assinale a alternativa incorreta. (B) Roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima
(A) As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso (C) Infanticídio
de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade (D) Homicídio qualificado
específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou
a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal 7. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu-
(B) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fa- cativo
tos e provas configura abuso de autoridade Analise as afirmativas a seguir, de acordo com a Lei nº
(C) É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer 9.455/1997 e suas alterações (Lei de Tortura).
agente público, servidor ou não, da administração direta, in- I. O crime de tortura é afiançável e suscetível de graça ou anis-
direta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos tia.
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território II. Aquele que se omite em face das condutas que tipificam o
(D) Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo
crime de tortura, quando seu dever é de evitá-las ou apurá-las, não
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu-
responde pelo crime de tortura, mas apenas por infração adminis-
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
trativa.
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, car-
III. A condenação pelo crime de tortura não acarretará a perda
go, emprego ou função em órgão ou entidade da administra-
ção direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercí-
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de cio pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Território IV. Constitui crime de tortura constranger alguém com empre-
go de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
4. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu- mental em razão de discriminação racial ou religiosa.
cativo Estão corretas as afirmativas:
De acordo com a Lei nº 13.869/2019 que dispõe sobre os cri- (A) I, III e IV apenas
mes de abuso de autoridade, analise as afirmativas a seguir e dê (B) I, II, III e IV
valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). (C) I, II e IV apenas
( ) As condutas descritas na Lei nº 13.869/2019 constituem (D) IV apenas
crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a
finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo 8. IBFC - 2022 - PC-BA - Investigador de Polícia Civil
ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. “Constranger alguém com emprego de violência ou grave ame-
( ) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de aça, causando-lhe sofrimento físico ou mental ou submeter alguém,
fatos e provas não configura abuso de autoridade. sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
( ) A perda do cargo, do mandato ou da função pública são grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma
efeitos automáticos da condenação. de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”, consti-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de tui crime de tortura. Sobre o crime de tortura, assinale a alternativa
cima para baixo. incorreta.
(A) V - V - V (A) O ato de constranger previsto no crime de tortura pode se
(B) V - F - V dar com a finalidade de obter informação, declaração ou con-
fissão da vítima ou de terceira pessoa; com a intenção de pro-
(C) F - F - V
vocar ação ou omissão de natureza criminosa; ou ainda, em
(D) V - V - F
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a solução para o seu concurso!
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razão de discriminação racial ou religiosa (B) Quando funcionário de Empresa de Transporte de Valores
(B) A pena prevista para o crime de tortura é de reclusão, de cometer o delito de Porte ilegal de arma de fogo de uso permi-
dois a oito anos tido terá, nos termos previstos no Estatuto do Desarmamento,
(C) Se no crime de tortura o resultado é a lesão corporal de na- causa de diminuição de pena (minorante), haja vista o fato de
tureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de seis a doze já trabalhar manuseando arma de fogo o que diminui as chan-
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos ces de ocorrência de acidentes
(D) A pena para o crime de tortura é aumentada de um sexto (C) Caso o agente que cometeu o disparo ilegal de arma de fogo
até um terço, se o crime é cometido por agente público ou se seja reincidente, independentemente se referida reincidência
é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, possua natureza específica em tal conduta delitiva, o mesmo
adolescente ou mais de sessenta anos, ou ainda, se o crime é terá causa de aumento de pena (majorante), nos termos pre-
cometido mediante sequestro vistos no Estatuto do Desarmamento
(E) Por força do §6º, do art. 1º da lei de Tortura, o crime de tor- (D) Conforme a legislação penal brasileira, a omissão é penal-
tura é inafiançável e insuscetível de graça e anistia mente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado, sendo que o dever de agir incumbe a quem
9. IBFC - 2023 - SEJUSP-MG - Agente de Segurança Socioedu- tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, de
cativo modo que proprietário de empresa de segurança que deixar
De acordo com o Estatuto do Desarmamento, Lei Federal de de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Fede-
nº 10.826/2003, no que trata do porte de arma de fogo, assinale a ral perda de arma de fogo, por ausência de previsão legal, não
alternativa incorreta. responderá pelo crime de Omissão de Cautela previsto no Esta-
(A) Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas pri- tuto do Desarmamento
sionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular
ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo
fora de serviço, desde que estejam submetidos a regime de de- GABARITO
dicação exclusiva, sujeitos à formação funcional, nos termos do
regulamento e, subordinados a mecanismos de fiscalização e
de controle interno 1 C
(B) É proibido o porte de arma de fogo em todo o território 2 C
nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e
para os integrantes das guardas municipais dos Municípios com 3 B
mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhen- 4 D
tos mil) habitantes, mesmo fora de serviço
5 B
(C) Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cin-
co) anos que comprovem depender do emprego de arma de 6 C
fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será con- 7 D
cedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na catego-
ria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, 8 C
de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de 9 B
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessa-
do comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual 10 A
deverão ser anexados: documento de identificação pessoal,
comprovante de residência em área rural e atestado de bons ANOTAÇÕES
antecedentes
______________________________________________________
(D) O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma
de fogo, independentemente de outras tipificações penais, res- ______________________________________________________
ponderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de
arma de fogo de uso permitido ______________________________________________________

10. IBFC - 2022 - Câmara Municipal de Itatiba - SP - Agente de ______________________________________________________


Segurança
A Lei 10.826/03, conhecida como Estatuto do Desarmamento, ______________________________________________________
tem sido muito debatido em nosso contexto político e social recen- ______________________________________________________
te. Acerca das determinações previstas em tal diploma normativo,
inerentes ao regramento das armas de fogo em nosso país, assinale ______________________________________________________
a alternativa correta.
(A) O comércio ilegal de arma de fogo, quando realizado frente ______________________________________________________
a armas e munições de uso proibido ou restrito, possui causa
de aumento de pena (majorante), conforme disciplina legal do ______________________________________________________
Estatuto do Desarmamento
______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE SOCIOLOGIA

sindicatos. Entretanto, Ammann (1991) destaca que os Movimen-


REINVINDICAÇÕES POPULARES URBANAS. MOVIMENTOS tos Sociais só recentemente mereceram a atenção dos cientistas
SOCIAIS E LUTAS PELA MORADIA. MOVIMENTOS E LUTAS sociais. Para estes, o que vem a qualificar um movimento como Mo-
SOCIAIS NA HISTÓRIA DO BRASIL. CLASSES SOCIAIS E MO- vimento Social é o elemento constitutivo: a contestação, o protesto,
VIMENTOS SOCIAIS. a insatisfação, o conflito, o antagonismo.
Movimento é aqui entendido no sentido dado por Gohn (1985):
Os movimentos se expressam através de um conjunto de práticas
Nas diversas conjunturas históricas tem ocorrido à necessidade sociais nas quais os conflitos, as contradições e os antagonismos
da população em geral e da população de baixa renda em particular, existentes na sociedade constituem o móvel básico das ações de-
de lutar pela sobrevivência e pelas necessidades humanas básicas. senvolvidas. E continua Gohn, o movimento social também expres-
Isso tem levado essa população a mobilizações organizadas e às ve- sa a consciência possível da classe que representa.
zes desorganizadas ou a formação de movimentos sociais urbanos Todo Movimento Social carrega o germe da insatisfação, do
de caráter reivindicatórios em diversas sociedades ou setores des- protesto contra relações sociais que redundam em situações inde-
tas. sejáveis para um grupo ou para a sociedade, sejam elaspresentes
Os movimentos sociais de modo geral existem desde muitos ou futuras. Sendo assim, todo Movimento Social inscreve-se em
séculos. O autor Beer, usando a denominação de lutas sociais narra uma problemática relacional de poder, e, como tal, é preciso com-
sua existência na mais remota Antiguidade e, atravessando guerras preendê-lo como uma relação de força, de confronto, de disputa e
e conflitos que marcaram a vida dos povos, passando pelos tempos conflito entre lutas de classes, dominantes e dominados, de relação
modernos chega à época Contemporânea (década de 1920, do sé- capital/trabalho, com todas as complexidades e implicações que
culo passado). envolvem estas categorias, hoje.
Hofmann (1984) afirma que ―todo o pensamento do movi- Esta luta nem sempre é pela direção da produção da sociedade,
mento social contemporâneo encontra a sua origem nas grandes mas protestam contra formas de direção vigentes ou anunciadas,
ideias da Filosofia do Iluminismo. Para ele é ― pela primeira vez e de suas consequências para a classe dominada, Andrade enfati-
na história do mundo, o Iluminismo traçou a imagem de uma hu- za que a história e o processo de produção do espaço constituem
manidade libertada. Isto faz com que o homem coevo crie e rea- assim uma interminável luta entre os grupos sociais dominantes
lize as suas utopias ou busque realizá-la. E continua Hofmann, “o entre si, e da classe dominante como um todo, frente às classes
que constituiu uma esperança para o Iluminismo, passou a consti- dominadas.
tuir para o movimento social um programa ainda não cumprido e O jogo dialético da luta dentre as classes dá origem e se origina,
passível de ser realizado.” Para Gohn (1982), os movimentos sociais a um só tempo, do sistema de relações de trabalho dominante em
europeus, anteriores ao século XX, e principalmente os do século face do nível de desenvolvimento, de utilização das forças produti-
XIX, caracterizam-se por suas ideologias e práticas revolucionárias. vas. Daí a ligação direta que há entre o tipo de espaço produzido e
A unidade básica destes movimentos era dada no próprio plano da o modo de produção e/ou a formação econômico social dominante.
produção. As péssimas condições de vida dentro das fábricas leva- Sendo assim, o antagonista visível dos Movimentos Sociais
vam à sua eclosão. pode ser o Estado ou outros representantes diretos da exploração,
Movimentos e mobilizações de grupos sociais são encontrados enquanto responsáveis por relações sociais consideradas indesejá-
em diferentes épocas, lugares, situações e em distintas sociedades, veis. Os representantes dos Movimentos Sociais podem ser, uma
com maior ou menor significação. Como exemplos podemos nos re- classe social, uma etnia, uma região, uma religião, um partido po-
ferir às revoltas de escravos, aos movimentos de mulheres da Idade lítico, ou inúmeras outras categorias. Mas Gohn (1985) e Ammann
Média, às guerras camponesas do século XVI, aos conflitos étnicos, (1991), nos alerta que, tanto a classe dominante como a classe do-
aos movimentos religiosos como o franciscanismo, o protestantis- minada, com suas respectivas frações, podem constituir-se em su-
mo do século XVI. Na história do Brasil, encontramos vários deles, jeitos sociais dos movimentos, insatisfeitas com as relações sociais
de diferentes características e dimensões, como movimentos eman- vigentes ou propostas. Entretanto, aqui se faz necessário alertar
cipacionistas, messiânicos, culturais, políticos... Os dos anos 70 e 80 que apesar dos Movimentos Sociais encontra-se regidos por uma
têm seus predecessores nos movimentos de bairro, de camponeses lógica de exploração do capital, este produz outras formas de opres-
e operários das décadas anteriores. Ao se falar dos movimentos das são e dominação específicas, entre as quais figura as problemáticas
últimas duas décadas, os autores procuram distingui-los dos ante- dos índios, homossexuais, étnicos, ecológicos entre outros, que não
riores, denominando-os de novos movimentos sociais. se reduz em relação capital/trabalho. Esses movimentos específicos
Como vimos, os Movimentos Sociais decorrem das desigual- têm objetivos particulares, não podendo ser reduzidos as relações
dades de classes ao longo da história e, do avanço do processo de classe como adverte Ammann (1991); em outras palavras, ape-
urbano-industrial, que no início do século XX, compreendia quase sar de estar no interior do regime capitalista, quando dentro desses
exclusivamente a organização do proletariado industrial, isto é, os movimentos suprimir-se a oposição entre capital/trabalho não se
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enquadrando como movimentos sociais. Entretanto, as necessida- políticos, regiões etc.;


des cotidianas dos moradores pobres e miseráveis do nosso País se - Nem todo Movimento Social tem caráter de classe;
inserem nas questões de lutas de classes, apresentando-se como - Nem todo movimento Social luta pelo poder;
movimentos. - O objetivo dos Movimentos Sociais pode ser a transformação
Isto mostra-nos que são as intencionalidades dos processos de ou, contrariamente, a preservação de relações sociais dadas, quan-
contestação que define o que será ou não um Movimento Social, do as mesmas se encontram ameaçadas.
em outras palavras, são os ―processos de contestação que obje- Diante do exposto, concordamos com o conceito formulado
tivam a contraversão ou a preservação da ordem estabelecida, a por Ammann, movimento social é uma ação coletiva de caráter con-
partir das contradições específicas da realidade. testador, no âmbito das relações sociais, objetivando a transforma-
Para superar as imprecisões e ambiguidades do conceito de ção ou a preservação da ordem estabelecida na sociedade. Sendo
Movimentos Sociais básicos que conhecemos Gohn (1985) elabora assim, os movimentos sociais em sua maioria lutam por melhorias
um quadro geral, denominado de Principais Movimentos Sociais; o sociais (de bens, equipamentos e serviços), e não pela tomada do
qual transcrevemos abaixo: poder (do Estado), como veremos a seguir.

