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Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde,
aonde e donde; há e a)
O exorcismo
– Ao mau tempo, cara boa, e para a fome, viola – disse. E disse que dali para a
frente era conosco, porque a sorte não ajuda quem não a ajuda a ajudar.
a) A polícia descobriu os meios por que atuam as quadrilhas que assaltam à luz do
dia, mau disfarçando o que fazem.
c) O que o funcionário, até então, mau sabia é o motivo porque seu nome foi posto
na lista dos não promovidos.
* de chofre: repentinamente
Quando chega __à___ introdução do texto, o leitor espera que ali esteja anunciado
o assunto. É preciso preparar-se para a marcha inicial, pois não se dá início __à___
viagem sem se saber o destino. Cabe __a___ essa parte do texto convidar o leitor
para a leitura.
a) à ... há ... a
b) na ... a ... à
c) a ... à ... há
d) na ... à ... à
e) à ... à ... a
03) Concurso: Alun Of/PM SP/2017 Banca: VUNESP
Leia a tira.
a) a … há … à … à
b) à … a … à … a
c) a … à … a … à
d) à … há … a … a
e) a … a … à … à
Quanto ao uso de porque, porquê e por que, assinale a alternativa que apresenta
frase corretamente escrita.
d) Os resultados são tão bons por que o estudo foi realizado com atenção.
b) Tome cuidado para não cair no mesmo erro de lançar boatos no trabalho.
d) Mesmo que se esforce, não conseguirá todo o dinheiro para pagar a dívida ao
credor.
Chicungunha
Como se a dengue fosse pouco, bate à porta o vírus chicungunha, transmitido pelo
mesmo mosquito.
No Brasil, o Ministério da Saúde contabilizou 337 casos no dia 11 de outubro,
número que saltou para 824 em duas semanas, distribuídos principalmente entre
Oiapoque, no Amapá, Feira de Santana e Riachão do Jacuípe, na Bahia.
A disseminação rápida é atribuída à ausência de imunidade na população e à
distribuição dos mosquitos-vetores capazes de transmitir o vírus: Aedes aegypti e
Aedes albopictus, os mesmos da dengue.
O nome chicungunha veio da língua Kimakonde, com o significado de ―homem que
anda arqueado‖, referência às dores articulares da enfermidade.
Como a história da dengue e da febre amarela, a do chicungunha é indissociável do
comportamento humano. O aquecimento e a seca que assolaram o norte da África
há 5000 anos forçaram espécies ancestrais dos mosquitos a adaptar-se
___________ ambientes ___________ os homens armazenavam água.
A febre chicungunha, que emergiu na África, chegou ___________ Ásia e
___________ Américas.
O chicungunha já é uma ameaça para nós, como demonstra a velocidade de
disseminação na Bahia e no Amapá.
(Folha de S.Paulo, 15 nov. 2014. Adaptado)
Assinale a alternativa em que é correto completar a frase com a forma verbal há,
assim como em – O aquecimento e a seca que assolaram o norte da África há 5000
anos forçaram espécies ancestrais…
Dois vocábulos formados a partir do mesmo processo de derivação pelo qual foi
formado o termo perigosíssimo são:
a) palestra e tecnologia.
b) advento e tecnologia.
c) perigoso e recentemente.
d) palestra e recentemente.
e) perigoso e lugar.
09) Concurso: Ag Tel Pol/PC SP/2018 Banca: VUNESP
O exorcismo
– Ao mau tempo, cara boa, e para a fome, viola – disse. E disse que dali para a
frente era conosco, porque a sorte não ajuda quem não a ajuda a ajudar.
Meninas são menos provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas disseram já
ter praticado bullying, enquanto entre os alunos a proporção sobe para 24,2%. A
prática é um pouco mais frequente nas escolas privadas (21,2% dos entrevistados
disseram fazer bullying) do que na rede pública (19,5%). Sofreram bullying com
frequência 7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9º ano, principalmente por causa da
aparência do corpo ou do rosto.
a) comparação.
b) negação.
c) correção.
d) dúvida.
e) aprovação.
12) Concurso: Tec Adm/PM SP/2015 Banca: VUNESP
O cimo da montanha
Quem escapa a um perigo ama a vida com outra intensidade. Entrei a amar Virgília
com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder, e a mesma coisa lhe
aconteceu a ela. Assim, a presidência não fez mais do que avivar a afeição
primitiva; foi a droga com que tornamos mais saboroso o nosso amor, e mais
prezado também. Nos primeiros dias, depois daquele incidente, folgávamos de
imaginar a dor da separação, se houvesse separação, a tristeza de um e de outro, à
proporção que o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre nós; e,
semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço das mães, para fugir a uma
simples careta, fugíamos do suposto perigo, apertando-nos com abraços.
— Meu amor!
— Tu és minha, não?
— Tua, tua...
* personagem principal das Mil e uma noites, em que é a narradora que conta ao sultão as histórias
que vão adiando a sentença de morte dela.
(1998, p. 128-129)
Entrei a amar Virgília com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder,
e a mesma coisa lhe aconteceu a ela.
a) muito.
b) mais.
c) depois.
d) perder.
e) mesma.
Conjugação/Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Vacina na marra
Uma das piores coisas que pais podem fazer a seus filhos é privá-los de vacinas.
Ainda assim, devo dizer que fiquei chocado com o artigo de uma promotora do
Ministério Público, no qual ela defende não só multa para genitores que deixem de
imunizar seus rebentos, mas também a busca e apreensão das crianças para
vaciná-las.
Imagino até que a adoção de medidas extremas como propõe a promotora possa
fazer sentido em determinados contextos, como o de uma epidemia fatal que
avança rapidamente e pais que, induzidos por vilões internacionais, se recusam a
imunizar seus filhos.
Seja como for, tenho a convicção de que, se a fórmula mais draconiana propugnada
por ela fosse adotada, acabaríamos produzindo mais mal do que bem.
O ponto central é que o sistema de saúde precisa ser visto pelo cidadão como um
aliado e não como um adversário. Se a percepção que as pessoas têm do posto de
saúde for a de que ele é uma entidade que pode colocar a polícia atrás de famílias
para subtrair-lhes os filhos, elas terão bons motivos para nunca mais pôr os pés
numa unidade.
A ideia de que o sistema de saúde precisa ser protegido de ações que possam
minar a confiança que o público lhe deposita não é estranha ao mundo do direito.
Não é por outra razão que a legislação penal e códigos de ética proíbem o
profissional de saúde de divulgar segredos de pacientes e até de denunciar crimes
que tenham cometido.
(www.sbotrj.com.br)
O modo verbal em ―não digite‖ expressa um conselho, assim como ocorre com a
expressão destacada em:
a) Como não haverá expediente bancário na sexta-feira, o boleto poderá ser pago
na segunda-feira.
b) O morador não autorizou a entrada do técnico para a medição do consumo de
gás no imóvel.
c) Atenção: não se esqueçam de usar o cinto de segurança também no banco de
trás do automóvel.
d) Pesquisadores canadenses descobriram que o macarrão não induz o ganho de
peso.
e) Os candidatos que não apresentarem um documento com foto não poderão
realizar a prova.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.
Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou
exortá-los:
Leia a tira.
Considerando a correlação entre as formas verbais, conforme a norma-padrão, as
lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, com:
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que
comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do
microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam
só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de
quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava
bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai
mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as
outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a
moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do-rato? Morreu.
Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela
não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a
menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela?
A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A
propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui
uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De
qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado
com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe
deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto.
Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que
desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o
brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata, minha filha? Vai ali para a
esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que
a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E
dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
a) improbabilidade.
b) certeza.
c) ação concluída.
d) dúvida.
e) possibilidade.
Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente
uma das características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a
tendência de simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem
vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher
seus frutos.
Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser
frustrantes.
A lacuna dessa frase deve ser preenchida, de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa, com:
a) ter crença
b) pôr foco
c) querer apostar
d) poder crer
e) vir sentido
22) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2017 Banca: VUNESP
Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era
criança? E o celular das pessoas com quem tem trocado mensagens recentemente?
Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda – mas
você não está sozinho. Estudos científicos chamam esse fenômeno de ―efeito
Google‖ ou ―amnésia digital‖, um sintoma de um comportamento cada vez mais
comum: o de confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos
dispositivos eletrônicos e à internet em vez de guardá-los na cabeça.
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. Você já deve ter passado por
este problema: acabou de ser apresentado a alguém e, assim que a pessoa vira as
costas, já esqueceu como ela se chama. Acontece – mas é extremamente
embaraçoso precisar perguntar o nome dela novamente. A dica é associar o nome a
algum objeto. Por exemplo, se você acabou de conhecer a Giovana e ela estava
próxima a uma janela, pense nela como a Giovana da Janela.
Segundo, não memorize apenas por repetição. Ao ver ou participar de
apresentações, você deve ter sentido isto: é muito claro quando alguém apenas
decorou o que devia falar. Mas basta acontecer alguma mudança no roteiro para
que a pessoa se perca. Memorizar algo de fato depende de compreensão. Então, ao
pensar em falas e apresentações, tente entender o conceito todo ao redor do que
você está falando. Pesquisas mostram que apenas a repetição automática pode até
impedir que você entenda o que está expondo.
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos empregados nessas frases
está em destaque em:
a) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com que o cérebro humano
não considere útil gravar esses dados...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era
criança?
O substituto da vida
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria
de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o
telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de
cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador,
o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem
lhe chego perto – temo que ele me substitua também.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em
pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam
distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. ―Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se
consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa‖, diz ele.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro
paredes e uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias
tarefas ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até
20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.
d) Desviem-se das pessoas quando verem que elas vêm em sua direção.
e) Se nos vermos diante de uma pessoa distraída, evitaremos colidir com ela.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o
cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse
indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa
e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de
espera.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o
focinho voltado para ―aquela‖ direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)
A forma verbal destacada indica ação realizada habitualmente pelo sujeito em:
d) ... e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte.
Cartas de Amor
Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época,
estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei
meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente
dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas ―ao colega da tarde‖. E era uma
carta de amor. De amor, não; de paixão. Paixão incontida, transbordante, a carta
de uma alma sequiosa de afeto, ________________ o jovem escritor não teve a
menor dificuldade de enviar a resposta.
Iniciou-se, assim, uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se
interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o
ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à
conclusão de que precisava conhecer minha correspondente, aquela bela da manhã
que me encantava com suas frases.
Mas… Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma
moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes
especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico.
Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente
apaixonada.
Optei, portanto, pelo mistério, pelo ―nunca vi, sempre te amei‖. A minha história de
amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes
histórias de amor.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Vocabulário:
Arroubos: impulsos
Epistolares: relativos à carta
Grafologia: estudo das formas das letras
a) desorientou-se.
b) manifestou-se.
c) inspirou-se.
d) indagou-se.
e) estabilizou-se.
No primeiro dia, Helenice ia ao banheiro várias vezes para chorar e se acalmar. Foi
ignorada, humilhada e muito observada por seguranças. Alguns vendedores riram
dela, outros fizeram perguntas agressivas ou até mesmo ofensivas, e muitos
simplesmente fingiram que ela não estava ali. Em nenhuma das 27 lojas ela
encontrou uma demonstração de gentileza.
No segundo dia, porém, com roupas de madame e sem ser reconhecida pelos
vendedores, Helenice recebeu tratamento excelente, não teve que esperar para ser
atendida, viu produtos que na véspera estavam ―em falta‖, ouviu elogios, tomou
café e saiu dos shoppings morrendo de raiva, sentindo-se pior do que no dia
anterior. Ela não sabia que as pessoas eram capazes dessa crueldade. Por mais que
tivesse consciência de tudo o que acontece no mundo, ela não enxergava essa
maldade. Viu que as pessoas valem pelo que vestem, que é tudo um grande teatro,
uma grande ilusão. Ela não culpa os vendedores, o que Helenice questiona são os
valores de uma sociedade escrava das aparências, em que as pessoas tratam bem
apenas quem interessa a elas.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada está no tempo presente.
a) Durante dois dias, ela visitou 27 lojas…
b) Helenice ia ao banheiro várias vezes…
c) Por mais que tivesse consciência de tudo…
d) … ela não enxergava essa maldade.
e) Ela não culpa os vendedores…
À beira do abismo?
Se você é uma daquelas pessoas que acredita que o mundo caminha rapidamente
para o abismo, o livro Factfulness, de Hans Rosling e família, pode ser um bom
remédio. O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como
terapia‖. Mas isso em nada diminui o valor da obra, cujo propósito é mostrar que o
planeta é um lugar bem melhor do que a maioria das pessoas pensa.
O médico sueco Hans Rosling, que teve como coautores seu filho Ola e sua nora
Ana, basicamente usa montanhas de dados para nos convencer de que quase todas
as nossas intuições sobre o estado econômico, sanitário e social dos humanos na
Terra estão erradas, e o ritmo em que as melhoras têm ocorrido é surpreendente.
Rosling, que morreu no ano passado, antes da conclusão da obra, apela aos
truques dos bons conferencistas, atividade na qual se consagrou. Ele começa
submetendo seus leitores a testes de múltipla escolha com questões sobre
distribuição de renda, gênero, educação, violência, saúde etc.
Rosling não está afirmando que chegamos a um mundo ideal e não há mais nada a
fazer. Ao contrário, diz que ainda há muito sofrimento desnecessário e que
podemos melhorar. Mas um dos requisitos para tomar as decisões certas é ter uma
noção realista da situação em que nos encontramos, e, nisso, boa parte da
humanidade fracassa.
Leia os quadrinhos.
Se eu fosse um padre
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando
estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou daquele que nos
hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um
nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que
nos conquistou.
Eu era criança, não lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital
amanhecera. Dava para sentir o calor da luz do sol e o silêncio que pairava no
ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia
uma vitrola e, para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha
cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com
canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou
grande afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e
loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia
que, apesar de estar diante de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela
sai do quarto para outras tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico
vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do prédio da
Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior
sentimento que se expressa é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente
eu estava presente. Não demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse
outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o carinho e o afeto que
Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida,
fecho meus olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia
seguinte, e no lugar do afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém
em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana
que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que
ela não viria mais.
Calçada de verão
Quando o tempo está seco, os sapatos ficam tão contentes que se põem a cantar.
a) ficavam; punham.
b) ficaram; poram.
c) ficavam; ponham.
d) ficarão; porão.
e) ficaram; poriam.
39) Concurso: Of Leg/CM Poá (SP)/2016 Banca: VUNESP
Prolongar essa etapa importante da vida tem uma receita mais simples ainda:
atividade e felicidade. E, para manter a lucidez, devemos ocupar a mente com
atividades nobres.
A vida moderna e o apoio institucional e social ao idoso transformaram a velhice em
um período possível de vida ativa, em que podemos manter o nosso corpo
fortalecido e saudável e continuar desfrutando os melhores prazeres da vida. Esses
benefícios juntos nos permitem manter afastada a trágica ideia da morte próxima.
a) presente habitual.
b) futura hipotética.
c) futura pontual.
d) passada durativa.
e) passada pontual.
Viver ―no mundo da lua‖ e olhar para a Terra de outras distâncias, de outros
ângulos, não era bem-visto pelos adultos, em geral, e pelos adultos da escola, em
particular.
c) A mãe ficaria desapontada se a filha não mantesse tudo como era antes.
a) contribui … traz … é
b) contribuem … traz … é
c) contribuem … trazem … são
d) contribui … trazem … são
e) contribuem … traz … são
44) Concurso: Cuid/Pref Barretos/2018 Banca: VUNESP
Como X pode interferir na função plaquetária, ele deve ser usado com cuidado em
pacientes com problema de coagulação como, por exemplo, hemofilia e
predisposição a sangramento.
c) Recomenda-se que este paciente nunca tome comprimidos que conterem açúcar.
É triste constatar que há uma boa dose de verdade na fala do escritor italiano, mas
dar voz também aos imbecis talvez seja o preço da liberdade. Quem frequenta as
redes sociais de forma ampla, em rol de ―amizades‖ que vá além do, digamos,
círculo de convivência presencial, sabe do que se trata. Não se pode negar a mídia
social como palco revelador das faces verdadeiras: personalidades, crenças e
crendices, ódios e amores antes recolhidos são catapultados do teclado para o
mundo, satisfazendo aquele desejo de boa parcela da humanidade de se exibir.
Contudo, essa liberdade de expressão, absoluta nas redes, não exime ninguém de
crimes como calúnia, difamação, insulto, escárnio por motivo religioso,
favorecimento da prostituição, ato ou escrito obsceno, incitação ao crime, apologia
do crime, falsa identidade, pedofilia, preconceito, discriminação ou revelação de
segredo profissional, todos descritos no Código Penal.
Quando fazer as três refeições básicas diariamente era um luxo e morrer de fome
era um destino comum para as pessoas, a gordura era um privilégio. Agora, já que
temos mais comida à disposição, mais jeitos de conservá-la, comer é fácil.
Portanto, não é de estranhar que as modelos extremamente magras sejam
colocadas em um pedestal. É mais difícil ser muito magra com tantas calorias à
disposição. O corpo magro e jovem também exige cada vez mais procedimentos
estéticos e cirurgias para atingir a dita ―perfeição‖ — exige dinheiro, mais um
obstáculo.
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não se
expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos tantas
preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco ou quase
nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de assédio
moral* nasce de preconceitos!
Muita gente se indignou, mas muita gente também não viu nada de mais em
ambos os casos. Choveram justificativas e até acusações para explicar as situações,
o que sinaliza como é difícil reconhecer nossos preconceitos e, acima de tudo,
conter suas manifestações e colaborar para que a convivência social seja mais
digna.
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar como
uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão é
pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos
garantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo para
a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
a) dúvida.
b) ordem.
c) sugestão.
d) constatação.
e) hesitação.
Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu
em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando:
―Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu‖. A naturalidade do
pedido mostra como a integração com a comunidade funciona.
a) Tem gente que não acreditava em um ensino que não impunha autoridade. Nós
acreditamos.
b) Terá gente que não acreditasse em um ensino que não impusera autoridade. Nós
acreditáramos.
c) Tinha gente que não acreditava em um ensino que não impusesse autoridade.
Nós acreditávamos.
d) Teve gente que não acreditou em um ensino que não impõe autoridade. Nós
acreditamos.
e) Teria gente que não acreditaria em um ensino que não imporá autoridade. Nós
acreditaremos.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais
importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo
e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se
afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do
direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que
manipula a balança.
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Público, mas de toda a
população. A vida do direito nos oferece, num simples relance de olhos, o
espetáculo de um esforço e de uma luta incessante, como o despendido na
produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se veja na contingência de
ter de sustentar seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui
para a realização da ideia do direito.
a) Opormos resistência à liderança dele foi um erro; agora querem que revemos
nossa posição.
e) Cada vez que prever resistência dos funcionários às decisões do chefe, ele
intervirá, antes que todos se indisponham.
51) Concurso: Aux SG/CRO SP/2015 Banca: VUNESP
Um verbo empregado no modo imperativo, assim como Tome e leia na fala da mãe
de Mafalda, no segundo quadrinho, está destacado em:
c) Nasa divulga as imagens feitas pela sonda New Horizons durante sua
aproximação de Plutão.
A forma verbal destacada em – Havia uma mesa e todos nos sentávamos, juntos,
para celebrar mais um dia em que nada nos faltara. – está corretamente
substituída, sem que se alterem o tempo ou o modo verbais, por:
a) tinha faltado.
b) ter faltado.
c) tiver faltado.
d) terá faltado.
e) tenha faltado.
53) Concurso: Alun Of/PM SP/2015 Banca: VUNESP
Bem vejo que me podeis dizer, Senhor, que a propagação de vossa Fé e as obras
de vossa glória não dependem de nós, nem de ninguém, e que sois poderoso,
quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de Abraão. Mas também a
vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que depois
de Adão não criastes homens de novo, que vos servis dos que tendes neste Mundo,
e que nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores. Assim o fizestes
na parábola do banquete. Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e
porque eles se escusaram e não quiseram vir, então admitistes os cegos e mancos,
e os introduzistes em seu lugar: Caecos et claudos introduc huc. E se esta é, Deus
meu, a regular disposição de vossa providência divina, como a vemos agora tão
trocada em nós e tão diferente conosco? Quais foram estes convidados e quais são
estes cegos e mancos? Os convidados fomos nós, a quem primeiro chamastes para
estas terras, e nelas nos pusestes a mesa, tão franca e abundante, como de vossa
grandeza se podia esperar. Os cegos e mancos são os luteranos e calvinistas, cegos
sem fé e mancos sem obras, na reprovação das quais consiste o principal erro da
sua heresia. Pois se nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem
duvidamos de vir, antes rompemos por muitos inconvenientes em que pudéramos
duvidar; se viemos e nos assentamos à mesa, como nos excluís agora e lançais
fora dela e introduzis violentamente os cegos e mancos, e dais os nossos lugares
aos hereges? Quando em tudo o mais foram eles tão bons como nós, ou nós tão
maus como eles, por que nos não há-de valer pelo menos o privilégio e
prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que trocais os estilos de vossa
providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.
(Padre Antonio Vieira, Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda).
a) ... se virmos e nos assentarmos à mesa, como nos exclui então e lança fora
dela e introduz violentamente os cegos e mancos, e dá os nossos lugares aos
hereges?
b) ... se viermos e nos assentarmos à mesa, como nos excluirá então e lançará
fora dela e introduzirá violentamente os cegos e mancos, e dará os nossos lugares
aos hereges?
c) ... se viremos e nos assentemos à mesa, como nos exclua então e lançarás fora
dela e introduzirás violentamente os cegos e mancos, e darás os nossos lugares aos
hereges?
d) ... se vimos e nos assentamos à mesa, como nos excluíra então e lançara fora
dela e introduzira violentamente os cegos e mancos, e dera os nossos lugares aos
hereges?
e) ... se viermos e nos assentaremos à mesa, como nos vai excluir então e lançar
fora dela e introduzirá violentamente os cegos e mancos, e dá os nossos lugares
aos hereges?
O Dedo
Inclinara-me para ver o estranho objeto quando notei o pequeno feixe de fibras
emergindo na areia banhada pela espuma. Quando recorri aos óculos é que vi: não
era algodão mas uma vértebra meio descarnada – a coluna vertebral de um grande
peixe? Fiquei olhando. Espera, mas o que seria aquilo? Um aro de ouro? Agora que
a água se retraíra eu podia ver um aro de ouro brilhando em torno da vértebra,
enfeixando as fibras que tentavam se libertar, dissolutas. Com a ponta do cipó,
revolvi a areia. Era um dedo anular com um anel de pedra verde preso ainda à raiz
intumescida. Como lhe faltasse a última falange, faltava o que poderia me fazer
recuar; a unha. Unha pintada de vermelho, o esmalte descascando, acessório fiel
ao principal até no processo de desintegração. Unha de mulher burguesa, à altura
do anel do joalheiro que se esmerou na cravação da esmeralda. Penso que se
restasse a unha certamente eu teria fugido, mas naquele estado de despelamento o
fragmento do dedo trabalhado pela água acabara por adquirir a feição de um
simples fruto do mar. Mas havia o anel.
A dona do dedo? Mulher rica e de meia idade que as jovens não usam joias, só as
outras. Afogada no mar? A onda começou inocente lá longe e foi se cavando cada
vez mais alta, mais alta, Deus meu! A fuga na água e a praia tão longe, ah! mas o
que é isso?... Explosão de espuma e sal. Sal.
Pela primeira vez, a proporção de brasileiros que se declaram ao IBGE como pretos
ou pardos superou 40% entre os matriculados no ensino superior. Uma análise
superficial creditaria todo o aumento às cotas ou ao ProUni, que também reserva
uma parcela de suas bolsas em universidades particulares para negros. Os dados
do IBGE mostram, porém, que o movimento já era visível antes mesmo de essas
políticas serem adotadas.
Olhando a série histórica, é possível identificar que de 1992 até 1998 não houve
avanço algum na taxa, que ficou estabilizada em torno de 18%. A partir daí, o
crescimento foi constante. Em 2003, por exemplo, quando apenas duas
universidades (a Uerj e a estadual do Rio Grande do Sul) recebiam sua primeira
leva de alunos cotistas, o percentual de pretos e pardos no ensino superior já havia
aumentado para 25%.
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
Se não se ____ às redes sociais, para não se tornar um babaca, é melhor que você
se _____ delas.
―A boa notícia é que fica claro que os trabalhos para humanos terão que envolver
qualidades humanas, como criatividade‖, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs,
diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe. ―Isso soa muito legal, mas a
questão é: quantos trabalhos para pessoas criativas serão gerados?‖, questiona.
O fim de funções hoje exercidas pela população de baixa e média renda vai gerar
desemprego e pressionar para baixo o salário das que restarem, diante da massa
de pessoas buscando trabalho.
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
Bicicleta é igual: ou você a domina quando criança ou será um ciclista inseguro a
vida toda. De pequeno, não tive sequer um velocípede, e me consola pensar que
isso explica tudo. Minhas filhas tentaram dar um jeito nisso, quando eu já era um
senhor de 55 anos, e, lógico, o resultado foi ridículo. Só pedalo em campo aberto,
sem ter por perto humanos, bicho de quatro patas ou outro engenho sobre rodas.
Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à
música em geral: não toco, não batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o
quê?
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
A frase do texto – Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito. – está
reescrita apresentando a relação correta entre os tempos verbais em:
―Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV‖, disse um dos proprietários.
―Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai
embora.‖
Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez mais
difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV nas
paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro que
já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão. Mas
não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa sobre
plantação de orégano a conversar.
Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer
tentativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as
caixas cobriam toda a área do lugar.
Perdemos outro de nossos restaurantes favoritos. Uma pena. Mas tenho certeza de
que o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta.
a) Na mesa ao lado, um casal havia passado o almoço todo sem trocar palavra,
como se estivesse hipnotizado pelas informações sobre o plantio de orégano.
b) Na mesa ao lado, um casal estava passando o almoço todo sem trocar palavra,
como se esteve hipnotizado pelas informações sobre o plantio de orégano.
c) Na mesa ao lado, um casal terá passado o almoço todo sem trocar palavra,
como se estará hipnotizado pelas informações sobre o plantio de orégano.
d) Na mesa ao lado, um casal passara o almoço todo sem trocar palavra, como se
estiver hipnotizado pelas informações sobre o plantio de orégano.
e) Na mesa ao lado, um casal passará o almoço todo sem trocar palavra, como se
estaria hipnotizado pelas informações sobre o plantio de orégano.
61) Concurso: Asst/CM Valinhos/Administrativo/2017 Banca: VUNESP
―As empresas costumam ser complacentes com quem está começando. Ninguém é
excepcional na primeira semana. O desempenho se mostra no dia a dia‖, diz a
psicóloga Myrt Cruz.
Ela afirma que, para passar pelos primeiros dias de trabalho de forma tranquila, é
preciso anotar tudo: tarefas, sistemas utilizados e nomes de chefes, colegas e
clientes.
A estratégia foi usada por Matheus C., 26, contratado há alguns meses por um
escritório de advocacia. ―Eu me sentia bobo, não sabia nem usar a impressora.‖
Para se acalmar, encarou a novidade como um desafio, e foi mais simples do que
ele pensava.
Uma regra de ouro, de acordo com Cruz, é ir com calma. Isso vale inclusive na hora
de tirar dúvidas. É preciso bom senso para não importunar colegas ou invadir o
espaço do outro.
Érika A., 21, foi bem recebida em seu novo trabalho, mas considera que sua
motivação foi essencial para garantir um aprendizado rápido. ―Não fiquei parada.
Tem que mostrar entusiasmo, porque quanto mais interessada você está, mais
conteúdo vão te passar.‖
a) Há alguns meses, Matheus C. foi trabalhar em outra empresa, onde teria mais
responsabilidades.
b) Há alguns meses, Matheus C. irá trabalhar em outra empresa, onde tinha mais
responsabilidades.
e) Há alguns meses, Matheus C. teria ido trabalhar em outra empresa, onde tiver
mais responsabilidades.
Para que a frase dita por uma determinada personagem apresente a relação correta
entre os tempos verbais, deve ser redigida como indicado em:
b) Eu podia preveni-lo do perigo, antes que ele partirá para atravessar o deserto.
c) Eu poderei preveni-lo do perigo, antes que ele partira para atravessar o deserto.
d) Eu posso preveni-lo do perigo, antes que ele tivesse partido para atravessar o
deserto.
e) Eu terei podido preveni-lo do perigo, antes que ele partia para atravessar o
deserto.
63) Concurso: Of Prom/MPE SP/I/2016 Banca: VUNESP
b) Se o Japão manter seu auxílio a Minas Gerais, Mariana poderá ser superada e os
danos ambientais e sociais recuperados.
d) Caso Minas Gerais faz uso da experiência do Japão, poderá superar Mariana e
recuperar os danos ambientais e sociais.
e) Caso Minas Gerais usa a experiência do Japão, pode superar Mariana e recuperar
os danos ambientais e sociais.
64) Concurso: Tec Adm/PM SP/2016 Banca: VUNESP
a) que seria
b) que seja
c) que será
d) que fora
e) que fosse
65) Concurso: As Leg/CM Registro/2016 Banca: VUNESP
Ela andava reclamando da forma como ele fechava as portas, ―Não bate! Vira a
maçaneta e puxa!‖, ele vinha implicando com o tempo que ela mantinha aberta a
geladeira, ―Pensa antes no que você quer, depois abre!‖. Quando ela dirigia, ele ia
cantando as marchas: ―Quarta!‖, ―Terceira!‖, ―Quinta! Oitenta... Bota a quinta!‖.
Quando ele dirigia, ela desdenhava dos caminhos: ―Por que cê tá subindo a
Augusta?! Pega a Nove de Julho!‖. ―Não, Rebouças não!‖. No dia em que discutiram
feio a respeito do lado certo para começar a descascar uma mexerica – ―Por cima!
Aquele engruvinhadinho tá ali pra isso!‖ versus ―Por baixo! É uma dedada só!‖ –,
decidiram que era preciso diminuir a convivência.
A solução, acreditaram, era morar cada um numa casa. Voltariam a ser namorados,
cada um com o seu mundinho, como na época da faculdade. Foi bom por um
tempo, mas – de novo – não resolveu. Ele atrasava pro cinema. Ela discordava do
restaurante. Na casa dele, não tinha os cremes dela. Na casa dela, não tinha as
lentes dele.
Um belo dia tiveram de admitir que a convivência era impossível. Sempre haveria
algum incômodo, algum detalhe, algum hábito de um a pinicar a paciência do
outro. A saída era se separar. A distância acabou com os velhos problemas, mas
criou um novo, imenso: eles se amavam, sofriam vivendo sozinhos. Não que
quisessem voltar. Sabiam que de briguinha em briguinha, de discussão em
discussão, o caldo entornaria, mais uma vez.
d) Após uma reformulação do canal, é possível que eles passam a ter mais pessoas
que mantém interesse pelas aulas.
e) As aulas que eles virem a formular sofrerá os ajustes que se fazerem necessários
para atrair o público.
67) Concurso: Aux AA /Pref Mogi Cruzes/2018 Banca: VUNESP
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
e) ... mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.(6º parágrafo)
Sentado no coletivo, observo a roupa que cada um está usando e fico imaginando
como escolheu aquele modelito pra sair de casa.
Tem de tudo. Gente bem vestida, gente de qualquer jeito, bom gosto, mau gosto,
roupa limpa, roupa suja.
Toda vez que penso nisso, lembro-me do poeta Paulo Leminski, com quem
trabalhei no final dos anos 1980. Leminski era o que chamamos de ―figuraça‖.
Fazíamos o Jornal de Vanguarda juntos na TV Bandeirantes.
Lema, como o chamávamos, ia trabalhar de qualquer jeito. Uma calça Lee surrada,
sem cinto, caindo, camiseta branca encardida e muitas vezes aparecia na redação
de chinelo franciscano.
– Paulo Leminski, você percebeu que está usando uma meia de cada cor?
Lema levantou ligeiramente sua calça Lee e constatou que Ming – que ele chamava
de Dinastia Ming – estava certo. Não pensou duas vezes e respondeu na lata.
Uma expressão verbal que designa uma ação habitual realizada no passado está
em:
Sentado no coletivo, observo a roupa que cada um está usando e fico imaginando
como escolheu aquele modelito pra sair de casa.
Tem de tudo. Gente bem vestida, gente de qualquer jeito, bom gosto, mau gosto,
roupa limpa, roupa suja.
Toda vez que penso nisso, lembro-me do poeta Paulo Leminski, com quem
trabalhei no final dos anos 1980. Leminski era o que chamamos de ―figuraça‖.
Fazíamos o Jornal de Vanguarda juntos na TV Bandeirantes.
Lema, como o chamávamos, ia trabalhar de qualquer jeito. Uma calça Lee surrada,
sem cinto, caindo, camiseta branca encardida e muitas vezes aparecia na redação
de chinelo franciscano.
– Paulo Leminski, você percebeu que está usando uma meia de cada cor?
Lema levantou ligeiramente sua calça Lee e constatou que Ming – que ele chamava
de Dinastia Ming – estava certo. Não pensou duas vezes e respondeu na lata.
– Dinastia Ming, eu estou me lixando! Acordo, me visto no escuro e só vejo como
estou quando chego na rua.
b) No coletivo, alguns vestiam-se com cuidado, enquanto outros parecia ser mais
displicente.
c) Roupas belas ou feias, limpas ou sujas, tudo levavam a imaginar como devia
viver aqueles estranhos.
d) Muitos são os fatores que é levado em conta quando cada um de nós escolhem
o que vestir.
e) São importantes lembrar que nossa personalidade e nossos valores não se define
pela roupa que usamos.
a) Se o garoto vir que o médico poderá ajudar seu pai, acreditará em sua cura.
b) Se você pôr a música que mais gosta no rádio do carro, poderá aumentar o
volume.
O Legislativo do estado da Flórida aprovou no dia 7 de março uma lei que sobe de
18 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas longas, como fuzis, e
permite que funcionários de escolas portem armas no trabalho.
O projeto ainda inclui medidas que criam novos programas de saúde mental para
as escolas, um disque-denúncia de ameaças às instituições de ensino e melhora na
comunicação entre as áreas educacional e de segurança.
O projeto, por outro lado, não proíbe a venda de armas longas, como queriam os
estudantes. Foi com um fuzil AR-15 comprado legalmente que N. Cruz, 19, atacou a
escola Marjorie Stoneman Douglas, da qual é ex-aluno.
Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los
Angeles, o modelo seria o de ―autonomia privada‖. Nesses lugares, o uso de carros
continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros
autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas
em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também
pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
As formas verbais destacadas no trecho ―... eles vão ter que alargar as ruas e
colocar postos de gasolina, e, muito em breve, toda essa área vai ser apenas uma
pista‖, podem ser substituídas, de acordo com a norma-padrão da língua e
preservando o sentido, respectivamente, por:
a) têm … foi
b) tiveram … foi
c) tinham … era
d) terão … será
e) tenham … seja
75) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2018 Banca: VUNESP
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa
biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras
fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a
vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão
mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir
uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
―Quando você começa com uma empresa ética, apegada à sua missão, e remove a
ética, isso cria um problema‖, disse Tiffany Li, pesquisadora da escola de direito da
Universidade Yale. ―Se o Google tiver uma versão de seu serviço de buscas aberta à
censura, para a China, outros países pedirão a mesma coisa‖, afirmou.
c) ... poderia conduzir a usos ainda menos éticos de sua poderosa tecnologia.
a) fosse … querer
b) for … quer
c) era … queria
d) é … quis
e) fosse … quiser
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
Outro trecho do texto cuja forma verbal em destaque justifica essa afirmação
encontra-se em:
Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu
em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando:
―Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu‖. A naturalidade do
pedido mostra como a integração com a comunidade funciona.
d) Era tanta neblina na estrada que ele não podia enxergar nada direito.
Pronomes
Por que algumas pessoas nascem com a supermemória? As pesquisas ainda estão
em andamento, já que existem poucos indivíduos com a síndrome no mundo, e a
área ainda é relativamente nova. Mas alguns estudos indicam que o lobo temporal
(que ajuda no processamento de memória.) é maior nos cérebros das pessoas com
HSAM.
De acordo com a norma-padrão da língua, a lacuna que deve ser preenchida com o
mesmo pronome destacado na passagem do texto está em:
b) Sharrock lembra-se dos presentes que _____ deram no seu primeiro aniversário.
c) Sharrock confessa que a supermemória nem sempre _____ traz boas sensações.
e) Sharrock conta que suas memórias podem _____ provocar dor de cabeça e
insônia.
Considere as passagens:
―... para que o telespectador consiga se sentir em outra época‖... (4º parágrafo)
O exorcismo
– Ao mau tempo, cara boa, e para a fome, viola – disse. E disse que dali para a
frente era conosco, porque a sorte não ajuda quem não a ajuda a ajudar.
―E disse que dali para a frente era conosco, porque a sorte não ajuda quem não a
ajuda a ajudar.‖
O Legislativo do estado da Flórida aprovou no dia 7 de março uma lei que sobe de
18 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas longas, como fuzis, e
permite que funcionários de escolas portem armas no trabalho.
O projeto ainda inclui medidas que criam novos programas de saúde mental para
as escolas, um disque-denúncia de ameaças às instituições de ensino e melhora na
comunicação entre as áreas educacional e de segurança.
O projeto, por outro lado, não proíbe a venda de armas longas, como queriam os
estudantes. Foi com um fuzil AR-15 comprado legalmente que N. Cruz, 19, atacou a
escola Marjorie Stoneman Douglas, da qual é ex-aluno.
Muito antes de haver história, já havia seres humanos. Animais bastante similares
aos humanos modernos surgiram por volta de 2,5 milhões de anos atrás. Mas, por
incontáveis gerações, eles não se destacaram da miríade de outros organismos com
os quais partilhavam seu habitat.
Em um passeio pela África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito
bem observar certas características humanas familiares: mães ansiosas acariciando
seus bebês e bandos de crianças despreocupadas brincando na lama; jovens
temperamentais rebelando-se contra as regras da sociedade e idosos cansados que
só queriam ficar em paz; machos orgulhosos tentando impressionar as beldades
locais e velhas matriarcas sábias que já tinham visto de tudo. Esses humanos
arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e competiam por
status e poder – mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também. Não
havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha
qualquer suspeita de que seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o
átomo, mapeariam o código genético e escreveriam livros de história. A coisa mais
importante a saber acerca dos humanos pré-históricos é que eles eram animais
insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente não era maior que o de gorilas,
vaga-lumes ou águas-vivas.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o
barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! Como deixava a garganta
seca.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao
penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a
mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada,
penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre
arbustos estava... o chafariz de pedra, de onde brotava num filete a água sonhada.
O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a
chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu Abriu-os e viu bem junto de
sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e
que era da boca da mulher que saía a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A
vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e
tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
E pensava-se que nalgum lugar, muito longe, deveria haver num velho poste uma
tabuleta qualquer – uma tabuleta meio torta e onde se lia, em letras rústicas: FIM
DO MUNDO.
Ah! depois nos ensinaram que o mundo não tem fim e não havia remédio senão
irmos andando às tontas como formigas na casca de uma laranja.
Como era possível, como era possível, meu Deus, viver naquela confusão?
a) cuja – salvo.
b) que – ou.
c) em que – do contrário.
d) da qual – porém.
e) na qual – exceto.
88) Concurso: Cd Soc/Pref Sertãozinho/2016 Banca: VUNESP
Para lidar com o problema, empresas e órgãos públicos de São Paulo têm inserido,
de forma tímida, nos seus espaços, as chamadas ―bituqueiras‖ – equipamento que
acondiciona o resíduo. E, na capital paulista – onde regiões com grande circulação
de pessoas, ambientes com alto nível de estresse ou que concentram bares são as
mais infestadas pelas bitucas –, um projeto de lei tramita desde o ano passado com
proposta que prevê multa de até R$ 100 para o ―sujão‖ flagrado.
Silva diz que dessa forma ―diminui o dano‖ devido à falta de um lugar adequado na
região para dar um fim à bituca.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais
importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo
e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se
afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do
direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que
manipula a balança.
d) A Justiça tem numa das mãos uma balança, cuja representa a garantia de que o
direito será pesado, ponderado.
O químico João Henrique Nunes, 25, pediu para sair de um grupo do WhatsApp com
mais de 30 familiares.― Eu recebia mensagens incessantes de bom dia, fotos de
bebês, correntes e vídeos motivacionais com mais de cinco minutos que acabavam
com a minha internet 3G.‖
Apesar de dar um basta no grupo familiar, João coleciona diálogos engraçados com
a mãe, Maria, e os publica no Facebook. Em uma das conversas expostas na rede,
ele pergunta: Mãe, de que cor é esse vestido?‖, e envia uma foto do vestido azul e
preto que no fim de fevereiro virou ―meme‖ * na internet. A mãe não entende nada
e diz: ―Que vestido é esse?? João Henrique, vira homem!‖.
Os mal-entendidos que fazem sucesso na internet são causados por um choque de
gerações, segundo Regina de Assis, consultora em educação. ―Há diferenças no
jeito de se relacionar. Os mais velhos ainda entendem que a relação olho no olho é
insubstituível‖, afirma ela.
Isso leva a inevitáveis conflitos, afirma a terapeuta Juliana Potter. ―Cada um pensa
que seu jeito de usar a internet é o certo. Os adolescentes acham ridícula a forma
como as mães usam as redes sociais, e os adultos não entendem como estar
conectado é realmente importante para os jovens.‖
Um exemplo é o caso de Diogo, 10, filho da economista Mariana Villar, 42. ―Ele
inferniza a minha vida pedindo um aparelho com acesso ao WhatsApp cinquenta
vezes por dia‖, diz ela. ―Eu digo que ele não precisa, que não tem maturidade para
isso, mas não adianta. Ele acha um absurdo ser o único da turma que não tem o
aplicativo.‖
No outro lado, os jovens riem com as dificuldades tecnológicas dos mais velhos.
―Quando minha mãe tem uma dúvida no WhatsApp, eu tento ajudar. Ela se
atrapalha com os comandos mais simples. Às vezes até discutimos, porque o que
parece muito simples para mim é, para ela, muito difícil de aprender, então acabo
não tendo muita paciência‖, afirma a estudante Taís Bronca, 23.
Taís, porém, enxerga um ponto positivo no uso da internet por outras gerações.
―A minha geração tem o costume de achar que tudo que mãe e pai fazem é brega.
Às vezes é implicância, às vezes eles dão motivo – como quando chamam o
WhatsApp de ZapZap. Mas é vantajoso que a gente se comunique e que eles
treinem a mente para aprender algo novo.‖
―Os jovens não podem viver em um mundo em que não há a contribuição dos mais
velhos. Por outro lado, não há como impedir os mais novos de usar as redes
sociais. O que precisa ser feito é não deixar os jovens se fecharem na realidade
virtual‖, afirma um psicólogo.
(www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/04/1613570-grupos-de-familia-no-whatsapp-levam-
conflito-de-geracoes-para-a internet.shtml.Joana Vines. Adaptado. Acessado em 08.04.2015)
* meme = o termo é usado para descrever um conceito que se espalha via internet.
Considere as seguintes frases:
Advérbio
Por momentos, penso que o problema é médico: pessoas com primeiros sintomas
de demência que gostam de registrar o que comeram ao almoço para não
repetirem ao jantar.
Depois sou informado de que não: é moda fotografar os pratos e enviá-los para as
redes sociais. Se os ―amigos‖ sabem onde estamos e o que fazemos 24 horas por
dia, é inevitável saberem também o que comemos. Desconfio até de que existem
competições gastronômicas em que os pratos são usados como exibição de classe.
Se as férias em família já servem para isso – esqui na Suíça, praia em Bali – por
que não o almoço ou o jantar?
Mas o pasmo não termina com os fotógrafos. Continua com os enólogos amadores
que tomaram conta do espaço público. No mesmo restaurante, os clientes giram os
copos, cheiram, conferem a cor. Depois provam, fecham os olhos e invariavelmente
convidam o empregado a servir o vinho. Quando foi que o mundo distribuiu
diplomas de enologia pelo pessoal? E por que motivo eu não fui convidado?
a) instrumento.
b) companhia.
c) lugar.
d) finalidade.
e) comparação.
Propaganda Infantil
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil. É
covardia anunciar para crianças, já que elas têm muitos desejos, nenhuma renda e
uma capacidade infinita de apoquentar seus genitores.
O ponto central, creio, é que o Conanda exorbitou de seus poderes. O órgão não
poderia banir ou limitar a liberdade de empresas anunciarem seus produtos. A
Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos: ―tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias‖. É forçoso, assim, concluir que, para tudo o que esteja fora dessa lista,
a regra é a da plena liberdade.
Aceitar essa conclusão não implica abandonar os pais à tirania de seus rebentos.
Embora militantes de causas adorem uma lei, existem outros mecanismos
civilizadores até mais eficientes que normas jurídicas. Especialmente no mundo do
marketing, imagem é tudo. Apenas fixar o meme de que a propaganda dirigida a
crianças não é ética – uma ideia que já está em circulação – tende a fazer com que
publicitários e anunciantes peguem leve.
Alguns diriam que é pouco. Talvez, mas recorrer a essa medida, e a outros
expedientes, como a autorregulamentação, tem a enorme vantagem de preservar
um dos pilares da democracia, que é a liberdade de expressão. Eu pelo menos não
a trocaria por alguns momentos de paz e mais alguns tostões na carteira.
A Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos...
a) modo e de restrição.
b) afirmação e de dúvida.
c) intensidade e de modo.
d) intensidade e de restrição.
e) afirmação e de intensidade.
a) modo.
b) tempo.
c) dúvida.
d) afirmação.
e) intensidade.
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no meio ambiente – a depender
do tipo de tecido, a tarefa doméstica contribuiria para a contaminação dos oceanos,
apontam estudos.
A questão foi levantada no início deste mês em reunião do Comitê de Auditoria
Ambiental do Reino Unido, quando membros do Parlamento discutiram pesquisas
que concluem que fibras de tecidos sintéticos que se soltam da roupa durante a
lavagem acabam chegando aos oceanos e sendo comidas por peixes e outras
criaturas aquáticas.
Os maiores vilões são poliéster, acrílico e náilon. Um casaco de lã de poliéster libera
1 milhão de fibras, enquanto um par de meias de náilon é responsável por 136 mil
fibras a cada lavagem, aponta um estudo conduzido por pesquisadores da
Universidade de Manchester. Cientistas descobriram que essas fibras estão
cobrindo leitos de rios em todo o Reino Unido.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o que pode ser uma boa
desculpa para quem sempre odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande
impacto positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de um projeto de
conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que comprar menos roupas sintéticas
também ajuda. Preferir tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Uma outra opção, recomendada pelo Instituto de Engenheiros Mecânicos, em um
novo relatório, seria o uso de sacolas de roupas de malha para reter os fios. Assim,
em vez de irem direto para os oceanos, as fibras podem ser colocadas no lixo.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações para os fabricantes
poderia ajudar, forçando as empresas a colocar mais recursos na busca por
soluções.
(Folha de S.Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/10/
por-que-podemos-estar-agravan do-poluicao-por-plasticonos- oceanos-ao-lavar-roupa.shtml.
Adaptado)
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no meio ambiente – a depender
do tipo de tecido, a tarefa doméstica contribuiria para a contaminação dos oceanos,
apontam estudos.
A questão foi levantada no início deste mês em reunião do Comitê de Auditoria
Ambiental do Reino Unido, quando membros do Parlamento discutiram pesquisas
que concluem que fibras de tecidos sintéticos que se soltam da roupa durante a
lavagem acabam chegando aos oceanos e sendo comidas por peixes e outras
criaturas aquáticas.
Os maiores vilões são poliéster, acrílico e náilon. Um casaco de lã de poliéster libera
1 milhão de fibras, enquanto um par de meias de náilon é responsável por 136 mil
fibras a cada lavagem, aponta um estudo conduzido por pesquisadores da
Universidade de Manchester. Cientistas descobriram que essas fibras estão
cobrindo leitos de rios em todo o Reino Unido.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o que pode ser uma boa
desculpa para quem sempre odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande
impacto positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de um projeto de
conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que comprar menos roupas sintéticas
também ajuda. Preferir tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Uma outra opção, recomendada pelo Instituto de Engenheiros Mecânicos, em um
novo relatório, seria o uso de sacolas de roupas de malha para reter os fios. Assim,
em vez de irem direto para os oceanos, as fibras podem ser colocadas no lixo.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações para os fabricantes
poderia ajudar, forçando as empresas a colocar mais recursos na busca por
soluções.
(Folha de S.Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/10/
por-que-podemos-estar-agravan do-poluicao-por-plasticonos- oceanos-ao-lavar-roupa.shtml.
Adaptado)
A legião on-line
Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua.
Termômetros digitais mostram uma temperatura que o corpo da gente não
registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando,
tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar
ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando
estimular seu buldogue francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei
o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio
palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava
oferecer ao animal e que, naquele momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o
no colo e corresse com ele para casa. O risco de intermação é grande, sobretudo
para raças de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz
ela me prometer que nunca mais sairia com ele àquela hora no verão. ―Eu sei, ele
fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo acordar cedo
para sair com ele‖, confessou-me ela.
b) A intermação pode deixar um animal muito mal e até mesmo matá-lo devido à
exposição excessiva ao calor.
c) Os donos de cães precisam ficar muitos alertas quanto ao melhor horário para
sair com seus animais.
d) Muito são os que maltratam os próprios animais de estimação sem nem mesmo
perceber esse fato.
e) São muitas poucas as pessoas, hoje em dia, que não possuem um animal de
estimação.
100) Concurso: PAEPE/UNICAMP/Administração/2019 Banca: VUNESP
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por
computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, ―reiniciações‖
lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e
desligar este ou aquele botão da torre, ―usar o aplicativo‖ ou ficar de quatro,
meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e
plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e
outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava:
português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um
único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras
de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra
seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais
nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa
―presencial‖. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo
enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz
quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de
teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É
verdade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes
de se atualizar. Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos
milhões e, graças à ciência e a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os
cem anos. Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo mais
nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/
hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)
Os termos destacados nas frases – ―De repente, várias eras geológicas depois...‖ /
―... que seja para continuar usando algo mais nobre...‖ – expressam
circunstâncias, respectivamente, de
a) modo e tempo.
b) intensidade e dúvida.
c) dúvida e modo.
d) afirmação e dúvida.
e) tempo e intensidade.
101) Concurso: Bomb/Pref Barretos/2018 Banca: VUNESP
Nenhuma brisa faz tilintar a bacia de latão pendurada em um arame, sobre o oco
da porta, anunciando que aqui se faz barba, arranca-se dente e aplica-se ventosa.
Passa um par de bois, levando uma morta para o cemitério. Atrás da carreta, um
monge desfia o rosário. À barbearia chegam os sons de algum sino que, por rotina,
despede a defunta de terceira classe. A navalha para no ar. O barbeiro faz o sinal-
da-cruz e de sua boca saem palavras sem desolação: – Coitadinha. Nunca foi feliz.
c) ... de vez em quando tenta seguir, com o rabo do olho, as vítimas fugazes.
(companhia)
d) ... entrou na morte sem uma moeda que lhe pagasse o ataúde... (intensidade)
Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte
comentário: ―É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau,
o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever‖.
Por quê? Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do
leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: ―Saber escrever é
uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…‖
Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda
pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.
Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos
falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais
delegado à inteligência artificial.
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os
três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da
família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou um
barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais
lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de
outono empilhadas junto ao meio-fio.
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no
alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o
embarque será feito dentro de poucos minutos.
a) ...fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim. (dúvida)
No primeiro dia, Helenice ia ao banheiro várias vezes para chorar e se acalmar. Foi
ignorada, humilhada e muito observada por seguranças. Alguns vendedores riram
dela, outros fizeram perguntas agressivas ou até mesmo ofensivas, e muitos
simplesmente fingiram que ela não estava ali. Em nenhuma das 27 lojas ela
encontrou uma demonstração de gentileza.
No segundo dia, porém, com roupas de madame e sem ser reconhecida pelos
vendedores, Helenice recebeu tratamento excelente, não teve que esperar para ser
atendida, viu produtos que na véspera estavam ―em falta‖, ouviu elogios, tomou
café e saiu dos shoppings morrendo de raiva, sentindo-se pior do que no dia
anterior. Ela não sabia que as pessoas eram capazes dessa crueldade. Por mais que
tivesse consciência de tudo o que acontece no mundo, ela não enxergava essa
maldade. Viu que as pessoas valem pelo que vestem, que é tudo um grande teatro,
uma grande ilusão. Ela não culpa os vendedores, o que Helenice questiona são os
valores de uma sociedade escrava das aparências, em que as pessoas tratam bem
apenas quem interessa a elas.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
No trecho – vestida com uma calça de moletom… –, a palavra destacada
estabelece sentido de
a) finalidade.
b) origem.
c) causa.
d) modo.
e) meio.
Envelhecer
Qual o valor da experiência de vida? No Brasil, quase nada. Ser idoso por aqui é
―ganhar‖ da medicina a capacidade de se manter vivo por mais tempo e perder
para a tecnologia o direito ao respeito e ao sentimento de continuidade.
Experiência de vida vale muito pouco na hora de disputar uma vaga de emprego, e
as pessoas mais velhas só têm valor para agências de turismo que criam roteiros
para aumentar seus lucros. Os aposentados, então, são muito interessantes... para
as instituições financeiras interessadas nos juros e lucros obtidos com os
empréstimos para esse segmento.
Passar dos 50 significa uma ameaça para os planos de saúde ávidos por dinheiro
fácil. Encontro de gerações é ficção científica atualmente. Foi-se o tempo em que o
respeito aos mais velhos era pré-requisito em qualquer família e condição básica na
ética da convivência.
Mas a qualidade de vida não está resumida ao sentir-se bem fisicamente. É preciso
dignidade. E isso a tecnologia e a máquina de consumo não nos oferecem.
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
a) tempo.
b) modo.
c) inclusão.
d) afirmação.
e) intensidade.
O padeiro
Levanto cedo, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do
apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro
de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a ―greve do pão dormido‖ –
uma greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que
obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei
bem o quê do governo.
Está bem. E enquanto tomo meu café vou me lembrando de um homem modesto
que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele
apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes
lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada
ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando
quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ―não é ninguém, não
senhora, é o padeiro‖. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu preferi
não o deter para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos
importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal – e muitas vezes
saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda
quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante
porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu
escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo em meu nome. O jornal e o
pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi
a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; ―não é
ninguém, é o padeiro!‖
(Rubem Braga. Para gostar de ler. Vol. 1 – crônicas. São Paulo: Ática, 1979. Adaptado)
Considere as frases:
a) inclusão; comparação.
b) tempo; concessão.
c) modo; finalidade.
d) adição; conclusão.
e) modo; condição.
O que nos distancia e nos faz ignorar que somos uma só espécie? Como aceitamos
abismos sociais tão cruéis?
Ele tinha na mesa uma xícara de café, como eu, e um pão provavelmente recheado
de presunto e queijo. Mas o que me chamou a atenção para aquela quase criança
foi que, enquanto alguns na padaria conversavam em suas mesas, todos os demais
aproveitavam para mexer no celular, menos ele. O rapaz comia o pão e tomava o
café, olhando para a mesa à sua frente e para o vazio da parede adiante.
Ele estava inibido, pois parecia não sentir pertencer àquele lugar. Por que afinal ele
não apanhava seu celular e começava a dedilhar nele, mandando mensagens,
postando fotos? Concluí que ele não tinha um celular. Sua situação de pobreza não
devia permitir esse prazer. E isso o incomodava.
Para aquele rapaz, o fato de não ter a que se ater, além da comida, num mundo
onde as redes tecnológicas estão presentes nos quatro cantos, o chateava. E
acabou por também me constranger: que mundo difícil esse que cria consumidores
e não cidadãos.
Guardei meu celular no bolso e, sem mais, tomei meu café, olhando para a mesa à
minha frente e para o vazio da parede adiante.
c) Muitos ao redor do mundo, diferente dos judeus, comem presunto e outros tipos
de carne de porco.
e) Já ia tirar.
111) Concurso: Bomb/Pref Barretos/2018 Banca: VUNESP
a) intensidade.
b) modo.
c) quantidade.
d) tempo.
e) dúvida.
112) Concurso: AgAd/Pref Registro/2018 Banca: VUNESP
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
a) O tripé reduzir, reutilizar e reciclar é uma tendência cada vez mais presente em
nossa sociedade. (inclusão)
b) ... enquanto a empresa fabrica novos produtos com menos custos e insumos.
(exclusão)
Dois especialistas venezuelanos ouvidos pela Folha temem que o número de casos
e de mortos seja ainda maior.
―A única informação que temos é a publicada por meio da Opas uma vez ao mês,
no melhor dos casos‖, afirma Julio Castro, professor do Instituto de Medicina
Tropical da Universidade Central da Venezuela (UCV), a mais importante do país.
―Mas os médicos que estão nos hospitais nos dizem que os serviços de
epidemiologia são lentos para classificar os casos. Ou seja, há uma burocracia
relacionada e uma evolução natural sem que o governo tenha controle em nível
nacional.‖
a) lugar e modo.
b) modo e lugar.
c) meio e tempo.
d) lugar e tempo.
e) tempo e lugar.
O especialista diz que seria importante utilizar tecnologia de leitura facial, a mesma
já disponível em alguns celulares. Com isso, não haveria a necessidade de
apresentar o documento em uma blitz, por exemplo.
O cronograma publicado pelo Contran prevê que as novas carteiras sejam emitidas
a partir de janeiro, mas são esperados atrasos.
Os termos destacados nas frases – ―... dados biométricos e cadastrais que possam
ser lidos digitalmente...‖ e ―Esse processo ainda não teve início.‖ – expressam
circunstâncias, respectivamente, de
a) modo e de tempo.
b) afirmação e de dúvida.
c) modo e de intensidade.
d) intensidade e de tempo.
Pode parecer também que o provérbio ―Quem tem boca vai a Roma‖ contém um
erro constrangedor, pois o certo é ―Quem tem boca vaia Roma‖, ou seja, exerce o
saudável direito de protestar contra a tirania dos césares. Só que isso é uma
falácia¹. Quem sabe perguntar chega aonde quiser, eis a moral do ditado. Assim
como sempre soubemos, até surgirem os sabichões. Vaia neles!
Pode parecer ainda que a palavra ―aluno‖ tem origem num vocábulo latino que quer
dizer ―sem luz‖, motivo pelo qual deve ser evitada, uma vez que trai uma
concepção pedagógica anacrônica² em que o professor sabe tudo e o estudante não
sabe nada. Repetida até por educadores, essa ―tese‖ é uma bobagem. O latim
alumnus quer dizer criança de peito e, por extensão, discípulo, aquele que precisa
ser nutrido para crescer. Só isso.
Pode parecer que quando dizemos ―Não vejo ninguém‖ estamos dando curso a uma
grosseria ilógica da língua portuguesa, sem perceber que uma negação anula a
outra e que, se não vemos ninguém, alguém nós vemos. A verdade é que não
existe nada mais tosco³ no mundo do sabichonismo do que supor que línguas
naturais sejam submissas à linguagem matemática. A negação dupla, que reforça
em vez de anular, é um recurso consagrado e de raízes profundas no português.
Pode parecer, enfim, que nossa língua detém o recorde mundial de pegadinhas,
idioma dificílimo que só pós-doutores conseguem falar sem escorregar a cada frase.
Mesmo que haja razões históricas para essa percepção, trata-se, em termos
objetivos, de mais um engano. Se nos livrássemos dos patrulheiros sabichões e sua
usina de erros imaginários, a paisagem já ficaria bem mais acolhedora.
Glossário:
¹falácia – falatório, falar demais
²anacrônico – cronológico
³tosco – grosseiro
No trecho – ... a paisagem já ficaria bem mais acolhedora –, as expressões ―já‖ e
―bem mais‖ apresentam, correta e respectivamente, as circunstâncias de
a) causa e intensidade.
b) afirmação e finalidade.
c) afirmação e condição.
d) tempo e finalidade.
e) tempo e intensidade.
Leia a tira.
Febre de fama
Há uma inflação de candidatos a astro e estrela. Toda família tem um aspirante aos
holofotes. Desde que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios
indomáveis.
Dias desses, fui ouvir as mensagens do celular. Uma voz aflita de mulher:
Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do meu celular) se
tinha experiência como atriz. Não. Nem curso de interpretação. Apenas uma
certeza inabalável de ter nascido para a telinha mágica. Com calma, tentei explicar
que, antes de mais nada, era preciso estudar para ser atriz. Estudar? Ofendeu-se:
Incrível também é a reação dos familiares. Conheci a mãe de uma moça que dança
em um dos inúmeros conjuntos em que as integrantes rebolam em trajes mínimos.
Bastante orgulhosa da pimpolha, a mãe revelou:
– Quando pequena ela queria ser professora, mas escolheu a carreira artística.
Ainda bem!
c) Com calma, tentei explicar que, antes de mais nada, era preciso estudar para
ser atriz.
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. Você já deve ter passado por
este problema: acabou de ser apresentado a alguém e, assim que a pessoa vira as
costas, já esqueceu como ela se chama. Acontece – mas é extremamente
embaraçoso precisar perguntar o nome dela novamente. A dica é associar o nome a
algum objeto. Por exemplo, se você acabou de conhecer a Giovana e ela estava
próxima a uma janela, pense nela como a Giovana da Janela.
a) talvez.
b) irremediavelmente.
c) coincidentemente.
d) inclusive.
e) com certeza.
Os laranjas
b) Para diversão dos turistas, até os cães usam trajes à Guilherme de Orange e
se divertem sem receio pelas ruas e canais da cidade.
e) Até os cães usam trajes à Guilherme de Orange e se divertem muito pelos 156
canais por onde circulam alegremente os holandeses.
Cidades inovadoras
Se uma cidade criativa fosse uma simples soma aritmética, os termos seriam:
tecnologia, tolerância, talentos e tesouros. A equação original, cunhada pelo
urbanista americano Richard Florida, continha os três primeiros ―tês‖. O último é
acréscimo do engenheiro e professor brasileiro Victor Mirshawka, autor de ―Cidades
Criativas‖.
Ele cita Barcelona, que implementou o sistema de captação de lixo por tubos. A
medida levou à redução no número de caminhões de coleta, com consequências
positivas no trânsito.
Os itens tolerância e talentos, por sua vez, estão intimamente ligados. O primeiro,
diz o autor, abarca temas como orientação sexual e migração. ―Essa mescla,
envolvendo várias religiões e costumes, permite diversidade, com resultados em
campos como gastronomia e música.‖
―Nesse sentido, a cidade com mais talentos do mundo é Boston (EUA.), que tem
350 mil estudantes em instituições como Harvard e MIT. Metade dos alunos são
estrangeiros e, obviamente, os americanos ganham com isso.‖
Por último, há os tesouros, que são tanto obras humanas (museus e monumentos)
quanto da natureza (rio Amazonas e cataratas do Iguaçu). Essas atrações, diz
Mirshawka, geram ―visitabilidade‖, fator fundamental para as cidades criativas. ―A
grande questão é como fazer com que as pessoas queiram estar na sua cidade.‖
Considere a frase:
Em Barcelona, a coleta de lixo por tubos levou, com sucesso, à redução do número
de caminhões que circulavam diariamente pelos bairros, o que melhorou bastante
as condições de trânsito na cidade.
b) Em Barcelona; diariamente.
Depois que comecei a tuitar diariamente, não consigo mais escrever os relatórios
com perfeição.
a) tempo e de modo.
b) tempo e de intensidade.
c) modo e de afirmação.
d) modo e de intensidade.
e) afirmação e de modo.
Tudo indica que a primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água. Isso
deve ter mudado por volta de 3000 a.C., quando povos da atual região do Irã
passaram a usar areia para polir metais e pedras. Esses espelhos refletiam apenas
contornos e formas. As imagens não eram nítidas, e o metal oxidava com
facilidade.
Pouco mudou até o fim do século 13. Nessa época, o homem já dominava técnicas
de fabricação do vidro, mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham
nitidez. Até que, em Veneza, alguém teve a ideia de unir o vidro a chapas de metal.
―Os espelhos dessa época têm uma pequena camada metálica na parte posterior do
vidro. Assim, a imagem ficava nítida, e o metal não oxidava por ser protegido pelo
vidro‖, diz Claudio Furukawa, pesquisador do Instituto de Física da USP. Surgia
assim o espelho como o conhecemos até hoje.
Mas este era um produto raro e caro. Os chamados espelhos venezianos eram mais
valiosos que navios de guerra ou pinturas de gênios como os italianos Rafael e
Michelangelo. Com o advento da Revolução Industrial, o processo de fabricação
ficou bem mais barato e o preço caiu. ―Mesmo assim‖, afirma o antropólogo da
PUC-RJ José Carlos Rodrigues, ―o espelho só se popularizou e entrou nas casas de
todos a partir do século 20.‖
Tudo indica que a primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água. Isso
deve ter mudado por volta de 3000 a.C., quando povos da atual região do Irã
passaram a usar areia para polir metais e pedras. Esses espelhos refletiam apenas
contornos e formas. As imagens não eram nítidas, e o metal oxidava com
facilidade.
Pouco mudou até o fim do século 13. Nessa época, o homem já dominava técnicas
de fabricação do vidro, mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham
nitidez. Até que, em Veneza, alguém teve a ideia de unir o vidro a chapas de metal.
―Os espelhos dessa época têm uma pequena camada metálica na parte posterior do
vidro. Assim, a imagem ficava nítida, e o metal não oxidava por ser protegido pelo
vidro‖, diz Claudio Furukawa, pesquisador do Instituto de Física da USP. Surgia
assim o espelho como o conhecemos até hoje.
Mas este era um produto raro e caro. Os chamados espelhos venezianos eram mais
valiosos que navios de guerra ou pinturas de gênios como os italianos Rafael e
Michelangelo. Com o advento da Revolução Industrial, o processo de fabricação
ficou bem mais barato e o preço caiu. ―Mesmo assim‖, afirma o antropólogo da
PUC-RJ José Carlos Rodrigues, ―o espelho só se popularizou e entrou nas casas de
todos a partir do século 20.‖
a) ... a primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água.
e) ... mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham nitidez.
Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficialmente
faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas
enviadas de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de
Shakespeare.
Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clube
tem a contribuição de um médico especialista.
Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980 a
entidade foi criada oficialmente com apoio do governo.
O projeto ficou ainda mais famoso com o filme ―Cartas para Julieta‖ (2010), em que
a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente a
mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas
foram recebidas, segundo o Clube.
Há caixas de correio e computadores na Casa de Julieta para enviar mensagens.
Por outro lado, uma placa na entrada alerta que escrever nas paredes – a exemplo
de inúmeras pichações no hall de entrada – pode ser punido com multa de até €
1.039 ou prisão por até um ano.
e) … com multa de até € 1.039 ou prisão por até um ano. (último parágrafo)
Agatha Christie lia 200 livros por ano, enquanto o fundador do Facebook, Mark
Zuckerberg, termina um a cada duas semanas. O ex-presidente dos Estados Unidos
Theodore Roosevelt lia um livro por dia e até dois ou três, se tinha uma noite mais
tranquila. Mas como as pessoas em geral podem conseguir fazer isso? [...]
―Em vez de pensar que o que você precisa é sentar-se e ler durante uma hora,
tente utilizar pequenas quantidades de tempo‖, diz.
a) exclusão.
b) inclusão.
c) conclusão.
d) retificação.
e) situação.
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
a) intensidade.
b) causa.
c) negação.
d) tempo.
e) dúvida.
128) Concurso: Sec Esc/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
Com o dedo sujo da canetinha azul (a mãe bem avisou que era pra lavar as mãos),
ele esfrega o mel na fatia e leva à boca.
Aguardo sua reação como quem aguarda um referendo. Com a boca já melada, ele
morde o dedo, me olha, olha para a garrafa, já recomposta em seu volume.
Morde mais um pedaço e pede mais, e eu fico em dúvida se abro de novo a garrafa
de mel ou se faço uma foto desse pequeno passo para a humanidade e grande salto
para o pai que descobre os prazeres da transmissão de um legado.
Penso se algum dia, daqui a 30 anos, ele vai se lembrar do dia em que seu pai o
levou para conhecer o mel ou as pedras de gelo. Lembrará que estávamos sozinhos
em casa, a mãe já no trabalho.
Enquanto ele mastigava, me sentia num ponto equidistante entre este nosso tempo
e o de meu pai, que hoje completa 60 anos. Há 30 anos ele provavelmente se
exasperava vendo o filho experimentar tudo pela primeira vez – provavelmente
com a mesma ansiedade de se ver, de certa forma, continuado em seus gostos e
hábitos.
Silenciosamente vou listando tudo o que gostaria de dizer no aniversário dele até
ser interrompido por meu filho de quase três anos, que acaba de pegar um pacote
de batata palha e cobrir a cachorra de farelo. Olho feio e berro alto. Ele se esconde.
―Você tem medo, mas não tem vergonha nessa sua cara de pau, né?‖. Ele segura o
riso e eu me recomponho, tentando lembrar o dia exato em que virei o meu pai.
• Silenciosamente vou listando tudo o que gostaria de dizer no aniversário dele até
ser interrompido por meu filho de quase três anos, que acaba de pegar um pacote
de batata palha e cobrir a cachorra de farelo. (último parágrafo)
a) tempo.
b) lugar.
c) modo.
d) causa.
e) intensidade.
a) afirmação e intensidade.
b) modo e tempo.
c) afirmação e modo.
d) modo e dúvida.
e) dúvida e afirmação.
131) Concurso: Ass Adm I/UNESP/2016 Banca: VUNESP
Prolongar essa etapa importante da vida tem uma receita mais simples ainda:
atividade e felicidade. E, para manter a lucidez, devemos ocupar a mente com
atividades nobres.
a) ... podemos facilmente perceber que o que pensam os sábios... (2º parágrafo)
b) ... a velhice agora pode ser sinônimo de vida ativa... (2º parágrafo)
e) ... essa etapa importante da vida possui uma receita mais simples ainda... (4º
parágrafo)
Para lidar com o problema, empresas e órgãos públicos de São Paulo têm inserido,
de forma tímida, nos seus espaços, as chamadas ―bituqueiras‖ – equipamento que
acondiciona o resíduo. E, na capital paulista – onde regiões com grande circulação
de pessoas, ambientes com alto nível de estresse ou que concentram bares são as
mais infestadas pelas bitucas –, um projeto de lei tramita desde o ano passado com
proposta que prevê multa de até R$ 100 para o ―sujão‖ flagrado.
a) Pequena e dispersa por todo canto, ela parece não incomodar (afirmação)
b) empresas e órgãos públicos de São Paulo têm inserido, de forma tímida, nos
seus espaços, as chamadas ―bituqueiras‖ (modo)
Habilidades domésticas
Na sexta-feira, meu filho chega de São Paulo carregando uma mala entupida de
roupa suja. No final de semana, ele toma de assalto a máquina de lavar. Gira os
botões como quem aumenta o volume do rádio do carro; uma familiaridade
irritante. O elefante branco que me assustou quando vim morar sozinho tornou-se
para o jovem de 18 anos um simples e inofensivo gatinho. Se aos 45 eu nunca
tinha apertado um botão sequer de uma máquina dessas, ele, aos 18, já domina a
técnica com maestria, o que o tornará por certo mais independente nesse mundo
de dependência e subordinação em que vivemos.
Mas calma, amigo, calma. Hoje posso dizer com serenidade que essa mesma
habilidade que ele desenvolveu tão cedo eu também já desenvolvi. Agora, se tem
algo ultimamente que me anda pondo medo é o ferro de passar roupa.
Antigamente era fácil. Pelo que via, era só ligar à tomada. Havia um botãozinho
que regulava a temperatura. E pronto. Era só começar a passar. Esse que eu tenho
aqui, e que terei que usar até arrumar uma nova ajudante, tem um botão giratório
pra eu escolher o tipo de tecido: acetato, seda, rayon (o que é rayon?!), lã,
algodão, linho. Tem dois botõezinhos pra apertar com desenhinhos indecifráveis. Há
um outro que vai pra lá e pra cá, aumentando e diminuindo um filete escuro (pra
que tantos botões!?). E um buraquinho que, na minha ínfima capacidade de
decifrar esse monstrengo doméstico, serve pra colocar água.
Mais difícil do que passar roupa é entender como funciona um ferro de passar e seu
indecifrável manual. Sinceramente? Acho que escrever um romance a cada seis
meses ou arredondar uma encrencada e velha execução trabalhista são tarefas
mais fáceis, mas eu chego lá...
P.S.: Esquece esse último parágrafo. Tudo resolvido com essa tecnologia massa¹.
Bastaram três minutinhos. Bora² passar roupa! Com a ajuda do YouTube³, claro!
1 excelente
2 Vamos (convite)
3 site de compartilhamento de vídeos
a) toscamente.
b) serenamente.
c) precocemente.
d) superficialmente.
e) adequadamente.
135) Concurso: Aj SD/CM Pirassununga/2016 Banca: VUNESP
Gostei, sim, da ideia daquele publicitário de São Paulo, que concebeu e instalou na
rua um outdoor de 24 metros quadrados, contendo uma declaração de amor à sua
mulher. Todo mundo, ao passar por lá, ficou sabendo que Bob continua amando
Cly, depois de dez anos de casados, e que não abre.
(...)
Considere os trechos:
Mulher ao volante
―Quando não venho de blusa rosa, os passageiros notam e reclamam‖, disse
orgulhosa Marta Ribeiro dos Passos, 34, exibindo as unhas da mesma cor, às 5h41,
no terminal Vila Mariana.
Quarenta minutos antes, ela afivelou o cinto de segurança, também rosa, engatou
a primeira marcha no câmbio decorado e seguiu viagem ao volante do ônibus que
sai da Lapa. Uma cortina de borboleta deixava a cabine ainda mais personalizada.
A cor rosa é sua ―marca registrada‖, como define, e o percurso, seu favorito. ―Amo
meus passageiros. São sempre as mesmas pessoas, nos mesmos pontos‖, diz ela,
que troca cumprimentos com os mais chegados.
Motorista de ônibus há sete anos, Marta concluiu que as mulheres na direção são
uma segurança para a população. Por dois motivos: dirigem com uma ―perfeição
maior‖ e pilotam por gosto, não por obrigação. ―Não me vejo fazendo outra coisa‖,
diz.
Quando não está no trabalho, Marta acelera na sua moto 125 cilindradas, uma
potência módica que ela pretende em breve dobrar. ―Descarrego toda a minha
adrenalina nela.‖
Ao cruzar a avenida Paulista, ela comenta: ―Aqui a gente vê de tudo. Sou toda
rosa, mas adoro esse pessoal que anda de preto. Acho interessantes essas várias
tribos. Não quero ser a melhor. Só quero fazer a diferença‖, completa.
(André Lobato. Revista São Paulo, 15 a 20/05/2011. Adaptado)
Incoerência americana
Alguns dos 136 detidos (número que resta após o envio de seis deles para o
Uruguai) estão presos há mais de uma década sem acusação formal. São,
entretanto, considerados ―perigosos demais‖.
b) o cargo de presidente dos EUA pode não ser o mais poderoso do mundo.
a) modo.
b) tempo.
c) dúvida.
d) causa.
e) intensidade.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união
estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí
acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com
a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo
apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o
erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras
estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*),
sempre acompanhada de assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen
– quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão
que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra
moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato).
a) modo e comparação.
b) causa e condição.
c) meio e comparação.
d) modo e causa.
e) causa e conformidade.
O químico João Henrique Nunes, 25, pediu para sair de um grupo do WhatsApp com
mais de 30 familiares. ―Eu recebia mensagens incessantes de bom dia, fotos de
bebês, correntes e vídeos motivacionais com mais de cinco minutos que acabavam
com a minha internet 3G.‖
Apesar de dar um basta no grupo familiar, João coleciona diálogos engraçados com
a mãe, Maria, e os publica no Facebook. Em uma das conversas expostas na rede,
ele pergunta: Mãe, de que cor é esse vestido?‖, e envia uma foto do vestido azul e
preto que no fim de fevereiro virou ―meme‖ * na internet. A mãe não entende nada
e diz: ―Que vestido é esse?? João Henrique, vira homem!‖.
Isso leva a inevitáveis conflitos, afirma a terapeuta Juliana Potter. ―Cada um pensa
que seu jeito de usar a internet é o certo. Os adolescentes acham ridícula a forma
como as mães usam as redes sociais, e os adultos não entendem como estar
conectado é realmente importante para os jovens.‖
Um exemplo é o caso de Diogo, 10, filho da economista Mariana Villar, 42. ―Ele
inferniza a minha vida pedindo um aparelho com acesso ao WhatsApp cinquenta
vezes por dia‖, diz ela. ―Eu digo que ele não precisa, que não tem maturidade para
isso, mas não adianta. Ele acha um absurdo ser o único da turma que não tem o
aplicativo.‖
No outro lado, os jovens riem com as dificuldades tecnológicas dos mais velhos.
―Quando minha mãe tem uma dúvida no WhatsApp, eu tento ajudar. Ela se
atrapalha com os comandos mais simples. Às vezes até discutimos, porque o que
parece muito simples para mim é, para ela, muito difícil de aprender, então acabo
não tendo muita paciência‖, afirma a estudante Taís Bronca, 23.
Taís, porém, enxerga um ponto positivo no uso da internet por outras gerações.
―A minha geração tem o costume de achar que tudo que mãe e pai fazem é brega.
Às vezes é implicância, às vezes eles dão motivo – como quando chamam o
WhatsApp de ZapZap. Mas é vantajoso que a gente se comunique e que eles
treinem a mente para aprender algo novo.‖
―Os jovens não podem viver em um mundo em que não há a contribuição dos mais
velhos. Por outro lado, não há como impedir os mais novos de usar as redes
sociais. O que precisa ser feito é não deixar os jovens se fecharem na realidade
virtual‖, afirma um psicólogo.
(www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/04/1613570-grupos-de-familia-no-whatsapp-levam-
conflito-de-geracoes-para-a internet.shtml.Joana Vines. Adaptado. Acessado em 08.04.2015)
* meme = o termo é usado para descrever um conceito que se espalha via internet.
a) tempo e tempo.
b) afirmação e tempo.
c) lugar e dúvida.
d) afirmação e afirmação.
e) modo e modo.
142) Concurso: Ass SA I/UNESP/Campus Ourinhos/2015 Banca: VUNESP
É triste constatar que há uma boa dose de verdade na fala do escritor italiano, mas
dar voz também aos imbecis talvez seja o preço da liberdade. Quem frequenta as
redes sociais de forma ampla, em rol de ―amizades‖ que vá além do, digamos,
círculo de convivência presencial, sabe do que se trata. Não se pode negar a mídia
social como palco revelador das faces verdadeiras: personalidades, crenças e
crendices, ódios e amores antes recolhidos são catapultados do teclado para o
mundo, satisfazendo aquele desejo de boa parcela da humanidade de se exibir.
Contudo, essa liberdade de expressão, absoluta nas redes, não exime ninguém de
crimes como calúnia, difamação, insulto, escárnio por motivo religioso,
favorecimento da prostituição, ato ou escrito obsceno, incitação ao crime, apologia
do crime, falsa identidade, pedofilia, preconceito, discriminação ou revelação de
segredo profissional, todos descritos no Código Penal.
… o escritor e filósofo Umberto Eco referiu-se aos usuários das mídias sociais como
―uma legião de imbecis, que antes falavam (I) apenas no bar, (II) depois de
uma taça de vinho, (III) sem prejudicar a coletividade‖.
Numeral
Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê.
Todos os seus desejos de estar longe erguem, entre ele e as páginas abertas, uma
tela esverdeada que perturba as linhas. Ele está sentado diante da janela, a porta
fechada às costas. Página 48. Ele não tem coragem de contar as horas passadas
para chegar à essa quadragésima oitava página. O livro tem exatamente
quatrocentas e quarenta e seis. Pode-se dizer 500 páginas! Se ao menos tivesse
uns diálogos, vai. Mas não! Páginas completamente cheias de linhas apertadas
entre margens minúsculas, negros parágrafos comprimidos uns sobre os outros e,
aqui e acolá, a caridade de um diálogo – um travessão, como um oásis, que indica
que um personagem fala à outro personagem. Mas o outro não responde. E segue-
se um bloco de doze páginas! Doze páginas de tinta preta! Falta de ar! Ufa, que
falta de ar! Ele xinga. Muitas desculpas, mas ele xinga. Página quarenta e oito... Se
ao menos conseguisse lembrar do conteúdo dessas primeiras quarenta e oito
páginas!
(http://tvefamosos.uol.com.br/noticias)
A legião on-line
É um transtorno cada vez mais comum. Todo mundo conhece alguém que está
sempre conectado; acorda e já olha o celular, o qual dormiu ao lado dele na cama;
checa os aplicativos de cinco em cinco minutos; quando não está on-line, sente
ansiedade, mau humor, angústia, tristeza. Os viciados em smartphones são uma
legião.
E conclui: ―A internet tem mostrado, cada vez mais claramente, para que nasceu,
e, com vistas a esse objetivo, será controlada por comerciantes e estadistas‖. Isso
nos leva, naturalmente, a pensar na relação das redes sociais com a empresa de
dados políticos ligada à campanha presidencial de Donald Trump. Ou, em outro
caso, sendo obrigadas a excluir contas por suspeita de fraude.
a) finalidade.
b) oposição.
c) modo.
d) origem.
e) causa.
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
A cultura brasileira é assim. Muita coisa queimou, projetos sobreviveram em estado
precário, e todos aguardam poderes sensíveis ao papel insubstituível da cultura na
definição da cidadania. Quando eu vejo o montante do fundo partidário em
comparação ao estado precário de orquestras e museus, sou percorrido por
uma dor muito forte.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
a) modo e tempo.
b) situação e lugar.
c) modo e lugar.
d) tempo e modo.
e) modo e situação.
147) Concurso: Ag/Pref Poá/Administrativo/2015 Banca: VUNESP
Por momentos, penso que o problema é médico: pessoas com primeiros sintomas
de demência que gostam de registrar o que comeram ao almoço para não
repetirem ao jantar.
Depois sou informado de que não: é moda fotografar os pratos e enviá-los para as
redes sociais. Se os ―amigos‖ sabem onde estamos e o que fazemos 24 horas por
dia, é inevitável saberem também o que comemos. Desconfio até de que existem
competições gastronômicas em que os pratos são usados como exibição de classe.
Se as férias em família já servem para isso – esqui na Suíça, praia em Bali – por
que não o almoço ou o jantar?
Mas o pasmo não termina com os fotógrafos. Continua com os enólogos amadores
que tomaram conta do espaço público. No mesmo restaurante, os clientes giram os
copos, cheiram, conferem a cor. Depois provam, fecham os olhos e invariavelmente
convidam o empregado a servir o vinho. Quando foi que o mundo distribuiu
diplomas de enologia pelo pessoal? E por que motivo eu não fui convidado?
a) enquanto / entretanto
b) se / portanto
c) apesar de / logo
e) a fim de / porém
148) Concurso: Ag Prev/PAULIPREV/2018 Banca: VUNESP
Sentado no coletivo, observo a roupa que cada um está usando e fico imaginando
como escolheu aquele modelito pra sair de casa.
Tem de tudo. Gente bem vestida, gente de qualquer jeito, bom gosto, mau gosto,
roupa limpa, roupa suja.
Toda vez que penso nisso, lembro-me do poeta Paulo Leminski, com quem
trabalhei no final dos anos 1980. Leminski era o que chamamos de ―figuraça‖.
Fazíamos o Jornal de Vanguarda juntos na TV Bandeirantes.
Lema, como o chamávamos, ia trabalhar de qualquer jeito. Uma calça Lee surrada,
sem cinto, caindo, camiseta branca encardida e muitas vezes aparecia na redação
de chinelo franciscano.
– Paulo Leminski, você percebeu que está usando uma meia de cada cor?
Lema levantou ligeiramente sua calça Lee e constatou que Ming – que ele chamava
de Dinastia Ming – estava certo. Não pensou duas vezes e respondeu na lata.
b) Ming fez com que Leminski reparasse de que suas meias tinham cores
diferentes.
d) Após notar de que cada meia tinha uma cor diferente, Leminski confessou
vestir-se no escuro.
a) negação e causa.
b) adição e condição.
c) ausência e modo.
d) falta e consequência.
e) exceção e intensidade.
150) Concurso: Ag Educ/Pref SJC/2015 Banca: VUNESP
a) a causa da gripe.
b) a finalidade da gripe.
c) a proporção da gripe.
a) explicação.
b) finalidade.
c) causa.
d) conformidade.
e) conclusão.
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
a) direção e modo.
b) definição e tempo.
c) causa e instrumento.
d) finalidade e lugar.
e) conformidade e assunto.
153) Concurso: Alun Of/PM SP/2017 Banca: VUNESP
Propaganda Infantil
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil. É
covardia anunciar para crianças, já que elas têm muitos desejos, nenhuma renda e
uma capacidade infinita de apoquentar seus genitores.
O ponto central, creio, é que o Conanda exorbitou de seus poderes. O órgão não
poderia banir ou limitar a liberdade de empresas anunciarem seus produtos. A
Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos: ―tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias‖. É forçoso, assim, concluir que, para tudo o que esteja fora dessa lista,
a regra é a da plena liberdade.
Aceitar essa conclusão não implica abandonar os pais à tirania de seus rebentos.
Embora militantes de causas adorem uma lei, existem outros mecanismos
civilizadores até mais eficientes que normas jurídicas. Especialmente no mundo do
marketing, imagem é tudo. Apenas fixar o meme de que a propaganda dirigida a
crianças não é ética – uma ideia que já está em circulação – tende a fazer com que
publicitários e anunciantes peguem leve.
Alguns diriam que é pouco. Talvez, mas recorrer a essa medida, e a outros
expedientes, como a autorregulamentação, tem a enorme vantagem de preservar
um dos pilares da democracia, que é a liberdade de expressão. Eu pelo menos não
a trocaria por alguns momentos de paz e mais alguns tostões na carteira.
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil.
O termo portanto, em destaque, estabelece entre as duas orações relação com
sentido de
a) causa.
b) oposição.
c) condição.
d) conclusão.
e) concessão.
a) hipótese.
b) consequência.
c) contradição.
d) oposição.
e) finalidade.
A Polícia Militar trocou tiros com suspeitos em pontos do Alto da Boa Vista, da
Tijuca e de Santa Teresa. Nos dois primeiros casos, a Polícia Civil confirmou a
suspeita de vínculo com os conflitos na Rocinha.
c) O Brasil já teve economia forte, mas agora as notícias não são animadoras.
e) Nosso país está como está porque fizeram com ele o que fizeram.
Ter um trabalho nos proporciona estabilidade, ao mesmo tempo em que nos rouba
liberdade na hora de administrar nosso tempo. Essa contradição abre o debate
sobre se trabalhar é uma fonte de felicidade ou infelicidade. A instabilidade
econômica e a chamada quarta revolução industrial, que substituirá o esforço
humano por máquinas, podem nos obrigar a repensar nosso eu profissional. A
filósofa, feminista e autora de repercussão internacional, a britânica Nina Power,
analisa se, em tempos em que o futuro do trabalho é pouco promissor, deveríamos
buscar alternativas.
A felicidade foi devorada pelo capitalismo, Power proclama em seus escritos, nos
quais defende que nos fizeram entender a qualidade de vida como um acúmulo de
posses materiais que obtemos a partir do trabalho. Por isso, em suas intervenções
públicas, ela expõe a possibilidade de ser feliz com novas formas de emprego ou a
ausência dele.
―As novas gerações são as que estão menos de acordo com uma existência laboral
feita de horários impossíveis e salários miseráveis. O capitalismo nos vendeu que o
contrário do trabalho é a vadiagem; mas os mais jovens já não compram essa
ideia. Tampouco acreditam que devamos nos sentir felizes porque nossas longas
jornadas de trabalho nos tornam mais produtivos‖, diz Power.
Com suas ideias, Power não está nos incentivando a abraçar uma vida ociosa, mas
a buscar novas formas de ser autossuficientes no aspecto laboral. Uma das
possibilidades que se apresentam para um futuro próximo é que as máquinas
ocupem boa parte dos trabalhos que agora os humanos desempenham. ―Nesse
caso, seria uma oportunidade para prestar mais atenção a profissões próximas do
cuidado humano, aquelas das quais a inteligência artificial não se pode encarregar.
São trabalhos relacionados com o cuidado de bebês, idosos ou doentes, e que, na
atualidade, são os mais mal pagos e os que permanecem mais ocultos em termos
de reconhecimento social‖, destaca.
a) Porém.
b) Tanto que.
c) Também não.
d) Portanto.
e) No entanto.
161) Concurso: Ag/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
Tecnologia
Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a
gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele
nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre
o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo
que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou
precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você.
Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige.
[...]
Outra coisa: ele é mais inteligente. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão
inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas
relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que
ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro
igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que
você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só
aguentava você. Ele sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que
sabe. [...]
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas
dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está
desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos
com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É
outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante.
a) adição.
b) contradição.
c) conclusão.
d) condição.
e) explicação.
162) Concurso: Almo/SAEMAS/2017 Banca: VUNESP
A moça e o trem
O trem de ferro
passa no campo
entre telégrafos.
Sem poder fugir
sem poder voar
sem poder sonhar
sem poder ser telégrafo.
A moça na janela
vê o trem correr
ouve o tempo passar.
O tempo é tanto
que se pode ouvir
e ela o escuta passar
como se outro trem.
Cresce o oculto
elástico dos gestos:
a moça na janela
vê a planta crescer
sente a terra rodar:
que o tempo é tanto
que se deixa ver.
Considere os trechos:
a) consequência.
b) explicação.
c) concessão.
d) finalidade.
e) proporção.
163) Concurso: OL /CM São Joaquim Barra/2018 Banca: VUNESP
Para que haja relação de concessão entre as ideias, as duas últimas frases do
texto devem ser reescritas da seguinte forma:
a) Para Miyazaki, continuar voando é um luxo, visto que ele recebe um salário um
terço menor do que antes de se aposentar.
b) Para Miyazaki, continuar voando é um luxo, ainda que ele receba um salário um
terço menor do que antes de se aposentar.
c) Para Miyazaki, continuar voando é um luxo, de sorte que ele recebe um salário
um terço menor do que antes de se aposentar.
e) Para Miyazaki, continuar voando é um luxo, desde que ele receba um salário um
terço menor do que antes de se aposentar.
Como nos lembra Joseph Aoun, os seres humanos caminharam na Lua, dividiram o
átomo e desenvolveram a internet a partir de pesquisas realizadas em
universidades.
Esse é o novo desafio para a universidade. Ela deve ensinar os alunos a aprender
ao longo da vida e oferecer cursos de diferentes durações e intensidades para
profissionais que mudam constantemente de postos de trabalho.
Para isso, deve se ligar em rede a outras escolas terciárias, criando o que Aoun
chama de multiversidade. Precisa ainda, acompanhar os egressos¹ em seus
caminhos profissionais com atividades que complementem a formação recebida,
inclusive cursos que não necessitam ser previamente definidos como de graduação
ou pós, com certificações por blocos independentes, ligados às necessidades de
recapacitação de cada um.
Isso não vai resolver todo o problema criado pela automação, mas formará, com
certeza, seres humanos mais aptos a enfrentar suas consequências.
Shigekazu Miyazaki está usando o tempo livre de sua aposentadoria a 25 mil pés.
Ele foi piloto da maior companhia aérea japonesa por quatro décadas, mas deixou o
posto ano passado, ao completar 65 anos, idade-limite para voar pela empresa.
Mas, em vez de jogar golfe ou pescar, agora Miyazaki é piloto de uma companhia
regional do Japão. ―Nunca pensei que ainda estaria voando aos 65 anos, mas eu
continuo saudável, amo voar, então, enquanto eu puder, por que não?‖
Isso torna os trabalhadores mais velhos ainda mais importantes para a economia.
Mais da metade dos homens japoneses com mais de 65 anos executa algum tipo de
trabalho remunerado, comparado com um terço dos americanos e 10% em alguns
países da Europa.
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa
biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras
fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a
vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão
mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir
uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
a) intensidade e modo.
b) causa e lugar.
c) finalidade e lugar.
d) modo e modo.
e) modo e tempo.
Na fala do segundo quadrinho – Aposto que é porque ele fica muito feroz quando
nota que tem alguém estranho em casa. –, as conjunções destacadas introduzem
relações de sentido respectivamente de
a) explicação e modo.
b) causa e modo.
c) modo e condição.
d) condição e explicação.
e) causa e tempo.
O movimento teve início em maio, quando a Europa começou a aplicar sua nova lei
(GDPR, na sigla em inglês) que permite que as pessoas solicitem seus dados e
restringe a forma como as empresas obtêm e lidam com informações.
O termo destacado na frase ―... criaram leis para proteger os dados pessoais de
seus cidadãos.‖ expressa
Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficialmente
faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas
enviadas de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de
Shakespeare.
Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clube
tem a contribuição de um médico especialista.
Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980 a
entidade foi criada oficialmente com apoio do governo.
O projeto ficou ainda mais famoso com o filme ―Cartas para Julieta‖ (2010), em que
a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente a
mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas
foram recebidas, segundo o Clube.
… nos anos de 1980 a entidade foi criada oficialmente com apoio do governo. (4º
parágrafo)
As preposições destacadas estabelecem entre as palavras, correta e
respetivamente, as relações de:
Notícia 1
A peste suína africana foi erradicada no Brasil em 1984, deixando o país livre da
doença. A enfermidade é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana,
não sendo transmitida ao homem, mas é altamente infecciosa para o rebanho suíno
– exigindo o sacrifício dos animais por determinação da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE), sendo mais perigosa e fatal do que a peste suína clássica.
Na China, maior produtor e consumidor mundial de carne suína, pelo menos 40 mil
animais foram mortos desde agosto em razão da doença. Quarto maior exportador
mundial, o Brasil quer garantir a sanidade do próprio rebanho para continuar sendo
um mercado-chave para importadores. Hoje, cerca de 20% dos embarques
brasileiros de carne suína têm como destino a China, seguido de Hong Kong, que
responde por percentual semelhante.
(Joana Colussi. “Brasil reforça vigilância para manter peste suína africana
longe do país”. https://gauchazh.clicrbs.com.br, 21.09.2018. Adaptado)
Notícia 2
a) A peste suína africana foi erradicada no Brasil em 1984, deixando o país livre da
doença.
b) … pelo menos 40 mil animais foram mortos desde agosto em razão da doença.
a) atitude e certeza.
b) tempo e contrariedade.
c) exceção e adesão.
d) privação e oposição.
e) procedência e defesa.
Cartas de Amor
Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época,
estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei
meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente
dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas ―ao colega da tarde‖. E era uma
carta de amor. De amor, não; de paixão. Paixão incontida, transbordante, a carta
de uma alma sequiosa de afeto, ________________ o jovem escritor não teve a
menor dificuldade de enviar a resposta.
Iniciou-se, assim, uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se
interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o
ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à
conclusão de que precisava conhecer minha correspondente, aquela bela da manhã
que me encantava com suas frases.
Mas… Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma
moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes
especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico.
Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente
apaixonada.
Optei, portanto, pelo mistério, pelo ―nunca vi, sempre te amei‖. A minha história de
amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes
histórias de amor.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Vocabulário:
Arroubos: impulsos
Epistolares: relativos à carta
Grafologia: estudo das formas das letras
Nas orações ―Um dia cheguei para a aula…‖ (1º parágrafo) e ―… que me encantava
com suas frases.‖ (2º parágrafo), as preposições em destaque formam expressões
cujos sentidos são, respectivamente, de
a) causa e consequência.
b) finalidade e causa.
c) lugar e modo.
d) finalidade e dúvida.
e) lugar e causa.
* de chofre: repentinamente
Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma -padrão e o sentido, há
correta sequência para a frase final do texto:
Mas para que se possa pensar “o que vou dizer” é preciso haver refletido sobre o
assunto,
Foi no domingo passado, andando pela feira-livre aqui da Lapa e dando uma olhada
nas bancas, que percebi que muitas daquelas frutas maravilhosas ali expostas
simplesmente não existiam no meu tempo de menino.
O kiwi, por exemplo. Quando usava calças curtas, kiwi era aquele bichinho da Nova
Zelândia, um dos poucos verbetes da letra K, na enciclopédia que ficava na estante
da minha casa. Não havia tomate cereja! Vivíamos sem ele. Como não havia a
lichia.
A gente não encontrava goiaba na feira, como não encontrava jabuticaba, nem
carambola. Goiaba era só no pé e com bicho, não existia goiaba sem bicho.
Jabuticaba, só em Sabará, e carambola, só na chácara de Dona Catarina, em
Cataguases.
Laranja era a pera, a Bahia e a lima. Hoje tem até laranja Bahia importada da
Espanha, sem contar o grapefruit, primo de primeira da laranja.
Aos poucos, novas frutas vão invadindo o mercado: uxi, xixá, tapiá, sapucaia,
monguba, marolo... Quem manteve a linha e não inventou moda foi a banana, que
continua a mesma de sempre. A prata, a nanica, a maçã, a banana-da-terra e a
ouro. E todas – dizem – ainda a preço de banana.
* de chofre: repentinamente
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à
música em geral: não toco, não batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o
quê?
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
• A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos... (último parágrafo)
a) Conforme; se.
b) Porque; assim.
c) Como; portanto.
d) Enquanto; todavia.
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Que a televisão prejudica a leitura de livros, também não há dúvida. Eu mesmo
confesso que lia mais quando não tinha televisão. Rádio, a gente pode ouvir
baixinho, enquanto está lendo um livro. Televisão é incompatível com livro – e tudo
mais nesta vida, inclusive a boa conversa.
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
―Em um universo infinito, devem existir outros casos de vida. Pode ser que, em
algum lugar do cosmos, talvez exista vida inteligente‖, declarou Hawking.
(http://g1.globo.com. Adaptado)
O projeto de Stephen Hawking tem previsão para ser realizado __________ 10
anos.
a) a partir de
b) em menos de
c) durante
d) desde
a) finalidade.
b) justificativa.
c) causa.
d) ilustração.
e) contestação.
181) Concurso: Sarg/PM SP/CFS/2015 Banca: VUNESP
(Veja, 17.06.2015)
a) modo e tempo.
b) lugar e meio.
c) lugar e tempo.
d) modo e lugar.
Conjunção
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no meio ambiente – a depender
do tipo de tecido, a tarefa doméstica contribuiria para a contaminação dos oceanos,
apontam estudos.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o que pode ser uma boa
desculpa para quem sempre odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande
impacto positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de um projeto de
conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que comprar menos roupas sintéticas
também ajuda. Preferir tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações para os fabricantes
poderia ajudar, forçando as empresas a colocar mais recursos na busca por
soluções.
a) assim que.
b) tanto como.
c) de modo que.
d) a fim de que.
e) à medida que.
183) Concurso: ACS/Pref RP/2018 Banca: VUNESP
A população mundial tem um aumento diário de 100 mil pessoas e mais da metade
delas vive em áreas urbanas. Projeções da ONU mostram que a população global
deve chegar a 9,3 bilhões de pessoas até 2050, 66% dos quais morarão em áreas
urbanas.
Estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro revela que a
falta de investimentos em transportes públicos, com o consequente aumento nos
congestionamentos, diminui a qualidade de vida dos cidadãos e causa prejuízos
anuais de R$111 bilhões à economia brasileira.
Além disso, a questão ambiental é premente. Logo, encontrar soluções concretas
para a expansão da oferta de transporte público com qualidade e sem emissão de
gases de efeito estufa, que garantam o bem-estar da população, está no horizonte
de todos os agentes responsáveis por direcionar as discussões em torno do
desenvolvimento das cidades.
O conceito de ―cidades inteligentes‖ está diretamente ligado à infraestrutura e à
capacidade do uso de tecnologias para a construção de serviços e ações
sustentáveis. Uma cidade inteligente utiliza as tecnologias da informação e
comunicação como suporte para o aumento de eficiência operacional de seu centro
urbano.
Como resultado disso pode-se citar grandes projetos e investimentos focados no
princípio do espaço público útil, conectando bairros que antes não entravam no eixo
turístico e sempre buscando boas opções de transporte sustentável. Desenvolver
um planejamento de mobilidade é bastante complexo para a engenharia urbana e
deve se basear em dados reais da cidade para ter sucesso. O importante é se
pensar em fatores que possam contribuir para o desenvolvimento ou melhoria da
cidade, que já é ou pode se tornar inteligente.
(Cristiano Lopes Saito. Revista Planeta. Edição 531, ano 45, jun 2017. Adaptado)
a) no entanto.
b) além disso.
c) portanto.
d) pois.
e) apesar disso.
184) Concurso: Ana Tran/Pref SBC/2018 Banca: VUNESP
O empresário Luiz Figueiredo usou 1 150 painéis solares para cobrir o lago de sua
fazenda e gerar a própria energia. O consultor Carlos Tabacow instalou 18 placas
no teto de sua casa, o que lhe permitiu se livrar da conta de luz. No Rio, uma
escola cobriu o telhado com 50 painéis e agora produz metade da energia que
consome. Iniciativas como essas começaram a se espalhar pelo país e têm
garantido uma escalada dos projetos de microgeração de energia solar no Brasil.
Do ponto de vista climático, as condições são favoráveis, uma vez que a irradiação
solar no Brasil é ideal para a produção elétrica. Ainda que hoje o mercado de
equipamentos para captação de energia solar engatinhe no país, as condições
climáticas propícias, aliadas ao fato de que no futuro os consumidores estarão cada
vez mais aptos a gerar a própria energia, têm provocado uma corrida das empresas
para conquistar um pedaço desse mercado.
a) oposição.
b) concessão.
c) explicação.
d) conclusão.
e) exemplificação.
185) Concurso: Of Adm/SEDUC SP/2019 Banca: VUNESP
Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que ―gostava de ler‖ e comprava ―muitos
livros‖. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que
―gostava de todas‖, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah,
sim? Comentei que também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a
usar apenas o serviço de aplicativos. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a
informação. Virou-se para mim e disse: ―Entendi. O senhor tem razão‖.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas
ou despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso
muito bem entendê-las porque também não tenho o menor interesse por
automóveis, pela alta cozinha ou pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho
que qualquer prato melhora com um ovo frito por cima e, quando me mostram
alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e mando a imagem para
o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão
fascinante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma
personalidade. São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de
fotos, de autoajuda, infantis, o que você quiser. O que se despendeu de esforço
intelectual para produzi-los e em tal variedade é impossível de quantificar. Cada
livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que cada autor
conseguiu dar.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber
quem somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
A expressão em destaque no trecho ―Nada disso me faz falta, assim como o livro e
a livraria a eles.‖ estabelece relação entre as orações com sentido de
a) proporção.
b) finalidade.
c) causa.
d) comparação.
e) condição.
186) Concurso: Tec Leg/CM Serrana/2019 Banca: VUNESP
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
• Quando eu vejo o montante do fundo partidário, sou percorrido por uma dor
muito forte.
• O que mais precisaria queimar no Brasil, para que a gente percebesse que
patrimônio é algo que se vai para sempre? – assumem, respectivamente, ideia de
a) tempo e causa.
b) causa e consequência.
c) finalidade e concessão.
d) tempo e finalidade.
e) tempo e conformidade.
a) causa.
b) oposição.
c) alternância.
d) finalidade.
e) consequência.
Para Marcos Gross, autor do livro Dicas Práticas de Comunicação: Boas Ideias para
os Relacionamentos e os Negócios, são raros os profissionais com essas qualidades,
já que a capacidade de ser assertivo está sujeita a situações de poder no ambiente
corporativo. ―Como ser sincero, quando tenho medo de sofrer retaliações por dizer
o que penso?‖
Mas, pondera, engolir sapos faz mal à saúde. ―Quando um colaborador não se
permite expressar suas opiniões, desenvolve gastrite, dores na coluna, alergias,
hipertensão, estresse, entre outros problemas‖, escreve.
(Camila Pati, “As cinco regras de ouro da boa comunicação”. Exame. Em:
https://exame.abril.com.br. Adaptado)
a) Para Marcos Gross, são raros os profissionais com essas qualidades, caso a
capacidade de ser assertivo esteja sujeita a situações de poder no ambiente
corporativo.
b) Para Marcos Gross, são raros os profissionais com essas qualidades, embora a
capacidade de ser assertivo esteja sujeita a situações de poder no ambiente
corporativo.
d) Para Marcos Gross, como a capacidade de ser assertivo está sujeita a situações
de poder no ambiente corporativo, são raros os profissionais com essas qualidades.
Pode parecer que a expressão correta é ―um peso e duas medidas‖, embora não
seja. O certo é mesmo aquilo que todo mundo sempre falou: ―dois pesos e duas
medidas‖.
Pode parecer também que o provérbio ―Quem tem boca vai a Roma‖ contém um
erro constrangedor, pois o certo é ―Quem tem boca vaia Roma‖, ou seja, exerce o
saudável direito de protestar contra a tirania dos césares. Só que isso é uma
falácia¹. Quem sabe perguntar chega aonde quiser, eis a moral do ditado. Assim
como sempre soubemos, até surgirem os sabichões. Vaia neles!
Pode parecer ainda que a palavra ―aluno‖ tem origem num vocábulo latino que quer
dizer ―sem luz‖, motivo pelo qual deve ser evitada, uma vez que trai uma
concepção pedagógica anacrônica² em que o professor sabe tudo e o estudante não
sabe nada. Repetida até por educadores, essa ―tese‖ é uma bobagem. O latim
alumnus quer dizer criança de peito e, por extensão, discípulo, aquele que precisa
ser nutrido para crescer. Só isso.
Pode parecer que quando dizemos ―Não vejo ninguém‖ estamos dando curso a uma
grosseria ilógica da língua portuguesa, sem perceber que uma negação anula a
outra e que, se não vemos ninguém, alguém nós vemos. A verdade é que não
existe nada mais tosco³ no mundo do sabichonismo do que supor que línguas
naturais sejam submissas à linguagem matemática. A negação dupla, que reforça
em vez de anular, é um recurso consagrado e de raízes profundas no português.
Pode parecer, enfim, que nossa língua detém o recorde mundial de pegadinhas,
idioma dificílimo que só pós-doutores conseguem falar sem escorregar a cada frase.
Mesmo que haja razões históricas para essa percepção, trata-se, em termos
objetivos, de mais um engano. Se nos livrássemos dos patrulheiros sabichões e sua
usina de erros imaginários, a paisagem já ficaria bem mais acolhedora.
Glossário:
¹falácia – falatório, falar demais
²anacrônico – cronológico
³tosco – grosseiro
Mesmo que haja razões históricas para essa percepção, trata-se, em termos
objetivos, de mais um engano. (último parágrafo).
a) Embora
b) Ou seja
c) Caso
d) Assim como
e) Pois
190) Concurso: Aux Leg/CM Tatuí/2019 Banca: VUNESP
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem online e paguem
pelo que gostam de fazer online, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
online e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte
comentário: ―É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau,
o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever‖.
Por quê? Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do
leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: ―Saber escrever é
uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…‖
Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda
pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.
Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos
falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais
delegado à inteligência artificial.
Nas orações ―quando falei aqui do livro de Zinsser‖ (1° parágrafo) e ―mas não se
trata disso‖ (5° parágrafo), as conjunções destacadas estabelecem, correta e
respectiva mente, relações de sentido de
a) comparação e adição.
b) tempo e oposição.
c) conclusão e consequência.
d) tempo e adição.
e) comparação e oposição.
e) ―No começo de todo mês, eu escolho todas as melhores memórias / que tive
naquele mês em outros anos‖.
193) Concurso: Aux A/CM Indaiatuba/2018 Banca: VUNESP
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
Mesmo com solavancos, a cada década o Brasil melhora um pouco nos principais
termômetros que medem o patamar de desenvolvimento. Mas em um indicador
específico o país patina de modo tão surpreendente e vergonhoso que ganhou
destaque em um recente relatório do Fundo de População da ONU: a alta ocorrência
de gravidez na adolescência. A cada cinco mulheres que engravidam no Brasil, uma
não é adulta. A gravidez nessa etapa da vida custa caro ao país – em decorrência
do fato de grande parte dessas mães estar fora da escola e do mercado de trabalho
e de os bebês nascerem privados de estímulos certos.
a) caso.
b) segundo.
c) portanto.
d) embora.
e) contanto.
Teria eu meus seis, meus sete anos. Perto da gente, morava o ―casal feliz‖. Ponho
as aspas porque o fato merece. Vamos que eu pergunte, ao leitor, de supetão: –
―Você conhece muitos ‗casais felizes‘?‖ Aí está uma pergunta trágica. Muitos
afirmam: – ―A coabitação impede a felicidade‖ etc. etc. Não serei tão radical. Nem
podemos exigir que marido e mulher morem um no Leblon e outro para lá da praça
Saenz Peña. Seja como for, uma coisa parece certa: – o ―casal feliz‖ constitui uma
raridade.
Estavam casados há quinze anos e não havia, na história desse amor, a lembrança
de um grito, de uma impaciência, de uma indelicadeza. Até que chegou um dia de
Carnaval e, justamente, a terça-feira gorda. O marido saiu para visitar uma tia
doente, não sei onde. A mulher veio trazê-lo até o portão. Beijaram-se como se ele
estivesse partindo para a guerra. E, no penúltimo beijo, diz a santa senhora: –
―Meu filho, vem cedo, que eu quero ver os blocos‖. Ele fez que sim. E ainda se
beijaram diante da vizinhança invejosa e frustrada. Depois, ela esperou que ele
dobrasse a esquina.
E as horas foram passando. A partir das seis da tarde ficou a esposa no portão.
Sete, oito, nove da noite. Os relógios não paravam. Dez da noite, onze. E, por fim,
o marido chegou. Onze.
Pois bem, contei o episódio para mostrar como o ―irrelevante‖ influi nas leis do
amor e do ódio. Por causa de uma mísera terça-feira gorda, ruía por terra toda uma
pirâmide de afinidades laboriosamente acumuladas. No dia seguinte, separaram-se
para sempre.
Não pretendo alimentar a ideia de que as mulheres são as piores inimigas das
mulheres, mas provocar uma reflexão sobre os mecanismos que fazem com que a
lógica da dominação masculina seja reproduzida também pelas mulheres. Nessa
lógica, como argumentou Pierre Bordieu, os homens devem ser sempre superiores:
mais velhos, mais altos, mais fortes, mais poderosos, mais ricos, mais
escolarizados. Essa lógica constitui as mulheres como objetos, e tem como efeito
colocá-las em um permanente estado de insegurança e dependência. Delas se
espera que sejam submissas, contidas, discretas, apagadas, inferiores, invisíveis.
c) Nessa lógica, como argumentou Pierre Bordieu, os homens devem ser sempre
superiores...
d) ... seria mais confortável suportar uma escravidão cega do que trabalhar para
se libertar.
e) ... afirmou que a liberdade é assustadora, e que, por isso, muitas mulheres
preferem a prisão...
(www.sbotrj.com.br. Adaptado)
A expressão ―Se nada for feito‖ pode ser substituída, sem alteração de sentido e
conforme a norma-padrão da língua, por
Por que o criador do botão „curtir‟ do Facebook apagou as redes sociais do celular
A tecnologia só deve prender nossa atenção nos momentos em que nós queremos,
conscientemente, prestar atenção nela. ―Em todos os outros casos, deve ficar fora
do nosso caminho.‖
Quem afirma não é um dos críticos tradicionais das redes sociais, mas justamente o
executivo responsável pela criação do botão ‗curtir' nos primórdios do Facebook, há
mais de dez anos.
Interrogado se ele se arrepende por ter criado a fonte da distração que hoje tanto
critica, responde: ―Nenhum arrependimento. Sempre que se tenta progredir,
haverá consequências inesperadas. Você tem que ter humildade e ter muita
atenção no que acontece depois, para fazer mudanças conforme for apropriado‖.
a) até que.
b) quando.
c) onde.
d) tanto que.
e) embora.
201) Concurso: APP/PC SP/2018 Banca: VUNESP
―A boa notícia é que fica claro que os trabalhos para humanos terão que envolver
qualidades humanas, como criatividade‖, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs,
diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe. ―Isso soa muito legal, mas a
questão é: quantos trabalhos para pessoas criativas serão gerados?‖, questiona.
O fim de funções hoje exercidas pela população de baixa e média renda vai gerar
desemprego e pressionar para baixo o salário das que restarem, diante da massa
de pessoas buscando trabalho.
Esses retratos, junto com muitos outros, formam uma galeria que o país não gosta
de ver. São vários Antônios, vários Franciscos, vários Josés que dão carne e osso a
um grande drama brasileiro: o trabalho em condições análogas às de escravidão.
Sim, todas essas pessoas foram escravizadas – em pleno século XXI.
a) mas
b) desde que
c) até
d) pois
e) como
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostrem um quadro deteriorado.
A partir deles, a consultoria LCA calculou que em 2017 a pobreza extrema se
elevou em 11%. Conforme os números publicados pelo jornal Valor Econômico,
14,8 milhões de brasileiros são miseráveis – considerando uma linha de R$ 136
mensais. O Nordeste abriga 55% desse contingente.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a
metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível
que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a
metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível
que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
A expressão ―uma vez que‖, em destaque, estabelece entre as frases relação com
sentido de
a) conclusão.
b) conformidade.
c) condição.
d) causa.
e) oposição.
204) Concurso: Ag Tel Pol/PC SP/2018 Banca: VUNESP
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.
Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou
exortá-los:
a) portanto
b) porém
c) embora
d) pois
e) caso
205) Concurso: Ag Pol/PC SP/2018 Banca: VUNESP
― ... esse período pode ser diminuído se os sintomas forem muito graves.‖
(2º parágrafo)
―É muito significativo, porque cria a oportunidade de termos serviços mais
especializados.‘ ‖ (3º parágrafo)
Com relação às afirmações que os antecedem, os vocábulos ―se‖ e ―porque‖
introduzem, respectivamente, ideias de
a) hipótese e consequência.
b) modo e oposição.
c) conformidade e proporção.
d) condição e explicação.
e) tempo e concessão.
a) comparação.
b) finalidade.
c) consequência.
d) conclusão.
e) concessão.
207) Concurso: PP/PC SP/2018 Banca: VUNESP
Mal-estar
a) condição.
b) consequência.
c) alternância.
d) causa.
e) explicação.
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os
três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da
família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou um
barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais
lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de
outono empilhadas junto ao meio-fio.
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no
alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o
embarque será feito dentro de poucos minutos.
e) Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for
grande a ansiedade para se falar com alguém distante.
Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los
Angeles, o modelo seria o de ―autonomia privada‖. Nesses lugares, o uso de carros
continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros
autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas
em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também
pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
* Logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
b) Por isso, a logística reversa está cada vez mais presente nas operações das
empresas.
c) ... enquanto a empresa fabrica novos produtos com menos custos e insumos.
Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está ―faltando
serviço‖. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de
um colega, acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de
mensagens instantâneas. Nesse cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer
prescindível. Contudo, e se, em vez de sinalizar ociosidade, rir com os colegas for
algo que favoreça a colaboração da equipe e estimule a inovação? Depois de anos
sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando a chegar a essa
conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo
neurocientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland,
em Baltimore, nos Estados Unidos.
O empresário Luiz Figueiredo usou 1 150 painéis solares para cobrir o lago de sua
fazenda e gerar a própria energia. O consultor Carlos Tabacow instalou 18 placas
no teto de sua casa, o que lhe permitiu se livrar da conta de luz. No Rio, uma
escola cobriu o telhado com 50 painéis e agora produz metade da energia que
consome. Iniciativas como essas começaram a se espalhar pelo país e têm
garantido uma escalada dos projetos de microgeração de energia solar no Brasil.
Do ponto de vista climático, as condições são favoráveis, uma vez que a irradiação
solar no Brasil é ideal para a produção elétrica. Ainda que hoje o mercado de
equipamentos para captação de energia solar engatinhe no país, as condições
climáticas propícias, aliadas ao fato de que no futuro os consumidores estarão cada
vez mais aptos a gerar a própria energia, têm provocado uma corrida das empresas
para conquistar um pedaço desse mercado.
a) oposição.
b) concessão.
c) explicação.
d) conclusão.
e) exemplificação.
213) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2018 Banca: VUNESP
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa
biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras
fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a
vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão
mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir
uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
―Quando você começa com uma empresa ética, apegada à sua missão, e remove a
ética, isso cria um problema‖, disse Tiffany Li, pesquisadora da escola de direito da
Universidade Yale. ―Se o Google tiver uma versão de seu serviço de buscas aberta à
censura, para a China, outros países pedirão a mesma coisa‖, afirmou.
Leia a tirinha.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto
qualificar como êxito o que ocorreu – pelo menos de uma perspectiva mais
alongada no tempo.
A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais
revela do que o extremo de sem-cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.
Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa
atividade predatória parece ser uma das poucas punições efetivamente ressentidas
pelos infratores. Levada a cabo por meio de helicópteros, a ação do Ibama
afugenta, pelo mero estardalhaço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo
crime.
Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue.
Operações dessa monta se fazem de raro em raro, e os madeireiros não chegam a
abalar-se da área protegida.
Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização.
Madeireiros possuem, por exemplo, licença para a exploração sustentável do
recurso natural, mas a utilizam para enveredar em áreas protegidas.
Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o
engajamento da população em outras atividades atraentes do ponto de vista
econômico. A falta de alternativas de trabalho sem dúvida explica por que
madeireiros ilegais encontram algum apoio entre os habitantes da região. Ainda
que fulgurante, a ação de poucos fiscais será incapaz de interromper o
desmatamento.
* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
b) Como é fulgurante
O substituto da vida
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria
de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o
telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de
cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador,
o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem
lhe chego perto – temo que ele me substitua também.
O substituto da vida
Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever, eu me sentava a
ela, escrevia o que tinha de escrever, relia para ver se era aquilo mesmo, fechava a
máquina, entregava a matéria e ia à vida.
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria
de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina e abria
um livro, escutava um disco ou dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria a
máquina no dia seguinte.
Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de
mensagens para saber quem me escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo às
que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis. Quando me dou
conta, já é noite lá fora e não saí da frente da tela.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o
telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de
cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador,
o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem
lhe chego perto – temo que ele me substitua também.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)
O termo em destaque na frase – É por isso que nem lhe chego perto… – forma
uma expressão indicativa de
a) causa.
b) modo.
c) estado.
d) oposição.
e) finalidade.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em
pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam
distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. ―Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se
consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa‖, diz ele.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o
barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! Como deixava a garganta
seca.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao
penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a
mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada,
penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre
arbustos estava... o chafariz de pedra, de onde brotava num filete a água sonhada.
O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a
chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu Abriu-os e viu bem junto de
sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e
que era da boca da mulher que saía a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A
vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e
tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
Na passagem do 4ª parágrafo – Não sabia como e por que mas agora se sentia
mais perto da água, pressentia- a mais próxima – as expressões destacadas
trazem ao contexto, correta e respectivamente, as ideias de
Para a professora de língua portuguesa Íris Gardino, é essencial saber qual é o grau
de formalidade necessário para os comunicados de trabalho. ―Normalmente, as
pessoas não recebem qualquer formação para lidar com essas situações. Alguns
exageram em formalismos desnecessários e outros acabam escrevendo como se
estivessem em um bate-papo com amigos.‖
b) Fazer elogios é uma atitude saudável, porém deve ser caracterizada por
franqueza e espontaneidade.
c) Para que um elogio seja interpretado sem ambiguidades, não pode ser feito
com descaso.
d) Ainda que seja atitude positiva, o elogio deve ser feito de forma clara e sem
dar margem a ambiguidades.
e) Como um elogio pode ser mal compreendido, é essencial que ele seja feito com
clareza.
Somos clientes antigos do lugar. Vamos tanto que até conhecemos os donos.
Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho.
―Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV‖, disse um dos proprietários.
―Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai
embora.‖
Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez mais
difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV nas
paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro que
já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão. Mas
não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa sobre
plantação de orégano a conversar.
Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer
tentativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as
caixas cobriam toda a área do lugar.
Perdemos outro de nossos restaurantes favoritos. Uma pena. Mas tenho certeza de
que o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta.
Considere a charge.
(I) Mesmo sendo criticada pelas costas e alvo constante de caricaturas e artigos
injuriosos, (II) Domitila, mulher bonita, inteligente e alegre, experimentou
ascensão social meteórica na capital.
É correto afirmar que as ideias expressas no trecho (I) estabelecem, com as ideias
do trecho (II), relação de sentido de
a) causa.
b) concessão.
c) modo.
d) consequência.
e) condição
226) Concurso: Aux Lg/CM Itanhaém/2017 Banca: VUNESP
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o
cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse
indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa
e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de
espera.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o
focinho voltado para ―aquela‖ direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)
Tudo indica que a primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água. Isso
deve ter mudado por volta de 3000 a.C., quando povos da atual região do Irã
passaram a usar areia para polir metais e pedras. Esses espelhos refletiam apenas
contornos e formas. As imagens não eram nítidas, e o metal oxidava com
facilidade.
Pouco mudou até o fim do século 13. Nessa época, o homem já dominava técnicas
de fabricação do vidro, mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham
nitidez. Até que, em Veneza, alguém teve a ideia de unir o vidro a chapas de metal.
―Os espelhos dessa época têm uma pequena camada metálica na parte posterior do
vidro. Assim, a imagem ficava nítida, e o metal não oxidava por ser protegido pelo
vidro‖, diz Claudio Furukawa, pesquisador do Instituto de Física da USP. Surgia
assim o espelho como o conhecemos até hoje.
Mas este era um produto raro e caro. Os chamados espelhos venezianos eram mais
valiosos que navios de guerra ou pinturas de gênios como os italianos Rafael e
Michelangelo. Com o advento da Revolução Industrial, o processo de fabricação
ficou bem mais barato e o preço caiu. ―Mesmo assim‖, afirma o antropólogo da
PUC-RJ José Carlos Rodrigues, ―o espelho só se popularizou e entrou nas casas de
todos a partir do século 20.‖
Tudo indica que a primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água. Isso
deve ter mudado por volta de 3000 a.C., quando povos da atual região do Irã
passaram a usar areia para polir metais e pedras. Esses espelhos refletiam apenas
contornos e formas. As imagens não eram nítidas, e o metal oxidava com
facilidade.
Pouco mudou até o fim do século 13. Nessa época, o homem já dominava técnicas
de fabricação do vidro, mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham
nitidez. Até que, em Veneza, alguém teve a ideia de unir o vidro a chapas de metal.
―Os espelhos dessa época têm uma pequena camada metálica na parte posterior do
vidro. Assim, a imagem ficava nítida, e o metal não oxidava por ser protegido pelo
vidro‖, diz Claudio Furukawa, pesquisador do Instituto de Física da USP. Surgia
assim o espelho como o conhecemos até hoje.
Mas este era um produto raro e caro. Os chamados espelhos venezianos eram mais
valiosos que navios de guerra ou pinturas de gênios como os italianos Rafael e
Michelangelo. Com o advento da Revolução Industrial, o processo de fabricação
ficou bem mais barato e o preço caiu. ―Mesmo assim‖, afirma o antropólogo da
PUC-RJ José Carlos Rodrigues, ―o espelho só se popularizou e entrou nas casas de
todos a partir do século 20.‖
a) consequência.
b) condição.
c) quantidade.
d) finalidade.
e) causa.
