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©2022. Jorge Heleno de Araújo. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei dos Direitos
Autorais 9.610/98, de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, sob quaisquer
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O conteúdo original da obra, é de total e exclusiva responsabilidade do autor.
22-98646 CDU-34:351.78
Ad sumus
O Autor
A técnica operacional tem por objetivo preparar o guarda municipal para o desempenho de
suas atividades em qualquer situação, mas, particularmente, naquelas em que uma infração tenha
sido cometida ou esteja em vias de cometimento. A função do guarda, durante seu período de
serviço, será observar tudo que se passa em sua área de responsabilidade, nos mínimos detalhes,
procurando detectar fatos que, aos olhos mais desavisados, passem despercebidos. Na ocorrência de
qualquer emergência, será ele que tomará as medidas cabíveis para minimizar os prejuízos materiais
e humanos e, na impossibilidade, fará o isolamento da área, ou do local e, ao final de seu turno de
serviço, subscreverá a ocorrência dos fatos acontecidos em seu horário de serviço, o que
abordaremos ao final deste capítulo.
a. De uso individual
Armamento
• Revólver em calibre estabelecido pela GM (com 06 cartuchos e cano de 04 pol.);
• Pistola, em calibre estabelecido pela GM;
• Bastão policial (em madeira), cassetete (em material sintético) ou tonfa;
• Bastão de eletrochoque (anti-distúrbios).
Equipamento
• Cinto de guarnição, coldre, porta-bastão/cassetete/tonfa e porta-cartuchos;
• Algemas e porta-algemas (fechado);
• Spray de pimenta;
• Apito e fiador;
• Caderneta de anotações e caneta;
• Porta-talonário;
• Talão de registro de ocorrências – TRO;
• Lanterna;
• Estojo de primeiros socorros;
• Rádio de comunicações de mão (HT).
b. De uso coletivo
Armamento
• Carabina ou espingarda, com tipo, modelo e calibre estabelecido pela GM.
Equipamentos
• Rádio de comunicações de bancada ou telefone (fixos);
• Livro de Parte Diária - LPD;
• Cordões de isolamento;
• Cavaletes e cones.
Conceito de ocorrência
“É qualquer fato acontecido na área ou local sob responsabilidade do guarda municipal ou para
a qual ele tenha sido acionado em socorro ou atendimento”. Uma ocorrência pode ou não ter
acontecido de forma intencional. Ex: queda de uma árvore em decorrência de temporal – ocorrência
por risco natural. Ex: atropelamento – ocorrência por risco provocado.
Uma ocorrência pode, ou não, ter o caráter criminoso e, como o guarda municipal também
pode atuar nas situações que envolvam as infrações penais, conheceremos, inicialmente, os tipos
mais comuns de crimes e os procedimentos do guarda frente a essas situações.
Definição de crime
De forma simples, podemos definir crime como “toda ação, ou omissão, que vá de encontro ao
estabelecido no Código Penal”, sendo que, por sua natureza, pode ser classificado em: crimes contra
a pessoa, crimes contra o patrimônio, e outros já citados em Legislação Brasileira.
Área externa
São as áreas de uso comum. O Código Civil, em seu art. 99, estabelece que os bens de uso
comum são os de uso comum do povo, tais como: os mares, estradas, ruas e praças. Assim, quaisquer
ocorrências havidas nestas áreas serão classificadas como ocorridas em áreas externas.
Área interna
São as áreas de propriedade privada ou não. Por exemplo: edifícios residenciais ou comerciais,
prédios públicos, estádios, lojas, etc. Normalmente, o que delimita uma área interna é um muro, um
tapume, uma grade ou uma parede (nas áreas urbanas) e uma cerca (nas áreas rurais).
É importante frisar a diferença entre área e local.
Área – É a extensão maior do terreno. O espaço onde se localiza um prédio é área interna; a
rua em frente a este prédio é área externa.
Local – É a fração da área, onde pode ocorrer um fato. O banheiro da agência bancária; em
frente ao nº 357 da rua tal; etc.
Imaginemos, agora, um local onde tenha sido cometido um fato criminoso (na gerência de uma
empresa). João, que fora demitido, esfaqueia o ex-chefe Roberto, que, ao procurar fugir, tomba
morto na calçada da empresa. O crime foi cometido em um local (sala) na área interna (da empresa)
vindo a falecer em um determinado local (em frente ao nº x). na área externa (calçada/rua).
Local inidôneo
É aquele que foi alterado, de forma intencional ou não, mas que pode modificar a visão real
dos fatos.
Local relacionado
É quando existem ligações do crime em diferentes locais. O crime é cometido em um local e o
corpo é encontrado em outro – exemplo de João e Roberto.
Quando da ocorrência de um crime, a autoridade policial necessitará recolher as peças para
instauração do processo penal (provas) ou para a elucidação do crime, quando não se conhecer o
verdadeiro criminoso (vestígios).
Provas – São todos os elementos que confirmam a ocorrência de um fato criminoso e podem
ser classificadas em materiais, documentais ou testemunhais:
• Prova material – uma arma, um veículo;
• Prova documental – uma carta, um cheque;
• Prova testemunhal – pessoa que viu o fato.
Vestígios – É tudo aquilo que, encontrado no local onde ocorreu o fato criminoso, poderá, ou
não, levar à identificação do criminoso. Um vestígio poderá, no decorrer das investigações, constituir-
se em uma prova. São considerados vestígios:
Armas – de fogo, brancas, estiletes, etc.;
Objetos – barras de ferro, pontas de cigarro, copos, garrafas, cacos de vidro, etc.;
Peças de vestuário ou parte delas – sapatos, camisas, botões, fios de linha, etc.;
Manchas – de óleo, sangue, batom, etc.;
Líquidos – sangue, urina, esperma, tintas, etc.;
Impressões – digitais, palmares, plantares, de pneus, etc.;
Pele, pelos, fios de cabelos, etc..
Indícios – São detalhes que pressupõem a ocorrência de um fato criminoso. Por exemplo:
Pessoas que entram e saem de determinada casa, pode indicar um local de venda de drogas;
veículos, com desconhecidos, à porta de uma indústria, pode indicar um possível roubo ou sequestro;
uma residência com entrada e saída de vários homens, à noite, com “quentinhas” pode indicar um
cativeiro de sequestro, etc.
2 – Prisão do criminoso
O guarda deverá, por todos os meios, impedir as ações do criminoso e deter sua fuga. No
entanto, se permanecer a dúvida entre a prisão do criminoso e o salvamento da vítima, a prioridade
será sempre o salvamento, pois o criminoso poderá ser preso mais tarde.
3 – Evacuação do local
É comum a aglomeração de curiosos, nos locais de crime, muitas vezes mexendo ou furtando
objetos da vítima. O guarda deverá, com cuidado, fazer com que todos se retirem dali.
4 – Isolamento do local
Ao chegar ao local do crime, o guarda deverá, imediatamente, isolar aquele local, visando
mantê-lo o mais próximo possível de como estava no segundo após o cometimento do crime, o que
facilitará o trabalho da polícia técnica. A imaginação deve ser usada, aproveitando-se o que estiver ao
alcance. Pode-se fechar portas, isolar com cordas, cavaletes, cadeiras, arames, tábuas, etc.
5 – Arrolamento de testemunhas
Testemunha é a pessoa que vê, ou escuta, o desenrolar do fato criminoso e pode ser
classificada em testemunha direta ou indireta. O guarda municipal deverá relacionar todos aqueles
que viram. Ouviram ou participaram do fato, anotando seus nomes, número de identidade, local de
residência ou trabalho, telefones, etc., uma vez que poderão, mais tarde, ser solicitados pela
autoridade policial para prestar esclarecimentos.
• Testemunha direta
É quando se tem percepção do fato, sem intermediários. Pode ser uma testemunha ocular ou
auricular.
Testemunha ocular – percebe o fato pela visão.
Testemunha auricular – percebe o fato pela audição.
• Testemunha indireta
É aquela que tem conhecimento do fato através de informações, do próprio criminoso ou de
outra pessoa. É também chamada testemunha oitiva.
Apesar da prova testemunhal se completar com dois depoimentos incontestáveis, é
aconselhável, ao guarda municipal, arrolar o maior número possível de testemunhas, porque muitas
vezes há pessoas que estavam no local, na hora do crime, mas não tiveram uma visão completa dos
fatos.
Vale ressaltar que o Código de Processo Penal, em seu art. 206, preceitua que “a testemunha
não pode eximir-se da obrigação de depor”.
Para confecção da ocorrência o guarda deverá tentar responder a seis (06) perguntas que são à
base do RO: o que, onde, quando, quem, como e por quê.
O QUE – Que tipo de fato aconteceu? Arrombamento, roubo, assassinato;
ONDE – Em que local o fato aconteceu? Na sala, no portão, na garagem;
QUANDO – Em que hora e dia o fato aconteceu? As 10:31h do dia 05/07/22. Se o fato
aconteceu em horário não observado, estima-se o período de acordo com as rondas efetuadas:
no período das 20:30h às 21:30h do dia 05/07/22;
QUEM – Quais as pessoas envolvidas no fato?
A vítima – José Pereira da Silva;
O ladrão – Tertuliano de tal, vulgo “Marreco”;
O assassino – Não identificado.
COMO – De que maneira o crime foi cometido? Arrombamento, agressão;
PORQUE – Quais os motivos que levaram ao crime? Matou para roubar (latrocínio), rixa antiga,
discussão de trânsito.
Na confecção de um RO, deve-se evitar que ela se torne uma novela, uma carta ou um
romance policial. O guarda deve fazer o seu relato de forma clara, precisa e concisa.
CLARA – Deve ser escrito de forma que qualquer pessoa entenda o que o guarda quer dizer. A
linguagem deve ser simples;
PRECISA – Não deve deixar margem para dúvidas, tais como: “eu acho que”, “tive a impressão
que”, etc. Só se deve relatar o que se viu, ouviu ou constatou;
CONCISA – A ocorrência não é uma carta. Deve ser escrita contendo apenas os dados
referentes ao fato, sem se estender na narração.
Para a confecção do registro de ocorrência, devemos dividi-lo em três partes específicas:
cabeçalho, parte informativa e comentários.
RESERVADO
DATA: 01 MAI 2020
DO: GM José da Silva (mat. 156)
AO: Chefe de Operações da GM-RO
ASSUNTO: HOMICÍDIO EM VIA PÚBLICA
ANEXO (S): Uma (01) cópia xerox de carteira de identidade
PARTE INFORMATIVA
COMENTÁRIOS
Segundo moradores do local, a vítima, José Hetelvino da Silva, conhecido por “Ceará”, é
pedreiro e pessoa conhecida da área, íntimo de prostitutas e frequentador de casas de boemia.
RESERVADO
No desempenho de suas atividades, o guarda municipal poderá se deparar com situações para
as quais não recebeu o adequado treinamento. São situações adversas, não previsíveis, e nem
sempre de origens criminosas. O agente da lei deverá, sempre, agir com iniciativa e bom senso,
avaliando a cena do evento, analisando seus riscos e possibilidades de atuação e, finalmente, após
todos esses procedimentos, atuar da forma mais adequada à cada caso, em particular. Não deve ter
medo de errar, mas deve procurar evitar o erro, buscando sempre atuar de maneira coerente e
humana. Sempre que puder solicitar auxílio, deverá fazê-lo, quer da própria instituição, quer da
Polícia Militar, até porque a segurança pública é um conjunto de ações integradas, não havendo
hegemonia nas suas ações.
No caso da ocorrência de um delito, o guarda municipal atuará, sempre, tendo em mente o que
preceitua o art. 301 do CPP – Código de Processos Penal: “qualquer do povo poderá e as autoridades
policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito”.
Quando uniformizado, o guarda representa as autoridades municipais, e sua responsabilidade se
estenderá por toda a área do município, atuando nos casos de crimes contra a pessoa e contra o
patrimônio.
Prisão em flagrante
Art. 302 do CPP – Considera-se em flagrante delito quem:
1. Está cometendo a infração penal;
2. Acaba de cometê-la;
3. É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser autor da infração;
4. É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
presumir ser ele autor da infração.
Haverá situações em que o guarda municipal emitirá voz de prisão àquele que acaba de
cometer um delito. Ao efetuar esta voz prisão deverá, sempre, ser comandada com o criminoso em
flagrante delito. O guarda sempre atuará em nome, e como representante da lei, nunca levando o
fato para a conotação pessoal. Evitará retribuir as ofensas ou maltratar moral ou fisicamente o preso,
agindo com firmeza, equilíbrio e serenidade, e tendo em mente que será judicialmente responsável
pelas ações que vier a praticar.
O acusado é obrigado a acatar a voz de prisão, não reagir à ordem e fazer entrega ao
executante da prisão, das armas ou instrumentos que estiver em seu poder. Poderá ocorrer, em
alguns casos, a resistência do preso, à prisão, que poderá ser passiva ou agressiva.
Furto
Furtar significa subtrair, para si ou outrem, coisa alheia móvel. É normalmente confundido com
o roubo, entretanto, no furto, não existe o emprego da violência. O guarda poderá ser solicitado
frente a esse fato em duas situações: Presenciando a prática do furto ou sendo solicitado após a
ocorrência do mesmo. Assim, o guarda procederá das seguintes maneiras:
Presenciando o furto
• Manter uma atenta observação sobre o comportamento ou as atitudes tomadas pelo
criminoso;
• Abordar o criminoso e dar-lhe voz de prisão;
• Imobilizar e proceder à revista do elemento;
• Informar à Central de Operações a ocorrência em andamento, solicitando o apoio
necessário;
• Ao final da ocorrência, preencher o TRO.
Presenciando o roubo
• Tendo em vista que os roubos são praticados, em sua maioria, com emprego de armas ou
por grupos, manter atenta observação sobre o comportamento ou as atitudes tomadas pelo
criminoso;
• Informar à Central de Operações a ocorrência em andamento, solicitando o apoio
necessário da força policial;
• Havendo a possibilidade, abordar o criminoso e dar-lhe voz de prisão;
• Imobilizar e proceder à revista do elemento;
• Ao final da ocorrência, preencher o TRO.
Art. 304 do CPP – Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e as
testemunhas que o acompanharem e interrogará o acusado sobre a imputação que lhe é feita,
lavrando-se auto, que será por todos assinados.
Condutor – O agente que faz a detenção, que emite a voz de prisão, será o encarregado pela
condução do preso até a delegacia policial e responsável por sua integridade física.
Vítimas – Sempre que se possa locomover, sem prejuízo para seu estado de saúde, a vítima
deve ser conduzida à delegacia para depor. Se, por motivo de saúde, a vítima não puder comparecer
à delegacia, a autoridade policial encaminhará pessoal para tomar seu depoimento no hospital,
quando ela estiver em condições de depor.
14. Incêndios
Estando em permanente circulação pelas vias do município, o guarda municipal poderá se
deparar com situações de incêndios em instalações (residenciais, comerciais, industriais), em áreas
de mata ou em veículos. Para os prédios públicos, o guarda deverá agir de acordo com o estabelecido
no plano geral de segurança daquela instalação, entretanto, nos casos particulares, deverá agir com
iniciativa e bom senso, de acordo com cada caso.
Incêndio em prédio
• Procurar tomar conhecimento do tipo de incêndio, área afetada, proporções do fogo e
possíveis vítimas;
• Repassar essas informações ao Corpo de Bombeiros e à Central de Operações.
• Não havendo equipe de brigadistas na instalação, colaborar com a evacuação e com o início
do combate ao foco de incêndio;
• Havendo equipe que esteja combatendo o incêndio, após a evacuação do local, manter o
isolamento da área da instalação, evitando a presença de curiosos e aproveitadores;
• Se o incêndio for debelado antes da chegada dos bombeiros, entrar em contato com o
mesmo e informar o fato;
• Ao final da ocorrência, preencher o TRO.
Incêndio em veículo
• Se o incêndio estiver em fase inicial, tentar conter o fogo com o auxílio de extintores;
• Se não houver possibilidade de combate ao fogo, isolar a área;
• Informar o fato ao Corpo de Bombeiros e à Central de Operações, atentando para o local,
tipo de veículo, possíveis vítimas, etc.;
• Balizar o trânsito até a chegada dos bombeiros;
• Anotar todos os dados e, ao final da ocorrência, preencher o TRO.