Principais Movimentos Sociais Movimentos Sociais Urbanos Reivindicatórios

1) Movimentos Sociais Ligados à Produção: Como vimos acima, as lutas e reivindicações por menores desi-
- Movimento Operário gualdades e exclusões sociais, ou seja, melhores condições de vida
- Movimento dos Produtores em sentido pleno (de cidadania), não são novas nem exclusivas do
- Movimento Sindical: Operário e Patronal Brasil, mas tem acompanhado a humanidade desde que surgiu a
2) Movimentos Sociais Político-Partidários divisão social do trabalho (divisão de classe), contudo apresentam
- Partidos Institucionalizados particularidades no tempo e no espaço.
- Grupos e Facções Políticas Não Institucionalizados No entanto, os estudos propriamente ditos dos movimen-
3) Movimentos Sociais Religiosos tos sociais reivindicatórios de melhorias urbanas datam de época
- Movimentos de Igreja Católica recente. Segundo Gohn (1982), eles se desenvolveram principal-
- Movimentos de Igrejas Protestantes e Outras mente a partir de uma abordagem derivada de uma leitura estru-
- Movimentos Messiânicos turalista de Marx. Na Europa, o maior número destas análises tem
- Movimentos Religiosos Ligados a Tradições Culturais e Fol- ocorrido na França, sendo Manuel Castells um de seus principais
clóricas representantes.
4) Movimentos Sociais do Campo Esse autor foi um dos que mais influenciou na literatura sobre
- Proprietários Movimentos Sociais na América Latina. Para ele, um movimento so-
- Trabalhadores Rurais cial nasce do encontro de uma dada combinação estrutural, que
5) Movimentos Sociais de Categorias Específicas acumula várias contradições, com um certo tipo de organização.
- Movimento Feminista Todo movimento social provoca, por parte do sistema, um contra
- Movimento Negro movimento que nada mais é do que a expressão de uma interven-
- Movimento de homossexuais ção do aparelho político (integração/repressão) visando à manu-
- Movimento de Defesa do Índio tenção da ordem.
- Movimento de Estudantes e Professores E continua Castells, o movimento social urbano é um sistema
6) Movimentos Sociais a partir de Lutas Gerais de práticas resultando da articulação de uma conjuntura do sistema
- Lutas pela Preservação do Meio Ambiente — Movimento de agentes urbanos e das outras práticas sociais, de forma que seu
Ecológico desenvolvimento tende objetivamente para a transformação estru-
- Lutas pela Democracia (Ex. Movimento pela Anistia e Luta tural do sistema urbano ou para uma modificação substancial da
pelas Diretas) relação de forças na luta de classes, quer dizer, em última instância,
- Lutas contra inflação e a Política Econômica do Governo (Ex. no poder do Estado.
Movimento contra a Carestia) Outro autor a influenciar teoricamente os movimentos sociais
- Lutas de Defesa dos Consumidores urbanos na América Latina foi Alain Touraine. Para ele, Movimentos
- Movimentos dos Desempregados Sociais são a ação conflitante de agentes das classes sociais, lutando
7) Movimentos Sociais Urbanos: pelo controle do sistema de ação histórica. Touraine deixa mais cla-
- Populares: Movimentos Econômicos, Reivindicatórios de Bens ra a definição quando afirma que os Movimentos Sociais são forças
e Equipamentos. Movimentos Sociais Populares Urbanos de Caráter centrais que lutam umas contra as outras para dirigir a produção
Marcadamente Político da sociedade por ela mesma, a ação de classe pela direção da his-
- Burgueses: Ações Reivindicatórias de Bens e Equipamentos toricidade.
Urbanos Defensores de Privilégios e anti-igualitários. Para nós os movimentos sociais urbanos reivindicatórios, ou
Já Ammann (1991), enumera seis princípios para conceituar o seja, os movimentos populares de bairros são organizações da clas-
que seja Movimento Social, que descrevemos a seguir: se destituída de poder, que demandam através das reivindicações,
- É a contestação o elemento construtivo dos Movimentos So- por direitos básicos de acesso à participação e cidadania, não se di-
ciais; rigindo à luta pelo domínio (controle) político do Estado. Mas, ten-
- Os Movimentos Sociais contestam determinadas relações so- do no Estado não apenas o destinatário de suas reivindicações, mas
ciais, no contexto das relações de produção; também um adversário e, às vezes, paradoxalmente, até um aliado.
- Os protagonistas podem ser classes sociais, etnias, partidos No Brasil
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No Brasil, as contradições urbanas decorrentes do desenvolvi- exemplo), exigia também, da população, o desenvolvimento de
mento do capitalismo se iniciam após 1930, com uma lógica no pro- uma rápida capacidade de resposta ao ritmo urbano de vida (longas
cesso de acumulação do capital que cria como precondição, para distâncias, tráfego congestionado, mobilidade rápida no trabalho,
seu funcionamento e desenvolvimento, a participação controlada acidentes, surtos epidêmicos, etc.). E a integração nesse ritmo rápi-
das massas populares no processo econômico e político (RAICHELIS, do e violento de vida, indispensável para o funcionamento da me-
1988). Gerando um novo tipo de sociedade urbana, especialmente trópole, não podia mais se dar no âmbito das soluções individuais,
nas duas principais metrópoles do país, Rio de Janeiro e São Paulo, tomadas por cada família dos componentes da força de trabalho.
baseando-se na superconcentração de atividades produtivas e de Ela dependia de soluções globais situadas ao nível das macro deci-
sua reprodução. Concentrou-se nessas regiões, já que ai se centrali- sões, só passíveis de serem tomadas ao nível do Estado.
zava os demais fatores indispensáveis para sua ampliação. É interessante observar do exposto acima, como o processo
Para Moisés (1985), as enormes massas de população foram de industrialização/urbanização não só alterou a vida da popula-
formadas neste contexto, sendo obrigadas a se acomodar ao fe- ção pobre (da classe trabalhadora), com novas necessidades, como
nômeno que se poderia chamar de urbanização por extensão de também levou a um agravamento do estado de pauperização desta.
periferias, fenômeno que adquiriu as feições de um verdadeiro pro- Além de transferir com uma nova ideologia criada pela classe do-
cesso ecológico de discriminação social. E continua ele, a formação minante, segundo a qual cabia agora ao Estado ser o provedor de
das principais áreas metropolitanas brasileiras foi acompanhada do toda a população, isto é, um Estado acima das classes, responsável
surgimento de uma série de contradições sociais e políticas especí- a atender às necessidades mais prementes da população, e assim,
ficas que apareceram na forma das distorções urbanas conhecidas, resolver a problemática urbana, que crescia sempre mais. Levando
por exemplo, por cidades como São Paulo, Rio, Recife, Belo Hori- também, a alteração, no transcorrer do tempo, da importância do
zonte, Salvador e Porto Alegre, entre outras. Desde os anos 40 e, antagonismo entre proletariado e burguesia nos conflitos sociais in-
mais intensamente, após a industrialização que se inicia em mea- duzindo a uma nova contradição, que é o confronto entre as massas
dos dos anos 50, o aprofundamento da divisão social do trabalho populares e o Estado.
no país provocou a emergência de necessidades sociais e urbanas Este processo de metropolização que vai formando-se nas prin-
novas para a sobrevivência da população. Aumentou a demanda cipais cidades brasileira, só foi possível entre outros fatores, graças
por serviços de infraestrutura (água, esgotos, asfaltamento de ruas, aos movimentos migratórios do campo, que apresenta verdadeira
iluminação privada e pública, etc.) e por um sistema de transportes inversão quanto ao lugar de residência da população apontada nas
coletivos mais rápido e eficiente, pois a expansão da periferia torna- taxas de urbanização do país entre 1940 e 2000, melhor dizendo,
va bem maiores as distâncias entre o local de moradia e o local de em 1940, a taxa de urbanização representava 26,35% do total, pas-
trabalho da mão-de-obra. Por outro lado, o novo desenvolvimento sou para 36,16% em 1950; alcançando 45,52% em 1960; em 1970
criou necessidades (reais ou ilusórias) infinitamente maiores para o chega 56,80%; em 1980 vai para 68,86% e em 1991 e 2000 atinge
sistema educacional, em todos os níveis, pois a modernização eco- 77,13% e 81,25% respectivamente.
nômica impôs expectativas novas à mão-de-obra e, ao mesmo tem- Estes recém-emigrados do campo se fixam na periferia das
po, uma ânsia de valorização (qualificação e especialização) para o principais cidades, em condições muito precárias de vida, estando
conjunto da força de trabalho; de outra parte, ampliou considera- disponíveis, abaixo preço para investimento do capital, tanto na
velmente a demanda por serviços de saúde (pronto socorros, pos- agricultura (os boias frias), como nas atividades urbanas (indústrias
tos de saúde, maternidades, hospitais, etc.), pois a complexificação e serviços), como à construção civil; se constituindo em um subpro-
de vida urbana, com a intensidade e a rapidez de sua concentração, letariado (GOHN, 1982) que subsiste mediante a venda da força de
altas taxas de densidade, circulação rápida e veículos, trânsito, etc., trabalho diária, sem desfrutar das garantias da legislação trabalhis-
e ao ritmo cada vez intenso do trabalho e da vida social, aumen- ta, constituindo o proletariado urbano. Em outras palavras, os tra-
tou os acidentes de trabalho e de trânsito, as doenças nervosas, as balhadores e seus familiares constituem a força de trabalho predo-
epidemias e as enfermidades em geral. Criou uma demanda nova minante nos grandes centros urbanos, necessitando que aumente
por equipamentos sociais e culturais (creches, maternidades, par- a demanda dos serviços de infraestrutura urbana que necessitam,
ques infantis, bibliotecas, centros de recreação, locais de práticas e ao mesmo tempo, que eleva e acelera as proporções de mora-
de esportes, áreas verdes), pois não apenas as crescentes levas de dia em condições inadequadas, de forma geral, agrava também,
migrantes recém-chegados à cidade exigiam atendimento social es- conforme o perfil social, a cidade. Surgindo assim, as favelas e os
pecial, como as condições urbanas aprofundaram a qualidade das bairros periféricos, além de novas formas de organização e estru-
expectativas, provocando a emergência de uma demanda inteira- tura de poder que se materializa nos movimentos sociais urbanos
mente nova para o sistema. A incorporação da mulher à força de reivindicatórios.
trabalho criou problemas sempre crescentes, como a necessidade
de hospitalização durante a gravidez e a assistência à população in- Movimentos Sociais no Brasil e Cidadania
fantil durante o horário de trabalho. Além disso, a atomização da
vida social e a diluição da vida familiar exigiu o surgimento de novos A análise dos movimentos sociais no Brasil revelam forte enfo-
padrões de sociabilidade da mesma forma que lançou os agentes que teórico oriundo do marxismo, sejam eles vinculados ao espaço
dessa vida moderna a um tal grau de complexificação de sua exis- urbano e/ou rural. Tais movimentos, quando se referiam ao espaço
tência, que seria inevitável a emergência de problemas como as urbano possuíam um leque amplo de temáticas como por exemplo,
chamadas enfermidades mentais, a prostituição, a criminalidade do as lutas por creches, por escola pública, por moradia, transporte,
menor, etc. saúde, saneamento básico etc. Quanto ao espaço rural, a diversida-
Viver nas áreas metropolitanas, além de exigir a integração a de de temáticas expressou-se nos movimentos de boias-frias (das
novos padrões de consumo, que garantissem uma sociabilidade regiões cafeeiras, citricultoras e canavieiras, principalmente), de
adequada à vida moderna (de que a televisão talvez seja o melhor posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários.
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Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específi- Uma das atividades do grupo consiste na ocupação de terras
ca, no entanto, todos expressavam as contradições econômicas e improdutivas como forma de pressão pela reforma agrária, mas
sociais presentes na sociedade brasileira. também há reivindicação quanto a empréstimos e ajuda para que
No início do século XX, era muito mais comum a existência de realmente possam produzir nessas terras. Para o MST, é muito im-
movimentos ligados ao rural, assim como movimentos que lutavam portante que as famílias possam ter escolas próximas ao assenta-
pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimen- mento, de maneira que as crianças não precisem ir à cidade e, desta
tos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade através da forma, fixar as famílias no campo.
realização de manifestações em espaços públicos (rodovias, praças, A organização não tem registro legal por ser um movimento
etc.). Os movimentos populares urbanos foram impulsionados pe- social e, portanto, não é obrigada a prestar contas a nenhum ór-
las Sociedades Amigos de Bairro - SABs - e pelas Comunidades Ecle- gão de governo, como qualquer movimento social ou associação
siais de Base - CEBs. Nos anos 1960 e 1970, mesmo diante de forte de moradores.
repressão policial, os movimentos não se calaram. Havia reivindica- O movimento recebe apoio de organizações não governamen-
ções por educação, moradia e pelo voto direto. Em 1980 destaca- tais e religiosas, do país e do exterior, interessadas em estimular a
ram-se as manifestações sociais conhecidas como “Diretas Já”. reforma agrária e a distribuição de renda em países em desenvol-
Em 1990, o MST e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros vimento. Sua principal fonte de financiamento é a própria base de
sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professo- camponeses já assentados, que contribuem para a continuidade do
res. movimento.
Concomitante às ações coletivas que tocam nos problemas Dados coletados em diversas pesquisas demonstram que os
existentes no planeta (violência, por exemplo), há a presença de agricultores organizados pelo movimento têm conseguido usufruir
ações coletivas que denunciam a concentração de terra, ao mes- de melhor qualidade de vida que os agricultores não organizados.
mo tempo que apontam propostas para a geração de empregos O MST reivindica representar uma continuidade na luta his-
no campo, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra tórica dos camponeses brasileiros pela reforma agrária. Os atuais
(MST); ações coletivas que denunciam o arrocho salarial (greve de governantes do Brasil tem origens comuns nas lutas sindicais e po-
professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações pulares, e portanto compartilham em maior ou menor grau das rei-
coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos vindicações históricas deste movimento. Segundo outros autores,
rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, o MST é um movimento legítimo que usa a única arma que dispõe
lixo industrial); ações coletivas que têm espaço urbano como lócus para pressionar a sociedade para a questão da reforma agrária, a
para a visibilidade da denúncia, reivindicação ou proposição de al- ocupação de terras e a mobilização de grande massa humana.
ternativas.
As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de men- Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST
sagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) surgiu em
entre outros, são características da ação de um movimento social. 1997 da necessidade de organizar a reforma urbana e garantir mo-
A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento so- radia e a todos os cidadãos. Está organizado nos municípios do Rio
cial, principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. de Janeiro, Campinas e São Paulo. É um movimento de caráter so-
Os movimentos sociais são sinais de maturidade social que podem cial, político e sindical. Em 1997, o MST fez uma avaliação interna
provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor em que reconheceu que seria necessária uma atuação na cidade
grau, dependendo de sua organização e das relações de forças es- além de sua atuação no campo. Dessa constatação, duas opções de
tabelecidas com o Estado e com os demais atores coletivos de uma luta se abriram: trabalho e moradia.
sociedade. Estão em quase todas as metrópoles do País. São desdobra-
mentos urbanos do MST, com um comando descentralizado. As for-
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST mas de atuação variam de um movimento para outro. Em geral, as