(http://www.ivoviuauva.com.br/wp-content/uploads/2010/03/romeu-e-julieta.jpg. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o trecho reescrito da mensagem de Julieta apresenta
ideia de causa.
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
• Foi tão grande o prazer de contar aquelas histórias, que senti ódio de mim
mesmo por ter vivido meio século sem escrever livros.
a) finalidade e causa.
b) causa e conformidade.
c) consequência e alternância.
d) conformidade e consequência.
e) alternância e finalidade.
232) Concurso: Of Prom/MPE SP/I/2016 Banca: VUNESP
a) senão.
b) desde que.
c) embora.
d) pois.
e) mas.
a) modo.
b) tempo.
c) causa.
d) adição.
e) consequência.
Cartas de Amor
Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época,
estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei
meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente
dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas ―ao colega da tarde‖. E era uma
carta de amor. De amor, não; de paixão. Paixão incontida, transbordante, a carta
de uma alma sequiosa de afeto, ________________ o jovem escritor não teve a
menor dificuldade de enviar a resposta.
Iniciou-se, assim, uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se
interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o
ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à
conclusão de que precisava conhecer minha correspondente, aquela bela da manhã
que me encantava com suas frases.
Mas… Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma
moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes
especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico.
Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente
apaixonada.
Optei, portanto, pelo mistério, pelo ―nunca vi, sempre te amei‖. A minha história de
amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes
histórias de amor.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Vocabulário:
Arroubos: impulsos
Epistolares: relativos à carta
Grafologia: estudo das formas das letras
a) comparação e oposição.
b) finalidade e explicação.
c) proporção e adição.
d) finalidade e conclusão.
e) proporção e conclusão.
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando
estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou daquele que nos
hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um
nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que
nos conquistou.
Eu era criança, não lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital
amanhecera. Dava para sentir o calor da luz do sol e o silêncio que pairava no
ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia
uma vitrola e, para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha
cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com
canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou
grande afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e
loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia
que, apesar de estar diante de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela
sai do quarto para outras tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico
vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do prédio da
Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior
sentimento que se expressa é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente
eu estava presente. Não demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse
outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o carinho e o afeto que
Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida,
fecho meus olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia
seguinte, e no lugar do afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém
em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana
que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que
ela não viria mais.
c) Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela.
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre ―As vantagens de ser
mãe de menina‖ ou ―Por que é bom ser mãe de menino‖: ―meninos não têm
frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais corajosos‖, ―elas são mais
choronas‖ e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de
gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu
filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em
listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar
dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros,
escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai
sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha,
não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a
ideia de que os meninos são mais ―aventureiros‖ e ―danados‖ e as meninas mais
―cuidadosas‖. Fazemos as meninas mais infelizes, isso sim.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que
podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os
carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer
que ―tudo bem‖ as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as
bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois
de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma
pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para
que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era
fabricado: só havia pias rosa e lilás. ―Esse brinquedo é de menina‖, alertou a
vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não
percebido o ―engano‖ ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa
lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e
panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu
filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma
cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão:
―Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa
em ordem?‖ E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao
acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: ―As vantagens de ser mãe de
uma criança feliz.‖ É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não
determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”.
Disponível em: <vida estilo.estadao.com.br>. Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
Na passagem – Meu filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que,
aliás, para ele é só uma cor, como outra qualquer. –, o termo destacado
estabelece relação de sentido de
Após o fim de um relacionamento, um amigo fez uma viagem às Ilhas Maldivas. Foi
sozinho para um hotel fantástico, onde pretendia passar seu aniversário
calmamente. Por tradição, o hotel comemora o aniversário dos hóspedes e, ao final
de seu jantar, uma comitiva de garçons com um bolo de velas acesas aproximou-se
de sua mesa solitária cantando ―Happy birthday‖. Foi um horror suportar os olhares
de piedade dos turistas nas outras mesas.
A pessoa sozinha é vista como uma fracassada. Há algo de errado com ela,
pensam. No passado, o maior terror das garotas era ficar para tia, ou seja,
solteirona. Era ela quem cuidava dos pais velhinhos. Depois, ia morar na casa de
algum irmão ou irmã, onde era tratada como um estorvo, embora cozinhasse,
lavasse e passasse. Na divisão da herança, ficar com um pedaço de terra para quê,
se era sozinha? No máximo, um enfeite de porcelana que pertencera à mãe.
Uma família é definida pelo encontro de duas pessoas que se amam e constroem
um lar. Mas se as famílias estão mudando, o amor também não? A transformação
começa já no vocabulário. Antes namorada era alguém com quem se pretendia um
compromisso. Hoje, pode ser simplesmente uma pessoa com quem o rapaz esteja
saindo, uma espécie de amiga íntima, sem outros planos. Um casal se apresenta
como ―meu marido‖ e ―minha mulher‖. Mas de fato seriam, no conceito de
antigamente, namorados. Estão juntos, mas em casas separadas. As palavras
foram se tornando fluidas. "Ficar‖ é uma agarração sem compromisso. ―Ficante‖ é
alguém que se vê até com frequência, mas não é namoro. Mas a ficante às vezes é
apresentada como namorada ou mulher. Apresenta-se uma amiga que de fato é
namorada. Alguém fala em amante? É namorada. Ou até noiva. Mas o noivado não
é resultado de um compromisso. Só de um dia especialmente mais amoroso. Assim
como ―noivaram‖, param de se falar. Ou a pessoa diz que está namorando. E
depois descubro que ainda não conheceu o par. É só pela internet.
A confusão de significados mostra que o amor romântico, a união de duas almas
dos poetas, está desaparecendo. As pessoas sonham com ele. Mas relacionamentos
são fluidos. Basta uma noite para dizerem que estão casadas! Ninguém suporta
ficar sozinho. Cada vez com mais frequência, ficam sozinhas junto com alguém! Ou
se apaixonam, mas só dura algumas semanas. O amor não é duradouro nem fator
de união das famílias, como no passado. Para ―casar‖, basta emprego. Mas se os
dois têm, é fácil separar. Não é necessário um par para sobreviver. Mas todo
mundo quer um amor, dá para entender? Ninguém quer ser o solitário num
restaurante no dia do aniversário. Só que eu vejo, cada vez mais, as pessoas tendo
relações fugazes. E já se preparam para uma vida solitária, de eternos
―namorados‖.
a) causa.
b) concessão.
c) condição.
d) consequência.
e) justificativa.
(Veja, 17.06.2015)
a) comparação e conclusão.
b) causa e explicação.
c) conformidade e oposição.
d) comparação e explicação.
e) causa e conclusão.
243) Concurso: Ag SR/ODAC/2016 Banca: VUNESP
Passarinho
a) Ainda que
b) Desde que
c) Mesmo que
d) Assim que
e) Depois que
244) Concurso: Ass Adm I/UNESP/Campus Araraquara/2016 Banca: VUNESP
Sem ilusionismo
Muita gente acredita que mudar o sistema previdenciário do país é uma forma de
submissão do governo aos desejos inescrupulosos do mercado financeiro e dos
fiscalistas de plantão. Ledo engano.
Então, chegamos à segunda opção: a tesoura. ―Mas como cortar despesas num país
tão carente?‖, ponderam alguns. ―Como propor mais tempo de trabalho para quem
está próximo de encostar a chuteira?‖, questionam outros. O caminho do equilíbrio
nunca foi uma via fácil.
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
a) tempo simultâneo.
b) tempo futuro.
c) comparação.
d) tempo passado.
e) conclusão
246) Concurso: Ag EVP/SAP SP/2015 Banca: VUNESP
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se
manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque
você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta
um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários
xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você.
Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de
hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha
social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência
humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com
suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um
lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no
nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil
abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de
moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí
exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar
alguma cumplicidade. Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso
em: 27 jan 2015. Adaptado)
a) tempo.
b) adição.
c) causa.
d) condição.
e) finalidade.
248) Concurso: Esc/TJ SP/2015 Banca: VUNESP
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união
estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí
acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com
a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo
apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o
erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras
estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*),
sempre acompanhada de assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen
– quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão
que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra
moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato).
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras.
Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa
palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente
inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer
ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
a) Contanto que não sejam grudadas por um hífen, algumas palavras dependem de
outras.
c) Algumas palavras dependem de outras, quando não são grudadas por um hífen.
e) Desde que não sejam grudadas por um hífen, algumas palavras dependem de
outras.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união
estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí
acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com
a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo
apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o
erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras
estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*),
sempre acompanhada de assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen
– quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão
que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra
moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato).
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras.
Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa
palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente
inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer
ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
Um sonho de simplicidade
Então, de repente, no meio dessa desarrumação feroz da vida urbana, dá na gente
um sonho de simplicidade. Será um sonho vão? Detenho-me um instante, entre
duas providências a tomar, para me fazer essa pergunta. Por que fumar tantos
cigarros? Eles não me dão prazer algum; apenas me fazem falta. São uma
necessidade que inventei. Por que beber uísque, por que procurar a voz de mulher
na penumbra ou amigos no bar para dizer coisas vãs, brilhar um pouco, saber
intrigas?
A vida bem poderia ser mais simples. Precisamos de uma casa, comida, uma
simples mulher, que mais? Que se possa andar limpo e não ter fome, nem sede,
nem frio.
Que restaurante ou boate me deu o prazer que tive na choupana daquele velho
caboclo do Acre? A gente tinha ido pescar no rio, de noite. Puxamos a rede
afundando os pés na lama, na noite escura, e isso era bom. Quando ficamos bem
cansados, meio molhados, com frio, subimos a barranca, no meio do mato, e
chegamos à choça de um velho seringueiro. Ele acendeu um fogo, esquentamos um
pouco junto do fogo, depois me deitei numa grande rede branca – foi um carinho
ao longo de todos os músculos cansados. E então ele me deu um pedaço de peixe
moqueado. Que prazer em comer aquele peixe e ficar algum tempo a conversar,
entre grilos e vozes distantes de animais noturnos.
Seria possível deixar essa eterna inquietação das madrugadas urbanas, inaugurar
de repente uma vida de acordar bem cedo? Mas para instaurar uma vida mais
simples e sábia, então seria preciso ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse
comércio de pequenas pilhas de palavras, esse ofício absurdo e vão de dizer coisas,
dizer coisas… Seria preciso fazer algo de sólido e de singelo; tirar areia do rio,
cortar lenha, lavrar a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo, mas
deixasse a alma sossegada e limpa.
(Rubem Braga. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Record, 1982. Adaptado)
Considere esta passagem, que encerra o texto:
Chicungunha
Como se a dengue fosse pouco, bate à porta o vírus chicungunha, transmitido pelo
mesmo mosquito.
No Brasil, o Ministério da Saúde contabilizou 337 casos no dia 11 de outubro,
número que saltou para 824 em duas semanas, distribuídos principalmente entre
Oiapoque, no Amapá, Feira de Santana e Riachão do Jacuípe, na Bahia.
A disseminação rápida é atribuída à ausência de imunidade na população e à
distribuição dos mosquitos-vetores capazes de transmitir o vírus: Aedes aegypti e
Aedes albopictus, os mesmos da dengue.
O nome chicungunha veio da língua Kimakonde, com o significado de ―homem que
anda arqueado‖, referência às dores articulares da enfermidade.
Como a história da dengue e da febre amarela, a do chicungunha é indissociável do
comportamento humano. O aquecimento e a seca que assolaram o norte da África
há 5 000 anos forçaram espécies ancestrais dos mosquitos a adaptar-se
___________ ambientes ___________ os homens armazenavam água.
A febre chicungunha, que emergiu na África, chegou ___________ Ásia e
___________ Américas.
O chicungunha já é uma ameaça para nós, como demonstra a velocidade de
disseminação na Bahia e no Amapá.
(Folha de S.Paulo, 15 nov. 2014. Adaptado)
Leia as frases:
a) conformidade e comparação.
b) comparação e oposição.
c) conformidade e explicação.
d) comparação e conformidade.
e) causa e condição.
Atitude
Durante uma bebida de chá no entardecer do dia, Tao pergunta para o seu mestre:
— Mestre, o que há dentro de todos nós que nos permite fazer certas escolhas na
vida?
O mestre fala: — Somos como essas duas xícaras, uma delas é o amor e a outra é
o ódio, ambas vivem dentro de nós.
O termo como, na frase — Somos como essas duas xícaras, uma delas é o amor e
a outra é o ódio, ambas vivem dentro de nós. —, estabelece relação de
a) proporção.
b) comparação.
c) finalidade.
d) condição.
255) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2015 Banca: VUNESP
(Pancho. www.gazetadopovo.com.br)
A passagem – Não pode ouvir sirene da polícia, larga tudo e sai correndo... – está
corretamente reescrita, com as relações de sentido preservadas, em:
Número de armas
Em boa hora uma pesquisa realizada pelo Ministério Público de São Paulo e pelo
instituto Sou da Paz vem solapar ao menos dois argumentos tão incorretos quanto
frequentes nas discussões relativas à área da segurança pública.
Primeiro, a maior parte das armas com as quais se praticam crimes em território
paulista não tem sua origem no exterior, mas na própria indústria brasileira.
Ocorre que, se os artefatos utilizados nos crimes são nacionais, isso significa que
um dia eles foram vendidos legalmente no país.
b) ... não tem sua origem no exterior, mas na própria indústria brasileira. (segundo
parágrafo)
c) ... sobe para 82% quando se levam em conta somente artefatos confiscados
vinculados a roubos... (terceiro parágrafo)
Bem vejo que me podeis dizer, Senhor, que a propagação de vossa Fé e as obras
de vossa glória não dependem de nós, nem de ninguém, e que sois poderoso,
quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de Abraão. Mas também a
vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que depois
de Adão não criastes homens de novo, que vos servis dos que tendes neste Mundo,
e que nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores. Assim o fizestes
na parábola do banquete. Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e
porque eles se escusaram e não quiseram vir, então admitistes os cegos e mancos,
e os introduzistes em seu lugar: Caecos et claudos introduc huc. E se esta é, Deus
meu, a regular disposição de vossa providência divina, como a vemos agora tão
trocada em nós e tão diferente conosco? Quais foram estes convidados e quais são
estes cegos e mancos? Os convidados fomos nós, a quem primeiro chamastes para
estas terras, e nelas nos pusestes a mesa, tão franca e abundante, como de vossa
grandeza se podia esperar. Os cegos e mancos são os luteranos e calvinistas, cegos
sem fé e mancos sem obras, na reprovação das quais consiste o principal erro da
sua heresia. Pois se nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem
duvidamos de vir, antes rompemos por muitos inconvenientes em que pudéramos
duvidar; se viemos e nos assentamos à mesa, como nos excluís agora e lançais
fora dela e introduzis violentamente os cegos e mancos, e dais os nossos lugares
aos hereges? Quando em tudo o mais foram eles tão bons como nós, ou nós tão
maus como eles, por que nos não há-de valer pelo menos o privilégio e
prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que trocais os estilos de vossa
providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.
(Padre Antonio Vieira, Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda).
a) ... e que sois poderoso, quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de
Abraão.
= ... e que sois poderoso, conquanto faltem homens, para fazer das pedras filhos
de Abraão.
b) ... nos têm ensinado que depois de Adão não criastes homens de novo...
= ... nos têm ensinado aonde depois de Adão não criastes homens de novo...
= Embora nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem duvidamos de
vir…
A expressão ―... com a sinfonia dos pardais.‖ estabelece na oração relação cujo
sentido é de
a) condição.
b) consequência.
c) intensidade.
d) causa.
e) comparação.
O Dedo
Inclinara-me para ver o estranho objeto quando notei o pequeno feixe de fibras
emergindo na areia banhada pela espuma. Quando recorri aos óculos é que vi: não
era algodão mas uma vértebra meio descarnada – a coluna vertebral de um grande
peixe? Fiquei olhando. Espera, mas o que seria aquilo? Um aro de ouro? Agora que
a água se retraíra eu podia ver um aro de ouro brilhando em torno da vértebra,
enfeixando as fibras que tentavam se libertar, dissolutas. Com a ponta do cipó,
revolvi a areia. Era um dedo anular com um anel de pedra verde preso ainda à raiz
intumescida. Como lhe faltasse a última falange, faltava o que poderia me fazer
recuar; a unha. Unha pintada de vermelho, o esmalte descascando, acessório fiel
ao principal até no processo de desintegração. Unha de mulher burguesa, à altura
do anel
A dona do dedo? Mulher rica e de meia idade que as jovens não usam joias, só as
outras. Afogada no mar? A onda começou inocente lá longe e foi se cavando cada
vez mais alta, mais alta, Deus meu! A fuga na água e a praia tão longe, ah! mas o
que é isso?... Explosão de espuma e sal. Sal.
Nos períodos – Como lhe faltasse a última falange, faltava o que poderia me fazer
recuar; a unha. – e – Mulher rica e de meia idade que as jovens não usam joias, só
as outras. –, as conjunções em destaque expressam, respectivamente, sentido de
a) conformidade e conclusão.
b) causa e consequência.
c) comparação e conclusão.
d) causa e explicação.
Leia a charge.
O cimo da montanha
Quem escapa a um perigo ama a vida com outra intensidade. Entrei a amar Virgília
com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder, e a mesma coisa lhe
aconteceu a ela. Assim, a presidência não fez mais do que avivar a afeição
primitiva; foi a droga com que tornamos mais saboroso o nosso amor, e mais
prezado também. Nos primeiros dias, depois daquele incidente, folgávamos de
imaginar a dor da separação, se houvesse separação, a tristeza de um e de outro, à
proporção que o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre nós; e,
semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço das mães, para fugir a uma
simples careta, fugíamos do suposto perigo, apertando-nos com abraços.
— Meu amor!
— Tu és minha, não?
— Tua, tua...
* personagem principal das Mil e uma noites, em que é a narradora que conta ao sultão as histórias
que vão adiando a sentença de morte dela.
(1998, p. 128-129)
Classe de Palavras
(Bill Watterson. Existem tesouros em todo lugar: as aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo,
Conrad Editora do Brasil, 2013)
a) do mesmo jeito.
b) tudo no computador.
c) depois digitar.
d) um computador.
e) tanto barulho.
264) Concurso: Ag/Pref Itapevi/Manutenção/2019 Banca: VUNESP
Vizinhos
Fabrício ainda se sentia irritado com a cara de pau da vizinha e ficou desconfiado
com o destino do empréstimo. Não quis se meter no assunto, embora considerasse
que Beatriz tinha sido ingênua ao emprestar o abajur. Logo mais estariam pedindo
o sofá, as cortinas, a máquina de lavar, as cadeiras, o fogão, a geladeira... Não
teria fim a ciranda de favores.
Entretanto, no dia seguinte a vizinha voltou com o abajur e mais um vaso com
flores muito perfumadas para retribuir a gentileza de Beatriz. Quando Fabrício
olhou para as flores no centro da mesa, sentiu o perfume em seu rosto.
Arrependeu-se de pensar e desejar o pior, pensando no quanto a confiança é
perfumada.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
A alternativa em que a palavra destacada dá uma qualidade ao vocábulo anterior é:
a) visita inesperada.
b) uma visita.
c) estavam jantando.
d) um abajur.
e) não estranhou.
a) modo.
b) tempo.
c) afirmação.
d) intensidade.
e) comparação.
266) Concurso: Aux Lg/CM Itanhaém/2017 Banca: VUNESP
E pensava-se que nalgum lugar, muito longe, deveria haver num velho poste uma
tabuleta qualquer
Ah! depois nos ensinaram que o mundo não tem fim e não havia remédio senão
irmos andando às tontas como formigas na casca de uma laranja.
Como era possível, como era possível, meu Deus, viver naquela confusão?
a) indefinição e lugar.
b) especificação e modo.
c) indeterminação e modo.
d) qualidade e lugar.
e) indefinição e direção.
267) Concurso: Aux Esc/Pref Marília/2017 Banca: VUNESP
(http://www.ivoviuauva.com.br/wp-content/uploads/2010/03/romeu-e-julieta.jpg. Adaptado)
Supondo que Julieta tratasse Romeu por ―você‖ e optasse por seguir a norma-
padrão da língua portuguesa, sua mensagem seria:
a) Romeu, fique esperto: Não estou morta, é sonífero! Faz parte do plano pra
ficarmos juntos. Depois explico-o, gato!
b) Romeu, fique esperto: Não tô morta, é sonífero! Faz parte do plano para
ficarmos juntos. Depois explico-lhe, gato!
c) Romeu, fique esperto: Não estou morta, é sonífero! Faz parte do plano para
ficarmos juntos. Depois lhe explico, gato!
d) Romeu, fica esperto: Não tô morta, é sonífero! Faz parte do plano para ficarmos
juntos. Depois lhe explico, gato!
e) Romeu, fica esperto: Não estou morta, é sonífero! Faz parte do plano pra
ficarmos juntos. Depois explico-o, gato!
Colocação pronominal
Minha avó gostava de festa. Minha mãe gosta de festa. Eu gosto de festa.
Quando penso em dar uma festa, meu coração se anima. Muitas vezes, no meio da
lista de convidados e acepipes, tenho vontade de desistir diante da trabalheira da
empreitada.
Respiro, me lembro das últimas festas que dei, penso na minha avó e na minha
mãe em seus mistos de alegria e tensão, e acabo seguindo em frente.
Há que passar adiante o ―Parabéns pra Você‖, mesmo que no meio da canção tudo
pareça engraçado e sem sentido. Vale a pena. Nunca me arrependi de dar uma
festa. No mínimo, fico feliz de ver meus vários afetos misturados em minha casa,
conversando entre si, se juntando em tranças que retornam ao novelo do meu
coração.
Não sei direito o porquê, mas tenho especial prazer em ver o namorado da filha da
minha amiga em papo animado com a minha sogra, por exemplo. Improváveis
misturas humanas a partir de mim. Foi assim que meu pai fez amizade com a mãe
do segundo marido de minha mãe.
Tuta era uma senhora sacudida. Sempre de salto alto, se maquiava muito, punha
flores no cabelo, fazia discursos, cantava e tocava piano.
Tinha passado a maior parte da vida longe da família e foi resgatada por minha
mãe, que, inconformada e antes tarde do que nunca, decidiu presentear seu marido
com o reencontro emocionado com a mãe desgarrada. Tuta passou, então, a
frequentar as festas da família.
Conviveu com o filho, a nova nora e os parentes que pouco conhecia durante algum
tempo, até que Fernando se foi. Viúva, minha mãe herdou de seu amado a mãe
excêntrica, que continuou a fazer seus discursos, a tocar e a cantar nas festas lá de
casa até seus 98.
Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que ―gostava de ler‖ e comprava ―muitos
livros‖. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que
―gostava de todas‖, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah,
sim? Comentei que também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a
usar apenas o serviço de aplicativos. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a
informação. Virou-se para mim e disse: ―Entendi. O senhor tem razão‖.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas
ou despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso
muito bem entendê-las porque também não tenho o menor interesse por
automóveis, pela alta cozinha ou pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho
que qualquer prato melhora com um ovo frito por cima e, quando me mostram
alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e mando a imagem para
o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão
fascinante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma
personalidade. São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de
fotos, de autoajuda, infantis, o que você quiser. O que se despendeu de esforço
intelectual para produzi-los e em tal variedade é impossível de quantificar. Cada
livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que cada autor
conseguiu dar.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber
quem somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
a) Se acredita que Bartleby tenha morrido por inanição, de acordo como foi
encontrado.
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
d) As redes sociais deixam você infeliz./ As redes sociais lhe deixam infeliz.
Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte
comentário: ―É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau,
o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever‖.
Por quê? Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do
leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: ―Saber escrever é
uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…‖
Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda
pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.
Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos
falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais
delegado à inteligência artificial.
a) Talento literário é raro mesmo, e onde vivemos é comum ouvir que dificilmente
encontramo-lo por aí.
d) Ele pediu para voltarmos ao lugar onde encontramo-nos pela primeira vez.
e) Ela não ofereceu-nos uma fórmula para resolver nossos problemas emocionais.
276) Concurso: Esc/TJ SP/2018 Banca: VUNESP
A linguagem fez-se para que nos sirvamos dela, não para que a sirvamos a ela.
Estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no
Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número
de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014,
para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com
outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem
melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida.
Por isso, o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país.
Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a
primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente
ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em
democracias capitalistas. Para piorar, descobrimos recentemente que
subestimávamos o problema.
(Época, 13.11.2017)
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
• Lanço um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem
uma crônica.
d) Sem estudo, Newton não teria explicado a gravidade. / Sem estudo, Newton
não teria explicado-a.
Não pretendo alimentar a ideia de que as mulheres são as piores inimigas das
mulheres, mas provocar uma reflexão sobre os mecanismos que fazem com que a
lógica da dominação masculina seja reproduzida também pelas mulheres. Nessa
lógica, como argumentou Pierre Bordieu, os homens devem ser sempre superiores:
mais velhos, mais altos, mais fortes, mais poderosos, mais ricos, mais
escolarizados. Essa lógica constitui as mulheres como objetos, e tem como efeito
colocá-las em um permanente estado de insegurança e dependência. Delas se
espera que sejam submissas, contidas, discretas, apagadas, inferiores, invisíveis.
c) ... seria mais confortável suportar uma escravidão cega do que trabalhar ...
[suportar-lhe]
Por que o criador do botão „curtir‟ do Facebook apagou as redes sociais do celular
A tecnologia só deve prender nossa atenção nos momentos em que nós queremos,
conscientemente, prestar atenção nela. ―Em todos os outros casos, deve ficar fora
do nosso caminho.‖
Quem afirma não é um dos críticos tradicionais das redes sociais, mas justamente o
executivo responsável pela criação do botão ‗curtir' nos primórdios do Facebook, há
mais de dez anos.
Interrogado se ele se arrepende por ter criado a fonte da distração que hoje tanto
critica, responde: ―Nenhum arrependimento. Sempre que se tenta progredir,
haverá consequências inesperadas. Você tem que ter humildade e ter muita
atenção no que acontece depois, para fazer mudanças conforme for apropriado‖.
a) Ao questionarem-o.
b) Ao perguntarem-lhes.
c) Ao os perguntarem.
d) Ao questionarem-nos.
e) Ao lhe perguntarem.
282) Concurso: VUNESP - APP/PC SP/2018 Banca: VUNESP
A reescrita de ―... ninguém diz para ele o que fazer.‖ e ―... as pessoas devem
expressar sua individualidade...‖, com as expressões destacadas substituídas por
pronomes, em conformidade com a norma-padrão da língua, resulta,
respectivamente, em:
a) ninguém o diz o que fazer / as pessoas devem-na expressar.
b) ninguém diz-lhe o que fazer / as pessoas devem expressá-la.
c) ninguém lhe diz o que fazer / as pessoas devem expressar-lhe.
d) ninguém lhe diz o que fazer / as pessoas devem expressá-la.
e) ninguém diz-lhe o que fazer / as pessoas devem a expressar.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.
Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou
exortá-los:
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.
Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou
exortá-los:
A alternativa que reescreve o trecho ―O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.‖,
de acordo com a norma padrão de emprego e colocação de pronome, é:
a) O juiz então ordenou que lhe fuzilassem.
b) O juiz então ordenou que fuzilassem-lhe.
c) O juiz então ordenou que fuzilassem-o.
d) O juiz então ordenou que fuzilassem ele.
e) O juiz então ordenou que o fuzilassem.
286) Concurso: Ag Tel Pol/PC SP/2018 Banca: VUNESP
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que
comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do
microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam
só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de
quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava
bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai
mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as
outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a
moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do-rato? Morreu.
Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela
não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a
menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela?
A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A
propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui
uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De
qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado
com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe
deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto.
Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que
desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o
brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata, minha filha? Vai ali para a
esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que
a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E
dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone.
Observe as passagens:
Tomou querosene? [...] Ontem esteve aqui uma que tomou com guaraná. Diz
que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei.
Olha um homem! Homem é raro aqui. [...] Está desenganado. É câncer? Não
sabe o que é. Quem foi que desenganou?
a) Não sei, nunca lhe provei. / Quem foi que desenganou você?
d) Não sei, nunca provei ele. / Quem foi que desenganou ele?
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
Considere as frases:
a) recuperá-los; a avaliam.
b) recuperá-los; as avaliam.
c) recuperar-lhes; avaliam-na.
d) os recuperar; avaliam-lhe.
Fui ver o filme sob muita expectativa, como todo o povo negro ao redor do mundo
indo para as salas de cinema vestidos com suas melhores roupas — acho que eu
nunca fui tão arrumada ver um filme —, como se fosse uma ocasião muito especial.
E de fato foi.
Diante disso, desde quando vi o trailer do filme pela primeira vez, eu não parei de
pensar em um ponto importantíssimo: as crianças negras.
Uma amiga me mostrou uma foto no Instagram que fez meu coração esquentar de
felicidade: o seu filho, diante do cartaz do filme, vestido de Pantera Negra, com um
sorriso enorme no rostinho. Uma busca rápida pela hashtag #BlackPanther, e o
resultado são várias fotos de crianças com seus pais e responsáveis, meninos e
meninas negras, de várias partes do mundo, sorrindo, usando com orgulho
camisetinhas com o herói da vez estampado ou com a máscara do rei T‘Challa
cobrindo seus rostinhos, da mesma forma que o filho dessa minha amiga.
Eu confesso que saí da sala do cinema sentindo um alívio imenso, porque talvez eu
também tenha sido uma criança que precisava dessa carga de representatividade.
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
―Quando você começa com uma empresa ética, apegada à sua missão, e remove a
ética, isso cria um problema‖, disse Tiffany Li, pesquisadora da escola de direito da
Universidade Yale. ―Se o Google tiver uma versão de seu serviço de buscas aberta à
censura, para a China, outros países pedirão a mesma coisa‖, afirmou.
d) Quando perguntei-lhe do Ricardo, meu amigo disse que não tinha visto mais ele.
e) Não sabia se era para mim dizer que estava com saudade ou não, mas o disse.
a) perdoá-lo … que
b) perdoar-lhe … à qual
c) perdoar ele … o qual
d) perdoá-lo … cujo
e) perdoar ele … aonde
296) Concurso: Tec/CRBio 01/2017 Banca: VUNESP
Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente
uma das características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a
tendência de simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem
vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher
seus frutos.
Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser
frustrantes.
Autobiografia e memória
Rita Lee acaba de publicar um livro delicioso, que chamou de Uma autobiografia. É
uma narrativa, na primeira pessoa, de sua vida como mulher e cantora, escrita com
humor e franqueza incomuns em artistas brasileiros do seu porte.
Exemplos. Foi presa grávida e salva por Elis Regina de abortar. Teve LPs lançados
com faixas riscadas a tesoura pela Censura.
É um apanhado e tanto, com final feliz. Mas será uma ―autobiografia‖? Supõe-se
que uma autobiografia seja uma biografia escrita pela própria pessoa, não? E será,
mas só se ela usar as armas de um biógrafo, entre as quais ouvir um mínimo de
200 fontes de informações. Na verdade, a ―autobiografia‖, entre nós, é mais uma
memória, em que o autor ouve apenas a si mesmo.
Não há nenhum mal nisto, e eu gostaria que mais cantores publicassem suas
memórias. Mas só uma biografia de verdade oferece o quadro completo. No livro de
Rita, ela fala, por exemplo, de um show na gafieira Som de Cristal, em 1968, com
os tropicalistas e astros da velha guarda. Na passagem de som, à tarde, Sérgio e
Arnaldo, ―intencionalmente, ligaram os instrumentos no volume máximo, quase
explodindo os vidros da gafieira‖, e o veterano cantor Vicente Celestino ―lá
presente, teve um piripaque‖. Fim.
Uma biografia contaria o resto da história – que Celestino foi para o Hotel
Normandie, a fim de se preparar para o show, e lá teve o infarto que o matou.
a) ... mas só se ela usar as armas de um biógrafo... (3º parágrafo) → ... mas só
se ela usar-las...
b) ... gostaria que mais cantores publicassem suas memórias. (4º parágrafo) →
... gostaria que mais cantores publicassem-as.
c) Rita Lee acaba de publicar um livro delicioso... (1º parágrafo) → Rita Lee
acaba de publicar-lhe ...
Assinale a alternativa em que a frase baseada nas falas dos quadrinhos apresenta
emprego e colocação de pronomes de acordo com a norma-padrão.
a) A menina afirmou ao garoto que poderá processar ele, caso este não ajudar-lhe
com a lição de casa.
Para a professora de língua portuguesa Íris Gardino, é essencial saber qual é o grau
de formalidade necessário para os comunicados de trabalho. ―Normalmente, as
pessoas não recebem qualquer formação para lidar com essas situações. Alguns
exageram em formalismos desnecessários e outros acabam escrevendo como se
estivessem em um bate-papo com amigos.‖
a) … não a recebem.
b) … não recebem-na.
d) … não o recebem.
e) … não recebem-no.
Somos clientes antigos do lugar. Vamos tanto que até conhecemos os donos.
Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho.
―Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV‖, disse um dos proprietários.
―Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai
embora.‖
Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez mais
difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV nas
paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro que
já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão. Mas
não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa sobre
plantação de orégano a conversar.
Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer
tentativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as
caixas cobriam toda a área do lugar.
Perdemos outro de nossos restaurantes favoritos. Uma pena. Mas tenho certeza de
que o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta.
b) Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho. → Perguntei por que
haviam decidido instalá-la.
e) … o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta. → … o lugar, agora com
TV, não vai sentir-lhe.
Cidades inovadoras
Se uma cidade criativa fosse uma simples soma aritmética, os termos seriam:
tecnologia, tolerância, talentos e tesouros. A equação original, cunhada pelo
urbanista americano Richard Florida, continha os três primeiros ―tês‖. O último é
acréscimo do engenheiro e professor brasileiro Victor Mirshawka, autor de ―Cidades
Criativas‖.
De acordo com Mirshawka, o uso da tecnologia nas cidades não se reduz ao
universo digital. Inclui também iniciativas que têm impacto direto no cotidiano da
população.
Ele cita Barcelona, que implementou o sistema de captação de lixo por tubos. A
medida levou à redução no número de caminhões de coleta, com consequências
positivas no trânsito.
Os itens tolerância e talentos, por sua vez, estão intimamente ligados. O primeiro,
diz o autor, abarca temas como orientação sexual e migração. ―Essa mescla,
envolvendo várias religiões e costumes, permite diversidade, com resultados em
campos como gastronomia e música.‖
―Nesse sentido, a cidade com mais talentos do mundo é Boston (EUA.), que tem
350 mil estudantes em instituições como Harvard e MIT. Metade dos alunos são
estrangeiros e, obviamente, os americanos ganham com isso.‖
Por último, há os tesouros, que são tanto obras humanas (museus e monumentos)
quanto da natureza (rio Amazonas e cataratas do Iguaçu). Essas atrações, diz
Mirshawka, geram ―visitabilidade‖, fator fundamental para as cidades criativas. ―A
grande questão é como fazer com que as pessoas queiram estar na sua cidade.‖
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que,
em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada
dizendo ―Eu sou prafrentex!‖.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava
comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um
grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito.
Houve época em que era ―pão‖, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e
meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: ―Ai, que pão!‖.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica
difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de ―boko moko‖, criado por uma marca de refrigerante para
rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona
vale? Ou devo dizer ―out‖, como na década de 90?
Que adolescente aceitaria hoje ir a um ―mingau dançante‖? Vão para a balada, para
a ―night‖. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde! Muita
gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas
esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se
fala ―hype‖ para indicar algo que no passado foi ―in‖. Ou que alguém é ―fashion‖,
para dizer que está ―nos trinques‖, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!
a) O termo ―boko moko‖ foi criado para rotulá-las de cafona porque não tomavam-
na.
b) O termo ―boko moko‖ foi criado para rotulá-las de cafona porque não a
tomavam.
c) O termo ―boko moko‖ foi criado para as rotular de cafona porque não lhe
tomavam.
d) O termo ―boko moko‖ foi criado para rotular-lhes de cafona porque não
tomavam-na.
e) O termo ―boko moko‖ foi criado para lhes rotular de cafona porque não a
tomavam.
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
b) ... meio século sem escrever livros. → ... meio século sem escrevê-los.
d) ... livro que reúne entrevistas e textos de Ernest Hemingway... → ... livro
que reúne-as...
Leia a tirinha.
Até muito pouco tempo atrás, seria inimaginável ciência e religião, duas maneiras
de pensar o mundo tão diferentes, caminharem na mesma direção. Uma das
primeiras teorias a pô-las lado a lado é do início de 2000. A fé, assim como as
religiões surgidas em torno dela, seria um ingrediente seminal para a evolução da
espécie humana. O homem, o único ser vivo com a capacidade de ter consciência
da finitude, precisaria recorrer a algo maior e impalpável para conviver com tal
ideia. Além disso, as religiões estimulam a solidariedade e a compaixão,
sentimentos que levariam à proteção em momentos de risco, como procura por
comida, guerras e catástrofes naturais.
O rompimento entre ciência e religião não é tão antigo. Ocorreu no século XVIII,
com o iluminismo. Despontado na França, o movimento viu na razão e no
progresso científico um instrumento de emancipação do homem, pondo os dogmas
cristãos em xeque. A igreja reagiu, fazendo publicar a primeira encíclica da história,
reforçando questões cruciais para ela. O ponto máximo da cisão ocorreu no século
XIX, quando Charles Darwin negou o criacionismo, definindo a clássica teoria da
evolução das espécies.
a) Ciência e religião: não era possível imaginar elas caminhando na mesma direção.
(Leonardo Padura, Um esforço tão grande para nada. Folha de S.Paulo, 30.01.2016. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas,
respectivamente, com:
Leia a tira.
Leia a tira.
b) trocá-lo ... eu
d) trocar-lhe ... eu
Viver ―no mundo da lua‖ e olhar para a Terra de outras distâncias, de outros
ângulos, não era bem-visto pelos adultos, em geral, e pelos adultos da escola, em
particular.
b) As palavras, que se comunicavam entre si, pareciam ter muitos braços e entre
abraços formavam uma rede invisível.
c) Se dizia, na escola, que eu devia pintar a terra e seus objetos com as cores
verdadeiras da verdade e não com cores inusitadas.
e) Era certo que meus desenhos transformariam-se, mais cedo ou mais tarde, em
luas de papel amassado nas mãos da professora.
315) Concurso: Aj SD/CM Pirassununga/2016 Banca: VUNESP
Nos primeiros dez dias, a onda de lama percorreu 450 km. Na imagem que já
___________, ―cimentou‖ o leito do rio e, por onde _________, levou o
abastecimento de água ao colapso e provocou mortandade de peixes e outros
animais.
___________, como não poderia deixar de ser, quem pagará pela tragédia.
Dia desses, precisei pingar um remédio no nariz e deitei na cama para fazer isso. O
remédio desceu pelas minhas narinas, mas eu não conseguia mais me levantar.
Meu pé foi capturado pela delícia de um raio de sol que costuma atravessar o meu
quarto àquela hora do dia.
Eu fiquei ali parada, deitada sobre a colcha, esquentando os pés enquanto olhava
uns reflexos dançando no teto. Minha cabeça começou a caminhar.
Se não fosse o meu nariz congestionado, não estaria ali. Eu me assustei. Não
conseguia me lembrar de uma única vez que tivesse deitado na minha cama assim,
no meio do dia, sem exata serventia. Uma coisa tão simples, tão boa e por que tão
rara? Por quê? Por que não faço isso mais vezes?
A vida cotidiana sempre me parece excessiva, mas eu também me rendo ao que
parece ser a ordem natural das coisas e vivo correndo de um lado para outro com
meu celular na mão.
Mas aquele dia fiz uma coisa tão banal! Deitei na minha cama de dia e entrei numa
bolha subversiva de calma e prazer. Dei uma rasteira no cotidiano.
Faça o mesmo, caro leitor. Deite-se, ainda que seja por dez minutos. Sem função.
Deite-se para ouvir-se.
Sempre tive uma curiosa inveja desses trabalhadores de praças e jardins que vejo,
depois do almoço, deitados nos tristes gramados urbanos.
Apesar do serviço duro, são capazes de deitar na grama no meio do dia, enquanto
nós continuamos no trânsito passando séculos sem ver uma árvore de baixo para
cima. Quando estou num táxi e vejo um deles, eu me lembro de recostar a cabeça
no banco para, no mínimo, ver uma inédita cidade passando pelo céu.
Pura delícia. Experimente. E se alguém ficar surpreso com sua atitude, diga que
resolveu dar uma rasteira no cotidiano.
a) Dia desses, precisei pingar um remédio no meu nariz. → Dia desses, precisei
pingar-lhe no nariz.
d) Relaxar vendo uma inédita cidade passar pelo céu. → Relaxar vendo-lhe
passar pelo céu.
e) Diga que resolveu dar uma rasteira no cotidiano. → Diga que resolveu dar-lhe
uma rasteira.
317) Concurso: Aux FF II/TCE-SP/2015 Banca: VUNESP
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais
importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo
e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se
afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do
direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula
a balança.
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
Embora causem uma sensação de prazer e bem-estar, os livros não podem ser
encarados como terapia, conforme explicam os arteterapeutas Ana Carmen
Nogueira e Alexandre Almeida. ―Na arteterapia, há um assunto específico a ser
trabalhado e usamos diferentes linguagens, como pintura ou desenho, para que a
pessoa possa se expressar. Os livros de colorir não são terapia, mas são relaxantes
porque ajudam a proporcionar um momento de pura concentração‖, afirmam. Ou
seja, os livros podem até funcionar como um analgésico para situações de estresse,
mas não têm nenhum poder milagroso para curar problemas como depressão e
ansiedade.
Casa
Um brilho
que não sustenta meia volta
no relógio da cozinha.
a) O poeta lembra-se de sua casa, e do momento em que seu irmão tocava piano.
d) Jamais esqueceria-se daquela tarde de sol em que seu irmão tocava piano.
Atitude
Durante uma bebida de chá no entardecer do dia, Tao pergunta para o seu mestre:
— Mestre, o que há dentro de todos nós que nos permite fazer certas escolhas na
vida?
O mestre fala: — Somos como essas duas xícaras, uma delas é o amor e a outra é
o ódio, ambas vivem dentro de nós.
c) Na linguagem figurada do mestre, amor e ódio seriam como duas xícaras que
habitassem-nos.
d) Após o encontro para o chá, Tao certamente dedicaria-se a refletir acerca das
palavras do mestre.
(www.dengue.org.br. Adaptado)
Atendendo à norma-padrão, assinale a alternativa que completa corretamente a
frase quanto à colocação do pronome destacado.
O Dedo
Inclinara-me para ver o estranho objeto quando notei o pequeno feixe de fibras
emergindo na areia banhada pela espuma. Quando recorri aos óculos é que vi: não
era algodão mas uma vértebra meio descarnada – a coluna vertebral de um grande
peixe? Fiquei olhando. Espera, mas o que seria aquilo? Um aro de ouro? Agora que
a água se retraíra eu podia ver um aro de ouro brilhando em torno da vértebra,
enfeixando as fibras que tentavam se libertar, dissolutas. Com a ponta do cipó,
revolvi a areia. Era um dedo anular com um anel de pedra verde preso ainda à raiz
intumescida. Como lhe faltasse a última falange, faltava o que poderia me fazer
recuar; a unha. Unha pintada de vermelho, o esmalte descascando, acessório fiel
ao principal até no processo de desintegração. Unha de mulher burguesa, à altura
do anel
A dona do dedo? Mulher rica e de meia idade que as jovens não usam joias, só as
outras. Afogada no mar? A onda começou inocente lá longe e foi se cavando cada
vez mais alta, mais alta, Deus meu! A fuga na água e a praia tão longe, ah! mas o
que é isso?... Explosão de espuma e sal. Sal.
d) Assim que retraiu-se a água, pude ver um aro de ouro brilhando em torno da
vértebra.
Observe a imagem.
a) Me veja um café com leite por favor. Ou melhor leite com café.
b) Veja-me um café com leite, por favor. Ou melhor, leite com café.
c) Veja-me um café com leite por favor? Ou melhor leite com café!
d) Me veja um café com leite por favor, ou melhor, leite com café.
327) Concurso: Of Leg/CM Araras/2015 Banca: VUNESP
E o diretor-geral, que era tão passivo e humilde com os superiores, quão arrogante
e autoritário com os subalternos, apanhou rapidamente no ar o decreto que o
ministro lhe atirou, em risco de lhe bater na cara […].
a) subalternos.
b) ministro.
c) diretor-geral.
d) arrogante.
e) passivo.
Ter um trabalho nos proporciona estabilidade, ao mesmo tempo em que nos rouba
liberdade na hora de administrar nosso tempo. Essa contradição abre o debate
sobre se trabalhar é uma fonte de felicidade ou infelicidade. A instabilidade
econômica e a chamada quarta revolução industrial, que substituirá o esforço
humano por máquinas, podem nos obrigar a repensar nosso eu profissional. A
filósofa, feminista e autora de repercussão internacional, a britânica Nina Power,
analisa se, em tempos em que o futuro do trabalho é pouco promissor, deveríamos
buscar alternativas.
A felicidade foi devorada pelo capitalismo, Power proclama em seus escritos, nos
quais defende que nos fizeram entender a qualidade de vida como um acúmulo de
posses materiais que obtemos a partir do trabalho. Por isso, em suas intervenções
públicas, ela expõe a possibilidade de ser feliz com novas formas de emprego ou a
ausência dele.
―As novas gerações são as que estão menos de acordo com uma existência laboral
feita de horários impossíveis e salários miseráveis. O capitalismo nos vendeu que o
contrário do trabalho é a vadiagem; mas os mais jovens já não compram essa
ideia. Tampouco acreditam que devamos nos sentir felizes porque nossas longas
jornadas de trabalho nos tornam mais produtivos‖, diz Power.
Com suas ideias, Power não está nos incentivando a abraçar uma vida ociosa, mas
a buscar novas formas de ser autossuficientes no aspecto laboral. Uma das
possibilidades que se apresentam para um futuro próximo é que as máquinas
ocupem boa parte dos trabalhos que agora os humanos desempenham. ―Nesse
caso, seria uma oportunidade para prestar mais atenção a profissões próximas do
cuidado humano, aquelas das quais a inteligência artificial não se pode encarregar.
São trabalhos relacionados com o cuidado de bebês, idosos ou doentes, e que, na
atualidade, são os mais mal pagos e os que permanecem mais ocultos em termos
de reconhecimento social‖, destaca.
―Com suas ideias, Power não está nos incentivando a abraçar uma vida ociosa...‖
(5º parágrafo)
a) produtiva.
b) inativa.
c) atarefada.
d) tumultuada.
e) civilizada.
330) Concurso: Tele/CM Olímpia/2018 Banca: VUNESP
a) grato e contratar.
b) levado e reconhecer.
c) movido e corroborar.
d) favorável e ponderar.
e) contrário e adiantar.
331) Concurso: Aux Adm/SAAE Barretos/2018 Banca: VUNESP
Ele sugere que as curtidas e outros tipos de interação automática são voltados para
a sensação de gratificação de curto prazo, e não geram conversas entre as pessoas.
Palihapitiya diz usar o mínimo possível o Facebook e não permite que seus filhos
acessem a plataforma. Apesar das palavras duras, ele ameniza o discurso dizendo
que a empresa faz o bem no mundo.
a) enfatiza.
b) demonstra.
c) abranda.
d) esclarece.
e) anula.
Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que ―gostava de ler‖ e comprava ―muitos
livros‖. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que
―gostava de todas‖, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah,
sim? Comentei que também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a
usar apenas o serviço de aplicativos. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a
informação. Virou-se para mim e disse: ―Entendi. O senhor tem razão‖.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas
ou despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso
muito bem entendê-las porque também não tenho o menor interesse por
automóveis, pela alta cozinha ou pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho
que qualquer prato melhora com um ovo frito por cima e, quando me mostram
alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e mando a imagem para
o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão
fascinante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma
personalidade. São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de
fotos, de autoajuda, infantis, o que você quiser. O que se despendeu de esforço
intelectual para produzi-los e em tal variedade é impossível de quantificar. Cada
livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que cada autor
conseguiu dar.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber
quem somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
a) verificasse; antiquadas.
b) recebesse; incomuns.
c) refutasse; incultas.
d) percebesse; insolentes.
e) complicasse; rudes.
a) garantido.
b) infalível.
c) eficiente.
d) resguardado.
e) autoconfiante.
336) Concurso: Of Adm/SEDUC SP/2019 Banca: VUNESP
Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que ―gostava de ler‖ e comprava ―muitos
livros‖. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que
―gostava de todas‖, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah,
sim? Comentei que também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a
usar apenas o serviço de aplicativos. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a
informação. Virou-se para mim e disse: ―Entendi. O senhor tem razão‖.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas
ou despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso
muito bem entendê-las porque também não tenho o menor interesse por
automóveis, pela alta cozinha ou pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho
que qualquer prato melhora com um ovo frito por cima e, quando me mostram
alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e mando a imagem para
o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão
fascinante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma
personalidade. São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de
fotos, de autoajuda, infantis, o que você quiser. O que se despendeu de esforço
intelectual para produzi-los e em tal variedade é impossível de quantificar. Cada
livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que cada autor
conseguiu dar.
Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de
algum tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para
congraçar. Aliás, quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber
quem somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
(Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 07.12.2018. Adaptado)
Millennials são iguais aos pais, porém mais pobres, conclui Fed
A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na
análise dos gastos com automóveis, alimentação e moradia. Aos olhos da opinião
pública americana, os jovens da geração Millennial são assassinos em série —
responsabilizados pela morte lenta do queijo processado, do cartão de crédito, do
táxi, do peru de Ação de Graças e até do divórcio. Poucos setores saíram ilesos da
matança cultural promovida pela juventude americana.
Agora surgiram argumentos em sua defesa. Um novo estudo do banco central dos
EUA (Federal Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa
por adorar aplicativos — não é tão diferente dos pais. Essa geração é apenas mais
pobre nesta mesma etapa da vida, já que muitos de seus integrantes chegaram à
idade adulta durante a crise financeira.
Para Marcos Gross, autor do livro Dicas Práticas de Comunicação: Boas Ideias para
os Relacionamentos e os Negócios, são raros os profissionais com essas qualidades,
já que a capacidade de ser assertivo está sujeita a situações de poder no ambiente
corporativo. ―Como ser sincero, quando tenho medo de sofrer retaliações por dizer
o que penso?‖
Mas, pondera, engolir sapos faz mal à saúde. ―Quando um colaborador não se
permite expressar suas opiniões, desenvolve gastrite, dores na coluna, alergias,
hipertensão, estresse, entre outros problemas‖, escreve.
(Camila Pati, “As cinco regras de ouro da boa comunicação”. Exame. Em:
https://exame.abril.com.br. Adaptado)
Bartleby, o escriturário
Não é à toa que Bartleby, o escriturário (ou o escrivão ou Uma história de Wall
Street) é uma obra tão debatida e que deixa tantas pessoas confusas quando de
seu desfecho: há no livro um espaço extremamente propício a especulações e
discussões de toda a sorte, que, de certo modo, parecem conduzir todas, em maior
ou menor medida, a um beco sem saída.
Vamos aos fatos para tentar clarear a situação a respeito do misterioso desfecho de
Bartleby. O conto foi publicado na revista literária Putnam‘s Magazine, pelos idos de
1853, sendo posteriormente incorporado à coletânea de contos The piazza tales, de
1856. Seu autor, Herman Melville, é conhecido do grande público pela obra Moby
Dick.
A perturbação recai sobre o advogado, que decide mudar-se dali, visto que Bartleby
se recusa a deixar o escritório,(D) e seu aspecto fantasmagórico está deixando seus
nervos à flor da pele.
O Marajá
A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a
visita de alguém ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar,
uma ponta de poeira em seus móveis ou uma mancha em seus vidros e cristais.
Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma toalha no
quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta,
percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do
pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que
jornal sujava os dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona
Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do seu hábito de limpar a orelha
com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por
limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta.
Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona
Morgadinha chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse
fazia questão de desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos
longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver
a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava
deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz de se
controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
Adaptado)
Considere as frases:
Vizinhos
Fabrício ainda se sentia irritado com a cara de pau da vizinha e ficou desconfiado
com o destino do empréstimo. Não quis se meter no assunto, embora considerasse
que Beatriz tinha sido ingênua ao emprestar o abajur. Logo mais estariam pedindo
o sofá, as cortinas, a máquina de lavar, as cadeiras, o fogão, a geladeira... Não
teria fim a ciranda de favores.
Entretanto, no dia seguinte a vizinha voltou com o abajur e mais um vaso com
flores muito perfumadas para retribuir a gentileza de Beatriz. Quando Fabrício
olhou para as flores no centro da mesa, sentiu o perfume em seu rosto.
Arrependeu-se de pensar e desejar o pior, pensando no quanto a confiança é
perfumada.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
No trecho ―Era natural a convivência harmoniosa na urgência.‖, a palavra
destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
a) agradável.
b) diária.
c) suportável.
d) insistente.
e) estranha.
Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua.
Termômetros digitais mostram uma temperatura que o corpo da gente não
registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando,
tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar
ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando
estimular seu buldogue francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei
o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio
palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava
oferecer ao animal e que, naquele momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o
no colo e corresse com ele para casa. O risco de intermação é grande, sobretudo
para raças de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz
ela me prometer que nunca mais sairia com ele àquela hora no verão. ―Eu sei, ele
fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo acordar cedo
para sair com ele‖, confessou-me ela.
a) superficial.
b) substituível.
c) dispensável.
d) proveitoso.
e) infeliz.
343) Concurso: AAdm/TRANSERP/2019 Banca: VUNESP
O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por todos, não existe, contudo, no
tocante a outro problema de grande importância, que é o aquecimento do nosso
planeta, que está em curso. A temperatura média já subiu mais de um grau Celsius
desde 1 800 e provavelmente vai subir mais dois graus até o fim do século 21.
a) incorre em.
c) leva a.
d) remete a.
e) distingue-se de.
O crescimento dos robôs colaborativos é a parte mais visível de uma transição que
vem ocorrendo no mercado de trabalho no mundo todo. A mecanização das linhas
de montagem e a automação de tarefas antes feitas por humanos vêm se
acelerando nas empresas. A cada ano, mais 240 000 robôs industriais são vendidos
no mundo e esse número tem crescido a uma taxa média de 16% ao ano desde
2010, puxado principalmente pela China. Atividades rotineiras nas fábricas, como
instalar uma peça, hoje podem ser feitas usando máquinas como os braços
robóticos de baixo custo. Com o advento de novas tecnologias, como a inteligência
artificial, os carros autônomos e a análise de grandes volumes de d ados (o
chamado big data), a expectativa é que as máquinas e os computadores passem a
substituir outras tarefas que hoje só podem ser realizadas por pessoas. Já existem
algoritmos que fazem a seleção de candidatos a vagas de emprego no
recrutamento de empresas e também carrinhos autônomos que transportam
produtos dentro de uma central de distribuição. Muito mais está por vir.
(Exame, 02.08.2017)
Leia as passagens do texto:
Por que algumas pessoas nascem com a supermemória? As pesquisas ainda estão
em andamento, já que existem poucos indivíduos com a síndrome no mundo, e a
área ainda é relativamente nova. Mas alguns estudos indicam que o lobo temporal
(que ajuda no processamento de memória.) é maior nos cérebros das pessoas com
HSAM. Ter uma supermemória significa que as memórias são gravadas em detalhes
vívidos, o que é fascinante em termos científicos, mas pode ser uma praga para
quem tem a síndrome. Algumas pessoas com HSAM dizem que suas memórias são
muito organizadas, mas Sharrock descreve seu cérebro como ―entupido‖ e diz que
reviver memórias lhe dá dor de cabeça e insônia. Apesar disso, ela aprendeu a
tentar usar memórias positivas para superar as negativas: ―No começo de todo
mês, eu escolho todas as melhores memórias que tive naquele mês em outros
anos‖. Reviver acontecimentos positivos facilita na hora de lidar com as ―memórias
invasivas‖ que a fazem se sentir mal.
Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê.
Todos os seus desejos de estar longe erguem, entre ele e as páginas abertas, uma
tela esverdeada que perturba as linhas. Ele está sentado diante da janela, a porta
fechada às costas. Página 48. Ele não tem coragem de contar as horas passadas
para chegar à essa quadragésima oitava página. O livro tem exatamente
quatrocentas e quarenta e seis. Pode-se dizer 500 páginas! Se ao menos tivesse
uns diálogos, vai. Mas não! Páginas completamente cheias de linhas apertadas
entre margens minúsculas, negros parágrafos comprimidos uns sobre os outros e,
aqui e acolá, a caridade de um diálogo – um travessão, como um oásis, que indica
que um personagem fala à outro personagem. Mas o outro não responde. E segue-
se um bloco de doze páginas! Doze páginas de tinta preta! Falta de ar! Ufa, que
falta de ar! Ele xinga. Muitas desculpas, mas ele xinga. Página quarenta e oito... Se
ao menos conseguisse lembrar do conteúdo dessas primeiras quarenta e oito
páginas!
a) solitário e espalhados.
b) apartado e ampliados.
c) solto e limitados.
d) enclausurado e apertados.
e) liberto e expandidos.
Estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no
Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número
de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014,
para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com
outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem
melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida.
Por isso, o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país.
Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a
primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente
ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em
democracias capitalistas. Para piorar, descobrimos recentemente que
subestimávamos o problema.
(Época, 13.11.2017)
Leia as passagens do texto:
a) problema e menosprezávamos.
b) infortúnio e respeitávamos.
c) prejuízo e apreciávamos.
d) condição e ignorávamos.
e) tormento e desconhecíamos.
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
Não pretendo alimentar a ideia de que as mulheres são as piores inimigas das
mulheres, mas provocar uma reflexão sobre os mecanismos que fazem com que a
lógica da dominação masculina seja reproduzida também pelas mulheres. Nessa
lógica, como argumentou Pierre Bordieu, os homens devem ser sempre superiores:
mais velhos, mais altos, mais fortes, mais poderosos, mais ricos, mais
escolarizados. Essa lógica constitui as mulheres como objetos, e tem como efeito
colocá-las em um permanente estado de insegurança e dependência. Delas se
espera que sejam submissas, contidas, discretas, apagadas, inferiores, invisíveis.
a) insubmissas e reservadas.
b) intransigentes e instáveis.
c) desobedientes e imoderadas.
d) soberbas e notáveis.
e) dóceis e desmedidas.
Por que o criador do botão „curtir‟ do Facebook apagou as redes sociais do celular
A tecnologia só deve prender nossa atenção nos momentos em que nós queremos,
conscientemente, prestar atenção nela. ―Em todos os outros casos, deve ficar fora
do nosso caminho.‖
Quem afirma não é um dos críticos tradicionais das redes sociais, mas justamente o
executivo responsável pela criação do botão ‗curtir' nos primórdios do Facebook, há
mais de dez anos.
Interrogado se ele se arrepende por ter criado a fonte da distração que hoje tanto
critica, responde: ―Nenhum arrependimento. Sempre que se tenta progredir,
haverá consequências inesperadas. Você tem que ter humildade e ter muita
atenção no que acontece depois, para fazer mudanças conforme for apropriado‖.
a) distração; atenção.
b) criador; matemático.
c) conscientemente; justamente.
d) notificações; aplicativos.
e) arrepende-se; critica.
351) Concurso: APP/PC SP/2018 Banca: VUNESP
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostrem um quadro deteriorado.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a
metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível
que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
A mesma relação de sentido que se verifica entre as palavras destacadas nas frases
―embora a desocupação tenha caído um pouco‖ / ―a pobreza extrema se elevou‖
também ocorre entre os termos:
a) perverso / brutal.
b) recuperação / desproporcional.
c) trajetória / retomada.
d) reverteram / geradas.
e) crescimento / recessão.
352) Concurso: AgAd/Pref Registro/2018 Banca: VUNESP
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
a) disseminação e propício.
b) dispersão e prejudicial.
c) prontidão e adverso.
d) concisão e oportuno.
e) redução e favorável.
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
a) minuciosas.
b) rigorosas.
c) flexíveis.
d) exatas.
e) intransigentes.
Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está ―faltando
serviço‖. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de
um colega, acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de
mensagens instantâneas. Nesse cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer
prescindível. Contudo, e se, em vez de sinalizar ociosidade, rir com os colegas for
algo que favoreça a colaboração da equipe e estimule a inovação? Depois de anos
sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando a chegar a essa
conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo
neurocientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland,
em Baltimore, nos Estados Unidos.
a) dispensável.
b) prejudicial.
c) perigoso.
d) divertido.
e) elementar.
A grama do vizinho
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
acontece hoje. Após o condutor completar 55 anos, a periodicidade dos exames cai
para dois anos e meio. A partir dos 70 anos, passam a ser feitos anualmente.
O especialista diz que seria importante utilizar tecnologia de leitura facial, a mesma
já disponível em alguns celulares. Com isso, não haveria a necessidade de
apresentar o documento em uma blitz, por exemplo.
O cronograma publicado pelo Contran prevê que as novas carteiras sejam emitidas
a partir de janeiro, mas são esperados atrasos.
d) ... prevê que as novas carteiras sejam emitidas a partir de janeiro, mas são
esperados atrasos.
O movimento teve início em maio, quando a Europa começou a aplicar sua nova lei
(GDPR, na sigla em inglês) que permite que as pessoas solicitem seus dados e
restringe a forma como as empresas obtêm e lidam com informações.
a) limita; esboçar.
b) determina; inovar.
c) identifica; projetar.
d) obstrui; encomendar.
Muito antes de haver história, já havia seres humanos. Animais bastante similares
aos humanos modernos surgiram por volta de 2,5 milhões de anos atrás. Mas, por
incontáveis gerações, eles não se destacaram da miríade de outros organismos
com os quais partilhavam seu habitat.
Em um passeio pela África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito
bem observar certas características humanas familiares: mães ansiosas acariciando
seus bebês e bandos de crianças despreocupadas brincando na lama; jovens
temperamentais rebelando-se contra as regras da sociedade e idosos cansados que
só queriam ficar em paz; machos orgulhosos tentando impressionar as beldades
locais e velhas matriarcas sábias que já tinham visto de tudo. Esses humanos
arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e competiam por
status e poder – mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também. Não
havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha
qualquer suspeita de que seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o
átomo, mapeariam o código genético e escreveriam livros de história. A coisa mais
importante a saber acerca dos humanos pré-históricos é que eles eram animais
insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente não era maior que o de gorilas,
vaga-lumes ou águas-vivas.
a) acentuada uniformidade.
b) frequência irregular.
c) grande quantidade.
d) tamanho diminuto.
e) característica excepcional.
359) Concurso: Ass Adm I/UNESP/Campus Itapeva/2017 Banca: VUNESP
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
a) camuflados e proporção.
b) incontestáveis e importância.
c) dissimulados e amplitude.
d) evidentes e irrelevância.
e) equivocados e valor.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em
pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam
distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. ―Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se
consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa‖, diz ele.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.
a) insatisfeitos e desabonados.
b) distraídos e atentos.
c) tradicional e usual.
d) improvável e inaceitável.
e) conectar e interligar.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em
pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam
distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. ―Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se
consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa‖, diz ele.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro
paredes e uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias
tarefas ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até
20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.
a) seja substituído.
b) sofra censura.
c) torne-se obsoleto.
d) mostre-se alterado.
e) mereça sanção.
Segundo a pesquisa, quando a criança brinca, faz uso de operações que garantem
noção operatória de espaço, tempo e causalidade.
(Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/clipping/2016/10/19/uso-de-eletronicos-em-
excesso-atrasa-desenvolvimento-infantil-diz-unicamp.Acesso em 29.09.2016. Adaptado)
Para a professora de língua portuguesa Íris Gardino, é essencial saber qual é o grau
de formalidade necessário para os comunicados de trabalho. ―Normalmente, as
pessoas não recebem qualquer formação para lidar com essas situações. Alguns
exageram em formalismos desnecessários e outros acabam escrevendo como se
estivessem em um bate-papo com amigos.‖
A edição, marcada por idas e vindas e cortes rápidos, nos deixa sem respirar. Uma
experiência vertiginosa, que hiperestimula os sentidos nos 126 minutos de
projeção. Delírio para uns, martírio para outros.
O cartão de visitas do longa traz uma batalha épica com direito a elefantes
gigantescos, na linha de ―Senhor dos Anéis‖ ou de algum episódio de ―Game of
Thrones‖.
d) A edição, marcada por idas e vindas e cortes rápidos, nos deixa sem respirar.
(satisfaz minimamente o público)
Cidades inovadoras
Se uma cidade criativa fosse uma simples soma aritmética, os termos seriam:
tecnologia, tolerância, talentos e tesouros. A equação original, cunhada pelo
urbanista americano Richard Florida, continha os três primeiros ―tês‖. O último é
acréscimo do engenheiro e professor brasileiro Victor Mirshawka, autor de ―Cidades
Criativas‖.
Ele cita Barcelona, que implementou o sistema de captação de lixo por tubos. A
medida levou à redução no número de caminhões de coleta, com consequências
positivas no trânsito.
Os itens tolerância e talentos, por sua vez, estão intimamente ligados. O primeiro,
diz o autor, abarca temas como orientação sexual e migração. ―Essa mescla,
envolvendo várias religiões e costumes, permite diversidade, com resultados em
campos como gastronomia e música.‖
―Nesse sentido, a cidade com mais talentos do mundo é Boston (EUA.), que tem
350 mil estudantes em instituições como Harvard e MIT. Metade dos alunos são
estrangeiros e, obviamente, os americanos ganham com isso.‖
Por último, há os tesouros, que são tanto obras humanas (museus e monumentos)
quanto da natureza (rio Amazonas e cataratas do Iguaçu). Essas atrações, diz
Mirshawka, geram ―visitabilidade‖, fator fundamental para as cidades criativas. ―A
grande questão é como fazer com que as pessoas queiram estar na sua cidade.‖
c) Ele cita Barcelona, que implementou o sistema de captação de lixo por tubos.
(reconstruiu)
Pesquisa da consultoria Ernst & Young mostra que cada vez mais os investidores
consideram dados socioambientais e de governança antes de decidir pôr dinheiro
em uma empresa.
No ano passado, 68% disseram que essas informações têm papel fundamental na
escolha do destino final dos recursos. É uma evolução em relação a 2015, quando
52% afirmavam atentar para essas questões.
A consultoria ouviu 320 investidores ao redor do mundo, sendo um terço deles com
mais de US$ 10 bilhões em ativos sob gestão.
No Brasil, uma das tentativas de estabelecer parâmetros sobre esses dados para o
mercado financeiro vem do Índice de Sustentabilidade da Bolsa. Os dados
comparam o desempenho de empresas sob aspectos como eficiência econômica,
equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Desde que foi lançado,
esse Índice já acumula valorização de 154,6%.
O estudo cita o episódio envolvendo uma grande fabricante de veículos, que usava
um software para manipular testes de verificação das emissões de gases poluentes
pelos veículos da montadora.
Nos dias seguintes às denúncias, as ações da empresa chegaram a desvalorizar
42,2%.
b) É uma evolução em relação a 2015, quando 52% afirmavam atentar para essas
questões. (uma suposição)
b) contorno – apogeu.
c) espaço – requinte.
d) apoio – limite.
e) reconhecimento – centro.
a) fatalmente e irremediavelmente.
b) resisti e impedi.
c) responsabilidade e comprometimento.
d) comum e inusitado.
e) malvado e dissimulado.
Tudo indica que a primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água. Isso
deve ter mudado por volta de 3000 a.C., quando povos da atual região do Irã
passaram a usar areia para polir metais e pedras. Esses espelhos refletiam apenas
contornos e formas. As imagens não eram nítidas, e o metal oxidava com
facilidade.
Pouco mudou até o fim do século 13. Nessa época, o homem já dominava técnicas
de fabricação do vidro, mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham
nitidez. Até que, em Veneza, alguém teve a ideia de unir o vidro a chapas de metal.
―Os espelhos dessa época têm uma pequena camada metálica na parte posterior do
vidro. Assim, a imagem ficava nítida, e o metal não oxidava por ser protegido pelo
vidro‖, diz Claudio Furukawa, pesquisador do Instituto de Física da USP. Surgia
assim o espelho como o conhecemos até hoje.
Mas este era um produto raro e caro. Os chamados espelhos venezianos eram mais
valiosos que navios de guerra ou pinturas de gênios como os italianos Rafael e
Michelangelo. Com o advento da Revolução Industrial, o processo de fabricação
ficou bem mais barato e o preço caiu. ―Mesmo assim‖, afirma o antropólogo da
PUC-RJ José Carlos Rodrigues, ―o espelho só se popularizou e entrou nas casas de
todos a partir do século 20.‖
a) ilegal.
b) camuflado.
c) crescente.
d) subentendido.
e) evidente.
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
a) intrínsecos.
b) inadequados.
c) alheios.
d) diversos.
e) acrescidos.
Fora do jogo
a) resignação.
b) indignação.
c) irritação.
d) satisfação.
e) comoção.
Fora do jogo
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos
Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
a) benévolo.
b) implacável.
c) contundente.
d) indispensável.
e) malvado.
374) Concurso: Aux Leg/CM Guaratinguetá/2016 Banca: VUNESP
Não tem jeito! Ficar reclamando da má sorte, que as dificuldades são muitas, que a
vida está difícil, não vai mudar nada na sua rotina e nem na vida de ninguém.
Atitude como essa apenas demonstra o lado pessimista e características de alguém
que não consegue perceber que oportunidades são criadas.
Às vezes ouço pessoas comentando: ―fulano tem muita sorte! As coisas acontecem
para ele com facilidade!‖ Engano! Para que existam resultados, é preciso empenho,
energia, dedicação, coragem e uma dose de ousadia.
Aquilo que os outros entendem por ―sorte‖ é o resultado, na maioria das vezes, de
muito trabalho. Desde o cuidado com os relacionamentos, à conduta ética ao longo
da carreira e à confiança conquistada por um histórico de bons trabalhos realizados
com competência.
As grandes verdades são que viver não é para fracos e que oportunidades não
caem no colo de ninguém. É preciso agir. Costumo dizer que o ser humano é o
único animal capaz de enganar a si próprio.
Aprender habilidades novas requer paciência consigo mesmo, e persistir apesar das
dificuldades iniciais é o que, de fato, leva ao aprendizado.
Talvez seja essa uma das características entre as mais desejadas nos profissionais:
a capacidade de persistir. Mostrar interesse e motivação para aprender o novo e
novas competências. Suportar as frustrações iniciais e se empenhar.
Há dois tipos de pessoas na vida – aquelas que sabem o que querem, que fazem
suas escolhas, e aquelas que deixam a vida decidir por elas.
(Adriana Gomes, Você decide ou decidem por você. Folha de S.Paulo, 22.11.2015. Adaptado)
a) conservar e penhorar.
b) perseverar e dedicar.
c) competir e comprometer.
d) conciliar e forçar.
e) estimular e defender.
375) Concurso: Aux/CM Pradópolis/2016 Banca: VUNESP
Na passagem – seus golpes nos deixam atônitos mas de olhos secos, como se
fôssemos heróis, nós que enxugamos furtivamente os olhos –, as palavras
destacadas têm sinônimos adequados, respectivamente, em:
a) assustados e evidentemente.
b) despreparados e moderadamente.
c) confusos e modestamente.
d) retraídos e compreensivelmente.
e) pasmos e discretamente.
O prédio em que estou, em Nova York, tem uma piscina coberta no último andar.
Numa tarde da semana passada, éramos dois nadando na piscina. De repente,
apesar dos ouvidos tapados pela touca de borracha e da cabeça na água, ouvi um
estardalhaço de gritos insensatos. Parecia que a piscina estava sendo invadida pela
excursão não monitorada de uma classe de estudantes do Fundamental.
De fato, era só um menino, 7 ou 8 anos, mas que gritava como uma turma inteira.
Não dava para entender nada de seus gritos, e não estou certo de que ele estivesse
querendo se comunicar: gritava, mas sem angústia, pelo prazer de fazer barulho.
Ele era acompanhado por três mulheres – suponho que uma fosse a mãe e as duas
outras, uma babá e uma empregada. (Babá aos 8 anos? Pois é.) O menino não
tinha dificuldade motora alguma, mas as três o preparavam para entrar na água.
Duas retiravam a camiseta, enquanto outra, ajoelhada, tirava os chinelos.
Logo chegou outro menino, acompanhado por mais uma babá. Os gritos
incompreensíveis não duplicaram porque não havia como eles aumentarem mais.
Os dois meninos ficaram então pulando na água e subindo pela escada – ótima
brincadeira, mas por que sempre gritando? Por que manifestar sua excitação
parecia mais importante do que brincar?
Os meninos não eram mal-educados. Eles eram educados mal, que é pior. Digo isso
porque eles gritavam? Não, claro. Eles eram educados mal porque eram privados
da autonomia de tirar chinelos e camiseta. E, sobretudo, eram educados mal
porque nada lhes sugeria que eles pudessem ser apenas uns entre outros. Para os
cuidados e os olhares extasiados das quatro mulheres, eles precisavam manter
uma cansativa e barulhenta encenação de sua unicidade*. Nada demais naquela
ocasião (só uns gritos), mas a crença na unicidade privilegiada da gente se
transforma, ao longo da vida, na cansativa obrigação de ser sempre ―diferente‖ e
extraordinário.
a) ousados.
b) despropositados.
c) tolos.
d) moderados.
e) vigorosos.
377) Concurso: Ass/AMLURB SP/2016 Banca: VUNESP
Cartas de Amor
Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época,
estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei
meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente
dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas ―ao colega da tarde‖. E era uma
carta de amor. De amor, não; de paixão. Paixão incontida, transbordante, a carta
de uma alma sequiosa de afeto, ________________ o jovem escritor não teve a
menor dificuldade de enviar a resposta.
Iniciou-se, assim, uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se
interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o
ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à
conclusão de que precisava conhecer minha correspondente, aquela bela da manhã
que me encantava com suas frases.
Mas… Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma
moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes
especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico.
Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente
apaixonada.
Optei, portanto, pelo mistério, pelo ―nunca vi, sempre te amei‖. A minha história de
amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes
histórias de amor.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Vocabulário:
Arroubos: impulsos
Epistolares: relativos à carta
Grafologia: estudo das formas das letras
a) plena e alta.
b) atormentada e elegante.
c) desejosa e esbelta.
d) resplandecente e magra.
e) ávida e baixa.
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre ―As vantagens de ser
mãe de menina‖ ou ―Por que é bom ser mãe de menino‖: ―meninos não têm
frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais corajosos‖, ―elas são mais
choronas‖ e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de
gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu
filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em
listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar
dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros,
escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai
sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha,
não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a
ideia de que os meninos são mais ―aventureiros‖ e ―danados‖ e as meninas mais
―cuidadosas‖.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que
podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os
carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer
que ―tudo bem‖ as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as
bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois
de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma
pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para
que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era
fabricado: só havia pias rosa e lilás. ―Esse brinquedo é de menina‖, alertou a
vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não
percebido o ―engano‖ ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa
lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e
panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu
filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma
cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão:
―Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa
em ordem?‖ E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao
acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: ―As vantagens de ser mãe de
uma criança feliz.‖ É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não
determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”.
Disponível em: <vida estilo.estadao.com.br>. Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
Fiz um regime árduo durante um ano e perdi 23 quilos. Sem operação. Descobri o
sabor de salmão ao vapor. Peixe grelhado sem aquela deliciosa crosta de farinha.
Feijoada, eliminei. Acarajé, nem pensar. Enfim, boa parte das delícias da culinária
nacional saiu de meu cardápio. Francesa também. Americana? Nem por decreto,
embora tenha delírios pensando num cheeseburger. Coxinhas, empadinhas e
pastéis, só em momentos especiais.
Pois é. Fiz o regime com dedicação absoluta. Pulei do número 58/60 para o 52 e,
glorioso, refiz meu guarda-roupa. Meu rosto emagrece fácil. Alguns homens
emagrecem e ficam com cara de buldogue. Eu não. Fico mais próximo de uma
imagem tradicional do Drácula, magro, de rosto comprido e olhos ávidos. Não por
sangue, mas por qualquer pacotinho de batatas fritas. Existe algo melhor que
batatas fritas?
Quando o regime foi considerado vitorioso, aos poucos voltei aos carboidratos. A
uma delícia aqui, outra ali. Adivinhem o que cresceu primeiro? Ela, a barriga. Para
todo homem é assim. Barriga das boas aproveita a primeira oportunidade para se
expandir. Fui comprar um paletó, adivinhem? O 54 serve apertadinho. O 56 cai
melhor, mas folga nos ombros. O cinto que comprei, em comemoração, não fecha
mais. Voltei aos antigos.
Não há parte do corpo mais teimosa para o homem que a barriga. Posso fazer
esteira duas horas. Basta comer um cheeseburger, e a barriga vence! É insistente.
Tanto que muita gente já diz que a barriguinha em um homem é charmosa. Criou-
se um padrão estético a favor de barrigudo! É uma luta inglória. Um homem depois
dos 30 passa a vida lutando contra a barriga. Mais dia, menos dia, a vitória sempre
será dela.
a) ansioso e célebres.
b) concentrado e sedentos.
c) honrado e negros.
d) perplexo e desejosos.
e) vitorioso e ansiosos.
380) Concurso: Ag/CM Marília/Copa/2016 Banca: VUNESP
Habilidades domésticas
Na sexta-feira, meu filho chega de São Paulo carregando uma mala entupida de
roupa suja. No final de semana, ele toma de assalto a máquina de lavar. Gira os
botões como quem aumenta o volume do rádio do carro; uma familiaridade
irritante. O elefante branco que me assustou quando vim morar sozinho tornou-se
para o jovem de 18 anos um simples e inofensivo gatinho. Se aos 45 eu nunca
tinha apertado um botão sequer de uma máquina dessas, ele, aos 18, já domina a
técnica com maestria, o que o tornará por certo mais independente nesse mundo
de dependência e subordinação em que vivemos.
Mas calma, amigo, calma. Hoje posso dizer com serenidade que essa mesma
habilidade que ele desenvolveu tão cedo eu também já desenvolvi. Agora, se tem
algo ultimamente que me anda pondo medo é o ferro de passar roupa.
Antigamente era fácil. Pelo que via, era só ligar à tomada. Havia um botãozinho
que regulava a temperatura. E pronto. Era só começar a passar. Esse que eu tenho
aqui, e que terei que usar até arrumar uma nova ajudante, tem um botão giratório
pra eu escolher o tipo de tecido: acetato, seda, rayon (o que é rayon?!), lã,
algodão, linho. Tem dois botõezinhos pra apertar com desenhinhos indecifráveis. Há
um outro que vai pra lá e pra cá, aumentando e diminuindo um filete escuro (pra
que tantos botões!?). E um buraquinho que, na minha ínfima capacidade de
decifrar esse monstrengo doméstico, serve pra colocar água.
Mais difícil do que passar roupa é entender como funciona um ferro de passar e seu
indecifrável manual. Sinceramente? Acho que escrever um romance a cada seis
meses ou arredondar uma encrencada e velha execução trabalhista são tarefas
mais fáceis, mas eu chego lá...
P.S.: Esquece esse último parágrafo. Tudo resolvido com essa tecnologia massa¹.
Bastaram três minutinhos. Bora² passar roupa! Com a ajuda do YouTube³, claro!
1 excelente
2 Vamos (convite)
3 site de compartilhamento de vídeos
Um sinônimo para o termo decifrar, em destaque no terceiro parágrafo, é:
a) manejar.
b) inscrever.
c) decodificar.
d) subjugar.
e) normatizar.
ACHADO BIZARRO
Cientistas descobrem um sistema planetário com estrela maior que o Sol, duas
estrelas ____________ e um mundo similar __________ Júpiter.
O que você faria se soubesse que não iria falhar? ―Nada‖, segundo o professor de
design gráfico Brad Hokanson, da Universidade de Minnesota. Isso porque, para
ele, não há diversão nenhuma na falta de desafio e é exatamente isso que melhora
a nossa criatividade. Em entrevista à Galileu, o professor Hokanson explica como
essa habilidade pode ser adquirida.
Galileu: Para ser criativo é preciso desafiar alguns padrões. Você acha que as
pessoas têm medo de serem criativas por conta disso?
Galileu: Falta de criatividade é associada com uma visão de mundo mais limitada.
Como as pessoas podem se livrar desse tipo de visão?
Hokanson: Uma das formas de aumentar nosso potencial criativo é nos expondo a
ambientes, coisas e pessoas diferentes. Algumas pesquisas mostram que nossas
memórias e experiências em lugares diferentes podem nos ajudar a resolver os
problemas de onde vivemos.
a) valentes.
b) humildes.
c) amistosos.
d) serenos.
e) organizados.
Gostei, sim, da ideia daquele publicitário de São Paulo, que concebeu e instalou na
rua um outdoor de 24 metros quadrados, contendo uma declaração de amor à sua
mulher. Todo mundo, ao passar por lá, ficou sabendo que Bob continua amando
Cly, depois de dez anos de casados, e que não abre.
(...)
– A gíria é efêmera...
Os termos em negrito significam, respectivamente,
a) reproduziu e temporária.
b) redigiu e eterna.
c) propôs e contundente.
d) criou e longeva.
e) idealizou e passageira.
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não se
expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos tantas
preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco ou quase
nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de assédio
moral* nasce de preconceitos!
Muita gente se indignou, mas muita gente também não viu nada de mais em
ambos os casos. Choveram justificativas e até acusações para explicar as situações,
o que sinaliza como é difícil reconhecer nossos preconceitos e, acima de tudo,
conter suas manifestações e colaborar para que a convivência social seja mais
digna.
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar como
uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão é
pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos
garantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo para
a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
* assédio moral: exposição de alguém a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e
prolongadas, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.
a) aderir.
b) reprimir.
c) prezar.
d) incitar.
e) instigar.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para
horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.
Frequentemente desprezadas por terem um aspecto que não está de acordo com os
―padrões de beleza‖ impostos pela indústria, as frutas e verduras ―feias‖ voltaram a
ser um objeto atrativo pelos que lutam contra o desperdício de alimentos.
Sua estratégia é simples. Vender uma maçã com um rótulo cujo logotipo mostra
um rosto com um único dente aos produtores que se comprometem a colocá-la
entre seus alimentos ―feios‖, oferecendo-os pelo menor preço. Depois, parte do
dinheiro arrecadado é destinada a associações de caridade e de consumidores.
―Quando você coloca uma maçã feia ao lado de outras muito bonitas, nossos olhos
fixam antes nas mais bonitas‖, disse Chabanne, que se esforça para mostrar às
pessoas que os produtos menos esteticamente atrativos também são de qualidade
e, inclusive, mais baratos.
a) subitamente.
b) paulatinamente.
c) repentinamente.
d) provavelmente.
e) impreterivelmente.
387) Concurso: Aux Ad/CM Caieiras/2015 Banca: VUNESP
Mulher ao volante
Quarenta minutos antes, ela afivelou o cinto de segurança, também rosa, engatou
a primeira marcha no câmbio decorado e seguiu viagem ao volante do ônibus que
sai da Lapa. Uma cortina de borboleta deixava a cabine ainda mais personalizada.
A cor rosa é sua ―marca registrada‖, como define, e o percurso, seu favorito. ―Amo
meus passageiros. São sempre as mesmas pessoas, nos mesmos pontos‖, diz ela,
que troca cumprimentos com os mais chegados.
Motorista de ônibus há sete anos, Marta concluiu que as mulheres na direção são
uma segurança para a população. Por dois motivos: dirigem com uma ―perfeição
maior‖ e pilotam por gosto, não por obrigação. ―Não me vejo fazendo outra coisa‖,
diz.
Quando não está no trabalho, Marta acelera na sua moto 125 cilindradas, uma
potência módica que ela pretende em breve dobrar. ―Descarrego toda a minha
adrenalina nela.‖
Ao cruzar a avenida Paulista, ela comenta: ―Aqui a gente vê de tudo. Sou toda
rosa, mas adoro esse pessoal que anda de preto. Acho interessantes essas várias
tribos. Não quero ser a melhor. Só quero fazer a diferença‖, completa.
c) Dirigem com uma “perfeição maior” e pilotam por gosto, não por obrigação.
(dever)
d) Acelera na sua moto 125 cilindradas, uma potência módica que ela pretende
em breve dobrar. (moderada)
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
a) domar.
b) abrandar.
c) enfraquecer.
d) combater.
e) enfurecer.
389) Concurso: Esc/TJ SP/2015 Banca: VUNESP
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união
estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí
acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com
a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo
apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o
erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras
estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*),
sempre acompanhada de assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen
– quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão
que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra
moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato).
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras.
Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa
palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente
inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer
ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais
importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo
e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se
afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do
direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que
manipula a balança.
a) feroz e presteza.
b) insistente e descaso.
c) descontinuada e inaptidão.
d) desinteressada e imperícia.
e) interminável e destreza.
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
Embora causem uma sensação de prazer e bem-estar, os livros não podem ser
encarados como terapia, conforme explicam os arteterapeutas Ana Carmen
Nogueira e Alexandre Almeida. ―Na arteterapia, há um assunto específico a ser
trabalhado e usamos diferentes linguagens, como pintura ou desenho, para que a
pessoa possa se expressar. Os livros de colorir não são terapia, mas são relaxantes
porque ajudam a proporcionar um momento de pura concentração‖, afirmam. Ou
seja, os livros podem até funcionar como um analgésico para situações de estresse,
mas não têm nenhum poder milagroso para curar problemas como depressão e
ansiedade.
Em – … há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: – a palavra em
destaque pode ser corretamente substituída, sem alteração de sentido, por
a) descartável.
b) secundária.
c) plausível.
d) preterida.
e) impraticável.
a) corriqueiras.
b) exímias.
c) excêntricas.
d) elementares.
e) consensuais.
Enfim o escândalo chegou ao topo, e novos capítulos ainda serão escritos. Na terça-
feira 2 de junho, quatro dias depois de ser reeleito para seu quinto mandato na
presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o suíço Joseph Blatter
convocou a imprensa e renunciou. Sentia, disse, não ter ―apoio no mundo
futebolístico‖. O que ele não tem, na verdade, é a distância requerida a alguém na
sua posição do lamaçal de corrupção, falcatruas e desvios de dinheiro que engolfou
a Fifa nas últimas semanas e já levou sete dirigentes à prisão. A investigação,
conduzida pela polícia americana, bateu nos últimos dias em Jérôme Valcke, braço-
direito de Blatter, e foi aí que o chefe capitulou. O celebrado padrão Fifa, sabemos
agora, esteve ancorado em estruturas corruptas que deixaram um legado nefasto
para o Brasil. Um ano depois da Copa, o país do futebol tem estádios vazios, todos
construídos a valores inexplicáveis e amargando prejuízos – ao contrário da Fifa,
aliás, que amealhou lucro de 16 bilhões de reais com a megafesta de 2014.
No texto, afirma-se que o padrão Fifa deixou ―um legado nefasto para o Brasil.‖ Se
o legado estivesse em um cenário positivo, o adjetivo ―nefasto‖ seria substituído
por
a) inverossímil.
b) contundente.
c) auspicioso.
d) instigante.
e) confuso.
394) Concurso: Aux SG/CRO SP/2015 Banca: VUNESP
Você acredita que muitas pessoas mentem para se dar bem? Ou que agem de
forma injusta para levar a melhor? Portanto, melhor não confiar em ninguém,
certo? Bem, se você concorda com tudo isso, a ciência tem um conselho: pare.
Isso porque os céticos, cheios de medo de serem passados para trás, acabam
cooperando menos – e pedindo menos ajuda aos outros. Aí, além de se queimarem
com os colegas, os resultados do trabalho podem sair piores.
a) incredulidade.
b) inexperiência.
c) irreverência.
d) inadvertência.
e) irracionalidade.
395) Concurso: Aux SG/CRO SP/2015 Banca: VUNESP
Um sonho de simplicidade
A vida bem poderia ser mais simples. Precisamos de uma casa, comida, uma
simples mulher, que mais? Que se possa andar limpo e não ter fome, nem sede,
nem frio.
Que restaurante ou boate me deu o prazer que tive na choupana daquele velho
caboclo do Acre? A gente tinha ido pescar no rio, de noite. Puxamos a rede
afundando os pés na lama, na noite escura, e isso era bom. Quando ficamos bem
cansados, meio molhados, com frio, subimos a barranca, no meio do mato, e
chegamos à choça de um velho seringueiro. Ele acendeu um fogo, esquentamos um
pouco junto do fogo, depois me deitei numa grande rede branca – foi um carinho
ao longo de todos os músculos cansados. E então ele me deu um pedaço de peixe
moqueado. Que prazer em comer aquele peixe e ficar algum tempo a conversar,
entre grilos e vozes distantes de animais noturnos.
Seria possível deixar essa eterna inquietação das madrugadas urbanas, inaugurar
de repente uma vida de acordar bem cedo? Mas para instaurar uma vida mais
simples e sábia, então seria preciso ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse
comércio de pequenas pilhas de palavras, esse ofício absurdo e vão de dizer coisas,
dizer coisas… Seria preciso fazer algo de sólido e de singelo; tirar areia do rio,
cortar lenha, lavrar a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo, mas
deixasse a alma sossegada e limpa.
(Rubem Braga. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Record, 1982. Adaptado)
a) aprazível.
b) disciplinada.
c) próspera.
d) singela.
e) confusa.
396) Concurso: Ass Info I/UNESP/2015 Banca: VUNESP
Há cinco anos, a escritora americana Susan Maushart percebeu que a sua relação
com os três filhos adolescentes estava se deteriorando. Eles trocavam conversas e
encontros familiares pela tela dos celulares, computadores e videogames. Para
resolver a situação, decidiu realizar um experimento com ela mesma, que é
divorciada, e seus filhos: um detox* digital de seis meses. A escritora conta como
foi o tempo sem tecnologia e como esse exercício reaproximou sua família.
―Fui radical porque nossa situação era desesperadora. A forma como nossa família,
incluindo eu, abusava da tecnologia estava fora de controle. Tínhamos praticamente
parado de nos comunicar como pais e filhos devem fazer. Quando eu chegava do
trabalho e dizia ‗oi, crianças,‘ era uma grande conquista receber um reles contato
visual. Cada um de nós passava 35 horas semanais on-line.‖
―No processo de detox, meus filhos começaram a interagir mais entre si. Isso não
quer dizer que a vida virou um mar de rosas. Eles tanto brincavam como brigavam.
Como meu filho redescobriu o amor pelo sax, a casa ficou barulhenta e, como as
meninas adoravam assar doces, a cozinha virou uma zona. Foi quando percebi que
celulares e tablets são um tipo de calmante, uma forma de controlar as pessoas e
impedir que interações aconteçam. No fim, nossa experiência foi como uma dieta
radical: não funciona a longo prazo. Só que no processo você perde peso e muda
sua vida. Em consequência do detox, fortificamos nossa família.‖
a) simples e se fortalecendo.
b) usual e se desfazendo.
c) aceitável e se valorizando.
d) estranho e se firmando.
e) costumeiro e se manifestando.
397) Concurso: Cabo/PM SP/Graduação/2015 Banca: VUNESP
―Em um universo infinito, devem existir outros casos de vida. Pode ser que, em
algum lugar do cosmos, talvez exista vida inteligente‖, declarou Hawking.
(http://g1.globo.com. Adaptado)
a) reconfigurar.
b) examinar.
c) deturpar.
d) suscitar.
O direito ao cuidado
O levantamento mostrou que 17,8% dos brasileiros que faltaram ao trabalho pelo
menos um dia alegaram ter tido gripe ou resfriado. A pesquisa foi feita em 2013,
em 62,9 mil domicílios em todos os Estados da federação. O estudo é inédito e não
tem, portanto, base de comparação.
Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Segundo o médico Drauzio
Varela, o resfriado é menos intenso e caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e
irritação na garganta. Mais brando, pode provocar febres isoladas, que não
ultrapassam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns dias, requer
repouso, boa hidratação e, com a orientação profissional, uso de analgésicos e
antitérmicos.
(Lucas Vettorazzo. “Resfriado é principal motivo para falta no trabalho ou estudos, aponta IBGE”.
www.folha.uol.com.br, 02.06.2015. Adaptado)
a) delata.
b) previne.
c) prescinde.
d) restitui.
e) exige.
400) Concurso: Alun Of/PM SP/2015 Banca: VUNESP
Número de armas
Em boa hora uma pesquisa realizada pelo Ministério Público de São Paulo e pelo
instituto Sou da Paz vem solapar ao menos dois argumentos tão incorretos quanto
frequentes nas discussões relativas à área da segurança pública.
Primeiro, a maior parte das armas com as quais se praticam crimes em território
paulista não tem sua origem no exterior, mas na própria indústria brasileira.
O segundo argumento atingido pelo relatório costuma ser usado por quem apregoa
a facilitação do comércio de armas sustentando que as restrições afetam só o
―cidadão de bem‖, deixando-o indefeso diante de bandidos armados.
Ocorre que, se os artefatos utilizados nos crimes são nacionais, isso significa que
um dia eles foram vendidos legalmente no país.
a) confirmar e indestrutível.
b) enfraquecer e inapagável.
c) abalar e extinguível.
d) questionar e suprimível.
e) impor e durável.
401) Concurso: Sarg/PM SP/CFS/2015 Banca: VUNESP
O Dedo
Inclinara-me para ver o estranho objeto quando notei o pequeno feixe de fibras
emergindo na areia banhada pela espuma. Quando recorri aos óculos é que vi: não
era algodão mas uma vértebra meio descarnada – a coluna vertebral de um grande
peixe? Fiquei olhando. Espera, mas o que seria aquilo? Um aro de ouro? Agora que
a água se retraíra eu podia ver um aro de ouro brilhando em torno da vértebra,
enfeixando as fibras que tentavam se libertar, dissolutas. Com a ponta do cipó,
revolvi a areia. Era um dedo anular com um anel de pedra verde preso ainda à raiz
intumescida. Como lhe faltasse a última falange, faltava o que poderia me fazer
recuar; a unha. Unha pintada de vermelho, o esmalte descascando, acessório fiel
ao principal até no processo de desintegração. Unha de mulher burguesa, à altura
do anel
A dona do dedo? Mulher rica e de meia idade que as jovens não usam joias, só as
outras. Afogada no mar? A onda começou inocente lá longe e foi se cavando cada
vez mais alta, mais alta, Deus meu! A fuga na água e a praia tão longe, ah! mas o
que é isso?... Explosão de espuma e sal. Sal.
Nas passagens – ... quando notei o pequeno feixe de fibras emergindo na areia
banhada pela espuma. –, – ... enfeixando as fibras que tentavam se libertar,
dissolutas. – e – Com a ponta do cipó, revolvi a areia. –, os termos em destaque
são sinônimos, respectivamente, de
a) auspicioso … deliberado
b) desconsolador … impremeditado
c) animador … involuntário
d) infeliz … proposital
403) Concurso: Cine/CM Araras/2015 Banca: VUNESP
Leia a tira.
É triste constatar que há uma boa dose de verdade na fala do escritor italiano, mas
dar voz também aos imbecis talvez seja o preço da liberdade. Quem frequenta as
redes sociais de forma ampla, em rol de ―amizades‖ que vá além do, digamos,
círculo de convivência presencial, sabe do que se trata. Não se pode negar a mídia
social como palco revelador das faces verdadeiras: personalidades, crenças e
crendices, ódios e amores antes recolhidos são catapultados do teclado para o
mundo, satisfazendo aquele desejo de boa parcela da humanidade de se exibir.
Contudo, essa liberdade de expressão, absoluta nas redes, não exime ninguém de
crimes como calúnia, difamação, insulto, escárnio por motivo religioso,
favorecimento da prostituição, ato ou escrito obsceno, incitação ao crime, apologia
do crime, falsa identidade, pedofilia, preconceito, discriminação ou revelação de
segredo profissional, todos descritos no Código Penal.
Contudo, essa liberdade de expressão, absoluta nas redes, não exime ninguém de
crimes como calúnia, difamação, insulto, escárnio por motivo religioso,
favorecimento da prostituição, ato ou escrito obsceno, incitação ao crime, apologia
do crime…
Assinale a alternativa que substitui, respectivamente, as palavras destacadas, sem
prejudicar o sentido do original.
Denotação e Conotação
Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que ―gostava de ler‖ e comprava ―muitos
livros‖. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que
―gostava de todas‖, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah,
sim? Comentei que também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a
usar apenas o serviço de aplicativos. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a
informação. Virou-se para mim e disse: ―Entendi. O senhor tem razão‖.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas
ou despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso
muito bem entendê-las porque também não tenho o menor interesse por
automóveis, pela alta cozinha ou pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho
que qualquer prato melhora com um ovo frito por cima e, quando me mostram
alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e mando a imagem para
o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão
fascinante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma
personalidade. São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de
fotos, de autoajuda, infantis, o que você quiser. O que se despendeu de esforço
intelectual para produzi-los e em tal variedade é impossível de quantificar. Cada
livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que cada autor
conseguiu dar.
Para Marcos Gross, autor do livro Dicas Práticas de Comunicação: Boas Ideias para
os Relacionamentos e os Negócios, são raros os profissionais com essas qualidades,
já que a capacidade de ser assertivo está sujeita a situações de poder no ambiente
corporativo(D). ―Como ser sincero, quando tenho medo de sofrer retaliações por
dizer o que penso?‖
Mas, pondera, engolir sapos(E) faz mal à saúde. ―Quando um colaborador não se
permite expressar suas opiniões, desenvolve gastrite, dores na coluna, alergias,
hipertensão, estresse, entre outros problemas‖, escreve.
(Camila Pati, “As cinco regras de ouro da boa comunicação”. Exame. Em:
https://exame.abril.com.br. Adaptado)
No texto, está empregada em sentido figurado a expressão
Malfadada tecnologia
e) ―... gente que não tem coração.‖, em sentido figurado, para se referir à
insensibilidade de pessoas cujas ações tornam o mundo um lugar opressivo.
O Marajá
A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a
visita de alguém ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar,
uma ponta de poeira em seus móveis ou uma mancha em seus vidros e cristais.
Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma toalha no
quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta,
percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do
pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que
jornal sujava os dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona
Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do seu hábito de limpar a orelha
com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por
limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta.
Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona
Morgadinha chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse
fazia questão de desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos
longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver
a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava
deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz de se
controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
Adaptado)
c) ... achava que jornal sujava os dedos e livro juntava mofo e bichos.
Vizinhos
Fabrício ainda se sentia irritado com a cara de pau da vizinha e ficou desconfiado
com o destino do empréstimo. Não quis se meter no assunto, embora considerasse
que Beatriz tinha sido ingênua ao emprestar o abajur. Logo mais estariam pedindo
o sofá, as cortinas, a máquina de lavar, as cadeiras, o fogão, a geladeira... Não
teria fim a ciranda de favores.
Entretanto, no dia seguinte a vizinha voltou com o abajur e mais um vaso com
flores muito perfumadas para retribuir a gentileza de Beatriz. Quando Fabrício
olhou para as flores no centro da mesa, sentiu o perfume em seu rosto.
Arrependeu-se de pensar e desejar o pior, pensando no quanto a confiança é
perfumada.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua.
Termômetros digitais mostram uma temperatura que o corpo da gente não
registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando,
tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar
ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando
estimular seu buldogue francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei
o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio
palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava
oferecer ao animal e que, naquele momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o
no colo e corresse com ele para casa. O risco de intermação é grande, sobretudo
para raças de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz
ela me prometer que nunca mais sairia com ele àquela hora no verão. ―Eu sei, ele
fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo acordar cedo
para sair com ele‖, confessou-me ela.
d) Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão,
pegasse-o no colo e corresse com ele para casa.
e) ―Eu sei, ele fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não
consigo acordar cedo...‖.
412) Concurso: PAEPE/UNICAMP/2019 Banca: VUNESP
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por
computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, ―reiniciações‖
lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e
desligar este ou aquele botão da torre, ―usar o aplicativo‖ ou ficar de quatro,
meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e
plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e
outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava:
português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um
único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras
de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra
seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais
nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa
―presencial‖. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo
enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz
quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de
teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
a) Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e
desligam sozinhos, mouses travados...
e) ... que seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os
polegares.
Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte
comentário: ―É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau,
o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever‖.
Por quê? Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do
leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: ―Saber escrever é
uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…‖
Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda
pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.
Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos
falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais
delegado à inteligência artificial.
c) É o caso do leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola…
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Infância: a permanente exclamação:
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
b) Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe:
vida é pontuação.
c) Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as revistas MAD e outras que
vocês podem imaginar.
d) Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês,
até que descobriu a gramática.
e) Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes
e Dona Nair Freitas que me ensinaram.
415) Concurso: Esc/TJ SP/2018 Banca: VUNESP
Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê.
Todos os seus desejos de estar longe erguem, entre ele e as páginas abertas, uma
tela esverdeada que perturba as linhas. Ele está sentado diante da janela, a porta
fechada às costas. Página 48. Ele não tem coragem de contar as horas passadas
para chegar à essa quadragésima oitava página. O livro tem exatamente
quatrocentas e quarenta e seis. Pode-se dizer 500 páginas! Se ao menos tivesse
uns diálogos, vai. Mas não! Páginas completamente cheias de linhas apertadas
entre margens minúsculas, negros parágrafos comprimidos uns sobre os outros e,
aqui e acolá, a caridade de um diálogo – um travessão, como um oásis, que indica
que um personagem fala à outro personagem. Mas o outro não responde. E segue-
se um bloco de doze páginas! Doze páginas de tinta preta! Falta de ar! Ufa, que
falta de ar! Ele xinga. Muitas desculpas, mas ele xinga. Página quarenta e oito... Se
ao menos conseguisse lembrar do conteúdo dessas primeiras quarenta e oito
páginas!
d) ―Ele está sentado diante da janela, a porta fechada...‖, o qual remete à ideia de
que o adolescente, tendo de realizar a tarefa de ler, fica circunspecto, analisando-
se frente à situação imposta.
e) ―Todos os seus desejos de estar longe erguem, entre ele e as páginas abertas,
uma tela esverdeada que perturba...‖, o qual remete à ideia de que o adolescente
queria estar em outro lugar.
416) Concurso: Aux AA/Pref Mogi Cruzes/2018 Banca: VUNESP
Estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no
Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número
de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014,
para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com
outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem
melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida.
Por isso, o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país.
Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a
primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente
ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em
democracias capitalistas. Para piorar, descobrimos recentemente que
subestimávamos o problema.
(Época, 13.11.2017)
Teria eu meus seis, meus sete anos. Perto da gente, morava o ―casal feliz‖. Ponho
as aspas porque o fato merece. Vamos que eu pergunte, ao leitor, de supetão: –
―Você conhece muitos ‗casais felizes‘?‖ Aí está uma pergunta trágica. Muitos
afirmam: – ―A coabitação impede a felicidade‖ etc. etc. Não serei tão radical. Nem
podemos exigir que marido e mulher morem um no Leblon e outro para lá da praça
Saenz Peña. Seja como for, uma coisa parece certa: – o ―casal feliz‖ constitui uma
raridade.
Estavam casados há quinze anos e não havia, na história desse amor, a lembrança
de um grito, de uma impaciência, de uma indelicadeza. Até que chegou um dia de
Carnaval e, justamente, a terça-feira gorda. O marido saiu para visitar uma tia
doente, não sei onde. A mulher veio trazê-lo até o portão. Beijaram-se como se ele
estivesse partindo para a guerra. E, no penúltimo beijo, diz a santa senhora: –
―Meu filho, vem cedo, que eu quero ver os blocos‖. Ele fez que sim. E ainda se
beijaram diante da vizinhança invejosa e frustrada. Depois, ela esperou que ele
dobrasse a esquina.
E as horas foram passando. A partir das seis da tarde ficou a esposa no portão.
Sete, oito, nove da noite. Os relógios não paravam. Dez da noite, onze. E, por fim,
o marido chegou. Onze.
Pois bem, contei o episódio para mostrar como o ―irrelevante‖ influi nas leis do
amor e do ódio. Por causa de uma mísera terça-feira gorda, ruía por terra toda uma
pirâmide de afinidades laboriosamente acumuladas. No dia seguinte, separaram-se
para sempre.
Nasci em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 1991. Em 2004, aos 13 anos de
idade, mudei com minha mãe e meus irmãos para o Vidigal, na Zona Sul da cidade.
Destaco esses lugares e essas datas para dizer que O sol na cabeça, meu primeiro
livro, publicado em março de 2018, teve início com o choque provocado por essa
mudança.
Esses retratos, junto com muitos outros, formam uma galeria que o país não gosta
de ver. São vários Antônios, vários Franciscos, vários Josés que dão carne e osso a
um grande drama brasileiro: o trabalho em condições análogas às de escravidão.
Sim, todas essas pessoas foram escravizadas – em pleno século XXI.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.
Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou
exortá-los:
c) Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores.
O padeiro
Levanto cedo, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do
apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro
de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a ―greve do pão dormido‖ –
uma greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que
obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei
bem o quê do governo.
Está bem. E enquanto tomo meu café vou me lembrando de um homem modesto
que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele
apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes
lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada
ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando
quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ―não é ninguém, não
senhora, é o padeiro‖. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu preferi
não o deter para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos
importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal – e muitas vezes
saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda
quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante
porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu
escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo em meu nome. O jornal e o
pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi
a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; ―não é
ninguém, é o padeiro!‖
(Rubem Braga. Para gostar de ler. Vol. 1 – crônicas. São Paulo: Ática, 1979. Adaptado)
b) ... ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento...
―Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua
vida.‖ A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados
pela concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de
vida no qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A
questão é: trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas
não substitui a capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano
regido por prazos, horários, metas.
Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam o descanso em prol
da produção desenfreada, da busca frenética por resultado, ascensão, status,
dinheiro. Algo de errado em querer tudo isso? A meu ver, não. E sim. Não, porque
é digna a recusa à estagnação. Sim, quando ela compromete momentos de
entretenimento, minando, aos poucos, a saúde física e mental de quem acha que
sombra e água fresca são luxo e não merecimento.
Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce. Momentos de pausa, porém, honram o próprio ofício. A vida se equilibra
justamente na possibilidade de converter o dinheiro advindo do esforço em
ingressos para o show da banda preferida, passeios no parque, pipoca quentinha e
viagens de barco.
a) ―quem acha que sombra e água fresca são luxo e não merecimento‖ (2º
parágrafo).
e) ―Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam o descanso‖ (2º
parágrafo).
423) Concurso: PP/PC SP/2018 Banca: VUNESP
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que
comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do
microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam
só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de
quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava
bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai
mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as
outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a
moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do-rato? Morreu.
Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela
não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a
menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela?
A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A
propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui
uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De
qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado
com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe
deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto.
Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que
desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o
brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata, minha filha? Vai ali para a
esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que
a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E
dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone.
a) Foi uma dura lição, infelizmente ela não poderá aproveitar. Outros o farão.
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à
música em geral: não toco, não batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o
quê?
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
a) certas coisas que contam para o convívio social – tem sentido próprio e
corresponde a sucesso profissional.
b) bicho de quatro patas ou outro engenho sobre rodas – tem sentido figurado e
corresponde a carros.
d) Minhas filhas tentaram dar um jeito nisso – tem sentido próprio e corresponde
a me proibir.
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
a) Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão,
marido, filhos, saúde.
b) Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado
estava acontecendo em algum lugar.
d) Será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores?
e) Os notáveis não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que
todos estão comemorando grandes paixões.
―Quando você começa com uma empresa ética, apegada à sua missão, e remove a
ética, isso cria um problema‖, disse Tiffany Li, pesquisadora da escola de direito da
Universidade Yale. ―Se o Google tiver uma versão de seu serviço de buscas aberta à
censura, para a China, outros países pedirão a mesma coisa‖, afirmou.
a) ... e pode ser legal, também, se a pessoa não for mala. (1º parágrafo)
c) ―... tava reclamando que precisou usar aparelho, adulto‖. (2º parágrafo)
d) Ele diz que não. O Ricardo separou. Agora mora em Natal. (2º parágrafo)
e) Aí você fala, depois do abraço, ―Ah, a gente precisa se ver mais!‖ (3º parágrafo)
Carta a Beatriz
Cara Beatriz: na última terça (8) você escreveu aqui pro jornal se dizendo
espantada com a minha crônica de domingo (6); ―após uma semana de fatos
surpreendentes na política‖, ―num momento tão importante para uma boa análise‖,
um de seus ―colunistas preferidos‖ havia se saído com um texto ―bobo e sem
propósito‖.
Fico feliz por me citar entre seus ―colunistas preferidos‖, mas me pergunto se o
elogio foi sincero ou só uma gentileza. Afinal, quase toda semana o Brasil nos
brinda com ―fatos surpreendentes na política‖ e quase todo domingo, em vez de
uma ―boa análise‖, publico textos que poderiam ser considerados bobos e sem
propósito.
Não o faço por desvio de caráter nem para irritá-la, Beatriz, mas por dever de
ofício. O cronista é um cara pago para lubrificar as engrenagens do maquinário
noticioso com um pouco de graça, de despropósito e – vá lá, por que não? – de
bobagem. Minha função é lembrar o leitor desolado entre bombas na Síria, tiros na
Rocinha e patacoadas em Brasília que este mundo também comporta mangas
maduras, Monty Python, Pixinguinha.
O Rubem Braga atravessou duas ditaduras e seu maior libelo à liberdade não é um
texto contra o pau de arara, mas uma carta/crônica ao vizinho que havia reclamado
do barulho.
Lamento, Beatriz, mas atualmente a única ―boa análise‖ que tenho sido capaz de
fazer é às quintas, 15h, deitado num divã na rua Apiacás – e nem sempre é assim
tão boa.
Um abraço,
b) Fico feliz por me citar entre seus ―colunistas preferidos‖… (2º parágrafo)
d) Não o faço por desvio de caráter nem para irritá-la… (3º parágrafo)
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. Você já deve ter passado por
este problema: acabou de ser apresentado a alguém e, assim que a pessoa vira as
costas, já esqueceu como ela se chama. Acontece – mas é extremamente
embaraçoso precisar perguntar o nome dela novamente. A dica é associar o nome a
algum objeto. Por exemplo, se você acabou de conhecer a Giovana e ela estava
próxima a uma janela, pense nela como a Giovana da Janela.
O substituto da vida
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria
de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o
barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! Como deixava a garganta
seca.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao
penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a
mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada,
penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre
arbustos estava... o chafariz de pedra, de onde brotava num filete a água sonhada.
O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a
chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente no orifício de onde
jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga.
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu Abriu-os e viu bem junto de
sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e
que era da boca da mulher que saía a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A
vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e
tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
a) ... e seus olhos saltavam para fora da janela, procurando a estrada, penetrando
entre os arbustos...
c) Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se
saciar.
d) Sofreu um tremor que [...] se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo
estourando pelo rosto em brasa viva.
e) ... deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar- -lhe pelos cabelos com
dedos longos...
432) Concurso: Esc/TJ SP/2017 Banca: VUNESP
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, ―é que você anda, anda, anda e nunca
chega a Ipanema‖. Se tomarmos ―Ipanema‖ ao pé da letra, a frase é absurda e
cômica. Tomando ―Ipanema‖ como um símbolo, no entanto, como um exemplo de
alívio, promessa de alegria em meio à vida dura da cidade, a frase passa a ser de
um triste realismo: o problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e nunca
chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Estado, o Jardim da Luz são uns
raros respiros perdidos entre o mar de asfalto, a floresta de lajes batidas e os
Corcovados de concreto armado.
d) É o que vemos nas avenidas abertas aos pedestres, nos fins de semana...
e) ... parque noturno com bastante gente, quase nenhum carro e propício a todo
tipo de atividades...
433) Concurso: Esc/CM Sumaré/2017 Banca: VUNESP
Os laranjas
a) próprio … segura
b) próprio … laranjas
c) figurado … ímã
d) figurado … cães
e) figurado … festeira
434) Concurso: Asst/CM Valinhos/Administrativo/2017 Banca: VUNESP
Cidades inovadoras
Se uma cidade criativa fosse uma simples soma aritmética, os termos seriam:
tecnologia, tolerância, talentos e tesouros. A equação original, cunhada pelo
urbanista americano Richard Florida, continha os três primeiros ―tês‖. O último é
acréscimo do engenheiro e professor brasileiro Victor Mirshawka, autor de ―Cidades
Criativas‖.
Ele cita Barcelona, que implementou o sistema de captação de lixo por tubos. A
medida levou à redução no número de caminhões de coleta, com consequências
positivas no trânsito.
Os itens tolerância e talentos, por sua vez, estão intimamente ligados. O primeiro,
diz o autor, abarca temas como orientação sexual e migração. ―Essa mescla,
envolvendo várias religiões e costumes, permite diversidade, com resultados em
campos como gastronomia e música.‖
―Nesse sentido, a cidade com mais talentos do mundo é Boston (EUA.), que tem
350 mil estudantes em instituições como Harvard e MIT. Metade dos alunos são
estrangeiros e, obviamente, os americanos ganham com isso.‖
Por último, há os tesouros, que são tanto obras humanas (museus e monumentos)
quanto da natureza (rio Amazonas e cataratas do Iguaçu). Essas atrações, diz
Mirshawka, geram ―visitabilidade‖, fator fundamental para as cidades criativas. ―A
grande questão é como fazer com que as pessoas queiram estar na sua cidade.‖
e) De acordo com a Unesco, Belém vem se tornando uma joia preciosa para
muitas instituições voltadas a pesquisas em tecnologia de alimentos.
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que,
em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada
dizendo ―Eu sou prafrentex!‖.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava
comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um
grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito.
Houve época em que era ―pão‖, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e
meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: ―Ai, que pão!‖.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica
difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de ―boko moko‖, criado por uma marca de refrigerante para
rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona
vale? Ou devo dizer ―out‖, como na década de 90?
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se
fala ―hype‖ para indicar algo que no passado foi ―in‖. Ou que alguém é ―fashion‖,
para dizer que está ―nos trinques‖, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!
c) ... um menino sobre o qual se especulava haver nascido, mas de quem não se
tinha notícia de ter sobrevivido.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o
cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse
indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa
e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de
espera.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o
focinho voltado para ―aquela‖ direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)
a) não findou.
b) continuou a existir.
c) permaneceu.
d) não deixou de florescer.
e) não se extinguiu.
438) Concurso: Aux Esc/Pref Marília/2017 Banca: VUNESP
A língua maltratada
Vira motivo de piada. O personagem que fala certinho é sempre o chato nos
programas humorísticos.
Mesmo em uma cidade como São Paulo, onde a concorrência profissional é enorme,
ninguém parece preocupado em corrigir erros de linguagem. Incluem-se aí
profissionais de nível universitário.
Um dos maiores crimes é cometido contra o verbo haver. Raramente alguém coloca
o H. Mesmo em jornais, costumo ler: ―Não se sabe a quanto tempo…‖.
Outro dia, estava assistindo ao trailer de Medidas Extremas. Lá pelas tantas, surge
a legenda: ―Vou previni-lo‖. O verbo é prevenir. No filme Asas do Amor, também
não falta uma preciosidade. Diz-se que um personagem é ―mal‖. O certo é ―mau‖.
Muita gente passa o dia malhando na academia. Outros conhecem vinhos. Existem
gourmets capazes de identificar um raro tempero na primeira garfada. Analistas
econômicos são capazes de analisar todas as bolsas do universo. No entanto, boa
parte acha normal atropelar o português.
Descaso com a língua é desprezo em relação à cultura. Será que um dia essa
mentalidade vai mudar?
*coloquial: informal
Assinale a afirmação correta a respeito da expressão destacada no trecho do texto.
a) – Hoje você está gastando, hein? (2º parágrafo): está empregada em sentido
próprio e pode ser substituída por exagerando.
e) Será que um dia essa mentalidade vai mudar? (último parágrafo): está
empregada em sentido figurado e pode ser substituída por postura.
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
b) ... aprendi a escrever em qualquer lugar em que haja espaço para sentar com o
computador.
Fora do jogo
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos
Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem,
cujo único defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam
por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse
comer, beber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o
suficiente para levar essa vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do
seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que
lhe repugnasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-
lhe certo ascendente, de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua
vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher:
reconhecia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era
honesta e fiel aos seus deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
Ao dizer que uma das coisas que Garcia fazia era ―trocar as pernas pela cidade‖, o
narrador pretende dizer que o homem
a) ia a poucos lugares.
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando
estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou daquele que nos
hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um
nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que
nos conquistou.
Eu era criança, não lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital
amanhecera. Dava para sentir o calor da luz do sol e o silêncio que pairava no
ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia
uma vitrola e, para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha
cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com
canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou
grande afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e
loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia
que, apesar de estar diante de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela
sai do quarto para outras tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico
vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do prédio da
Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior
sentimento que se expressa é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente
eu estava presente. Não demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse
outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o carinho e o afeto que
Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida,
fecho meus olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia
seguinte, e no lugar do afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém
em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana
que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que
ela não viria mais.
c) Depois do banho e do café da manhã, ela sai do quarto para outras tarefas.
d) ... essa que veio ser minha cuidadora pôs um disco para tocar.
Fiz um regime árduo durante um ano e perdi 23 quilos. Sem operação. Descobri o
sabor de salmão ao vapor. Peixe grelhado sem aquela deliciosa crosta de farinha.
Feijoada, eliminei. Acarajé, nem pensar. Enfim, boa parte das delícias da culinária
nacional saiu de meu cardápio. Francesa também. Americana? Nem por decreto,
embora tenha delírios pensando num cheeseburger. Coxinhas, empadinhas e
pastéis, só em momentos especiais.
Pois é. Fiz o regime com dedicação absoluta. Pulei do número 58/60 para o 52 e,
glorioso, refiz meu guarda-roupa. Meu rosto emagrece fácil. Alguns homens
emagrecem e ficam com cara de buldogue. Eu não. Fico mais próximo de uma
imagem tradicional do Drácula, magro, de rosto comprido e olhos ávidos. Não por
sangue, mas por qualquer pacotinho de batatas fritas. Existe algo melhor que
batatas fritas?
Quando o regime foi considerado vitorioso, aos poucos voltei aos carboidratos. A
uma delícia aqui, outra ali. Adivinhem o que cresceu primeiro? Ela, a barriga. Para
todo homem é assim. Barriga das boas aproveita a primeira oportunidade para se
expandir. Fui comprar um paletó, adivinhem? O 54 serve apertadinho. O 56 cai
melhor, mas folga nos ombros. O cinto que comprei, em comemoração, não fecha
mais. Voltei aos antigos.
Não há parte do corpo mais teimosa para o homem que a barriga. Posso fazer
esteira duas horas. Basta comer um cheeseburger, e a barriga vence! É insistente.
Tanto que muita gente já diz que a barriguinha em um homem é charmosa. Criou-
se um padrão estético a favor de barrigudo! É uma luta inglória. Um homem depois
dos 30 passa a vida lutando contra a barriga. Mais dia, menos dia, a vitória sempre
será dela.
Habilidades domésticas
Na sexta-feira, meu filho chega de São Paulo carregando uma mala entupida de
roupa suja. No final de semana, ele toma de assalto a máquina de lavar. Gira os
botões como quem aumenta o volume do rádio do carro; uma familiaridade
irritante. O elefante branco que me assustou quando vim morar sozinho tornou-se
para o jovem de 18 anos um simples e inofensivo gatinho. Se aos 45 eu nunca
tinha apertado um botão sequer de uma máquina dessas, ele, aos 18, já domina a
técnica com maestria, o que o tornará por certo mais independente nesse mundo
de dependência e subordinação em que vivemos.
Mas calma, amigo, calma. Hoje posso dizer com serenidade que essa mesma
habilidade que ele desenvolveu tão cedo eu também já desenvolvi. Agora, se tem
algo ultimamente que me anda pondo medo é o ferro de passar roupa.
Antigamente era fácil. Pelo que via, era só ligar à tomada. Havia um botãozinho
que regulava a temperatura. E pronto. Era só começar a passar. Esse que eu tenho
aqui, e que terei que usar até arrumar uma nova ajudante, tem um botão giratório
pra eu escolher o tipo de tecido: acetato, seda, rayon (o que é rayon?!), lã,
algodão, linho. Tem dois botõezinhos pra apertar com desenhinhos indecifráveis. Há
um outro que vai pra lá e pra cá, aumentando e diminuindo um filete escuro (pra
que tantos botões!?). E um buraquinho que, na minha ínfima capacidade de
decifrar esse monstrengo doméstico, serve pra colocar água.
Mais difícil do que passar roupa é entender como funciona um ferro de passar e seu
indecifrável manual. Sinceramente? Acho que escrever um romance a cada seis
meses ou arredondar uma encrencada e velha execução trabalhista são tarefas
mais fáceis, mas eu chego lá...
P.S.: Esquece esse último parágrafo. Tudo resolvido com essa tecnologia massa¹.
Bastaram três minutinhos. Bora² passar roupa! Com a ajuda do YouTube³, claro!
1 excelente
2 Vamos (convite)
3 site de compartilhamento de vídeos
Uma expressão empregada apenas com sentido figurado está destacada no trecho:
b) Hoje posso dizer com serenidade que essa mesma habilidade que ele
desenvolveu tão cedo eu também já desenvolvi. (2º parágrafo)
d) Esse que eu tenho aqui [...] tem um botão giratório pra eu escolher o tipo de
tecido... (3º parágrafo)
Gostei, sim, da ideia daquele publicitário de São Paulo, que concebeu e instalou na
rua um outdoor de 24 metros quadrados, contendo uma declaração de amor à sua
mulher. Todo mundo, ao passar por lá, ficou sabendo que Bob continua amando
Cly, depois de dez anos de casados, e que não abre.
(...)
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para
horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.
d) … não custaria menos de US$ 100 em Nova York ou Paris, ninguém acreditaria.
O gavião
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz
com tanto satélite beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de
algo mais sensacional e comovente – o gavião malvado, que mata pombas.
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e também o lance
magnífico em que o gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como
diria Saint-Exupéry, ―a verdade do gavião‖, mas matar um gavião no ar com um
belo tiro pode também ser a verdade do caçador.
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se
não houver outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião
em outro homem.
Dia desses, precisei pingar um remédio no nariz e deitei na cama para fazer isso. O
remédio desceu pelas minhas narinas, mas eu não conseguia mais me levantar.
Meu pé foi capturado pela delícia de um raio de sol que costuma atravessar o meu
quarto àquela hora do dia.
Eu fiquei ali parada, deitada sobre a colcha, esquentando os pés enquanto olhava
uns reflexos dançando no teto. Minha cabeça começou a caminhar.
Se não fosse o meu nariz congestionado, não estaria ali. Eu me assustei. Não
conseguia me lembrar de uma única vez que tivesse deitado na minha cama assim,
no meio do dia, sem exata serventia. Uma coisa tão simples, tão boa e por que tão
rara? Por quê? Por que não faço isso mais vezes?