Incêndio em vegetação
• Procurar tomar conhecimento do tipo de incêndio, área afetada, proporções do fogo e
possíveis vítimas;
Técnicas de entrevista
• Ataque aos pontos fortes – Significa buscar a simpatia do entrevistado, em coisas que lhe
seja do agrado. Por exemplo: ao ver o entrevistado com uma camisa de determinado time
de futebol, tecer um comentário positivo sobre a atuação do clube no campeonato, mesmo
não sendo torcedor.
• Ataque ao objetivo – É fazer a pergunta que se deseja, sem deixar dúvidas. Muitas vezes,
antes da pergunta principal, pode-se realizar outras perguntas que conduzam o
entrevistado a responder a pergunta desejada, muitas vezes sem que ele consiga fugir dela.
Deve-se ter em mente que para cada entrevista haverá procedimentos diferenciados. Uma
entrevista investigativa, por exemplo, quando se busca confirmar uma suspeita, é mais demorada:
primeiro busca-se um entrevistado, que conheça a pessoa a ser investigada; estudam-se os seus
hábitos, para uma aproximação perfeita; as perguntas não terão uma sequência lógica, para não
despertar suspeitas, etc.. Já em um roubo, com vítimas, os entrevistados serão todos aqueles que se
encontravam no local da ocorrência, no momento do fato. O roteiro técnico deverá ser seguido,
entretanto, atentando-se para o emocional, já que muitos estarão em estado de choque. As
informações deverão ser obtidas na maior brevidade já que devem constar do Registro de
Ocorrência, a ser apresentado à autoridade policial.
Uma entrevista bem realizada permite coletar dados de relevante valor. Ela servirá para a
transmissão de orientações para o serviço; para a escrituração de um Boletim de Ocorrência – BO; e
até para a composição de um retrato falado, onde se necessite reconhecer um criminoso.
Basicamente ela buscará as seguintes respostas: o que aconteceu, em que local, em que data e hora,
quais as pessoas envolvidas, como ocorreu o fato e, que motivos levaram a ocorrência do fato.
Conceito
Podemos conceituar crise como sendo “uma situação crucial, que exige dos órgãos de
segurança pública (polícia) uma resposta especial e que tenha por objetivo final assegurar uma
solução aceitável” (FBI). Ela é caracterizada por quatro fatores distintos: ocorre de forma
imprevisível; causa ameaça à vida; a sua resolução está comprimida no tempo; e necessita de
procedimentos organizacionais não rotineiros, que permitam um planejamento e uma execução sob
considerações legais especiais.
Uma crise pode ocorrer nos mais diversos locais, onde pode haver um guarda municipal em
serviço: em uma loja comercial, em uma residência, no interior de um ônibus, em agência bancária,
etc.. Assim, todo profissional de segurança pública deve possuir os conhecimentos mínimos de
situações de crise e como proceder, quando de sua ocorrência.
Terroristas – São pessoas fanatizadas por determinada ideologia e que são capazes de
sacrificar a própria vida, e dos reféns, para o êxito de sua missão. Os atentados às torres gêmeas, em
Perímetros de segurança
Ocorrendo uma crise, é de fundamental importância que a área seja isolada, estabelecendo-se
perímetros de segurança, que permitirá aos organismos policiais especializados gerenciar a referida
crise, buscando uma solução aceitável. Estes perímetros serão assim estabelecidos:
• Ponto crítico – É o local onde, somente, devem permanecer os causadores da crise e reféns;
• Perímetro interno – É o espaço que circunda o ponto crítico, formando uma zona estéril, e
onde permanecerão os policiais especialmente designados;
• Perímetro externo – è o espaço do cordão de isolamento destinado a formar uma zona
tampão entre o perímetro interno e o público. Neste perímetro serão instalados o Posto de
Comando – PC, das operações e o comando do Grupo Tático de Assalto – GTA. A mídia e o
público devem permanecer fora desse perímetro.
Perímetro interno
Zona estéril
Ponto crítico
Forças de segurança
Perímetro externo
Síndrome de Estocolmo
É uma perturbação psicológica, detectada em inúmeras vítimas de crise, algumas das quais
tendo sofrido violências durante sua permanência no cativeiro, por parte dos seus algozes, mas que,
independentemente disto, passam a olhá-los com simpatia. É um mecanismo de tolerância, tão
involuntário como respirar e ocorre em decorrência da fadiga e do stress, passando a ocorrer uma
inteiração entre sequestradores e reféns. O primeiro caso, conhecido, aconteceu em Estocolmo, na
Suécia, quando, um criminoso, armado, entrou no Banco de Crédito de Estocolmo e tentou praticar
um roubo. Com a chegada da polícia, o assaltante tomou três mulheres e um homem, como reféns, e
entrou com eles na caixa-forte do banco, exigindo da polícia que trouxesse ao local um antigo
companheiro, que se encontrava preso.
Atendido nessa exigência, o assaltante e seu companheiro, mantiveram os reféns em seu poder
durante seis dias, no interior da caixa-forte, tendo, ao final desse tempo, se entregado sem
resistência.
Ao saírem do banco, os quatro reféns usaram seus próprios corpos como escudos para
proteger os dois criminosos d qualquer tiro das forças policiais, ao mesmo tempo em que pediram
aos policiais para não atirar.
Em geral, os efeitos da síndrome de Estocolmo são percebidos através dos sentimentos
demonstrados pelas vítimas por seus sequestradores. Esses sentimentos são: de profunda amizade,
de paternalismo, de exacerbada proteção e, até, de amor e simpatia.
• Revista simples
É aquela em que o guarda municipal apenas observa as pessoas que passam por seu setor de
responsabilidade, à procura de algo anormal. É o trabalho do dia-a-dia do guarda.
• Revista rápida
É a procura de algo suspeito, olhando-se superficialmente o interior de volumes pessoais ou
apalpando-se levemente as vestes do indivíduo suspeito. É comumente realizada, na entrada de
estádios e clubes, para se evitar a entrada de armas ou materiais escondidos sob as vestes.
Nos prédios públicos, onde haja determinação para tal revista, e para evitar constrangimentos,
pode-se substituir a apalpação pelo uso de detectores de metais. Também poderá ser realizada, em
um suspeito que adentre a uma instalação municipal, fora do horário normal e por locais não
permitidos, e em que se caracterize uma invasão. A postura neste caso será diferente da adotada por
aquele que se encontra em uma portaria e em horário de atendimento público.
O guarda municipal também poderá realizar este tipo de revista ao abordar pessoas
encontradas em atitudes suspeitas, ou em locais e horários fora do comum. Vale lembrar que
constitui crime de constrangimento apalpar pessoas de sexo oposto, sendo necessária a presença da
guarda feminina para estes casos. Da mesma forma enquadra-se a revista de bolsas que podem
conter objetos íntimos, de uso pessoal feminino (calcinhas, absorventes, objetos de uso sexual, etc.).
• Revista circunstanciada
É a procura, mais rigorosa, nos volumes pessoais e vestes do indivíduo suspeito. Nesta fase,
pode-se despejar o conteúdo dos volumes sobre a mesa ou veículo, vistoriar roupas (conteúdo dos
• Revista completa
É aquela em que o suspeito permanece sem as vestes e a procura pode ocorrer, inclusive, nas
suas cavidades corporais (boca, ânus e vagina). Só será realizada em casos de alto risco à segurança e
normalmente acompanhada por membro dos organismos policiais. É utilizada nos organismos
prisionais (presídios e carceragens), ou quando se suspeita da entrada de armas, drogas ou aparelhos
celulares para detentos.
Na crônica policial do dia a dia tem-se conhecimento de fatos absurdos como despir suspeitos
em via pública. Tais situações, além de constrangedoras, são criminosas. Não existe justificativa para
este tipo de procedimento, e sim abuso de poder e atentado ao pudor. Se, em última instância,
houver a necessidade desse tipo de revista, o suspeito deverá ser conduzido à delegacia e entregue à
autoridade policial, que procederá dentro dos princípios da legalidade e da dignidade humana.
Busca
Quando um veículo entra, ou sai, de uma determinada instalação municipal, ou quando se
aborda um veículo em atitude suspeita e o guarda faz a observação no interior desses veículos, ele
está realizando uma busca. Para que essa busca seja realizada, é necessário que o veículo esteja com
o motor desligado e o motorista fora do mesmo, observado por um segundo guarda, que fará a
cobertura de quem realiza a busca.
A busca poderá, ao ser realizada, dependendo das necessidades, ser classificada de duas
maneiras: ligeira ou minuciosa.
• Busca ligeira
É aquela em que o guarda, na entrada ou saída de veículos, observa: o motor, o porta-malas, o
porta-luvas, os bancos e sob eles, os tapetes e sob os mesmos.
• Busca minuciosa
É aquela em que a procura não tem limites, podendo ir aos mínimos detalhes e será realizada
em casos de altíssimo risco à segurança, sendo realizada pelos organismos policiais e, normalmente,
acompanhadas de um mandado de busca.
Abordagem de suspeitos
A abordagem de um suspeito poderá ser realizada das mais diversas formas, em diferentes
horários e locais, que variam para cada caso, como por exemplo:
• Um elemento suspeito, num prédio público;
• Um elemento suspeito, à noite, em área proibida;
• Um elemento suspeito em local público.
No terceiro caso, um suspeito em local público. Se o guarda portar armas, esta será a última
opção de uso, assim mesmo se o suspeito representar perigo para o guarda ou para terceiros.
Sozinho, ou com a cobertura de outro guarda, dominará e realizará a revista do suspeito, na procura
de armas e outros objetos.
De pé, na parede
O guarda comandará mãos na cabeça e conduzirá, à sua frente, o suspeito até um local claro,
protegido e com parede.
Na parede, comandará mãos ao alto, em cruz, pernas abertas numa distância de
aproximadamente 90cm da parede e com a cabeça encostada na parede.
Ajoelhado
A revista realizada com o suspeito ajoelhado é muito utilizada nas operações militares,
comprovando ser eficiente quando se necessita revistar um elemento de maior compleição física.
O guarda, tendo o suspeito sob sua visão, comandará mãos na cabeça, e em direção a tal
ponto. No ponto de revista comandará alto, e que se ajoelhe, pernas juntas, braços recolhidos sobre
a cabeça, com dedos entrelaçados.
Deitado
A revista realizada com o suspeito deitado foi muito utilizada na guerra do Vietnã,
comprovando ser eficiente quando se necessita revistar mais de um suspeito.
O guarda, tendo os suspeitos sob sua visão, comandará mãos na cabeça, em coluna e em tal
direção. No ponto de revista comandará alto, e que se deitem, um a um, pernas cerradas, braços
estendidos à frente da cabeça, em fila e, com a cabeça junto aos pés do elemento à sua frente.
A revista começará pelo último suspeito que, depois de revistado, passará para frente, e assim
sucessivamente.
Condução de detidos
Após a detenção e revista de um suspeito, ou mesmo a prisão de um criminoso, o guarda
deverá:
1. Contatar a Central de Operações e informar o ocorrido, solicitando o apoio necessário;
2. Contatar o Centro de Operações da PM (tel. 190) e solicitar o apoio policial;
3. Manter o suspeito deitado e sob mira (se necessário), até a chegada da polícia;
4. Fazer a entrega do suspeito à polícia, relatando o fato;
5. Preencher o TRO.
O uso de algemas
A algema é o principal instrumento de imobilização do agente de segurança pública, contudo,
sua venda e uso não estão, ainda, regulamentados. A Lei nº 7.210/84 – Lei de Execução Penal, em seu
art. 199, estabelece que “o emprego de algemas será disciplinado por decreto federal”,
regulamentação esta que não foi estabelecida, até o momento.
Ela é o símbolo universal de polícia, existindo três modelos básicos: algema de pulso, algema de
dedos e algema de pés, esta última ainda pouco conhecida e não fabricada no Brasil. Nos últimos
anos, seguindo o modelo norte-americano, aparece também a algema de nylon, a ser comentada.
No Direito Internacional, o item 33, das Regras Mínimas para Tratamento com Reclusos,
adotada pela ONU, em 30/08/1955, estabelece que as algemas não poderão ser utilizadas como
castigo. Sua utilização se dará nos seguintes casos:
• Como medida de precaução contra fuga;
• Por motivos de saúde (doente mental violento, por exemplo);
• Com o objetivo de impedir que cause danos a si mesmo ou a terceiros ou, então, para que
não produza danos materiais.
No Direito brasileiro, o art. 5º da Constituição Federal de 1988, inciso XLIX, frisa que “é
assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”. Este inciso não proíbe o uso de
algemas, apenas faz menção ao respeito à integridade física e moral das pessoas nas quais as
algemas tenham que ser utilizadas.
Algema de dedos
A algema de dedos (digital) é de grande utilidade quando se deseja imobilizar mulheres
infratoras sem que a atenção de curiosos seja despertada para o fato. Será colocada nos polegares,
preferencialmente, devendo ater-se ao cuidado para que as mãos não estejam com produtos que
facilitem sua retirada (graxas, lubrificantes, etc.), devido às características físicas dos dedos,
diferentes dos pulsos.
As técnicas observadas no uso das algemas de pulso também deverão ser observadas nas
algemas de dedos.
Algema de pés
Semelhante às correntes utilizadas nos escravos, esta algema é, normalmente, utilizada como
complemento à algema de pulso na condução de indivíduos perigosos, tendo por objetivo dificultar
qualquer tentativa de fuga. Deve ser utilizada em detentos que se destinam à locais fora da
carceragem, como por exemplo: o Fórum.
Algema de nylon
Muito utilizada por forças militares e policiais, europeias norte-americanas, esta algema é
confeccionada em nylon de alta resistência e de uso descartável, uma vez que depois de colocada só
permite a libertação do algemado se for cortada. Pode ser improvisada com passadores de cabos
elétricos ou telefônicos, encontrados nas lojas de materiais elétricos. Pelo baixo custo, pequeno peso
e volume, e fácil aquisição, é muito útil nas grandes operações policiais.
Lembre-se que um suspeito não é, necessariamente, um criminoso. O guarda é um agente de
segurança comunitário, possui vínculos com a cidade e a comunidade onde trabalha. Suas atitudes
repercutirão para toda a instituição, portanto suas ações devem ser sempre pautadas no bom senso.
A algema só deverá ser utilizada se o suspeito colocar em risco sua própria integridade, a de outras
pessoas ou se ameaçar fuga. Imobilizado, não representa perigo ao guarda, portanto, nada justifica
agressões espontâneas, próprias dos profissionais despreparados ou psicologicamente deformados.
Menores de idade são amparados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e devem
ser imediatamente encaminhados à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – DPCA.
Enquanto aguardam a condução devem permanecer em local seguro e não devem ser imobilizados,
O uso da força pelos agentes de segurança pública deverá se pautar nos documentos
internacionais de proteção aos direitos humanos e deverá considerar, primordialmente: Ao Código
de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei – CCEAL, adotado pela Assembleia Geral das
Nações Unidas na sua Resolução 34/169, de 17 de dezembro de 1979; e a Convenção Contra a
Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, adotada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua XL Sessão, realizada em Nova York em 10 de dezembro
de 1984 e promulgada pelo Decreto n.º 40, de 15 de fevereiro de 1991, Além do acatamento dos
Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo – PBUFAF, deliberado no 8º Congresso, em
Cuba, no ano de 1990:
São instrumentos internacionais importantes com o objetivo de proporcionar aos Estados
membros orientação quanto à conduta dos aplicadores da Lei, buscando criar padrões das práticas
de aplicação da lei de acordo com os direitos e liberdades humanas.
Destacam-se os seguintes pontos:
• A necessidade de desenvolvimento de armas incapacitantes não letais para restringir a
aplicação de meios capazes de causar morte ou ferimentos;
• O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos princípios da
legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.
• Os agentes de segurança pública não deverão disparar armas de fogo contra pessoas,
exceto em casos de legítima defesa própria ou de terceiro contra perigo iminente de morte
ou lesão grave.
• Não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou
que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente risco imediato de morte ou
de lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros.
• Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite bloqueio policial em
via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de morte ou lesão grave aos
agentes de segurança pública ou terceiros.
• Os chamados “disparos de advertência” não são considerados prática aceitável, por não
atenderem aos princípios elencados na Diretriz n.º 2 e em razão da imprevisibilidade de
seus efeitos.
• O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os procedimentos de abordagem
não deverá ser uma prática rotineira e indiscriminada.
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de
tentativa de fuga do preso.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à
determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos
meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se
lavrará auto subscrito (Registro de Ocorrência) também por duas testemunhas.
