Você está na página 1de 338

Índice

CODEBA
COMPANHIA DAS DOCAS DO ESTADO DA
BAHIA
Técnico Portuário - Apoio Administrativo
EDITAL N° 01, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2015

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

LÍNGUA PORTUGUESA

Gêneros textuais: descrição, narração, dissertação expositiva e argumentativa............................................................01


Tipos textuais: informativo, publicitário, didático, instrucional e preditivo...................................................................06
Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade........................................................................................21
Morfologia, sintaxe e semântica: conceitos e funções textuais. Linguagem figurada.....................................................36
Norma culta...........................................................................................................................................................................55
Ortografia..............................................................................................................................................................................60
Acentuação gráfica................................................................................................................................................................68
Formação de palavras...........................................................................................................................................................70
Reescritura de frases.............................................................................................................................................................75

RACIOCÍNIO LÓGICO

Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; dedução de novas
informações das relações fornecidas e avaliação das condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. .01
Compreensão e análise da lógica de uma situação, utilizando as funções intelectuais: raciocínio verbal, raciocínio
matemático, raciocínio sequencial, orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discriminação de elementos. 10
Operações com conjuntos.....................................................................................................................................................23
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.............................................................29

Didatismo e Conhecimento
Índice

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Fundamentos do Windows (XP ou 7): operações com janelas, menus, barra de tarefas, área de trabalho, trabalho
com pastas e arquivos, localização de arquivos e pastas, movimentação e cópia de arquivos e pastas, criação e exclusão
de arquivos e pastas, compartilhamentos e áreas de transferência. Configurações básicas: resolução da tela, cores, fontes,
impressoras, aparência, segundo plano e protetor de tela.......................................................................................................01
Conceito básico de Internet e intranet e utilização de tecnologias, ferramentas e aplicativos associados. Principais
navegadores. Ferramentas de busca e pesquisa........................................................................................................................18
MS Office 2010: Word – conceitos básicos; criação de documentos; abrir e salvar documentos; digitação; edição
de textos: estilos; formatação; tabelas e tabulações; cabeçalho e rodapés; configuração de página; corretor ortográfico;
impressão; ícones; atalhos de teclado.........................................................................................................................................35
Excel – conceitos básicos; criação de documentos; abrir e salvar documentos; estilos; formatação; fórmulas e funções;
gráficos; corretor ortográfico; impressão; ícones; atalhos de teclado; uso dos recursos. ....................................................55
Correio eletrônico: conceitos básicos; formatos de mensagens; transmissão e recepção de mensagens; catálogo de
endereços; arquivos anexados; uso dos recursos; ícones; atalhos de teclado........................................................................ 73
O processo administrativo: planejamento, organização, direção, controle; aspectos fundamentais da comunicação,
liderança, motivação, grupos, equipes e cultura organizacional.............................................................................................82

LEGISLAÇÃO

Lei dos Portos – Lei nº 12.815/2013. ...................................................................................................................................01


Decreto nº 8.033/2013............................................................................................................................................................12

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Processo organizacional (planejamento, coordenação, direção, organização e controle). Planejamento estratégico..01


Organização: estrutura organizacional, departamentalização, centralização, descentralização e empowerment. ....03
Controle: objetivos, importância, princípios, etapas, técnicas, tipos, controle na Administração Pública. ................05
Comportamento Organizacional: cultura organizacional, clima organizacional, motivação, liderança, comunicação,
trabalho em equipe, relacionamento interpessoal..................................................................................................................... 11
Mudança organizacional......................................................................................................................................................15
Processo decisório..................................................................................................................................................................16
Gestão de Pessoas: recrutamento e seleção, desenho de cargos, avaliação de desempenho, treinamento e
desenvolvimento, sistemas de informação em recursos humanos...........................................................................................20
Noções sobre Administração de Materiais e Patrimônio...................................................................................................24
Logística: conceito, evolução, dimensão, processo logístico, transporte..........................................................................34
Comunicação Oficial: características, elaboração de documentos oficiais (relatório, ofício, memorando, carta, ata,
despachos, portaria, ordem de serviço, requerimento)............................................................................................................37
Arquivos: finalidade, classificação, fases, técnicas, sistemas e métodos de arquivamento.............................................54
Protocolo: finalidades, objetivos e atividades. ...................................................................................................................56
Administração Pública indireta...........................................................................................................................................70
Concessão e permissão de serviços públicos.......................................................................................................................71
Noções sobre Contratos Administrativos............................................................................................................................72
Noções de Contabilidade Geral: ativo, passivo, receita, despesa, balanço patrimonial.................................................75

Didatismo e Conhecimento
SAC

Atenção
SAC
Dúvidas de Matéria
A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato).
O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital.
O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@
novaconcursos.com.br.
Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da
matéria em questão.
Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/
matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:.
Português - paginas 82,86,90.
Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo
demorar em média 10 (dez) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo.

Erros de Impressão
Alguns erros de edição ou impressão podem ocorrer durante o processo de fabricação deste volume, caso
encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, sac@novaconcursos.com.br.
Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA
APOSTILA auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a
organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe
de nossa equipe.
Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com
base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por
e-mail e também disponibilizaremos em nosso site, www.novaconcursos.com.br/, na opção ERRATAS.
Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para
quaisquer dúvidas ou esclarecimentos.

CONTATO COM A EDITORA:


2206-7700 / 0800-7722556

nova@novaapostila.com.br

@novaconcurso\\

/NOVAConcursosOficial

NovaApostila

Atenciosamente,
NOVA CONCURSOS
Grupo Nova Concursos
novaconcursos.com.br

Didatismo e Conhecimento
Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.

A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.

E então, você já teve estes problemas?


Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
personagens, e também tempo e espaço reduzido. A linguagem
GÊNEROS TEXTUAIS: DESCRIÇÃO, pode ser formal ou informal. É uma obra de ficção que cria um
universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação.
NARRAÇÃO, DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA
Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador,
E ARGUMENTATIVA. personagens, ponto de vista e enredo. Classicamente, diz-se que o
conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela
ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma
história e tem apenas um clímax. Exemplo:
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas
entre si, formando um todo significativo capaz de produzir Lépida
interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).
Tudo lento, parado, paralisado.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em - Maldição! - dizia um homem que tinha sido o melhor
cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a corredor daquele lugar.
anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação - Que tristeza a minha - lamentava uma pequena bailarina,
do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome olhando para as suas sapatilhas cor-de-rosa.
de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão Assim estava Lépida, uma cidade muito alegre que no passado
grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e fora reconhecida pela leveza e agilidade de seus habitantes. Todos
analisada separadamente, poderá ter um significado diferente muito fortes, andavam, corriam e nadavam pelos seus limpos
daquele inicial. canais.
Até que chegou um terrível pirata à procura da riqueza
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências do lugar. Para dominar Lépida, roubou de um mago um elixir
diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo paralisante e despejou no principal rio. Após beberem a água, os
de recurso denomina-se intertexto. habitantes ficaram muito lentos, tão lentos que não conseguiram
impedir a maldade do terrível pirata. Seu povo nunca mais foi o
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma mesmo. Lépida foi roubada em seu maior tesouro e permaneceu
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A estagnada por muitos anos.
partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, Um dia nasceu um menino, que foi chamado de Zim. O único
as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento entre tantos que ficou livre da maldição que passara de geração em
das questões apresentadas na prova. geração. Diferente de todos, era muito ágil e, ao crescer, saiu em
busca de uma solução. Encontrou pelo caminho bruxas de olhar
Textos Ficcionais e Não Ficcionais feroz, gigantes de três, cinco e sete cabeças, noites escuras, dias de
chuva, sol intenso. Zim tudo enfrentou.
Os textos não ficcionais baseiam-se na realidade, e os E numa noite morna, ao deitar-se em sua cama de folhas, viu
ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos ocorrem ao seu lado um velho de olhos amarelos e brilhantes. Era o mago
coerentemente com o que se passa no enredo da história. que havia sido roubado pelo pirata muitos anos antes. Zim ficou
apreensivo. Mas o velho mago (que tudo sabia) deu-lhe um frasco.
Ficcionais: Conto; Crônica; Romance; Poemas; História em Nele havia um antídoto e Zim compreendeu o que deveria fazer.
Quadrinhos. Despejou o líquido no rio de sua cidade.
Lépida despertou diferente naquela manhã. Um copo de água
Não Ficcionais: aqui, um banho ali e eram novamente braços que se mexiam,
pernas que corriam, saltos e sorrisos. E a dança das sapatilhas cor-
- Jornalísticos: notícia, editorial, artigos, cartas e textos de de-rosa.
divulgação científica. (Carla Caruso)

- Instrucionais: didáticos, resumos, receitas, catálogos, CRÔNICA


índices, listas, verbetes em geral, bulas e notas explicativas de
embalagens. Em jornais e revistas, há textos normalmente assinados por um
escritor de ficção ou por uma pessoa especializada em determinada
- Epistolares: bilhetes, cartas familiares e cartas formais. área (economia, gastronomia, negócios, entre outras) que escreve
com periodicidade para uma seção (por exemplo, todos os domingos
- Administrativos: requerimentos, ofícios e etc. para o Caderno de Economia). Esses textos, conhecidos como
crônicas, são curtos e em geral predominantemente narrativos,
FICCIONAIS podendo apresentar alguns trechos dissertativos. Exemplo:

CONTO

É um gênero textual que apresenta um único conflito, tomado


já próximo do seu desfecho. Encerra uma história com poucas

Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
A luta e a lição nas letras de acompanhamento de peças musicais. Até a Idade
Média, os poemas eram cantados. Só depois o texto foi separado
Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete do acompanhamento musical. Tal como na música, o ritmo tem
após escalar pela segunda vez o ponto culminante do planeta, o uma grande importância. Um poema também faz parte de um sarau
monte Everest. Da primeira, usou o reforço de um cilindro de (reuniões em casas particulares para expressar artes, canções,
oxigênio para suportar a altura. Na segunda (e última), dispensou poemas, poesias etc). Obra em verso em que há poesia. Exemplo:
o cilindro, devido ao seu estado geral, que era considerado ótimo.
As façanhas dele me emocionaram, a bem sucedida e a malograda. Soneto do amigo
Aqui do meu canto, temendo e tremendo toda a vez que viajo no
bondinho do Pão de Açúcar, fico meditando sobre os motivos que Enfim, depois de tanto erro passado
levam alguns heróis a se superarem. Vitor já havia vencido o cume Tantas retaliações, tanto perigo
mais alto do mundo. Quis provar mais, fazendo a escalada sem a Eis que ressurge noutro o velho amigo
ajuda do oxigênio suplementar. O que leva um ser humano bem Nunca perdido, sempre reencontrado.
sucedido a vencer desafios assim?
Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a humanidade. É bom sentá-lo novamente ao lado
Se cada um repetisse meu exemplo, ficando solidamente instalado Com olhos que contêm o olhar antigo
no chão, sem tentar a aventura, ainda estaríamos nas cavernas, Sempre comigo um pouco atribulado
lascando o fogo com pedras, comendo animais crus e puxando E como sempre singular comigo.
nossas mulheres pelos cabelos, como os trogloditas - se é que os Um bicho igual a mim, simples e humano
trogloditas faziam isso. Somos o que somos hoje devido a heróis Sabendo se mover e comover
que trocam a vida pelo risco. Bem verdade que escalar montanhas, E a disfarçar com o meu próprio engano.
em si, não traz nada de prático ao resto da humanidade que prefere
ficar na cômoda planície da segurança. O amigo: um ser que a vida não explica
Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura de Vítor Que só se vai ao ver outro nascer
Negrete é a aspiração de ir mais longe, de superar marcas, de E o espelho de minha alma multiplica...
ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei até que ponto ele foi
temerário ao recusar o oxigênio suplementar. Mas seu exemplo - e Vinicius de Moraes
seu sacrifício - é uma lição de luta, mesmo sendo uma luta perdida.
(Autor: Carlos Heitor Cony. HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Publicado na Folha Online)
As primeiras manifestações das Histórias em Quadrinhos
ROMANCE surgiram no começo do século XX, na busca de novos meios
de comunicação e expressão gráfica e visual. Entre os primeiros
O termo romance pode referir-se a dois gêneros literários. O autores das histórias em quadrinhos estão o suíço Rudolph
primeiro deles é uma composição poética popular, histórica ou Töpffer, o alemão Wilhelm Bush, o francês Georges, e o brasileiro
lírica, transmitida pela tradição oral, sendo geralmente de autor Ângelo Agostini. A origem dos balões presentes nas histórias
anônimo; corresponde aproximadamente à balada medieval. E em quadrinhos pode ser atribuída a personagens, observadas em
como forma literária moderna, o termo designa uma composição ilustrações europeias desde o século XIV.
em prosa. Todo Romance se organiza a partir de uma trama, ou As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século
seja, em torno dos acontecimentos que são organizados em uma XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges
sequência temporal. A linguagem utilizada em um Romance é muito ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras.
variável, vai depender de quem escreve, de uma boa diferenciação A publicação de revistas próprias de histórias em quadrinhos no
entre linguagem escrita e linguagem oral e principalmente do tipo Brasil começou no início do século XX também. Atualmente, o
de Romance. estilo cômicos dos super-heróis americanos é o predominante,
Quanto ao tipo de abordagem o Romance pode ser: Urbano, mas vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos
Regionalista, Indianista e Histórico. E quanto à época ou Escola quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá).
Literária, o Romance pode ser: Romântico, Realista, Naturalista A leitura interpretativa de Histórias em Quadrinhos, assim
e Modernista. como de charges, requer uma construção de sentidos que, para que
ocorra, é necessário mobilizar alguns processos de significação,
POEMA como a percepção da atualidade, a representação do mundo, a
observação dos detalhes visuais e/ou linguísticos, a transformação
Um poema é uma obra literária geralmente apresentada em de linguagem conotativa (sentido mais usual) em denotativa
versos e estrofes (ainda que possa existir prosa poética, assim (sentido amplificado pelo contexto, pelos aspetos socioculturais
designada pelo uso de temas específicos e de figuras de estilo etc). Em suma, usa-se o conhecimento da realidade e de processos
próprias da poesia). Efetivamente, existe uma diferença entre linguísticos para “inverter” ou “subverter” produzindo, assim,
poesia e poema. Segundo vários autores, o poema é um objeto sentidos alternativos a partir de situações extremas. Exemplo:
literário com existência material concreta, a poesia tem um
carácter imaterial e transcendente. Fortemente relacionado com Observe a tirinha em quadrinhos do Calvin:
a música, beleza e arte, o poema tem as suas raízes históricas

Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
Os fatos, em geral, são apresentados de forma impessoal e
escritos em 3ª pessoa, com o predomínio da função referencial, já
que esse texto visa à informação.
A falta de tempo do leitor exige a seleção das informações
mais relevantes, vocabulário preciso e termos específicos que o
ajudem a compreender melhor os fatos. Em jornais ou revistas
impressos ou on-line, e em programas de rádio ou televisão, a
informação transmitida pela notícia precisa ser verídica, atual e
despertar o interesse do leitor.

EDITORIAL

Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo


expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de
O objetivo do Calvin era vender ao seu pai um desenho de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou
sua autoria pela exorbitante quantia de 500 dólares. Ele optou por objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço
valorizar o desenho, mostrando todas as habilidades conquistadas predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas logo
para conseguir produzi-lo. O pai, no último quadrinho, reconhece nas primeiras páginas internas. Os boxes (quadros) dos editoriais
o empenho do filho, utilizando-se de um conector de concessão são normalmente demarcados com uma borda ou tipografia
(“Ainda assim”), valorizando a importância de tudo aquilo. diferente para marcar claramente que aquele texto é opinativo, e
Contudo, afirma que não pagaria o valor pedido (como se dissesse: não informativo. Exemplo:
“sim, filho, foi um esforço absurdo, mas não vou pagar por isso!”).
A graça está no fato de Calvin elaborar um discurso Cidade paraibana é exemplo ao País
“maduro” em relação ao seu desenvolvimento cognitivo e motor
nos dois primeiros quadrinhos e, somente depois, ficar claro Em tempos em que estudantes escrevem receita de macarrão
para nós, leitores, que toda a força argumentativa foi em prol da instantâneo e transcrevem hino de clube de futebol na redação do
cobrança pelo desenho que ele mesmo fez. Em outras palavras, Exame Nacional do Ensino Médio e ainda obtém nota máxima no
o personagem empenha-se na construção de um raciocínio em teste, uma boa notícia vem de uma pequena cidade no interior da
prol de uma finalidade absurda – o que nos faz sorrir no último Paraíba chamada Paulista, de cerca de 12 mil habitantes. Alunos da
quadrinho, já que é somente nele que conseguimos “completar” o Escola Municipal Cândido de Assis Queiroga obtiveram destaque
sentido. Claro, se você conhece os quadrinhos do Calvin, sabe que nas últimas edições da Olimpíada Brasileira de Matemática das
ele tem apenas 6 anos, o que torna tudo ainda mais hilário, mas a Escolas Públicas.
falta deste conhecimento não prejudica em nada a interpretação O segredo é absolutamente simples, e quem explica é a
textual. professora Jonilda Alves Ferreira: a chave é ensinar Matemática
através de atividades do cotidiano, como fazer compras na feira
NÃO FICCIONAIS - JORNALÍSTICOS ou medir ingredientes para uma receita. Com essas ações práticas,
na edição de 2012 da Olimpíada, a escola conquistou nada menos
NOTÍCIA do que cinco medalhas de ouro, duas de prata, três de bronze e
12 menções honrosas. Orgulhosa, a professora conta que se sentia
O principal objetivo da notícia é levar informação atual a triste com a repulsa dos estudantes aos números, e teve a ideia de
um público específico. A notícia conta o que ocorreu, quando, pô-los para vivenciar a Matemática em suas vidas, aproximando-
onde, como e por quê. Para verificar se ela está bem elaborada, os da disciplina.
o emissor deve responder às perguntas: O quê? (fato ou fatos); O que parecia ser um grande desafio tornou-se realidade
Quando? (tempo); Onde? (local); Como? (de que forma) e Por e, hoje, a cidade inteira orgulha-se de seus filhos campeões
quê? (causas). A notícia apresenta três partes: olímpicos. Os estudantes paraibanos devem ser exemplo para
todo o País, que anda precisando, sim, de modelos a se inspirar.
- Manchete (ou título principal) – resume, com objetividade, O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, na
o assunto da notícia. Essa frase curta e de impacto, em geral, sigla em inglês) – o mais sério teste internacional para avaliar
aparece em letras grandes e destacadas. o desempenho escolar e coordenado pela Organização para a
- Lide (ou lead) – complementa o título principal, fornecendo Cooperação e Desenvolvimento Econômico – continua sendo
as principais informações da notícia. Como a manchete, sua função implacável com o Brasil. No exame publicado de 2012, o País
é despertar a atenção do leitor para o texto. aparece na incômoda penúltima posição entre 40 países avaliados.
- Corpo – contém o desenvolvimento mais amplo e detalhado O teste aponta que o aprendizado de Matemática, Leitura e
dos fatos. Ciências durante o ciclo fundamental é sofrível, e perdemos para
países como Colômbia, Tailândia e México. Já passa da hora de
A notícia usa uma linguagem formal, que segue a norma culta as autoridades melhorarem a gestão de nossa Educação Pública e
da língua. A ordem direta, a voz ativa, os verbos de ação e as frases seguir o exemplo da pequena Paulista.
curtas permitem fluir as ideias. É preferível a linguagem acessível Fonte: http://www.oestadoce.com.br/noticia/
e simples. Evite gírias, termos coloquiais e frases intercaladas. editorial-cidade-paraibana-e-exemplo-ao-pais

Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
ARTIGOS Veiculados por diversos meios de comunicação, seja em
jornais, revistas, livros ou meio eletrônico, compartilham-se com
É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, uma gama de interlocutores. Razão esta que incide na forma como
nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte se estruturam, não seguindo um padrão rígido, uma vez que este
dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente se interliga a vários fatores, tais como: assunto, público-alvo,
apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do emissor, momento histórico, dentre outros. Mas, geralmente, no
artigo (texto jornalístico). primeiro e segundo parágrafos, o autor expõe a ideia principal,
Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção sendo representada por uma ideia ou conceito. Nos parágrafos
de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar que seguem, ocorre o desenvolvimento propriamente dito da
bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. O artigo ideia, lembrando que tais argumentos são subsidiados em fontes
de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do verdadeiramente passíveis de comprovação - comparações, dados
texto e, por isso, são fáceis de contestar. estatísticos, relações de causa e efeito, dentre outras.
O artigo deve começar com uma breve introdução, que
descreva sucintamente o tema e refira os pontos mais importantes.
NÃO FICCIONAIS – INSTRUCIONAIS
Um leitor deve conseguir formar uma ideia clara sobre o assunto
e o conteúdo do artigo ao ler apenas a introdução. Por favor tenha
em mente que embora esteja familiarizado com o tema sobre o DIDÁTICOS
qual está a escrever, outros leitores da podem não o estar. Assim,
é importante clarificar cedo o contexto do artigo. Por exemplo, em Na leitura de um texto didático, é preciso apanhar suas ideias
vez de escrever: fundamentais. Um texto didático é um texto conceitual, ou seja,
Guano é um personagem que faz o papel de mascote do grupo não figurativo. Nele os termos significam exatamente aquilo que
Lily Mu. Seria mais informativo escrever: denotam, sendo descabida a atribuição de segundos sentidos ou
Guano é um personagem da série de desenho animado Kappa valores conotativos aos termos. Num texto didático devem se
Mikey que faz o papel de mascote do grupo Lily Mu. analisar ainda com todo o cuidado os elementos de coesão. Deve-
Caracterize o assunto, especialmente se existirem opiniões se observar a expectativa de sentido que eles criam, para que possa
diferentes sobre o tema. Seja objetivo. Evite o uso de eufemismos e entender bem o texto.
de calão ou gíria, e explique o jargão. No final do artigo deve listar O entendimento do texto didático de uma determinada
as referências utilizadas, e ao longo do artigo deve citar a fonte das disciplina requer o conhecimento do significado exato dos termos
afirmações feitas, especialmente se estas forem controversas ou com que ela opera. Conhecer esses termos significa conhecer um
suscitarem dúvidas. conjunto de princípios e de conceitos sobre os quais repousa uma
determinada ciência, certa teoria, um campo do saber. O uso da
CARTAS terminologia científica dá maior rigor à exposição, pois evita as
conotações e as imprecisões dos termos da linguagem cotidiana.
Na maioria dos jornais e revistas, há uma seção destinada a Por outro lado, a definição dos termos depende do nível de público
cartas do leitor. Ela oferece um espaço para o leitor elogiar ou a que se destina.
criticar uma matéria publicada, ou fazer sugestões. Os comentários Um manual de introdução à física, destinado a alunos de
podem referir-se às ideias de um texto, com as quais o leitor primeiro grau, expõe um conceito de cada vez e, por conseguinte,
concorda ou não; à maneira como o assunto foi abordado; ou à vai definindo paulatinamente os termos específicos dessa ciência.
qualidade do texto em si. É possível também fazer alusão a outras Num livro de física para universitários não cabe a definição de
cartas de leitores, para concordar ou não com o ponto de vista
termos que os alunos já deveriam saber, pois senão quem escreve
expresso nelas. A linguagem da carta costuma variar conforme
precisaria escrever sobre tudo o que a ciência em que ele é
o perfil dos leitores da publicação. Pode ser mais descontraída,
especialista já estudou.
se o público é jovem, ou ter um aspecto mais formal. Esse tipo
de carta apresenta formato parecido com o das cartas pessoais:
data, vocativo (a quem ela é dirigida), corpo do texto, despedida RESUMOS
e assinatura.
Resumo é uma exposição abreviada de um acontecimento.
TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA Fazer um resumo significa apresentar o conteúdo de forma
sintética, destacando as informações essenciais do conteúdo de um
Sua finalidade discursiva pauta-se pela divulgação de livro, artigo, argumento de filme, peça teatral, etc. A elaboração
conhecimentos acerca do saber científico, assemelhando- de um resumo exige análise e interpretação do conteúdo para que
se, portanto, com os demais gêneros circundantes no meio sejam transmitidas as ideias mais importantes.
educacional como um todo, entre eles, textos didáticos e verbetes Escrever um texto em poucas linhas ajuda o aluno a
de enciclopédias. Mediante tal pressuposto, já temos a ideia do desenvolver a sua capacidade de síntese, objetividade e clareza:
caráter condizente à linguagem, uma vez que esta se perfaz de três fatores que serão muito importantes ao longo da vida escolar.
características marcantes - a objetividade, isentando-se de traços Além de ser um ótimo instrumento de estudo da matéria para fazer
pessoais por parte do emissor, como também por obedecer ao um teste. Resumo é sinônimo de “recapitulação”, quando, ao final
padrão formal da língua. Outro aspecto passível de destaque é o de cada capítulo de um livro é apresentado um breve texto com as
fato de que no texto científico, às vezes, temos a oportunidade de ideias chave do assunto introduzido. Outros sinônimos de resumo
nos deparar com determinadas terminologias e conceitos próprios são: sinopse, sumário, síntese, epítome e compêndio.
da área científica a que eles se referem.

Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
RECEITAS É comum a presença de terminologia especializada na
construção do verbete, embora sua frequência varie conforme o
A receita tem como objetivo informar a fórmula de um público consumidor da obra de referência em que se insere o texto.
produto seja ele industrial ou caseiro, contando detalhadamente Elementos de linguagens não verbais (especialmente pictóricos)
sobre seu preparo. É uma sequência de passos para a preparação são tradicionalmente agregados ao verbete com função de
de alimentos. As receitas geralmente vêm com seus verbos no esclarecimento.
modo imperativo, para dar ordens de como preparar seu prato seja
ele qual for. Elas são encontradas em diversas fontes como: livros, BULAS
sites, programas (TV/Rádio), revistas ou até mesmo em jornais e
panfletos. A receita também ajuda a fazer vários tipos de pratos Bula pode referir-se a:
típicos e saudáveis e até sobremesas deliciosas.
Bula Pontifícia - documento expedido pela Santa Sé. Refere-
CATÁLOGOS se não ao conteúdo e à solenidade de um documento pontifício,
como tal, mas à apresentação, à forma externa do documento, a
Catálogo é uma relação ordenada de coisas ou pessoas com saber, lacrado com pequena bola (em latim, “bulla”) de cera ou
descrições curtas a respeito de cada uma. Espécie de livro, guia ou metal, em geral, chumbo. Assim, existem Litterae Apostolicae
sumário que contém informações sobre lugares, pessoas, produtos (carta apostólica) em forma ou não de bula e também Constituição
e outros. Têm o objetivo de dar opções para uma melhor escolha. Apostólica em forma de bula. Por exemplo, a carta apostólica
“Munificentissimus Deus”, bem como as Constituições Apostólicas
ÍNDICES de criação de dioceses. A bula mais antiga que se conhece é do
Papa Agapito I (535), conservada apenas em desenho. O mais
Enumeração detalhada dos assuntos, nomes de pessoas, antigo original conservado é do Papa Adeodato I (615-618).
nomes geográficos, acontecimentos, etc., com a indicação de sua
localização no texto.
Bula (medicamento) - folha com informações sobre
medicamentos. Nome que se dá ao conjunto de informações
LISTAS
sobre um medicamento que obrigatoriamente os laboratórios
farmacêuticos devem acrescentar à embalagem de seus produtos
Enumeração de elementos selecionados do texto, tais
vendidos no varejo. As informações podem ser direcionadas aos
como datas, ilustrações, exemplo, tabelas etc., na ordem de sua
usuários dos medicamentos, aos profissionais de saúde ou a ambos.
ocorrência.

VERBETES EM GERAL NOTAS EXPLICATIVAS DE EMBALAGENS

O verbete é um tipo de texto predominantemente descritivo. As notas explicativas servem para que o fabricante do
A elaboração reflete o conflito seminal que define a elegância produto esclareça ou explique aspectos da composição, nutrição,
científica: a negociação constante entre síntese e exaustividade. advertências a respeito do produto.
Os padrões do gênero valorizam tanto a brevidade e a abordagem
direta dos temas quanto o detalhamento e a completude da NÃO FICCIONAIS – EPISTOLARES
informação.
É um texto escrito, de caráter informativo, destinado a BILHETES
explicar um conceito segundo padrões descritivos sistemáticos,
determinados pela obra de referência da qual faz parte: mais O bilhete é uma mensagem curta, trocada entre as pessoas,
comumente, um dicionário ou uma enciclopédia. O verbete para pedir, agradecer, oferecer, informar, desculpar ou perguntar.
é essencialmente destinado a consulta, o que lhe impõe uma O bilhete é composto normalmente de: data, nome do destinatário
construção discursiva sucinta e de acesso imediato, embora isso antecedido de um cumprimento, mensagem, despedida e nome do
não incorra necessariamente em curta extensão. Geralmente, remetente. Exemplo:
os verbetes abordam conceitos bem estabelecidos em algum
paradigma acadêmico-científico, ao invés de entrar em polêmicas Belinha,
referentes a categorias teóricas discutíveis. Passei na sua casa para contar o que aconteceu comigo
Por sua pretensão universalista e pela posição respeitável que ontem à noite.
ocupa no sistema de valores da cultura racionalista, espera-se que Telefone para mim hoje à tarde, que eu vou contar tudinho
todo verbete siga as normas padrão de uso da língua escrita, em um para você!
nível elevado de formalidade. Por sua natureza sistemática e por Um beijinho da amiga Juliana. 14/03/2013
ser destinado à consulta, espera-se que a linguagem do verbete seja
também o mais objetiva possível. As consequências gramaticais CARTAS FAMILIARES E CARTAS FORMAIS
desse princípio são: no nível lexical, precisão na escolha dos termos
e ausência de palavras que expressem subjetividade (opiniões, A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações
impressões e sensações); no nível sintático, simplificação das diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação. Em uma
construções; e no nível estilístico, denotação (ausência de carta formal é preciso ter cuidado na coerência do tratamento, por
ornamentos e figuras de linguagem). exemplo, se começamos a carta no tratamento em terceira pessoa

Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
devemos ir até o fim em terceira pessoa, seguindo também os - Local e data. Devem vir por extenso com alinhamento à
pronomes e formas verbais na terceira pessoa. Há vários tipos de direita. Exemplo:
cartas, o formato da carta depende do seu conteúdo:
- Carta Pessoal é a carta que escrevemos para amigos, Brasília, 20 de maio de 2013
parentes, namorado(a), o remetente é a própria pessoa que assina a - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são escritas de uma
maneira particular. Assunto: Produtividade do órgão em 2012.
- Carta Comercial se torna o meio mais efetivo e seguro de Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
comunicação dentro de uma organização. A linguagem deve ser
clara, simples, correta e objetiva.  - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluído também o
A carta ao ser escrita deve ser primeiramente bem analisada endereço.
em termos de língua portuguesa, ou seja, deve-se observar a
concordância, a pontuação e a maneira de escrever com início, meio
- Texto. Nos casos em que não for de mero encaminhamento
e então o fim, contendo também um cabeçalho e se for uma carta
de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
formal, deve conter pronomes de tratamento (Senhor, Senhora, V.
Ex.ª etc.) e por fim a finalização da carta que deve conter somente
um cumprimento formal ou não (grato, beijos, abraços, adeus Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura,
etc.). Depois de todos esses itens terem sido colocados na carta, a na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite
mesma deverá ser colocada em um envelope para ser enviado ao o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”,
destinatário. Na parte de trás e superior do envelope deve-se conter “Cumpreme informar que”, empregue a forma direta;
alguns dados muito importantes tais como: nome do destinatário, Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o texto
endereço (rua, bairro e cidade) e por fim o CEP. Já o remetente contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
(quem vai enviar a carta), também deve inserir na carta os mesmos em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
dados que o do destinatário, que devem ser escritos na parte da Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente
frente do envelope. E por fim deve ser colocado no envelope um reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
selo que serve para que a carta seja levada à pessoa mencionada.
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos
NÃO FICCIONAIS – ADMINISTRATIVOS em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.

REQUERIMENTOS

É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma TIPOS TEXTUAIS: INFORMATIVO,
autoridade administrativa um direito do qual se julga detentor.
Estrutura: PUBLICITÁRIO, DIDÁTICO,
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, INSTRUCIONAL E PREDITIVO.
da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente
(grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação:
nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identidade, Tipologia Textual
idade (se maior de 60 anos, para fins de preferência na tramitação
do processo, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio (caso o
Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As únicas
requerente seja servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à
tipologias existentes são: narração, descrição, dissertação ou ex-
qualificação civil deve ser colocado o número do registro funcional
e a lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando os posição, informação e injunção. É importante que não se confun-
fundamentos legais do requerimento e os elementos probatórios da tipo textual com gênero textual.
de natureza fática.
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”. Texto Narrativo - tipo textual em que se conta fatos que ocor-
- Local e data. reram num determinado tempo e lugar, envolvendo personagens e
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo. um narrador. Refere-se a objeto do mundo real ou fictício. Possui
uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal pre-
OFÍCIOS dominante é o passado.
- expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta an-
O Ofício deve conter as seguintes partes: tes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente);
- é um tipo de texto sequencial;
- Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão - relato de fatos;
que o expede. Exemplos: - presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo;
- apresentação de um conflito;
Of. 123/2002-MME - uso de verbos de ação;
Aviso 123/2002-SG - geralmente, é mesclada de descrições;
Mem. 123/2002-MF - o diálogo direto é frequente.

Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto Descritivo - um texto em que se faz um retrato por es- Narração
crito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe
de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua A Narração é um tipo de texto que relata uma história real,
função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo
até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterio- apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço,
ridade e posterioridade. É fazer uma descrição minuciosa do obje- organizados por uma narração feita por um narrador. É uma série
to ou da personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as de fatos situados em um espaço e no tempo, tendo mudança de um
coisas acontecem ao mesmo tempo. estado para outro, segundo relações de sequencialidade e causali-
- expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma dade, e não simultâneos como na descrição. Expressa as relações
visão; entre os indivíduos, os conflitos e as ligações afetivas entre esses
- é um tipo de texto figurativo; indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm essa vi-
- retrato de pessoas, ambientes, objetos; vência.
- predomínio de atributos; Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o narra-
- uso de verbos de ligação; dor acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocor-
- frequente emprego de metáforas, comparações e outras reu o episódio. É por isso que numa narração predomina a ação: o
figuras de linguagem; texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, a maioria dos
- tem como resultado a imagem física ou psicológica. verbos que compõem esse tipo de texto são os verbos de ação. O
conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a his-
Texto Dissertativo - a dissertação é um texto que analisa, in- tória que é contada nesse tipo de texto recebe o nome de enredo.
terpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo textual re- As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas per-
quer reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em sonagens, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio
relação ao que se discute têm grande importância. O texto disserta- que está sendo contado. As personagens são identificadas (nomea-
tivo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo ex- das) no texto narrativo pelos substantivos próprios.
plorado é o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem
introdução onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)  as ações do
por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do autor
enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre
sobre o assunto em evidência. Nesse tipo de texto a expressão das
uma ação ou ações  é chamado de espaço, representado no texto
ideias, valores, crenças são claras, evidentes, pois é um tipo de
pelos advérbios de lugar.
texto que propõe a reflexão, o debate de ideias. A linguagem ex-
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
plorada é a denotativa, embora o uso da conotação possa marcar
“quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da narra-
um estilo pessoal. A objetividade é um fator importante, pois dá
tiva é o tempo, representado no texto narrativo através dos tempos
ao texto um valor universal, por isso geralmente o enunciador não
verbais, mas principalmente pelos advérbios de tempo. É o tempo
aparece porque o mais importante é o assunto em questão e não
que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor
quem fala dele. A ausência do emissor é importante para que a
ideia defendida torne algo partilhado entre muitas pessoas, sendo “como” o fato narrado aconteceu.
admitido o emprego da 1ª pessoa do plural - nós, pois esse não A história contada, por isso, passa por uma introdução (parte
descaracteriza o discurso dissertativo. inicial da história, também chamada de prólogo), pelo desenvolvi-
- expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa; mento do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o “miolo”
- é um tipo de texto argumentativo. da narrativa, também chamada de trama) e termina com a conclu-
- defesa de um argumento: apresentação de uma tese que será são da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história
defendida; desenvolvimento ou argumentação; fechamento; é o narrador,  que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu...) ou
- predomínio da linguagem objetiva; impessoal (narra em 3ª pessoa: Ele...).
- prevalece a denotação. Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de
ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos subs-
Texto Argumentativo - esse texto tem a função de persuadir o tantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto,
leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta pelo texto. É o ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos ver-
tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando bos, formando uma rede: a própria história contada.
também mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a
texto dissertativo-argumentativo. história.

Texto Injuntivo/Instrucional - indica como realizar uma Elementos Estruturais (I):


ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e com-
portamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, - Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se - Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam e
também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por meio
indicativo. Ex: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, de características físicas ou psicológicas. Os personagens podem
leis, bula de remédio, convenções, regras e eventos. ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais (trabalhador,
estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o
avarento etc.), heróis ou anti-heróis, protagonistas ou antagonistas.

Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
- Narrador: é quem conta a história. um porquinho-da-índia, é porque alguém lhe deu o animalzinho.
- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico. Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: aquele em que al-
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o tem- guém recebe alguma coisa (o menino passou a ter o porquinho-da
po convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo inte- índia) e aquele alguém perde alguma coisa (o porquinho perdia, a
rior, subjetivo. cada vez que o menino o levava para outro lugar, o espaço confor-
tável de debaixo do fogão). Assim, temos dois tipos de narrativas:
Elementos Estruturais (II): de aquisição e de privação.

Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista Existem três tipos de foco narrativo:


Acontecimento - O quê? Fato
Tempo - Quando? Época em que ocorreu o fato - Narrador-personagem: é aquele que conta a história na
Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao
Modo - Como? De que forma ocorreu o fato mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato - Narrador-observador: é aquele que conta a história como
Resultado - previsível ou imprevisível. alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a his-
Final - Fechado ou Aberto. tória é contada em 3ª pessoa.
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se de personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos.
tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente, como Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada
simples exemplos de uma narração. Há uma relação de implica- com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).
ção mútua entre eles, para garantir coerência e verossimilhança
à história narrada. Quanto aos elementos da narrativa, esses não Estrutura:
estão, obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as
personagens ou o fato a ser narrado. - Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados
alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história,
Exemplo: como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia propria-
Porquinho-da-índia mente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo
ao clímax.
Quando eu tinha seis anos - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu
Ganhei um porquinho-da-índía. momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
Que dor de coração me dava - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! personagens.
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos Tipos de Personagens:
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão. Os personagens têm muita importância na construção de um
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou se-
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada. cundários, conforme o papel que desempenham no enredo, po-
dem ser apresentados direta ou indiretamente.
Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. A apresentação direta acontece quando o personagem aparece
Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110. de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou
psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os persona-
Observe que, no texto acima, há um conjunto de transforma- gens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem
ções de situação: ganhar um porquinho-da-índia é passar da situa- com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que
ção de não ter o animalzinho para a de tê-lo; levá-lo para a sala ou ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.
para outros lugares é passar da situação de ele estar debaixo do
fogão para a de estar em outros lugares; ele não gostava: “queria - Em 1ª pessoa:
era estar debaixo do fogão” implica a volta à situação anterior;
“não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas” dá a entender Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a
que o menino passava de uma situação de não ser terno com o história e é o protagonista. Exemplo:
animalzinho para uma situação de ser; no último verso tem-se a
passagem da situação de não ter namorada para a de ter. “Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto de coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me atrevia
mudanças de situação. É isso que define o que se chama o compo- a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar
nente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudança de es- de um lado para outro, estacando para amparar-me, e andava outra
tado pela ação de alguma personagem, é uma transformação de si- vez e estacava.”
tuação. Mesmo que essa personagem não apareça no texto, ela está (Machado de Assis. Dom Casmurro)
logicamente implícita. Assim, por exemplo, se o menino ganhou

Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar, O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em se-
eu estava lá e vi. Exemplo: guida, num pratinho, os dois pães com meia almôndega cada um.
O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro dos
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira.
Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo de
que fez cancha nos banhados do Ibirocaí. cerveja até a boca, depois cada um prova o seu guaraná e morde o
Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a cruzar primeiro bocado do pão.
os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da Lua, na O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando cri-
escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda que teriosamente o menino mais velho e o menino mais novo absorvi-
chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como por alma de dos com o sanduíche e a bebida.
padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca desandou cru- Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos.
zada!... E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis, sentados
(...) naquela mesa.
Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento dele. (Wander Piroli)
Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não no víamos desde muito
tempo. (...) Tipos de Discurso:
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na matan-
ça dos leitões e no tiramento dos assados com couro. Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente para
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) o personagem, sem a sua interferência. Exemplo:

- Em 3ª pessoa: Caso de Desquite

Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. __ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na boca).
Exemplo: Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto casado. Agora
com mania de mulher. Todo velho é sem-vergonha.
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaram __ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só não
de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à rua com ar me pise, fico uma jararaca.
menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da malha __ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
de cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara à mostra, __ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está bom?
sem máscara piedosa para disfarçar o sentimento impreciso de ri- Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de mamar no primei-
dículo.” ro mês.
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) __Você desempregado, quem é que fazia roça?
__ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava. Fui jo-
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como gado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no mundo sem
sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e dia o hominho aqui
na carroça. Sempre o mais sacrificado, está bom?
Festa __ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende?
__ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém morre só.
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o Sempre tem um cristão que enterra o pobre.
crioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado de dois meni- __ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher...
nos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas ambos __ Eu arranjo.
com menos de dez anos. __ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem dois
Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas resoluta- cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de melhor. Vai me
mente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde há seis mesas deixar sem nada?
desertas. __ Você tinha amula e a potranca. A mula vendeu e a potranca,
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O ho- deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um prato de comida e
mem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guaranás e dois roupa lavada.
pãezinhos. __ Para onde foi a lavadeira?
__ Duzentos e vinte. __ Quem?
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido. __ A mulata.
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz. (...)
__ Como? (Dalton Trevisan – A guerra Conjugal)
__ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais gos-
toso. Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem diz,
O homem olha para os meninos. sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo:
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz.
__ Está certo.
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como
se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida.

Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
Frio quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazê-la. Tomemos, por
exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se assina a
O menino tinha só dez anos. escritura, realiza-se o ato de compra; para isso, é necessário poder
Quase meia hora andando. No começo pensou num bonde. (ter dinheiro) e querer ou dever comprar (respectivamente, querer
Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem feito que trazia, deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido
afastou a idéia como se estivesse fazendo uma coisa errada. (Nos despejado, por exemplo).
bondes, àquela hora da noite, poderiam roubá-lo, sem que perce- Algumas mudanças são necessárias para que outras se deem.
besse; e depois?... Que é que diria a Paraná?) Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um bambu
Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando as vitri- ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um carro, é preciso
nes, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias comuns. Ia firme antes conseguir o dinheiro.
e esforçando-se para não pensar em nada, nem olhar muito para
nada. Narrativa e Narração
__ Olho vivo – como dizia Paraná.
Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das ruas. Ele Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade é
ia pelas beiradas. Quando em quando, assomava um guarda nas um componente narrativo que pode existir em textos que não são
esquinas. O seu coraçãozinho se apertava. narrações. A narrativa é a transformação de situações. Por exem-
Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma mulher. plo, quando se diz “Depois da abolição, incentivou-se a imigra-
Sempre ficam mulheres vagabundeando por ali, à noite. Pelo jar- ção de europeus”, temos um texto dissertativo, que, no entanto,
dim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela lhe deu, ele seguiu. apresenta um componente narrativo, pois contém uma mudança
Ignorava a exatidão de seus cálculos, mas provavelmente faltava de situação: do não incentivo ao incentivo da imigração européia.
mais ou menos uma hora para chegar em casa. Os bondes passa- Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto,
vam. o que é narração?
(João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço) A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:
Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do per- - é um conjunto de transformações de situação (o texto de Ma-
sonagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente recente. nuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche essa
Surgiu com romancistas inovadores do século XX. Exemplo: condição);
- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos
A Morte da Porta-Estandarte concretos (o texto “Porquinho-da-índia” preenche também esse
requisito);
Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus braços. - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal que,
Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. Não é preciso se- entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e posterio-
gurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, se abriu... Esse ridade (no texto “Porquinho-da-índia” o fato de ganhar o animal é
temporal assim é bom, porque Rosinha não sai. Tenham paciên- anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por sua vez é anterior
cia... Largar Rosinha ali, ele não larga não... Não! E esses tambo- ao de o menino levá-lo para a sala, que por seu turno é anterior ao
res? Ui! Que venham... É guerra... ele vai se espalhar... Por que de o porquinho-da-índia voltar ao fogão).
não está malhando em sua cabeça?... (...) Ele vai tirar Rosinha da
cama... Ele está dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o fundo Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre perti-
do País... Abraçá-la no alto de uma colina... nente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear da tem-
(Aníbal Machado) poralidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no romance ma-
chadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, quando o narrador
Sequência Narrativa: começa contando sua morte para em seguida relatar sua vida, a
sequência temporal foi modificada. No entanto, o leitor reconstitui,
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: uma ao longo da leitura, as relações de anterioridade e de posteriorida-
coordena-se a outra, uma implica a outra, uma subordina-se a ou- de.
tra. Resumindo: na narração, as três características explicadas
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: acima (transformação de situações, figuratividade e relações de
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) devem
dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só uma ou duas
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma compe- dessas características não é uma narração.
tência para fazer algo);
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou de- Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto narra-
via fazer (é a mudança principal da narrativa); tivo:
- uma em que se constata que uma transformação se deu e em
que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens (geral- - Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que
mente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os maus). aconteceu, quando e onde.
- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos perso-
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se pres- nagens.
supõem logicamente. Com efeito, quando se constata a realização - Desenvolvimento: detalhes do fato.
de uma mudança é porque ela se verificou, e ela efetua-se porque - Conclusão: consequências do fato.

Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
Caracterização Formal: Apresentação da Narrativa:

Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto nar- - visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em qua-
rativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade, porquanto drinhos) e desenhos.
a criação e o colorido do contexto estão em função da individuali- - auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos.
dade e do estilo do narrador. Dependendo do enfoque do redator, a - audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas.
narração terá diversas abordagens. Assim é de grande importância
saber se o relato é feito em primeira pessoa ou terceira pessoa. No Descrição
primeiro caso, há a participação do narrador; segundo, há uma in-
ferência do último através da onipresença e onisciência. É a representação com palavras de um objeto, lugar, situa-
Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos acon- ção ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares
tecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo o aspecto ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja
apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em ima-
linear e constituindo o que se denomina “flashback”. O narrador
gens. Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa
que usa essa técnica (característica comum no cinema moderno)
ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não é
demonstra maior criatividade e originalidade, podendo observar as
necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do ob-
ações ziguezagueando no tempo e no espaço. servador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa forma,
o que será importante ser analisado para um, não será para outro.
Exemplo - Personagens A vivência de quem descreve também influencia na hora de trans-
mitir a impressão alcançada sobre determinado objeto, pessoa, ani-
“Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. mal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.
Amâncio não viu a mulher chegar.
- Não quer que se carpa o quintal, moço? Exemplos:
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face es-
calavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do pas- (I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas
sado, os olhos).” a penumbra dos ramos cobria o atalho.
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, peque-
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mer- nas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado pelos instan-
cado Aberto, p. 5O) tes já mais apressados da tarde. De onde vinha o meio sonho pelo
qual estava rodeada? Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo
Exemplo - Espaço era estranho, suave demais, grande demais.”
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza (extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector)
escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de algum rio. Não
havia, em todo o caso, como negar-lhe a insipidez.” (II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplica-
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto do, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aqui-
Alegre: Movimento, 1981, p. 51) lo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia
com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a
Exemplo - Tempo isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente;
raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a mu- se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco.
(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed.
lher lhe pediu que a chamasse cedo.”
São Paulo, Ática, 1974, págs. 31-32.)
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4)
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da
Tipologia da Narrativa Ficcional: escola que o escritor frequentava. Deve-se notar:
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao
- Romance mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os ou-
- Conto tros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha grande
- Crônica medo ao pai);
- Fábula - por isso, não existe uma ocorrência que possa ser conside-
- Lenda rada cronologicamente anterior a outra do ponto de vista do relato
- Parábola (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologicamente
- Anedota anterior a retirar-se dela; no nível do relato, porém, a ordem dessas
- Poema Épico duas ocorrências é indiferente: o que o escritor quer é explicitar
uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suas
Tipologia da Narrativa Não-Ficcional: ações);
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas
- Memorialismo elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em
- Notícias relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de
- Relatos 1840, em que o escritor frequentava a escola da rua da Costa) e,
- História da Civilização portanto, não denota nenhuma transformação de estado;

Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não correría- sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação
mos o risco de alterar nenhuma relação cronológica - poderíamos anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas linguís-
mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar e ler o texto ticas da descrição é o predomínio de verbos no presente ou no pre-
do fim para o começo: O mestre era mais severo com ele do que térito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa concomitância
conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes... em relação ao momento da fala; o segundo, em relação a um marco
temporal pretérito instalado no texto.
Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enunciados Para transformar uma descrição numa narração, bastaria in-
pode ser invertida, está-se pensando apenas na ordem cronológica, troduzir um enunciado que indicasse a passagem de um estado
pois, como veremos adiante, a ordem em que os elementos são anterior para um posterior. No caso do texto II inicial, para trans-
descritos produz determinados efeitos de sentido. formá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso grande medo
Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos fazer do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo...
certas modificações no texto, pois este contém anafóricos (pala-
vras que retomam o que foi dito antes, como ele, os, aquele, etc. ou Características Linguísticas:
catafóricos (palavras que anunciam o que vai ser dito, como este,
etc.), que podem perder sua função e assim não ser compreendi- O enunciado narrativo, por ter a representação de um aconte-
dos. Se tomarmos uma descrição como As flores manifestavam cimento, fazer-transformador, é marcado pela temporalidade, na
todo o seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar, ao invertermos a relação situação inicial e situação final, enquanto que o enunciado
ordem das frases, precisamos fazer algumas alterações, para que o descritivo, não tendo transformação, é atemporal.
texto possa ser compreendido: O Sol fazia as flores brilhar. Elas Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-se-
manifestavam todo o seu esplendor. Como, na versão original, o mânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão:
pronome oblíquo as é um anafórico que retoma flores, se alterar- - Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores
mos a ordem das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente no
mudar a palavra flores para a primeira frase e retomá-la com o presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, situar-se,
anafórico elas na segunda. existir, ficar).
Por todas essas características, diz-se que o fragmento do - Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é des-
crito;
conto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de texto em
que se expõem características de seres concretos (pessoas, objetos,
Exemplo:
situações, etc.) consideradas fora da relação de anterioridade e de
posterioridade.
“Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entala-
do num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia-se alargan-
Características:
do até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia
os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da
- Ao fazer a descrição enumeramos características, compara- nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à
ções e inúmeros elementos sensoriais; calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos
- As personagens podem ser caracterizadas física e psicologi- cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras.
camente, ou pelas ações; Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito despe-
- A descrição pode ser considerada um dos elementos consti- gadas do crânio.”
tutivos da dissertação e da argumentação; (Eça de Queiroz - O Primo Basílio)
- É impossível separar narração de descrição;
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim - Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações,
a capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza. sinestesias). Exemplo:
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo:
“(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo “Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito
desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea e gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de seu
fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que pare- corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante que
cem conformados expressamente para esposas da multidão (...)” lhe dava petulância de rapaz e casava perfeitamente com os olhi-
(Raul Pompéia – O Ateneu) nhos de azougue.”
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não exis- (José de Alencar - Senhora)
te relação de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados.
- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que se - Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo:
usem então as formas nominais, o presente e o pretério imperfeito
do indicativo, dando-se sempre preferência aos verbos que indi- “Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e essa
quem estado ou fenômeno. casa era assim: na frente, uma grade de ferro; depois você entrava
- Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos tinha um jardinzinho; no final tinha uma escadinha que devia ter
adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto. uns cinco degraus; aí você entrava na sala da frente; dali tinha um
corredor comprido de onde saíam três portas; no final do corredor
A característica fundamental de um texto descritivo é essa tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e
inexistência de progressão temporal. Pode-se apresentar, numa atrás ainda tinha um galpão, que era o lugar da bagunça...”
descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam (Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)

Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
Recursos: Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão
temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente, uma
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas. vez que eles indicam propriedades ou características que ocorrem
Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol. simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do ponto de
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas, vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para baixo ou vice-
concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu sereno, versa, do detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos
uma pureza de cristal. de sentido distintos.
- As sensações de movimento e cor embelezam o poder da Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de Bo-
natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transparente que cage:
deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do texto.
bem servido de pés, meão de altura,
Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito triste de facha, o mesmo de figura,
crente. nariz alto no meio, e não pequeno.

A descrição pode ser apresentada sob duas formas: Incapaz de assistir num só terreno,
mais propenso ao furor do que à ternura;
Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passa- bebendo em níveas mãos por taça escura
gem são apresentadas como realmente são, concretamente. Exem- de zelos infernais letal veneno.
plo:
Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão, 1968, pág. 497.
“Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência atlética, om-
bros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos ne- O poeta descreve-se das características físicas para as caracte-
gros e lisos”. rísticas morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria o mesmo,
pois as características físicas perderiam qualquer relevo.
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a visualizar
uma cena. É como traçar com palavras o retrato de um objeto,
“A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central lugar, pessoa etc., apontando suas características exteriores, facil-
mente identificáveis (descrição objetiva), ou suas características
que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de gui-
psicológicas e até emocionais (descrição subjetiva).
lhotina para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado, dentro
Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos,
de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei. Telhado de também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado des-
quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz ta técnica, sugere-se que o concursando, após escrever seu texto,
de Fora, provavelmente sede de alguma fazenda que tivesse ficado, sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou depois des-
capricho da sorte, na linha de passagem da variante do Caminho te um adjetivo ou uma locução adjetiva.
Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua Direita – sobre
a qual ela se punha um pouco de esguelha e fugindo ligeiramente Descrição de objetos constituídos de uma só parte:
do alinhamento (...).”
(Pedro Nava – Baú de Ossos) - Introdução: observações de caráter geral referentes à proce-
dência ou localização do objeto descrito.
Descrição Subjetiva: quando há maior participação da emo- - Desenvolvimento: detalhes (lª parte) - formato (comparação
ção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são transfi- com figuras geométricas e com objetos semelhantes); dimensões
gurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar ou expres- (largura, comprimento, altura, diâmetro etc.)
sar seus sentimentos. Exemplo: - Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) - material, peso, cor/
“Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao ho- brilho, textura.
mem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua uti-
couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anún- lidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto como
um todo.
cio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei...”
Descrição de objetos constituídos por várias partes:
(“O Ateneu”, Raul Pompéia)
- Introdução: observações de caráter geral referentes à proce-
dência ou localização do objeto descrito.
“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra espe- - Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das
rança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-de-fran- partes que compõem o objeto, associados à explicação de como as
ça, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando por lei, de partes se agrupam para formar o todo.
sobregoverno.” - Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas) (externamente) - formato, dimensões, material, peso, textura, cor
e brilho.
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua uti-
descritivos: lidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto em sua
totalidade.

Didatismo e Conhecimento 13
LÍNGUA PORTUGUESA
Descrição de ambientes: Folheto de propaganda de carro
- Introdução: comentário de caráter geral.
- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir
ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e aro- o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando tran-
ma (se houver). quilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat Variant
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a obje- possuem direção hidráulica e ar condicionado de elevada capaci-
tos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou dade, proporcionando a climatização perfeita do ambiente.
quaisquer outros objetos. Porta-malas - O compartimento de bagagens possui capacida-
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no am- de de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 litros, com o
biente. encosto do banco traseiro rebaixado.
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em plás-
Descrição de paisagens: tico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para evitar a
- Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer
deformação em caso de colisão.
outra referência de caráter geral.
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo (explica-
Textos descritivos literários: Na descrição literária predo-
ção do que se vê ao longe).
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais próximos mina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de associações
do observador - explicação detalhada dos elementos que compõem conotativas que podem ser exploradas a partir de descrições de
a paisagem, de acordo com determinada ordem. pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes; situações e coi-
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca sas. Vale lembrar que textos descritivos também podem ocorrer
da impressão que a paisagem causa em quem a contempla. tanto em prosa como em verso.

Descrição de pessoas (I): Dissertação


- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer
aspecto de caráter geral. A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação de
- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor da uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema. Pres-
pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). supõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, clareza,
- Desenvolvimento: características psicológicas (personali- coerência, objetividade na exposição, um planejamento de traba-
dade, temperamento, caráter, preferências, inclinações, postura, lho e uma habilidade de expressão. É em função da capacidade
objetivos). crítica que se questionam pontos da realidade social, histórica e
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter psicológica do mundo e dos semelhantes. Vemos também, que a
geral. dissertação no seu significado diz respeito a um tipo de texto em
que a exposição de uma ideia, através de argumentos, é feita com
Descrição de pessoas (II): a finalidade de desenvolver um conteúdo científico, doutrinário ou
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer artístico. Exemplo:
aspecto de caráter geral.
- Desenvolvimento: análise das características físicas, asso- Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a ser pri-
ciadas às características psicológicas (1ª parte). meiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência, como servir-se
- Desenvolvimento: análise das características físicas, asso- de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o segundo, como
ciadas às características psicológicas (2ª parte). trair ou solapar os predecessores; e o terceiro, como clamar, com
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter
zelo furioso, contra a corrupção da corte. Mas um príncipe discreto
geral.
prefere nomear os que se valem do último desses métodos, pois
os tais fanáticos sempre se revelam os mais obsequiosos e sub-
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma
estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam. servientes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição
Porque toda técnica descritiva implica contemplação e apreen- todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros subordi-
são de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, precisa nando a maioria do senado, ou grande conselho, e, afinal, por via
possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor capta o de um expediente chamado anistia (cuja natureza lhe expliquei),
mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma descrição garantem-se contra futuras prestações de contas e retiram-se da
focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. vida pública carregados com os despojos da nação.
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não-li- São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234-235.
terária ou literária. Na descrição não-literária, há maior preocu-
pação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular. Por ser Esse texto explica os três métodos pelos quais um homem
objetiva, há predominância da denotação. chega a ser primeiro-ministro, aconselha o príncipe discreto a es-
colhê-lo entre os que clamam contra a corrupção na corte e justifi-
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é um ca esse conselho. Observe-se que:
tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma lingua- - o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade com
gem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para descrever conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem par-
aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os compõem, para ticular e do que faz para chegar a ser primeiro-ministro, mas do
descrever experiências, processos, etc. Exemplo: homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder);

Didatismo e Conhecimento 14
LÍNGUA PORTUGUESA
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a mu- - Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a
dança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte no pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo fu-
momento em que se tornam primeiros-ministros); tebol não é uma prova de alienação?”
- a progressão temporal dos enunciados não tem importân- - Suspense: alguma informação que faça aumentar a curiosi-
cia, pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a dade do leitor.
corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação para - Comparação: social e geográfica.
primeiro-ministro). - Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à dis-
tância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das
Características: massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades que
marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira doença do
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é temático; século...”
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; - Narração: narrar um fato.
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de anteriori-
dade e de posterioridade dos enunciados não têm maior importân- Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, de forma
cia - o que importa são suas relações lógicas: analogia, pertinência, organizada e progressiva. É a parte maior e mais importante do
causalidade, coexistência, correspondência, implicação, etc. texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas:
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de reda-
ção. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem característi- - Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com
cas próprias a cada tipo de texto. este tipo de abordagem.
  - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a idéia
São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento / principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição.
Conclusão. - Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações
distintas.
Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos
ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. favoráveis e desfavoráveis.
Tipos: - Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou des-
crever uma cena.
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para prováveis
de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...” resultados.
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um - Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve apre-
fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começo sentar questionamento e reflexão.
dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que a dé- - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, va-
cada colecionou, agravou vários dos históricos problemas sociais lores, juízos.
do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana, cuja es- - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos por-
calada tem sido facilmente identificada pela população brasileira.” quês de uma determinada situação.
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma - Exemplificação: dar exemplos.
coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer se
sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! Faça Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento
parte desse time de vencedores desde a escolha desse momento! integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas as
- Contestação: contestar uma idéia ou uma situação. Ex: “É ideias anteriormente desenvolvidas.
importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a
solução no combate à insegurança.” - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um pen-
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex: “Em samento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de quem lê.
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com televisores.
Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de aparelhos recepto- Exemplo:
res instalados do mundo). Ao todo, existem no país 257 emisso-
ras (aquelas capazes de gerar programas) e 2.624 repetidoras (que Direito de Trabalho
apenas retransmitem sinais recebidos). (...)”
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um novo
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do modelo econômico: o capitalismo, que até o século XX agia por
texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no meio da inclusão de trabalhadores e hoje passou a agir por meio
fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras da exclusão. (A)
que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo o traba-
escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de lho automático, devido à evolução tecnológica e a necessidade de
sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.” qualificação cada vez maior, o que provoca o desemprego. Outro
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que fator que também leva ao desemprego de um sem número de tra-
compõem o texto. balhadores é a contenção de despesas, de gastos. (B)

Didatismo e Conhecimento 15
LÍNGUA PORTUGUESA
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa crise social Argumentação: é um conjunto de procedimentos linguísticos
que provém dessa automatização e qualificação, obriga que seja com os quais a pessoa que escreve sustenta suas opiniões, de forma
feita uma lei, em que será dada absoluta garantia aos trabalhado- a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer argumentos, ou seja,
res, de que, mesmo que as empresas sejam automatizadas, não per- razões a favor ou contra uma determinada tese.
derão eles seu mercado de trabalho. (C) Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente.
Não é uma utopia?!
Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na colheita Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:
da cana de açúcar que devido ao avanço tecnológico e a lei do go-
vernador Geraldo Alkmin, defendendo o meio ambiente, proibindo - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de
a queima da cana de açúcar para a colheita e substituindo-os então pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;
pelas máquinas, desemprega milhares deles. (D) - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão cursos de - a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
cabeleleiro, marcenaria, eletricista, para não perderem o mercado - impõem-se sempre o raciocínio lógico;
de trabalho, aumentando, com isso, a classe de trabalhos informais. - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambi-
Como ficam então aqueles trabalhadores que passaram à vida guidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração do que se
estudando, se especializando, para se diferenciarem e ainda estão quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta
desempregados?, como vimos no último concurso da prefeitura do gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-se o uso
Rio de Janeiro para “gari”, havia até advogado na fila de inscrição. da primeira pessoa).
(E)
Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos têm O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar:
o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, que almeja uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou mais
um futuro brilhante, deter, com urgência esse processo de desní- frases que explicitem tal ideia.
veis gritantes e criar soluções eficazes para combater a crise gene- Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada (ideia
ralizada (F), pois a uma nação doente, miserável e desigual, não central) porque oculta os problemas sociais realmente graves.
compete a tão sonhada modernidade. (G) (ideia secundária)”.
Vejamos:
1º Parágrafo – Introdução Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida ur-
gentemente.
A. Tema: Desemprego no Brasil.
Contextualização: decorrência de um processo histórico pro- Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser comba-
blemático. tida urgentemente, pois a alta concentração de elementos tóxicos
põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas
2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento que sofrem de problemas respiratórios:

B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que reme- - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado
tem a uma análise do tema em questão. muita gente ao vício.
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da - A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação
realidade. criados pelo homem.
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de - A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades e
quem propõe soluções. hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido apenas
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição. pela polícia.
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise atualmen-
7º Parágrafo: Conclusão te.
F. Uma possível solução é apresentada. - O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a socie-
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com moder- dade brasileira.
nidade.
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de
recursos que permite uma segurança maior no momento de dis- coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,
sertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes que funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemente
favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de um necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se enu-
texto dissertativo. merar, seguindo-se os critérios de importância, preferência, classi-
ficação ou aleatoriamente.
Ainda temos: Exemplo:

Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o as- 1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias
sunto que vai ser abordado. causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo discu- e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos de
tido. Televisão.

Didatismo e Conhecimento 16
LÍNGUA PORTUGUESA
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o nú- sição de rochas, isto é, uma forte transformação da rocha em terra
mero de emissoras que dedicam parte da sua programação à veicu- pela umidade e calor. Nas regiões temperadas e ainda nas mais
lação de programas religiosos de crenças variadas. frias, a camada do solo é pouco profunda. (Melhem Adas)

3- Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se conceituar,


- A Santa Missa em seu lar. exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais compreensí-
- Terço Bizantino. veis.
- Despertar da Fé. Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do
- Palavra de Vida. coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na
- Igreja da Graça no Lar. ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém san-
gue vermelho-vivo, recém oxigenado. Na artéria pulmonar, porém,
4- corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o coração
remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar gás carbô-
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo
nico”.
brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios socioló-
gicos e poluição.
Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve de-
- Existem várias razões que levam um homem a enveredar limitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser enfocado
pelos caminhos do crime. sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a questão indíge-
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo, porque na, ela poderá ser desenvolvida a partir das seguintes ideias:
pode trazer muitas consequências indesejáveis.
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobrevivên- - A violência contra os povos indígenas é uma constante na
cia no mundo atual e vários são os tipos de lazer. história do Brasil.
- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em vá- - O surgimento de várias entidades de defesa das populações
rias categorias. indígenas.
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio brasi-
Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através da leiro.
comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e apresenta- - A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.
lhes a semelhança ou dessemelhança.
Exemplo: Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve
fazer a estruturação do texto.
“A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a ve-
lhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente senti- A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
mento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a felici-
dade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”. Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida
(Arthur Schopenhauer) (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois
Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes, encon- itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento.
tra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato motivador) Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a
e, em outras situações, um segmento indicando consequências (fa- hipótese ou a tese a ser defendida.
tos decorrentes). Desenvolvimento: exposição de elementos que vão funda-
mentar a ideia principal que pode vir especificada através da argu-
Exemplos:
mentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da consequên-
cia, das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológi-
- O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanidade que
ca, da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados
abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver as coisas tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa expo-
imediatistas e lucrativas que o rodeiam. sição da ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco
maneiras expostas acima.
- O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve
nós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa sociedade aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fun-
fria e inamistosa. damentada durante o desenvolvimento da dissertação (um pará-
grafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto
Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da
temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos. argumentação básica empregada no desenvolvimento.
Exemplos:
Texto Argumentativo
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta
evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois deu um Texto Argumentativo é o texto em que defendemos uma
significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e só ideia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando (por todos
muitos séculos mais tarde é que passou à comunicação de massa. os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite-a, creia nela.
Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmidos, Num texto argumentativo, distinguem-se três componentes: a tese,
os solos são profundos. Existe nessas regiões uma forte decompo- os argumentos e as estratégias argumentativas.

Didatismo e Conhecimento 17
LÍNGUA PORTUGUESA
Tese, ou proposição, é a ideia que defendemos, necessaria- do usuário. Entre esses especialistas, deve-se mencionar o nome
mente polêmica, pois a argumentação implica divergência de opi- do Prof. Celso Pedro Luft com sus obra “Língua e liberdade: por
nião. uma nova concepção de língua materna e seu ensino” (L&PM,
Argumento tem uma origem curiosa: vem do latim Argumen- 1995). Com efeito, o velho pesquisar apaixonado pelos problemas
tum, que tem o tema ARGU, cujo sentido primeiro é “fazer bri- da língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação linguísti-
lhar”, “iluminar”, a mesma raiz de “argênteo”, “argúcia”, “arguto”. ca, reúne numa mesma obra convincente fundamentação para seu
Os argumentos de um texto são facilmente localizados: identifica- combate veemente contra o ensino da gramática em sala de aula.
da a tese, faz-se a pergunta por quê? Exemplo: o autor é contra a Por oportuno, uma citação apenas:
pena de morte (tese). Por que... (argumentos). “Quem sabe, lendo este livro muitos professores talvez aban-
Estratégias argumentativas são todos os recursos (verbais e donem a superstição da teoria gramatical, desistindo de querer en-
não-verbais) utilizados para envolver o leitor/ouvinte, para im- sinar a língua por definições, classificações, análises inconsistentes
pressioná-lo, para convencê-lo melhor, para persuadi-lo mais fa- e precárias hauridas em gramáticas. Já seria um grande benefício”.
cilmente, para gerar credibilidade, etc. Deixando-se de lado a perspectiva teórica do Mestre, acima
referida suponha-se que se deva recuperar linguisticamente um
A Estrutura de um Texto Argumentativo jovem estudante universitário cujo texto apresente preocupantes
problemas de concordância, regência, colocação, ortografia, pon-
A argumentação Formal tuação, adequação vocabular, coesão, coerência, informatividade,
entre outros. E, estimando-lhe melhoras, lhe fosse dada uma gra-
A nomenclatura é de Othon Garcia, em sua obra “Comunica- mática que ele passaria a estudar: que é fonética? Que é fonolo-
ção em Prosa Moderna”. O autor, na mencionada obra, apresenta o gia? Que é fonemas? Morfema? Qual é coletivo de borboleta? O
seguinte plano-padrão para o que chama de argumentação formal: feminino de cupim? Como se chama quem nasce na Província de
Proposição (tese): afirmativa suficientemente definida e limi- Entre-Douro-e-Minho? Que é oração subordinada adverbial con-
tada; não deve conter em si mesma nenhum argumento. cessiva reduzida de gerúndio? E decorasse regras de ortografia,
Análise da proposição ou tese: definição do sentido da propo- fizesse lista de homônimos, parônimos, de verbos irregulares... e
sição ou de alguns de seus termos, a fim de evitar mal-entendidos. estudasse o plural de compostos, todas regras de concordância, re-
Formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados estatís- gências... os casos de próclise, mesóclise e ênclise. E que, ao cabo
ticos, testemunhos, etc. de todo esse processo, se voltasse a examinar o desempenho do
Conclusão. jovem estudante na produção de um texto. A melhora seria, indubi-
tavelmente, pouco significativa; uma pequena melhora, talvez, na
Observe o texto a seguir, que contém os elementos referidos gramática da frase, mas o problema de coesão, de coerência, de in-
do plano-padrão da argumentação formal. formatividade - quem sabe os mais graves - haveriam de continuar.
Quanto mais não seja porque a gramática tradicional não dá conta
Gramática e desempenho Linguístico dos mecanismos que presidem à construção do texto.
Poder-se-á objetar que a ilustração de há pouco é apenas hi-
Pretende-se demonstrar no presente artigo que o estudo in- potética e que, por isso, um argumento de pouco valor. Contra
tencional da gramática não traz benefícios significativos para o argumentar-se-ia dizendo que situação como essa ocorre de fato
desempenho linguístico dos utentes de uma língua. na prática. Na verdade, todo o ensino de 1° e 2° graus é grama-
Por “estudo intencional da gramática” entende-se o estudo de ticalista, descritivista, definitório, classificatório, nomenclaturista,
definições, classificações e nomenclatura; a realização de análises prescritivista, teórico. O resultado? Aí estão as estatísticas dos ves-
(fonológica, morfológica, sintática); a memorização de regras (de tibulares. Valendo 40 pontos a prova de redação, os escores foram
concordância, regência e colocação) - para citar algumas áreas. estes no vestibular 1996/1, na PUC-RS: nota zero: 10% dos candi-
O “desempenho linguístico”, por outro lado, é expressão técnica datos, nota 01: 30%; nota 02: 40%; nota 03: 15%; nota 04: 5%. Ou
definida como sendo o processo de atualização da competência seja, apenas 20% dos candidatos escreveram um texto que pode
na produção e interpretação de enunciados; dito de maneira mais ser considerado bom.
simples, é o que se fala, é o que se escreve em condições reais de Finalmente pode-se invocar mais um argumento, lembran-
comunicação. do que são os gramáticos, os linguistas - como especialistas das
A polêmica pró-gramática x contra gramática é bem antiga; línguas - as pessoas que conhecem mais a fundo a estrutura e o
na verdade, surgiu com os gregos, quando surgiram as primeiras funcionamento dos códigos linguísticos. Que se esperaria, de fato,
gramáticas. Definida como “arte”, “arte de escrever”, percebe-se se houvesse significativa influência do conhecimento teórico da
que subjaz à definição a ideia da sua importância para a prática da língua sobre o desempenho? A resposta é óbvia: os gramáticos e os
língua. São da mesma época também as primeiras críticas, como se linguistas seriam sempre os melhores escritores. Como na prática
pode ler em Apolônio de Rodes, poeta Alexandrino do séc. II a.C.: isso realmente não acontece, fica provada uma vez mais a tese que
“Raça de gramáticos, roedores que ratais na musa de outrem, estú- se vem defendendo.
pidas lagartas que sujais as grandes obras, ó flagelo dos poetas que Vale também o raciocínio inverso: se a relação fosse signifi-
mergulhais o espírito das crianças na escuridão, ide para o diabo, cativa, deveriam os melhores escritores conhecer - teoricamente
percevejos que devorais os versos belos”. - a língua em profundidade. Isso, no entanto, não se confirma na
Na atualidade, é grande o número de educadores, filólogos e realidade: Monteiro Lobato, quando estudante, foi reprovado em
linguistas de reconhecido saber que negam a relação entre o estudo língua portuguesa (muito provavelmente por desconhecer teoria
intencional da gramática e a melhora do desempenho linguístico gramatical); Machado de Assis, ao folhar uma gramática declarou

Didatismo e Conhecimento 18
LÍNGUA PORTUGUESA
que nada havia entendido; dificilmente um Luis Fernando Verís- Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos dos
simo saberia o que é um morfema; nem é de se crer que todos os arts. 126 e 127 do CPC, atenta de forma direta e frontal contra os
nossos bons escritores seriam aprovados num teste de Português à princípios da legalidade e da separação de poderes, esteio no qual
maneira tradicional (e, no entanto eles são os senhores da língua!). se assenta toda e qualquer ideia de democracia ou limitação de
Portanto, não há como salvar o ensino da língua, como re- atribuições dos órgãos do Estado.
cuperar linguisticamente os alunos, como promover um melhor Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o insu-
desempenho linguístico mediante o ensino-estudo da teoria gra- perável José Alberto dos Reis, o maior processualista português,
matical. O caminho é seguramente outro. ao afirmar que: “O magistrado não pode sobrepor os seus próprios
juízos de valor aos que estão encarnados na lei. Não o pode fazer
Gilberto Scarton quando o caso se acha previsto legalmente, não o pode fazer mes-
mo quando o caso é omisso”.
Eis o esquema do texto em seus quatro estágios: Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte qual-
quer espécie de legalidade ou garantia de soberania popular prove-
Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se enuncia cla- niente dos parlamentos, até porque, na lúcida visão desse mesmo
ramente a tese a ser defendida. processualista, o juiz estaria, nessa situação, se arvorando, de for-
Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se definem as ma absolutamente espúria, na condição de legislador.
expressões “estudo intencional da gramática” e “desempenho lin- A esta altura, adotando tal entendimento, estaria instituciona-
güístico”, citadas na tese. lizada a insegurança social, sendo que não haveria mais qualquer
Terceiro Estágio: terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo e oi- garantia, na medida em que tudo estaria ao sabor dos humores e
tavo parágrafos, em que se apresentam os argumentos. amores do juiz de plantão.
- Terceiro parágrafo: parágrafo introdutório à argumentação. De nada adiantariam as eleições, eis que os representantes in-
- Quarto parágrafo: argumento de autoridade. dicados pelo povo não poderiam se valer de sua maior atribuição,
- Quinto parágrafo: argumento com base em ilustração hipo- ou seja, a prerrogativa de editar as leis.
tética. Desapareceriam também os juízes de conveniência e oportu-
- Sexto parágrafo: argumento com base em dados estatísticos.
nidade política típicos dessas casas legislativas, na medida em que
- Sétimo e oitavo parágrafo: argumento com base em fatos.
sempre poderiam ser afastados por uma esfera revisora excepcio-
Quarto Estágio: último parágrafo, em que se apresenta a con-
nal.
clusão.
A própria independência do parlamento sucumbiria integral-
mente frente à possibilidade de inobservância e desconsideração
A Argumentação Informal
de suas deliberações.
A nomenclatura também é de Othon Garcia, na obra já referi- Ou seja, nada restaria, de cunho democrático, em nossa civi-
da. A argumentação informal apresenta os seguintes estágios: lização.
- Citação da tese adversária. Já o Poder Judiciário, a quem legitimamente compete fiscali-
- Argumentos da tese adversária. zar a constitucionalidade e legalidade dos atos dos demais poderes
- Introdução da tese a ser defendida. do Estado, praticamente aniquilaria as atribuições destes, ditando
- Argumentos da tese a ser defendida. a eles, a todo momento, como proceder.
- Conclusão. Nada mais é preciso dizer para demonstrar o desacerto dessa
concepção.
Observe o texto exemplar de Luís Alberto Thompson Flores Entretanto, a defesa desse entendimento demonstra, sem som-
Lenz, Promotor de Justiça. bra de dúvidas, o desconhecimento do próprio conceito de justiça,
incorrendo inclusive numa contradictio in adjecto.
Considerações sobre justiça e equidade Isto porque, e como magistralmente o salientou o insuperável
Calamandrei, “a justiça que o juiz administra é, no sistema da lega-
Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico a acadêmico lidade, a justiça em sentido jurídico, isto é, no sentido mais aperta-
nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os caos concretos do, mas menos incerto, da conformidade com o direito constituído,
que são apresentados perante os tribunais, deve nortear o seu pro- independentemente da correspondente com a justiça social”.
ceder mais por critérios de justiça e equidade e menos por razões Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios concre-
de estrita legalidade, no intuito de alcançar, sempre, o escopo da tos de efetivação da Justiça social compete, fundamentalmente, ao
real pacificação dos conflitos submetidos à sua apreciação. Legislativo e ao Executivo, eis que seus membros são indicados
Semelhante entendimento tem sido sistematicamente reitera- diretamente pelo povo.
do, na atualidade, ao ponto de inúmeros magistrados simplesmen- Ao Judiciário cabe administrar a justiça da legalidade, ade-
te desprezarem ou desconsiderarem determinados preceitos de lei, quando o proceder daqueles aos ditames da Constituição e da Le-
fulminando ditos dilemas legais sob a pecha de injustiça ou inade- gislação.
quação à realidade nacional. Luís Alberto Thompson Flores Lenz
Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura pessoal
aos insignes juízes que se filiam a esta corrente, alguns dos quais Eis o esquema do texto em seus cinco estágios;
reconhecidos como dos mais brilhantes do país, não nos furtamos,
todavia, de tecer breves considerações sobre os perigos da genera- Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se cita a tese
lização desse entendimento. adversária.

Didatismo e Conhecimento 19
LÍNGUA PORTUGUESA
Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se cita um argu- pontuação, frequentemente empregam-se dois pontos, vírgulas e
mento da tese adversária “... fulminando ditos dilemas legais sob a pontos e vírgulas. É possível separar as orientações por itens ou
pecha de injustiça ou inadequação à realidade nacional”. de modo coeso, por meio de períodos. Alguns textos instrucionais
Terceiro Estágio: terceiro parágrafo, em que se introduz a tese possuem subtítulos separando em tópicos as instruções, basta re-
a ser defendida. parar nas bulas de remédios, manuais de instruções e receitas. Pelo
Quarto Estágio: do quarto ao décimo quinto, em que se apre- fato de o espaço destinado aos textos instrucionais geralmente não
sentam os argumentos. ser muito extenso, recomenda-se o uso de períodos. Leia os exem-
Quinto Estágio: os últimos dois parágrafos, em que se conclui plos.
o texto mediante afirmação que salienta o que ficou dito ao longo
da argumentação. Texto organizado em itens:

Texto Injuntivo/Instrucional Para economizar nas compras

No texto injuntivo-instrucional, o leitor recebe orientações Quem deseja economizar ao comprar deve:
precisas no sentido de efetuar uma transformação. É marcado pela - estabelecer um valor máximo para gastar;
presença de tempos e modos verbais que apresentam um valor di- - escolher previamente aquilo que deseja comprar antes de ir à
retivo. Este tipo de texto distingue-se de uma sequencia narrativa loja ou entrar em sites de compra;
pela ausência de um sujeito responsável pelas ações a praticar e - pesquisar os preços em diferentes lojas e sites, se possível;
pelo caráter diretivo dos tempos e modos verbais usado e uma se- - não se deixar levar completamente pelas sugestões dos ven-
quência descritiva pela transformação desejada. dedores nem pelos apelos das propagandas;
Nota: Uma frase injuntiva é uma frase que exprime uma or- - optar pela forma de pagamento mais cômoda, sem se esque-
dem, dada ao locutor, para executar (ou não executar) tal ou tal cer de que o uso do cartão de crédito exige certa cautela e plane-
ação. As formas verbais específicas destas frases estão no modo jamento.
injuntivo e o imperativo é uma das formas do injuntivo. Do mais, é só ir às compras e aproveitar!

Textos Injuntivo-Instrucionais: Instruções de montagem, re- Texto organizado em períodos:


ceitas, horóscopos, provérbios, slogans... são textos que incitam à
ação, impõem regras; textos que fornecem instruções. São orienta- Para economizar nas compras
dos para um comportamento futuro do destinatário.
Para economizar ao comprar, primeiramente estabeleça um
Texto Injuntivo - A necessidade de explicar e orientar por es- valor máximo para gastar e então escolha previamente aquilo que
crito o modo de realizar determinados procedimentos, manipular deseja comprar antes de ir à loja ou entrar em sites de compra. Se
instrumentos, desenvolver atividades lúdicas e desempenhar algu- possível, pesquise os preços em diferentes lojas e sites; não se dei-
mas funções profissionais, por exemplo, deu origem aos chamados xe levar completamente pelas sugestões dos vendedores nem pelos
textos injuntivos, nos quais prevalece a função apelativa da lin- apelos das propagandas e opte pela forma de pagamento mais cô-
guagem, criando-se uma relação direta com o receptor. É comum moda: não se esqueça de que o uso do cartão de crédito exige certa
aos textos dessa natureza o uso dos verbos no imperativo (Abra o cautela e planejamento.
caderno de questões) ou no infinitivo (É preciso abrir o caderno Do mais, aproveite as compras!
de questões, verificar o número de alternativas...). Não apresenta
caráter coercitivo, haja vista que apenas induz o interlocutor a pro- Observe que, embora ambos os textos tratem do mesmo assun-
ceder desta ou daquela forma. Assim, torna-se possível substituir to, o segundo é uma adaptação do primeiro: tanto o modo verbal
um determinado procedimento em função de outro, como é o caso quanto a pontuação sofreram alterações; além disso, algumas pala-
do que ocorre com os ingredientes de uma receita culinária, por vras foram omitidas e outras acrescentadas. Isso ocorreu para que
exemplo. São exemplos dessa modalidade: o aspecto instrucional, conferido pelos itens do primeiro exemplo,
- A mensagem revelada pela maioria dos livros de autoajuda; não se perdesse no segundo texto, o qual, sem essas adaptações,
- O discurso manifestado mediante um manual de instruções; passaria a impressão de ser um mero texto expositivo.
- As instruções materializadas por meio de uma receita culi-
nária.

Texto Instrucional - o texto instrucional é um tipo de texto


injuntivo, didático, que tem por objetivo justamente apresentar
orientações ao receptor para que ele realize determinada atividade.
Como as palavras do texto serão transformadas em ações visando
a um objetivo, ou seja, algo deverá ser concretizado, é de suma im-
portância que nele haja clareza e objetividade. Dependendo do que
se trata, é imprescindível haver explicações ou enumerações em
que estejam elencados os materiais a serem utilizados, bem como
os itens de determinados objetos que serão manipulados. Por conta
dessas características, é necessário um título objetivo. Quanto à

Didatismo e Conhecimento 20
LÍNGUA PORTUGUESA
“No mercado de trabalho brasileiro, ainda hoje não há total
MARCAS DE TEXTUALIDADE: igualdade entre homens e mulheres: estas ainda ganham menos do
COESÃO, COERÊNCIA E que aqueles em cargos equivalentes.”
INTERTEXTUALIDADE.
Nesse período, o pronome demonstrativo “estas” retoma o
termo mulheres, enquanto “aqueles” recupera a palavra homens.
Os termos que servem para retomar outros são denominados
anafóricos; os que servem para anunciar, para antecipar outros são
Coesão chamados catafóricos. No exemplo a seguir, desta antecipa aban-
donar a faculdade no último ano:
Uma das propriedades que distinguem um texto de um amon-
toado de frases é a relação existente entre os elementos que os “Já viu uma loucura desta, abandonar a faculdade no último
constituem. A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre ano?”
palavras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por ele- São anafóricos ou catafóricos os pronomes demonstrativos, os
mentos gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os pronomes relativos, certos advérbios ou locuções adverbiais (nes-
componentes do texto. Observe: se momento, então, lá), o verbo fazer, o artigo definido, os prono-
“O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum de mes pessoais de 3ª pessoa (ele, o, a, os, as, lhe, lhes), os pronomes
anotações, que segurava na mão.” indefinidos. Exemplos:
Nesse período, o pronome relativo “que” estabelece conexão “Ele era muito diferente de seu mestre, a quem sucedera na
entre as duas orações. O iraquiano leu sua declaração num blo- cátedra de Sociologia na Universidade de São Paulo.”
quinho comum de anotações e segurava na mão, retomando na
segunda um dos termos da primeira: bloquinho. O pronome relati- O pronome relativo “quem” retoma o substantivo mestre.
vo é um elemento coesivo, e a conexão entre as duas orações, um
fenômeno de coesão. Leia o texto que segue:
“As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem como
um pensador cín iço e descrente do amor e da amizade.”
Arroz-doce da infância
O pronome pessoal “elas” recupera o substantivo pessoas; o
Ingredientes
pronome pessoal “o” retoma o nome Machado de Assis.
1 litro de leite desnatado
150g de arroz cru lavado
1 pitada de sal “Os dois homens caminhavam pela calçada, ambos trajando
4 colheres (sopa) de açúcar roupa escura.”
1 colher (sobremesa) de canela em pó
O numeral “ambos” retoma a expressão os dois homens.
Preparo
Em uma panela ferva o leite, acrescente o arroz, a pitada de “Fui ao cinema domingo e, chegando lá, fiquei desanimado
sal e mexa sem parar até cozinhar o arroz. Adicione o açúcar e com a fila.”
deixe no fogo por mais 2 ou 3 minutos. Despeje em um recipiente,
polvilhe a canela. Sirva. O advérbio “lá” recupera a expressão ao cinema.
Cozinha Clássica Baixo Colesterol, nº4.
São Paulo, InCor, agosto de 1999, p. 42. “O governador vai pessoalmente inaugurar a creche dos fun-
cionários do palácio, e o fará para demonstrar seu apreço aos
Toda receita culinária tem duas partes: lista dos ingredientes servidores.”
e modo de preparar. As informações apresentadas na primeira são
retomadas na segunda. Nesta, os nomes mencionados pela primei- A forma verbal “fará” retoma a perífrase verbal vai inaugu-
ra vez na lista de ingredientes vêm precedidos de artigo definido, rar e seu complemento.
o qual exerce, entre outras funções, a de indicar que o termo deter-
minado por ele se refere ao mesmo ser a que uma palavra idêntica - Em princípio, o termo a que o anafórico se refere deve estar
já fizera menção. presente no texto, senão a coesão fica comprometida, como neste
No nosso texto, por exemplo, quando se diz que se adiciona o exemplo:
açúcar, o artigo citado na primeira parte. Se dissesse apenas adi-
cione açúcar, deveria adicionar, pois se trataria de outro açúcar, “André é meu grande amigo. Começou a namorá-la há vários
diverso daquele citado no rol dos ingredientes. meses.”
Há dois tipos principais de mecanismos de coesão: retomada
ou antecipação de palavras, expressões ou frases e encadeamento A rigor, não se pode dizer que o pronome “la” seja um anafó-
de segmentos. rico, pois não está retomando nenhuma das palavras citadas antes.
Exatamente por isso, o sentido da frase fica totalmente prejudica-
Retomada ou Antecipação por meio de uma palavra gramatical do: não há possibilidade de se depreender o sentido desse prono-
(pronome, verbos ou advérbios) me.

Didatismo e Conhecimento 21
LÍNGUA PORTUGUESA
Pode ocorrer, no entanto, que o anafórico não se refira a ne- cipalmente, quando uma pessoa célebre é designada por uma ca-
nhuma palavra citada anteriormente no interior do texto, mas que racterística notória ou quando o nome próprio de uma personagem
possa ser inferida por certos pressupostos típicos da cultura em que famosa é usada para designar outras pessoas que possuam a mes-
se inscreve o texto. É o caso de um exemplo como este: ma característica que a distingue:

“O casamento teria sido às 20 horas. O noivo já estava de- “O rei do futebol (=Pelé) som podia ser um brasileiro.”
sesperado, porque eram 21 horas e ela não havia comparecido.”
“O herói de dois mundos (=Garibaldi) foi lembrado numa
Por dados do contexto cultural, sabe-se que o pronome “ela” recente minissérie de tevê.”
é um anafórico que só pode estar-se referindo à palavra noiva.
Num casamento, estando presente o noivo, o desespero só pode ser Referência ao fato notório de Giuseppe Garibaldi haver lutado
pelo atraso da noiva (representada por “ela” no exemplo citado). pela liberdade na Europa e na América.
- O artigo indefinido serve geralmente para introduzir infor- “Ele é um hércules (=um homem muito forte).
mações novas ao texto. Quando elas forem retomadas, deverão ser
precedidas do artigo definido, pois este é que tem a função de indi- Referência à força física que caracteriza o herói grego Hér-
car que o termo por ele determinado é idêntico, em termos de valor cules.
referencial, a um termo já mencionado.
“Um presidente da República tem uma agenda de trabalho
“O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na sala extremamente carregada. Deve receber ministros, embaixadores,
de espetáculos. Curiosamente, a carteira tinha muito dinheiro visitantes estrangeiros, parlamentares; precisa a todo momento
dentro, mas nem um documento sequer.” tomar graves decisões que afetam a vida de muitas pessoas; ne-
cessita acompanhar tudo o que acontece no Brasil e no mundo.
- Quando, em dado contexto, o anafórico pode referir-se a dois Um presidente deve começar a trabalhar ao raiar do dia e termi-
termos distintos, há uma ruptura de coesão, porque ocorre uma nar sua jornada altas horas da noite.”
ambiguidade insolúvel. É preciso que o texto seja escrito de tal
forma que o leitor possa determinar exatamente qual é a palavra
A repetição do termo presidente estabelece a coesão entre o
retomada pelo anafórico.
último período e o que vem antes dele.
“Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor por
“Observava as estrelas, os planetas, os satélites. Os astros
causa da sua arrogância.”
sempre o atraíram.
O anafórico “sua” pode estar-se referindo tanto à palavra ator
Os dois períodos estão relacionados pelo hiperônimo astros,
quanto a diretor.
que recupera os hipônimos estrelas, planetas, satélites.
“André brigou com o ex-namorado de uma amiga, que traba-
lha na mesma firma.” “Eles (os alquimistas) acreditavam que o organismo do ho-
mem era regido por humores (fluidos orgânicos) que percorriam,
Não se sabe se o anafórico “que” está se referindo ao termo ou apenas existiam, em maior ou menor intensidade em nosso cor-
amiga ou a ex-namorado. Permutando o anafórico “que” por “o po. Eram quatro os humores: o sangue, a fleuma (secreção pulmo-
qual” ou “a qual”, essa ambiguidade seria desfeita. nar), a bile amarela e a bile negra. E eram também estes quatro
fluidos ligados aos quatro elementos fundamentais: ao Ar (seco),
Retomada por palavra lexical à Água (úmido), ao Fogo (quente) e à Terra (frio), respectivamen-
(substantivo, adjetivo ou verbo) te.”
Ziraldo. In: Revista Vozes, nº3, abril de 1970, p.18.
Uma palavra pode ser retomada, que por uma repetição, quer
por uma substituição por sinônimo, hiperônimo, hipônimo ou an- Nesse texto, a ligação entre o segundo e o primeiro períodos
tonomásia. se faz pela repetição da palavra humores; entre o terceiro e o se-
Sinônimo é o nome que se dá a uma palavra que possui o gundo se faz pela utilização do sinônimo fluidos.
mesmo sentido que outra, ou sentido bastante aproximado: injúria É preciso manejar com muito cuidado a repetição de palavras,
e afronta, alegre e contente. pois, se ela não for usada para criar um efeito de sentido de inten-
Hiperônimo é um termo que mantém com outro uma relação sificação, constituirá uma falha de estilo. No trecho transcrito a
do tipo contém/está contido; seguir, por exemplo, fica claro o uso da repetição da palavra vice
Hipônimo é uma palavra que mantém com outra uma relação e outras parecidas (vicissitudes, vicejam, viciem), com a evidente
do tipo está contido/contém. O significado do termo rosa está con- intenção de ridicularizar a condição secundária que um provável
tido no de flor e o de flor contém o de rosa, pois toda rosa é uma flamenguista atribui ao Vasco e ao seu Vice-presidente:
flor, mas nem toda flor é uma rosa. Flor é, pois, hiperônimo de
rosa, e esta palavra é hipônimo daquela. “Recebi por esses dias um e-mail com uma série de piadas
Antonomásia é a substituição de um nome próprio por um sobre o pouco simpático Eurico Miranda. Faltam-me provas, mas
nome comum ou de um comum por um próprio. Ela ocorre, prin- tudo leva a crer que o remetente seja um flamenguista.”

Didatismo e Conhecimento 22
LÍNGUA PORTUGUESA
Segundo o texto, Eurico nasceu para ser vice: é vice-presiden- Coesão por Conexão
te do clube, vice-campeão carioca e bi vice-campeão mundial. E
isso sem falar do vice no Carioca de futsal, no Carioca de basquete, Há na língua uma série de palavras ou locuções que são res-
no Brasileiro de basquete e na Taça Guanabara. São vicissitudes ponsáveis pela concatenação ou relação entre segmentos do texto.
que vicejam. Espero que não viciem. Esses elementos denominam-se conectores ou operadores discur-
José Roberto Torero. In: Folha de S. Paulo, 08/03/2000, p. sivos. Por exemplo: visto que, até, ora, no entanto, contudo, ou
4-7. seja.
Note-se que eles fazem mais do que ligar partes do texto: es-
A elipse é o apagamento de um segmento de frase que pode tabelecem entre elas relações semânticas de diversos tipos, como
ser facilmente recuperado pelo contexto. Também constitui um contrariedade, causa, consequência, condição, conclusão, etc. Es-
expediente de coesão, pois é o apagamento de um termo que seria sas relações exercem função argumentativa no texto, por isso os
repetido, e o preenchimento do vazio deixado pelo termo apagado operadores discursivos não podem ser usados indiscriminadamen-
(=elíptico) exige, necessariamente, que se faça correlação com ou- te.
tros termos presentes no contexto, ou referidos na situação em que
Na frase “O time apresentou um bom futebol, mas não alcan-
se desenrola a fala.
çou a vitória”, por exemplo, o conector “mas” está adequadamen-
Vejamos estes versos do poema “Círculo vicioso”, de Macha-
te usado, pois ele liga dois segmentos com orientação argumenta-
do de Assis:
tiva contrária.
(...) Se fosse utilizado, nesse caso, o conector “portanto”, o resul-
Mas a lua, fitando o sol, com azedume: tado seria um paradoxo semântico, pois esse operador discursivo
liga dois segmentos com a mesma orientação argumentativa, sen-
“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela do o segmento introduzido por ele a conclusão do anterior.
Claridade imorta, que toda a luz resume!”
Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1979, v.III, - Gradação: há operadores que marcam uma gradação numa
p. 151. série de argumentos orientados para uma mesma conclusão. Divi-
dem-se eles, em dois subtipos: os que indicam o argumento mais
Nesse caso, o verbo dizer, que seria enunciado antes daquilo forte de uma série: até, mesmo, até mesmo, inclusive, e os que
que disse a lua, isto é, antes das aspas, fica subentendido, é omitido subentendem uma escala com argumentos mais fortes: ao menos,
por ser facilmente presumível. pelo menos, no mínimo, no máximo, quando muito.
Qualquer segmento da frase pode sofrer elipse. Veja que, no
exemplo abaixo, é o sujeito meu pai que vem elidido (ou apagado) “Ele é um bom conferencista: tem uma voz bonita, é bem arti-
antes de sentiu e parou: culado, conhece bem o assunto de que fala e é até sedutor.”

“Meu pai começou a andar novamente, sentiu a pontada no Toda a série de qualidades está orientada no sentido de com-
peito e parou.” provar que ele é bom conferencista; dentro dessa série, ser sedutor
é considerado o argumento mais forte.
Pode ocorrer também elipse por antecipação. No exemplo que
segue, aquela promoção é complemento tanto de querer quanto de “Ele é ambicioso e tem grande capacidade de trabalho. Che-
desejar, no entanto aparece apenas depois do segundo verbo: gará a ser pelo menos diretor da empresa.”
“Ficou muito deprimido com o fato de ter sido preferido. Afi- Pelo menos introduz um argumento orientado no mesmo
nal, queria muito, desejava ardentemente aquela promoção.”
sentido de ser ambicioso e ter grande capacidade de trabalho; por
outro lado, subentende que há argumentos mais fortes para com-
Quando se faz essa elipse por antecipação com verbos que têm
provar que ele tem as qualidades requeridas dos que vão longe
regência diferente, a coesão é rompida. Por exemplo, não se deve
(por exemplo, ser presidente da empresa) e que se está usando o
dizer “Conheço e gosto deste livro”, pois o verbo conhecer rege
complemento não introduzido por preposição, e a elipse retoma menos forte; ao menos, pelo menos e no mínimo ligam argumentos
o complemento inteiro, portanto teríamos uma preposição inde- de valor positivo.
vida: “Conheço (deste livro) e gosto deste livro”. Em “Implico
e dispenso sem dó os estranhos palpiteiros”, diferentemente, no “Ele não é bom aluno. No máximo vai terminar o segundo
complemento em elipse faltaria a preposição “com” exigida pelo grau.”
verbo implicar.
Nesses casos, para assegurar a coesão, o recomendável é co- No máximo introduz um argumento orientado no mesmo sen-
locar o complemento junto ao primeiro verbo, respeitando sua tido de ter muita dificuldade de aprender; supõe que há uma escala
regência, e retomá-lo após o segundo por um anafórico, acres- argumentativa (por exemplo, fazer uma faculdade) e que se está
centando a preposição devida (Conheço este livro e gosto dele) usando o argumento menos forte da escala no sentido de provar a
ou eliminando a indevida (Implico com estranhos palpiteiros e os afirmação anterior; no máximo e quando muito estabelecem liga-
dispenso sem dó). ção entre argumentos de valor depreciativo.

Didatismo e Conhecimento 23
LÍNGUA PORTUGUESA
- Conjunção Argumentativa: há operadores que assinalam O comparativo de igualdade tem no texto uma função argu-
uma conjunção argumentativa, ou seja, ligam um conjunto de ar- mentativa: mostrar que o problema da fuga de presos cresce à me-
gumentos orientados em favor de uma dada conclusão: e, também, dida que aumenta a corrupção entre os agentes penitenciários; por
ainda, nem, não só... mas também, tanto... como, além de, a par isso, os segmentos podem até ser permutáveis do ponto de vista
de. sintático, mas não o são do ponto de vista argumentativo, pois não
há igualdade argumentativa proposta, “Tanto maior será a cor-
“Se alguém pode tomar essa decisão é você. Você é o diretor rupção entre os agentes penitenciários quanto mais grave for o
da escola, é muito respeitado pelos funcionários e também é muito problema da fuga de presos”.
querido pelos alunos.” Muitas vezes a permutação dos segmentos leva a conclusões
opostas: Imagine-se, por exemplo, o seguinte diálogo entre o dire-
Arrolam-se três argumentos em favor da tese que é o interlo- tor de um clube esportivo e o técnico de futebol:
cutor quem pode tomar uma dada decisão. O último deles é intro-
“__Precisamos promover atletas das divisões de base para
duzido por “e também”, que indica um argumento final na mesma
reforçar nosso time.
direção argumentativa dos precedentes.
__Qualquer atleta das divisões de base é tão bom quanto os
Esses operadores introduzem novos argumentos; não signifi- do time principal.”
cam, em hipótese nenhuma, a repetição do que já foi dito. Ou seja, Nesse caso, o argumento do técnico é a favor da promoção,
só podem ser ligados com conectores de conjunção segmentos que pois ele declara que qualquer atleta das divisões de base tem, pelo
representam uma progressão discursiva. É possível dizer “Dis- menos, o mesmo nível dos do time principal, o que significa que
farçou as lágrimas que o assaltaram e continuou seu discurso”, estes não primam exatamente pela excelência em relação aos ou-
porque o segundo segmento indica um desenvolvimento da expo- tros.
sição. Não teria cabimento usar operadores desse tipo para ligar Suponhamos, agora, que o técnico tivesse invertido os seg-
dois segmentos como “Disfarçou as lágrimas que o assaltaram e mentos na sua fala:
escondeu o choro que tomou conta dele”.
“__Qualquer atleta do time principal é tão bom quanto os das
- Disjunção Argumentativa: há também operadores que in- divisões de base.”
dicam uma disjunção argumentativa, ou seja, fazem uma conexão
entre segmentos que levam a conclusões opostas, que têm orienta- Nesse caso, seu argumento seria contra a necessidade da pro-
ção argumentativa diferente: ou, ou então, quer... quer, seja... seja, moção, pois ele estaria declarando que os atletas do time principal
caso contrário, ao contrário. são tão bons quanto os das divisões de base.

“Não agredi esse imbecil. Ao contrário, ajudei a separar a - Explicação ou Justificativa: há operadores que introduzem
briga, para que ele não apanhasse.” uma explicação ou uma justificativa em relação ao que foi dito
anteriormente: porque, já que, que, pois.
O argumento introduzido por ao contrário é diametralmente
oposto àquele de que o falante teria agredido alguém. “Já que os Estados Unidos invadiram o Iraque sem autori-
zação da ONU, devem arcar sozinhos com os custos da guerra.”
- Conclusão: existem operadores que marcam uma conclusão
em relação ao que foi dito em dois ou mais enunciados anteriores Já que inicia um argumento que dá uma justificativa para a
tese de que os Estados Unidos devam arcar sozinhos com o custo
(geralmente, uma das afirmações de que decorre a conclusão fica
da guerra contra o Iraque.
implícita, por manifestar uma voz geral, uma verdade universal-
mente aceita): logo, portanto, por conseguinte, pois (o pois é con-
- Contrajunção: os operadores discursivos que assinalam
clusivo quando não encabeça a oração). uma relação de contrajunção, isto é, que ligam enunciados com
orientação argumentativa contrária, são as conjunções adversati-
“Essa guerra é uma guerra de conquista, pois visa ao contro- vas (mas, contudo, todavia, no entanto, entretanto, porém) e as
le dos fluxos mundiais de petróleo. Por conseguinte, não é moral- concessivas (embora, apesar de, apesar de que, conquanto, ainda
mente defensável.” que, posto que, se bem que).
Qual é a diferença entre as adversativas e as concessivas, se
Por conseguinte introduz uma conclusão em relação à afirma- tanto umas como outras ligam enunciados com orientação argu-
ção exposta no primeiro período. mentativa contrária?
Nas adversativas, prevalece a orientação do segmento intro-
- Comparação: outros importantes operadores discursivos são duzido pela conjunção.
os que estabelecem uma comparação de igualdade, superioridade
ou inferioridade entre dois elementos, com vistas a uma conclusão “O atleta pode cair por causa do impacto, mas se levanta
contrária ou favorável a certa ideia: tanto... quanto, tão... como, mais decidido a vencer.”
mais... (do) que.
Nesse caso, a primeira oração conduz a uma conclusão negati-
“Os problemas de fuga de presos serão tanto mais graves va sobre um processo ocorrido com o atleta, enquanto a começada
quanto maior for a corrupção entre os agentes penitenciários.” pela conjunção “mas” leva a uma conclusão positiva. Essa segun-
da orientação é a mais forte.

Didatismo e Conhecimento 24
LÍNGUA PORTUGUESA
Compare-se, por exemplo, “Ela é simpática, mas não é boni- - Especificação ou Exemplificação: também há operadores
ta” com “Ela não é bonita, mas é simpática”. No primeiro caso, o que marcam uma especificação ou uma exemplificação do que foi
que se quer dizer é que a simpatia é suplantada pela falta de beleza; afirmado anteriormente: por exemplo, como.
no segundo, que a falta de beleza perde relevância diante da sim-
patia. Quando se usam as conjunções adversativas, introduz-se um “A violência não é um fenômeno que está disseminado apenas
argumento com vistas a determinada conclusão, para, em seguida, entre as camadas mais pobres da população. Por exemplo, é cres-
apresentar um argumento decisivo para uma conclusão contrária. cente o número de jovens da classe média que estão envolvidos em
Com as conjunções concessivas, a orientação argumentativa toda sorte de delitos, dos menos aos mais graves.”
que predomina é a do segmento não introduzido pela conjunção. Por exemplo assinala que o que vem a seguir especifica,
exemplifica a afirmação de que a violência não é um fenômeno
“Embora haja conexão entre saber escrever e saber gramáti- adstrito aos membros das “camadas mais pobres da população”.
ca, trata-se de capacidades diferentes.”
A oração iniciada por “embora” apresenta uma orientação ar-
- Retificação ou Correção: há ainda os que indicam uma re-
gumentativa no sentido de que saber escrever e saber gramática
tificação, uma correção do que foi afirmado antes: ou melhor, de
são duas coisas interligadas; a oração principal conduz à direção
fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer dizer, ou seja, em
argumentativa contrária.
Quando se utilizam conjunções concessivas, a estratégia ar- outras palavras. Exemplo:
gumentativa é a de introduzir no texto um argumento que, embo-
ra tido como verdadeiro, será anulado por outro mais forte com “Vou-me casar neste final de semana. Ou melhor, vou passar
orientação contrária. a viver junto com minha namorada.”
A diferença entre as adversativas e as concessivas, portanto, é
de estratégia argumentativa. Compare os seguintes períodos: O conector inicia um segmento que retifica o que foi dito an-
tes.
“Por mais que o exército tivesse planejado a operação (argu- Esses operadores servem também para marcar um esclareci-
mento mais fraco), a realidade mostrou-se mais complexa (argu- mento, um desenvolvimento, uma redefinição do conteúdo enun-
mento mais forte).” ciado anteriormente. Exemplo:
“O exército planejou minuciosamente a operação (argumen-
to mais fraco), mas a realidade mostrou-se mais complexa (argu- “A última tentativa de proibir a propaganda de cigarros nas
mento mais forte).” corridas de Fórmula 1 não vingou. De fato, os interesses dos fabri-
cantes mais uma vez prevaleceram sobre os da saúde.”
- Argumento Decisivo: há operadores discursivos que intro-
duzem um argumento decisivo para derrubar a argumentação con- O conector introduz um esclarecimento sobre o que foi dito
trária, mas apresentando-o como se fosse um acréscimo, como se antes.
fosse apenas algo mais numa série argumentativa: além do mais, Servem ainda para assinalar uma atenuação ou um reforço do
além de tudo, além disso, ademais. conteúdo de verdade de um enunciado. Exemplo:

“Ele está num período muito bom da vida: começou a namo- “Quando a atual oposição estava no comando do país, não
rar a mulher de seus sonhos, foi promovido na empresa, recebeu fez o que exige hoje que o governo faça. Ao contrário, suas políti-
um prêmio que ambicionava havia muito tempo e, além disso, ga- cas iam na direção contrária do que prega atualmente.
nhou uma bolada na loteria.”
O conector introduz um argumento que reforça o que foi dito
O operador discursivo introduz o que se considera a prova
antes.
mais forte de que “Ele está num período muito bom da vida”; no
entanto, essa prova é apresentada como se fosse apenas mais uma.
- Explicação: há operadores que desencadeiam uma explica-
- Generalização ou Amplificação: existem operadores que ção, uma confirmação, uma ilustração do que foi afirmado antes:
assinalam uma generalização ou uma amplificação do que foi dito assim, desse modo, dessa maneira.
antes: de fato, realmente, como aliás, também, é verdade que.
“O exército inimigo não desejava a paz. Assim, enquanto se
“O problema da erradicação da pobreza passa pela geração processavam as negociações, atacou de surpresa.”
de empregos. De fato, só o crescimento econômico leva ao aumen-
to de renda da população.” O operador introduz uma confirmação do que foi afirmado
antes.
O conector introduz uma amplificação do que foi dito antes.
Coesão por Justaposição
“Ele é um técnico retranqueiro, como aliás o são todos os que
atualmente militam no nosso futebol. É a coesão que se estabelece com base na sequência dos enun-
O conector introduz uma generalização ao que foi afirmado: ciados, marcada ou não com sequenciadores. Examinemos os prin-
não “ele”, mas todos os técnicos do nosso futebol são retranquei- cipais sequenciadores.
ros.

Didatismo e Conhecimento 25
LÍNGUA PORTUGUESA
- Sequenciadores Temporais: são os indicadores de anterio- não ter sentido ou, pelo menos, a não ter o sentido desejado. Outra
ridade, concomitância ou posterioridade: dois meses depois, uma falha comum no que tange a coesão é a falta de partes indispensá-
semana antes, um pouco mais tarde, etc. (são utilizados predomi- veis da oração ou do período. Analisemos este exemplo:
nantemente nas narrações).
“As empresas que anunciaram que apoiariam a campanha de
“Uma semana antes de ser internado gravemente doente, ele combate à fome que foi lançada pelo governo federal.”
esteve conosco. Estava alegre e cheio de planos para o futuro.” O período compõe-se de:
- Sequenciadores Espaciais: são os indicadores de posição - As empresas
relativa no espaço: à esquerda, à direita, junto de, etc. (são usados - que anunciaram (oração subordinada adjetiva restritiva da
principalmente nas descrições). primeira oração)
- que apoiariam a campanha de combate à fome (oração su-
“A um lado, duas estatuetas de bronze dourado, represen- bordinada substantiva objetiva direta da segunda oração)
tando o amor e a castidade, sustentam uma cúpula oval de forma - que foi lançada pelo governo federal (oração subordinada
ligeira, donde se desdobram até o pavimento bambolins de cassa adjetiva restritiva da terceira oração).
finíssima. (...) Do outro lado, há uma lareira, não de fogo, que o
dispensa nosso ameno clima fluminense, ainda na maior força do Observe-se que falta o predicado da primeira oração. Quem
inverno.” escreveu o período começou a encadear orações subordinadas e
José de Alencar. Senhora. “esqueceu-se” de terminar a principal.
São Paulo, FTD, 1992, p. 77. Quebras de coesão desse tipo são mais comuns em períodos
longos. No entanto, mesmo quando se elaboram períodos curtos é
- Sequenciadores de Ordem: são os que assinalam a ordem preciso cuidar para que sejam sintaticamente completos e para que
dos assuntos numa exposição: primeiramente, em segunda, a se- suas partes estejam bem conectadas entre si.
guir, finalmente, etc. Para que um conjunto de frases constitua um texto, não bas-
ta que elas estejam coesas: se não tiverem unidade de sentido,
“Para mostrar os horrores da guerra, falarei, inicialmente, mesmo que aparentemente organizadas, elas não passarão de um
das agruras por que passam as populações civis; em seguida, dis- amontoado injustificado. Exemplo:
correrei sobre a vida dos soldados na frente de batalha; finalmen-
te, exporei suas consequências para a economia mundial e, por- “Vivo há muitos anos em São Paulo. A cidade tem excelentes
tanto, para a vida cotidiana de todos os habitantes do planeta.” restaurantes. Ela tem bairros muito pobres. Também o Rio de Ja-
neiro tem favelas.”
- Sequenciadores para Introdução: são os que, na conver-
sação principalmente, servem para introduzir um tema ou mudar Todas as frases são coesas. O hiperônimo cidade retoma o
de assunto: a propósito, por falar nisso, mas voltando ao assunto, substantivo São Paulo, estabelecendo uma relação entre o segun-
fazendo um parêntese, etc. do e o primeiro períodos. O pronome “ela” recupera a palavra
cidade, vinculando o terceiro ao segundo período. O operador tam-
“Joaquim viveu sempre cercado do carinho de muitas pes- bém realiza uma conjunção argumentativa, relacionando o quar-
soas. A propósito, era um homem que sabia agradar às mulheres.” to período ao terceiro. No entanto, esse conjunto não é um texto,
pois não apresenta unidade de sentido, isto é, não tem coerência. A
- Operadores discursivos não explicitados: se o texto for coesão, portanto, é condição necessária, mas não suficiente, para
construído sem marcadores de sequenciação, o leitor deverá in- produzir um texto.
ferir, a partir da ordem dos enunciados, os operadores discursivos
não explicitados na superfície textual. Nesses casos, os lugares dos Coerência
diferentes conectores estarão indicados, na escrita, pelos sinais de
pontuação: ponto-final, vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos. Infância

“A reforma política é indispensável. Sem a existência da fide- O camisolão


lidade partidária, cada parlamentar vota segundo seus interesses O jarro
e não de acordo com um programa partidário. Assim, não há ba- O passarinho
ses governamentais sólidas.” O oceano
A vista na casa que a gente sentava no sofá
Esse texto contém três períodos. O segundo indica a causa
de a reforma política ser indispensável. Portanto o ponto-final do Adolescência
primeiro período está no lugar de um porque.
Aquele amor
A língua tem um grande número de conectores e sequencia- Nem me fale
dores. Apresentamos os principais e explicamos sua função. É pre-
ciso ficar atento aos fenômenos de coesão. Mostramos que o uso Maturidade
inadequado dos conectores e a utilização inapropriada dos anafó-
ricos ou catafóricos geram rupturas na coesão, o que leva o texto a O Sr. e a Sra. Amadeu

Didatismo e Conhecimento 26
LÍNGUA PORTUGUESA
Participam a V. Exa. A todo ser humano foi dado o direito de opção entre a medio-
O feliz nascimento cridade de uma vida que se acomoda e a grandeza de uma vida
De sua filha voltada para o aprimoramento intelectual.
Gilberta A adolescência é uma fase tão difícil que todos enfrentam. De
Velhice repente vejo que não sou mais uma “criancinha” dependente do
“papai”. Chegou a hora de me decidir! Tenho que escolher uma
O netinho jogou os óculos profissão para me realizar e ser independente financeiramente.
Na latrina No país em que vivemos, que predomina o capitalismo, o mais
Oswaldo de Andrade. Poesias reunidas. rico sempre é quem vence!
4ª Ed. Rio de Janeiro Apud: J. A. Durigan, M. B. M. Abaurre e Y. F. Vieira
Civilização Brasileira, 1974, p. 160-161. (orgs).
A magia da mudança. Campinas, Unicamp, 1987, p. 53.
Talvez o que mais chame a atenção nesse poema, ao menos à
primeira vista, seja a ausência de elementos de coesão, quer reto-
Nesses parágrafos, vemos três temas (direito de opção; adoles-
mando o que foi dito antes, quer encadeando segmentos textuais.
cência e escolha profissional; relações sociais sob o capitalismo)
No entanto, percebemos nele um sentido unitário, sobretudo se
soubermos que o seu título é “As quatro gares”, ou seja, as quatro que mantêm relações muito tênues entre si. Esse fato, prejudicando
estações. a continuidade semântica entre as partes, impede a apreensão do
Com essa informação, podemos imaginar que se trata de fla- todo e, portanto, configura um texto incoerente.
shes de cada uma das quatro grandes fases da vida: a infância, a Há no texto, vários tipos de relação entre as partes que o com-
adolescência, a maturidade e a velhice. A primeira é caracterizada põem, e, por isso, costuma-se falar em vários níveis de coerência.
pelas descobertas (o oceano), por ações (o jarro, que certamente a
criança quebrara; o passarinho que ela caçara) e por experiências Coerência Narrativa
marcantes (a visita que se percebia na sala apropriada e o cami-
solão que se usava para dormir); a segunda é caracterizada por A coerência narrativa consiste no respeito às implicações ló-
amores perdidos, de que não se quer mais falar; a terceira, pela gicas entre as partes do relato. Por exemplo, para que um sujeito
formalidade e pela responsabilidade indicadas pela participação realize uma ação, é preciso que ele tenha competência para tanto,
formal do nascimento da filha; a última, pela condescendência ou seja, que saiba e possa efetuá-la. Constitui, então, incoerên-
para com a traquinagem do neto (a quem cabe a vez de assumir cia narrativa o seguinte exemplo: o narrador conta que foi a uma
a ação). A primeira parte é uma sucessão de palavras; a segunda, festa onde todos fumavam e, por isso, a espessa fumaça impedia
uma frase em que falta um nexo sintático; a terceira, a participação que se visse qualquer coisa; de repente, sem mencionar nenhuma
do nascimento de uma filha; e a quarta, uma oração completa, po- mudança dessa situação, ele diz que se encostou a uma coluna e
rém aparentemente desgarrada das demais. passou a observar as pessoas, que eram ruivas, loiras, morenas.
Como se explica que sejamos capazes de entender esse poema Se o narrador diz que não podia enxergar nada, é incoerente dizer
em seus múltiplos sentidos, apesar da falta de marcadores de coe- que via as pessoas com tanta nitidez. Em outros termos, se nega a
são entre as partes? competência para a realização de um desempenho qualquer, esse
A explicação está no fato de que ele tem uma qualidade indis- desempenho não pode ocorrer. Isso por respeito às leis da coerên-
pensável para a existência de um texto: a coerência. cia narrativa. Observe outro exemplo:
Que é a unidade de sentido resultante da relação que se esta-
belece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreender a “Pior fez o quarto-zagueiro Edinho Baiano, do Paraná Clu-
outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma das
be, entrevistado por um repórter da Rádio Cidade. O Paraná tinha
partes ganha sentido. No poema acima, os subtítulos “Infância”,
tomado um balaio de gols do Guarani de Campinas, alguns dias
“Adolescência”, “Maturidade” e “Velhice” garantem essa unidade.
Colocar a participação formal do nascimento da filha, por exem- antes. O repórter queria saber o que tinha acontecido. Edinho não
plo, sob o título “Maturidade” dá a conotação da responsabilida- teve dúvida sobre os motivos:
de habitualmente associada ao indivíduo adulto e cria um sentido __ Como a gente já esperava, fomos surpreendidos pelo ata-
unitário. que do Guarani.”
Esse texto, como outros do mesmo tipo, comprova que um Ernâni Buchman. In: Folha de Londrina.
conjunto de enunciados pode formar um todo coerente mesmo sem
a presença de elementos coesivos, isto é, mesmo sem a presença A surpresa implica o inesperado. Não se pode ser surpreendi-
explícita de marcadores de relação entre as diferentes unidades lin- do com o que já se esperava que acontecesse.
guísticas. Em outros termos, a coesão funciona apenas como um
mecanismo auxiliar na produção da unidade de sentido, pois esta Coerência Argumentativa
depende, na verdade, das relações subjacentes ao texto, da não-
contradição entre as partes, da continuidade semântica, em síntese, A coerência argumentativa diz respeito às relações de im-
da coerência. plicação ou de adequação entre premissas e conclusões ou entre
A coerência é um fator de interpretabilidade do texto, pois afirmações e consequências. Não é possível alguém dizer que é a
possibilita que todas as suas partes sejam englobadas num único favor da pena de morte porque é contra tirar a vida de alguém. Da
significado que explique cada uma delas. Quando esse sentido não mesma forma, é incoerente defender o respeito à lei e à Constitui-
pode ser alcançado por faltar relação de sentido entre as partes, ção Brasileira e ser favorável à execução de assaltantes no interior
lemos um texto incoerente, como este: de prisões.

Didatismo e Conhecimento 27
LÍNGUA PORTUGUESA
Muitas vezes, as conclusões não são adequadas às premissas. Coerência do Nível de Linguagem Utilizado
Não há coerência, por exemplo, num raciocínio como este:
A coerência do nível de linguagem utilizado é aquela que con-
Há muitos servidores públicos no Brasil que são verdadeiros cerne à compatibilidade do léxico e das estruturas morfossintáti-
marajás. cas com a variante escolhida numa dada situação de comunicação.
O candidato a governador é funcionário público. Ocorre incoerência relacionada ao nível de linguagem quando, por
Portanto o candidato é um marajá. exemplo, o enunciador utiliza um termo chulo ou pertencente à
linguagem informal num texto caracterizado pela norma culta for-
mal. Tanto sabemos que isso não é permitido que, quando o faze-
Segundo uma lei da lógica formal, não se pode concluir nada
mos, acrescentamos uma ressalva: com perdão da palavra, se me
com certeza baseado em duas premissas particulares. Dizer que permitem dizer. Observe um exemplo de incoerência nesse nível:
muitos servidores públicos são marajás não permite concluir que
qualquer um seja. “Tendo recebido a notificação para pagamento da chama-
A falta de relação entre o que se diz e o que foi dito anterior- da taxa do lixo, ouso dirigir-me a V. Exª, senhora prefeita, para
mente também constitui incoerência. É o que se vê neste diálogo: expor-lhe minha inconformidade diante dessa medida, porque o
IPTU foi aumentado, no governo anterior, de 0,6% para 1% do
“__ Vereador, o senhor é a favor ou contra o pagamento de valor venal do imóvel exatamente para cobrir as despesas da mu-
pedágio para circular no centro da cidade? nicipalidade com os gastos de coleta e destinação dos resíduos só-
__ É preciso melhorar a vida dos habitantes das grandes ci- lidos produzidos pelos moradores de nossa cidade. Francamente,
dades. A degradação urbana atinge a todos nós e, por conseguin- achei uma sacanagem esta armação da Prefeitura: jogar mais um
te, é necessário reabilitar as áreas que contam com abundante gasto nas costas da gente.”
oferta de serviços públicos.”
Como se vê, o léxico usado no último período do texto destoa
completamente do utilizado no período anterior.
Coerência Figurativa
Ninguém há de negar a incoerência de um texto como este:
A coerência figurativa refere-se à compatibilidade das figuras Saltou para a rua, abriu a janela do 5º andar e deixou um bilhe-
que manifestam determinado tema. Para que o leitor possa per- te no parapeito explicando a razão de seu suicídio, em que há
ceber o tema que está sendo veiculado por uma série de figuras evidente violação da lei sucessivamente dos eventos. Entretanto
encadeadas, estas precisam ser compatíveis umas com as outras. talvez nem todo mundo concorde que seja incoerente incluir guar-
Seria estranho (para dizer o mínimo) que alguém, ao descrever um danapos de papel no jantar do Itamarati descrito no item sobre
jantar oferecido no palácio do Itamarati a um governador estran- coerência figurativa, alguém poderia objetivar que é preconceito
geiro, depois de falar de baixela de prata, porcelana finíssima, flo- considerá-los inadequados. Então, justifica-se perguntar: o que,
res, candelabros, toalhas de renda, incluísse no percurso figurativo afinal, determina se um texto é ou não coerente?
guardanapos de papel. A natureza da coerência está relacionada a dois conceitos bá-
sicos de verdade: adequação à realidade e conformidade lógica
Coerência Temporal entre os enunciados.
Vimos que temos diferentes níveis de coerência: narrativa, ar-
gumentativa, figurativa, etc. Em cada nível, temos duas espécies
Por coerência temporal entende-se aquela que concerne à su- diversas de coerência:
cessão dos eventos e à compatibilidade dos enunciados do ponto - extratextual: aquela que diz respeito à adequação entre o
de vista de sua localização no tempo. Não se poderia, por exemplo, texto e uma “realidade” exterior a ele.
dizer: “O assassino foi executado na câmara de gás e, depois, - intratextual: aquela que diz respeito à compatibilidade, à
condenado à morte”. adequação, à não-contradição entre os enunciados do texto.

Coerência Espacial A exterioridade a que o conteúdo do texto deve ajustar-se


pode ser:
A coerência espacial diz respeito à compatibilidade dos enun- - o conhecimento do mundo: o conjunto de dados referentes
ciados do ponto de vista da localização no espaço. Seria incoeren- ao mundo físico, à cultura de um povo, ao conteúdo das ciências,
te, por exemplo, o seguinte texto: “O filme ‘A Marvada Carne’ etc. que constitui o repertório com que se produzem e se entendem
mostra a mudança sofrida por um homem que vivia lá no interior e textos. O período “O homem olhou através das paredes e viu onde
os bandidos escondiam a vítima que havia sido sequestrada” é
encanta-se com a agitação e a diversidade da vida na capital, pois
incoerente, pois nosso conhecimento do mundo diz que homens
aqui já não suportava mais a mesmice e o tédio”. Dizendo lá no
não vêem através das paredes. Temos, então, uma incoerência fi-
interior, o enunciador dá a entender que seu pronunciamento está gurativa extratextual.
sendo feito de algum lugar distante do interior; portanto ele não - os mecanismos semânticos e gramaticais da língua: o con-
poderia usar o advérbio “aqui” para localizar “a mesmice” e “o junto dos conhecimentos sobre o código linguístico necessário à
tédio” que caracterizavam a vida interiorana da personagem. Em codificação de mensagens decodificáveis por outros usuários da
síntese, não é coerente usar “lá” e “aqui” para indicar o mesmo mesma língua. O texto seguinte, por exemplo, está absolutamente
lugar. sem sentido por inobservância de mecanismos desse tipo:

Didatismo e Conhecimento 28
LÍNGUA PORTUGUESA
“Conscientizar alunos pré-sólidos ao ingresso de uma carrei- __ O empregado da companhia telefônica que vinha conser-
ra universitária informações críticas a respeito da realidade pro- tar o telefone está aí.
fissional a ser optada. Deve ser ciado novos métodos criativos nos __ Era hoje que ele viria?
ensinos de primeiro e segundo grau: estimulando o aluno a forma-
ção crítica de suas ideias as quais, serão a praticidade cotidiana. - O conhecimento de mundo:
Aptidões pessoais serão associadas a testes vocacionais sérios de
maneira discursiva a analisar conceituações fundamentais.” 31 de março / 1º de abril
Dúvida Revolucionária
Apud: J. A. Durigan et alii. Op. cit., p. 58.
Ontem foi hoje?
Fatores de Coerência Ou hoje é que foi ontem?

- O contexto: para uma dada unidade linguística, funcio- Aparentemente, falta coerência temporal a esse poema: o que
na como contexto a unidade linguística maior que ela: a sílaba é significa “ontem foi hoje” ou “hoje é que foi ontem?”. No entanto,
contexto para o fonema; a palavra, para a sílaba; a oração, para a as duas datas colocadas no início do poema e o título remetem a
palavra; o período, para a oração; o texto, para o período, e assim um episódio da História do Brasil, o golpe militar de 1964, chama-
por diante. do Revolução de 1964. Esse fato deve fazer parte de nosso conhe-
cimento de mundo, assim como o detalhe de que ele ocorreu no dia
“Um chopps, dois pastel, o polpettone do Jardim de Napo- 1º de abril, mas sua comemoração foi mudada para 31 de março,
li, cruzar a Ipiranga com a avenida São João, o “Parmera”, o para evitar relações entre o evento e o “dia da mentira”.
“Curíntia”, todo mundo estar usando cinto de segurança.”
- As regras do gênero:
À primeira vista, parece não haver nenhuma coerência na enu-
meração desses elementos. Quando ficamos sabendo, no entanto, “O homem olhou através das paredes e viu onde os bandidos
que eles fazem parte de um texto intitulado “100 motivos para escondiam a vítima que havia sido sequestrada.”
gostar de São Paulo”, o que aparentemente era caótico torna-se
Essa frase é incoerente no discurso cotidiano, mas é comple-
coerente:
tamente coerente no mundo criado pelas histórias de super-heróis,
em que o Super-Homem, por exemplo, tem força praticamente
100 motivos para gostar de São Paulo
ilimitada; pode voar no espaço a uma velocidade igual à da luz;
quando ultrapassa essa velocidade, vence a barreira do tempo e
1. Um chopps pode transferir-se para outras épocas; seus olhos de raios X permi-
2. E dois pastel tem-lhe ver através de qualquer corpo, a distâncias infinitas, etc.
(...) Nosso conhecimento de mundo não é restrito ao que efetiva-
5. O polpettone do Jardim de Napoli mente existe, ao que se pode ver, tocar, etc.: ele inclui também os
(...) mundos criados pela linguagem nos diferentes gêneros de texto,
30. Cruzar a Ipiranga com a av. São João ficção científica, contos maravilhosos, mitos, discurso religioso,
(...) etc., regidos por outras lógicas. Assim, o que é incoerente num
43. O “Parmera” determinado gênero não o é, necessariamente, em outro.
(...)
45. O “Curíntia” - O sentido não literal:
(..)
59. Todo mundo estar usando cinto de segurança “As verdes ideias incolores dormem, mas poderão explodir a
(...) qualquer momento.”

O texto apresenta os traços culturais da cidade, e todos con- Tomando em seu sentido literal, esse texto é absurdo, pois,
vergem para um único significado: a celebração da capital do esta- nessa acepção, o termo ideias não pode ser qualificado por adjeti-
do de São Paulo no seu aniversário. Os dois primeiros itens de nos- vos de cor; não se podem atribuir ao mesmo ser, ao mesmo tempo,
so exemplo referem-se a marcas linguísticas do falar paulistano; o as qualidades verde e incolor; o verbo dormir deve ter como sujei-
terceiro, a um prato que tornou conhecido o restaurante chamado to um substantivo animado.
Jardim de Napoli; o quarto, a um verso da música “Sampa”, de No entanto, se entendermos ideias verdes em sentido não li-
Caetano Veloso; o sexto e o sétimo, à maneira como os dois times teral, como concepções ambientalistas, o período pode ser lido da
mais populares da cidade são denominados na variante linguística seguinte maneira: “As idéias ambientalistas sem atrativo estão la-
popular; o último à obediência a uma lei que na época ainda não tentes, mas poderão manifestar-se a qualquer momento.”
vigorava no resto do país.
- A situação de comunicação: - O intertexto:

__A telefônica. Falso diálogo entre Pessoa e Caeiro


__Era hoje?
Esse diálogo não seria compreendido fora da situação de in- __ a chuva me deixa triste...
terlocução, porque deixa implícitos certos enunciados que, dentro __ a mim me deixa molhado.
dela, são perfeitamente compreendidos: José Paulo Paes. Op. Cit., p 79.

Didatismo e Conhecimento 29
LÍNGUA PORTUGUESA
Muitos textos retomam outros, constroem-se com base em Teresa
outros e, por isso, só ganham coerência nessa relação com o texto
sobre o qual foram construídos, ou seja, na relação de intertextua- A primeira vez que vi Teresa
lidade. É o caso desse poema. Para compreendê-lo, é preciso saber Achei que ela tinha pernas estúpidas
que Alberto Caeiro é um dos heterônimos do poeta Fernando Pes- Achei também que a cara parecia uma perna
soa; que heterônimo não é pseudônimo, mas uma individualidade
lírica distinta da do autor (o ortônimo); que para Caeiro o real é a Quando vi Teresa de novo
exterioridade e não devemos acrescentar-lhe impressões subjeti- Achei que seus olhos eram muito mais velhos
vas; que sua posição é antimetafísica; que não devemos interpre- [que o resto do corpo
tar a realidade pela inteligência, pois essa interpretação conduz a (Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando
simples conceitos vazios, em síntese, é preciso ter lido textos de [que o resto do corpo nascesse)
Caeiro. Por outro lado, é preciso saber que o ortônimo (Fernando
Da terceira vez não vi mais nada
Pessoa ele mesmo) exprime suas emoções, falando da solidão in-
Os céus se misturaram com a terra
terior, do tédio, etc.
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face
[das águas.
Incoerência Proposital Poesias completas e prosa. Rio de Janeiro,
Aguilar, 1986, p. 214.
Existem textos em que há uma quebra proposital da coerência,
com vistas a produzir determinado efeito de sentido, assim como Para percebermos a coerência desse texto, é preciso, no míni-
existem outros que fazem da não-coerência o próprio princípio mo, que nosso conhecimento de mundo inclua o poema:
constitutivo da produção de sentido. Poderia alguém perguntar,
então, se realmente existe texto incoerente. Sem dúvida existe: é O Adeus de Teresa
aquele em que a incoerência é produzida involuntariamente, por
inabilidade, descuido ou ignorância do enunciador, e não usada A primeira vez que fitei Teresa,
funcionalmente para construir certo sentido. Como as plantas que arrasta a correnteza,
Quando se trata de incoerência proposital, o enunciador dis- A valsa nos levou nos giros seus...
semina pistas no texto, para que o leitor perceba que ela faz parte
de um programa intencionalmente direcionado para veicular de- Castro Alves
terminado tema. Se, por exemplo, num texto que mostra uma festa
muito luxuosa, aparecem figuras como pessoas comendo de boca Para identificarmos a relação de intertextualidade entre eles;
aberta, falando em voz muito alta e em linguagem chula, osten- que tenhamos noção da crítica do Modernismo às escolas literárias
tando sua últimas aquisições, o enunciador certamente não está precedentes, no caso, ao Romantismo, em que nenhuma musa se-
querendo manifestar o tema do luxo, do requinte, mas o da vulga- ria tratada com tanta cerimônia e muito menos teria “cara”; que fa-
ridade dos novos-ricos. Para ficar no exemplo da festa: em filmes çamos uma leitura não literal; que percebamos sua lógica interna,
como “Quero ser grande” (Big, dirigido por Penny Marshall em criada pela disseminação proposital de elementos que pareceriam
1988, com Tom Hanks) e “Um convidado bem trapalhão” (The absurdos em outro contexto.
party, Blake Edwards, 1968, com Peter Sellers), há cenas em que
os respectivos protagonistas exibem comportamento incompatível
com a ocasião, mas não há incoerência nisso, pois todo o enredo Intertextualidade
converge para que o espectador se solidarize com eles, por sua
A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo entre
ingenuidade e falta de traquejo social. Mas, se aparece num texto
dois textos. Observe os dois textos abaixo e note como Murilo
uma figura incoerente uma única vez, o leitor não pode ter certeza Mendes (século XX) faz referência ao texto de Gonçalves Dias
de que se trata de uma quebra de coerência proposital, com vistas (século XIX):
a criar determinado efeito de sentido, vai pensar que se trata de
contradição devida a inabilidade, descuido ou ignorância do enun- Canção do Exílio  
ciador.
Dissemos também que há outros textos que fazem da inversão Minha terra tem palmeiras,
da realidade seu princípio constitutivo; da incoerência, um fator de Onde canta o Sabiá;
coerência. São exemplos as obras de Lewis Carrol “Alice no país As aves, que aqui gorjeiam,
das maravilhas” e “Através do espelho”, que pretendem apre- Não gorjeiam como lá.
sentar paradoxos de sentido, subverter o princípio da realidade, Nosso céu tem mais estrelas,
mostrar as aporias da lógica, confrontar a lógica do senso comum Nossas várzeas têm mais flores,
com outras. Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Reproduzimos um poema de Manuel Bandeira que contém
mais de um exemplo do que foi abordado: Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Didatismo e Conhecimento 30
LÍNGUA PORTUGUESA

=Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra, Pode-se definir então a intertextualidade como sendo a criação
Sem que eu volte para lá; de um texto a partir de um outro texto ja existente. Dependendo da
Sem que desfrute os primores situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem
Que não encontro por cá; muito dos textos/contextos em que ela é inserida.
Sem qu’inda aviste as palmeiras, Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado
Onde canta o Sabiá.” ao “conhecimento do mundo”, que deve ser compartilhado, ou
seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode
(Gonçalves Dias) ocorrer em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo
única e exclusivamente a textos literários.
Canção do Exílio Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor barroco
italiano Caravaggio e a fotografia da americana Cindy Sherman,
Minha terra tem macieiras da Califórnia
na qual quem posa é ela mesma. O quadro de Caravaggio foi pin-
onde cantam gaturamos de Veneza.
tado no final do século XVI, já o trabalho fotográfico de Cindy
Os poetas da minha terra
Sherman foi produzido quase quatrocentos anos mais tarde. Na
são pretos que vivem em torres de ametista,
foto, Sherman cria o mesmo ambiente e a mesma atmosfera sen-
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações. sual da pintura, reunindo um conjunto de elementos: a coroa de
gente não pode dormir flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sensualidade
com os oradores e os pernilongos. do ombro nu etc. A foto de Sherman é uma recriação do quadro de
Os sururus em família têm por testemunha a Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade na pintura.
                                                       [Gioconda Na publicidade, por exemplo, a que vimos sobre anúncios do
Eu morro sufocado Bom Bril, o ator se veste e se posiciona como se fosse a Mona Lisa
em terra estrangeira. de Leonardo da Vinci e cujo slogan era “Mon Bijou deixa sua rou-
Nossas flores são mais bonitas pa uma perfeita obra-prima”. Esse enunciado sugere ao leitor que
nossas frutas mais gostosas o produto anunciado deixa a roupa bem macia e mais perfumada,
mas custam cem mil réis a dúzia. ou seja, uma verdadeira obra-prima (se referindo ao quadro de Da
Vinci). Nesse caso pode-se dizer que a intertextualidade assume
Ai quem me dera chupar uma carambola de  a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
                                        [verdade cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
e ouvir um sabiá com certidão de idade!  escultura, literatura etc).
Intertextualidade é a relação entre dois textos caracterizada
(Murilo Mendes) por um citar o outro.

Nota-se que há correspondência entre os dois textos. A paró- Tipos de Intertextualidade


dia piadista de Murilo Mendes é um exemplo de intertextualidade,
uma vez que seu texto foi criado tomando como ponto de partida o Pode-se destacar sete tipos de intertextualidade:
texto de Gonçalves Dias. - Epígrafe: constitui uma escrita introdutória.
Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade é - Citação: é uma transcrição do texto alheio, marcada por as-
persistente. Sabemos que todo texto, seja ele literário ou não, é pas.
oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que - Paráfrase: é a reprodução do texto do outro com a palavra do
se refere a assuntos abordados em outros textos é exemplo de in-
autor. Ela não se confunde com o plágio, pois o autor deixa claro
tertextualização.
sua intenção e a fonte.
A intertextualidade está presente também em outras áreas,
- Paródia: é uma forma de apropriação que, em lugar de en-
como na pintura, veja as várias versões da famosa pintura de Leo-
dossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente.
nardo da Vinci, Mona Lisa:
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503. Ela perverte o texto anterior, visando a ironia ou a crítica.
Mona Lisa, Marcel Duchamp, 1919. - Pastiche: uma recorrência a um gênero.
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978. - Tradução: está no campo da intertextualidade porque implica
Mona Lisa, propaganda publicitária. a recriação de um texto.
- Referência e alusão.

Didatismo e Conhecimento 31
LÍNGUA PORTUGUESA
Para ampliar esse conhecimento, vale trazer um exemplo de A relação intertextual é estabelecida, por exemplo, no texto
intertextualidade na literatura. Às vezes, a superposição de um de Oswald de Andrade, escrito no século XX, “Meus oito anos”,
texto sobre outro pode provocar uma certa atualização ou moder- quando este cita o poema , do século XIX, de Casimiro de Abreu,
nização do primeiro texto. Nota-se isso no livro “Mensagem”, de de mesmo nome.
Fernando Pessoa, que retoma, por exemplo, com seu poema “O
Monstrengo” o episódio do Gigante Adamastor de “Os Lusíadas” Meus oito anos
de Camões. Ocorre como que um diálogo entre os dois textos.
Em alguns casos, aproxima-se da paródia (canto paralelo), como
o poema “Madrigal Melancólico” de Manuel Bandeira, do livro Oh! Que saudade que tenho
“Ritmo Dissoluto”, que seguramente serviu de inspiração e assim Da aurora da minha vida,
se refletiu no seguinte poema: Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Assim como Bandeira Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
O que amo em ti À sombra das bananeiras
não são esses olhos doces Debaixo dos laranjais!
delicados (Casimiro de Abreu)
nem esse riso de anjo adolescente.

O que amo em ti “Meus oito anos”


não é só essa pele acetinada
sempre pronta para a carícia renovada Oh! Que saudade que tenho
nem esse seio róseo e atrevido Da aurora da minha vida,
a desenhar-se sob o tecido. Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
O que amo em ti Naquele quintal de terra
não é essa pressa louca Da rua São Antonio
de viver cada vão momento Debaixo da bananeira
nem a falta de memória para a dor.
Sem nenhum laranjais!
O que amo em ti
não é apenas essa voz leve A intertextualidade acontece quando há uma referência explí-
que me envolve e me consome cita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com
nem o que deseja todo homem outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc.
flor definida e definitiva Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextua-
a abrir-se como boca ou ferida lidade.
nem mesmo essa juventude assim perdida. Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto
de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor do texto
O que amo em ti citado é indicado, já na forma implícita, a indicação é oculta. Por
enigmática e solidária:
isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber
É a Vida!
(Geraldo Chacon, Meu Caderno de Poesia, prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre
Flâmula, 2004, p. 37) os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas
ideias da obra citada ou contestando-as. Vejamos duas das formas:
Madrigal Melancólico a Paráfrase e a Paródia.

O que eu adoro em ti Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto


não é a tua beleza. é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea-
A beleza, é em nós que ela existe. firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com
A beleza é um conceito. outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por
E a beleza é triste.
Affonso Romano Sant’Anna em seu livro “Paródia, paráfrase &
Não é triste em si,
mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza. Cia” :
Texto Original
(...) Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
O que eu adoro em tua natureza, As aves que aqui gorjeiam
não é o profundo instinto maternal Não gorjeiam como lá.
em teu flanco aberto como uma ferida.
nem a tua pureza. Nem a tua impureza. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
Paráfrase
(Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira,
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
José Olympio, 1980, p. 83)
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.