Mas aquele dia fiz uma coisa tão banal! Deitei na minha cama de dia e entrei numa
bolha subversiva de calma e prazer. Dei uma rasteira no cotidiano.
Faça o mesmo, caro leitor. Deite-se, ainda que seja por dez minutos. Sem função.
Deite-se para ouvir-se.
Sempre tive uma curiosa inveja desses trabalhadores de praças e jardins que vejo,
depois do almoço, deitados nos tristes gramados urbanos.
Apesar do serviço duro, são capazes de deitar na grama no meio do dia, enquanto
nós continuamos no trânsito passando séculos sem ver uma árvore de baixo para
cima. Quando estou num táxi e vejo um deles, eu me lembro de recostar a cabeça
no banco para, no mínimo, ver uma inédita cidade passando pelo céu.
Pura delícia. Experimente. E se alguém ficar surpreso com sua atitude, diga que
resolveu dar uma rasteira no cotidiano.
c) Mas aquele dia fiz uma coisa tão banal! – foi empregado em sentido próprio,
significando especial.
São Paulo está a 760 metros de altitude, a altura de Teresópolis. Por causa do frio,
as pessoas se cobrem de casacos e suéteres. Nos correios e nos cinemas, as filas
são mais distintas. Até o trânsito é mais civilizado. Nos cruzamentos, as pessoas
paravam e eu passava sempre primeiro, como bom bárbaro. Nos engarrafamentos,
a manada de automóveis, resignada, espera sem buzinar, algo impensável no Rio.
Em São Paulo, os motoristas de táxi são donos dos carros; no Rio, são empregados
da frota. Adivinhe onde o troco volta integralmente e você tem menos chance de se
aborrecer.
(http://www.istoe.com.br)
Leia a charge.
Ao dizer que o papo ―não tem pé nem cabeça‖, a personagem sugere que a
conversa do amigo está sendo
a) articulada.
b) engraçada.
c) concisa.
d) incoerente.
e) inteligente.
Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu
em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando:
―Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu‖. A naturalidade do
pedido mostra como a integração com a comunidade funciona.
a) dispendioso.
b) cuidadoso.
c) improvisado.
d) negligente.
e) superficial.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união
estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí
acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com
a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo
apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o
erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras
estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*),
sempre acompanhada de assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen
– quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão
que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra
moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato).
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras.
Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa
palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente
inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer
ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
c) A luta com sangue de uma nação contra outra sempre significará uma perda
para a humanidade.
Enfim o escândalo chegou ao topo, e novos capítulos ainda serão escritos. Na terça-
feira 2 de junho, quatro dias depois de ser reeleito para seu quinto mandato na
presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o suíço Joseph Blatter
convocou a imprensa e renunciou. Sentia, disse, não ter ―apoio no mundo
futebolístico‖. O que ele não tem, na verdade, é a distância requerida a alguém na
sua posição do lamaçal de corrupção, falcatruas e desvios de dinheiro que engolfou
a Fifa nas últimas semanas e já levou sete dirigentes à prisão. A investigação,
conduzida pela polícia americana, bateu nos últimos dias em Jérôme Valcke, braço-
direito de Blatter, e foi aí que o chefe capitulou. O celebrado padrão Fifa, sabemos
agora, esteve ancorado em estruturas corruptas que deixaram um legado nefasto
para o Brasil. Um ano depois da Copa, o país do futebol tem estádios vazios, todos
construídos a valores inexplicáveis e amargando prejuízos – ao contrário da Fifa,
aliás, que amealhou lucro de 16 bilhões de reais com a megafesta de 2014.
Você acredita que muitas pessoas mentem para se dar bem? Ou que agem de
forma injusta para levar a melhor? Portanto, melhor não confiar em ninguém,
certo? Bem, se você concorda com tudo isso, a ciência tem um conselho: pare.
Isso porque os céticos, cheios de medo de serem passados para trás, acabam
cooperando menos – e pedindo menos ajuda aos outros. Aí, além de se queimarem
com os colegas, os resultados do trabalho podem sair piores.
a) Você acredita que muitas pessoas mentem para se dar bem? (1º parágrafo)
Há cinco anos, a escritora americana Susan Maushart percebeu que a sua relação
com os três filhos adolescentes estava se deteriorando. Eles trocavam conversas e
encontros familiares pela tela dos celulares, computadores e videogames. Para
resolver a situação, decidiu realizar um experimento com ela mesma, que é
divorciada, e seus filhos: um detox* digital de seis meses. A escritora conta como
foi o tempo sem tecnologia e como esse exercício reaproximou sua família.
―Fui radical porque nossa situação era desesperadora. A forma como nossa família,
incluindo eu, abusava da tecnologia estava fora de controle. Tínhamos praticamente
parado de nos comunicar como pais e filhos devem fazer. Quando eu chegava do
trabalho e dizia ‗oi, crianças,‘ era uma grande conquista receber um reles contato
visual. Cada um de nós passava 35 horas semanais on-line.‖
―No processo de detox, meus filhos começaram a interagir mais entre si. Isso não
quer dizer que a vida virou um mar de rosas. Eles tanto brincavam como brigavam.
Como meu filho redescobriu o amor pelo sax, a casa ficou barulhenta e, como as
meninas adoravam assar doces, a cozinha virou uma zona. Foi quando percebi que
celulares e tablets são um tipo de calmante, uma forma de controlar as pessoas e
impedir que interações aconteçam. No fim, nossa experiência foi como uma dieta
radical: não funciona a longo prazo. Só que no processo você perde peso e muda
sua vida. Em consequência do detox, fortificamos nossa família.‖
(www.dengue.org.br. Adaptado)
a) arma.
b) acúmulo.
c) prevenção.
d) doença.
e) transmissor.
458) Concurso: Sarg/PM SP/CFS/2015 Banca: VUNESP
O Dedo
Inclinara-me para ver o estranho objeto quando notei o pequeno feixe de fibras
emergindo na areia banhada pela espuma. Quando recorri aos óculos é que vi: não
era algodão mas uma vértebra meio descarnada – a coluna vertebral de um grande
peixe? Fiquei olhando. Espera, mas o que seria aquilo? Um aro de ouro? Agora que
a água se retraíra eu podia ver um aro de ouro brilhando em torno da vértebra,
enfeixando as fibras que tentavam se libertar, dissolutas. Com a ponta do cipó,
revolvi a areia. Era um dedo anular com um anel de pedra verde preso ainda à raiz
intumescida. Como lhe faltasse a última falange, faltava o que poderia me fazer
recuar; a unha. Unha pintada de vermelho, o esmalte descascando, acessório fiel
ao principal até no processo de desintegração. Unha de mulher burguesa, à altura
do anel do joalheiro que se esmerou na cravação da esmeralda. Penso que se
restasse a unha certamente eu teria fugido, mas naquele estado de despelamento o
fragmento do dedo trabalhado pela água acabara por adquirir a feição de um
simples fruto do mar. Mas havia o anel.
A dona do dedo? Mulher rica e de meia idade que as jovens não usam joias, só as
outras. Afogada no mar? A onda começou inocente lá longe e foi se cavando cada
vez mais alta, mais alta, Deus meu! A fuga na água e a praia tão longe, ah! mas o
que é isso?... Explosão de espuma e sal. Sal.
a) Vi que não era algodão: a vértebra meio descarnada seria a coluna vertebral de
um grande peixe?
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
Esses retratos, junto com muitos outros, formam uma galeria que o país não gosta
de ver. São vários Antônios, vários Franciscos, vários Josés que dão carne e osso a
um grande drama brasileiro: o trabalho em condições análogas às de escravidão.
Sim, todas essas pessoas foram escravizadas – em pleno século XXI.
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostrem um quadro deteriorado.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a
metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível
que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a
metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível
que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.
Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou
exortá-los:
O exorcismo
– Ao mau tempo, cara boa, e para a fome, viola – disse. E disse que dali para a
frente era conosco, porque a sorte não ajuda quem não a ajuda a ajudar.
a) Contínuo e excepcionais.
b) Eventual e comuns.
c) Insistente e característicos.
d) Intermitente e específicos.
e) Consistente e eventuais.
Mal-estar
Considere as passagens:
a) bastante adequada.
b) eventualmente inoportuna.
c) muito vantajosa.
d) demasiadamente incômoda.
e) provavelmente descomplicada.
467) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2018 Banca: VUNESP
A grama do vizinho
a) modelar e libertária.
b) exemplar e fútil.
c) irrelevante e superficial.
d) corriqueira e edificante.
e) vazia e modesta.
468) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2018 Banca: VUNESP
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Infância: a permanente exclamação:
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Febre de fama
Há uma inflação de candidatos a astro e estrela. Toda família tem um aspirante aos
holofotes. Desde que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios
indomáveis.
Dias desses, fui ouvir as mensagens do celular. Uma voz aflita de mulher:
– Preciso falar urgentemente com o senhor.
Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do meu celular) se
tinha experiência como atriz. Não. Nem curso de interpretação. Apenas uma
certeza inabalável de ter nascido para a telinha mágica. Com calma, tentei explicar
que, antes de mais nada, era preciso estudar para ser atriz. Estudar? Ofendeu-se:
Incrível também é a reação dos familiares. Conheci a mãe de uma moça que dança
em um dos inúmeros conjuntos em que as integrantes rebolam em trajes mínimos.
Bastante orgulhosa da pimpolha, a mãe revelou:
– Quando pequena ela queria ser professora, mas escolheu a carreira artística.
Ainda bem!
b) Desde que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios
indomáveis. (artistas muito experientes)
e) ... uma moça que dança em um dos inúmeros conjuntos em que as integrantes
rebolam em trajes mínimos. (vestimentas luxuosas)
471) Concurso: Esc/TJ SP/2017 Banca: VUNESP
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em
pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam
distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. ―Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se
consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa‖, diz ele.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro
paredes e uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias
tarefas ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até
20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.
a) (I) expressa uma condição; (II) expressa uma possível ação consequente.
b) (I) expressa uma comparação; (II) expressa seu efeito futuro.
c) (I) expressa uma causa; (II) expressa o momento da ação.
d) (I) expressa uma ação possível; (II) expressa uma ação precedente realizada.
e) (I) expressa modo da ação já realizada; (II) expressa sua causa.
473) Concurso: Ag Educ/Pref Itápolis/2016 Banca: VUNESP
O prédio em que estou, em Nova York, tem uma piscina coberta no último andar.
Numa tarde da semana passada, éramos dois nadando na piscina. De repente,
apesar dos ouvidos tapados pela touca de borracha e da cabeça na água, ouvi um
estardalhaço de gritos insensatos. Parecia que a piscina estava sendo invadida pela
excursão não monitorada de uma classe de estudantes do Fundamental.
De fato, era só um menino, 7 ou 8 anos, mas que gritava como uma turma inteira.
Não dava para entender nada de seus gritos, e não estou certo de que ele estivesse
querendo se comunicar: gritava, mas sem angústia, pelo prazer de fazer barulho.
Ele era acompanhado por três mulheres – suponho que uma fosse a mãe e as duas
outras, uma babá e uma empregada. (Babá aos 8 anos? Pois é.) O menino não
tinha dificuldade motora alguma, mas as três o preparavam para entrar na água.
Duas retiravam a camiseta, enquanto outra, ajoelhada, tirava os chinelos.
Logo chegou outro menino, acompanhado por mais uma babá. Os gritos
incompreensíveis não duplicaram porque não havia como eles aumentarem mais.
Os dois meninos ficaram então pulando na água e subindo pela escada – ótima
brincadeira, mas por que sempre gritando? Por que manifestar sua excitação
parecia mais importante do que brincar?
Os meninos não eram mal-educados. Eles eram educados mal, que é pior. Digo isso
porque eles gritavam? Não, claro. Eles eram educados mal porque eram privados
da autonomia de tirar chinelos e camiseta. E, sobretudo, eram educados mal
porque nada lhes sugeria que eles pudessem ser apenas uns entre outros. Para os
cuidados e os olhares extasiados das quatro mulheres, eles precisavam manter
uma cansativa e barulhenta encenação de sua unicidade*. Nada demais naquela
ocasião (só uns gritos), mas a crença na unicidade privilegiada da gente se
transforma, ao longo da vida, na cansativa obrigação de ser sempre ―diferente‖ e
extraordinário.
a) O prédio em que estou, em Nova York, tem uma piscina coberta no último
andar. (1o parágrafo)
b) De fato, era só um menino, 7 ou 8 anos, mas que gritava como uma turma
inteira. (2o parágrafo)
d) Eles eram educados mal porque eram privados da autonomia de tirar chinelos e
camiseta. (5o parágrafo)
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre ―As vantagens de ser
mãe de menina‖ ou ―Por que é bom ser mãe de menino‖: ―meninos não têm
frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais corajosos‖, ―elas são mais
choronas‖ e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de
gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu
filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em
listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar
dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros,
escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai
sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha,
não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a
ideia de que os meninos são mais ―aventureiros‖ e ―danados‖ e as meninas mais
―cuidadosas‖.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que
podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os
carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer
que ―tudo bem‖ as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as
bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois
de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma
pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para
que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era
fabricado: só havia pias rosa e lilás. ―Esse brinquedo é de menina‖, alertou a
vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não
percebido o ―engano‖ ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa
lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e
panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu
filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma
cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão:
―Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa
em ordem?‖ E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao
acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: ―As vantagens de ser mãe de
uma criança feliz.‖ É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não
determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”.
Disponível em: <vida estilo.estadao.com.br>. Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
a) ... nos permitem manter afastada a trágica ideia da morte próxima. (5º
parágrafo)
b) ... alimentação equilibrada, prática de atividades físicas compatíveis... (3º
parágrafo)
c) O idoso pode então ser visto como alguém... (2º parágrafo)
d) Pode ser uma longa espera para o inevitável... (1º parágrafo)
e) Felizmente, nem todos pensam assim. (1º parágrafo)
476) Concurso: Aux Esc/CM Marília/2016 Banca: VUNESP
Numa época em que só se colhem notícias ruins, aconteceu uma coisa boa no
mercado do café. As exportações vão bem e o consumo interno cresceu 0,9%. Não
é nada, mas é alguma coisa.
Em vez de exportar sobretudo café verde, poderá exportar cápsulas. O grão puro e
simples vale R$ 10 por quilo, o café das cápsulas rende R$ 300 pelo mesmo quilo.
Os bons cafezais brasileiros produzem tipos de grãos capazes de competir com
quaisquer sabores de outros países. Se ninguém atrapalhar, dá certo.
Dia desses, precisei pingar um remédio no nariz e deitei na cama para fazer isso. O
remédio desceu pelas minhas narinas, mas eu não conseguia mais me levantar.
Meu pé foi capturado pela delícia de um raio de sol que costuma atravessar o meu
quarto àquela hora do dia.
Eu fiquei ali parada, deitada sobre a colcha, esquentando os pés enquanto olhava
uns reflexos dançando no teto. Minha cabeça começou a caminhar.
Se não fosse o meu nariz congestionado, não estaria ali. Eu me assustei. Não
conseguia me lembrar de uma única vez que tivesse deitado na minha cama assim,
no meio do dia, sem exata serventia. Uma coisa tão simples, tão boa e por que tão
rara? Por quê? Por que não faço isso mais vezes?
Mas aquele dia fiz uma coisa tão banal! Deitei na minha cama de dia e entrei numa
bolha subversiva de calma e prazer. Dei uma rasteira no cotidiano.
Faça o mesmo, caro leitor. Deite-se, ainda que seja por dez minutos. Sem função.
Deite-se para ouvir-se.
Sempre tive uma curiosa inveja desses trabalhadores de praças e jardins que vejo,
depois do almoço, deitados nos tristes gramados urbanos.
Apesar do serviço duro, são capazes de deitar na grama no meio do dia, enquanto
nós continuamos no trânsito passando séculos sem ver uma árvore de baixo para
cima. Quando estou num táxi e vejo um deles, eu me lembro de recostar a cabeça
no banco para, no mínimo, ver uma inédita cidade passando pelo céu.
Pura delícia. Experimente. E se alguém ficar surpreso com sua atitude, diga que
resolveu dar uma rasteira no cotidiano.
O trecho do texto em que a narradora cita a condição que foi necessária para que
ela pudesse vivenciar uma situação inesperada encontra-se na alternativa:
e) Enquanto nós continuamos no trânsito passando séculos sem ver uma árvore de
baixo para cima.
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se
manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque
você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta
um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários
xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você.
Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de
hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha
social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência
humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com
suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um
lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no
nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil
abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de
moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí
exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar
alguma cumplicidade. Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso
em: 27 jan 2015. Adaptado)
As palavras destacadas nas passagens – (I) … as sociedades com maior número de
pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo… e (II) É justificável diante da
eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo… – têm
sentido contextual de
Há cinco anos, a escritora americana Susan Maushart percebeu que a sua relação
com os três filhos adolescentes estava se deteriorando. Eles trocavam conversas e
encontros familiares pela tela dos celulares, computadores e videogames. Para
resolver a situação, decidiu realizar um experimento com ela mesma, que é
divorciada, e seus filhos: um detox* digital de seis meses. A escritora conta como
foi o tempo sem tecnologia e como esse exercício reaproximou sua família.
―Fui radical porque nossa situação era desesperadora. A forma como nossa família,
incluindo eu, abusava da tecnologia estava fora de controle. Tínhamos praticamente
parado de nos comunicar como pais e filhos devem fazer. Quando eu chegava do
trabalho e dizia ‗oi, crianças,‘ era uma grande conquista receber um reles contato
visual. Cada um de nós passava 35 horas semanais on-line.‖
―No processo de detox, meus filhos começaram a interagir mais entre si. Isso não
quer dizer que a vida virou um mar de rosas. Eles tanto brincavam como brigavam.
Como meu filho redescobriu o amor pelo sax, a casa ficou barulhenta e, como as
meninas adoravam assar doces, a cozinha virou uma zona. Foi quando percebi que
celulares e tablets são um tipo de calmante, uma forma de controlar as pessoas e
impedir que interações aconteçam. No fim, nossa experiência foi como uma dieta
radical: não funciona a longo prazo. Só que no processo você perde peso e muda
sua vida. Em consequência do detox, fortificamos nossa família.‖
Quem se lembra ainda de Victor Hugo: ―Rápidos voam os tempos, nascem muitos
poetas todos os dias‖. Não são poetas apenas que nascem, mas romancistas,
críticos, e ninguém quer saber mais do que passou: todos querem ser atuais,
atualíssimos, numa febre de futuro que tem o erro de proporção das visões de
todas as febres: pois, ai de nós!, o futuro de hoje é o passado de amanhã e,
quando já não estivermos vivos, para defender com unhas e dentes as nossas
obras, elas terão de comparecer sozinhas diante do tribunal do mundo.
Rápidos voam os tempos, e não podemos dispor dos lazeres dos nossos avós, que
não liam tanto, mas liam certamente melhor. Boa gente, que podia acompanhar
folhetins, letra por letra, embora na atualidade ainda haja quem acompanhe
novelas de rádios (não tão boas), suspiro por suspiro e lágrima por lágrima...
Nas passagens ―... todos querem ser atuais, atualíssimos...‖ e ―... pois, ai de
nós!, o futuro de hoje é o passado de amanhã...‖, as expressões em destaque
remetem, respectivamente, para o sentido de
a) intensidade e lamento.
b) ironia e esperança.
c) afetividade e dúvida.
d) intensidade e alegria.
e) afetividade e tristeza.
481) Concurso: Tec Adm/PM SP/2015 Banca: VUNESP
Leia o trecho do poema dramático Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo
Neto. Trata-se da fala do retirante Severino.
(Morte e vida Severina e outros poemas para vozes. 1994, p. 33-34. Adaptado)
a) casa e ladainha.
b) descida e vilas.
c) longa e simples.
d) estrada e linha.
e) rosário e casa.
Orações subordinadas adverbiais
a) Viver ―no mundo da lua‖ e olhar para a Terra de outras distâncias, ...
b) ... até virarem luas de papel amassadas nas mãos da professora.
c) ... devia pintar a Terra e seus objetos com as cores verdadeiras da verdade.
d) O mundo do Era uma vez (...) significava para mim a nave espacial...
e) ... e entre abraços formassem uma rede invisível.
No trecho ―... a vizinha voltou com o abajur e mais um vaso com flores muito
perfumadas...‖, a palavra destacada expressa circunstância de
a) negação.
b) intensidade.
c) lugar.
d) dúvida.
e) tempo.
484) Concurso: Aux Ad/CM Caieiras/2015 Banca: VUNESP
De acordo com pesquisa realizada nos Estados Unidos, colegas tagarelas são o
principal motivo de distração durante a jornada de trabalho.
Pelo levantamento feito com 848 profissionais, 45% deles consideram que as
conversas frequentes são, em grande parte, responsáveis pela perturbação no
ambiente corporativo.
―Profissionais tagarelas em geral não fazem ideia de quão irritantes são para seus
colegas. Eles simplesmente perdem a capacidade de reconhecer os sinais, por isso
devem prestar atenção às dicas não verbais que surgem no ambiente e estabelecer
limites de respeito ao tempo dos colegas.‖ Os sinais a que Greenaway se refere
incluem, por exemplo, olhadelas no relógio e o tamborilar impaciente dos dedos
sobre a mesa.
a) comparação.
b) finalidade.
c) simultaneidade.
d) causa.
e) oposição.
Função sintática dos pronomes pessoais átonos
Leia a tira.
Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua.
Termômetros digitais mostram uma temperatura que o corpo da gente não
registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando,
tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar
ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando
estimular seu buldogue francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei
o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio
palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava
oferecer ao animal e que, naquele momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o
no colo e corresse com ele para casa. O risco de intermação é grande, sobretudo
para raças de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz
ela me prometer que nunca mais sairia com ele àquela hora no verão. ―Eu sei, ele
fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo acordar cedo
para sair com ele‖, confessou-me ela.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o
cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse
indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa
e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de
espera.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o
focinho voltado para ―aquela‖ direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)
Considere a frase : O cachorro disciplinadamente cumpria o compromisso
assumido.
Tudo indica que a primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água. Isso
deve ter mudado por volta de 3000 a.C., quando povos da atual região do Irã
passaram a usar areia para polir metais e pedras. Esses espelhos refletiam apenas
contornos e formas. As imagens não eram nítidas, e o metal oxidava com
facilidade.
Pouco mudou até o fim do século 13. Nessa época, o homem já dominava técnicas
de fabricação do vidro, mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham
nitidez. Até que, em Veneza, alguém teve a ideia de unir o vidro a chapas de metal.
―Os espelhos dessa época têm uma pequena camada metálica na parte posterior do
vidro. Assim, a imagem ficava nítida, e o metal não oxidava por ser protegido pelo
vidro‖, diz Claudio Furukawa, pesquisador do Instituto de Física da USP. Surgia
assim o espelho como o conhecemos até hoje.
Mas este era um produto raro e caro. Os chamados espelhos venezianos eram mais
valiosos que navios de guerra ou pinturas de gênios como os italianos Rafael e
Michelangelo. Com o advento da Revolução Industrial, o processo de fabricação
ficou bem mais barato e o preço caiu. ―Mesmo assim‖, afirma o antropólogo da
PUC-RJ José Carlos Rodrigues, ―o espelho só se popularizou e entrou nas casas de
todos a partir do século 20.‖
a) comprá-lo.
b) comprá-los.
c) comprar-nos.
d) comprar-lhe.
e) comprar-lhes.
Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficialmente
faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas
enviadas de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de
Shakespeare.
Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clube
tem a contribuição de um médico especialista.
Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980 a
entidade foi criada oficialmente com apoio do governo.
O projeto ficou ainda mais famoso com o filme ―Cartas para Julieta‖ (2010), em que
a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente a
mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas
foram recebidas, segundo o Clube.
a) recebeu-as … as enviou
c) as recebeu … enviou-as
e) recebeu-lhes … as enviou
Leia os quadrinhos.
a) Morde eu ... eu
b) Morda-me ... mim
c) Morda-me ... eu
d) Me morda ... mim
e) Me morde ... mim
492) Concurso: Ass Adm I/UNESP/2016 Banca: VUNESP
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre ―As vantagens de ser
mãe de menina‖ ou ―Por que é bom ser mãe de menino‖: ―meninos não têm
frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais corajosos‖, ―elas são mais
choronas‖ e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de
gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu
filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em
listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar
dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros,
escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai
sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha,
não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a
ideia de que os meninos são mais ―aventureiros‖ e ―danados‖ e as meninas mais
―cuidadosas‖. Fazemos as meninas mais infelizes, isso sim.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que
podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os
carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer
que ―tudo bem‖ as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as
bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois
de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma
pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para
que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era
fabricado: só havia pias rosa e lilás. ―Esse brinquedo é de menina‖, alertou a
vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não
percebido o ―engano‖ ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa
lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e
panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu
filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma
cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão:
―Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa
em ordem?‖ E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao
acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: ―As vantagens de ser mãe de
uma criança feliz.‖ É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não
determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”.
Disponível em: <vida estilo.estadao.com.br>. Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
A alternativa em que os pronomes destacados estão empregados segundo a norma-
padrão é:
b) Na loja havia uma pia que funcionava de verdade, e meu filho se empolgou
quando viu ela.
c) Cuidado com seu sapato de princesa, filha! Não vai sujar ele!
e) Meninos são tidos como diferentes e vivências mais amplas lhes são permitidas.
Leia os quadrinhos.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para
horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com
um prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante.
Chegou o amigo estrangeiro, andou pela cidade, tomou bondes, lotações, fez
compras, visitou repartições públicas, ouviu dizer por toda parte: ―Vamos ao
teatro? Vamos ao teatro?‖ – e foi também ao teatro. Enfim, portou-se mais do que
como bom turista: como bom amigo desta cidade que ele admira e ama. Depois,
perguntou-me, com extrema delicadeza: ―Que é do sorriso que vocês tinham
antigamente? Que é do sorriso que eu sempre encontrava no Rio?‖
Pontuação
a) O caramujo adolescente por, mais que tente, não consegue sair de casa.
b) O caramujo adolescente, por mais que tente, não consegue sair de casa.
c) O caramujo adolescente por mais, que tente, não consegue sair de casa.
d) O caramujo adolescente por mais, que tente não consegue, sair de casa.
e) O caramujo adolescente por mais que tente, não consegue, sair de casa.
Leia trecho da canção Bom Conselho, de Chico Buarque, para responder à questão
a) Ouça um bom conselho, amigo, venha se queimar. Está provado: quem espera,
nunca alcança.
b) Ouça, um bom conselho, amigo venha se queimar; Está provado quem espera,
nunca alcança.
c) Ouça um bom conselho amigo, venha se queimar. Está provado quem espera
nunca alcança.
d) Ouça, um bom conselho amigo, venha se queimar está provado: quem, espera
nunca alcança.
e) Ouça um bom conselho, amigo venha se queimar; Está provado quem espera
nunca, alcança.
498) Concurso: Ass Adm/UFABC/2019 Banca: VUNESP
A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na
análise dos gastos com automóveis, alimentação e moradia. Aos olhos da opinião
pública americana, os jovens da geração Millennial são assassinos em série —
responsabilizados pela morte lenta do queijo processado, do cartão de crédito, do
táxi, do peru de Ação de Graças e até do divórcio. Poucos setores saíram ilesos da
matança cultural promovida pela juventude americana.
Agora surgiram argumentos em sua defesa. Um novo estudo do banco central dos
EUA (Federal Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa
por adorar aplicativos — não é tão diferente dos pais. Essa geração é apenas mais
pobre nesta mesma etapa da vida, já que muitos de seus integrantes chegaram à
idade adulta durante a crise financeira.
1. Um novo estudo do banco central dos EUA (Federal Reserve) afirma que a turma
nascida entre 1981 e 1997 — famosa por adorar aplicativos — não é tão diferente
dos pais. (2º parágrafo)
2. As conclusões deles se baseiam em uma análise de gastos, renda,
endividamento, patrimônio líquido e fatores demográficos de várias gerações. (3º
parágrafo)
Bartleby, o escriturário
Não é à toa que Bartleby, o escriturário (ou o escrivão ou Uma história de Wall
Street) é uma obra tão debatida e que deixa tantas pessoas confusas quando de
seu desfecho: há no livro um espaço extremamente propício a especulações e
discussões de toda a sorte, que, de certo modo, parecem conduzir todas, em maior
ou menor medida, a um beco sem saída.
Vamos aos fatos para tentar clarear a situação a respeito do misterioso desfecho de
Bartleby. O conto foi publicado na revista literária Putnam‘s Magazine, pelos idos de
1853, sendo posteriormente incorporado à coletânea de contos The piazza tales, de
1856. Seu autor, Herman Melville, é conhecido do grande público pela obra Moby
Dick.
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
d) Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo mexe, onde você está.
Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua.
Termômetros digitais mostram uma temperatura que o corpo da gente não
registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando,
tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar
ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando
estimular seu buldogue francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei
o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio
palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava
oferecer ao animal e que, naquele momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o
no colo e corresse com ele para casa. O risco de intermação é grande, sobretudo
para raças de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz
ela me prometer que nunca mais sairia com ele àquela hora no verão. ―Eu sei, ele
fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo acordar cedo
para sair com ele‖, confessou-me ela.
b) A jovem me confessou que, o cão, não tem saído de casa por causa das altas
temperaturas.
O crescimento dos robôs colaborativos é a parte mais visível de uma transição que
vem ocorrendo no mercado de trabalho no mundo todo. A mecanização das linhas
de montagem e a automação de tarefas antes feitas por humanos vêm se
acelerando nas empresas. A cada ano, mais 240 000 robôs industriais são vendidos
no mundo e esse número tem crescido a uma taxa média de 16% ao ano desde
2010, puxado principalmente pela China. Atividades rotineiras nas fábricas, como
instalar uma peça, hoje podem ser feitas usando máquinas como os braços
robóticos de baixo custo. Com o advento de novas tecnologias, como a inteligência
artificial, os carros autônomos e a análise de grandes volumes de d ados (o
chamado big data), a expectativa é que as máquinas e os computadores passem a
substituir outras tarefas que hoje só podem ser realizadas por pessoas. Já existem
algoritmos que fazem a seleção de candidatos a vagas de emprego no
recrutamento de empresas e também carrinhos autônomos que transportam
produtos dentro de uma central de distribuição. Muito mais está por vir.
(Exame, 02.08.2017)
a) A cada ano, mais 240 000 robôs industriais são vendidos no mundo…
b) Atividades rotineiras nas fábricas, como instalar uma peça, hoje podem ser
feitas…
Mas a mulher australiana de 27 anos não tem uma memória comum – ela foi
diagnosticada com uma síndrome rara chamada ―Memória Autobiográfica Altamente
Superior‖, ou HSAM na sigla em inglês, também conhecida como Síndrome da
Supermemória.
a) explicativo.
b) hipotético.
c) corretivo.
d) contraditório.
e) concessivo.
505) Concurso: Aux AA/Pref Mogi Cruzes/2018 Banca: VUNESP
Estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no
Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número
de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014,
para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com
outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem
melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida.
Por isso, o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país.
Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a
primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente
ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em
democracias capitalistas. Para piorar, descobrimos recentemente que
subestimávamos o problema.
(Época, 13.11.2017)
a) ponto de interrogação.
b) ponto final.
c) ponto-e-vírgula.
d) dois-pontos.
e) reticências.
506) Concurso: Ag/Pref Poá/Administrativo/2015 Banca: VUNESP
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
a) Nas palavras de uma criança pode estar, a inspiração para um escritor, escrever
sua crônica.
d) A família, célula da sociedade, é a base para uma boa formação do ser humano.
a) impossível.
b) hipotético.
c) duvidoso.
d) corriqueiro.
e) surpreendente.
509) Concurso: Ass SA I/UNESP/2015 Banca: VUNESP
c) Serão feitas admissões à partir do próximo mês portanto, não perca essa
oportunidade, você que, está interessado.
e) O que podemos dizer à estas pessoas é que: ainda não temos o produto
disponível, para entrega.
Teria eu meus seis, meus sete anos. Perto da gente, morava o ―casal feliz‖. Ponho
as aspas porque o fato merece. Vamos que eu pergunte, ao leitor, de supetão: –
―Você conhece muitos ‗casais felizes‘?‖ Aí está uma pergunta trágica. Muitos
afirmam: – ―A coabitação impede a felicidade‖ etc. etc. Não serei tão radical. Nem
podemos exigir que marido e mulher morem um no Leblon e outro para lá da praça
Saenz Peña. Seja como for, uma coisa parece certa: – o ―casal feliz‖ constitui uma
raridade.
Estavam casados há quinze anos e não havia, na história desse amor, a lembrança
de um grito, de uma impaciência, de uma indelicadeza. Até que chegou um dia de
Carnaval e, justamente, a terça-feira gorda. O marido saiu para visitar uma tia
doente, não sei onde. A mulher veio trazê-lo até o portão. Beijaram-se como se ele
estivesse partindo para a guerra. E, no penúltimo beijo, diz a santa senhora: –
―Meu filho, vem cedo, que eu quero ver os blocos‖. Ele fez que sim. E ainda se
beijaram diante da vizinhança invejosa e frustrada. Depois, ela esperou que ele
dobrasse a esquina.
E as horas foram passando. A partir das seis da tarde ficou a esposa no portão.
Sete, oito, nove da noite. Os relógios não paravam. Dez da noite, onze. E, por fim,
o marido chegou. Onze.
Pois bem, contei o episódio para mostrar como o ―irrelevante‖ influi nas leis do
amor e do ódio. Por causa de uma mísera terça-feira gorda, ruía por terra toda uma
pirâmide de afinidades laboriosamente acumuladas. No dia seguinte, separaram-se
para sempre.
• Seja como for, uma coisa parece certa: – o ―casal feliz‖ constitui uma raridade.
(1º parágrafo)
É correto afirmar que esse sinal de pontuação foi empregado para introduzir
d) a citação de uma expressão entre aspas que não é usada pelo narrador, na
primeira passagem; uma fala de personagem, na segunda passagem.
a) Esse homem, que era colono em terras mais altas, chegou ao Rio Doce depois
de se aborrecer com o fazendeiro.
c) Como não tinha prática de canoa no começo o lavrador tinha medo de a canoa
virar, com ele.
d) Olho a cara do lavrador que parece com a minha: ela, tem o mesmo tipo de
feiura triste do interior.
e) O lavrador diz o comércio é melhor que a lavoura, mas eu fui criado na lavoura
e não tenho nenhum preparo.
514) Concurso: Ag Educ/Pref SJC/2015 Banca: VUNESP
Leia a tira.
(Bill Watterson. As aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo: Conrad Editora, 2010)
a) Acho, que as pessoas quando crescem, perdem a noção do que é ou não legal.
b) Acho que, as pessoas quando crescem, perdem a noção do que é ou não legal.
c) Acho que as pessoas, quando crescem, perdem a noção do que é ou não legal.
d) Acho que as pessoas, quando crescem perdem, a noção do que é ou não legal.
e) Acho que as pessoas, quando crescem perdem a noção, do que é ou não legal.
515) Concurso: Sec Esc/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
Com o dedo sujo da canetinha azul (a mãe bem avisou que era pra lavar as mãos),
ele esfrega o mel na fatia e leva à boca.
Aguardo sua reação como quem aguarda um referendo. Com a boca já melada, ele
morde o dedo, me olha, olha para a garrafa, já recomposta em seu volume.
Morde mais um pedaço e pede mais, e eu fico em dúvida se abro de novo a garrafa
de mel ou se faço uma foto desse pequeno passo para a humanidade e grande salto
para o pai que descobre os prazeres da transmissão de um legado.
Penso se algum dia, daqui a 30 anos, ele vai se lembrar do dia em que seu pai o
levou para conhecer o mel ou as pedras de gelo. Lembrará que estávamos sozinhos
em casa, a mãe já no trabalho.
Enquanto ele mastigava, me sentia num ponto equidistante entre este nosso tempo
e o de meu pai, que hoje completa 60 anos. Há 30 anos ele provavelmente se
exasperava vendo o filho experimentar tudo pela primeira vez – provavelmente
com a mesma ansiedade de se ver, de certa forma, continuado em seus gostos e
hábitos.
Silenciosamente vou listando tudo o que gostaria de dizer no aniversário dele até
ser interrompido por meu filho de quase três anos, que acaba de pegar um pacote
de batata palha e cobrir a cachorra de farelo. Olho feio e berro alto. Ele se esconde.
―Você tem medo, mas não tem vergonha nessa sua cara de pau, né?‖. Ele segura o
riso e eu me recomponho, tentando lembrar o dia exato em que virei o meu pai.
Seleção artificial
Nasci em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 1991. Em 2004, aos 13 anos de
idade, mudei com minha mãe e meus irmãos para o Vidigal, na Zona Sul da cidade.
Destaco esses lugares e essas datas para dizer que O sol na cabeça, meu primeiro
livro, publicado em março de 2018, teve início com o choque provocado por essa
mudança.
Uma passagem do texto que permanece correta após o acréscimo das vírgulas é:
a) Falo também, da cultura pop que faz a cabeça, dos jovens do mundo todo...
Nas escolas as crianças são submetidas ao ―jugo‖ dos saberes: programas. ―Jugo‖ é
canga. Fala-se, mesmo, em ―grade‖ curricular – coisa de prisão. A educação segue
o caminho inverso: começa não com os programas, mas com a criança que vive
seu momento presente. Saberes que permanecem não são impostos. Eles crescem
da vida.
a) pois
b) como
c) entretanto
d) devido a
e) além de
519) Concurso: Mon Bib/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
Nas escolas as crianças são submetidas ao ―jugo‖ dos saberes: programas. ―Jugo‖ é
canga. Fala-se, mesmo, em ―grade‖ curricular – coisa de prisão. A educação segue
o caminho inverso: começa não com os programas, mas com a criança que vive
seu momento presente. Saberes que permanecem não são impostos. Eles crescem
da vida.
a) Venha logo, querida Romilda, assistir comigo a esse lindo pôr-do-sol nesta
praia.
b) Ana era míope, ou seja, não enxergava muito bem, sobretudo pessoas
inconvenientes.
c) Foi na primavera, estação das flores, que conheci a beleza das músicas do
Japão.
d) Há objeções a sua candidatura, a saber, seu mau humor, sua antipatia e sua
indiferença.
Tecnologia
Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a
gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele
nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre
o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo
que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou
precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você.
Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige.
[...]
Outra coisa: ele é mais inteligente. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão
inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas
relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que
ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro
igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que
você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só
aguentava você. Ele sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que
sabe. [...]
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas
dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está
desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos
com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É
outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.
Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou
exortá-los:
a) Mas, como exemplo para desencorajar futuros conspiradores, era preciso matar
Frei Caneca, de qualquer jeito.
b) Então o ajudante do carrasco veio, que também diante da visão da Virgem Maria
se recusou, a executar Frei Caneca.
e) Aí, foram buscar dois escravos, mesmo duramente açoitados, e esses, negaram-
se a participar da execução.
523) Concurso: APP/PC SP/2018 Banca: VUNESP
O padeiro
Levanto cedo, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do
apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro
de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a ―greve do pão dormido‖ –
uma greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que
obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei
bem o quê do governo.
Está bem. E enquanto tomo meu café vou me lembrando de um homem modesto
que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele
apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes
lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada
ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando
quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ―não é ninguém, não
senhora, é o padeiro‖. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu preferi
não o deter para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos
importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal – e muitas vezes
saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda
quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante
porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu
escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo em meu nome. O jornal e o
pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi
a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; ―não é
ninguém, é o padeiro!‖
(Rubem Braga. Para gostar de ler. Vol. 1 – crônicas. São Paulo: Ática, 1979. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o acréscimo das vírgulas na frase está de acordo com
a norma-padrão da língua portuguesa.
a) Muitas vezes lhe acontecera, bater a campainha de uma casa, e ser atendido
por uma empregada...
b) No mesmo instante me lembro, de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera,
sobre a ―greve do pão dormido‖…
c) ... e dentro do meu coração eu recebi, a lição de humildade daquele homem,
entre todos útil e entre todos alegre...
d) E, enquanto tomo meu café, vou me lembrando de um homem modesto que
conheci antigamente.
e) ... acham que obrigando, o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido,
conseguirão não sei bem o quê do governo.
a) cuidado
b) para ele
d) todo mundo
e) na ideia de
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que
comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do
microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam
só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de
quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava
bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai
mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as
outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a
moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do-rato? Morreu.
Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela
não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a
menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela?
A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A
propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui
uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De
qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado
com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe
deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto.
Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que
desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o
brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata, minha filha? Vai ali para a
esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que
a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E
dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone.
Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam só,
uma tontura gostosa! Não é notável?
Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene?
Por que a senhora bateu nela? A senhora não bate mais, ouviu?
d) O desejo de Malvadinho era ter, um amor verdadeiro, para sua vida ser mais
feliz.
Ter um trabalho nos proporciona estabilidade, ao mesmo tempo em que nos rouba
liberdade na hora de administrar nosso tempo. Essa contradição abre o debate
sobre se trabalhar é uma fonte de felicidade ou infelicidade. A instabilidade
econômica e a chamada quarta revolução industrial, que substituirá o esforço
humano por máquinas, podem nos obrigar a repensar nosso eu profissional. A
filósofa, feminista e autora de repercussão internacional, a britânica Nina Power,
analisa se, em tempos em que o futuro do trabalho é pouco promissor, deveríamos
buscar alternativas.
A felicidade foi devorada pelo capitalismo, Power proclama em seus escritos, nos
quais defende que nos fizeram entender a qualidade de vida como um acúmulo de
posses materiais que obtemos a partir do trabalho. Por isso, em suas intervenções
públicas, ela expõe a possibilidade de ser feliz com novas formas de emprego ou a
ausência dele.
―As novas gerações são as que estão menos de acordo com uma existência laboral
feita de horários impossíveis e salários miseráveis. O capitalismo nos vendeu que o
contrário do trabalho é a vadiagem; mas os mais jovens já não compram essa
ideia. Tampouco acreditam que devamos nos sentir felizes porque nossas longas
jornadas de trabalho nos tornam mais produtivos‖, diz Power.
Com suas ideias, Power não está nos incentivando a abraçar uma vida ociosa, mas
a buscar novas formas de ser autossuficientes no aspecto laboral. Uma das
possibilidades que se apresentam para um futuro próximo é que as máquinas
ocupem boa parte dos trabalhos que agora os humanos desempenham. ―Nesse
caso, seria uma oportunidade para prestar mais atenção a profissões próximas do
cuidado humano, aquelas das quais a inteligência artificial não se pode encarregar.
São trabalhos relacionados com o cuidado de bebês, idosos ou doentes, e que, na
atualidade, são os mais mal pagos e os que permanecem mais ocultos em termos
de reconhecimento social‖, destaca.
Uma vírgula foi acrescida a um trecho selecionado do texto. Com essa alteração, o
trecho em que a pontuação está correta é:
a) ... nos quais defende, que nos fizeram entender a qualidade de vida... (2º
parágrafo)
c) As novas gerações são, as que estão menos de acordo com uma existência...
(3º parágrafo)
Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los
Angeles, o modelo seria o de ―autonomia privada‖. Nesses lugares, o uso de carros
continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros
autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas
em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também
pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
No que se refere à pontuação, o trecho ―Hoje, diz o relatório, temos mais de 150
milhões...‖ está corretamente reescrito em:
a) O relatório diz que temos hoje, mais de 150 milhões...
b) O relatório diz que hoje, temos, mais de 150 milhões...
c) O relatório diz que, hoje temos mais de 150 milhões...
d) O relatório diz que temos, hoje, mais de 150 milhões...
e) O relatório diz que temos, hoje mais de 150 milhões...
Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está ―faltando
serviço‖. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de
um colega, acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de
mensagens instantâneas. Nesse cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer
prescindível. Contudo, e se, em vez de sinalizar ociosidade, rir com os colegas for
algo que favoreça a colaboração da equipe e estimule a inovação? Depois de anos
sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando a chegar a essa
conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo
neurocientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland,
em Baltimore, nos Estados Unidos.
a) Há pesquisas que indicam que, associamos ideias com mais liberdade quando
estamos relaxados.
Fui ver o filme sob muita expectativa, como todo o povo negro ao redor do mundo
indo para as salas de cinema vestidos com suas melhores roupas — acho que eu
nunca fui tão arrumada ver um filme —, como se fosse uma ocasião muito especial.
E de fato foi.
Diante disso, desde quando vi o trailer do filme pela primeira vez, eu não parei de
pensar em um ponto importantíssimo: as crianças negras.
Uma amiga me mostrou uma foto no Instagram que fez meu coração esquentar de
felicidade: o seu filho, diante do cartaz do filme, vestido de Pantera Negra, com um
sorriso enorme no rostinho. Uma busca rápida pela hashtag #BlackPanther, e o
resultado são várias fotos de crianças com seus pais e responsáveis, meninos e
meninas negras, de várias partes do mundo, sorrindo, usando com orgulho
camisetinhas com o herói da vez estampado ou com a máscara do rei T‘Challa
cobrindo seus rostinhos, da mesma forma que o filho dessa minha amiga.
Eu confesso que saí da sala do cinema sentindo um alívio imenso, porque talvez eu
também tenha sido uma criança que precisava dessa carga de representatividade.
O uso dos dois-pontos no trecho ―Uma amiga me mostrou uma foto no Instagram
que fez meu coração esquentar de felicidade: o seu filho, diante do cartaz do filme,
vestido de Pantera Negra…‖ (5o parágrafo) tem a função de indicar
Notícia 1
A peste suína africana foi erradicada no Brasil em 1984, deixando o país livre da
doença. A enfermidade é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana,
não sendo transmitida ao homem, mas é altamente infecciosa para o rebanho suíno
– exigindo o sacrifício dos animais por determinação da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE), sendo mais perigosa e fatal do que a peste suína clássica.
Na China, maior produtor e consumidor mundial de carne suína, pelo menos 40 mil
animais foram mortos desde agosto em razão da doença. Quarto maior exportador
mundial, o Brasil quer garantir a sanidade do próprio rebanho para continuar sendo
um mercado-chave para importadores. Hoje, cerca de 20% dos embarques
brasileiros de carne suína têm como destino a China, seguido de Hong Kong, que
responde por percentual semelhante.
(Joana Colussi. “Brasil reforça vigilância para manter peste suína africana
longe do país”. https://gauchazh.clicrbs.com.br, 21.09.2018. Adaptado)
Notícia 2
a) Vizinho ouço, neste momento, música em sua casa. Se, me convidar irei com
alegria.
b) Vizinho ouço, neste momento, música em sua casa. Se me convidar irei, com
alegria.
c) Vizinho ouço neste momento, música em sua casa. Se me convidar, irei, com
alegria.
d) Vizinho, ouço, neste momento, música em sua casa. Se me convidar, irei com
alegria.
e) Vizinho, ouço neste momento, música em sua casa. Se me convidar irei com
alegria.
537) Concurso: Sarg/PM SP/CFS/2018 Banca: VUNESP
O movimento teve início em maio, quando a Europa começou a aplicar sua nova lei
(GDPR, na sigla em inglês) que permite que as pessoas solicitem seus dados e
restringe a forma como as empresas obtêm e lidam com informações.
Muito antes de haver história, já havia seres humanos. Animais bastante similares
aos humanos modernos surgiram por volta de 2,5 milhões de anos atrás. Mas, por
incontáveis gerações, eles não se destacaram da miríade de outros organismos com
os quais partilhavam seu habitat.
Em um passeio pela África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito
bem observar certas características humanas familiares: mães ansiosas acariciando
seus bebês e bandos de crianças despreocupadas brincando na lama; jovens
temperamentais rebelando-se contra as regras da sociedade e idosos cansados que
só queriam ficar em paz; machos orgulhosos tentando impressionar as beldades
locais e velhas matriarcas sábias que já tinham visto de tudo. Esses humanos
arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e competiam por
status e poder – mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também. Não
havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha
qualquer suspeita de que seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o
átomo, mapeariam o código genético e escreveriam livros de história. A coisa mais
importante a saber acerca dos humanos pré-históricos é que eles eram animais
insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente não era maior que o de gorilas,
vaga-lumes ou águas-vivas.
d) o trecho – Ninguém, muito menos eles próprios, tinha qualquer suspeita de que
seus descendentes um dia viajariam à Lua... – permanecerá correto caso as
vírgulas sejam substituídas por travessões.
e) a mensagem do trecho – A coisa mais importante a saber acerca dos humanos
pré-históricos é que eles eram animais insignificantes... – permanecerá inalterada
se a expressão ―a saber‖ ficar entre parênteses.
Carta a Beatriz
Cara Beatriz: na última terça (8) você escreveu aqui pro jornal se dizendo
espantada com a minha crônica de domingo (6); ―após uma semana de fatos
surpreendentes na política‖, ―num momento tão importante para uma boa análise‖,
um de seus ―colunistas preferidos‖ havia se saído com um texto ―bobo e sem
propósito‖.
Fico feliz por me citar entre seus ―colunistas preferidos‖, mas me pergunto se o
elogio foi sincero ou só uma gentileza. Afinal, quase toda semana o Brasil nos
brinda com ―fatos surpreendentes na política‖ e quase todo domingo, em vez de
uma ―boa análise‖, publico textos que poderiam ser considerados bobos e sem
propósito.
Não o faço por desvio de caráter nem para irritá-la, Beatriz, mas por dever de
ofício. O cronista é um cara pago para lubrificar as engrenagens do maquinário
noticioso com um pouco de graça, de despropósito e – vá lá, por que não? – de
bobagem. Minha função é lembrar o leitor desolado entre bombas na Síria, tiros na
Rocinha e patacoadas em Brasília que este mundo também comporta mangas
maduras, Monty Python, Pixinguinha.
O Rubem Braga atravessou duas ditaduras e seu maior libelo à liberdade não é um
texto contra o pau de arara, mas uma carta/crônica ao vizinho que havia reclamado
do barulho.
Lamento, Beatriz, mas atualmente a única ―boa análise‖ que tenho sido capaz de
fazer é às quintas, 15h, deitado num divã na rua Apiacás – e nem sempre é assim
tão boa.
Um abraço,
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
Bicicleta é igual: ou você a domina quando criança ou será um ciclista inseguro a
vida toda. De pequeno, não tive sequer um velocípede, e me consola pensar que
isso explica tudo. Minhas filhas tentaram dar um jeito nisso, quando eu já era um
senhor de 55 anos, e, lógico, o resultado foi ridículo. Só pedalo em campo aberto,
sem ter por perto humanos, bicho de quatro patas ou outro engenho sobre rodas.
Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à
música em geral: não toco, não batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o
quê?
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
(Veja São Paulo, 26.07.2017. Adaptado)
Assinale a alternativa que reescreve o trecho – Poucas coisas na vida são mais
inúteis do que torcer por um time de futebol. –, observando a norma-padrão de
pontuação e de concordância nominal e verbal.
a) Costuma-se dizer que, entre as coisas o mais possível inúteis que pode haver na
vida, está torcer por times de futebol.
b) Dizem que uma coisa das mais inútil, que existe na vida, estão em torcer por
um time de futebol.
c) Costumam-se dizer que, entre todas as coisas mais inúteis que podem haver na
vida, está torcer por um time de futebol.
d) Diz que torcer por times de futebol, podem ser uma coisa das mais inúteis
possíveis que existe na vida.
e) Diz-se que torcer por times de futebol é uma coisa, das mais inútil, que devem
existirem na vida.
Febre de fama
Há uma inflação de candidatos a astro e estrela. Toda família tem um aspirante aos
holofotes. Desde que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios
indomáveis.
Dias desses, fui ouvir as mensagens do celular. Uma voz aflita de mulher:
Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do meu celular) se
tinha experiência como atriz. Não. Nem curso de interpretação. Apenas uma
certeza inabalável de ter nascido para a telinha mágica. Com calma, tentei explicar
que, antes de mais nada, era preciso estudar para ser atriz. Estudar? Ofendeu-se:
– Quando pequena ela queria ser professora, mas escolheu a carreira artística.
Ainda bem!
b) Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do meu celular)
se tinha experiência como atriz? (6º parágrafo)
c) – Quando pequena; ela queria ser professora, mas escolheu a carreira artística.
(9º parágrafo)
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o
barulho do motor, rir, gritar, pensar sentir, puxa vida! Como deixava a garganta
seca.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao
penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a
mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada,
penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre
arbustos estava... o chafariz de pedra, de onde brotava num filete a água sonhada.
O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a
chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar.
Agora podia abrir os olhos. Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de
estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da
mulher que saía a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A
vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e
tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
a) Antes tão boa a brisa fina, tornara-se quente e árida ao sol do meio-dia.
O futuro do trabalho
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas,
teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades
que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas
complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
a) ... uma visão centrada, em políticas públicas, para enfrentar desafios que o
século trouxe para a humanidade.
No primeiro dia, Helenice ia ao banheiro várias vezes para chorar e se acalmar. Foi
ignorada, humilhada e muito observada por seguranças. Alguns vendedores riram
dela, outros fizeram perguntas agressivas ou até mesmo ofensivas, e muitos
simplesmente fingiram que ela não estava ali. Em nenhuma das 27 lojas ela
encontrou uma demonstração de gentileza.
No segundo dia, porém, com roupas de madame e sem ser reconhecida pelos
vendedores, Helenice recebeu tratamento excelente, não teve que esperar para ser
atendida, viu produtos que na véspera estavam ―em falta‖, ouviu elogios, tomou
café e saiu dos shoppings morrendo de raiva, sentindo-se pior do que no dia
anterior. Ela não sabia que as pessoas eram capazes dessa crueldade. Por mais que
tivesse consciência de tudo o que acontece no mundo, ela não enxergava essa
maldade. Viu que as pessoas valem pelo que vestem, que é tudo um grande teatro,
uma grande ilusão. Ela não culpa os vendedores, o que Helenice questiona são os
valores de uma sociedade escrava das aparências, em que as pessoas tratam bem
apenas quem interessa a elas.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a pontuação das frases está de acordo com a norma-
padrão da língua portuguesa.
Foi no domingo passado, andando pela feira-livre aqui da Lapa e dando uma olhada
nas bancas, que percebi que muitas daquelas frutas maravilhosas ali expostas
simplesmente não existiam no meu tempo de menino.
O kiwi, por exemplo. Quando usava calças curtas, kiwi era aquele bichinho da Nova
Zelândia, um dos poucos verbetes da letra K, na enciclopédia que ficava na estante
da minha casa. Não havia tomate cereja! Vivíamos sem ele. Como não havia a
lichia.
A gente não encontrava goiaba na feira, como não encontrava jabuticaba, nem
carambola. Goiaba era só no pé e com bicho, não existia goiaba sem bicho.
Jabuticaba, só em Sabará, e carambola, só na chácara de Dona Catarina, em
Cataguases.
Laranja era a pera, a Bahia e a lima. Hoje tem até laranja Bahia importada da
Espanha, sem contar o grapefruit, primo de primeira da laranja.
Aos poucos, novas frutas vão invadindo o mercado: uxi, xixá, tapiá, sapucaia,
monguba, marolo... Quem manteve a linha e não inventou moda foi a banana, que
continua a mesma de sempre. A prata, a nanica, a maçã, a banana-da-terra e a
ouro. E todas – dizem – ainda a preço de banana.
Aos poucos, novas frutas vão invadindo o mercado: uxi, xixá, tapiá, sapucaia,
monguba, marolo...
a) síntese.
b) explicação.
c) justificativa.
d) emenda.
e) exemplificação.
Qual foi a última coisa que você fez antes de dormir na noite passada? É bem
provável que tenha sido dar uma olhada no celular.
Você não está só. Um estudo feito nos EUA pela Fundação Nacional do Sono estima
que 48% dos americanos adultos usam os chamados gadgets – celulares, tablets,
laptops – na cama. Em outros países, pesquisas indicam que a prevalência é ainda
maior entre os adultos mais jovens.
Nos EUA, o Centro para o Controle de Doenças diz que 35% dos americanos não
dormem o suficiente – 70 milhões de pessoas dormindo menos de seis horas por
noite, um salto de quase 30% em comparação com dez anos atrás. Segundo a
agência governamental, isso criou uma epidemia em que as pessoas sofrem para se
concentrar ou se lembrar de coisas no trabalho. Dormir de menos também está
ligado a um aumento nos riscos de batidas de carro e acidentes de trabalho.
Deficiência de sono, segundo cientistas, está ligada a uma variedade de problemas
de saúde, como diabetes, depressão e doenças cardíacas.
Dois especialistas venezuelanos ouvidos pela Folha temem que o número de casos
e de mortos seja ainda maior.
―Mas os médicos que estão nos hospitais nos dizem que os serviços de
epidemiologia são lentos para classificar os casos. Ou seja, há uma burocracia
relacionada e uma evolução natural sem que o governo tenha controle em nível
nacional.‖
d) Luis Bello diz que, os casos estão aumentando de acordo com informação
recebida.
e) Teve uma queda há pelo menos uma década, a cobertura vacinal na Venezuela.
Ele sugere que as curtidas e outros tipos de interação automática são voltados para
a sensação de gratificação de curto prazo, e não geram conversas entre as pessoas.
Palihapitiya diz usar o mínimo possível o Facebook e não permite que seus filhos
acessem a plataforma. Apesar das palavras duras, ele ameniza o discurso dizendo
que a empresa faz o bem no mundo.
Ao site Futurism, Lizbeth M. Kim, candidata a doutorado em psicologia social na
Universidade Estadual da Pensilvânia, diz que a mensagem de Palihapitiya é
importante para nos lembrar de algo que normalmente ignoramos por escolha.
Estudos indicam que passar muito tempo usando redes sociais pode levar à
depressão.
a) importante.
b) algo.
c) que.
d) normalmente.
e) ignoramos.
Segundo a pesquisa, quando a criança brinca, faz uso de operações que garantem
noção operatória de espaço, tempo e causalidade.
(Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/clipping/2016/10/19/uso-de-eletronicos-em-
excesso-atrasa-desenvolvimento-infantil-diz-unicamp.Acesso em 29.09.2016. Adaptado)
Nenhuma brisa faz tilintar a bacia de latão pendurada em um arame, sobre o oco
da porta, anunciando que aqui se faz barba, arranca-se dente e aplica-se ventosa.
Passa um par de bois, levando uma morta para o cemitério. Atrás da carreta, um
monge desfia o rosário. À barbearia chegam os sons de algum sino que, por rotina,
despede a defunta de terceira classe. A navalha para no ar. O barbeiro faz o sinal-
da-cruz e de sua boca saem palavras sem desolação: – Coitadinha. Nunca foi feliz.
b) Rosalia Villagrán, esposa de Artigas, entrou na morte sem uma moeda que lhe
pagasse o ataúde.
c) Nenhuma brisa faz tilintar a bacia de latão pendurada em um arame, sobre o oco
da porta, anunciando que aqui se faz barba.
d) Um olho do barbeiro vigia a navalha, que abre caminho no creme, e outro vigia
os montevideanos.
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que,
em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada
dizendo ―Eu sou prafrentex!‖.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava
comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um
grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito.
Houve época em que era ―pão‖, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e
meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: ―Ai, que pão!‖.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica
difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de ―boko moko‖, criado por uma marca de refrigerante para
rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona
vale? Ou devo dizer ―out‖, como na década de 90?
Que adolescente aceitaria hoje ir a um ―mingau dançante‖? Vão para a balada, para
a ―night‖. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde! Muita
gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas
esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se
fala ―hype‖ para indicar algo que no passado foi ―in‖. Ou que alguém é ―fashion‖,
para dizer que está ―nos trinques‖, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!
a) … foi nomeada dama de honra da pobre Leopoldina, que sofria com a situação e
ganhou o título de marquesa, o segundo degrau da nobreza brasileira.
b) … resume o historiador Paulo Rezzutti, que está relançando seu livro Domitila –
A verdadeira História da Marquesa de Santos (de 2013) com documentos inéditos e
reveladores.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o
cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse
indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa
e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de
espera.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o
focinho voltado para ―aquela‖ direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
Nesse momento sou invadido por uma sensação de felicidade plena que vai e volta
por vários dias.
a) Nesse momento sou, invadido por uma sensação de felicidade plena, que vai e
volta por vários dias.
b) Nesse momento sou invadido, por uma sensação, de felicidade plena que vai e
volta por vários dias.
c) Nesse momento sou invadido, por uma sensação de felicidade, plena que vai, e
volta por vários dias.
d) Nesse momento sou invadido por, uma sensação de felicidade plena, que vai e
volta por vários dias.
e) Nesse momento, sou invadido por uma sensação de felicidade plena, que vai e
volta por vários dias.
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem,
cujo único defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam
por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse
comer, beber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o
suficiente para levar essa vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do
seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que
lhe repugnasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-
lhe certo ascendente, de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua
vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher:
reconhecia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era
honesta e fiel aos seus deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por todos, não existe, contudo, no
tocante a outro problema de grande importância, que é o aquecimento do nosso
planeta, que está em curso. A temperatura média já subiu mais de um grau Celsius
desde 1 800 e provavelmente vai subir mais dois graus até o fim do século 21.
a) O senhor José Goldemberg afirma que desde 1800 a temperatura já subiu mais
de 1 grau. Gostaria de saber de onde ele tirou essa informação?
Até muito pouco tempo atrás, seria inimaginável ciência e religião, duas maneiras
de pensar o mundo tão diferentes, caminharem na mesma direção. Uma das
primeiras teorias a pô-las lado a lado é do início de 2000. A fé, assim como as
religiões surgidas em torno dela, seria um ingrediente seminal para a evolução da
espécie humana. O homem, o único ser vivo com a capacidade de ter consciência
da finitude, precisaria recorrer a algo maior e impalpável para conviver com tal
ideia. Além disso, as religiões estimulam a solidariedade e a compaixão,
sentimentos que levariam à proteção em momentos de risco, como procura por
comida, guerras e catástrofes naturais.
O rompimento entre ciência e religião não é tão antigo. Ocorreu no século XVIII,
com o iluminismo. Despontado na França, o movimento viu na razão e no
progresso científico um instrumento de emancipação do homem, pondo os dogmas
cristãos em xeque. A igreja reagiu, fazendo publicar a primeira encíclica da história,
reforçando questões cruciais para ela. O ponto máximo da cisão ocorreu no século
XIX, quando Charles Darwin negou o criacionismo, definindo a clássica teoria da
evolução das espécies.
a) O ponto máximo da cisão ocorreu no século XIX, quando Charles Darwin negou
o criacionismo, definindo a clássica teoria da evolução das espécies.
O prédio em que estou, em Nova York, tem uma piscina coberta no último andar.
Numa tarde da semana passada, éramos dois nadando na piscina. De repente,
apesar dos ouvidos tapados pela touca de borracha e da cabeça na água, ouvi um
estardalhaço de gritos insensatos. Parecia que a piscina estava sendo invadida pela
excursão não monitorada de uma classe de estudantes do Fundamental.
De fato, era só um menino, 7 ou 8 anos, mas que gritava como uma turma inteira.
Não dava para entender nada de seus gritos, e não estou certo de que ele estivesse
querendo se comunicar: gritava, mas sem angústia, pelo prazer de fazer barulho.
Ele era acompanhado por três mulheres – suponho que uma fosse a mãe e as duas
outras, uma babá e uma empregada. (Babá aos 8 anos? Pois é.) O menino não
tinha dificuldade motora alguma, mas as três o preparavam para entrar na água.
Duas retiravam a camiseta, enquanto outra, ajoelhada, tirava os chinelos.
Logo chegou outro menino, acompanhado por mais uma babá. Os gritos
incompreensíveis não duplicaram porque não havia como eles aumentarem mais.
Os dois meninos ficaram então pulando na água e subindo pela escada – ótima
brincadeira, mas por que sempre gritando? Por que manifestar sua excitação
parecia mais importante do que brincar?
Os meninos não eram mal-educados. Eles eram educados mal, que é pior. Digo isso
porque eles gritavam? Não, claro. Eles eram educados mal porque eram privados
da autonomia de tirar chinelos e camiseta. E, sobretudo, eram educados mal
porque nada lhes sugeria que eles pudessem ser apenas uns entre outros. Para os
cuidados e os olhares extasiados das quatro mulheres, eles precisavam manter
uma cansativa e barulhenta encenação de sua unicidade*. Nada demais naquela
ocasião (só uns gritos), mas a crença na unicidade privilegiada da gente se
transforma, ao longo da vida, na cansativa obrigação de ser sempre ―diferente‖ e
extraordinário.
a) incompreensíveis.
b) duplicaram.
c) como.
d) eles.
e) então.
Cartas de Amor
Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época,
estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei
meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente
dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas ―ao colega da tarde‖. E era uma
carta de amor. De amor, não; de paixão. Paixão incontida, transbordante, a carta
de uma alma sequiosa de afeto, ________________ o jovem escritor não teve a
menor dificuldade de enviar a resposta.
Iniciou-se, assim, uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se
interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o
ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à
conclusão de que precisava conhecer minha correspondente, aquela bela da manhã
que me encantava com suas frases.
Mas… Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma
moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes
especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico.
Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente
apaixonada.
Optei, portanto, pelo mistério, pelo ―nunca vi, sempre te amei‖. A minha história de
amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes
histórias de amor.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Vocabulário:
Arroubos: impulsos
Epistolares: relativos à carta
Grafologia: estudo das formas das letras
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre ―As vantagens de ser
mãe de menina‖ ou ―Por que é bom ser mãe de menino‖: ―meninos não têm
frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais corajosos‖, ―elas são mais
choronas‖ e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de
gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu
filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em
listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar
dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros,
escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai
sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha,
não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a
ideia de que os meninos são mais ―aventureiros‖ e ―danados‖ e as meninas mais
―cuidadosas‖.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que
podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os
carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer
que ―tudo bem‖ as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as
bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois
de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma
pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para
que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era
fabricado: só havia pias rosa e lilás. ―Esse brinquedo é de menina‖, alertou a
vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não
percebido o ―engano‖ ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa
lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e
panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu
filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma
cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão:
―Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa
em ordem?‖ E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao
acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: ―As vantagens de ser mãe de
uma criança feliz.‖ É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não
determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”.
Disponível em: <vida estilo.estadao.com.br>. Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
―As vantagens de ser mãe de menina‖/ ―Por que é bom ser mãe de menino‖:
―meninos não têm frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais
corajosos‖, ―elas são mais choronas‖ (1o parágrafo); – ―Esse brinquedo é de
menina‖ (4o parágrafo).
Fiz um regime árduo durante um ano e perdi 23 quilos. Sem operação. Descobri o
sabor de salmão ao vapor. Peixe grelhado sem aquela deliciosa crosta de farinha.
Feijoada, eliminei. Acarajé, nem pensar. Enfim, boa parte das delícias da culinária
nacional saiu de meu cardápio. Francesa também. Americana? Nem por decreto,
embora tenha delírios pensando num cheeseburger. Coxinhas, empadinhas e
pastéis, só em momentos especiais.
Pois é. Fiz o regime com dedicação absoluta. Pulei do número 58/60 para o 52 e,
glorioso, refiz meu guarda-roupa. Meu rosto emagrece fácil. Alguns homens
emagrecem e ficam com cara de buldogue. Eu não. Fico mais próximo de uma
imagem tradicional do Drácula, magro, de rosto comprido e olhos ávidos. Não por
sangue, mas por qualquer pacotinho de batatas fritas. Existe algo melhor que
batatas fritas?
Quando o regime foi considerado vitorioso, aos poucos voltei aos carboidratos. A
uma delícia aqui, outra ali. Adivinhem o que cresceu primeiro? Ela, a barriga. Para
todo homem é assim. Barriga das boas aproveita a primeira oportunidade para se
expandir. Fui comprar um paletó, adivinhem? O 54 serve apertadinho. O 56 cai
melhor, mas folga nos ombros. O cinto que comprei, em comemoração, não fecha
mais. Voltei aos antigos.
Não há parte do corpo mais teimosa para o homem que a barriga. Posso fazer
esteira duas horas. Basta comer um cheeseburger, e a barriga vence! É insistente.
Tanto que muita gente já diz que a barriguinha em um homem é charmosa. Criou-
se um padrão estético a favor de barrigudo! É uma luta inglória. Um homem depois
dos 30 passa a vida lutando contra a barriga. Mais dia, menos dia, a vitória sempre
será dela.
Habilidades domésticas
Na sexta-feira, meu filho chega de São Paulo carregando uma mala entupida de
roupa suja. No final de semana, ele toma de assalto a máquina de lavar. Gira os
botões como quem aumenta o volume do rádio do carro; uma familiaridade
irritante. O elefante branco que me assustou quando vim morar sozinho tornou-se
para o jovem de 18 anos um simples e inofensivo gatinho. Se aos 45 eu nunca
tinha apertado um botão sequer de uma máquina dessas, ele, aos 18, já domina a
técnica com maestria, o que o tornará por certo mais independente nesse mundo
de dependência e subordinação em que vivemos.
Mas calma, amigo, calma. Hoje posso dizer com serenidade que essa mesma
habilidade que ele desenvolveu tão cedo eu também já desenvolvi. Agora, se tem
algo ultimamente que me anda pondo medo é o ferro de passar roupa.
Antigamente era fácil. Pelo que via, era só ligar à tomada. Havia um botãozinho
que regulava a temperatura. E pronto. Era só começar a passar. Esse que eu tenho
aqui, e que terei que usar até arrumar uma nova ajudante, tem um botão giratório
pra eu escolher o tipo de tecido: acetato, seda, rayon (o que é rayon?!), lã,
algodão, linho. Tem dois botõezinhos pra apertar com desenhinhos indecifráveis. Há
um outro que vai pra lá e pra cá, aumentando e diminuindo um filete escuro (pra
que tantos botões!?). E um buraquinho que, na minha ínfima capacidade de
decifrar esse monstrengo doméstico, serve pra colocar água.
Mais difícil do que passar roupa é entender como funciona um ferro de passar e seu
indecifrável manual. Sinceramente? Acho que escrever um romance a cada seis
meses ou arredondar uma encrencada e velha execução trabalhista são tarefas
mais fáceis, mas eu chego lá...
P.S.: Esquece esse último parágrafo. Tudo resolvido com essa tecnologia massa¹.
Bastaram três minutinhos. Bora² passar roupa! Com a ajuda do YouTube³, claro!
1 excelente
2 Vamos (convite)
3 site de compartilhamento de vídeos
a) Na sexta-feira, meu filho, chega de São Paulo carregando, uma mala entupida
de roupa suja. (1º parágrafo)
b) O elefante branco que me assustou quando vim morar sozinho tornou-se, para
o jovem de 18 anos, um simples e inofensivo gatinho. (1º parágrafo)
c) Hoje posso dizer com serenidade que, essa mesma habilidade, que ele
desenvolveu tão cedo eu também já desenvolvi. (2º parágrafo)
d) Agora, se tem algo ultimamente que, me anda pondo medo, é o ferro de passar
roupa. (2º parágrafo)
e) Esse que eu tenho aqui, e que terei que usar até arrumar, uma nova ajudante,
tem um botão giratório pra eu escolher, o tipo de tecido... (3º parágrafo)
Após o fim de um relacionamento, um amigo fez uma viagem às Ilhas Maldivas. Foi
sozinho para um hotel fantástico, onde pretendia passar seu aniversário
calmamente. Por tradição, o hotel comemora o aniversário dos hóspedes e, ao final
de seu jantar, uma comitiva de garçons com um bolo de velas acesas aproximou-se
de sua mesa solitária cantando ―Happy birthday‖. Foi um horror suportar os olhares
de piedade dos turistas nas outras mesas.
A pessoa sozinha é vista como uma fracassada. Há algo de errado com ela,
pensam. No passado, o maior terror das garotas era ficar para tia, ou seja,
solteirona. Era ela quem cuidava dos pais velhinhos. Depois, ia morar na casa de
algum irmão ou irmã, onde era tratada como um estorvo, embora cozinhasse,
lavasse e passasse. Na divisão da herança, ficar com um pedaço de terra para quê,
se era sozinha? No máximo, um enfeite de porcelana que pertencera à mãe.
Uma família é definida pelo encontro de duas pessoas que se amam e constroem
um lar. Mas se as famílias estão mudando, o amor também não? A transformação
começa já no vocabulário. Antes namorada era alguém com quem se pretendia um
compromisso. Hoje, pode ser simplesmente uma pessoa com quem o rapaz esteja
saindo, uma espécie de amiga íntima, sem outros planos. Um casal se apresenta
como ―meu marido‖ e ―minha mulher‖. Mas de fato seriam, no conceito de
antigamente, namorados. Estão juntos, mas em casas separadas. As palavras
foram se tornando fluidas. "Ficar” é uma agarração sem compromisso. ―Ficante‖ é
alguém que se vê até com frequência, mas não é namoro. Mas a ficante às vezes é
apresentada como namorada ou mulher. Apresenta-se uma amiga que de fato é
namorada. Alguém fala em amante? É namorada. Ou até noiva. Mas o noivado não
é resultado de um compromisso. Só de um dia especialmente mais amoroso. Assim
como ―noivaram‖, param de se falar. Ou a pessoa diz que está namorando. E
depois descubro que ainda não conheceu o par. É só pela internet.
Falhas pontuais acontecem. Cabe ao poder público saná-las de pronto e por elas
desculpar-se, sem recorrer a pretextos burocráticos para explicar a inoperância.
Eles não têm como minorar o desconforto do doente que fica sem medicamento a
que tem direito.
a) uma exemplificação.
b) um vocativo.
c) uma correção.
d) uma advertência.
e) um resumo.
O que você faria se soubesse que não iria falhar? ―Nada‖, segundo o professor de
design gráfico Brad Hokanson, da Universidade de Minnesota. Isso porque, para
ele, não há diversão nenhuma na falta de desafio e é exatamente isso que melhora
a nossa criatividade. Em entrevista à Galileu, o professor Hokanson explica como
essa habilidade pode ser adquirida.
Galileu: Falta de criatividade é associada com uma visão de mundo mais limitada.
Como as pessoas podem se livrar desse tipo de visão?
Hokanson: Uma das formas de aumentar nosso potencial criativo é nos expondo a
ambientes, coisas e pessoas diferentes. Algumas pesquisas mostram que nossas
memórias e experiências em lugares diferentes podem nos ajudar a resolver os
problemas de onde vivemos.
d) Falta de criatividade é associada, com uma visão de mundo mais limitada. (6o
parágrafo)
Nos primeiros dez dias, a onda de lama percorreu 450 km. Na imagem que já
___________, ―cimentou‖ o leito do rio e, por onde _________, levou o
abastecimento de água ao colapso e provocou mortandade de peixes e outros
animais.
___________, como não poderia deixar de ser, quem pagará pela tragédia.
Incoerência americana
Alguns dos 136 detidos (número que resta após o envio de seis deles para o
Uruguai) estão presos há mais de uma década sem acusação formal. São,
entretanto, considerados ―perigosos demais‖.
a) ambiguidade.
b) humor.
c) gíria.
d) correção.
e) ironia.
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
―A procura por roupas de animais é grande, principalmente no inverno. Tenho
certeza de que haverá interesse, porque as pessoas adoram uma novidade‖, diz o
veterinário Sergio Soares Júnior.
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Que a televisão prejudica a leitura de livros, também não há dúvida. Eu mesmo
confesso que lia mais quando não tinha televisão. Rádio, a gente pode ouvir
baixinho, enquanto está lendo um livro. Televisão é incompatível com livro – e tudo
mais nesta vida, inclusive a boa conversa.
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
Assinale a alternativa em que uma das vírgulas foi empregada para sinalizar a
omissão de um verbo, tal como ocorre na passagem – A espada sem a balança é a
força bruta, a balança sem a espada, a impotência do direito.
e) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma das faces, aos demais, a
outra.
574) Concurso: Ass/CM Jaboticabal/Administrativo/2015 Banca: VUNESP
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
Embora causem uma sensação de prazer e bem-estar, os livros não podem ser
encarados como terapia, conforme explicam os arteterapeutas Ana Carmen
Nogueira e Alexandre Almeida. ―Na arteterapia, há um assunto específico a ser
trabalhado e usamos diferentes linguagens, como pintura ou desenho, para que a
pessoa possa se expressar. Os livros de colorir não são terapia, mas são relaxantes
porque ajudam a proporcionar um momento de pura concentração‖, afirmam. Ou
seja, os livros podem até funcionar como um analgésico para situações de estresse,
mas não têm nenhum poder milagroso para curar problemas como depressão e
ansiedade.
a) Garfield
b) alarme
c) para
d) avisar
e) que
576) Concurso: Aux SG/CRO SP/2015 Banca: VUNESP
Você acredita que muitas pessoas mentem para se dar bem? Ou que agem de
forma injusta para levar a melhor? Portanto, melhor não confiar em ninguém,
certo? Bem, se você concorda com tudo isso, a ciência tem um conselho: pare.
Isso porque os céticos, cheios de medo de serem passados para trás, acabam
cooperando menos – e pedindo menos ajuda aos outros. Aí, além de se queimarem
com os colegas, os resultados do trabalho podem sair piores.
O químico João Henrique Nunes, 25, pediu para sair de um grupo do WhatsApp com
mais de 30 familiares.―Eu recebia mensagens incessantes de bom dia, fotos de
bebês, correntes e vídeos motivacionais com mais de cinco minutos que acabavam
com a minha internet 3G.‖
Apesar de dar um basta no grupo familiar, João coleciona diálogos engraçados com
a mãe, Maria, e os publica no Facebook. Em uma das conversas expostas na rede,
ele pergunta: Mãe, de que cor é esse vestido?‖, e envia uma foto do vestido azul e
preto que no fim de fevereiro virou ―meme‖ * na internet. A mãe não entende nada
e diz: ―Que vestido é esse?? João Henrique, vira homem!‖.
Isso leva a inevitáveis conflitos, afirma a terapeuta Juliana Potter. ―Cada um pensa
que seu jeito de usar a internet é o certo. Os adolescentes acham ridícula a forma
como as mães usam as redes sociais, e os adultos não entendem como estar
conectado é realmente importante para os jovens.‖
Um exemplo é o caso de Diogo, 10, filho da economista Mariana Villar, 42. ―Ele
inferniza a minha vida pedindo um aparelho com acesso ao WhatsApp cinquenta
vezes por dia‖, diz ela. ―Eu digo que ele não precisa, que não tem maturidade para
isso, mas não adianta. Ele acha um absurdo ser o único da turma que não tem o
aplicativo.‖
Recentemente, ela deixou o menino acessar o aplicativo do celular dela. ―Ele me
colocou no grupo dos amigos e eles não gostaram, reclamaram, porque eu ficava
vendo as conversas. O papo é assim: um diz ―oi‖ e todos respondem. Por que
precisa de um telefone para conversar isso?‖
No outro lado, os jovens riem com as dificuldades tecnológicas dos mais velhos.
―Quando minha mãe tem uma dúvida no WhatsApp, eu tento ajudar. Ela se
atrapalha com os comandos mais simples. Às vezes até discutimos, porque o que
parece muito simples para mim é, para ela, muito difícil de aprender, então acabo
não tendo muita paciência‖, afirma a estudante Taís Bronca, 23.
Taís, porém, enxerga um ponto positivo no uso da internet por outras gerações.
―A minha geração tem o costume de achar que tudo que mãe e pai fazem é brega.
Às vezes é implicância, às vezes eles dão motivo – como quando chamam o
WhatsApp de ZapZap. Mas é vantajoso que a gente se comunique e que eles
treinem a mente para aprender algo novo.‖
―Os jovens não podem viver em um mundo em que não há a contribuição dos mais
velhos. Por outro lado, não há como impedir os mais novos de usar as redes
sociais. O que precisa ser feito é não deixar os jovens se fecharem na realidade
virtual‖, afirma um psicólogo.
(www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/04/1613570-grupos-de-familia-no-whatsapp-levam-
conflito-de-geracoes-para-a internet.shtml.Joana Vines. Adaptado. Acessado em 08.04.2015)
* meme = o termo é usado para descrever um conceito que se espalha via internet.
a) Creio, que as brigas de família nos almoços de domingo continuam nas redes
sociais.
Há cinco anos, a escritora americana Susan Maushart percebeu que a sua relação
com os três filhos adolescentes estava se deteriorando. Eles trocavam conversas e
encontros familiares pela tela dos celulares, computadores e videogames. Para
resolver a situação, decidiu realizar um experimento com ela mesma, que é
divorciada, e seus filhos: um detox* digital de seis meses. A escritora conta como
foi o tempo sem tecnologia e como esse exercício reaproximou sua família.
―Fui radical porque nossa situação era desesperadora. A forma como nossa família,
incluindo eu, abusava da tecnologia estava fora de controle. Tínhamos praticamente
parado de nos comunicar como pais e filhos devem fazer. Quando eu chegava do
trabalho e dizia ‗oi, crianças,‘ era uma grande conquista receber um reles contato
visual. Cada um de nós passava 35 horas semanais on-line.‖
―No processo de detox, meus filhos começaram a interagir mais entre si. Isso não
quer dizer que a vida virou um mar de rosas. Eles tanto brincavam como brigavam.
Como meu filho redescobriu o amor pelo sax, a casa ficou barulhenta e, como as
meninas adoravam assar doces, a cozinha virou uma zona. Foi quando percebi que
celulares e tablets são um tipo de calmante, uma forma de controlar as pessoas e
impedir que interações aconteçam. No fim, nossa experiência foi como uma dieta
radical: não funciona a longo prazo. Só que no processo você perde peso e muda
sua vida. Em consequência do detox, fortificamos nossa família.‖
b) Quando a mãe, chegava do trabalho e dizia: oi, crianças os filhos mal, lhe
dirigiam, o olhar.
d) Quando a mãe chegava do trabalho e dizia: oi, crianças, os filhos mal lhe
dirigiam o olhar.
O levantamento mostrou que 17,8% dos brasileiros que faltaram ao trabalho pelo
menos um dia alegaram ter tido gripe ou resfriado. A pesquisa foi feita em 2013,
em 62,9 mil domicílios em todos os Estados da federação. O estudo é inédito e não
tem, portanto, base de comparação.
Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Segundo o médico Drauzio
Varela, o resfriado é menos intenso e caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e
irritação na garganta. Mais brando, pode provocar febres isoladas, que não
ultrapassam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns dias, requer
repouso, boa hidratação e, com a orientação profissional, uso de analgésicos e
antitérmicos.
(Lucas Vettorazzo. “Resfriado é principal motivo para falta no trabalho ou estudos, aponta IBGE”.
www.folha.uol.com.br, 02.06.2015. Adaptado)
A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na
análise dos gastos com automóveis, alimentação e moradia. Aos olhos da opinião
pública americana, os jovens da geração Millennial são assassinos em série —
responsabilizados pela morte lenta do queijo processado, do cartão de crédito, do
táxi, do peru de Ação de Graças e até do divórcio. Poucos setores saíram ilesos da
matança cultural promovida pela juventude americana.
Agora surgiram argumentos em sua defesa. Um novo estudo do banco central dos
EUA (Federal Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa
por adorar aplicativos — não é tão diferente dos pais. Essa geração é apenas mais
pobre nesta mesma etapa da vida, já que muitos de seus integrantes chegaram à
idade adulta durante a crise financeira.
c) se referem com.
d) se apoiam de.
e) se alicerçam sob.
Bartleby, o escriturário
Não é à toa que Bartleby, o escriturário (ou o escrivão ou Uma história de Wall
Street) é uma obra tão debatida e que deixa tantas pessoas confusas quando de
seu desfecho: há no livro um espaço extremamente propício a especulações e
discussões de toda a sorte, que, de certo modo, parecem conduzir todas, em maior
ou menor medida, a um beco sem saída.
Vamos aos fatos para tentar clarear a situação a respeito do misterioso desfecho de
Bartleby. O conto foi publicado na revista literária Putnam‘s Magazine, pelos idos de
1853, sendo posteriormente incorporado à coletânea de contos The piazza tales, de
1856. Seu autor, Herman Melville, é conhecido do grande público pela obra Moby
Dick.
A perturbação recai sobre o advogado, que decide mudar -se dali, visto que
Bartleby se recusa a deixar o escritório, e seu aspecto fantasmagórico está
deixando seus nervos à flor da pele.
b) Devido o seu desfecho, a obra gera debates e deixa muitas pessoas confusas.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
a) Ele opta a um sistema o qual as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on
line.
―A boa notícia é que fica claro que os trabalhos para humanos terão que envolver
qualidades humanas, como criatividade‖, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs,
diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe. ―Isso soa muito legal, mas a
questão é: quantos trabalhos para pessoas criativas serão gerados?‖, questiona.
A expressão destacada na frase ―... pressionar para baixo o salário das que
restarem, diante da massa de pessoas buscando trabalho.‖ pode ser substituída,
mantendo-se o sentido original do texto e de acordo com a norma-padrão da
língua, por
a) frente com a.
b) em face com a.
c) em presença a.
d) perante a.
e) em vista na.
Esses retratos, junto com muitos outros, formam uma galeria que o país não gosta
de ver. São vários Antônios, vários Franciscos, vários Josés que dão carne e osso a
um grande drama brasileiro: o trabalho em condições análogas às de escravidão.
Sim, todas essas pessoas foram escravizadas – em pleno século XXI.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.
Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou
exortá-los:
Assinale a alternativa que expressa com regência correta, nos colchetes, ideia em
oposição à do texto original.
d) Ele tem esperança a que logo terá mais tempo para o lazer.
d) O tenente foi advertido à não fazer menção aos hábitos alimentares do sargento,
aos quais não são nada saudáveis.
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que
comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do
microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam
só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de
quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava
bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai
mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as
outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a
moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do-rato? Morreu.
Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela
não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a
menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela?
A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A
propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui
uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De
qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado
com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe
deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto.
Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que
desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o
brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata, minha filha? Vai ali para a
esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que
a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E
dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone.
a) A família da moça que tomou ri-do-rato avisou o apresentador que ela morreu.
b) A mulher discordava com a atitude do marido, que a agredia quando bebia.
c) O homem confiou do diagnóstico dos médicos e, assim, nem anseia mais de se
curar.
d) As pessoas que vão ao Clube dão seu depoimento e estão aptas a ganhar um
brinde.
e) O apresentador está convicto que a menina tomou querosene porque apanhou
sem razão.
591) Concurso: ACS/Pref Buritizal/2018 Banca: VUNESP
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os
três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da
família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou um
barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais
lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de
outono empilhadas junto ao meio-fio.
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no
alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o
embarque será feito dentro de poucos minutos.
Considere a tira com os personagens Garfield e seu dono Jon para responder à
questão.
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
a) a … com os
b) à … com os
c) à … nos
d) a … pelos
e) à … pelos
O movimento teve início em maio, quando a Europa começou a aplicar sua nova lei
(GDPR, na sigla em inglês) que permite que as pessoas solicitem seus dados e
restringe a forma como as empresas obtêm e lidam com informações.
a) O pai alegou em que tinha sobrevivido dois anos com sua própria comida.
c) O pai não conseguiu convencer o filho que estava apto com cozinhar.
e) O pai aludiu da época que tinha sobrevivido com sua própria comida.
596) Concurso: Tec/CRBio 01/Auxiliar Administrativo/2017 Banca: VUNESP
Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente
uma das características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a
tendência de simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem
vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
Esse comportamento pode ser resultante da dificuldade de se lidar com as
frustrações geradas, basicamente, por três motivos: demora, contrariedade e
conflito. Seus efeitos podem ser agressão, regressão e fuga.
Um experimento famoso feito na Universidade Stanford (EUA), no final dos anos
1960, testou a capacidade de crianças resistirem à atração da recompensa
instantânea – e rendeu informações úteis sobre a força de vontade e a
autodisciplina. Aquelas que resistiram tiveram mais sucesso na vida.
A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões, desde a vida pessoal
à rotina das empresas, chegando até à condução do país. O que importa é o hoje e
o agora!
Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo prazo – parece
uma história fantasiosa. Entretanto, a vida prática confirma que o investimento em
educação de qualidade e a dedicação aos estudos, por exemplo, geram bons
resultados futuros. Profissionais bem qualificados e competentes em suas áreas de
atuação, ou seja, aqueles que se dedicaram, aprofundaram seus conhecimentos e
os praticaram, costumam encontrar melhores opções na vida profissional.
É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher
seus frutos.
Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser
frustrantes.
(Folha de S.Paulo, 31.01.2016. Adaptado)
Autobiografia e memória
Rita Lee acaba de publicar um livro delicioso, que chamou de Uma autobiografia. É
uma narrativa, na primeira pessoa, de sua vida como mulher e cantora, escrita com
humor e franqueza incomuns em artistas brasileiros do seu porte.
Exemplos. Foi presa grávida e salva por Elis Regina de abortar. Teve LPs lançados
com faixas riscadas a tesoura pela Censura.
É um apanhado e tanto, com final feliz. Mas será uma ―autobiografia‖? Supõe-se
que uma autobiografia seja uma biografia escrita pela própria pessoa, não? E será,
mas só se ela usar as armas de um biógrafo, entre as quais ouvir um mínimo de
200 fontes de informações. Na verdade, a ―autobiografia‖, entre nós, é mais uma
memória, em que o autor ouve apenas a si mesmo.
Não há nenhum mal nisto, e eu gostaria que mais cantores publicassem suas
memórias. Mas só uma biografia de verdade oferece o quadro completo. No livro de
Rita, ela fala, por exemplo, de um show na gafieira Som de Cristal, em 1968, com
os tropicalistas e astros da velha guarda. Na passagem de som, à tarde, Sérgio e
Arnaldo, ―intencionalmente, ligaram os instrumentos no volume máximo, quase
explodindo os vidros da gafieira‖, e o veterano cantor Vicente Celestino ―lá
presente, teve um piripaque‖. Fim.
Uma biografia contaria o resto da história – que Celestino foi para o Hotel
Normandie, a fim de se preparar para o show, e lá teve o infarto que o matou.
O substituto da vida
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria
de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o
telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de
cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador,
o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem
lhe chego perto – temo que ele me substitua também.
Assinale a alternativa em que a frase escrita a partir do texto está correta quanto à
regência verbal e nominal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, ―é que você anda, anda, anda e nunca
chega a Ipanema‖. Se tomarmos ―Ipanema‖ ao pé da letra, a frase é absurda e
cômica. Tomando ―Ipanema‖ como um símbolo, no entanto, como um exemplo de
alívio, promessa de alegria em meio à vida dura da cidade, a frase passa a ser de
um triste realismo: o problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e nunca
chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Estado, o Jardim da Luz são uns
raros respiros perdidos entre o mar de asfalto, a floresta de lajes batidas e os
Corcovados de concreto armado.
(http://4.bp.blogspot.com/-36p65sQZktc/ULcpg27a5kI
/AAAAAAAAMMQ/7A6-bYaVDxc/s1600/z1334674305.jpg. Adaptado)
―As empresas costumam ser complacentes com quem está começando. Ninguém é
excepcional na primeira semana. O desempenho se mostra no dia a dia‖, diz a
psicóloga Myrt Cruz.
Ela afirma que, para passar pelos primeiros dias de trabalho de forma tranquila, é
preciso anotar tudo: tarefas, sistemas utilizados e nomes de chefes, colegas e
clientes.
A estratégia foi usada por Matheus C., 26, contratado há alguns meses por um
escritório de advocacia. ―Eu me sentia bobo, não sabia nem usar a impressora.‖
Para se acalmar, encarou a novidade como um desafio, e foi mais simples do que
ele pensava.
Uma regra de ouro, de acordo com Cruz, é ir com calma. Isso vale inclusive na hora
de tirar dúvidas. É preciso bom senso para não importunar colegas ou invadir o
espaço do outro.
Érika A., 21, foi bem recebida em seu novo trabalho, mas considera que sua
motivação foi essencial para garantir um aprendizado rápido. ―Não fiquei parada.
Tem que mostrar entusiasmo, porque quanto mais interessada você está, mais
conteúdo vão te passar.‖
Considere as frases.
Profissionais com anos de carreira devem ser avessos __________ ideia de não
mudar o método de trabalho.
Como os colegas foram solícitos ________ ela, Érika sentiu-se acolhida no novo
emprego.
a) com … com a … a
b) com … à … por
c) de … com a … a
e) por … à … com
Pesquisa da consultoria Ernst & Young mostra que cada vez mais os investidores
consideram dados socioambientais e de governança antes de decidir pôr dinheiro
em uma empresa.
No ano passado, 68% disseram que essas informações têm papel fundamental na
escolha do destino final dos recursos. É uma evolução em relação a 2015, quando
52% afirmavam atentar para essas questões.
A consultoria ouviu 320 investidores ao redor do mundo, sendo um terço deles com
mais de US$ 10 bilhões em ativos sob gestão.
No Brasil, uma das tentativas de estabelecer parâmetros sobre esses dados para o
mercado financeiro vem do Índice de Sustentabilidade da Bolsa. Os dados
comparam o desempenho de empresas sob aspectos como eficiência econômica,
equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Desde que foi lançado,
esse Índice já acumula valorização de 154,6%.
O estudo cita o episódio envolvendo uma grande fabricante de veículos, que usava
um software para manipular testes de verificação das emissões de gases poluentes
pelos veículos da montadora.
Considere a frase.
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que,
em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada
dizendo ―Eu sou prafrentex!‖.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava
comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um
grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito.
Houve época em que era ―pão‖, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e
meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: ―Ai, que pão!‖.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica
difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de ―boko moko‖, criado por uma marca de refrigerante para
rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona
vale? Ou devo dizer ―out‖, como na década de 90?
Que adolescente aceitaria hoje ir a um ―mingau dançante‖? Vão para a balada, para
a ―night‖. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde! Muita
gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas
esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se
fala ―hype‖ para indicar algo que no passado foi ―in‖. Ou que alguém é ―fashion‖,
para dizer que está ―nos trinques‖, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!
a) a … dos
b) a … com os
c) de … aos
d) em … dos
e) em …. aos
• Quanto à minha baiana, minha renda não dá nem para ______ no carnaval.
a) indagou à … enfeitar ela.
c) perguntou a … a enfeitar.
e) perguntou à … enfeitá-la
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o
cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse
indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa
e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de
espera.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o
focinho voltado para ―aquela‖ direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)
A preposição destacada está empregada de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa em:
A língua maltratada
Vira motivo de piada. O personagem que fala certinho é sempre o chato nos
programas humorísticos.
Mesmo em uma cidade como São Paulo, onde a concorrência profissional é enorme,
ninguém parece preocupado em corrigir erros de linguagem. Incluem-se aí
profissionais de nível universitário.
Um dos maiores crimes é cometido contra o verbo haver. Raramente alguém coloca
o H. Mesmo em jornais, costumo ler: ―Não se sabe a quanto tempo…‖.
Outro dia, estava assistindo ao trailer de Medidas Extremas. Lá pelas tantas, surge
a legenda: ―Vou previni-lo‖. O verbo é prevenir. No filme Asas do Amor, também
não falta uma preciosidade. Diz-se que um personagem é ―mal‖. O certo é ―mau‖.
Muita gente passa o dia malhando na academia. Outros conhecem vinhos. Existem
gourmets capazes de identificar um raro tempero na primeira garfada. Analistas
econômicos são capazes de analisar todas as bolsas do universo. No entanto, boa
parte acha normal atropelar o português.
Descaso com a língua é desprezo em relação à cultura. Será que um dia essa
mentalidade vai mudar?
*coloquial: informal
Muitas pessoas consideram feio falar de acordo com a norma-padrão, mas este é
um ponto de vista…
Que as legendas dos filmes sejam redigidas com o devido cuidado é prática…
Fora do jogo
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem,
cujo único defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam
por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse
comer, beber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o
suficiente para levar essa vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do
seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que
lhe repugnasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-
lhe certo ascendente, de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua
vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher:
reconhecia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era
honesta e fiel aos seus deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
c) Todos perdoavam o defeito para o Joaquim por não ser culpa dele.
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem,
cujo único defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam
por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse
comer, beber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o
suficiente para levar essa vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do
seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que
lhe repugnasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-
lhe certo ascendente, de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua
vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher:
reconhecia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era
honesta e fiel aos seus deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
Cartas de Amor
Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época,
estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei
meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente
dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas ―ao colega da tarde‖. E era uma
carta de amor. De amor, não; de paixão. Paixão incontida, transbordante, a carta
de uma alma sequiosa de afeto, ________________ o jovem escritor não teve a
menor dificuldade de enviar a resposta.
Iniciou-se, assim, uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se
interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o
ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à
conclusão de que precisava conhecer minha correspondente, aquela bela da manhã
que me encantava com suas frases.
Mas… Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma
moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes
especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico.
Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente
apaixonada.
Optei, portanto, pelo mistério, pelo ―nunca vi, sempre te amei‖. A minha história de
amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes
histórias de amor.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Vocabulário:
Arroubos: impulsos
Epistolares: relativos à carta
Grafologia: estudo das formas das letras
b) … eu até a imaginava como uma moça esguia… = … eu até pensava nela como
uma moça esguia…
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre ―As vantagens de ser
mãe de menina‖ ou ―Por que é bom ser mãe de menino‖: ―meninos não têm
frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais corajosos‖, ―elas são mais
choronas‖ e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de
gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu
filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em
listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar
dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros,
escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai
sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha,
não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a
ideia de que os meninos são mais ―aventureiros‖ e ―danados‖ e as meninas mais
―cuidadosas‖.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que
podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os
carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer
que ―tudo bem‖ as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as
bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois
de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma
pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para
que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era
fabricado: só havia pias rosa e lilás. ―Esse brinquedo é de menina‖, alertou a
vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não
percebido o ―engano‖ ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa
lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e
panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu
filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma
cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão:
―Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa
em ordem?‖ E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao
acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: ―As vantagens de ser mãe de
uma criança feliz.‖ É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não
determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”.
Disponível em: <vida estilo.estadao.com.br>. Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
A alternativa que reescreve a passagem – Ser menino também pode não ser fácil,
principalmente se os pais acreditarem que podem definir o que ele deve sentir ou
gostar. – apresentando regência de acordo com a norma-padrão é:
a) Ser menino também tende a não ser fácil, principalmente se os pais se puserem
a definir aquilo de que ele deve gostar e o que deve sentir.
c) Ser menino também corre o risco de não ser fácil, principalmente se os pais
decidirem a definir o que ele deve de gostar e sentir.
Nos primeiros dez dias, a onda de lama percorreu 450 km. Na imagem que já
___________, ―cimentou‖ o leito do rio e, por onde _________, levou o
abastecimento de água ao colapso e provocou mortandade de peixes e outros
animais.
___________, como não poderia deixar de ser, quem pagará pela tragédia.
(Veja, 17.06.2015)
Leia as frases.
– Muitos pretendem ________ à definição da idade certa para determinar a
responsabilidade penal.
– Muitos querem saber quando o jovem estará apto ___________ responder por
seus atos.
– É comum que a atitude de um jovem se oponha ________ de um adulto.
O sinal de igual (=) em – Por que achamos que ―magreza = beleza‖? (1º parágrafo)
– pode ser substituído, sem prejuízo de sentido e com a regência de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa, por:
a) é associada pela
b) é o mesmo em que
c) é equivalente a
d) é compatível de
e) é igual em
616) Concurso: Ag SR/ODAC/2016 Banca: VUNESP
O resgate do casaco
Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos,
roupas energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri
para a rua. O táxi ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na
atleta que poderia existir oculta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos
cem metros rasos.
Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar.
Eu estava quase.
Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um
pequeno engarrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha
esperança atlética e dei o melhor de mim.
Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de
minha amiga.
Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não
parava de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também
para ela, e juntas choramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.
Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão
revelador.
Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela
e que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem
ao menos ter tentado.
Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em
vaivém, tornando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína
desconhecida se fazendo valer à minha revelia, desafiada pela frustração de
sucessivos quases.
c) recuperou ao movimento
d) retomou o movimento
e) reiniciou no movimento
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não se
expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos tantas
preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco ou quase
nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de assédio
moral* nasce de preconceitos!
Muita gente se indignou, mas muita gente também não viu nada de mais em
ambos os casos. Choveram justificativas e até acusações para explicar as situações,
o que sinaliza como é difícil reconhecer nossos preconceitos e, acima de tudo,
conter suas manifestações e colaborar para que a convivência social seja mais
digna.
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar como
uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão é
pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos
garantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo para
a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
a) contra isso.
b) a isso.
c) nisso.
d) para isso.
e) sob isso.
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união
estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí
acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com
a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo
apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o
erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras
estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*),
sempre acompanhada de assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen
– quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão
que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra
moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato).
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras.
Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa
palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente
inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer
ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
b) Ele insiste de negar tudo, mas é suspeito por ter recebido propina.
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
Embora causem uma sensação de prazer e bem-estar, os livros não podem ser
encarados como terapia, conforme explicam os arteterapeutas Ana Carmen
Nogueira e Alexandre Almeida. ―Na arteterapia, há um assunto específico a ser
trabalhado e usamos diferentes linguagens, como pintura ou desenho, para que a
pessoa possa se expressar. Os livros de colorir não são terapia, mas são relaxantes
porque ajudam a proporcionar um momento de pura concentração‖, afirmam. Ou
seja, os livros podem até funcionar como um analgésico para situações de estresse,
mas não têm nenhum poder milagroso para curar problemas como depressão e
ansiedade.
Chegou o amigo estrangeiro, andou pela cidade, tomou bondes, lotações, fez
compras, visitou repartições públicas, ouviu dizer por toda parte: ―Vamos ao
teatro? Vamos ao teatro?‖ – e foi também ao teatro. Enfim, portou-se mais do que
como bom turista: como bom amigo desta cidade que ele admira e ama. Depois,
perguntou-me, com extrema delicadeza: ―Que é do sorriso que vocês tinham
antigamente? Que é do sorriso que eu sempre encontrava no Rio?‖
b) Fumar e beber são atividades das quais não se deveria dedicar muito tempo,
pois desviam a atenção ao que é importante.
d) O autor refletiu acerca dos requisitos para se obter uma vida simples, da qual
decorre grande satisfação.
e) O autor concluiu de que adotar uma vida mais simples e sábia pressupõe a
abraçar um novo estilo de vida.
625) Concurso: Aux SG/CRO SP/2015 Banca: VUNESP
Chicungunha
Como se a dengue fosse pouco, bate à porta o vírus chicungunha, transmitido pelo
mesmo mosquito.
A febre chicungunha, que emergiu na África, chegou _____ Ásia e ____ Américas.
a) aos … em que … à … às
b) nos … que … a … às
c) os … em que … à … às
d) os … em que … a … as
e) aos … que … à … as
627) Concurso: Cabo/PM SP/Graduação/2015 Banca: VUNESP
O direito ao cuidado
O direito ao cuidado talvez seja um dos temas mais inovadores da convenção, com
potencial para transformar em políticas públicas uma tarefa que historicamente
esteve reservada ao âmbito privado, com evidente sobrecarga para as mulheres.
a) possibilidade de.
b) possibilidade em.
c) possibilidade sobre.
d) possibilidade por.
O direito ao cuidado
Um tiro no escuro
– Uai, foi você que atirou no seu irmão. – ela responde, convicta.
Isso aconteceu nos anos de 1980, bem no começo. Naquela época era tudo meio
inconsequente. Meu pai havia nos presenteado com uma espingarda de pressão.
Com que cargas d‘água alguém teria a brilhante ideia de dar uma arma para duas
crianças? Pois é, isso era normal. Como era normal também passearmos pela
cidade em um Fusca, todos sem cinto de segurança e felizes como nunca. Tínhamos
a impressão de que tudo era meio permitido, mas, lógico, dentro de parâmetros
que levavam em conta o respeito ao próximo e o amor incondicional à família.
Brincávamos na rua e ela era tão perigosa quanto é hoje. Havia os carros
descontrolados, os motoristas bêbados, as motos a todo vapor, os paralelepípedos
soltos como armadilhas propositais. Tudo era afiado ou pontiagudo, menos a
dedicação de dona Izolina. Perto da janta ela nos gritava e, chateados, nos
recolhíamos para a sala. Havia uma mesa e todos nos sentávamos, juntos, para
celebrar mais um dia em que nada nos faltara.
a) na ... pela
b) com a ... à
c) com a ... sob a
d) pela ... sob a
e) da ... sobre a
a) de que … vivia
b) que … morar
c) de que … estiver
d) que … residisse
632) Concurso: Of Leg/CM Araras/2015 Banca: VUNESP
a) O autor acredita que às letras das canções devem receber atenção especial do
público ouvinte.
c) Em 1973, uma cantora conferiu à canção ―Oriente‖, de Gilberto Gil, uma nova
interpretação.
O lavrador acredita que tenha direito __________ terras em Rio Doce. Dá muito
valor __________ coisas escritas em papel. E diz isso __________ seu interlocutor,
pensando que este é homem do governo.
a) as ... as ... a
b) a ... a ... à
c) às ... às ... a
d) à ... à ... à
e) as ... à ... a
635) Concurso: Ag/Pref Poá/Administrativo/2015 Banca: VUNESP
a) as … à
b) às … a
c) às … à
d) à … a
e) a … à
e) Os conteúdos digitais podem ser destinados à alunos dos mais diversos níveis
de escolaridade.
637) Concurso: Cine/CM Araras/2015 Banca: VUNESP
Propaganda Infantil
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil. É
covardia anunciar para crianças, já que elas têm muitos desejos, nenhuma renda e
uma capacidade infinita de apoquentar seus genitores.
O ponto central, creio, é que o Conanda exorbitou de seus poderes. O órgão não
poderia banir ou limitar a liberdade de empresas anunciarem seus produtos. A
Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos: ―tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias‖. É forçoso, assim, concluir que, para tudo o que esteja fora dessa lista,
a regra é a da plena liberdade.
Aceitar essa conclusão não implica abandonar os pais à tirania de seus rebentos.
Embora militantes de causas adorem uma lei, existem outros mecanismos
civilizadores até mais eficientes que normas jurídicas. Especialmente no mundo do
marketing, imagem é tudo. Apenas fixar o meme de que a propaganda dirigida a
crianças não é ética – uma ideia que já está em circulação – tende a fazer com que
publicitários e anunciantes peguem leve.
Alguns diriam que é pouco. Talvez, mas recorrer a essa medida, e a outros
expedientes, como a autorregulamentação, tem a enorme vantagem de preservar
um dos pilares da democracia, que é a liberdade de expressão. Eu pelo menos não
a trocaria por alguns momentos de paz e mais alguns tostões na carteira.
A Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos...
Assinale a alternativa em que o trecho – ... uma das maiores queixas em relação
aos alunos é exatamente a falta de atenção ... –, ao ser reescrito, tem o acento
indicativo de crase empregado de acordo com a norma-padrão.
a) ... uma das maiores queixas relacionadas à alunos é exatamente a falta de
atenção...
b) ... uma das maiores queixas em relação aos alunos refere-se exatamente à falta
de atenção...
c) ... uma das maiores queixas dos alunos é exatamente à falta de atenção...
d) ... à falta de atenção é considerada exatamente uma das maiores queixas em
relação aos alunos...
e) ... considera-se à falta de atenção exatamente uma das maiores queixas em
relação aos alunos...
(www.willtirando.com.br)
Desde seu início na literatura, Virginia Woolf sempre quis ampliar suas perspectivas
de estilo para além da narração comum, com fios condutores guiados pelo processo
mental do ser humano: pensamentos, consciência, visões, desejos e até odores.
Perspectivas narrativas definitivamente incomuns, que incluíam estados de sono e
prosa de livre associação. Sua técnica narrativa do monólogo interior e seu estilo
poético se destacam como as contribuições mais importantes para o romance
moderno.
a) A vida de Virginia Woolf ... pode ser resumida através de uma das suas obras...
[à partir]
b) … foi seu primeiro romance, mas pode ser definido como o livro sobre a sua
vida.... [à respeito da]
e) ... a autora que ... mais defendeu os direitos das mulheres por meio de seus
textos. [se voltou à defender]
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
a) A … à … a
b) A … à … à
c) À … à … à
d) A … a … à
e) A … a … a
653) Concurso: Aux SB/Pref Sertãozinho/2018 Banca: VUNESP
O autor comparou _____ situação da China _______ dos demais países e chegou
______ uma conclusão um tanto preocupante.
a) a ... à ... a
b) a ... a ... à
c) à ... à ... a
d) à ... a ... à
e) à ... à ... à
a) a … a … às
b) à … à … as
c) a … à … à
d) à … a … a
e) a … à … as
655) Concurso: Moto/Pref Barretos/2018 Banca: VUNESP
No primeiro dia, Helenice ia ao banheiro várias vezes para chorar e se acalmar. Foi
ignorada, humilhada e muito observada por seguranças. Alguns vendedores riram
dela, outros fizeram perguntas agressivas ou até mesmo ofensivas, e muitos
simplesmente fingiram que ela não estava ali. Em nenhuma das 27 lojas ela
encontrou uma demonstração de gentileza.
No segundo dia, porém, com roupas de madame e sem ser reconhecida pelos
vendedores, Helenice recebeu tratamento excelente, não teve que esperar para ser
atendida, viu produtos que na véspera estavam ―em falta‖, ouviu elogios, tomou
café e saiu dos shoppings morrendo de raiva, sentindo-se pior do que no dia
anterior. Ela não sabia que as pessoas eram capazes dessa crueldade. Por mais que
tivesse consciência de tudo o que acontece no mundo, ela não enxergava essa
maldade. Viu que as pessoas valem pelo que vestem, que é tudo um grande teatro,
uma grande ilusão. Ela não culpa os vendedores, o que Helenice questiona são os
valores de uma sociedade escrava das aparências, em que as pessoas tratam bem
apenas quem interessa a elas.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
Assinale a alternativa cuja frase, extraída e adaptada do texto ―As cinco regras de
ouro da boa comunicação‖, atende à norma-padrão quanto ao uso do acento
indicativo da crase.
c) Preste atenção se à sua postura, o olhar, o aperto de mão e o conjunto dos seus
movimentos estão de acordo com à mensagem que você está transmitindo
verbalmente.
d) Há uma percepção comum que leva as pessoas à considerarem que quanto mais
elas falarem e expuserem suas ideias mais poder de influência vão obter com as
pessoas.
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
a) Lanier recomenda as pessoas, à cada seis meses, deixar as redes sociais para
retornarem a consciência de si próprias.
b) Lanier recomenda as pessoas, a cada seis meses, deixar às redes sociais para
retornarem a consciência de si próprias.
c) Lanier recomenda às pessoas, a cada seis meses, deixar as redes sociais para
retornarem à consciência de si próprias.
d) Lanier recomenda às pessoas, a cada seis meses, deixar as redes sociais para
retornarem a consciência de si próprias.
e) Lanier recomenda as pessoas, a cada seis meses, deixar as redes sociais para
retornarem à consciência de si próprias.
658) Concurso: Ag/Pref Itapevi/Administração Pública/2019 Banca: VUNESP
O Marajá
A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a
visita de alguém ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar,
uma ponta de poeira em seus móveis ou uma mancha em seus vidros e cristais.
Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma toalha no
quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta,
percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do
pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que
jornal sujava os dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona
Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do seu hábito de limpar a orelha
com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por
limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta.
Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona
Morgadinha chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse
fazia questão de desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos
longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver
a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava
deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz de se
controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
Adaptado)
Leia a tira.
a) À … à … as … à
b) A … à … as … à
c) A … a … às … à
d) À … a … as … a
e) À … a … às … a
Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte
comentário: ―É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau,
o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever‖.
Por quê? Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do
leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: ―Saber escrever é
uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…‖
Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda
pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.
Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos
falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais
delegado à inteligência artificial.
a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de talento: quem não tem,
não vai nunca aprender.
b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada pela clareza e precisão,
afastando o leitor da confusão ou tédio.
b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à episódios de nosso passado.
Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê.
Todos os seus desejos de estar longe erguem, entre ele e as páginas abertas, uma
tela esverdeada que perturba ______ linhas. Ele está sentado diante da janela, a
porta fechada ______ costas. Página 48. Ele não tem coragem de contar as horas
passadas para chegar ______ essa quadragésima oitava página. O livro tem
exatamente quatrocentas e quarenta e seis. Pode-se dizer 500 páginas! Se ao
menos tivesse uns diálogos, vai. Mas não! Páginas completamente cheias de linhas
apertadas entre margens minúsculas, negros parágrafos comprimidos uns sobre os
outros e, aqui e acolá, a caridade de um diálogo – um travessão, como um oásis,
que indica que um personagem fala ______ outro personagem. Mas o outro não
responde. E segue-se um bloco de doze páginas! Doze páginas de tinta preta! Falta
de ar! Ufa, que falta de ar! Ele xinga. Muitas desculpas, mas ele xinga. Página
quarenta e oito... Se ao menos conseguisse lembrar do conteúdo dessas primeiras
quarenta e oito páginas!
No começo do século 20, a rápida industrialização nos Estados Unidos deu origem
___ algumas das maiores fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt
e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e aço, obtendo um grande
retorno, e passaram___ ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como Era
Dourada. A desigualdade nunca foi tão grande – até agora. É o que mostra um
relatório da UBS, companhia de serviços financeiros, feito em parceria com a
consultora PwC.
a) a … a … a
b) à … à … à
c) a … à … à
d) à … à … a
e) a … a … à
Uma obra de arte nos leva __ querer discutir sobre __ questões presentes nela,
porque vêm __ tona realidades muitas vezes próximas __ pessoas.
a) a … as … à … às
b) à … as … a … as
c) a … às … a … às
d) à … as … à … às
e) a … às … à … as
c) Fiel à sua paixão por voar, o comandante pilota para uma companhia aérea
regional.
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
d) O pai pediu ao garçom a fatia de bolo e ficou a espera para dar início a
comemoração.
e) A luz das velinhas, ela canta ―parabéns pra você‖ e se junta à eles,
discretamente.
Não pretendo alimentar a ideia de que as mulheres são as piores inimigas das
mulheres, mas provocar uma reflexão sobre os mecanismos que fazem com que a
lógica da dominação masculina seja reproduzida também pelas mulheres. Nessa
lógica, como argumentou Pierre Bordieu, os homens devem ser sempre superiores:
mais velhos, mais altos, mais fortes, mais poderosos, mais ricos, mais
escolarizados. Essa lógica constitui as mulheres como objetos, e tem como efeito
colocá-las em um permanente estado de insegurança e dependência. Delas se
espera que sejam submissas, contidas, discretas, apagadas, inferiores, invisíveis.
Assinale a alternativa em que a passagem – Ela acreditava que, para muitas, seria
mais confortável suportar uma escravidão cega do que trabalhar para se libertar. –
está reescrita de acordo com a norma-padrão de regência e de emprego do sinal de
crase.
a) Ela desconfiava de que, para muitas, suportar uma escravidão cega valeria mais
à pena do que optar por trabalho que às levasse a libertação.
b) Ela desconfiava em que, para muitas, suportar uma escravidão cega valeria
mais à pena do que optar por trabalho que as levasse a libertação.
c) Ela confiava de que, para muitas, suportar uma escravidão cega valeria mais a
pena do que optar por trabalho que às levasse à libertação.
d) Ela confiava em que, para muitas, suportar uma escravidão cega valeria mais a
pena do que optar por trabalho que as levasse à libertação.
e) Ela confiava em que, para muitas, suportar uma escravidão cega valeria mais à
pena do que optar por trabalho que as levasse a libertação.
―A boa notícia é que fica claro que os trabalhos para humanos terão que envolver
qualidades humanas, como criatividade‖, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs,
diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe. ―Isso soa muito legal, mas a
questão é: quantos trabalhos para pessoas criativas serão gerados?‖, questiona.
O fim de funções hoje exercidas pela população de baixa e média renda vai gerar
desemprego e pressionar para baixo o salário das que restarem, diante da massa
de pessoas buscando trabalho.
Mal-estar
a) No que tange à pesquisas do IBGE, vê-se que a situação econômica tem gerado
certa inquietude.
c) A construção civil não propõe à criação de novos postos de trabalho, por causa
da crise.
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à
música em geral: não toco, não batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o
quê?
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
Os patrocinadores...
Os notáveis alardeiam as vitórias, mas...
Compensa dedicar a vida...
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
a) Se você não se dispor em ajudar à fazer a lição de casa, vou processar você.
b) Caso você não me acuda quando eu fizer a lição de casa, apelarei à justiça.
c) Espero que você nomeie à alguém que trata disso melhor do que seu advogado.
d) Pergunto à você onde está seu advogado; não creio que ele resolva ao caso.
e) Vou acionar à polícia se você não vir me ajudar com à lição de casa.
677) Concurso: Esc/CM Sumaré/2017 Banca: VUNESP
Somos clientes antigos do lugar. Vamos tanto que até conhecemos os donos.
Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho.
―Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV‖, disse um dos proprietários.
―Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai
embora.‖
Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez mais
difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV nas
paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro que
já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão. Mas
não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa sobre
plantação de orégano a conversar.
Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer
tentativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as
caixas cobriam toda a área do lugar.
Perdemos outro de nossos restaurantes favoritos. Uma pena. Mas tenho certeza de
que o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta.
a) a … à … à
b) a … à … a
c) à … a … a
d) à … à … a
e) à … a … à
a) A … à … às … as
b) A … à … as … às
c) A … a … às … às
d) À … à … as … às
e) À … a … às … as
679) Concurso: Ag Prev/IPRESB/2017 Banca: VUNESP
a) Refletindo sobre o uso do Twitter, o rapaz faz menção à dificuldade para redigir
os relatórios detalhados pedidos à ele pela gerência.
c) Refletindo sobre o uso do Twitter, o rapaz faz alusão a dificuldade para redigir
os relatórios detalhados pedidos a ele pela gerência.
Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficialmente
faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas
enviadas de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de
Shakespeare.
Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clube
tem a contribuição de um médico especialista.
Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980 a
entidade foi criada oficialmente com apoio do governo.
O projeto ficou ainda mais famoso com o filme ―Cartas para Julieta‖ (2010), em que
a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente a
mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas
foram recebidas, segundo o Clube.
(https://oglobo.globo.com. Adaptado)
a) à … às … a
b) a … as … a
c) a … às … a
d) à … às … à
e) a … as … à
Observe:
a) à … a … a
b) as … a … à
c) às … à … a
d) a … à … à
e) às … a … à
a) a … Às … as … a
b) a … As … as … à
c) há … As … às … à
d) há … Às … as … a
e) há … Às … às … a
Comunhão
c) A ... à ... em
d) À ... a ... de
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando
estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou daquele que nos
hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um
nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que
nos conquistou.
Eu era criança, não lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital
amanhecera. Dava para sentir o calor da luz do sol e o silêncio que pairava no
ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia
uma vitrola e, para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha
cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com
canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou
grande afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e
loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia
que, apesar de estar diante de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela
sai do quarto para outras tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico
vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do prédio da
Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior
sentimento que se expressa é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente
eu estava presente. Não demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse
outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o carinho e o afeto que
Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida,
fecho meus olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia
seguinte, e no lugar do afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém
em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana
que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que
ela não viria mais.
A pesquisa teve duas frentes. Na primeira, um aparelho foi usado para medir a
qualidade do ar na área onde fumar era permitido, localizada no bosque do
hospital. Foi feita uma comparação com o espaço ao lado, onde o cigarro era
proibido. O fumódromo apresentou uma média de 66 mcg/m3 de partículas
respiráveis no ar (poeira que tem capacidade de chegar até o pulmão), com picos
de 900. Do outro lado, durante os 10 dias de coleta, as médias foram inferiores a
25, índice preconizado como aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
(http://zh.clicrbs.com.br, 13.03.2016)
Assinale a alternativa correta quanto ao uso ou não do acento indicativo de crase e
à regência.
b) Foi feita uma comparação entre uma área aberta em que era proibido fumar e
uma outra, onde se tinha acesso à cigarros.
d) Não se define à partir de que idade se pode brincar com aparelhos eletrônicos.
Cuidado
a) a ...a ... à
b) à ...à ... à
c) a ...à ... a
d) à ...à ... a
e) à ...a ... à
As pessoas não se sentem ouvidas, então berram por meio dos atos de violência.
Querem a atenção dos demais mas ficam frustradas, pois se sentem ignoradas ou
marginalizadas.
Será que estamos atarefados demais para olhar o outro? Será que o contato virtual
nos rouba o real? Será que nos acostumamos com estatísticas e números e ficamos
menos disponíveis para perceber o outro?
Lembro que escutar é diferente de ouvir. Se você não tem problemas no aparelho
auditivo, você ouve. Mas escutar implica estar atento ao que o outro está dizendo e
compreendê-lo: não só com palavras, mas também com gestos, postura, expressão
facial e tom de voz.
Considere as frases.
Será que estamos atarefados demais para dar atenção _____ pessoas?
Será que o contato virtual nos conduz _____ uma distância do mundo real?
Será que nos acostumamos aos números e não nos dispomos _____ perceber o
outro?
a) às – a – a
b) às – à – à
c) às – a – à
d) as – à – à
e) as – a – a
Ela andava reclamando da forma como ele fechava as portas, ―Não bate! Vira a
maçaneta e puxa!‖, ele vinha implicando com o tempo que ela mantinha aberta a
geladeira, ―Pensa antes no que você quer, depois abre!‖. Quando ela dirigia, ele ia
cantando as marchas: ―Quarta!‖, ―Terceira!‖, ―Quinta! Oitenta... Bota a quinta!‖.
Quando ele dirigia, ela desdenhava dos caminhos: ―Por que cê tá subindo a
Augusta?! Pega a Nove de Julho!‖. ―Não, Rebouças não!‖. No dia em que discutiram
feio a respeito do lado certo para começar a descascar uma mexerica – ―Por cima!
Aquele engruvinhadinho tá ali pra isso!‖ versus ―Por baixo! É uma dedada só!‖ –,
decidiram que era preciso diminuir a convivência.
A solução, acreditaram, era morar cada um numa casa. Voltariam a ser namorados,
cada um com o seu mundinho, como na época da faculdade. Foi bom por um
tempo, mas – de novo – não resolveu. Ele atrasava pro cinema. Ela discordava do
restaurante. Na casa dele, não tinha os cremes dela. Na casa dela, não tinha as
lentes dele.
Um belo dia tiveram de admitir que a convivência era impossível. Sempre haveria
algum incômodo, algum detalhe, algum hábito de um a pinicar a paciência do
outro. A saída era se separar. A distância acabou com os velhos problemas, mas
criou um novo, imenso: eles se amavam, sofriam vivendo sozinhos. Não que
quisessem voltar. Sabiam que de briguinha em briguinha, de discussão em
discussão, o caldo entornaria, mais uma vez.
Numa cidade de 12 milhões de habitantes, como São Paulo, não há de ser simples
a logística para distribuir remédios gratuitos às farmácias estatais e garantir o
acesso tempestivo a quem deles depende.
Falhas pontuais acontecem. Cabe ao poder público saná-las de pronto e por elas
desculpar-se, sem recorrer a pretextos burocráticos para explicar a inoperância.
Eles não têm como minorar o desconforto do doente que fica sem medicamento a
que tem direito.
a) e garantir o acesso tempestivo às pessoas que deles dependem / que fica sem
medicação à qual tem direito.
b) e garantir o acesso tempestivo à pessoas que deles dependem / que fica sem
medicação à que tem direito.
c) e garantir o acesso tempestivo à essas pessoas que deles dependem / que fica
sem medicação à qual tem direito.
d) e garantir o acesso tempestivo à pessoas que deles dependem / que fica sem
medicação à qual tem direito.
e) e garantir o acesso tempestivo às pessoas que deles dependem / que fica sem
medicação à que tem direito.