O uso da força, nas forças de segurança, é legitimado, no estado brasileiro, por três aspectos
legais:
• Legítima defesa;
• Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito;
• Estado de necessidade.
Legítima defesa
Conforme o art. 25 do Código Penal, "entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou
de outrem". Portanto, se a hipótese de legítima defesa for reconhecida, é atestada a inexistência de
crime, como prevê o art. 23, II, do CP.
Estado de necessidade
Prevê o art. 24 do CP: "Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se." Segundo o art. 23, não há,
nessa hipótese, crime; há um excludente da antijuridicidade.
São requisitos do estado de necessidade perante a lei penal brasileira:
a) a ameaça a direito próprio ou alheio;
b) a existência de um perigo atual e inevitável;
c) a inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado;
d) uma situação não provocada voluntariamente pelo agente; e
e) o conhecimento da situação de fato justificante.
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
Conceitos e definições
Força – é toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupos de indivíduos, reduzindo
ou eliminando sua capacidade de auto decisão.
Nível do uso da força – é entendido desde a simples presença do guarda em uma intervenção,
até a utilização da arma de fogo, em seu uso extremo (letal).
Uso progressivo da força – consiste na seleção adequada de opções de força, pelo guarda, em
resposta ao nível de submissão do indivíduo suspeito, ou infrator a ser controlado. Na prática será o
escalonamento dos níveis de força conforme o grau de resistência ou reação do oponente.
Princípios básicos
Ante qualquer ação adversa, em que haja a necessidade da utilização do uso da força, o guarda
deverá avaliar qual o nível de força a ser aplicado. Antes de qualquer iniciativa de ação, terá que
atentar para os seguintes questionamentos:
1. O emprego da força é legal?
2. Já foram esgotadas todas as possibilidades preliminares?
3. A aplicação da força é necessária?
4. O nível de força a ser utilizado é proporcional ao nível de resistência oferecida?
5. Detenho os meios materiais e os conhecimentos para empregar a técnica?
6. O uso da força é conveniente, no que diz respeito às consequências da ação ou omissão?
Ao responder essas perguntas buscamos enquadrar a ação dentro destes princípios essenciais
para o uso da força
Nível 2 - Verbalização
Baseia–se na ampla variedade de habilidades de comunicação por parte do guarda,
capitalizando a aceitação geral que a população tem da autoridade. É utilizada em conjunto com a
presença física do guarda e pode usualmente alcançar os resultados desejados. Este nível de força
pode e deve ser utilizado também em conjunto com todos os outros níveis de força.
O conteúdo da mensagem é muito importante. A escolha correta das palavras, bem como a
intensidade empregada, traduz com precisão a eficácia da intervenção. Assegurado desta postura, o
vigilante terá mais chances de alcançar o seu objetivo. As palavras-chave na aplicação da lei serão
negociação, mediação, persuasão e resolução de conflitos.
Uma atenção especial deve ser dada à linguagem. Muitos acreditam que, utilizando uma
linguagem vulgar, chula e ameaçadora, desencorajam a resistência do suspeito. Diálogos dessa
natureza causam espanto e demonstram falta de profissionalismo. O que se busca ao realizar a
verbalização é a redução do uso da força e o controle do suspeito.
1) Lembre–se de flexionar o nível de voz sempre que houver acatamento, abaixe o tom,
conquiste a confiança da pessoa abordada. Mas fique sempre atento ao recurso de elevar
bruscamente o tom de voz, caso perceba algo errados.
2) Caso o suspeito não acate, repita os comandos, insista com firmeza, procure não ficar
nervoso caso não seja acatado de imediato. Procure sempre o diálogo e jamais entre em
discussão.
Habilidade
É a capacidade física do suspeito de causar danos ao guarda ou em outra pessoa inocente. Isto
significa, em outras palavras, que o suspeito possui uma arma capaz de provocar morte ou lesão
grave, como por exemplo, uma arma de fogo ou uma faca. Também pode ser incluída a capacidade
física, através de arte marcial ou de força física, significativamente superior à do guarda.
Oportunidade
Diz respeito ao potencial do suspeito em usar sua habilidade para matar ou ferir gravemente.
Esta oportunidade não existe se o suspeito está fora de alcance, a exemplo, um suspeito armado com
uma faca tem habilidade para matar ou ferir seriamente, mas pode faltar oportunidade se você
aumentar a
distância.
Risco
Existe quando um suspeito toma vantagem de sua habilidade e oportunidade para colocar um
guarda, ou outra pessoa inocente, em um iminente perigo físico. Uma situação em que um suspeito
de roubo recusa – se a soltar a arma acuado após uma perseguição a pé pode se constituir em risco.
8 - Recomendações finais
Táticas e técnicas de atuação dependerão de cada profissional. Mas, é possível fazer algumas
recomendações:
e) Pense taticamente
Nunca esqueça o quarteto que governa o pensamento tático. Trabalhar na área de segurança,
não invadir a área de risco, monitorar os pontos de foco e controlar os pontos quentes. O ideal é um
guarda monitorando cada ponto de foco. Voltamos, portanto, à questão da supremacia de força.
f) Utilize as técnicas
Não menospreze as técnicas. Progrida taticamente, abrigando, comunicando
preferencialmente por gestos ou códigos e utilizando as técnicas de varredura (tomada de ângulo,
olhada rápida e uso do espelho). Ao localizar um suspeito, aplique as técnicas de verbalização, as
quais resolvem boa parte das ocorrências. Empregue sempre os princípios da abordagem: segurança,
surpresa, rapidez, ação vigorosa e unidade de comando.
Culpa – Crime culposo é aquele que ocorre quando o agente dá causa ao resultado (que era
previsível) por imprudência, negligência ou imperícia.
• Imprudência: arriscar-se sem necessidade, sem razão.
• Negligência: deixar ou esquecer de verificar certos requisitos mínimos de prudência antes
de praticar uma ação.
• Imperícia: falta de habilitação para o exercício de determinada atividade para o qual a
pessoa deveria ser habilitada (ex. pessoa que ter carta de habilitação, mas causa um
acidente de trânsito com vítimas por não saber, na prática, dirigir).
§ 2° - Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - Enfermidade incurável;
III - Perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - Deformidade permanente;
V – Aborto.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.
a) Lesões leves
Considera-se leve toda lesão que não for definida em lei como grave ou gravíssima.
Ação penal: Desde o advento da Lei nº 9.099/95, a ação penal passou a ser pública
condicionada à representação da vítima. Nas demais formas de lesão corporal (grave, gravíssima, e
seguida de morte) a ação penal continua sendo pública incondicionada.
b) Lesões graves
A pena em todos os casos é de reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
Art. 129, § 1º, I – Se resulta incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias:
Atividade habitual é qualquer ocupação rotineira, do dia a dia da vítima, como andar,
trabalhar, praticar esporte etc.
Art. 129, § 1º, III – Se resulta debilidade permanente de membro, sentido ou função.
Debilidade consiste na redução ou enfraquecimento da capacidade funcional. Para que
caracterize esta hipótese de lesão grave é necessário que seja permanente, ou seja, que a
recuperação seja incerta e a eventual cessação incalculável.
o Membros – braços e pernas.
o Sentidos – são os mecanismos sensoriais através dos quais percebemos o mundo exterior:
tato, olfato, paladar, visão e audição.
o Função: É a atividade de um órgão ou aparelho do corpo humano. Caracteriza-se, por
exemplo, quando uma agressão causa alterações permanentes na função respiratória, etc.
c) Lesões gravíssimas
Estão previstas no art. 129, § 2º, cuja pena é de reclusão de 2 a 8 anos.
É possível a coexistência de formas diversas de lesão grave ou de várias lesões gravíssimas. Se
o laudo de exame de corpo de delito apontar que a vítima sofreu determinada espécie de lesão grave
e outra de lesão gravíssima, responderá o agressor apenas por lesão gravíssima.
Crimes de perigo
Perigo é a probabilidade de lesão de um bem ou interesse tutelado pela lei penal.
O perigo é individual quando expõe a risco de dano o interesse de uma só pessoa ou um
número determinado de pessoas; ele será coletivo quando expuser a perigo um número
indeterminado de pessoas.
Observações:
1. No dolo de perigo, a vontade do agente se dirige exclusivamente a expor o interesse
jurídico a um perigo de dano, ao passo que no dolo de dano o sujeito dirige sua vontade à
realização efetiva do dano.
2. Existem crimes de perigo comum punidos também a título de culpa, além deste crime de
uso de gás tóxico ou asfixiante. É o caso do incêndio culposo (art. 250, § 2°), explosão
culposa (art. 251, § 2°), desabamento ou desmoronamento culposo (256, parágrafo único) e
difusão de doença ou praga culposa (art. 259, parágrafo único).
3. A tentativa nos crimes de perigo comum é admissível.
Modalidade Culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Art. 253 - Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou
asfixiante – Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade,
substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Trata-se de crime de perigo abstrato, em que não há a necessidade de se provar efetivo risco a
terceiros, pois a Lei presume que quem fabrica, fornece, adquire, tem na sua posse ou transporta
este tipo de equipamento está trazendo risco aos que estão a sua volta pelo simples fato de praticar
uma destas ações.
Ademais, o possuidor ou portador de munições químicas, categoria em que se enquadram as
granadas e demais munições não letais (de uso restrito de acordo com o Regulamento para a
Fiscalização de Produtos Controlados (R-105) – Ministério do Exército, regulamentado pelo Decreto
Nº 3.665, de 20 de novembro de 2.000) poderá responder pelo artigo 16 da lei 10.826/2003 –
Estatuto do Desarmamento, em razão de entendimento no sentido de que parte do art. 253 foi
revogado pela nova Lei:
(Autor desconhecido)
O bastão é uma arma de grande valor no trabalho do guarda municipal, particularmente, para
sua defesa e para o controle de distúrbios. Com exceção de situações de extrema violência, o bastão,
nas mãos de guardas bem treinados, será o equipamento mais apropriado para conter um elemento
de maior porte, ou vigor físico, armado ou não. Ele não substitui uma arma de fogo, como
equipamento a ser utilizado pelas polícias municipais, mas será empregado em situações onde a
necessidade de utilização da arma de fogo não é aconselhada, já que sua presença poderá gerar uma
tendência à escalada da intensidade da violência. Acresça-se ainda que a tomada do bastão, pelo
agressor, não caracterizará um perigo maior, como ocorreria com uma arma de fogo.
A utilização do bastão deverá ser baseada no bom senso, após o exame da situação existente,
feito pelo guarda. Ele deverá ser utilizado defensivamente, para proteger pessoas e propriedades.
Quando do enfrentamento de uma turba, em casos de grave perturbação da ordem, o bastão
poderá ser utilizado em operações de caráter ofensivo. Vale ressaltar que nestes casos, será
necessária a presença de outro contingente, portando armas de fogo, em apoio ao primeiro
grupamento. Não estará em contato direto com a turba, porém pronto para operar, nos casos em
que o grupamento portando bastões estiver sob ameaça.
Os guardas que portam bastões devem conhecer os pontos vulneráveis do corpo humano. Em
situações de conflito, os oponentes devem ser detidos, desencorajados ou dispersos, mas jamais
deverão ser desferidos golpes que possam matar ou causar danos permanentes às pessoas. A mídia
tem mostrado, periodicamente, cenas de conflito em campos de futebol, filas para aquisição de
ingressos ou em shows populares, onde profissionais de segurança pública agridem cidadãos,
participantes do conflito ou não, com bastonadas na cabeça. Além do perigo de morte imediata, a
longo prazo, estas pancadas poderão trazer graves consequências para as vítimas tais como um
coágulo no cérebro, perda de memória, epilepsias, etc.
As figuras mostram, respectivamente, os pontos vulneráveis do corpo humano e os que, se
atingidos, podem provocar a morte.
As estocadas são movimentos feitos com a ponta do cassetete, para golpear uma zona ou
ponto específico do corpo do oponente, com a finalidade de desarmá-lo ou incapacitá-lo
momentaneamente.
Os cortes são golpes rápidos de través, executados com o terminal do bastão, o qual se move
em ângulo até um ponto ou zona específica do corpo do adversário com a finalidade de desarmá-lo
ou incapacitá-lo momentaneamente.
Existem situações em que não são necessários golpes contra a multidão. Nesse caso, o guarda
que porta o bastão o manterá firmemente, apontando na direção do plexo solar do manifestante
mais próximo.
Pontos vulneráveis do corpo humano
Estocada no plexo
A postura
É o conjunto de normas estabelecidas por cada organismo para seus membros. As prefeituras
estabelecem posturas sobre os procedimentos administrativos da ordem pública municipal, assim
como as Guardas Municipais estabelecem normas para o bom desempenho profissional de seus
servidores. Cada Guarda estabelecerá seu Regulamento de Posturas, mas, no geral, podemos
estabelecer os seguintes princípios gerais:
I – Tratar a todos com educação, urbanidade e cortesia, sendo proibido externar qualquer
manifestação de preconceito, seja de raça, sexo, nacionalidade, cor, religião, posição política ou
social;
II – Conduzir-se, tanto em serviço como em sua vida particular, pautando seu comportamento pela
correção, moralidade e bons exemplos;
Os sinais de respeito
O guarda municipal demonstrará educação, respeito e apreço aos seus superiores hierárquicos,
pares, subalternos e a comunidade através de atitudes visíveis. Estas atitudes constituem reflexos
adquiridos através da instrução e da prática contínua, caracterizando-se antes pela espontaneidade e
cordialidade do que pela simples obrigação imposta pelos regulamentos. A espontaneidade e a
correção dos sinais de respeito são indicadores seguros do grau de educação e profissionalismo dos
integrantes das Guardas Municipais.
A continência individual
A continência é a saudação prestada pelo guarda municipal, isolado, à Bandeira Nacional, ao
Hino Nacional, às autoridades em geral, aos membros da instituição, e aos munícipes. Poderá ser
executada, com ou sem cobertura, como demonstração de educação e respeito.
• A continência partirá do menos graduado para o mais graduado. Sendo da mesma
graduação a continência será recíproca, partindo daquele que primeiro avistar o outro;
• Todo guarda municipal deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que lhe é prestada.
Se uniformizado, procede da forma regulamentar; se em trajes civis, responde com uma
leve inclinação de cabeça ou com um cumprimento verbal;
• O guarda municipal fará “alto” para prestar continência à Bandeira Nacional, ao Hino
Nacional e ao Presidente da República;
• Um grupamento de guardas, em deslocamento, para prestar a continência para a Bandeira
Nacional procederá: o responsável pelo grupamento comandará “alto”; colocará a frente
do grupamento em direção à bandeira; comandará a continência; e retornará ao
deslocamento;
• Quando o Hino Nacional for cantado, o guarda, isolado ou em grupo, não faz a continência
individual, permanecendo na posição de “sentido” até o encerramento do cântico;
• Estando o guarda embarcado em viatura, por ocasião de cerimônia à bandeira ou execução
do Hino Nacional, sempre que possível o guarda descerá do veículo para prestar a
continência. Não sendo possível, permanecerá em silêncio;
• Todo guarda, quando uniformizado, descobre-se ao entrar em um recinto coberto, bem
como em cortejos fúnebres ou religiosos. Descobre-se, ainda, ao entrar em templos
religiosos ou participar de atos em que esta prática seja comum.
Variando de acordo com a situação especial dos executantes, atitude, gesto e duração
compõem os elementos essenciais da continência.
Atitude – É a postura tomada para a execução da continência. Deve ser marcial, porém de
acordo com as circunstâncias e o ambiente.
Gesto – É o conjunto de movimentos do corpo, braços e mãos.
Duração – É o tempo durante o qual é realizada a continência. Variará de acordo com o
cerimonial (saudação interpessoal, hasteamento de bandeira, etc.).
A apresentação
O guarda, ao apresentar-se a um superior hierárquico, aproxima-se do mesmo, toma posição
de sentido, presta a continência e profere, em voz clara e bom nível, seu grau hierárquico, seu nome
de escala e a unidade da Guarda Municipal a que pertence, ou declina a função que exerce, se
porventura estiver no interior da Unidade onde é lotado; desfazendo, em seguida, a continência.
Ao sair da presença do superior, o guarda procede à continência e pede autorização para se
retirar.
ORDEM UNIDA
Ordem unida é a instrução que permite a exteriorização da disciplina e que tem profundo
reflexo na atitude e na apresentação dos guardas municipais, em todos os níveis.