Didatismo e Conhecimento 32
LÍNGUA PORTUGUESA
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Entre os variadíssimos tipos de referências, há provérbios, di-
Eu tão esquecido de minha terra… tos populares, frases bíblicas ou obras / trechos de obras constante-
Ai terra que tem palmeiras mente citados, literalmente ou modificados, cujo reconhecimento é
Onde canta o sabiá! facilmente perceptível pelos interlocutores em geral. Por exemplo,
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”) uma revista brasileira adotou o slogan: “Dize-me o que lês e dir-te
-ei quem és”. Voltada fundamentalmente para um público de uma
Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito determinada classe sociocultural, o produtor do mencionado anún-
utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui o poeta cio espera que os leitores reconheçam a frase da Bíblia (“Dize-me
Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conser- com quem andas e dir-te-ei quem és”). Ao adaptar a sentença, a
vando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto intenção da propaganda é, evidentemente, angariar a confiança do
que é a saudade da terra natal. leitor (e, consequentemente, a credibilidade das informações con-
tidas naquele periódico), pois a Bíblia costuma ser tomada como
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros um livro de pensamentos e ensinamentos considerados como
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é “verdades” universalmente assentadas e aceitas por diversas co-
objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, munidades. Outro tipo comum de intertextualidade é a introdução
aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retoma- em textos de provérbios ou ditos populares, que também inspiram
da para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica confiança, pois costumam conter mensagens reconhecidas como
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces- verdadeiras. São aproveitados não só em propaganda mas ainda
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca em variados textos orais ou escritos, literários e não-literários. Por
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os exemplo, ao iniciar o poema “Tecendo a manhã”, João Cabral de
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente- Melo Neto defende uma ideia: “Um galo sozinho não tece uma
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica manhã”. Não é necessário muito esforço para reconhecer que
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da por detrás dessas palavras está o ditado “Uma andorinha só não
demagogia praticada pela classe dominante. Com o mesmo texto faz verão”. O verso inicial funciona, pois, como uma espécie de
utilizado anteriormente, teremos, agora, uma paródia. “tese”, que o texto irá tentar comprovar através de argumentação
poética.
Texto Original
Há, no entanto, certos tipos de citações (literais ou construí-
Minha terra tem palmeiras
das) e de alusões muito sutis que só são compartilhadas por um
Onde canta o sabiá,
pequeno número de pessoas. É o caso de referências utilizadas em
As aves que aqui gorjeiam
textos científicos ou jornalísticos (Seções de Economia, de Infor-
Não gorjeiam como lá. mática, por exemplo) e em obras literárias, prosa ou poesia, que às
vezes remetem a uma forma e/ou a um conteúdo bastante especí-
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”) fico(s), percebido(s) apenas por um leitor/interlocutor muito bem
informado e/ou altamente letrado. Na literatura, podem-se citar,
Paródia entre muitos outros, autores estrangeiros, como James Joyce, T.S.
Minha terra tem palmares Eliot, Umberto Eco.
onde gorjeia o mar A remissão a textos e para-textos do circuito cultural (mídia,
os passarinhos daqui propaganda, outdoors, nomes de marcas de produtos etc.) é es-
não cantam como os de lá. pecialmente recorrente em autores chamados pós-modernos. Para
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”) ilustrar, pode-se mencionar, entre outros escritores brasileiros,
Ana Cristina Cesar, poetisa carioca, que usa e “abusa” da inter-
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a textualidade em seus textos, a tal ponto que, sem a identificação
palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial neste das referências, o poema se torna, constantemente, ininteligível e
texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado chega a ser considerado por algumas pessoas como um “amontoa-
em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi do aleatório de enunciados”, sem coerência e, portanto, desprovido
substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil. de sentido.
Na literatura relativa à Linguística Textual, é frequente apon- Os teóricos costumam identificar tipos de intertextualidade,
tar-se como um dos fatores de textualidade a referência - explíci- entre os quais se destacam:
ta ou implícita - a outros textos, tomados estes num sentido bem - a que se liga ao conteúdo (por exemplo, matérias jornalís-
amplo (orais, escritos, visuais - artes plásticas, cinema - , música, ticas que se reportam a notícias veiculadas anteriormente na im-
propaganda etc.) A esse “diálogo”entre textos dá-se o nome de in- prensa falada e/ou escrita: textos literários ou não-literários que
tertextualidade. se referem a temas ou assuntos contidos em outros textos etc.).
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci- Podem ser explícitas (citações entre aspas, com ou sem indicação
mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao da fonte) ou implícitas (paráfrases, paródias etc.);
produtor e ao receptor de textos. - a que se associa ao caráter formal, que pode ou não estar
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am- ligado à tipologia textual como, por exemplo, textos que “imitam”
plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de a linguagem bíblica, jurídica, linguagem de relatório etc. ou que
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, procuram imitar o estilo de um autor, em que comenta o seriado
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função da TV Globo, baseado no livro de Guimarães Rosa, procurando
daquela citação ou alusão em questão. manter a linguagem e o estilo do escritor);

Didatismo e Conhecimento 33
LÍNGUA PORTUGUESA
- a que remete a tipos textuais (ou “fatores tipológicos”), liga- estudá-la como um enriquecimento da leitura e da produção de
dos a modelos cognitivos globais, às estruturas e superestruturas textos e, sobretudo, que se tente mostrar a função da sua presença
ou a aspectos formais de caráter linguístico próprios de cada tipo na construção e no(s) sentido(s) dos textos.
de discurso e/ou a cada tipo de texto: tipologias ligadas a estilos Como afirmam Koch & Travaglia, “todas as questões ligadas
de época. Por superestrutura entendem-se, entre outras, estruturas à intertextualidade influenciam tanto o processo de produção como
argumentativas (Tese anterior), premissas - argumentos (contra o de compreensão de textos”.
-argumentos - síntese), conclusão (nova tese), estruturas narrativas Considerada por alguns autores como uma das condições para
(situação - complicação - ação ou avaliação – resolução), moral ou a existência de um texto, a intertextualidade se destaca por relacio-
estado final etc.; nar um texto concreto com a memória textual coletiva, a memória
Um outro aspecto que é mencionado muito superficialmente de um grupo ou de um indivíduo específico.
é o da intertextualidade linguística. Ela está ligada ao que o lin- Trata-se da possibilidade de os textos serem criados a partir
guista romeno, Eugenio Coseriu, chama de formas do “discurso de outros textos. As obras de caráter científico remetem explici-
repetido”: tamente a autores reconhecidos, garantindo, assim, a veracidade
- “textemas” ou “unidades de textos”: provérbios, ditados das afirmações. Nossas conversas são entrelaçadas de alusões a
populares; citações de vários tipos, consagradas pela tradição cul- inúmeras considerações armazenadas em nossas mentes. O jornal
tural de uma comunidade etc.; está repleto de referências já supostamente conhecidas pelo leitor.
- “sintagmas estereotipados”: equivalentes a expressões idio- A leitura de um romance, de um conto, novela, enfim, de qualquer
máticas; obra literária, nos aponta para outras obras, muitas vezes de forma
- “perífrases léxicas”: unidades multivocabulares, emprega- implícita.
das frequentemente mas ainda não lexicalizadas (ex. “gravemente A nossa compreensão de textos (considerados aqui da forma
doente”, “dia útil”, “fazer misérias” etc.). mais abrangente) muito dependerá da nossa experiência de vida,
das nossas vivências, das nossas leituras. Determinadas obras só se
A intertextualidade tem funções diferentes, dependendo dos revelam através do conhecimento de outras. Ao visitar um museu,
textos/contextos em que as referências (linguísticas ou culturais) por exemplo, o nosso conhecimento prévio muito nos auxilia ao
estão inseridas. Chamo a isso “graus das funções da intertextua- nos depararmos com certas obras.
lidade”. A noção de intertextualidade, da presença contínua de outros
Didaticamente pode-se dizer que a referência cultural e/ou textos em determinado texto, nos leva a refletir a respeito da indi-
linguística pode servir apenas de pretexto, é o caso de “epígrafes” vidualidade e da coletividade em termos de criação. Já vimos ante-
longinquamente vinculadas a um trabalho e/ou a um texto. Sem riormente que a citação de outros textos se faz de forma implícita
dizer com isso que todas as epígrafes funcionem apenas como pre- ou explícita. Mas, com que objetivo?
textos. Em geral, o produtor do texto elege algo pertinente e condi- Um texto remete a outro para defender as ideias nele contidas
zente com a temática de que trata. Existam algumas, todavia, que ou para contestar tais ideias. Assim, para se definir diante de deter-
estão ali apenas para mostrar “conhecimento” de frases famosas e/ minado assunto, o autor do texto leva em consideração as ideias de
ou para servir de “decoração” no texto. Neste caso, o “intertexto” outros “autores” e com eles dialoga no seu texto.
não tem um papel específico nem na construção nem na camada Ainda ressaltando a importância da intertextualidade, remete-
semântica do texto. mos às considerações de Vigner: “Afirma-se aqui a importância do
Outras vezes, o autor parte de uma frase ou de um verso que fenômeno da intertextualidade como fator essencial à legibilidade
ocorreu a ele repentinamente (texto “A última crônica”, em que o do texto literário, e, a nosso ver, de todos os outros textos. O tex-
autor confessa estar sem assunto e tem de escrever). Afirma então: to não é mais considerado só nas suas relações com um referente
extra-textual, mas primeiro na relação estabelecida com outros
“Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, textos”.
enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: assim eu que- Como exemplo, temos um texto “Questão da Objetividade” e
reria meu último poema.” uma crônica de Zuenir Ventura, “Em vez das células, as cédulas”
para concretizar um pouco mais o conceito de intertextualidade.
Descreve então uma cena passada em um botequim, em que
um casal comemora modestamente o aniversário da filha, com um Questão da Objetividade
pedaço de bolo, uma coca cola e três velinhas brancas. O pai pare-
cia satisfeito com o sucesso da celebração, até que fica perturbado As Ciências Humanas invadem hoje todo o nosso espaço men-
por ter sido observado, mas acaba por sustentar a satisfação e se tal. Até parece que nossa cultura assinou um contrato com tais dis-
abre num sorriso. O autor termina a crônica, parafraseando o verso ciplinas, estipulando que lhes compete resolver tecnicamente boa
de Manuel Bandeira: “Assim eu quereria a minha última crônica: parte dos conflitos gerados pela aceleração das atuais mudanças
que fosse pura como esse sorriso”. O verso de Bandeira não pode sociais. É em nome do conhecimento objetivo que elas se julgam
ser considerado, nessa crônica, um mero pretexto. A intertextuali- no direito de explicar os fenômenos humanos e de propor soluções
dade desempenha o papel de conferir uma certa “literariedade” à de ordem ética, política, ideológica ou simplesmente humanitária,
crônica, além de explicar o título e servir de “fecho de ouro” para sem se darem conta de que, fazendo isso, podem facilmente con-
um texto que se inicia sem um conteúdo previamente escolhido. verter-se em “comodidades teóricas” para seus autores e em “co-
Não é, contudo, imprescindível à compreensão do texto. modidades práticas” para sua clientela. Também é em nome do
O que parece importante é que não se encare a intertextualida- rigor científico que tentam construir todo o seu campo teórico do
de apenas como a “identificação” da fonte e, sim, que se procure fenômeno humano, mas através da ideia que gostariam de ter dele,

Didatismo e Conhecimento 34
LÍNGUA PORTUGUESA
visto terem renunciado aos seus apelos e às suas significações. O O que importava é que as pessoas queriam acreditar na insen-
equívoco olhar de Narciso, fascinado por sua própria beleza, esta- satez apesar dos insensatos, como ainda há quem continue acre-
ria substituído por um olhar frio, objetivo, escrupuloso, calculista ditando. No Brasil, felizmente, Dolly provoca mais piada do que
e calculador: e as disciplinas humanas seriam científicas! ameaça. Já se atribui isso ao fato de que a nossa arquitetura da
(Introdução às Ciências Humanas. Hilton Japiassu. destruição é a corrupção. Somos craques mesmo é em clonagem
São Paulo, Letras e Letras, 1994, pp.89/90) financeira. O que seriam nossos laranjas e fantasmas senão clones
e replicantes virtuais? Aqui, em vez de células, estamos interessa-
Comentário: Neste texto, temos um bom exemplo do que se dos é em manipular cédulas.
define como intertextualidade. As relações entre textos, a citação (Zuenir Ventura, JB, 1997)
de um texto por outro, enfim, o diálogo entre textos. Muitas vezes,
para entender um texto na sua totalidade, é preciso conhecer o(s) Comentário: Tendo como ponto de partida a alusão ao docu-
texto(s) que nele fora(m) citado(s). mentário Arquitetura da destruição, o texto mantém sua unidade
No trecho, por exemplo, em que se discute o papel das Ciên- de sentido na relação que estabelece com outros textos, com dados
cias Humanas nos tempos atuais e o espaço que estão ocupando, da História.
é trazido à tona o mito de Narciso. É preciso, então, dispor do co- Nesta crônica, duas propriedades do texto são facilmente per-
nhecimento de que Narciso, jovem dotado de grande beleza, apai- ceptíveis: a intertextualidade e a inserção histórica.
xonou-se por sua própria imagem quando a viu refletida na água de O texto se constrói, à medida que retoma fatos já conhecidos.
uma fonte onde foi matar a sede. Suas tentativas de alcançar a bela Nesse sentido, quanto mais amplo for o repertório do leitor, o seu
imagem acabaram em desespero e morte. acervo de conhecimentos, maior será a sua competência para per-
O último parágrafo, em que o mito de Narciso é citado, de- ceber como os textos “dialogam uns com os outros” por meio de
monstra que, dado o modo como as Ciências Humanas são vistas referências, alusões e citações.
hoje, até o olhar de Narciso, antes “fascinado por sua própria be- Para perceber as intenções do autor desta crônica, ou seja, a
leza”, seria substituído por um “olhar frio, objetivo, escrupuloso, sua intencionalidade, é preciso que o leitor tenha conhecimento de
calculista e calculador”, ou seja, o olhar de Narciso perderia o seu fatos atuais, como as referências ao documentário recém lançado
tom de encantamento para se transformar em algo material, sem
no circuito cinematográfico, à ovelha clonada Dolly, aos “laranjas”
sentimentos. A comparação se estende às Ciências Humanas, que,
e “fantasmas”, termos que dizem respeito aos envolvidos em tran-
de humanas, nada mais teriam, transformando-se em disciplinas
sações econômicas duvidosas. É preciso que conheça também o
científicas.
que foi o nazismo, a figura de Hitler e sua obsessão pela raça pura,
e ainda tenha conhecimento da existência do filósofo Nietzsche e
Em vez das células, as cédulas
do compositor Wagner.
Nesses tempos de clonagem, recomenda-se assistir ao docu- O vocabulário utilizado aponta para campos semânticos rela-
mentário Arquitetura da destruição, de Peter Cohen. A fantástica cionados à clonagem, à raça pura, aos binômios arte/beleza, arte/
história de Dolly, a ovelha, parece saída do filme, que conta a destruição, corrupção.
aventura demente do nazismo, com seus sonhos de beleza e suas - Clonagem: experimentos, avanços genéticos, ovelhas, cien-
fantasias genéticas, seus experimentos de eugenia e purificação da tistas, inventos, células, clones replicantes, manipulação genética,
raça. descoberta.
Os cientistas são engraçados: bons para inventar e péssimos - Raça Pura: aventura, demente do nazismo, fantasias genéti-
para prever. Primeiro, descobrem; depois se assustam com o risco cas, experimentos de eugenia, utopia perversa, manipulação gené-
da descoberta e aí então passam a gritar “cuidado, perigo”. Fize- tica, imperfeições físicas, eugenia.
ram isso com quase todos os inventos, inclusive com a fissão nu- - Arte/Beleza - Arte/Destruição: estética, sonhos de beleza,
clear, espantando-se quando “o átomo para a paz” tornou-se uma crueldade, tirano artista ditador de gênio, nietzschiano, wagneria-
mortífera arma de guerra. E estão fazendo o mesmo agora. no, grandiosa ópera, diretor, protagonista, espetáculos de massa e
(...) Desde muito tempo se discute o quanto a ciência, ao pro- tochas acesas.
curar o bem, pode provocar involuntariamente o mal. O que a Ar- - Corrupção: laranjas, clonagem financeira, cédulas, fantas-
quitetura da destruição mostra é como a arte e a estética são capa- mas.
zes de fazer o mesmo, isto é, como a beleza pode servir à morte, à
crueldade e à destruição. Esses campos semânticos se entrecruzam, porque englobam
Hitler julgava-se “o maior ator da Europa” e acreditava ser al- referências múltiplas dentro do texto.
guma coisa como um “tirano-artista” nietzschiano ou um “ditador
de gênio” wagneriano. Para ele, “a vida era arte,” e o mundo, uma
grandiosa ópera da qual era diretor e protagonista.
O documentário mostra como os rituais coletivos, os grandes
espetáculos de massa, as tochas acesas (...) tudo isso constituía um
culto estético - ainda que redundante (...) E o pior - todo esse apa-
rato era posto a serviço da perversa utopia de Hitler: a manipula-
ção genética, a possibilidade de purificação racial e de eliminação
das imperfeições, principalmente as físicas. Não importava que os
mais ilustres exemplares nazistas, eles próprios, desmoralizassem
o que pregavam em termos de eugenia.

Didatismo e Conhecimento 35
LÍNGUA PORTUGUESA
- antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos quatro,
MORFOLOGIA, SINTAXE E SEMÂNTICA: amigos de João Luís e Laurinha. Mas: Todos os três irmãos eu vi
CONCEITOS E FUNÇÕES TEXTUAIS. nascer. (o substantivo está claro)
- antes de palavras que designam matéria de estudo, empre-
LINGUAGEM FIGURADA.
gadas com os verbos: aprender, estudar, cursar, ensinar: Estudo
Inglês e Cristiane estuda Francês.

O uso do artigo é facultativo:


Artigo - antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência é
irritante.
Artigo é a palavra que acompanha o substantivo, indicando- - antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou Luciana
lhe o gênero e o número, determinando-o ou generalizando-o. Os / a Luciana?
artigos podem ser:
- “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (para a frente:
- definidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata de
exige a preposição)
um ser já conhecido; denota familiaridade: “A grande reforma do
ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do médio.”
(Veja – maio de 2005) Formas combinadas do artigo definido: Preposição + o = ao /
- indefinidos: um, uma, uns, umas; estes; trata-se de um ser de + o,a = do, da / em + o, a = no, na / por + o, a = pelo, pela.
desconhecido, dá ao substantivo valor vago: “...foi chegando um
caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima) Usa-se o artigo indefinido:
- para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns
Usa-se o artigo definido: oito anos / Não o vejo há uns meses.
- com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados fo- - antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em pares:
ram punidos. Usava umas calças largas e umas botas longas.
- com nomes próprios geográficos de estado, pais, oceano, - em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é uma
montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o ocea- meiguice só.
no Pacífico, a Suíça, o Pará, a Bahia. / Conheço o Canadá mas não - para comparar alguém com um personagem célebre: Luís
conheço Brasília. August é um Rui Barbosa.
- com nome de cidade se vier qualificada: Fomos à histórica
Ouro Preto. O artigo indefinido não é usado:
- depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos os - em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte, gente,
vinte atletas participarão do campeonato. quantidade: Reservou para todos boa parte do lucro.
- com toda a/todo o, a expressão que vale como totalidade, - com adjetivos como: escasso, excessivo, suficiente: Não há
inteira. Toda cidade será enfeitada para as comemorações de ani- suficiente espaço para todos.
versário. Sem o artigo, o pronome todo/toda vale como qualquer. - com substantivo que denota espécie: Cão que ladra não mor-
Toda cidade será enfeitada para as comemorações de aniversário. de.
(qualquer cidade)
- com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais lindas Formas combinadas do artigo indefinido: Preposição de e em
flores da floricultura. + um, uma = num, numa, dum, duma.
- com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo tem
dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e simpático.
O artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavra trans-
- antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da pri-
forma-a em substantivo. O ato literário é o conjunto do ler e do
mavera vem o verão.
- com expressões de peso e medida: O álcool custa um real o escrever.
litro. (=cada litro)
Exercícios
Não se usa o artigo definido:
- antes de pronomes de tratamento iniciados por possessivos: 01. Em que alternativa o termo grifado indica aproximação:
Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Majestade, Vossa a) Ao visitar uma cidade desconhecida, vibrava.
Alteza. b) Tinha, na época, uns dezoito anos.
Vossa Alteza estará presente ao debate? c) Ao aproximar de uma garota bonita, seus olhos brilhavam.
“Nosso Senhor tinha o olhar em pranto / Chorava Nossa Se- d) Não havia um só homem corajoso naquela guerra.
nhora.” e) Uns diziam que ela sabia tudo, outros que não.
- antes de nomes de meses:
O campeonato aconteceu em maio de 2002. Mas: O campeo- 02. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
nato aconteceu no inesquecível maio de 2002. a) Estes são os candidatos que lhe falei.
- alguns nomes de países, como Espanha, França, Inglaterra, b) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
Itália podem ser construídos sem o artigo, principalmente quando c) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
regidos de preposição. d) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
“Viveu muito tempo em Espanha.” / “Pelas estradas líricas de e) Muito é a procura; pouca é a oferta.
França.” Mas: Sônia Salim, minha amiga, visitou a bela Veneza.

Didatismo e Conhecimento 36
LÍNGUA PORTUGUESA
03. Em uma destas frases, o artigo definido está empregado Numerais Ordinais: primeiro, segundo, terceiro, quarto,
erradamente. Em qual? quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, décimo primeiro,
a) A velha Roma está sendo modernizada. décimo segundo, décimo terceiro, décimo quarto, décimo quinto,
b) A “Paraíba” é uma bela fragata. décimo sexto, décimo sétimo, décimo oitavo, décimo nono, vigé-
c) Não reconheço agora a Lisboa de meu tempo. simo..., trigésimo..., quadragésimo..., quinquagésimo..., sexagési-
d) O gato escaldado tem medo de água fria. mo..., septuagésimo..., octogésimo..., nonagésimo..., centésimo...,
e) O Havre é um porto de muito movimento. ducentésimo..., trecentésimo..., quadringentésimo..., quingentési-
mo..., sexcentésimo..., septingentésimo..., octingentésimo..., non-
04. Assinale a alternativa em que os topônimos não admitem gentésimo..., milésimo.
artigo:
a) Portugal, Copacabana. Numerais Multiplicativos: dobro, triplo, quádruplo, quíntu-
b) Petrópolis, Espanha. plo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo, undécuplo, duo-
c) Viena, Rio de Janeiro. décuplo, cêntuplo.
d) Madri, Itália.
e) Alemanha, Curitiba. Numerais Fracionários: meia, metade, terço, quarto, quinto,
sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, onze avos, doze avos, treze
Respostas: 01-B / 02-B / 03-D / 04-A / avos, catorze avos, quinze avos, dezesseis avos, dezessete avos,
dezoito avos, dezenove avos, vinte avos..., trinta avos..., quarenta
Numeral avos..., cinquenta avos..., sessenta avos..., setenta avos..., oitenta
avos..., noventa avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentési-
Os numerais exprimem quantidade, posição em uma série, mo..., quadringentésimo..., quingentésimo..., sexcentésimo..., sep-
multiplicação e divisão. Daí a sua classificação, respectivamente, tingentésimo..., octingentésimo..., nongentésimo..., milésimo.
em: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.
- Cardinal: indica número, quantidade: um, dois, três, oito, Flexão dos Numerais
vinte, cem, mil;
- Ordinal: indica ordem ou posição: primeiro, segundo, tercei- Gênero
ro, sétimo, centésimo; - os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de du-
- Fracionário: indica uma fração ou divisão: meio, terço,
zentos apresentam flexão de gênero: Um menino e uma menina
quarto, quinto, um doze avos;
foram os vencedores. / Comprei duzentos gramas de presunto e
- Multiplicativo: indica a multiplicação de um número: duplo,
duzentas rosquinhas.
dobro, triplo, quíntuplo.
- os numerais ordinais variam em gênero: Marcela foi a nona
colocada no vestibular.
Os numerais que indicam conjunto de elementos de quan-
- os numerais multiplicativos, quando usados com o valor de
tidade exata são os coletivos: bimestre: período de dois meses;
substantivos, são variáveis: A minha nota é o triplo da sua. (triplo
centenário: período de cem anos; decálogo: conjunto de dez leis;
decúria: período de dez anos; dezena: conjunto de dez coisas; dís- – valor de substantivo)
tico: dois versos; dúzia: conjunto de doze coisas; grosa: conjunto - quando usados com valor de adjetivo, apresentam flexão de
de doze dúzias; lustro: período de cinco anos; milênio: período de gênero: Eu fiz duas apostas triplas na lotofácil. (triplas valor de
mil anos; milhar: conjunto de mil coisas; novena: período de nove adjetivo)
dias; quarentena: período de quarenta dias; quinquênio: período de - os numerais fracionários concordam com os cardinais que
cinco anos; resma: quinhentas folhas de papel; semestre: período indicam o número das partes: Dois terços dos alunos foram con-
de seis meses; septênio: período de sete meses; sexênio: período de templados.
seis anos; terno: conjunto de três coisas; trezena: período de treze - o fracionário meio concorda em gênero e número com o
dias; triênio: período de três anos; trinca: conjunto de três coisas. substantivo no qual se refere: O início do concurso será meio-dia e
meia. (hora) / Usou apenas meias palavras.
Algarismos: Arábicos e Romanos, respectivamente: 1-I, 2-II,
3-III, 4-IV, 5-V, 6-VI, 7-VII, 8-VIII, 9-IX, 10-X, 11-XI, 12-XII, Número
13-XIII, 14-XIV, 15-XV, 16-XVI, 17-XVII, 18-XVIII, 19-XIX, - os numerais cardinais milhão, bilhão, trilhão, e outros, va-
20-XX, 30-XXX, 40-XL, 50-L, 60-LX, 70-LXX, 80-LXXX, 90- riam em número: Venderam um milhão de ingressos para a festa
XC, 100-C, 200-CC, 300-CCC, 400-CD, 500-D, 600-DC, 700- do peão. / Somos 180 milhões de brasileiros.
DCC, 800-DCCC, 900-CM, 1.000-M. - os numerais ordinais variam em número: As segundas colo-
cadas disputarão o campeonato.
Numerais Cardinais: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, - os numerais multiplicativos são invariáveis quando usados
oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze ou quatorze, quinze, de- com valor de substantivo: Minha dívida é o dobro da sua. (valor de
zesseis, dezessete, dezoito, dezenove, vinte..., trinta..., quarenta..., substantivo – invariável)
cinquenta..., sessenta..., setenta..., oitenta..., noventa..., cem..., du- - os numerais multiplicativos variam quando usados como ad-
zentos..., trezentos..., quatrocentos..., quinhentos..., seiscentos..., jetivos: Fizemos duas apostas triplas. (valor de adjetivo – variável)
setecentos..., oitocentos..., novecentos..., mil. - os numerais fracionários variam em número, concordando
com os cardinais que indicam números das partes.

Didatismo e Conhecimento 37
LÍNGUA PORTUGUESA
- Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos equivalem Logo, a letra A está incorreta por está grafado século três,
a 750 ml. quando o correto é século terceiro.

Grau 02. Indique o item em que os numerais estão corretamente


Na linguagem coloquial é comum a flexão de grau dos nume- empregados:
rais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele quarentão é um “gato”! / a) Ao Papa Paulo seis sucedeu João Paulo primeiro.
Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola. b) após o parágrafo nono, virá o parágrafo dez.
c) depois do capítulo sexto, li o capítulo décimo primeiro.
Emprego dos Numerais d) antes do artigo décimo vem o artigo nono.
e) o artigo vigésimo segundo foi revogado.
- para designar séculos, reis, papas, capítulos, cantos (na poe-
sia épica), empregam-se: os ordinais até décimo: João Paulo II Alternativa correta: B
(segundo). Canto X (décimo) / Luís IX (nono); os cardinais para
Está corretamente grafado parágrafo nono e parágrafo dez na
os demais: Papa Bento XVI (dezesseis); Século XXI (vinte e um).
alternativa B, pois os numerais ordinais são de 1 a 9. De 10 em
- se o numeral vier antes do substantivo, usa-se o ordinal. O
diante usamos os cardinais.
XX século foi de descobertas científicas. (vigésimo século)
- com referência ao primeiro dia do mês, usa-se o numeral
ordinal: O pagamento do pessoal será sempre no dia primeiro. Pronome
- na enumeração de leis, decretos, artigos, circulares, portarias
e outros textos oficiais, emprega-se o numeral ordinal até o nono: É a palavra que acompanha ou substitui o nome, relacionan-
O diretor leu pausadamente a portaria 8ª. (portaria oitava) do-o a uma das três pessoas do discurso. As três pessoas do dis-
- emprega-se o numeral cardinal, a partir de dez: O artigo 16 curso são:
não foi justificado. (artigo dezesseis) 1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou emis-
- enumeração de casa, páginas, folhas, textos, apartamentos, sor;
quartos, poltronas, emprega-se o numeral cardinal: Reservei a pol- 2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se fala
trona vinte e oito. / O texto quatro está na página sessenta e cinco. ou receptor;
- se o numeral vier antes do substantivo, emprega-se o ordi- 3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de
nal. Paulo César é adepto da 7ª Arte. (sétima) quem se fala ou referente.
- não se usa o numeral um antes de mil: Mil e duzentos reais
é muito para mim. Dependendo da função de substituir ou acompanhar o nome,
- o artigo e o numeral, antes dos substantivos milhão, milhar o pronome é, respectivamente: pronome substantivo ou pronome
e bilhão, devem concordar no masculino: adjetivo.
- Quando o sujeito da oração é milhões + substantivo feminino Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento,
plural, o particípio ou adjetivo podem concordar, no masculino, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relati-
com milhões, ou com o substantivo, no feminino. Dois milhões de vos.
notas falsas serão resgatados ou serão resgatadas (milhões resgata-
dos / notas resgatadas) Pronomes Pessoais: Os pronomes pessoais dividem-se em:
- os numerais multiplicativos quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo e - retos exercem a função de sujeito da oração: eu, tu, ele, nós,
óctuplo valem como substantivos para designar pessoas nascidas vós, eles:
do mesmo parto: Os sêxtuplos, nascidos em Lucélia, estão reagin- - oblíquos exercem a função de complemento do verbo (ob-
do bem.
jeto direto / objeto indireto) ou as, lhes. - Ela não vai conosco. (ela
- emprega-se, na escrita das horas, o símbolo de cada unidade
pronome reto / vai verbo / conosco complemento nominal. São:
após o numeral que a indica, sem espaço ou ponto: 10h20min –
tônicos com preposição: mim, comigo, ti, contigo,si, consigo, co-
dez horas, vinte minutos.
- não se emprega a conjunção e entre os milhares e as cente- nosco, convosco; átonos sem preposição: me, te, se, o, a, lhe, nos,
nas: mil oitocentos e noventa e seis. Mas 1.200 – mil e duzentos (o vos, os,pronome oblíquo) - Eu dou atenção a ela. (eu pronome reto
número termina numa centena com dois zeros) / dou verbo / atenção nome / ela pronome oblíquo)

Exercícios Saiba mais sobre os Pronomes Pessoais

01. Marque o emprego incorreto do numeral: - Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pes-
a) século III (três) soa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo do
b) página 102 (cento e dois) teatro.
c) 80º (octogésimo) - As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os prono-
d) capítulo XI (onze) mes pessoais do caso reto: Eu vi só ele ontem.
e) X tomo (décimo) - Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pes-
  soa apresentam as formas:
Alternativa correta: A o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral:
O numeral quando for usado para designar Papas, reis, sécu- Encontrei-a sozinha. Vejo-os diariamente.
los, capítulos etc, usam-se: Os ordinais de 1 a 10; Os cardinais de o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z, as-
11 em diante. sumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo, consequentemente, as

Didatismo e Conhecimento 38
LÍNGUA PORTUGUESA
terminações R, S, Z. Preciso pagar ao verdureiro. = pagá-lo; Fiz - Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser
os exercícios a lápis. = Fi-los a lápis. empregados somente como pronomes pessoais reflexivos e funcio-
lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos Eis a prova nam como complementos de um verbo na 3ª pessoa, cujo sujeito
do suborno. = Ei-la; O tempo nos dirá. = no-lo dirá. (eis, nos, vos é também da 3ª pessoa: Nicole levantou-se com elegância e levou
perdem o S) consigo (com ela própria) todos os olhares. (Nicole sujeito, 3ª pes-
no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m, ão, soa/ levantou verbo 3ª pessoa / se complemento 3ª pessoa / levou
õe: Deram-na como vencedora; Põe-nos sobre a mesa. verbo 3ª pessoa / consigo complemento 3ª pessoa)
lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural, - O pronome pessoal oblíquo não funciona como reflexivo se
terminado em S não modificado: Nós entregamoS-lhe a cópia do não se referir ao sujeito: Ela me protegeu do acidente. (ela sujeito
contrato. (o S permanece) 3ª pessoa me complemento 1ª pessoa)
nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural, perde o - Você é segunda ou terceira pessoa? Na estrutura da fala, você
S: Sentamo-nos à mesa para um café rápido. é a pessoa a quem se fala e, portanto, da 2ª pessoa. Por outro lado,
me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos transitivos você, como os demais pronomes de tratamento senhor, senhora,
diretos (TD), têm sentido possessivo, equivalendo a meu, teu, seu, senhorita, dona, pede o verbo na 3ª pessoa, e não na 2ª.
dele, nosso, vosso: Os anos roubaram-lhe a esperança. (sua, dele, - Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de
dela possessivo) objeto indireto, 0I) juntam-se a o, a, os, as (formas de objeto dire-
as formas conosco e convosco são substituídas por: com + to), assim: me+o: mo/+a: ma/+ os: mos/+as: mas: Recebi a carta e
nós, com + vós. seguidos de: ambos, todos, próprios, mesmos, ou- agradeci ao jovem, que me trouxe. nos +o: no-lo / + a: no-la / + os:
tros, numeral: Mariane garantiu que viajaria com nós três. no-los / +as: no-las: Venderíamos a casa, se no-la exigissem. te+ o:
o pronome oblíquo funciona como sujeito com os verbos: dei- to/+ a: ta/+ os: tos/+ as: tas: Deite os meus melhores dias. Dei-tos.
xar, fazer, ouvir, mandar, sentir e ver+verbo no infinitivo. Deixe- lhe+ o: lho/+ a: lha/+ os: lhos/+ as:lhas: Ofereci-lhe flores. Ofere-
me sentir seu perfume. (Deixe que eu sinta seu perfume me sujeito ci-lhes. vos+ o: vo-lo/+ a: vo-la/+ os: vo-los/+ as: vo-las: Pedi-vos
do verbo deixar Mandei-o calar. (= Mandei que ele calasse), o= conselho. Pedi vo-lo.
sujeito do verbo mandar.
os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o nome
No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to, lho,
de pronomes recíprocos quando expressam uma ação mútua ou re-
no-lo, vo-lo), são usadas somente em escritores mais sofisticados.
cíproca: Nós nos encontramos emocionados. (pronome recíproco,
nós mesmos). Nunca diga: Eu se apavorei. / Eu jà se arrumei; Eu
Pronomes de Tratamento: São usados no trato com as pes-
me apavorei. / Eu me arrumei. (certos)
soas. Dependendo da pessoa a quem nos dirigimos, do seu car-
- Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituídos por
go, idade, título, o tratamento será familiar ou cerimonioso: Vossa
mim e ti após preposição: O segredo ficará somente entre mim e ti.
Alteza-V.A.-príncipes, duques; Vossa Eminência-V.Ema-cardeais;
- É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu,
quando funcionarem como Sujeito: Todos pediram para eu rela- Vossa Excelência-V.Ex.a-altas autoridades, presidente, oficiais;
tar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no infinitivo). Vossa Magnificência-V.Mag.a-reitores de universidades; Vossa
Lembre-se de que mim não fala, não escreve, não compra, não Majestade-V.M.-reis, imperadores; Vossa Santidade-V.S.-Papa;
anda. Somente o Tarzã e o Capitão Caverna dizem: mim gosta / Vossa Senhoria-V.Sa-tratamento cerimonioso.
mim tem / mim faz. / mim quer.
- As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas - São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, a
como complemento de verbos transitivos diretos ao passo que as senhorita, dona, você.
formas lhe, lhes são empregadas como complementos de verbos - Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico.
transitivos indiretos; Dona Cecília, querida amiga, chamou-a. Nas comunicações oficiais devem ser utilizados somente dois fe-
(verbo transitivo direto, VTD); Minha saudosa comadre, Nircleia, chos:
obedeceu-lhe. (verbo transitivo indireto,VTI) - Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive para
- É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo a o presidente da República.
gente, substituindo o pronome pessoal nós: A gente deve fazer ca- - Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia ou
ridade com os mais necessitados. de hierarquia inferior.
- Os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas, nós e vós - A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada quando
serão pronomes pessoais oblíquos quando empregados como com- se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não compareceu à
plementos de um verbo e vierem precedidos de preposição. O reunião dos sem-terra? (falando com a pessoa)
conserto da televisão foi feito por ele. (ele= pronome oblíquo) - A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando
- Os pronomes pessoais ele, eles e ela, elas podem se contrair se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajou para um
com as preposições de e em: Não vejo graça nele./ Já frequentei Congresso. (falando a respeito do cardeal)
a casa dela. - Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria,
- Se os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas estiverem Excelência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª pessoa
funcionando como sujeito, e houver uma preposição antes deles, (com quem se fala), exigem que outros pronomes e o verbo sejam
não poderá haver uma contração: Está na hora de ela decidir seu usados na 3ª pessoa. Vossa Excelência sabe que seus ministros o
caminho. (ela sujeito de decidir; sempre com verbo no infinitivo) apoiarão.
- Chamam-se pronomes pessoais reflexivos os pronomes pes-
soais que se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu 1ª Pronomes Possessivos: São os pronomes que indicam posse
pessoa sujeito / me pronome pessoal reflexivo) em relação às pessoas da fala.

Didatismo e Conhecimento 39
LÍNGUA PORTUGUESA
Singular: 1ª pessoa: meu, meus, minha, minhas; 2ª pessoa: - dependendo do contexto, também são considerados prono-
teu, teus, tua, tuas; 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas; mes demonstrativos o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante, tal,
Plural: 1ª pessoa: nosso/os nossa/as, 2ª pessoa: vosso/os vos- equivalendo a aquele, aquela, aquilo. O próprio homem destrói a
sa/as. 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas. natureza; Depois de muito procurar, achei o que queria; O profes-
sor fez a mesma observação; Estranhei semelhante coincidência;
Emprego dos Pronomes Possessivos Tal atitude é inexplicável.
- para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e va-
- O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode provocar, riações) para o elemento que foi referido em 1º lugar e este (e
às vezes, a ambiguidade da frase. João Luís disse que Laurinha variações) para o que foi referido em último lugar. Pais e mães vie-
estava trabalhando em seu consultório. ram à festa de encerramento; aqueles, sérios e orgulhosos, estas,
- O pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir se elegantes e risonhas.
tanto ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No caso, - dependendo do contexto os demonstrativos também servem
usa-se o pronome dele, dela para desfazer a ambiguidade. como palavras de função intensificadora ou depreciativa. Júlia fez
- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações nu- o exercício com aquela calma! (=expressão intensificadora). Não
méricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus trinta anos. se preocupe; aquilo é uma tranqueira! (=expressão depreciativa)
- Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu Ri- - as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de então
cardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma alteração ou nesse momento. A festa estava desanimada; nisso, a orquestra
fonética da palavra senhor atacou um samba é todos caíram na dança.
- Os pronomes possessivos podem ser substantivados: Dê - os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um
lembranças a todos os seus. elemento anteriormente expresso. Ninguém ligou para o incidente,
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concor- mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo.
da com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações.
- Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me, te, Pronomes Indefinidos: São aqueles que se referem à 3ª pes-
lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguir-lhe os passos. soa do discurso de modo vago indefinido, impreciso: Alguém disse
(os seus passos) que Paulo César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são
- Deve-se observar as correlações entre os pronomes pessoais variáveis em gênero e número; outros são invariáveis.
e possessivos. “Sendo hoje o dia do teu aniversário, apresso-me Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo,
em apresentar-te os meus sinceros parabéns; Peço a Deus pela tua vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer.
felicidade; Abraça-te o teu amigo que te preza.” Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem,
- Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando se nada, cada, mais, menos, demais.
trata de parte do corpo. Veja: “Um cavaleiro todo vestido de ne-
gro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada em sua, Emprego dos Pronomes Indefinidos
mão”. (usa-se: no ombro; na mão)
Não sei de pessoa alguma capaz de convencê-lo. (alguma,
Pronomes Demonstrativos: Indicam a posição dos seres de- equivale a nenhum)
signados em relação às pessoas do discurso, situando-os no espaço - Em frases de sentido negativo, nenhum (e variações) equi-
ou no tempo. Apresentam-se em formas variáveis e invariáveis. vale ao pronome indefinido um: Fiquei sabendo que ele não é ne-
nhum ignorante.
- Em relação ao espaço: - O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um
Este (s), esta (s), isto: indicam o ser ou objeto que está próxi- substantivo ou numeral, nunca sozinho: Ganharam cem dólares
mo da pessoa que fala. cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.)
Esse (s), essa (s), isso: indicam o ser ou objeto que está próxi- - Colocados depois do substantivo, os pronomes algum/algu-
mo da pessoa,com quem se fala, que ouve (2ª pessoa) ma ganham sentido negativo. Este ano, funcionário público algum
Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam o ser ou objeto que está terá aumento digno.
longe de quem fala e da pessoa de quem se fala (3ª pessoa) - Colocados antes do substantivo, os pronomes algum/algu-
ma ganham sentido positivo. Devemos sempre ter alguma espe-
- Em relação ao tempo: rança.
Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo presente em relação ao - Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos
momento em que se fala. Este mês termina o prazo das inscrições quando colocados antes do substantivo e adjetivos, quando coloca-
para o vestibular da FAL. dos depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da situação.
Esse (s), essa (s), isso: indicam o tempo passado há pouco ou (antes do substantivo= indefinido); Eles voltarão no dia certo. (de-
o futuro em relação ao momento em se fala. Onde você esteve essa pois do substantivo=adjetivo).
semana toda? - Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a
Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante em qualquer: Todo ser nasce chorando. (=qualquer ser; indetermina,
relação ao momento em que se fala. Bons tempos aqueles em que generaliza).
brincávamos descalços na rua... - Outrem significa outra pessoa: Nunca se sabe o pensamento
de outrem.

Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
- Qualquer, plural quaisquer: Fazemos quaisquer negócios. Exercícios

Locuções Pronominais Indefinidas: São locuções pronomi- Reescreva os períodos abaixo, corrigindo-os quando for o
nais indefinidas duas ou mais palavras que esquiva em ao pronome caso:
indefinido: cada qual / cada um / quem quer que seja / seja quem
for / qualquer um / todo aquele que / um ou outro / tal qual (=certo) 01. “Jamais haverá inimizade entre você e eu “, disse o rapaz
/ tal e, ou qual / lamentando e chorando”.
02. “Venha e traga contigo todo o material que estiver aí!”
Pronomes Relativos: São aqueles que representam, numa 2ª 03. “Ela falou que era para mim comer, e depois, para mim
oração, alguma palavra que já apareceu na oração anterior. Essa sair dali.”
palavra da oração anterior chama-se antecedente: Comprei um 04. Polidamente, mandei eles entrar e, depois, deixei eles sen-
carro que é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe- tar”
se que o pronome relativo que, substitui na 2ª oração, o carro, por 05. “Durante toda a aula os alunos falaram sobre ti e sobre
isso a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por mim.”
o, a, os, as, qual / quais. 06. “Comunico-lhe que, quanto ao livro, deram-no ao profes-
Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e inva- sor.”
riáveis. 07. “Informamo- lhe que tudo estava bem conosco e com
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, eles.”
cujas, quanto, quantos; 08. “Espero que V. Exa. e vossa distinta consorte nos honrem
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde. com vossa visita.
09. “Vossa Majestade, Senhor Rei, sois generoso e bom para
Emprego dos Pronomes Relativos com o vosso povo.”
10. “Ela irá com nós mesmo, disse o homem com voz grave
- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de relati- e solene.
vo universal. Ele pode ser empregado com referência à pessoa ou 11. “Ele falou do lugar onde foi com entusiasmo e saudade ao
coisa, no plural ou no singular: Este é o CD novo que acabei de mesmo tempo”
comprar; João Adolfo é o cara que pedi a Deus. 12. “Você já sabe aonde ela foi com aquele canalha?
- O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome de- 13. “Espero que ele vá ao colégio e leve consigo o livro que
monstrativo o, a, os, as: Não entendi o que você quis dizer. (o que me pertence.
= aquilo que). 14. “Se vier, traga comigo o livro que lhe pedi”
- O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre precedido 15. “Mandaram-no à delegacia para explicar o caso da morte.”
de preposição: Marco Aurélio é o advogado a quem eu me referi. 16. Enviaremos lhe todo o estoque que estiver disponível.
- O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, 17. “Para lhe dizer tudo, eu preciso de muito mais dinheiro.”
de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e o 18. “Ela me disse apenas isto: me deixe passar que eu quero
termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos) morrer.”
19. “Me diga toda a verdade porque, assim as coisas ficam
- O pronome relativo pode vir sem antecedente claro, explí- mais fáceis.”
cito; é classificado, portanto, como relativo indefinido, e não vem 20. “Tenho informado-o sobre todos os pormenores da via-
precedido de preposição: Quem casa quer casa; Feliz o homem gem.”
cujo objetivo é a honestidade; Estas são as pessoas de cujos no- 21. “Mandei-te todo o material de que precisas.”
mes nunca vou me esquecer. 22. “Dir-lhe-ei toda a verdade sobre o caso do roubo do ban-
- Só se usa o relativo cujo quando o consequente é diferente co.”
do antecedente: O escritor cujo livro te falei é paulista. 23. Espero que lhe não digam nada a meu respeito.
- O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois 24. “Haviam-lhe informado que ela só chegaria depois das
de si. três horas.”
- O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a: em 25. “Nesse ano, muitos alunos passarão no vestibular.”
que, no qual: Desconheço o lugar onde vende tudo mais barato. (= 26. “Corria o ano de 1964. Neste ano houve uma revolução
lugar em que) no Brasil.”
- Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados de- 27. “Estes alunos que estão aqui podem sair, aqueles irão de-
pois de tudo, todos, tanto: Naquele momento, a querida comadre pois.”
Naldete, falou tudo quanto sabia. 28. “Os livros cujas páginas estiverem rasgadas serão devol-
vidos.’
Pronomes Interrogativos: São os pronomes em frases inter- 29. “Apalpei-lhe as pernas que se deixavam entrever pela saia
rogativas diretas ou indiretas. Os principais interrogativos são: rasgada.”
que, quem, qual, quanto:
Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade? (interrogativa 30. “Agora, pegue a tua caneta e comece a substituir, abaixo
direta, com o ponto de interrogação) os complementos grifados pelo pronome oblíquo correspondente:
- Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade. (in- a) Mandamos o filho ao colégio.
terrogativa indireta, sem a interrogação) b) Enviamos à menina um telegrama

Didatismo e Conhecimento 41
LÍNGUA PORTUGUESA
c) Informaram os meninos sobre a menina. 13 ...
d) Fez o exercício corretamente. 14 ... traga consigo.
e) Diremos aos professores toda a verdade. 15 ...
f) Ela nunca obedece aos superiores. 16 ... enviar-lhe-emos
g) Ontem, ela viu você com outra. 17 ...
h) Chamei a amiga para a festa. 18 ...deixe-me passar
19. Diga-me ...
31. Indique quando, na segunda frase, ocorre a substituição 20. Tenho- o...
errada das palavras destacadas na primeira, por um pronome: 21. Mandar- te- ei
a) O gerente chamou os empregados. 22 ...
O gerente chamou-os 23 ...
b) Quero muito a meu irmão. 24 ...
Quero-lhe muito. 25 ... neste ano
c) Perdoei sua falta por duas vezes. 26 ...
Perdoei-lhe por duas vezes 27 ...
d) Tentei convencer o diretor de que a solução não seria justa 28 ...
Tentei convencê-lo de que a solução não seria justa. 29 ...
e) A proposta não agradou aos jovens 30.
A proposta não lhe agradou. a) Mandamos-o...
32. Numa das frases, está usado indevidamente um pronome b) Enviamos-lhe...
de tratamento. Assinale-a: c) Informaram-nos
a) Os Reitores das Universidades recebem o título de Vossa d) Fê-lo
Magnificência. e) Dir-lhes-emos
b) Senhor Deputado, peço a Vossa Excelência que conclua a f) Ela nunca lhes obedece
sua oração. g) ...ela o viu...
c) Sua Eminência, o Papa Paulo VI, assistiu à solenidade. h) Chamei-a ...
d) Procurei a chefe da repartição, mas Sua Senhoria se recu- 31-A / 32-C /
sou a ouvir minhas explicações.
33-A
33. Em “O que estranhei é que as substâncias eram transferi-
das........! Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase,
a) artigo - expletivo sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a palavra que não
b) pronome pessoal - pronome relativo exerce função sintática; como o próprio nome indica, é usada ape-
c) pronome demonstrativo - integrante nas para dar realce. Como partícula expletiva, aparece também na
d) pronome demonstrativo - expletivo expressão é que. Exemplo:
e) artigo - pronome relativo
- Quase que não consigo chegar a tempo.
34. Em “Todo sistema coordenado é...........”. “Mas o propó- - Elas é que conseguiram chegar.
sito de toda teoria física é.......”. As palavras destacadas são.... e
significam, respectivamente: Como Pronome, a palavra que pode ser:
a) pronomes substantivos indefinidos qualquer e qualquer
b) pronomes adjetivos indefinidos qualquer e inteiro - Pronome Relativo: retoma um termo da oração antecedente,
c) pronomes adjetivos demonstrativos inteiro e cada um projetando-o na oração consequente. Equivale a o qual e flexões.
d) pronomes adjetivos indefinidos inteiro e qualquer Exemplo: Não encontramos as pessoas que saíram.
e) pronomes adjetivos indefinidos qualquer e qualquer.
- Pronome Indefinido: nesse caso, pode funcionar como pro-
Respostas: nome substantivo ou pronome adjetivo.
01 .... entre você e mim.
02 ...Traga consigo... - Pronome Substantivo: equivale a que coisa. Quando for
03 ....para eu comer... para eu sair pronome substantivo, a palavra que exercerá as funções próprias
04 ... mandei-os entrar ... deixei-os sair do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc.). Exem-
05 ...sobre ele... plo: Que aconteceu com você?
06 ...
07 ...bem com nós - Pronome Adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso,
08 ...sua distinta ... com sua visita exerce a função sintática de adjunto adnominal. Exemplo: Que
09 ...é generoso e ...seu povo... vida é essa?
10 ...
11 ... aonde 34-D
12 ...

Didatismo e Conhecimento 42
LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo - Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma di-
ferente da fala culta, exigida pela gramática oficial, ou seja, tu foi,
Verbo é a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da tu pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens. O pronome
natureza, estado, mudança de estado. Flexiona-se em número (sin- vós aparece somente em textos literários ou bíblicos. Os prono-
gular e plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), modo (indi- mes: você, vocês, que levam o verbo na 3ª pessoa, é o mais usado
cativo, subjuntivo e imperativo, formas nominais: gerúndio, infi- no Brasil.
nitivo e particípio), tempo (presente, passado e futuro) e apresenta - Flexão de tempo e de modo – os tempos situam o fato ou a
voz (ativa, passiva, reflexiva). De acordo com a vogal temática, os ação verbal dentro de determinado momento; pode estar em plena
verbos estão agrupados em três conjugações: ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três possibilidades
básicas, mas não únicas, são: presente, pretérito, futuro.
1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.
2ª conjugação – er: beber, correr, entreter. O modo indica as diversas atitudes do falante com relação ao
3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir. fato que enuncia. São três os modos:
- Modo Indicativo: a atitude do falante é de certeza, precisão:
O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor, compor, o fato é ou foi uma realidade; Apresenta presente, pretérito perfei-
impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua origem latina poer. to, imperfeito e mais que perfeito, futuro do presente e futuro do
Elementos Estruturais do Verbo: As formas verbais apresen- pretérito.
tam três elementos em sua estrutura: Radical, Vogal Temática e - Modo Subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de dú-
Tema. vida, exprime uma possibilidade; O subjuntivo expressa uma in-
certeza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta presente, preté-
Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o signi- rito imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, Lourdes; Se tivesse
ficado essencial do verbo. Observe as formas verbais da 1ª conju- dinheiro compraria um carro zero; Quando o vir, dê lembranças
gação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses verbos, nota-se minhas.
que há uma parte que não muda, e que nela está o significado real - Modo Imperativo: a atitude do falante é de ordem, um dese-
do verbo. jo, uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um pedido,
cont é o radical do verbo contar; uma súplica. Apresenta imperativo afirmativo e imperativo nega-
esper é o radical do verbo esperar; tivo
brinc é o radical do verbo brincar.
Emprego dos Tempos do Indicativo
Se tiramos as terminações ar, er, ir do infinitivo dos verbos,
teremos o radical desses verbos. Também podemos antepor prefi- - Presente do Indicativo: Para enunciar um fato momentâneo.
xos ao radical: des nutr ir / re conduz ir. Ex: Estou feliz hoje. Para expressar um fato que ocorre com fre-
quência. Ex: Eu almoço todos os dias na casa de minha mãe. Na
Vogal Temática: é o elemento mórfico que designa a qual con- indicação de ações ou estados permanentes, verdades universais.
jugação pertence o verbo. Há três vogais temáticas: 1ª conjugação: Ex: A água é incolor, inodora, insípida.
a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i. - Pretérito Imperfeito: Para expressar um fato passado, não
Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogal te- concluído. Ex: Nós comíamos pastel na feira; Eu cantava muito
mática: contar: -cont (radical) + a (vogal temática) = tema. Se bem.
não houver a vogal temática, o tema será apenas o radical: contei - Pretérito Perfeito: É usado na indicação de um fato passado
= cont ei. concluído. Ex: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi...
- Pretérito Mais-Que-Perfeito: Expressa um fato passado
Desinências: são elementos que se juntam ao radical, ou ao anterior a outro acontecimento passado. Ex: Nós cantáramos no
tema, para indicar as flexões de modo e tempo, desinências modo congresso de música.
temporais e número pessoa, desinências número pessoais. - Futuro do Presente: Na indicação de um fato realizado num
instante posterior ao que se fala. Ex: Cantarei domingo no coro da
Contávamos igreja matriz.
Cont = radical - Futuro do Pretérito: Para expressar um acontecimento pos-
a = vogal temática terior a um outro acontecimento passado. Ex: Compraria um car-
va = desinência modo temporal ro se tivesse dinheiro
mos = desinência número pessoal
1ª conjugação: -AR
Flexões Verbais: Flexão de número e de pessoa: o verbo varia
para indicar o número e a pessoa. Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais, dançam.
- eu estudo – 1ª pessoa do singular; Pretérito Perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos, dan-
- nós estudamos – 1ª pessoa do plural; çastes, dançaram.
- tu estudas – 2ª pessoa do singular; Pretérito Imperfeito: dançava, dançavas, dançava, dançáva-
- vós estudais – 2ª pessoa do singular; mos, dançáveis, dançavam.
- ele estuda – 3ª pessoa do singular; Pretérito Mais-Que-perfeito: dançara, dançaras, dançara,
- eles estudam – 3ª pessoa do plural. dançáramos, dançáreis, dançaram.

Didatismo e Conhecimento 43
LÍNGUA PORTUGUESA
Futuro do Presente: dançarei, dançarás, dançará, dançare- Pretérito Imperfeito: se eu comesse, se tu comesses, se ele
mos, dançareis, dançarão. comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles comessem.
Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria, dançaría- Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele co-
mos, dançaríeis, dançariam. mer, quando nós comermos, quando vós comerdes, quando eles
comerem.
2ª Conjugação: -ER
3ª conjugação – IR
Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem.
Pretérito Perfeito: comi, comeste, comeu, comemos, comes- Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que nós
tes, comeram. partamos, que vós partais, que eles partam.
Pretérito Imperfeito: comia, comias, comia, comíamos, co- Pretérito Imperfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele
míeis, comiam. partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles partissem.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: comera, comeras, comera,
Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele par-
comêramos, comêreis, comeram.
tir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, quando eles par-
Futuro do Presente: comerei, comerás, comerá, comeremos,
tirem.
comereis, comerão.
Emprego do Imperativo
Futuro do Pretérito: comeria, comerias, comeria, comería-
mos, comeríeis, comeriam.
Imperativo Afirmativo:
3ª Conjugação: -IR - Não apresenta a primeira pessoa do singular.
- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do
Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem. subjuntivo.
Pretérito Perfeito: parti, partiste, partiu, partimos, partistes, - O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o “s”.
partiram. - O restante é cópia fiel do presente do subjuntivo.
Pretérito Imperfeito: partia, partias, partia, partíamos, par-
tíeis, partiam. Presente do Indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós ama-
Pretérito Mais-Que-Perfeito: partira, partiras, partira, partí- mos, vós amais, eles amam.
ramos, partíreis, partiram. Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele
Futuro do Presente: partirei, partirás, partirá, partiremos, ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
partireis, partirão. Imperativo afirmativo: (X), ama tu, ame você, amemos nós,
Futuro do Pretérito: partiria, partirias, partiria, partiríamos, amai vós, amem vocês.
partiríeis, partiriam.
Imperativo Negativo:
Emprego dos Tempos do Subjuntivo - É formado através do presente do subjuntivo sem a primeira
pessoa do singular.
Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou duvi- - Não retira os “s” do tu e do vós.
doso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição: Duvido de que Presente do Subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele
apurem os fatos; Que surjam novos e honestos políticos. ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma condi- Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, não
ção ou hipótese: Se recebesse o prêmio, voltaria à universidade. amemos nós, não ameis vós, não amem vocês.
Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético, pode
ou não acontecer. Quando/Se você fizer o trabalho, será generosa-
Além dos três modos citados, os verbos apresentam ainda as
mente gratificado.
formas nominais: infinitivo – impessoal e pessoal, gerúndio e par-
ticípio.
1ª Conjugação –AR

Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que nós Infinitivo Impessoal: Exprime a significação do verbo de
dancemos, que vós danceis, que eles dancem. modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
Pretérito Imperfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se ele tivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta); É indispensável
dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se eles danças- combater a corrupção. (= combate à)
sem. O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma
Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: É preciso
dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, quando ler este livro; Era preciso ter lido este livro.
eles dançarem. Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso
significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, não re-
2ª Conjugação -ER lacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, con-
sidera-se apenas o processo verbal. Por exemplo: Amar é sofrer; O
Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que nós infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e
comamos, que vós comais, que eles comam. pessoa.

Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pes- - Pediu para Carlos entrar (errado),
soas do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo impes- - Pediu para que Carlos entrasse (errado).
soal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas do dis- - Pediu que Carlos entrasse (correto).
curso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase). Por
exemplo: Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa); Para Quando a preposição “para” estiver regendo um verbo, como
ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa) na oração “Este trabalho é para eu fazer”, pede-se o emprego do
As regras que orientam o emprego da forma variável ou inva- pronome pessoal “eu”, que se revela, neste caso, como sujeito. Ou-
riável do infinitivo não são todas perfeitamente definidas. Por ser tros exemplos:
o infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo pessoal - Aquele exercício era para eu corrigir.
mais preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre - Esta salada é para eu comer?
que for necessário dar à frase maior clareza ou ênfase. - Ela me deu um relógio para eu consertar.

O Infinitivo Impessoal é usado: Em orações como “Esta carta é para mim!”, a preposição está
ligada somente ao pronome, que deve se apresentar oblíquo tônico.
- Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir Infinitivo Pessoal: É o infinitivo relacionado às três pessoas
a um sujeito determinado; Por exemplo: Querer é poder; Fumar do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinên-
prejudica a saúde; É proibido colar cartazes neste muro. cias, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexio-
- Quando tiver o valor de Imperativo; Por exemplo: Soldados, na-se da seguinte maneira:
marchar! (= Marchai!)
- Quando é regido de preposição e funciona como comple- 2ª pessoa do singular: Radical + ES. Ex.: teres (tu)
mento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior; 1ª pessoa do plural: Radical + mos. Ex.: termos (nós)
Por exemplo: Eles não têm o direito de gritar assim; As meninas 2ª pessoa do plural: Radical + dês. Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + em. Ex.: terem (eles)
foram impedidas de participar do jogo; Eu os convenci a aceitar.
No entanto, na voz passiva dos verbos “contentar”, “tomar”
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa co-
e “ouvir”, por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser fle-
locação.
xionado. Por exemplo: Eram pessoas difíceis de serem contenta-
das; Aqueles remédios são ruins de serem tomados; Os CDs que
Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso
você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.
significa que ele atribui um agente ao processo verbal, flexionan-
do-se.
Nas locuções verbais; Por exemplo:
- Queremos acordar bem cedo amanhã. O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:
- Eles não podiam reclamar do colégio.
- Vamos pensar no seu caso. - Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso; Por
exemplo: Se tu não perceberes isto...; Convém vocês irem primei-
Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração ro; O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial,
anterior; Por exemplo: sujeito implícito = nós).
- Eles foram condenados a pagar pesadas multas. - Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal;
- Devemos sorrir ao invés de chorar. Por exemplo: O professor deu um prazo de cinco dias para os alu-
- Tenho ainda alguns livros por (para) publicar. nos estudarem bastante para a prova; Perdôo-te por me traíres; O
hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade; O guarda
Quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou es- fez sinal para os motoristas pararem.
tiver distante do verbo da oração principal (verbo regente), pode - Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na tercei-
ser flexionado para melhor clareza do período e também para se ra pessoa do plural); Por exemplo: Faço isso para não me acharem
enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Por exemplo: inútil; Temos de agir assim para nos promoverem; Ela não sai
- Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos. sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.
- Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem fute-
bol. - Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação;
- Para estudarmos, estaremos sempre dispostos. Por exemplo: Vi os alunos abraçarem-se alegremente; Fizemos os
- Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas adversários cumprimentarem-se com gentileza; Mandei as meni-
crianças. nas olharem-se no espelho.

Com os verbos causativos “deixar”, “mandar” e “fazer” e seus Como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é
sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que os feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação ex-
segue; Por exemplo: Deixei-os sair cedo hoje. pressa pelo verbo.
Com os verbos sensitivos “ver”, “ouvir”, “sentir” e sinôni-
mos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão. Por exemplo: - Se o infinitivo de um verbo for escrito com “j”, esse “j” apa-
Vi-os entrar atrasados; Ouvi-as dizer que não iriam à festa. recerá em todas as outras formas. Por exemplo:
Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão,
É inadequado o emprego da preposição “para” antes dos ob- enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que o substantivo ferrugem
jetos diretos de verbos como “pedir”, “dizer”, “falar” e sinônimos; é grafado com “g”.).

Didatismo e Conhecimento 45
LÍNGUA PORTUGUESA
Viajar: viajou, viajaria, viajem (3ª pessoa do plural do presen- Modo Indicativo
te do subjuntivo, não confundir com o substantivo viagem) viaja- Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são.
rão, viajasses, etc. Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos, vós
- Quando o verbo tem o infinitivo com “g”, como em “dirigir” éreis, eles eram.
e “agir” este “g” deverá ser trocado por um “j” apenas na primeira Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós fo-
pessoa do presente do indicativo. Por exemplo: eu dirijo/ eu ajo mos, vós fostes, eles foram.
- O verbo “parecer” pode relacionar-se de duas maneiras dis- Pretérito Perfeito Composto: tenho sido.
tintas com o infinitivo. Quando “parecer” é verbo auxiliar de um Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós
outro verbo: Elas parecem mentir. Elas parece mentirem. Neste fôramos, vós fôreis, eles foram.
exemplo ocorre, na verdade, um período composto. “Parece” é o Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido.
verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordina- Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria, nós
da substantiva subjetiva reduzida de infinitivo “elas mentirem”. seríamos, vós seríeis, eles seriam.
Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração “Pa- Futuro do Pretérito Composto: teria sido.
rece que elas mentem.” Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos,
Gerúndio: O gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ad- vós sereis, eles serão.
vérbio. Por exemplo: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. Futuro do Presente Composto: Terei sido.
(função de advérbio); Nas ruas, havia crianças vendendo doces.
(função adjetivo) Modo Subjuntivo
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós seja-
forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: Trabalhan- mos, que vós sejais, que eles sejam.
do, aprenderás o valor do dinheiro; Tendo trabalhado, aprendeu o Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se
valor do dinheiro. nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido.
Particípio: Quando não é empregado na formação dos tempos Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma ação for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exem- Futuro Composto: tiver sido.
plo: Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o par-
ticípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, Modo Imperativo
assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal). Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede
Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para representar a escola. vós, sejam eles.
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos
1ª Conjugação –AR nós, não sejais vós, não sejam eles.
Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por
Infinitivo Impessoal: dançar. sermos nós, por serdes vós, por serem eles.
Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu; dançar ele, dançar-
mos nós, dançardes vós, dançarem eles. Formas Nominais
Gerúndio: dançando. Infinitivo: ser
Particípio: dançado. Gerúndio: sendo
Particípio: sido
2ª Conjugação –ER
Estar
Infinitivo Impessoal: comer.
Infinitivo pessoal: comer eu, comeres tu, comer ele, comer- Modo Indicativo
mos nós, comerdes vós, comerem eles. Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais,
Gerúndio: comendo. eles estão.
Particípio: comido. Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós
estávamos, vós estáveis, eles estavam.
3ª Conjugação –IR Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele esteve,
nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram.
Infinitivo Impessoal: partir. Pretérito Perfeito Composto: tenho estado.
Infinitivo pessoal: partir eu, partires tu, partir ele, partirmos Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu estive-
nós, partirdes vós, partirem eles. ras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles estiveram.
Gerúndio: partindo. Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado
Particípio: partido. Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele estará,
nós estaremos, vós estareis, eles estarão.
Verbos Auxiliares: Ser, Estar, Ter, Haver Futuro do Presente Composto: terei estado.
Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele esta-
Ser ria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam.
Futuro do Pretérito Composto: teria estado.

Didatismo e Conhecimento 46
LÍNGUA PORTUGUESA
Modo Subjuntivo Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não te-
Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que nós nhamos nós, não tenhais vós, não tenham eles.
estejamos, que vós estejais, que eles estejam. Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se ele termos nós, por terdes vós, por terem eles.
estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles estives-
sem. Formas Nominais
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado Infinitivo: ter
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres, Gerúndio: tendo
quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós estiverdes, Particípio: tido
quando eles estiverem.
Futuro Composto: Tiver estado. Haver

Modo Imperativo Modo Indicativo


Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, es- Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles
tai vós, estejam eles. hão.
Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não este- Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós ha-
jamos nós, não estejais vós, não estejam eles. víamos, vós havíeis, eles haviam.
Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele, Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele houve,
por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles. nós houvemos, vós houvestes, eles houveram.
Pretérito Perfeito Composto: tenho havido.
Formas Nominais Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu houvera, tu houve-
Infinitivo: estar ras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles houveram.
Gerúndio: estando Pretérito Mais-que-Prefeito Composto: tinha havido.
Particípio: estado
Futuro do Presente Simples: eu haverei, tu haverás, ele ha-
verá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão.
Ter
Futuro do Presente Composto: terei havido.
Futuro do Pretérito Simples: eu haveria, tu haverias, ele ha-
Modo Indicativo
veria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam.
Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes,
Futuro do Pretérito Composto: teria havido.
eles têm.
Modo Subjuntivo
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós tínha-
Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós ha-
mos, vós tínheis, eles tinham.
Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós jamos, que vós hajais, que eles hajam.
tivemos, vós tivestes, eles tiveram. Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se ele
Pretérito Perfeito Composto: tenho tido. houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles houves-
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras, sem.
ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram. Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse havido.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido. Futuro Simples: quando eu houver, quando tu houveres,
Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós houver-
teremos, vós tereis, eles terão. des, quando eles houverem.
Futuro Composto: tiver havido.
Futuro do Presente: terei tido.
Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria, nós Modo Imperativo
teríamos, vós teríeis, eles teriam. Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós,
Futuro do Pretérito composto: teria tido. hajam eles.
Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não hajamos
Modo Subjuntivo nós, não hajais vós, não hajam eles.
Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que nós Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver ele,
tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham. por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles.
Pretérito Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele ti-
vesse, se nós tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem. Formas Nominais
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse tido. Infinitivo: haver
Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele tiver, Gerúndio: havendo
quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles tiverem. Particípio: havido
Futuro Composto: tiver tido.
Verbos Regulares: Não sofrem modificação no radical duran-
Modo Imperativo te toda conjugação (em todos os modos) e as desinências seguem
Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós, ten- as do verbo paradigma (verbo modelo)
de vós, tenham eles.

Didatismo e Conhecimento 47
LÍNGUA PORTUGUESA
Amar: (radical: am) Amo, Amei, Amava, Amara, Amarei, Verbos Abundantes: “São os verbos que têm duas ou mais
Amaria, Ame, Amasse, Amar. formas equivalentes, geralmente de particípio.” (Sacconi)
Comer: (radical: com) Como, Comi, Comia, Comera, Come-
rei, Comeria, Coma, Comesse, Comer. Infinitivo: Aceitar, Anexar, Acender, Desenvolver, Emergir,
Partir: (radical: part) Parto, Parti, Partia, Partira, Partirei, Par- Expelir.
tiria, Parta, Partisse, Partir. Particípio Regular: Aceitado, Anexado, Acendido, Desenvol-
vido, Emergido, Expelido.
Verbos Irregulares: São os verbos que sofrem modificações Particípio Irregular: Aceito, Anexo, Aceso, Desenvolto,
no radical ou em suas desinências.
Emerso, Expulso.
Dar: dou, dava, dei, dera, darei, daria, dê, desse, der
Caber: caibo, cabia, coube, coubera, caberei, caberia, caiba, Tempos Compostos: São formados por locuções verbais que
coubesse, couber. têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal, qual-
Agredir: agrido, agredia, agredi, agredira, agredirei, agrediria, quer verbo no particípio. São eles:
agrida, agredisse, agredir. - Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: É a formação de
locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indi-
Anômalos: São aqueles que têm uma anomalia no radical. cativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido
Ser, Ir com frequência ultimamente. Por exemplo: Eu tenho estudado de-
Ir mais ultimamente.
- Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação
Modo Indicativo de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do
Presente: eu vou, tu vais, ele vai, nós vamos, vós ides, eles Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que
vão. algo já tenha ocorrido. Por exemplo: Espero que você tenha estu-
Pretérito Imperfeito: eu ia, tu ias, ele ia, nós íamos, vós íeis, dado o suficiente, para conseguir a aprovação.
eles iam. - Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Indicativo: É a
Pretérito Perfeito: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Preté-
fostes, eles foram. rito Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio, tendo o
Pretérito Mais-que-Perfeito: eu fora, tu foras, ele fora, nós
mesmo valor que o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo sim-
fôramos, vós fôreis, eles foram.
ples. Por exemplo: Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci
Futuro do Presente: eu irei, tu irás, ele irá, nós iremos, vós
ireis, eles irão. Magali.
Futuro do Pretérito: eu iria, tu irias, ele iria, nós iríamos, vós - Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo: É a
iríeis, eles iriam. formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Preté-
rito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo
Modo Subjuntivo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples.
Presente: que eu vá, que tu vás, que ele vá, que nós vamos, Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mu-
que vós vades, que eles vão. dado de cidade. Perceba que todas as frases remetem a ação obri-
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se gatoriamente para o passado. A frase Se eu estudasse, aprenderia
nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem. é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria apren-
Futuro: quando eu for, quando tu fores, quando ele for, quan- dido.
do nós formos, quando vós fordes, quando eles forem. - Futuro do Presente Composto do Indicativo: É a formação
de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pre-
Modo Imperativo sente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o
Imperativo Afirmativo: vai tu, vá ele, vamos nós, ide vós, mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo. Por
vão eles. exemplo: Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.
Imperativo Negativo: não vás tu, não vá ele, não vamos nós, - Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: É a formação
não vades vós, não vão eles.
de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pre-
Infinitivo Pessoal: ir eu, ires tu, ir ele, irmos nós, irdes vós,
térito simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o
irem eles.
mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo. Por
Formas Nominais: exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado
Infinitivo: ir de cidade.
Gerúndio: indo - Futuro Composto do Subjuntivo: É a formação de locução
Particípio: ido verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo sim-
ples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro
Verbos Defectivos: São aqueles que possuem um defeito. Não do Subjuntivo simples. Por exemplo: Quando você tiver terminado
têm todos os modos, tempos ou pessoas. sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km. Veja os exemplos:
Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.
Verbo Pronominal: É aquele que é conjugado com o prono- Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Ma-
me oblíquo. Ex: Eu me despedi de mamãe e parti sem olhar para nuel.
o passado.

Didatismo e Conhecimento 48
LÍNGUA PORTUGUESA
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as a) procurais, ver-vos, vosso
frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei “você” praticar b) procura, vê-la, seu
a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro c) procura, vê-lo, vosso
praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio “já”. Assim, observe d) procurais, vê-la, vosso
que o mesmo ocorre nas frases a seguir: e) procurais, ver-vos, seu
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a 06. Assinale a única alternativa que contém erro na passagem
Manuel. da forma verbal, do imperativo afirmativo para o imperativo ne-
gativo:
- Infinitivo Pessoal Composto: É a formação de locução ver- a) parti vós - não partais vós
bal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e b) amai vós - não ameis vós
o principal no particípio, indicando ação passada em relação ao c) sede vós - não sejais vós
momento da fala. Por exemplo: Para você ter comprado esse carro, d) ide vós - não vais vós
necessitou de muito dinheiro e) perdei vós - não percais vós
Exercícios 07. Vi, mas não ............; o policial viu, e também não ............,
01. Assinale o período em que aparece forma verbal incorreta- dois agentes secretos viram, e não ............ Se todos nós ............ ,
mente empregada em relação à norma culta da língua: talvez .......... tantas mortes.
a) Se o compadre trouxesse a rabeca, a gente do ofício ficaria a) intervir - interviu - tivéssemos intervido - teríamos evitado
exultante. b) me precavi - se precaveio - se precaveram - nos precavísse-
b) Quando verem o Leonardo, ficarão surpresos com os trajes mos - não teria havido
que usava. c) me contive - se conteve - contiveram - houvéssemos conti-
c) Leonardo propusera que se dançasse o minuete da corte. do - tivéssemos impedido
d) Se o Leonardo quiser, a festa terá ares aristocráticos. d) me precavi - se precaveu - precaviram - precavêssemo-nos
e) O Leonardo não interveio na decisão da escolha do padri- não houvesse
e) intervim - interveio - intervieram - tivéssemos intervindo -
nho do filho.
houvéssemos evitado
02. ....... em ti; mas nem sempre ....... dos outros.
08. Assinale a alternativa em que uma forma verbal foi empre-
a) Creias – duvidas
gada incorretamente:
b) Crê – duvidas
a) O superior interveio na discussão, evitando a briga.
c) Creias – duvida
b) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será absol-
d) Creia – duvide
vido.
e) Crê - duvides
c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida.
d) Quando você vir Campinas, ficará extasiado.
03. Assinale a frase em que há erro de conjugação verbal: e) Ele trará o filho, se vier a São Paulo.
a) Os esportes entretêm a quem os pratica.
b) Ele antevira o desastre. 09. Assinale a alternativa incorreta quanto à forma verbal:
c) Só ficarei tranquilo, quando vir o resultado. a) Ele reouve os objetos apreendidos pelo fiscal.
d) Eles se desavinham frequentemente. b) Se advierem dificuldades, confia em Deus.
e) Ainda hoje requero o atestado de bons antecedentes. c) Se você o vir, diga-lhe que o advogado reteve os documen-
tos.
04. Dê, na ordem em que aparecem nesta questão, as seguintes d) Eu não intervi na contenda porque não pude.
formas verbais: e) Por não se cumprirem as cláusulas propostas, as partes de-
advertir - no imperativo afirmativo, segunda pessoa do plural savieram-se e requereram rescisão do contrato.
compor - no futuro do subjuntivo, segunda pessoa do plural
rever - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do plural 10. Indique a incorreta:
prover - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do singular a) Estão isentados das sanções legais os citados no artigo 6º.
b) Estão suspensas as decisões relativas ao parágrafo 3º do
a) adverti, componhais, revês, provistes artigo 2º.
b) adverti, compordes, revestes, provistes c) Fica revogado o ato que havia extinguido a obrigatoriedade
c) adverte, compondes, reveis, proviste de apresentação dos documentos mencionados.
d) adverti, compuserdes, revistes, proveste d) Os pareceres que forem incursos na Resolução anterior são
e) n.d.a de responsabilidade do Governo Federal.
e) Todas estão incorretas.
05. “Eu não sou o homem que tu procuras, mas desejava
ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato.” Se o pronome Respostas: 01-B / 02-E / 03-E / 04-D / 05-B / 06-D / 07-E /
tu fosse substituído por Vossa Excelência, em lugar das palavras 08-B / 09-D / 10-A /
destacadas no texto acima transcrito teríamos, respectivamente, as
seguintes formas:

Didatismo e Conhecimento 49
LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbio Analítico - mais, muito, pouco,menos: O candidato defendeu-
se muito mal.
Advérbio é a palavra invariável que modifica um verbo (Che- Sintético - íssimo, érrimo: Localizei-o rapidíssimo.
gou cedo), um outro advérbio (Falou muito bem), um adjetivo (Es-
tava muito bonita). De acordo com a circunstância que exprime, o Palavras e Locuções Denotativas: São palavras semelhantes
advérbio pode ser de: a advérbios e que não possuem classificação especial. Não se en-
quadram em nenhuma das dez classes de palavras. São chamadas
Tempo: ainda, agora, antigamente, antes, amiúde (=sempre), de denotativas e exprimem:
amanhã, breve, brevemente, cedo, diariamente, depois, depressa,
hoje, imediatamente, já, lentamente, logo, novamente, outrora. Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem: Ainda bem
Lugar: aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além, que você veio.
algures (=em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar), Designação, Indicação: eis: Eis aqui o herói da turma.
aquém,dentro, defronte, fora, longe, perto. Exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão, se-
Modo: assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ), deva- quer: Não me disse sequer uma palavra de amor.
gar, mal, melhor pior, e a maior parte dos advérbios que termina Inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso,
em mente: calmamente, suavemente, rapidamente, tristemente. de mais a mais: Também há flores no céu.
Afirmação: certamente, decerto, deveras, efetivamente, real- Limitação: só, apenas, somente, unicamente: Só Deus é per-
mente, sim, seguramente. feito.
Negação: absolutamente, de modo algum, de jeito nenhum, Realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo: Sei lá o que ele quis
nem, não, tampouco (=também não). dizer!
Intensidade: apenas, assaz bastante bastante, bem, de- Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes: Irei à Bahia na
mais,mais, meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco. próxima semana, ou melhor, no próximo mês.
Dúvida: acaso, eventualmente, por ventura, quiçá, possivel- Explicação: por exemplo, a saber: Você, por exemplo, tem
mente, talvez. bom caráter.

Advérbios Interrogativos: São empregados em orações in- Emprego do Advérbio


terrogativas diretas ou indiretas. Podem exprimir: lugar, tempo,
modo, ou causa. - Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do
Onde fica o Clube das Acácias ? (direta) sufixo diminutivo dando aos advérbios o valor de superlativo sin-
Preciso saber onde fica o Clube das Acássias.(indireta) tético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho, depressinha, ra-
Quando minha amiga Delma chegará de Campinas? (direta) pidinho (bem rápido): Rapidinho chegou a casa; Moro pertinho da
Gostaria de saber quando minha amiga Delma chegará de universidade.
Campinas. (indireta) - Frequentemente empregamos adjetivos com valor de advér-
bio: A cerveja que desce redondo. (redondamente)
Locuçoes Adverbiais: São duas ou mais palavras que têm o - Bastante antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai
valor de advérbio: às cegas, às claras, às toa, às pressas, às escon- para o plural; equivale a muito / a: Aquelas jovens são bastante
didas, à noite, à tarde, às vezes, ao acaso, de repente, de chofre, simpáticas e gentis.
de cor, de improviso, de propósito, de viva voz, de medo, com - Bastante, antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai para
certeza, por perto, por um triz, de vez em quando, sem dúvida, de o plural, equivale a muitos / as: Contei bastantes estrelas no céu.
forma alguma, em vão, por certo, à esquerda, à direta, a pé, a esmo, - Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau (ad-
por ali, a distância. jetivo, oposto de bom): Mal cheguei a casa, encontrei a de mau
De repente o dia se fez noite. humor.
Por um triz eu não me denunciei. - Antes de verbo no particípio, diz-se mais bem, mais mal:
Sem dúvida você é o melhor. Ficamos mais bem informados depois do noticiário noturmo.
- Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não se
Graus dos Advérbios: o advérbio não vai para o plural, são fazem professores como antigamente. (=não se fazem mais)
palavras invariáveis, mas alguns admitem a flexão de grau: com- - Na locução adverbial a olhos vistos (=claramente), o particí-
parativo e superlativo. pio permanece no masculino plural: Minha irmã Zuleide emagre-
cia a olhos vistos.
Comparativo de: - Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no
Igualdade - tão + advérbio + quanto, como: Sou tão feliz último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a todos.
quanto / como você. - A repetição de um mesmo advérbio assume o valor superla-
Superioridade - Analítico: mais do que: Raquel é mais ele- tivo: Levantei cedo, cedo.
gante do que eu.
- Sintético: melhor, pior que: Amanhã será melhor do que Exercícios
hoje.
Inferioridade - menos do que: Falei menos do que devia. 01. Assinale a frase em que meio funciona como advérbio:
a) Só quero meio quilo.
Superlativo Absoluto: b) Achei-o meio triste.

Didatismo e Conhecimento 50
LÍNGUA PORTUGUESA
c) Descobri o meio de acertar. d) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo.
d) Parou no meio da rua. e) Ela falou calma e sabiamente.
e) Comprou um metro e meio. 
10. Leia o texto que segue:
02. Só não há advérbio em:
a) Não o quero. “Não há muito tempo atrás
b) Ali está o material. Eu sonhava um dia ter
c) Tudo está correto. Esse ordenado enorme
d) Talvez ele fale. Que mal me dá pra viver.”
e) Já cheguei.  (Millôr Fernandes)

03. Qual das frases abaixo possui advérbio de modo? “Um dia” e “mal” exprimem, respectivamente, circunstâncias de:
a) Realmente ela errou. a) tempo / intensidade.
b) Antigamente era mais pacato o mundo. b) tempo / modo.
c) Lá está teu primo. c) lugar / intensidade.
d) Ela fala bem. d) tempo / causa.
e) Estava bem cansado.  e) lugar / modo.
04. Classifique a locução adverbial que aparece em “Machu-
cou-se com a lâmina”. Respostas: 01-B / 02-C / 03-D / 04-B / 05-C / 06-E / 07-E /
a) modo 08-B / 09-A / 10-B
b) instrumento Preposição
c) causa
d) concessão É a palavra invariável que liga um termo dependente a um ter-
e) fim mo principal, estabelecendo uma relação entre ambos. As prepo-
sições podem ser: essenciais ou acidentais. As preposições essen-
ciais atuam exclusivamente como preposições. São: a, ante, após,
05. Indique a alternativa gramaticalmente incorreta:
até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob,
a) A casa onde moro é excelente.
sobre, trás. Exemplos: Não dê atenção a fofocas; Perante todos
b) Disseram-me por que chegaram tarde.
disse, sim.
c) Aonde está o livro?
As preposições acidentais são palavras de outras classes que
d) É bom o colégio donde saímos.
atuam eventualmente como preposições. São: como (=na qualida-
e) O sítio aonde vais é pequeno. 
de de), conforme (=de acordo com), consoante, exceto, mediante,
salvo, visto, segundo, senão, tirante: Agia conforme sua vontade.
06. Ele ficou em casa. A palavra em é: (= de acordo com)
a) conjunção
b) pronome indefinido - O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um
c) artigo definido substantivo, é flexionado: a casa, as casas, a árvore, as árvores, a
d) advérbio de lugar estrela, as estrelas. A preposição a nunca vai para o plural e não
e) preposição estabelece concordância com o substantivo. Exemplo: Fiz todo o
percurso a pé. (não há concordância com o substantivo masculino
07. Marque o exemplo em que ambas as palavras em negrito pé)
estão na mesma classe gramatical: - As preposições essenciais são sempre seguidas dos prono-
a) O seu talvez deixou preocupado o professor. mes pessoais oblíquos: Despediu-se de mim rapidamente. Não vá
b) Respondeu-nos simplesmente com um não. sem mim.
c) Boas notícias duram pouco.
d) Nossa irmã é mais nova que a sua. Locuções Prepositivas: É o conjunto de duas ou mais pala-
e) n.d.a vras que têm o valor de uma preposição. A última palavra é sempre
uma preposição. Veja quais são: abaixo de, acerca de, acima de,
08. Morfologicamente, a expressão sublinhada na frase abaixo ao lado de, a respeito de, de acordo com, dentro de, embaixo de,
é classificada como locução: “Estava à toa na vida...” em cima de, em frente a, em redor de, graças a, junto a, junto de,
a) adjetiva perto de, por causa de, por cima de, por trás de, a fim de, além de,
b) adverbial antes de, a par de, a partir de, apesar de, através de, defronte de, em
c) prepositiva favor de, em lugar de, em vez de, (=no lugar de), ao invés de (=ao
d) conjuntiva contrário de), para com, até a.
e) substantiva 
- Não confunda locução prepositiva com locução adverbial.
09. Em todas as opções há dois advérbios, exceto em: Na locução adverbial, nunca há uma preposição no final, e sim
a) Ele permaneceu muito calado. no começo: Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”. (locução
b) Amanhã, não iremos ao cinema. adverbial); O acidente ocorreu perto de meu atelier. (locução pre-
c) O menino, ontem, cantou desafinadamente. positiva)

Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
- Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com outra Para direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa.
preposição: Abola passou por entre as pernas do goleiro. Mas é tempo: Pretendo vê-lo lá para o final da semana. finalidade: Lute
inadequado dizer: Proibido para menores de até 18 anos; Financia- sempre para viver com dignidade. A preposição para indica de
mento em até 24 meses. permanência definitiva. Vou para o litoral. (ideia de morar)
Perante (posição anterior): Permaneceu calado perante to-
Combinações e Contrações dos.
Por (percurso, espaço, lugar): Caminhava por ruas desconhe-
Combinação: ocorre combinação quando não há perda de fo- cidas. causa: Por ser muito caro, não compramos um DVD novo.
nemas: a+o,os= ao, aos / a+onde = aonde. espaço: Por cima dela havia um raio de luz.
Contração: ocorre contração quando a preposição perde fone- Sem (ausência): Eu vou sem lenço sem documento.
mas: de+a, o, as, os, esta, este, isto =da, do, das, dos, desta, deste, Sob (debaixo de / situação): Prefiro cavalgar sob o luar. Viveu,
disto. sob pressão dos pais.
- em+ um, uma, uns, umas,isto, isso, aquilo, aquele, aquela, Sobre (em cima de, com contato): Colocou ás taças de cristal
aqueles, aquelas = num, numa, nuns, numas, nisto, nisso, naquilo, sobre a toalha rendada. assunto: Conversávamos sobre política
naquele, naquela, naqueles. financeira.
- de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele, daquela, Trás (situação posterior; é preposição fora de uso. É substi-
daquilo. tuída por atrás de, depois de): Por trás desta carinha vê-se muita
- para+ a = pra. falsidade.
A contração da preposição a com os artigos ou pronomes de-
monstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo recebe o nome de crase Curiosidade: O símbolo @ (arroba) significa AT em Inglês,
e é assinalada na escrita pelo acento grave ficando assim: à, às, que em Português significa em. Portanto, o nome está at, em algum
àquele, àquela, àquilo. provedor.
Valores das Preposições Exercícios
A (movimento=direção): Foram a Lucélia comemorar os
01. Use o sinal de crase, se necessário:
Anos Dourados. modo: Partiu às pressas. tempo: Iremos nos ver
a) Não vai a festas nem a reuniões.
ao entardecer. A preposição a indica deslocamento rápido: Vamos
b) Chegamos a Universidade as oito horas.
à praia. (ideia de passear)
Ante (diante de): Parou ante mim sem dizer nada, tanta era a
02. No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque
emoção. tempo (substituída por antes de): Preciso chegar ao en-
(...) sai à caça do soldado desertor que realizou assalto a trem com
contro antes das quatro horas.
confederados. O uso da preposição com permite diferentes inter-
Após (depois de): Após alguns momentos desabou num choro
arrependido. pretações da frase acima.
Até (aproximação): Correu até mim. tempo: Certamente te- a) Reescreva-a de duas maneiras diversas, de modo que haja
remos o resultado do exame até a semana que vem. Atenção: Se um sentido diferente em cada uma.
a preposição até equivaler a inclusive, será palavra de inclusão e b) Indique, para cada uma das reações, a noção expressa da
não preposição. Os sonhadores amam até quem os despreza. (in- preposição com.
clusive)
Com (companhia): Rir de alguém é falta de caridade; deve-se 03. No trecho: “(O Rio) não se industrializou, deixou explodir
rir com alguém. causa: A cidade foi destruída com o temporal. ins- a questão social, fermentada por mais de dois milhões de favela-
trumento: Feriu-se com as próprias armas. modo: Marfinha, minha dos, e inchou, à exaustão, uma máquina administrativa que não
comadre, veste-se sempre com elegância. funciona...”, a preposição a (que está contraída com o artigo a)
Contra (oposição, hostilidade): Revoltou-se contra a decisão traduz uma relação de:
do tribunal. direção a um limite: Bateu contra o muro e caiu. a) fim
De (origem): Descendi de pais trabalhadores e honestos. lu- b) causa
gar: Os corruptos vieram da capital. causa: O bebê chorava de c) concessão
fome. posse: Dizem que o dinheiro do povo sumiu. assunto: Falá- d) limite
vamos do casamento da Mariele. matéria: Era uma casa de sapé. e) modo
A preposição de não deve contrair-se com o artigo, que precede o
sujeito de um verbo. É tempo de os alunos estudarem. (e não: dos 04. Assinale a alternativa em que a norma culta não aceita a
alunos estudarem) contração da preposição de:
Desde (afastamento de um ponto no espaço): Essa neblina a) Aos prantos, despedi-me dela.
vem desde São Paulo. tempo: Desde o ano passado quero mudar b) Está na hora da criança dormir.
de casa. c) Falava das colegas em público.
Em (lugar): Moramos em Lucélia há alguns anos. matéria: As d) Retirei os livros das prateleiras para limpá-los.
queridas amigas Nilceia e Nadélgia moram em Curitiba. especia- e) O local da chacina estava interditado.
lidade: Minha amiga Cidinha formou-se em Letras. tempo: Tudo
aconteceu em doze horas. 05. Assinale a alternativa em que a preposição destacada es-
Entre (posição entre dois limites): Convém colocar o vidro tabeleça o mesmo tipo de relação que na frase matriz: Criaram-se
entre dois suportes. a pão e água.

Didatismo e Conhecimento 52
LÍNGUA PORTUGUESA
a) Desejo todo o bem a você. c) 5 - 3 - 1 - 2 – 4
b) A julgar por esses dados, tudo está perdido. d) 3 - 1 - 2 - 4 – 5
c) Feriram-me a pauladas. e) 1 - 2 - 4 - 5 - 3
d) Andou a colher alguns frutos do mar.
e) Ao entardecer, estarei aí. Resolução:
01 - a) --------- b) Chegamos a Universidade às oito horas.
06. Assinale a opção em que a preposição com traduz uma 02
relação de instrumento: a) 1. No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ian-
a) “Teria sorte nos outros lugares, com gente estranha.” que (...) sai à caça do soldado desertor que realizou assalto a trem
b) “Com o meu avô cada vez mais perto de mim, o Santa Rosa que levava confederados. 2. No final da Guerra Civil americana,
seria um inferno.” o ex-coronel ianque (...) sai à caça do soldado desertor, que, com
c) “Não fumava, e nenhum livro com força de me prender.” confederados, realizou assalto a trem.
d) “Trancava-me no quarto fugindo do aperreio, matando-as b) Na frase 1, com indica a relação continente-conteúdo,
com jornais.” (trem-soldados), como em copo com água. Na frase 2, com  indica
e) “Andavam por cima do papel estendido com outras já pre- “em companhia de”. Em 1, com introduz um adjunto adnominal
gadas no breu.” (de trem); em 2, introduz um adjunto adverbial de companhia.

07. “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário apenas 03-E / 04-B / 05-C / 06-D / 07-A / 08-B / 09-B / 10-C /
um disparo; o assaltante recebeu a bala na cabeça e morreu na
hora.” No texto, os vocábulos em destaque são respectivamente: Interjeição
a) preposição e artigo
b) preposição e preposição É a palavra invariável que exprime emoções, sensações, es-
c) artigo e artigo tados de espírito ou apelos: As interjeições são como que frases
d) artigo e preposição resumidas: Ué ! =Eu não esperava essa! São proferidas com en-
e) artigo e pronome indefinido tonação especial, que se representa, na escrita, com o ponto de
08. “Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bol- exclamação(!)
sa.”, os vocábulos em destaque são, respectivamente: Locução Interjetiva: É o conjunto de duas ou mais palavras
a) pronome pessoal oblíquo, preposição, artigo com valor de uma interjeição: Muito bem! Que pena! Quem me
b) artigo, preposição, pronome pessoal oblíquo dera! Puxa, que legal!
c) artigo, pronome demonstrativo, pronome pessoal oblíquo
d) artigo, preposição, pronome demonstrativo Classificação das Interjeições e Locuções Interjetivas
e) preposição, pronome demonstrativo, pronome pessoal oblí-
quo. As interjeições e as locuções interjetivas são classificadas,’de
acordo com o sentido que elas expressam em determinado contex-
09. Assinale a alternativa em que ocorre combinação de uma to. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode exprimir emo-
preposição com um pronome demonstrativo: ções variadas.
a) Estou na mesma situação. Admiração ou Espanto: Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu
b) Neste momento, encerramos nossas transmissões. Deus!, Céus!
c) Daqui não saio. Advertência: Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!,
d) Ando só pela vida. Olha lá!
e) Acordei num lugar estranho. Alegria: Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!;
Ânimo: Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca!
10. Classifique a palavra como nas construções seguintes, Aplauso: Bravo!, Parabéns!, Muito bem!
numerando, convenientemente, os parênteses. A seguir, assinale a Chamamento: Olá!, Alô!, Psiu!, Psit!
alternativa correta: Aversão: Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh!
1) Preposição Medo: Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai!
2) Conjunção Subordinativa Causal Pedido de Silêncio: Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!, Che-
3) Conjunção Subordinativa Conformativa ga!, Basta!
4) Conjunção Coordenativa Aditiva Saudação: Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!
5) Advérbio Interrogativo de Modo Concordância: Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida!
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me
(     ) Perguntamos como chegaste aqui. dera!
(     ) Percorrera as salas como eu mandara.
(     ) Tinha-o como amigo. Observe na relação acima, que as interjeições muitas vezes
(     ) Como estivesse muito frio, fiquei em casa. são formadas por palavras de outras classes gramaticais: Cuidado!
(     ) Tanto ele como o irmão são meus amigos. Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).

a) 2 - 4 - 5 - 3 – 1
b) 4 -5 - 3 - 1 – 2

Didatismo e Conhecimento 53
LÍNGUA PORTUGUESA
Exercício Geral 09. A alternativa que não apresenta erro de flexão verbal no
presente do indicativo é:
01. A alternativa que apresenta classes de palavras cujos sen- a) reavejo (reaver).
tidos podem ser modificados pelo advérbio são: b) precavo (precaver).
a) adjetivo - advérbio - verbo. c) coloro (colorir).
b) verbo - interjeição - conjunção. d) frijo (frigir).
c) conjunção - numeral - adjetivo. e) fedo (feder).
d) adjetivo - verbo - interjeição.
e) interjeição - advérbio - verbo. 10. A classe de palavras que é empregada para exprimir esta-
dos emotivos:
02. Das palavras abaixo, faz plural como “assombrações” a) adjetivo.
a) perdão. b) interjeição.
b) bênção. c) preposição.
c) alemão. d) conjunção.
d) cristão. e) advérbio.
e) capitão.
Respostas: 1-A / 2-A / 3-D / 4-A / 5-E / 6-B / 7-E / 8-E / 9-D
03. Na oração “Ninguém está perdido se der amor...”, a pala- / 10-B /
vra grifada pode ser classificada como: Conjunção
a) advérbio de modo.
b) conjunção adversativa. É a palavra que liga orações basicamente, estabelecendo entre
c) advérbio de condição. elas alguma relação (subordinação ou coordenação). As conjun-
d) conjunção condicional. ções classificam-se em:
e) preposição essencial.
Coordenativas, aquelas que ligam duas orações independentes
(coordenadas), ou dois termos que exercem a mesma função sintá-
04. Marque a frase em que o termo destacado expressa cir-
tica dentro da oração. Apresentam cinco tipos:
cunstância de causa:
- aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem
a) Quase morri de vergonha.
como, mas ainda;
b) Agi com calma.
- adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia,
c) Os mudos falam com as mãos.
contudo, antes (= pelo contrário), não obstante, apesar disso;
d) Apesar do fracasso, ele insistiu.
e) Aquela rua é demasiado estreita. - alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou,
05. “Enquanto punha o motor em movimento.” O verbo des- ora ... ora, quer ... quer;
tacado encontra-se no: - conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do ver-
a) Presente do subjuntivo. bo), por conseguinte, por isso;
b) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo. - explicativas (justificação): - pois (antes do verbo), porque,
c) Presente do indicativo. que, porquanto.
d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
e) Pretérito imperfeito do indicativo. Subordinativas - ligam duas orações dependentes, subordi-
nando uma à outra. Apresentam dez tipos:
06. Aponte a opção em que muito é pronome indefinido: - causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde
a) O soldado amarelo falava muito bem. que;
b) Havia muito bichinho ruim. - comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto,
c) Fabiano era muito desconfiado. (mais ou menos +) que;
d) Fabiano vacilava muito para tomar decisão. - condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se,
e) Muito eficiente era o soldado amarelo. sem que (= se não), a menos que;
- consecutivas (conseqüência, resultado, efeito): que (prece-
07. A flexão do número incorreta é: dido de tal, tanto, tão etc. - indicadores de intensidade), de modo
a) tabelião - tabeliães. que, de maneira que, de sorte que, de maneira que, sem que;
b) melão - melões. - conformativas (conformidade, adequação): conforme, se-
c) ermitão - ermitões. gundo, consoante, como;
d) chão - chãos. - concessiva: embora, conquanto, posto que, por muito que,
e) catalão - catalões. se bem que, ainda que, mesmo que;
- temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim
08. Dos verbos abaixo apenas um é regular, identifique-o: que, mal (= logo que), até que;
a) pôr. - finais - a fim de que, para que, que;
b) adequar. - proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo
c) copiar. que, quanto mais (+ tanto menos);
d) reaver. - integrantes - que, se.
e) brigar.

Didatismo e Conhecimento 54
LÍNGUA PORTUGUESA
As conjunções integrantes introduzem as orações subordi- Propósito da Língua
nadas substantivas, enquanto as demais iniciam orações subordi-
nadas adverbiais. Muitas vezes a função de interligar orações é A língua que utilizamos não transmite apenas nossas ideias,
desempenhada por locuções conjuntivas, advérbios ou pronomes. transmite também um conjunto de informações sobre nós mesmos.
Certas palavras e construções que empregamos acabam denun-
ciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do país
NORMA CULTA. nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às
vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies, como
skate, rock, surfe, etc. O uso da língua também pode informar nos-
sa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos e situações
novas, nossa insegurança, etc.
Norma Culta A língua é um poderoso instrumento de ação social. Ela pode
tanto facilitar quanto dificultar o nosso relacionamento com as pes-
Norma culta ou linguagem culta é uma expressão empregada soas e com a sociedade em geral.
pelos linguistas brasileiros para designar o conjunto de variedades
linguísticas efetivamente faladas, na vida cotidiana, pelos falantes Língua Culta na Escola
cultos, sendo assim classificados os cidadãos nascidos e criados
em zona urbana e com grau de instrução superior completo. O ensino da língua culta, na escola, não tem a finalidade de
O Instituto Camões entende que a “noção de correção está condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em
[...] baseada no valor social atribuído às [...] formas [linguísti- nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, soma-
cas]. Ainda assim, informa que a norma-padrão do português eu- do ao domínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais
ropeu é o dialeto da região que abrange Lisboa e Coimbra; refere preparados para nos comunicarmos. Saber usar bem uma língua
também que se aceita no Brasil como norma-padrão a fala do Rio equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais diferentes
e de São Paulo. situações sociais de que participamos.
Aquisição da linguagem
Graus de Formalismo
Iniciamos o aprendizado da língua em casa, no contato com a
São muitos os tipos de registro quanto ao formalismo, tais
família, que é o primeiro círculo social para uma criança, imitando
como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o
o que se ouve e aprendendo, aos poucos, o vocabulário e as leis
coloquial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-
combinatórias da língua. Um jovem falante também vai exerci-
se por construções gramaticais mais livres, repetições frequentes,
tando o aparelho fonador, ou seja, a língua, os lábios, os dentes,
os maxilares, as cordas vocais para produzir sons que se transfor- frases curtas e conectores simples; o informal, que se caracteriza
mam, mais tarde, em palavras, frases e textos. pelo uso de ortografia simplificada, construções simples e usado
Quando um falante entra em contato com outra pessoa, na rua, entre membros de uma mesma família ou entre amigos.
na escola ou em qualquer outro local, percebe que nem todos falam As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de
da mesma forma. Há pessoas que falam de forma diferente por per- formalismo existente na situação de comunicação; com o modo
tencerem a outras cidades ou regiões do país, ou por terem idade de expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com
diferente da nossa, ou por fazerem parte de outro grupo ou classe a sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus
social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades de cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário
linguísticas. específico de algum campo científico, por exemplo).

Variedades Linguísticas Atitudes não recomendadas

Variedades linguísticas são as variações que uma língua apre- Expressões Condenáveis
senta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e
históricas em que é utilizada. - a nível de, ao nível. Opção: em nível, no nível.
Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde que - face a, frente a. Opção: ante, diante, em face de, em vista
cumpram com eficiência o papel fundamental de uma língua, o de de, perante.
permitir a interação verbal entre as pessoas, isto é, a comunicação. - onde (quando não exprime lugar). Opção: em que, na qual,
Apesar disso, uma dessas variedades, a norma culta ou nor- nas quais, no qual, nos quais.
ma padrão, tem maior prestígio social. É a variedade linguística - (medidas) visando... Opção: (medidas) destinadas a.
ensinada na escola, contida na maior parte dos livros e revistas e - sob um ponto de vista. Opção: de um ponto de vista.
também em textos científicos e didáticos, em alguns programas - sob um prisma. Opção: por (ou através de) um prisma.
de televisão, etc. As demais variedades, como a regional, a gíria - como sendo. Opção: suprimir a expressão.
ou calão, o jargão de grupos ou profissões (a linguagem dos poli- - em função de. Opção: em virtude de, por causa de, em con-
ciais, dos jogadores de futebol, dos metaleiros, dos surfistas), são sequência de, por, em razão de.
chamadas genericamente de dialeto popular ou linguagem popular.

Didatismo e Conhecimento 55
LÍNGUA PORTUGUESA
Expressões não recomendadas Erros Comuns

- a partir de (a não ser com valor temporal). Opção: com base - “Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte
em, tomando-se por base, valendo-se de... anos tenho muitas novidades para contar”. Temos aí um exemplo
- através de (para exprimir “meio” ou instrumento). Opção: de uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de coe-
por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo... são, pois não consegue perceber a que antecedente ele se refere,
- devido a. Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por portanto nada conecta e produz relação absurda.
causa de. - “Tenho uma prima que trabalha num circo como mágica
- dito. Opção: citado, mensionado. e uma das mágicas mais engraçadas era uma caneta com tinta
- enquanto. Opção: ao passo que. invisível que em vez de tinta havia saído suco de lima”. Você per-
- fazer com que. Opção: compelir, constranger, fazer que, for- cebe aí a incapacidade do concursando ou vestibulando organizar
çar, levar a. sintaticamente o período. Selecionar as frases e organizar as ideias
é necessário. Escrever com clareza é muito importante.
- inclusive (a não ser quando significa incluindo-se). Opção:
- “Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de
até, ainda, igualmente, mesmo, também.
cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. “Tudo começou na-
- no sentido de, com vistas a. Opção: a fim de, para, com o fito
quele baile de quinze anos”, “...é aos dezoito anos que se começa
(ou objetivo, ou intuito) de, com a finalidade de, tendo em vista. a procurar o caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que
- pois (no início da oração). Opção: já que, porque, uma vez nos acompanham para sempre na estrada da vida”. Você pode ter
que, visto que. conhecimento do vocabulário e das regras gramaticais e, assim,
- principalmente. Opção: especialmente, mormente, notada- construir um texto sem erros. Entretanto, se você reproduz sem
mente, sobretudo, em especial, em particular. nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vulgarizadas pelo
- sendo que. Opção: e. uso contínuo. A boa qualidade do texto fica comprometida.
- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem
Expressões que demandam atenção põem em xeque todos os conceitos humanos sobre Deus e a vida?
“Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu valor e
- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se os homens a todo momento necessitam de descobrir todos os mis-
- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, térios da vida que nos cerca a todo instante”. É importante você
aceito escrever atendendo ao que foi proposto no tema. Antes de começar
- acendido, aceso (formas similares) – idem o seu texto leia atentamente todos os elementos que o examinador
- à custa de – e não às custas de apresentou para você utilizar. Esquematize suas ideias, veja se não
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con- há falta de correspondência entre o tema proposto e o texto criado.
forme - “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que (...) mostrou que ele não era maligno”. Esta frase está ambígua,
- a meu ver – e não ao meu ver pois não se sabe se o pronome ele refere-se ao fígado ou ao primo.
- a ponto de – e não ao ponto de Para se evitar a ambiguidade, você deve observar se a relação entre
- a posteriori, a priori – não tem valor temporal cada palavra do seu texto está correta.
- de modo (maneira, sorte) que – e não a - “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma
- em termos de – modismo; evitar criança”. O conectivo mas indica uma circunstância de oposição,
- em vez de – em lugar de de ideia contrária a. Portanto, a relação adversativa introduzida
- ao invés de – ao contrário de pelo “mas” no fragmento acima produz uma ideia absurda.
- “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempes-
- enquanto que – o que é redundância
tade sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu coração
- entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só esta-
- implicar em – a regência é direta (sem em)
ríamos separadas carnalmente”. Não utilize provérbios ou ditos
- ir de encontro a – chocar-se com populares. Eles empobrecem a redação, pois fazer parecer que seu
- ir ao encontro de – concordar com autor não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo
- junto a – usar apenas quando equivale a adido ou similar uso frequente.
- o (a, s) mesmo (a, s) – uso condenável para substituir pro- - “Estou sem inspiração para fazer uma redação. Escrever
nomes sobre a situação dos sem-terra? Bem que o professor poderia pro-
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não, sepa- por outro tema”. Você não deve falar de sua redação dentro do
rado; quando se pode, junto próprio texto.
- todo mundo – todos - “Todos os deputados são corruptos”. Evite pensamentos ra-
- todo o mundo – o mundo inteiro dicais. É recomendável não generalizar e evitar, assim, posições
- não-pagamento = hífen somente quando o segundo termo extremistas.
for substantivo - “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas.
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão que você to-
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando) mou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte sabem - ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre- para, enfim, para ele entender a decisão”. Não se esqueça que o
sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase). ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito deve se
apresentar desprovido de marcas de oralidade.

Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
- “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se a bem e mau, - Nunca “lhe” vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e
a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-hu- por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o
morado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
mal-estar. - “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-
- “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impes- se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes.
soal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
- “Houveram” muitos acidentes. Haver, como existir, também - “Tratam-se” de. O verbo seguido de preposição não varia
é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de
Deve haver muitos casos iguais. empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
- “Existe” muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e - Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e
sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os
/ Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns filhos ao circo.
objetos. / Sobravam ideias. - Atraso implicará “em” punição. Implicar é direto no sentido
- Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção im-
Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer. plica responsabilidade.
- Entre “eu” e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: - Vive “às custas” do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use
Entre mim e você. / Entre eles e ti. também em via de, e não “em vias de”: Espécie em via de extin-
- “Há” dez anos “atrás”. Há e atrás indicam passado na frase. ção. / Trabalho em via de conclusão.
Use apenas há dez anos ou dez anos atrás. - Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cidadãos.
- “Entrar dentro”. O certo: entrar em. Veja outras redundân- Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães,
cias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, tabeliães, gângsteres.
já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido. - O ingresso é “gratuíto”. A pronúncia correta é gratúito, assim
- “Venda à prazo”. Não existe crase antes de palavra masculi- como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica
na, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro,
de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a ibéro, pólipo.
- A última “seção” de cinema. Seção significa divisão, repar-
cavalo, a caráter.
tição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção
- “Porque” você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a
Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cine-
palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? /
ma, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você
- Vendeu “uma” grama de ouro. Grama, peso, é palavra mas-
se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o
culina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas,
trânsito estava congestionado.
por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
- Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: - “Por isso”. Duas palavras, por isso, como de repente e a par-
Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A tir de.
medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram - Não viu “qualquer” risco. É nenhum, e não “qualquer”, que
(desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pa- se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém
gou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
estudantes. - A feira “inicia” amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura:
- Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa a ou- A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
tra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É prefe- - Soube que os homens “feriram-se”. O que atrai o pronome:
rível lutar a morrer sem glória. Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O
- O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e
o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pro-
Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o nunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe
sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu no- haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
vas denúncias. - O peixe tem muito “espinho”. Peixe tem espinha. Veja outras
- Não há regra sem “excessão”. O certo é exceção. Veja ou- confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. / Casa “germi-
tras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: “paralizar” nada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabeçário” (cabeça-
(paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previ- lho).
légio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” (cinquenta), - Não sabiam “aonde” ele estava. O certo: Não sabiam onde
“zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário), “ad- ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não
vinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (as- sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
censão), “pixar” (pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” - “Obrigado”, disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa:
(invólucro). “Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obri-
- Quebrou “o” óculos. Concordância no plural: os óculos, gados por tudo.
meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, - O governo “interviu”. Intervir conjuga-se como vir. Assim:
seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias. O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, inter-
- Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não viemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, manti-
podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: vesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entre-
Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me. vimos, condisser, etc.

Didatismo e Conhecimento 57
LÍNGUA PORTUGUESA
- Ela era “meia” louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, - A artista “deu à luz a” gêmeos. A expressão é dar à luz, ape-
meio esperta, meio amiga. nas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu “a
- “Fica” você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para luz a” gêmeos.
a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa - Estávamos “em” quatro à mesa. O em não existe: Estávamos
você também. / Chegue aqui. quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
- A questão não tem nada “haver” com você. A questão, na - Sentou “na” mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é
verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. /
Tem tudo a ver com você. Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
- A corrida custa 5 “real”. A moeda tem plural, e regular: A
- Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu. Embora
corrida custa 5 reais.
popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque
- Vou “emprestar” dele. Emprestar é ceder, e não tomar por
empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o ninguém se feriu.
livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu em- - O time empatou “em” 2 a 2. A preposição é por: O time em-
prestadas duas malas. patou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma
- Foi “taxado” de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi forma: empate por.
tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano. - À medida «em» que a epidemia se espalhava... O certo é: À
- Ele foi um dos que “chegou” antes. Um dos que faz a con- medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em
cordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em
chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam que elas existem.
com a vitória. - Não queria que “receiassem” a sua companhia. O i não exis-
- “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica arredon- te: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma:
damento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento
pessoas o saudaram. cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
- Ministro nega que “é” negligente. Negar que introduz sub- - Eles “tem” razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem
juntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negli- é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e
gente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa. - A moça estava ali “há” muito tempo. Haver concorda com
- Tinha “chego” atrasado. “Chego” não existe. O certo: Tinha
estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. /
chegado atrasado.
Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem
- Tons “pastéis” predominam. Nome de cor, quando expresso
por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo
camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
azuis, canetas pretas, fitas amarelas. - Não “se o” diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a,
- Queria namorar “com” o colega. O com não existe: Queria os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz
namorar o colega. isso), vê-se-a, etc.
- O processo deu entrada “junto ao” STF. Processo dá entrada - Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos,
no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não “junto só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros
ao”) Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-finan-
“junto aos”) leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não “junto ceiras, partidos social-democratas.
ao”) banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não “junto ao”) - Andou por “todo” país. Todo o (ou a) é que significa inteiro:
Procon. Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a
- As pessoas “esperavam-o”. Quando o verbo termina em m, tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qual-
ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e quer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer
nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, nação) tem inimigos.
impõem-nos. - “Todos” amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: To-
- Vocês “fariam-lhe” um favor? Não se usa pronome átono dos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contra-
(me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, fu-
dições do texto.
turo do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês
lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos co- - Favoreceu “ao” time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejei-
nhecimentos (e nunca “imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não ta a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
“darão-nos”) um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo - Ela “mesmo” arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a pró-
“formado-me”). prio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas
- Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos. mesmas recorreram à polícia.
Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância - Chamei-o e “o mesmo” não atendeu. Não se pode empregar
ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não
(faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o
atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu país conhecerá a decisão dos servidores (e não “dos mesmos”).
há (faz) pouco menos de dez dias. - Vou sair “essa” noite. É este que designa o tempo no qual se
- Blusa “em” seda. Usa-se de, e não em, para definir o mate- está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que
rial de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século
medalha de prata, estátua de madeira. (o século 20).

Didatismo e Conhecimento 58
LÍNGUA PORTUGUESA
- A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular sem- - Comprou uma TV “a cores”. Veja o correto: Comprou uma
pre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora. TV em cores (não se diz TV “a” preto e branco). Da mesma forma:
- Comeu frango “ao invés de” peixe. Em vez de indica substi- Transmissão em cores, desenho em cores.
tuição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa ape- - “Causou-me” estranheza as palavras. Use o certo: Causa-
nas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu. ram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro
- Se eu “ver” você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro
Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não “foi iniciado”
mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), esta noite as obras).
desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos. - A realidade das pessoas “podem” mudar. Cuidado: palavra
- Ele “intermedia” a negociação. Mediar e intermediar con- próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso: A
jugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os
Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Reme- funcionários foi punida (e não “foram punidas”).
deiam, que eles anseiem, incendeio.
- O fato passou “desapercebido”. Na verdade, o fato passou
- Ninguém se “adequa”. Não existem as formas “adequa”,
despercebido, não foi notado. Desapercebido significa despreve-
“adeque”, etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o:
nido.
adequaram, adequou, adequasse, etc.
- Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas em - “Haja visto” seu empenho... A expressão é haja vista e não
que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodiram, etc. Por- varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja
tanto, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”, substituindo vista suas críticas.
essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se - A moça “que ele gosta”. Como se gosta de, o certo é: A moça
conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas “pre- de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a
cavejo”, “precavês”, “precavém”, “precavenho”, “precavenha”, que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo
“precaveja”, etc. a que se referiu, etc.
- Governo “reavê” confiança. Equivalente: Governo recupera - É hora «dele» chegar. Não se deve fazer a contração da pre-
confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este posição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo:
tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / De-
existem “reavejo”, “reavê”, etc. pois de esses fatos terem ocorrido...
- Disse o que “quiz”. Não existe z, mas apenas s, nas pessoas - Vou “consigo”. Consigo só tem valor reflexivo (pensou con-
de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, sigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Por-
pusesse, puseram, puséssemos. tanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o
- O homem “possue” muitos bens. O certo: O homem possui senhor (e não “para si”).
muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, - Já “é” 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tem-
polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, po variam: Já são 8 horas. / Já é (e não “são”) 1 hora, já é meio-dia,
atenue. já é meia-noite.
- A tese “onde”... Onde só pode ser usado para lugar: A casa - A festa começa às 8 “hrs.”. As abreviaturas do sistema mé-
onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos de- trico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não
mais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / “kms.”), 5 m, 10 kg.
O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em - “Dado” os índices das pesquisas... A concordância é normal:
que... Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as
- Já “foi comunicado” da decisão. Uma decisão é comunica- suas ideias...
da, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa. Assim: Já foi
- Ficou “sobre” a mira do assaltante. Sob é que significa debai-
informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada:
xo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama.
A diretoria “comunicou” os empregados da decisão. Opções corre-
tas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o te-
foi comunicada aos empregados. lhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano
- “Inflingiu” o regulamento. Infringir é que significa transgre- têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma
dir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não “inflingir”) significa coisa e alguém vai para trás.
impor: Infligiu séria punição ao réu. - “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu
- A modelo “pousou” o dia todo. Modelo posa (de pose). ver, a seu ver, a nosso ver.
Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também
iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico
(contrabando) com tráfego (trânsito).
- Espero que “viagem” hoje. Viagem, com g, é o substantivo:
Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que
viajem hoje. Evite também “comprimentar” alguém: de cumpri-
mento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento
é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concre-
tizado).
- O pai “sequer” foi avisado. Sequer deve ser usado com ne-
gativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que
pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

Didatismo e Conhecimento 59
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego das letras E, I, O e U
ORTOGRAFIA. Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/
e /u/ nem sempre é nítida. É principalmente desse fato que nascem
as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular, má-
goa, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais.
Ortografia
Escrevem-se com a letra E:
A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto - A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: con-
“correto” e grafia “escrita” sendo a escrita correta das palavras da tinue, habitue, pontue, etc.
língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critérios eti- - A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar:
mológicos (ligados à origem das palavras) e fonológicos (ligados abençoe, magoe, perdoe, etc.
aos fonemas representados). - As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior):
Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba tra-
antebraço, antecipar, antedatar, antediluviano, antevéspera, etc.
zendo a memorização da grafia correta. Deve-se também criar o
- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro,
hábito de consultar constantemente um dicionário.
Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira, Desperdício, Destilar,
Desde o dia primeiro de Janeiro de 2009 está em vigor o Novo
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, por isso temos até 2012 Disenteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequieto, Lacrimo-
para nos “habituarmos” com as novas regras, pois somente em gêneo, Mexerico, Mimeógrafo, Orquídea, Peru, Quase, Quepe,
2013 que a antiga será abolida. Senão, Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer.

Esse material já se encontra segundo o Novo Acordo Orto- Emprega-se a letra I:


gráfico. - Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –air/–
oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui, retribui, sai, etc.
Alfabeto - Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaé-
reo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As letras “k”, - Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício, ar-
“w” e “y” não eram consideradas integrantes do alfabeto (agora timanha, camoniano, Casimiro, chefiar, cimento, crânio, criar,
são). Essas letras são usadas em unidades de medida, nomes pró- criador, criação, crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio,
prios, palavras estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: feminino, Filipe, frontispício, Ifigênia, inclinar, incinerar, inigualá-
km, kg, watt, playground, William, Kafka, kafkiano. vel, invólucro, lajiano, lampião, pátio, penicilina, pontiagudo, pri-
Vogais: a, e, i, o, u. vilégio, requisito, Sicília (ilha), silvícola, siri, terebintina, Tibiriçá,
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,y,z. Virgílio.
Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.
Grafam-se com a letra O: abolir, banto, boate, bolacha, bole-
Emprego da letra H tim, botequim, bússola, chover, cobiça, concorrência, costume, en-
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonéti- golir, goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa,
co; conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e nódoa, óbolo, ocorrência, rebotalho, Romênia, tribo.
da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta pala-
vra vem do latim hodie. Grafam-se com a letra U: bulir, burburinho, camundongo,
chuviscar, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, entupir, íngua,
Emprega-se o H:
jabuti, jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua, tabua-
- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, he-
da, tonitruante, trégua, urtiga.
sitar, haurir, etc.
- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, bo-
liche, telha, flecha companhia, etc. Parônimos: Registramos alguns parônimos que se diferen-
- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, ciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e /u/. Fixemos a grafia e
etc. o significado dos seguintes:
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmo-
nia, hangar, hábil, hemorragia, hemisfério, heliporto, hematoma, área = superfície
hífen, hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, ária = melodia, cantiga
hera, húmus; arrear = pôr arreios, enfeitar
- Sem h, porém, os derivados baianos, baianinha, baião, baia- arriar = abaixar, pôr no chão, cair
nada, etc. comprido = longo
cumprido = particípio de cumprir
Não se usa H: comprimento = extensão
- No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimoló- cumprimento = saudação, ato de cumprir
gico, foi eliminado por se tratar de palavras que entraram na língua costear = navegar ou passar junto à costa
por via popular, como é o caso de erva, inverno, e Espanha, res- custear = pagar as custas, financiar
pectivamente do latim, herba, hibernus e Hispania. Os derivados deferir = conceder, atender
eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro, herbicida, hispâ- diferir = ser diferente, divergir
nico, hibernal, hibernar, etc. delatar = denunciar

Didatismo e Conhecimento 60
LÍNGUA PORTUGUESA
dilatar = distender, aumentar - Atenção: Moji palavra de origem indígena, deve ser escrita
descrição = ato de descrever com J. Por tradição algumas cidades de São Paulo adotam a grafia
discrição = qualidade de quem é discreto com G, como as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi Mirim.
emergir = vir à tona
imergir = mergulhar Representação do fonema /S/
emigrar = sair do país O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:
imigrar = entrar num país estranho - C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimen-
emigrante = que ou quem emigra to, dança, dançar, contorção, exceção, endereço, Iguaçu, maçarico,
imigrante = que ou quem imigra maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano, muçurana, paço-
eminente = elevado, ilustre ca, pança, pinça, Suíça, suíço, vicissitude.
iminente = que ameaça acontecer - S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descan-
recrear = divertir sar, descanso, diversão, excursão, farsa, ganso, hortênsia, preten-
recriar = criar novamente são, pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio.
soar = emitir som, ecoar, repercutir - SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, car-
suar = expelir suor pelos poros, transpirar rossel, cassino, concessão, discussão, escassez, escasso, essencial,
sortir = abastecer expressão, fracasso, impressão, massa, massagista, missão, neces-
surtir = produzir (efeito ou resultado) sário, obsessão, opressão, pêssego, procissão, profissão, profissio-
sortido = abastecido, bem provido, variado nal, ressurreição, sessenta, sossegar, sossego, submissão, sucessi-
surtido = produzido, causado vo.
vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau - SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência,
vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio consciente, crescer, cresço, descer, desço, desça, disciplina, discí-
pulo, discernir, fascinar, florescer, imprescindível, néscio, oscilar,
Emprego das letras G e J piscina, ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade, susci-
Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa- tar, víscera.
se este ou aquele signo não de modo arbitrário, mas de acordo com
- X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximi-
a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do
dade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.
latim jactu) e jipe (do inglês jeep).
- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, ex-
celso, excêntrico, excepcional, excesso, excessivo, exceto, excitar,
Escrevem-se com G:
etc.
- Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: gara-
gem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem.
Homônimos
Exceção: pajem
- As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio:
contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio. acento = inflexão da voz, sinal gráfico
- Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massa- assento = lugar para sentar-se
gista (de massagem), vertiginoso (de vertigem), ferruginoso (de acético = referente ao ácido acético (vinagre)
ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria ascético = referente ao ascetismo, místico
(de selvagem), etc. cesta = utensílio de vime ou outro material
- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, es- sexta = ordinal referente a seis
trangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete, gíria, giz, hegemonia, círio = grande vela de cera
herege, megera, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela. sírio = natural da Síria
cismo = pensão
Escrevem-se com J: sismo = terremoto
- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja (la- empoçar = formar poça
ranjeira), loja (lojista, lojeca), granja (granjeiro, granjense), gorja empossar = dar posse a
(gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), ce- incipiente = principiante
reja (cerejeira). insipiente = ignorante
- Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em intercessão = ato de interceder
–jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar (despejei), gorjear (gor- interseção = ponto em que duas linhas se cruzam
jeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo). ruço = pardacento
- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje russo = natural da Rússia
(lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso, enjeitar, projeção, rejeitar,
sujeito, trajeto, trejeito). Emprego de S com valor de Z
- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) - Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gra-
ou africana: canjerê, canjica, jenipapo, jequitibá, jerimum, jiboia, cioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc.
jiló, jirau, pajé, etc. - Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portu-
- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste, guesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa, etc.
cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias, Jericó, Jerônimo, jérsei, - Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa:
jiu-jitsu, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, burguês, burguesa, burgueses, camponês, camponesa, campone-
pegajento, rijeza, sabujice, sujeira, traje, ultraje, varejista. ses, freguês, freguesa, fregueses, etc.

Didatismo e Conhecimento 61
LÍNGUA PORTUGUESA
- Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: Verbos terminados em –ISAR e -IZAR
analisar (de análise), apresar (de presa), atrasar (de atrás), extasiar Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes corres-
(de êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso), etc. pondentes termina em –s. Se o radical não terminar em –s, grafa-
- Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar (análise + ar), alisar
pusemos, compôs, impuser, quis, quiseram, etc. (a + liso + ar), bisar (bis + ar), catalisar (catálise + ar), improvisar
- Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar, (improviso + ar), paralisar (paralisia + ar), pesquisar (pesquisa +
Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel, Isaura, Luís, Luísa, ar), pisar, repisar (piso + ar), frisar (friso + ar), grisar (gris + ar),
Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês. anarquizar (anarquia + izar), civilizar (civil + izar), canalizar (ca-
- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês, nal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono + izar),
ás, ases, através, avisar, besouro, colisão, convés, cortês, corte- vulgarizar (vulgar + izar), motorizar (motor + izar), escravizar (es-
sia, defesa, despesa, empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, cravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar (deslize + izar),
fase, frase, freguesia, fusível, gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar, matizar (matiz + izar).
manganês, mês, mesada, obséquio, obus, paisagem, país, paraíso, Emprego do X
pêsames, pesquisa, presa, presépio, presídio, querosene, raposa, - Esta letra representa os seguintes fonemas:
represa, requisito, rês, reses, retrós, revés, surpresa, tesoura, tesou- Ch – xarope, enxofre, vexame, etc.
ro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo, visita. CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc.
Emprego da letra Z Z – exame, exílio, êxodo, etc.
- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: ca- SS – auxílio, máximo, próximo, etc.
fezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita, etc. S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc.
- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzei-
ro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de vazio), etc. - Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder,
- Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar, inexcedível, etc.
fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização, etc. - Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, ex-
- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e de- piar, expirar, expoente, êxtase, extasiado, extrair, fênix, texto, etc.
notando qualidade física ou moral: pobreza (de pobre), limpeza - Escreve-se x e não ch: Em geral, depois de ditongo: caixa,
(de limpo), frieza (de frio), etc. baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-
- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, amizade, se caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem.
aprazível, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxa-
prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez. mear, enxaguar, enxaqueca, enxergar, enxerto, enxoval, enxugar,
enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com ch:
Sufixo –ÊS e –EZ encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente, preen-
- O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes subs- cher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez que se
tantivos) derivados de substantivos concretos: montês (de monte), trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch. Em vocábulos de ori-
cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de montanha), gem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê,
francês (de França), chinês (de China), etc. orixá, maxixe, etc. Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar,
- O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos deri- faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar, rixa,
vados de adjetivos: aridez (de árido), acidez (de ácido), rapidez oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.
(de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de
ávido) palidez (de pálido) lucidez (de lúcido), etc. Emprego do dígrafo CH
Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bu-
Sufixo –ESA e –EZA cha, charque, charrua, chavena, chimarrão, chuchu, cochilo, facha-
Usa-se –esa (com s): da, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha.
- Nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados
em –ender: defesa (defender), presa (prender), despesa (despen- Homônimos
der), represa (prender), empresa (empreender), surpresa (surpreen-
der), etc. Bucho = estômago
- Nos substantivos femininos designativos de títulos nobiliár- Buxo = espécie de arbusto
quicos: baronesa, dogesa, duquesa, marquesa, princesa, consulesa, Cocha = recipiente de madeira
prioresa, etc. Coxa = capenga, manco
- Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês: bur- Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça lar-
guesa (de burguês), francesa (de francês), camponesa (de campo- ga e chata, caldeira.
nês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc. Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa
- Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá
mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, toesa, turquesa, etc. ou de outras plantas
Usa-se –eza (com z): Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã)
- Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos Cheque = ordem de pagamento
e denotado qualidades, estado, condição: beleza (de belo), fran- Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por
queza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc. uma peça adversária

Didatismo e Conhecimento 62
LÍNGUA PORTUGUESA
Consoantes dobradas - Nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o
- Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes C, rio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
R, S. - Palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação
- Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam direta: “Qual deles: o hortelão ou o advogado?”; “Chegam os ma-
distintamente: convicção, occipital, cocção, fricção, friccionar, gos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra”.
facção, sucção, etc. - No interior dos títulos, as palavras átonas, como: o, a, com,
- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocá- de, em, sem, grafam-se com inicial minúscula.
licos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respectiva-
mente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. Quando a um elemento Algumas palavras ou expressões costumam apresentar dificul-
de composição terminado em vogal seguir, sem interposição do dades colocando em maus lençóis quem pretende falar ou redigir
hífen, palavra começada com /r/ ou /s/: arroxeado, correlação, português culto. Esta é uma oportunidade para você aperfeiçoar
pressupor, bissemanal, girassol, minissaia, etc. seu desempenho. Preste atenção e tente incorporar tais palavras
CÊ - cedilha certas em situações apropriadas.
É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a ter som A anos: a indica tempo futuro: Daqui a um ano iremos à Eu-
de /S/: almaço, ameaça, cobiça, doença, eleição, exceção, força, ropa.
frustração, geringonça, justiça, lição, miçanga, preguiça, raça. Há anos: há indica tempo passado: não o vejo há meses.
Nos substantivos derivados dos verbos: ter e torcer e seus de-
rivados: ater, atenção; abster, abstenção; reter, retenção; torcer, “Procure o seu caminho
torção; contorcer, contorção; distorcer, distorção. Eu aprendi a andar sozinho
O Ç só é usado antes de A,O,U. Isto foi há muito tempo atrás
Mas ainda sei como se faz
Emprego das iniciais maiúsculas Minhas mãos estão cansadas
- A primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio Não tenho mais onde me agarrar.”
árabe: “A agulha veste os outros e vive nua”. No início dos versos
(gravação: Nenhum de Nós)
que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula.
- Substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos,
Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há necessi-
nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes,
dade de usar atrás, isto é um pleonasmo.
Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Mi-
nerva, Via-Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
Acerca de: equivale a (a respeito de): Falávamos acerca de
- Nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
uma solução melhor.
religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independên-
Há cerca de: equivale a (faz tempo). Há cerca de dias resol-
cia do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
- Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da Re- vemos este caso.
pública, etc. Ao encontro de: equivale (estar a favor de): Sua atitude vai
- Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Na- ao encontro da verdade.
ção, Estado, Pátria, União, República, etc. De encontro a: equivale a (oposição, choque): Minhas opi-
- Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremia- niões vão de encontro às suas.
ções, órgãos públicos, etc: Rua do Ouvidor, Praça da Paz, Aca-
demia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, A fim de: locução prepositiva que indica (finalidade): Vou a
Colégio Santista, etc. fim de visitá-la.
- Nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, lite- Afim: é um adjetivo e equivale a (igual, semelhante): Somos
rárias e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arqui- almas afins.
tetura, Os Lusíadas, O Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro,
Correio da Manhã, Manchete, etc. Ao invés de: equivale (ao contrário de): Ao invés de falar
- Expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, começou a chorar (oposição).
Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. Em vez de: equivale a (no lugar de): Em vez de acompanhar-
- Nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os me, ficou só.´
povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte a Faça você a sua parte, ao invés de ficar me cobrando!
sul. O Sol nasce a leste. Quantas vezes usamos “ao invés de” quando queremos dizer
- Nomes comuns, quando personificados ou individuados: o “no lugar de”!
Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. Contudo, esse emprego é equivocado, uma vez que “invés”
significa “contrário”, “inverso”. Não que seja absurdamente errado
Emprego das iniciais minúsculas escrever “ao invés de” em frases que expressam sentido de “em
- Nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentí- lugar de”, mas é preferível optar por “em vez de”.
licos, nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, Observe: Em vez de conversar, preferiu gritar para a escola
ingleses, ave-maria, um havana, etc. inteira ouvir! (em lugar de) Ele pediu que fosse embora ao invés
- Os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando em- de ficar e discutir o caso. (ao contrário de)
pregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Todos Use “ao invés de” quando quiser o significado de “ao contrá-
amam sua pátria. rio de”, “em oposição a”, “avesso”, “inverso”.

Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
Use “em vez de” quando quiser um sentido de “no lugar de” Demais: pode ser usado como substantivo, seguido de artigo,
ou “em lugar de”. No entanto, pode assumir o significado de “ao equivale a os outros. Chamaram mais dez candidatos, os demais
invés de”, sem problemas. Porém, o que ocorre é justamente o devem aguardar.
contrário, coloca-se “ao invés de” onde não poderia. De mais: é locução prepositiva, opõe-se a de menos, refere-se
sempre a um substantivo ou a um pronome: Não vejo nada de mais
A par: equivale a (bem informado, ciente): Estamos a par das em sua decisão.
boas notícias.
Ao par: indica relação (de igualdade ou equivalência entre Dia a dia: é um substantivo, equivale a cotidiano, diário, que
valores financeiros – câmbio): O dólar e o euro estão ao par. faz ou acontece todo dia. Meu dia a dia é cheio de surpresas. (até
01/01/2009, era grafado dia a dia)
Aprender: tomar conhecimento de: O menino aprendeu a Dia a dia: é uma expressão adverbial, equivale a diariamente.
lição. O álcool aumenta dia a dia. Pode isso?
Apreender: prender: O fiscal apreendeu a carteirinha do
menino. Descriminar: equivale a (inocentar, absolver de crime). O réu
À toa: é uma locução adverbial de modo, equivale a (inutil- foi descriminado; pra sorte dele.
mente, sem razão): Andava à toa pela rua. Discriminar: equivale a (diferençar, distinguir, separar). Era
À toa: é um adjetivo (refere-se a um substantivo), equivale impossível discriminar os caracteres do documento. Cumpre dis-
a (inútil, desprezível). Foi uma atitude à toa e precipitada. (até criminar os verdadeiros dos falsos valores. /Os negros ainda são
01/01/2009 era grafada: à-toa) discriminados.
Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços fun- Descrição: ato de descrever: A descrição sobre o jogador foi
cionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos supermer- perfeita.
cados. Vamos comemorar, pessoal! Discrição: qualidade ou caráter de ser discreto, reservado:
Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos Você foi muito discreto.
(sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto) da
gasolina. Entrega em domicílio: equivale a lugar: Fiz a entrega em
domicílio.
Bebedor: é a pessoa que bebe: Tornei-me um grande bebedor Entrega a domicílio com verbos de movimento: Enviou as
de vinho. compras a domicílio.
Bebedouro: é o aparelho que fornece água. Este bebedouro
está funcionando bem. As expressões “entrega em domicílio” e “entrega a domicílio”
são muito recorrentes em restaurantes, na propaganda televisa, no
Bem Vindo: é um adjetivo composto: Você é sempre bem outdoor, no folder, no panfleto, no catálogo, na fala. Convivem
vindo aqui, jovem. juntas sem problemas maiores porque são entendidas da mesma
Benvindo: é nome próprio: Benvindo é meu colega de classe. forma, com um mesmo sentido. No entanto, quando falamos de
gramática normativa, temos que ter cuidado, pois “a domicílio”
Boêmia/Boemia: são formas variantes (usadas normalmente): não é aceita. Por quê? A regra estabelece que esta última locução
Vivia na boêmia/boemia. adverbial deve ser usada nos casos de verbos que indicam movi-
mento, como: levar, enviar, trazer, ir, conduzir, dirigir-se.
Botijão/Bujão de gás: ambas formas corretas: Comprei um Portanto, “A loja entregou meu sofá a casa” não está correto.
botijão/bujão de gás. Já a locução adverbial “em domicílio” é usada com os verbos sem
noção de movimento: entregar, dar, cortar, fazer.
Câmara: equivale ao local de trabalho onde se reúnem os A dúvida surge com o verbo “entregar”: não indicaria movi-
vereadores, deputados: Ficaram todos reunidos na Câmara Mu- mento? De acordo com a gramática purista não, uma vez que quem
nicipal. entrega, entrega algo em algum lugar.
Câmera: aparelho que fotografa, tira fotos: Comprei uma câ- Porém, há aqueles que afirmam que este verbo indica sim mo-
mera japonesa. vimento, pois quem entrega se desloca de um lugar para outro.
Contudo, obedecendo às normas gramaticais, devemos usar
Champanha/Champanhe (do francês): O champanha/ “entrega em domicílio”, nos atentando ao fato de que a finalidade
champanhe está bem gelado. é que vale: a entrega será feita no (em+o) domicílio de uma pessoa.
Cessão: equivale ao ato de doar, doação: Foi confirmada a Espectador: é aquele que vê, assiste: Os espectadores se far-
cessão do terreno. taram da apresentação.
Sessão: equivale ao intervalo de tempo de uma reunião: A ses- Expectador: é aquele que está na expectativa, que espera al-
são do filme durou duas horas. guma coisa: O expectador aguardava o momento da chamada.
Seção/Secção: repartição pública, departamento: Visitei hoje
a seção de esportes. Estada: permanência de pessoa (tempo em algum lugar): A
estada dela aqui foi gratificante.
Demais: é advérbio de intensidade, equivale a muito, aparece Estadia: prazo concedido para carga e descarga de navios ou
intensificando verbos, adjetivos ou o próprio advérbio. Vocês fa- veículos: A estadia do carro foi prolongada por mais algumas se-
lam demais, caras! manas.

Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
Fosforescente: adjetivo derivado de fósforo; que brilha no es- Por hora: locução equivale a (cada sessenta minutos): Você
curo: Este material é fosforescente. deve cobrar por hora.
Fluorescente: adjetivo derivado de flúor, elemento químico,
refere-se a um determinado tipo de luminosidade: A luz branca do Por que: escreve se separado; quando ocorre: preposição
carro era fluorescente. por+que - advérbio interrogativo (Por que você mentiu?); prepo-
sição por+que – pronome relativo pelo/a qual, pelos/as quais (A
Haja - do verbo haver - É preciso que não haja descuido. cidade por que passamos é simpática e acolhedora.) (=pela qual);
Aja - do verbo agir - Aja com cuidado, Carlinhos. preposição por+que – conjunção subordinativa integrante; inicia
oração subordinada substantiva (Não sei por que tomaram esta
Houve: pretérito perfeito do verbo haver, 3ª pessoa do sin- decisão. (=por que motivo, razão)
gular Por quê: final de frase, antes de um ponto final, de interroga-
Ouve: presente do indicativo do verbo ouvir, 3ª pessoa do ção, de exclamação, reticências; o monossílabo que passa a ser tô-
singular nico (forte), devendo, pois, ser acentuado: __O show foi cancelado
mas ninguém sabe por quê. (final de frase); __Por quê? (isolado)
Levantar: é sinônimo de erguer: Ginês, meu estimado cunha- Porque: conjunção subordinativa causal: equivale a: pela
do, levantou sozinho a tampa do poço. causa, razão de que, pelo fato, motivo de que: Não fui ao encon-
Levantar-se: pôr de pé: Luís e Diego levantaram-se cedo e, tro porque estava acamado; conjunção subordinativa explicativa:
dirigiram-se ao aeroporto. equivale a: pois, já que, uma vez que, visto que: “Mas a minha
tristeza é sossego porque é natural e justa.”; conjunção subordi-
Mal: advérbio de modo, equivale a erradamente, é oposto nativa final (verbo no subjuntivo, equivale a para que): “Mas não
de bem: Dormi mal. (bem). Equivale a nocivo, prejudicial, en- julguemos, porque não venhamos a ser julgados.”
fermidade; pode vir antecedido de artigo, adjetivo ou pronome: A Porquê: funciona como substantivo; vem sempre acompa-
comida fez mal para mim. Seu mal é crer em tudo. Conjunção su- nhado de um artigo ou determinante: Não foi fácil encontrar o
bordinativa temporal, equivale a assim que, logo que: Mal chegou porquê daquele corre-corre.
começou a chorar desesperadamente.
Mau: adjetivo, equivale a ruim, oposto de bom; plural=maus;
Senão: equivale a (caso contrário, a não ser): Não fazia coisa
feminino=má. Você é um mau exemplo (bom). Substantivo: Os
nenhuma senão criticar.
maus nunca vencem.
Se não: equivale a (se por acaso não), em orações adverbiais
condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá
Mas: conjunção adversativa (ideia contrária), equivale a po-
desta situação crítica.
rém, contudo, entretanto: Telefonei-lhe mas ela não atendeu.
Tampouco: advérbio, equivale a (também não): Não compa-
Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos:
receu, tampouco apresentou qualquer justificativa.
Há mais flores perfumadas no campo.
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão
Nem um: equivale a nem um sequer, nem um único; a palavra pouco esta semana.
um expressa quantidade: Nem um filho de Deus apareceu para
ajudá-la. Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios
Nenhum: pronome indefinido variável em gênero e número; Traz - do verbo trazer
vem antes de um substantivo, é oposto de algum: Nenhum jornal
divulgou o resultado do concurso. Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui.
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está vul-
Obrigada: As mulheres devem dizer: muito obrigada, eu tuosa e deformada.
mesma, eu própria.
Obrigado: Os homens devem dizer: muito obrigado, eu Exercícios
mesmo, eu próprio.
01. Observe a ortografia correta das palavras: disenteria; pro-
Onde: indica o (lugar em que se está); refere-se a verbos que grama; mortadela; mendigo; beneficente; caderneta; problema.
exprimem estado, permanência: Onde fica a farmácia mais pró-
xima? Empregue as palavras acima nas frases:
Aonde: indica (ideia de movimento); equivale (para onde) so- a) O......teve.....porque comeu......estragada.
mente com verbo de movimento desde que indique deslocamento, b) O superpai protegeu demais seu filho e este lhe trouxe
ou seja, a+onde. Aonde vão com tanta pressa? um.........: sua.......escolar indicou péssimo aproveitamento.
“Pode seguir a tua estrada c) A festa......teve um bom.......e, por isso, um bom aprovei-
o teu brinquedo de estar tamento.
fantasiando um segredo
o ponto aonde quer chegar...” 02. Passe as palavras para o diminutivo:
(gravação: Barão Vermelho) - asa; japonês; pai; homem; adeus; português; só; anel;
- beleza; rosa; país; avô; arroz; princesa; café;
Por ora: equivale a (por este momento, por enquanto): Por - flor; Oscar; rei; bom; casa; lápis; pé.
ora chega de trabalhar.

Didatismo e Conhecimento 65
LÍNGUA PORTUGUESA
03. Passe para o plural diminutivo: trem; pé; animal; só; pa- 12. Complete as frases com porque ou por que corretamente:
pel; jornal; mão; balão; automóvel; pai; cão; mercadoria; farol; a) ....... você está chateada?
rua; chapéu; flor. b) Cuidar do animal é mais importante........ele fica limpinho.
c) .......... você não limpou o tapete?
04. Preencha as lacunas com as seguintes palavras: seção, ses- d) Concordo com papai.............ele tem razão.
são, cessão, comprimento, cumprimento, conserto, concerto e) ..........precisamos cuidar dos animais de estimação.  
a) O pequeno jornaleiro foi à.........do jornal.
b) Na..........musical os pequenos cantores apresentaram-se 13. Preencha as lacunas com: mas = porém; mais = indica
muito bem. quantidade; más = feminino de mau.
c) O........do jornaleiro é amável. a) A mãe e o filho discutiram,.......não chegaram a um acordo.
d) O..... das roupas é feito pela mãe do garoto. b) Você quer.......razões para acreditar em seu pai?
e) O......do sapato custou muito caro. c) Pessoas.........deveriam fazer reflexões para acreditar...... na
f) Eu......meu amigo com amabilidade. bondade do que no ódio.
g) A.......de cinema foi um sucesso. d) Eu limpo,.........depois vou brincar.
h) O vestido tem um.........bom. e) O frio não prejudica .........o Tico.
i) Os pequenos violinistas participaram de um........ . f) Infelizmente Tico morreu, ........comprarei outro cãozinho.
g) Todas as atitudes ......devem ser perdoadas,.......jamais ser
05. Dê a palavra derivada acrescentando os sufixos ESA ou repetidas, pois, quanto............se vive,.........se aprende.
EZA: Portugal; certo; limpo; bonito; pobre; magro; belo; gentil;
duro; lindo; China; frio; duque; fraco; bravo; grande. 14. Preencha as lacunas com: trás, atrás e traz.
a) ........... de casa havia um pinheiro.
06. Forme substantivos dos adjetivos: honrado; rápido; escas- b) A poluição.......consigo graves consequências.
so; tímido; estúpido; pálido; ácido; surdo; lúcido; pequeno. c) Amarre-o por......... da árvore.
d) Não vou....... de comentários bobos..
07. Use o H quando for necessário: alucinar; élice, umilde,
15. Preencha as lacunas com: HÁ - indica tempo passado; A -
esitar, oje, humano, ora, onra, aver, ontem, êxito, ábil, arpa, irôni-
tempo futuro e espaço.
co, orrível, árido, óspede, abitar.
a) A loja fica ....... pouco quilômetros daqui.
8. Complete as lacunas com as seguintes formas verbais: Hou-
b) .........instantes li sobre o Natal.
ve e Ouve.
c) Eles não vão à loja porque ........ mais de dois dias a mer-
a) O menino .....muitas recomendações de seu pai.
cadoria acabou.
b) ........muita confusão na cabeça do pequeno.
d) .........três dias que todos se preparam para a festa do Natal.
c) A criança não.........a professora porque não a compreende.
e) Esse fato aconteceu ....... muito tempo.
d) Na escola........festa do Dia do Índio. f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui
......oito dias.
9. A letra X representa vários sons. Leia atentamente as pala- g) Ele estava......... três passos da casa de André.
vras oralmente: trouxemos, exercícios, táxi, executarei, exibir-se, h) ........ dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal.
oxigênio, exercer, proximidade, tóxico, extensão, existir, experiên-
cia, êxito, sexo, auxílio, exame. Separe as palavras em três seções, 16. Atenção para as palavras: por cima; devagar; depressa; de
conforme o som do X. repente; por isso. Agora, empregue-as nas frases:
- Som de Z; a) ......... uma bola atingiu o cenário e o derrubou.
- Som de KS; b) Bem...........o povo começou a se retirar.
- Som de S. c) O rei descobriu a verdade,..........ficou irritado.
d) Faça sua tarefa............, para podermos ir ao dentista.
10. Complete com X ou CH: en.....er; dei.....ar; ......eiro; e) ......... de sua vestimenta real, o rei usava um manto.
fle......a; ei.....o; frou.....o; ma.....ucar; .....ocolate; en.....ada; en.....
ergar; cai......a; .....iclete; fai......a; .....u......u; salsi......a; bai.......a; 17. Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análise;
capri......o; me......erica; ria.......o; ......ingar; .......aleira; amei......a; pesquisa; anarquia; canal; civilização; colônia; humano; suave;
......eirosos; abaca.....i. revisão; real; nacional; final; oficial; monopólio; sintonia; central;
paralisia; aviso.
11. Complete com MAL ou MAU:
a) Disseram que Carlota passou......ontem. 18. Haja ou aja. Use haja ou aja para completar as orações:
b) Ele ficou de......humor após ter agido daquela forma. a) ........ com atenção para que não ........ muitos erros.
c) O time se considera......preparado para tal jogo. b) Talvez ......... greve; é preciso que........... cuidado e atenção.
d) Carlota sofria de um..........curável. c) Desejamos que ........ fraternidade nessa escola.
e) O.......é se ter afeiçoado às coisas materiais. d) ...... com docilidade, meu filho!
f) Ele não é um........sujeito.
g) Mas o.......não durou muito tempo. 19. A palavra MENOS não deve ser modificada para o femini-
no. Complete as frases com a palavra MENOS:

Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
a) Conheço todos os Estados brasileiros,.....a Bahia. 04. a) seção b) sessão c) cumprimento d) conserto e) conserto
b) Todos eram calmos,.........mamãe. f) cumprimento g) sessão h) comprimento i) concerto.
c) Quero levar.........sanduíches do que na semana passada.
d) Mamãe fazia doces e salgados........tortas grandes. 05. portuguesa; certeza; limpeza; boniteza; pobreza; magreza;
beleza; gentileza; dureza; lindeza; Chinesa; frieza; duquesa; fra-
20. Use por que , por quê , porque e porquê: queza; braveza; grandeza.
a) ..........ninguém ri agora?
b) Eis........ ninguém ri. 06. honradez; rapidez; escassez; timidez; estupidez; palidez;
c) Eis os princípios ............luto. acidez; surdez; lucidez; pequenez.
d) Ela não aprendeu, ...........?
e) Aproximei-me .........todos queriam me ouvir. 07. alucinar, ontem, hélice, êxito, humilde, hábil, hesitar, har-
f) Você está assustado, ..........? pa, hoje, irônico, humano, horrível, hora, árido, honra, hóspede,
g) Eis o motivo........errei.
haver, habitar.
h) Creio que vou melhorar.......estudei muito.
i) O....... é difícil de ser estudado.
08. a) ouve b) Houve c) ouve d) houve
j) ........ os índios estão revoltados?
k) O caminho ........viemos era tortuoso.
09.
21. Uso do S e Z. Complete as palavras com S ou Z. A se- Som de Z: exercícios, executarei, exibir-se, exercer, existir,
guir, copie as palavras na forma correta: pou....ando; pre....ença; êxito e exame.
arte.....anato; escravi.....ar; nature.....a; va.....o; pre.....idente; fa..... Som de KS: táxi, oxigênio, tóxico e sexo.
er; Bra.....il; civili....ação; pre....ente; atra....ados; produ......irem; Som de S: trouxemos, proximidade, extensão, experiência e
a....a; hori...onte; torrão....inho; fra....e; intru ....o; de....ejamos; auxílio.
po....itiva; podero....o; de...envolvido; surpre ....a; va.....io; ca....o;
coloni...ação. 10. encher, deixar, cheiro, flecha, eixo, frouxo, machucar, cho-
colate, enxada, enxergar, caixa, chiclete, faixa, chuchu, salsicha,
22. Complete com X ou S e copie as palavras com atenção: baixa, capricho, mexerica, riacho, xingar, chaleira, ameixa, chei-
e....trangeiro; e....tensão; e....tranho; e....tender; e....tenso; e....pon- rosos, abacaxi.
tâneo; mi...to; te....te; e....gotar; e....terior; e....ceção; e...plêndido;
te....to; e....pulsar; e....clusivo. 11. a) mal b) mau c) mal d) mal e) mau f) mau g) mal
23. Tão Pouco / Tampouco 12. a) Por que b) porque c) Por que d) porque e) Porque

Complete as frases corretamente: 13. a) mas b) más mais c) más d) mas e) mais f) mas g) más
a) Eu tive ........oportunidades! mas mais mais
b) Tenho.......... alunos, que cabem todos naquela salinha.
c) Ele não veio;.......virão seus amigos. 14. a) Atrás b) traz c) trás d) atrás
d) Eu tenho .........tempo para estudar.
e) Nunca tive gosto para dançar;......para tocar piano. 15. a) a b) Há c) há d) Há e) há f) a g) a h) A
f) As pessoas que não amam,........são felizes.
g) As pessoas têm.....atitudes de amizade. 16. a) De repente b) devagar c) por isso d) depressa e) Por
h) O governo daquele país não resolve seus problemas,....... se
cima
preocupa em resolvê-los.
17. analisar; pesquisar; anarquizar; canalizar; civilizar; coloni-
Respostas
zar; humanizar; suavizar; revisar; realizar; nacionalizar; finalizar;
01. a) mendigo disenteria mortadela b) problema caderneta c) oficializar; monopolizar; sintonizar; centralizar; paralisar; avisar.
beneficente programa
18. a) Aja haja b) haja haja c) haja d) Aja
02.
- asinha; japonesinho; paizinho; homenzinho; adeusinho; por- 19. a) menos b) menos c) menos d) menos
tuguesinho; sozinho; anelzinho;
- belezinha; rosinha; paisinho; avozinho; arrozinho; princesi- 20. a) Por que b) por que c) por que d) por quê e) porque f) por
nha; cafezinho; quê g) por que h) porque i) porquê j) Por que k) por que
- florzinha; Oscarzinho; reizinho; bonzinho; casinha; lapisi-
nho; pezinho. 21. Pousando; Presença; Artesanato; Escravizar; Natureza;
Vaso; Presidente; Fazer; Brasil; Civilização; Presente; Atrasados;
03. trenzinhos; pezinhos; animaizinhos; sozinhos; papeizi- Produzirem; Asa; Horizonte; Torrãozinho; Frase; Intruso; Deseja-
nhos; jornaizinhos; mãozinhas; balõezinhos; automoveisinhos; mos; Positiva; Poderoso; Desenvolvido; Surpresa; Vazio; Caso;
paizinhos; cãezinhos; mercadoriazinhas; faroisinhos; ruazinhas; Colonização.
chapeuzinhos; florezinhas.

Didatismo e Conhecimento 67
LÍNGUA PORTUGUESA
22. estrangeiro; extensão; estranho; estender; extenso; Espon- Os acentos
tâneo; Misto; Teste; Esgotar; Exterior; Exceção; Esplêndido; Tex-
to; Expulsar; Exclusivo. acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», «u» e
sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras representam
23. a) tão poucas b) tão poucos c) tampouco d) tão pouco e) as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
tampouco f) tampouco g) tão poucas h) tampouco Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto.
Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos)

ACENTUAÇÃO GRÁFICA. acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
“o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com arti-
gos e pronomes.
Ex.: à – às – àquelas – àqueles
Acentuação Gráfica
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abo-
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras es- lido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras deriva-
tabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de algumas das de nomes próprios estrangeiros.
particularidades, às quais devemos estar atentos, procurando esta- Ex.: mülleriano (de Müller)
belecer uma relação de familiaridade e, consequentemente, colo-
cando-as em prática na linguagem escrita. til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais na-
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de sais.
redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e logo Ex.: coração – melão – órgão – ímã
nos adequamos à forma padrão.
Regras fundamentais:
Regras básicas – Acentuação tônica
Palavras oxítonas:
A acentuação tônica implica na intensidade com que são pro- Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
nunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais “em”, seguidas ou não do plural(s):
acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
como: Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última ou não de “s”.
sílaba. Ex.: pá – pé – dó – há
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na de lo, la, los, las.
penúltima sílaba. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
Paroxítonas:
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica está na Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
antepenúltima sílaba. - i, is
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus táxi – lápis – júri
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais de uma - us, um, uns
sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba so- vírus – álbuns – fórum
mente: são os chamados monossílabos, que, quando pronuncia- - l, n, r, x, ps
dos, apresentam certa diferenciação quanto à intensidade. automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em - ã, ãs, ão, ãos
uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar ímã – ímãs – órfão – órgãos
no exemplo a seguir: -- Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare
“Sei que não vai dar em nada, que essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são
Seus segredos sei de cor”. acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO.
Assim ficará mais fácil a memorização!
Os monossílabos em destaque classificam-se como tônicos; os
demais, como átonos (que, em, de). -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.
água – pônei – mágoa – jóquei

Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
Regras especiais: Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem pre-
cedidas de vogal idêntica:
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a
nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
“u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra serão mais acentuadas. Ex.:
oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.: Antes Depois
Antes Agora apazigúe (apaziguar) apazigue
assembléia assembleia averigúe (averiguar) averigue
idéia ideia argúi (arguir) argui
geléia geleia
jibóia jiboia
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plu-
apóia (verbo apoiar) apoia
ral de:
paranóico paranoico
ele tem – eles têm
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanha- ele vem – eles vêm (verbo vir)
dos ou não de “s”, haverá acento:
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter,
deter, abster.
Observação importante: ele contém – eles contêm
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato ele obtém – eles obtêm
quando vierem depois de ditongo: Ex.: ele retém – eles retêm
Antes Agora ele convém – eles convêm
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram
Sauípe Sauipe acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes (regra do
acento diferencial). Apenas em algumas exceções, como:
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido. A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito
Ex.: perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para
Antes Agora diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
crêem creem indicativo). Ex:
lêem leem Ela pode fazer isso agora.
vôo voo Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
enjôo enjoo O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da prepo-
sição por.
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos - Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”,
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento então estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos
como antes: CRER, DAR, LER e VER. outros casos, “por” preposição. Ex:
Faço isso por você.
Repare:
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
1-) O menino crê em você
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem!
Todas leem bem! Questões sobre Acentuação Gráfica
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
Esperamos que os garotos deem o recado! 01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
4-) Rubens vê tudo! A) Tem a última sílaba como tônica.
Eles veem tudo! B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
- Cuidado! Há o verbo vir: D) Não tem sílaba tônica.
Ele vem à tarde!
Eles vêm à tarde! 02. Assinale a alternativa correta.
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando se- A palavra faliu contém um:
guidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: A) hiato B) dígrafo
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz C) ditongo decrescente D) ditongo crescente

Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem 03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente, aterra-
seguidas do dígrafo nh: dor.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo mesmo moti-
ra-i-nha, ven-to-i-nha. vo que:

Didatismo e Conhecimento 69
LÍNGUA PORTUGUESA
A) túnel B) voluntário
C) até D) insólito FORMAÇÃO DE PALAVRAS.
E) rótulos

04. Assinale a alternativa correta.


A) “Contrário” e “prévias” são acentuadas por serem paroxí-
tonas terminadas em ditongo. Estrutura e Formação de Palavras
B) Em “interruptor” e “testaria” temos, respectivamente, en-
contro consonantal e hiato. Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das
C) Em “erros derivam do mesmo recurso mental” as palavras palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada
grifadas são paroxítonas. uma delas. As palavras podem ser divididas em unidades menores,
D) Nas palavras “seguida”, “aquele” e “quando” as partes des- a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas.
tacadas são dígrafos. Vamos analisar a palavra “cachorrinhas”. Nessa palavra ob-
E) A divisão silábica está correta em “co-gni-ti-va”, “p-si-có servamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles:
-lo-ga” e “a-ci-o-na”. cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele
que contém o significado.
05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO: inh - indica que a palavra é um diminutivo
A) saúde B) cooperar a - indica que a palavra é feminina
C) ruim D) creem s - indica que a palavra se encontra no plural
E) pouco
Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo. Exis-
GABARITO tem palavras que não comportam divisão em unidades menores,
tais como: mar, sol, lua, etc. São elementos mórficos:
01. B 02. C 03. B 04. A 05. E - Raiz, Radical, Tema: elementos básicos e significativos
- Afixos (Prefixos, Sufixos), Desinência, Vogal Temática:
elementos modificadores da significação dos primeiros
COMENTÁRIOS
- Vogal de Ligação, Consoante de Ligação: elementos de li-
gação ou eufônicos.
1-) Separando as sílabas: Ca – dá – ver: a penúltima sílaba é a
tônica (mais forte; nesse caso, acentuada). Penúltima sílaba tônica
Raiz: É o elemento originário e irredutível em que se concen-
= paroxítona
tra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico.
É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma
2-) fa - liu - temos aqui duas vogais na mesma sílaba, por-
família etimológica. Exemplo: Raiz noc [Latim nocere = prejudi-
tanto: ditongo. É decrescente porque apresenta uma vogal e uma
car] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem,
semivogal. Na classificação, ambas são semivogais, mas quando
pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, ino-
juntas, a que “aparecer” mais na pronúncia será considerada “vo-
centar, inócuo, etc.
gal”.
Uma raiz pode sofrer alterações: at-o; at-or; at-ivo; aç-ão; ac
3-) ex – pe - ri – ên - cia : paroxítona terminada em ditongo
-ionar;
crescente (semivogal + vogal)
a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L
Radical:
b-) vo – lun - tá – rio : paroxítona terminada em ditongo
c-) A - té – oxítona
Observe o seguinte grupo de palavras: livr-o; livr-inho; livr
d-) in – só – li – to : proparoxítona
-eiro; livr-eco. Você reparou que há um elemento comum nesse
e-) ró – tu los – proparoxítona
grupo? Você reparou que o elemento livr serve de base para o sig-
nificado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema).
4-) a-) correta
Elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o
b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim DÍ-
aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos
GRAFO
elementos secundários (quando houver) da palavra. Exemplo: cer-
c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona
t-o; cert-eza; in-cert-eza.
d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que “ouço” o som do U,
portanto não é caso de dígrafo
Afixos: são elementos secundários (geralmente sem vida autô-
e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga
noma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras
derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema “-mente”, por
5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im / cre - em
exemplo, cria uma nova palavra a partir de “certo”: certamente,
/ pou - co (ditongo)
advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos mor-
femas “a-” e “-ar” à forma “cert-” cria o verbo acertar. Observe
que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe
gramatical na palavra a que são anexados.

Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando são colocados antes do radical, como acontece com - Derivação Sufixal ou Sufixação: resulta de acréscimo de
“a-”, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como “-ar”, sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado
surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. ou mudança de classe gramatical: alfabetização. No exemplo, o
Exemplo: in-at-ivo; em-pobr-ecer; inter-nacion-al. sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este,
por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo
Desinências: são os elementos terminais indicativos das fle- do sufixo -izar.
xões das palavras. Existem dois tipos:
- Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (mas- A derivação sufixal pode ser:
culino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes. Nominal, formando substantivos e adjetivos: papel – papela-
Exemplos: aluno-o / aluno-s; alun-a / aluna-s. Só podemos falar ria; riso – risonho.
em desinências nominais de gêneros e de números em palavras Verbal, formando verbos: atual - atualizar.
que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras Adverbial, formando advérbios de modo: feliz – felizmente.
como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência
nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinên- - Derivação Parassintética ou Parassíntese: Ocorre quando a
cia nominal de número. palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufi-
xo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes
- Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pes- (substantivos e adjetivos) e verbos. Considere o adjetivo “triste”.
soa e de modo e tempo dos verbos. A desinência “-o”, presente Do radical “trist-” formamos o verbo entristecer através da junção
em “am-o”, é uma desinência número pessoal, pois indica que o simultânea do prefixo  “en-” e do sufixo “-ecer”. A presença de
verbo está na primeira pessoa do singular; “-va”, de “ama-va”, é apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova
desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pre- palavra, pois em nossa língua não existem as palavras “entriste”,
térito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação. nem “tristecer”. Exemplos:
emudecer
Vogal Temática: é a vogal que se junta ao radical, preparan- mudo – palavra inicial
do-o para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três
e – prefixo
vogais temáticas:
mud – radical
- Caracteriza os verbos da 1ª conjugação: buscar, buscavas,
ecer – sufixo
etc.
- Caracteriza os verbos da 2ª conjugação: romper, rompemos,
desalmado
etc.
alma – palavra inicial
- Caracteriza os verbos da 3ª conjugação: proibir, proibirá, etc.
des – prefixo
Tema: é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. alm – radical
Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi- ado – sufixo

Vogais e Consoantes de Ligação: As vogais e consoantes de Não devemos confundir derivação parassintética, em que o
ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo,
para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determi- com casos como os das palavras desvalorização e desigualdade.
nada palavra. Exemplos: parisiense (paris= radical, ense=sufixo, Nessas palavras, os afixos são acoplados em sequência: desvalo-
vogal de ligação=i); gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l rização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por
-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc. sua vez provém de valor.
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por pa-
Formação das Palavras: existem dois processos básicos pe- rassíntese: não se pode dizer que expropriar provém de “propriar”
los quais se formam as palavras: a Derivação e a Composição. A ou de “expróprio”, pois tais palavras não existem. Logo, expro-
diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo priar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante
de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no de prefixo e sufixo.
processo de composição sempre haverá mais de um radical. - Derivação Regressiva: ocorre derivação regressiva quando
uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução: com-
Derivação: é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, prar (verbo), compra (substantivo); beijar (verbo), beijo (substan-
chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primiti- tivo).
va. Exemplo: Mar (marítimo, marinheiro, marujo); terra (enterrar,
terreiro, aterrar). Observamos que «mar» e «terra» não se formam Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou
de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a for- se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação:
mação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. - Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o ver-
Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.  bo palavra primitiva.
- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o
Tipos de Derivação contrário.
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam
- Derivação Prefixal ou Prefixação: resulta do acréscimo de ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém,
prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado: com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substanti-
crer- descrer; ler- reler; capaz- incapaz. vo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.

Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
Por derivação regressiva, formam-se basicamente substanti- - Hibridismo: ocorre hibridismo na palavra em cuja forma-
vos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substanti- ção entram elementos de línguas diferentes: auto (grego) + móvel
vos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os (latim).
exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. o portu-
ga (de português); o boteco (de botequim); o comuna (de comu- - Onomatopeia: numerosas palavras devem sua origem a uma
nista); agito (de agitar); amasso (de amassar); chego (de chegar) tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruí-
dos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem
O processo normal é criar um verbo a partir de um substanti- aproximadamente os sons e as vozes dos seres: miau, zumzum,
vo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso: piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.
forma o substantivo a partir do verbo.
Prefixos: os prefixos são morfemas que se colocam antes dos
- Derivação Imprópria: A derivação imprópria ocorre quando radicais basicamente a fim de modificar-lhes o sentido; raramen-
determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão te esses morfemas produzem mudança de classe gramatical. Os
em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo: prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim
Os adjetivos passam a substantivos: Os bons serão contem- e do grego, línguas em que funcionavam como preposições ou ad-
plados. vérbios, logo, como vocábulos autônomos.  Alguns prefixos foram
Os particípios passam a substantivos ou adjetivos: Aquele ga- pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tive-
roto alcançou um feito passando no concurso. ram grande vitalidade na formação de novas palavras: a- , contra- ,
Os infinitivos passam a substantivos: O andar de Roberta era des- , em-  (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-.
fascinante; O badalar dos sinos soou na cidadezinha.
Os substantivos passam a adjetivos: O funcionário fantasma Prefixos de Origem Grega
foi despedido; O menino prodígio resolveu o problema.
Os adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que nin- a-, an-: afastamento, privação, negação, insuficiência, carên-
guém escutasse. cia: anônimo, amoral, ateu, afônico.
Palavras invariáveis passam a substantivos: Não entendo o ana-: inversão, mudança, repetição: analogia, análise, anagra-
ma, anacrônico.
porquê disso tudo.
anfi-: em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade:
Substantivos próprios tornam-se comuns: Aquele coordena-
anfiteatro, anfíbio, anfibologia.
dor é um caxias! (chefe severo e exigente)
anti-: oposição, ação contrária: antídoto, antipatia, antagonis-
ta, antítese.
Os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte
apo-: afastamento, separação: apoteose, apóstolo, apocalipse,
da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras.
apologia.
No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu sig-
arqui-, arce-: superioridade hierárquica, primazia, excesso:
nificado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário.
essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada “impró- cata-: movimento de cima para baixo: cataplasma, catálogo,
pria”. catarata.
di-:  duplicidade: dissílabo, ditongo, dilema.
Composição: é o processo que forma palavras compostas, a dia-: movimento através de, afastamento: diálogo, diagonal,
partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos: diafragma, diagrama.
dis-: dificuldade, privação: dispneia, disenteria, dispepsia,
- Composição por Justaposição: ao juntarmos duas ou mais disfasia.
palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética: passatempo, ec-, ex-, exo-, ecto-: movimento para fora: eclipse, êxodo, ec-
quinta-feira, girassol, couve-flor. Em «girassol» houve uma altera- toderma, exorcismo.
ção na grafia (acréscimo de um «s») justamente para manter inal- en-, em-, e-:  posição interior, movimento para dentro: encé-
terada a sonoridade da palavra. falo, embrião, elipse, entusiasmo.
endo-: movimento para dentro: endovenoso, endocarpo, en-
- Composição por Aglutinação: ao unirmos dois ou mais dosmose.
vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus epi-: posição superior, movimento para: epiderme, epílogo,
elementos fonéticos: embora (em boa hora); fidalgo (filho de algo epidemia, epitáfio.
- referindo-se a família nobre); hidrelétrico (hidro + elétrico); pla- eu-: excelência, perfeição, bondade: eufemismo, euforia, eu-
nalto (plano alto). Ao aglutinarem-se, os componentes subordi- caristia, eufonia.
nam-se a um só acento tônico, o do último componente. hemi-: metade, meio: hemisfério, hemistíquio, hemiplégico.
hiper-: posição superior, excesso: hipertensão, hipérbole, hi-
- Redução: algumas palavras apresentam, ao lado de sua for- pertrofia.
ma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por automóvel; hipo-: posição inferior, escassez: hipocrisia, hipótese, hipo-
cine - por cinema; micro - por microcomputador; Zé - por José. dérmico.
Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem meta-: mudança, sucessão: metamorfose, metáfora, metacar-
ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação po.
atual. para-: proximidade, semelhança, intensidade: paralelo, para-
sita, paradoxo, paradigma.

Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
peri-: movimento ou posição em torno de: periferia, peripé- re-: repetição, reciprocidade: rever, reduzir, rebater, reatar.
cia, período, periscópio. retro-: movimento para trás: retrospectiva, retrocesso, retroa-
pro-: posição em frente, anterioridade: prólogo, prognóstico, gir, retrógrado.
profeta, programa. so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima, inferiori-
pros-: adjunção, em adição a: prosélito, prosódia. dade: soterrar, sobpor, subestimar.
proto-: início, começo, anterioridade: proto-história, protóti- super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso: supercílio,
po, protomártir. supérfluo.
poli-: multiplicidade: polissílabo, polissíndeto, politeísmo. soto-, sota-: posição inferior: soto-mestre, sota-voga, soto
sin-, sim-: simultaneidade, companhia: síntese, sinfonia, sim- -pôr.
patia, sinopse. trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movimento
tele-: distância, afastamento: televisão, telepatia, telégrafo. através: transatlântico, tresnoitar, tradição.
ultra-: posição além do limite, excesso: ultrapassar, ultrarro-
Prefixos de Origem Latina mantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta.
vice-, vis-: em lugar de: vice-presidente, visconde, vice-almi-
a-, ab-, abs-: afastamento, separação: aversão, abuso, absti- rante.
nência, abstração.
a-, ad-: aproximação, movimento para junto: adjunto,advoga- Sufixos: são elementos (isoladamente insignificativos) que,
do, advir, aposto. acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua principal
ante-: anterioridade, procedência: antebraço, antessala, an- característica é a mudança de classe gramatical que geralmente
teontem, antever. opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo
ambi-: duplicidade: ambidestro, ambiente, ambiguidade, am- num contexto em que se deve usar um substantivo, por exemplo.
bivalente. Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorpora-
ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação: benefício, das as desinências que indicam as flexões das palavras variáveis.
bendito. Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos extre-
bis-, bi-:  repetição, duas vezes: bisneto, bimestral, bisavô,
mamente importantes para o funcionamento da língua. São os que
biscoito.
formam nomes de ação e os que formam nomes de agente.
circu(m)-: movimento em torno: circunferência, circunscrito,
circulação.
Sufixos que formam nomes de ação: -ada – caminhada;
cis-: posição aquém: cisalpino, cisplatino, cisandino.
-ança – mudança; -ância – abundância; -ção – emoção; -dão – so-
co-, con-, com-: companhia, concomitância: colégio, coope-
lidão; -ença – presença; -ez(a) – sensatez, beleza; -ismo – civismo;
rativa, condutor.
contra-: oposição: contrapeso, contrapor, contradizer. -mento – casamento; -são – compreensão; -tude – amplitude; -ura
de-: movimento de cima para baixo, separação, negação: de- – formatura.
capitar, decair, depor.
de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação: desventura, Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) – secretário;
discórdia, discussão. -eiro(a) – ferreiro; -ista – manobrista; -or – lutador; -nte – fei-
e-, es-, ex-: movimento para fora: excêntrico, evasão, expor- rante.
tação, expelir.
en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para um es- Sufixos que formam nomes de lugar, depositório: -aria –
tado ou forma, revestimento: imergir, enterrar, embeber, injetar, churrascaria; -ário – herbanário; -eiro – açucareiro; -or – corre-
importar. dor; -tério – cemitério; -tório – dormitório.
extra-: posição exterior, excesso: extradição, extraordinário,
extraviar. Sufixos que formam nomes indicadores de abundância,
i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação: ilegal, im- aglomeração, coleção: -aço – ricaço; -ada – papelada; -agem –
possível, improdutivo. folhagem; -al – capinzal; -ame – gentame; -ario(a) - casario, in-
inter-, entre-: posição intermediária: internacional, interpla- fantaria; -edo – arvoredo; -eria – correria; -io – mulherio; -ume
netário. – negrume.
intra-: posição interior: intramuscular, intravenoso, intraver-
bal. Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência:
intro-: movimento para dentro: introduzir, introvertido, in- -ite - bronquite, hepatite (inflamação), amotite (fósseis).
trospectivo. -oma - mioma, epitelioma, carcinoma (tumores).
justa-: posição ao lado: justapor, justalinear. -ato, eto, Ito - sulfato, cloreto, sulfito (sais), granito (pedra).
ob-, o-: posição em frente, oposição: obstruir, ofuscar, ocupar, -ina - cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais).
obstáculo. -ol - fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto).
per-: movimento através: percorrer, perplexo, perfurar, per- -ema - morfema, fonema, semema, semantema (ciência lin-
verter. guística).
pos-: posterioridade: pospor, posterior, pós-graduado. -io - sódio, potássio, selênio (corpos simples)
pre-: anterioridade: prefácio, prever, prefixo, preliminar.
pro-: movimento para frente: progresso, promover, prosse- Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas,
guir, projeção. sistemas políticos: - ismo: budismo, kantismo, comunismo.

Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
Sufixos Formadores de Adjetivos 02. A palavra “aguardente” formou-se por:
a) hibridismo
- de substantivos: -aco – maníaco; -ado – barbado; -áceo(a) b) aglutinação
- herbáceo, liláceas; -aico – prosaico; -al – anual; -ar – escolar; c) justaposição
-ário - diário, ordinário; -ático – problemático; -az – mordaz; d) parassíntese
-engo – mulherengo; -ento – cruento; -eo – róseo; -esco – pito- e) derivação regressiva
resco; -este – agreste; -estre – terrestre; -enho – ferrenho; -eno
– terreno; -ício – alimentício; -ico – geométrico; -il – febril; -ino 03. Que item contém somente palavras formadas por justa-
– cristalino; -ivo – lucrativo; -onho – tristonho; -oso – bondoso;
posição?
-udo – barrigudo.
a) desagradável – complemente
- de verbos: b) vaga-lume - pé-de-cabra
-(a)(e)(i)nte: ação, qualidade, estado – semelhante, doente, c) encruzilhada – estremeceu
seguinte. d) supersticiosa – valiosas
-(á)(í)vel: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação – lou- e) desatarraxou – estremeceu
vável, perecível, punível.
-io, -(t)ivo: ação referência, modo de ser – tardio, afirmativo, 04. “Sarampo” é:
pensativo. a) forma primitiva
-(d)iço, -(t)ício: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, b) formado por derivação parassintética
referência – movediço, quebradiço, factício. c) formado por derivação regressiva
-(d)ouro,-(t)ório: ação, pertinência – casadouro, preparatório. d) formado por derivação imprópria
e) formado por onomatopéia
Sufixos Adverbiais: Na Língua Portuguesa, existe apenas um
único sufixo adverbial: É o sufixo “-mente”, derivado do substan- 05. Numere as palavras da primeira coluna conforme os pro-
tivo feminino latino mens, mentis que pode significar “a mente, cessos de formação numerados à direita. Em seguida, marque a
o espírito, o intento”.Este sufixo juntou-se a adjetivos, na forma alternativa que corresponde à sequência numérica encontrada:
feminina, para indicar circunstâncias, especialmente a de modo. ( ) aguardente     1) justaposição
Exemplos: altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervo-
( ) casamento     2) aglutinação
sa-mente, fraca-mente, pia-mente. Já os advérbios que se derivam
( ) portuário         3) parassíntese
de adjetivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues-men-
te, etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora ( ) pontapé         4) derivação sufixal
uniformes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês. ( ) os contras     5) derivação imprópria
( ) submarino     6) derivação prefixal
Sufixos Verbais: Os sufixos verbais agregam-se, via de regra, ( ) hipótese
ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos.
Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1
da terminação-ar. Exemplos: esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6
nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar. c) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6
d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6
Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação. e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6
-ar: cruzar, analisar, limpar
-ear: guerrear, golear 06. Indique a palavra que foge ao processo de formação de
-entar: afugentar, amamentar chapechape:
-ficar: dignificar, liquidificar a) zunzum
-izar: finalizar, organizar b) reco-reco
c) toque-toque
Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida.
d) tlim-tlim
Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou cau-
sar. e) vivido
Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco in-
tensa. 07. Em que alternativa a palavra sublinhada resulta de deriva-
ção imprópria?
Exercícios a) Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: a
votação.
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto secre-
mesmo processo: to... Bobagens, bobagens!
a) ajoelhar / antebraço / assinatura c) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continua-
b) atraso / embarque / pesca riam sendo uma farsa!
c) o jota / o sim / o tropeço d) Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se entenderam.
d) entrega / estupidez / sobreviver e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva.
e) antepor / exportação / sanguessuga

Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
08. Assinale a série de palavras em que todas são formadas pode ser entendidas dentro do contexto (= o escrito em que figu-
por parassíntese: ram) e na situação (= o ambiente, as circunstâncias) em que o fa-
a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer lante se encontra. Chamam-se frases nominais as que se apresen-
b) solução, passional, corrupção, visionário tam sem o verbo. Exemplo: Tudo parado e morto.
c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
d) biografia, macróbio, bibliografia, asteróide Quanto ao sentido, as frases podem ser:
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo
Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo, de for-
09. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são forma- ma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou enunciação
das por: de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa:
a) derivação Paulo parece inteligente. (afirmativa)
b) onomatopeia A retificação da velha estrada é uma obra inadiável. (afirmativa)
c) hibridismo Nunca te esquecerei. (negativa)
d) composição Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa)
e) prefixação Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta (com
ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de interroga-
10. Assinale a alternativa em que uma das palavras não é for- ção). São uma pergunta, uma interrogação:
mada por prefixação: Por que chegaste tão tarde?
a) readquirir, predestinado, propor Gostaria de saber que horas são.
b) irregular, amoral, demover “Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa)
c) remeter, conter, antegozar “Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado de Assis)
d) irrestrito, antípoda, prever
e) dever, deter, antever Imperativas: aquela através da qual expressamos uma ordem,
pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa. Contêm uma
Respostas: 1-B / 2-B / 3-B / 4-C / 5-E / 6-E / 7-D / 8-A / 9-D ordem, proibição, exortação ou pedido:
/ 10-E / “Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa)
Não cometa imprudências. (negativa)
“Vamos, meu filho, ande depressa!” (afirmativa)
REESCRITURA DE FRASES. “Segue teu rumo e canta em paz.” (afirmativa)
“Não me leves para o mar.” (negativa)

Exclamativas: aquela através da qual externamos uma admi-


ração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento, etc.:
Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ouve Como eles são audaciosos!
ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode revestir Não voltaram mais!
as mais variadas formas, desde a simples palavra até o período “Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!” (Graciliano
mais complexo, elaborado segundo os padrões sintáticos do idio- Ramos)
ma. São exemplos de frases:
Optativas: É aquela através da qual se exprime um desejo:
Socorro! Bons ventos o levem!
Muito obrigado! Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!
Que horror! “E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet)
Sentinela, alerta! “Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano Ramos)
Cada um por si e Deus por todos.
Grande nau, grande tormenta. Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, maldição):
Por que agridem a natureza? “Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo Branco)
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos) “Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias)
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos) “Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!” (Domin-
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.” gos Carvalho da Silva)
(Adonias Filho)
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo) Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus alia- podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No primeiro caso,
dos brancos de além mar, tinham sido levadas em helicópteros a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O que caracteriza e dis-
para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, mas este se tingue esses diferentes tipos de frase é a entoação, ora ascendente
havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo) ora descendente.
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser
As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, in- integralmente captados se atentarmos para o contexto em que
dicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Muitas frases, prin- são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se
cipalmente as que se desviam do esquema sujeito + predicado, só explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”,

Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de e) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência?
pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que f) Atravessem a rua com cuidado.
aparentemente diz. g) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido!
A entoação é um elemento muito importante da frase falada, h) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a cor da
pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo de bandeira.
como é dita, uma frase simples como “É ela.” pode indicar consta- i) Não te quero ver mais aqui!
tação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. j) Hoje saímos mais cedo.
A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme o
tom com que a proferimos. Observe: Respostas
Olavo esteve aqui. 1-“a” e “d”
Olavo esteve aqui? 2- a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) optativa;
Olavo esteve aqui?! e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) declarativa
Olavo esteve aqui! 3- a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho, pro-
cure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta!
Exercícios 4- a/b/d/g
5- a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d) impera-
01. Marque apenas as frases nominais: tiva; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h) declarativa;
a) Que voz estranha! i) imperativa; j) declarativa
b) A lanterna produzia boa claridade.
c) As risadas não eram normais.
d) Luisinho, não!

02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, excla-


mativa, optativa ou imperativa.
a) Você está bem?
b) Não olhe; não olhe, Luisinho!
c) Que alívio!
d) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
e) Você se machucou?
f) A luz jorrou na caverna.
g) Agora suma, seu monstro!
h) O túnel ficava cada vez mais escuro.

03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o mo-


delo:
Luisinho ficou pra trás. (declarativa)
Lusinho, fique para trás. (imperativa)
 
a) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos.
b) Luisinho procurou os fósforos no bolso.
c) Os meninos olharam à sua volta.

04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm verbos.
Assinale, pois, as frases verbais:
a) Deus te guarde!
b) As risadas não eram normais.
c) Que ideia absurda!
d) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos.
e) Tão preta como o túnel!
f) Quem bom!
g) As ovelhas são mansas e pacientes.
h) Que espírito irônico e livre!

05. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: declarativa,


interrogativa, imperativa e exclamativa:
a) Que flores tão aromáticas!
b) Por que é que não vais ao teatro mais vezes?
c) Devemos manter a nossa escola limpa.
d) Respeitem os limites de velocidade.

Didatismo e Conhecimento 76
RACIOCÍNIO
LÓGICO
RACIOCÍNIO LÓGICO
As proposições compostas são assim caracterizadas por apre-
ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES sentarem mais de uma proposição conectadas pelos conectivos ló-
gicos. São indicadas pelas letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...
ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS,
Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando que a
LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS proposição composta Q é formada pelas proposições simples r, s
FICTÍCIOS; DEDUÇÃO DE NOVAS e t.
INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES Exemplo:
FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS Proposições simples:
CONDIÇÕES USADAS PARA p: Meu nome é Raissa 
ESTABELECER A ESTRUTURA q: São Paulo é a maior cidade brasileira 
DAQUELAS RELAÇÕES. r: 2+2=5 
s: O número 9 é ímpar 
t: O número 13 é primo
Proposições compostas 
Estruturas lógicas P: O número 12 é divisível por 3 e 6 é o dobro de 12. 
Q: A raiz quadrada de 9 é 3 e 24 é múltiplo de 3. 
1. Proposição R(s, t): O número 9 é ímpar e o número 13 é primo.
Proposição ou sentença é um termo utilizado para exprimir
ideias, através de um conjunto de palavras ou símbolos. Este con- 6. Tabela-Verdade
junto descreve o conteúdo dessa ideia. A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógico de
São exemplos de proposições: uma proposição composta, sendo que os valores das proposições
p: Pedro é médico. simples já são conhecidos. Pois o valor lógico da proposição com-
q: 5 > 8 posta depende do valor lógico da proposição simples. 
r: Luíza foi ao cinema ontem à noite. A seguir vamos compreender como se constrói essas tabelas-
verdade partindo da árvore das possibilidades dos valores lógicos
2. Princípios fundamentais da lógica das preposições simples, e mais adiante veremos como determinar
Princípio da Identidade: A é A. Uma coisa é o que é. O que o valor lógico de uma proposição composta.
é, é; e o que não é, não é. Esta formulação remonta a Parménides
de Eleia. Proposição composta do tipo P(p, q)
Principio da não contradição: Uma proposição não pode ser
verdadeira e falsa, ao mesmo tempo.
Principio do terceiro excluído: Uma alternativa só pode ser
verdadeira ou falsa.

3. Valor lógico 
Considerando os princípios citados acima, uma proposição é
classificada como verdadeira ou falsa.
Sendo assim o valor lógico será:
- a verdade (V), quando se trata de uma proposição verdadeira.
- a falsidade (F), quando se trata de uma proposição falsa. Proposição composta do tipo P(p, q, r)
4. Conectivos lógicos 
Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar as pro-
posições formando novas sentenças.
Os principais conectivos lógicos são: 

~ não
∧ e
V Ou
Proposição composta do tipo P(p, q, r, s) 
→  se…então A tabela-verdade possui 24 = 16 linhas e é formada igualmente
↔ se e somente se as anteriores.

5. Proposições simples e compostas


As proposições simples são assim caracterizadas por apresen-
tarem apenas uma ideia. São indicadas pelas letras minúsculas: p, Proposição composta do tipo P(p1, p2, p3,..., pn)
q, r, s, t... A tabela-verdade possui 2n  linhas e é formada igualmente as
anteriores.

Didatismo e Conhecimento 1
RACIOCÍNIO LÓGICO
7. O conectivo não e a negação 9. O conectivo ou e a disjunção
O conectivo não e a negação de uma proposição p é outra O conectivo ou e a disjunção de duas proposições p e q é ou-
proposição que tem como valor lógico V se p for falsa e F se p é tra proposição que tem como valor lógico V se alguma das propo-
verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a negação de p com sições for verdadeira e F se as duas forem falsas. O símbolo p ∨
a seguinte tabela-verdade:  q (p ou q) representa a disjunção, com a seguinte tabela-verdade: 

P ~P P q pVq
V F V V V
F V V F V
F V V
Exemplo:
F F F
p = 7 é ímpar  Exemplo:
~p = 7 não é ímpar 
p = 2 é par 
q = o céu é rosa 
P ~P p ν q = 2 é par ou o céu é rosa 
V F
P q pVq
q = 24 é múltiplo de 5 
~q = 24 não é múltiplo de 5  V F V

10. O conectivo se… então… e a condicional


q ~q A condicional se p então q é outra proposição que tem como
F V valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbolo p → q re-
presenta a condicional, com a seguinte tabela-verdade: 
8. O conectivo e e a conjunção
O conectivo e e a conjunção de duas proposições p e q é outra P q p→q
proposição que tem como valor lógico V se p e q forem verda-
deiras, e F em outros casos. O símbolo p Λ q (p e q) representa a V V V
conjunção, com a seguinte tabela-verdade:  V F F
F V V
P q pΛq F F V
V V V
V F F Exemplo:
F V F
P: 7 + 2 = 9 
F F F Q: 9 – 7 = 2 
p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2 
Exemplo
P q p→q
p = 2 é par 
q = o céu é rosa V V V
p Λ q = 2 é par e o céu é rosa 
p = 7 + 5 < 4 
P q pΛq q = 2 é um número primo 
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo. 
V F F

p = 9 < 6  P q p→q
q = 3 é par F V V
p Λ q: 9 < 6 e 3 é par 
p = 24 é múltiplo de 3 q = 3 é par 
P q pΛq p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par. 
F F F
P q p→q
V F F

Didatismo e Conhecimento 2
RACIOCÍNIO LÓGICO
p = 25 é múltiplo de 2 
q = 12 < 3 
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3. 

P q p→q
F F V

11. O conectivo se e somente se e a bicondicional


A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras ou ambas falsas,
e F nos outros casos. 
O símbolo     representa a bicondicional, com a seguinte tabela-verdade: 

P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exemplo

p = 24 é múltiplo de 3 
q = 6 é ímpar  
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar. 

P q p↔q
V F F

12. Tabela-Verdade de uma proposição composta

Exemplo
Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀ q), onde p e q são
duas proposições simples.
Resolução
Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo: 

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V          
V F          
F V          
F F          

Agora veja passo a passo a determinação dos valores lógicos de P.

a) Valores lógicos de p ν q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V        
V F V        
F V V        
F F F        

Didatismo e Conhecimento 3
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) Valores lógicos de ~P

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F      
V F V F      
F V V V      
F F F V      

c) Valores lógicos de (p V p)→(~p)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F    
V F V F F    
F V V V V    
F F F V V    

d) Valores lógicos de p Λ q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V  
V F V F F F  
F V V V V F  
F F F V V F  

e) Valores lógicos de ((p V p)→(~p))→(p Λ q)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V V
V F V F F F V
F V V V V F F
F F F V V F F

13. Tautologia
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma Tautologia se ela for sempre verdadeira,
independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem.
Exemplos:
• Gabriela passou no concurso do INSS ou Gabriela não passou no concurso do INSS
• Não é verdade que o professor Zambeli parece com o Zé gotinha ou o professor Zambeli parece com o Zé gotinha.
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso melhor.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “V”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p V ~p

Exemplo
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade. 

p ~P pVq
V F V

Didatismo e Conhecimento 4
RACIOCÍNIO LÓGICO

F V V la-verdade de P  →  Q, ou ainda que o valor lógico da condicio-


Exemplo nal P → Q será sempre V, ou então que P → Q é uma tautologia. 
A proposição (p Λ q) → (p  q) é uma tautologia, pois a última Exemplo
coluna da tabela-verdade só possui V.  A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será: 

p q pΛq p↔q (p Λ q)→(p↔q) p q pΛq P↔Q (p Λ q)→(P↔Q)


V V V V V V V V V V
V F F F V V F F F V
F V F F V
F V F F V
F F F V V
14. Contradição F F F V V
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposi-
ções p, q, r, ... será dita uma contradição se ela for sempre falsa, Portanto, (p Λ q) → (p ↔ q) é uma tautologia, por isso (p Λ
independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... q) ⇒ (p ↔q)
que a compõem 17. Equivalência lógica
Exemplos: Definição
• O Zorra total é uma porcaria e Zorra total não é uma porcaria Há equivalência entre as proposições P e Q somente quando a
• Suelen mora em Petrópolis e Suelen não mora em Petrópolis bicondicional P ↔ Q for uma tautologia ou quando P e Q tiverem
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única a mesma tabela-verdade. P ⇔ Q (P é equivalente a Q) é o símbolo
proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso melhor. que representa a equivalência lógica. 
Exemplo: Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔
Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do O símbolo  ↔  representa uma operação entre as propo-
Brasil sições P e Q, que tem como resultado uma nova proposi-
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de ção P ↔ Q com valor lógico V ou F.
“~p” e o conetivo de “^” O símbolo ⇔ representa a não ocorrência de VF e de FV na
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte for- tabela-verdade P ↔ Q, ou ainda que o valor lógico de P ↔ Q é
ma: p ^ ~p sempre V, ou então P ↔ Q é uma tautologia.
Exemplo Exemplo
A proposição (p Λ q) Λ (p Λ q) é uma contradição, pois o seu A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será: 
valor lógico é sempre F conforme a tabela-verdade. Que significa p q ~q ~p p→q ~q→~p (p→q)↔(~q→~p)
que uma proposição não pode ser falsa e verdadeira ao mesmo
tempo, isto é, o princípio da não contradição. V V F F V V V
V F V F F F V
p ~P q Λ (~q) F V F V V V V
V F F F F V V V V V
F V F
Portanto, p → q é equivalente a ~q → ~p, pois estas proposi-
15. Contingência ções possuem a mesma tabela-verdade ou a bicondicional (p → q)
Quando uma proposição não é tautológica nem contra válida, ↔ (~q → ~p) é uma tautologia.
a chamamos de contingência ou proposição contingente ou propo- Veja a representação:
sição indeterminada. (p → q) ⇔ (~q → ~p)
A contingência ocorre quando há tanto valores V como F
na última coluna da tabela-verdade de uma proposição. Exem- EQUIVALÊNCIAS LOGICAS NOTÁVEIS
plos: P∧Q , P∨Q , P→Q ...
Dizemos que duas proposições são logicamente equivalentes
16. Implicação lógica (ou simplesmente equivalentes) quando os resultados de suas tabe-
Definição las-verdade são idênticos.
A proposição P implica a proposição Q, quando a condicio- Uma consequência prática da equivalência lógica é que ao tro-
nal P → Q for uma tautologia. car uma dada proposição por qualquer outra que lhe seja equiva-
O símbolo P ⇒ Q (P implica Q) representa a implicação ló- lente, estamos apenas mudando a maneira de dizê-la.
gica.  A equivalência lógica entre duas proposições, p e q, pode ser
Diferenciação dos símbolos → e ⇒ representada simbolicamente como: p q, ou simplesmente por p
O símbolo → representa uma operação matemática entre as = q.
proposições P e Q que tem como resultado a proposição P → Q, Começaremos com a descrição de algumas equivalências ló-
com valor lógico V ou F. gicas básicas.
O símbolo ⇒  representa a não ocorrência de  VF na tabe-

Didatismo e Conhecimento 5
RACIOCÍNIO LÓGICO
Equivalências Básicas Equivalências com o Símbolo da Negação
Este tipo de equivalência já foi estudado. Trata-se, tão somen-
1. p e p = p te, das negações das proposições compostas! Lembremos:
Ex: André é inocente e inocente = André é inocente

2. p ou p = p
Ex: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cinema

3. p e q = q e p
Ex: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte

4. p ou q = q ou p
Ex: O carro é branco ou azul = O carro é azul ou branco

5. p ↔ q = q ↔ p É possível que surja alguma dúvida em relação a última


Ex: Amo se e somente se vivo = Vivo se e somente se amo. linha da tabela acima. Porém, basta lembrarmos do que foi apren-
dido:
6. p ↔ q = (pq) e (qp) p↔q = (pq) e (qp)
Ex: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e se vivo
então amo (Obs: a BICONDICIONAL tem esse nome: porque equivale
Para facilitar a memorização, veja a tabela abaixo: a duas condicionais!)
Para negar a bicondicional, teremos na verdade que negar a
sua conjunção equivalente.
E para negar uma conjunção, já sabemos, nega-se as duas par-
tes e troca-se o E por OU. Fica para casa a demonstração da nega-
ção da bicondicional. Ok?

Outras equivalências
Algumas outras equivalências que podem ser relevantes são
as seguintes:

1) p e (p ou q) = p
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é médico =
Paulo é dentista
2) p ou (p e q) = p
Equivalências da Condicional Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é médico =
Paulo é dentista
As duas equivalências que se seguem são de fundamental
importância. Estas equivalências podem ser verificadas, ou seja, Por meio das tabelas-verdade estas equivalências podem ser
demonstradas, por meio da comparação entre as tabelas-verdade. facilmente demonstradas.
Fica como exercício para casa estas demonstrações. As equivalên- Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela seguinte:
cias da condicional são as seguintes:

1) Se p então q = Se não q então não p.


Ex: Se chove então me molho = Se não me molho então não
chove

2) Se p então q = Não p ou q. NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS


Ex: Se estudo então passo no concurso = Não estudo ou passo
no concurso
Colocando estes resultados em uma tabela, para ajudar a me-
morização, teremos:

Questoes comentadas:

Didatismo e Conhecimento 6
RACIOCÍNIO LÓGICO
1. (PROCERGS - Técnico de Nível Médio - Técnico em Se- “Se o operário liga a britadeira, João sai de casa e Maria não
gurança do Trabalho - FUNDATEC/2012) A proposição “João ouve a televisão”, logo se Maria ouve a televisão, a britadeira não
comprou um carro novo ou não é verdade que João comprou um pode estar ligada.
carro novo e não fez a viagem de férias.” é:
A) um paradoxo. (TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012)
B) um silogismo. Em decisão proferida acerca da prisão de um réu, depois de
C) uma tautologia. constatado pagamento de pensão alimentícia, o magistrado deter-
D) uma contradição. minou: “O réu deve ser imediatamente solto, se por outro motivo
E) uma contingência. não estiver preso”.
Considerando que a determinação judicial corresponde a uma
Tautologia é uma proposição composta cujo resultado é sem- proposição e que a decisão judicial será considerada descumprida
pre verdadeiro para todas as atribuições que se têm, independente- se, e somente se, a proposição correspondente for falsa, julgue os
mente dessas atribuições. itens seguintes.
Rodrigo, posso estar errada, mas ao construir a tabela-verdade
com a proposição que você propôs não vamos ter uma tautologia, 4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo outro moti-
mas uma contingência. vo para estar preso, então, a decisão judicial terá sido descumprida.
A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v ~(P ^ A) Certo
~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria da seguinte for- B) Errado
ma: A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente solto, se
P Q ~Q (P/\~Q) ~(P/\~Q) P V ~(P/\~Q) por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu continuar pre-
so sem outro motivo para estar preso, será descumprida a decisão
V V F F V V judicial.
V F V V F V
F V F F V V 5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo outro
motivo para permanecer preso, então, a decisão judicial terá sido
F F V F V V descumprida.
A) Certo
2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012) B) Errado
A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho da
classe ou Jorge é o mais novo da classe” é P = se houver outro motivo
A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o mais Q = será solto
velho da classe. A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V
B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais novo A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V
da classe. Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse V + F = F
C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o mais
novo da classe. 6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro mo-
D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o mais tivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for imediata-
velho da classe. mente solto, então, ele está preso por outro motivo” são logica-
E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais novo da mente equivalentes.
classe. A) Certo
B) Errado
p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais novo
da classe. O réu não estiver preso por outro motivo = ~P
~p=Pedro não é o mais velho da classe. Deve ser imediatamente solto = S
~q=Jorge não é o mais novo da classe. Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser imedia-
~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe ou Jorge tamente solto=P S
não é o mais novo da classe. Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está preso por
outro motivo = ~SP
3. (PC-MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012) De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A) a
Em frente à casa onde moram João e Maria, a prefeitura está questão está correta.
fazendo uma obra na rua. Se o operário liga a britadeira, João sai
de casa e Maria não ouve a televisão. Certo dia, depois do almoço, 7. A negação da proposição relativa à decisão judicial estará
Maria ouve a televisão. corretamente representada por “O réu não deve ser imediatamente
Pode-se concluir, logicamente, que solto, mesmo não estando preso por outro motivo”.
A) João saiu de casa. A) Certo
B) João não saiu de casa. B) Errado
C) O operário ligou a britadeira.
D) O operário não ligou a britadeira. “O réu deve ser imediatamente solto, se por outro
E) O operário ligou a britadeira e João saiu de casa. motivo não estiver preso” está no texto, assim:

Didatismo e Conhecimento 7
RACIOCÍNIO LÓGICO
P = “Por outro motivo não estiver preso” “Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia canta,
Q = “O réu deve ser imediatamente solto” Viviane dança”
PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane dan-
P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve ser ça” na forma de condição suficiente e condição necessária, obtere-
imediatamente solto” mos as seguintes possibilidades:
1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente para Vi-
8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um
viane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possibilidade.
antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfeiçoar seu
conhecimento da língua portuguesa. Durante sua estadia em nos- 2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária para
so país, ele fica muito intrigado com a frase “não vou fazer coisa Márcia cantar.
nenhuma”, bastante utilizada em nossa linguagem coloquial. A dú- RESPOSTA: “C”.
vida dele surge porque
A) a conjunção presente na frase evidencia seu significado. 11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012)
B) o significado da frase não leva em conta a dupla negação. Considere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é médi-
C) a implicação presente na frase altera seu significado. ca.” A proposição equivalente a esta sentença é
D) o significado da frase não leva em conta a disjunção. A) Ana não é professora ou Camila é médica.
E) a negação presente na frase evidencia seu significado. B) Se Ana é médica, então Camila é professora.
C) Se Camila é médica, então Ana é professora.
~(~p) é equivalente a p D) Se Ana é professora, então Camila não é médica.
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar. E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica.
RESPOSTA: “B”.
Existem duas equivalências particulares em relação a uma
9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário - condicional do tipo “Se A, então B”.
ESAF/2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, então 1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então B” é
Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição: equivalente a “Se ~B, então ~A”
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta. “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equiva-
B) Paulo estuda e Marta não é atleta. lente a:
C) Paulo estuda ou Marta não é atleta. “Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”
D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta. 2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A, então
E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta. B” é equivalente a “~A ou B”
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equiva-
A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B” (AB) lente a:
será da forma: “Ana não é professora ou Camila é médica.”
~(A B) A^ ~B Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que esta
Ou seja, para negarmos uma proposição composta represen-
configura no gabarito.
tada por uma condicional, devemos confirmar sua primeira parte
(“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo conectivo conjun- RESPOSTA: “A”.
ção (“^”) e negarmos sua segunda parte (“~ B”). Assim, teremos:
RESPOSTA: “B”. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Consideran-
do que P e Q representem proposições conhecidas e que V e F re-
10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE- presentem, respectivamente, os valores verdadeiro e falso, julgue
TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo, os próximos itens. (374 a 376)
A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia cantar. 12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/DF
B) Viviane não dançar é condição necessária para Márcia não – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições Q e P (¬
cantar. Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, P for F.
C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia cantar. ( )Certo ( ) Errado
D) Viviane não dançar é condição suficiente para Márcia can-
tar. Observando a tabela-verdade da proposição composta “P (¬
E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia não can-
tar. Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”, temos:

Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na forma de P Q ¬Q P→(¬Q)


condição suficiente e condição necessária:
V V F F
“Se Viviane não dança, Márcia não canta”
1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição suficiente V F V V
para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para essa possibi- F V F V
lidade.
2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição necessária para F F V V
Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para essa possibilidade.
Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicional Observando-se a 3 linha da tabela-verdade acima, ―Q‖ e ―P
inicial, transformando-a em outra condicional equivalente, nesse ® (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, ―P‖ for F.
caso utilizaremos o conceito da contrapositiva ou contra posição: Resposta: CERTO.
pq ~q ~p

Didatismo e Conhecimento 8
RACIOCÍNIO LÓGICO
13. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A pro-
posição [PvQ]Q é uma tautologia.
( )Certo ( ) Errado

Construindo a tabela-verdade da proposição composta: [P Ú


Q] ® Q, teremos como solução:

P Q Pv Q (Pv Q)→Q (p^~q)↔(~p v q)


V V V V→V V Sabendo-se que a condicional P3 é verdadeira e conhecen-
V F V V→F F do-se o valor lógico de sua 2ª parte como falsa (F), então o valor
F V V V→V V lógico de sua 1ª parte nunca poderá ser verdadeiro (V). Assim, a
proposição simples ―a justiça é eficaz‖ será considerada falsa (F).
F F F F→F V Se a proposição simples ―a justiça é eficaz‖ é considerada
falsa (F), então a 2ª parte da disjunção simples representada pela
P(P;Q) = VFVV premissa P2, também, será falsa (F).
Portanto, essa proposição composta é uma contingência ou
indeterminação lógica.
Resposta: ERRADO.
14. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Se P for
F e P v Q for V, então Q é V.
( )Certo ( ) Errado

Lembramos que uma disjunção simples, na forma: “P vQ”,


será verdadeira (V) se, pelo menos, uma de suas partes for ver-
dadeira (V). Nesse caso, se “P” for falsa e “PvQ” for verdadeira,
então “Q” será, necessariamente, verdadeira.
Resposta: CERTO. Sendo verdadeira (V) a premissa P2 (disjunção simples) e
conhecendo-se o valor lógico de uma das partes como falsa (F),
(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) então o valor lógico da outra parte deverá ser, necessariamente,
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta. verdadeira (V). Lembramos que, uma disjunção simples será con-
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. siderada verdadeira (V), quando, pelo menos, uma de suas partes
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres. for verdadeira (V).
P4: Há criminosos livres. Sendo verdadeira (V) a proposição simples ―a impunidade
C: Portanto a criminalidade é alta. é alta‖, então, confirmaremos também como verdadeira (V), a 1ª
Considerando o argumento apresentado acima, em que P1, P2, parte da condicional representada pela premissa P1.
P3 e P4 são as premissas e C, a conclusão, julgue os itens subse-
quentes. (377 e 378)
15. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) O argu-
mento apresentado é um argumento válido.
( )Certo ( ) Errado

Verificaremos se as verdades das premissas P1, P2, P3 e P4


sustentam a verdade da conclusão. Nesse caso, devemos conside-
rar que todas as premissas são, necessariamente, verdadeiras.
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta. (V)
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. (V)
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres. (V)
P4: Há criminosos livres. (V)
Portanto, se a premissa P4 – proposição simples – é verdadei- Considerando-se como verdadeira (V) a 1ª parte da condicio-
ra (V), então a 2ª parte da condicional representada pela premissa nal em P1, então, deveremos considerar também como verdadeira
P3 será considerada falsa (F). Então, veja: (V), sua 2ª parte, pois uma verdade sempre implica em outra ver-
dade.
Considerando a proposição simples ―a criminalidade é alta‖
como verdadeira (V), logo a conclusão desse argumento é, de fato,
verdadeira (V), o que torna esse argumento válido.
Resposta: CERTO.

Didatismo e Conhecimento 9
RACIOCÍNIO LÓGICO
16. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A nega- de tipo mediato, sendo o silogismo uma das suas formas clássicas.
ção da proposição P1 pode ser escrita como “Se a impunidade não Iniciaremos com a compreensão das sequências lógicas, onde de-
é alta, então a criminalidade não é alta”. vemos deduzir, ou até induzir, qual a lei de formação das figuras,
( )Certo ( ) Errado letras, símbolos ou números, a partir da observação dos termos
dados.
Seja P1 representada simbolicamente, por:
A impunidade não é alta(p) então a criminalidade não é alta(q) Humor Lógico
A negação de uma condicional é dada por:
~(pq)
Logo, sua negação será dada por: ~P1 a impunidade é alta e a
criminalidade não é alta.
Resposta:ERRADO.

COMPREENSÃO E ANÁLISE DA Orientações Espacial e Temporal


LÓGICA DE UMA SITUAÇÃO,
UTILIZANDO AS FUNÇÕES Orientação espacial e temporal verifica a capacidade de abs-
INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO VERBAL, tração no espaço e no tempo. Costuma ser cobrado em questões
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, sobre a disposições de dominós, dados, baralhos, amontoados de
RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, cubos com símbolos especificados em suas faces, montagem de
ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, figuras com subfiguras, figuras fractais, dentre outras. Inclui tam-
FORMAÇÃO DE CONCEITOS, bém as famosas sequências de figuras nas quais se pede a próxima.
Serve para verificar a capacidade do candidato em resolver proble-
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS.
mas com base em estímulos visuais.

Raciocínio Verbal
Raciocínio Lógico Matemático
O raciocínio é o conjunto de atividades mentais que consiste
Os estudos matemáticos ligados aos fundamentos lógicos na associação de ideias de acordo com determinadas regras. No
contribuem no desenvolvimento cognitivo dos estudantes, indu- caso do raciocínio verbal, trata-se da capacidade de raciocinar com
zindo a organização do pensamento e das ideias, na formação de conteúdos verbais, estabelecendo entre eles princípios de classifi-
conceitos básicos, assimilação de regras matemáticas, construção cação, ordenação, relação e significados. Ao contrário daquilo que
de fórmulas e expressões aritméticas e algébricas. É de extrema se possa pensar, o raciocínio verbal é uma capacidade intelectual
importância que em matemática utilize-se atividades envolvendo que tende a ser pouco desenvolvida pela maioria das pessoas. No
lógica, no intuito de despertar o raciocínio, fazendo com que se nível escolar, por exemplo, disciplinas como as línguas centram-se
utilize do potencial na busca por soluções dos problemas matemá- em objetivos como a ortografia ou a gramática, mas não estimu-
ticos desenvolvidos e baseados nos conceitos lógicos. lam/incentivam à aprendizagem dos métodos de expressão neces-
A lógica está presente em diversos ramos da matemática, sários para que os alunos possam fazer um uso mais completo da
como a probabilidade, os problemas de contagem, as progressões linguagem.
aritméticas e geométricas, as sequências numéricas, equações, Por outro lado, o auge dos computadores e das consolas de
funções, análise de gráficos entre outros. Os fundamentos lógicos jogos de vídeo faz com que as crianças costumem jogar de forma
contribuem na resolução ordenada de equações, na percepção do individual, isto é, sozinhas (ou com outras crianças que não se en-
valor da razão de uma sequência, na elucidação de problemas arit- contrem fisicamente com elas), pelo que não é feito um uso inten-
méticos e algébricos e na fixação de conteúdos complexos. sivo da linguagem. Uma terceira causa que se pode aqui mencionar
A utilização das atividades lógicas contribui na formação de para explicar o fraco raciocínio verbal é o fato de jantar em frente
indivíduos capazes de criar ferramentas e mecanismos responsá- à televisão. Desta forma, perde-se o diálogo no seio da família e a
veis pela obtenção de resultados em Matemática. O sucesso na arte de conversar.
Matemática está diretamente conectado à curiosidade, pesquisa, Entre os exercícios recomendados pelos especialistas para de-
deduções, experimentos, visão detalhada, senso crítico e organi- senvolver o raciocínio verbal, encontram-se as analogias verbais,
zacional e todas essas características estão ligadas ao desenvolvi- os exercícios para completar orações, a ordem de frases e os jogos
mento lógico. onde se devem excluir certos conceitos de um grupo. Outras pro-
postas implicam que sigam/respeitem certas instruções, corrijam a
Raciocínio Lógico Dedutivo palavra inadequada (o intruso) de uma frase ou procurem/descu-
bram antônimos e sinônimos de uma mesma palavra.
A dedução é uma inferência que parte do universal para o mais
particular. Assim considera-se que um raciocínio lógico é dedutivo
quando, de uma ou mais premissas, se conclui uma proposição que
é conclusão lógica da(s) premissa(s). A dedução é um raciocínio

Didatismo e Conhecimento 10
RACIOCÍNIO LÓGICO
Lógica Sequencial Quadrados Perfeitos: Números naturais cujas raízes são
naturais.
Lógica Sequencial
1 4 9 16 25 36 49
O Raciocínio é uma operação lógica, discursiva e mental. Neste,
o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições, para concluir Sequência de Letras
através de mecanismos de comparações e abstrações, quais são
os dados que levam às respostas verdadeiras, falsas ou prováveis. As sequências de letras podem estar associadas a uma série
Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o desenvolvimento de números ou não. Em geral, devemos escrever todo o alfabeto
do método matemático, este considerado instrumento puramente (observando se deve, ou não, contar com k, y e w) e circular as
teórico e dedutivo, que prescinde de dados empíricos. Logo, letras dadas para entender a lógica proposta.
resumidamente o raciocínio pode ser considerado também um dos
integrantes dos mecanismos dos processos cognitivos superiores ACFJOU
da formação de conceitos e da solução de problemas, sendo parte Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses números
do pensamento. estão em progressão.
Sequências Lógicas
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU
As sequências podem ser formadas por números, letras,
pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma B1 2F H4 8L N16 32R T64
sequência, o importante é que existam pelo menos três elementos
que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries Nesse caso, associou-se letras e números (potências de 2),
necessitam de mais elementos para definir sua lógica. Algumas alternando a ordem. As letras saltam 1, 3, 1, 3, 1, 3 e 1 posições.
sequências são bastante conhecidas e todo aluno que estuda
lógica deve conhecê-las, tais como as progressões aritméticas ABCDEFGHIJKLMNOPQRST
e geométricas, a série de Fibonacci, os números primos e os
quadrados perfeitos. Sequência de Pessoas

Sequência de Números Na série a seguir, temos sempre um homem seguido de duas


mulheres, ou seja, aqueles que estão em uma posição múltipla de
Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo três (3º, 6º, 9º, 12º,...) serão mulheres e a posição dos braços sempre
número. alterna, ficando para cima em uma posição múltipla de dois (2º, 4º,
6º, 8º,...). Sendo assim, a sequência se repete a cada seis termos,
tornando possível determinar quem estará em qualquer posição.

Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um


mesmo número.
Sequência de Figuras

Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na


sequência de pessoas ou simplesmente sofrer rotações, como nos
exemplos a seguir.
Incremento em Progressão: O valor somado é que está em
progressão.

Série de Fibonacci: Cada termo é igual a soma dos dois


anteriores.
Sequência de Fibonacci
1 1 2 3 5 8 13
Números Primos: Naturais que possuem apenas dois divisores O matemático Leonardo Pisa, conhecido como Fibonacci,
naturais. propôs no século XIII, a sequência numérica: (1, 1, 2, 3, 5, 8,
13, 21, 34, 55, 89, …). Essa sequência tem uma lei de formação
2 3 5 7 11 13 17 simples: cada elemento, a partir do terceiro, é obtido somando-
se os dois anteriores. Veja: 1 + 1 = 2, 2 + 1 = 3, 3 + 2 = 5 e

Didatismo e Conhecimento 11
RACIOCÍNIO LÓGICO
assim por diante. Desde o século XIII, muitos matemáticos, além Como os dois retângulos indicados na figura são semelhantes
do próprio Fibonacci, dedicaram-se ao estudo da sequência que temos: (1).
foi proposta, e foram encontradas inúmeras aplicações para ela no
desenvolvimento de modelos explicativos de fenômenos naturais.
Veja alguns exemplos das aplicações da sequência de Como: b = y – a (2).
Fibonacci e entenda porque ela é conhecida como uma das Substituindo (2) em (1) temos: y2 – ay – a2 = 0.
maravilhas da Matemática. A partir de dois quadrados de lado 1,
podemos obter um retângulo de lados 2 e 1. Se adicionarmos a esse Resolvendo a equação:
retângulo um quadrado de lado 2, obtemos um novo retângulo 3
x 2. Se adicionarmos agora um quadrado de lado 3, obtemos um em que não convém.
retângulo 5 x 3. Observe a figura a seguir e veja que os lados dos
quadrados que adicionamos para determinar os retângulos formam Logo:
a sequência de Fibonacci. Esse número é conhecido como número de ouro e pode ser
representado por:

Todo retângulo e que a razão entre o maior e o menor lado


for igual a é chamado retângulo áureo como o caso da fachada do
Partenon.

As figuras a seguir possuem números que representam uma


sequência lógica. Veja os exemplos:
Se utilizarmos um compasso e traçarmos o quarto de
circunferência inscrito em cada quadrado, encontraremos uma Exemplo 1
espiral formada pela concordância de arcos cujos raios são os
elementos da sequência de Fibonacci.

O Partenon que foi construído em Atenas pelo célebre A sequência numérica proposta envolve multiplicações por 4.
arquiteto grego Fidias. A fachada principal do edifício, hoje em 6 x 4 = 24
ruínas, era um retângulo que continha um quadrado de lado igual à 24 x 4 = 96
altura. Essa forma sempre foi considerada satisfatória do ponto de 96 x 4 = 384
vista estético por suas proporções sendo chamada retângulo áureo 384 x 4 = 1536
ou retângulo de ouro.
Exemplo 2

Didatismo e Conhecimento 12
RACIOCÍNIO LÓGICO
A diferença entre os números vai aumentando 1 unidade. QUESTÕES
13 – 10 = 3
17 – 13 = 4 01. Observe atentamente a disposição das cartas em cada linha
22 – 17 = 5 do esquema seguinte:
28 – 22 = 6
35 – 28 = 7

Exemplo 3

A carta que está oculta é:


Multiplicar os números sempre por 3.
1x3=3 (A) (B) (C)
3x3=9
9 x 3 = 27
27 x 3 = 81
81 x 3 = 243
243 x 3 = 729
729 x 3 = 2187
(D) (E)
Exemplo 4

02. Considere que a sequência de figuras foi construída


segundo um certo critério.

A diferença entre os números vai aumentando 2 unidades.


24 – 22 = 2
28 – 24 = 4
34 – 28 = 6 Se tal critério for mantido, para obter as figuras subsequentes,
42 – 34 = 8 o total de pontos da figura de número 15 deverá ser:
52 – 42 = 10 (A) 69
64 – 52 = 12 (B) 67
78 – 64 = 14 (C) 65
(D) 63
(E) 61

Didatismo e Conhecimento 13
RACIOCÍNIO LÓGICO
03. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000, 990, 07. As figuras da sequência dada são formadas por partes
970, 940, 900, 850, ... iguais de um círculo.
(A) 800
(B) 790
(C) 780
(D) 770

04. Na sequência lógica de números representados nos Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16 círculos
hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de um deles completos na:
que pode ser: (A) 36ª figura
(B) 48ª figura
(C) 72ª figura
(D) 80ª figura
(E) 96ª figura

08. Analise a sequência a seguir:

(A) 76
(B) 10
(C) 20 Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes
(D) 78 permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a
277ª posição dessa sequência é:
05. Uma criança brincando com uma caixa de palitos de (A) (B)
fósforo constrói uma sequência de quadrados conforme indicado
abaixo:

.............
(C) (D)
1° 2° 3°

Quantos palitos ele utilizou para construir a 7ª figura?


(A) 20 palitos
(B) 25 palitos
(C) 28 palitos
(E)
(D) 22 palitos

06. Ana fez diversas planificações de um cubo e escreveu em


cada um, números de 1 a 6. Ao montar o cubo, ela deseja que
a soma dos números marcados nas faces opostas seja 7. A única
alternativa cuja figura representa a planificação desse cubo tal 09. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual é o
como deseja Ana é: próximo número?
(A) 20
(A) (B) (B) 21
(C) 100
(D) 200

10. Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo


número?
(C) (D) (A) 4
(B) 20
(C) 31
(D) 21

11. Os dois pares de palavras abaixo foram formados segundo


determinado critério.
(E) LACRAÇÃO → cal
AMOSTRA → soma
LAVRAR → ?

Didatismo e Conhecimento 14
RACIOCÍNIO LÓGICO
Segundo o mesmo critério, a palavra que deverá ocupar o
lugar do ponto de interrogação é:
(A) alar
(B) rala
(C) ralar
(D) larva
(E) arval

12. Observe que as figuras abaixo foram dispostas, linha a


linha, segundo determinado padrão.

Considerando que na ordem alfabética usada são excluídas as


letra “K”, “W” e “Y”, a letra que substitui corretamente o ponto
de interrogação é:
(A) P
(B) O
(C) N
(D) M
(E) L

15. Considere que a sequência seguinte é formada pela


sucessão natural dos números inteiros e positivos, sem que os
Segundo o padrão estabelecido, a figura que substitui algarismos sejam separados.
corretamente o ponto de interrogação é:
1234567891011121314151617181920...

O algarismo que deve aparecer na 276ª posição dessa


sequência é:
(A) 9
(A) (B)

(C)
(B) 8
(C) 6
(D) 3
(E) 1

(D) 16. Em cada linha abaixo, as três figuras foram desenhadas de


(E) acordo com determinado padrão.

13. Observe que na sucessão seguinte os números foram


colocados obedecendo a uma lei de formação.

Os números X e Y, obtidos segundo essa lei, são tais que X +


Y é igual a:
(A) 40
(B) 42
(C) 44
(D) 46
(E) 48
14. A figura abaixo representa algumas letras dispostas em Segundo esse mesmo padrão, a figura que deve substituir o
forma de triângulo, segundo determinado critério. ponto de interrogação é:

Didatismo e Conhecimento 15
RACIOCÍNIO LÓGICO
XBX XBX XBX
BBB BXB BXX

(A) (B) O padrão que completa a sequência é:

(A) (B) (C)


XXX XXB XXX
XXX XBX XXX
(C) (D) XXX BXX XXB

(D) (E)
XXX XXX
XBX XBX
(E) XXX BXX

21. Na série de Fibonacci, cada termo a partir do terceiro é


17. Observe que, na sucessão de figuras abaixo, os números igual à soma de seus dois termos precedentes. Sabendo-se que os
que foram colocados nos dois primeiros triângulos obedecem a um dois primeiros termos, por definição, são 0 e 1, o sexto termo da
mesmo critério. série é:
(A) 2
(B) 3
(C) 4
(D) 5
(E) 6

22. Nosso código secreto usa o alfabeto A B C D E F G H


Para que o mesmo critério seja mantido no triângulo da direita, I J L M N O P Q R S T U V X Z. Do seguinte modo: cada letra
o número que deverá substituir o ponto de interrogação é: é substituída pela letra que ocupa a quarta posição depois dela.
(A) 32 Então, o “A” vira “E”, o “B” vira “F”, o “C” vira “G” e assim por
(B) 36 diante. O código é “circular”, de modo que o “U” vira “A” e assim
(C) 38 por diante. Recebi uma mensagem em código que dizia: BSA HI
(D) 42 EDAP. Decifrei o código e li:
(E) 46 (A) FAZ AS DUAS;
(B) DIA DO LOBO;
18. Considere a seguinte sequência infinita de números: 3, 12, (C) RIO ME QUER;
27, __, 75, 108,... O número que preenche adequadamente a quarta (D) VIM DA LOJA;
posição dessa sequência é: (E) VOU DE AZUL.
(A) 36,
(B) 40, 23. A sentença “Social está para laicos assim como 231678
(C) 42, está para...” é melhor completada por:
(A) 326187;
(D) 44,
(B) 876132;
(E) 48
(C) 286731;
19. Observando a sequência (1, , , , , ...) o
(D) 827361;
(E) 218763.
próximo numero será:
24. A sentença “Salta está para Atlas assim como 25435 está
(A) para...” é melhor completada pelo seguinte número:
(A) 53452;
(B) 23455;
(B) (C) 34552;
(D) 43525;
(E) 53542.
(C) 25. Repare que com um número de 5 algarismos, respeitada
a ordem dada, podem-se criar 4 números de dois algarismos.
Por exemplo: de 34.712, podem-se criar o 34, o 47, o 71 e o 12.
(D) Procura-se um número de 5 algarismos formado pelos algarismos
4, 5, 6, 7 e 8, sem repetição. Veja abaixo alguns números desse
20. Considere a sequência abaixo: tipo e, ao lado de cada um deles, a quantidade de números de
dois algarismos que esse número tem em comum com o número
BBB BXB XXB procurado.

Didatismo e Conhecimento 16
RACIOCÍNIO LÓGICO

Número Quantidade de números de (A) 37


dado 2 algarismos em comum (B) 39
(C) 45
48.765 1 (D) 49
86.547 0 (E) 51
87.465 2 Nas questões 29 e 30, observe que há uma relação entre o
48.675 1 primeiro e o segundo grupos de letras. A mesma relação deverá
existir entre o terceiro grupo e um dos cinco grupos que aparecem
O número procurado é: nas alternativas, ou seja, aquele que substitui corretamente o ponto
(A) 87456 de interrogação. Considere que a ordem alfabética adotada é a
(B) 68745 oficial e exclui as letras K, W e Y.
(C) 56874
(D) 58746 29. CASA: LATA: LOBO: ?
(E) 46875 (A) SOCO
(B) TOCO
26. Considere que os símbolos ♦ e ♣ que aparecem no quadro
seguinte, substituem as operações que devem ser efetuadas em (C) TOMO
cada linha, a fim de se obter o resultado correspondente, que se (D) VOLO
encontra na coluna da extrema direita. (E) VOTO

30. ABCA: DEFD: HIJH: ?


36 ♦ 4 ♣ 5 = 14 (A) IJLI
48 ♦ 6 ♣ 9 = 17 (B) JLMJ
54 ♦ 9 ♣ 7 = ? (C) LMNL
(D) FGHF
Para que o resultado da terceira linha seja o correto, o ponto de (E) EFGE
interrogação deverá ser substituído pelo número:
(A) 16
(B) 15 31. Os termos da sucessão seguinte foram obtidos considerando
(C) 14 uma lei de formação (0, 1, 3, 4, 12, 123,...). Segundo essa lei, o
(D) 13 décimo terceiro termo dessa sequência é um número:
(E) 12 (A) Menor que 200.
(B) Compreendido entre 200 e 400.
27. Segundo determinado critério, foi construída a sucessão (C) Compreendido entre 500 e 700.
seguinte, em que cada termo é composto de um número seguido (D) Compreendido entre 700 e 1.000.
de uma letra: A1 – E2 – B3 – F4 – C5 – G6 – .... Considerando (E) Maior que 1.000.
que no alfabeto usado são excluídas as letras K, Y e W, então, de
acordo com o critério estabelecido, a letra que deverá anteceder o Para responder às questões de números 32 e 33, você deve
número 12 é: observar que, em cada um dos dois primeiros pares de palavras
(A) J
(B) L dadas, a palavra da direita foi obtida da palavra da esquerda
(C) M segundo determinado critério. Você deve descobrir esse critério e
(D) N usá-lo para encontrar a palavra que deve ser colocada no lugar do
(E) O ponto de interrogação.
32. Ardoroso → rodo
28. Os nomes de quatro animais – MARÁ, PERU, TATU e Dinamizar → mina
URSO – devem ser escritos nas linhas da tabela abaixo, de modo Maratona → ?
que cada uma das suas respectivas letras ocupe um quadrinho e,
na diagonal sombreada, possa ser lido o nome de um novo animal. (A) mana
(B) toma
(C) tona
(D) tora
(E) rato

33. Arborizado → azar


Asteroide → dias
Articular → ?
(A) luar
Excluídas do alfabeto as letras K, W e Y e fazendo cada letra (B) arar
restante corresponder ordenadamente aos números inteiros de 1 a (C) lira
23 (ou seja, A = 1, B = 2, C = 3,..., Z = 23), a soma dos números (D) luta
que correspondem às letras que compõem o nome do animal é: (E) rara

Didatismo e Conhecimento 17
RACIOCÍNIO LÓGICO
34. Preste atenção nesta sequência lógica e identifique quais 12.345.679 × 54 = 666.666.666
os números que estão faltando: 1, 1, 2, __, 5, 8, __,21, 34, 55, __,
144, __... Para obter 999.999.999 devemos multiplicar 12.345.679 por
quanto?
35. Uma lesma encontra-se no fundo de um poço seco de
10 metros de profundidade e quer sair de lá. Durante o dia, ela 42. Esta casinha está de frente para a estrada de terra. Mova
consegue subir 2 metros pela parede; mas à noite, enquanto dorme, dois palitos e faça com que fique de frente para a estrada asfaltada.
escorrega 1 metro. Depois de quantos dias ela consegue chegar à
saída do poço?

36. Quantas vezes você usa o algarismo 9 para numerar as


páginas de um livro de 100 páginas?

37. Quantos quadrados existem na figura abaixo?

43. Remova dois palitos e deixe a figura com dois quadrados.

38. Retire três palitos e obtenha apenas três quadrados.

44. As cartas de um baralho foram agrupadas em pares,


segundo uma relação lógica. Qual é a carta que está faltando,
sabendo que K vale 13, Q vale 12, J vale 11 e A vale 1?

39. Qual será o próximo símbolo da sequência abaixo?

40. Reposicione dois palitos e obtenha uma figura com cinco


quadrados iguais. 45. Mova um palito e obtenha um quadrado perfeito.

46. Qual o valor da pedra que deve ser colocada em cima de


todas estas para completar a sequência abaixo?
41. Observe as multiplicações a seguir:
12.345.679 × 18 = 222.222.222
12.345.679 × 27 = 333.333.333
... ...

Didatismo e Conhecimento 18
RACIOCÍNIO LÓGICO
Em particular:
Na figura 15: 15 pontos de cada lado  30 pontos no total.

Agora, tomando o eixo horizontal como eixo de simetria, tem-


se:
Na figura 1: 02 pontos acima e abaixo  04 pontos no total.
Na figura 2: 03 pontos acima e abaixo  06 pontos no total.
Na figura 3: 04 pontos acima e abaixo  08 pontos no total.
Na figura 4: 05 pontos acima e abaixo  10 pontos no total.
47. Mova três palitos nesta figura para obter cinco triângulos. Na figura n: (n+1) pontos acima e abaixo  2.(n+1) pontos
no total.

Em particular:
Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo  32 pontos no total.
Incluindo o ponto central, que ainda não foi considerado, temos
para total de pontos da figura 15: Total de pontos = 30 + 32 + 1 =
63 pontos.

48. Tente dispor 6 moedas em 3 fileiras de modo que em cada 03. Resposta “B”.
fileira fiquem apenas 3 moedas. Nessa sequência, observamos que a diferença: entre 1000 e
990 é 10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e 940 é 30, entre 940
e 900 é 40, entre 900 e 850 é 50, portanto entre 850 e o próximo
número é 60, dessa forma concluímos que o próximo número é
790, pois: 850 – 790 = 60.
49. Reposicione três palitos e obtenha cinco quadrados.
04. Resposta “D”
Nessa sequência lógica, observamos que a diferença: entre 24
e 22 é 2, entre 28 e 24 é 4, entre 34 e 28 é 6, entre 42 e 34 é 8, entre
52 e 42 é 10, entre 64 e 52 é 12, portanto entre o próximo número
e 64 é 14, dessa forma concluímos que o próximo número é 78,
pois: 76 – 64 = 14.

05. Resposta “D”.


Observe a tabela:
50. Mude a posição de quatro palitos e obtenha cinco
triângulos. Figuras 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
Nº de Palitos 4 7 10 13 16 19 22

Temos de forma direta, pela contagem, a quantidade de palitos


das três primeiras figuras. Feito isto, basta perceber que cada figura
a partir da segunda tem a quantidade de palitos da figura anterior
acrescida de 3 palitos. Desta forma, fica fácil preencher o restante
da tabela e determinar a quantidade de palitos da 7ª figura.
Respostas 06. Resposta “A”.
Na figura apresentada na letra “B”, não é possível obter
01. Resposta: “A”. a planificação de um lado, pois o 4 estaria do lado oposto ao 6,
A diferença entre os números estampados nas cartas 1 e 2, em somando 10 unidades. Na figura apresentada na letra “C”, da
cada linha, tem como resultado o valor da 3ª carta e, além disso, o mesma forma, o 5 estaria em face oposta ao 3, somando 8, não
naipe não se repete. Assim, a 3ª carta, dentro das opções dadas só formando um lado. Na figura da letra “D”, o 2 estaria em face oposta
pode ser a da opção (A). ao 4, não determinando um lado. Já na figura apresentada na letra
“E”, o 1 não estaria em face oposta ao número 6, impossibilitando,
02. Resposta “D”. portanto, a obtenção de um lado. Logo, podemos concluir que a
Observe que, tomando o eixo vertical como eixo de simetria, planificação apresentada na letra “A” é a única para representar
tem-se: um lado.
Na figura 1: 01 ponto de cada lado  02 pontos no total.
Na figura 2: 02 pontos de cada lado  04 pontos no total. 07. Resposta “B”.
Na figura 3: 03 pontos de cada lado  06 pontos no total. Como na 3ª figura completou-se um círculo, para completar
Na figura 4: 04 pontos de cada lado  08 pontos no total. 16 círculos é suficiente multiplicar 3 por 16 : 3 . 16 = 48. Portanto,
Na figura n: n pontos de cada lado  2.n pontos no total. na 48ª figura existirão 16 círculos.

Didatismo e Conhecimento 19
RACIOCÍNIO LÓGICO
08. Resposta “B”. 15. Resposta “B”.
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, A sequência de números apresentada representa a lista dos
continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número números naturais. Mas essa lista contém todos os algarismos
277 ocupa, então, a mesma posição das figuras que representam dos números, sem ocorrer a separação. Por exemplo: 101112
número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª representam os números 10, 11 e 12. Com isso, do número 1 até
figura, que é representada pela letra “B”. o número 9 existem 9 algarismos. Do número 10 até o número 99
existem: 2 x 90 = 180 algarismos. Do número 100 até o número 124
09. Resposta “D”. existem: 3 x 25 = 75 algarismos. E do número 124 até o número
A regularidade que obedece a sequência acima não se dá por 128 existem mais 12 algarismos. Somando todos os valores, tem-
padrões numéricos e sim pela letra que inicia cada número. “Dois, se: 9 + 180 + 75 + 12 = 276 algarismos. Logo, conclui-se que o
Dez, Doze, Dezesseis, Dezessete, Dezoito, Dezenove, ... Enfim, o algarismo que ocupa a 276ª posição é o número 8, que aparece no
próximo só pode iniciar também com “D”: Duzentos. número 128.

10. Resposta “C”. 16. Resposta “D”.


Esta sequência é regida pela inicial de cada número. Três, Na 1ª linha, internamente, a 1ª figura possui 2 “orelhas”, a 2ª
Treze, Trinta,... O próximo só pode ser o número Trinta e um, pois figura possui 1 “orelha” no lado esquerdo e a 3ª figura possui 1
ele inicia com a letra “T”. “orelha” no lado direito. Esse fato acontece, também, na 2ª linha,
mas na parte de cima e na parte de baixo, internamente em relação
11. Resposta “E”. às figuras. Assim, na 3ª linha ocorrerá essa regra, mas em ordem
Na 1ª linha, a palavra CAL foi retirada das 3 primeiras letras da inversa: é a 3ª figura da 3ª linha que terá 2 “orelhas” internas,
palavra LACRAÇÃO, mas na ordem invertida. Da mesma forma, uma em cima e outra em baixo. Como as 2 primeiras figuras da 3ª
na 2ª linha, a palavra SOMA é retirada da palavra AMOSTRA, linha não possuem “orelhas” externas, a 3ª figura também não terá
pelas 4 primeira letras invertidas. Com isso, da palavra LAVRAR, orelhas externas. Portanto, a figura que deve substituir o ponto de
ao se retirarem as 5 primeiras letras, na ordem invertida, obtém-se interrogação é a 4ª.
ARVAL.
17. Resposta “B”.
No 1º triângulo, o número que está no interior do triângulo
12. Resposta “C”.
dividido pelo número que está abaixo é igual à diferença entre
Em cada linha apresentada, as cabeças são formadas por
o número que está à direita e o número que está à esquerda do
quadrado, triângulo e círculo. Na 3ª linha já há cabeças com círculo
triângulo: 40 5 21 13 8.
e com triângulo. Portanto, a cabeça da figura que está faltando é
A mesma regra acontece no 2º triângulo: 42 ÷ 7 = 23 - 17 = 6.
um quadrado. As mãos das figuras estão levantadas, em linha reta
Assim, a mesma regra deve existir no 3º triângulo:
ou abaixadas. Assim, a figura que falta deve ter as mãos levantadas
? ÷ 3 = 19 - 7
(é o que ocorre em todas as alternativas). As figuras apresentam as
? ÷ 3 = 12
2 pernas ou abaixadas, ou 1 perna levantada para a esquerda ou 1 ? = 12 x 3 = 36.
levantada para a direita. Nesse caso, a figura que está faltando na
3ª linha deve ter 1 perna levantada para a esquerda. Logo, a figura 18. Resposta “E”.
tem a cabeça quadrada, as mãos levantadas e a perna erguida para Verifique os intervalos entre os números que foram fornecidos.
a esquerda. Dado os números 3, 12, 27, __, 75, 108, obteve-se os seguintes 9,
13. Resposta “A”. 15, __, __, 33 intervalos. Observe que 3x3, 3x5, 3x7, 3x9, 3x11.
Existem duas leis distintas para a formação: uma para a parte Logo 3x7 = 21 e 3x 9 = 27. Então: 21 + 27 = 48.
superior e outra para a parte inferior. Na parte superior, tem-se que: 19. Resposta “B”.
do 1º termo para o 2º termo, ocorreu uma multiplicação por 2; já do Observe que o numerador é fixo, mas o denominador é
2º termo para o 3º, houve uma subtração de 3 unidades. Com isso, formado pela sequência:
X é igual a 5 multiplicado por 2, ou seja, X = 10. Na parte inferior,
tem-se: do 1º termo para o 2º termo ocorreu uma multiplicação por
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto Sexto
3; já do 2º termo para o 3º, houve uma subtração de 2 unidades.
Assim, Y é igual a 10 multiplicado por 3, isto é, Y = 30. Logo, X 3x4= 4x5= 5x6=
1 1x2=2 2x3=6
+ Y = 10 + 30 = 40. 12 20 30

14. Resposta “A”. 20. Resposta “D”.


A sequência do alfabeto inicia-se na extremidade direita O que de início devemos observar nesta questão é a quantidade
do triângulo, pela letra “A”; aumenta a direita para a esquerda; de B e de X em cada figura. Vejamos:
continua pela 3ª e 5ª linhas; e volta para as linhas pares na ordem BBB BXB XXB
inversa – pela 4ª linha até a 2ª linha. Na 2ª linha, então, as letras são, XBX XBX XBX
da direita para a esquerda, “M”, “N”, “O”, e a letra que substitui BBB BXB BXX
corretamente o ponto de interrogação é a letra “P”. 7B e 2X 5B e 4X 3B e 6X

Didatismo e Conhecimento 20
RACIOCÍNIO LÓGICO
Vê-se, que os “B” estão diminuindo de 2 em 2 e que os “X” de maneira que SALTA vira ATLAS. Fazendo o mesmo com a
estão aumentando de 2 em 2; notem também que os “B” estão sequência numérica fornecida temos: 25435 vira 53452, sendo
sendo retirados um na parte de cima e um na parte de baixo e os esta a resposta.
“X” da mesma forma, só que não estão sendo retirados, estão, sim,
sendo colocados. Logo a 4ª figura é: 25. Resposta “E”.
XXX Pelo número 86.547, tem-se que 86, 65, 54 e 47 não acontecem
XBX no número procurado. Do número 48.675, as opções 48, 86 e 67
XXX não estão em nenhum dos números apresentados nas alternativas.
1B e 8X Portanto, nesse número a coincidência se dá no número 75. Como o
único número apresentado nas alternativas que possui a sequência
21. Resposta “D”. 75 é 46.875, tem-se, então, o número procurado.
Montando a série de Fibonacci temos: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21,
34... A resposta da questão é a alternativa “D”, pois como a questão
26. Resposta “D”.
nos diz, cada termo a partir do terceiro é igual à soma de seus dois
O primeiro símbolo representa a divisão e o 2º símbolo
termos precedentes. 2 + 3 = 5
representa a soma. Portanto, na 1ª linha, tem-se: 36 ÷ 4 + 5 = 9
+ 5 = 14. Na 2ª linha, tem-se: 48 ÷ 6 + 9 = 8 + 9 = 17. Com isso,
22. Resposta “E”.
A questão nos informa que ao se escrever alguma mensagem, na 3ª linha, ter-se-á: 54 ÷ 9 + 7 = 6 + 7 = 13. Logo, podemos
cada letra será substituída pela letra que ocupa a quarta posição, concluir então que o ponto de interrogação deverá ser substituído
além disso, nos informa que o código é “circular”, de modo que a pelo número 13.
letra “U” vira “A”. Para decifrarmos, temos que perceber a posição
do emissor e do receptor. O emissor ao escrever a mensagem conta 27. Resposta “A”.
quatro letras à frente para representar a letra que realmente deseja, As letras que acompanham os números ímpares formam a
enquanto que o receptor, deve fazer o contrário, contar quatro letras sequência normal do alfabeto. Já a sequência que acompanha os
atrás para decifrar cada letra do código. No caso, nos foi dada a números pares inicia-se pela letra “E”, e continua de acordo com a
frase para ser decifrada, vê-se, pois, que, na questão, ocupamos a sequência normal do alfabeto: 2ª letra: E, 4ª letra: F, 6ª letra: G, 8ª
posição de receptores. Vejamos a mensagem: BSA HI EDAP. Cada letra: H, 10ª letra: I e 12ª letra: J.
letra da mensagem representa a quarta letra anterior de modo que:
VxzaB: B na verdade é V; 28. Resposta “D”.
OpqrS: S na verdade é O; Escrevendo os nomes dos animais apresentados na lista
UvxzA: A na verdade é U; – MARÁ, PERU, TATU e URSO, na seguinte ordem: PERU,
DefgH: H na verdade é D; MARÁ, TATU e URSO, obtém-se na tabela:
EfghI: I na verdade é E;
AbcdE: E na verdade é A;
ZabcD: D na verdade é Z; P E R U
UvxaA: A na verdade é U;
LmnoP: P na verdade é L; M A R A
23. Resposta “B”.
T A T U
A questão nos traz duas palavras que têm relação uma
com a outra e, em seguida, nos traz uma sequência numérica. É U R S O
perguntado qual sequência numérica tem a mesma ralação com a
sequência numérica fornecida, de maneira que, a relação entre as O nome do animal é PATO. Considerando a ordem do alfabeto,
palavras e a sequência numérica é a mesma. Observando as duas tem-se: P = 15, A = 1, T = 19 e 0 = 14. Somando esses valores,
palavras dadas, podemos perceber facilmente que têm cada uma obtém-se: 15 + 1 + 19 + 14 = 49.
6 letras e que as letras de uma se repete na outra em uma ordem
diferente. Tal ordem, nada mais é, do que a primeira palavra de 29. Resposta “B”.
trás para frente, de maneira que SOCIAL vira LAICOS. Fazendo o Na 1ª e na 2ª sequências, as vogais são as mesmas: letra
mesmo com a sequência numérica fornecida, temos: 231678 viram “A”. Portanto, as vogais da 4ª sequência de letras deverão ser as
876132, sendo esta a resposta. mesmas da 3ª sequência de letras: “O”. A 3ª letra da 2ª sequência
é a próxima letra do alfabeto depois da 3ª letra da 1ª sequência de
24. Resposta “A”. letras. Portanto, na 4ª sequência de letras, a 3ª letra é a próxima letra
A questão nos traz duas palavras que têm relação uma com depois de “B”, ou seja, a letra “C”. Em relação à primeira letra,
a outra, e em seguida, nos traz uma sequência numérica. Foi tem-se uma diferença de 7 letras entre a 1ª letra da 1ª sequência e a
perguntado qual a sequência numérica que tem relação com a já 1ª letra da 2ª sequência. Portanto, entre a 1ª letra da 3ª sequência e
dada de maneira que a relação entre as palavras e a sequência a 1ª letra da 4ª sequência, deve ocorrer o mesmo fato. Com isso, a
numérica é a mesma. Observando as duas palavras dadas podemos 1ª letra da 4ª sequência é a letra “T”. Logo, a 4ª sequência de letras
perceber facilmente que tem cada uma 6 letras e que as letras é: T, O, C, O, ou seja, TOCO.
de uma se repete na outra em uma ordem diferente. Essa ordem
diferente nada mais é, do que a primeira palavra de trás para frente,

Didatismo e Conhecimento 21
RACIOCÍNIO LÓGICO
30. Resposta “C”. Portanto, depois de 9 dias ela chegará na saída do poço.
Na 1ª sequência de letras, ocorrem as 3 primeiras letras do
alfabeto e, em seguida, volta-se para a 1ª letra da sequência. Na 2ª 36. 09 – 19 – 29 – 39 – 49 – 59 – 69 – 79 – 89 – 90 – 91 – 92
sequência, continua-se da 3ª letra da sequência anterior, formando- – 93 – 94 – 95 – 96 – 97 – 98 – 99. Portanto, são necessários 20
se DEF, voltando-se novamente, para a 1ª letra desta sequência: D. algarismos.
Com isto, na 3ª sequência, têm-se as letras HIJ, voltando-se para a
1ª letra desta sequência: H. Com isto, a 4ª sequência iniciará pela 37.
letra L, continuando por M e N, voltando para a letra L. Logo, a 4ª
sequência da letra é: LMNL.
= 16
31. Resposta “E”.
Do 1º termo para o 2º termo, ocorreu um acréscimo de 1
unidade. Do 2º termo para o 3º termo, ocorreu a multiplicação do
termo anterior por 3. E assim por diante, até que para o 7º termo
temos 13 . 3 = 39. 8º termo = 39 + 1 = 40. 9º termo = 40 . 3 = 120. = 09
10º termo = 120 + 1 = 121. 11º termo = 121 . 3 = 363. 12º termo
= 363 + 1 = 364. 13º termo = 364 . 3 = 1.092. Portanto, podemos
concluir que o 13º termo da sequência é um número maior que
1.000.

32. Resposta “D”. = 04


Da palavra “ardoroso”, retiram-se as sílabas “do” e “ro” e
inverteu-se a ordem, definindo-se a palavra “rodo”. Da mesma
forma, da palavra “dinamizar”, retiram-se as sílabas “na” e “mi”,
definindo-se a palavra “mina”. Com isso, podemos concluir que da
palavra “maratona”. Deve-se retirar as sílabas “ra” e “to”, criando-
se a palavra “tora”.

33. Resposta “A”. =01


Na primeira sequência, a palavra “azar” é obtida pelas letras
“a” e “z” em sequência, mas em ordem invertida. Já as letras “a” Portanto, há 16 + 9 + 4 + 1 = 30 quadrados.
e “r” são as 2 primeiras letras da palavra “arborizado”. A palavra
“dias” foi obtida da mesma forma: As letras “d” e “i” são obtidas 38.
em sequência, mas em ordem invertida. As letras “a” e “s” são as 2
primeiras letras da palavra “asteroides”. Com isso, para a palavras
“articular”, considerando as letras “i” e “u”, que estão na ordem
invertida, e as 2 primeiras letras, obtém-se a palavra “luar”.

34. O nome da sequência é Sequência de Fibonacci. O número


que vem é sempre a soma dos dois números imediatamente atrás
dele. A sequência correta é: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144,
233...
35.
39. Os símbolos são como números em frente ao espelho.
Assim, o próximo símbolo será 88.
Dia Subida Descida
1º 2m 1m 40.
2º 3m 2m
3º 4m 3m
4º 5m 4m
5º 6m 5m
6º 7m 6m
7º 8m 7m
8º 9m 8m 41.
12.345.679 × (2×9) = 222.222.222
9º 10m ---- 12.345.679 × (3×9) = 333.333.333
... ...

Didatismo e Conhecimento 22
RACIOCÍNIO LÓGICO
12.345.679 × (4×9) = 666.666.666 48.
Portanto, para obter 999.999.999 devemos multiplicar
12.345.679 por (9x9) = 81

42.

49.

43.

50.

44. Sendo A = 1, J = 11, Q = 12 e K = 13, a soma de cada par


de cartas é igual a 14 e o naipe de paus sempre forma par com
o naipe de espadas. Portanto, a carta que está faltando é o 6 de
espadas.

45. Quadrado perfeito em matemática, sobretudo na aritmética


e na teoria dos números, é um número inteiro não negativo que
pode ser expresso como o quadrado de um outro número inteiro.
Ex: 1, 4, 9...
No exercício 2 elevado a 2 = 4 OPERAÇÕES COM CONJUNTOS.

Conjuntos

É uma reunião, agrupamento de pessoas, seres ou objetos. Dá


a ideia de coleção.

46. Observe que: Conjuntos Primitivos

Os conceitos de conjunto, elemento e pertinência são


3 6 18 72 360 2160 15120
primitivos, ou seja, não são definidos.
x2 x3 x4 x5 x6 x7 Um cacho de bananas, um cardume de peixes ou uma porção
de livros são todos exemplos de conjuntos.
Portanto, a próxima pedra terá que ter o valor: 15.120 x 8 =
Conjuntos, como usualmente são concebidos, têm elementos.
120.960
Um elemento de um conjunto pode ser uma banana, um peixe ou
um livro. Convém frisar que um conjunto pode ele mesmo ser
47.
elemento de algum outro conjunto.
Por exemplo, uma reta é um conjunto de pontos; um feixe de
retas é um conjunto onde cada elemento (reta) é também conjunto
(de pontos).
Em geral indicaremos os conjuntos pelas letras maiúsculas A,
B, C, ..., X, e os elementos pelas letras minúsculas a, b, c, ..., x, y,
..., embora não exista essa obrigatoriedade.

Didatismo e Conhecimento 23
RACIOCÍNIO LÓGICO
Em Geometria, por exemplo, os pontos são indicados por
letras maiúsculas e as retas (que são conjuntos de pontos) por
letras minúsculas.
Outro conceito fundamental é o de relação de pertinência que
nos dá um relacionamento entre um elemento e um conjunto.

Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos x ∈ A


Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.
- Se B = {0, 1, 2, 3 }, então
Se x não é um elemento de um conjunto A, escreveremos x
∉A
Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence a A.

Como representar um conjunto

Pela designação de seus elementos: Escrevemos os elementos


entre chaves, separando os por vírgula.
Conjunto Vazio
Exemplos
Conjunto vazio é aquele que não possui elementos. Representa-
- {3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos 3, se pela letra do alfabeto norueguês 0/ ou, simplesmente { }.
6, 7 e 8. Simbolicamente: ∀ x, x ∉ 0/
{a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos a, b
e m. Exemplos
{1; {2; 3}; {3}} indica o conjunto cujos elementos são 1, {2;
3} e {3}. - 0/ = {x : x é um número inteiro e 3x = 1}
- 0/ = {x | x é um número natural e 3 – x = 4}
Pela propriedade de seus elementos: Conhecida uma - 0/ = {x | x ≠ x}
propriedade P que caracteriza os elementos de um conjunto A, este
fica bem determinado. Subconjunto
P termo “propriedade P que caracteriza os elementos de um
conjunto A” significa que, dado um elemento x qualquer temos: Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é também
Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem a elemento de B, dizemos que A é um subconjunto de B ou A é a
propriedade P é indicado por: parte de B ou, ainda, A está contido em B e indicamos por A ⊂ B.
{x, tal que x tem a propriedade P} Simbolicamente: A ⊂ B ⇔ ( ∀ x)(x ∈ ∀ ⇒ x ∈ B)

Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou | ou ainda Portanto, A ⊄ B significa que A não é um subconjunto de B
:, podemos indicar o mesmo conjunto por: ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B.
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda, Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo menos,
{x : x tem a propriedade P} um elemento de A que não é elemento de B.
Simbolicamente: A ⊄ B ⇔ ( ∃ x)(x ∈ A e x ∉ B)
Exemplos
Exemplos
- { x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u}
- {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo que - {2 . 4} ⊂ {2, 3, 4}, pois 2 ∈ {2, 3, 4} e 4 ∈ {2, 3, 4}
{0, 1, 2, 3} - {2, 3, 4} ⊄ {2, 4}, pois 3 ∉ {2, 4}
- {x : x em um número inteiro e x2 = x } é o mesmo que {0, 1} - {5, 6} ⊂ {5, 6}, pois 5 ∈ {5, 6} e 6 ∈ {5, 6}

Pelo diagrama de Venn-Euler: O diagrama de Venn-Euler Inclusão e pertinência


consiste em representar o conjunto através de um “círculo” de tal
forma que seus elementos e somente eles estejam no “círculo”. A definição de subconjunto estabelece um relacionamento
entre dois conjuntos e recebe o nome de relação de inclusão ( ⊂ ).
Exemplos A relação de pertinência ( ∈ ) estabelece um relacionamento
- Se A = {a, e, i, o, u} então entre um elemento e um conjunto e, portanto, é diferente da
relação de inclusão.
Simbolicamente
x ∈ A ⇔ {x} ⊂ A
x ∉ A ⇔ {x} ⊄ A

Didatismo e Conhecimento 24
RACIOCÍNIO LÓGICO
Igualdade Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos e,
portanto, P(A) possui 2n elementos.
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B e
indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de B e B é União de conjuntos
também subconjunto de A.
Simbolicamente: A = B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto formado
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equivale, por todos os elementos que pertencem a A ou a B. Representa-se
segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B e B ⊂ A. por A ∪ B.
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e somente Simbolicamente: A 4 ∉ BN= {X | X ∈ A ou X ∈ B}
se, possuem os mesmos elementos.
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto A ≠ B
se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não é subconjunto
de A. Simbolicamente: A ≠ B ⇔ A ⊄ B ou B ⊄ A

Exemplos

- {2,4} = {4,2}, pois {2,4} ⊂ {4,2} e {4,2} ⊂ {2,4}. Isto


nos mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não deve
ser levada em consideração. Em outras palavras, um conjunto Exemplos
fica determinado pelos elementos que o mesmo possui e não pela
ordem em que esses elementos são descritos. - {2,3} ∪ {4,5,6}={2,3,4,5,6}
- {2,2,2,4} = {2,4}, pois {2,2,2,4} ⊂ {2,4} e {2,4} ⊂ - {2,3,4} ∪ {3,4,5}={2,3,4,5}
{2,2,2,4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é - {2,3} ∪ {1,2,3,4}={1,2,3,4}
desnecessária. - {a,b} ∪ φ {a,b}
- {a,a} = {a} Intersecção de conjuntos
- {a,b = {a} ⇔ a= b
- {1,2} = {x,y} ⇔ (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1) A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por
Conjunto das partes todos os elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B.
Representa-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {X | X ∈ A
Dado um conjunto A podemos construir um novo conjunto ou X ∈ B}
formado por todos os subconjuntos (partes) de A. Esse novo
conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos (ou das partes) de A
e é indicado por P(A).
Simbolicamente: P(A)={X | X ⊂ A} ou X ⊂ P(A) ⇔ X ⊂
A

Exemplos

a) = {2, 4, 6} Exemplos
P(A) = { 0/ , {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}
- {2,3,4} ∩ {3,5}={3}
b) = {3,5} - {1,2,3} ∩ {2,3,4}={2,3}
P(B) = { 0/ , {3}, {5}, B} - {2,3} ∩ {1,2,3,5}={2,3}
- {2,4} ∩ {3,5,7}= φ
c) = {8}
P(C) = { 0/ , C} Observação: Se A ∩ B= φ , dizemos que A e B são conjuntos
disjuntos.
d) = 0/
P(D) = { 0/ }

Propriedades

Seja A um conjunto qualquer e 0/ o conjunto vazio. Valem as


seguintes propriedades

Número de Elementos da União e da Intersecção de


0/ ≠( 0/ ) 0/ ∉ 0/ 0/ ⊂ 0/ 0/ ∈ { 0/ } Conjuntos
0/ ⊂ A ⇔ 0/ ∈ P(A) A ⊂ A ⇔ A ∈ P(A)

Didatismo e Conhecimento 25
RACIOCÍNIO LÓGICO
Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura abaixo, O conjunto A – B é também chamado de conjunto
podemos estabelecer uma relação entre os respectivos números de complementar de B em relação a A, representado por CAB.
elementos. Simbolicamente: CAB = A - B{X | X ∈ A e X ∉ B}

Exemplos

- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A = φ

- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}

- A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5}
Observações: Alguns autores preferem utilizar o conceito de
completar de B em relação a A somente nos casos em que B ⊂ A.
Note que ao subtrairmos os elementos comuns - Se B ⊂ A representa-se por B o conjunto complementar
evitamos que eles sejam contados duas vezes. de B em relação a A. Simbolicamente: B ⊂ A ⇔ B = A – B =
CAB`
Observações:

a) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo um


deles estiver contido no outro, ainda assim a relação dada será
verdadeira.
b) Podemos ampliar a relação do número de elementos para
três ou mais conjuntos com a mesma eficiência.

Observe o diagrama e comprove.


Exemplos

Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então:


a) A = {2, 3, 4} ⇒ A = {0, 1, 5, 6}
b) B = {3, 4, 5, 6 } ⇒ B = {0, 1, 2}
c) C = φ ⇒ C = S

Número de elementos de um conjunto

Sendo X um conjunto com um número finito de elementos,


representa-se por n(X) o número de elementos de X. Sendo, ainda,
A e B dois conjuntos quaisquer, com número finito de elementos
temos:
n(A ∪ B)=n(A)+n(B)-n(A ∩ B)
A ∩ B= φ ⇒ n(A ∪ B)=n(A)+n(B)
n(A -B)=n(A)-n(A ∩ B)
B ⊂ A ⇒ n(A-B)=n(A)-n(B)

Subtração Resolução de Problemas

A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto formado Exemplo:


por todos os elementos que pertencem a A e não pertencem a B. Numa escola mista existem 42 meninas, 24 crianças ruivas,
Representa-se por A – B. Simbolicamente: A – B = {X | X ∈ A e 13 meninos não ruivos e 9 meninas ruivas. Pergunta-se
X ∉ B} a) quantas crianças existem na escola?
b) quantas crianças são meninas ou são ruivas

Didatismo e Conhecimento 26
RACIOCÍNIO LÓGICO
3 – (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Dos
46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15 deles
também estão aptos para classificar processos e os demais estão
aptos para atender ao público. Há outros 11 técnicos que estão
aptos para atender ao público, mas não são capazes de arquivar
documentos. Dentre esses últimos técnicos mencionados, 4 deles
também são capazes de classificar processos. Sabe-se que aqueles
que classificam processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando
que todos os técnicos que executam essas três tarefas foram cita-
dos anteriormente, eles somam um total de
A) 58.
B) 65.
C) 76.
Sejam: D) 53.
A o conjunto dos meninos ruivos e n(A) = x E) 95.
B o conjunto das meninas ruivas e n(B) = 9 4 – (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI-
C o conjunto dos meninos não ruivos e n(C) = 13 FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de atle-
D o conjunto das meninas não ruivas e n(D) = y tas da delegação de um país nos jogos universitários por medalha
De acordo com o enunciado temos: conquistada. Sabe-se que esse país conquistou medalhas apenas
em modalidades individuais. Sabe-se ainda que cada atleta da de-
n( B ∪ D) = n( B) + n( D) = 9 + y = 42 ⇔ y = 33 legação desse país que ganhou uma ou mais medalhas não ganhou
 mais de uma medalha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De
n( A ∪ D) = n( A) + n( B) = x + 9 = 24 ⇔ x = 15 acordo com o diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse
país ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro.
Assim sendo
a) O número total de crianças da escola é:

n( A ∪ B ∪ C ∪ D ) = n( A) + n( B ) + n(C ) + n( D ) = 15 + 9 + 13 + 33 = 70

b) O número de crianças que são meninas ou são ruivas é:

n[( A ∪ B ) ∪ ( B ∪ D )] = n( A) + n( B ) + n( D ) = 15 + 9 + 33 = 57

Questões

1 – (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI- A análise adequada do diagrama permite concluir corretamen-
NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma cidade, te que o número de medalhas conquistadas por esse país nessa edi-
13 dele não se inscreveram nas comissões de Educação, Saúde e ção dos jogos universitários foi de
Saneamento Básico. Sete dos vereadores se inscreveram nas três A) 15.
comissões citadas. Doze deles se inscreveram apenas nas comis- B) 29.
sões de Educação e Saúde e oito deles se inscreveram apenas nas C) 52.
comissões de Saúde e Saneamento Básico. Nenhum dos vereado- D) 46.
res se inscreveu em apenas uma dessas comissões. O número de E) 40.
vereadores inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
A) 15. 5 – (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM
B) 21. SAÚDE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos que
formam o conjunto dos múltiplos estritamente positivos do núme-
C) 18.
ro 3, menores que 31?
D) 27.
A) 9
E) 16. B) 10
C) 11
2 – (TJ-SC) Num grupo de motoristas, há 28 que dirigem au- D) 12
tomóvel, 12 que dirigem motocicleta e 8 que dirigem automóveis E) 13
e motocicleta. Quantos motoristas há no grupo?
A) 16 motoristas
B) 32 motoristas 6 - (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM
C) 48 motoristas SAÚDE NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sa-
D) 36 motoristas bendo que A ∩ B = {3}, A ∪ B = {0; 1; 2; 3; 5} e A – B = {1 ; 2},
assinale a alternativa que apresenta o conjunto B.

Didatismo e Conhecimento 27
RACIOCÍNIO LÓGICO
A) {1; 2; 3} APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não
B) {0; 3} deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele já
C) {0; 1; 2; 3; 5} desconsidera os que se inscreveram nos três)
D) {3; 5} APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.
E) {0; 3; 5} São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões,
pois 13 dos 43 não se inscreveram.
7 – (Agente Administrativo) Em uma cidade existem duas Portanto, 30-7-12-8=3
empresas de transporte coletivo, A e B. Exatamente 70% dos es- Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores.
tudantes desta cidade utilizam a Empresa A e 50% a Empresa B.
Sabendo que todo estudante da cidade é usuário de pelo menos
uma das empresas, qual o % deles que utilizam as duas empresas?
A) 20%
B) 25%
C) 27%
D) 33%
E) 35%
8 – (METRÔ/SP – ENGENHEIRO SEGURANÇA DO
TRABALHO – FCC/2014) Uma pesquisa, com 200 pessoas, in-
vestigou como eram utilizadas as três linhas: A, B e C do Metrô Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18
de uma cidade. Verificou-se que 92 pessoas utilizam a linha A; 94 2 – RESPOSTA: “B”
pessoas utilizam a linha B e 110 pessoas utilizam a linha C. Utili-
zam as linhas A e B um total de 38 pessoas, as linhas A e C um total
de 42 pessoas e as linhas B e C um total de 60 pessoas; 26 pessoas
que não se utilizam dessas linhas. Desta maneira, conclui-se cor-
retamente que o número de entrevistados que utilizam as linhas A
e B e C é igual a
A) 50.
Os que dirigem automóveis e motocicleta: 8
B) 26.
Os que dirigem apenas automóvel: 28-8 = 20
C) 56.
Os que dirigem apenas motocicleta: 12-8= 4
D) 10.
A quantidade de motoristas é o somatório: 20+8+4 = 32 mo-
E) 18.
toristas.
9 – TJ/RS – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-
RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Observando-se, 3 - RESPOSTA: “B”.
durante certo período, o trabalho de 24 desenhistas do Tribunal de Técnicos arquivam e classificam: 15
Justiça, verificou-se que 16 executaram desenhos arquitetônicos, Arquivam e atendem: 46-15=31
15 prepararam croquis e 3 realizaram outras atividades. O número classificam e atendem: 4
de desenhistas que executaram desenho arquitetônico e prepara- Classificam: 15+4=19 como são 27 faltam 8
ram croquis, nesse período, é de Dos 11 técnicos aptos a atender ao público 4 são capazes de
A) 10. classificar processos, logo apenas 11-4 = 7 técnicos são aptos a
B) 11. atender ao público.
C) 12. Somando todos os valores obtidos no diagrama teremos:
D) 13. 31+15+7+4+8 = 65 técnicos.
E) 14.

10 - (TJ/RS – OFICIAL DE TRANSPORTE – CETRO/2013)


Dados os conjuntos A = {x | x é vogal da palavra CARRO} e B
= {x | x é letra da palavra CAMINHO}, é correto afirmar que A∩
B tem
A) 1 elemento.
B) 2 elementos.
C) 3 elementos.
D) 4 elementos.
E) 5 elementos.
F) 4 - RESPOSTA: “D”.
Respostas O diagrama mostra o número de atletas que ganharam meda-
lhas.
1 - RESPOSTA: “C” No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2 por ser
De acordo com os dados temos: 2 medalhas e na intersecção das três medalhas multiplica-se por 3.
7 vereadores se inscreveram nas 3.

Didatismo e Conhecimento 28
RACIOCÍNIO LÓGICO
Intersecções:

Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46 16-x+x+15-x+3=24 ➜ x+34 = 24 ➜ -x = 24-34 ➜ -x = -10,
como não existe variável negativa neste caso multiplica-se por (-1)
5 -RESPOSTA: “B”. ambos os lados , logo x = 10.
Se nos basearmos na tabuada do 3 , teremos o seguinte con-
junto 10 - RESPOSTA: “B”.
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30} Como o conjunto A é dado pelas vogais: A={A,O}, e B é dado
10 elementos. pelas letras : B={ C,A,M,I,N,H,O}, portanto A∩ B={A,O}
6 - RESPOSTA: “E”.
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento
de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em B. RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO
Então de A∪B, tiramos que B={0;3;5}. PROBLEMAS ARITMÉTICOS,
GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS.
7 - Resposta “A”.

GEOMETRIA

A Geometria é a parte da matemática que estuda as figuras e


suas propriedades. A geometria estuda figuras abstratas, de uma
70 – 50 = 20. perfeição não existente na realidade. Apesar disso, podemos ter
20% utilizam as duas empresas. uma boa ideia das figuras geométricas, observando objetos reais,
como o aro da cesta de basquete que sugere uma circunferência,
8 - RESPOSTA: “E”. as portas e janelas que sugerem retângulos e o dado que sugere
um cubo.

Reta, semirreta e segmento de reta

Definições.
92-[38-x+x+42-x]+94-[38-x+x+60-x]+110-[42-x+x+- a) Segmentos congruentes.
60-x]+(38-x)+x+(42-x)+(60-x)+26=200 Dois segmentos são congruentes se têm a mesma medida.
92-[80-x]+94-[98-x]+110-[102-x]+38+42-x+60-x+26=200 b) Ponto médio de um segmento.
92-80+x+94-98+x+110-102+x+166-2x=200 Um ponto P é ponto médio do segmento AB se pertence ao
x+462-180=200 ➜ x+182 = 200 ➜ x = 200-182 ➜ x = 18 segmento e divide AB em dois segmentos congruentes.
c) Mediatriz de um segmento.
É a reta perpendicular ao segmento no seu ponto médio
9 - RESPOSTA: “A”.

Didatismo e Conhecimento 29
RACIOCÍNIO LÓGICO
Ângulo Área
Área é a medida de uma superfície.
A área do campo de futebol é a medida de sua superfície
(gramado).
Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos em uma
malha quadriculada, a sua área será equivalente à quantidade de
quadradinho. Se cada quadrado for uma unidade de área:

Definições.
a) Ângulo é a região plana limitada por duas semirretas de
mesma origem.
b) Ângulos congruentes: Dois ângulos são ditos congruentes
se têm a mesma medida.
c) Bissetriz de um ângulo: É a semirreta de origem no vértice
do ângulo que divide esse ângulo em dois ângulos congruentes.
Perímetro: entendendo o que é perímetro. Veremos que a área do campo de futebol é 70 unidades de
área.
Imagine uma sala de aula de 5m de largura por 8m de A unidade de medida da área é: m² (metros quadrados), cm²
comprimento. (centímetros quadrados), e outros.
Quantos metros lineares serão necessários para colocar rodapé Se tivermos uma figura do tipo:
nesta sala, sabendo que a porta mede 1m de largura e que nela não
se coloca rodapé?

A conta que faríamos seria somar todos os lados da sala,


menos 1m da largura da porta, ou seja:
P = (5 + 5 + 8 + 8) – 1
P = 26 – 1
P = 25 Sua área será um valor aproximado. Cada é uma unidade,
então a área aproximada dessa figura será de 4 unidades.
No estudo da matemática calculamos áreas de figuras planas e
para cada figura há uma fórmula pra calcular a sua área.

Retângulo
É o quadrilátero que tem todos os ângulos internos congruentes
e iguais a 90º.

Colocaríamos 25m de rodapé.


A soma de todos os lados da planta baixa se chama Perímetro.
Portanto, Perímetro é a soma dos lados de uma figura plana. No cálculo da área de qualquer retângulo podemos seguir o
raciocínio:

Didatismo e Conhecimento 30
RACIOCÍNIO LÓGICO

Como todos os lados são iguais, podemos dizer que base é


igual a e a altura igual a , então, substituindo na fórmula A = b .
Pegamos um retângulo e colocamos em uma malha h, temos:
quadriculada onde cada quadrado tem dimensões de 1 cm. Se
contarmos, veremos que há 24 quadrados de 1 cm de dimensões A= .
no retângulo. Como sabemos que a área é a medida da superfície A= ²
de uma figuras podemos dizer que 24 quadrados de 1 cm de
dimensões é a área do retângulo. Trapézio
É o quadrilátero que tem dois lados paralelos. A altura de um
trapézio é a distância entre as retas suporte de suas bases.

O retângulo acima tem as mesmas dimensões que o outro,


só que representado de forma diferente. O cálculo da área do
retângulo pode ficar também da seguinte forma: Em todo trapézio, o segmento que une os pontos médios
A = 6 . 4 A = 24 cm² dos dois lados não paralelos, é paralelo às bases e vale a média
aritmética dessas bases.
Podemos concluir que a área de qualquer retângulo é:

A=b.h

Quadrado A área do trapézio está relacionada com a área do triângulo


É o quadrilátero que tem os lados congruentes e todos os que é calculada utilizando a seguinte fórmula:
ângulos internos a congruentes (90º). A = b . h (b = base e h = altura).
2
Observe o desenho de um trapézio e os seus elementos mais
importantes (elementos utilizados no cálculo da sua área):

Sua área também é calculada com o produto da base pela


altura. Mas podemos resumir essa fórmula:

Um trapézio é formado por uma base maior (B), por uma base
menor (b) e por uma altura (h).

Didatismo e Conhecimento 31
RACIOCÍNIO LÓGICO
Para fazermos o cálculo da área do trapézio é preciso dividi-lo A = h (B + b)
em dois triângulos, veja como: 2
Primeiro: completamos as alturas no trapézio: h = altura
B = base maior do trapézio
b = base menor do trapézio

Losango

É o quadrilátero que tem os lados congruentes.

Segundo: o dividimos em dois triângulos:

Em todo losango as diagonais são:

a) perpendiculares entre si;

A área desse trapézio pode ser calculada somando as áreas dos b) bissetrizes dos ângulos internos.
dois triângulos (∆CFD e ∆CEF).
A área do losango é definida pela seguinte fórmula:
Antes de fazer o cálculo da área de cada triângulo
separadamente observamos que eles possuem bases diferentes e d .D Onde D é a diagonal maior e d é a menor.
alturas iguais. S=
Cálculo da área do ∆CEF: 2
Triângulo
A∆1 = B . h Figura geométrica plana com três lados.
2
Cálculo da área do ∆CFD:
A∆2 = b . h
2

Somando as duas áreas encontradas, teremos o cálculo da


área de um trapézio qualquer:

AT = A∆1 + A∆2

AT = B . h + b . h
2 2
Ângulo externo. O ângulo externo de qualquer polígono
convexo é o ângulo formado entre um lado e o prolongamento do
AT = B . h + b . h → colocar a altura (h) em evi- outro lado.
2
dência, pois é um termo comum aos dois fatores. Classificação dos triângulos.

a) quanto aos lados:


- triângulo equilátero.
AT = h (B + b) - triângulo isósceles.
2 - triângulo escaleno.

Portanto, no cálculo da área de um trapézio qualquer b) quanto aos ângulos:


utilizamos a seguinte fórmula: - triângulo retângulo.
- triângulo obtusângulo.
- triângulo acutângulo.

Didatismo e Conhecimento 32
RACIOCÍNIO LÓGICO
Propriedades dos triângulos Área do triangulo

1) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3 ângulos


internos é 180º.

Segmentos proporcionais

2) Em todo triângulo, a medida de um ângulo externo é igual à Teorema de Tales.


soma das medidas dos 2 ângulos internos não adjacentes.
Em todo feixe de retas paralelas, cortado por uma reta
transversal, a razão entre dois segmento quaisquer de uma
transversal é igual à razão entre os segmentos correspondentes da
outra transversal.

3) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3 ângulos


externos é 360º.
Semelhança de triângulos

Definição.
Dois triângulos são semelhantes se têm os ângulos dois a dois
congruentes e os lados correspondentes dois a dois proporcionais.

Definição mais “popular”.


Dois triângulos são semelhantes se um deles é a redução ou a
ampliação do outro.
Importante - Se dois triângulos são semelhantes, a
proporcionalidade se mantém constante para quaisquer dois
segmentos correspondentes, tais como: lados, medianas, alturas,
raios das circunferências inscritas, raios das circunferências
4) Em todo triângulo isósceles, os ângulos da base são circunscritas, perímetros, etc.
congruentes. Observação - A base de um triângulo isósceles é o
seu lado diferente.

Altura - É a distância entre o vértice e a reta suporte do lado


oposto.

Didatismo e Conhecimento 33
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exercícios 8. Na figura a seguir, as distâncias dos pontos A e B à reta va-
lem 2 e 4. As projeções ortogonais de A e B sobre essa reta são os
1. Seja um paralelogramo com as medidas da base e da altura pontos C e D. Se a medida de CD é 9, a que distância de C deverá
respectivamente, indicadas por b e h. Se construirmos um outro estar o ponto E, do segmento CD, para que CÊA=DÊB
paralelogramo que tem o dobro da base e o dobro da altura do a)3
outro paralelogramo, qual será relação entre as áreas dos parale- b)4
logramos? c)5
d)6
2. Os lados de um triângulo equilátero medem 5 mm. Qual é a e)7
área deste triângulo equilátero?

3. Qual é a medida da área de um paralelogramo cujas medi- 9. Para ladrilhar uma sala são necessários exatamente 400 pe-
das da altura e da base são respectivamente 10 cm e 2 dm? ças iguais de cerâmica na forma de um quadrado. Sabendo-se que
a área da sala tem 36m², determine:
4. As diagonais de um losango medem 10 cm e 15 cm. Qual é a) a área de cada peça, em m².
a medida da sua superfície? b) o perímetro de cada peça, em metros.

5. Considerando as informações constantes no triangulo PQR, 10. Na figura, os ângulos ABC, ACD, CÊD, são retos. Se
pode-se concluir que a altura PR desse triângulo mede: AB=2 3 m e CE= 3 m, a razão entre as áreas dos triângulos
ABC e CDE é:

a)6
b)4
c)3
d)2
e) 3

Respostas

1. A2 = (2b)(2h) = 4bh = 4A1


a)5 b)6 c)7 d)8 2. Segundo o enunciado temos:
6. Num cartão retangular, cujo comprimento é igual ao dobro l=5mm
de sua altura, foram feitos dois vincos AC e BF, que formam, entre
si, um ângulo reto (90°). Observe a figura: Substituindo na fórmula:

l² 3 5² 3
S
= S
⇒= = 6, 25 3 ⇒ =
S 10,8
4 4
3. Sabemos que 2 dm equivalem a 20 cm, temos:
h=10
b=20

Substituindo na fórmula:

Considerando AF=16cm e CB=9cm, determine: .h 20.10


S b=
= = 100cm
= ² 2dm²
a) as dimensões do cartão;
b) o comprimento do vinco AC 4. Para o cálculo da superfície utilizaremos a fórmula que en-
volve as diagonais, cujos valores temos abaixo:
7. Na figura, os ângulos assinalados são iguais, AC=2 e AB=6.
A medida de AE é: d1=10
a)6/5 b)7/4 c)9/5 d)3/2 e)5/4 d2=15

Utilizando na fórmula temos:

d1.d 2 10.15
S= ⇒ = 75cm ²
2 2

Didatismo e Conhecimento 34
RACIOCÍNIO LÓGICO
5.
4 6 36
= ⇒ PR = =6
PR 9 6
x 9
6.
= ⇒ x ² = 144 ⇒ x = 12
16 x
=a ) x 12(
= altura ); 2 x 24(comprimento)
b) AC = 9² + x ² = 81 + 144 = 15

7.

8.

9.

10.

Didatismo e Conhecimento 35
NOÇÕES DE
INFORMÁTICA
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ícones
FUNDAMENTOS DO WINDOWS Figuras que representam recursos do computador, um ícone
pode representar um texto, música, programa, fotos e etc. você
(XP OU 7): OPERAÇÕES COM JANELAS, pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode
MENUS, BARRA DE TAREFAS, ÁREA DE excluir. Alguns ícones são padrão do Windows:
TRABALHO, TRABALHO COM PASTAS E • Meu Computador;
ARQUIVOS, LOCALIZAÇÃO DE ARQUIVOS • Meus Documentos;
E PASTAS, MOVIMENTAÇÃO E CÓPIA • Meus locais de Rede;
DE ARQUIVOS E PASTAS, CRIAÇÃO E • Internet Explorer.
EXCLUSÃO DE ARQUIVOS E PASTAS,
COMPARTILHAMENTOS E ÁREAS DE Barra de tarefas
TRANSFERÊNCIA. CONFIGURAÇÕES
BÁSICAS: RESOLUÇÃO DA TELA, A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste
CORES, FONTES, IMPRESSORAS, momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas
sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas ou
APARÊNCIA, SEGUNDO PLANO entre programas com rapidez e facilidade.
E PROTETOR DE TELA. A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine que você
esteja criando um texto em um editor de texto e um de seus colegas
lhe pede para você imprimir uma determinada planilha que está em
seu micro.
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS XP Você não precisa fechar o editor de textos. Apenas salve o
arquivo que está trabalhando, abra a planilha e mande imprimir,
O Windows XP (o XP utilizado no nome vêm da palavra enquanto imprime você não precisa esperar que a planilha seja
eXPerience), que inicialmente foi chamado de Windows Whistler, totalmente impressa, deixe a impressora trabalhando e volte para
e que sucede o Windows Me e também o Windows 2000. o editor de textos, dando um clique no botão correspondente na
O WinXP possui duas versões: o Windows XP Home Edition Barra de tarefas e volte a trabalhar.
(que substitui o Windows Me) e o Windows XP Professional A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores
Edition (que substitui o Windows 2000 Professional). ferramentas de produtividade do Windows. Vamos abrir alguns
aplicativos e ver como ela se comporta.
Iniciando o Windows

Ao iniciar o Windows XP a primeira tela que temos é tela de


logon, nela, selecionamos o usuário que irá utilizar o computador.
Ao entrarmos com o nome do usuário, o Windows efetuará o O Botão Iniciar
Logon (entrada no sistema) e nos apresentará a área de trabalho:
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas.
Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se pode acessar outros
menus que, por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser
acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias
opções. Alguns comandos do menu Iniciar têm uma seta para a
direita, significando que há opções adicionais disponíveis em um
menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre um item
com uma seta, será exibido outro menu.
O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um programa
que estiver instalado no computador, ou fazer alterações nas
configurações do computador, localizar um arquivo, abrir um
documento.

Na Área de trabalho encontramos os seguintes itens:


• Ícones;
• Barra de tarefas;
• O Botão iniciar.

Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Menu Iniciar Clicando-se em Iniciar, desligar, teremos uma janela onde é
possível escolher entre três opções:
O botão iniciar pode ser configurado. No Windows XP, você • Hibernar: Clicando neste botão, o Windows salvará o
pode optar por trabalhar com o novo menu Iniciar ou, se preferir, estado da área de trabalho no disco rígido e depois desligará o
configurar o menu Iniciar para que tenha a aparência das versões computador. Desta forma, quando ele for ligado novamente, a área
anteriores do Windows (95/98/Me). Clique na barra de tarefas com de trabalho se apresentará exatamente como você deixou, com os
o botão direito do mouse e selecione propriedades e então clique programas e arquivos que você estava usando, abertos.
na guia menu Iniciar. • Desativar: Desliga o Windows, fechando todos os pro-
Esta guia tem duas opções: gramas abertos para que você possa desligar o computador com
- Menu iniciar: Oferece a você acesso mais rápido a e-mail segurança.
e Internet, seus documentos, imagens e música e aos programas • Reiniciar: Encerra o Windows e o reinicia.
usados recentemente, pois estas opções são exibidas ao se clicar no
botão Iniciar. Esta configuração é uma novidade do Windows XP.
- Menu Iniciar Clássico: Deixa o menu Iniciar com a aparência
das versões antigas do Windows, como o Windows ME, 98 e 95.

Propriedades do menu Iniciar

Todos os programas
O menu Todos os Programas, ativa automaticamente outro
submenu, no qual aparecem todas as opções de programas. Para
entrar neste submenu, arraste o mouse em linha reta para a direção
em que o submenu foi aberto. Assim, você poderá selecionar o Acessórios do Windows
aplicativo desejado. Para executar, por exemplo, o Paint, basta
posicionar o ponteiro do mouse sobre a opção Acessórios. O O Windows XP inclui muitos programas e acessórios úteis.
submenu Acessórios será aberto. Então aponte para Paint e dê um São ferramentas para edição de texto, criação de imagens,
clique com o botão esquerdo do mouse. jogos, ferramentas para melhorar a performance do computador,
calculadora e etc.
Logon e Logoff Se fôssemos analisar cada acessório que temos,
Abre uma janela onde você poderá optar por fazer logoff ou encontraríamos várias aplicações, mas vamos citar as mais usadas
mudar de usuário. Veja a função de cada um: e importantes. Imagine que você está montando um manual para
• Trocar usuário: Clicando nesta opção, os programas que ajudar as pessoas a trabalharem com um determinado programa
o usuário atual está usando não serão fechados, e uma janela com do computador. Neste manual, com certeza você acrescentaria a
os nomes dos usuários do computador será exibida para que a troca imagem das janelas do programa. Para copiar as janelas e retirar
de usuário seja feita. Use esta opção na seguinte situação: Outro só a parte desejada, utilizaremos o Paint, que é um programa para
usuário vai usar o computador, mas depois você irá continuar a trabalharmos com imagens. As pessoas que trabalham com criação
usá-lo. Então o Windows não fechará seus arquivos e programas, e de páginas para a Internet utilizam o acessório Bloco de Notas, que
quando você voltar ao seu usuário, a área de trabalho estará exata- é um editor de texto muito simples. Assim, vimos duas aplicações
mente como você deixou. para dois acessórios diferentes.
• Fazer logoff: este caso é também para a troca de usuário. A pasta acessória é acessível dando-se um clique no botão
A grande diferença é que, ao efetuar o logoff, todos os programas Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas
do usuário atual serão fechados, e só depois aparece a janela para e, no submenu que aparece, escolha Acessórios.
escolha do usuário.

Desligando o Windows XP

Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Meu Computador 1. Abra a pasta ou unidade de disco que deverá conter a nova
pasta que será criada.
No Windows XP, tudo o que você tem dentro do computador 2. clique no menu Arquivo / Novo / Pasta.
- programas, documentos, arquivos de dados e unidades de disco, 3. Aparecerá na tela uma Nova Pasta selecionada para que
por exemplo - torna-se acessível em um só local chamado Meu você digite um nome.
Computador. 4. Digite o nome e tecle ENTER
Quando você inicia o Windows XP, o Meu computador 5. Pronto! A Pasta está criada.
aparece como um ícone na parte esquerda da tela, ou Área de
Trabalho (opcional).
O Meu computador é a porta de entrada para o usuário
navegar pelas unidades de disco (rígido, flexíveis e CD-ROM).
Normalmente, nas empresas existem vários departamentos como
administração, compras, estoque e outros. Para que os arquivos de
cada departamento não se misturem, utilizamos o Meu computador
para dividirmos o Disco em pastas que organizam os arquivos de
cada um dos departamentos. Em casa, se mais de uma pessoa
utiliza o computador, também criaremos pastas para organizar os
arquivos que cada um cria. Windows Explorer

Exibir o conteúdo de uma pasta O Windows Explorer tem a mesma função do Meu
Para você ter uma ideia prática de como exibir o conteúdo de Computador: Organizar o disco e possibilitar trabalhar com os
uma pasta (estas são utilizadas para organizar o disco rígido, como arquivos fazendo, por exemplo, cópia, exclusão e mudança no
se fossem gavetas de um armário), vamos, por exemplo, visualizar local dos arquivos. Enquanto o Meu Computador traz como padrão
o conteúdo de pasta Windows. Siga os seguintes passos: a janela sem divisão, você observará que o Windows Explorer traz
1. Dê um clique sobre a pasta correspondente ao disco rígido a janela dividida em duas partes. Mas tanto no primeiro como no
segundo, esta configuração pode ser mudada.
(C:)
Podemos criar pastas para organizar o disco de uma empresa ou
2. será aberta uma janela com título correspondente ao rótulo
casa, copiar arquivos para disquete, apagar arquivos indesejáveis
da unidade de disco rígido C:. Nesta janela aparecem as pastas
e muito mais.
correspondentes às “gavetas” existentes no disco rígido C:, bem
como os ícones referentes aos arquivos gravados no “raiz” (pasta
Janela do Windows Explorer
principal) da unidade C.
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas
em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em
cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e
mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O
painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra
todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desktop
(também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe o
conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de maneira
idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador,
como padrão ele traz a janela sem divisão, as é possível dividi-la
também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas) Para
abrir o Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção
Todos os Programas / acessórios e clique sobre Windows Explorer
ou clique sob o botão iniciar com o botão direito do mouse e
selecione a opção Explorar.
Preste atenção na Figura da página anterior que o painel da
esquerda na figura acima, todas as pastas com um sinal de + (mais)
indicam que contêm outras pastas. As pastas que contêm um sinal
3. Dê um clique sobre a pasta Windows. Ela será aberta como de - (menos) indicam que já foram expandidas (ou já estamos
uma janela cujo título é Windows, mostrando todas as pastas visualizando as subpastas).
(“gavetas”) e ícones de arquivos existentes na pasta Windows.

Criando pastas
Como já mencionado anteriormente, as pastas servem para
organizar o disco rígido. Para conseguirmos esta organização, é
necessário criarmos mais pastas e até mesmo subpastas destas. Quando você aprendeu a usar o Meu Computador, você viu
que, apesar da janela não aparecer dividida, você pode dividi-la
Para criar uma pasta siga estes passos: clicando no ícone que fica na barra de ferramentas.

Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Outra formatação que serve tanto para o Meu Computador, após isto, abra a pasta, e selecione o arquivo recém-criado, e então
quanto para o Windows Explorer é que você pode escolher se deseja pressione a tecla DELETE. Surgirá uma caixa de dialogo como a
ou não exibir, do lado esquerdo da janela, um painel que mostra figura a seguir:
as tarefas mais comuns para as pastas e links que mostram outras
partes do computador. Clicando no menu Ferramentas e depois
clicando em Opções de pasta, a janela seguinte é apresentada:

Clique em SIM e então o arquivo será enviado para Lixeira.

Esvaziando a Lixeira
Ao Esvaziar a Lixeira, você está excluindo definitivamente
os arquivos do seu Disco Rígido. Estes não poderão mais ser mais
recuperados pelo Windows. Então, esvazie a Lixeira somente
quando tiver certeza de que não precisa mais dos arquivos ali
encontrados.
1. Abra a Lixeira
2. No menu ARQUIVO, clique em Esvaziar Lixeira.
Você pode também esvaziar a Lixeira sem precisar abri-la,
para tanto, basta clicar com o botão DIREITO do mouse sobre
o ícone da Lixeira e selecionar no menu de contexto Esvaziar
Lixeira.
Lixeira do Windows

A Lixeira é uma pasta especial do Windows e ela se encontra


na Área de trabalho, como já mencionado, mas pode ser acessada
através do Windows Explorer. Se você estiver trabalhando com
janelas maximizadas, não conseguirá ver a lixeira. Use o botão
direito do mouse para clicar em uma área vazia da Barra de
Tarefas. Em seguida, clique em Minimizar todas as Janelas. Para
verificar o conteúdo da lixeira, dê um clique sobre o ícone e surgirá
a seguinte figura:

WordPad

O Windows traz junto dele um programa para edição de textos.


O WordPad. Com o WordPad é possível digitar textos, deixando-
os com uma boa aparência.
Como mencionado no parágrafo anterior, o WordPad é um
editor de textos que nos auxiliará na criação de vários tipos de
documentos. Mas poderíamos dizer que o Wordpad é uma versão
muito simplificada do Word.
Os usuários do Word vão se sentir familiarizados, pois ele
possui menus e barras de ferramentas similares. Porém o Word
tem um número muito maior de recursos. A vantagem do WordPad
é que ele já vem com o Windows. Então, se você não tem em seu
computador o Microsoft Word, poderá usar o WordPad na criação
Vamos apagar um arquivo para poder comprovar que o mesmo de seus textos.
será colocado na lixeira. Para isso, vamos criar um arquivo de Para Abrir o WordPad, localize o item Acessórios no Menu
texto vazio com o bloco de notas e salvá-lo em Meus documentos, Iniciar. Ao abrir o programa a seguinte janela será exibida:

Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para que possamos formatar (alterar a forma) de um texto
todo, palavras ou apenas letras, devemos antes de tudo selecionar
o item em que iremos aplicar a formatação. Para selecionar,
mantenha pressionado o botão esquerdo do mouse e arraste sobre
a(s) palavra(s) ou letra(s) que deseja alterar:
Feito isto, basta apenas alterar as propriedades na barra de
formatação.
Você pode ainda formatar o texto ainda pela caixa de diálogo
para formatação, para isso clique em: Menu Formatar / Fonte, a
seguinte tela será apresentada:
Aqui, você também poderá fazer formatações do texto, bom
como colocar efeitos como Riscado e sublinhado.
Com o Neste menu (Formatar), temos também a opção
de formatar o parágrafo, definindo os recuos das margens e
alinhamento do texto.

Paint
Barra Padrão
O Paint é um acessório do Windows que permite o tratamento
Na barra Padrão, é aonde encontramos os botões para as de imagens e a criação de vários tipos de desenhos para nossos
tarefas que executamos com mais frequência, tais como: Abrir, trabalhos.
salvar, Novo documento, imprimir e etc. Através deste acessório, podemos criar logomarcas, papel de
parede, copiar imagens, capturar telas do Windows e usa-las em
documentos de textos.
Uma grande vantagem do Paint, é que para as pessoas que
estão iniciando no Windows, podem aperfeiçoar-se nas funções
básicas de outros programas, tais como: Abrir, salvar, novo,
Funções dos botões: desfazer. Além de desenvolver a coordenação motora no uso do
1. Novo documento mouse.
2. Abrir documento
3. Salvar Calculadora
4. Visualizar
5. Localizar (esmaecido) A calculadora do Windows contém muito mais recursos do
6. Recortar (esmaecido) que uma calculadora comum, pois além de efetuar as operações
7. Copiar (esmaecido) básicas, pode ainda trabalhar como uma calculadora científica.
8. Colar Para abri-la, vá até acessórios.
9. Desfazer A Calculadora padrão contém as funções básicas, enquanto
10. Inserir Data/Hora a calculadora cientifica é indicada para cálculos mais avançados.
Para alternar entre elas clique no menu Exibir
Barra de formatação
Logo abaixo da barra padrão, temos a barra de Formatação, Ferramentas do sistema
ela é usada para alterar o tipo de letra (fonte), tamanho, cor, estilo,
disposição de texto e etc. O Windows XP trás consigo uma serie de programas que
nos ajudam a manter o sistema em bom funcionamento. Esses
programas são chamados de Ferramentas do Sistema. Podemos
acessa-los através do Menu Acessórios, ou abrindo Meu
Funções dos botões: Computador e clicando com o botão direito do mouse sobre a
1. Alterar fonte unidade de disco a ser verificada, no menu de contexto, selecione
2. Alterar tamanho da fonte a opção propriedades:
3. Lista de conjunto de caracteres do idioma
4. Negrito
5. Itálico
6. Sublinhado
7. Cor da fonte
8. Texto alinhado á esquerda
9. Texto Centralizado
10. Texto alinhado a direita
11. Marcadores
Formatando o texto

Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As alterações feitas pela restauração do sistema são totalmente
reversíveis. O Computador cria automaticamente pontos de
restauração, mas você também pode usar a restauração do sistema
para criar seus próprios pontos de restauração. Isso é útil se você
estiver prestes a fazer uma alteração importante no sistema, como
a instalação de um novo programa ou alterações no registro.

OS SEGUINTES ATALHOS PODEM SER USADOS


COM O WINDOWS

Teclas Gerais do Windows

Para
•Consultar a Ajuda sobre o item selecionado na caixa de
diálogo
Pressione......F1
Na janela de Propriedades do Disco, clique na guia •Fechar um programa.
Ferramentas: Pressione......ALT+F4
Nesta janela, temos as seguintes opções: •Exibir o menu de atalhos para o item selecionado
Pressione......ESHIFT+F10
•Exibir o menu Iniciar
Pressione......CTRL+ESC
•Alternar para a janela anterior. Ou alternar para a próxima
janela mantendo pressionada a
tecla ALT enquanto pressiona TAB repetidamente
Pressione......ALT+TAB
•Recortar.
Pressione......CTRL+X
•Copiar
Pressione......CTRL+C
•Colar
Pressione......CTRL+V
•Excluir
Pressione......DEL
•Desfazer
Pressione......CTRL+Z
•Ignorar a auto - execução ao inserir um CD
Pressione......SHIFT enquanto insere o CD-ROM
Verificação de erros: Ferramenta que procura no disco erros, Para a área de trabalho, Meu Computador e Windows
defeitos ou arquivos danificados. Explorer
Desfragmentação: Quando o Windows grava um arquivo
no Disco, ele o grava em partes separadas, quando precisar abrir Quando um item está selecionado, você pode usar as seguintes
esse mesmo arquivo, o próprio Windows levará mais tempo, pois teclas de atalho.
precisa procurar por todo o disco. Usando esta ferramenta, ele
ajusta o disco e torna o computador até 20% mais rápido. Para
Backup: Ferramenta que cria uma cópia dos seus arquivos •Renomear um item.
ou de todo o sistema, para o case de algum problema, nada seja Pressione......F2
perdido. •Localizar uma pasta ou arquivo
Restauração do sistema: Além da ferramenta Backup, o Pressione......F3
Windows XP apresenta uma ferramenta mais avançada e simples •Excluir imediatamente sem colocar o item na Lixeira
de protegem o sistema contra erros e falhas, esta ferramenta Pressione......SHIFT+DEL
encontra-se em Acessórios / ferramentas do sistema. •Exibir as propriedades do item
Você pode usar a restauração do sistema para desfazer Pressione......ALT+ENTER OU ALT+clique duplo
alterações feitas no computador e restaurar configurações e o •Copiar um arquivo
desempenho. A restauração do sistema retorna o computador a Pressione......CTRL enquanto arrasta o arquivo
uma etapa anterior (ponto de restauração) sem que você perca •Criar atalho
trabalhos recentes, como documentos salvos, e-mail ou listas de Pressione......CTRL+SHIFT enquanto arrasta um arquivo
histórico e de favoritos da internet. Meu Computador

Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para •Ativar e desativar as Teclas de Filtragem
•Selecionar tudo Pressione......SHIFT DIREITA Durante 8 segundos
Pressione......CTRL+A •Ativar e desativar as Teclas de Alternação
•Atualizar uma janela. Pressione......NUMLOCK Durante 5 segundos
Pressione......F5 •Ativar e desativar as Teclas do Mouse
•Exibir a pasta um nível Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA
Pressione......BACKSPACE +NUMLOCK
•Fechar a pasta selecionada e todas as pastas pai •Ativar e desativar o Alto Contraste
Pressione......SHIFT enquanto clica no botão “Fechar” Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA +
Somente para o Windows Explorer PRINTSCREEN
•Ir Para
Pressione......CTRL+G Propriedades
•Alternar entre os painéis esquerdo e direito Se clicarmos o botão direito do mouse sobre qualquer parte da
Pressione......F6 Área de Trabalho (ou pelo Painel de Controle/Aparência e temas/
•Expandir todas as subpastas sob a pasta selecionada Vídeo), aparecerá uma janela e, com ela, poderemos personalizar
Pressione......NUMLOCK+ ASTERISCO (* no teclado a área de trabalho.
numérico)
•Expandir a pasta selecionada
Pressione......NUMLOCK+SINAL DE ADIÇÃO (+ no
teclado numérico)
•Ocultar a pasta selecionada.
Pressione......NUMLOCK+SINAL DE SUBTRAÇÃO no
teclado numérico)
•Expandir a seleção atual se estiver oculta; caso contrário,
selecionar a primeira subpasta
Pressione......SETA À DIREITA
•Expandir a seleção atual se estiver expandida; caso contrário,
selecionar a pasta pai
Pressione......SETA À ESQUERDA

Para caixas de diálogo de propriedades


Opção Propriedade:
Para Quando você escolhe a opção PROPRIEDADES, você pode
•Mover-se entre as opções, para frente alterar o visual da área de trabalho mudando as cores, os tipos de
Pressione......TAB letras e outras coisas. A tela abaixo irá aparecer:
•Mover-se entre as opções, para traz
Pressione......SHIFT+TAB
•Mover-se entre as guias, para frente
Pressione......CTRL+TAB
•Mover-se entre as guias, para traz
Pressione......CTRL+SHIFT+TAB
Para caixas de diálogo Abrir e Salvar Como
Para
•Abrir a lista “Salvar em” ou “Procurar em”
Pressione......F4
•Atualizar
Pressione......F5
•Abrir a pasta um nível acima, se houver uma pasta selecionada
Pressione......BACKSPACE

Teclas de Atalho para Opções de Acessibilidade

Para usar teclas de atalho para Opções Acessibilidade, as Plano de Fundo:


teclas de atalho devem estar ativadas. Para maiores informações É onde você pode mudar o Papel de Parede, aquela imagem
consulte “Acessibilidade, teclas de atalho” no Índice da Ajuda. que enfeita a nossa área de trabalho.

Para
•Ativar e desativar as Teclas de Aderência
Pressione......SHIFT 5 vezes

Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
AS PASTAS
O Windows usa pastas para agrupar aplicações, documentos
(arquivos) e, também, para unir recursos. Os ícones de pastas são
usados para representar esses grupos e, portanto, serão comentados
em diferentes áreas desse texto.
Criar, apagar, mover e copiar pastas serão tarefas que você
fará constantemente em Windows.
Assim, para que você realmente saiba quem são essas pastas
relacionaram-se vários exemplos delas.
O primeiro exemplo é a pasta “Acessórios”, que contém todos
os ícones de aplicativos de acessórios que são instalados com
Windows, a saber:
• WordPad,
Proteção de tela: • Paint,
Também pode ser chamada pelo termo em inglês “Screen • Calculadora,
Saver”. A proteção de tela é um tipo de animação que aparece na • Bloco de Notas, entre outros.
tela do computador, quando você o deixa ligado, sem mexer nele
por alguns minutos. Existem vários tipos de protetores de telas, Nesse caso, a pasta agrupa aplicações.
alguns já vêm com o Windows e outros são programas adicionais Ao clicar no botão “Iniciar”, o menu “Iniciar” será apresentado.
que você instala no seu computador. Nesse menu, você encontrará alguns submenus que, na realidade,
Quando o Protetor de tela estiver funcionando, e você quiser representam pastas. Se você apontar com o mouse para o submenu
voltar a usar o computador, asta mexer no mouse ou apertar uma “Programas”, será apresentada uma lista de pastas que podem
tecla, para que ele desapareça da tela. conter outras pastas ou conter ícones de aplicações. Apontar para
o submenu “Acessórios” exibirá todos os ícones de aplicação que
estão nessa pasta, e outras pastas, a saber:
• Fax,
• Ferramentas do Sistema,
• Jogos,
• Entretenimento.

Apontar para o submenu “Entretenimento” exibirá os ícones


de aplicações desse grupo.
E as pastas em Windows continuam. Se você der um duplo-
clique no ícone “Meu Computador”, você abrirá uma janela com
pelo menos mais duas pastas que são respectivamente “Painel de
Controle” e “Impressoras”. A pasta “Painel de Controle” possui
os ícones referentes a todos os programas necessários para
configuração do ambiente, do hardware e da rede, caso você esteja
Aparência: usando uma. A pasta “Impressoras” possui a lista de drivers de
Modifica a aparência da tela, mudando as cores, fontes, impressoras instalados em seu computador. Mas, ainda na janela
tamanhos das janelas, dos ícones, área de trabalho, etc... “Meu Computador”, você encontrará outras pastas. Se você der um
duplo-clique no ícone que representa o drive C (disco rígido) você
verá uma lista muito maior de pastas que dependerá inteiramente
da forma como os documentos foram organizados no disco.
Como você pode perceber, a sua área de trabalho será
organizada através das pastas que você criar, e essas pastas poderão
ter tanto os seus documentos como as suas ferramentas de trabalho
(aplicativos).

O CONCEITO DE CAMINHO
A estrutura de pastas dentro de um computador é como uma
árvore, com pastas principais ramificando-se em pastas menores.
As pastas podem estar dentro de outras pastas para criar
um nível mais profundo na organização de seu disco, como um
armário que pode ter gavetas e, dentro destas, divisórias para
separar as peças de roupa. Portanto, as pastas ficam organizadas
em uma forma hierárquica, como já foi mencionado. Em termos
lógicos, cada item em um nível hierárquico inferior pertence ao
item que o contém.

Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Essa forma hierárquica mostra que para se chegar a um OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS
determinado item, deve-se percorrer um determinado caminho,
que corresponde à posição desse item dentro da estrutura de pastas. Através de “Windows Explorer” e de “Meu Computador” é
Por exemplo, a figura exibe a barra de título da janela possível a realização de diversas operações sobre arquivos, tais
“Explorando” quando você consulta a pasta “Acessórios” que foi como cópia, exclusão, renomeação, movimentação, etc. As tarefas
criada na instalação de Windows. descritas a seguir poderão ser efetuadas tanto em “Windows
Explorer” como em “Meu Computador”.

Seleção de Arquivos

Se a barra de título de “Windows Explorer” estiver mostrando A maior parte das operações sobre arquivos podem ser
apenas a pasta atualmente selecionada, clique no menu “Exibir”, realizadas com apenas um arquivo ou com grupos de arquivos e/ou
pastas. Para trabalhar com grupos de arquivos ou pastas é preciso
escolha o comando “Opções de pasta”, clique na guia “Modos de
efetuar antes a seleção deles com o mouse. Existem duas formas
exibição” e, ative a opção “Exibir caminho completo na barra de
de seleção, uma contínua e outra alternada.
títulos”.
Uma vez efetuada a seleção, operações podem ser feitas
A \ (barra invertida) é usada para separar as subpastas e sobre esses arquivos ou pastas, tais como cópia, movimentação
compor o caminho. ou exclusão.
Veja a seguir um exemplo de caminho:
C:\EXCEL\EXCEL1\JANEIRO\LANÇAMENTO DE - Fazendo uma seleção contínua:
ENTRADAS • Selecione o primeiro arquivo, clicando nele.
Esse caminho mostra que o arquivo “LANÇAMENTO • Mantenha pressionada a tecla SHIFT.
DE ENTRADAS”, se encontra na pasta “JANEIRO” que • Clique no último arquivo da seleção.
hierarquicamente está subordinada à pasta “EXCEL1” e este à
pasta “EXCEL” na unidade de disco C.
Se você clicar duas vezes na unidade de disco C da janela
“Windows Explorer”, você verá as pastas de seu computador
exibidas através de ramificações, onde uma pasta principal
ramifica-se em outras pastas menores.

- Fazendo uma seleção descontínua:


• Selecione um arquivo.
• Mantenha pressionada a tecla CTRL.
• Dê cliques em arquivos alternados dentro da janela de
conteúdo da pasta.

Muitas vezes, você precisará dizer para o Windows onde


um arquivo está localizado, e para fazer isso necessitará saber
o caminho do arquivo. Por exemplo, veja a pasta “Microsoft
Shared”. Para que Windows encontre um arquivo armazenado lá,
ele começa pela unidade de disco (C:), percorre a pasta “Arquivos
de Programas”, percorre a pasta “Arquivos Comuns”, e só depois, OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS COM USO DO
pesquisa a pasta “Microsoft Shared”. O (C:) significa a unidade MOUSE
de disco, e todas as outras pastas estão dentro da grande pasta C:,
portanto, elas são listadas após a pasta C:. Cópia ou movimentação de pastas ou arquivos podem ser
feitas de um local de origem para outro de destino no “Windows
Explorer” ou em “Meu Computador” usando o mouse com
operações de arraste.

Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Sequência de Passos para Cópia e Movimentação •Copiando ou movimentando para uma unidade de disco
diretamente:
Para efetuar as tarefas de cópia ou movimentação, procure 1. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
observar a sequência de passos a seguir: 2. Efetue o arraste da pasta da janela de origem para sobre
• Selecione a(s) pasta(s) ou arquivo(s) a ser (em) copia- o ícone da unidade de disco para a qual deseja que a operação seja
do(s) ou movimentado(s). efetuada.
• Decida se deseja realizar uma cópia ou movimentação. 3. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação,
• Efetue o arraste da(s) pasta(s) ou arquivo(s) seleciona- utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
do(s) com o mouse da origem para o destino, e mantenha pressio- O ponto mais importante a observar aqui se resume no
nado o botão do mouse. Observe atentamente se o desenho que seguinte: “A pasta será copiada ou movimentada para a unidade de
acompanha a pasta ou o ícone da pasta tem um sinal + (mais). Se disco de destino como uma pasta nessa unidade de disco”.
ele tiver esse sinal, a operação será de cópia, caso contrário será
de movimentação. •Cópia ou Movimentação de Arquivos
• Solte o mouse caso a operação é a que deseja. Caso con- A cópia ou movimentação de arquivos é, em linhas gerais,
trário, verifique entre as teclas CTRL ou SHIFT aquela que define semelhante ao que descrevemos em relação às pastas. Só que no
a operação desejada. caso da cópia ou movimentação de uma pasta, todo o seu conteúdo
• Observe atentamente se o desenho da pasta ou ícones irá com ela.
dos arquivos que estão sendo arrastados permaneceram ou não na
origem. Se permanecerem, a operação efetuada terá sido de cópia, •Estruturando hierarquicamente no mesmo disco:
caso contrário terá sido de movimentação. Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu
Computador”.
Selecione a pasta de diretório que deseja copiar ou movimentar.
Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de destino.
Solte o botão do mouse caso seja uma movimentação, ou
segure CTRL antes de soltar o botão do mouse caso seja uma cópia.

•Copiando ou movimentando para uma pasta em outra unidade


de disco:
1. Abra em tela as duas janelas de “Meu Computador” ou
“Windows Explorer”, a de origem e a de destino.
2. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
3. Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de origem
sobre a pasta da janela de destino.
4. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação,
COPIA OU MOVIMENTAÇÃO DE PASTAS utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
O procedimento para efetuar a cópia de pastas de uma janela
•Estruturando hierarquicamente no mesmo disco: de pastas para outra janela em forma de ícone, é o mesmo que
1. Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu Com- acabamos de utilizar.
putador”.
2. Selecione a pasta de diretório que deseja copiar ou mo- •Copiando ou movimentando para uma unidade de disco
vimentar. diretamente:
3. Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de destino. 1. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
4. Solte o botão do mouse caso seja uma movimentação, 2. Efetue o arraste da pasta da janela de origem para sobre
ou segure CTRL antes de soltar o botão do mouse caso seja uma o ícone da unidade de disco para a qual deseja que a operação seja
cópia. efetuada.
Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação,
•Copiando ou movimentando uma pasta em outra unidade de utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
disco: Novamente, o ponto mais importante a observar aqui se
1. Abra em tela as duas janelas de “Meu Computador” ou resume no seguinte: “A pasta será copiada ou movimentada para
“Windows Explorer”, a de origem e a de destino. a unidade de disco de destino como uma pasta nessa unidade de
2. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada. disco”.
3. Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de origem Obs.: para copiar uma pasta de um local a outro, tanto na
sobre a pasta da janela de destino. mesma unidade de disco quanto em outra, podemos utilizar o
4. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação, seguinte procedimento:
utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse. Clique com o botão direito sobre a pasta, no menu que surge
5. Perceba, que se a pasta não desaparecer da antiga estrutu- escolher a opção “copiar” e no local desejado, repetir o processo,
ra hierárquica, isto indicará que essa operação será uma cópia. Se a selecionando desta vez a opção “colar”.
tecla SHIFT for pressionada, a pasta irá desaparecer, e nesse caso a RENOMEAÇÃO DE ARQUIVOS
operação será uma movimentação.

Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• O comando “Renomear” permite modificar o nome de · Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows
um arquivo, sem alterar o seu conteúdo. Media Player, integrado ao Windows Explorer;
• Renomeando um arquivo: · Arquitetura modular, como no Windows Server 2008;
• Clique com o botão direito do mouse sobre o nome do · Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Windows
arquivo que deseja renomear. (Paint e WordPad, por exemplo), como no Office 2007;
• No menu de atalho, selecione “Renomear”. O nome do · Aceleradores no Internet Explorer 8;
arquivo é selecionado permitindo que você altere-o. · Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória RAM;
• Digite o novo nome e, em seguida, clique em um lugar · Home Groups;
qualquer. · Melhor desempenho;
· Windows Media Player 12;
EXCLUSÃO DE ARQUIVOS · Nova versão do Windows Media Center;
· Gerenciador de Credenciais;
Excluindo um arquivo: · Instalação do sistema em VHDs;
• Selecione o nome do arquivo que deseja excluir. · Nova Calculadora, com interface aprimorada e com mais
• Pressione a tecla DEL. funções;
· Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet, Gamão
Internet e Internet Damas;
· Windows XP Mode;
· Aero Shake;

Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos o número


de capacidades e certos programas que faziam parte do Windows
Vista não estão mais presentes ou mudaram, resultando na remoção
de certas funcionalidades. Mesmo assim, devido ao fato de ainda
Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para ser um sistema operacional em desenvolvimento, nem todos os
recursos podem ser definitivamente considerados excluídos.
armazenar temporariamente os arquivos apagados, uma caixa de
Fixar navegador de internet e cliente de e-mail padrão no
mensagem é exibida solicitando a confirmação da exclusão do
menu Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados
arquivo enviando-o para a “Lixeira”, caso contrário, o arquivo é
manualmente).
automaticamente eliminado do disco.
Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para
Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Windows
armazenar temporariamente os arquivos apagados, uma caixa de
Mail e Windows
mensagem é exibida solicitando a confirmação da exclusão do Calendar foram substituídos pelas suas respectivas contrapartes
arquivo enviando-o para a “Lixeira”, caso contrário, o arquivo é do Windows Live, com a perda de algumas funcionalidades.
automaticamente eliminado do disco. O Windows 7, assim como o Windows Vista, estará disponível
em cinco diferentes edições, porém apenas o Home Premium,
Professional e Ultimate serão vendidos na maioria dos países,
WINDOWS 7 restando outras duas edições que se concentram em outros
mercados, como mercados de empresas ou só para países em
O Windows é um sistema operacional produzidos pela Mi- desenvolvimento. Cada edição inclui recursos e limitações, sendo
crosoft para uso em computadores. O Windows 7 foi lançado para que só o Ultimate não tem limitações de uso. Segundo a Microsoft,
empresas no dia 22 de julho de 2009, e começou a ser vendido os recursos para todas as edições do Windows 7 são armazenadas
livremente para usuários comuns dia 22 de outubro de 2009. no computador.
Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas novidades, Um dos principais objetivos da Microsoft com este novo
o Windows 7 é uma atualização mais modesta e direcionada para a Windows é proporcionar uma melhor interação e integração do
linha Windows, tem a intenção de torná-lo totalmente compatível sistema com o usuário, tendo uma maior otimização dos recursos do
com aplicações e hardwares com os quais o Windows Vista já era Windows 7, como maior autonomia e menor consumo de energia,
compatível. voltado a profissionais ou usuários de internet que precisam
Apresentações dadas pela companhia no começo de 2008 interagir com clientes e familiares com facilidade, sincronizando e
mostraram que o Windows 7 apresenta algumas variações como compartilhando facilmente arquivos e diretórios.
uma barra de tarefas diferente, um sistema de “network” chamada
de “HomeGroup”, e aumento na performance. Comparando as edições
· Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tarefas e
suporte para telas touch screen e multi-táctil (multi-touch) O Windows 7 tem três edições diferentes de um mesmo
· Internet Explorer 8; sistema operacional, que se adéquam as necessidades diárias de
· Novo menu Iniciar; cada usuário essas edições são o Home Premium, o Professional
· Nova barra de ferramentas totalmente reformulada; e Ultimate.
· Comando de voz (inglês); Essas edições apresentam variações de uma para outra, como
· Gadgets sobre o desktop; o Home Premium, que é uma edição básica, mas de grande uso
· Novos papéis de parede, ícones, temas etc.; para usuários que não apresentam grandes necessidades.

Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os seus recursos são a facilidade para suas atividades diárias O recurso multitoque percebe o toque em diversos pontos da
com a nova navegação na área de trabalho, o usuário pode abrir tela ao mesmo tempo, assim tornando possível dimensionar uma
os programas mais rápida e facilmente e encontrar os documentos imagem arrastando simultaneamente duas pontas da imagem na
que mais usa em instantes. tela.
Tornar sua experiência na Web mais rápida, fácil e segura do O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de aplicativos
que nunca com o Internet Explorer 8, assistir a muitos dos seus e jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface Collage é um
programas de TV favoritos de graça e onde quiser, com a TV na aplicativo para organizar e redimensionar fotos. Nele é possível
Internet e criar facilmente uma rede doméstica e conectar seus montar slide show de fotos e criar papeis de parede personalizados.
computadores a uma impressora com o Grupo Doméstico. Essas funções não são novidades, mas por serem feitas para usar
Já o Professional apresenta todos esses recursos adicionados uma tela sensível a múltiplos toques as tornam novidades.
de outros que o deixam mais completo como o usuário pode
executar vários programas de produtividade do Windows XP no
Modo Windows XP, conectar-se a redes corporativas facilmente e
com mais segurança com o Ingresso no Domínio e além do Backup
e Restauração de todo o sistema encontrado em todas as edições,
é possível fazer backup em uma rede doméstica ou corporativa.
O Ultimate também apresenta todos esses recursos acrescidos
de outros que tornam sua funcionalidade completa com todos os
recursos disponíveis nessa versão do sistema operacional como
ajuda para proteger os dados do seu computador e de dispositivos
de armazenamento portáteis contra perda ou roubo com o
BitLocker e poder trabalhar no idioma de sua escolha ou alternar
entre 35 idiomas.

Recursos

Segundo o site da própria Microsoft, os recursos encontrados


Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela sen-
no Windows 7 são fruto das novas necessidades encontradas pelos
sível ao toque.
usuários. Muitos vêm de seu antecessor, Windows Vista, mas
existem novas funcionalidades exclusivas, feitas para facilitar a
Lista de Atalhos
utilização e melhorar o desempenho do SO (Sistema Operacional)
no computador.
Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras versões Novidade desta nova versão, agora você pode abrir direta-
do Windows, não terá que jogar todo o conhecimento fora. Apenas mente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir o programa
vai se adaptar aos novos caminhos e aprender “novos truques” que você utilizou. Digamos que você estava editando um relatório
enquanto isso. em seu editor de texto e precisou fechá-lo por algum motivo.
Tarefas Cotidianas Quando quiser voltar a trabalhar nele, basta clicar com o botão
direito sob o ícone do editor e o arquivo estará entre os recentes.
Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia se tornou Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se preocu-
comum. Não precisamos mais estar em alguma empresa enorme par em procurar o arquivo, você pula uma etapa e vai diretamente
para precisar sempre de um computador perto de nós. O Windows para a informação, ganhando tempo.
7 vem com ferramentas e funções para te ajudar em tarefas comuns
do cotidiano.

Grupo Doméstico

Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais


computadores em sua casa. Permitir a comunicação entre várias
estações vai te poupar de ter que ir fisicamente aonde a outra
máquina está para recuperar uma foto digital armazenada apenas
nele.
Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica simplificada
e segura. Você decide o que compartilhar e qual os privilégios que
os outros terão ao acessar a informação, se é apenas de visualização,
de edição e etc.

Tela sensível ao toque

O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensível ao


toque com opção a multitoque, recurso difundido pelo iPhone. Exemplo de arquivos recentes no Paint.

Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere importan-
te. Se a edição de um determinado documento é constante, vale a
pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto que a lista de recentes se
modifica conforme você abre e fecha novos documentos.

Snap

Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum ver vá-


rias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recurso de Snap, você
pode posicioná-las de um jeito prático e divertido. Basta apenas
clicar e arrastá-las pelas bordas da tela para obter diferentes posi-
cionamentos.
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a compara-
ção de janelas. Por exemplo, jogue uma para a esquerda e a outra
na direita. Ambas ficaram abertas e dividindo igualmente o espaço
pela tela, permitindo que você as veja ao mesmo tempo.

Windows Search
Ao digitar “pai” temos os itens que contêm essas letras em
O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e estendido. seu nome.
Podemos fazer buscas mais simples e específicas diretamente do
menu iniciar, mas foi mantida e melhorada a busca enquanto você Windows Explorer
navega pelas pastas.
O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena parte
Menu iniciar do total disponível.
Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acionado
automaticamente quando você navega pelas pastas do seu compu-
As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do menu
tador – você encontrará uma busca mais abrangente.
iniciar. É útil quando você necessita procurar, por exemplo, pelo Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de se fa-
atalho de inicialização de algum programa ou arquivo de modo zer uma busca é necessário abrir a ferramenta de busca.
rápido. No Seven, precisamos apenas digitar os termos na caixa de
“Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do Windo- busca, que fica no canto superior direito.
ws Search, a pesquisa do menu início não olha apenas aos nomes
de pastas e arquivos.
Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e propriedades tam-
bém” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770).
Os resultados são mostrados enquanto você digita e são divi-
didos em categorias, para facilitar sua visualização.
Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua busca pode
ser dividido.
· Programas
· Painel de Controle
· Documentos
· Música
Windows Explorer com a caixa de busca (Jim Boyce; Windo-
· Arquivos
ws 7 Bible, pg 774).

A busca não se limita a digitação de palavras. Você pode apli-


car filtros, por exemplo, buscar, na pasta músicas, todas as can-
ções do gênero Rock. Existem outros, como data, tamanho e tipo.
Dependendo do arquivo que você procura, podem existir outras
classificações disponíveis.
Imagine que todo arquivo de texto sem seu computador possui
um autor. Se você está buscando por arquivos de texto, pode ter a
opção de filtrar por autores.

Controle dos pais

Não é uma tarefa fácil proteger os mais novos do que visuali-


zam por meio do computador. O Windows 7 ajuda a limitar o que
pode ser visualizado ou não. Para que essa funcionalidade fique

Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
disponível, é importante que o computador tenha uma conta de ad- Papéis de Parede
ministrador, protegida por senha, registrada. Além disso, o usuário
que se deseja restringir deve ter sua própria conta. Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou prati-
camente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos de ídolos,
As restrições básicas que o Seven disponibiliza: paisagens ou qualquer outra figura que as agrade. Uma das novi-
· Limite de Tempo: Permite especificar quais horas do dia que dades fica por conta das fotos que você encontra no próprio SO.
o PC pode ser utilizado. Variam de uma foto focando uma única folha numa floresta até
· Jogos: Bloqueia ou permite jogar, se baseando pelo horário uma montanha.
e também pela classificação do jogo. Vale notar que a classificação A outra é a possibilidade de criar um slide show com várias
já vem com o próprio game. fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a impressão que
· Bloquear programas: É possível selecionar quais aplicativos sua área de trabalho está mais viva.
estão autorizados a serem executados.
Fazendo download de add-on’s é possível aumentar a quanti- Gadgets
dade de restrições, como controlar as páginas que são acessadas, e
até mesmo manter um histórico das atividades online do usuário.
As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista, mas
Central de ações eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar em qual-
quer local do desktop.
A central de ações consolida todas as mensagens de segurança Servem para deixar sua área de trabalho com elementos sor-
e manutenção do Windows. Elas são classificadas em vermelho tidos, desde coisas úteis – como uma pequena agenda – até as de
(importante – deve ser resolvido rapidamente) e amarelas (tarefas gosto mais duvidosas – como uma que mostra o símbolo do Corin-
recomendadas). thians. Fica a critério do usuário o que e como utilizar.
O painel também é útil caso você sinta algo de estranho no O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir necessi-
computador. Basta checar o painel e ver se o Windows detectou dade, pode baixar ainda mais opções da internet.
algo de errado.

Gadgets de calendário e relógio.

Temas

A central de ações e suas opções. Como nem sempre há tempo de modificar e deixar todas as
configurações exatamente do seu gosto, o Windows 7 disponibiliza
- Do seu jeito temas, que mudam consideravelmente os aspectos gráficos, como
O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para nossa qua- em papéis de parede e cores.
lidade de vida quanto para o desempenho no trabalho. O compu-
tador é uma extensão desse ambiente. O Windows 7 permite uma ClearType
alta personalização de ícones, cores e muitas outras opções, dei-
xando um ambiente mais confortável, não importa se utilizado no “Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes parecerem
ambiente profissional ou no doméstico. mais claras e suaves no monitor. É particularmente efetivo para
Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão na página monitores LCD, mas também tem algum efeito nos antigos mode-
de Personalização1, que pode ser acessada por um clique com o los CRT(monitores de tubo). O Windows 7 dá suporte a esta tec-
botão direito na área de trabalho e em seguida um clique em Per- nologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 163, tradução nossa).
sonalizar.
É importante notar que algumas configurações podem deixarv Novas possibilidades
seu computador mais lento, especialmente efeitos de transparên-
cia. Abaixo estão algumas das opções de personalização mais in- Os novos recursos do Windows Seven abrem, por si só, novas
teressantes. possibilidades de configuração, maior facilidade na navega, dentre

Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
outros pontos. Por enquanto, essas novidades foram diretamente Outro recurso de personalização é colocar imagem de conta
aplicadas no computador em uso, mas no Seven podemos também de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um computador.
interagir com outros dispositivos. A imagem é exibida na tela de boas vindas e no menu Iniciar. Você
pode alterar a imagem da sua conta de usuário para uma das ima-
Reproduzir em gens incluídas no Windows ou usar sua própria imagem.
E para finalizar você pode adicionar “gadgets” de área de tra-
Permitindo acessando de outros equipamentos a um computa- balho, que são miniprogramas personalizáveis que podem exibir
dor com o Windows Seven, é possível que eles se comuniquem e continuamente informações atualizadas como a apresentação de
seja possível tocar, por exemplo, num aparelho de som as músicas slides de imagens ou contatos, sem a necessidade de abrir uma
que você tem no HD de seu computador. nova janela.
É apenas necessário que o aparelho seja compatível com o
Windows Seven – geralmente indicado com um logotipo “Compa- Aplicativos novos
tível com o Windows 7».
Uma das principais características do mundo Linux é suas
Streaming de mídia remoto versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário não precisa
ficar baixando arquivos após instalar o sistema, o que não ocorre
Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do compu- com as versões Windows.
tador para outros lugares da casa. Se quiser levar para fora dela, O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora existe uma
uma opção é o Streaming de mídia remoto. serie de aplicativos juntos com o Windows 7, para que o usuário
Com este novo recurso, dois computadores rodando Windows não precisa baixar programas para atividades básicas.
7 podem compartilhar músicas através do Windows Media Player Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desktop e
12. É necessário que ambos estejam associados com um ID online, também suportar entrada por caneta e toque.
como a do Windows Live. No Math Input Center, utilizando recursos multitoque, equa-
Personalização ções matemáticas escritas na tela são convertidas em texto, para
poder adicioná-la em um processador de texto.
O print screen agora tem um aplicativo que permite capturar
Você pode adicionar recursos ao seu computador alterando o
de formas diferentes a tela, como por exemplo, a tela inteira, partes
tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de trabalho, a pro-
ou áreas desenhadas da tela com o mouse.
teção de tela, o tamanho da fonte e a imagem da conta de usuário.
Você pode também selecionar “gadgets” específicos para sua área
de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na área de
trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da janela sons e, às
vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é um vi-
sual premium dessa versão do Windows, apresentando um design
como o vidro transparente com animações de janela, um novo
menu Iniciar, uma nova barra de tarefas e novas cores de borda
de janela.
Use o tema inteiro ou crie seu próprio tema personalizado al-
terando as imagens, cores e sons individualmente. Você também
pode localizar mais temas online no site do Windows. Você tam-
bém pode alterar os sons emitidos pelo computador quando, por
exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou desliga o
computador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de papel de
parede, é uma imagem, cor ou design na área de trabalho que cria
um fundo para as janelas abertas. Você pode escolher uma imagem Aplicativo de copiar tela (botão print screen).
para ser seu plano de fundo de área de trabalho ou pode exibir uma
apresentação de slides de imagens. Também pode ser usada uma O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferramentas
proteção de tela onde uma imagem ou animação aparece em sua e design melhorado, ganhou menus e ferramentas que parecem do
tela quando você não utiliza o mouse ou o teclado por determinado Office 2007.
período de tempo. Você pode escolher uma variedade de proteções
de tela do Windows.
Aumentando o tamanho da fonte você pode tornar o texto, os
ícones e outros itens da tela mais fáceis de ver. Também é possível
reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada, para diminuir
o tamanho do texto e outros itens na tela para que caibam mais
informações na tela.

Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Requisitos

Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve em


relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de hardware
(peças) relativamente boa, para que seja utilizado sem problemas
de desempenho.

Esta é a configuração mínima:


· Processador de 1 GHz (32-bit)
· Memória (RAM) de 1 GB
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de
memória (sem Windows Aero)
· Espaço requerido de 16GB
· DVD-ROM
· Saída de Áudio

Se for desejado rodar o sistema sem problemas de lentidão e


Paint com novos recursos. ainda usufruir derecursos como o Aero, o recomendado é a seguin-
te configuração.
O WordPad também foi reformulado, recebeu novo visual
mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas ferramentas, Configuração Recomendada:
assim se tornando um bom editor para quem não tem o Word 2007. · Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits)
A calculadora também sofreu mudanças, agora conta com 2 · Memória (RAM) de 2 GB
novos modos, programador e estatístico. · Espaço requerido de disco rígido: 16 GB
No modo programador ela faz cálculos binários e tem opção · Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos DirectX 9
de álgebra booleana. A estatística tem funções de cálculos básicos. com 256 MB de memória (para habilitar o tema do Windows Aero)
Também foi adicionado recurso de conversão de unidades · Unidade de DVD-R/W
como de pés para metros. · Conexão com a Internet (para obter atualizações)

Atualizar de um SO antigo

O melhor cenário possível para a instalação do Windows 7 é


com uma máquina nova, com os requisitos apropriados. Entretan-
to, é possível utilizá-lo num computador antigo, desde que atenda
as especificações mínimas.
Se o aparelho em questão possuir o Windows Vista instala-
do, você terá a opção de atualizar o sistema operacional. Caso sua
máquina utilize Windows XP, você deverá fazer a re-instalação do
sistema operacional.
Utilizando uma versão anterior a do XP, muito provavelmen-
te seu computador não atende aos requisitos mínimos. Entretanto,
nada impede que você tente fazer a reinstalação.

Atualização
Calculadora: 2 novos modos.
“Atualizar é a forma mais conveniente de ter o Windows 7 em
seu computador, pois mantém os arquivos, as configurações e os
programas do Windows Vista no lugar” (Site da Microsoft, http://
windows.microsoft.com/pt-
BR/windows7/help/upgrading-from-windows-vista-to-win-
dows-7).
É o método mais adequado, se o usuário não possui conheci-
mento ou tempo para fazer uma instalação do método tradicional.
Optando por essa opção, ainda devesse tomar cuidado com a com-
patibilidade dos programas, o que funciona no Vista nem sempre
funcionará no 7.

WordPad remodelado

Didatismo e Conhecimento 16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Instalação Windows 7 Home Basic
Esta é uma versão intermediária entre as edições Starter e
Por qualquer motivo que a atualização não possa ser efetuada, Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá também a
a instalação completa se torna a opção mais viável. versão de 64 bits e permitirá a execução de mais de três aplicativos
Neste caso, é necessário fazer backup de dados que se deseja ao mesmo tempo.
utilizar, como drivers e documentos de texto, pois todas as infor- Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass
mações no computador serão perdidas. Quando iniciar o Windows nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um pouco
7, ele vai estar sem os programas que você havia instalado e com da principal novidade do Windows 7. Computadores novos pode-
as configurações padrão. rão contar também com a instalação desta edição, mas sua venda
será proibida nos Estados Unidos.
Desempenho
Windows 7 Home Premium
De nada adiantariam os novos recursos do Windows 7 se ele
mantivesse a fama de lento e paranóico, adquirida por seu anteces- Edição que os usuários domésticos podem chamar de “com-
sor. Testes indicam que a nova versão tem ganhou alguns pontos pleta”, a Home Premium acumula todas as funcionalidades das
na velocidade. edições citadas anteriormente e soma mais algumas ao pacote.
O Seven te ajuda automaticamente com o desempenho: “Seu Dentre as funções adicionadas, as principais são o suporte à
sistema operacional toma conta do gerenciamento do processador interface Aero Glass e também aos recursos Touch Windows (tela
e memória para você” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 1041, sensível ao toque) e Aero Background, que troca seu papel de pa-
tradução nossa). rede automaticamente no intervalo de tempo determinado. Haverá
Além disso, as tarefas recebem prioridades. Apesar de não ainda um aplicativo nativo para auxiliar no gerenciamento de redes
ajudar efetivamente no desempenho, o Windows 7 prioriza o que o wireless, conhecido como Mobility Center.
usuário está interagindo (tarefas “foreground”).
Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade pois são
naturalmente lentas e podem ser executadas “longe da visão” do
usuário, dando a impressão que o computador não está lento.
Essa característica permite que o usuário não sinta uma lenti-
dão desnecessária no computador.
Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada vez mais
recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o sistema operacio-
nal se torne um forte consumidor de memória e processamento. O
Seven disponibiliza vários recursos de ponta e mantêm uma per-
formance satisfatória.

Monitor de desempenho

Apesar de não ser uma exclusividade do Seven, é uma ferra-


menta poderosa para verificar como o sistema está se portando. Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e tam-
Podem-se adicionar contadores (além do que já existe) para colher bém poderá ser encontrada em computadores novos.
ainda mais informações e gerar relatórios.
Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas
Monitor de recursos
Mais voltada para as pequenas empresas, a versão Professio-
Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra infor- nal do Windows 7 possuirá diversos recursos que visam facilitar
mações sobre o uso do processador, da memória, disco e conexão a comunicação entre computadores e até mesmo impressoras de
à rede. uma rede corporativa.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Domain
Join, que ajuda os computadores de uma rede a “se enxergarem”
Windows 7 Starter e conseguirem se comunicar. O Location Aware Printing, por sua
vez, tem como objetivo tornar muito mais fácil o compartilhamen-
Como o próprio título acima sugere, esta versão do Windows to de impressoras.
é a mais simples e básica de todas. A Barra de Tarefas foi comple- Como empresas sempre estão procurando maneiras para se
tamente redesenhada e não possui suporte ao famoso Aero Glass. proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz o Encrypting
Uma limitação da versão é que o usuário não pode abrir mais do File System, que dificulta a violação de dados. Esta versão também
que três aplicativos ao mesmo tempo. será encontrada em lojas de varejo ou computadores novos.
Esta versão será instalada em computadores novo apenas nos
países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e Brasil. Disponí- Windows 7 Enterprise, apenas para vários
vel apenas na versão de 32 bits.

Didatismo e Conhecimento 17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma versão Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições norte
mais voltada para empresas de médio e grande porte, só poderá -americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a tecnologia,
ser adquirida com licenciamento para diversas máquinas. Acumula logo vinte e três computadores foram conectados, porém o padrão
todas as funcionalidades citadas na edição Professional e possui de conversação entre as máquinas se tornou impróprio pela quan-
recursos mais sofisticados de segurança. tidade de equipamentos.
Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pela Era necessário criar um modelo padrão e universal para
criptografia de dados e o AppLocker, que impede a execução de que as máquinas continuassem trocando dados, surgiu então o
programas não-autorizados. Além disso, há ainda o BrachCache, Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria portanto que mais outras
para turbinar transferência de arquivos grandes e também o Di- máquinas fossem inseridas àquela rede.
rectAccess, que dá uma super ajuda com a configuração de redes Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrônico, o
corporativas. E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as máquinas que
compunham aquela rede de pesquisa, assim no ano seguinte a rede
Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro
se torna internacional.
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do Brasil
Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas, pois
contém todas as funcionalidades já citadas neste artigo e mais al- conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aquilo que co-
gumas. Apesar de sua venda não ser restrita às empresas, o Mi- nhecemos hoje como internet, auxiliando portanto o processo de
crosoft disponibilizará uma quantidade limitada desta versão do pesquisa em tecnologia e outras áreas a nível mundial, além de
sistema. alimentar as forças armadas brasileiras de informação de todos os
Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos presentes tipos, até que em 1990 caísse no domínio público.
na Ultimate são dedicados às corporações, não interessando muito Com esta popularidade e o surgimento de softwares de nave-
aos usuários comuns. gação de interface amigável, no fim da década de 90, pessoas que
não tinham conhecimentos profundos de informática começaram a
utilizar a rede internacional.

Acesso à Internet

O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço de


Internet, oferece principalmente serviço de acesso à Internet, adi-
cionando serviços como e-mail, hospedagem de sites ou blogs, ou
seja, são instituições que se conectam à Internet com o ob-
jetivo de fornecer serviços à ela relacionados, e em função do
serviço classificam-se em:
• Provedores de Backbone: São instituições que constroem e
administram backbones de longo alcance, ou seja, estrutura física
de conexão, com o objetivo de fornecer acesso à Internet para re-
des locais;
• Provedores de Acesso: São instituições que se conectam à
CONCEITO BÁSICO DE INTERNET Internet via um ou mais acessos dedicados e disponibilizam acesso
E INTRANET E UTILIZAÇÃO DE à terceiros a partir de suas instalações;
TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS E • Provedores de Informação: São instituições que disponibili-
zam informação através da Internet.
APLICATIVOS ASSOCIADOS.
PRINCIPAIS NAVEGADORES. Endereço Eletrônico ou URL
FERRAMENTAS DE BUSCA E PESQUISA.
Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se conhe-
cer o seu endereço.
Este endereço, que é único, também é considerado sua URL
INTERNET (Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recursos Univer-
sal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim: www.xxxx.com.
“Imagine que fosse descoberto um continente tão vasto br
que suas dimensões não tivessem fim. Imagine um mundo
novo, com tantos recursos que a ganância do futuro não seria ca- Onde:
paz de esgotar; com tantas oportunidades que os empreendedores www = protocolo da World Wide Web
seriam poucos para aproveitá-las; e com um tipo peculiar de xxx = domínio
imóvel que se expandiria com o desenvolvimento.” com = comercial
John P. Barlow br = brasil
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear ficas- WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
sem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentágono.
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da década de É um serviço disponível na Internet que possui um conjun-
60, ficou em poder exclusivo do governo conectando bases milita- to de documentos espalhados por toda rede e disponibilizados a
res, em quatro localidades. qualquer um.

Didatismo e Conhecimento 18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Estes documentos são escritos em hipertexto, que utiliza uma As modernas redes de computadores são projetadas de forma
linguagem especial, chamada HTML. altamente estruturada. Nas seções seguintes examinaremos com
algum detalhe a técnica de estruturação.
Domínio
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS
Designa o dono do endereço eletrônico em questão, e
onde os hipertextos deste empreendimento estão localizados. Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das redes é
Quanto ao tipo do domínio, existem: organizada em camadas ou níveis, cada uma construída sobre sua
.com = Instituição comercial ou provedor de serviço predecessora. O número de camadas, o nome, o conteúdo e a fun-
.edu = Instituição acadêmica ção de cada camada diferem de uma rede para outra. No entanto,
.gov = Instituição governamental em todas as redes, o propósito de cada camada é oferecer certos
.mil = Instituição militar norte-americana serviços às camadas superiores, protegendo essas camadas dos de-
.net = Provedor de serviços em redes talhes de como os serviços oferecidos são de fato implementados.
.org = Organização sem fins lucrativos A camada n em uma máquina estabelece uma conversão com
a camada n em outra máquina. As regras e convenções utilizadas
HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de Trasfe- nesta conversação são chamadas coletivamente de protocolo da
rência em Hipertexto camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo para uma rede
É um protocolo ou língua específica da internet, responsável com sete camadas. As entidades que compõem as camadas cor-
pela comunicação entre computadores. respondentes em máquinas diferentes são chamadas de processos
Um hipertexto é um texto em formato digital, e pode le- parceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que se
var a outros, fazendo o uso de elementos especiais (palavras, comunicam utilizando o protocolo.
frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa Sensitivo o qual leva Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da cama-
a outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, da n em uma máquina para a camada n em outra máquina. Em vez
imagens ou sons. disso, cada camada passa dados e informações de controle para
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o mouse, a camada imediatamente abaixo, até que o nível mais baixo seja
alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio físico de comunicação,
remete o usuário à outra parte do documento ou outro documento.
através do qual a comunicação ocorre. Na Figura abaixo, a comu-
nicação virtual é mostrada através de linhas pontilhadas e a comu-
Home Page
nicação física através de linhas sólidas.
Sendo assim, home page designa a página inicial, principal do
site ou web page.
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou Perfil
no Orkut com uma Home Page, porém são coisas distintas, aonde
um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é um Profile, ou seja um
hipertexto que possui informações de um usuário dentro de uma
comunidade virtual.

HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de Mar-


cação de Hipertexto

É a linguagem com a qual se cria as páginas para a web.


Suas principais características são:
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML devem ter
aparência semelhante nas diversas plataformas de trabalho);
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “customi- Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A
zar” diversos elementos do documento, como o tamanho padrão interface define quais operações primitivas e serviços a camada
da letra, as cores, etc); inferior oferece à camada superior. Quando os projetistas decidem
• Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter um ta- quantas camadas incluir em uma rede e o que cada camada deve
manho reduzido, a fim de economizar tempo na transmissão fazer, uma das considerações mais importantes é definir interfaces
através da Internet, evitando longos períodos de espera e limpas entre as camadas. Isso requer, por sua vez, que cada camada
congestionamento na rede). desempenhe um conjunto específico de funções bem compreendi-
das. Além de minimizar a quantidade de informações que deve ser
Browser ou Navegador passada de camada em camada, interfaces bem definidas também
tornam fácil a troca da implementação de uma camada por outra
É o programa específico para visualizar as páginas da web. implementação completamente diferente (por exemplo, trocar to-
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em HTML, das as linhas telefônicas por canais de satélite), pois tudo o que é
apresentando as páginas formatadas para os usuários. exigido da nova implementação é que ela ofereça à camada supe-
ARQUITETURAS DE REDES rior exatamente os mesmos serviços que a implementação antiga
oferecia.

Didatismo e Conhecimento 19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O conjunto de camadas e protocolos é chamado de arquitetura Se na rede da empresa onde você trabalha o seu computador
de rede. A especificação de arquitetura deve conter informações tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina em outra rede
suficientes para que um implementador possa escrever o programa pode ter este mesmo número, afinal, ambas as redes são distintas
ou construir o hardware de cada camada de tal forma que obedeça e não se comunicam, sequer sabem da existência da outra. Mas,
corretamente ao protocolo apropriado. Nem os detalhes de imple- como a internet é uma rede global, cada dispositivo conectado nela
mentação nem a especificação das interfaces são parte da arquite- precisa ter um endereço único. O mesmo vale para uma rede local:
tura, pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e não nesta, cada dispositivo conectado deve receber um endereço único.
são visíveis externamente. Não é nem mesmo necessário que as in- Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se então um
terfaces em todas as máquinas em uma rede sejam as mesmas, des- problema chamado “conflito de IP”, que dificulta a comunicação
de que cada máquina possa usar corretamente todos os protocolos. destes dispositivos e pode inclusive atrapalhar toda a rede.
O endereço IP Para que seja possível termos tanto IPs para uso em redes
locais quanto para utilização na internet, contamos com um es-
Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... Ok, quema de distribuição estabelecido pelas entidades IANA (Inter-
você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um recado net Assigned Numbers Authority) e ICANN (Internet Corporation
no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: quando você for Assigned Names and Numbers) que, basicamente, divide os
quer enviar um presente a alguém, você obtém o endereço da pes- endereços em três classes principais e mais duas complementares.
soa e contrata os Correios ou uma transportadora para entregar. É São elas:
graças ao endereço que é possível encontrar exatamente a pessoa Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 redes,
a ser presenteada. Também é graças ao seu endereço - único para cada uma com até 16.777.214 dispositivos conectados;
cada residência ou estabelecimento - que você recebe suas contas Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até 16.384
de água, aquele produto que você comprou em uma loja on-line, redes, cada uma com até 65.536 dispositivos;
enfim. Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu computa- 2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
dor seja encontrado e possa fazer parte da rede mundial de com- Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast reserva-
putadores, necessita ter um endereço único. O mesmo vale para
do.
websites: este fica em um servidor, que por sua vez precisa ter um
As três primeiras classes são assim divididas para atender às
endereço para ser localizado na internet. Isto é feito pelo endereço
seguintes necessidades:
IP (IP Address), recurso que também é utilizado para redes locais,
- Os endereços IP da classe A são usados em locais onde são
como a existente na empresa que você trabalha, por exemplo.
necessárias poucas redes, mas uma grande quantidade de máqui-
O endereço IP é uma sequência de números composta de 32
nas nelas. Para isso, o primeiro byte é utilizado como identificador
bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro sequências de
da rede e os demais servem como identificador dos dispositivos
8 bits. Cada uma destas é separada por um ponto e recebe o nome conectados (PCs, impressoras, etc);
de octeto ou simplesmente byte, já que um byte é formado por - Os endereços IP da classe B são usados nos casos onde a
8 bits. O número 172.31.110.10 é um exemplo. Repare que cada quantidade de redes é equivalente ou semelhante à quantidade de
octeto é formado por números que podem ir de 0 a 255, não mais dispositivos. Para isso, usam-se os dois primeiros bytes do ende-
do que isso. reço IP para identificar a rede e os restantes para identificar os
dispositivos;
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que reque-
rem grande quantidade de redes, mas com poucos dispositivos em
cada uma. Assim, os três primeiros bytes são usados para identifi-
car a rede e o último é utilizado para identificar as máquinas.
Quanto às classes D e E, elas existem por motivos especiais:
a primeira é usada para a propagação de pacotes especiais para a
comunicação entre os computadores, enquanto que a segunda está
reservada para aplicações futuras ou experimentais.
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organização da Vale frisar que há vários blocos de endereços reservados para
rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço em cidade, fins especiais. Por exemplo, quando o endereço começa com 127,
bairro, CEP, número, etc, torna possível a organização das casas geralmente indica uma rede “falsa”, isto é, inexistente, utilizada
da região onde você mora. Neste sentido, os dois primeiros octetos para testes. No caso do endereço 127.0.0.1, este sempre se refere à
de um endereço IP podem ser utilizados para identificar a rede, por própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão esta que o leva a
exemplo. Em uma escola que tem, por exemplo, uma rede para ser chamado de localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utili-
alunos e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma zado para propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de
rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos octetos maneira simultânea.
são usados na identificação de computadores.
Endereços IP privados
Classes de endereços IP Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são pri-
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem ser utili- vados. Isto significa que eles não podem ser utilizados na internet,
zados tanto para identificar o seu computador dentro de uma rede, sendo reservados para aplicações locais. São, essencialmente, es-
quanto para identificá-lo na internet. tes:

Didatismo e Conhecimento 20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
-Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255; 11111111.11111111.11111111.00000000
-Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255; Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24
-Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255. bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos as nossas
sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits,
Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras palavras,
cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas máquinas precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1.
endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octeto
elas precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicionar mais um (sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando em:
IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um 11111111.11111111.11111111.11100000
servidor ou equipamento de rede - como um roteador - que receba Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits “tro-
a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos cados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em nosso
conectados a ele. Com isso, somente este equipamento precisará caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até oito
de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores. sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host. Fa-
Máscara de sub-rede zemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos em
As classes IP ajudam na organização deste tipo de endereça- cada sub-rede (estamos fazendo estes cálculos sem considerar li-
mento, mas podem também representar desperdício. Uma solução mitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
bastante interessante para isso atende pelo nome de máscara de 11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é
sub-rede, recurso onde parte dos números que um octeto destina- 255.255.255.224.
do a identificar dispositivos conectados (hosts) é “trocado” para Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser empre-
aumentar a capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos gado também em endereços classes A e B, conforme a necessi-
enxergar as classes A, B e C da seguinte forma: dade. Vale ressaltar também que não é possível utilizar 0.0.0.0 ou
- A: N.H.H.H; 255.255.255.255 como máscara.
- B: N.N.H.H;
- C: N.N.N.H. IP estático e IP dinâmico
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanentemente
máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transformar” a um dispositivo, ou seja, seu número não muda, exceto se tal ação
em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede per- for executada manualmente. Como exemplo, há casos de assina-
mitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a turas de acesso à internet via ADSL onde o provedor atribui um
identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que um cliente se
dispositivos. conectar, usará o mesmo IP.
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a um
octeto é usado para identificação da rede, este receberá a máscara computador quando este se conecta à rede, mas que muda toda
de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos, vez que há conexão. Por exemplo, suponha que você conectou seu
seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A tabela a seguir computador à internet hoje. Quando você conectá-lo amanhã, lhe
mostra um exemplo desta relação: será dado outro IP. Para entender melhor, imagine a seguinte situa-
ção: uma empresa tem 80 computadores ligados em rede. Usan-
do IPs dinâmicos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para
Identifica- Identificador
Endereço Máscara de tais máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador receberá,
Classe dor da do compu-
IP sub-rede quando se conectar, um endereço IP destes 90 que não estiver sen-
rede tador
do utilizado. É mais ou menos assim que os provedores de internet
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0 trabalham.
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0 O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos é o
protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol).
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0
IP nos sites
Você percebe então que podemos ter redes com máscara Você já sabe que os sites na Web também necessitam de um IP.
255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando uma Mas, se você digitar em seu navegador www.infowester.com, por
classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde exemplo, como é que o seu computador sabe qual o IP deste site ao
há desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculdade tenha ponto de conseguir encontrá-lo?
que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Cada curso Quando você digitar um endereço qualquer de um site, um
possui 20 computadores. A solução seria então criar cinco redes servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. Ele é
classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes B, mas ainda quem informa qual IP está associado a cada site. O sistema DNS
haverá desperdício. Uma forma de contornar este problema é criar possui uma hierarquia interessante, semelhante a uma árvore (ter-
uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as más- mo conhecido por programadores). Se, por exemplo, o site www.
caras novamente entram em ação. infowester.com é requisitado, o sistema envia a solicitação a um
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na servidor responsável por terminações “.com”. Esse servidor loca-
verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em binário lizará qual o IP do endereço e responderá à solicitação. Se o site
é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a solicitado termina com “.br”, um servidor responsável por esta ter-
máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é: minação é consultado e assim por diante.

Didatismo e Conhecimento 21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
IPv6

O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um passado


não muito distante, você conectava apenas o PC da sua casa à in-
ternet, hoje o faz com o celular, com o seu notebook em um serviço
de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim por diante. Somando este
aspecto ao fato de cada vez mais pessoas acessarem a internet no
mundo inteiro, nos deparamos com um grande problema: o núme-
ro de IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as (futuras)
aplicações.
A solução para este grande problema (grande mesmo, afinal,
a internet não pode parar de crescer!) atende pelo nome de IPv6,
uma nova especificação capaz de suportar até - respire fundo - 340. Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a partir
282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 de endereços, de uma rede local - tal como uma rede wireless - visualizará o IP
um número absurdamente alto! que esta disponibiliza à sua conexão. Para saber o endereço IP do
acesso à internet em uso pela rede, você pode visitar sites como
whatsmyip.org.
Provedor

O provedor é uma empresa prestadora de serviços que oferece


acesso à Internet. Para acessar a Internet, é necessário conectar-se
com um computador que já esteja na Internet (no caso, o prove-
dor) e esse computador deve permitir que seus usuários também
tenham acesso a Internet.
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada à Embra-
tel, que por sua vez, está conectada com outros computadores fora
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no aumento da do Brasil. Esta conexão chama-se link, que é a conexão física que
quantidade de octetos. Um endereço do tipo pode ser, por exemplo: interliga o provedor de acesso com a Embratel. Neste caso, a Em-
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF bratel é conhecida como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal”
da Internet no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse
Finalizando uma avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas que
Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a es- estão interligadas nesta avenida.
pecificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa. Isso até Tanto o link como o backbone possui uma velocidade de
deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante essa fase, que transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
podemos considerar de transição, o que veremos é a “convivência” Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). Deve ser feito
entre ambos os padrões. Não por menos, praticamente todos os um contrato com o provedor de acesso, que fornecerá um nome de
sistemas operacionais atuais e a maioria dos dispositivos de rede usuário, uma senha de acesso e um endereço eletrônico na Internet.
estão aptos a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se
você é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes ou URL - Uniform Resource Locator
simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se aprofundar
nas duas especificações. Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma identificação
A esta altura, você também deve estar querendo descobrir qual de onde está localizado o computador e quais recursos este com-
o seu IP. Cada sistema operacional tem uma forma de mostrar isso. putador oferece. Por exemplo, a URL:
Se você é usuário de Windows, por exemplo, pode fazê-lo digi- http://www.novaconcursos.com.br
tando cmd em um campo do Menu Iniciar e, na janela que surgir, Será mais bem explicado adiante.
informar ipconfig /all e apertar Enter. Em ambientes Linux, o co-
mando é ifconfig. Como descobrir um endereço na Internet?

Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar.


Você estuda em uma universidade e precisa fazer algumas
pesquisas para um trabalho. Onde procurar as informações que
preciso?
Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de procura,
que são sites que possuem um enorme banco de dados (que contém
o cadastro de milhares de Home Pages), que permitem a procura
por um determinado assunto. Caso a palavra ou o assunto que foi
procurado exista em alguma dessas páginas, será listado toda esta
relação de páginas encontradas.

Didatismo e Conhecimento 22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, referente ao http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Software/
assunto desejado. Por exemplo, você quer pesquisar sobre amor- Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
tecedores, caso não encontre nada como amortecedores, procure Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo temos
como autopeças, e assim sucessivamente. uma relação de alguns deles:
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, etc.).
Barra de endereços - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, PCX,
etc.).
- Negócios e Utilitários
A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em pá- - Apresentações
ginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página.
Alguns sites interessantes: FTP - Transferência de Arquivos
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular)
• www.ufpel.tche.br (Ufpel) Permite copiar arquivos de um computador da Internet para o
• www.cefetrs.tche.br (Cefet) seu computador.
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor público) Os programas disponíveis na Internet podem ser:
• www.siapenet.gog.br (contracheque) • Freeware: Programa livre que pode ser distribuído e uti-
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas) lizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua utilização, e
• www.mec.gov.br (Ministério da Educação) não é considerado “pirataria” a cópia deste programa.
• Shareware: Programa demonstração que pode ser uti-
Identificação de endereços de um site lizado por um determinado prazo ou que contém alguns limites,
para ser utilizado apenas como um teste do programa. Se o usuário
Exemplo: http://www.pelotas.com.br gostar ele compra, caso contrário, não usa mais o programa. Na
http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de comu- maioria das vezes, esses programas exibem, de tempos em tem-
nicação
pos, uma mensagem avisando que ele deve ser registrado. Outros
WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
tipos de shareware têm tempo de uso limitado. Depois de expirado
pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
este tempo de teste, é necessário que seja feito a compra deste
.com -> tipo de organização
programa.
......br -> identifica o país
Navegar nas páginas
Tipos de Organizações:

.edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um docu-
.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com mento normal e de links das próprias páginas.
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
.mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil Como salvar documentos, arquivos e sites
.net -> computadores com funções de administrar redes.
Exemplo: embratel.net Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.
.org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org
Como copiar e colar para um editor de textos
Home Page
Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o botão
Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arqui- direito do mouse e escolha a opção Copiar.
vo ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando
um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em
um ambiente gráfico e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando
a busca de informações dentro das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html

PLUG-INS

Os plug-ins são programas que expandem a capacidade do


Browser em recursos específicos - permitindo, por exemplo, que Abra o editor de texto clique em colar
você toque arquivos de som ou veja filmes em vídeo dentro de
uma Home Page. As empresas de software vêm desenvolvendo
plug-ins a uma velocidade impressionante. Maiores informações e
endereços sobre plug-ins são encontradas na página:

Didatismo e Conhecimento 23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
INTERNET Este endereço, que é único, também é considerado sua URL
(Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recursos Univer-
“Imagine que fosse descoberto um continente tão vasto sal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim: www.xxxx.com.
que suas dimensões não tivessem fim. Imagine um mundo br
novo, com tantos recursos que a ganância do futuro não seria ca-
paz de esgotar; com tantas oportunidades que os empreendedores Onde:
seriam poucos para aproveitá-las; e com um tipo peculiar de www = protocolo da World Wide Web
imóvel que se expandiria com o desenvolvimento.” xxx = domínio
John P. Barlow com = comercial
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear ficas- br = brasil
sem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentágono. WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da década de
60, ficou em poder exclusivo do governo conectando bases milita- É um serviço disponível na Internet que possui um conjun-
res, em quatro localidades. to de documentos espalhados por toda rede e disponibilizados a
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições norte qualquer um.
-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a tecnologia, Estes documentos são escritos em hipertexto, que utiliza uma
logo vinte e três computadores foram conectados, porém o padrão linguagem especial, chamada HTML.
de conversação entre as máquinas se tornou impróprio pela quan-
tidade de equipamentos. Domínio
Era necessário criar um modelo padrão e universal para
que as máquinas continuassem trocando dados, surgiu então o Designa o dono do endereço eletrônico em questão, e
Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria portanto que mais outras onde os hipertextos deste empreendimento estão localizados.
máquinas fossem inseridas àquela rede. Quanto ao tipo do domínio, existem:
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrônico, o .com = Instituição comercial ou provedor de serviço
E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as máquinas que .edu = Instituição acadêmica
compunham aquela rede de pesquisa, assim no ano seguinte a rede .gov = Instituição governamental
se torna internacional. .mil = Instituição militar norte-americana
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do Brasil .net = Provedor de serviços em redes
conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aquilo que co- .org = Organização sem fins lucrativos
nhecemos hoje como internet, auxiliando portanto o processo de
pesquisa em tecnologia e outras áreas a nível mundial, além de HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de Trasfe-
alimentar as forças armadas brasileiras de informação de todos os rência em Hipertexto
tipos, até que em 1990 caísse no domínio público.
Com esta popularidade e o surgimento de softwares de nave- É um protocolo ou língua específica da internet, responsável
gação de interface amigável, no fim da década de 90, pessoas que pela comunicação entre computadores.
não tinham conhecimentos profundos de informática começaram a Um hipertexto é um texto em formato digital, e pode le-
utilizar a rede internacional. var a outros, fazendo o uso de elementos especiais (palavras,
frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa Sensitivo o qual leva
Acesso à Internet a outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos,
imagens ou sons.
O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço de Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o mouse,
Internet, oferece principalmente serviço de acesso à Internet, adi- remete o usuário à outra parte do documento ou outro documento.
cionando serviços como e-mail, hospedagem de sites ou blogs, ou
seja, são instituições que se conectam à Internet com o ob- Home Page
jetivo de fornecer serviços à ela relacionados, e em função do
serviço classificam-se em: Sendo assim, home page designa a página inicial, principal do
• Provedores de Backbone: São instituições que constroem e site ou web page.
administram backbones de longo alcance, ou seja, estrutura física É muito comum os usuários confundirem um Blog ou Perfil
de conexão, com o objetivo de fornecer acesso à Internet para re- no Orkut com uma Home Page, porém são coisas distintas, aonde
des locais; um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é um Profile, ou seja um
• Provedores de Acesso: São instituições que se conectam à hipertexto que possui informações de um usuário dentro de uma
Internet via um ou mais acessos dedicados e disponibilizam acesso comunidade virtual.
à terceiros a partir de suas instalações; HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de Mar-
• Provedores de Informação: São instituições que disponibili- cação de Hipertexto
zam informação através da Internet.
Endereço Eletrônico ou URL É a linguagem com a qual se cria as páginas para a web.
Suas principais características são:
Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se conhe- • Portabilidade (Os documentos escritos em HTML devem ter
cer o seu endereço. aparência semelhante nas diversas plataformas de trabalho);

Didatismo e Conhecimento 24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “customi-
zar” diversos elementos do documento, como o tamanho padrão
da letra, as cores, etc);
• Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter um ta-
manho reduzido, a fim de economizar tempo na transmissão
através da Internet, evitando longos períodos de espera e
congestionamento na rede).

Browser ou Navegador

É o programa específico para visualizar as páginas da web.


O Browser lê e interpreta os documentos escritos em HTML,
apresentando as páginas formatadas para os usuários.

ARQUITETURAS DE REDES

As modernas redes de computadores são projetadas de forma Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A
altamente estruturada. Nas seções seguintes examinaremos com interface define quais operações primitivas e serviços a camada
algum detalhe a técnica de estruturação. inferior oferece à camada superior. Quando os projetistas decidem
quantas camadas incluir em uma rede e o que cada camada deve
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS fazer, uma das considerações mais importantes é definir interfaces
limpas entre as camadas. Isso requer, por sua vez, que cada camada
Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das redes é desempenhe um conjunto específico de funções bem compreendi-
organizada em camadas ou níveis, cada uma construída sobre sua das. Além de minimizar a quantidade de informações que deve ser
predecessora. O número de camadas, o nome, o conteúdo e a fun- passada de camada em camada, interfaces bem definidas também
ção de cada camada diferem de uma rede para outra. No entanto, tornam fácil a troca da implementação de uma camada por outra
em todas as redes, o propósito de cada camada é oferecer certos implementação completamente diferente (por exemplo, trocar to-
serviços às camadas superiores, protegendo essas camadas dos de- das as linhas telefônicas por canais de satélite), pois tudo o que é
talhes de como os serviços oferecidos são de fato implementados. exigido da nova implementação é que ela ofereça à camada supe-
A camada n em uma máquina estabelece uma conversão com rior exatamente os mesmos serviços que a implementação antiga
a camada n em outra máquina. As regras e convenções utilizadas oferecia.
nesta conversação são chamadas coletivamente de protocolo da O conjunto de camadas e protocolos é chamado de arquitetura
camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo para uma rede de rede. A especificação de arquitetura deve conter informações
com sete camadas. As entidades que compõem as camadas cor- suficientes para que um implementador possa escrever o programa
respondentes em máquinas diferentes são chamadas de processos ou construir o hardware de cada camada de tal forma que obedeça
parceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que se corretamente ao protocolo apropriado. Nem os detalhes de imple-
comunicam utilizando o protocolo. mentação nem a especificação das interfaces são parte da arquite-
Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da cama- tura, pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e não
da n em uma máquina para a camada n em outra máquina. Em vez são visíveis externamente. Não é nem mesmo necessário que as in-
disso, cada camada passa dados e informações de controle para terfaces em todas as máquinas em uma rede sejam as mesmas, des-
a camada imediatamente abaixo, até que o nível mais baixo seja de que cada máquina possa usar corretamente todos os protocolos.
alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio físico de comunicação,
através do qual a comunicação ocorre. Na Figura abaixo, a comu- O endereço IP
nicação virtual é mostrada através de linhas pontilhadas e a comu-
nicação física através de linhas sólidas. Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... Ok,
você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um recado
no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: quando você
quer enviar um presente a alguém, você obtém o endereço da pes-
soa e contrata os Correios ou uma transportadora para entregar. É
graças ao endereço que é possível encontrar exatamente a pessoa
a ser presenteada. Também é graças ao seu endereço - único para
cada residência ou estabelecimento - que você recebe suas contas
de água, aquele produto que você comprou em uma loja on-line,
enfim.
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu computa-
dor seja encontrado e possa fazer parte da rede mundial de com-
putadores, necessita ter um endereço único. O mesmo vale para
websites: este fica em um servidor, que por sua vez precisa ter um

Didatismo e Conhecimento 25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
endereço para ser localizado na internet. Isto é feito pelo endereço - Os endereços IP da classe A são usados em locais onde são
IP (IP Address), recurso que também é utilizado para redes locais, necessárias poucas redes, mas uma grande quantidade de máqui-
como a existente na empresa que você trabalha, por exemplo. nas nelas. Para isso, o primeiro byte é utilizado como identificador
O endereço IP é uma sequência de números composta de 32 da rede e os demais servem como identificador dos dispositivos
bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro sequências de conectados (PCs, impressoras, etc);
8 bits. Cada uma destas é separada por um ponto e recebe o nome - Os endereços IP da classe B são usados nos casos onde a
de octeto ou simplesmente byte, já que um byte é formado por quantidade de redes é equivalente ou semelhante à quantidade de
8 bits. O número 172.31.110.10 é um exemplo. Repare que cada dispositivos. Para isso, usam-se os dois primeiros bytes do ende-
octeto é formado por números que podem ir de 0 a 255, não mais reço IP para identificar a rede e os restantes para identificar os
do que isso. dispositivos;
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que reque-
rem grande quantidade de redes, mas com poucos dispositivos em
cada uma. Assim, os três primeiros bytes são usados para identifi-
car a rede e o último é utilizado para identificar as máquinas.
Quanto às classes D e E, elas existem por motivos especiais:
a primeira é usada para a propagação de pacotes especiais para a
comunicação entre os computadores, enquanto que a segunda está
reservada para aplicações futuras ou experimentais.
Vale frisar que há vários blocos de endereços reservados para
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organização da fins especiais. Por exemplo, quando o endereço começa com 127,
rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço em cidade, geralmente indica uma rede “falsa”, isto é, inexistente, utilizada
bairro, CEP, número, etc, torna possível a organização das casas para testes. No caso do endereço 127.0.0.1, este sempre se refere à
da região onde você mora. Neste sentido, os dois primeiros octetos própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão esta que o leva a
de um endereço IP podem ser utilizados para identificar a rede, por ser chamado de localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utili-
exemplo. Em uma escola que tem, por exemplo, uma rede para zado para propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de
alunos e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma maneira simultânea.
rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos octetos
são usados na identificação de computadores. Endereços IP privados
Classes de endereços IP Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são pri-
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem ser utili- vados. Isto significa que eles não podem ser utilizados na internet,
zados tanto para identificar o seu computador dentro de uma rede, sendo reservados para aplicações locais. São, essencialmente, es-
quanto para identificá-lo na internet. tes:
Se na rede da empresa onde você trabalha o seu computador -Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina em outra rede -Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
pode ter este mesmo número, afinal, ambas as redes são distintas -Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
e não se comunicam, sequer sabem da existência da outra. Mas,
como a internet é uma rede global, cada dispositivo conectado nela Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com
precisa ter um endereço único. O mesmo vale para uma rede local: cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas máquinas
nesta, cada dispositivo conectado deve receber um endereço único. endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas
Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se então um elas precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicionar mais um
problema chamado “conflito de IP”, que dificulta a comunicação IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um
destes dispositivos e pode inclusive atrapalhar toda a rede. servidor ou equipamento de rede - como um roteador - que receba
Para que seja possível termos tanto IPs para uso em redes a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos
locais quanto para utilização na internet, contamos com um es- conectados a ele. Com isso, somente este equipamento precisará
quema de distribuição estabelecido pelas entidades IANA (Inter- de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores.
net Assigned Numbers Authority) e ICANN (Internet Corporation
for Assigned Names and Numbers) que, basicamente, divide os Máscara de sub-rede
endereços em três classes principais e mais duas complementares. As classes IP ajudam na organização deste tipo de endereça-
São elas: mento, mas podem também representar desperdício. Uma solução
Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 redes, bastante interessante para isso atende pelo nome de máscara de
cada uma com até 16.777.214 dispositivos conectados; sub-rede, recurso onde parte dos números que um octeto destina-
Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até 16.384 do a identificar dispositivos conectados (hosts) é “trocado” para
redes, cada uma com até 65.536 dispositivos; aumentar a capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos
Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até enxergar as classes A, B e C da seguinte forma:
2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos; - A: N.H.H.H;
Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast; - B: N.N.H.H;
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast reserva- - C: N.N.N.H.
do. N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de
As três primeiras classes são assim divididas para atender às máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transformar”
seguintes necessidades: em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede per-

Didatismo e Conhecimento 26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
mitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a turas de acesso à internet via ADSL onde o provedor atribui um
identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que um cliente se
dispositivos. conectar, usará o mesmo IP.
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a um
octeto é usado para identificação da rede, este receberá a máscara computador quando este se conecta à rede, mas que muda toda
de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos, vez que há conexão. Por exemplo, suponha que você conectou seu
seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A tabela a seguir computador à internet hoje. Quando você conectá-lo amanhã, lhe
mostra um exemplo desta relação: será dado outro IP. Para entender melhor, imagine a seguinte situa-
ção: uma empresa tem 80 computadores ligados em rede. Usan-
do IPs dinâmicos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para
Identifica- Identificador
Endereço Máscara de tais máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador receberá,
Classe dor da do compu-
IP sub-rede quando se conectar, um endereço IP destes 90 que não estiver sen-
rede tador
do utilizado. É mais ou menos assim que os provedores de internet
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0 trabalham.
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0 O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos é o
protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol).
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0
IP nos sites
Você percebe então que podemos ter redes com máscara
255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando uma Você já sabe que os sites na Web também necessitam de um IP.
classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde Mas, se você digitar em seu navegador www.infowester.com, por
há desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculdade tenha exemplo, como é que o seu computador sabe qual o IP deste site ao
que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Cada curso ponto de conseguir encontrá-lo?
possui 20 computadores. A solução seria então criar cinco redes Quando você digitar um endereço qualquer de um site, um
classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes B, mas ainda servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. Ele é
haverá desperdício. Uma forma de contornar este problema é criar quem informa qual IP está associado a cada site. O sistema DNS
uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as más- possui uma hierarquia interessante, semelhante a uma árvore (ter-
caras novamente entram em ação. mo conhecido por programadores). Se, por exemplo, o site www.
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na infowester.com é requisitado, o sistema envia a solicitação a um
verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em binário servidor responsável por terminações “.com”. Esse servidor loca-
é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a lizará qual o IP do endereço e responderá à solicitação. Se o site
máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é: solicitado termina com “.br”, um servidor responsável por esta ter-
11111111.11111111.11111111.00000000 minação é consultado e assim por diante.
Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24
bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos as nossas IPv6
sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits,
conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras palavras, O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um passado
precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1. não muito distante, você conectava apenas o PC da sua casa à in-
Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octeto ternet, hoje o faz com o celular, com o seu notebook em um serviço
(sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando em: de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim por diante. Somando este
11111111.11111111.11111111.11100000 aspecto ao fato de cada vez mais pessoas acessarem a internet no
Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits “tro- mundo inteiro, nos deparamos com um grande problema: o núme-
cados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em nosso ro de IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as (futuras)
caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até oito aplicações.
sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host. Fa- A solução para este grande problema (grande mesmo, afinal,
zemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos em a internet não pode parar de crescer!) atende pelo nome de IPv6,
cada sub-rede (estamos fazendo estes cálculos sem considerar li- uma nova especificação capaz de suportar até - respire fundo - 340.
mitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes). 282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 de endereços,
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é um número absurdamente alto!
255.255.255.224.
Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser empre-
gado também em endereços classes A e B, conforme a necessi-
dade. Vale ressaltar também que não é possível utilizar 0.0.0.0 ou
255.255.255.255 como máscara.
IP estático e IP dinâmico

IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanentemente


a um dispositivo, ou seja, seu número não muda, exceto se tal ação
for executada manualmente. Como exemplo, há casos de assina-

Didatismo e Conhecimento 27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no aumento da URL - Uniform Resource Locator
quantidade de octetos. Um endereço do tipo pode ser, por exemplo:
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma identificação
de onde está localizado o computador e quais recursos este com-
Finalizando putador oferece. Por exemplo, a URL:
Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a es- http://www.novaconcursos.com.br
pecificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa. Isso até Será mais bem explicado adiante.
deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante essa fase, que
podemos considerar de transição, o que veremos é a “convivência” Como descobrir um endereço na Internet?
entre ambos os padrões. Não por menos, praticamente todos os
sistemas operacionais atuais e a maioria dos dispositivos de rede Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar.
estão aptos a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se Você estuda em uma universidade e precisa fazer algumas
você é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes ou pesquisas para um trabalho. Onde procurar as informações que
simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se aprofundar
preciso?
nas duas especificações.
Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de procura,
A esta altura, você também deve estar querendo descobrir qual
o seu IP. Cada sistema operacional tem uma forma de mostrar isso. que são sites que possuem um enorme banco de dados (que contém
Se você é usuário de Windows, por exemplo, pode fazê-lo digi- o cadastro de milhares de Home Pages), que permitem a procura
tando cmd em um campo do Menu Iniciar e, na janela que surgir, por um determinado assunto. Caso a palavra ou o assunto que foi
informar ipconfig /all e apertar Enter. Em ambientes Linux, o co- procurado exista em alguma dessas páginas, será listado toda esta
mando é ifconfig. relação de páginas encontradas.
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, referente ao
assunto desejado. Por exemplo, você quer pesquisar sobre amor-
tecedores, caso não encontre nada como amortecedores, procure
como autopeças, e assim sucessivamente.

Barra de endereços

A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em pá-


ginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página.
Alguns sites interessantes:
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular)
• www.ufpel.tche.br (Ufpel)
Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a partir • www.cefetrs.tche.br (Cefet)
de uma rede local - tal como uma rede wireless - visualizará o IP • www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor público)
que esta disponibiliza à sua conexão. Para saber o endereço IP do • www.siapenet.gog.br (contracheque)
acesso à internet em uso pela rede, você pode visitar sites como • www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas)
whatsmyip.org. • www.mec.gov.br (Ministério da Educação)
Identificação de endereços de um site
Provedor
Exemplo: http://www.pelotas.com.br
O provedor é uma empresa prestadora de serviços que oferece
acesso à Internet. Para acessar a Internet, é necessário conectar-se http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de comu-
com um computador que já esteja na Internet (no caso, o prove- nicação
dor) e esse computador deve permitir que seus usuários também WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
tenham acesso a Internet. pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada à Embra- .com -> tipo de organização
tel, que por sua vez, está conectada com outros computadores fora ......br -> identifica o país
do Brasil. Esta conexão chama-se link, que é a conexão física que
interliga o provedor de acesso com a Embratel. Neste caso, a Em- Tipos de Organizações:
bratel é conhecida como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal”
da Internet no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse .edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu
uma avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas que .com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
estão interligadas nesta avenida. .gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade de .mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados. .net -> computadores com funções de administrar redes.
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). Deve ser feito Exemplo: embratel.net
um contrato com o provedor de acesso, que fornecerá um nome de .org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org
usuário, uma senha de acesso e um endereço eletrônico na Internet.

Didatismo e Conhecimento 28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Home Page Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o botão
direito do mouse e escolha a opção Copiar.
Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arqui-
vo ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando
um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em
um ambiente gráfico e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando
a busca de informações dentro das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html

PLUG-INS

Os plug-ins são programas que expandem a capacidade do Abra o editor de texto clique em colar
Browser em recursos específicos - permitindo, por exemplo, que
você toque arquivos de som ou veja filmes em vídeo dentro de Navegadores
uma Home Page. As empresas de software vêm desenvolvendo O navegador de WWW é a ferramenta mais importante para
plug-ins a uma velocidade impressionante. Maiores informações e o usuário de Internet. É com ele que se podem visitar museus,
endereços sobre plug-ins são encontradas na página: ler revistas eletrônicas, fazer compras e até participar de novelas
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Software/ interativas. As informações na Web são organizadas na forma
Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/ de páginas de hipertexto, cada um com seu endereço próprio,
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo temos conhecido como URL. Para começar a navegar, é preciso digitar
uma relação de alguns deles: um desses endereços no campo chamado Endereço no navegador.
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, etc.). O software estabelece a conexão e traz, para a tela, a página
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.). correspondente.
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, PCX, O navegador não precisa de nenhuma configuração especial
etc.). para exibir uma página da Web, mas é necessário ajustar alguns
- Negócios e Utilitários parâmetros para que ele seja capaz de enviar e receber algumas
- Apresentações mensagens de correio eletrônico e acessar grupos de discussão
(news).
FTP - Transferência de Arquivos O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no Centro
de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la Recherche
Permite copiar arquivos de um computador da Internet para o Nucleaire), Suíça. Originalmente, o WWW era um meio para
seu computador. físicos da CERN trocar experiências sobre suas pesquisas através
Os programas disponíveis na Internet podem ser: da exibição de páginas de texto. Ficou claro, desde o início, o
• Freeware: Programa livre que pode ser distribuído e uti- imenso potencial que o WWW possuía para diversos tipos de
lizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua utilização, e aplicações, inclusive não científicas.
não é considerado “pirataria” a cópia deste programa. O WWW não dispunha de gráficos em seus primórdios, apenas
• Shareware: Programa demonstração que pode ser uti- de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto WWW ganhou força
lizado por um determinado prazo ou que contém alguns limites, extra com a inserção de um visualizador (também conhecido como
para ser utilizado apenas como um teste do programa. Se o usuário browser) de páginas capaz não apenas de formatar texto, mas
gostar ele compra, caso contrário, não usa mais o programa. Na também de exibir gráficos, som e vídeo. Este browser chamava-se
maioria das vezes, esses programas exibem, de tempos em tem- Mosaic e foi desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado
pos, uma mensagem avisando que ele deve ser registrado. Outros por Mark Andreesen. O sucesso do Mosaic foi espetacular.
tipos de shareware têm tempo de uso limitado. Depois de expirado Depois disto, várias outras companhias passaram a produzir
este tempo de teste, é necessário que seja feito a compra deste browsers que deveriam fazer concorrência ao Mosaic. Mark
programa. Andreesen partiu para a criação da Netscape Communications,
criadora do browser Netscape.
Navegar nas páginas Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic, o
Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos outros
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um docu- browsers.
mento normal e de links das próprias páginas.
Busca e pesquisa na web
Como salvar documentos, arquivos e sites
Os sites de busca servem para procurar por um determinado
Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como. assunto ou informação na internet.
Alguns sites interessantes:
Como copiar e colar para um editor de textos • www.google.com.br

Didatismo e Conhecimento 29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• http://br.altavista.com
• http://cade.search.yahoo.com
• http://br.bing.com/
Como fazer a pesquisa
Digite na barra de endereço o endereço do site de pesquisa.
Por exemplo: Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organizados por
www.google.com.br assunto em categorias. Exemplo:

Como escolher palavra-chave

• Busca com uma palavra: retorna páginas que incluam a


palavra digitada.
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas que
incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a sequência
Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pesquisa. de termos que foram digitadas.
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna páginas
que incluam todas
• as palavras aleatoriamente na página.
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que ficam an-
tes do sinal de
• menos são excluídas da pesquisa.
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um cálculo
em um site de pesquisa.
Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na pesquisa
com letras maiúsculas e minúsculas e nem palavras com ou sem Por exemplo: 3+4
acento. Irá retornar:

Opções de pesquisa

Web: pesquisa em todos os sites O resultado da pesquisa


Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas. O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma:
Exemplo do resultado se uma pesquisa.

FERRAMENTAS DE BUSCA E PESQUISA


Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet.
Exemplo: Um motor de busca é um sistema de software projetado para
encontrar informações armazenadas em um sistema computacio-
nal a partir de palavras-chave indicadas pelo utilizador, reduzindo
o tempo necessário para encontrar informações.

Didatismo e Conhecimento 30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os motores de busca surgiram logo após o aparecimento da Internet, oferece também o recurso de se efetuar a busca somente
Internet, com a intenção de prestar um serviço extremamente im- dentro de um site específico. É essa a ferramenta usada na comu-
portante: a busca de qualquer informação na rede, apresentando os nidade Wiki.
resultados de uma forma organizada, e também com a proposta de Os motores de busca são buscadores que baseiam sua coleta
fazer isto de uma maneira rápida e eficiente. A partir deste preceito de páginas em um robô que varre a Internet à procura de páginas
básico, diversas empresas se desenvolveram, chegando algumas a novas para introduzir em sua base de dados automaticamente. Mo-
valer milhões de dólares. Entre as maiores empresas encontram-se tores de busca típicos são Google, Yahoo e Altavista.
o Google, o Yahoo, o Lycos, o Cadê e, mais recentemente, a Ama- A primeira ferramenta utilizada para busca na Internet foi o
zon.com com o seu mecanismo de busca A9 porém inativo. Os Archie (da palavra em Inglês, “archive” sem a letra “v”). Foi cria-
buscadores se mostraram imprescindíveis para o fluxo de acesso e do em 1990 por Alan Emtage, um estudante da McGill University
a conquista novos visitantes. em Montreal. O programa baixava as listas de diretório de todos
Antes do advento da Web, havia sistemas para outros proto- arquivos localizados em sites públicos de FTP (File Transfer Pro-
colos ou usos, como o Archie para sites FTP anônimos e o Vero- tocol) anônimos, criando uma base de dados que permitia busca
nica para o Gopher (protocolo de redes de computadores que foi por nome de arquivos.
desenhado para indexar repositórios de documentos na Internet, Enquanto o Archie indexava arquivos de computador, o Go-
baseando-se em menus). pher indexava documentos de texto. Ele foi criado em 1991, por
Mark McCahill da Universidade de Minessota, cujo nome veio do
Conceito mascote da escola. Devido ao fato de serem arquivos de texto, a
maior parte dos sites Gopher tornaram-se websites após a criação
Um motor de busca é feito para auxiliar a procura de informa- da World Wide Web.
ções armazenadas na rede mundial (WWW), dentro de uma rede Dois outros programas, Veronica e Jughead, buscavam os ar-
corporativa ou de um computador pessoal. Ele permite que uma quivos armazenados nos sistemas de índice do Gopher. Veronica
pessoa solicite conteúdo de acordo com um critério específico (ti- (Very Easy Rodent-Oriented Net-wide Index to Computerized Ar-
picamente contendo uma dada palavra ou frase) e responde com chives) provia uma busca por palavras para a maioria dos títulos
uma lista de referências que combinam com tal critério, ou seja de menu em todas listas do Gopher. Jughead (Jonzy’s Universal
é uma espécie de catálogo mágico. Ao se realizar uma consulta, Gopher Hierarchy Excavation And Display) era uma ferramenta
a lista de ocorrências de assuntos é criada previamente por meio para obter informações de menu de vários servidores Gopher.
de um conjunto de softwares de computadores, conhecidos como O primeiro search engine Web foi o Wandex, um índice atual-
Web_crawler, que vasculham toda a Web em busca de ocorrências mente extinto feito pela World Wide Web Wanderer, um web cra-
de um determinado assunto em uma página. Ao encontrar uma pá- wler (programa automatizado que acessa e percorre os sites se-
gina com muitos links, os spiders embrenham-se por eles, conse- guindo os links presentes nas páginas.) desenvolvido por Matthew
guindo, inclusive, vasculhar os diretórios internos - aqueles que Gray no MIT, em 1993. Outro sistema antigo, Aliweb, também
tenham permissão de leitura para usuários - dos sites nos quais apareceu no mesmo ano e existe até hoje. O primeiro sistema “full
estão trabalhando. text” baseado em crawler foi o WebCrawler, que saiu em 1994. Ao
Os motores de busca usam regularmente índices atualizados contrário de seus predecessores, ele permite aos usuários buscar
para funcionar de forma rápida e eficiente. Sem maior especifica- por qualquer palavra em qualquer página, o que tornou-se padrão
ção, ele normalmente refere-se ao serviço de busca Web, que pro- para todos serviços de busca desde então. Também foi o primeiro
cura informações na rede pública da Internet. Outros tipos incluem a ser conhecido pelo grande público. Ainda em 1994, o Lycos (que
motores de busca para empresas (Intranets), motores de busca começou na Carnegie Mellon University) foi lançado e tornou-se
pessoais e motores de busca móveis. De qualquer forma, enquan- um grande sucesso comercial.
to diferente seleção e relevância podem aplicar-se em diferentes Logo depois, muitos sistemas apareceram, incluindo Excite,
ambientes, o utilizador provavelmente perceberá uma pequena di- Infoseek, Inktomi, Northern Light, e AltaVista. De certa forma,
ferença entre as operações neles. Alguns motores também extraem eles competiram com diretórios populares como o Yahoo!. Poste-
dados disponíveis em grupos de notícias, grandes bancos de dados riormente, os diretórios integraram ou adicionaram a tecnologia de
ou diretórios abertos como a DMOZ.org. Ao contrário dos diretó- search engine para maior funcionalidade.
rios Web, que são mantidos por editores humanos, os serviços de Os sistemas de busca também eram conhecidos como a “mina
busca funcionam algoritmicamente. A maioria dos sites que cha- de ouro” no frenesi de investimento na Internet que ocorreu no fim
mam os motores de busca são, na verdade, uma “interface” (front dos anos 1990s. Várias empresas entraram no mercado de forma
end) para os sistemas de busca de outras empresas . espetacular, com recorde em ganhos durante seus primeiros anos
História de existência. Algumas fecharam seu sistema público, e estão ofe-
recendo versões corporativas somente, como a Northern Light.
Os primeiros motores de busca (como o Yahoo) baseavam-se Mais recentemente, os sistemas de busca também estão utili-
na indexação de páginas através da sua categorização. Posterior- zando XML ou RSS, permitindo indexar dados de sites com efi-
mente surgiram as meta-buscas. A mais recente geração de mo- cácia, sem a necessidade de um crawler complexo. Os sites sim-
tores de busca (como a do Google) utiliza tecnologias diversas, plesmente provêm um xml feed o qual é indexado pelo sistema
como a procura por palavras-chave diretamente nas páginas e o de busca. Os XML feeds estão sendo cada vez mais fornecidos
uso de referências externas espalhadas pela web, permitindo até de forma automática por weblogs. Exemplos são o feedster, que
a tradução direta de páginas (embora de forma básica ou errada) inclui o LjFind Search que provê serviços para os blogs do site
para a língua do utilizador. O Google, além de fazer a busca pela LiveJournal.

Didatismo e Conhecimento 31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tipos de buscador A divulgação de sites de empresas com negócios regionais são
acessados em sua grande maioria quando os profissionais da WEB
cadastram seus sites nos Buscadores Locais para aumentarem as
visitas de internautas, pois não há um sistema de atualização au-
tomática dos dados que abranja todos os tipos de categorias e em
rapidez necessária. Por esta razão, somente cerca de 20% a 25% de
tudo que existe na WEB é publicada nos buscadores.
A novidade agora são os ontobuscadores, isto é, buscadores
baseados em Ontologias, como o Ontoweb.
Funcionamento
Um search engine opera na seguinte ordem:
Web crawling (percorrer por links)
Indexação
Busca
Pesquisa mostrando os três maiores sites de busca no mundo
Os sistemas de busca trabalham armazenando informações
Existem variados tipos de buscadores: sobre um grande número de páginas, as quais eles obtém da pró-
Buscadores globais são buscadores que pesquisam todos os pria WWW. Estas páginas são recuperadas por um Web crawler
documentos na rede, e a apresentação do resultado é aleatória, (também conhecido como spider) — um Web browser automa-
dependendo do ranking de acessos aos sites. As informações po- tizado que segue cada link que vê. As exclusões podem ser feitas
dem referir-se a qualquer tema. O buscador global mais recente é pelo uso do robots.txt. O conteúdo de cada página então é anali-
o Wiglr, que utiliza dados muito parecidos com o Google e Bing, sado para determinar como deverá ser indexado (por exemplo, as
é também o primeiro buscador criado nesta década (2010-2020). palavras são extraídas de títulos, cabeçalhos ou campos especiais
Google, Yahoo e Bing são os buscadores globais mais acessados. chamados meta tags). Os dados sobre as páginas são armazenados
Buscadores verticais são buscadores que realizam pesquisas em um banco de dados indexado para uso nas pesquisas futuras.
“especializadas” em bases de dados próprias de acordo com suas Alguns sistemas, como o do Google, armazenam todo ou parte da
propensões. Geralmente, a inclusão em um buscador vertical está página de origem (referido como um cache) assim como informa-
relacionada ao pagamento de uma mensalidade ou de um valor ções sobre as páginas, no qual alguns armazenam cada palavra de
por clique. Trovit, BizRate, AchaNoticias, Oodle, Catho, SAPO, cada página encontrada, como o AltaVista. Esta página em cache
BuscaPé, Zura e Become.com são alguns exemplos de buscadores sempre guarda o próprio texto de busca pois, como ele mesmo foi
verticais. indexado, pode ser útil quando o conteúdo da página atual foi atua-
Guias locais são buscadores exclusivamente locais ou regio- lizado e os termos de pesquisa não mais estão contidos nela. Este
nais. As informações se referem a endereços de empresas ou pres- problema pode ser considerado uma forma moderada de linkrot
tadores de serviços. O resultado é priorizados pelo destaque de (perda de links em documentos da Internet, ou seja, quando os
quem contrata o serviço. Listão, GuiaMais, AcheCerto, EuAchei- sites deixaram de existir ou mudaram de endereço), e a maneira
Fácil, Zeen! entre outras. Geralmente são cadastros e publicações como o Google lida com isso aumenta a usabilidade ao satisfazer
pagas. É indicado para profissionais e empresas que desejam ofe- as expectativas dos usuários pelo fato de o termo de busca estarão
na página retornada. Isto satisfaz o princípio de “menos surpresa”,
recer seus produtos ou serviços em uma região, Estado ou Cidade.
pois o usuário normalmente espera que os termos de pesquisa es-
Guias de busca local ou buscador local são buscadores de
tejam nas páginas retornadas. A relevância crescente das buscas
abrangência nacional que lista as empresas e prestadores de servi-
torna muito útil estas páginas em cache, mesmo com o fato de
ços próximas ao endereço do internauta a partir de um texto digi-
que podem manter dados que não mais estão disponíveis em outro
tado. A proximidade é avaliada normalmente pelo cep, Donavera.
lugar.
com, ou por coordenadas de GPs. Os cadastros Básicos são gratui-
Quando um usuário faz uma busca, tipicamente digitando pa-
tos para que as micros empresas ou profissionais liberais possam
lavras-chave, o sistema procura o índice e fornece uma lista das
estar presente na WEB sem que invistam em um sites próprio. É
páginas que melhor combinam ao critério, normalmente com um
indicado para profissionais e empresas que desejam oferecer seus breve resumo contendo o título do documento e, às vezes, partes
produtos ou serviços em uma Localidade, rua, bairro, cidade ou do seu texto. A maior parte dos sistemas suportam o uso de termos
Estado e possibilitando ainda a forma mais rápida de atualização booleanos AND, OR e NOT para melhor especificar a busca. E
dos registros de contatos por seus clientes ou fornecedores. uma funcionalidade avançada é a busca aproximada, que permite
Diretórios de websites são índices de sites, usualmente orga- definir a distância entre as palavras-chave.
nizados por categorias e subcategorias. Tem como finalidade prin- A utilidade de um sistema de busca depende da relevância do
cipal permitir ao usuário encontrar rapidamente sites que desejar, resultado que retorna. Enquanto pode haver milhões de páginas
buscando por categorias, e não por palavras-chave. Os diretórios que incluam uma palavra ou frase em particular, alguns sites po-
de sites geralmente possuem uma busca interna, para que usuários dem ser mais relevantes ou populares do que outros. A maioria
possam encontrar sites dentro de seu próprio índice. Diretórios po- dos sistemas de busca usam métodos para criar um ranking dos
dem ser a nível regional, nacional (como o Achei no Brasil) ou resultados para prover o “melhor” resultado primeiro. Como um
global, e até mesmo especializados em determinado assunto. Open sistema decide quais páginas são melhores combinações, e qual
Directory Project é exemplo de diretórios de sites. ordem os resultados aparecerão, varia muito de um sistema para

Didatismo e Conhecimento 32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
outro. Os métodos também modificam-se ao longo do tempo, en- Essa regra básica vale, também, para os Fóruns construídos
quanto o uso da Internet muda e novas técnicas evoluem. A maior especificamente para a Internet.
parte dos sistemas de busca são iniciativas comerciais suportadas Em um Fórum-web, você pode “depositar” suas dúvidas, críti-
por rendimentos de propaganda e, como resultado, alguns usam a cas e indignações, dar dicas interessantes, deixar lembretes e, ain-
prática controversa de permitir aos anunciantes pagar para ter sua da, trocar informações com outros internautas.
listagem mais alta no ranking nos resultados da busca. Trata-se, portanto, de um espaço democrático onde é possível
A vasta maioria dos serviços de pesquisa são rodados por em- expor ideias, estabelecer contatos e viabilizar ricos processos de
presas privadas usando algoritmos proprietários e bancos de da- aprendizado.
dos fechados, sendo os mais populares o Google, Bing e Yahoo! Um Fórum ou Grupo de Discussão é, basicamente, uma fer-
Search. De qualquer forma, a tecnologia de código-aberto para ramenta que permite que um grupo de usuários, possam trocar
sistemas de busca existe, tal como ht://Dig, Nutch, Senas, Egothor, informações sobre um determinado assunto ou tema. Por exem-
OpenFTS, DataparkSearch e muitos outros. plo, em um fórum de Saúde Pública, podem participar usuários
interessados em aprender mais sobre Saúde Pública. Quando um
Custos de armazenamento e tempo de crawling participante tem uma dúvida ele coloca uma mensagem no fórum,
descrevendo a dúvida. Os demais participantes acessam a mensa-
Os custos de armazenamento não são o recurso limitador na gem e, se um ou mais deles souber a resposta, ele coloca a resposta
implementação de um sistema de busca. Armazenar simplesmen- no fórum, para que todos compartilhem a dica. Vejam que desta
te 10 bilhões de páginas de 10 kbytes cada (comprimidas) requer forma um fórum de discussão é uma ferramenta poderosa para que
100TB e outros aproximados 100TB para índices, dando um cus- se possam compartilhar conhecimentos e dicas, e resolver dúvidas
to de hardware total em menos de $200k: 400 drives de disco de através da Internet.
500GB em 100 PCs baratos. Os fóruns disponibilizam uma série de ferramentas que fa-
De qualquer forma, um sistema público de busca considera- cilitam a sua utilização e a localização das informações deseja-
velmente requer mais recursos para calcular os resultados e prover das. Todas as mensagens “postadas” no fórum são arquivadas. Se
alta disponibilidade. E os custos de operar uma grande server farm você se inscreve em um fórum hoje, você poderá acessar todas as
não são triviais. mensagens postadas anteriormente, desde que o fórum foi inau-
Passar por 10B páginas com 100 máquinas percorrendo links gurado. Estão também disponíveis ferramentas para pesquisar nas
a 100 páginas/segundo levaria 1M segundos, ou 11.6 dias em uma
mensagens arquivadas e para ordená-las por assunto, por data de
conexão de Internet de alta capacidade. A maior parte dos sistemas
postagem, por autor e assim por diante. Você também tem dife-
percorre uma pequena fatia da Web (10-20% das páginas) perto
rentes opções para ter acesso às mensagens. As mais comuns são:
desta freqüência ou melhor, mas também percorre sites dinâmicos
1) receber cada mensagem individualmente via e-mail (eu não
(por exemplo, sites de notícias e blogs) em uma freqüência muito
recomendo esta opção, pois em fóruns muito movimentados, são
mais alta.
geradas centenas de mensagens, diariamente), 2) receber um único
e-mail, com todas as mensagens do dia (eu recomendo esta opção),
Motores de busca geoespaciais
3) consultar as mensagens diretamente via Internet. Existem tam-
Uma recente melhoria na tecnologia de busca é a adição de bém ferramentas para que os participantes possam compartilhar
geocodificação e geoparsing para o processamento dos documen- arquivos, existem fóruns que permitem que cada participante dis-
tos ingeridos. O geoparsing tenta combinar qualquer referência ponibilize uma ou mais fotos, etc.
encontrada a lugares para um quadro geoespacial de referência, - http://br.groups.yahoo.com: Um dos maiores sites com gru-
como um endereço de rua, localizações de dicionário de termos pos de discussão em Português. Existem fóruns sobre os mais
geográficos, ou a uma área (como um limite poligonal para uma variados assuntos, desde assuntos esotéricos, ecologia, história,
municipalidade). Através deste processo de geoparsing, as latitu- geografia, informática, segurança na Internet, esportes de aventu-
des e longitudes são atribuídas aos lugares encontrados e são inde- ra, religião, trabalhos escolares, empreendedorismo, etc. Existem
xadas para uma busca espacial posterior. Isto pode melhorar muito milhares de grupos, divididos em categorias. São realmente muitas
o processo de busca pois permite ao usuário procurar documentos opções. Você também tem a opção de criar um ou mais fóruns,
para uma dada extensão do mapa, ou ao contrário, indicar a loca- sobre assuntos de seu interesse.
lização de documentos combinando com uma dada palavra-chave - http://www.msn.com.br: Serviço muito semelhante ao do
para analisar incidência e agrupamento, ou qualquer combinação Yahoo. Disponibiliza milhares de fóruns de discussão e também
dos dois. Uma empresa que desenvolveu este tipo de tecnologia é permite que você crie seus próprios fóruns.
a MetaCarta, que disponibiliza seu produto como um XML Web - http://www.babooforum.com.br/: Excelentes fóruns, com
Service para permitir maior integração às aplicações existentes. conteúdo realmente muito bom, relacionados aos mais diversos
A MetaCarta também provê uma extensão para o programa assuntos de informática, tais como: Windows XP, Windows 2000,
GIS como a ArcGIS (ESRI) para permitir aos analistas fazerem Hardware, dicas de segurança na Internet, Word, Excel, Access,
buscas interativamente e obter documentos em um contexto avan- PowerPoint, Banco de dados, programação, Redes de computa-
çado geoespacial e analítico. dores, etc.

Fórum de Discussão

Um Fórum de Discussão é, antes de qualquer coisa, um espa-


ço de interatividade.

Didatismo e Conhecimento 33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Wikis Fórum de Discussão

Por trás da badalada Wikipédia, enciclopédia livre que con- Um Fórum de Discussão é, antes de qualquer coisa, um espa-
quistou milhões de leitores e ganhou o status de “tão confiável ço de interatividade.
quanto a Britânica”, se esconde uma tecnologia que começa a ga- Essa regra básica vale, também, para os Fóruns construídos
nhar adeptos no mundo corporativo: os softwares de wiki. Entre especificamente para a Internet.
eles, destacam-se pesos-pesados como a IBM, que aposta na fer- Em um Fórum-web, você pode “depositar” suas dúvidas, críti-
ramenta para facilitar a colaboração a avançar em projetos de uma cas e indignações, dar dicas interessantes, deixar lembretes e, ain-
das suas áreas mais estratégicas: a de inovação. da, trocar informações com outros internautas.
Para definir o que fazem os wikis, ninguém melhor do que ela, Trata-se, portanto, de um espaço democrático onde é possível
a própria Wikipédia: “software colaborativo que permite a edição expor ideias, estabelecer contatos e viabilizar ricos processos de
coletiva dos documentos usando um singelo sistema e sem que o aprendizado.
conteúdo tenha que ser revisto antes da sua publicação”.
Um Fórum ou Grupo de Discussão é, basicamente, uma fer-
O conceito é realmente simples - textos publicados na web
ramenta que permite que um grupo de usuários, possam trocar
que podem ser modificados por qualquer usuário via browser, sem
informações sobre um determinado assunto ou tema. Por exem-
a necessidade de autorização prévia, aliados a um sistema que re-
gistra todas as alterações e as exibe, de forma transparente, tornan- plo, em um fórum de Saúde Pública, podem participar usuários
do a construção do conhecimento muito mais fluída. interessados em aprender mais sobre Saúde Pública. Quando um
Uma das características definitivas da tecnologia wiki é a faci- participante tem uma dúvida ele coloca uma mensagem no fórum,
lidade com que as páginas são criadas e alteradas - geralmente não descrevendo a dúvida. Os demais participantes acessam a mensa-
existe qualquer revisão antes de as modificações serem aceitas, e gem e, se um ou mais deles souber a resposta, ele coloca a resposta
a maioria dos wikis são abertos a todo o público ou pelo menos a no fórum, para que todos compartilhem a dica. Vejam que desta
todas as pessoas que têm acesso ao servidor wiki. Nem o registro forma um fórum de discussão é uma ferramenta poderosa para que
de usuários é obrigatório em todos os wikis. se possam compartilhar conhecimentos e dicas, e resolver dúvidas
As aplicações são as mais diversas. Na web, é possível en- através da Internet.
contrar desde guias de viagem e sites de notícias até verdadeiros Os fóruns disponibilizam uma série de ferramentas que fa-
manuais de tecnologia, abordando temas como Mac, Linux e Java, cilitam a sua utilização e a localização das informações deseja-
todos construídos colaborativamente. Dentro das empresas, as das. Todas as mensagens “postadas” no fórum são arquivadas. Se
possibilidades também são infinitas. “É possível desenvolver pro- você se inscreve em um fórum hoje, você poderá acessar todas as
dutos, elaborar propostas comercias de forma cooperada, criar um mensagens postadas anteriormente, desde que o fórum foi inau-
wiki que ajude a definir as melhores formas de atender um cliente gurado. Estão também disponíveis ferramentas para pesquisar nas
ou estabelecer políticas de recursos humanos, por exemplo”, ex- mensagens arquivadas e para ordená-las por assunto, por data de
plora Sérgio Lozinsky, líder em estratégia corporativa para Améri- postagem, por autor e assim por diante. Você também tem dife-
ca Latina da IBM Global Business Services. rentes opções para ter acesso às mensagens. As mais comuns são:
Os wikis são um dos elementos da chamada Web 2.0, de for- 1) receber cada mensagem individualmente via e-mail (eu não
ma bastante geral, baseia-se em um novo paradigma de produção recomendo esta opção, pois em fóruns muito movimentados, são
de conteúdo, que parte dos usuários para os próprios usuários - geradas centenas de mensagens, diariamente), 2) receber um único
sites de compartilhamento de vídeos (como o YouTube), de fotos e-mail, com todas as mensagens do dia (eu recomendo esta opção),
(Flickr), bookmarks (Del.icio.us), blogs e redes sociais atestam a 3) consultar as mensagens diretamente via Internet. Existem tam-
crescente popularidade do modelo. bém ferramentas para que os participantes possam compartilhar
No mundo corporativo, a aplicação deste modelo pressupõe
arquivos, existem fóruns que permitem que cada participante dis-
não mais uma comunicação hierarquizada, que parte da cúpula
ponibilize uma ou mais fotos, etc.
para a base, mas uma construção difusa das ideias dentro da em-
presa. Em outras palavras, sai de cena a intranet e entram os wikis. - http://br.groups.yahoo.com: Um dos maiores sites com gru-
No Brasil, este é um modelo ainda não muito difundido entre pos de discussão em Português. Existem fóruns sobre os mais
as empresas. “Sabemos de algumas experiências, mas ainda está variados assuntos, desde assuntos esotéricos, ecologia, história,
muito restrito a empresas da área de Tecnologia da Informação. geografia, informática, segurança na Internet, esportes de aventu-
No futuro, esta tecnologia poderá ser usada por empresas da área ra, religião, trabalhos escolares, empreendedorismo, etc. Existem
farmacêutica, para criar um novo remédio, por exemplo. Pensando milhares de grupos, divididos em categorias. São realmente muitas
além, podem ser criados wikis que extrapolam o ambiente interno opções. Você também tem a opção de criar um ou mais fóruns,
e se estendem à cadeia de parceiros das empresas”. sobre assuntos de seu interesse.
Protocolos da Internet - http://www.msn.com.br: Serviço muito semelhante ao do
Yahoo. Disponibiliza milhares de fóruns de discussão e também
É um conjunto de regras e padrões que descrevem modos e permite que você crie seus próprios fóruns.
operação para que os computadores possam trocar dados. - http://www.babooforum.com.br/: Excelentes fóruns, com
A Internet é uma Rede baseada no sistema Unix, sendo estru- conteúdo realmente muito bom, relacionados aos mais diversos
turada de acordo com o modelo de camadas OSI - Open Systems assuntos de informática, tais como: Windows XP, Windows 2000,
Interconnect. Esse modelo revolucionou a interligação de compu- Hardware, dicas de segurança na Internet, Word, Excel, Access,
tadores, através da independência entre os fornecedores de softwa- PowerPoint, Banco de dados, programação, Redes de computa-
re, pois prevê um padrão rígido para conexão de computadores em dores, etc.
vários aspectos, desde a ligação física até a ligação de aplicações.

Didatismo e Conhecimento 34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS OFFICE 2010: WORD – CONCEITOS


BÁSICOS; CRIAÇÃO DE DOCUMENTOS;
ABRIR E SALVAR DOCUMENTOS;
DIGITAÇÃO; EDIÇÃO DE TEXTOS:
ESTILOS; FORMATAÇÃO; TABELAS
E TABULAÇÕES; CABEÇALHO E
RODAPÉS; CONFIGURAÇÃO DE PÁGINA;
CORRETOR ORTOGRÁFICO; IMPRESSÃO;
ÍCONES; ATALHOS DE TECLADO.

O Word possui também guias contextuais quando determina-


dos elementos dentro de seu texto são selecionados, por exemplo,
ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia
com a possibilidade de manipulação do elemento selecionado.

MS WORD

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considera-


do um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que do-
mina o mercado de suítes de escritório, mesmo com o crescimento
de ferramentas gratuitas como Google Docs e Open Office.

Interface
No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos Trabalhando com documentos
do documento , que Ao iniciarmos o Word temos um documento em branco que
como é um novo documento apresenta como título “Documento1”. é sua área de edição de texto. Vamos digitar um pequeno texto
Na esquerda temos a Barra de acesso rápido, que conforme abaixo:
permite acessar alguns comandos mais rapidamente como salvar,
desfazer. Você pode personalizar essa barra, clicando no menu de
contexto (flecha para baixo) à direita dela.
Mais a esquerda tem a ABA Arquivo.
Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir
arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar o do-
cumento (permite adicionar propriedades ao documento, cripto-
grafar, adicionar assinaturas digitais, etc.). Vamos utilizar alguns
destes recursos no andamento de nosso curso.

ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agru-


padas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os grupos de
ferramentas, por exemplo, na guia Inicio, temos “Fonte”, “Pará-
grafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para os usuários os princi-
pais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de
ferramentas, alguns destes grupos possuem pequenas marcações
na sua direita inferior.

Didatismo e Conhecimento 35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Salvando Arquivos Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra
É importante ao terminar um documento, ou durante a digita- de títulos.
ção do mesmo, quando o documento a ser criado é longo, salvar
seu trabalho. Salvar consiste em armazenar se documento em for- Abrindo um arquivo do Word
ma de arquivo em seu computador, pendrive, ou outro dispositivo
de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.
salvar no topo da tela. Será aberta uma tela onde você poderá defi-
nir o nome, local e formato de seu arquivo.

Na esquerda da janela, o botão abrir é o segundo abaixo de


novo, observe também que ele mostra uma relação de documen-
tos recentes, nessa área serão mostrados os últimos documentos
abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao clicar em abrir, será
Observe na janela de salvar que o Word procura salvar seus necessário localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.
arquivos na pasta Documents do usuário, você pode mudar o local
do arquivo a ser salvo, pela parte esquerda da janela. No campo
nome do arquivo, o Word normalmente preenche com o título do
documento, como o documento não possui um título, ele pega os
primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável co-
locar um nome menor e que se aproxime do conteúdo de seu texto.
“Em Tipo a maior mudança, até versão 2003, os documentos eram
salvos no formato”. DOC”, a partir da versão 2010, os documentos
são salvos na versão”. DOCX”, que não são compatíveis com as
versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter ele
compatível com versões anteriores do Word, clique na direita des-
sa opção e mude para Documento do Word 97-2003.

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro lo-


cal ou outro nome, clique no botão Office e escolha Salvar Como.

Visualização do Documento

Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento.


No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·. Anterior a
este controle de zoom temos os botões de forma de visualização
de seu documento, que podem também ser acessados
pela Aba Exibição.

Didatismo e Conhecimento 36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
para documentações, então é comum escutar “o documento tem
que estar dentro das normas”, não vou me atentar a nenhuma das
normas especificas, porém vou ensinar como e onde estão as op-
Os cinco primeiros botões são os mesmos que temos em mi- ções de configuração de um documento.
niaturas no rodapé. No Word 2010 a ABA que permite configurar sua página é a
• Layout de Impressão: Formato atual de seu documento é ABA Layout da Página.
o formato de como seu documento ficará na folha impressa.
• Leitura em Tela Inteira: Ele oculta as barras de seu do-
cumento, facilitando a leitura em tela, observe que no rodapé do
documento à direita, ele possui uma flecha apontado para a próxi-
ma página. Para sair desse modo de visualização, clique no botão
fechar no topo à direita da tela.
• Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visualização
na Internet, esse formato existe, pois muitos usuários postam tex-
tos produzidos no Word em sites e blogs na Internet.
• Estrutura de Tópicos: Permite visualizar seu documento
em tópicos, o formato terá melhor compreensão quando trabalhar-
mos com marcadores.
• Rascunho: É o formato bruto, permite aplicar diversos
recursos de produção de texto, porém não visualiza como impres-
são nem outro tipo de meio.
O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição permite tra-
balhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão Zoom o Word
apresenta a seguinte janela:

O grupo “Configurar Página”, permite definir as margens de


seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-definidos, como
também personalizá-las.
Ao personalizar as margens, é possível alterar as margens su-
perior, esquerda, inferior e direita, definir a orientação da página,
se retrato ou paisagem, configurar a fora de várias páginas, como
normal, livro, espelho. Ainda nessa mesma janela temos a guia
Papel.

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido, ou co-


locarmos a porcentagem desejada, podemos visualizar o documen-
to em várias páginas. E finalizando essa aba temos as formas de
exibir os documentos aberto em uma mesma seção do Word.

Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de alimen-


tação do papel.
Configuração de Documentos

Um dos principais cuidados que se deve ter com seus docu-


mentos é em relação à configuração da página. A ABNT (Associa-
ção Brasileira de Normas Técnicas) possui um manual de regras

Didatismo e Conhecimento 37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as suas
colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-definidas, mas
você pode colocar em um número maior de colunas, adicionar li-
nha entre as colunas, definir a largura e o espaçamento entre as
colunas. Observe que se você pretende utilizar larguras de colunas
diferentes é preciso desmarcar a opção “Colunas de mesma largu-
ra”. Atente também que se preciso adicionar colunas a somente
uma parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto.

A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primeira


opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como será uma
nova seção do documento, vamos aprender mais frente como tra-
balhar com seções. Números de Linha
Em cabeçalhos e rodapés podemos definir se vamos utilizar
cabeçalhos e rodapés diferentes nas páginas pares e ímpares, e se É bastante comum em documentos acrescentar numeração nas
quero ocultar as informações de cabeçalho e rodapé da primeira páginas dos documentos, o Word permite que você possa fazer fa-
página. Em Página, pode-se definir o alinhamento do conteúdo do cilmente, clicando no botão “Números de Linhas”.
texto na página. O padrão é o alinhamento superior, mesmo que
fique um bom espaço em branco abaixo do que está editado. Ao es-
colher a opção centralizada, ele centraliza o conteúdo na vertical.
A opção números de linha permite adicionar numeração as linhas
do documento.

Ao clicar em “Opções de Numeração de Linhas...”, abre-se a


janela que vimos em Layout.

Plano de Fundo da Página

Colunas

Podemos adicionar as páginas do documento, marcas d’água,


cores e bordas. O grupo Plano de Fundo da Página possui três bo-
tões para modificar o documento.
Clique no botão Marca d’água.

Didatismo e Conhecimento 38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O botão Bordas da Página, já estudamos seu funcionamento


ao clicar nas opções de Margens.

Selecionando Textos

Embora seja um processo simples, a seleção de textos é indis-


pensável para ganho de tempo na edição de seu texto. Através da
seleção de texto podemos mudar a cor, tamanho e tipo de fonte,
etc.

Selecionando pelo Mouse

Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o cursor


aponta para a direita.
• Ao dar um clique ele seleciona toda a linha
• Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo.
• Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
• Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
• Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
• Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
O Word apresenta alguns modelos, mais abaixo temos o item Podemos também clicar, manter o mouse pressionado e arras-
Personalizar Marca D’água. Clique nessa opção. tar até onde se deseja selecionar. O problema é que se o mouse for
solto antes do desejado, é preciso reiniciar o processo, ou pressio-
nar a tecla SHIFT no teclado e clicar ao final da seleção desejada.
Podemos também clicar onde começa a seleção, pressionar a tecla
SHIFT e clicar onde termina a seleção. É possível selecionar pala-
vras alternadas. Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá
selecionando as partes do texto que deseja modificar.

Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que qual-
quer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho CTRL+C
(copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o primeiro
grupo na ABA Inicio.

Nesta janela podemos definir uma imagem como marca


d’água, basta clicar em Selecionar Imagem, escolher a imagem Este é um processo comum, porém um cuidado importante é
e depois definir a dimensão e se a imagem ficará mais fraca (des- quando se copia texto de outro tipo de meio como, por exemplo,
botar) e clicar em OK. Como também é possível definir um texto da Internet. Textos na Internet possuem formatações e padrões de-
como marca d’água. O segundo botão permite colocar uma cor de ferentes dos editores de texto. Ao copiar um texto da Internet, se
fundo em seu texto, um recurso interessante é que o Word verifica você precisa adequá-lo ao seu documento, não basta apenas clicar
a cor aplicada e automaticamente ele muda a cor do texto. em colar, é necessário clicar na setinha apontando para baixo no
botão Colar, escolher Colar Especial.

Didatismo e Conhecimento 39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibi-
lidade de se formatar o texto. No Office 2010 a ABA responsável
pela formatação é a Inicio e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.

Formatação de Fonte
A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho
de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para formatar uma
palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é neces-
sário selecionar o texto, se quiser formatar somente uma letra tam-
bém é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível
o tipo de letra, tamanho, botões de aumentar fonte e diminuir fon-
Observe na imagem que ele traz o texto no formato HTML. te, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao
Precisa-se do texto limpo para que você possa manipulá-lo, mar- lado de sublinhado temos uma seta apontando para baixo, ao clicar
que a opção Texto não formatado e clique em OK. nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.
Localizar e Substituir
Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro dela te-
mos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique na opção Subs-
tituir.

A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que
Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite substituir em coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e sobrescrito
seu documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita e o botão Maiúsculas e Minúsculas.
uma a uma, clicando em substituir, ou pode ser todas de uma única
vez clicando-se no botão Substituir Tudo.
Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela
mesma, porém com outra cor, ou então somente quando escrita em
maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
• Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pes-
quisa;
• Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada
exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
• Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não par-
te de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
• Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que Este botão permite alterar a colocação de letras maiúsculas e
você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você digitou *ão minúsculas em seu texto. Após esse botão temos o de realce – que
o Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão. permite colocar uma cor de fundo para realçar o texto e o botão de
• Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonori- cor do texto.
dade, mas escrita diferente. Disponível somente para palavras em
inglês.
• Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da
palavra, não será permitida se as opções usar caractere coringa e
semelhantes estiverem marcadas.
• Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especifi-
cado como formatação.
• Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar.
A caixa de seleção usar caracteres curinga.

Didatismo e Conhecimento 40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento entre os
caracteres que pode ser condensado ou comprimido, a posição é
referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo que se faça algo
como: .

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras, pois al-


gumas vezes acontece de as letras ficaram com espaçamento entre
elas de forma diferente. Uma ferramenta interessante do Word é a
ferramenta pincel, pois com ela você pode copiar toda a formata-
ção de um texto e aplicar em outro.

Formatação de parágrafos

A principal regra da formatação de parágrafos é que indepen-


dente de onde estiver o cursor a formatação será aplicada em todo
o parágrafo, tendo ele uma linha ou mais. Quando se trata de dois
ou mais parágrafos será necessário selecionar os parágrafos a se-
rem formatados. A formatação de parágrafos pode ser localizada
Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte. na ABA Inicio, e os recuos também na ABA Layout da Página.

No grupo da Guia Inicio, temos as opções de marcadores (bul-


lets e numeração e listas de vários níveis), diminuir e aumentar
recuo, classificação e botão Mostrar Tudo, na segunda linha temos
os botões de alinhamentos: esquerda, centralizado, direita e justifi-
cado, espaçamento entre linhas, observe que o espaçamento entre
linhas possui uma seta para baixo, permitindo que se possa definir
qual o espaçamento a ser utilizado.

A janela fonte contém os principais comandos de formatação


e permite que você possa observar as alterações antes de aplica.
Ainda nessa janela temos a opção Avançado.

Cor do Preenchimento do Parágrafo.

Didatismo e Conhecimento 41
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Bordas no parágrafo. As opções disponíveis são praticamente as mesmas disponí-
veis pelo grupo.

Podemos trabalhar os recuos de texto também pelas réguas


superiores.

Marcadores e Numeração

Os marcadores e numeração fazem parte do grupo parágrafos,


mas devido a sua importância, merecem um destaque. Existem
dois tipos de marcadores: Símbolos e Numeração.

Na guia parágrafo da ABA Layout de Página temos apenas


os recuos e os espaçamentos entre parágrafos. Ao clicar na Faixa
do grupo Parágrafos, será aberta a janela de Formatação de Pará-
grafos.

A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto tenha


níveis de marcação como, por exemplo, contratos e petições. Os
marcadores do tipo Símbolos como o nome já diz permite adicio-
nar símbolos a frente de seus parágrafos.
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar antes
do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressionar a tecla TAB
no teclado.

Você pode observar que o Word automaticamente adicionou


outros símbolos ao marcador, você pode alterar os símbolos dos
marcadores, clicando na seta ao lado do botão Marcadores e esco-
lhendo a opção Definir Novo Marcador.

Didatismo e Conhecimento 42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

Podemos começar escolhendo uma definição de borda (caixa,


sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada uma das bordas
na direita onde diz Visualização. Pode-se pelo meio da janela es-
pecificar cor e largura da linha da borda. A Guia Sombreamento
permite atribuir um preenchimento de fundo ao texto selecionado.
Onde você poderá escolher a Fonte (No caso aconselha-se a Você pode escolher uma cor base, e depois aplicar uma textura
utilizar fontes de símbolos como a Winddings, Webdings), e de- junto dessa cor.
pois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você poderá utilizar uma
imagem do Office, e ao clicar no botão importar, poderá utilizar Cabeçalho e Rodapé
uma imagem externa. O Word sempre reserva uma parte das margens para o cabeça-
lho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e rodapé, clique
Bordas e Sombreamento na ABA Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.

Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso texto.


Podem ser bordas simples aplicadas a textos e parágrafos. Bordas
na página como vimos quando estudamos a ABA Layout da Página
e sombreamentos. Selecione o texto ou o parágrafo a ser aplicado
à borda e ao clicar no botão de bordas do grupo Parágrafo, você
pode escolher uma borda pré-definida ou então clicar na última Ele é composto de três opções Cabeçalho, Rodapé e Número
opção Bordas e Sombreamento. de Página.

Didatismo e Conhecimento 43
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para aplicar números de páginas automaticamente em seu ca-
beçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome o cui-
dado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele
aplicará o número da página no rodapé. Podemos também aplicar
cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta
que ambos estejam em seções diferentes do documento. O cuidado
é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular
ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho,
apenas deve-se clicar no botão Rodapé.

Data e Hora

O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data


Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas opções e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo Texto, temos
de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao clicar em Edi- o botão Data e Hora.
tar Cabeçalho o Word edita a área de cabeçalho e a barra superior
passa a ter comandos para alteração do cabeçalho.

A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o


restante do documento fica em segundo plano. Tudo o que for inse-
rido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção
se você definiu seções diferentes nas páginas.

Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. Se


precisar que esse campo sempre atualize data, marque a opção
Atualizar automaticamente.

Inserindo Elementos Gráficos


O Word permite que se insira em seus documentos arquivos
gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções de inser-
ção estão disponíveis na ABA Inserir.

Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemento Imagem.
Para inserir uma imagem clique no botão com o mesmo nome no
grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na janela que se abre, localize o
arquivo de imagem em seu computador.

Didatismo e Conhecimento 44
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Pode-se aplicar a compactação a imagem selecionada, ou a


todas as imagens do texto. Podemos alterar a resolução da ima-
gem. A opção Redefinir Imagem retorna a imagem ao seu estado
inicial, abandonando todas as alterações feitas. O próximo grupo
chama-se Sombra, como o próprio nome diz, permite adicionar
uma sombra a imagem que foi inserida.
A imagem será inserida no local onde estava seu cursor.
O que será ensinado agora é praticamente igual para todo os
elementos gráficos, que é a manipulação dos elementos gráficos.
Ao inserir a imagem é possível observar que a mesma enquan-
to selecionada possui uma caixa pontilhadas em sua volta, para
mover a imagem de local, basta clicar sobre ela e arrastar para o
local desejado, se precisar redimensionar a imagem, basta clicar
em um dos pequenos quadrados em suas extremidades, que são No botão Efeitos de Sombra, você poderá escolher algumas
chamados por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção posições de sombra (Projetada, Perspectiva) e cor da sombra. Ao
da imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do texto. lado deste botão é possível definir a posição da sombra e no meio a
Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as configurações opção de ativar e desativar a sombra. No grupo Organizar é possí-
de manipulação da imagem. vel definir a posição da imagem em relação ao texto.

O primeiro grupo é o Ajustar, dentre as opções temos Brilho e


Contraste, que permite clarear ou escurecer a imagem e adicionar
ou remover o contraste. Podemos recolorir a imagem.
O primeiro dos botões é a Posição, ela permite definir em qual
posição a imagem deverá ficar em relação ao texto.

Entre as opções de recolorir podemos colocar nossa imagem


em tons de cinza, preto e branco, desbotar a imagem e remover
uma cor da imagem. Este recurso permite definir uma imagem
com fundo transparente. A opção Compactar Imagens permite dei-
xar sua imagem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta
opção o Word mostra a seguinte janela:
Ao clicar na opção Mais Opções de Layout abre-se a jane-
la Layout Avançado que permite trabalhar a disposição da ima-
gem em relação ao bloco de texto no qual ela esta inserida. Essas
mesmas opções estão disponíveis na opção Quebra Automática

Didatismo e Conhecimento 45
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
de Texto nesse mesmo grupo. Ao colocar a sua imagem em uma Os comandos vistos até o momento estavam disponíveis da
disposição com o texto, é habilitado alguns recursos da barra de seguinte forma, pois nosso documento esta salvo em.DOC – ver-
imagens. Como bordas são compatível com Office XP e 2003. Ao salvar o documento em
.DOCX compatível somente com a versão 2010, acontecem algu-
mas alterações na barra de imagens.

Através deste grupo é possível acrescentar bordas a sua ima-


gem E no grupo Organizar ele habilita as opções de Trazer para
Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no botão Trazer para No grupo Ajustar já temos algumas alterações, ao clicar no
Frente, ele abre três opções: Trazer para Frente e Avançar, são uti- item Cor. Em estilos de imagem podemos definir bordas e som-
breamentos para a imagem.
lizadas quando houver duas ou mais imagens e você precisa mu-
dar o empilhamento delas. A opção Trazer para Frente do Texto
faz com que a imagem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma
imagem e ao selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você
poderá alinhar as suas imagens.

Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem

O último grupo é referente às dimensões da imagem.

Clip Art

Clip-Art são imagens, porém são imagens que fazem parte


do pacote Office. Para inserir um clipart, basta pela ABA Inserir,
Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redimensionar clicar na opção Clip-Art. Na direita da tela abre-se a opção de con-
a imagem definindo Largura e Altura. sulta aos clip-Art.

Didatismo e Conhecimento 46
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar
na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir as suas
dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as proprie-
dade para modificar a forma.

O primeiro grupo chama-se Inserir Forma, ele possui a fer-


ramenta de Inserir uma forma. Ao lado temos a ferramenta Editar
Forma essa ferramenta permite trabalhar os nós da forma – Algu-
mas formas bloqueiam a utilização dessa ferramenta. Abaixo dela
temos a ferramenta de caixa de texto, que permite adicionar uma
caixa de texto ao seu documento. Estando com uma forma fecha-
da, podemos transformar essa forma em uma caixa de texto. Ao
lado temos o Grupo Estilos de Forma.

Clique sobre a imagem a ser adicionada ao seu texto com o


botão direito e escolha Copiar (CTRL+C). Clique em seu texto
Os primeiros botões permitem aplicar um estilo a sua forma.
onde o Clip-Art deve ser adicionado e clique em Colar (CTRL+V)
As configurações de manipulação do clip-art são as mesmas das
imagens.
Formas

Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto

Ainda nesse grupo temos a opção de trabalharmos as cores,


contorno e alterar a forma.

Didatismo e Conhecimento 47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na guia gradiente, temos as opções de Uma cor, Duas cores e


Pré-definidas.
Ao escolher uma cor você pode escolher a cor a ser aplicada,
se quer ela mais para o claro ou escuro, pode definir a transparên-
cia do gradiente e como será o sombreamento.
A opção Imagem preenche sua forma com alguma imagem. A
opção Gradação permite aplicar tons de gradiente em sua forma.

Ao clicar na opção Duas Cores, você pode definir a cor 1 e cor


2, o nível de transparência e o sombreamento.

Ao clicar em Mais Gradações, será possível personalizar a


forma como será o preenchimento do gradiente.

Didatismo e Conhecimento 48
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao clicar em Pré-definidas, o Office possui algumas cores de
preenchimento prontas.

Basta selecionar o tipo de organograma a ser trabalhado e cli-


que em OK. Porém se o formato de seu documento for DOCX, a
janela a ser mostrada será:
A Guia Textura permite aplicar imagens como texturas ao
preenchimento, a guia Padrão permite aplicar padrões de preenchi-
mento e imagem permite aplicar uma imagem Após o grupo Esti-
los de Forma temos o grupo sombra e após ele o grupo Efeitos 3D.

Em hierarquia, escolha o primeiro da segunda linha e clique


em OK.

Podemos aplicar efeitos tridimensionais em nossas formas.


Além de aplicar o efeitos podemos mudar a cor do 3D, alterar a
profundidade, a direção, luminosidade e superfície. As demais op-
ções da Forma são idênticas as das imagens.

SmartArt

O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu


documento. Se você estiver usando o Office 2003 ou seu docu-
mento estiver salvo em DOC, ao clicar nesse botão, ele habilita a
seguinte janela: Altere os textos conforme a sua necessidade. Ao clicar no topo
em Ferramentas SmartArt, serão mostradas as opções de alteração
do objeto.

Didatismo e Conhecimento 49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu
texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

O primeiro botão é o de Adicionar uma forma. Basta clicar em


um botão do mesmo nível do que será criado e clicar neste botão. O primeiro grupo é o Texto, nesse grupo podemos editar o
Outra forma de se criar novas caixas dentro de um mesmo nível é texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No grupo
ao terminar de digitar o texto pressionar ENTER. Ainda no grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois
Criar Gráfico temos os botões de Elevar / Rebaixar que permite temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar e Tamanho.
mudar o nível hierárquico de nosso organograma. Tabelas
As tabelas são com certeza um dos elementos mais importan-
No grupo Layout podemos mudar a disposição de nosso or- tes para colocar dados em seu documento.
ganograma. Use tabelas para organizar informações e criar formas de pá-
ginas interessantes e disponibilizar seus dados.
O próximo grupo é o Estilos de SmartArt que permite mudar
as cores e o estilo do organograma. Para inserir uma tabela, na ABA Inserir clique no botão Ta-
bela.

Ao clicar no botão de Tabela, você pode definir a quantidade


de linhas e colunas, pode clicar no item Inserir Tabela ou Desenhar
a Tabela, Inserir uma planilha do Excel ou usar uma Tabela Rápida
que nada mais são do que tabelas prontas onde será somente neces-
WordArt sário alterar o conteúdo.

Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo


os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele ainda
mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo
Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt Selecione um for-
mato de WordArt e clique sobre ele.

Didatismo e Conhecimento 50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Você pode criar facilmente uma tabela mais complexa, por Nesta janela existem quatro Guias.
exemplo, que contenha células de diferentes alturas ou um número A primeira é relativa à tabela, pode-se definir a largura da ta-
variável de colunas por linha semelhante à maneira como você usa bela, o alinhamento e a quebra do texto na tabela. Ao clicar no
uma caneta para desenhar uma tabela. botão Bordas e Sombreamento abre-se a janela de bordas e som-
breamento estudada anteriormente. Ao clicar em Opções é possí-
Ao desenhar a caixa que fará parte da tabela, você pode uti- vel definir as margens das células e o espaçamento entre as células.
lizar o topo

Ferramentas de Tabela.

Através do grupo Opções de Estilo de Tabela é possível defi-


nir células de cabeçalho. O grupo Estilos de Tabela permite aplicar
uma formatação a sua tabela e o grupo Desenhar Bordas permite
definir o estilo, espessura e cor da linha. O botão Desenhar Tabela
transforma seu cursor em um lápis para desenhar as células de sua
tabela, e o botão Borracha apaga as linhas da tabela.

Você pode observar também que ao estar com alguma célula


da tabela com o cursor o Word acrescenta mais uma ABA ao final, O segundo grupo é o Linhas e Colunas permite adicionar e
chamada Layout, clique sobre essa ABA. remover linhas e colunas de sua tabela.

O primeiro grupo Tabela permite selecionar em sua tabela,


apenas uma célula, uma linha, uma coluna ou toda a tabela.

Ao clicar na Faixa deste grupo ele abre uma janela onde é


possível deslocar células, inserir linhas e colunas. O terceiro grupo
é referente à divisão e mesclagem de células.

Ao clicar na opção Propriedades será aberto uma janela com


as propriedades da janela.

A opção Mesclar Células, somente estará disponível se você


selecionar duas ou mais células. Esse comando permite fazer com
que as células selecionadas tornem-se uma só.

A opção dividir células permite dividir uma célula. Ao clicar


nessa opção será mostrada uma janela onde você deve definir em
quantas linhas e colunas a célula será dividida.

Didatismo e Conhecimento 51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O botão Converter em Texto permite transformar sua tabela
em textos normal. A opção fórmula permite fazer cálculos na ta-
bela.

ABA Revisão

A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comen-


tários etc., de seu documento.

A opção dividir tabela insere um parágrafo acima da célula


que o cursor está, dividindo a tabela. O grupo Tamanho da Célula
permite definir a largura e altura da célula. A opção AutoAjuste O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão
tem a função de ajustar sua célula de acordo com o conteúdo den- o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.
tro dela.

O grupo Alinhamento permite definir o alinhamento do con-


teúdo da tabela. O botão Direção do Texto permite mudar a direção
de seu texto. A opção Margens da Célula, permite alterar as mar-
gens das células como vimos anteriormente.

O objetivo desta ferramenta e verificar todo o seu documento


em busca de erros.

O grupo Dados permite classificar, criar cálculos, etc., em sua Os de ortografia ele marca em vermelho e os de gramática em
tabela. verde. É importante lembrar que o fato dele marcar com cores para
verificação na impressão sairá com as cores normais. Ao encontrar
uma palavra considerada pelo Word como errada você pode:

• Ignorar uma vez: Ignora a palavra somente nessa parte


do texto.

A opção classificar como o próprio nome diz permite classifi- • Ignorar Todas: Ignora a palavra quando ela aparecer em
car os dados de sua tabela. qualquer parte do texto.

• Adicionar ao dicionário: Adiciona a palavra ao dicioná-
rio do Word, ou seja, mesmo que ela apareça em outro texto ela
não será grafada como errada. Esta opção deve ser utilizada quan-
do palavras que existam, mas que ainda não façam parte do Word.

• Alterar: Altera a palavra. Você pode alterá-la por uma
palavra que tenha aparecido na caixa de sugestões, ou se você a
corrigiu no quadro superior.

• Alterar Todas: Faz a alteração em todas as palavras que
estejam da mesma forma no texto.

Impressão

Ele abre a seguinte janela e coloca sua primeira linha como a Para imprimir seu documento o processo é muito simples. Cli-
linha de cabeçalho, você pode colocar até três colunas como crité- que no botão Office e ao posicionar o mouse em Imprimir ele abre
rios de classificação. algumas opções.

Didatismo e Conhecimento 52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Estilos

Os estilos podem ser considerados formatações prontas a se-


rem aplicadas em textos e parágrafos. O Word disponibiliza uma
grande quantidade de estilos através do grupo estilos.

Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você clicar em


seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um estilo existente, ele Será mostrado todos os estilos presentes no documento em
aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém se algum texto estiver uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela existem três bo-
selecionado o estilo será aplicado somente ao que foi selecionado. tões, o primeiro deles chama-se Novo Estilo, clique sobre ele.

Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Título2


em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado somente no
texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na linha de baixo o texto
foi selecionado, então a aplicação do estilo foi somente no que
estava selecionado. Ao clicar no botão Alterar Estilos é possível
acessar a diversas definições de estilos através da opção Conjunto
de Estilos.

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo, defini que


ele será aplicado a parágrafos, que a base de criação dele foi o
estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar um novo parágrafo o
próximo será também corpo.
Abaixo definir a formatação a ser aplicada no mesmo. Na par-
te de baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e que
o mesmo está disponível somente a este documento. Ao finalizar
clique em OK. Veja um exemplo do estilo aplicado:
Podemos também se necessário criarmos nossos próprios esti-
los. Clique na Faixa do grupo Estilo.

Didatismo e Conhecimento 53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Índices

Sumário
O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele normal-
mente aparece no inicio de documentos. A principal regra é que
todo parágrafo que faça parte de seu índice precisa estar atrelado a
um estilo. Clique no local onde você precisa que fique seu índice
e clique no botão Sumário. Serão mostrados alguns modelos de
sumário, clique em Inserir Sumário.

Será aberta outra janela, nesta janela aparecem todos os estilos


presentes no documento, então é nela que você define quais estilos
farão parte de seu índice.

No exemplo apliquei o nível 1 do índice ao estilo Título 1, o


nível 2 ao Título 2 e o nível 3 ao Título 3. Após definir quais serão
suas entradas de índice clique em OK.

Retorna-se a janela anterior, onde você pode definir qual será


o preenchimento entre as chamadas de índice e seu respectivo nú-
mero de página e na parte mais abaixo, você pode definir o Forma-
to de seu índice e quantos níveis farão parte do índice.

Ao clicar em Ok, seu índice será criado.

Quando houver necessidade de atualizar o índice, basta clicar


com o botão direito do mouse em qualquer parte do índice e esco-
lher Atualizar Campo.

Será mostrada uma janela de configuração de seu índice. Cli-


que no botão Opções.

Na janela que se abre escolha Atualizar o índice inteiro.

Didatismo e Conhecimento 54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

EXCEL – CONCEITOS BÁSICOS;


CRIAÇÃO DE DOCUMENTOS;
ABRIR E SALVAR DOCUMENTOS;
ESTILOS; FORMATAÇÃO; FÓRMULAS
E FUNÇÕES; GRÁFICOS; CORRETOR
ORTOGRÁFICO; IMPRESSÃO; ÍCONES;
ATALHOS DE TECLADO; USO DOS
RECURSOS.

MS EXCEL
O Excel é uma das melhores planilhas existentes no mercado. Na janela que é mostrada é possível inserir uma nova planilha,
As planilhas eletrônicas são programas que se assemelham a uma excluir uma planilha existente, renomear uma planilha, mover ou
folha de trabalho, na qual podemos colocar dados ou valores em copiar essa planilha, etc...
forma de tabela e aproveitar a grande capacidade de cálculo e
armazenamento do computador para conseguir efetuar trabalhos Movimentação na planilha
que, normalmente, seriam resolvidos com uma calculadora, lápis Para selecionar uma célula ou torná-la ativa, basta movimen-
e papel. A tela do computador se transforma numa folha onde tar o retângulo (cursor) de seleção para a posição desejada. A mo-
podemos observar uma série de linhas (números) e colunas vimentação poderá ser feita através do mouse ou teclado.
(letras). A cada encontro de uma linha com uma coluna temos uma Com o mouse para selecionar uma célula basta dar um clique
célula onde podemos armazenar um texto, um valor, funções ou em cima dela e observe que a célula na qual você clicou é mostrada
fórmula para os cálculos. O Excel oferece, inicialmente, em uma como referência na barra de fórmulas.
única pasta de trabalho três planilhas, mas é claro que você poderá
inserir mais planilhas conforma sua necessidade.

Interface
A interface do Excel segue o padrão dos aplicativos Office,
com ABAS, Botão Office, controle de Zoom na direita. O que
muda são alguns grupos e botões exclusivos do Excel e as guias de
planilha no rodapé à esquerda:

Se você precisar selecionar mais de uma célula, basta manter


pressionado o mouse e arrastar selecionando as células em sequên-
cia.

Guias de Planilha

Um arquivo do Excel ao iniciar com três guias de planilha, Se precisar selecionar células alternadamente, clique sobre a
estas guias permite que se possa em um único arquivo armazenar primeira célula a ser selecionada, pressione CTRL e vá clicando
mais de uma planilha, inicialmente o Excel possui três planilhas, nas que você quer selecionar.
e ao final da Plan3 temos o ícone de inserir planilha que cria uma
nova planilha. Você pode clicar com o botão direito do mouse em
uma planilha existente para manipular as planilhas.

Didatismo e Conhecimento 55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dê um nome ao seu arquivo, defina o local onde ele deverá ser
salvo e clique em Salvar, o formato padrão das planilhas do Excel
2010 é o xlsx, se precisar salvar em xls para manter compatibilida-
de com as versões anteriores é preciso em tipo definir como Pasta
de Trabalho do Excel 97 – 2003.
Para abrir um arquivo existente, clique no botão Office e de-
pois no botão Abrir, localize seu arquivo e clique sobre ele e depois
em abrir.

Podemos também nos movimentar com o teclado, neste caso


usamos a combinação das setas do teclado com a tecla SHIFT.

Operadores e Funções

A função é um método utilizado para tornar mais fácil e rápido


Entrada de textos e números a montagem de fórmulas que envolvem cálculos mais complexos
e vários valores.
Na área de trabalho do Excel podem ser digitados caracteres, Existem funções para os cálculos matemáticos, financeiros e
números e fórmulas. Ao finalizar a digitação de seus dados, você estatísticos. Por exemplo, na função: =SOMA (A1:A10) seria o
pode pressionar a tecla ENTER, ou com as setas mudar de célula, mesmo que (A1+A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que
esse recurso somente não será válido quando estiver efetuando um com a função o processo passa a ser mais fácil. Ainda conforme
cálculo. Caso precise alterar o conteúdo de uma célula sem preci- o exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar um
sar redigitar tudo novamente, clique sobre ela e pressione F2, faça cálculo com sinal de igual (=) e usa-se nos cálculos a referência de
sua alteração e pressione ENTER em seu teclado. células (A1) e não somente valores.

Salvando e Abrindo Arquivos A quantidade de argumentos empregados em uma função de-


pende do tipo de função a ser utilizada. Os argumentos podem ser
Para salvar uma planilha o processo é igual ao feito no Word, números, textos, valores lógicos, referências, etc...
clique no botão Office e clique me Salvar.
Operadores

Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer


cálculos e comparações entre as células. Os operadores são:

Vamos montar uma planilha simples.

Didatismo e Conhecimento 56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
é fazer =A4*C4 com isso eu multiplico referenciando as células,
independente do conteúdo dela, ele fará a multiplicação, desde que
ali se tenha um número.

Observe que o conteúdo de algumas células é maior que a sua


largura, podemos acertar isso da seguinte forma.
Se precisar trabalhar a largura de uma coluna, posiciono o
mouse entre as colunas, o mouse fica com o formato de uma flecha
de duas pontas, posso arrastar para definir a nova largura, ou posso Observe que ao fazer o cálculo é colocado também na barra
dar um duplo clique que fará com que a largura da coluna acerte- de fórmulas, e mesmo após pressionar ENTER, ao clicar sobre a
se com o conteúdo. Posso também clicar com o botão direito do célula onde está o resultado, você poderá ver como se chegou ao
mouse e escolher Largura da Coluna. resultado pela barra de fórmulas.

Para o cálculo do teclado é necessário então fazer o cálculo da


segunda linha A5*C5 e assim sucessivamente. Observamos então
que a coluna representada pela letra não muda, muda-se somente
o número que representa a linha, e se nossa planilha tivesse uma
grande quantidade de produtos, repetir o cálculo seria cansativo e
com certeza sujeita a erros. Quando temos uma sequência de cál-
culos como a nossa planilha o Excel permite que se faça um único
cálculo e ao posicionar o cursor do mouse no canto inferior direito
O objetivo desta planilha é calcularmos o valor total de cada da célula o cursor se transforma em uma cruz (não confundir com
produto (quantidade multiplicado por valor unitário) e depois o a seta branca que permite mover o conteúdo da célula e ao pres-
total de todos os produtos. sionar o mouse e arrastar ele copia a fórmula poupando tempo).
Para o total de cada produto precisamos utilizar o operador de Para calcular o total você poderia utilizar o seguinte cálculo
multiplicação (*), no caso do Mouse temos que a quantidade está D4+D5+D6+D7+D8, porém isso não seria nada pratico em plani-
na célula A4 e o valor unitário está na célula C4, o nosso caçulo lhas maiores. Quando tenho sequências de cálculos o Excel per-
será feito na célula D4. mite a utilização de funções.
Poderíamos fazer o seguinte cálculo =1*20 que me traria o re- No caso a função a ser utilizada é a função SOMA, a sua es-
sultado, porém bastaria alterar o valor da quantidade ou o V. unitá- trutura é =SOMA(CelIni:Celfim), ou seja, inicia-se com o sinal de
rio que eu precisaria fazer novamente o cálculo. O correto é então igual (=), escreve-se o nome da função, abrem-se parênteses, cli-

Didatismo e Conhecimento 57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ca-se na célula inicial da soma e arrasta-se até a última célula a
ser somada, este intervalo é representado pelo sinal de dois pontos
(:), e fecham-se os parênteses.

Embora você possa fazer manualmente na célula o Excel pos-


sui um assistente de função que facilita e muito a utilização das
mesmas em sua planilha. Na ABA Inicio do Excel dentro do grupo
Edição existe o botão de função.

A primeira função é justamente Soma, então clique na célula e


clique no botão de função.

A guia mostrada nesta janela é a Fonte nela temos o tipo da le-


tra, estilo, tamanho, sublinhado e cor, observe que existem menos
recursos de formatação do que no Word.
A guia Número permite que se formatem os números de suas
células. Ele dividido em categorias e dentro de cada categoria ele
possui exemplos de utilização e algumas personalizações como,
por exemplo, na categoria Moeda em que é possível definir o sím-
bolo a ser usado e o número de casas decimais.

Observe conforme a imagem que o Excel acrescenta a soma


e o intervalo de células pressione ENTER e você terá seu cálculo.

Formatação de células
A formatação de células é muito semelhante a que vimos para
formatação de fonte no Word, basta apenas que a célula onde será
aplicada a formatação esteja selecionada, se precisar selecionar
mais de uma célula, basta selecioná-las.
As opções de formatação de célula estão na ABA Inicio.

Temos o grupo Fonte que permite alterar a fonte a ser utili-


zada, o tamanho, aplicar negrito, itálico e sublinhado, linhas de
grade, cor de preenchimento e cor de fonte. Ao clicar na faixa do
grupo será mostrada a janela de fonte.
A guia Alinhamento permite definir o alinhamento do conteú-
do da célula na horizontal e vertical, além do controle do texto.

Didatismo e Conhecimento 58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Vamos colocar também a linha onde estão Quant, Produto


etc... em negrito e centralizado.
A guia Bordas permite adicionar bordas a sua planilha, em-
bora a planilha já possua as linhas de grade que facilitam a identi- O título Relação de Produtos ficará melhor visualmente se es-
ficação de suas células, você pode adicionar bordas para dar mais tiver centralizado entra a largura da planilha, então selecione desde
destaque. a célula A1 até a célula D1 depois clique no botão Mesclar e Cen-
tralizar centralize e aumente um pouco o tamanho da fonte.

Para finalizar selecione toda a sua planilha e no botão de bor-


das, selecione uma borda externa.

A guia Preenchimento permite adicionar cores de preenchi-


mento às suas células.

Estilos
Esta opção é utilizada par aplicar, automaticamente um for-
mato pré-definido a uma planilha selecionada.

Vamos então formatar nossa planilha, inicialmente selecione O botão estilo de Célula permite que se utilize um estilo de
todas as células de valores em moeda. Você pode utilizar a janela cor para sua planilha.
de formatação como vimos antes, como pode também no grupo
Número clicar sobre o botão moeda.

Didatismo e Conhecimento 59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Auto Preenchimento das Células
Vimos no exemplo anterior que é possível copiar uma fórmula
que o Excel entende que ali temos uma fórmula e faz a cópia. Po-
demos usar este recurso em outras situações, se eu tiver um texto
comum ou um número único, e aplicar este recurso, ele copia sem
alterar o que será copiado, mas posso utilizar este recurso para
ganhar tempo.
Se eu criar uma sequência numérica, por exemplo, na célula
A1 o número 1 e na célula A2 o número 2, ao selecionar ambos, o
Excel entende que preciso copiar uma sequência.
Se eu colocar na célula A1 o número 1 e na célula A2 o núme-
ro 3, ele entende que agora a sequência é de dois em dois.

A segunda opção Formatar como Tabela permite também apli-


car uma formatação a sua planilha, porém ele já começa a trabalhar
com Dados.

Esta mesma sequência pode ser aplicada a dias da semana,


horas, etc...
Inserção de linhas e colunas
Para adicionar ou remover linhas e colunas no Excel é sim-
ples. Para adicionar, basta clicar com o botão direito do mouse em
uma linha e depois clicar em Inserir, a linha será adicionada acima
da selecionada, no caso a coluna será adicionada à esquerda. Para
excluir uma linha ou uma coluna, basta clicar com o botão direito
na linha ou coluna a ser excluída.

Este processo pode ser feito também pelo grupo Células que
está na ABA inicio.

Ele acrescenta uma coluna superior com indicações de colu-


nas e abre uma nova ABA chamada Design

No grupo Opções de Estilo de Tabela desmarque a opção Li- Através da opção Formatar podemos também definir a largura
nhas de Cabeçalho. das linhas e colunas.
Para poder manipular também os dados de sua planilha é ne-
cessário selecionar as células que pretende manipular como pla-
nilha e no grupo Ferramentas clique no botão Converter em In-
tervalo.

Didatismo e Conhecimento 60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Congelar Painéis Pelo grupo Mostrar / Ocultar podemos retirar as linhas de gra-
de, as linhas de cabeçalho de coluna e linha e a barra de formulas.
Algumas planilhas quando muito longas necessitam que se-
jam mantidos seus cabeçalho e primeiras linhas, evitando-se assim
a digitação de valores em locais errados. Esse recurso chama-se
congelar painéis e está disponível na ABA exibição.

No grupo Janela temos o botão Congelar Painéis, clique na


opção congelar primeira linha e mesmo que você role a tela a pri- Trabalhando com Referências
meira linha ficará estática. Percebemos que ao copiar uma fórmula, automaticamente são
alteradas as referências, isso ocorre, pois trabalhamos até o mo-
mento com valores relativos.
Porém, vamos adicionar em nossa planilha mais uma
coluna onde pretendo calcular qual a porcentagem cada produto
representa no valor total

Ainda dentro desta ABA podemos criar uma nova janela da


planilha Ativa clicando no botão Nova Janela, podemos organizar O cálculo ficaria para o primeiro produto =D4/D9 e depois
as janelas abertas clicando no botão Organizar Tudo, bastaria aplicar a formatação de porcentagem e acrescentar duas
casas decimais.

Didatismo e Conhecimento 61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Porém se utilizarmos o conceito aprendido de copiar a célula No exemplo acima foi possível travar toda a células, existem
E4 para resolver os demais cálculos na célula E5 à fórmula fica- casos em que será necessário travar somente a linha e casos onde
rá =D5/D10, porém se observarmos o correto seria ficar =D5/D9, será necessário travar somente a coluna.
pois a célula D9 é a célula com o valor total, ou seja, esta é a célula As combinações então ficariam (tomando como base a célula
comum a todos os cálculos a serem feitos, com isso não posso D9)
copiar a fórmula, pelo menos não como está. D9 - Relativa, não fixa linha nem coluna
Uma solução seria fazer uma a uma, mas a ideia de uma pla- $D9 - Mista, fixa apenas a coluna, permitindo a variação da
nilha é ganhar-se tempo. linha.
A célula D9 então é um valor absoluto, ele não muda é tam- D$9 - Mista, fixa apenas a linha, permitindo a variação da
bém chamado de valor constante. coluna.
A solução é então travar a célula dentro da formula, para isso $D$9 - Absoluta, fixa a linha e a coluna.
usamos o símbolo do cifrão ($), na célula que fizemos o cálculo
E4 de clique sobre ela, depois clique na barra de fórmulas sobre a Algumas outras funções
referência da célula D9. Vamos inicialmente montar a seguinte planilha

Pressione em seu teclado a tecla F4. Será então adicionado


o símbolo de cifrão antes da letra D e antes do número 9. $D$9. Em nosso controle de atletas vamos através de algumas outras
funções saber algumas outras informações de nossa planilha.
O Excel possui muitas funções, você pode conhecer mais so-
bre elas através do assistente de função.

Pressione ENTER e agora você poderá copiar a sua célula.

Didatismo e Conhecimento 62
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ao clicar na opção Mais Funções abre-se a tela de Inserir Vamos repetir o processo para os valores máximos do peso e
Função, você pode digitar uma descrição do que gostaria de saber da altura.
calcular, pode buscar por categoria, como Financeira,m Data Hora MIN
etc..., ao escolher uma categoria, na caixa central serão mostradas Mostra o valor mínimo de uma seleção de células.
todas as funções relativas a essa categoria. Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
Ao selecionar, por exemplo, a categoria Estatística e dentro valores mínimos nas características de nossos atletas.
do conjunto de funções desta categoria a função Máximo abaixo é Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de ida-
apresentado uma breve explicação da utilização desta função. Se de na linha de valores máximos E16 e monte a seguinte função
precisar de mais detalhes da utilização da função clique sobre o =MIN(E4:E13). Com essa função está buscando no intervalo das
link Ajuda sobre esta função. células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Para calcular os valores mínimos para o peso e a altura o pro-


cesso é o mesmo.

Média

Máximo Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.


Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
Mostra o valor MAIOR de uma seleção de células. valores médios nas características de nossos atletas.
Em nossa planilha vamos utilizar essa função para saber é a Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade
maior idade, maior peso e a maior altura. na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte função =ME-
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade DIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo
na linha de valores máximos E15 e monte a seguinte função =MA- das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.
XIMO(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo
das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Didatismo e Conhecimento 63
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
VALOR FALSO - Valor a ser apresentado na célula quando o
teste lógico for falso, pode ser outra célula, um caçulo, um número
ou um texto, apenas lembrando que se for um texto deverá estar
entre aspas.
Para exemplificar o funcionamento da função vamos acres-
centar em nossa planilha de controle de atletas uma coluna cha-
mada categoria.

Para o peso e a altura basta apenas repetir o processo


Vamos utilizar essa função em nossa planilha de controle de
atletas. Vamos utilizar a função nos valores médios da planilha,
deixaremos com duas casas decimais.

Vamos aproveitar também o exemplo para utilizarmos um re-


curso muito interessante do Excel que é o aninhamento de funções,
ou seja, uma função fazendo parte de outra.
A função para o cálculo da média da Idade é =MÉDIA(E4:E13) Vamos atribuir inicialmente que atletas com idade menor que
clique na célula onde está o cálculo e depois clique na barra de 18 anos serão da categoria Juvenil e acima disso categoria Profis-
fórmulas. sional. Então a lógica da função será que quando a Idade do atleta
Altere a função para =ARRED(MÉDIA(E4:E13);1) com isso for menor que 18 ele será Juvenil e quando ela for igual ou maior
fizemos com que caso exista números após a vírgula o mesmo que 18 ele será Profissional.
será arredonda a somente uma casa decimal. Caso você não queira Convertendo isso para a função e baseando-se que a idade do
casas decimais coloque após o ponto e vírgula o número zero. primeiro atleta está na célula E4 à função ficará:
=SE(E4<18;”Juvenil”;”Profissional”.)
Nesta situação deve-se ter uma atenção grande em relação aos
parênteses, observe que foi aberto uma após a função ARRED e
um a pós a função MÉDIA então se deve ter o cuidado de fechá-los
corretamente. O que auxilia no fechamento correto dos parênte-
ses é que o Excel vai colorindo os mesmos enquanto você faz o
cálculo.

Função SE
Explicando a função.
Esta é com certeza uma das funções mais importantes do Ex-
=SE(E4<18: inicio da função e teste lógico, aqui é verificado
cel e provavelmente uma das mais complexas para quem está ini-
se o conteúdo da célula E4 é menor que 18.
ciando.
“Juvenil”: Valor a ser apresentado como verdadeiro.
“Profissional”: Valor a ser apresentado como falso.
Esta função retorna um valor de teste_lógico que permite ava- )
liar uma célula ou um cálculo e retornar um valor verdadeiro ou Vamos incrementar um pouco mais nossa planilha, vamos
um valor falso. criar uma tabela em separado com a seguinte definição. Até 18
anos será juvenil, de 18 anos até 30 anos será considerado profis-
Sua sintaxe é =SE (TESTELÓGICO;VALOR sional e acima dos 30 anos será considerado Master.
VERDADEIRO;VALOR FALSO).
=SE - Atribuição de inicio da função; Nossa planilha ficará da seguinte forma.
TESTELÓGICO - Teste a ser feito par validar a célula;
VALOR VERDADEIRO - Valor a ser apresentado na célula
quando o teste lógico for verdadeiro, pode ser outra célula, um
caçulo, um número ou um texto, apenas lembrando que se for um
texto deverá estar entre aspas.

Didatismo e Conhecimento 64
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Temos então agora na coluna J a referência de idade, e na


coluna K a categoria. A função ficou da seguinte forma =CONT.SE(H4:H13;K4)
onde se faz a contagem em um intervalo de H3:H13 que é o
Então agora preciso verificar a idade de acordo com o valor na resultado calculado pela função
coluna J e retornar com valores verdadeiros e falsos o conteúdo da SE e retorna a célula K4 onde está a categoria juvenil de atle-
coluna K. A função então ficará da seguinte forma: tas. Para as demais categorias basta repetir o cálculo mudando-se
somente a categoria que está sendo buscada.

Funções de Data e Hora


Podemos trabalhar com diversas funções que se baseiam na
data e hora de seu computador. As principais funções de data e
hora são:
=HOJE( ) Retorna a data atual.
=SE(E4<J4;K4;SE(E4<J5;K5;K6)) =MÊS(HOJE()) Retorna o mês atual
Temos então: =ANO(HOJE()) Retorna o ano atual
=SE(E4<J4: Aqui temos nosso primeiro teste lógico, onde =HORA(AGORA()) Retorna à hora atual
verificamos se a idade que consta na célula E4 é menor que o =MINUTO(AGORA()) Retorna o minuto atual
valor que consta na célula J4. =SEGUNDO(AGORA()) Retorna o segundo atual
K4: Célula definida a ser retornada como verdadeiro deste tes- =AGORA( ) Retorna a data e à hora
te lógico, no caso o texto “Juvenil”. =DIA.DA.SEMANA(HOJE()) Retorna o dia da semana em
SE(E4<J5: segundo teste lógico, onde verificamos se valor número
da célula E4 é menor que 30, se for real retorna o segundo valor =DIAS360( ) Calcula o número de dias que há entre uma
verdadeiro, é importante ressaltar que este teste lógico somente data inicial e uma data final.
será utilizado se o primeiro teste der como falso. Para exemplificar monte a seguinte planilha.
K5: Segundo valor verdadeiro, será retornado se o segundo
teste lógico estiver correto.
K6: Valor falso, será retornado se todos os testes lógicos de-
rem como falso.
Permite contar em um intervalo de valores quantas vezes se
repete determinado item. Vamos aplicar a função em nossa plani-
lha de controle de atletas

Adicione as seguintes linhas abaixo de sua planilha

Em V.Diário, vamos calcular quantas horas foram trabalhadas


durante cada dia.
=B3-B2+B5-B4, pegamos a data de saída e subtraímos pela
data de entrada de manhã, com isso sabemos quantas horas foram
trabalhadas pela manhã na mesma função faço a subtração da saída
no período da tarde pela entrada do período da tarde e somo os dois
períodos.

Então vamos utilizar a função CONT.SE para buscar em nossa


planilha quantos atletas temos em cada categoria.

Didatismo e Conhecimento 65
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Repita o processo para todos os demais dias da semana, so- Ao observar atentamente o valor calculado ele mostra 20:40,
mente no sábado é preciso apenas calcular a parte da manhã, ou porém nessa semana o funcionário trabalhou mais de 40 horas,
seja, não precisa ser feito o cálculo do período da tarde. isso ocorre pois o cálculo de horas zera ao chegar em 23:59:59,
então preciso fazer com que o Excel entenda que ele precisa con-
tinuar a contagem. Clique na faixa do grupo número na ABA
Inicio, na janela que se abre clique na categoria Hora e escolha o
formato 37:30:55 esse formato faz com que a contagem continue.

Para calcular o V. da hora que o funcionário recebe coloque


um valor, no caso adicione 15 e coloquei no formato Moeda. Va-
mos agora então calcular quanto ele ganhou por dia, pois temos
quantas horas ele trabalhou durante o dia e sabemos o valor da
hora. Como temos dois formatos de números precisamos durante
o cálculo fazer a conversão.
Para a segunda-feira o cálculo fica da seguinte forma:
=HORA(B6)*B7+MINUTO(B6)*B7/60. Crie um novo campo abaixo da Tabela e coloque V. a receber
Inicialmente utilizamos a função HORA e pegamos como re- e faça a soma dos valores totais.
ferência de hora o valor da célula B6, multiplicamos pelo valor que
está em B7, essa parte calcula somente à hora cheia então precisa-
mos somar os minutos que pega a função MINUTO e multiplica a
quantidade de horas pelo valor da hora, como o valor é para a hora
o dividimos então por 60
Após isso coloque o valor em formato Moeda.

Planilhas 3D

O conceito de planilha 3D foi implantado no Excel na versão


5 do programa, ele é chamado dessa forma pois permite que se
façam referências de uma planilha em outra.
Para os demais cálculos o V.Hora será igual há todos os dias
então ele precisa ser fixo para que o cálculo possa ser copiado, o Posso por exemplo fazer uma soma de valores que estejam em
número 60 por ser um número não é muda. outra planilha, ou seja quando na planilha matriz algum valor seja
alterado na planilha que possui referência com ela também muda.
=HORA(B6)*$B$7+MINUTO(B6)*$B$7/60
Para sabermos quantas horas o funcionário trabalhou na sema- Vamos a um exemplo
na, faça a soma de todos os dias trabalhados.

Didatismo e Conhecimento 66
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Faremos uma planilha para conversão de valores, então na
planilha 1 vamos ter um campo para que se coloque o valore em
real e automaticamente ele fará a conversão para outras moedas,
monte a seguinte planilha.

Vamos renomear a planilha para resultado.

Para isso dê um duplo clique no nome de sua planilha Plan1 e


digite o novo nome. Com isso toda vez que eu alterar na planilha valores o valor do
dólar, ele atualiza na planilha resultado.
Salve seu arquivo e clique na guia Plan2 e digite a seguinte Faça o cálculo para o valor do dólar para venda, a função fica-
planilha rá da seguinte forma: =B2/valores!C2.

Para poder copiar a fórmula para as demais células, bloqueie a


célula B2 que é referente ao valor em real.
O ideal nesta planilha é que a única célula onde o usuário pos-
sa manipular seja a célula onde será digitado valor em real para a
conversão, então vamos bloquear a planilha deixando essa célula
desprotegia.
Clique na célula onde será digitado o valor em real depois na
ABA Inicio no grupo Fonte clique na faixa e na janela que se abre
clique na guia Proteção.
Desmarque a opção Bloqueadas, isso é necessário, pois esta
célula é a única que poderá receber dados.

Renomeie essa planilha para valores

Retorne a planilha resultado e coloque um valor qualquer no


campo onde será digitado valor.

Clique agora na ABA Revisão e no grupo Alterações clique no


botão Proteger Planilha.
Clique agora no campo onde será colocado o valor de compra
do dólar na célula B4 e clique na célula onde está o valor que aca-
bou de digitar célula B2, adicione o sinal de divisão (/) e depois cli-
que na planilha valores ele vai colocar o nome da planilha seguido
de um ponto de exclamação (!) e clique onde está o valor de com-
pra do dólar. A função ficará da seguinte forma =B2/valores!B2.
Será mostrada mais uma janela coloque uma senha (recomen-
dável)

Didatismo e Conhecimento 67
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Podemos inserir Imagens, clip-arts, formas, SmartArt, caixas


de texto, WordArt, objetos, símbolos, etc.

Como a maioria dos elementos já sabemos como implementar


vamos focar em Gráficos.

Gráficos

A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la


com uma aparência melhor também facilita na hora de mostrar
resultados. As opções de gráficos, esta no grupo Gráficos na ABA
Inserir do Excel

Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão


avaliados para o gráfico. Vamos utilizar a planilha Atletas para
criarmos nosso gráfico, vamos criar um gráfico que mostre os atle-
tas x peso.

Selecione a coluna com o nome dos atletas, pressione CTRL e


Ao tentar alterar uma célula protegida será mostrado o seguin- selecione os valores do peso.
te aviso

Se precisar alterar alguma célula protegida basta clicar no bo-


tão Desproteger Planilha no grupo Alterações.

Ao clicar em um dos modelos de gráfico no grupo Gráficos


você poderá selecionar um tipo de gráfico disponível, no exemplo
cliquei no estilo de gráfico de colunas.

Inserção de Objetos

A inserção de objetos no Excel é muito semelhante ao que


aprendemos no Word, as opções de inserção de objetos estão na
ABA Inserir.

Didatismo e Conhecimento 68
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Escolha no subgrupo coluna 2D a primeira opção e seu gráfico Ainda em Layout do Gráfico podemos modificar a distribui-
será criado. ção dos elementos do Gráfico.

Para mover o gráfico para qualquer parte de sua planilha basta


clicar em uma área em branco de o gráfico manter o mouse pres-
sionado e arrastar para outra parte.
Na parte superior do Excel é mostrada a ABA Design (Acima
dela Ferramentas de Gráfico).
Podemos também modificar o estilo de nosso gráfico através
do grupo Estilos de Gráfico

Se você quiser mudar o estilo de seu gráfico, você pode clicar


no botão Alterar Tipo de Gráfico.

Para alterar a exibição entre linhas e colunas, basta clicar no


botão Alterar Linha/Coluna.

Podemos também deixar nosso gráfico isolado em uma nova


planilha, basta clicar no botão Mover Gráfico.