693) Concurso: Ass SA II/UNESP/2016 Banca: VUNESP
Raios do Sol
Luas
Abraços
Grãos de areia
Velas
Beijos
Gotas d‘água
Segundos
Suspiros
Como você mede o tempo?
O garoto aconselhou _____ irmã _____ levar o lanche _____ escola numa
lancheira.
a) a … à … a
b) a … à … à
c) à … a … à
d) à … à … a
e) a … a … à
A pesquisa teve duas frentes. Na primeira, um aparelho foi usado para medir a
qualidade do ar na área onde fumar era permitido, localizada no bosque do
hospital. Foi feita uma comparação com o espaço ao lado, onde o cigarro era
proibido. O fumódromo apresentou uma média de 66 mcg/m3 de partículas
respiráveis no ar (poeira que tem capacidade de chegar até o pulmão), com picos
de 900. Do outro lado, durante os 10 dias de coleta, as médias foram inferiores a
25, índice preconizado como aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
(http://zh.clicrbs.com.br, 13.03.2016)
Assinale a alternativa correta quanto ao uso ou não do acento indicativo de crase e
à regência.
b) Foi feita uma comparação entre uma área aberta em que era proibido fumar e
uma outra, onde se tinha acesso à cigarros.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais
importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo
e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se
afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do
direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula
a balança.
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
O celular é um caso ____ parte. Em qualquer lugar, ____ qualquer hora, o mundo
está ___ disposição do mundo. Mas não é só um prêmio – invadir o outro é tão fácil
quanto premiar o outro. Todos estamos permanentemente sob ameaça de sermos
interrompidos por um ―trim‖, necessário ou banal.
(Anna Verônica Mautner, Outros jeitos de se comunicar. Folha de S.Paulo, 28.06.2015. Adaptado)
O autor chegou ________ confessar que alguns de seus hábitos não levavam
__________ uma satisfação genuína, e se reportou _________ ocasião em que foi
acolhido na choupana de um velho caboclo do Acre, __________ quem se referiu
com gratidão e nostalgia.
(www.dengue.org.br. Adaptado)
a) A luz dos dados, vê-se que se chega em quase dois óbitos por hora nas
principais capitais. Em 2013, por exemplo, 15 804 foram mortos devido à violência
intencional.
b) À luz dos dados, vê-se que se chega a quase dois óbitos por hora nas principais
capitais. Em 2013, por exemplo, 15 804 foram mortos devido à violência
intencional.
c) À luz dos dados, vê-se que se chega em quase dois óbitos por hora nas
principais capitais. Em 2013, por exemplo, 15 804 foram mortos devido violência
intencional.
d) A luz dos dados, vê-se que se chega à quase dois óbitos por hora nas principais
capitais. Em 2013, por exemplo, 15 804 foram mortos devido a violência
intencional.
Concordância (Verbal e Nominal)
Por momentos, penso que o problema é médico: pessoas com primeiros sintomas
de demência que gostam de registrar o que comeram ao almoço para não
repetirem ao jantar.
Depois sou informado de que não: é moda fotografar os pratos e enviá-los para as
redes sociais. Se os ―amigos‖ sabem onde estamos e o que fazemos 24 horas por
dia, é inevitável saberem também o que comemos. Desconfio até de que existem
competições gastronômicas em que os pratos são usados como exibição de classe.
Se as férias em família já servem para isso – esqui na Suíça, praia em Bali – por
que não o almoço ou o jantar?
Mas o pasmo não termina com os fotógrafos. Continua com os enólogos amadores
que tomaram conta do espaço público. No mesmo restaurante, os clientes giram os
copos, cheiram, conferem a cor. Depois provam, fecham os olhos e invariavelmente
convidam o empregado a servir o vinho. Quando foi que o mundo distribuiu
diplomas de enologia pelo pessoal? E por que motivo eu não fui convidado?
a) Diante de tamanha proliferação das redes sociais, quaisquer imbecis agora têm
o mesmo direito à palavra que um Prêmio Nobel detém.
b) Embora procurem fazer bastante amigos, nenhum dos que frequentam as redes
sociais de forma ampla sabem do que se trata.
e) Hoje existem punições para os crimes de internet como nunca houveram antes;
ainda assim, a divulgação disso é pouco.
a) Existe pessoas que, mesmo sem passarem por um momento difícil, só vê a vida
meia vazia: são os chamados pessimistas.
b) Tem pessoas que têm os pés no chão em qualquer situações são os chamados
realistas.
c) Existem pessoas que apesar das adversidades, veem a vida meia cheia, são os
chamados otimistas.
d) Há pessoas que, apesar das adversidades, veem o lado bom da vida: são os
chamados otimistas.
a) A maioria das escolas de ensino infantil não demonstra respeito pela primeira
infância, porém já são encontradas as que valorizam essa fase.
c) É uma boa notícia saber que já existe escolas que respeitam a primeira infância
e em que as crianças, bem motivada exercitam a criatividade.
d) O país já tem bastante professores com formação contínua, o que são desejáveis
para que hajam desenvolvimento e qualidade na educação.
e) Embora fizessem 15 anos que não se via boas escolas de educação infantil
encontra-se algumas que respeitam, os anos iniciais de vida.
708) Concurso: AgSP/Pref Pres Prudente/2016 Banca: VUNESP
(www.willtirando.com.br)
– Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os mesmos ou outros – mas a
menina dos rouxinóis foi-se e não voltou.
– A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois deveras tem uma história
aquela janela?
– Vamos a ele. A menina dos rouxinóis, menina com olhos verdes! Deve ser
interessantíssimo. Vamos à história já.
Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros de
viagem. Apeamo-nos, com efeito; sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos
rouxinóis como ela se contou.
É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo de entrar nele porque
dizem as damas e os elegantes da nossa terra que o português não é bom para
isto, que em francês que há outro não sei quê…
Eu creio que as damas que estão mal informadas, e sei que os elegantes que são
uns tolos; mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas
poesia ou romance, música ou drama de que as mulheres não gostem é porque não
presta.
Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos: o que eu vou contar não é
um romance, não tem aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes
raros; é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.
b) O que vou contar não tem bastantes aventuras enredadas, peripécias, situações
e incidentes raros.
Notícia 1
A peste suína africana foi erradicada no Brasil em 1984, deixando o país livre da
doença. A enfermidade é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana,
não sendo transmitida ao homem, mas é altamente infecciosa para o rebanho suíno
– exigindo o sacrifício dos animais por determinação da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE), sendo mais perigosa e fatal do que a peste suína clássica.
Na China, maior produtor e consumidor mundial de carne suína, pelo menos 40 mil
animais foram mortos desde agosto em razão da doença. Quarto maior exportador
mundial, o Brasil quer garantir a sanidade do próprio rebanho para continuar sendo
um mercado-chave para importadores. Hoje, cerca de 20% dos embarques
brasileiros de carne suína têm como destino a China, seguido de Hong Kong, que
responde por percentual semelhante.
(Joana Colussi. “Brasil reforça vigilância para manter peste suína africana
longe do país”. https://gauchazh.clicrbs.com.br, 21.09.2018. Adaptado)
Notícia 2
d) No ano que vem, fará 120 anos que a obra de Freud foi publicada.
a) Para Hans Rosling, nossas intuições sobre a condição dos humanos na Terra
precisam ser revistos.
a) Dizem que uma caixa de morangos tem menas vitaminas do que uma laranja
lima.
b) Mesmo em época de safra de lichia, essa fruta custa caro. Ela é caríssima, na
verdade.
e) Já paguei ao feirante pelas frutas que consumi: agora estou quites com ele.
716) Concurso: Con/CM Sertãozinho/2019 Banca: VUNESP
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no meio ambiente – a depender
do tipo de tecido, a tarefa doméstica contribuiria para a contaminação dos oceanos,
apontam estudos.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o que pode ser uma boa
desculpa para quem sempre odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande
impacto positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de um projeto de
conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que comprar menos roupas sintéticas
também ajuda. Preferir tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações para os fabricantes
poderia ajudar, forçando as empresas a colocar mais recursos na busca por
soluções.
d) Uma boa desculpa, com todas as indicações propostas pelo autor, é a lavagem
de roupas com menos frequência.
Dois especialistas venezuelanos ouvidos pela Folha temem que o número de casos
e de mortos seja ainda maior.
―A única informação que temos é a publicada por meio da Opas uma vez ao mês,
no melhor dos casos‖, afirma Julio Castro, professor do Instituto de Medicina
Tropical da Universidade Central da Venezuela (UCV), a mais importante do país.
―Mas os médicos que estão nos hospitais nos dizem que os serviços de
epidemiologia são lentos para classificar os casos. Ou seja, há uma burocracia
relacionada e uma evolução natural sem que o governo tenha controle em nível
nacional.‖
a) Por mais que tentem, os caramujos adolescente não consegue sair de casa.
b) Por mais que tente, os caramujos adolescentes não consegue sair de casa.
c) Por mais que tente, os caramujos adolescente não conseguem sair de casa.
d) Por mais que tentem, os caramujos adolescentes não consegue sair de casa.
e) Por mais que tentem, os caramujos adolescentes não conseguem sair de casa.
Nero e a lira
Como nos lembra Joseph Aoun, os seres humanos caminharam na Lua, dividiram o
átomo e desenvolveram a internet a partir de pesquisas realizadas em
universidades.
Quando se lida com máquinas que aprendem, não basta demandar maior
escolaridade dos seres humanos nem ensiná- los a pensar; há que se ensinar a
pensar diferente.
Esse é o novo desafio para a universidade. Ela deve ensinar os alunos a aprender
ao longo da vida e oferecer cursos de diferentes durações e intensidades para
profissionais que mudam constantemente de postos de trabalho.
Para isso, deve se ligar em rede a outras escolas terciárias, criando o que Aoun
chama de multiversidade. Precisa ainda, acompanhar os egressos¹ em seus
caminhos profissionais com atividades que complementem a formação recebida,
inclusive cursos que não necessitam ser previamente definidos como de graduação
ou pós, com certificações por blocos independentes, ligados às necessidades de
recapacitação de cada um. Isso não vai resolver todo o problema criado pela
automação, mas formará, com certeza, seres humanos mais aptos a enfrentar suas
consequências.
c) Pode ser que ainda exista vários tabus normativos a ser quebrado que não
apenas o da colocação pronominal.
Nenhuma brisa faz tilintar a bacia de latão pendurada em um arame, sobre o oco
da porta, anunciando que aqui se faz barba, arranca-se dente e aplica-se ventosa.
Passa um par de bois, levando uma morta para o cemitério. Atrás da carreta, um
monge desfia o rosário. À barbearia chegam os sons de algum sino que, por rotina,
despede a defunta de terceira classe. A navalha para no ar. O barbeiro faz o sinal-
da-cruz e de sua boca saem palavras sem desolação: – Coitadinha. Nunca foi feliz.
e) O outro olho vigia os montevideanos que vem abrindo caminho pela rua.
724) Concurso: Ag/Pref Arujá/Fiscalização de Trânsito/2015 Banca: VUNESP
Para Marcos Gross, autor do livro Dicas Práticas de Comunicação: Boas Ideias para
os Relacionamentos e os Negócios, são raros os profissionais com essas qualidades,
já que a capacidade de ser assertivo está sujeita a situações de poder no ambiente
corporativo. ―Como ser sincero, quando tenho medo de sofrer retaliações por dizer
o que penso?‖
Mas, pondera, engolir sapos faz mal à saúde. ―Quando um colaborador não se
permite expressar suas opiniões, desenvolve gastrite, dores na coluna, alergias,
hipertensão, estresse, entre outros problemas‖, escreve.
(Camila Pati, “As cinco regras de ouro da boa comunicação”. Exame. Em:
https://exame.abril.com.br. Adaptado)
a) Gastrite, alergias, hipertensão, tudo isso pode acontecer por opiniões reprimidas.
b) Existe pessoas que engole muitos sapos e isso, com certeza, pode fazer mal à
saúde.
Malfadada tecnologia
Antes, as pessoas ________ não ter visto a mensagem, por estar longe do
computador, mas, agora com o WhatsApp, não _________ nem cinco minutos e já
cobram a resposta. Há quem ________ as duas operações simultaneamente.
O Marajá
A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a
visita de alguém ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar,
uma ponta de poeira em seus móveis ou uma mancha em seus vidros e cristais.
Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma toalha no
quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta,
percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do
pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que
jornal sujava os dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona
Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do seu hábito de limpar a orelha
com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por
limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta.
Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona
Morgadinha chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse
fazia questão de desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos
longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver
a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava
deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz de se
controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
Adaptado)
O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por todos, não existe, contudo, no
tocante a outro problema de grande importância, que é o aquecimento do nosso
planeta, que está em curso. A temperatura média já subiu mais de um grau Celsius
desde 1 800 e provavelmente vai subir mais dois graus até o fim do século 21.
b) Desde que o mundo existe, sabem-se que alguns fatores contribuem para o
aquecimento do planeta.
e) importantíssimos … problemas … é … a
O crescimento dos robôs colaborativos é a parte mais visível de uma transição que
vem ocorrendo no mercado de trabalho no mundo todo. A mecanização das linhas
de montagem e a automação de tarefas antes feitas por humanos vêm se
acelerando nas empresas. A cada ano, mais 240 000 robôs industriais são vendidos
no mundo e esse número tem crescido a uma taxa média de 16% ao ano desde
2010, puxado principalmente pela China. Atividades rotineiras nas fábricas, como
instalar uma peça, hoje podem ser feitas usando máquinas como os braços
robóticos de baixo custo. Com o advento de novas tecnologias, como a inteligência
artificial, os carros autônomos e a análise de grandes volumes de d ados (o
chamado big data), a expectativa é que as máquinas e os computadores passem a
substituir outras tarefas que hoje só podem ser realizadas por pessoas. Já existem
algoritmos que fazem a seleção de candidatos a vagas de emprego no
recrutamento de empresas e também carrinhos autônomos que transportam
produtos dentro de uma central de distribuição. Muito mais está por vir.
(Exame, 02.08.2017)
Assinale a alternativa correta quanto à concordância, de acordo com a norma-
padrão.
a) A cada ano, vende-se mais de 240 000 robôs industriais no mundo, e dados
mostram que esse número têm crescido.
c) Nos últimos anos, a automação de tarefas antes feitas por humanos vem se
acelerando nas empresas.
Por que algumas pessoas nascem com a supermemória? As pesquisas ainda estão
em andamento, já que existem poucos indivíduos com a síndrome no mundo, e a
área ainda é relativamente nova. Mas alguns estudos indicam que o lobo temporal
(que ajuda no processamento de memória.) é maior nos cérebros das pessoas com
HSAM.
Ter uma supermemória significa que as memórias são gravadas em detalhes
vívidos, o que é fascinante em termos científicos, mas pode ser uma praga para
quem tem a síndrome. Algumas pessoas com HSAM dizem que suas memórias são
muito organizadas, mas Sharrock descreve seu cérebro como ―entupido‖ e diz que
reviver memórias lhe dá dor de cabeça e insônia. Apesar disso, ela aprendeu a
tentar usar memórias positivas para superar as negativas: ―No começo de todo
mês, eu escolho todas as melhores memórias que tive naquele mês em outros
anos‖. Reviver acontecimentos positivos facilita na hora de lidar com as ―memórias
invasivas‖ que a fazem se sentir mal.
d) O lobo temporal nos cérebros de pessoas com HSAM parecem ser maior.
e) Ter cérebro com lobo temporal maior são comuns em pessoas com HSAM.
– Ó universo, eu sou-te,
b) Quando o despacho chegou, a primeira coisa que o advogado fez foi conferir os
documentos anexos.
d) Era um dia ensolarado, e não se sabe como foi atropelado aquela mulher em
uma avenida tranquila.
e) Parece-me que este ano está chovendo muito, mas ainda assim há menas
chuvas do que em anos anteriores.
Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê.
Todos os seus desejos de estar longe erguem, entre ele e as páginas abertas, uma
tela esverdeada que perturba as linhas. Ele está sentado diante da janela, a porta
fechada às costas. Página 48. Ele não tem coragem de contar as horas passadas
para chegar à essa quadragésima oitava página. O livro tem exatamente
quatrocentas e quarenta e seis. Pode-se dizer 500 páginas! Se ao menos tivesse
uns diálogos, vai. Mas não! Páginas completamente cheias de linhas apertadas
entre margens minúsculas, negros parágrafos comprimidos uns sobre os outros e,
aqui e acolá, a caridade de um diálogo – um travessão, como um oásis, que indica
que um personagem fala à outro personagem. Mas o outro não responde. E segue-
se um bloco de doze páginas! Doze páginas de tinta preta! Falta de ar! Ufa, que
falta de ar! Ele xinga. Muitas desculpas, mas ele xinga. Página quarenta e oito... Se
ao menos conseguisse lembrar do conteúdo dessas primeiras quarenta e oito
páginas!
c) Nas cidades de todo o mundo, está surgindo cada vez mais serviços de
compartilhamento de carros.
e) No texto, foram citados três modelos de mobilidade urbana, mas deve haver
outros sendo projetados.
No começo do século 20, a rápida industrialização nos Estados Unidos deu origem a
algumas das maiores fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt e
os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e aço, obtendo um grande retorno,
e passaram a ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como Era Dourada. A
desigualdade nunca foi tão grande – até agora. É o que mostra um relatório da
UBS, companhia de serviços financeiros, feito em parceria com a consultora PwC.
c) Algumas das maiores fortunas dos Estados Unidos havia obtido grande retorno
econômico investindo em ferrovias, petróleo e aço.
Teria eu meus seis, meus sete anos. Perto da gente, morava o ―casal feliz‖. Ponho
as aspas porque o fato merece. Vamos que eu pergunte, ao leitor, de supetão: –
―Você conhece muitos ‗casais felizes‘?‖ Aí está uma pergunta trágica. Muitos
afirmam: – ―A coabitação impede a felicidade‖ etc. etc. Não serei tão radical. Nem
podemos exigir que marido e mulher morem um no Leblon e outro para lá da praça
Saenz Peña. Seja como for, uma coisa parece certa: – o ―casal feliz‖ constitui uma
raridade.
Estavam casados há quinze anos e não havia, na história desse amor, a lembrança
de um grito, de uma impaciência, de uma indelicadeza. Até que chegou um dia de
Carnaval e, justamente, a terça-feira gorda. O marido saiu para visitar uma tia
doente, não sei onde. A mulher veio trazê-lo até o portão. Beijaram-se como se ele
estivesse partindo para a guerra. E, no penúltimo beijo, diz a santa senhora: –
―Meu filho, vem cedo, que eu quero ver os blocos‖. Ele fez que sim. E ainda se
beijaram diante da vizinhança invejosa e frustrada. Depois, ela esperou que ele
dobrasse a esquina.
E as horas foram passando. A partir das seis da tarde ficou a esposa no portão.
Sete, oito, nove da noite. Os relógios não paravam. Dez da noite, onze. E, por fim,
o marido chegou. Onze.
Pois bem, contei o episódio para mostrar como o ―irrelevante‖ influi nas leis do
amor e do ódio. Por causa de uma mísera terça-feira gorda, ruía por terra toda uma
pirâmide de afinidades laboriosamente acumuladas. No dia seguinte, separaram-se
para sempre.
a) Estavam casados fazia quinze anos e não existiam entre eles quaisquer
desavenças.
e) Diz-se que já não se faz mais casais como os de antigamente, leal e dedicado.
740) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2018 Banca: VUNESP
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostrem um quadro deteriorado.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a
metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível
que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
a) Sucesso e diversão são compatível; aliás, trabalho sem diversão pode levar ao
adoecimento.
Mal-estar
Mal-estar
O Legislativo do estado da Flórida aprovou no dia 7 de março uma lei que sobe de
18 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas longas, como fuzis, e
permite que funcionários de escolas portem armas no trabalho.
O projeto ainda inclui medidas que criam novos programas de saúde mental para
as escolas, um disque-denúncia de ameaças às instituições de ensino e melhora na
comunicação entre as áreas educacional e de segurança.
O projeto, por outro lado, não proíbe a venda de armas longas, como queriam os
estudantes. Foi com um fuzil AR-15 comprado legalmente que N. Cruz, 19, atacou a
escola Marjorie Stoneman Douglas, da qual é ex-aluno.
e) Segundo a nova lei, somente jovens que tem 21 anos ou mais poderão adquirir
armas legalmente.
748) Concurso: Ana Tran/Pref SBC/2018 Banca: VUNESP
Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está ―faltando
serviço‖. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de
um colega, acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de
mensagens instantâneas. Nesse cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer
prescindível. Contudo, e se, em vez de sinalizar ociosidade, rir com os colegas for
algo que favoreça a colaboração da equipe e estimule a inovação? Depois de anos
sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando a chegar a essa
conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo
neurocientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland,
em Baltimore, nos Estados Unidos.
e) Alterna-se motivos para se dançar pela sala com motivos para se refugiar no
escuro.
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada
por falsos holofotes e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias,
mas falam pouco das suas angústias, não dão bandeira das suas fraquezas, então
fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando
na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecermos,
descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma.
Estamos todos no mesmo barco, com motivos para dançar pela sala e também
motivos para nos refugiarmos no escuro, alternadamente. Só que os motivos para
nos refugiarmos no escuro raramente são divulgados.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
acontece hoje. Após o condutor completar 55 anos, a periodicidade dos exames cai
para dois anos e meio. A partir dos 70 anos, passam a ser feitos anualmente.
O especialista diz que seria importante utilizar tecnologia de leitura facial, a mesma
já disponível em alguns celulares. Com isso, não haveria a necessidade de
apresentar o documento em uma blitz, por exemplo.
O cronograma publicado pelo Contran prevê que as novas carteiras sejam emitidas
a partir de janeiro, mas são esperados atrasos.
b) Animais bastante similares aos humanos modernos podiam ser encontrado por
volta de 2,5 milhões de anos atrás.
d) Esses humanos arcaicos competiam por status e poder, assim como ocorriam
com os chimpanzés, os babuínos e os elefantes.
e) Eles próprios não havia de suspeitar que seus descendentes um dia viajariam à
Lua.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
b) Além da óbvia extensão da floresta, existe outros fatores que tornam complexas
qualquer outras atividades de fiscalização.
e) Além da óbvia extensão da floresta, existem outros fatores que torna complexas
quaisquer outras atividades de fiscalização.
754) Concurso: Tec/CRBio 01/Auxiliar Administrativo/2017 Banca: VUNESP
Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente
uma das características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a
tendência de simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem
vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher
seus frutos.
Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser
frustrantes.
d) Algumas crianças, por elas mesmos, isto é, sem interferência dos adultos,
superou a tentação de uma premiação imediata.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em
pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam
distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. ―Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se
consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa‖, diz ele.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro
paredes e uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias
tarefas ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até
20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito.
b) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele transferiu sua equipe para
escritórios abertos, tais como foi transferido por muitos executivos.
d) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o que já tinham sido feitos
por outros executivos do setor.
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, ―é que você anda, anda, anda e nunca
chega a Ipanema‖. Se tomarmos ―Ipanema‖ ao pé da letra, a frase é absurda e
cômica. Tomando ―Ipanema‖ como um símbolo, no entanto, como um exemplo de
alívio, promessa de alegria em meio à vida dura da cidade, a frase passa a ser de
um triste realismo: o problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e nunca
chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Estado, o Jardim da Luz são uns
raros respiros perdidos entre o mar de asfalto, a floresta de lajes batidas e os
Corcovados de concreto armado.
b) Para os paulistanos, não se joga a toalha – é preferível que seja estendida, para
que possam deitar-se sobre ela, caso lhes sejam dados dois metros quadrados de
chão.
c) A maior parte dos paulistanos, contudo, não são de jogarem a toalha – acha
preferível elas serem estendidas e deitar-se em cima, caso lhe seja dado dois
metros de chão.
e) Cem por cento dos paulistanos não joga a toalha – acha preferível estendê-la
para que se deite sobre elas, caso seja dado a eles dois metros quadrados de chão.
759) Concurso: Tel/CM Mogi Cruzes/2017 Banca: VUNESP
Segundo a pesquisa, quando a criança brinca, faz uso de operações que garantem
noção operatória de espaço, tempo e causalidade.
(Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/clipping/2016/10/19/uso-de-eletronicos-em-
excesso-atrasa-desenvolvimento-infantil-diz-unicamp.Acesso em 29.09.2016. Adaptado)
Somos clientes antigos do lugar. Vamos tanto que até conhecemos os donos.
Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho.
―Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV‖, disse um dos proprietários.
―Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai
embora.‖
Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez mais
difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV nas
paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro que
já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão. Mas
não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa sobre
plantação de orégano a conversar.
Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer
tentativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as
caixas cobriam toda a área do lugar.
Perdemos outro de nossos restaurantes favoritos. Uma pena. Mas tenho certeza de
que o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta.
Assinale a alternativa em que a frase, reescrita a partir das ideias do texto, está
correta quanto à concordância verbal.
a) Existe pessoas que vem aqui, perguntam se tem TV e, quando respondo não,
parte rapidamente.
b) Existe pessoas que vêm aqui, pergunta se tem TV e, quando respondo não,
partem rapidamente.
c) Existem pessoas que vem aqui, pergunta se tem TV e, quando respondo não,
partem rapidamente.
d) Existem pessoas que vêm aqui, pergunta se tem TV e, quando respondo não,
parte rapidamente.
e) Existem pessoas que vêm aqui, perguntam se tem TV e, quando respondo não,
partem rapidamente.
762) Concurso: Asst/CM Valinhos/Administrativo/2017 Banca: VUNESP
Cidades inovadoras
Se uma cidade criativa fosse uma simples soma aritmética, os termos seriam:
tecnologia, tolerância, talentos e tesouros. A equação original, cunhada pelo
urbanista americano Richard Florida, continha os três primeiros ―tês‖. O último é
acréscimo do engenheiro e professor brasileiro Victor Mirshawka, autor de ―Cidades
Criativas‖.
Ele cita Barcelona, que implementou o sistema de captação de lixo por tubos. A
medida levou à redução no número de caminhões de coleta, com consequências
positivas no trânsito.
Os itens tolerância e talentos, por sua vez, estão intimamente ligados. O primeiro,
diz o autor, abarca temas como orientação sexual e migração. ―Essa mescla,
envolvendo várias religiões e costumes, permite diversidade, com resultados em
campos como gastronomia e música.‖
―Nesse sentido, a cidade com mais talentos do mundo é Boston (EUA.), que tem
350 mil estudantes em instituições como Harvard e MIT. Metade dos alunos são
estrangeiros e, obviamente, os americanos ganham com isso.‖
Por último, há os tesouros, que são tanto obras humanas (museus e monumentos)
quanto da natureza (rio Amazonas e cataratas do Iguaçu). Essas atrações, diz
Mirshawka, geram ―visitabilidade‖, fator fundamental para as cidades criativas. ―A
grande questão é como fazer com que as pessoas queiram estar na sua cidade.‖
Pesquisa da consultoria Ernst & Young mostra que cada vez mais os investidores
consideram dados socioambientais e de governança antes de decidir pôr dinheiro
em uma empresa.
No ano passado, 68% disseram que essas informações têm papel fundamental na
escolha do destino final dos recursos. É uma evolução em relação a 2015, quando
52% afirmavam atentar para essas questões.
A consultoria ouviu 320 investidores ao redor do mundo, sendo um terço deles com
mais de US$ 10 bilhões em ativos sob gestão.
No Brasil, uma das tentativas de estabelecer parâmetros sobre esses dados para o
mercado financeiro vem do Índice de Sustentabilidade da Bolsa. Os dados
comparam o desempenho de empresas sob aspectos como eficiência econômica,
equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Desde que foi lançado,
esse Índice já acumula valorização de 154,6%.
O estudo cita o episódio envolvendo uma grande fabricante de veículos, que usava
um software para manipular testes de verificação das emissões de gases poluentes
pelos veículos da montadora.
Nos dias seguintes às denúncias, as ações da empresa chegaram a desvalorizar
42,2%.
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que,
em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada
dizendo ―Eu sou prafrentex!‖.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava
comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um
grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito.
Houve época em que era ―pão‖, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e
meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: ―Ai, que pão!‖.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica
difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de ―boko moko‖, criado por uma marca de refrigerante para
rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona
vale? Ou devo dizer ―out‖, como na década de 90?
Que adolescente aceitaria hoje ir a um ―mingau dançante‖? Vão para a balada, para
a ―night‖. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde! Muita
gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas
esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se
fala ―hype‖ para indicar algo que no passado foi ―in‖. Ou que alguém é ―fashion‖,
para dizer que está ―nos trinques‖, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!
a) Para o autor, não existe cirurgias e aplicação de botox que esconda a idade
quando se emprega gírias ultrapassadas na comunicação.
b) Para o autor, não existe cirurgias e aplicação de botox que escondam a idade
quando se empregam gírias ultrapassadas na comunicação.
c) Para o autor, não existem cirurgias e aplicação de botox que escondam a idade
quando se empregam gírias ultrapassadas na comunicação.
d) Para o autor, não existem cirurgias e aplicação de botox que esconda a idade
quando se emprega gírias ultrapassadas na comunicação.
e) Para o autor, não existem cirurgias e aplicação de botox que escondam a idade
quando se emprega gírias ultrapassadas na comunicação.
765) Concurso: Aux Lg/CM Itanhaém/2017 Banca: VUNESP
Assinale a alternativa em que uma outra redação dada a trecho do poema está de
acordo com a norma-padrão de concordância.
a) Tabuletas meio tortas e onde se lia frases.
b) Deveriam existir em velhos postes umas tabuletas quaisquer.
c) Não haviam remédios senão irmos andando às tontas.
d) E pensavam-se em lugares muito distante.
e) Mais de um ainda não sabiam que a Terra era redonda.
(https://pbs.twimg.com/media/DDIP9HWW0AEwDsr.jpg)
Assinale a alternativa em que a frase elaborada a partir da foto está redigida
corretamente quanto à concordância verbal.
a) A bordo do navio General Meighs, tropa brasileira vão à Itália para lutar contra
os exércitos de Hitler e de Mussolini.
b) Soldados brasileiros, que fariam parte dos mais de 25 mil enviados pelo país,
iniciam a travessia do Atlântico rumo à guerra na Europa.
c) A partir de julho de 1944, zarpou dos portos brasileiros os navios que levariam
os soldados da FEB para a Europa.
d) Dos soldados brasileiros que participaram da Segunda Guerra, quase 49% eram
civis que não tinha treinamento militar.
Tudo indica que a primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água. Isso
deve ter mudado por volta de 3000 a.C., quando povos da atual região do Irã
passaram a usar areia para polir metais e pedras. Esses espelhos refletiam apenas
contornos e formas. As imagens não eram nítidas, e o metal oxidava com
facilidade.
Pouco mudou até o fim do século 13. Nessa época, o homem já dominava técnicas
de fabricação do vidro, mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham
nitidez. Até que, em Veneza, alguém teve a ideia de unir o vidro a chapas de metal.
―Os espelhos dessa época têm uma pequena camada metálica na parte posterior do
vidro. Assim, a imagem ficava nítida, e o metal não oxidava por ser protegido pelo
vidro‖, diz Claudio Furukawa, pesquisador do Instituto de Física da USP. Surgia
assim o espelho como o conhecemos até hoje.
Mas este era um produto raro e caro. Os chamados espelhos venezianos eram mais
valiosos que navios de guerra ou pinturas de gênios como os italianos Rafael e
Michelangelo. Com o advento da Revolução Industrial, o processo de fabricação
ficou bem mais barato e o preço caiu. ―Mesmo assim‖, afirma o antropólogo da
PUC-RJ José Carlos Rodrigues, ―o espelho só se popularizou e entrou nas casas de
todos a partir do século 20.‖
A língua maltratada
Vira motivo de piada. O personagem que fala certinho é sempre o chato nos
programas humorísticos.
Mesmo em uma cidade como São Paulo, onde a concorrência profissional é enorme,
ninguém parece preocupado em corrigir erros de linguagem. Incluem-se aí
profissionais de nível universitário.
Um dos maiores crimes é cometido contra o verbo haver. Raramente alguém coloca
o H. Mesmo em jornais, costumo ler: ―Não se sabe a quanto tempo…‖.
Outro dia, estava assistindo ao trailer de Medidas Extremas. Lá pelas tantas, surge
a legenda: ―Vou previni-lo‖. O verbo é prevenir. No filme Asas do Amor, também
não falta uma preciosidade. Diz-se que um personagem é ―mal‖. O certo é ―mau‖.
Muita gente passa o dia malhando na academia. Outros conhecem vinhos. Existem
gourmets capazes de identificar um raro tempero na primeira garfada. Analistas
econômicos são capazes de analisar todas as bolsas do universo. No entanto, boa
parte acha normal atropelar o português.
Descaso com a língua é desprezo em relação à cultura. Será que um dia essa
mentalidade vai mudar?
*coloquial: informal
Tendo isso em vista, assinale a alternativa em que o verbo haver foi empregado
com o mesmo sentido dessa frase.
A língua maltratada
Vira motivo de piada. O personagem que fala certinho é sempre o chato nos
programas humorísticos.
Mesmo em uma cidade como São Paulo, onde a concorrência profissional é enorme,
ninguém parece preocupado em corrigir erros de linguagem. Incluem-se aí
profissionais de nível universitário.
Um dos maiores crimes é cometido contra o verbo haver. Raramente alguém coloca
o H. Mesmo em jornais, costumo ler: ―Não se sabe a quanto tempo…‖.
Outro dia, estava assistindo ao trailer de Medidas Extremas. Lá pelas tantas, surge
a legenda: ―Vou previni-lo‖. O verbo é prevenir. No filme Asas do Amor, também
não falta uma preciosidade. Diz-se que um personagem é ―mal‖. O certo é ―mau‖.
Muita gente passa o dia malhando na academia. Outros conhecem vinhos. Existem
gourmets capazes de identificar um raro tempero na primeira garfada. Analistas
econômicos são capazes de analisar todas as bolsas do universo. No entanto, boa
parte acha normal atropelar o português.
Descaso com a língua é desprezo em relação à cultura. Será que um dia essa
mentalidade vai mudar?
*coloquial: informal
Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal e nominal estabelecida
pela norma-padrão.
d) Existe, mesmo entre pessoas com nível superior, profissionais que não têm
conhecimento da norma-padrão.
b) Silêncio e solidão estão entre os requisitos que escritores dizem serem essencial
para realizar seu ofício.
d) Alguns sonhos se tornam recorrente, e deve ser dado especial atenção a sua
interpretação.
Fora do jogo
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos
Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
e) São as dívidas que faz com que grande número dos consumidores não estejam
em dia com suas obrigações.
Não tem jeito! Ficar reclamando da má sorte, que as dificuldades são muitas, que a
vida está difícil, não vai mudar nada na sua rotina e nem na vida de ninguém.
Atitude como essa apenas demonstra o lado pessimista e características de alguém
que não consegue perceber que oportunidades são criadas.
Às vezes ouço pessoas comentando: ―fulano tem muita sorte! As coisas acontecem
para ele com facilidade!‖ Engano! Para que existam resultados, é preciso empenho,
energia, dedicação, coragem e uma dose de ousadia.
Aquilo que os outros entendem por ―sorte‖ é o resultado, na maioria das vezes, de
muito trabalho. Desde o cuidado com os relacionamentos, à conduta ética ao longo
da carreira e à confiança conquistada por um histórico de bons trabalhos realizados
com competência.
As grandes verdades são que viver não é para fracos e que oportunidades não
caem no colo de ninguém. É preciso agir. Costumo dizer que o ser humano é o
único animal capaz de enganar a si próprio.
Aprender habilidades novas requer paciência consigo mesmo, e persistir apesar das
dificuldades iniciais é o que, de fato, leva ao aprendizado.
Talvez seja essa uma das características entre as mais desejadas nos profissionais:
a capacidade de persistir. Mostrar interesse e motivação para aprender o novo e
novas competências. Suportar as frustrações iniciais e se empenhar.
(Adriana Gomes, Você decide ou decidem por você. Folha de S.Paulo, 22.11.2015. Adaptado)
b) É do trabalho que muitas vezes resultam sorte para os que querem vencer.
c) A mãe, uma babá e uma empregada, pelo que o autor pôde deduzir, tirou a
roupa do garoto.
e) A ajuda das mulheres poderia ser justificado caso o garoto tivesse algum
problema motor.
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando
estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou daquele que nos
hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um
nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que
nos conquistou.
Eu era criança, não lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital
amanhecera. Dava para sentir o calor da luz do sol e o silêncio que pairava no
ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia
uma vitrola e, para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha
cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com
canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou
grande afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e
loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia
que, apesar de estar diante de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela
sai do quarto para outras tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico
vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do prédio da
Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior
sentimento que se expressa é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente
eu estava presente. Não demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse
outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o carinho e o afeto que
Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida,
fecho meus olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia
seguinte, e no lugar do afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém
em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana
que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que
ela não viria mais.
A pesquisa teve duas frentes. Na primeira, um aparelho foi usado para medir a
qualidade do ar na área onde fumar era permitido, localizada no bosque do
hospital. Foi feita uma comparação com o espaço ao lado, onde o cigarro era
proibido. O fumódromo apresentou uma média de 66 mcg/m3 de partículas
respiráveis no ar (poeira que tem capacidade de chegar até o pulmão), com picos
de 900. Do outro lado, durante os 10 dias de coleta, as médias foram inferiores a
25, índice preconizado como aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
(http://zh.clicrbs.com.br, 13.03.2016)
b) Embora se saiba dos riscos que o cigarro traz à saúde, não se conhece
exatamente os efeitos para as pessoas do fumo passivo em lugares abertos.
A pirataria para o brasileiro é algo tão comum que mal pensamos que este ato, na
verdade, é ilegal. Nada como comprar aquele DVD pirata no camelô ou baixar um
filminho no Pirate Bay para assistir com a namorada no final de semana, não é
verdade? Entretanto, você já se indagou alguma vez se poderia ser punido por
isso?
Existe uma lenda urbana em nosso país que define como criminoso apenas quem
lucra com a pirataria digital. Em outras palavras, a crença que circula de boca em
boca é que somente vendedores ambulantes, falsificadores e sites que hospedam
esse tipo de conteúdo são passíveis de punição jurídica. Entretanto, não é bem
assim que funciona.
O STJ já reforçou mais de uma vez que o download de obras que possuem direitos
autorais configura crime. Mas por que ninguém é preso ou recebe multas? Simples:
a aceitação cultural é tão grande que não existe quase nenhum tipo de fiscalização
ou punição para a reprodução e distribuição deste tipo de conteúdo.
(Vinicius Munhoz, Como a pirataria é castigada em outros países do mundo? Disponível em:
www.tecmundo.com.br. 14.07.2015.)
Uma frase escrita em conformidade com a norma culta e coerente com o que se
afirma no trecho do texto – O STJ já reforçou mais de uma vez que o download de
obras que possuem direitos autorais configura crime. – é:
a) Está sendo feito o download das obras que tem direitos autorais, embora o STJ
tenha esclarecido deque é crime.
d) Não é novidade que são criminosos, segundo o STJ, quem se dedica a fazer
download de obras que dispõe de direitos autorais.
Para lidar com o problema, empresas e órgãos públicos de São Paulo têm inserido,
de forma tímida, nos seus espaços, as chamadas ―bituqueiras‖ – equipamento que
acondiciona o resíduo. E, na capital paulista – onde regiões com grande circulação
de pessoas, ambientes com alto nível de estresse ou que concentram bares são as
mais infestadas pelas bitucas –, um projeto de lei tramita desde o ano passado com
proposta que prevê multa de até R$ 100 para o ―sujão‖ flagrado.
Silva diz que dessa forma ―diminui o dano‖ devido à falta de um lugar adequado na
região para dar um fim à bituca.
c) As pessoas que jogam pontas de cigarro no chão não fazem uma crítica a si
mesmas e põem a culpa no poder público.
e) No ano de 2013, houve na capital paulista 530 ocorrências de incêndio que foi
contida pelo Corpo de Bombeiros.
a) Aos fins de semana, meu filho sempre traz consigo roupas para lavar, as quais
enchem uma mala.
b) Lavar roupas exige várias habilidades: uma delas é saber como funciona as
máquinas de lavar.
d) O conhecimento dos tecidos são importante para usar o ferro de passar roupa
corretamente.
a) A França não mantém a tradição de plantar café, embora a sua exportação lhe
seja lucrativo.
c) Fazem alguns anos que o Brasil se limita de importar café em cápsula de países
europeus.
Ela andava reclamando da forma como ele fechava as portas, ―Não bate! Vira a
maçaneta e puxa!‖, ele vinha implicando com o tempo que ela mantinha aberta a
geladeira, ―Pensa antes no que você quer, depois abre!‖. Quando ela dirigia, ele ia
cantando as marchas: ―Quarta!‖, ―Terceira!‖, ―Quinta! Oitenta... Bota a quinta!‖.
Quando ele dirigia, ela desdenhava dos caminhos: ―Por que cê tá subindo a
Augusta?! Pega a Nove de Julho!‖. ―Não, Rebouças não!‖. No dia em que discutiram
feio a respeito do lado certo para começar a descascar uma mexerica – ―Por cima!
Aquele engruvinhadinho tá ali pra isso!‖ versus ―Por baixo! É uma dedada só!‖ –,
decidiram que era preciso diminuir a convivência.
bem entendesse – antes, ela sempre queria pôr em inglês, ―pra praticar‖, ele
sempre queria pôr em português, ―pra entender‖: acabavam nem praticando nem
entendendo, mas discutindo. Mas, mesmo em quartos separados, as rusgas
continuavam.
A solução, acreditaram, era morar cada um numa casa. Voltariam a ser namorados,
cada um com o seu mundinho, como na época da faculdade. Foi bom por um
tempo, mas – de novo – não resolveu. Ele atrasava pro cinema. Ela discordava do
restaurante. Na casa dele, não tinha os cremes dela. Na casa dela, não tinha as
lentes dele.
Um belo dia tiveram de admitir que a convivência era impossível. Sempre haveria
algum incômodo, algum detalhe, algum hábito de um a pinicar a paciência do
outro. A saída era se separar. A distância acabou com os velhos problemas, mas
criou um novo, imenso: eles se amavam, sofriam vivendo sozinhos. Não que
quisessem voltar. Sabiam que de briguinha em briguinha, de discussão em
discussão, o caldo entornaria, mais uma vez.
(Antônio Prata,
“O Engruvinhado da Mexerica”. Folha de S.Paulo, 15.11.2015. Adaptado)
a) Ao brigarem por como descascar mexericas, o casal acreditou que era necessário
algumas horas de solidão, que as levou à separação.
c) Ao brigarem por como descascar mexericas, o casal acreditou que era necessária
algumas horas de solidão, que o levou à separação.
e) Ao brigar por como descascar mexericas, o casal acreditou que eram necessárias
algumas horas de solidão, que o levaram à separação.
786) Concurso: Ass SA II/UNESP/2016 Banca: VUNESP
O que você faria se soubesse que não iria falhar? ―Nada‖, segundo o professor de
design gráfico Brad Hokanson, da Universidade de Minnesota. Isso porque, para
ele, não há diversão nenhuma na falta de desafio e é exatamente isso que melhora
a nossa criatividade. Em entrevista à Galileu, o professor Hokanson explica como
essa habilidade pode ser adquirida.
Galileu: Para ser criativo é preciso desafiar alguns padrões. Você acha que as
pessoas têm medo de serem criativas por conta disso?
Galileu: Falta de criatividade é associada com uma visão de mundo mais limitada.
Como as pessoas podem se livrar desse tipo de visão?
Hokanson: Uma das formas de aumentar nosso potencial criativo é nos expondo a
ambientes, coisas e pessoas diferentes. Algumas pesquisas mostram que nossas
memórias e experiências em lugares diferentes podem nos ajudar a resolver os
problemas de onde vivemos.
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não se
expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos tantas
preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco ou quase
nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de assédio
moral* nasce de preconceitos!
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar como
uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão é
pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos
garantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo para
a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
a) Houve.
b) Surgiu.
c) Apareceu.
d) Foi apontado.
e) Foram citado.
789) Concurso: Ass Adm I/UNESP/2016 Banca: VUNESP
Sem ilusionismo
Muita gente acredita que mudar o sistema previdenciário do país é uma forma de
submissão do governo aos desejos inescrupulosos do mercado financeiro e dos
fiscalistas de plantão. Ledo engano.
Então, chegamos à segunda opção: a tesoura. ―Mas como cortar despesas num país
tão carente?‖, ponderam alguns. ―Como propor mais tempo de trabalho para quem
está próximo de encostar a chuteira?‖, questionam outros. O caminho do equilíbrio
nunca foi uma via fácil.
b) Algo mais sensacional e comovente estão tomando a atenção daqueles aos quais
olham para o céu do Rio de Janeiro.
c) À contemplar um drama bem antigo, foi formado dois partidos na cidade: o das
pombas e o do gavião.
d) O autor alegou de que os gaviões comem suas pombas com a mesma inocência
com que tal come o seu milho.
e) É impossível pomba e gavião conviver sem que exista confrontos de algum tipo,
pois este se alimenta daquelas.
A pesquisa teve duas frentes. Na primeira, um aparelho foi usado para medir a
qualidade do ar na área onde fumar era permitido, localizada no bosque do
hospital. Foi feita uma comparação com o espaço ao lado, onde o cigarro era
proibido. O fumódromo apresentou uma média de 66 mcg/m3 de partículas
respiráveis no ar (poeira que tem capacidade de chegar até o pulmão), com picos
de 900. Do outro lado, durante os 10 dias de coleta, as médias foram inferiores a
25, índice preconizado como aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
(http://zh.clicrbs.com.br, 13.03.2016)
Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal.
b) Embora se saiba dos riscos que o cigarro traz à saúde, não se conhece
exatamente os efeitos para as pessoas do fumo passivo em lugares abertos.
c) Os 848 profissionais dos EUA que foram submetido à pesquisa avaliaram o papel
do tagarela no dia a dia de uma empresa.
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
Lobo diz que há negociações com três dessas cooperativas para possível parceria.
a) existe.
b) têm sido realizado.
c) se realiza.
d) têm ocorrido.
e) acontece.
794) Concurso: Ag SP/SAP SP/2015 Banca: VUNESP
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
As pessoas usam casacos ______ de couro, mas não sei se aceitariam roupas
______ de pelo de cão.
Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu
em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando:
―Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu‖. A naturalidade do
pedido mostra como a integração com a comunidade funciona.
a) No Cieja Campo Limpo, não há advertências aos estudantes nem se faz períodos
de recuperação.
b) No Cieja Campo Limpo, não se faz advertências aos estudantes nem se dedica
períodos à recuperação.
c) No Cieja Campo Limpo, não se fazem advertências aos estudantes nem existem
períodos de recuperação.
d) No Cieja Campo Limpo, não se fazem advertências aos estudantes nem existe
períodos de recuperação.
e) No Cieja Campo Limpo, não existe advertências aos estudantes nem se dedicam
períodos à recuperação.
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se
manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque
você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta
um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários
xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você.
Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de
hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha
social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência
humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com
suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um
lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no
nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil
abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de
moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí
exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar
alguma cumplicidade. Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso
em: 27 jan 2015. Adaptado)
a) Deve existir.
b) Vão haver.
c) Podem haver.
d) Existem.
e) Podem existirem.
b) Devem haver muitas pessoas capazes de mentir para conquistar o que deseja.
c) Fazem alguns meses que o resultado da pesquisa dos alemães foi divulgado.
e) No cotidiano dos céticos, surge obstáculos que os leva a receber menos dinheiro.
b) Casa, comida e uma simples companhia deveriam ser suficiente para sermos
feliz.
c) Os gestos daquele velho caboclo do Acre tornaram -se inesquecível para o autor.
O químico João Henrique Nunes, 25, pediu para sair de um grupo do WhatsApp com
mais de 30 familiares.―Eu recebia mensagens incessantes de bom dia, fotos de
bebês, correntes e vídeos motivacionais com mais de cinco minutos que acabavam
com a minha internet 3G.‖
Apesar de dar um basta no grupo familiar, João coleciona diálogos engraçados com
a mãe, Maria, e os publica no Facebook. Em uma das conversas expostas na rede,
ele pergunta: Mãe, de que cor é esse vestido?‖, e envia uma foto do vestido azul e
preto que no fim de fevereiro virou ―meme‖ * na internet. A mãe não entende nada
e diz: ―Que vestido é esse?? João Henrique, vira homem!‖.
Isso leva a inevitáveis conflitos, afirma a terapeuta Juliana Potter. ―Cada um pensa
que seu jeito de usar a internet é o certo. Os adolescentes acham ridícula a forma
como as mães usam as redes sociais, e os adultos não entendem como estar
conectado é realmente importante para os jovens.‖
Um exemplo é o caso de Diogo, 10, filho da economista Mariana Villar, 42. ―Ele
inferniza a minha vida pedindo um aparelho com acesso ao WhatsApp cinquenta
vezes por dia‖, diz ela. ―Eu digo que ele não precisa, que não tem maturidade para
isso, mas não adianta. Ele acha um absurdo ser o único da turma que não tem o
aplicativo.‖
No outro lado, os jovens riem com as dificuldades tecnológicas dos mais velhos.
―Quando minha mãe tem uma dúvida no WhatsApp, eu tento ajudar. Ela se
atrapalha com os comandos mais simples. Às vezes até discutimos, porque o que
parece muito simples para mim é, para ela, muito difícil de aprender, então acabo
não tendo muita paciência‖, afirma a estudante Taís Bronca, 23.
Taís, porém, enxerga um ponto positivo no uso da internet por outras gerações.
―A minha geração tem o costume de achar que tudo que mãe e pai fazem é brega.
Às vezes é implicância, às vezes eles dão motivo – como quando chamam o
WhatsApp de ZapZap. Mas é vantajoso que a gente se comunique e que eles
treinem a mente para aprender algo novo.‖
―Os jovens não podem viver em um mundo em que não há a contribuição dos mais
velhos. Por outro lado, não há como impedir os mais novos de usar as redes
sociais. O que precisa ser feito é não deixar os jovens se fecharem na realidade
virtual‖, afirma um psicólogo.
(www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/04/1613570-grupos-de-familia-no-whatsapp-levam-
conflito-de-geracoes-para-a internet.shtml.Joana Vines. Adaptado. Acessado em 08.04.2015)
* meme = o termo é usado para descrever um conceito que se espalha via internet.
Nas frases adaptadas do texto, a concordância está de acordo com a norma-padrão
da língua portuguesa em:
a) Nos almoços de domingo, acontecia brigas que depois continuavam nas redes
sociais.
e) O grupo de amigos não aprovou que conversas deles fossem vistas pela mãe de
Diogo.
Há cinco anos, a escritora americana Susan Maushart percebeu que a sua relação
com os três filhos adolescentes estava se deteriorando. Eles trocavam conversas e
encontros familiares pela tela dos celulares, computadores e videogames. Para
resolver a situação, decidiu realizar um experimento com ela mesma, que é
divorciada, e seus filhos: um detox* digital de seis meses. A escritora conta como
foi o tempo sem tecnologia e como esse exercício reaproximou sua família.
―Fui radical porque nossa situação era desesperadora. A forma como nossa família,
incluindo eu, abusava da tecnologia estava fora de controle. Tínhamos praticamente
parado de nos comunicar como pais e filhos devem fazer. Quando eu chegava do
trabalho e dizia ‗oi, crianças,‘ era uma grande conquista receber um reles contato
visual. Cada um de nós passava 35 horas semanais on-line.‖
―No processo de detox, meus filhos começaram a interagir mais entre si. Isso não
quer dizer que a vida virou um mar de rosas. Eles tanto brincavam como brigavam.
Como meu filho redescobriu o amor pelo sax, a casa ficou barulhenta e, como as
meninas adoravam assar doces, a cozinha virou uma zona. Foi quando percebi que
celulares e tablets são um tipo de calmante, uma forma de controlar as pessoas e
impedir que interações aconteçam. No fim, nossa experiência foi como uma dieta
radical: não funciona a longo prazo. Só que no processo você perde peso e muda
sua vida. Em consequência do detox, fortificamos nossa família.‖
“Em um universo infinito, devem existir outros casos de vida. Pode ser que, em
algum lugar do cosmos, talvez exista vida inteligente”, declarou Hawking.
O direito ao cuidado
O direito ao cuidado talvez seja um dos temas mais inovadores da convenção, com
potencial para transformar em políticas públicas uma tarefa que historicamente
esteve reservada ao âmbito privado, com evidente sobrecarga para as mulheres.
O levantamento mostrou que 17,8% dos brasileiros que faltaram ao trabalho pelo
menos um dia alegaram ter tido gripe ou resfriado. A pesquisa foi feita em 2013,
em 62,9 mil domicílios em todos os Estados da federação. O estudo é inédito e não
tem, portanto, base de comparação.
Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Segundo o médico Drauzio
Varela, o resfriado é menos intenso e caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e
irritação na garganta. Mais brando, pode provocar febres isoladas, que não
ultrapassam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns dias, requer
repouso, boa hidratação e, com a orientação profissional, uso de analgésicos e
antitérmicos.
(Lucas Vettorazzo. “Resfriado é principal motivo para falta no trabalho ou estudos, aponta IBGE”.
www.folha.uol.com.br, 02.06.2015. Adaptado)
Um tiro no escuro
– Uai, foi você que atirou no seu irmão. – ela responde, convicta.
Isso aconteceu nos anos de 1980, bem no começo. Naquela época era tudo meio
inconsequente. Meu pai havia nos presenteado com uma espingarda de pressão.
Com que cargas d‘água alguém teria a brilhante ideia de dar uma arma para duas
crianças? Pois é, isso era normal. Como era normal também passearmos pela
cidade em um Fusca, todos sem cinto de segurança e felizes como nunca. Tínhamos
a impressão de que tudo era meio permitido, mas, lógico, dentro de parâmetros
que levavam em conta o respeito ao próximo e o amor incondicional à família.
Brincávamos na rua e ela era tão perigosa quanto é hoje. Havia os carros
descontrolados, os motoristas bêbados, as motos a todo vapor, os paralelepípedos
soltos como armadilhas propositais. Tudo era afiado ou pontiagudo, menos a
dedicação de dona Izolina. Perto da janta ela nos gritava e, chateados, nos
recolhíamos para a sala. Havia uma mesa e todos nos sentávamos, juntos, para
celebrar mais um dia em que nada nos faltara.
Ah, mãe, fui eu que atirei em meu irmão e, logo após o grito estridente dele, saí
gritando igualmente pela casa, desolado e pesaroso, porque havia assassinado um
parente tão próximo. Mas nada acontecera, nem uma esfoladela. Ele usava uma
bermuda jeans e eu, com minha pontaria genial, havia acertado a nádega direita,
de modo que o pequeno projétil se intimidara diante da força do tecido. Foi assim,
mãe. Agora a senhora já pode contar para todos a história correta.
b) Bloqueada pela força do tecido, segundo conta o narrador, a pequena bala não
chegou nem a esfolar o irmão.
Número de armas
Em boa hora uma pesquisa realizada pelo Ministério Público de São Paulo e pelo
instituto Sou da Paz vem solapar ao menos dois argumentos tão incorretos quanto
frequentes nas discussões relativas à área da segurança pública.
Primeiro, a maior parte das armas com as quais se praticam crimes em território
paulista não tem sua origem no exterior, mas na própria indústria brasileira.
O segundo argumento atingido pelo relatório costuma ser usado por quem apregoa
a facilitação do comércio de armas sustentando que as restrições afetam só o
―cidadão de bem‖, deixando-o indefeso diante de bandidos armados.
Ocorre que, se os artefatos utilizados nos crimes são nacionais, isso significa que
um dia eles foram vendidos legalmente no país.
Assinale a alternativa em que a reescrita do texto está coerente com seu sentido
original e em conformidade com a norma-padrão.
a) ... a maior parte das armas com as quais se praticam crimes em território
paulista... (segundo parágrafo)
= ... a maior parte do material bélico com o qual se pratica crimes em território
paulista...
b) ... proporção que sobe para 82% quando se levam em conta somente artefatos
confiscados... (terceiro parágrafo)
= ... valores que sobe para 82% quando se levam em conta somente o material
confiscado...
c) ... costuma ser usado por quem apregoa a facilitação do comércio de armas...
(quarto parágrafo)
= ... costuma ser usado por aqueles que apregoam a facilitação do comércio de
armas...
d) ... isso significa que um dia eles foram vendidos legalmente no país. (quinto
parágrafo)
= ... isso significa que um dia legalmente se vendeu esses artefatos no país.
Leia a charge.
a) a quatro meses
b) há quatro meses
c) à quatro meses
b) Fazem alguns anos que ONGs de defesa das crianças lutam para coibir
propagandas abusivas.
d) Foi intenso o debate para definir quais produtos não poderia mais ser
anunciados.
e) A resolução não cita as empresas, mas sim qual produtos não poderão ser
anunciados.
Nero e a lira
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
Assinale a alternativa em que a variação da frase – ―…somos o país que usa cultura
como material de combustão.‖ – apresenta versão correta, quanto ao uso do
pronome, de acordo com a norma-padrão.
Bartleby, o escriturário
Não é à toa que Bartleby, o escriturário (ou o escrivão ou Uma história de Wall
Street) é uma obra tão debatida e que deixa tantas pessoas confusas quando de
seu desfecho: há no livro um espaço extremamente propício a especulações e
discussões de toda a sorte, que, de certo modo, parecem conduzir todas, em maior
ou menor medida, a um beco sem saída.
Vamos aos fatos para tentar clarear a situação a respeito do misterioso desfecho de
Bartleby. O conto foi publicado na revista literária Putnam‘s Magazine, pelos idos de
1853, sendo posteriormente incorporado à coletânea de contos The piazza tales, de
1856. Seu autor, Herman Melville, é conhecido do grande público pela obra Moby
Dick.
Quem nos narra a história é o patrão de Bartleby, um advogado de carreira de Wall
Street, que, com elegância e alguma pompa, digna-se a narrar a estranha história
de um de seus funcionários (ele emprega outros três: Nippers, Turkey e Ginger
Nut) e de como a história dele também o atormenta e confunde profundamente.
Tendo Bartleby ido trabalhar no escritório do narrador da história, ficamos
conhecendo seu excêntrico e aparentemente depressivo comportamento, de modo
que começa já aí a se delinear a bruma de mistério em torno de sua figura.
Cabisbaixo, quieto e sofrendo do que parece ser uma falta de motivação ou vontade
de realizar algo, Bartleby estranhamente segue à risca as exigências de seu
trabalho, com exceção das revisões de documentos em que seu patrão ou algum
dos outros funcionários lê em voz alta o texto para que os outros confiram as
cópias.
Com o passar do tempo, porém, Bartleby começa a recusar- se a cumprir suas
obrigações, dizendo sempre a mesma frase, ―Prefiro não fazê-lo‖, atraindo a
insatisfação do patrão, que começa a pressioná-lo a respeito de sua cada vez
menos produtiva labuta. Sem coragem de demiti-lo, o advogado o deixa continuar
―trabalhando‖ e chega a encontrá-lo trancafiado sozinho nos dias de folga nas
dependências do escritório.
A perturbação recai sobre o advogado, que decide mudar -se dali, visto que
Bartleby se recusa a deixar o escritório, e seu aspecto fantasmagórico está
deixando seus nervos à flor da pele.
O nó da história se dá quando, voltando para onde seu escritório se localizava, o
advogado encontra Bartleby morto, ao que parecia, por inanição. Devido à quase
mudez do empregado acerca de suas escolhas e à sua insistência em preferir não
fazer nada, pouco se sabe (e muito se especula) sobre os motivos e as razões
subjacentes a suas escolhas e sua existência moribunda.
(Lucas Deschain. https://www.posfacio.com.br. Adaptado)
Considere as passagens:
● ... e seu aspecto fantasmagórico está deixando seus nervos à flor da pele.
Estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no
Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número
de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014,
para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com
outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem
melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida.
Por isso, o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país.
Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a
primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente
ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em
democracias capitalistas. Para piorar, descobrimos recentemente que
subestimávamos o problema.
(Época, 13.11.2017)
a) ao empobrecimento da população.
b) ao aumento da desigualdade.
d) à retração da pobreza.
a) causa.
b) comparação.
c) adição.
d) negação.
e) consequência.
Esses retratos, junto com muitos outros, formam uma galeria que o país não gosta
de ver. São vários Antônios, vários Franciscos, vários Josés que dão carne e osso a
um grande drama brasileiro: o trabalho em condições análogas às de escravidão.
Sim, todas essas pessoas foram escravizadas – em pleno século XXI.
O exorcismo
a) oposição.
b) modo.
c) consequência.
d) condição.
e) proporção.
a) ―acaso‖.
b) ―acontecem‖.
c) ―seu‖.
d) ―orientação‖.
e) ―segurança‖.
817) Concurso: Ag Pol/PC SP/2018 Banca: VUNESP
―Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua
vida.‖ A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados
pela concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de
vida no qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A
questão é: trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas
não substitui a capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano
regido por prazos, horários, metas.
Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam o descanso em prol
da produção desenfreada, da busca frenética por resultado, ascensão, status,
dinheiro. Algo de errado em querer tudo isso? A meu ver, não. E sim. Não, porque
é digna a recusa à estagnação. Sim, quando ela compromete momentos de
entretenimento, minando, aos poucos, a saúde física e mental de quem acha que
sombra e água fresca são luxo e não merecimento.
Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce. Momentos de pausa, porém, honram o próprio ofício. A vida se equilibra
justamente na possibilidade de converter o dinheiro advindo do esforço em
ingressos para o show da banda preferida, passeios no parque, pipoca quentinha e
viagens de barco.
b) ―‗Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em
sua vida.‘‖ (1º parágrafo)
c) ―Pode ser bom, pode ser até divertido, mas não substitui a capacidade que só o
lazer possui de tirar o peso de um cotidiano regido por prazos, horários, metas.‖
(1º parágrafo)
d) ―Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que
se exerce.‖ (4º parágrafo)
Mal-estar
acontece hoje. Após o condutor completar 55 anos, a periodicidade dos exames cai
para dois anos e meio. A partir dos 70 anos, passam a ser feitos anualmente.
O especialista diz que seria importante utilizar tecnologia de leitura facial, a mesma
já disponível em alguns celulares. Com isso, não haveria a necessidade de
apresentar o documento em uma blitz, por exemplo.
O cronograma publicado pelo Contran prevê que as novas carteiras sejam emitidas
a partir de janeiro, mas são esperados atrasos.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
a) helicópteros e licença.
b) Ibama e extensão.
c) destruição e fiscalização.
d) atividade e floresta.
e) punição e exploração.
821) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2017 Banca: VUNESP
Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era
criança? E o celular das pessoas com quem tem trocado mensagens recentemente?
Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda – mas
você não está sozinho. Estudos científicos chamam esse fenômeno de ―efeito
Google‖ ou ―amnésia digital‖, um sintoma de um comportamento cada vez mais
comum: o de confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos
dispositivos eletrônicos e à internet em vez de guardá-los na cabeça.
a) armazenamento de dados.
c) estudos científicos.
d) dados importantes.
Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era
criança? E o celular das pessoas com quem tem trocado mensagens recentemente?
Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda – mas
você não está sozinho. Estudos científicos chamam esse fenômeno de ―efeito
Google‖ ou ―amnésia digital‖, um sintoma de um comportamento cada vez mais
comum: o de confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos
dispositivos eletrônicos e à internet em vez de guardá-los na cabeça.
a) Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda / –
mas você não está sozinho. (1º parágrafo)
e) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com que o cérebro humano
não considere útil gravar esses dados, / uma vez que é fácil encontrá-los de novo
rapidamente. (2º parágrafo)
O substituto da vida
a) … eu me sentava a ela…
b) … escrevia o que tinha de escrever…
c) … relia para ver se era aquilo mesmo…
d) … fechava a máquina…
e) … ia à vida.
824) Concurso: Aux AA/CM Mogi Cruzes/2017 Banca: VUNESP
No mundo atual, é preciso estar conectado durante vinte e quatro horas por dia.
Para a professora de língua portuguesa Íris Gardino, é essencial saber qual é o grau
de formalidade necessário para os comunicados de trabalho. ―Normalmente, as
pessoas não recebem qualquer formação para lidar com essas situações. Alguns
exageram em formalismos desnecessários e outros acabam escrevendo como se
estivessem em um bate-papo com amigos.‖
Tato
Na poltrona da sala
as minhas mãos sob a nuca
sinto nos dedos
a dureza dos ossos da cabeça
a seda dos cabelos
que são meus
mas o tato me dá
a consistente realidade
de minha presença no mundo
(Ferreira Gullar, Muitas vozes, 2013)
Nos versos – as minhas mãos sob a nuca – e – mas o tato me dá –, o sentido
expresso pela preposição sob e o expresso pela conjunção mas são,
respectivamente, de
Cartas de Amor
Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época,
estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei
meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente
dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas ―ao colega da tarde‖. E era uma
carta de amor. De amor, não; de paixão. Paixão incontida, transbordante, a carta
de uma alma sequiosa de afeto, ________________ o jovem escritor não teve a
menor dificuldade de enviar a resposta.
Iniciou-se, assim, uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se
interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o
ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à
conclusão de que precisava conhecer minha correspondente, aquela bela da manhã
que me encantava com suas frases.
Mas… Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma
moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes
especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico.
Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente
apaixonada.
Optei, portanto, pelo mistério, pelo ―nunca vi, sempre te amei‖. A minha história de
amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes
histórias de amor.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Vocabulário:
Arroubos: impulsos
Epistolares: relativos à carta
Grafologia: estudo das formas das letras
a) à qual
b) do qual
c) aonde
d) o qual
e) cuja
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando
estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou daquele que nos
hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um
nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que
nos conquistou.
Eu era criança, não lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital
amanhecera. Dava para sentir o calor da luz do sol e o silêncio que pairava no
ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia
uma vitrola e, para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha
cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com
canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou
grande afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e
loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia
que, apesar de estar diante de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela
sai do quarto para outras tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico
vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do prédio da
Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior
sentimento que se expressa é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente
eu estava presente. Não demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse
outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o carinho e o afeto que
Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida,
fecho meus olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia
seguinte, e no lugar do afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém
em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana
que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que
ela não viria mais.
a) ou / que.
b) salvo / aonde.
d) porém / cujas.
Fiz um regime árduo durante um ano e perdi 23 quilos. Sem operação. Descobri o
sabor de salmão ao vapor. Peixe grelhado sem aquela deliciosa crosta de farinha.
Feijoada, eliminei. Acarajé, nem pensar. Enfim, boa parte das delícias da culinária
nacional saiu de meu cardápio. Francesa também. Americana? Nem por decreto,
embora tenha delírios pensando num cheeseburger. Coxinhas, empadinhas e
pastéis, só em momentos especiais.
Pois é. Fiz o regime com dedicação absoluta. Pulei do número 58/60 para o 52 e,
glorioso, refiz meu guarda-roupa. Meu rosto emagrece fácil. Alguns homens
emagrecem e ficam com cara de buldogue. Eu não. Fico mais próximo de uma
imagem tradicional do Drácula, magro, de rosto comprido e olhos ávidos. Não por
sangue, mas por qualquer pacotinho de batatas fritas. Existe algo melhor que
batatas fritas?
Quando o regime foi considerado vitorioso, aos poucos voltei aos carboidratos. A
uma delícia aqui, outra ali. Adivinhem o que cresceu primeiro? Ela, a barriga. Para
todo homem é assim. Barriga das boas aproveita a primeira oportunidade para se
expandir. Fui comprar um paletó, adivinhem? O 54 serve apertadinho. O 56 cai
melhor, mas folga nos ombros. O cinto que comprei, em comemoração, não fecha
mais. Voltei aos antigos.
Não há parte do corpo mais teimosa para o homem que a barriga. Posso fazer
esteira duas horas. Basta comer um cheeseburger, e a barriga vence! É insistente.
Tanto que muita gente já diz que a barriguinha em um homem é charmosa. Criou-
se um padrão estético a favor de barrigudo! É uma luta inglória. Um homem depois
dos 30 passa a vida lutando contra a barriga. Mais dia, menos dia, a vitória sempre
será dela.
Após o fim de um relacionamento, um amigo fez uma viagem às Ilhas Maldivas. Foi
sozinho para um hotel fantástico, onde pretendia passar seu aniversário
calmamente. Por tradição, o hotel comemora o aniversário dos hóspedes e, ao final
de seu jantar, uma comitiva de garçons com um bolo de velas acesas aproximou-se
de sua mesa solitária cantando ―Happy birthday‖. Foi um horror suportar os olhares
de piedade dos turistas nas outras mesas.
A pessoa sozinha é vista como uma fracassada. Há algo de errado com ela,
pensam. No passado, o maior terror das garotas era ficar para tia, ou seja,
solteirona. Era ela quem cuidava dos pais velhinhos. Depois, ia morar na casa de
algum irmão ou irmã, onde era tratada como um estorvo, embora cozinhasse,
lavasse e passasse. Na divisão da herança, ficar com um pedaço de terra para quê,
se era sozinha? No máximo, um enfeite de porcelana que pertencera à mãe.
Uma família é definida pelo encontro de duas pessoas que se amam e constroem
um lar. Mas se as famílias estão mudando, o amor também não? A transformação
começa já no vocabulário. Antes namorada era alguém com quem se pretendia um
compromisso. Hoje, pode ser simplesmente uma pessoa com quem o rapaz esteja
saindo, uma espécie de amiga íntima, sem outros planos. Um casal se apresenta
como ―meu marido‖ e ―minha mulher‖. Mas de fato seriam, no conceito de
antigamente, namorados. Estão juntos, mas em casas separadas. As palavras
foram se tornando fluidas. "Ficar‖ é uma agarração sem compromisso. ―Ficante‖ é
alguém que se vê até com frequência, mas não é namoro. Mas a ficante às vezes é
apresentada como namorada ou mulher. Apresenta-se uma amiga que de fato é
namorada. Alguém fala em amante? É namorada. Ou até noiva. Mas o noivado não
é resultado de um compromisso. Só de um dia especialmente mais amoroso. Assim
como ―noivaram‖, param de se falar. Ou a pessoa diz que está namorando. E
depois descubro que ainda não conheceu o par. É só pela internet.
No trecho ... onde era tratada como um estorvo, embora cozinhasse, lavasse e
passasse. –, o termo destacado refere-se à expressão
a) no passado.
b) ficar para tia.
c) dos pais velhinhos.
d) casa de algum irmão ou irmã.
e) pedaço de terra.
Numa cidade de 12 milhões de habitantes, como São Paulo, não há de ser simples
a logística para distribuir remédios gratuitos às farmácias estatais e garantir o
acesso tempestivo a quem deles depende.
Falhas pontuais acontecem. Cabe ao poder público saná-las de pronto e por elas
desculpar-se, sem recorrer a pretextos burocráticos para explicar a inoperância.
Eles não têm como minorar o desconforto do doente que fica sem medicamento a
que tem direito.
(Folha de S.Paulo, 03.07.2016)
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não se
expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos tantas
preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco ou quase
nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de assédio
moral* nasce de preconceitos!
Muita gente se indignou, mas muita gente também não viu nada de mais em
ambos os casos. Choveram justificativas e até acusações para explicar as situações,
o que sinaliza como é difícil reconhecer nossos preconceitos e, acima de tudo,
conter suas manifestações e colaborar para que a convivência social seja mais
digna.
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar como
uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão é
pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos
garantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo para
a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
a) filhos.
b) ensino.
c) valores.
d) preconceitos.
e) sociedade.
834) Concurso: Ag Esc/Pref GRU/2016 Banca: VUNESP
b) explicação, o mesmo que a destacada em: Falava alto e com voz estridente,
pois queria ser ouvido por todos.
c) causa, o mesmo que a destacada em: Estava sozinha em casa e ouvia música
alto, já que se sentia desprotegida.
e) consequência, o mesmo que a destacada em: Falou tão alto durante o evento
que acabou ficando sem voz.
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Você acredita que muitas pessoas mentem para se dar bem? Ou que agem de
forma injusta para levar a melhor? Portanto, melhor não confiar em ninguém,
certo? Bem, se você concorda com tudo isso, a ciência tem um conselho: pare.
Isso porque os céticos, cheios de medo de serem passados para trás, acabam
cooperando menos – e pedindo menos ajuda aos outros. Aí, além de se queimarem
com os colegas, os resultados do trabalho podem sair piores.
a) pesquisadores.
b) salários.
c) questionários.
d) pessoas.
e) participantes.
839) Concurso: Cabo/PM SP/Graduação/2015 Banca: VUNESP
O direito ao cuidado
O direito ao cuidado talvez seja um dos temas mais inovadores da convenção, com
potencial para transformar em políticas públicas uma tarefa que historicamente
esteve reservada ao âmbito privado, com evidente sobrecarga para as mulheres.
b) ao texto da Convenção.
d) à vida privada.
Número de armas
Em boa hora uma pesquisa realizada pelo Ministério Público de São Paulo e pelo
instituto Sou da Paz vem solapar ao menos dois argumentos tão incorretos quanto
frequentes nas discussões relativas à área da segurança pública.
Primeiro, a maior parte das armas com as quais se praticam crimes em território
paulista não tem sua origem no exterior, mas na própria indústria brasileira.
Ocorre que, se os artefatos utilizados nos crimes são nacionais, isso significa que
um dia eles foram vendidos legalmente no país.
No trecho do sexto parágrafo ―... obstruir esse duto resulta num benefício à
população, e não o contrário.‖, a expressão em destaque refere-se
Minha avó gostava de festa. Minha mãe gosta de festa. Eu gosto de festa.
Quando penso em dar uma festa, meu coração se anima. Muitas vezes, no meio da
lista de convidados e acepipes, tenho vontade de desistir diante da trabalheira da
empreitada.
Respiro, me lembro das últimas festas que dei, penso na minha avó e na minha
mãe em seus mistos de alegria e tensão, e acabo seguindo em frente.
Há que comemorar, há que manter os bolos, as velas, os brindes.
Há que passar adiante o ―Parabéns pra Você‖, mesmo que no meio da canção tudo
pareça engraçado e sem sentido. Vale a pena. Nunca me arrependi de dar uma
festa. No mínimo, fico feliz de ver meus vários afetos misturados em minha casa,
conversando entre si, se juntando em tranças que retornam ao novelo do meu
coração.
Não sei direito o porquê, mas tenho especial prazer em ver o namorado da filha da
minha amiga em papo animado com a minha sogra, por exemplo. Improváveis
misturas humanas a partir de mim. Foi assim que meu pai fez amizade com a mãe
do segundo marido de minha mãe.
Tuta era uma senhora sacudida. Sempre de salto alto, se maquiava muito, punha
flores no cabelo, fazia discursos, cantava e tocava piano.
Tinha passado a maior parte da vida longe da família e foi resgatada por minha
mãe, que, inconformada e antes tarde do que nunca, decidiu presentear seu marido
com o reencontro emocionado com a mãe desgarrada. Tuta passou, então, a
frequentar as festas da família.
Conviveu com o filho, a nova nora e os parentes que pouco conhecia durante algum
tempo, até que Fernando se foi. Viúva, minha mãe herdou de seu amado a mãe
excêntrica, que continuou a fazer seus discursos, a tocar e a cantar nas festas lá de
casa até seus 98.
c) Foi assim que meu pai fez amizade com a mãe do segundo marido de minha
mãe.
e) Conviveu com o filho, a nova nora e os parentes que pouco conhecia durante
algum tempo…
Ideologia e saúde
A ideologia é um troço esquisito. Ela não se limita a turvar a visão das pessoas em
relação aos assuntos de sempre, como papel do Estado, aborto, legalização das
drogas, mas também está sempre em busca de novos temas sobre os quais possa
lançar seus feitiços.
Em comum, ambos colocam suas convicções, que têm muito mais de emocional
que de racional, à frente de sólidas evidências científicas. Pior, sua obstinação faz
com que ponham em risco não só seus próprios filhos como também terceiros.
Nunca foi tão verdadeira a máxima segundo a qual a ideologia faz mal à saúde.
a) … está sempre em busca de novos temas sobre os quais possa lançar seus
feitiços.
d) … acreditam sem base fática que a vacina tríplice viral está associada a casos
de autismo.
e) … colocam suas convicções, que têm muito mais de emocional que de racional,
à frente de sólidas evidências científicas.
É triste constatar que há uma boa dose de verdade na fala do escritor italiano, mas
dar voz também aos imbecis talvez seja o preço da liberdade. Quem frequenta as
redes sociais de forma ampla, em rol de ―amizades‖ que vá além do, digamos,
círculo de convivência presencial, sabe do que se trata. Não se pode negar a mídia
social como palco revelador das faces verdadeiras: personalidades, crenças e
crendices, ódios e amores antes recolhidos são catapultados do teclado para o
mundo, satisfazendo aquele desejo de boa parcela da humanidade de se exibir.
Contudo, essa liberdade de expressão, absoluta nas redes, não exime ninguém de
crimes como calúnia, difamação, insulto, escárnio por motivo religioso,
favorecimento da prostituição, ato ou escrito obsceno, incitação ao crime, apologia
do crime, falsa identidade, pedofilia, preconceito, discriminação ou revelação de
segredo profissional, todos descritos no Código Penal.
d) Funcionários dos hotéis locais ameaçaram fazer greve caso Justine fosse aceita
como hóspede.
Propaganda Infantil
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil. É
covardia anunciar para crianças, já que elas têm muitos desejos, nenhuma renda e
uma capacidade infinita de apoquentar seus genitores.
Aceitar essa conclusão não implica abandonar os pais à tirania de seus rebentos.
Embora militantes de causas adorem uma lei, existem outros mecanismos
civilizadores até mais eficientes que normas jurídicas. Especialmente no mundo do
marketing, imagem é tudo. Apenas fixar o meme de que a propaganda dirigida a
crianças não é ética – uma ideia que já está em circulação – tende a fazer com que
publicitários e anunciantes peguem leve.
Alguns diriam que é pouco. Talvez, mas recorrer a essa medida, e a outros
expedientes, como a autorregulamentação, tem a enorme vantagem de preservar
um dos pilares da democracia, que é a liberdade de expressão. Eu pelo menos não
a trocaria por alguns momentos de paz e mais alguns tostões na carteira.
a) Sou, portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda
infantil.
Educado na crença viva daqueles tempos; naturalmente religioso porque poeta, foi
procurar abrigo e consolações aos pés d‘Aquele cujos braços estão sempre abertos
para receber o desgraçado que neles vai buscar o derradeiro refúgio. Ao cabo das
grandezas cortesãs, o pobre gardingo encontrara a morte do espírito, o desengano
do mundo. A cabo da estreita senda da cruz, acharia ele, porventura, a vida e o
repouso íntimos?
O moço presbítero, legando à catedral uma porção dos senhorios que herdara
juntamente com a espada conquistadora de seus avós, havia reservado apenas
uma parte das próprias riquezas. Era esta a herança dos miseráveis, que ele sabia
não escassearem na quase solitária e meia arruinada Carteia.
1 gardingo: nobre visigodo que exercia altas funções na corte dos príncipes
2 tiufado: o comandante de uma tropa de mil soldados, no exército godo
3 milenário: seguidor da crença de que a segunda
a) O orgulhoso Favila não consentira que o menos nobre gardingo pusesse tão alto
a mira dos seus desejos.
d) ... foi procurar abrigo e consolações aos pés d‘Aquele cujos braços estão sempre
abertos para receber o desgraçado que neles vai buscar o derradeiro refúgio.
e) Era esta a herança dos miseráveis, que ele sabia não escassearem na quase
solitária e meia arruinada Carteia.
Nos anos 1970, o economista norte-americano Dallas Smythe avisava que qualquer
pessoa arriada diante de uma tela é um trabalhador que ignora a si próprio. A
televisão, explica, produz uma mercadoria, a audiência, composta daatenção dos
telespectadores, que as redes vendem para os anunciantes. ―Você contribui com
seu tempo de trabalho não remunerado e, em troca, recebe os programas e a
publicidade‖. O labor não pago do internauta se mostra mais ativo do que o do
espectador. Nas redes sociais, nós mesmos convertemos nossas amizades,
emoções, desejos e cólera em dados que podem ser explorados por algoritmos.
Cada perfil, cada ―curtir‖, cada tweet, cada solicitação, cada clique derrama uma
gota de informação de valor no oceano dos servidores refrigerados(D) instalados
pela Amazon, pelo Google e pela Microsoft em todos os continentes.
c) ... a extorsão de dados com objetivos comerciais quase não é percebida como
uma questão política...
e) ... cada clique derrama uma gota de informação de valor no oceano dos
servidores refrigerados...
Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram os anos 90?!
Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que ―crise‖ é o que o
Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz necessária: não leem as informações
que seus próprios jornais publicam, mesmo que escondidas em pequenas notas no
meio dos cadernos?
Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está; outra é
inventar um caos que não corresponde à realidade. A verdade, como de hábito,
reside no meio do caminho: o país enfrenta problemas sérios, mas está longe de
viver ―em crise‖. E certamente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia em
peso não insistisse em semear o pânico na mente da população – o que, aí, sim,
tem potencial de provocar uma crise real.
a) ... colunistas políticos da grande mídia sentem prazer em pintar o país em cores
sombrias...
e) Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está...
848) Concurso: Aux/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
De uns 15 anos para cá, passamos a ter boas escolas de educação infantil. Antes
disso, já tínhamos algumas que respeitavam a primeira infância, ouviam as
crianças, reconheciam sua potência de aprendizagem no ato de brincar.
Esse número passou a se multiplicar devido a experiências em escolas pelo mundo.
Por isso, hoje, já é possível encontrar uma escola para crianças com menos de seis
anos em que o currículo não seja apenas um elenco de conteúdos, em que o ato de
brincar seja a principal atividade para a criança, em que não haja uma profusão de
brinquedos prontos e em que haja professores com formação contínua e em
serviço. Escolas desse tipo ainda são minoria, mas já é uma boa notícia saber que
elas existem.
Nessas escolas, as crianças aprendem a se concentrar porque a brincadeira exige
isso e porque elas participam ativamente da escolha da brincadeira, seja em grupo,
seja pessoalmente. Aprendem também a fazer perguntas e a pesquisar para buscar
respostas, a exercitar sua criatividade, a colocar a mão na massa em tudo.
Atenção: na massa e não, necessariamente, na massinha.
Os alunos aprendem, também, a conviver: os professores aproveitam todas as
ocasiões para dar oportunidades de a criança aprender a ver e a considerar o seu
par, a esperar a sua vez, a simbolizar em palavras o que sente e pensa, a viver em
grupo e a ser solidária.
É uma pena que as escolas de ensino fundamental e médio não tenham humildade
para olhar com atenção para as de educação infantil e aprender com elas. Há uma
hierarquia escolar espantosa, caro leitor: as escolas de graduação pensam que
praticam um ensino ―superior‖; as de ensino médio se consideram mais
especializadas no conhecimento sistematizado do que a escola de ensino
fundamental; e todas pensam que a de educação infantil não exige conhecimento
científico.
As escolas de ensino fundamental e médio precisam se inspirar nas de educação
infantil e não deixar o aluno ser totalmente passivo em sua aprendizagem: ele
precisa, para se motivar, fazer algumas escolhas.
O aluno que participa não se distrai com tanta facilidade. E é bom lembrar que uma
das maiores queixas em relação aos alunos é exatamente a falta de atenção, de
foco e de concentração.
Precisam também reconhecer que aprende mais quem pratica o que deve aprender.
Como eu já disse: mão na massa! Ninguém merece ficar horas em aulas
expositivas ou arremedos de trabalho em grupo.
O que as famílias têm a ver com isso? Tudo! Quando a sociedade questionar
verdadeiramente a organização escolar atual, certamente teremos mudanças. Mas,
até agora, vemos mais conformismo e adesão do que questionamentos, não é
verdade?
(Rosely Sayão, Folha de S.Paulo, 05 de maio de 2015.Adaptado)
Tecnologia
Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a
gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele
nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre
o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo
que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou
precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você.
Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige.
[...]
Outra coisa: ele é mais inteligente. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão
inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas
relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que
ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro
igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que
você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só
aguentava você. Ele sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que
sabe. [...]
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas
dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está
desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos
com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É
outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante.
Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que
acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo
inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa
norma culta.
É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos
brasileiros iniciaria assim esta frase: ―Se sabe que...‖. Isso inclui pessoas de alta
escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento
restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem,
vale a pena seguir também a regra ―bastante duvidosa‖ das tais palavras atrativas,
como ―que‖, ―quando‖ e ―não‖, que sempre puxariam o pronome átono para junto
de si.
No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo
definitiva: ―Prefira a forma que soar melhor‖. Se você é brasileiro, isso exclui quase
certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é
naturalmente proclítica.
Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor
de contrariar sua fala e escrever ―Faça-me o favor‖, a menos que queira marcar
uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
(Sérgio Rodrigues, “„Me corrige‟, pede o pronome”.Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o termo destacado está empregado em sentido
figurado.
e) Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase...
Considere a charge.
d) figurado, indicando que Donald Trump quer ampliar as relações comerciais com
a China.
O que nos distancia e nos faz ignorar que somos uma só espécie? Como aceitamos
abismos sociais tão cruéis?
Ele tinha na mesa uma xícara de café, como eu, e um pão provavelmente recheado
de presunto e queijo. Mas o que me chamou a atenção para aquela quase criança
foi que, enquanto alguns na padaria conversavam em suas mesas, todos os demais
aproveitavam para mexer no celular, menos ele. O rapaz comia o pão e tomava o
café, olhando para a mesa à sua frente e para o vazio da parede adiante.
Ele estava inibido, pois parecia não sentir pertencer àquele lugar. Por que afinal ele
não apanhava seu celular e começava a dedilhar nele, mandando mensagens,
postando fotos? Concluí que ele não tinha um celular. Sua situação de pobreza não
devia permitir esse prazer. E isso o incomodava.
Para aquele rapaz, o fato de não ter a que se ater, além da comida, num mundo
onde as redes tecnológicas estão presentes nos quatro cantos, o chateava. E
acabou por também me constranger: que mundo difícil esse que cria consumidores
e não cidadãos.
Guardei meu celular no bolso e, sem mais, tomei meu café, olhando para a mesa à
minha frente e para o vazio da parede adiante.
c) Sua situação de pobreza não devia permitir esse prazer. (4º parágrafo)
d) … eles buscam aceitação, mesmo que tentando ser diferentes. (5º parágrafo)
e) … que mundo difícil esse que cria consumidores e não cidadãos. (6º parágrafo)
Os encontros deveriam ser marcados na última hora. Pena que não funcionam.
Agendamos compromissos quando estamos dispostos de manhã e não nos damos
conta da exaustão do final do dia. Planejamos um cinema, um show, uma balada
com amigos no momento de tranquilidade, e não percebemos que ainda teremos
que atravessar um percurso inteiro de preocupações. Não há como ter
conhecimento prévio do estresse que nos espera.
Quando um amigo desmarca um encontro, não condeno. Perdoo os furões. Sei que
ele também é vítima da insalubridade digital.
Ele sugere que as curtidas e outros tipos de interação automática são voltados para
a sensação de gratificação de curto prazo, e não geram conversas entre as pessoas.
Palihapitiya diz usar o mínimo possível o Facebook e não permite que seus filhos
acessem a plataforma. Apesar das palavras duras, ele ameniza o discurso dizendo
que a empresa faz o bem no mundo.
b) sensação de gratificação.
c) palavras duras.
d) psicologia social.
e) normalmente ignoramos.
Nenhuma brisa faz tilintar a bacia de latão pendurada em um arame, sobre o oco
da porta, anunciando que aqui se faz barba, arranca-se dente e aplica-se ventosa.
Passa um par de bois, levando uma morta para o cemitério. Atrás da carreta, um
monge desfia o rosário. À barbearia chegam os sons de algum sino que, por rotina,
despede a defunta de terceira classe. A navalha para no ar. O barbeiro faz o sinal-
da-cruz e de sua boca saem palavras sem desolação: – Coitadinha. Nunca foi feliz.
Quando criança, lembro da carroça passando em casa para deixar lenha; agora,
seis décadas depois, todo dia toca a campainha e alguém oferece gás. A pequena
mudança da energia que move o fogão caseiro simboliza o acelerado processo de
transformação do Brasil. Do pacato país rural que abria os anos 1950, nos
transformamos num país predominantemente urbano, que vive e produz inchado
em grandes centros.
A cidade grande é um espaço abstrato, uma criação geométrica, que nos arranca
de todos os laços mentais de natureza e vizinhança; a comunidade urbana é antes
mental que física. Os compartimentos culturais e sociais isolados acabam por se
tornar imperativos. Ao mesmo tempo, a grande cidade é a confluência do mundo;
seu sonho é sair de si mesma e conversar com suas iguais, que estão em outros
países, e não a dez quilômetros dali. A cidade é sempre globalizante; ela parece
afirmar, com alguma arrogância, o triunfo do homem sobre a natureza, enquanto o
campo é naturalmente conservador, como alguém que se submete, pela simples
proximidade física, pela vizinhança avassaladora e pelo império do tempo, às regras
simples, recorrentes, imutáveis e inexoráveis das estações do ano, das chuvas e
secas. Metaforicamente, o Brasil vive com um pé no campo e outro na cidade.
O empresário Luiz Figueiredo usou 1 150 painéis solares para cobrir o lago de sua
fazenda e gerar a própria energia. O consultor Carlos Tabacow instalou 18 placas
no teto de sua casa, o que lhe permitiu se livrar da conta de luz. No Rio, uma
escola cobriu o telhado com 50 painéis e agora produz metade da energia que
consome. Iniciativas como essas começaram a se espalhar pelo país e têm
garantido uma escalada dos projetos de microgeração de energia solar no Brasil.
Do ponto de vista climático, as condições são favoráveis, uma vez que a irradiação
solar no Brasil é ideal para a produção elétrica. Ainda que hoje o mercado de
equipamentos para captação de energia solar engatinhe no país, as condições
climáticas propícias, aliadas ao fato de que no futuro os consumidores estarão cada
vez mais aptos a gerar a própria energia, têm provocado uma corrida das empresas
para conquistar um pedaço desse mercado.
Nunca Mais
Ao longo dos anos, a Constituição foi sendo emendada, para permitir pouco mais de
flexibilidade e controle social sobre a Administração Pública, mas ainda temos uma
máquina pouco azeitada e com enormes dificuldades para uma gestão eficiente. A
corrupção, no entanto, parece ter se profissionalizado: quanto mais difícil a
operação dados os entraves normativos, mais ela prospera.
Preparamo-nos para uma nova eleição e parece que novamente olhamos para trás,
para o ―nunca mais‖. Nunca mais corrupção, nunca mais fisiologismo ou acertos na
calada da noite. Sim, precisamos promover ética e transparência na política, mas
isso é precondição, não realização de governo. É fundamental saber que políticas
públicas cada candidato a cargo executivo ou legislativo propõe para o País.
d) Ao longo dos anos, a Constituição foi sendo emendada, para permitir pouco mais
de flexibilidade e controle social sobre a Administração Pública...
Vacina na marra
Uma das piores coisas que pais podem fazer a seus filhos é privá-los de vacinas.
Ainda assim, devo dizer que fiquei chocado com o artigo de uma promotora do
Ministério Público, no qual ela defende não só multa para genitores que deixem de
imunizar seus rebentos, mas também a busca e apreensão das crianças para
vaciná-las.
Imagino até que a adoção de medidas extremas como propõe a promotora possa
fazer sentido em determinados contextos, como o de uma epidemia fatal que
avança rapidamente e pais que, induzidos por vilões internacionais, se recusam a
imunizar seus filhos.
Seja como for, tenho a convicção de que, se a fórmula mais draconiana propugnada
por ela fosse adotada, acabaríamos produzindo mais mal do que bem.
O ponto central é que o sistema de saúde precisa ser visto pelo cidadão como um
aliado e não como um adversário. Se a percepção que as pessoas têm do posto de
saúde for a de que ele é uma entidade que pode colocar a polícia atrás de famílias
para subtrair-lhes os filhos, elas terão bons motivos para nunca mais pôr os pés
numa unidade.
A ideia de que o sistema de saúde precisa ser protegido de ações que possam
minar a confiança que o público lhe deposita não é estranha ao mundo do direito.
Não é por outra razão que a legislação penal e códigos de ética proíbem o
profissional de saúde de divulgar segredos de pacientes e até de denunciar crimes
que tenham cometido.
a) A ideia de que o sistema de saúde precisa ser protegido de ações que possam
minar a confiança...
c) ... como o de uma epidemia fatal que avança rapidamente e pais que, induzidos
por vilões internacionais...
O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Bia Corrêa do Lago,
conta que a decisão de imprimir um português erudito à trama foi tomada por ele e
apoiada pelo diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma diversos
cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário. ―Muitas
vezes é preciso recorrer às gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador.
Aos poucos, a escrita foi ficando mais fácil‖, afirma Nogueira, que também diz se
inspirar em grandes escritores da literatura brasileira e portuguesa, como Machado
de Assis e Eça de Queiroz.
a) ... o autor da novela [...] diz que o linguajar de seus personagens é um ponto
que leva a novela a se destacar.
b) Ele revela que toma diversos cuidados na hora de escrever o texto, utilizando,
inclusive, o dicionário.
c) ... então tudo foi pensado para que o público entrasse junto com a gente nesse
túnel do tempo.
Viver ―no mundo da lua‖ e olhar para a Terra de outras distâncias, de outros
ângulos, não era bem-visto pelos adultos, em geral, e pelos adultos da escola, em
particular.
No primeiro dia, Helenice ia ao banheiro várias vezes para chorar e se acalmar. Foi
ignorada, humilhada e muito observada por seguranças. Alguns vendedores riram
dela, outros fizeram perguntas agressivas ou até mesmo ofensivas, e muitos
simplesmente fingiram que ela não estava ali. Em nenhuma das 27 lojas ela
encontrou uma demonstração de gentileza.
No segundo dia, porém, com roupas de madame e sem ser reconhecida pelos
vendedores, Helenice recebeu tratamento excelente, não teve que esperar para ser
atendida, viu produtos que na véspera estavam ―em falta‖, ouviu elogios, tomou
café e saiu dos shoppings morrendo de raiva, sentindo-se pior do que no dia
anterior. Ela não sabia que as pessoas eram capazes dessa crueldade. Por mais que
tivesse consciência de tudo o que acontece no mundo, ela não enxergava essa
maldade. Viu que as pessoas valem pelo que vestem, que é tudo um grande teatro,
uma grande ilusão. Ela não culpa os vendedores, o que Helenice questiona são os
valores de uma sociedade escrava das aparências, em que as pessoas tratam bem
apenas quem interessa a elas.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
Assinale a alternativa em que há palavras empregadas com sentido figurado.
a) … Helenice ia ao banheiro várias vezes…
b) Foi ignorada, humilhada e muito observada…
c) Alguns vendedores riram dela…
d) … saiu dos shoppings morrendo de raiva…
e) Ela não culpa os vendedores…
(http://4.bp.blogspot.com/-36p65sQZktc/ULcpg27a5kI
/AAAAAAAAMMQ/7A6-bYaVDxc/s1600/z1334674305.jpg. Adaptado)
Na frase dita pelo padre, o pronome ―se‖ exprime reciprocidade da ação. A mesma
situação ocorre em:
a) Trata-se de reformular o Código Penal e ajustá-lo aos interesses da sociedade.
b) Com a chegada da madrugada, fez-se um silêncio assustador no vilarejo.
c) Para espanto dos anfitriões, foi-se embora sem dar justificativas.
d) Afiam-se facas e tesouras em domicílio.
e) Abraçaram-se com euforia, pois não esperavam um reencontro.
866) Concurso: Sarg/PM SP/CFS/2015 Banca: VUNESP
(Veja, 17.06.2015)
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Nas passagens ―Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é
preciso aprender não para a escola, mas para a vida.‖ (4º parágrafo) e ―Ama com
fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como
este!‖ (penúltimo parágrafo), as conjunções destacadas estabelecem, correta e
respectivamente, relações de sentido de
a) conformidade e comparação.
b) comparação e comparação.
c) conformidade e causa.
d) conformidade e conformidade.
e) comparação e causa.
868) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2015 Banca: VUNESP
Um tiro no escuro
– Quem atirou em quem? – provoco minha mãe.
– Uai, foi você que atirou no seu irmão. – ela responde, convicta.
Isso aconteceu nos anos de 1980, bem no começo. Naquela época era tudo meio
inconsequente. Meu pai havia nos presenteado com uma espingarda de pressão.
Com que cargas d‘água alguém teria a brilhante ideia de dar uma arma para duas
crianças? Pois é, isso era normal. Como era normal também passearmos pela
cidade em um Fusca, todos sem cinto de segurança e felizes como nunca. Tínhamos
a impressão de que tudo era meio permitido, mas, lógico, dentro de parâmetros
que levavam em conta o respeito ao próximo e o amor incondicional à família.
Brincávamos na rua e ela era tão perigosa quanto é hoje. Havia os carros
descontrolados, os motoristas bêbados, as motos a todo vapor, os paralelepípedos
soltos como armadilhas propositais. Tudo era afiado ou pontiagudo, menos a
dedicação de dona Izolina. Perto da janta ela nos gritava e, chateados, nos
recolhíamos para a sala. Havia uma mesa e todos nos sentávamos, juntos, para
celebrar mais um dia em que nada nos faltara.
Hoje, os brinquedos de criança parecem mais arredondados, não há armas em
casa, mas os perigos são os mesmos: um arranhão em minha filha, Helena, dói
tanto quanto um hematoma sofrido em nossa infância.
Ah, mãe, fui eu que atirei em meu irmão e, logo após o grito estridente dele, saí
gritando igualmente pela casa, desolado e pesaroso, porque havia assassinado um
parente tão próximo. Mas nada acontecera, nem uma esfoladela. Ele usava uma
bermuda jeans e eu, com minha pontaria genial, havia acertado a nádega direita,
de modo que o pequeno projétil se intimidara diante da força do tecido. Foi assim,
mãe. Agora a senhora já pode contar para todos a história correta.
(Whisner Fraga. www.cronicadodia.com.br, 10.05.2015. Adaptado)
Com que cargas d‘água alguém teria a brilhante ideia de dar uma arma para duas
crianças? Pois é, isso era normal. Como era normal também passearmos pela
cidade em um Fusca, todos sem cinto de segurança...
Quando criança, lembro da carroça passando em casa para deixar lenha; agora,
seis décadas depois, todo dia toca a campainha e alguém oferece gás. A pequena
mudança da energia que move o fogão caseiro simboliza o acelerado processo de
transformação do Brasil. Do pacato país rural que abria os anos 1950, nos
transformamos num país predominantemente urbano, que vive e produz inchado
em grandes centros.
A cidade grande é um espaço abstrato, uma criação geométrica, que nos arranca
de todos os laços mentais de natureza e vizinhança; a comunidade urbana é antes
mental que física. Os compartimentos culturais e sociais isolados acabam por se
tornar imperativos. Ao mesmo tempo, a grande cidade é a confluência do mundo;
seu sonho é sair de si mesma e conversar com suas iguais, que estão em outros
países, e não a dez quilômetros dali. A cidade é sempre globalizante; ela parece
afirmar, com alguma arrogância, o triunfo do homem sobre a natureza, enquanto o
campo é naturalmente conservador, como alguém que se submete, pela simples
proximidade física, pela vizinhança avassaladora e pelo império do tempo, às regras
simples, recorrentes, imutáveis e inexoráveis das estações do ano, das chuvas e
secas. Metaforicamente, o Brasil vive com um pé no campo e outro na cidade.
a) o progresso tecnológico pode chegar aos lares na cidade, mas não chega ao
campo.
O Legislativo do estado da Flórida aprovou no dia 7 de março uma lei que sobe de
18 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas longas, como fuzis, e
permite que funcionários de escolas portem armas no trabalho.
O projeto ainda inclui medidas que criam novos programas de saúde mental para
as escolas, um disque-denúncia de ameaças às instituições de ensino e melhora na
comunicação entre as áreas educacional e de segurança.
O projeto, por outro lado, não proíbe a venda de armas longas, como queriam os
estudantes. Foi com um fuzil AR-15 comprado legalmente que N. Cruz, 19, atacou a
escola Marjorie Stoneman Douglas, da qual é ex-aluno.
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à
música em geral: não toco, não batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o
quê?
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
a) sempre desejou ser visto pelas outras pessoas como um grande campeão.
c) se sente ridículo toda vez que não executa uma tarefa com perfeição.
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
a) sente imensa frustração por não ter aprendido a cantar nem a tocar
instrumentos de corda.
c) era muito tímido com as garotas, por isso ficava no banco e dançava poucas
vezes nos bailes da cidade.
d) não conhecia a sinfonia de Schubert, por isso ficou pálido de espanto ao ouvir
Myltainho assobiá-la.
e) sabe nadar desde criança, mas ficou receoso depois de quase se afogar em
praias e rios.
Mesmo que o.k. seja o americanismo mais difundido no mundo, sua origem é
confusa.
Uma das versões afirma que, durante a Guerra da Secessão americana, que
terminou em 1865, quando voltavam para o quartel sem sofrer nenhuma baixa, os
soldados anotavam num quadro de avisos ou pintavam nas paredes ―0k‖, zero
killed, ou seja, ―zero morto‖. Com o tempo, isso passou a significar ―tudo bem‖.
Seja como for, o responsável pela popularização de o.k. foi o presidente americano
Martin Van Buren, que tentava se reeleger em 1840. Apelidado de Old Kinderhook
(Velho Kinderhook) porque era nativo desta cidade, usou as iniciais OK como slogan
– e aproveitou o trocadilho com o sentido de ―all correct‖, isto é, tudo bem. Apesar
disso, não foi reeleito.
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os
três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da
família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou um
barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais
lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de
outono empilhadas junto ao meio-fio.
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no
alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o
embarque será feito dentro de poucos minutos.
O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado.
Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for
grande a ansiedade para se falar com alguém distante.
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os
três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da
família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou um
barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais
lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de
outono empilhadas junto ao meio-fio.
Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o
homem que salvaria seu pai. Na mesma hora em que li esse relato, imaginei um
sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo choro na sala de parto.
Seu filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem adolescentes
baladeiros: o barulho da chave abrindo a fechadura da porta. Seu filho voltou.
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no
alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o
embarque será feito dentro de poucos minutos.
Em sua narrativa, a autora considera que alguns sons são grandiosos quando
comparados com outros, sendo um exemplo o som
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os
três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da
família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou um
barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais
lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de
outono empilhadas junto ao meio-fio.
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no
alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o
embarque será feito dentro de poucos minutos.
a) pacientes.
b) intensas.
c) irresponsáveis.
d) cínicas.
e) reflexivas.
Qual foi a última coisa que você fez antes de dormir na noite passada? É bem
provável que tenha sido dar uma olhada no celular.
Você não está só. Um estudo feito nos EUA pela Fundação Nacional do Sono estima
que 48% dos americanos adultos usam os chamados gadgets – celulares, tablets,
laptops – na cama. Em outros países, pesquisas indicam que a prevalência é ainda
maior entre os adultos mais jovens.
Nos EUA, o Centro para o Controle de Doenças diz que 35% dos americanos não
dormem o suficiente – 70 milhões de pessoas dormindo menos de seis horas por
noite, um salto de quase 30% em comparação com dez anos atrás. Segundo a
agência governamental, isso criou uma epidemia em que as pessoas sofrem para se
concentrar ou se lembrar de coisas no trabalho. Dormir de menos também está
ligado a um aumento nos riscos de batidas de carro e acidentes de trabalho.
Deficiência de sono, segundo cientistas, está ligada a uma variedade de problemas
de saúde, como diabetes, depressão e doenças cardíacas.
―É um dos problemas mais ignorados de nossos tempos‖, diz Collin Espie, da
Universidade de Oxford. ―O sono é fundamental para uma série de funções ligadas
à saúde e ao bem-estar‖.
Com a afirmação ―Você não está só‖, no segundo parágrafo, o autor demonstra
supor que seu leitor
Qual foi a última coisa que você fez antes de dormir na noite passada? É bem
provável que tenha sido dar uma olhada no celular.
Você não está só. Um estudo feito nos EUA pela Fundação Nacional do Sono estima
que 48% dos americanos adultos usam os chamados gadgets – celulares, tablets,
laptops – na cama. Em outros países, pesquisas indicam que a prevalência é ainda
maior entre os adultos mais jovens.
Nos EUA, o Centro para o Controle de Doenças diz que 35% dos americanos não
dormem o suficiente – 70 milhões de pessoas dormindo menos de seis horas por
noite, um salto de quase 30% em comparação com dez anos atrás. Segundo a
agência governamental, isso criou uma epidemia em que as pessoas sofrem para se
concentrar ou se lembrar de coisas no trabalho. Dormir de menos também está
ligado a um aumento nos riscos de batidas de carro e acidentes de trabalho.
Deficiência de sono, segundo cientistas, está ligada a uma variedade de problemas
de saúde, como diabetes, depressão e doenças cardíacas.
Foi no domingo passado, andando pela feira-livre aqui da Lapa e dando uma olhada
nas bancas, que percebi que muitas daquelas frutas maravilhosas ali expostas
simplesmente não existiam no meu tempo de menino.
O kiwi, por exemplo. Quando usava calças curtas, kiwi era aquele bichinho da Nova
Zelândia, um dos poucos verbetes da letra K, na enciclopédia que ficava na estante
da minha casa. Não havia tomate cereja! Vivíamos sem ele. Como não havia a
lichia.
A gente não encontrava goiaba na feira, como não encontrava jabuticaba, nem
carambola. Goiaba era só no pé e com bicho, não existia goiaba sem bicho.
Jabuticaba, só em Sabará, e carambola, só na chácara de Dona Catarina, em
Cataguases.
Laranja era a pera, a Bahia e a lima. Hoje tem até laranja Bahia importada da
Espanha, sem contar o grapefruit, primo de primeira da laranja.
Aos poucos, novas frutas vão invadindo o mercado: uxi, xixá, tapiá, sapucaia,
monguba, marolo... Quem manteve a linha e não inventou moda foi a banana, que
continua a mesma de sempre. A prata, a nanica, a maçã, a banana-da-terra e a
ouro. E todas – dizem – ainda a preço de banana.
Uma das frutas que não eram comercializadas na feira, embora fosse conhecida
pelo autor, em seu tempo de menino, é
a) o kiwi.
b) a lichia.
c) a jabuticaba.
d) a laranja Bahia.
e) o grapefruit.
Foi no domingo passado, andando pela feira-livre aqui da Lapa e dando uma olhada
nas bancas, que percebi que muitas daquelas frutas maravilhosas ali expostas
simplesmente não existiam no meu tempo de menino.
O kiwi, por exemplo. Quando usava calças curtas, kiwi era aquele bichinho da Nova
Zelândia, um dos poucos verbetes da letra K, na enciclopédia que ficava na estante
da minha casa. Não havia tomate cereja! Vivíamos sem ele. Como não havia a
lichia.
A gente não encontrava goiaba na feira, como não encontrava jabuticaba, nem
carambola. Goiaba era só no pé e com bicho, não existia goiaba sem bicho.
Jabuticaba, só em Sabará, e carambola, só na chácara de Dona Catarina, em
Cataguases.
Laranja era a pera, a Bahia e a lima. Hoje tem até laranja Bahia importada da
Espanha, sem contar o grapefruit, primo de primeira da laranja.
Aos poucos, novas frutas vão invadindo o mercado: uxi, xixá, tapiá, sapucaia,
monguba, marolo... Quem manteve a linha e não inventou moda foi a banana, que
continua a mesma de sempre. A prata, a nanica, a maçã, a banana-da-terra e a
ouro. E todas – dizem – ainda a preço de banana.
Foi no domingo passado, andando pela feira-livre aqui da Lapa e dando uma olhada
nas bancas, que percebi que muitas daquelas frutas maravilhosas ali expostas
simplesmente não existiam no meu tempo de menino.
O kiwi, por exemplo. Quando usava calças curtas, kiwi era aquele bichinho da Nova
Zelândia, um dos poucos verbetes da letra K, na enciclopédia que ficava na estante
da minha casa. Não havia tomate cereja! Vivíamos sem ele. Como não havia a
lichia.
A gente não encontrava goiaba na feira, como não encontrava jabuticaba, nem
carambola. Goiaba era só no pé e com bicho, não existia goiaba sem bicho.
Jabuticaba, só em Sabará, e carambola, só na chácara de Dona Catarina, em
Cataguases.
Laranja era a pera, a Bahia e a lima. Hoje tem até laranja Bahia importada da
Espanha, sem contar o grapefruit, primo de primeira da laranja.
Aos poucos, novas frutas vão invadindo o mercado: uxi, xixá, tapiá, sapucaia,
monguba, marolo... Quem manteve a linha e não inventou moda foi a banana, que
continua a mesma de sempre. A prata, a nanica, a maçã, a banana-da-terra e a
ouro. E todas – dizem – ainda a preço de banana.
Nunca Mais
Ao longo dos anos, a Constituição foi sendo emendada, para permitir pouco mais de
flexibilidade e controle social sobre a Administração Pública, mas ainda temos uma
máquina pouco azeitada e com enormes dificuldades para uma gestão eficiente. A
corrupção, no entanto, parece ter se profissionalizado: quanto mais difícil a
operação dados os entraves normativos, mais ela prospera.
Preparamo-nos para uma nova eleição e parece que novamente olhamos para trás,
para o ―nunca mais‖. Nunca mais corrupção, nunca mais fisiologismo ou acertos na
calada da noite. Sim, precisamos promover ética e transparência na política, mas
isso é precondição, não realização de governo. É fundamental saber que políticas
públicas cada candidato a cargo executivo ou legislativo propõe para o País.
O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por todos, não existe, contudo, no
tocante a outro problema de grande importância, que é o aquecimento do nosso
planeta, que está em curso. A temperatura média já subiu mais de um grau Celsius
desde 1 800 e provavelmente vai subir mais dois graus até o fim do século 21.
Segundo o que se afirma no texto, entre 1800 e o fim do século 21, espera-se que
O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por todos, não existe, contudo, no
tocante a outro problema de grande importância, que é o aquecimento do nosso
planeta, que está em curso. A temperatura média já subiu mais de um grau Celsius
desde 1 800 e provavelmente vai subir mais dois graus até o fim do século 21.
a) falta de bom senso comum, que tem levado pessoas a usarem meios altamente
poluidores como os aviões.
b) uma competição econômica cada vez mais acirrada entre China e Estados
Unidos, que tem levado esses países a poluírem mais.
Vacina na marra
Uma das piores coisas que pais podem fazer a seus filhos é privá-los de vacinas.
Ainda assim, devo dizer que fiquei chocado com o artigo de uma promotora do
Ministério Público, no qual ela defende não só multa para genitores que deixem de
imunizar seus rebentos, mas também a busca e apreensão das crianças para
vaciná-las.
Imagino até que a adoção de medidas extremas como propõe a promotora possa
fazer sentido em determinados contextos, como o de uma epidemia fatal que
avança rapidamente e pais que, induzidos por vilões internacionais, se recusam a
imunizar seus filhos.
Seja como for, tenho a convicção de que, se a fórmula mais draconiana propugnada
por ela fosse adotada, acabaríamos produzindo mais mal do que bem.
O ponto central é que o sistema de saúde precisa ser visto pelo cidadão como um
aliado e não como um adversário. Se a percepção que as pessoas têm do posto de
saúde for a de que ele é uma entidade que pode colocar a polícia atrás de famílias
para subtrair-lhes os filhos, elas terão bons motivos para nunca mais pôr os pés
numa unidade.
A ideia de que o sistema de saúde precisa ser protegido de ações que possam
minar a confiança que o público lhe deposita não é estranha ao mundo do direito.
Não é por outra razão que a legislação penal e códigos de ética proíbem o
profissional de saúde de divulgar segredos de pacientes e até de denunciar crimes
que tenham cometido.
e) a notificação dos postos de saúde que não cumprirem as medidas legais como a
apreensão de crianças não vacinadas.
Vacina na marra
Uma das piores coisas que pais podem fazer a seus filhos é privá-los de vacinas.
Ainda assim, devo dizer que fiquei chocado com o artigo de uma promotora do
Ministério Público, no qual ela defende não só multa para genitores que deixem de
imunizar seus rebentos, mas também a busca e apreensão das crianças para
vaciná-las.
Imagino até que a adoção de medidas extremas como propõe a promotora possa
fazer sentido em determinados contextos, como o de uma epidemia fatal que
avança rapidamente e pais que, induzidos por vilões internacionais, se recusam a
imunizar seus filhos.
Seja como for, tenho a convicção de que, se a fórmula mais draconiana propugnada
por ela fosse adotada, acabaríamos produzindo mais mal do que bem.
O ponto central é que o sistema de saúde precisa ser visto pelo cidadão como um
aliado e não como um adversário. Se a percepção que as pessoas têm do posto de
saúde for a de que ele é uma entidade que pode colocar a polícia atrás de famílias
para subtrair-lhes os filhos, elas terão bons motivos para nunca mais pôr os pés
numa unidade.
A ideia de que o sistema de saúde precisa ser protegido de ações que possam
minar a confiança que o público lhe deposita não é estranha ao mundo do direito.
Não é por outra razão que a legislação penal e códigos de ética proíbem o
profissional de saúde de divulgar segredos de pacientes e até de denunciar crimes
que tenham cometido.
c) a decisão pela vacinação dos filhos cabe aos pais, considerando pesquisas
internacionais contrárias à imunização de crianças.
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no meio ambiente – a depender
do tipo de tecido, a tarefa doméstica contribuiria para a contaminação dos oceanos,
apontam estudos.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o que pode ser uma boa
desculpa para quem sempre odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande
impacto positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de um projeto de
conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que comprar menos roupas sintéticas
também ajuda. Preferir tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações para os fabricantes
poderia ajudar, forçando as empresas a colocar mais recursos na busca por
soluções.
b) ao descarte de roupas que precisam ser higienizadas, para que as fibras dos
tecidos não sejam depositadas nos rios.
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no meio ambiente – a depender
do tipo de tecido, a tarefa doméstica contribuiria para a contaminação dos oceanos,
apontam estudos.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o que pode ser uma boa
desculpa para quem sempre odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande
impacto positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de um projeto de
conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que comprar menos roupas sintéticas
também ajuda. Preferir tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações para os fabricantes
poderia ajudar, forçando as empresas a colocar mais recursos na busca por
soluções.
c) é causada pelo consumo excessivo de roupas produzidas com lã, algodão, seda
e caxemira.
d) pode ser evitada com o uso de máquinas de lavar na temperatura normal para a
lavagem de roupas de diferentes tecidos.
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por
computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, ―reiniciações‖
lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e
desligar este ou aquele botão da torre, ―usar o aplicativo‖ ou ficar de quatro,
meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e
plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e
outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava:
português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um
único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras
de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra
seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais
nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa
―presencial‖. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo
enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz
quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de
teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
O autor do texto usa como argumento para justificar sua dificuldade em aderir à
tecnologia
d) a sua preferência pela área de humanas e a sua dificuldade com a área das
exatas durante toda a sua vida escolar.
A legião on-line
É um transtorno cada vez mais comum. Todo mundo conhece alguém que está
sempre conectado; acorda e já olha o celular, o qual dormiu ao lado dele na cama;
checa os aplicativos de cinco em cinco minutos; quando não está on-line, sente
ansiedade, mau humor, angústia, tristeza. Os viciados em smartphones são uma
legião.
E conclui: ―A internet tem mostrado, cada vez mais claramente, para que nasceu,
e, com vistas a esse objetivo, será controlada por comerciantes e estadistas‖. Isso
nos leva, naturalmente, a pensar na relação das redes sociais com a empresa de
dados políticos ligada à campanha presidencial de Donald Trump. Ou, em outro
caso, sendo obrigadas a excluir contas por suspeita de fraude.
A legião on-line
É um transtorno cada vez mais comum. Todo mundo conhece alguém que está
sempre conectado; acorda e já olha o celular, o qual dormiu ao lado dele na cama;
checa os aplicativos de cinco em cinco minutos; quando não está on-line, sente
ansiedade, mau humor, angústia, tristeza. Os viciados em smartphones são uma
legião.
E conclui: ―A internet tem mostrado, cada vez mais claramente, para que nasceu,
e, com vistas a esse objetivo, será controlada por comerciantes e estadistas‖. Isso
nos leva, naturalmente, a pensar na relação das redes sociais com a empresa de
dados políticos ligada à campanha presidencial de Donald Trump. Ou, em outro
caso, sendo obrigadas a excluir contas por suspeita de fraude.
Esse cenário de disseminação de informações questionáveis – com o fim de
manipular condutas –, mas que em geral têm aceitação, aprofunda mais ainda a
abjeção diagnosticada por Levrero.
a) a queda nos preços dos computadores daria aos mais pobres acesso à
tecnologia necessária para livrá-los da vulnerabilidade ante interesses escusos.
(Bill Watterson. Existem tesouros em todo lugar: as aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo,
Conrad Editora do Brasil, 2013)
É correto concluir, da leitura da tira, que a resposta do pai a respeito do
computador
Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que ―gostava de ler‖ e comprava ―muitos
livros‖. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que
―gostava de todas‖, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah,
sim? Comentei que também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a
usar apenas o serviço de aplicativos. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a
informação. Virou-se para mim e disse: ―Entendi. O senhor tem razão‖.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas
ou despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso
muito bem entendê-las porque também não tenho o menor interesse por
automóveis, pela alta cozinha ou pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho
que qualquer prato melhora com um ovo frito por cima e, quando me mostram
alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e mando a imagem para
o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão
fascinante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma
personalidade. São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de
fotos, de autoajuda, infantis, o que você quiser. O que se despendeu de esforço
intelectual para produzi-los e em tal variedade é impossível de quantificar. Cada
livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que cada autor
conseguiu dar.
Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de
algum tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para
congraçar. Aliás, quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber
quem somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
e) a leitura realizada em outros ambientes que não seja o de uma livraria acaba
resultando numa compreensão medíocre do conteúdo da obra.
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
O título do texto refere-se ao imperador romano Nero, que ordenou atear fogo em
Roma, e à lira, instrumento musical que simboliza as artes. Assinale a alternativa
que, de acordo com o texto, explica o sentido expresso no título.
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
Ao afirmar que nenhum Nero foi indiciado, o autor ressalta a ideia de que
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
Para o autor, de acordo com o quinto parágrafo, não se trata de coincidência o que
acontece na Alemanha, mas de
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
Leia trecho da canção Bom Conselho, de Chico Buarque, para responder à questão
A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na
análise dos gastos com automóveis, alimentação e moradia. Aos olhos da opinião
pública americana, os jovens da geração Millennial são assassinos em série —
responsabilizados pela morte lenta do queijo processado, do cartão de crédito, do
táxi, do peru de Ação de Graças e até do divórcio. Poucos setores saíram ilesos da
matança cultural promovida pela juventude americana.
Agora surgiram argumentos em sua defesa. Um novo estudo do banco central dos
EUA (Federal Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa
por adorar aplicativos — não é tão diferente dos pais. Essa geração é apenas mais
pobre nesta mesma etapa da vida, já que muitos de seus integrantes chegaram à
idade adulta durante a crise financeira.
De acordo com o estudo do banco central dos EUA, a geração Millennial distingue-
se da anterior principalmente por
A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na
análise dos gastos com automóveis, alimentação e moradia. Aos olhos da opinião
pública americana, os jovens da geração Millennial são assassinos em série —
responsabilizados pela morte lenta do queijo processado, do cartão de crédito, do
táxi, do peru de Ação de Graças e até do divórcio. Poucos setores saíram ilesos da
matança cultural promovida pela juventude americana.
Agora surgiram argumentos em sua defesa. Um novo estudo do banco central dos
EUA (Federal Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa
por adorar aplicativos — não é tão diferente dos pais. Essa geração é apenas mais
pobre nesta mesma etapa da vida, já que muitos de seus integrantes chegaram à
idade adulta durante a crise financeira.
A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na
análise dos gastos com automóveis, alimentação e moradia. Aos olhos da opinião
pública americana, os jovens da geração Millennial são assassinos em série —
responsabilizados pela morte lenta do queijo processado, do cartão de crédito, do
táxi, do peru de Ação de Graças e até do divórcio. Poucos setores saíram ilesos da
matança cultural promovida pela juventude americana.
Agora surgiram argumentos em sua defesa. Um novo estudo do banco central dos
EUA (Federal Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa
por adorar aplicativos — não é tão diferente dos pais. Essa geração é apenas mais
pobre nesta mesma etapa da vida, já que muitos de seus integrantes chegaram à
idade adulta durante a crise financeira.
a) A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na
análise dos gastos… (1º parágrafo)
a) multiplicando números.
b) realizando multiplicação.
c) se multiplicando.
a) confusos.
b) eloquentes.
c) superficiais.
d) esclarecedores.
e) imprescindíveis.
Para Marcos Gross, autor do livro Dicas Práticas de Comunicação: Boas Ideias para
os Relacionamentos e os Negócios, são raros os profissionais com essas qualidades,
já que a capacidade de ser assertivo está sujeita a situações de poder no ambiente
corporativo. ―Como ser sincero, quando tenho medo de sofrer retaliações por dizer
o que penso?‖
Mas, pondera, engolir sapos faz mal à saúde. ―Quando um colaborador não se
permite expressar suas opiniões, desenvolve gastrite, dores na coluna, alergias,
hipertensão, estresse, entre outros problemas‖, escreve.
(Camila Pati, “As cinco regras de ouro da boa comunicação”. Exame. Em:
https://exame.abril.com.br. Adaptado)
Bartleby, o escriturário
Não é à toa que Bartleby, o escriturário (ou o escrivão ou Uma história de Wall
Street) é uma obra tão debatida e que deixa tantas pessoas confusas quando de
seu desfecho: há no livro um espaço extremamente propício a especulações e
discussões de toda a sorte, que, de certo modo, parecem conduzir todas, em maior
ou menor medida, a um beco sem saída.
Vamos aos fatos para tentar clarear a situação a respeito do misterioso desfecho de
Bartleby. O conto foi publicado na revista literária Putnam‘s Magazine, pelos idos de
1853, sendo posteriormente incorporado à coletânea de contos The piazza tales, de
1856. Seu autor, Herman Melville, é conhecido do grande público pela obra Moby
Dick.
A perturbação recai sobre o advogado, que decide mudar -se dali, visto que
Bartleby se recusa a deixar o escritório, e seu aspecto fantasmagórico está
deixando seus nervos à flor da pele.
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
a) aliciadoras e sedutoras.
b) instrutivas e resistentes.
c) prazerosas e descentralizadoras.
d) receptivas e manipuláveis.
e) inovadoras e educativas.
Texto 1
Em seu quinto livro, ―Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes
Sociais‖, recém-lançado no Brasil, o cientista da computação e precursor da
realidade virtual encoraja as pessoas cuja vida financeira não depende das redes
sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para retomarem a
―consciência de si próprias‖.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de
que a única forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado
em publicidade, o que nos levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende
um sistema em que as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line e paguem
pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a relação mais direta e honesta.