Todo guarda municipal para comandar deverá se colocar em posição que tenha contato visual
com todos os integrantes da formatura, em posição central e afastada, no mínimo, de três a quatro
metros da mesma. Permanecerá na posição de sentido e exigirá o máximo de correção e
marcialidade nos movimentos do grupamento.
Antes de qualquer treinamento de ordem unida o instrutor deverá motivar seus instruendos,
chamando-lhes a atenção para os seguintes itens:
• A ordem unida constitui uma das principais escolas de disciplina, obediência pronta e
espontânea às ordens superiores, cujas bases estão alicerçadas na hierarquia e na união
dos membros do grupo;
• A ordem unida proporciona um andar desembaraçado e marcial, que deve ser característica
do guarda municipal;
• A ordem unida faz desaparecer a insegurança e a timidez, estimulando a desenvoltura do
guarda;
• Estimula o guarda a pertencer a um grupo homogêneo que se desloca com confiança e
cadência firme;
• Desenvolve os reflexos de obediência e espírito de grupo;
• O guarda adquire experiência e aumenta sua confiança ao comandar outros homens,
desenvolvendo assim, as qualidades de chefia e liderança;
• A ordem unida faculta ao guarda, inclusive na vida particular, a conduzir grupos em
situações de emergência, através de comandos enérgicos. Ex: incêndios, calamidades
públicas, etc.
Voz de comando
É a maneira padronizada através da qual o responsável pelo grupamento exprime,
verbalmente, sua vontade. Na ordem unida, a voz de comando estará, normalmente, dividida em
três partes: vocativo, comando e execução.
Vocativo .......................................... Grupamento
Comando ........................................ Meia volta
Execução ........................................ Volver
Formação
É a disposição regular dos integrantes de um grupamento. Esta formação poderá se apresentar
em coluna ou em linha.
Em coluna
É a disposição de um grupo onde seus integrantes estão cobertos, uns atrás dos outros,
qualquer que seja a formação ou distância.
Em fileira
É a formação em que os guardas estão colocados, uns ao lado dos outros, estando voltados
para a mesma frente, devidamente alinhados.
Distância
É o espaço entre dois guardas colocados um atrás do outro e voltados para a frente, numa
coluna.
Intervalo
É o espaço lateral entre dois guardas colocados numa mesma linha.
Homem base
É o guarda através do qual o grupamento regula a marcha ou alinhamento. Em coluna, o
homem base será o testa da coluna base e será designado de acordo com as necessidades.
Sentido
Trata-se da posição básica. Dela partem todos os demais comandos. Levanta-se a perna
esquerda, descendo-a e juntando o calcanhar esquerdo ao direito, num ângulo de 45 graus, formado
pelos pés. Simultaneamente as mãos serão levadas à altura da cocha (altura da linha de costura da
calça), estando as mãos espalmadas, dedos unidos, e os braços levemente flexionados. A imobilidade
deverá ser mantida, assim como o corpo ereto, a cabeça erguida e o olhar fixo no horizonte.
Cobrir
É dar um espaçamento padrão a todos os integrantes do grupamento, quer em largura (linha)
ou em profundidade (coluna). O grupamento poderá cobrir com ou sem intervalo.
• Com intervalo
O primeiro guarda, da coluna da esquerda, permanece na posição de sentido. Os guardas da
frente da formatura (testa) erguem o braço esquerdo tocando o ombro direito do companheiro que
está a seu lado. Os guardas, das colunas restantes, esticam o braço esquerdo tocando o ombro do
guarda à frente, criando, assim, uma distância padronizada para os integrantes do grupamento.
• Sem intervalo
O guarda da coluna da esquerda permanece na posição de sentido. Os guardas da frente da
formatura (testa) trazem a mão esquerda fechada, à altura da cintura, com as costas da mão voltadas
à frente, tocando, com o cotovelo, o braço direito do guarda da esquerda. Todos os guardas das
Firme
Partindo da posição de cobrir, o guarda, com energia, abaixa o braço esquerdo, voltando à
posição de sentido.
Descansar
Partindo da posição de sentido, levanta-se a perna esquerda, abrindo e descendo-a no
prolongamento do ombro. Simultaneamente, as mãos serão levadas às costas, sendo que a mão
esquerda segura a mão direita, que permanece espalmada. A imobilidade deverá ser mantida, assim
como o corpo ereto, a cabeça erguida e o olhar fixo no horizonte.
Continência
É a saudação do guarda municipal, podendo ser realizada individualmente ou em grupo, de
forma espontânea ou a comando. Quando houver um grupamento, a continência será realizada por
determinação daquele que estiver no comando. Quando em grupo o comando será “apresentar
armas” para prestar a continência e “descansar armas” para desfazer o movimento.
Voltas à pé firme
Voltas a pé firme são movimentos executados pelo grupamento, quando parado, visando a
mudança de frete. Elas são:
•Esquerda volver
Realiza-se um quarto de círculo à esquerda, sobre o calcanhar do pé esquerdo e a ponta do pé
direito. Terminada a volta, unem-se os calcanhares com energia, voltando a posição de sentido.
• Oitava à esquerda
Realiza-se um oitavo de círculo à esquerda, sobre o calcanhar do pé esquerdo e a ponta do pé
direito. Terminada a volta, unem-se os calcanhares com energia, voltando à posição de sentido.
• Direita volver
Realiza-se um quarto de círculo à direita, sobre o calcanhar do pé direito e a ponta do pé
esquerdo. Terminada a volta, unem-se os calcanhares com energia, voltando à posição de sentido.
• Oitava à direita
Realiza-se um oitavo de círculo à direita, sobre o calcanhar do pé direito e a ponta do pé
esquerdo. Terminada a volta, unem-se os calcanhares com energia, voltando à posição de sentido.
• Meia volta
Realiza-se o movimento nos moldes de esquerda volver, sendo a volta realizada num ângulo de
180º.
Movimentos de marcha
São os movimentos realizados pelo grupamento, quando em deslocamento, e que visam à
mudança de local. São eles:
•Passos em frente
Em deslocamentos num espaço de, até sete passos o comando poderá ser: grupamento, x
passos em frente, marche! O número de passos deverá ser, sempre, em número ímpar. Após o
comando de marche, executa-se o rompimento da marcha e prossegue-se em passo ordinário, até
completar o número de passos comandados.
Movimentos em marcha
São movimentos que o grupamento executa quando em deslocamento. Eles são:
• Esquerda volver
A voz de execução deverá ser comandada quando o pé esquerdo assentar no solo. A seguir, dá-
se mais um passo com o pé direito, volvendo-se o corpo 90º à esquerda. Realizado o giro, inicia-se a
marcha com o pé esquerdo na nova direção.
•Direita volver
A voz de execução deverá ser comandada quando o pé direito assentar no solo. A seguir, dá-se
mais um passo com o pé esquerdo, volvendo-se o corpo 90º à direita. Realizado o giro, inicia-se a
marcha, com o pé direito, na nova direção.
• Meia-volta volver
A voz de execução deverá ser comandada quando o pé esquerdo assentar no solo. A seguir, dá-
se mais um passo com o pé direito, girando-se o corpo 180º pela esquerda. Realizado o giro, inicia-se
a marcha com o pé direito na nova direção.
• Alto
A voz de execução deverá ser comandada quando o pé esquerdo assentar no solo. A seguir, dá-
se mais dois passos, um com o pé direito e outro com o esquerdo, unindo-se a seguir os calcanhares,
ao mesmo tempo em que se unem as mãos, na altura da chocha, na posição de sentido.
• Marcar passo
A voz de execução deverá ser comandada quando o pé esquerdo assentar no solo. A seguir, dá-
se mais dois passos, um com o pé direito e outro com o esquerdo, unindo-se a seguir os calcanhares,
ao mesmo tempo em que se unem as mãos, na altura da chocha, na posição de sentido. Em seguida
inicia-se uma marcha no mesmo lugar (sem deslocamento), aguardando um comando posterior que
poderá ser em frente ou alto.
Conversões
Conversões são movimentos realizados pelo grupamento de guardas, quando em movimento,
tendo por objetivo a mudança de direção do deslocamento, sem que se altere a formação original.
Elas são:
•Direção à esquerda
Após o comando de marche, todas as colunas deverão estar alinhadas ombro a ombro, tendo
por base a coluna da esquerda, que marcará passo enquanto realiza a conversão. Ao ser comandado
em frente, procede-se como já descrito para o citado comando.
• Direção à direita
Após o comando de marche, todas as colunas deverão estar alinhadas ombro a ombro, tendo
por base a coluna da direita, que marcará passo enquanto realiza a conversão. Ao ser comandado em
frente, procede-se como já descrito para o citado comando.
• Conversão ao centro
Após o comando de marche, todas as colunas deverão estar alinhadas ombro a ombro, tendo
por base a coluna da esquerda, que marcará passo enquanto realiza a conversão. As colunas
passarão ao lado de si mesmas em direção à retaguarda do grupamento ao ser comandado em
frente, procede-se como já descrito para o citado comando.
•Olhar frente
Para desfazer o movimento, procede-se como no olhar a esquerda ou direita.
OBSERVAÇÃO
A observação “é o ato pelo qual examinamos, minuciosa e atentamente, as pessoas e o
ambiente que nos cercam, através da máxima utilização dos sentidos”. É ela que nos capacita a
reconhecer e distinguir pessoas, objetos ou fatos, de modo correto, completo e claro.
O grau de precisão de uma observação depende dos sentidos utilizados. Muitos psicólogos
entendem que 85% do que se aprende é obtido através da visão; 13% através da audição e os 2%
restantes através do tato, olfato e paladar. Sob o ponto de vista da atividade de vigilância, os vários
sentidos apresentam a mesma proporção.
A observação é utilizada no dia a dia das pessoas, não sendo, portanto, atividade exclusiva dos
organismos de segurança. Assim, o guarda pode obter os elementos que necessita, seja pela
observação colhida por seus próprios sentidos, seja pelas experiências sensoriais de outrem. As
etapas da observação, na ordem que ocorrem, são: atenção, percepção e impressão.
Atenção
“É o processo psicológico que faz com que se note a presença ou a existência de algo”. Por sua
vez, se divide em três tipos: atenção involuntária, voluntária e habitual.
Diversos fatores influenciam na atenção, podendo ser citados: o tamanho do fato observado, a
variação, a repetição com que ocorre, o poder de atração que os fatos despertam, o interesse pelo
fato, as condições orgânicas do observador e o poder de sugestão da pessoa que observa.
Percepção
Após a atenção ter sido despertada para um fato a mente funciona e o compara, para
reconhecê-lo, com outro anterior. Se um indivíduo vê alguma coisa e entende o que está vendo isto é
comparação. Percepção é, pois, “a capacidade de compreender o fato para o qual a atenção foi
despertada”.
Diversos fatores estão envolvidos na percepção de um fato: nível mental, antecedentes
emocionais, antecedentes empíricos, e antecedentes profissionais.
Impressão
Tendo a atenção sido atraída para um fato, e o mesmo sido compreendido, imprimi-lo no
cérebro será a etapa final, ou seja: “Impressão é a capacidade de gravar na memória o fato
percebido, podendo posteriormente ser traduzido por palavras”.
É evidente, contudo, que a repetição de incidentes similares; o tempo transcorrido até o
momento do relato e o vocabulário de quem observou terá grande influência no relato do fato.
MEMORIZAÇÃO
A memorização “é o conjunto de ações e reações voluntárias e metódicas que tem por
finalidade auxiliar na lembrança dos fatos”.
Com a memorização, trazem-se de volta os fatos e acontecimentos anteriormente observados
e que, graças à memória, ficam retidos no cérebro.
Existem, basicamente, dois tipos de memória: a de curta duração, que denominamos memória
imediata, e a de longa duração, que denominamos memória mediata. Um exemplo de memória
imediata é um recado, que guardamos apenas em determinada oportunidade; assim o memorizamos
até transmiti-lo, quando ele se apaga de nossa memória. Já a memória mediata é bem diferente pois
permite lembrar coisas que se aprenderam ou experimentaram há vários anos.
Processos de memorização
Existem diversos processos, cada qual utilizando-se de artifícios destinados a auxiliar a
memória na lembrança dos fatos. O primeiro processo conhecido foi criado por Simonides (556 a 469
a.C.), na Grécia, recebendo o nome de “Topologia”. Com a evolução da humanidade, diversos
processos surgiram, dentre os quais podemos citar: palavras-chave, concatenação, homofônico,
acrósticos, Atkinson, pregos de memória, Quipu, entre outros.
Uma memória eficiente pode ser caracterizada pela facilidade de observar, imprimir no
cérebro o que observou, guardar essas informações por bom tempo e trazer à mente as lembranças,
com fidelidade no momento em que elas são úteis.
Tipos de esquecimento
• Supressão
É a capacidade que tem o ser humano de esquecer fatos desagradáveis. Encontra-se na
relutância consciente em jamais admitir a existência de determinados fatos.
• Repressão
Difere da supressão no aspecto peculiar de que aquilo que foi reprimido não pode ser
lembrado, enquanto o suprimido pode. Os efeitos são quase os mesmos, porém a supressão não tem
os efeitos maléficos da repressão. Nesta, qualquer tentativa de rememoração será infrutífera.
•Esquecimento
Significa manter algo, involuntariamente, fora da consciência (memória). Às vezes, o
esquecimento obedece a uma finalidade evidente, outras não. Quando se esquece o endereço ou o
• Astenia
É o cansaço, a fadiga do cérebro, que acarreta um funcionamento deficiente. A astenia é, para
o cérebro, o que uma ruptura é para o músculo. Sua frequência principal é a sobrecarga intelectual.
Quanto maior for a fadiga, menores serão os resultados positivos que se obtêm na memorização.
DESCRIÇÃO
“Consiste em descrever, com toda veracidade, as observações pessoais de um fato, ou as
impressões relatadas por outras pessoas”. Na observação, através da atenção, percepção e
impressão, memoriza-se o fato observado que, a qualquer momento, pode ser usado para a
descrição: Observação + Memorização + Descrição = Identificação (objetivo final da OMD).
Dados de qualificação
São todos os dados pessoais que não são visíveis no físico do indivíduo, necessitando, na
maioria das vezes, de uma investigação para serem conhecidos. Seguem-se, abaixo, alguns tipos de
dados de qualificação.
1. Dados individuais (nome, data de nascimento, naturalidade, nacionalidade, estado civil,
endereço);
2. Documentos pessoais (cédula de identidade, identidade funcional, carteira de trabalho,
título de eleitor, carteira de habilitação, certidão de nascimento, passaporte);
3. Dados físicos (fotografias, fórmula datiloscópica, tipo sanguíneo).
Cabeça
• Forma (arredondada, chata, comprida)
Rosto
• Forma (largo, redondo, fino, gordo)
• Tez (clara, amarela, avermelhada, parda, negra)
Cabelos
• Cor (negros, castanhos, ruivos, brancos)
• Comprimento ( curto, longo)
• Tipo (liso, ondulado, crespo, carapinha)
• Penteado (topete, para o lado x, escovinha, black power)
• Deficiências (entradas, calvícies)
Sobrancelhas
• Forma (arqueadas, retas, caídas)
• Comprimento (longas, curtas, médias)
• Espessura (grossas, finas, peludas, feitas a lápis)
• Cor (mesmo termo dos cabelos)
Olhos
• Tamanho (grandes, pequenos, normais)
• Cor (castanhos, negros, verdes, azuis)
• Peculiaridades (estrábicos, profundos, olheiras)
Face
• Forma (magra, ossuda, carnuda)
• Peculiaridades (com covinhas, acnes, rugas, manchas)
Testa
• Inclinação (proeminente, recuada)
• Altura (alta, baixa, média)
• Largura (larga, estreita, média)
• Peculiaridades (rugas horizontais)
Nariz
Bigodes
• Cor (mesmo termo dos cabelos)
• Colocação (alta ou baixa)
• Comprimento (comprido, médio, curto)
• Largura (fino, grosso)
• Textura (espesso, ralo)
CABEÇA
ROSTO
CABELO
C
A
B
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CALVICE
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NARIZ L C
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I
C
E
LÁBIOS
SOMBRANCELHAS
SOBRANCELHAS
BIGODES
QUEIXO
ORELHAS
Quando, na pré-história, o homem aprendeu a dominar o fogo, sua vida sofreu uma mudança
que lhe permitiu visualizar novos horizontes. Com o fogo, aprendeu a cozinhar alimentos, a proteger-
se do frio, a espantar animais, a forjar armas para a caça e para a guerra, etc.. Na vida moderna,
contudo, os novos materiais utilizados na fabricação de móveis e vestuário e os novos produtos
produtores de calor, quando combinados, podem causar incêndios que tem ceifado a vida de
inúmeras pessoas e causando enormes prejuízos.