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, também ocupações não têm motivação política, apenas apoio informal de
conhecido pela sigla MST, é um movimento social brasileiro de ins- filiados a partidos de esquerda. O objetivo das ocupações é pressio-
piração marxista cujo objetivo é a implantação da reforma agrária nar o poder público a criar programas de moradia e dar à população
no Brasil. Teve origem na aglutinação de movimentos que faziam de baixa renda acesso a financiamentos para a compra de imóveis.
oposição ou estavam desgostosos com o modelo de reforma agrária Atualmente, o MTST é autônomo em relação ao MST, mas tem
imposto pelo regime militar, principalmente na década de 1970, o uma aliança estratégica com esse.
qual priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remo-
tas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e in- Fórum Social Mundial - FSM
tegração estratégica. Contrariamente a este modelo, o MST declara O Fórum Social Mundial (FSM) é um evento altermundialista
buscar a redistribuição das terras improdutivas. organizado por movimentos sociais de diversos continentes, com
Apesar dos movimentos organizados de massa pela reforma objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social
agrária no Brasil remontarem apenas às ligas camponesas, asso- global. Seu slogan é “Um outro mundo é possível”.
ciações de agricultores que existiam durante as décadas de 1950 É um espaço internacional para a reflexão e organização de to-
e 1960, o MST proclama-se como herdeiro ideológico de todos os dos os que se contrapõem à globalização neoliberal e estão cons-
movimentos de base social camponesa ocorridos desde que os por- truindo alternativas para favorecer o desenvolvimento humano e
tugueses entraram no Brasil, quando a terra foi dividida em sesma- buscar a superação da dominação dos mercados em cada país e nas
rias por favor real, de acordo com o direito feudal português, fato relações internacionais.
este que excluiu em princípio grande parte da população do acesso A luta por um mundo sem excluídos, uma das bandeiras do I
direto à terra. Fórum Social Mundial, tem suas raízes fixadas na resistência his-
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tórica dos povos contra todo o gênero de opressão em todos os religião e no jeito de viver para protestarem. Seu principal símbolo
tempos, resistência que culmina em nossos dias com o movimento era o Mandala (Figura circular com 3 intervalos iguais).
irmanando milhões de cidadãos e não-cidadãos do mundo inteiro
contra as consequências da mundialização do capital, patrocinada Movimento Feminista
por organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacio- O Feminismo é um discurso intelectual, filosófico e político que
nal (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Organização Mundial do Co- tem como meta os direitos iguais e a proteção legal às mulheres.
mércio (OMC), entre outros. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias, todas preocupa-
O Fórum Social Mundial (FSM) se reuniu pela primeira vez na das com as questões relacionadas às diferenças entre os gêneros,
cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, en- e advogam a igualdade para homens e mulheres e a campanha pe-
tre 25 e 30 de janeiro de 2001, com o objetivo de se contrapor ao los direitos das mulheres e seus interesses. De acordo com Maggie
Fórum Econômico Mundial de Davos. Esse Fórum Econômico tem Humm e Rebecca Walker, a história do feminismo pode ser dividida
cumprido, desde 1971, papel estratégico na formulação do pensa- em três “ondas”. A primeira teria ocorrido no século XIX e início
mento dos que promovem e defendem as políticas neoliberais em do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970, e a terceira
todo mundo. Sua base organizacional é uma fundação suíça que teria ido da década de 1990 até a atualidade. A teoria feminista
funciona como consultora da ONU e é financiada por mais de 1.000 surgiu destes movimentos femininos, e se manifesta em diversas
empresas multinacionais. disciplinas como a geografia feminista, a história feminista e a críti-
ca literária feminista.
Movimento Hippie O feminismo alterou principalmente as perspectivas predo-
Os “hippies” (no singular, hippie) eram parte do que se con- minantes em diversas áreas da sociedade ocidental, que vão da
vencionou chamar movimento de contracultura dos anos 60 tendo cultura ao direito. As ativistas femininas fizeram campanhas pelos
relativa queda de popularidade nos anos 70 nos EUA, embora o mo- direitos legais das mulheres (direitos de contrato, direitos de pro-
vimento tenha tido muita força em países como o Brasil somente priedade, direitos ao voto), pelo direito da mulher à sua autonomia
na década de 70. Uma das frases idiomáticas associada a este mo- e à integridade de seu corpo, pelos direitos ao aborto e pelos direi-
vimento foi a célebre máxima “Paz e Amor” (em inglês “Peace and tos reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção e a cuidados
Love”) que precedeu a expressão “Ban the Bomb”, a qual criticava o pré-natais de qualidade), pela proteção de mulheres e garotas con-
uso de armas nucleares. tra a violência doméstica, o assédio sexual e o estupro, pelos direi-
As questões ambientais, a prática de nudismo, e a emancipa- tos trabalhistas, incluindo a licença-maternidade e salários iguais, e
ção sexual eram ideias respeitadas recorrentemente por estas co- todas as outras formas de discriminação.
munidades. Durante a maior parte de sua história, a maior parte dos mo-
Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo a uma es- vimentos e teorias feministas tiveram líderes que eram principal-
pécie de socialismo-anarquista ou estilo de vida nômade e à vida mente mulheres brancas de classe média, da Europa Ocidental e
em comunhão com a natureza, negavam o nacionalismo e a Guerra da América do Norte. No entanto, desde pelo menos o discurso
do Vietnã, bem como todas as guerras, abraçavam aspectos de re- Sojourner Truth, feito em 1851 às feministas dos Estados Unidos,
ligiões como o budismo, hinduísmo, e/ou as religiões das culturas mulheres de outras raças propuseram formas alternativas de fe-
nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tra- minismo. Esta tendência foi acelerada na década de 1960, com o
dicionais da classe média americana e das economias capitalistas movimento pelos direitos civis que surgiu nos Estados Unidos, e o
e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o colapso do colonialismo europeu na África, no Caribe e em partes
poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o da América Latina e do Sudeste Asiático. Desde então as mulheres
capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como nas antigas colônias europeias e no Terceiro Mundo propuseram
parte de uma “instituição” única, e que não tinha legitimidade. feminismos “pós-coloniais” - nas quais algumas postulantes, como
Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a sociedade Chandra Talpade Mohanty, criticam o feminismo tradicional ociden-
e a pôr em causa os valores tradicionais e o poder militar e econô- tal como sendo etnocêntrico. Feministas negras, como Angela Davis
mico. Esses movimentos de contestação iniciaram-se nos EUA, im- e Alice Walker, compartilham este ponto de vista.
pulsionados por músicos e artistas em geral. Os hippies defendiam Desde a década de 1980, as feministas standpoint argumen-
o amor livre e a não-violência. Como grupo, os hippies tendem a taram que o feminismo deveria examinar como a experiência da
viver em comunidades coletivistas ou de forma nômade, vivendo e mulher com a desigualdade se relaciona ao racismo, à homofobia,
produzindo independentemente dos mercados formais, usam ca- ao classismo e à colonização. No fim da década e início da década
belos e barbas mais compridos do que era considerado “elegante” seguinte as feministas ditas pós-modernas argumentaram que os
na época do seu surgimento. Muita gente não associada à contra- papeis sociais dos gêneros seriam construídos socialmente, e que
cultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte seria impossível generalizar as experiências das mulheres por todas
por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem as suas culturas e histórias.
“anti-higiênicos” ou os considerarem “coisa de mulher”.
Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado of- Movimento Estudantil
f-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a O movimento estudantil, embora não seja considerado um
contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros movimento popular, dada a origem dos sujeitos envolvidos, que,
urbanos tradicionais. nos primórdios desse movimento, pertenciam, em sua maioria, a
Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do chamada classe pequeno burguesa, é um movimento de caráter so-
Vietnã, cujo propósito era acabar com a guerra. A massa dos hippies cial e de massa. É a expressão política das tensões que permeiam o
eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos sistema dependente como um todo e não apenas a expressão ide-
e a cultura oriental que, a partir desse contato, se inspiraram na ológica de uma classe ou visão de mundo. Em 1967, no Brasil, sob
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a conjuntura da ditadura militar, esse movimento inicia um proces- Ética na Política, um movimento do início dos anos 1990, teve
so de reorganização, como a única força não institucionalizada de grande importância histórica, porque contribuiu decisivamente
oposição política. A história mostra como esse movimento constitui para a deposição - via processo democrático - de um presidente da
força auxiliar do processo de transformação social ao polarizar as República por atos de corrupção, fato até então inédito no país. Na
tensões que se desencadearam no núcleo do sistema dependente. época, contribuiu também para o ressurgimento do movimento dos
O movimento estudantil é o produto social e a expressão política estudantes com novo perfil de atuação, os “caras-pintadas”.
das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação histórica e À medida que as políticas neoliberais avançaram, outros movi-
sociológica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões. Sua mentos sociais foram surgindo: contra as reformas estatais, a Ação
grande capacidade de organização e arregimentação foi capaz de da Cidadania contra a Fome, movimentos de desempregados, ações
colocar cem mil pessoas na rua, quando da passeata dos cem mil, de aposentados ou pensionistas do sistema previdenciário. As lutas
em 1968. Ademais, a histórica resistência da União Nacional dos de algumas categorias profissionais emergiram no contexto de cres-
Estudantes (UNE), como entidade representativa dos estudantes, cimento da economia informal, no setor de transportes urbanos,
é exemplar. por exemplo, apareceram os transportes alternativos (“perueiros”);
O movimento estudantil é um movimento social da área da no sistema de transportes de cargas pesadas nas estradas, os “cami-
educação, no qual os sujeitos são os próprios estudantes. Carac- nhoneiros”. Algumas dessas ações coletivas surgiram como respos-
teriza-se por ser um movimento policlassista e constantemente tas à crise socioeconômica, atuando mais como grupos de pressão
renovado - já que o corpo discente se renova periodicamente nas do que como movimentos sociais estruturados. Os atos e manifes-
instituições de ensino. tações pela paz, contra a violência urbana, também são exemplos
Podem-se encontrar traços de movimentos estudantis pelo dessa categoria. Se antes a paz era um contraponto à guerra, hoje
menos desde o século XV, quando, na Universidade de Paris, uma ela é almejada como necessidade ao cidadão/cidadã comum, em
das mais antigas universidades da Europa, registraram-se vários seu cotidiano, principalmente nas ruas, onde motoristas são vítimas
movimentos grevistas importantes. A universidade esteve em gre- de assaltos relâmpagos, sequestros e assassinatos.
ve durante três meses, em 1443, e por seis meses, entre setembro Grupos de mulheres foram organizados nos anos 1990 em
de 1444 e março de 1445, em defesa de suas isenções fiscais. Em função de sua atuação na política, criando redes de conscientiza-
1446, quando Carlos VII submeteu a universidade à jurisdição do ção de seus direitos e frentes de lutas contra as discriminações. O
Parlamento de Paris, eclodiram revoltas estudantis - das quais par- movimento dos homossexuais também ganhou impulso e as ruas,
ticipou, entre outros, o poeta François Villon - contra a supressão da organizando passeatas, atos de protestos e grandes marchas anu-
autonomia universitária em matéria penal e a submissão da univer- ais. Numa sociedade marcada pelo machismo, isso também é uma
sidade ao Parlamento. Frequentemente, estudantes eram detidos novidade histórica. O mesmo ocorreu com o movimento negro ou
pelo preboste do rei e, nesses casos, o reitor dirigia-se ao Châte- afrodescendente, que deixou de ser predominantemente movi-
let, sede do prebostado, para pedir que o estudante fosse julgado mento de manifestações culturais para ser, sobretudo, movimento
pelas instâncias da universidade. Se o preboste do rei indeferia o de construção de identidade e luta contra a discriminação racial. Os
pedido, a universidade entrava em greve. Em 1453, um estudante, jovens também criaram inúmeros movimentos culturais, especial-
Raymond de Mauregart, foi morto pelas forças do Châtelet e a uni- mente na área da música, enfocando temas de protesto, pelo rap,
versidade entrou novamente em greve por vários meses. hip hop etc.
Contemporaneamente, destacam-se os movimentos estudan- Deve-se destacar ainda três outros importantes movimentos
tis da década de 1960, dentre os quais os de maio de 1968), na sociais no Brasil, nos anos 1990: dos indígenas, dos funcionários
França. No mesmo ano, também se registraram movimentos em públicos - especialmente das áreas da educação e da saúde - e dos
vários outros países da Europa Ocidental, nos Estados Unidos e na ecologistas. Os primeiros cresceram em número e em organização
América Latina. No Brasil, o movimento teve papel importante na nessa década, passando a lutar pela demarcação de suas terras e
luta contra o regime militar que se instalou no país a partir de 1964. pela venda de seus produtos a preços justos e em mercados com-
petitivos. Os segundos organizaram-se em associações e sindicatos
Era pós 90 contra as reformas governamentais que progressivamente retiram
A partir de 1990, ocorreu o surgimento de outras formas de direitos sociais, reestruturam as profissões e arrocharam os salá-
organização popular, mais institucionalizadas - como os Fóruns Na- rios em nome da necessidade dos ajustes fiscais. Os terceiros, dos
cionais de Luta pela Moradia, pela Reforma Urbana, o Fórum Nacio- ecologistas, proliferaram após a conferência Eco-92, dando origem
nal de Participação Popular etc. Os fóruns estabeleceram a prática a diversas organizações não governamentais. Aliás, as ONGs passa-
de encontros nacionais em larga escala, gerando grandes diagnós- ram a ter muito mais importância nos anos 1990 do que os próprios
ticos dos problemas sociais, assim como definindo metas e obje- movimentos sociais. Trata-se de ONGs diferentes das que atuavam
tivos estratégicos para solucioná-los. Emergiram várias iniciativas nos anos 1980 junto a movimentos populares. Agora são inscritas
de parceria entre a sociedade civil organizada e o poder público, no universo do terceiro setor, voltadas para a execução de políticas
impulsionadas por políticas estatais, tais como a experiência do Or- de parceria entre o poder público e a sociedade, atuando em áreas
çamento Participativo, a política de Renda Mínima, Bolsa Escola etc. onde a prestação de serviços sociais é carente ou até mesmo au-
Todos atuam em questões que dizem respeito à participação dos sente, como na educação e saúde, para clientelas como meninos
cidadãos na gestão dos negócios públicos. A criação de uma Central e meninas que vivem nas ruas, mulheres com baixa renda, escolas
dos Movimentos Populares foi outro fato marcante nos anos 1990, de ensino fundamental etc. (Era pós 90 - Texto adaptado da autora
no plano organizativo; estruturou vários movimentos populares em GOHN, M. G.).
nível nacional, tal como a luta pela moradia, assim como buscou
uma articulação e criou colaborações entre diferentes tipos de mo-
vimentos sociais, populares e não populares.
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NOÇÕES DE SOCIOLOGIA