Lanier explica: ―Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te
olhando de volta. Na internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você
do que oferecida. Ferramentas em qualquer site captam como seu corpo se mexe,
onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O que você vê é a menor parte do
que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar sua experiência
on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é
severa.‖
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas
redes sociais:
1. Você está perdendo seu livre-arbítrio
2. Largar as redes sociais é a maneira mais certeira de resistir à insanidade dos
nossos tempos
3. As redes sociais estão tornando você um babaca
4. As redes sociais minam a verdade
5. As redes sociais transformam o que você diz em algo sem sentido
6. As redes sociais destroem sua capacidade de empatia
7. As redes sociais deixam você infeliz
8. As redes sociais não querem que você tenha dignidade econômica
9. As redes sociais tornam a política impossível
10. As redes sociais odeiam sua alma
(Folha de S. Paulo, 20.10.2019, Adaptado)
Texto 2
Malfadada tecnologia
a) 1 defende as redes, porque elas permitem que o usuário pague pelos serviços.
O futuro do trabalho
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas,
teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades
que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas
complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
O futuro do trabalho
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas,
teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades
que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas
complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
O Marajá
A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a
visita de alguém ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar,
uma ponta de poeira em seus móveis ou uma mancha em seus vidros e cristais.
Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma toalha no
quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta,
percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do
pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que
jornal sujava os dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona
Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do seu hábito de limpar a orelha
com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por
limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta.
Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona
Morgadinha chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse
fazia questão de desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos
longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver
a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava
deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz de se
controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
Adaptado)
A expressão presente no texto que melhor sintetiza a principal característica da
personagem dona Morgadinha é:
b) Gemia baixinho...
Vizinhos
Fabrício ainda se sentia irritado com a cara de pau da vizinha e ficou desconfiado
com o destino do empréstimo. Não quis se meter no assunto, embora considerasse
que Beatriz tinha sido ingênua ao emprestar o abajur. Logo mais estariam pedindo
o sofá, as cortinas, a máquina de lavar, as cadeiras, o fogão, a geladeira... Não
teria fim a ciranda de favores.
Entretanto, no dia seguinte a vizinha voltou com o abajur e mais um vaso com
flores muito perfumadas para retribuir a gentileza de Beatriz. Quando Fabrício
olhou para as flores no centro da mesa, sentiu o perfume em seu rosto.
Arrependeu-se de pensar e desejar o pior, pensando no quanto a confiança é
perfumada.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
Vizinhos
Fabrício ainda se sentia irritado com a cara de pau da vizinha e ficou desconfiado
com o destino do empréstimo. Não quis se meter no assunto, embora considerasse
que Beatriz tinha sido ingênua ao emprestar o abajur. Logo mais estariam pedindo
o sofá, as cortinas, a máquina de lavar, as cadeiras, o fogão, a geladeira... Não
teria fim a ciranda de favores.
Entretanto, no dia seguinte a vizinha voltou com o abajur e mais um vaso com
flores muito perfumadas para retribuir a gentileza de Beatriz. Quando Fabrício
olhou para as flores no centro da mesa, sentiu o perfume em seu rosto.
Arrependeu-se de pensar e desejar o pior, pensando no quanto a confiança é
perfumada.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
Vizinhos
Fabrício ainda se sentia irritado com a cara de pau da vizinha e ficou desconfiado
com o destino do empréstimo. Não quis se meter no assunto, embora considerasse
que Beatriz tinha sido ingênua ao emprestar o abajur. Logo mais estariam pedindo
o sofá, as cortinas, a máquina de lavar, as cadeiras, o fogão, a geladeira... Não
teria fim a ciranda de favores.
Entretanto, no dia seguinte a vizinha voltou com o abajur e mais um vaso com
flores muito perfumadas para retribuir a gentileza de Beatriz. Quando Fabrício
olhou para as flores no centro da mesa, sentiu o perfume em seu rosto.
Arrependeu-se de pensar e desejar o pior, pensando no quanto a confiança é
perfumada.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
O fato de Dona Lúcia retribuir um favor com flores mostrou a Fabrício que os seres
humanos
Vizinhos
Fabrício ainda se sentia irritado com a cara de pau da vizinha e ficou desconfiado
com o destino do empréstimo. Não quis se meter no assunto, embora considerasse
que Beatriz tinha sido ingênua ao emprestar o abajur. Logo mais estariam pedindo
o sofá, as cortinas, a máquina de lavar, as cadeiras, o fogão, a geladeira... Não
teria fim a ciranda de favores.
Entretanto, no dia seguinte a vizinha voltou com o abajur e mais um vaso com
flores muito perfumadas para retribuir a gentileza de Beatriz. Quando Fabrício
olhou para as flores no centro da mesa, sentiu o perfume em seu rosto.
Arrependeu-se de pensar e desejar o pior, pensando no quanto a confiança é
perfumada.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
A leitura do último parágrafo permite afirmar que Fabrício
(Mauricio de Sousa. Os Sousa: Uma família do barulho. Porto Alegre: L&PM, 2018)
a) antipatia.
b) raiva.
c) receio.
d) aspereza.
e) simpatia.
921) Concurso: Ag/Pref Itapevi/2019 Banca: VUNESP
(Mauricio de Sousa. Os Sousa: Uma família do barulho. Porto Alegre: L&PM, 2018)
Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua.
Termômetros digitais mostram uma temperatura que o corpo da gente não
registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando,
tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar
ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando
estimular seu buldogue francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei
o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio
palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava
oferecer ao animal e que, naquele momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o
no colo e corresse com ele para casa. O risco de intermação é grande, sobretudo
para raças de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz
ela me prometer que nunca mais sairia com ele àquela hora no verão. ―Eu sei, ele
fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo acordar cedo
para sair com ele‖, confessou-me ela.
a) seres humanos e outros animais estão sujeitos aos mesmos riscos quando
expostos às altas temperaturas do verão.
d) cães possuem maior sensibilidade ao calor, já que a sensação térmica para eles
é sempre maior do que para seres humanos.
e) a dona do animal parou sob uma árvore para descansar, assim como a autora
do texto, que tentava poupar suas energias para chegar ao seu destino.
Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua.
Termômetros digitais mostram uma temperatura que o corpo da gente não
registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando,
tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar
ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando
estimular seu buldogue francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei
o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio
palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava
oferecer ao animal e que, naquele momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o
no colo e corresse com ele para casa. O risco de intermação é grande, sobretudo
para raças de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz
ela me prometer que nunca mais sairia com ele àquela hora no verão. ―Eu sei, ele
fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo acordar cedo
para sair com ele‖, confessou-me ela.
a) entendia ser melhor não sair de casa com o animal no calor, mas saiu mesmo
assim porque não queria deixar o cachorro sozinho em casa.
b) saía de casa com seu animal, de uma forma ou outra, ainda que isso se desse
em horários não adequados para o cachorro.
c) tinha consciência dos riscos a que estava exposta, mas preferia aquele horário
por entender que era o melhor para o cachorro.
d) preferia não levar o animal para passear em dias quentes, já que, para ela, era
mais importante preservar a saúde do cachorro.
e) não conseguia acordar mais cedo e, por essa razão, estava sempre atrasada
para seus compromissos, o que fazia com que ela dedicasse pouco tempo ao
cachorro.
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por
computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, ―reiniciações‖
lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e
desligar este ou aquele botão da torre, ―usar o aplicativo‖ ou ficar de quatro,
meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e
plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e
outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava:
português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um
único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras
de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra
seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais
nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa
―presencial‖. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo
enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz
quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de
teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
b) traz ameaças a uma grande massa da sociedade, fazendo com que pessoas se
sintam hostilizadas por não saberem utilizar dispositivos tecnológicos.
O crescimento dos robôs colaborativos é a parte mais visível de uma transição que
vem ocorrendo no mercado de trabalho no mundo todo. A mecanização das linhas
de montagem e a automação de tarefas antes feitas por humanos vêm se
acelerando nas empresas. A cada ano, mais 240 000 robôs industriais são vendidos
no mundo e esse número tem crescido a uma taxa média de 16% ao ano desde
2010, puxado principalmente pela China. Atividades rotineiras nas fábricas, como
instalar uma peça, hoje podem ser feitas usando máquinas como os braços
robóticos de baixo custo. Com o advento de novas tecnologias, como a inteligência
artificial, os carros autônomos e a análise de grandes volumes de d ados (o
chamado big data), a expectativa é que as máquinas e os computadores passem a
substituir outras tarefas que hoje só podem ser realizadas por pessoas. Já existem
algoritmos que fazem a seleção de candidatos a vagas de emprego no
recrutamento de empresas e também carrinhos autônomos que transportam
produtos dentro de uma central de distribuição. Muito mais está por vir.
(Exame, 02.08.2017)
c) a redução das profissões nos Estados Unidos após o advento das novas
tecnologias.
O crescimento dos robôs colaborativos é a parte mais visível de uma transição que
vem ocorrendo no mercado de trabalho no mundo todo. A mecanização das linhas
de montagem e a automação de tarefas antes feitas por humanos vêm se
acelerando nas empresas. A cada ano, mais 240 000 robôs industriais são vendidos
no mundo e esse número tem crescido a uma taxa média de 16% ao ano desde
2010, puxado principalmente pela China. Atividades rotineiras nas fábricas, como
instalar uma peça, hoje podem ser feitas usando máquinas como os braços
robóticos de baixo custo. Com o advento de novas tecnologias, como a inteligência
artificial, os carros autônomos e a análise de grandes volumes de d ados (o
chamado big data), a expectativa é que as máquinas e os computadores passem a
substituir outras tarefas que hoje só podem ser realizadas por pessoas. Já existem
algoritmos que fazem a seleção de candidatos a vagas de emprego no
recrutamento de empresas e também carrinhos autônomos que transportam
produtos dentro de uma central de distribuição. Muito mais está por vir.
(Exame, 02.08.2017)
Leia a tira.
Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte
comentário: ―É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau,
o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever‖.
Por quê? Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do
leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: ―Saber escrever é
uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…‖
Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda
pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.
Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos
falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais
delegado à inteligência artificial.
Meses atrás, quando falei aqui do livro de Zinsser, um leitor deixou o seguinte
comentário: ―É de uma pretensão sem tamanho, a vaidade elevada ao maior grau,
o sujeito se meter a querer ensinar os outros a escrever‖.
Por quê? Porque é especial demais, elevada demais, dizem alguns. É o caso do
leitor citado, que completou seu comentário com esta pérola: ―Saber escrever é
uma questão de talento, quem não tem, não vai nunca aprender…‖
Há os que chegam à mesma conclusão pelo lado oposto, a ilusão de que toda
pessoa alfabetizada domina a escrita, e o resto é joguinho de poder espúrio.
Talento literário é raro mesmo, mas não se trata disso. Também não estamos
falando só de correção gramatical e ortográfica, aspecto que será cada vez mais
delegado à inteligência artificial.
a) adulto.
b) aplicado.
c) culpado.
d) obediente.
e) prudente.
Por que algumas pessoas nascem com a supermemória? As pesquisas ainda estão
em andamento, já que existem poucos indivíduos com a síndrome no mundo, e a
área ainda é relativamente nova. Mas alguns estudos indicam que o lobo temporal
(que ajuda no processamento de memória.) é maior nos cérebros das pessoas com
HSAM.
a) ... pode ser fácil pensar que a descrição de Sharrock seja um sonho nostálgico
em vez de uma memória real.
Ei, você aí. Se fosse possível apagar da sua memória o que lhe causa dor, você
apagaria? Seria perfeito, pois manteríamos tudo de bom e esqueceríamos
completamente o ruim. Mas não, não seria perfeito. E sabe por quê? Porque
precisamos das perdas para valorizar os ganhos, o bom precisa do ruim para ser
compreendido e vice-versa. Simples assim. Só que geralmente nos agarramos às
derrotas e não enxergamos as conquistas. Escondemos as recordações bonitas lá
no fundo da gaveta, enquanto carregamos as mágoas agarradas pela mão, para
cima e para baixo.
É possível, sim, seguir adiante sem tanta culpa pelo erro e sem o medo de falhar
novamente, a partir do momento em que entendemos que as quedas são
necessárias para que nos tornemos pessoas mais completas, aptas a resolver
problemas e encontrar saídas. Então, passamos a enxergar a dor como um mal
necessário. Inclusive, é ela que, muitas vezes, nos tira da inércia e nos impulsiona
a reagir.
Usemos as decepções a nosso favor para que nos tornemos grandiosos diante da
vida, aptos a receber o que nos mandam e transformar tudo o que vier em
aprendizado. É impossível esquecer as tristezas, mas que elas não sejam
lembradas a todo instante.
Ei, você aí. Se fosse possível apagar da sua memória o que lhe causa dor, você
apagaria? Seria perfeito, pois manteríamos tudo de bom e esqueceríamos
completamente o ruim. Mas não, não seria perfeito. E sabe por quê? Porque
precisamos das perdas para valorizar os ganhos, o bom precisa do ruim para ser
compreendido e vice-versa. Simples assim. Só que geralmente nos agarramos às
derrotas e não enxergamos as conquistas. Escondemos as recordações bonitas lá
no fundo da gaveta, enquanto carregamos as mágoas agarradas pela mão, para
cima e para baixo.
É possível, sim, seguir adiante sem tanta culpa pelo erro e sem o medo de falhar
novamente, a partir do momento em que entendemos que as quedas são
necessárias para que nos tornemos pessoas mais completas, aptas a resolver
problemas e encontrar saídas. Então, passamos a enxergar a dor como um mal
necessário. Inclusive, é ela que, muitas vezes, nos tira da inércia e nos impulsiona
a reagir.
Usemos as decepções a nosso favor para que nos tornemos grandiosos diante da
vida, aptos a receber o que nos mandam e transformar tudo o que vier em
aprendizado. É impossível esquecer as tristezas, mas que elas não sejam
lembradas a todo instante.
Ei, você aí. Se fosse possível apagar da sua memória o que lhe causa dor, você
apagaria? Seria perfeito, pois manteríamos tudo de bom e esqueceríamos
completamente o ruim. Mas não, não seria perfeito. E sabe por quê? Porque
precisamos das perdas para valorizar os ganhos, o bom precisa do ruim para ser
compreendido e vice-versa. Simples assim. Só que geralmente nos agarramos às
derrotas e não enxergamos as conquistas. Escondemos as recordações bonitas lá
no fundo da gaveta, enquanto carregamos as mágoas agarradas pela mão, para
cima e para baixo.
É possível, sim, seguir adiante sem tanta culpa pelo erro e sem o medo de falhar
novamente, a partir do momento em que entendemos que as quedas são
necessárias para que nos tornemos pessoas mais completas, aptas a resolver
problemas e encontrar saídas. Então, passamos a enxergar a dor como um mal
necessário. Inclusive, é ela que, muitas vezes, nos tira da inércia e nos impulsiona
a reagir.
Usemos as decepções a nosso favor para que nos tornemos grandiosos diante da
vida, aptos a receber o que nos mandam e transformar tudo o que vier em
aprendizado. É impossível esquecer as tristezas, mas que elas não sejam
lembradas a todo instante.
Ei, você aí. Se fosse possível apagar da sua memória o que lhe causa dor, você
apagaria? Seria perfeito, pois manteríamos tudo de bom e esqueceríamos
completamente o ruim. Mas não, não seria perfeito. E sabe por quê? Porque
precisamos das perdas para valorizar os ganhos, o bom precisa do ruim para ser
compreendido e vice-versa. Simples assim. Só que geralmente nos agarramos às
derrotas e não enxergamos as conquistas. Escondemos as recordações bonitas lá
no fundo da gaveta, enquanto carregamos as mágoas agarradas pela mão, para
cima e para baixo.
É possível, sim, seguir adiante sem tanta culpa pelo erro e sem o medo de falhar
novamente, a partir do momento em que entendemos que as quedas são
necessárias para que nos tornemos pessoas mais completas, aptas a resolver
problemas e encontrar saídas. Então, passamos a enxergar a dor como um mal
necessário. Inclusive, é ela que, muitas vezes, nos tira da inércia e nos impulsiona
a reagir.
Usemos as decepções a nosso favor para que nos tornemos grandiosos diante da
vida, aptos a receber o que nos mandam e transformar tudo o que vier em
aprendizado. É impossível esquecer as tristezas, mas que elas não sejam
lembradas a todo instante.
• Se fosse possível apagar da sua memória o que lhe causa dor, você apagaria?
• Usemos as decepções a nosso favor para que nos tornemos grandiosos diante da
vida…
a) recomendação e lembrança.
b) dúvida e lembrança.
c) dúvida e hipótese.
d) hipótese e recomendação.
e) hipótese e dúvida.
938) Concurso: Esc/TJ SP/2018 Banca: VUNESP
O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Bia Corrêa do Lago,
conta que a decisão de imprimir um português erudito à trama foi tomada por ele e
apoiada pelo diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma diversos
cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário. ―Muitas
vezes é preciso recorrer às gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador.
Aos poucos, a escrita foi ficando mais fácil‖, afirma Nogueira, que também diz se
inspirar em grandes escritores da literatura brasileira e portuguesa, como Machado
de Assis e Eça de Queiroz.
c) harmonizam-se com a linguagem dos dias atuais porque deixam de lado os usos
corretos e formais.
d) divergem dos usos linguísticos atuais, caracterizados pela adoção de formas
mais coloquiais.
O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Bia Corrêa do Lago,
conta que a decisão de imprimir um português erudito à trama foi tomada por ele e
apoiada pelo diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma diversos
cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário. ―Muitas
vezes é preciso recorrer às gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador.
Aos poucos, a escrita foi ficando mais fácil‖, afirma Nogueira, que também diz se
inspirar em grandes escritores da literatura brasileira e portuguesa, como Machado
de Assis e Eça de Queiroz.
– Ó universo, eu sou-te,
A linguagem fez-se para que nos sirvamos dela, não para que a sirvamos a ela.
d) o estilo dos escritores rompe com a tradição da linguagem, o que implica que
eles, cada vez mais, estão submissos a ela.
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Observe as passagens do texto:
b) o narrador sente que está em dívida com os professores, por tudo o que
aprendeu; o narrador acredita que o papel da gramática no cotidiano é
incompreendido.
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Quando o autor diz que a vida é pontuação e associa a infância à exclamação, seu
objetivo é mostrar que
a) as crianças normalmente descobrem o mundo sem reagir aos acontecimentos
que marcam essa etapa de seu desenvolvimento.
b) o pleno encantamento marca esse período da vida, e as emoções tendem a
mostrar-se com mais intensidade e espontaneidade.
c) os adultos têm dificuldade para atender o encantamento das crianças pelas suas
descobertas com o mundo que as circunda.
d) os adultos tendem a ficar incomodados com a forma como as crianças vão
descobrindo os segredos do mundo.
e) a percepção exagerada das crianças não tem como se justificar na relação que
elas estabelecem com os adultos e o mundo.
944) Concurso: Esc/TJ SP/2018 Banca: VUNESP
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
O que Oscar Wilde afirma acerca de George Moore – escreveu excelente inglês, até
que descobriu a gramática – significa que
c) a gramática agiu, na obra de George Moore, para acentuar sua tendência a uma
escrita de alta qualidade técnica.
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
b) Claro, quem não chora não mama! / Olha como o vovô está quietinho, mamãe!
e) Me dá! É meu! / Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
946) Concurso: Esc/TJ SP/2018 Banca: VUNESP
Ei-lo agora, adolescente recluso em seu quarto, diante de um livro que não lê.
Todos os seus desejos de estar longe erguem, entre ele e as páginas abertas, uma
tela esverdeada que perturba as linhas. Ele está sentado diante da janela, a porta
fechada às costas. Página 48. Ele não tem coragem de contar as horas passadas
para chegar à essa quadragésima oitava página. O livro tem exatamente
quatrocentas e quarenta e seis. Pode-se dizer 500 páginas! Se ao menos tivesse
uns diálogos, vai. Mas não! Páginas completamente cheias de linhas apertadas
entre margens minúsculas, negros parágrafos comprimidos uns sobre os outros e,
aqui e acolá, a caridade de um diálogo – um travessão, como um oásis, que indica
que um personagem fala à outro personagem. Mas o outro não responde. E segue-
se um bloco de doze páginas! Doze páginas de tinta preta! Falta de ar! Ufa, que
falta de ar! Ele xinga. Muitas desculpas, mas ele xinga. Página quarenta e oito... Se
ao menos conseguisse lembrar do conteúdo dessas primeiras quarenta e oito
páginas!
c) o livro cativa o adolescente, ansioso por terminar logo a leitura das quase 500
páginas.
Estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no
Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número
de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014,
para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com
outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem
melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida.
Por isso, o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país.
Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a
primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente
ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em
democracias capitalistas. Para piorar, descobrimos recentemente que
subestimávamos o problema.
(Época, 13.11.2017)
c) comparar a situação de pobreza atual com a de 22 anos atrás, que gerava muita
desigualdade.
d) denunciar a desigualdade social no Brasil, que é a menor entre as chamadas
democracias capitalistas.
Estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no
Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número
de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014,
para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com
outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem
melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida.
Por isso, o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país.
Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a
primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente
ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em
democracias capitalistas. Para piorar, descobrimos recentemente que
subestimávamos o problema.
(Época, 13.11.2017)
Com base nos dados estatísticos apresentados no texto, é correto afirmar que
houve
c) diminuição dos mais ricos e também aumento dos mais pobres nos últimos 22
anos na sociedade brasileira.
Estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no
Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número
de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014,
para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com
outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem
melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida.
Por isso, o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país.
Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a
primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente
ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em
democracias capitalistas. Para piorar, descobrimos recentemente que
subestimávamos o problema.
(Época, 13.11.2017)
a) os pobres acabam tendo mais vantagem que os ricos, que perdem seus
investimentos.
b) pobres e ricos são prejudicados da mesma forma, o que deixa o país mais
vulnerável.
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
a) à ansiedade que ele sente todos os dias ao sair de casa para tomar café.
c) aos fatos da vida diária vivenciados pelo autor, que são considerados
assustadores.
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
e) O pai (...) aborda o garçom (...) e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a
redoma. (4º parágrafo)
956) Concurso: Ag Prev/PAULIPREV/2018 Banca: VUNESP
a) Newton deixou a faculdade com suspeita de ter contraído a Peste Negra, que já
matara um décimo dos estudantes.
d) a ciência moderna teve início com uma lei formulada por Isaac Newton a partir
de um palpite ousado.
a) certamente inventados.
b) ocorridos em concomitância.
Sentado no coletivo, observo a roupa que cada um está usando e fico imaginando
como escolheu aquele modelito pra sair de casa.
Tem de tudo. Gente bem vestida, gente de qualquer jeito, bom gosto, mau gosto,
roupa limpa, roupa suja.
Toda vez que penso nisso, lembro-me do poeta Paulo Leminski, com quem
trabalhei no final dos anos 1980. Leminski era o que chamamos de ―figuraça‖.
Fazíamos o Jornal de Vanguarda juntos na TV Bandeirantes.
Lema, como o chamávamos, ia trabalhar de qualquer jeito. Uma calça Lee surrada,
sem cinto, caindo, camiseta branca encardida e muitas vezes aparecia na redação
de chinelo franciscano.
Um dia, foi surpreendido no corredor da Band pelo comentarista de economia Celso
Ming.
– Paulo Leminski, você percebeu que está usando uma meia de cada cor?
Lema levantou ligeiramente sua calça Lee e constatou que Ming – que ele chamava
de Dinastia Ming – estava certo. Não pensou duas vezes e respondeu na lata.
– Dinastia Ming, eu estou me lixando! Acordo, me visto no escuro e só vejo como
estou quando chego na rua.
(Alberto Villas. Vou assim mesmo!. 07.12.2017. www.cartacapital.com.br. Adaptado)
c) descreve o modo como se veste ao sair de casa para, em seguida, comparar seu
estilo com o do poeta Paulo Leminski, no tempo em que trabalharam na TV
Bandeirantes.
d) observa que os trajes dos usuários do coletivo são muito semelhantes para, em
seguida, defender que é a profissão que determina a maneira como cada um se
veste.
Sentado no coletivo, observo a roupa que cada um está usando e fico imaginando
como escolheu aquele modelito pra sair de casa.
Tem de tudo. Gente bem vestida, gente de qualquer jeito, bom gosto, mau gosto,
roupa limpa, roupa suja.
Toda vez que penso nisso, lembro-me do poeta Paulo Leminski, com quem
trabalhei no final dos anos 1980. Leminski era o que chamamos de ―figuraça‖.
Fazíamos o Jornal de Vanguarda juntos na TV Bandeirantes.
Lema, como o chamávamos, ia trabalhar de qualquer jeito. Uma calça Lee surrada,
sem cinto, caindo, camiseta branca encardida e muitas vezes aparecia na redação
de chinelo franciscano.
– Paulo Leminski, você percebeu que está usando uma meia de cada cor?
Lema levantou ligeiramente sua calça Lee e constatou que Ming – que ele chamava
de Dinastia Ming – estava certo. Não pensou duas vezes e respondeu na lata.
a) tímido.
b) convencional.
c) cerimonioso.
d) excêntrico.
e) metódico.
960) Concurso: Tec Leg/CM SJC/2018 Banca: VUNESP
Teria eu meus seis, meus sete anos. Perto da gente, morava o ―casal feliz‖. Ponho
as aspas porque o fato merece. Vamos que eu pergunte, ao leitor, de supetão: –
―Você conhece muitos ‗casais felizes‘?‖ Aí está uma pergunta trágica. Muitos
afirmam: – ―A coabitação impede a felicidade‖ etc. etc. Não serei tão radical. Nem
podemos exigir que marido e mulher morem um no Leblon e outro para lá da praça
Saenz Peña. Seja como for, uma coisa parece certa: – o ―casal feliz‖ constitui uma
raridade.
Estavam casados há quinze anos e não havia, na história desse amor, a lembrança
de um grito, de uma impaciência, de uma indelicadeza. Até que chegou um dia de
Carnaval e, justamente, a terça-feira gorda. O marido saiu para visitar uma tia
doente, não sei onde. A mulher veio trazê-lo até o portão. Beijaram-se como se ele
estivesse partindo para a guerra. E, no penúltimo beijo, diz a santa senhora: –
―Meu filho, vem cedo, que eu quero ver os blocos‖. Ele fez que sim. E ainda se
beijaram diante da vizinhança invejosa e frustrada. Depois, ela esperou que ele
dobrasse a esquina.
E as horas foram passando. A partir das seis da tarde ficou a esposa no portão.
Sete, oito, nove da noite. Os relógios não paravam. Dez da noite, onze. E, por fim,
o marido chegou. Onze.
Pois bem, contei o episódio para mostrar como o ―irrelevante‖ influi nas leis do
amor e do ódio. Por causa de uma mísera terça-feira gorda, ruía por terra toda uma
pirâmide de afinidades laboriosamente acumuladas. No dia seguinte, separaram-se
para sempre.
a) sua confiança nas relações que se mantêm além das simples aparências
externas e atemporais.
c) que a opinião pública acerca dos relacionamentos é fator que pode comprometer
a perenidade deles.
e) que as separações são inevitáveis quando uma das partes deixa de renovar seus
votos de amor ao parceiro.
Teria eu meus seis, meus sete anos. Perto da gente, morava o ―casal feliz‖. Ponho
as aspas porque o fato merece. Vamos que eu pergunte, ao leitor, de supetão: –
―Você conhece muitos ‗casais felizes‘?‖ Aí está uma pergunta trágica. Muitos
afirmam: – ―A coabitação impede a felicidade‖ etc. etc. Não serei tão radical. Nem
podemos exigir que marido e mulher morem um no Leblon e outro para lá da praça
Saenz Peña. Seja como for, uma coisa parece certa: – o ―casal feliz‖ constitui uma
raridade.
Estavam casados há quinze anos e não havia, na história desse amor, a lembrança
de um grito, de uma impaciência, de uma indelicadeza. Até que chegou um dia de
Carnaval e, justamente, a terça-feira gorda. O marido saiu para visitar uma tia
doente, não sei onde. A mulher veio trazê-lo até o portão. Beijaram-se como se ele
estivesse partindo para a guerra. E, no penúltimo beijo, diz a santa senhora: –
―Meu filho, vem cedo, que eu quero ver os blocos‖. Ele fez que sim. E ainda se
beijaram diante da vizinhança invejosa e frustrada. Depois, ela esperou que ele
dobrasse a esquina.
E as horas foram passando. A partir das seis da tarde ficou a esposa no portão.
Sete, oito, nove da noite. Os relógios não paravam. Dez da noite, onze. E, por fim,
o marido chegou. Onze.
Pois bem, contei o episódio para mostrar como o ―irrelevante‖ influi nas leis do
amor e do ódio. Por causa de uma mísera terça-feira gorda, ruía por terra toda uma
pirâmide de afinidades laboriosamente acumuladas. No dia seguinte, separaram-se
para sempre.
a) Seja como for, uma coisa parece certa: – o ―casal feliz‖ constitui uma raridade.
Não pretendo alimentar a ideia de que as mulheres são as piores inimigas das
mulheres, mas provocar uma reflexão sobre os mecanismos que fazem com que a
lógica da dominação masculina seja reproduzida também pelas mulheres. Nessa
lógica, como argumentou Pierre Bordieu, os homens devem ser sempre superiores:
mais velhos, mais altos, mais fortes, mais poderosos, mais ricos, mais
escolarizados. Essa lógica constitui as mulheres como objetos, e tem como efeito
colocá-las em um permanente estado de insegurança e dependência. Delas se
espera que sejam submissas, contidas, discretas, apagadas, inferiores, invisíveis.
(www.sbotrj.com.br. Adaptado)
O texto estabelece uma relação entre
(www.sbotrj.com.br)
d) dirigir após usar o celular é um comportamento perigoso, que deve ser evitado.
Por que o criador do botão „curtir‟ do Facebook apagou as redes sociais do celular
A tecnologia só deve prender nossa atenção nos momentos em que nós queremos,
conscientemente, prestar atenção nela. ―Em todos os outros casos, deve ficar fora
do nosso caminho.‖
Quem afirma não é um dos críticos tradicionais das redes sociais, mas justamente o
executivo responsável pela criação do botão ‗curtir' nos primórdios do Facebook, há
mais de dez anos.
Interrogado se ele se arrepende por ter criado a fonte da distração que hoje tanto
critica, responde: ―Nenhum arrependimento. Sempre que se tenta progredir,
haverá consequências inesperadas. Você tem que ter humildade e ter muita
atenção no que acontece depois, para fazer mudanças conforme for apropriado‖.
c) faziam com que ele se distanciasse das interações na vida não virtual.
Por que o criador do botão „curtir‟ do Facebook apagou as redes sociais do celular
A tecnologia só deve prender nossa atenção nos momentos em que nós queremos,
conscientemente, prestar atenção nela. ―Em todos os outros casos, deve ficar fora
do nosso caminho.‖
Quem afirma não é um dos críticos tradicionais das redes sociais, mas justamente o
executivo responsável pela criação do botão ‗curtir' nos primórdios do Facebook, há
mais de dez anos.
Interrogado se ele se arrepende por ter criado a fonte da distração que hoje tanto
critica, responde: ―Nenhum arrependimento. Sempre que se tenta progredir,
haverá consequências inesperadas. Você tem que ter humildade e ter muita
atenção no que acontece depois, para fazer mudanças conforme for apropriado‖.
a) Consciente dos malefícios de sua criação, Rosenstein lamenta não ter feito
mudanças logo no começo.
c) Por não ver problemas em sua invenção, Rosenstein não considera ter motivos
para se sentir arrependido.
Nasci em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 1991. Em 2004, aos 13 anos de
idade, mudei com minha mãe e meus irmãos para o Vidigal, na Zona Sul da cidade.
Destaco esses lugares e essas datas para dizer que O sol na cabeça, meu primeiro
livro, publicado em março de 2018, teve início com o choque provocado por essa
mudança.
Nasci em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 1991. Em 2004, aos 13 anos de
idade, mudei com minha mãe e meus irmãos para o Vidigal, na Zona Sul da cidade.
Destaco esses lugares e essas datas para dizer que O sol na cabeça, meu primeiro
livro, publicado em março de 2018, teve início com o choque provocado por essa
mudança.
Nasci em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 1991. Em 2004, aos 13 anos de
idade, mudei com minha mãe e meus irmãos para o Vidigal, na Zona Sul da cidade.
Destaco esses lugares e essas datas para dizer que O sol na cabeça, meu primeiro
livro, publicado em março de 2018, teve início com o choque provocado por essa
mudança.
Uma das características das favelas para a qual o autor chama a atenção é a
a) precariedade do saneamento.
b) desigualdade econômica.
c) ausência de segurança.
d) diversidade cultural.
a) um indicativo de que ele seja ainda muito mais moderno do que disse.
b) um flagrante de que ele atribui a si mesmo uma qualidade que não tem.
d) uma crítica que ele faz à sua interlocutora, que vê como retrógrada.
Esses retratos, junto com muitos outros, formam uma galeria que o país não gosta
de ver. São vários Antônios, vários Franciscos, vários Josés que dão carne e osso a
um grande drama brasileiro: o trabalho em condições análogas às de escravidão.
Sim, todas essas pessoas foram escravizadas – em pleno século XXI.
―A boa notícia é que fica claro que os trabalhos para humanos terão que envolver
qualidades humanas, como criatividade‖, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs,
diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe. ―Isso soa muito legal, mas a
questão é: quantos trabalhos para pessoas criativas serão gerados?‖, questiona.
O fim de funções hoje exercidas pela população de baixa e média renda vai gerar
desemprego e pressionar para baixo o salário das que restarem, diante da massa
de pessoas buscando trabalho.
―A boa notícia é que fica claro que os trabalhos para humanos terão que envolver
qualidades humanas, como criatividade‖, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs,
diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe. ―Isso soa muito legal, mas a
questão é: quantos trabalhos para pessoas criativas serão gerados?‖, questiona.
O fim de funções hoje exercidas pela população de baixa e média renda vai gerar
desemprego e pressionar para baixo o salário das que restarem, diante da massa
de pessoas buscando trabalho.
b) ao elevado custo exigido para a automação das atividades industriais, ainda que
possam ser feitas com maior rapidez e eficiência quando automatizadas.
Esses retratos, junto com muitos outros, formam uma galeria que o país não gosta
de ver. São vários Antônios, vários Franciscos, vários Josés que dão carne e osso a
um grande drama brasileiro: o trabalho em condições análogas às de escravidão.
Sim, todas essas pessoas foram escravizadas – em pleno século XXI.
a) esperança.
b) pessimismo.
c) descaso.
d) neutralidade.
e) confiança.
―A boa notícia é que fica claro que os trabalhos para humanos terão que envolver
qualidades humanas, como criatividade‖, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs,
diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe. ―Isso soa muito legal, mas a
questão é: quantos trabalhos para pessoas criativas serão gerados?‖, questiona.
O fim de funções hoje exercidas pela população de baixa e média renda vai gerar
desemprego e pressionar para baixo o salário das que restarem, diante da massa
de pessoas buscando trabalho.
―A boa notícia é que fica claro que os trabalhos para humanos terão que envolver
qualidades humanas, como criatividade‖, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs,
diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe. ―Isso soa muito legal, mas a
questão é: quantos trabalhos para pessoas criativas serão gerados?‖, questiona.
Nessa passagem, faz-se referência a
Esses retratos, junto com muitos outros, formam uma galeria que o país não gosta
de ver. São vários Antônios, vários Franciscos, vários Josés que dão carne e osso a
um grande drama brasileiro: o trabalho em condições análogas às de escravidão.
Sim, todas essas pessoas foram escravizadas – em pleno século XXI.
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostrem um quadro deteriorado.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a
metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível
que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostrem um quadro deteriorado.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a
metodologia da Pnad e ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível
que também a exorbitante desigualdade social brasileira tenha aumentado com a
recessão.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para
desencorajar futuros conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado.
Percebendo que os soldados tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou
exortá-los:
a) o desprestígio.
b) a concorrência.
c) a efemeridade.
d) a sensibilidade.
e) a impopularidade.
O padeiro
Levanto cedo, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do
apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro
de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a ―greve do pão dormido‖ –
uma greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que
obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei
bem o quê do governo.
Está bem. E enquanto tomo meu café vou me lembrando de um homem modesto
que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele
apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes
lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada
ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando
quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ―não é ninguém, não
senhora, é o padeiro‖. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu preferi
não o deter para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos
importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal – e muitas vezes
saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda
quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante
porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu
escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo em meu nome. O jornal e o
pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi
a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; ―não é
ninguém, é o padeiro!‖
(Rubem Braga. Para gostar de ler. Vol. 1 – crônicas. São Paulo: Ática, 1979. Adaptado)
O texto traz
e) uma reflexão sobre a ideia de reconhecimento social e sua estreita relação com
o prestígio que se atribui à atividade desempenhada.
988) Concurso: Ag Tel Pol/PC SP/2018 Banca: VUNESP
O exorcismo
– Ao mau tempo, cara boa, e para a fome, viola – disse. E disse que dali para a
frente era conosco, porque a sorte não ajuda quem não a ajuda a ajudar.
―E disse que dali para a frente era conosco, porque a sorte não ajuda quem não a
ajuda a ajudar.‖
c) informar-se acriticamente.
e) abolir a tecnologia.
993) Concurso: Ag Pol/PC SP/2018 Banca: VUNESP
―Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua
vida.‖ A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados
pela concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de
vida no qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A
questão é: trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas
não substitui a capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano
regido por prazos, horários, metas.
Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam o descanso em prol
da produção desenfreada, da busca frenética por resultado, ascensão, status,
dinheiro. Algo de errado em querer tudo isso? A meu ver, não. E sim. Não, porque
é digna a recusa à estagnação. Sim, quando ela compromete momentos de
entretenimento, minando, aos poucos, a saúde física e mental de quem acha que
sombra e água fresca são luxo e não merecimento.
Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce. Momentos de pausa, porém, honram o próprio ofício. A vida se equilibra
justamente na possibilidade de converter o dinheiro advindo do esforço em
ingressos para o show da banda preferida, passeios no parque, pipoca quentinha e
viagens de barco.
a) a busca por ascensão e dinheiro não deve ser vista como dignificante, pois
compromete o lazer.
b) o ideal é que se encontre prazer no trabalho, mas o lazer não deve ser
negligenciado.
c) o lazer não pode ser substituído pelo trabalho, especialmente porque este não é
fonte de prazer.
d) o lazer deveria ser a única preocupação das pessoas e não o trabalho, como é
comum.
―Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua
vida.‖ A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados
pela concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de
vida no qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A
questão é: trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas
não substitui a capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano
regido por prazos, horários, metas.
Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam o descanso em prol
da produção desenfreada, da busca frenética por resultado, ascensão, status,
dinheiro. Algo de errado em querer tudo isso? A meu ver, não. E sim. Não, porque
é digna a recusa à estagnação. Sim, quando ela compromete momentos de
entretenimento, minando, aos poucos, a saúde física e mental de quem acha que
sombra e água fresca são luxo e não merecimento.
Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce. Momentos de pausa, porém, honram o próprio ofício. A vida se equilibra
justamente na possibilidade de converter o dinheiro advindo do esforço em
ingressos para o show da banda preferida, passeios no parque, pipoca quentinha e
viagens de barco.
Uma palavra que revela a crítica que a autora faz ao modo como as pessoas têm se
relacionado com o trabalho está destacada em:
―Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua
vida.‖ A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados
pela concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de
vida no qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A
questão é: trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas
não substitui a capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano
regido por prazos, horários, metas.
Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam o descanso em prol
da produção desenfreada, da busca frenética por resultado, ascensão, status,
dinheiro. Algo de errado em querer tudo isso? A meu ver, não. E sim. Não, porque
é digna a recusa à estagnação. Sim, quando ela compromete momentos de
entretenimento, minando, aos poucos, a saúde física e mental de quem acha que
sombra e água fresca são luxo e não merecimento.
Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce. Momentos de pausa, porém, honram o próprio ofício. A vida se equilibra
justamente na possibilidade de converter o dinheiro advindo do esforço em
ingressos para o show da banda preferida, passeios no parque, pipoca quentinha e
viagens de barco.
Mal-estar
d) falta ousadia para a construção civil empregar mais, ainda que haja muito
investimento no setor.
Mal-estar
b) reconhecem que a vida será mais fácil no futuro, já que as pessoas não
precisarão sair do conforto de suas casas.
d) têm ideias pouco precisas em relação ao tempo futuro, a ponto de o tigre dizer
que as pessoas não viverão mais.
A senhora – o que foi que tomou mesmo? Comprimidos. Não sabe que
comprimidos? Gardenal. Tomou Gardenal. Muitos? Cuidado, não pise no fio do
microfone. Dez comprimidos. E o que foi que sentiu? Uma tontura gostosa! Vejam
só, uma tontura gostosa! Não é notável? Uma tontura gostosa. E foi por causa de
quem? Olha o fio. Do marido. O marido bebia. Batia também? Batia. Voltava
bêbado e batia. Quebrava toda a louça. Agora prometeu se regenerar. E ela não vai
mais tomar Gardenal. Palmas. Olha o fio. Fica ali, à esquerda. Ali, junto com as
outras. Depois recebe o brinde. Aproveito este breve intervalo para anunciar que a
moça loira da semana passada – lembram, aquela que tomou ri-do-rato? Morreu.
Morreu ontem. A família veio aqui me avisar. Foi uma dura lição, infelizmente ela
não poderá aproveitar. Outros o farão. E a senhora? Ah, não foi a senhora, foi a
menina. Que idade tem ela? Dez. Tomou querosene? Por que a senhora bateu nela?
A senhora não bate mais, ouviu? E tu não toma mais querosene, menina. A
propósito, que tal o gosto? Ruim. Não tomou com guaraná? Ontem esteve aqui
uma que tomou com guaraná. Diz que melhorou o gosto. Não sei, nunca provei. De
qualquer modo, bem-vinda ao nosso Clube. Fica ali, junto com as outras. Cuidado
com o fio. Olha um homem! Homem é raro aqui. O que foi que houve? A mulher lhe
deixou? Miserável. Ah, não foi a mulher. Perdeu o emprego. Também não é isto.
Fala mais alto! Está desenganado. É câncer? Não sabe o que é. Quem foi que
desenganou? Os doutores às vezes se enganam. Fica ali à esquerda e aguarde o
brinde. E esta moça? Foi Flit? Tu pensas que é barata, minha filha? Vai ali para a
esquerda. Olha o fio, olha o fio. E esta senhora, tão velhinha – já me disseram que
a senhora quis se enforcar. É verdade? Com o fio do ferro elétrico, quem diria! E
dá? Mostra para nós como é que foi. Pode usar o fio do microfone.
a) à sabedoria da maturidade.
c) à brevidade da vida.
Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los
Angeles, o modelo seria o de ―autonomia privada‖. Nesses lugares, o uso de carros
continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros
autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas
em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também
pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los
Angeles, o modelo seria o de ―autonomia privada‖. Nesses lugares, o uso de carros
continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros
autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas
em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também
pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los
Angeles, o modelo seria o de ―autonomia privada‖. Nesses lugares, o uso de carros
continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros
autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas
em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também
pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
A partir das informações do texto, pode-se concluir que Cidade do México e Londres
têm em comum o fato de serem
a) pacatas.
b) conservadoras.
c) seguras.
d) populosas.
e) desenvolvidas.
Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los
Angeles, o modelo seria o de ―autonomia privada‖. Nesses lugares, o uso de carros
continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros
autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas
em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também
pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
a) racional.
b) ponderado.
c) acessível.
d) coeso.
e) revolucionário.
1006) Concurso: AgAd/Pref Registro/2018 Banca: VUNESP
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
b) a redução do peso das embalagens e dos recipientes, que gera diminuição dos
custos de industrialização.
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
c) acredita que pode mudar o mundo e construir espaços agradáveis para brincar.
e) acredita que é tarde demais para mudar as prioridades das pessoas que
habitam o mundo.
1011) Concurso: Ana Tran/Pref SBC/2018 Banca: VUNESP
Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está ―faltando
serviço‖. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de
um colega, acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de
mensagens instantâneas. Nesse cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer
prescindível. Contudo, e se, em vez de sinalizar ociosidade, rir com os colegas for
algo que favoreça a colaboração da equipe e estimule a inovação? Depois de anos
sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando a chegar a essa
conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo
neurocientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland,
em Baltimore, nos Estados Unidos.
Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está ―faltando
serviço‖. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de
um colega, acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de
mensagens instantâneas. Nesse cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer
prescindível. Contudo, e se, em vez de sinalizar ociosidade, rir com os colegas for
algo que favoreça a colaboração da equipe e estimule a inovação? Depois de anos
sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando a chegar a essa
conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo
neurocientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland,
em Baltimore, nos Estados Unidos.
Leia a charge.
e) aos desastres naturais que limitam o futuro das crianças nos esportes individuais
nos bairros mais distantes da cidade.
A grama do vizinho
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista. As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio
apartamento.
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa
biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras
fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a
vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão
mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir
uma vida sensacional com uma vida sensacionalista. As melhores festas acontecem
dentro do nosso próprio apartamento.
(Martha Medeiros,www.refletirpararefletir.com.br/cronicas -de-martha-medeiros/ Adaptado.
Acessado em 09.08.2018)
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
Com relação à frase – ... a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma.
–, é correto afirmar que, de acordo com o contexto,
acontece hoje. Após o condutor completar 55 anos, a periodicidade dos exames cai
para dois anos e meio. A partir dos 70 anos, passam a ser feitos anualmente.
O especialista diz que seria importante utilizar tecnologia de leitura facial, a mesma
já disponível em alguns celulares. Com isso, não haveria a necessidade de
apresentar o documento em uma blitz, por exemplo.
O cronograma publicado pelo Contran prevê que as novas carteiras sejam emitidas
a partir de janeiro, mas são esperados atrasos.
c) trazem o inconveniente de que todo o processo para obtenção precise ser refeito
anualmente, a fim de se evitarem fraudes.
O especialista diz que seria importante utilizar tecnologia de leitura facial, a mesma
já disponível em alguns celulares. Com isso, não haveria a necessidade de
apresentar o documento em uma blitz, por exemplo.
O cronograma publicado pelo Contran prevê que as novas carteiras sejam emitidas
a partir de janeiro, mas são esperados atrasos.
acontece hoje. Após o condutor completar 55 anos, a periodicidade dos exames cai
para dois anos e meio. A partir dos 70 anos, passam a ser feitos anualmente.
O especialista diz que seria importante utilizar tecnologia de leitura facial, a mesma
já disponível em alguns celulares. Com isso, não haveria a necessidade de
apresentar o documento em uma blitz, por exemplo.
O cronograma publicado pelo Contran prevê que as novas carteiras sejam emitidas
a partir de janeiro, mas são esperados atrasos.
c) obrigatoriedade de que a foto para o novo modelo do documento seja tirada nas
instalações do Detran.
O movimento teve início em maio, quando a Europa começou a aplicar sua nova lei
(GDPR, na sigla em inglês) que permite que as pessoas solicitem seus dados e
restringe a forma como as empresas obtêm e lidam com informações.
a) a mudança adotada para atender a China estimule este país a exigir mudanças
semelhantes de outras empresas de tecnologia.
c) o abandono dos princípios com base nos quais a empresa surgiu poderia
direcionar o uso da sua tecnologia para fins cada vez mais censuráveis.
Leia a charge.
a) a ideia de civilidade entre os amigos, que não pode ser atingida nem com o ―oi‖
nem com o ―tchau‖, expressões grosseiras de comunicação.
Muito antes de haver história, já havia seres humanos. Animais bastante similares
aos humanos modernos surgiram por volta de 2,5 milhões de anos atrás. Mas, por
incontáveis gerações, eles não se destacaram da miríade de outros organismos com
os quais partilhavam seu habitat.
Em um passeio pela África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito
bem observar certas características humanas familiares: mães ansiosas acariciando
seus bebês e bandos de crianças despreocupadas brincando na lama; jovens
temperamentais rebelando-se contra as regras da sociedade e idosos cansados que
só queriam ficar em paz; machos orgulhosos tentando impressionar as beldades
locais e velhas matriarcas sábias que já tinham visto de tudo. Esses humanos
arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e competiam por
status e poder – mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também. Não
havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha
qualquer suspeita de que seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o
átomo, mapeariam o código genético e escreveriam livros de história. A coisa mais
importante a saber acerca dos humanos pré-históricos é que eles eram animais
insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente não era maior que o de gorilas,
vaga-lumes ou águas-vivas.
a) os humanos vêm evoluindo tão lentamente quanto os demais animais com que
conviveram no passado.
Entreouvida na rua: ―O que isso tem a ver com o meu café com leite?‖ Não sei se é
uma frase feita comum que só eu não conhecia ou se estava sendo inventada na
hora, mas gostei. Tudo, no fim, se resume no que tem e não tem a ver com o
nosso café com leite, no que afeta ou não afeta diretamente nossas vidas e nossos
hábitos. É uma questão que envolve mais do que a vizinhança próxima. Outro dia
ficamos sabendo que o Stephen Hawking voltou atrás na sua teoria sobre os
buracos negros, aqueles furos no Universo em que a matéria desaparece. Nem eu
nem você entendíamos a teoria, e agora somos obrigados a rever nossa ignorância:
os buracos negros não eram nada daquilo que a gente não sabia que eram, são
outra coisa que a gente nunca vai entender. Nosso consolo é que nada disto tem a
ver com nosso café com leite. Os buracos negros e o nosso café com leite são,
mesmo, extremos opostos, a extrema angústia do desconhecido e o extremo
conforto do familiar. Não cabem na mesma mesa ou no mesmo cérebro.
O sentido atribuído pelo autor à frase – ―O que isso tem a ver com o meu café com
leite?‖ – está expresso, em outras palavras, na alternativa:
Entreouvida na rua: ―O que isso tem a ver com o meu café com leite?‖ Não sei se é
uma frase feita comum que só eu não conhecia ou se estava sendo inventada na
hora, mas gostei. Tudo, no fim, se resume no que tem e não tem a ver com o
nosso café com leite, no que afeta ou não afeta diretamente nossas vidas e nossos
hábitos. É uma questão que envolve mais do que a vizinhança próxima. Outro dia
ficamos sabendo que o Stephen Hawking voltou atrás na sua teoria sobre os
buracos negros, aqueles furos no Universo em que a matéria desaparece. Nem eu
nem você entendíamos a teoria, e agora somos obrigados a rever nossa ignorância:
os buracos negros não eram nada daquilo que a gente não sabia que eram, são
outra coisa que a gente nunca vai entender. Nosso consolo é que nada disto tem a
ver com nosso café com leite. Os buracos negros e o nosso café com leite são,
mesmo, extremos opostos, a extrema angústia do desconhecido e o extremo
conforto do familiar. Não cabem na mesma mesa ou no mesmo cérebro.
Com a afirmação – ... os buracos negros não eram nada daquilo que a gente não
sabia que eram, são outra coisa que a gente nunca vai entender. –, o autor
sustenta que, para os leigos, os buracos negros são
a) insondáveis.
b) instáveis.
c) periculosos.
d) excitantes.
e) inteligíveis.
Leia a charge.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
b) a fiscalização é uma ação que vai ao encontro dos interesses dos madeireiros.
Carta a Beatriz
Cara Beatriz: na última terça você escreveu aqui pro jornal se dizendo espantada
com a minha crônica de domingo ; ―após uma semana de fatos surpreendentes na
política‖, ―num momento tão importante para uma boa análise‖, um de seus
―colunistas preferidos‖ havia se saído com um texto ―bobo e sem propósito‖.
Fico feliz por me citar entre seus ―colunistas preferidos‖, mas me pergunto se o
elogio foi sincero ou só uma gentileza. Afinal, quase toda semana o Brasil nos
brinda com ―fatos surpreendentes na política‖ e quase todo domingo, em vez de
uma ―boa análise‖, publico textos que poderiam ser considerados bobos e sem
propósito.
Não o faço por desvio de caráter nem para irritá-la, Beatriz, mas por dever de
ofício. O cronista é um cara pago para lubrificar as engrenagens do maquinário
noticioso com um pouco de graça, de despropósito e – vá lá, por que não? – de
bobagem. Minha função é lembrar o leitor desolado entre bombas na Síria, tiros na
Rocinha e patacoadas em Brasília que este mundo também comporta mangas
maduras, Monty Python, Pixinguinha.
O Rubem Braga atravessou duas ditaduras e seu maior libelo à liberdade não é um
texto contra o pau de arara, mas uma carta/crônica ao vizinho que havia reclamado
do barulho.
Lamento, Beatriz, mas atualmente a única ―boa análise‖ que tenho sido capaz de
fazer é às quintas, 15h, deitado num divã na rua Apiacás – e nem sempre é assim
tão boa.
Um abraço,
Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente
uma das características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a
tendência de simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem
vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher
seus frutos.
Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser
frustrantes.
d) tem dificuldade para ser perseverante em seus objetivos, não conseguindo abrir
mão das recompensas instantâneas.
Febre de fama
Há uma inflação de candidatos a astro e estrela. Toda família tem um aspirante aos
holofotes. Desde que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios
indomáveis.
Dias desses, fui ouvir as mensagens do celular. Uma voz aflita de mulher:
Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do meu celular) se
tinha experiência como atriz. Não. Nem curso de interpretação. Apenas uma
certeza inabalável de ter nascido para a telinha mágica. Com calma, tentei explicar
que, antes de mais nada, era preciso estudar para ser atriz. Estudar? Ofendeu-se:
Incrível também é a reação dos familiares. Conheci a mãe de uma moça que dança
em um dos inúmeros conjuntos em que as integrantes rebolam em trajes mínimos.
Bastante orgulhosa da pimpolha, a mãe revelou:
– Quando pequena ela queria ser professora, mas escolheu a carreira artística.
Ainda bem!
b) Desde que iniciou seu trabalho como autor de novelas, o narrador tem
presenciado o surgimento de inúmeros astros e estrelas de talento.
c) O narrador ficou perplexo ao notar que a mãe da dançarina preferia que a filha
se tornasse professora a tentar carreira na televisão.
e) A mulher de voz aflita ficou melindrada com o narrador, quando este lhe
explicou ser imprescindível estudar para ser atriz.
No século 20, o ato de juntar algumas pessoas para coletar um dinheirinho passou
a ser conhecido como ―fazer uma vaquinha‖ por causa do futebol. Nas décadas de
20 e 30, quase nenhum jogador ganhava salário – luxo só garantido aos atletas do
Vasco da Gama.
Vinte e cinco mil, o prêmio máximo, era chamado de ―uma vaca‖. Nascia a
expressão ―fazer uma vaquinha‖.
No século 20, o ato de juntar algumas pessoas para coletar um dinheirinho passou
a ser conhecido como ―fazer uma vaquinha‖ por causa do futebol. Nas décadas de
20 e 30, quase nenhum jogador ganhava salário – luxo só garantido aos atletas do
Vasco da Gama.
Vinte e cinco mil, o prêmio máximo, era chamado de ―uma vaca‖. Nascia a
expressão ―fazer uma vaquinha‖
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da
frase.
a) próprio ... a vaquinha tão alegre e eufórica como os torcedores do time vencedor
b) próprio ... a torcida satisfeita por ter conseguido mais dinheiro do que o previsto
Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era
criança? E o celular das pessoas com quem tem trocado mensagens recentemente?
Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda – mas
você não está sozinho. Estudos científicos chamam esse fenômeno de ―efeito
Google‖ ou ―amnésia digital‖, um sintoma de um comportamento cada vez mais
comum: o de confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos
dispositivos eletrônicos e à internet em vez de guardá-los na cabeça.
Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era
criança? E o celular das pessoas com quem tem trocado mensagens recentemente?
Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda – mas
você não está sozinho. Estudos científicos chamam esse fenômeno de ―efeito
Google‖ ou ―amnésia digital‖, um sintoma de um comportamento cada vez mais
comum: o de confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos
dispositivos eletrônicos e à internet em vez de guardá-los na cabeça.
b) uma parte irrelevante dos entrevistados foi capaz de responder à questão sem
recorrer à internet.
Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era
criança? E o celular das pessoas com quem tem trocado mensagens recentemente?
Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda – mas
você não está sozinho. Estudos científicos chamam esse fenômeno de ―efeito
Google‖ ou ―amnésia digital‖, um sintoma de um comportamento cada vez mais
comum: o de confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos
dispositivos eletrônicos e à internet em vez de guardá-los na cabeça.
Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-número de informações.
Segundo Adrian F. Ward, da Universidade de Austin, nos Estados Unidos, o acesso
rápido e a quantidade de textos fazem com que o cérebro humano não considere
útil gravar esses dados, uma vez que é fácil encontrá-los de novo rapidamente. ―É
como quando consultamos o telefone de uma loja: após discar e fazer a ligação,
não precisamos mais dele‖, explica Paulo Bertolucci, da Unifesp.
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. Você já deve ter passado por
este problema: acabou de ser apresentado a alguém e, assim que a pessoa vira as
costas, já esqueceu como ela se chama. Acontece – mas é extremamente
embaraçoso precisar perguntar o nome dela novamente. A dica é associar o nome a
algum objeto. Por exemplo, se você acabou de conhecer a Giovana e ela estava
próxima a uma janela, pense nela como a Giovana da Janela.
e) é obrigatório tomar nota por escrito das informações não visuais para memorizá-
las.
Autobiografia e memória
Rita Lee acaba de publicar um livro delicioso, que chamou de Uma autobiografia. É
uma narrativa, na primeira pessoa, de sua vida como mulher e cantora, escrita com
humor e franqueza incomuns em artistas brasileiros do seu porte.
Exemplos. Foi presa grávida e salva por Elis Regina de abortar. Teve LPs lançados
com faixas riscadas a tesoura pela Censura.
É um apanhado e tanto, com final feliz. Mas será uma ―autobiografia‖? Supõe-se
que uma autobiografia seja uma biografia escrita pela própria pessoa, não? E será,
mas só se ela usar as armas de um biógrafo, entre as quais ouvir um mínimo de
200 fontes de informações. Na verdade, a ―autobiografia‖, entre nós, é mais uma
memória, em que o autor ouve apenas a si mesmo.
Não há nenhum mal nisto, e eu gostaria que mais cantores publicassem suas
memórias. Mas só uma biografia de verdade oferece o quadro completo. No livro de
Rita, ela fala, por exemplo, de um show na gafieira Som de Cristal, em 1968, com
os tropicalistas e astros da velha guarda. Na passagem de som, à tarde, Sérgio e
Arnaldo, ―intencionalmente, ligaram os instrumentos no volume máximo, quase
explodindo os vidros da gafieira‖, e o veterano cantor Vicente Celestino ―lá
presente, teve um piripaque‖. Fim.
Uma biografia contaria o resto da história – que Celestino foi para o Hotel
Normandie, a fim de se preparar para o show, e lá teve o infarto que o matou.
Autobiografia e memória
Rita Lee acaba de publicar um livro delicioso, que chamou de Uma autobiografia. É
uma narrativa, na primeira pessoa, de sua vida como mulher e cantora, escrita com
humor e franqueza incomuns em artistas brasileiros do seu porte.
Exemplos. Foi presa grávida e salva por Elis Regina de abortar. Teve LPs lançados
com faixas riscadas a tesoura pela Censura.
É um apanhado e tanto, com final feliz. Mas será uma ―autobiografia‖? Supõe-se
que uma autobiografia seja uma biografia escrita pela própria pessoa, não? E será,
mas só se ela usar as armas de um biógrafo, entre as quais ouvir um mínimo de
200 fontes de informações. Na verdade, a ―autobiografia‖, entre nós, é mais uma
memória, em que o autor ouve apenas a si mesmo.
Não há nenhum mal nisto, e eu gostaria que mais cantores publicassem suas
memórias. Mas só uma biografia de verdade oferece o quadro completo. No livro de
Rita, ela fala, por exemplo, de um show na gafieira Som de Cristal, em 1968, com
os tropicalistas e astros da velha guarda. Na passagem de som, à tarde, Sérgio e
Arnaldo, ―intencionalmente, ligaram os instrumentos no volume máximo, quase
explodindo os vidros da gafieira‖, e o veterano cantor Vicente Celestino ―lá
presente, teve um piripaque‖. Fim.
Uma biografia contaria o resto da história – que Celestino foi para o Hotel
Normandie, a fim de se preparar para o show, e lá teve o infarto que o matou.
a) subjetivo e parcial.
b) comedido e cerebral.
c) objetivo e erudito.
d) reacionário e moralista.
e) inculto e medíocre.
Autobiografia e memória
Rita Lee acaba de publicar um livro delicioso, que chamou de Uma autobiografia. É
uma narrativa, na primeira pessoa, de sua vida como mulher e cantora, escrita com
humor e franqueza incomuns em artistas brasileiros do seu porte.
Exemplos. Foi presa grávida e salva por Elis Regina de abortar. Teve LPs lançados
com faixas riscadas a tesoura pela Censura.
É um apanhado e tanto, com final feliz. Mas será uma ―autobiografia‖? Supõe-se
que uma autobiografia seja uma biografia escrita pela própria pessoa, não? E será,
mas só se ela usar as armas de um biógrafo, entre as quais ouvir um mínimo de
200 fontes de informações. Na verdade, a ―autobiografia‖, entre nós, é mais uma
memória, em que o autor ouve apenas a si mesmo.
Não há nenhum mal nisto, e eu gostaria que mais cantores publicassem suas
memórias. Mas só uma biografia de verdade oferece o quadro completo. No livro de
Rita, ela fala, por exemplo, de um show na gafieira Som de Cristal, em 1968, com
os tropicalistas e astros da velha guarda. Na passagem de som, à tarde, Sérgio e
Arnaldo, ―intencionalmente, ligaram os instrumentos no volume máximo, quase
explodindo os vidros da gafieira‖, e o veterano cantor Vicente Celestino ―lá
presente, teve um piripaque‖. Fim.
Uma biografia contaria o resto da história – que Celestino foi para o Hotel
Normandie, a fim de se preparar para o show, e lá teve o infarto que o matou.
O substituto da vida
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria
de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o
telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de
cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador,
o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem
lhe chego perto – temo que ele me substitua também.
d) tivesse menos tempo para o lazer, por ficar usando o computador mesmo após
realizar o trabalho, para outras finalidades.
O substituto da vida
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria
de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o
telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de
cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador,
o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem
lhe chego perto – temo que ele me substitua também.
c) quebrar barreiras até então existentes para a comunicação por meio de outras
tecnologias, diminuindo as distâncias entre seus usuários.
e) ser usada para realizar uma infinidade de tarefas incômodas, liberando seus
usuários para ocuparem seu tempo com atividades prazerosas.
1050) Concurso: Aux AA/CM Mogi Cruzes/2017 Banca: VUNESP
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em
pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam
distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório aberto – cerca de 70% dos
escritórios nos Estados Unidos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram
ao modelo de espaços tradicionais com salas e portas.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. ―Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se
consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa‖, diz ele.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro
paredes e uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias
tarefas ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até
20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em
pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam
distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. ―Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se
consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa‖, diz ele.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro
paredes e uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias
tarefas ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até
20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em
pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam
distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. ―Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se
consegue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa‖, diz ele.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro
paredes e uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias
tarefas ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até
20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.
b) Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos
estivessem juntos...
e) Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally
Augustin....
1054) Concurso: Esc/TJ SP/2017 Banca: VUNESP
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao
penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a
mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada,
penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre
arbustos estava... o chafariz de pedra, de onde brotava num filete a água sonhada.
O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a
chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu Abriu-os e viu bem junto de
sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e
que era da boca da mulher que saía a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A
vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e
tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
Para responder à questão, observe a charge que retrata uma cena em que uma
família faz selfie ao lado de um corpo caído no chão.
a) Não se pode condenar a postura ética das pessoas que se deixam encantar com
os modismos.
Para responder à questão, observe a charge que retrata uma cena em que uma
família faz selfie ao lado de um corpo caído no chão.
Assinale a alternativa contendo uma ideia implícita a partir dos fatos retratados na
charge.
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, ―é que você anda, anda, anda e nunca
chega a Ipanema‖. Se tomarmos ―Ipanema‖ ao pé da letra, a frase é absurda e
cômica. Tomando ―Ipanema‖ como um símbolo, no entanto, como um exemplo de
alívio, promessa de alegria em meio à vida dura da cidade, a frase passa a ser de
um triste realismo: o problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e nunca
chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Estado, o Jardim da Luz são uns
raros respiros perdidos entre o mar de asfalto, a floresta de lajes batidas e os
Corcovados de concreto armado.
O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere estendê-la e se deitar em
cima, caso lhe concedam dois metros quadrados de chão. É o que vemos nas
avenidas abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta liberarem um pedacinho
do cinza e surgem revoadas de patinadores, maracatus, big bands, corredores
evangélicos, góticos satanistas, praticantes de ioga, dançarinos de tango,
barraquinhas de yakissoba e barris de cerveja artesanal.
a) tem feito críticas à cidade, porque ela não oferece atividades recreativas a seus
habitantes.
b) toma Ipanema como um símbolo daquilo que se pode alcançar, apesar de muito
andar e andar.
Segundo a pesquisa, quando a criança brinca, faz uso de operações que garantem
noção operatória de espaço, tempo e causalidade.
(Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/clipping/2016/10/19/uso-de-eletronicos-em-
excesso-atrasa-desenvolvimento-infantil-diz-unicamp.Acesso em 29.09.2016. Adaptado)
d) à dificuldade delas para assimilar conteúdos que lhes são apresentados por
meio das novas tecnologias.
Segundo a pesquisa, quando a criança brinca, faz uso de operações que garantem
noção operatória de espaço, tempo e causalidade.
(Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/clipping/2016/10/19/uso-de-eletronicos-em-
excesso-atrasa-desenvolvimento-infantil-diz-unicamp.Acesso em 29.09.2016. Adaptado)
Para a professora de língua portuguesa Íris Gardino, é essencial saber qual é o grau
de formalidade necessário para os comunicados de trabalho. ―Normalmente, as
pessoas não recebem qualquer formação para lidar com essas situações. Alguns
exageram em formalismos desnecessários e outros acabam escrevendo como se
estivessem em um bate-papo com amigos.‖
Para a professora de língua portuguesa Íris Gardino, é essencial saber qual é o grau
de formalidade necessário para os comunicados de trabalho. ―Normalmente, as
pessoas não recebem qualquer formação para lidar com essas situações. Alguns
exageram em formalismos desnecessários e outros acabam escrevendo como se
estivessem em um bate-papo com amigos.‖
Considerando esses dois grupos, pode-se concluir corretamente que, para resolver
esses problemas de comunicação, os profissionais do primeiro grupo devem
Somos clientes antigos do lugar. Vamos tanto que até conhecemos os donos.
Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho.
―Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV‖, disse um dos proprietários.
―Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai
embora.‖
Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez mais
difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV nas
paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro que
já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão. Mas
não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa sobre
plantação de orégano a conversar.
Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer
tentativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as
caixas cobriam toda a área do lugar.
Perdemos outro de nossos restaurantes favoritos. Uma pena. Mas tenho certeza de
que o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta.
a) gosta de frequentar o restaurante citado porque, apesar dos preços e dos pratos
comedidos, há um agradável jardim à disposição dos clientes.
Somos clientes antigos do lugar. Vamos tanto que até conhecemos os donos.
Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho.
―Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV‖, disse um dos proprietários.
―Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai
embora.‖
Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez mais
difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV nas
paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro que
já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão. Mas
não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa sobre
plantação de orégano a conversar.
Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer
tentativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as
caixas cobriam toda a área do lugar.
c) demonstrar seu apreço por programas televisivos cujo tema são receitas
culinárias.
A edição, marcada por idas e vindas e cortes rápidos, nos deixa sem respirar. Uma
experiência vertiginosa, que hiperestimula os sentidos nos 126 minutos de
projeção. Delírio para uns, martírio para outros.
O cartão de visitas do longa traz uma batalha épica com direito a elefantes
gigantescos, na linha de ―Senhor dos Anéis‖ ou de algum episódio de ―Game of
Thrones‖.
b) informa aos leitores que, além de sequências rápidas, não faltam ao filme
efeitos especiais e trilha sonora impressionantes.
c) expõe sua opinião positiva sobre o filme ―Rei Arthur‖, porém não o compara
com outras obras de gênero semelhante.
e) considera que a melhor qualidade do filme está no fato de o diretor ter narrado
a jornada do herói de forma não convencional.
Cidades inovadoras
Se uma cidade criativa fosse uma simples soma aritmética, os termos seriam:
tecnologia, tolerância, talentos e tesouros. A equação original, cunhada pelo
urbanista americano Richard Florida, continha os três primeiros ―tês‖. O último é
acréscimo do engenheiro e professor brasileiro Victor Mirshawka, autor de ―Cidades
Criativas‖.
Ele cita Barcelona, que implementou o sistema de captação de lixo por tubos. A
medida levou à redução no número de caminhões de coleta, com consequências
positivas no trânsito.
Os itens tolerância e talentos, por sua vez, estão intimamente ligados. O primeiro,
diz o autor, abarca temas como orientação sexual e migração. ―Essa mescla,
envolvendo várias religiões e costumes, permite diversidade, com resultados em
campos como gastronomia e música.‖
―Nesse sentido, a cidade com mais talentos do mundo é Boston (EUA.), que tem
350 mil estudantes em instituições como Harvard e MIT. Metade dos alunos são
estrangeiros e, obviamente, os americanos ganham com isso.‖
Por último, há os tesouros, que são tanto obras humanas (museus e monumentos)
quanto da natureza (rio Amazonas e cataratas do Iguaçu). Essas atrações, diz
Mirshawka, geram ―visitabilidade‖, fator fundamental para as cidades criativas. ―A
grande questão é como fazer com que as pessoas queiram estar na sua cidade.‖
Cidades inovadoras
Se uma cidade criativa fosse uma simples soma aritmética, os termos seriam:
tecnologia, tolerância, talentos e tesouros. A equação original, cunhada pelo
urbanista americano Richard Florida, continha os três primeiros ―tês‖. O último é
acréscimo do engenheiro e professor brasileiro Victor Mirshawka, autor de ―Cidades
Criativas‖.
De acordo com Mirshawka, o uso da tecnologia nas cidades não se reduz ao
universo digital. Inclui também iniciativas que têm impacto direto no cotidiano da
população.
Ele cita Barcelona, que implementou o sistema de captação de lixo por tubos. A
medida levou à redução no número de caminhões de coleta, com consequências
positivas no trânsito.
Os itens tolerância e talentos, por sua vez, estão intimamente ligados. O primeiro,
diz o autor, abarca temas como orientação sexual e migração. ―Essa mescla,
envolvendo várias religiões e costumes, permite diversidade, com resultados em
campos como gastronomia e música.‖
―Nesse sentido, a cidade com mais talentos do mundo é Boston (EUA.), que tem
350 mil estudantes em instituições como Harvard e MIT. Metade dos alunos são
estrangeiros e, obviamente, os americanos ganham com isso.‖
Por último, há os tesouros, que são tanto obras humanas (museus e monumentos)
quanto da natureza (rio Amazonas e cataratas do Iguaçu). Essas atrações, diz
Mirshawka, geram ―visitabilidade‖, fator fundamental para as cidades criativas. ―A
grande questão é como fazer com que as pessoas queiram estar na sua cidade.‖
―As empresas costumam ser complacentes com quem está começando. Ninguém é
excepcional na primeira semana. O desempenho se mostra no dia a dia‖, diz a
psicóloga Myrt Cruz.
Ela afirma que, para passar pelos primeiros dias de trabalho de forma tranquila, é
preciso anotar tudo: tarefas, sistemas utilizados e nomes de chefes, colegas e
clientes.
A estratégia foi usada por Matheus C., 26, contratado há alguns meses por um
escritório de advocacia. ―Eu me sentia bobo, não sabia nem usar a impressora.‖
Para se acalmar, encarou a novidade como um desafio, e foi mais simples do que
ele pensava.
Uma regra de ouro, de acordo com Cruz, é ir com calma. Isso vale inclusive na hora
de tirar dúvidas. É preciso bom senso para não importunar colegas ou invadir o
espaço do outro.
De acordo com Cruz, eles não devem insistir em trabalhar da mesma forma, ainda
que essa maneira tenha funcionado antes. É preciso respeitar a cultura e a
identidade da empresa atual.
b) Myrt Cruz afirma que as empresas são complacentes com os novatos, mesmo
quando eles incomodam demasiadamente outros colegas.
d) Fátima Motta defende que o mercado de trabalho busca profissionais que sejam
proativos e que não se comportem presunçosamente.
e) Érika A. está entusiasmada com o novo emprego, pois sua timidez não a
impediu de receber as orientações essenciais por parte dos colegas.
1069) Concurso: Ass/CM Valinhos/Administrativo/2017 Banca: VUNESP
―As empresas costumam ser complacentes com quem está começando. Ninguém é
excepcional na primeira semana. O desempenho se mostra no dia a dia‖, diz a
psicóloga Myrt Cruz.
Ela afirma que, para passar pelos primeiros dias de trabalho de forma tranquila, é
preciso anotar tudo: tarefas, sistemas utilizados e nomes de chefes, colegas e
clientes.
A estratégia foi usada por Matheus C., 26, contratado há alguns meses por um
escritório de advocacia. ―Eu me sentia bobo, não sabia nem usar a impressora.‖
Para se acalmar, encarou a novidade como um desafio, e foi mais simples do que
ele pensava.
Uma regra de ouro, de acordo com Cruz, é ir com calma. Isso vale inclusive na hora
de tirar dúvidas. É preciso bom senso para não importunar colegas ou invadir o
espaço do outro.
Érika A., 21, foi bem recebida em seu novo trabalho, mas considera que sua
motivação foi essencial para garantir um aprendizado rápido. ―Não fiquei parada.
Tem que mostrar entusiasmo, porque quanto mais interessada você está, mais
conteúdo vão te passar.‖
Pesquisa da consultoria Ernst & Young mostra que cada vez mais os investidores
consideram dados socioambientais e de governança antes de decidir pôr dinheiro
em uma empresa.
No ano passado, 68% disseram que essas informações têm papel fundamental na
escolha do destino final dos recursos. É uma evolução em relação a 2015, quando
52% afirmavam atentar para essas questões.
A consultoria ouviu 320 investidores ao redor do mundo, sendo um terço deles com
mais de US$ 10 bilhões em ativos sob gestão.
No Brasil, uma das tentativas de estabelecer parâmetros sobre esses dados para o
mercado financeiro vem do Índice de Sustentabilidade da Bolsa. Os dados
comparam o desempenho de empresas sob aspectos como eficiência econômica,
equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Desde que foi lançado,
esse Índice já acumula valorização de 154,6%.
Para H. Bueno, da EY, escândalos ambientais e sociais recentes – e as
consequências desses casos sobre as ações das empresas – fazem com que a
sustentabilidade ganhe mais espaço dentro das corporações.
O estudo cita o episódio envolvendo uma grande fabricante de veículos, que usava
um software para manipular testes de verificação das emissões de gases poluentes
pelos veículos da montadora.
d) A consultoria restringiu sua pesquisa aos pequenos investidores, pois são eles
que movimentam o mercado consumidor brasileiro.
Pesquisa da consultoria Ernst & Young mostra que cada vez mais os investidores
consideram dados socioambientais e de governança antes de decidir pôr dinheiro
em uma empresa.
No ano passado, 68% disseram que essas informações têm papel fundamental na
escolha do destino final dos recursos. É uma evolução em relação a 2015, quando
52% afirmavam atentar para essas questões.
A consultoria ouviu 320 investidores ao redor do mundo, sendo um terço deles com
mais de US$ 10 bilhões em ativos sob gestão.
No Brasil, uma das tentativas de estabelecer parâmetros sobre esses dados para o
mercado financeiro vem do Índice de Sustentabilidade da Bolsa. Os dados
comparam o desempenho de empresas sob aspectos como eficiência econômica,
equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Desde que foi lançado,
esse Índice já acumula valorização de 154,6%.
O estudo cita o episódio envolvendo uma grande fabricante de veículos, que usava
um software para manipular testes de verificação das emissões de gases poluentes
pelos veículos da montadora.
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que,
em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada
dizendo ―Eu sou prafrentex!‖.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava
comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um
grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito.
Houve época em que era ―pão‖, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e
meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: ―Ai, que pão!‖.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica
difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de ―boko moko‖, criado por uma marca de refrigerante para
rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona
vale? Ou devo dizer ―out‖, como na década de 90?
Que adolescente aceitaria hoje ir a um ―mingau dançante‖? Vão para a balada, para
a ―night‖. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde! Muita
gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas
esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se
fala ―hype‖ para indicar algo que no passado foi ―in‖. Ou que alguém é ―fashion‖,
para dizer que está ―nos trinques‖, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!
b) há pessoas que jamais utilizaram gírias, pois consideram que essas palavras
tornam a linguagem incompreensível.
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que,
em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada
dizendo ―Eu sou prafrentex!‖.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava
comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um
grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito.
Houve época em que era ―pão‖, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e
meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: ―Ai, que pão!‖.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica
difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de ―boko moko‖, criado por uma marca de refrigerante para
rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona
vale? Ou devo dizer ―out‖, como na década de 90?
Que adolescente aceitaria hoje ir a um ―mingau dançante‖? Vão para a balada, para
a ―night‖. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde! Muita
gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas
esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se
fala ―hype‖ para indicar algo que no passado foi ―in‖. Ou que alguém é ―fashion‖,
para dizer que está ―nos trinques‖, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!
A frase que apresenta ideia coerente com o significado das gírias citadas no texto
está na alternativa:
b) tem seu perfil revisto pela história, graças a novos dados sobre sua vida.
e) teve filhos de seus dois amantes, mas o primeiro dos filhos pode não ter
sobrevivido.
Com base nas informações do texto, é correto concluir que o narrador agiu de
forma
a) impensada e ingênua.
b) inteligente e espalhafatosa.
c) proposital e ardilosa.
d) inadvertida e compreensiva.
e) deliberada e insultuosa.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o
cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse
indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa
e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de
espera.
O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não
morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia
chegando aquela hora, ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o
focinho voltado para ―aquela‖ direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)
Tudo indica que a primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água. Isso
deve ter mudado por volta de 3000 a.C., quando povos da atual região do Irã
passaram a usar areia para polir metais e pedras. Esses espelhos refletiam apenas
contornos e formas. As imagens não eram nítidas, e o metal oxidava com
facilidade.
Pouco mudou até o fim do século 13. Nessa época, o homem já dominava técnicas
de fabricação do vidro, mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham
nitidez. Até que, em Veneza, alguém teve a ideia de unir o vidro a chapas de metal.
―Os espelhos dessa época têm uma pequena camada metálica na parte posterior do
vidro. Assim, a imagem ficava nítida, e o metal não oxidava por ser protegido pelo
vidro‖, diz Claudio Furukawa, pesquisador do Instituto de Física da USP. Surgia
assim o espelho como o conhecemos até hoje.
Mas este era um produto raro e caro. Os chamados espelhos venezianos eram mais
valiosos que navios de guerra ou pinturas de gênios como os italianos Rafael e
Michelangelo. Com o advento da Revolução Industrial, o processo de fabricação
ficou bem mais barato e o preço caiu. ―Mesmo assim‖, afirma o antropólogo da
PUC-RJ José Carlos Rodrigues, ―o espelho só se popularizou e entrou nas casas de
todos a partir do século 20.‖
A língua maltratada
Mesmo em uma cidade como São Paulo, onde a concorrência profissional é enorme,
ninguém parece preocupado em corrigir erros de linguagem. Incluem-se aí
profissionais de nível universitário.
Um dos maiores crimes é cometido contra o verbo haver. Raramente alguém coloca
o H. Mesmo em jornais, costumo ler: ―Não se sabe a quanto tempo…‖.
Outro dia, estava assistindo ao trailer de Medidas Extremas. Lá pelas tantas, surge
a legenda: ―Vou previni-lo‖. O verbo é prevenir. No filme Asas do Amor, também
não falta uma preciosidade. Diz-se que um personagem é ―mal‖. O certo é ―mau‖.
Muita gente passa o dia malhando na academia. Outros conhecem vinhos. Existem
gourmets capazes de identificar um raro tempero na primeira garfada. Analistas
econômicos são capazes de analisar todas as bolsas do universo. No entanto, boa
parte acha normal atropelar o português.
Descaso com a língua é desprezo em relação à cultura. Será que um dia essa
mentalidade vai mudar?
*coloquial: informal
Segundo o autor,
A língua maltratada
Vira motivo de piada. O personagem que fala certinho é sempre o chato nos
programas humorísticos.
Mesmo em uma cidade como São Paulo, onde a concorrência profissional é enorme,
ninguém parece preocupado em corrigir erros de linguagem. Incluem-se aí
profissionais de nível universitário.
Um dos maiores crimes é cometido contra o verbo haver. Raramente alguém coloca
o H. Mesmo em jornais, costumo ler: ―Não se sabe a quanto tempo…‖.
Outro dia, estava assistindo ao trailer de Medidas Extremas. Lá pelas tantas, surge
a legenda: ―Vou previni-lo‖. O verbo é prevenir. No filme Asas do Amor, também
não falta uma preciosidade. Diz-se que um personagem é ―mal‖. O certo é ―mau‖.
Muita gente passa o dia malhando na academia. Outros conhecem vinhos. Existem
gourmets capazes de identificar um raro tempero na primeira garfada. Analistas
econômicos são capazes de analisar todas as bolsas do universo. No entanto, boa
parte acha normal atropelar o português.
Descaso com a língua é desprezo em relação à cultura. Será que um dia essa
mentalidade vai mudar?
*coloquial: informal
Assinale os trechos do texto em que o autor expõe suas ideias por meio,
respectivamente, da oposição e do exagero.
d) Mas há limites, pode-se manter o tom coloquial sem massacrar a língua. (10º
parágrafo)
e) Mas há limites, pode-se manter o tom coloquial sem massacrar a língua. (10º
parágrafo)
Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficialmente
faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas
enviadas de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de
Shakespeare.
Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clube
tem a contribuição de um médico especialista.
Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980 a
entidade foi criada oficialmente com apoio do governo.
O projeto ficou ainda mais famoso com o filme ―Cartas para Julieta‖ (2010), em que
a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente a
mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas
foram recebidas, segundo o Clube.
e) funciona graças ao montante arrecadado pelos ingressos pagos por quem visita
a casa de Julieta.
1082) Concurso: Aux Esc/Pref Marília/2017 Banca: VUNESP
(http://www.ivoviuauva.com.br/wp-content/uploads/2010/03/romeu-e-julieta.jpg. Adaptado)
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
Ao afirmar – Estou nas nuvens, às portas do paraíso celestial. O telefone não vai
tocar, ninguém me cobrará o texto que prometi, a presença na palestra para a qual
fui convidado, os e-mails atrasados. –, o autor revela
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
Com a interrogação – Depois do que disseram esses e outros gênios, que livro
valeria a pena ser escrito? –, o autor expressa
b) sua certeza de que os livros escritos hoje são cópias malfeitas das obras dos
mestres falecidos.
e) a desconfiança de escrever algo que não fosse tão bom quanto os textos dos
escritores que admirava.
Viagem
b) à chuva fina, o que se comprova em: ―sua tabuleta ainda toda orvalhada‖.
Viagem
a) o princípio da noite.
b) o momento de despertar.
Leia a charge.
Fora do jogo
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos
Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
b) a alteração nos rumos da economia nacional fez com que expressiva parcela da
população se tornasse inadimplente.
c) a Associação Nacional dos Birôs de Crédito tem alterado o tamanho das jornadas
de trabalho e o pagamento de horas extras.
d) o fato de 59 milhões de consumidores estarem impedidos de obter novos
créditos limita os prejuízos à economia do país.
Fora do jogo
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos
Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
Fora do jogo
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos
Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem,
cujo único defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam
por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse
comer, beber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o
suficiente para levar essa vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do
seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que
lhe repugnasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-
lhe certo ascendente, de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua
vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher:
reconhecia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era
honesta e fiel aos seus deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem,
cujo único defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam
por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse
comer, beber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o
suficiente para levar essa vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do
seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que
lhe repugnasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-
lhe certo ascendente, de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua
vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher:
reconhecia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era
honesta e fiel aos seus deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem,
cujo único defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam
por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse
comer, beber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o
suficiente para levar essa vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do
seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que
lhe repugnasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-
lhe certo ascendente, de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua
vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher:
reconhecia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era
honesta e fiel aos seus deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
Tato
Na poltrona da sala
as minhas mãos sob a nuca
sinto nos dedos
a dureza dos ossos da cabeça
a seda dos cabelos
que são meus
A morte é uma certeza invencível
mas o tato me dá
a consistente realidade
de minha presença no mundo
Tato
Na poltrona da sala
as minhas mãos sob a nuca
sinto nos dedos
a dureza dos ossos da cabeça
a seda dos cabelos
que são meus
mas o tato me dá
a consistente realidade
de minha presença no mundo
(Ferreira Gullar, Muitas vozes, 2013)
A leitura do poema revela que a criação poética baseia-se em
a) um momento melancólico.
e) um fato inusitado.
a) a cidade de Mariana viveu uma tragédia pior que o tsunami japonês de 2011.
Não tem jeito! Ficar reclamando da má sorte, que as dificuldades são muitas, que a
vida está difícil, não vai mudar nada na sua rotina e nem na vida de ninguém.
Atitude como essa apenas demonstra o lado pessimista e características de alguém
que não consegue perceber que oportunidades são criadas.
Às vezes ouço pessoas comentando: ―fulano tem muita sorte! As coisas acontecem
para ele com facilidade!‖ Engano! Para que existam resultados, é preciso empenho,
energia, dedicação, coragem e uma dose de ousadia.
Aquilo que os outros entendem por ―sorte‖ é o resultado, na maioria das vezes, de
muito trabalho. Desde o cuidado com os relacionamentos, à conduta ética ao longo
da carreira e à confiança conquistada por um histórico de bons trabalhos realizados
com competência.
As grandes verdades são que viver não é para fracos e que oportunidades não
caem no colo de ninguém. É preciso agir. Costumo dizer que o ser humano é o
único animal capaz de enganar a si próprio.
Aprender habilidades novas requer paciência consigo mesmo, e persistir apesar das
dificuldades iniciais é o que, de fato, leva ao aprendizado.
Talvez seja essa uma das características entre as mais desejadas nos profissionais:
a capacidade de persistir. Mostrar interesse e motivação para aprender o novo e
novas competências. Suportar as frustrações iniciais e se empenhar.
Há dois tipos de pessoas na vida – aquelas que sabem o que querem, que fazem
suas escolhas, e aquelas que deixam a vida decidir por elas.
(Adriana Gomes, Você decide ou decidem por você. Folha de S.Paulo, 22.11.2015. Adaptado)
É correto afirmar que a autora do texto
d) é adepta da ideia segundo a qual não se deve dar chance ao azar e sim contar
com a sorte.
Não tem jeito! Ficar reclamando da má sorte, que as dificuldades são muitas, que a
vida está difícil, não vai mudar nada na sua rotina e nem na vida de ninguém.
Atitude como essa apenas demonstra o lado pessimista e características de alguém
que não consegue perceber que oportunidades são criadas.
Às vezes ouço pessoas comentando: ―fulano tem muita sorte! As coisas acontecem
para ele com facilidade!‖ Engano! Para que existam resultados, é preciso empenho,
energia, dedicação, coragem e uma dose de ousadia.
Aquilo que os outros entendem por ―sorte‖ é o resultado, na maioria das vezes, de
muito trabalho. Desde o cuidado com os relacionamentos, à conduta ética ao longo
da carreira e à confiança conquistada por um histórico de bons trabalhos realizados
com competência.
As grandes verdades são que viver não é para fracos e que oportunidades não
caem no colo de ninguém. É preciso agir. Costumo dizer que o ser humano é o
único animal capaz de enganar a si próprio.
Aprender habilidades novas requer paciência consigo mesmo, e persistir apesar das
dificuldades iniciais é o que, de fato, leva ao aprendizado.
Talvez seja essa uma das características entre as mais desejadas nos profissionais:
a capacidade de persistir. Mostrar interesse e motivação para aprender o novo e
novas competências. Suportar as frustrações iniciais e se empenhar.
(Adriana Gomes, Você decide ou decidem por você. Folha de S.Paulo, 22.11.2015. Adaptado)
c) ―Mudaram as estações, nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu‖.
e) ―Sem lenço e sem documento, nada no bolso ou nas mãos, eu quero seguir
vivendo‖.
a) uma crítica à falta de sensibilidade da outra personagem, que não sabe escolher
presentes.
a) as lágrimas são enxugadas às escondidas, para não serem vistas nas salas de
cinema.
c) os golpes nos tornam verdadeiros heróis, tais quais os que choram nos
dramalhões.
d) a surpresa diante do que acontece nos deixa imunes aos apelos do cinema.
e) enxugar os olhos não é uma opção para heróis concebidos pelos diretores de
dramas.
a) não se sustentam.
c) têm fundamento.
Até muito pouco tempo atrás, seria inimaginável ciência e religião, duas maneiras
de pensar o mundo tão diferentes, caminharem na mesma direção. Uma das
primeiras teorias a pô-las lado a lado é do início de 2000. A fé, assim como as
religiões surgidas em torno dela, seria um ingrediente seminal para a evolução da
espécie humana. O homem, o único ser vivo com a capacidade de ter consciência
da finitude, precisaria recorrer a algo maior e impalpável para conviver com tal
ideia. Além disso, as religiões estimulam a solidariedade e a compaixão,
sentimentos que levariam à proteção em momentos de risco, como procura por
comida, guerras e catástrofes naturais.
O rompimento entre ciência e religião não é tão antigo. Ocorreu no século XVIII,
com o iluminismo. Despontado na França, o movimento viu na razão e no
progresso científico um instrumento de emancipação do homem, pondo os dogmas
cristãos em xeque. A igreja reagiu, fazendo publicar a primeira encíclica da história,
reforçando questões cruciais para ela. O ponto máximo da cisão ocorreu no século
XIX, quando Charles Darwin negou o criacionismo, definindo a clássica teoria da
evolução das espécies.
Até muito pouco tempo atrás, seria inimaginável ciência e religião, duas maneiras
de pensar o mundo tão diferentes, caminharem na mesma direção. Uma das
primeiras teorias a pô-las lado a lado é do início de 2000. A fé, assim como as
religiões surgidas em torno dela, seria um ingrediente seminal para a evolução da
espécie humana. O homem, o único ser vivo com a capacidade de ter consciência
da finitude, precisaria recorrer a algo maior e impalpável para conviver com tal
ideia. Além disso, as religiões estimulam a solidariedade e a compaixão,
sentimentos que levariam à proteção em momentos de risco, como procura por
comida, guerras e catástrofes naturais.
O rompimento entre ciência e religião não é tão antigo. Ocorreu no século XVIII,
com o iluminismo. Despontado na França, o movimento viu na razão e no
progresso científico um instrumento de emancipação do homem, pondo os dogmas
cristãos em xeque. A igreja reagiu, fazendo publicar a primeira encíclica da história,
reforçando questões cruciais para ela. O ponto máximo da cisão ocorreu no século
XIX, quando Charles Darwin negou o criacionismo, definindo a clássica teoria da
evolução das espécies.
a) da emancipação do homem.
d) da compaixão humana.
O aluno, Calvin,
e) se limita a estudar temas cujo domínio é tido como útil no ambiente escolar.
1108) Concurso: Ag Educ/Pref Itápolis/2016 Banca: VUNESP
O prédio em que estou, em Nova York, tem uma piscina coberta no último andar.
Numa tarde da semana passada, éramos dois nadando na piscina. De repente,
apesar dos ouvidos tapados pela touca de borracha e da cabeça na água, ouvi um
estardalhaço de gritos insensatos. Parecia que a piscina estava sendo invadida pela
excursão não monitorada de uma classe de estudantes do Fundamental.
De fato, era só um menino, 7 ou 8 anos, mas que gritava como uma turma inteira.
Não dava para entender nada de seus gritos, e não estou certo de que ele estivesse
querendo se comunicar: gritava, mas sem angústia, pelo prazer de fazer barulho.
Ele era acompanhado por três mulheres – suponho que uma fosse a mãe e as duas
outras, uma babá e uma empregada. (Babá aos 8 anos? Pois é.) O menino não
tinha dificuldade motora alguma, mas as três o preparavam para entrar na água.
Duas retiravam a camiseta, enquanto outra, ajoelhada, tirava os chinelos.
Logo chegou outro menino, acompanhado por mais uma babá. Os gritos
incompreensíveis não duplicaram porque não havia como eles aumentarem mais.
Os dois meninos ficaram então pulando na água e subindo pela escada – ótima
brincadeira, mas por que sempre gritando? Por que manifestar sua excitação
parecia mais importante do que brincar?
Os meninos não eram mal-educados. Eles eram educados mal, que é pior. Digo isso
porque eles gritavam? Não, claro. Eles eram educados mal porque eram privados
da autonomia de tirar chinelos e camiseta. E, sobretudo, eram educados mal
porque nada lhes sugeria que eles pudessem ser apenas uns entre outros. Para os
cuidados e os olhares extasiados das quatro mulheres, eles precisavam manter
uma cansativa e barulhenta encenação de sua unicidade*. Nada demais naquela
ocasião (só uns gritos), mas a crença na unicidade privilegiada da gente se
transforma, ao longo da vida, na cansativa obrigação de ser sempre ―diferente‖ e
extraordinário.
O prédio em que estou, em Nova York, tem uma piscina coberta no último andar.
Numa tarde da semana passada, éramos dois nadando na piscina. De repente,
apesar dos ouvidos tapados pela touca de borracha e da cabeça na água, ouvi um
estardalhaço de gritos insensatos. Parecia que a piscina estava sendo invadida pela
excursão não monitorada de uma classe de estudantes do Fundamental.
De fato, era só um menino, 7 ou 8 anos, mas que gritava como uma turma inteira.
Não dava para entender nada de seus gritos, e não estou certo de que ele estivesse
querendo se comunicar: gritava, mas sem angústia, pelo prazer de fazer barulho.
Ele era acompanhado por três mulheres – suponho que uma fosse a mãe e as duas
outras, uma babá e uma empregada. (Babá aos 8 anos? Pois é.) O menino não
tinha dificuldade motora alguma, mas as três o preparavam para entrar na água.
Duas retiravam a camiseta, enquanto outra, ajoelhada, tirava os chinelos.
Logo chegou outro menino, acompanhado por mais uma babá. Os gritos
incompreensíveis não duplicaram porque não havia como eles aumentarem mais.
Os dois meninos ficaram então pulando na água e subindo pela escada – ótima
brincadeira, mas por que sempre gritando? Por que manifestar sua excitação
parecia mais importante do que brincar?
Os meninos não eram mal-educados. Eles eram educados mal, que é pior. Digo isso
porque eles gritavam? Não, claro. Eles eram educados mal porque eram privados
da autonomia de tirar chinelos e camiseta. E, sobretudo, eram educados mal
porque nada lhes sugeria que eles pudessem ser apenas uns entre outros. Para os
cuidados e os olhares extasiados das quatro mulheres, eles precisavam manter
uma cansativa e barulhenta encenação de sua unicidade*. Nada demais naquela
ocasião (só uns gritos), mas a crença na unicidade privilegiada da gente se
transforma, ao longo da vida, na cansativa obrigação de ser sempre ―diferente‖ e
extraordinário.
c) os adultos vigiavam seus passos com demasiada austeridade, o que faz com que
se transformem em adultos inseguros e com baixa autoestima.
Comunhão
Cartas de Amor
Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época,
estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei
meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente
dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas ―ao colega da tarde‖. E era uma
carta de amor. De amor, não; de paixão. Paixão incontida, transbordante, a carta
de uma alma sequiosa de afeto, ________________ o jovem escritor não teve a
menor dificuldade de enviar a resposta.
Iniciou-se, assim, uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se
interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o
ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à
conclusão de que precisava conhecer minha correspondente, aquela bela da manhã
que me encantava com suas frases.
Mas… Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma
moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes
especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico.
Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente
apaixonada.
Optei, portanto, pelo mistério, pelo ―nunca vi, sempre te amei‖. A minha história de
amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes
histórias de amor.
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Vocabulário:
Arroubos: impulsos
Epistolares: relativos à carta
Grafologia: estudo das formas das letras
a) se surpreendeu com uma carta apaixonada em sua carteira, escrita por uma
aluna da manhã que o conhecia e que, depois, acabou sendo uma simples fantasia
para ele.
d) descobriu em sua carteira uma carta escrita por uma aluna da manhã, a qual
desistiu de conhecer, depois de tanta correspondência, por receio de ela ser feia.
Leia a charge.
a) impiedosa.
b) moribunda.
c) bisbilhoteira.
d) recatada.
e) desinteressante.
1113) Concurso: Ass Adm/UFABC/2016 Banca: VUNESP
c) nega o caráter destrutivo das guerras de Hagar, pois este pode ser capaz de
gerar empregos se fundar um banco.
d) sugere que as práticas de bancos em relação a seus clientes são tão danosas a
outrem quanto as das pilhagens de Hagar.
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando
estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou daquele que nos
hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um
nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que
nos conquistou.
Eu era criança, não lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital
amanhecera. Dava para sentir o calor da luz do sol e o silêncio que pairava no
ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia
uma vitrola e, para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha
cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com
canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou
grande afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e
loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia
que, apesar de estar diante de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela
sai do quarto para outras tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico
vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do prédio da
Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior
sentimento que se expressa é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente
eu estava presente. Não demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse
outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o carinho e o afeto que
Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida,
fecho meus olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia
seguinte, e no lugar do afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém
em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana
que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que
ela não viria mais.
b) o despertar da paixão juvenil por uma mulher que cuida do jovem, mas se
mostra indiferente a ele e a sua doença.
e) a decepção de uma criança por saber que sua cuidadora ouvia, aérea, a música
da vitrola, pensando em outro.
O que é a paixão senão um sentimento imenso que nos tira a razão? Quando
estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou daquele que nos
hipnotizou.
Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta se transforma em um
nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto queremos.
Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que
nos conquistou.
Em instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia
uma vitrola e, para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha
cuidadora pôs um disco para tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com
canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou
grande afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e
loiros.
Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia
que, apesar de estar diante de mim, estava com seu coração em outro mundo.
Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela
sai do quarto para outras tarefas. Embalado pelas músicas da vitrola, fico
vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima do prédio da
Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala.
Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas quais o maior
sentimento que se expressa é a solidão.
A música parou de tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente
eu estava presente. Não demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse
outro disco. Poucas horas depois, irei dormir feliz, pois o carinho e o afeto que
Silvana me permitiu deixarão um doce conforto. Como o filho de que a mãe cuida,
fecho meus olhos, tranquilo e feliz.
Mas, infelizmente, nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia
seguinte, e no lugar do afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém
em quem eu mal poderia encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana
que tinha cuidado de mim no dia anterior. A resposta das minhas súplicas foi que
ela não viria mais.
Valor estimativo
O meu velho amigo Julião, homem de muitos guardados e segredos, tira do bolso a
cigarreira. Espanto-me: de um verde pálido e tauxiada* de ouro, era simplesmente
horrenda. Ele surpreende a minha expressão. Gagueja:
– Não... não... é que quando a vi na vitrine, tão feinha, tive pena e... Bem: aqui
está ela!
a) o narrador encontra Julião e tira do bolso uma horrenda cigarreira para lhe
mostrar. O amigo pergunta como ele a adquiriu e o narrador explica, então, que ela
pertenceu a um querido tio-avô.
e) o narrador e Julião, seu velho amigo, passam por uma vitrine e contemplam
uma cigarreira horrenda. Julião, então, explica ao amigo que está com pena dela e
decide comprá-la.
1117) Concurso: Ag Adm/IPREF Guarulhos/2016 Banca: VUNESP
Valor estimativo
O meu velho amigo Julião, homem de muitos guardados e segredos, tira do bolso a
cigarreira. Espanto-me: de um verde pálido e tauxiada* de ouro, era simplesmente
horrenda. Ele surpreende a minha expressão. Gagueja:
– Não... não... é que quando a vi na vitrine, tão feinha, tive pena e... Bem: aqui
está ela!
a) um questionamento.
b) uma explicação.
c) uma ofensa.
d) um deslumbramento.
e) uma indiferença.
Valor estimativo
O meu velho amigo Julião, homem de muitos guardados e segredos, tira do bolso a
cigarreira. Espanto-me: de um verde pálido e tauxiada* de ouro, era simplesmente
horrenda. Ele surpreende a minha expressão. Gagueja:
Na passagem – ... é que quando a vi na vitrine, tão feinha, tive pena e... –, a
expressão em destaque tem o propósito de
A pesquisa teve duas frentes. Na primeira, um aparelho foi usado para medir a
qualidade do ar na área onde fumar era permitido, localizada no bosque do
hospital. Foi feita uma comparação com o espaço ao lado, onde o cigarro era
proibido. O fumódromo apresentou uma média de 66 mcg/m3 de partículas
respiráveis no ar (poeira que tem capacidade de chegar até o pulmão), com picos
de 900. Do outro lado, durante os 10 dias de coleta, as médias foram inferiores a
25, índice preconizado como aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
(http://zh.clicrbs.com.br, 13.03.2016)
As informações apresentadas no texto revelam que
b) a fumaça de cigarro faz menos mal à saúde quando inalada em áreas fechadas.
d) as áreas ao ar livre podem ser prejudiciais à saúde das pessoas, caso se fume
nesses lugares.
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre ―As vantagens de ser
mãe de menina‖ ou ―Por que é bom ser mãe de menino‖: ―meninos não têm
frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais corajosos‖, ―elas são mais
choronas‖ e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de
gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu
filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em
listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar
dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros,
escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai
sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha,
não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a
ideia de que os meninos são mais ―aventureiros‖ e ―danados‖ e as meninas mais
―cuidadosas‖. Fazemos as meninas mais infelizes, isso sim.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que
podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os
carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer
que ―tudo bem‖ as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as
bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois
de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma
pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para
que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era
fabricado: só havia pias rosa e lilás. ―Esse brinquedo é de menina‖, alertou a
vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não
percebido o ―engano‖ ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa
lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e
panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu
filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma
cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão:
―Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa
em ordem?‖ E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao
acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: ―As vantagens de ser mãe de
uma criança feliz.‖ É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não
determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”.
Disponível em: <vida estilo.estadao.com.br>. Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
b) não permite que seu filho tenha brinquedos que comprometam seu
desenvolvimento.
e) considera melhor ser mãe de meninas por estas serem mais delicadas e
cuidadosas.
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre ―As vantagens de ser
mãe de menina‖ ou ―Por que é bom ser mãe de menino‖: ―meninos não têm
frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais corajosos‖, ―elas são mais
choronas‖ e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de
gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu
filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em
listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar
dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros,
escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai
sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha,
não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a
ideia de que os meninos são mais ―aventureiros‖ e ―danados‖ e as meninas mais
―cuidadosas‖. Fazemos as meninas mais infelizes, isso sim.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que
podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os
carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer
que ―tudo bem‖ as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as
bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois
de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma
pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para
que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era
fabricado: só havia pias rosa e lilás. ―Esse brinquedo é de menina‖, alertou a
vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não
percebido o ―engano‖ ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa
lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e
panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu
filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma
cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão:
―Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa
em ordem?‖ E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao
acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: ―As vantagens de ser mãe de
uma criança feliz.‖ É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não
determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”.
Disponível em: <vida estilo.estadao.com.br>. Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre ―As vantagens de ser
mãe de menina‖ ou ―Por que é bom ser mãe de menino‖: ―meninos não têm
frescura‖, ―meninas são mais delicadas‖, ―eles são mais corajosos‖, ―elas são mais
choronas‖ e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de
gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu
filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em
listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar
dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros,
escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai
sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha,
não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a
ideia de que os meninos são mais ―aventureiros‖ e ―danados‖ e as meninas mais
―cuidadosas‖. Fazemos as meninas mais infelizes, isso sim.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que
podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os
carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer
que ―tudo bem‖ as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as
bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois
de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma
pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para
que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era
fabricado: só havia pias rosa e lilás. ―Esse brinquedo é de menina‖, alertou a
vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não
percebido o ―engano‖ ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa
lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e
panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu
filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma
cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão:
―Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa
em ordem?‖ E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao
acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: ―As vantagens de ser mãe de
uma criança feliz.‖ É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não
determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”.
Disponível em: <vida estilo.estadao.com.br>. Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
O argumento usado pela autora para defender que seu filho brincasse com
carrinhos de boneca está no reconhecimento de que
b) as crianças não conseguem escolher seus brinquedos sem ajuda dos pais.
(Charles Shulz, Charlie Brown. Disponível em: www.lpm.blog.com,br. Acesso em: 11.02.2016)
As manifestações de Charlie Brown expressam
Prolongar essa etapa importante da vida tem uma receita mais simples ainda:
atividade e felicidade. E, para manter a lucidez, devemos ocupar a mente com
atividades nobres.
b) acredita que a velhice é um período que deve ser dedicado à espera da morte.
c) apoia a ideia de que a velhice pode ser uma fase de vida ativa.
Prolongar essa etapa importante da vida tem uma receita mais simples ainda:
atividade e felicidade. E, para manter a lucidez, devemos ocupar a mente com
atividades nobres.
b) a expectativa de vida aumentou, mas isso não interferiu no modo de viver das
pessoas idosas.
d) saúde e lucidez são condições essenciais para que a velhice seja um período
prazeroso.
Prolongar essa etapa importante da vida tem uma receita mais simples ainda:
atividade e felicidade. E, para manter a lucidez, devemos ocupar a mente com
atividades nobres.
A vida moderna e o apoio institucional e social ao idoso transformaram a velhice em
um período possível de vida ativa, em que podemos manter o nosso corpo
fortalecido e saudável e continuar desfrutando os melhores prazeres da vida. Esses
benefícios juntos nos permitem manter afastada a trágica ideia da morte próxima.
a) surpresas e otimistas.
b) desanimadas e resignadas.
c) conformadas e receosas.
d) apáticas e pensativas.
e) subversivas e inconformadas.
Fiz um regime árduo durante um ano e perdi 23 quilos. Sem operação. Descobri o
sabor de salmão ao vapor. Peixe grelhado sem aquela deliciosa crosta de farinha.
Feijoada, eliminei. Acarajé, nem pensar. Enfim, boa parte das delícias da culinária
nacional saiu de meu cardápio. Francesa também. Americana? Nem por decreto,
embora tenha delírios pensando num cheeseburger. Coxinhas, empadinhas e
pastéis, só em momentos especiais.
Pois é. Fiz o regime com dedicação absoluta. Pulei do número 58/60 para o 52 e,
glorioso, refiz meu guarda-roupa. Meu rosto emagrece fácil. Alguns homens
emagrecem e ficam com cara de buldogue. Eu não. Fico mais próximo de uma
imagem tradicional do Drácula, magro, de rosto comprido e olhos ávidos. Não por
sangue, mas por qualquer pacotinho de batatas fritas. Existe algo melhor que
batatas fritas?
Quando o regime foi considerado vitorioso, aos poucos voltei aos carboidratos. A
uma delícia aqui, outra ali. Adivinhem o que cresceu primeiro? Ela, a barriga. Para
todo homem é assim. Barriga das boas aproveita a primeira oportunidade para se
expandir. Fui comprar um paletó, adivinhem? O 54 serve apertadinho. O 56 cai
melhor, mas folga nos ombros. O cinto que comprei, em comemoração, não fecha
mais. Voltei aos antigos.
Não há parte do corpo mais teimosa para o homem que a barriga. Posso fazer
esteira duas horas. Basta comer um cheeseburger, e a barriga vence! É insistente.
Tanto que muita gente já diz que a barriguinha em um homem é charmosa. Criou-
se um padrão estético a favor de barrigudo! É uma luta inglória. Um homem depois
dos 30 passa a vida lutando contra a barriga. Mais dia, menos dia, a vitória sempre
será dela.
Fiz um regime árduo durante um ano e perdi 23 quilos. Sem operação. Descobri o
sabor de salmão ao vapor. Peixe grelhado sem aquela deliciosa crosta de farinha.
Feijoada, eliminei. Acarajé, nem pensar. Enfim, boa parte das delícias da culinária
nacional saiu de meu cardápio. Francesa também. Americana? Nem por decreto,
embora tenha delírios pensando num cheeseburger. Coxinhas, empadinhas e
pastéis, só em momentos especiais.
Pois é. Fiz o regime com dedicação absoluta. Pulei do número 58/60 para o 52 e,
glorioso, refiz meu guarda-roupa. Meu rosto emagrece fácil. Alguns homens
emagrecem e ficam com cara de buldogue. Eu não. Fico mais próximo de uma
imagem tradicional do Drácula, magro, de rosto comprido e olhos ávidos. Não por
sangue, mas por qualquer pacotinho de batatas fritas. Existe algo melhor que
batatas fritas?
Quando o regime foi considerado vitorioso, aos poucos voltei aos carboidratos. A
uma delícia aqui, outra ali. Adivinhem o que cresceu primeiro? Ela, a barriga. Para
todo homem é assim. Barriga das boas aproveita a primeira oportunidade para se
expandir. Fui comprar um paletó, adivinhem? O 54 serve apertadinho. O 56 cai
melhor, mas folga nos ombros. O cinto que comprei, em comemoração, não fecha
mais. Voltei aos antigos.
Não há parte do corpo mais teimosa para o homem que a barriga. Posso fazer
esteira duas horas. Basta comer um cheeseburger, e a barriga vence! É insistente.
Tanto que muita gente já diz que a barriguinha em um homem é charmosa. Criou-
se um padrão estético a favor de barrigudo! É uma luta inglória. Um homem depois
dos 30 passa a vida lutando contra a barriga. Mais dia, menos dia, a vitória sempre
será dela.
c) homens com mais de 30 anos dificilmente eliminam a barriga, a não ser que
passem a fazer uma dieta balanceada.
d) não basta submeter-se a uma cirurgia, é preciso aderir a uma dieta balanceada
para conseguir eliminar a barriga.
A pirataria para o brasileiro é algo tão comum que mal pensamos que este ato, na
verdade, é ilegal. Nada como comprar aquele DVD pirata no camelô ou baixar um
filminho no Pirate Bay para assistir com a namorada no final de semana, não é
verdade? Entretanto, você já se indagou alguma vez se poderia ser punido por
isso?
Existe uma lenda urbana em nosso país que define como criminoso apenas quem
lucra com a pirataria digital. Em outras palavras, a crença que circula de boca em
boca é que somente vendedores ambulantes, falsificadores e sites que hospedam
esse tipo de conteúdo são passíveis de punição jurídica. Entretanto, não é bem
assim que funciona.
O STJ já reforçou mais de uma vez que o download de obras que possuem direitos
autorais configura crime. Mas por que ninguém é preso ou recebe multas? Simples:
a aceitação cultural é tão grande que não existe quase nenhum tipo de fiscalização
ou punição para a reprodução e distribuição deste tipo de conteúdo.
(Vinicius Munhoz, Como a pirataria é castigada em outros países do mundo? Disponível em:
www.tecmundo.com.br. 14.07.2015.)
A partir da leitura do texto, conclui-se corretamente que o autor
a) parte do pressuposto de que o leitor reproduz filmes piratas porque isso ainda
não é crime no Brasil.
d) defende que quem praticar a reprodução ilegal de filmes deve ser preso, como
qualquer outro tipo de criminoso.
e) julga adequada a maneira como o STJ tem punido exemplarmente aqueles que
insistem em assistir a filmes piratas.
A pirataria para o brasileiro é algo tão comum que mal pensamos que este ato, na
verdade, é ilegal. Nada como comprar aquele DVD pirata no camelô ou baixar um
filminho no Pirate Bay para assistir com a namorada no final de semana, não é
verdade? Entretanto, você já se indagou alguma vez se poderia ser punido por
isso?
Existe uma lenda urbana em nosso país que define como criminoso apenas quem
lucra com a pirataria digital. Em outras palavras, a crença que circula de boca em
boca é que somente vendedores ambulantes, falsificadores e sites que hospedam
esse tipo de conteúdo são passíveis de punição jurídica. Entretanto, não é bem
assim que funciona.
O STJ já reforçou mais de uma vez que o download de obras que possuem direitos
autorais configura crime. Mas por que ninguém é preso ou recebe multas? Simples:
a aceitação cultural é tão grande que não existe quase nenhum tipo de fiscalização
ou punição para a reprodução e distribuição deste tipo de conteúdo.
(Vinicius Munhoz, Como a pirataria é castigada em outros países do mundo? Disponível em:
www.tecmundo.com.br. 14.07.2015.)
a) a personagem crer que o mundo continua tão perigoso quanto antes, ainda que
mais civilizado com a tecnologia.
d) a tecnologia ser apresentada como a causa para o mundo ser visto como um
lugar onde sempre houve perigo.
Prólogo
Minha prima. – Gostou da minha história, e pede-me um romance; acha que posso
fazer alguma coisa neste ramo de literatura.
Esta pode errar, pode exagerar-se; o coração é sempre verdadeiro, não diz senão o
que sentiu; e o sentimento, qualquer que ele seja, tem a sua beleza.
Estava abandonado e quase todo estragado pela umidade e pelo cupim, esse roedor
eterno, que antes do dilúvio já se havia agarrado à arca de Noé, e pôde assim
escapar ao cataclisma.
Previno-lhe que encontrará cenas que não são comuns atualmente, não as condene
à primeira leitura, antes de ver as outras que as explicam.
Adeus.
Minas, 12 de dezembro.
a) revela ao leitor que a história que irá apresentar foi escrita enquanto era muito
jovem, por isso precisa ser retificada.
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas
como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de
feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um
bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
c) condicionadas ao fato de ele viver em uma terra que não lhe pertence.
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas
como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de
feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um
bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
a) pelo imediatismo.
b) pela ignorância.
c) pelo fatalismo.
d) pelo otimismo.
e) pelo misticismo.
Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas
como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de
feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um
bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.
Esta é a estória. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía
a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produzia-se em caso
de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A Mãe e o
Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A Tia e o Tio tomavam conta dele, justinhamente.
Sorria-se, saudava-se, todos se ouviam e falavam. O avião era da Companhia,
especial, de quatro lugares. Respondiam-lhe a todas as perguntas, até o piloto
conversou com ele. O voo ia ser pouco mais de duas horas. O menino fremia no
acorçoo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folha a cair. A
vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária. Mesmo o afivelarem-lhe o
cinto de segurança virava forte afago, de proteção, e logo novo senso de
esperança: ao não-sabido, ao mais. Assim um crescer e desconter-se — certo como
o ato de respirar — o de fugir para o espaço em branco. O Menino.
Esta é a estória. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía
a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produzia-se em caso
de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A Mãe e o
Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A Tia e o Tio tomavam conta dele, justinhamente.
Sorria-se, saudava-se, todos se ouviam e falavam. O avião era da Companhia,
especial, de quatro lugares. Respondiam-lhe a todas as perguntas, até o piloto
conversou com ele. O voo ia ser pouco mais de duas horas. O menino fremia no
acorçoo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folha a cair. A
vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária. Mesmo o afivelarem-lhe o
cinto de segurança virava forte afago, de proteção, e logo novo senso de
esperança: ao não-sabido, ao mais. Assim um crescer e desconter-se — certo como
o ato de respirar — o de fugir para o espaço em branco. O Menino.
Toada do Amor
Toada do Amor
Mariquita, dá cá o pito,
no teu pito está o infinito.
Para lidar com o problema, empresas e órgãos públicos de São Paulo têm inserido,
de forma tímida, nos seus espaços, as chamadas ―bituqueiras‖ – equipamento que
acondiciona o resíduo. E, na capital paulista – onde regiões com grande circulação
de pessoas, ambientes com alto nível de estresse ou que concentram bares são as
mais infestadas pelas bitucas –, um projeto de lei tramita desde o ano passado com
proposta que prevê multa de até R$ 100 para o ―sujão‖ flagrado.
Silva diz que dessa forma ―diminui o dano‖ devido à falta de um lugar adequado na
região para dar um fim à bituca.
―A bituca em contato com a água libera substâncias tóxicas e também acaba
entupindo a rede pluvial da cidade. Além de, visualmente, fomentar uma paisagem
de degradação‖, afirma Rafael Rodrigues, 31, gestor da Rede Papel Bituca. As
pontas de cigarro também provocam incêndios. Em 2013, o Corpo de Bombeiros
conteve 530 ocorrências do tipo apenas na capital.
a) a organização Rede Papel Bituca constatou que em várias metrópoles, como São
Paulo, há o consumo de 1,7 milhão de maços de cigarro por dia.
Silva diz que dessa forma ―diminui o dano‖ devido à falta de um lugar adequado
na região para dar um fim à bituca.
As pessoas não se sentem ouvidas, então berram por meio dos atos de violência.
Querem a atenção dos demais mas ficam frustradas, pois se sentem ignoradas ou
marginalizadas.
Será que estamos atarefados demais para olhar o outro? Será que o contato virtual
nos rouba o real? Será que nos acostumamos com estatísticas e números e ficamos
menos disponíveis para perceber o outro?
Lembro que escutar é diferente de ouvir. Se você não tem problemas no aparelho
auditivo, você ouve. Mas escutar implica estar atento ao que o outro está dizendo e
compreendê-lo: não só com palavras, mas também com gestos, postura, expressão
facial e tom de voz.
As pessoas não se sentem ouvidas, então berram por meio dos atos de violência.
Querem a atenção dos demais mas ficam frustradas, pois se sentem ignoradas ou
marginalizadas.
Será que estamos atarefados demais para olhar o outro? Será que o contato virtual
nos rouba o real? Será que nos acostumamos com estatísticas e números e ficamos
menos disponíveis para perceber o outro?
Lembro que escutar é diferente de ouvir. Se você não tem problemas no aparelho
auditivo, você ouve. Mas escutar implica estar atento ao que o outro está dizendo e
compreendê-lo: não só com palavras, mas também com gestos, postura, expressão
facial e tom de voz.
Leia a tirinha.
a) próprio, indicando que o cliente está interessado em fazer, pela primeira vez,
uma viagem de navio.
d) figurado, indicando que o cliente não está a par dos valores que são cobrados
para um turista fazer um cruzeiro.
e) figurado, indicando que o cliente recorreu a essa agência por ela ser
especializada em viagens marítimas.
Habilidades domésticas
Na sexta-feira, meu filho chega de São Paulo carregando uma mala entupida de
roupa suja. No final de semana, ele toma de assalto a máquina de lavar. Gira os
botões como quem aumenta o volume do rádio do carro; uma familiaridade
irritante. O elefante branco que me assustou quando vim morar sozinho tornou-se
para o jovem de 18 anos um simples e inofensivo gatinho. Se aos 45 eu nunca
tinha apertado um botão sequer de uma máquina dessas, ele, aos 18, já domina a
técnica com maestria, o que o tornará por certo mais independente nesse mundo
de dependência e subordinação em que vivemos.
Mas calma, amigo, calma. Hoje posso dizer com serenidade que essa mesma
habilidade que ele desenvolveu tão cedo eu também já desenvolvi. Agora, se tem
algo ultimamente que me anda pondo medo é o ferro de passar roupa.
Antigamente era fácil. Pelo que via, era só ligar à tomada. Havia um botãozinho
que regulava a temperatura. E pronto. Era só começar a passar. Esse que eu tenho
aqui, e que terei que usar até arrumar uma nova ajudante, tem um botão giratório
pra eu escolher o tipo de tecido: acetato, seda, rayon (o que é rayon?!), lã,
algodão, linho. Tem dois botõezinhos pra apertar com desenhinhos indecifráveis. Há
um outro que vai pra lá e pra cá, aumentando e diminuindo um filete escuro (pra
que tantos botões!?). E um buraquinho que, na minha ínfima capacidade de
decifrar esse monstrengo doméstico, serve pra colocar água.
Mais difícil do que passar roupa é entender como funciona um ferro de passar e seu
indecifrável manual. Sinceramente? Acho que escrever um romance a cada seis
meses ou arredondar uma encrencada e velha execução trabalhista são tarefas
mais fáceis, mas eu chego lá...
P.S.: Esquece esse último parágrafo. Tudo resolvido com essa tecnologia massa¹.
Bastaram três minutinhos. Bora² passar roupa! Com a ajuda do YouTube³, claro!
1 excelente
2 Vamos (convite)
3 site de compartilhamento de vídeos
b) a tarefa de lavar e passar roupa deve ser executada por profissionais com
formação específica.
c) antigamente era fácil passar roupa e, por isso, ele dispensava o trabalho de
uma ajudante.
Habilidades domésticas
Na sexta-feira, meu filho chega de São Paulo carregando uma mala entupida de
roupa suja. No final de semana, ele toma de assalto a máquina de lavar. Gira os
botões como quem aumenta o volume do rádio do carro; uma familiaridade
irritante. O elefante branco que me assustou quando vim morar sozinho tornou-se
para o jovem de 18 anos um simples e inofensivo gatinho. Se aos 45 eu nunca
tinha apertado um botão sequer de uma máquina dessas, ele, aos 18, já domina a
técnica com maestria, o que o tornará por certo mais independente nesse mundo
de dependência e subordinação em que vivemos.
Mas calma, amigo, calma. Hoje posso dizer com serenidade que essa mesma
habilidade que ele desenvolveu tão cedo eu também já desenvolvi. Agora, se tem
algo ultimamente que me anda pondo medo é o ferro de passar roupa.
Antigamente era fácil. Pelo que via, era só ligar à tomada. Havia um botãozinho
que regulava a temperatura. E pronto. Era só começar a passar. Esse que eu tenho
aqui, e que terei que usar até arrumar uma nova ajudante, tem um botão giratório
pra eu escolher o tipo de tecido: acetato, seda, rayon (o que é rayon?!), lã,
algodão, linho. Tem dois botõezinhos pra apertar com desenhinhos indecifráveis. Há
um outro que vai pra lá e pra cá, aumentando e diminuindo um filete escuro (pra
que tantos botões!?). E um buraquinho que, na minha ínfima capacidade de
decifrar esse monstrengo doméstico, serve pra colocar água.
Mais difícil do que passar roupa é entender como funciona um ferro de passar e seu
indecifrável manual. Sinceramente? Acho que escrever um romance a cada seis
meses ou arredondar uma encrencada e velha execução trabalhista são tarefas
mais fáceis, mas eu chego lá...
P.S.: Esquece esse último parágrafo. Tudo resolvido com essa tecnologia massa¹.
Bastaram três minutinhos. Bora² passar roupa! Com a ajuda do YouTube³, claro!
1 excelente
2 Vamos (convite)
3 site de compartilhamento de vídeos
O autor
c) resolveu seu problema com o uso do novo ferro de passar roupa depois de
acessar o YouTube.
d) não se tornou apto a manusear o ferro de passar, porque se recusou a ler seu
manual de instruções.
e) não soube operar os botões do ferro de passar novo, mas foi capaz de precisar
sua utilidade.
Considere o cartum.
Uma leitura adequada para o cartum é a que aponta para a oposição estabelecida
entre pessoas, respectivamente,
a) empáticas e refinadas.
b) hesitantes e prudentes.
c) desconfiadas e truculentas.
d) afoitas e cautelosas.
e) distraídas e ávidas.