Um incêndio começa sempre com um pequeno foco, mas o desconhecimento em preveni-lo,
para que não aconteça, ou em combatê-lo corretamente, em seu início, tem sido a causa de grandes
catástrofes. Sabemos que isto acontece nas situações mais diversas, surpreendendo as pessoas e, na
maioria das vezes, causando morte e destruição. Somente após a ocorrência de um incêndio é que as
pessoas atribuem o real valor à segurança contra o fogo, pois percebem o quanto são vulneráveis e
as consequências que pode trazer o despreparo e a inexistência da prevenção.
O objetivo deste capítulo é orientar o guarda municipal, dando-lhe condições de prevenir a
possibilidade de um incêndio ou, caso ele venha a ocorrer, ter condições de iniciar, de forma correta,
o combate ao fogo até a chegada dos bombeiros.
FORMAÇÃO DE INCÊNDIOS
O triângulo do fogo
Há fogo quando há combustão. Combustão nada mais é do que uma reação química das mais
elementares, geralmente uma oxigenação. Caracteriza-se por uma alta velocidade de reação e,
principalmente, pelo grande desprendimento de luz e calor. Para que se processe esta reação,
obrigatoriamente, dois agentes deverão estar presentes: combustível e comburente.
Combustível é tudo que é possível de entrar em combustão: papel, madeira, pano, plástico,
tintas, alguns metais, etc.
Comburente é todo elemento que, associando-se quimicamente ao combustível, é capaz de
fazê-lo entrar em combustão. O oxigênio é o comburente mais facilmente encontrado na natureza.
No entanto, não basta, para processar a combustão,
que combustível e comburente estejam em contato. Além
dessas condições há uma outra, que é a temperatura. Cada
combustível possui uma propriedade chamada temperatura
de ignição, somente acima da qual ele pode queimar.
Para facilitar a compreensão e, principalmente, a
memorização dos elementos necessários para que se
processe uma combustão, é costume dispor esses três
elementos como os três lados de um triângulo equilátero,
que é chamado triângulo do fogo.
Quando os três lados estão juntos, formando o
triângulo, há fogo. Quando há apenas dois deles, e falta o
terceiro, não há fogo. Vamos estudar, a seguir, cada um dos três lados do triângulo do fogo, isto é,
cada uma das três condições para que se processe a combustão. O propósito deste estudo é permitir
o conhecimento perfeito dos processos.
O comburente
Comburente, como já definido, é o elemento químico que se combina com o combustível,
possibilitando a combustão. Na quase totalidade dos casos, o oxigênio é o comburente, pois existe
no ar atmosférico numa percentagem aproximada de 21%. Uma experiência de laboratório,
Surge então a pergunta: a vela apagou porque acabou o oxigênio existente na redoma? A
resposta é não. Ainda existe oxigênio no interior da redoma, porém sua percentagem caiu dos 21%
iniciais para menos de 16%, que é o limite abaixo do qual, na maioria dos casos, o oxigênio já não
alimenta a combustão.
Ora, se para a grande maioria dos combustíveis é necessária uma percentagem de oxigênio na
atmosfera, acima de 16%, para que haja combustão, pode-se deduzir que, se conseguirmos baixar a
percentagem de oxigênio em um incêndio, o fogo se extinguirá. Este método de extinção de incêndio
é conhecido por abafamento. Corresponde, no triângulo do fogo, ao afastamento do lado
“comburente”.
A temperatura
Conforme já comentado anteriormente, acima de uma determinada temperatura, uma para
cada tipo de combustível, há combustão e, abaixo dessa temperatura, não há combustão.
Imaginemos um combustível colocado em um recipiente e aquecido, gradativamente, por uma
chama. Num primeiro momento, o combustível aquecido começa a desprender gases (temperatura
de fulgor). Na medida em que é aumentado o calor, sobre o combustível, a quantidade de gases
emanados também aumenta, chegando ao ponto que, mediante uma ação externa (uma chama),
esses gases venham a se inflamar (temperatura de combustão). Mas, se o combustível continuar
sendo aquecido, mesmo que não haja a presença de um agente iniciador (uma chama), chegará um
momento em que os gases se inflamarão, espontaneamente (temperatura de ignição). Daí, é possível
emitir os seguintes conceitos:
Temperatura de fulgor
É a temperatura na qual o combustível começa a desprender gases, mas que estes gases ainda
não são suficientes para manter a presença da chama acesa.
Temperatura de combustão
É a temperatura em que os gases emanados pelo combustível têm a capacidade de se inflamar
mediante uma ação iniciadora externa (Ex: palito de fósforo), mantendo-se aceso, mesmo com a
retirada da fonte iniciadora.
Temperatura de ignição
É a temperatura em que os gases, emanados do combustível, têm a capacidade de se inflamar,
independente da ação de um agente iniciador externo. É a chamada combustão espontânea.
Deve-se notar que cada combustível tem sua temperatura de ignição, e que ela não tem
ligação alguma com a temperatura de fulgor. A tabela abaixo exemplifica as temperaturas de fulgor e
de ignição de alguns combustíveis.
Para facilitar a seleção dos melhores métodos para combater cada tipo de incêndio, estes são,
usualmente, divididos em quatro classes principais, a saber: classes A, B, C e D.
Classe D – São os incêndios que se verificam em metais. Sob certas condições físicas, muitos
metais conhecidos podem entrar em combustão. Alguns deles, pelo relativo baixo ponto de ignição,
por sua capacidade para manter-se em combustão e por suas características de queima, são
chamados “metais combustíveis”. Os mais conhecidos são o magnésio, o titânio, o zircônio, o sódio,
o lítio e o potássio.
Agentes extintores
Agente extintor é tudo aquilo que é ou pode ser usado para abafar ou resfriar as chamas,
proporcionando sua extinção. Assim, podemos classificar, genericamente, como agentes extintores,
um grande número de substâncias, desde um simples cobertor com que se envolva alguém com as
roupas em chamas, até os mais modernos produtos criados especialmente para combater um
incêndio.
Os agentes extintores de uso mais difundido são:
Bióxido de carbono ou CO2 – Por ser o CO2 um gás inerte, isto é, que não alimenta a
combustão, ele é empregado como agente extintor por abafamento, criando, ao redor do corpo em
chamas, uma atmosfera rica em CO2 e, por conseguinte, pobre em oxigênio. Por outro lado, o CO2 é
um mal condutor de eletricidade, sendo por isso especialmente indicado para os incêndios classe
“C”, o que não impede seu emprego também em incêndios classe “B”.
Extintores portáteis
São muitos os tipos de extintores portáteis existentes. As variações que apresentam entre si
prendem-se, principalmente, às diferenças entre os agentes extintores e ao propelente utilizado. Os
agentes extintores, logicamente, são designados em função das classes de incêndio a que se destina
o equipamento. O propelente diz mais respeito ao aspecto prático de sua utilização.
Os extintores portáteis mais utilizados são:
• Extintores de água
• Extintores de espuma
• Extintores de bióxido de carbono (CO2)
• Extintores de bicarbonato de sódio (pó químico)
• Extintores a halon
• Extintores tri-classe ABC
Além desses, diversos produtos podem ser encontrados, a maioria para fins específicos, como
é o caso dos agentes extintores para incêndios classe D;
outros pelas características especiais que apresentam,
como o bicarbonato de potássio, cuja eficiência é o
dobro do bicarbonato de sódio, além de ser refratário à
umidade.
Extintores de água
Os extintores à água mais comumente utilizados
Extintores de pó químico
Os extintores de bicarbonato de sódio foram originalmente conhecidos como “pó químico”,
sendo esta denominação mantida para todos os extintores com agente extintor em pó, exceto
aqueles para incêndios classe D.
Extintores de halon
Este tipo de extintor é particularmente indicado para incêndios em equipamentos eletrônicos,
por não deixarem resíduos após a extinção do fogo. Também são recomendados para os incêndios
das classes B e C.
Outros recursos
Agentes extintores tais como água e areia, lançados à balde, constituem um recurso de
razoável eficiência para controle de princípios de incêndios. A presença de baldes, estrategicamente
colocada, oferece um recurso simples e econômico, indicado como alternativa para locais isolados e
onde os riscos de incêndios sejam pequenos e a estética não constitua problema. A capacidade dos
baldes deve estar entre 10 e 12 litros.
Nem todos os locais estão sujeitos ao mesmo risco de incêndio. Assim, determinadas áreas
apresentam, pela natureza do material combustível nelas existentes, e pelo tipo de trabalhos que ali
são realizados, maiores ou menores riscos de incêndio do que outras. Por esta razão, foi estabelecida
uma classificação das áreas de incêndio a que estão sujeitas: pequeno, médio e grande risco.
Áreas de pequeno rico – São aquelas em que o material combustível da classe “A” (incluindo
partes estruturais, mobiliário e materiais depositados ou manuseados) é presente em pequenas
quantidades. Combustíveis da classe “B” podem existir, em pequenas quantidades, desde que
guardados em recintos fechados e seguros. São exemplos desse tipo de área: as edificações ou salas
utilizadas como igrejas, escritórios, escolas, etc.
Áreas de médio risco – São aquelas em que combustíveis das classes “A” e “B” estão presentes
em quantidades maiores que no caso anterior, havendo a facilidade de propagação de chamas. São
Áreas de grande risco – São aquelas onde existem grandes quantidades de combustíveis
classes “A” e “B”, em estoque ou manuseados. São exemplos desse tipo de áreas: postos de gasolina,
bibliotecas, oficinas de carpintaria, áreas de manutenção ou reparo de automóveis, de aeronaves, de
embarcações, etc.
1 – Fogo em edificações
Os incêndios em edificações podem ocorrer, tanto em imóveis residenciais, como em
comerciais ou mistos (comerciais e residenciais). Podem se originar de um cigarro aceso jogado em
uma lixeira; um ferro elétrico esquecido ligado, um vazamento de gás ou uma ligação elétrica
malfeita e com sobrecarga. O combate inicial será realizado pelos que estiverem no local, após
evacuação e comunicação aos bombeiros, procurando seguir a seguinte ordem:
• Realizar a avaliação do foco de incêndio, tipo de material em combustão, e possibilidade de
expansão;
• Comunicar, imediatamente, ao responsável pelo imóvel e aconselhar a evacuação de todos
os moradores, funcionários ou clientes;
• Comunicar o fato ao Corpo de Bombeiros, informando o tipo do imóvel, tipo de incêndio,
combustível envolvido, perigo de propagação, etc.;
• Procurar conter o fogo, fechando portas e janelas e isolando o combustível que está
queimando;
• Procurar as caixas de disjuntores e desativar a energia elétrica daquela área. Em caso de
desconhecimento, acionar o eletricista;
• Havendo brigada de incêndio no imóvel, acioná-la, informando o local e tipo de incêndio
existente;
• Não existindo brigadistas no imóvel, iniciar o combate às chamas, até a chegada dos
bombeiros;
• Os guardas que não estiverem combatendo o foco de incêndio farão o isolamento e
segurança da área;
• Socorrer as vítimas, retirando-as do local de incêndio;
• Com a chegada dos bombeiros estes assumirão a operação, desligando toda a energia
elétrica (se necessário), combatendo o incêndio.e socorrendo vítimas.
Obs: Se tiver que passar por locais que estejam em chamas, procure proteger o corpo com
tecidos molhados; preferencialmente não sintéticos (algodão). As portarias são os últimos obstáculos
para os que evacuam um imóvel, portanto, abra todas as portas, facilitando a saída da população. O
isolamento da área do imóvel facilitará a desocupação e também dificultará as ações de curiosos e
saqueadores.
2 – Fogo em veículos
Focos de incêndio em veículos podem ter as mais diversas origens: curtos-circuitos,
vazamentos de combustível em contato com motor aquecido, etc. Desenvolvem-se com extrema
rapidez, e se não forem combatidos de maneira eficaz e eficiente, podem levar à perda do veículo ou
da vida de seus ocupantes. O combate inicial deverá ser realizado pelos que estiverem no veículo,
após o desembarque de todos os passageiros, procurando seguir a seguinte ordem:
• Antes de qualquer atitude, analise a cena do evento;
• Somente se aproxime do veículo em chamas se, em seu julgamento, isto seja
completamente seguro;
• Para abrir a tampa do motor, primeiramente abra uma fresta e introduza o bico do extintor,
esguichando para a direção do foco de incêndio;
• Seguro de que não há mais fogo, só então abra a tampa, sem colocar o rosto sobre o
motor;
• Depois da tampa aberta e o incêndio debelado, desconecte os cabos da bateria;
• Abra o bocal do tanque de combustível para não permitir a formação de gases que poderão
provocar explosão do combustível.
Obs: Evite ficar ou passar próximo de locais que estejam em chamas, já que a gasolina se
inflama, por irradiação, com grande facilidade. Da mesma forma, procure afastar outros veículos
daquele em chamas, para que não ocorram novos focos de incêndio.
3 – Fogo em vegetações
Focos de incêndio podem ocorrer em terrenos urbanos (abandonados ou habitados), na beira
de estradas, em áreas de pastos ou em matas (reservas particulares ou não). A maioria dos focos
surge em decorrência do desleixo de fumantes, campistas ou caçadores. Entretanto, causas naturais,
como raios e a combustão espontânea, podem iniciar um foco de incêndio. Quanto mais rala for a
camada vegetal, mais fácil será o início da combustão, assim, as pastagens e as macegas (ralas e
densas) muito facilitam a expansão de um incêndio nestes locais. Evidentemente que nos períodos
de estiagem ocorrem mais incêndios que nos períodos chuvosos, quando a umidade é maior.
Também a topografia do terreno e a velocidade do vento muito contribuem para a expansão do
incêndio, dificultando as ações de combate ao fogo.
A educação ambiental é, sem dúvida, a medida preventiva para se evitar esses tipos de
incêndios. Somente jogar lixo nos locais indicados pelas prefeituras; ao acampar, recolher seu lixo e
Métodos de extinção
Um incêndio em área de vegetação pode ser extinto através de combate direto ou indireto ao
foco de incêndio:
Direto – Afogamento (galhos verdes ou batedor), resfriamento (água) e isolamento (retirada
do material).
Indireto – Aceiro (limpeza de uma faixa do terreno fazendo uma linha de defesa).
Nos incêndios em áreas de vegetações, normalmente, não são utilizados extintores e sim
equipamentos improvisados que o tempo e a necessidade deram origem e serventia. Dentre os
muitos existentes podemos citar os mais comuns:
• Espargidor – Depósito de água transportada nas costas, usado para espargir, sob pressão,
água sobre pequenos focos de incêndio;
• Batedor – Pedaço de lona, ou pneu, preso a uma haste de madeira, usado para bater os
focos de incêndio;
• Foice – Usada para corte de arbustos e vegetação de pequeno porte;
• Pá – Usada para remoção de materiais, escavação e arremesso de terra sobre o foco de
incêndio;
• Enxada – Usada para abrir valas e capinar espaços vazios entre a relva;
• Machado e machadinha – Usadas para corte de árvores, isolando o incêndio;
• Gadanho – Usado para a remoção de detritos sólidos;
• Garfo – Usado para remoção de detritos sólidos;
• Picareta – Usada para perfuração e corte de solos rígidos, abertura de canais ou valas.
• Remoção do paciente
As primeiras providências de remoção do paciente, para o local provido de maior recurso,
devem ser tomadas de imediato e o transporte do paciente deverá ser efetuado dentro da maior
comodidade possível, entretanto, pela sensibilidade que este tipo de acidente requer, é aconselhável
que somente o pessoal especializado faça este tipo de remoção. Pode e deve-se cobri-lo com lençol
limpo, pois isolando a área queimada do ar circulante, se evitará a contaminação e a dor. Um
substituto ideal para o lençol é o papel alumínio em rolo, para embalagem alimentar. Seria, inclusive,
um artifício de primeira escolha, pois reflete o meio externo, diminui a perda calórica, isola o
paciente, é moldável e não aderente.
Prevenção de incêndios
Podemos afirmar, com segurança, que o mais eficiente método de combater incêndios é evitar
que eles tenham início. Excetuados, evidentemente, os incêndios originados por forças da natureza,
a grande maioria de ocorrência de fogo é derivada de falhas humanas, pela não observância dos
necessários cuidados na utilização do material, pela manutenção deficiente dos equipamentos e pelo
desconhecimento das precauções de segurança.