Movimentos de Igualdade Racial de companheiro;


Desde a abolição, os negros passaram a se abrigar em guetos e - a aprovação de lei no Rio de Janeiro que impõe sanções para
comunidades, sendo marginalizados. O fim da escravidão não havia quem agir de forma discriminatória (Lei nº 7041 de 15/07/2015);
mudado a mentalidade social que, por muito tempo e ainda hoje, - a legalização da adoção homo afetiva;
os vê como inferiores1. - a legalização da união civil homo afetiva.
Com o passar dos anos, diversos movimentos sociais em defe-
sa da igualdade racial foram criados com o objetivo de conquistar Quanto à criminalização da homofobia, infelizmente ainda não
direitos. existe lei que pune o agressor e os casos de violência contra os ho-
E mesmo que a situação ainda seja de vulnerabilidade e pre- mossexuais ainda é classificada como lesão corporal. Em 2006, foi
conceito, o Brasil avançou na criação de políticas públicas para a criado um projeto de Lei que criminaliza a Homofobia (PLC 122/06),
população negra, e os movimentos estão aí para garantir que essa porém, após tramitar por 8 anos foi arquivado.
luta continue. Outra pauta que tem causado discussão é a restrição à doação
Entre essas conquistas está a criação das cotas para negros, de sangue. No Brasil, ela está expressa na portaria 158/2016, do
que reservam uma certa porcentagem de vagas a pessoas de etnias Ministério da Saúde. Porém, essa decisão está sendo questionada
distintas. Ainda há polêmica em torno das cotas, mas não deixa de no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Partido Socialista Brasileiro,
representar um grande avanço. que quer acabar com as restrições de doação de sangue impostas
Há um grande caminho pela frente. Os negros ainda vivenciam aos homossexuais, afinal, todo sangue recebido é testado indepen-
a desigualdade nas relações de trabalho, além do preconceito vela- dentemente de quem os tenha doado.
do de um país que registra casos de racismo nos dias de hoje.
Movimentos das Pessoas com Deficiência
Movimentos de Igualdade de Gênero Os movimentos sociais em defesa das pessoas com deficiência
Apesar de trazer muitas vitórias em sua trajetória, o Movimen- têm, ao longo do tempo, lutado para fazer valer os direitos de aces-
to Feminista tem, ainda, um grande caminho pela frente. sibilidade a esse público, garantindo a possibilidade de uma vida
A mulher ainda é vista por muitos como objeto, sendo criticada comum e a participação de forma direta ou indireta na definição de
pela sua forma de vestir e se portar. Inúmeras são vítimas de vio- políticas públicas.
lência sexual, psicológica, física e ideológica, ferindo gravemente o E, nessa jornada de lutas, a Lei nº 7.853 de 24 de outubro de
direito a autonomia pelo próprio corpo. 1989, representa uma grande conquista para o movimento. Por
Apesar do movimento feminista já atuar há algumas décadas, meio dela, fica assegurado o exercício de direitos individuais e so-
percebe-se que atualmente ele está diferente. Algumas pessoas di- ciais das pessoas com deficiência, bem como sua efetiva integração
zem que o feminismo de hoje é multifacetado, sendo criados diver- social.
sos grupos com interesses semelhantes, mas cada um defendendo Como foi dito, é um grande avanço, mas ainda há muito o que
uma pauta específica. ser feito, visto que, infelizmente, o poder público e parte da socie-
No passado, essa luta se concentrava na conquista pelo direito dade ainda não dão a devida importância à problemática que essas
ao voto, pela igualdade salarial e inserção do mercado de trabalho. pessoas vivem no cotidiano.
Hoje, o movimento agrega outras pautas e ganha espaço não ape- Os movimentos lutam por inclusão social, acesso à mobilida-
nas nas ruas, mas principalmente nas redes sociais. de urbana, ao mundo de trabalho, à educação e também por mais
Recentemente, campanhas a favor da legalização do aborto, atenção por parte do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
como forma de conquista pela autonomia do corpo, e contra a cul- Organizações que atuam na defesa dos direitos das pessoas
tura do estupro que acomete mulheres de todas as idades se espa- com deficiência: APAE, Associação Laramara, Movimento Supera-
lham em todo o mundo. ção, Amigos pra Valer, entre outros.