1150) Concurso: Aux Esc/CM Marília/2016 Banca: VUNESP
Numa época em que só se colhem notícias ruins, aconteceu uma coisa boa no
mercado do café. As exportações vão bem e o consumo interno cresceu 0,9%. Não
é nada, mas é alguma coisa.
Em vez de exportar sobretudo café verde, poderá exportar cápsulas. O grão puro e
simples vale R$ 10 por quilo, o café das cápsulas rende R$ 300 pelo mesmo quilo.
Os bons cafezais brasileiros produzem tipos de grãos capazes de competir com
quaisquer sabores de outros países. Se ninguém atrapalhar, dá certo.
Após o fim de um relacionamento, um amigo fez uma viagem às Ilhas Maldivas. Foi
sozinho para um hotel fantástico, onde pretendia passar seu aniversário
calmamente. Por tradição, o hotel comemora o aniversário dos hóspedes e, ao final
de seu jantar, uma comitiva de garçons com um bolo de velas acesas aproximou-se
de sua mesa solitária cantando ―Happy birthday‖. Foi um horror suportar os olhares
de piedade dos turistas nas outras mesas.
A pessoa sozinha é vista como uma fracassada. Há algo de errado com ela,
pensam. No passado, o maior terror das garotas era ficar para tia, ou seja,
solteirona. Era ela quem cuidava dos pais velhinhos. Depois, ia morar na casa de
algum irmão ou irmã, onde era tratada como um estorvo, embora cozinhasse,
lavasse e passasse. Na divisão da herança, ficar com um pedaço de terra para quê,
se era sozinha? No máximo, um enfeite de porcelana que pertencera à mãe.
Uma família é definida pelo encontro de duas pessoas que se amam e constroem
um lar. Mas se as famílias estão mudando, o amor também não? A transformação
começa já no vocabulário. Antes namorada era alguém com quem se pretendia um
compromisso. Hoje, pode ser simplesmente uma pessoa com quem o rapaz esteja
saindo, uma espécie de amiga íntima, sem outros planos. Um casal se apresenta
como ―meu marido‖ e ―minha mulher‖. Mas de fato seriam, no conceito de
antigamente, namorados. Estão juntos, mas em casas separadas. As palavras
foram se tornando fluidas. "Ficar‖ é uma agarração sem compromisso. ―Ficante‖ é
alguém que se vê até com frequência, mas não é namoro. Mas a ficante às vezes é
apresentada como namorada ou mulher. Apresenta-se uma amiga que de fato é
namorada. Alguém fala em amante? É namorada. Ou até noiva. Mas o noivado não
é resultado de um compromisso. Só de um dia especialmente mais amoroso. Assim
como ―noivaram‖, param de se falar. Ou a pessoa diz que está namorando. E
depois descubro que ainda não conheceu o par. É só pela internet.
b) concorda que pessoas sozinhas não são merecedoras de herança, basta uma
lembrança de família.
c) afirma que as famílias não mudam, assim como o amor romântico, que é
estável e duradouro.
Após o fim de um relacionamento, um amigo fez uma viagem às Ilhas Maldivas. Foi
sozinho para um hotel fantástico, onde pretendia passar seu aniversário
calmamente. Por tradição, o hotel comemora o aniversário dos hóspedes e, ao final
de seu jantar, uma comitiva de garçons com um bolo de velas acesas aproximou-se
de sua mesa solitária cantando ―Happy birthday‖. Foi um horror suportar os olhares
de piedade dos turistas nas outras mesas.
A pessoa sozinha é vista como uma fracassada. Há algo de errado com ela,
pensam. No passado, o maior terror das garotas era ficar para tia, ou seja,
solteirona. Era ela quem cuidava dos pais velhinhos. Depois, ia morar na casa de
algum irmão ou irmã, onde era tratada como um estorvo, embora cozinhasse,
lavasse e passasse. Na divisão da herança, ficar com um pedaço de terra para quê,
se era sozinha? No máximo, um enfeite de porcelana que pertencera à mãe.
Uma família é definida pelo encontro de duas pessoas que se amam e constroem
um lar. Mas se as famílias estão mudando, o amor também não? A transformação
começa já no vocabulário. Antes namorada era alguém com quem se pretendia um
compromisso. Hoje, pode ser simplesmente uma pessoa com quem o rapaz esteja
saindo, uma espécie de amiga íntima, sem outros planos. Um casal se apresenta
como ―meu marido‖ e ―minha mulher‖. Mas de fato seriam, no conceito de
antigamente, namorados. Estão juntos, mas em casas separadas. As palavras
foram se tornando fluidas. "Ficar‖ é uma agarração sem compromisso. ―Ficante‖ é
alguém que se vê até com frequência, mas não é namoro. Mas a ficante às vezes é
apresentada como namorada ou mulher. Apresenta-se uma amiga que de fato é
namorada. Alguém fala em amante? É namorada. Ou até noiva. Mas o noivado não
é resultado de um compromisso. Só de um dia especialmente mais amoroso. Assim
como ―noivaram‖, param de se falar. Ou a pessoa diz que está namorando. E
depois descubro que ainda não conheceu o par. É só pela internet.
b) No passado, namorada era uma pessoa com quem o rapaz saía de vez em
quando.
Ela andava reclamando da forma como ele fechava as portas, ―Não bate! Vira a
maçaneta e puxa!‖, ele vinha implicando com o tempo que ela mantinha aberta a
geladeira, ―Pensa antes no que você quer, depois abre!‖. Quando ela dirigia, ele ia
cantando as marchas: ―Quarta!‖, ―Terceira!‖, ―Quinta! Oitenta... Bota a quinta!‖.
Quando ele dirigia, ela desdenhava dos caminhos: ―Por que cê tá subindo a
Augusta?! Pega a Nove de Julho!‖. ―Não, Rebouças não!‖. No dia em que discutiram
feio a respeito do lado certo para começar a descascar uma mexerica – ―Por cima!
Aquele engruvinhadinho tá ali pra isso!‖ versus ―Por baixo! É uma dedada só!‖ –,
decidiram que era preciso diminuir a convivência.
Passaram a jantar em horários diferentes. A ler cada um numa poltrona. Às terças,
ela ia ao bar com as amigas. Às quintas, ele jogava futebol. Melhorou, mas não
resolveu. Ele resmungava do cheiro de fritura com que ela se deitava na cama. Ela
o reprimia pelas roupas suadas, espalhadas no banheiro. Decidiram, então, dormir
em quartos separados. À noite, se despediam e iam cada um para um lado do
corredor. Ele assistia à série dele, ela via a série dela. Às vezes, até viam a mesma
série, mas cada um botando legenda na língua que bem entendesse – antes, ela
sempre queria pôr em inglês, ―pra praticar‖, ele sempre queria pôr em português,
―pra entender‖: acabavam nem praticando nem entendendo, mas discutindo. Mas,
mesmo em quartos separados, as rusgas continuavam.
A solução, acreditaram, era morar cada um numa casa. Voltariam a ser namorados,
cada um com o seu mundinho, como na época da faculdade. Foi bom por um
tempo, mas – de novo – não resolveu. Ele atrasava pro cinema. Ela discordava do
restaurante. Na casa dele, não tinha os cremes dela. Na casa dela, não tinha as
lentes dele.
Um belo dia tiveram de admitir que a convivência era impossível. Sempre haveria
algum incômodo, algum detalhe, algum hábito de um a pinicar a paciência do
outro. A saída era se separar. A distância acabou com os velhos problemas, mas
criou um novo, imenso: eles se amavam, sofriam vivendo sozinhos. Não que
quisessem voltar. Sabiam que de briguinha em briguinha, de discussão em
discussão, o caldo entornaria, mais uma vez.
Então chegaram, enfim, à conclusão de qual seria a única forma da relação
funcionar, sem picuinha nem saudade: nunca terem se conhecido. Se apenas
imaginassem um ao outro, amantes ideais, num mundo sem marchas, sem
Rebouças, sem mexericas, sem legendas, sem geladeiras, sem cremes e sem
lentes, seriam felizes para sempre.
(Antônio Prata, “O Engruvinhado da Mexerica”. Folha de S.Paulo, 15.11.2015. Adaptado)
Ela andava reclamando da forma como ele fechava as portas, ―Não bate! Vira a
maçaneta e puxa!‖, ele vinha implicando com o tempo que ela mantinha aberta a
geladeira, ―Pensa antes no que você quer, depois abre!‖. Quando ela dirigia, ele ia
cantando as marchas: ―Quarta!‖, ―Terceira!‖, ―Quinta! Oitenta... Bota a quinta!‖.
Quando ele dirigia, ela desdenhava dos caminhos: ―Por que cê tá subindo a
Augusta?! Pega a Nove de Julho!‖. ―Não, Rebouças não!‖. No dia em que discutiram
feio a respeito do lado certo para começar a descascar uma mexerica – ―Por cima!
Aquele engruvinhadinho tá ali pra isso!‖ versus ―Por baixo! É uma dedada só!‖ –,
decidiram que era preciso diminuir a convivência.
A solução, acreditaram, era morar cada um numa casa. Voltariam a ser namorados,
cada um com o seu mundinho, como na época da faculdade. Foi bom por um
tempo, mas – de novo – não resolveu. Ele atrasava pro cinema. Ela discordava do
restaurante. Na casa dele, não tinha os cremes dela. Na casa dela, não tinha as
lentes dele.
Um belo dia tiveram de admitir que a convivência era impossível. Sempre haveria
algum incômodo, algum detalhe, algum hábito de um a pinicar a paciência do
outro. A saída era se separar. A distância acabou com os velhos problemas, mas
criou um novo, imenso: eles se amavam, sofriam vivendo sozinhos. Não que
quisessem voltar. Sabiam que de briguinha em briguinha, de discussão em
discussão, o caldo entornaria, mais uma vez.
Ela andava reclamando da forma como ele fechava as portas, ―Não bate! Vira a
maçaneta e puxa!‖, ele vinha implicando com o tempo que ela mantinha aberta a
geladeira, ―Pensa antes no que você quer, depois abre!‖. Quando ela dirigia, ele ia
cantando as marchas: ―Quarta!‖, ―Terceira!‖, ―Quinta! Oitenta... Bota a quinta!‖.
Quando ele dirigia, ela desdenhava dos caminhos: ―Por que cê tá subindo a
Augusta?! Pega a Nove de Julho!‖. ―Não, Rebouças não!‖. No dia em que discutiram
feio a respeito do lado certo para começar a descascar uma mexerica – ―Por cima!
Aquele engruvinhadinho tá ali pra isso!‖ versus ―Por baixo! É uma dedada só!‖ –,
decidiram que era preciso diminuir a convivência.
A solução, acreditaram, era morar cada um numa casa. Voltariam a ser namorados,
cada um com o seu mundinho, como na época da faculdade. Foi bom por um
tempo, mas – de novo – não resolveu. Ele atrasava pro cinema. Ela discordava do
restaurante. Na casa dele, não tinha os cremes dela. Na casa dela, não tinha as
lentes dele.
Um belo dia tiveram de admitir que a convivência era impossível. Sempre haveria
algum incômodo, algum detalhe, algum hábito de um a pinicar a paciência do
outro. A saída era se separar. A distância acabou com os velhos problemas, mas
criou um novo, imenso: eles se amavam, sofriam vivendo sozinhos. Não que
quisessem voltar. Sabiam que de briguinha em briguinha, de discussão em
discussão, o caldo entornaria, mais uma vez.
Após o fim de um relacionamento, um amigo fez uma viagem às Ilhas Maldivas. Foi
sozinho para um hotel fantástico, onde pretendia passar seu aniversário
calmamente. Por tradição, o hotel comemora o aniversário dos hóspedes e, ao final
de seu jantar, uma comitiva de garçons com um bolo de velas acesas aproximou-se
de sua mesa solitária cantando ―Happy birthday‖. Foi um horror suportar os olhares
de piedade dos turistas nas outras mesas.
A pessoa sozinha é vista como uma fracassada. Há algo de errado com ela,
pensam. No passado, o maior terror das garotas era ficar para tia, ou seja,
solteirona. Era ela quem cuidava dos pais velhinhos. Depois, ia morar na casa de
algum irmão ou irmã, onde era tratada como um estorvo, embora cozinhasse,
lavasse e passasse. Na divisão da herança, ficar com um pedaço de terra para quê,
se era sozinha? No máximo, um enfeite de porcelana que pertencera à mãe.
Uma família é definida pelo encontro de duas pessoas que se amam e constroem
um lar. Mas se as famílias estão mudando, o amor também não? A transformação
começa já no vocabulário. Antes namorada era alguém com quem se pretendia um
compromisso. Hoje, pode ser simplesmente uma pessoa com quem o rapaz esteja
saindo, uma espécie de amiga íntima, sem outros planos. Um casal se apresenta
como ―meu marido‖ e ―minha mulher‖. Mas de fato seriam, no conceito de
antigamente, namorados. Estão juntos, mas em casas separadas. As palavras
foram se tornando fluidas. ―Ficar‖ é uma agarração sem compromisso. ―Ficante‖ é
alguém que se vê até com frequência, mas não é namoro. Mas a ficante às vezes é
apresentada como namorada ou mulher. Apresenta-se uma amiga que de fato é
namorada. Alguém fala em amante? É namorada. Ou até noiva. Mas o noivado não
é resultado de um compromisso. Só de um dia especialmente mais amoroso. Assim
como ―noivaram‖, param de se falar. Ou a pessoa diz que está namorando. E
depois descubro que ainda não conheceu o par. É só pela internet.
Na expressão relações fugazes, com o sentido com que foi empregada no texto,
pode ser corretamente relacionada ao trecho
Após o fim de um relacionamento, um amigo fez uma viagem às Ilhas Maldivas. Foi
sozinho para um hotel fantástico, onde pretendia passar seu aniversário
calmamente. Por tradição, o hotel comemora o aniversário dos hóspedes e, ao final
de seu jantar, uma comitiva de garçons com um bolo de velas acesas aproximou-se
de sua mesa solitária cantando ―Happy birthday‖. Foi um horror suportar os olhares
de piedade dos turistas nas outras mesas.
A pessoa sozinha é vista como uma fracassada. Há algo de errado com ela,
pensam. No passado, o maior terror das garotas era ficar para tia, ou seja,
solteirona. Era ela quem cuidava dos pais velhinhos. Depois, ia morar na casa de
algum irmão ou irmã, onde era tratada como um estorvo, embora cozinhasse,
lavasse e passasse. Na divisão da herança, ficar com um pedaço de terra para quê,
se era sozinha? No máximo, um enfeite de porcelana que pertencera à mãe.
Uma família é definida pelo encontro de duas pessoas que se amam e constroem
um lar. Mas se as famílias estão mudando, o amor também não? A transformação
começa já no vocabulário. Antes namorada era alguém com quem se pretendia um
compromisso. Hoje, pode ser simplesmente uma pessoa com quem o rapaz esteja
saindo, uma espécie de amiga íntima, sem outros planos. Um casal se apresenta
como ―meu marido‖ e ―minha mulher‖. Mas de fato seriam, no conceito de
antigamente, namorados. Estão juntos, mas em casas separadas. As palavras
foram se tornando fluidas. ―Ficar‖ é uma agarração sem compromisso. ―Ficante‖ é
alguém que se vê até com frequência, mas não é namoro. Mas a ficante às vezes é
apresentada como namorada ou mulher. Apresenta-se uma amiga que de fato é
namorada. Alguém fala em amante? É namorada. Ou até noiva. Mas o noivado não
é resultado de um compromisso. Só de um dia especialmente mais amoroso. Assim
como ―noivaram‖, param de se falar. Ou a pessoa diz que está namorando. E
depois descubro que ainda não conheceu o par. É só pela internet.
E o amor? A paixão é imaginária, o amor é real. Mas quem quer a realidade hoje?
E o amor? A paixão é imaginária, o amor é real. Mas quem quer a realidade hoje?
Ela andava reclamando da forma como ele fechava as portas, ―Não bate! Vira a
maçaneta e puxa!‖, ele vinha implicando com o tempo que ela mantinha aberta a
geladeira, ―Pensa antes no que você quer, depois abre!‖. Quando ela dirigia, ele ia
cantando as marchas: ―Quarta!‖, ―Terceira!‖, ―Quinta! Oitenta... Bota a quinta!‖.
Quando ele dirigia, ela desdenhava dos caminhos: ―Por que cê tá subindo a
Augusta?! Pega a Nove de Julho!‖. ―Não, Rebouças não!‖. No dia em que discutiram
feio a respeito do lado certo para começar a descascar uma mexerica – ―Por cima!
Aquele engruvinhadinho tá ali pra isso!‖ versus ―Por baixo! É uma dedada só!‖ –,
decidiram que era preciso diminuir a convivência.
A solução, acreditaram, era morar cada um numa casa. Voltariam a ser namorados,
cada um com o seu mundinho, como na época da faculdade. Foi bom por um
tempo, mas – de novo – não resolveu. Ele atrasava pro cinema. Ela discordava do
restaurante. Na casa dele, não tinha os cremes dela. Na casa dela, não tinha as
lentes dele.
Um belo dia tiveram de admitir que a convivência era impossível. Sempre haveria
algum incômodo, algum detalhe, algum hábito de um a pinicar a paciência do
outro. A saída era se separar. A distância acabou com os velhos problemas, mas
criou um novo, imenso: eles se amavam, sofriam vivendo sozinhos. Não que
quisessem voltar. Sabiam que de briguinha em briguinha, de discussão em
discussão, o caldo entornaria, mais uma vez.
(Antônio Prata,
“O Engruvinhado da Mexerica”. Folha de S.Paulo, 15.11.2015. Adaptado)
b) O casal brigava porque, enquanto ele jogava futebol às quintas, ela encontrava
as amigas no bar semanalmente.
c) Dormir em quartos separados resolveu as brigas do casal, já que assim ele não
se incomodava mais com o cheiro de fritura dela.
e) Foi bom morar em casas separadas, porque, desse modo, as lentes dele não
ficavam na casa dela nem os cremes dela, na casa dele.
1160) Concurso: Educ Soc/Pref SJRP/2016 Banca: VUNESP
Numa cidade de 12 milhões de habitantes, como São Paulo, não há de ser simples
a logística para distribuir remédios gratuitos às farmácias estatais e garantir o
acesso tempestivo a quem deles depende.
Falhas pontuais acontecem. Cabe ao poder público saná-las de pronto e por elas
desculpar-se, sem recorrer a pretextos burocráticos para explicar a inoperância.
Eles não têm como minorar o desconforto do doente que fica sem medicamento a
que tem direito.
De acordo com o texto, em uma cidade como São Paulo, a distribuição de remédios
gratuitos à população
Numa cidade de 12 milhões de habitantes, como São Paulo, não há de ser simples
a logística para distribuir remédios gratuitos às farmácias estatais e garantir o
acesso tempestivo a quem deles depende.
Falhas pontuais acontecem. Cabe ao poder público saná-las de pronto e por elas
desculpar-se, sem recorrer a pretextos burocráticos para explicar a inoperância.
Eles não têm como minorar o desconforto do doente que fica sem medicamento a
que tem direito.
Viver ―no mundo da lua‖ e olhar para a Terra de outras distâncias, de outros
ângulos, não era bem-visto pelos adultos, em geral, e pelos adultos da escola, em
particular.
e) o contato com o texto literário aconteceu muito cedo em sua vida, mas ele
nunca lhe despertou o interesse pelo mundo da imaginação.
O que você faria se soubesse que não iria falhar? ―Nada‖, segundo o professor de
design gráfico Brad Hokanson, da Universidade de Minnesota. Isso porque, para
ele, não há diversão nenhuma na falta de desafio e é exatamente isso que melhora
a nossa criatividade. Em entrevista à Galileu, o professor Hokanson explica como
essa habilidade pode ser adquirida.
Galileu: Para ser criativo é preciso desafiar alguns padrões. Você acha que as
pessoas têm medo de serem criativas por conta disso?
Galileu: Falta de criatividade é associada com uma visão de mundo mais limitada.
Como as pessoas podem se livrar desse tipo de visão?
Hokanson: Uma das formas de aumentar nosso potencial criativo é nos expondo a
ambientes, coisas e pessoas diferentes. Algumas pesquisas mostram que nossas
memórias e experiências em lugares diferentes podem nos ajudar a resolver os
problemas de onde vivemos.
O que você faria se soubesse que não iria falhar? ―Nada‖, segundo o professor de
design gráfico Brad Hokanson, da Universidade de Minnesota. Isso porque, para
ele, não há diversão nenhuma na falta de desafio e é exatamente isso que melhora
a nossa criatividade. Em entrevista à Galileu, o professor Hokanson explica como
essa habilidade pode ser adquirida.
Galileu: Para ser criativo é preciso desafiar alguns padrões. Você acha que as
pessoas têm medo de serem criativas por conta disso?
Galileu: Falta de criatividade é associada com uma visão de mundo mais limitada.
Como as pessoas podem se livrar desse tipo de visão?
Hokanson: Uma das formas de aumentar nosso potencial criativo é nos expondo a
ambientes, coisas e pessoas diferentes. Algumas pesquisas mostram que nossas
memórias e experiências em lugares diferentes podem nos ajudar a resolver os
problemas de onde vivemos.
Raios do Sol
Luas
Abraços
Grãos de areia
Velas
Beijos
Gotas d‘água
Segundos
Suspiros
Como você mede o tempo?
Leia a charge.
Para que a fala da segunda personagem faça sentido, a lacuna na fala da primeira
deve ser preenchida com:
Gostei, sim, da ideia daquele publicitário de São Paulo, que concebeu e instalou na
rua um outdoor de 24 metros quadrados, contendo uma declaração de amor à sua
mulher. Todo mundo, ao passar por lá, ficou sabendo que Bob continua amando
Cly, depois de dez anos de casados, e que não abre.
(...)
Em relação ao outdoor que o publicitário Bob instalou na rua para a sua mulher, o
autor pondera que
c) parece algo sem sentido, quando comparado aos grandes problemas vividos no
mundo atual.
d) revela a criatividade do marido, mas perde seu verdadeiro valor por ser
produzido em linguagem pouco atual.
Gostei, sim, da ideia daquele publicitário de São Paulo, que concebeu e instalou na
rua um outdoor de 24 metros quadrados, contendo uma declaração de amor à sua
mulher. Todo mundo, ao passar por lá, ficou sabendo que Bob continua amando
Cly, depois de dez anos de casados, e que não abre.
(...)
(Veja, 17.06.2015)
(Veja, 17.06.2015)
Quando fazer as três refeições básicas diariamente era um luxo e morrer de fome
era um destino comum para as pessoas, a gordura era um privilégio. Agora, já que
temos mais comida à disposição, mais jeitos de conservá-la, comer é fácil.
Portanto, não é de estranhar que as modelos extremamente magras sejam
colocadas em um pedestal. É mais difícil ser muito magra com tantas calorias à
disposição. O corpo magro e jovem também exige cada vez mais procedimentos
estéticos e cirurgias para atingir a dita ―perfeição‖ — exige dinheiro, mais um
obstáculo.
a) histórica, pois nos séculos passados as musas cuidavam de suas curvas com
especial atenção.
Quando fazer as três refeições básicas diariamente era um luxo e morrer de fome
era um destino comum para as pessoas, a gordura era um privilégio. Agora, já que
temos mais comida à disposição, mais jeitos de conservá-la, comer é fácil.
Portanto, não é de estranhar que as modelos extremamente magras sejam
colocadas em um pedestal. É mais difícil ser muito magra com tantas calorias à
disposição. O corpo magro e jovem também exige cada vez mais procedimentos
estéticos e cirurgias para atingir a dita ―perfeição‖ — exige dinheiro, mais um
obstáculo.
Quando fazer as três refeições básicas diariamente era um luxo e morrer de fome
era um destino comum para as pessoas, a gordura era um privilégio. Agora, já que
temos mais comida à disposição, mais jeitos de conservá-la, comer é fácil.
Portanto, não é de estranhar que as modelos extremamente magras sejam
colocadas em um pedestal. É mais difícil ser muito magra com tantas calorias à
disposição. O corpo magro e jovem também exige cada vez mais procedimentos
estéticos e cirurgias para atingir a dita ―perfeição‖ — exige dinheiro, mais um
obstáculo.
Quando fazer as três refeições básicas diariamente era um luxo e morrer de fome
era um destino comum para as pessoas, a gordura era um privilégio. Agora, já que
temos mais comida à disposição, mais jeitos de conservá-la, comer é fácil.
Portanto, não é de estranhar que as modelos extremamente magras sejam
colocadas em um pedestal. É mais difícil ser muito magra com tantas calorias à
disposição. O corpo magro e jovem também exige cada vez mais procedimentos
estéticos e cirurgias para atingir a dita ―perfeição‖ — exige dinheiro, mais um
obstáculo.
Só no Brasil, um terço das meninas que estão no 9º ano do Ensino Fundamental já
se preocupam com o peso, de acordo com uma pesquisa de 2013 do IBGE. Em
âmbito global, a probabilidade de que uma moça com idade entre 15 e 24 anos
morra em decorrência de anorexia é 12 vezes maior que por qualquer outra causa.
E não é à toa que as vítimas mais comuns sejam as mulheres. A nutricionista Paola
Altheia explica a tendência: ―Enquanto a moeda de valor masculina na sociedade é
dinheiro, poder e influência, a das mulheres é a aparência‖.
b) pode ser conquistado por todos aqueles que fizerem uma dieta.
c) está na mente dos artistas, não deve ser ligado à vida comum.
a) tranquilizadora.
b) contornável.
c) insignificante.
d) superficial.
e) precoce.
1176) Concurso: Ag SR/ODAC/2016 Banca: VUNESP
(Al‟Hanati. www.gazetadopovo.com.br)
(Al‟Hanati. www.gazetadopovo.com.br)
Ao afirmar no terceiro quadrinho – Pensando bem, eu também sou assim… –, o
personagem atribui sentido figurado à expressão ―fica esquentando à toa‖ (2º
quadrinho), sugerindo que ele (o personagem)
d) se preocupa facilmente.
O resgate do casaco
Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos,
roupas energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri
para a rua. O táxi ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na
atleta que poderia existir oculta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos
cem metros rasos.
Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar.
Eu estava quase.
Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um
pequeno engarrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha
esperança atlética e dei o melhor de mim.
Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de
minha amiga.
Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não
parava de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também
para ela, e juntas choramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.
Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão
revelador.
Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela
e que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem
ao menos ter tentado.
Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em
vaivém, tornando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína
desconhecida se fazendo valer à minha revelia, desafiada pela frustração de
sucessivos quases.
e) desconfiou que sua amiga não sabia exatamente o que havia deixado no táxi.
1179) Concurso: Ag SR/ODAC/2016 Banca: VUNESP
O resgate do casaco
Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos,
roupas energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri
para a rua. O táxi ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na
atleta que poderia existir oculta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos
cem metros rasos.
Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar.
Eu estava quase.
Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um
pequeno engarrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha
esperança atlética e dei o melhor de mim.
Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de
minha amiga.
Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não
parava de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também
para ela, e juntas choramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.
Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão
revelador.
Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela
e que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem
ao menos ter tentado.
Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em
vaivém, tornando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína
desconhecida se fazendo valer à minha revelia, desafiada pela frustração de
sucessivos quases.
O resgate do casaco
Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos,
roupas energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri
para a rua. O táxi ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na
atleta que poderia existir oculta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos
cem metros rasos.
Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar.
Eu estava quase.
Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um
pequeno engarrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha
esperança atlética e dei o melhor de mim.
Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de
minha amiga.
Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não
parava de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também
para ela, e juntas choramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.
Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão
revelador.
Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela
e que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem
ao menos ter tentado.
Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em
vaivém, tornando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína
desconhecida se fazendo valer à minha revelia, desafiada pela frustração de
sucessivos quases.
O resgate do casaco
Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos,
roupas energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri
para a rua. O táxi ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na
atleta que poderia existir oculta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos
cem metros rasos.
Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar.
Eu estava quase.
Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um
pequeno engarrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha
esperança atlética e dei o melhor de mim.
Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de
minha amiga.
Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não
parava de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também
para ela, e juntas choramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.
Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão
revelador.
Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela
e que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem
ao menos ter tentado.
Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em
vaivém, tornando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína
desconhecida se fazendo valer à minha revelia, desafiada pela frustração de
sucessivos quases.
Após ter sido resgatado, o casaco passou a ser, para a amiga da autora, símbolo de
a) perseverança.
b) autenticidade.
c) ansiedade.
d) consumismo.
e) distração.
Passarinho
Considere o cartum.
Meninas são menos provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas disseram já
ter praticado bullying, enquanto entre os alunos a proporção sobe para 24,2%. A
prática é um pouco mais frequente nas escolas privadas (21,2% dos entrevistados
disseram fazer bullying) do que na rede pública (19,5%). Sofreram bullying com
frequência 7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9º ano, principalmente por causa da
aparência do corpo ou do rosto.
* bullying: situação que envolve agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira
repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.
Meninas são menos provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas disseram já
ter praticado bullying, enquanto entre os alunos a proporção sobe para 24,2%. A
prática é um pouco mais frequente nas escolas privadas (21,2% dos entrevistados
disseram fazer bullying) do que na rede pública (19,5%). Sofreram bullying com
frequência 7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9º ano, principalmente por causa da
aparência do corpo ou do rosto.
* bullying: situação que envolve agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira
repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não se
expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos tantas
preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco ou quase
nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de assédio
moral* nasce de preconceitos!
Muita gente se indignou, mas muita gente também não viu nada de mais em
ambos os casos. Choveram justificativas e até acusações para explicar as situações,
o que sinaliza como é difícil reconhecer nossos preconceitos e, acima de tudo,
conter suas manifestações e colaborar para que a convivência social seja mais
digna.
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar como
uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão é
pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos
garantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo para
a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não se
expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos tantas
preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco ou quase
nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de assédio
moral* nasce de preconceitos!
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar como
uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão é
pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos
garantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo para
a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não se
expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos tantas
preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco ou quase
nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de assédio
moral* nasce de preconceitos!
Muita gente se indignou, mas muita gente também não viu nada de mais em
ambos os casos. Choveram justificativas e até acusações para explicar as situações,
o que sinaliza como é difícil reconhecer nossos preconceitos e, acima de tudo,
conter suas manifestações e colaborar para que a convivência social seja mais
digna.
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar como
uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão é
pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos
garantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo para
a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para
horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para
horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos,
para horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.
a) admite que era uma criança medrosa e se sentia abandonada quando os adultos
fingiam ir embora da praia.
c) lamenta o distanciamento que se criou entre primos e primas agora que todos
são adultos.
e) procura, mesmo incerta sobre alguns fatos, descrever para os leitores como foi
sua infância na praia.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para
horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar. E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se
queixar, porque era assim e pronto.
Para mim são, ainda e sempre, as recordações da infância na praia muito mais
fortes do que eu podia imaginar.
… sempre com muito cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma coisa
mesmo muito estranha.
d) assegura que para todas as crianças as férias na praia são sempre maravilhosas.
Frequentemente desprezadas por terem um aspecto que não está de acordo com os
―padrões de beleza‖ impostos pela indústria, as frutas e verduras ―feias‖ voltaram a
ser um objeto atrativo pelos que lutam contra o desperdício de alimentos.
Sua estratégia é simples. Vender uma maçã com um rótulo cujo logotipo mostra
um rosto com um único dente aos produtores que se comprometem a colocá-la
entre seus alimentos ―feios‖, oferecendo-os pelo menor preço. Depois, parte do
dinheiro arrecadado é destinada a associações de caridade e de consumidores.
―Quando você coloca uma maçã feia ao lado de outras muito bonitas, nossos olhos
fixam antes nas mais bonitas‖, disse Chabanne, que se esforça para mostrar às
pessoas que os produtos menos esteticamente atrativos também são de qualidade
e, inclusive, mais baratos.
A iniciativa começou com frutos e legumes, mas, pouco a pouco, está se
expandindo. Agora, engloba também outros produtos, como queijos e cereais
ingeridos no café da manhã.
a) fazer com que os consumidores paguem pelos alimentos feios o mesmo preço
pago pelos bonitos.
e) vender alimentos que não se enquadram nos padrões de beleza a um valor mais
acessível.
Frequentemente desprezadas por terem um aspecto que não está de acordo com os
―padrões de beleza‖ impostos pela indústria, as frutas e verduras ―feias‖ voltaram a
ser um objeto atrativo pelos que lutam contra o desperdício de alimentos.
Sua estratégia é simples. Vender uma maçã com um rótulo cujo logotipo mostra
um rosto com um único dente aos produtores que se comprometem a colocá-la
entre seus alimentos ―feios‖, oferecendo-os pelo menor preço. Depois, parte do
dinheiro arrecadado é destinada a associações de caridade e de consumidores.
―Quando você coloca uma maçã feia ao lado de outras muito bonitas, nossos olhos
fixam antes nas mais bonitas‖, disse Chabanne, que se esforça para mostrar às
pessoas que os produtos menos esteticamente atrativos também são de qualidade
e, inclusive, mais baratos.
a) tem como objetivo central fazer com que as pessoas consumam vegetais mais
saudáveis.
Frequentemente desprezadas por terem um aspecto que não está de acordo com os
―padrões de beleza‖ impostos pela indústria, as frutas e verduras ―feias‖ voltaram a
ser um objeto atrativo pelos que lutam contra o desperdício de alimentos.
Sua estratégia é simples. Vender uma maçã com um rótulo cujo logotipo mostra
um rosto com um único dente aos produtores que se comprometem a colocá-la
entre seus alimentos ―feios‖, oferecendo-os pelo menor preço. Depois, parte do
dinheiro arrecadado é destinada a associações de caridade e de consumidores.
―Quando você coloca uma maçã feia ao lado de outras muito bonitas, nossos olhos
fixam antes nas mais bonitas‖, disse Chabanne, que se esforça para mostrar às
pessoas que os produtos menos esteticamente atrativos também são de qualidade
e, inclusive, mais baratos.
Sem ilusionismo
Muita gente acredita que mudar o sistema previdenciário do país é uma forma de
submissão do governo aos desejos inescrupulosos do mercado financeiro e dos
fiscalistas de plantão. Ledo engano.
Então, chegamos à segunda opção: a tesoura. ―Mas como cortar despesas num país
tão carente?‖, ponderam alguns. ―Como propor mais tempo de trabalho para quem
está próximo de encostar a chuteira?‖, questionam outros. O caminho do equilíbrio
nunca foi uma via fácil.
Sem ilusionismo
Muita gente acredita que mudar o sistema previdenciário do país é uma forma de
submissão do governo aos desejos inescrupulosos do mercado financeiro e dos
fiscalistas de plantão. Ledo engano.
Então, chegamos à segunda opção: a tesoura. ―Mas como cortar despesas num país
tão carente?‖, ponderam alguns. ―Como propor mais tempo de trabalho para quem
está próximo de encostar a chuteira?‖, questionam outros. O caminho do equilíbrio
nunca foi uma via fácil.
d) o envelhecimento da população.
O gavião
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz
com tanto satélite beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de
algo mais sensacional e comovente – o gavião malvado, que mata pombas.
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e também o lance
magnífico em que o gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como
diria Saint-Exupéry, ―a verdade do gavião‖, mas matar um gavião no ar com um
belo tiro pode também ser a verdade do caçador.
O gavião
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz
com tanto satélite beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de
algo mais sensacional e comovente – o gavião malvado, que mata pombas.
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e também o lance
magnífico em que o gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como
diria Saint-Exupéry, ―a verdade do gavião‖, mas matar um gavião no ar com um
belo tiro pode também ser a verdade do caçador.
Considere a tira.
Basicamente, a higiene ambiental consiste no cuidado que o homem deve ter com o
ambiente em que vive, tanto em casa, quanto no trabalho, escola, etc. Varrer o
chão, arrumar as coisas em seus devidos lugares, separar e levar o lixo para
reciclagem são alguns exemplos de ações que contribuem para a higiene ambiental.
Basicamente, a higiene ambiental consiste no cuidado que o homem deve ter com o
ambiente em que vive, tanto em casa, quanto no trabalho, escola, etc. Varrer o
chão, arrumar as coisas em seus devidos lugares, separar e levar o lixo para
reciclagem são alguns exemplos de ações que contribuem para a higiene ambiental.
De acordo com o texto, assinale a alternativa que apresenta uma atitude de higiene
ambiental.
Basicamente, a higiene ambiental consiste no cuidado que o homem deve ter com o
ambiente em que vive, tanto em casa, quanto no trabalho, escola, etc. Varrer o
chão, arrumar as coisas em seus devidos lugares, separar e levar o lixo para
reciclagem são alguns exemplos de ações que contribuem para a higiene ambiental.
c) Quanto mais nos dedicamos ao trabalho, mais ajudamos nosso meio ambiente.
Basicamente, a higiene ambiental consiste no cuidado que o homem deve ter com o
ambiente em que vive, tanto em casa, quanto no trabalho, escola, etc. Varrer o
chão, arrumar as coisas em seus devidos lugares, separar e levar o lixo para
reciclagem são alguns exemplos de ações que contribuem para a higiene ambiental.
A educação e a consciência são as melhores maneiras de cuidar do meio ambiente.
A partir do momento em que alguém, por exemplo, sai de casa para trabalhar a pé
ou de bicicleta, deixando de usar o carro, ou mesmo utilizando ônibus, trem ou
metrô como meio de transporte, já contribui para a diminuição da poluição do ar.
a) o sacrifício.
b) a observação.
c) a educação.
d) a sabedoria.
Valor estimativo
O meu velho amigo Julião, homem de muitos guardados e segredos, tira do bolso a
cigarreira. Espanto-me: de um verde pálido e tauxiada* de ouro, era simplesmente
horrenda. Ele surpreende a minha expressão. Gagueja:
– Não... não... é que quando a vi na vitrine, tão feinha, tive pena e... Bem: aqui
está ela!
a) o narrador encontra Julião e tira do bolso uma horrenda cigarreira para lhe
mostrar. O amigo pergunta como ele a adquiriu e o narrador explica, então, que ela
pertenceu a um querido tio-avô.
b) Julião mostrou sua cigarreira ao narrador que, assustado, perguntou se ela
pertenceu a alguém já morto. O amigo explica, então, que o objeto tem valor
estimativo por ter pertencido ao seu tio-avô.
e) o narrador e Julião, seu velho amigo, passam por uma vitrine e contemplam
uma cigarreira horrenda. Julião, então, explica ao amigo que está com pena dela e
decide comprá-la.
Valor estimativo
O meu velho amigo Julião, homem de muitos guardados e segredos, tira do bolso a
cigarreira. Espanto-me: de um verde pálido e tauxiada* de ouro, era simplesmente
horrenda. Ele surpreende a minha expressão. Gagueja:
– Não... não... é que quando a vi na vitrine, tão feinha, tive pena e... Bem: aqui
está ela!
a) um questionamento.
b) uma explicação.
c) uma ofensa.
d) um deslumbramento.
e) uma indiferença.
1209) Concurso: Promo SE/Pref GRU/2016 Banca: VUNESP
Valor estimativo
O meu velho amigo Julião, homem de muitos guardados e segredos, tira do bolso a
cigarreira. Espanto-me: de um verde pálido e tauxiada* de ouro, era simplesmente
horrenda. Ele surpreende a minha expressão. Gagueja:
– Não... não... é que quando a vi na vitrine, tão feinha, tive pena e... Bem: aqui
está ela!
Na passagem – ... é que quando a vi na vitrine, tão feinha, tive pena e... –, a
expressão em destaque tem o propósito de
(http://zh.clicrbs.com.br, 13.03.2016)
b) a fumaça de cigarro faz menos mal à saúde quando inalada em áreas fechadas.
d) as áreas ao ar livre podem ser prejudiciais à saúde das pessoas, caso se fume
nesses lugares.
Dia desses, precisei pingar um remédio no nariz e deitei na cama para fazer isso. O
remédio desceu pelas minhas narinas, mas eu não conseguia mais me levantar.
Meu pé foi capturado pela delícia de um raio de sol que costuma atravessar o meu
quarto àquela hora do dia.
Eu fiquei ali parada, deitada sobre a colcha, esquentando os pés enquanto olhava
uns reflexos dançando no teto. Minha cabeça começou a caminhar.
Se não fosse o meu nariz congestionado, não estaria ali. Eu me assustei. Não
conseguia me lembrar de uma única vez que tivesse deitado na minha cama assim,
no meio do dia, sem exata serventia. Uma coisa tão simples, tão boa e por que tão
rara? Por quê? Por que não faço isso mais vezes?
Faça o mesmo, caro leitor. Deite-se, ainda que seja por dez minutos. Sem função.
Deite-se para ouvir-se.
Sempre tive uma curiosa inveja desses trabalhadores de praças e jardins que vejo,
depois do almoço, deitados nos tristes gramados urbanos.
Apesar do serviço duro, são capazes de deitar na grama no meio do dia, enquanto
nós continuamos no trânsito passando séculos sem ver uma árvore de baixo para
cima. Quando estou num táxi e vejo um deles, eu me lembro de recostar a cabeça
no banco para, no mínimo, ver uma inédita cidade passando pelo céu.
Pura delícia. Experimente. E se alguém ficar surpreso com sua atitude, diga que
resolveu dar uma rasteira no cotidiano.
b) percebeu, pela primeira vez, que um raio de sol passava pela janela do quarto e
iluminava a cama onde ela estava repousando.
Dia desses, precisei pingar um remédio no nariz e deitei na cama para fazer isso. O
remédio desceu pelas minhas narinas, mas eu não conseguia mais me levantar.
Meu pé foi capturado pela delícia de um raio de sol que costuma atravessar o meu
quarto àquela hora do dia.
Eu fiquei ali parada, deitada sobre a colcha, esquentando os pés enquanto olhava
uns reflexos dançando no teto. Minha cabeça começou a caminhar.
Se não fosse o meu nariz congestionado, não estaria ali. Eu me assustei. Não
conseguia me lembrar de uma única vez que tivesse deitado na minha cama assim,
no meio do dia, sem exata serventia. Uma coisa tão simples, tão boa e por que tão
rara? Por quê? Por que não faço isso mais vezes?
A vida cotidiana sempre me parece excessiva, mas eu também me rendo ao que
parece ser a ordem natural das coisas e vivo correndo de um lado para outro com
meu celular na mão.
Mas aquele dia fiz uma coisa tão banal! Deitei na minha cama de dia e entrei numa
bolha subversiva de calma e prazer. Dei uma rasteira no cotidiano.
Faça o mesmo, caro leitor. Deite-se, ainda que seja por dez minutos. Sem função.
Deite-se para ouvir-se.
Sempre tive uma curiosa inveja desses trabalhadores de praças e jardins que vejo,
depois do almoço, deitados nos tristes gramados urbanos.
Apesar do serviço duro, são capazes de deitar na grama no meio do dia, enquanto
nós continuamos no trânsito passando séculos sem ver uma árvore de baixo para
cima. Quando estou num táxi e vejo um deles, eu me lembro de recostar a cabeça
no banco para, no mínimo, ver uma inédita cidade passando pelo céu.
Pura delícia. Experimente. E se alguém ficar surpreso com sua atitude, diga que
resolveu dar uma rasteira no cotidiano.
(Denise Fraga. Folha de S. Paulo, 14.05.2013. Adaptado)
De acordo com pesquisa realizada nos Estados Unidos, colegas tagarelas são o
principal motivo de distração durante a jornada de trabalho.
Pelo levantamento feito com 848 profissionais, 45% deles consideram que as
conversas frequentes são, em grande parte, responsáveis pela perturbação no
ambiente corporativo.
―Profissionais tagarelas em geral não fazem ideia de quão irritantes são para seus
colegas. Eles simplesmente perdem a capacidade de reconhecer os sinais, por isso
devem prestar atenção às dicas não verbais que surgem no ambiente e estabelecer
limites de respeito ao tempo dos colegas.‖ Os sinais a que Greenaway se refere
incluem, por exemplo, olhadelas no relógio e o tamborilar impaciente dos dedos
sobre a mesa.
a) ao Presidente da República.
b) ao Ministro da Fazenda.
c) aos banqueiros.
d) aos governantes.
e) aos jornalistas.
Mulher ao volante
Quarenta minutos antes, ela afivelou o cinto de segurança, também rosa, engatou
a primeira marcha no câmbio decorado e seguiu viagem ao volante do ônibus que
sai da Lapa. Uma cortina de borboleta deixava a cabine ainda mais personalizada.
A cor rosa é sua ―marca registrada‖, como define, e o percurso, seu favorito. ―Amo
meus passageiros. São sempre as mesmas pessoas, nos mesmos pontos‖, diz ela,
que troca cumprimentos com os mais chegados.
Motorista de ônibus há sete anos, Marta concluiu que as mulheres na direção são
uma segurança para a população. Por dois motivos: dirigem com uma ―perfeição
maior‖ e pilotam por gosto, não por obrigação. ―Não me vejo fazendo outra coisa‖,
diz.
Quando não está no trabalho, Marta acelera na sua moto 125 cilindradas, uma
potência módica que ela pretende em breve dobrar. ―Descarrego toda a minha
adrenalina nela.‖
Ao cruzar a avenida Paulista, ela comenta: ―Aqui a gente vê de tudo. Sou toda
rosa, mas adoro esse pessoal que anda de preto. Acho interessantes essas várias
tribos. Não quero ser a melhor. Só quero fazer a diferença‖, completa.
a) vaidosa e machista.
b) simpática e indecisa.
c) tímida e preconceituosa.
d) inexperiente e confiável.
e) caprichosa e determinada.
São Paulo está a 760 metros de altitude, a altura de Teresópolis. Por causa do frio,
as pessoas se cobrem de casacos e suéteres. Nos correios e nos cinemas, as filas
são mais distintas. Até o trânsito é mais civilizado. Nos cruzamentos, as pessoas
paravam e eu passava sempre primeiro, como bom bárbaro. Nos engarrafamentos,
a manada de automóveis, resignada, espera sem buzinar, algo impensável no Rio.
Em São Paulo, os motoristas de táxi são donos dos carros; no Rio, são empregados
da frota. Adivinhe onde o troco volta integralmente e você tem menos chance de se
aborrecer.
São Paulo é plutocrática. Tudo gira em função de dinheiro. Há mais empregos, os
salários são mais altos e todos cobram pesado uns dos outros. Eletricistas,
encanadores, chaveiros, táxis, todos os serviços são mais caros – mas mais
profissionais. É preciso dinheiro para ter um bom apartamento, dinheiro para entrar
como sócio num clube, dinheiro para ter casa de praia ou sítio (para fugir da
cidade) e dinheiro para comprar um bom assento num show. Sem contar que é
preciso se adiantar e andar rápido, porque há milhares iguais a você lotando todos
os lugares.
(http://www.istoe.com.br)
c) revolta, porque ele considera injusto ter sua conexão com a internet reduzida.
d) apreensão, porque ele espera com ansiedade pela chance de usar a internet.
e) otimismo, porque ele considera positivo o fato de não ter acesso à internet.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
d) teve início em uma escola do Senai e se justificou após uma pesquisa na USP.
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
―A procura por roupas de animais é grande, principalmente no inverno. Tenho
certeza de que haverá interesse, porque as pessoas adoram uma novidade‖, diz o
veterinário Sergio Soares Júnior.
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
a) pela USP.
c) pelo Senai.
d) pelos catadores.
e) por ONGs.
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Agora, a proposta é montar uma cooperativa de catadores de pelo seguindo o
mesmo modelo das que hoje reciclam latinhas e papelão. Lobo diz que há
negociações com três dessas cooperativas para possível parceria.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
Hoje, o pelo é descartado no lixo pelos pet shops. A ideia é que, após a coleta,
limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais que serão vendidas também nas
lojas. ―Estamos em contato com ONGs que produzem essas roupas para animais de
estimação para apresentar o tecido feito de pelo.‖
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
a) perderam a utilidade.
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
O autor revela temer que os controles remotos e os copos de requeijão, que foram
se avolumando em sua casa ao longo dos anos, sejam indício de que
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Tenho medo: numa casa em que 11 finados controles remotos permanecem
insepultos por anos a fio, o desmantelo já começou faz tempo, já criou raízes,
frutos, lançou esporos. Minha cozinha é cheia de copos de requeijão.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
O ato de se desfazer dos controles remotos demonstra que o autor tomou a decisão
de ser
a) mais organizado.
b) mais moderno.
c) mais espiritualizado.
d) menos sensível.
e) menos materialista.
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
a) a casa que o autor tinha arrumado com tanto afinco torna a ficar bagunçada
assim que sua mulher chega.
c) o autor, em seu empenho de livrar-se dos controles velhos, pode ter jogado fora
o controle da TV atual.
e) o autor e sua mulher, apesar de seus esforços para arrumar a casa, continuam
sem ter onde guardar os objetos.
1234) Concurso: Ag EVP/SAP SP/2015 Banca: VUNESP
Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu
em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando:
―Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu‖. A naturalidade do
pedido mostra como a integração com a comunidade funciona.
Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu
em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando:
―Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu‖. A naturalidade do
pedido mostra como a integração com a comunidade funciona.
Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu
em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando:
―Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu‖. A naturalidade do
pedido mostra como a integração com a comunidade funciona.
Considere o trecho – ―Tem gente que não acredita em um ensino que não impõe
autoridade. Nós acreditamos…‖ – (segundo parágrafo), para responder à questão.
Com a frase, a coordenadora afirma que a filosofia do Cieja Campo Limpo se pauta
na ideia de
Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu
em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando:
―Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu‖. A naturalidade do
pedido mostra como a integração com a comunidade funciona.
a) um morador de rua, passando pelo Cieja, procura pela diretora Êda para que ela
o ajude como for possível.
c) um morador da mesma rua da diretora Êda vai ao Cieja para pedir um carrinho
para vender sucata na comunidade.
e) um morador da mesma rua do Cieja vai até o colégio para deixar ali um carrinho
de sucata quebrado para a diretora Êda.
1238) Concurso: Ag EVP/SAP SP/2015 Banca: VUNESP
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
a) responsável por mudar os hábitos das pessoas, em uma visão negativa dessa
transformação.
b) indispensável para formar bons hábitos sociais nas pessoas, em uma visão
otimista do seu papel.
d) auxiliar para formar bons hábitos nas pessoas, em uma visão positiva quanto à
sua disseminação.
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
a) os doidos.
c) o apreciador de novela.
d) as crianças.
e) os amantes do futebol.
1240) Concurso: Ag EVP/SAP SP/2015 Banca: VUNESP
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte F.C., se pode ficar tomando cervejinha e
assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
(segundo parágrafo)
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se
manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque
você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta
um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários
xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você.
Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de
hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha
social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência
humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com
suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um
lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no
nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil
abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de
moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí
exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar
alguma cumplicidade. Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso
em: 27 jan 2015. Adaptado)
b) é uma via de mão dupla, por isso não deve ser praticada se não houver
reciprocidade.
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se
manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque
você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta
um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários
xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você.
Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de
hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha
social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência
humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com
suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um
lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no
nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil
abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de
moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí
exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar
alguma cumplicidade. Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso
em: 27 jan 2015. Adaptado)
c) é possível ao sujeito aderir às ideias dos mais fortes, sem medo de ver atingida
sua individualidade, no contexto geral.
d) há, nas sociedades modernas, a constatação de que a vulnerabilidade de alguns
está em ver a felicidade como ato de rebeldia.
e) obedecer às normas sociais gera prazer, ainda que isso signifique seguir rituais
de incivilidade e praticar a intolerância.
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se
manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque
você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta
um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários
xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você.
Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de
hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha
social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência
humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com
suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um
lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no
nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil
abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de
moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí
exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar
alguma cumplicidade. Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso
em: 27 jan 2015. Adaptado)
Para responder à questão, considere a seguinte passagem, no contexto geral da
crônica:
Não ter tempo para gentilezas é bonito. […] Não dizer bom-dia significa que você é
muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas
ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo.
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se
manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque
você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta
um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários
xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você.
Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de
hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha
social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência
humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com
suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um
lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no
nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil
abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de
moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí
exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar
alguma cumplicidade. Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso
em: 27 jan 2015. Adaptado)
a) rejeita um linguajar jovem, embora formal, contando com a adesão dos leitores
mais habituados a ler.
b) escreve para um público leitor de textos nas redes sociais, razão pela qual é
obrigada a deixar de lado a norma culta do português.
d) pode conseguir maior identificação com seu público leitor, optando por soluções
de linguagem de feição mais informal.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais
importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo
e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se
afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do
direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula
a balança.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais
importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo
e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se
afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do
direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula
a balança.
Deve-se concluir, com base nas ideias do autor, que a balança e a espada
sustentadas pela justiça simbolizam, respectivamente,
a) mediação e brutalidade.
b) pacificação e insubordinação.
c) ponderação e proteção.
d) solenidade e coerção.
e) persuasão e perenidade.
1249) Concurso: Esc/TJ SP/2015 Banca: VUNESP
Considere a tira.
Nessa tira, que tem Grump como personagem principal, um dos fatores
responsáveis pelo efeito de humor está
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
Embora causem uma sensação de prazer e bem-estar, os livros não podem ser
encarados como terapia, conforme explicam os arteterapeutas Ana Carmen
Nogueira e Alexandre Almeida. ―Na arteterapia, há um assunto específico a ser
trabalhado e usamos diferentes linguagens, como pintura ou desenho, para que a
pessoa possa se expressar. Os livros de colorir não são terapia, mas são relaxantes
porque ajudam a proporcionar um momento de pura concentração‖, afirmam. Ou
seja, os livros podem até funcionar como um analgésico para situações de estresse,
mas não têm nenhum poder milagroso para curar problemas como depressão e
ansiedade.
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
Embora causem uma sensação de prazer e bem-estar, os livros não podem ser
encarados como terapia, conforme explicam os arteterapeutas Ana Carmen
Nogueira e Alexandre Almeida. ―Na arteterapia, há um assunto específico a ser
trabalhado e usamos diferentes linguagens, como pintura ou desenho, para que a
pessoa possa se expressar. Os livros de colorir não são terapia, mas são relaxantes
porque ajudam a proporcionar um momento de pura concentração‖, afirmam. Ou
seja, os livros podem até funcionar como um analgésico para situações de estresse,
mas não têm nenhum poder milagroso para curar problemas como depressão e
ansiedade.
A tese presente no texto que explica o sucesso dos livros para colorir pode ser
resumida em:
a) Quanto mais se pintar, mais se conhecerão os matizes das cores.
b) A dedicação aos livros para colorir pode amenizar o estresse cotidiano.
c) Os livros para colorir funcionam como um detox: pintar para emagrecer.
d) Os livros para colorir não chegam a atenuar os problemas do dia a dia.
e) A concentração na escolha das cores traz desconforto às pessoas.
1252) Concurso: Ass/CM Jaboticabal/Administrativo/2015 Banca: VUNESP
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
Embora causem uma sensação de prazer e bem-estar, os livros não podem ser
encarados como terapia, conforme explicam os arteterapeutas Ana Carmen
Nogueira e Alexandre Almeida. ―Na arteterapia, há um assunto específico a ser
trabalhado e usamos diferentes linguagens, como pintura ou desenho, para que a
pessoa possa se expressar. Os livros de colorir não são terapia, mas são relaxantes
porque ajudam a proporcionar um momento de pura concentração‖, afirmam. Ou
seja, os livros podem até funcionar como um analgésico para situações de estresse,
mas não têm nenhum poder milagroso para curar problemas como depressão e
ansiedade.
De acordo com o texto, completar uma pintura de um livro para colorir é capaz de
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
Embora causem uma sensação de prazer e bem-estar, os livros não podem ser
encarados como terapia, conforme explicam os arteterapeutas Ana Carmen
Nogueira e Alexandre Almeida. ―Na arteterapia, há um assunto específico a ser
trabalhado e usamos diferentes linguagens, como pintura ou desenho, para que a
pessoa possa se expressar. Os livros de colorir não são terapia, mas são relaxantes
porque ajudam a proporcionar um momento de pura concentração‖, afirmam. Ou
seja, os livros podem até funcionar como um analgésico para situações de estresse,
mas não têm nenhum poder milagroso para curar problemas como depressão e
ansiedade.
Assinale a alternativa que apresenta a ordem dos fatos, de acordo com o terceiro
parágrafo do texto.
a) Pintura completa, escolha das cores, sensação de bem-estar.
b) Escolha das cores, momento de concentração, sensação de relaxamento.
c) Sentimento de orgulho, aumento de satisfação, pintura completa.
d) Pintura completa, liberação de dopamina, sentimento de bem-estar.
e) Ativação do cérebro, escolha das cores, pintura completa.
1254) Concurso: Ass/CM Jaboticabal/Administrativo/2015 Banca: VUNESP
Diferentemente dos livros infantis, os de adultos têm padrões mais complexos, com
temas que variam de jardins a mandalas. Para explicar o sucesso que eles fazem,
há uma tese que, por enquanto, parece ser a mais aceita: a de que eles funcionam
como uma espécie de ―detox‖, uma válvula de escape para rotinas estressantes. Ao
se concentrarem em colorir direito e em escolher as cores, as pessoas, de fato,
parecem esquecer os problemas do dia.
Embora causem uma sensação de prazer e bem-estar, os livros não podem ser
encarados como terapia, conforme explicam os arteterapeutas Ana Carmen
Nogueira e Alexandre Almeida. ―Na arteterapia, há um assunto específico a ser
trabalhado e usamos diferentes linguagens, como pintura ou desenho, para que a
pessoa possa se expressar. Os livros de colorir não são terapia, mas são relaxantes
porque ajudam a proporcionar um momento de pura concentração‖, afirmam. Ou
seja, os livros podem até funcionar como um analgésico para situações de estresse,
mas não têm nenhum poder milagroso para curar problemas como depressão e
ansiedade.
(www.google.com.br)
Enfim o escândalo chegou ao topo, e novos capítulos ainda serão escritos. Na terça-
feira 2 de junho, quatro dias depois de ser reeleito para seu quinto mandato na
presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o suíço Joseph Blatter
convocou a imprensa e renunciou. Sentia, disse, não ter ―apoio no mundo
futebolístico‖. O que ele não tem, na verdade, é a distância requerida a alguém na
sua posição do lamaçal de corrupção, falcatruas e desvios de dinheiro que engolfou
a Fifa nas últimas semanas e já levou sete dirigentes à prisão. A investigação,
conduzida pela polícia americana, bateu nos últimos dias em Jérôme Valcke, braço-
direito de Blatter, e foi aí que o chefe capitulou. O celebrado padrão Fifa, sabemos
agora, esteve ancorado em estruturas corruptas que deixaram um legado nefasto
para o Brasil. Um ano depois da Copa, o país do futebol tem estádios vazios, todos
construídos a valores inexplicáveis e amargando prejuízos – ao contrário da Fifa,
aliás, que amealhou lucro de 16 bilhões de reais com a megafesta de 2014.
d) a Fifa está envolvida com desvios de dinheiro, mas sofre com a escassez de
recursos.
Enfim o escândalo chegou ao topo, e novos capítulos ainda serão escritos. Na terça-
feira 2 de junho, quatro dias depois de ser reeleito para seu quinto mandato na
presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o suíço Joseph Blatter
convocou a imprensa e renunciou. Sentia, disse, não ter ―apoio no mundo
futebolístico‖. O que ele não tem, na verdade, é a distância requerida a alguém na
sua posição do lamaçal de corrupção, falcatruas e desvios de dinheiro que engolfou
a Fifa nas últimas semanas e já levou sete dirigentes à prisão. A investigação,
conduzida pela polícia americana, bateu nos últimos dias em Jérôme Valcke, braço-
direito de Blatter, e foi aí que o chefe capitulou. O celebrado padrão Fifa, sabemos
agora, esteve ancorado em estruturas corruptas que deixaram um legado nefasto
para o Brasil. Um ano depois da Copa, o país do futebol tem estádios vazios, todos
construídos a valores inexplicáveis e amargando prejuízos – ao contrário da Fifa,
aliás, que amealhou lucro de 16 bilhões de reais com a megafesta de 2014.
Enfim o escândalo chegou ao topo, e novos capítulos ainda serão escritos. Na terça-
feira 2 de junho, quatro dias depois de ser reeleito para seu quinto mandato na
presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o suíço Joseph Blatter
convocou a imprensa e renunciou. Sentia, disse, não ter ―apoio no mundo
futebolístico‖. O que ele não tem, na verdade, é a distância requerida a alguém na
sua posição do lamaçal de corrupção, falcatruas e desvios de dinheiro que engolfou
a Fifa nas últimas semanas e já levou sete dirigentes à prisão. A investigação,
conduzida pela polícia americana, bateu nos últimos dias em Jérôme Valcke, braço-
direito de Blatter, e foi aí que o chefe capitulou. O celebrado padrão Fifa, sabemos
agora, esteve ancorado em estruturas corruptas que deixaram um legado nefasto
para o Brasil. Um ano depois da Copa, o país do futebol tem estádios vazios, todos
construídos a valores inexplicáveis e amargando prejuízos – ao contrário da Fifa,
aliás, que amealhou lucro de 16 bilhões de reais com a megafesta de 2014.
Chegou o amigo estrangeiro, andou pela cidade, tomou bondes, lotações, fez
compras, visitou repartições públicas, ouviu dizer por toda parte: ―Vamos ao
teatro? Vamos ao teatro?‖ – e foi também ao teatro. Enfim, portou-se mais do que
como bom turista: como bom amigo desta cidade que ele admira e ama. Depois,
perguntou-me, com extrema delicadeza: ―Que é do sorriso que vocês tinham
antigamente? Que é do sorriso que eu sempre encontrava no Rio?‖
Leia o cartum.
Você acredita que muitas pessoas mentem para se dar bem? Ou que agem de
forma injusta para levar a melhor? Portanto, melhor não confiar em ninguém,
certo? Bem, se você concorda com tudo isso, a ciência tem um conselho: pare.
Isso porque os céticos, cheios de medo de serem passados para trás, acabam
cooperando menos – e pedindo menos ajuda aos outros. Aí, além de se queimarem
com os colegas, os resultados do trabalho podem sair piores.
Um sonho de simplicidade
A vida bem poderia ser mais simples. Precisamos de uma casa, comida, uma
simples mulher, que mais? Que se possa andar limpo e não ter fome, nem sede,
nem frio.
Que restaurante ou boate me deu o prazer que tive na choupana daquele velho
caboclo do Acre? A gente tinha ido pescar no rio, de noite. Puxamos a rede
afundando os pés na lama, na noite escura, e isso era bom. Quando ficamos bem
cansados, meio molhados, com frio, subimos a barranca, no meio do mato, e
chegamos à choça de um velho seringueiro. Ele acendeu um fogo, esquentamos um
pouco junto do fogo, depois me deitei numa grande rede branca – foi um carinho
ao longo de todos os músculos cansados. E então ele me deu um pedaço de peixe
moqueado. Que prazer em comer aquele peixe e ficar algum tempo a conversar,
entre grilos e vozes distantes de animais noturnos.
Seria possível deixar essa eterna inquietação das madrugadas urbanas, inaugurar
de repente uma vida de acordar bem cedo? Mas para instaurar uma vida mais
simples e sábia, então seria preciso ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse
comércio de pequenas pilhas de palavras, esse ofício absurdo e vão de dizer coisas,
dizer coisas… Seria preciso fazer algo de sólido e de singelo; tirar areia do rio,
cortar lenha, lavrar a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo, mas
deixasse a alma sossegada e limpa.
(Rubem Braga. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Record, 1982. Adaptado)
Um sonho de simplicidade
A vida bem poderia ser mais simples. Precisamos de uma casa, comida, uma
simples mulher, que mais? Que se possa andar limpo e não ter fome, nem sede,
nem frio.
Que restaurante ou boate me deu o prazer que tive na choupana daquele velho
caboclo do Acre? A gente tinha ido pescar no rio, de noite. Puxamos a rede
afundando os pés na lama, na noite escura, e isso era bom. Quando ficamos bem
cansados, meio molhados, com frio, subimos a barranca, no meio do mato, e
chegamos à choça de um velho seringueiro. Ele acendeu um fogo, esquentamos um
pouco junto do fogo, depois me deitei numa grande rede branca – foi um carinho
ao longo de todos os músculos cansados. E então ele me deu um pedaço de peixe
moqueado. Que prazer em comer aquele peixe e ficar algum tempo a conversar,
entre grilos e vozes distantes de animais noturnos.
Seria possível deixar essa eterna inquietação das madrugadas urbanas, inaugurar
de repente uma vida de acordar bem cedo? Mas para instaurar uma vida mais
simples e sábia, então seria preciso ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse
comércio de pequenas pilhas de palavras, esse ofício absurdo e vão de dizer coisas,
dizer coisas… Seria preciso fazer algo de sólido e de singelo; tirar areia do rio,
cortar lenha, lavrar a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo, mas
deixasse a alma sossegada e limpa.
(Rubem Braga. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Record, 1982. Adaptado)
Casa
Um brilho
que não sustenta meia volta
no relógio da cozinha.
Leia a charge.
* meme = o termo é usado para descrever um conceito que se espalha via internet.
De acordo com o texto, um dos motivos pelo qual o químico João Henrique Nunes
não quis continuar no grupo familiar do WhatsApp foi
a) não ter tempo para responder, como desejava, a todas as mensagens que
recebia.
b) não gostar de tratar de assuntos íntimos e particulares com seus familiares pela
internet.
O químico João Henrique Nunes, 25, pediu para sair de um grupo do WhatsApp com
mais de 30 familiares.―Eu recebia mensagens incessantes de bom dia, fotos de
bebês, correntes e vídeos motivacionais com mais de cinco minutos que acabavam
com a minha internet 3G.‖
Apesar de dar um basta no grupo familiar, João coleciona diálogos engraçados com
a mãe, Maria, e os publica no Facebook. Em uma das conversas expostas na rede,
ele pergunta: Mãe, de que cor é esse vestido?‖, e envia uma foto do vestido azul e
preto que no fim de fevereiro virou ―meme‖ * na internet. A mãe não entende nada
e diz: ―Que vestido é esse?? João Henrique, vira homem!‖.
Isso leva a inevitáveis conflitos, afirma a terapeuta Juliana Potter. ―Cada um pensa
que seu jeito de usar a internet é o certo. Os adolescentes acham ridícula a forma
como as mães usam as redes sociais, e os adultos não entendem como estar
conectado é realmente importante para os jovens.‖
Um exemplo é o caso de Diogo, 10, filho da economista Mariana Villar, 42. ―Ele
inferniza a minha vida pedindo um aparelho com acesso ao WhatsApp cinquenta
vezes por dia‖, diz ela. ―Eu digo que ele não precisa, que não tem maturidade para
isso, mas não adianta. Ele acha um absurdo ser o único da turma que não tem o
aplicativo.‖
No outro lado, os jovens riem com as dificuldades tecnológicas dos mais velhos.
―Quando minha mãe tem uma dúvida no WhatsApp, eu tento ajudar. Ela se
atrapalha com os comandos mais simples. Às vezes até discutimos, porque o que
parece muito simples para mim é, para ela, muito difícil de aprender, então acabo
não tendo muita paciência‖, afirma a estudante Taís Bronca, 23.
Taís, porém, enxerga um ponto positivo no uso da internet por outras gerações.
―A minha geração tem o costume de achar que tudo que mãe e pai fazem é brega.
Às vezes é implicância, às vezes eles dão motivo – como quando chamam o
WhatsApp de ZapZap. Mas é vantajoso que a gente se comunique e que eles
treinem a mente para aprender algo novo.‖
―Os jovens não podem viver em um mundo em que não há a contribuição dos mais
velhos. Por outro lado, não há como impedir os mais novos de usar as redes
sociais. O que precisa ser feito é não deixar os jovens se fecharem na realidade
virtual‖, afirma um psicólogo.
(www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/04/1613570-grupos-de-familia-no-whatsapp-levam-
conflito-de-geracoes-para-a internet.shtml.Joana Vines. Adaptado. Acessado em 08.04.2015)
* meme = o termo é usado para descrever um conceito que se espalha via internet.
Segundo o texto, a resposta dada pela mãe à pergunta feita pelo filho João
Henrique a respeito do vestido azul e preto
a) revela desconhecimento do assunto e desagrado por julgar que o filho está se
interessando por um vestido.
b) mostra que ela é atenciosa e conhece o assunto comentado pelo filho.
c) evidencia sua compreensão quanto ao fato de o filho começar a apreciar um
vestido de mulher.
d) demonstra que ela domina o assunto e se mostra agressiva com a atitude do
filho.
e) sugere que ela conhece o assunto, mas não se interessa em discuti-lo.
1271) Concurso: Ass/CM Itatiba/2015 Banca: VUNESP
O químico João Henrique Nunes, 25, pediu para sair de um grupo do WhatsApp com
mais de 30 familiares.―Eu recebia mensagens incessantes de bom dia, fotos de
bebês, correntes e vídeos motivacionais com mais de cinco minutos que acabavam
com a minha internet 3G.‖
Apesar de dar um basta no grupo familiar, João coleciona diálogos engraçados com
a mãe, Maria, e os publica no Facebook. Em uma das conversas expostas na rede,
ele pergunta: Mãe, de que cor é esse vestido?‖, e envia uma foto do vestido azul e
preto que no fim de fevereiro virou ―meme‖ * na internet. A mãe não entende nada
e diz: ―Que vestido é esse?? João Henrique, vira homem!‖.
Isso leva a inevitáveis conflitos, afirma a terapeuta Juliana Potter. ―Cada um pensa
que seu jeito de usar a internet é o certo. Os adolescentes acham ridícula a forma
como as mães usam as redes sociais, e os adultos não entendem como estar
conectado é realmente importante para os jovens.‖
Um exemplo é o caso de Diogo, 10, filho da economista Mariana Villar, 42. ―Ele
inferniza a minha vida pedindo um aparelho com acesso ao WhatsApp cinquenta
vezes por dia‖, diz ela. ―Eu digo que ele não precisa, que não tem maturidade para
isso, mas não adianta. Ele acha um absurdo ser o único da turma que não tem o
aplicativo.‖
No outro lado, os jovens riem com as dificuldades tecnológicas dos mais velhos.
―Quando minha mãe tem uma dúvida no WhatsApp, eu tento ajudar. Ela se
atrapalha com os comandos mais simples. Às vezes até discutimos, porque o que
parece muito simples para mim é, para ela, muito difícil de aprender, então acabo
não tendo muita paciência‖, afirma a estudante Taís Bronca, 23.
Taís, porém, enxerga um ponto positivo no uso da internet por outras gerações.
―A minha geração tem o costume de achar que tudo que mãe e pai fazem é brega.
Às vezes é implicância, às vezes eles dão motivo – como quando chamam o
WhatsApp de ZapZap. Mas é vantajoso que a gente se comunique e que eles
treinem a mente para aprender algo novo.‖
―Os jovens não podem viver em um mundo em que não há a contribuição dos mais
velhos. Por outro lado, não há como impedir os mais novos de usar as redes
sociais. O que precisa ser feito é não deixar os jovens se fecharem na realidade
virtual‖, afirma um psicólogo.
(www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/04/1613570-grupos-de-familia-no-whatsapp-levam-
conflito-de-geracoes-para-a internet.shtml.Joana Vines. Adaptado. Acessado em 08.04.2015)
* meme = o termo é usado para descrever um conceito que se espalha via internet.
d) a mãe de Diogo não concorda em dar a ele um celular com o WhatsApp porque
considera muito adultas as conversas entre os amigos.
e) Taís Bronca não é paciente com sua mãe e não vê benefício no uso da internet
pelos pais, o que julga desastroso.
O químico João Henrique Nunes, 25, pediu para sair de um grupo do WhatsApp com
mais de 30 familiares.―Eu recebia mensagens incessantes de bom dia, fotos de
bebês, correntes e vídeos motivacionais com mais de cinco minutos que acabavam
com a minha internet 3G.‖
Apesar de dar um basta no grupo familiar, João coleciona diálogos engraçados com
a mãe, Maria, e os publica no Facebook. Em uma das conversas expostas na rede,
ele pergunta: Mãe, de que cor é esse vestido?‖, e envia uma foto do vestido azul e
preto que no fim de fevereiro virou ―meme‖ * na internet. A mãe não entende nada
e diz: ―Que vestido é esse?? João Henrique, vira homem!‖.
Isso leva a inevitáveis conflitos, afirma a terapeuta Juliana Potter. ―Cada um pensa
que seu jeito de usar a internet é o certo. Os adolescentes acham ridícula a forma
como as mães usam as redes sociais, e os adultos não entendem como estar
conectado é realmente importante para os jovens.‖
Um exemplo é o caso de Diogo, 10, filho da economista Mariana Villar, 42. ―Ele
inferniza a minha vida pedindo um aparelho com acesso ao WhatsApp cinquenta
vezes por dia‖, diz ela. ―Eu digo que ele não precisa, que não tem maturidade para
isso, mas não adianta. Ele acha um absurdo ser o único da turma que não tem o
aplicativo.‖
No outro lado, os jovens riem com as dificuldades tecnológicas dos mais velhos.
―Quando minha mãe tem uma dúvida no WhatsApp, eu tento ajudar. Ela se
atrapalha com os comandos mais simples. Às vezes até discutimos, porque o que
parece muito simples para mim é, para ela, muito difícil de aprender, então acabo
não tendo muita paciência‖, afirma a estudante Taís Bronca, 23.
Taís, porém, enxerga um ponto positivo no uso da internet por outras gerações.
―A minha geração tem o costume de achar que tudo que mãe e pai fazem é brega.
Às vezes é implicância, às vezes eles dão motivo – como quando chamam o
WhatsApp de ZapZap. Mas é vantajoso que a gente se comunique e que eles
treinem a mente para aprender algo novo.‖
―Os jovens não podem viver em um mundo em que não há a contribuição dos mais
velhos. Por outro lado, não há como impedir os mais novos de usar as redes
sociais. O que precisa ser feito é não deixar os jovens se fecharem na realidade
virtual‖, afirma um psicólogo.
(www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/04/1613570-grupos-de-familia-no-whatsapp-levam-
conflito-de-geracoes-para-a internet.shtml.Joana Vines. Adaptado. Acessado em 08.04.2015)
* meme = o termo é usado para descrever um conceito que se espalha via internet.
a) A mãe de Taís tem bastante facilidade em aprender a usar a internet e, por isso,
a filha demonstra muita paciência com ela.
e) Taís entende que o uso da internet traz vantagens para a comunicação entre
pessoas e para a mente dos pais que dela se utilizam.
Poeminha Sentimental
a) compara Maria, o maior amor de sua vida, a uma andorinha que canta,
empregando palavras com sentido próprio.
c) ama igualmente todas as mulheres, mas expressa sua paixão especial a uma
delas com palavras de sentido próprio.
e) confessa, com palavras de sentido próprio, que seu amor se desgastou com o
tempo.
(www.rizomas.net/charges/sobre-educação)
Sobre os quadrinhos, é correto afirmar que
(www.rizomas.net/charges/sobre-educação)
a) equivalência.
b) regularidade.
c) equilíbrio.
d) disparidade.
e) continuidade.
1276) Concurso: Ass Info I/UNESP/2015 Banca: VUNESP
Há cinco anos, a escritora americana Susan Maushart percebeu que a sua relação
com os três filhos adolescentes estava se deteriorando. Eles trocavam conversas e
encontros familiares pela tela dos celulares, computadores e videogames. Para
resolver a situação, decidiu realizar um experimento com ela mesma, que é
divorciada, e seus filhos: um detox* digital de seis meses. A escritora conta como
foi o tempo sem tecnologia e como esse exercício reaproximou sua família.
―Fui radical porque nossa situação era desesperadora. A forma como nossa família,
incluindo eu, abusava da tecnologia estava fora de controle. Tínhamos praticamente
parado de nos comunicar como pais e filhos devem fazer. Quando eu chegava do
trabalho e dizia ‗oi, crianças,‘ era uma grande conquista receber um reles contato
visual. Cada um de nós passava 35 horas semanais on-line.‖
―No processo de detox, meus filhos começaram a interagir mais entre si. Isso não
quer dizer que a vida virou um mar de rosas. Eles tanto brincavam como brigavam.
Como meu filho redescobriu o amor pelo sax, a casa ficou barulhenta e, como as
meninas adoravam assar doces, a cozinha virou uma zona. Foi quando percebi que
celulares e tablets são um tipo de calmante, uma forma de controlar as pessoas e
impedir que interações aconteçam. No fim, nossa experiência foi como uma dieta
radical: não funciona a longo prazo. Só que no processo você perde peso e muda
sua vida. Em consequência do detox, fortificamos nossa família.‖
Há cinco anos, a escritora americana Susan Maushart percebeu que a sua relação
com os três filhos adolescentes estava se deteriorando. Eles trocavam conversas e
encontros familiares pela tela dos celulares, computadores e videogames. Para
resolver a situação, decidiu realizar um experimento com ela mesma, que é
divorciada, e seus filhos: um detox* digital de seis meses. A escritora conta como
foi o tempo sem tecnologia e como esse exercício reaproximou sua família.
―Fui radical porque nossa situação era desesperadora. A forma como nossa família,
incluindo eu, abusava da tecnologia estava fora de controle. Tínhamos praticamente
parado de nos comunicar como pais e filhos devem fazer. Quando eu chegava do
trabalho e dizia ‗oi, crianças,‘ era uma grande conquista receber um reles contato
visual. Cada um de nós passava 35 horas semanais on-line.‖
―No processo de detox, meus filhos começaram a interagir mais entre si. Isso não
quer dizer que a vida virou um mar de rosas. Eles tanto brincavam como brigavam.
Como meu filho redescobriu o amor pelo sax, a casa ficou barulhenta e, como as
meninas adoravam assar doces, a cozinha virou uma zona. Foi quando percebi que
celulares e tablets são um tipo de calmante, uma forma de controlar as pessoas e
impedir que interações aconteçam. No fim, nossa experiência foi como uma dieta
radical: não funciona a longo prazo. Só que no processo você perde peso e muda
sua vida. Em consequência do detox, fortificamos nossa família.‖
Há cinco anos, a escritora americana Susan Maushart percebeu que a sua relação
com os três filhos adolescentes estava se deteriorando. Eles trocavam conversas e
encontros familiares pela tela dos celulares, computadores e videogames. Para
resolver a situação, decidiu realizar um experimento com ela mesma, que é
divorciada, e seus filhos: um detox* digital de seis meses. A escritora conta como
foi o tempo sem tecnologia e como esse exercício reaproximou sua família.
―Fui radical porque nossa situação era desesperadora. A forma como nossa família,
incluindo eu, abusava da tecnologia estava fora de controle. Tínhamos praticamente
parado de nos comunicar como pais e filhos devem fazer. Quando eu chegava do
trabalho e dizia ‗oi, crianças,‘ era uma grande conquista receber um reles contato
visual. Cada um de nós passava 35 horas semanais on-line.‖
―No processo de detox, meus filhos começaram a interagir mais entre si. Isso não
quer dizer que a vida virou um mar de rosas. Eles tanto brincavam como brigavam.
Como meu filho redescobriu o amor pelo sax, a casa ficou barulhenta e, como as
meninas adoravam assar doces, a cozinha virou uma zona. Foi quando percebi que
celulares e tablets são um tipo de calmante, uma forma de controlar as pessoas e
impedir que interações aconteçam. No fim, nossa experiência foi como uma dieta
radical: não funciona a longo prazo. Só que no processo você perde peso e muda
sua vida. Em consequência do detox, fortificamos nossa família.‖
Leia a charge.
(Duke. http://dukechargista.com.br)
a) um evento esportivo.
d) um sistema carcerário.
(http://g1.globo.com. Adaptado)
a) audacioso.
b) falacioso.
c) inconsistente.
d) modesto.
―Em um universo infinito, devem existir outros casos de vida. Pode ser que, em
algum lugar do cosmos, talvez exista vida inteligente‖, declarou Hawking.
(http://g1.globo.com. Adaptado)
d) gastou, até hoje, US$ 100 milhões captando sinais de vida alienígena.
1282) Concurso: Cabo/PM SP/Graduação/2015 Banca: VUNESP
―Em um universo infinito, devem existir outros casos de vida. Pode ser que, em
algum lugar do cosmos, talvez exista vida inteligente‖, declarou Hawking.
(http://g1.globo.com. Adaptado)
“Em um universo infinito, devem existir outros casos de vida. Pode ser que, em
algum lugar do cosmos, talvez exista vida inteligente”, Hawking.
O direito ao cuidado
O direito ao cuidado talvez seja um dos temas mais inovadores da convenção, com
potencial para transformar em políticas públicas uma tarefa que historicamente
esteve reservada ao âmbito privado, com evidente sobrecarga para as mulheres.
a) propor que o cuidado dos idosos seja delegado a suas respectivas famílias.
Atitude
Durante uma bebida de chá no entardecer do dia, Tao pergunta para o seu mestre:
— Mestre, o que há dentro de todos nós que nos permite fazer certas escolhas na
vida?
O mestre fala: — Somos como essas duas xícaras, uma delas é o amor e a outra é
o ódio, ambas vivem dentro de nós.
O levantamento mostrou que 17,8% dos brasileiros que faltaram ao trabalho pelo
menos um dia alegaram ter tido gripe ou resfriado. A pesquisa foi feita em 2013,
em 62,9 mil domicílios em todos os Estados da federação. O estudo é inédito e não
tem, portanto, base de comparação.
Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Segundo o médico Drauzio
Varela, o resfriado é menos intenso e caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e
irritação na garganta. Mais brando, pode provocar febres isoladas, que não
ultrapassam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns dias, requer
repouso, boa hidratação e, com a orientação profissional, uso de analgésicos e
antitérmicos.
(Lucas Vettorazzo. “Resfriado é principal motivo para falta no trabalho ou estudos, aponta IBGE”.
www.folha.uol.com.br, 02.06.2015. Adaptado)
De acordo com o texto, a Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE, foi
realizada a partir
O levantamento mostrou que 17,8% dos brasileiros que faltaram ao trabalho pelo
menos um dia alegaram ter tido gripe ou resfriado. A pesquisa foi feita em 2013,
em 62,9 mil domicílios em todos os Estados da federação. O estudo é inédito e não
tem, portanto, base de comparação.
Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Segundo o médico Drauzio
Varela, o resfriado é menos intenso e caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e
irritação na garganta. Mais brando, pode provocar febres isoladas, que não
ultrapassam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns dias, requer
repouso, boa hidratação e, com a orientação profissional, uso de analgésicos e
antitérmicos.
(Lucas Vettorazzo. “Resfriado é principal motivo para falta no trabalho ou estudos, aponta IBGE”.
www.folha.uol.com.br, 02.06.2015. Adaptado)
d) ao longo dos anos, os brasileiros têm faltado cada vez mais ao trabalho devido
a resfriados que se tornaram tão intensos quanto a gripe.
Um tiro no escuro
– Uai, foi você que atirou no seu irmão. – ela responde, convicta.
Isso aconteceu nos anos de 1980, bem no começo. Naquela época era tudo meio
inconsequente. Meu pai havia nos presenteado com uma espingarda de pressão.
Com que cargas d‘água alguém teria a brilhante ideia de dar uma arma para duas
crianças? Pois é, isso era normal. Como era normal também passearmos pela
cidade em um Fusca, todos sem cinto de segurança e felizes como nunca. Tínhamos
a impressão de que tudo era meio permitido, mas, lógico, dentro de parâmetros
que levavam em conta o respeito ao próximo e o amor incondicional à família.
Brincávamos na rua e ela era tão perigosa quanto é hoje. Havia os carros
descontrolados, os motoristas bêbados, as motos a todo vapor, os paralelepípedos
soltos como armadilhas propositais. Tudo era afiado ou pontiagudo, menos a
dedicação de dona Izolina. Perto da janta ela nos gritava e, chateados, nos
recolhíamos para a sala. Havia uma mesa e todos nos sentávamos, juntos, para
celebrar mais um dia em que nada nos faltara.
Ah, mãe, fui eu que atirei em meu irmão e, logo após o grito estridente dele, saí
gritando igualmente pela casa, desolado e pesaroso, porque havia assassinado um
parente tão próximo. Mas nada acontecera, nem uma esfoladela. Ele usava uma
bermuda jeans e eu, com minha pontaria genial, havia acertado a nádega direita,
de modo que o pequeno projétil se intimidara diante da força do tecido. Foi assim,
mãe. Agora a senhora já pode contar para todos a história correta.
Na opinião do narrador, a
a) diferença entre a infância vivida hoje e a vivida na década de 1980 está no fato
de que hoje as brincadeiras são mais violentas que no passado.
d) diferença entre a infância vivida hoje e a vivida na década de 1980 pode ser
percebida em algumas atitudes antes consideradas normais e que hoje são
recriminadas.
Um tiro no escuro
– Uai, foi você que atirou no seu irmão. – ela responde, convicta.
Isso aconteceu nos anos de 1980, bem no começo. Naquela época era tudo meio
inconsequente. Meu pai havia nos presenteado com uma espingarda de pressão.
Com que cargas d‘água alguém teria a brilhante ideia de dar uma arma para duas
crianças? Pois é, isso era normal. Como era normal também passearmos pela
cidade em um Fusca, todos sem cinto de segurança e felizes como nunca. Tínhamos
a impressão de que tudo era meio permitido, mas, lógico, dentro de parâmetros
que levavam em conta o respeito ao próximo e o amor incondicional à família.
Brincávamos na rua e ela era tão perigosa quanto é hoje. Havia os carros
descontrolados, os motoristas bêbados, as motos a todo vapor, os paralelepípedos
soltos como armadilhas propositais. Tudo era afiado ou pontiagudo, menos a
dedicação de dona Izolina. Perto da janta ela nos gritava e, chateados, nos
recolhíamos para a sala. Havia uma mesa e todos nos sentávamos, juntos, para
celebrar mais um dia em que nada nos faltara.
Ah, mãe, fui eu que atirei em meu irmão e, logo após o grito estridente dele, saí
gritando igualmente pela casa, desolado e pesaroso, porque havia assassinado um
parente tão próximo. Mas nada acontecera, nem uma esfoladela. Ele usava uma
bermuda jeans e eu, com minha pontaria genial, havia acertado a nádega direita,
de modo que o pequeno projétil se intimidara diante da força do tecido. Foi assim,
mãe. Agora a senhora já pode contar para todos a história correta.
Na ocasião em que atira em seu irmão com uma espingarda de pressão, o narrador
reage de modo a demonstrar- se
a) superior.
b) isolado.
c) arrependido.
d) orgulhoso.
e) destemido.
1291) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2015 Banca: VUNESP
a) intolerância.
b) resignação.
c) dissimulação.
d) polidez.
e) disciplina.
Número de armas
Em boa hora uma pesquisa realizada pelo Ministério Público de São Paulo e pelo
instituto Sou da Paz vem solapar ao menos dois argumentos tão incorretos quanto
frequentes nas discussões relativas à área da segurança pública.
Primeiro, a maior parte das armas com as quais se praticam crimes em território
paulista não tem sua origem no exterior, mas na própria indústria brasileira.
O segundo argumento atingido pelo relatório costuma ser usado por quem apregoa
a facilitação do comércio de armas sustentando que as restrições afetam só o
―cidadão de bem‖, deixando-o indefeso diante de bandidos armados.
Ocorre que, se os artefatos utilizados nos crimes são nacionais, isso significa que
um dia eles foram vendidos legalmente no país.
d) propor o uso livre de armas de fogo, com base na pesquisa realizada pelo
Ministério Público de São Paulo e pelo instituto Sou da Paz.
Número de armas
Em boa hora uma pesquisa realizada pelo Ministério Público de São Paulo e pelo
instituto Sou da Paz vem solapar ao menos dois argumentos tão incorretos quanto
frequentes nas discussões relativas à área da segurança pública.
Primeiro, a maior parte das armas com as quais se praticam crimes em território
paulista não tem sua origem no exterior, mas na própria indústria brasileira.
O segundo argumento atingido pelo relatório costuma ser usado por quem apregoa
a facilitação do comércio de armas sustentando que as restrições afetam só o
―cidadão de bem‖, deixando-o indefeso diante de bandidos armados.
Ocorre que, se os artefatos utilizados nos crimes são nacionais, isso significa que
um dia eles foram vendidos legalmente no país.
c) a maior parte das armas usadas nos crimes vem do exterior e procede de
comercialização ilegal.
e) os cidadãos de bem usam a maior parte das armas legais e elas acabam caindo
no comércio ilegal.
Tabacaria
a) tratar com humor os versos do poeta português, sendo- lhes fiel aos sentidos e
tendo no plano visual a chave para a graça e o riso.
d) criticar a criação dos heterônimos, como ―Álvaro de Campos‖, que, como mostra
o diálogo, são difíceis de serem identificados.
Tabacaria
O poema revela
Tabacaria
Nos três primeiros versos do poema (―Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não
posso querer ser nada.‖), a gradação presente assinala
Tabacaria
Bem vejo que me podeis dizer, Senhor, que a propagação de vossa Fé e as obras
de vossa glória não dependem de nós, nem de ninguém, e que sois poderoso,
quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de Abraão. Mas também a
vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que depois
de Adão não criastes homens de novo, que vos servis dos que tendes neste Mundo,
e que nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores. Assim o fizestes
na parábola do banquete. Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e
porque eles se escusaram e não quiseram vir, então admitistes os cegos e mancos,
e os introduzistes em seu lugar: Caecos et claudos introduc huc. E se esta é, Deus
meu, a regular disposição de vossa providência divina, como a vemos agora tão
trocada em nós e tão diferente conosco? Quais foram estes convidados e quais são
estes cegos e mancos? Os convidados fomos nós, a quem primeiro chamastes para
estas terras, e nelas nos pusestes a mesa, tão franca e abundante, como de vossa
grandeza se podia esperar. Os cegos e mancos são os luteranos e calvinistas, cegos
sem fé e mancos sem obras, na reprovação das quais consiste o principal erro da
sua heresia. Pois se nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem
duvidamos de vir, antes rompemos por muitos inconvenientes em que pudéramos
duvidar; se viemos e nos assentamos à mesa, como nos excluís agora e lançais
fora dela e introduzis violentamente os cegos e mancos, e dais os nossos lugares
aos hereges? Quando em tudo o mais foram eles tão bons como nós, ou nós tão
maus como eles, por que nos não há-de valer pelo menos o privilégio e
prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que trocais os estilos de vossa
providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.
(Padre Antonio Vieira, Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda).
Bem vejo que me podeis dizer, Senhor, que a propagação de vossa Fé e as obras
de vossa glória não dependem de nós, nem de ninguém, e que sois poderoso,
quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de Abraão. Mas também a
vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que depois
de Adão não criastes homens de novo, que vos servis dos que tendes neste Mundo,
e que nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores. Assim o fizestes
na parábola do banquete. Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e
porque eles se escusaram e não quiseram vir, então admitistes os cegos e mancos,
e os introduzistes em seu lugar: Caecos et claudos introduc huc. E se esta é, Deus
meu, a regular disposição de vossa providência divina, como a vemos agora tão
trocada em nós e tão diferente conosco? Quais foram estes convidados e quais são
estes cegos e mancos? Os convidados fomos nós, a quem primeiro chamastes para
estas terras, e nelas nos pusestes a mesa, tão franca e abundante, como de vossa
grandeza se podia esperar. Os cegos e mancos são os luteranos e calvinistas, cegos
sem fé e mancos sem obras, na reprovação das quais consiste o principal erro da
sua heresia. Pois se nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem
duvidamos de vir, antes rompemos por muitos inconvenientes em que pudéramos
duvidar; se viemos e nos assentamos à mesa, como nos excluís agora e lançais
fora dela e introduzis violentamente os cegos e mancos, e dais os nossos lugares
aos hereges? Quando em tudo o mais foram eles tão bons como nós, ou nós tão
maus como eles, por que nos não há-de valer pelo menos o privilégio e
prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que trocais os estilos de vossa
providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.
(Padre Antonio Vieira, Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda).
a) holandeses.
b) índios.
c) portugueses.
d) hereges.
e) nobres.
1302) Concurso: Alun Of/PM SP/2015 Banca: VUNESP
Bem vejo que me podeis dizer, Senhor, que a propagação de vossa Fé e as obras
de vossa glória não dependem de nós, nem de ninguém, e que sois poderoso,
quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de Abraão. Mas também a
vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que depois
de Adão não criastes homens de novo, que vos servis dos que tendes neste Mundo,
e que nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores. Assim o fizestes
na parábola do banquete. Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e
porque eles se escusaram e não quiseram vir, então admitistes os cegos e mancos,
e os introduzistes em seu lugar: Caecos et claudos introduc huc. E se esta é, Deus
meu, a regular disposição de vossa providência divina, como a vemos agora tão
trocada em nós e tão diferente conosco? Quais foram estes convidados e quais são
estes cegos e mancos? Os convidados fomos nós, a quem primeiro chamastes para
estas terras, e nelas nos pusestes a mesa, tão franca e abundante, como de vossa
grandeza se podia esperar. Os cegos e mancos são os luteranos e calvinistas, cegos
sem fé e mancos sem obras, na reprovação das quais consiste o principal erro da
sua heresia. Pois se nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem
duvidamos de vir, antes rompemos por muitos inconvenientes em que pudéramos
duvidar; se viemos e nos assentamos à mesa, como nos excluís agora e lançais
fora dela e introduzis violentamente os cegos e mancos, e dais os nossos lugares
aos hereges? Quando em tudo o mais foram eles tão bons como nós, ou nós tão
maus como eles, por que nos não há-de valer pelo menos o privilégio e
prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que trocais os estilos de vossa
providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.
(Padre Antonio Vieira, Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda).
Quanto à ideia que encerra, a passagem ―Quando em tudo o mais foram eles tão
bons como nós, ou nós tão maus como eles, por que nos não há-de valer pelo
menos o privilégio e prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que trocais os
estilos de vossa providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.‖ pode ser
associada aos seguintes versos de Camões:
a) Tanto de meu estado me acho incerto, / Que em vivo ardor tremendo estou de
frio; / Sem causa, juntamente choro e rio; / O mundo todo abarco e nada aperto.
b) Julga-me a gente toda por perdido / Vendo-me tão entregue a meu cuidado /
Andar sempre dos homens apartado / E dos tratos humanos esquecido.
c) Julga-me a gente toda por perdido, / Vendo-me tão entregue a meu cuidado, /
Andar sempre dos homens apartado / E dos tratos humanos esquecido.
Aceito
ou detono o poema?
Aceito
ou detono o poema?
a) a possibilidade de contestação.
d) o medo da transformação.
Quem se lembra ainda de Victor Hugo: ―Rápidos voam os tempos, nascem muitos
poetas todos os dias‖. Não são poetas apenas que nascem, mas romancistas,
críticos, e ninguém quer saber mais do que passou: todos querem ser atuais,
atualíssimos, numa febre de futuro que tem o erro de proporção das visões de
todas as febres: pois, ai de nós!, o futuro de hoje é o passado de amanhã e,
quando já não estivermos vivos, para defender com unhas e dentes as nossas
obras, elas terão de comparecer sozinhas diante do tribunal do mundo.
Rápidos voam os tempos, e não podemos dispor dos lazeres dos nossos avós, que
não liam tanto, mas liam certamente melhor. Boa gente, que podia acompanhar
folhetins, letra por letra, embora na atualidade ainda haja quem acompanhe
novelas de rádios (não tão boas), suspiro por suspiro e lágrima por lágrima...
Quem se lembra ainda de Victor Hugo: ―Rápidos voam os tempos, nascem muitos
poetas todos os dias‖. Não são poetas apenas que nascem, mas romancistas,
críticos, e ninguém quer saber mais do que passou: todos querem ser atuais,
atualíssimos, numa febre de futuro que tem o erro de proporção das visões de
todas as febres: pois, ai de nós!, o futuro de hoje é o passado de amanhã e,
quando já não estivermos vivos, para defender com unhas e dentes as nossas
obras, elas terão de comparecer sozinhas diante do tribunal do mundo.
Rápidos voam os tempos, e não podemos dispor dos lazeres dos nossos avós, que
não liam tanto, mas liam certamente melhor. Boa gente, que podia acompanhar
folhetins, letra por letra, embora na atualidade ainda haja quem acompanhe
novelas de rádios (não tão boas), suspiro por suspiro e lágrima por lágrima...
O texto retrata uma modernidade que não corresponde à do século XXI. Isso se
comprova com o trecho:
a) ―Rápidos voam os tempos, nascem muitos poetas todos os dias‖. (primeiro
parágrafo)
b) ... ninguém quer saber mais do que passou... (primeiro parágrafo)
c) ... todos querem ser atuais, atualíssimos... (primeiro parágrafo)
d) ...numa febre de futuro... (primeiro parágrafo)
e) ... ainda haja quem acompanhe novelas de rádios... (segundo parágrafo)
a) pensa que seu par romântico pode estar vivendo muito longe de onde ela está.
b) recebe uma advertência de sua mãe por estar pensando em seu par romântico.
c) acredita que pode não ter um par romântico, conforme o que lhe diz a mãe.
d) concorda com a mãe sobre o par romântico, que logo deverá aparecer-lhe.
O Dedo
Inclinara-me para ver o estranho objeto quando notei o pequeno feixe de fibras
emergindo na areia banhada pela espuma. Quando recorri aos óculos é que vi: não
era algodão mas uma vértebra meio descarnada – a coluna vertebral de um grande
peixe? Fiquei olhando. Espera, mas o que seria aquilo? Um aro de ouro? Agora que
a água se retraíra eu podia ver um aro de ouro brilhando em torno da vértebra,
enfeixando as fibras que tentavam se libertar, dissolutas. Com a ponta do cipó,
revolvi a areia. Era um dedo anular com um anel de pedra verde preso ainda à raiz
intumescida. Como lhe faltasse a última falange, faltava o que poderia me fazer
recuar; a unha. Unha pintada de vermelho, o esmalte descascando, acessório fiel
ao principal até no processo de desintegração. Unha de mulher burguesa, à altura
do anel do joalheiro que se esmerou na cravação da esmeralda. Penso que se
restasse a unha certamente eu teria fugido, mas naquele estado de despelamento o
fragmento do dedo trabalhado pela água acabara por adquirir a feição de um
simples fruto do mar. Mas havia o anel.
A dona do dedo? Mulher rica e de meia idade que as jovens não usam joias, só as
outras. Afogada no mar? A onda começou inocente lá longe e foi se cavando cada
vez mais alta, mais alta, Deus meu! A fuga na água e a praia tão longe, ah! mas o
que é isso?... Explosão de espuma e sal. Sal.
O Dedo
Inclinara-me para ver o estranho objeto quando notei o pequeno feixe de fibras
emergindo na areia banhada pela espuma. Quando recorri aos óculos é que vi: não
era algodão mas uma vértebra meio descarnada – a coluna vertebral de um grande
peixe? Fiquei olhando. Espera, mas o que seria aquilo? Um aro de ouro? Agora que
a água se retraíra eu podia ver um aro de ouro brilhando em torno da vértebra,
enfeixando as fibras que tentavam se libertar, dissolutas. Com a ponta do cipó,
revolvi a areia. Era um dedo anular com um anel de pedra verde preso ainda à raiz
intumescida. Como lhe faltasse a última falange, faltava o que poderia me fazer
recuar; a unha. Unha pintada de vermelho, o esmalte descascando, acessório fiel
ao principal até no processo de desintegração. Unha de mulher burguesa, à altura
do anel do joalheiro que se esmerou na cravação da esmeralda. Penso que se
restasse a unha certamente eu teria fugido, mas naquele estado de despelamento o
fragmento do dedo trabalhado pela água acabara por adquirir a feição de um
simples fruto do mar. Mas havia o anel.
A dona do dedo? Mulher rica e de meia idade que as jovens não usam joias, só as
outras. Afogada no mar? A onda começou inocente lá longe e foi se cavando cada
vez mais alta, mais alta, Deus meu! A fuga na água e a praia tão longe, ah! mas o
que é isso?... Explosão de espuma e sal. Sal.
A frase final do primeiro parágrafo – Mas havia o anel. – permite concluir que a
presença do adorno no achado
(Veja, 17.06.2015)
De acordo com o texto, a Batalha de Waterloo
(Veja, 17.06.2015)
d) Napoleão estava cansado das batalhas, quando lutou com seus rivais.
1314) Concurso: Tec Adm/PM SP/2015 Banca: VUNESP
Pela primeira vez, a proporção de brasileiros que se declaram ao IBGE como pretos
ou pardos superou 40% entre os matriculados no ensino superior. Uma análise
superficial creditaria todo o aumento às cotas ou ao ProUni, que também reserva
uma parcela de suas bolsas em universidades particulares para negros. Os dados
do IBGE mostram, porém, que o movimento já era visível antes mesmo de essas
políticas serem adotadas.
Olhando a série histórica, é possível identificar que de 1992 até 1998 não houve
avanço algum na taxa, que ficou estabilizada em torno de 18%. A partir daí, o
crescimento foi constante. Em 2003, por exemplo, quando apenas duas
universidades (a Uerj e a estadual do Rio Grande do Sul) recebiam sua primeira
leva de alunos cotistas, o percentual de pretos e pardos no ensino superior já havia
aumentado para 25%.
¹ insultos
² estúpido, ignorante
¹ insultos
² estúpido, ignorante
O cimo da montanha
Quem escapa a um perigo ama a vida com outra intensidade. Entrei a amar Virgília
com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder, e a mesma coisa lhe
aconteceu a ela. Assim, a presidência não fez mais do que avivar a afeição
primitiva; foi a droga com que tornamos mais saboroso o nosso amor, e mais
prezado também. Nos primeiros dias, depois daquele incidente, folgávamos de
imaginar a dor da separação, se houvesse separação, a tristeza de um e de outro, à
proporção que o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre nós; e,
semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço das mães, para fugir a uma
simples careta, fugíamos do suposto perigo, apertando-nos com abraços.
— Meu amor!
— Tu és minha, não?
— Tua, tua...
* personagem principal das Mil e uma noites, em que é a narradora que conta ao sultão as histórias
que vão adiando a sentença de morte dela.
(1998, p. 128-129)
É triste constatar que há uma boa dose de verdade na fala do escritor italiano, mas
dar voz também aos imbecis talvez seja o preço da liberdade. Quem frequenta as
redes sociais de forma ampla, em rol de ―amizades‖ que vá além do, digamos,
círculo de convivência presencial, sabe do que se trata. Não se pode negar a mídia
social como palco revelador das faces verdadeiras: personalidades, crenças e
crendices, ódios e amores antes recolhidos são catapultados do teclado para o
mundo, satisfazendo aquele desejo de boa parcela da humanidade de se exibir.
Contudo, essa liberdade de expressão, absoluta nas redes, não exime ninguém de
crimes como calúnia, difamação, insulto, escárnio por motivo religioso,
favorecimento da prostituição, ato ou escrito obsceno, incitação ao crime, apologia
do crime, falsa identidade, pedofilia, preconceito, discriminação ou revelação de
segredo profissional, todos descritos no Código Penal.
d) Toda a luz era dele, que borrifava-a de seus coloridos, em momentos pulando
no meio do ar...
e) No topo da árvore, nas frutinhas, tuco, tuco... daí limpavao bico no galho.
Reescrita de Frases / Substituição de palavras ou trechos de texto
A legião on-line
É um transtorno cada vez mais comum. Todo mundo conhece alguém que está
sempre conectado; acorda e já olha o celular, o qual dormiu ao lado dele na cama;
checa os aplicativos de cinco em cinco minutos; quando não está on-line, sente
ansiedade, mau humor, angústia, tristeza. Os viciados em smartphones são uma
legião.
E conclui: ―A internet tem mostrado, cada vez mais claramente, para que nasceu,
e, com vistas a esse objetivo, será controlada por comerciantes e estadistas‖. Isso
nos leva, naturalmente, a pensar na relação das redes sociais com a empresa de
dados políticos ligada à campanha presidencial de Donald Trump. Ou, em outro
caso, sendo obrigadas a excluir contas por suspeita de fraude.
(Bill Watterson. Existem tesouros em todo lugar: as aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo,
Conrad Editora do Brasil, 2013)
e) Uma vez que eu tivesse um computador, com certeza tirarei notas melhores…
1326) Concurso: Tec Leg/CM Serrana/2019 Banca: VUNESP
Nero e a lira
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo
enche de orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com
trabalho, talento e muito sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São
Paulo em um país como o Brasil é quase um milagre. A qualidade material da sala,
o esforço de todos e a educação de um público fiel. Por ela passa a fina flor da
música brasileira e internacional.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que
acordemos? Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma
sociedade que necessita desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar
mais alto e melhor? Alguém aqui acha coincidência que a economia mais forte da
Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte investimento privado e
público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para sempre, para
que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais
nossos museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos
e filhos os muitos heróis de uma resistência cultural.
Leia a frase:
O crescimento dos robôs colaborativos é a parte mais visível de uma transição que
vem ocorrendo no mercado de trabalho no mundo todo. A mecanização das linhas
de montagem e a automação de tarefas antes feitas por humanos vêm se
acelerando nas empresas. A cada ano, mais 240 000 robôs industriais são vendidos
no mundo e esse número tem crescido a uma taxa média de 16% ao ano desde
2010, puxado principalmente pela China. Atividades rotineiras nas fábricas, como
instalar uma peça, hoje podem ser feitas usando máquinas como os braços
robóticos de baixo custo. Com o advento de novas tecnologias, como a inteligência
artificial, os carros autônomos e a análise de grandes volumes de d ados (o
chamado big data), a expectativa é que as máquinas e os computadores passem a
substituir outras tarefas que hoje só podem ser realizadas por pessoas. Já existem
algoritmos que fazem a seleção de candidatos a vagas de emprego no
recrutamento de empresas e também carrinhos autônomos que transportam
produtos dentro de uma central de distribuição. Muito mais está por vir.
Diante desse cenário, muitos especialistas vêm se perguntando se o rápido avanço
da tecnologia chegará a tal ponto que tornará boa parte do trabalho obsoleta. Para
os economistas, o que determina se uma profissão tende a ser substituída por um
robô ou um software não é se o trabalho é manual, mas se as tarefas executadas
pelas pessoas são repetitivas. Um famoso estudo publicado em 2013 por
pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, analisou 702 profissões
nos Estados Unidos e o risco de elas serem trocadas por computadores e algoritmos
nos próximos dez ou 20 anos. O resultado é alarmante. Quase metade dos
empregos dos Estados Unidos está ameaçada, segundo os pesquisadores.
(Exame, 02.08.2017)
O crescimento dos robôs colaborativos é a parte mais visível de uma transição que
vem ocorrendo no mercado de trabalho no mundo todo. A mecanização das linhas
de montagem e a automação de tarefas antes feitas por humanos vêm se
acelerando nas empresas. A cada ano, mais 240 000 robôs industriais são vendidos
no mundo e esse número tem crescido a uma taxa média de 16% ao ano desde
2010, puxado principalmente pela China. Atividades rotineiras nas fábricas, como
instalar uma peça, hoje podem ser feitas usando máquinas como os braços
robóticos de baixo custo. Com o advento de novas tecnologias, como a inteligência
artificial, os carros autônomos e a análise de grandes volumes de d ados (o
chamado big data), a expectativa é que as máquinas e os computadores passem a
substituir outras tarefas que hoje só podem ser realizadas por pessoas. Já existem
algoritmos que fazem a seleção de candidatos a vagas de emprego no
recrutamento de empresas e também carrinhos autônomos que transportam
produtos dentro de uma central de distribuição. Muito mais está por vir.
(Exame, 02.08.2017)
O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Bia Corrêa do Lago,
conta que a decisão de imprimir um português erudito à trama foi tomada por ele e
apoiada pelo diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma diversos
cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário. ―Muitas
vezes é preciso recorrer às gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador.
Aos poucos, a escrita foi ficando mais fácil‖, afirma Nogueira, que também diz se
inspirar em grandes escritores da literatura brasileira e portuguesa, como Machado
de Assis e Eça de Queiroz.
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
a) Há quem discorde nessas opiniões. / Para enfeitar uma crônica, não tem coisa
melhor que uma citação. / Vou até mais longe, afirmando de que vida é pontuação.
b) Há quem discorde contra essas opiniões. / Para enfeitar uma crônica, não tem
coisa melhor de que uma citação. / Vou até mais longe, afirmando que vida é
pontuação.
c) Há quem discorde com essas opiniões. / Para enfeitar uma crônica, não tem
coisa melhor como uma citação. / Vou até mais longe, afirmando de que vida é
pontuação.
d) Há quem discorde dessas opiniões. / Para enfeitar uma crônica, não tem coisa
melhor do que uma citação. / Vou até mais longe, afirmando que vida é pontuação.
e) Há quem discorde ante essas opiniões. / Para enfeitar uma crônica, não tem
coisa melhor do que uma citação. / Vou até mais longe, afirmando em que vida é
pontuação.
Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e
Dona Nair Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que
gramática? La grammaire qui sait régenter jusqu‘aux rois – dizia Molière: a
gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne: La plus part des ocasions des
troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no mundo vem
da gramática.
Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu
excelente inglês, até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu
tirei tantas citações? Simples: tenho em minha biblioteca três livros contendo
exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não tem coisa melhor. Pena
que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo as
revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).
Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é
pontuação. A vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos
acompanhar a vida de uma criatura, do nascimento ao túmulo, marcando as
diferentes etapas por sinais de pontuação.
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não
mama!
Me dá! É meu!
Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país
como este!
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)
Mesmo com solavancos, a cada década o Brasil melhora um pouco nos principais
termômetros que medem o patamar de desenvolvimento. Mas em um indicador
específico o país patina de modo tão surpreendente e vergonhoso que ganhou
destaque em um recente relatório do Fundo de População da ONU: a alta ocorrência
de gravidez na adolescência. A cada cinco mulheres que __________ no Brasil,
uma não é adulta. A gravidez nessa etapa da vida custa caro ao país – em
decorrência __________ fato de grande parte dessas mães __________ fora da
escola e do mercado de trabalho e de os bebês nascerem privados __________
estímulos certos.
―A boa notícia é que fica claro que os trabalhos para humanos terão que envolver
qualidades humanas, como criatividade‖, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs,
diretor regional da OIT para a América Latina e Caribe. ―Isso soa muito legal, mas a
questão é: quantos trabalhos para pessoas criativas serão gerados?‖, questiona.
Assinale a alternativa que dá outra redação a uma das falas da tira, mantendo-a de
acordo com a norma-padrão.
(Nili Cini Junior. Revista Planeta. junho 2018. ano 46. Edição 54. Adaptado)
a) entretanto.
b) portanto.
c) apesar disso.
d) contudo.
e) ainda assim.
Como nos lembra Joseph Aoun, os seres humanos caminharam na Lua, dividiram o
átomo e desenvolveram a internet a partir de pesquisas realizadas em
universidades.
Quando se lida com máquinas que aprendem, não basta demandar maior
escolaridade dos seres humanos nem ensiná- los a pensar; há que se ensinar a
pensar diferente.
Esse é o novo desafio para a universidade. Ela deve ensinar os alunos a aprender
ao longo da vida e oferecer cursos de diferentes durações e intensidades para
profissionais que mudam constantemente de postos de trabalho.
Deve também ensinar competências que são especificamente humanas, em que
nos saímos melhor que robôs, como pensamento crítico ou resolução criativa e
colaborativa de problemas, e promover duas características interligadas:
imaginação e curiosidade.
Para isso, deve se ligar em rede a outras escolas terciárias, criando o que Aoun
chama de multiversidade. Precisa ainda, acompanhar os egressos¹ em seus
caminhos profissionais com atividades que complementem a formação recebida,
inclusive cursos que não necessitam ser previamente definidos como de graduação
ou pós, com certificações por blocos independentes, ligados às necessidades de
recapacitação de cada um.
Isso não vai resolver todo o problema criado pela automação, mas formará, com
certeza, seres humanos mais aptos a enfrentar suas consequências.
a) do qual
b) o qual
c) nos quais
d) os quais
e) no qual
1338) Concurso: Tec/CRBio 01/Auxiliar Administrativo/2017 Banca: VUNESP
No século 20, o ato de juntar algumas pessoas para coletar um dinheirinho passou
a ser conhecido como ―fazer uma vaquinha‖ por causa do futebol. Nas décadas de
20 e 30, quase nenhum jogador ganhava salário – luxo só garantido aos atletas do
Vasco da Gama.
Vinte e cinco mil, o prêmio máximo, era chamado de ―uma vaca‖. Nascia a
expressão ―fazer uma vaquinha‖.
Assinale a alternativa em que a nova redação dada ao trecho – ... a grana era paga
de acordo com o resultado do time em campo.– mantém o sentido original do texto
e está de acordo com a norma-padrão de regência nominal.
Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era
criança? E o celular das pessoas com quem tem trocado mensagens recentemente?
Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda – mas
você não está sozinho. Estudos científicos chamam esse fenômeno de ―efeito
Google‖ ou ―amnésia digital‖, um sintoma de um comportamento cada vez mais
comum: o de confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos
dispositivos eletrônicos e à internet em vez de guardá-los na cabeça.
a) com isso.
b) porque.
c) todavia.
d) em vista disso.
e) portanto.
1340) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2017 Banca: VUNESP
Leia os quadrinhos.
Pesquisa da consultoria Ernst & Young mostra que cada vez mais os investidores
consideram dados socioambientais e de governança antes de decidir pôr dinheiro
em uma empresa.
No ano passado, 68% disseram que essas informações têm papel fundamental na
escolha do destino final dos recursos. É uma evolução em relação a 2015, quando
52% afirmavam atentar para essas questões.
A consultoria ouviu 320 investidores ao redor do mundo, sendo um terço deles com
mais de US$ 10 bilhões em ativos sob gestão.
No Brasil, uma das tentativas de estabelecer parâmetros sobre esses dados para o
mercado financeiro vem do Índice de Sustentabilidade da Bolsa. Os dados
comparam o desempenho de empresas sob aspectos como eficiência econômica,
equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Desde que foi lançado,
esse Índice já acumula valorização de 154,6%.
O estudo cita o episódio envolvendo uma grande fabricante de veículos, que usava
um software para manipular testes de verificação das emissões de gases poluentes
pelos veículos da montadora.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o
cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse
indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa
e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de
espera.
O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não
morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia
chegando aquela hora, ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo
do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando?… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o
focinho voltado para ―aquela‖ direção.
(http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-disciplina-do-amor-lygia-fagundes-telles/ Adaptado)
b) ... as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. (5°
parágrafo) → as pessoas passaram a se recordar cada vez menos do rapaz que
morreu em um bombardeio.
e) Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para ―aquela‖ direção.
(5° parágrafo) → Cansado do frio e da espera, o cão decidiu deixar a esquina e
procurar outro dono.
1343) Concurso: Of Prom/MPE SP/I/2016 Banca: VUNESP
Fora do jogo
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos
Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
a) No
b) Devido o
c) Com o
d) Apesar do
e) Inclusive o
Fora do jogo
Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos
Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento.
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem,
cujo único defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam
por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse
comer, beber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o
suficiente para levar essa vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do
seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que
lhe repugnasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-
lhe certo ascendente, de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua
vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher:
reconhecia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era
honesta e fiel aos seus deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
a) ... onde só a sua vontade e a sua opinião prevaleciam sempre. (3o parágrafo) =
... no qual só a sua vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
d) ... figurava o Garcia, bom homem, cujo único defeito... (1o parágrafo) = ...
figurava o Garcia, bom homem, que o único defeito...
Tato
Na poltrona da sala
as minhas mãos sob a nuca
sinto nos dedos
a dureza dos ossos da cabeça
a seda dos cabelos
que são meus
mas o tato me dá
a consistente realidade
de minha presença no mundo
A pesquisa teve duas frentes. Na primeira, um aparelho foi usado para medir a
qualidade do ar na área onde fumar era permitido, localizada no bosque do
hospital. Foi feita uma comparação com o espaço ao lado, onde o cigarro era
proibido. O fumódromo apresentou uma média de 66 mcg/m3 de partículas
respiráveis no ar (poeira que tem capacidade de chegar até o pulmão), com picos
de 900. Do outro lado, durante os 10 dias de coleta, as médias foram inferiores a
25, índice preconizado como aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
(http://zh.clicrbs.com.br, 13.03.2016)
a) Porém; premeditado.
c) Como; proposital.
(Charles Shulz, Charlie Brown. Disponível em: www.lpm.blog.com,br. Acesso em: 11.02.2016)
Assinale a alternativa que reescreve frase do texto obedecendo à norma-padrão.
Cuidado
As pessoas não se sentem ouvidas, então berram por meio dos atos de violência.
Querem a atenção dos demais mas ficam frustradas, pois se sentem ignoradas ou
marginalizadas.
Será que estamos atarefados demais para olhar o outro? Será que o contato virtual
nos rouba o real? Será que nos acostumamos com estatísticas e números e ficamos
menos disponíveis para perceber o outro?
Lembro que escutar é diferente de ouvir. Se você não tem problemas no aparelho
auditivo, você ouve. Mas escutar implica estar atento ao que o outro está dizendo e
compreendê-lo: não só com palavras, mas também com gestos, postura, expressão
facial e tom de voz.
Numa época em que só se colhem notícias ruins, aconteceu uma coisa boa no
mercado do café. As exportações vão bem e o consumo interno cresceu 0,9%. Não
é nada, mas é alguma coisa.
Em vez de exportar sobretudo café verde, poderá exportar cápsulas. O grão puro e
simples vale R$ 10 por quilo, o café das cápsulas rende R$ 300 pelo mesmo quilo.
Os bons cafezais brasileiros produzem tipos de grãos capazes de competir com
quaisquer sabores de outros países. Se ninguém atrapalhar, dá certo.
Numa cidade de 12 milhões de habitantes, como São Paulo, não há de ser simples
a logística para distribuir remédios gratuitos às farmácias estatais e garantir o
acesso tempestivo a quem deles depende.
Falhas pontuais acontecem. Cabe ao poder público saná-las de pronto e por elas
desculpar-se, sem recorrer a pretextos burocráticos para explicar a inoperância.
Eles não têm como minorar o desconforto do doente que fica sem medicamento a
que tem direito.
Viver ―no mundo da lua‖ e olhar para a Terra de outras distâncias, de outros
ângulos, não era bem-visto pelos adultos, em geral, e pelos adultos da escola, em
particular.
c) mas era só até virarem luas de papel amassadas nas mãos da professora.
O que você faria se soubesse que não iria falhar? ―Nada‖, segundo o professor de
design gráfico Brad Hokanson, da Universidade de Minnesota. Isso porque, para
ele, não há diversão nenhuma na falta de desafio e é exatamente isso que melhora
a nossa criatividade. Em entrevista à Galileu, o professor Hokanson explica como
essa habilidade pode ser adquirida.
Galileu: Para ser criativo é preciso desafiar alguns padrões. Você acha que as
pessoas têm medo de serem criativas por conta disso?
Galileu: Falta de criatividade é associada com uma visão de mundo mais limitada.
Como as pessoas podem se livrar desse tipo de visão?
Hokanson: Uma das formas de aumentar nosso potencial criativo é nos expondo a
ambientes, coisas e pessoas diferentes. Algumas pesquisas mostram que nossas
memórias e experiências em lugares diferentes podem nos ajudar a resolver os
problemas de onde vivemos.
(Al‟Hanati. www.gazetadopovo.com.br)
A frase – Essa porcaria já não serve pra nada depois de dois anos de uso… –
permanece pontuada corretamente, após o deslocamento do segmento destacado,
em:
a) Essa porcaria: depois de dois anos de uso; já não serve pra nada…
b) Essa porcaria, depois de dois anos de uso, já não serve pra nada…
c) Essa porcaria depois de dois anos de uso. Já não serve pra nada…
d) Depois de dois anos de uso (essa porcaria já não serve pra nada)…
e) Depois de dois anos de uso. Essa porcaria já não serve pra nada…
1358) Concurso: Ag SR/ODAC/2016 Banca: VUNESP
O resgate do casaco
Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos,
roupas energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri
para a rua. O táxi ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na
atleta que poderia existir oculta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos
cem metros rasos.
Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar.
Eu estava quase.
Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um
pequeno engarrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha
esperança atlética e dei o melhor de mim.
Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de
minha amiga.
Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não
parava de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também
para ela, e juntas choramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.
Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão
revelador.
Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela
e que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem
ao menos ter tentado.
Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em
vaivém, tornando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína
desconhecida se fazendo valer à minha revelia, desafiada pela frustração de
sucessivos quases.
a) pois
b) porém
c) contudo
d) embora
e) entretanto
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para
horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.
Sem ilusionismo
Muita gente acredita que mudar o sistema previdenciário do país é uma forma de
submissão do governo aos desejos inescrupulosos do mercado financeiro e dos
fiscalistas de plantão. Ledo engano.
Então, chegamos à segunda opção: a tesoura. ―Mas como cortar despesas num país
tão carente?‖, ponderam alguns. ―Como propor mais tempo de trabalho para quem
está próximo de encostar a chuteira?‖, questionam outros. O caminho do equilíbrio
nunca foi uma via fácil.
Mulher ao volante
Quarenta minutos antes, ela afivelou o cinto de segurança, também rosa, engatou
a primeira marcha no câmbio decorado e seguiu viagem ao volante do ônibus que
sai da Lapa. Uma cortina de borboleta deixava a cabine ainda mais personalizada.
A cor rosa é sua ―marca registrada‖, como define, e o percurso, seu favorito. ―Amo
meus passageiros. São sempre as mesmas pessoas, nos mesmos pontos‖, diz ela,
que troca cumprimentos com os mais chegados.
Motorista de ônibus há sete anos, Marta concluiu que as mulheres na direção são
uma segurança para a população. Por dois motivos: dirigem com uma ―perfeição
maior‖ e pilotam por gosto, não por obrigação. ―Não me vejo fazendo outra coisa‖,
diz.
Quando não está no trabalho, Marta acelera na sua moto 125 cilindradas, uma
potência módica que ela pretende em breve dobrar. ―Descarrego toda a minha
adrenalina nela.‖
Ao cruzar a avenida Paulista, ela comenta: ―Aqui a gente vê de tudo. Sou toda
rosa, mas adoro esse pessoal que anda de preto. Acho interessantes essas várias
tribos. Não quero ser a melhor. Só quero fazer a diferença‖, completa.
a) Caso não venha de blusa rosa, os passageiros notam e reclamam, diz Marta
orgulhosa, portanto exibe as unhas da mesma cor.
c) A não ser que venha de blusa rosa, os passageiros notam e reclamam, diz Marta
orgulhosa, depois que exibe as unhas da mesma cor.
e) Desde que venha de blusa rosa, os passageiros notam e reclamam, diz Marta
orgulhosa, por isso exibe as unhas da mesma cor.
―Um leigo não conseguiria diferenciar um do outro‖, diz Renato Lobo, que realizou o
estudo com pelo de poodle em seu mestrado. Segundo ele, há similaridade entre os
dois em relação à maciez, tingibilidade (capacidade de receber corante),
alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
Do ponto de vista técnico, Lobo explica que a única diferença entre o pelo do
poodle e a lã do carneiro é o comprimento da fibra — mais curta no primeiro. Mas
essa diferença não altera o processo de fiação, porque há um maquinário próprio
para fibras mais curtas.