As principais causas de incêndios, segundo dados estatísticos de fontes oficiais, estão a seguir
relacionados.
Arnold Schwarzenegger
O crime organizado pode ser entendido como “toda organização cujas atividades são
destinadas a obter poder e lucro, transgredindo as Leis das autoridades locais”. Entre as formas de
sustento do crime organizado encontram-se o tráfico de drogas, os jogos de azar e a compra de
“proteção”, como acontece com a Máfia italiana.
Em cada país as facções do crime organizado costumam receber um nome próprio. Assim,
costuma-se chamar de Máfia (aportuguesação do italiano maffia) ao crime organizado italiano e
ítalo-americano; Tríade, ao chinês; Yakusa, ao japonês; Cartel, aos colombianos e mexicano; e Bratva,
aos russo e ucraniano. A versão brasileira mais próxima disso são os Comandos, facções criminosas
sustentadas pelo tráfico de drogas e sequestro.
Seja qual for a atividade à qual o crime organizado se dedique, este sempre enfrentará, além
do combate das forças de segurança de sua região de atuação, a oposição de outras facções ilegais.
Para manter suas ações ilícitas, os membros de organizações criminosas armam-se pesadamente,
logo pode-se afirmar que as armas, e os assassinatos, são o sustentáculo do crime organizado. Além,
é claro, da incompetência, ou corrupção, das autoridades encarregadas do seu combate.
Roubo de cargas
Os assaltantes constituem a ponta operacional e visível da organização criminosa. Às vezes a
atividade é terceirizada, para estancar as informações sobre a organização. Os assaltantes apenas
entregam o caminhão a terceiros, que irão, então, levá-lo ao depósito, desconhecido pelos primeiros.
A cobertura da operação, muitas vezes é feita por policiais associados à organização, que em
caso de perigo, tentarão dissimular os colegas policiais ou dissuadi-los de agir. A chefia da
organização normalmente é exercida por alguém que possui empresa legal, associada à uma rede de
varejistas (supermercados, lojas de confecções, lojas de calçados, farmácias, camelôs, etc.). Para dar
a cobertura legal há conivência com escritórios de contabilidade e advocacia.
Jogo do bicho
Ao definir o jogo do bicho como contravenção e não como crime, portanto um ilícito de menor
poder ofensivo, e com a menor pena, o Estado facilitou o seu desenvolvimento, pelas organizações
ilícitas. Para sua realização os banqueiros do bicho desenvolvem outras atividades de caráter
criminoso: corrompem sistematicamente integrantes das forças policiais; e buscam representantes e
influência nos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Falsificação de remédios
A existência desta forma de crime organizado adquiriu destaque no ano de 1998 como uma
atividade criminosa de amplitude e de grande dano social. Nesse ano, a mídia noticiou que foram
identificadas 60 marcas de remédios falsificados, produzidos, com maquinaria própria, por médias
empresas, e vendidos a hospitais públicos – o que mostra a possível conivência de agentes públicos,
além de distribuídos em extensas redes de farmácias.
Contrabando
Uma parte da multidão de sacoleiros que atravessam a Ponte da Amizade, ligando o Brasil ao
Paraguai, em Foz do Iguaçu, está ali como operária do crime organizado. Eles organizam uma rede de
varejistas, corrompem agentes públicos, relacionam-se nos negócios com organizações criminosas
similares. A cocaína por sua vez, chega ao país através de contrabando em grande ou média escala
em aviões, caminhões e automóveis, ou mesmo em containers trazidos por empresas de fachada,
usadas para importação de produtos legais.
Corrupção
A corrupção é a associação sistemática para o crime, com ameaça ou violência real, utilizando-
se de instituição pública, em associação com empresas privadas. Organizando várias pessoas para as
empreitadas criminosas, dividindo o trabalho e os lucros, com hierarquia para o crime, esses grupos
formam verdadeiras quadrilhas, montadas para se apropriar do dinheiro público. Como exemplo: as
obras superfaturadas nos diversos níveis da administração pública.
Roubos a bancos
Apesar de algumas organizações criminosas que se dedicam ao roubo a bancos serem
compostas de muitas pessoas; usarem armamento “pesado”; cometerem ações traumáticas e
espetaculosas, seu modelo é de quadrilha ou bando. São ladrões que se associam para o crime,
acostumados ao emprego da violência, com mais liderança do que hierarquia, mas sem diferenciada
especialização.
Sequestros
Algumas organizações criminosas, aparecem bem-estruturadas, com local preparado para
cativeiro, informações precisas sobre a vítima, composição mista de homens e mulheres, para dar
Grupos de extermínio
Os chamados “justiceiros’’, que agem nas periferias das grandes cidades, guardam
semelhanças com os pistoleiros do nordeste. Em geral atuam de maneira individual, sem
organização. Mas, na última década, houve um crescimento de grupos de matadores, composto por
policiais e não-policiais, que vendem proteção às comunidades e comerciantes, ou que alugam seus
serviços a outros interessados, inclusive a contraventores do jogo do bicho e chefes do narcotráfico.
Conclusão
A repressão ao crime organizado é uma atividade de cunho social e deve ser desenvolvida por
todos e não esperar que o problema seja resolvido, apenas, pelo Estado. Só existe o traficante
porque há uma demanda pelas drogas que ele vende. Se por um lado a sociedade pode exigir melhor
eficiência na repressão policial, também tem a obrigação em colaborar para reduzir o mercado do
traficante: compra de peças automotivas, de CDs piratas, etc. Ao comprar esses produtos as pessoas
não pensam como isso alimenta a economia informal e o crime organizado. Para que o Estado tenha
sucesso nas ações contra as organizações criminosas, é necessário que a sociedade contribua na
redução dos lucros do mercado financeiro do traficante.
Confúcio
Antes de adentrarmos na disciplina armamento e tiro, vale ressaltar que a arma de fogo deve
ser o último recurso a ser empregado por qualquer elemento de segurança, para conter uma
agressão, mesmo assim, quando todos os argumentos tiverem sido esgotados, quando o emprego da
força física for impossível ou sua integridade física ou de terceiros estiver extremamente ameaçada.
Na maioria dos organismos de segurança pública, pouca ou nenhuma importância tem sido
dada, pelos agentes da lei, para a grande utilidade dos equipamentos e munições menos letais,
notadamente quando o objetivo é conter pessoas embriagadas, drogadas, descontroladas
emocionalmente ou participantes de turbas.
Quando o agente da lei, policial ou guarda municipal, na ação de conter um atacante, faz uso
de sua arma de fogo, as consequências podem ser irremediáveis, indo desde o simples ferimento, à
incapacitação permanente, até mesmo a morte do agressor. Pesquisa realizada pelo movimento Viva
Rio, publicada pelo jornal O Globo, de 12/01/2003, mostra que 75% das ações armadas resultam em
morte do elemento atingido por projétil de arma de fogo e os restantes 25% dividem-se entre a
incapacitação temporária ou permanente, da vítima. É a banalização do uso da arma de fogo. Ela se
tornou a solução rápida e eficiente, não para deter uma agressão, mas para matar. Partindo destes
dados estatísticos, perguntamos: e se este agressor for apenas um vendedor ambulante (camelô),
revoltado por ver suas mercadorias serem apreendidas pela Guarda Municipal? Ou um funcionário,
revoltado por uma punição, supostamente, injusta? Como ficaria a consciência do agente, após
passada a ação e resfriados os ânimos, sabendo que baleou, ou matou, um cidadão de bem, apenas
com os ânimos exaltados?
Os efeitos de uma munição menos letal são reversíveis, uma vez que seus efeitos duram em
torno de 20 minutos e, caso o agente tenha se equivocado, ou agido precipitadamente, passados os
efeitos da munição, tudo voltará a ser como antes, sem consequências físicas danosas para a vítima
ou para o agressor.
Desenvolvimento
Autorizadas pela Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro –
DFPC/EB, algumas Polícias Militares e Guardas Municipais, já vêm utilizando equipamentos menos
letais para ocupar o hiato compreendido entre o fim do diálogo e a utilização da arma de fogo.
Acostumados a ver, no cinema, cenas em que agentes se utilizam de sprays com jatos de gás
lacrimogêneo, gás de pimenta, redes de imobilização, armas com munições de borracha ou
lançadoras de gás lacrimogêneo, imaginávamos que estes produtos fossem exclusivos do mercado
exterior. Pensávamos que jamais poderíamos dispor deles em virtude das dificuldades de
importação, dos altos custos ou, por terem seus preços tabelados em dólar. Ao longo de nossa
pesquisa, constatamos, contudo, que empresas nacionais, algumas com mais de vinte anos na
atividade, se dedicam à pesquisa e produção de equipamentos e munições não letais, procurando
desenvolver produtos de alta qualidade para atender às necessidades de organismos policiais, e que
também podem vir a ser utilizados pelas Guardas Municipais.
Os equipamentos e munições menos letais que podem vir a ser utilizados pelas Guardas
Municipais são:
Projetor AM-402
Lançador AM-600
Augusto Branco
ARMARIA
É comum lermos ou ouvirmos, através dos diversos órgãos da mídia, as mais diversas e absurdas
afirmações sobre armamento. A mais comum das afirmações refere-se à utilização de armamento
pesado, ou de grosso calibre, por parte de marginais, incluindo-se ai seu poder de fogo, etc..
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre armamento, necessário se torna, pois, explicar que todo
armamento utilizado pela polícia, cidadãos comuns e marginais são, bélica e internacionalmente,
convencionados como armamento leve, senão vejamos: “Compreende-se por armamento leve,
aqueles que possuem peso e volume relativamente reduzidos, podendo ser transportados por um só
homem, ou em fardos por mais de um, além de possuir calibre inferior a 0.60 da polegada ou
15,24mm, incluindo-se os lança-rojões (bazucas) até o calibre 3,5 pol. (88,9mm), bem como as
espingardas calibres 12 (18,5mm) e 16 (16,2mm), apesar de possuírem calibres superiores a
15,24mm”.
Para efeito de estudo, o armamento leve é classificado segundo suas características principais, em
diferentes grupos. Assim o armamento pode ser classificado:
Quanto ao tipo
De porte – Quando, pelo seu pouco peso e dimensões reduzidas pode ser conduzido em um coldre.
Ex: pistola e revólver
Portátil – Quando, apesar de possuir um peso relativo, pode ser conduzido por um só homem, sendo
para sua comodidade, e facilidade de transporte, é dotado de uma bandoleira. Ex: espingarda,
carabina, submetralhadora, fuzil.
Não portátil – Quando, por seu grande volume e peso, só pode ser conduzido em viaturas ou
dividido em fardos, para ser transportado por vários homens. Ex: metralhadoras MAG cal. 7,62 ou
Browning 0.50 pol.
Quanto ao emprego
Individual – Quando se destina a proteção daquele que o conduz. Ex: revólver, pistola, fuzil.
Coletivo – Quando se destina a ser utilizada na proteção de um grupo de homens ou fração de tropa.
Ex: espingarda (no transporte de valores), submetralhadora.
Quanto a refrigeração
Refrigerada a água – Quando possui um tubo chamado camisa-de-água, que envolve o cano. Esta
água tem por finalidade refrigerar o cano. Ex: Metralhadora Vickers mod. 1912.
Refrigerada a ar – Quando é o próprio ar atmosférico que a refrigera. Ex: revólver, pistola, etc.
Refrigerada a água e ar – Quando o cano está em contato com o ar atmosférico, além de receber, de
vez em quando, jatos de água para ajudar na refrigeração Ex: metralhadora Vickers mod. 1935.
Quanto ao calibre
Uma arma pode ter seu calibre determinado em valor real ou valor nominal.
Casos absurdos:
O calibre 357 é, na verdade, .38 pol. Magnum
O calibre .38 Super é, na verdade, 9mm longo (9 x 21)
O calibre 380 AUTO é, na verdade, 9mm curto (9mm x 17)
O calibre .32 AUTO é, na verdade, 7,65mm
Definições
O operador de arma de fogo, por ter sua arma como ferramenta de trabalho, esporte ou defesa,
deverá ter conhecimentos de alguns termos técnicos utilizados com armamento.
Calibre – É o diâmetro interno da boca de uma arma, medido entre
dois cheios opostos
Velocidade teórica – É o número de disparos que poderia ser feito
com uma arma, em um minuto, não se levando em conta o tempo
gasto no municiamento, na resolução de incidentes de tiro ou na
pontaria.
Velocidade prática de tiro – É o número de disparos que pode, de
fato, ser realizado, em um minuto, levando-se em consideração o
tempo para municiamento, feitura da pontaria e disparo; isto é:
considerando-se todas as operações efetuadas quando se atira com uma arma.
Alcance máximo – É o maior alcance que se pode obter com uma arma.
Alcance útil – É aquele em que realmente se utiliza a arma, aproveitando-se a primeira trajetória do
projétil, onde apresenta as melhores condições balísticas. Varia em função do comprimento do cano
e da munição.
Cadência de tiro – Varia de acordo com o tipo de tiro que a arma pode fazer: lento, rápido, de
repetição, semiautomático ou automático.
Incidente de tiro – É qualquer problema surgido durante a utilização da arma, em que não haja
vítima.
Acidente de tiro – É qualquer problema surgido durante a utilização da arma, em que haja vítima.
Divisão do armamento
. Armação – É a parte da arma onde todas as peças se encaixam;
. Mecanismo – São as partes móveis, que fazem a arma funcionar;
. Cano – Parte da arma por onde é lançado o projétil;
. Tambor/carregador – Depósito para munições da arma;
. Acessórios – São dispositivos utilizados na arma, mas cuja falta não impede seu perfeito
funcionamento (aparelhos de pontaria, placas do cabo/punho, etc.).
MUNIÇÕES
O cartucho
Erroneamente chamado de “bala”, o cartucho é um conjunto de itens, combinados de forma
adequada, com o objetivo de atingir um determinado fim. Os cartuchos podem se destinar às armas
de alma raiada ou de alma lisa, distintos entre si.
Enquanto nos cartuchos para armas de alma raiada o projétil está a vista, nos cartuchos para armas
de alma lisa eles se encontram escondidos das vistas, dentro de um estojo de plástico ou papelão.
Existem as exceções, que é o caso das munições “shot shell”, utilizada em revólveres, e que no
interior do estojo metálico se encontram grãos de chumbo que servem para abater pequenos
animais, notadamente cobras.
Composição de um cartucho
Estojo – Tem por finalidade conter a carga de projeção, suportar o projétil e fazer a vedação,
contendo os gases que são impelidos para a retaguarda e obturando a câmara. É constituído de:
gargalo, corpo, virola, culote, alojamento da espoleta e bigorna. Quanto ao formato do corpo, os
estojos podem ser cilíndricos (munição p/ revólver .38) ou troncocônico (munições p/ fuzis). Quanto
ao formato da virola, esta poderá se apresentar de forma saliente (munições para revólver) ou
escavada (munições para pistola).
Projétil – É o objeto a ser arremessado pela boca da arma para atingir um alvo. Os projeteis são, em
geral, de chumbo endurecido com antimônio, existindo também os projéteis recobertos com capa
metálica (encamisados) e os especiais.
Espoleta – Tem por finalidade produzir a queima da carga de projeção dos cartuchos e é composta,
normalmente, de fulminato de mercúrio.
Carga de projeção – É a quantidade de “pólvora” existente dentro do estojo e tem por finalidade
produzir os gases que impulsionarão o projétil em direção à boca da arma. Modernamente utiliza-se
a nitrocelulose, de base simples ou dupla, em substituição a antiga pólvora negra.
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103LIVRO DO GUARDA MUNICPAL VOLUME 2
103
O REVÓLVER
Nomenclatura do revólver
a- Armação – A peça na qual todas as demais são instaladas.
b- Cabo ou punho – Apoio para segurar o revólver na posição de disparo. Vale
ressaltar que o termo “coronha” só deve ser usado para a parte de madeira,
fibra ou ferro encontrada nas armas longas, onde se apoia o ombro para o
disparo.
c- Tambor – Cilindro, geralmente com seis câmaras, para alojar os cartuchos.
d- Cano – Tubo vazio, através do qual o projétil é disparado. Quando o
cartucho é detonado, o projétil salta da câmara para o cano.
e- Boca – Extremidade dianteira do cano.
f- Culatra – Extremidade traseira do cano.
g- Alma – Cavidade ao longo do cano da arma. Nesta cavidade é feito um
certo número de sulcos aspirais formando o raiamento. As estrias deixadas
são denominadas “cheios” e elas penetram no projétil, a sua passagem,
imprimindo-lhe enorme rotação, que o equilibra durante parte da
trajetória.
h- Guarda mato – Parte que circunda o gatilho para proteger de disparos
acidentais por quedas, etc.
i- Extrator – Peça que empurra os cartuchos/estojos do tambor.
j- Mecanismo – É o conjunto das peças que fazem a arma funcionar.