Didatismo e Conhecimento 69
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Você precisa definir quais serão os critérios de sua classifica-
ção, onde diz
Classificar por clique e escolha nome, depois clique no botão
Adicionar Nível e coloque Modalidade.

Dados
O Excel possui uma ABA chamada Dados que permite impor-
tar dados de outras fontes, ou trabalhar os dados de uma planilha
do Excel Antes de clicar em OK, verifique se está marcada a opção
Meus dados contêm cabeçalhos, pois selecionamos a linha de títu-
los em nossa planilha e clique em OK.

Classificação

Vamos agora trabalhar com o gerenciamento de dados criados


no Excel.
Vamos utilizar para isso a planilha de Atletas.
Classificar uma lista de dados é muito fácil, e este recurso Você pode mudar a ordem de classificação sempre que for ne-
pode ser obtido pelo botão Classificar e Filtrar na ABA Inicio, ou cessário, basta clicar no botão de Classificar.
pelo grupo Classificar e Filtrar na ABA Dados.
Auto Filtro
Este é um recurso que permite listar somente os dados que
você precisa visualizar no momento em sua planilha. Com seus
dados selecionados clique no botão Filtro e observe que será adi-
cionado junto a cada célula do cabeçalho da planilha uma seta.

Vamos então selecionar os dados de nossa planilha que serão


classificados.

Estas setas permite visualizar somente os dados que te interes-


sam na planilha, por exemplo caso eu precise da relação de atletas
do sexo feminino, basta eu clicar na seta do cabeçalho sexo e mar-
car somente Feminino, que os demais dados da planilha ficarão
Clique no botão Classificar. ocultos.

Didatismo e Conhecimento 70
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Posso ainda refinar mais a minha filtragem, caso precise saber


dentro do sexo feminino quantos atletas estão na categoria Profis-
sional, eu faço um novo filtro na coluna Categoria.

Subtotais
Podemos agrupar nossos dados através de seus valores, vamos
inicialmente classificar nossa planilha pelo sexo dos atletas rela-
cionado com a idade.

Observe que as colunas que estão com filtro possuem um íco- Depois clique no botão Subtotal.
ne em forma de funil no lugar da seta. Em A cada alteração em: coloque sexo e em Adicionar subto-
tal a deixe marcado apenas Peso, depois clique em OK.
Para remover os filtros, basta clicar nos cabeçalhos com filtro
e escolher a opção selecionar tudo.
Você também pode personalizar seus filtros através da opção
Filtros de Texto e Filtro de número (quando conteúdo da célula for
um número).

Didatismo e Conhecimento 71
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Marque a opção Paisagem e clique em OK.

Observe na esquerda que são mostrados os níveis de visuali-


zação dos subtotais e que ele faz um total a cada sequência do sexo
dos atletas.
Para remover os subtotais, basta clicar no botão Subtotal e na
janela que aparece clique em Remover Todos. Teclas de atalho do Excel

Impressão CTRL + !: quando se está trabalhando com planilhas grandes,


O processo de impressão no Excel é muito parecido com o que quando os dados precisam ser apresentados a um gerente, ou mes-
fizemos no Word. mo só para facilitar sua vida, a melhor maneira de destacar certas
Clique no botão Office e depois em Imprimir e escolha Visua- informações é formatar a célula, de modo que a fonte, a cor do tex-
lizar Impressão. to, as bordas e várias outras configurações de formatação. Mas ter
que usar o mouse para encontrar as opções de formatação faz você
perder muito tempo. Portanto, pressionando CTRL + !, você fará
com que a janela de opções de formatação da célula seja exibida.
Lembre-se que você pode selecionar várias células para aplicar a
formatação de uma só vez.

CTRL + (: muitas vezes você precisa visualizar dados que não


estão próximos uns dos outros. Para isso o Excel fornece a opção
de ocultar células e colunas. Pressionando CTRL + (, você fará
com que as linhas correspondentes à seleção sejam ocultadas. Se
houver somente uma célula ativa, só será ocultada a linha corres-
pondente. Por exemplo: se você selecionar células que estão nas
linhas 1, 2, 3 e 4 e pressionar as teclas mencionadas, essas quatro
linhas serão ocultadas.
No caso escolhi a planilha atletas, podemos observar que a Para reexibir aquilo que você ocultou, selecione uma célula
mesma não cabe em uma única página. Clique no botão Configurar da linha anterior e uma da próxima, depois utilize as teclas CTRL
Página. + SHIFT + (. Por exemplo: se você ocultou a linha 14 e precisa
reexibi-la, selecione uma célula da linha 13, uma da linha 15 e
pressione as teclas de atalho.

CTRL + ): esse atalho funciona exatamente como o anterior,


porém, ele não oculta linhas, mas sim COLUNAS. Para reexibir as
colunas que você ocultou, utilize as teclas CTRL + SHIFT + ). Por
exemplo: você ocultou a coluna C e quer reexibi-la. Selecione uma
célula da coluna B e uma da célula D, depois pressione as teclas
mencionadas.

CTRL + SHIFT + $: quando estiver trabalhando com valores


monetários, você pode aplicar o formato de moeda utilizando esse
atalho. Ele coloca o símbolo R$ no número e duas casas decimais.
Valores negativos são colocados entre parênteses.

CTRL + SHIFT + Asterisco (*): esse comando é extremamen-


te útil quando você precisa selecionar os dados que estão envolta
da célula atualmente ativa. Caso existam células vazias no meio
dos dados, elas também serão selecionadas. Veja na imagem abai-
xo um exemplo. A célula selecionada era a D6.

Didatismo e Conhecimento 72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CTRL + Sinal de adição (+): quando você precisar inserir cé- F8: use essa tecla para ligar ou desligar o modo de seleção
lulas, linhas ou colunas no meio dos dados, ao invés de clicar com estendida. Esse pode ser usado da mesma forma que o SHIFT. Po-
o mouse no número da linha ou na letra da coluna, basta pressionar rém, ele só será desativado quando for pressionado novamente,
esse comando. diferente do SHIFT, que precisa ser mantido pressionado para que
*Utilize o sinal de adição do teclado numérico ou a combina- você possa selecionar várias células da planilha.
ção CTRL + SHIFT + Sinal de adição que fica à esquerda da tecla
backspace, pois ela tem o mesmo efeito. Veja abaixo outros comandos úteis:
CTRL + Sinal de subtração (-): para excluir células, linhas CTRL + Setas de direção: move o cursor para a última célula
ou colunas inteiras, pressione essas teclas. Esse comando funciona preenchida. Se houve alguma célula vazia no meio, o cursor será
tanto no teclado normal quanto no teclado numérico. movido para a última célula preenchida que estiver antes da vazia.
END: pressione essa tecla uma vez para ativar ou desativar o
CTRL + D: você pode precisar que todas as células de deter-
“Modo de Término”. Sua função é parecida com o comando ante-
minada coluna tenham o mesmo valor. Apertando CTRL + D, você
rior. Pressiona uma vez para ativar e depois pressione uma tecla de
fará com que a célula ativa seja preenchida com o mesmo valor da
direção para mover o cursor para a última célula preenchida.
célula que está acima dela. Por exemplo: você digitou o número
5432 na célula A1 e quer que ele se repita até a linha 30. Selecione *Se a tecla Scroll Lock estiver ativada, pressionar END fará
da célula A1 até a A30 e pressione o comando. Veja que todas as com que o cursor seja movido para a célula que estiver visível no
células serão preenchidas com o valor 5432. canto inferior direito da janela.
CTRL + BARRA DE ESPAÇO: utilize essa atalho se você
CTRL + R: funciona da mesma forma que o comando acima, quiser selecionar a coluna inteira onde está o cursor.
mas para preenchimento de colunas. Exemplo: selecione da célula SHIFT + BARRA DE ESPAÇOS: semelhante ao comando
A1 até a E1 e pressione CTRL + R. Todas as células selecionadas acima, porém, seleciona a linha inteira onde está o cursor.
terão o mesmo valor da A1.

CTRL + ALT + V: você já deve ter cometido o erro de copiar CORREIO ELETRÔNICO: CONCEITOS
uma célula e colar em outro local, acabando com a formatação que BÁSICOS; FORMATOS DE MENSAGENS;
tinha definido anteriormente, pois as células de origem eram azuis TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO DE
e as de destino eram verdes. Ou seja, você agora tem células azuis
onde tudo deveria ser verde. Para que isso não aconteça, você pode
MENSAGENS; CATÁLOGO DE
utilizar o comando “colar valores”, que fará com que somente os ENDEREÇOS; ARQUIVOS ANEXADOS;
valores das células copiadas apareçam, sem qualquer formatação. USO DOS RECURSOS; ÍCONES;
Para não precisar usar o mouse, copie as células desejadas e na ATALHOS DE TECLADO.
hora de colar utilize as teclas CTRL + ALT + V.

CTRL + PAGE DOWN: não há como ser rápido utilizando


o mouse para alternar entre as planilhas de um mesmo arquivo. Correio Eletrônico
Utilize esse comando para mudar para a próxima planilha da sua
pasta de trabalho. Um Pouco de História
CTRL + PAGE UP: similar ao comando anterior. Porém, exe- Foi em 1971 que tudo começou (na realidade começou antes,
cutando-o você muda para a planilha anterior. com pesquisas), com um engenheiro de computação da BBN (Bolt
*É possível selecionar as planilhas que estão antes ou depois Beranek e Newman), chamado Ray Tomlinson. Utilizando um
da atual, pressionando também o SHIFT nos dois comando acima. programa chamado SNDMSG, abreviação do inglês “Send Messa-
Teclas de função ge”, e o ReadMail, Ray conseguiu enviar mensagem de um com-
Poucas pessoas conhecem todo o potencial das teclas que fi- putador para outro. Depois de alguns testes mandando mensagens
cam na mesma linha do “Esc”. Assim como o CTRL, as teclas de para ele mesmo, Ray tinha criado o maior e mais utilizado meio de
função podem ser utilizadas em combinação com outras, para pro- comunicação da Internet, o correio eletrônico do inglês “eletronic
duzir comandos diferentes do padrão atribuído a elas. Veja alguns mail” ou simplesmente como todos conhecem e-mail.
deles abaixo. O símbolo @ foi utilizado por Tomlinson para separar o nome
do computador do nome do usuário, esta convenção é utilizada
F2: se você cometer algum erro enquanto está inserindo fór- até hoje. Como não poderia deixar de ser, o primeiro endereço de
mulas em uma célula, pressione o F2 para poder mover o cursor do e-mail foi criado por Tomlinson, tomlinson@bbn-tenexa. O sím-
teclado dentro da célula, usando as setas para a direita e esquerda. bolo @ (arroba) é lido no inglês com “at”, que significa em, algo
Caso você pressione uma da setas sem usar o F2, o cursor será como: o endereço tomlinson está no computador bbn-tenexa.
movido para outra célula. Durante um bom tempo, o e-mail foi usado, quase que exclu-
sivamente, por pesquisadores da área de computação e militares.
ALT + SHIFT + F1: inserir novas planilhas dentro de um ar- Foi com o desenvolvimento e o aumento de usuários da Internet,
quivo do Excel também exige vários cliques com o mouse, mas que o e-mail se popularizou e passou a ser a aplicação mais utiliza-
você pode usar o comando ALT + SHIFT + F1 para ganhar algum da na internet. Hoje, até mesmo pessoas que usam a Internet muito
tempo. As teclas SHIFT + F11 produzem o mesmo efeito. pouco, tem um e-mail.

Didatismo e Conhecimento 73
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O correio eletrônico se parece muito com o correio tradicio- Alguns nomes podem mudar de servidor para servidor, porém
nal. Todo usuário tem um endereço próprio e uma caixa postal, o representando as mesmas funções. Além dos destes campos tem
carteiro é a Internet. Você escreve sua mensagem, diz pra quem ainda os botões para EVIAR, ENCAMINHAR e EXCLUIR as
que mandar e a Internet cuida do resto. Mas por que o e-mail se mensagens, este botões bem como suas funcionalidades veremos
popularizou tão depressa? A primeira coisa é pelo custo. Você não em detalhes, mais a frente.
paga nada por uma comunicação via e-mail, apenas os custos de Para receber seus e-mails você não precisa está conectado
conexão com a Internet. Outro fator é a rapidez, enquanto o correio à Internet, pois o e-mail funciona com provedores. Mesmo você
tradicional levaria dias para entregar uma mensagem, o eletrônico não estado com seu computador ligado, seus e-mail são recebidos
faz isso quase que instantaneamente e não utiliza papel. Por ulti- e armazenados na sua caixa postal, localizada no seu provedor.
mo, a mensagem vai direto ao destinatário, não precisa passa de Quando você acessa sua caixa postal, pode ler seus e-mail on-line
mão-em-mão (funcionário do correio, carteiro, etc.), fica na sua (diretamente na Internet, pelo WebMail) ou baixar todos para seu
caixa postal onde somente o dono tem acesso e, apesar de cada computador através de programas de correio eletrônico. Um pro-
pessoa ter seu endereço próprio, você pode acessar seu e-mail de grama muito conhecido é o Outlook Express, o qual detalhar mais
qualquer computador conectado à Internet. a frente.
Bem, o e-mail mesclou a facilidade de uso do correio conven- A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de e-mail
cional com a velocidade do telefone, se tornando um dos melhores e qualquer pessoa que souber esse endereço, pode enviar mensa-
e mais utilizado meio de comunicação. gens para você. Também é possível enviar mensagens para várias
pessoas ao mesmo tempo, para isto basta usar os campos “Cc” e
Estrutura e Funcionalidade do e-mail “Cco” descritos acima.
Atualmente, devido a grande facilidade de uso, a maioria das
Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos os en- pessoas acessa seu e-mail diretamente na Internet através do nave-
dereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão, nome do usuá- gador. Este tipo de correio é chamado de WebMail. O WebMail é
rio + @ + host, onde: responsável pela grande popularização do e-mail, pois mesmo as
» Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuá- pessoas que não tem computador, podem acessar sua caixa postal
de qualquer lugar (um cyber, casa de um amigo, etc.). Para ter um
rio na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: sergiodecastro.
endereço eletrônico basta querer e acessar a Internet, é claro. Exis-
» @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa o nome
te quase que uma guerra por usuários. Os provedores, também,
do usuário do seu provedor.
disputam quem oferece maior espaço em suas caixas postais. Há
» Host – é o nome do provedor onde foi criado o endereço
pouco tempo encontrar um e-mail com mais de 10 Mb, grátis, não
eletrônico. Exemplo: click21.com.br .
era fácil. Lembro que, quando a Embratel ofereceu o Click21 com
» Provedor – é o host, um computador dedicado ao serviço 24
30 Mb, achei que era muito espaço, mas logo o iBest ofereceu 120
horas por dia.
Mb e não parou por ai, a “guerra” continuo culminando com o
Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.com.br
anúncio de que o Google iria oferecer 1 Gb (1024 Mb). A ultima
campanha do GMail, e-mail do Google, é de aumentar sua caixa
A caixa postal é composta pelos seguintes itens: postal constantemente, a ultima vez que acessei estava em 2663
» Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens Mb.
recebidas. WebMail
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não envia-
das. O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação acessada
» E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os e-mails que diretamente na Internet, sem a necessidade de usar programa de
foram enviados. correio eletrônico. Praticamente todos os e-mails possuem aplica-
» Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda não ter- ções para acesso direto na Internet. É grande o número de prove-
minou de redigir. dores que oferecem correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas. segue uma lista dos mais populares.
» Hotmail – http://www.hotmail.com
Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão presentes: » GMail – http://www.gmail.com
» Para – é o campo onde será inserido o endereço do destina- » iBest Mail – http://www.ibestmail.com.br
tário. » iG Mail – http://www.ig.com.br
» Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da mesma » Yahoo – http://www.yahoo.com.br
mensagem, ao usar este campo os endereços aparecerão para todos » Click21 – http://www.click21.com.br
os destinatários.
» Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior, no en- Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e seguir
tanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos. as instruções do site. Outro importante fator a ser observado é o
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem. tamanho máximo permitido por anexo, este foi outro fator que au-
» Anexos – são dados que são anexados à mensagem (ima- mentou muito de tamanho, há pouco tempo a maioria dos prove-
gens, programas, música, arquivos de texto, etc.). dores permitiam em torno de 2 Mb, mas atualmente a maioria já
» Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida a mensa- oferecem em média 10 Mb. Porém tem alguns mais generosos que
gem. chegam a oferecer mais que isso, é o caso do Click21 que oferece
21 Mb, claro que essas limitações são preocupantes quando se tra-

Didatismo e Conhecimento 74
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ta de e-mail grátis, pois a final de contas quando pagamos o bolso 4. Configurações – Este botão abre (como o próprio nome já
é quem manda. Além de caixa postal os provedores costumam ofe- diz) a janela de configurações. Nesta janela podem ser feitas di-
recer serviços de agenda e contatos. versas configurações, tais como: mudar senha, definir número de
Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a critério de e-mail por página, assinatura, resposta automática, etc.
cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus, eu, por exemplo, 5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma seção
procuro aqueles que oferecem uma interface com o menor propa- com vários tópicos de ajuda.
ganda possível. 6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através dele que
você vai fechar sua caixa postal, muito recomendado quando o uso
» Criando seu e-mail de seu e-mail ocorrer em computadores de terceiros.
Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente sim- 7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu ende-
ples, eu escolhi o iBestMail, pois a interface deste WebMail não reço de e-mail; quantidade total de sua caixa posta; parte utilizada
tem propagandas e isso ajudar muito os entendimentos, no entanto em porcentagem e um pequeno gráfico.
você pode acessar qualquer dos endereços informados acima ou 8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você está, no
ainda qualquer outro que você conheça. O processo de cadastro é exemplo a Caixa de Entrada.
muito simples, basta preencher um formulário e depois você terá 9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de mensagens
sua conta de e-mail pronta para ser usada. Alguns provedores exi- que estão na tela e também o total da seção selecionada.
gem CPF para o cadastro, o iBest e o iG são exemplos, já outros 10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão todos
você informa apenas dados pessoais, o Yahoo e o Gmail são exem- os comandos relacionados com as mensagens exibidas. Para usar
plos, este último é preciso ter um convite. estes comandos, selecione uma ou mais mensagens o comando
desejado e clique no botão “OK”. O botão “Bloquear”, bloqueia
Vamos aos passos: o endereço de e-mail da mensagem, útil para bloquear e-mails in-
1. Acesse a pagina do provedor (www.ibestmail.com.br) ou desejados. Já o botão “Contas externas” abre uma seção para con-
qualquer outro de sua preferência. figurar outras contas de e-mails que enviarão as mensagens a sua
2. Clique no botão “CADASTRE-SE JÁ”, será aberto um for- caixa postal. Para o correto funcionamento desta opção é preciso
mulário, preencha-o observando todos os campos. Os campos do que a conta a ser acessada tenha serviço POP3 e SMTP.
11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lista de
formulário têm suas particularidades de provedor para provedor,
página, que aumenta conforme a quantidade de e-mails na seção.
no entanto todos trazem a mesma ideia, colher informações do
Para acessar selecione a página desejada e clique no botão “OK”.
usuário. Este será a primeira parte do seu e-mail e é igual a este em
Veja que todos os comandos estão disponíveis também na parte
qualquer cadastro, no exemplo temos “@ibest.com.br”. A junção
inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal.
do nome de usuário com o nome do provedor é que será seu en- 12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de um correio
dereço eletrônico. No exemplo ficaria o seguinte: seunome@ibest. eletrônico. Caixa de Entrada; Mensagens Enviadas; Rascunho e
com.br. Lixeira. Um detalhe importante é o estilo do nome, quando está
3. Após preencher todo o formulário clique no botão “Aceito”, normal significa que todas as mensagens foram abertas, porém
pronto seu cadastro estará efetivado. quando estão em negrito, acusam que há uma ou mais mensagens
Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é comum que que não foram lidas, o número entre parêntese indica a quantidade.
muitos nomes já tenham sido cadastrados por outros usuários, Este detalhe funciona para todas as pastas e mensagens do correio.
neste caso será exibida uma mensagem lhe informando do pro- 13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exibir as
blema. Isso acontece porque dentro de um mesmo provedor não mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa postal, é exibido o
pode ter dois nomes de usuários iguais. A solução é procurar outro conteúdo da Caixa de Entrada, mas este painel exibe também as
nome que ainda esteja livre, alguns provedores mostram sugestões mensagens das diversas pastas existentes na sua caixa postal. A
como: seunome2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso com você (o observação feita no item anterior, sobre negrito, também é válida
que é bem provável que acontecerá) escolha uma das sugestões ou para esta seção. Observe as caixas de seleção localizadas do lado
informe outro nome (não desista, você vai conseguir), finalize seu esquerdo de cada mensagem, é através delas que as mensagens são
cadastro que seu e-mail vai está pronto para ser usado. selecionadas. A seleção de todos os itens ao mesmo tempo, tam-
bém pode ser feito pela caixa de seleção do lado esquerdo do título
» Entendendo a Interface do WebMail da coluna “Remetente”. O título das colunas, além de nomeá-las,
A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail que nos também serve para classificar as mensagens que por padrão estão
liga do mundo externo aos comandos do programa. Estes conheci- classificadas através da coluna “Data”, para usar outra coluna na
mentos vão lhe servir para qualquer WebMail que você tiver e tam- classificação basta clicar sobre nome dela.
bém para o Outlook Express que é um programa de gerenciamento 14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível adicio-
de e-mails, vamos ver este programa mais adiante. nar, renomear e apagar as suas pastas. As pastas são um modo de
1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar sua caixa organizar seu conteúdo, armazenando suas mensagens por temas.
de entrar, verificando se há novas mensagens no servidor. Quando seu e-mail é criado não existem pastas nesta seção, isso
2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição de deve ser feito pelo usuário de acordo com suas necessidades.
e-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no qual você vai 15. Contas Externas – Este item é um link que abrirá a seção
redigir, responder e encaminhar mensagens. Semelhante à função onde pode ser feita uma configuração que permitirá você acessar
novo e-mail do Outlook. outras caixas postais diretamente da sua. O próximo link, como o
3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus endere- nome já diz, abre a janela de configuração dos e-mails bloqueados
ços de e-mail são previamente guardados para utilização futura, e mais abaixo o link para baixar um plug-in que lhe permite fazer
nesta seção também é possível criar grupos para facilitar o geren- uma configuração automática do Outlook Express. Estes dois pri-
ciamento dos seus contatos. meiros links são os mesmos apresentados no item 10.

Didatismo e Conhecimento 75
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
MS OUTLOOK 2010 1. Inicie o Outlook.
2. Quando solicitado a configurar uma conta de email, cli-
O Microsoft Outlook 2010 oferece excelentes ferramentas de que em Avançar.
gerenciamento de emails profissionais e pessoais para mais de 500
milhões de usuários do Microsoft Office no mundo todo. Com o
lançamento do Outlook 2010, você terá uma série de experiências
mais ricas para atender às suas necessidades de comunicação no
trabalho, em casa e na escola.
Do visual redesenhado aos avançados recursos de organização
de emails, pesquisa, comunicação e redes sociais, o Outlook 2010
proporciona uma experiência fantástica para você se manter pro-
dutivo e em contato com suas redes pessoais e profissionais.

Adicionar uma conta de email


Antes de poder enviar e receber emails no Outlook 2010, você
precisa adicionar e configurar uma conta de email. Se tiver usado
uma versão anterior do Microsoft Outlook no mesmo computador
em que instalou o Outlook 2010, suas configurações de conta serão
importadas automaticamente.
Se você não tem experiência com o Outlook ou se estiver ins-
talando o Outlook 2010 em um computador novo, o recurso Con- 3. Para adicionar uma conta de email, clique em Sim e de-
figuração Automática de Conta será iniciado automaticamente e pois em Avançar.
o ajudará a configurar as definições de suas contas de email. Essa 4. Insira seu nome, endereço de email e senha e clique em
configuração exige somente seu nome, endereço de email e senha. Avançar.
Se não for possível configurar sua conta de email automaticamen-
te, será necessário digitar as informações adicionais obrigatórias
manualmente.
1. Clique na guia Arquivo.
2. Em Dados da Conta e clique em Adicionar Conta.

Sobre contas de email


O Outlook dá suporte a contas do Microsoft Exchange, POP3 Observação: Quando o seu computador está conectado a um
e IMAP. Seu ISP (provedor de serviços de Internet) ou administra- domínio de rede de uma organização que usa o Microsoft Exchan-
dor de emails pode lhe fornecer as informações necessárias para a ge Server, suas informações de email são automaticamente inseri-
configuração da sua conta de email no Outlook. das. A senha não aparece porque a sua senha de rede é usada. Um
Contas de email estão contidas em um perfil. Um perfil é com- indicador de progresso é exibido à medida que a sua conta está
posto de contas, arquivos de dados e configurações que especifi- sendo configurada. O processo de configuração pode levar vários
cam onde as suas mensagens de email são salvas. Um novo perfil minutos.
é criado automaticamente quando o Outlook é executando pela
primeira vez.
Adicionar uma conta de email ao iniciar o Outlook 2010 pela
primeira vez
Se você ainda não tem experiência com o Outlook ou se esti-
ver instalando o Outlook 2010 em um computador novo, o recurso
Configuração Automática de Conta será iniciado automaticamente
e o ajudará a definir as configurações das suas contas de email.
Esse processo exige somente seu nome, endereço de email e senha.
Se não for possível configurar a sua conta de email automatica-
mente, você precisará inserir as informações adicionais obrigató-
rias manualmente.

Didatismo e Conhecimento 76
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se a tentativa inicial de configurar a conta falhar, uma segunda Adicionar ao perfil em execução
tentativa poderá ser feita com o uso de uma conexão não crip- 1. Clique na guia Arquivo.
tografada com o servidor de email. Se você vir essa mensagem, 2. Na guia Info, em Informações da Conta, clique em Con-
clique em Avançar para continuar. Se a conexão não criptografada figurações de Conta.
também falhar, não será possível configurar a sua conta de email 3. Clique em Configurações de Conta.
automaticamente. 4. Clique em Adicionar Conta.
Adicionar a um perfil existente
1. Feche o Outlook.
2. No Painel de Controle, clique ou clique duas vezes em
Email.
A barra de título da caixa de diálogo Configurar Email contém
o nome do perfil atual. Para selecionar um perfil diferente já exis-
tente, clique em Mostrar Perfis, selecione o nome do perfil e, em
seguida, clique em Propriedades.
3. Clique em Contas de Email.
Adicionar a um novo perfil
1. Feche o Outlook.
2. No Painel de Controle, clique ou clique duas vezes no
módulo Email.
3. Em Perfis, clique em Mostrar Perfis.
Clique em Repetir ou marque a caixa de seleção Configurar 4. Clique em Adicionar.
servidor manualmente. 5. Na caixa de diálogo Novo Perfil, digite um nome para o
Depois que a conta for adicionada com êxito, você poderá adi- perfil e, em seguida, clique em OK.
cionar mais contas clicando em Adicionar outra conta. Trata-se do nome que você vê ao iniciar o Outlook caso confi-
gure o Outlook para solicitar o perfil a ser usado.
6. Clique em Contas de Email.

Configurar manualmente uma conta POP3 ou IMAP


Uma conta POP3 é o tipo mais comum de conta de email.
Uma conta IMAP é um tipo avançado de conta de email que
oferece várias pastas de email em um servidor de emails. As contas
do Google GMail e da AOL podem ser usadas no Outlook 2010
como contas IMAP.
Se não souber ao certo qual é o tipo da sua conta, entre em
contato com o seu provedor de serviços de Internet (ISP) ou admi-
nistrador de email.
1. Clique em Definir manualmente as configurações do ser-
vidor ou tipos de servidor adicionais e em Avançar.
2. Clique em Email da Internet e em Avançar.
5. Para sair da caixa de diálogo Adicionar Nova Conta, cli-
3. Em Informações do Usuário, faça o seguinte:
que em Concluir.
• Na caixa Nome, digite seu nome da forma que aparecerá
Se você tiver adicionado uma conta do Exchange Server, de-
para as outras pessoas.
verá sair e reiniciar o Outlook para que essa conta apareça e possa
• Na caixa Endereço de Email, digite o endereço de email
ser usada no Outlook.
  Observação: Se o seu perfil já tiver uma conta do Micro- completo atribuído por seu administrador de email ou ISP. Não se
soft Exchange Server e você quiser adicionar outra, será neces- esqueça de incluir o nome de usuário, o símbolo @ e o nome do
sário usar a Configuração Automática de Conta. Para configurar domínio como, por exemplo, pat@contoso.com.
manualmente uma conta adicional do Exchange Server, você deve • Nas caixas Senha e Confirmar Senha, digite a senha atri-
sair do Outlook e depois usar o módulo Email no Painel de Con- buída ou criada por você.
trole.  Dica: A senha poderá diferenciar maiúsculas de minúsculas.
Verifique se a tecla CAPS LOCK foi pressionada durante a inser-
Adicionar uma conta de email manualmente ção da sua senha.
Existem três maneiras de adicionar manualmente sua conta de 4. Em Informações do Servidor, faça o seguinte:
email. A maioria das pessoas só possui um perfil e deverá usar a • Na caixa de listagem Tipo de Conta, escolha POP3 ou
seção Adicionar ao perfil em execução. IMAP.
 Observação   A configuração manual de contas do Microsoft • Na caixa Servidor de entrada de emails, digite o nome
Exchange não pode ser feita enquanto o Outlook estiver em exe- completo do servidor fornecido pelo provedor de serviços de In-
cução. Use as etapas das seções Adicionar a um perfil existente ou ternet ou pelo administrador de email. Geralmente, é mail. seguido
Adicionar a um novo perfil. do nome de domínio, por exemplo, mail.contoso.com.

Didatismo e Conhecimento 77
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Na caixa Servidor de saída de emails (SMTP), digite o Configurar manualmente uma conta do Microsoft Ex-
nome completo do servidor fornecido pelo provedor de serviços change
de Internet ou pelo administrador de email. Geralmente, é mail. As contas do Microsoft Exchange são usadas por organizações
seguido do nome do domínio, por exemplo, mail.contoso.com. como parte de um pacote de ferramentas de colaboração incluindo
5. Em Informações de Logon, faça o seguinte: mensagens de email, calendário e agendamento de reuniões e con-
• Na caixa Nome de Usuário, digite o nome do usuário trole de tarefas. Alguns provedores de serviços de Internet (ISPs)
fornecido pelo provedor ou pelo administrador de email. Ele pode também oferecem contas do Exchange hospedadas. Se não estiver
fazer parte do seu endereço de email antes do símbolo @, como certo sobre o tipo de conta que utiliza, entre em contato com o seu
pat, ou pode ser o seu endereço de email completo, como pat@ ISP ou administrador de email.
contoso.com. A configuração manual de contas do Microsoft Exchange não
• Na caixa Senha, digite a senha fornecida pelo provedor pode ser feita enquanto o Outlook estiver em execução. Para adi-
ou pelo administrador de email ou uma senha que tenha sido criada cionar uma conta do Microsoft Exchange, siga as etapas de Adi-
por você. cionar a um perfil existente ou Adicionar a um novo perfil e siga
• Marque a caixa de seleção Lembrar senha. um destes procedimentos:
 Observação: Você tem a opção de salvar sua senha digitando 1. Clique em Definir manualmente as configurações do ser-
-a na caixa Senha e marcando a caixa de seleção Lembrar senha. vidor ou tipos de servidor adicionais e em Avançar.
Se você escolheu essa opção, não precisará digitar a senha sempre 2. Clique em Microsoft Exchange e, em seguida, clique em
que acessar a conta. No entanto, isso também torna a conta vulne- Avançar.
rável a qualquer pessoa que tenha acesso ao seu computador. 3. Digite o nome atribuído pelo administrador de email para
Opcionalmente, você poderá denominar sua conta de email o servidor executando o Exchange.
como ela aparece no Outlook. Isso será útil caso você esteja usan- 4. Para usar as Configurações do Modo Cache do Exchan-
do mais de uma conta de email. Clique em Mais Configurações. ge, marque a caixa de seleção Usar o Modo Cache do Exchange.
Na guia Geral, em Conta de Email, digite um nome que ajudará a 5. Na caixa Nome de Usuário, digite o nome do usuário
identificar a conta, por exemplo, Meu Email de Provedor de Servi- atribuído ao administrador de email. Ele não costuma ser seu nome
ços de Internet Residencial. completo.
A sua conta de email pode exigir uma ou mais das configura- 6. Opcionalmente, siga um destes procedimentos:
ções adicionais a seguir. Entre em contato com o seu ISP se tiver • Clique em Mais Configurações. Na guia Geral em Con-
dúvidas sobre quais configurações usar para sua conta de email. ta de Email, digite o nome que ajudará a identificar a conta, por
• Autenticação de SMTP     Clique em Mais Configura- exemplo, Meu Email de Trabalho.
ções. Na guia Saída, marque a caixa de seleção Meu servidor de • Clique em Mais Configurações. Em qualquer uma das
saída de emails requer autenticação, caso isso seja exigido pela guias, configure as opções desejadas.
conta. • Clique em Verificar Nomes para confirmar se o servidor
• Criptografia de POP3     Para contas POP3, clique em reconhece o seu nome e se o computador está conectado com a
Mais Configurações. Na guia Avançada, em Números das portas rede. Os nomes de conta e de servidor especificados nas etapas 3
do servidor, em Servidor de entrada (POP3), marque a caixa de e 5 devem se tornar sublinhados. Se isso não acontecer, entre em
seleção O servidor requer uma conexão criptografada (SSL), caso contato com o administrador do Exchange.
o provedor de serviços de Internet instrua você a usar essa confi- 7. Se você clicou em Mais Configurações e abriu a caixa de
guração. diálogo Microsoft Exchange Server, clique em OK.
• Criptografia de IMAP     Para contas IMAP, clique em 8. Clique em Avançar.
Mais Configurações. Na guia Avançada, em Números das portas 9. Clique em Concluir.
do servidor, em Servidor de entrada (IMAP), para a opção Usar o
seguinte tipo de conexão criptografada, clique em Nenhuma, SSL, Remover uma conta de email
TLS ou Automática, caso o provedor de serviços de Internet ins- 1. Clique na guia Arquivo.
trua você a usar uma dessas configurações. 2. Em Informações da Conta, clique em Configurações de
• Criptografia de SMTP    Clique em Mais Configurações. Conta e depois em Configurações de Conta.
Na guia Avançada, em Números das portas do servidor, em Servi-
dor de saída (SMTP), para a opção Usar o seguinte tipo de conexão
criptografada, clique em Nenhuma, SSL, TLS ou Automática, caso
o provedor de serviços de internet instrua você a usar uma dessas
configurações.
Opcionalmente, clique em Testar Configurações da Conta
para verificar se a conta está funcionando. Se houver informações
ausentes ou incorretas, como a senha, será solicitado que sejam
fornecidas ou corrigidas. Verifique se o computador está conectado
com a Internet.
Clique em Avançar.
Clique em Concluir.

Didatismo e Conhecimento 78
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
3. Selecione a conta de email que você deseja remover e Ao encaminhar uma mensagem, as caixas Para, Cc e Cco fi-
clique em Remover. cam vazias e é preciso fornecer pelo menos um destinatário.
4. Para confirmar a remoção da conta, clique em Sim.
Para remover uma conta de email de um perfil diferente, en- Responder ao remetente ou a outros destinatários
cerre e reinicie o Outlook com o outro perfil e siga as etapas an- Você poder responder apenas ao remetente de uma mensagem
teriores. Você também pode remover contas de outros perfis da ou a qualquer combinação de pessoas existente nas linhas Para e
seguinte forma: Cc. Pode também adicionar novos destinatários.
1. Saia do Outlook. 1. Na guia Página Inicial ou na guia Mensagem, no grupo
2. No Painel de Controle, clique ou clique duas vezes em Responder, clique em Responder ou em Responder a Todos.
Email.  Observação: O nome da guia depende da condição da men-
sagem, se está selecionada na lista de mensagens ou se está aberta
A barra de título da caixa de diálogo Configurar Email contém na respectiva janela.
o nome do perfil atual. Para selecionar um perfil diferente já exis- Para remover o nome das linhas Para e Cc, clique no nome
tente, clique em Mostrar Perfis, selecione o nome do perfil e, em e pressione DELETE. Para adicionar um destinatário, clique na
seguida, clique em Propriedades. caixa Para, Cc ou Cco e especifique o destinatário.
3. Clique em Contas de Email. 2. Escreva sua mensagem.
4. Selecione a conta e clique em Remover. 3. Clique em Enviar.
5. Para confirmar a remoção da conta, clique em Sim.  Dica   Seja cuidadoso ao clicar em Responder a Todos, prin-
 Observações  cipalmente quando houver listas de distribuição ou um grande nú-
• A remoção de uma conta de email POP3 ou IMAP não mero de destinatários em sua resposta. Geralmente, o melhor é
exclui os itens enviados e recebidos com o uso dessa conta. Se usar Responder e adicionar somente os destinatários necessários,
você estiver usando uma conta POP3, ainda poderá usar o Arquivo ou então usar Responder a Todos, mas remover os destinatários
de Dados do Outlook (.pst) para trabalhar com os seus itens. desnecessários e as listas de distribuição.
• Se estiver usando uma conta do Exchange, seus dados
permanecerão no servidor de email, a não ser que eles sejam mo- Encaminhar uma mensagem
vidos para um Arquivo de Dados do Outlook (.pst). Ao encaminhar uma mensagem, ela incluirá todos os anexos
que estavam incluídos na mensagem original. Para incluir mais
Criar uma mensagem de email anexos, consulte Anexar um arquivo ou outro item a uma mensa-
1. Na guia Página Inicial, no grupo Novo, clique em Novo gem de email.
Email. 1. Na guia Página Inicial ou Mensagem, no grupo Respon-
der, clique em Encaminhar.
Observação: O nome da guia depende da condição da mensa-
gem, se está selecionada na lista de mensagens ou se está aberta na
respectiva janela.
2. Especifique destinatários nas caixas Para, Cc ou Cco.
3. Escreva sua mensagem.
4. Clique em Enviar.
Dica: Se quiser encaminhar duas ou mais mensagens para os
mesmos destinatários, como se fossem uma só, em Email, clique
Atalho do teclado  Para criar uma mensagem de email a partir em uma das mensagens, pressione CTRL e clique em cada mensa-
de qualquer pasta do Outlook, pressione CTRL+SHIFT+M gem adicional. Na guia Página Inicial, no grupo Responder, clique
2. Na caixa Assunto, digite o assunto da mensagem. em Encaminhar. Cada mensagem será encaminhada como anexo
3. Insira os endereços de email ou os nomes dos destina- de uma nova mensagem.
tários na caixa Para, Cc ou Cco. Separe vários destinatários por
ponto-e-vírgula. Adicionar um anexo a uma mensagem de email
Para selecionar os nomes dos destinatários em uma lista no Arquivos podem ser anexados a uma mensagem de email.
Catálogo de Endereços, clique em Para, Cc ou Cco e clique nos Além disso, outros itens do Outlook, como mensagens, contatos
nomes desejados. ou tarefas, podem ser incluídos com as mensagens enviadas.
4. Depois de redigir a mensagem, clique em Enviar. 1. Crie uma mensagem ou, para uma mensagem existente,
clique em Responder, Responder a Todos ou Encaminhar.
Responder ou encaminhar uma mensagem de email 2. Na janela da mensagem, na guia Mensagem, no grupo
Quando você responde a uma mensagem de email, o reme- Incluir, clique em Anexar Arquivo.
tente da mensagem original é automaticamente adicionado à caixa
Para. De modo semelhante, quando você usa Responder a Todos,
uma mensagem é criada e endereçada ao remetente e a todos os
destinatários adicionais da mensagem original. Seja qual for sua
escolha, você poderá alterar os destinatários nas caixas Para, Cc
e Cco.

Didatismo e Conhecimento 79
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Abrir e salvar anexos Escolha uma local de pasta e clique em Salvar.
Anexos são arquivos ou itens que podem ser incluídos em uma Salvar vários anexos de uma mensagem
mensagem de email. As mensagens com anexos são identificadas 1. No Painel de Leitura ou na mensagem aberta, selecione
por um ícone de clipe de papel   na lista de mensagens. Depen- os anexos a serem salvos. Para selecionar vários anexos, clique
dendo do formato da mensagem recebida, os anexos são exibidos neles mantendo pressionada a tecla CTRL.
em um de dois locais na mensagem. 2. Execute um dos seguintes procedimentos:
• Se o formato da mensagem for HTML ou texto sem for- • Se a mensagem estiver no formato HTML ou de texto
matação, os anexos serão exibidos na caixa de anexo, sob a linha sem formatação     Na guia Anexos, no grupo Ações, clique em
Assunto. Salvar como.
• Se o formato da mensagem for o formato menos comum • Se a mensagem estiver no formato RTF     Clique com
RTF (Rich Text Format), os anexos serão exibidos no corpo da o botão direito do mouse em uma das mensagens selecionadas e
mensagem. Mesmo que o arquivo apareça no corpo da mensagem, depois clique em Salvar como.
ele continua sendo um anexo separado. 3. Clique em uma local de pasta e clique em OK.
Observação   O formato utilizado na criação da mensagem é Salvar todos os anexos de uma mensagem
indicado na barra de título, na parte superior da mensagem. 1. No Painel de Leitura ou na mensagem aberta, clique em
um anexo.
Abrir um anexo 2. Siga um destes procedimentos:
Um anexo pode ser aberto no Painel de Leitura ou em uma • Se a mensagem estiver no formato HTML ou de texto
mensagem aberta. Em qualquer um dos casos, clique duas vezes sem formatação     Na guia Anexos, no grupo Ações, clique em
no anexo para abri-lo. Salvar Todos os Anexos.
Para abrir um anexo na lista de mensagens, clique com o botão • Se a mensagem estiver no formato RTF     Clique na guia
direito do mouse na mensagem que contém o anexo, clique em Arquivo para abrir o modo de exibição Backstage. Em seguida,
Exibir Anexos e clique no nome do anexo. clique em Salvar anexos e depois em OK.
 Observações  3. Clique em uma local de pasta e clique em OK.
• Você pode visualizar anexos de mensagens HTML ou
com texto sem formatação no Painel de Leitura e em mensagens Adicionar uma assinatura de email às mensagens
abertas. Clique no anexo a ser visualizado e ele será exibido no Você pode criar assinaturas personalizadas para suas mensa-
corpo da mensagem. Para voltar à mensagem, na guia Ferramentas gens de email que incluem texto, imagens, seu Cartão de Visita
de Anexo, no grupo Mensagem, clique em Mostrar Mensagem. O Eletrônico, um logotipo ou até mesmo uma imagem da sua assina-
recurso de visualização não está disponível para mensagens RTF. tura manuscrita.
• Por padrão, o Microsoft Outlook bloqueia arquivos de Criar uma assinatura
anexo potencialmente perigosos (inclusive os arquivos .bat, .exe, • Abra uma nova mensagem. Na guia Mensagem, no gru-
.vbs e .js), os quais possam conter vírus. Se o Outlook bloquear po Incluir, clique em Assinatura e em Assinaturas.
algum arquivo de anexo em uma mensagem, uma lista dos tipos
de arquivos bloqueados será exibida na Barra de Informações, na
parte superior da mensagem.

• Na guia Assinatura de Email, clique em Novo.


Adicionar uma assinatura
Salvar um anexo • Em uma nova mensagem, na guia Mensagem, no grupo
Após abrir e exibir um anexo, você pode preferir salvá-lo em Incluir, clique em Assinatura e clique na assinatura desejada.
uma unidade de disco. Se a mensagem tiver mais de um anexo,
você poderá salvar os vários anexos como um grupo ou um de
cada vez.
Salvar um único anexo de mensagem
Execute um dos seguintes procedimentos:
• Se a mensagem estiver no formato HTML ou de texto
sem formatação     Clique no anexo, no Painel de Leitura, ou abra
a mensagem. Na guia Anexos, no grupo Ações, clique em Salvar
como. É possível clicar com o botão direito do mouse no anexo e
então clicar em Salvar como. Criar um compromisso de calendário
• Se a mensagem estiver no formato RTF     No Painel Compromissos são atividades que você agenda no seu calen-
de Leitura ou na mensagem aberta, clique com o botão direito do dário e que não envolvem convites a outras pessoas nem reserva
mouse no anexo e clique em Salvar como. de recursos.

Didatismo e Conhecimento 80
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Em Calendário, na guia Página Inicial, no grupo Novo,  Dica: Você pode sinalizar rapidamente mensagens de email
clique em Novo Compromisso. Como alternativa, você pode clicar como itens de tarefas pendentes usando lembretes. Clique com o
com o botão direito do mouse em um bloco de tempo em sua grade botão direito do mouse na coluna Status do Sinalizador na lista de
de calendário e clicar em Novo Compromisso. mensagens. Ou, se a mensagem estiver aberta, na guia Mensagem,
no grupo Controle, clique em Acompanhamento e, em seguida,
clique em Adicionar Lembrete.

Criar um contato
Contatos podem ser tão simples quanto um nome e endereço
de email ou incluir outras informações detalhadas, como endereço
físico, vários telefones, uma imagem, datas de aniversário e quais-
quer outras informações que se relacionem ao contato.
Atalho do teclado: Para criar um compromisso, pressione • Em Contatos, na guia Página Inicial, no grupo Novo, cli-
CTRL+SHIFT+A. que em Novo Contato.
Agendar uma reunião com outras pessoas
Uma reunião é um compromisso que inclui outras pessoas e
pode incluir recursos como salas de conferência. As respostas às
suas solicitações de reunião são exibidas na Caixa de Entrada.
• Em Calendário, na guia Página Inicial, no grupo Novo,
clique em Nova Reunião.

Atalho do teclado: Para criar um contato de qualquer pasta no


Outlook, pressione CTRL+SHIFT+C.

Criar uma tarefa


 Muitas pessoas mantêm uma lista de coisas a fazer  — em
Atalho do teclado: Para criar uma nova solicitação de reunião papel, em uma planilha ou com uma combinação de papel e méto-
de qualquer pasta no Outlook, pressione CTRL+SHIFT+Q. dos eletrônicos. No Microsoft Outlook, você pode combinar várias
listas em uma só, receber lembretes e controlar o andamento das
Definir um lembrete tarefas.
Você pode definir ou remover lembretes para vários itens, in- • Em Tarefas, na guia Página Inicial, no grupo Novo, cli-
cluindo mensagens de email, compromissos e contatos. que em Nova Tarefa.
Para compromissos ou reuniões
Em um item aberto, na guia Compromisso ou Reunião, no •
grupo Opções, na lista suspensa Lembrete, selecione o período de •
tempo antes do compromisso ou da reunião para que o lembrete •
apareça. Para desativar um lembrete, selecione Nenhum. •
Para mensagens de email, contatos e tarefas •
• Na guia Página Inicial, no grupo Marcas, clique em
Acompanhar e em Adicionar Lembrete. Atalho do teclado: Para criar uma nova tarefa, pressione CTR-
L+SHIFT+K.

Criar uma anotação


Anotações são o equivalente eletrônico de notas adesivas em
papel. Use-as para rascunhar dúvidas, ideias, lembretes e qualquer
coisa que você escreveria em papel.
• Em Anotações, no grupo Novo, clique em Nova Anota-
ção.

Atalho do teclado: Para criar uma anotação, pressione CTR-


L+SHIFT+N.

Didatismo e Conhecimento 81
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Etapas do planejamento
O PROCESSO ADMINISTRATIVO:
1.Definir: visão e missão do negócio 
PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO,
DIREÇÃO, CONTROLE; ASPECTOS Visão 
FUNDAMENTAIS DA COMUNICAÇÃO, É a direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda, um
LIDERANÇA, MOTIVAÇÃO, GRUPOS, quadro do que a empresa deseja ser. Deve refletir as aspirações da
EQUIPES E CULTURA ORGANIZACIONAL. empresa e suas crenças.
Fórmula base para definição da visão:
Verbo em perspectiva futura + objetivos desafiadores + até
quando.
PLANEJAR  
É a função administrativa em que se estima os meios que Missão
possibilitarão realizar os objetivos (prever), a fim de poder tomar A declaração de missão da empresa deve refletir a razão de ser
decisões acertadas, com antecipação, de modo que sejam evitados da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa faz.
entraves ou interrupções nos processos organizacionais. Fórmula base para definição da Missão:
É também uma forma de se evitar a improvisação. Fazer o quê + Para quem (qual o público?) + De que forma.
Nesta função, o gerente especifica e seleciona os objetivos a
serem alcançados e como fazer para alcançá-los. 2. Analisar o ambiente externo 
Exemplos: o chefe de seção dimensiona os recursos necessá- Uma vez declarada a visão e missão da empresa, seus dirigen-
rios (materiais, humanos, etc.), em face dos objetivos e metas a se- tes devem conhecer as partes do ambiente que precisam monitorar
rem atingidos; a montagem de um plano de ação para recuperação para atingir suas metas. É preciso analisar as forças macroambien-
de uma área avariada. tais (demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais,
sociais e culturais) e os atores microambientais (consumidores,
Planejamento: funciona como a primeira função administra- concorrentes, canais de distribuição, fornecedores) que afetam sua
dora, pois serve de base para as demais. habilidade de obter lucro.
• É uma reflexão que antecede a ação; Oportunidades
• É um processo permanente e contínuo; Um importante propósito da análise ambiental é identificar
• É sempre voltado para o futuro; novas oportunidades de marketing e mercado. 
• É uma relação entre as coisas a serem feitas e o tempo  
disponível para tanto; Ameaças
• É mais uma questão de comportamento e atitude da ad- Ameaça ambiental é um desafio decorrente de uma tendência
ministração do que propriamente um elenco de planos e programas desfavorável que levaria a deterioração das vendas ou lucro. 
de ação;  
• É a busca da racionalidade nas tomada de decisões; 3. Analisar o ambiente interno
• É um curso de ação escolhido entre várias alternativas de Você saberia dizer quais são as qualidades e o que pode ou
caminhos potenciais; deve ser melhorado na sua empresa? Esses são os pontos fortes/
• É interativo, pois pressupõem avanços e recuos, altera- forças e fracos/fraquezas do seu negócio.
ções e modificações em função de eventos novos ocorridos no am-
biente externo e interno da empresa. 4. Analisar a situação atual 
• O planejamento é um processo essencialmente participa- Depois de identificados os pontos fortes e pontos fracos e
tivo, e todos os funcionários que são objetos do processo devem analisadas as oportunidades e ameaças, pode-se obter a matriz
participar. FOFA (força ou fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças)
• Para realizar o planejamento, a empresa deve saber onde ou SWOT (strengths, weaknesses, opportunities e threats). Inclua
está agora (presente) e onde pretende chegar (futuro). os pontos fortes e fracos de sua empresa, juntamente com as opor-
• tunidades e ameaças do setor, em cada uma das quatro caixas:
Para isso, deve dividir o planejamento em sete fases sequen-
ciais, como veremos abaixo.

Didatismo e Conhecimento 82
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A análise FOFA fornece uma orientação estratégica útil. •Poder de propor sanções àqueles que cumpriram ou não ás
determinações feitas.
5. Definir objetivos e Metas
São elementos que identificam de forma clara e precisa o que COORDENAR
a empresa deseja e pretende alcançar. A partir dos objetivos e de É a função administrativa que visa ligar, unir, harmonizar to-
todos os dados levantados acima, são definidas as metas. dos os atos e todos os esforços coletivos através da qual se esta-
As Metas existem para monitorar o progresso da empresa. belece um conjunto de medidas, que tem por objetivo harmonizar
Para cada meta existe normalmente um plano operacional, que é o recursos e processos. Dois tipos de Coordenação:
conjunto de ações necessárias para atingi-la; Toda meta, ao ser de- •Vertical/Hierárquico: É aquela que se faz com as pessoas
finida, deve conter a unidade de medida e onde se pretende chegar. sempre dentro de uma rigorosa observância das linhas de comando
  (ou escalões hierárquicos estabelecidos).
6. Formular e Implementar a estratégia  •Horizontal: É aquela que se estabelece entre as outras pes-
Até aqui, você definiu a missão e visão do seu negócio e de- soas sem observância dos níveis hierárquicos dessas mesmas pes-
finiu metas e objetivos visando atender sua missão em direção à soas. Essa coordenação possibilita a comunicação entre as pessoas
visão declarada. Agora, é necessário definir-se um plano para se de vários departamentos e de diferentes níveis hierárquicos. Risco
atingir as metas estabelecidas, ou seja, a empresa precisa de uma Básico: Desmoralização ou destruição das linhas de comando ou
formulação de estratégias para serem implantadas. hierarquia.
Após o desenvolvimento das principais estratégias da empre-
sa, deve-se adotar programas de apoio detalhados com responsá- CONTROLAR
veis, áreas envolvidas, recursos e prazos definidos. Esta função se aplica tanto a coisas quanto a pessoas.
7. Gerar Feedback e Controlar Para que a função de controle possa efetivamente se processar
À medida que implementa sua estratégia, a empresa precisa e aumentar a eficiência do trabalho, é fundamental que o estabele-
rastrear os resultados e monitorar os novos desenvolvimentos nos cido ou determinado esteja perfeito, claramente explicado.
ambientes interno e externo. Alguns ambientes mantêm-se está- “O que perturba o bom entendimento não são regras do jogo
veis de um ano para outro. O ideal é estar sempre atento à realiza-
muito exigentes, mas sim regras esclarecidas após o jogo inicia-
ção das metas e estratégias, para que sua empresa possa melhorar
do.”
a cada dia.
É a função administrativa através da qual se verifica se o que
 
foi estabelecido ou determinado foi cumprido (sem entrar especifi-
Princípios aplicados ao planejamento
camente nos méritos e se deu ou não bons resultados).
 
I- Princípio da definição dos objetivos (devem ser traçados
com clareza, precisão) Um sistema de controle deve ter:
II- Princípio da flexibilidade do planejamento (poderá e deve- •um objetivo, um padrão, uma linha de atuação, uma norma,
rá ser alterado sempre que necessário e possível). uma regra “decisorial”, um critério, uma unidade de medida;
  •um meio de medir a atividade desenvolvida;
Com esta primeira função montaremos o plano teórico, com- •um procedimento para comparar tal atividade com o critério
pletando assim o ciclo de planejamento: Estabelecer objetivos, to- fixado;
mar decisões e elaborar planos. •algum mecanismo que corrija a atividade como critério fi-
xado. O processo de controle é realizado em quatro fases a saber:
ORGANIZAR a) Estabelecimento de padrões ou critérios;
É a função administrativa que visa dispor adequadamente os b) Observação do desempenho;
diferentes elementos (materiais, humanos, processos, etc.) que c) Comparação do desempenho com o padrão estabelecido;
compõem (ou vierem a compor) a organização, como objetivo de d) Ação para corrigir o desvio entre o desempenho atual e o
aumentar a sua eficiência, eficácia e efetividade. desempenho esperado.

DIREÇÃO COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL


Podemos dividir essa função em duas subfunções: Ser um comunicador habilidoso é essencial para ser um bom
administrador e líder de equipe. Mas a comunicação também deve
COMANDAR ser administrada em toda a organização. A cada minuto de cada
É a função administrativa que consiste basicamente em: dia, incontáveis bits de informação são transmitidos em uma orga-
nização. Serão discutidas as comunicações de cima para baixo, de
Decidir a respeito de “que” (como, onde, quando, com que, baixo para cima, horizontal e informal nas organizações.
com quem) fazer, tendo em vista determinados objetivos a serem
conseguidos. Comunicação de Cima Para Baixo
Determinar as pessoas, as tarefas que tem que executar. A comunicação de cima para baixo refere-se ao fluxo de
É fundamental para quem comanda desfrutar de certo poder: informação que parte dos níveis mais altos da hierarquia da orga-
•Poder de decisão. nização, chegando aos mais baixos. Entre os exemplos estão um
•Poder de determinação de tarefas a outras pessoas. gerente passando umas atribuições a sua secretária, um supervisor
•Poder de delegar – a possibilidade de conferir á outro parte fazendo um anúncio a seus subordinados e o presidente de uma
do próprio poder. empresa dando uma palestra para sua equipe de administração. Os

Didatismo e Conhecimento 83
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
funcionários devem receber a informação de que precisam para A comunicação informal é menos oficial.
desempenhar suas funções e se tornar (e permanecer) membros A função de controle está relacionada com as demais funções
leais da organização. do processo administrativo: o planejamento, a organização e a
Muitas vezes, os funcionários ficam sem a informação ade- direção repercutem nas atividades de controle da ação empresa-
quada. Um problema é a sobrecarga de informação: os funcioná- rial. Muitas vezes se torna necessário modificar o planejamento, a
rios são bombardeados com tanta informação que não conseguem organização ou a direção, para que os sistemas de controle possam
absorver tudo. Grande parte da informação não é muito impor- ser mais eficazes.
tante, mas seu volume faz com que muitos pontos relevantes se A avaliação intimida. É comum os gerentes estarem ocupados
percam. demais para se manterem a par daquilo que as pessoas estão fazen-
Quanto menor o número de níveis de autoridade através dos do e com qual grau de eficiência. É quando gerentes não sabem
quais as comunicações devem passar, tanto menor será a perda ou o que seu pessoal está fazendo, não podem avaliar corretamente.
distorção da informação. Como resultado, sentem-se incapazes de substanciar suas impres-
sões e comentários sobre desempenho - por isso evitam a tarefa.
Administração da comunicação de cima para baixo Mas quando a seleção e o direcionamento são feitos corre-
Os administradores podem fazer muitas coisas para melhorar tamente, a avaliação se torna um processo lógico de fácil imple-
a comunicação de cima para baixo. Em primeiro lugar, a admi- mentação. Se você sabe o que seu pessoal deveria fazer e atribui
nistração deve desenvolver procedimentos e políticas de comu- tarefas, responsabilidades e objetivos com prazos a cada funcioná-
nicação. Em segundo lugar, a informação deve estar disponível rio especificamente, então você terá critérios com os quais medir
àqueles que dela necessitam. Em terceiro lugar, a informação deve o desempenho daquele indivíduo. Nessa situação, a avaliação se
ser comunicada de forma adequada e eficiente. As linhas de comu- torna uma simples questão de determinar se, e com que eficiência,
nicação devem ser tão diretas, breves e pessoais quanto possível. uma pessoa atingiu ou não aquelas metas.
A informação deve ser clara, consistente e pontual - nem muito Os gerentes costumam suor que se selecionarem boas pessoas
precoce nem (o que é um problema mais comum) muito atrasada. e as direcionarem naquilo que é esperado, as coisas serão bem
feitas. Eles têm razão. As coisas serão feitas, mas se serão bem
Comunicação de Baixo Para Cima feitas e quanto tempo levará para fazê-las são fatores incertos. A
A comunicação de baixo para cima vai dos níveis mais bai- avaliação permite que se determine até que ponto uma coisa foi
xos da hierarquia para os mais altos. bem feita e se foi realizada no tempo certo. De certa forma, a ava-
Os administradores devem facilitar a comunicação de baixo liação é como um guarda de trânsito. Você pode colocar todas as
para cima. placas indicadoras de limite de velocidade do mundo: não serão
Mas os administradores devem também motivar as pessoas a respeitadas a não ser que as pessoas saibam que as infrações serão
fornecer informações valiosas. descobertas e multadas.
Isso parece lógico, mas é surpreendente quantos gerentes
Comunicação Horizontal adiam continuamente a avaliação enquanto se concentram em
Muita informação precisa ser partilhada entre pessoas do mes- atribuições urgentes mas, em última análise, menos importantes.
mo nível hierárquico. Essa comunicação horizontal pode ocorrer Quando a avaliação é adiada, os prazos também são prorrogados,
entre pessoas da mesma equipe de trabalho. Outro tipo de comuni- porque funcionários começam a sentir que pontualidade e qualida-
cação importante deve ocorrer entre pessoas de departamentos di- de não são importantes. Quando o desempenho cai, mais respon-
ferentes. Por exemplo, um agente de compras discute um problema sabilidades são deslocadas para o gerente - que, assim, tem ainda
com um engenheiro de produção, ou uma força-tarefa de chefes de menos tempo para direcionar e avaliar funcionários.
departamento se reúne para discutir uma preocupação particular.
Especialmente em ambientes complexos, nos quais as deci- Motivação
sões de uma unidade afetam a outra, a informação deve ser parti- Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo
lhada horizontalmente. com outros olhos? É conquistar resultados, é superar obstáculos, é
As empresas integrantes da GE poderiam operar de forma ser persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o que? 
completamente independente. Mas cada uma deve ajudar as ou- Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; exposi-
tras. Transferem entre si recursos técnicos, pessoas, informação, ção de motivos ou causas ; conjunto de fatores psicológicos, cons-
ideias e dinheiro. A GE atinge esse alto nível de comunicação e cientes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que
cooperação através de um fácil acesso entre as divisões e ao CEO; determinam um certo tipo de conduta em alguém. Sendo assim
uma cultura de abertura, honestidade, confiança e obrigação mú- Motivação está intimamente ligado aos Motivos que segundo o
tua; e reuniões trimestrais em que todos os altos executivos se reú- dicionário é fato que leva uma pessoa a algum estado ou atividade. 
nem informalmente para partilhar informações e ideias. Os mes- Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente
mos tipos de coisas são feitas também nos níveis inferiores. ao que você quer da vida , e seus motivos são pessoais , intransfe-
ríveis e estão dentro da sua cabeça (e do coração também) , logo
Comunicação Formal e Informal seus motivos são abstratos e só têm significado pra você , por isso
As comunicações organizacionais diferem em sua formalida- motivação é algo tão pessoal , porque vêm de dentro.
de. As comunicações formais são oficiais, episódios de transmis-
são de informação sancionados pela organização. Podem mover-se
de baixo para cima, de cima para baixo ou horizontalmente, muitas
vezes envolvendo papel.

Didatismo e Conhecimento 84
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas,
que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de Processo,
onde, em cada uma delas, identificamos as correntes pertencentes.

A motivação é uma força interior que se modifica a cada mo-


mento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que
de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um objetivo, con-
é algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma forme mostra o Ciclo Motivacional.
particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva,
pois ninguém é capaz de fazê-lo. Existem pessoas que pregam a O Ciclo Motivacional
automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que
a motivação é uma força intrínseca, ou seja, interior e o emprego
desse prefixo deve ser descartado.
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas
necessidades são todas supridas de forma hierárquica. Maslow or-
ganiza tais necessidades da seguinte forma:
- Autorrealização
- Autoestima
- Sociais
- Segurança
- Fisiológicas

Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no ali-


cerce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades fisiológi-
cas são as iniciantes do processo motivacional, porém, cada indi-
víduo pode sentir necessidades acima das que está executando ou
abaixo, o que quer dizer que o processo não é engessado, e sim
flexível.
Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a moti-
vação é alcançada através de dois fatores: Fatores higiênicos que O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma neces-
são estímulos externos que melhoram o desempenho e a ação de sidade rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um
indivíduos, mas que não consegue motivá-los. estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Esse
estado de tensão leva o indivíduo a um comportamento ou ação,
Fatores motivacionais que são internos, ou seja, são sentimen- capaz de descarregar a tensão ou livrá-lo do desconforto e do dese-
tos gerados dentro de cada indivíduo a partir do reconhecimento e quilíbrio. Se o comportamento ‘for eficaz o indivíduo encontrará a
da autorrealização gerada através de seus atos. satisfação da necessidade e, portanto, a descarga da tensão provo-
Já David McClelland identificou três necessidades que seriam cada por ela’. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado
pontos-chave para a motivação: poder, afiliação e realização. de equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento ao ambiente.
Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são ad- As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo contra-
quiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio, status e outras rio, são forças dinâmicas e persistentes que provocam compor-
sensações que o ser humano gosta de sentir. tamentos. Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo),
os comportamentos tornam-se gradativamente mais eficazes na
satisfação, de certas necessidades. E quando uma necessidade é
satisfeita ela não é mais motivadora de comportamento já que não
causa tensão ou desconforto.

Didatismo e Conhecimento 85
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de resolução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, frustrada (quando a satis-
fação é impedida ou bloqueada) ou compensada (a satisfação é transferida para objeto). Muitas vezes a tensão provocada pelo surgimento
da necessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a sua liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão represada no organismo
procura um meio indireto de saída, seja por via psicológica (agressividade, descontentamento, tensão emocional, apatia, indiferença etc.)
seja por via fisiológica (tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade não é satisfeita
nem frustrada, mas é transferida ou compensada. Isto se dá quando a satisfação de outra necessidade reduz ou aplaca a intensidade de uma
necessidade que não pode ser satisfeita.
A satisfação de alguma necessidade é temporal e passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada pelas diferentes neces-
sidades. O comportamento é quase um processo de resolução de problemas, de satisfação de necessidade, à medida que elas vão surgindo.
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz ao de clima organizacional – ao nível da organização. Os seres humanos estão
continuamente engajados no ajustamento a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter um equilíbrio
emocional. Isto pode ser definido com um estado de ajustamento. Tal ajustamento não se refere somente à satisfação das necessidades de
pertencer a um grupo social de estima e de autorrealização. É a frustração dessas necessidades que causa muitos dos problemas de ajusta-
mento. Como a satisfação dessas necessidades superiores depende muito de outras pessoas, particularmente daquelas que estão em posições
de autoridade, torna-se importante para a administração compreender a natureza do ajustamento e do desajustamento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as aptidões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo indivíduo de um mo-
mento para outro. Varia dentro de um continuum e pode ser definido em vários graus, mas do que em tipos. Um bom ajustamento denota
“saúde mental”. Uma das maneiras de se definir saúde mental é descrever as características de pessoas mentalmente sadias. As característi-
cas básicas de saúde mental são:

- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;


- As pessoas sentem-se bem em relação às outras pessoas;
- As pessoas são capazes de enfrentar por si as demandas da vida.

Abaixo uma tabela que demonstra os sete níveis de motivação onde, em cada um desses níveis, identificamos a necessidade a ser supri-
da, com suas respectivas características de ação.

Remunerar as pessoas é um dos fatores mais importantes na gestão de pessoas. Quando uma pessoa ingressa em uma determinada
organização, ela cria uma série de expectativas quanto aos retornos pretendidos pelo trabalho que irá executar. Para remunerar bem os fun-
cionários a organização deve ter uma boa administração para trabalhar com essas variáveis de modo que a equipe perceba que esta sendo
recompensada na mesma medida que a sua contribuição para organização, e que se sintam satisfeitos com o retorno do investimento em
recompensa. Há pessoas que preferem trabalhar em uma empresa recebendo pouco pelo simples fato de serem reconhecidas e  bem tratadas.

Didatismo e Conhecimento 86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A palavra remunerar não significa apenas dinheiro, mas receber motivar as pessoas? Segundo especialistas, as duas principais são
algo mais do que isso, receber o que o dinheiro não pode comprar!   o bolso e a preocupação com o ser humano. Mas, qual desses dois
O ambiente de trabalho perfeito é aquele que preenche nossas modos de motivação é o melhor? Se levarmos em conta o desem-
necessidades. Há quem busque salário, mas há quem aceite ganhar penho financeiro, os dois lados são igualmente eficazes. O que
menos em troca de reconhecimento, satisfação pessoal, qualidade muda é o tipo de profissional que a empresa irá atrair, ou seja, o
de vida, desafios, carreira ou visibilidade na sua área. tipo de incentivo a ser oferecido deve estar alinhado ao perfil dos
Profissionais motivados para o trabalho e que amam o que profissionais que a organização gostaria de ter. Segundo o pesqui-
fazem é o que toda empresa busca. O desafio é atender aos an- sador Leon Martel (CUNHA, 2002), isso seria a transição dos va-
seios das pessoas, tratando-as de forma individualizada e da ma- lores materialistas, do apego à riqueza, para os pós-materialistas,
neira como elas desejam. Segundo Shoshana Zuboff, professora de aqueles que buscam o bem-estar.
Harvard (JACOMINO, 2004), “as pessoas não querem ser tratadas Assim, o que importa é a criatividade e a capacidade das em-
como um número na multidão, mas entendidas por suas necessida- presas de focar as necessidades específicas de seu pessoal, uma vez
des específicas”. As empresas que satisfazem essas necessidades que sem os investimentos financeiros é o que vai fazer diferença
conseguem reter seus talentos, são realizadoras de sonhos; as que para os funcionários. O fato é que não existe uma fórmula, existe
não perceberam isso, ainda, somente os detêm, e correm o risco sim, uma mudança no mercado de trabalho, que sinaliza para a ne-
de perdê-los. cessidade da valorização do maior bem da empresa: o seu capital
A relação dos profissionais com as empresas mudou drasti- intelectual.
camente nos últimos anos, principalmente com a revolução do
conhecimento. Antes as pessoas “vestiam a camiseta”, seduzidas LIDERANÇA
por estabilidade, salários e assistência médica, hoje isso já não
basta. Elas almejam organizações alinhadas com seus valores em Uma característica essencial das organizações é que elas são
um processo que precisa ser alimentado e renovado todos os dias, sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra o conceito
assim como num casamento. Os funcionários precisam ser vistos de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de
como pessoas por inteiro, não mais apenas como “mão de obra”. como as organizações se relacionam com as pessoas.
A ideia de que o profissional é quem deve se adaptar ao perfil Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na
da companhia está acabando. “Hoje, é ele quem deve se informar organização também o subsistema técnico. A interação da gestão
sobre a organização na qual gostaria de trabalhar e compreender de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, en-
sua cultura”, diz Alexandre Gracioso (2002). Assim, o alinhamen- volve alinhar objetivos organizacionais e individuais.
to de interesses torna-se fundamental para que a pessoa desenvolva A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido
todo o seu potencial e se realize, conduzido pela motivação a pro- mudanças e transformações nos últimos anos.
duzir mais e melhor.
Dinheiro, é claro, ainda é prioridade para muita gente. É o que Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e influência
move boa parte das pessoas a sair de casa para trabalhar, porque sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas organizações. É
elas necessitam pagar suas contas e manter-se financeiramente. uma atividade que, se bem feita, mantém a saúde das relações en-
“Um contracheque gordo pode não segurar um talento, mas a fal- tre os indivíduos. Por isso, é muito importante essa atenção dada
ta dele o leva rapidinho para a concorrência”, diz Jorge Alberto aos fundamentos da psicologia.
Viani, da William Mercer Consultoria (FONTANA, 2001). Mas
essa ser a primeira escolha torna-se arriscado, pois, em um merca- A liderança não deve ser confundida com direção nem com
do cada vez mais agressivo e competitivo, é difícil manter-se por gerência. Um bom administrador deve ser necessariamente um
muito tempo em uma empresa só por dinheiro, por maior que seja bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder é um administra-
o contracheque. dor. Na verdade, os líderes devem estar presentes no nível insti-
Não há dinheiro que pague a realização pessoal. A realiza- tucional, intermediário e operacional das organizações. Todas as
ção no trabalho inclui mais que salário, compreende a chance de organizações precisam de líderes em todos os seus níveis e em
crescer e ter novos desafios. É a possibilidade de as pessoas da- todas as suas áreas de atuação.
rem significado ao que fazem. É fato que salário ruim desmotiva A liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre
o profissional, mas recebê-lo acima da média de mercado não é exclusivamente em grupos sociais e nas organizações. Podemos
suficiente para que a pessoa se sinta estimulada para o trabalho, ou definir liderança como uma influência interpessoal exercida numa
seja, não garante a satisfação do funcionário em relação à empresa. dada situação e dirigida através do processo de comunicação hu-
A motivação dos funcionários é tarefa cada vez mais impor- mana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os
tante para o sucesso empresarial, pois envolve sentimento de reali- elementos que caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a
zação, de reconhecimento e de crescimento profissional. Conforme influência, a situação, o processo de comunicação e os objetivos
Chiavenato (2006), o colaborador sente-se mais motivado quando a alcançar.
lhes são atribuídas tarefas significativas e desafiadoras. Assim, A liderança envolve o uso da influência e todas as relações
motivar as pessoas é fazer com que sintam orgulho de trabalhar interpessoais podem envolver liderança. Todas as relações dentro
na empresa, é despertar o sentimento de afiliação, permitindo-lhes de uma organização envolvem líderes e liderados: as comissões,
trazer seus valores para o ambiente de trabalho. os grupos de trabalho, as relações entre linha e assessoria, supervi-
Comprometimento gera comprometimento, e isso sim, com sores e subordinados etc. Outro elemento importante no conceito
certeza, irá potencializar os efeitos das estratégias de negócio, au- de liderança é a comunicação. A clareza e a exatidão da comuni-
mentando os lucros. A pergunta é: existe uma forma correta para cação afetam o comportamento e o desempenho dos liderados. A

Didatismo e Conhecimento 87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
dificuldade de comunicar é uma deficiência que prejudica a lide- coercitivo que não estimula ninguém a trabalhar. Pessoas tratadas
rança. O terceiro elemento é a consecução de metas. O líder eficaz dessa maneira tendem naturalmente a responder com falta de in-
terá de lidar com indivíduos, grupos e metas. A eficácia do líder é teresse e de estímulo, alienação, desencorajamento, pouco esforço
geralmente considerada em termos de grau de realização de uma pessoal e baixa produtividade, situação que vai reforçar o ponto de
meta ou combinação de metas. Mas, por outro lado, os indivíduos vista do administrador, fazendo-o aumentar ainda mais a pressão,
podem considerar o líder como eficaz ou ineficaz, em termos de a vigilância e a fiscalização. A ação constrangedora do adminis-
satisfação decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a trador provoca reação acomodada das pessoas. Quanto mais ele
aceitação das diretrizes e comandos de um líder apoia-se muito obriga, tanto mais elas tendem a se alienar em relação ao trabalho.
nas expectativas dos liderados de que suas respostas favoráveis os
levarão a bons resultados. Nesse caso, o líder serve ao grupo como Teoria Y
um instrumento para ajudar a alcançar objetivos. Já o administrador que pensa e age de acordo com a teoria Y,
tende a dirigir as pessoas com maior participação, liberdade e res-
Teorias sobre Liderança ponsabilidade no trabalho, pois considera que elas são aplicadas,
Teorias de Traços de Personalidade gostam de trabalhar e têm iniciativa própria. Ele tende a delegar
As mais antigas teorias sobre liderança se preocupavam em e a ouvir opiniões, pois acredita que as pessoas sejam criativas e
identificar os traços de personalidade capazes de caracterizar os habilidosas. Compartilha com elas os desafios do trabalho, por-
líderes. O pressuposto era que se poderia encontrar um número que pensa que elas são capazes de assumir responsabilidades, com
finito de características pessoais, intelectuais, emocionais e físicas autocontrole e autodireção no seu comportamento. Esse estilo de
que identificassem os líderes de sucesso, como: administrar tende a criar um ambiente democrático de trabalho e
• Habilidade de interpretar objetivos e missões; oportunidades para que as pessoas possam satisfazer suas neces-
• Habilidade de estabelecer prioridades; sidades pessoais mais elevadas através do alcance dos objetivos
• Habilidade de planejar e programar atividades da equipe; organizacionais. Pessoas que trabalham com respeito, confiança e
• Facilidade em solucionar problemas e conflitos; participação tendem a responder com iniciativa, prazer em traba-
• Facilidade em supervisionar e orientar pessoas; lhar, dedicação, envolvimento pessoal, entusiasmo e elevada pro-
• Habilidade de delegar responsabilidades para os outros. dutividade em seu trabalho. A situação impulsionadora do admi-
As críticas à teoria de traços de personalidade residem em nistrador provoca uma reação empreendedora das pessoas. Quanto
dois aspectos principais. O primeiro é que as características de mais ele impulsiona, tanto mais elas tendem a tomar iniciativa e
personalidade são geralmente medidas de maneira pouco precisa. responsabilidade no trabalho.
O segundo é que essa teoria não considera a situação dentro da Onde se situar? Qual o estilo de liderança a adotar? Essa ques-
qual atua a liderança, ou seja, os elementos do ambiente que são tão é simples. Em um modelo burocrático, provavelmente a teoria
importantes para determinar quem será um líder eficaz. Alguns tra- X seria a mais indicada como estilo de liderança para submeter
ços de personalidade são importantes em certas situações, mas não rigidamente todas as pessoas às regras e regulamentos vigentes.
em outras. Um líder de empresa pode ser o último a falar em casa. Porém, na medida em que se adota um modelo adaptativo, a teoria
Muitas vezes é a situação que define um líder. Quando a situação Y torna-se imprescindível para o sucesso organizacional. Contudo,
se modifica, a liderança passa para outras mãos. independentemente do modelo organizacional, o mundo moder-
no está abandonando a teoria X e trocando-a definitivamente pela
Teoria Sobre Estilos de Liderança teoria Y.
Um dos mais populares expoentes da teoria comportamental,
Douglas McGregor, publicou um livro clássico, em que procura Comportamentos de Liderança
mostrar com simplicidade que cada administrador possui uma A abordagem comportamental tenta identificar o que fazem
concepção própria a respeito da natureza das pessoas que tende os líderes. Os líderes devem concentrar-se em fazer com que as
a moldar o seu comportamento em relação aos subordinados. Ele tarefas sejam cumpridas ou em manter seus seguidores felizes? Na
chegou à conclusão de que há duas maneiras diferentes e antagôni- abordagem comportamental, as características pessoais são con-
cas de encarar a natureza humana. Uma delas é antiga e negativa, sideradas menos importantes que o real comportamento exibido
baseada na desconfiança nas pessoas. A outra é moderna e positiva, pelos líderes.
baseada na confiança nas pessoas. McGregor denominou-as, res- Três categorias gerais do comportamento de liderança rece-
pectivamente, Teoria X e Teoria Y. beram atenção particular: comportamentos relacionados ao de-
sempenho de tarefas, à manutenção do grupo e à participação do
Teoria X empregado nas tomadas de decisão.
O administrador que pensa e age de acordo com a Teoria X
tende a dirigir e controlar os subordinados de maneira rígida e in- Desempenho de Tarefas
tensiva, fiscalizando seu trabalho, pois considera que as pessoas A liderança exige fazer com que as tarefas sejam desempenha-
são passivas, indolentes, relutantes e sem qualquer iniciativa pes- das. Os comportamentos de desempenho de tarefas são os esforços
soal. Nesse estilo de liderança, o administrador pensa que não se do líder para garantir que a unidade de trabalho ou a organização
deve confiar nas pessoas, porque elas não têm ambição e evitam atinjam suas metas. Essa dimensão é às vezes mencionada como
a responsabilidade. Ele não lhes delega responsabilidades porque preocupação com produção, liderança diretiva, estrutura iniciado-
acredita que elas são dependentes e preferem ser dirigidas. Com ra ou proximidade de supervisão. Inclui o enfoque na velocidade,
todas essas restrições, o administrador cria um ambiente autocráti- qualidade e precisão do trabalho, quantidade de produção e na obe-
co de trabalho, uma atitude de desconfiança, vigilância e controle diência às regras.

Didatismo e Conhecimento 88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Manutenção do Grupo Grupos com líder autoritário. Tendia a ser mais agressivo e
Ao exibir o comportamento de manutenção do grupo, os lí- briguento. Quando se exprimia a agressão, esta tendia a ser dirigi-
deres agem para garantir a satisfação dos membros do grupo, para da aos outros membros do grupo e não ao líder. Alguns indivíduos
desenvolver e manter relações harmoniosas de trabalho e preser- passaram a depender completamente do líder e só trabalhavam
var a estabilidade social do grupo. Essa dimensão é algumas vezes quando ele estava presente. Quando o líder se afastava do grupo,
chamada de preocupação com as pessoas, liderança de apoio ou o trabalho não progredia com a mesma intensidade. Nas frustra-
consideração. Inclui enfoque nos sentimentos e no bem-estar das ções, esses grupos tendem a se dissolver, através de recriminações
pessoas, apreciação por elas e redução do estresse. e acusações pessoais.
Líderes democráticos
Líderes positivos e negativos Os líderes participativos ou democráticos descentralizam a
Existem diferenças entre maneiras pelas quais os líderes foca- autoridade. As decisões participativas não são unilaterais, como
lizam a motivação das pessoas. Se o enfoque enfatiza recompensas no caso do estilo autocrata, pois elas saem da consulta aos subordi-
– econômicas ou outras – o líder usa a liderança positiva. Quanto nados, bem como de sua participação. O líder e seus subordinados
atuam como uma unidade social. Os empregados são informados
melhor for a educação do empregado, maior é a sua solicitação de
sobre as condições que afetam seu trabalho e encorajados a ex-
independência, e outros fatores trabalham a favor da motivação,
pressar suas ideias, bem como a fazer sugestões. A tendência geral
mais dependente da liderança positiva. Se a ênfase é colocada em
é no sentido de ampliar o uso das práticas participativas, pois elas
penalidades, o líder está se utilizando da liderança negativa. Este são consistentes com os modelos de apoio colegiado do comporta-
enfoque pode conseguir um desempenho aceitável em suas situa- mento organizacional.
ções, mas tem custos humanos altos. Líderes de estilo negativo O líder é extremamente comunicativo, encoraja a participa-
agem de forma a dominarem e serem superiores às pessoas. Para ção das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho e com
conseguirem que um trabalho seja feito, eles submetem o seu pes- o grupo. O líder atua como um facilitador para orientar o grupo,
soal a personalidades tais como perda do emprego, reprimendas ajudando-o na definição dos problemas e nas soluções, coordenan-
frente a outros e descontos de dias trabalhados. Exibem sua auto- do atividades e sugerindo ideias. Os grupos submetidos à liderança
ridade a partir da falsa crença que podem amedrontar todos para democrática apresentaram boa quantidade de trabalho e qualidade
que atinjam a produtividade. Eles são mais chefes do que líderes. surpreendentemente melhor, acompanhadas de um clima de sa-
Existe um contínuo de estilo de liderança que classifica desde o tisfação, integração grupal, responsabilidade e comprometimento
fortemente positivo até o fortemente negativo. Quase todos os ge- das pessoas.
rentes usam ambos os estilos indicados em algum lugar do contí- Na liderança democrática ou participativa, o líder trabalha e
nuo todos os dias, mas o estilo dominante deve afirmar-se com o toma decisões em conjunto com os subordinados, ouvindo, orien-
grupo. O estilo está relacionado com o modelo de comportamento tando e impulsionando os membros.
organizacional da pessoa. O modelo autocrático tende a produzir o Grupos com líder democrático. Os indivíduos convivem ami-
estilo chamado de negativo, o modelo protetor é de alguma forma gavelmente. Há mais atitudes amistosas e ligadas às tarefas. As
positivo; e os modelos de apoio ou corporativo são claramente po- relações com o chefe são mais espontâneas e livres. O trabalho
sitivos. A liderança positiva geralmente atinge níveis mais altos de progredia de maneira suave e espontânea, mesmo quando o chefe
satisfação no trabalho e desempenho. está ausente. Sob frustrações, originadas na situação de trabalho,
responde o grupo através de ataques organizados às dificuldades.
Líderes autocráticos
O líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os Líderes liberais
subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder au- Os líderes liberais ou rédeas soltas evitam o poder e a respon-
tocrático é dominador, emite ordens e espera obediência plena e sabilidade. Eles dependem muito do grupo, quanto ao estabeleci-
mento dos seus próprios objetivos e resolução dos seus próprios
cega dos subordinados. Os grupos submetidos à liderança auto-
problemas. São os membros do grupo que treinam a si mesmos e
crática apresentaram o maior volume de trabalho produzido, com
promovem suas próprias motivações. O líder tem apenas um papel
evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade. O líder é
secundário. Na liderança do tipo rédeas soltas a contribuição do lí-
temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está presente. A der é ignorada aproximadamente da mesma forma que na liderança
liderança autocrática enfatiza somente o líder. O líder autocrático do tipo autocrática o líder ignora o grupo. Essa forma de liderança
é tipicamente negativo, baseia suas ações em ameaças e punições: tende a permitir que diferentes unidades da organização elaborem
mas também podem ser positivos, como foi demonstrado no caso objetivos cruzados, e que pode degenerar num caos. Por essa razão
de um autocrata benevolente que faz escolhas para dar algumas normalmente não é usada como um estilo dominante, mas mostra-
recompensas a seus subordinados. se útil naquelas situações nas quais o líder pode deixar as escolhas
Algumas vantagens do estilo de liderança autocrática é que inteiramente por conta do grupo.
ele geralmente satisfaz como líder, favorece decisões rápidas, uti- O líder permite total liberdade para a tomada de decisões in-
liza favoravelmente os subordinados menos competentes, ofere- dividuais ou grupais, participando delas apenas quando solicitado
cendo segurança e base estruturais para os empregados. A maior pelo grupo. O comportamento do líder é evasivo e sem firmeza.
desvantagem é que a maioria dos subordinados não gosta desse Os grupos submetidos à liderança liberal não se saíram bem, nem
estilo, especialmente se for usado de maneira extrema a ponto de quanto à quantidade nem quanto à qualidade do trabalho, com for-
criar medo e frustração. tes sinais de individualismo, desagregação do grupo, insatisfação,
Na liderança autocrática, o líder centraliza o poder e mantém agressividade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo
o controle de tudo e de todos em suas mãos. grupo. A liderança liberal enfatiza somente o grupo.

Didatismo e Conhecimento 89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na liderança liberal, o líder omite-se e deixa a situação fluir à suem cultura organizacional, formalmente instituída ou não. As-
vontade, sem intervir ou mudar o rumo dos acontecimentos. sim, cultura organizacional é um sistema de valores compartilha-
Grupos com líder permissivo. O trabalho progredia desorde- dos pelos seus membros, em todos os níveis, que diferencia uma
nadamente e pouco. Embora houvesse considerável atividade, a organização das demais. Em última análise, trata-se de um conjun-
maior parte dela era improdutiva. Perdeu-se um tempo considerá- to de características-chave que a organização valoriza, compartilha
vel em discussões e conversas sobre assuntos meramente pessoais e utiliza para atingir seus objetivos e adquirir a imortalidade. 
entre os componentes do grupo.
Um líder usa todos três tipos de estilos durante um período A título organizacional, várias pesquisas sugerem que uma
de tempo, mas um deles tende a ser dominante. Os pesquisadores Cultura Organizacional saudável e vigorosa é capaz de proporcio-
notaram diferença na atmosfera de trabalho, no comportamento nar vários benefícios, incluindo os seguintes:
dos elementos do grupo e nas realizações no desempenho dos três • Vantagem competitiva derivada de inovação e serviço ao
grupos. cliente;
Como um Líder Deve Agir • Maior desempenho dos empregados;
A gestão situacional é a habilidade de mudar a situação, quan- • Coesão da equipe;
do for necessário. E para realizar essa mudança, deve o líder ter • Alto nível de alinhamento na busca da realização de ob-
uma variedade de comportamentos para adaptar-se à situação. jetivos.
Esse fato chama-se residência de estilo, que é a capacidade de
manter um estilo adequado a cada situação. Características
Já o repertório de estilos consiste na habilidade do gerente (ou De acordo com pesquisadores do assunto, existem sete carac-
líder) em variar seu próprio estilo básico de comportamento. terísticas básicas que, em conjunto, capturam a essência da cultura
de uma organização: 
Comportamento do líder Inovação e assunção de riscos: o grau em que os funcioná-
As pesquisas sobre liderança levaram os psicólogos a obser- rios são estimulados a inovar e assumir riscos.
var duas estruturas gerais de comportamento do líder. Vejamos: Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que os funcio-
• Líder orientado para a tarefa (OT). Dentro dessa estru- nários demonstrem precisão, análise e atenção aos detalhes.
tura de comportamento, o líder (gerente) dirige os seus esforços e Orientação para os resultados: o grau em que os dirigentes
o de seus subordinados para a tarefa, visando iniciar, organizar e focam mais os resultados do que as técnicas e os processos empre-
dirigir um trabalho. gados para seu alcance.
• Líder orientado para as relações interpessoais (OR). O Orientação para as pessoas: o grau em que as decisões dos
gerente (líder) voltado para essa orientação tem relações pessoais dirigentes levam em consideração o efeito dos resultados sobre as
mais amplas no trabalho, caracterizado por ouvir, confiar e enco- pessoas dentro da organização.
rajar. Orientação para as equipes: o grau em que as atividades de
Baseado nessa orientação, Reddin propôs quatro combinações trabalho são mais organizadas em termos de equipes do que de
de estilos de liderança. indivíduos.
• Líder separado: Esse estilo de liderança dá ao gerente Agressividade: o grau em que as pessoas são competitivas e
baixa orientação para o trabalho e pouca orientação para as rela- agressivas em vez de dóceis e acomodadas.
ções humanas. Estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais
• Líder relacionado: Tem apenas alta orientação para as enfatizam a manutenção do status quo em contraste com o cres-
relações humanas. cimento.
• Líder integrado: Possui uma elevada orientação para o
trabalho e também interesses altos; é voltado para as relações hu- Tipos de cultura:
manas. Culturas adaptativas: Caracterizam-se pela sua maleabilida-
• Líder dedicado: Tem apenas alta orientação para o tra- de e flexibilidade e são voltadas para a inovação e a mudança. São
balho. organizações que adotam e fazem constantes revisões e atualiza-
ções, em suas culturas adaptativas se caracterizam pela criativida-
CULTURA ORGANIZACIONAL de, inovação e mudanças. De um lado, a necessidade de mudança
e a adaptação para garantir a atualização e modernização, e de ou-
A cultura organizacional  é um conceito desenvolvido por tro, a necessidade de estabilidade e permanência para garantir a
pesquisadores para explicar os valores e as crenças de uma orga- identidade da organização. O Japão, por exemplo, é um país que
nização. De um modo geral, ela é vista como as normas e atitudes convive com tradições milenares ao mesmo tempo em que cultua
comuns de indivíduos e grupos dentro de uma organização. Atra- e incentiva a mudança e a inovação constantes.
vés deste conjunto de entendimentos mútuos, a Cultura Organiza- Culturas conservadoras: Se caracterizam pela manutenção
cional controla a maneira como os indivíduos interagem uns com de ideias, valores, costumes e tradições que permanecem arraiga-
os outros dentro do ambiente laboral, bem como com clientes, for- dos e que não mudam ao longo do tempo. São organizações con-
necedores e outras partes interessadas existentes fora dos limites servadoras que se mantêm inalteradas como se nada tivesse muda-
da empresa. do no mundo ao seu redor.
Culturas fortes: Seus valores são compartilhados intensa-
Todas as empresas, independentemente do tamanho, do seg- mente pela maioria dos funcionários e influencia comportamentos
mento em que atuam e dos bens ou serviços que produzem, pos- e expectativas.

Didatismo e Conhecimento 90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Culturas fracas: São culturas mais facilmente mudadas. 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser excluído
Como exemplo, seria uma empresa pequena e jovem, como está permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pressionando-se
no início, é mais fácil para a administração comunicar os novos simultaneamente as teclas
valores, isto explica a dificuldade que as grandes corporações tem (A) Ctrl + Delete.
para mudar sua cultura. (B) Shift + End.
(C) Shift + Delete.
Com base nesse conjunto, pode-se dizer que a cultura organi- (D) Ctrl + End.
zacional onde você está inserido é representada pela forma como (E) Ctrl + X.
os colaboradores em geral percebem as características da cultura
da empresa. Comentário: Quando desejamos excluir permanentemente um
Por que é importante entender a cultura organizacional? Acei- arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes para a lixeira, bas-
tar melhor a sua existência, compreender os seus meandros, en- ta pressionarmos a tecla Shift em conjunto com a tecla Delete. O
tender como ela é criada, sustentada e aprendida, pode melhorar Windows exibirá uma mensagem do tipo “Você tem certeza que
a sua capacidade de sobrevivência na empresa, além de ajudá-lo a deseja excluir permanentemente este arquivo?” ao invés de “Você
explicar e prever o comportamento dos colegas no trabalho. tem certeza que deseja enviar este arquivo para a lixeira?”.
Resposta: C
QUESTÕES 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de arqui-
vos, sem que haja perda de informação?
1- Com relação ao sistema operacional Windows, assinale (A) Compactação
a opção correta. (B) Deleção
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve ser (C) Criptografia
feita a partir de opção equivalente do Painel de Controle, de modo (D) Minimização
a garantir a correta remoção dos arquivos relacionados ao aplicati- (E) Encolhimento adaptativo
vo, sem prejuízo ao sistema operacional.
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e DE- Comentários: A compactação de arquivos é uma técnica am-
LETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos diretó- plamente utilizada. Alguns arquivos compactados podem conter
rios de programas instalados na máquina em uso. extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exemplos de programas
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de um compactadores são o WinZip, WinRar, SolusZip, etc.
computador, pois bastam o nome do usuário e a senha da máquina
para se ter acesso às contas dos demais usuários possivelmente Resposta: A
cadastrados nessa máquina.
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios disponí- 5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel:
veis por meio da instalação do pacote Office, entre eles, calculado-
ra, bloco de notas, WordPad e Paint.
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do botão Ini-
ciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o Windows, dar
saída no usuário correntemente em uso na máquina e, em seguida,
desligar o computador.

Comentários: Para desinstalar um programa de forma segura Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e colado
deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou remover pro- (Ctrl+V) na célula D3, seu valor será:
gramas (A) 7
Resposta – Letra A (B) 56
(C) 448
2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as infor- (D) 511
mações estão contidas em arquivos de vários formatos, que são (E) uma mensagem de erro
armazenados no disco fixo ou em outros tipos de mídias remo- Comentários: temos que D1=SOMA(A1:C1). Quando copia-
víveis do computador, organizados em: mos uma célula que contém uma fórmula e colamos em outra célu-
(A) telas. la, a fórmula mudará ajustando-se à nova posição. Veja como saber
(B) pastas. como ficará a nova fórmula ao ser copiada de D1 para D3:
(C) janelas.
(D) imagens.
(E) programas.

Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma bem cla-


ra a organização por meio de PASTAS, que nada mais são do que
compartimentos que ajudam a organizar os arquivos em endereços
específicos, como se fosse um sistema de armário e gavetas.
Resposta: Letra B

Didatismo e Conhecimento 91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Resposta: B.
7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e correio
eletrônico, analise:
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos navega-
dores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Google Chrome) para
localizar recursos e páginas da Internet (Exemplo: http://www.
google.com.br).
II. Download significa descarregar ou baixar; é a transferência
de dados de um servidor ou computador remoto para um compu-
tador local.
III. Upload é a transferência de dados de um computador local
Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para somar
para um servidor ou computador remoto.
todas as células de A3 até C3(dois pontos significam ‘até’), sendo
IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail significa mo-
assim teremos que somar A3,  , B3, C3 obtendo-se o resultado 448.
vê-lo definitivamente da máquina local, para envio a um destinatá-
rio, com endereço eletrônico.
Resposta: C.
Estão corretas apenas as afirmativas:
A) I, II, III, IV
6- “O correio eletrônico é um método que permite compor,
B) I, II
enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de
C) I, II, III
comunicação”. São softwares gerenciadores de email, EXCE-
D) I, II, IV
TO:
E) I, III, IV
A) Mozilla Thunderbird.
B) Yahoo Messenger.
Comentários: O URL é o endereço (único) de um recurso na
C) Outlook Express.
Internet. A questão parece diferenciar um recurso de página, mas
D) IncrediMail.
na verdade uma página é um recurso (o mais conhecido, creio) da
E) Microsoft Office Outlook 2003.
Web. Item verdadeiro.
Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de e-mail
É comum confundir os itens II e III, por isso memorize: down
(eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos memorizar
= baixo = baixar para sua máquina, descarregar. II e III são ver-
que os sistemas que trabalham o correio eletrônico podem fun-
dadeiros.
cionar por meio de um software instalado em nosso computador
local ou por meio de um programa que funciona dentro de um
navegador, via acesso por Internet. Este programa da Internet, que
não precisa ser instalado, e é chamado de WEBMAIL, enquanto o
software local é o gerenciador de e-mail citado pela questão.

Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:


• Pode ler e escrever mensagens mesmo quando está des-
conectado da Internet;
• Permite armazenar as mensagens localmente (no com-
putador local);
No item IV encontramos o item falso da questão, o que nos
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo tempo;
leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em mensagem de
Maiores Desvantagens:
e-ma
• Ocupam espaço em disco;
il significa copiar e não mover!
• Compatibilidade com os servidores de e-mail (nem sem-
Resposta: C.
pre são compatíveis).
A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em negrito os
8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do am-
mais conhecidos e utilizados atualmente):
biente MS Office, assinale a opção correta.
Microsoft Office Outlook
(A) Ao se clicar no nome de um documento gravado com a
Microsoft Outlook Express;
extensão .xls a partir do Meu Computador, o Windows ativa o MS
Mozilla Thunderbird;
Access para a abertura do documento em tela.
IcrediMail
(B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas ao se
Eudora
acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL + V,respecti-
Pegasus Mail
vamente, estão disponíveis no menu Editar de todos os aplicativos
Apple Mail (Apple)
da suíte MS Office.
Kmail (Linux)
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das aplicações
Windows Mail
do MS Office, permite que o usuário salve o documento corren-
A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL, ou
temente aberto com outro nome. Nesse caso, a versão antiga do
seja, não é instalado no computador local. Logo, é o gabarito da
documento é apagada e só a nova versão permanece armazenada
questão.
no computador.

Didatismo e Conhecimento 92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
(D) O menu Exibir permite a visualização do documento aber- Resposta: D
to correntemente, por exemplo, no formato do MS Word para ser 10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
aberto no MS PowerPoint. (A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Internet,
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a elabora- pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde está localizada
ção de apresentações de slides que utilizem conteúdo e imagens de tal máquina.
maneira estruturada e organizada. (B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários se co-
nectarem a uma mesma máquina simultaneamente, como no caso
Comentários: O menu editar geralmente contém os comandos de salas de bate-papo.
universais dos programas da Microsoft como é o caso dos atalhos (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebimento
CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do localizar. de arquivos na Internet.
Em relação às outras letras: (D) Quando se digita o endereço de uma página web, o termo
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo Excel http significa o protocolo de acesso a páginas em formato HTML,
e não o Access por exemplo.
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma cópia do (E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de correio
arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. eletrônico envia uma mensagem com anexo para outro destinatário
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de exibi- de correio eletrônico.
ção do documento dentro do contexto de cada programa e não de
um programa para o outro como é o caso da afirmativa. Comentários: Os itens apresentados nessa questão estão rela-
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação de cionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os protocolos mais
slides e sim o Ms Power Point. comuns:
- HTTP(Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de carrega-
Resposta: B mento de páginas de Hipertexto –  HTML
- IP (Internet Protocol) – Identificação lógica de uma máquina
9- Com relação a conceitos de Internet e  intranet, assinale na rede
a opção correta. - POP (Post Office Protocol) – Protocolo de recebimento de
(A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla a en- emails direto no PC via gerenciador de emails
trada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre na Internet.
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Protocolo padrão
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da Internet
de envio de emails
que possuam uma conexão http, ao digitarem na barra de endere-
- IMAP(Internet Message Access Protocol) – Semelhante ao
ços do navegador: http://intranet.com.
POP, no entanto, possui mais recursos e dá ao usuário a possibili-
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma rede
dade de armazenamento e acesso a suas mensagens de email direto
local, pois sua função é conectar um computador à rede de tele-
no servidor.
fonia fixa.
- FTP(File Transfer Protocol) – Protocolo para transferência
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina denomi-
nada cliente requisita serviços a outra, denominada servidor, ainda de arquivos
é o atual paradigma de acesso à Internet.
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que armazena Resposta: D
os nomes dos usuários que possuem permissão de acesso a uma
quantidade restrita de páginas da Internet. 11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção correta.
(A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pastas e
Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado em ter- arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o Painel de
mos de internet pois não é tão robusto quanto redes P2P pois, en- Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão Iniciar do Win-
quanto no primeiro modelo uma queda do servidor central impede dows.
o acesso aos usuários clientes, no segundo mesmo que um servidor (B) Para se obter a listagem completa dos arquivos salvos em
“caia” outros servidores ainda darão acesso ao mesmo conteúdo um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de modificação, de-
permitindo que o download continue. Ex: programas torrent, Emu- ve-se selecionar Detalhes nas opções de Modos de Exibição.
le, Limeware, etc. (C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede ofere-
Em relação às outras letras: ce um histórico de páginas visitadas na Internet para acesso direto
letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve para loca- a elas.
lizar e identificar conjuntos de computadores na Internet e corres- (D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e a opção
ponde ao endereço que digitamos no navegador. Renomear for acionada no Windows Explorer com o botão direito
letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma forma do mouse,será salva uma nova versão do arquivo e a anterior con-
que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede é restrito a tinuará aberta com o nome antigo.
uma rede local e não a internet como um todo. (E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutura de
letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o computador diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de busca Google,
a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma forma só que pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de máquinas ligadas
de maneira local, o acesso via ADSL pode sim acessar redes locais. à Internet.
letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de computação
que fornece serviços a uma rede de computadores. E não necessa- Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arquivos são
riamente armazena nomes de usuários e/ou restringe acessos. mostrados de várias formas como Listas, Miniaturas e Detalhes.

Didatismo e Conhecimento 93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Resposta: B 14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo -
Atenção: Para responder às questões de números 12 e 13, CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio de arquivos em
considere integralmente o texto abaixo: lotes, também denominados scripts, o shell de comando é um
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão deverão programa que fornece comunicação entre o usuário e o sistema
ser publicados em rede interna de uso exclusivo do órgão, com operacional de forma direta e independente. Nos sistemas ope-
tecnologia semelhante à usada na rede mundial de computadores. racionais Windows XP, esse programa pode ser acessado por
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deverão ser meio de um comando da pasta Acessórios denominado
verificados para que não contenham erros. Alguns artigos digita- (A) Prompt de Comando
dos deverão conter a imagem dos resultados obtidos em planilhas (B) Comandos de Sistema
eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, valores e totais.
(C) Agendador de Tarefas
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados devem
ser tomados para a recuperação em caso de perda e também para (D) Acesso Independente
evitar o acesso por pessoas não autorizadas às informações guar- (E) Acesso Direto
dadas. Resposta: “A”
Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas na in-
ternet visando o atendimento do nível de qualidade da informação Comentários
prestada à sociedade, pelo órgão. Prompt de Comando é um recurso do Windows que oferece
O ambiente operacional de computação disponível para rea- um ponto de entrada para a digitação de comandos do MSDOS
lizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do MS-Offi- (Microsoft Disk Operating System) e outros comandos do com-
ce, das ferramentas Internet Explorer e de correio eletrônico, em putador. O mais importante é o fato de que, ao digitar comandos,
português e em suas versões padrões mais utilizadas atualmente. você pode executar tarefas no computador sem usar a interface
Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes, CD’s gráfica do Windows. O Prompt de Comando é normalmente usado
e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acoplada em por- apenas por usuários avançados.
tas do tipo USB) e outras funcionalmente semelhantes. 15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo
12- As células que contêm cálculos feitos na planilha eletrô- - CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir digitado no apli-
nica, cativo Word. Aplicativos para edição de textos. Aplicando-se
(A) quando “coladas” no editor de textos, apresentarão resul- a esse texto o efeito de fonte Tachado, o resultado obtido será
tados diferentes do original.
(B) não podem ser “coladas” no editor de textos.
(C) somente podem ser copiadas para o editor de textos dentro
de um limite máximo de dez linhas e cinco colunas.
(D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma a uma.
(E) quando integralmente selecionadas, copiadas e “coladas”
no editor de textos, serão exibidas na forma de tabela.
 
Comentários: Sempre que se copia células de uma planilha
eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam como uma tabe-
la simples, onde as fórmulas são esquecidas e só os números são Resposta: “C”
colados.
Comentários:
Resposta: E Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d, e. En-
tretanto, temos que observar que na questão os itens d, e, além de
13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio do cor- receberem taxado, também ficaram em caixa alta. O único que re-
reio eletrônico, deve considerar as operações de cebe apenas o taxada, sem alterar outras formatações foi o item c.
(A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços eletrô-
nicos dos destinatários no campo “Cco”.
16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo -
(B) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços
CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento de um arquivo
eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
(C) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele- de textos ou de imagens na internet, entre um servidor e um
trônicos dos destinatários no campo “Cc”. cliente, constituem, em relação ao cliente, respectivamente, um
(D) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços (A) download e um upload
eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”. (B) downgrade e um upgrade
(E) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele- (C) downfile e um upfile
trônicos dos destinatários no campo “Para”. (D) upgrade e um downgrade
  (E) upload e um download
Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo correio
eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou seja, anexar o Resposta: “E”.
arquivo à mensagem. Quando colocamos os endereços dos desti-
natários no campo Cco, ou seja, no campo “com cópia oculta”, um Comentários:
destinatário não ficará sabendo quem mais recebeu aquela mensa-  Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar;
gem, o que atende a segurança solicitada no enunciado. Upload – Carregar para cima (enviar).
Resposta: A Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”)

Didatismo e Conhecimento 94
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VII - instalação portuária de turismo: instalação portuária
LEI DOS PORTOS – LEI Nº 12.815/2013. explorada mediante arrendamento ou autorização e utilizada em
embarque, desembarque e trânsito de passageiros, tripulantes e
bagagens, e de insumos para o provimento e abastecimento de em-
barcações de turismo;
LEI Nº 12.815, DE 5 DE JUNHO DE 2013. VIII - (VETADO):
a) (VETADO);
Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de por- b) (VETADO); e
tos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas c) (VETADO);
pelos operadores portuários; altera as Leis nos 5.025, de 10 de ju- IX - concessão: cessão onerosa do porto organizado, com vis-
nho de 1966, 10.233, de 5 de junho de 2001, 10.683, de 28 de tas à administração e à exploração de sua infraestrutura por prazo
maio de 2003, 9.719, de 27 de novembro de 1998, e 8.213, de 24 determinado;
de julho de 1991; revoga as Leis nos 8.630, de 25 de fevereiro de X - delegação: transferência, mediante convênio, da adminis-
1993, e 11.610, de 12 de dezembro de 2007, e dispositivos das Leis tração e da exploração do porto organizado para Municípios ou
nos 11.314, de 3 de julho de 2006, e 11.518, de 5 de setembro de Estados, ou a consórcio público, nos termos da Lei nº 9.277, de 10
2007; e dá outras providências. de maio de 1996;
XI - arrendamento: cessão onerosa de área e infraestrutura pú-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- blicas localizadas dentro do porto organizado, para exploração por
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: prazo determinado;
XII - autorização: outorga de direito à exploração de instala-
ção portuária localizada fora da área do porto organizado e forma-
CAPÍTULO I lizada mediante contrato de adesão; e
DEFINIÇÕES E OBJETIVOS XIII - operador portuário: pessoa jurídica pré-qualificada para
exercer as atividades de movimentação de passageiros ou movi-
Art. 1o Esta Lei regula a exploração pela União, direta ou
mentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou prove-
indiretamente, dos portos e instalações portuárias e as atividades
desempenhadas pelos operadores portuários. nientes de transporte aquaviário, dentro da área do porto organi-
§ 1o A exploração indireta do porto organizado e das insta- zado.
lações portuárias nele localizadas ocorrerá mediante concessão e
arrendamento de bem público. Art. 3o A exploração dos portos organizados e instalações
§ 2o A exploração indireta das instalações portuárias locali- portuárias, com o objetivo de aumentar a competitividade e o de-
zadas fora da área do porto organizado ocorrerá mediante autori- senvolvimento do País, deve seguir as seguintes diretrizes:
zação, nos termos desta Lei. I - expansão, modernização e otimização da infraestrutura e
§ 3o As concessões, os arrendamentos e as autorizações de da superestrutura que integram os portos organizados e instalações
que trata esta Lei serão outorgados a pessoa jurídica que demons- portuárias;
tre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. II - garantia da modicidade e da publicidade das tarifas e pre-
ços praticados no setor, da qualidade da atividade prestada e da
Art. 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: efetividade dos direitos dos usuários;
I - porto organizado: bem público construído e aparelhado III - estímulo à modernização e ao aprimoramento da gestão
para atender a necessidades de navegação, de movimentação de dos portos organizados e instalações portuárias, à valorização e à
passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, qualificação da mão de obra portuária e à eficiência das atividades
e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de au- prestadas;
toridade portuária; IV - promoção da segurança da navegação na entrada e na
II - área do porto organizado: área delimitada por ato do Poder saída das embarcações dos portos; e
Executivo que compreende as instalações portuárias e a infraestru- V - estímulo à concorrência, incentivando a participação do
tura de proteção e de acesso ao porto organizado; setor privado e assegurando o amplo acesso aos portos organiza-
III - instalação portuária: instalação localizada dentro ou fora dos, instalações e atividades portuárias.
da área do porto organizado e utilizada em movimentação de pas-
sageiros, em movimentação ou armazenagem de mercadorias, des-
CAPÍTULO II
tinadas ou provenientes de transporte aquaviário;
IV - terminal de uso privado: instalação portuária explorada DA EXPLORAÇÃO DOS PORTOS E INSTALAÇÕES POR-
mediante autorização e localizada fora da área do porto organi- TUÁRIAS
zado; Seção I
V - estação de transbordo de cargas: instalação portuária ex-
plorada mediante autorização, localizada fora da área do porto or- Da Concessão de Porto Organizado e do Arrendamento de
ganizado e utilizada exclusivamente para operação de transbordo Instalação Portuária
de mercadorias em embarcações de navegação interior ou cabo-
tagem; Art. 4o A concessão e o arrendamento de bem público desti-
VI - instalação portuária pública de pequeno porte: instalação nado à atividade portuária serão realizados mediante a celebração
portuária explorada mediante autorização, localizada fora do porto de contrato, sempre precedida de licitação, em conformidade com
organizado e utilizada em movimentação de passageiros ou merca- o disposto nesta Lei e no seu regulamento.
dorias em embarcações de navegação interior;

Didatismo e Conhecimento 1
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 5o São essenciais aos contratos de concessão e arrenda- § 6o O poder concedente poderá autorizar, mediante requeri-
mento as cláusulas relativas: mento do arrendatário, na forma do regulamento, expansão da área
I - ao objeto, à área e ao prazo; arrendada para área contígua dentro da poligonal do porto organi-
II - ao modo, forma e condições da exploração do porto orga- zado, sempre que a medida trouxer comprovadamente eficiência
nizado ou instalação portuária; na operação portuária.
III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros defini-
dores da qualidade da atividade prestada, assim como às metas e Art. 7o A Antaq poderá disciplinar a utilização em caráter
prazos para o alcance de determinados níveis de serviço; excepcional, por qualquer interessado, de instalações portuárias
IV - ao valor do contrato, às tarifas praticadas e aos critérios e arrendadas ou exploradas pela concessionária, assegurada a remu-
procedimentos de revisão e reajuste; neração adequada ao titular do contrato.
V - aos investimentos de responsabilidade do contratado;
VI - aos direitos e deveres dos usuários, com as obrigações Seção II
correlatas do contratado e as sanções respectivas; Da Autorização de Instalações Portuárias
VII - às responsabilidades das partes;
VIII - à reversão de bens; Art. 8o Serão exploradas mediante autorização, precedida de
IX - aos direitos, garantias e obrigações do contratante e do chamada ou anúncio públicos e, quando for o caso, processo sele-
contratado, inclusive os relacionados a necessidades futuras de tivo público, as instalações portuárias localizadas fora da área do
suplementação, alteração e expansão da atividade e consequente porto organizado, compreendendo as seguintes modalidades:
modernização, aperfeiçoamento e ampliação das instalações; I - terminal de uso privado;
X - à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos II - estação de transbordo de carga;
e dos métodos e práticas de execução das atividades, bem como à
III - instalação portuária pública de pequeno porte;
indicação dos órgãos ou entidades competentes para exercê-las;
IV - instalação portuária de turismo;
XI - às garantias para adequada execução do contrato;
V - (VETADO).
XII - à responsabilidade do titular da instalação portuária pela
§ 1o A autorização será formalizada por meio de contrato de
inexecução ou deficiente execução das atividades;
adesão, que conterá as cláusulas essenciais previstas no caput do
XIII - às hipóteses de extinção do contrato;
art. 5o, com exceção daquelas previstas em seus incisos IV e VIII.
XIV - à obrigatoriedade da prestação de informações de in-
§ 2o A autorização de instalação portuária terá prazo de até
teresse do poder concedente, da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários - ANTAQ e das demais autoridades que atuam no se- 25 (vinte e cinco) anos, prorrogável por períodos sucessivos, desde
tor portuário, inclusive as de interesse específico da Defesa Nacio- que:
nal, para efeitos de mobilização; I - a atividade portuária seja mantida; e
XV - à adoção e ao cumprimento das medidas de fiscalização II - o autorizatário promova os investimentos necessários para
aduaneira de mercadorias, veículos e pessoas; a expansão e modernização das instalações portuárias, na forma
XVI - ao acesso ao porto organizado ou à instalação portuária do regulamento.
pelo poder concedente, pela Antaq e pelas demais autoridades que § 3o A Antaq adotará as medidas para assegurar o cumpri-
atuam no setor portuário; mento dos cronogramas de investimento previstos nas autoriza-
XVII - às penalidades e sua forma de aplicação; e ções e poderá exigir garantias ou aplicar sanções, inclusive a cas-
XVIII - ao foro. sação da autorização.
§ 1o (VETADO). § 4o (VETADO).
§ 2o Findo o prazo dos contratos, os bens vinculados à con-
cessão ou ao arrendamento reverterão ao patrimônio da União, na Art. 9o Os interessados em obter a autorização de instalação
forma prevista no contrato. portuária poderão requerê-la à Antaq a qualquer tempo, na forma
do regulamento.
Art. 6o Nas licitações dos contratos de concessão e arrenda- § 1o Recebido o requerimento de autorização de instalação
mento, serão considerados como critérios para julgamento, de for- portuária, a Antaq deverá:
ma isolada ou combinada, a maior capacidade de movimentação, I - publicar o extrato do requerimento, inclusive na internet; e
a menor tarifa ou o menor tempo de movimentação de carga, e II - promover a abertura de processo de anúncio público, com
outros estabelecidos no edital, na forma do regulamento. prazo de 30 (trinta) dias, para identificar a existência de outros
§ 1o As licitações de que trata este artigo poderão ser realiza- interessados na obtenção de autorização de instalação portuária na
das na modalidade leilão, conforme regulamento. mesma região e com características semelhantes.
§ 2o Compete à Antaq, com base nas diretrizes do poder con- § 2o (VETADO).
cedente, realizar os procedimentos licitatórios de que trata este § 3o (VETADO).
artigo.
§ 3o Os editais das licitações de que trata este artigo serão ela- Art. 10. O poder concedente poderá determinar à Antaq, a
borados pela Antaq, observadas as diretrizes do poder concedente. qualquer momento e em consonância com as diretrizes do plane-
§ 4o (VETADO). jamento e das políticas do setor portuário, a abertura de processo
§ 5o Sem prejuízo das diretrizes previstas no art. 3o, o poder de chamada pública para identificar a existência de interessados
concedente poderá determinar a transferência das competências de na obtenção de autorização de instalação portuária, na forma do
elaboração do edital e a realização dos procedimentos licitatórios regulamento e observado o prazo previsto no inciso II do § 1o do
de que trata este artigo à Administração do Porto, delegado ou não. art. 9o.

Didatismo e Conhecimento 2
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 11. O instrumento da abertura de chamada ou anúncio Parágrafo único. A delimitação da área deverá considerar a
público indicará obrigatoriamente os seguintes parâmetros: adequação dos acessos marítimos e terrestres, os ganhos de efi-
I - a região geográfica na qual será implantada a instalação ciência e competitividade decorrente da escala das operações e as
portuária; instalações portuárias já existentes.
II - o perfil das cargas a serem movimentadas; e
III - a estimativa do volume de cargas ou de passageiros a ser CAPÍTULO III
movimentado nas instalações portuárias. DO PODER CONCEDENTE
Parágrafo único. O interessado em autorização de instalação
portuária deverá apresentar título de propriedade, inscrição de Art. 16. Ao poder concedente compete:
ocupação, certidão de aforamento, cessão de direito real ou outro I - elaborar o planejamento setorial em conformidade com as
instrumento jurídico que assegure o direito de uso e fruição do políticas e diretrizes de logística integrada;
respectivo terreno, além de outros documentos previstos no instru- II - definir as diretrizes para a realização dos procedimentos li-
mento de abertura. citatórios, das chamadas públicas e dos processos seletivos de que
trata esta Lei, inclusive para os respectivos editais e instrumentos
Art. 12. Encerrado o processo de chamada ou anúncio públi- convocatórios;
co, o poder concedente deverá analisar a viabilidade locacional III - celebrar os contratos de concessão e arrendamento e ex-
das propostas e sua adequação às diretrizes do planejamento e das pedir as autorizações de instalação portuária, devendo a Antaq fis-
políticas do setor portuário. calizá-los em conformidade com o disposto na Lei no 10.233, de
§ 1o Observado o disposto no regulamento, poderão ser expe- 5 de junho de 2001; e
didas diretamente as autorizações de instalação portuária quando: IV - estabelecer as normas, os critérios e os procedimentos
I - o processo de chamada ou anúncio público seja concluído para a pré-qualificação dos operadores portuários.
com a participação de um único interessado; ou § 1o Para os fins do disposto nesta Lei, o poder concedente
II - havendo mais de uma proposta, não haja impedimento poderá celebrar convênios ou instrumentos congêneres de coope-
locacional à implantação de todas elas de maneira concomitante. ração técnica e administrativa com órgãos e entidades da admi-
§ 2o Havendo mais de uma proposta e impedimento locacio- nistração pública federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos
nal que inviabilize sua implantação de maneira concomitante, a Municípios, inclusive com repasse de recursos.
Antaq deverá promover processo seletivo público, observados os § 2o No exercício da competência prevista no inciso II do
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade caput, o poder concedente deverá ouvir previamente a Agência
e eficiência. Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis sempre que
§ 3o O processo seletivo público de que trata o § 2o atenderá a licitação, a chamada pública ou o processo seletivo envolver
ao disposto no regulamento e considerará como critério de julga- instalações portuárias voltadas à movimentação de petróleo, gás
mento, de forma isolada ou combinada, a maior capacidade de mo- natural, seus derivados e biocombustíveis.
vimentação, a menor tarifa ou o menor tempo de movimentação de
carga, e outros estabelecidos no edital. CAPÍTULO IV
§ 4o Em qualquer caso, somente poderão ser autorizadas as DA ADMINISTRAÇÃO DO PORTO ORGANIZADO
instalações portuárias compatíveis com as diretrizes do planeja- Seção I
mento e das políticas do setor portuário, na forma do caput. Das Competências

Art. 13. A Antaq poderá disciplinar as condições de acesso, Art. 17. A administração do porto é exercida diretamente pela
por qualquer interessado, em caráter excepcional, às instalações União, pela delegatária ou pela entidade concessionária do porto
portuárias autorizadas, assegurada remuneração adequada ao titu- organizado.
lar da autorização. § 1o Compete à administração do porto organizado, denomi-
nada autoridade portuária:
Seção III I - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e os con-
Dos Requisitos para a Instalação dos Portos e Instalações tratos de concessão;
Portuárias II - assegurar o gozo das vantagens decorrentes do melhora-
mento e aparelhamento do porto ao comércio e à navegação;
Art. 14. A celebração do contrato de concessão ou arrenda- III - pré-qualificar os operadores portuários, de acordo com as
mento e a expedição de autorização serão precedidas de: normas estabelecidas pelo poder concedente;
I - consulta à autoridade aduaneira; IV - arrecadar os valores das tarifas relativas às suas ativida-
II - consulta ao respectivo poder público municipal; e des;
III - emissão, pelo órgão licenciador, do termo de referência V - fiscalizar ou executar as obras de construção, reforma, am-
para os estudos ambientais com vistas ao licenciamento. pliação, melhoramento e conservação das instalações portuárias;
Seção IV VI - fiscalizar a operação portuária, zelando pela realização
Da Definição da Área de Porto Organizado das atividades com regularidade, eficiência, segurança e respeito
ao meio ambiente;
Art. 15. Ato do Presidente da República disporá sobre a de- VII - promover a remoção de embarcações ou cascos de em-
finição da área dos portos organizados, a partir de proposta da Se- barcações que possam prejudicar o acesso ao porto;
cretaria de Portos da Presidência da República.

Didatismo e Conhecimento 3
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VIII - autorizar a entrada e saída, inclusive atracação e desa- Parágrafo único. O disposto no caput não afasta a aplicação
tracação, o fundeio e o tráfego de embarcação na área do porto, das normas de licitação e contratação pública quando a adminis-
ouvidas as demais autoridades do porto; tração do porto for exercida por órgão ou entidade sob controle
IX - autorizar a movimentação de carga das embarcações, estatal.
ressalvada a competência da autoridade marítima em situações de
assistência e salvamento de embarcação, ouvidas as demais auto- Art. 20. Será instituído em cada porto organizado um conse-
ridades do porto; lho de autoridade portuária, órgão consultivo da administração do
X - suspender operações portuárias que prejudiquem o funcio- porto.
namento do porto, ressalvados os aspectos de interesse da autori- § 1o O regulamento disporá sobre as atribuições, o funcio-
dade marítima responsável pela segurança do tráfego aquaviário; namento e a composição dos conselhos de autoridade portuária,
XI - reportar infrações e representar perante a Antaq, visando assegurada a participação de representantes da classe empresarial,
à instauração de processo administrativo e aplicação das penalida- dos trabalhadores portuários e do poder público.
des previstas em lei, em regulamento e nos contratos; § 2o A representação da classe empresarial e dos trabalhado-
XII - adotar as medidas solicitadas pelas demais autoridades res no conselho a que alude o caput será paritária.
no porto; § 3o A distribuição das vagas no conselho a que alude o caput
XIII - prestar apoio técnico e administrativo ao conselho de observará a seguinte proporção:
autoridade portuária e ao órgão de gestão de mão de obra; I - 50% (cinquenta por cento) de representantes do poder pú-
XIV - estabelecer o horário de funcionamento do porto, ob- blico;
servadas as diretrizes da Secretaria de Portos da Presidência da II - 25% (vinte e cinco por cento) de representantes da classe
República, e as jornadas de trabalho no cais de uso público; e empresarial; e
XV - organizar a guarda portuária, em conformidade com a III - 25% (vinte e cinco por cento) de representantes da classe
regulamentação expedida pelo poder concedente. trabalhadora.
§ 2o A autoridade portuária elaborará e submeterá à aprova-
ção da Secretaria de Portos da Presidência da República o respec- Art. 21. Fica assegurada a participação de um representante
da classe empresarial e outro da classe trabalhadora no conselho
tivo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto.
de administração ou órgão equivalente da administração do porto,
§ 3o O disposto nos incisos IX e X do § 1o não se aplica à
quando se tratar de entidade sob controle estatal, na forma do re-
embarcação militar que não esteja praticando comércio.
gulamento.
§ 4o A autoridade marítima responsável pela segurança do
Parágrafo único. A indicação dos representantes das classes
tráfego pode intervir para assegurar aos navios da Marinha do Bra-
empresarial e trabalhadora a que alude o caput será feita pelos res-
sil a prioridade para atracação no porto.
pectivos representantes no conselho de autoridade portuária.
§ 5o (VETADO).
Art. 22. A Secretaria de Portos da Presidência da República
Art. 18. Dentro dos limites da área do porto organizado, com- coordenará a atuação integrada dos órgãos e entidades públicos
pete à administração do porto: nos portos organizados e instalações portuárias, com a finalidade
I - sob coordenação da autoridade marítima: de garantir a eficiência e a qualidade de suas atividades, nos termos
a) estabelecer, manter e operar o balizamento do canal de do regulamento.
acesso e da bacia de evolução do porto;
b) delimitar as áreas de fundeadouro, de fundeio para carga e Seção II
descarga, de inspeção sanitária e de polícia marítima; Da Administração Aduaneira nos Portos Organizados e nas
c) delimitar as áreas destinadas a navios de guerra e subma- Instalações Portuárias Alfandegadas
rinos, plataformas e demais embarcações especiais, navios em re-
paro ou aguardando atracação e navios com cargas inflamáveis ou Art. 23. A entrada ou a saída de mercadorias procedentes do
explosivas; exterior ou a ele destinadas somente poderá efetuar-se em portos
d) estabelecer e divulgar o calado máximo de operação dos ou instalações portuárias alfandegados.
navios, em função dos levantamentos batimétricos efetuados sob Parágrafo único. O alfandegamento de portos organizados e
sua responsabilidade; e instalações portuárias destinados à movimentação e armazenagem
e) estabelecer e divulgar o porte bruto máximo e as dimensões de mercadorias importadas ou à exportação será efetuado após
máximas dos navios que trafegarão, em função das limitações e cumpridos os requisitos previstos na legislação específica.
características físicas do cais do porto;
II - sob coordenação da autoridade aduaneira: Art. 24. Compete ao Ministério da Fazenda, por intermédio
a) delimitar a área de alfandegamento; e das repartições aduaneiras:
b) organizar e sinalizar os fluxos de mercadorias, veículos, I - cumprir e fazer cumprir a legislação que regula a entrada, a
unidades de cargas e de pessoas. permanência e a saída de quaisquer bens ou mercadorias do País;
II - fiscalizar a entrada, a permanência, a movimentação e a
Art. 19. A administração do porto poderá, a critério do poder saída de pessoas, veículos, unidades de carga e mercadorias, sem
concedente, explorar direta ou indiretamente áreas não afetas às prejuízo das atribuições das outras autoridades no porto;
operações portuárias, observado o disposto no respectivo Plano de III - exercer a vigilância aduaneira e reprimir o contrabando e
Desenvolvimento e Zoneamento do Porto. o descaminho, sem prejuízo das atribuições de outros órgãos;

Didatismo e Conhecimento 4
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
IV - arrecadar os tributos incidentes sobre o comércio exterior; VII - a autoridade aduaneira pelas mercadorias sujeitas a
V - proceder ao despacho aduaneiro na importação e na ex- controle aduaneiro, no período em que lhe estejam confiadas ou
portação; quando tenha controle ou uso exclusivo de área onde se encontrem
VI - proceder à apreensão de mercadoria em situação irregu- depositadas ou devam transitar.
lar, nos termos da legislação fiscal; Parágrafo único. Compete à administração do porto respon-
VII - autorizar a remoção de mercadorias da área portuária der pelas mercadorias a que se referem os incisos II e VII do caput
para outros locais, alfandegados ou não, nos casos e na forma pre- quando estiverem em área por ela controlada e após o seu rece-
vista na legislação aduaneira; bimento, conforme definido pelo regulamento de exploração do
VIII - administrar a aplicação de regimes suspensivos, exone- porto.
rativos ou devolutivos de tributos às mercadorias importadas ou a
exportar; Art. 27. As atividades do operador portuário estão sujeitas às
IX - assegurar o cumprimento de tratados, acordos ou conven- normas estabelecidas pela Antaq.
ções internacionais no plano aduaneiro; e § 1o O operador portuário é titular e responsável pela coorde-
X - zelar pela observância da legislação aduaneira e pela defe- nação das operações portuárias que efetuar.
sa dos interesses fazendários nacionais. § 2o A atividade de movimentação de carga a bordo da em-
§ 1o No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira barcação deve ser executada de acordo com a instrução de seu
terá livre acesso a quaisquer dependências do porto ou instalação comandante ou de seus prepostos, responsáveis pela segurança
portuária, às embarcações atracadas ou não e aos locais onde se en- da embarcação nas atividades de arrumação ou retirada da carga,
contrem mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. quanto à segurança da embarcação.
§ 2o No exercício de suas atribuições, a autoridade aduanei-
ra poderá, sempre que julgar necessário, requisitar documentos e Art. 28. É dispensável a intervenção de operadores portuários
informações e o apoio de força pública federal, estadual ou muni- em operações:
cipal. I - que, por seus métodos de manipulação, suas características
de automação ou mecanização, não requeiram a utilização de mão
de obra ou possam ser executadas exclusivamente pela tripulação
CAPÍTULO V
das embarcações;
DA OPERAÇÃO PORTUÁRIA
II - de embarcações empregadas:
a) em obras de serviços públicos nas vias aquáticas do País,
Art. 25. A pré-qualificação do operador portuário será efetua- executadas direta ou indiretamente pelo poder público;
da perante a administração do porto, conforme normas estabeleci- b) no transporte de gêneros de pequena lavoura e da pesca,
das pelo poder concedente. para abastecer mercados de âmbito municipal;
§ 1o As normas de pré-qualificação devem obedecer aos prin- c) na navegação interior e auxiliar;
cípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e d) no transporte de mercadorias líquidas a granel; e
eficiência. e) no transporte de mercadorias sólidas a granel, quando a
§ 2o A administração do porto terá prazo de 30 (trinta) dias, carga ou descarga for feita por aparelhos mecânicos automáticos,
contado do pedido do interessado, para decidir sobre a pré-quali- salvo quanto às atividades de rechego;
ficação. III - relativas à movimentação de:
§ 3o Em caso de indeferimento do pedido mencionado no § a) cargas em área sob controle militar, quando realizadas por
2o, caberá recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, dirigido à Secre- pessoal militar ou vinculado a organização militar;
taria de Portos da Presidência da República, que deverá apreciá-lo b) materiais por estaleiros de construção e reparação naval; e
no prazo de 30 (trinta) dias, nos termos do regulamento. c) peças sobressalentes, material de bordo, mantimentos e
§ 4o Considera-se pré-qualificada como operador portuário a abastecimento de embarcações; e
administração do porto. IV - relativas ao abastecimento de aguada, combustíveis e lu-
brificantes para a navegação.
Art. 26. O operador portuário responderá perante: Parágrafo único. (VETADO).
I - a administração do porto pelos danos culposamente cau-
sados à infraestrutura, às instalações e ao equipamento de que a Art. 29. As cooperativas formadas por trabalhadores portuá-
administração do porto seja titular, que se encontre a seu serviço rios avulsos, registrados de acordo com esta Lei, poderão estabele-
ou sob sua guarda; cer-se como operadores portuários.
II - o proprietário ou consignatário da mercadoria pelas perdas
e danos que ocorrerem durante as operações que realizar ou em Art. 30. A operação portuária em instalações localizadas
decorrência delas; fora da área do porto organizado será disciplinada pelo titular da
III - o armador pelas avarias ocorridas na embarcação ou na respectiva autorização, observadas as normas estabelecidas pelas
mercadoria dada a transporte; autoridades marítima, aduaneira, sanitária, de saúde e de polícia
IV - o trabalhador portuário pela remuneração dos serviços marítima.
prestados e respectivos encargos;
V - o órgão local de gestão de mão de obra do trabalho avulso Art. 31. O disposto nesta Lei não prejudica a aplicação das
pelas contribuições não recolhidas; demais normas referentes ao transporte marítimo, inclusive as de-
VI - os órgãos competentes pelo recolhimento dos tributos in- correntes de convenções internacionais ratificadas, enquanto vin-
cidentes sobre o trabalho portuário avulso; e cularem internacionalmente o País.

Didatismo e Conhecimento 5
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
CAPÍTULO VI § 3o O órgão pode exigir dos operadores portuários garantia
DO TRABALHO PORTUÁRIO prévia dos respectivos pagamentos, para atender a requisição de
trabalhadores portuários avulsos.
Art. 32. Os operadores portuários devem constituir em cada § 4o As matérias constantes nas alíneas a e b do inciso II deste
porto organizado um órgão de gestão de mão de obra do trabalho artigo serão discutidas em fórum permanente, composto, em cará-
portuário, destinado a: ter paritário, por representantes do governo e da sociedade civil.
I - administrar o fornecimento da mão de obra do trabalhador § 5o A representação da sociedade civil no fórum previsto no
portuário e do trabalhador portuário avulso; § 4o será paritária entre trabalhadores e empresários.
II - manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhador por-
tuário e o registro do trabalhador portuário avulso; Art. 34. O exercício das atribuições previstas nos arts. 32 e 33
III - treinar e habilitar profissionalmente o trabalhador portuá- pelo órgão de gestão de mão de obra do trabalho portuário avulso
rio, inscrevendo-o no cadastro; não implica vínculo empregatício com trabalhador portuário avul-
so.
IV - selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso;
V - estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade
Art. 35. O órgão de gestão de mão de obra pode ceder tra-
para acesso ao registro do trabalhador portuário avulso;
balhador portuário avulso, em caráter permanente, ao operador
VI - expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário.
portuário; e
VII - arrecadar e repassar aos beneficiários os valores devidos Art. 36. A gestão da mão de obra do trabalho portuário avulso
pelos operadores portuários relativos à remuneração do trabalha- deve observar as normas do contrato, convenção ou acordo cole-
dor portuário avulso e aos correspondentes encargos fiscais, so- tivo de trabalho.
ciais e previdenciários.
Parágrafo único. Caso celebrado contrato, acordo ou conven- Art. 37. Deve ser constituída, no âmbito do órgão de gestão
ção coletiva de trabalho entre trabalhadores e tomadores de servi- de mão de obra, comissão paritária para solucionar litígios decor-
ços, o disposto no instrumento precederá o órgão gestor e dispen- rentes da aplicação do disposto nos arts. 32, 33 e 35.
sará sua intervenção nas relações entre capital e trabalho no porto. § 1o Em caso de impasse, as partes devem recorrer à arbitra-
gem de ofertas finais.
Art. 33. Compete ao órgão de gestão de mão de obra do tra- § 2o Firmado o compromisso arbitral, não será admitida a
balho portuário avulso: desistência de qualquer das partes.
I - aplicar, quando couber, normas disciplinares previstas em § 3o Os árbitros devem ser escolhidos de comum acordo entre
lei, contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho, no caso de as partes, e o laudo arbitral proferido para solução da pendência
transgressão disciplinar, as seguintes penalidades: constitui título executivo extrajudicial.
a) repreensão verbal ou por escrito; § 4o As ações relativas aos créditos decorrentes da relação
b) suspensão do registro pelo período de 10 (dez) a 30 (trinta) de trabalho avulso prescrevem em 5 (cinco) anos até o limite de
dias; ou 2 (dois) anos após o cancelamento do registro ou do cadastro no
c) cancelamento do registro; órgão gestor de mão de obra.
II - promover:
a) a formação profissional do trabalhador portuário e do traba- Art. 38. O órgão de gestão de mão de obra terá obrigatoria-
lhador portuário avulso, adequando-a aos modernos processos de mente 1 (um) conselho de supervisão e 1 (uma) diretoria executiva.
movimentação de carga e de operação de aparelhos e equipamen- § 1o O conselho de supervisão será composto por 3 (três)
membros titulares e seus suplentes, indicados na forma do regula-
tos portuários;
mento, e terá como competência:
b) o treinamento multifuncional do trabalhador portuário e do
I - deliberar sobre a matéria contida no inciso V do caput do
trabalhador portuário avulso; e art. 32;
c) a criação de programas de realocação e de cancelamento do II - editar as normas a que se refere o art. 42; e
registro, sem ônus para o trabalhador; III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer
III - arrecadar e repassar aos beneficiários contribuições des- tempo, os livros e papéis do órgão e solicitar informações sobre
tinadas a incentivar o cancelamento do registro e a aposentadoria quaisquer atos praticados pelos diretores ou seus prepostos.
voluntária; § 2o A diretoria executiva será composta por 1 (um) ou mais
IV - arrecadar as contribuições destinadas ao custeio do órgão; diretores, designados e destituíveis na forma do regulamento, cujo
V - zelar pelas normas de saúde, higiene e segurança no traba- prazo de gestão será de 3 (três) anos, permitida a redesignação.
lho portuário avulso; e § 3o Até 1/3 (um terço) dos membros do conselho de supervi-
VI - submeter à administração do porto propostas para apri- são poderá ser designado para cargos de diretores.
moramento da operação portuária e valorização econômica do § 4o No silêncio do estatuto ou contrato social, competirá
porto. a qualquer diretor a representação do órgão e a prática dos atos
§ 1o O órgão não responde por prejuízos causados pelos tra- necessários ao seu funcionamento regular.
balhadores portuários avulsos aos tomadores dos seus serviços ou
a terceiros. Art. 39. O órgão de gestão de mão de obra é reputado de utili-
§ 2o O órgão responde, solidariamente com os operadores dade pública, sendo-lhe vedado ter fins lucrativos, prestar serviços
portuários, pela remuneração devida ao trabalhador portuário a terceiros ou exercer qualquer atividade não vinculada à gestão
avulso e pelas indenizações decorrentes de acidente de trabalho. de mão de obra.

Didatismo e Conhecimento 6
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 40. O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência § 3o A inscrição no cadastro e o registro do trabalhador por-
de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações, tuário extinguem-se por morte ou cancelamento.
nos portos organizados, será realizado por trabalhadores portuários
com vínculo empregatício por prazo indeterminado e por trabalha- Art. 42. A seleção e o registro do trabalhador portuário avulso
dores portuários avulsos. serão feitos pelo órgão de gestão de mão de obra avulsa, de acordo
§ 1o Para os fins desta Lei, consideram-se: com as normas estabelecidas em contrato, convenção ou acordo
I - capatazia: atividade de movimentação de mercadorias nas coletivo de trabalho.
instalações dentro do porto, compreendendo o recebimento, confe-
rência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência Art. 43. A remuneração, a definição das funções, a compo-
aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carre- sição dos ternos, a multifuncionalidade e as demais condições do
gamento e descarga de embarcações, quando efetuados por apare- trabalho avulso serão objeto de negociação entre as entidades re-
lhamento portuário; presentativas dos trabalhadores portuários avulsos e dos operado-
II - estiva: atividade de movimentação de mercadorias nos res portuários.
conveses ou nos porões das embarcações principais ou auxiliares, Parágrafo único. A negociação prevista no caput contemplará
incluindo o transbordo, arrumação, peação e despeação, bem como a garantia de renda mínima inserida no item 2 do
o carregamento e a descarga, quando realizados com equipamen- Art.go 2 da Convenção no 137 da Organização Internacional
tos de bordo; do Trabalho - OIT.
III - conferência de carga: contagem de volumes, anotação de
suas características, procedência ou destino, verificação do estado Art. 44. É facultada aos titulares de instalações portuárias
das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifes- sujeitas a regime de autorização a contratação de trabalhadores a
to e demais serviços correlatos, nas operações de carregamento e prazo indeterminado, observado o disposto no contrato, convenção
descarga de embarcações; ou acordo coletivo de trabalho.
IV - conserto de carga: reparo e restauração das embalagens
de mercadorias, nas operações de carregamento e descarga de Art. 45. (VETADO).
embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem,
etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior recom- CAPÍTULO VII
posição; DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
V - vigilância de embarcações: atividade de fiscalização da
entrada e saída de pessoas a bordo das embarcações atracadas ou Art. 46. Constitui infração toda ação ou omissão, voluntária
fundeadas ao largo, bem como da movimentação de mercadorias ou involuntária, que importe em:
nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em outros I - realização de operações portuárias com infringência ao dis-
posto nesta Lei ou com inobservância dos regulamentos do porto;
locais da embarcação; e
II - recusa injustificada, por parte do órgão de gestão de mão
VI - bloco: atividade de limpeza e conservação de embarca-
de obra, da distribuição de trabalhadores a qualquer operador por-
ções mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferru-
tuário; ou
gem, pintura, reparos de pequena monta e serviços correlatos.
III - utilização de terrenos, área, equipamentos e instalações
§ 2o A contratação de trabalhadores portuários de capatazia,
portuárias, dentro ou fora do porto organizado, com desvio de fi-
bloco, estiva, conferência de carga, conserto de carga e vigilância nalidade ou com desrespeito à lei ou aos regulamentos.
de embarcações com vínculo empregatício por prazo indetermina- Parágrafo único. Responde pela infração, conjunta ou iso-
do será feita exclusivamente dentre trabalhadores portuários avul- ladamente, qualquer pessoa física ou jurídica que, intervindo na
sos registrados. operação portuária, concorra para sua prática ou dela se beneficie.
§ 3o O operador portuário, nas atividades a que alude o caput,
não poderá locar ou tomar mão de obra sob o regime de trabalho Art. 47. As infrações estão sujeitas às seguintes penas, apli-
temporário de que trata a Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974. cáveis separada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade
§ 4o As categorias previstas no caput constituem categorias da falta:
profissionais diferenciadas. I - advertência;
II - multa;
Art. 41. O órgão de gestão de mão de obra: III - proibição de ingresso na área do porto por período de 30
I - organizará e manterá cadastro de trabalhadores portuários (trinta) a 180 (cento e oitenta) dias;
habilitados ao desempenho das atividades referidas no § 1o do art. IV - suspensão da atividade de operador portuário, pelo perío-
40; e do de 30 (trinta) a 180 (cento e oitenta) dias; ou
II - organizará e manterá o registro dos trabalhadores portuá- V - cancelamento do credenciamento do operador portuário.
rios avulsos. Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, apli-
§ 1o A inscrição no cadastro do trabalhador portuário depen- cam-se subsidiariamente às infrações previstas no art. 46 as pe-
derá exclusivamente de prévia habilitação profissional do traba- nalidades estabelecidas na Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001,
lhador interessado, mediante treinamento realizado em entidade separada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade da falta.
indicada pelo órgão de gestão de mão de obra.
§ 2o O ingresso no registro do trabalhador portuário avulso Art. 48. Apurada, no mesmo processo, a prática de 2 (duas)
depende de prévia seleção e inscrição no cadastro de que trata o ou mais infrações pela mesma pessoa física ou jurídica, aplicam-se
inciso I do caput, obedecidas a disponibilidade de vagas e a ordem cumulativamente as penas a elas cominadas, se as infrações não
cronológica de inscrição no cadastro. forem idênticas.

Didatismo e Conhecimento 7
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 1o Serão reunidos em um único processo os diversos autos V - sinalização e balizamento: sinais náuticos para o auxílio à
ou representações de infração continuada, para aplicação da pena. navegação e à transmissão de informações ao navegante, de forma
§ 2o Serão consideradas continuadas as infrações quando se a possibilitar posicionamento seguro de acesso e tráfego.
tratar de repetição de falta ainda não apurada ou objeto do pro-
cesso, de cuja instauração o infrator não tenha conhecimento, por Art. 54. A dragagem por resultado compreende a contratação
meio de intimação. de obras de engenharia destinadas ao aprofundamento, alargamen-
to ou expansão de áreas portuárias e de hidrovias, inclusive canais
Art. 49. Na falta de pagamento de multa no prazo de 30 (trin- de navegação, bacias de evolução e de fundeio e berços de atraca-
ta) dias, contado da ciência pelo infrator da decisão final que impu- ção, bem como os serviços de sinalização, balizamento, monitora-
ser a penalidade, será realizado processo de execução. mento ambiental e outros com o objetivo de manter as condições
de profundidade e segurança estabelecidas no projeto implantado.
Art. 50. As importâncias pecuniárias resultantes da aplicação § 1o As obras ou serviços de dragagem por resultado poderão
das multas previstas nesta Lei reverterão para a Antaq, na forma contemplar mais de um porto, num mesmo contrato, quando essa
do inciso V do caput do art. 77 da Lei nº 10.233, de 5 de junho de medida for mais vantajosa para a administração pública.
2001. § 2o Na contratação de dragagem por resultado, é obrigatória
a prestação de garantia pelo contratado.
Art. 51. O descumprimento do disposto nos arts. 36, 39 e 42 § 3o A duração dos contratos de que trata este artigo será de
desta Lei sujeitará o infrator à multa prevista no inciso I do art. 10 até 10 (dez) anos, improrrogável.
da Lei no 9.719, de 27 de novembro de 1998, sem prejuízo das § 4o As contratações das obras e serviços no âmbito do Pro-
demais sanções cabíveis. grama Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária II poderão
ser feitas por meio de licitações internacionais e utilizar o Regi-
Art. 52. O descumprimento do disposto no caput e no § 3o me Diferenciado de Contratações Públicas, de que trata a Lei nº
do art. 40 desta Lei sujeitará o infrator à multa prevista no inciso 12.462, de 4 de agosto de 2011.
III do art. 10 da Lei nº 9.719, de 27 de novembro de 1998, sem § 5o A administração pública poderá contratar empresa para
prejuízo das demais sanções cabíveis. gerenciar e auditar os serviços e obras contratados na forma do
caput.
CAPÍTULO VIII
DO PROGRAMA NACIONAL DE DRAGAGEM PORTUÁ- Art. 55. As embarcações destinadas à dragagem sujeitam-se
RIA E HIDROVIÁRIA II às normas específicas de segurança da navegação estabelecidas
pela autoridade marítima e não se submetem ao disposto na Lei nº
Art. 53. Fica instituído o Programa Nacional de Dragagem 9.432, de 8 de janeiro de 1997.
Portuária e Hidroviária II, a ser implantado pela Secretaria de Por-
tos da Presidência da República e pelo Ministério dos Transportes, CAPÍTULO IX
nas respectivas áreas de atuação. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 1o O Programa de que trata o caput abrange, dentre outras
atividades: Art. 56. (VETADO).
I - as obras e serviços de engenharia de dragagem para manu- Parágrafo único. (VETADO).
tenção ou ampliação de áreas portuárias e de hidrovias, inclusive
canais de navegação, bacias de evolução e de fundeio, e berços de Art. 57. Os contratos de arrendamento em vigor firmados sob
atracação, compreendendo a remoção do material submerso e a a Lei n° 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, que possuam previsão
escavação ou derrocamento do leito; expressa de prorrogação ainda não realizada, poderão ter sua pror-
II - o serviço de sinalização e balizamento, incluindo a aqui- rogação antecipada, a critério do poder concedente.
sição, instalação, reposição, manutenção e modernização de sinais § 1o A prorrogação antecipada de que trata o caput depende-
náuticos e equipamentos necessários às hidrovias e ao acesso aos rá da aceitação expressa de obrigação de realizar investimentos,
portos e terminais portuários; segundo plano elaborado pelo arrendatário e aprovado pelo poder
III - o monitoramento ambiental; e concedente em até 60 (sessenta) dias.
IV - o gerenciamento da execução dos serviços e obras. § 2o (VETADO).
§ 2o Para fins do Programa de que trata o caput, consideram- § 3o Caso, a critério do poder concedente, a antecipação das
se: prorrogações de que trata o caput não seja efetivada, tal decisão
I - dragagem: obra ou serviço de engenharia que consiste na não implica obrigatoriamente na recusa da prorrogação contratual
limpeza, desobstrução, remoção, derrocamento ou escavação de prevista originalmente.
material do fundo de rios, lagos, mares, baías e canais; § 4o (VETADO).
II - draga: equipamento especializado acoplado à embarcação § 5o O Poder Executivo deverá encaminhar ao Congresso Na-
ou à plataforma fixa, móvel ou flutuante, utilizado para execução cional, até o último dia útil do mês de março de cada ano, relató-
de obras ou serviços de dragagem; rio detalhado sobre a implementação das iniciativas tomadas com
III - material dragado: material retirado ou deslocado do leito base nesta Lei, incluindo, pelo menos, as seguintes informações:
dos corpos d’água decorrente da atividade de dragagem e transferi- I - relação dos contratos de arrendamento e concessão em
do para local de despejo autorizado pelo órgão competente; vigor até 31 de dezembro do ano anterior, por porto organizado,
IV - empresa de dragagem: pessoa jurídica que tenha por ob- indicando data dos contratos, empresa detentora, objeto detalhado,
jeto a realização de obra ou serviço de dragagem com a utilização área, prazo de vigência e situação de adimplemento com relação
ou não de embarcação; e às cláusulas contratuais;

Didatismo e Conhecimento 8
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
II - relação das instalações portuárias exploradas mediante au- § 2o O impedimento previsto no caput também se aplica às
torizações em vigor até 31 de dezembro do ano anterior, segundo a pessoas jurídicas, direta ou indiretamente, controladoras, contro-
localização, se dentro ou fora do porto organizado, indicando data ladas, coligadas, ou de controlador comum com a inadimplente.
da autorização, empresa detentora, objeto detalhado, área, prazo
de vigência e situação de adimplemento com relação às cláusulas Art. 63. As Companhias Docas observarão regulamento sim-
dos termos de adesão e autorização; plificado para contratação de serviços e aquisição de bens, obser-
III - relação dos contratos licitados no ano anterior com base vados os princípios constitucionais da publicidade, impessoalida-
no disposto no art. 56 desta Lei, por porto organizado, indicando de, moralidade, economicidade e eficiência.
data do contrato, modalidade da licitação, empresa detentora, ob-
jeto, área, prazo de vigência e valor dos investimentos realizados e Art. 64. As Companhias Docas firmarão com a Secretaria de
previstos nos contratos de concessão ou arrendamento; Portos da Presidência da República compromissos de metas e de-
IV - relação dos termos de autorização e os contratos de ade- sempenho empresarial que estabelecerão, nos termos do regula-
são adaptados no ano anterior, com base no disposto nos arts. 58 e
mento:
59 desta Lei, indicando data do contrato de autorização, empresa
I - objetivos, metas e resultados a serem atingidos, e prazos
detentora, objeto, área, prazo de vigência e valor dos investimen-
para sua consecução;
tos realizados e previstos nos termos de adesão e autorização;
V - relação das instalações portuárias operadas no ano ante- II - indicadores e critérios de avaliação de desempenho;
rior com base no previsto no art. 7o desta Lei, indicando empre- III - retribuição adicional em virtude do seu cumprimento; e
sa concessionária, empresa que utiliza efetivamente a instalação IV - critérios para a profissionalização da gestão das Docas.
portuária, motivo e justificativa da utilização por interessado não
detentor do arrendamento ou concessão e prazo de utilização. Art. 65. Ficam transferidas à Secretaria de Portos da Presi-
dência da República as competências atribuídas ao Ministério
Art. 58. Os termos de autorização e os contratos de adesão em dos Transportes e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de
vigor deverão ser adaptados ao disposto nesta Lei, em especial ao Transportes - DNIT em leis gerais e específicas relativas a portos
previsto nos §§ 1o a 4o do art. 8o, independentemente de chamada fluviais e lacustres, exceto as competências relativas a instalações
pública ou processo seletivo. portuárias públicas de pequeno porte.
Parágrafo único. A Antaq deverá promover a adaptação de
que trata o caput no prazo de 1 (um) ano, contado da data de pu- Art. 66. Aplica-se subsidiariamente às licitações de concessão
blicação desta Lei. de porto organizado e de arrendamento de instalação portuária o
disposto nas Leis nºs 12.462, de 4 de agosto de 2011, 8.987, de 13
Art. 59. As instalações portuárias enumeradas nos incisos I a de fevereiro de 1995, e 8.666, de 21 de junho de 1993.
IV do caput do art. 8o, localizadas dentro da área do porto organi-
zado, terão assegurada a continuidade das suas atividades, desde Art. 67. Aplica-se subsidiariamente a esta Lei o disposto na
que realizada a adaptação nos termos do art. 58. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, em especial no que se refere
Parágrafo único. Os pedidos de autorização para exploração às competências e atribuições da Antaq.
de instalações portuárias enumeradas nos incisos I a IV do art. 8o,
localizadas dentro da área do porto organizado, protocolados na Art. 68. As poligonais de áreas de portos organizados que não
Antaq até dezembro de 2012, poderão ser deferidos pelo poder atendam ao disposto no art. 15 deverão ser adaptadas no prazo de
concedente, desde que tenha sido comprovado até a referida data 1 (um) ano.
o domínio útil da área.
Art. 69. (VETADO).
Art. 60. Os procedimentos licitatórios para contratação de
dragagem homologados e os contratos de dragagem em vigor na
Art. 70. O art. 29 da Lei no 5.025, de 10 de junho de 1966,
data da publicação desta Lei permanecem regidos pelo disposto na
passa a vigorar com a seguinte redação:
Lei no 11.610, de 12 de dezembro de 2007.