Movimento LGBT Classes Sociais e Movimentos Sociais2


Talvez este seja um dos movimentos que mais ganhou visibili- Segundo Tompson (1981), “as classes surgem porque homens
dade nos últimos tempos. No Brasil e no mundo, a causa em defesa e mulheres, em relações produtivas determinadas, identificam seus
das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros interesses antagônicos e passam a lutar, a pensar e a valorar em
busca, de forma democrática, conquista de direitos, além de lutar termos de classes: assim o processo de formação de classes é um
contra a homofobia, a intolerância sexual e a discriminação. produto de auto confecção, embora sob condições dadas”. Ele nos
É composto por ativistas que, representando os homossexuais, oferece uma concepção do momento de configuração de uma clas-
buscam garantir a valorização dos mesmos, com foco na humaniza- se social, onde estrutura e sujeito mantêm uma relação de não su-
ção e no bem-estar dessas pessoas que, há tanto tempo, vêm so- perposição. A classe acontece, então, enquanto as pessoas vivem
frendo ações preconceituosas por parte de uma sociedade ainda sua própria história, configurando-se como uma formação econô-
atrasada e intolerante. mica, política, social e cultural. A classe não existe independente
Dentre as principais conquistas LGBTs, podemos citar: da elaboração de uma representação de classe – da criação de um
- a retirada do termo “homossexualismo” da Classificação In- mundo de significação, em que as necessidades e interesses dos
ternacional de Doenças (CID); sujeitos são tratados em sua cultura e consciência. Desta forma, sua
- o reconhecimento da união estável entre casais homossexu- existência efetiva-se quando as situações e relações produtivas são
ais; experimentadas, não só como interesses e necessidades, mas tam-
- a possibilidade de requerer junto ao INSS pensão por morte bém como sentimentos, normas e valores.
1 Human. 4 movimentos sociais que valem a pena acompanhar. https://bit. Quando as classes sociais são concebidas como um dado espa-
ly/2HAVxhN 2 Texto adaptado de MASCARENHAS, A. C. B.
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NOÇÕES DE SOCIOLOGIA

ço constituído e ao mesmo tempo como um espaço de formulações pano de fundo os conflitos de classes. Sem querer reduzir todo tipo
de representações e significados, é preciso que se esteja atento às de conflito a caracterização de conflito de classe, o que é preciso sa-
lutas e movimentos esboçados na vida social. É nesse sentido que a lientar é a abrangência desse fenômeno e a pertinência de destacá-
temática dos movimentos sociais torna-se de grande valia na análi- -lo na caracterização dos conflitos nas sociedades contemporâneas.
se da configuração das classes. Sendo estes aqui concebidos como Um exemplo da supervalorização da noção de cidadania como
práticas sociais que elaboram a constituição de novos sujeitos. princípio explicativo da composição do conflito social moderno é a
Representam manifestações bem características das sociedades proposição de Dahrendorf (1992) de que uma vez que a esmaga-
complexas contemporâneas. A diversificação da estrutura social, dora maioria das pessoas dos países das sociedades da OCDE tor-
sua heterogeneidade, as diversas formas de inserção dos sujeitos naram-se cidadãos no sentido pleno da palavra, as desigualdades
sociais são, sem dúvida, elementos que compõem a emergência sociais e as diferenças políticas assumiram uma nova compleição.
desses movimentos. É muito rica a possibilidade de se captar por As pessoas não precisam mais juntar forças com outras na mesma
meio deles como determinados agrupamentos se colocam no cená- posição para lutar por direitos básicos. Elas podem fazer progredir
rio social, fazendo-se representar e reconhecer. É no momento da suas chances de vida através do esforço individual, de um lado, e
percepção do fazer representar-se, do se fazer ouvir, da expressão através da representação de grupos de interesses constituídos mas
de interesses próprios e da luta coletiva pela defesa desses interes- fragmentados, do outro. (...) A nova classe é a classe dos cidadãos,
ses, que se pode enriquecer a análise das classes sociais. se o paradoxo for permissível, ou, de qualquer modo, a classe da
Para Alain Touraine (1977), o caráter mais novo das classes so- maioria. Um capítulo da história política e social que começou com
ciais nas sociedades contemporâneas (que ele denomina pós-indus- lutas de classes profundas e potencialmente revolucionárias levou,
triais), é que, estando menos sustentadas pela transmissão heredi- depois de muitos esforços e sofrimentos, a conflitos mais calmos de
tária das posições sociais, por regras institucionais e por aparatos antagonismos de classes democráticos ou institucionalizados.
simbólicos, as classes só são realidades observáveis na medida em Dahrendorf reconhece o paradoxo colocado, mas parece enca-
que figuram, efetivamente, como atores históricos, ou seja, em que rá-lo como permissível, o que é lamentável. Como podemos falar
participam de movimentos sociais, ainda que estes sejam incom- em uma “classe de cidadãos”? O aglomerado de cidadãos, ainda
pletos. Esses movimentos constituem-se, assim, na expressão mais que exista majoritariamente, abarca grandes clivagens, diferencia-
evidente da historicidade. As classes serão reconhecidas a partir da ções, muitas desigualdades. O que significa um grande agrupamen-
colocação dos atores em movimento. A fundamentação teórica de to de cidadãos, se uma das partes se apropria do trabalho da outra?
Touraine tem o mérito de estabelecer o elo de ligação entre o con- Acredito ainda, que a melhor maneira de responder a essa questão
ceito de classes e a noção de movimentos sociais. e a muitas outras é procurar delinear a forma como os agrupamen-
Lojkine (1981), por sua vez, caracteriza um movimento social tos distinguem-se uns dos outros por meio de sua caracterização
principalmente pela capacidade de um conjunto de agentes das econômica, política e sociocultural, como vivenciam o mundo e
classes dominadas diferenciar-se dos papéis e funções através dos como o representam. Nesse sentido, não encontro melhor apara-
quais a classe (ou fração de classe) dominante garante a subordina- to analítico conceitual que o embutido na configuração das classes
ção das classes dominadas com relação ao sistema socioeconômico sociais e as relações travadas por elas. O conceito de classes sociais
em vigor. O alcance histórico real de um movimento só pode ser é o elemento essencial, respaldado por análises conjunturais e des-
definido pela análise de sua relação com o poder político. Apesar pido de ortodoxias e visões messiânicas.
de muitas vezes observando a realidade, não podermos afirmar que Outra questão colocada na mesa das discussões sobre os con-
os movimentos sociais representam, necessariamente, uma força flitos sociais modernos é a possibilidade de realização de um novo
transformadora, é inegável o seu poder de revigoramento do ce- contrato social. Sobre que bases ele emergiria? Sobre as bases de
nário político. Esses movimentos trazem uma crescente politização uma socialdemocracia? De um novo liberalismo? Socialismo? Me-
da vida social, ampliando a visão do político, que deixa de ser um lhor não desenterrar o defunto... as alternativas apontadas estão
espaço restrito aos canais representativos instituídos. É importante imersas majoritariamente no âmbito de uma democracia capita-
ainda destacar que na medida em que a estrutura social não é en- lista. Essa perspectiva representa sérios limites. Recorro aqui a Pr-
carada como o único fator determinante das ações de classes, co- zewoski (1989) que salienta o componente do universalismo ine-
locando-se como fundamental a forma como os sujeitos sociais vi- rente a ideologia burguesa, onde dentro dos contornos da noção
vidas poderão estabelecer fronteiras entre as classes. Aqui, surge o de cidadania, os limites expressam-se na caracterização da mesma
papel das conjunturas sócio-políticas como fator relevante explica- como a harmonia básica de interesses dos indivíduos (cidadãos). Na
tivo, estabelecendo a mediação entre a situação objetiva estrutural democracia capitalista, as massas não agem diretamente em defesa
e os elementos constitutivos do plano das representações coletivas. de seus interesses. A representação resulta em uma desmobiliza-
ção das mesmas. A estrutura do Estado burguês produz pelo menos
Classes Sociais e Cidadania dois efeitos: separa as lutas econômicas das políticas e impõe uma
A relação entre a constituição das classes sociais e a luta pela forma específica à organização de classes em cada uma dessas lu-
extensão dos direitos de cidadania tem se dado por meio de uma li- tas. Os sindicatos tornam-se organizações separadas dos partidos
gação muito íntima. Mas encontramos hoje uma tendência a afrou- políticos e a organização de classes assume uma forma represen-
xar bastante os laços que ligam essas questões. A noção de cida- tativa.
dania aumenta o seu fôlego, com ares de independência e rouba O estabelecimento de um novo contrato social passa necessa-
a cena. Não sei se desde os brados da revolução Francesa tivemos riamente pela composição dos vários agrupamentos que integram a
um momento em que está noção estivesse tão em evidência, do sociedade, ainda que todos, ou a maioria esteja abrigada no grande
discurso dos meios de comunicação de massa ao discurso acadêmi- grupo dos cidadãos. São cidadãos que distinguem-se entre si: uns
co. E aqui é preciso novamente que tenhamos muita cautela, pois a são mais afortunados que outros, uns contam com melhores con-
pressão para a extensão dos direitos de cidadania teve e tem como dições de vida, tem mais prestígio, mais acesso ao saber, ao poder,
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NOÇÕES DE SOCIOLOGIA