• Gatilho – Peça que deve ser acionada para soltar o cão.
• Cão – Peça que percute a espoleta do cartucho, fazendo-o detonar.
• Mola real – Mola metálica localizada no punho do revólver, para
impulsionar o cão.
• Impulsor do tambor – Pequena peça metálica, também acionada pelo
gatilho, que ao se deslocar para cima faz o tambor girar.
Marca Taurus
Calibre: 357 Magnum
Capacidade: 6/7 cartuchos
Acabamento: fosco ou inox
Marca Taurus
Calibre: .38 SPL
Capacidade: 6/7 cartuchos
Acabamento: fosco ou inox
Nomenclatura da pistola
a, b, c, d, e, f, g – Definições idênticas às do revólver.
h- Extrator – Peça que segura o estojo, na câmara, puxando-o para fora.
i- Ejetor – Peça, instalada na armação, que joga fora o estojo puxado pelo extrator.
j- Carregador – Depósito de munições da arma. Pode ser monofilar (uma só fila de munições)
ou bifilar (duas filas de munições). Sua capacidade varia de acordo com cada fabricante.
k- Mecanismo – É o conjunto das peças que fazem a arma funcionar
• Gatilho – Peça que deve ser acionada para soltar o cão.
• Cão – Peça que percute a espoleta do cartucho, fazendo-o detonar.
• Mola recuperadora – Mola situada no bloco do ferrolho e que faz com que o mesmo
retorne a posição de trancamento, após o disparo.
• Registro de segurança – Dispositivo que impede os disparos indesejáveis.
Nomenclatura da espingarda
a- Coronha – Peça de madeira ou fibra para apoio da espingarda na posição de disparo.
b- Soleira – Parte inferior da coronha.
c- Carregador – Tubo cilíndrico, sob o cano, geralmente com capacidade para alojar oito
cartuchos.
d- Cano – Tubo vazio, através do qual o cartucho é disparado. Quando o cartucho é detonado,
os balins saltam em direção à boca da arma.
e- Caixa da culatra – Peça metálica situada sobre a culatra, para proteção do ferrolho
f- Telha – Peça móvel, em madeira, para empunhar a arma e introduzir um cartucho na
câmara.
g- Botão de segurança e tiro – Dispositivo, situado no guarda mato, para travar ou destravar a
arma.
h- Extrator – Peça que segura o estojo, na câmara, puxando-o para fora.
i- Ejetor m – Peça, instalada na armação da espingarda, que joga fora o estojo puxado pelo
extrator.
j- Mecanismo – É o conjunto das peças que fazem a arma funcionar.
• Gatilho – Peça que deve ser acionada para soltar o cão.
• Cão – Peça que percute a espoleta do cartucho, fazendo-o detonar.
• Ferrolho – Conjunto de peças móveis, instalado sobre a armação, e protegido pela caixa da
culatra, que tem por missão introduzir, detonar e extrair o estojo utilizado.
Espingarda Mosberg
Calibre: 12 (18,5 mm)
Funcionamento: semiautomático
Acabamento: polímero de alta resistência
Espingardas CBC
Calibre: 12 (18,5 mm)
Funcionamento: Ação de bomba
Acabamento: Polímero de alta resistência ou madeira
Carabina Taurus
Funcionamento: semiautomático
Calibre: 9mm
Carregador: 30 cartuchos
Coronha: fixa
Confeccionada em polímero de alta resistência
Carabina Taurus
Funcionamento: semiautomático
Calibre: .40 SW
Carregador: 30 cartuchos
Coronha: dobrável
Confeccionada em polímero de alta resistência
1– Regras de segurança – devem ser ressaltadas e cobrada dos alunos, do primeiro ao último dia de
curso, e só levado à banqueta de tiro aquele que satisfizer todas as exigências para com a segurança.
Vale ressaltar que estas regras não se prendem somente ao stand de tiro, mas devem ser observadas
em qualquer lugar em que esteja o operador de arma de fogo.
Carregar o revólver
Empunha-se a arma com a mão direita, pressionando-se o botão serrilhado, para frente, com o
polegar da mesma mão. Deita-se a arma sobre a palma da mão esquerda e com os dedos anelar e
médio força-se a abertura do tambor, introduzindo esses dedos no espaço antes ocupado pelo
tambor.
O dedo indicador deverá estar sobre a ponte do revólver, ao passo que o dedo mínimo sobre o
cão, comprimindo a arma na mão. Os dedos anelar e médio estarão, juntamente com o polegar,
controlando o giro do tambor para o municiamento da arma.
O tambor será girado pela direita, a medida em que os cartuchos forem sendo introduzidos
nas câmaras e, ao final do municiamento, leva-se o tambor à arma até que o mesmo se encaixe
perfeitamente à estrutura (carregamento).
Descarregar o revólver
Empunha-se a arma com a mão direita, pressionando-se o botão serrilhado, à frente, com o
polegar da mesma mão. Deita-se a arma sobre a palma da mão esquerda e com os dedos anelar e
médio força-se a abertura do tambor, introduzindo esses dedos no espaço antes ocupado pelo
tambor. Nesse momento a arma estará descarregada.
Com o dedo polegar da mão esquerda, pressiona-se a vareta do extrator de modo que os
estojos ou cartuchos sejam extraídos e venham a cair na mão direita, sob a forma de concha. Nesse
momento a arma estará desmuniciada.
É importante verificar se todos os cartuchos foram extraídos.
3– Prática dos elementos fundamentais do tiro, em seco – Antes de se partir para o tiro
propriamente dito, o atirador deve conhecer e dominar todas as fases do tiro, que são:
conhecimento das diversas posições de tiro, empunhadura correta, pontaria correta, respiração e
apneia, acionamento correto da tecla do gatilho e, carregar e descarregar com segurança. É
importante salientar que esta fase é talvez a mais importante para o atirador, pois ele sentirá o
domínio da arma evitando o susto, a ansiedade do disparo, o fechamento dos olhos e
consequentemente a chamada gatilhada, quando da execução do tiro real.
4– Prática em sequência, no tiro real – A prática do tiro deve ser iniciada com o acionamento da
arma, em seco (sem munição). Dessa forma, ao passar ao tiro real, o aluno já dominará a sequência
correta dos procedimentos com a arma de fogo. Também, é adequado que qualquer treinamento,
com iniciantes, comece, sempre com calibres mais baixos ou cargas reduzidas e, a partir daí,
aumentando o calibre ou as cargas. Outra constatação é que este treinamento deve ser realizado
tendo como base o revólver, podendo este treinamento ser iniciado com munições tipo chumbinho,
passando daí para o tiro em seco, com a arma de verdade, em só após este, passar para o tiro real.
O treinamento de tiro pode, e deve, ser realizado utilizando-se todos os recursos da arma, do
mais simples para o mais complexo. O treinamento de ser iniciado pelo disparo em ação simples e
depois se passando à ação dupla.
Tiro de ação simples – É o tiro realizado trazendo-se, inicialmente, o cão a retaguarda e,
posteriormente, liberando-o através da ação da tecla do gatilho.
Tiro de ação dupla – É o tiro realizado trazendo-se o cão a retaguarda, através do acionamento
da tecla do gatilho, até que este seja liberado pela alavanca de armar, ferindo a espoleta.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS
Como já enfatizado anteriormente, no curso básico só são realizados disparos com o atirador
parado. É interessante observar que, no curso básico, o tiro não tem tempo para ser disparado,
permitindo ao atirador a escolha da melhor posição, a empunhadura mais adequada no conjunto
arma e mão, tempo para visar e revisar a pontaria, tempo de apneia e respiração e por fim o
momento mais adequado para a realização do disparo.
a – Posições de tiro
São quatro as posições de tiro: de pé, ajoelhado, sentado e deitado, sendo que na prática o
operador raramente realizará um tiro na posição sentado. Nas figuras a seguir demonstraremos as
outras diversas posições de tiro.
Posições de pé
OLÍMPICO
ISÓSCELES
WEAVER
Posições de joelhos
COM APOIO
SEM APOIO
Posições deitadas
DEITADO FRONTAL
Tem como característica ser a posição mais estável, sendo ideal para longas
distâncias. Deve ser adotada para adaptação aos abrigos ou para reduzir, ao
máximo, a silhueta do atirador.
DEITADO LATERAL
Tem como característica o corpo inclinado em relação à direção de tiro,
formando um ângulo de até 90 graus, buscando o melhor aproveitamento do
abrigo e uma boa visada sobre o alvo.
1 2
º º
3 4
º º
c – Pontaria
A pontaria é a superposição do olho do atirador no aparelho de pontaria da arma e do alvo a
ser atingido. Toda arma possui dois dispositivos de pontaria: a alça de mira, situada na parte traseira
da arma e, a massa de mira, situada a frente da arma, sobre o cano. A pontaria divide-se em duas
partes:
Linha de mira – que é a linha imaginária que sai do olho do atirador, passa pela alça de mira e
vai até a massa de mira.
Linha de visada – é a linha imaginária que sai do olho do atirador, passa pelo aparelho de
pontaria da arma e se prolonga até o alvo.
ALÇA M MASSA A
ENQUADRAMENTO
A LALÇA X MASSA
S Ç
S A
A
A
L
T
O
d – Respiração (apneia)
Os nossos pulmões são uma bolsa de ar e a ação de encher e esvaziá-los faz com que os braços
oscilem elevando e abaixando a arma. Durante a execução da pontaria, e posterior acionamento da
tecla do gatilho, a respiração deve ser suspensa (estado de apneia). Esta apneia não deve, porém, ter
longa duração – no máximo 15 segundos, uma vez que, após este tempo, por falta de oxigênio no
cérebro, a visão tenderá a tornar-se turva, dificultando a pontaria. Caso o atirador não tenha
conseguido enquadrar o alvo e realizar o disparo neste tempo, desfaz a pontaria, torna a respirar e
reinicia o enquadramento olho, alça, massa, alvo.
Obs: O desenho procura demonstrar, a posição do dedo indicador na tecla do gatilho, constatando-
se, na prática, que ao se utilizar a falange média o gatilho fica mais leve, melhorando a pontaria no
tiro de ação dupla.
Empunhadura da pistola
Assim como com o revólver, sempre que possível pratique o tiro utilizando as duas mãos, para
empunhar a arma. Isto permitirá uma maior firmeza da arma e consequentemente uma maior
precisão dos disparos. Treinamentos com apenas uma das mãos (mão forte e mão fraca) só devem
ser realizados após o operador dominar totalmente a arma com as duas mãos e atingir seu alvo com
precisão. Um detalhe que deve ser observado, pelo instrutor, é a diferenciação entre a empunhadura
para o tiro esportivo e a empunhadura para o tiro de defesa, particularmente quando se utilizam
armas de ação simples e armas de ação dupla.
É aconselhável ainda realizar uma inspeção visual e tátil da câmara de explosão pois pode
ocorrer uma quebra da garra do extrator da arma e, por maior número de movimentos que se faça
com o ferrolho, o cartucho alojado na câmara não será extraído.
Por último volta-se o cão a posição de descanso, como já descrito anteriormente.
Pontaria
A pontaria é a superposição do olho do atirador no aparelho de pontaria da arma e do alvo a ser
atingido. Toda arma possui dois dispositivos de pontaria: a alça de mira, situada na parte traseira da
arma e, a massa de mira, situada a frente da arma, sobre o cano. A pontaria divide-se em duas
partes:
a. Linha de mira – que é a linha imaginária que sai do olho do atirador, passa pela alça de mira
e vai até a massa de mira.
b. Linha de visada – é a linha imaginária que sai do olho do atirador, passa pelo aparelho de
pontaria da arma e se prolonga até o alvo.
Respiração
As mesmas regras estabelecidas para o tiro de revólver, valem para a pistola, quando da
execução do tiro de estande.
As inúmeras posições de tiro, aqui enunciadas, deverão ser adaptadas ao terreno onde,
porventura, se realizar um confronto armado. Assim, sempre que se dispuser de abrigo, estes
deverão ser aproveitados como proteção. As ilustrações abaixo procuram demonstrar algumas das
posições de tiro abrigado, que poderão ser utilizadas.
TOMADA DE POSIÇÃO
F F F
I I I
G G G
. . .
A B C
POSIÇÃO DE PÉ ABRIGADO
POSIÇÃO
DEITADO
ABRIGAD
O
Ao manusear uma arma, o operador, para não confundir, deverá utilizar-se dos seguintes
termos:
No revólver
• Municiar é introduzir o cartucho no tambor;
• Carregar é introduzir o tambor na arma (fechar);
• Engatilhar é trazer o cão à retaguarda, pronto para o disparo.
Na pistola
• Municiar é introduzir o cartucho no carregador;
• Carregar é introduzir o carregador na arma;
• Alimentar é levar um cartucho à câmara da arma;
• Engatilhar é trazer o cão à retaguarda, pronto para o disparo.
Na espingarda ou carabina
• Carregar é introduzir o cartucho no carregador tubular;
• Alimentar é levar um cartucho à câmara da arma;
• Na carabina, engatilhar é trazer o cão à retaguarda, pronto para o disparo;
• Na espingarda o cão (martelo) não é visível e não desarma, devendo a arma permanecer
travada.
Sarah Westphal
1 - Projetil
2 - Estojo
3 – Carga de projeção
4 - Espoleta
Projéteis de Chumbo
Como o nome indica, são projéteis construídos exclusivamente com ligas desse metal. Podem
ser encontrados diversos tipos de projéteis, destinados aos mais diversos usos, os quais podemos
classificar de acordo com o tipo de ponta e tipo de base.
Tipos de pontas:
Ogival ponta plana: muito usado no tiro prático por provocar menor número de
"engasgos";
Ponta oca: aumenta o diâmetro ao atingir um alvo humano, produzindo maior poder
de parada.
Projéteis encamisados
São projéteis construídos por um núcleo recoberto por uma capa externa chamada camisa ou
jaqueta. A camisa é normalmente fabricada com ligas metálicas como: cobre e níquel; cobre, níquel e
zinco; cobre e zinco; cobre, zinco e estanho ou aço. O núcleo é constituído geralmente de chumbo
praticamente puro, conferindo o peso necessário e um bom desempenho balístico. Os projéteis
encamisados podem ter sua capa externa aberta na base e fechada na ponta (projéteis sólidos) ou
fechada na base e aberta na ponta (projéteis expansivos). Os projéteis sólidos têm destinação militar,
2 – Estojo
O estojo é o componente de união mecânica do cartucho, apesar de não ser essencial ao
disparo, já que algumas armas de fogo mais antigas dispensavam seu uso, trata-se de um
componente indispensável às armas modernas. O estojo possibilita que todos os componentes
necessários ao disparo fiquem unidos em uma peça, facilitando o manejo da arma e acelera o
intervalo em cada disparo.
Atualmente a maioria dos estojos são construídos em metais não-ferrosos, principalmente o
latão (liga de cobre e zinco), mas também são encontrados estojos construídos com diversos tipos de
materiais como plásticos (munição de treinamento e de espingardas), papelão (espingardas) e
outros.
A forma do estojo é muito importante, pois as armas modernas são construídas de forma a
aproveitar as suas características físicas.
Para fins didáticos, o estojo será classificado nos seguintes tipos:
Quanto à forma do corpo:
Cabe ressaltar que, na prática, não existe estojo totalmente cilíndrico, sempre haverá uma
pequena conicidade para facilitar o processo de extração. Os estojos tipo garrafa foram criados com
o fim de conter grande quantidade de pólvora, sem ser excessivamente longo ou ter um diâmetro
grande. Esta forma é comumente encontrada em cartuchos de fuzis, que geram grande quantidade
de energia e, muitas vezes, têm projéteis de pequeno calibre.
Fogo Circular: A mistura detonante é colocada no interior do estojo, dentro do aro, e detona
quando este é amassado pelo percursor;
Fogo Central: A mistura detonante está disposta em uma espoleta, fixada no centro da base
do estojo.