Art. 61. Até a publicação do regulamento previsto nesta Lei, Art. 29. Os serviços públicos necessários à importação e ex-
ficam mantidas as regras para composição dos conselhos da auto- portação deverão ser centralizados pela administração pública em
ridade portuária e dos conselhos de supervisão e diretorias execu- todos os portos organizados.
tivas dos órgãos de gestão de mão de obra. § 1o Os serviços de que trata o caput serão prestados em horá-
rio corrido e coincidente com a operação de cada porto, em turnos,
Art. 62. O inadimplemento, pelas concessionárias, arrenda- inclusive aos domingos e feriados.
tárias, autorizatárias e operadoras portuárias no recolhimento de § 2o O horário previsto no § 1o poderá ser reduzido por ato do
tarifas portuárias e outras obrigações financeiras perante a admi- Poder Executivo, desde que não haja prejuízo à segurança nacional
nistração do porto e a Antaq, assim declarado em decisão final, e à operação portuária.
impossibilita a inadimplente de celebrar ou prorrogar contratos de ...................................................................................” (NR)
concessão e arrendamento, bem como obter novas autorizações.
§ 1o Para dirimir litígios relativos aos débitos a que se refere Art. 71. A Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, passa a vigo-
o caput, poderá ser utilizada a arbitragem, nos termos da Lei no rar com as seguintes alterações:
9.307, de 23 de setembro de 1996. (Regulamento) “

Didatismo e Conhecimento 9
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 13. Ressalvado o disposto em legislação específica, as .............................................................................................
outorgas a que se refere o inciso I docaput do art. 12 serão realiza- VII - promover as revisões e os reajustes das tarifas portuá-
das sob a forma de: rias, assegurada a comunicação prévia, com antecedência mínima
...................................................................................” (NR) de 15 (quinze) dias úteis, ao poder concedente e ao Ministério da
“ Fazenda;
Art. 14. Ressalvado o disposto em legislação específica, o .............................................................................................
disposto no art. 13 aplica-se conforme as seguintes diretrizes: XIV - estabelecer normas e padrões a serem observados pelas
............................................................................................. administrações portuárias, concessionários, arrendatários, autori-
III - depende de autorização: zatários e operadores portuários, nos termos da Lei na qual foi
............................................................................................. convertida a Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro de 2012;
c) a construção e a exploração das instalações portuárias de XV - elaborar editais e instrumentos de convocação e promo-
que trata o art. 8o da Lei na qual foi convertida a Medida Provisó- ver os procedimentos de licitação e seleção para concessão, arren-
ria nº 595, de 6 de dezembro de 2012; damento ou autorização da exploração de portos organizados ou
instalações portuárias, de acordo com as diretrizes do poder con-
.............................................................................................
cedente, em obediência ao disposto na Lei na qual foi convertida a
g) (revogada);
Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro de 2012;
h) (revogada); XVI - cumprir e fazer cumprir as cláusulas e condições dos
...................................................................................” (NR) contratos de concessão de porto organizado ou dos contratos de
“ arrendamento de instalações portuárias quanto à manutenção e re-
Art. 20. ........................................................... posição dos bens e equipamentos reversíveis à União de que trata
I - implementar, nas respectivas esferas de atuação, as políti- o inciso VIII do caput do art. 5o da Lei na qual foi convertida a
cas formuladas pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro de 2012;
de Transporte, pelo Ministério dos Transportes e pela Secretaria .............................................................................................
de Portos da Presidência da República, nas respectivas áreas de XXII - fiscalizar a execução dos contratos de adesão das au-
competência, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos nes- torizações de instalação portuária de que trata o art. 8o da Lei na
ta Lei; qual foi convertida a Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro
...................................................................................” (NR) de 2012;
“ .............................................................................................
Art. 21. Ficam instituídas a Agência Nacional de Transpor- XXV - celebrar atos de outorga de concessão para a explora-
tes Terrestres - ANTT e a Agência Nacional de Transportes Aqua- ção da infraestrutura aquaviária, gerindo e fiscalizando os respec-
viários - ANTAQ, entidades integrantes da administração federal tivos contratos e demais instrumentos administrativos;
indireta, submetidas ao regime autárquico especial e vinculadas, XXVI - fiscalizar a execução dos contratos de concessão de
respectivamente, ao Ministério dos Transportes e à Secretaria de porto organizado e de arrendamento de instalação portuária, em
Portos da Presidência da República, nos termos desta Lei. conformidade com o disposto na Lei na qual foi convertida a Me-
...................................................................................” (NR) dida Provisória nº 595, de 6 de dezembro de 2012;
“ XXVII - (revogado).
Art. 23. Constituem a esfera de atuação da Antaq: § 1o .......................................................................
............................................................................................. .............................................................................................
II - os portos organizados e as instalações portuárias neles lo- II - participar de foros internacionais, sob a coordenação do
calizadas; Poder Executivo; e
.............................................................................................
III - as instalações portuárias de que trata o art. 8o da Lei na
§ 3º (Revogado).
qual foi convertida a Medida Provisória no 595, de 6 de dezembro
§ 4º (Revogado).” (NR)
de 2012;

............................................................................................. Art. 33. Ressalvado o disposto em legislação específica, os
§ 1º A Antaq articular-se-á com órgãos e entidades da admi- atos de outorga de autorização, concessão ou permissão editados
nistração, para resolução das interfaces do transporte aquaviário e celebrados pela ANTT e pela Antaq obedecerão ao disposto na
com as outras modalidades de transporte, com a finalidade de pro- Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, nas Subseções II, III, IV
mover a movimentação intermodal mais econômica e segura de e V desta Seção e nas regulamentações complementares editadas
pessoas e bens. pelas Agências.” (NR)
...................................................................................” (NR) “
“ Art. 34-A. ...........................................................
Art. 27. ........................................................... .............................................................................................
I - promover estudos específicos de demanda de transporte § 2º O edital de licitação indicará obrigatoriamente, ressalva-
aquaviário e de atividades portuárias; do o disposto em legislação específica:
............................................................................................. ...................................................................................” (NR)
III - propor ao Ministério dos Transportes o plano geral de “
outorgas de exploração da infraestrutura aquaviária e de prestação Art. 35. O contrato de concessão deverá refletir fielmente as
de serviços de transporte aquaviário; condições do edital e da proposta vencedora e terá como cláusu-
a) (revogada); las essenciais, ressalvado o disposto em legislação específica, as
b) (revogada); relativas a:

Didatismo e Conhecimento 10
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
...................................................................................” (NR) IV - (revogado).” (NR)
“ “
Art. 43. A autorização, ressalvado o disposto em legislação Art. 82. ...........................................................
específica, será outorgada segundo as diretrizes estabelecidas nos .............................................................................................
arts. 13 e 14 e apresenta as seguintes características: § 2º No exercício das atribuições previstas neste artigo e rela-
...................................................................................” (NR) tivas a vias navegáveis, o DNIT observará as prerrogativas especí-
“ ficas da autoridade marítima.
Art. 44. A autorização, ressalvado o disposto em legislação ...................................................................................” (NR)
específica, será disciplinada em regulamento próprio e será outor-
gada mediante termo que indicará: Art. 72. A Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003, passa a
...................................................................................” (NR) vigorar com as seguintes alterações:
“ “
Art. 51-A. Fica atribuída à Antaq a competência de fiscaliza- Art. 24-A. À Secretaria de Portos compete assessorar direta
ção das atividades desenvolvidas pelas administrações de portos e imediatamente o Presidente da República na formulação de po-
organizados, pelos operadores portuários e pelas arrendatárias ou líticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento do setor de
autorizatárias de instalações portuárias, observado o disposto na portos e instalações portuárias marítimos, fluviais e lacustres e, es-
Lei na qual foi convertida a Medida Provisória no 595, de 6 de pecialmente, promover a execução e a avaliação de medidas, pro-
dezembro de 2012. gramas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura
§ 1º Na atribuição citada no caput incluem-se as administra- e da superestrutura dos portos e instalações portuárias marítimos,
ções dos portos objeto de convênios de delegação celebrados nos fluviais e lacustres.
termos da Lei no 9.277, de 10 de maio de 1996. .............................................................................................
§ 2º A Antaq prestará ao Ministério dos Transportes ou à Se- § 2o ...........................................................
cretaria de Portos da Presidência da República todo apoio necessá- .............................................................................................
rio à celebração dos convênios de delegação.” (NR) III - a elaboração dos planos gerais de outorgas;

.............................................................................................
Art. 56. ...........................................................
V - o desenvolvimento da infraestrutura e da superestrutura
Parágrafo único. Cabe ao Ministro de Estado dos Transportes
aquaviária dos portos e instalações portuárias sob sua esfera de
ou ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Portos da Presi-
atuação, com a finalidade de promover a segurança e a eficiência
dência da República, conforme o caso, instaurar o processo ad-
do transporte aquaviário de cargas e de passageiros.
ministrativo disciplinar, competindo ao Presidente da República
...................................................................................” (NR)
determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir
o julgamento.” (NR) “
“ Art. 27. ...........................................................
Art. 67. As decisões das Diretorias serão tomadas pelo voto .............................................................................................
da maioria absoluta de seus membros, cabendo ao Diretor-Geral o XXII - ...............................................................
voto de qualidade, e serão registradas em atas. a) política nacional de transportes ferroviário, rodoviário e
Parágrafo único. As datas, as pautas e as atas das reuniões de aquaviário;
Diretoria, assim como os documentos que as instruam, deverão b) marinha mercante e vias navegáveis; e
ser objeto de ampla publicidade, inclusive por meio da internet, na c) participação na coordenação dos transportes aeroviários;
forma do regulamento.” (NR) ...................................................................................” (NR)

Art. 78. A ANTT e a Antaq submeterão ao Ministério dos Art. 73. A Lei no 9.719, de 27 de novembro de 1998, passa a
Transportes e à Secretaria de Portos da Presidência da República, vigorar acrescida do seguinte art. 10-A:
respectivamente, suas propostas orçamentárias anuais, nos termos “
da legislação em vigor. Art. 10-A. É assegurado, na forma do regulamento, benefício
...................................................................................” (NR) assistencial mensal, de até 1 (um) salário mínimo, aos trabalhado-
“ res portuários avulsos, com mais de 60 (sessenta) anos, que não
Art. 78-A. ........................................................... cumprirem os requisitos para a aquisição das modalidades de apo-
§ 1º Na aplicação das sanções referidas no caput, a Antaq sentadoria previstas nos arts. 42, 48, 52 e 57 da Lei no 8.213, de
observará o disposto na Lei na qual foi convertida a Medida Provi- 24 de julho de 1991, e que não possuam meios para prover a sua
sória nº 595, de 6 de dezembro de 2012. subsistência.
§ 2º A aplicação da sanção prevista no inciso IV do caput, Parágrafo único. O benefício de que trata este artigo não pode
quando se tratar de concessão de porto organizado ou arrendamen- ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da
to e autorização de instalação portuária, caberá ao poder conceden- seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência mé-
te, mediante proposta da Antaq.” (NR) dica e da pensão especial de natureza indenizatória.”

Art. 81. ........................................................... Art. 74. (VETADO).
.............................................................................................
III - instalações e vias de transbordo e de interface intermodal, Art. 75. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
exceto as portuárias;

Didatismo e Conhecimento 11
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 76. Ficam revogados: III - definir diretrizes para a elaboração dos regulamentos de
I - a Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993; exploração dos portos;
II - a Lei nº 11.610, de 12 de dezembro de 2007; IV - aprovar a transferência de controle societário ou de titula-
III - o art. 21 da Lei nº 11.314, de 3 de julho de 2006; ridade de contratos de concessão ou de arrendamento, previamen-
IV - o art. 14 da Lei nº 11.518, de 5 de setembro de 2007; te analisados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários
V - os seguintes dispositivos da Lei nº 10.233, de 5 de junho - Antaq;
de 2001: V - aprovar a realização de investimentos não previstos nos
contratos de concessão ou de arrendamento, previamente analisa-
a) as alíneas g e h do inciso III do caput do art. 14;
dos pela Antaq;
b) as alíneas a e b do inciso III do caput do art. 27; VI - conduzir e aprovar, sempre que necessários, os estudos de
c) o inciso XXVII do caput do art. 27; viabilidade técnica, econômica e ambiental do objeto da concessão
d) os §§ 3º e 4º do art. 27; e ou do arrendamento; e
e) o inciso IV do caput do art. 81; e VII - aprovar e encaminhar ao Congresso Nacional o relatório
VI - o art. 11 da Lei no 9.719, de 27 de novembro de 1998. de que trata o § 5o do art. 57 da Lei no 12.815, de 2013.
Brasília, 5 de junho de 2013; 192o da Independência e 125o
da República. Art. 3o Sem prejuízo de outras atribuições previstas na legis-
DILMA ROUSSEFF lação específica, compete à Antaq:
José Eduardo Cardozo I - analisar a transferência de controle societário ou de titulari-
Guido Mantega dade de contratos de concessão ou de arrendamento;
César Borges II - analisar as propostas de realização de investimentos não
Manoel Dias previstos nos contratos de concessão ou de arrendamento;
III - arbitrar, na esfera administrativa, os conflitos de interes-
Miriam Belchior
ses e as controvérsias sobre os contratos não solucionados entre a
Garibaldi Alves Filho administração do porto e a arrendatária;
Luis Inácio Lucena Adams IV - arbitrar, em grau de recurso, os conflitos entre agentes
Mário Lima Júnior que atuem no porto organizado, ressalvadas as competências das
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.6.2013 - demais autoridades públicas;
edição extra V - apurar, de ofício ou mediante provocação, práticas abusi-
vas ou tratamentos discriminatórios, ressalvadas as competências
previstas na Lei no 12.529, de 30 de novembro de 2011; e
DECRETO Nº 8.033/2013. VI - elaborar o relatório de que trata o § 5º do art. 57 da Lei nº
12.815, de 2013, e encaminhá-lo ao poder concedente.
Parágrafo único. A Antaq deverá cumprir o disposto no plano
geral de outorgas para a realização das licitações de concessão e
de arrendamento e das chamadas públicas para autorização de ins-
Regulamenta o disposto na Lei no 12.815, de 5 de junho de talações portuárias.
2013, e as demais disposições legais que regulam a exploração de
portos organizados e de instalações portuárias. Art. 4o Sem prejuízo de outras atribuições previstas na legis-
lação específica, compete à administração do porto:
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições I - estabelecer o regulamento de exploração do porto, observa-
que lhe conferem os arts. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, e das as diretrizes do poder concedente; e
21, caput, inciso XII, alínea “f”, da Constituição, e tendo em vista II - decidir sobre conflitos que envolvam agentes que atuam
o disposto nas Leis no 12.815, de 5 de junho de 2013, no 10.233, no porto organizado, ressalvadas as competências das demais au-
de 5 de junho de 2001, e no 10.683, de 28 de maio de 2003, toridades públicas.
DECRETA: Parágrafo único. Nas concessões de porto organizado, o con-
trato disciplinará a extensão e a forma do exercício das competên-
cias da administração do porto.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO II
DA EXPLORAÇÃO DOS PORTOS E DAS INSTALAÇÕES
Art. 1o Este Decreto regulamenta o disposto na Lei no 12.815, PORTUÁRIAS LOCALIZADAS DENTRO DA ÁREA DO
de 5 de junho de 2013, e as demais disposições legais que regulam PORTO ORGANIZADO
a exploração de portos organizados e de instalações portuárias. Seção I
Parágrafo único. O poder concedente será exercido por inter- Das disposições gerais sobre a licitação da concessão e do
médio da Secretaria de Portos da Presidência da República. arrendamento

Art. 2o Sem prejuízo de outras atribuições previstas na legis- Art. 5o A licitação para a concessão e para o arrendamento de
lação específica, compete ao poder concedente: bem público destinado à atividade portuária será regida pelo dis-
I - elaborar o plano geral de outorgas do setor portuário; posto na Lei no 12.815, de 2013, na Lei no 12.462, de 4 de agosto
II - disciplinar conteúdo, forma e periodicidade de atualização de 2011, neste Decreto e, subsidiariamente, no Decreto no 7.581,
dos planos de desenvolvimento e zoneamento dos portos; de 11 de outubro de 2011.

Didatismo e Conhecimento 12
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Parágrafo único. Na hipótese de transferência das competên- Art. 9o Nas licitações de concessão e de arrendamento, se-
cias para a elaboração do edital ou para a realização dos procedi- rão utilizados como critérios para julgamento, de forma isolada ou
mentos licitatórios de que trata o § 5o do art. 6o da Lei no 12.815, combinada, a maior capacidade de movimentação, a menor tarifa
de 2013, a administração do porto deverá observar o disposto nes- ou o menor tempo de movimentação de carga.
te Decreto, sem prejuízo do acompanhamento dos atos e procedi-
mentos pela Antaq. Art. 9º Nas licitações de concessão e de arrendamento, serão
utilizados, de forma combinada ou isolada, os seguintes critérios
Art. 6o A realização dos estudos prévios de viabilidade técni- para julgamento: (Redação dada pelo Decreto nº 8.464, de
ca, econômica e ambiental do objeto do arrendamento ou da con- 2015)
cessão, quando necessária, deverá observar as diretrizes do plane- I - maior capacidade de movimentação; (Incluído pelo
jamento do setor portuário. Decreto nº 8.464, de 2015)
§ 1o Os estudos de que trata o caput poderão ser realizados II - menor tarifa; (Incluído pelo Decreto nº 8.464, de
em versão simplificada, conforme disciplinado pela Antaq, sempre 2015)
que: III - menor tempo de movimentação de carga; (Incluído
I - não haja alteração substancial da destinação da área objeto pelo Decreto nº 8.464, de 2015)
da concessão ou do arrendamento; IV - maior valor de investimento; (Incluído pelo Decreto
II - não haja alteração substancial das atividades desempenha- nº 8.464, de 2015)
das pela concessionária ou arrendatária; ou V - menor contraprestação do poder concedente; (Incluído
III - o objeto e as condições da concessão ou do arrendamento pelo Decreto nº 8.464, de 2015)
permitam, conforme estabelecido pelo poder concedente. VI - melhor proposta técnica, conforme critérios objetivos es-
§ 2o As administrações dos portos encaminharão ao poder tabelecidos pelo poder concedente; ou (Incluído pelo Decreto
concedente e à Antaq todos os documentos e informações necessá- nº 8.464, de 2015)
rios ao desenvolvimento dos estudos previstos neste artigo. VII - maior valor de outorga. (Incluído pelo Decreto nº
§ 3o O poder concedente poderá autorizar a elaboração, por 8.464, de 2015)
qualquer interessado, dos estudos de que trata ocaput e, caso esses § 1o O edital poderá prever ainda a utilização de um dos
sejam utilizados para a licitação, deverá assegurar o ressarcimento seguintes critérios para julgamento, associado com um ou mais
dos dispêndios correspondentes. dos critérios previstos no caput: (Revogado pelo Decreto nº
8.464, de 2015)
Art. 7o Definido o objeto da licitação, a Antaq deverá adotar I - maior valor de investimento; (Revogado pelo Decreto
as providências previstas no art. 14 da Lei no 12.815, de 2013. nº 8.464, de 2015)
Seção II II - menor contraprestação do poder concedente; ou (Re-
Do edital da licitação vogado pelo Decreto nº 8.464, de 2015)
III - melhor proposta técnica, conforme critérios objetivos es-
Art. 8o O edital definirá os critérios objetivos para o julga- tabelecidos pelo poder concedente. (Revogado pelo Decreto
mento da licitação e disporá sobre: nº 8.464, de 2015)
I - o objeto, a área, o prazo e a possibilidade de prorrogação § 2o A capacidade de movimentação poderá ser definida
do contrato; como:
II - os prazos, os locais, os horários e as formas de recebimen- I - capacidade estática, entendida como a quantidade máxima
to da documentação exigida para a habilitação e das propostas, do de carga que pode ser armazenada na instalação portuária a qual-
julgamento da licitação e da assinatura dos contratos; quer tempo;
III - os prazos, os locais e os horários em que serão fornecidos II - capacidade dinâmica, entendida como a quantidade má-
aos interessados os dados, estudos e projetos necessários à elabo- xima de carga que pode ser movimentada na instalação portuária
ração dos orçamentos e à apresentação das propostas; durante certo período de tempo e em nível adequado de serviço; ou
IV - os critérios e a relação dos documentos exigidos para III - capacidade efetiva, entendida como a quantidade de car-
aferição da capacidade técnica e econômico-financeira, da regula- ga movimentada na instalação portuária, durante certo período de
ridade jurídica e fiscal dos licitantes e da garantia da proposta e da tempo e em nível adequado de serviço.
execução do contrato; § 3o O menor tempo de movimentação poderá corresponder:
V - a relação dos bens afetos ao arrendamento ou à concessão; I - ao menor tempo médio de movimentação de determinadas
VI - as regras para pedido de esclarecimento, impugnação ad- cargas;
ministrativa e interposição de recursos; e II - ao menor tempo médio de atendimento de uma embarca-
VII - a minuta do contrato de arrendamento ou de concessão ção de referência; ou
e seus anexos. III - a outros critérios de aferição da eficiência do terminal na
Parágrafo único. O edital de licitação poderá impor ao ven- movimentação de cargas, conforme fixado no edital.
cedor a obrigação de indenizar o antigo titular pela parcela não
amortizada dos investimentos realizados em bens afetos ao arren-
damento ou à concessão, desde que tenham sido aprovados pelo Art. 10. Na fase de habilitação das licitações previstas neste
poder concedente. Decreto, será aplicado, no que couber, o disposto nosarts. 27 a 33
da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

Didatismo e Conhecimento 13
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Parágrafo único. Para a qualificação técnica nas licitações de § 1o A comissão de licitação poderá, de ofício ou mediante
arrendamento, o edital poderá estabelecer que o licitante assuma o provocação, reconsiderar sua decisão em até cinco dias úteis ou,
compromisso de: nesse mesmo prazo, encaminhar o recurso à Antaq devidamente
I - obter sua pré-qualificação como operador portuário perante instruído.
a administração do porto; ou § 2o A Antaq deverá proferir sua decisão no prazo de cinco
II - contratar um operador portuário pré-qualificado perante a dias úteis, contado da data de seu recebimento.
administração do porto para o desempenho das operações portuá-
rias, sem prejuízo do integral cumprimento das metas de qualidade Art. 16. Exauridos os recursos administrativos, o procedi-
e de outras obrigações estabelecidas no contrato. mento licitatório será encerrado e encaminhado ao poder conce-
dente, que poderá:
Art. 11. Deverá ser adotado o prazo mínimo de trinta dias I - determinar o retorno dos autos para saneamento de irregu-
para a apresentação de propostas, contado da data de publicação laridades que forem supríveis;
do edital. II - anular o procedimento, no todo ou em parte, por vício
§ 1o Será conferida publicidade ao edital mediante: insanável;
I - publicação de extrato do edital no Diário Oficial da União; III - revogar o procedimento por motivo de conveniência e
e oportunidade; ou
II - divulgação em sítio eletrônico oficial da Secretaria de Por- IV - adjudicar o objeto.
tos da Presidência da República e da Antaq. § 1o As normas referentes à anulação e à revogação de lici-
§ 2o As eventuais modificações no edital serão divulgadas no tações previstas no art. 49 da Lei no 8.666, de 1993, aplicam-se às
mesmo prazo dos atos e procedimentos originais, exceto quando a contratações regidas por este Decreto.
alteração não comprometer a formulação das propostas. § 2o Caberá recurso da anulação ou da revogação da licitação
§ 3o A Antaq deverá convocar, com antecedência mínima no prazo de cinco dias úteis, contado da data da decisão.
de dez dias úteis de sua realização, audiência pública que deverá
ocorrer com antecedência mínima de quinze dias úteis da data pre- Art. 17. Convocado para assinar o contrato, o interessado
vista para a publicação do edital. deverá observar os prazos e as condições estabelecidos no edital,
sob pena de decadência do direito à contratação, sem prejuízo das
Seção III sanções previstas na Lei no12.462, de 2011, e na Lei nº 8.666, de
Do procedimento licitatório 1993.
§ 1o É facultado ao poder concedente, quando o convocado
Art. 12. O procedimento licitatório observará as fases e a or- não assinar o contrato no prazo e nas condições estabelecidos:
dem previstas no art. 12 da Lei nº 12.462, de 2011. I - determinar à Antaq que revogue a licitação, sem prejuízo
Parágrafo único. As licitações adotarão preferencialmente os da aplicação das cominações previstas na Lei no8.666, de 1993; ou
modos de disputa aberto ou combinado. II - determinar à Antaq que convoque os licitantes remanes-
centes, na ordem de classificação, para a celebração do contrato
Art. 13. Após o encerramento da fase de apresentação de pro- nas condições ofertadas pelo licitante vencedor.
postas, a comissão de licitação classificará as propostas em ordem § 2o Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contra-
decrescente, observadas as particularidades dos critérios de julga- tação nos termos do inciso II do § 1o, o poder concedente poderá
mento adotados. determinar à Antaq que convoque os licitantes remanescentes, na
§1o A comissão de licitação poderá negociar condições mais ordem de classificação, para a celebração do contrato nas condi-
vantajosas com os licitantes. ções por eles ofertadas, desde que a proposta apresente condições
§2o A negociação de que trata o § 1o será promovida segun- melhores que o mínimo estipulado no edital.
do a ordem de classificação das propostas, assegurada a publicida-
de sobre seus termos e condições. Art. 18. Nos procedimentos licitatórios regidos por este De-
§ 3o Encerrada a sessão de julgamento, será dada publicidade creto, caberão:
à respectiva ata, com a ordem de classificação das propostas. I - pedidos de esclarecimento e impugnações ao edital, com
antecedência mínima de cinco dias úteis da data de abertura das
Art. 14 O procedimento licitatório terá fase recursal única, propostas; e
que se seguirá à habilitação do vencedor, exceto na hipótese de II - representações, no prazo de cinco dias úteis, contado da
inversão de fases. data da intimação, relativamente a atos de que não caiba recurso
§ 1o Na fase recursal, serão analisados os recursos referentes hierárquico.
ao julgamento das propostas ou lances e à habilitação do vencedor. § 1o O prazo para apresentação de contrarrazões será o mes-
§ 2o Os licitantes que desejarem recorrer em face dos atos mo do recurso e começará imediatamente após o encerramento do
do julgamento da proposta ou da habilitação deverão manifestar, prazo recursal.
imediatamente após o término de cada sessão, sua intenção de re- § 2o É assegurado aos licitantes vista dos documentos indis-
correr, sob pena de preclusão. pensáveis à defesa de seus interesses.

Art. 15. O recurso será dirigido à Diretoria da Antaq, por in-


termédio da comissão de licitação, que apreciará sua admissibili-
dade.

Didatismo e Conhecimento 14
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Seção IV Parágrafo único. A expansão da área do arrendamento ense-
Dos contratos de concessão e de arrendamento jará a revisão de metas, tarifas e outros parâmetros contratuais, de
forma a incorporar ao contrato os ganhos de eficiência referidos no
Art. 19. Os contratos de concessão e de arrendamento terão § 6o do art. 6o da Lei no 12.815, de 2013.
prazo de até vinte e cinco anos, prorrogável uma única vez, por pe-
ríodo não superior ao originalmente contratado, a critério do poder Seção V
concedente. Da exploração direta ou indireta de áreas não afetas às
operações portuárias
Art. 20. O objeto do contrato de concessão poderá abranger:
I - o desempenho das funções da administração do porto e a Art. 25. As áreas não afetas às operações portuárias e suas
exploração direta e indireta das instalações portuárias; destinações serão previstas no plano de desenvolvimento e zonea-
II - o desempenho das funções da administração do porto e a mento do porto.
exploração indireta das instalações portuárias, vedada a sua explo- Parágrafo único. Para a exploração indireta das áreas referi-
ração direta; ou das no caput, a administração do porto submeterá à aprovação do
III - o desempenho, total ou parcial, das funções de adminis- poder concedente a proposta de uso da área.
tração do porto, vedada a exploração das instalações portuárias.
CAPÍTULO III
Art. 21. Os contratos celebrados entre a concessionária e ter- DA AUTORIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS
ceiros serão regidos pelas normas de direito privado, não se esta-
belecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder Art. 26. Serão exploradas mediante autorização, formalizada
concedente, sem prejuízo das atividades regulatória e fiscalizatória por meio da celebração de contrato de adesão, as instalações por-
da Antaq. tuárias localizadas fora da área do porto organizado, compreen-
§ 1o A execução das atividades contratadas com terceiros dendo as seguintes modalidades:
pressupõe o cumprimento: I - terminal de uso privado;
I - do plano de desenvolvimento e zoneamento do porto; II - estação de transbordo de carga;
II - das normas aplicáveis aos serviços concedidos e contra- III - instalação portuária pública de pequeno porte; e
tados; e IV - instalação portuária de turismo.
III - das condições estabelecidas no edital de licitação e no § 1o O início da operação da instalação portuária deverá ocor-
contrato de concessão, inclusive quanto às tarifas e aos preços pra- rer no prazo de três anos, contado da data de celebração do con-
ticados. trato de adesão, prorrogável uma única vez, por igual período, a
§ 2o Os contratos celebrados entre a concessionária e tercei- critério do poder concedente.
ros terão sua vigência máxima limitada ao prazo previsto para a § 2o O pedido de prorrogação do prazo para o início da ope-
concessão. ração deverá ser justificado e acompanhado de documentação que
comprove a exequibilidade do novo cronograma.
Art. 22. Os contratos de arrendamento e demais instrumentos
Art. 27. Os interessados em obter a autorização de instalação
voltados à exploração de áreas nos portos organizados vigentes
portuária poderão requerê-la à Antaq, a qualquer tempo, mediante
no momento da celebração do contrato de concessão poderão ter
a apresentação dos seguintes documentos, entre outros que pode-
sua titularidade transferida à concessionária, conforme previsto no
rão ser exigidos pela Antaq:
edital de licitação.
I - memorial descritivo das instalações, com as especificações
§ 1o A concessionária deverá respeitar os termos contratuais
estabelecidas pela Antaq, que conterá, no mínimo:
originalmente pactuados.
a) descrição da poligonal das áreas por meio de coordenadas
§ 2o A transferência da titularidade afasta a aplicação das
georreferenciadas, discriminando separadamente a área pretendida
normas de direito público sobre os contratos. em terra, a área pretendida para instalação de estrutura física sobre
a água, a área pretendida para berços de atracação e a área neces-
Art. 23. Os contratos de concessão e arrendamento deverão sária para a bacia de evolução e para o canal de acesso;
resguardar o direito de passagem de infraestrutura de terceiros na b) descrição dos acessos terrestres e aquaviários existentes e
área objeto dos contratos, conforme disciplinado pela Antaq e me- a serem construídos;
diante justa indenização. c) descrição do terminal, inclusive quanto às instalações de
acostagem e armazenagem, seus berços de atracação e finalidades;
Art. 24. A aplicação do disposto no § 6º do art. 6º da Lei no d) especificação da embarcação-tipo por berço;
12.815, de 2013, só será permitida quando comprovada a inviabi- e) descrição dos principais equipamentos de carga e descarga
lidade técnica, operacional e econômica de realização de licitação das embarcações e de movimentação das cargas nas instalações
de novo arrendamento. de armazenagem, informando a quantidade existente, capacidade
e utilização;
Art. 24. A aplicação do disposto no § 6º do art. 6º da Lei nº f) cronograma físico e financeiro para a implantação da insta-
12.815, de 2013, só será permitida quando comprovada a inviabili- lação portuária;
dade técnica, operacional ou econômica de realização de licitação g) estimativa da movimentação de cargas ou passageiros; e
de novo arrendamento. (Redação dada pelo Decreto nº 8.464, h) valor global do investimento; e
de 2015)

Didatismo e Conhecimento 15
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
II - título de propriedade, inscrição de ocupação, certidão de Parágrafo único. Em qualquer caso, somente poderão ser au-
aforamento ou contrato de cessão sob regime de direito real, ou torizadas as instalações portuárias compatíveis com as diretrizes
outro instrumento jurídico que assegure o direito de uso e fruição do planejamento e das políticas do setor portuário.
do da área.
Parágrafo único. Recebido o requerimento de autorização, a Art. 32. Nos casos de inviabilidade locacional à implanta-
Antaq deverá: ção concomitante das instalações portuárias solicitadas, a Antaq
I - publicar em seu sítio eletrônico, em até cinco dias, a íntegra deverá:
do conteúdo do requerimento e seus anexos; e I - definir os critérios de julgamento a serem utilizados no pro-
II - desde que a documentação esteja em conformidade com o cesso seletivo público; e
disposto no caput, promover, em até dez dias, a abertura de proces- II - conferir prazo de trinta dias para que os interessados re-
so de anúncio público, com prazo de trinta dias, a fim de identificar formulem suas propostas, adaptando-as à participação no processo
a existência de outros interessados em autorização de instalação seletivo público.
portuária na mesma região e com características semelhantes. § 1o Eliminado o impedimento locacional após a reformula-
ção prevista no inciso II do caput, as propostas deverão ser nova-
Art. 28. O poder concedente poderá determinar à Antaq, a mente submetidas à aprovação do poder concedente, que poderá
qualquer momento e em consonância com as diretrizes do plane- autorizar as instalações portuárias na forma do art. 31.
jamento e das políticas do setor portuário, a abertura de processo § 2o Mantido o impedimento locacional após a reformulação
de chamada pública para identificar a existência de interessados na prevista no inciso II do caput, caberá à Antaq promover processo
obtenção de autorização de instalação portuária. seletivo público para seleção da melhor proposta.
§ 3o A Antaq disciplinará os procedimentos e prazos para
Art. 29. O instrumento da abertura de chamada ou de anún- realização do processo seletivo público de que trata este artigo.
cio públicos, cujos extratos serão publicados no Diário Oficial da
União e no sítio eletrônico da Antaq, indicará obrigatoriamente os Art. 33. Encerrada a chamada ou anúncio públicos na forma
seguintes parâmetros: do art. 31 ou encerrado o processo seletivo público na forma do
I - a região geográfica na qual será implantada a instalação art. 32, os interessados terão o prazo de noventa dias, contado da
portuária; data de publicação da decisão, para apresentar à Antaq os seguin-
II - o perfil das cargas a serem movimentadas; e tes documentos, além de outros que venham a ser exigidos por
III - a estimativa do volume de cargas ou de passageiros a ser norma específica:
movimentado nas instalações portuárias. I - comprovação de atendimento do disposto no art. 14 da Lei
§ 1o O perfil de cargas a serem movimentadas será classifica- no 12.815, de 2013;
do conforme uma ou mais das seguintes modalidades: II - as garantias de execução a serem firmadas no momento
I - granel sólido; de emissão da autorização, nos termos estabelecidos pela Antaq;
II - granel líquido e gasoso; III - a documentação comprobatória de sua regularidade pe-
III - carga geral; ou rante as Fazendas federal, estadual e municipal da sede da pessoa
IV - carga conteinerizada. jurídica e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; e
§ 2o Todas as propostas apresentadas durante o prazo de IV - parecer favorável da autoridade marítima, que deverá res-
chamada ou de anúncio públicos, que se encontrem na mesma re- ponder à consulta em prazo não superior a quinze dias.
gião geográfica, deverão ser reunidas em um mesmo procedimento Parágrafo único. O descumprimento do prazo a que se refere
e analisadas conjuntamente, independentemente do tipo de carga. o caput ou a apresentação de documentação em desconformidade
§ 3o Para participar de chamada ou de anúncio públicos, os com o disposto neste Decreto ou nas normas da Antaq ensejará a
demais interessados deverão apresentar a documentação exigida desclassificação da proposta e a convocação dos demais interessa-
no caput do art. 27. dos na ordem de classificação no processo seletivo público.

Art. 30. Encerrado o processo de chamada ou de anúncio pú- Art. 34. Encerrados os procedimentos para autorização, a An-
blicos, o poder concedente deverá analisar a viabilidade locacional taq enviará a documentação ao poder concedente que deverá, no
das propostas e sua adequação às diretrizes do planejamento e das prazo de quinze dias, contado da data do recebimento, analisar e
políticas do setor portuário. deliberar sobre o resultado do processo e a celebração dos contra-
Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, considera-se via- tos de adesão.
bilidade locacional a possibilidade da implantação física de duas Parágrafo único. Celebrados os contratos de adesão, os pro-
ou mais instalações portuárias na mesma região geográfica que não cessos serão restituídos à Antaq para acompanhamento.
gere impedimento operacional a qualquer uma delas.
Art. 35. Não dependerão da celebração de novo contrato de
Art. 31. Poderão ser expedidas diretamente, independente da adesão, bastando a aprovação pelo poder concedente:
realização de processo seletivo público, as autorizações de instala- I - a transferência de titularidade da autorização, desde que
ção portuária quando: preservadas as condições estabelecidas no contrato de adesão ori-
I - o processo de chamada ou anúncio públicos for concluído ginal; ou
com a participação de um único interessado; ou II - o aumento da capacidade de movimentação ou de arma-
II - não existir impedimento locacional à implantação conco- zenagem da instalação portuária, desde que não haja expansão de
mitante de todas as instalações portuárias solicitadas. área original.

Didatismo e Conhecimento 16
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput, o poder § 3o Os membros do conselho serão designados por ato do
concedente poderá, conforme disciplinado em ato do Ministro de Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Portos da Presidência
Estado Chefe da Secretaria de Portos da Presidência da República, da República para um mandato de dois anos, admitida a recondu-
dispensar a emissão de nova autorização nas hipóteses de: ção uma única vez, por igual período.
I - a alteração do tipo de carga movimentada; ou § 4o A participação no conselho de autoridade portuária será
II - a ampliação da área da instalação portuária, localizada considerada prestação de serviço público relevante, não remune-
fora do porto organizado, que não exceda a vinte e cinco por cento rada.
da área original, desde que haja viabilidade locacional. § 5o As deliberações do conselho serão tomadas de acordo
com as seguintes regras:
CAPÍTULO IV I - cada representante terá direito a um voto; e
DO CONSELHO DE AUTORIDADE PORTUÁRIA II - o presidente do conselho terá voto de qualidade.
§ 6o Perderá o mandato o membro do conselho que faltar,
Art. 36. Será instituído em cada porto organizado um conse- injustificadamente, a três reuniões consecutivas ou seis alternadas,
lho de autoridade portuária, órgão consultivo da administração do assumindo a vaga o seu suplente até a efetivação de nova indicação.
porto.
§ 1o Compete ao conselho de autoridade portuária sugerir: CAPÍTULO V
I - alterações do regulamento de exploração do porto; DO ÓRGÃO GESTOR DE MÃO DE OBRA
II - alterações no plano de desenvolvimento e zoneamento do
porto; Art. 38. O órgão de gestão de mão de obra terá, obrigatoria-
III - ações para promover a racionalização e a otimização do mente, um conselho de supervisão e uma diretoria-executiva.
uso das instalações portuárias; § 1o O conselho de supervisão será composto por três mem-
IV - medidas para fomentar a ação industrial e comercial do bros titulares e seus suplentes, sendo:
porto; I - dois indicados pelas entidades de classe local das respecti-
V - ações com objetivo de desenvolver mecanismos para atra- vas categorias econômicas; e
ção de cargas; II - um indicado pelas entidades de classe local das categorias
VI - medidas que visem estimular a competitividade; e profissionais relativas às atividades previstas no § 1º do art. 40 da
VII - outras medidas e ações de interesse do porto.
Lei nº 12.815, de 2013.
§ 2o Compete ao conselho de autoridade portuária aprovar o
§ 2o Ato do Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Portos
seu regimento interno.
definirá as entidades responsáveis pela indicação de que trata o §
1o e os procedimentos a serem adotados para as indicações.
Art. 37. Cada conselho de autoridade portuária será constituí-
§ 3o A Diretoria-Executiva será composta por um ou mais
do pelos membros titulares e seus suplentes:
diretores, designados e destituíveis, a qualquer tempo, pelos ope-
I - do Poder Público, sendo:
a) quatro representantes da União, dentre os quais será esco- radores portuários que atuam no respectivo porto organizado, cujo
lhido o presidente do conselho; prazo de gestão será de três anos, permitida a redesignação.
b) um representante da autoridade marítima; § 4o Caso a Diretoria-Executiva seja composta por dois
c) um representante da administração do porto; membros ou mais, um deles poderá ser indicado pelas respectivas
d) um representante do Estado onde se localiza o porto; e entidades de classe das categorias profissionais relativas às ativi-
e) um representante dos Municípios onde se localizam o porto dades previstas no § 1o do art. 40 da Lei no12.815, de 2013, con-
ou os portos organizados abrangidos pela concessão; forme definido em convenção coletiva.
II - da classe empresarial, sendo: § 5o Até um terço dos membros do conselho de supervisão
a) dois representantes dos titulares de arrendamentos de ins- poderá ser designado para exercício de cargos de diretores.
talações portuárias;
b) um representante dos operadores portuários; e CAPÍTULO VI
c) um representante dos usuários; e DO FÓRUM PERMANENTE PARA QUALIFICAÇÃO DO
III - da classe dos trabalhadores portuários, sendo: TRABALHADOR PORTUÁRIO
a) dois representantes dos trabalhadores portuários avulsos; e E DO SINE-PORTO
b) dois representante dos demais trabalhadores portuários.
§ 1o Para os efeitos do disposto neste artigo, os membros e Art. 39. Fica instituído o Fórum Nacional Permanente para
seus suplentes do conselho serão indicados: Qualificação do Trabalhador Portuário, com a finalidade de discu-
I - pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Portos da tir as questões relacionadas a formação, qualificação e certificação
Presidência da República; pelo Comandante da Marinha; pela ad- profissional do trabalhador portuário e do trabalhador portuário
ministração do porto; pelo Governador de Estado e pelo Prefeito avulso, em especial:
do Município, respectivamente, no caso do inciso I do caput; e I - sua adequação aos modernos processos de movimentação
II - pelas entidades de classe local das respectivas categorias de carga e de operação de aparelhos e equipamentos portuários; e
profissionais e econômicas, nos casos dos incisos II e III do caput. II - o treinamento multifuncional do trabalhador portuário e
§ 2o Ato do Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Por- do trabalhador portuário avulso.
tos definirá as entidades responsáveis pela indicação de que trata §1o Integrarão o Fórum Nacional Permanente para Qualifica-
o inciso II do § 1o e os procedimentos a serem adotados para as ção do Trabalhador Portuário:
indicações.

Didatismo e Conhecimento 17
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
I - um representante de cada um dos seguintes órgãos e enti- I - identificação do trabalhador; (Incluído pelo Decreto nº
dades: 8.071, de 2013)
a) Ministério do Trabalho e Emprego, que o coordenará; II - qualificação profissional obtida para o exercício das fun-
b) Secretaria de Portos da Presidência da República; ções; e (Incluído pelo Decreto nº 8.071, de 2013)
c) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; III - registro ou cadastramento em órgão de gestão de mão de
d) Ministério da Educação; obra, quando couber. (Incluído pelo Decreto nº 8.071, de 2013)
e) Secretaria-Geral da Presidência da República; e § 2o Os trabalhadores portuários avulsos inscritos no respec-
f) Comando da Marinha; tivo órgão de gestão de mão de obra, constantes no SINE-PORTO,
II - três representantes de entidades empresariais, sendo: terão preferência no acesso a programas de formação ou qualifi-
a) um representante dos titulares de arrendamentos de insta- cação profissional oferecidos no âmbito do SINE ou do Programa
lações portuárias; Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - Pronatec, de
b) um representante dos operadores portuários; e que trata a Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011. (Redação
c) um representante dos usuários; e dada pelo Decreto nº 8.071, de 2013)
III - três representantes da classe trabalhadora, sendo:
a) dois representantes dos trabalhadores portuários avulsos; e CAPÍTULO VII
b) um representante dos demais trabalhadores portuários. DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 2o Os representantes de que tratam os incisos II e III do § 1o
cumprirão mandatos de dois anos, permitida a recondução. Art. 41. A participação de um representante da classe empre-
§ 3o Perderá o mandato o membro do Fórum de que tratam os sarial e outro da classe trabalhadora no conselho de administração
incisos II e III do § 1o que faltar, injustificadamente, a três reuniões ou órgão equivalente da administração do porto, quando se tratar
consecutivas ou seis alternadas, assumindo a vaga o seu suplente de entidade sob controle estatal, deverá estar prevista nos estatutos
até a efetivação de nova indicação. sociais das empresas públicas e sociedades de economia mista.
§ 4o Ato do Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Portos § 1o A indicação dos representantes das classes empresarial
definirá as entidades responsáveis pela indicação de que trata os e trabalhadora de que trata o caput será feita pelos respectivos re-
incisos II e III do § 1o e os procedimentos a serem adotados para presentantes no conselho de autoridade portuária.
as indicações. § 2o A indicação do representante da classe trabalhadora e
§ 5o A participação no Fórum será considerada prestação de seu suplente recairá obrigatoriamente sobre empregado da entida-
serviço público relevante, não remunerada. de sob controle estatal.
§ 3o Os representantes da classe empresarial e da classe tra-
balhadora estão sujeitos aos critérios e exigências para o cargo de
Art. 40. O Ministério do Trabalho e Emprego instituirá, no
conselheiro de administração previstos em lei e no estatuto da res-
âmbito do Sistema Nacional de Emprego - SINE, banco de dados
pectiva entidade.
específico para trabalhadores portuários avulsos e demais trabalha-
§ 4o Serão observadas, quanto aos requisitos e impedimen-
dores portuários, com o objetivo de organizar a identificação e a
tos para a participação nos conselhos de que trata oart. 21 da Lei
oferta de mão de obra qualificada para o setor portuário, intitulado
nº 12.815, de 2013, as disposições constantes da legislação sobre
SINE-PORTO.
conflitos de interesse no âmbito da administração pública federal
§ 1o O SINE-PORTO será de uso facultativo pelos trabalha- e, subsidiariamente, da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
dores e pelos operadores portuários, arrendatários ou autorizatá-
rios de instalações portuárias. Art. 42. A realização de investimentos não previstos nos con-
§ 2o Constarão do SINE-PORTO, no mínimo, as seguintes tratos deverá ser precedida:
informações: I - de comunicação à Antaq, no caso das instalações portuárias
I - identificação do trabalhador; autorizadas; e
II - qualificação profissional obtida para o exercício das fun- II - de análise da Antaq e de aprovação pelo poder concedente,
ções; e no caso das concessões e arrendamentos.
III - registro ou cadastramento em órgão de gestão de mão de
obra, quando couber. Art. 43. Os requerimentos de autorização de instalação por-
§ 3o Os trabalhadores portuários avulsos inscritos no respec- tuária apresentados à Antaq até a data de publicação deste Decreto
tivo órgão de gestão de mão de obra, constantes no SINE-PORTO, e que atendam ao disposto na Lei no 12.815, de 2013, poderão
terão preferência no acesso a programas de formação ou qualifi- ensejar a abertura imediata de processo de anúncio público.
cação profissional oferecidos no âmbito do SINE ou do Programa Parágrafo único. Na hipótese de os requerimentos de que
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - Pronatec, de trata o caput não atenderem integralmente ao disposto no inciso
que trata a Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011. I do caput do art. 27, os interessados poderão apresentar à Antaq
a documentação faltante durante o prazo de trinta dias, a que se
Art. 40. O Ministério do Trabalho e Emprego instituirá, no refere o inciso II do parágrafo único do art. 27.
âmbito do Sistema Nacional de Emprego - SINE, banco de dados
específico com o objetivo de organizar a identificação e a oferta Art. 44. A Antaq disciplinará, após consulta pública, as con-
de mão de obra qualificada para o setor portuário, intitulado SINE dições de acesso por qualquer interessado, em caráter excepcional,
-PORTO. (Redação dada pelo Decreto nº 8.071, de 2013) às instalações portuárias arrendadas, autorizadas ou exploradas
§ 1o Constarão do SINE-PORTO, no mínimo, as seguintes pela concessionária, assegurada remuneração adequada a seu ti-
informações: (Redação dada pelo Decreto nº 8.071, de 2013) tular.

Didatismo e Conhecimento 18
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 45. Ato conjunto dos Ministros de Estado da Fazenda,
do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Previdência Social, do RESOLUÇÃO ANTAQ Nº 3.274, DE 6 DE
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Chefe da Secretaria FEVEREIRO DE 2014.
de Portos da Presidência da República disporá sobre a concessão
do benefício assistencial de que trata o art. 10-A da Lei no 9.719,
de 27 de novembro de 1998, e disciplinará:
I - o valor do benefício; APROVA A NORMA QUE DISPÕE SOBRE A FISCALI-
II - os critérios para a comprovação pelo trabalhador portuário ZAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PORTUÁRIOS E
avulso da insuficiência de meios para prover a sua subsistência; ESTABELECE INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS.
III - os procedimentos para o requerimento e a concessão do O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE
benefício; e TRANSPORTES
IV - as hipóteses de perda ou cassação do benefício. AQUAVIÁRIOS – ANTAQ, tendo em vista a competência
Parágrafo único. Para fins de habilitação ao benefício será que lhe é conferida pelo art. 27, inciso IV, nos termos do art. 68, da
exigida, cumulativamente, a comprovação de: Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, na redação dada pela Medida
I - no mínimo quinze anos de registro ou cadastro como traba- Provisória nº 2.217-3, de 4 de setembro de 2001, considerando o
lhador portuário avulso; que consta do processo nº 50300.000891/2013-11, ad referendum
II - comparecimento a, no mínimo, oitenta por cento das cha- da Diretoria,
madas realizadas pelo respectivo órgão de gestão de mão de obra; Resolve:
e
III - comparecimento a, no mínimo, oitenta por cento dos tur- Art. 1º Aprovar a norma que dispõe sobre a fiscalização da
nos de trabalho para os quais tenha sido escalado no período. prestação dos
serviços portuários e estabelece infrações administrativas.
Art. 46. Ato conjunto dos Ministros de Estado do Planeja-
mento, Orçamento e Gestão e Chefe da Secretaria de Portos da Art. 2º A norma anexa a esta Resolução se destina às admi-
nistrações dos
Presidência da República estabelecerá os procedimentos para ces-
portos organizados, aos arrendatários de áreas e instalações
são de áreas públicas da União, com vistas à implantação de ins-
portuárias, aos operadores portuários e aos autorizatários de ins-
talações portuárias.
talações portuárias previstas no art. 8º da Lei nº 12.815, de 5 de
junho de 2013
Art. 47. Deverão ser publicados em até cento e oitenta dias,
contados da data de publicação deste Decreto, os atos a que se
Art. 3º Ficam revogados a Resolução nº 858-ANTAQ, de 23
referem os seguintes dispositivos:
de agosto de
I - § 2o do art. 37; 2007, o Capítulo VI da Resolução nº 1.556-ANTAQ, de 11 de
II - § 2o do art. 38; dezembro de 2009; o
III - § 4o do art. 39; Capítulo V da Resolução nº 1.660-ANTAQ, de 8 de abril de
IV - art. 44; 2010; o Capítulo VII da Resolução nº 2.390-ANTAQ, de 16 de fe-
V - art. 45; e vereiro de 2012; e o Capítulo VII da Resolução nº 2.520-ANTAQ,
VI - art. 46. de 20 de junho de 2012.
Art. 48. Ficam revogados: Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica-
I - o Decreto no 4.391, de 26 de setembro de 2002; e ção no Diário Oficial da União.
II - o Decreto no 6.620, de 29 de outubro de 2008. MÁRIO POVIA Respondendo pela Diretoria Geral
Publicada no DOU de 07/02/2014, seção I
Art. 49. Este Decreto entra em vigor na data de sua publica- ANEXO DA RESOLUÇÃO No 3274-ANTAQ, DE 6 DE FE-
ção. VEREIRO DE 2014, QUE APROVA A NORMA QUE DISPÕE
Brasília, 27 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º SOBRE A FISCALIZAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
da República. PORTUÁRIOS E ESTABELECE INFRAÇÕES ADMINISTRA-
DILMA ROUSSEFF TIVAS.
Guido Mantega
Manoel Dias CAPÍTULO I
Miriam Belchio DO OBJETO
Garibaldi Alves Filho
Tereza Campello Art. 1º Esta norma se destina às administrações dos portos or-
Gilberto Carvalho ganizados, aos arrendatários de áreas e instalações portuárias, aos
Luís Inácio Lucena Adams operadores portuários e aos autorizatários de instalações portuárias
Leônidas Cristino previstas no art. 8º da Lei 12.815, de 5 de junho de 2013, e tem por
Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.6.2013 e objeto estabelecer obrigações para a administração do porto e para
retificado em 1º.7.2013 a prestação de serviço adequado, bem como definir as respectivas
infrações administrativas, nos termos da Lei nº 10.233, de 5 de
junho de 2001, e da Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013.

Didatismo e Conhecimento 19
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
CAPÍTULO II c) melhoria contínua da qualidade, produtividade e dos ín-
DOS DIREITOS E DEVERES DOS USUÁRIOS dices de movimentação de carga pela busca da expansão, atuali-
dade, modernização e otimização da infraestrutura e da superes-
Art. 2º São direitos básicos e deveres do Usuário, sem pre- trutura do porto organizado e das instalações portuárias, dentro de
juízo de outros estabelecidos em legislação específica e contra- padrões estabelecidos pela ANTAQ;
tualmente: d) manutenção de pessoal técnico e administrativo em
I - receber serviço adequado: quantitativo suficiente;
a) com observância dos padrões de regularidade, continui- e) execução diligente de suas atividades, de modo a não in-
dade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia, mo- terferir nos serviços prestados pelos demais agentes atuantes no
dicidade, respeito ao meio ambiente e outros requisitos definidos porto organizado, quando for o caso; e
pela ANTAQ; f) outros critérios estabelecidos pela ANTAQ;IV - seguran-
b) com cumprimento das práticas recomendadas de prote- ça, por meio de:
ção à vida e à saúde dos usuários e à integridade da carga; a) segregação nos armazéns e pátios, de cargas perigosas ou
c) com o conhecimento prévio de todos os serviços presta- especiais, com marcação dos volumes avariados, com diferença de
dos e suas características, da composição dos correspondentes va- peso, com indício de violação e em trânsito aduaneiro, e, também,
lores das tarifas e preços cobrados pelos serviços individualmente indicação das características de cada volume e a natureza da avaria
considerados, e dos riscos envolvidos; ou da especificidade verificada, em conformidade com as normas
d) com horário definido e compatível com o bom atendi- de segurança, aduaneiras, ambientais e regulatórias aplicáveis;
mento; b) demarcação da área de operações com sinalização hori-
e) com instalações limpas, sinalizadas, acessíveis e condi- zontal e vertical adequada e demarcação como “ÁREA DE SEGU-
zentes com o serviço; e RANÇA”, conforme plano de segurança apresentado à ANTAQ;
f) com urbanidade, respeito e ética; c) elaboração e submissão à aprovação do órgão ambien-
II - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha en- tal competente de plano de emergência individual para controle e
tre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas combate à poluição por manuseio de cargas de óleo, substâncias
as normas do poder concedente; nocivas ou perigosas;
III - dispor de informação transparente, correta e precisa por d) cumprimento das determinações da Comissão Nacional
meio de canais de comunicação acessíveis, vedada a publicidade de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis
enganosa e abusiva; (CONPORTOS), quanto à implantação, à manutenção e à execu-
IV - dispor de tratamento isonômico, vedado qualquer tipo ção dos Planos de Segurança;
de discriminação; e) controle de acesso e sistema de segurança nas áreas in-
V - levar ao conhecimento da ANTAQ e da Administração terna e externa conforme requisitos mínimos exigidos pela Polícia
do Porto as irregularidades de que tenha conhecimento, referentes Federal ou Receita Federal do Brasil, ou pelo Código Internacional
ao serviço prestado; para a Proteção de Navios e Instalações Portuárias (Código
VI - comunicar à ANTAQ as infrações à lei e à regulamen- ISPS), quando cabível;
tação cometidas pela Administração do Porto, arrendatários, auto- f) cumprimento de normas técnicas que regulam a armaze-
rizatários e operadores portuários na prestação do serviço; e nagem ou movimentação de cargas ou materiais perigosos;
VII - contribuir para a permanência das boas condições dos g) armazenamento ou movimentação de petróleo e seus de-
bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços. rivados, gás natural e biocombustíveis, de acordo com normativo
editado pela Agência Nacional de
CAPÍTULO III Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);
DO SERVIÇO PORTUÁRIO h) prevenção de incêndios, acidentes ou desastres nos por-
tos organizados e instalações portuárias; e
Art. 3º A Autoridade Portuária, o arrendatário, o autorizatá- i) outras determinações, normas e regulamentos relativos
rio e o operador portuário devem observar permanentemente, sem à segurança portuária a serem editados pela ANTAQ e demais ór-
prejuízo de outras obrigações constantes da regulamentação apli- gãos; V - atualidade, através da:
cável e dos respectivos contratos, as seguintes condições mínimas: a) promoção de treinamento de funcionários;
I - regularidade, mantendo a oferta de janelas de atracação, b) modernização das técnicas, dos equipamentos e das ins-
as condições operacionais e utilidades portuárias compatíveis com talações dentro de padrões estabelecidos pela ANTAQ;
as necessidades das embarcaçõestipo contratualmente estabeleci- c) manutenção em bom estado de conservação e funciona-
das; mento dos equipamentos e instalações portuárias e promoção de
II - continuidade, não interrompendo injustificadamente as sua substituição ou reforma ou de execução das obras de constru-
atividades portuárias por período superior a seis meses contínuos ção, manutenção, reforma, ampliação e melhoramento; e
ou 12 meses intercaladamente; III - eficiência, por meio de: d) atendimento a plano de manutenção de equipamentos
a) cumprimento dos parâmetros de desempenho estabeleci- terrestres de movimentação de carga, com periodicidade mínima
dos contratualmente; anual, elaborado por pessoa física ou jurídica devidamente regis-
b) adoção de procedimentos operacionais que evitem perda, trada no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
dano ou extravio de cargas e bagagens e minimizem custos a serem (CREA), com o registro dos laudos junto à Autoridade Portuá-
suportados pelos usuários; ria ou ao autorizatário;

Didatismo e Conhecimento 20
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VI - generalidade, assegurando a oferta de serviços, de forma Art. 8º A Autoridade Portuária poderá exigir, para as ope-
indiscriminada rações portuárias que impliquem obrigações pecuniárias, caução
e isonômica a todos os usuários e se abstendo de práticas lesi- em moeda corrente, fiança bancária ou seguro-garantia contratado
vas à livre concorrência; com instituição financeira.
VII - modicidade, adotando tarifas ou preços em bases justas,
transparentes e não discriminatórias aos usuários e que reflitam a Art. 9º A Autoridade Portuária poderá alterar a programação
complexidade e os custos das atividades, observando as tarifas ou do fluxo de embarcações, de forma a melhor atender a condição
preços-teto, desde que estabelecidos pela ANTAQ; ou circunstância operacional superveniente, devendo, nessas situa-
VIII - higiene e limpeza, por meio de remoção, armazenagem ções, comunicar a modificação aos envolvidos.
e destinação adequada dos resíduos e demais materiais inservíveis,
assim como controle de pragas e instalação de mecanismos de ve- Art. 10. A Autoridade Portuária deverá publicar tabelas de
dação à entrada de insetos e animais nocivos nos recintos de arma- tarifas portuárias
zenagem ou destinados à movimentação de passageiros; em seu sítio eletrônico no prazo de dez dias a contar de sua
IX - livre acesso das empresas prestadoras de serviços à área aprovação pela ANTAQ com a descrição detalhada de cada serviço
portuária, sujeito a prévio agendamento, desde que devidamente portuário, da infraestrutura e dos equipamentos colocados à dispo-
credenciadas junto à Autoridade Portuária, quando couber; sição e destinados às operações portuárias.
X - abstenção de práticas lesivas à livre concorrência, tais
como, entre outras: CAPÍTULO V
a) opor obstáculo ao exercício dos direitos ou à execução dos DO ARRENDATÁRIO
serviços; b) formar cartel;
c) concentrar ou dominar mercados;
Art. 11. A ANTAQ exercerá a fiscalização sobre o arrendatá-
d) opor obstáculo ou resistência à entrada de novas empresa
rio com o objetivo de avaliar o seu desempenho operacional, bem
no mercado;
como supervisionar, inspecionar e auditar os contratos de arrenda-
e) impedir ou prejudicar o acesso de concorrente às fon-
mento, visando ao seu cumprimento.
tes de insumo, matérias-primas, equipamentos ou tecnologia, bem
como aos canais de distribuição; e
Art. 12. Além do disposto no art. 3º desta norma, o arrenda-
f) prestar serviços injustificadamente abaixo do preço de
tário explorará a área e/ou instalação portuária em consonância
custo.
com os termos e destinação estabelecidos no respectivo contrato e
com observância do dever de manutenção e conservação dos bens
CAPÍTULO IV
vinculados e seu registro atualizado em inventário.
DA AUTORIDADE PORTUÁRIA
Art. 13. Caberá ao arrendatário apresentar a previsão de atra-
Art. 4º A exploração do porto organizado terá como objetivo
cação à Autoridade Portuária, com antecedência mínima de 24
permanente o desenvolvimento econômico e a eficiência na execu-
ção dos serviços portuários, observadas a legislação e regulamen- horas.
tação pertinentes.
Art. 14. O arrendatário se responsabiliza por toda e qualquer
Art. 5º A Autoridade Portuária deve orientar sua atuação para pessoa, máquina ou veículo que adentrar na área portuária a seu
a racionalização e otimização do porto organizado, garantindo a serviço.
livre concorrência e tratamento isonômico aos usuários, aos arren- Parágrafo único. Todos os veículos de carga a serviço do ar-
datários, aos autorizatários e aos operadores portuários, dentro de rendatário que adentrarem na área pública do porto devem pos-
seus respectivos segmentos. suir Registro Nacional de Transportador Rodoviário de Carga
(RNTRC), observado o disposto no Código de Trânsito Brasileiro
Art. 6º Cabe à Autoridade Portuária assegurar ao comércio e (CTB) e em normativos da Agência Nacional de Transportes Ter-
à navegação a fruição das vantagens decorrentes do melhoramento restres (ANTT) e do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
e aparelhamento do porto.
CAPÍTULO VI
Art. 7º Compete à Autoridade Portuária estabelecer, no âm- DO OPERADOR PORTUÁRIO
bito do regulamento do porto, o horário de seu funcionamento e,
sem prejuízo do atendimento às diretrizes estabelecidas pelo poder Art. 15. Nos portos organizados, a operação portuária será
concedente, os critérios e procedimentos de: realizada exclusivamente por operador portuário pré-qualificado
I - habilitação ao tráfego e às operações; pela Autoridade Portuária, arrendatário ou não, ressalvadas as hi-
II - movimentação e armazenagem de carga, conforme suas póteses do art. 28 da Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013.
especificidades
e periculosidade; Art. 16. Sem prejuízo da fiscalização permanente da ANTAQ,
III - ordem e prioridades de atracação e de uso das instala- a fiscalização direta da operação portuária é de responsabilidade da
ções portuárias; Autoridade Portuária, a qual reportará eventuais infrações admi-
IV - uso de armazéns, pátios, galpões e silos; nistrativas à ANTAQ dentro do prazo de 72 horas de sua ocorrên-
V - jornada de trabalho no cais público; e cia ou conhecimento.
VI - cessão de equipamentos de sua propriedade.

Didatismo e Conhecimento 21
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 17. O operador portuário somente poderá exercer suas CAPÍTULO VIII
atividades após pré-qualificação realizada pela Autoridade Portuá- DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
ria, observadas as normas, os critérios e os procedimentos estabe- SEÇÃO I
lecidos pelo poder concedente. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 18. Após 30 dias da decisão administrativa definitiva da Art. 26. As infrações estão sujeitas às seguintes penas, aplicá-
Autoridade Portuária, o inadimplente quanto ao pagamento de ta- veis, separada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade da
rifas portuárias ficará impedido de utilizar os equipamentos e in- falta e observadas as demais disposições da norma disciplinadora
fraestrutura do Porto. do procedimento sancionador:
I - advertência;
Art. 19. Compete ao operador portuário dirigir e coordenar II - multa;
as operações portuárias sob sua responsabilidade, sem prejuízo da III - proibição de ingresso na área do porto organizado por
supervisão e acompanhamento da Autoridade Portuária. período de 30 a 180 dias;
IV - suspensão da atividade de operador portuário, pelo pe-
Art. 20. Os serviços portuários serão livremente contratados ríodo de 30 a 180 dias;
V - cancelamento do credenciamento do operador portuá-
entre o operador portuário e o tomador de serviço.
rio;
VI - suspensão;
Art. 21. Quando houver execução da movimentação ou ar-
VII - cassação; e
mazenagem de carga, compartilhada por dois ou mais operadores VIII - declaração de inidoneidade.
dentro do porto ou de uma mesma instalação portuária, esses serão
solidariamente responsáveis perante o usuário ou a Administração Art. 27. A sanção de advertência poderá ser aplicada em subs-
do Porto e a ANTAQ. tituição à penalidade pecuniária, apenas para as infrações de natu-
Parágrafo único. Ainda que executado por terceiros, o serviço reza leve e média, quando não se julgar recomendável a cominação
permanecerá sob responsabilidade do operador portuário a que es- de multa e desde que não seja verificado prejuízo à prestação do
tiver afeta a atividade portuária. serviço, aos usuários, ao mercado, ao meio ambiente ou ao patri-
mônio público.
Art. 22. O operador portuário deverá recusar o recebimento
de mercadorias destinadas a embarque ou provenientes de desem- Art. 28. A aplicação da sanção de cassação de concessão de
barque, quando se apresentarem em condições inadequadas ao porto organizado, arrendamento ou autorização de instalação por-
transporte, armazenagem, manipulação, e entrega à embarcação, tuária caberá ao poder concedente, mediante proposta da ANTAQ.
devendo comunicar o ocorrido à Autoridade Portuária.
Art. 29. A declaração de inidoneidade será aplicada a quem
Art. 23. O operador portuário se responsabiliza por qualquer tenha praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos de lici-
pessoa, máquinas, equipamento ou veículo que adentrar na área tação ou a execução de contrato.
portuária a seu serviço.
Parágrafo único. Todos os veículos de carga a serviço do ope- Art. 30. As penalidades de suspensão, cassação, decla-
rador portuário que adentrarem na área pública do porto devem ração de inidoneidade e declaração de caducidade devem ser apli-
possuir RNTRC, observado o disposto no CTB e em normativos cadas em caráter excepcional, quando os antecedentes do infrator,
da ANTT e do Contran. a natureza ou a gravidade da infração indicarem a ineficácia de
outras sanções para a correção das irregularidades, observado o
disposto nos artigos 78-G, 78-H, 78-I e 78-J da Lei nº 10.233, de 5
CAPÍTULO VII
de junho de 2001.
DOS AUTORIZATÁRIOS
Art. 31. São Autoridades Julgadoras:
Art. 24. Além do disposto nos arts. 2º e 3º desta norma, o au- I - o Chefe da Unidade Administrativa Regional (UAR),
torizatário explorará a área ou instalação portuária em consonância nas infrações de natureza leve ocorridas em área sob sua jurisdição
com os termos e destinação estabelecidos no respectivo contrato direta;
de adesão ou termo de autorização. II - o Gerente de Fiscalização, nas infrações de natureza
leve ocorridas em local sem jurisdição de UAR e nas infrações de
Art. 25. O autorizatário deverá editar regulamento próprio, natureza média;
disciplinando a movimentação e armazenagem de cargas, confor- III - o Superintendente de Fiscalização e Coordenação das
me suas especificidades e periculosidade. UAR, nas infrações de natureza grave;
IV - a Diretoria Colegiada, nas infrações de natureza gravís-
sima e/ou em que
o Parecer Técnico Instrutório recomende a cominação de
sanções de proibição de ingresso na área do porto organizado por
período de 30 a 180 dias; cancelamento do credenciamento do
operador portuário; suspensão da atividade de operador portuário,
pelo período de 30 a 180 dias; suspensão; cassação; e declaração
de inidoneidade.

Didatismo e Conhecimento 22
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SEÇÃO II b) relatório de recepção de resíduos provenientes de embar-
DAS INFRAÇÕES COMUNS AOS AGENTES cações, conforme a responsabilidade da operação, até o 15º dia
do mês subsequente ao semestre de referência, ou, se houver, no
Art. 32. Constituem infrações administrativas a que se su- prazo contratualmente estabelecido: multa de R$ 10.000,00 (dez
jeitam a Autoridade Portuária, o arrendatário, o autorizatário e o mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
operador portuário, observadas as responsabilidades legal, regu- X - não manter a seguinte estrutura básica para serviço de pas-
lamentar e contratualmente atribuídas a cada um desses agentes: sageiros no porto organizado ou na instalação portuária arrendada
ou autorizada:
I - receber, fazer adentrar na área do porto ou encaminhar
a) acessibilidade ou atendimento diferenciado e prioritário
a pátio regulador cadastrado, quando houver, veículo de carga sem às pessoas com deficiência, aos idosos, às gestantes, às lactantes e
o devido agendamento, quando exigido, conforme regulamento do às pessoas acompanhadas por crianças de colo, nos termos da Lei
porto organizado ou da instalação portuária, bem como recebê-lo nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, da Lei nº 11.126, de 27 de
fora do período previamente agendado: multa de R$ 1.000,00 (um junho de 2005, que dispõe sobre o direito da pessoa com deficiên-
mil reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais) por veículo em situação cia visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo
irregular; acompanhado de cãoguia, e do Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro
II - não manter em local visível e em bom estado de con- de 2004: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00
servação placa indicativa dos meios de comunicação dos usuários (vinte mil reais);
com a ANTAQ, após o prazo de 15 dias contado da data da notifi- b) segregação das áreas de embarque e desembarque de
cação: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez passageiros daquelas destinadas à movimentação e armazenagem
mil reais); de carga, uso compartilhado com separação física entre ambas, ou
III - não receber ou não adotar as providências para solu- estabelecimento de procedimento específico para operação não si-
multânea: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00
cionar as reclamações ou demandas dos usuários: multa de R$
(vinte mil reais);
5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); c) plataforma para embarque e desembarque de passagei-
IV - não disponibilizar serviço de atendimento aos usuários: ros, com piso plano e antiderrapante e de acordo com a norma
multa de R$ ABNT NBR 15450: multa de R$
5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
V - deixar de comprovar junto à ANTAQ a regularidade pe- d) instalações para atendimento aos passageiros e venda de
rante a Fazenda passagens: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00
Federal, a Fazenda Estadual, a Fazenda Municipal da sede da (vinte mil reais);
pessoa jurídica, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e e) instalações para espera abrigadas e providas de assentos
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e a ausência em número compatível com o fluxo de passageiros: multa de R$
de registro de processos de falência ou recuperação judicial ou ex- 10.000,00 (dez mil reais) a R$
trajudicial, após o prazo de 15 dias contado da data da notificação: 20.000,00 (vinte mil reais);
multa de R$ f) instalações para recepção e restituição de bagagem, di-
mensionadas e equipadas com observância dos aspectos ergonô-
5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
micos para livre movimentação de passageiros com volumes, do-
VI - não informar à ANTAQ no prazo de 30 dias da ocorrên-
tadas de sistema de informações confiável e controle de bagagem:
cia, alterações de denominação social, de endereço, de represen- multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil
tante legal ou de administrador, diretor ou conselheiro de adminis- reais);
tração: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez g) controle de acesso e sistema de segurança nas áreas in-
mil reais); terna e externa conforme requisitos mínimos exigidos pela Polícia
VII - deixar de prestar à ANTAQ, por meio de sistema infor- Federal ou Receita Federal do Brasil, ou pelo Código ISPS, quan-
matizado relativo do cabível: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
ao acompanhamento de preços portuários, informações relati- 20.000,00 (vinte mil reais);
vas à movimentação de carga e às receitas provenientes dos servi- h) instalações para a administração do terminal, agentes
ços portuários, de acordo com norma específica a ser editada pela de autoridade pública, fornecedores e prestadores de serviços e,
ANTAQ: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 nas instalações portuárias de turismo, para receptivo: multa de R$
(dez mil reais); 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
i) instalações sanitárias para uso geral dimensionadas ao
VIII - não comunicar aos passageiros atraso, cancelamento e
fluxo de passageiros: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
alteração na programação: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
20.000,00 (vinte mil reais);
R$ 10.000,00 (dez mil reais); IX - deixar de encaminhar à AN- j) serviços e instalações de apoio, tais como telefones pú-
TAQ: blicos, acesso à internet, informações turísticas e pré-atendimento
a) relatório informando os estágios de construção, reforma, em emergências médicas: multa de R$
ampliação ou modernização do porto organizado ou da instalação 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais); e
portuária, com abordagem dos eventuais impactos ambientais e k) áreas para estacionamento de veículos de receptivo de
com informações sobre a infraestrutura e a superestrutura dispo- turismo e, no caso de instalação portuária de turismo plena ou de
nibilizadas, até o 15º dia do mês subsequente ao semestre de refe- trânsito, dos prestadores de serviço às embarcações de turismo:
rência: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil
mil reais); e reais);

Didatismo e Conhecimento 23
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
XI - não assegurar condições mínimas de higiene e limpeza XXIII - não assegurar a oferta de serviços, de for-
nas áreas e instalações: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ ma indiscriminada e isonômica a todos os usuários: multa de R$
20.000,00 (vinte mil reais); 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais);
XII - não informar à ANTAQ, no prazo de 24 horas da ocor- XXIV - contratar, permitir ou tolerar a prestação de
rência, a interrupção da atividade portuária por mais de 24 horas serviços por empresa de navegação não autorizada pela ANTAQ:
ou seu reinício: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a 20.000,00 multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem
(vinte mil reais); mil reais);
XIII - não manter atualizado controle de omissões de embar- XXV - adotar tarifas ou preços abusivos, em bases
cações no porto organizado ou nas instalações portuárias arrenda- não transparentes ou discriminatórias, ou não refletindo a comple-
das ou autorizadas, com a indicação dos respectivos armadores, xidade e custos das atividades: multa de R$ 100.000,00 (cem mil
datas, horários, usuários prejudicados e justificativa apresentada: reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
multa de R$ 10.000,00 (dez mil) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais); XXVI - deixar de suspender operações portuárias que
XIV - permitir a atracação, no porto organizado ou na instala- prejudiquem o funcionamento do porto ou da instalação portuária;
ção portuária, de embarcação estrangeira em operação na navega- ou deixar de atender, no prazo fixado, a intimação da ANTAQ para
ção de cabotagem, na navegação de apoio portuário ou na navega- suspender ou regularizar a execução de obra ou operação portuá-
ção de apoio marítimo, sem a prévia apresentação de Certificado ria: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (du-
de Autorização de Afretamento exigido pela ANTAQ, ou fora das zentos mil reais);
condições previstas nesse documento: multa de R$ 25.000,00 (vin- XXVII - adotar práticas de propaganda enganosa ou
te e cinco mil reais) a R$ abusiva, ou que possam acarretar a cobrança indevida de valores ao
50.000,00 (cinquenta mil reais) por embarcação; usuário: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00
XV - não pagar a tarifa portuária devida pela utilização da (duzentos mil reais);
infraestruturaportuária e pelo recebimento de serviços de natureza XXVIII - negligenciar a organização e controle de aces-
operacional e de uso comum providos pela Autoridade Portuária: so dos navios ao porto: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a
multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
mil reais); XXIX - cobrar, exigir ou receber valores dos usuários
XVI - não prestar, nos prazos fixados, ou ainda, omitir, re- que não estejam devidamente estabelecidos em tabela, ou ainda,
tardar ou recusar o fornecimento de informações ou documentos que não representem contraprestação do serviço contratado: multa
solicitados pela ANTAQ: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil
reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais); reais);
XVII - não obter ou não manter atualizadas licen- XXX - não assegurar a eficiência na execução do ser-
ças ambientais pertinentes: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil viço portuário, conforme critérios expressos no art. 3º, III desta
reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais); norma: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00
XVIII - não contratar ou deixar de renovar seguro (duzentos mil reais);
patrimonial de todos os equipamentos e instalações, inclusive es- XXXI - não assegurar a regularidade na execução do
truturas de atracação e acostagem, de responsabilidade civil e de serviço portuário conforme critérios expressos no art. 3º, I desta
acidentes pessoais para cobertura face a usuários e terceiros: multa norma: multa de R$100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00
de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil (duzentos mil reais);
reais); XXXII - deixar de assegurar a atualidade na execução
XIX - deixar de prestar o apoio necessário às equipes de fisca- do serviço portuário conforme critérios expressos no art. 3º, V des-
lização da ANTAQ ou, no caso de arrendatários e operadores por- ta norma: multa de R$100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00
tuários, à Autoridade Portuária, garantindo-lhes livre acesso, em (duzentos mil reais);
qualquer época, às obras, aos equipamentos, às instalações, bem XXXIII - prestar informação falsa ou falsear dado en-
assim o exame de todos os documentos e sistemas inerentes à ges- viado à ANTAQ: multa de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta
tão portuária e ao desempenho operacional, comercial, econômi- mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais;
co-financeiro e administrativo: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta XXXIV - dar causa, por qualquer meio, a dano ambien-
mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais); tal nas áreas e instalações portuárias ou áreas adjacentes, ou ainda,
XX - executar obras em desacordo com os projetos autoriza- não adotar as providências necessárias à sua prevenção, mitigação
dos pela ANTAQ ou cessação: multa de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil
e/ou poder concedente: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);
reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais); XXXV - utilizar ou, no caso de Autoridade Portuá-
XXI - deixar de obter ou de manter atualizados licenças e ria, permitir que sejam utilizados terrenos, áreas, equipamentos
alvarás expedidos pelas autoridades competentes que atestem a e instalações portuárias com desvio de finalidade: multa de R$
segurança contra incêndio e acidentes nos equipamentos e instala- 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) a R$ 500.000,00 (qui-
ções portuárias: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ nhentos mil reais);
100.000,00 (cem mil reais); XXXVI - não assegurar a continuidade do serviço por-
XXII - negligenciar a segurança portuária, conforme tuário conforme critérios expressos no art. 3º, II, desta norma:
critérios do inciso IV do art. 3º desta norma: multa de R$ 50.000,00 multa de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) a R$
(cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais); 500.000,00 (quinhentos mil reais);

Didatismo e Conhecimento 24
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
XXXVII - dar causa, por qualquer meio, a incêndio ou d) receitas tarifárias faturadas no mês de referência, por
desastre nas instalações portuárias: multa de R$ 250.000,00 (du- atracação: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00
zentos e cinquenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil (dez mil reais).
reais); V - deixar de encaminhar à ANTAQ:
XXXVIII - não cumprir ou não fazer cumprir as leis, a a) contratos e respectivos aditamentos dos contratos de ar-
regulamentação da ANTAQ, o contrato de concessão, o convênio rendamento não operacional, de uso temporário, de cessão de uso
de delegação, o contrato de arrendamento, o contrato de adesão, o onerosa e não onerosa, de autorização de uso e de passagem, no
regulamento do porto organizado, normas de segurança do Código prazo de 30 dias após a sua celebração: multa de R$ 5.000,00 (cin-
ISPS e as determinações da ANTAQ, da Autoridade Portuária, da co mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais) por documento;
CONPORTOS e do poder concedente, exceto quando a conduta b) relatório semestral de acompanhamento das operações
infracional se enquadrar em tipo específico contemplado nesta realizadas no porto organizado, contendo o resumo dos procedi-
norma: multa de até R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais); e mentos de fiscalização adotados e reportando as principais ocor-
XXXIX - subempreitar, transferir ou delegar qualquer
rências, quando solicitado: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
operação portuária sob sua responsabilidade a operador portuá-
a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
rio não pré-qualificado: multa de R$ 500.000,00 (quinhentos mil
c) relatório de recepção de resíduos provenientes de embar-
reais) a 1.000.000,00 (um milhão de reais).
cações, conforme a responsabilidade da operação, até o 15º dia do
§1º As penas estabelecidas no art. 26 poderão ser aplicadas,
isolada ou cumulativamente, às infrações dispostas neste artigo, mês subsequente ao semestre de referência: multa de R$ 10.000,00
conforme sua gravidade e circunstâncias. (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
§2º A infração administrativa disposta no inciso I deste artigo d) inventário atualizado da Autoridade Portuária sobre bens
não se aplica à Autoridade Portuária. da União sob sua gestão, com discriminação dos bens próprios e
§3º As infrações administrativas dispostas nos incisos V, IX, bens reversíveis, até 30 de abril do ano subsequente, contendo, no
X e XVIII deste artigo não se aplicam ao operador portuário sem mínimo, a descrição, número patrimonial, valor e data de aquisi-
arrendamento ou contratado pelo arrendatário ou autorizatário. ção, depreciação e registro de desincorporação ocorrida: multa de
§4º A infração administrativa disposta no inciso XXXIX des- R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
te artigo não se aplica ao autorizatário, titular de instalação portuá- e) demonstrações financeiras do último exercício social,
ria privada localizada fora da área do porto organizado. acompanhadas do relatório dos auditores independentes, no prazo
de 30 dias de sua aprovação, acompanhado de Relatório de Admi-
SEÇÃO III nistração e Gestão: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
DAS INFRAÇÕES DA AUTORIDADE PORTUÁRIA 10.000,00 (dez mil reais);
f) cadastro de equipamentos e relação de infraestruturas
Art. 33. Constituem infrações administrativas da Autoridade portuárias disponíveis no porto organizado, atualizado, até 30 de
Portuária, sujeitando-a à cominação das respectivas sanções: abril do ano subsequente, ou mesmo quando solicitado pela AN-
I - deixar de divulgar mensalmente, em sua página na in- TAQ: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
ternet, os dados relativos ao volume de movimentação de cargas e 10.000,00 (dez mil reais); e
passageiros, por terminal e segmento e bem como as linhas regu- g) informações sobre receitas não tarifárias, até 30 de abril
lares de navegação que frequentaram os terminais arrendados no do ano subsequente: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
âmbito do Porto Organizado e a relação atualizada dos operadores 10.000,00 (dez mil reais);
portuários préqualificados: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) VI - deixar de realizar o adequado controle de acesso e cir-
a R$ 20.000,00 (vinte mil reais); culação de pessoas, provendo a respectiva sinalização: multa de
II - deixar de comunicar antecipadamente aos participan- R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
tes das reuniões de programação as alterações de programação VII - negar ou obstar injustificadamente o acesso das empre-
de manobras, nos termos do art. 9º desta Resolução: multa de R$ sas prestadoras
10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000 (vinte mil reais);
de serviço ao porto organizado: multa de R$ 10.000,00 (dez
III - deixar de decidir sobre conflitos que envolvam agen-
mil) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
tes que atuam no porto organizado, ressalvadas as competências
VIII - permitir ou tolerar que máquinas ou veículos estacio-
das demais autoridades públicas: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil
nem ou transitem pelas vias de circulação do porto de forma pre-
reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
IV - deixar de encaminhar, através de sistema eletrônico, judicial ao tráfego de cargas e às operações portuárias: multa de
disponível na página eletrônica da ANTAQ, até o décimo dia do R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por
mês subsequente, informações relativas a: máquina ou veículo em situação irregular;
a) natureza, tipo, quantidade e peso, na unidade de medida IX - permitir que veículos de carga adentrem na área do por-
estabelecida pela ANTAQ, do total de cargas movimentadas: mul- to sem o
ta de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); RNTRC, observado o disposto no CTB e em normativos da
b) quantidade de movimentação de passageiros: multa de ANTT e do Contran: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); 20.000,00 (vinte mil reais) por veículo em situação irregular;
c) dados temporais de embarcações desatracadas no mês de X - deixar de prestar apoio técnico e administrativo ao
referência, considerando as datas e horas registradas no momento conselho de autoridade portuária (CAP) e ao órgão de gestão de
do fundeio até a respectiva desatracação: multa de R$ 5.000,00 mão de obra (OGMO): multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
(cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); e 20.000,00 (vinte mil reais);

Didatismo e Conhecimento 25
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
XI - deixar de submeter o Plano de Desenvolvimento e Zo- XXIV - deixar de realizar, dentro dos limites da área
neamento do Porto (PDZ) à aprovação do poder concedente ou do porto organizado, sob coordenação da autoridade marítima:
deixar de cumprir ou de fazer cumprir o PDZ aprovado pelo poder a) delimitação das áreas de fundeadouro, de fundeio para
concedente: multa de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) a R$ carga e descarga, de inspeção sanitária e de polícia marítima: mul-
50.000,00 (cinquenta mil reais); ta de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
XII - deixar de autorizar, previamente ouvidas as demais au- 20.000,00 (vinte mil reais);
toridades no porto, a entrada e a saída, inclusive a atracação e a b) delimitação das áreas destinadas a navios de guerra e
desatracação, o fundeio e o tráfego de embarcação na área do porto submarinos, plataformas e demais embarcações especiais, navios
e a movimentação de carga de embarcação: multa de R$ 25.000,00 em reparo ou aguardando atracação e navios com cargas inflamá-
(vinte e cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); veis ou explosivas: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
XIII - deixar de organizar a guarda portuária, em conformida- 20.000,00 (vinte mil reais);
de com a regulamentação expedida pelo poder concedente: multa c) estabelecimento, manutenção ou operação de sinaliza-
de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquen- ção e o balizamento do canal de acesso e da bacia de evolução do
ta mil reais); porto: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00
XIV - deixar de realizar, dentro dos limites da área do porto (duzentos mil reais);
organizado, sob coordenação da autoridade aduaneira: d) estabelecimento e divulgação do calado máximo de ope-
a) a delimitação da área de alfandegamento: multa de R$ ração das embarcações, em função dos levantamentos batimétricos
10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais); e efetuados sob sua responsabilidade: multa de R$ 100.000,00 (cem
b) a organização e sinalização dos fluxos de mercadorias, mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais); e
veículos, unidades de cargas e de pessoas, nas áreas sob alfan- e) estabelecimento e divulgação do porte bruto máximo e
degamento: multa de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) a R$ dimensões máximas das embarcações, em função das limitações
50.000,00 (cinquenta mil reais); e características físicas do cais do porto: multa de R$ 100.000,00
XV - deixar de promover a remoção de embarcações ou cas- (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
cos de embarcações que possam prejudicar o acesso ao porto: mul- XXV - deixar de manter a profundidade de projeto
ta de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil
do canal de acesso, dos berços e da bacia de evolução, quando for
reais);
o caso: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00
XVI - deixar de fiscalizar as obras de construção, reforma,
(duzentos mil reais);
ampliação, melhoramento e conservação das instalações portuá-
XXVI - deixar de submeter à prévia análise da AN-
rias: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00
TAQ, e aprovação do poder concedente, alteração de controle
(cem mil reais);
societário decorrente de alienação, celebração ou alteração de
XVII - deixar de pré-qualificar os operadores portuá-
acordo de acionistas ou outras operações societárias: multa de R$
rios, de acordo com as normas estabelecidas pelo poder conce-
dente, ou permitir que realizem operações portuárias sem estarem 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
pré-qualificados: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a XXVII - deixar de estabelecer, de atualizar ou de fazer
R$ 100.000,00 (cem mil reais); cumprir o regulamento de exploração do porto, conforme diretri-
XVIII - deixar de fiscalizar os operadores portuários zes do poder concedente, ou de dispor sobre as matérias de que
quanto à manutenção das condições de pré-qualificação: multa trata o art. 7º desta norma: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
reais); XXVIII - deixar de reportar infrações à ANTAQ para a
XIX - deixar de submeter à prévia análise da ANTAQ e apro- instauração de procedimento sancionador, dentro do prazo de 72
vação do poder concedente a realização de projetos e investi- horas após sua ocorrência: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
mentos não previstos nos contratos de concessão ou no convênio a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
de delegação: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ XXIX - deixar de submeter a revisão ou reajuste das
100.000,00 (cem mil reais); tarifas portuárias à prévia aprovação da ANTAQ: multa de R$
XX - deixar de aplicar os recursos financeiros, inclusive os 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
provenientes de alienação e baixa de bens, conforme sua destina- XXX - deixar de fiscalizar a operação portuária
ção e prazos estabelecidos nos contratos de concessão ou convênio quanto à prestação de serviço adequado: multa de R$ 250.000,00
de delegação: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ (duzentos e cinquenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil
100.000,00 (cem mil reais); reais); e
XXI - deixar de arrecadar os valores das tarifas portuárias XXXI - permitir que se explore ou se ocupe área ou
relativas às suas atividades ou pelos serviços e utilização das in- instalação portuária, sem prévio procedimento licitatório, sem as-
fraestruturas portuárias ou aquaviárias: multa de R$ 50.000,00 sinatura ou vencido o competente instrumento contratual, ressal-
(cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais); vadas as exceções legais: multa de R$ 500.000,00 (quinhentos mil
XXII - deixar de arrecadar os valores devidos a título reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
de arrendamento: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a Parágrafo único. As penas estabelecidas no art. 26 poderão
R$ 100.000,00 (cem mil reais); ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, às infrações dispostas
XXIII - deixar de submeter, à prévia aprovação do po- neste artigo, conforme sua gravidade e circunstâncias.
der concedente, proposta de exploração indireta de área não afeta
à operação portuária: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$
200.000,00 (duzentos mil reais);

Didatismo e Conhecimento 26
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SEÇÃO IV multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzen-
DAS INFRAÇÕES DO ARRENDATÁRIO tos mil reais);
X - por qualquer meio interferir, prejudicar ou impedir in-
Art. 34. Constituem infrações administrativas dos Arrendatá- justificadamente operação portuária devidamente autorizada e rea-
rios de áreas e instalações portuárias localizadas no porto organi- lizada por outro operador ou arrendatário: multa de R$ 100.000,00
zado, sujeitando-os à cominação das respectivas sanções: (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos milreais);
I - não divulgar em seu sítio eletrônico e em local visível XI - causar, em decorrência de uso indevido ou inobservân-
nos acessos do bem arrendado a tabela com os valores máximos de cia de normas de segurança, dano a equipamento ou instalação por-
referência de Preços e Tarifas de Serviço, bem como a descrição tuária: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00
detalhada dos serviços passíveis de serem cobrados dos Usuários, (duzentos mil reais);
dentro do prazo estabelecido no Contrato de Arrendamento, ou, na XII - não manter em bom estado de conservação e funciona-
omissão deste, em até 30 dias a partir da assinatura do Contrato de mento os equipamentos e as instalações portuárias vinculados ao
Arrendamento: multa de R$ arrendamento, deixando de promover sua substituição ou reforma
5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); ou de executar as obras de construção, reforma, ampliação e me-
II - não informar à ANTAQ a inclusão de novos serviços ou lhoramento, quando necessárias: multa de R$ 100.000,00 (cem mil
revisão de preçosda tabela, com até 30 dias de antecedência: multa reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); XIII - armazenar ou movimentar petróleo e seus derivados,
III - não encaminhar à ANTAQ: gás natural e biocombustíveis, sem estar autorizado pela ANP:
a) inventário atualizado sobre bens da União sob sua ges- multa de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) a R$
tão, com discriminação entre bens próprios e bens reversíveis e 500.000,00 (quinhentos mil reais);
comprovação de respectivo registro, até 30 de abril do ano subse- XIV - explorar ou ocupar área ou instalação portuária, a qual-
quente, ou, se houver, no prazo contratualmente estabelecido, con- quer título, sem
tendo, no mínimo, a descrição, valor e data de aquisição e registro o devido procedimento licitatório ou com o competente ins-
de desincorporação ocorrida e informações atualizadas acerca da trumento contratual vencido, ressalvados os casos permitidos em
depreciação: multa de R$ normas e regulamentos: multa R$ 500.000,00 (quinhentos mil
5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais); e
b) demonstrações financeiras do último exercício social, XV - realizar subcontratação, subarrendamento ou transferên-
acompanhadas do relatório dos auditores independentes, no prazo cia de arrendamento, sem autorização expressa do poder conceden-
de 30 dias de sua aprovação, acompanhado de Relatório de Admi- te: multa R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) a R$ 1.000.000,00
nistração e Gestão: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ (um milhão de reais).
10.000,00 (dez mil reais); e Parágrafo único. As penas estabelecidas no art. 26 poderão
c) relatório com diagnóstico das condições e integridade ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, às infrações dispostas
das instalações e equipamentos vinculados ao Arrendamento, bem neste artigo, conforme sua gravidade e circunstâncias.
como seu plano de conservação, até 30 de abril do ano subsequen-
te: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil SEÇÃO V
reais); DAS INFRAÇÕES DO OPERADOR PORTUÁRIO
IV - estacionar ou transitar máquina ou veículo, a seu servi-
ço ou sob sua responsabilidade, nas vias de circulação do porto, de Art. 35. Constituem infrações administrativas dos operadores
forma prejudicial ao tráfego de cargas ou às operações portuárias: portuários com atividade nos portos organizados, sujeitando-os à
multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil cominação das respectivas sanções:
reais) por máquina ou veículo em situação irregular; I - não informar à ANTAQ, no prazo de 30 dias da ocor-
V - deixar de submeter à prévia análise da ANTAQ e apro- rência, alteração do capital social ou controle societário decorren-
vação do poder concedente a desincorporação e a baixa de bens te de alienação; celebração ou alteração de acordo de acionistas
vinculados ao contrato de arrendamento: multa de R$ 25.000,00 ou outras operações societárias: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil
(vinte e cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
VI - deixar de submeter à prévia análise da ANTAQ e apro- II - receber ou fazer adentrar na área do porto, veículo a
vação do poder concedente a realização de investimentos não seu serviço sem o RNTRC, observado o disposto no CTB e em
previstos nos contratos de arrendamento: multa de R$ 25.000,00 normativos da ANTT e do Contran: multa de R$ 5.000,00 (cinco
(vinte e cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais) por veículo em situação
VII - não providenciar, quando couber, o alfandegamento do irregular;
Arrendamento junto à Autoridade Aduaneira ou perder esta condi- III - estacionar ou transitar máquina ou veículo, a seu servi-
ção: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 ço ou sob sua responsabilidade, nas vias de circulação do porto, de
(cem mil reais); forma prejudicial ao tráfego de cargas ou às operações portuárias:
VIII - não efetuar o pagamento à Autoridade Portuária dos multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil
valores devidos a título de arrendamento: multa de R$ 50.000,00 reais) por máquina ou veículo em situação irregular;
(cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais); IV - dar início às atividades sem inscrição no Concentrador
IX - deixar de submeter à prévia análise da ANTAQ e apro- de DadosPortuários e/ou sem apresentar à Autoridade Portuária
vação do poder concedente, transferência, total ou parcial, direta apólice de seguro, conforme estabelecido em norma de pré-quali-
ou indireta, de controle societário ou outras operações societárias: ficação editada pelo poder concedente: multa de R$

Didatismo e Conhecimento 27
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
25.000,00 (vinte e cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta VI - deixar de estabelecer ou de divulgar o calado máxi-
mil reais); mo de operação das embarcações em função dos levantamentos
V - deixar de atender às condições de pré-qualificação, nos batimétricos efetuados sob sua responsabilidade: multa de R$
termos de norma estabelecida pelo poder concedente: multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais);
50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais); VII - deixar de estabelecer ou de divulgar o porte bruto máxi-
VI - por qualquer meio interferir, prejudicar ou impedir in- mo e as dimensões máximas das embarcações que irão trafegar em
justificadamente operação portuária devidamente autorizada e rea- função das limitações e características físicas das instalações de
lizada por outro operador ou arrendatário: multa de R$ 100.000,00 acostagem da instalação portuária privada: multa de R$ 50.000,00
(cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais); (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais);
VII - causar, em decorrência de uso indevido ou inobservân- VIII - deixar de fazer a delimitação das áreas de fundeadouro
cia de normas de segurança, dano a equipamento ou instalação por- ou de fundeio para carga e descarga, de inspeção sanitária ou de
tuária: multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 polícia marítima, quando esses serviços não forem de atribuição da
(duzentos mil reais);
administração do porto organizado: multa de R$ 50.000,00 (cin-
VIII - falsear ou omitir qualquer dado ou documento com o
quenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais);
objetivo de obtenção de Certificado de Operador Portuário: multa
IX - deixar de delimitar a área de alfandegamento da insta-
de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil
lação portuária privada, quando se tratar de terminal: multa de R$
reais; e
IX - realizar atividades sem estar devidamente pré-qualifica- 50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais);
do pela Autoridade Portuária: multa de R$ 250.000,00 (duzentos e X - deixar de submeter à prévia análise da ANTAQ e apro-
cinquenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). vação do poder concedente, transferência, total ou parcial, direta
§1º As penas estabelecidas no art. 26 poderão ser aplicadas, ou indireta, de controle societário ou outras operações societárias:
isolada ou cumulativamente, às infrações dispostas neste artigo, multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzen-
conforme sua gravidade e circunstâncias. tos mil reais);
§2º A Autoridade Portuária e os arrendatários também ficam XI - deixar de cumprir comando estabelecido pela ANTAQ
sujeitos às sanções estabelecidas neste artigo, no que couber, e en- na norma específica para a respectiva outorga de autorização que
quanto realizarem operações portuárias. implique perda de condição para prestação do serviço adequado:
multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzen-
SEÇÃO VI tos mil reais);
DAS INFRAÇÕES DO AUTORIZATÁRIO XII - transferir a titularidade da autorização da instalação
portuária privada sem expressa autorização do poder concedente:
Art. 36. Constituem infrações administrativas dos autorizatá- multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 200.000,00 (duzen-
rios, sujeitando- tos mil reais);
os à cominação das respectivas sanções: XIII - ampliar instalação portuária privada sem autorização
I - deixar de assegurar a infraestrutura necessária e deixar prévia da ANTAQ, ou em desacordo com as regras estabelecidas
de prover apoio de pessoal às embarcações nas operações de atra- pelo poder concedente: multa de R$
cação e desatracação, neste último caso, quando a instalação por- 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) a R$ 500.000,00
tuária privada tiver como objeto a movimentação de passageiros: (quinhentos mil reais);
multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil XIV - não dar início à construção da instalação portuária no
reais); prazo estipulado em norma da ANTAQ após a obtenção da outor-
II - deixar de encaminhar à ANTAQ, até 30 de abril do ano ga, atrasar em mais de 20% (vinte por cento) o cronograma físico-
subsequente ao ano de referência, para comprovação da expansão financeiro dos investimentos estipulados, ou não concluir as obras
e da modernização das instalações portuárias, relatórios de acom- de construção da instalação no prazo estabelecido no ato de autori-
panhamento operacional, com informações sobre a infraestrutura e zação: multa de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) a
a superestrutura disponibilizadas na instalação portuária: multa de
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais); e
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
XV - construir e/ou explorar instalação portuária privada sem
III - deixar de encaminhar à ANTAQ, semestralmente, rela-
autorização da ANTAQ: multa de R$ 500.000,00 (quinhentos mil
tório de recepção
reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
de resíduos provenientes de embarcações, conforme a res-
ponsabilidade da operação, até o 15º dia do mês subsequente a Parágrafo único. As penas estabelecidas no art. 26 poderão
cada período apurado: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, às infrações dispostas
20.000,00 (vinte mil reais); neste artigo, conforme sua gravidade e circunstâncias.
IV - deixar de enviar à ANTAQ, trimestralmente, relatório
informando o estágio de evolução da construção ou da ampliação SEÇÃO VII
da instalação portuária privada: multa de R$ 10.000,00 (dez mil DA CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES
reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
V - estacionar ou transitar máquina ou veículo, a seu servi- Art. 37. As infrações de que trata este capítulo são classifica-
ço ou sob sua responsabilidade, nas vias de circulação do porto, de das, conforme sua gravidade, em:
forma prejudicial ao tráfego de cargas ou às operações portuárias: I - Natureza leve: a infração administrativa que preveja a
multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil cominação de multa de até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil
reais) por máquina ou veículo em situação irregular; reais);

Didatismo e Conhecimento 28
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
II - Natureza média: a infração administrativa que preveja
a cominação de multa acima de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta
mil reais) e até R$ 300.000,00 (trezentos mil reais);
III - Natureza grave: a infração administrativa que preveja a
cominação de multa acima de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais)
e até R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais); e
IV - Natureza gravíssima: a infração administrativa que pre-
veja a cominação de multa acima de R$ 600.000,00 (seiscentos mil
reais).

CAPÍTULO IX
DA RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES E
CONTROLADORES

Art. 38. Quando o administrador ou controlador, ainda que


dentro de suas atribuições ou poderes legais, contratuais ou es-
tatutários, tiver agido, por ação ou omissão, com culpa ou dolo
no cometimento da infração administrativa, sujeita-se à sanção de
multa na proporção de 2% (dois por cento) a 20% (vinte por cento)
daquela aplicada à pessoa jurídica, se houver culpa; e de 5% (cinco
por cento) a 30% (trinta por cento), se houver dolo.
§ 1º Considera-se administrador o grupo de pessoas ou pes-
soa designada em contrato social, ato separado ou qualquer outro
instrumento legal, para o exercício da Administração de pessoa
jurídica.
§ 2º Considera-se acionista controlador a pessoa, natural ou
jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou
sob controle comum, que:
a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia
geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da compa-
nhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades so-
ciais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.

Art. 39. O administrador ou controlador não será responsabi-


lizado pela prática de infração perpetrada por outro administrador
ou controlador, salvo se com ela tiver sido conivente, ou se omiti-
do em impedi-la.

Art. 40. A ANTAQ poderá, a seu critério, comunicar ao Tri-


bunal de Contas da União e ao Ministério Público a ocorrência de
infração, visando à apuração de responsabilidade civil e penal do
administrador ou controlador.

CAPÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 41. A aplicação de sanções em razão de infrações ad-


ministrativas estabelecidas nesta norma observará o disposto na
regulamentação da ANTAQ que disciplina o procedimento sancio-
nador e a dosimetria.

Art. 42. A imposição de penalidades contratuais de qualquer


natureza não exclui ou atenua a cominação das sanções adminis-
trativas previstas nesta norma.

Art. 43. Os prazos de que trata esta Norma são contados de


acordo com o disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
que regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Federal.

Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Organização - significa preparar processos a fim de obter os
PROCESSO ORGANIZACIONAL (PLANEJA- resultados planejados.
Direção - neste procedimento decisões são necessárias, para
MENTO, COORDENAÇÃO, DIREÇÃO, OR-
que os objetivos relacionados no planejamento continuem alinha-
GANIZAÇÃO E CONTROLE). dos.
Controle - aqui é possível vislumbrar todo o processo de pla-
nejar, organizar e direcionar. Liderar e discernir se o resultado foi
o almejado. Assim é possível recomeçar um novo ciclo com mais
A administração assim como suas funções sofreram cons- planejamento e suas etapas subsequentes.
tantes mudanças, muito visíveis no último século. Com a chegada
de novas tecnologias, novas formas de produção, vendas, logística
e mudanças na parte contábil e financeira as teorias assim como a PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.
prática precisaram adaptar-se a uma nova realidade administrativa.

Das  funções da administração de Henri Fayol (precursor


dessa teoria), podemos encontrar as seguintes que são demonstra-
das como PO3C: A primeira delas é: A partir de agora falaremos sobre o princípio do Planejamento
Planejar, isso significa que você terá que criar planos para e tudo o que ocorre em função dele.
o futuro de sua organização. Nesse momento começamos a pro- Se prestarmos atenção, “Planejar” é algo muito comum em
gramar o que estava no planejamento com o objetivo, claro, de nossa rotina. Planejamos nosso dia, nossos compromissos, nossas
colocar em prática o que está no papel, e é durante esse passo da compras, nossas prioridades, nossas ações, enfim, o planejamento
programação que vemos a estrutura organizacional, a situação da está presente em quase toda situação.
empresa e das pessoas que compõe ela. Nas organizações também não poderia ser diferente, inclusi-
A segunda função da administração é Organizar. Afinal, qual ve, planejamento dentro da gestão é elemento vital.
o sentido de ser uma pessoa organizada? é aquela que sabe onde, Planejamento é a primeira das funções administrativas, e está
fisicamente, se encontra o que é necessário no momento certo, relacionada com tudo aquilo que a organização pretende fazer,
que transforma o ambiente/local de trabalho dela em um ambiente executar, alcançar.
de fácil entendimento para qualquer um encontrar o que precisa? Podemos considerar o planejamento como “o ato de determi-
Também, mas no sentido que Fayol define é que as empresas são nar as metas da organização e os meios para alcançá-las”.
feitas de pessoas e estrutura física, essa função administrativa uti- Dentro do conceito Planejamento, encontramos alguns princí-
liza da parte material e social da empresa. pios, abaixo uma conceituação feita por Djalma de Oliveira, para
A terceira função é Comandar. Essa função serve para orien- melhor entendermos esses princípios.
tar a organização, dirigir também. Se a empresa está rumo a um Princípio da precedência: corresponde a uma função adminis-
caminho e encontra obstáculos, caberá ao administrador dirigir, trativa que vem antes das outras (organização, direção e controle).
se for preciso, ou orientar a organização para traçar o objetivo, às Na realidade é difícil separar e sequenciar as funções administrati-
vezes é preciso intervir e tomar as rédeas da organização e orien- vas, mas pode-se considerar que, de maneira geral, o planejamento
tá-la e dirigi-la. “do que é e como vai ser feito” aparece na ponta do processo.
A quarta função é Coordenar. Sem dúvidas, essa é uma fun-
Como consequência, o planejamento assume uma situação de
ção primordial para motivar as pessoas que estão em um ambiente
maior importância no processo administrativo.
de trabalho, tanto para aprender cada vez mais quanto ao que tem
relação em se esforçarem com o objetivo de cumprirem metas e,
Princípio da contribuição aos objetivos: o planejamento deve,
de forma coletiva, alcançar objetivos traçados pelo administrador
sempre, visar aos objetivos  máximos da empresa. No processo de
da empresa.
planejamento devem-se hierarquizar os objetivos estabelecidos e
E por último, a quinta função administrativa é Controlar.
procurar alcançá-los em sua totalidade, tendo em vista a interliga-
Uma organização sem normas e regras, certamente, terá menos
ção entre eles.
desempenho que uma. Segundo Fayol, essas cinco funções admi-
nistrativas conduzem a uma administração eficaz das atividades Princípio da universalidade: prevê que abrange toda a organi-
da organização. Mas, com o passar do tempo, as funções Coman- zação e pode provocar mudança em todas suas esferas.
do e Coordenação formaram uma só função, a de Direção. Então
as funções de POCCC passaram para PODC (Planejar, Organizar, Princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade: O pla-
Dirigir e Controlar). nejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar
as deficiências. Através desses aspectos, o planejamento procura
Em síntese, dentro do modelo atual temos: proporcionar a empresa uma situação de eficiência, eficácia e efe-
Planejamento - consiste em definir objetivos para traçar me- tividade.
tas, assim identificando forças, fraquezas, oportunidades e amea-
ças. Interpretam-se dados, analisam-se recursos. O planejamento Partes do Planejamento
ocorre com base em muito estudo, muita pesquisa, antes da im- • Planejamento dos fins – especificação do estado futuro
plantação de qualquer coisa, ele pode durar meses ou até anos. desejado: a visão, missão, os propósitos, os objetivos, os objetivos
setoriais, os desafios e as metas

Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
• Planejamento dos meios - proposição de caminhos para a empresa chegar ao estado futuro desejado
• Planejamento organizacional – esquematização dos requisitos organizacionais para poder realizar os meios propostos
• Planejamento dos recursos – dimensionamento de recursos humanos, tecnológicos e materiais. Estabelece-se programas, proje-
tos e planos de ação necessários ao alcance do futuro desejado.
• Planejamento da implantação e do controle – corresponde à atividade de planejar o acompanhamento da implantação do em-
preendimento

Na prática, podem-se distinguir três tipos de planejamento:

Planejamento Estratégico – é conceituado como um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido
pela empresa com o seu ambiente.
Relaciona-se a objetivos de longo prazo e com maneiras e ações par alcança-los, que afetam a empresa como um todo.

Planejamento Tático – relaciona-se a objetivos de curto prazo, e com maneiras e ações que, geralmente, afetam somente uma parte da
empresa.
Tem como eixo central otimizar determinadas áreas de resultados, e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha com decomposição
dos objetivos e políticas estabelecidas no planejamento estratégico.

Desenvolvimento de planejamentos táticos

Planejamento Operacional – pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escrito das metodo-
logias de desenvolvimento e implantações estabelecidas. Portanto, nesta situação, tem-se basicamente os planos de ação, ou planos opera-
cionais.
Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático, e devem conter com deta-
lhes: os recursos necessários a seu desenvolvimento e implantação; os procedimentos básicos a serem adotados; os produtos ou resultados
finais esperados; os prazos estabelecidos e os responsáveis pela sua execução e implantação.

Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Ciclo básico dos três tipos de planejamento

Em resumo:
• O PLANEJAMENTO ADMINISTRATIVO cuida do relacionamento e da integração interna da organização (atribuição de Recur-
sos Humanos e de Finanças).
• O PLANEJAMENTO OPERACIONAL cuida das operações da empresa (atribuição de Compras, Vendas e Produção).

ORGANIZAÇÃO: ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL,
DEPARTAMENTALIZAÇÃO,
CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO
E EMPOWERMENT.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

A organização do Estado na Constituição do brasileiro é o termo referente a um conjunto de dispositivos contidos na Constituição Fe-
deral de 1988, destinados a determinar a organização político-administrativa, ou seja, das atribuições de cada ente da federação.
O Brasil adotou a Federação como forma de organizar o Estado, a Federação é uma aliança de Estados para a finalidade de formação de
um único Estado, em que as unidades federadas preservam parte da sua autonomia política, entretanto a soberania é transferida ao Estado
Federal. Dentro da estrutura organizacional do Estado Federal Brasileiro temos as seguintes entidades federativas: A União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios.
Além de adotar a federação, institui-se a República que é uma forma de organização política do Estado, na qual os principais agentes
do poder político são escolhidos pelo povo atraves do voto.
Dessa maneira, diante das disposições constitucional, o Estado Brasileiro integra a República Federativa do Brasil em um organico úni-
co e indissoluvel, formado pelos Estados, Municípios e distrito Federal, fundamentado na soberania, na cidadania, na dignidade da pessoa
humana, nos valores sociais e no pluralismo politico.
De acordo com os ensinamentos do jurista administrativo Hely Lopes Meirelles, organização da Administração Pública é “todo o apa-
relhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas”.
De maneira objetiva, temos que Organização da Administração Pública é toda a atividade concreta e imediata desenvolvida pelo Estado
para o alcance dos interesses públicos.

Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
De maneira subjetiva, podemos afirmar que trata-se do con- DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE
junto de órgãos e de agentes públicos aos quais a lei atribui o exer- 1967.
cício da função administrativa do Estado.
Art. 4° A Administração Federal compreende:
CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CON- I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços in-
CENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO. tegrados na estrutura administrativa da Presidência da República
e dos Ministérios.
Ocorre a centralização administrativa quando o Estado exer-
ce suas funções diretamente, por meio de seus órgãos e agentes pú-
blicos integrantes, assim, dizemos que a atividade administrativa ADMINISTRAÇÃO INDIRETA – ENTIDADES ADMI-
do estado é centralizada quando é exercida pelo próprio Estado, ou NISTRATIVAS
seja, pelo conjunto orgânico que lhe compõe.
É o conjunto de pessoas jurídicas – desprovidas de autonomia
Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o
política – que, vinculadas à Administração Direta, têm a compe-
Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de ou-
tência para o exercício, de maneira descentralizada, de atividades
tras pessoas, e não pela sua administração direta. Assim, dizemos
administrativas. São composta por entidades com personalidade
que a atividade administrativa do Estado é descentralizada quando
jurídica própria, que foram criadas para realizar atividades de
é exercida por pessoas distintas do Estado, sendo que há transfe- Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias,
rência de competência para a execução do serviço público que lhe Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
são pertinentes para seus auxiliares. A organização da Administração Pública Federal está regu-
A descentralização é efetivada por meio de outorga quando o lamentada por meio do Decreto 200/67, que assim dispõe sobre a
estado cria, por meio de lei, uma entidade ou pessoa jurídica, e a Administração Indireta:
ela lhe transfere determinado serviço público.
De outro modo, a descentralização é efetivada pó meio de DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE
delegação quando a Administração Pública transfere, mediante 1967.
contrato administrativo (concessão ou permissão de serviços pú-
blicos), ou por meio de ato unilateral (autorização de serviços pú- Art. 4° A Administração Federal compreende:
blicos), a execução do serviço. ...
A concentração, ou “concentração de competência”, ou ain- II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes
da “administração concentrada” é o sistema em que o superior categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica pró-
hierárquico mais elevado é o único e exclusivo órgão competente pria:
para tomar decisões, ficando os seus subordinados restritos e limi- a) Autarquias;
tados às tarefas de preparação e execução das decisões do superior b) Empresas Públicas;
hierárquico. c) Sociedades de Economia Mista.
A desconcentração é o fenômeno, ou forma de organização d) fundações públicas. Parágrafo único. As entidades com-
administrativa, de distribuição interna de competências. Diferen- preendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério
temente da descentralização, que envolve sempre mais de uma em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal
pessoa jurídica de direito público, a desconcentração ocorre ex- atividade.
clusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica.
Trata-se, a desconcentração, de mera técnica administrativa Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
de distribuição interna de competências de uma pessoa jurídica. I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com per-
sonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para
política ou uma entidade da administração indireta distribui com-
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira des-
petências no âmbito de sua própria estrutura com a finalidade de
centralizada.
conferir mais agilidade e eficiência a prestação dos serviços. II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital ex-
ADMINISTRAÇÃO DIRETA – ENTIDADES POLÍTI- clusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade
CAS econômica que o Governo seja levado a exercer por forca de con-
tingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se
É o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do de qualquer das formas admitidas em direito.
Estado (União, estados, municípios e Distrito Federal), aos quais III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de
foi atribuída competência para o exercício, de maneira centraliza- personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a
da, de atividades administrativas, é composta por órgãos ligados exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
diretamente ao poder central, seja na esfera federal, estadual ou anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maio-
municipal. ria à União ou a entidade da Administração Indireta.
A organização da Administração Pública Federal está regu- IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade
lamentada por meio do Decreto 200/67, que assim dispõe sobre a jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude
Administração Direta: de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades

Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito pú- das formas admitidas em direito, cujo capital seja formado por ca-
blico, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pital formado unicamente e exclusivamente por recursos públicos
pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado de pessoa de administração direta ou indireta. Pode ser Federal,
por recursos da União e de outras fontes. municipal ou estadual.
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a
regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas Sociedade de Economia Mista: É a entidade dotada de perso-
à União, em caráter permanente. nalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a explora-
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Adminis- ção de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima,
tração Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo. cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adqui- ou a entidade da Administração Indireta.
rem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública Trata-se de uma sociedade na qual há colaboração entre o Es-
de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se tado e particulares ambos reunindo e unificando recursos para a
lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernen-
realização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico. A
tes às fundações.
sociedade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito pri-
vado e não se beneficia de isenções fiscais ou de foro privilegiado.
Assim, temos doutrinariamente:
O Estado poderá ter uma participação majoritária ou mino-
Autarquias: É o serviço autônomo, criado por lei, com per- ritária; entretanto, mais da metade das ações com direito a voto
sonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar devem pertencer ao Estado. A sociedade de economia mista é do
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para gênero de sociedade anonima, e seus funcionários são regidos pela
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira des- Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT.
centralizada.
Trata-se de pessoa jurídica de direito público, o que significa Fundação Pública: É a entidade dotada de personalidade ju-
dizer que tem praticamente as mesmas prerrogativas e sujeições da rídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude
administração direta, entretanto, exerce suas atividades adminis- de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades
trativas de forma descentralizada. que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito pú-
O seu regime jurídico pouco se diferencia do estabelecido blico, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido
para os órgãos da Admininstração Direta, aparecendo, perante ter- pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por
ceiros, como a própria Administração Pública. recursos da União e de outras fontes.
Difere da União, Estados e Municípios (pessoas públicas po- As fundações públicas são organizações dotadas de persona-
líticas) por não ter capacidade política, ou seja, o poder de criar o lidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criadas para
próprio direito, é pessoa pública administrativa, porque tem apenas um fim específico de interesse coletivo, como educação, cultura e
o poder de auto-administração, nos limites estabelecidos em lei. pesquisa, sempre merecedoras de um amparo legal. As fundações
Desta forma, temos que a autarquia é um tipo de administra- públicas são autonomas admininstrativamente, patrimônio pró-
ção indireta que está diretamente relacionada à administração cen- prio, e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do
tral, visto que não pode legislar em relação a si, mas deve obedecer poder público, mesmo que sob a forma de prestação de serviços.
à legislação da administração à qual está subordinada.
É ainda importante destacar que as autarquias possuem bens
e receita próprios, assim, não se confundem com bens de proprie-
dade da Administração direta à qual estão vinculadas. Igualmente,
são responsáveis por seus próprios atos, não envolvendo a Admi- CONTROLE: OBJETIVOS, IMPORTÂNCIA,
nistração central, exceto no exercício da responsabilidade subsi- PRINCÍPIOS, ETAPAS, TÉCNICAS,
diária. TIPOS, CONTROLE NA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA.
Empresa Pública: Trata-se da entidade dotada de personali-
dade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital
exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade
econômica que o Governo seja levado a exercer por forca de con-
tingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
de qualquer das formas admitidas em direito.
Sendo considerada como pessoa jurídica de direito privado, É através do exercício das funções administrativas, ou, pela
cuja administração fica sob responsabilidade exclusivamente pelo expedição de atos administrativos que o Estado, no uso de suas
Poder Público, instituído por um ente estatal, com a finalidade de- prerrogativas em face do indivíduo, estabelece a formação de re-
finida em lei específica e sendo de propriedade única do Estado. lações jurídico-administrativas entre a Administração Pública e o
A finalidade pode ser de atividade econômica ou de presta- Administrado.
ção de serviços públicos. Trata-se de pessoa jurídica que tem sua Com a edição dos atos administrativos pela Administração
criação autorizada por lei, como instrumento de ação do Estado, Pública deve atender, alem da manifestação da vontade, do objeto
dotada de personalidade de direito privado mas submetida a certas e da forma, ao motivo e ainda à finalidade, dentro de um contexto
regras decorrente da finalidade pública, constituídas sob qualquer rígido de legitimidade e de legalidade.

Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Ao divergir com qualquer um dos princípios constitucionais, Diante de uma situação desfavorável, de natureza subjetiva,
quais sejam: legalidade, moralidade, publicidade ou impessoalida- ou repleto de desobediência às formalidades legais, de natureza
de, o administrador público ofende o próprio Estado, além de vio- objetiva, ao administrado prejudicado é assegurado o direito à
lar direitos diversos do administrado. Observa-se então que, quan- interposição de recurso através de petição dirigida à autoridade
do tais questões são levadas em juízo, em quase todas as ações são superior, devidamente motivada, como forma de provocação da
ajuizadas em face do administrador e não contra o Estado. atuação do controle interno da Administração.
Por controle entende-se a faculdade atribuída a um Poder para A representação tem o conceito voltado à exposição direcio-
exercer vigilância, garantida a faculdade de correção, sobre a con- nada à autoridade superior, é um recurso com natureza constitucio-
duta de outro, dentro dos limites previstos constitucionalmente. nal que consiste na denuncia formal de irregularidades existentes
Como é sabido, todo ato emanado da Administração Pública em uma ato administrativo.
deve ser motivado, que justifica o próprio ato, e funciona como A reclamação nada mais é do que um pedido dirigido à auto-
meio de controle dos atos administrativos, seja ele vinculado ou ridade hierárquica superior, em forma de protesto ou queixa, por
discricionário. meio do qual o autor da reclamação reivindica a reparação de ato
que reputar injusto.
CONTROLE ADMINISTRATIVO O pedido de reconsideração é dirigido à própria autoridade
que editou o ato, buscando nova deliberação.
O Controle Administrativo, ou também chamado de controle
interno, tem como finalidade principal obter a harmonia e a padro- CONTROLE JUDICIAL
nização da ação administrativa, a eficácia dos serviços administra-
tivos e, bem assim, a retidão e a competência dos funcionários que Controle judicial pode ser assim entendido como sinônimo
guarnecem a administração. de reexame ou revisão, ou seja, é a verificação, pelo Poder Judi-
A auto-revisão do ato administrativo fundamenta-se na hie- ciário, quando provocado, da legalidade dos atos praticados pela
rarquia que, como vínculo que subordina os demais órgãos admi- Administração Pública, isto porque a jurisdição civil, contenciosa
nistrativos, graduando a autoridade de cada um, deriva o poder e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional.
de vigilância e o poder de direção, bem como o poder de revisão,
Para que haja a ocorrência do controle jurisdicional, atra-
pelos quais se garante a completa unidade de direção ao sistema
vés da propositura de uma ação, além da ilegalidade dos atos da
administrativo.
Administração, há que existir, por parte de quem aciona o Poder
Temos então que controle interno é aquele controle exercido
Judiciário, legítimo interesse econômico ou moral e legitimidade,
pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, na
esfera da própria Administração, assim, qualquer controle efetivo entendendo-se por interesse a possibilidade de haver benefício ou
realizado pelo Poder Executivo sobre os seus serviços ou agentes prejuízo como decorrência da ação da Administração e por legiti-
é considerado interno, assim como o controle do Poder Legislativo midade a conformidade com a lei.
ou do Poder Judiciário, por seus órgãos de Administração, sobre Assim, em razão da atuação administrativa, no decorrer da
seus agentes e também sobre os atos administrativos praticados. execução de seus fins, podem ocorrer conflitos de interesses entre
Assim, com o objetivo de serem observadas as normas funda- a Administração e o administrado que levem ao estabelecimento
mentais, os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhe- de incertezas e dúvidas a respeito da razão ou da justiça do ato
cimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela deverão praticado, o que demanda a necessidade de eleição de um árbitro
dar ciência imediata ao Tribunal de Contas respectivo, sob pena de alheio e parcial à relação jurídica.
responsabilidade solidária, sendo considerada parte legitima para O modelo de Estado de Direito impõe-se, de um lado a sujei-
a prática dos atos de denuncia, qualquer cidadão, partido político, ção do Estado à ordem jurídica por ele mesmo estabelecida, de-
associação ou sindicato. corrente do princípio da legalidade, e, de outro lado, o controle
jurídico dessa sujeição, em busca da eliminação do árbitro.
Da Revisão “Ex-officio”: Desta feita, diante da presença de um conflito de interesses en-
A revisão “ex-officio” pode ser entendida de maneira geral tre a Administração e o administrado, ao Poder Judiciário, quando
como a revisão espontânea exercida pela Administração sobre seus provocado, compete à solução do litígio, tendo lugar o conheci-
próprios atos, que decorre em virtude da hierarquia e da autotutela. do controle jurisdicional. O controle jurisdicional somente ocorre
Diante da verificação de que o ato administrativo não atende quando houver provocação da parte interessada em presença de
aos requisitos prescritos em, ou em presença reconhecida da in- um fato concreto.
conveniência ou da inoportunidade, a autoridade prolatora pode Todo direito é protegido por uma ação e a Constituição Fede-
rever diretamente o ato ou ele pode ser revisto pelo agente de hie- ral assegura aos administrados o direito de petição ao Poder Judi-
rarquia superior, independente de provocação de parte interessada. ciário em defesa de direito ou contra ilegalidade ou ainda eventual
abuso de poder, conforme garante o artigo 5º, inciso XXXIV, da
Da Revisão Provocada: Constituição Federal.
A revisão provocada, na instância administrativa, realiza-se O reexame da ação da Administração pelo Poder Judiciário
através de recurso, de pedido de reconsideração, de reclamação ou limita-se à verificação da legalidade do ato, isto porque à Admi-
de representação. nistração e só a ela compete a análise da oportunidade e da conve-
Tal recurso, além da tranquilidade psicológica que assegura niência da ação administrativa.
ao administrado ou servidor, visa corrigir os possíveis e eventuais Assim, só o direito e não o interesse do administrado poderá
erros do ato administrativo, inscrevendo-se como um direito potes- ser objeto da ação revisória do Poder Judiciário. Não pode o Poder
tativo do administrado, com natureza subjetiva, que ele pode usar Judiciário adentrar no mérito do ato administrativo para indagar a
sempre que julgar preterido um direito seu ou incorreto, em seu oportunidade e a conveniência, mas tão somente a legitimidade,
desfavor, um ato administrativo. isto é, a sua conformidade com a lei.

Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Quando o Poder Judiciário é provocado, chamado a se ma- Dentro das atribuições de controle externo, o Congresso Na-
nifestar deve circunscrever o âmbito da sua real atuação ao caso cional é competente para realizar o julgamento das contas que o
sobre o qual tenha sido chamado ou provocado a atuar. Presidente da República deve apresentar anualmente, e ainda apre-
É sabido que a Administração Pública somente pode agir de ciar os atos sobre a execução dos planos de governo.
acordo com o que prescreve a lei, contudo, pode deixar, por mo- É de competência privativamente ao Senado Federal, no
tivada por flagrantes interesses públicos, de cumprir exatamente exercício do controle externo, nos termos do artigo 52 da Consti-
com a lei, isto é, deixar de executá-la em um determinado momen- tuição Federal, processar e julgar o Presidente da República bem
to, sem que isto implique em quebra de princípio da legalidade. como o Vice-Presidente nos crimes de responsabilidade, e os Mi-
Apesar da disposição constitucional prevista no artigo 5º, inci- nistros de Estado nos crimes com a mesma natureza conexos com
so XXXV, que não exclui da apreciação do Poder Judiciário lesão aqueles.
ou ameaça de direito, em presença da independência dos Poderes, Da mesma maneira, compete ao Senado Federal, o processa-
regularmente definida no artigo 2º, da Constituição Federal, são mento e consequente julgamento dos Ministros do Supremo Tribu-
impostas restrições legais à apreciação dos atos administrativos nal Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral
pelo Poder Judiciário. da União nos crimes de responsabilidade.
Há uma grande necessidade de subtrair a Administração a uma Ao Senado Federal incumbe a função de aprovar, previamen-
prevalência do Poder Judiciário, capaz de diminuí-la, ou até mes- te, mediante voto secreto, depois de realizada arguição pública a
mo de anulá-la em suas atividades peculiares, se põem restrições à escolha de magistrados (nos casos específicos normatizados pela
apreciação jurisdicional dos atos administrativos, no que respeita à Constituição Federal), escolha de Ministros para composição do
extensão e consequências, para que assim se respeite a autonomia Tribunal de Contas da União, previamente indicados pelo Presi-
constitucionalmente firmada entre os três Poderes. dente da República (um terço), escolha de Governado de Territó-
É vedada ao Poder Judiciário a apreciação do ao administrati- rio, presidente e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da
vo quanto ao mérito, protegendo assim o poder discricionário que República, escolha (após arguição em seção secreta) dos chefes
a Administração Pública goza, ficando assim restrita essa análise e integrantes de missão diplomática de caráter permanente.
apreciação somente quanto à sua conformidade com a lei, respei- Deve ainda ser apreciado e autorizado pelo Senado Federal a
tando o principio da legalidade. realização de operações externas de natureza financeira, de inte-
resse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios
CONTROLE LEGISLATIVO e dos Municípios e estabelecer limites globais e condições para o
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e
O controle legislativo, integrante do sistema de controle exter- dos Municípios. Além de dispor sobre limites e condições para a
no, que muitos denominam parlamentar sem que vigore no país o concessão de garantia da União em operação de crédito externo e
regime parlamentarista, que é exercido sob os aspectos de correção interno.
e fiscalização, tendo em vista o interesse publico. Já a competência da Câmara dos Deputados, nos exatos ter-
O controle externo legislativo é desempenhado de forma dire- mos do artigo 51, inciso I, da Constituição Federal, autorizar, pelo
ta e indireta. Será direto quando exercido pelo Congresso Nacio- voto de dois terços de seus membros, a instauração de processo
nal, em nível federal; pelas Assembleias Legislativas, nível esta- contra o Presidente da República e o Vice-Presidente da Repúbli-
dual e distrital; e pelas Câmaras Municipais, em nível municipal. ca, assim como os Ministros de Estado.
Será legislativo indireto o controle exercitado pelos Tribunais A Câmara dos Deputados, no exercício do controle externo, é
de Contas, que funcionam como órgãos auxiliares de Poder Le- competente a tomada de contas do Presidente da República, quan-
gislativo. do não apresentada ao Congresso Nacional, dentro do prazo de
Controle Legislativo Direto: Compete ao Congresso Nacio- sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, nos termos do
nal, ou seja, às duas Casas Legislativas Federais (Senado Federal artigo 51, inciso II da Constituição Federal.
e Câmara dos Deputados), de acordo com o que dispõe o artigo O controle exercido pelas Câmaras Municipais, diante do
49, V, da Constituição Federal, sustar os atos normativos do Poder Poder Executivo Municipal vem definido nas Leis Orgânicas pró-
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de prias de cada Município.
delegação legislativa. Possui também como função, no exercício Controle Legislativo Indireto: Durante o Império brasileiro
do controle externo de acompanhamento da execução orçamentá- não existiu no país nenhum Tribunal de Contas, embora em Portu-
ria, com parecer técnico de Comissão Mista (artigo 166, §1º, II da gal tivesse existido as Casas de Contas que eram responsáveis pela
Constituição Federal) e em atendimento a solicitação do Tribunal arrecadação e fiscalização das receitas públicas, mas em nada pode
de Contas da União, sustar ato do Poder Executivo que possa cau- ser comparado com as Cortes de Contas.
sar dano irreparável ou grave lesão à economia pública. Os primeiros esboços da ideia da formação de um Tribunal de
O Congresso Nacional, ou qualquer de suas comissões, po- Contas surgiram com a observância da ineficiência dos parlamen-
derão convocar Ministro de Estado ou qualquer titular de órgãos tos na função da fiscalização dos bens e gastos públicos, quando do
diretamente subordinados à Presidência da República para, caso surgimento das monarquias parlamentaristas.
haja necessidade, prestar de maneira pessoal, informações sobre Assim, verificou-se a necessidade de um Tribunal, auxilian-
assuntos previamente determinado, podendo ser enquadrado como do o exercício do Poder Legislativo de fiscalização e controle dos
crime de responsabilidade, a ausência a tal convocação, sem justi- gastos públicos. Assim, os Tribunais de Contas da União, dos Es-
ficação adequada. tados e de alguns Municípios, atuam como órgãos auxiliares do
Compete ainda ao Congresso Nacional, para apuração dos fa- Poder Legislativo, exercendo o controle externo, ou indireto, da
tos controversos, instaurar Comissão de Inquérito, nos termos da Administração Pública, buscando em sua atuação a fiscalização da
Lei 1.579/52. gestão financeira, orçamentária e patrimonial do Estado.

Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
O Tribunal de Contas da União é regularmente composto RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO DIREI-
por nove ministros, devidamente sediado no Distrito Federal e TO BRASILEIRO:
possui jurisdição em todo território nacional e tem suas atividades
regulamentadas pela Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992. Temos pacificado o entendimento em nosso ordenamento ju-
É de competência do Presidente da República a nomeação, rídico que um ato praticado por uma pessoa poderá gerar conse-
após aprovação pelo Senado Federal por votação secreta e após quências a outrem, em três esferas distintas do Direito Brasileiro.
arguição pública, de um terço dos membros do Tribunal de Contas Inicialmente, se o ato praticado pelo autor for tipificado em
da União. O restante, ou seja, os outros dois terços são escolhidos lei como crime ou contravenção, este responderá na esfera penal.
pelo Congresso Nacional, obedecida a regulamentação definida Caso o ato praticado caracterizar infração a normas administra-
pelo Decreto Legislativo nº 6, de 22 de abril de 1993.
tivas, o autor do ato deverá responder na esfera administrativa,
Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomea-
entretanto, se o ato ocasionar dano ao patrimônio de outrem ou sua
dos dentre brasileiros, com idade superior a 35 anos e inferior a
65 anos, que possuam idoneidade moral e reputação ilibada, com moral, o autor da pratica do ato deverá responder de acordo com as
notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e finan- leis civis do nosso ordenamento jurídico.
ceiros ou administração pública, que tenha mais de dez anos de Assim, via de regra, as esferas do direito acima descritas são
exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija autônomas e independentes entre si, com ritos e procedimentos
tais conhecimentos, de acordo com o que dispõe o artigo 73, § 1º diferentes para a apuração da responsabilidade e aplicação das
da Constituição Federal, seguido do artigo 71 da Lei nº 8.443/92. sanções aplicáveis em cada caso e em cada esfera do Direito, en-
No caso de ausência ou impedimentos legais os Ministros são tretanto, poderá ocorrer à imputação de responsabilidade cumula-
substituídos, mediante convocação do Presidente do Tribunal, pe- tiva, caso o ato praticado pelo autor gere sua responsabilização nas
los Auditores, observada a ordem de antiguidade no cargo, ou a diferentes esferas acima demonstradas.
maior idade, no caso de idêntica antiguidade.
O artigo 71 da Constituição Federal normatiza que o contro- EVOLUÇÃO HISTÓRICA E FUNDAMENTOS JURÍDI-
le externo, de competência do Congresso Nacional, será exercido COS:
com auxilio do Tribunal de Contas da União. Ampliando o cam-
po de atuação do Tribunal de Contas da União, dentro dos limites Para chegarmos ao modelo de Responsabilidade do Estado
constitucionais, a Lei nº 8.443/92 estabelece, em seu artigo 1º, as diante dos prejuízos causados a terceiros, passamos a discorrer
limitações de competência do mesmo Tribunal. rapidamente sobre a evolução histórica deste instituto bem como
A composição dos Tribunais de Contas dos Estados vem
seus fundamentos jurídicos.
definida nas Constituições e nas legislações complementares de
cada Estado. Para o regular desempenho de sua competência o Tri-
bunal de Contas receberá da Secretaria de Estado da Fazenda e das - 1ª Etapa: Irresponsabilidade do Estado - inicialmente tínha-
Prefeituras Municipais, em cada exercício, o rol dos responsáveis mos o entendimento majoritário em diversas escolas do Direito
por dinheiro, valores e bens públicos, e outros documentos ou in- pelo mundo que o Estado não tinha qualquer responsabilidade
formações que considerar necessários. pelos seus atos, ou seja, o Poder Público era isento de qualquer
Cumpre destacar que os pareceres emitidos pelo Tribunal de responsabilidade perante terceiros, essa período ficou conhecido
Contas referentes às contas prestadas pelo Governador e pelos Pre- como “The King can do no wrong” ou “O Rei não erra nunca”.
feitos Municipais não têm poder vinculante, podendo ser aceitos
ou não pelo Poder Legislativo. - 2ª Etapa: Responsabilidade Subjetiva – A partir dessa fase,
As contas que devem ser prestadas pelas Mesas da Câmara o Poder Público passou a responder baseado no conceito de cul-
dos deputados, do Senado Federal, das Assembleias Legislativas, pa, culpa anônima, quando o serviço que deveriam prestar ou não
das Câmaras Municipais e ainda pelos Tribunais (Poder Judiciário prestou, ou ainda quando prestou de forma deficiente. A culpa não
Federal e Estadual), eram julgadas pelos Tribunais de Contas da recaia em alguém particular, bastava para tanto constatar que o
União ou dos Estados, dependendo da esfera a qual pertence. serviço não foi efetuado, ou então feito com deficiência para a cul-
Entretanto, a Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de pa recair sobre o serviço e não sobre a pessoa. Este período ficou
2000, estabelece, em seu artigo 56, que as contas prestadas pelos conhecido pela expressão “Culpa do Serviço”.
Chefes do Poder Executivo incluirão, além das contas próprias, as
dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e
- 3ª Etapa: Responsabilidade Objetiva – O Poder Público pas-
do Chefe do Ministério Público, as quais receberão parecer prévio,
sa a responder com fundamento no nexo de causalidade, ou seja, a
separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.
relação de causa e efeito entre o fato ocorrido e as consequências
Assim, a nova legislação desvincula os Chefes dos outros Po-
deres das disposições normativas contida no artigo 71, inciso II, da dela resultantes. O Estado responde sem a comprovação de dolo
Constituição Federal. ou culpa.
Só com relação às contas dos Chefes do Executivo é que o A teoria da responsabilidade objetiva surge com a Constitui-
pronunciamento do Tribunal de Contas constitui mero parecer pré- ção Federal de 1946, substituindo a teoria subjetiva baseada na
vio, sujeito à apreciação final do Poder Legislativo, antes do qual “Culpa do Serviço”. O texto constitucional de 1946 estabelece
não há inelegibilidade. As contas de todos os demais responsáveis a responsabilidade direta do Estado, exigindo culpa ou dolo do
por dinheiro e bens públicos são julgadas pelo Tribunal de Contas funcionário apenas para estabelecer o direito regressivo do Estado
e suas decisões geram inelegibilidade. contra seu agente.

Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
DA REPARAÇÃO DO DANO Diante de tais esclarecimentos, temos que a responsabilidade
civil do Estado, bem como de seus prestadores de serviço público
Denomina-se responsabilidade na esfera civil a obrigação é objetiva, bastando para tanto a demonstração da relação de causa
imposta a uma pessoa de indenizar ou ressarcir os danos experi- e efeito entre o serviço público e o dano, para gerar a obrigação de
mentados por alguém. A responsabilidade pode ser contratual ou indenização.
extracontratual. Dessa maneira não se cogita a ideia de que, aquele que sofreu
Quando estamos diante da responsabilidade civil contratual, danos, comprovar culpa ou dolo, quando figure no polo passivo, a
a mesma segue os princípios gerais dos contratos, entretanto, a administração pública, bastando para tanto a incidência do nexo
responsabilidade civil extracontratual baseia-se na culpa do agente de causalidade. É dessa maneira que garante o artigo 37, § 6º da
causador do dano. Constituição Federal, senão vejamos:
A responsabilidade civil patrimonial extracontratual decorre “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
de atos que causem lesão patrimonial, dano moral, ou ambos. Via vado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos
de regra, para a imputação de responsabilidade civil deve restar ca- que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu-
balmente demonstrada não só a ocorrência do dano, mas também a rado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
relação entre um ato e o dano, ou seja, é necessária a comprovação ou culpa.”
de que o dano é resultado de um ato praticado por determinado Neste sentido, estão enquadrados a Administração Pública em
agente, este elo entre o ato, dano e o agente causado a doutrina todas as suas vertentes, ou seja, toda a esfera administrativa está
jurídica nomeou de nexo causal, sendo utilizado como parâmetro sujeita a responsabilidade objetiva pelos danos que causar a ter-
para averiguar a culpa do agente que praticou o ato que resultou ceiros, seja a Administração Direta, Indireta, Concessionárias e/ou
em dano. Permissionárias de Serviços Públicos.
Assim, comprovado a ocorrência do nexo causal, o grau de
culpabilidade do agente que praticou o ato e a extensão do dano, DO DIREITO DE REGRESSO:
esgota-se a responsabilidade civil com a correspondente indeniza-
Cumpre ressaltar o direito que a Administração Pública tem
ção pela lesão causada.
de ingressar com ação judicial visando a apuração das responsa-
Temos então, diante da introdução explanada, que a essa mo-
bilidades de seus agente no cometimento do dano a terceiros, dai
dalidade de responsabilidade civil, a qual exige a comprovação
surge o direito de regresso conferido ao Poder Público visando a
da culpa do agente para sua caracterização, o caráter subjetivo,
verificação de dolo ou culpa de seus agente e possível ressarcimen-
ou seja, a responsabilidade civil subjetiva leva em consideração a
to de valores.
conduta do agente causador do dano, exigindo que ele tenha atua-
Há dois aspectos peculiares que ensejam o direito de regresso
do com culpa, para que ele possa ser responsabilizado e compelido
da Administração Pública contra seu agente:
ao pagamento de indenização correspondente a extensão do dano
(patrimonial e/ou moral). - A Administração Pública para ingressar com ação regressiva
Entretanto, ao Poder Público não é aplicado este modelo de contra seu agente, deverá comprovar previamente já ter sido con-
responsabilidade civil subjetiva, visto que, de acordo com o orde- denada a indenizar o particular lesado, haja vista que seu direito
namento jurídico vigente, inclusive constitucional, e os posicio- regressivo é originário a partir de sentença final condenatória, sem
namentos doutrinários majoritários, temos que a Administração possibilidades de reversão recursal.
Pública possui o dever de indenizar aquele que for lesado por ação
ou omissão de seus agentes públicos (ou delegatário de serviço pú- - Ocorrência de dolo ou culpa do agente público na lesão ex-
blico), que agindo nesta qualidade, praticou o ato gerador do dano. perimentada pelo particular, ou seja, é necessária a comprovação
Assim, o particular lesado, deverá ajuizar ação diretamente de que o agente agiu com dolo ou culpa para ser responsabilizado
contra a Administração Pública, e não contra o agente público que (responsabilidade subjetiva do agente).
praticou o ato lesivo, bastando ao particular comprovar em juízo Em linhas gerais, temos que a Administração Pública, ou de-
a relação de causa e consequência entre a atuação lesiva da Ad- legatária de execução dos serviços públicos, cujo agente praticou
ministração Pública e o dano decorrente, bem como a valoração o ato lesivo, indeniza o particular independentemente de compro-
patrimonial do dano. vação de dolo ou culpa do Poder Público, entretanto, o agente pú-
Isto ocorre porque, diferentemente da responsabilidade civil blico somente será condenado a ressarcir a Administração Pública
subjetiva, a Administração pública responde perante os usuários regressivamente se houver a comprovação de dolo ou culpa de sua
dos serviços públicos de forma objetiva, bastando a demonstração parte, durante o exercício de suas funções públicas.
do nexo causal e o dano para surgir a obrigação de indenizar, não
sendo necessária a demonstração de que houve culpa do agente RESPONSABILIDADE POR ATO COMISSIVO DO ES-
público (ou delegatário de serviço público) na falha da execução TADO:
de suas funções públicas, que originaram a lesão ao particular.
Para o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, o conceito de O Estado, por sua natureza jurídica, tem o poder-dever de agir
responsabilidade objetiva do Estado é “a obrigação de indenizar em todas as hipóteses de anseios sociais, ou seja, o Estado é movi-
que incumbe a alguém em razão de um procedimento licito ou ilí- do pela busca ao interesse coletivo.
cito que produziu uma lesão na esfera juridicamente protegida de É neste aspecto que reside à responsabilidade do Estado por
outrem. Para configurá-la basta, pois, a mera relação causal entre ato comissivo, quando há efetiva atuação estatal e tal atuação se
o comportamento e o dano”. torna, em algum momento, lesiva ao direito de particulares.

Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Como mencionado, o Estado em sua busca ao atendimento Para tal fenômeno a doutrina confere o instituto da Respon-
aos interesses coletivos detém o monopólio da força estatal, ditan- sabilidade Civil Subjetiva na modalidade culpa administrativa,
do sua presença perante a coletividade, possuindo o dever de inter- devendo a pessoa que sofreu o dano comprovar que houve falta
vir na esfera de direitos individuais dos administrados, praticando da prestação dos serviços que deveriam ter sido prestados pelo Es-
atos em benefício de todos, os quais, em algum momento, podem tado, provando ainda que essa omissão estatal foi a responsável
acarretar em danos e prejuízos a indivíduos determinados. direta pelo dano sofrido.
Tais condutas, ou atos administrativos praticados pela Admi- Muito embora seja considerada pela doutrina, nos casos de
nistração Pública na busca do atendimento ao interesse público, omissão, responsabilidade subjetiva, não exige que haja compro-
que eventualmente geram danos a terceiros, são chamados de con- vação de culpa de um agente público específico e individualizado.
duta comissiva legítima. Temos dessa forma que se trata de culpa administrativa ou culpa
É assim entendida como legítima, pois, a finalidade da ati- anônima justamente para esclarecer que não há individualização
vidade administrativa que causou dano a determinado indivíduo, de um agente determinado que tenha atuado culposamente, mas
somente foi praticado pela Administração Pública em virtude de sim para que seja necessária a apuração se houve de fato responsa-
necessidade imperiosa em atender necessidades da coletividade. bilidade estatal pela falta ou falha no serviço público.
Durante a atividade estatal, temos ainda a atuação da admi-
REQUISITOS PARA DEMONSTRAÇÃO DA RESPON-
nistração pública fundada em ato ilícito. Nestes casos a doutrina
SABILIDADE DO ESTADO.
classifica tal ato administrativo como conduta comissiva ilegítima.
Muitas vezes o ato administrativo está revestido de ilegalidade ou
Conforme estudado até o presente momento, temos que, via
ilegitimidade, o que poderá acarretar em danos aos terceiros. de regra, a Responsabilidade do Estado em reparar os danos cau-
Entretanto, o que temos no ordenamento jurídico brasileiro sados a terceiros é na modalidade objetiva.
é que tanto as condutas comissivas legítimas como as ilegítimas, Dessa forma, temos que para o terceiro prejudicado possa
quando causarem prejuízos a terceiros, devem ser reparadas, pos- pleitear a reparação dos danos sofridos é necessário a demonstra-
suindo o Estado a responsabilidade objetiva em indenizar e reparar ção do dano e do nexo causal.
os danos causados em virtude de sua ação administrativa, e por tal Para tanto, basta que exista o dano decorrente da atuação de
razão, não se torna necessário a demonstração de ação legítima ou agente público, agindo nessa qualidade, e a relação de causalidade
ilegítima do Estado para se apurar à responsabilidade estatal. entre a ação ou omissão do Estado e o resultado final (dano pro-
priamente dito).
RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO DO ESTADO Assim, demonstrado os dois elementos fundamentais (dano +
nexo causal) significa dizer que não importa verificar e comprovar
A Constituição Federal de 1988 não traz em seu texto legal ne- a culpa de determinado agente público, para que nasça a responsa-
nhuma regra expressa relativa à responsabilidade civil do Estado bilidade do Estado em reparar os danos causados.
por omissão administrativa, ficando sob os cuidados da doutrina e
da jurisprudência enfrentar o tema. CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RES-
No que tange a responsabilidade por omissão do Estado, o PONSABILIDADE DO ESTADO.
Professor Celso Antônio Bandeira de Mello, em sua obra “Curso
de Direito Administrativo” assim entende sobre tal assunto: Nos casos de responsabilidade objetiva, o Estado somente não
“Se o Estado, devendo agir, por imposição legal, não agiu ou será responsabilizado por danos causados a terceiros quando faltar
o fez deficientemente, comportando-se abaixo dos padrões legais à comprovação da relação de nexo de causalidade de sua atuação
que normalmente deveriam caracterizá-lo, responde por esta in- administrativa e o dano.
cúria, negligência ou deficiência, que traduzem um ilícito enseja- Nas palavras do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, te-
dor do dano não evitado quando, de direito, devia sê-lo”. mos no caso de responsabilidade objetiva que o Estado somente
Diante de tal lição, temos que o Estado somente responde na exime-se: “apenas se não produziu a lesão que lhe é imputada ou
se a situação de risco inculcada a ele inexistiu ou foi sem relevo
forma omissiva quando, ficar comprovado pelo terceiro lesado,
decisivo para a eclosão do dano. Fora daí responderá sempre. Em
que o dano somente ocorreu em virtude de falta de serviço público
suma: realizados os pressupostos da responsabilidade objetiva,
ou serviço ineficiente.
não há evasão possível.
Entretanto, cumpre esclarecer que, quando se trata de respon-
Como verificado, temos que para a comprovação da respon-
sabilidade do Estado por omissão, admite prova excludente de sabilidade do Estado em reparar o dano reside na simples demons-
responsabilidade estatal. Para tanto, o Estado pode eximir-se de tração do dano e do nexo de causalidade.
responsabilidade se provar que sua omissão foi escusável, ou seja, Assim, temos que o nexo de causalidade é o fundamento prin-
quando a Administração Pública adotou todas as medidas que lhe cipal (junto com o dano) para a imputação de responsabilidade ao
competia para evitar o dano, e mesmo assim o dano ocorreu. Estado em reparar os danos causados, sendo certo que tal respon-
Em outras palavras, mesmo que a atuação administrativa te- sabilidade deixará de existir, ou então será atenuada quando a pres-
nha ocorrido em sua totalidade, objetivando a prevenção do dano tação do serviço público não for a causa do dano, ou na hipótese de
a terceiros, não tenha sido suficiente para evitar a situação danosa, não ser a única causa.
ou então ficar comprovado que o dano ocorreu por culpa exclusiva Dessa maneira é apontada como causas da excludente ou ate-
da vítima, o Estado poderá ter sua responsabilidade excluída ou nuante de responsabilidade a força maior e/ou a culpa exclusiva
diminuída, dependendo de cada caso. da vítima.

Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
A hipótese de ocorrência de força maior é o acontecimento Os objetivos individuais e organizacionais são particulares e
imprevisível, não sendo imputável responsabilidade à Administra- decorrentes de tal relação. Se a organização tem objetivos abran-
ção Pública quando não houver o nexo de causalidade entre o dano gentes, tal como o lucro, o indivíduo tem objetivos específicos,
sofrido e o comportamento da Administração Pública. tais como o salário adequado. Existe, nesse caso, uma relação de
Entretanto tal regra não é absoluta e comporta exceção, ou troca, e a gestão de pessoas é parte fundamental nesta troca. São as
seja, mesmo que seja configurada a ocorrência de motivo de força políticas de gestão de pessoas que irão garantir que, para ambas as
maior, a Administração Pública poderá ser responsabilizada nos partes, as relações sejam satisfatórias.
casos em que, juntamente com o motivo de força maior ocorrer
omissão do Estado na prestação de serviços públicos. Motivação
Como exemplo pode citar os casos de enchente em decorrên- Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem que a im-
cia de grande volume de chuvas. Caso se comprove que, muito pulsiona à ação. Existe uma influência tanto individual como pelo
embora o volume de chuva fosse elevado, não houve o correto es- contexto em que essa pessoa se encontre. Indivíduos motivados
coamento da água nas galerias mantidas pela Administração, seja tendem a ter um
pela falta de limpeza das galerias ou simplesmente falta de sistema melhor desempenho, o que faz com que a organização invista
de drenagem (deficiência no serviço publicou) o Estado responde- em estímulos para promover essa motivação.
rá pelos danos causados. A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem dúvida,
No tocante a culpa da vítima, é necessária observar se sua a solução inovadora para que se pudesse compreender melhor o
culpa é exclusiva ou concorrente com a atuação estatal. comportamento humano na sua variedade. Um mesmo indivíduo
No caso comprovado de culpa exclusiva da vítima o Estado ora persegue objetivos que atendem a uma necessidade, ora busca
não possui responsabilidade, pois não houve participação do Es- satisfazer outras. Tudo depende da sua carência naquele momento.
tado na ocorrência do evento danoso; entretanto, se a culpa for Duas pessoas não perseguem necessariamente o mesmo objetivo
concorrente, temos possibilidade de causa atenuante da responsa- no mesmo momento. O problema das diferenças individuais as-
bilidade estatal, atribuindo parte da responsabilidade à vítima e sume importância preponderante quando falamos de motivação.
outra parte à Administração Pública. O indivíduo precisa suprir suas necessidades para motivar-se
e alcançar seus objetivos. Podemos identificar os seguintes tipos
de motivação:
• Motivação Externa: a pessoa realiza determinadas tarefas
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: por ser “obrigada”, ou seja, são impostas determinações para que
CULTURA ORGANIZACIONAL, CLIMA essa pessoa cumpra. É a forma mais “primitiva” de motivação,
ORGANIZACIONAL, MOTIVAÇÃO, baseada na hierarquia e normalmente utilizando as punições como
LIDERANÇA, COMUNICAÇÃO, fator principal de motivação. Trata-se de “fazer o ordenado para
TRABALHO EM EQUIPE, não ser punido”, “cumprir ordens”.
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL. • Pressão Social: a pessoa cumpre as atividades porque ou-
tras pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas sim, para
acompanhar um grupo e cumprir as expectativas de outras pessoas.
Aqui, estamos falando de “fazer o que os outros fazem para ser
Comportamento organizacional aceito, fazer parte do grupo”.
As organizações possuem aspectos formais, tais como organo- • Automotivação: a pessoa automotivada age por iniciativa
grama, normas, relatórios, logotipo, símbolos, relações definidas própria, em função de objetivos que escolheu. A automotivação é a
de chefia. convicção que a pessoa tem de que deseja os frutos das suas ações.
As pessoas, porém, são complexas, pouco previsíveis, e seus É “fazer o que creio ser adequado aos meus objetivos”.
comportamentos são influenciados por uma infinidade de variá- Não existe motivação “certa”. Em situações de emergência,
veis. por exemplo, provavelmente a simples obediência seja a ação mais
É este o objeto de estudo do comportamento organizacional: a indicada. O sucesso de uma ação coletiva pode depender da con-
dinâmica da organização e suas influências sobre o comportamen- formidade das ações individuais à orientação do grupo. Por outro
to humano. Com o estudo sistemático do comportamento humano lado, uma pessoa pode ser fortemente auto motivada a objetivos
nas organizações, podemos identificar elementos que influenciam destrutivos, como uma ambição excessiva.
tal comportamento. Entre as principais variáveis estudadas neste O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de motivação;
campo da administração, podemos citar temas como motivação, pessoas auto motivadas atuando em grupos coesos, com orientação
liderança, trabalho em equipe, cultura e clima organizacional. clara, sólida e coerente.

Relações indivíduo/organização
As relações entre indivíduo e organização podem ser com-
preendidas como uma troca. Por exemplo, se temos um vínculo
empregatício, esperamos uma relação que inclua recompensa sala-
rial justa, políticas de gestão de pessoas adequadas, oportunidades
de desenvolvimento e crescimento na carreira etc. A organização,
por sua vez, espera que trabalhemos de maneira adequada, com
um desempenho capaz de melhorar os resultados organizacionais

Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
O Ciclo Motivacional de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter
um equilíbrio emocional. Isto pode ser definido com um estado
de ajustamento. Tal ajustamento não se refere somente à satisfa-
ção das necessidades de pertencer a um grupo social de estima e
de auto-realização. É a frustração dessas necessidades que causa
muitos dos problemas de ajustamento. Como a satisfação dessas
necessidades superiores depende muito de outras pessoas, particu-
larmente daquelas que estão em posições de autoridade, torna-se
importante para a administração compreender a natureza do ajus-
tamento e do desajustamento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as aptidões –
varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo indivíduo de
um momento para outro. Varia dentro de um continuum e pode ser
definido em vários graus, mas do que em tipos. Um bom ajusta-
mento denota “saúde mental”. Uma das maneiras de se definir saú-
de mental é descrever as características de pessoas mentalmente
sadias. As características básicas de saúde mental são:
- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;
- As pessoas sentem-se bem em relação às outras pessoas;
- As pessoas são capazes de enfrentar por si as demandas da
vida.
O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma neces-
sidade rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que
estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Esse veremos abaixo:
estado de tensão leva o indivíduo a um comportamento ou ação,
capaz de descarregar a tensão ou livrá-lo do desconforto e do dese-
 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:
quilíbrio. Se o comportamento ‘for eficaz o indivíduo encontrará a
Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hie-
satisfação da necessidade e, portanto, a descarga da tensão provo-
rárquicas:
cada por ela’. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado
necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, neces-
de equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento ao ambiente.
sidades sociais, necessidades de auto-estima e necessidades de
As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo contra-
auto-realização.
rio, são forças dinâmicas e persistentes que provocam compor-
 Teoria ERC de Alderfer:
tamentos. Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo),
os comportamentos tornam-se gradativamente mais eficazes na Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow,
satisfação, de certas necessidades. E quando uma necessidade é criando três categorias: Existência (necessidades fisiológicas e de
satisfeita ela não é mais motivadora de comportamento já que não segurança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o
causa tensão ou desconforto. componente externo da estima
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de resolução (social) e o componente interno da estima (auto-estima) in-
da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, frustrada (quando cluindo nessa categoria as necessidades sociais e o componente
a satisfação é impedida ou bloqueada) ou compensada (a satisfa- externo da estima) e Crescimento (incluindo aqui auto-estima e a
ção é transferida para objeto). Muitas vezes a tensão provocada necessidade de auto-realização).
pelo surgimento da necessidade encontra uma barreira ou obstá-  Teoria dos dois fatores de Herzberg:
culo para a sua liberação. Não encontrando a saída normal, a ten- Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessida-
são represada no organismo procura um meio indireto de saída, de humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e os fatores moti-
seja por via psicológica (agressividade, descontentamento, tensão vacionais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínse-
emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via fisiológica (ten- cos ou exteriores ao trabalho. Para Herzberg, eles podem causar a
são nervosa, insônia, repercussões cardíacas ou digestivas etc.). insatisfação e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos,
Outras vezes, a necessidade não é satisfeita nem frustrada, mas é não necessariamente causarão a motivação. Exemplos: segurança,
transferida ou compensada. Isto se dá quando a satisfação de outra status, relações de poder, vida pessoal, salário, condições de tra-
necessidade reduz ou aplaca a intensidade de uma necessidade que balho, supervisão, política e administração da empresa. Os fatores
não pode ser satisfeita. motivadores são os fatores intrínsecos, internos ao trabalho. Estes
A satisfação de alguma necessidade é temporal e passageira, fatores podem causar a satisfação e a motivação. Exemplos: cres-
ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada pelas diferentes cimento, progresso,
necessidades. O comportamento é quase um processo de resolução responsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a
de problemas, de satisfação de necessidade, à medida que elas vão realização.
surgindo.  Teoria da determinação de metas:
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz ao de Considera que a determinação de metas motiva os trabalha-
clima organizacional – ao nível da organização. Os seres humanos dores. A equipe deve participar na definição das metas (construção
estão continuamente engajados no ajustamento a uma variedade conjunta), que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
 Teoria da equidade: são pessoas que já absorveram a verdade fundamental da existên-
Também conhecida como teoria da comparação social. A mo- cia: que não é possível fugir das contradições inerentes à vida.
tivação seria influenciada fortemente pela percepção de igualdade A mente de Liderança é ampla. O comportamento de Liderança
e justiça existente no ambiente profissional . envolve funções como planejar, dar informações, avaliar, arbitrar,
 Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom: controlar, recompensar, estimular, punir etc., deve ajudar o grupo
Construída em função da relação entre três variáveis: Valên- a satisfazer suas necessidades. Um líder inato pode ser facilmente
cia, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes a um de- reconhecido perante o grupo, pois sua capacidade de coordenar,
terminado objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direcionar, conduzir o grupo a atingir seus objetivos ficam eviden-
direção a resultados particulares. Pode-se traduzi-la como a prefe- tes e o tornam uma espécie de guia representativo do grupo.
rência em direção, ou não, a determinados objetivos. Valência po- A liderança está baseada no prestígio pessoal do administra-
sitiva atrai o comportamento em sua direção, valência zero é indi- dor e na aceitação pelos dirigidos ou subordinados. Três fatores,
ferente e valência negativa é algo que o indivíduo prefere não bus- pelo menos, influem no poder de liderança de um administrador:
car. Expectativa é o grau de probabilidade que o indivíduo atribui · posição hierárquica (status) - decorrente de sua função de
a determinado evento, em função da relação entre o esforço que autoridade (direito de mandar e de se fazer obedecer);
·competência funcional - resultante de seus conhecimentos
vai ser despendido no evento e o resultado que se busca alcançar.
gerais e especializados (cultura geral e técnica).
Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é o grau de energia que
· personalidade dinâmica - produto de suas características e
o indivíduo irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.
qualidades pessoais (aspecto físico, temperamento, caráter, etc.).
 Teorias X e Y:
Os estilos de liderança determinam o tipo de relação dos líde-
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de res com os grupos, dependendo da diversidade da situação e das
motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresentava uma diversas forças que afetam a conduta dos liderados.
visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indiví- A liderança autocrática é aquela em que as decisões são to-
duos são naturalmente preguiçosos, não gostam de trabalhar, pre- madas
cisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a con- unicamente pelo líder, sem a participação da equipe.
tento os trabalhos. A teoria Y é o oposto: diz que os indivíduos são A liderança liberal é aquela que praticamente não conta com
auto-motivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e a participação do líder.
irão contribuir criativamente para o processo se tiverem suficientes Na liderança democrática, o líder participa e estimula na
oportunidades de participação. equipe os comportamentos desejados, mas a equipe possui relativa
autonomia para, com apoio do líder, decidir.
Liderança A liderança situacional depende da relação entre líder, lidera-
Liderança é uma habilidade que o indivíduo tem para influen- dos e situação, não estando sujeita a um único estilo.
ciar os outros, levando-os a fazerem aquilo que ele deseja.
A Liderança é necessária em todos os tipos de organização Avaliação de Desempenho: objetivos, métodos, vantagens
humana, principalmente nas empresas, onde uma boa liderança e desvantagens.
pode gerar satisfação num grupo de pessoas envolvidas pelo líder, A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de
assim como uma má liderança pode gerar separação do grupo não Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise sistemática do
atingindo o mesmo objetivo da organização. desempenho do profissional em função das atividades que reali-
Liderança é uma questão de redução de incertezas do grupo, za, das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu
pois o indivíduo que passa a contribuir mais com orientações e potencial de desenvolvimento. O objetivo final da Avaliação de
assistência ao grupo (auxiliando para tomada de decisões eficazes) Desempenho é contribuir para o desenvolvimento das pessoas na
tem maiores possibilidades de ser considerado seu líder. Assim, a organização.
Liderança é uma questão de tomada de decisões do grupo. A Avaliação do Desempenho é um procedimento que avalia
e estimula o potencial dos funcionários na empresa. Seu caráter é
A Liderança é uma influência interpessoal, a influência envol-
fundamentalmente orientador, uma vez que redireciona os desvios,
ve conceitos como poder e autoridade, abrangendo todas as ma-
aponta para as dificuldades e promove incentivos em relação aos
neiras pelas quais se introduzem mudanças no comportamento de
pontos fortes.
pessoas ou de grupos de pessoas. A importância da Liderança, so-
bretudo nas empresas, é bastante visível nos dias de hoje, pois se a Avaliação de desempenho é um momento formal no qual o
liderança é uma influência interpessoal, que modifica o comporta- funcionário recebe uma nota ou um conceito que classificará seu
mento, esta, deve ser dirigida à aumentar a satisfação na conquista desempenho em determinado período. Ocorre a comparação entre
de determinada meta e na diminuição dos riscos. os resultados alcançados e os esperados e identificam-se as causas
O líder apresenta traços marcantes pôr meio dos quais pode para eventuais dissonâncias.
influenciar o comportamento das pessoas, passando para elas parte
das suas ações, a maneira de agir em determinada situação, como Os objetivos fundamentais da avaliação de desempenho:
lidar com pessoas temperamentais, enfim alguns líderes possuem  Permitir condições de medição do potencial humano no
traços tão marcantes que pode até influenciar a missões importan- sentido de determinar plena aplicação.
tes como religião ou uma missão militar.  Permitir o tratamento dos Recursos Humanos como um
Hoje em dia o espírito de Liderança é muito valorizado, tanto recurso básico da organização e cuja produtividade pode ser de-
no âmbito profissional como no pessoal, ser Líder não é ser o “che- senvolvida indefinidamente, dependendo, obviamente, da forma
fe” ou o “gerente”, é muito diferente disto. Os Líderes autênticos de administração.

Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
 Fornecer oportunidades de crescimento e condições de MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
efetiva participação a todos os membros da organização, tendo em A avaliação de desempenho humano pode ser efetuada por in-
vista, de um lado, os objetivos organizacionais e, de outro, os ob- termédio de técnicas que podem variar intensamente, não de uma
jetivos individuais. Definir o grau de contribuição de cada funcio- organização para outra, mas dentro da mesma organização quer se
nário para a organização; trate de níveis diferentes de pessoal ou áreas de atividades diver-
 Identificar funcionários que necessitam de treinamento; sas. Geralmente a sistemática avaliação de desempenho humano
 Dar suporte para a tomada de decisão acerca de promo- atende a determinados objetivos, traçados com base uma política
ção, remuneração, remanejamento, atribuição de novas responsa- de RH. Assim, como as políticas de RH variam conforme a orga-
bilidades, dispensa e identificação de talentos; nização, não é de se estranhar que cada organização desenvolva a
 Promover o autoconhecimento e o autodesenvolvimento sua própria sistemática para medir a conduta de seus empregados.
dos Como, de maneira geral, a aplicação do pessoal é definida confor-
 empregados; me o nível e as posições dos cargos, geralmente as organizações
 Estimular a produtividade. utilizam mais de uma avaliação de desempenho. E relativamente
comum encontrar organizações que desenvolvem sistemáticas es-
APLICAÇÃO pecíficas conforme o nível e as áreas de distribuição de seu pes-
A Avaliação de Desempenho é uma sistemática apreciação do soal. Cada sistemática atende a determinados objetivos específicos
comportamento das pessoas nos cargos que ocupam. Apesar de ser e a determinadas características das várias categorias de pessoal.
uma responsabilidade de linha é uma função de Staff, em algumas A quem diga que a avaliação de desempenho no fundo não passa
empresas, a avaliação do desempenho pode ser um encargo do su- de uma boa sistemática de comunicações, atuando no sentido ho-
pervisor direto do próprio empregado, ou ainda de uma comissão rizontal e vertical da organização. As avaliações de desempenho
de avaliação, dependendo dos objetivos da avaliação. A avaliação para serem eficazes devem basear-se inteiramente nos resultados
com o empregado avaliado constitui o ponto principal do sistema: das atividades do homem no trabalho e nunca apenas em suas ca-
a comunicação que serve de retroação e que reduz as distâncias racterísticas de personalidade.
entre o superior e o subordinado.
Abaixo uma síntese das principais técnicas e métodos de ava-
BENEFÍCIOS
liação de desempenho tradicionais, com suas vantagens e desvan-
Quando um programa de avaliação é bem planejado, coorde-
tagens:
nado e desenvolvido, traz benefícios a curto, médio e longo prazo.
a) Relatório: considerado o procedimento mais simples de
1. Benefícios para o chefe:
avaliação de desempenho. Têm lugar quando os chefes são solici-
• melhor avaliar o desempenho e o comportamento dos subor-
tados a dar seu parecer sobre a eficiência de cada empregado sob
dinados, contando com uma avaliação que elimina a subjetividade.
sua responsabilidade.
• propor medidas e providências no sentido de melhorar o pa-
drão de comportamento de seus subordinados. Vantagens: rapidez, favorece a livre expressão e deixam docu-
•comunicar-se com seus subordinados, fazendo-os compreen- mentada a opinião emitida.
der a mecânica da avaliação do desempenho como um sistema Desvantagens: são incompletos, favorecem o subjetivismo,
objetivo. podem deixar dúvida quanto ao significado dos termos emprega-
2. Benefícios para o subordinado: dos e dificultam a tabulação dos dados obtidos.
• aprendem quais são os aspectos de comportamento e de de- b) Escalas gráficas: É um formulário de dupla entrada, no
sempenho que a empresa mais valoriza em seus funcionários. qual as linhas representam os fatores que estão sendo avaliados
• fica conhecendo quais as expectativas de seu chefe a respeito e as colunas o grau de avaliação. Os fatores correspondem às ca-
de seu desempenho e seus pontos fortes e fracos, segundo a ava- racterísticas que se deseja avaliar em cada funcionário e devem
liação do chefe. ser definidos de maneira clara, sintética e objetiva. Os graus de
• conhece as providências tomadas por seu chefe quanto à variação indicam quão satisfatório é o desempenho do empregado
melhoria de seu desempenho (programa de treinamento, estágios, em relação a cada um dos fatores.
etc.) e as que ele próprio deverá tomar (auto correção, maior ca- Vantagens: método simples, não exige treinamento intenso
pricho, mais atenção no trabalho, cursos por conta própria, etc.). dos avaliadores, fácil tabulação, apresenta mais objetividade que
• condições para fazer avaliação e crítica para o seu próprio os relatórios.
desenvolvimento e controle. Desvantagens: Apenas classifica os funcionários em bons,
3. Benefícios para a organização: médios ou fracos, sem oferecer maiores esclarecimentos acerca
• mais condições para avaliar seu potencial humano a curto, das necessidades de treinamento e potencial de desenvolvimento.
médio e longo prazo e definir a contribuição de cada empregado. c) Pesquisa de campo: é desenvolvida com base em entrevis-
• identificação dos empregados que necessitam de reciclagem tas feitas por especialistas em gestão de pessoas aos supervisores.
e/ou aperfeiçoamento em determinadas áreas de atividade e sele- A partir delas avalia-se o desempenho dos subordinados e procu-
cionar os empregados com condições de promoção ou transferên- ra-se identificar as causas do desempenho deficiente, bem como
cias. propor ações corretivas.
• pode dinamizar sua política de recursos humanos, ofere- Vantagens: é um método bastante abrangente, pois conduz a
cendo oportunidades aos empregados (não só de promoções, mas avaliação a um entrosamento com treinamento, planos de carreira
principalmente de crescimento e desenvolvimento pessoal), esti- e outros processos de gestão de pessoas.
mulando a produtividade e melhorando o relacionamento humano Desvantagem: custo elevado para manutenção dos especialis-
no trabalho. tas que realizam as entrevistas e lentidão do procedimento.

Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
d) Método da Escolha Forçada: Desenvolvido durante a h) Avaliação 360º
Segunda Guerra Mundial para a escolha de oficiais a serem pro- Nos métodos de avaliação tradicionais o funcionário é ava-
movidos. Esse método, aplicado experimentalmente, possibilitou liado apenas pelo seu chefe imediato. Quando muito, ocorre tam-
resultados amplamente satisfatórios, sendo posteriormente adap- bém uma auto avaliação. Já a avaliação 360 graus inclui, além da
tado e implantado em várias empresas. Ele consiste em avaliar o auto avaliação, a avaliação dos pares, subordinados e superiores.
desempenho dos indivíduos por intermédio das frases descritivas O funcionário costuma ser avaliado também por pessoas externas à
de determinadas alternativas de tipos de desempenho individual. organização, como os clientes, fornecedores e parceiros.
Em cada bloco, ou conjunto composto de duas, quatro ou mais
frases, o avaliador deve escolher obrigatoriamente apenas uma ou
duas que mais se aplicam ao desempenho do avaliado.
a) Dentro de cada bloco há duas frases de significado positivo MUDANÇA ORGANIZACIONAL.
e duas de significado negativo. O avaliador escolhe a frase que
mais se aplica e a que menos se aplica ao desempenho do avaliado.
b) Em cada bloco há quatro frases de significado apenas posi-
tivo. São escolhidas as frases que mais se aplicam ao desempenho
do avaliado. No formulário com blocos de significados positivo e Mudança Organizacional
negativo, o avaliador localiza as frases que possivelmente contam Todo processo de mudança nas empresas requer reestrutura-
pontos, podendo assim, distorcer o resultado da avaliação. No en- ções profundas em sua organização, independentemente da área.
tanto, no formulário com blocos de significado apenas positivo, As pessoas necessitam de um tempo de adaptação, pois toda mu-
a presença de frases com um único sentido dificulta a avaliação dança envolve algum tipo de perda, sendo comum enxergar mu-
dirigida, levando o avaliador a refletir e ponderar sobre cada bloco, danças como sendo um perigo ou ameaça.
escolhendo a frase mais descritiva do desempenho do avaliado. Segundo BRUNO-FARIA (2000) mudança organizacional é
As frases são selecionadas por meio de um procedimento es- qualquer alteração, planejada ou não, ocorrida na organização, de-
tatístico que visa verificar a adequação do funcionário à empresa. corrente de fatores internos e/ou externos à organização que traz
Vantagem: algum impacto nos resultados e/ou nas relações entre as pessoas
1. Propicia resultados mais confiáveis e isentos de influencias no trabalho.
subjetivas e pessoais, pois elimina o efeito da estereotipação (hallo E quando acontece algum tipo de mudança na organização,
effect); provavelmente haverá resistências e defesas. PEREIRA e FONSE-
2. Sua aplicação e simples e não exige preparo intenso ou so- CA (1997) esclarecem que existem várias formas de resistência a
fisticado dos avaliadores. mudanças como isolar-se; boicotar; resistir ativamente defenden-
Desvantagem: do princípios e posições com rigidez, elegância e bravura; resistir
1. Sua elaboração e montagem são complexas, exigindo um passivamente referindo-se à dissimulação, a não fazer, nem deixar
planejamento muito cuidadoso e demorado; que os demais façam.
2. É um método fundamentalmente comparativo e discrimina- Todo processo de mudança nas empresas requer reestrutura-
tivo e apresenta resultados globais; Discrimina apenas empregados ções profundas em sua organização, independentemente da área.
bons, médios e fracos, sem informações maiores; Há empresa que vive um clima de estabilidade, com muitos fun-
3. Quando utilizado para fins de desenvolvimento de RH ne- cionários acomodados e com muito tempo de serviço na organi-
cessita de uma complementação de informações de necessidade de zação, crescendo na hierarquia funcional, até mesmo sem terem
treinamento, potencial de desenvolvimento etc. qualificação para isso.
4. Deixa o avaliador sem noção alguma do resultado da ava- Devido ao ambiente estável, talvez não haja uma preocupação
liação que faz a respeito de seus subordinados. com qualificação profissional, treinamento para novas funções,
e) Comparação binária: método em que cada indivíduo do etc.
grupo é comparado com cada um dos outros elementos do grupo Sempre há um impacto nos funcionários devido às possíveis
em relação a diversos fatores de desempenho. mudanças - como novas contratações, novas políticas de carreira,
Vantagem: aplicação simples. cargos e salários, novas tecnologias, treinamento para mudança de
Desvantagens: muito baseado em comparação, esclarece pou- funções na empresa, etc. Isso pode gerar um clima de instabilidade
co a respeito dos comportamentos que caracterizam as diferenças nos colaboradores, que temem mudanças em suas carreiras advin-
individuais no trabalho. das da nova administração.
f) Auto-avaliação: é o método pelo qual o empregado avalia Para que o processo de reestruturação tenha um menor impac-
seu próprio desempenho. Pode assumir a forma de relatórios, esca- to negativo na empresa, e até em seus funcionários, é fundamental
las gráficas e até frases descritivas. Só apresenta validade quando que haja um planejamento prévio para a implantação de todos os
aplicado a grupos com notório grau de maturidade profissional. processos de mudança, de forma transparente.
g) Incidentes críticos: consiste no destaque de características Para que haja uma verdadeira mudança é preciso que o pro-
ou comportamentos extremos (incidentes críticos), que são desem- cesso aconteça de dentro para fora, ou seja, a mudança requer que
penhos altamente positivos ou negativos. O método não leva em se conheça a razão de mudar, exigindo-se conhecer o que se quer
conta o desempenho normal, preocupa-se apenas com os excep- mudar.
cionais, sejam eles bons ou ruins. Assim, os pontos fortes e fracos Deve-se, também, abandonar velhos hábitos, valores e con-
de cada funcionários são levantados a partir de seus incidentes ceitos pré-concebidos, pois ao se fazer as mesmas coisas, se obtém
críticos. sempre os mesmos resultados.

Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
O período entre o que se conhece e o novo é a transição, onde • “(...) Embora tudo aquilo que um administrador faz envol-
se move daquilo que é familiar para o desconhecido.Portanto, o va a tomada de decisões, isso não significa que todas as decisões
funcionário resiste à mudança porque sente medo do desconhecido sejam complexas e demoradas. Naturalmente, as decisões estraté-
e não quer sair da sua zona de conforto. gicas têm mais visibilidade, mas os administradores tomam muitas
Ademais, sempre que há um processo de mudança, as pessoas pequenas decisões todos os dias. Aliás, quase sempre as decisões
necessitam de um tempo de adaptação, pois toda mudança envolve gerenciais são de rotina. No entanto, é o conjunto dessas decisões
algum tipo de perda, sendo comum enxergá-la como sendo um que permite à organização resolver problemas, aproveitar oportu-
perigo ou ameaça. nidades e, com isso, alcançar seus objetivos.” (Sobral)
Por fim, cabe aos dirigentes ou líderes organizar e gerenciar o
Administrar é, em última análise, tomar decisões.
processo de mudança para que suas possíveis perdas ou ameaças
Para atingir os resultados organizacionais de forma eficiente e
sejam minimizadas, sendo mostrado aos envolvidos seu lado posi-
tivo - novo aprendizado, novas experiências, etc. eficaz, é preciso fazer escolhas.
Qual o negócio da organização? Qual estratégia vai ser utili-
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/car- zada? Qual tecnologia vai ser empregada? Que fonte de recursos
reira/mudanca-organizacional/47222/ financeiros vai ser utilizada? A máquina será comprada ou aluga-
da? Estas e inúmeras outras perguntas precisam ser respondidas
durante a gestão de uma organização. Para respondê-las é preciso
fazer escolhas, é preciso decidir!
PROCESSO DECISÓRIO.
Técnicas de análise e solução de problemas
O MASP — Método de Análise e Solução de Problemas é um
método gerencial que é utilizado para a criação, manutenção ou
melhoria de padrões. É uma metodologia para se manter e con-
Nos dias de hoje, com a competitividade cada vez mais acir-
trolar a qualidade, e deve ser de amplo conhecimento de todos, ou
rada entre as organizações, a todo momento necessitamos tomar
seja, deve ser dominada por todas as partes envolvidas dentro de
decisões sempre que estamos diante de um problema que apresen-
ta mais de uma alternativa de solução. Mesmo quando possuímos uma organização.
uma única opção para solucioná-lo, poderemos ter a alternativa de Esse método apresenta duas grandes vantagens:
adotar ou não essa opção. • permite a solução de problemas de modo eficaz;
O processo de escolher o caminho mais adequado para a em- • permite que os indivíduos de uma organização se capacitem
presa, naquela circunstância, também é conhecido como tomada de maneira a solucionar os problemas que sejam de sua responsa-
de decisão. bilidade.
Os administradores devem ter como objetivo em suas tomadas O MASP é um caminho ordenado, composto de passos e
de decisão: sub-passos pré-definidos para a escolha de um problema, análise
• minimizar perdas; de suas causas, determinação e planejamento de um conjunto de
• maximizar ganhos; e ações que consistem uma solução, verificação do resultado da so-
• alcançar uma situação em que, comparativamente, o gestor lução e realimentação do processo para a melhoria do aprendizado
julgue que haverá um ganho entre o estado em que se encontra a e da própria forma de aplicação em ciclos posteriores.
organização e o estado em que irá se encontrar depois de imple-
Partindo também do pressuposto de que em toda solução há
mentada a decisão.
um custo associado, a solução que se pretende descobrir é aquela
Para que se tome a melhor decisão em determinadas situações
de problema, cabe à pessoa que vai tomar a decisão elaborar to- que maximize os resultados, minimizando os custos envolvidos.
das as alternativas possíveis sobre o problema em questão, visan- Há portanto, um ponto ideal para a solução, em que se pode obter
do escolher o melhor caminho para otimizar a opção pela qual se o maior benefício para o menor esforço, o que pode ser definido
decidiu, possibilitando à empresa crescer e desenvolver-se nesse como decisão ótima (BAZERMAN).
contexto de competitividade tão agressiva. A construção do MASP como método destinado a solucionar
O que significa decidir problemas dentro das organizações passou pela idealização de um
• “Tomar decisões é o processo de escolher uma dentre um conceito, o ciclo PDCA, para incorporar um conjunto de ideias
conjunto de alternativas.”(Caravantes) inter-relacionadas que envolve a tomada de decisões, a formulação
• “Uma decisão pode ser descrita, de forma simplista, como e comprovação de hipóteses, a objetivação da análise dos fenôme-
uma escolha entre alternativas ou possibilidades com o objetivo de nos, dentre outros, o que lhe confere um caráter sistêmico.
resolver um problema ou aproveitar uma oportunidade.” (Sobral) Embora o MASP derive do ciclo PDCA, é importante que não
• “A tomada de decisão ocorre em reação a um problema, isto se confunda os dois métodos, pois: O MASP é um método eficaz,
é, existe uma discrepância entre o estado atual das coisas e o es-
ele procura resolver problemas de forma rápida e objetiva e com
tado desejável que exige uma consideração sobre cursos de ação
menor custo a empresa, ou seja, é um método que tem como carac-
alternativos. (...) O conhecimento sobre a existência de um proble-
ma e sobre a necessidade de uma decisão depende da percepção da terística a racionalidade utilizando lógica e dados.
pessoa.” (Robbins)

Didatismo e Conhecimento 16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
O MASP é formado por oito etapas: Na abordagem do autor Maximiano, “um problema é uma si-
tuação que exige uma decisão ou solução, e para tanto oferece um
conjunto de possibilidades, entre as quais é necessário escolher
uma ou mais”. Na abordagem desse autor, os problemas podem
ser caracterizados por: (a) diferença entre situação real e ideal; (b)
situação adversa; (c) missões e objetivos; (d) situação que oferece
escolhas; (e) obstáculos ao tentar atingir metas; e (f) desvios do
comportamento esperado.
Passos da Etapa 1 - Identificação do problema
• Identificação dos problemas mais comuns
• Levantamento do histórico dos problemas
• Evidência das perdas existentes e ganhos possíveis
• Escolha do problema
• Formar a equipe e definir responsabilidades
• Definir o problema e a meta

2. Observação
A observação do problema é a segunda etapa do MASP e
consiste averiguar as condições em que o problema ocorre e suas
características específicas do problema sob uma ampla gama de
pontos de vista.
O ponto preponderante da etapa de Observação é coletar in-
formações que podem ser úteis para direcionar um processo de
análise que será feito na etapa posterior. Kume compara esta etapa
com uma investigação criminal observando que “os detetives com-
1. Identificação do problema parecem ao local do crime e investigam cuidadosamente o local
A identificação do problema é a primeira etapa do processo de procurando evidências” o que se assemelha a um pesquisador ou
melhoria em que o MASP é empregado. Se feita de forma clara e equipe que buscam a solução para um problema.
criteriosa pode facilitar o desenvolvimento do trabalho e encurtar 1. Análise
o tempo necessário à obtenção do resultado. A etapa de análise é aquela em que serão determinadas as
A identificação do problema tem pelo menos duas finalidades: principais causas do problema. Se não identificamos claramente
(a) selecionar um tópico dentre uma série de possibilidades, con- as causas provavelmente serão perdidos tempo e dinheiro em vá-
rias tentativas infrutíferas de solução. Por isso ela é a etapa mais
centrando o esforço para a obtenção do maior resultado possível;
importante do processo de solução de problemas. Para Kume a
e (b) aplicar critérios para que a escolha recaia sobre um problema análise se compõe de duas grandes partes que é a identificação de
que mereça ser resolvido. hipóteses e o teste dessas hipóteses para confirmação das causas.
O que é um problema? A identificação das causas deve ser feita de maneira “científica”
Não é fácil explicar precisamente o que é um problema, mas, o que consiste da utilização de ferramentas da qualidade, infor-
de maneira geral, podemos dizer que é uma questão que nos propo- mações, fatos e dados que dêem ao processo um caráter objetivo.
mos resolver. Perceba que solucionar um problema não significa, Essa etapa consiste em fazer uma análise das perdas que estão
necessariamente, ter-se um método para solucioná-lo. ocorrendo, que estão sendo causadas pelo problema em questão,
Exemplo: assim como os potenciais ganhos que o MASP pode trazer. O item
– Uma pessoa enfrenta problemas para alcançar certos objeti- “quanto” da fase anterior pode subsidiar a presente. Falconi afirma
vos e não sabe que ações deve tomar para conseguir solucioná-los. que nesta fase se deve responder, basicamente, a duas coisas: o que
Então, ao resolver um problema identificamos os seguintes se está perdendo e o que é possível ganhar.
componentes: Lembramos que quando nos referirmos a perdas de natureza
qualitativa temos grande dificuldade para medir seu custo para a
• um objetivo a ser alcançado;
organização ou até mesmo podemos dizer que isso seja impossível.
• um conjunto de ações pré-pensadas para resolvê-lo; e Quais podem ser os custos do aumento do número de ocor-
• a situação inicial do problema. rências de reclamações dos clientes? Quais serão os custos para a
imagem da organização, provocados pela perda de credibilidade
Outro exemplo: em decorrência de algum defeito existente em um determinado
Imaginemos uma produção de parafusos. Considera-se nor- produto?
mal a existência de 10 defeitos por milhão de parafusos fabricados.
Admite-se a ocorrência de um problema apenas quando for cons- Passos da Etapa 3 - Análise
tatado um número de defeitos que ultrapasse a razão de mais de 10 • Levantamento das variáveis que influenciam no proble-
parafusos defeituosos por milhão produzido. ma
Nesse sentido, um problema é sempre um resultado indese- • Escolha das causas mais prováveis (hipóteses)
jável (Falconi), mas geralmente a solução implica o retorno a um • Coleta de dados nos processos
desempenho anterior aceitável. • Análise das causas mais prováveis; confirmação das hi-
póteses

Didatismo e Conhecimento 17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
• Teste de consistência da causa fundamental Passos da Etapa 6 – Verificação
• Foi descoberta a causa fundamental? • Comparar resultados obtidos com os previstos.
• Listar efeitos colaterais não previstos.
2. Plano de Ação • Verificar nível do bloqueio observado (grau de eficácia
Uma vez que as verdadeiras causas do problema foram iden- do plano de ação)
tificadas, ou pelo menos as causas mais relevantes entre várias, as
formas de eliminá-las devem então serem encontradas Para Ho- 5. Padronização
sotani esta etapa consiste em definir estratégias para eliminar as Uma vez que as ações de bloqueio ou contramedidas tenham
verdadeiras causas do problema identificadas pela análise e então sido aprovadas e satisfatórias para o alcance dos objetivos ela po-
transformar essas estratégias em ação. Conforme a complexidade dem ser instituídas como novos métodos de trabalho. De acordo
com Kume existem dois objetivos para a padronização. Primeiro,
do processo em que o problema se apresenta, é possível que possa
afirma o autor, sem padrões o problema irá gradativamente retor-
existir um conjunto de possíveis soluções. As ações que eliminam
nar à condição anterior, o que levaria à reincidência. Segundo, o
as causas devem, portanto, ser priorizadas, pois somente elas po-
problema provavelmente acontecerá novamente quando novas
dem evitar que o problema se repita novamente. pessoas (empregados, transferidos ou temporários) se envolverem
Passos da Etapa 4: Plano de ação com o trabalho.
• Definir estratégia de ação. A preocupação neste momento é, portanto, a reincidência do
• Elaborar plano de ação. problema, que pode ocorrer pela ação ou pela falta da ação hu-
mana. A padronização não se faz apenas por meio de documen-
Essa fase consiste no estabelecimento de metas a atingir, isto tos. Os padrões devem ser incorporados para se tornar “uma dos
é, elas devem ser alcançadas com o método MASP. Na maioria dos pensamentos e hábitos dos trabalhadores” (KUME), o que inclui a
MASPs de manutenção, o objetivo é, de maneira geral, o retorno educação e o treinamento.
às condições ideais anteriores à ocorrência do problema.
Passos da Etapa 7 - Padronização
3. Ação • Elaboração ou alteração de documentos
Na sequência da elaboração do plano de ação, está o desen- • Registro e comunicação
volvimento das tarefas e atividades previstas no plano. Esta etapa • Definir mudanças que devem ser incorporadas ao Proce-
do MASP consiste em nomear os responsáveis pela sua execução, dimento Padrão Operacional — PPO.
iniciando-se por meio da comunicação do plano com as pessoas • Revisar padrão (Modificar / Comunicar).
envolvidas, passando pela execução propriamente dita, e termi- • Treinar pessoal (no PPO revisado).
• Comunicação clara e adequada dos motivos do treina-
nando com o acompanhamento dessas ações para verificar se sua
mento.
execução foi feita de forma correta e conforme planejado.
• Auditar cumprimento do padrão
Passos da Etapa 5 - Ação •
• Divulgação e alinhamento 6. Conclusão
• Execução das ações A etapa de Conclusão fecha o método de análise e solução
• Acompanhamento das ações de problemas. Os objetivos da conclusão são basicamente rever
todo o processo de solução de problemas e planejar os trabalhos
4. Verificação futuros. Parker reconhece a importância de fazer um balanço do
Essa etapa do MASP representa a fase de check do ciclo aprendizado, aplicar a lições aprendidas em novas oportunidades
PDCA e consiste na coleta de dados sobre as causas, sobre o efeito de melhoria.
final (problema) e outros aspectos para analisar as variações posi- Passos da Etapa 8 - Conclusão
tivas e negativas possibilitando concluir pela efetividade ou não • Identificação dos problemas remanescentes
das ações de melhoria (contramedidas). É nesta etapa que se ve- • Planejamento das ações anti-reincidência
rifica se as expectativas foram satisfeitas, possibilitando aumento • Balanço do aprendizado
da auto-estima, crescimento pessoal e a descoberta do prazer e ex- • Concluir MASP e elaborar relatório sobre o mesmo.
citação que a solução de problemas pode proporcionar às pessoas
(HOSOTANI). O MASP é um método que permanece atual e em prática con-
Parker observa que “nenhum problema pode ser considerado tínua, resistindo às ondas do modismo, incluindo aí a da Gestão
da Qualidade Total, sendo aplicado regularmente até progressiva-
resolvido até que as ações estejam completamente implantadas,
mente por organizações de todos os portes e ramos.
ela esteja sob controle e apresente uma melhoria em performan-
ce”. Assim, o monitoramento e medição da efetividade da solução
implantada são essenciais por um período de tempo para que haja
confiança na solução adotada. Hosotani também enfatiza este pon-
to ao afirmar que os resultados devem ser medidos em termos nu-
méricos, comparados com os valores definidos e analisados usan-
do ferramentas da qualidade para ver se as melhorias prescritas
foram ou não atingidas.

Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
FATORES QUE AFETAM A DECISÃO As decisões são escolhas necessárias para a resolução de pro-
blemas ou aproveitamento de oportunidades, sejam elas relativas a
aspectos operacionais, como comprar ou alugar uma máquina, ou
estratégicos, como entrar ou não no mercado internacional.
Todos sabemos que o tipo e a qualidade de decisões tomadas
nas organizações afetam todo o seu contexto, podendo influenciar
estratégias organizacionais, políticas ou até mesmo uma determi-
nada parcela da sociedade onde elas estejam inseridas.
Por essa razão, ao longo do tempo, os gestores vêm se apoian-
do em diversos fatores para que a tomada de decisão seja o mais
assertiva possível e o tomador de decisão possa estar mais seguro
diante de possíveis e prováveis problemas que possam surgir.
De maneira geral, podemos dizer que os gestores, no momen-
to da tomada de decisão, poderão se defrontar com dois tipos de
situação que, de acordo com sua natureza, terão e abordagem dife-
rente para se alcançar as soluções adequadas.
O processo de tomar decisões, ou processo decisório, se com-
põe de uma sequência de etapas, que vão da identificação da ques-
tão a ser resolvida até a ação, quando uma alternativa de solução é
colocada em prática.
As decisões nas organizações se dividem em duas categorias
principais: as programadas e as não programadas.
Podemos considerar decisões programadas aquelas que to-
mamos quando percebemos os problemas como bem compreendi-
dos, altamente estruturados, rotineiros, repetitivos e para cuja so-
São inúmeros os fatores que afetam a decisão, tais como cus- lução podemos utilizar procedimentos e regras sistemáticos. Essas
tos envolvidos, fatores políticos, objetivos, riscos que podem ser decisões são sempre semelhantes.
assumidos, tempo disponível para decidir, quantidade de informa- As decisões programadas ou estruturadas compõem o acervo,
ções disponíveis, viabilidade das soluções, autoridade e responsa- o estoque de soluções armazenadas pela organização, com base
bilidade do tomador de decisão, estrutura de poder da organização nas experiências anteriores por que passou.
etc. São utilizadas, portanto, para resolver problemas que já foram
Chiavenato destaca três condições sob as quais a decisão pode enfrentados antes e que possuem um comportamento semelhante.
ser tomada: Para estes tipos de problemas, não há necessidade de criação
de alternativas de solução e escolha da mais adequada. Basta se-
guir as ações que já foram exercidas com sucesso nas ocasiões
anteriores. Por este motivo, são mais comuns no nível operacional,
na base da pirâmide hierárquica.
Como exemplo podemos citar uma situação de incêndio, onde
já há um roteiro de etapas a serem seguidas, já se sabe qual ca-
minho os ocupantes de cada andar do prédio devem seguir, pois
todo o estudo da melhor rota de fuga já foi feito com antecedência.
Esses são exemplos de decisões programadas, pois são repetitivas
e rotineiras.
Por este motivo, são mais comuns no nível operacional, na
base da pirâmide hierárquica.
Certeza: É a situação em que temos sob controle todos os fato-
As decisões não programadas ou não estruturadas são neces-
res que afetam a tomada de decisão. Sabemos quais são os riscos e sárias em situações em que as decisões programadas não conse-
probabilidades de ocorrência de eventos, temos informações sobre guem resolver.
custos, sabemos quais são os fatores potencializadores e restrito- Quando nos referimos a decisões não programadas nos re-
res, temos estudos de viabilidade das alternativas etc. ferimos àquelas que resultam de problemas que não são bem com-
Risco: É a situação em que sabemos a probabilidade de ocor- preendidos, são “pobres” de estruturação, tendem a ser singulares
rência de um evento, mas que tomamos diferentes decisões, de e não se prestam aos procedimentos sistêmicos ou rotineiros.
acordo com os riscos que estamos dispostos a assumir. São situações inesperadas, que a organização está enfrentando
Incerteza: Situação em que o tomador de decisão tem pouca pela primeira vez e que admitem diferentes formas de resolução,
ou nenhuma informação a respeito da probabilidade de ocorrência cada uma com suas vantagens e desvantagens.
de cada evento futuro. Estas situações exigem uma análise mais profunda, um diag-
nóstico para o perfeito entendimento do problema até a tomada
Tipos de decisões de decisão que vai levar à ação. Por este motivo são mais comuns
Maximiano ensina que uma decisão é uma escolha entre alter- no nível institucional ou estratégico da organização, no topo da
nativas ou possibilidades. pirâmide hierárquica.

Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Os problemas que exigem esse tipo de decisões serão solucio- É importante que o gestor decida com rapidez e que reduza
nados a partir da habilidade dos gerentes em tomar decisões, já que a incerteza. Agindo assim poderá planejar de maneira estratégica
não existem soluções rotineiras. possíveis ações futuras que poderão dar à sua empresa vantagem
Como exemplo podemos citar os gerentes, principalmente competitiva em relação às concorrentes.
nos níveis mais altos da organização, que muitas vezes necessitam • decisão em condições de certeza – ocorre quando há total
tomar decisões não programadas durante o curso de definição de conhecimento de todos os estados da natureza do processo deci-
metas e estratégias de uma empresa e em suas atividades diárias. sório.
Em muitas ocasiões eles utilizam sua própria experiência na solu- Chamamos de certeza saber 100% sobre a situação que está
ção desse tipo de problema, procurando princípios e soluções que ocorrendo no instante em que se está tomando a decisão.
possam ser aplicados à situação, mas sempre levando em consi- • decisão em condições de risco – ocorre quando não são
deração que as metodologias de solução de problemas passados conhecidas as probabilidades associadas a cada um dos estados da
podem não ser aplicáveis no caso em questão. natureza do processo decisório.
Pelo fato de as decisões não programadas serem tão importan- A situação é pouco conhecida. Para a tomada de decisão em
tes para as empresas e tão comuns para a gerência, a eficiência de condições de risco, a certeza irá variar entre 0% e 100%. Sob con-
um gerente muitas vezes será julgada de acordo com a qualidade dições de risco, o gestor utiliza a experiência pessoal, sua intuição
de sua tomada de decisão. ou informações secundárias para mensurar as chances de acerto de
Também há tipos de decisão quanto ao nível organizacional alternativas ou resultados.
em que ela é tomada. Assim, decisões estratégicas são aquelas • decisão em condições de incerteza ou em condições de
mais amplas, referentes à organização como um todo e sua relação ignorância – ocorre quando não se obtiveram informações e da-
com o ambiente. São tomadas nos níveis mais altos da hierarquia e dos sobre as circunstâncias do processo decisório ou em relação à
possuem consequências de longo prazo. parcela dessa situação. Para decidir numa situação dessas deve-se
As decisões táticas ou administrativas são tomadas nos níveis recorrer à intuição e à criatividade.
das unidades organizacionais ou departamentos. • decisão em condições de competição ou em condições de
Decisões operacionais, por sua vez, são aquelas tomadas no conflito – ocorre quando a estratégia e a situação em si do processo
dia-a-dia, relacionadas a tarefas e aspectos cotidianos da realidade de tomada de decisão são determinadas pela ação de competidores.
organizacional. Vimos, nos elementos da decisão, a definição de Quando ocorre de um gestor, ao tomar uma decisão, prever que
não haverá nenhum resultado não previsto, classificamos essa de-
tomador da decisão. Maximiano nos ensina uma outra tipologia,
cisão como uma decisão programada.
referente a quem é o tomador de decisões:
Decisões autocráticas: São decisões tomadas sem discussões,
acordos e debates. O tomador de decisão deve ser um gerente ou
alguém com responsabilidade e autoridade para tal. É uma forma
rápida de tomada de decisão e não deve ser questionada. Muitas GESTÃO DE PESSOAS: RECRUTAMENTO
vezes, são decisões de cunho estritamente técnico. E SELEÇÃO, DESENHO DE CARGOS,
Decisões compartilhadas: São aquelas decisões tomadas de AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO,
forma compartilhada, entre gerente e equipe. Têm características TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO,
marcantes, tais como o debate, participação e busca de consenso. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM
Podem ser consultivas, quando a decisão é tomada após a consul- RECURSOS HUMANOS.
ta,ou participativa, quando a decisão é tomada de forma conjunta.
Decisões delegadas: “São tomadas pela equipe ou pessoa que
recebeu poderes para isso. As decisões delegadas não precisam
ser aprovadas ou revistas pela administração. A pessoa ou grupo A Gestão de Pessoas é fundamental para o sucesso de uma
assume plena responsabilidade pelas decisões, tendo para isso a empresa no mundo empresarial cada fez mais globalizado e com-
informação,a maturidade, as qualificações e as atitudes suficientes petitivo.
para decidir da melhor maneira possível”  Gestão de pessoas “é o conjunto de decisões integradas sobre
Identificamos ainda, dentro do conceito de elementos da de- as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários
cisão o item de: Certeza, risco e incerteza - Podemos chamar e das organizações. Assim, todos os gerentes são, em certo senti-
de incerteza aquela situação que, muitas vezes, se configura por do, gerentes de pessoas, porque todos eles estão envolvidos em
existirem informações insuficientes e dúbias para os tomadores atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento”
de decisão. Isso certamente inviabiliza a clareza das alternativas e (CHIAVENATO, 2005, p 9).
traz consigo riscos inerentes, fazendo com que a decisão tomada se A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido
torne mais difícil de ser operacionalizada. mudanças e transformações nos últimos anos. Não apenas nos seus
Mas, para escolher a alternativa mais eficaz, além de ser ne- aspectos tangíveis e concretos como principalmente nos aspectos
cessário identificar claramente qual é o problema e de se ter em conceituais e intangíveis. A visão que se tem hoje da área é total-
mãos informações de qualidade, o gestor precisa possuir também mente diferente de sua tradicional configuração, quando recebia o
um conhecimento aprofundado do mercado em que atua, conhe- nome Administração de Recursos Humanos (ARH). Muita coisa
cendo seus concorrentes e a capacidade organizacional deles. É mudou. A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelên-
assim que são geridas empresas bem estruturadas e administradas. cia das organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital inte-
Esse grupo é composto especialmente pelas organizações de gran- lectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator
de porte. humano em plena Era da Informação.

Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
A Gestão de Pessoas é uma área muito sensível à mentalidade 3. As pessoas como parceiros da organização: capazes de
que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, conduzi-la à excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas
pois depende de vários aspectos, como a cultura que existe em fazem investimentos na organização — como esforço, dedicação,
cada organização, da estrutura organizacional adotada, das carac- responsabilidade, comprometimento, riscos etc. — na expectativa
terísticas do contexto ambiental, do negócio da organização, da de colher retornos desses investimentos — como salários, incen-
tecnologia utilizada, dos processos internos e de uma infinidade de tivos financeiros, crescimento profissional, carreira etc. Qualquer
outras variáveis importantes. investimento somente se justifica quando traz um retorno razoá-
O papel da Administração para a Gestão de Pessoas tem como vel. Na medida em que o retorno é bom e sustentado, a tendência
definição, o ato de trabalhar com e através de pessoas para realizar certamente será a manutenção ou aumento do investimento. Daí o
os objetivos tanto da organização quanto de seus membros. caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e organizações.
A maneira pela qual as pessoas se comportam, decidem, age, E também o caráter de atividade e autonomia e não mais de pas-
trabalham, executam, melhoram suas atividades, cuidam dos sividade e inércia das pessoas. Pessoas como parceiros ativos da
clientes e tocam os negócios das empresas varia em enormes di-
organização e não como meros sujeitos passivos.
mensões. E essa variação depende, em grande parte, das políticas
e diretrizes das organizações a respeito de como lidar com as pes-
Evolução dos modelos de gestão de pessoas
soas em suas atividades. Em muitas organizações, falava-se até
pouco tempo em relações industriais, em outras organizações, fa- A administração de recursos humanos é definida como a fun-
la-se em administração de recursos humanos, fala-se agora em ad- ção organizacional destinada a prover, treinar, desenvolver, moti-
ministração de pessoas, com uma abordagem que tende a perso- var e manter os recursos humanos. Um de seus principais papéis
nalizar e a visualizar as pessoas como seres humanos, dotados de consiste em buscar o equilíbrio entre os objetivos organizacionais
habilidades e capacidades intelectuais. No entanto, a tendência que e as necessidades dos empregados, a fim de obter baixos índices de
hoje se verifica está voltada para mais além: fala-se agora em ad- rotatividade (conhecida como turn-over). A importância dos recur-
ministração com as pessoas. sos humanos tem sido justamente reconhecida nos últimos anos.
Administrar com as pessoas significa tocar a organização Estes recursos hoje são considerados como o ativo mais valioso
juntamente com os colaboradores e parceiros internos que mais das empresas.
entendem dela, dos seus negócios e do seu futuro. Uma nova visão Por outro lado, é hoje unanimemente aceito que o potencial
das pessoas não mais como um recurso organizacional, um objeto econômico e tecnológico das empresas será subaproveitado se a
servil ou mero sujeito passivo do processo, mas fundamentalmente sua exploração não for acompanhada por uma política de formação
como um sujeito ativo e provocador das decisões, empreendedor e de desenvolvimento do potencial humano da empresa.
das ações e criador da inovação dentro das organizações. Mais do
que isso, um agente proativo dotado de visão própria e, sobre tudo, Objetivos
de inteligência, a maior e a mais avançada e sofisticada habilidade Tanto os indivíduos como as organizações possuem objetivos.
humana. Os objetivos organizacionais são voltados para as empresas, en-
Em um paradigma mais antigo, o da Administração de Re- quanto os objetivos pessoais são voltados para os empregados.
cursos Humanos (ARH), as pessoas eram vistas como mais um As organizações recrutam e selecionam seus recursos huma-
recurso. Na Gestão de Pessoas, elas são vistas como parceiras, co- nos para, com eles e por meio deles, alcançarem objetivos orga-
laboradoras ativas. nizacionais. Entretanto, os indivíduos também têm objetivos pes-
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na soais que lutam para atingir e, muitas vezes, servem-se da organi-
organização também o subsistema técnico. A interação da gestão zação para consegui-los.
de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, en-
O modelo mais adequado para evitar possíveis conflitos de in-
volve alinhar objetivos organizacionais e individuais. As pessoas
teresses é a empresa procurar manter ambos os objetivos paralelos
precisam ter competência para realizar as atividades e entregas que
um ou outro. Quando ocorrem divergências entre estes objetivos a
possam contribuir com a organização, do contrário poderia haver
inúmeras consequências negativas nas mais diferentes áreas (fi- consequência direta é o fim do elo entre a empresa e o funcionário.
nanceira, por exemplo). É também por isso que a área de gestão de
pessoas sempre atua em parceria com outras áreas. OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS
• Sobrevivência
A Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos fundamen- • Crescimento Sustentado
tais: • Lucratividade
1. As pessoas como seres humanos: dotados de personalidade • Produtividade
própria, profundamente diferentes entre si, com uma história par- • Qualidade nos Produtos/Serviços
ticular e diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades, • Redução de Custos
destrezas e capacidades indispensáveis à adequada gestão dos re- • Participação no Mercado
cursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros • Novos Mercados
recursos da organização. • Novos Clientes
2. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos orga- • Competitividade
nizacionais: como elementos impulsionadores da organização e • Imagem no Mercado
capazes de dotá-la de inteligência, talento e aprendizados indis-
pensáveis à sua constante renovação e competitividade em um OBJETIVOS INDIVIDUAIS
mundo de mudanças e desafios. As pessoas como fonte de impulso • Melhores Salários
próprio que dinamiza a organização e não como agentes passivos, • Melhores Benefícios
inertes e estáticos. • Estabilidade no Emprego

Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
• Segurança no Trabalho A satisfação dessa exigência envolve atividades de treinamen-
• Qualidade de Vida no Trabalho to e desenvolvimento e também avaliações de desempenho para
• Satisfação no Trabalho propósitos de feedback, a fim de motivar as pessoas para o melhor
• Consideração e Respeito desempenho possível.
• Oportunidades de Crescimento Dentre os principais fatores que envolvem este tema, temos
• Liberdade para Trabalhar cinco que são de importância máxima para um bom clima orga-
• Liderança Liberal nizacional: divisão do trabalho, controle e avaliação, motivação,
liderança e comunicação.
• Orgulho da Organização
Divisão do Trabalho
Em relação ao seu quadro de empregados, os principais obje- Entre os princípios básicos que Fayol relacionou como forma
tivos de uma organização são: de complementar os estudos de Taylor, está o conceito de divisão
• proporcionar à empresa os recursos humanos mais ade- do trabalho, que, em linhas gerais, consiste na especialização de
quados ao seu funcionamento e as suas operações. todos os funcionários de uma organização, de forma a aumentar a
• proporcionar boas condições de trabalho e remuneração. produtividade e ampliar a eficiência de todos.
• proporcionar motivação para permanência dos emprega- A ideia básica era a de que as organizações com maior divi-
dos. são de trabalho seriam mais eficientes do que aquelas com pouca
• proporcionar ajustamento entre os objetivos da empresa divisão do trabalho.
e os objetivos pessoais dos empregados. Para a Teoria Clássica, a divisão do trabalho é essencial para a
razão da organização. Enquanto a Administração Científica preo-
A administração de recursos humanos tem assumido papel es- cupava-se com a divisão do trabalho no nível operário, a Teoria
tratégico e vital porque as organizações estão tentando transformar Clássica preocupava-se com a divisão dos departamentos, divi-
sões, seções etc., no nível gerencial.
seus recursos humanos em fonte de vantagem competitiva. Isto
Em qualquer organização é impossível definir atividades sem
quer dizer que ela não cuida somente da remuneração, da avaliação enquadrá-las em duas direções:
ou do treinamento das pessoas, mas do seu desenvolvimento como • Verticalmente: quando a hierarquia define a graduação das
um todo. Encarrega-se, especificamente de promover a integração responsabilidades (níveis de controle);
do trabalhador à organização, por meio da coordenação de interes- • Horizontalmente: em um mesmo nível hierárquico, cada de-
ses entre a empresa e a mão de obra disponível. partamento ou seção passa a ser responsável por uma atividade
Um bom desempenho das organizações está diretamente liga- específica e própria (níveis de especialização).
do às pessoas que nela trabalham. É importante ressaltar que a divisão do trabalho no sentido ho-
rizontal é chamada de departamentalização. Naquela época, quan-
Pessoas to mais departamentalizada a organização, mais eficiente ela seria.
As pessoas constituem simplesmente o início e o fim da admi-
nistração de recursos humanos. Cada pessoa pode ser considera- Planejamento e Sistema de Informação de RH
da como um fenômeno multidimensional, sujeito a influências de O principal objetivo de um Sistema de Informação Gerencial
(SIG) é auxiliar na tomada de decisões do administrador. Para isso,
uma enorme variedade de variáveis.
a informação deve ser colhida, processada e armazenada.
A tomada de decisão vem com o conhecimento oportuno ge-
São os fatores internos: rado pelo sistema de informação. Esse conhecimento é gerado por
• personalidade; meio de dados trabalhados. Segundo Chiavenato, dados são apenas
• aprendizagem; índices, uma manifestação objetiva, passível de análise subjetiva.
• motivação; Informações são dados classificados, armazenados e relacionados
• percepção; entre si que permitem gerar a própria informação, sendo ambas
• valores. necessitadas de processamento.

E os fatores externos: O Papel de Recursos Humanos nas Organizações


• ambiente; Para um melhor entendimento quanto à importância de Recur-
• organizacional; sos Humanos nas organizações, deve-se, primeiramente, entender
• regras e regulamentos; o caminho histórico e os principais conceitos básicos para a análise
das transformações ocorridas nesta área, além de entender o con-
• cultura;
texto no qual uma organização está inserida, seus processos e as
• política; suas pessoas.
• métodos e processos; Gestão de Pessoas é considerada como: a função gerencial que
• recompensas; visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o
• punições; alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais.
• grau de confiança. Constitui, a rigor, uma evolução das áreas designadas no pas-
sado como Administração de Pessoal, Relações Industriais e Ad-
Agora que também já entendemos sobre as particularidades ministração de RH. Essa expressão aparece no final do século XX
das pessoas, podemos, enfim, trabalhar com o conceito das pessoas e guarda similaridade com outras que também vêm popularizando-
nas organizações. Os conhecimentos e o desempenho dos empre- se, tais como Gestão de Talentos, Gestão de Parceiros e Gestão do
gados e administradores devem ser continuamente aperfeiçoados. Capital Humano.

Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Os principais desafios para a gestão de pessoas são: Choque de gerações - As gerações se diferenciam em carac-
terísticas, porém as competências podem e devem ser trabalhadas.
• Ambientais: as grandes revoluções tecnológicas e de co- Elas se ajustam ao que ocorre no meio ambiente. Os baby boo-
municação, globalização, ampliação do setor de serviços, diversi- mers, por exemplo, estão acostumados a hierarquias mais vertica-
ficação da força de trabalho e a ampliação do nível de exigência lizadas. A Geração Y não tende a fidelização. Para conter sua im-
do mercado. pulsividade é preciso identificar o que querem os jovens e ofertar
• Organizacionais: integração dos empregados à cadeia de algo adequado.
valor, competitividade, descentralização, terceirização e cultura Nesse caso, nem sempre a remuneração tem maior peso, mas
organizacional. sim, a liberdade, a autonomia, a criação, o respeito e o reconheci-
• Individuais: identificação do funcionário com a empresa, mento. O conflito de gerações reflete-se nos resultados das orga-
conduta ética, produtividade, segurança no emprego, qualidade de nizações. O embate ocorre quando não há qualquer planejamento
vida e manutenção dos talentos. por parte destas. Cada geração futura virá com características pró-
Os diferentes modelos e propostas de gestão de recursos hu- prias diferenciadas e um jeito distinto de olhar o mundo.
manos são resultados diretos da discussão e decisão dos líderes das Ambiente - Hoje, com a presença maciça dos jovens no mer-
organizações, definindo quais são os melhores modelos e práticas cado de trabalho, ambientes e benefícios diferenciados têm sido
que atenderão às necessidades da empresa e do seu negócio. uma expectativa e uma exigência da nova geração. Não são todas
Em uma forma geral, podem-se resumir os principais modelos as empresas que podem oferecer todos os benefícios pleiteados.
de gestão de Recursos Humanos da seguinte forma: Em um processo industrial, a maturação leva um pouco mais de
• Valorização do controle. tempo. O setor de prestação de serviços e das empresas de tecnolo-
• Função centralizada. gia da informação e da comunicação tem mais facilidade em criar
• Função de baixo nível hierárquico. ambientes propícios à liberdade e à criatividade.
• Administração burocrática dos contratos (aspectos legais). Papel dos Recursos Humanos - A área de Recursos Humanos
• Valorização dos objetivos estratégicos da organização.
precisa sair do operacional para assumir uma cadeira nas decisões
• Ser humano como fonte de potencialidades (recurso estra-
estratégicas. Deve participar opinando e mostrando alternativas
tégico).
de preparação dos profissionais. Antes disso, é preciso estar mais
• Responsabilidade Pessoal.
próximo dos clientes internos para acompanhar mudanças, expec-
• Valorização do desenvolvimento gerencial.
tativas e identificar quem pode fazer parte de um plano de carreira
• Responsabilidades delegadas aos gerentes.
e de desenvolvimento.
• Técnicas modernas para administrar recursos.
O modelo estratégico de Administração de Recursos Huma- O profissional de RH precisa ser muito antenado, versátil e
nos consiste em valorizar e atender aos objetivos estratégicos da flexível para atender às necessidades internas e as de mercado. O
organização, atuando como área prestadora de serviços às gerên- desafio das empresas é a estruturação de um processo de carreira,
cias, prestando assessoria no desenvolvimento de normas, proce- tanto horizontal quanto vertical. As pessoas devem começar a ser
dimentos e políticas que visam à valorização e desenvolvimento valorizadas pelas entregas, inovações e projetos que fazem e não
dos clientes internos. mais só pela posição que ocupam.
Trabalho além fronteiras  - há muitas empresas brasileiras
A empresa que adota estes conceitos em todos os seus níveis em processo de internacionalização, expandindo operações para
tem como resultado um clima favorável, motivador e participativo, o Mercosul, Ásia, Europa e Estados Unidos. Esse processo requer
fazendo com que indivíduos tenham espaço para atuarem como profissionais especialmente treinados e preparados que ocupem es-
agentes de transformação.1 tes cargos-chave para gerir os negócios em outros países.
O movimento mostra que as empresas brasileiras estão no ca-
Desafios minho certo e são competitivas. Para os profissionais, o avanço ao
Retenção de talentos - Para manter e reter um talento, a em- mercado global é uma oportunidade de fazer uma carreira interna-
presa deve se valer de instrumentos de identificação de poten- cional e desenvolver competências; para as empresas, uma forma
ciais. Esse é o primeiro passo para investir no desenvolvimento de atingir vantagem competitiva.
ou aprimoramento de pessoas. As empresas mais desejadas pelos
profissionais são as que fazem um processo de gestão de pessoas Características
planejado. A montagem de um banco de talentos, no qual estas são A Gestão de Pessoas é caracterizada pela:
preparadas para assumir posições-chave é um caminho. participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimen-
Essa alternativa pode ser combinada com um planejamento to do bem mais precioso de uma organização que é o capital huma-
estratégico que indicará que tipo de pessoas serão necessárias a no que nada mais são que as pessoas que a compõem.
médio e a longo prazo. O uso dessas táticas diferenciadas distingue Cabe a área de gestão de pessoas a função de humanizar as
claramente as empresas que estão sempre na vanguarda, onde o empresas. A gestão de pessoas é um assunto tão atual na área de
talento da casa consolida e abre novos mercados com inovações, administração, mas que ainda é um discurso para muitas organi-
enquanto outras correm atrás na tentativa de recuperar o profissio- zações, ou seja, em muitas delas ainda não se tornou uma ação
nal e o espaço perdido. pratica.
É preciso dar contrapartidas para reter os colaboradores, o que Atualmente nas relações de trabalho vem ocorrendo mudan-
se faz buscando alternativas para oferecer o que os jovens estão ças conforme as exigências que o mercado impõe ou na forma de
buscando. As redes sociais ampliaram muito as informações, le- gerir pessoas. Devido a isto, pode-se observar uma importante mu-
vando-os a identificar mais oportunidades no mercado de trabalho. dança nos modelos de gestão, e neste processo o de “gestão de pes-
1 Texto adaptado de Juliana Godoy / Helton soas” para que possam alcançar o nível de competência desejado.

Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Participação:
As pessoas são capazes de conduzir a organização ao sucesso. As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Pa-
Com a participação as pessoas fazem investimentos como esforço, trimoniais
dedicação e responsabilidade, na esperança de retorno por meio de 1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.
incentivos financeiros, carreira, etc. 2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar ou-
Capacitação: Pessoas com competências essenciais ao suces- tras áreas da Organização. Busca pela eficácia.
so organizacional. A construção de uma competência é extrema- 3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender
mente difícil, leva tempo para o aprendizado e maturação. bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade.
Envolvimento:
A pessoa que agrega inteligência ao negócio da organização a Visão Operacional e Visão Estratégica
torna competitiva, isto significa, saber criar, desenvolver e aplicar Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a ativi-
as habilidades e competências na força de trabalho. dades específicas. Melhorar algo que já existe.
Desenvolvimento: Construir e proteger o mais valioso patri- Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de
mônio da organização é preparar e capacitar de forma contínua as um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance
pessoas. O trabalho deve estar adequado às suas competências de de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de
forma balanceada. maneira interrelacional.
Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do au-
tor era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das
NOÇÕES SOBRE ADMINISTRAÇÃO DE ações dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de
MATERIAIS E PATRIMÔNIO. são recompensados pela Organização. Na moderna interpretação
da Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de traba-
lhar investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, pode-
remos não só garantir a sustentabilidade da Organização para os
diversos invernos como, também, fazê-los em Paris.
Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou
Historicamente, a administração de recursos materiais e patri-
de forma efetiva, riqueza.
moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio-
nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada
Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que pla-
de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na
neja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômi-
melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores
cas, o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e
e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade
comprar até a entrega do produto terminado para o cliente.
para a organização e maior satisfação dos clientes.
É um sistema integrado com a finalidade de prover à adminis-
tração, de forma contínua, recursos, equipamentos e informações A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estra-
essenciais para a execução de todas as atividades da Organização. tégica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e
não baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégi-
Evolução da Administração de Recursos Materiais e Pa- ca a Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser
trimoniais conhecida por LOGISTICA.
A evolução da Administração de Materiais processou-se em
várias fases:
• A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da
empresa, pois comprar era a essência do negócio;
• Atividades de compras como apoio às atividades produ-
tivas se, portanto, integradas à área de produção;
• Condenação dos serviços envolvendo materiais, come-
çando com o planejamento das matérias-primas e a entrega de
produtos acabados, em uma organização independente da área
produtiva;
• Agregação à área logística das atividades de suporte à
área de marketing.

Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente


de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a
Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-pri-
ma, porém não haja excedentes.
Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas
fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de
produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administra-
ção de Materiais tem como função principal o controle de produ-
ção e estoque, como também a distribuição dos mesmos.

Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Sendo assim:

VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA


EFICIENCIA EFETIVIDADE
ESPECIFICA SISTEMICA
QUANTITATIVA QUANTITATIVA E QUALTAITIVA
MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO
QUANTO QUANDO

Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais


1. Qualidade do material;
2. Quantidade necessária;
3. Prazo de entrega
4. Preço;
5. Condições de pagamento.

 Qualidade do Material
O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua aceitação dentro e fora da empresa (mercado).
 Quantidade
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades da produção e estoque, evitando a falta de material para o abastecimento
geral da empresa bem como o excesso em estoque.
 Prazo de Entrega
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendimento aos consumidores e evitar falta do material. 
 Menor Preço
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posição da concorrência no mercado, proporcionando à empresa um lucro
maior.
 Condições de pagamento
Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha maior flexibilidade na transformação ou venda do produto.

Diferença Básica entre Administração de Materiais e Administração Patrimonial


A diferença básica entre Administração de Materiais e Administração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a distribui-
ção ao consumidor externo e a área patrimonial é responsável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a conservação e
manutenção de bens.

A Administração de Materiais é portanto um conjunto de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou
não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições. Tais ativida-
des abrangem desde o circuito de reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o fornecimento dos
mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de estoques etc.
A Administração de Materiais destina-se a dotar a administração dos meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao
funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo.
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do momento
oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providência do suprimento
após esse momento poderá levar a falta do material necessário ao atendimento de determinada necessidade da administração.
São tarefas da Administração de Materiais:
 Controle da produção;
 Controle de estoque;
 Compras;
 Recepção;
 Inspeção das entradas;
 Armazenamento;
 Movimentação;
 Inspeção de saída
 Distribuição.

Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten- A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili-
dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza- zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização
ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar
atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção, e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino-
aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for- logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida
mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação e formato.
• Codificação
de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com
É a apresentação de cada item através de um código, com as
o serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à na-
informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou
tureza dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armaze-
etc.), ou do tipo de demanda, estocagem, etc. nados no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande.
Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma, Em função de uma boa classificação do material, poderemos partir
dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar con- para a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as infor-
fusão, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo mações necessárias, suficientes e desejadas por meios de números
que seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A clas- e/ou letras. Os sistemas de codificação mais comumente usados
sificação, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de ma- são: o alfabético (procurando aprimorar o sistema de codificação,
terial ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos químicos passou-se a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfa-
poderão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos en- numérico e numérico, também chamado “decimal”. A escolha do
tre si. Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo sistema utilizado deve estar voltada para obtenção de uma codifi-
segundo critérios adotados, agrupando-o de acordo com a seme- cação clara e precisa, que não gere confusão e evite interpretações
lhança, sem, contudo, causar confusão ou dispersão no espaço e duvidosas a respeito do material.. Este processo ficou conhecido
alteração na qualidade. como “código alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codi-
O objetivo da classificação de materiais é definir uma cata- ficação está a de afastar todos os elementos de confusão que por-
logação, simplificação, especificação, normalização, padronização ventura se apresentarem na pronta identificação de um material.
e codificação de todos os materiais componentes do estoque da O sistema classificatório permite identificar e decidir priori-
dades referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão
empresa.
de estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da
O sistema de classificação é primordial para qualquer Depar-
empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate-
tamento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle riais.
eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas
correto do almoxarifado. características: ser abrangente, flexível e prático.
O princípio da classificação de materiais está relacionado à: • Abrangência: deve tratar de um conjunto de caracterís-
• Catalogação ticas, em vez de reunir apenas materiais para serem classificados;
A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação • Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos
de materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um con- tipos de classificação de modo que se obtenha ampla visão do ge-
junto de dados relativos aos itens identificados, codificados e ca- renciamento do estoque;
dastrados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas • Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.
da empresa. Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diver- uma divisão que norteie os vários tipos de classificação.
sidade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de
de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a materiais.
simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simpli- Para o autor Viana os principais tipos de classificação são:
ficarmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos • Por tipo de demanda
as despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos • materiais críticos
• perecibilidade
com capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para
• quanto à periculosidade
que haja a normalização. Ao requisitar uma quantidade desse ma-
• possibilidade de fazer ou comprar
terial, o usuário irá fornecer todos os dados (tipo de capa, número • tipos de estocagem
de folhas e formato), o que facilitará sobremaneira não somente • dificuldade de aquisição
sua aquisição, como também o desempenho daqueles que se ser- • mercado fornecedor.
vem do material, pois a não simplificação (padronização) pode
confundir o usuário do material, se este um dia apresentar uma • Por tipo de demanda: A classificação por tipo de de-
forma e outro dia outra forma de maneira totalmente diferente. manda se divide em materiais não de estoque e materiais de esto-
• Especificação que. Materiais não de estoque: são materiais de demanda impre-
Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do visível para os quais não são definidos parâmetros para o ressu-
material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor primento. Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja,
entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de a inexistência de regularidade de consumo faz com que a compra
material a ser requisitado. desses materiais somente seja feita por solicitação direta do usuá-
• Normalização rio, na ocasião em que isso se faça necessário. O usuário é que
solicita sua aquisição quando necessário. Devem ser comprados

Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
para uso imediato e se forem utilizados posteriormente, devem fi-
car temporariamente no estoque. A outra divisão são os Materiais
de estoques: são materiais que devem sempre existir nos estoques
para uso futuro e para que não haja sua falta são criadas regras
e critérios de ressuprimento automático. Deve existir no estoque,
seu ressuprimento deve ser automático, com base na demanda pre-
vista e na importância para a empresa.
Os materiais de estoque se subdividem ainda; Quanto à apli-
cação, Quanto ao valor de consumo e Quanto à importância ope-
racional.
• Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produti-
vos que compreendem todo material ligado direta ou indiretamen-
te ao processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos
e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do proces-
Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é
so produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
como materiais em processamento que estão sendo processados ao uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes,
longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque porque já desnecessária. É conveniente que os itens mais importantes, se-
não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque ainda gundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos impor-
não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já pron- tantes. Assim, economiza-se tempo e recursos.
tos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em manuten- Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o
ção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais processo em 6 etapas a seguir:
não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa. 1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques
Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para
diversos setores da empresa. cada um deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o
• Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a efi- custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mar-
cácia na gestão de estoque é necessário que se separe de forma k-up, etc.
clara, aquilo que é essencial do que é secundário em termos de 2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são:
valor de consumo. Para fazer essa separação nós contamos com quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com
uma ferramenta chamada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela esses dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a
determina a importância dos materiais em função do valor expres- quantidade pelo custo unitário.
so pelo próprio consumo em determinado período. Curva ABC é 3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é
um importante instrumento para se examinar estoques, permitindo preciso organizá-los em ordem decrescente de valor, como mostra
a identificação daqueles itens que justificam atenção e tratamento a tabela a seguir:
adequados quanto à sua administração. Ela consiste na verificação,
em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do
consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque,
para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de
importância.
Os materiais são classificados em:
- Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser tra-
balhados com uma atenção especial pela administração. Os dados
aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor mone-
tário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são
orientativos e não são regra).
- Classe B: São os itens intermediários que deverão ser trata-
dos logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são
os segundos em importância. Os dados aqui classificados corres-
pondem em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no
máximo 30% dos itens estudados (esses valores são orientadores
e não são regra).
- Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de
movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gera-
rem custo de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após
todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral,
somente 5% do valor monetário total representam esta classe, po-
rém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores
são orientadores e não são regra).
A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques,
para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de
prioridades, para a programação da produção.

Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo

Custo total Ordem


Item Quant. Média em estoque (A) Custo unitário (B)
(A x B)
Unidades R$/unid. R$
Apontador 5 2.000,00 10.000,00 3º
Bola 10 70,00 700,00 10º
Caixa 1 800,00 800,00 9º
Dado 100 50,00 5.000,00 5º
Esquadro 5000 1,50 7.500,00 4º
Faca 800 100,00 80.000,00 1º
Giz 40 4,00 160,00 11º
Herói 50 20,00 1.000,00 8º
Isqueiro 4 30,00 120,00 12º
Jarro 240 150,00 36.000,00 2º
Key 300 7,50 2.250,00 6º
Livro 2000 0,60 1.200,00 7º
TOTAL 144.730,00

4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumulado
e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.

Ordem Item Quant. Média em Custo unitário Custo total (A Custo total Percentuais
estoque (A) (B) x B) acumulado %
Unidades R$/unid. R$
1º Faca 800 100,00 80.000,00 80.000,00 55,3
2º Jarro 240 150,00 36.000,00 116.000,00 80,1
3º Apontador 5 2.000,00 10.000,00 126.000,00 87,1
4º Esquadro 5000 1,50 7.500,00 133.500,00 92,2
5º Dado 100 50,00 5.000,00 138.500,00 95,7
6º Key 300 7,50 2.250,00 140.750,00 97,3
7º Livro 2000 0,60 1.200,00 141.950,00 98,1
8º Herói 50 20,00 1.000,00 142.950,00 98,8
9º Caixa 1 800,00 800,00 143.750,00 99,3
10º Bola 10 70,00 700,00 144.450,00 99,8
11º Giz 40 4,00 160,00 144.610,00 99,9
12º Isqueiro 4 30,00 120,00 144.730,00 100,0
TOTAL 144.730,00

5º) Construir a curva ABC


Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total
acumulado.

Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola,
Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C
(sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais
rentável para a empresa do nosso exemplo.
• Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se
obter o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.
Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem
colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais
classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em
curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas, ao
ambiente ou ao patrimônio da organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode ser
adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente?.
Ainda em relação aos tipos de materiais temos;
• Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o
risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto,
sujeitos ao controle de obsolescência.

Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
A quantidade de material cadastrado como material crítico Suas atividades básicas são: analisar ordem de pedido, buscar
dentro de uma empresa deve ser mínimo. melhores preços, encontrar fornecedores certos, fontes de forneci-
Os materiais são classificados como críticos segundo os se- mentos, novos materiais, novos mercados e assim por diante.
guintes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material Compras dependem de sistemas de gestão moderna e com uso
importado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de de tecnologia, são fontes geradoras de benefícios e de lucros para
difícil obtenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de as empresas. Compra deve trabalhar com pesquisa constante em
materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de todo seu envolvimento. Podemos ressaltar as seguintes ações;
transporte; Críticos por problemas de armazenagem ou transporte Suprimentos e de Apoio.
de materiais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou Ações de suprimento: Solicitação de compras; Coleta de pre-
grandes dimensões; Críticos por problema de previsão, por ser di- ços; Análise dos preços; Pedido de Compras; Acompanhamento
fícil prever seu uso; Críticos por razões de segurança de materiais do pedido.
de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção. Ações de apoio: Desenvolvimento de fornecedores; Desen-
• Perecibilidade: Os materiais também podem ser classi- volvimento de novos materiais; Qualificação de fornecedores; Ne-
ficados de acordo com a possibilidade de extinção de suas proprie-
gociação Solicitação de Compras. É o documento que contém as
dades físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na
informações sobre o que comprar. Pode ser originado por vários
classificação; assim, quando a empresa adquire um material para
setores, dependendo do tipo de material: Material processo de fa-
ser usado em um período, e nesse período o consumo não ocorre,
sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a bricação (matéria-prima, material de manutenção e material auxi-
estocagem por longos períodos. Ex. alimentos, remédios; liar) – Estoque; Material de uso específico do solicitante, originado
• Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação per- nos setores funcionais da empresa.
mite a identificação de materiais que devido a suas características O Objetivo da função de compras: Apesar da variedade de
físico-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, compras que uma empresa realiza, há alguns objetivos básicos da
transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis. atividade de compras, que são válidos para todos os materiais e
• Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação serviços comprados. Materiais e serviços podem: Ser da qualidade
visa determinar quais os materiais que poderão ser recondiciona- certa; Ser entregues rapidamente, se necessário; Ser entregues no
dos, fabricados internamente ou comprados: momento certo e na quantidade correta; Ser capazes de alteração
- Fazer internamente: fabricados na empresa; em termos de especificação, tempo de entrega ou quantidade (fle-
- Comprar: adquiridos no mercado; xibilidade); Ter preço correto.
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; Um aspecto das compras a ser analisado periodicamente diz
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos respeito aos tipos de produtos ou mercadorias que se compra. Nas
a análise de custos. empresas industriais a análise é fácil de fazer, pois o que define os
• Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classifica- tipos de matérias-primas e insumos a serem adquiridos são as li-
dos em materiais de estocagem permanente e temporária. nhas de produtos fabricados pela empresa. Nas firmas prestadoras
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis de serviços, também é simples analisar e avaliar o que está sendo
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. comprado, pois os produtos são definidos em função dos tipos de
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri- serviços prestados pela empresa. Já na empresa comercial, analisar
mento, ou seja, é um material não de estoque. que tipos de mercadorias estão sendo compradas é uma questão
• Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser clas- difícil e complexa. De um modo geral, podemos classificar as mer-
sificados por suas dificuldades de compra em materiais de difícil cadorias de uma empresa comercial em três tipos, de acordo com a
aquisição e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem rotatividade de seus estoques: Mercadorias de alto giro; Mercado-
advir de: Fabricação especial: envolve encomendas especiais com rias de médio giro; Mercadorias de baixo giro.
cronograma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca
As mercadorias de alto giro são aquelas destinadas a provocar
oferta no mercado e pode colocar em risco o processo produtivo;
tráfego no salão de vendas. Esse tipo de mercadoria quase sempre
Sazonalidade: há alteração da oferta do material em determinados
dá pouco lucro, mas exerce um efeito de atração da clientela. Num
períodos do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência
de um único fornecedor; Logística sofisticada: material de trans- bar, por exemplo, são aquelas que ficam bem à vista do freguês:
porte especial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer cigarro, fósforo, chicletes, balinhas etc.
entraves burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos ex- As mercadorias de médio e baixo giro são aquelas que apre-
ternos. sentam uma rotação de estoque mais lenta. Permitem taxas de mar-
• Mercado fornecedor: Esta classificação está intima- cação mais elevadas para compensar a demora de suas saídas.
mente ligada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais Como pode ser observado, para analisar se o que você está
do mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; Ma- comprando para vender no varejo são os tipos de mercadorias
teriais do mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; ideais para o seu ramo de atividade, tem-se, obrigatoriamente, de
Materiais em processo de nacionalização: materiais aos quais es- levar em consideração a rotatividade dos seus estoques, utilizando
tão desenvolvendo fornecedores nacionais. o seguinte roteiro: Agrupamento das mercadorias de acordo com
a sua frequência de saída (alta, média ou baixa rotatividade); Le-
COMPRAS: vantamento dos custos das mercadorias em estoque, por grupos,
de acordo com o seu giro; Somatório dos valores encontrados nos
O sistema de compras baseia-se em uma ação que envolve grupos de mercadorias; Cálculo do percentual correspondente a
atividades de pesquisas para a melhor adequação dos objetivos or- cada grupo, em relação ao somatório; Análise dos percentuais en-
ganizacionais. contrados.

Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
ORGANIZAÇÃO DO SETOR DE COMPRAS.
Os princípios básicos da organização de compras constituem-se de normas fundamentais assim consideradas: autoridade para compra;
registro de compras; registro de preços; registro de estoques e consumo; registro de fornecedores; arquivos e especificações; arquivos de
catálogos.
Completando a organização, podemos incluir como atividades típicas da seção de compras:
1. Pesquisa dos fornecedores: estudo do mercado; estudo dos materiais; análise dos custos; investigação das fontes de fornecimento;
inspeção das fábricas dos fornecedores; desenvolvimento de fontes de fornecimento; desenvolvimento de fontes de materiais alternativos.
2. Aquisição: conferência de requisições; análise das cotações; decidir comprar por meio de contratos ou no mercado aberto; entre-
vistar vendedores; negociar contratos; efetuar as encomendas de compras; acompanhar o recebimento de materiais.
3. Administração: manutenção de estoques mínimos; transferências de materiais; evitar excessos e obsolescência de estoque; padro-
nizar o que for possível.
4. Diversos: fazer estimativa de custo; dispor de materiais desnecessários, obsoletos ou excedentes; cuidar das relações comerciais
recíprocas.
Além das atividades típicas dentro da organização de compras, outras responsabilidades poderão ser partilhadas com outros setores:
determinação do que fabricar ou comprar; padronização e simplificação; especificações e substituições de materiais; testes comparativos;
controle de estoques; seleção de equipamentos de produção; programas de produção independentes da disponibilidade de materiais.
É lógico que esses não são completos, pois variam de empresa para empresa, devendo adaptar-se ao tipo de organização de cada uma.
Normalmente as grandes empresas envolvem várias fábricas; quase sempre enquadram-se nesses casos as multinacionais. O volume de
operações de compras, dependendo do empreendimento, pode alcançar quantidades apreciáveis; nesses casos é necessário saber se todas as
compras da organização devem ser feitas em um ponto centralizado, ou estabelecer-se em seções de compras separadas para cada fábrica
ou divisão operacional. Ambos os métodos poderão ser empregados. As razões para se estabelecer a descentralização das compras podem
ser assim resumidas: distância geográfica; tempo necessário para a aquisição de materiais; facilidade de diálogo.
A centralização completa das compras reúne certas vantagens, conforme podemos verificar: oportunidade de negociar maiores quanti-
dades de materiais; homogeneidade da qualidade dos materiais adquiridos; controle de materiais e estoques.
A organização de compras por divisão de grupos é funcional quando as seções são de tamanho moderado e quando tais atribuições são
entregues a compradores individuais. Os itens de cada grupo são especificados de acordo com a origem, necessidade e valor do material. A
figura a seguir mostra um organograma de uma seção de compras.

Didatismo e Conhecimento 31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
ETAPAS DO PROCESSO.

As Etapas do processo de compra são as seguintes:


1) Coleta de Preços: Documento de registro da pesquisa de preços que fazemos em função de ter recebido a solicitação de compra dos
fornecedores que temos aprovado para este material específico. Nele anotamos os dados recebidos dos fornecedores.
2) Pedido de Compras: É o contrato formal entre a empresa e o fornecedor, deverá representar todas as condições estabelecidas nas
negociações. No pedido deverá constar: preço unitário e total, condições de fornecimento, prazo de entrega, condições de pagamento, espe-
cificações técnicas do fornecimento, embalagens e transporte.
3) Acompanhamento do Pedido: Conhecido como follow-up, é o procedimento para manter sob controle todos os pedidos, até o mo-
mento em que ele é liberado para o processo de nossa empresa. Sua finalidade é evitar atrasos, problemas para o cliente na entrega do pedido.
4) Desenvolvimento de fornecedores: É o procedimento que possibilita à empresa selecionar os futuros fornecedores sendo os melhores
fornecedores do mercado e que tenham condições de atender a todas especificações e exigências da empresa.
5) Desenvolvimento de novos materiais: É o procedimento que possibilita à empresa pesquisar e selecionar novos materiais ou ma-
teriais alternativos o principal objetivo é estabelecer alternativas econômicas ou técnicas para melhorar o desempenho dos produtos no
mercado. Baseando-se em especificações e parâmetros fornecidos pelo mercado ou pela engenharia.
6) Qualificação de fornecedores: É responsabilidade da área de engenharia; a área de compras tem um a função de ligação entre o for-
necedor e a engenharia, ou seja, pesquisa de mercado.
7) Negociação: É um procedimento de relacionamento entre a empresa e o fornecedor , quando ambas as partes ganham, esse procedi-
mento é fácil não cria conflito entre as partes, é um importante elemento de fortalecimento dos laços de interesses, de melhorias contínuas
e principalmente de aumento dos lucros para ambas empresas.
Compras e Desenvolvimento de Fornecedores: A atividade de compras é realizada no lado do suprimento da empresa, estabelecendo
contratos com fornecedores para adquirir materiais e serviços, ligados ou não à atividade principal.
Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus fornecedores. Para serem eficazes, precisam compreender tanto
as necessidades de todos os processos da empresa, como as capacitações dos fornecedores que podem fornecer produtos e serviços para a
organização. A figura abaixo demonstra as etapas da interação empresa/fornecedor:

Didatismo e Conhecimento 32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
A compra interfere diretamente nas vendas. A qualidade, PERFIL DO COMPRADOR.
quantidade, preço e prazo dos produtos fabricados numa indústria O comprador é um elemento experiente e a função é tida e
dependem muito das condições em que foram adquiridos os insu- reconhecida como uma das mais importantes em uma empresa. O
mos e as matérias-primas. No comércio, as compras de mercado- padrão atual exige que um comprador tenha ótimas qualificações e
rias realizadas em melhores condições proporcionam venda mais esteja preparado para usá-las em todas as ocasiões. Para conduzir
rápida e, possivelmente, com maior margem de lucro. eficazmente suas compras, deve demonstrar conhecimentos am-
A gestão de compras é tida como um fator estratégico nos ne- plos das características dos produtos, dos processos e das fases de
gócios. Comprar significa procurar, adquirir e receber mercadorias fabricação dos itens comprados. Deve estar preparado para discutir
e insumos necessários à manutenção, funcionamento e expansão em igual nível de conhecimento com os fornecedores.
da empresa. As compras são responsáveis por uma margem de O comprador ideal deve saber ouvir atentamente os argumen-
50% a 80% dos gastos da empresa e, portanto, causa grande im- tos apresentados pelo vendedor, para depois agir sensatamente.
pacto nos lucros. Muitas vezes as razões e opiniões apresentadas pelo vendedor
poderão ser bem contra-argumentadas, levando a negociação a re-
MODALIDADES DE COMPRA. presentar um benefício para a empresa. Assim, uma agressividade
É muito importante refletir sobre como a empresa desenvolve bem orientada, por firmeza de convicções leva a um bom termo
suas compras. Vejamos quais são as modalidades de compras mais uma negociação que, à primeira vista, poderia parecer de resultado
utilizadas: inglório.
• Compras de emergência – realizadas às pressas para Outra característica do com comprador é estar perfeitamente
atender uma necessidade surgida de surpresa. Isso é desvantajoso identificado com a política e os padrões de ética definidos pela em-
porque reduz seu poder de negociação com o fornecedor e a com- presa, como, por exemplo, a manutenção do sigilo nas negociações
petitividade da empresa no mercado. As compras de emergência que envolvam mais de um fornecedor ou até mesmo quando um
só está envolvido.
ocasionam aquisição de mercadorias com preços altos e rupturas
Compradores com boa qualificação profissional fornecem às
no estoque, além da paralisação da unidade, motivado por falta
empresas condições de fazer bons negócios; daí vem a maior res-
de controle por parte de quem requisita ou compra. Assim, para
ponsabilidade, constituindo o comprador uma força vital, que faz
reduzir ou anular as compras de emergência, a empresa deve esta-
parte da própria vida da empresa, pois o objetivo é comprar bem e
belecer controle de estoque adequado.
eficientemente, e com isso atender aos objetivos de lucro, uma vez
• Compras especulativas – são feitas para especular com
que o departamento de compras é, em igualdade de condições com
possível alta de preços, geralmente antes da necessidade se apre-
outras áreas, um centro de lucro. E será mais ainda um centro de
sentar. Esta modalidade é perigosa, pois além de comprometer o
lucro quando os fornecedores forem encorajados a enfrentar novas
capital de giro pode acarretar prejuízos para a empresa, se não ideias e novos projetos, dispondo-se a aproveitar a oportunidade
acontecer a alta de preços prevista. de fazerem novos negócios.
• Compras contratadas – realizadas por meio de contra- As atividades de compras nas pequenas empresas, geralmen-
tos que preveem a entrega dos produtos em épocas preestabeleci- te são funções exercidas pelo proprietário. De qualquer modo o
das. Esta modalidade é muito utilizada na indústria, para forneci- encarregado de compras – seja ele o próprio dono ou um funcio-
mento de matéria-prima e no comércio, para mercadorias espe- nário – deve conhecer e seguir algumas regras básicas ao bom
ciais, modelos exclusivos ou produtos novos não lançados ainda desempenho de suas funções: Ele conhece bem o mercado? Ele
no mercado. conhece bem os estoques da empresa? Ele conhece o orçamento
• Compras de reposição – compras realizadas para adqui- da empresa? Ele é cauteloso? Ele acompanha permanentemente
rir mercadorias que apresentam comportamento estável de vendas. os pedidos? Ele faz os pedidos por escrito? Ele é atualizado? Ele
É muito utilizada no comércio, principalmente em supermercados, possui requisitos para desenvolver suas tarefas (responsabilidade;
onde os produtos de primeira necessidade (pão, leite, arroz, feijão, paciência; habilidade no trato com pessoas; bom senso e iniciativa;
outros produtos alimentícios) e produtos de higiene e limpeza pes- capacidade para se comunicar; senso de organização; boa memó-
soal (sabonete, pasta de dentes e outros) apresentam um comporta- ria; gosto pela leitura)?
mento de vendas equilibrado, durante o ano todo.
A compra pode ser feita em empresas atacadistas ou em gran- CADASTRO DE FORNECEDORES.
des varejistas. Mas no momento em que você começa a analisar Um dos documentos primordiais do Departamento de Com-
mais profundamente esta questão, vai notar que não é tão fácil pras é o Cadastro de Fornecedor e a Ficha de Material, quando
definir quais os fornecedores que apresentam todas as condições então existem condições de escolher o fornecedor ou prováveis
necessárias: se o preço de aquisição é justo e oferece condições de fornecedores de determinado material. Através deste cadastro é
marcar um preço de venda que permita concorrer no mercado e, que se realizará a seleção dos fornecedores que atendam a quatro
ao mesmo tempo, obter uma boa margem de lucro; se a qualidade condições básicas de uma boa compra: preço, prazo, qualidade e
dos produtos oferecidos tem a perfeição do acabamento exigida condições de pagamento.
pelo consumidor; se a quantidade oferecida é suficiente para as Toda empresa deve possuir um bom cadastro, onde são regis-
necessidades de produção e vendas de um determinado período; tradas as informações necessárias sobre os fornecedores (endere-
se os prazos de entrega satisfazem as programações de vendas da ço, número do CNPJ, número da inscrição, objetivos sociais, pes-
empresa; se os prazos de pagamento cobrem os prazos médios de soas para contato, linhas de produtos ou mercadorias, prazo médio
vendas e não comprometem o capital de giro próprio. de entrega, condições de pagamento, política de descontos etc.).

Didatismo e Conhecimento 33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
O setor de compras deve possuir dois tipos de cadastro, um A logística de manufatura:
por fornecedor e outro por tipo de material, dos quais apresenta- A logística de manufatura é a atividade que administra a mo-
mos modelos. O cadastro de fornecedor reúne fichas de diversos vimentação para abastecer os postos de conformação e montagem,
fornecedores, especificando os materiais que fabricam, ou que re- segundo ordens e cronogramas estabelecidos pela programação da
presentam; o cadastro de material são fichas em que se identificam produção. Desovas das peças conformadas como semiacabados e
os fornecedores aprovados dos quais se pode adquirir. A necessida- componentes, armazenamento nos almoxarifados de semiacaba-
de desses dois cadastros é devida a situações em que o comprador dos. Deslocamento dos produtos acabados no final das linhas de
desconhece o fornecedor de determinado produto; nesse ele deve montagem para os armazéns de produtos acabados.
consultar o cadastro de material.
Uma excelente fonte de informação sobre a performance do A logística organizacional:
fornecedor é também acompanhar as suas entregas, tendo como A logística organizacional é a logística dentro de um sistema
finalidade registrar as compras efetuadas, os recebimentos, as de- organizacional, em função da organização, planejamento, contro-
voluções, as alterações de preço e condições de pagamento, os le e execução do fluxo de produtos, desde o desenvolvimento e
cancelamentos e as alterações de prazos de entrega. aquisição até produção e distribuição para o consumidor final, para
atender às necessidades do mercado a custos reduzidos e uso mí-
Textos adaptados de: Geronimo Mendes / Wagner Rabello Jr/ nimo de capital.
José Benedito Regina, Epa – Evolução Do Pensamento Adminis-
trativo/ Heidy Ruth De Oliveira -, Brasil Da Caliper Estratégias A Logística Reversa:
Humanas/Marcos Antonio Benetti/ Elisabete Moreira/Rogerio Um outro fator importante que surgiu com a evolução da lo-
Araujo /Vinicius Oliveira Ribeiro/ Carlos Ramos/Elisabete Mo- gística foi a Logística Reversa, que é a área da logística empresa-
reira rial associada a retornos de produtos, reciclagem, substituição de
materiais, reutilização de materiais, descarte de resíduos e refor-
mas, reparos e remanufatura.
LOGÍSTICA: CONCEITO, EVOLUÇÃO,
DIMENSÃO, PROCESSO LOGÍSTICO, Áreas da Logística:
TRANSPORTE. A evolução da logística empresarial tem início a partir de
1980, com as demandas decorrentes da globalização, alteração
estrutural da economia mundial e desenvolvimento tecnológico,
tendo como consequência a segmentação da logística empresarial
Logística é o processo de planejar, implementar e controlar em três grandes áreas: Administração de materiais:
o fluxo e armazenagem, eficaz e eficiente em termos de custos, Administração de materiais: que é o conjunto de operações
de matérias-primas, materiais em elaboração e produtos acabados, associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a fonte de
bem como as Informações correlatas, desde o ponto de origem até matéria-prima até a entrada na fábrica; em resumo é “disponibili-
o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos zar para produção”; sendo que participam desta área os setores de:
clientes. Suprimentos, Transportes, Armazenagem e Planejamento e Con-
trole de Estoques.
Logística: é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abasteci-
mento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamen- Movimentação de materiais:
to eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semiacaba- Movimentação de materiais: transporte eficiente de produtos
dos e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas acabados do final de linha de produção até o consumidor; sendo
desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito que fazem parte o PCP (Planejamento e Controle da Produção),
de atender às exigências dos clientes. Estocagem em processo e Embalagem.
Dentro da logística integrada temos que fazer uma diferencia-
ção entre as variantes da logística: Distribuição física:
Distribuição física: que é o conjunto de operações associadas
A logística de abastecimento: à transferência dos bens objeto de uma transação desde o local
A logística de abastecimento é a atividade que administra o de sua produção até o local designado no destino e no fluxo de
transporte de materiais dos fornecedores para a empresa, o descar- informação associado, devendo garantir que os bens cheguem ao
regamento no recebimento e armazenamento das matérias primas destino em boas condições comerciais, oportunamente e a preços
e concorrentes. Estruturação da modulação de abastecimento, em- competitivos; em resumo é “tirar da produção e fazer chegar ao
balagem de materiais, administração do retorno das embalagens e cliente”. Participam os setores de Planejamento dos Recursos da
decisões sobre acordos no sistema de abastecimento da empresa. Distribuição, Armazenagem, Transportes e Processamento de Pe-
dido.
A logística de distribuição:
A logística de distribuição é a administração do centro de dis- Atividades da logística
tribuição, localização de unidades de movimentação nos seus en- Seriam atividades principais, •Transportes, Manutenção de
dereços, abastecimento da área de separação de pedidos, controle Estoques, Processamento de Pedidos, e secundárias •Armazena-
da expedição, transporte de cargas entre fábricas e centro de distri- gem, Manuseio de materiais, Embalagem, Suprimentos, Planeja-
buição e coordenação dos roteiros de transportes urbanos. mento e Sistema de informação.

Didatismo e Conhecimento 34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Atividades primárias da Logística Desafios do gerenciamento logístico:
— Transporte Encurtar o fluxo logístico:
— Gestão de Estoque As empresas tendem a encurtar os fluxos logísticos e trazê-los
— Processamento de Pedidos para próximo de suas plantas o que permite a operação adotando-
se os princípios de Just-in-Time na entrega, e na fabricação, agili-
As atividades primárias são primordiais para atingir os obje- zando a colocação dos produtos no mercado.
tivos logísticos de custo e nível de serviços já que ou elas contri- Entende-se por just-in-time como filosofia de manufatura ba-
buem com a maior parcela do custo total da logística ou elas são seada na eliminação de toda e qualquer perda e na melhoria contí-
nua da produtividade. Envolve a execução com sucesso de todas as
essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística.
atividades de manufatura necessárias para gerar um produto final,
Transportes: Atividade muito importante, pois absorve de um
desde o projeto até a entrega. Os elementos principais do Just-in-
a dois terços dos custos logísticos. É essencial, pois nenhuma firma Time são: ter somente o estoque necessário, quando necessário;
moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas melhorar a qualidade tendendo a zero defeito; redução de tempo
matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. e tamanhos de lotes da produção; revisar as operações e realizar
Adiciona valor de lugar ao produto. tudo isto a um custo mínimo. De forma ampla, aplica-se a todas as
Gestão de Estoques: Para se atingir um grau razoável de dis- formas de manufatura, seções de trabalho e processos, bem como
ponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem as atividades repetitivas.
como reguladores entre a oferta e a demanda. Responsável por
aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos. Agrega Melhorar a visibilidade do fluxo logístico:
valor de tempo ao produto. A visibilidade do fluxo logístico é de vital importância para
Processamento de Pedidos: Sua importância deriva no fato de a identificação dos gargalos de produção e na redução dos esto-
ser um elemento crítico em termos de tempo necessário para levar ques, para isto as barreiras departamentais devem ser quebradas e
bens e serviços aos clientes. as informações compartilhadas. As estruturas devem ser voltadas
para o mercado, caracterizadas pela qualidade dos sistemas de in-
Atividades de apoio formação.
— Armazenagem
— Manuseio de Materiais Gerenciar a logística como um sistema:
O processo logístico deve ser gerenciado de forma sistêmica,
— Embalagem
pela importância na combinação da capacidade de produção com
— Obtenção
as necessidades do mercado. É importante que o processo reconhe-
— Administração de Informações ça os inter-relacionamentos e interligações da cadeia de eventos
Apesar de transportes, manutenção de estoques e processa- que conectam fornecedor ao cliente.
mento de pedidos serem os principais elementos que contribuem É importante entender que o impacto de uma decisão em qual-
para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços, há quer parte do sistema causará reflexos no sistema inteiro.
uma série de atividades adicionais que apoiam estas atividades pri- Os gerentes devem identificar como finalidade principal adi-
márias. Elas são: cionar valor ao seu negócio pelo enfoque no fluxo de materiais.
Armazenagem: Refere-se à administração do espaço necessá- A logística tem como essência a preocupação de obter van-
rio para manter estoques. Envolve problemas como: localização, tagem competitiva em mercados cada vez mais voláteis, sobrevi-
dimensionamento da área, arranjo físico, configuração do arma- vendo às empresas que conseguirem adicionar valor ao cliente em
zém. prazos cada vez menores.
Manuseio de Materiais: Está associada com a armazenagem e A finalidade principal de qualquer sistema lógico é a satis-
também apoia a manutenção de estoques. Está relacionada à movi- fação do cliente. Esta é uma ideia simples, nem sempre fácil de
mentação do produto no local de estocagem. entender por gerentes envolvidos com o planejamento da produção
Embalagem: Seu objetivo é movimentar bens sem danificá-los ou controle de estoque, que parecem estar distante do mercado.
além do economicamente razoável. O fato evidente é que todas as organizações possuem o serviço
Obtenção: É a atividade que deixa o produto disponível para ao cliente como meta. Em verdade, muitas pessoas de empresas
bem sucedidas começaram a examinar os padrões de seus servi-
o sistema logístico. Trata da seleção das fontes de suprimento, das
ços internos para que todas as pessoas que trabalham no negócio
quantidades a serem adquiridas, da programação de compras e da
compreendessem que elas deveriam prestar serviços para alguém,
forma pela qual o produto é comprado. Não deve ser confundida no caso o cliente.
com a função de compras, pois esta envolve detalhes de procedi- O objetivo deve ser estabelecido de uma cadeia de clientes,
mento, tais como a negociação de preços e avaliação de vendedo- que liga as pessoas em todos os níveis de organização, direta ou
res, que não são relacionados com a tarefa logística. indiretamente, ao mercado; o administrador é forçado a pensar e
Administração de Informações: Nenhuma função logística agir de forma sistêmica, transformando a logística, de ferramenta
dentro de uma firma poderia operar eficientemente sem as neces- operacional em ferramenta estratégica para as empresas.
sárias informações de custo e desempenho. Manter uma base de
dados com informações importantes – por exemplo: localização LOGÍSTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
dos clientes, volumes de vendas, padrões de entregas e níveis de Está mais que comprovado que atualmente, devido ao adven-
estoques – apoia a administração eficiente e efetiva das atividades to da globalização, a competição entre as corporações é cada vez
primárias e de apoio. mais acirrada. O aumento das demandas dos clientes por níveis de

Didatismo e Conhecimento 35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
serviços mais elevados leva as organizações a adotarem sistemas tempo e/ou de lugar, que por sua vez são fatores fundamentais para
e processos mais eficazes e eficientes, que possam obter ganhos e as funções logísticas. Para a administração pública, tanto recursos
representar vantagens para a sobrevivência das empresas. quanto o público-alvo organizacional estão espalhados em áreas
Diante deste cenário, a Logística Empresarial, outrora enca- de distintos tamanhos, além da diversidade sócio-cultural dos re-
rada como um simples centro gerador de custos, assume um papel sidentes locais. Esse é o problema que a logística tem a missão de
de extrema importância, quer seja na administração privada, quer resolver. Ou seja, diminuir o hiato entre o resultado do processo
seja na administração pública, passando a ser gerida como centro de transformação da organização e a demanda, de modo que os
gerador de resultados. Segundo o Council of Supply Chain Mana- consumidores (cidadão-cliente/sociedade/usuário) tenham bens e
gement (Conselho de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos), serviços quando e onde quiserem, na condição que desejarem, e
Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos com o menor custo.
que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento efi-
ciente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados ARMAZENAGEM
e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, Definição: Atividade que diz respeito a estocagem ordenada e
desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito a distribuição de produtos acabados dentro da fabrica ou em locais
de atender às exigências dos clientes. Se pararmos para pensar, o destinados a este fim, pelos fabricantes, ou através de um processo
conceito nos remete tanto a esfera privada quanto a pública, visto de distribuição.
que esta também possui o seu fluxo de suprimentos.
Porém, é correto afirmar que suas operações diferem das ope- A Função da Logistica da Armazenagem
rações de empresas privadas, visto que uma busca incessantemente
a lucratividade, e a outra busca um reconhecimento da população, No passado, um armazém era definido como “ um lugar para
que paga os tributos e impostos necessários à manutenção do ser- guardar materiais”.
viço público, através de uma maior transparência em seus proces- Hoje é Armazenagem integra a politica da empresa no que diz
sos. As organizações públicas ainda carecem de uma profissiona- respeito a produção , marketing, finanças.
lização nesta ciência. A essência fundamental da armazenagem é estar provido de
Implementar tarefas que maximizem os processos logísticos espaço para o fluxo de materiais entre as funções comerciais e
na esfera pública e controlá-las não é tão complexo como se pa- operacionais que em grande parte não mantem uma freqüência de
rece, entretanto exige um conhecimento que deve estar alinhado fluxo, variando em função da demanda e capacidade de produção.
aos conceitos existentes na esfera privada à realidade e operacio- A redução dos custos de armazenagem estão baseadas :
nalidade da esfera pública. Prover o abastecimento de materiais no • Praticas operacionais;
lugar certo, na hora certa e na quantidade certa requer uma dose de • Administração de inventários;
planejamento alinhado aos parâmetros legais e culturais vivencia- • Técnicas de movimentação de materiais;
dos nas organizações públicas. • Métodos de estocagem;
Hoje, devido aos avanços da tecnologia, ferramentas como • Processamento de pedidos;
Leilão Reverso, Pregão Eletrônico, entre outros, reduzem signi- • Administração de trafego;
ficativamente o tempo nas operações de aquisição, trazem ganhos
e não deixam de evidenciar a transparência necessária aos pro- Estas atividades devem mutuamente integrar o mais alto nível
cessos. Outro ponto é a contratação de operadores logísticos bem de serviço para atender seus clientes dentro de prazos e custos re-
estruturados. Já existem empresas deste porte, especializadas na duzidos. E ainda se responsabilizando pelo recebimento, cuidados,
gestão de processos logísticos que envolvem desde as operações entrega pontual do produto certo, na hora certa, na quantidade cer-
de armazenagem até as operações de distribuição física dos ma- ta, condições adequadas e ao menor custo possível.
teriais, mas este é tema para outro assunto: Terceirização. O uso A movimentação de materiais é uma atividade de controle,
de indicadores de gestão, também é uma importante ferramenta desta forma a armazenagem controla e protege os materiais. A ati-
que pode ser utilizada para implementação e gerenciamento dos vidade de movimentação não transforma nada, a principal função
processos logísticos na organização pública. Os índices não serão da armazenagem é o controle.
iguais aos praticados pelo mercado de empresas privadas, visto A armazenagem é o conjunto de funções de recepção, descar-
que a realidade é outra, mas ajuda na eficácia e eficiência das ope- ga, carregamento, arrumação e conservação de matérias-primas,
rações. Por fim, ajustar as operações logísticas nas organizações pro­dutos acabados ou semi-acabados. Uma vez que este processo
públicas não é um “bicho de sete cabeças” e pode ser executado envolve mercadorias, este apenas produz resultados quando são
sem ferir os preceitos exigidos na legislação pertinente, necessita- realizadas operações com o objetivo de acrescentar valor a este
se apenas de um bom planejamento e de um pouco de criatividade. por meio da melhoria da qualidade de recepção das cargas e ma-
nutenção. Pode-se definir a missão da armazenagem como o com-
A gestão eficiente do fluxo de bens e serviços do ponto de promisso entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na
origem ao ponto de consumo requer de maneira sequencial, o pla- prática isto só é possível se tiver em conta fatores que influenciam
nejamento, a programação e o controle de um conjunto de ativida- os custos de armazenagem, bem como a importância do mesmo.
des que reúnem: insumos básicos (matérias-primas); materiais em
processamento; materiais acabados; serviços e informações dispo- O armazém deve ir de encontro das necessidades das em-
níveis. Como resultado da administração destas atividades gera- presas uma vez que os materiais têm tempos mortos ao longo do
se o movimento de bens e serviços aos clientes (cidadão/usuário), pro­cesso, e necessitam de armazenagem racional e obedecendo à
havendo como decorrência a geração das chamadas utilidades de algumas exigências de:

Didatismo e Conhecimento 36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Quantidade: a suficiente para a produção planejada; Ø Armazenagem permanente - É um processo predefinido
Qualidade: a recomendada ou pré-definida como conveniente num local destinado ao depósito de matérias. O fluxo de mate­rial
no momento da sua utilização; determina:
Oportunidade: a disponibilidade no local e momento deseja- o A disposição do armazém - critério de armazenagem;
do; o A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém;
Preço: o mais econômico possível dentro dos parâmetros o Os acessórios do armazém;
mencionados. o A organização da armazenagem
Quando efetuada de uma forma racional a armazenagem Ø Armazenagem interior/exterior – é a armazenagem ao ar
poderá trazer inúmeros benefícios, que traduzem diretamente na livre. Representa uma clara vantagem a nível econó­mico, sendo
redu­ção de custos dos produtos na Cadeia Logística. esta muito utilizada para material de ferragens e essencialmente
§ Redução de risco de acidente e consequente aumento da se- material pesado, mas neces­sário observar critérios como seguran-
gurança; ça e tipo de material.
Satisfação e aumento da motivação dos trabalhadores;
Incremento na produção e maior utilização da tecnologia;
Melhor aproveitamento do espaço;
Redução dos custos de movimentações bem como das exis- COMUNICAÇÃO OFICIAL:
tências;
CARACTERÍSTICAS, ELABORAÇÃO DE
Facilidade na fiscalização do processo e consequente diminui-
ção de erros;
DOCUMENTOS OFICIAIS (RELATÓRIO,
Redução de perdas e inutilidades;
OFÍCIO, MEMORANDO, CARTA, ATA,
Versatilidade perante novas condições DESPACHOS, PORTARIA, ORDEM DE
Algumas desvantagens da armazenagem são: SERVIÇO, REQUERIMENTO).
§ Os materiais armazenados estão sujeitos a juros a pagar;
A armazenagem requer a ocupação de recintos próprios ou o
aluguel que se traduz em rendas;
A armazenagem requer serviços administrativos; ARTE I 
A mercadoria armazenada têm prazos de validade que têm de AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
ser respeitados;
Grandes armazéns implica elevados custos de movimentações
CAPÍTULO I 
e de maquinas com tecnologia.
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
Fatores que Influenciam a Armazenagem:
O que é Redação Oficial
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira
Cada caso e têm um papel preponderante na realização de uma
boa armazenagem. pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
O material - principal item da armazenagem. Pode ser diferen- Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo.
ciado pela sua utilização, consumo, e apresentação. Normal­mente A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade,
o material é construído para ser adaptável. O material é classifica- uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade
do pelos seus diversos itens. e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da
A espera - é a impulsionadora da armazenagem. Esta traduz- Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração públi-
se na antecipação com que os materiais devem ser colocados na ca direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da
empresa à espera de serem utilizados no processo. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe-
A existência – é a acumulação ou reunião de materiais em si- decerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
tuação de espera. Este conceito também se pode estender à quanti­ publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoali-
dade de cada material em espera num armazém . dade princípios fundamentais de toda administração pública, claro
O tráfego - está incutido no processo de armazenagem. Envol- está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comu-
ve a reunião de homens, máquinas e principalmente dos materi­ais. nicações oficiais.
O tráfego contém geralmente operações com Não se concebe que um ato normativo de qualquer nature-
Ø desacomodação za seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite
Ø carregamento sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos,
Ø movimentações internas do local bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de
Ø movimentações externas do local Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos
Ø descarregamento cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e
Ø colocações concisão.
Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos
Tipos de Armazenagem: normativos obedece a certa tradição. Há normas para sua elabo-
ração que remontam ao período de nossa história imperial, como,
Ø Armazenagem temporária - podem ser criadas armações por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial
corridas de modo a conseguir uma arrumação fácil do material, de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses
colocação de estrados para uma armazenagem direta, pranchas en- atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. Essa
tre outros. Aqui a força da gravidade joga a favor. prática foi mantida no período republicano.

Didatismo e Conhecimento 37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformi- c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni-
dade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comuni- verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões
cações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpreta- que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe
ção e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso qualquer tom particular ou pessoal.
de certo nível de linguagem. Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um
são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comu- amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto
nicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da indi-
é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por vidualidade que a elabora.
um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que
tratados de forma homogênea (o público). nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ain-
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações da, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.
oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem
para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Minis-
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio
tro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de
meio século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua fi-
primeira edição deste Manual. nalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter
Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou
das características específicas da forma oficial de redigir não deve regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcança-
ensejar o entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite do se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O
a existência – de uma forma específica de linguagem administrati- mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua
va, o que coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês. é a de informar com clareza e objetividade.
Este é antes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se As comunicações que partem dos órgãos públicos federais
caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocráti- devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro.
co e de formas arcaicas de construção de frases. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e in- restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto mar-
fensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comu- cado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regio-
nicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- nalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da dificultada.
literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a lín-
Apresentadas essas características fundamentais da redação gua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de
oficial, passemos à análise pormenorizada de cada uma delas. forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventual-
mente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreen-
A Impessoalidade são, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas al-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela guns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação
que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar.
essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é A língua escrita, como a falada, compreende diferentes ní-
sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, veis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma
Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é
carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de
sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comu-
linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou
nica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto
coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a pre-
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
sença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há
Poderes da União.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a
dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: finalidade com que a empregamos.
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter im-
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che- pessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza
fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há
que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam
nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário
setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial
duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, mor-
concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, fológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das
temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes- idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atin-
soal; ja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.

Didatismo e Conhecimento 38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex- reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras
pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre- inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já
go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e foi dito.
figuras de linguagem próprios da língua literária. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “pa- texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias se-
drão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos cundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, de-
atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias
uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior
no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessa- relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas.
riamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem A clareza  deve ser a qualidade básica de todo texto oficial,
burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evi- conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se defi-
tado, pois terá sempre sua compreensão limitada. nir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que se atinja por si
que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos só: ela depende estritamente das demais características da redação
rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a de- oficial. Para ela concorrem:
terminada área, são de difícil entendimento por quem não esteja a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de expli- que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en-
citá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da admi-
tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
nistração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
restrita, como a gíria e o jargão;
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neo-
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres-
logismo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semân-
cindível uniformidade dos textos;
tica. d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lin-
Formalidade e Padronização guísticos que nada lhe acrescentam.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, É pela correta observação dessas características que se redige
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi- com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo
gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obs-
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata curos e de erros gramaticais provém principalmente da falta da
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da- releitura que torna possível sua correção.
quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele
(v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adqui-
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. rimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhe-
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é cimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva,
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- abreviações e os conceitos específicos que não possam ser dispen-
nual, exige que se atente para todas as características da redação sados.
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto que são elaboradas certas comunicações quase sempre comprome-
definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para te sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que
a padronização. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há
a respeito de normas específicas para cada tipo de expediente. assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com
sua indesejável repercussão no redigir.
Concisão e Clareza Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evita-
A concisão é antes uma qualidade do que uma característi- do em todas as comunicações oficiais, transcrevemos a seguir um
pitoresco quadro, constante de obra de Adriano da Gama Kury , a
ca do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um
partir do qual podem ser feitas inúmeras frases, combinando-se as
máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que
expressões das várias colunas em qualquer ordem, com uma carac-
se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além
terística comum: nenhuma delas tem sentido! O quadro tem aqui
de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário
a função de sublinhar a maneira de como não se deve escrever:
tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que
muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições
desnecessárias de ideias.
O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princí-
pio de economia linguística, à mencionada fórmula de empregar
o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de
forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é,

Didatismo e Conhecimento 39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Como não se deve escrever:

COLUNA A COLUNA B COLUNA C COLUNA D COLUNA E COLUNA F COLUNA G


uma correta relação numa ótica pre- a transparência
1. A necessidade se caracteri- no interesse primá- substanciando e
entre estrutura e supe- ventiva e não de cada ato deci-
emergente za por rio da população, vitalizando,
restrutura mais curativa, sional.
a superação de cada sem prejudicar não assumindo no contexto um indispensável
2. O quadro nor-
prefigura obstáculo e/ou resis- o atual nível das nunca como de um sistema salto de quali-
mativo
tência passiva contribuições, implícito, integrado, dade.
o aplanamento
a pontual correspon- na medida em
3. O critério me- reconduz a com critérios não- potenciando e de discrepâncias
dência entre objetivos que isso seja
todológico sínteses -dirigísticos, incrementando, e discrasias exis-
e recursos factível,
tentes.
o redirecionamento para além das con- em termos de a adoção de uma
4. O modelo de evidenciando e
incrementa das linhas de tendên- tradições e dificul- eficácia e efi- metodologia
desenvolvimento explicitando
cias em ato dades iniciais, ciência, diferenciada.
o incorporamento das numa visão orgâ- a cavaleiro da a redefinição de
5. O novo tema ativando e im-
propicia funções e a descentra- nica e não totali- situação contin- uma nova figura
social plementando,
lização decisional zante, gente, profissional.
não omitindo com as devidas o co-envolvi-
o reconhecimento da mediante meca-
6. O método par- ou calando, mas e imprescindí- mento ativo de
propõe-se a demanda não satis- nismos da partici-
ticipativo antes particula- veis enfatiza- operadores e
feita pação,
rizando, ções, utentes.
uma coligação orgâ- segundo um como sua pre-
recuperando, ou uma congruente
7. A utilização nica interdisciplinar módulo de inter- missa indispen-
privilegia antes revalori- flexibilidade das
potencial para uma práxis de dependência hori- sável e condi-
zando, estruturas.
trabalho de grupo, zontal, cionante,

CAPÍTULO II 
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS

Introdução
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação
Oficial. Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de pas-
sarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego dos pronomes de
tratamento, a forma dos fechos e a identificação do signatário.

Pronomes de Tratamento

Breve História dos Pronomes de Tratamento


O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem
incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, pas-
sou-se a empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia
superior. Prossegue o autor:
“Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de ca-
tegoria superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria(...);
assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa
eminência, vossa santidade.”
A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes de certos cargos públi-
cos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição
que provém o atual emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas.

Concordância com os Pronomes de Tratamento


Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal
e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a
concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Se-
nhoria nomeará o substituto»; «Vossa Excelência conhece o assunto».

Didatismo e Conhecimento 40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pro- A Sua Excelência o
nomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Se- A Sua Excelência A Sua Excelência
Senhor Fulano de
nhoria nomeará seu substituto» (e não «Vossa ... vosso...”). o Senhor Fulano o Senhor Senador
Tal Juiz de Direito
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gêne- de Tal Ministro de Fulano de Tal
da 10a Vara Cível
ro gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se re- Estado da Justiça Senado Federal
Rua ABC, no 123
fere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se 70.064-900 – Bra- 70.165-900 – Bra-
01.010-000 – São
nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está sília. DF sília. DF
Paulo. SP
atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher,
“Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamen-
satisfeita”. to  digníssimo  (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A
dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
Emprego dos Pronomes de Tratamento sendo desnecessária sua repetida evocação.
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
a secular tradição. São de uso consagrado: para particulares. O vocativo adequado é:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: Senhor Fulano de Tal,
a) do Poder Executivo; (...)
Presidente da República; No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Vice-Presidente da República;
Fulano de Tal
Ministros de Estado;
Rua ABC, no 123
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito 70.123 – Curitiba. PR
Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o em-
Embaixadores; prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o
cargos de natureza especial; uso do pronome de tratamento Senhor.
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim
Prefeitos Municipais. título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra
b) do Poder Legislativo: geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas
Deputados Federais e Senadores; que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de
Ministro do Tribunal de Contas da União; doutorado. É costume designar pordoutor os bacharéis, especial-
Deputados Estaduais e Distritais; mente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos,
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comuni-
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. cações.
c) do Poder Judiciário: Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, emprega-
Ministros dos Tribunais Superiores; da por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de
universidade. Corresponde-lhe o vocativo:
Membros de Tribunais;
Magnífico Reitor,
Juízes;
(...)
Auditores da Justiça Militar.
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos hierarquia eclesiástica, são:
Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo res- Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vo-
pectivo: cativo correspondente é:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Santíssimo Padre,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, (...)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fe- Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co-
deral. municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
seguido do cargo respectivo: Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Senhor Senador, (...)
Senhor Juiz, Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações
Senhor Ministro, dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa
Senhor Governador, Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superio-
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às res religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clé-
autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: rigos e demais religiosos.

Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Fechos para Comunicações e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os mode- – introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na
los para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cum-
quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este pre-me informar que”, empregue a forma direta;
Manual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes – desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
para todas as modalidades de comunicação oficial: contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re- em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
pública: – conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
Respeitosamente, tada a posição recomendada sobre o assunto.
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos ca-
ferior: sos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtí-
Atenciosamente, tulos.
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos
autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, a estrutura é a seguinte:
devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério – introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
das Relações Exteriores. solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
Identificação do Signatário nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Re- do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e
pública, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de segundo a seguinte fórmula:
sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte: “Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, en-
(espaço para assinatura) caminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do
Nome Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República servidor Fulano de Tal.”
(espaço para assinatura) ou
Nome “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia
Ministro de Estado da Justiça do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.»
menos a última frase anterior ao fecho. – desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
O Padrão Ofício algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode-
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi- rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário,
nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, encaminhamento.
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme- g) assinatura do autor da comunicação; e
lhanças. h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Sig-
natário).
Partes do documento no Padrão Ofício
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes Forma de diagramação
partes: Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão forma de apresentação:
que o expede: a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
Exemplos: 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME b) para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
mento à direita: c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
Exemplo: da página;
Brasília, 15 de março de 1991. d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser im-
c) assunto: resumo do teor do documento pressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens es-
Exemplos: querda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. (“margem espelho”);
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de dis-
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é diri- tância da margem esquerda;
gida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni-
o endereço. mo, 3,0 cm de largura;

Didatismo e Conhecimento 42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não com-
portar tal recurso, de uma linha em branco;
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra
forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilus-
trações;
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveita-
mento de trechos para casos análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira:
tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”

Aviso e Ofício

Definição e Finalidade
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido
exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais auto-
ridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
também com particulares.

Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1
Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor;
– endereço postal;
– telefone e endereço de correio eletrônico.

Didatismo e Conhecimento 43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Exemplo de Ofício

(297 x 210mm)

Didatismo e Conhecimento 44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo

Didatismo e Conhecimento 45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Exemplo de Aviso

Memorando
Definição e Finalidade
O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente
em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
determinado setor do serviço público.

Didatismo e Conhecimento 46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplici-
dade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem
ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de
processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada
no memorando.

Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado
pelo cargo que ocupa.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

Exemplo de Memorando

(297 x 210mm)

Didatismo e Conhecimento 47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Exposição de Motivos
Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros
envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.

Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposi-
ção de motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante.
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua
estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.

Exemplo de Exposição de Motivos de caráter informativo

(297 x 210mm)

Didatismo e Conhecimento 48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- 7. Alterações propostas
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada Texto atual Texto proposto
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam
também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá-    
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
• Com base em avaliação do ato normativo ou da medida
apontar:
proposta à luz das questões levantadas no item 10.4.3.
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
medida ou do ato normativo proposto;
retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e exame ou se reformule a proposta.
eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a edição
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. de ato normativo tem como finalidade:
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte resolver;
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do
de 2002. problema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edi-
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministé- ção do ato, em consonância com as questões que devem ser ana-
rio ou órgão equivalente) no    , de   de       de 200. lisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do
Poder Executivo (v. 10.4.3.).
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providên- c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
cias Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se
medida proposta e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação
profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção
de certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema
3. Alternativas existentes às medidas propostas a ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efei-
tos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição
Mencionar: de motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade
• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; da providência proposta: por que deve ser adotada e como resol-
• se há projetos sobre a matéria no Legislativo; verá o problema.
• outras possibilidades de resolução do problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (no-
meação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, rever-
4. Custos são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exone-
Mencionar: ração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é
• se a despesa decorrente da medida está prevista na lei necessário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição
orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la; de motivos.
• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito Ressalte-se que:
extraordinário, especial ou suplementar; – a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídi-
• valor a ser despendido em moeda corrente; co não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
– o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva comentários a serem ali incluídos.
tramitar em regime de urgência) Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a
atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, conci-
Mencionar: são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
• se o problema configura calamidade pública; culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é
• por que é indispensável a vigência imediata; a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da
• se se trata de problema cuja causa ou agravamento não República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
tenham sido previstos; encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
• se se trata de desenvolvimento extraordinário de situa- ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou
ção já prevista. em parte.

6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi-


da proposta possa vir a tê-lo)

Didatismo e Conhecimento 49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Mensagem O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acom-
Definição e Finalidade panha a mensagem.
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presi-
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe dente da República se ausentarem do País por mais de 15 dias.
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III,
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião e 83), e a autorização é da competência privativa do Congresso
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional Nacional.
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar O Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia,
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comuni-
de interesse dos poderes públicos e da Nação. cação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idên-
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios ticas.
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de con-
final. cessão de emissoras de rádio e TV.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso
Nacional têm as seguintes finalidades: Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. So-
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar mente produzirão efeitos legais a outorga ou renovação da con-
ou financeira. cessão após deliberação do Congresso Nacional (Constituição, art.
Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem a urgência prevista no art.
em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Cons- 64 da Constituição, porquanto o § 1o do art. 223 já define o prazo
tituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode ser da tramitação.
encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de nova Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensa-
mensagem, com solicitação de urgência. gem o correspondente processo administrativo.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após
Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro Secretário a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacio-
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação nal as contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art.
(Constituição, art. 64, caput). 84, XXIV), para exame e parecer da Comissão Mista permanente
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem pla- (Constituição, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados
no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e cré- realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedi-
ditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se mento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
aos Membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
endereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situa-
que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual so- ção do País e solicitação de providências que julgar necessárias
bre as leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente, «na (Constituição, art. 84, XI).
forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presi-
Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. dência da República. Esta mensagem difere das demais porque vai
57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas. encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em forma de
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvi- livro.
do no âmbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
técnico, jurídico e econômico-financeiro das matérias objeto das Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio-
proposições por elas encaminhadas. nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos ór- se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou
gãos interessados no assunto das proposições, entre eles o da Ad- a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
vocacia-Geral da União. Mas, na origem das propostas, as análises nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de
necessárias constam da exposição de motivos do órgão onde se sanção.
geraram (v. 3.1. Exposição de Motivos) – exposição que acompa- i) comunicação de veto.
nhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao Congresso. Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art.
b) encaminhamento de medida provisória. 66, § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, é parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu
o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso, texto vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2.
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Forma e Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja pu-
Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada blicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
pela Coordenação de Documentação da Presidência da República. (v. 19.6.Veto)
c) indicação de autoridades. j) outras mensagens.
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação Também são remetidas ao Legislativo com regular freqüência
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos mensagens com:
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores – encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
do Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Mis- cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
são Diplomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. – pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera-
52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional ções e prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art.
competência privativa para aprovar a indicação. 155, § 2o, IV);

Didatismo e Conhecimento 50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
– proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
– pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, V); e outros.
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
– convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6o);
– pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
– pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, XX);
– justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
– pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
– relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
– proposta de modificação de projetos de leis financeiras (Constituição, art. 166, § 5o);
– pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);
– pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc.

Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem esquerda:
Mensagem no
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

Didatismo e Conhecimento 51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Exemplo de Mensagem

(297 x 210mm)

Didatismo e Conhecimento 52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Telegrama
Definição e Finalidade
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda co-
municação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do tele-
grama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também
em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).

Forma e Estrutura
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na
Internet.

Fax
Definição e Finalidade
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvi-
mento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há
premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue posteriormente
pela via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se
deteriora rapidamente.

Forma e Estrutura
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário com os dados de identi-
ficação da mensagem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:
 
[Órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
________________________________________________________________________________
Destinatário:_____________________________________________________________________
    No do fax de destino:_____________________________________ Data:_______/_______/____
    Remetente: _____________________________________________________________________
   Tel. p/ contato:____________________ Fax/correio eletrônico:____________________________
   No de páginas: esta +___________________________No do documento:___________________
   Observações:____________________________________________________________________
      ______________________________________________________________________________
 

Correio Eletrônico
Definição e finalidade
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação para transmissão
de documentos.

Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura.
Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações
Oficiais).
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documental
tanto do destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum
arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo..
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido
de confirmação de recebimento.

Valor documental
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser aceito
como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Didatismo e Conhecimento 53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como disciplina, a
ARQUIVOS: FINALIDADE, partir da segunda metade do século XIX, talvez nada tenha sido tão
CLASSIFICAÇÃO, FASES, TÉCNICAS, revolucionário quanto o desenvolvimento da concepção teórica e
SISTEMAS E MÉTODOS DE dos desdobramentos práticos da gestão.
ARQUIVAMENTO.
PRINCÍPIOS:
Os princípios arquivísticos constituem o marco principal da
diferença entre a arquivística e as outras “ciências” documentárias.
São eles:
A arquivística ou arquivologia é uma ciência que estuda as
funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do documento,
observados durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos. relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos de-
É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as informa- vem ser organizados em obediência à competência e às atividades
ções que possam ser registradas em documentos de arquivos. Para da instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção,
tanto, utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de
diversos, que são aplicados nos processos de composição, coleta, uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva in-
análise, identificação, organização, processamento, desenvolvi- dividualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não
mento, utilização, publicação, fornecimento, circulação, armaze- devendo ser mesclados a outros de origem distinta.
namento e recuperação de informações.
Princípio da Organicidade: As relações administrativas or-
O arquivista é um profissional de nível superior, com for-
gânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade
mação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura,
Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas
de documentação, arquivos privados ou públicos, instituições relações internas e externas.
culturais etc. É o responsável pelo gerenciamento da informação,
gestão documental, conservação, preservação e disseminação da Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, tipo
informação contida nos documentos. Também tem por função a ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter úni-
preservação do patrimônio documental de um pessoa (física ou co, em função do contexto em que foram produzidos.
jurídica), institução e, em última instância, da sociedade como um
todo. Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação e da elabo- Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos de
ração de instrumentos de pesquisa, observando as três idades dos arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, aliena-
arquivos: corrente, intermediária e permanente. ção, destruição não autorizada ou adição indevida.
O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estudos e
técnicas de organização sistemática e conservação de arquivos, na Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma formação
elaboração de projetos e na implantação de instituições e sistemas progressiva, natural e orgânica.
arquivísticos, no gerenciamento da informação e na programação e
organização de atividades culturais que envolvam informação do-
LEGISLAÇÃO
cumental produzida pelos arquivos públicos e privados. Uma gran-
de dificuldade é que muitas organizações não se preocupam com
LEI No 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991.
seus arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho deste
profissional, delegando a outros profissionais as atividades espe- Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e priva-
cíficas do arquivista. Isto provoca problemas quanto à qualidade dos e dá outras providências.
do serviço e de tudo o que, direta ou indiretamente, depende dela.
Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
por uma organização, firma ou indivíduo, que os mantém ordena- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
damente como fonte de informação para a execução de suas ati-
vidades. Os documentos preservados pelo arquivo podem ser de CAPÍTULO I
vários tipos e em vários suportes. As entidades mantenedoras de DISPOSIÇÕES GERAIS
arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Munici-
pal), institucionais, comerciais e pessoais. Art. 1º - É dever do Poder Público a gestão documental e a
Um documento (do latim documentum, derivado de docere proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de
“ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma como elementos de prova e informação.
afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente
Art. 2º - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro-
conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos pú-
batório.
blicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em
Documento arquivístico: Informação registrada, independen- decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por
te da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a na-
atividade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, con- tureza dos documentos.
texto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade.

Didatismo e Conhecimento 54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de CAPÍTULO III
procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tra- DOS ARQUIVOS PRIVADOS
mitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e inter-
mediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os conjuntos de
permanente. documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídi-
cas, em decorrência de suas atividades.      Regulamento
Art. 4º - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos in-
formações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados pelo
geral, contidas em documentos de arquivos, que serão prestadas Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e
cujos sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Es- desenvolvimento científico nacional.     Regulamento
tado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada,
da honra e da imagem das pessoas. Art. 13 - Os arquivos privados identificados como de interesse
público e social não poderão ser alienados com dispersão ou perda
Art. 5º - A Administração Pública franqueará a consulta aos da unidade documental, nem transferidos para o exterior.     Regu-
documentos públicos na forma desta Lei. lamento
Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o Poder Públi-
Art. 6º - Fica resguardado o direito de indenização pelo dano co exercerá preferência na aquisição.
material ou moral decorrente da violação do sigilo, sem prejuízo
das ações penal, civil e administrativa. Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos privados iden-
tificados como de interesse público e social poderá ser franqueado
CAPÍTULO II mediante autorização de seu proprietário ou possuidor.     Regula-
DOS ARQUIVOS PÚBLICOS mento

Art. 15 - Os arquivos privados identificados como de interes-


Art. 7º - Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos
se público e social poderão ser depositados a título revogável, ou
produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos
doados a instituições arquivísticas públicas.     Regulamento
públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e munici-
pal em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e
Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades religiosas
judiciárias.     Regulamento
produzidos anteriormente à vigência do Código Civil ficam identi-
§ 1º - São também públicos os conjuntos de documentos pro-
ficados como de interesse público e social.     Regulamento
duzidos e recebidos por instituições de caráter público, por enti-
dades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no CAPÍTULO IV
exercício de suas atividades. DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE INSTI-
§ 2º - A cessação de atividades de instituições públicas e de TUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS
caráter público implica o recolhimento de sua documentação à
instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição Art. 17 - A administração da documentação pública ou de ca-
sucessora. ráter público compete às instituições arquivísticas federais, esta-
duais, do Distrito Federal e municipais.
Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como cor- § 1º - São Arquivos Federais o Arquivo Nacional os do Poder
rentes, intermediários e permanentes. Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do Poder Judiciá-
§ 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em curso rio. São considerados, também, do Poder Executivo os arquivos do
ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consul- Ministério da Marinha, do Ministério das Relações Exteriores, do
tas frequentes. Ministério do Exército e do Ministério da Aeronáutica.
§ 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles que, § 2º - São Arquivos Estaduais os arquivos do Poder Executi-
não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de vo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário.
interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhi- § 3º - São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Poder
mento para guarda permanente. Executivo, o Arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder
§ 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de documen- Judiciário.
tos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser de- § 4º - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Executivo
finitivamente preservados. e o arquivo do Poder Legislativo.
§ 5º - Os arquivos públicos dos Territórios são organizados de
Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos por institui- acordo com sua estrutura político-jurídica.
ções públicas e de caráter público será realizada mediante autori-
zação da instituição arquivística pública, na sua específica esfera Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhi-
de competência. mento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Exe-
cutivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos do-
Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inaliená- cumentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política
veis e imprescritíveis. nacional de arquivos.

Didatismo e Conhecimento 55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (CO-
Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais. NARQ), órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a
política nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema
Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Fede- Nacional de Arquivos (SINAR).
ral a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebi- § 1º - O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo
dos pelo Poder Legislativo Federal no exercício das suas funções, Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado por representantes
bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua de instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas.
guarda. § 2º - A estrutura e funcionamento do conselho criado neste
artigo serão estabelecidos em regulamento.
Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal
a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos Art. 27 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas funções, tra-
mitados em juízo e oriundos de cartórios e secretarias, bem como Art. 28 -  Revogam-se as disposições em contrário.
preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.
Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da Independência e 103º
Art. 21 - Legislação estadual, do Distrito Federal e municipal da República.
definirá os critérios de organização e vinculação dos arquivos esta- FERNANDO COLLOR
duais e municipais, bem como a gestão e o acesso aos documentos, Jarbas Passarinho
observado o disposto na Constituição Federal e nesta Lei. Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.1.1991 e re-
tificado em 28.1.1991
CAPÍTULO V
DO ACESSO E DO SIGILO DOS DOCUMENTOS PÚ-
BLICOS
PROTOCOLO: FINALIDADES,
Art. 22 - É assegurado o direito de acesso pleno aos documen-
OBJETIVOS E ATIVIDADES.
tos públicos. (Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011)

Art - 23. Decreto fixará as categorias de sigilo que deverão ser Administrar, organizar e gerenciar a informação é, hoje, uma
obedecidas pelos órgãos públicos na classificação dos documentos preocupação entre as empresas e entidades públicas e privadas de
por eles produzidos. Regulamento  (Revogado pela Lei nº 12.527, pequeno, médio e grande porte de diversos segmentos, que en-
de 2011) contram na Tecnologia da Gestão de Documentos uma poderosa
§ 1º - Os documentos cuja divulgação ponha em risco a se- aliada para a tomada de decisões e um facilitador para a gestão de
gurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários suas atividades.
ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, A Gestão de Documentos é também um caminho seguro, rá-
da honra e da imagem das pessoas são originariamente sigilosos. pido e eficiente para as empresas se destacarem dos seus concor-
(Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011) rentes e conquistarem certificações.
§ 2º - O acesso aos documentos sigilosos referentes à seguran- A Gestão de Documentos contribui no processo de Acredita-
ça da sociedade e do Estado será restrito por um prazo máximo de ção e Certificação ISO, porque assegura que a informação produzi-
30 (trinta) anos, a contar da data de sua produção, podendo esse da e utilizada será bem gerenciada, garantindo a confidencialidade
prazo ser prorrogado, por uma única vez, por igual período.(Revo- e a rastreabilidade das informações, além de proporcionar benefí-
gado pela Lei nº 12.527, de 2011) cios como: racionalização dos espaços de guarda de documentos,
§ 3º - O acesso aos documentos sigilosos referente à honra e eficiência e rapidez no desenvolvimento das atividades diárias e
à imagem das pessoas será restrito por um prazo máximo de 100 o controle do documento desde o momento de sua produção até a
(cem) anos, a contar da sua data de produção.(Revogado pela Lei destinação final.
nº 12.527, de 2011) Com relação à Acreditação, a Gestão de Documentos é fator
determinante também para cumprir a Resolução 1.639/2002, do
Art. 24 - Poderá o Poder Judiciário, em qualquer instância, Conselho Federal de Medicina, onde é definido que os prontuários
determinar a exibição reservada de qualquer documento sigiloso, médicos são de guarda definitiva e, portanto, não podem ser des-
sempre que indispensável à defesa de direito próprio ou esclareci- cartados sem o devido planejamento de como garantir a preserva-
mento de situação pessoal da parte. (Revogado pela Lei nº 12.527, ção das informações.
de 2011) Administrar e gerenciar documentos, a partir de conceitos da
Parágrafo único - Nenhuma norma de organização administra- Gestão Documental, proporciona às empresas privadas e entida-
tiva será interpretada de modo a, por qualquer forma, restringir o des públicas maior controle sobre as informações que produzem e
disposto neste artigo.(Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011) recebem.
A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso
DISPOSIÇÕES FINAIS adequado da microfilmagem e das tecnologias do GED (Gerencia-
mento Eletrônico de Documentos) deve ser efetiva visando à ga-
Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e admi- rantia no processo de atualização da documentação, interrupção no
nistrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar processo de deterioração dos documentos e na eliminação do risco
ou destruir documentos de valor permanente ou considerado como de perda do acervo, através de backup ou pela utilização de sis-
de interesse público e social. temas que permitam acesso à informação pela internet e intranet.

Didatismo e Conhecimento 56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais contribui Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao proto-
para uma melhor administração dos recursos das cidades e municí- colo.
pios, além de resguardar os mesmos de penalidades civis e admi- Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a se-
nistrativas, que estes estão sujeitos se não cumprirem a legislação gunda via da ficha ao documento;
em vigor ou ainda, se destruírem documentos de valor permanente Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os
ou de interesse público e social. dados das fichas de protocolo;
A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública Arquivar as fichas de protocolo.
atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos, A tramitação de um documento dentro de uma instituição
TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente depende diretamente se as etapas anteriores foram feitas da for-
de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informa- ma correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio do protocolo,
ção e preservação dos documentos. saber sua exata localização, seus dados principais, como data de
entrada, setores por que já passou, enfim, acompanhar o desenrolar
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e de suas funções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro
expedição de documentos. da instituição, acelerando assim, processos que anteriormente en-
contravam dificuldades, como a não localização de documentos,
Para que todo esse processo acima seja desenvolvido é neces-
não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por
sário trabalhar com a gestão de documentos, que nada mais é que
exemplo.
um conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos de-
sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase vem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou reco-
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimen- lhimento. É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se
to para a guarda permanente. importante, pois por meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação
Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores en- do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais con-
carregados do recebimento, registro, distribuição e movimentação fiável, o destino do documento.  Dentre as recomendações com
dos documentos em curso. É de conhecimento comum o grande relação à expedição de documentos, destacam-se:
avanço que a humanidade teve nos últimos anos, avanços esses Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e
que contribuíram para o aumento da produção de documentos. completando dados;
Cabe ressaltar que tal aumento teve sua importância para a área da Separar as cópias, expedindo o original;
arquivística, no sentido de ter despertado nas pessoas a importân- Encaminhar as cópias ao Arquivo.
cia dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por falta
de conhecimento, a acumulação de massas documentais desneces- É importante citar que essas rotinas são apenas sugestões, afi-
sárias foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por nal, cada instituição desenvolverá os processos próprios, no entan-
inviabilizar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. to, a aplicação dessas rotinas inquestionavelmente facilita todo o
Para tentar sanar esse e outros  problemas, que é recomendável o processo de protocolo e arquivo.
uso de um sistema de protocolo.
Sistemas de Classificação
É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos correntes Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utilizados em
podem exercer funções de protocolo (recebimento, registro, distri- arquivos são:
buição, movimentação e expedição de documentos), daí a deno-
minação comum de alguns órgãos como Protocolo e Arquivo.  No  Classificação Alfabética
entanto, pode acontecer de as pessoas que lidam com o recebimen-  Classificação Numérica
to de documentos não saberem, ou mesmo não serem orientadas  Classificação Alfa-numérica
sobre como proceder para que o documento cumpra a sua função  Classificação Cronológica
 Classificação Geográfica
na instituição.
 Classificação Ideológica
Como alternativa para essa questão, sistemas de base de dados
 Classificação Decimal
podem ser utilizados, de forma que se faça o registro dos docu-
 Classificação Decimal Universal (CDU)
mentos assim que eles cheguem às repartições.  Classificação Automática
Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental,
afim de que não se perca o controle, bem como administrar proble- A indexação é a operação que consiste em descrever e caracte-
mas que facilmente poderiam ser destaca-se: rizar um documento com o auxilio de representações dos conceitos
Receber as correspondências, separando as de caráter oficial contidos nesses documentos, isto é, em transcrever para lingua-
da de caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus gem documental os conceitos depois de terem sido extraídos dos
destinatários. documentos por meio de uma análise dos mesmos. A indexação
Separar as correspondências de caráter ostensivo das de cará- permite uma pesquisa eficaz das informações contidas no acervo
ter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respecti- documental.
vos destinatários; A indexação conduz ao registro dos conceitos contidos num
Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensi- documento de uma forma organizada e facilmente acessível, me-
vos por meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes, diante a constituição de instrumentos de pesquisa documental
se existirem; como índices e catálogos alfabéticos de matérias. A informação
Classificar o documento de acordo com o método da institui- contida num documento é representada por um conjunto de con-
ção, carimbando-o em seguida; ceitos ou combinações de conceitos.