etc. Então como não procurar caracterizá-los à partir dessas distin- do país. Das ações dos estudantes de Direito na fase do Brasil Im-
ções? A caracterização desses agrupamentos como classes sociais pério, passando pelas lutas estudantis dos anos 60, pelas Diretas Já
representa nesse contexto um exercício bastante salutar. Przewoski de 1984, pelos Caras Pintada de 1992, até a UNE atual, e as novas
com relação a essa questão afirma que as classes são formadas formas de ação, com ocupações em órgãos administrativos da uni-
como efeito de lutas; seu processo de formação é perpétuo, elas versidade, ou as ocupações de escolas por estudantes do ensino
são continuamente organizadas, desorganizadas e reorganizadas. médio, os estudantes são atores políticos relevantes no Brasil.
Se retomarmos os anos de 1960 do século passado, obser-
va-se que após 1964 as mobilizações de estudantes, como outros
movimentos e organizações da sociedade brasileira, sofreram um
MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO.
refluxo. Mas em 1966 o ME se recompôs, até chegar ao apogeu em
1968- criando um imaginário de luta dos estudantes que associou-
É importante registrar que os movimentos pela educação têm -se à luta contra a ditadura, às lutas contra o status quo, no rastro de
caráter histórico, são processuais e ocorrem, portanto, dentro e Maio de 68 na França, Alemanha, Checoslováquia, Estados Unidos,
fora de escolas e em outros espaços institucionais. As questões cen- México, Argentina etc. À programada realização do Congresso da
trais no estudo da relação dos movimentos sociais com a educação UNE em Ibiúna, cidade próxima de São Paulo, cujos participantes
são as da: participação, cidadania e o sentido político da educação. em sua maioria foram presos, seguiu-se a invasão da moradia dos
As lutas pela educação envolvem a luta por direitos e são parte da estudantes na USP, o Crusp, e a repressão às grandes passeatas
construção da cidadania. Movimentos sociais pela educação abran- que ocorriam nas ruas centrais de São Paulo, particularmente a 7
gem questões tanto de conteúdo escolar quanto de gênero, etnia, de Abril, a 24 de Maio, a avenida São João e a praça da República.
nacionalidade, religiões, portadores de necessidades especiais, Vale a pena chamar a atenção para o fato de que o centro da cida-
meio ambiente, qualidade de vida, paz, direitos humanos, direitos de era então o ponto de encontro dos manifestantes, ao contrário
culturais etc. Esses movimentos são fontes e agências de produção dos anos 1990, quando de São Paulo, com grande concentração de
de saberes. companhias e bancos.
Podemos equacionar as seguintes fontes de demandas no cam- Em seguida àqueles atos repressivos, a reação do governo se
po da educação: no setor da educação formal- escolar, e a educação deu com a Reforma Universitária de 1968, a emissão do Decreto no
não-formal, desenvolvida em práticas do cotidiano, fruto de apren- 477, proibindo as manifestações estudantis, e do Ato Institucional
dizagem advinda da experiência ou de ações mais estruturadas, no 5 (AI-5) em dezembro de 1968.
com alguma intencionalidade, objetivando a formação das pessoas Breno Bringel (2009; 2012), ao analisar o movimento dos estu-
em determinado campo de habilidade, fora das grades curriculares, dantes no Brasil, seguindo análises teóricas de Charles Tilly e Sid-
certificadoras de graus e níveis de ensino. ney Tarrow, destaca como sendo quatro seus principais ciclos de
Historicamente, as lutas pela educação formal/escolar nem protestos e mobilizações a partir dos anos 60. O primeiro, ao longo
sempre tem tido grande visibilidade. Ocorrem no seio dos profis- de 1960, das revoltas e passeatas. O segundo, “ a partir de 1975,
sionais da própria educação, usualmente via associações de classe (quando) a tensão contínua entre os militares e as forças democrati-
e sindicatos, na forma clássica-greves, manifestações com carros zantes gerou uma dinâmica de “concessões do regime e conquistas
de som, extensas pautas e jornadas de negociações. As lutas pelo da sociedade”, dentro de uma conjuntura de resistência e luta de-
acesso à educação-do ensino infantil (antigas creches) ao ensino su- mocrática.”. O terceiro localiza-se na década de 1980 na conjuntu-
perior tem ocupada grande parte das agendas. Neste novo século, ra do “Movimento pela Anistia” e as “Diretas Já”. Neste período as
um dado novo entrou em pauta. Novas formas de manifestação, es- campanhas pela participação popular na Assembléia Constituinte
pecialmente de jovens, advindas da sociedade civil não organizada tiveram grande impacto na mídia e obteve-se algumas conquistas.
nos moldes clássicos, demandando educação, não apenas o acesso Bringel afirma que elas anunciaram as dinâmicas futuras das lutas
ou “Mais Educação”, mas demandando educação com qualidade, estudantis no país. De acordo com o estudo de Michiles (1989) so-
para além dos discursos e retóricas dos planos e promessas dos po- bre as emendas populares e a participação de organizações e movi-
líticos e dirigentes. mentos sociais, “os estudantes apresentaram cinco emendas, mas
A relação movimento social e educação ocorre de várias for- somente uma conseguiu mais de cem mil assinaturas” (1997:p 14-
mas- a partir das ações práticas de movimentos e grupos sociais 15). O quarto ciclo das lutas estudantis ocorre com os “caras pin-
em contato com instituições educacionais, no próprio movimento tadas” durante o processo de impeachment de Collor. Bringel se-
social, dado caráter educativo de suas ações na sociedade, e no in- gue autores, como Mische (1997, 2008) e Barbosa (2002), quando
terior dos movimentos, pelas aprendizagens adquiridas pelos par- afirmam que os cara-pintadas foram a única manifestação juvenil
ticipantes e pelos projetos socioeducativos formulados e desenvol- que rompeu com a apatia e o individualismo da geração “shopping
vidos pelos próprios movimentos, a exemplo do MST ( Movimento center”, ao longo da década de 1990.
dos Trabalhadores Sem Terra) .Neste texto abordam-se lutas e mo- As ocupações às reitorias durantes os anos 2007 e 2008 apare-
vimentos pela educação ocorridas no âmbito escolas, dos estudan- cem como o quinto ciclo de mobilização e a “nova cara visível” dos
tes, e de organizações da sociedade civil. movimentos estudantis brasileiros. As questões da ética estavam
na pauta estudantil desde a era Collor com os “Caras Pintadas”, mas
1 -O movimento dos Estudantes-ME em 2007- 2008 elas assumem novo sentido, dirigem-se para a de-
mocratização das próprias universidades. O exemplo emblemático
O movimento dos Estudantes- ME, especialmente os do ensi- se deu em 2008 com a ocupação da UNB- Universidade de Brasília e
no médio e universitário, merece um destaque maior porque ele a luta vitoriosa pela saída de seu então reitor-amplamente denun-
sempre esteve presente em momentos cruciais da história política ciado na mídia por gastos pessoais ou exagerados com o dinheiro
público no uso dos “cartões corporativos”- novo instrumento de
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NOÇÕES DE SOCIOLOGIA

viabilização de práticas clientelisticas e ilegais. neoliberais realizadas nas escolas públicas de ensino fundamental
Bringel em 2009 assinalou que “o recente ciclo de mobilização e médio alteraram de tal forma o cotidiano das escolas que deu as
estudantil supõe um novo ponto de inflexão dentro das lutas estu- bases para outras mobilizações pela educação. Falta de vagas, filas
dantis brasileiras também no que se refere ao questionamento das para matrículas, resultados de exames nacionais, progressões con-
dinâmicas organizativas e mobilizatórias das últimas duas décadas, tínuas (passagem de ano sem exames), deslocamento de alunos de
a partir de uma maior horizontalidade da informação, da delibera- uma mesma família para diferentes escolas, atrasos nos repasses de
ção e a ausência de lideranças estudantis (expressado, nas últimas verbas para merendas escolares, denúncias de fraudes no uso dos
duas décadas pelo controle político dessas lutas pelos centros e di- novos fundos de apoio à educação, entre outras, foram pautas da
retórios de estudantes, a maioria cooptados por partidos políticos) agenda do movimento popular na área da educação. Registre -se
aparece um formato mais ´movimentista” (Bringel, 2009:. 15- 16). ainda os altos índices de evasão escolar. Registre-se ainda que, a
Portanto, já na primeira década deste século, os estudantes já de- crise econômica e o desemprego levaram centenas de famílias das
marcavam novas formas de ação coletiva. Além das ocupações, as camadas médias a procura de vagas nas escolas públicas. Além de
lutas pela questão do ‘passe livre’, tratadas adiante são também aumentar a demanda, essas famílias estavam acostumadas a acom-
exemplos dessas mudanças. panhar o cotidiano das escolas, levando essas práticas para as es-
Os estudantes também tiveram participação ativa nos encon- colas públicas, antes bastante fechadas à participação comunitária.
tros do Fórum Social Mundial na primeira década deste século. As Com isso, as escolas passaram a desempenhar o papel de centros
publicações, análises, material visual, e relatos das edições do FSM comunitários pois a falta de verbas, e a busca de solução para novos
atestam isto. A política partidária continuou a ter grande influência problemas como a segurança, a violência entre os jovens e o univer-
na UNE, liderada por mais uma década por lideranças estudantis li- so das drogas, levou-as a busca de parceiros no bairro ou na região,
gadas ao PC do B. Mas também ocorreram mudanças neste campo- com outros organismos e associações organizadas.
em 2007, durante o 50o Congresso da UNE, uma mulher foi eleita O movimento pelas creches ( educação infantil), importante
Presidente da entidade- a quarta mulher a dirigir a entidade, com nos anos de 1970, especialmente em São Paulo e em Belo Horizon-
quase 80 anos de existência, portanto um fato histórico relevante te, se institucionalizou bastante nos anos 80. Neste novo milênio
na perspectiva da análise de gênero. A nova presidente era aluna de o movimento foi recriado em várias cidades, como em São Paulo,
uma instituição particular, e filiada ao PC do B e foi a 10a Presidente devido à falta de vagas como “Movimento dos Sem Creche”. Isto
filiada ao PC do B que, desde 1981, controla a entidade. Lembramos se explica também porque o acesso à educação infantil do 0-6 anos
apenas que já nesta década, a maioria dos estudantes do ensino não foi universalizado na Constituição de 1988, ao contrário do en-
superior estavam em instituições particulares. sino fundamental. Na atualidade destaca-se o Movimento Interfó-
Portanto, neste novo milênio, o ME universitário volta à cena runs de Educação Infantil do Brasil – MEIBI, considerado um avanço
pública protagonizando outras lutas que articulam questões especí- da área de educação infantil. Várias pesquisas sobre movimentos
ficas do cotidiano deles com questões éticas da sociedade brasilei- sociais e lutas por creches foram realizadas especialmente na déca-
ra. As primeiras se refletem nas condições de infraestrutura das uni- da de 1980, durante o processo de redemocratização do Brasil ( ver
versidades: falta de professores, salas, equipamentos, refeitórios e GOHN, 1985) mas poucos abordaram esses movimentos a partir da
qualidade da comida, bibliotecas desatualizadas; a eterna luta so- década de 1990 até o presente.
bre o valor das mensalidades-no caso das instituições particulares; Outro movimento importante que é o Movimento da Infância,
aceitação das carteirinhas da UNE em cinemas, teatros etc. ele abrange crianças e adolescentes que vivem em situação de ex-
Questões específicas também têm entrado na pauta das de- clusão, usualmente nas ruas. Inúmeros projetos sociais têm sido
mandas dos estudantes no Brasil de forma nova-agora articuladas desenvolvidos com estas crianças e adolescentes. Este movimento
com as políticas nacionais. A questão das cotas para afro-descen- conta com o apoio de pastorais da Igreja Católica e o apoio de inú-
dentes, populações indígenas e de baixa renda, o Prouni, FIES, pas- meros voluntários.
ses de transportes e preço das passagens. O Movimento do Passe A Educação de Jovens e Adultos - EJA , tem no passado dos
Livre-MBL, que veio a desempenhar importante papel em Junho de movimentos de Educação Popular criados a partir dos anos 60, sua
2013, nasceu entre estudantes do ensino médio, em Salvador e em matriz fundadora, configura-se na atualidade como um movimen-
Florianópolis. Outras políticas denominadas como de “inclusão so- to social e tem inúmeros programas. O EJA organiza-se por turmas
cial” irão mobilizar categorias específicas, em lutas contraditórias e possui grande demanda pois é ofertado à noite. No passado a
no movimento como um todo. educação de jovens e adultos focalizava bastante o processo de
alfabetização, e a educação popular também era utilizada como
2-Outros Movimentos e Campanhas pela Educação terminologia para indicar processos de alfabetização em espaços
alternativos, com métodos alternativos ou a pedagogia freiriana,
Cumpre mencionar ainda outros movimentos e organizações voltada para a educação. Na atualidade, os processos de certifica-
sociais de luta pela educação, a exemplo dos Movimentos de Edu- ção curriculares podem e devem ser diferenciados dos processos de
cação Popular. Embora ele nunca tivesse ganhando formato novo aprendizagem de conteúdos necessários para o dia-a-dia, no eixo
entre as camadas populares. Suas demandas foram, frequentemen- da educação não-formal. O MOVA- Movimento de Alfabetização de
te, incorporadas pelos sindicatos dos professores e demais profis- Jovens e Adultos é uma das ações do EJA, que não se limita a cate-
sionais da educação, ou por articulações amplas, como a luta pela goria dos jovens.
educação no período da Constituição levadas a efeito pelo Fórum Um movimento social que data do século XX e ainda persiste
Nacional de Luta pela Escola Pública, protagonizada basicamente em alguns estados brasileiros é o movimento das escolas comunitá-
por atores das camadas médias. Os militantes da luta pela educa- rias. Monica Rodrigues Costa, pesquisando o tema, afirma:
ção continuaram muito atuantes nos anos 90 - até a promulgação O Movimento das Escolas Comunitárias tem uma origem anti-
da nova Lei de Diretrizes e Bases -LDB, em 1996; mas as reformas ga. O seu surgimento em Recife data de 1942, sob a denominação
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NOÇÕES DE SOCIOLOGIA