E roupas para humanos? Segundo Lobo, ―Há viabilidade técnica para produzi-las,
mas não sei se haveria aceitação. As pessoas usam casacos de couro, mas não sei
se aceitariam roupas de pelo de cão. De animal para animal, fica mais fácil.‖
A ideia é que, após a coleta, limpeza e fiação, ele vire roupinhas para animais
[...]
a) se transforme à roupinhas.
b) se resulte de roupinhas.
c) se torne em roupinhas.
d) se converta à roupinhas.
e) se altere de roupinhas.
Ao longo dos anos, as TVs, aparelhos de som, DVDs e videocassetes a que serviram
foram partindo e deixando-os para trás: órfãos, sem ocupação ou residência fixa,
vagavam pela casa ao sabor do acaso. Terminada a arrumação, meti todos eles
numa sacolinha plástica e joguei na lixeira.
Imagino que jogar controles remotos no lixo fira gravemente alguma regra
ecológica, mas a visão daqueles defuntos eletrônicos me trouxe um sentimento de
urgência: eram eles ou eu.
Meu finado tio-avô costumava dizer que ―Desmantelo só quer começo‖. O cronista
Humberto Werneck, atento à grandeza que o miúdo esconde, escreveu uma vez
sobre a traiçoeira contribuição dos copos de requeijão para o fim de um casamento.
Aos poucos, esses intrusos vão cavando espaço no armário da cozinha, empurrando
lá pro fundo as taças que, no início do namoro, assistiam da primeira fila aos beijos
e abraços — é a vulgaridade galgando o terreno da paixão.
Até que um belo dia você acorda e descobre que o vinho do amor virou água da
bica num copo da Itambé — ―Desmantelo só quer começo‖.
Entro em casa de queixo erguido, peito estufado e meu ânimo dura quatro
segundos: só até ver minha mulher com as mãos enfiadas entre as almofadas do
sofá, perguntando se por acaso eu não vi, em algum lugar, o controle da televisão.
Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu
em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando:
―Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu‖. A naturalidade do
pedido mostra como a integração com a comunidade funciona.
O futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um jogo do Estrela do Norte
F.C., se pode ficar tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Inter x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do que o
desejável. O menino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí, chutar
uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira qualquer para fazer.
Só não acredito que televisão seja máquina de fazer doido. Até acho que é o
contrário, ou quase o contrário: é máquina de amansar doido, distrair doido,
acalmar, fazer doido dormir.
a) veio em … houvesse … o
b) foi em … houvessem … o
c) foi a … houvesse … o
Enfim o escândalo chegou ao topo, e novos capítulos ainda serão escritos. Na terça-
feira 2 de junho, quatro dias depois de ser reeleito para seu quinto mandato na
presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o suíço Joseph Blatter
convocou a imprensa e renunciou. Sentia, disse, não ter ―apoio no mundo
futebolístico‖. O que ele não tem, na verdade, é a distância requerida a alguém na
sua posição do lamaçal de corrupção, falcatruas e desvios de dinheiro que engolfou
a Fifa nas últimas semanas e já levou sete dirigentes à prisão. A investigação,
conduzida pela polícia americana, bateu nos últimos dias em Jérôme Valcke, braço-
direito de Blatter, e foi aí que o chefe capitulou. O celebrado padrão Fifa, sabemos
agora, esteve ancorado em estruturas corruptas que deixaram um legado nefasto
para o Brasil. Um ano depois da Copa, o país do futebol tem estádios vazios, todos
construídos a valores inexplicáveis e amargando prejuízos – ao contrário da Fifa,
aliás, que amealhou lucro de 16 bilhões de reais com a megafesta de 2014.
Você acredita que muitas pessoas mentem para se dar bem? Ou que agem de
forma injusta para levar a melhor? Portanto, melhor não confiar em ninguém,
certo? Bem, se você concorda com tudo isso, a ciência tem um conselho: pare.
O químico João Henrique Nunes, 25, pediu para sair de um grupo do WhatsApp com
mais de 30 familiares.―Eu recebia mensagens incessantes de bom dia, fotos de
bebês, correntes e vídeos motivacionais com mais de cinco minutos que acabavam
com a minha internet 3G.‖
Apesar de dar um basta no grupo familiar, João coleciona diálogos engraçados com
a mãe, Maria, e os publica no Facebook. Em uma das conversas expostas na rede,
ele pergunta: Mãe, de que cor é esse vestido?‖, e envia uma foto do vestido azul e
preto que no fim de fevereiro virou ―meme‖ * na internet. A mãe não entende nada
e diz: ―Que vestido é esse?? João Henrique, vira homem!‖.
Isso leva a inevitáveis conflitos, afirma a terapeuta Juliana Potter. ―Cada um pensa
que seu jeito de usar a internet é o certo. Os adolescentes acham ridícula a forma
como as mães usam as redes sociais, e os adultos não entendem como estar
conectado é realmente importante para os jovens.‖
Um exemplo é o caso de Diogo, 10, filho da economista Mariana Villar, 42. ―Ele
inferniza a minha vida pedindo um aparelho com acesso ao WhatsApp cinquenta
vezes por dia‖, diz ela. ―Eu digo que ele não precisa, que não tem maturidade para
isso, mas não adianta. Ele acha um absurdo ser o único da turma que não tem o
aplicativo.‖
No outro lado, os jovens riem com as dificuldades tecnológicas dos mais velhos.
―Quando minha mãe tem uma dúvida no WhatsApp, eu tento ajudar. Ela se
atrapalha com os comandos mais simples. Às vezes até discutimos, porque o que
parece muito simples para mim é, para ela, muito difícil de aprender, então acabo
não tendo muita paciência‖, afirma a estudante Taís Bronca, 23.
Taís, porém, enxerga um ponto positivo no uso da internet por outras gerações.
―A minha geração tem o costume de achar que tudo que mãe e pai fazem é brega.
Às vezes é implicância, às vezes eles dão motivo – como quando chamam o
WhatsApp de ZapZap. Mas é vantajoso que a gente se comunique e que eles
treinem a mente para aprender algo novo.‖
―Os jovens não podem viver em um mundo em que não há a contribuição dos mais
velhos. Por outro lado, não há como impedir os mais novos de usar as redes
sociais. O que precisa ser feito é não deixar os jovens se fecharem na realidade
virtual‖, afirma um psicólogo.
(www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/04/1613570-grupos-de-familia-no-whatsapp-levam-
conflito-de-geracoes-para-a internet.shtml.Joana Vines. Adaptado. Acessado em 08.04.2015)
* meme = o termo é usado para descrever um conceito que se espalha via internet.
Chicungunha
Como se a dengue fosse pouco, bate à porta o vírus chicungunha, transmitido pelo
mesmo mosquito.
a) surgiu.
b) se extinguiu.
c) desapareceu.
d) esmoreceu.
e) se desfez.
A última crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade, estou adiando o momento de escrever.
São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E
enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. A
menininha sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater
palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam,
discretos: ―parabéns pra você, parabéns pra você...‖. A menininha agarra
finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está
olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-
lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
a) Sentam-se a mesa do botequim para saciar a fome numa refeição festiva uma
família de três seres.
e) Apesar de a menininha ter ensaiado antes, ela sopra com força e apagam às
três velinhas.
A grama do vizinho
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava
acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das
características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como
os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar
de ficar tão ligada na grama do vizinho.
Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da
gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros,
fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou
será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a
todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface
para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Estarão mesmo todos realizando
um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensacional com
uma vida sensacionalista.
a) mantinha – à – à – despendesse.
b) mantém – a – à – despenderá.
c) manteve – à – a – despenda.
d) manteve – a – a despendia.
e) mantém – à – à – despende.
1377) Concurso: Aux FF II/TCE-SP/2015 Banca: VUNESP
Incoerência americana
Alguns dos 136 detidos (número que resta após o envio de seis deles para o
Uruguai) estão presos há mais de uma década sem acusação formal. São,
entretanto, considerados ―perigosos demais‖.
São Paulo está a 760 metros de altitude, a altura de Teresópolis. Por causa do frio,
as pessoas se cobrem de casacos e suéteres. Nos correios e nos cinemas, as filas
são mais distintas. Até o trânsito é mais civilizado. Nos cruzamentos, as pessoas
paravam e eu passava sempre primeiro, como bom bárbaro. Nos engarrafamentos,
a manada de automóveis, resignada, espera sem buzinar, algo impensável no Rio.
Em São Paulo, os motoristas de táxi são donos dos carros; no Rio, são empregados
da frota. Adivinhe onde o troco volta integralmente e você tem menos chance de se
aborrecer.
São Paulo é plutocrática. Tudo gira em função de dinheiro. Há mais empregos, os
salários são mais altos e todos cobram pesado uns dos outros. Eletricistas,
encanadores, chaveiros, táxis, todos os serviços são mais caros – mas mais
profissionais. É preciso dinheiro para ter um bom apartamento, dinheiro para entrar
como sócio num clube, dinheiro para ter casa de praia ou sítio (para fugir da
cidade) e dinheiro para comprar um bom assento num show. Sem contar que é
preciso se adiantar e andar rápido, porque há milhares iguais a você lotando todos
os lugares.
(http://www.istoe.com.br)
Leia a tira.
(Veja, 17.06.2015)
c) O conflito costuma ser lembrado, desde então, como o emblema das derrotas –
provando de que se impõe limites à ambição de um estrategista brilhante.
d) Desde então, o conflito costuma ser lembrado como a derrota mais emblemática
– a prova de que mesmo a ambição de um estrategista brilhante tem limites.
Estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no
Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número
de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014,
para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com
outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem
melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida.
Por isso, o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país.
Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a
primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente
ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em
democracias capitalistas. Para piorar, descobrimos recentemente que
subestimávamos o problema.
(Época, 13.11.2017)
Mesmo que o.k. seja o americanismo mais difundido no mundo, sua origem é
confusa.
Uma das versões afirma que, durante a Guerra da Secessão americana, que
terminou em 1865, quando voltavam para o quartel sem sofrer nenhuma baixa, os
soldados anotavam num quadro de avisos ou pintavam nas paredes ―0k‖, zero
killed, ou seja, ―zero morto‖. Com o tempo, isso passou a significar ―tudo bem‖.
Cidades inovadoras
Se uma cidade criativa fosse uma simples soma aritmética, os termos seriam:
tecnologia, tolerância, talentos e tesouros. A equação original, cunhada pelo
urbanista americano Richard Florida, continha os três primeiros ―tês‖. O último é
acréscimo do engenheiro e professor brasileiro Victor Mirshawka, autor de ―Cidades
Criativas‖.
Ele cita Barcelona, que implementou o sistema de captação de lixo por tubos. A
medida levou à redução no número de caminhões de coleta, com consequências
positivas no trânsito.
Os itens tolerância e talentos, por sua vez, estão intimamente ligados. O primeiro,
diz o autor, abarca temas como orientação sexual e migração. ―Essa mescla,
envolvendo várias religiões e costumes, permite diversidade, com resultados em
campos como gastronomia e música.‖
―Nesse sentido, a cidade com mais talentos do mundo é Boston (EUA.), que tem
350 mil estudantes em instituições como Harvard e MIT. Metade dos alunos são
estrangeiros e, obviamente, os americanos ganham com isso.‖
Por último, há os tesouros, que são tanto obras humanas (museus e monumentos)
quanto da natureza (rio Amazonas e cataratas do Iguaçu). Essas atrações, diz
Mirshawka, geram ―visitabilidade‖, fator fundamental para as cidades criativas. ―A
grande questão é como fazer com que as pessoas queiram estar na sua cidade.‖
a) Boston, onde metade dos alunos são estrangeiros, é uma fonte de riqueza
intelectual para os EUA.
b) Boston, pela qual metade dos alunos são estrangeiros, é uma fonte, de riqueza
intelectual, para os EUA.
c) Boston, cuja a metade dos alunos são estrangeiros, é uma fonte de riqueza
intelectual para os EUA.
d) Boston da qual, metade dos alunos são estrangeiros, é uma fonte de riqueza
intelectual para os EUA.
e) Boston com a qual, metade dos alunos são estrangeiros, é uma fonte de riqueza
intelectual para os EUA.
a) Caro cliente, caso exista dúvidas sobre o produto, ponho-me à disposição para
esclarecer-lhes.
b) Caro cliente, caso exista dúvidas sobre o produto, ponho-me à disposição para
esclarecê-los.
c) Caro cliente, caso existam dúvidas sobre o produto, ponho-me à disposição para
as esclarecer.
d) Caro cliente, caso existam dúvidas sobre o produto, ponho-me à disposição para
esclarecê-los.
e) Caro cliente, caso existam dúvidas sobre o produto, ponho-me à disposição para
lhes esclarecer.
1385) Concurso: Of Prom/MPE SP/I/2016 Banca: VUNESP
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem,
cujo único defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam
por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse
comer, beber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o
suficiente para levar essa vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do
seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que
lhe repugnasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-
lhe certo ascendente, de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua
vontade e a sua opinião prevaleciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher:
reconhecia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era
honesta e fiel aos seus deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
– ... não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que lhe repugnasse...;
a) oposição e comparação.
b) equivalência e conclusão.
c) equivalência e comparação.
d) equivalência e consequência.
e) oposição e causa.
1386) Concurso: Aux Leg/CM Guaratinguetá/2016 Banca: VUNESP
Não tem jeito! Ficar reclamando da má sorte, que as dificuldades são muitas, que a
vida está difícil, não vai mudar nada na sua rotina e nem na vida de ninguém.
Atitude como essa apenas demonstra o lado pessimista e características de alguém
que não consegue perceber que oportunidades são criadas.
Às vezes ouço pessoas comentando: ―fulano tem muita sorte! As coisas acontecem
para ele com facilidade!‖ Engano! Para que existam resultados, é preciso empenho,
energia, dedicação, coragem e uma dose de ousadia.
Aquilo que os outros entendem por ―sorte‖ é o resultado, na maioria das vezes, de
muito trabalho. Desde o cuidado com os relacionamentos, à conduta ética ao longo
da carreira e à confiança conquistada por um histórico de bons trabalhos realizados
com competência.
As grandes verdades são que viver não é para fracos e que oportunidades não
caem no colo de ninguém. É preciso agir. Costumo dizer que o ser humano é o
único animal capaz de enganar a si próprio.
Aprender habilidades novas requer paciência consigo mesmo, e persistir apesar das
dificuldades iniciais é o que, de fato, leva ao aprendizado.
Talvez seja essa uma das características entre as mais desejadas nos profissionais:
a capacidade de persistir. Mostrar interesse e motivação para aprender o novo e
novas competências. Suportar as frustrações iniciais e se empenhar.
Há dois tipos de pessoas na vida – aquelas que sabem o que querem, que fazem
suas escolhas, e aquelas que deixam a vida decidir por elas.
(Adriana Gomes, Você decide ou decidem por você. Folha de S.Paulo, 22.11.2015. Adaptado)
a) … não vai mudar nada na sua rotina e nem na vida de ninguém… (… não vai
mudar nada na sua rotina, tão pouco na vida de ninguém…)
b) ... persistir ... é o que, de fato, leva ao aprendizado. (… persistir ... é o que, de
fato, garante ao aprendizado.)
c) … aquelas que sabem o que querem… (… aquelas que sabem o que gostam…)
d) Suportar as frustrações iniciais e se empenhar. (Suportar as frustrações iniciais
e não entregar-se.)
e) Para que existam resultados, é preciso empenho… (Para que haja resultados, é
preciso empenho…)
Inicialmente comercializado pelos árabes, o café é, hoje, uma das bebidas mais
consumidas no mundo. Antes mesmo da descoberta da América, os europeus já
________ conheciam. Seu consumo moderado proporciona uma série de benefícios
________ saúde. Há quem diga que a bebida ajuda ________ perder peso.
Cientistas descobrem um sistema planetário com estrela maior que o Sol, duas
estrelas ____________ e um mundo similar __________ Júpiter.
Gostei, sim, da ideia daquele publicitário de São Paulo, que concebeu e instalou na
rua um outdoor de 24 metros quadrados, contendo uma declaração de amor à sua
mulher. Todo mundo, ao passar por lá, ficou sabendo que Bob continua amando
Cly, depois de dez anos de casados, e que não abre.
(...)
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para
horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.
Considere a frase do sétimo parágrafo, que foi separada em trecho (1) e trecho
(2):
(1) Água-viva é uma rodela gelatinosa (2) que, segundo diziam, se encostasse no
corpo, queimava como fogo.
Frequentemente desprezadas por terem um aspecto que não está de acordo com os
―padrões de beleza‖ impostos pela indústria, as frutas e verduras ―feias‖ voltaram a
ser um objeto atrativo pelos que lutam contra o desperdício de alimentos.
Sua estratégia é simples. Vender uma maçã com um rótulo cujo logotipo mostra
um rosto com um único dente aos produtores que se comprometem a colocá-la
entre seus alimentos ―feios‖, oferecendo-os pelo menor preço. Depois, parte do
dinheiro arrecadado é destinada a associações de caridade e de consumidores.
―Quando você coloca uma maçã feia ao lado de outras muito bonitas, nossos olhos
fixam antes nas mais bonitas‖, disse Chabanne, que se esforça para mostrar às
pessoas que os produtos menos esteticamente atrativos também são de qualidade
e, inclusive, mais baratos.
b) Vender uma maçã com um rótulo cujo logotipo mostra um rosto com um único
dente aos produtores… (3º parágrafo)
Leia a tira.
A pesquisa teve duas frentes. Na primeira, um aparelho foi usado para medir a
qualidade do ar na área onde fumar era permitido, localizada no bosque do
hospital. Foi feita uma comparação com o espaço ao lado, onde o cigarro era
proibido. O fumódromo apresentou uma média de 66 mcg/m3 de partículas
respiráveis no ar (poeira que tem capacidade de chegar até o pulmão), com picos
de 900. Do outro lado, durante os 10 dias de coleta, as médias foram inferiores a
25, índice preconizado como aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
(http://zh.clicrbs.com.br, 13.03.2016)
a) Porém; premeditado.
c) Como; proposital.
(Pancho. www.gazetadopovo.com.br)
Leia a tira.
Leia trecho da canção Bom Conselho, de Chico Buarque, para responder à questão
É correto afirmar sobre o verso – Brinque com meu fogo – que há emprego de
sentido
a) próprio: é perigoso brincar com fogo e desaconselha- se a sugestão do autor.
b) figurado: o autor não se importa com a falta de segurança do amigo.
c) próprio: qualquer tipo de fogo acarreta destruição e demanda cuidado.
d) próprio: os conselhos do autor merecem crédito e não desconfiança.
e) figurado: o autor convida o amigo a compartilhar do seu estado de espírito.
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no meio ambiente – a depender
do tipo de tecido, a tarefa doméstica contribuiria para a contaminação dos oceanos,
apontam estudos.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o que pode ser uma boa
desculpa para quem sempre odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande
impacto positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de um projeto de
conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que comprar menos roupas sintéticas
também ajuda. Preferir tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações para os fabricantes
poderia ajudar, forçando as empresas a colocar mais recursos na busca por
soluções.
a) a compra de menos roupas com tecidos sintéticos para reduzir a poluição dos
rios e oceanos.
b) a lavagem de roupas com menos frequência para reduzir a eliminação das fibras
dos tecidos das roupas.
c) a preferência por tecidos de lã, algodão, seda e caxemira para preservar o meio
ambiente.
e) a busca de novas soluções pela empresa para reduzir o impacto ambiental nos
rios e oceanos.
1399) Concurso: Con/CM Sertãozinho/2019 Banca: VUNESP
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no meio ambiente – a depender
do tipo de tecido, a tarefa doméstica contribuiria para a contaminação dos oceanos,
apontam estudos.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o que pode ser uma boa
desculpa para quem sempre odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande
impacto positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de um projeto de
conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que comprar menos roupas sintéticas
também ajuda. Preferir tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações para os fabricantes
poderia ajudar, forçando as empresas a colocar mais recursos na busca por
soluções.
c) sobrecarregar; soltar.
e) reprimir; liberar.
Assinale a alternativa em que a regência das palavras está de acordo com a norma-
padrão da língua portuguesa.
Vacina na marra
Uma das piores coisas que pais podem fazer a seus filhos é privá-los de vacinas.
Ainda assim, devo dizer que fiquei chocado com o artigo de uma promotora do
Ministério Público, no qual ela defende não só multa para genitores que deixem de
imunizar seus rebentos, mas também a busca e apreensão das crianças para
vaciná-las.
Imagino até que a adoção de medidas extremas como propõe a promotora possa
fazer sentido em determinados contextos, como o de uma epidemia fatal que
avança rapidamente e pais que, induzidos por vilões internacionais, se recusam a
imunizar seus filhos(B).
Seja como for, tenho a convicção de que, se a fórmula mais draconiana propugnada
por ela fosse adotada, acabaríamos produzindo mais mal do que bem(E).
O ponto central é que o sistema de saúde precisa ser visto pelo cidadão como um
aliado e não como um adversário(C). Se a percepção que as pessoas têm do posto
de saúde for a de que ele é uma entidade que pode colocar a polícia atrás de
famílias para subtrair-lhes os filhos, elas terão bons motivos para nunca mais pôr
os pés numa unidade(D).
A ideia de que o sistema de saúde precisa ser protegido de ações que possam
minar a confiança que o público lhe deposita não é estranha ao mundo do direito.
Não é por outra razão que a legislação penal e códigos de ética proíbem o
profissional de saúde de divulgar segredos de pacientes e até de denunciar
crimes(A) que tenham cometido.
d) ... elas terão bons motivos para nunca mais pôr os pés numa unidade.
O futuro do trabalho
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas,
teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades
que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas
complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
O futuro do trabalho
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas,
teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades
que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas
complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
O futuro do trabalho
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas,
teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades
que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas
complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
• ... que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para exercer
uma profissão específica, mas também para obter outra rapidamente, se
necessário. (último parágrafo)
O futuro do trabalho
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas,
teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades
que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas
complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
d) Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres
humanos...
O futuro do trabalho
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas,
teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades
que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas
complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
a) Por isso, o relatório impõe por uma agenda econômica focada com seres
humanos...
b) Por isso, o relatório reivindica uma agenda econômica ajustada para seres
humanos...
d) Por isso, o relatório postula com uma agenda econômica aplicada por seres
humanos...
Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua.
Termômetros digitais mostram uma temperatura que o corpo da gente não
registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha caminhando,
tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar
ao meu destino, quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando
estimular seu buldogue francês, esparramado no chão, a se levantar e andar. Olhei
o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio
palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava
oferecer ao animal e que, naquele momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o
no colo e corresse com ele para casa. O risco de intermação é grande, sobretudo
para raças de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz
ela me prometer que nunca mais sairia com ele àquela hora no verão. ―Eu sei, ele
fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo acordar cedo
para sair com ele‖, confessou-me ela.
a) Escutei explicações da dona do cão e antes disso eu lhe expus os perigos aos
quais o cão tinha sido exposto.
d) Se o cão não tivesse recebido água sobre a cabeça, teria corrido riscos devido à
exposição a que se submetera.
e) O cão correu riscos a que sua dona o teria exposto se não tivesse jogado água
sobre a sua cabeça e o pegado no colo.
O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por todos, não existe, contudo, no
tocante a outro problema de grande importância, que é o aquecimento do nosso
planeta, que está em curso. A temperatura média já subiu mais de um grau Celsius
desde 1 800 e provavelmente vai subir mais dois graus até o fim do século 21.
Considere o trecho.
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por
computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, ―reiniciações‖
lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e
desligar este ou aquele botão da torre, ―usar o aplicativo‖ ou ficar de quatro,
meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e
plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e
outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava:
português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um
único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras
de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra
seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais
nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa
―presencial‖. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo
enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz
quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de
teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
c) ter optado pela vida profissional permeada por palavras, ocupando salas de
aulas, auditórios, TVs, rádios e editoras de livros.
O termo destacado na frase ―Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar
usando algo mais nobre do que apenas os polegares.‖ forma uma expressão com
sentido de
a) finalidade.
b) origem.
c) modo.
d) meio.
e) causa.
1411) Concurso: PAEPE/UNICAMP/2019 Banca: VUNESP
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por
computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, ―reiniciações‖
lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e
desligar este ou aquele botão da torre, ―usar o aplicativo‖ ou ficar de quatro,
meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e
plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e
outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava:
português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um
único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras
de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra
seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais
nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa
―presencial‖. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo
enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz
quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de
teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É
verdade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes
de se atualizar. Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos
milhões e, graças à ciência e a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os
cem anos. Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo mais
nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/
hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)
O termo destacado na frase ―... onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou
dinamitar certezas.‖ pode ser corretamente substituído, sem alteração do sentido
do texto, por
a) identificar.
b) esclarecer.
c) polemizar.
d) despistar.
e) desorientar.
1412) Concurso: PAEPE/UNICAMP/2019 Banca: VUNESP
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por
computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, ―reiniciações‖
lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e
desligar este ou aquele botão da torre, ―usar o aplicativo‖ ou ficar de quatro,
meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e
plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e
outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava:
português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um
único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras
de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra
seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais
nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa
―presencial‖. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo
enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz
quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de
teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
a) Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e
desligam sozinhos...
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por
computadores que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, ―reiniciações‖
lentas e outras deliciosas avarias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e
desligar este ou aquele botão da torre, ―usar o aplicativo‖ ou ficar de quatro,
meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar cinco minutos e
plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e
outras ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava:
português, história e línguas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um
único veículo – a palavra. Com ela, tenho me virado em jornais, revistas, editoras
de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros cenários onde a palavra
seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais
nada, a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa
―presencial‖. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo
enfiado na televisão. Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz
quadrada. A vida agora é online e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de
teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se perder tudo se digitar algo errado.
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os
três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da
família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou um
barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais
lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de
outono empilhadas junto ao meio-fio.
Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o
homem que salvaria seu pai. Na mesma hora em que li esse relato, imaginei um
sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo choro na sala de parto.
Seu filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem adolescentes
baladeiros: o barulho da chave abrindo a fechadura da porta. Seu filho voltou.
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no
alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o
embarque será feito dentro de poucos minutos.
O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado.
Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for
grande a ansiedade para se falar com alguém distante.
O barulho da chuva forte no meio da madrugada, quando você está no quentinho
da sua cama.
Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da sua, provocando a falsa
sensação de que você está viajando, de férias em algum lugar estrangeiro. E
estando em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma natal sendo falado por
alguém que passou, fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim.
O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado. Ou
mesmo a chegada da pizza.
O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu celular. A sirene da fábrica
anunciando o fim de mais um dia de trabalho. O sinal da hora do recreio. A música
que você mais gosta tocando no rádio do carro. Aumente o volume. O primeiro eu
te amo dito por quem você também começou a amar. E o mais raro de todos: o
silêncio absoluto.
―Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for
grande a ansiedade para se falar com alguém distante.‖
a) posse, meio.
b) lugar, posse.
c) especialidade, autoria.
d) lugar, companhia.
e) direção, companhia.
1417) Concurso: ACS/Pref Buritizal/2018 Banca: VUNESP
Nunca Mais
Nunca Mais
Ao longo dos anos, a Constituição foi sendo emendada, para permitir pouco mais de
flexibilidade e controle social sobre a Administração Pública, mas ainda temos uma
máquina pouco azeitada e com enormes dificuldades para uma gestão eficiente. A
corrupção, no entanto, parece ter se profissionalizado: quanto mais difícil a
operação dados os entraves normativos, mais ela prospera.
Preparamo-nos para uma nova eleição e parece que novamente olhamos para trás,
para o ―nunca mais‖. Nunca mais corrupção, nunca mais fisiologismo ou acertos na
calada da noite. Sim, precisamos promover ética e transparência na política, mas
isso é precondição, não realização de governo. É fundamental saber que políticas
públicas cada candidato a cargo executivo ou legislativo propõe para o País.
Reescrevendo-se as frases:
―...a Constituição foi sendo emendada, para permitir pouco mais de flexibilidade e
controle social sobre a Administração Pública.‖
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
Bicicleta é igual: ou você a domina quando criança ou será um ciclista inseguro a
vida toda. De pequeno, não tive sequer um velocípede, e me consola pensar que
isso explica tudo. Minhas filhas tentaram dar um jeito nisso, quando eu já era um
senhor de 55 anos, e, lógico, o resultado foi ridículo. Só pedalo em campo aberto,
sem ter por perto humanos, bicho de quatro patas ou outro engenho sobre rodas.
Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à
música em geral: não toco, não batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o
quê?
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à
música em geral: não toco, não batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o
quê?
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
a) exceto.
b) repentinamente.
c) apenas.
d) mais que.
e) talvez.
Alguns fracassos
Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando
Pessoa que ―todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo‖, ou que ―toda
a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na
vida‖, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que
contam para o convívio social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até
alguma graça.
Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me
doíam; não, não, apenas me diminuíam, intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando
se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.
Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por
mais de três minutos, o tempo de uma música. O normal, numa festa, era eu ficar
ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas volutuosas
com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções
em papos de botecos, aí com alguma vantagem.
Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito.
Sem piscina, rio ou mar, onde bater pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro?
Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo Frio,
na cachoeira de Iporanga...
Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à
música em geral: não toco, não batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o
quê?
A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar
brilho a certos momentos: assobiar com perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho,
na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno
recital de sala de redação entre as admirações de minha vida e me acrescentei
mais uma frustração.
O Legislativo do estado da Flórida aprovou no dia 7 de março uma lei que sobe de
18 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas longas, como fuzis, e
permite que funcionários de escolas portem armas no trabalho.
O projeto ainda inclui medidas que criam novos programas de saúde mental para
as escolas, um disque-denúncia de ameaças às instituições de ensino e melhora na
comunicação entre as áreas educacional e de segurança.
O projeto, por outro lado, não proíbe a venda de armas longas, como queriam os
estudantes. Foi com um fuzil AR-15 comprado legalmente que N. Cruz, 19, atacou a
escola Marjorie Stoneman Douglas, da qual é ex-aluno.
Considere a tira com os personagens Garfield e seu dono Jon para responder à
questão.
a) submissão e filantropia.
b) autoritarismo e pretensão.
c) extroversão e prepotência.
d) recolhimento e rebeldia.
e) disciplina e conformismo.
Foi no domingo passado, andando pela feira-livre aqui da Lapa e dando uma olhada
nas bancas, que percebi que muitas daquelas frutas maravilhosas ali expostas
simplesmente não existiam no meu tempo de menino.
O kiwi, por exemplo. Quando usava calças curtas, kiwi era aquele bichinho da Nova
Zelândia, um dos poucos verbetes da letra K, na enciclopédia que ficava na estante
da minha casa. Não havia tomate cereja! Vivíamos sem ele. Como não havia a
lichia.
A gente não encontrava goiaba na feira, como não encontrava jabuticaba, nem
carambola. Goiaba era só no pé e com bicho, não existia goiaba sem bicho.
Jabuticaba, só em Sabará, e carambola, só na chácara de Dona Catarina, em
Cataguases.
Laranja era a pera, a Bahia e a lima. Hoje tem até laranja Bahia importada da
Espanha, sem contar o grapefruit, primo de primeira da laranja.
Aos poucos, novas frutas vão invadindo o mercado: uxi, xixá, tapiá, sapucaia,
monguba, marolo... Quem manteve a linha e não inventou moda foi a banana, que
continua a mesma de sempre. A prata, a nanica, a maçã, a banana-da-terra e a
ouro. E todas – dizem – ainda a preço de banana.
c) Em geral, discordo com quem gosta de frutas azedas. Elas não me apetecem.
d) Hoje são comuns nas feiras frutas em que não dispúnhamos antigamente.
e) Até hoje prefiro comprar frutas na feira, de vendedores por quem confio.
Desde seu início na literatura, Virginia Woolf sempre quis ampliar suas perspectivas
de estilo para além da narração comum, com fios condutores guiados pelo processo
mental do ser humano: pensamentos, consciência, visões, desejos e até odores.
Perspectivas narrativas definitivamente incomuns, que incluíam estados de sono e
prosa de livre associação. Sua técnica narrativa do monólogo interior e seu estilo
poético se destacam como as contribuições mais importantes para o romance
moderno.
a) alienação.
b) concisão.
c) originalidade.
d) impessoalidade.
e) convencionalismo.
Desde seu início na literatura, Virginia Woolf sempre quis ampliar suas perspectivas
de estilo para além da narração comum, com fios condutores guiados pelo processo
mental do ser humano: pensamentos, consciência, visões, desejos e até odores.
Perspectivas narrativas definitivamente incomuns, que incluíam estados de sono e
prosa de livre associação. Sua técnica narrativa do monólogo interior e seu estilo
poético se destacam como as contribuições mais importantes para o romance
moderno.
a) Ainda que tenha sido escrito 26 anos antes de Virginia Wolf morrer, A viagem
pode ser definido como o livro sobre a sua vida.
b) A viagem pode ser definido como o livro sobre a vida de Virginia Wolf, na medida
que foi escrito 26 anos antes da morte da autora.
c) O livro A viagem fora escrito 26 anos antes que Virginia Wolf morreu, por isso
pode ser definido como o livro sobre a sua vida.
d) Tendo em vista ser escrito 26 anos antes de Virginia Wolf morrer, a viagem
possa ser definido como o livro sobre a sua vida.
e) A viagem pode ser definido como o livro sobre a vida de Virginia Wolf, o que se
justifica por ter sido escrita 26 anos antes da morte da autora.
Desde seu início na literatura, Virginia Woolf sempre quis ampliar suas perspectivas
de estilo para além da narração comum, com fios condutores guiados pelo processo
mental do ser humano: pensamentos, consciência, visões, desejos e até odores.
Perspectivas narrativas definitivamente incomuns, que incluíam estados de sono e
prosa de livre associação. Sua técnica narrativa do monólogo interior e seu estilo
poético se destacam como as contribuições mais importantes para o romance
moderno.
b) Ainda encontram-se pessoas dispostas a fazer amigos fora das redes sociais,
atitude que traria-lhes mais privacidade.
Qual foi a última coisa que você fez antes de dormir na noite passada? É bem
provável que tenha sido dar uma olhada no celular.
Você não está só. Um estudo feito nos EUA pela Fundação Nacional do Sono estima
que 48% dos americanos adultos usam os chamados gadgets – celulares, tablets,
laptops – na cama. Em outros países, pesquisas indicam que a prevalência é ainda
maior entre os adultos mais jovens.
Nos EUA, o Centro para o Controle de Doenças diz que 35% dos americanos não
dormem o suficiente – 70 milhões de pessoas dormindo menos de seis horas por
noite, um salto de quase 30% em comparação com dez anos atrás. Segundo a
agência governamental, isso criou uma epidemia em que as pessoas sofrem para se
concentrar ou se lembrar de coisas no trabalho. Dormir de menos também está
ligado a um aumento nos riscos de batidas de carro e acidentes de trabalho.
Deficiência de sono, segundo cientistas, está ligada a uma variedade de problemas
de saúde, como diabetes, depressão e doenças cardíacas.
d) ao modo como a falta de sono tem feito com que as pessoas falem mais ao
celular.
Qual foi a última coisa que você fez antes de dormir na noite passada? É bem
provável que tenha sido dar uma olhada no celular.
Você não está só. Um estudo feito nos EUA pela Fundação Nacional do Sono estima
que 48% dos americanos adultos usam os chamados gadgets – celulares, tablets,
laptops – na cama. Em outros países, pesquisas indicam que a prevalência é ainda
maior entre os adultos mais jovens.
Nos EUA, o Centro para o Controle de Doenças diz que 35% dos americanos não
dormem o suficiente – 70 milhões de pessoas dormindo menos de seis horas por
noite, um salto de quase 30% em comparação com dez anos atrás. Segundo a
agência governamental, isso criou uma epidemia em que as pessoas sofrem para
se concentrar ou se lembrar de coisas no trabalho. Dormir de menos também está
ligado a um aumento nos riscos de batidas de carro e acidentes de trabalho.
Deficiência de sono, segundo cientistas, está ligada a uma variedade de problemas
de saúde, como diabetes, depressão e doenças cardíacas.
Qual foi a última coisa que você fez antes de dormir na noite passada? É bem
provável que tenha sido dar uma olhada no celular.
Você não está só. Um estudo feito nos EUA pela Fundação Nacional do Sono estima
que 48% dos americanos adultos usam os chamados gadgets – celulares, tablets,
laptops – na cama. Em outros países, pesquisas indicam que a prevalência é ainda
maior entre os adultos mais jovens.
Nos EUA, o Centro para o Controle de Doenças diz que 35% dos americanos não
dormem o suficiente – 70 milhões de pessoas dormindo menos de seis horas por
noite, um salto de quase 30% em comparação com dez anos atrás. Segundo a
agência governamental, isso criou uma epidemia em que as pessoas sofrem para se
concentrar ou se lembrar de coisas no trabalho. Dormir de menos também está
ligado a um aumento nos riscos de batidas de carro e acidentes de trabalho.
Deficiência de sono, segundo cientistas, está ligada a uma variedade de problemas
de saúde, como diabetes, depressão e doenças cardíacas.
―É um dos problemas mais ignorados de nossos tempos‖, diz Collin Espie, da
Universidade de Oxford. ―O sono é fundamental para uma série de funções ligadas
à saúde e ao bem-estar‖.
Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir, de modo que ela
esteja condizente com o conteúdo do último parágrafo.
Qual foi a última coisa que você fez antes de dormir na noite passada? É bem
provável que tenha sido dar uma olhada no celular.
Você não está só. Um estudo feito nos EUA pela Fundação Nacional do Sono estima
que 48% dos americanos adultos usam os chamados gadgets – celulares, tablets,
laptops – na cama. Em outros países, pesquisas indicam que a prevalência é ainda
maior entre os adultos mais jovens.
c) entre o; aos.
e) pelo; dos.
Quando criança, lembro da carroça passando em casa para deixar lenha; agora,
seis décadas depois, todo dia toca a campainha e alguém oferece gás. A pequena
mudança da energia que move o fogão caseiro simboliza o acelerado processo de
transformação do Brasil. Do pacato país rural que abria os anos 1950, nos
transformamos num país predominantemente urbano, que vive e produz inchado
em grandes centros.
A cidade grande é um espaço abstrato, uma criação geométrica, que nos arranca
de todos os laços mentais de natureza e vizinhança; a comunidade urbana é antes
mental que física. Os compartimentos culturais e sociais isolados acabam por se
tornar imperativos. Ao mesmo tempo, a grande cidade é a confluência do mundo;
seu sonho é sair de si mesma e conversar com suas iguais, que estão em outros
países, e não a dez quilômetros dali. A cidade é sempre globalizante; ela parece
afirmar, com alguma arrogância, o triunfo do homem sobre a natureza, enquanto o
campo é naturalmente conservador, como alguém que se submete, pela simples
proximidade física, pela vizinhança avassaladora e pelo império do tempo, às regras
simples, recorrentes, imutáveis e inexoráveis das estações do ano, das chuvas e
secas. Metaforicamente, o Brasil vive com um pé no campo e outro na cidade.
Quando criança, lembro da carroça passando em casa para deixar lenha; agora,
seis décadas depois, todo dia toca a campainha e alguém oferece gás. A pequena
mudança da energia que move o fogão caseiro simboliza o acelerado processo de
transformação do Brasil. Do pacato país rural que abria os anos 1950, nos
transformamos num país predominantemente urbano, que vive e produz inchado
em grandes centros.
A cidade grande é um espaço abstrato, uma criação geométrica, que nos arranca
de todos os laços mentais de natureza e vizinhança; a comunidade urbana é antes
mental que física. Os compartimentos culturais e sociais isolados acabam por se
tornar imperativos. Ao mesmo tempo, a grande cidade é a confluência do mundo;
seu sonho é sair de si mesma e conversar com suas iguais, que estão em outros
países, e não a dez quilômetros dali. A cidade é sempre globalizante; ela parece
afirmar, com alguma arrogância, o triunfo do homem sobre a natureza, enquanto o
campo é naturalmente conservador, como alguém que se submete, pela simples
proximidade física, pela vizinhança avassaladora e pelo império do tempo, às regras
simples, recorrentes, imutáveis e inexoráveis das estações do ano, das chuvas e
secas. Metaforicamente, o Brasil vive com um pé no campo e outro na cidade.
a) uniforme.
b) diversificado.
c) homogêneo.
d) imutável.
e) conservador.
c) Em 1950, o campo era o lugar aonde a maioria dos brasileiros morava; hoje a
maioria habita das cidades.
d) A cidade dispõe a facilidades de que o campo não tem, mas o campo também
oferece vantagens.
Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los
Angeles, o modelo seria o de ―autonomia privada‖. Nesses lugares, o uso de carros
continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros
autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas
em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também
pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los
Angeles, o modelo seria o de ―autonomia privada‖. Nesses lugares, o uso de carros
continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros
autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas
em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também
pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
b) Os veículos autônomos ainda estão sendo testado, e seu uso é muito restrito.
Calçada de verão
Quando o tempo está seco, os sapatos ficam tão contentes que se põem a cantar.
a) maquinal.
b) melancólico.
c) sóbrio.
d) prazeroso.
e) entediante.
Nenhuma brisa faz tilintar a bacia de latão pendurada em um arame, sobre o oco
da porta, anunciando que aqui se faz barba, arranca-se dente e aplica-se ventosa.
Passa um par de bois, levando uma morta para o cemitério. Atrás da carreta, um
monge desfia o rosário. À barbearia chegam os sons de algum sino que, por rotina,
despede a defunta de terceira classe. A navalha para no ar. O barbeiro faz o sinal-
da-cruz e de sua boca saem palavras sem desolação: – Coitadinha. Nunca foi feliz.
Diante da descrição da cena, será correto concluir a frase – ... aqui se faz barba,
arranca-se dente e aplica-se ventosa. – com a seguinte afirmação:
Nenhuma brisa faz tilintar a bacia de latão pendurada em um arame, sobre o oco
da porta, anunciando que aqui se faz barba, arranca-se dente e aplica-se ventosa.
Passa um par de bois, levando uma morta para o cemitério. Atrás da carreta, um
monge desfia o rosário. À barbearia chegam os sons de algum sino que, por rotina,
despede a defunta de terceira classe. A navalha para no ar. O barbeiro faz o sinal-
da-cruz e de sua boca saem palavras sem desolação: – Coitadinha. Nunca foi feliz.
... entrou na morte sem uma moeda que lhe pagasse o ataúde ou alguém que dela
se apiedasse.
Assinale a alternativa que substitui essas expressões, pela ordem, com correção e
preservando seu sentido.
Nenhuma brisa faz tilintar a bacia de latão pendurada em um arame, sobre o oco
da porta, anunciando que aqui se faz barba, arranca-se dente e aplica-se ventosa.
Passa um par de bois, levando uma morta para o cemitério. Atrás da carreta, um
monge desfia o rosário. À barbearia chegam os sons de algum sino que, por rotina,
despede a defunta de terceira classe. A navalha para no ar. O barbeiro faz o sinal-
da-cruz e de sua boca saem palavras sem desolação: – Coitadinha. Nunca foi feliz.
O cadáver de Rosalia Villagrán está atravessando a cidade de Montevidéu, ocupada
pelos inimigos de Artigas. Há muito que ela acreditava que era outra, e achava que
vivia em outro tempo e em outro mundo, e no hospital de caridade chegava-se às
paredes e esquadrinhava-as e discutia com as pombas. Rosalia Villagrán, esposa de
Artigas, entrou na morte sem uma moeda que lhe pagasse o ataúde ou alguém que
dela se apiedasse.
a) sua preferência pelas disciplinas teóricas, em detrimento das que exigem prática.
c) seu modo de encarar os estudos, com preferência por temas mais complexos.
d) sua inclinação para o entretenimento, em desfavor de situações formais de
estudo.
Como X pode interferir na função plaquetária, ele deve ser usado com cuidado em
pacientes com problema de coagulação como, por exemplo, hemofilia e
predisposição a sangramento.
Semana passada, diante de uma foto minha com a idade dela, minha filha de quase
quatro anos finalmente entendeu que eu já fui criança. Passou uns segundos
ressabiada, olhando a foto, olhando para mim, então algo se iluminou: ―Mas papai,
quando você era do meu tamanho você morava em outra casa, né?‖. ―Morava‖. ―E
essa casa era muito longe daqui, né?‖. Eu disse que era perto. Ela ficou aflita. ―Não,
papai! Quando você era pequeno você morava numa casa muito, muito, muito,
muito, muito, muito longe daqui!‖. A distância física, compreendi, era a
maneira que ela tinha de elaborar a distância temporal.
Deve ser ignorância minha, mas não acho o tempo misterioso, só acho cruel. Ele
passa, a gente envelhece e depois adeus pudim, presentes de aniversário, metrô de
Paris. Minha filha também começa a entender que essa história de o tempo passar
não tem como acabar bem. Numa livraria, um dia depois de descobrir que eu havia
sido criança, ela viu duas velhinhas, bem velhinhas, pagando as compras. Abraçou
as minhas pernas e perguntou: ―Papai, eu também vou ficar velhinha?‖. Eu
sussurrei: ―Vai, mas fala baixo‖. ―Papai, eu não quero ficar velhinha!‖. ―Shhhh, fala
baixo!‖. ―Não, papai, eu não quero ficar velhinha!‖. Abandonei a fila com ela
gritando: ―Não quero! Não quero ficar velhinha!‖.
Vai demorar um pouco para ela entender que, em relação ao tempo, o melhor que
pode acontecer é ficar velhinha. Enquanto isso, tento acalmá-la dizendo que ela,
velhinha, mora numa casa muito, muito, muito, muito longe daqui: indo a pé, de
carro ou de avião, vai levar mais de 80 anos para chegar.
a) Minha filha também começa a entender que essa história de o tempo passar não
tem como acabar bem.
b) Passou uns segundos ressabiada, olhando a foto, olhando para mim, então algo
se iluminou...
e) ... dizendo que ela, velhinha, mora numa casa muito, muito, muito, muito longe
daqui: indo a pé, de carro ou de avião, vai levar mais de 80 anos para chegar.
Semana passada, diante de uma foto minha com a idade dela, minha filha de quase
quatro anos finalmente entendeu que eu já fui criança. Passou uns segundos
ressabiada, olhando a foto, olhando para mim, então algo se iluminou: ―Mas papai,
quando você era do meu tamanho você morava em outra casa, né?‖. ―Morava‖. ―E
essa casa era muito longe daqui, né?‖. Eu disse que era perto. Ela ficou aflita. ―Não,
papai! Quando você era pequeno você morava numa casa muito, muito, muito,
muito, muito, muito longe daqui!‖. A distância física, compreendi, era a maneira
que ela tinha de elaborar a distância temporal.
Deve ser ignorância minha, mas não acho o tempo misterioso, só acho cruel. Ele
passa, a gente envelhece e depois adeus pudim, presentes de aniversário, metrô de
Paris. Minha filha também começa a entender que essa história de o tempo passar
não tem como acabar bem. Numa livraria, um dia depois de descobrir que eu havia
sido criança, ela viu duas velhinhas, bem velhinhas, pagando as compras. Abraçou
as minhas pernas e perguntou: ―Papai, eu também vou ficar velhinha?‖. Eu
sussurrei: ―Vai, mas fala baixo‖. ―Papai, eu não quero ficar velhinha!‖. ―Shhhh, fala
baixo!‖. ―Não, papai, eu não quero ficar velhinha!‖. Abandonei a fila com ela
gritando: ―Não quero! Não quero ficar velhinha!‖.
Vai demorar um pouco para ela entender que, em relação ao tempo, o melhor que
pode acontecer é ficar velhinha. Enquanto isso, tento acalmá-la dizendo que ela,
velhinha, mora numa casa muito, muito, muito, muito longe daqui: indo a pé, de
carro ou de avião, vai levar mais de 80 anos para chegar.
Semana passada, diante de uma foto minha com a idade dela, minha filha de quase
quatro anos finalmente entendeu que eu já fui criança. Passou uns segundos
ressabiada, olhando a foto, olhando para mim, então algo se iluminou: ―Mas papai,
quando você era do meu tamanho você morava em outra casa, né?‖. ―Morava‖. ―E
essa casa era muito longe daqui, né?‖. Eu disse que era perto. Ela ficou aflita. ―Não,
papai! Quando você era pequeno você morava numa casa muito, muito, muito,
muito, muito, muito longe daqui!‖. A distância física, compreendi, era a maneira
que ela tinha de elaborar a distância temporal.
Deve ser ignorância minha, mas não acho o tempo misterioso, só acho cruel. Ele
passa, a gente envelhece e depois adeus pudim, presentes de aniversário, metrô de
Paris. Minha filha também começa a entender que essa história de o tempo passar
não tem como acabar bem. Numa livraria, um dia depois de descobrir que eu havia
sido criança, ela viu duas velhinhas, bem velhinhas, pagando as compras. Abraçou
as minhas pernas e perguntou: ―Papai, eu também vou ficar velhinha?‖. Eu
sussurrei: ―Vai, mas fala baixo‖. ―Papai, eu não quero ficar velhinha!‖. ―Shhhh, fala
baixo!‖. ―Não, papai, eu não quero ficar velhinha!‖. Abandonei a fila com ela
gritando: ―Não quero! Não quero ficar velhinha!‖.
Vai demorar um pouco para ela entender que, em relação ao tempo, o melhor que
pode acontecer é ficar velhinha. Enquanto isso, tento acalmá-la dizendo que ela,
velhinha, mora numa casa muito, muito, muito, muito longe daqui: indo a pé, de
carro ou de avião, vai levar mais de 80 anos para chegar.
a) ignorância e inconsciência.
b) cruel e desaforado.
c) ressabiada e confiante.
d) gritando e vociferando.
e) chegar e deslocar.
1452) Concurso: Aux SB/Pref Sertãozinho/2018 Banca: VUNESP
a) A família do garoto vê menos TV que a média, pois passa pouco tempo em casa.
b) O garoto cita uma pesquisa e consegue persuadir o pai a deixá-lo ver TV das
15:00 às 22:30.
c) O garoto insiste que os pais lhe façam companhia para ver TV depois da escola.
d) O pai proíbe o filho de ver TV nos dias de aula, mesmo que seja por um curto
período.
e) O pai do garoto não o autoriza a ver TV por sete horas e meia ininterruptamente.
1453) Concurso: Aux SB/Pref Sertãozinho/2018 Banca: VUNESP
a) fiquemos.
b) ficamos.
c) ficarmos.
d) ficaríamos.
e) ficássemos.
1455) Concurso: Aux SB/Pref Sertãozinho/2018 Banca: VUNESP
Ele sugere que as curtidas e outros tipos de interação automática são voltados para
a sensação de gratificação de curto prazo, e não geram conversas entre as pessoas.
Palihapitiya diz usar o mínimo possível o Facebook e não permite que seus filhos
acessem a plataforma. Apesar das palavras duras, ele ameniza o discurso dizendo
que a empresa faz o bem no mundo.
Ele sugere que as curtidas e outros tipos de interação automática são voltados para
a sensação de gratificação de curto prazo, e não geram conversas entre as pessoas.
Palihapitiya diz usar o mínimo possível o Facebook e não permite que seus filhos
acessem a plataforma. Apesar das palavras duras, ele ameniza o discurso dizendo
que a empresa faz o bem no mundo.
Ele sugere que as curtidas e outros tipos de interação automática são voltados para
a sensação de gratificação de curto prazo, e não geram conversas entre as pessoas.
Palihapitiya diz usar o mínimo possível o Facebook e não permite que seus filhos
acessem a plataforma. Apesar das palavras duras, ele ameniza o discurso dizendo
que a empresa faz o bem no mundo.
A China
Quem não está admirado com o milagre da China está apavorado. Não dá para
pensar na China sem se entusiasmar ou se assustar.
Dentro de muito pouco tempo, vai acontecer o seguinte: a China vai tornar o resto
do mundo supérfluo. Não vai ser preciso existir mais ninguém, de tanto que vai
existir a China.
O nosso destino é, enquanto a China cresce, irmos ficando cada vez mais
desnecessários. Em... o quê? Vinte anos?
A China terá o maior parque industrial, com a mão de obra mais abundante e,
portanto, mais barata, da Terra, e produzirá de tudo para o maior mercado
consumidor da Terra, que será qual? O dos chineses, mesmo ganhando pouco.
a) ociosa.
b) obsoleta.
c) vulnerável.
d) depreciada.
e) autossuficiente.
1459) Concurso: Aux SB/Pref Sertãozinho/2018 Banca: VUNESP
A China
Quem não está admirado com o milagre da China está apavorado. Não dá para
pensar na China sem se entusiasmar ou se assustar.
Dentro de muito pouco tempo, vai acontecer o seguinte: a China vai tornar o resto
do mundo supérfluo. Não vai ser preciso existir mais ninguém, de tanto que vai
existir a China.
O nosso destino é, enquanto a China cresce, irmos ficando cada vez mais
desnecessários. Em... o quê? Vinte anos?
A China terá o maior parque industrial, com a mão de obra mais abundante e,
portanto, mais barata, da Terra, e produzirá de tudo para o maior mercado
consumidor da Terra, que será qual? O dos chineses, mesmo ganhando pouco.
Dentro de muito pouco tempo, vai acontecer o seguinte: a China vai tornar o resto
do mundo supérfluo. Não vai ser preciso existir mais ninguém, de tanto que vai
existir a China.
A China
Quem não está admirado com o milagre da China está apavorado. Não dá para
pensar na China sem se entusiasmar ou se assustar.
Dentro de muito pouco tempo, vai acontecer o seguinte: a China vai tornar o resto
do mundo supérfluo. Não vai ser preciso existir mais ninguém, de tanto que vai
existir a China.
O nosso destino é, enquanto a China cresce, irmos ficando cada vez mais
desnecessários. Em... o quê? Vinte anos?
A China terá o maior parque industrial, com a mão de obra mais abundante e,
portanto, mais barata, da Terra, e produzirá de tudo para o maior mercado
consumidor da Terra, que será qual? O dos chineses, mesmo ganhando pouco.
No trecho – ... com a mão de obra mais abundante e, portanto, mais barata, da
Terra... –, o vocábulo em destaque apresenta a mão de obra barata como
A China
Quem não está admirado com o milagre da China está apavorado. Não dá para
pensar na China sem se entusiasmar ou se assustar.
Dentro de muito pouco tempo, vai acontecer o seguinte: a China vai tornar o resto
do mundo supérfluo. Não vai ser preciso existir mais ninguém, de tanto que vai
existir a China.
O nosso destino é, enquanto a China cresce, irmos ficando cada vez mais
desnecessários. Em... o quê? Vinte anos?
A China terá o maior parque industrial, com a mão de obra mais abundante e,
portanto, mais barata, da Terra, e produzirá de tudo para o maior mercado
consumidor da Terra, que será qual? O dos chineses, mesmo ganhando pouco.
a) fiquemos.
b) ficamos.
c) ficarmos.
d) ficaríamos.
e) ficássemos.
1464) Concurso: Ana Tran/Pref SBC/2018 Banca: VUNESP
O empresário Luiz Figueiredo usou 1 150 painéis solares para cobrir o lago de sua
fazenda e gerar a própria energia. O consultor Carlos Tabacow instalou 18 placas
no teto de sua casa, o que lhe permitiu se livrar da conta de luz. No Rio, uma
escola cobriu o telhado com 50 painéis e agora produz metade da energia que
consome. Iniciativas como essas começaram a se espalhar pelo país e têm
garantido uma escalada dos projetos de microgeração de energia solar no Brasil.
Do ponto de vista climático, as condições são favoráveis, uma vez que a irradiação
solar no Brasil é ideal para a produção elétrica. Ainda que hoje o mercado de
equipamentos para captação de energia solar engatinhe no país, as condições
climáticas propícias, aliadas ao fato de que no futuro os consumidores estarão cada
vez mais aptos a gerar a própria energia, têm provocado uma corrida das empresas
para conquistar um pedaço desse mercado.
b) A escola instalou painéis solares para produzir energia, usando-lhe para iluminar
as salas de aula.
d) O mercado de energia solar cresceu, mas muitos brasileiros ainda não lhe
conhecem.
Leia a tira.
Pode parecer também que o provérbio ―Quem tem boca vai a Roma‖ contém um
erro constrangedor, pois o certo é ―Quem tem boca vaia Roma‖, ou seja, exerce o
saudável direito de protestar contra a tirania dos césares. Só que isso é uma
falácia¹. Quem sabe perguntar chega aonde quiser, eis a moral do ditado. Assim
como sempre soubemos, até surgirem os sabichões. Vaia neles!
Pode parecer ainda que a palavra ―aluno‖ tem origem num vocábulo latino que quer
dizer ―sem luz‖, motivo pelo qual deve ser evitada, uma vez que trai uma
concepção pedagógica anacrônica² em que o professor sabe tudo e o estudante não
sabe nada. Repetida até por educadores, essa ―tese‖ é uma bobagem. O latim
alumnus quer dizer criança de peito e, por extensão, discípulo, aquele que precisa
ser nutrido para crescer. Só isso.
Pode parecer que quando dizemos ―Não vejo ninguém‖ estamos dando curso a uma
grosseria ilógica da língua portuguesa, sem perceber que uma negação anula a
outra e que, se não vemos ninguém, alguém nós vemos. A verdade é que não
existe nada mais tosco³ no mundo do sabichonismo do que supor que línguas
naturais sejam submissas à linguagem matemática. A negação dupla, que reforça
em vez de anular, é um recurso consagrado e de raízes profundas no português.
Pode parecer, enfim, que nossa língua detém o recorde mundial de pegadinhas,
idioma dificílimo que só pós-doutores conseguem falar sem escorregar a cada frase.
Mesmo que haja razões históricas para essa percepção, trata-se, em termos
objetivos, de mais um engano. Se nos livrássemos dos patrulheiros sabichões e sua
usina de erros imaginários, a paisagem já ficaria bem mais acolhedora.
Glossário:
¹falácia – falatório, falar demais
²anacrônico – cronológico
³tosco – grosseiro
O autor do texto traz uma crítica sobre o panorama da língua portuguesa na
sociedade atual. Trata-se da
a) perda gradual dos aspectos formais da língua portuguesa pelos falantes que
ignoram a norma-padrão.
Pode parecer que a expressão correta é ―um peso e duas medidas‖, embora não
seja. O certo é mesmo aquilo que todo mundo sempre falou: ―dois pesos e duas
medidas‖.
Pode parecer também que o provérbio ―Quem tem boca vai a Roma‖ contém um
erro constrangedor, pois o certo é ―Quem tem boca vaia Roma‖, ou seja, exerce o
saudável direito de protestar contra a tirania dos césares. Só que isso é uma
falácia¹. Quem sabe perguntar chega aonde quiser, eis a moral do ditado. Assim
como sempre soubemos, até surgirem os sabichões. Vaia neles!
Pode parecer ainda que a palavra ―aluno‖ tem origem num vocábulo latino que quer
dizer ―sem luz‖, motivo pelo qual deve ser evitada, uma vez que trai uma
concepção pedagógica anacrônica² em que o professor sabe tudo e o estudante não
sabe nada. Repetida até por educadores, essa ―tese‖ é uma bobagem. O latim
alumnus quer dizer criança de peito e, por extensão, discípulo, aquele que precisa
ser nutrido para crescer. Só isso.
Pode parecer que quando dizemos ―Não vejo ninguém‖ estamos dando curso a uma
grosseria ilógica da língua portuguesa, sem perceber que uma negação anula a
outra e que, se não vemos ninguém, alguém nós vemos. A verdade é que não
existe nada mais tosco³ no mundo do sabichonismo do que supor que línguas
naturais sejam submissas à linguagem matemática. A negação dupla, que reforça
em vez de anular, é um recurso consagrado e de raízes profundas no português.
Pode parecer, enfim, que nossa língua detém o recorde mundial de pegadinhas,
idioma dificílimo que só pós-doutores conseguem falar sem escorregar a cada frase.
Mesmo que haja razões históricas para essa percepção, trata-se, em termos
objetivos, de mais um engano. Se nos livrássemos dos patrulheiros sabichões e sua
usina de erros imaginários, a paisagem já ficaria bem mais acolhedora.
Glossário:
¹falácia – falatório, falar demais
²anacrônico – cronológico
³tosco – grosseiro
a) uso do termo ―aluno‖ com o significado de discípulo, aquele que precisa ser
nutrido.
c) provérbio ―Quem tem boca vaia Roma‖, utilizado para protestar contra a tirania
dos governantes.
Pode parecer que a expressão correta é ―um peso e duas medidas‖, embora não
seja. O certo é mesmo aquilo que todo mundo sempre falou: ―dois pesos e duas
medidas‖.
Pode parecer também que o provérbio ―Quem tem boca vai a Roma‖ contém um
erro constrangedor, pois o certo é ―Quem tem boca vaia Roma‖, ou seja, exerce o
saudável direito de protestar contra a tirania dos césares. Só que isso é uma
falácia¹. Quem sabe perguntar chega aonde quiser, eis a moral do ditado. Assim
como sempre soubemos, até surgirem os sabichões. Vaia neles!
Pode parecer ainda que a palavra ―aluno‖ tem origem num vocábulo latino que quer
dizer ―sem luz‖, motivo pelo qual deve ser evitada, uma vez que trai uma
concepção pedagógica anacrônica² em que o professor sabe tudo e o estudante não
sabe nada. Repetida até por educadores, essa ―tese‖ é uma bobagem. O latim
alumnus quer dizer criança de peito e, por extensão, discípulo, aquele que precisa
ser nutrido para crescer. Só isso.
Pode parecer que quando dizemos ―Não vejo ninguém‖ estamos dando curso a uma
grosseria ilógica da língua portuguesa, sem perceber que uma negação anula a
outra e que, se não vemos ninguém, alguém nós vemos. A verdade é que não
existe nada mais tosco³ no mundo do sabichonismo do que supor que línguas
naturais sejam submissas à linguagem matemática. A negação dupla, que reforça
em vez de anular, é um recurso consagrado e de raízes profundas no português.
Pode parecer, enfim, que nossa língua detém o recorde mundial de pegadinhas,
idioma dificílimo que só pós-doutores conseguem falar sem escorregar a cada frase.
Mesmo que haja razões históricas para essa percepção, trata-se, em termos
objetivos, de mais um engano. Se nos livrássemos dos patrulheiros sabichões e sua
usina de erros imaginários, a paisagem já ficaria bem mais acolhedora.
(Sergio Rodrigues. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergio-rodrigues/2017/11/
1932343-parece-mas-nao-e-defenda-se-dos-sabichoes-e-seuserros-
imaginarios.shtml. Acesso em 17.06.2018. Adaptado)
Glossário:
¹falácia – falatório, falar demais
²anacrônico – cronológico
³tosco – grosseiro
a) ... a palavra ―aluno‖ tem origem num vocábulo latino que quer dizer ―sem luz‖,
motivo pelo qual deve ser evitada, uma vez que trai uma concepção pedagógica
anacrônica em que o professor sabe tudo... (4º parágrafo).
b) O latim alumnus quer dizer criança de peito e, por extensão, discípulo, aquele
que precisa ser nutrido para crescer. Só isso. (4º parágrafo).
c) A verdade é que não existe nada mais tosco no mundo do sabichonismo do que
supor que línguas naturais sejam submissas à linguagem matemática. (6º
parágrafo).
e) Pode parecer, enfim, que nossa língua detém o recorde mundial de pegadinhas,
idioma dificílimo que só pós-doutores conseguem falar sem escorregar a cada frase.
(7º parágrafo).
Pode parecer que a expressão correta é ―um peso e duas medidas‖, embora não
seja. O certo é mesmo aquilo que todo mundo sempre falou: ―dois pesos e duas
medidas‖.
Pode parecer também que o provérbio ―Quem tem boca vai a Roma‖ contém um
erro constrangedor, pois o certo é ―Quem tem boca vaia Roma‖, ou seja, exerce o
saudável direito de protestar contra a tirania dos césares. Só que isso é uma
falácia¹. Quem sabe perguntar chega aonde quiser, eis a moral do ditado. Assim
como sempre soubemos, até surgirem os sabichões. Vaia neles!
Pode parecer ainda que a palavra ―aluno‖ tem origem num vocábulo latino que quer
dizer ―sem luz‖, motivo pelo qual deve ser evitada, uma vez que trai uma
concepção pedagógica anacrônica² em que o professor sabe tudo e o estudante não
sabe nada. Repetida até por educadores, essa ―tese‖ é uma bobagem. O latim
alumnus quer dizer criança de peito e, por extensão, discípulo, aquele que precisa
ser nutrido para crescer. Só isso.
Pode parecer que quando dizemos ―Não vejo ninguém‖ estamos dando curso a uma
grosseria ilógica da língua portuguesa, sem perceber que uma negação anula a
outra e que, se não vemos ninguém, alguém nós vemos. A verdade é que não
existe nada mais tosco³ no mundo do sabichonismo do que supor que línguas
naturais sejam submissas à linguagem matemática. A negação dupla, que reforça
em vez de anular, é um recurso consagrado e de raízes profundas no português.
Pode parecer, enfim, que nossa língua detém o recorde mundial de pegadinhas,
idioma dificílimo que só pós-doutores conseguem falar sem escorregar a cada frase.
Mesmo que haja razões históricas para essa percepção, trata-se, em termos
objetivos, de mais um engano. Se nos livrássemos dos patrulheiros sabichões e sua
usina de erros imaginários, a paisagem já ficaria bem mais acolhedora.
Glossário:
¹falácia – falatório, falar demais
²anacrônico – cronológico
³tosco – grosseiro
Considere o trecho a seguir:
a) desarmonia.
b) sonoridade.
c) contraposição.
d) delicadeza.
e) modernidade.
Pode parecer que a expressão correta é ―um peso e duas medidas‖, embora não
seja. O certo é mesmo aquilo que todo mundo sempre falou: ―dois pesos e duas
medidas‖.
Pode parecer também que o provérbio ―Quem tem boca vai a Roma‖ contém um
erro constrangedor, pois o certo é ―Quem tem boca vaia Roma‖, ou seja, exerce o
saudável direito de protestar contra a tirania dos césares. Só que isso é uma
falácia¹. Quem sabe perguntar chega aonde quiser, eis a moral do ditado. Assim
como sempre soubemos, até surgirem os sabichões. Vaia neles!
Pode parecer ainda que a palavra ―aluno‖ tem origem num vocábulo latino que quer
dizer ―sem luz‖, motivo pelo qual deve ser evitada, uma vez que trai uma
concepção pedagógica anacrônica² em que o professor sabe tudo e o estudante não
sabe nada. Repetida até por educadores, essa ―tese‖ é uma bobagem. O latim
alumnus quer dizer criança de peito e, por extensão, discípulo, aquele que precisa
ser nutrido para crescer. Só isso.
Pode parecer que quando dizemos ―Não vejo ninguém‖ estamos dando curso a uma
grosseria ilógica da língua portuguesa, sem perceber que uma negação anula a
outra e que, se não vemos ninguém, alguém nós vemos. A verdade é que não
existe nada mais tosco³ no mundo do sabichonismo do que supor que línguas
naturais sejam submissas à linguagem matemática. A negação dupla, que reforça
em vez de anular, é um recurso consagrado e de raízes profundas no português.
Pode parecer, enfim, que nossa língua detém o recorde mundial de pegadinhas,
idioma dificílimo que só pós-doutores conseguem falar sem escorregar a cada frase.
Mesmo que haja razões históricas para essa percepção, trata-se, em termos
objetivos, de mais um engano. Se nos livrássemos dos patrulheiros sabichões e sua
usina de erros imaginários, a paisagem já ficaria bem mais acolhedora.
Glossário:
¹falácia – falatório, falar demais
²anacrônico – cronológico
³tosco – grosseiro
a) O excesso de zelo pela língua abarcam situações imaginárias que parecem ser
corretas, mas não são.
Pode parecer que a expressão correta é ―um peso e duas medidas‖, embora não
seja. O certo é mesmo aquilo que todo mundo sempre falou: ―dois pesos e duas
medidas‖.
Pode parecer também que o provérbio ―Quem tem boca vai a Roma‖ contém um
erro constrangedor, pois o certo é ―Quem tem boca vaia Roma‖, ou seja, exerce o
saudável direito de protestar contra a tirania dos césares. Só que isso é uma
falácia¹. Quem sabe perguntar chega aonde quiser, eis a moral do ditado. Assim
como sempre soubemos, até surgirem os sabichões. Vaia neles!
Pode parecer ainda que a palavra ―aluno‖ tem origem num vocábulo latino que quer
dizer ―sem luz‖, motivo pelo qual deve ser evitada, uma vez que trai uma
concepção pedagógica anacrônica² em que o professor sabe tudo e o estudante não
sabe nada. Repetida até por educadores, essa ―tese‖ é uma bobagem. O latim
alumnus quer dizer criança de peito e, por extensão, discípulo, aquele que precisa
ser nutrido para crescer. Só isso.
Pode parecer que quando dizemos ―Não vejo ninguém‖ estamos dando curso a uma
grosseria ilógica da língua portuguesa, sem perceber que uma negação anula a
outra e que, se não vemos ninguém, alguém nós vemos. A verdade é que não
existe nada mais tosco³ no mundo do sabichonismo do que supor que línguas
naturais sejam submissas à linguagem matemática. A negação dupla, que reforça
em vez de anular, é um recurso consagrado e de raízes profundas no português.
Pode parecer, enfim, que nossa língua detém o recorde mundial de pegadinhas,
idioma dificílimo que só pós-doutores conseguem falar sem escorregar a cada frase.
Mesmo que haja razões históricas para essa percepção, trata-se, em termos
objetivos, de mais um engano. Se nos livrássemos dos patrulheiros sabichões e sua
usina de erros imaginários, a paisagem já ficaria bem mais acolhedora.
(Sergio Rodrigues. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergio-rodrigues/2017/11/
1932343-parece-mas-nao-e-defenda-se-dos-sabichoes-e-seuserros-
imaginarios.shtml. Acesso em 17.06.2018. Adaptado)
Glossário:
¹falácia – falatório, falar demais
²anacrônico – cronológico
³tosco – grosseiro
e) A verdade é que não existe nada mais tosco no mundo do sabichonismo do que
supor que línguas naturais sejam submissas à linguagem matemática.
Como nos lembra Joseph Aoun, os seres humanos caminharam na Lua, dividiram o
átomo e desenvolveram a internet a partir de pesquisas realizadas em
universidades.
Quando se lida com máquinas que aprendem, não basta demandar maior
escolaridade dos seres humanos nem ensiná- los a pensar; há que se ensinar a
pensar diferente.
Esse é o novo desafio para a universidade. Ela deve ensinar os alunos a aprender
ao longo da vida e oferecer cursos de diferentes durações e intensidades para
profissionais que mudam constantemente de postos de trabalho.
Para isso, deve se ligar em rede a outras escolas terciárias, criando o que Aoun
chama de multiversidade. Precisa ainda, acompanhar os egressos¹ em seus
caminhos profissionais com atividades que complementem a formação recebida,
inclusive cursos que não necessitam ser previamente definidos como de graduação
ou pós, com certificações por blocos independentes, ligados às necessidades de
recapacitação de cada um.
Isso não vai resolver todo o problema criado pela automação, mas formará, com
certeza, seres humanos mais aptos a enfrentar suas consequências.
(Claudia Costin. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/
colunas/claudia-costin/2018/05/universidade-e-inteligencia-artificialo-
advento-dos-robos.shtml. Acesso em: 20.06.18. Adaptado)
Com a frase – Isso não vai resolver todo o problema criado pela automação, mas
formará, com certeza, seres humanos mais aptos a enfrentar suas consequências.
–, ao final do texto, a autora sugere a
Na frase ―Ler pesquisa faz mal à saúde!‖, a crase mantém-se caso o termo ―saúde‖
seja substituído por
a) todos.
b) um alcoólatra.
c) qualquer pessoa.
d) pessoas em geral.
Dois especialistas venezuelanos ouvidos pela Folha temem que o número de casos
e de mortos seja ainda maior.
―A única informação que temos é a publicada por meio da Opas uma vez ao mês,
no melhor dos casos‖, afirma Julio Castro, professor do Instituto de Medicina
Tropical da Universidade Central da Venezuela (UCV), a mais importante do país.
―Mas os médicos que estão nos hospitais nos dizem que os serviços de
epidemiologia são lentos para classificar os casos. Ou seja, há uma burocracia
relacionada e uma evolução natural sem que o governo tenha controle em nível
nacional.‖
c) mostra-se sob controle nos dois países, o que se deu pelo alcance das
campanhas de vacinação.
Dois especialistas venezuelanos ouvidos pela Folha temem que o número de casos
e de mortos seja ainda maior.
―A única informação que temos é a publicada por meio da Opas uma vez ao mês,
no melhor dos casos‖, afirma Julio Castro, professor do Instituto de Medicina
Tropical da Universidade Central da Venezuela (UCV), a mais importante do país.
―Mas os médicos que estão nos hospitais nos dizem que os serviços de
epidemiologia são lentos para classificar os casos. Ou seja, há uma burocracia
relacionada e uma evolução natural sem que o governo tenha controle em nível
nacional.‖
c) o número de casos e de mortos pode estar aquém do que foi divulgado pelo
governo.
d) o surto de sarampo ainda está restrito aos domínios dos territórios indígenas
ianomâmis.
Dois especialistas venezuelanos ouvidos pela Folha temem que o número de casos
e de mortos seja ainda maior.
―A única informação que temos é a publicada por meio da Opas uma vez ao mês,
no melhor dos casos‖, afirma Julio Castro, professor do Instituto de Medicina
Tropical da Universidade Central da Venezuela (UCV), a mais importante do país.
―Mas os médicos que estão nos hospitais nos dizem que os serviços de
epidemiologia são lentos para classificar os casos. Ou seja, há uma burocracia
relacionada e uma evolução natural sem que o governo tenha controle em nível
nacional.‖
Leia os enunciados:
No primeiro dia, Helenice ia ao banheiro várias vezes para chorar e se acalmar. Foi
ignorada, humilhada e muito observada por seguranças. Alguns vendedores riram
dela, outros fizeram perguntas agressivas ou até mesmo ofensivas, e muitos
simplesmente fingiram que ela não estava ali. Em nenhuma das 27 lojas ela
encontrou uma demonstração de gentileza.
No segundo dia, porém, com roupas de madame e sem ser reconhecida pelos
vendedores, Helenice recebeu tratamento excelente, não teve que esperar para ser
atendida, viu produtos que na véspera estavam ―em falta‖, ouviu elogios, tomou
café e saiu dos shoppings morrendo de raiva, sentindo-se pior do que no dia
anterior. Ela não sabia que as pessoas eram capazes dessa crueldade. Por mais que
tivesse consciência de tudo o que acontece no mundo, ela não enxergava essa
maldade. Viu que as pessoas valem pelo que vestem, que é tudo um grande teatro,
uma grande ilusão. Ela não culpa os vendedores, o que Helenice questiona são os
valores de uma sociedade escrava das aparências, em que as pessoas tratam bem
apenas quem interessa a elas.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
De acordo com o texto, as roupas usadas por Helenice tinham por objetivo mostrar
c) a naturalidade e o conforto.
d) a diferença social.
No primeiro dia, Helenice ia ao banheiro várias vezes para chorar e se acalmar. Foi
ignorada, humilhada e muito observada por seguranças. Alguns vendedores riram
dela, outros fizeram perguntas agressivas ou até mesmo ofensivas, e muitos
simplesmente fingiram que ela não estava ali. Em nenhuma das 27 lojas ela
encontrou uma demonstração de gentileza.
No segundo dia, porém, com roupas de madame e sem ser reconhecida pelos
vendedores, Helenice recebeu tratamento excelente, não teve que esperar para ser
atendida, viu produtos que na véspera estavam ―em falta‖, ouviu elogios, tomou
café e saiu dos shoppings morrendo de raiva, sentindo-se pior do que no dia
anterior. Ela não sabia que as pessoas eram capazes dessa crueldade. Por mais que
tivesse consciência de tudo o que acontece no mundo, ela não enxergava essa
maldade. Viu que as pessoas valem pelo que vestem, que é tudo um grande teatro,
uma grande ilusão. Ela não culpa os vendedores, o que Helenice questiona são os
valores de uma sociedade escrava das aparências, em que as pessoas tratam bem
apenas quem interessa a elas.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
Segundo o texto, no primeiro dia da reportagem, Helenice reagiu com
a) tranquilidade.
b) tristeza.
c) indiferença.
d) ânimo.
e) agressividade.
No primeiro dia, Helenice ia ao banheiro várias vezes para chorar e se acalmar. Foi
ignorada, humilhada e muito observada por seguranças. Alguns vendedores riram
dela, outros fizeram perguntas agressivas ou até mesmo ofensivas, e muitos
simplesmente fingiram que ela não estava ali. Em nenhuma das 27 lojas ela
encontrou uma demonstração de gentileza.
No segundo dia, porém, com roupas de madame e sem ser reconhecida pelos
vendedores, Helenice recebeu tratamento excelente, não teve que esperar para ser
atendida, viu produtos que na véspera estavam ―em falta‖, ouviu elogios, tomou
café e saiu dos shoppings morrendo de raiva, sentindo-se pior do que no dia
anterior. Ela não sabia que as pessoas eram capazes dessa crueldade. Por mais que
tivesse consciência de tudo o que acontece no mundo, ela não enxergava essa
maldade. Viu que as pessoas valem pelo que vestem, que é tudo um grande teatro,
uma grande ilusão. Ela não culpa os vendedores, o que Helenice questiona são os
valores de uma sociedade escrava das aparências, em que as pessoas tratam bem
apenas quem interessa a elas.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
Conforme o texto, os vendedores dão importância às pessoas de acordo com
No primeiro dia, Helenice ia ao banheiro várias vezes para chorar e se acalmar. Foi
ignorada, humilhada e muito observada por seguranças. Alguns vendedores riram
dela, outros fizeram perguntas agressivas ou até mesmo ofensivas, e muitos
simplesmente fingiram que ela não estava ali. Em nenhuma das 27 lojas ela
encontrou uma demonstração de gentileza.
No segundo dia, porém, com roupas de madame e sem ser reconhecida pelos
vendedores, Helenice recebeu tratamento excelente, não teve que esperar para ser
atendida, viu produtos que na véspera estavam ―em falta‖, ouviu elogios, tomou
café e saiu dos shoppings morrendo de raiva, sentindo-se pior do que no dia
anterior. Ela não sabia que as pessoas eram capazes dessa crueldade. Por mais que
tivesse consciência de tudo o que acontece no mundo, ela não enxergava essa
maldade. Viu que as pessoas valem pelo que vestem, que é tudo um grande teatro,
uma grande ilusão. Ela não culpa os vendedores, o que Helenice questiona são os
valores de uma sociedade escrava das aparências, em que as pessoas tratam bem
apenas quem interessa a elas.
(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)
No trecho – Durante dois dias, ela visitou 27 lojas de shoppings sofisticados… – a
palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
a) invejados.
b) procurados.
c) requintados.
d) espaçosos.
e) famosos.
De acordo com a leitura do último quadrinho, é correto afirmar que o menino está
se referindo
a) ao quanto as pessoas desvalorizam a aparência.
b) à dificuldade de se perceber a essência das pessoas.
c) à necessidade de enxergar para avaliar bem as aparências.
d) a problemas de baixa visão de muitas pessoas.
e) à discriminação com os que têm problemas visuais graves.
A população mundial tem um aumento diário de 100 mil pessoas e mais da metade
delas vive em áreas urbanas. Projeções da ONU mostram que a população global
deve chegar a 9,3 bilhões de pessoas até 2050, 66% dos quais morarão em áreas
urbanas.
Estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro revela que a
falta de investimentos em transportes públicos, com o consequente aumento nos
congestionamentos, diminui a qualidade de vida dos cidadãos e causa prejuízos
anuais de R$111 bilhões à economia brasileira.
(Cristiano Lopes Saito. Revista Planeta. Edição 531, ano 45, jun 2017. Adaptado)
A população mundial tem um aumento diário de 100 mil pessoas e mais da metade
delas vive em áreas urbanas. Projeções da ONU mostram que a população global
deve chegar a 9,3 bilhões de pessoas até 2050, 66% dos quais morarão em áreas
urbanas.
Estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro revela que a
falta de investimentos em transportes públicos, com o consequente aumento nos
congestionamentos, diminui a qualidade de vida dos cidadãos e causa prejuízos
anuais de R$111 bilhões à economia brasileira.
(Cristiano Lopes Saito. Revista Planeta. Edição 531, ano 45, jun 2017. Adaptado)
Segundo informações do texto, consta(m) entre os investimentos que podem
contribuir para a urbanização eficaz:
A população mundial tem um aumento diário de 100 mil pessoas e mais da metade
delas vive em áreas urbanas. Projeções da ONU mostram que a população global
deve chegar a 9,3 bilhões de pessoas até 2050, 66% dos quais morarão em áreas
urbanas.
Estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro revela que a
falta de investimentos em transportes públicos, com o consequente aumento nos
congestionamentos, diminui a qualidade de vida dos cidadãos e causa prejuízos
anuais de R$111 bilhões à economia brasileira.
(Cristiano Lopes Saito. Revista Planeta. Edição 531, ano 45, jun 2017. Adaptado)
Segundo o texto, nas chamadas cidades inteligentes, o que pode contribuir para a
obtenção de resultados positivos de urbanização é
b) o estudo das projeções da ONU acerca dos maiores centros urbanos nacionais.
A população mundial tem um aumento diário de 100 mil pessoas e mais da metade
delas vive em áreas urbanas. Projeções da ONU mostram que a população global
deve chegar a 9,3 bilhões de pessoas até 2050, 66% dos quais morarão em áreas
urbanas.
Estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro revela que a
falta de investimentos em transportes públicos, com o consequente aumento nos
congestionamentos, diminui a qualidade de vida dos cidadãos e causa prejuízos
anuais de R$111 bilhões à economia brasileira.
(Cristiano Lopes Saito. Revista Planeta. Edição 531, ano 45, jun 2017. Adaptado)
A população mundial tem um aumento diário de 100 mil pessoas e mais da metade
delas vive em áreas urbanas. Projeções da ONU mostram que a população global
deve chegar a 9,3 bilhões de pessoas até 2050, 66% dos quais morarão em áreas
urbanas.
Estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro revela que a
falta de investimentos em transportes públicos, com o consequente aumento nos
congestionamentos, diminui a qualidade de vida dos cidadãos e causa prejuízos
anuais de R$111 bilhões à economia brasileira.
Além disso, a questão ambiental é premente. Logo, encontrar soluções concretas
para a expansão da oferta de transporte público com qualidade e sem emissão de
gases de efeito estufa, que garantam o bem-estar da população, está no horizonte
de todos os agentes responsáveis por direcionar as discussões em torno do
desenvolvimento das cidades.
(Cristiano Lopes Saito. Revista Planeta. Edição 531, ano 45, jun 2017. Adaptado)
• ―… um aumento diário de 100 mil pessoas e mais da metade delas vive em áreas
urbanas.‖
A população mundial tem um aumento diário de 100 mil pessoas e mais da metade
delas vive em áreas urbanas. Projeções da ONU mostram que a população global
deve chegar a 9,3 bilhões de pessoas até 2050, 66% dos quais morarão em áreas
urbanas.
Estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro revela que a
falta de investimentos em transportes públicos, com o consequente aumento nos
congestionamentos, diminui a qualidade de vida dos cidadãos e causa prejuízos
anuais de R$111 bilhões à economia brasileira.
(Cristiano Lopes Saito. Revista Planeta. Edição 531, ano 45, jun 2017. Adaptado)
a) dispensável e progressistas.
b) urgente e impulsionadoras.
c) remoto e persistentes.
d) posterior e impulsivas.
e) instantâneo e resistentes.
1492) Concurso: ACS/Pref RP/2018 Banca: VUNESP
c) compara a Terra a Marte sem depreciar nosso planeta como lugar para viver.
Com a substituição dos termos destacados nas frases ―Só deixei ele ali um minuto.
Já ia tirar.‖, a redação estará de acordo com a norma-padrão da língua e
preservando o sentido do texto original em:
Os encontros deveriam ser marcados na última hora. Pena que não funcionam.
Agendamos compromissos quando estamos dispostos de manhã e não nos damos
conta da exaustão do final do dia. Planejamos um cinema, um show, uma balada
com amigos no momento de tranquilidade, e não percebemos que ainda teremos
que atravessar um percurso inteiro de preocupações. Não há como ter
conhecimento prévio do estresse que nos espera.
Quando um amigo desmarca um encontro, não condeno. Perdoo os furões. Sei que
ele também é vítima da insalubridade digital.
b) causam-nos contentamento, desde que não tenhamos falta de amor por eles.
d) são agradáveis diante do desejo de rever pessoas com as quais há muito tempo
não se tem contato.
Os encontros deveriam ser marcados na última hora. Pena que não funcionam.
Agendamos compromissos quando estamos dispostos de manhã e não nos damos
conta da exaustão do final do dia. Planejamos um cinema, um show, uma balada
com amigos no momento de tranquilidade, e não percebemos que ainda teremos
que atravessar um percurso inteiro de preocupações. Não há como ter
conhecimento prévio do estresse que nos espera.
Quando um amigo desmarca um encontro, não condeno. Perdoo os furões. Sei que
ele também é vítima da insalubridade digital.
No trecho ―Os relatos do dia dos três grupos não foram muito diferentes uns dos
outros. Quando eles contavam seus sonhos, no entanto, as diferenças apareciam‖,
a expressão em destaque marca a ideia de
a) rejeição de um fato.
c) As pessoas estão ocupadas com seus afazeres, sem se atentar ao que se diz na
TV.
e) Programas de alta audiência só são vistos por pessoas que não estão prestando
atenção.
O que nos distancia e nos faz ignorar que somos uma só espécie? Como aceitamos
abismos sociais tão cruéis?
Ele tinha na mesa uma xícara de café, como eu, e um pão provavelmente recheado
de presunto e queijo. Mas o que me chamou a atenção para aquela quase criança
foi que, enquanto alguns na padaria conversavam em suas mesas, todos os demais
aproveitavam para mexer no celular, menos ele. O rapaz comia o pão e tomava o
café, olhando para a mesa à sua frente e para o vazio da parede adiante.
Ele estava inibido, pois parecia não sentir pertencer àquele lugar. Por que afinal ele
não apanhava seu celular e começava a dedilhar nele, mandando mensagens,
postando fotos? Concluí que ele não tinha um celular. Sua situação de pobreza não
devia permitir esse prazer. E isso o incomodava.
Para aquele rapaz, o fato de não ter a que se ater, além da comida, num mundo
onde as redes tecnológicas estão presentes nos quatro cantos, o chateava. E
acabou por também me constranger: que mundo difícil esse que cria consumidores
e não cidadãos.
Guardei meu celular no bolso e, sem mais, tomei meu café, olhando para a mesa à
minha frente e para o vazio da parede adiante.
b) o fato de não ter um celular é algo louvável, pois os adolescentes hoje estão
muito presos à tecnologia.
O que nos distancia e nos faz ignorar que somos uma só espécie? Como aceitamos
abismos sociais tão cruéis?
Ele tinha na mesa uma xícara de café, como eu, e um pão provavelmente recheado
de presunto e queijo. Mas o que me chamou a atenção para aquela quase criança
foi que, enquanto alguns na padaria conversavam em suas mesas, todos os demais
aproveitavam para mexer no celular, menos ele. O rapaz comia o pão e tomava o
café, olhando para a mesa à sua frente e para o vazio da parede adiante.
Ele estava inibido, pois parecia não sentir pertencer àquele lugar. Por que afinal ele
não apanhava seu celular e começava a dedilhar nele, mandando mensagens,
postando fotos? Concluí que ele não tinha um celular. Sua situação de pobreza não
devia permitir esse prazer. E isso o incomodava.
Diferentemente do que se pode esperar de adultos, conscientes de seu lugar no
mundo e seguros o suficiente para sentarem-se sozinhos à mesa de qualquer lugar
e desfrutar o momento independentemente de um aparelho tecnológico nas mãos,
os adolescentes não possuem ainda segurança e autoestima consolidadas. Mais do
que os outros, eles buscam aceitação, mesmo que tentando ser diferentes.
Para aquele rapaz, o fato de não ter a que se ater, além da comida, num mundo
onde as redes tecnológicas estão presentes nos quatro cantos, o chateava. E
acabou por também me constranger: que mundo difícil esse que cria consumidores
e não cidadãos.
Guardei meu celular no bolso e, sem mais, tomei meu café, olhando para a mesa à
minha frente e para o vazio da parede adiante.
d) o ato do autor do texto de guardar o próprio celular por empatia pelo jovem.
O que nos distancia e nos faz ignorar que somos uma só espécie? Como aceitamos
abismos sociais tão cruéis?
Ele tinha na mesa uma xícara de café, como eu, e um pão provavelmente recheado
de presunto e queijo. Mas o que me chamou a atenção para aquela quase criança
foi que, enquanto alguns na padaria conversavam em suas mesas, todos os demais
aproveitavam para mexer no celular, menos ele. O rapaz comia o pão e tomava o
café, olhando para a mesa à sua frente e para o vazio da parede adiante.
Ele estava inibido, pois parecia não sentir pertencer àquele lugar. Por que afinal ele
não apanhava seu celular e começava a dedilhar nele, mandando mensagens,
postando fotos? Concluí que ele não tinha um celular. Sua situação de pobreza não
devia permitir esse prazer. E isso o incomodava.
Para aquele rapaz, o fato de não ter a que se ater, além da comida, num mundo
onde as redes tecnológicas estão presentes nos quatro cantos, o chateava. E
acabou por também me constranger: que mundo difícil esse que cria consumidores
e não cidadãos.
Guardei meu celular no bolso e, sem mais, tomei meu café, olhando para a mesa à
minha frente e para o vazio da parede adiante.
b) Embora o que me chamou a atenção tenha sido o fato que alguns na padaria
conversavam em suas mesas, todos os demais aproveitavam para mexer no
celular, menos ele. (3º parágrafo)
e) Que mundo difícil esse que cria cidadãos, mas também cria consumidores. (6º
parágrafo)
1506) Concurso: Tele/CM Olímpia/2018 Banca: VUNESP
O que nos distancia e nos faz ignorar que somos uma só espécie? Como aceitamos
abismos sociais tão cruéis?
Ele tinha na mesa uma xícara de café, como eu, e um pão provavelmente recheado
de presunto e queijo. Mas o que me chamou a atenção para aquela quase criança
foi que, enquanto alguns na padaria conversavam em suas mesas, todos os demais
aproveitavam para mexer no celular, menos ele. O rapaz comia o pão e tomava o
café, olhando para a mesa à sua frente e para o vazio da parede adiante.
Ele estava inibido, pois parecia não sentir pertencer àquele lugar. Por que afinal ele
não apanhava seu celular e começava a dedilhar nele, mandando mensagens,
postando fotos? Concluí que ele não tinha um celular. Sua situação de pobreza não
devia permitir esse prazer. E isso o incomodava.
Para aquele rapaz, o fato de não ter a que se ater, além da comida, num mundo
onde as redes tecnológicas estão presentes nos quatro cantos, o chateava. E
acabou por também me constranger: que mundo difícil esse que cria consumidores
e não cidadãos.
Guardei meu celular no bolso e, sem mais, tomei meu café, olhando para a mesa à
minha frente e para o vazio da parede adiante.
No trecho ―… o fato de não ter a que se ater, além da comida […] o chateava‖
(6º parágrafo), as expressões destacadas podem ser, correta e respectivamente,
substituídas por:
Notícia 1
A peste suína africana foi erradicada no Brasil em 1984, deixando o país livre da
doença. A enfermidade é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana,
não sendo transmitida ao homem, mas é altamente infecciosa para o rebanho suíno
– exigindo o sacrifício dos animais por determinação da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE), sendo mais perigosa e fatal do que a peste suína clássica.
Na China, maior produtor e consumidor mundial de carne suína, pelo menos 40 mil
animais foram mortos desde agosto em razão da doença. Quarto maior exportador
mundial, o Brasil quer garantir a sanidade do próprio rebanho para continuar sendo
um mercado-chave para importadores. Hoje, cerca de 20% dos embarques
brasileiros de carne suína têm como destino a China, seguido de Hong Kong, que
responde por percentual semelhante.
(Joana Colussi. “Brasil reforça vigilância para manter peste suína africana
longe do país”. https://gauchazh.clicrbs.com.br, 21.09.2018. Adaptado)
Notícia 2
b) o cão Thor está sujeito a contrair a doença viral, já que o animal estará em
contato com possíveis produtos contaminados.
c) além da peste suína, a febre aftosa também é fator de preocupação dos órgãos
sanitários brasileiros.
d) a peste suína clássica, por ser mais ameaçadora que a peste suína africana,
exige maior atenção do governo brasileiro, que está em vias de erradicá-la.
Notícia 1
A peste suína africana foi erradicada no Brasil em 1984, deixando o país livre da
doença. A enfermidade é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana,
não sendo transmitida ao homem, mas é altamente infecciosa para o rebanho suíno
– exigindo o sacrifício dos animais por determinação da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE), sendo mais perigosa e fatal do que a peste suína clássica.
Na China, maior produtor e consumidor mundial de carne suína, pelo menos 40 mil
animais foram mortos desde agosto em razão da doença. Quarto maior exportador
mundial, o Brasil quer garantir a sanidade do próprio rebanho para continuar sendo
um mercado-chave para importadores. Hoje, cerca de 20% dos embarques
brasileiros de carne suína têm como destino a China, seguido de Hong Kong, que
responde por percentual semelhante.
(Joana Colussi. “Brasil reforça vigilância para manter peste suína africana
longe do país”. https://gauchazh.clicrbs.com.br, 21.09.2018. Adaptado)
Notícia 2
b) a diretora se mostra a todo momento insatisfeita com as ideias que lhe foram
apresentadas, chegando a bater em seu subordinado.
À beira do abismo?
Se você é uma daquelas pessoas que acredita que o mundo caminha rapidamente
para o abismo, o livro Factfulness, de Hans Rosling e família, pode ser um bom
remédio. O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como
terapia‖. Mas isso em nada diminui o valor da obra, cujo propósito é mostrar que o
planeta é um lugar bem melhor do que a maioria das pessoas pensa.
O médico sueco Hans Rosling, que teve como coautores seu filho Ola e sua nora
Ana, basicamente usa montanhas de dados para nos convencer de que quase todas
as nossas intuições sobre o estado econômico, sanitário e social dos humanos na
Terra estão erradas, e o ritmo em que as melhoras têm ocorrido é surpreendente.
Rosling, que morreu no ano passado, antes da conclusão da obra, apela aos
truques dos bons conferencistas, atividade na qual se consagrou. Ele começa
submetendo seus leitores a testes de múltipla escolha com questões sobre
distribuição de renda, gênero, educação, violência, saúde etc.
Rosling não está afirmando que chegamos a um mundo ideal e não há mais nada a
fazer. Ao contrário, diz que ainda há muito sofrimento desnecessário e que
podemos melhorar. Mas um dos requisitos para tomar as decisões certas é ter uma
noção realista da situação em que nos encontramos, e, nisso, boa parte da
humanidade fracassa.
c) apresenta dados que mostram que o planeta não está tão mal quanto pode
parecer.
e) possui o mérito de explicar por que a humanidade não evoluiu tanto quanto
deveria.
À beira do abismo?
Se você é uma daquelas pessoas que acredita que o mundo caminha rapidamente
para o abismo, o livro Factfulness, de Hans Rosling e família, pode ser um bom
remédio. O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como
terapia‖. Mas isso em nada diminui o valor da obra, cujo propósito é mostrar que o
planeta é um lugar bem melhor do que a maioria das pessoas pensa.
O médico sueco Hans Rosling, que teve como coautores seu filho Ola e sua nora
Ana, basicamente usa montanhas de dados para nos convencer de que quase todas
as nossas intuições sobre o estado econômico, sanitário e social dos humanos na
Terra estão erradas, e o ritmo em que as melhoras têm ocorrido é surpreendente.
Rosling, que morreu no ano passado, antes da conclusão da obra, apela aos
truques dos bons conferencistas, atividade na qual se consagrou. Ele começa
submetendo seus leitores a testes de múltipla escolha com questões sobre
distribuição de renda, gênero, educação, violência, saúde etc.
O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como terapia‖. Mas
isso em nada diminui o valor da obra...
a) científico.
b) literário.
c) requintado.
d) melancólico.
e) defeituoso.
À beira do abismo?
Se você é uma daquelas pessoas que acredita que o mundo caminha rapidamente
para o abismo, o livro Factfulness, de Hans Rosling e família, pode ser um bom
remédio. O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como
terapia‖. Mas isso em nada diminui o valor da obra, cujo propósito é mostrar que o
planeta é um lugar bem melhor do que a maioria das pessoas pensa.
O médico sueco Hans Rosling, que teve como coautores seu filho Ola e sua nora
Ana, basicamente usa montanhas de dados para nos convencer de que quase todas
as nossas intuições sobre o estado econômico, sanitário e social dos humanos na
Terra estão erradas, e o ritmo em que as melhoras têm ocorrido é surpreendente.
Rosling, que morreu no ano passado, antes da conclusão da obra, apela aos
truques dos bons conferencistas, atividade na qual se consagrou. Ele começa
submetendo seus leitores a testes de múltipla escolha com questões sobre
distribuição de renda, gênero, educação, violência, saúde etc.
Rosling não está afirmando que chegamos a um mundo ideal e não há mais nada a
fazer. Ao contrário, diz que ainda há muito sofrimento desnecessário e que
podemos melhorar. Mas um dos requisitos para tomar as decisões certas é ter uma
noção realista da situação em que nos encontramos, e, nisso, boa parte da
humanidade fracassa.
a) autoral.
b) autorização.
c) autódromo.
d) autoatendimento.
e) autoritário.
À beira do abismo?
Se você é uma daquelas pessoas que acredita que o mundo caminha rapidamente
para o abismo, o livro Factfulness, de Hans Rosling e família, pode ser um bom
remédio. O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como
terapia‖. Mas isso em nada diminui o valor da obra, cujo propósito é mostrar que o
planeta é um lugar bem melhor do que a maioria das pessoas pensa.
O médico sueco Hans Rosling, que teve como coautores seu filho Ola e sua nora
Ana, basicamente usa montanhas de dados para nos convencer de que quase todas
as nossas intuições sobre o estado econômico, sanitário e social dos humanos na
Terra estão erradas, e o ritmo em que as melhoras têm ocorrido é surpreendente.
Rosling, que morreu no ano passado, antes da conclusão da obra, apela aos
truques dos bons conferencistas, atividade na qual se consagrou. Ele começa
submetendo seus leitores a testes de múltipla escolha com questões sobre
distribuição de renda, gênero, educação, violência, saúde etc.
Rosling não está afirmando que chegamos a um mundo ideal e não há mais nada a
fazer. Ao contrário, diz que ainda há muito sofrimento desnecessário e que
podemos melhorar. Mas um dos requisitos para tomar as decisões certas é ter uma
noção realista da situação em que nos encontramos, e, nisso, boa parte da
humanidade fracassa.
c) são mais alienados que a média da população mundial quanto aos fatos
referentes à sua própria história.
e) estão equivocados ao ver a pobreza como um problema que deve ser priorizado
pelos governantes.
1517) Concurso: Alun Of/PM SP/2018 Banca: VUNESP
À beira do abismo?
Se você é uma daquelas pessoas que acredita que o mundo caminha rapidamente
para o abismo, o livro Factfulness, de Hans Rosling e família, pode ser um bom
remédio. O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como
terapia‖. Mas isso em nada diminui o valor da obra, cujo propósito é mostrar que o
planeta é um lugar bem melhor do que a maioria das pessoas pensa.
O médico sueco Hans Rosling, que teve como coautores seu filho Ola e sua nora
Ana, basicamente usa montanhas de dados para nos convencer de que quase todas
as nossas intuições sobre o estado econômico, sanitário e social dos humanos na
Terra estão erradas, e o ritmo em que as melhoras têm ocorrido é surpreendente.
Rosling, que morreu no ano passado, antes da conclusão da obra, apela aos
truques dos bons conferencistas, atividade na qual se consagrou. Ele começa
submetendo seus leitores a testes de múltipla escolha com questões sobre
distribuição de renda, gênero, educação, violência, saúde etc.
Rosling não está afirmando que chegamos a um mundo ideal e não há mais nada a
fazer. Ao contrário, diz que ainda há muito sofrimento desnecessário e que
podemos melhorar. Mas um dos requisitos para tomar as decisões certas é ter uma
noção realista da situação em que nos encontramos, e, nisso, boa parte da
humanidade fracassa.
À beira do abismo?
Se você é uma daquelas pessoas que acredita que o mundo caminha rapidamente
para o abismo, o livro Factfulness, de Hans Rosling e família, pode ser um bom
remédio. O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como
terapia‖. Mas isso em nada diminui o valor da obra, cujo propósito é mostrar que o
planeta é um lugar bem melhor do que a maioria das pessoas pensa.
O médico sueco Hans Rosling, que teve como coautores seu filho Ola e sua nora
Ana, basicamente usa montanhas de dados para nos convencer de que quase todas
as nossas intuições sobre o estado econômico, sanitário e social dos humanos na
Terra estão erradas, e o ritmo em que as melhoras têm ocorrido é surpreendente.
Rosling, que morreu no ano passado, antes da conclusão da obra, apela aos
truques dos bons conferencistas, atividade na qual se consagrou. Ele começa
submetendo seus leitores a testes de múltipla escolha com questões sobre
distribuição de renda, gênero, educação, violência, saúde etc.
Rosling não está afirmando que chegamos a um mundo ideal e não há mais nada a
fazer. Ao contrário, diz que ainda há muito sofrimento desnecessário e que
podemos melhorar. Mas um dos requisitos para tomar as decisões certas é ter uma
noção realista da situação em que nos encontramos, e, nisso, boa parte da
humanidade fracassa.
À beira do abismo?
Se você é uma daquelas pessoas que acredita que o mundo caminha rapidamente
para o abismo, o livro Factfulness, de Hans Rosling e família, pode ser um bom
remédio. O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como
terapia‖. Mas isso em nada diminui o valor da obra, cujo propósito é mostrar que o
planeta é um lugar bem melhor do que a maioria das pessoas pensa.
O médico sueco Hans Rosling, que teve como coautores seu filho Ola e sua nora
Ana, basicamente usa montanhas de dados para nos convencer de que quase todas
as nossas intuições sobre o estado econômico, sanitário e social dos humanos na
Terra estão erradas, e o ritmo em que as melhoras têm ocorrido é surpreendente.
Rosling, que morreu no ano passado, antes da conclusão da obra, apela aos
truques dos bons conferencistas, atividade na qual se consagrou. Ele começa
submetendo seus leitores a testes de múltipla escolha com questões sobre
distribuição de renda, gênero, educação, violência, saúde etc.
Rosling não está afirmando que chegamos a um mundo ideal e não há mais nada a
fazer. Ao contrário, diz que ainda há muito sofrimento desnecessário e que
podemos melhorar. Mas um dos requisitos para tomar as decisões certas é ter uma
noção realista da situação em que nos encontramos, e, nisso, boa parte da
humanidade fracassa.
À beira do abismo?
Se você é uma daquelas pessoas que acredita que o mundo caminha rapidamente
para o abismo, o livro Factfulness, de Hans Rosling e família, pode ser um bom
remédio. O tom é de autoajuda. O próprio autor usa a expressão ―dados como
terapia‖. Mas isso em nada diminui o valor da obra, cujo propósito é mostrar que o
planeta é um lugar bem melhor do que a maioria das pessoas pensa.
O médico sueco Hans Rosling, que teve como coautores seu filho Ola e sua nora
Ana, basicamente usa montanhas de dados para nos convencer de que quase todas
as nossas intuições sobre o estado econômico, sanitário e social dos humanos na
Terra estão erradas, e o ritmo em que as melhoras têm ocorrido é surpreendente.
Rosling, que morreu no ano passado, antes da conclusão da obra, apela aos
truques dos bons conferencistas, atividade na qual se consagrou. Ele começa
submetendo seus leitores a testes de múltipla escolha com questões sobre
distribuição de renda, gênero, educação, violência, saúde etc.
Rosling não está afirmando que chegamos a um mundo ideal e não há mais nada a
fazer. Ao contrário, diz que ainda há muito sofrimento desnecessário e que
podemos melhorar. Mas um dos requisitos para tomar as decisões certas é ter uma
noção realista da situação em que nos encontramos, e, nisso, boa parte da
humanidade fracassa.
Uma palavra que descreve Hans Rosling de modo coerente com o que se expõe no
texto é:
a) alienado.
b) pessimista.
c) ingênuo.
d) realista.
e) contraditório.
1521) Concurso: Alun Of/PM SP/2018 Banca: VUNESP
a) Autores como Steven Pinker, Michael Shermer e Deirdre McCloskey também têm
destacado esse tipo de informação.
b) Esse tipo de informação também veem sendo destacado por autores como
Steven Pinker, Michael Shermer e Deirdre McCloskey.
c) Esse tipo de informação também se mantêm destacado por autores como Steven
Pinker, Michael Shermer eDeirdre McCloskey.
a) águas.
b) caçamba.
c) expectativa.
d) cada.
e) toneladas.
1523) Concurso: Alun Of/PM SP/2018 Banca: VUNESP
Leia as duas primeiras estrofes do poema “Minha terra!”, de Gonçalves Dias, para
responder à questão.
b) Um semblante menos querido em terra estrangeira torna -se apreciado por ser
conhecido.
Leia as duas primeiras estrofes do poema “Minha terra!”, de Gonçalves Dias, para
responder à questão.
Leia as duas primeiras estrofes do poema “Minha terra!”, de Gonçalves Dias, para
responder à questão.
c) a linguagem impessoal.
d) o elogio do progresso.
e) o discurso nacionalista.
Considere os trechos:
Nesse trecho, o narrador chama a atenção para o fascínio que Capitu exercia sobre
ele por meio do emprego da palavra:
a) imagem.
b) lágrimas.
c) ouvi.
d) embriagou.
e) voz.
O poema enfoca uma temática frequente na poesia de Ricardo Reis, que diz
respeito
e) o desencontro entre quem ele era no passado e quem ele se tornou no presente.
1533) Concurso: OL /CM São Joaquim Barra/2018 Banca: VUNESP
Envelhecer
Qual o valor da experiência de vida? No Brasil, quase nada. Ser idoso por aqui é
―ganhar‖ da medicina a capacidade de se manter vivo por mais tempo e perder
para a tecnologia o direito ao respeito e ao sentimento de continuidade.
Experiência de vida vale muito pouco na hora de disputar uma vaga de emprego, e
as pessoas mais velhas só têm valor para agências de turismo que criam roteiros
para aumentar seus lucros. Os aposentados, então, são muito interessantes... para
as instituições financeiras interessadas nos juros e lucros obtidos com os
empréstimos para esse segmento.
Passar dos 50 significa uma ameaça para os planos de saúde ávidos por dinheiro
fácil. Encontro de gerações é ficção científica atualmente. Foi-se o tempo em que o
respeito aos mais velhos era pré-requisito em qualquer família e condição básica na
ética da convivência.
Mas a qualidade de vida não está resumida ao sentir-se bem fisicamente. É preciso
dignidade. E isso a tecnologia e a máquina de consumo não nos oferecem.
Envelhecer
Qual o valor da experiência de vida? No Brasil, quase nada. Ser idoso por aqui é
―ganhar‖ da medicina a capacidade de se manter vivo por mais tempo e perder
para a tecnologia o direito ao respeito e ao sentimento de continuidade.
Experiência de vida vale muito pouco na hora de disputar uma vaga de emprego, e
as pessoas mais velhas só têm valor para agências de turismo que criam roteiros
para aumentar seus lucros. Os aposentados, então, são muito interessantes... para
as instituições financeiras interessadas nos juros e lucros obtidos com os
empréstimos para esse segmento.
Passar dos 50 significa uma ameaça para os planos de saúde ávidos por dinheiro
fácil. Encontro de gerações é ficção científica atualmente. Foi-se o tempo em que o
respeito aos mais velhos era pré-requisito em qualquer família e condição básica na
ética da convivência.
Mas a qualidade de vida não está resumida ao sentir-se bem fisicamente. É preciso
dignidade. E isso a tecnologia e a máquina de consumo não nos oferecem.
Envelhecer
Qual o valor da experiência de vida?(A) No Brasil, quase nada. Ser idoso por aqui é
―ganhar‖ da medicina a capacidade de se manter vivo por mais tempo e perder
para a tecnologia o direito ao respeito e ao sentimento de continuidade.
Experiência de vida vale muito pouco na hora de disputar uma vaga de emprego, e
as pessoas mais velhas só têm valor para agências de turismo que criam roteiros
para aumentar seus lucros. Os aposentados, então, são muito interessantes... para
as instituições financeiras interessadas nos juros e lucros obtidos com os
empréstimos para esse segmento.
Passar dos 50 significa uma ameaça para os planos de saúde ávidos por dinheiro
fácil. Encontro de gerações é ficção científica atualmente(B). Foi-se o tempo em
que o respeito aos mais velhos era pré-requisito em qualquer família e condição
básica na ética da convivência.
Mas a qualidade de vida não está resumida ao sentir-se bem fisicamente. É preciso
dignidade. E isso a tecnologia e a máquina de consumo não nos oferecem(C).
Envelhecer
Qual o valor da experiência de vida? No Brasil, quase nada. Ser idoso por aqui é
―ganhar‖ da medicina a capacidade de se manter vivo por mais tempo e perder
para a tecnologia o direito ao respeito e ao sentimento de continuidade.
Experiência de vida vale muito pouco na hora de disputar uma vaga de emprego, e
as pessoas mais velhas só têm valor para agências de turismo que criam roteiros
para aumentar seus lucros. Os aposentados, então, são muito interessantes... para
as instituições financeiras interessadas nos juros e lucros obtidos com os
empréstimos para esse segmento.
Passar dos 50 significa uma ameaça para os planos de saúde ávidos por dinheiro
fácil. Encontro de gerações é ficção científica atualmente. Foi-se o tempo em que o
respeito aos mais velhos era pré-requisito em qualquer família e condição básica na
ética da convivência.
Mas a qualidade de vida não está resumida ao sentir-se bem fisicamente. É preciso
dignidade. E isso a tecnologia e a máquina de consumo não nos oferecem.
Envelhecer
Qual o valor da experiência de vida? No Brasil, quase nada. Ser idoso por aqui é
―ganhar‖ da medicina a capacidade de se manter vivo por mais tempo e perder
para a tecnologia o direito ao respeito e ao sentimento de continuidade.
Experiência de vida vale muito pouco na hora de disputar uma vaga de emprego, e
as pessoas mais velhas só têm valor para agências de turismo que criam roteiros
para aumentar seus lucros. Os aposentados, então, são muito interessantes... para
as instituições financeiras interessadas nos juros e lucros obtidos com os
empréstimos para esse segmento.
Passar dos 50 significa uma ameaça para os planos de saúde ávidos por dinheiro
fácil. Encontro de gerações é ficção científica atualmente. Foi-se o tempo em que o
respeito aos mais velhos era pré-requisito em qualquer família e condição básica na
ética da convivência.
Mas a qualidade de vida não está resumida ao sentir-se bem fisicamente. É preciso
dignidade. E isso a tecnologia e a máquina de consumo não nos oferecem.
Envelhecer
Qual o valor da experiência de vida? No Brasil, quase nada. Ser idoso por aqui é
―ganhar‖ da medicina a capacidade de se manter vivo por mais tempo e perder
para a tecnologia o direito ao respeito e ao sentimento de continuidade.
Experiência de vida vale muito pouco na hora de disputar uma vaga de emprego, e
as pessoas mais velhas só têm valor para agências de turismo que criam roteiros
para aumentar seus lucros. Os aposentados, então, são muito interessantes... para
as instituições financeiras interessadas nos juros e lucros obtidos com os
empréstimos para esse segmento.
Passar dos 50 significa uma ameaça para os planos de saúde ávidos por dinheiro
fácil. Encontro de gerações é ficção científica atualmente. Foi-se o tempo em que o
respeito aos mais velhos era pré-requisito em qualquer família e condição básica na
ética da convivência.
Mas a qualidade de vida não está resumida ao sentir-se bem fisicamente. É preciso
dignidade. E isso a tecnologia e a máquina de consumo não nos oferecem.
Shigekazu Miyazaki está usando o tempo livre de sua aposentadoria a 25 mil pés.
Ele foi piloto da maior companhia aérea japonesa por quatro décadas, mas deixou o
posto ano passado, ao completar 65 anos, idade-limite para voar pela empresa.
Mas, em vez de jogar golfe ou pescar, agora Miyazaki é piloto de uma companhia
regional do Japão. ―Nunca pensei que ainda estaria voando aos 65 anos, mas eu
continuo saudável, amo voar, então, enquanto eu puder, por que não?‖
Isso torna os trabalhadores mais velhos ainda mais importantes para a economia.
Mais da metade dos homens japoneses com mais de 65 anos executa algum tipo de
trabalho remunerado, comparado com um terço dos americanos e 10% em alguns
países da Europa.
d) a comparação entre o Japão e alguns países europeus quanto aos homens com
mais de 65 anos que continuam trabalhando evidencia uma discrepância.
Shigekazu Miyazaki está usando o tempo livre de sua aposentadoria a 25 mil pés.
Ele foi piloto da maior companhia aérea japonesa por quatro décadas, mas deixou o
posto ano passado, ao completar 65 anos, idade-limite para voar pela empresa.
Mas, em vez de jogar golfe ou pescar, agora Miyazaki é piloto de uma companhia
regional do Japão. ―Nunca pensei que ainda estaria voando aos 65 anos, mas eu
continuo saudável, amo voar, então, enquanto eu puder, por que não?‖
Isso torna os trabalhadores mais velhos ainda mais importantes para a economia.
Mais da metade dos homens japoneses com mais de 65 anos executa algum tipo de
trabalho remunerado, comparado com um terço dos americanos e 10% em alguns
países da Europa.
Shigekazu Miyazaki está usando o tempo livre de sua aposentadoria a 25 mil pés.
Ele foi piloto da maior companhia aérea japonesa por quatro décadas, mas deixou o
posto ano passado, ao completar 65 anos, idade-limite para voar pela empresa.
Mas, em vez de jogar golfe ou pescar, agora Miyazaki é piloto de uma companhia
regional do Japão. ―Nunca pensei que ainda estaria voando aos 65 anos, mas eu
continuo saudável, amo voar, então, enquanto eu puder, por que não?‖
Isso torna os trabalhadores mais velhos ainda mais importantes para a economia.
Mais da metade dos homens japoneses com mais de 65 anos executa algum tipo de
trabalho remunerado, comparado com um terço dos americanos e 10% em alguns
países da Europa.
Considere a frase.
Para que essa frase esteja em conformidade com a norma-padrão, a lacuna deve
ser preenchida por:
b) estão ancoradas do
e) estão condicionadas ao
Recentemente circulou com força pelas redes sociais um relatório que destaca o
Brasil como um dos exemplos de sucesso em promover a igualdade entre homens e
mulheres no ambiente acadêmico. O documento, feito pela editora Elsevier, é de
2017 e leva em conta dados de artigos científicos escritos entre 1995 e 2015.
Recentemente circulou com força pelas redes sociais um relatório que destaca o
Brasil como um dos exemplos de sucesso em promover a igualdade entre homens e
mulheres no ambiente acadêmico. O documento, feito pela editora Elsevier, é de
2017 e leva em conta dados de artigos científicos escritos entre 1995 e 2015.
Recentemente circulou com força pelas redes sociais um relatório que destaca o
Brasil como um dos exemplos de sucesso em promover a igualdade entre homens e
mulheres no ambiente acadêmico. O documento, feito pela editora Elsevier, é de
2017 e leva em conta dados de artigos científicos escritos entre 1995 e 2015.
a) exemplos.
b) acadêmico.
c) documento.
d) dados.
e) artigos.
1545) Concurso: ACS/Pref Serrana/2018 Banca: VUNESP
Recentemente circulou com força pelas redes sociais um relatório que destaca o
Brasil como um dos exemplos de sucesso em promover a igualdade entre homens e
mulheres no ambiente acadêmico. O documento, feito pela editora Elsevier, é de
2017 e leva em conta dados de artigos científicos escritos entre 1995 e 2015.
a) importante; distorções.
b) previsível; conquistas.
c) expressivo; peculiaridades.
d) modesto; singularidades.
e) improvável; inovações.
Recentemente circulou com força pelas redes sociais um relatório que destaca o
Brasil como um dos exemplos de sucesso em promover a igualdade entre homens e
mulheres no ambiente acadêmico. O documento, feito pela editora Elsevier, é de
2017 e leva em conta dados de artigos científicos escritos entre 1995 e 2015.
Nesses 20 anos, as mulheres brasileiras passaram a assinar a mesma proporção de
artigos científicos que os homens – um crescimento considerável, já que, entre
1996 e 2000, só 38% dos artigos publicados tinham sido escritos por mulher.
a) integram do
b) constam do
c) estão inclusas do
d) são referidas do
e) são mencionadas do
b) Quais são as chances que a senhora lhe avalie com carinho e compreensão?
e) Quais são as chances de que a senhora lhe avalia com carinho e compreensão?
a) finalidade.
b) concessão.
c) causa.
d) consequência.
e) comparação.
a) despedida; mundo.
b) silêncio; batalha.
c) sono; saída.
d) sombra; vida.
e) provisório; transitório.
1554) Concurso: Ass Adm/UFTM/2018 Banca: VUNESP
Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que
acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo
inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa
norma culta.
É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos
brasileiros iniciaria assim esta frase: ―Se sabe que...‖. Isso inclui pessoas de alta
escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento
restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem,
vale a pena seguir também a regra ―bastante duvidosa‖ das tais palavras atrativas,
como ―que‖, ―quando‖ e ―não‖, que sempre puxariam o pronome átono para junto
de si.
No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo
definitiva: ―Prefira a forma que soar melhor‖. Se você é brasileiro, isso exclui quase
certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é
naturalmente proclítica.
Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor
de contrariar sua fala e escrever ―Faça-me o favor‖, a menos que queira marcar
uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
(Sérgio Rodrigues, “„Me corrige‟, pede o pronome”.Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)
b) o uso brasileiro tende a ser o pronome antes do verbo, diferente do que ocorre
com o uso lusitano.
Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que
acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo
inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa
norma culta.
É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos
brasileiros iniciaria assim esta frase: ―Se sabe que...‖. Isso inclui pessoas de alta
escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento
restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem,
vale a pena seguir também a regra ―bastante duvidosa‖ das tais palavras atrativas,
como ―que‖, ―quando‖ e ―não‖, que sempre puxariam o pronome átono para junto
de si.
No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo
definitiva: ―Prefira a forma que soar melhor‖. Se você é brasileiro, isso exclui quase
certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é
naturalmente proclítica.
Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor
de contrariar sua fala e escrever ―Faça-me o favor‖, a menos que queira marcar
uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
(Sérgio Rodrigues, “„Me corrige‟, pede o pronome”.Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)
Nas frases ―Uma das principais marcas do português brasileiro permanece alijada
da escrita‖ e ―e não exclui situações em que a comunicação prevê certa
cerimônia‖, os termos destacados significam, correta e respectivamente,
a) reforçada e etiqueta.
b) natural e popularidade.
c) negada e formalidade.
d) harmonizada e dignidade.
e) desnecessária e polidez.
1558) Concurso: Ass Adm/UFTM/2018 Banca: VUNESP
Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que
acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo
inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa
norma culta.
É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos
brasileiros iniciaria assim esta frase: ―Se sabe que...‖. Isso inclui pessoas de alta
escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento
restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem,
vale a pena seguir também a regra ―bastante duvidosa‖ das tais palavras atrativas,
como ―que‖, ―quando‖ e ―não‖, que sempre puxariam o pronome átono para junto
de si.
No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo
definitiva: ―Prefira a forma que soar melhor‖. Se você é brasileiro, isso exclui quase
certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é
naturalmente proclítica.
Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor
de contrariar sua fala e escrever ―Faça-me o favor‖, a menos que queira marcar
uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
(Sérgio Rodrigues, “„Me corrige‟, pede o pronome”.Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)
As informações textuais permitem afirmar que
Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que
acabo de cometer(A), será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado
pelo inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa
norma culta.
É claro que me refiro à língua escrita(B). Sabe-se que, falando, a maior parte dos
brasileiros(C) iniciaria assim esta frase: ―Se sabe que...‖. Isso inclui pessoas de alta
escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento
restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem,
vale a pena seguir também a regra ―bastante duvidosa‖ das tais palavras atrativas,
como ―que‖, ―quando‖ e ―não‖, que sempre puxariam o pronome átono para junto
de si.
No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo
definitiva: ―Prefira a forma que soar melhor‖. Se você é brasileiro, isso exclui quase
certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é
naturalmente proclítica.
Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor
de contrariar sua fala e escrever ―Faça-me o favor‖(D), a menos que queira marcar
uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências(E).
(Sérgio Rodrigues, “„Me corrige‟, pede o pronome”.Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)
De acordo com Manuel Said Ali, ―a pronúncia brasileira diversifica da lusitana; daí
resulta que a colocação pronominal em nosso falar espontâneo não coincide
perfeitamente com a do falar dos portugueses‖. Uma frase do texto que comprova
essa explicação do gramático e revela a tendência brasileira de colocação
pronominal é:
Me parece cada vez mais claro que o pronome átono em início de frase, como o que
acabo de cometer, será o último dos últimos tabus normativos a ser quebrado pelo
inexorável abrasileiramento da língua que se entende e se pratica como nossa
norma culta.
É claro que me refiro à língua escrita. Sabe-se que, falando, a maior parte dos
brasileiros iniciaria assim esta frase: ―Se sabe que...‖. Isso inclui pessoas de alta
escolaridade e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
Logo em seguida reconhecem que talvez esse não seja bem o único mandamento
restante. Para poupar dor de cabeça com revisores e corretores de provas, dizem,
vale a pena seguir também a regra ―bastante duvidosa‖ das tais palavras atrativas,
como ―que‖, ―quando‖ e ―não‖, que sempre puxariam o pronome átono para junto
de si.
No mais, Faraco e Tezza dão ao leitor a bússola de colocação pronominal que julgo
definitiva: ―Prefira a forma que soar melhor‖. Se você é brasileiro, isso exclui quase
certamente a mesóclise, além de limitar a lusitana ênclise. Nossa inclinação é
naturalmente proclítica.
Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu. Me faça o favor
de contrariar sua fala e escrever ―Faça-me o favor‖, a menos que queira marcar
uma posição. Se prepare, nesse caso, para as consequências.
(Sérgio Rodrigues, “„Me corrige‟, pede o pronome”.Em: Folha de S.Paulo, 02.08.2018. Adaptado)
Considere as passagens:
• Tudo isso é lindo, mas convém ter sempre em mente o último tabu.
Quanto ao sentido que expressa, o trecho ―Isso inclui pessoas de alta escolaridade
e não exclui situações em que a comunicação prevê certa cerimônia‖ pode ser
reescrito da seguinte forma:
a) Isso inclui pessoas de alta escolaridade, portanto não exclui situações em que a
comunicação prevê certa cerimônia.
b) Isso inclui pessoas de alta escolaridade, porque não exclui situações em que a
comunicação prevê certa cerimônia.
d) Isso não só inclui pessoas de alta escolaridade como também não exclui
situações em que a comunicação prevê certa cerimônia.
e) Isso inclui pessoas de alta escolaridade tanto que não exclui situações em que a
comunicação prevê certa cerimônia.
1562) Concurso: Sold/PM SP/2ª Classe/2017 Banca: VUNESP
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi
realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.
Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens,
às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto
que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails
atrasados.
Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na
cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita
por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia
pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.
Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago
outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou
melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de
felicidade plena que vai e volta por vários dias.
Após ler o livro que reúne entrevistas e textos de Ernest Hemingway sobre o ato de
escrever, o autor Drauzio Varella
d) convenceu-se de que era capaz de escrever tão bem quanto seus autores
preferidos.
e) resolveu escrever um livro sobre uma história que só cabia a ele contar.
1564) Concurso: Almo/SAEMAS/2017 Banca: VUNESP
Cidades sustentáveis
A correta destinação dos resíduos sólidos é condição primordial para uma cidade
sustentável. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em agosto
de 2010, trouxe importantes instrumentos para que municípios de todo o Brasil
iniciassem o enfrentamento aos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. A PNRS tem
como pilar o princípio da responsabilidade compartilhada. Isso significa que
indústrias, distribuidores e varejistas, prefeituras e consumidores são todos
responsáveis pelos resíduos sólidos, e cada um terá de contribuir para que eles
tenham uma disposição final adequada.
Cidades sustentáveis
A correta destinação dos resíduos sólidos é condição primordial para uma cidade
sustentável. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em agosto
de 2010, trouxe importantes instrumentos para que municípios de todo o Brasil
iniciassem o enfrentamento aos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. A PNRS tem
como pilar o princípio da responsabilidade compartilhada. Isso significa que
indústrias, distribuidores e varejistas, prefeituras e consumidores são todos
responsáveis pelos resíduos sólidos, e cada um terá de contribuir para que eles
tenham uma disposição final adequada.
c) reforça a ideia de que o setor privado deve custear as obras de melhoria para as
cidades.
Cidades sustentáveis
A correta destinação dos resíduos sólidos é condição primordial para uma cidade
sustentável. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em agosto
de 2010, trouxe importantes instrumentos para que municípios de todo o Brasil
iniciassem o enfrentamento aos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. A PNRS tem
como pilar o princípio da responsabilidade compartilhada. Isso significa que
indústrias, distribuidores e varejistas, prefeituras e consumidores são todos
responsáveis pelos resíduos sólidos, e cada um terá de contribuir para que eles
tenham uma disposição final adequada.
―A correta destinação dos resíduos sólidos é condição primordial para uma cidade
sustentável.‖ (1º parágrafo)
c) Para uma cidade ser sustentável, a correta destinação dos resíduos sólidos se
fará necessário.
e) A correta destinação dos resíduos sólidos seria importante para que se mantesse
uma cidade sustentável.
1567) Concurso: Almo/SAEMAS/2017 Banca: VUNESP
Cidades sustentáveis
A correta destinação dos resíduos sólidos é condição primordial para uma cidade
sustentável. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em agosto
de 2010, trouxe importantes instrumentos para que municípios de todo o Brasil
iniciassem o enfrentamento aos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. A PNRS tem
como pilar o princípio da responsabilidade compartilhada. Isso significa que
indústrias, distribuidores e varejistas, prefeituras e consumidores são todos
responsáveis pelos resíduos sólidos, e cada um terá de contribuir para que eles
tenham uma disposição final adequada.
a) iguala-se de
b) equipara-se à
c) identifica-se de
d) equivale à
e) corresponde a
1568) Concurso: Almo/SAEMAS/2017 Banca: VUNESP
A moça e o trem
O trem de ferro
passa no campo
entre telégrafos.
Sem poder fugir
sem poder voar
sem poder sonhar
sem poder ser telégrafo.
A moça na janela
vê o trem correr
ouve o tempo passar.
O tempo é tanto
que se pode ouvir
e ela o escuta passar
como se outro trem.
Cresce o oculto
elástico dos gestos:
a moça na janela
vê a planta crescer
sente a terra rodar:
que o tempo é tanto
que se deixa ver.
Ter um trabalho nos proporciona estabilidade, ao mesmo tempo em que nos rouba
liberdade na hora de administrar nosso tempo. Essa contradição abre o debate
sobre se trabalhar é uma fonte de felicidade ou infelicidade. A instabilidade
econômica e a chamada quarta revolução industrial, que substituirá o esforço
humano por máquinas, podem nos obrigar a repensar nosso eu profissional. A
filósofa, feminista e autora de repercussão internacional, a britânica Nina Power,
analisa se, em tempos em que o futuro do trabalho é pouco promissor, deveríamos
buscar alternativas.
A felicidade foi devorada pelo capitalismo, Power proclama em seus escritos, nos
quais defende que nos fizeram entender a qualidade de vida como um acúmulo de
posses materiais que obtemos a partir do trabalho. Por isso, em suas intervenções
públicas, ela expõe a possibilidade de ser feliz com novas formas de emprego ou a
ausência dele.
―As novas gerações são as que estão menos de acordo com uma existência laboral
feita de horários impossíveis e salários miseráveis. O capitalismo nos vendeu que o
contrário do trabalho é a vadiagem; mas os mais jovens já não compram essa
ideia. Tampouco acreditam que devamos nos sentir felizes porque nossas longas
jornadas de trabalho nos tornam mais produtivos‖, diz Power.
Com suas ideias, Power não está nos incentivando a abraçar uma vida ociosa, mas
a buscar novas formas de ser autossuficientes no aspecto laboral. Uma das
possibilidades que se apresentam para um futuro próximo é que as máquinas
ocupem boa parte dos trabalhos que agora os humanos desempenham. ―Nesse
caso, seria uma oportunidade para prestar mais atenção a profissões próximas do
cuidado humano, aquelas das quais a inteligência artificial não se pode encarregar.
São trabalhos relacionados com o cuidado de bebês, idosos ou doentes, e que, na
atualidade, são os mais mal pagos e os que permanecem mais ocultos em termos
de reconhecimento social‖, destaca.
Ter um trabalho nos proporciona estabilidade, ao mesmo tempo em que nos rouba
liberdade na hora de administrar nosso tempo. Essa contradição abre o debate
sobre se trabalhar é uma fonte de felicidade ou infelicidade. A instabilidade
econômica e a chamada quarta revolução industrial, que substituirá o esforço
humano por máquinas, podem nos obrigar a repensar nosso eu profissional. A
filósofa, feminista e autora de repercussão internacional, a britânica Nina Power,
analisa se, em tempos em que o futuro do trabalho é pouco promissor, deveríamos
buscar alternativas.
A felicidade foi devorada pelo capitalismo, Power proclama em seus escritos, nos
quais defende que nos fizeram entender a qualidade de vida como um acúmulo de
posses materiais que obtemos a partir do trabalho. Por isso, em suas intervenções
públicas, ela expõe a possibilidade de ser feliz com novas formas de emprego ou a
ausência dele.
―As novas gerações são as que estão menos de acordo com uma existência laboral
feita de horários impossíveis e salários miseráveis. O capitalismo nos vendeu que o
contrário do trabalho é a vadiagem; mas os mais jovens já não compram essa
ideia. Tampouco acreditam que devamos nos sentir felizes porque nossas longas
jornadas de trabalho nos tornam mais produtivos‖, diz Power.
Com suas ideias, Power não está nos incentivando a abraçar uma vida ociosa, mas
a buscar novas formas de ser autossuficientes no aspecto laboral. Uma das
possibilidades que se apresentam para um futuro próximo é que as máquinas
ocupem boa parte dos trabalhos que agora os humanos desempenham. ―Nesse
caso, seria uma oportunidade para prestar mais atenção a profissões próximas do
cuidado humano, aquelas das quais a inteligência artificial não se pode encarregar.
São trabalhos relacionados com o cuidado de bebês, idosos ou doentes, e que, na
atualidade, são os mais mal pagos e os que permanecem mais ocultos em termos
de reconhecimento social‖, destaca.
a) percorrer velozmente.
c) afligir-se intensamente.
Ter um trabalho nos proporciona estabilidade, ao mesmo tempo em que nos rouba
liberdade na hora de administrar nosso tempo. Essa contradição abre o debate
sobre se trabalhar é uma fonte de felicidade ou infelicidade. A instabilidade
econômica e a chamada quarta revolução industrial, que substituirá o esforço
humano por máquinas, podem nos obrigar a repensar nosso eu profissional. A
filósofa, feminista e autora de repercussão internacional, a britânica Nina Power,
analisa se, em tempos em que o futuro do trabalho é pouco promissor, deveríamos
buscar alternativas.
A felicidade foi devorada pelo capitalismo, Power proclama em seus escritos, nos
quais defende que nos fizeram entender a qualidade de vida como um acúmulo de
posses materiais que obtemos a partir do trabalho. Por isso, em suas intervenções
públicas, ela expõe a possibilidade de ser feliz com novas formas de emprego ou a
ausência dele.
―As novas gerações são as que estão menos de acordo com uma existência laboral
feita de horários impossíveis e salários miseráveis. O capitalismo nos vendeu que o
contrário do trabalho é a vadiagem; mas os mais jovens já não compram essa
ideia. Tampouco acreditam que devamos nos sentir felizes porque nossas longas
jornadas de trabalho nos tornam mais produtivos‖, diz Power.
Com suas ideias, Power não está nos incentivando a abraçar uma vida ociosa, mas
a buscar novas formas de ser autossuficientes no aspecto laboral. Uma das
possibilidades que se apresentam para um futuro próximo é que as máquinas
ocupem boa parte dos trabalhos que agora os humanos desempenham. ―Nesse
caso, seria uma oportunidade para prestar mais atenção a profissões próximas do
cuidado humano, aquelas das quais a inteligência artificial não se pode encarregar.
São trabalhos relacionados com o cuidado de bebês, idosos ou doentes, e que, na
atualidade, são os mais mal pagos e os que permanecem mais ocultos em termos
de reconhecimento social‖, destaca.
Ter um trabalho nos proporciona estabilidade, ao mesmo tempo em que nos rouba
liberdade na hora de administrar nosso tempo. Essa contradição abre o debate
sobre se trabalhar é uma fonte de felicidade ou infelicidade. A instabilidade
econômica e a chamada quarta revolução industrial, que substituirá o esforço
humano por máquinas, podem nos obrigar a repensar nosso eu profissional. A
filósofa, feminista e autora de repercussão internacional, a britânica Nina Power,
analisa se, em tempos em que o futuro do trabalho é pouco promissor, deveríamos
buscar alternativas.
A felicidade foi devorada pelo capitalismo, Power proclama em seus escritos, nos
quais defende que nos fizeram entender a qualidade de vida como um acúmulo de
posses materiais que obtemos a partir do trabalho. Por isso, em suas intervenções
públicas, ela expõe a possibilidade de ser feliz com novas formas de emprego ou a
ausência dele.
―As novas gerações são as que estão menos de acordo com uma existência laboral
feita de horários impossíveis e salários miseráveis. O capitalismo nos vendeu que o
contrário do trabalho é a vadiagem; mas os mais jovens já não compram essa
ideia. Tampouco acreditam que devamos nos sentir felizes porque nossas longas
jornadas de trabalho nos tornam mais produtivos‖, diz Power.
Com suas ideias, Power não está nos incentivando a abraçar uma vida ociosa, mas
a buscar novas formas de ser autossuficientes no aspecto laboral. Uma das
possibilidades que se apresentam para um futuro próximo é que as máquinas
ocupem boa parte dos trabalhos que agora os humanos desempenham. ―Nesse
caso, seria uma oportunidade para prestar mais atenção a profissões próximas do
cuidado humano, aquelas das quais a inteligência artificial não se pode encarregar.
São trabalhos relacionados com o cuidado de bebês, idosos ou doentes, e que, na
atualidade, são os mais mal pagos e os que permanecem mais ocultos em termos
de reconhecimento social‖, destaca.
c) ... Power não está nos incentivando a abraçar de uma vida ociosa, mas a buscar
novas formas... (5º parágrafo)
d) ... as máquinas ocupem boa parte dos trabalhos de que agora os humanos
desempenham. (5º parágrafo)
e) ... aquelas das quais a inteligência artificial não se pode de encarregar. (5º
parágrafo)
a) Embora nos seja dado a estabilidade, o trabalho nos priva da liberdade na hora
de administrar nosso tempo.
b) Muitos de nós temos nos perguntado se dedicar muitas horas ao trabalho podem
levar à felicidade ou à infelicidade.
c) A instabilidade econômica e a chamada quarta revolução industrial fará com que
repensemos nosso eu profissional.
Há quem considere o trabalho como uma forma de realização pessoal. Mas também
é verdade que muitos veem o trabalho como fonte de desprazer e, se possível,
não hesitariam em abandonar o trabalho completamente ou substituir o
trabalho por tarefas mais instigantes.
a) a crítica ao descaso dos presos, quando a personagem usa sua esperteza para
viver o sentido pleno da palavra ―liberdade‖.
A Polícia Militar trocou tiros com suspeitos em pontos do Alto da Boa Vista, da
Tijuca e de Santa Teresa. Nos dois primeiros casos, a Polícia Civil confirmou a
suspeita de vínculo com os conflitos na Rocinha.
b) troca de tiros entre a Polícia Militar e suspeitos em pontos do Alto da Boa Vista e
da Tijuca, pondo em risco militares e jornalistas.
c) ação dos militares que deixou como saldo três suspeitos mortos, uma criança
ferida e nove homens presos no Rio de Janeiro.
c) transcendentalismo, que faz com que o eu lírico tenha uma visão entusiasmada
da vida e do amor.
e) Esta altura fria e austera permitem ver os ermos que regaram nossos prantos…
1582) Concurso: Alun Of/PM SP/2017 Banca: VUNESP
A Globo encerrou nesta segunda-feira [25.09.2017] a sua novela das seis, ―Novo
Mundo‖. Aplaudida pelo público e crítica – merecidamente –, a produção teve média
final no Ibope da Grande SP de 24 pontos. Seu sucesso é medido pelos números de
audiência e também pela repercussão: foi uma novela comentada, que gerou
buchicho.
Os puristas que clamaram por fatos históricos reproduzidos ipsis litteris* esquecem
que essa nunca foi a proposta da novela. Afinal, tratava se de uma obra baseada
em fatos reais, logo a liberdade de criação estava assegurada. Sem a pretensão de
ser uma ―aula de História‖, ―Novo Mundo‖, além de entreter, despertou no público o
interesse pela História do Brasil, o que, por si só, já foi um mérito e tanto.
A Globo encerrou nesta segunda-feira [25.09.2017] a sua novela das seis, ―Novo
Mundo‖. Aplaudida pelo público e crítica – merecidamente –, a produção teve média
final no Ibope da Grande SP de 24 pontos. Seu sucesso é medido pelos números de
audiência e também pela repercussão: foi uma novela comentada, que gerou
buchicho.
Os puristas que clamaram por fatos históricos reproduzidos ipsis litteris* esquecem
que essa nunca foi a proposta da novela. Afinal, tratava se de uma obra baseada
em fatos reais, logo a liberdade de criação estava assegurada. Sem a pretensão de
ser uma ―aula de História‖, ―Novo Mundo‖, além de entreter, despertou no público o
interesse pela História do Brasil, o que, por si só, já foi um mérito e tanto.
*ipsis litteris: tal como está escrito
A Globo encerrou nesta segunda-feira [25.09.2017] a sua novela das seis, ―Novo
Mundo‖. Aplaudida pelo público e crítica – merecidamente –, a produção teve média
final no Ibope da Grande SP de 24 pontos. Seu sucesso é medido pelos números de
audiência e também pela repercussão: foi uma novela comentada, que gerou
buchicho.
Os puristas que clamaram por fatos históricos reproduzidos ipsis litteris* esquecem
que essa nunca foi a proposta da novela. Afinal, tratava se de uma obra baseada
em fatos reais, logo a liberdade de criação estava assegurada. Sem a pretensão de
ser uma ―aula de História‖, ―Novo Mundo‖, além de entreter, despertou no público o
interesse pela História do Brasil, o que, por si só, já foi um mérito e tanto.
*ipsis litteris: tal como está escrito
b) Embora sem a pretensão de ser uma ―aula de História‖, ―Novo Mundo‖ entreteu
o público, mas despertou nele o interesse pela História do Brasil…
AUTOR – Eu sou o autor de uma mulher que inventei e a quem dei o nome de
Ângela Pralini. Eu vivia bem com ela. Mas ela começou a me inquietar e vi que eu
tinha de novo que assumir o papel de escritor para colocar Ângela em palavras
porque só então posso me comunicar com ela.
Eu escrevo à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de dia porque é quase
sempre luz alegre.
Este é um livro de não memórias. Passa-se agora mesmo, não importa quando foi
ou é ou será esse agora mesmo.
(…)
AUTOR – Vejo que Ângela não sabe como começar. Nascer é difícil. Aconselho-a a
falar mais facilmente sobre fatos? Vou ensiná-la a começar pelo meio. Ela tem que
deixar de ser tão hesitante porque senão vai ser um livro todo trêmulo, uma gota
d‘água pendurada quase a cair e quando cai divide-se em estilhaços de pequenas
gotas espalhadas. Coragem, Ângela, comece sem ligar para nada.
AUTOR – Eu sou o autor de uma mulher que inventei e a quem dei o nome de
Ângela Pralini. Eu vivia bem com ela. Mas ela começou a me inquietar e vi que eu
tinha de novo que assumir o papel de escritor para colocar Ângela em palavras
porque só então posso me comunicar com ela.
Eu escrevo à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de dia porque é quase
sempre luz alegre.
Este é um livro de não memórias. Passa-se agora mesmo, não importa quando foi
ou é ou será esse agora mesmo.
(…)
AUTOR – Vejo que Ângela não sabe como começar. Nascer é difícil. Aconselho-a a
falar mais facilmente sobre fatos? Vou ensiná-la a começar pelo meio. Ela tem que
deixar de ser tão hesitante porque senão vai ser um livro todo trêmulo, uma gota
d‘água pendurada quase a cair e quando cai divide-se em estilhaços de pequenas
gotas espalhadas. Coragem, Ângela, comece sem ligar para nada.
AUTOR – Eu sou o autor de uma mulher que inventei e a quem dei o nome de
Ângela Pralini. Eu vivia bem com ela. Mas ela começou a me inquietar e vi que eu
tinha de novo que assumir o papel de escritor para colocar Ângela em palavras
porque só então posso me comunicar com ela.
Eu escrevo à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de dia porque é quase
sempre luz alegre.
Este é um livro de não memórias. Passa-se agora mesmo, não importa quando foi
ou é ou será esse agora mesmo.
(…)
AUTOR – Vejo que Ângela não sabe como começar. Nascer é difícil. Aconselho-a a
falar mais facilmente sobre fatos? Vou ensiná-la a começar pelo meio. Ela tem que
deixar de ser tão hesitante porque senão vai ser um livro todo trêmulo, uma gota
d‘água pendurada quase a cair e quando cai divide-se em estilhaços de pequenas
gotas espalhadas. Coragem, Ângela, comece sem ligar para nada.
a) para dar ênfase à situação do autor, e nela falta o acento indicativo da crase.
AUTOR – Eu sou o autor de uma mulher que inventei e a quem dei o nome de
Ângela Pralini. Eu vivia bem com ela. Mas ela começou a me inquietar e vi que eu
tinha de novo que assumir o papel de escritor para colocar Ângela em palavras
porque só então posso me comunicar com ela.
Eu escrevo à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de dia porque é quase
sempre luz alegre.
Este é um livro de não memórias. Passa-se agora mesmo, não importa quando foi
ou é ou será esse agora mesmo.
(…)
AUTOR – Vejo que Ângela não sabe como começar. Nascer é difícil. Aconselho-a a
falar mais facilmente sobre fatos? Vou ensiná-la a começar pelo meio. Ela tem que
deixar de ser tão hesitante porque senão vai ser um livro todo trêmulo, uma gota
d‘água pendurada quase a cair e quando cai divide-se em estilhaços de pequenas
gotas espalhadas. Coragem, Ângela, comece sem ligar para nada.
d) os sentidos se dispersem.
Faz três semanas que o secretário-geral da OEA espera que o Conselho Permanente
da entidade se reúna para adotar uma posição mais dura em relação à crise na
Venezuela. Cabe ao diplomata brasileiro a tarefa de convocar os representantes dos
34 países-membros. Não se sabe se por alguma orientação do Itamaraty, mas o
fato é que até agora o embaixador segue na dele.
Com a frase final do texto – … até agora o embaixador segue na dele. –, o autor
e) comenta, com euforia, a dinâmica com que o diplomata brasileiro avalia a crise
na Venezuela.
1590) Concurso: Alun Of/PM SP/2017 Banca: VUNESP
– Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os mesmos ou outros – mas a
menina dos rouxinóis foi-se e não voltou.
– A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois deveras tem uma história
aquela janela?
– Vamos a ele. A menina dos rouxinóis, menina com olhos verdes! Deve ser
interessantíssimo. Vamos à história já.
Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros de
viagem. Apeamo-nos, com efeito; sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos
rouxinóis como ela se contou.
É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo de entrar nele porque
dizem as damas e os elegantes da nossa terra que o português não é bom para
isto, que em francês que há outro não sei quê…
Eu creio que as damas que estão mal informadas, e sei que os elegantes que são
uns tolos; mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas
poesia ou romance, música ou drama de que as mulheres não gostem é porque não
presta.
Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos: o que eu vou contar não é
um romance, não tem aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes
raros; é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.
– Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os mesmos ou outros – mas a
menina dos rouxinóis foi-se e não voltou.
– A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois deveras tem uma história
aquela janela?
– Vamos a ele. A menina dos rouxinóis, menina com olhos verdes! Deve ser
interessantíssimo. Vamos à história já.
Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros de
viagem. Apeamo-nos, com efeito; sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos
rouxinóis como ela se contou.
É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo de entrar nele porque
dizem as damas e os elegantes da nossa terra que o português não é bom para
isto, que em francês que há outro não sei quê…
Eu creio que as damas que estão mal informadas, e sei que os elegantes que são
uns tolos; mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas
poesia ou romance, música ou drama de que as mulheres não gostem é porque não
presta.
Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos: o que eu vou contar não é
um romance, não tem aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes
raros; é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.
a) uma advertência de que sua narrativa fugirá dos padrões vigentes, ideia
sintetizada na frase ―é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem
pretensão‖.
b) uma interação controlada para expor a história a ser narrada sem ―situações e
incidentes raros‖, mas ainda assim nos moldes dos franceses, nos quais ―há outro
não sei quê‖.
c) uma crítica às suas leitoras, ao afirmar que se trata de ―damas que estão mal
informadas‖, por isso propõe a elas ―uma história simples e singela‖.
– Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os mesmos ou outros – mas a
menina dos rouxinóis foi-se e não voltou.
– A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois deveras tem uma história
aquela janela?
Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros de
viagem. Apeamo-nos, com efeito; sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos
rouxinóis como ela se contou.
É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo de entrar nele porque
dizem as damas e os elegantes da nossa terra que o português não é bom para
isto, que em francês que há outro não sei quê…
Eu creio que as damas que estão mal informadas, e sei que os elegantes que são
uns tolos; mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas
poesia ou romance, música ou drama de que as mulheres não gostem é porque não
presta.
Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos: o que eu vou contar não é
um romance, não tem aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes
raros; é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.
b) Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros
de viagem.
e) … mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu…
1593) Concurso: Alun Of/PM SP/2017 Banca: VUNESP
– Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os mesmos ou outros – mas a
menina dos rouxinóis foi-se e não voltou.
– A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois deveras tem uma história
aquela janela?
– Vamos a ele. A menina dos rouxinóis, menina com olhos verdes! Deve ser
interessantíssimo. Vamos à história já.
Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros de
viagem. Apeamo-nos, com efeito; sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos
rouxinóis como ela se contou.
É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo de entrar nele porque
dizem as damas e os elegantes da nossa terra que o português não é bom para
isto, que em francês que há outro não sei quê…
Eu creio que as damas que estão mal informadas, e sei que os elegantes que são
uns tolos; mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas
poesia ou romance, música ou drama de que as mulheres não gostem é porque não
presta.
Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos: o que eu vou contar não é
um romance, não tem aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes
raros; é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.
• Discordo ________ certas damas e certos tolos, que preferem ________ para se
contar uma história.
Duração
Duração
Prólogo
Minha prima. – Gostou da minha história, e pede-me um romance; acha que posso
fazer alguma coisa neste ramo de literatura.
Esta pode errar, pode exagerar-se; o coração é sempre verdadeiro, não diz senão o
que sentiu; e o sentimento, qualquer que ele seja, tem a sua beleza.
Estava abandonado e quase todo estragado pela umidade e pelo cupim, esse roedor
eterno, que antes do dilúvio já se havia agarrado à arca de Noé, e pôde assim
escapar ao cataclisma.
Previno-lhe que encontrará cenas que não são comuns atualmente, não as condene
à primeira leitura, antes de ver as outras que as explicam.
a) ser o relato de cenas que ocorreram quando Cabral chegou ao Brasil com sua
esquadra, travando um primeiro contato com os nativos.
Prólogo
Minha prima. – Gostou da minha história, e pede-me um romance; acha que posso
fazer alguma coisa neste ramo de literatura.
Esta pode errar, pode exagerar-se; o coração é sempre verdadeiro, não diz senão o
que sentiu; e o sentimento, qualquer que ele seja, tem a sua beleza.
Estava abandonado e quase todo estragado pela umidade e pelo cupim, esse roedor
eterno, que antes do dilúvio já se havia agarrado à arca de Noé, e pôde assim
escapar ao cataclisma.
Previno-lhe que encontrará cenas que não são comuns atualmente, não as condene
à primeira leitura, antes de ver as outras que as explicam.
Envio-lhe a primeira parte do meu manuscrito, que eu e Carlota temos decifrado
nos longos serões das nossas noites de inverno, em que escurece aqui às cinco
horas.
O pastor moribundo
Cantiga de viola
A existência dolorida
Cansa em meu peito: eu bem sei
Que morrerei!
Contudo da minha vida
Podia alentar-se a flor
No teu amor!
a) didatismo.
b) objetivismo.
c) pessimismo.
d) bucolismo.
e) sentimentalismo.
O pastor moribundo
Cantiga de viola
A existência dolorida
Cansa em meu peito: eu bem sei
Que morrerei!
Contudo da minha vida
Podia alentar-se a flor
No teu amor!
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e
sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do
terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para
horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas
abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas
eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas
tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um
prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-
rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que
davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam
quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram
honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das
transações.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do
teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando
o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.
d) do qual se juntava
e) ao qual se adicionava
1600) Concurso: Ass GE/Pref GRU/2016 Banca: VUNESP
b) criatividade, pois ele apresenta uma justificativa inédita para persuadir o pai.
c) negligência, pois ele é repreendido pela professora por não realizar os deveres
de casa.
Considere a frase.
a) Existe … põe … às
b) Existe … põem … as
c) Existem … põe … as
d) Existem … põem … às
e) Existem … põem … as
1602) Concurso: Ass GE/Pref GRU/2016 Banca: VUNESP
Os dois textos
a) apresentam orientações, já que o objetivo é auxiliar pais que desejam que seus
filhos saibam usar o dinheiro com responsabilidade.
e) fazem referência às escolas, uma vez que indicam que elas deveriam incluir
noções de economia na grade de conteúdos.
1603) Concurso: Ass GE/Pref GRU/2016 Banca: VUNESP
e) Alguns jovens dedicariam-se a usar bem a própria mesada, se não tivessem pais
que atendem a todas as suas vontades.
1604) Concurso: Of Leg/CM Poá (SP)/2016 Banca: VUNESP
Poucas coisas na vida são mais inúteis do que torcer por um time de futebol. Veja
bem, gostar de futebol é uma coisa, mas torcer por um clube é completamente
outra. Não serve pra absolutamente nada, com frequência te deixa mais triste do
que feliz, não modifica sua vida em absoluto, só atrapalha os seus afazeres, mas,
mesmo assim, quando o Vasco joga, eu fico nervoso, quero saber do resultado
minuto a minuto, fico irritado com o time.
Se perde, eu fico chateado, estraga uma boa parte do meu dia e do meu dia
seguinte, e, se ganha, quinze minutos depois a minha felicidade se esvaiu e eu já
voltei à minha rotina normal. Não tem lógica nenhuma torcer que nem um imbecil
por um time de futebol.
Isso me dói, porque eu não consigo controlar o que eu sinto. É uma perda de
tempo na minha vida que não se explica. Eu sou uma espécie de obeso mórbido
que não consegue parar de comer bacon. É de uma irracionalidade completa. E o
pior é que a gente nasce sem time nenhum. A gente é que escolhe ser idiota.
Eu tive a opção de ser livre, mas eu me prendi a um sentimento que não me deixa
descansar. Porque não acaba nunca. Todo ano é um sofrimento. Porque só um time
pode ser campeão. Um! Ou seja, por ano, dezenove times da série A do Brasileirão
têm seus torcedores deprimidos. E no ano seguinte, é a mesma coisa!
Poucas coisas na vida são mais inúteis do que torcer por um time de futebol. Veja
bem, gostar de futebol é uma coisa, mas torcer por um clube é completamente
outra. Não serve pra absolutamente nada, com frequência te deixa mais triste do
que feliz, não modifica sua vida em absoluto, só atrapalha os seus afazeres, mas,
mesmo assim, quando o Vasco joga, eu fico nervoso, quero saber do resultado
minuto a minuto, fico irritado com o time.
Se perde, eu fico chateado, estraga uma boa parte do meu dia e do meu dia
seguinte, e, se ganha, quinze minutos depois a minha felicidade se esvaiu e eu já
voltei à minha rotina normal. Não tem lógica nenhuma torcer que nem um imbecil
por um time de futebol.
Isso me dói, porque eu não consigo controlar o que eu sinto. É uma perda de
tempo na minha vida que não se explica. Eu sou uma espécie de obeso mórbido
que não consegue parar de comer bacon. É de uma irracionalidade completa. E o
pior é que a gente nasce sem time nenhum. A gente é que escolhe ser idiota.
Eu tive a opção de ser livre, mas eu me prendi a um sentimento que não me deixa
descansar. Porque não acaba nunca. Todo ano é um sofrimento. Porque só um time
pode ser campeão. Um! Ou seja, por ano, dezenove times da série A do Brasileirão
têm seus torcedores deprimidos. E no ano seguinte, é a mesma coisa!
d) descreve sua paixão pelo time de sua preferência como uma obsessão, que tem
a vantagem de incorporar- se a sua rotina.
e) expressa ser indiferente aos sucessos e insucessos do time por que torce,
evitando envolver-se emocionalmente com resultados.
1606) Concurso: Of Leg/CM Poá (SP)/2016 Banca: VUNESP
Poucas coisas na vida são mais inúteis do que torcer por um time de futebol. Veja
bem, gostar de futebol é uma coisa, mas torcer por um clube é completamente
outra. Não serve pra absolutamente nada, com frequência te deixa mais triste do
que feliz, não modifica sua vida em absoluto, só atrapalha os seus afazeres, mas,
mesmo assim, quando o Vasco joga, eu fico nervoso, quero saber do resultado
minuto a minuto, fico irritado com o time.
Se perde, eu fico chateado, estraga uma boa parte do meu dia e do meu dia
seguinte, e, se ganha, quinze minutos depois a minha felicidade se esvaiu e eu já
voltei à minha rotina normal. Não tem lógica nenhuma torcer que nem um imbecil
por um time de futebol.
Isso me dói, porque eu não consigo controlar o que eu sinto. É uma perda de
tempo na minha vida que não se explica. Eu sou uma espécie de obeso mórbido
que não consegue parar de comer bacon. É de uma irracionalidade completa. E o
pior é que a gente nasce sem time nenhum. A gente é que escolhe ser idiota.
Eu tive a opção de ser livre, mas eu me prendi a um sentimento que não me deixa
descansar. Porque não acaba nunca. Todo ano é um sofrimento. Porque só um time
pode ser campeão. Um! Ou seja, por ano, dezenove times da série A do Brasileirão
têm seus torcedores deprimidos. E no ano seguinte, é a mesma coisa!
b) ... só atrapalha os seus afazeres, mas mesmo assim, quando o Vasco joga, eu
fico nervoso...
c) ... com frequência te deixa mais triste do que feliz, não modifica sua vida em
absoluto...
Com base nas informações do texto, é correto afirmar que o cão entende ser
sarcástica a pessoa que
a) demonstra apatia.
b) declara admiração.
c) se mostra agressiva.
e) esconde sentimentos.
1608) Concurso: Of Leg/CM Poá (SP)/2016 Banca: VUNESP
a) mediante / exceto.
b) diante de / ao menos.
e) conforme / salvo.
1610) Concurso: Of Leg/CM Poá (SP)/2016 Banca: VUNESP
a) nu e despido.
b) ferozes e cruéis.
c) permissão e proibição.
d) arde e queima.
e) assentou e instalou.
1611) Concurso: AgSP/Pref Pres Prudente/2016 Banca: VUNESP
b) satisfeito de ter-no.
c) satisfeito de ter-lhe.
d) satisfeito de tê-lo.
e) satisfeito de ter-o.
1612) Concurso: AgSP/Pref Pres Prudente/2016 Banca: VUNESP
Nos versos – Hoje não deslizo mais não, não sou irônico mais não, não tenho
ritmo mais não. –, a repetição do termo destacado
a) anula a negação.
c) reforça a negação.
d) causa ambiguidade.
e) elimina a ambiguidade.
1613) Concurso: AgSP/Pref Pres Prudente/2016 Banca: VUNESP
(www.willtirando.com.br)
(www.willtirando.com.br)
(www.willtirando.com.br)
A charge critica
a) o uso, fora de hora, das mídias sociais pelos alunos nas escolas.
Logo, uma definição excludente como a do Estatuto da Família pode trazer uma
série de prejuízos para as crianças e os jovens que pertencem a núcleos familiares
formados por outras composições. Na escola, a discussão das famílias
contemporâneas deve, sim, adentrar a sala de aula. A escola precisa construir com
as crianças e os adolescentes uma postura de respeito, de inclusão. ―Conviver com
as diferenças, aprender com as diferenças, parece-me ser fundamental para uma
cultura de paz. E a escola é uma instituição social extremamente responsável por
essa formação cidadã‖, afirma Maria Ignez.
Logo, uma definição excludente como a do Estatuto da Família pode trazer uma
série de prejuízos para as crianças e os jovens que pertencem a núcleos familiares
formados por outras composições. Na escola, a discussão das famílias
contemporâneas deve, sim, adentrar a sala de aula. A escola precisa construir com
as crianças e os adolescentes uma postura de respeito, de inclusão. ―Conviver com
as diferenças, aprender com as diferenças, parece-me ser fundamental para uma
cultura de paz. E a escola é uma instituição social extremamente responsável por
essa formação cidadã‖, afirma Maria Ignez.
Logo, uma definição excludente como a do Estatuto da Família pode trazer uma
série de prejuízos para as crianças e os jovens que pertencem a núcleos familiares
formados por outras composições. Na escola, a discussão das famílias
contemporâneas deve, sim, adentrar a sala de aula. A escola precisa construir com
as crianças e os adolescentes uma postura de respeito, de inclusão. ―Conviver com
as diferenças, aprender com as diferenças, parece-me ser fundamental para uma
cultura de paz. E a escola é uma instituição social extremamente responsável por
essa formação cidadã‖, afirma Maria Ignez.
a) ideal é aquela formada a partir da união entre um homem e uma mulher, por
meio de casamento ou de união estável.
b) não pode ser resumida a uma única configuração, já que a entidade familiar
sofreu mudanças ao longo do tempo.
c) é aquela composta pelo pai, pela mãe, pelos filhos do casal e seu animal de
estimação, como imagina a população.
e) que deve ser ensinada na escola é aquela definida pelo Estatuto da Família,
postura fundamental para uma cultura de paz.
1622) Concurso: Prof/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
Logo, uma definição excludente como a do Estatuto da Família pode trazer uma
série de prejuízos para as crianças e os jovens que pertencem a núcleos familiares
formados por outras composições. Na escola, a discussão das famílias
contemporâneas deve, sim, adentrar a sala de aula. A escola precisa construir com
as crianças e os adolescentes uma postura de respeito, de inclusão. ―Conviver com
as diferenças, aprender com as diferenças, parece-me ser fundamental para uma
cultura de paz. E a escola é uma instituição social extremamente responsável por
essa formação cidadã‖, afirma Maria Ignez.
a) realista.
b) inclusiva.
c) apropriada.
d) abrangente.
e) segregadora.
1623) Concurso: Prof/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
Logo, uma definição excludente como a do Estatuto da Família pode trazer uma
série de prejuízos para as crianças e os jovens que pertencem a núcleos familiares
formados por outras composições. Na escola, a discussão das famílias
contemporâneas deve, sim, adentrar a sala de aula. A escola precisa construir com
as crianças e os adolescentes uma postura de respeito, de inclusão. ―Conviver com
as diferenças, aprender com as diferenças, parece-me ser fundamental para uma
cultura de paz. E a escola é uma instituição social extremamente responsável por
essa formação cidadã‖, afirma Maria Ignez.
Com o dedo sujo da canetinha azul (a mãe bem avisou que era pra lavar as mãos),
ele esfrega o mel na fatia e leva à boca.
Aguardo sua reação como quem aguarda um referendo. Com a boca já melada, ele
morde o dedo, me olha, olha para a garrafa, já recomposta em seu volume.
Morde mais um pedaço e pede mais, e eu fico em dúvida se abro de novo a garrafa
de mel ou se faço uma foto desse pequeno passo para a humanidade e grande salto
para o pai que descobre os prazeres da transmissão de um legado.
Penso se algum dia, daqui a 30 anos, ele vai se lembrar do dia em que seu pai o
levou para conhecer o mel ou as pedras de gelo. Lembrará que estávamos sozinhos
em casa, a mãe já no trabalho.
Enquanto ele mastigava, me sentia num ponto equidistante entre este nosso tempo
e o de meu pai, que hoje completa 60 anos. Há 30 anos ele provavelmente se
exasperava vendo o filho experimentar tudo pela primeira vez – provavelmente
com a mesma ansiedade de se ver, de certa forma, continuado em seus gostos e
hábitos.
Silenciosamente vou listando tudo o que gostaria de dizer no aniversário dele até
ser interrompido por meu filho de quase três anos, que acaba de pegar um pacote
de batata palha e cobrir a cachorra de farelo. Olho feio e berro alto. Ele se esconde.
―Você tem medo, mas não tem vergonha nessa sua cara de pau, né?‖. Ele segura o
riso e eu me recomponho, tentando lembrar o dia exato em que virei o meu pai.
Com o dedo sujo da canetinha azul (a mãe bem avisou que era pra lavar as mãos),
ele esfrega o mel na fatia e leva à boca.
Aguardo sua reação como quem aguarda um referendo. Com a boca já melada, ele
morde o dedo, me olha, olha para a garrafa, já recomposta em seu volume.
Morde mais um pedaço e pede mais, e eu fico em dúvida se abro de novo a garrafa
de mel ou se faço uma foto desse pequeno passo para a humanidade e grande salto
para o pai que descobre os prazeres da transmissão de um legado.
Penso se algum dia, daqui a 30 anos, ele vai se lembrar do dia em que seu pai o
levou para conhecer o mel ou as pedras de gelo. Lembrará que estávamos sozinhos
em casa, a mãe já no trabalho.
Enquanto ele mastigava, me sentia num ponto equidistante entre este nosso tempo
e o de meu pai, que hoje completa 60 anos. Há 30 anos ele provavelmente se
exasperava vendo o filho experimentar tudo pela primeira vez – provavelmente
com a mesma ansiedade de se ver, de certa forma, continuado em seus gostos e
hábitos.
Silenciosamente vou listando tudo o que gostaria de dizer no aniversário dele até
ser interrompido por meu filho de quase três anos, que acaba de pegar um pacote
de batata palha e cobrir a cachorra de farelo. Olho feio e berro alto. Ele se esconde.
―Você tem medo, mas não tem vergonha nessa sua cara de pau, né?‖. Ele segura o
riso e eu me recomponho, tentando lembrar o dia exato em que virei o meu pai.
Com o dedo sujo da canetinha azul (a mãe bem avisou que era pra lavar as mãos),
ele esfrega o mel na fatia e leva à boca.
Aguardo sua reação como quem aguarda um referendo. Com a boca já melada, ele
morde o dedo, me olha, olha para a garrafa, já recomposta em seu volume.
Morde mais um pedaço e pede mais, e eu fico em dúvida se abro de novo a garrafa
de mel ou se faço uma foto desse pequeno passo para a humanidade e grande salto
para o pai que descobre os prazeres da transmissão de um legado.
Penso se algum dia, daqui a 30 anos, ele vai se lembrar do dia em que seu pai o
levou para conhecer o mel ou as pedras de gelo. Lembrará que estávamos sozinhos
em casa, a mãe já no trabalho.
Enquanto ele mastigava, me sentia num ponto equidistante entre este nosso
tempo e o de meu pai, que hoje completa 60 anos. Há 30 anos ele provavelmente
se exasperava vendo o filho experimentar tudo pela primeira vez – provavelmente
com a mesma ansiedade de se ver, de certa forma, continuado em seus gostos e
hábitos.
Silenciosamente vou listando tudo o que gostaria de dizer no aniversário dele até
ser interrompido por meu filho de quase três anos, que acaba de pegar um pacote
de batata palha e cobrir a cachorra de farelo. Olho feio e berro alto. Ele se esconde.
―Você tem medo, mas não tem vergonha nessa sua cara de pau, né?‖. Ele segura o
riso e eu me recomponho, tentando lembrar o dia exato em que virei o meu pai.
a) viver com seu filho uma experiência positiva, que ele próprio não pôde
experimentar com seu pai.
b) ter sido apresentado ao mel tardiamente, quando tinha a mesma idade de seu
filho, ou seja, três anos.
c) estar vivenciando, com seu filho, uma experiência semelhante à que seu pai
teve com ele trinta anos antes.
d) ter deixado seu pai muitas vezes preocupado por ver o filho se recusar a seguir
os seus conselhos.
e) dar a seu filho muito afeto e liberdade, enquanto lembra que seu pai era rude e
autoritário com ele.
Com o dedo sujo da canetinha azul (a mãe bem avisou que era pra lavar as mãos),
ele esfrega o mel na fatia e leva à boca.
Aguardo sua reação como quem aguarda um referendo. Com a boca já melada, ele
morde o dedo, me olha, olha para a garrafa, já recomposta em seu volume.
Morde mais um pedaço e pede mais, e eu fico em dúvida se abro de novo a garrafa
de mel ou se faço uma foto desse pequeno passo para a humanidade e grande salto
para o pai que descobre os prazeres da transmissão de um legado.
Penso se algum dia, daqui a 30 anos, ele vai se lembrar do dia em que seu pai o
levou para conhecer o mel ou as pedras de gelo. Lembrará que estávamos sozinhos
em casa, a mãe já no trabalho.
Enquanto ele mastigava, me sentia num ponto equidistante entre este nosso tempo
e o de meu pai, que hoje completa 60 anos. Há 30 anos ele provavelmente se
exasperava vendo o filho experimentar tudo pela primeira vez – provavelmente
com a mesma ansiedade de se ver, de certa forma, continuado em seus gostos e
hábitos.
Silenciosamente vou listando tudo o que gostaria de dizer no aniversário dele até
ser interrompido por meu filho de quase três anos, que acaba de pegar um pacote
de batata palha e cobrir a cachorra de farelo. Olho feio e berro alto. Ele se esconde.
―Você tem medo, mas não tem vergonha nessa sua cara de pau, né?‖. Ele segura o
riso e eu me recomponho, tentando lembrar o dia exato em que virei o meu pai.
No trecho do sexto parágrafo – Penso se algum dia, daqui a 30 anos, ele vai se
lembrar do dia em que seu pai o levou para conhecer o mel ou as pedras de gelo –,
a expressão destacada pode ser corretamente substituída, em conformidade com a
norma-padrão da língua portuguesa e com o sentido original preservado, por:
d) se decorreram 30 anos.
e) há 30 anos.
c) a falha não deve ser vivenciada em situações reais, mas sim em fictícias.
No trecho – Ou seja, ser sempre popular, só tirar notas boas e nunca sofrer na
escola não ajuda o aluno a crescer de verdade –, o fragmento destacado pode
ser corretamente substituído, sem alteração de sentido, por:
Se deixada livre, criança comerá algo de que gosta até passar mal
Está bem difícil para nós, adultos, ter nossa boca sob controle. Justo nós, que
deveríamos ter bem desenvolvido – e usar sempre – o mecanismo de
autorregulação, ou seja, a capacidade de conter um forte impulso, seja ele qual for.
E as crianças, o que têm aprendido conosco?
Nos primeiros cinco anos de vida das crianças, percebemos com clareza que elas
não conseguem, ainda, resistir a um impulso, e este nem precisa ser dos mais
fortes. É por isso que elas fazem birra, batem, mordem, fazem o que sabem que
não poderiam fazer, por exemplo. É aos poucos que a criança aprende a conter
impulsos que são socialmente inadequados ou que a prejudicam.
A criança não é capaz de sentir que está saciada, por exemplo. Se ela gosta de
comer um alimento e for deixada livre para comer a quantidade que quiser, comerá
até passar mal.
As crianças têm percebido que não tem sido importante, para nós, o ensinamento
do autocontrole. Aliás, elas percebem com muita sagacidade que nós mesmos não
nos importamos em usar essa capacidade. E, se nós não a usamos cotidianamente,
por que haveriam elas de usar?
Para ensinar o autocontrole aos filhos é preciso esforço, muito esforço pessoal. E
parece que esforçar-se é algo que sabemos fazer bem na busca do êxito e do
sucesso. Será que gastamos todo nosso potencial nesses itens e ficamos zerados
para o esforço e a paciência necessários para tal ensinamento aos mais novos? Aí
está uma pergunta que merece nossa reflexão!
Se deixada livre, criança comerá algo de que gosta até passar mal
Está bem difícil para nós, adultos, ter nossa boca sob controle. Justo nós, que
deveríamos ter bem desenvolvido – e usar sempre – o mecanismo de
autorregulação, ou seja, a capacidade de conter um forte impulso, seja ele qual for.
E as crianças, o que têm aprendido conosco?
Nos primeiros cinco anos de vida das crianças, percebemos com clareza que elas
não conseguem, ainda, resistir a um impulso, e este nem precisa ser dos mais
fortes. É por isso que elas fazem birra, batem, mordem, fazem o que sabem que
não poderiam fazer, por exemplo. É aos poucos que a criança aprende a conter
impulsos que são socialmente inadequados ou que a prejudicam.
A criança não é capaz de sentir que está saciada, por exemplo. Se ela gosta de
comer um alimento e for deixada livre para comer a quantidade que quiser, comerá
até passar mal.
As crianças têm percebido que não tem sido importante, para nós, o ensinamento
do autocontrole. Aliás, elas percebem com muita sagacidade que nós mesmos não
nos importamos em usar essa capacidade. E, se nós não a usamos cotidianamente,
por que haveriam elas de usar?
Para ensinar o autocontrole aos filhos é preciso esforço, muito esforço pessoal. E
parece que esforçar-se é algo que sabemos fazer bem na busca do êxito e do
sucesso. Será que gastamos todo nosso potencial nesses itens e ficamos zerados
para o esforço e a paciência necessários para tal ensinamento aos mais novos? Aí
está uma pergunta que merece nossa reflexão!
Na opinião da autora,
a) a busca do sucesso não tem sido uma preocupação dos adultos atualmente.
Se deixada livre, criança comerá algo de que gosta até passar mal
Está bem difícil para nós, adultos, ter nossa boca sob controle. Justo nós, que
deveríamos ter bem desenvolvido – e usar sempre – o mecanismo de
autorregulação, ou seja, a capacidade de conter um forte impulso, seja ele qual for.
E as crianças, o que têm aprendido conosco?
Nos primeiros cinco anos de vida das crianças, percebemos com clareza que elas
não conseguem, ainda, resistir a um impulso, e este nem precisa ser dos mais
fortes. É por isso que elas fazem birra, batem, mordem, fazem o que sabem que
não poderiam fazer, por exemplo. É aos poucos que a criança aprende a conter
impulsos que são socialmente inadequados ou que a prejudicam.
A criança não é capaz de sentir que está saciada, por exemplo. Se ela gosta de
comer um alimento e for deixada livre para comer a quantidade que quiser, comerá
até passar mal.
As crianças têm percebido que não tem sido importante, para nós, o ensinamento
do autocontrole. Aliás, elas percebem com muita sagacidade que nós mesmos não
nos importamos em usar essa capacidade. E, se nós não a usamos cotidianamente,
por que haveriam elas de usar?
Para ensinar o autocontrole aos filhos é preciso esforço, muito esforço pessoal. E
parece que esforçar-se é algo que sabemos fazer bem na busca do êxito e do
sucesso. Será que gastamos todo nosso potencial nesses itens e ficamos zerados
para o esforço e a paciência necessários para tal ensinamento aos mais novos? Aí
está uma pergunta que merece nossa reflexão!
a) prazer, satisfação.
b) hesitação, nervosismo.
c) melancolia, tristeza.
d) desgosto, reprovação.
e) inteligência, perspicácia.
1634) Concurso: Sec Esc/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
Se deixada livre, criança comerá algo de que gosta até passar mal
Está bem difícil para nós, adultos, ter nossa boca sob controle. Justo nós, que
deveríamos ter bem desenvolvido – e usar sempre – o mecanismo de
autorregulação, ou seja, a capacidade de conter um forte impulso, seja ele qual for.
E as crianças, o que têm aprendido conosco?
Nos primeiros cinco anos de vida das crianças, percebemos com clareza que elas
não conseguem, ainda, resistir a um impulso, e este nem precisa ser dos mais
fortes. É por isso que elas fazem birra, batem, mordem, fazem o que sabem que
não poderiam fazer, por exemplo. É aos poucos que a criança aprende a conter
impulsos que são socialmente inadequados ou que a prejudicam.
A criança não é capaz de sentir que está saciada, por exemplo. Se ela gosta de
comer um alimento e for deixada livre para comer a quantidade que quiser, comerá
até passar mal.
As crianças têm percebido que não tem sido importante, para nós, o ensinamento
do autocontrole. Aliás, elas percebem com muita sagacidade que nós mesmos não
nos importamos em usar essa capacidade. E, se nós não a usamos cotidianamente,
por que haveriam elas de usar?
Para ensinar o autocontrole aos filhos é preciso esforço, muito esforço pessoal. E
parece que esforçar-se é algo que sabemos fazer bem na busca do êxito e do
sucesso. Será que gastamos todo nosso potencial nesses itens e ficamos zerados
para o esforço e a paciência necessários para tal ensinamento aos mais novos? Aí
está uma pergunta que merece nossa reflexão!
a) autocontrole e esforço.
b) êxito e sucesso.
c) potencial e paciência.
e) ensinamento e reflexão.
1635) Concurso: Sec Esc/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
c) ajudar-lhes a desenvolver-nos.
d) ajudá-las a desenvolvê-los.
e) ajudar-las a desenvolver-lhes.
Nas escolas as crianças são submetidas ao ―jugo‖ dos saberes: programas. ―Jugo‖ é
canga. Fala-se, mesmo, em ―grade‖ curricular – coisa de prisão. A educação segue
o caminho inverso: começa não com os programas, mas com a criança que vive
seu momento presente. Saberes que permanecem não são impostos. Eles crescem
da vida.
Nas escolas as crianças são submetidas ao ―jugo‖ dos saberes: programas. ―Jugo‖ é
canga. Fala-se, mesmo, em ―grade‖ curricular – coisa de prisão. A educação segue
o caminho inverso: começa não com os programas, mas com a criança que vive
seu momento presente. Saberes que permanecem não são impostos. Eles crescem
da vida.
a) por mais que estude didática e psicologia da educação, o autor não consegue se
lembrar do que esses livros ensinam.
c) o professor ideal é aquele brincalhão, que conta piadas e diverte a turma, desde
que ensine todo o conteúdo da grade curricular.
Nas escolas as crianças são submetidas ao ―jugo‖ dos saberes: programas. ―Jugo‖ é
canga. Fala-se, mesmo, em ―grade‖ curricular – coisa de prisão. A educação segue
o caminho inverso: começa não com os programas, mas com a criança que vive
seu momento presente. Saberes que permanecem não são impostos. Eles crescem
da vida.
c) ―... uma carga que se carrega sem saber sua utilidade...‖ (2º parágrafo).
e) ―... aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra.‖ (3º parágrafo).
Se eu fosse um padre
a) não falaria em Deus, apenas nos pecados, nos anjos rebelados e em suas
seduções.
b) citaria anjos, profetas e suas celestiais promessas, pois estas levam a Deus.
c) falaria sobre os poetas e rezaria em forma de versos que ele mesmo criaria.
d) rezaria poemas, por entender que a beleza da poesia também conduz a Deus.
Se eu fosse um padre
a) possibilidade.
b) convicção.
c) medo.
d) repulsa.
e) desejo.
Tecnologia
Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a
gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele
nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre
o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo
que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou
precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você.
Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige.
[...]
Outra coisa: ele é mais inteligente. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão
inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas
relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que
ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro
igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que
você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só
aguentava você. Ele sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que
sabe. [...]
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas
dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está
desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos
com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É
outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante.
Tecnologia
Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a
gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele
nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre
o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo
que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou
precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você.
Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige.
[...]
Outra coisa: ele é mais inteligente. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão
inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas
relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que
ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro
igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que
você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só
aguentava você. Ele sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que
sabe. [...]
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas
dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está
desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos
com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É
outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante.
No primeiro parágrafo do texto – A máquina de escrever faz tudo que você manda,
mesmo que seja a tapa. –, a expressão destacada quer dizer
a) com sabedoria.
b) sem necessidade.
c) por decisão.
d) à força.
e) com confiança.
1644) Concurso: Ag/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
Agatha Christie lia 200 livros por ano, enquanto o fundador do Facebook, Mark
Zuckerberg, termina um a cada duas semanas. O ex-presidente dos Estados Unidos
Theodore Roosevelt lia um livro por dia e até dois ou três, se tinha uma noite mais
tranquila. Mas como as pessoas em geral podem conseguir fazer isso? [...]
A jornalista e ―treinadora‖ literária Glynis Kozma aconselha os leitores a tirarem
alguns minutos de cada um dos seus compromissos para ler.
―Em vez de pensar que o que você precisa é sentar-se e ler durante uma hora,
tente utilizar pequenas quantidades de tempo‖, diz.
(Hannah Sander. BBC News. Disponível em www.bbc.com/portuguese/
noticias/2016/01/160116_superleitores_hs_cc. 17.01.2016. Adaptado)
Trata-se do projeto Shakespeare Lives, que pretende atingir meio bilhão de pessoas
no mundo e terá dois momentos especiais no Brasil. Durante a Festa Literária
Internacional de Paraty, de 29/6 a 3/7, uma casa será montada no centro histórico
para lembrar o autor. Ainda não foram confirmados debates na programação oficial.
Fora isso, ele será celebrado no British House, no Rio, durante a Olimpíada.
Trata-se do projeto Shakespeare Lives, que pretende atingir meio bilhão de pessoas
no mundo e terá dois momentos especiais no Brasil. Durante a Festa Literária
Internacional de Paraty, de 29/6 a 3/7, uma casa será montada no centro histórico
para lembrar o autor. Ainda não foram confirmados debates na programação oficial.
Fora isso, ele será celebrado no British House, no Rio, durante a Olimpíada.
(Salvador Nogueira. Rússia vai instalar telescópio no Brasil para monitorar lixo espacial. Folha de
S.Paulo. 30.03.2016. Adaptado)
Leia a charge.
Sem alteração do sentido, a forma verbal fantasio, na fala do menino, pode ser
substituída por
a) acredito.
b) busco.
c) entendo.
d) reflito.
e) imagino.
Para se ter uma boa saúde é necessário cuidar do corpo, da mente, bem como do
ambiente em que se mora e se trabalha. Nesses cuidados, podemos incluir os bons
hábitos de higiene.
A higiene física é o cuidado com o nosso corpo. O corpo precisa ser mantido limpo,
pois nossa saúde também depende disso, além de causar uma boa impressão para
as outras pessoas. Também faz parte da higiene física o cuidado com nossa
alimentação, comer alimentos frescos e bem limpos, mastigar bem os alimentos,
etc. Além disso, nosso corpo precisa descansar por um período de 6 a 8 horas e
fazer exercícios físicos para se manter saudável.
De acordo com o texto, para a nossa boa saúde é preciso cuidar também
a) da educação escolar.
b) do ambiente de trabalho.
c) do tipo de transporte que usamos diariamente.
d) do salário que recebemos pelo nosso trabalho.
Para se ter uma boa saúde é necessário cuidar do corpo, da mente, bem como do
ambiente em que se mora e se trabalha. Nesses cuidados, podemos incluir os bons
hábitos de higiene.
A higiene física é o cuidado com o nosso corpo. O corpo precisa ser mantido limpo,
pois nossa saúde também depende disso, além de causar uma boa impressão para
as outras pessoas. Também faz parte da higiene física o cuidado com nossa
alimentação, comer alimentos frescos e bem limpos, mastigar bem os alimentos,
etc. Além disso, nosso corpo precisa descansar por um período de 6 a 8 horas e
fazer exercícios físicos para se manter saudável.
Para se ter uma boa saúde é necessário cuidar do corpo, da mente, bem como do
ambiente em que se mora e se trabalha. Nesses cuidados, podemos incluir os bons
hábitos de higiene.
A higiene física é o cuidado com o nosso corpo. O corpo precisa ser mantido limpo,
pois nossa saúde também depende disso, além de causar uma boa impressão para
as outras pessoas. Também faz parte da higiene física o cuidado com nossa
alimentação, comer alimentos frescos e bem limpos, mastigar bem os alimentos,
etc. Além disso, nosso corpo precisa descansar por um período de 6 a 8 horas e
fazer exercícios físicos para se manter saudável.
Para se ter uma boa saúde é necessário cuidar do corpo, da mente, bem como do
ambiente em que se mora e se trabalha. Nesses cuidados, podemos incluir os bons
hábitos de higiene.
A higiene física é o cuidado com o nosso corpo. O corpo precisa ser mantido limpo,
pois nossa saúde também depende disso, além de causar uma boa impressão para
as outras pessoas. Também faz parte da higiene física o cuidado com nossa
alimentação, comer alimentos frescos e bem limpos, mastigar bem os alimentos,
etc. Além disso, nosso corpo precisa descansar por um período de 6 a 8 horas e
fazer exercícios físicos para se manter saudável.
Para se ter uma boa saúde é necessário cuidar do corpo, da mente, bem como do
ambiente em que se mora e se trabalha. Nesses cuidados, podemos incluir os bons
hábitos de higiene.
A higiene física é o cuidado com o nosso corpo. O corpo precisa ser mantido limpo,
pois nossa saúde também depende disso, além de causar uma boa impressão para
as outras pessoas. Também faz parte da higiene física o cuidado com nossa
alimentação, comer alimentos frescos e bem limpos, mastigar bem os alimentos,
etc. Além disso, nosso corpo precisa descansar por um período de 6 a 8 horas e
fazer exercícios físicos para se manter saudável.
a) Horrorosa.
b) Linda.
c) Enorme.
d) Grandiosa.
Observe o quadrinho:
a) afirmativas.
b) exclamativas.
c) negativas.
d) interrogativas.
1657) Concurso: Aux/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
a) nervosos
b) nervoso
c) nervosas
d) nervosa
a) você
b) eu
c) elas
d) nós
1659) Concurso: Aux/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
a) é
b) seja
c) foi
d) sou
De uns 15 anos para cá, passamos a ter boas escolas de educação infantil. Antes
disso, já tínhamos algumas que respeitavam a primeira infância, ouviam as
crianças, reconheciam sua potência de aprendizagem no ato de brincar.
Esse número passou a se multiplicar devido a experiências em escolas pelo mundo.
Por isso, hoje, já é possível encontrar uma escola para crianças com menos de seis
anos em que o currículo não seja apenas um elenco de conteúdos, em que o ato de
brincar seja a principal atividade para a criança, em que não haja uma profusão de
brinquedos prontos e em que haja professores com formação contínua e em
serviço. Escolas desse tipo ainda são minoria, mas já é uma boa notícia saber que
elas existem.
É uma pena que as escolas de ensino fundamental e médio não tenham humildade
para olhar com atenção para as de educação infantil e aprender com elas. Há uma
hierarquia escolar espantosa, caro leitor: as escolas de graduação pensam que
praticam um ensino ―superior‖; as de ensino médio se consideram mais
especializadas no conhecimento sistematizado do que a escola de ensino
fundamental; e todas pensam que a de educação infantil não exige conhecimento
científico.
O aluno que participa não se distrai com tanta facilidade. E é bom lembrar que uma
das maiores queixas em relação aos alunos é exatamente a falta de atenção, de
foco e de concentração.
Precisam também reconhecer que aprende mais quem pratica o que deve aprender.
Como eu já disse: mão na massa! Ninguém merece ficar horas em aulas
expositivas ou arremedos de trabalho em grupo.
O que as famílias têm a ver com isso? Tudo! Quando a sociedade questionar
verdadeiramente a organização escolar atual, certamente teremos mudanças. Mas,
até agora, vemos mais conformismo e adesão do que questionamentos, não é
verdade?
d) têm o que aprender com as boas escolas de educação infantil quanto à não
passividade do aluno na aprendizagem.
De uns 15 anos para cá, passamos a ter boas escolas de educação infantil. Antes
disso, já tínhamos algumas que respeitavam a primeira infância, ouviam as
crianças, reconheciam sua potência de aprendizagem no ato de brincar.
É uma pena que as escolas de ensino fundamental e médio não tenham humildade
para olhar com atenção para as de educação infantil e aprender com elas. Há uma
hierarquia escolar espantosa, caro leitor: as escolas de graduação pensam que
praticam um ensino ―superior‖; as de ensino médio se consideram mais
especializadas no conhecimento sistematizado do que a escola de ensino
fundamental; e todas pensam que a de educação infantil não exige conhecimento
científico.
O aluno que participa não se distrai com tanta facilidade. E é bom lembrar que uma
das maiores queixas em relação aos alunos é exatamente a falta de atenção, de
foco e de concentração.
Precisam também reconhecer que aprende mais quem pratica o que deve aprender.
Como eu já disse: mão na massa! Ninguém merece ficar horas em aulas
expositivas ou arremedos de trabalho em grupo.
O que as famílias têm a ver com isso? Tudo! Quando a sociedade questionar
verdadeiramente a organização escolar atual, certamente teremos mudanças. Mas,
até agora, vemos mais conformismo e adesão do que questionamentos, não é
verdade?
De acordo com o texto, uma boa escola de educação infantil é aquela que
e) valoriza brinquedos comprados para poupar o tempo dos professores que fazem
cursos de formação contínua.
1663) Concurso: Aux/Pref Alumínio/2016 Banca: VUNESP
De uns 15 anos para cá, passamos a ter boas escolas de educação infantil. Antes
disso, já tínhamos algumas que respeitavam a primeira infância, ouviam as
crianças, reconheciam sua potência de aprendizagem no ato de brincar.
É uma pena que as escolas de ensino fundamental e médio não tenham humildade
para olhar com atenção para as de educação infantil e aprender com elas. Há uma
hierarquia escolar espantosa, caro leitor: as escolas de graduação pensam que
praticam um ensino ―superior‖; as de ensino médio se consideram mais
especializadas no conhecimento sistematizado do que a escola de ensino
fundamental; e todas pensam que a de educação infantil não exige conhecimento
científico.
O aluno que participa não se distrai com tanta facilidade. E é bom lembrar que uma
das maiores queixas em relação aos alunos é exatamente a falta de atenção, de
foco e de concentração.
Precisam também reconhecer que aprende mais quem pratica o que deve aprender.
Como eu já disse: mão na massa! Ninguém merece ficar horas em aulas
expositivas ou arremedos de trabalho em grupo.
O que as famílias têm a ver com isso? Tudo! Quando a sociedade questionar
verdadeiramente a organização escolar atual, certamente teremos mudanças. Mas,
até agora, vemos mais conformismo e adesão do que questionamentos, não é
verdade?
Nesse trecho, em especial nas frases em destaque, a autora defende a ideia de que
De uns 15 anos para cá, passamos a ter boas escolas de educação infantil. Antes
disso, já tínhamos algumas que respeitavam a primeira infância, ouviam as
crianças, reconheciam sua potência de aprendizagem no ato de brincar.
Esse número passou a se multiplicar devido a experiências em escolas pelo mundo.
Por isso, hoje, já é possível encontrar uma escola para crianças com menos de seis
anos em que o currículo não seja apenas um elenco de conteúdos, em que o ato de
brincar seja a principal atividade para a criança, em que não haja uma profusão de
brinquedos prontos e em que haja professores com formação contínua e em
serviço. Escolas desse tipo ainda são minoria, mas já é uma boa notícia saber que
elas existem.
É uma pena que as escolas de ensino fundamental e médio não tenham humildade
para olhar com atenção para as de educação infantil e aprender com elas. Há uma
hierarquia escolar espantosa, caro leitor: as escolas de graduação pensam que
praticam um ensino ―superior‖; as de ensino médio se consideram mais
especializadas no conhecimento sistematizado do que a escola de ensino
fundamental; e todas pensam que a de educação infantil não exige conhecimento
científico.
O aluno que participa não se distrai com tanta facilidade. E é bom lembrar que uma
das maiores queixas em relação aos alunos é exatamente a falta de atenção, de
foco e de concentração.
Precisam também reconhecer que aprende mais quem pratica o que deve aprender.
Como eu já disse: mão na massa! Ninguém merece ficar horas em aulas
expositivas ou arremedos de trabalho em grupo.
O que as famílias têm a ver com isso? Tudo! Quando a sociedade questionar
verdadeiramente a organização escolar atual, certamente teremos mudanças. Mas,
até agora, vemos mais conformismo e adesão do que questionamentos, não é
verdade?
b) para que a organização escolar atual sofra modificações desejáveis, ela deve ser
motivo de questionamentos por parte das famílias.
c) nas discussões das famílias está o caminho para que a organização escolar atual
seja preservada.
De uns 15 anos para cá, passamos a ter boas escolas de educação infantil. Antes
disso, já tínhamos algumas que respeitavam a primeira infância, ouviam as
crianças, reconheciam sua potência de aprendizagem no ato de brincar.
O aluno que participa não se distrai com tanta facilidade. E é bom lembrar que uma
das maiores queixas em relação aos alunos é exatamente a falta de atenção, de
foco e de concentração.
Precisam também reconhecer que aprende mais quem pratica o que deve aprender.
Como eu já disse: mão na massa! Ninguém merece ficar horas em aulas
expositivas ou arremedos de trabalho em grupo.
O que as famílias têm a ver com isso? Tudo! Quando a sociedade questionar
verdadeiramente a organização escolar atual, certamente teremos mudanças. Mas,
até agora, vemos mais conformismo e adesão do que questionamentos, não é
verdade?
Leia o poema.
Ensinamento
Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, uma boa dose de otimismo pode
nos ajudar a enfrentar as dificuldades do dia a dia. Os otimistas costumam ser mais
positivos mesmo diante das adversidades, e, com isso, têm mais chance não só de
encontrar meios para sobreviver à crise como de criar alternativas para sair dela.
Há ―mas‖ para todos os gostos. Depende de nós usá-lo para criar um bom
ambiente ou para jogar um balde de água fria no ânimo de qualquer um. Quando
algo não está bem, como o atual momento econômico, surgem dois pensamentos:
o de que tudo vai piorar e o de que, daqui pra frente, só é possível melhorar.
Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, uma boa dose de otimismo pode
nos ajudar a enfrentar as dificuldades do dia a dia. Os otimistas costumam ser mais
positivos mesmo diante das adversidades, e, com isso, têm mais chance não só de
encontrar meios para sobreviver à crise como de criar alternativas para sair dela.
Há ―mas‖ para todos os gostos. Depende de nós usá-lo para criar um bom
ambiente ou para jogar um balde de água fria no ânimo de qualquer um. Quando
algo não está bem, como o atual momento econômico, surgem dois pensamentos:
o de que tudo vai piorar e o de que, daqui pra frente, só é possível melhorar.
Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, uma boa dose de otimismo pode
nos ajudar a enfrentar as dificuldades do dia a dia. Os otimistas costumam ser mais
positivos mesmo diante das adversidades, e, com isso, têm mais chance não só de
encontrar meios para sobreviver à crise como de criar alternativas para sair dela.
a) é o tempo verbal que determina se a pessoa deve enxergar uma situação com
otimismo ou pessimismo.
d) o ―mas‖ é muito usado para construir discursos de esperança, por isso é marca
característica do discurso otimista.
Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, uma boa dose de otimismo pode
nos ajudar a enfrentar as dificuldades do dia a dia. Os otimistas costumam ser mais
positivos mesmo diante das adversidades, e, com isso, têm mais chance não só de
encontrar meios para sobreviver à crise como de criar alternativas para sair dela.
Há ―mas‖ para todos os gostos. Depende de nós usá-lo para criar um bom
ambiente ou para jogar um balde de água fria no ânimo de qualquer um. Quando
algo não está bem, como o atual momento econômico, surgem dois pensamentos:
o de que tudo vai piorar e o de que, daqui pra frente, só é possível melhorar.
c) pessimista, pois ele tem consciência de que a situação atual não é nada boa.
e) pessimista e culpa toda nação, inclusive a si mesmo, pela situação em que o país
se encontra.
1671) Concurso: Ag/Pref Suzano/Fiscal de Trânsito/2016 Banca: VUNESP
Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, uma boa dose de otimismo pode
nos ajudar a enfrentar as dificuldades do dia a dia. Os otimistas costumam ser mais
positivos mesmo diante das adversidades, e, com isso, têm mais chance não só de
encontrar meios para sobreviver à crise como de criar alternativas para sair dela.
Há ―mas‖ para todos os gostos. Depende de nós usá-lo para criar um bom
ambiente ou para jogar um balde de água fria no ânimo de qualquer um. Quando
algo não está bem, como o atual momento econômico, surgem dois pensamentos:
o de que tudo vai piorar e o de que, daqui pra frente, só é possível melhorar.
a) as expressões ―copo meio cheio‖ e ―copo meio vazio‖ serem usadas em sentido
próprio para se referir às formas idênticas que o otimista e o pessimista têm de
enxergar a vida.
b) as expressões ―copo meio cheio‖ e ―copo meio vazio‖ serem usadas em sentido
próprio, fazerem referência a um mesmo copo e isso não ser percebido pelos
pessimistas e otimistas.
c) as expressões ―copo meio cheio‖ e ―copo meio vazio‖ serem usadas em sentido
figurado para se referirem à forma como o otimista e o pessimista,
respectivamente, encaram os fatos da vida.
d) haver uma contradição entre o sentido figurado que caracteriza o ponto de vista
realista e o sentido próprio atribuído a ―lavar o copo‖, que também caracteriza o
ponto de vista do otimista.
Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram os anos 90?!
Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que ―crise‖ é o que o
Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz necessária: não leem as informações
que seus próprios jornais publicam, mesmo que escondidas em pequenas notas no
meio dos cadernos?
cinemas brasileiros estão tendo seu melhor ano desde 2011. Público recorde.
―Apesar da crise‖. A venda de livros aumentou 7% no primeiro semestre. ―Apesar
da crise‖.
Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está; outra é
inventar um caos que não corresponde à realidade. A verdade, como de hábito,
reside no meio do caminho: o país enfrenta problemas sérios, mas está longe de
viver ―em crise‖. E certamente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia em
peso não insistisse em semear o pânico na mente da população – o que, aí, sim,
tem potencial de provocar uma crise real.
a) concorda com os colunistas políticos que a crise no país precisa ser noticiada
com pessimismo.
e) defende que o otimismo no Brasil não tem mais vez, após anos e anos de crise.
Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram os anos 90?!
Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que ―crise‖ é o que o
Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz necessária: não leem as informações
que seus próprios jornais publicam, mesmo que escondidas em pequenas notas no
meio dos cadernos?
cinemas brasileiros estão tendo seu melhor ano desde 2011. Público recorde.
―Apesar da crise‖. A venda de livros aumentou 7% no primeiro semestre. ―Apesar
da crise‖.
Se banissem a expressão ―apesar da crise‖ do jornalismo brasileiro, a mídia não
teria mais o que publicar. Faça uma rápida pesquisa no Google pela expressão
―apesar da crise‖: quase 400 mil resultados.
Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está; outra é
inventar um caos que não corresponde à realidade. A verdade, como de hábito,
reside no meio do caminho: o país enfrenta problemas sérios, mas está longe de
viver ―em crise‖. E certamente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia em
peso não insistisse em semear o pânico na mente da população – o que, aí, sim,
tem potencial de provocar uma crise real.
a) A situação para a qual o país enfrenta hoje é muito pior do que à vivida nos
anos 90.
b) A população tem o direito por saber através da mídia a real situação enfrentada
pelo país.
e) Os colunistas não escrevem sobre o crescimento que alguns setores do país têm
apresentado.
1677) Concurso: Ag/Pref Suzano/Gestão Administrativa/2016 Banca: VUNESP
Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram os anos 90?!
Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que ―crise‖ é o que o
Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz necessária: não leem as informações
que seus próprios jornais publicam, mesmo que escondidas em pequenas notas no
meio dos cadernos?
cinemas brasileiros estão tendo seu melhor ano desde 2011. Público recorde.
―Apesar da crise‖. A venda de livros aumentou 7% no primeiro semestre. ―Apesar
da crise‖.
Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está; outra é
inventar um caos que não corresponde à realidade. A verdade, como de hábito,
reside no meio do caminho: o país enfrenta problemas sérios, mas está longe de
viver ―em crise‖. E certamente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia em
peso não insistisse em semear o pânico na mente da população – o que, aí, sim,
tem potencial de provocar uma crise real.
a) simplório e necessário.
b) indicativo e dispensável.
c) subjetivo e diversão.
d) fato e sustentável.
e) sugestivo e imprescindível.
Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram os anos 90?!
Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que ―crise‖ é o que o
Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz necessária: não leem as informações
que seus próprios jornais publicam, mesmo que escondidas em pequenas notas no
meio dos cadernos?
cinemas brasileiros estão tendo seu melhor ano desde 2011. Público recorde.
―Apesar da crise‖. A venda de livros aumentou 7% no primeiro semestre. ―Apesar
da crise‖.
Se banissem a expressão ―apesar da crise‖ do jornalismo brasileiro, a mídia não
teria mais o que publicar. Faça uma rápida pesquisa no Google pela expressão
―apesar da crise‖: quase 400 mil resultados.
Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está; outra é
inventar um caos que não corresponde à realidade. A verdade, como de hábito,
reside no meio do caminho: o país enfrenta problemas sérios, mas está longe de
viver ―em crise‖. E certamente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia em
peso não insistisse em semear o pânico na mente da população – o que, aí, sim,
tem potencial de provocar uma crise real.
De acordo com o texto, o aumento da venda de livros e do público dos cinemas traz
indícios de que o Brasil
c) não enfrenta uma crise caótica, pois, como são considerados supérfluos, esses
seriam os primeiros itens a serem cortados no orçamento.
b) o pessimista sofre ao contemplar o mal do seu vizinho, para o qual ele deseja o
bem.
c) o pessimista não se conforma de ter sido escolhido para a Fortuna e seu vizinho,
para a Infelicidade.
Leia a tira.
Seleção artificial
Seleção artificial
Com o enunciado final do texto – ... imagine o pobre leitor o que não será isso para
a evolução do Homo sapiens... –, o narrador sugere que
Seleção artificial
À mesa
d) alívio ao pensar que comer carne é um crime menor, comparado a outros mais
graves.
À mesa
Observe como o poema inicia cada uma das estrofes: ―Cedo à sofreguidão do
estômago.‖ e ―Como porções de carne morta...‖. O fato de se omitir o agente das
orações faz com que os enunciados
À mesa
Afirma-se que a poesia de Augusto dos Anjos é marcada pela melancolia e pelo
negativismo. No poema lido, isso se comprova com
À mesa
d) ―que‖ e ―Que‖.
Nos anos 1970, o economista norte-americano Dallas Smythe avisava que qualquer
pessoa arriada diante de uma tela é um trabalhador que ignora a si próprio. A
televisão, explica, produz uma mercadoria, a audiência, composta daatenção dos
telespectadores, que as redes vendem para os anunciantes. ―Você contribui com
seu tempo de trabalho não remunerado e, em troca, recebe os programas e a
publicidade‖. O labor não pago do internauta se mostra mais ativo do que o do
espectador. Nas redes sociais, nós mesmos convertemos nossas amizades,
emoções, desejos e cólera em dados que podem ser explorados por algoritmos.
Cada perfil, cada ―curtir‖, cada tweet, cada solicitação, cada clique derrama uma
gota de informação de valor no oceano dos servidores refrigerados instalados pela
Amazon, pelo Google e pela Microsoft em todos os continentes.
b) promover uma crítica quanto à manipulação dos dados pessoais dos internautas,
para fins de publicidade e comércio digital.
Nos anos 1970, o economista norte-americano Dallas Smythe avisava que qualquer
pessoa arriada diante de uma tela é um trabalhador que ignora a si próprio. A
televisão, explica, produz uma mercadoria, a audiência, composta daatenção dos
telespectadores, que as redes vendem para os anunciantes. ―Você contribui com
seu tempo de trabalho não remunerado e, em troca, recebe os programas e a
publicidade‖. O labor não pago do internauta se mostra mais ativo do que o do
espectador. Nas redes sociais, nós mesmos convertemos nossas amizades,
emoções, desejos e cólera em dados que podem ser explorados por algoritmos.
Cada perfil, cada ―curtir‖, cada tweet, cada solicitação, cada clique derrama uma
gota de informação de valor no oceano dos servidores refrigerados instalados pela
Amazon, pelo Google e pela Microsoft em todos os continentes.
Nas passagens do primeiro parágrafo – Manipular esse aparelho tão prático é algo
de tal forma óbvio… – e – Localização, histórico da atividade on-line, contatos etc.
são coletados sem pudor… –, os termos em destaque significam, respectivamente,
a) controlar e autorização.
b) utilizar e intenção.
c) adulterar e interesse.
d) manusear e constrangimento.
e) acionar e controle.
1690) Concurso: Alun Of/PM SP/2016 Banca: VUNESP
Nos anos 1970, o economista norte-americano Dallas Smythe avisava que qualquer
pessoa arriada diante de uma tela é um trabalhador que ignora a si próprio. A
televisão, explica, produz uma mercadoria, a audiência, composta daatenção dos
telespectadores, que as redes vendem para os anunciantes. ―Você contribui com
seu tempo de trabalho não remunerado e, em troca, recebe os programas e a
publicidade‖. O labor não pago do internauta se mostra mais ativo do que o do
espectador. Nas redes sociais, nós mesmos convertemos nossas amizades,
emoções, desejos e cólera em dados que podem ser explorados por algoritmos.
Cada perfil, cada ―curtir‖, cada tweet, cada solicitação, cada clique derrama uma
gota de informação de valor no oceano dos servidores refrigerados instalados pela
Amazon, pelo Google e pela Microsoft em todos os continentes.
Nos anos 1970, o economista norte-americano Dallas Smythe avisava que qualquer
pessoa arriada diante de uma tela é um trabalhador que ignora a si próprio. A
televisão, explica, produz uma mercadoria, a audiência, composta daatenção dos
telespectadores, que as redes vendem para os anunciantes. ―Você contribui com
seu tempo de trabalho não remunerado e, em troca, recebe os programas e a
publicidade‖. O labor não pago do internauta se mostra mais ativo do que o do
espectador. Nas redes sociais, nós mesmos convertemos nossas amizades,
emoções, desejos e cólera em dados que podem ser explorados por algoritmos.
Cada perfil, cada ―curtir‖, cada tweet, cada solicitação, cada clique derrama uma
gota de informação de valor no oceano dos servidores refrigerados instalados pela
Amazon, pelo Google e pela Microsoft em todos os continentes.
a) perfil.
b) ―curtir‖.
c) tweet.
d) solicitação.
e) clique.
Fazendo uma leitura comparativa entre a charge e o texto Dados pessoais, uma
questão política, conclui-se que
a) os dois insistem em ponderar que a utilização dos smartphones deveria ter uma
regulação política.
d) o texto é menos incisivo do que a charge no que diz respeito à dependência das
pessoas aos smartphones.
e) os dois têm em comum a ideia de que o uso do smartphone está regulado por
questões de ordem econômica.
Educado na crença viva daqueles tempos; naturalmente religioso porque poeta, foi
procurar abrigo e consolações aos pés d‘Aquele cujos braços estão sempre abertos
para receber o desgraçado que neles vai buscar o derradeiro refúgio. Ao cabo das
grandezas cortesãs, o pobre gardingo encontrara a morte do espírito, o desengano
do mundo. A cabo da estreita senda da cruz, acharia ele, porventura, a vida e o
repouso íntimos?
O moço presbítero, legando à catedral uma porção dos senhorios que herdara
juntamente com a espada conquistadora de seus avós, havia reservado apenas
uma parte das próprias riquezas. Era esta a herança dos miseráveis, que ele sabia
não escassearem na quase solitária e meia arruinada Carteia.
1 gardingo: nobre visigodo que exercia altas funções na corte dos príncipes
2 tiufado: o comandante de uma tropa de mil soldados, no exército godo
3 milenário: seguidor da crença de que a segunda vinda de Cristo se daria no ano 1000
4 prócer: indivíduo importante, influente; magnata
Educado na crença viva daqueles tempos; naturalmente religioso porque poeta, foi
procurar abrigo e consolações aos pés d‘Aquele cujos braços estão sempre abertos
para receber o desgraçado que neles vai buscar o derradeiro refúgio. Ao cabo das
grandezas cortesãs, o pobre gardingo encontrara a morte do espírito, o desengano
do mundo. A cabo da estreita senda da cruz, acharia ele, porventura, a vida e o
repouso íntimos?
O moço presbítero, legando à catedral uma porção dos senhorios que herdara
juntamente com a espada conquistadora de seus avós, havia reservado apenas
uma parte das próprias riquezas. Era esta a herança dos miseráveis, que ele sabia
não escassearem na quase solitária e meia arruinada Carteia.
1 gardingo: nobre visigodo que exercia altas funções na corte dos príncipes
2 tiufado: o comandante de uma tropa de mil soldados, no exército godo
3 milenário: seguidor da crença de que a segunda vinda de Cristo se daria no ano 1000
4 prócer: indivíduo importante, influente; magnata
A ideia de que Eurico descende de uma família de guerreiros está corretamente
expressa em:
b) ... vivera os ligeiros dias da mocidade no meio dos deleites da opulenta Toletum.
d) ... ele sabia não escassearem na quase solitária e meia arruinada Carteia.
e) Eurico era uma destas almas ricas de sublime poesia a que o mundo deu o
nome de imaginações desregradas...
Educado na crença viva daqueles tempos; naturalmente religioso porque poeta, foi
procurar abrigo e consolações aos pés d‘Aquele cujos braços estão sempre abertos
para receber o desgraçado que neles vai buscar o derradeiro refúgio. Ao cabo das
grandezas cortesãs, o pobre gardingo encontrara a morte do espírito, o desengano
do mundo. A cabo da estreita senda da cruz, acharia ele, porventura, a vida e o
repouso íntimos?
O moço presbítero, legando à catedral uma porção dos senhorios que herdara
juntamente com a espada conquistadora de seus avós, havia reservado apenas
uma parte das próprias riquezas. Era esta a herança dos miseráveis, que ele sabia
não escassearem na quase solitária e meia arruinada Carteia.
1 gardingo: nobre visigodo que exercia altas funções na corte dos príncipes
2 tiufado: o comandante de uma tropa de mil soldados, no exército godo
3 milenário: seguidor da crença de que a segunda
A ideia contida em – ... [Eurico era] naturalmente religioso porque poeta... – pode
ser expressa da seguinte forma:
Educado na crença viva daqueles tempos; naturalmente religioso porque poeta, foi
procurar abrigo e consolações aos pés d‘Aquele cujos braços estão sempre abertos
para receber o desgraçado que neles vai buscar o derradeiro refúgio. Ao cabo das
grandezas cortesãs, o pobre gardingo encontrara a morte do espírito, o desengano
do mundo. A cabo da estreita senda da cruz, acharia ele, porventura, a vida e o
repouso íntimos?
O moço presbítero, legando à catedral uma porção dos senhorios que herdara
juntamente com a espada conquistadora de seus avós, havia reservado apenas
uma parte das próprias riquezas. Era esta a herança dos miseráveis, que ele sabia
não escassearem na quase solitária e meia arruinada Carteia.
1 gardingo: nobre visigodo que exercia altas funções na corte dos príncipes
2 tiufado: o comandante de uma tropa de mil soldados, no exército godo
3 milenário: seguidor da crença de que a segunda
Erro de português
(www.jornaldepoesia.jor.br)
Erro de português
(www.jornaldepoesia.jor.br)
De acordo com o poema, há equivalência de sentido substituindo- se
e) ―Fosse uma manhã de sol‖ por ―Como era uma manhã de sol‖.
(http://politica.estadao.com.br. Adaptado)
Leia a charge.
Bem vejo que me podeis dizer, Senhor, que a propagação de vossa Fé e as obras
de vossa glória não dependem de nós, nem de ninguém, e que sois poderoso,
quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de Abraão. Mas também a
vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que depois
de Adão não criastes homens de novo, que vos servis dos que tendes neste Mundo,
e que nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores. Assim o fizestes
na parábola do banquete. Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e
porque eles se escusaram e não quiseram vir, então admitistes os cegos e mancos,
e os introduzistes em seu lugar: Caecos et claudos introduc huc. E se esta é, Deus
meu, a regular disposição de vossa providência divina, como a vemos agora tão
trocada em nós e tão diferente conosco? Quais foram estes convidados e quais são
estes cegos e mancos? Os convidados fomos nós, a quem primeiro chamastes para
estas terras, e nelas nos pusestes a mesa, tão franca e abundante, como de vossa
grandeza se podia esperar. Os cegos e mancos são os luteranos e calvinistas, cegos
sem fé e mancos sem obras, na reprovação das quais consiste o principal erro da
sua heresia. Pois se nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem
duvidamos de vir, antes rompemos por muitos inconvenientes em que pudéramos
duvidar; se viemos e nos assentamos à mesa, como nos excluís agora e lançais
fora dela e introduzis violentamente os cegos e mancos, e dais os nossos lugares
aos hereges? Quando em tudo o mais foram eles tão bons como nós, ou nós tão
maus como eles, por que nos não há-de valer pelo menos o privilégio e
prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que trocais os estilos de vossa
providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.
(Padre Antonio Vieira, Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda).
Propaganda Infantil
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil. É
covardia anunciar para crianças, já que elas têm muitos desejos, nenhuma renda e
uma capacidade infinita de apoquentar seus genitores.
Ainda assim, parece-me despropositada a resolução n.º 163 do Conanda (Conselho
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) que passou a considerar abusiva
toda e qualquer publicidade dirigida ao público com menos de 12 anos.
O ponto central, creio, é que o Conanda exorbitou de seus poderes. O órgão não
poderia banir ou limitar a liberdade de empresas anunciarem seus produtos. A
Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos: ―tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias‖. É forçoso, assim, concluir que, para tudo o que esteja fora dessa lista,
a regra é a da plena liberdade.
Aceitar essa conclusão não implica abandonar os pais à tirania de seus rebentos.
Embora militantes de causas adorem uma lei, existem outros mecanismos
civilizadores até mais eficientes que normas jurídicas. Especialmente no mundo do
marketing, imagem é tudo. Apenas fixar o meme de que a propaganda dirigida a
crianças não é ética – uma ideia que já está em circulação – tende a fazer com que
publicitários e anunciantes peguem leve.
Alguns diriam que é pouco. Talvez, mas recorrer a essa medida, e a outros
expedientes, como a autorregulamentação, tem a enorme vantagem de preservar
um dos pilares da democracia, que é a liberdade de expressão. Eu pelo menos não
a trocaria por alguns momentos de paz e mais alguns tostões na carteira.
b) desnecessária, pois deve ser exclusivamente dos pais a decisão sobre como
lidar com os desejos de seus filhos.
Propaganda Infantil
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil. É
covardia anunciar para crianças, já que elas têm muitos desejos, nenhuma renda e
uma capacidade infinita de apoquentar seus genitores.
O ponto central, creio, é que o Conanda exorbitou de seus poderes. O órgão não
poderia banir ou limitar a liberdade de empresas anunciarem seus produtos. A
Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos: ―tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias‖. É forçoso, assim, concluir que, para tudo o que esteja fora dessa lista,
a regra é a da plena liberdade.
Aceitar essa conclusão não implica abandonar os pais à tirania de seus rebentos.
Embora militantes de causas adorem uma lei, existem outros mecanismos
civilizadores até mais eficientes que normas jurídicas. Especialmente no mundo do
marketing, imagem é tudo. Apenas fixar o meme de que a propaganda dirigida a
crianças não é ética – uma ideia que já está em circulação – tende a fazer com que
publicitários e anunciantes peguem leve.
Alguns diriam que é pouco. Talvez, mas recorrer a essa medida, e a outros
expedientes, como a autorregulamentação, tem a enorme vantagem de preservar
um dos pilares da democracia, que é a liberdade de expressão. Eu pelo menos não
a trocaria por alguns momentos de paz e mais alguns tostões na carteira.
Propaganda Infantil
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil. É
covardia anunciar para crianças, já que elas têm muitos desejos, nenhuma renda e
uma capacidade infinita de apoquentar seus genitores.
O ponto central, creio, é que o Conanda exorbitou de seus poderes. O órgão não
poderia banir ou limitar a liberdade de empresas anunciarem seus produtos. A
Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos: ―tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias‖. É forçoso, assim, concluir que, para tudo o que esteja fora dessa lista,
a regra é a da plena liberdade.
Aceitar essa conclusão não implica abandonar os pais à tirania de seus rebentos.
Embora militantes de causas adorem uma lei, existem outros mecanismos
civilizadores até mais eficientes que normas jurídicas. Especialmente no mundo do
marketing, imagem é tudo. Apenas fixar o meme de que a propaganda dirigida a
crianças não é ética – uma ideia que já está em circulação – tende a fazer com que
publicitários e anunciantes peguem leve.
Alguns diriam que é pouco. Talvez, mas recorrer a essa medida, e a outros
expedientes, como a autorregulamentação, tem a enorme vantagem de preservar
um dos pilares da democracia, que é a liberdade de expressão. Eu pelo menos não
a trocaria por alguns momentos de paz e mais alguns tostões na carteira.
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil.
O termo furor, em destaque, foi utilizado pelo autor para enfatizar sua opinião de
que garotos, nessa faixa etária, são consumidores
a) indecisos.
b) comedidos.
c) impetuosos.
d) responsáveis.
e) complacentes.
Propaganda Infantil
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil. É
covardia anunciar para crianças, já que elas têm muitos desejos, nenhuma renda e
uma capacidade infinita de apoquentar seus genitores.
O ponto central, creio, é que o Conanda exorbitou de seus poderes. O órgão não
poderia banir ou limitar a liberdade de empresas anunciarem seus produtos. A
Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos: ―tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias‖. É forçoso, assim, concluir que, para tudo o que esteja fora dessa lista,
a regra é a da plena liberdade.
Aceitar essa conclusão não implica abandonar os pais à tirania de seus rebentos.
Embora militantes de causas adorem uma lei, existem outros mecanismos
civilizadores até mais eficientes que normas jurídicas. Especialmente no mundo do
marketing, imagem é tudo. Apenas fixar o meme de que a propaganda dirigida a
crianças não é ética – uma ideia que já está em circulação – tende a fazer com que
publicitários e anunciantes peguem leve.
Alguns diriam que é pouco. Talvez, mas recorrer a essa medida, e a outros
expedientes, como a autorregulamentação, tem a enorme vantagem de preservar
um dos pilares da democracia, que é a liberdade de expressão. Eu pelo menos não
a trocaria por alguns momentos de paz e mais alguns tostões na carteira.
Propaganda Infantil
Sou pai de gêmeos com o furor consumista típico de garotos de 12 anos. Sou,
portanto, solidário com pais que se queixam dos excessos da propaganda infantil. É
covardia anunciar para crianças, já que elas têm muitos desejos, nenhuma renda e
uma capacidade infinita de apoquentar seus genitores.
O ponto central, creio, é que o Conanda exorbitou de seus poderes. O órgão não
poderia banir ou limitar a liberdade de empresas anunciarem seus produtos. A
Constituição simplesmente não dá espaço para isso. O artigo 220 da Carta, que
estabelece a possibilidade de restrições legais à publicidade, só as prevê para uma
relação finita de produtos: ―tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias‖. É forçoso, assim, concluir que, para tudo o que esteja fora dessa lista,
a regra é a da plena liberdade.
Aceitar essa conclusão não implica abandonar os pais à tirania de seus rebentos.
Embora militantes de causas adorem uma lei, existem outros mecanismos
civilizadores até mais eficientes que normas jurídicas. Especialmente no mundo do
marketing, imagem é tudo. Apenas fixar o meme de que a propaganda dirigida a
crianças não é ética – uma ideia que já está em circulação – tende a fazer com que
publicitários e anunciantes peguem leve.
Alguns diriam que é pouco. Talvez, mas recorrer a essa medida, e a outros
expedientes, como a autorregulamentação, tem a enorme vantagem de preservar
um dos pilares da democracia, que é a liberdade de expressão. Eu pelo menos não
a trocaria por alguns momentos de paz e mais alguns tostões na carteira.
a) essa medida.
b) a autorregulamentação.
c) a enorme vantagem.
d) democracia.
e) a liberdade de expressão.
O cimo da montanha
Quem escapa a um perigo ama a vida com outra intensidade. Entrei a amar Virgília
com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder, e a mesma coisa lhe
aconteceu a ela. Assim, a presidência não fez mais do que avivar a afeição
primitiva; foi a droga com que tornamos mais saboroso o nosso amor, e mais
prezado também. Nos primeiros dias, depois daquele incidente, folgávamos de
imaginar a dor da separação, se houvesse separação, a tristeza de um e de outro, à
proporção que o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre nós; e,
semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço das mães, para fugir a uma
simples careta, fugíamos do suposto perigo, apertando-nos com abraços.
— Minha boa Virgília!
— Meu amor!
— Tu és minha, não?
— Tua, tua...
* personagem principal das Mil e uma noites, em que é a narradora que conta ao sultão as histórias
que vão adiando a sentença de morte dela.
(1998, p. 128-129)
Muitos casos sucederam nessa viagem por caatingas rios corredeiras, gerais,
corgos, corredores de tabatinga matos- virgens e milagres do sertão. Macunaíma
vinha com os dois manos pra São Paulo. Foi o Araguaia que facilitou-lhes a viagem.
Por tantas conquistas e tantos feitos passados o herói não ajuntara um vintém só
mas os tesouros herdados da icamiaba estrela estavam escondidos nas grunhas do
Roraima lá. Desses tesouros Macunaíma apartou pra viagem nada menos de
quarenta vezes quarenta milhões de bagos de cacau, a moeda tradicional. Calculou
com eles um dilúvio de embarcações. E ficou lindo trepando pelo Araguaia aquele
poder de igaras, duma em uma duzentas em ajojo que nem flecha na pele do rio.
Na frente Macunaíma vinha de pé, carrancudo, procurando no longe a cidade.
Matutava matutava roendo os dedos agora cobertos de berrugas de tanto
apontarem Ci estrela. Os manos remavam espantando os mosquitos e cada arranco
dos remos repercutindo nas duzentas igaras ligadas, despejava uma batelada de
bagos na pele do rio, deixando uma esteira de chocolate onde os camuatás
pirapitingas dourados piracanjubas uarus-uarás e bacus se regalavam.
(1988, p. 36-37)
Muitos casos sucederam nessa viagem por caatingas rios corredeiras, gerais,
corgos, corredores de tabatinga matos- virgens e milagres do sertão. Macunaíma
vinha com os dois manos pra São Paulo. Foi o Araguaia que facilitou-lhes a viagem.
Por tantas conquistas e tantos feitos passados o herói não ajuntara um vintém só
mas os tesouros herdados da icamiaba estrela estavam escondidos nas grunhas do
Roraima lá. Desses tesouros Macunaíma apartou pra viagem nada menos de
quarenta vezes quarenta milhões de bagos de cacau, a moeda tradicional. Calculou
com eles um dilúvio de embarcações. E ficou lindo trepando pelo Araguaia aquele
poder de igaras, duma em uma duzentas em ajojo que nem flecha na pele do rio.
Na frente Macunaíma vinha de pé, carrancudo, procurando no longe a cidade.
Matutava matutava roendo os dedos agora cobertos de berrugas de tanto
apontarem Ci estrela. Os manos remavam espantando os mosquitos e cada arranco
dos remos repercutindo nas duzentas igaras ligadas, despejava uma batelada de
bagos na pele do rio, deixando uma esteira de chocolate onde os camuatás
pirapitingas dourados piracanjubas uarus-uarás e bacus se regalavam.
(1988, p. 36-37)
Um traço do estilo modernista presente no trecho é a
É triste constatar que há uma boa dose de verdade na fala do escritor italiano, mas
dar voz também aos imbecis talvez seja o preço da liberdade. Quem frequenta as
redes sociais de forma ampla, em rol de ―amizades‖ que vá além do, digamos,
círculo de convivência presencial, sabe do que se trata. Não se pode negar a mídia
social como palco revelador das faces verdadeiras: personalidades, crenças e
crendices, ódios e amores antes recolhidos são catapultados do teclado para o
mundo, satisfazendo aquele desejo de boa parcela da humanidade de se exibir.
Contudo, essa liberdade de expressão, absoluta nas redes, não exime ninguém de
crimes como calúnia, difamação, insulto, escárnio por motivo religioso,
favorecimento da prostituição, ato ou escrito obsceno, incitação ao crime, apologia
do crime, falsa identidade, pedofilia, preconceito, discriminação ou revelação de
segredo profissional, todos descritos no Código Penal.
a) Quando perguntaram sua opinião sobre os usuários das redes sociais, Umberto
Eco chamou eles de ―uma legião de imbecis‖.
e) Crimes contra a honra podem levar as vítimas ao homicídio, pois elas querem
vingar quem lhes ofendeu.
b) de censura aos criadores de redes sociais, que as lançam sem que estejam
prontas para a circulação de mensagens.
e) julgamento negativo das redes sociais, pelo fato de elas imporem regras e
limitações à livre expressão de ideias.
Ideologia e saúde
A ideologia é um troço esquisito. Ela não se limita a turvar a visão das pessoas em
relação aos assuntos de sempre, como papel do Estado, aborto, legalização das
drogas, mas também está sempre em busca de novos temas sobre os quais possa
lançar seus feitiços.
O termo em destaque no trecho foi utilizado pelo autor para enfatizar sua opinião
de que associar a vacina tríplice viral a casos de autismo é uma postura
a) conveniente.
b) irrelevante.
c) insensata.
d) criteriosa.
e) oportuna.
Ideologia e saúde
A ideologia é um troço esquisito. Ela não se limita a turvar a visão das pessoas em
relação aos assuntos de sempre, como papel do Estado, aborto, legalização das
drogas, mas também está sempre em busca de novos temas sobre os quais possa
lançar seus feitiços.
Em comum, ambos colocam suas convicções, que têm muito mais de emocional
que de racional, à frente de sólidas evidências científicas. Pior, sua obstinação faz
com que ponham em risco não só seus próprios filhos como também terceiros.
Nunca foi tão verdadeira a máxima segundo a qual a ideologia faz mal à saúde.
a) ajudar as pessoas a concebê-los a partir de seu próprio ponto de vista, por meio
do qual poderão formar suas próprias opiniões.
b) criar obstáculos para que as pessoas os percebam com clareza, sendo esta
essencial para que possam formar suas próprias opiniões.
Ideologia e saúde
A ideologia é um troço esquisito. Ela não se limita a turvar a visão das pessoas em
relação aos assuntos de sempre, como papel do Estado, aborto, legalização das
drogas, mas também está sempre em busca de novos temas sobre os quais possa
lançar seus feitiços.
Em comum, ambos colocam suas convicções, que têm muito mais de emocional
que de racional, à frente de sólidas evidências científicas. Pior, sua obstinação faz
com que ponham em risco não só seus próprios filhos como também terceiros.
Nunca foi tão verdadeira a máxima segundo a qual a ideologia faz mal à saúde.
Ideologia e saúde
A ideologia é um troço esquisito. Ela não se limita a turvar a visão das pessoas em
relação aos assuntos de sempre, como papel do Estado, aborto, legalização das
drogas, mas também está sempre em busca de novos temas sobre os quais possa
lançar seus feitiços.
Em comum, ambos colocam suas convicções, que têm muito mais de emocional
que de racional, à frente de sólidas evidências científicas. Pior, sua obstinação faz
com que ponham em risco não só seus próprios filhos como também terceiros.
Nunca foi tão verdadeira a máxima segundo a qual a ideologia faz mal à saúde.
De acordo com o autor, a máxima segundo a qual ideologia faz mal à saúde se
justifica, nesse contexto, porque, ao deixarem de vacinar seus filhos, os pais o
fazem
Ideologia e saúde
A ideologia é um troço esquisito. Ela não se limita a turvar a visão das pessoas em
relação aos assuntos de sempre, como papel do Estado, aborto, legalização das
drogas, mas também está sempre em busca de novos temas sobre os quais possa
lançar seus feitiços.
Em comum, ambos colocam suas convicções, que têm muito mais de emocional
que de racional, à frente de sólidas evidências científicas. Pior, sua obstinação faz
com que ponham em risco não só seus próprios filhos como também terceiros.
Nunca foi tão verdadeira a máxima segundo a qual a ideologia faz mal à saúde.
No trecho do último parágrafo – … sua obstinação faz com que ponham em risco
não só seus próprios filhos como também terceiros. –, o termo em destaque tem
sentido equivalente ao de
a) condescendência.
b) indiscrição.
c) ingerência.
d) aceitação.
e) teimosia.
1717) Concurso: Ag Educ/Pref SJC/2015 Banca: VUNESP
d) Algumas convicções traz danos, à medida que têm efeitos reais sobre a nossa
percepção.
O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores, além
de ser útil na exploração dos conteúdos de forma mais interativa. O aluno passa de
mero receptor, que só observa e nem sempre compreende, para um sujeito mais
ativo e participativo.
A ideia não é abandonar o quadro negro, mas hoje, com todos os avanços, existe a
necessidade de adequação, de abertura para o novo, a fim de tornar as aulas mais
atraentes, participativas e eficientes.
a) Em um mundo tecnológico
d) essas tecnologias
O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores, além
de ser útil na exploração dos conteúdos de forma mais interativa. O aluno passa de
mero receptor, que só observa e nem sempre compreende, para um sujeito mais
ativo e participativo.
A ideia não é abandonar o quadro negro, mas hoje, com todos os avanços, existe a
necessidade de adequação, de abertura para o novo, a fim de tornar as aulas mais
atraentes, participativas e eficientes.
De acordo com o autor do texto, o uso das tecnologias em sala de aula pode
contribuir para
O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores, além
de ser útil na exploração dos conteúdos de forma mais interativa. O aluno passa de
mero receptor, que só observa e nem sempre compreende, para um sujeito mais
ativo e participativo.
A ideia não é abandonar o quadro negro, mas hoje, com todos os avanços, existe a
necessidade de adequação, de abertura para o novo, a fim de tornar as aulas mais
atraentes, participativas e eficientes.
a) com o qual
b) pelo qual
c) do qual
d) no qual
e) ao qual
1721) Concurso: Ass GM/Pref SJC/2015 Banca: VUNESP
(Bill Watterson. As aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo: Conrad Editora, 2010)
Por momentos, penso que o problema é médico: pessoas com primeiros sintomas
de demência que gostam de registrar o que comeram ao almoço para não
repetirem ao jantar.
Depois sou informado de que não: é moda fotografar os pratos e enviá-los para as
redes sociais. Se os ―amigos‖ sabem onde estamos e o que fazemos 24 horas por
dia, é inevitável saberem também o que comemos. Desconfio até de que existem
competições gastronômicas em que os pratos são usados como exibição de classe.
Se as férias em família já servem para isso – esqui na Suíça, praia em Bali – por
que não o almoço ou o jantar?
Mas o pasmo não termina com os fotógrafos. Continua com os enólogos amadores
que tomaram conta do espaço público. No mesmo restaurante, os clientes giram os
copos, cheiram, conferem a cor. Depois provam, fecham os olhos e invariavelmente
convidam o empregado a servir o vinho. Quando foi que o mundo distribuiu
diplomas de enologia pelo pessoal? E por que motivo eu não fui convidado?
c) ironiza os hábitos de divulgar em redes sociais até o que se come e de agir como
especialista em vinhos.
d) declara sua simpatia para com a nova moda de as pessoas ostentarem a classe a
que pertencem.
Por momentos, penso que o problema é médico: pessoas com primeiros sintomas
de demência que gostam de registrar o que comeram ao almoço para não
repetirem ao jantar.
Depois sou informado de que não: é moda fotografar os pratos e enviá-los para as
redes sociais. Se os ―amigos‖ sabem onde estamos e o que fazemos 24 horas por
dia, é inevitável saberem também o que comemos. Desconfio até de que existem
competições gastronômicas em que os pratos são usados como exibição de classe.
Se as férias em família já servem para isso – esqui na Suíça, praia em Bali – por
que não o almoço ou o jantar?
Mas o pasmo não termina com os fotógrafos. Continua com os enólogos amadores
que tomaram conta do espaço público. No mesmo restaurante, os clientes giram os
copos, cheiram, conferem a cor. Depois provam, fecham os olhos e invariavelmente
convidam o empregado a servir o vinho. Quando foi que o mundo distribuiu
diplomas de enologia pelo pessoal? E por que motivo eu não fui convidado?
A frase que inicia o terceiro parágrafo – Depois sou informado de que não – nega o
juízo do autor, segundo o qual
c) era moda fotografar e expor nas redes sociais os pratos servidos nos
restaurantes.
Por momentos, penso que o problema é médico: pessoas com primeiros sintomas
de demência que gostam de registrar o que comeram ao almoço para não
repetirem ao jantar.
Depois sou informado de que não: é moda fotografar os pratos e enviá-los para as
redes sociais. Se os ―amigos‖ sabem onde estamos e o que fazemos 24 horas por
dia, é inevitável saberem também o que comemos. Desconfio até de que existem
competições gastronômicas em que os pratos são usados como exibição de classe.
Se as férias em família já servem para isso – esqui na Suíça, praia em Bali – por
que não o almoço ou o jantar?
Mas o pasmo não termina com os fotógrafos. Continua com os enólogos amadores
que tomaram conta do espaço público. No mesmo restaurante, os clientes giram os
copos, cheiram, conferem a cor. Depois provam, fecham os olhos e invariavelmente
convidam o empregado a servir o vinho. Quando foi que o mundo distribuiu
diplomas de enologia pelo pessoal? E por que motivo eu não fui convidado?
Minha avó gostava de festa. Minha mãe gosta de festa. Eu gosto de festa.
Quando penso em dar uma festa, meu coração se anima. Muitas vezes, no meio da
lista de convidados e acepipes, tenho vontade de desistir diante da trabalheira da
empreitada.
Respiro, me lembro das últimas festas que dei, penso na minha avó e na minha
mãe em seus mistos de alegria e tensão, e acabo seguindo em frente.
Há que passar adiante o ―Parabéns pra Você‖, mesmo que no meio da canção tudo
pareça engraçado e sem sentido. Vale a pena. Nunca me arrependi de dar uma
festa. No mínimo, fico feliz de ver meus vários afetos misturados em minha casa,
conversando entre si, se juntando em tranças que retornam ao novelo do meu
coração.
Não sei direito o porquê, mas tenho especial prazer em ver o namorado da filha da
minha amiga em papo animado com a minha sogra, por exemplo. Improváveis
misturas humanas a partir de mim. Foi assim que meu pai fez amizade com a mãe
do segundo marido de minha mãe.
Tuta era uma senhora sacudida. Sempre de salto alto, se maquiava muito, punha
flores no cabelo, fazia discursos, cantava e tocava piano.
Tinha passado a maior parte da vida longe da família e foi resgatada por minha
mãe, que, inconformada e antes tarde do que nunca, decidiu presentear seu marido
com o reencontro emocionado com a mãe desgarrada. Tuta passou, então, a
frequentar as festas da família.
Conviveu com o filho, a nova nora e os parentes que pouco conhecia durante algum
tempo, até que Fernando se foi. Viúva, minha mãe herdou de seu amado a mãe
excêntrica, que continuou a fazer seus discursos, a tocar e a cantar nas festas lá de
casa até seus 98.
Minha avó gostava de festa. Minha mãe gosta de festa. Eu gosto de festa.
Quando penso em dar uma festa, meu coração se anima. Muitas vezes, no meio da
lista de convidados e acepipes, tenho vontade de desistir diante da trabalheira da
empreitada.
Respiro, me lembro das últimas festas que dei, penso na minha avó e na minha
mãe em seus mistos de alegria e tensão, e acabo seguindo em frente.
Há que comemorar, há que manter os bolos, as velas, os brindes.
Há que passar adiante o ―Parabéns pra Você‖, mesmo que no meio da canção tudo
pareça engraçado e sem sentido. Vale a pena. Nunca me arrependi de dar uma
festa. No mínimo, fico feliz de ver meus vários afetos misturados em minha casa,
conversando entre si, se juntando em tranças que retornam ao novelo do meu
coração.
Não sei direito o porquê, mas tenho especial prazer em ver o namorado da filha da
minha amiga em papo animado com a minha sogra, por exemplo. Improváveis
misturas humanas a partir de mim. Foi assim que meu pai fez amizade com a mãe
do segundo marido de minha mãe.
Tuta era uma senhora sacudida. Sempre de salto alto, se maquiava muito, punha
flores no cabelo, fazia discursos, cantava e tocava piano.
Tinha passado a maior parte da vida longe da família e foi resgatada por minha
mãe, que, inconformada e antes tarde do que nunca, decidiu presentear seu marido
com o reencontro emocionado com a mãe desgarrada. Tuta passou, então, a
frequentar as festas da família.
Conviveu com o filho, a nova nora e os parentes que pouco conhecia durante algum
tempo, até que Fernando se foi. Viúva, minha mãe herdou de seu amado a mãe
excêntrica, que continuou a fazer seus discursos, a tocar e a cantar nas festas lá de
casa até seus 98.
Um tempo depois da morte de Fernando, meu pai voltou a frequentar as festas.
Também afeito à cantoria, se juntou a Tuta nas canções e até declamavam poesias.
Em uma festa de aniversário que ela promoveu em seu pequeno apartamento na
Tijuca, minha mãe deu de cara com uma cena curiosa: os dois sozinhos na sala.
Tuta ao piano e meu pai já exibindo pela janela sua linda voz de tenor. Numa
manobra do destino, meu pai virou grande amigo da mãe do segundo marido de
minha mãe. A vida faz um bom crochê. As festas ajudam. Há que celebrar.
(Denise Fraga, Há que celebrar. http://www1.folha.uol.com.br/colunas. Acesso em: 24.07.2015.
Adaptado)
e) expressa seu receio de não saber nada, num futuro muito próximo.
Leia os quadrinhos.
O lavrador
Esse homem deve ser da minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono
em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce
quando ainda se podiam requerer duas colônias de cinco alqueires ―na beira da
água grande‖ quase de graça. Brocou a mata com a foice, depois derrubou,
queimou, plantou seu café.
Explica-me: ―Eu trabalho sozinho, mais o menino meu‖. Seu raciocínio quando veio
foi este: ―Vou tratar de cair na mata; a mata é do governo, e eu sou fio do Estado,
devo ter direito‖. Confessa que sua posse até hoje ainda não está legalizada:
―Tenho de ir a Linhares, mas eu magino esse aguão...‖
No começo, não tinha prática de canoa, estava sempre com medo da canoa virar, o
menino é que logo se ajeitou com o remo; são quatro horas de remo lagoa adentro.
[...]
Olho sua cara queimada de sol; parece com a minha, é esse o mesmo tipo de feiura
triste do interior. [...] Volta a falar de sua terra e desconfia que eu sou do governo,
diz que precisa passar a escritura. Não sabe ler, mas sabe que essas coisas escritas
em um papel valem muito. Pergunta pela minha profissão, e tenho vergonha de
contar que vivo de escrever papéis que não valem nada; digo que sou comerciante
em Vitória, tenho um negocinho. Ele diz que o comércio é melhor que a lavoura;
que o lavrador se arrisca e o comerciante é que lucra mais; mas ele foi criado na
lavoura e não tem nenhum preparo. Endireita para mim o cigarro de palha que
estou enrolando com o fumo todo maçarocado. Deve ser de minha idade – mas
sabe muito mais coisas.
(Rubem Braga. 200 Crônicas Escolhidas, 2001. Adaptado)
a) reconhece que as pessoas do interior são mais sinceras, pois não duvidam de
ninguém.
b) valoriza a vida no interior, em razão das muitas experiências que ela
proporciona.
c) considera sua profissão superior à do lavrador, mas este tem uma vida menos
sofrida.
d) ironiza a história de vida do lavrador, já que este estava vivendo em terras
ilegais.
e) lamenta ter vivido longe do interior, sobretudo por não gostar do trabalho que
realiza.
1730) Concurso: Ag/Pref Arujá/Fiscalização de Trânsito/2015 Banca: VUNESP
O lavrador
Esse homem deve ser da minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono
em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce
quando ainda se podiam requerer duas colônias de cinco alqueires ―na beira da
água grande‖ quase de graça. Brocou a mata com a foice, depois derrubou,
queimou, plantou seu café.
Explica-me: ―Eu trabalho sozinho, mais o menino meu‖. Seu raciocínio quando veio
foi este: ―Vou tratar de cair na mata; a mata é do governo, e eu sou fio do Estado,
devo ter direito‖. Confessa que sua posse até hoje ainda não está legalizada:
―Tenho de ir a Linhares, mas eu magino esse aguão...‖
No começo, não tinha prática de canoa, estava sempre com medo da canoa virar, o
menino é que logo se ajeitou com o remo; são quatro horas de remo lagoa adentro.
[...]
Olho sua cara queimada de sol; parece com a minha, é esse o mesmo tipo de feiura
triste do interior. [...] Volta a falar de sua terra e desconfia que eu sou do governo,
diz que precisa passar a escritura. Não sabe ler, mas sabe que essas coisas escritas
em um papel valem muito. Pergunta pela minha profissão, e tenho vergonha de
contar que vivo de escrever papéis que não valem nada; digo que sou comerciante
em Vitória, tenho um negocinho. Ele diz que o comércio é melhor que a lavoura;
que o lavrador se arrisca e o comerciante é que lucra mais; mas ele foi criado na
lavoura e não tem nenhum preparo. Endireita para mim o cigarro de palha que
estou enrolando com o fumo todo maçarocado. Deve ser de minha idade – mas
sabe muito mais coisas.
(Rubem Braga. 200 Crônicas Escolhidas, 2001. Adaptado)
O lavrador
Esse homem deve ser da minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono
em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce
quando ainda se podiam requerer duas colônias de cinco alqueires ―na beira da
água grande‖ quase de graça. Brocou a mata com a foice, depois derrubou,
queimou, plantou seu café.
Explica-me: ―Eu trabalho sozinho, mais o menino meu‖. Seu raciocínio quando veio
foi este: ―Vou tratar de cair na mata; a mata é do governo, e eu sou fio do Estado,
devo ter direito‖. Confessa que sua posse até hoje ainda não está legalizada:
―Tenho de ir a Linhares, mas eu magino esse aguão...‖
No começo, não tinha prática de canoa, estava sempre com medo da canoa virar, o
menino é que logo se ajeitou com o remo; são quatro horas de remo lagoa adentro.
[...]
Olho sua cara queimada de sol; parece com a minha, é esse o mesmo tipo de feiura
triste do interior. [...] Volta a falar de sua terra e desconfia que eu sou do governo,
diz que precisa passar a escritura. Não sabe ler, mas sabe que essas coisas escritas
em um papel valem muito. Pergunta pela minha profissão, e tenho vergonha de
contar que vivo de escrever papéis que não valem nada; digo que sou comerciante
em Vitória, tenho um negocinho. Ele diz que o comércio é melhor que a lavoura;
que o lavrador se arrisca e o comerciante é que lucra mais; mas ele foi criado na
lavoura e não tem nenhum preparo. Endireita para mim o cigarro de palha que
estou enrolando com o fumo todo maçarocado. Deve ser de minha idade – mas
sabe muito mais coisas.
(Rubem Braga. 200 Crônicas Escolhidas, 2001. Adaptado)
a) Vou tratar de cair na mata, porque ela é do governo, e eu sou filho do Estado,
portanto devo ter direito a ela.
b) Vou tratar de cair na mata, embora ela é do governo, e eu sou filho do Estado,
porque devo ter direito nela.
c) Vou tratar de cair na mata, enquanto ela é do governo, e eu sou filho do Estado,
pois devo ter direito dela.
d) Vou tratar de cair na mata, ainda que ela é do governo, e eu sou filho do Estado,
então devo ter direito sobre ela.
e) Vou tratar de cair na mata, já que ela é do governo, e eu sou filho do Estado,
todavia devo ter direito sob ela.
1732) Concurso: Ag/Pref Arujá/Fiscalização de Trânsito/2015 Banca: VUNESP
O lavrador
Esse homem deve ser da minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono
em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce
quando ainda se podiam requerer duas colônias de cinco alqueires ―na beira da
água grande‖ quase de graça. Brocou a mata com a foice, depois derrubou,
queimou, plantou seu café.
Explica-me: ―Eu trabalho sozinho, mais o menino meu‖. Seu raciocínio quando veio
foi este: ―Vou tratar de cair na mata; a mata é do governo, e eu sou fio do Estado,
devo ter direito‖. Confessa que sua posse até hoje ainda não está legalizada:
―Tenho de ir a Linhares, mas eu magino esse aguão...‖
No começo, não tinha prática de canoa, estava sempre com medo da canoa virar, o
menino é que logo se ajeitou com o remo; são quatro horas de remo lagoa adentro.
[...]
Olho sua cara queimada de sol; parece com a minha, é esse o mesmo tipo de feiura
triste do interior. [...] Volta a falar de sua terra e desconfia que eu sou do governo,
diz que precisa passar a escritura. Não sabe ler, mas sabe que essas coisas escritas
em um papel valem muito. Pergunta pela minha profissão, e tenho vergonha de
contar que vivo de escrever papéis que não valem nada; digo que sou comerciante
em Vitória, tenho um negocinho. Ele diz que o comércio é melhor que a lavoura;
que o lavrador se arrisca e o comerciante é que lucra mais; mas ele foi criado na
lavoura e não tem nenhum preparo. Endireita para mim o cigarro de palha que
estou enrolando com o fumo todo maçarocado. Deve ser de minha idade – mas
sabe muito mais coisas.
a) Se o senhor tem de ir a Linhares, leve seu filho. E, quando ir, faça uma boa
viagem.
b) Se o senhor tiver de ir a Linhares, leve seu filho. E, quando for, faça uma boa
viagem.
c) Se o senhor ter de ir a Linhares, leve seu filho. E, quando vai, faça uma boa
viagem.
d) Se o senhor terá de ir a Linhares, leve seu filho. E, quando ir, faça uma boa
viagem.
e) Se o senhor tenha de ir a Linhares, leve seu filho. E, quando vai, faça uma boa
viagem.
Leia o texto.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas,
respectivamente, com:
a) onde ... de
b) à onde ... em
c) aonde ... em
d) onde ... a
e) aonde ... de
Leia a charge.
Sempre ouço música com o encarte do disco nas mãos. Quero saber de quem é o
arranjo, quem toca e quem compôs. As letras merecem atenção especial. Nada de
preocupação com ―erros‖ de português. Quero captar a mensagem, alcançar a
beleza da tessitura do texto.
E o ―grande público‖? Será que dá importância às letras? Será que presta atenção
ao enredo, à tessitura, à construção das orações e dos períodos, ao sentido das
letras? Sei não... O pior é que nem mesmo grandes cantores escapam da
demonstração de desprezo pelo texto.
Quer exemplos, caro leitor? Vamos lá. Em sua genial ―Oriente‖, de 1972, Gilberto
Gil escreveu: ―Se oriente, rapaz, (...) pela constatação de que a aranha vive do que
tece‖. No ano seguinte, uma das nossas maiores cantoras gravou a canção, desta
forma: ―Se oriente, rapaz, (...) pela constatação de que a aranha duvido que tece‖.
Isso faz sentido?
Ainda nessa letra, há uma passagem que diz isto: ―Você deságua em mim, e eu,
oceano, esqueço que amar é quase uma dor‖. Nem vou dizer como muita gente
entende esses versos. A questão é simples: assim como o rio deságua no mar, você
(ser amado) deságua em mim, portanto eu sou oceano, ou seja, o receptor da água
desse rio que você é. E isso tudo me faz esquecer que amar é quase uma dor.
a) uma letra com erros gramaticais está sujeita a ser incompreendida, tanto pelo
público quanto pelo intérprete.
b) a obscuridade de certas letras de músicas faz com que surjam versões alterando
seu sentido original.
Sempre ouço música com o encarte do disco nas mãos. Quero saber de quem é o
arranjo, quem toca e quem compôs. As letras merecem atenção especial. Nada de
preocupação com ―erros‖ de português. Quero captar a mensagem, alcançar a
beleza da tessitura do texto.
E o ―grande público‖? Será que dá importância às letras? Será que presta atenção
ao enredo, à tessitura, à construção das orações e dos períodos, ao sentido das
letras? Sei não... O pior é que nem mesmo grandes cantores escapam da
demonstração de desprezo pelo texto.
Quer exemplos, caro leitor? Vamos lá. Em sua genial ―Oriente‖, de 1972, Gilberto
Gil escreveu: ―Se oriente, rapaz, (...) pela constatação de que a aranha vive do que
tece‖. No ano seguinte, uma das nossas maiores cantoras gravou a canção, desta
forma: ―Se oriente, rapaz, (...) pela constatação de que a aranha duvido que tece‖.
Isso faz sentido?
Ainda nessa letra, há uma passagem que diz isto: ―Você deságua em mim, e eu,
oceano, esqueço que amar é quase uma dor‖. Nem vou dizer como muita gente
entende esses versos. A questão é simples: assim como o rio deságua no mar, você
(ser amado) deságua em mim, portanto eu sou oceano, ou seja, o receptor da água
desse rio que você é. E isso tudo me faz esquecer que amar é quase uma dor.
b) Alguns cantores não se atém ao enredo original da canção que interpretam, pois
importam-lhes mais a melodia.
Leia a tira.
A afirmação da personagem no primeiro quadrinho, a respeito de toda mãe achar
que o filho seja um gênio, é
O Rio
O homem viu o rio e se entusiasmou pela sua beleza. O rio corria pela planície,
contornando árvores e molhando grandes pedras. Refletia o sol e era margeado por
grama verde e macia.
O homem pegou o rio e o levou para casa, esperando que, lá, ele lhe desse a
mesma beleza. Mas o que aconteceu foi sua casa ser inundada e suas coisas
levadas pela água.
O homem devolveu o rio à planície. Agora quando lhe falam das belezas que antes
admirava, ele diz que não se lembra. Não se lembra das planícies, das grandes
pedras, dos reflexos do sol e da grama verde e macia. Lembra-se apenas da sua
casa alagada e de suas coisas perdidas pela corrente.
a) aconchego à natureza.
c) inovação tecnológica.
d) cerceamento da liberdade.
e) inexistência da individualidade.