Didatismo e Conhecimento 57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
A indexação processa-se em duas fases: • Pessoais: objetividade, imparcialidade, espírito de análi-
a. Reconhecimento dos conceitos que contêm informação: se, capacidade de síntese, desenvolvimento intelectual, sociabili-
• Apreensão do conteúdo total do documento; dade, cultura geral, cultura específica e outras.
• Identificação dos conceitos que representam esse conteú- • Profissionais: conhecimento técnicos que permitam de-
do; cisões acertadas, conhecimentos profundos acerca do sistema de
• Seleção dos conceitos necessários para uma pesquisa indexação em que está integrado.
posterior.
Plano de Classificação
b. Representação dos conceitos em linguagem documental O objetivo primordial de uma eficaz estruturação dos arquivos
consiste na criação de condições para a recuperação da informação
com o auxílio dos instrumentos de indexação:
de forma rápida, segura e eficaz. Por esta razão, se deve estabele-
• Servem ao indexador para indexar o documento;
cer no início de funcionamento de um arquivo, o plano de classifi-
• Servem ao utilizador para recuperar a informação; cação ou plano do arquivo.
• Contribuem para a uniformidade e consistência da inde- O conceito de classificação e o respectivo sistema classifica-
xação; tivo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração
de um plano de classificação que permita um bom funcionamento
Nos arquivos e centros, ou serviços de documentação, utili- do arquivo. É uma tarefa muito importante, primordial, difícil e
zam-se, normalmente, a indexação coordenada e a indexação por morosa e deve ser elaborada com o máximo cuidado de forma a
temas. não se cometerem erros que se repercutirão na estrutura e bom
funcionamento do arquivo.
Os parâmetros a ter em conta para realizar tarefa de indexação Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes ca-
são: racterísticas:
a) Exaustividade • Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando
 Todos os assuntos (conceitos) de que trata o critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais
documento estão representados na indexação; simples forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se
 Não existe seleção de termos. Especificidade. efetuará a ordenação da documentação;
 A descrição do conteúdo traduz, o mais próxi- • A sua construção deve estar de acordo com as atribuições
mo possível, a informação que o documento contém; do organismo (divisão de competências) ou em última análise, fo-
cando a estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
 Não se utilizam termos de indexação dema-
• Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do
siados genéricos ou demasiado específicos, relativamente aos con-
serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
ceitos expressos no documento. • Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classi-
ficações mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que
b)  Uniformidade se entender conveniente.
 É um parâmetro muito importante ligado a
qualidade da indexação; A função da gestão de documentos e arquivos nos sistemas
 Procura anular a sinonímia (palavras de sig- nacionais de informação, segundo o qual um programa geral de
nificação idêntica ou parecida, mas não tem o mesmo valor e em- gestão de documentos, para alcançar economia e eficácia, envolve
prego), representando para um mesmo conceito a escolha de um as seguintes fases:
mesmo termo; • produção: concepção e gestão de formulários, prepara-
 Utiliza, sempre que possível, termos de estru- ção e gestão de correspondência, gestão de informes e diretrizes,
tura idêntica para a representação de conceitos análogos. fomento de sistemas de gestão da informação e aplicação de tec-
nologias modernas a esses processos;
c)  Coerência • utilização e conservação: criação e melhoramento dos
 Aplicação dos mesmos princípios e critérios sistemas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de correio
de escolha para a resolução de casos análogos, implicando uma e telecomunicações, seleção e uso de equipamento reprográfico,
uniformidade intrínseca ao próprio sistema. análise de sistemas, produção e manutenção de programas de do-
cumentos vitais e uso de automação e reprografia nestes processos;
• destinação: a identificação e descrição das séries docu-
d) Pertinência
mentais, estabelecimento de programas de avaliação e destinação
 A indexação deve ser feita sempre em função de documentos, arquivamento intermediário, eliminação e reco-
do utilizador. lhimento dos documentos de valor permanente às instituições ar-
quivísticas.
e) Eficácia
 Capacidade de um sistema de informação re- O código de classificação de documentos de arquivo é um ins-
cuperar a informação relevante, nele armazenada de uma forma trumento de trabalho utilizado para classificar todo e qualquer do-
eficaz e com o mínimo de custo. A qualidade num processo de cumento produzido ou recebido por um órgão no exercício de suas
indexação é influenciada pelos seguintes parâmetros: funções e atividades. A classificação por assuntos é utilizada com
• Características dos instrumentos de indexação utilizados; o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como
• Características do indexador: forma de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas

Didatismo e Conhecimento 58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, Pré-Arquivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação
recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que o traba- de estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação e, conse-
lho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, quentemente, à redução do volume documental e racionalização
o qual reflete a atividade que o gerou e determina o uso da infor- do espaço físico.
mação nele contida. A classificação define, portanto, a organização A metodologia adotada à época envolveu pesquisas na legis-
física dos documentos arquivados, constituindo-se em referencial lação que regula a prescrição de documentos administrativos, e
básico para sua recuperação. entrevistas com historiadores e servidores responsáveis pela exe-
No código de classificação, as funções, atividades, espécies e cução das atividades nos órgãos públicos, que forneceram as in-
tipos documentais genericamente denominados assuntos, encon- formações relativas aos valores primário e secundário dos docu-
tram-se hierarquicamente distribuídos de acordo com as funções e mentos, isto é, ao seu potencial de uso para fins administrativos e
atividades desempenhadas pelo órgão. Em outras palavras, os as- de pesquisa, respectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que
suntos recebem códigos numéricos, os quais refletem a hierarquia restrito à documentação já depositada no arquivo intermediário do
funcional do órgão, definida através de classes, subclasses, grupos Arquivo Nacional, foi constituída, em 1993, uma Comissão Inter-
e subgrupos, partindo-se sempre do geral para o particular. na de Avaliação que referendou os prazos de guarda e destinação
A classificação deve ser realizada por servidores treinados, de propostos.
acordo com as seguintes operações. Com o objetivo de elaborar uma tabela de temporalidade para
a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a fim de documentos da então Secretaria de Planejamento, Orçamento e
verificar sob que assunto deverá ser classificado e quais as re- Coordenação (SEPLAN), foi criado, em 1993, um grupo de traba-
ferências cruzadas que lhe corresponderão. A referência cruzada lho composto por técnicos do Arquivo Nacional e daquela secre-
é um mecanismo adotado quando o conteúdo do documento se taria, cujos resultados, relativos às atividade-meio, serviriam de
refere a dois ou mais assuntos. subsídio ao estabelecimento de prazos de guarda e destinação para
b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código corres- os documentos da administração pública federal. A tabela, elabora-
pondente ao assunto de que trata o documento. da com base nas experiências já desenvolvidas pelos dois órgãos,
foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral do Arquivo Nacional
Rotinas correspondentes às operações de classificação para aprovação.
Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos (Co-
narq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, a Câmara
1. Receber o documento para classificação;
Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para dar suporte às
2. Ler o documento, identificando o assunto principal e o(s)
atividades do conselho. Sua primeira tarefa foi analisar e discutir a
secundário(s) de
tabela de temporalidade elaborada pelo grupo de trabalho Arquivo
acordo com seu conteúdo;
Nacional/SEPLAN, com o objetivo de torná-la aplicável também
3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação de do-
aos documentos produzidos pelos órgãos públicos nas esferas es-
cumentos de arquivo, utilizando o índice, quando necessário;
tadual e municipal, servindo como orientação a todos os órgãos
4. Anotar o código na primeira folha do documento;
participantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assuntos se- O modelo ora apresentado constitui-se em instrumento básico
cundários. para elaboração de tabelas referentes às atividade-meio do serviço
público, podendo ser adaptado de acordo com os conjuntos docu-
A avaliação constitui-se em atividade essencial do ciclo de mentais produzidos e recebidos. Vale ressaltar que a aplicação da
vida documental arquivístico, na medida em que define quais do- tabela deverá estar condicionada à aprovação por instituição arqui-
cumentos serão preservados para fins administrativos ou de pes- vística pública na sua específica esfera de competência.
quisa e em que momento poderão ser eliminados ou destinados
aos arquivos intermediário e permanente, segundo o valor e o po- Arquivamento e ordenação de documentos
tencial de uso que apresentam para a administração que os gerou
e para a sociedade. O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que
Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a avaliação visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no
de documentos no serviço público datam do final do século pas- arquivo.Devemos considerar duas formas de arquivamento: A ho-
sado, em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá. No rizontal e a vertical.
Brasil, a preocupação com a avaliação de documentos públicos Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns
não é recente, mas o primeiro passo para sua regulamentação ocor- sobre os outros, ―deitados‖, dentro do mobiliário. É indicado para
reu efetivamente com a lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro de arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões,
1991, que em seu artigo 9º dispõe que “a eliminação de documen- pois evitam marcas e dobras nos mesmos.
tos produzidos por instituições públicas e de caráter público será Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns
realizada mediante autorização de instituição arquivística pública, atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos
na sua específica esfera de competência”. correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos
O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técnico sob o documentos. Para o arquivamento e ordenação dos documentos
título Orientação para avaliação e arquivamento intermediário em no arquivo, devemos considerar tantos os métodos quanto os sis-
arquivos públicos, do qual constam diretrizes gerais para a realiza- temas. Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a pos-
ção da avaliação e para a elaboração de tabelas de temporalidade. sibilidade ou não de recuperação da informação sem o uso de ins-
Em 1986, iniciaram-se as primeiras atividades de avaliação dos trumentos. Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não
acervos de caráter intermediário sob a guarda da então Divisão de de uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante)

Didatismo e Conhecimento 59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
para localizar um documento em um arquivo. Quando NÃO HÁ A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas formas
essa necessidade, dizemos que é um sistema direto de busca e/ou de concentração dos arquivos, seja ao nível da administração (fa-
recuperação, como por exemplo, os métodos alfabético e geográfi- ses corrente e intermediária), seja no âmbito dos arquivos públicos
co, que estudaremos nesta aula. Quando HÁ essa necessidade, di- (permanentes ou históricos). Assim, a distribuição dos prazos de
zemos que é um sistema indireto de busca e/ou recuperação, como guarda nas fases corrente e intermediária foi definida a partir das
são os métodos numéricos. Existe ainda outro sistema, chamado seguintes variáveis:
semidireto , que não aparece em provas, mas que serve apenas para I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com servi-
agregar o método alfanumérico, que estudaremos adiante. Este ços de arquivamento intermediário:
método se caracteriza pela ―necessidade parcial da utilização de Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se enqua-
instrumentos de pesquisa. Por exemplo, precisamos de uma tabela dram nesta variável, há necessidade de redistribuição dos prazos,
para localizar uma estante, mas não para localizar uma gaveta ou considerando-se as características de cada fase, desde que o prazo
prateleira: a partir da localização da estante, a prateleira será loca- total de guarda não seja alterado, de forma a contemplar os seguin-
lizada deforma direta. tes setores arquivísticos:
- arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao arquivo
A tabela de temporalidade deverá contemplar as atividade- da unidade organizacional);
meio e atividades-fim de cada órgão público. Desta forma, caberá - arquivo central (fase intermediária I, que corresponde ao se-
aos mesmos definir a temporalidade e destinação dos documentos tor de arquivo geral/central da instituição);
relativos às suas atividades específicas, complementando a tabela - arquivo intermediário (fase intermediária II, que correspon-
básica. Posteriormente, esta deverá ser encaminhada à instituição de ao depósito de arquivamento intermediário, geralmente subor-
arquivística pública para aprovação e divulgação, por meio de ato dinado à instituição arquivística pública nas esferas federal, esta-
legal que lhe confira legitimidade. dual e municipal).
A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam com
resultante de avaliação, que tem por objetivos definir prazos de serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos situados nesta
guarda e destinação de documentos, com vista a garantir o acesso variável, as unidades organizacionais são responsáveis pelo ar-
à informação a quantos dela necessitem. Sua estrutura básica deve quivamento corrente e o arquivo central funciona como arquivo
necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos intermediário, obedecendo aos prazos previstos para esta fase e
e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os efetuando o recolhimento ao arquivo permanente.
prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam com
final – eliminação ou guarda permanente, além de um campo para
serviços de arquivamento intermediário: Nesta variável, as unida-
observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
des organizacionais também funcionam como arquivo corrente,
transferindo os documentos – depois de cessado o prazo previsto
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do
para esta fase – para o arquivo intermediário, que promoverá o
instrumento:
recolhimento ao arquivo permanente.
1. Assunto: Neste campo são apresentados os conjuntos do- IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem contam
cumentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos com serviços de arquivamento intermediário:
de acordo com as funções e atividades desempenhadas pela ins- Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades orga-
tituição. Para possibilitar melhor identificação do conteúdo da in- nizacionais são igualmente responsáveis pelo arquivamento cor-
formação, foram empregadas funções, atividades, espécies e tipos rente, ficando a guarda intermediária a cargo das mesmas ou do
documentais, genericamente denominados assuntos, agrupados arquivo público, o qual deverá assumir tais funções.
segundo um código de classificação, cujos conjuntos constituem o
referencial para o arquivamento dos documentos. 3. Destinação final: Neste campo é registrada a destinação es-
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que tabelecida que pode ser a eliminação, quando o documento não
contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para apresenta valor secundário (probatório ou informativo) ou a guar-
agilizar a sua localização na tabela. da permanente, quando as informações contidas no documento são
consideradas importantes para fins de prova, informação e pesqui-
2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário para sa.
arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, A guarda permanente será sempre nas instituições arquivísti-
visando atender exclusivamente às necessidades da administração cas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos estaduais, do
que os gerou, mencionado, preferencialmente, em anos. Excepcio- Distrito Federal e municipais), responsáveis pela preservação dos
nalmente, pode ser expresso a partir de uma ação concreta que documentos e pelo acesso às informações neles contidas. Outras
deverá necessariamente ocorrer em relação a um determinado con- instituições poderão manter seus arquivos permanentes, seguindo
junto documental. Entretanto, deve ser objetivo e direto na defini- orientação técnica dos arquivos públicos, garantindo o intercâm-
ção da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologa- bio de informações sobre os respectivos acervos.
ção da aposentadoria; e até quitação da dívida. O prazo estabeleci-
do para a fase corrente relaciona-se ao período em que o documen- 4. Observações: Neste campo são registradas informações
to é frequentemente consultado, exigindo sua permanência junto complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da
às unidades organizacionais. A fase intermediária relaciona-se ao tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do supor-
período em que o documento ainda é necessário à administração, te da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos
porém com menor frequência de uso, podendo ser transferido para documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais
depósito em outro local, embora à disposição desta. avaliados.

Didatismo e Conhecimento 60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação Áreas Externas
da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia de se perpetuar, A localização de um depósito de arquivo deve prever facilida-
teve sempre a preocupação de registrar suas observações, seu pen- des de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-
samento, para os legar às gerações futuras. se, por exemplo:
Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada mais é do - áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inun-
que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sentido mais simples, dações, como margens de rios e subsolos;
guardar é arquivar. - áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustí-
Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre o ver- veis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de po-
dadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indiscutivelmente,
luição atmosférica, como refinarias de petróleo;
por anos e anos, estas instituições tiveram mais ou menos o mesmo
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e
objetivo. Eram elas depósitos de tudo o que se produzira a mente depósitos de munições, de material bélico e aeroportos.
humana, isto é, do resultado do trabalho intelectual e espiritual do
homem. Áreas Internas
O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita As áreas de trabalho e de circulação de público deverão aten-
repetição desnecessárias de experiências, diminui a duplicidade de der às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de
documentos, revela o que está por ser feito, o que já foi feito e os armazenamento de documentos devem ser totalmente independen-
resultados obtidos. Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos tes das demais. O manual Recomendações para a construção de
administrativos e auxilia o administrador a tomada de decisões. arquivos, publicado pelo CONARQ em 2000, reúne as indicações
para a construção, reforma e adequação de edifícios de arquivos.
• Áreas de Depósito
Acondicionamento, Armazenamento, Preservação e Con- Nas áreas de depósito, os cuidados devem ser dirigidos a:
servação de Documentos de Arquivo - evitar, principalmente, os subsolos e porões, em razão do
Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso grande risco de inundações, dando preferência a terrenos mais ele-
aos documentos, deverão ser observados procedimentos específi- vados, distanciados do lençol freático. No caso de depósitos em
cos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas andares térreos, prever pisos mais elevados em relação ao solo e
a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabeleci- com boas condições de drenagem deste, pelas mesmas razões;
- prever condições estruturais de resistência a cargas, de acor-
do na tabela de temporalidade e destinação.
do com as Recomendações para a construção de arquivos, do CO-
Alguns documentos, conforme as normas vigentes deverão
NARQ;
ser produzidos em formatos padronizados. Os documentos iden- - a área dos depósitos não deve exceder a 200m2. Se necessá-
tificados nas tabelas de temporalidade e destinação como de valor rio, os depósitos deverão ser compartimentados. Os compartimen-
permanente deverão ser produzidos em papéis alcalinos. tos devem ser independentes entre si, separados por corredores,
Cabe acrescentar que: com acessos equipados com portas corta-fogo e, de preferência,
- Os papéis das capas de processos devem ser alcalinos; também com sistemas independentes de energia elétrica, de aera-
- As presilhas devem ser em plástico ou metal não oxidável; ção ou de climatização;
- As práticas de grampear e de colar documentos devem ser - evitar tubulações hidráulicas, caixas d’água e quadros de
evitadas; energia elétrica sobre as áreas de depósito;
- Os dossiês, processos e volumes devem ser arquivados em - evitar todo tipo de material que possa promover risco de pro-
pastas suspensas ou em caixas, de acordo com suas dimensões. pagação de fogo ou formação de gases, como madeiras, pinturas
Todos os documentos devem ser preservados em condições e revestimentos;
adequadas ao seu uso, pelos prazos de guarda estabelecidos nas - aumentar a resistência térmica ou a estanqueidade das pare-
tabelas de temporalidade e destinação de documentos. des externas, em especial daquelas sujeitas à ação direta de raios
A informação deve estar adequadamente identificada, classifi- solares, por meio de isolamento térmico e/ou pintura de cor clara,
cada e controlada, para que a localização e a devolução ao local de de efeito reflexivo. Além dos recursos construtivos utilizados para
depósito sejam realizadas de forma ágil e sem riscos de danos ou amenizar as temperaturas internas, sempre que for possível, posi-
cionar os depósitos nos prismas de menor insolação;
extravios. Para que esses procedimentos sejam efetivos e possam
- promover a ventilação dos ambientes de forma natural ou
assegurar a manutenção das condições de acesso, eles devem ser
artificial com soluções de baixo custo, inclusive com a disposição
regularmente revistos. adequada do mobiliário, de forma a facilitar o fluxo do ar;
É importante que os registros relativos aos documentos sejam - evitar a presença de pessoas em trabalho ou consulta em tais
incorporados a um sistema de informações, como um banco de ambientes;
dados, e que os sistemas de recuperação sejam amplamente com- - manter suprimento elétrico de emergência.
patíveis.
Nas áreas de depósito, os documentos devem ser armazenados
Áreas de Armazenamento separadamente, de acordo com o seu suporte e suas especificida-
Todos os documentos devem ser armazenados em locais que des, a saber:
apresentem condições ambientais apropriadas às suas necessida- - documentos textuais, como manuscritos e impressos;
des de preservação, pelo prazo de guarda estabelecido em tabela - documentos encadernados;
de temporalidade e destinação. - documentos textuais de grande formato;

Didatismo e Conhecimento 61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
- documentos cartográficos, como mapas e plantas arquitetô- - promover regularmente a limpeza e o controle de insetos
nicas; rasteiros nas áreas de armazenamento;
- documentos iconográficos, como desenhos, gravuras e car- - manter um programa integrado de higienização do acervo e
tazes; de prevenção de insetos;
- documentos em meio micrográficos; - monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e
- documentos fotográficos; poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, uti-
- documentos sonoros; lizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a
- documentos cinematográficos; abertura controlada de janelas;
- documentos em meios magnéticos e ópticos. - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magné-
ticos e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa tem-
Os filmes em bases de nitrato e de acetato de celulose devem peratura e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos
ser armazenados separadamente, de acordo com sua base e condi- mecânicos bem dimensionados, sobretudo para a manutenção da
ção de preservação. estabilidade dessas condições, a saber: fotografias em preto e bran-
co T 12ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC
Condições Ambientais e UR 35% ± 5% filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de tra- 40% ± 5%.
balho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos depó-
sitos, as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, Acondicionamento
considerando-se as necessidades específicas de preservação para Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e
cada tipo de suporte. invólucros apropriados, que assegurem sua preservação.
Recomenda-se um estudo prévio das condições climáticas da A escolha deverá ser feita observando-se as características fí-
região, nos casos de se elaborar um projeto de construção ou refor- sicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição do
ma, com vistas a obter os melhores benefícios, com baixo custo, mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre qualidade e
em favor da preservação dos acervos. resistência e sobre segurança no trabalho.
A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao longo O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, pro-
do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por flu- move a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os
tuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e pela documentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários
ou prateleiras, apropriados a cada suporte e formato.
exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações luminosas,
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes
especialmente dos raios ultravioleta.
formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armazenados
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes auto-
horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou
res (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa entre
enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino e acon-
45% e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de
dicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser
meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de inves-
armazenado diretamente sobre o chão.
timento em equipamentos, manutenção e energia. As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de com-
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relativa putador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos que
do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento
ocorrência de infestações de insetos e o desenvolvimento de mi- será preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura
croorganismos, que aumentam as proporções dos danos. sintética, de efeito antiestático.
Com base nessas constatações, recomenda-se: As embalagens protegem os documentos contra a poeira e da-
- armazenar todos os documentos em condições ambientais nos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e
que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabeleci- umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em
do, isto é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a casos de desastre.
cada suporte documental; As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas.
do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previa- Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpe-
mente definida; za, de forma a proteger os documentos.
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direciona- As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar
das à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa estabi- formatos padronizados, e devem ser sempre superiores às dos do-
lizados na média, evitando variações súbitas; cumentos que irão abrigar.
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando Todos os materiais usados para o armazenamento de docu-
os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis ao
funcionamento sem interrupção; longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afe-
- proteger os documentos e suas embalagens da incidência di- tem a preservação dos documentos.
reta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas; Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e in-
- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radia- vólucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de
ções ultravioleta; preservação dos documentos.
- reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, re-
fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às lu- comenda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para
minárias; evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis.

Didatismo e Conhecimento 62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Manuseio e Transporte Um plano de salvamento e de segurança humanos:
O manuseio requer cuidados especiais, tanto pelos técnicos, - formar e treinar periodicamente a brigada de incêndio;
durante o tratamento dos documentos, quanto pelos usuários, me- - utilizar sinalização de segurança e de escape para casos de
recendo recomendações afixadas nas salas de trabalho e de con- emergência;
sulta, a saber: - efetuar treinamentos e simulações periódicas de emergência.
- manusear os documentos originais com mãos limpas, de pre-
ferência fazendo uso de luvas. Além de luvas, os técnicos devem Um plano de salvamento de acervos (plano de emergência):
também utilizar guarda-pós, e máscaras para o manuseio de docu- As instituições depositárias de acervos deverão ter um plano
mentos. de emergência escrito para salvamento do acervo em casos de ca-
Esta recomendação atende à saúde de usuários e técnicos, lamidade, atendendo às especificidades de seu acervo e às condi-
considerando-se que no passado foi frequente o uso de inseticidas, ções de localização do mesmo em suas dependências.
que em muitos casos ainda preservam elevados níveis de toxidez. Uma vez elaborados, os planos de emergência irão requerer
Esporos de microorganismos também podem ser fatores de recursos materiais e humanos, sendo interessante poder organizá
contaminação e toxidez; -los de forma cooperativa, entre instituições de uma mesma cidade
- utilizar também luvas e máscaras ao manusear fotografias, ou região.
filmes, microfilmes, discos e suportes magnéticos e ópticos, con- Um plano de emergência contém as providências necessárias
siderando-se a fragilidade desses materiais e a necessidade de pro- para o salvamento dos documentos. Entre os preparativos estão os
teção dos usuários; de minimizar ao máximo os riscos de fogo, por meio de sistemas
- manusear documentos de grandes formatos em mesas de de alarmes e supressão automática, e todos os outros riscos poten-
grandes dimensões; ciais, como vimos, por meio de vistorias e manutenção periódicas.
- utilizar escadas seguras, especialmente desenhadas para a Acervos de grande importância para a instituição deverão ser
retirada de documentos das estantes, bem como carrinhos, para identificados com antecedência. O ideal é que este procedimento
o seu transporte entre o depósito e a sala de consulta, visando à
inclua uma planta baixa que indique claramente a localização dos
segurança no trabalho e à integridade dos documentos;
acervos prioritários para efeito de resgate.
- transportar documentos entre seções, para exposições ou
O plano de emergência contará com uma equipe técnica e uma
para empréstimos externos ou serviços de terceiros, como micro-
administrativa com atribuições específicas, para as várias ativida-
filmagem e conservação, seguindo procedimentos padronizados de
des que irão demandar a pronta resposta e a recuperação dos acer-
embalagem, transporte e manuseio, visando à preservação e segu-
vos atingidos, no caso de algum sinistro.
rança dos documentos.
Cada instituição deverá ter o seu próprio coordenador de emer-
gência, mesmo que esteja organizada em um plano cooperativo.
Segurança
a) Coordenador – tomará as decisões e irá interagir com os de-
Toda instituição arquivística deve contar com um Plano de
Emergência escrito, direcionado para a prevenção contra riscos mais membros do grupo, com as equipes de resgate técnica e admi-
potenciais e para o salvamento de acervos em situações de calami- nistrativa e com as áreas técnicas e administrativas da instituição;
dade com fogo, água, insetos, roubo e vandalismo. b) Agentes de comunicação – farão contato com:
Este plano deve incluir: - autoridades policiais, Corpo de Bombeiros ou Defesa Civil;
Um programa de manutenção do edifício, partindo de um - áreas técnicas da instituição;
diagnóstico prévio do prédio e de sua localização, para identificar: - demais instituições, imprensa;
- riscos geográficos e climáticos que possam ameaçar o prédio - empresas fornecedoras de materiais.
e o acervo; c) Especialistas de conservação, para os diferentes tipos de
- vulnerabilidades do edifício, quanto à sua função de proteger acervo, que poderão ser da própria instituição ou externos, dentro
os acervos; de um programa de cooperação entre instituições.
- níveis de vulnerabilidade dos materiais que compõem o d) Equipe técnica substituta – quando os integrantes da equipe
acervo; titular não conseguirem chegar ao local a tempo. Esta equipe deve-
- vulnerabilidades administrativas (ex.: seguro, segurança). rá participar de todos os treinamentos e simulações.
O plano deve ser testado e revisto em intervalos regulares, e
Um plano de metas concretas e cronograma de prioridades todo o pessoal da instituição precisa estar familiarizado com ele,
para a eliminação do maior número possível de riscos: seja tendo participado de sua elaboração, ou pelo treinamento nos
- inspecionar regularmente o prédio; procedimentos de emergência.
- manter em perfeitas condições de funcionamento os sistemas
elétrico, hidráulico e de esgoto do prédio; Preservação e conservação de documentos de arquivo
- implantar um programa integrado contra pragas; Preservação: é um conjunto de medidas e estratégias de or-
- instalar sistemas confiáveis de detecção e combate de incên- dem administrativa, política e operacional que contribuem direta
dio e de suprimento elétrico de emergência; ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais.
- manter todo o acervo documental identificado e inventaria- Conservação: é um conjunto de ações estabilizadoras que vi-
do; sam desacelerar o processo de degradação de documentos ou ob-
- implantar procedimentos de segurança e de limpeza periódi- jetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos
ca nos depósitos. (higienização, reparos e acondicionamento).

Didatismo e Conhecimento 63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Restauração: é um conjunto de medidas que objetivam a es- Temperatura e umidade relativa: O calor e a umidade con-
tabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos tribuem significativamente para a destruição dos documentos,
pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a principalmente quando em suporte-papel. O desequilíbrio de um
não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração.
A velocidade de muitas reações químicas, inclusive as de dete-
FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE AR- rioração, é dobrada a cada aumento de 10°C. A umidade relativa
QUIVOS alta proporciona as condições necessárias para desencadear inten-
Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos sas reações químicas nos materiais. Evidências de temperatura e
acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão umidade relativa altas são detectadas com a presença de colônias
expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e tra- de fungos nos documentos, sejam estes em papel, couro, tecido ou
çar políticas de conservação para minimizá-los. outros materiais.
Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral constituídos Umidade relativa do ar e temperatura muito baixas transpare-
de livros, mapas, fotografias, obras de arte, revistas, manuscritos cem em documentos distorcidos e ressecados.
etc., que utilizam, em grande parte, o papel como suporte da infor- As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar são
mação, além de tintas das mais diversas composições. muito mais nocivas do que os índices superiores aos considerados
O papel, por mais variada que possa ser sua com posição, é ideais, desde que estáveis e constantes. Todos os materiais encon-
formado basicamente por fibras de celulose provenientes de dife- trados nos acervos são higroscópicos, isto é, absorvem e liberam
rentes origens. umidade muito facilmente e, portanto, se expandem e se contraem
Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam oferecer com as variações de temperatura e umidade relativa do ar.
o melhor conforto e estabilidade ao suporte da maioria dos docu- Essas variações dimensionais aceleram o processo de deterio-
mentos, que é o papel. ração e provocam danos visíveis aos documentos, ocasionando o
A degradação da celulose ocorre quando agentes nocivos ata- craquelamento de tintas, ondulações nos papéis e nos materiais de
cam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fazendo com que se revestimento de livros, danos nas emulsões de fotos etc..
O mais recomendado é manter a temperatura o mais próximo
agreguem a elas novos componentes que, uma vez instalados na
possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a 50%, evitando-se
molécula, desencadeiam reações químicas que levam ao rompi-
de todas as formas as oscilações de 3°C de temperatura e 10% de
mento das cadeias celulósicas.
umidade relativa.
A acidez e a oxidação são os maiores processos de deteriora-
O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qualquer pro-
ção química da celulose. Também há os agentes físicos de deterio-
jeto de mudança, é feito através do termo higrômetro (aparelho
ração, responsáveis pelos danos mecânicos dos documentos. Os
medidor da umidade e temperatura simultaneamente).
mais frequentes são os insetos, os roedores e o próprio homem. A circulação do ar ambiente representa um fator bastante im-
Resumindo, podemos dizer que consideramos agentes de de- portante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade rela-
terioração dos acervos de bibliotecas e arquivos aqueles que levam tiva elevada.
os documentos a um estado de instabilidade física ou química,
com comprometimento de sua integridade e existência. Radiação da luz
Embora, com muita frequência, não possamos eliminar total- Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite radiação
mente as causas do processo de deterioração dos documentos, com nociva aos materiais de acervos, provocando consideráveis danos
certeza podemos diminuir consideravelmente seu ritmo, através de através da oxidação.
cuidados com o ambiente, o manuseio, as intervenções e a higiene, O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escurecido.
entre outros. As tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a legibilidade dos
Antes de citar os principais fatores de degradação, torna-se documentos textuais, dos iconográficos e das encadernações.
indispensável dizer que existe estreita ligação entre eles, o que faz O componente da luz que mais merece atenção é a radiação
com que o processo de deterioração tome proporções devastado- ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, mesmo que por pou-
ras. co tempo, é nociva e o dano é cumulativo e irreversível. A luz pode
Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos acervos ser de origem natural (sol) e artificial, proveniente de lâmpadas
podemos classificar os agentes de deterioração em Fatores Am- incandescentes (tungstênio) e fluorescentes (vapor de mercúrio).
bientais, Fatores Biológicos, Intervenções Impróprias, Agentes Deve-se evitar a luz natural e as lâmpadas fluorescentes, que são
Biológicos, Furtos e Vandalismo. fontes geradoras de UV. A intensidade da luz é medida através de
um aparelho denominado luxímetro ou fotômetro.
Fatores ambientais Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acer-
Os agentes ambientais são exatamente aqueles que existem no vos:
ambiente físico do acervo: Temperatura, Umidade Relativa do Ar, - As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas
Radiação da Luz, Qualidade do Ar. que bloqueiem totalmente o sol; essa medida também ajuda no
Num levantamento cuidadoso das condições de conservação controle de temperatura, minimizando a geração de calor durante
dos documentos de um acervo, é possível identificar facilmente as o dia.
consequências desses fatores, quando não controlados dentro de - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle
uma margem de valores aceitável. da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas
Todos fazem parte do ambiente e atuam em conjunto. fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida limitado).
Sem a pretensão de aprofundar as explicações científicas de - Cuidados especiais devem ser considerados em exposições
tais fatores, podemos resumir suas ações da seguinte forma: de curto, médio e longo tempo:

Didatismo e Conhecimento 64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
- não expor um objeto valioso por muito tempo; Se as condições, entretanto, forem adversas, esses esporos
- manter o nível de luz o mais baixo possível; se tornam “dormentes”. A dormência ocorre quando as condições
- não colocar lâmpadas dentro de vitrines; ambientais se tornam desfavoráveis, como, por exemplo, a umida-
- proteger objetos com filtros especiais; de relativa do ar com índices baixos.
- certificar-se de que as vitrines sejam feitas de materiais que Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, portanto, não
não danifiquem os documentos. se reproduzem nem atacam os documentos. Esse estado, porém,
é reversível; se as condições forem ideais, os esporos revivem e
Qualidades do ar: O controle da qualidade do ar é essencial voltam a crescer e agir, mesmo que tenham sido submetidos a con-
num programa de conservação de acervos. Os poluentes contri- gelamento ou secagem.
buem pesadamente para a deterioração de materiais de bibliotecas Os esporos ativos ou dormentes estão presentes em todos os
e arquivos. lugares, em todas as salas, em cada peça do acervo e em todas as
Há dois tipos de poluentes – os gases e as partículas sólidas – pessoas, mas não é tão difícil controlá-los.
que podem ter duas origens: os que vêm do ambiente externo e os As medidas a serem adotadas para manter os acervos sob con-
gerados no próprio ambiente. trole de infestação de fungos são:
Os poluentes externos são principalmente o dióxido de enxo- - estabelecer política de controle ambiental, principalmente
fre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o Ozônio (O3). São temperatura, umidade relativa e ar circulante, mantendo os índices
gases que provocam reações químicas, com formação de ácidos o mais próximo possível do ideal e evitando oscilações acentuadas;
que causam danos sérios e irreversíveis aos materiais. O papel fica - praticar a higienização tanto do local quanto dos documen-
quebradiço e descolorido; o couro perde a pele e deteriora. tos, com metodologia e técnicas adequadas;
As partículas sólidas, além de carregarem gases poluentes, - instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio
agem como abrasivos e desfiguram os documentos. dos documentos e regras de higiene do local;
Agentes poluentes podem ter origem no próprio ambiente do - manter vigilância constante dos documentos contra aciden-
acervo, como no caso de aplicação de vernizes, madeiras, adesi- tes com água, secando-os imediatamente caso ocorram.
vos, tintas etc., que podem liberar gases prejudiciais à conservação Observações importantes:
de todos os materiais. - O uso de fungicidas não é recomendado; os danos causados
superam em muito a eficiência dos produtos sobre os documentos.
Agentes biológicos - Caso se detecte situação de infestação, chamar profissionais
Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre especializados em conservação de acervos.
outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fun- - Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar, eleva
gos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condi- a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação de colônias
ções ambientais reinantes nas dependências onde se encontram os de fungos.
documentos. - Na higienização do ambiente, é recomendado o uso de as-
Para que atuem sobre os documentos e proliferem, necessitam pirador.
de conforto ambiental e alimentação. O conforto ambiental para Alguns conselhos para limpeza de material com fungos:
praticamente todos os seres vivos está basicamente na tempera- - Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aventais,
tura e umidade relativa elevadas, pouca circulação de ar, falta de toucas e óculos de proteção (nos casos de sensibilidade alérgica).
higiene etc. - Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis.

Fungos Roedores
Os fungos representam um grupo grande de organismos. A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos
São conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em diferentes ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as
ambientes, atacando diversos substratos. No caso dos acervos de possíveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As
bibliotecas e arquivos, são mais comuns aqueles que vivem dos iscas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas
nutrientes encontrados nos documentos. por especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde
Os fungos são organismos que se reproduzem através de es- que não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia
poros e de forma muito intensa e rápida dentro de determinadas se faz nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade
condições. Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento relativa controladas, além de higiene periódica.
e umidade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos
papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade Ataques de insetos
é fator indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimen-
proliferação. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos tos. A variedade também é grande. O ataque tem características
materiais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umi- bem próprias, revelando-se principalmente por perdas de super-
dade e nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento fície e manchas de excrementos. As baratas se reproduzem no
das colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta próprio local e se tornam infestação muito rapidamente, caso não
de higiene. sejam combatidas. São atraídas pelos mesmos fatores já menciona-
Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando o su- dos: temperatura e umidade elevadas, resíduos de alimentos, falta
porte, causam manchas de coloração diversas e intensas de difícil de higiene no ambiente e no acervo.
remoção. A proliferação se dá através dos esporos que, em cir- Existem iscas para combater as baratas, mas, uma vez insta-
cunstâncias propícias, se reproduzem de forma abundante e rápida. lada a infestação, devemos buscar a orientação de profissionais.

Didatismo e Conhecimento 65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar dentro dos
em acervos, principalmente em livros. edifícios das bibliotecas e arquivos.
A sua presença se dá principalmente por falta de programa Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na base de
de higienização das coleções e do ambiente e ocorre muitas vezes árvores ou outros prédios.
por contato com material contaminado, cujo ingresso no acervo Com muita frequência, quando os cupins atacam o acervo, já
não foi objeto de controle. Exigem vigilância constante, devido ao estão instalados em todo o prédio. Da mesma forma que os outros
tipo de ataque que exercem. Os sintomas desse ataque são claros e agentes citados anteriormente, os cupins se instalam em ambientes
inconfundíveis. Para combatê-lo se torna necessário conhecer sua com índices de temperatura e umidade relativa elevados, ausência
natureza e comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em de boa circulação de ar, falta de higienização e pouco manuseio
quatro fases: ovos – larva – pupa – adulta. dos documentos.
A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se re- No caso de ataque de cupim, não há como solucionar o pro-
produz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo. Uma vez blema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um profissional es-
instalado, ataca não só o papel e seus derivados, como também a pecializado na área de conservação de acervos para cuidar dos
madeira do mobiliário, portas, pisos e todos os materiais à base de documentos atacados e outro profissional capacitado para cuidar
celulose. do extermínio dos cupins que estão na parte física do prédio. O
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais tratamento recomendado para o extermínio dos cupins ou para pre-
para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os venção contra novos ataques é feito mediante barreiras químicas
ovos eclodem e o ciclo se repete. adequadamente projetadas.
As brocas precisam encontrar condições especiais que, como
todos os outros agentes biológicos, são temperatura e umidade re- Intervenções inadequadas nos acervos
lativa elevadas, falta de ar circulante e falta de higienização perió- Chamamos de intervenções inadequadas todos os procedi-
dica no local e no acervo. mentos de conservação que realizamos em um conjunto de do-
A característica do ataque é o pó que se encontra na estante em cumentos com o objetivo de interromper ou melhorar seu estado
contato com o documento. de degradação. Muitas vezes, com a boa intenção de protegê-los,
Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos de cola, fazemos intervenções que resultam em danos ainda maiores.
papel etc. Em geral as brocas vão em busca do adesivo de amido,
Nos acervos formados por livros, fotografias, documentos im-
instalando-se nos papelões das capas, no miolo e no suporte do
pressos, documentos manuscritos, mapas, plantas de arquitetura,
miolo dos livros. As perdas são em forma de orifícios bem redon-
obras de arte etc., é preciso ver que, segundo sua natureza, cada
dinhos.
um apresenta suportes, tintas, pigmentos, estruturas etc. comple-
A higienização metódica é a única forma de se fazer o controle
tamente diferentes.
das condições de conservação dos documentos e, assim, detectar a
Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conheci-
presença dos insetos. Uma medida que deve ser obedecida sempre
é a higienização e separação de todo exemplar que for incorporado mento das características individuais dos documentos e dos mate-
ao acervo, seja ele originário de doação, aquisição ou recolhimen- riais a serem empregados no processo de conservação. Todos os
to. profissionais de bibliotecas e arquivos devem ter noções básicas
Quando o ataque se torna uma infestação, é preciso buscar a de conservação dos documentos com que lidam, seja para efetiva-
ajuda de um profissional especializado. mente executá-la, seja para escolher os técnicos capazes de fazê
A providência a ser tomada é identificar o documento atacado -lo, controlando seu trabalho. Os conhecimentos de conservação
e, se possível, isolá-lo até tratamento. A higienização de infestados ajudam a manter equipes de controle ambiental, controle de infes-
por brocas deve ser feita em lugar distante, devido ao risco de es- tações, higienização do ambiente e dos documentos, melhorando
palhar ovos ou muitas larvas pelo ambiente. as condições do acervo.
Estes insetos precisam ser muito bem controlados: por mais Pequenos reparos e acondicionamentos simples podem ser
que se higienize o ambiente e se removam as larvas e resíduos, realizados por aqueles que tenham sido treinados nas técnicas e
corre-se o risco de não eliminar totalmente os ovos. Portanto, após critérios básicos de intervenção.
a higienização, os documentos devem ser revistos de tempos em
tempos. Problemas no manuseio de livros e documentos
Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por profissio- O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degra-
nais especializados, pois o uso de qualquer produto químico pode dação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
acarretar danos intensos aos documentos. O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento,
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para sejam elas durante a higienização pelos funcionários da instituição,
as coleções como para o prédio em si. na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, nas
Vivem em sociedades muito bem organizadas, reproduzem-se foto-reproduções, na pesquisa pelo usuário etc. O suporte-papel
em ninhos e a ação é devastadora onde quer que ataquem. Na gran- tem uma resistência determinada pelo seu estado de conservação.
de maioria das vezes, sua presença só é detectada depois de terem Os critérios para higienização, por exemplo, devem ser formula-
causado grandes danos. dos mediante avaliação do estado de degradação do documento.
Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubulações, Os limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por mais
conduítes de instalações elétricas, rodapés, batentes de portas e que necessitem de limpeza, não podem ser manipulados durante
janelas etc., muitas vezes fora do alcance dos nossos olhos. um procedimento de higienização, porque o tratamento seria mui-
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes to mais nocivo à sua integridade, que é o item mais importante a
coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc. preservar, do que a eliminação da sujidade.

Didatismo e Conhecimento 66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Furto e vandalismo Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer a cri-
Um volume muito grande de documentos em nossos acervos térios de prioridade estabelecidos no tratamento dos acervos: de
é vítima de furtos e vandalismo. coleções gerais ou de obras raras, no caso de bibliotecas, de docu-
A falta de segurança e nenhuma política de controle são a cau- mentos antigos ou mais recentes, no caso de arquivos.
sa desse desastre. Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é se nós
Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A quantidade somos capazes de executá-la.
de documentos mutilados aumenta dia a dia. Esse é o tipo de dano
que, muitas vezes, só se constata muito tempo depois. É necessário Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não. Esse é o
implantar uma política de proteção, mesmo que seja através de um primeiro critério a seguir.
sistema de segurança simples. Caso não nos julguemos com conhecimentos necessários, a
Durante o período de fechamento das instituições, a melhor solução é buscar algum especialista da área ou acondicionar o do-
proteção é feita com alarmes e detectores internos. O problema é cumento enquanto aguardamos o momento oportuno de intervir.
durante o horário de funcionamento, que é quando os fatos acon-
tecem. Características gerais dos materiais empregados em conser-
O recomendado é que se tenha uma só porta de entrada e saída vação
das instalações onde se encontra o acervo, para ser usada tanto Nos projetos de conservação/preservação de acervos de bi-
pelos consulentes/pesquisadores quanto pelos funcionários. bliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de ma-
As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas. Nas
teriais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres
áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa ter uma visão
de todas as mesas, permanecendo no local durante todo o horário de quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes, du-
de funcionamento. As chaves das salas de acervo e o acesso a elas ráveis. Suas características, em relação aos documentos onde são
devem estar disponíveis apenas a um número restrito de funcio- aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibi-
nários. lidade e inércia. Os materiais não enquadrados nessa classificação
Na devolução dos documentos, é preciso que o funcionário não podem ser usados, pois apresentam problemas de instabilida-
faça uma vistoria geral em cada um. de, reagem com o tempo e decompõem-se em outras substâncias
que vão deteriorar os documentos com os quais estão em contato.
Fatores de deterioração - conclusão Além disso, são de natureza irreversível, ou seja, uma vez aplica-
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são irre- dos aos documentos não podem ser removidos.
versíveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma po-
Dentro das especificações positivas, encontramos vários mate-
lítica de conservação, existem medidas que podemos tomar sem
despender grandes somas de dinheiro, minimizando drasticamente riais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres inertes, os adesi-
os efeitos desses agentes. vos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borrachas plásticas
Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, a co- etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre os documentos
meçar por: como para acondicionamento.
• treinamento dos profissionais na área da conservação e pre-
servação; Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para a con-
• atualização desses profissionais (a conservação é uma ciên- servação de acervos
cia em desenvolvimento constante e a cada dia novas técnicas, Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante ter
materiais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar a con- conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nossos
servação dos documentos); acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais danos.
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa
Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de
em níveis aceitáveis;
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documentos; grande importância para a estabilização dos documentos.
• adoção de política de higienização do ambiente e dos acer-
vos; Higienização
• contato com profissionais experientes que possam assessorar A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os docu-
em caso de necessidade. mentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a condições
Conservação: critérios de intervenção para a estabilização de ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos os
documentos suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve
Os documentos que sofrem algum tipo de dano apresentam ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos,
um processo de deterioração que progressivamente vai levá-los a razão por que é considerada a conservação preventiva por exce-
um estado de perda total. Para evitar esse desfecho, interrompe-se
lência.
o processo através de intervenções que levam à estabilização do
documento. Durante a higienização de documentos, procedemos também
Estabilizar um documento é, portanto, interromper um proces- de forma simultânea a um levantamento de dados sobre suas con-
so que esteja deteriorando o suporte e/ou seus agregados, através dições de conservação, para efeitos de futuras intervenções. É hora
de procedimentos mínimos de intervenção. Por exemplo: estabili- Durante a higienização de documentos, procedemos também de
zar por higienização significa que uma limpeza mecânica corrige o forma simultânea a um levantamento de dados sobre suas condi-
processo de deterioração. No capítulo anterior, vimos os fatores de ções de conservação, para efeitos de futuras intervenções. É hora
deterioração e seus efeitos nos documentos. O segundo passo será também de executar os primeiros socorros para que um processo
a intervenção nesse processo de deterioração, através de estabili- de deterioração em andamento seja interrompido, mesmo que não
zação dos documentos danificados. possa ser sanado no momento.

Didatismo e Conhecimento 67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Processos de higienização • Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e com potên-
cia de sucção controlada;
Limpeza de superfície • Outros materiais usados para a limpeza: bisturi, pinça, espá-
O processo de limpeza de acervos de bibliotecas e arquivos tula, agulha, cotonete;
se restringe à limpeza de superfície e, portanto, é mecânica, feita • Materiais de apoio necessários para limpeza mecânica:
a seco. A técnica é aplicada com o objetivo de reduzir poeira, par- - raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil;
tículas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos - fita-crepe;
ou outros depósitos de superfície. Nesse processo, não se usam - lápis de borracha;
solventes. A limpeza de superfície é uma etapa independente de - luvas de látex ou algodão;
qualquer tratamento mais intenso de conservação; é, porém, sem- - máscaras;
pre a primeira etapa a ser realizada. - papel mata-borrão;
8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do acervo • A su- - pesos;
jidade escurece e desfigura o documento, prejudicando-o do ponto - poliéster (mylar);
de vista estético. - folhas de papel siliconado;
• As manchas ocorrem quando as partículas de poeira se ume- - microscópios;
decem, com a alta umidade relativa ou mesmo por ataque de água,
e penetram rapidamente no papel. A sujeira e outras substâncias Os livros, além do suporte-papel, exigem também tratamen-
dissolvidas se depositam nas margens das áreas molhadas, provo- to de revestimento. Assim, o couro(inclui-se aqui o pergaminho),
cando a formação de manchas. A remoção dessas manchas requer tecidos e plastificados fazem parte dos materiais pertencentes aos
a intervenção de um restaurador. livros.
• Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e, portanto, Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de diferentes ta-
extremamente nocivos ao papel. São rapidamente absorvidos, al- manhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa potência
terando seriamente o pH do papel. com proteção de boca, pinças, espátulas de metal, entre outros
materiais.
Avaliação do objeto a ser limpo
Na limpeza do couro, é recomendável somente a utilização
Cada objeto deve ser avaliado individualmente para determi-
de pincel e flanela macia, caso o couro esteja íntegro. Não se deve
nar se a higienização é necessária e se pode ser realizada com se-
tratá-lo com óleos e solventes.
gurança. No caso de termos as condições abaixo, provavelmente o
A encadernação em pergaminho não necessita do mesmo tra-
tratamento não será possível:
tamento do couro. Como é muito sensível à umidade, o tratamento
• Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas finas, per-
aquoso deve ser evitado. Para sua limpeza, apresenta bons resul-
das, rasgos intensos podem estar muito frágeis para limpeza. Áreas
tados o uso de algodão embebido em solvente de 50% de água
com manchas e áreas atacadas por fungos podem não resistir à lim-
e álcool. O algodão precisa estar bem enxuto, e deve-se sempre
peza: o suporte torna-se escuro, quebradiço, manchado e, portanto,
buscar trabalhar o suporte em pequenas áreas de cada vez. Nessa
muito facilmente danificado.
Quando o papel se degrada, até mesmo um suave contato com limpeza, é importante ter muito cuidado com os pergaminhos mui-
o pó de borracha pode provocar a fragmentação do documento. to ressecados e distorcidos. A fragilidade é intensa e o documento
• Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar borra- pode desintegrar-se. A estabilização de pergaminhos, nesse caso,
cha nesses materiais, pois a remoção das partículas residuais com requer os serviços de especialistas.
pincel se torna difícil: Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing para a hi-
- papel japonês; dratação dos couros. Os componentes das diversas fórmulas do
- papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos (que de- produto variam muito (óleos, graxas, gorduras) e, se mal aplica-
gradam a celulose, consumindo a encolagem); dos, podem causar sérios problemas de conservação ao couro. A
- papel molhado (que perde a encolagem e, após a secagem, fórmula do British Museum é a mais usada e recomendada. O uso
torna-se frágil). deve ser criterioso e não indiscriminado. Em casos específicos de
livros novos de coleções de bibliotecas, pode ser apropriado o seu
Materiais usados para limpeza de superfície uso como parte integrante de um programa de manutenção.
A remoção da sujidade superficial (que está solta sobre o do- No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de trincha
cumento) é feita através de pincéis, flanela macia, aspirador e inú- ou aspirador é recomendável, caso sua integridade o permita.
meras outras ferramentas que se adaptam à técnica. Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser utilizado pó
Como já foi dito anteriormente, essa etapa é obrigatória e de borracha ou diretamente a borracha, caso a integridade do papel
sempre se realiza como primeiro tratamento, quaisquer que sejam e das tintas não fique comprometida com essa ação.
as outras intervenções previstas. E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros), deve-se
• Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na limpeza usar apenas uma flanela seca e bem macia.
mecânica, de diferentes formas, tamanhos, qualidade e tipos de Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel macio,
cerdas (podem ser usados com carga estática atritando as cerdas sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de agredir as tin-
contra o nylon, material sintético ou lã); tas, o resíduo de borracha é permanente e de difícil remoção. Os
• Flanela: serve para remover sujidade de encadernações, por resíduos agem como abrasivos e permanecerão em contato com o
exemplo; suporte para sempre.

Didatismo e Conhecimento 68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Limpeza de livros – metodologia em mesa de higienização Documentos em grande formato
- Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no geral
macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encaderna- em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, após tes-
ção; tes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebido
- Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lom- em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem ter dis-
bada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os torções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil
cortes, começando pela cabeça do livro, que é a área que está mais remoção.
exposta à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada e inten- Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito
sa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó de baixa potência ou frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo cuidado é
ainda um pedaço de carpete sem uso; pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento.
- O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa pri- Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção es-
meira higienização; pecial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em boas condi-
- Oxigenar as folhas várias vezes. ções, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áreas.
Num programa de manutenção, pode-se limpar a encaderna- Os grandes mapas impressos, muitas vezes, têm várias folhas de
ção, cortes e aproximadamente as primeiras e últimas 15 folhas, papel coladas entre si nas margens, visando permitir uma impres-
que são as mais sujeitas a receber sujidade, devido à estrutura das são maior. Ao fazer a limpeza de um documento desses, o cuida-
encadernações. Nos livros mais frágeis, deve-se suportar o volume do com as emendas deve ser redobrado, pois nessas, geralmente,
em estruturas adequadas durante a operação para evitar danos na ocorrem descolamentos que podem reter resíduos de borracha da
manipulação e tratamento. limpeza, gerando degradação. Outros mapas são montados em li-
Todo o documento que contiver gravuras ou outra técnica de nho ou algodão com cola de amido. O verso desses documentos
obra de arte no seu interior necessita um cuidado redobrado. Antes retém muita sujidade. Recomenda-se remover o máximo com as-
de qualquer intervenção com pincéis, trinchas, flanelas, é necessá- pirador de pó (munido das devidas proteções em seu bocal e no
rio examinar bem o documento, pois, nesse caso, só será recomen- documento).
dada a limpeza de superfície se não houver nenhum risco de dano.
No caso dos documentos impressos como os livros, existe Pequenos reparos
uma grande margem de segurança na resistência das tintas em Os pequenos reparos são diminutas intervenções que podemos
relação ao pincel. Mesmo assim, devemos escolher o pincel de executar visando interromper um processo de deterioração em an-
maciez adequada para cada situação. Em relação às obras de arte, damento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a critérios
as técnicas são tão variadas e as tintas de composições tão diversas rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar o estado
que, de modo algum, se deve confiar na sua estabilidade frente à de conservação dos documentos. Caso esses critérios não sejam
ação do pincel ou outro material. obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito grande e muitas
vezes de caráter irreversível.
Higienização de documentos de arquivo Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de-
Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmente que- vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documentos
bradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso se deve prin- permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os ma-
cipalmente ao alto índice de acidez resultante do uso de papéis de teriais utilizados para esse fim devem ser de qualidade arquivística
baixa qualidade. As más condições de armazenamento e o excesso e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve
de manuseio também contribuem para a degradação dos materiais. obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa
Tais documentos têm que ser higienizados com muito critério e que, caso seja necessário reverter o processo, não pode existir ne-
cuidado. nhum obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.
Os procedimentos e técnicas para a realização de reparos em
Documentos manuscritos documentos exigem os seguintes instrumentos:
Os mesmos cuidados para com os livros devem ser tomados - mesa de trabalho;
em relação aos manuscritos. O exame dos documentos, testes de - pinça;
estabilidade de seus componentes para o uso dos materiais de - papel mata-borrão;
limpeza mecânica e critérios de intervenção devem ser cuidado- - entretela sem cola;
samente realizados. - placa de vidro;
As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir um - peso de mármore;
documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuidado é pouco - espátula de metal;
para manusear esses documentos. As espessas tintas encontradas - espátula de osso;
em partituras de música, por exemplo, podem estar soltas ou em - pincel chato;
estado de pó. - pincel fino;
Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de “borrar”, ao - filme de poliéster.
mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado para isso é fino e
quebradiço, tornando o manuseio muito arriscado e a limpeza de EPIs – Equipamentos de Proteção Individual - São os dispo-
superfície desaconselhável. As áreas ilustradas e decorativas dos sitivos de uso pessoal destinados a resguardar a saúde e a integri-
manuscritos iluminados são desenhadas com tintas à base de água dade física do trabalhador. Devemos trabalhar sempre protegidos
que podem estar secas e pulverulentas. A limpeza mecânica, nes- com avental, luva, máscara, toucas, óculos de proteção e pró-pé/
ses casos, deve ser evitada. bota.

Didatismo e Conhecimento 69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
A não-utilização de EPIs durante a realização do trabalho, Trata-se de pessoa jurídica de direito público, o que significa
pode acarretar diversas manifestações alérgicas, como rinite, irri- dizer que tem praticamente as mesmas prerrogativas e sujeições da
tação ocular, problemas respiratórios. administração direta. O seu regime jurídico pouco se diferencia do
estabelecido para os órgãos da Administração Direta, aparecendo,
Texto adaptado de Maiko Gomes perante terceiros, como a própria Administração Pública. Difere da
União, Estados e Municípios (pessoas públicas políticas) por não
ter capacidade política, ou seja, o poder de criar o próprio direito,
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. é pessoa pública administrativa, porque tem apenas o poder de au-
toadministração, nos limites estabelecidos em lei.
Desta forma, temos que a autarquia é um tipo de administra-
ção indireta e está diretamente relacionada à administração central,
visto que não pode legislar em relação a si, mas deve obedecer à
A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos pú- legislação da administração à qual está subordinada.
blicos vinculados diretamente ao chefe da esfera governamental É ainda importante destacar que as autarquias possuem bens
que integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patri- e receita próprios, assim, não se confundem com bens de proprie-
mônio e autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas dade da Administração direta à qual estão vinculadas. Igualmente,
diretamente através do orçamento da referida esfera.
são responsáveis por seus próprios atos, não envolvendo a Admi-
Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos
nistração central, exceto no exercício da responsabilidade subsi-
executados pelas pessoas políticas via de um conjunto de órgãos
que estão integrados na sua estrutura. diária.
Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a
entidade pública por eles responsáveis. Exemplos: Ministérios, Se- Empresa Pública:
cretarias, Departamentos e outros que, como característica ineren- Trata-se da entidade dotada de personalidade jurídica de
te da Administração Pública Direta, não possuem personalidade direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da
jurídica, pois não podem contrair direitos e assumir obrigações, União, criado por lei para a exploração de atividade econômica
haja vista que estes pertencem à pessoa política (União, Estado, que o Governo seja levado a exercer por forca de contingência
Distrito Federal e Municípios). ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer
A Administração Direta não possui capacidade postulatória, das formas admitidas em direito.
ou seja, não pode ingressar como autor ou réu em relação proces- Sendo considerada como pessoa jurídica de direito privado,
sual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da cuja administração fica sob responsabilidade exclusivamente pelo
Fazenda que pretende interpor ação judicial pugnando o recebi- Poder Público, instituído por um ente estatal, com a finalidade
mento de alguma vantagem pecuniária. Ele não irá propor a de- definida em lei específica e sendo de propriedade única do Estado.
manda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que A finalidade pode ser de atividade econômica ou de prestação
é a pessoa política dotada de personalidade jurídica para estar no de serviços públicos. Trata-se de pessoa jurídica que tem sua
outro polo da lide. criação autorizada por lei, como instrumento de ação do Estado,
dotada de personalidade de direito privado mas submetida a certas
Administração Pública Indireta regras decorrente da finalidade pública, constituídas sob qualquer
São integrantes da Administração indireta as fundações, as au- das formas admitidas em direito, cujo capital seja formado por
tarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. capital formado unicamente e exclusivamente por recursos
Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos de pessoa de administração direta ou indireta. Pode ser
públicos ou para a exploração de atividades econômicas, com o Federal, municipal ou estadual.
objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da pres-
tação do serviço público. Sociedade de Economia Mista
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a É a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
título de exceção em duas situações previstas na CF/88, no seu privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica,
art. 173: sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto
• para fazer frente à uma situação de relevante interesse pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração
coletivo; Indireta.
• para fazer frente à uma situação de segurança nacional. Trata-se de uma sociedade na qual há colaboração entre o Es-
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando tado e particulares ambos reunindo e unificando recursos para a
explora atividade econômica. Quando estiver atuando na atividade realização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico. A
econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade sociedade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito pri-
com os particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, vado e não se beneficia de isenções fiscais ou de foro privilegiado.
inclusive quanto à livre concorrência. O Estado poderá ter uma participação majoritária ou minoritária;
Feitas essas considerações iniciais, passamos à análise das entretanto, mais da metade das ações com direito a voto devem
pessoas jurídicas que compõem a Administração Pública Indireta: pertencer ao Estado. A sociedade de economia mista é do gênero
de sociedade anonima, e seus funcionários são regidos pela Con-
Autarquias: solidação das Leis Trabalhistas – CLT.
É o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades Fundação Pública:
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor É a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização

Didatismo e Conhecimento 70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam A organização da sociedade civil de interesse público (OS-
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia CIP) é uma qualificação, uma associação ou fundação privada re-
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos cebe a qualificação, e com a outorga do título, não passa a integrar
de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de a administração indireta. Atente-se para o fato que não poderá ser
outras fontes. OSCIP uma sociedade comercial, sindicato, associação de classe
As fundações públicas são organizações dotadas de ou de representação de categoria profissional, instituições hospita-
personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, lares privadas não gratuitas e suas mantenedoras.
sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de interesse
coletivo, como educação, cultura e pesquisa, sempre merecedoras
de um amparo legal. As fundações públicas são autônomas
administrativamente, patrimônio próprio, e funcionamento CONCESSÃO E PERMISSÃO DE
custeado, principalmente, por recursos do poder público, mesmo SERVIÇOS PÚBLICOS.
que sob a forma de prestação de serviços.

ENTIDADES PARAESTATAIS E O TERCEIRO SETOR


CONCEITO AGENTES PÚBLICOS
O terceiro setor abrange as entidades do setor privado sem
fins lucrativos, que desenvolvem atividade de interesse público, Considera-se “Agente Público” toda pessoa física que exerça,
atuando paralelamente ao Estado, mas, colaborando com ele, e mesmo que de maneira temporária e transitória, com ou sem remu-
cooperando, por isso chamam-se entidades paraestatais ou entes neração, mediante eleição, nomeação, designação, contratação ou
de cooperação. qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
As atividades do terceiro setor são muito reconhecidas pelo emprego ou função pública.
trabalho das ONGs que são organizações não governamentais, le- Conforme se pode observar do conceito de Agente Público,
galmente constituídas, não integrando, entretanto, a estrutura do seu sentido é amplo, englobando todas as pessoas físicas que, de
Estado. Sua natureza jurídica é de associação ou fundação priva- qualquer modo e a qualquer título, exercem uma função pública,
da; que terá seus próprios recursos, e não visa finalidade lucrativa, mediante remuneração ou gratuita, permanente ou temporária, po-
lítica ou administrativa, atuando em nome do Estado.
portanto, podendo depender de doações ou ainda, poderá ter auxí-
Assim, temos que o Agente Público é a pessoa natural me-
lio do poder público, tendo em vista a atividade administrativa de diante o qual a Administração Pública se manifesta e atua, são
fomento. competentes para exteriorizar as vontades do Estado, em razão de
Para tanto, podem criar convênios com o Estado, e para regu- vínculos jurídicos existentes entre o Poder Público e o individuo
lamentar o setor, a administração pública concederá títulos a essas que está exercendo função pública.
pessoas jurídicas, se preencherem os requisitos necessários, por-
tanto, uma entidade poderá receber títulos, tais como, Utilidade ESPÉCIES.
Pública Municipal (UPM), Utilidade Pública Federal (UPF), Utili-
dade Pública Estadual (UPE), Organização Social (OS), Organiza- - Servidores Públicos: Servidores públicos, em sentido amplo,
ção da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), Certificado no entender de Hely Lopes Meirelles, são todos os agentes públi-
de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS). cos vinculados à Administração Pública, direta e indireta, do Esta-
do, mediante regime jurídico estatutário regular, geral ou peculiar,
O serviço social autônomo são pessoas jurídicas de direito
ou administrativo especial, ou, ainda, celetista, que é regido pela
privado sem fins lucrativos, que atuam na realização de atividade Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que possui natureza
de interesse público, de atividade não exclusiva do Estado, não fa- profissional e empregatícia.
zendo parte da administração direta, mas, para serem criados, de- Aponta o estudioso que a classificação dos servidores públi-
pendem de lei, que não o cria, mas autoriza a instituição. Portanto, cos em sentido amplo gera divergências doutrinárias. Conforme
dependem de lei para a sua criação – instituição – e são mantidos a Constituição Federal, de acordo com a redação resultante da
por dotações orçamentárias e por contribuições parafiscais, e seus Emenda Constitucional nº 19, denominada de Emenda da Refor-
empregados são celetistas. ma Administrativa, bem como da Emenda Constitucional nº 20,
As organizações sociais são pessoas jurídicas de direito pri- os servidores públicos são classificados em quatro espécies, quais
vado, sem finalidade lucrativa, que realizem atividades dirigidas sejam: agentes políticos, servidores públicos em sentido estrito ou
ao ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, pro- estatutários, empregados públicos e os contratados por tempo de-
terminado.
teção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Vale dizer,
organização social não é entidade da administração indireta. Ao Servidores Públicos em sentido estrito, na definição do jurista
receber o titulo de organização social, a entidade será declarada Celso Antônio Bandeira de Mello, temos que são servidores públi-
como de interesse social e utilidade pública, e pode celebrar con- cos: “Todos aqueles que mantêm vínculo de trabalho profissional
trato de gestão com o poder público, contrato este que será o ins- com as entidades governamentais, integrados em cargos ou em-
trumento de formalização da parceria. pregos da União, Estados, Distrito Federal, Municípios, respecti-

Didatismo e Conhecimento 71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
vas autarquias e fundações de Direito Público. Em suma: são os CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA.
que entretêm com o Estado e com as pessoas de Direito Público da
Administração indireta relação de trabalho de natureza profissio- - Cargos públicos: Nos ensinamentos do professor e jurista
nal e caráter não eventual”. Celso Antônio Bandeira de Mello os cargos públicos: “São as
Em outras palavras, podemos definir servidor público como mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem ex-
aqueles que gozam da titularidade de cargos públicos de provi- pressadas por um agente, prevista em número certo, com deno-
mento efetivo ou de provimento de cargo em comissão, são agen- minações próprias, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito
tes administrativos, de caráter estatutário. Público e criadas por lei”.
Importante esclarecer que aqueles que são titulares de cargos
- Empregados Públicos: são aqueles que mantêm vínculo fun- públicos são submetidos ao regime estatutário, são servidores pú-
blicos efetivos e/ou comissionados.
cional com a administração pública, ocupantes de empregos públi-
cos, sujeitando-se a regime jurídico contratual de trabalho, regidos
- Empregos Públicos: para Celso Antônio Bandeira de Mello,
especificamente pelas regras e normas previstas na Consolidação
“São núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preen-
das Leis do Trabalho (CLT). chidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação
trabalhista”.
- Agentes Temporários: são os particulares contratados pela Destaca-se que os ocupantes de empregos públicos são regi-
Administração Pública com tempo de prestação de serviço deter- dos ao regime contratual, obedecidos às regras da CLT, com natu-
minado, para atender necessidades temporárias de excepcional reza trabalhista.
interesse público, são ocupantes de função pública remunerada e
temporária, com contrato de trabalho regido pelas normas do Di- - Funções Públicas: são as funções de confiança e ainda as
reito Público, e não trabalhista (CLT), mas também não possui o funções exercidas por agentes públicos contratado por tempo cer-
caráter estatutário. É uma forma especial de prestação de serviço to e determinado para atender interesse de caráter excepcional de
público temporário, urgente e excepcional. interesse público, não havendo a necessidade de abertura de con-
curso público para tal contratação, dada sua urgência e excepcio-
- Agentes Políticos: são os integrantes dos mais altos graus do nalidade.
Poder Público, aos quais incumbe a elaboração das diretrizes de
atuação do governo, e das funções de direção, orientação e fiscali-
zação geral da atuação da Administração Pública. NOÇÕES SOBRE CONTRATOS
São Agentes Políticos: os chefes do Poder Executivo, em suas ADMINISTRATIVOS.
diferentes esferas (Presidente da República, governadores e prefei-
tos), seus auxiliares imediatos (Ministros e secretários estaduais ou
municipais), bem como os membros do Poder Legislativo (senado- CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
res, deputados e vereadores);
CONCEITO: Contrato, sejam eles de caráter público ou pri-
- Agentes Honoríficos: são os indivíduos requisitados ou vado, é a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, com
designados para colaborarem com o Poder Público (de maneira as respectivas manifestações de vontades, para constituir, regula-
transitória) para a prestação de serviços específicos, levado em mentar ou extinguir entre as partes uma relação jurídica, sendo
consideração sua condição cívica, de sua honorabilidade ou então certo que para a validade do contrato exige acordo de vontades,
pela sua notória capacidade profissional. Em regra não são remu- agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida em
nerados e não possui qualquer vinculo profissional com a Admi- lei.
nistração Pública. Assim, segundo os ensinamentos do jurista Celso Antônio
Exemplos de Agentes Honoríficos: Jurados, Mesários eleito- Bandeira de Mello, temos o conceito de contratos administrativos:
rais, etc.
“É um tipo de avença travada entre a Administração e tercei-
- Agentes Delegados: são os particulares que recebem a atri- ros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou do tipo do
buição de exercerem determinada atividade, obra ou serviço pú- objeto, a permanência do vínculo e as condições preestabelecidas
blico, fazendo-o em nome próprio e por sua conta em risco, sob a assujeitam-se a cambiáveis imposições de interesse público, res-
salvado os interesses patrimoniais do contratante privado”.
fiscalização permanente do poder delegante.
Ressalta-se que não possuem caráter de servidores públicos,
Em outras palavras, temos que contrato administrativo é a
nem mesmo atuam em nome da administração pública, são colabo- convenção firmada pela Administração Pública, agindo nesta qua-
radores que se sujeitam durante a prestação dos serviços públicos a lidade, com particulares ou então com outras entidades adminis-
responsabilidade civil objetiva. trativas mesmo, nos termos pactuados pela contratante (adminis-
Exemplos de Agentes Delegados: As Concessionárias e Per- tração pública), de acordo com o interesse coletivo, e sob a esfera
missionárias de serviços públicos, leiloeiros, tradutores públicos, do direito público, ficando o particular contratado condicionado
etc. a suportar as cláusulas impostas pela administração, em razão do
atendimento do interesse público.

Didatismo e Conhecimento 72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Não se pode confundir contrato administrativo com contrato Pessoalidade: Os contratos administrativos são, em regra,
da administração, visto que nos contratos da administração, temos contratos pessoais, e a execução dos termos contratados devem
o ajuste firmando entre a administração pública e o particular, en- ser cumpridos pelas pessoas (físicas ou jurídicas) que se obrigou
tretanto, o poder público não figura utilizando-se de suas prerroga- diante o Poder Público. É imprescindível a pessoalidade nos con-
tivas, sendo que tal avença é regida pelo direito privado. tratos administrativos, tendo em vista que há celebração após a
realização de licitação em que se busca não apenas a proposta mais
favorável a Administração Pública, mais também a selecionar a
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS CONTRATOS AD-
pessoa (física ou jurídica) que ofereça as condições necessárias de
MINISTRATIVOS: assegurar a execução do objeto contratado.
Em razão dos poderes e prerrogativas conferidos a Adminis- DAS CLÁUSULAS EXORBITANTES DOS CONTRA-
tração Pública, fica autorizada a determinar alterações e modifica- TOS ADMINISTRATIVOS:
ções nas prestações devidas pelo particular contratado, em razão
das necessidades públicas, e ainda tem o poder de acompanhar e Os contratos administrativos possuem características peculia-
fiscalizar sistematicamente a execução, podendo impor sanções res, diferenciando-os dos contratos privados, que é a existência de
estipuladas previamente quando irregularidades a ensejarem e a cláusulas exorbitantes.
rescindir o contrato de forma unilateral, quando houver legitimo Tais cláusulas decorrem de lei e conferem a administração pu-
blica prerrogativas especificas de direito público, são denominadas
interesse público.
de “exorbitantes” porque as cláusulas extrapolam aquilo que seria
Em suma, temos que os contratos administrativos revelam-se admitido no direito privado.
na seguinte dualidade: inicialmente, temos a Administração Públi-
ca podendo gozar de todas as suas prerrogativas e poderes indis- - Exigência de Garantia: A exigência de que os licitantes e
pensáveis a proteção aos direitos e interesses públicos, e de outro contratados prestem garantias, visa assegurar o adequado adim-
modo, temos que é de competência do particular conferir integral plemento do contrato, ou nas hipóteses de inexecução do objeto
garantia aos interesses privados que ditaram sua participação nos contratado, facilitar o ressarcimento dos prejuízos sofridos pela
estreitos limites contratuais. Administração Pública.
Assim, a doutrina administrativa identifica como principais
características pertinentes aos contratos administrativos seu cará- - Alteração Unilateral do Contrato: A possibilidade de alte-
ter consensual, formais, onerosos, entre outros. Entretanto, mere- ração unilateral do contrato efetuado entre a Administração e o
contratado deve sempre ter o objetivo de sua adequação às fina-
cem maiores esclarecimentos outras características, senão vejamos
lidades do interesse coletivo, devem ainda respeitar os direitos
a seguir. do administrado, principalmente o direito ao restabelecimento do
equilíbrio econômico-financeiro originalmente estabelecido em
Contrato de Adesão: Os contratos administrativos têm a ca- contrato.
racterística de serem típicos contratos de adesão, onde uma das
partes (neste caso a Administração Pública) propõe as cláusulas e - Aplicação Direta de Sanções: A possibilidade de aplicação
a outra parte não pode propor alterações, supressões ou acréscimo, de sanções administrativas pelo Poder Público, quando verificada
simplesmente aceita as suas condições e cláusulas ou não. irregularidades do particular na execução do contrato , independe
de prévia manifestação do Poder Judiciário.
Formalismo: Em regras gerais, todos os contratos adminis-
- Possibilidade de Rescisão Unilateral do Contrato: A possibi-
trativos devem ser formais e escritos, sendo que todo o contrato
lidade de rescindir de maneira unilateral o contrato administrativo
deve mencionar obrigatoriamente os nomes das partes e seus re- se dá diante da supremacia jurídica da administração pública pe-
presentantes legais, a finalidade do contrato, o ato administrativo rante o particular, tendo em vista que o contrato administrativo foi
que autorizou a sua celebração, o número do processo de licitação, celebrado sob a esfera do direito público.
da possível dispensa ou inexigibilidade de licitação, a sujeição dos
contratantes às normas específicas da Lei 8.666/93 e as cláusulas EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO:
contratuais.
A extinção do contrato administrativo é o término do vínculo
Fiscalização: A execução do contrato deverá ser acompanha- de obrigações assumidas entre a administração pública e o parti-
da e fiscalizada por um representante da Administração Pública cular contratado. E extinção pode se dar em razão de da conclusão
do objete contratado, ou então do termino do prazo previsto para
especialmente designado para tal fim, permitida a contratação de
a vigência do contrato, ou ainda a ocorrência de anulação ou res-
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a cisão do contrato.
essa atribuição.
O representante da Administração anotará em registro próprio - Anulação: A anulação de um contrato administrativo segue
todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, as regras análogas dos Atos Administrativos, ou seja, um contrato
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou administrativo deve ser anulado quando constatado ilegalidades
defeitos por ele observados. em sua celebração. A anulação de contrato administrativo pode ser
As decisões e providências que ultrapassarem a competência realizada pelo próprio Poder Público, de oficio ou quando provo-
do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tem- cado, ou então pelo Poder Judiciário, mediante prévia provocação
po hábil para a adoção das medidas convenientes. e sempre por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade.

Didatismo e Conhecimento 73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
- Rescisão: As causas gerais que ensejam a rescisão de con- Entretanto, para que seja possível a identificação de eventual
trato administrativo estão descritas no artigo 78, e seus incisos da desequilíbrio entre os valores pactuados no contrato administra-
Lei 8.666/93. tivo e a realidade praticada no mercado privado, é importante o
Há hipóteses em que autorizam a rescisão unilateral pela ad- acompanhamento e a gestão do contrato, bem como a fiscaliza-
ministração do contrato administrativo, e outras que ensejam resci- ção sobre a boa execução das cláusulas e obrigações pactuadas.
são judicial ou rescisão consensual entre os contratantes, havendo Para tanto é conferida a Administração Pública as prerroga-
ainda causas de rescisão decorrentes de interesse público superve- tivas e cláusulas exorbitantes, objetivando sempre a supremacia
niente e de força maior ou caso fortuito. Para tanto é necessário o do interesse coletivo sobre o interesse privado. Quando, durante
estudo das hipóteses previstas na Lei 8.666/93. a gestão e fiscalização do cumprimento do contrato administra-
tivo, a Administração Pública verificar descumprimento de cláu-
SANÇÃO ADMINISTRATIVA: sula contratual, atrasos na execução dos serviços contratados, má
execução de serviços, entre outras situações que possam lesar o
- Do Atraso Injustificado: O atraso injustificado na execu- interesse público, o Poder Público poderá adotar as providencias
ção do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma no sentido de punir a empresa contratada.
prevista no instrumento convocatório ou no contrato. A aplicação
da multa administrativa não impede que a Administração Pública GARANTIA CONTRATUAL:
promova a rescisão unilateral do contrato e ainda aplique demais
sanções. A garantia contratual não excederá a 5% (cinco por cento) do
A multa, aplicada após regular processo administrativo, será valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições
descontada da garantia do respectivo contratado, e caso a multa for pactuadas contratualmente.
de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta Entretanto, nos casos de obras, serviços e fornecimentos de
garantia em favor da Administração, responderá o contratado pela grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos finan-
sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventual- ceiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnica-
mente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, mente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia
cobrada judicialmente. poderá ser elevado para até 10% (dez por cento) do valor do con-
trato.
A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída
- Da Inexecução total ou parcial do Contrato: Pela inexecução
após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada mo-
total ou parcial do contrato a Administração poderá, sempre ga-
netariamente. Nos casos de contratos que importem na entrega de
rantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário,
ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
a) Advertência;
A regulamentação dos Contratos Administrativos está previs-
tas na Lei Federal nº 8.666/93, já exposta na presente apostila no
b) Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
tópico das Licitações Públicas, assim, é de suma importância a
no contrato;
leitura atenta do que dispõe os artigos 54 a 88 do referido diploma
legal.
c) Suspensão temporária de participação em licitação e im-
pedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe- CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS PÚBLICOS:
rior a 2 (dois) anos;
Trata-se de, entre outros, dois dos instrumentos jurídicos de
d) Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com que dispõe a Administração Pública na execução de suas ativida-
a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos deter- des públicas são, exatamente, os convênios e consórcios adminis-
minantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação pe- trativos, meios de ação da Administração através dos quais esta
rante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será con- obtém bens e recursos de toda ordem, que precisa para implantar
cedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos seus planos, concretizar seus projetos, concluir seus empreendi-
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada mentos de necessidade ou utilidade pública.
com base no inciso anterior. Os convênios e consórcios administrativos são instrumentos
que permitem a uma determinada pessoa jurídica de direito públi-
DO REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO: co, conjugar e unir esforços com outros entes, com vistas à realiza-
ção de um determinado objetivo que diz com o interesse público.
A alteração do contrato administrativo se dará visando o res- Na esfera do direito administrativo nacional, surgem, funda-
tabelecimento da que relação que as partes pactuaram inicialmente mentalmente, como instrumentos jurídicos que permitem a coo-
entre encargos e remuneração, objetivando a manutenção do equi- peração de diferentes pessoas de direito público, ou como sugere
líbrio da equação financeira inicial na hipótese de sobrevirem fatos alguns doutrinadores, entre estas e particulares.
supervenientes, imprevisíveis ou previsíveis de consequências in- Neste sentido, impõe à Administração Pública tarefas da
calculáveis que possam retardar ou impedir a execução do contrato maior responsabilidade, é que estes instrumentos de cooperação,
em caso de força maior, caso fortuito, fato do príncipe que configu- enquanto possibilitam a conjugação de esforços e união de diver-
ra uma alteração econômica extraordinária e extracontratual. sos entes naquilo que isoladamente não são capazes de realizar.

Didatismo e Conhecimento 74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Os convênios em primeiro plano, e os consórcios em menor No entanto, independente de sua classificação, é esta técni-
grau, são os instrumentos jurídicos que permitem com que União, ca, arte ou ciência que adquire cada vez maior importância, dado
Estados e Municípios realizem esforços conjuntos na realização o crescimento das corporações, entidades e empresas, que exige
do interesse público. Tanto nas áreas que a Constituição Federal grande eficácia dos profissionais da contabilidade, para que sejam
indicou a competência concorrente de todos ou de dois dos entes capazes de trabalhar a infinita gama de informações que são neces-
públicos, quanto naquelas em que, embora a norma de competên- sárias ao estudo e controle do patrimônio.
cia indique um ente como responsável, a realização material da A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo.
finalidade pública diz com o interesse geral e, portanto, também Existem diversos registros que as civilizações antigas já possuíam
assista aos demais cooperarem naquilo que for possível. um esboço de técnicas contábeis.
Assim, diante da breve introdução, temos conceitualmente Em termos de registro histórico é importante destacar a obra
que: Summa de Arithmetica, Geométrica, Proportioni et Proportiona-
lita, do Frei Luca Pacioli, publicado em Veneza em 1494 (pouco
Convênios Administrativos - são acordos firmados por enti- depois da invenção da imprensa e um dos primeiros impressos no
mundo).
dades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e organizações
Esta obra descreve, num dos seus capítulos, um método em-
particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos
pregado por mercadores de Veneza no controle de suas operações,
partícipes.
posteriormente denominado método das partidas dobradas ou mé-
todo de Veneza.
Consórcios Administrativos - são acordos firmados entre en- Nos séculos seguintes ao livro de Pacioli, a contabilidade ex-
tidades estatais, autárquicas, fundacionais ou paraestatais, sempre pandiu sua utilização para instituições como a Igreja e o Estado e
da mesma espécie, para realização de objetivos de interesse co- foi um importante instrumento no desenvolvimento do capitalis-
mum dos partícipes. mo, conforme opinião de importantes estudiosos como o sociólogo
Max Weber.
No entanto as técnicas e as informações ficavam restritas ao
dono do empreendimento, pois os livros contábeis eram conside-
NOÇÕES DE CONTABILIDADE GERAL: rados sigilosos. Isto limitou consideravelmente o desenvolvimento
ATIVO, PASSIVO, RECEITA, DESPESA, da ciência uma vez que não existia troca de ideias entre os profis-
BALANÇO PATRIMONIAL. sionais.
Mais recentemente, com o desenvolvimento do mercado
acionário e a fortalecimento da sociedade anônima como forma
de sociedade comercial, a contabilidade passou a ser considerada
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE também como um importante instrumento para a sociedade. Diz-se
CONTABILIDADE; que o usuário das informações contábeis já não era mais somente
o proprietário; outros usuários hoje também tem interesse em sa-
CONCEITO ber sobre uma empresa: sindicatos, governo, fisco, investidores,
credores, etc..
A Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra
os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade. Ela al- Áreas de Atuação
cança sua finalidade através do registro e análise de todos os fatos As principais áreas de atuação são as seguintes:
relacionados com a formação, a movimentação e as variações do
patrimônio administrativo, vinculado à entidade, com o fim de as- Contabilidade Fiscal - Participa do processo de elaboração
segurar seu controle e fornecer a seus administradores as informa- de informações para o fisco, sendo responsável pelo planejamento
tributário da empresa. Esta área de atuação possui uma remunera-
ções necessárias à ação administrativa, bem como a seus titulares
ção bastante atrativa para os profissionais de primeiro nível.
(proprietários do patrimônio) e demais pessoas com ele relaciona-
Contabilidade Pública – Atua no controle e gestão das finan-
das, as informações sobre o estado patrimonial e o resultado das
ças das empresas públicas, sendo que este é um campo que possui
atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar os seus fins.
bastante mercado de trabalho em Brasília.
Diversas técnicas são usadas pela contabilidade para que seus
objetivos sejam atingidos: a escrituração é uma forma própria des- Contabilidade de Custos - Talvez hoje a área mais valorizada
ta ciência de registrar as ocorrências patrimoniais; as demonstra- no Brasil e no Mundo. Tornou-se muito importante com a redução
ções contábeis são demonstrações expositivas para reunir os fatos da taxa de inflação e a abertura econômica aos produtos estran-
de maneira a obter maiores informações, e a análise de balanços é geiros. Fornece importantes informações na formação de preço da
uma técnica que permite decompor, comparar e interpretar o con- empresa.
teúdo das demonstrações contábeis, fornecendo informações ana-
líticas, cuja utilidade vai além do administrador. Contabilidade Gerencial - Voltada para a melhor utilização
Existe ainda uma dificuldade em classificar a contabilidade. dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado
Apesar de no geral ser considerada uma ciência social, assim como controle dos insumos efetuado por um sistema de informação ge-
economia e administração, algumas vezes ela é chamada técnica rencial. O controler é um dos profissionais com melhores remune-
ou arte. rações no mercado.

Didatismo e Conhecimento 75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Contabilidade Comercial – Contabilidade específica voltada  Internos (pessoas que fazem parte da empresa); ou
para as empresas com atividades comerciais.  Externos (pessoas que NÃO fazem parte da em-
presa)
Contabilidade Industrial – Contabilidade voltada para as
empresas com atividades industriais. Os usuários podem ter interesses diversificados, razão pela
qual as informações contábeis devem ser amplas e confiáveis.
Contabilidade Rural - Voltada especialmente para as empre- No mínimo, as informações devem ser suficientes para a ava-
sas rurais, que exercem atividade agrícola, zootécnica ou agroin- liação da situação patrimonial da empresa e das mutações sofridas
dustrial. pelo seu patrimônio.

Auditoria - Através de empresas de auditoria ou através de Usuários Internos


setores internos da organização controla a confiabilidade das infor- Os usuários internos das informações produzidas pela con-
mações e a legalidade dos atos praticados pelos administradores. tabilidade, para fins de administração da empresa de modo geral
Com os recentes escândalos do Banco Nacional e Econômico, tem temos:
estado sob suspeita por parte da sociedade. No entanto, o profissio-
nal tem uma remuneração bastante atrativa.  O titular da firma individual, os sócios e os acio-
nistas da sociedade.
Perícia Contábil - Atuando na elaboração de laudos em pro-  Os diretores, os gerentes e os administradores de
cessos judiciais ou extrajudiciais. Área de atuação exclusiva do todos o níveis
contador.
Contabilidade Financeira - responsável pela elaboração e con- Usuários Externos
solidação das demonstrações contábeis para fins externos. Os usuários externos concentram suas atenções, de forma
geral, em aspectos mais genéricos expressos nas demonstrações
Análise Econômico - financeira - Denominação moderna contábeis.
para a análise de balanços. Atua na elaboração de análises sobre a
Como usuários externos das informações produzidas pela
situação patrimonial de uma organização a partir de seus relatórios
contabilidade temos:
contábeis.
 Bancos e fornecedores
Avaliação de Projetos - Elaboração e análise de projetos de
 Governo ( fiscalização )
viabilidade de longo prazo, com a estimativa do fluxo de caixa e o
 Auditores Externos
cálculo de sua atratividade para a empresa.
 Investidores do mercado de capital ( no caso de
sociedades anônimas de capital aberto )
ÁREAS EMERGENTES

Além das áreas citadas anteriormente é importante destacar OBJETO


algumas áreas emergentes onde existe uma grande perspectiva de
crescimento profissional. Estas áreas poderão vir a ser um grande O objeto da Contabilidade é o Patrimônio das entidades eco-
campo de trabalho para o contador do ano 2000: nômico-administrativas sob dois aspectos, o estático e o dinâmico. 
Estático  - O Patrimônio da empresa é apresentado em sua
Contabilidade Ambiental - responsável por informações so- composição, em determinado momento. É uma “fotografia” do
bre o impacto ambiental da empresa no meio-ambiente. patrimônio;
Dinâmico - Estudo das mudanças ocorridas na composição
Contabilidade Social - dimensionando o impacto social da patrimonial, através da Contabilidade no decorrer do  período. 
empresa, com sua agregação de riqueza e seus custos sociais, pro- Partindo do pressuposto que o patrimônio empresarial não é
dutividade, distribuição da riqueza etc. estático, alterando-se a cada operação, e sabendo que o volume de
Local de Trabalho: O contador pode ser requisitado para tra- transações requer um controle próprio, exige-se da Contabilidade
balhar no governo ou em organizações privadas. Além disto, existe este trabalho, que deverá ser feito de forma coordenada e que a
um mercado para o profissional autônomo que gostaria de exercer informação produzida por este departamento tenha os seguintes
funções de consultoria ou de prestação de serviços. atributos: 
Confiável: Os trabalhos elaborados pela contabilidade devem
Regulamentação da Profissão. inspirar confiança, a tal ponto que o usuário da informação tenha
O Conselho Federal de Contabilidade - CFC e os Conselhos segurança nas informações fornecidas; 
Regionais normatizam e fiscalizam a profissão. Alguns órgãos do Tempestiva: Pode-se elaborar um belo trabalho contábil,
governo também produzem normas e instruções na área contábil. mas, se o mesmo não for apresentado em tempo hábil para ser usu-
A profissão é reconhecida em lei. fruído, perde o sentido da informação, principalmente em países
de economia instável; 
Quem utiliza a contabilidade Elucidativa: Cada usuário da informação tem um grau de co-
nhecimento; identificá-lo é primordial para que os trabalhos sejam
Os usuários da contabilidade podem ser: elucidativos. 

Didatismo e Conhecimento 76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Fonte de tomada de decisão: Nenhuma decisão que envolva Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líquido, me-
negócios é tomada a esmo, pois está em jogo o patrimônio que não diante a equação considerada como básica na contabilidade:
se constitui de maneira tranquila; assim, quem controla o Patrimô-
nio tem obrigação de gerar o alicerce para a decisão. Não tendo (Bens+Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido 
isto, a Administração se utilizará outros meios, como as informa-
ções passadas pelo departamento comercial e financeiro. Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-se
denominá-lo de “Passivo a Descoberto”.
A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das En- O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com
tidades – e consiste em conhecimentos obtidos por metodologia seus sócios ou acionistas, pois estes não emprestam recursos para
racional, com as condições de generalidade, certeza e busca das que possa ter vida própria, mas, sim, os entregam, para que com
causas, em nível qualitativo semelhante às demais ciências sociais. eles forme o Patrimônio da Entidade.
A Resolução alicerça-se na premissa de que a Contabilidade é O conhecimento que a Contabilidade tem do seu objeto está
uma ciência social com plena fundamentação epistemológica. Por em constante desenvolvimento como, aliás, ocorre nas demais
consequência, todas as demais classificações – método, conjun- ciências em relação aos respectivos objetos. Por esta razão, de-
to de procedimentos, técnica, sistema, arte, para citarmos as mais ve-se aceitar como natural o fato da existência de possíveis com-
correntes – referem-se a simples facetas ou aspectos da Contabili- ponentes do patrimônio cuja apreensão ou avaliação se apresenta
dade, usualmente concernentes à sua aplicação prática, na solução difícil ou inviável em determinado momento.
de questões concretas.
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, OBJETIVO
tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais fazem
parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto é sempre o Objetivo principal da contabilidade > permitir que os usuários
PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como um conjunto de avaliem a situação financeira e econômica da entidade e possam
bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a inferir sobre as tendências futuras da mesma.
uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas so- Os objetivos da contabilidade devem contribuir para o proces-
ciedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer so decisório dos usuários, não se justificando por si mesma. Antes,
deve ser um instrumento útil à tomada de decisões.
natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não,
Para tal, devem ser observados dois pontos:
incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de autono-
mia em relação aos demais patrimônios existentes, o que significa
1. As empresas devem evidenciar ou divulgar todas aquelas
que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos limites
informações que contribuem para a adequada avaliação de sua si-
estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da raciona-
tuação patrimonial e de resultados, permitindo inferências em re-
lidade econômica e administrativa.
lação ao futuro. As informações que não estiverem explícitas nas
O Patrimônio também é objeto de outras ciências sociais –
demonstrações, devem constar em Notas Explicativas ou Quadros
por exemplo, da Economia, da Administração e do Direito – que, Complementares.
entretanto, o estudam sob ângulos diversos daquele da Contabili-
dade, que o estuda nos seus aspectos quantitativos e qualitativos. A 2. A contabilidade tem íntimo relacionamento do com os as-
Contabilidade busca, primordialmente, apreender, no sentido mais pectos jurídicos os quais, muitas vezes não conseguem retratar a
amplo possível, e entender as mutações sofridas pelo Patrimônio, essência econômica. Visando bem informar, a contabilidade deve
tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis seguir a essência ao invés da forma.
variações. As mutações tanto podem decorrer de ação do homem,
quanto, embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da na- Exemplo:
tureza sobre o Patrimônio. Uma empresa faz a venda de um ativo, assumindo o compro-
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza misso de efetuar sua recompra por um certo valor em determinada
dos elementos que o compõem, como dinheiro, valores a receber data. Obedecendo a essência ao invés da forma, deve-se registrar
ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais na contabilidade uma operação de financiamento (essência) e não
ou de mercadorias, etc. de compra de venda (forma).
A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de A não utilização da informação contábil ou utilização restrita
particularização que permita a perfeita compreensão do compo- pode ser resultado de:
nente patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas” ainda a)    deficiências na estrutura do modelo informativo;
estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expressão pode- b)    limitações do próprio usuário;
rá ser de muita utilidade em determinadas análises. c)    baixa credibilidade por parte dos usuários;
Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimônio parti- d)    linguagem inadequada nas demonstrações contábeis.
cular, não se limitará às “máquinas” como categoria, mas se ocu-
pará de cada máquina em particular, na sua condição do compo- Antigamente a contabilidade tinha por objetivo informar ao
nente patrimonial, de forma que não possa ser confundida com dono qual foi o lucro obtido numa empreitada comercial. No capi-
qualquer outra máquina, mesmo de tipo idêntico. talismo moderno isto somente não é mais suficiente. Os sindicatos
O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes precisam saber qual a capacidade de pagamento de salários, o go-
patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assu- verno demanda a agregação de riqueza à economia e a capacidade
ma posição sobre o que seja “Valor”, porquanto os conceitos sobre de pagamento de impostos, os ambientalistas exigem conhecer a
a matéria são extremamente variados. contribuição para o meio ambiente, os credores querem calcular o

Didatismo e Conhecimento 77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
nível de endividamento e a probabilidade de pagamento das dívi- FUNÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE:
das, os gerentes da empresa precisam de informações para ajudar Fornecer informações úteis para TOMADA DE DECISÃO ECO-
no processo decisório e reduzir as incertezas, e assim por diante. NÔMICA. 
Diante deste quadro pode-se afirmar que o grande objetivo da
contabilidade é planejar e colocar em prática um sistema de infor- CAMPO DE APLICAÇÃO/ USUÁRIOS/ ORIGEM DOS
mação para uma organização, com ou sem fins lucrativos. CAPITAIS

FINALIDADE  Abrange todas as entidades econômico-administrativas, e até


Quanto as finalidades é social, uma vez que por suas avalia- as pessoas de direito público, como a: União, Estados, Municípios,
ções do progresso das entidades, permite conhecer-se a posição de Autarquias etc.
rentabilidade e financeira, e de forma indireta auxilia os acionis-  Entidades econômico–administrativas são organizações que
tas, tomadores de decisões, investidores a aumentar a riqueza da reúnem: pessoas, patrimônio, titular, ação administrativa e fim de-
entidade. terminado.
As empresas realizam operações econômico-financeiras, com  As entidades econômico-administrativas, de acordo com o
a finalidade de ampliar seu patrimônio. São os dados decorrentes fim a que se destina, podem ser classificadas como: INSTITUI-
destas operações que vão para a contabilidade, que se faz presente ÇÕES (sociedades civis) E EMPRESAS (sociedades comerciais).
através  dos demonstrativos contábeis. Estes, por sua vez, servem  As empresas de acordo com a origem do seu capital podem
para dar subsídios aos diversos setores da empresa para tomada de ser: públicas, particulares e mistas.
decisões.  Públicas: Constituídas com o capital do governo ex: CEF,
Quando falamos em operações econômico-financeiras, o eco- Correios.
nômico é medido através da D.R.E (Demonstração do Resulta- Privadas: constituídas com capital de particulares ex: padaria
do do Exercício). Isso é, mede a lucratividade (qual a margem do seu Zé, bar da esquina, indústria tal e qual...
da empresa), mede a produtividade (eficiência da empresa), e a Mistas: constituída parte com capital privado e parte com ca-
rentabilidade. O financeiro através do Balanço Patrimonial (B.P.) pital do governo ex: Banco do Brasil, Petrobrás, Banco do Estado
fornece informações como, por exemplo, se a empresa tem valores do Rio de Janeiro.
disponíveis para honrar seus compromissos. A análise dos índi-
ces, com dados das demonstrações Contábeis, que se têm estas PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 
certezas. Portanto, estas evidencias são obtidas pela analise dos
relatórios contábeis (Demonstrações Contábeis), pelos índices de Resolução CFC n.º 750/93
liquidez, rentabilidade, endividamento, como liquidez corrente, li-
quidez seca etc, análise capital de giro, etc.  (Esta Resolução possui o Apêndice II aprovado pela Reso-
Estes demonstrativos contábeis (D.R.E e B.P.) facilitam lução CFC nº 1111/07).
que diversos interessados pela situação financeira e econômica da
empresa tenham estas informações. São eles: Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade (PC). (Redação
Investidores: investem mais, menos ou se deixam de empre- dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
gar seu capital nesta empresa,
Administradores: orientam-se através destes relatórios no
que se refere às decisões mais favoráveis à empresa,
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no
Os fornecedores: através destes relatórios, julgam se a em-
exercício de suas atribuições legais e regimentais,
presa tem condições de quitar suas obrigações para com eles, se
abrem mais crédito ou se restringem  para este cliente; 
CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamenta-
Governo: verifica se o valor dos impostos pagos por essa em-
ção apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasi-
presa esta de acordo com o informado; 
leiras de Contabilidade, (Redação dada pela Resolução CFC nº.
Stakeholders: Acionistas, Comunidade, Concorrentes. Estes
1.282/10)
poderão tomar certas decisões com base nas informações contá-
beis da sua empresa. O interesse dos concorrentes seria ver como
estão as vendas, pagamentos a fornecedores da empresa analisada,  RESOLVE:
com isso podendo adotar padrões diferentes. 
Pode-se afirmar, então, que as principais finalidades da utili- CAPÍTULO I
zação das informações contábeis são: como controle e como pla- DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA
nejamento.

FUNÇÕES DA CONTABILIDADE Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE


  (PC) os enunciados por esta Resolução.
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA: Controlar o patrimônio da
entidade, tanto sob o aspecto estático quanto ao dinâmico.  § 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obriga-
FUNÇÃO ECONÔMICA: Apurar o resultado (rédito), isto tória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade
é, apurar o lucro ou o prejuízo da entidade  das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

Didatismo e Conhecimento 78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situa- SEÇÃO III
ções concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
seus aspectos formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº.
1.282/10) Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de
mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para
CAPÍTULO II produzir informações íntegras e tempestivas.
DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE
E DA ENUMERAÇÃO Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na
produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar
Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essên- a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação
cia das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação
consoante o entendimento predominante nos universos científico dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade
no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o pa- SEÇÃO IV
trimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
1.282/10)
Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina
Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente regis-
Resolução CFC nº. 1.282/10) trados pelos valores originais das transações, expressos em moeda
nacional.
- o da ENTIDADE;
- o da CONTINUIDADE; § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas
- o da OPORTUNIDADE; em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes
- o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; formas:
- o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Re-
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores
solução CFC nº. 1.282/10)
pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo
valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data
o da COMPETÊNCIA; e
da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recur-
sos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas
VII) o da PRUDÊNCIA.
circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa,
os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal
SEÇÃO I das operações; e
O PRINCÍPIO DA ENTIDADE
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao pa-
Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio trimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem
como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no uni-
verso dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores
a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou institui- em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos
ção de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data
Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são re-
com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade conhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não
ou instituição. descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na
data ou no período das demonstrações contábeis;
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE,
mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em
de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela
numa unidade de natureza econômico-contábil. venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos
valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se
SEÇÃO II espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE no curso normal das operações da Entidade;

Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presen-
continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a te, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se
apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da
circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descon-
tado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja
necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações
da Entidade;

Didatismo e Conhecimento 79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, SEÇÃO VI
ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos
aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos regis- das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a
tros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
valores dos componentes patrimoniais.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a si-
§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: multaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de
valor, não representa unidade constante em termos do poder aqui-
sitivo; SEÇÃO VII
O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os va-
lores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do
formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substanti- menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do
vamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente vá-
consequência, o do Patrimônio Líquido; e lidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem
o patrimônio líquido.
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o empre-
mas tão somente o ajustamento dos valores originais para deter- go de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos neces-
minada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros ele- sários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido
mentos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e
nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC
despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade
nº. 1.282/10)
ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patri-
moniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRU-
Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda
DÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através
se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da
do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes
COMPETÊNCIA. (Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
patrimoniais.

Parágrafo único – São resultantes da adoção do Princípio da § 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: quando, para definição dos valores relativos às variações patri-
moniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de grau variável. (Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
valor, não representa unidade constante em termos do poder aqui-
sitivo; Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade
constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decre-
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os va- to-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao
lores das transações originais (art. 7º), é necessário atualizar sua Código de Ética Profissional do Contabilista. (Redação dada pela
expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam Resolução CFC nº. 1.282/10)
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimo-
niais e, por conseqüência, o do patrimônio líquido; Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolu-
ção entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 1994.
III – a atualização monetária não representa nova avaliação,
mas, tão-somente, o ajustamento dos valores originais para deter- Brasília, 29 de dezembro de 1993.
minada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros ele-
mentos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda Contador IVAN CARLOS GATTI
nacional em um dado período. (Revogado pela Resolução CFC nº. Presidente
1.282/10)
PATRIMÔNIO

A escola Patrimonialista, mais aceita atualmente, define a


Contabilidade como sendo a ciência que estuda o patrimônio, em
seus aspectos dinâmico e estático.

Didatismo e Conhecimento 80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Se a contabilidade analisa e controla o patrimônio das empre- a) Note que os direitos e as obrigações são fáceis de se conhe-
sas, vamos começar nosso estudo pelo patrimônio. cer, pois, na contabilidade, normalmente representam um elemen-
to seguido pelas expressões “a Receber” ou “a Pagar”.
PATRIMONIO = BENS + DIREITOS E OBRIGAÇÕES Entretanto, há exceções a essa regra: clientes e fornecedores
representam direitos e obrigações respectivamente, e não aparece
Bens: são valores  que pertencem à organização e que estão a expressão “a receber” e “a pagar”. As vendas a prazo efetuadas
em seu poder . Estes bens são se dividem em: para os clientes geram, para a empresa direitos; e as compras a
 BENS NUMERÁRIOS – Caixa, Banco c/ Movimento, Apli- prazo efetuadas dos fornecedores, geram para a empresa, obriga-
cações de Liquidez Imediata, Numerário em Trânsito (Cheques em ções. Não é necessário contudo, escrever “clientes a receber ou
ordens de pagamento, dinheiro remetido para filiais) fornecedores a pagar”.
 BENS DE VENDA: Mercadorias, Matérias-Prima, Produtos b) É bom saber que os compromissos que a empresa tem para
em Fabricação, Produtos Acabados. com entidades governamentais poderão ser contabilizados com in-
titulações que contenham a expressão “a recolher” ou “a pagar”.
  BENS FIXOS OU DE USO: Imóveis, Terrenos, Móveis e
Os impostos e as contribuições, quando descontados de terceiros
utensílios, Veículos, Máquinas e Equipamentos, Computadores e
(Imposto de Renda e Contribuição da Previdência retidos dos sa-
Terminais, Instalações.
lários dos funcionários), devem ser contabilizados com intitulação
 BENS DE USO IMATERIAS OU INTANGÍVEIS:    Marcas
de “Impostos e contribuições a Recolher”. Quando representam
e Patentes, Fundo de Comércio Luvas, Concessões obtidas. Não encargos da empresa, devem ser contabilizados com intitulação de
possuem corpo, não tem matéria. São gastos efetuados pela empre- “Impostos e Contribuições a Pagar”.
sa, que por sua natureza, integram o patrimônio. Ex: benfeitorias
em imóveis de terceiros, caso seja feito alguma reforma ou benfei- ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DO PA-
toria em imóvel de terceiros, esta benfeitoria será contabilizada no TRIMÔNIO
patrimônio como bem imaterial, sendo lançada com o título ben-
feitoria em imóveis de terceiros. Para melhor avaliação do patrimônio, deve-se observar o as-
 Outro exemplo é o fundo de comércio, isto é, a diferença pecto qualitativo e quantitativo deste. O aspecto qualitativo con-
apurada na compra de dado comércio ex: certo comerciante quer siste em qualificar os bens como segue:
vender o seu comércio. Ele avalia seus bens, direitos e obrigações Bens: dinheiro, veículos, máquinas.
em R$ 20 e coloca-o a venda por R$ 30. A diferença R$ 10(valor Direitos: duplicatas a receber, promissórias a receber.
que achou valer sua clientela, fama da loja, tempo de atuação na- Obrigações: duplicatas a pagar, impostos a pagar.
quele local) será registrada como bem imaterial com o título Fun-  
do de Comércio e finalmente, a Patente onde a importância gasta O aspecto quantitativo consiste em conhecer os valores do
para se registrar algum produto inventado pela empresa somada as patrimônio de minha empresa. Ex:
despesas referentes a pesquisas serão registradas na contabilidade Bens
como bem imaterial. Dinheiro = R$5.000
 BENS DE RENDA:  Adquiridos com finalidade de produzir Veículos = R$ 5.000
renda. Participações Societárias de caráter permanente ou tempo- Máquinas = R$ 5.000 
rário, I      móveis de Aluguel, CDB, Ouro...
  DIREITOS: valores que pertencem a organização porém Direitos
estão nas mãos de terceiros ex:  dinheiro depositado em bancos, Duplicatas a receber = R$5,000
valores a receber referentes venda a prazo (geralmente aparecem Promissórias a receber = R$ 5,000 
com a expressão a receber.) Ex: Dupl. A Receber, Cheques a
Obrigações
Receber, Bancos (pois estão em mãos de terceiros, Caderneta
Duplicatas a pagar = R$ 5,000
de Poupança (idem).
Impostos a pagar = R$ 5,000 
 OBRIGAÇÕES: Valores materiais que estão em poder da or-
Com isso, tem-se uma ideia de quanto e o que a empresa tem
ganização, porém, pertencentes a terceiros. Ex: empréstimos con- de bens, direitos e obrigações.
traídos, valores a pagar por compras efetuadas a prazo. Geralmente
as obrigações aparecem com a expressão a pagar.   REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO
EQUAÇÃO PATRIMONIAL
Conceitos de: receita, custo e despesa
Receita: é a renda que a empresa obtem pelas vendas de mer- Origens e Aplicações de Recursos
cadorias e produtos, pela prestação de serviços etc. ( quer receba
os valores à vista, quer não ) Ao observarmos um Balanço Patrimonial, podemos visualizar
Custo: é o gasto relativo à aquisição ou produção de um bem o total de recursos que a empresa obteve e que estão à sua dispo-
de venda ou de uso. sição. O lado do Passivo mostra onde a empresa conseguiu esses
Despesa: é o gasto com as demais “ utilidades “, ou seja, recursos; o lado do Ativo, onde ela aplicou os referidos recursos.
os gastos com as vendas (comissões pagas a vendedores), com a
administração da empresa ( aluguel, água, luz, telefone ), com os PASSIVO – Origem dos Recursos
juros de empréstimos bancários ( despesas financeiras ), etc. In- Os recursos totais que estão à disposição da empresa podem
formações Complementares originar-se de duas fontes:

Didatismo e Conhecimento 81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
Recursos de terceiros: correspondem às obrigações, isto é, são recursos de terceiros que a empresa utiliza no seu giro normal. Esses
recursos, por sua vez, provêm de duas fontes:
• Dívidas de funcionamento: obrigações que surgem das atividades normais de gestão da organização, tais como obrigações com
fornecedores, salários a pagar, impostos a pagar, etc.
• Dívidas de financiamentos: são recursos obtidos pela organização junto a instituições financeiras, destinadas a financiar as ativi-
dades normais da empresa.

Recursos Próprios – também podem provir de duas fontes:


• Proprietários ou sócios: parcela do capital que foi investida na empresa pelo titular ou pelos sócios;
• Resultado da gestão: acréscimos ocorridos no Patrimônio Líquido em decorrência da gestão normal da empresa. Esses acréscimos
são obtidos pelos lucros, que poderão ser representados na conta de Lucros Acumulados ou em Conta de Reservas.

ATIVO - Aplicação de Recursos


O lado do Ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos que têm à sua disposição. O Ativo representa o conjunto de bens e direitos
à disposição da empresa.

Para melhor visualizar a situação do patrimônio, este será representado em forma de T. E SERÁ CHAMADO DE BALANÇO PATRI-
MONIAL.
 Ao lado esquerdo deste T está o ATIVO, onde se coloca os bens e direitos, (que são positivos do patrimônio) e ao lado direito PASSIVO
onde se coloca as obrigações (que são elementos negativos do patrimônio).
 
Obrigações para com terceiros: refere-se às operações da empresa com outras empresas ou, até mesmo, com pessoas físicas. (Ex: Du-
plicatas a Pagar).
 Obrigações com os Sócios: São relacionadas no Patrimônio Líquido (ex: Capital, Reservas).
 Com isso os bens e direito formam o grupo dos elementos positivos, o que ela tem efetivamente (bens), e o que ela tem para receber
(direitos), formando estes os componentes do Ativo. As obrigações formam o grupo dos elementos negativos ou o que a empresa tem que
pagar (obrigações), formando este o componente do Passivo.

SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL

É A DIFERENÇA ENTRE O ATIVO E O PASSIVO

Somando os bens os direitos têm-se o total do ativo e o total das obrigações denomina-se passivo.
O total do ativo (-) o total das obrigações (passivo) resulta na Situação Líquida Patrimonial.
Bens+ direitos (-) obrigações = Situação Líquida Patrimonial. O total da situação líquida é sempre colocado do lado direito do T.
Deve-se ter a soma e o lado do ativo + o passivo de forma a igualar a situação.
Exemplos:
 
 Vejam: O total dos bens mais o total dos Direitos menos o total das obrigações denomina-se SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMO-
NIAL. Logo: 
Ativo..........................R$ 150
(-) Passivo(Obr)........R$    80
...............................   R$    70 SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL

BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA

 O título correto para esta forma de (T), será daqui pra frente chamada de BALANÇO PATRIMONIAL.
 Ex: PATRIMÔNIO

SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAIS POSSÍVEIS 

1º Ativo MAIOR que Passivo:


Bens....................................................................................................R$ 200

Direitos................................................................................................R$ 100
Obrigações..........................................................................................R$ 180

Veja:
Os dois lados não têm o mesmo total. Logo, precisamos igualá-los. Como:

Didatismo e Conhecimento 82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
 A diferença R$ 120 é chamada SITUAÇÃO LÍQUIDA, e será colocada do lado do Passivo e adicionada ao valor das obrigações, já
que a situação líquida é positiva.
Logo, o Balanço Patrimonial fica assim:

Neste caso, a Situação Líquida chama-se:


a-Situação Líquida Positiva
b-Situação Líquida Ativa
c-Situação Líquida Superavitária 

a) Situação Líquida Positiva: Ativo MAIOR que Passivo(ISSO É, BENS E DIREITOS MAIOR QUE OBRIGAÇÕES. O QUE QUER
DIZER ISSO?) então se têm lucros(A QUEM PERTENCE ESSES LUCRO?) e este pertence aos sócios que verão a melhor forma de utili-
zá-lo, ou reinvestem ou distribuem-no. 
b) Situação Líquida Ativa: Ativo MAIOR que Passivo,  Porque o total do Ativo (B + D) supera o total do Passivo (O) em 120. 
c) Situação Líquida Superavitária: Vendendo os bens (no caso de liquidar a empresa).

2º- Ativo MENOR que Passivo


Bens....................................................................................................R$ 200
Direitos................................................................................................R$ 100
Obrigações..........................................................................................R$ 340
 
Vejamos:
Sendo a diferença NEGATIVA (pois está do lado do passivo)
 
Neste caso, a Situação Líquida chama-se:
 
a)Situação Líquida Negativa
b) Situação Líquida Passiva
c) Situação. Líquida. Deficitária
d)Passivo a Descoberto 
As Obrigações são maiores que os direitos. Com isso, se for preciso liquidar a empresa ao preço de custo tem-se R$ 200. Recebendo
os direitos, vendendo os bens ter-se-ia R$ 100, portanto, a empresa teria disponível R$ 300 em mãos. para saldar seus compromissos. En-
tretanto,  precisar-se-ia de R$ 340, que é o valor das obrigações. Logo faltam R$ 40. Por isso, a situação  líquida é deficitária. O total dos
elementos positivos é insuficiente para saldar os compromissos.
 PASSIVO A DESCOBERTO: PORQUE O TOTAL DO ATIVO NÃO É SUFICIENTE PARA COBRIR O TOTAL DO PASSIVO.

 3º Ativo = ao lado do Passivo


 
Bens....................................................................................................R$ 200
Direitos................................................................................................R$ 100
Obrigações..........................................................................................R$ 300
 

Neste caso, o ativo é inteiramente absorvido pelas Obrigações, e a SIT. LÍQ NULA, Inexistente ou nula. 
Situação Líquida Nula: Ativo = Passivo, com isso, caso os sócios queiram liquidar esta empresa, tudo que precisam fazer será apurar
as vendas dos bens e efetuar o recebimento dos direitos para cobrir as obrigações. 
Com isso vemos que a situação líquida de uma empresa é sempre apresentada no passivo e deve ser chamada de PATRIMÔNIO LÍ-
QUIDO. 
O total do grupo patrimônio líquido é igual ao valor da situação líquida de uma empresa.
Ex: se a situação líquida for positiva o Patrimônio Líquido será positivo. Idem o contrário. Enfim a situação líquida refletirá sempre no
grupo do PL. 
O PL é composto por:
Capital: principal fonte  do PL. É a soma dos valores investidos pelos proprietários.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O Patrimônio Líquido é o quarto grupo de elementos patrimoniais que juntamente com os Bens, os Direitos e as Obrigações, completará
a Demonstração Contábil denominada “Balanço Patrimonial”.
O total do grupo Patrimônio Líquido é igual ao valor da Situação Líquida da empresa. Assim, se a situação líquida for positiva, o total
do grupo Patrimônio Líquido será igualmente POSITIVO; se por outro lado, a situação líquida da empresa for negativa, o total do grupo
Patrimônio Líquido será igualmente NEGATIVA; e ainda, se a situação líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido também refletirá essa
situação, sendo NULA.
Esse grupo no Balanço Patrimonial de uma empresa, aparece sempre do lado direito, juntamente com as Obrigações, logo abaixo
como segue:

Didatismo e Conhecimento 83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo

PATRIMÔNIO d) no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto


bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da com-
ATIVO PASSIVO panhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive
Bens Obrigações os decorrentes de operações que transfiram à companhia os bene-
fícios, riscos e controle desses bens;
e) no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incor-
Direitos Patrimônio Líquido
póreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com
( o 4º grupo) essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante
O Patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elemen- ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.
tos:
 Capital Passivo
 Reservas As contas no Passivo serão classificadas do seguinte modo:
 Lucros ou Prejuízos Acumulados a) no Passivo Circulante deverão ser registradas as obrigações
da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos
Capital: Na fase de constituição da empresa, representa a do ativo permanente, quando vencerem no exercício seguinte, e no
soma dos valores que os sócios investiram. passivo exigível a longo prazo, se tiverem vencimento em prazo
Reservas: Corresponde a parte dos lucros que são retiradas maior;
(reservadas) para determinados fins, como por exemplo aumentar b) no Passivo Não-Circulante deverão ser registradas as obri-
o Capital Social da empresa. gações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de
Prejuízos: Representa o que a empresa obtém no final de cada direitos do ativo permanente, quando vencerem após o exercício
exercício. seguinte;
c) no Patrimônio Líquido:
c.1) na conta do Capital Social será discriminado o montante
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada;
BALANÇO PATRIMONIAL c.2) nas Reservas de Capital serão classificadas as contas que
registrarem a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar
O Balanço Patrimonial está regulamentado nos Artigos 178 a o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor
184 da Lei nº 6.404/1976, com as alterações implementadas pela nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do
capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de de-
Lei nº 11.638/2007 e 11.941/2009.
bêntures ou partes beneficiárias; o produto da alienação de partes
No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente
beneficiárias e bônus de subscrição e o resultado da correção mo-
de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguin-
netária do capital realizado, enquanto não-capitalizado;
tes grupos: Ativo Circulante; Ativo Não-Circulante, composto por
c.3) serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial,
Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e In-
enquanto não computadas no resultado do exercício em obediên-
tangível.
cia ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou
No Passivo, as contas serão classificadas nos seguintes gru-
diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo,
pos: Passivo Circulante; Passivo Não-Circulante; e Patrimônio Lí-
em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previs-
quido, dividido em Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de tos nesta Lei ou em normas expedidas pela Comissão de Valores
Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º
e Prejuízos Acumulados. do art. 177 da Lei nº 6.404/1976;
c.4) nas Reservas de Lucros serão lançadas as contas consti-
Ativo tuídas pela apropriação de lucros da companhia;
As contas no Ativo serão classificadas do seguinte modo: c.5) as Ações em Tesouraria deverão ser destacadas no balan-
a) no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizá- ço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a
veis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
recursos em despesas do exercício seguinte;

b) no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis


após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de
vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas (Art. 243 da Lei nº 6.404/1976), diretores, acionistas
ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem ne-
gócios usuais na exploração do objeto da companhia;
c) em investimentos: as participações permanentes em outras
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no
ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade
da companhia ou da empresa;

Didatismo e Conhecimento 84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Na determinação do resultado do exercício serão computados as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da
sua realização em moeda, e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. Na
Demonstração do Resultado do Exercício deverão estar demonstradas as seguintes informações:
a) a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
b) a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
c) as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas
operacionais;
d) o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
e) o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
f) as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e
de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;
g) o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Didatismo e Conhecimento 85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como obje- Despesas Financeiras (como o IOF, variações monetárias pas-
tivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado sivas, descontos condicionais concedidos, etc)
apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num de- Despesas Gerais e Administrativas (inclua impostos e alu-
terminado período, normalmente, de doze meses. guéis, honorários, depreciações e eventuais manutenções)
Outras Despesas Operacionais
Como fazer DRE (Demonstração do Resultado do Exer-
cício) Some:
   Receitas financeiras (como as variações monetárias ativas,
 Mesmo os contadores mais organizados enfrentam uma série descontos condicionais obtidos, etc).
de questionamentos ao apresentar o balanço aos seus clientes. Eles Outras Receitas Operacionais
analisam aqueles valores e perguntam: “Quanto a empresa ven- =
deu?”, “Quanto é seu custo, quais são suas despesas?”, “Quanto Lucro ou Prejuízo Operacional Líquido
rendeu a aplicação deste ou daquele mês?”. É impossível respon-
der tudo isso só com os balanços. Para isso, existe o Demonstrati- Subtraia:
vo de Resultado do Exercício. O DRE, como também é chamado, Outras Despesas Não Operacionais (inclua o custo de venda
é o confronto das receitas, custos e resultados do exercício, para de ativo imobilizado, etc)
obter o resultado líquido do mesmo. Some:
A lei brasileira prevê que os seguintes itens devem estar na Outras Receitas Não Operacionais (inclua a receita de venda
Demonstração do Resultado do Exercício. de ativo imobilizado, etc)
—A receita bruta das vendas e serviços e eventuais deduções =
(como os impostos); Lucro/prejuízo antes do Imposto de Renda e da contribuição
—A receita líquida das vendas e serviços, e, por fim o lucro social sobre o lucro líquido
bruto; Subtraia
—As despesas com as vendas, as despesas financeiras, dedu- Despesa com Imposto de Renda
zidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras
Despesa com Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
despesas operacionais;
=
—O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as ou-
Lucro ou Prejuízo líquido antes das participações
tras despesas;
(As participações abaixo precisam ser calculadas obrigatoria-
—O resultado do exercício antes do Imposto de Renda e a
mente nesta ordem, isto porque para o cálculo da próxima deve ser
previsão para tal imposto;
abatido o valor da participação anteriormente calculada)
—As participações de quaisquer partes e de instituições ou
fundos de assistências e previdência de empregados Subtraia:
Debêntures (dedutível do Imposto de Renda)
Veja abaixo um tutorial de como calcular o DRE: Empregados (dedutível do Imposto de Renda)
Administradores
Faturamento Bruto (venda de produtos) Partes Beneficiárias
Subtraia: Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
Impostos Industriais (o IPI é o mais comum) =
= Lucro ou Prejuízo líquido do exercício
Receita Bruta de Vendas
Subtraia: Se desejar saber qual o lucro ou prejuízo de cada ação, basta
Impostos e sobre Mercadorias e Serviços (ISS, ICMS, PIS/ dividir o Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício pelo total de ações.
COFINS)
Descontos incondicionais concedidos É um calculo trabalhoso, mas relativamente simples que dá
Devoluções de Vendas uma visão geral do andamento do negócio, possibilitando análise
Abatimentos sobre Vendas de gastos e receitas e, portanto, dicas claras de como aumentar o
Some: faturamento do negócio.
Reversão dos Impostos
=
Receita Líquida de Vendas
Subtraia:
Custo dos Produtos Vendidos (inclua frete, seguros e afins)
Custo das Mercadorias Vendidas (inclua frete, seguros e afins)
Custo dos Serviços Prestados
=
Lucro Operacional Bruto
Subtraia
Despesas Comerciais (inclua gastos com publicidade e propa-
ganda, eventuais manutenções, salários de vendedores, despesas
com devedores, etc)

Didatismo e Conhecimento 86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo

DFC - DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório pela contabilidade para todas as sociedades de capital
aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Esta obrigatoriedade vigora desde 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, e desta forma torna-se mais um importante relatório para
a tomada de decisões gerenciais.
A Deliberação CVM 547/2008 aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 03, que trata da Demonstração do Fluxo de Caixa.
De forma condensada, esta demonstração indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa em determinado período e, ainda, o
Resultado do Fluxo Financeiro. Assim como a Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração dinâmica e também
está contida no balanço patrimonial.
A Demonstração do Fluxo de Caixa irá indicar quais foram às saídas e entradas de dinheiro no caixa durante o período e o resultado
desse fluxo.

Didatismo e Conhecimento 87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE FLUXO DE CAIXA

Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis tradicionalmente publicadas
pelas empresas. Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:
I - Atividades Operacionais;
II - Atividades de Investimento;
III - Atividades de Financiamento.
As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de
serviços da empresa. Estas atividades têm ligação com o capital circulante líquido da empresa.
As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo, em Investimentos, no Imobilizado ou no Intangí-
vel, bem como as entradas por venda dos ativos registrados nos referidos subgrupos de contas.
As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo Não Circulante e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui
os empréstimos e financiamentos de curto prazo. As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos aos acionistas a
título de dividendos, distribuição de lucros.

ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS


Atos Administrativos é uma ação praticada pela administração que não provoca (podendo vir a provocar) alteração qualitativa e/ou
quantitativa no patrimônio da entidade, portanto, a princípio, não interessa à contabilidade.
Como exemplos deste atos, temos: Admissão de empregados, assinaturas de contratos de seguros, o aval (garantia) dada em títulos, etc.
etc.
Casos estes atos sejam registrados contabilmente, utilizaremos um tipo especial de contas que são denominadas CONTAS DE COM-
PENSAÇÃO, que são utilizadas aos pares e não alteram o Patrimônio.
Fatos Administrativos, que também são conhecidos como FATOS CONTABEIS, são acontecimentos verificados na empresa que pro-
vocam variações nos elementos patrimoniais, podendo alterar ou não, a situação Líquida Patrimonial.
Os Fatos Contábeis, são classificados em: Permutativos ou Compensativos, Modificativos e Mistos.

Fatos Contábeis Permutativos ou Compensativos são os que acarretam uma troca (permuta) de valores dentro do Patrimônio Líquido
(PL) mas não alteram a Situação Líquida.

Como exemplo temos:


a) - Investimento inicial, a integralização do capital em dinheiro no valor de R$ 400.000,00. Se levantássemos um balanço na ocasião,
teríamos a seguinte situação:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
Caixa/bancos R$ 400.000,00
Total do Ativo R$ 400.000,00

Didatismo e Conhecimento 88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
PASSIVO O aumento de ativo e passivo pode ocorrer com a compra de
PATRIMÔNIO LÍQUIDO mercadorias a prazo, operação à qual veremos no exemplo a se-
Capital Social R$ 400.000,00 guir. Essa operação aumenta o ativo pela entrada de mercadorias,
Total do Passivo R$ 400.000,00 e , ao mesmo tempo, o passivo, com o acréscimo da responsabili-
dade em Fornecedores.
Fato contábil modificativo são os que provocam alterações no LANÇAMENTO (Compra de mercadorias a prazo)
valor do Patrimônio Líquido (PL), sendo que esta modificação é D MERCADORIAS
refletida na Situação Líquida. Esta modificação citada acima, na C FORNECEDORES
Cia. Industrial Brasileira s/nota fiscal nº 7.654 28.500
situação Líquida Patrimonial, pode ser para mais ou para menos,
Como exemplo de diminuição de ativo e passivo citemos o pa-
por este motivo os Fatos Contábeis Modificativos podem ser Au-
gamento de duplicata. Há, com essa operação, diminuição de ativo
mentativos ou Diminutivos. pela saída de dinheiro e, ao mesmo tempo, diminuição de passivo
São Fatos Contábeis Modificativos aumentativos: Recebi- pela extinção de responsabilidade.
mentos de juros, recebimento de alugueis, recebimento de comis-
sões etc. etc. LANÇAMENTO (Diminuição de ativo e passivo)
São Fatos Contábeis Modificativos Diminutivos: Pagamento D DUPLICATAS A PAGAR
de imposto, pagamento de juros, pagamentos de comissões, etc. C CAIXA
etc. Pagamento da duplicata 2.134, de G.Moura & Cia.
Fato contábil misto são os que combinam fatos permutati- 11.200
vos com fatos modificativos, determinando variação qualitativa
e quantitativa do patrimônio, ou VARIAÇÃO PATRIMONIAL FATOS MODIFICATIVOS
MISTA. São aqueles que ao mesmo tempo permutam (trocam) e Fatos modificativos são os que produzem alterações na si-
modificam valores dentro do Patrimônio e consequentemente alte- tuação líquida do patrimônio, diminuindo-a ou aumentado-a. Há
ram a Situação Líquida Patrimonial. diminuição na situação líquida quando um bem é consumido ou
As alterações provocadas pelos Fatos Contábeis Mistos, tam- quando há gastos ou despesa decorrentes da atividade econômica,
bém podem ser para mais ou para menos, por este motivo, eles necessária para alcançar os fins da empresa. Assim, quando se pa-
também são classificados em Aumentativos e Diminutivos. gam empregados, aluguel do prédio, impostos, além de inúmeros
outros gastos que se não recuperam, há diminuição do patrimônio
São Fatos Contábeis Mistos Aumentativos: Pagamento de
líquido.
uma Duplicata com descontos, recebimentos de uma Duplicata
O aumento do patrimônio líquido ocorre quando há receita,
com acréscimo de juros etc. etc. ou seja, recebimento de importâncias por serviços prestados, por
São Fatos Contábeis Mistos Diminutivos: Recebimento de juros de capitais aplicados, por descontos obtidos com pagamentos
duplicatas com descontos, pagamentos de uma Duplicata com antecipados, além de receitas secundárias. A principal receita da
acréscimo de juros, etc. etc. empresa mercantil é o lucro com a venda de mercadorias.
Classificamos os fatos modificativos em diminutivos e au-
FATOS CONTÁBEIS - PERMUTATIVOS, MODIFICA- mentativos, conforme determinem diminuição ou aumento na si-
TIVOS E MISTOS. tuação líquida do patrimônio.

Existem três espécies de fatos contábeis: permutativos, modi- FATOS MODIFICATIVOS DIMINUTIVOS
ficativos e mistos, cujas características estudaremos a seguir. O pagamento de despesa traz diminuição de ativo, pois há
saída de dinheiro sem correspondente entrada de outro valor no
FATOS PERMUTATIVOS OU COMPENSATIVOS ativo. No caso de pagamento de aluguel, por exemplo, teríamos o
Fatos permutativos ou compensativos são os que trazem va- seguinte lançamento:
riações do ponto de vista específico, sem alterar a situação líquida
do patrimônio. LANÇAMENTO (Diminuição da situação líquida positiva do
Assim, podem ocorrer permutações entre componentes do ati- patrimônio, por diminuição de ativo)
D ALUGUÉIS
vo ou do passivo, ou, ainda, compensações entre componentes do
C CAIXA
ativo e do passivo, sem reduzir ou aumentar a situação líquida.
Pago aluguel do mês de março 1.500
Como exemplo de permutação de componentes do ativo, te-
mos o recebimento de duplicata. Por esta operação, há diminuição FATOS MODIFICATIVOS AUMENTATIVOS
do ativo, porque desaparece o crédito do patrimônio sobre o valor Como exemplo de aumento de ativo, temos o recebimento de
do título, mas ao mesmo tempo ocorre aumento do ativo pela en- juros pela aplicação de capitais ou pelo atraso de devedores no
trada de dinheiro em caixa. Não há, portanto, como vemos, altera- pagamento de títulos. O lançamento nesse caso, seria o seguinte:
ção na situação líquida do patrimônio, mas apenas permutação de LANÇAMENTO (Aumento da situação líquida positiva do
seus elementos constitutivos, pois a saída de um foi compensada patrimônio, por aumento de ativo)
pela entrada de outro de igual valor. D CAIXA
LANÇAMENTO (Permutação no ativo) C JUROS (ou receitas financeiras)
D CAIXA Recebido de J. Saraiva, juros de mora à razão
C DUPLICATAS A RECEBER De 1% ao mês pelo atraso de um mês no pagamento
Recebido de H. Marques, valor da Duplicata nº 74 1.800 De nossa duplicata 71, no valor de $5.000 50

Didatismo e Conhecimento 89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
FATOS MISTOS OU COMPOSTOS OUTRAS RECEITAS
Fatos mistos são os que conjugam a permutação ou compensa- Juros Ativos
ção de valores com modificação na situação líquida do patrimônio. Juros de Aplicações Financeiras
Na realidade, só existem duas espécies de fatos: os permutati- Descontos Obtidos
vos e os modificativos, porquanto os mistos ou compostos podem Variações Monetárias e Cambiais Ativas
ser desdobrados nos dois antecedentes. Aluguéis e Arrendamentos
Como exemplo de permutação aumentativa de ativo (aumen- Vendas de Sucatas e Resíduos
to de situação líquida positiva do patrimônio) temos a venda de Indenizações Recebidas
mercadorias com lucro, que, como já tivemos ocasião de dizer, é a Receita na Venda de Bens do Ativo Não Circulante
principal fonte de renda da empresa comercial, pois o objetivo de Resultado Positivo da Equivalência Patrimonial
sua atividade é o lucro com a venda de mercadorias
Se a mercadoria custou 10 e foi vendida por 12 produz lucro DESPESAS
de 2. Houve , com essa operação, a seguinte modificação no ativo: Despesas Operacionais
diminuição de 10 com a saída da mercadoria, e aumento de 12 com Despesas Administrativas
a entrada de dinheiro. Houve permutação no ativo e , ao mesmo Despesas com Vendas
tempo, aumento da situação líquida positiva do patrimônio, por
aumento de ativo. Essa operação requer o seguinte lançamento: OUTRAS DESPESAS
LANÇAMENTO (Permutação no ativo, com aumento da si- Custo das Vendas do Ativo Não Circulante
tuação líquida positiva do patrimônio) Resultado Negativo da Equivalência Patrimonial
D CAIXA Juros Passivos
C MERCADORIAS Variações Monetárias e Cambiais Passivas
Custo de mercadorias vendidas à vista 10.000 Descontos Concedidos
C LUCRO NA VENDA DE MERCADORIAS
Lucro na veda supra 2.000 12.000 TRATAMENTO FISCAL
O tratamento fiscal dos resultados operacionais e não-opera-
RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS NÃO cionais, para fins de apuração e compensação de prejuízos fiscais,
OPERACIONAIS CONCEITO permanece o mesmo, que já vem sendo adotado anteriormente.

Com a alteração promovida pela MP 449/2008 foi extinto o EXERCÍCIOS


grupo de as receitas e despesas não operacionais, as receitas e as
despesas não devem ser mais segregadas como operacionais e não 01. (CGE/MA – Auditor - FGV/2014) O Estado, ao descon-
operacionais. centrar-se, especializa determinadas funções e atividades adminis-
Cabe neste ponto a definição receitas e despesas não opera- trativas, por meio da criação de órgãos dedicados a atuar de forma
cionais: específica. Para explicar a delineação jurídica dessa desconcentra-
- Receitas e despesas operacionais são aquelas receitas e des- ção, a doutrina criou a teoria do órgão. A esse respeito, assinale a
pesas decorrentes de transações incluídas nas atividades principais afirmativa correta.
ou acessórias que constituam objeto da empresa. A)Esta teoria, também chamada de teoria da imputação, es-
- Demais/Outras Receitas e Despesas operacionais são aque- tabelece que a vontade manifestada pelo agente público não é a
las receitas e despesas decorrentes de transações não incluídas nas vontade do órgão, mas a sua própria.
atividades principais ou acessórias que constituam objeto da em- B) O Estado é a pessoa jurídica de direito público, e, dentro de
presa. seu organismo, cria órgãos despersonalizados, dedicados a deter-
- Receitas e Despesas não operacionais são basicamente, a minadas atividades administrativas.
transações com bens do ativo permanente. Conforme arts. 418 a C) A vontade do agente se imputa ao órgão ao qual pertence,
445, o RIR/1999 e IN SRF nº 11, de 1996, art. 36, § 1o. mas não se imputa ao Estado.
Assim pelas novas definições as entidades deverão contabili- D) Tecnicamente, o agente representa o órgão, pois a vontade
zar em “ outras receitas/despesas” as receitas que anteriormente já que ali manifesta é a sua própria, em seu nome, e não em nome do
vinha sendo registradas neste grupo e ainda as Receitas e Despesas Estado.
não operacionais. E) Os órgãos estatais são divisões internas com personalidade
jurídica própria.
As estes valores ficarão desta forma demonstrados:
02. (DESENVOLVESP – Auditor - VUNES/2014) Analise
RECEITAS as informações a seguir, com relação ao regramento e à natureza
RECEITAS OPERACIONAIS jurídica da administração pública, classificando-as como (V) ver-
VENDAS dadeira ou (F) Falsa.
Receita de Vendas de Produtos ( ) Uma lei que reestruture a carreira de determinada categoria
Receita de Vendas de Mercadorias de servidores públicos pode também dispor acerca da criação de
Receita de Prestação de Serviços uma autarquia.
( ) O controle das entidades que compõem a administração
indireta da União é feito pela sistemática da supervisão ministerial.

Didatismo e Conhecimento 90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
( ) As autarquias podem ter personalidade jurídica de direito D) políticas, com personalidade jurídica própria, criadas por
privado. lei, com autonomia e capacidade de autoadministração, não sujei-
( ) As autarquias têm prerrogativas típicas de pessoas jurídicas tas, portanto, ao poder de tutela da administração.
de direito público, entre as quais se inclui a de serem seus débitos E) jurídicas de direito público, criadas por lei, com capacidade
apurados judicialmente, executados pelo sistema de precatórios. de autoadministração, mas sujeitas ao poder de tutela do ente que
A classificação correta, de cima para baixo, é: as criou.
A)V, V, V, V
B) V, F, V, F 07. (MPE/ES - Agente de Apoio Administrativo - VU-
C) F, V, F, V. NESP/2013) São, entre outras, entidades que integram a Adminis-
D) F, V, V, V. tração Pública Indireta:
E) F, F, F, V. A) agência reguladora, consórcio público e empresa pública.
B) autarquia, empresa pública e agência bancária.
03. (TRT/GO - Juiz do Trabalho - FCC/2014) Ao criar uma C) empresa pública, agência bancária e sociedade de econo-
entidade da Administração indireta, o ente político pode optar por mia mista.
constituí-la sob regime de direito privado. Dentre as entidades que D) fundação pública, órgão público e autarquia.
podem ser instituídas sob tal regime, estão. E) sociedade de economia mista, órgão público e consórcio
A)as autarquias, as fundações e as agências executivas. público.
B) as sociedades de economia mista, os consórcios públicos
e as fundações. 08. (TJ/SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CES-
C) as empresas públicas, as sociedades de economia mista e PE/2014) No tocante aos atos e aos poderes administrativos, jul-
as agências reguladoras. gue os próximos itens.
D) as autarquias corporativas, as empresas públicas e as socie- Os atos administrativos gozam da presunção de legitimidade,
dades de economia mista. o que significa que são considerados válidos até que sobrevenha
E) as agências reguladoras, as sociedades de economia mista prova em contrário.
e as fundações. ( ) Certo
( ) Errado
04. (CAU/RJ - Assistente de Fiscalização - IADES/2014)
09. (TJ/SE - Analista Judiciário – Direito - CESPE/2014)
Considerando a legislação vigente, é correto afirmar que fazem
No que concerne às regras e aos princípios específicos que regem
parte da administração indireta as (os):
a atuação da administração pública, julgue os itens subsequentes.
A)fundações públicas e privadas e as autarquias.
Os atos com vício de forma ou finalidade são convalidáveis.
B) autarquias e as fundações públicas, apenas.
( ) Certo
C) ministérios, as autarquias e as empresas públicas, apenas.
( ) Errado
D) ministérios, as autarquias, as fundações públicas, as em-
presas públicas e as sociedades de economia mista. 10 (CEFET/RJ – Auditor - CESGRANRIO/2014) Os atos
E) autarquias e as empresas públicas. administrativos podem ser classificados de diversas formas. As-
sim, quando se indica que o ato administrativo de desapropriação
05. (POLITEC/MT - Perito Médico Legista - FUN- representa a onipotência do Estado e o seu poder de coerção, está-
CAB/2013) Assinale a alternativa da qual constam apenas enti- se fazendo referência ao ato de:
dades da administração indireta com personalidade jurídica de A)gestão
direito público. B) expediente
A) autarquias, empresas públicas e fundações públicas. C) império
B) agências reguladoras, associações públicas e sociedades de D) internalização
economia mista. E) alienação
C) empresas públicas, fundações públicas, e sociedades de
economia mista. 11. (Fundacentro- Analista em Ciência e Tecnologia Pleno
D) associações públicas, empresas públicas, e fundações pú- - VUNESP/2014) A discricionariedade no ato administrativo
blicas A)permite ao administrador agir conforme a sua consciência
E) autarquias, fundações públicas e agências reguladoras. e tomar decisões baseadas em seus próprios critérios, que venham
a fazer a devida justiça.
06. (TRT/GO - Analista Judiciário - FCC/2013) As autar- B) obriga o administrador público a agir exatamente como a
quias integram a Administração indireta. São pessoas lei prevê na solução a ser adotada, especificando em regra “como”
A) políticas, com personalidade jurídica própria e têm poder e “quando” o administrador deve editar o ato.
de criar suas próprias normas. C) é a base legal para que o administrador público tome deci-
B) jurídicas de direito público, cuja criação e indicação dos sões arbitrárias, que serão impostas coercitivamente ao particular.
fins e atividades é autorizada por lei, autônomas e não sujeitas à D) é expressamente vedada pela lei, para que o interesse pú-
tutela da administração direta. blico seja devidamente protegido.
C) jurídicas de direito semipúblico, porque sujeitas ao regime E) autoriza o administrador público a decidir com base na
jurídico de direito público, excepcionada a aplicação da lei de li- conveniência e oportunidade do ato, respeitado sempre o interesse
citações. público.

Didatismo e Conhecimento 91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
12. (Fundacentro- Analista em Ciência e Tecnologia Pleno 16. (CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público) No caso de
- VUNESP/2014) Os elementos do ato administrativo são: requisição de bem particular, se este sofrer qualquer dano, caberá
A)competência, finalidade, forma, motivo e objeto. indenização ao proprietário.
B) imperatividade, discricionariedade e definitividade. ( ) Certo
C) finalidade, intenção, motivação e conteúdo. ( ) Errado
D) autoexecutoriedade, objeto e finalidade.
E) forma, conteúdo, arbitrariedade e motivação. 17. (FCC - 2011 - TJ-AP - Titular de Serviços de Notas e
de Registros) - Acerca dos modos de intervenção do Estado na
13. (CESPE - 2013 - SEFAZ-ES - Auditor Fiscal da Receita
propriedade, é correto afirmar que a requisição
Estadual) Em determinada secretaria de governo, as ações volta-
a) é assunto de competência legislativa concorrente da União,
das ao desenvolvimento de planos para capacitação dos servidores
eram realizadas de forma esporádica, inexistindo setor específico dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
para tal finalidade. A fim de dar maior concretude a uma política b) gera o dever do Poder Público de indenização prévia, justa
de prestação de serviço público de qualidade naquela secretaria, e em dinheiro em favor do proprietário.
criou- se um departamento de capacitação dos servidores. c) tal qual a desapropriação, implica, ao final, a aquisição da
Nessa situação hipotética, a criação do referido departamento propriedade privada pelo Poder Público.
é considerada. d) não obriga o Poder Público a obter autorização judicial para
a) desconcentração administrativa. uso de um bem privado.
b) centralização administrativa. e) tem por escopo destinar ao assentamento de colonos as gle-
c) descentralização administrativa. bas até então exploradas para culturas ilegais de plantas psicotró-
d) medida gerencial interna. picas.
e) concentração administrativa. 18. (TRT - 15ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
14. (FCC - 2013 - AL-RN - Analista Legislativo) Considere FCC/2013) Ao entrar em exercício, todo servidor nomeado para
as seguintes assertivas: cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório,
I. A desconcentração está relacionada ao tema “hierarquia”.  período em que será avaliado para o desempenho do cargo sob os
II. Na desconcentração, há uma distribuição de competências fatores da assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produ-
dentro da mesma pessoa jurídica.  tividade e responsabilidade. Durante o estágio probatório poderá
III. Quando, por exemplo, o poder público (União, Estados e
ser concedida ao servidor a licença
Municípios) cria uma pessoa jurídica de direito público, como a
a) para capacitação.
autarquia, e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado
serviço público, ocorre a chamada desconcentração.  b) por prêmio de assiduidade. 
IV. Quando, por exemplo, a execução do serviço público é c) para atividade política.
transferida para um particular, por meio de concessão ou permis- d) para tratar de interesses particulares. 
são, ocorre a chamada descentralização. e) para desempenho de mandato classista.

Está correto o que se afirma APENAS em 19. (TRT - 5ª REGIÃO/BA – ANALISTA JUDICIÁRIO –
a) II. FCC/2013) A investidura em cargo público ocorre com a posse e
b) II, III e IV. dependerá de prévia inspeção médica oficial. Todavia, nos termos
c) I e III. do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, so-
d) I, II e IV. mente haverá posse nos casos de provimento de cargo por 
e) III e IV. A) nomeação.
B) promoção.
15. (CESPE - 2013 - TCE-ES - Analista Administrativo - C) readaptação.
Direito) No que concerne à organização administrativa, assinale a D) reintegração.
opção correta. E) recondução.
a) Na composição do capital da sociedade de economia
mista, é dispensável a presença de capital votante privado.
20. (TRT – 5ª REGIÃO/BA – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
b) Embora a autarquia responda objetivamente pelos pre-
juízos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, é FCC/2013) Um servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª
admitida a responsabilidade subsidiária do ente federativo que a Região - TRT/BA foi trabalhar em outra localidade para acompa-
tenha criado. nhar cônjuge, também servidor público civil, que foi deslocado no
c) Para a empresa pública adquirir personalidade, não se lhe interesse da Administração. Esse ato é denominado 
exige o registro de seus atos constitutivos em cartório nem na junta A) remoção.
comercial. B) transferência.
d) As empresas públicas são criadas para exercerem exclu- C) redistribuição.
sivamente atividades econômicas. D) readaptação.
e) A autarquia é pessoa jurídica de direito público criada E) disponibilidade.
por lei para o desempenho de atividade própria do Estado, dotada
de autonomia administrativa, circunstância que não afasta a rela- 21. (TRT - 8ª REGIÃO/PA E AP – TÉCNICO JUDICIÁ-
ção hierárquica que a autarquia mantém com o federativo que a RIO – CESPE/2013) No que tange às licenças e aos afastamentos
tenha criado disciplinados pela Lei n.º 8.112/1990, assinale a opção correta.

Didatismo e Conhecimento 92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
a) Um dos requisitos necessários para a autorização de afas- a) a gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de
tamento de servidor público, para estudo no exterior, destinado à dezembro de cada ano. 
realização de programa de doutorado, consiste na exigência de que b) a gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos)
o servidor titular de cargo efetivo esteja no respectivo órgão há da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por
pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório. mês de exercício no respectivo ano. 
b) O servidor público federal investido em mandato de de-
putado federal será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar c) a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será consi-
pela sua remuneração. derada como mês integral. 
c) A licença para capacitação concedida dentro de noventa d) a gratificação natalina será considerada para o cálculo de
dias do término de outra da mesma espécie será considerada como toda e qualquer vantagem pecuniária. 
prorrogação. e) o servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina,
d) O estágio probatório deve ser interrompido durante a li- proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a re-
cença para atividade política e será reiniciado a partir do término muneração do mês da exoneração. 
do impedimento.
e) É assegurado ao servidor o direito a licença, sem prejuízo
25. (ANATEL - ANALISTA ADMINISTRATIVO – CES-
da remuneração, para o desempenho de mandato classista.
PE/2012) Julgue o item abaixo, acerca de licitações.
22. (TRF – 3ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – Caso a administração pública necessite contratar um serviço
FCC/2014) Claudio, servidor público federal ocupante de cargo que somente possa ser prestado por determinada empresa, de modo
efetivo, foi colocado em disponibilidade em face da extinção do que seja inviável a competição, deverá haver dispensa de licitação.
órgão no qual estava lotado. Posteriormente, o Órgão Central do ( )CERTO
Sistema de Pessoal Civil determinou o imediato provimento, por ( ) ERRADO
Cláudio, de vaga aberta junto a outro órgão da Administração pú-
blica federal. De acordo com as disposições da Lei no 8.112/90, 26. (IBAMA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
referida situação caracteriza
a) aproveitamento, cabível desde que se trate de cargo com PE/2012) Acerca de edital, conhecido como a lei interna da licita-
vencimentos e atribuições compatíveis com o anteriormente ocu- ção, julgue o item abaixo.
pado pelo servidor. No edital, são definidas as normas do procedimento licitató-
b) recondução, obrigatória apenas se o servidor estiver em rio, com a determinação dos direitos e das obrigações da adminis-
disponibilidade há menos de 5 (cinco) anos. tração e dos licitantes.
c) reintegração, somente obrigatória em se tratando de ór- ( ) CERTO
gão sucessor do extinto nas respectivas atribuições. ( ) ERRADO
d) reversão, facultativa para o servidor, que poderá optar
por permanecer em disponibilidade, recebendo 50% (cinquenta
27. (PGM - JOÃO PESSOA/PB - PROCURADOR MU-
por cento) de seus vencimentos.
e) redistribuição, obrigatória para o servidor, independente- NICIPAL – FCC/2012) A característica que diferencia o procedi-
mente dos vencimentos do novo cargo. mento do pregão - Lei no 10.520/02, de todos os demais procedi-
mentos licitatórios previstos na Lei no 8.666/93 (Lei de Licitações)
23. (TRF – 3ª REGIÃO – Técnico Judiciário – FCC/2014) é
Pedro Henrique, servidor público federal ocupante de cargo efe- a) o uso de lances para definição do vencedor do certame.
tivo, participava, concomitantemente ao exercício da função pú- b) a realização da fase de habilitação em momento posterior
blica, da administração de sociedade privada. Instaurado processo à fase de julgamento.
disciplinar para apuração da potencial falta administrativa, Pedro c) a possibilidade de substituição da apresentação de docu-
Henrique, de acordo com as disposições da Lei nº 8.112/90, poderá
sofrer pena de mentos de habilitação pela comprovação de registro em cadastro
A) advertência, com a correspondente anotação em seu de fornecedores mantido pela Administração.
prontuário e determinação de cessação da atividade privada. d) a condução do procedimento por autoridade designada
B) suspensão, que não pode exceder 30 dias, passível de pela Administração, ao invés de comissão de licitação.
conversão em multa. e) o uso do critério de menor preço para julgamento das
C) suspensão, que não pode exceder 60 dias, vedada con- propostas.
versão em multa.
D) demissão, salvo se atuava na qualidade de acionista, co- 28. (TJ/RO - ANALISTA JUDICIÁRIO – CESPE/2012)
tista ou comanditário.
De acordo com a Lei de Licitações e Contratos, a modalidade de
E) demissão, que incompatibiliza o ex-servidor para nova
investidura em cargo público federal. licitação ocorrida entre interessados devidamente cadastrados ou
que atendam a todas as condições exigidas para cadastramento até
24. (TRT – 19ª Região (AL) – ANALISTA JUDICIÁRIO o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, obser-
– FCC/2014) Lara, servidora pública federal do Tribunal Regional vada a necessária qualificação, denomina-se
do Trabalho da 19a Região, está ansiosa para receber sua gratifi- a) leilão.
cação natalina, a fim de comprar presentes para seus familiares e b) concorrência.
quitar alguns débitos que ainda possui. A propósito da gratificação c) tomada de preços.
narrada e nos termos da Lei no 8.112/90, é INCORRETO afirmar d) concurso.
que  e) convite.

Didatismo e Conhecimento 93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Portuário - Apoio Administrativo
29. (TRT - 8ª Região/PA e AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO
– CESPE/2013) A propósito das modalidades de licitação convite,
concurso e leilão, assinale a opção correta.
A) O leilão pode ser cometido a leiloeiro indicado pelos in-
teressados ou a servidor designado pela administração, proceden-
do- se na forma da legislação pertinente.
B) O prazo mínimo até o recebimento das propostas é de dez GABARITO:
dias úteis para a modalidade convite, contados a partir da expedi-
ção do convite. 01 B
C) Quando, por manifesto desinteresse dos convidados, for
impossível a obtenção de três licitantes e tal circunstância for de- 02 C
vidamente justificada no processo, não será necessária a repetição 03 B
do convite. 04 E
D) Concurso é a modalidade de licitação realizada entre
quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico 05 E
ou artístico, mediante a instituição exclusiva de remuneração aos 06 E
vencedores, conforme critérios constantes no edital. 07 A
E) Deve ser adotada a modalidade de licitação leilão para a
08 ERRADO
alienação de bens imóveis da administração pública cuja aquisição
haja derivado de procedimentos administrativos ou de dação em 09 ERRADO
pagamento. 10 C
11 E
30. (POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA –
CESPE/2013) O pregão, modalidade de licitação para aquisição 12 A
de bens e serviços comuns, independentemente do valor estimado 13 A
da contratação, aplica-se tanto aos órgãos da administração direta 14 D
quanto às entidades integrantes da administração indireta, inclusi-
ve aos fundos especiais. 15 B
( ) CERTO 16 CERTO
( ) ERRADO 17 D
18 C
19 A
20 A
21 A
22 A
23 D
24 D
25 ERRADO
26 CERTO
27 B
28 C
29 C
30 CERTO

Didatismo e Conhecimento 94

Você também pode gostar