de “escolas da comunidade”, em razão de um elevado crescimento dos novos movimentos sociais na área da educação neste milênio.
populacional no período, sendo a oferta de serviços insuficiente Ele é uma coalização de pessoas do mundo empresarial e/ou das
para atender a demanda. Estas escolas se espalharam por todo o elites empresariais tais como G. Gerdau, J. Roberto Marinho, ou
país. Ao longo dos anos 1980 as “escolas da comunidade” voltam executivos de grandes bancos e personalidades do Terceiro Setor
a se estabelecer, basicamente em função do mesmo motivo: o sis- com destacada atuação no campo da educação como Viviane Sen-
tema público oficial não consegue absorver as crianças e adoles- na, Milu Vilela, Ana Dinis, Norberto Pascoal etc. além do Instituto
centes de todas as comunidades, especialmente as periféricas. Seu Ethos, o GIFE, apoio da Unesco. A proposta é no sentido de fazer da
objetivo não é apenas ser includente, mas desenvolver um trabalho Educação uma ferramenta básica para o próprio desenvolvimento
pedagógico que assume a realidade das comunidades como parte do país, pressionando o governo para que ela se torne a principal
do processo ensino-aprendizagem, tendo a experiência das pessoas política pública. A proposta é focalizar a rede pública da escola bási-
como base de uma ação transformadora. Em 1986 o movimento ca. Quando o Compromisso foi lançado, cinco metas básicas foram
das Escolas Comunitárias cria a AEEC, para politizar o debate edu- propostas para serem atingidas, até 2022.
cativo e lutar pelo reconhecimento das escolas comunitárias como Movimentos sociais já existentes no século XX também se reor-
espaço educativo e pela garantia de funcionamento, via acesso a ganizaram, a exemplo Campanha Nacional de Direitos da Educação-
recursos públicos.A partir dos anos 1990, o movimento prioriza o -CNDE, que teve sua origem em de 1999, no contexto preparatório
investimento na qualificação de sua prática, no reconhecimento de da Cúpula Mundial de Educação no Senegal /2000). Na ocasião, um
seu trabalho pelo Estado, e se afirma como organização que atua grupo de organizações da sociedade civil brasileira lançou a Cam-
no campo da Educação Popular, construindo uma identidade entre panha, com a meta de contribuir para a efetivação dos “direitos
as diversas experiências pedagógicas que as escolas comunitárias educacionais garantidos na Constituição, por meio de ampla mo-
desenvolvem. (Costa, 2008:12- 13 e l4). bilização social, de forma a que todos tenham acesso a uma escola
Como pode-se observar ao longo de todo este texto, o cenário pública de qualidade. A Campanha surge justamente no momento
das mobilizações e ações coletivas altera-se no campo da Educação, que a educação passa a ser eixo central no discurso das reformas
no século XXI, entram em cena novos sujeitos, muitos deles insti- de estado e, ao mesmo tempo, em que se atribui à Educação um
tucionais, como as Fundações e entidades do Terceiro Setor. Estas papel estratégico no novo modelo de desenvolvimento articulado
entidades foram estimuladas pelas novas diretrizes governamen- pelas políticas da globalização. A Campanha alinha-se em rede com
tais- tanto nacional como internacional, 120 instituições, movimentos ou redes internacionais, a exemplo da
Terceiro Setor – que gerou a regulamentação de novas regras Campanha Global.
para parceria público-privado. Foram estimuladas também pela A Campanha possui um Comitê Diretivo e Comitês Estaduais
criação de novos fundos e projetos de apoio e estímulo a articula- em treze estados brasileiros. Com uma coordenação localizada em
ção das entidades da sociedade civil e as redes públicas de escolas São Paulo, ela realiza anualmente uma Assembleia Geral e se sub-
do ensino básico, assim como os novos Fóruns e Conferências Na- mete à Avaliação Técnica e à Auditoria Externa, desenvolvida por
cionais, Plano Nacional da Educação etc. E estimuladas ainda por consultorias especializadas. As seguintes entidades compõem a
linhas de projetos/programas lançadas por entidades de apoio à Campanha: Ação Educativa, Action Aid, Centro de defesa da Criança
pesquisa acadêmica, como o CNPq, a FAPESP e outras. Alguns des- e do Adolescente do Ceará, CEDECa, Centro de Cultura Luiz Frei-
tes sujeitos passam a falar e a reivindicar o nome de “movimento re, Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação- CNTE
social” para suas ações. Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem-Terra-MST, União
O leque de articulações que deu origem aos novos sujeitos Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação-UNDIME, União
também se amplia, e cruzando temáticas de gênero, etnia, faixas Nacional dos Conselhos Municipais de Educação- UNCME.Nos últi-
etárias e nacionalidade. Algumas ações ou movimentos na área da mos anos destacam-se as campanhas pela aplicação de mais verbas
educação foram criados nos últimos anos do século XX, a exemplo públicas para a educação resultando em projetos nacionais como o
da Campanha Nacional de Direitos da Educação, mas a maioria foi que destina 75% dos royaltes do petróleo para a educação.
criada nos primeiros anos do novo século, muitos deles já no pa-
drão organizativo predominante neste novo século que é o de se 3-A Presença das Lutas pela Educação nas Manifestações de
organizar segundo um foco. Assim, negros, índios e outros exclu- Junho de 2013.
ídos articularam o movimento ao redor da questão das cotas nas
universidades levando a criação de programas como o PROUNI; ou Dentre outros movimentos sociais protagonizados por estu-
em movimentos específicos de mulheres negras como o Fala Preta, dantes, fora das escolas, destaca-se o MPL- Movimento Passe Livre
movimento por escolas dos Quilombolas, movimento por univer- O MPL foi criado oficialmente em 2005 em Porto Alegre, mas desde
sidades para negros como a universidade da Cidadania Zumbi dos 2003 esteve presente em manifestações importantes de estudantes
Palmares, criada em 2001 em São Paulo. Segundo alguns analistas, em Florianópolis, Salvador etc. Em 2007 ganharam notoriedade na
o multiculturalismo que está por detrás destas políticas, na Europa mídia na questão das tarifas de ônibus (muitos atos se realizavam
está tendo um resultado muito contraditório. De um lado, afirmou dentro próprio veículo-pulavam a catraca). O bilhete único existen-
a cultura de minorias, deu dignidade às diferenças. De outro, o mul- te em várias cidades brasileiras foi uma conquista que deve ser atri-
ticulturalismo não levou à integração e sim à segregação. O objetivo buída à luta
inicial, de promover a tolerância, levou ao seu contrário -a intole- Para não irmos tão longe relembro apenas a luta por transporte
rância e hostilidade dos grupos que se agregaram identitariamente. (ônibus) ao final dos anos de 1970, em movimentos sociais popu-
Resta avaliar os resultados destas políticas no Brasil, aplicadas sem lares em bairros da periferia apoiados pelas CEBS- Comunidades
nenhuma mediação em relação às diferenças históricas do processo Eclesiais de Base. A mobilidade urbana é uma questão central para
brasileiro de construção de sua nação. o cidadão, para o exercício da cidadania e une todas as camadas so-
O “Compromisso Todos pela Educação” é um outro exemplo ciais, que sofrem o pesadelo dos deslocamentos diários no trânsito,
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NOÇÕES DE SOCIOLOGIA