Cabe lembrar que alguns tipos de estojos nos diversos itens da classificação dos estojos não
foram citados por serem pouco comuns e não facilitarem o estudo.
3 – Carga de projeção
Carga de projeção, ou propelente, é a fonte de energia química capaz de arremessar o projétil
a frente, imprimindo-lhe grande velocidade. A energia é produzida pelos gases resultantes da queima
do propelente, que possuem volume muito maior que o sólido original. O rápido aumento de volume
de matéria no interior do estojo gera grande pressão para impulsionar o projétil.
A queima da carga no interior do estojo, apesar de mais lenta que a velocidade dos explosivos,
gera pressão suficiente para causar danos na arma, isso não ocorre porque o projétil se destaca e
avança pelo cano, consumindo grande parte da energia produzida.
Atualmente, as cargas usadas nos cartuchos de armas de defesa é a pólvora química ou
pólvora sem fumaça. Desenvolvida no final do século passado, substituiu com grande eficiência a
4 – Espoleta
A espoleta é um recipiente que contém a mistura detonante e uma bigorna, utilizado em
cartuchos de fogo central. A mistura detonante é um composto que queima com facilidade, bastando
o atrito gerado pelo amassamento da espoleta contra a bigorna provocada pelo percursor. A queima
dessa mistura gera calor, que passa para o propelente, através de pequenos furos no estojo,
chamados eventos.
Os tipos mais comuns de espoletas são:
Boxer: muito usada atualmente, tem a bigorna presa à espoleta e se utiliza de apenas um
evento central, facilitando o desespoletamento do estojo, na recarga;
Bateria: utilizada em cartuchos de caça, tem a bateria incorporada na espoleta de forma a ser
impossível cair, facilitando o processo de recarga do estojo.
1º Passo
O instrutor verificará a presença de todos os operadores que participarão da instrução de tiro,
constantes na planilha de instrução.
2º Passo
O instrutor reunirá a turma, de preferência no estande, explicando, passo-a-passo, como
ocorrerão as diversas fases da instrução. Verificará, também, ao final da explicação, se ainda existem
dúvidas e, caso existam, saná-las antes de iniciar o tiro.
3º Passo
Dividirá a turma em grupos, de acordo com o número de raias ou alvos a serem utilizados.
Nessa divisão, cada operador já deverá ter ciência de sua posição em cada raia ou alvo.
4º Passo
Cada grupo de alunos, ao adentrar ao estande, ocupará a raia que lhe foi indicada,
permanecendo afastado cerca de um (01) metro do armamento (um passo atrás).
Nessa oportunidade, o instrutor conferirá se cada aluno está ocupando corretamente seus
lugares designados.
5º Passo
Para o tiro com revólver o instrutor comandará: “atiradores, a seus postos”; “com x cartuchos,
municiar o armamento”; “fechar o armamento e colocar sobre a banqueta”; “colocar os óculos e o
abafador”; guarnecer o armamento e permanecer na posição de retenção, pronto para o tiro”.
Para o tiro com pistola o instrutor comandará: “atiradores, a seus postos”; “com x cartuchos,
municiar o carregador”; pistola na mão direita e carregador na mão esquerda, introduzir o
carregador na pistola (carregar)”; “por ação do retém do ferrolho, introduzir um cartucho na câmara
da pistola (alimentar)”; “travar o armamento e colocar sobre a banqueta”; “colocar o óculos e o
abafador”; “guarnecer o armamento e permanecer na posição de retenção”; destravar o armamento
e permanecer pronto para o tiro”.
Para o tiro com espingarda ou carabina o instrutor comandará: “atiradores, a seus postos”;
“com x cartuchos, carregar o armamento”; “colocar a arma sobre a banqueta”; “colocar o óculos e o
abafador”; “guarnecer o armamento e permanecer em guarda alta”, “introduzir um cartucho na
câmara”, “tomar a posição de tiro e permanecer pronto para o tiro”.
6º Passo
O operador ouvirá do instrutor os seguintes comandos:
1. atenção atiradores (vocativo),
2. Pista quente (pronta para o tiro),
3. Alvo humanoide, a 5, 7 ou 10 metros (comando),
4. Tiro de ação simples, ou dupla, ou duble tape (comando),
5. Um disparo, dois disparos, seis disparos (comando),
6. A meu comando, a viva voz ou por apito (comando),
7. Esquerda pronta, direita pronta?
7º Passo
Terminada a série de disparos o operador ouvirá do instrutor:
1. Atenção atiradores (vocativo),
2. Quem terminou de atirar, abrir a arma, retirar os estojos, ou o carregador, e deixar a arma
sobre a banqueta, com o cano voltado para o alvo,
3. Um passo a retaguarda, permanecendo com óculos e abafador,
4. Pista fria (proibido o tiro),
5. Verificar os alvos.
POSIÇÕES DE TIRO
Atualmente, duas posições de tiro são utilizadas quando do emprego ou manuseio de armas
curtas (revólveres e pistolas):
Posição Isósceles: normalmente utilizadas quando com atiradores iniciantes. A rama pode ser
empunhada apenas com uma das mãos (tiro UIT – competição olímpica, Pág. 19) ou com as duas
mãos (clubes, escolas de tiro e tiro de defesa).
Posição Isósceles modificada: é normalmente utilizada para os tiros de defesa, combate ou
para os testes de capacitação técnica pelo CONAT/DPF. Nesta posição a arma será sempre
empunhada com ambas as mãos.
b) Posição 1: dá-se um passo à frente com a perna fraca (posição Isósceles modificado), ao
mesmo tempo em que se leva a mão também fraca na altura do abdome, empunhando-se a arma
com a mão forte, sem retirá-la do coldre.
c) Posição 2: saca-se a arma do coldre e, imediatamente, sem levá-la à frente, posiciona-se a mesma
em um ângulo de 45º, ao lado do abdome1. Nessa posição é possível realizar o chamado “tiro de
entrevista”, que se caracteriza pelo disparo de emergência para cessar a eventual agressão, logo que
a arma sai do coldre, onde não há tempo para o atirador terminar a empunhadura e ir até a posição
4.
e) Posição 4: leva-se a arma à frente dos olhos, apontando-se a mesma em direção ao alvo. O
dedo indicador é colocado na tecla do gatilho durante a transição da posição 3 para a posição 4.
Vale lembrar que não é a cabeça que se posiciona na altura da arma, e sim a arma que se
posiciona na altura da cabeça.
Já, para os atiradores iniciantes, ou aqueles que se dedicam ao tiro de precisão, a sequência
partirá e continuará na posição Isósceles.
Posição inicial: de frente para o alvo, atrás da linha que marca a distância do atirador ao alvo, os
pés ficam em paralelo (posição Isósceles) e os braços relaxados e ligeiramente estendidos ao
longo do corpo.
Posição 1: Sem sair da posição inicial, ao mesmo tempo em que se leva a mão fraca na altura
do abdome, empunhando-se a arma com a mão forte, sem retirá-la do coldre.
Posição 4: leva-se a arma à frente dos olhos, apontando-se a mesma em direção ao alvo. O
dedo indicador será colocado na tecla do gatilho após a arma estar apontada para o alvo.
Vale lembrar que não é a cabeça que se posiciona na altura da arma, e sim a arma que se
posiciona na altura da cabeça.
ANÁLISE DE ALVOS
1. Regras Gera
2. is de Segurança com Armas de Fogo:
• Ao adquirir uma arma faça a escolha de acordo com seu real emprego – esporte ou defesa,
e compleição física.
• Conheça sua arma. Para usá-la corretamente e com segurança, leia e siga as instruções do
folheto que a acompanha;
• Aprenda como manusear sua arma com segurança. A não observação das instruções pode
resultar em danos pessoais graves;
• Se tiver dúvidas quanto ao manuseio de uma arma, antes de utilizá-la, obtenha
informações com um competente instrutor ou mesmo com o fabricante;
• Não modifique o peso do gatilho de sua arma sem ajuda de um armeiro qualificado, isto
poderá facilitar o disparo acidental;
• Mantenha sua arma sempre limpa e sempre em condições de uso. Peças gastas ou
danificadas podem ocasionar acidentes. Nunca altere ou faça ajustes em seu armamento.
Em caso de necessidade, procure o armeiro autorizado pelo fabricante;
• Use somente cargas normais para as quais a arma tenha sido construída;
• Munições velhas ou recarregada, e de origem desconhecida, devem ser evitadas,
principalmente para o tiro de defesa;
• Sempre que receber uma arma de outra pessoa não pergunte se está descarregada,
verifique você mesmo;
• Nunca deixe, de forma descuidada, uma arma carregada, principalmente ao alcance de
crianças;
• As travas de segurança de uma arma de fogo são apenas dispositivos mecânicos e não um
substituto do bom senso;
• Trate sempre sua arma como se ela estivesse sempre carregada e alimentada;
• Nunca aponte uma arma para alguém a não ser que pretenda atirar;
• Carregue e descarregue sua arma sempre apontando para uma direção segura;
• A arma, pistola ou revólver, deve sempre ser transportada em coldre, salvo quando houver
a consciente necessidade de utilizá-la;
• Certifique-se que sua arma está realmente descarregada e desalimentada antes de
qualquer limpeza;
• Quando a arma estiver fora do coldre e empunhada para o tiro, esteja absolutamente certo
de que não esteja apontando para alguma parte do seu corpo ou de outras pessoas à sua
volta;
• Em caso de falha, no tiro de defesa, ejete, imediatamente, o cartucho falho e parta para o
segundo tiro. O tempo é precioso para a sobrevida, em confrontos; e
• Álcool e arma não se misturam.
4.4. Em Ônibus:
• Transportar a arma no coldre e na posição natural, pois qualquer mudança pode tornar
difícil um saque rápido;
• A mão que será usada para o saque nunca deverá segurar os apoios, deve ficar
naturalmente estendida em condições de um saque rápido;
• Evitar, quando possível, as aglomerações no coletivo;
• Procurar manter as costas voltadas para alguma proteção;
• Observar atentamente a movimentação dos passageiros;
• Se houver a necessidade de reação, evite tomar qualquer atitude que coloque em risco a
vida de outros usuários, aguarde o melhor momento;
• Observar a atitude dos ocupantes do coletivo, antes e quando adentrar ao mesmo;
Diariamente, encontramos nos meios de comunicação, propagandas dos mais diversos cursos
de capacitação em armamento e tiro. A exceção do curso básico, que considero obrigatório a todos
aqueles que pleiteiam a participação em um clube ou estande de tiro, qualquer outro curso será em
vão se o interessado não treinar, exaustivamente, e, só passar para a fase seguinte, após dominar,
completamente, a fase anterior. Assim, apresentamos uma proposta de treinamento em que o
guarda municipal ficará dispensado do pagamento de cursos e treinamentos remunerados.
Comece com a distância de 5 metros, passando para 7 metros e posteriormente, a 10 metros.
Só passe para a fase seguinte, após obter um aproveitamento estabelecido por esta tabela.
Lembre-se que saltar fases não ajudará em seu treinamento.
Este treinamento poderá ser realizado com o revólver ou pistola e tem por objetivo que o
atirador domine os elementos fundamentais do tiro (posição, empunhadura, apneia, pontaria, e
acionamento da tecla do gatilho).
O atirador só passará para a fase seguinte ao atingir todos os dez (10) disparos na zona cinco
(5) do alvo humanoide.
Neste treinamento a arma estará empunhada à frente do corpo, com o cano voltado para a
frente e a 45º (para o chão), e o dedo fora da tecla do gatilho.
Obs: O tiro duble tape é aquele realizado com o primeiro disparo em ação dupla e o segundo disparo
em ação simples.
Este treinamento poderá ser realizado com o revólver ou pistola e tem por objetivo que o
atirador domine os elementos fundamentais do tiro (posição, empunhadura, apneia, pontaria, e
acionamento da tecla do gatilho).
O atirador só passará para a fase seguinte ao atingir todos os dez (10) disparos na zona cinco
(5) do alvo humanoide.
Neste treinamento a arma estará empunhada à frente do corpo, com o cano voltado para a
frente e a 45º (para o chão), e o dedo fora da tecla do gatilho.
Este treinamento poderá ser realizado com o revólver, ou pistola, e tem por objetivo que o
atirador estabeleça a memória muscular, uma vez que, a partir de agora não terá tempo para realizar
uma pontaria precisa.
O atirador só passará para a fase seguinte ao atingir todos os dez (10) disparos na zona cinco
(5) do alvo humanoide.
Neste treinamento a arma, ainda, estará empunhada à frente do corpo, com o cano voltado
para a frente e a 45º (para o chão), e o dedo fora da tecla do gatilho e, após cada dois tiros o cão da
arma será desarmado.
Legislação Brasileira
Jorge Heleno de Araújo (pedagogo e autor)
Charles Felipe da Rocha Lima (guarda municipal - revisor)
Segurança Patrimonial
Jorge Heleno de Araújo (pedagogo e autor)
João Bosco Fernandes (guarda municipal - revisor)
Instrução Básica
Jorge Heleno de Araújo (pedagogo e autor)
João Bosco Fernandes (guarda municipal - revisor)
Técnicas Operacionais
Jorge Heleno de Araújo (pedagogo e autor)
Antônio Carlos dos Santos Pires (guarda municipal - revisor)
Drogas e DST
Jorge Heleno de Araújo (pedagogo e autor)
João Bosco Fernandes (guarda municipal - revisor)
Primeiros Socorros
Jorge Heleno de Araújo (pedagogo e autor)
Maria de Fátima de Oliveira L. Marins (guarda municipal - revisora)
Educação Física
Desenhos
Antônio Carlos dos Santos Pires (gm e designer gráfico)
Revisão geral
Luciam Moraes Araújo de Gouveia (professora)
Mas, esta homenagem não seria justa se também não fossem lembrados todos os guardas do
corpo de instrutores, com quem tive o prazer de trabalhar, que tanto me incentivaram, e que foram
os responsáveis pela formação dos novos guardas municipais hoje em serviço. Àqueles que tiveram a
paciência em frequentar os diversos cursos, palestras e jornadas pedagógicas; organizados pelos
coordenadores da CDP, senhora Kátia Amendola de Souza e, mais tarde, pelo senhor Sérgio Oliveira
dos Santos (falecido). Excedendo, muitas vezes, os horários estabelecidos, e sempre buscando o
crescimento da instituição, esses profissionais conseguiram dar à CDP uma filosofia própria, com uma
instrutoria de guardas municipais para guardas municipais.
▪ Adilson Moreira de Araújo – mat. 634.900-6
▪ Alberto de Oliveira – mat. 632.148-3
▪ Alexandre Paiva Cardoso – mat. 630.845-4
▪ André da Costa Gonçalves – mat. 630-185-0
▪ Antônio Carlos dos Santos Pires – mat. 632.618-3
▪ Antônio Carlos Gonçalves dos Santos – mat. 635.130-0
▪ Arminda Otilia Pereira de Sampaio Costa – mat. 634.738-1
▪ Aurélio Augusto G. de Fernandes – mat. 635.190-6
▪ Carlos Alberto da Rocha Vasconcelos – mat. 635.815-9
▪ Carlos Eduardo de Azevedo Chaves – mat. 633.070-8
▪ Carlos Eduardo Iribarne Martins – mat. 632.124-0
▪ Carlos Henrique Lagame – mat. 635.878-0
▪ Carlos Vinícius Pereira Barros – mat. 630.281-6
▪ Charles Felipe da Rocha Lima – mat. 630.700-0
▪ Cid Baptista de Paula – mat. 633.691-7
▪ Cláudio Araújo Farias – mat. 639.714-0
▪ Cléber de Araújo Santos – mat. 630.517-138-9
▪ Durval Lopes Braga Junior – mat. 630.291-9
▪ Edson Luiz Machado – mat. 631.999-3
▪ Erlei Lopes Soarse – mat. 631.807-1
▪ Ernesto Siqueira Monegalha – mat. 633.285-7
▪ Flávio dos Santos Silva – mat. 632.962-7
▪ Flávio Leonardo S dos Santos – mat. 634.040-4
▪ Geciel de Almeida Martins – mat. 634.045-3
▪ Geraldo José Ribeiro Paes – mat. 634.941-9
▪ Gilson Pereira Bento – mat. 633.256-0
▪ Gustavo Gomes de Souza – mat. 631.544-6
▪ Hamilton Marques dos Santos – mat. 532.935-4
▪ Idnei Teixeira – mat. 630.723-1
▪ Isídio Xavier dos Santos – mat. 623.925-1
CONHECENDO O AUTOR