de ônibus, carro ou metrô lotado. A insuficiência dos meios de lo- tos sociais são fontes e agências de produção de saberes.
comoção e a lentidão das ações governamentais (nunca há verbas, Na atualidade as autoridades governamentais tem tido difi-
obras quando aprovadas são adiadas continuamente) é uma das culdade em dialogar com os movimentos sociais, especialmente
responsáveis pelo ‘desencanto’ com a política e com os políticos. com maioria de jovens porque, na primeira década do novo sécu-
As manifestações de Junho colocaram também, junto com a lo, preferiram as formas institucionalizadas de participação civil,
mobilidade urbana, questões sociais relevantes como a saúde e a dadas por conselhos, câmaras e grandes conferências nacionais e
educação. Vários cartazes presentes nos grandes atos ocorridos em políticas específicas às mulheres, juventude, afrodescendentes ou
Junho de 2013 pontuaram o tema da educação assim como mo- áreas temáticas como alimentação etc.. Muitos representantes ins-
vimentos de profissionais da educação, que já estavam em greve, titucionais, que atuam nestas estruturas institucionalizadas, advêm
ganharam força e se juntaram as manifestações, em Junho e logo dos movimentos de forma identitária, formados a partir da onda de
após, a exemplo do Rio de Janeiro. novos movimentos sociais que sacudiu o país ao final dos anos de
O contexto escolar é um importante espaço para participação 1970-1980 e parte dos 90. Eles não acompanharam as mudanças
na educação. As demandas são históricas-acompanharam o proces- operadas no campo social, especialmente as novas formas de socia-
so e o modelo de desenvolvimento do país, na maioria das vezes bilidade e comunicação geradas pelas redes e mídias sociais.
voltadas para os interesses da categoria profissional, mas as reivin- Os atuais movimentos sociais dos jovens são também dife-
dicações ajudaram a construir as agendas de políticas públicas. rentes dos movimentos antiglobalização dos anos de 1990-2000,
Portanto, na realidade, a relação movimento social e educação embora também se organizem On Line, tenham circularidade nas
existe nas ações práticas de movimentos, organizações e grupos so- estruturas de organização. Eles reúnem minorias que se organizam
ciais. O estudo desta relação é relativamente recente no meio aca- de forma transnacional, com pautas que com espírito global, que
dêmico, e o debate intensificou-se após as ocupações de escolas podem ser acionadas em qualquer lugar do mundo. Muitos deles
do ensino médio em Goiania, São Paulo, Rio de Janeiro etc, assim inspiram-se em ideias libertárias, advindas do revival de algumas
como a ocupação das ETECS em São Paulo, escolas de ensino téc- formas do anarquismo, no século XXI.
nico, entre 2015-2016, trazendo também a pauta da qualidade da
educação.Essas ocupações abrem novo ciclo das lutas dos estudan- Fonte: Disponível em: http://www.anpedsul2016.ufpr.br/portal/wp-
tes pela educação e demonstram que os jovens desta faixa etária -content/uploads/2015/11/Palestra-de-Encerramento-Maria-da-Glo-
querem participar, tem consciência das condições que vivem nas ria-Gohn.pdf. Acesso em: 28.jul.2023.
escolas e de outras que têm direito a ter, como merenda e educação
de qualidade. Dada a complexidade deste novo ciclo, que envolve
lutas com o poder público, trataremos deste tema em outro texto.
QUESTÕES
Conclusões: os desafios do novo milênio
Concluindo afirmamos: as lutas e movimentos pela educação
são antigos, mas às vezes invisíveis perante a sociedade mais geral 1. IBFC - 2023 - Analista Ambiental (SEAD GO)/Ciências Sociais
e só recentemente ganharam visibilidade na mídia. Todos os movi- e Sociologia- Nos últimos 20 anos o conceito e a prática da eco-
mentos sociais sempre têm um caráter educativo. Usualmente os nomia solidária estabeleceram-se em diversas áreas geográficas
sindicatos dos professores e o movimento dos estudantes são os do território brasileiro. Assim, podemos verificar, por exemplo, a
protagonistas que entram em cena com maior frequência. Mas lu- produção vegetal orgânica estabelecida pelo MST – Movimento dos
tas e demandas pela educação não se resumem ao território das Trabalhadores Rurais sem Terras no RS ou o PNAE – Programa Na-
escolas, seus estudantes e profissionais cional de Alimentação Escolar, que integra a agricultura familiar e o
A educação, de um modo geral, e a escola, de forma específica, abastecimento de hortifrutis das escolas públicas; estas ações são
têm sido lembrada como uma das possibilidades de espaço civiliza- estratégias de desenvolvimento territorial. Quanto ao conceito de
tório numa era de violência, medo e descrença. A escola pode ser desenvolvimento territorial, assinale a
polo de formação de cidadãos ativos a partir de interações com- (A) A ideia de desenvolvimento territorial evolui, a partir dos
partilhadas entre a escola e a comunidade civil organizada. As lutas anos 80 do sec. XX, do conceito de desenvolvimento local, pois
pela educação podem ser o alicerce desta nova história. A premissa contempla a exploração dos recursos de uma área geográfica
fundamental que defendemos há alguns anos é: a participação da muito mais ampla
sociedade civil nas lutas pela educação não é para substituir o Esta- (B) As estruturas produtivas do território devem perseguir pa-
do, mas para que este cumpra seu dever: propiciar educação de e drões de eficiência e eficácia, assim como de agregação tecno-
com QUALIDADE para todos. lógica, que orientam o crescimento das indústrias tradicionais
Os atuais movimentos na área da educação devem ser anali- (C) Os ativos específicos de um território são formados por suas
sados sob a ótica das mudanças operadas no conjunto de outros condições físicas e geográficas, assim como pelos saberes cole-
movimentos sociais contemporâneos pois eles são diferentes dos tivos e pelos processos de aprendizagem característicos
movimentos operários, assim como diferem dos movimentos iden- (D) A formação de um território resulta do encontro e da mo-
titários dos anos 80/90 do século passado, que ficaram conhecidos bilização dos atores sociais que disputam um dado espaço ge-
como a onda dos “novos movimentos sociais”, organizados em tor- ográfico e que procuram, a partir de seus interesses, identificar
no de questões de gênero, etnia, faixa etária, ou questões ambien- oportunidades empresariais
tais. Este leque ampliou-se e hoje abrangem questões nas escolas (E) Os investimentos que norteiam o desenvolvimento territo-
como de gênero, etnia, nacionalidade, religiões, portadores de ne- rial devem estar orientados a estabelecer verticalidades produ-
cessidades especiais, meio ambiente, qualidade de vida, segurança tivas de forma a que os processos possam esgotar os recursos
pública, paz, direitos humanos, direitos culturais, etc. Os movimen-
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necessários da própria comunidade 4. IBFC - 2018 - Assistente Social (Divinópolis)- Montaño; Duri-
guetto (2011) em seu trabalho “Estado, Classe e Movimento Social”
2. IBFC - 2023 - Analista Ambiental (SEAD GO)/Ciências Sociais faz uma ampla discussão sobre o papel do Estado, os conceitos de
e Sociologia- “As lutas camponesas sempre estiveram presentes na Classe Social e ainda sobre os Movimentos Sociais. Na discussão
história do Brasil (...) As ocupações de terra realizadas pelo Movi- sobre os movimentos sociais os autores nos apresentam vários mo-
mento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e por outros mo- vimentos dentre os quais o MST, os Movimentos Feministas, dentre
vimentos populares, são ações de resistência frente à intensificação outros afins. Considerando o pensamento dos autores sobre o Mo-
da concentração fundiária e contra a exploração, que marcam uma vimento Feminista, julgue as proposições abaixo:
luta histórica na busca contínua da conquista da terra de trabalho, I. A primeira onda do movimento feminista é conhecida pelo
a fim de obter condições dignas de vida e uma sociedade justa.” movimento sufragista.
(FERNANDES, Bernardo M. A formação do MST no Brasil. Petrópolis: II. Na segunda onda do movimento feminista temos pautas
Vozes, 2001). Sobre a disputa fundiária no Brasil, assinale a alterna- voltadas à sexualidade das mulheres e sua opressão no espaço do-
tiva incorreta quanto a caracterização de seus agentes. méstico.
(A) Posseiros são indivíduos que ocupam, sem conflito, porção III. Na América Latina, diferente do que observamos nos Esta-
de terra particular ou devoluta, com o intuito de possuí-la sem dos Unidos e na Europa, o Movimento Feminista não buscou alcan-
título legítimo de propriedade çar o direito de voto das mulheres.
(B) Meeiro é o trabalhador rural que trabalha terras que não IV. O movimento feminista foi uma organização burguesa, cons-
são de sua propriedade e reparte seus rendimentos com o pro- tituída, essencialmente, por mulheres de classe burguesa.
prietário Encontram correspondência ao disposto por Montaño; Durri-
(C) Latifundiário é o proprietário de imóvel rural de pequena ou guetto (2011) as afirmativas:
média extensão, onde se efetua cultivo de subsistência
(D) Grileiro é o invasor de terras devolutas ou de particulares (A) I e II
que forja, através de artimanhas, documentação que o caracte- (B) I e III
rizam como proprietário legal e de fato da terra (C) III e IV
(E) Assentado é o trabalhador rural que ocupa lote de terra (D) II e III
reconhecido e implantado pelo Estado, para fins de reforma
agrária 5. (TJ-SP – Assistente Social – VUNESP) Os movimentos so-
ciais latino-americanos ocuparam o centro do cenário político na
3. IBFC - 2019 - Assistente Social (IDAM)- Valerio Arcary (2015) década de 1990 a partir de resistências contra as privatizações e
no artigo: “Duas teses sobre a situação internacional” que está in- os programas de ajuste estrutural. É nesse contexto que ocorre o
serido no livro “Movimentos Sociais e Serviço Social: uma relação incremento da resistência e da luta popular na América Latina, que
necessária” nos apresenta um panorama das lutas e movimentos abarca as mais diversas formas de protesto social. No Brasil, ainda
sociais nos séculos XX e XXI. De acordo com a análise do autor, gran- nos anos 90, surgem também mobilizações coletivas centradas mais
de parte dos movimentos sociais no século XXI possui um novo tipo em questões________________ com mobilizações que partem de
de proletariado a ele vinculado, ou uma classe trabalhadora distin- um chamamento à consciência individual das pessoas, apresentan-
ta. De acordo com a análise do autor, essa nova classe trabalhadora do-se mais como___________ do que como movimentos sociais.
possui algumas características que são importantes para os movi-
mentos sociais, dentre as quais podemos citar: Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamen-
I. No século XXI, pelo fato do proletariado ter sido ampliado te, as lacunas do texto.
substancialmente pelo desenvolvimento capitalista, temos a dimi- (A) éticas e morais … campanhas
nuição de sua capacidade de luta e de reivindicação. (B) jurídicas e operacionais … paralisações
(C) políticas e culturais … agitações
II. O proletariado no século XXI é maior, mais concentrado, mais (D) econômicas e estruturais … piquetes
educado e mais influente. (E) legais e pessoais … manifestações

III. No século XXI temos um proletariado que não tem consci- 6. (DPU – Sociólogo – CESPE) Com relação aos movimentos so-
ência da sua força, e, seu destino deverá sero de atrair para o seu ciais, assinale a opção correta:
campo de luta a maioria dos oprimidos. (A) As lutas do movimento feminista na contemporaneidade fo-
cam, em todas as esferas sociais, as discriminações sexistas, o
IV. No século XXI os movimentos sociais não abrigam mais as patriarcado, a misoginia ou a divisão sexual do trabalho.
requisições do proletariado uma vez que, surgem e se consolidam (B) O movimento feminista é considerado um movimento so-
as requisições por reivindicações das minorias sociais. cial recente.
(C) Apenas alguns movimentos sociais devem ser considerados
Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta. sexuados.
(A) I e II apenas (D) O papel das mulheres como sujeito coletivo em movimen-
(B) II e III apenas tos sociais mistos é central e visível.
(C) III e IV apenas (E) O movimento das mulheres em bloco rejeita a ideia de que
(D) II e IV apenas a igualdade com os homens supõe a transformação global das
relações sociais.

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7. CETREDE - 2019 - Prefeitura de Juazeiro do Norte - CE - (C) A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem como
Agente Administrativo- A rigor, movimentos sociais do campo são objetivo principal promover privilégios para as classes sociais
aqueles que envolvem o campesinato. Entre as suas principais rei- menos favorecidas.
vindicações, estão a reforma agrária, a melhoria das condições de (D) O conceito de cidadania assume o mesmo significado desde
trabalho e o combate a substituição do homem pela máquina no seu surgimento até os dias atuais.
meio agropecuário. Assinale a alternativa que apresenta o maior e (E) O movimento iluminista, pautado por seus ideais de liber-
o mais atuante movimento social popular rural nos últimos tempos dade, igualdade e fraternidade, exerceu grande influência na
no Brasil. conotação atribuída ao termo cidadania e sua significância na
(A) Ligas Camponesas. sociedade contemporânea.
(B) Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).
(C) Movimento das Mulheres Camponesas (MMC).
(D) Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (IN- GABARITO
CRA).
(E) Pastoral da Juventude Rural (PJR).

8. FAU - 2019 - IF-PR - Professor - Sociologia- Sabe-se que Mo- 1 C


vimentos Sociais são um conjunto de ações sociais coletivas de 2 C
caráter sócio-político e cultural que viabilizam distintas formas da
população se organizar e expressar suas demandas. Na atualidade, 3 B
os principais movimentos sociais atuam por meio de redes sociais, 4 A
locais, regionais, nacionais e internacionais utilizando muito dos no-
vos meios de comunicação e informação, como as redes sociais. Du- 5 A
rante seu percurso, os movimentos sociais tiveram várias tipologias 6 A
de ações. Sobre o inventário dos movimentos sociais anote o único 7 B
enunciado considerado INCORRETO:
(A) Movimentos Sociais progressistas atuam em redes, segun- 8 B
do uma agenda emancipatória, realizam diagnósticos sobre a 9 E
realidade social e constroem propostas progressistas.
(B) Movimentos Migratórios, hoje em declínio, valorizam políti- 10 E
cas estatais conservadoras e políticas mercadológicas propaga-
das pelo Fórum Mundial Econômico.
(C) Movimentos Regressivos (reacionários), retornando às con- ANOTAÇÕES
dições imperantes em um momento anterior.
(D) Movimentos Revolucionários procuram alterar a totalidade
do sistema social existente. ______________________________________________________
(E) Movimentos Reformistas: introdução de melhoramentos
______________________________________________________
em alguns aspectos da sociedade.
______________________________________________________
9. Avança SP - 2023 - Prefeitura de Americana - SP - Sociólogo-
Qual das opções, abaixo, não é um movimento social do Brasil? ______________________________________________________
(A) Movimento feminista.
(B) Movimento antirracista. ______________________________________________________
(C) Movimento ambiental.
(D) Movimento LGBTQ+ ______________________________________________________
(E) Movimento migratório.
______________________________________________________
10. CESPE / CEBRASPE - 2021 - SEED-PR - Professor - Sociologia-
______________________________________________________
A partir de aspectos relacionados aos movimentos e lutas sociais
existentes ao longo da história e suas respectivas contribuições na ______________________________________________________
promoção e na atribuição de significado ao termo cidadania, assi-
nale a opção correta. ______________________________________________________
(A) A existência de direitos sociais implica necessariamente na
existência de direitos civis e políticos. ______________________________________________________
(B) Historicamente, a valorização da governabilidade de um Es-
tado através de preceitos religiosos em detrimento da razão, a ______________________________________________________
partir de uma perspectiva positivista, contribuiu para a conso-
_____________________________________________________
lidação do ideal de liberdade presente na sociedade contem-
porânea. _____________________________________________________

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